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Numero do processo: 10945.000836/2009-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2007
SOBRESTAMENTO DO PROCESSO. INDEFERIMENTO DO PEDIDO.
Tendo em vista que o processo que trata da exclusão da contribuinte do Simples Nacional já foi julgado por este CARF, o pedido não procede e o presente julgamento não deve ser sobrestado.
RECURSO VOLUNTÁRIO QUE REPRODUZ LITERALMENTE A IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF.
AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS OU OMISSAS.
Apresentar a empresa GFIP com informações incorretas ou omissas constitui infração à legislação previdenciária.
SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO.
A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitar-se-á, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhê-las como tal.
INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. NULIDADE.
Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea c, do artigo 106 do Código Tributário Nacional.
A Administração Pública Federal, em respeito ao princípio da legalidade e no exercício do controle do lançamento tributário, tem o dever-poder de reexaminar seus atos declarando a nulidade de feitos não passíveis de saneamento no processo.
Numero da decisão: 2401-005.764
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Processo julgado em 13/9/18, às 14h.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/06/2005 a 30/06/2007 SOBRESTAMENTO DO PROCESSO. INDEFERIMENTO DO PEDIDO. Tendo em vista que o processo que trata da exclusão da contribuinte do Simples Nacional já foi julgado por este CARF, o pedido não procede e o presente julgamento não deve ser sobrestado. RECURSO VOLUNTÁRIO QUE REPRODUZ LITERALMENTE A IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF. Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF. AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS OU OMISSAS. Apresentar a empresa GFIP com informações incorretas ou omissas constitui infração à legislação previdenciária. SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitar-se-á, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhê-las como tal. INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. NULIDADE. Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea c, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. A Administração Pública Federal, em respeito ao princípio da legalidade e no exercício do controle do lançamento tributário, tem o dever-poder de reexaminar seus atos declarando a nulidade de feitos não passíveis de saneamento no processo.
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INDEFERIMENTO DO PEDIDO. Tendo em vista que o processo que trata da exclusão da contribuinte do Simples Nacional já foi julgado por este CARF, o pedido não procede e o presente julgamento não deve ser sobrestado. RECURSO VOLUNTÁRIO QUE REPRODUZ LITERALMENTE A IMPUGNAÇÃO. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO. AUSÊNCIA DE DIALETICIDADE. REGIMENTO INTERNO DO CARF. Recurso voluntário que não apresente indignação contra os fundamentos da decisão supostamente recorrida ou traga qualquer motivo pelos quais deva ser modificada autoriza a adoção, como razões de decidir, dos fundamentos da decisão recorrida, por expressa previsão do regimento interno do CARF. AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS OU OMISSAS. Apresentar a empresa GFIP com informações incorretas ou omissas constitui infração à legislação previdenciária. SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhêlas como tal. INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. NULIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 00 08 36 /2 00 9- 44 Fl. 154DF CARF MF 2 Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea “c”, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. A Administração Pública Federal, em respeito ao princípio da legalidade e no exercício do controle do lançamento tributário, tem o deverpoder de reexaminar seus atos declarando a nulidade de feitos não passíveis de saneamento no processo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Processo julgado em 13/9/18, às 14h. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier – Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Andrea Viana Arrais Egypto, Matheus Soares Leite e Miriam Denise Xavier (Presidente). Relatório Inicialmente, cumpre destacar que seguem apensos a este processo, conforme Termo de Juntada por Apensação, às fls. 113, os processo de nº 10945.000835/200908, 10945.000833/200919, 10945.000834/200955 e 10945.000843/200946. Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o Auto de Infração de Obrigação Acessória DEBCAD 37.167.6886 (fl. 02), que apurou o crédito tributário no montante de R$ 6.000,00 (seis mil reais), consolidado em 29/06/2009, em virtude do descumprimento ao disposto no artigo 32A, inciso II da Lei n.º 8.212, de 24/07/1991 (acrescentado pela Lei 11941/2009 de 27/05/2009), haja vista que apresentou GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social, com omissões e erros nas remunerações pagas a segurados empregados e contribuintes individuais. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10945.000836/200944 Acórdão n.º 2401005.764 S2C4T1 Fl. 3 3 De acordo com o citado Relatório Fiscal (fls. 09/11), a empresa apresentou declarações em GFIP como OPTANTE pelo SIMPLES, recolhendo somente as contribuições descontadas dos segurados empregados. Registra o fisco, que a análise das Folhas de Pagamento dos empregados, livros contábeis do período, RAIS e os recolhimentos efetuados pelo contribuinte durante todo o período auditado revelou que a empresa infringiu o disposto nos incisos I e II, § 2º da Lei nº 9.317/96, tendo em vista que apresentou Declarações Simplificadas, mesmo tendo ultrapassado os limites fixados. A Representação Administrativa junto ao SECAT culminou com a EXCLUSÃO da Empresa do SIMPLES, a partir de 01/01/2004 (Informação Fiscal SECAT DRF/foz nº 049/2009, de 30/03/2009), sendo o Contribuinte cientificado em 15/04/2009. A partir dai, os créditos foram constituídos levando em conta o enquadramento da empresa como NÃO OPTANTE PELO SIMPLES. A planilha do ANEXO I (fls. 12/13) demonstra o valor das contribuições previdenciárias omitidas e/ou incorretas. O ANEXO II (fls. 14/15) contém o cálculo do valor da multa, de acordo com os limites estabelecidos pelo artigo 32A, inciso II da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009. Devidamente cientificado do lançamento em 30/06/2009 (fls. 2), a Interessada apresentou impugnação tempestiva (fls. 100/107), alegando, em síntese: (i) Preliminar – Vinculação à decisão do ato declaratório de Exclusão do Simples. Alega a Impugnante que não concordou com a sua exclusão do Simples Federal, tendo apresentado impugnação ao Ato Declaratório que a excluiu do Simples (Processo nº 10945.000303/200962). Assim, tendo em vista que os lançamentos fiscais decorrentes da diferença entre os recolhimentos realizados no sistema de recolhimento simplificado e o sistema normal de tributação, não pode o presente Auto de Infração ser julgado, até o julgamento definitivo do Processo nº 10945.000303/200962, que trata da exclusão do Simples. (ii) No mérito: (a) Da multa por omissão de informações – da retificação de GFIP – inexistência de multa. Parte do Auto de Infração diz respeito a uma omissão em GFIP de três rescisões de contrato, na competência 01/2005. Segundo a descrição do Auto de Infração, o lançamento foi realizado uma vez que a retificação ocorreu quando já se encontrava a empresa sob ação fiscal. Contudo, uma vez intimada a empresa para que realizasse a retificação da GFIP sem qualquer lançamento fiscal de multa, não pode a autoridade fiscal, no encerramento Fl. 156DF CARF MF 4 da fiscalização proceder o lançamento, uma vez que a correção foi realizada como requerida pela autoridade fiscal. (b) Das multas por divergência de informações decorrentes da opção pelo Simples. Sustenta que não cometeu erro de entrega de GFIP, que justificasse a lavratura do presente Auto de Infração, e que apenas realizou a entrega dentro de sua situação fiscal. Entende que, somente após a análise do processo de Exclusão do SIMPLES, no caso desta ser mantida, é que deverá adotar novo procedimento de escrituração fiscal e contábil, devendo então, retificar seus lançamentos. Contudo, não se pode exigir multa, por algo que, ainda, não ocorreu. Assim, julga ser improcedente a autuação. (c) Inexistência de motivos para exclusão do Simples. Argumenta que somente seriam devidas as contribuições caso a empresa fosse excluída do Simples. Contudo, defende que tal fato não se procede, devendo ser o Auto de Infração considerado inexistente. Segundo a informação fiscal, os valores supostamente lançados a maior nos registros contábeis da empresa, encontramse nos livros Diário/Razão. Contudo, tais registros seriam inexistentes perante a legislação do Simples Nacional prevista na Lei nº 9.317/96, tendo em vista que a legislação prevê simplesmente a escrituração do livro caixa, e a apresentação do inventário e da Declaração Anual do Simples. Desta feita, não se pode falar em faturamento superior ao previsto na legislação, somente por existência de registros em livro diário/razão, que não se sabe ao certo serem valores pertencentes à empresa do SIMPLES. (d) Necessidade de auditoria para fins de exclusão. Para que se tenha condições de afirmar que uma empresa de fato superou os limites de faturamento, não basta simples indicação em livros fiscais. A autoridade Fiscal não fez qualquer verificação de movimentação bancária, verificação de notas fiscais, circularização com clientes, fornecedores, simplesmente baseouse em valores constantes de livros fiscais não obrigatórios para empresa do Simples, e formou seu convencimento. Assim, alega ser improcedente o ato declaratório e despacho decisório fundamentado em tais argumentos. (e) Da necessária correção dos valores previstos na Lei nº 9.317/96. A autoridade fiscal pretende a exclusão da empresa Recorrente do sistema simplificado de recolhimento de tributos, alegando que este apresentou faturamento superior ao limite máximo previsto para o período de 2004 a 2005, qual seja de R$ 1.200.000,00. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10945.000836/200944 Acórdão n.º 2401005.764 S2C4T1 Fl. 4 5 Contudo, os valores previstos na Lei não refletem a realidade vigente no país, uma vez que os resquícios do período inflacionário. Assim, necessários para fins de cálculo dos valores para que o contribuinte possa permanecer no Simples, a correção de sua tabela. Considerando a taxa Selic acumulada entre a publicação da Lei nº 9.317/96 e a data de 01/01/2004, temos um índice acumulado na ordem de 143,31%. Logo, considerando os índices que o próprio governo federal utiliza para a correção de tributos, temos um valor mínimo de faturamento para o inicio de 2004 na ordem de R$ 2.919.720,00. Desta forma, improcedente a exclusão com base no faturamento do ano de 2003 e 2004, como pretende a autoridade fazendária. (f) Taxa Selic – Inaplicabilidade. Defende a inaplicabilidade da taxa Selic. Por fim, requereu o acolhimento da preliminar de suspensão do presente auto, até final julgamento do recurso apresentado contra a Exclusão do Simples, e no mérito seja acatada a argüição de aplicação do previsto na Lei nº 9.317/96, e julgada improcedente a autuação, ante a inexistência de fundamento para aplicação da multa, uma vez que as GFIPS foram apresentadas sem erros dentro da modalidade tributária. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) lavrou Decisão Administrativa contextualizada no Acórdão nº 0640.043 da 5ª Turma da DRJ/CTA, às fls. 124/146, julgando procedente em parte a impugnação apresentada em face do lançamento, mantendo em parte o crédito tributário exigido. Recordese: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/06/2004 a 30/05/2005 AUTO DE INFRAÇÃO. GFIP. APRESENTAÇÃO COM INFORMAÇÕES INCORRETAS OU OMISSAS. Apresentar a empresa GFIP com informações incorretas ou omissas constitui infração à legislação previdenciária. SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas que, no caso das contribuições sociais, seguem as mesmas regras das demais empresas, devendo recolhêlas como tal. Fl. 158DF CARF MF 6 INFRAÇÃO. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. NOVOS CRITÉRIOS. MULTA MAIS BENÉFICA. NULIDADE. Em virtude do disposto na Medida Provisória nº 449, de 03 de dezembro de 2008 (D.O.U. de 04/12/2008), convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, constatada infração relacionada ao artigo 32, inciso IV da Lei nº 8.212/91, em período anterior ao da edição da referida MP, deve ser aplicada a multa mais benéfica ao sujeito passivo, conforme previsto pelo inciso II, alínea “c”, do artigo 106 do Código Tributário Nacional. A Administração Pública Federal, em respeito ao princípio da legalidade e no exercício do controle do lançamento tributário, tem o deverpoder de reexaminar seus atos declarando a nulidade de feitos não passíveis de saneamento no processo. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte” Inconformada com a decisão exarada pelo órgão julgador a quo, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário às fls. 149/152. Em que pese não se verificar a devida e necessária dialeticidade entre os termos da respeitável decisão recorrida e o recurso apresentado, tendo em vista se tratar de patente repetição dos termos já analisados em sede de impugnação, cumpre pormenorizar as alegações repetidas pela Recorrente: (i) Preliminar – Vinculação à decisão do ato declaratório de Exclusão do Simples. Alega a Recorrente que não concordou com a sua exclusão do Simples Federal, tendo apresentado impugnação ao Ato Declaratório que a excluiu do Simples (Processo nº 10945.000303/200962). Assim, tendo em vista que os lançamentos fiscais decorrentes da diferença entre os recolhimentos realizados no sistema de recolhimento simplificado e o sistema normal de tributação, não pode o presente Auto de Infração ser julgado, até o julgamento definitivo do Processo nº 10945.000303/200962, que trata da exclusão do Simples. (ii) No mérito: (a) Das multas por divergência de informações decorrentes da opção pelo Simples. Sustenta que não cometeu erro de entrega de GFIP, que justificasse a lavratura do presente Auto de Infração, e que apenas realizou a entrega dentro de sua situação fiscal. Entende que, somente após a análise do processo de Exclusão do SIMPLES, no caso desta ser mantida, é que deverá adotar novo procedimento de escrituração fiscal e contábil, devendo então, retificar seus lançamentos. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 10945.000836/200944 Acórdão n.º 2401005.764 S2C4T1 Fl. 5 7 Contudo, não se pode exigir multa, por algo que, ainda, não ocorreu. Assim, julga ser improcedente a autuação. (b) Inexistência de motivos para exclusão do Simples. Argumenta que somente seriam devidas as contribuições caso a empresa fosse excluída do Simples. Contudo, defende que tal fato não se procede, devendo ser o Auto de Infração considerado inexistente. Segundo a informação fiscal, os valores supostamente lançados a maior nos registros contábeis da empresa, encontramse nos livros Diário/Razão. Contudo, tais registros seriam inexistentes perante a legislação do Simples Nacional prevista na Lei nº 9.317/96, tendo em vista que a legislação prevê simplesmente a escrituração do livro caixa, e a apresentação do inventário e da Declaração Anual do Simples. Desta feita, não se pode falar em faturamento superior ao previsto na legislação, somente por existência de registros em livro diário/razão, que não se sabe ao certo serem valores pertencentes à empresa do SIMPLES. (c) Necessidade de auditoria para fins de exclusão. Para que se tenha condições de afirmar que uma empresa de fato superou os limites de faturamento, não basta simples indicação em livros fiscais. A autoridade Fiscal não fez qualquer verificação de movimentação bancária, verificação de notas fiscais, circularização com clientes, fornecedores, simplesmente baseouse em valores constantes de livros fiscais não obrigatórios para empresa do Simples, e formou seu convencimento. Assim, alega ser improcedente o ato declaratório e despacho decisório fundamentado em tais argumentos. (d) Da necessária correção dos valores previstos na Lei nº 9.317/96. A autoridade fiscal pretende a exclusão da empresa Recorrente do sistema simplificado de recolhimento de tributos, alegando que este apresentou faturamento superior ao limite máximo previsto para o período de 2004 a 2005, qual seja de R$ 1.200.000,00. Contudo, os valores previstos na Lei não refletem a realidade vigente no país, uma vez que os resquícios do período inflacionário. Assim, necessários para fins de cálculo dos valores para que o contribuinte possa permanecer no Simples, a correção de sua tabela. Considerando a taxa Selic acumulada entre a publicação da Lei nº 9.317/96 e a data de 01/01/2004, temos um índice acumulado na ordem de 143,31%. Logo, considerando Fl. 160DF CARF MF 8 os índices que o próprio governo federal utiliza para a correção de tributos, temos um valor mínimo de faturamento para o inicio de 2004 na ordem de R$ 2.919.720,00. Desta forma, improcedente a exclusão com base no faturamento do ano de 2003 e 2004, como pretende a autoridade fazendária. É o relatório. Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE A Recorrente foi cientificada do acórdão em 25/05/2013 (fls. 148) e interpôs o Recurso Voluntário, tempestivamente, em 10/06/2013, razão pela qual CONHEÇO DO RECURSO já que presentes os requisitos de admissibilidade. 2. PRELIMINARES 2.1 Sobrestamento Inicialmente, a Recorrente argumenta que não concordou com a sua exclusão do Simples Federal, tendo apresentado impugnação ao Ato Declaratório que a excluiu do Simples (Processo nº 10945.000303/200962). Assim, entende que os processos devem ser sobrestados a julgamento definitivo do Processo nº 10945.000303/200962, que trata da exclusão do Simples. Todavia, em consulta ao acompanhamento processual do citado processo, verificase que este foi julgado em Sessão do dia 18/01/2012, pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento deste CARF (Acórdão nº 1802001.101), cuja turma, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso da empresa, mantendose a sua exclusão do Simples Nacional. Confirase a ementa do julgado: “Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte SIMPLES Ano calendário:2003 a 2007 EXCLUSÃO AO SIMPLES. RECEITA BRUTA DECLARADA EM LIVRO DIÁRIO OU LIVRO RAZÃO. Não tendo o contribuinte usufruído da opção estabelecida pela Lei n° 9.317/96, art. 7°, § 1°, no que concerne à dispensa da escrituração comercial, não se vislumbra qualquer transgressão ao comando contido no art. 18 da mesma lei o fato de a auditoria ter se baseado em informações contidas no Livro Razão, fornecido pelo contribuinte, para apurar a receita bruta auferida no período de 2003 a 2007. EXCLUSÃO DO SIMPLES. DECADÊNCIA Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10945.000836/200944 Acórdão n.º 2401005.764 S2C4T1 Fl. 6 9 A alegação de que já teria ocorrido a preclusão do direito de a Fazenda Pública exigir eventuais créditos tributários, que poderiam ser lançados em razão da exclusão do SIMPLES, não tem o condão de invalidar o ato declaratório de exclusão, posto que tal instituto se aplica a questões probatórias. Eventuais alegações de decadência devem ser opostas no processo administrativo que tenha por objeto o lançamento destes créditos, caso tenham sido constituídos de oficio. CORREÇÃO DOS VALORES DE RECEITA BRUTA PREVISTOS NA LEI QUE REGE O SIMPLES. INCOMPETÊNCIA. A autoridade administrativa é incompetente para manifestarse acerca de necessidade de correção dos valores estipulados como limite de receita bruta para efeitos de permanência no SIMPLES, sendo sua revisão atribuição exclusiva do Poder Legislativo.” Portanto, não há que se falar em sobrestamento, razão pela qual rejeito a preliminar. 2.2 Das constitucionalidades e ilegalidades alegadas Conforme manifestado pela instância a quo, as alegações da empresa relativas à inconstitucionalidade/ilegalidade de dispositivos normativos, não são passíveis de apreciação por esta instância administrativa, devendo ser carreadas ao Poder Judiciário, que tem competência para a discussão da matéria. Como é cediço, a atividade da autoridade administrativa encontrase vinculada aos dispositivos normativos vigentes, não podendo, aqui, afastar sua aplicação, nos termos do artigo 116, inciso III da Lei n.º 8.112, de 11/12/1990. Assim, a lei, cuja invalidade ou inconstitucionalidade não tenha sido declarada judicialmente, surtirá efeitos enquanto vigente, e será obrigatoriamente cumprida pela autoridade administrativa por força do ato administrativo vinculado. 3. DO MÉRITO 3.1 Exclusão do Simples O presente auto de infração foi lavrado pela fiscalização em virtude do descumprimento da obrigação acessória prevista no artigo 32A, caput, inciso II e § 2º da Lei nº 8.212/91, na com redação dada pela Medida Provisória nº 449/2008, e inciso II, alínea “c”, do artigo 106 do CTN, por omissão de fatos geradores em GFIP, relacionados às remunerações pagas a segurados empregados a seu serviço e contribuintes individuais. A empresa apresentou declarações em GFIP como OPTANTE pelo SIMPLES, recolhendo somente as contribuições descontadas dos segurados empregados. Da análise das Folhas de Pagamento dos empregados, livros contábeis do período, RAIS e os recolhimentos efetuados pelo contribuinte durante todo o período auditado Fl. 162DF CARF MF 10 revelou que a empresa infringiu o disposto nos incisos I e II, §2° da Lei 9.317/96, tendo em vista que apresentou Declarações Simplificadas, mesmo tendo ultrapassado os limites fixados. Em seu Recurso Voluntário a Recorrente pugna pela inexigibilidade do crédito via discussão acerca da sua condição de empresa integrante do sistema SIMPLES, sendo, tal discussão inócua no presente processo, haja vista que de acordo, com o Ato Declaratório emitido em 31/09/2009, fls. 85/86, o Contribuinte foi excluído do SIMPLES NACIONAL, a partir de 01/01/2004, bem como já dito, em consulta ao acompanhamento processual do processo nº 10945.000303/200962 ( Impugnação do Recorrente ao cancelamento do ato declaratório de exclusão do Simples), verificase que este foi julgado em Sessão do dia 18/01/2012, pela 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento deste CARF (Acórdão nº 1802001.101), cuja turma, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso da empresa, mantendose a sua exclusão do Simples Nacional Dessa forma, mantendo inalterada a decisão recorrida. 3.2 Da aplicação da Taxa Selic Novamente a Recorrente alega ofensa a disposição legal ao se aplicar a taxa Selic para cálculo dos juros moratórios. Como já esclarecido pela instância a quo, a autoridade administrativa, por força de sua vinculação ao texto da norma legal, deve limitarse a aplicála, sem emitir qualquer juízo de valor acerca da sua constitucionalidade ou outros aspectos de sua validade. Reiterando os fundamentos postos pela primeira instância, os juros de mora estão regulados pelo artigo 161 do Código Tributário Nacional (CTN), ou seja, a forma de imposição e cálculo dos juros moratórios que serão acrescidos aos créditos tributários não pagos, nos respectivos prazos, será regulada em lei, e neste caso, lei ordinária, uma vez que a matéria não é de reserva de norma de hierarquia superior. Desta forma, o quantum previsto no CTN somente é aplicável de forma supletiva, na ausência de lei que discipline a matéria, o que não constitui a hipótese em exame. Nesse diapasão, tendo em vista que a adoção da taxa de referência Selic como medida de percentual de juros de mora sobre tributos não pagos nos prazos legais se fez via lei ordinária já reportada, conforme faculta o CTN, art. 161, § 1º, não é ilegal a sua cobrança e não existe até a presente data decisão proferida no âmbito do Supremo Tribunal Federal declarando a inconstitucionalidade da lei que rege a utilização da referida taxa como juros de mora exigíveis dos débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional. Logo, não há como se afastar no caso sub examine, os juros de mora sobre tributos não pagos nos prazos previstos na legislação com base na taxa Selic. 3.3 Da multa aplicada A fundamentação legal para o procedimento adotado pela Fiscalização, vigente à época dos fatos, encontrase prevista no artigo 32A, caput, inciso II e § 2º da Lei nº 8.212/91, na com redação dada pela Medida Provisória nº 449/2008 . Em análise atenta ao Auto de Infração em questão, notase claramente que este se encontra revestido dentro das formalidades legais de estilo, tendo sido lavrado dentro de acordo com a legislação vigente, não havendo que se cogitar de ilegalidade da multa aplicada. Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10945.000836/200944 Acórdão n.º 2401005.764 S2C4T1 Fl. 7 11 Ainda, há que se destacar que a Turma Julgadora de Primeira Instância, para elaboração do cálculo da multa relativa à infração descrita, de acordo com a legislação vigente, levou em consideração os segurados verificados em procedimento fiscal, declarados ou não em GFIP, aplicando, ainda, a legislação mais benéfica (a partir da Medida Provisória nº 449/2008) ao contribuinte/recorrente (fls. 134/143), retificando a multa aplicada no presente Auto de Infração de: R$ 6.000,00 (Seis mil reais), para: R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), nos termos artigo 32A, caput, inciso II e § 2º da Lei nº 8.212/91, na com redação dada pela Medida Provisória nº 449/2008, e inciso II, alínea “c”, do artigo 106 do CTN. Dessa forma, mantendo inalterada a decisão recorrida. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso Voluntário para no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO, nos termos do relatório e voto. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 164DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10875.902965/2008-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3401-001.516
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB adote as seguintes providências: (i) à luz das provas mencionadas no voto do relator, verifique se o crédito oriundo de pagamento a maior a título da contribuição é suficiente para a extinção do débito pretendida por meio do encontro de contas, cotejando a informação constante na DCTF retificadora com as planilhas e demais documentos trazidos ao presente processo administrativo, inclusive em mídia eletrônica, intimando, se necessário, a contribuinte para prestar esclarecimentos; (ii) confeccione "Relatório Conclusivo" fundamentado da diligência, com os esclarecimentos que se fizerem necessários; e (iii) intime a contribuinte para que se manifeste sobre o "Relatório Conclusivo" e demais documentos produzidos em diligência, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, trintídio após o qual, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento do julgamento.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Leonardo Ogassawara de Araújo Branco - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (Vice-Presidente) e Marcos Antonio Borges (suplente convocado). Ausente justificadamente a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: LEONARDO OGASSAWARA DE ARAUJO BRANCO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora da RFB adote as seguintes providências: (i) à luz das provas mencionadas no voto do relator, verifique se o crédito oriundo de pagamento a maior a título da contribuição é suficiente para a extinção do débito pretendida por meio do encontro de contas, cotejando a informação constante na DCTF retificadora com as planilhas e demais documentos trazidos ao presente processo administrativo, inclusive em mídia eletrônica, intimando, se necessário, a contribuinte para prestar esclarecimentos; (ii) confeccione "Relatório Conclusivo" fundamentado da diligência, com os esclarecimentos que se fizerem necessários; e (iii) intime a contribuinte para que se manifeste sobre o "Relatório Conclusivo" e demais documentos produzidos em diligência, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, trintídio após o qual, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, André Henrique Lemos, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 75 .9 02 96 5/ 20 08 -6 9 Fl. 274DF CARF MF Processo nº 10875.902965/200869 Resolução nº 3401001.516 S3C4T1 Fl. 274 2 Branco (VicePresidente) e Marcos Antonio Borges (suplente convocado). Ausente justificadamente a conselheira Mara Cristina Sifuentes. Relatório Tratase do despacho decisório que não homologou declaração de compensação eletrônica, transmitida com o objetivo de compensar crédito decorrente de valores indevidamente recolhidos a título de Cofins com débitos também de Cofins, uma vez que os pagamentos localizados foram integralmente utilizados para quitação de débitos da contribuinte, não sobejando crédito disponível para compensação dos débitos informados. A contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual argumentou, em síntese, que detentora do crédito declarado, em virtude de recolhimento a maior, tendo procedido inclusive à retificação da respectiva DCTF. Em 17/11/2011, a 07ª Turma da Delegacia Regional do Brasil de Julgamento em Campinas (SP) proferiu o Acórdão DRJ nº 0535.780, situado às fls. 100 a 107, de relatoria do AuditorFiscal Alberto de Castro Fernandes Junior, que entendeu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a manifestação de inconformidade, indeferindo o direito creditório pleiteado, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS PERÍODO DE APURAÇÃO: 01/07/2003 A 31/07/2003 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO COMPENSADO. Declaração de compensação, sem que o respectivo crédito esteja prévia e devidamente formalizado pelo Contribuinte, segundo os mecanismos institucionais e informatizados de controle da competente Autoridade Administrativa. No âmbito do processo administrativo fiscal, é pressuposto indispensável A efetivação da compensação a comprovação da existência e da demonstração do respectivo crédito. A mera alegação da sua existência, desacompanhada de provas, não basta para sua comprovação, por desatender as disposições do artigo 16 do Decreto 70.235/1972. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A contribuinte foi intimada via postal em 08/02/2012, em conformidade com o aviso de recebimento situado à fl. 109 e, em 03/04/2012, em conformidade com o termo de Fl. 275DF CARF MF Processo nº 10875.902965/200869 Resolução nº 3401001.516 S3C4T1 Fl. 275 3 solicitação de juntada situado à fl. 111, interpôs recurso voluntário, situado às fls. 112 a 123, no qual reiterou as razões de sua impugnação. Em sessão de 25/06/2013, foi proferida a Resolução CARF nº 3401000.725, situada às fls. 215 a 217, de relatoria da Conselheira Ângela Sartori, que, por unanimidade de votos, converteu o julgamento do recurso em diligência para que a unidade procedesse à apuração da existência do crédito objeto da DCTF e da Dacon retificadoras apresentadas pela contribuinte, nos seguintes termos: O crédito oriundo de pagamento a maior a título de COFINS não foi reconhecido e a compensação não homologada pela RFB em virtude da ausência de retificação da DCTF. A Recorrente retificou as DCTFs e Dacon e juntou na manifestação de inconformidade, no entanto a DRJ não homologou as compensações. Em linhas gerais a decisão da DRJ desconsiderou as declarações retificadoras, afrontando com isto o princípio da verdade material. Neste sentido é o acórdão do CARF nº 330201.299: “a DCTF retificadora, nas hipóteses em que é admitida pela legislação substitui a original em relação aos débitos vinculados e declarados...” Desta forma os fatos devem ser apurados pela delegacia de origem a luz das provas juntadas na manifestação de inconformidade com a DCTF e Dacon retificadora. Portanto o crédito deve ser devidamente apurado quanto a sua liquidez e certeza. Somente após esta providência é possível se julgar a compensação pleiteada. Assim, os autos devem retornar a Delegacia de origem para que em diligência o fisco apure a liquidez e certeza dos valores de acordo com os documentos juntados. Cientifiquese a contribuinte para, caso queira, manifestarse em relação ao resultado da diligência, no prazo de trinta dias. Em 18/10/2017, foi juntada a Informação Fiscal DRF/GUA/Seort nº 096/2017, de lavra do AuditorFiscal César Alexandre Mantovani, que, após contextualização do caso, concluiu que, em razão da ausência de registros contábeis que atestem, de forma inequívoca, que as receitas relativas às notas fiscais, para as quais foram calculados os créditos da Cofins, foram de fato contabilizadas na base de cálculo da contribuição inicialmente apurada, tornase prejudicada a emissão de qualquer juízo de valor acerca do direito da contribuinte aos referidos créditos, conforme abaixo se transcreve: Pois bem. Juntamente ao Recurso Voluntário, o contribuinte apresentou os seguintes documentos: Cópia de DACON e DCTF referentes ao 3º trimestre de 2003 (fls.172 a 192) Memória de Cálculo dos débitos da COFINS Ano Calendário 2003 (fl.193), Planilha com a relação das notas fiscais de vendas de redutores de velocidade – período jul/2003 (fls. 194 e 195), Cópia de notas fiscais de vendas (fls.196 a 200), Memória de Cálculo dos pagamentos indevidos ou a maior de PIS/Pasep e COFINS (fls. 201 a 207) e Demonstrativo com a relação dos débitos compensados por pagamentos indevidos ou a maior (fl. 208). Fl. 276DF CARF MF Processo nº 10875.902965/200869 Resolução nº 3401001.516 S3C4T1 Fl. 276 4 Embora o contribuinte tenha evidenciado na planilha de notas fiscais (fls.194 e 195) o montante de R$ 1.221.820,90 (um milhão, duzentos e vinte e um mil, oitocentos e vinte reais e noventa centavos), oriundo das vendas de redutores de velocidade no mês de julho de 2003, o que teria acarretado, aplicandose a alíquota de 3%, na apuração indevida da COFINS de R$ 36.654,27 (trinta e seis mil, seiscentos e cinqüenta e quatro reais e vinte e sete centavos), fez a anexação aos autos de notas fiscais, cuja somatória monta apenas em R$ 248.472,61 (duzentos e quarenta e oito mil, quatrocentos e setenta e dois reais e sessenta e um centavos). Nesses termos, de conformidade com o exarado na Resolução nº 3401 000.725, que determina que sejam diligenciados os documentos carreados aos autos, e considerando que a nota fiscal é o documento hábil para a comprovação da operação comercial, foi efetuado o cálculo dos créditos da COFINS, tomandose como base as notas fiscais ora apresentadas, apurandose o valor de R$ 7.454,17 (sete mil, quatrocentos e cinqüenta e quatro reais e dezessete centavos), conforme quadro abaixo: No entanto, em razão da ausência de registros contábeis que atestem, de forma inequívoca, que as receitas relativas às notas fiscais, para as quais foram calculados os créditos da COFINS, foram de fato contabilizadas na base de cálculo da contribuição inicialmente apurada, tornase prejudicada a emissão de qualquer juízo de valor acerca do direito do contribuinte aos referidos créditos. A contribuinte, intimada da decisão em 27/10/2017, pela abertura dos arquivos correspondentes no link Processo Digital, no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), por meio da opção "Consulta Comunicados/Intimações", em conformidade com o termo de ciência situado à fl. 226, protocolou, em 27/11/2017, em conformidade com o termo de solicitação de juntada situado à fl. 228, petição, manifestandose acerca do relatório de diligência apresentado pela unidade, reiterou o pedido de provimento do Recurso Voluntário, para que seja totalmente homologada a compensação declarada. É o Relatório. Voto Fl. 277DF CARF MF Processo nº 10875.902965/200869 Resolução nº 3401001.516 S3C4T1 Fl. 277 5 Conselheiro Leonardo Ogassawara de Araújo Branco, Relator A diligência realizada pela unidade em atendimento à Resolução proferida veio a reconhecer como indevida a tributação da receita de venda dos redutores de velocidade, classificados no Código NCM nº 8483.40.10, mas entendeu, a partir da apreciação das notas fiscais, que o direito creditório se restringe a montante de R$ 7.454,17, por inexistirem registros contábeis que atestem, de forma inequívoca, que as receitas advenientes das operações refletidas na coleção documental em apreço tenham sido oferecidas à tributação do PIS e da COFINS. Notase, da leitura da informação prestada, que a autoridade fiscal não compulsou a existência do crédito com base nas informações contidas na DCTF Retificadora, em conformidade com o quanto determinado, o que a levou a deixar de considerar o valor do pagamento efetuado pela recorrente. Como forma de prover a contextualização da matéria, as receitas decorrentes da venda de redutores de velocidade (Código NCM nº 8483.40.10) sujeitavamse à alíquota zero da contribuição ao PIS e da COFINS sob os auspícios da redação original do art. 3º da Lei nº 10.485/2002 em julho de 2003, período em que o crédito foi apurado, questão esta não controvertida pelas partes, em conformidade com afirmação realizada pela informação fiscal prestada, e que se encontra superada neste momento processual, conforme trecho que abaixo se transcreve: “Assim, mostrase incontroverso com base no exposto acima que, a partir de 01 de novembro de 2002, data da produção dos efeitos da Lei nº 10.485, de 03 de julho de 2002, até 30 de julho de 2004, data anterior à produção dos efeitos do art. 36 da Lei nº 10.865, de 2004, que alterou a redação original do artigo 3º retrocitado, as receitas decorrentes da venda de produtos relacionados nos Anexos I e II da Lei nº 10.485/2002, o que inclui o produto redutor de velocidade (NCM 8483.40.10), auferidas por fabricantes, importadores, comerciantes atacadistas e varejistas, tiveram as alíquotas do PIS/Pasep e COFINS reduzidas a 0% (zero por cento)” (seleção e grifos nossos). 16. Portanto, resta incontroverso esse ponto, pelo que a Recorrente passará a demonstrar a seguir a inequívoca e indevida sujeição das receitas advindas desse produto à tributação pela COFINS (direito creditório utilizado na PER/DCOMP). Como se sabe, nos pedidos de compensação ou de restituição, como o presente, o ônus de comprovar o crédito postulado permanece a cargo da contribuinte, a quem incumbe a demonstração do preenchimento dos requisitos necessários para a compensação, pois "(...) o ônus da prova recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato",1 postura consentânea com o art. 36 da Lei nº 9.784/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal.2 Neste sentido, já se manifestou esta turma julgadora 1 CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; e DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. São Paulo: Malheiros Editores, 26ª edição, 2010, p. 380. 2 Lei nº 9.784/1999 Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo Fl. 278DF CARF MF Processo nº 10875.902965/200869 Resolução nº 3401001.516 S3C4T1 Fl. 278 6 em diferentes oportunidades, sempre por unanimidade de votos, como no Acórdão CARF nº 3401004.923, proferido em sessão de 21/05/2018, acórdão paradigma de lote de recursos repetitivos de minha relatoria: PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO DO POSTULANTE. Nos processos que versam a respeito de compensação ou de ressarcimento, a comprovação do direito creditório recai sobre aquele a quem aproveita o reconhecimento do fato, que deve apresentar elementos probatórios aptos a comprovar as suas alegações. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. Contudo, no caso corrente é necessário que se considere o fato de a unidade ter realizado a análise do direito creditório, conforme determinação deste colegiado, unicamente sob a perspectiva das notas fiscais juntadas aos autos e dos registros contábeis hábeis a demonstrar a inclusão das receitas na base de cálculo das contribuições, sem considerar, portanto, a declaração retificadora apresentada, o que a levou a concluir pelo crédito no valor apontado de R$ 7.454,17, não reconhecido por ausência de lastro probatório. Em outras palavras, a unidade apõe sobre a diligência o seu entendimento no sentido de condicionar o reconhecimento do crédito à juntada da integralidade das notas fiscais e respectivos registros contábeis, em desprestígio ao quanto determinado pela diligência determinada. Percebase que a principal motivação da Resolução foi no sentido de não ter a decisão recorrida considerado as retificadoras, como se extrai do seguinte trecho: "(...) a decisão da DRJ desconsiderou as declarações retificadoras, afrontando com isto o princípio da verdade material. Neste sentido é o acórdão do CARF nº 330201. 299: 'a DCTF retificadora, nas hipóteses em que é admitida pela legislação substitui a original em relação aos débitos vinculados e declarados'". Assim, é contrário ao quanto determinado tornar a se passar ao largo das declarações retificadoras, cujos conteúdos em nenhum momento foi objetado ou controvertido. Observese, em complemento, que a contribuinte, intimada a se manifestar, apresentou o razão analítico da conta "Cofins a recolher" (não paginável), que permite a identificação das notas fiscais, em conformidade com a planilha situada às fls. 180 a 181. Por meio de tal expediente é possível se encontrar, em cada uma das notas fiscais de venda, a parcela referente especificamente ao produto "redutor de velocidade", que deveria ter sido originalmente segregado pela recorrente, sob pena de sujeitar à tributação da Cofins, pela sua alíquota básica, receitas sujeitas à alíquota zero, como de fato ocorreu. Assim, diferente da conclusão a que chega a contribuinte ao entender que tais fundamentos seriam suficientes para dar provimento a seu recurso, é necessário que a, antes, verifiquese a suficiência do crédito para extinguir o débito, razão pela qual voto, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, por converter o presente feito em diligência, para que a unidade local adote as seguintes providências: processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. Fl. 279DF CARF MF Processo nº 10875.902965/200869 Resolução nº 3401001.516 S3C4T1 Fl. 279 7 (i) à luz das provas acima mencionadas, verifique se o crédito oriundo de pagamento a maior a título de Cofins é suficiente para a extinção do débito pretendida por meio do encontro de contas, cotejando a informação constante na DCTF retificadora com as planilhas e demais documentos trazidos ao presente processo administrativo, inclusive em mídia eletrônica, intimando, se necessário, a contribuinte para prestar esclarecimentos; (ii) Confeccionar “Relatório Conclusivo” fundamentado da diligência, com os esclarecimentos que se fizerem necessários; (iii) Intimar a contribuinte para que se manifeste sobre o “Relatório Conclusivo” e demais documentos produzidos em diligência, querendo, em prazo não inferior a 30 (trinta) dias, trintídio após o qual, com ou sem manifestação, sejam os autos remetidos a este Conselho para reinclusão em pauta para prosseguimento do julgamento. É como voto. (assinado digitalmente) Leonardo Ogassawara de Araújo Branco Relator Fl. 280DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.916662/2008-54
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 31 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS. PRECLUSÃO.
A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72.
Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazê-lo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72.
Numero da decisão: 1001-001.032
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em rejeitar proposta de diligência suscitada pelo conselheiro José Roberto Adelino da Silva. No mérito, por voto de qualidade, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues, que lhe deram provimento.
(Assinado Digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues.
Nome do relator: LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA
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DE MATERIAIS PARA CONSTRUÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS. PRECLUSÃO. A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72. Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazêlo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em rejeitar proposta de diligência suscitada pelo conselheiro José Roberto Adelino da Silva. No mérito, por voto de qualidade, acordam em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencidos os conselheiros José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues, que lhe deram provimento. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, José Roberto Adelino da Silva e Eduardo Morgado Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 66 62 /2 00 8- 54 Fl. 138DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Declarações de Compensação (PER/DCOMP) eletrônica n° 22138.76139.121103.1.3.030436 (fls. 10/17) e 35070.23614.130204.1.3.039029 (fls. 18/22) transmitidas em 12/11/2003 e 13/02/2004, respectivamente, cujas formalizações visaram declarar a compensação de estimativas mensais da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com crédito proveniente de saldo negativo da mesma contribuição atinente ao ano calendário de 2002. A respeito da primeira PERDCOM foi emitido em 12/11/2003 Termo de Intimação n° de Rastreamento 654764008 (efl. 04 ) em que consta: "O valor do saldo negativo Informado no PER/DCOMP é diferente do apurado na DIPJ. A soma das parcelas de crédito demonstradas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação da contribuição ou imposto devido, se houver, e a apuração do saldo negativo. (...). SolicitaSe retificar a DIPJ correspondente ou apresentar PER/DCOMP retiflcador indicando Corretamente o valor do saldo negativo apurado no período e, se for o caso, corrigindo o detalhamento do crédito utilizado na sua composição. Outras divergências entre as informações do PER/DCOMP, da DIPJ e da DCTF do período deverão ser sanadas pela apresentação de declarações retificadoras no prazo estabelecido nesta intimação. A respeito da segunda PERDCOM foi emitido em 07/12/2006 Termo de Intimação n° de Rastreamento 54764025 (efl. 27 ) em que consta: " O PER/DCOM demonstra um crédito que já foi informado em PER/DCOM transmitido em data anterior. Período de apuração de crédito do PER/COMP em análise. Exercício 2003. PER/DCOMP anterior com informação do mesmo crédito: 22138.76139.121103.1.3.030436. Solicitase apresentar PER/DCOMP retificador indicando corretamente o processo administrativo ou PER/DCOMP em que o crédito foi detalhado ou sendo o caso, apresentando demonstrativo do novo crédito. Não sendo retificado, este PER/DCOP será vinculado ao processo administrativo ou PER/DCOP anterior no qual constam informações re1ativas ao detalhamento deste mesmo crédito". O pedido foi indeferido, conforme Despacho Decisório n° 808.274.886, de 24/11/2008 (efl. 02), que analisou as informações e concluiu que não foi apurado saldo negativo de IRPJ na DIPJ do período. Nos termos daquela decisão: "Analisadas as Informações prestadas no documento acima identificado, não foi possível confirmar a apuração do crédito, pois o valor informado na Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) não corresponde ao valor do saldo negativo informado no PER/DCOMP.". O contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, em que alegou que fez constar de maneira errônea na PER/DCOMP n° 22138.76139.121103.1.3.030436, o valor de R$ 12.135,14, correspondente ao somatório dos importes dos débitos compensados na referida declaração, quando deveria transcrever um crédito no total de R$ 40.982,60. Conforme resumido no Relatório do acórdão recorrido (Acórdão 1626.473 7ª Turma da DRJ/SP1, efl. 88/94), alegou também o manifestante: Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10880.916662/200854 Acórdão n.º 1001001.032 S1C0T1 Fl. 139 3 A decisão de primeira instância julgou a manifestação de inconformidade improcedente, por entender que o contribuinte não apresentou as provas contábeis de seu alegado crédito de saldo negativo de CSLL para o período de apuração anocalendário 2002; e que o interessado foi alertado e orientado a tomar as providências necessárias a sanear as eventuais irregularidades ligadas às divergências presentes entre as declarações transmitidas à RFB, consoante se observa pelo teor da referida intimação. Porém, tal medida denotouse improficua, porquanto o contribuinte manteve conduta de inércia quanto aos procedimentos a serem adotados no intuito de viabilizar a solução das dissonâncias certificadas pela autoridade administrativa. Asseverou aquela Decisão: No caso em apreço, o manifestante restringe o mérito da controvérsia no sentido de ratificar a existência da integralidade de saldo negativo da CSLL, nos moldes do importe consignado na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), atinente à apuração da contribuição no encerramento do anocalendário de 2002, todavia, desprovido do pertinente conjunto probatório essencial para a fiel demonstração da origem, composição e disponibilidade contábil do pretenso crédito. (...) o interessado foi alertado e orientado a tomar as providências necessárias a Sanear as eventuais irregularidades ligadas às divergências presentes entre as declarações transmitidas à RFB, consoante se observa pelo teor da referida intimação, porem, tal medida denotouse improficua, porquanto o contribuinte manteve conduta de inércia quanto aos procedimentos a serem adotados no intuito de viabilizar a solução das dissonâncias certificadas pela autoridade administrativa Fl. 140DF CARF MF 4 Cientificada da decisão de primeira instância em 30/09/2010 (efl. 102) a Interessada interpôs recurso voluntário, protocolado em 28/10/2010 (efl. 103), em que repete os argumentos da manifestação de inconformidade e requer junção de provas contábeis. Voto Conselheiro Lizandro Rodrigues de Sousa Relator O recurso ao CARF é tempestivo, e portanto dele conheço. Cabe assinalar que o reconhecimento de direito creditório (concernente a saldo negativo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL atinente ao ano calendário de 2002) contra a Fazenda Nacional exige liquidez e certeza do suposto pagamento indevido ou a maior de tributo (art. 74 da lei 9.430/96 c/c art. 170 do CTN). Desta forma fazia se necessário comprovar (através dos demonstrativos contábeis) à autoridade tributária ou à autoridade julgadora de primeira instância julgadora a exatidão das informações referentes ao crédito alegado e confrontar com análise da situação fática, de modo a se conhecer qual o tributo devido no período de apuração e comparálo ao pagamento declarado e comprovado. Observo que o interessado foi alertado e orientado em 12/11/2003, conforme Termo de Intimação n° de Rastreamento 654764008 (efl. 04 ) e em 07/12/2006, conforme Termo de Intimação n° de Rastreamento 54764025 (efl. 27) a tomar as providências necessárias a sanear as eventuais irregularidades ligadas às divergências presentes entre as declarações transmitidas à RFB, mas mantevese inerte quanto aos procedimentos que deveriam ser adotados no intuito de viabilizar a solução das dissonâncias certificadas pela autoridade administrativa na fase inaugural da análise das referidas declarações de compensação, e mesmo após a devida ciência da nãoadmissão do processamento. Ou seja, o pedido de restituição de crédito não foi acompanhado (mesmo quando da apresentação da manifestação de inconformidade, efls. 23/24) dos atributos necessários de liquidez e certeza, os quais são imprescindíveis para reconhecimento de crédito junto à Fazenda Pública, sob pena de haver reconhecimento de direito creditório incerto, contrário, portanto, ao disposto no artigo 170 do Código Tributário Nacional (CTN). Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Destaquei) Desta forma, com base no artigo art. 170 do CTN e art. 74 da lei 9.430/96 o pedido de restituição/compensação cujo crédito não foi comprovado foi indeferido. No mesmo sentido, assim ficou consolidado no Parecer COSIT n. 2/2015: As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10880.916662/200854 Acórdão n.º 1001001.032 S1C0T1 Fl. 140 5 PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário.(Destaquei) Observo que não cabe nesta segunda instância recursal apreciar ou diligenciar por eventual demonstrativos contábeis para a apuração do crédito. Conforme disposto nos artigos 16 (em especial seus §§ 4º e 5º) e 17 do Decreto nº 70.235/1972, não se pode apreciar as provas que no processo administrativo o contribuinte se absteve de apresentar na impugnação/manifestação de inconformidade, pois operase o fenômeno da preclusão. Os créditos (que seriam líquidos e certos) alegados já eram do conhecimento do contribuinte, visto comporem o fundamento da manifestação de inconformidade dirigida à DRJ. Mas não anexou àquele recurso qualquer documentação contábil que corroborasse suas alegações. O texto legal está assim redigido: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. V se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. § 2º É defeso ao impugnante, ou a seu representante legal, empregar expressões injuriosas nos escritos apresentados no processo, cabendo ao julgador, de ofício ou a requerimento do ofendido, mandar riscálas. § 3º Quando o impugnante alegar direito municipal, estadual ou estrangeiro, provarlheá o teor e a vigência, se assim o determinar o julgador. § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; Fl. 142DF CARF MF 6 b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Neste sentido, e em caso que se referia a pedido de restituição/compensação, assim decidiu a 3ª Turma da CSRF, no Acórdão nº 9303006.241: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. POSSIBILIDADE DE ANÁLISE DE NOVOS ARGUMENTOS E PROVAS EM SEDE RECURSAL. PRECLUSÃO. A manifestação de inconformidade e os recursos dirigidos a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais seguem o rito processual estabelecido no Decreto nº 70.235/72, além de suspenderem a exigibilidade do crédito tributário, conforme dispõem os §§ 4º e 5º da Instrução Normativa da RFB nº 1.300/2012. Os argumentos de defesa e as provas devem ser apresentados na manifestação de inconformidade interposta em face do despacho decisório de não homologação do pedido de compensação, precluindo o direito do Sujeito Passivo fazêlo posteriormente, salvo se demonstrada alguma das exceções previstas no art. 16, §§ 4º e 5º do Decreto nº 70.235/72. Assim, no caso em tela, o efeito legal da omissão do Sujeito Passivo em trazer na manifestação de inconformidade e/ou antes da decisão de primeiro grau todos os argumentos contra a não homologação do pedido de compensação e juntar os documentos hábeis a comprovar a liquidez e certeza do crédito pretendido compensar, é a preclusão, impossibilidade de o fazer em outro momento. Pelo exposto, voto por e negar provimento ao recurso. (Assinado Digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10880.916662/200854 Acórdão n.º 1001001.032 S1C0T1 Fl. 141 7 Fl. 144DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.000613/2008-00
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA.
Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplica-se a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada.
Numero da decisão: 9101-003.777
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/2006-15, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araújo - Relator e Presidente em exercício
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo.
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004, 2005, 2006 MULTA ISOLADA POR INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DE ESTIMATIVAS MENSAIS. IMPUTAÇÃO DE MULTA DE OFÍCIO. MATÉRIA SUMULADA. Imputação de multa isolada por insuficiência de recolhimento de estimativas mensais, e lançamento de multa de ofício. Sendo os fatos geradores anteriores ao ano de 2007, aplica-se a Súmula nº 105 do CARF, sedimentada com precedentes da antiga redação do art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, que foi alterada pela MP nº 351, de 22/01/2007, convertida na Lei nº 11.489, de 15/07/2007, para afastar a multa isolada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se aqui o decidido no julgamento do processo 10508.000384/2006-15, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araújo - Relator e Presidente em exercício Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Demetrius Nichele Macei e Rafael Vidal de Araújo.
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score : 1.0
Numero do processo: 10880.902545/2012-90
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 14/03/2007
ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). IMPOSSIBILIDADE.
O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
Numero da decisão: 3302-005.982
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e José Renato Pereira de Deus, que davam provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Data do fato gerador: 14/03/2007 ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). IMPOSSIBILIDADE. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 14/03/2007 ICMS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO (PIS/COFINS). IMPOSSIBILIDADE. O ICMS compõe a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS, integrando, portanto, o conceito de receita bruta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, vencidos os Conselheiros Orlando Rutigliani Berri (suplente convocado) e José Renato Pereira de Deus, que davam provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), Orlando Rutigliani Berri (Suplente Convocado), Walker Araujo, Vinicius Guimarães (Suplente Convocado), José Renato Pereira de Deus, Jorge Lima Abud, Diego Weis Junior e Raphael Madeira Abad. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 90 25 45 /2 01 2- 90 Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10880.902545/201290 Acórdão n.º 3302005.982 S3C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada, mantendo a decisão da repartição de origem de indeferir o Pedido de Restituição (PER) da contribuição (PIS/Cofins), em razão do fato de que o pagamento informado como origem do crédito já se encontrava utilizado para quitação de outros débitos da titularidade do contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte alegou que o direito creditório decorria do pagamento a maior da contribuição, dada a inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 09061.739, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, considerando ser incabível a exclusão do valor devido a título de ICMS da base de cálculo do PIS ou da Cofins, pois aludido valor é parte integrante do preço das mercadorias e dos serviços prestados, exceto quando referido imposto é cobrado pelo vendedor dos bens ou pelo prestador dos serviços na condição de substituto tributário, o que não consta ser o caso da interessada. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário e reiterou os argumentos trazidos na Manifestação de Inconformidade, especialmente o novel posicionamento do STF no sentido de declarar a inconstitucionalidade da manutenção do ICMS na base de cálculo das contribuições. É o relatório. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10880.902545/201290 Acórdão n.º 3302005.982 S3C3T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3302005.969, de 26/09/2018, proferida no julgamento do processo nº 10880.679818/201114, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3302005.969): O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, se reveste dos demais requisitos de admissibilidade previstos na legislação de regência e a matéria é de competência deste Colegiado. A presente discussão jurídica gravita exclusivamente em torno da possibilidade jurídica de se computar, na base de cálculo do PIS e da COFINS, o ICMS incidente sobre as mercadorias vendidas ou dos serviços prestados. A recorrente insurgese contra a inclusão do ICMS no faturamento, base de cálculo das contribuições exigidas, no caso específico Cofins e PIS, argüindo ser inconstitucional sua cobrança. Ressalta que o parágrafo primeiro do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, norma conhecida como alargamento da base de cálculo dessas contribuições, foi reconhecida como inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Assim concluindo ser inconstitucional a cobrança da Cofins e do PIS sobre os valores indevidos na base de cálculo do faturamento, mais precisamente do ICMS. Argumenta que o valor do ICMS não revela medida de riqueza. Em razão da similitude com o presente caso concreto, adoto as razões de decidir da I. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302 004.158), que também foi adotado pelo I. Conselheiro Walker Araújo, processo administrativo nº 13609.000892/200998 (acórdão 3302005.708), que peço venia para transcrever: "II Mérito II.3 ICMS/ISSQN na base de cálculo do PIS/COFINS Conforme relatado anteriormente, alega a Recorrente que o pedido de restituição referese a créditos decorrentes de pagamentos a maior de PIS/Pasep e Cofins, em razão da inclusão do ICMS/ISSQN na base de cálculo das contribuições. Cita e pede aplicação do RE 240.7852/MS. Para dirimir a controvérsia sobre a inclusão ou não do ICMS/ISSQN na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e afastar a aplicação da decisão proferida pela Suprema Corte ao presente caso, empresto as razões de decidir da i. Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, nos autos do processo administrativo nº 10283.902818/201235 (acórdão 3302004.158): Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10880.902545/201290 Acórdão n.º 3302005.982 S3C3T2 Fl. 5 4 A controvérsia cingese sobre a inclusão ou não do ICMS na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS. A situação que permeia os tribunais na atualidade é de dois posicionamentos conflitantes quanto à inclusão ou não do tributo na base de cálculo do PIS e da COFINS. O Superior Tribunal de Justiça no REsp 1144469/PR, em sistema de recursos repetitivos assim decidiu: RECURSO ESPECIAL DO PARTICULAR: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. RECEITA OU FATURAMENTO. INCLUSÃO DO ICMS. 1. A Constituição Federal de 1988 somente veda expressamente a inclusão de um imposto na base de cálculo de um outro no art. 155, §2º, XI, ao tratar do ICMS, quanto estabelece que este tributo: "XI não compreenderá, em sua base de cálculo, o montante do imposto sobre produtos industrializados, quando a operação, realizada entre contribuintes e relativa a produto destinado à industrialização ou à comercialização, configure fato gerador dos dois impostos". 2. A contrario sensu é permitida a incidência de tributo sobre tributo nos casos diversos daquele estabelecido na exceção, já tendo sido reconhecida jurisprudencialmente, entre outros casos, a incidência: 2.1. Do ICMS sobre o próprio ICMS: repercussão geral no RE n. 582.461 / SP, STF, Tribunal Pleno, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 18.05.2011. 2.2. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre as próprias contribuições ao PIS/PASEP e COFINS: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 976.836 RS, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25.8.2010. 2.3. Do IRPJ e da CSLL sobre a própria CSLL: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.113.159 AM, STJ, Primeira Seção, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 11.11.2009. 2.4. Do IPI sobre o ICMS: REsp. n. 675.663 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 24.08.2010; REsp. Nº 610.908 PR, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Eliana Calmon, julgado em 20.9.2005, AgRg no REsp.Nº 462.262 SC, STJ, Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 20.11.2007. 2.5. Das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS sobre o ISSQN: recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP, Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015. 3. Desse modo, o ordenamento jurídico pátrio comporta, em regra, a incidência de tributos sobre o valor a ser pago a título de outros tributos ou do mesmo tributo. Ou seja, é legítima a incidência de tributo sobre tributo ou imposto sobre imposto, salvo determinação constitucional ou legal expressa em sentido contrário, não havendo aí qualquer violação, a priori, ao princípio da capacidade contributiva. 4. Consoante o disposto no art. 12 e §1º, do DecretoLei n. 1.598/77, o ISSQN e o ICMS devidos pela empresa prestadora de serviços na condição de contribuinte de direito fazem parte de sua receita bruta e, quando dela excluídos, a nova rubrica que se tem é a receita líquida. 5. Situação que não pode ser confundida com aquela outra decorrente da retenção e recolhimento do ISSQN e do ICMS pela empresa a título de substituição tributária (ISSQNST e ICMSST). Nesse outro caso, a empresa não é a contribuinte, o contribuinte é o próximo na cadeia, o substituído. Quando é assim, a própria legislação tributária prevê que tais valores são meros ingressos na contabilidade da Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10880.902545/201290 Acórdão n.º 3302005.982 S3C3T2 Fl. 6 5 empresa que se torna apenas depositária de tributo que será entregue ao Fisco, consoante o art. 279 do RIR/99. 6. Na tributação sobre as vendas, o fato de haver ou não discriminação na fatura do valor suportado pelo vendedor a título de tributação decorre apenas da necessidade de se informar ou não ao Fisco, ou ao adquirente, o valor do tributo embutido no preço pago. Essa necessidade somente surgiu quando os diversos ordenamentos jurídicos passaram a adotar o lançamento por homologação (informação ao Fisco) e/ou o princípio da nãocumulatividade (informação ao Fisco e ao adquirente), sob a técnica específica de dedução de imposto sobre imposto (imposto pago sobre imposto devido ou "tax on tax"). 7. Tal é o que acontece com o ICMS, onde autolançamento pelo contribuinte na nota fiscal existe apenas para permitir ao Fisco efetivar a fiscalização a posteriori, dentro da sistemática do lançamento por homologação e permitir ao contribuinte contabilizar o crédito de imposto que irá utilizar para calcular o saldo do tributo devido dentro do princípio da não cumulatividade sob a técnica de dedução de imposto sobre imposto. Não se trata em momento algum de exclusão do valor do tributo do preço da mercadoria ou serviço. 8. Desse modo, firmase para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações". 9. Tema que já foi objeto de quatro súmulas produzidas pelo extinto Tribunal Federal de Recursos TFR e por este Superior Tribunal de Justiça STJ: Súmula n. 191/TFR: "É compatível a exigência da contribuição para o PIS com o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes". Súmula n. 258/TFR: "Incluise na base de cálculo do PIS a parcela relativa ao ICM". Súmula n. 68/STJ: "A parcela relativa ao ICM incluise na base de cálculo do PIS". Súmula n. 94/STJ: "A parcela relativa ao ICMS incluise na base de cálculo do FINSOCIAL". 10. Tema que já foi objeto também do recurso representativo da controvérsia REsp. n. 1.330.737 SP (Primeira Seção, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 10.06.2015) que decidiu matéria idêntica para o ISSQN e cujos fundamentos determinantes devem ser respeitados por esta Seção por dever de coerência na prestação jurisdicional previsto no art. 926, do CPC/2015. 11. Ante o exposto, DIVIRJO do relator para NEGAR PROVIMENTO ao recurso especial do PARTICULAR e reconhecer a legalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS. RECURSO ESPECIAL DA FAZENDA NACIONAL: TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. PIS/PASEP E COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCLUSÃO DOS VALORES COMPUTADOS COMO RECEITAS QUE TENHAM SIDO TRANSFERIDOS PARA OUTRAS PESSOAS JURÍDICAS. ART. 3º, § 2º, III, DA LEI Nº 9.718/98. NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA. NÃOAPLICABILIDADE. 12. A Corte Especial deste STJ já firmou o entendimento de que a restrição legislativa do artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9.718/98 ao conceito de faturamento (exclusão dos valores computados como receitas que tenham sido transferidos para outras pessoas jurídicas) não teve eficácia no mundo jurídico já que dependia de regulamentação administrativa e, antes da publicação dessa regulamentação, foi revogado pela Medida Provisória n. 2.15835, de 2001. Precedentes: AgRg nos EREsp. n. 529.034/RS, Corte Especial, Rel. Min. José Delgado, julgado em 07.06.2006; AgRg no Ag 596.818/PR, Primeira Turma, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 28/02/2005; EDcl no AREsp 797544 / SP, Primeira Turma, Rel. Min. Sérgio Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10880.902545/201290 Acórdão n.º 3302005.982 S3C3T2 Fl. 7 6 Kukina, julgado em 14.12.2015, AgRg no Ag 544.104/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJ 28.8.2006; AgRg nos EDcl no Ag 706.635/RS, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJ 28.8.2006; AgRg no Ag 727.679/SC, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 8.6.2006; AgRg no Ag 544.118/TO, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, DJ 2.5.2005; REsp 438.797/RS, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, DJ 3.5.2004; e REsp 445.452/RS, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 10.3.2003. 13. Tese firmada para efeito de recurso representativo da controvérsia: "O artigo 3º, § 2º, III, da Lei n.º 9718/98 não teve eficácia jurídica, de modo que integram o faturamento e também o conceito maior de receita bruta, base de cálculo das contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica". 14. Ante o exposto, ACOMPANHO o relator para DAR PROVIMENTO ao recurso especial da FAZENDA NACIONAL. (REsp 1144469/PR; Relator: Napoleão Nunes Maia Filho; Relator para o acórdão: Mauro Campbell Maques) (grifos não constam no original) Já o Supremo Tribunal Federal, no RE 574.706RG/PR, julgou, no dia 15.03.2017, no sentido de que: O Tribunal, por maioria e nos termos do voto da Relatora, Ministra Cármen Lúcia (Presidente), apreciando o tema 69 da repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário e fixou a seguinte tese: "O ICMS não compõe a base de cálculo para a incidência do PIS e da Cofins". Vencidos os Ministros Edson Fachin, Roberto Barroso, Dias Toffoli e Gilmar Mendes. Nesta assentada o Ministro Dias Toffoli aditou seu voto. Plenário, 15.3.2017. (grifos não constam do original) No âmbito do regimento interno deste Egrégio Tribunal Administrativo, existe previsão normativa em seu artigo 62, anexo II, sobre a obrigatoriedade de se observar os precedentes em sistema de repetitivos e/ou repercussão geral na análise dos casos: RICARF Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: (...) II que fundamente crédito tributário objeto de: (...) b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei n º 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) O RICARF prevê o requisito da decisão definitiva para a obrigatoriedade da aplicação do precedente, no caso em análise, o REsp 1.144.469/PR transitou em Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10880.902545/201290 Acórdão n.º 3302005.982 S3C3T2 Fl. 8 7 julgado em 10.03.2017 e o RE 574.706RG/PR ainda espera a modulação de seus efeitos, não havendo, portanto, trânsito em julgado. Logo, devese observar a decisão, já transitada em julgado, do Superior Tribunal de Justiça. Em razão da obrigatoriedade por parte do conselheiro em aplicar o RICARF, acima exposto, os argumentos da Recorrente de desnecessidade de previsão legal para a exclusão do ICMS por respeito ao princípio da capacidade contributiva e da impossibilidade de considerar o ICMS como parte integrante do faturamento ficam, desde já, encontramse fundamentados com a aplicação do precedente obrigatório. Portanto, em conformidade com o REsp 1.144.469/PR, que firmou para efeito de recurso repetitivo a tese de que: "O valor do ICMS, destacado na nota, devido e recolhido pela empresa compõe seu faturamento, submetendose à tributação pelas contribuições ao PIS/PASEP e COFINS, sendo integrante também do conceito maior de receita bruta, base de cálculo das referidas exações", é negado provimento ao recurso voluntário. Aplicase ao ISSQN, os mesmos fundamentos explicitados pelo Superior Tribunal de Justiça para manter o ICMS na base de cálculo do PIS/COFINS, considerando, inclusive, que o RESP 1.144.469/PR tratou dos referidos impostos. III. Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Assim, pelas já esposadas razões, voto por negar provimento ao presente Recurso Voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Contribuição para o PIS, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Cofins. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 142DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11050.001077/2009-74
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Dec 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 07/07/2008, 28/09/2008, 28/09/2009, 11/10/2008, 12/10/2008
DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. INTEMPESTIVIDADE. MULTA DEVIDA.
Cabível a multa do art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decreto-lei nº 37/66, com a redação dada pela Lei nº 10.833/03 para a desconsolidação de carga fora do prazo estabelecido.
Numero da decisão: 9303-007.558
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negar-lhe provimento, vencida a conselheira Érika Costa Camargos Autran (relatora), que lhe deu provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Midori Migiyama.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(Assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama- Redatora designada
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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INTEMPESTIVIDADE. MULTA DEVIDA. Cabível a multa do art. 107, inciso IV, alínea "e" do Decretolei nº 37/66, com a redação dada pela Lei nº 10.833/03 para a desconsolidação de carga fora do prazo estabelecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em negarlhe provimento, vencida a conselheira Érika Costa Camargos Autran (relatora), que lhe deu provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Tatiana Midori Migiyama. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 0. 00 10 77 /2 00 9- 74 Fl. 350DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 169 2 Érika Costa Camargos Autran Relatora (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Redatora designada Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pelo Contribuinte contra o acórdão n. º 3101001.320, de 30 de janeiro de 2013 (fls. 282 a 288 do processo eletrônico), proferido Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que pelo voto de qualidade, negou provimento ao recurso voluntário. A discussão dos presentes autos tem origem no auto de infração lavrado em face do Contribuinte na função de agente responsável pela desconsolidação da carga no destino, para constituição da multa prevista no caput do artigo 37 do Decreto Lei n.º 37/66, tendo em vista o registro fora do prazo previsto no artigo 22 da Instrução Normativa RFB n.º 800/2007, de doze conhecimentos de embarque. Os embarques ocorreram no período de julho a outubro de 2008, e a multa totaliza o montante de R$ 60.000,00. O Contribuinte apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: que o prazo previsto na Instrução Normativa RFB n.º 800/2007 só se aplicaria a partir de 1/04/2009; o auto de infração fere os princípios da ampla defesa e contraditório, vez que o mesmo auto tem por objeto vários BI’s distintos; o atraso no registro se deu por culpa do armador, que retificou seu MASTER e atrasou o registro da recorrente; Fl. 351DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 170 3 o agente de carga marítimo não possui responsabilidade sobre informações da carga; por ser agente de carga, a Recorrente não possui responsabilidade pelo conteúdo da carga e pelo despacho aduaneiro, não se equipando à pessoa do importador; e, que somente poderia atribuir responsabilidade ao agente marítimo pelo despacho aduaneiro ou pagamento de crédito tributário caso este tivesse agido em infração da lei ou contrato social – artigo 135, II do CTN. A 2ª Turma da DRJ em Florianópolis/SC julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada pelo Contribuinte, reduzindo a autuação para R$ 30.000,00. Irresignado com a decisão parcialmente contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou recurso voluntário, o Colegiado pelo voto de qualidade, negou provimento ao recurso voluntário, conforme acórdão assim ementado, in verbis: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 07/07/2008, 28/09/2008, 28/09/2009, 11/10/2008, 12/10/2008 DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. INTEMPESTIVIDADE. MULTA DEVIDA Cabível a multa do artigo 107, inciso IV, alínea 'e' do Decreto Lei n° 37/1966, com a redação dada pela Lei n° 10.833/2003 para a desconsolidação de carga fora do prazo estabelecido. O Contribuinte interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 295 a 301) em face do acordão recorrido que negou provimento ao recurso voluntário, a divergência suscitada pelo Contribuinte diz respeito à questão atinente a vigência do prazo mínimo para prestação de informações sobre desconsolidação de carga, fixado no art. 22, III, da Instrução Normativa RFB n.º 800/2007. Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, o Contribuinte apresentou mais de dois acórdãos paradigmas, mas foram analisados apenas os acórdãos de Fl. 352DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 171 4 números 3202001.106 e 3202001.107. A comprovação dos julgados firmouse pela juntada de cópias de inteiro teor dos acórdãos paradigmas, documentos de fls. 311 a 320 O Recurso Especial do Contribuinte foi admitido, conforme despacho de fls. 339 a 341, sob o argumento que no acórdão recorrido, o Colegiado considerou aplicável a multa fixada na alínea “e” do inciso IV do art. 107 do Decretolei n.º 37/1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei n.º 10.833/2003, tendo em vista que a recorrente prestara informação sobre a conclusão da operação de desconsolidação da carga após o prazo de atracação da embarcação, descumprindo assim o prazo fixado no art. 22 da IN RFB n.º 800/2007, pois o prazo da vacatio legis prevista no caput do art. 50 da referida IN somente se aplicava aos casos de antecedência na prestação de informação sobre a carga, portanto inaplicável ao caso em tela a exceção prevista no parágrafo único do citado art. 50. De modo contrário, o Colegiado prolator dos acórdãos paradigmas entendeu que era inaplicável a multa em questão, porque o prazo para prestação de informação sobre a conclusão da operação de desconsolidação da carga, fixado no art. 22 da IN RFB n.º 800/2007, ainda não se encontrava vigente, por força do prazo da vacatio legis prevista no caput do art. 50 da referida Instrução Normativa. Com essas considerações, entendeuse que restou comprovada a divergência jurisprudencial. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões às fls. 343 a 348, manifestando pelo não provimento do Recurso Especial do Contribuinte e que seja mantido o v. acórdão. É o relatório em síntese. Voto Vencido Conselheira Érika Costa Camargos Autran Relatora Da admissibilidade Fl. 353DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 172 5 Depreendendose da análise do Recurso interposto pelo Contribuinte, entendo que devo conhecêlo, eis que tempestivo e comprovada a divergência entre os arestos – acórdão recorrido e os indicados como paradigma. O que concordo com o exame de admissibilidade de fls. 339 a 341. Do mérito A discussão dos presentes autos se refere ao lançamento de penalidade por atraso no registro de desconsolidação de carga no destino, prevista no art. 22 da Instrução Normativa RFB n.º 800/200, que assim dispõe: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB. I as relativas ao veículo e suas escalas, cinco dias antes da chegada da embarcação no porto; e II as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: a) cinco horas antes da saída da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a carregar em porto nacional, em caso de cargas despachadas para exportação, quando o item de carga for granel; b) dezoito horas antes da saída da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a carregar em porto nacional, em caso de cargas despachadas para exportação, para os demais itens de carga; c) cinco horas antes da saída da embarcação, para os manifestos CAB, BCN e ITR e respectivos CE; d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a descarregar em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. § 1º Os prazos estabelecidos neste artigo poderão ser reduzidos para rotas e prazos de exceção. § 2º As rotas de exceção e os correspondentes prazos para a prestação das informações sobre o veículo e suas cargas serão registrados no sistema pela Fl. 354DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 173 6 Coordenação Especial de Vigilância e Repressão (Corep), a pedido da unidade da RFB com jurisdição sobre o porto de atracação, de forma a garantir a proporcionalidade do prazo em relação à proximidade do porto de procedência. § 3º Os prazos e rotas de exceção em cada porto nacional poderão ser consultados pelo transportador. § 4º O prazo previsto no inciso I do caput , se reduz a cinco horas, no caso de embarcação que não esteja transportando mercadoria sujeita a manifesto. Tal norma, a princípio teria início de vigência na data da publicação da Instrução Normativa, mas com a publicação da Instrução Normativa RFB nº 899, de 29/12/2008, os prazos para que o sujeito passivo estivesse submetido à conduta prevista no art. 22 foi postergada para 01/04/2009. Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009.( Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008 ) . Em que pese a existência de precedentes deste Conselho, favoráveis à aplicação da multa em comento, no caso de atraso prestação de informações consubstanciadas na declaração, entendo que há previsão normativa de postergação do prazo para a incidência da multa cujo fato gerador é envio de comunicação, por parte do consignante, em momento posterior à atracação da embarcação. Desta forma, para os atrasos no registro das informações de desconsolidação de carga levados em consideração pelo Fisco para ao Conhecimento Eletrônico dos períodos de objeto do lançamento, portanto, anteriores à 1º/04/2009, não estão sujeitos às condutas prescritas pela Instrução Normativa RFB n.º 800/2007, ou melhor, nos prazos previstos no art. 22. Não pode essa norma jurídica ser supedâneo de incidência da penalidade sobre condutas cuja obrigação não se encontrava definida de forma obrigatória no momento do fato capitulado como punível. Ora, se não no momento da chagada do navio no porto nacional não havia vigência do prazo para cumprimento da obrigação do registro da desconsolidação submetida às Fl. 355DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 174 7 regras do art. 22 da Instrução Normativa RFB n.º RFB 800/2007, não poderia ser ela o fundamento do ato administrativo que aplica a penalidade. Inobstante, ser o sujeito passivo o destinatário da obrigação, por ser o Recorrente a pessoa que representa o transportador – navio, as alterações legislativas, no mínimo, geraram dúvida acerca da conduta que deveria ser seguida e por conta disso, não há certeza necessária para aplicação da penalidade. Ainda, em segundo momento, houve norma posterior, abrandando a aplicação da penalidade, postergando o início de sua obrigatoriedade para somente após de 01 de abril de 2009, devendo ser obedecido o artigo neste sentido. Por este motivo, se socorre da aplicação do artigo seguinte do CTN: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Como é sabido, no caso presente, tratase de legislação que determinava a ocorrência de multa, Instrução Normativa RFB n.º 800, posteriormente revogada pela Instrução Normativa RFB n.º 899, a qual concedeu o prazo para início da obrigatoriedade apenas em 01 de abril de 2009. IN 899, de 29 de dezembro de 2008 Art. 1º O art. 50 da Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007, passa a vigorar com a seguinte redação: Fl. 356DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 175 8 "Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009 Deste modo, devese aplicar o entendimento da legislação mais benéfica ao Contribuinte. Diante do exposto, DOU PROVIMENTO ao Recurso Especial do Contribuinte, fazendose valer o artigo 50 da Instrução Normativa RFB n.º800/2007, que estabelecia que os prazos previstos no art. 22 seriam obrigatórios a partir de 1.º de abril de 2009. É como voto. (Assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Voto Vencedor Conselheira Tatiana Midori Migiyama Depreendendose da leitura dos autos do processo, bem como aprofundando a análise da legislação que trata do r. evento, peço vênia à ilustre relatora Conselheira Erika Costa Camargos Autran, que tanto admiro, para discorrer sobre o entendimento que prevaleceu na sessão de julgamento. Para tanto, recordase que o Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo trata da discussão acerca da obrigação ou não de se prestar informações sobre a carga transportada antes de 1º de abril de 2009, data na qual, por força do disposto no art. 50 da IN 800/2007 (redação da IN 899/2008), passaram a vigorar os prazos do art. 22 da mesma IN. Fl. 357DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 176 9 De fato, o art. 50 traz: “Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009. Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: I a escala, com antecedência mínima de cinco horas, ressalvados prazos menores estabelecidos em rotas de exceção; e II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País.” Eis que os incisos II e III do art. 22 tratavam de informações sobre a carga e, especificamente o inciso III, sobre a desconsolidação, que é problema no caso concreto. Vêse (Grifos meus): “Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB. I – as relativas ao veículo e suas escalas, cinco dias antes da chegada da embarcação no porto; e II – as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: a) cinco horas antes da saída da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a carregar em porto nacional, em caso de cargas despachadas para exportação, quando o item de carga for granel; b) dezoito horas antes da saída da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a carregar em porto nacional, em caso de cargas despachadas para exportação, para os demais itens de carga; c) cinco horas antes da saída da embarcação, para os manifestos CAB, BCN e ITR e respectivos CE; d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a descarregar em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e Fl. 358DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 177 10 III – as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. § 1º Os prazos estabelecidos neste artigo poderão ser reduzidos para rotas e prazos de exceção. § 2º As rotas de exceção e os correspondentes prazos para a prestação das informações sobre o veículo e suas cargas serão registrados no sistema pela Coordenação Especial de Vigilância e Repressão (Corep), a pedido da unidade da RFB com jurisdição sobre o porto de atracação, de forma a garantir a proporcionalidade do prazo em relação à proximidade do porto de procedência. § 3º Os prazos e rotas de exceção em cada porto nacional poderão ser consultados pelo transportador. § 4º O prazo previsto no inciso I do caput, se reduz a cinco horas, no caso de embarcação que não esteja transportando mercadoria sujeita a manifesto.” Por sua vez, o art. 10 IN 800/2007, incluía a informação sobre a desconsolidação dentre aquelas compreendidas no conceito de informação sobre a carga transportada. Eis: “Art. 10. A informação da carga transportada no veículo compreende: I a informação do manifesto eletrônico; II a vinculação do manifesto eletrônico a escala; III a informação dos conhecimentos eletrônicos; IV a informação da desconsolidação; e IV a informação da desconsolidação;” Em vista do exposto, cabe concluir que o contribuinte não estava obrigado a respeitar o prazo de 48 horas estabelecido no art. 22, inc. III, da IN 800/2007, sobre a desconsolidação da carga, mas tinha que prestar tal informação antes da atracação da embarcação no porto, por força do disposto no inciso II do § único do art. 50 da IN RFB nº 800/2007 c/c o art. 10 transcrito acima. Fl. 359DF CARF MF Processo nº 11050.001077/200974 Acórdão n.º 9303007.558 CSRFT3 Fl. 178 11 E, isso não foi feito, vez que resta comprovado nos autos, planilhas fls. 7/8, que a informação sobre a desconsolidação foi efetuada após a atracação da embarcação. Em alguns casos muito após. Como destacado no TVF a motivação desta norma é possibilitar que a fiscalização aduaneira atue analisando o risco nas operações envolvidas previamente à atracação das embarcações. Ex positis, é de se negar provimento ao Recurso Especial interposto pelo sujeito passivo. É como voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 360DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12571.000200/2010-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3301-000.954
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Valcir Gassen - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: VALCIR GASSEN
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente. (assinado digitalmente) Valcir Gassen - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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(assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente. (assinado digitalmente) Valcir Gassen Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de Embargos de Declaração (fls. 1666 a 1672) interpostos pelo Contribuinte contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 3301001.892 (fls. 1652 a 1657), de 26 de junho de 2013, proferido pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF – que, por unanimidade de votos, acolheu com efeitos infringentes os Embargos de Declaração (fls. 1645 a 1648) RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 25 71 .0 00 20 0/ 20 10 -5 7 Fl. 1714DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.715 2 interpostos pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa (PR) em face do Acórdão nº 330101.472 (fls. 1630 a 1640). Cito, por primeiro, o relatório do Acórdão nº 330101.472 com o intuito de esclarecer a matéria objeto da lide (fls. 1630 e seguintes): Cuidase de recurso em face do acórdão da DRJ de Curitiba que julgou procedente o auto de infração lavrado em razão de não terem sido homologadas as compensações declaradas através das PER/DCOMPS objeto dos processos relacionados na própria decisão, sendo exigida ao PIS/Pasep nãocumulativo do período de apuração de 01/01/2005 a 31/12/2007, além de multa de 75% e demais encargos legais pertinentes, em virtude da constatação de falta ou insuficiência de recolhimentos da dita contribuição (fls. 1.157/1.173). Segundo o Termo de Verificação Fiscal, anexado às fls. 1.155/1.156, a autoridade fiscal relata que a contribuinte encontrase no regime não cumulativo da PIS/Pasep, tendo apurados créditos de mercado interno não tributado e no mercado externo, que foram objeto de diversos Pedidos de Ressarcimento, tendo sido verificada a inexistência de crédito a ser ressarcido à contribuinte, bem como que os créditos das contribuições apuradas nas entradas foram, inteiramente, consumidos pelos débitos das contribuições nas saídas, restando, ainda, débitos a serem lançados de ofício. A decisão recorrida encontrase ementado da seguinte forma: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 NULIDADE. PRESSUPOSTOS. Ensejam a nulidade apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. O Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) não constitui requisito de validade do lançamento, pois é mero instrumento interno de planejamento e controle das atividades e procedimentos de auditoria fiscal. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Se o autuado revela conhecer as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas de forma meticulosa, com impugnação que abrange questões preliminares e razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. REGRA. Nos termos do art. 150, § 4o do Código Tributário Nacional, existindo pagamento suscetível de ser homologado, o prazo decadencial deve ser contado a partir da ocorrência do fato gerador; contudo, em não havendo Fl. 1715DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.716 3 pagamento, como no presente caso, a contagem deve ocorrer segundo a regra do art. 173, I, do CTN. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO NA ESFERA ADMINISTRATIVA. As instâncias administrativas são incompetentes para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. DILIGÊNCIA. PEDIDO NÃO FORMULADO. Considerase não formulado o pedido de diligência que não indica os quesitos referentes aos exames desejados. PROVAS. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A apresentação de provas deve ser realizada junto à impugnação, precluindo o direito de fazêlo em outra ocasião, ressalvada a impossibilidade por motivo de força maior, quando se refira a fato ou direito superveniente ou no caso de contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos. ASSUNTO: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 INCIDÊNCIA NÃO CUMULATIVA. COMPRAS DE BENS DE PESSOA FÍSICA. IMPOSSIBILIDADE. No sistema da não cumulatividade da contribuição, as compras efetuadas de pessoas físicas não geram direito ao crédito básico. CEREALISTAS. CRÉDITO PRESUMIDO. No período de vigência do § 11 do art. 3o da Lei n.o 10.833, de 2003, as empresas cerealistas somente podiam apurar crédito presumido da Cofins e do PIS em relação aos produtos in natura de origem vegetal indicados nesse dispositivo, adquiridos diretamente de pessoas físicas, quando eles fossem revendidos a agroindústrias que os utilizassem como insumos na produção dos produtos especificados na lei. CRÉDITO PRESUMIDO. BENS ADQUIRIDOS DE PESSOA FÍSICA. AGROINDÚSTRIA. Somente a pessoa jurídica que produza mercadorias de origem animal ou vegetal, classificadas na legislação de regência, destinadas à alimentação humana ou animal, poderão deduzir da contribuição, devida em cada período de apuração, crédito presumido, calculado sobre o valor dos bens e serviços adquiridos de pessoas físicas residentes no País. CRÉDITOS. INSUMOS. No cálculo do PIS/Pasep ou da Cofins, o sujeito passivo somente poderá descontar créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens ou serviços aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens e na prestação de serviços. VENDAS COM SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DA COFINS. ART. 9o DA LEI No 10.925 DE 2004. VIGÊNCIA. Somente a partir de 04/04/2006, com a edição da IN SRF no 660, de 2006, é que entraram em vigor as regras para a suspensão da exigibilidade da Cofins Fl. 1716DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.717 4 em relação às vendas efetuadas, nos moldes previsto no art. 9o da Lei no 10.925, de 2004. VENDA DE GRÃOS. BENEFÍCIO DA SUSPENSÃO. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 04/04/2006, a contribuinte, para fazer jus ao benefício da suspensão, deve observar as prescrições dos incisos I e II do art. 4o, da IN 660/2006. CRÉDITOS. ENCARGOS DE AMORTIZAÇÃO. BENS UTILIZADOS NA PRODUÇÃO. O crédito relacionado à depreciação de máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, somente podem apurados se utilizados na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços, além do que a partir de 01/08/2004 não é mais possível se creditar de bens adquiridos até 30/04/2004, nos termos do art. 31 da Lei 10.865/2004. POSIÇÃO 2710 DA NCM. VENDAS COM ALÍQUOTA ZERO. As vendas realizadas de produtos classificados pela contribuinte na posição 2710 não são beneficiadas com a incidência da alíquota zero. SEMENTES. SAÍDAS COM ALÍQUOTA ZERO. O sujeito passivo só tem direito à venda de sementes com o benefício da alíquota zero, nos termos do art. 1o, inc. III, da Lei 10.925/04, se atender aos requisitos previstos na Lei 10.711/2003. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. Cientificada em 15/08/2011 (AR fl.), a interessada interpôs o recurso voluntário em 13/09/2011, onde, em síntese, reitera as alegações constantes de sua impugnação. Esclarece que formulou diversos pedidos de ressarcimento de créditos de PIS E COFINS NÃO CUMULATIVOS MERCADO INTERNO E EXPORTAÇÃO e, concomitantemente, pedidos de COMPENSAÇÃO DE TRIBUTOS FEDERAIS administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, mediante pedidos eletrônicos PER/DCOMP, correspondentes ao período do 1º. Trimestre de 2003 ao 4º. Trimestre de 2007. Sob o pretexto de efetuar a análise do direito creditório e baseada em interpretações equivocadas da legislação de PIS e COFINS não cumulativos Leis no 10.637/2002 e 10.833/2003, bem como legislação correlata, efetuou a autoridade fiscal glosas de créditos e apurou supostos débitos de PIS e COFINS ao longo de todo o período examinado, culminando com a lavratura de auto de infração para exigência da PIS/Pasep NÃO CUMULATIVO de Janeiro/2005 à Dezembro/2007. Preliminarmente suscita a nulidade do auto de infração, uma vez que formalizado com ausência de provas e método deficiente para apuração do crédito tributário. Por outro lado, o método utilizado pela autoridade fiscal é totalmente confuso e equivocado para demonstrar a ausência de crédito e, ao revés, a existência de débitos de PIS e COFINS que foram objeto do lançamento de ofício. Alega que a decisão de primeira instância, além de negar a realização de diligências e produção complementar de provas, promoveu o "aperfeiçoamento do lançamento", posto que complementou a motivação e Fl. 1717DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.718 5 fundamentação das glosas dos créditos e apuração dos débitos levados a efeito pelo procedimento fiscal. Afirma que foi, ainda, mais além, deixou de se pronunciar sobre alegações e provas juntadas ao processo, o que configura evidente ilegalidade e nulidade ao devido processo legal administrativo, pois, ao apreciar as razões da impugnação, omitiuse completamente a decisão de primeira instância em emitir juízo de valor destas provas e, também, de apreciar as razões da impugnação, fato que evidencia nova nulidade por cerceamento de defesa. Aduz que, conforme corretamente assentou a decisão de primeira instância, em relação às compensações realizadas não ocorreu a homologação tácita, uma vez que todas as PER/DCOMP foram enviadas em 2008. Se, no entanto, era possível verificar a legitimidade dos créditos apurados pela Contribuinte, não era mais possível efetuar glosas de créditos ou apurar débitos de períodos já atingidos pela prescrição/decadência. Com efeito, sob o pretexto de verificar a legitimidade dos créditos, efetuou a autoridade fiscal a glosa de créditos e também apurou débitos desde janeiro de 2003 até dezembro de 2007 para o PIS e Fevereiro/2004 a Dezembro de 2007 para o PIS/Pasep. Considerando que a glosa dos créditos e o lançamento de débitos ocorreu em Julho/2010, não era mais possível efetuar retificações das bases de cálculo de créditos e débitos anteriores a Junho/2005. A retificação das bases de cálculo de créditos e de débitos em períodos já atingidos pela prescrição/decadência equivale à realização de revisão ou lançamento de ofício, além do prazo prescricional/decadencial previsto no art. 150, § 4o do CTN. Suscita ainda a decadência impossibilitando a exigência de PIS e COFINS relativas aos fatos geradores de Janeiro à Junho de 2005, em conformidade com o art. 150, § 4o do CTN, considerando que a ciência do lançamento se deu em 13/Julho/2010 (fl. 1.086) restavam decaídos os fatos geradores de Janeiro à Junho de 2005, que foram objeto do lançamento de ofício. No mérito alega ser improcedentes os motivos que ensejaram a não homologações levadas a efeito pela fiscalização, requerendo ao final: (i) a juntada nos autos da presente defesa dos documentos em anexo e a concessão de prazo para a juntada de novos documentos diligenciados juntos aos fornecedores e adquirentes das mercadorias; (ii)a concessão de diligências necessárias para a complementação do feito administrativo; (iii) que seja reformado o indeferimento dos pedidos de ressarcimento e a não homologação das respectivas compensações; (iv) que seja desclassificada a autuação para uma infração formal de obrigação acessória, assegurandose, ainda, o direito à denúncia espontânea; (v) que seja julgado improcedente o Auto de Infração. Visando a elucidação do caso e a economia processual adoto e cito, por segundo, o relatório do Acórdão nº 3301001.892 ora embargado: Tratase de embargos de declaração opostos pelo Delegado da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa, em face do Acórdão 330101.472, de 23/05/2012, o qual proveu o Recurso Voluntário da Contribuinte, resultando na anulação do Auto de Infração, sob fundamento de que as Declarações de Compensação constituem confissão de dívida é instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos, e, Fl. 1718DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.719 6 caso sejam objeto de lançamento, ensejariam a duplicidade de cobrança entre os valores lançados e os objeto das compensações não homologadas, com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PERDCOMP . CONFISSÃO DE DÍVIDA. As declarações de compensação constituem confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos, caso sejam considerados indevidamente compensados, conforme preceitua o art. 74, § 6o da Lei no 9.430, de 1996, com a redação dada pela Lei no 10.833, de 2003. Não podendo ser exigido o mesmo crédito tributário objeto de declarações exigência em duplicidade, ensejando a nulidade do processo. Recurso Provido. A DRF de Ponta GrossaPR, alega a existência de motivos que ensejam sua modificação, posto que o valor objeto de autuação não corresponde aos débitos declarados em DCOMP. Com créditos de PIS não cumulativo apurados para trimestres de 2003 a 2007, o contribuinte compensou débitos de IRPJ e CSLL, códigos 3373 e 6012, dos períodos de apuração de 2004 a 2007. Os créditos de PIS apurados pelo contribuinte, conforme legislação vigente, devem ser descontados da contribuição apurada para o próprio período e, caso não seja totalmente esgotado, poderá ser objeto de PERDCOMP ao final do trimestre. Assim, durante a análise do crédito pleiteado, o Auditor Fiscal, pelas glosas efetuadas, verificou a inexistência de crédito a ser ressarcido ao contribuinte, bem como que os créditos das contribuições apuradas nas entradas foram inteiramente consumidos pelos débitos das contribuições nas saídas, restando, ainda, débitos a serem lançados de ofício (conforme indicado nos Despachos Decisórios e Relatório do Auto de Infração). Dessa forma, paralelamente às não homologações das compensações (débitos de IRPJ e CSLL), foi lavrado o presente Auto de Infração, visando a constituir os débitos de PIS não confessados pelo contribuinte, com a respectiva multa de ofício de 75%. Os débitos confessados pelo contribuinte nas DCOMPs e que estão sendo controlados em processos de cobrança, vinculados aos respectivos processos de análise do crédito (ainda pendentes de análise no CARF), visando a sua cobrança caso a não homologação seja mantida pela instância máxima de julgamento administrativo, são os seguintes: Nº DO PER/DCOMP CÓDIGO PA VALOR VENCIMENTO 38247.80779.231107.1.3.102246 337301 01/01/2006 1.280,24 30/04/2006 06850.82338.060408.1.7.100959 337301 01/04/2005 2.983,29 31/07/2005 14447.06271.060408.1.7.108920 337301 01/04/2005 3.406,92 31/07/2005 32813.18183.060408.1.7.113024 337301 01/04/2005 13.741,30 31/07/2005 18734.68244.060408.1.7.113512 337301 01/04/2005 20.578,72 31/07/2005 37439.95466.070408.1.7.113511 337301 01/10/2004 13.193,17 31/01/2005 10343.99131.090408.1.7.100090 337301 01/04/2006 3.952,99 31/07/2006 15661.93698.090408.1.7.105093 337301 01/01/2006 4.442,21 30/04/2006 11457.65448.090408.1.7.106266 337301 01/10/2006 3.639,92 31/01/2007 Fl. 1719DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.720 7 13279.88242.090408.1.7.115899 337301 01/01/2006 20.461,08 30/04/2006 16090.53359.090408.1.7.119404 337301 01/10/2006 16.765,72 31/01/2007 08429.85454.090408.1.7.119629 337301 01/07/2006 6.090,34 31/10/2006 14047.47109.090408.1.7.112440 337301 01/04/2006 18.208,66 31/07/2006 40216.18479.090408.1.3.085105 337301 01/10/2007 32.175,36 31/01/2008 09458.35836.090408.1.3.086781 337301 01/10/2007 12.744,20 31/01/2008 10855.50527.090408.1.3.080269 337301 01/10/2007 10.624,67 31/01/2008 03342.04786.090408.1.3.091744 337301 01/07/2007 122.723,64 31/10/2007 40853.81238.090408.1.3.090929 337301 01/10/2007 44.318,65 31/01/2008 14611.19745.090408.1.3.095376 337301 01/10/2007 48.937,86 31/01/2008 10090.89630.080408.1.7.087031 337301 01/01/2004 9.699,27 30/04/2004 11237.25530.080408.1.7.082656 337301 01/10/2005 3.429,09 31/01/2006 04984.15676.080408.1.7.095508 337301 01/10/2005 1.411,66 31/01/2006 22895.07265.080408.1.7.093310 337301 01/10/2005 18.088,56 31/01/2006 22895.07265.080408.1.7.093310 337301 01/07/2005 52.459,42 31/10/2005 06398.33461.080408.1.7.095871 337301 01/07/2004 53.386,51 31/10/2004 06398.33461.080408.1.7.095871 337301 01/04/2004 155.469,03 31/07/2004 06398.33461.080408.1.7.095871 337301 01/10/2004 242.557,75 31/01/2005 20846.10166.080408.1.7.085256 337301 01/01/2004 18.647,14 30/04/2004 20629.89098.080408.1.7.090400 337301 01/01/2004 82.883,85 30/04/2004 40505.43892.080408.1.7.083713 337301 01/01/2004 19.386,30 30/04/2004 08003.46357.080408.1.7.090685 337301 01/04/2005 59.923,35 31/07/2005 12557.60431.080408.1.7.084185 337301 01/04/2005 19.430,89 31/07/2005 22456.12911.080408.1.7.081831 337301 01/04/2005 5.236,19 31/07/2005 33157.64583.090408.1.7.090608 337301 01/01/2005 14.469,17 30/04/2005 33157.64583.090408.1.7.090608 337301 01/04/2005 2.280,16 31/07/2005 34406.58532.090408.1.7.080108 337301 01/01/2007 28.386,73 30/04/2007 34994.25470.090408.1.7.082008 337301 01/04/2006 3.759,55 31/07/2006 39278.21508.090408.1.7.099555 337301 01/04/2006 17.316,70 31/07/2006 26743.67029.090408.1.7.091880 337301 01/10/2006 16.935,17 31/01/2007 10334.32322.090408.1.7.080000 337301 01/10/2006 3.676,71 31/01/2007 03818.91905.220908.1.7.095389 337301 01/01/2007 96.211,22 30/04/2007 12618.64992.030509.1.7.084625 337301 01/01/2004 15.443,28 30/04/2004 24979.26148.050509.1.3.098065 337301 01/04/2005 29.576,46 31/07/2005 05790.49407.070408.1.7.118219 601201 01/10/2005 4.969,08 31/01/2006 18848.17863.070408.1.7.119080 601201 01/07/2005 4.987,53 31/01/2006 18347.26020.070408.1.7.100162 601201 01/10/2005 1.078,81 31/01/2006 09630.42863.070408.1.7.100661 601201 01/10/2005 1.082,33 31/01/2006 02476.94646.090408.1.7.103203 601201 01/01/2007 4.688,62 30/04/2007 08429.85454.090408.1.7.119629 601201 01/07/2006 10.915,70 31/10/2006 13961.15649.090408.1.7.100479 601201 01/07/2006 3.692,11 31/10/2006 06275.86274.090408.1.3.115705 601201 01/10/2007 22.430,72 31/01/2008 06125.02185.090408.1.3.100050 601201 01/10/2007 3.532,63 31/01/2008 22041.37515.090408.1.3.117680 601201 01/10/2007 15.694,45 31/01/2008 03342.04786.090408.1.3.091744 601201 01/07/2007 25.478,02 31/10/2007 40853.81238.090408.1.3.090929 601201 01/07/2007 14.381,92 31/10/2007 09555.56114.090408.1.3.116322 601201 01/10/2007 16.271,49 31/01/2008 32708.86436.090408.1.3.105383 601201 01/10/2007 4.869,83 31/01/2008 14294.45729.090408.1.3.100119 601201 01/10/2007 3.407,35 31/01/2008 11237.25530.080408.1.7.082656 601201 01/10/2005 16.456,30 31/01/2006 22895.07265.080408.1.7.093310 601201 01/07/2005 21.045,39 31/10/2005 06398.33461.080408.1.7.095871 601201 01/07/2004 21.379,14 31/10/2004 06398.33461.080408.1.7.095871 601201 01/04/2004 58.128,85 31/07/2004 06398.33461.080408.1.7.095871 601201 01/01/2004 2.384,53 31/01/2005 Fl. 1720DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.721 8 20629.89098.080408.1.7.090400 601201 01/01/2004 1.422,87 30/04/2004 40050.50465.080408.1.7.085954 601201 01/10/2004 115.783,50 31/01/2005 32899.27312.080408.1.7.080501 601201 01/10/2004 6.710,52 31/01/2005 00813.85814.080408.1.7.092115 601201 01/10/2004 30.909,00 31/01/2005 08003.46357.080408.1.7.090685 601201 01/04/2005 29.576,46 31/07/2005 29336.57577.080408.1.7.084971 601201 01/10/2005 306,48 31/01/2006 33157.64583.090408.1.7.090608 601201 01/01/2005 7.368,90 30/04/2005 33659.25360.220908.1.7.112360 601201 01/01/2007 9.161,80 30/04/2007 24979.26148.050509.1.3.098065 601201 01/04/2005 59.923,35 31/07/2005. Sustenta o Embargante que o valor objeto de autuação não corresponde aos débitos declarados em DCOMP, visto que as compensações são exclusivamente de débitos de códigos 3373(IRPJ PJ NÃO OBRIGADAS AO LUCRO REAL BALANÇO TRIMESTRAL ) e 6012 (CSLL DEMAIS PJ QUE APURAM O IRPJ COM BASE EM LUCRO REAL – BALANÇO TRIMESTRAL) enquanto o Auto de Infração (processo no 12571.000200/201057) trata exclusivamente de débitos de PIS, código 6656 (PIS NÃO CUMULATIVO LANÇAMENTO DE OFÍCIO). Os processos em que estão sendo analisados os créditos de PIS (PER/DCOMPS) e que ensejaram a lavratura do presente Auto de Infração são os seguintes (ainda em julgamento no CARF): 12571.000038/201077 12571.000037/201022 12571.000027/201097 12571.000040/201046 12571.000025/201006 12571.000039/201011 13931.000955/200863 13931.000948/200861 13931.000953/200874 12571.000032/201008 12571.000036/201088 12571.000030/201019 13931.000956/200816 12571.000041/201091 12571.000028/201031 13931.000949/200814 13931.000954/200819 13931.000952/200820 12571.000029/201086 12571.000034/201099 13931.000951/200885 12571.000035/201033 13931.000957/200852 12571.000031/201055 12571.000033/201044 13931.000368/200874 13931.000950/200831 12571.000026/201042 12571.000024/201053. Conclui, afirmando estar configurada a omissão no Acórdão atacado posto que não mencionou os débitos integrantes do Auto de Infração bem como os débitos objetos das DCOMPs não homologadas, demonstrando assim a duplicidade alegada, bem como deixou de considerar a fundamentação do Auto de Infração, a qual afirma ser o lançamento decorrente da inexistência de crédito suficiente para liquidar os débitos do PIS apurados para os próprios períodos de apuração, sendo pois, independentes dos débitos compensados pelo contribuinte nas DCOMPs. Tendo em vista a decisão do CARF, o Contribuinte apresentou Embargos de Declaração (fls. 1666 a 1672), em 14 de outubro de 2013, visando a supressão de alegadas omissões no Acórdão nº 3301001.892 que ficou assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. O deferimento dos embargos de declaração pode ter, em alguns casos, efeitos infringentes, no sentido de determinar a modificação do julgamento anteriormente realizado (Acórdão CSRF/0104.539), razão pela qual retificase o Acórdão nº 330100.382 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, cuja ementa e decisório passam a ter a seguinte redação: Fl. 1721DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.722 9 PAGAMENTO INDEVIDO. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. O artigo 165 do CTN autoriza a restituição do pagamento indevido e o artigo 74 da Lei nº 9.430/96 permite a sua compensação com débitos próprios do contribuinte, mas, cabe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Embargos de Declaração acolhidos. Recurso Voluntário Improvido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolheremse os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para anular o Acórdão nº 330101.472, afastandose a nulidade do auto de infração, e improver o recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Por meio do Despacho de Admissibilidade (fls. 1694 a 1695), de 29 de junho de 2016, da 1ª Turma, da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF, admitiuse os referidos embargos por entenderse que há o vício de omissão na decisão embargada. Na primeira análise dos embargos do Contribunte, em 28 de setembro de 2017, a 1ª Turma, da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, decidiu por unanimidade, por intermédio da Resolução nº 3301000.520, em converter o julgamento em diligência para a juntada dos processos de PER/DCOMP de créditos de PIS/Pasep mercado interno e exportação, vinculados ao presente processo que trata do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheiro Valcir Gassen Relator Os Embargos de Declaração interpostos pelo Contribuinte em face ao Acórdão nº 3301001.892, que acolheu com efeitos infringentes os Embargos de Declaração apresentados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Ponta Grossa, são tempestivos e atendem os pressupostos legais de admissibilidade. Neste sentido o art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, estabelece: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. §1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão. O Contribuinte sustenta em seus Embargos de Declaração que o ora analisado Acórdão está eivado do vício da omissão no que tange a não apreciação de provas e alegações contidas no Recurso Voluntário e requer, ainda, a reunião/distribuição dos processos em anexo. Fl. 1722DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.723 10 Na primeira análise dos embargos decidiuse, por intermédio da Resolução nº 3301000.520 de 28 de setembro de 2017, em acolher os embargos no que tange a reunião dos processos. Portanto, converteuse o julgamento em diligência para fins de juntada dos processos de PER/DECOMP vinculados ao presente que trata do auto de infração. Com os processos reunidos cabe então enfrentar a alegação do Contribuinte de que há o vício de omissão no julgado ora embargado, que assim se expressa: A colenda 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara, ao prolatar o novo acórdão reformando o anterior que promoveu na íntegra o recurso voluntário, apreciou apenas as alegações contidas nos embargos da unidade de origem e olvidou apreciar as provas e alegações contidas no recurso voluntário e seu adendo. Com efeito, a única matéria que foi objeto de apreciação por parte dessa Turma Julgadora foi a contradição entre as conclusões exaradas no Acórdão reformado e os documentos constantes dos autos concluindose pela inexistência de correlação entre os débitos lançados no auto de infração PIS e os débitos constantes dos processos de ressarcimento/compensação (PER/DCOMP). Ora a embargante, apresentou copiosa prova material e alegações de fato e de direito com preliminares e matérias de mérito, que não receberam qualquer apreciação por parte dessa colenda Turma Julgadora. Na leitura da decisão proferida no Acórdão nº 3301001.892 observase que o voto do Relator é breve e não enfrenta as alegações suscitadas quando do recurso: Os embargos foram opostos tempestivamente e presentes os motivos ensejadores do mesmo, quais sejam omissão/contradição no v. Acórdão embargado. Conforme relatado, diz o Embargante que o valor objeto da autuação não corresponde aos débitos declarados em DCOMP, já que as compensações foram exclusivamente de débitos de códigos 3373(IRPJ PJ NÃO OBRIGADAS AO LUCRO REAL BALANÇO TRIMESTRAL ) e 6012 (CSLL DEMAIS PJ QUE APURAM O IRPJ COM BASE EM LUCRO REAL – BALANÇO TRIMESTRAL) enquanto o Auto de Infração (processo no 12571.000200/201057) trata exclusivamente de débitos de PIS, código 6656 (PIS NÃO CUMULATIVO LANÇAMENTO DE OFÍCIO). Em síntese, com créditos de PIS nãocumulativo apurados para o trimestre de 2003 a 2007, a Contribuinte compensou débitos de IRPJ e CSLL, códigos 3373 e 6012, dos períodos de apuração de 2004 a 2007. Procedendo desta forma, e considerando que os créditos de PIS devem ser descontados da contribuição apurada para o próprio período, e não sendo o crédito totalmente exaurido, é que o mesmo deverá ser objeto de PERDCOMP no final do trimestre. Todavia, no caso em apreço os créditos foram inteiramente consumidos pelos débitos das contribuições nas saídas, resultando ainda em débito a ser exigido, objeto do auto de infração analisado no presente processo, senão vejamos: Os processos em que estão sendo analisados os créditos de PIS (PER/DCOMPS) e que ensejaram a lavratura do presente Auto de Infração são os seguintes (ainda em julgamento no CARF): Fl. 1723DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.724 11 12571.000038/201077 12571.000037/201022 12571.000027/201097 12571.000040/201046 12571.000025/201006 12571.000039/201011 13931.000955/200863 13931.000948/200861 13931.000953/200874 12571.000032/201008 12571.000036/201088 12571.000030/201019 13931.000956/200816 12571.000041/201091 12571.000028/201031 13931.000949/200814 13931.000954/200819 13931.000952/200820 12571.000029/201086 12571.000034/201099 13931.000951/200885 12571.000035/201033 13931.000957/200852 12571.000031/201055 12571.000033/201044 13931.000368/200874 13931.000950/200831 12571.000026/201042 12571.000024/201053. Desta forma os processos em que estão sendo analisados os créditos de PIS (PER/DCOMPS) e que ensejaram a lavratura do Auto de Infração ainda se encontram em fase de julgamento no CARF), o que vale dizer que os indébitos declarados não gozavam da necessária liquidez e certeza. Assim com razão os embargos, devendo ser restabelecida a decisão da DRJ porque as compensações são exclusivamente de débitos de códigos 3373(IRPJ PJ NÃO OBRIGADAS AO LUCRO REAL BALANÇO TRIMESTRAL ) e 6012 (CSLL DEMAIS PJ QUE APURAM O IRPJ COM BASE EM LUCRO REAL – BALANÇO TRIMESTRAL) vez que no presente processo, o Auto de Infração (processo no 12571.000200/201057) trata exclusivamente de débitos de PIS, código 6656 (PIS NÃO CUMULATIVO LANÇAMENTO DE OFÍCIO). Considerando que o deferimento dos embargos de declaração pode ter, em alguns casos, efeitos infringentes, no sentido de determinar a modificação do julgamento anteriormente realizado (Acórdão CSRF/0104.539). Em face do exposto, voto no sentido de acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, em virtude da omissão apontada, nos termos dos arts. 65 e 66 do RI CARF, restabelecendo o Auto de Infração, objeto do presente processo. Diante da decisão proferida no Acórdão nº 3301001.892, de acolher os embargos da DRJ de Ponta Grossa (PR), com efeitos infringentes para anular a decisão que deu provimento ao recurso do Contribuinte e de reestabelecer o Auto de Infração, o Contribuinte interpôs os embargos para que se analise os argumentos expostos quando do seu recurso. A admissibilidade dos embargos do Contribuinte se deu em 29 de junho de 2016, por meio de Despacho de Admissibilidade, com a seguinte fundamentação com a qual estou de acordo: Tendo sido dada ciência da nova decisão à contribuinte, esta opôs embargos de declaração, alegando omissão do julgado proferido. Aduz que a nova decisão analisou tão somente os argumentos trazidos pela unidade de origem nos embargos de declaração opostos, porém, ao proferir a nova decisão negando provimento ao recurso voluntário, deixou de analisar as questões de defesa trazidas pela contribuinte no recurso. Razão cabe à embargante. No primeiro julgamento, como foi dado provimento ao recurso voluntário no mérito, as preliminares trazidas pela contribuinte não foram analisadas. No segundo julgamento, em que os embargos foram acolhidos, analisouse somente a questão suscitada pela embargante, de que os débitos constantes dos PERDCOMP não correspondiam àqueles exigidos no auto de infração, porém Fl. 1724DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.725 12 deixouse de analisar as preliminares suscitadas pela contribuinte no recurso voluntário, bem como não foram analisadas as demais matérias de defesa trazidas no recurso. Para suprir a omissão acolhida, foi reaberto o julgamento da lide, com todas as conseqüências daí decorrentes, inclusive a possibilidade de ser emitido novo comando decisório. Daí que a análise dos argumentos de defesa, trazidos pela contribuinte no recurso voluntário, mostrase necessária, sob pena de cerceamento do direito de defesa. Assim, é de se ACOLHER os embargos de declaração opostos pela contribuinte, para suprirse a omissão apontada. Com isso posto, entendo correto acolher os Embargos de Declaração do Contribuinte e enfrentar as omissões acerca das alegações formuladas quando da interposição do Recurso Voluntário. O Contribuinte levanta de forma preliminar em seu Recurso Voluntário as seguintes questões: 1) a nulidade e improcedência do lançamento de ofício formalizado com ausência de provas e método deficiente para apuração do crédito tributário; 2) a nulidade da decisão de primeira instância (DRJ); e, 3) a vedação de retificação de bases de cálculo dos créditos e débitos de fatos geradores prescritos ou decaídos e a decadência em relação ao lançamento de ofício dos fatos geradores de janeiro de 2005 a junho de 2005. Quanto ao mérito o Contribuinte tece considerações acerca da não cumulatividade do PIS e COFINS e sustenta e requer em seu Recurso Voluntário o seguinte acerca dos créditos glosados: a) dos créditos presumidos, da equiparação das atividades à agroindústria, do direito ao crédito presumido na aquisição de grãos (soja, milho e trigo) de pessoas físicas e dos créditos presumidos de cerealista, aquisições de grãos (soja, milho e trigo) de pessoas físicas por parte de empresa cerealista; b) dos créditos ordinários ou básicos, do conceito ampliado de cerealista para os créditos ordinários de PIS e COFINS, b.1.) créditos sobre bens adquiridos para revenda; b.2) créditos sobre os bens utilizados como insumos; b.3.) créditos sobre os serviços utilizados como insumos; b.4.) créditos sobre os bens do ativo imobilizado; b.5.) dos créditos relativos à venda de sementes consideradas tributadas no lançamento de ofício; c) dos débitos decorrentes de operações não tributadas abrangidas por suspensão e alíquota zero de PIS e COFINS; d) das operações inexistentes (NCM 27.10), e, e) das diligências. Na análise dos autos, frente às decisões já proferidas, bem como, as alegações quando da impugnação e da interposição do Recurso Voluntário, verificase a necessidade de atender o requerido pelo Contribuinte no que tange ao pedido de diligência. Portanto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que a autoridade de origem: 1. intimar a Recorrente a apresentar os documentos referentes às operações de venda à empresas que atendem as exigências do art. 2º, § 1º, da Instrução Normativa nº 660/2006 2. intimar a Recorrente a apresentar as Notas Fiscais referentes às operações de venda classificadas na posição NCM 27.10. Fl. 1725DF CARF MF Processo nº 12571.000200/201057 Resolução nº 3301000.954 S3C3T1 Fl. 1.726 13 3. com a apresentação dos documentos e informações a Unidade de Origem deverá elaborar relatório sobre a documentação apresentada e as possíveis comprovações das operações alegadas pela Recorrente de operações de venda a empresas agroindustriais (atendendo a exigência da IN SRF nº660/2006) e os possíveis equívocos nas Notas Fiscais de venda com produtos classificados na posição NCM 27.10. 4. Deverá ser cientificada a Recorrente do Relatório Fiscal, objeto desta diligência, com prazo de 30 dias para manifestação e em seguida devolvido o processo ao CARF para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Valcir Gassen Fl. 1726DF CARF MF
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Numero do processo: 13896.903922/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. SUPERAÇÃO DE ÓBICES EM QUE SE FUNDAMENTARAM AS DECISÕES ANTERIORES. IMPOSSIBILIDADE DE DECISÃO DE MÉRITO EM INSTÂNCIA ÚNICA.SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
No julgamento de recurso voluntário em que as decisões anteriores não enfrentaram matéria de fato atinente a fato constitutivo do direito creditório alegado em face de óbices superados, impõe-se o retorno dos autos à unidade de origem da RFB para julgamento do mérito.
Equívocos das decisões anteriores nos autos, que deixaram de apreciar os fatos, impõe o saneamento do processo (instrução processual probatória complementar) para afastar prejuízos à defesa e ainda que fosse possível sanear o processo nesta instância recursal ordinária mediante conversão do julgamento em diligência fiscal, o fato é que a produção de prova na última instância ordinária recursal poderia implicar, em tese, cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de recurso em matéria probatória. Assim, torna-se mister a devolução dos autos do processo à unidade de origem da RFB para analisar os fatos, a formação, liquidez e certeza do direito creditório pleiteado pelo contribuinte.
INDÉBITO TRIBUTÁRIO.ERRO DE FATO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ÔNUS DA PROVA.
A Declaração de Compensação extingue os débitos, sob condição resolutória, na data de sua transmissão eletrônica.
Os atributos ou requisitos de liquidez e certeza do crédito objetado contra a Fazenda Nacional, devem estar preenchidos na data da transmissão da Declaração de Compensação, sob pena de não reconhecimento do crédito e não homologação da compensação, conforme legislação de regência.
A produção de prova do indébito tributário, sua liquidez e certeza, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição e à compensação tributária, é ônus do contribuinte (autor do pedido de encontro de contas) (arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72; art. 373, I, CPC/2015; art. 74 da Lei 9.430/96 e art. 170 do CTN).
Numero da decisão: 1301-003.382
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em ratificar o decidido pela DRJ no sentido de superar os óbices da IN SRF 600 (Súmula CARF nº 84) no que diz respeito à possibilidade de restituição de indébito relativo a pagamento de estimativas, e dar provimento parcial ao recurso para determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito, matéria de fato, acerca da crédito pleiteado, formação, liquidez e certeza, levando-se em consideração não só a possibilidade de pagamento de estimativa com base na receita bruta, mas também a possibilidade de comprovação do indébito com base em levantamento de balanço de suspensão, proferindo despacho decisório complementar, retomando-se, a partir daí, o rito processual de praxe. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13896.908450/2009-01, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto- Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Amelia Wakako Morishita Yamamoto, Carlos Augusto Daniel e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felicia Rothschild.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
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DIREITO CREDITÓRIO. SUPERAÇÃO DE ÓBICES EM QUE SE FUNDAMENTARAM AS DECISÕES ANTERIORES. IMPOSSIBILIDADE DE DECISÃO DE MÉRITO EM INSTÂNCIA ÚNICA.SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. No julgamento de recurso voluntário em que as decisões anteriores não enfrentaram matéria de fato atinente a fato constitutivo do direito creditório alegado em face de óbices superados, impõese o retorno dos autos à unidade de origem da RFB para julgamento do mérito. Equívocos das decisões anteriores nos autos, que deixaram de apreciar os fatos, impõe o saneamento do processo (instrução processual probatória complementar) para afastar prejuízos à defesa e ainda que fosse possível sanear o processo nesta instância recursal ordinária mediante conversão do julgamento em diligência fiscal, o fato é que a produção de prova na última instância ordinária recursal poderia implicar, em tese, cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de recurso em matéria probatória. Assim, tornase mister a devolução dos autos do processo à unidade de origem da RFB para analisar os fatos, a formação, liquidez e certeza do direito creditório pleiteado pelo contribuinte. INDÉBITO TRIBUTÁRIO.ERRO DE FATO. LIQUIDEZ E CERTEZA. ÔNUS DA PROVA. A Declaração de Compensação extingue os débitos, sob condição resolutória, na data de sua transmissão eletrônica. Os atributos ou requisitos de liquidez e certeza do crédito objetado contra a Fazenda Nacional, devem estar preenchidos na data da transmissão da Declaração de Compensação, sob pena de não reconhecimento do crédito e não homologação da compensação, conforme legislação de regência. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 39 22 /2 00 9- 21 Fl. 584DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 3 2 A produção de prova do indébito tributário, sua liquidez e certeza, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição e à compensação tributária, é ônus do contribuinte (autor do pedido de encontro de contas) (arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72; art. 373, I, CPC/2015; art. 74 da Lei 9.430/96 e art. 170 do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em ratificar o decidido pela DRJ no sentido de superar os óbices da IN SRF 600 (Súmula CARF nº 84) no que diz respeito à possibilidade de restituição de indébito relativo a pagamento de estimativas, e dar provimento parcial ao recurso para determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito, matéria de fato, acerca da crédito pleiteado, formação, liquidez e certeza, levandose em consideração não só a possibilidade de pagamento de estimativa com base na receita bruta, mas também a possibilidade de comprovação do indébito com base em levantamento de balanço de suspensão, proferindo despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13896.908450/200901, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Roberto Silva Junior, Jose Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Amelia Wakako Morishita Yamamoto, Carlos Augusto Daniel e Fernando Brasil de Oliveira Pinto (Presidente). Ausente, justificadamente, a Conselheira Bianca Felicia Rothschild. Fl. 585DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 4 3 Relatório Cuidase do Recurso Voluntário em face do Acórdão da 4ª Turma DRJ/Belo Horizonte que, ao julgar a manifestação de inconformidade improcedente, não reconheceu o direito creditório pleiteado e, também, não homologou a compensação tributária informada nos autos. Quanto aos fatos, consta: que a contribuinte transmitiu pela internet PER/DCOMP, informando compensação tributária de débitos com direito creditório de pagamento indevido ou a maior do IRPJ Estimativa Mensal; que o direito creditório R$ 2.540.342,98 (valor original) decorreu de pagamento indevido ou a maior do IRPJ Estimativa Mensal do PA 30/04/2005, código de receita 2362, data de arrecadação 31/05/2005, valor do recolhimento R$ 2.540.342,98. DARF em nome da DU PONT PERFORMANCE COATINGS S/A, CNPJ: 00.910.496/000130 (empresa incorporada em 31/10/2005). A DRF/Barueri, mediante Despacho Decisório (eletrônico), denegou o crédito pleiteado na DCOMP, por tratarse de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa Jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente poderia ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro liquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período (ajuste anual). Ciente desse Despacho Decisório, a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, pedindo sua reforma, cujas razões, em síntese, são as seguintes: que a MANIFESTANTE, em 31/10/2005, incorporou a sociedade DU PONT PERFORMANCE COATINGS S.A. ("INCORPORADA"), sucedendolhe em todos os direitos e obrigações, conforme se comprova da análise dos atos societários relativos ao evento e da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica 2005 de incorporação ("DIPJ"); que em maio de 2005, assim como nos meses de janeiro, fevereiro, março, abril e junho do mesmo anocalendário, a INCORPORADA não apurou débito de IRPJ, conforme se comprova da análise da Ficha 11 da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica 2005 de incorporação ("DIPJ") e da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais ("DCTF"); que, entretanto, mesmo não apurando débito de IRPJ nos referidos meses do anocalendário 2005, a INCORPORADA recolheu IRPJ, por meio de Documento de Arrecadação ("DARF"); Fl. 586DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 5 4 que tal constatação decorre da simples comparação entre: (i) IRPJ devido relativo aos citados meses do anocalendário 2005, informado na Declaração de Créditos e Débitos Tributários Federais ("DCTF"); (ii) valor apurado na Ficha 11 da DIPJ 2005 de incorporação; e, (iii) valor pago, recolhido por meio de DARF. que, para reforma do Despacho Decisório, invoca o artigo 11 da IN SRF nº 900, de 30 de dezembro de 2008 e o disposto no artigo 106, inciso II, alínea a, do Código Tributário Nacional (CTN); que a decisão atacada não se teria valido “de todos os meios de que dispunha para verificar a legitimidade do crédito”; que é ilegal a IN SRF 600, de 2005, ao vedar a restituição de pagamento a maior ou indevido de imposto estimativa mensal. que, ainda, invoca os princípios da verdade material, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, legalidade, ampla defesa e contraditório Na sequência, a DRJ/Belo Horizonte (4ª Turma) julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente, com base na seguinte fundamentação, em síntese, que se extrai do voto condutor do Acórdão recorrido: que, embora tendo afastado óbice da IN SRF 600, de 2005 (art. 10), o direito creditório pleiteado na DCOMP não se reveste de liquidez e certeza, pois a contribuinte não comprovou o erro de fato que pudesse justificar a apresentação de DCTF retificadora para redução do imposto confessado na DCTF. que é necessário, portanto, a comprovação do erro de fato (CTN, art. 147, § 1º); que a contribuinte não apresentou cópia da escrituração contábil para comprovar o erro de fato, ou seja, não comprovou que a receita bruta seria nula para zerar o imposto estimativa mensal do referido período de apuração mensal confessado na DCTF. Ciente dessa decisão, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário alegando, em síntese: 1) Nulidade da decisão a quo: que indeferiu o crédito pleiteado com fundamento diverso do despacho decisório (alteração do critério jurídico), sem oportunizar a ampla defesa e o contraditório; que, em relação aos fatos, na manifestação de inconformidade não foi juntada a escrituração contábil, pois entendia que o óbice seria apenas aquele manifestado no despacho decisório, ou seja, não devolução de estimativa mensal, mas sim eventual apuração de saldo negativo na declaração de ajuste anual; Fl. 587DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 6 5 que a decisão a quo deveria ter convertido o julgamento em diligência para oportunizar a contribuinte proceder a complementação de provas do fato constitutivo do seu direito de crédito pleiteado; que, ainda, a decisão recorrida não enfrentou todos os argumentos deduzidos na manifestação de inconformidade, caso o crédito não fosse deferido, ou seja, o pedido de improcedência da exigência de multa moratória e dos juros de mora. 2) Quanto ao mérito: que a 4ª Turma da DRJ/Belém, se possuía dúvida acerca do valor do crédito, por que não converteu o julgamento em diligência? A Turma Julgadora, simplesmente, decidiu não homologar a compensação; que, ao assim decidir, afrontouse o princípio da verdade material; que, embora entenda sejam os documentos juntados aos autos quando da manifestação de inconformidade suficientes para atestar a existência do indébito, juntou ao presente recurso a apuração do IRPJ do referido PA mensal do anocalendário 2005, Livro de Apuração do Lucro Real – LALUR e o balancete de verificação que lhe suporta, reforçando a comprovação do montante devido informado na DIPJ; que, com efeito, argumenta ainda a recorrente: (i) apurou prejuízo fiscal no referido período mensal de apuração, com base no critério de levantamento de balancete de suspensão/redução do imposto, nos termos da Lei nº 8.981/95 (art. 35); (ii) que até nesse ponto andou mal o julgador de primeira instância, dado que faz menção à apuração com base no critério de receita bruta (RIR/99, art. 232), não tendo sido esse o adotado pela recorrente em suas apurações, conforme consta da DIPJ; que, caso ainda sejam insuficientes as provas do direito creditório pleiteado, requer seja efetuada a conversão do julgamento em diligência com base no princípio da verdade material, principio esse que não foi observado pela decisão a quo; que, por fim, argumentou acerca da impossibilidade de exigência da multa de oficio e dos juros de mora no caso, na hipótese de indeferimento do credito reclamado, pois a DCOMP fora apresentada tempestivamente (não cabendo imputar mora). É o relatório. Fl. 588DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 7 6 Voto Conselheiro Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1301003.380, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 13896.908450/2009 01, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1301003.380): "O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade; por isso, dele conheço. A recorrente rebelase contra a decisão recorrida que denegou o direito creditório pleiteado e não homologou a DCOMP objeto dos autos. Nas razões do recurso, a contribuinte suscitou preliminares de nulidade da decisão recorrida, argumentando que: I Foi surpreendida pela mudança de critério jurídico pela decisão a quo, ou seja: a) que despacho decisório indeferiu o crédito pleiteado com base no óbice do art. 10 da IN 600/05, não entrando no mérito acerca da matéria de fato, existência ou não do direito creditório; b) que, diversamente, a decisão recorrida, embora tendo suplantado o referido óbice em face do art. 11 da IN SRF 900/2008 (Súmula CARF nº 84), denegou o crédito demandado pela falta de produção de prova do erro de fato na apuração da exação fiscal do período mensal objeto dos autos, que implicou pagamento indevido e confissão indevida de débito na DCTF do respectivo PA mensal; que, assim, não comprovado o erro de fato, inexiste justificativa para a transmissão de DCTF retificadora após a ciência do despacho decisório, visando a suprimir o débito confessado na DCTF primitiva. II Deixou de enfrentar matérias suscitadas acerca da multa moratória e dos juros de mora. Pois bem. Fl. 589DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 8 7 Deixo de enfrentar as preliminares suscitadas contra a decisão a quo, pois superado o óbice do art. 10 da IN SRF 600, de 2005, pela decisão recorrida, em face do art. 11 da IN SRF 900, de 2008 e da Súmula CARF nº 84, e tendo em vista falhas nas decisões anteriores nestes autos, que implicaram não apreciação de matéria de fato acerca da formação e da certeza e liquidez do crédito pleiteado, e para evitar prejuízo à defesa, necessidade de oportunizar a complementação de provas pela contribuinte (saneamento do processo, instrução processual probatória complementar), afastar supressão de instância de julgamento (apreciação dos fatos e provas apenas na última instância recursal ordinária), entendo que devem retornar os autos do presente processo à unidade de origem da RFB, no caso à DRF/Barueri para enfrentar o mérito da lide, ou seja, a matéria de fato e provas acerca da existência ou não do direito creditório pleiteado pela contribuinte. Veja. O Despacho Decisório da unidade de origem da RFB, no caso a DRF/Barueri, com fundamento equivocado, denegou o crédito pleiteado de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal com fundamento no óbice de que o pagamento, a título de estimativa mensal de pessoa Jurídica tributada pelo lucro real, tem caráter de mera antecipação e que o valor recolhido somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro liquido (CSLL) devidos no encerramento do anocalendário ou para compor o saldo negativo (ajuste anual). Como visto, realmente o Despacho Decisório não enfrentou matéria da fato atinente ao direito creditório demandado contra a Fazenda Nacional, ficando adstrito à matéria de direito. Na sequência a 4ª Turma da DRJ/Belo Horizonte, embora tendo afastado esse óbice de que trata o referido despacho, indeferiu peremptoriamente, de forma equivocada, o crédito reclamado por outro fundamento, ou seja, por ausência de comprovação do erro de fato que pudesse justificar a apresentação de DCTF retificadora após ciência do despacho decisório, com intuito de suprimir o débito confessado na DCTF primitiva do respectivo período de apuração e, assim, justificar a origem do credito pleiteado. Como visto, a decisão a recorrida quanto à matéria de fato, simplesmente, denegou o pleito, com a fundamentação de que a contribuinte não produzira prova do erro de fato na apuração do IRPJ estimativa mensal do respectivo período de apuração que pudesse justificar a apresentação de DCTF retificadora e justificar a origem do crédito reclamado. Sem dúvida, a 4ª Turma da DRJ/Belo Horizonte, para evitar prejuízo à defesa, deveria ter baixado os autos em diligência fiscal para sanear o processo, ou seja, realizar instrução processual probatória complementar, possibilitar a Fl. 590DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 9 8 oportunidade da contribuinte produzir provas do fato constitutivo do seu direito pleiteado, uma vez que o despacho decisório a fez incorrer em erro (a recorrente) ao tratar apenas de matéria de direito, silenciando acerca de matéria de fato; porém, não procedeu assim a decisão recorrida, simplesmente, denegou o crédito pleiteado. Ora, a legislação de regência é clara, o contribuinte tem direito de repetição do que pagara indevidamente ou a maior. No mesmo sentido a jurisprudência do CARF: "Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato" (Súmula CARF nº 84). Ônus da prova O ônus probatório do fato constitutivo do direito creditório pleiteado é do autor do pedido, por aplicação subsidiária do art. 373, I, do CPC/2015. A entrega da DCTF retificadora após a ciência de despacho decisório, que vise a reduzir débito confessado, impõe a comprovação do erro de fato, mediante escrituração contábil e documentos de suporte dos registros contábeis (CTN, art. 147, § 1º). Há necessidade de comprovação e demonstração da escrituração contábil/fiscal em que houve o erro de fato e da escrituração contábil/fiscal já com correção do erro de fato, no sentido de identificar qual a razão ou motivo da ocorrência do erro de fato. A lei autoriza a compensação de débitos com créditos líquidos e certos (CTN, art. 170 e Lei 9.430/97, art. 74). O momento para produção das provas (Decreto nº 70.235/72, arts. 15 e 16). A Declaração de Compensação extingue os débitos, sob condição resolutória, na data de sua transmissão eletrônica. Os atributos ou requisitos de liquidez e certeza do crédito objetado contra a Fazenda Nacional, devem estar preenchidos na data da transmissão da Declaração de Compensação, sob pena de não reconhecimento do crédito e não homologação da compensação, conforme legislação de regência A contribuinte juntou cópia de folhas do LALUR Parte A e Balanço Patrimonial nesta instância recursal ordinária . Porém, o processo ainda carece de saneamento, demanda instrução processual complementar, pois as provas juntadas são incompletas e ainda não foram juntadas cópias do livros Diário e Razão e dos balancetes de suspensão ou redução, especificamente quanto ao erro de fato (art. 35 da Lei 8.981/95). Fl. 591DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 10 9 Como já dito, a matéria probatória quanto aos fatos não foi enfrentada nestes autos pelas decisões anteriores. No julgamento de recurso voluntário em que as decisões anteriores não apreciaram matéria de fato atinente a fato constitutivo do direito creditório alegado, pela inexistência de provas nos autos, o que denota existência de falhas do processo pela necessidade de saneamento, ou seja, realização de instrução processual complementar para produção de provas, ainda que fosse possível sanear o processo nesta instância recursal ordinária mediante conversão do julgamento em diligência fiscal, o fato é que a produção de prova nesta instância recursal ordinária e retorno dos autos para julgamento de mérito, poderia, em tese, implicar cerceamento do direito de defesa do contribuinte em razão da impossibilidade de recurso em matéria probatória. Ora, para evitar prejuízo ao contraditório e à ampla defesa, supressão de instância de julgamento (julgamento dos fatos e provas apenas na última instância recursal ordinária), considerando ainda os princípios do formalismo moderado e da verdade material que norteiam o processo legal administrativo, entendo, volto a dizer, que devem ser devolvidos os presentes autos à Unidade de origem da RFB, no caso à DRF/Barueri, para analisar a matéria de fato, enfrentar o mérito, acerca do fato constitutivo do direito creditório reclamando. A unidade de origem da RFB, então, deverá intimar a contribuinte a produzir prova cabal e idônea do fato constitutivo do seu direito alegado, comprovar o alegado erro de fato. Portanto, superados os óbices no que diz respeito à possibilidade de restituição de indébito relativo a pagamento de estimativa mensal e evitar cerceamento do direito de defesa em face da necessidade ainda de saneamento do processo (realização de instrução processual probatória complementar), voto para dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar o retorno dos autos à unidade de origem, no caso à DRF/Barueri, para que analise o mérito do pedido quanto à liquidez e certeza do crédito pleiteado, levandose em consideração não só a possibilidade de pagamento de estimativa com base na receita bruta, mas também a possibilidade de comprovação do indébito com base em levantamento de balanço de suspensão/redução, proferindo despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por ratificar o decidido pela DRJ no sentido de superar os óbices da IN SRF 600 (Súmula CARF nº 84) no que diz respeito à possibilidade de restituição de indébito relativo a pagamento de estimativas, e dar provimento parcial ao recurso para determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise o mérito, matéria de fato, acerca da crédito pleiteado, formação, liquidez e Fl. 592DF CARF MF Processo nº 13896.903922/200921 Acórdão n.º 1301003.382 S1C3T1 Fl. 11 10 certeza, levandose em consideração não só a possibilidade de pagamento de estimativa com base na receita bruta, mas também a possibilidade de comprovação do indébito com base em levantamento de balanço de suspensão, proferindo despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe. (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Fl. 593DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16004.001419/2008-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006
Ementa:
OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITO BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO
COMPROVADA MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS DE TERCEIROS EM PROVEITO PRÓPRIO
A Lei nº 9.430/1996, em seu artigo 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base em valores depositados em conta bancária que não tiveram sua origem comprovada, mediante documentação hábil e idônea.
Quando ficar comprovado que contas bancárias de terceiros foram
movimentadas pelo contribuinte em proveito próprio, os recursos também devem ser atribuídos ao contribuinte.
EXCLUSÃO DO SIMPLES
Dá-se a vedação quando se verifica o disposto no artigo 14, V, da Lei nº 9317/1996.
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
É cabível a atribuição de responsabilidade solidária nas hipóteses em que ficar caracterizado interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária.
Numero da decisão: 1202-000.750
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar
provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Nereida De Miranda Finamore
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Ano-calendário: 2003, 2004, 2005, 2006 Ementa: OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITO BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS DE TERCEIROS EM PROVEITO PRÓPRIO A Lei nº 9.430/1996, em seu artigo 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base em valores depositados em conta bancária que não tiveram sua origem comprovada, mediante documentação hábil e idônea. Quando ficar comprovado que contas bancárias de terceiros foram movimentadas pelo contribuinte em proveito próprio, os recursos também devem ser atribuídos ao contribuinte. EXCLUSÃO DO SIMPLES Dá-se a vedação quando se verifica o disposto no artigo 14, V, da Lei nº 9317/1996. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA É cabível a atribuição de responsabilidade solidária nas hipóteses em que ficar caracterizado interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária.
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DEPÓSITO BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA MOVIMENTAÇÃO DE CONTAS DE TERCEIROS EM PROVEITO PRÓPRIO A Lei nº 9.430/1996, em seu artigo 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base em valores depositados em conta bancária que não tiveram sua origem comprovada, mediante documentação hábil e idônea. Quando ficar comprovado que contas bancárias de terceiros foram movimentadas pelo contribuinte em proveito próprio, os recursos também devem ser atribuídos ao contribuinte. EXCLUSÃO DO SIMPLES Dáse a vedação quando se verifica o disposto no artigo 14, V, da Lei nº 9317/1996. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA É cabível a atribuição de responsabilidade solidária nas hipóteses em que ficar caracterizado interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Fl. 1DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 2 (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Losso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando Jose Gonçalves Bueno Relatório Cuidase de processo administrativo referente à Dusso Comércio de Couros Ltda (CNPJ nº 57.132.680/000114) para a exclusão do SIMPLES. A autoridade lançadora apurou a prática reiterada de infração à legislação tributária o que motivou à exclusão da contribuinte do SIMPLES, consoante Ato Declaratório Executivo DRF/São José do Rio Preto nº 101/2008, com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2003. Com as investigações iniciadas pela Polícia Federal e Receita Federal em operação denominada “Grandes Lagos”, consoante Termo de Constatação e Intimação Fiscal (fls 1516 e seguintes), apurouse fraudes e outros ilícitos por frigoríficos no interior do estado de São Paulo. Nesse contexto, deuse investigações sobre as atividades da contribuinte Dusso Comércio de Couros Ltda., que foi constatada através de depósitos bancários, que foram informados pelas instituições financeiras por meio de RMF – Requisição de Movimentação Financeira, cuja origem não restou comprovada e resultou em omissão de receitas para os anos calendários de 2003, 2004, 2005 e 2006. Destaco que a Receita Federal e a Receita Previdenciária instauraram procedimentos fiscais distintos junto à contribuinte em questão, que passaram a receber tratamento uniforme em decorrência da unificação da Receita Federal do Brasil. Para os mesmos anoscalendários foram também lavrados Autos de Infração exigindo contribuições previdenciárias e suas obrigações acessórias iniciados em função da operação “Grandes Lagos”, a saber: Processo nº 16004.001415/200866 Contribuições Previdenciárias apuradas e devidas por conta da exclusão do SIMPLES; Processo nº 16004.001416/200819 Contribuições devidas a outras entidades – terceiros em decorrência da exclusão; Processo nº 16004.001417/200855 Obrigações Acessórias: referese à multa aplicada com base no artigo 283, II, “j”, e artigo 373 do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3048/99 e artigos 92 a 102 da Lei nº 8212/91 e por motivo de circunstâncias agravantes de penalidade; e artigo 290, II, do Regulamento da Previdência Social. Processo nº 16004.001419/200844 Obrigações Acessórias: GFIP’s entregues com informações incorretas. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 3 3 Processo nº 16004.001489/200801– Obrigações Acessórias: deixou de corrigir campos de “ALÍQUOTA RAT.” e “OPÇÃO PELO SIMPLES”, no período de 1/2003 a 5/2003, e “CÓDIGO DE OUTRAS ENTIDADES”, no período de 1/2003 a 12/2006, não declarando todas as contribuições previdenciárias patronais, devidas à Seguridade Social. As contribuições devidas que deveriam ser corrigidas estão descritas no Processo Administrativo nº 16004.001415/200866. Com a dificuldade de comprovar o vínculo entre os verdadeiros sócios e as empresas abertas em nome de “laranjas”, a Receita Federal solicitou formalmente o apoio da Polícia Federal em Jales/SP. No início dos trabalhos, a Polícia Federal tomou a providência de representar pela quebra do sigilo fiscal, telefônico e telemático das principais empresas envolvidas no ‘esquema’, bem como foram realizadas várias diligências. Foi constatado a existência de uma grande organização criminosa. Diante disso, a Justiça Federal decretou 109 prisões temporárias e 28 prisões preventivas, e decidiu pela quebra de sigilo bancário de todas as pessoas físicas e jurídicas (matriz e filial), determinando que as instituições financeiras fornecessem à Delegacia da Receita Federal (fls 35 do Processo nº16004.001416/200819) a informação das movimentações financeiras. A partir de referida apuração houve a consequente lavratura dos autos de infração referentes ao IRPJ (cf. fls. 19861994), CSLL (fls. 20162025), COFINS (fls. 2042 2050) e contribuição ao PIS (fls. 20682076). Para elucidar o esquema desbaratado pela Polícia Federal, cabe a informação de que a contribuinte, possuía como sócios os Srs. Paulo César Dusso, Antônio Dusso e João Antonio Dusso, tendo este último deixado a sociedade em março de 2000. Conforme o apurado, verificouse a participação de diversas empresas no suposto esquema. Para evitar repetições, transcrevo trecho do acórdão recorrido que relata a dinâmica da operação: “A DISTRIBUIDORA DE CARNES E DERIVADOS SÃO PAULO LTDA (doravante apenas "DISTRIBUIDORA") atuava como "noteira", neologismo empregado para designar as empresas que tinham por função a emissão de notas fiscais "frias" para acobertar operações de compra de gado e venda de carne realizadas por terceiros que desejavam ocultar do fisco as respectivas operações. Em arquivo magnético apreendido pela Polícia Federal constatouse que o cliente com o código de n° 63 era João Dusso Viena. Viena é o nome de um antigo frigorífico que operava no mesmo endereço do hoje RIO PRETO ABATEDOURO DE BOVINOS LTDA (doravante apenas "RIO PRETO ABATEDOURO"). A inscrição no CNPJ da DISTRIBUIDORA foi declarada inapta, com efeitos a partir de 01/01/1999, por meio do Ato Declaratório Executivo DRF/SÃO JOSÉ DO RIO PRETO n° 53/2008, tornando inidôneos os documentos por ela emitidos desde então. A FRINORTE COMÉRCIO E DISTRIBUIDORA DE CARNES LTDA, ex NORTE RIOPRETENSE DISTRIBUIDORA LTDA (doravante apenas "NORTE RIOPRETENSE"), também atuava como "noteira". Além disso, fornecia notas fiscais a pessoas que geravam créditos fictícios de ICMS e era utilizada para registrar Fl. 3DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 4 empregados de terceiros que não desejavam arcar com as contribuições previdenciárias incidentes sobre a folha de pagamento. Nos sistemas informatizados desta empresa, o código n° 1 pertence a João Dusso, que também recebeu procuração dela para movimentar contacorrente mantida junto ao Banco Mercantil do Brasil. A inscrição no CNPJ da NORTE RIOPRETENSE também foi declarada inapta, mediante o Ato Declaratório Executivo DRF/SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, com efeitos a partir de 18/11/1996, tornando inidôneos os documentos por ela emitidos. A COMERCIAL DE CARNES E DERIVADOS VALENTIM GENTIL LTDA (doravante apenas "VALENTIM GENTIL") está registrada em nome de "laranjas" e outorgou procuração a João Antônio Dusso e a Paulo César Dusso para que estes movimentassem sua contacorrente n° 69510, mantida junto ao Banco Bradesco. Comprovouse inclusive que os irmãos Dusso utilizaram esta conta para comprar um imóvel rural de 48,4 hectares no ano de 2002 junto a Lazaro Sudário da Silva. A RIO PRETO ABATEDOURO DE BOVINOS LTDA (doravante apenas "RIO PRETO ABATEDOURO") foi constituída, em 09/05/2002, em nome de Elizeu Machado Filho (95% das quotas) e de Gilberto Soriano Lopes (5% das quotas). Ao longo dos anos de 2003, a 2006 a empresa movimentou vultosos recursos (R$ 233.338.957,87), em 16 contas bancárias, sendo que 11 destas eram movimentadas por procuração. Nos depoimentos prestados pelos sócios ficou patente que eles mal se conhecem. Além disso, o Sr. Elizeu demonstrou total desconhecimento sobre os negócios da empresa, mal sabendo informar sobre pontos importantes como quantidade de contas bancárias, faturamento, lucro e clientes. Afirmou que outorgou procurações para que terceiros movimentassem recursos em negócios dos próprios procuradores, que compravam gado e vendiam carne. Reconheceu que, dentre aqueles a quem conferiu procuração, estão o Sr. Paulo César Dusso e o Sr. João Antônio Dusso. Asseverou que os abates eram, realizados na RIO PRETO ABATEDOURO e que conheceu seu sócio na SEBO SOL, onde este trabalhava. O Sr. Gilberto, por sua vez, afirmou que emprestou seu nome para a constituição da empresa recebendo como recompensa o emprego de encarregado do departamento pessoal. Afirmou que nunca integralizou qualquer capital, já que não tinha condições financeiras para tanto. João Antônio Dusso e Paulo César Dusso movimentaram por procuração a conta n° 74230, mantida pela RIO PRETO ABATEDOURO junto ao Banco Bradesco, sendo que no cadastro de clientes da instituição financeira estes constam como titulares da conta. Paulo César Dusso utilizou esta conta para algumas operações de interesse pessoal, mas a maior parte da movimentação foi realizada em razão de operações da DUSSO COUROS, de modo que a movimentação financeira desta empresa ficou acobertada. A título de exemplo, citese o esclarecimento prestado pelo Sr. Domingos Correa Silva, que afirmou haver creditado na referida conta o valor de R$ 9.750,00, em 04/07/2003, em razão de compra de gado junto ao Sr. Paulo Dusso. A Polícia Federal em busca realizada nesta empresa, apreendeu notas fiscais que mostram transações realizadas entre ela e a DISTRIBUIDORA e uma relação Fl. 4DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 4 5 manuscrita de telefones de "taxistas", entre os quais João Dusso e José Luiz Dusso. "Taxista" é neologismo empregado no contexto da operação para designar aqueles que compravam gado, abatiam em estabelecimentos de terceiros e vendiam os produtos resultantes, acobertando as operações com notas fiscais "frias" de "noteiras". A TRADIÇÃO COMÉRCIO DE COUROS LTDA (doravante apenas "TRADIÇÃO COUROS") é, conforme foi apurado, outra empresa "noteira". Teve, entre os anos de 2002 e 2007, R$ 39.000.000,00 de movimentação financeira e desde sua abertura até setembro de 2008 recolheu apenas R$ 728,27 em tributos. Na condição de fornecedora de notas fiscais "frias", a TRADIÇÃO COUROS tem como principais clientes a DUSSO COUROS, a CURTIDORA CATANDUVA LTDA e a CLASSICOUROS SERVIÇOS LTDA, sendo que as duas últimas funcionam no mesmo endereço. Apurouse que a DUSSO COUROS utiliza os serviços da CURTIDORA CATANDUVA LTDA e da CLASSICOUROS SERVIÇOS LTDA. A Polícia Federal, em busca realizada na CURTIDORA CATANDUVA LTDA, apreendeu notas, documentos, planilhas com anotações sobre quantidade de couros, peso e clientes entre os quais Paulo Dusso), cartão magnético e talão de cheques em nome da TRADIÇÃO COUROS, assinados por Paulo César Dusso. Diligência realizada na TRADIÇÃO COUROS revelou que a empresa funciona em casa localizada em bairro residencial, sem computador e com apenas dois pequenos armários de aço, uma máquina de escrever, uma de somar e um aparelho de facsímile na mesa da única funcionária, Sra. Maria Pereira Barbosa. Foram apreendidos na TRADIÇÃO COUROS notas fiscais da DUSSO COUROS, cópia de procurações, duas agendas telefônicas e dois cadernos tipo espiral, constando diversas anotações que fazem referência a Paulo Dusso. Constatouse que o Sr. Paulo César Dusso foi, até 01/11/2006, procurador da TRADIÇÃO COUROS. Os fatos apurados atestam que as contas n° 74230 da RIO PRETO ABATEDOURO e n° 75795 da TRADIÇÃO COUROS pertenciam de fato à DUSSO COUROS. Há vários lançamentos nos extratos bancários dessas contas que comprovam isso, tais como pagamentos de tributos apurados pela empresa, pagamentos de IPVA de seus veículos, cheque nominativo a Antônio Dusso. Há vários depoimentos que confirmam os fatos acima relatados. A Sra. Ana Claudia Valente Fioravante, exfuncionária da DISTRIBUIDORA, afirmou à Polícia Federal que a atividade da ' empresa era "tirar nota" e que os compradores de notas eram identificados por códigos. Da mesma forma, a atividade de vendedora de notas fiscais da NORTE RIOPRETENSE foi confirmada pela Sra. Jaqueline Vilches da Silva e pela Sra. Karla Regina Chiavatelli, exfuncionárias desta empresa. O Sr. João Antônio Dusso afirmou à Polícia Federal que conhece o Sr. Valder Antônio Ales, com quem mantém relações comerciais, Fl. 5DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 6 devendose ressaltar que este é dono da DISTRIBUIDORA e da NORTE RIOPRETENSE, conforme foi apurado. A atuação como "noteiras" da DISTRIBUIDORA e da NORTE RIOPRETENSE foi confirmada pela Sra. Maria dos Anjos Medeiros, ex funcionária da DISTRIBUIDORA, em depoimento à Polícia Federal. Afirmou, ainda, que o Sr. João Antônio Dússo e o Sr. Paulo César Dusso são clientes de Valder Antônio Alves. O Sr. Paulo César Dusso afirmou à Polícia Federal que adquiriu, para sua empresa, couro verde da RIO PRETO ABATEDOURO, tendo recebido notas fiscais da DISTRIBUIDORA. Ainda, em fls 41 do Processo 16004.001416/200819, temos que: “Durante a “Operação Grandes Lagos”, na busca e apreensão realizada na empresa Curtidora Catanduva Ltda., a Polícia Federal apreendeu notas, documentos, planilhas com anotações sobre quantidade de couros, peso e clientes (entre os quais Paulo Dusso), cartão magnético e talão de cheques em nome da Tradição Comércio de Couros Ltda. Tais cheques estavam em branco e assinados por Paulo César Dusso, sócio da Dusso Comércio de Couros Ltda. Posteriormente, por meio dos RMFs, verificamos que o Sr. Paulo César Dusso, movimentou a conta da Tradição mediante procuração – fls 71 a 199, do processo 16004.001057/200891. No procedimento fiscal de Diligência na Tradição, realizada em 31/7/2008, fotografamos as instalações da empresa, que opera numa casa em bairro residencial, não possui computador, tem apenas dois pequenos armários de aço, uma máquina de escrever, uma máquina de somar e um aparelho facsímile na mesa da única funcionária, Sra. Maria Pereira Barbosa – fls 1522 a 1525, do processo 16004.001057/200891.” No seu voto, em relação à instalação da empresa antes citada, a DRJ explica que: “Registrese que estas são as instalações de uma empresa que movimentou,entre 2002 e 2007, nada menos que R$ 39.000.000,00. Mais que isso, a ligação do Sr. Paulo Dusso com a TRADIÇÃO COUROS ficou evidenciada pelos documentos apreendidos nesta empresa, dentre os quais destacamse notas fiscais da DUSSO COUROS, duas agendas telefônicas e dois cadernos tipo espiral nos quais há anotações com referência expressa a Paulo Dusso.” A partir destas constatações, intimouse a recorrente para que apresentasse Livro Caixa, onde constasse a movimentação diária referente aos anos de 2003 a 2006, para que comprovasse a origem dos recursos das contas da empresa, bem como das contas movimentadas por procuração outorgada a seus sócios. Em resposta, confirmou a movimentação da conta nº 74230 (Rio Preto Abatedouro), nos negócios da empresa outorgante e que os cheques nominais à Dusso serviam para pagamento de resíduos faturados à outorgante. Em relação à conta nº 75795 (em nome da Tradição Couros), confirmou que possuía procuração, mas a movimentação era feita em nome do Sr. Antonio Carlos Gissi, sendo que os pagamentos de despesas pessoais feitos por tais contas eram referentes à remuneração Fl. 6DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 5 7 de prestação de serviços e que o único benefício experimentado pelo Sr. Paulo Dusso era uma comissão simbólica pelos serviços prestados. De se destacar que os Livros Caixa apresentados eram escriturados mensalmente e, não, diariamente, como exige a legislação fiscal. Para a contribuinte, esta alteração na forma de escrituração não altera o resultado final. Uma das características do esquema verificado na operação “Grandes Lagos” era a constituição de procuradores para movimentar em interesse próprio, contas de terceiros, de modo a ocultar movimentação financeira. A investigação constatou que essas contas foram movimentadas por Paulo Dusso para fins diversos, inclusive para pagamento de despesas pessoais. Notase que os valores declarados pela “Dusso Couro” como receita bruta não guardam relação com as contas movimentadas. Apenas 4% (quatro por cento) dos valores constantes dos depósitos bancários foram tributados, isto é, faltou computar os 96% restantes para fins de tributação. O valor considerado nos 4 anoscalendários é de R$530.130,90, enquanto que o levantado com base na movimentação financeira é de R$12.595,488,19. Esse fato, no entender da fiscalização, evidencia a conduta dolosa da contribuinte em ocultar os fatos geradores dos tributos. Ademais, a utilização das contas mencionadas foi feita para ocultar operações da “Dusso Couros”, o que também é característica de dolo. Assim, houve a imputação de multa qualificada sobre os créditos apurados. Em virtude da prática reiterada de infração à legislação tributária, entendeu a autoridade ser cabível a exclusão da contribuinte do Simples, nos termos do artigo14, V, da Lei nº 9317/96, por meio do ADE DRF/São Jose do Rio Preto nº 101/2008. Ante a exclusão da sistemática do Simples e sem a presença da escrituração adequada para a apuração do lucro real, coube à autoridade arbitrar o lucro a partir da receita bruta conhecida. Tendo em vista tais dados, a fiscalização considerou como receitas omitidas os depósitos bancários de origem não comprovada (aí considerando os valores contidos nas contas em epígrafe), nos termos do artigo 42 da Lei nº 9430/96. Nesse passo, houve a imputação de responsabilidade solidária aos sócios da “Dusso Couros”, Srs. Paulo César Dusso e Antonio Dusso, nos termos do art. 124, I do Código Tributário Nacional CTN, por entender a autoridade que as ações daqueles caracterizavam interesse comum nas situações que constituem os fatos geradores da obrigação tributária. Com as imputações, apresentaram Manifestação de Inconformidade (fls.21032116), solicitando pedido de revisão da exclusão do SIMPLES. Em apertada síntese, alegam que o Processo Administrativo nº 16004.001234/200759, possui ligação com o feito aqui discutido, destacando que naquele feito há a impugnação cabível, o que motivaria a suspensão do presente processo. Afirma haver violação ao direito constitucional de ampla defesa, já que a exclusão do SIMPLES se operou com notificação posterior ao ato de exclusão, entendendo que seria cabível o oferecimento de defesa em momento anterior ao ato de exclusão. Fl. 7DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 8 Destaca que não houve confirmação dos atos contidos na representação fiscal, não havendo respeito ao artigo 93, IX da Constituição Federal, já que o ato de exclusão não foi devidamente fundamentado. Informa que recebiam apenas pequena remuneração em virtude do exercício do contrato de mandato, e que, por óbvio, esta quantia não refletia toda a movimentação financeira da empresa. Informa que o depoimento do Sr. Elizeu Machado à Policia Federal evidencia a atuação de Paulo César Dusso e João Antonio Dusso como procuradores, que somente compravam gado para a outorgante (a “Rio Preto Abatedouro”). Em acréscimo, não há de se atribuir a movimentação da Tradição Couros à Dusso Couros. Há depoimento do Sr. Francisco Sangalli informando que a conta bancária era movimentada por Antonio Carlos Gissi. A busca e apreensão efetuada na Curtidora Catanduva, onde se apreendeu talão de cheques assinados em branco por Paulo Dusso, que era tão somente procurador da empresa, são evidências que confirmam as declarações, já que sequer houve oitiva do Sr. Antonio Gissi. Prossegue informando que, em virtude da apresentação de recurso à autoridade fiscal, não há definitividade na decisão que apurou a omissão de receitas e assim, não cabe à Receita Federal a exclusão da sistemática do Simples ante a pendência do julgamento administrativo. Requer a procedência da manifestação, determinando sua reinclusão no SIMPLES. Com a lavratura dos autos de infração decorrentes da omissão de receitas, foi apresentada Impugnação, por “Dusso Couros”, Paulo César Dusso e Antonio Dusso. Em linhas gerais, alegam que não houve denúncia formalizada contra os impugnantes, nem mesmo contra seus sócios, os quais sequer foram mencionados na investigação que apurou o esquema criminoso levantado pelo Ministério Público, destacando que o Sr. Paulo Dusso foi arrolado como testemunha de acusação. No bojo da investigação foram produzidos relatórios denominados “Empresas envolvidas no esquema” e “Pessoas físicas envolvidas no esquema”, onde os impugnantes não fazem parte de nenhum dos relatórios. Destacam a autuação de Paulo Dusso apenas como procurador da Tradição Couros e da Rio Preto Abatedouro. Informa que houve autuação do Fisco estadual sobre a Tradição Couros e que, naquela ocasião, não foi relacionado como coobrigado o procurador, Paulo Dusso. Este informa que não tem ciência se a empresa outorgante sofreu autuação por parte do fisco federal, o que, se ocorreu, pode ser objeto de pagamento, parcelamento ou impugnação. Tampouco há qualquer prova da vantagem econômica por este obtida que justifique a responsabilização. O Sr. Antonio Dusso destaca que não apresentou qualquer acréscimo patrimonial que pudesse ser encarado como operação ilícita. Informam que os fatos geradores foram praticados pela Tradição Couros e pela Rio Preto Abatedouro, cabendo a imputação à estas empresas e seus sócios. A mera atuação como procurador não dá suporte jurídico e fático à sujeição passiva solidária imputada aos impugnantes, que ainda se respondessem, caberia responsabilização à pessoa física, e não como devedor solidário. Fl. 8DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 6 9 Houve relações comerciais entre a “Dusso Couros” e as empresas, mas estas foram devidamente contabilizadas. Não há prova da constituição fraudulenta da Tradição Couros e da Rio Preto Abatedouro por “laranjas” de Paulo Dusso, não sendo cabível a imputação como receitas omitidas da “Dusso Couros” de todas as contas das empresas acima, que operouse por mera presunção. A movimentação efetuada por Paulo na qualidade de procurador não pode ser imputada à Dusso Couros, que possui sócios distintos dos das empresas outorgantes. Em relação à multa qualificada, esta foi imputada com base em acusação pendente de julgamento administrativo. Informa que a empresa, como é comum aos optantes do SIMPLES, manteve os livros e documentos exigidos por lei, e somente as vendas eram registradas no Livro Caixa, acompanhados de notas fiscais, donde é possível averiguar a regularidade das movimentações. Assim, o fisco tinha à sua disposição elementos suficientes para a apuração do lucro, sendo descabido o arbitramento. Acresce que não há vinculação entre a movimentação financeira da “Dusso Couros” com as outras empresas, não havendo demonstração de alteração patrimonial. Requerem o provimento da impugnação, com a conseqüente improcedência da sujeição passiva solidária aos Srs. Paulo e Antonio Dusso e a desconstituição do lançamento estipulado nos autos de infração. O Acórdão nº 142744 da 1ª Turma da DRJ/RPO (fls. 2.206/2.222), manifestouse nos termos a seguir narrados. Inicialmente, apreciando a Manifestação de Inconformidade apresentada contra o Ato Declaratório Executivo exarado pela DRF/São José do Rio Preto nº 101/2008, responsável pela exclusão da “Dusso Couros” do SIMPLES, há a alegação de que há correlação entre este ato e o Processo administrativo nº 160004.001234/2007, o qual ainda está sob análise, apresenta uma alegação improcedente pois o mencionado processo é oriundo de Auto de Infração lavrado contra contribuinte diferente (no, caso, Comercial de Carne Dusso Ltda. – CNPJ nº 02.144.010/000126), inexistindo a vinculação entre os processos que justifique o pleito. A despeito da alegação de violação à garantia constitucional de ampla defesa no ato de exclusão do SIMPLES, em que a contribuinte requer o oferecimento de defesa prévia ao ato de exclusão, afirma o relator que não há previsão legal para a defesa requerida, havendo, tão somente, Manifestação de Inconformidade a ser apresentada, nos termos do artigo 15,§3º da Lei nº 9317/96. Ou seja, o recurso é cabível após o ato de exclusão. A possibilidade de defesa prévia, quando existe, é feita de maneira expressa, como é o caso da Lei nº 9430/96, artigo 32, não havendo o que se falar neste caso em cerceamento ao direito de defesa. Acresce ao voto que, com esta manifestação, a contribuinte se insurge contra disposição expressa de lei e, neste passo, a competência atribuída à autoridade administrativa é de apenas dar cumprimento a lei, não possuindo a competência de apreciar aspectos relacionados à inconstitucionalidade ou invalidade de norma, sendo este assunto restrito ao Poder Judiciário. Em relação à conclusão da contribuinte de ausência de fundamentação da decisão de exclusão do SIMPLES, alegando violação ao artigo 93, IX da Constituição Federal Fl. 9DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 10 CF. Informa o Acórdão que a contribuinte não produziu provas novas ou elementos que justificassem a revisão dessa exclusão do Simples. Aduz que os depoimentos do Sr. Elizeu Machado Filho trazem carga de convicção de que o Sr. Paulo César Dusso se utilizava da conta da “Rio Preto Abatedouro” (movimentada por procuração), com o fim de ocultar transações comerciais, especificamente relacionadas às operações da “Dusso Couros”, verificadas a partir de movimentações bancárias e também de ausência de conhecimento sobre a atividade operacional da empresa. Entende que o depoimento do Sr. Elizeu revela a participação da Rio Preto Abatedouro nas infrações tributárias descobertas na operação denominada “Grandes Lagos”. Prossegue evidenciando que o depoimento prestado pelo Sr. Elizeu Machado Filho elucida muito a situação descrita no acórdão. “ No "Auto de Qualificação e Interrogatório" foi anexado por cópia aos autos às fls. 334336. Ao ser indagado acerca dos clientes da RIO PRETO ABATEDOURO, o Sr. Elizeu respondeu nos seguintes termos: "doutor, agora não me lembro, mas já vendi para a Gessy Lever". Soa surreal esta afirmação do Sr. Elizeu, titular de 95% das quotas do capital social de uma empresa que entre os anos de 2003 e 2006, movimentou nada menos que R$ 233.338.957,87. Como é possível sequer conhecer os principais clientes da empresa? Em seguida, ao ser questionado sobre o faturamento mensal da empresa, respondeu: "doutor, eu vou ficar devendo, porque isso fica na contabilidade". Mais uma vez revelase com clareza que o Sr. Elizeu não passava de um "laranja" na RIO PRETO ABATEDOURO. No tocante à procuração conferida aos Srs. João Antônio Dusso e Paulo César Dusso, o Sr. Elizeu afirmou à Polícia Federal que eles compravam gado para ele com recursos provenientes de sua conta, remetiam para abate na RIO PRETO ABATEDOURO e, em seguida, adquiriam a carne. Nas declarações prestadas à Receita Federal do Brasil (fls. 337338), o Sr. Elizeu detalhou mais o modo como eram utilizadas as contas operadas por procuradores. Afirmou que outorgou procurações para outras pessoas movimentarem recursos e que estas contas eram utilizadas para negócios dos próprios procuradores, que compravam gado e vendiam a carne, citando inclusive os irmãos Dusso (Paulo e João), realizando o abate na RIO PRETO ABATEDOURO. Esclarece que os procuradores compravam gado para o frigorífico, mas também efetuavam abates no frigorífico com notas de outras empresas, sendo que pagavam pelo abate (taxa), dando como pagamento os resíduos do gado. Ao final, concluiu que, por não ter controles dessas contas, não saberia dizer se eram utilizadas também para operações próprias dos procuradores. Os depoimentos do Sr. Elizeu Machado Filho são elemento forte de convicção de que o Sr. Paulo César Dusso se valeu da conta bancária da RIO PRETO ABATEDOURO que movimentava por procuração para ocultar transações comerciais de seu interesse pessoal, quais sejam, operações da DUSSO COUROS. Isso se infere não apenas das afirmações relacionadas à movimentação das contas bancárias propriamente ditas, mas sobretudo do total desconhecimento de questões básicas da atividade operacional da empresa, como Clientes e faturamento. Na verdade, o depoimento do Sr. Elizeu revela que a RIO PRETO Fl. 10DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 7 11 ABATEDOURO foi mais uma das engrenagens utilizada na consecução das infrações tributárias características da operação "Grandes Lagos". Isso fica ainda mais evidente com a leitura dos depoimentos dados pelo Sr. Gilberto Soriano Lopes (titular de 5% das quotas do capital social da RIO PRETO ABATEDOURO) à Polícia Federal e à Receita Federal (fls. 340 343). O Sr. Gilberto afirma textualmente que emprestou seu nome para abrir a empresa e quenão tinha condições financeiras para gerir, administrar ou ser proprietário de qualquer empresa. Assevera que assim agiu para receber, como recompensa, o emprego de encarregado do departamento pessoal. As afirmações do Sr. Gilberto são extremamente contundentes e demonstram que a RIO PRETO ABATEDOURO foi constituída por "laranjas". “(fls. 2.2172218) Destaca que a conclusão da autoridade administrativa de que a “Dusso Couros” é titular dos valores movimentados pela “Rio Preto Abatedouro” não decorre da procuração conferida ao Sr. Paulo Dusso. Esta é apenas um dos elementos analisados, acrescidos dos depoimentos (in casu de Eliseu Machado e Gilberto Lopes), das notas fiscais apreendidas na “Rio Preto Abatedouro”, que davam conta de relações com a dita Distribuidora e de outros documentos. De se notar que a Distribuidora é uma empresa que não possuía estrutura operacional e sua função era vender notas fiscais “frias” às empresas que, de fato, operavam regularmente com atividade de frigoríficos. Acrescenta que há afirmação de Sr. Domingos Correa Silva que efetuou crédito no importe de R$ 9.750,00 na conta da Rio Preto Abatedouro (movimentada por Paulo Dusso), em razão de compra de couro, adquirida do sr. Paulo Dusso, responsável também pelas tratativas desse negócio. Para a investigação, a prova principal da utilização pela Dusso Couros das contas bancárias da “Rio Preto Abatedouro” e da “Tradição Couros” advém do rastreamento dos recursos movimentados. Segundo a autoridade, tais recursos foram utilizados para pagamentos de tributos da “Dusso”, compra e venda de derivados bovinos, emissão de cheques nominativos às empresas ditas “noteiras” e cheques depositados na conta da “Dusso”. Em relação à afirmação da contribuinte de que a movimentação financeira da “Tradição Couros” não pode ser atribuída à “Dusso”, o voto destaca que não houve na Manifestação resposta em relação a inúmeros pontos levantados durante a investigação em relação a esse vínculo. Ainda, em relação à afirmação da contribuinte de que não há definitividade na decisão da autuação que apurou omissão de receitas e por isso excluiu a empresa do SIMPLES por fatos, em seu entender, pendentes de julgamento na esfera administrativa, esclarece o acórdão que a exclusão da Dusso Couros de referido sistema foi baseada no artigo 14, V, da Lei nº 9317/1996, tendo decorrido de prática reiterada de infração à legislação tributária, tendose apurado que a contabilidade da empresa operou efetuando lançamentos mensais e também que movimentou recursos em contascorrentes bancárias de terceiros (“Rio Preto Abatedouro” e “Tradição Couros’), mediante procuração conferida por estes ao sócio da “Dusso Couros”, Sr. Paulo Dusso. Para a administração, independente da aludida omissão de receitas resultantes destes atos e da tributação por ventura devida, estas são infrações reiteradas à legislação Fl. 11DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 12 tributária, especialmente ante a ausência de manutenção regular de escrituração, sendo cabível a exclusão mencionada. Ademais, a impugnação aos autos de infração não obstam os efeitos da exclusão do SIMPLES, acrescentando ainda que os lançamentos somente poderiam ser realizados posteriormente à exclusão, conforme o artigo 16 da Lei nº 9317/1996. No que tange às alegações dos impugnantes de que não houve denúncia apresentada pelo Ministério Público contra a “Dusso Couros” ou seus sócios (Paulo Dusso e Antonio Dusso), após a investigação policial e que tanto a empresa quanto as pessoas físicas não constam do rol produzido pela Polícia Federal de “Envolvidos no Esquema”, destaca o acórdão que referidas alegações não tem efeito quanto à validade dos lançamentos tributários efetuados, esclarecendo que o fato de não haver denúncia até o momento de prolação do acórdão, significa tão somente que a persecução penal não atingiu tais pessoas, sendo relevante porém esclarecer que a validade dos lançamentos independe de condenação criminal dos envolvidos, e que a discussão sobre a legalidade dos autos de infração lavrados restringese às provas trazidas no bojo deste processo administrativo. Em relação ao auto de infração lavrado pelo Fisco Estadual, esclarece que são tributos diversos dos lançados no processo administrativo aqui discutido, não se juntando referido auto nem sua impugnação. Tampouco há qualquer relevância em relação ao pagamento, parcelamento ou impugnação de tal auto em relação aos autos impugnados no presente processo, já que apenas é levantada uma hipótese, sem comprovação fática ou legal e também porque a autoridade considerou como receitas da “Dusso Couros” os depósitos bancários constantes da conta da “Tradição Couros” (movimentada por procuração pelo Sr. Paulo Dusso), não havendo incompatibilidade no fato de que recursos movimentados por outras contas tenham resultado em eventual lavratura de novos autos de infração. Entende que, do exame das provas acostadas aos autos, depreendese a participação do Sr. Paulo César Dusso na prática das infrações tributárias, restando demonstrado seu interesse comum nas situações que constituem os fatos geradores das obrigações tributárias, citando como exemplo “esclarecimento prestado pelo Sr. Domingos Correa Silva, que afirmou haver creditado na referida conta o valor de R$ 9.750,00, em 04/07/2003, em razão de compra de gado junto ao Sr. Paulo Dusso.” Não obstante, menciona a apreensão por parte da Polícia Federal em buscas realizadas na Curtidora Catanduva Ltda., de “notas, documentos, planilhas com com anotações sobre quantidade de couros, peso e clientes (entre os quais Paulo Dusso), cartão magnético e talão de cheques em nome da TRADIÇÃO COUROS, assinados por Paulo César Dusso. Em diligência realizada na TRADIÇÃO COUROS, foram apreendidos notas fiscais da DUSSO COUROS, cópia de procurações, duas agendas telefônicas e dois cadernos tipo espiral, constando diversas anotações que fazem referência a Paulo Dusso. Constatouse que o Sr. Paulo César Dusso foi, até 01/11/2006, procurador da TRADIÇÃO COUROS.” Afirma corroborar com a indicação da atuação da Distribuidora como “noteira”, o depoimento da Sra. Maria dos Anjos Medeiros, confirmando que o Sr. Paulo Dusso era cliente da empresa. O próprio contribuinte Paulo Dusso afirmou ter adquirido materiais da “Rio Preto Abatedouro” com notas fiscais da Distribuidora. Verificouse ainda a utilização, pelo Sr. Paulo Dusso, das contascorrentes bancárias aqui mencionadas para pagamentos de despesas pessoais, tendose colacionado cheques da Rio Preto Abatedouro e da Tradição, assinados pelo contribuinte, e depositados na conta da Dusso Couros. Do mesmo modo, em relação ao Sr. Antonio Dusso, houve a constatação de pagamento de despesas pessoais (IPVA) por meio das contas movimentadas por procuração por Paulo Dusso, recebendo ainda cheques assinados por este em sua conta pessoal. Fl. 12DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 8 13 Para o julgador, esses fatos são reveladores do interesse comum nas operações tributárias apuradas. Tendo em vista que as operações do Sr. Paulo César Dusso em contas da Tradição Couros e da Rio Preto Abatedouro não beneficiaram estas empresas, mas sim a Dusso Couros, a esta devem ser imputados os tributos decorrentes de referidas operações, tendo tão somente a autoridade identificado o titular econômico das transações, não podendo ser imputadas as primeiras empresas. Ainda, referida conclusão não é invalidada pelo fato de supostamente não haver provas de que estas empresas tenham sido constituídas por “laranjas” de Paulo César Dusso. Referindose à alegação de que a autuação por omissão de receitas foi feita por mera presunção, esclarece a autoridade que referida autuação foi feita com lastro no artigo 42 da Lei nº 9430/1996, destacando que a insurgência da contribuinte contra lei não pode ser apreciada na esfera administrativa. Destaca que foram verificadas irregularidades significativas na contabilidade da contribuinte, que registrava sua movimentação bancária por partidas mensais, não mantendo registro individualizado das operações. Ainda, entende a autoridade que a contribuinte utilizou contas bancárias de terceiros (das empresas “Rio Preto Abatedouro” e “Tradição Couros’), ocultando suas operações e sem registro contábil, irregularidades estas que determinaram a exclusão da contribuinte do SIMPLES. Votando pela improcedência das impugnações, entende DRJ que agiu com acerto a autoridade lançadora, excluindo a contribuinte do SIMPLES, baseado em prática reiterada de infração à legislação tributária, bem como por arbitrar o lucro com base na receita bruta conhecida. Cientes da decisão o Sr. Antonio Dusso em 18 de março de 2010 (fl. 2224), Sr. Paulo César Dusso em 18 de março de 2010 (fl. 2225) e Dusso Comércio de Couros Ltda. em 8 de abril de 2010 (fl. 2.230). Irresignados, apresentaram Recurso Voluntário tempestivo (fl. 2231 a 2254), reiterando os argumentos trazidos com a impugnação aos autos de infração, acrescendo ainda a alegação de que o acórdão não trouxe fundamentação suficiente, restringindose a repetir os argumentos trazidos com a autuação fiscal. É o Relatório. Voto Conselheira Nereida de Miranda Finamore Horta O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Como relatado, tratase de exigência de IRPJ, CSLL, contribuição ao PIS e COFINS decorrente de omissão de receitas que resultou na exclusão da recorrente do SIMPLES, as quais foram verificadas mediante o cotejamento das informações constantes nas declarações entregues à Receita Federal e das informações dos movimentações bancárias Fl. 13DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 14 fornecidas pelas instituições financeiras por meio de RMF – Requisição de Movimentação Financeira. Inicialmente, importante destacar que os processos abaixo elencados estão apensados ao Processo nº16004.001057/200891, o qual foi julgado na sessão de 14 de março de 2012, como disposto no Acórdão nº1202000.714, e também que estão sendo julgados em conjunto por versarem sobre a mesma questão jurídica: Processo nº 16004.001415/200866 (apenso) Contribuições Previdenciárias devidas por conta da exclusão da sistemática do SIMPLES; Processo nº 16004.001416/200819 (apenso) Contribuições devidas a outras entidades – terceiros em decorrência da exclusão; Processo nº 16004.001417/200855 (apenso) Obrigações Acessórias: referese a multa aplicada com base no artigo 283, II, “j”, e artigo 373 do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3048/99 e artigos 92 a 102 da Lei nº 8212/91 e por motivo de circunstâncias agravantes de penalidade, artigo 290, II, do Regulamento da Previdência Social; Processo nº 16004.001419/200844 (apenso) Obrigações Acessórias: GFIP’s entregues com informações incorretas; e, Processo nº 16004.001489/200801(apenso) Obrigações Acessórias: deixou de corrigir campos de “ALÍQUOTA RAT.” e “OPÇÃO PELO SIMPLES”, no período de 01/2003 a 05/2003, e “CÓDIGO DE OUTRAS ENTIDADES”, no período de 01/2003 a 12/2006, não declarando todas as contribuições previdenciárias patronais, devidas à Seguridade Social. As contribuições devidas que deveriam ser corrigidas estão descritas no Processo Administrativo nº 16004.001415/200866. O julgamento em conjunto segue o disposto no artigo 58, parágrafo 8º, do Anexo II da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, a saber: “§ 8º Os processos que versem sobre a mesma questão jurídica poderão ser julgados conjuntamente quanto à matéria de que se trata, sem prejuízo do exame e julgamento das matérias e aspectos peculiares.” Com o cotejo, a autoridade lançadora constatou que não foram reconhecidos os ingressos de recursos nas contascorrentes bancárias da própria recorrente e responsáveis solidários, bem como nas de terceiros que era usada pela recorrente como pessoas interpostas (“RIO PRETO” e “TRADIÇÃO COUROS”). Para o procedimento de fiscalização, a autoridade fiscal se valeu não só da movimentação bancária obtida junto às instituições financeiras, mas também de provas colhidas pela Polícia Federal na operação que se denominou “Grandes Lagos”. A interposição de pessoas ficou claramente identificada pois um dos sócios da recorrente, Sr. Paulo Dusso possuía procuração para movimentar a contacorrente bancária da “RIO PRETO” e, pelos depoimentos do Srs. Elizeu Machado Filho e Gilberto Soriano Lopes, ficou comprovado que eles não detinham a administração das empresas ou mesmo conheciam suas atividades, mas que toda a administração era feita pelo Sr. Paulo Dusso. Além disso, foram obtidos documentos e notas fiscais na RIO PRETO que revelavam transações Fl. 14DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 9 15 feitas com a DISTRIBUIDORA, bem como uma relação manuscrita de telefones de "taxistas", entre os quais os Srs. João Dusso e José Luiz Dusso. Como evidenciado na investigação, a DISTRIBUIDORA é uma empresa sem estrutura operacional e que atuava vendendo notas fiscais "frias" às empresas que realmente operavam com gado, carne, couros e outros produtos relacionados com a atividade de frigoríficos. Ainda, outro depoimento importante, foi o do Sr. Domingos Correa Silva quem confirmou que efetuou um crédito no valor de R$9.750,00 na conta da RIO PRETO ABATEDOURO, que foi movimentada, por procuração, pelo Sr. Paulo César Dusso em razão da compra de couro. O Sr. Domingos confirmou que o couro foi adquirido junto ao Sr. Paulo Dusso e que os contatos foram mantidos exclusivamente com ele. Outro fato importante é o rastreamento dos recursos movimentados pelas empresas “RIO PRETO” e “TRADIÇÃO COUROS” que evidenciaram que a DUSSO COUROS as utilizava para sua própria atividade. Foi apurado que esses recursos foram utilizados para diversos fins, como compra e venda de couro/carne, pagamento de tributos apurados pela DUSSO COUROS e emissão de cheques nominativos aos proprietários de empresas "noteiras". Além disso, vários cheques provenientes dessas contas, assinados pelo Sr. Paulo César Dusso, foram depositados na conta da DUSSO COUROS. Também foram encontradas notas fiscais na RIO PRETO revelando as negociações feitas com a empresa, lista dos telefones dos ‘taxistas’, dentre eles o Srs. João Dusso e José Luiz Dusso. Ficou constatado pela Polícia Federal e pela Receita Federal, que o produto do abate era por ele vendido no comércio varejista, com emissão de notas fiscais "frias" adquiridas junto a empresas abertas em nome de terceiros ou mesmo "laranjas", e, em muitos casos, utilizava, inclusive, para a movimentação financeira decorrente de suas atividades, contas bancárias de terceiros. Enfim, pelos fatos constantes do relatório e das observações aqui feitas,a autoridade lançadora comprova que a recorrente não registrou em sua escrita contábil todas as receitas que obteve em suas atividades, a maior parte foi mantida à margem. Conforme levantado, somente 4% dos montantes lançados em sua própria contacorrente foram registrados e os restantes 96% foram ocultados. Adicionalmente, havia também receitas de suas atividades que ficaram registradas em contacorrente bancárias de terceiros, mas pertencentes à recorrente. A primeira alegação da recorrente é que a impugnação apresentada no Processo Administrativo nº 16004.001234/200759 suspende o presente Processo Administrativo, tendo em vista que os dois estão ligados. Todavia, como bem explicou a DRJ no corpo de seu voto, essa alegação não procede porque, conforme atesta o extrato de fl. 2204, o Processo Administrativo nº 16004.001234/200759 referese a Auto de Infração lavrado contra a empresa COMERCIAL DE CARNE DUSSO LTDA (CNPJ 02.144.010/000126) – ou seja, outra empresa contribuinte. Portanto, não há como acatar essa alegação. Em segundo lugar, afirma que houve violação à garantia constitucional do direito à ampla defesa uma vez que foi determinada a exclusão do SIMPLES com notificação para apresentação de defesa administrativa, enquanto que deveria ter tido direito de defesa antes da exclusão. Nos termos do artigo 15, § 3°, da Lei nº 9.317/96, temos que: Fl. 15DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 16 “Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: II (...) § 3° A exclusão de oficio darseá mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário administrativo.” (Incluído pela Lei n°9.732/1998) Portanto, o recurso é cabível após a ocorrência da exclusão e não procede a alegação de que houve cerceamento do direito de defesa pela ausência de oportunidade de audiência prévia. O procedimento aplicado pelas autoridades fiscais seguem disposição da lei, portanto, não há como acolher essa alegação da recorrente e, novamente, concordo com o entendimento da DRJ. A recorrente se insurge em relação à constitucionalidade de normativos aqui aplicados, consoante Súmula do CARF nº 2, esse colegiado não é competente para julgar sobre essa matéria, a saber: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Quanto à omissão de receitas, deuse pois não foi feita a comprovação da origem das movimentações financeiras para os anoscalendários sob análise, nem mesmo do motivo pelo qual não estavam registradas na escrituração contábil. A recorrente alegou ainda que a autoridade estadual fez o lançamento do ICMS reconhecendo o exercício da atividade rural, todavia, isso não significa que houve comprovação da natureza das atividades ou que há incompatibilidade com as conclusões consignadas no presente processo administrativo. No processo aqui, a omissão de receitas foi considerada com base nos depósitos bancários de origem não comprovada e coube à contribuinte, que foi intimada por diversas vezes, a prova da origem dos recursos que ingressaram em suas contas, a qual não foi apresentada em momento algum. Do Termo de Constatação Fiscal, extraise esclarecimentos do modus operandi da recorrente no esquema levantado. Da análise de toda essa documentação, fica evidente que a RIO PETRO e a TRADIÇÃO eram empresas interpostas, as quais movimentavam recursos pertencentes à recorrente. Iniciada a fiscalização da pessoa jurídica, foram solicitadas, por diversas vezes, as comprovações dos valores identificados em sua movimentação financeira; o que não foi feito durante todo o processo de fiscalização. Com isso, ficou caracterizada a omissão de receitas valendose a autoridade lançadora do disposto no artigo 42 e §1º da Lei nº 9430/1996, a saber: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 16DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 10 17 § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira” Uma vez verificada a existência de valores creditados em conta de depósito ou de investimento, a fiscalização, primeiro, deve intimar o sujeito passivo a comprovar a origem de tais recursos, mediante documentação hábil e idônea. Caso o sujeito passivo não comprove, temse caracterizada a omissão de receitas ou rendimentos por presunção legal. A presunção se dá simplesmente por existir depósitos ou valores creditados que não foram comprovados pelo sujeito passivo. É marco inicial para a intimação, mas, caso não se cumpra a condição disposta na norma, ou seja, a comprovação, tornase o fundamento para a caracterização. Ficou demonstrado nos autos que a recorrente, não procedeu à comprovação da origem dos recursos, resultando esse seu procedimento, assim, na causa de lançar, isto é, o lançamento foi baseado na ocultação de contas bancárias, relativo aos anoscalendários sob análise. Nesse período, constatouse que foram movimentadas importâncias cuja relação entre o que foi declarado é de 4% para 96% , logo, representam valores bem distintos e distantes entre si. A contribuinte não forneceu os esclarecimentos e documentos necessários para refutar os fatos detectados na ação fiscal. Dessa forma, a autoridade fiscal cumpriu com os ditames do artigo 42 da Lei nº 9430/1996, caracterizando a omissão de receitas por presunção legal. Com o cotejo dos valores declarados para o fisco federal e a movimentação financeira mantida à margem de qualquer registro contábil ou escrituração oficial, em nome da recorrente e de empresas que foram comprovadamente interpostas, restou demonstrada, inequivocamente, a omissão de receita. Diante desse indício, a autoridade fiscalizadora, suportada no normativo retromencionado, não pode simplesmente desprezálas, aliás, deve usá las para suportar o seu lançamento. Nesse sentido, temos sim caracterizada a omissão de receitas consubstanciada na não comprovação de depósitos ou créditos em conta de depósito ou de investimento mantida junto à instituição financeira pela recorrentes e pessoas interpostas. Já foi exaustivamente relatado que as provas constantes nos documentos apreendidos pela Polícia Federal, revelam sua atuação num esquema de organização empresarial, ficando evidente a omissão de receitas com base no artigo 42 acima reproduzido. Portanto, tratase de presunção legal relativa ,i.e., que admite prova em contrário, a qual cabe à recorrente. Ao fisco cabe apenas apresentar o fato indiciário definido na lei como necessário e suficiente ao estabelecimento da presunção, qual seja, a ocorrência de depósitos bancários de origem não comprovada em contas de titularidade da pessoas, física ou jurídica, ou ainda, no caso de interposição de pessoas, em contas de terceiros, efetuandose o lançamento de ofício sempre contra o titular de fato da conta de depósito ou de investimento. Ficou muito bem identificado pelo Fisco que a recorrente é a efetiva titular das movimentações financeiras sob análise. Conforme já ressaltado, uma vez identificada ser da recorrente a responsabilidade pela movimentação financeira em comento, é a lei que imputa ao contribuinte o ônus de constituir prova da origem dos referidos recursos. Por este motivo, simples alegações, desacompanhadas de provas, tais como a de que os mesmos recursos passariam pelas contas bancárias mais de uma vez, caracterizando verdadeiro capital de giro ou movimentação financeira da recorrente, ou que a receita bruta considerada para a apuração dos tributos estaria equivocada, ou de que as provas de sua movimentação estariam com o próprio fisco, ou ainda com terceiros, não podem ser acatadas, devem ser sim provadas. Fl. 17DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 18 Quanto aos lançamentos reflexos, por conta da vinculação existentes com o IRPJ, as mesmas conclusões são aplicáveis. Ou seja, dada a decisão de mérito prolatada para o IRPJ, em se tratando de tributação reflexa, mantémse a mesma para a CSLL, Contribuição ao PIS e COFINS, tendo em vista que o artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1996, autoriza a caracterização dos depósitos bancários de origem não comprovada como receitas da pessoa jurídica e a interessada, em nenhum momento, carreou aos autos qualquer elemento comprobatório da origem dos recursos depositados de forma a permitir a identificação de que tais valores não seriam receitas da recorrente ou que, em sendo receitas da atividade, foram regularmente oferecidas à tributação para elas prevista. Note que a recorrente não questiona o cálculo dos tributos incidentes sobre o lucro arbitrado ou mesmo o arbitramento, mas apenas a caracterização da omissão de receitas, motivo pelo qual me abstenho de analisar. A operação “Grandes Lagos” já foi objeto de decisão desse colegiado e tem sido acordada a omissão de receitas, o arbitramento do lucro e a responsabilidade solidária, conforme as ementas abaixo: “Processo nº 16004.000542/200848 Recurso nº506.400 Voluntário Acórdão nº110200.462–1ªCâmara/2ªTurma Ordinária Sessão de 30 de junho de 2011 Matéria: IRPJ Recorrente:ALCEU ROBERTO DA COSTA Recorrida: FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2002,2003,2004,2005,2006 PESSOA JURÍDICA. EQUIPARAÇÃO. Equiparamse às pessoas jurídicas as pessoas físicas que, em nome individual, explorem, habitual e profissionalmente, qualquer atividade econômica de natureza civil ou comercial, com o fim especulativo de lucro,mediante venda a terceiros de bens ou serviços. ARBITRAMENTO DO LUCRO. NÃO APRESENTAÇÃO DA ESCRITURAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. Sujeitase ao arbitramento do lucro o contribuinte que deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou, na hipótese de tributação com base no lucro presumido, o Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária. DEPÓSITO BANCÁRIO. OMISSÃO DE RECEITAS. Configuram omissão de receita os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica,regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nestas operações. Comprovando se que os valores dos depósitos Fl. 18DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA Processo nº 16004.001419/200844 Acórdão n.º 120200.750 S1C2T2 Fl. 11 19 pertencem à terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta. TRIBUTAÇÃO REFLEXA OU DECORRENTE. CSLL. PIS/PASEP COFINS. Aplicase às exigências decorrentes, o mesmo tratamento dispensado ao lançamento da exigência principal, em razão da íntima relação de causa e efeito que os vincula.” “Acórdão n 110300.486–1ªCâmara/3ªTurmaOrdinária Sessão de 29 de junho de 2011 Matéria: IRPJ e reflexos Recorrente: Campo Oeste Carnes Indústria Comércio Importação e Exportação Ltda Recorrida:Fazenda Nacional Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2002 Ementa: LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. Aplica se a norma de decadência contida no art.173,I,do CTN–Código Tributário Nacional nos casos de tributos e contribuições sociais enquadrados na modalidade do lançamento por homologação (art. 150 do CTN) quando restar incontroversa a ocorrência de evidente intuito de fraude. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA SOLIDÁRIA. TITULAR DE FATO DA PESSOA JURÍDICA. A pessoa física que efetivamente pratica atos que caracterizam o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, revelando a sua condição de “titular de fato”, responde solidariamente pelo crédito tributário constituído em desfavor da pessoa jurídica. Responde solidariamente pelo crédito tributário devido pela pessoa jurídica.” Em relação à qualificação da multa, ficou comprovado o verdadeiro intuito de fraudar o recolhimento dos tributos, é claro no relatório as práticas reiteradas para impedir o recolhimento dos tributos, assim, a autoridade fiscal lhe imputou corretamente a multa de 150% com base no artigo 44, II, da Lei nº 9430/96. Por fim, contestou a recorrente a imputação, a seus sócios, nos termos do artigo 124, I, do CTN, da responsabilidade solidária pelos créditos tributários constituídos, por ser descabida a responsabilidade solidária a terceiros por suas meras participações como prepostos ou administradores. Segundo o artigo 124, I, do CTN: “Art. 124. São solidariamente obrigadas: Fl. 19DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA 20 I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;” Os fatos, que são as provas aqui acostadas nos autos, revelam que houve interesse comum das pessoas físicas, Srs, Paulo César Dusso e Antonio Dusso confirmando a responsabilidade solidária. Também pelas investigações ficou confirmado que as pessoas físicas, sócias da recorrente, faziam depósitos na mesma contacorrente em decorrência de compra e venda da recorrente, utilizavam os recursos para quitar despesas pessoais. Assim, mantenho o lançamento em relação à responsabilidade das pessoas físicas por estar evidente que eram solidárias por se vincularem ativamente às situações ocorridas e aos atos praticados durante sua gestão ou administração, revelando o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação como dispõe o inciso I do art. 124 do CTN, acima transcrito. Na configuração da solidariedade é relevante que haja a participação comum na realização do lucro, e não a mera participação nos resultados representados pelo lucro. A existência de interesse comum é situação que somente em cada caso pode ser examinada. A solidariedade, em tais casos, independe de previsão legal. É a fiscalização que deve provar que há interesse comum nesta ou naquela situação, o que ficou corretamente demonstrado. Nesse sentido, há diversos documentos comprovando, bem como os depoimentos obtidos. Diante do exposto, meu voto é no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Fl. 20DF CARF MF Impresso em 16/10/2012 por ANDREA FERNANDES GARCIA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 03/10/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FIN AMORE HORTA
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Numero do processo: 10435.003078/2008-95
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2007
VINCULAÇÃO.
O lançamento de CSLL sendo vinculado ao processo nº 10435.000143/2003-16, a relação de causalidade que os informa leva a que o resultado do julgamento deste feito acompanhe aquele que foi dado àquele que foi em desfavor da Recorrente.
Numero da decisão: 1003-000.271
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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O lançamento de CSLL sendo vinculado ao processo nº 10435.000143/2003 16, a relação de causalidade que os informa leva a que o resultado do julgamento deste feito acompanhe aquele que foi dado àquele que foi em desfavor da Recorrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 43 5. 00 30 78 /2 00 8- 95 Fl. 112DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 113 2 Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 0107, com a exigência do crédito tributário no valor de R$364,24, a título de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), juros de mora e multa de ofício proporcional qualificada, referente fato gerador ocorrido em 28.02.2007. Consta na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal: 001 CSLL NÃO RETIDA NA FONTE EM PAGAMENTOS EFETUADOS POR PJ A OUTRAS PJ DE PRIVADO Insuficiências de recolhimentos (DARF) e/ou de declarações (DCTF, instrumento de confissão de dívida fiscal) de parcela da CSLL RETENÇÃO PAGAMENTOS DE PJ A PJ de DIREITO DIREITO PRIVADO PJ (código 5987), em face do reconhecimento da condição Declaração de Compensação DCOMP não declarada (art. 74, parágrafo 12°, inciso II, alíneas "b" e "d", da Lei n° 9.430/96), definida no DESPACHO DECISÓRIO n° 214, de 25 de abril de 2007, do Senhor Delegado da Receita Federal do Brasil em Caruaru/PE. Insuficiências correspondentes aos débitos fiscais informados nas DCOMPS consideradas “não declaradas" (fls. 25). [...] Art. 30 da Lei n° 10.833/03 com as alterações do art. 5° da Medida Provisória n° 232/04 e art. 8° da Medida Provisória n° 237/05. Cientificada, a Recorrente apresenta a impugnação. Está registrado como ementa do Acórdão da 5ª Turma/DRJ/REC/PE nº 1126.298, de 20.05.2009, fls. 6680: COMPENSAÇÃO CONSIDERADA NÃO DECLARADA CONSTITUIÇÃO DO CREDITO TRIBUTÁRIO MEDIANTE LANÇAMENTO. Não há impedimento legal a que a autoridade fiscal na origem envide os preparativos cabíveis para a continuidade da cobrança dos débitos que remanesceram em aberto, havendo mesmo que cuidar de evitar a decadência. Justificase a lavratura de autos de infração para constituição imediata dos créditos correspondentes aos.__débitos identificados naquelas DCOMIP consideradas não declaradas, _os quais a ora impugnante pretendia compensar. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DOS DÉBITOS REMANESCENTES. Após a inconformidade formalizada tempestivamente contra a decisão exarada no Despacho Decisório DRF/CRU 214/2007, dando início ao processo administrativo fiscal, segundo o rito do Decreto 70.235/72, os débitos remanescentes encontramse com suas exigibilidades suspensas por força de lei. Quanto ao mérito do créditoprêmio, conforme restou acentuado no voto condutor do acórdão proferido por esta Turma com relação ao processo matriz (n° 10435.000143/2003 16), a Administração Tributária deverá respeitar o que ficar decidido, com trânsito em julgado, na instância judicial. COMPROVADA A ACUSAÇÃO DE FRAUDE. INCABÍVEL A QUALIFICAÇÃO DA MULTA No caso concreto é inconcebível admitir como se fraudes fossem as compensações formuladas, embora consideradas nãodeclaradas pela autoridade fiscal, mormente quando estejam pendentes de decisão final administrativa e/ou decisão judicial transitada em julgado. O contrário seria militar contra garantias Fl. 113DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 114 3 essenciais asseguradas constitucionalmente aos contribuintes administrados. É improcedente a qualificação da multa lançada. REUNIÃO DOS PROCESSOS REFLEXOS. SEGURANÇA JURÍDICA Ressalvada a exceção vislumbrada, à primeira vista, pela administração da DRJ/REC que, em face das regras de competência a que se submetem as DRJ'S, decidiu, antes deste julgamento, enviar à DRJ/FOR o volume do processo relativo ao lançamento que constitui o crédito tributário correspondente ao imposto de exportação remanescente e aplica a correspondente multa qualificada pela suposta fraude (processo n° 10435.003441/200872); nos demais casos, tanto os processos relativos aos lançamentos que decorreram da decisão que considerou nãodeclaradas as compensações, quanto os que resultaram em lançamentos relativos aos débitos listados nas declarações de compensação consideradas todos foram distribuídos ao mesmo relator nesta DRJ/REC, todos os volumes contendo as peças de autuação e as de impugnação referentes aos demais lançamentos dos diversos débitos que remanesceram com as respectivas multas qualificadas por decorrência da acusação de suposta fraude. Houve, na prática, saneamento do procedimento pelo envio a julgamento, nesta primeira instância, do conjunto de processos decorrentes do processo matriz n° 10435.000143/200316, a fim de suprir o comando legal de reunilos nos mesmos autos. Por economia processual, a título de se alinhar com a finalidade essencial da norma que comanda a reunião dos processos, procedeuse ao envio conjunto para julgamento. Na eventualidade de haver recurso voluntário, recomendasE o mesmo Cuidado, devendose incluir no conjunto, dessa vez, também o processo reflexo n° 10435.003441/200872. Lançamento Procedente em Parte [...] Acordam os membros da 5ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, considerar procedente em parte o lançamento, para afastar apenas a qualificação da multa lançada, aplicandose o percentual de 75%, nos termos do relatório e voto em anexo. Notificada em 15.07.2009, fl. 84, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 14.08.2009, fls. 8588, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Pertinente ao lançamento aduz que: Todavia, mesmo a parcela restante do lançamento levado a efeito contra a recorrente não pode prosperar, porquanto o malsinado Despacho Decisório n° 214, proferido no processo administrativo n° 10435.000143/200316 ainda não transitou em julgado. Ou seja, foi objeto de manifestação de inconformidade pendente de julgamento perante o Conselho de Contribuintes. Ademais, estava a recorrente amparada por decisão judicial, o que motivou seu procedimento e justificou suas razões de inconformidade contra a referida Decisão que considerou não declaradas as compensações. Por outro lado, a vedação à compensação anteriormente ao trânsito em julgado da decisão judicial que a conceder, conforme consta no art. 170A do CTN, bem assim no art. 74, § 12, II, d da Lei n° 9.430/96, com a redação da Lei n° 11.051/2004, não se aplica ao caso em exame, como já explicitado. Fl. 114DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 115 4 Em primeiro lugar, atentese para o fato de que o pedido de ressarcimento é anterior à Lei n° 11.051/2004, pelo que seus efeitos não podem atingilo. Por outro lado, a necessidade de se aguardar o trânsito em julgado somente tem sentido em juízo. Neste caso, em que a decisão judicial abrangerá uma grandeza numérica, é necessário aguardar o trânsito em julgado, simplesmente porque não será possível ao fisco a resolução do lançamento. Já nas hipóteses como a de que ora se cuida, de ação judicial específica para que seja reconhecido o direito ao crédito e determinada a análise, pela autoridade administrativa, do montante devido, não há óbice para a compensação imediata, simplesmente porque, caso o valor não seja aceito pelo fisco, a compensação não será homologada e não haverá a extinção do débito fiscal. Com efeito, o fisco detém o prazo de cinco anos para homologar ou não a compensação efetivada. No presente caso, como já afirmado, não se discutiu judicialmente o valor, o quantum, do crédito, mas apenas o direito a esse crédito, decorrente de incentivo fiscal do IPI, bem como do direito de dispor desse crédito, compensando com débitos próprios ou transferindoo a terceiros. Aliás, o direito da Recorrente ao crédito prêmio foi expressamente reconhecido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, nos autos da Apelação Cível n° 88.372 PE (Proc. n° 2003.83.00.0123299). A decisão do Tribunal, publicada no Diário de Justiça da União em 22 de abril de 2005, reconheceu o direito ao crédito, com correção monetária, inclusive permitindo sua transferência a terceiros. Embora a referida decisão não tenha ainda transitado em julgado, produziu efeitos imediatos, porquanto não está mais sujeita a nenhum recurso com efeito suspensivo, sendo corretas as compensações procedidas pela recorrente, sob condição resolutória de homologação posterior por parte desta Secretaria da Receita Federal, quando realizar a verificação dos valores constantes do presente pedido de ressarcimento. No que concerne ao pedido conclui que: Por todo o exposto, tendo sido demonstrado que a recorrente estava amparada por decisão judicial que autorizava a compensação, como reconhecido no acórdão ora recorrido, requerse seja julgada improcedente a ação fiscal. Sucessivamente, caso esse egrégio Conselho não entenda ser a hipótese de improcedência total do auto de infração, requerse, como exposto no próprio acórdão recorrido, que se determine claramente a suspensão da exigibilidade do crédito, até que seja definitivamente julgado o recurso (manifestação de inconformidade) interposto do Despacho Decisório n° 214/2007, bem como até que se de o trânsito em julgado do acórdão proferido no mandado de segurança n° 2003.83.00.0123299, que reconheceu o direito à compensação. É o Relatório. Voto Fl. 115DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 116 5 Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Recorrente discorda do lançamento ao argumento de que este ato administrativo está vinculado ao trânsito em julgado do litígio constante no processo administrativo nº 10435.000143/200316 e ao Mandado de Segurança nº 2003.83.00.0123299. A autoridade fiscal tem o direito de examinar a escrituração e os documentos comprobatórios dos lançamentos nela efetuados e a pessoa jurídica tem o dever de exibilos e conserválos até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram que modifiquem ou possam vir a modificar sua situação patrimonial, bem como de prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos. O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (art. 195 do Código Tributário Nacional e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977). A Recorrente não contesta especificamente o presente lançamento que se fundamenta no art. 30 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Sobre o processo administrativo nº 10435.000143/200316 e ao Mandado de Segurança nº 2003.83.00.0123299, consta na Intimação nº 251/2007/DRF/CRU/PE, de 22.05.2007, proferida nos processos nºs 10345.720072/200703 e 10435.720073/200740, de interesse da Recorrente, fl. 08: Em razão de seu Pedido de Ressarcimento de Créditos do Imposto sobre Produtos V Industrializados (IPI) e suas Declarações de Compensação, consubstanciados no Processo n° 10435000143/200316, procedeuse à análise do mesmo. . Foi indeferido, através do Despacho Decisório n° 214, de 25 de abril de 2007, prolatado pelo Titular desta Delegacia da Receita Federal do Brasil, o direito ao ressarcimento dos créditos de IPI, além de terem sido consideradas as Declarações de Compensação parte indevidas, parte não declaradas. Os débitos constantes das Declarações de Compensação consideradas indevidas foram transferidas ao Processo n° 10435.720072/200703 e os demais, das consideradas não declaradas, ao Processo n° 10435120073/200740, devido ao fato de terem natureza tão diferente uns dos outros, e com o intuito de conferir maior agilidade à cobrança destes. Sendo mantido o Processo n° 10435000143/200316 para receber, dos autos de infração eventualmente lavrados, Multas Isoladas e Lançamentos de Ofício de débitos confessados e diferenças apuradas. Portanto, fica o contribuinte intimado a solver os débitos de ambos Processos no prazo de 30 (trinta) dias, contados do recebimento desta, sob pena de adoção das medidas legais cabíveis ao caso. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 117 6 Em anexo, Despacho Decisório n° 214/2007, extratos dos Processos em comento e Documentos de Arrecadação" de Receitas Federais (Darfs), válidos para pagamento até 0 dia 31/05/2007. Consta no Despacho Decisório DRF/CRU nº 214, de 25.04.2007, proferido no processo nº 10435.000143/200316 de interesse da Recorrente, fls. 1024: Relatório Por intermédio do Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI (fl. 1) vem o contribuinte em epígrafe demandar a utilização de “créditoprêmio”, instituído pelo art. 1° do DecretoLei (DL) n° 491, de 5 de março de 1969, relativos aos exercícios 1994 a 2003, para amortizar os débitos constantes das diversas Declarações de Compensação apresentadas (104 (cento e quatro) através de formulários (fls. 56 a 985, esparsas), protocolizadas entre 29/10/2003 e 09/03/2007, e 110 (cento e dez) geradas eletronicamente utilizando diversas versões do Programa PER/DCOMP (fls. 122 a 1.162, esparsas), transmitidas entre 30/10/2003 e 30/O3/2007), referentes a débitos próprios de Imposto de Exportação (IE), código da receita 0107, Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), código da receita 0220, Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), códigos da receita 0561, 1708 e 8045, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), códigos da receita 2172, 4685 e 5235, contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), códigos da receita 4562, 6912 e 8109, Contribuições Sociais Retidas na Fonte (CSRF), códigos da receita 5952, 5979 e 5987, e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), código da receita 6012. Em 06/05/2003, foi solicitada a execução de procedimento fiscal (fls. 51) a fim de averiguar a procedência dos créditos apresentados. O Parecer Fiscal apresentado (fls. 52 a 54), de 26/04/2004, relacionado ao RPF n° 04.1.02.00 2004000186, aprovado por Despacho Decisório (fls. 55), de 04/05/2004, recomendou o indeferimento do Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI, além da imediata exigência das parcelas referentes a débitos de IE, indevidamente compensadas. Em 28/04/2005, foram acostados ao presente Processo autos da Apelação em Mandado de Segurança (AMS) n° 88372PE (fls. 386 a 396verso), referente à Sentença que no Processo Judicial n° 2003.83.00.0123299 foi total ou parcialmente desfavorável ao contribuinte. Verificase pela consulta processual realizada no sitio do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região que o referido Processo ainda não se encontra transitado em julgado (fls. 1.180 a 1.182). Em 16/11/2006, foi elaborado o Termo de Verificação e de Encerramento de Ação Fiscal (fls. 959 a 965) que objetivou a verificação da existência dos créditos pleiteados pelo contribuinte. A ação fiscal entendeu que, em face da Decisão Judicial, ficou concedido o direito ao “créditoprêmio” de IPI, devendose observar a prescrição qüinqüenal que fulminou os créditos anteriores a junho de 1998. Foi anexado ao Processo, em meio a outros documentos, consulta processual no sítio do TRF da 5ª Região ao AMS n° 88372PE (fls. 1.180 a 1.182). [...] Decisão Com fundamento no art. 48 da Lei n° 9.784, de 29 de janeiro de 1999; art. 10, da Portaria da SRF de n° 1, de 2 de janeiro de 2001; art. 250XX, do Regimento Interno da SRF, aprovado pela Portaria do Ministério da Fazenda n° 30, de 25 de fevereiro de 2005; IN SRF n° 600/2005; decido indeferir o Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI (fl. 1), ex vi legis do art. 1° I da IN SRF n° 226/2002 e art. 50 caput da IN SRF n° 600/2005, considerar indevidas as Declaração de Compensação Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 118 7 da Tabela III, tendo em vista a inexistência de créditos passíveis de compensação com seus débitos, em desacordo com art. 74caput da Lei n° 9.430/1996, e considerar não declaradas as Declarações de Compensação da Tabela IV, com arrimo no art. 74§ 12II alíneas “b” e “d” da Lei n° 9.430/1996. Ordem de Intimação À Seção de Administração Tributária (Sarat) desta Delegacia da Receita Federal (DRF), em retomo, para: 1) Formalizar dois novos Processos, os quais deverão receber por transferência os débitos constantes das Tabelas III e IV deste Processo, respectivamente; 2) Ativar cobrança dos referidos débitos constantes dos dois novos Processos; 3) Dar ciência ao contribuinte deste Despacho Decisório, facultandolhe, na ocasião, no prazo de 30 (trinta) dias, contados da ciência deste Despacho Decisório, para apresentar manifestação de inconformidade (débitos Tabela III), conforme o disposto no art. 18§ 3°, da Lei n° 10.833/2003. Em seguida, remeter este processo à Seção de Fiscalização (Safis) desta DRF para: 1) Lançar a Multa Isolada sobre o valor total dos débitos indevidamente compensados objeto das DCOMPs da Tabela III, com base no art. 18 da Lei n° 10.833/2003, na sua redação original, e das DCOMPs da Tabela IV, com base no § 4° do mesmo dispositivo, alterado pelo art. 25 da Lei n° 11.051/2004; 2) Efetuar o lançamento de oficio dos débitos constantes da Tabela V, em concordância com o art. 31§ 3° das INs SRF n° 460/2004 e 600/2005, observando a nossa competência regimental; 3) Remeter, em seguida o processo à Inspetoria da Receita Federal do RecifePE para lavratura, conforme o caso, dos autos de infração respectivos, tendo em vista o exposto neste Despacho Decisório, em conformidade com o art. 42caput da IN SRF n° 600/2005; 4) Dar ciência ao contribuinte dos autos de infração eventualmente lavrados e demais providências cabíveis. O processo nº 10435.000143/200316, findo na esfera administrativa, encontrase no Arquivo Único desde 16.07.2015. Consta no relatório e no voto condutor do Acórdão nº 330100.671, de 30.09.2010, proferido em desfavor da Recorrente, efls. 93100: Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da DRJ Recife, P. que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o despacho decisório às fls. 1.236/1.248 que indeferiu o pedido de ressarcimento decorrentes de créditoprêmio de IPI referente ao período de competência de janeiro de 1993 a dezembro de 2002 e, conseqüentemente, não homologou as compensações dos débitos fiscais declarados, objeto deste processo administrativo. [...] Voto Conforme se verifica dos autos e a própria recorrente reconheceu, o ressarcimento dos créditosprêmio do IPI utilizados nas declarações de compensação (Dcomps) e nos pedidos de ressarcimentos/declarações de compensações (Per/Dcomps) transmitidos por ela, bem como as suas compensações foram objeto de ação judicial, processo 2003.83.00.0123299, AMS 88372PE, interposta perante a Justiça Federal em Pernambuco. Ora, a opção da recorrente pela via judiciária para a discussão de matéria tributária com idêntico pedido nas instâncias, administrativa e judicial, implicou Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 119 8 renúncia ao poder de recorrer nesta instância, nos termos da Lei n° 6.830, de 1980, art. 38, parágrafo único, e do Decretolei n° 1.737, de 1979, art. 1º, § 2º. Tratase de matéria já sumulada por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), nos termos da Súmula n° 01 que assim dispõe, in verbis: "SÚMULA n" 01: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria diferenciada da constante do processo judicial." Assim, em relação ao direito de a recorrente se ressarcir dos créditosprêmio do IPI, bem como o direito a sua compensação, mediante apresentação de Dcomps e/ou transmissão de Per/Dcomps, não se toma conhecimento, aplicandose esta súmula. Quanto à compensação créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial, com débitos fiscais vencidos, mediante a apresentação de Dcomps e/ou transmissão de Per/Dcomps, inexiste amparo legal para sua realização. A Lei n° 9.430, de 27/12/1996, art. 74, com a redação determinada pela Medida Provisória (MP) n° 66, de 29/08/2002, convertida na Lei n° 10.637, de 30/12/2002, que trata de compensação de créditos financeiros contra a Fazenda Nacional, assim dispõe, in verbis: [...] Conforme consta do caput desse artigo, a compensação de créditos financeiros em discussão judicial com débitos fiscais próprios vencidos, mediante a apresentação de Dcomps e/ ou transmissão de Per/Dcomps, somente é permitida depois do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. Além disto, a decisão judicial vigente condicionou a compensação dos créditosprêmio do IPI em discussão judicial somente depois do trânsito em julgado da respectiva decisão. Em face do exposto e de tudo o mais que consta dos autos, voto por tomar conhecimento do recurso voluntário, quanto às matérias opostas nas administrativa e judicial, ou seja, o direito ao ressarcimento dos créditosprêmio do IPI, bem o direito a sua compensação, mediante a apresentação de Dcomps e/ou Per/Dcomps, e, na parte conhecida, negarlhe provimento. No Mandado de Segurança nº 2003.83.00.0123299, que tramita no Tribunal Regional Federal da 5ª Região, foi proferido o AMS nº 88372PE que transitou em julgado em desfavor da Recorrente, efls. 101111. O lançamento de CSLL sendo vinculado ao processo nº 10435.000143/2003 16, a relação de causalidade que os informa leva a que o resultado do julgamento deste feito acompanhe aquele que foi dado àquele que foi em desfavor da Recorrente. Temse que nos estritos termos legais o procedimento fiscal está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10435.003078/200895 Acórdão n.º 1003000.271 S1C0T3 Fl. 120 9 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). Em assim sucedendo, voto em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 120DF CARF MF
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