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Numero do processo: 10480.909689/2009-84
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 04 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 1802-000.150
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do conselheiro relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, José de Oliveira Ferraz Corrêa e Nelso Kichel. Ausentes os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Marciel Eder Costa.
Relatório
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do conselheiro relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, José de Oliveira Ferraz Corrêa e Nelso Kichel. Ausentes os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Marciel Eder Costa. Relatório
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1614; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1TE02 Fl. 2 1 1 S1TE02 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.909689/200984 Recurso nº 000.001Voluntário Resolução nº 1802000.150 – 2ª Turma Especial Data 06 de fevereiro de 2013 Assunto DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente CONSTRUTORA BARRETO SILVEIRA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do conselheiro relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, José de Oliveira Ferraz Corrêa e Nelso Kichel. Ausentes os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Marciel Eder Costa. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Recife PE, que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 09 68 9/ 20 09 -8 4 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909689/200984 Resolução nº 1802000.150 S1TE02 Fl. 3 2 O presente processo diz respeito a PER/DCOMP eletrônica (n° 17445.69998.271005.1.3.041304) na qual se indicou, como origem de crédito, o DARF relativo a CSLL referente ao regime de tributação pelo lucro presumido (código de receita n° 2372) no valor de R$ 5.501,40 que teria sido pago indevidamente pela Recorrente em 25/10/2004 (fl. 03). O despacho decisório eletrônico (fl. 06) indicou que anteriormente foi feita a utilização integral do pagamento para quitação de débito da CSLL, referente ao período de apuração de 30/09/2004, de forma que não homologou a compensação declarada, com indicação de saldo devedor no valor de R$ 105,41 a ser acrescido de multa e juros moratórios. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fl. 11), alegando que se equivocou no preenchimento da DCTF referente ao terceiro trimestre de 2004. Sendo assim, solicitou a retificação da referida declaração bem como o cancelamento do débito fiscal reclamado. Anexou como prova os seguintes documentos: DARF CSLL (2372) pago em 25/10/2004 no valor de R$ 5.501,40 DIPJ/2005; DCTF 1° ; 2°; 3° e 4º trimestre/2004; DCTF 1° e 2° Semestre/2005 DCTF 1° e 2° Semestre/2006 PER/DCOMP N°: 060292975326070613047654; 315190839126040613047580; 215294316526010613041231; 174456999827100513041304; 304560359627070513043098; 066678628927040513041115; 178034054728010513042219; 384971540328010517042920; 218740767726100613041410. A DRJ de Recife julgou improcedente a manifestação de inconformidade, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO INTEGRAL. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Mantémse o despacho decisório que não homologou a compensação quando constatado que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi integralmente utilizado na quitação de débito confessado em DCTF. COBRANÇA. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909689/200984 Resolução nº 1802000.150 S1TE02 Fl. 4 3 No tocante à compensação, a competência das DRJ limitase ao julgamento de manifestação de inconformidade contra o não reconhecimento do direito creditório ou a não homologação da compensação, não se estendendo a questões atinentes ao cabimento da cobrança dos débitos cuja compensação não foi homologada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido” Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 02/02/2012 (sexta feira), a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 10/02/2012, onde reitera os argumentos anteriormente apresentados. Este é o relatório. Fl. 101DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909689/200984 Resolução nº 1802000.150 S1TE02 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Em 29/10/2004 a Recorrente efetuou o pagamento de um DARF no valor de R$ 5.155,98, relativo à CSLL apurada com base no Lucro Presumido (código 2372). Em seguida, apresentou PER/DCOMP na qual considerou que parte do DARF recolhido, no valor de R$ 4.379,76, era indevida e, por isso, solicitou a compensação de parte desse valor com tributo administrado pela Receita Federal do Brasil. Essa compensação montava a quantia de R$ 740,18 e não foi homologada pela autoridade fiscal, por considerar que inexistia saldo a compensar. Assim, por tudo o que foi apresentado neste processo, percebese que o cerne da divergência entre os entendimentos da Recorrente e da autoridade administrativa surgiu com a informação na DCTF. Por um lado o Fisco sustenta que o DARF estava inteiramente alocado na extinção de débito tributário, enquanto que o contribuinte alega erro nos dados informados na declaração. Do teor da IN SRF nº 45 de 1998, os saldos a pagar relativos ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas IRPJ e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL seriam objeto de verificação fiscal, em procedimento de auditoria interna, abrangendo as informações prestadas nas DCTF e Declaração de Rendimentos. Do despacho da autoridade administrativa da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Recife não consta qualquer análise acerca das informações prestadas na DIPJ relativa ao anocalendário de 2004 para que se verifique o real saldo a pagar da CSLL relativa ao 3º trimestre de 2004. O recorrente juntou aos autos cópia da DIPJ/2005 como prova de que o saldo da CSLL a pagar era inferior ao valor efetivamente recolhido. Diante do exposto, voto no sentido de que sejam os autos encaminhados à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Recife, para comprovar à luz da DIPJ/2005, escrituração contábil/fiscal e documentação que lhe deu lastro, qual o saldo a pagar da CSLL apurada pelo contribuinte relativa ao 3º trimestre de 2004. Elaborado o relatório fiscal de praxe, dar ciência ao recorrente para sua manifestação, se interessar. É como voto. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909689/200984 Resolução nº 1802000.150 S1TE02 Fl. 6 5 (documento assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 103DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 15956.000743/2010-48
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
GLOSA DE CRÉDITOS. NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS.
A falta de comprovação da operação justifica a glosa de créditos suportados por notas fiscais reputadas inidôneas.
INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO.
A autoridade administrativa é incompetente para apreciar arguição de inconstitucionalidade de lei.
DECADÊNCIA. DOLO COMPROVADO.
O direito de a Fazenda Pública rever lançamento por homologação em que o sujeito passivo tenha se utilizado de dolo, fraude ou simulação, extinguese no prazo de 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
JUROS DE MORA. SELIC.
A cobrança de juros de mora com base no valor acumulado mensal da taxa referencial do Selic tem previsão legal.
MULTA QUALIFICADA.
Mantém-se a multa por infração qualificada quando reste inequivocamente comprovada a conduta dolosa.
Numero da decisão: 3302-001.775
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE GOMES - Relator.
EDITADO EM: 04/11/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes (Relator) e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: ALEXANDRE GOMES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 GLOSA DE CRÉDITOS. NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS. A falta de comprovação da operação justifica a glosa de créditos suportados por notas fiscais reputadas inidôneas. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar arguição de inconstitucionalidade de lei. DECADÊNCIA. DOLO COMPROVADO. O direito de a Fazenda Pública rever lançamento por homologação em que o sujeito passivo tenha se utilizado de dolo, fraude ou simulação, extinguese no prazo de 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. JUROS DE MORA. SELIC. A cobrança de juros de mora com base no valor acumulado mensal da taxa referencial do Selic tem previsão legal. MULTA QUALIFICADA. Mantém-se a multa por infração qualificada quando reste inequivocamente comprovada a conduta dolosa.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 GLOSA DE CRÉDITOS. NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS. A falta de comprovação da operação justifica a glosa de créditos suportados por notas fiscais reputadas inidôneas. INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar arguição de inconstitucionalidade de lei. DECADÊNCIA. DOLO COMPROVADO. O direito de a Fazenda Pública rever lançamento por homologação em que o sujeito passivo tenha se utilizado de dolo, fraude ou simulação, extinguese no prazo de 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. JUROS DE MORA. SELIC. A cobrança de juros de mora com base no valor acumulado mensal da taxa referencial do Selic tem previsão legal. MULTA QUALIFICADA. Mantémse a multa por infração qualificada quando reste inequivocamente comprovada a conduta dolosa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 95 6. 00 07 43 /2 01 0- 48 Fl. 1080DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES 2 WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (assinado digitalmente) ALEXANDRE GOMES Relator. EDITADO EM: 04/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva (Presidente), José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes (Relator) e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Por bem retratar a matéria tratada no presente processo, transcrevo o relatório produzido pela DRJ de Ribeirão Preto: Em ação fiscal levada a efeito contra a contribuinte em epígrafe, relativa ao anocalendário de 2005, foi efetuado lançamento para exigência de crédito tributário no valor total de R$ 1.187.723,51 (um milhão e cento e oitenta e sete mil e setecentos e vinte e três reais e cinqüenta e um centavos), conforme demonstrativo de fl. 1, tendo sido lavrado o auto de infração de fls. 2/11, para exigir o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) nos seguintes termos: Imposto: R$ 306.965,28 Juros de mora: R$ 190.086,41 Multa proporcional: R$ 690.671,82 Enquadramento legal: Regulamento do IPI, aprovado pelo Decreto n° 4.544, de 26 de dezembro de 2002 (RIPI/2002), arts. 34, II, 122, 127, 130, 164, I, 165, 195, 199, 200, IV, e 202, que correspondem aos arts. 35, II, 181, 186, 189, 226,1, 227, 256, 260, IV, e 262, do Decreto n° 7.212, de 15 dejunho de 2010. O Termo de Verificação Fiscal de fls. 985/1.003 descreve em detalhes a ação fiscal e relata a constatação de que a fiscalizada lançou em sua escrita fiscal do anocalendário de 2005 créditos de IPI lastreados em notas fiscais inidôneas. Ressalta a fiscalização que, conforme termo de intimação fiscal de fl. 68, a contribuinte foi intimada a apresentar os originais das notas fiscais relacionadas na planilha de fls. 69/78, bem como foi notificada do entendimento fiscal de serem tais notas fiscais inidôneas e intimada a apresentar elementos hábeis e idôneos aptos a infirmar a inidoneidade apontada. Foram as seguintes razões apontadas pela fiscalização para considerar as notas fiscais inidôneas: a) em relação à Alfer Comércio e Construções Ltda., foi efetuada diligência no seu endereço cadastral e constatado que nos últimos oito anos jamais houve no local algum estabelecimento que promovesse o comércio de mercadorias, Fl. 1081DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 15956.000743/201048 Acórdão n.º 3302001.775 S3C3T2 Fl. 1.081 3 conforme se depreende da informação de vizinhos e da estrutura física do imóvel residencial edificado em terreno pequeno, insuscetível de abrigar comércio de mercadorias; b) em relação à Mascote Distribuidora de Produtos Siderúrgicos Ltda., foi efetuada diligência em seu endereço cadastral e constatado que ela jamais esteve estabelecida no local, bem como diligência ao Fórum de Ribeirão Preto da Justiça Comum do Estado de São Paulo, na qual se constatou que a empresa teve sua falência decretada, conforme editais publicados no Diário Oficial do Estado de São Paulo nos dias 16 e 17 de março de 2000; c) em relação à Fácil Importação e Exportação Ltda., foi constatado que o Ato Declaratório Executivo n° 23, de 2 de agosto de 2007, da Inspetoria da Receita Federal do Brasil em São Paulo, publicado na página 150 do Diário Oficial da União (DOU) de 06/08/2007, declarou a inaptidão da inscrição CNPJ da empresa com efeitos a partir de 27/12/2004. Em resposta à intimação, a contribuinte solicitou prorrogação de prazo por mais 60 (sessenta) dias uma vez que os livros e documentos solicitados se encontrariam em poder da Polícia Federal (fl. 79). A fiscalização enviou termo de intimação (fl. 80), solicitando que ela especificasse quais os elementos estariam em poder da Polícia Federal, comprovando sua entrega ou apreensão, tendo a intimada apresentado cópia do Auto Circunstanciado de Busca e Arrecadação IPL n° 650/2010, do Departamento de Polícia Federal (fls. 82/107), bem como afirmado que, em relação às constatações da fiscalização, realizou a operação dentro da licitude e boafé, inclusive, com documentos que respaldam o negócio jurídico realizado, e que resta impossível a ela fazer ponderações concretas com base nas constatações levantadas pelo Fisco, uma vez que estas não foram enviadas com os documentos que respaldam tal entendimento. Diante da alegação de boafé e de que os documentos comprobatórios da licitude das operações comerciais estariam em poder da Polícia Federal, foi envido ofício à Justiça Federal solicitando o acesso da fiscalização aos documentos apreendidos, o qual foi deferido. Examinando a documentação apreendida, a fiscalização constatou que não há documentos que se prestem a afastar o entendimento fiscal de inidoneidade das notas fiscais e que, ao contrário, os documentos existentes laboram em desfavor da contribuinte, conforme descrito no TVF. Ressaltou, ainda, o autuante que as fichas do Razão da empresa Fácil e as relações de cheques destinados à Alfer e Mascote constituem a documentação com que a fiscalizada pretende justificar a escrituração das notas fiscais inidôneas, documentação que não logra demonstrar a efetiva aquisição de mercadorias que respaldem os custos e despesas lastreados nestas notas fiscais. Acrescentou que nem mesmo as notas fiscais Fl. 1082DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES 4 foram apresentadas, tornando impossível verificar se as mercadorias foram necessárias para os negócios da empresa. Acrescentou que foram obtidas junto ao Fisco do Estado de São Paulo cópias de notas fiscais emitidas pela Mascote (fls. 306/433), muitas das quais informam mercadorias que não são insumos utilizados pela fiscalizada, conforme constatado em visita fiscal às unidades fabris (fls. 64/67). Constatou ainda a fiscalização a existência de duas notas diferentes com o mesmo número, emitidas com o nome Mascote (fls. 402/403), sendo a segunda registrada em 05/05/2005 pela autuada (fl. 188). Afirmou que os documentos em poder da Polícia Federal evidenciam que a empresa Fácil, inexistente de fato, era operada pela própria fiscalizada e servia de fachada para várias operações, inclusive com a movimentação financeira sendo feita pelo diretor financeiro da fiscalizada, assim as TEDs não servem para justificar a idoneidade das operações glosadas nem podem justificar os custos e despesas correspondentes. Ressaltou o autuante que os cheques com os quais a interessada pretendeu comprovar a idoneidade das notas fiscais de emissão das empresas Alfer e Mascote constituemse em simulações de pagamentos, de forma que os documentos em poder da Polícia Federal não se prestam a comprovar o efetivo pagamento de mercadorias e tampouco a sua efetiva compra, seu ingresso na empresa, seu consumo ou sua aplicação no processo produtivo. Concluiu que, como nada foi apresentado pela fiscalizada que comprovasse a licitude das operações contestadas pela fiscalização, não logrando a empresa infirmar o entendimento fiscal de que são inidôneas as notas fiscais relacionadas, não tendo sido apresentados documentos que comprovem a efetividade das compras e das entregas das mercadorias, foram glosados os valores correspondentes lançados como custos em sua escrita contábil e fiscal. Foi aplicada a multa qualificada, prevista na Lei n° 9.430, de 1996, art. 44, por considerar o autuante que restou comprovada a intenção da contribuinte de cometer fraudes em prejuízo do Fisco Federal, evidenciada pelo procedimento de fazer uso de notas fiscais inidôneas, simular pagamentos dessas notas, fazer usos de petrechos de falsificação e manter operação de empresas de fachada. Considerou, ainda, o autuante que cabe o agravamento do percentual da multa, diante da falta de atendimento das intimações feitas, respondidas com meras alegações protelatórias. Notificada do lançamento em 23/12/2010, conforme autos de infração, a interessada, representada pelos advogados José Luiz Matthes e Fábio Pallaretti Calcini (procuração de fls. 84/85), ingressou, em 05/01/2011, com a impugnação de fls. 1.007/1.027, alegando, em suma: • decadência, nos termos do Código Tributário Nacional (CTN), art. 150, § 4o , relativamente ao período de janeiro a novembro de 2005; Fl. 1083DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 15956.000743/201048 Acórdão n.º 3302001.775 S3C3T2 Fl. 1.082 5 • o princípio da nãocumulatividade garante seu direito ao crédito sem restrições, sendo que o princípio da boafé vige nas relações juridicas a impugnante agiu de boafé, pois comprou diversos produtos industrializados das empresas Mascote, Alfer e Fácil, o que permitiu o lançamento dos créditos de IPI referentes a essas operações; • portanto, o Fisco não comprovou a suposta infração, na medida em que todos os créditos de IPI estão amparados em notas fiscais que foram devidamente contabilizadas, ficando claro que a inidoneidade apontada no auto de infração é descabida; • todas essas notas fiscais estavam munidas dos requisitos legais previstos à época das operações, sendo certo que as duas empresas se encontravam regulares perante o Fisco Federal; • se essas pessoas jurídicas acabaram encerrando suas atividades posteriormente, tais situações jamais poderiam prejudicar a autuada, que agiu de acordo com a legislação tributária que permitia as deduções e créditos realizados; • é certo que as operações praticadas são totalmente regulares, pois houve aquisição de produtos efetivamente utilizados na atividade empresarial da impugnante, e elas foram devidamente retratadas em notas fiscais, corretamente contabilizadas, tendo ocorrido o pagamento do valor total avençado; ,; j para que a fiscalização pudesse efetivamente recusar os lançamentos contábeis realizados, deveria existir uma prova robusta de que, em 2005, não existiram as operações entre a impugnante e as aludidas empresas; • todas as diligências da Receita Federal foram realizadas no ano de 2010, ou seja, depois de cinco anos da ocorrência das operações averiguadas, o que denota sua fragilidade para desconstituição de negócios jurídicos válidos; • diante das provas e da busca pela retroatividade de declarações de inaptidão, tais condutas jamais poderiam desconstituir as operações de aquisição de produtos que foram devidamente amparadas em notas fiscais e corretamente contabilizadas; • o ordenamento jurídico prestigia a boafé, que deve ser presumida até cabal prova em contrário; • para desconstituição dessa situação o Fisco jamais poderia ter se baseado tãosomente em declarações e na ausência de documentos que estavam apreendidos pela Polícia Federal; • o auto de infração encontrase fundamentado tãosomente em mera presunção, eis que se utiliza de impressões pessoais e na ausência de documentos que estavam no poder da Polícia Federal; a fiscalização não demonstrou, como era de sua competência, os elementos que compõem o fato jurídico tributário, pois o ônus de demonstrar os elementos que deram Fl. 1084DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES 6 ensejo à ocorrência do fato gerador é do Poder Público não se pode vaticinar o comportamento cômodo do Fisco que, ao invés de buscar a verdade material, escondese em frágeis presunções, jogando, abusivamente, para o contribuinte, deveres legais que lhe incumbiam, isso sem contar que a própria atuação admite que a empresa apresentou as notas fiscais e as contabilizou corretamente nos livros próprios; • contrapondo à presunção de boafé e todas as provas da contribuinte (notas fiscais, contabilização, pessoa jurídica com CNPJs ativos em 2005), a única prova diretamente relacionada à questão seria depoimentos e alguns documentos que estavam apreendidos pela Polícia Federal; • a incidência da Taxa Selic sobre o débito apontado não encontra respaldo jurídico, uma vez que deve ser observado o previsto no art. 161 do CTN; • a multa aplicada ofende aos princípios da razoabilidade ou proporcionalidade (CF, art. 5o , LIV) e da proibição do confisco (CF, art. 150, IV); • a multa deve ser reduzida, no mínimo, ao patamar de 20% (vinte por cento), de conformidade com a Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 61, § 2o; • a multa há de ser reduzida uma vez que não houve qualquer prática de conduta por meio de fraude; • não houve a demonstração, comprovação e configuração de condutas que possam ser qualificadas como de evidente intuito de fraude por parte da impugnante. Requereu seja anulado o lançamento ou ao menos reduzido o valor por ele cobrado, tendo em vista sua insubsistência. A par dos argumentos lançados na manifestação de inconformidade apresentada, a DRJ entendeu por bem manter o lançamento em decisão que assim ficou ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 2005 GLOSA DE CRÉDITOS. NOTAS FISCAIS INIDÔNEAS. A falta de comprovação da operação justifica a glosa de créditos suportados por notas fiscais reputadas inidôneas. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2005 INCONSTITUCIONALIDADE. ARGUIÇÃO. A autoridade administrativa é incompetente para apreciar arguição de inconstitucionalidade de lei. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Fl. 1085DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 15956.000743/201048 Acórdão n.º 3302001.775 S3C3T2 Fl. 1.083 7 Anocalendário: 2005 DECADÊNCIA. DOLO COMPROVADO. O direito de a Fazenda Pública rever lançamento por homologação em que o sujeito passivo tenha se utilizado de dolo, fraude ou simulação, extinguese no prazo de 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. JUROS DE MORA. SELIC. A cobrança de juros de mora com base no valor acumulado mensal da taxa referencial do Selic tem previsão legal. MULTA QUALIFICADA. Mantémse a multa por infração qualificada quando reste inequivocamente comprovada a conduta dolosa. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicá las nos moldes da legislação que a instituiu. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Contra esta decisão foi apresentado Recurso Voluntário onde são reprisados os argumentos lançados na Manifestação de Inconformidade apresentada. É o relatório. Voto Conselheiro ALEXANDRE GOMES O presente Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os demais requisitos e dele tomo conhecimento. Contra o estabelecimento filial da Recorrente foi lavrado auto de infração em decorrência do registro em seus livros fiscais de créditos de IPI decorrentes de aquisições de insumos lastreadas em notas fiscais consideradas inidôneas pela fiscalização. Estas notas fiscais seriam relativas a aquisições efetuadas de três empresas especificas: (i) Alfer Comércio e Construções Ltda; (ii) Mascote Distribuidora de Produtos Siderúrgicos Ltda; e, (iii) à Fácil Importação e Exportação Ltda. A autotidade autuante informou que, a empresa Alfer, após diligências realizadas ao seu endereço, não foi localizada. A partir de informações coletadas com vizinhos Fl. 1086DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES 8 do endereço, afirmou que a estrutura física do imóvel existente não comportaria as atividades comerciais. Já em relação a empresa Mascote, informou que a mesma não foi localizada no endereço de cadastro e que após consulta ao Fórum de Ribeirão Preto verificou que a mesma teve a falência decretada em março de 2000. Por fim, a respeito da em presa Fácil aduziu que a Receita Federal do Brasil, por meio do Ato Declaratório Executivo n° 23, de 2 de agosto de 2007, declarou a inaptidão da inscrição CNPJ da empresa com efeitos a partir de 27/12/2004. A partir desta constatações, a Recorrente foi intimada a apresentar documentos e informações que pudessem afastar as alegações efetuadas pelo auditor fiscal, bem como, apresentar cópia das notas fiscais que se encontravam escrituradas em sua contabilidade. Para tal mister foilhe concedido o prazo de 20 dias. Em petição assinada por seus procuradores, a Recorrente requereu prazo de 60 dias para a apresentação dos documentos solicitados, informando que tais documentos estariam em posse da Polícia Federal. Após ter sido requisitada a descrição dos documentos de posse da Policia Federal, respondeu Recorrente que os documentos solicitados teriam sido juntados ao IPL 650/2010. Novas intimações são enviadas a Recorrente, reintimandoo para apresentação de diversos documentos, entre eles cópia das notas fiscais listadas, e em reposta, novamente informa a Recorrente que diversos documentos encontramse apreendidos pela policia Federal. São apresentados, contudo, copias de livros (Razão e entradas) e planilhas elaboradas pela Recorrente Às fls. 224 e 226, encontramse expedientes encaminhados pela Receita Federal tanto a Polícia Federal quanto ao Juiz Federal responsável pela condução do IPL, questionando a existência, entre os documentos apreendidos, de notas fiscais e outros elementos que possam comprovar a existências das transações comerciais entre a Recorrente e as três empresas já citadas. Já nas folhas 234, consta decisão do Juiz Federal condutor do IPL que autoriza a fiscalização a analisar a docuemtação apreendida e, inclusive, tirar as cópias que achar necessárias. São trazidos a estes autos, diversos documentos entre eles notas fiscais emitidas em 2005 pela empresa Mascote, cópias de cheques emitidos pela empresa SMAR em favor da empresa Mascote que segundo declarações colhidas pela fiscalização teriam sido sacados na boca do caixa. Restou constatado que, das diversas notas fiscais que teriam sido emitidas pela Mascote, mesmo depois da decretação de sua falência, muitas não se referiam a insumos a serem utilizados pela Recorrente. Estes são alguns dos “indícios” que corroboraram o entendimento da fiscalização para tornar as notas fiscas inidôneas. Fl. 1087DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 15956.000743/201048 Acórdão n.º 3302001.775 S3C3T2 Fl. 1.084 9 Ainda que não se admita tais conclusões, ainda resta uma questão que me parece de suma importância, qual seja, a prova de que as mercadorias que teriam sido adquiridas de fato permitiriam o creditamento que foi efetuado. Neste sentido concordo com a afirmação constante do voto condutor do acórdão recorrido quando diz que: “ Pois bem, não se pode olvidar que a contribuinte silenciou (e ainda silencia) quando intimado a responder sobre as especificações quanto aos produtos comprados e a necessidade de sua utilização, ou seja, mesmo que não estivesse em questão a contabilização de notas fiscais inidôneas, a empresa fiscalizada deixou de comprovar que tais aquisições seriam MP, PI e ME adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados.” A verdade é que oportunidades não faltaram, e até o momento não há nenhum indício de que as mercadorias sequer foram recebidas nas dependências da Recorrente, uma vez que os lançamentos efetuados nos livros fiscais devem, por determinação legal, estar consubstanciados em documentos hábeis para fazer prova da veracidade das informações apontadas. Assim, entendo que neste ponto não há reparos a fazer na decisão recorrida, e considero que diante das provas colhidas pela fiscalização e diante da ausência de qualquer indicio trazido aos autos pela Recorrente em contrário, que as notas de fato são inidôneas e a Recorrente não pode ser considerada adiquirente de boafé. No tocante à majoração da multa aplicada por conta da existência do evidente intuíto de fraude, também não assiste razão a Recorrente. A lei 9.430/96, assim determina: Art. 44. Nos casos de lançamento de oficio, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: (•••) II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Já a Lei 4.502/64, por sua vez, assim esclarece: Art. 71 — Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: 1da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais do contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação principal ou o crédito tributário correspondente. Ari. 72 — Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o Fl. 1088DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES 10 montante do imposto devido, ou a evitar ou deferir o seu pagamento. Art. 73 — Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos no art. 71 e 72 (grifei). Como tenho defendido nesta casa, em outros casos, a aplicação da pena prevista no inciso II do art. 44 da Lei 9.430/96 depende, clara e inequivocamente, da comprovação de que houve o “evidente intuito de fraude”. Por isto é indispensável que a autoridade fiscal apresente esta prova. A este respeito, trazemos à baila importante ensinamento do renomado jurista Marco Aurélio Greco1, que assim trata o assunto: “À vista disso, entendo, neste ponto específico, que, pelo caráter absolutamente excepcional da previsão, os pressupostos de incidência da norma punitiva do inciso II (sem aqui examinar os relativos ao inciso I) devem ser fatos cuja qualificação jurídica deve ser incontroversa e resultar de aferição objetiva; vale dizer, desprovida de ponderações subjetivas ou de elementos metajurídicos. Em suma, havendo divergência relevante (dúvida razoável) quanto à cognição da qualificação jurídica dois fatos realizados, não cabe, a meu ver, aplicação do inciso II do artigo 44 da Lei nº 9.430/96.” Ou seja, para ser imputada a multa deve a autoridade fiscalizatória promover prova contundente de que os atos praticados pelo contribuinte de fato estavam revestidos de evidente intuíto de fraude. A meu ver, o extenso trabalho desenvolvido pela fiscalização de um lado e, de outro, a ausência de argumentos e provas capazes de, ao menos lançar uma dúvida razoável sobre as afrmações, levam a conclusão de que a havia de fato o evidente intuito de fraude. Neste contexto, também dever ser afastada a alegação de decadência parcial do auto de infração lavrado, nos exatos termos determinados pelo art. 150 § 4º do CTN, que diz: Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.. (...) § 4o Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de 5 (cinco anos), a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, 1 In Revista Dialética de Direito Tributário nº 76 – Multa Agravada e em Duplicidade. Pag 152 Fl. 1089DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES Processo nº 15956.000743/201048 Acórdão n.º 3302001.775 S3C3T2 Fl. 1.085 11 Tendo sido comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, deve ser aplicado o que dispõe o inciso I do art. 173 do CTN, in verbis: Art. 173 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado Portanto, não há que se falar em decadência. Existe irresignação da Recorrente também quanto a alicação da taxa selic, bem como em relação ao caráter confiscatório das multas aplicadas. Como é cediço, é vedado ao julgador administrativo declarar a ilegalidade ou inconstitucionalidade de lei vigente e eficaz, matéria que já se encontra inclusive sumulada no âmbito do CARF: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Também se encontra sumulada a possibilidade de aplicação da SELIC: Súmula CARF nº 4: A partir de Io de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Por todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito em complemento as razões exposto no acórdão recorrido as quais faço remissão nos termos do art. 50, §1º da Lei nº 9.784/99. (assinado digitalmente) ALEXANDRE GOMES Relator Fl. 1090DF CARF MF Impresso em 12/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/11/2012 por ALEXANDRE GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 10280.005198/2005-95
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2001
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA - SITUAÇÕES FÁTICAS DISTINTAS ENTRE O ACÓRDÃO RECORRIDO E AS DECISÕES APONTADAS COMO PARADIGMAS - IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DO RECURSO.
Não se pode conhecer do recurso especial de divergência quando a decisão recorrida e os acórdãos apontados como paradigmas analisaram questões fáticas distintas.
No caso, o lançamento está fundamentado na presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto e foram considerados como aplicações de recursos depósitos bancários efetivados no exterior em favor do contribuinte. O acórdão recorrido cancelou a exigência sob o entendimento de que a autoridade lançadora deveria ter-se utilizado da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada e não da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto. Já nos acórdãos indicados como paradigmas, a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto restou mantida, pois os contribuintes não lograram desconstituí-la, sendo que em nenhum deles há indicação de que depósitos bancários foram considerados como aplicações de recursos no demonstrativo de evolução patrimonial. Nessas circunstâncias não se caracteriza divergência de interpretação da legislação tributária, tal qual previsto no artigo 67 do RICARF.
Recurso especial não conhecido.
Numero da decisão: 9202-002.427
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Otacílio Dantas Cartaxo.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Gonçalo Bonet Allage Relator
EDITADO EM: 19/11/2012
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire.
Matéria: IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
Nome do relator: GONCALO BONET ALLAGE
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Não se pode conhecer do recurso especial de divergência quando a decisão recorrida e os acórdãos apontados como paradigmas analisaram questões fáticas distintas. No caso, o lançamento está fundamentado na presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto e foram considerados como aplicações de recursos depósitos bancários efetivados no exterior em favor do contribuinte. O acórdão recorrido cancelou a exigência sob o entendimento de que a autoridade lançadora deveria terse utilizado da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada e não da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto. Já nos acórdãos indicados como paradigmas, a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto restou mantida, pois os contribuintes não lograram desconstituíla, sendo que em nenhum deles há indicação de que depósitos bancários foram considerados como aplicações de recursos no demonstrativo de evolução patrimonial. Nessas circunstâncias não se caracteriza divergência de interpretação da legislação tributária, tal qual previsto no artigo 67 do RICARF. Recurso especial não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 00 51 98 /2 00 5- 95 Fl. 291DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 276 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos e Otacílio Dantas Cartaxo. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage – Relator EDITADO EM: 19/11/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Em face de Yukikatsu Nobushige foi lavrado o auto de infração de fls. 206 213, para a exigência de imposto de renda pessoa física, exercício 2001, em razão da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto. Nos meses de janeiro e de dezembro de 2000 o contribuinte teria recebido, no exterior, a quantia de US$ 345.660,00. Figurou, portanto, na qualidade de beneficiário final, de destinatário destes recursos. Considerando esse valor, convertido para real, como aplicação e utilizando as informações contidas na declaração de ajuste anual do autuado, a autoridade lançadora apurou, de forma anual, em 12/2000, um acréscimo patrimonial a descoberto de R$ 635.365,39 (fls. 209). A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belém (PA) considerou o lançamento procedente em parte, reduzindo a base de cálculo do lançamento para R$ 263.911,72, sob o fundamento de que a apuração do acréscimo patrimonial deveria ser feita de forma mensal e não anual, como ocorreu, motivo pelo qual a procedência do lançamento estava relacionada apenas aos fatos verificados em 12/2000 (fls. 225231). Por sua vez, a Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, apreciando o recurso voluntário interposto pelo contribuinte, proferiu o acórdão n° 220200.304, que se encontra às fls. 241243, cuja ementa é a seguinte: Fl. 292DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 277 3 Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Exercício: 2001 Ementa: IRPF ACRÉSCIMO PATRIMONIAL APURAÇÃO ANUAL No caso de rendimentos da atividade rural, o acréscimo patrimonial deve ser apurado de forma anual, à luz do artigo 49 da Lei n.° 7.713/1988, e da Lei n.° 8.023/1990. IMPOSTO DE RENDA TRIBUTAÇÃO EXCLUSIVAMENTE COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS POSSIBILIDADE A partir da vigência do art. 42 da Lei n° 9.430/96, o fisco não mais ficou obrigado a comprovar o consumo da renda representado pelos depósitos bancários de origem não comprovada, a transparecer sinais exteriores de riqueza (acréscimo patrimonial ou dispêndio), incompatíveis com os rendimentos declarados, como ocorria sob égide do revogado parágrafo 5° do art. 6° da Lei n° 8.021/90. Agora, o contribuinte tem que comprovar a origem dos depósitos bancários, sob pena de se presumir que estes são rendimentos omitidos, sujeitos à aplicação da tabela progressiva. Recurso voluntário provido. A decisão recorrida, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso, sob o argumento de que o lançamento deveria ter como fundamento a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem ao comprovada e não a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto. Intimada do acórdão em 21/06/2010 (fls. 244), a Fazenda Nacional interpôs, com fundamento no artigo 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria n° 256/2009, recurso especial às fls. 250258, acompanhado dos documentos de fls. 259261, cujas razões podem ser assim sintetizadas: a) Tratase de auto de infração relativo ao imposto sobre a renda das pessoas físicas anocalendário de 2001, por meio do qual foi apurado crédito tributário no montante de R$ 447.194,61, valor já acrescido dos juros de mora e multa de ofício, calculados de acordo com a legislação de regência; b) Conforme descrição dos fatos, a exigência decorreu da omissão de rendimentos, tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, onde se verificou excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados; c) A decisão de primeira instância considerando que o acréscimo patrimonial a descoberto somente poderia ser apurado por bases mensais, manteve apenas os valores transferidos no mês de dezembro, o que após o cálculo determinou a redução do imposto de R$ 174.419,68, para R$ 72.2689,62, acrescidos das demais imposições legais; d) Já em segunda instância, entendeuse ser inadequado o lançamento por meio de acréscimo patrimonial a descoberto, comprometendo a parte Fl. 293DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 278 4 restante do lançamento integralmente. O correto seria o lançamento como omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários; e) O julgado ora recorrido, data venia, merece reforma, uma vez que diverge dos acórdãos de n°s 10614.451 e 10615.902, distanciandose de disposição de lei; f) Primeiramente, cabe aduzir que existe identidade fática entre o acórdão recorrido e os citados paradigmas, pois todos tratam da tributação de acréscimo patrimonial a descoberto; g) Não obstante a semelhança dos casos comparados, as citadas decisões chegaram a conclusões distintas. Para a decisão recorrida “No caso concreto em análise, o que importa para a identificação do sujeito passivo é a titularidade de fato da disponibilidade financeira. Os valores apontados nos autos foram recebidos pelo recorrente na qualidade de beneficiário. Isso é demonstrado pelos documentos de fls. 285 (fl. 243verso). Neste contexto, inadequada o lançamento por meio de acréscimo patrimonial a descoberto, comprometendo a parte restante do lançamento integralmente. O correto seria o lançamento como omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários”. Por outro lado, os acórdãos paradigmas assentaram que o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabendo a ele demonstrar a origem dos recursos informados para acobertar seus dispêndios gerais e aquisições de bens e direitos; h) O auto de infração está fundamentado na presunção de omissão de rendimentos decorrente de acréscimo patrimonial a descoberto APD, constatado a partir do excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados, conforme previsão dos arts. 2° e 3° da Lei n° 7.713, de 22 de dezembro de 1988; i) A partir do exame deste dispositivos, depreendese que devem ser confrontadas, mensalmente, as variações patrimoniais com os rendimentos auferidos, a fim de se apurar a evolução patrimonial do contribuinte. Caso seja constatada a existência de acréscimo patrimonial a descoberto, verificase a ocorrência da omissão de rendimentos, até prova em contrário, a cargo do contribuinte; j) Assim, cabe ao Fisco somente demonstrar o fato definido na lei como necessário e suficiente ao estabelecimento da presunção para que fique evidenciada a omissão de rendimentos; k) Dessa forma, a lei mencionada dispõe que uma vez verificada omissão de rendimentos, autorizado está o lançamento do imposto correspondente, uma vez demonstrado pela autoridade lançadora que os valores dos dispêndios/aplicações ultrapassaram os recursos disponíveis segundo apuração mensal; l) De tal raciocínio, concluise que o acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, isentos ou não tributáveis, tributados Fl. 294DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 279 5 exclusivamente na fonte e sujeitos à tributação definitiva, está sujeito ao lançamento de ofício por caracterizar omissão de rendimentos. Apenas a apresentação de provas inequívocas, que justifiquem o acréscimo patrimonial em face do montante da renda líquida, é hábil a afastar a presunção legal de omissão de rendimentos, o que não foi apresentada no feito; m) Percebese, portanto, que o Fisco comprovou o acréscimo patrimonial a descoberto. Por conseguinte, estava autorizado a realizar o lançamento. O ônus da prova em contrário, nos termos do artigo 3°, § 1° da Lei 7.713/1988, caberia aos interessados que, no entanto, apenas negaram a conduta, sem trazer qualquer outra prova da origem dos recursos; n) Requer seja dado provimento ao recurso para reformar o acórdão recorrido, mantendose o lançamento tributário. Admitido o recurso através do despacho n° 220200.166 (fls. 262266), o contribuinte foi intimado e, devidamente representado, apresentou contrarrazões às fls. 269 272, onde defendeu, fundamentalmente, a impossibilidade de conhecimento do recurso, pois “... em todos os acórdãos, recorrido e paradigmas, há um consenso quanto à presunção legal de omissão de rendimentos e inversão do ônus da prova em desfavor do contribuinte. Não há, portanto, divergência que legitime a interposição de recurso especial ao CSRF, pelo que não merece ser conhecido o presente recurso especial, mantendose a decisão recorrida.”. É o Relatório. Voto Conselheiro Gonçalo Bonet Allage, Relator Na visão deste julgador, o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional não pode ser conhecido. Reitero que o acórdão proferido pela Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do CARF, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário, sob o argumento de que o lançamento deveria ter como fundamento a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem ao comprovada e não a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto. Segundo a recorrente, como o Fisco comprovou o acréscimo patrimonial a descoberto, estava autorizado pela legislação a efetuar o lançamento, cabendo ao contribuinte provar o contrário, o que não ocorreu. Com o objetivo de comprovar a divergência jurisprudencial que autorizaria a interposição do recurso com fundamento no artigo 67, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria n° 256/2009, citou como paradigmas os acórdãos nos 10614.451 e 10615.902, cujas ementas são as seguintes: Fl. 295DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 280 6 IRPF ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO – São tributáveis os valores relativos ao acréscimo patrimonial, quando não justificados pelos rendimentos tributáveis, isentos/não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva. ÔNUS DA PROVA Se o ônus da prova, por presunção legal, é do contribuinte, cabe a ele a provada origem dos recursos informados para acobertar seus dispêndios gerais e aquisições de bens e direitos. JUROS MORATÓRIOS SELIC O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta. O percentual de juros a ser aplicado no cálculo do montante devido é o fixado no diploma legal vigente a época do pagamento. Recurso negado. (Acórdão n° 10614.451) TRIBUTAÇÃO. PRESUNÇÃO LEGAL. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Invocando presunção legal de omissão de rendimentos, a autoridade lançadora eximese de provar no caso concreto a sua ocorrência, transferindo o ônus da prova ao contribuinte. Somente a apresentação de provas hábeis e idôneas pode refutar a presunção legal regularmente estabelecida. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Constitui rendimento bruto sujeito ao imposto de renda, o valor do acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis ou tributáveis exclusivamente na fonte. A tributação de acréscimo patrimonial a descoberto só pode ser elidida mediante prova em contrário. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito mantida junto à instituição financeira, quando o titular regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações. Recurso negado. (Acórdão n° 10615.902) Em tais precedentes, portanto, mantevese a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto, pois os autuados não lograram desconstituíla, sendo que não há nenhuma indicação no sentido de que depósitos bancários foram considerados como aplicações de recursos no demonstrativo de variação patrimonial. No voto condutor do acórdão n° 10614.451, o Relator, Conselheiro Luiz Antonio de Paula, asseverou o seguinte: Fl. 296DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 281 7 O acréscimo patrimonial a descoberto é fato gerador do imposto de renda como proventos de qualquer natureza, como definido no inciso II do art. 13 do CTN, pelo simples fato de que ninguém aumenta seu patrimônio sem a obtenção dos recursos para isso necessários. A eventual diferença ou descompasso demonstrado na evolução patrimonial evidencia a obtenção de recursos não conhecidos pelo Fisco. Porém, a presunção contida no dispositivo citado (CTN, art. 13, II) não é absoluta, mas relativa, na medida em que admite prova em contrário. Entretanto, essa prova deve ser feita pelo autuado, uma vez que a legislação define o descompasso patrimonial como fato gerador do imposto, sem impor condições ao sujeito ativo, além da demonstração do referido desequilíbrio. O levantamento de acréscimo patrimonial não justificado é forma indireta de apuração de rendimentos omitidos. Neste caso, cabe à autoridade lançadora comprovar apenas a existência de rendimentos omitidos, que são revelados pelo acréscimo patrimonial não justificado. Nenhuma outra prova a lei exige da autoridade administrativa. A Lei n° 7.713/1988, art. 3°, § 1° define a presunção da omissão de rendimentos, tratandose, portanto, de presunção legal. Tal presunção encontra explicação lógica no fato de que ninguém compra algo ou paga a alguém sem que tenha recursos para isso, ou os tome emprestado de terceiros, provada pelo fisco a aquisição de bens e/ou aplicações de recursos, cabe ao contribuinte a prova da origem dos recursos utilizados, isso, redundará no ônus da contraprova pelo contribuinte. O recorrente, na tentativa de explicar os acréscimos patrimoniais a descoberto apurados pela fiscalização, tentou justificálos com o recebimento de valores pertinentes a distribuição de lucros da empresa da qual ele e sua esposa são sócios, entretanto, não carreou para os autos, a comprovação destes, em datas e valores, simplesmente apresentando a planilha de fls. 559/560. Assim, não estando comprovada a distribuição de lucros da empresa Cássio Correa Incorporação, Empreendimentos e Participações Ltda não há como considerálos como recursos para justificar os acréscimos patrimoniais a descoberto, consubstanciados no Auto de Infração de fls. 430/431. No acórdão n° 10615.902, também citado pela recorrente como paradigma, o voto condutor, da lavra da Conselheira Sueli Efigênia Mendes de Britto, traz as seguintes ponderações: 2. Acréscimo patrimonial a descoberto. Fundamento legal: art. 52 da Lei n° 4.609 de 11/6/62 e no art. 9° da Lei n° 4.729 de 14/7/1965, art. 3° § 1°, art. 4° Lei n° 7.713/1988, e art. 6° e parágrafos, Lei 8.021/90, inseridos no Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 1.041/1994 no inciso XIII do artigo 58 e art. 59, e no RIR Fl. 297DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 282 8 aprovado pelo Decreto 3.000/1999 no inciso XIII do artigo art.55 e no art. 846 e parágrafos, nos seguintes termos: (...) Também, aqui a presunção é juris tantum, provado o acréscimo patrimonial, cabe ao contribuinte demonstrar a origem dos recursos utilizados nos rendimentos tributáveis ou não tributáveis. Contatase, pois, pelas ementas e pelos votos, que em ambos os acórdãos indicados como paradigma pela Fazenda Nacional, restaram mantidas as exigências decorrentes da presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto, pois os contribuintes daqueles feitos não trouxeram prova que pudesse afastar a aplicação da presunção legal, sendo que em nenhum deles há indicação de que depósitos bancários foram considerados como aplicações de recursos no demonstrativo de variação patrimonial. No caso em apreço, contudo, a situação fática é completamente diversa. O lançamento, aqui, também é pela presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto. O contribuinte teria recebido, no exterior, depósitos na ordem de US$ 345.660,00. Considerando esse valor, convertido para real, como aplicação e utilizando as informações contidas na declaração de ajuste anual do autuado, a fiscalização apurou um acréscimo patrimonial a descoberto de R$ 635.365,39 (fls. 209). No entanto, para considerálo improcedente, o acórdão recorrido não deixou de aplicar tal presunção. Apenas entendeu que o fundamento da exigência deveria ser a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada e não a presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto, ou seja, para a decisão recorrida, está incorreta a qualificação do lançamento, na medida em que o contribuinte recebeu depósitos bancários no exterior. É isso que se extrai, com bastante clareza, das seguintes passagens do voto condutor do acórdão recorrido, que teve como Relator o Conselheiro Antonio Lopo Martinez (fls. 243): Tendo sido evidenciado pelo fisco a aquisição de bens e/ou aplicações de recursos, cabe ao contribuinte a prova da origem dos recursos ,utilizados. Isto é, a prova ex ante, de iniciativa do Fisco, redundará no ônus da contraprova pelo contribuinte. A norma jurídica estabeleceu uma presunção legal ao definir que os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados constituem rendimentos omitidos e, portanto, sujeitos à tributação. De modo geral, toda presunção é a aceitação como verdadeiro de um fato provável. Na maioria das vezes, a presunção é simples ou relativa (praesumptio iuris tantum) e seu efeito é a inversão do ônus da prova, cabendo à parte interessada a produção de prova contrária para afastar o Fl. 298DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 283 9 presumido. É o que ocorre no presente caso. A presunção legal aqui enfocada é relativa, impondo ao agente público o lançamento de ofício do imposto correspondente sempre que o contribuinte não justifique, por meio de documentação hábil e idônea, o acréscimo patrimonial a descoberto. No que toca ao questionamento das provas apresentadas nos autos, aqui mais uma vez cabe a divergência em relação ao entendimento da autoridade recorrida. No caso concreto em análise, o que importa para a identificação do sujeito passivo é a titularidade de fato da disponibilidade financeira. Os valores apontados nos autos foram recebidos pelo recorrente na qualidade de beneficiário. Isso é demonstrado pelos documentos de fls 285. Nesse contexto, entendo inadequada o lançamento por meio de acréscimo patrimonial a descoberto, comprometendo a parte restante do lançamento integralmente. O correto seria o lançamento como omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários. Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de dar provimento ao recurso. Sob minha ótica, é fácil perceber que o acórdão recorrido e as decisões paradigmas analisaram questões fáticas distintas. Segundo penso, nessas circunstâncias inexiste a divergência de interpretação da legislação tributária, da forma prevista no artigo 67, do Anexo II, do RICARF, o que impede a apreciação da manifestação da recorrente. A divergência jurisprudencial estaria caracterizada, apenas e tão somente, se a Fazenda Nacional tivesse trazido como paradigma decisão que manteve o lançamento fundamentado na presunção de omissão de rendimentos caracterizada por acréscimos patrimoniais a descoberto, quando a fiscalização considerou depósitos bancários como aplicações de recursos no demonstrativo de variação patrimonial, mas isso não ocorreu. Voto, portanto, no sentido de não conhecer do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Gonçalo Bonet Allage Fl. 299DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE Processo nº 10280.005198/200595 Acórdão n.º 9202002.427 CSRFT2 Fl. 284 10 Fl. 300DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 26/11/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por GONCALO BONET ALLAGE
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Numero do processo: 10935.007645/2010-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 16 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009
CARACTERIZAÇÃO DE RELAÇÃO DE EMPREGO ENTRE A EMPRESA TOMADORA E OS EMPREGADOS FORMALMENTE VINCULADOS À PRESTADORA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE PRESTAÇÃO DIRETA DE SERVIÇOS PELOS SEGURADOS À CONTRATANTE.
Somente procede a vinculação dos empregados da empresa prestadora à tomadora, quando resta suficientemente comprovado que os serviços eram prestados diretamente pelos segurados à empresa contratante, atuando a prestadora para dissimular o vínculo.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2401-002.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora), que negava provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Kleber Ferreira de Araújo.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Relatora
Kleber Ferreira de Araújo Redator Designado
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA
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NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DE PRESTAÇÃO DIRETA DE SERVIÇOS PELOS SEGURADOS À CONTRATANTE. Somente procede a vinculação dos empregados da empresa prestadora à tomadora, quando resta suficientemente comprovado que os serviços eram prestados diretamente pelos segurados à empresa contratante, atuando a prestadora para dissimular o vínculo. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 76 45 /2 01 0- 66 Fl. 1534DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 ACORDAM os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso. Vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (relatora), que negava provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Kleber Ferreira de Araújo. Elias Sampaio Freire Presidente Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira – Relatora Kleber Ferreira de Araújo – Redator Designado Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Elias Sampaio Freire, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Kleber Ferreira de Araújo, Igor Araújo Soares, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. Fl. 1535DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório A presente Auto de Infração de Obrigação Principal, lavrado sob o n. 37.298.2190, tem por objeto as contribuições sociais destinadas ao custeio da Seguridade Social, parcela a cargo da empresa, incluindo as destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, sobre os valores pagos aos segurados empregados e contribuintes individuais. O lançamento compreende competências entre o período de 01/2005 a 12/2009, inclusive o 13 salário e foi dividido nos seguintes levantamentos:F1, FP1 e FP2. Transcrevese abaixo os principais pontos descritos pela autoridade fiscal em seu relatório fiscal, fl. 33 a 57, face as constatações durante o procedimento de auditoria. Tais fatos foram apurados como resultado da análise documental e dos procedimentos de auditoria fiscal, conforme descrito a seguir: QUANTO AOS PROCURADORES DAS EMPRESAS Importante salientar que o procurador da empresa Dirce Schiano Zani era o Sr. Marcos Eduardo Zani, filho da Sra. Dirce Schiano Zani e irmão do Sr. Alex Fernando Zani, sócio da empresa Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda. Foi também procurador da empresa Dirce Schiano Zani, o Sr. Pedro Zani, já falecido, esposo da Sra. Dirce Zanni e pai de Marcos Eduardo Zani e Alex Fernando Zani, conforme constante nos contratos de locação de imóvel. NO anexo V consta procuração. CONSTATAÇÃO FISCAL QUANTO AO FATOS ENCONTRADOS NAS EMPRESAS AUDITADAS DIRCE X ISP Durante a fase da análise documental propriamente dita, diversas constatações efetuadas por essa auditoriafiscal , conforme relatado nos parágrafos abaixo, demonstra que, a empresa Dirce Schiano Zani optante do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES instituído pela Lei 9.317/1996 e do SIMPLES NACIONAL instituído pela Lei Complementar 123, de 14.12.2006, foi "utilizada" para fins de evasão da carga tributária do Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda, através de planejamento tributário onde utilizouse o "fracionamento" da folha de pagamento. De forma dissimulada, procurouse demonstrar que as duas empresas fossem distintas e independentes entre si, mas que, pelo conjunto de elementos probatórios coletados pela fiscalização e indícios apontados considerouse que houve evidente unicidade empresarial para fins de tributários. Os fatos verificados que levaram a auditoria fiscal concluir que a empresa optante do SIMPLES ( Dirce Schiano Zani ) existia apenas formalmente para que o Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda pudesse reduzir sua carga tributária relativamente ao pagamento das contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento do pessoal alocado naquele "setor" da ISP denominado Dirce Schiano Zani. 1. ENDEREÇO DAS EMPRESAS Fl. 1536DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 14.1 Um dos fatos que levou a auditoria fiscal suspeitar que se tratava de uma empresa única referese justamente na localização dessas duas empresas. Muito embora os nomes dos logradouros constantes dos sistemas informatizados da Receita Federal sejam divergentes, foi apurado por essa fiscalização que as duas empresas funcionam na Quadra n° 13 (Lote Único) do Loteamento Sérgio Mauro Festugatto Parque Industrial II em Santa Tereza do Oeste (PR) I. 14.2 Os endereços divergentes referemse ao nome da avenida que passa em frente a Quadra n° 13 (margeando a BR 277) e da rua que passa na lateral dessa mesma quadra. O acesso às empresas darse á pela lateral do empreendimento, ou seja, pela Rua Antonio Victor Maximiano, 107 conforme demonstrado na imagem abaixo, retirado do website da empresa Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda www.institutosaopaulo.com.br. 2. MESMO ENDEREÇO EM NOTAS FISCAIS 14.3 Foi verificado por essa auditoria que nas notas fiscais de prestação de serviços emitidas pela Dirce Schiano Zani, notadamente no período de 10.01.2006 a 29.12.2008, o endereço constante desses documentos fiscais é a Rua Antonio Victor Maximiano, 107 Distrito Industrial Santa Tereza do Oeste (PR), ou seja, o mesmo endereço do Instituto São Paulo, conforme cópia constante do ANEXO IX. 14.4 Em verificação "in loco" realizada por essa fiscalização verificouse que existe apenas um único acesso às empresas (conforme figura abaixo) o qual se dá pela Rua Antonio Victor Maximiano. Não existe entrada que dá acesso apenas ao bloco "C" onde estava instalada a empresa Dirce Schiano Zani. Esse fato demonstra que não havia separação entre as empresas no tocante a localização das mesmas. (colaciona o auditor fotos quanto as informações de localização). Os estabelecimentos faziam parte da mesma quadra. Havia apenas a separação dos barracões industriais/comerciais, os quais faziam parte de um único "empreendimento". 3. DISPENSA E CONTRATAÇÃO IMEDIATA PELA EMPRESA INTERPOSTA O Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda teve em seus quadros de empregados, diversos funcionários que após se desligarem formalmente da empresa Dirce Schiano Zani (DSZ) foram imediatamente recontratados pelo Instituto São Paulo (ISP). Na auditoria fiscal foi constatado que durante o período fiscalizado, 37 empregados foram demitidos do quadro de empregados da Dirce S Zani e recontratados pela empresa Instituto São Paulo, exercendo na maioria das vezes a mesma função, o que denota que as duas empresas tinham forte ligações empresariais para esse "aproveitamento" de mão de obra. O fato em si (contratação de funcionários que foram demitidos de uma outra empresa) não demonstra que houve alguma irregularidade perante o fisco, tendo em vista isso ser um procedimento comum em atividades empresarias. Ocorre que, algumas dessas pessoas que foram "transferidas" da Dirce Schiano Zani para o Instituto São Paulo continuaram a exercer suas funções para a empresa Dirce Schiano Zani como se fossem empregados dessa empresa, ocorrendo dessa forma o compartilhamento de empregados, conforme exemplos constantes do item 17. O número de empregados da empresa Dirce Schiano Zani referente ao período de Jan/2005 a Abril/2008 foi bem superior aos da Matriz da ISP e da Filial 0007, essa superioridade de números de empregados é uma característica de empresas optantes pelo Fl. 1537DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 4 5 SIMPLES que são "utilizadas" por outra para fins de reduzir a carga tributária da não optante pelo SIMPLES. Com esse planejamento tributário mediante o fracionamento da folha de pagamento, mantêmse um número de empregados maior naquela empresa optante do SIMPLES e baixo faturamento, e um número menor de empregados na empresa não optantes pelo SIMPLES e com um faturamento mais expressivo. 15.4) Em Janeiro de 2010 a empresa Dirce S Zani teve os seus 52 ( cinqüenta e dois) funcionários transferidos para a empresa ISP Eletromédica Ltda CNPJ 01.417.367/000178, sem rescisão do contrato de trabalho. Fato a ressaltar é que a ISP Eletromédica Ltda tem como seus administradores os Srs. Alex Fernando Zani, Elói da Silva Carvalho e Marcos Eduardo Zani, sendo os dois primeiros sócios do Instituto São Paulo e o último, procurador da empresa Dirce Schiano Zani. Importante informar e que a ISP Eletromédica Ltda efetua as mesmas atividades executadas pela empresa Dirce Schiano Zani, porém não é optante pelo SIMPLES NACIONAL. 4. DA NÃO CONTABILIZAÇÃO DE DESPESAS DOS EMPREGADOS DAS EMPRESAS INTERPOSTAS O segurado Luiz A de Souza Júnior constava como empregado na empresa Dirce S Zani no período compreendido entre 01/08/2005 a 01/02/2006, exercendo o cargo de contador e como empregado na empresa ISP de 02.02.2006 em diante, exercendo a mesma função. Entretanto, no período fiscalizado era ele o responsável contábil da empresa Dirce Schiano Zani nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009, conforme demonstrado nas assinaturas constantes dos Livros Diários dos anos respectivos (ver ANEXO XII). Fato a informar, é que não houve pagamentos contabilizados relativos a essa prestação de serviços ao Sr. Luiz A de Souza Júnior, o que demonstra que o mesmo era apenas remunerado pelo ISP a partir de 02.02.2006, mas prestou serviços contábeis à empresa Dirce Schiano Zani. No ano de 2005 assinou pela empresa Dirce Schiano Zani como contador o Sr. Paulo de Tarso V. A assessora jurídica Mara Bennemann teve vínculo empregatício com a empresa Dirce Schiano Zani no período compreendido entre 15.05.2006 a 12.08.2006. A partir do 14.08.2006 iniciouse vinculo de emprego com o Instituto São Paulo Ltda, porém a mesma atuou como procuradora da empresa Dirce Schiano Zani em alguns processos trabalhistas (ver ANEXO XIV) conforme demonstrado abaixo. Não houve pagamentos registrados a favor da assessora jurídica, como contribuinte individual, na contabilidade e tampouco na folha de pagamento Dirce Schiano Zani. Esses fatos por si demonstram que, mesmo registrada formalmente no Instituto São Paulo a assessora jurídica prestou serviços à Dirce Schiano Zani, sem remuneração por parte desta. 5. RESCISÕES ASSINADAS PELA EMPRESA 17.5) Foi verificado também pela fiscalização, que nas cópias dos Termos de Rescisões de Contrato de Trabalho (TRCT) abaixo discriminados da empresa Dirce Schiano Zani (ver ANEXO XV) , os mesmos continham assinaturas dos sóciosadministradores do Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda (Alex Fernando Zani e Jair Luciano Schmitt), o que demonstra que os administradores acima relacionados praticaram atos administrativos na empresa optante pelo SIMPLES, o que caracteriza mais uma prova de que houve unicidade empresarial entre a duas empresas e que a separação formal. 6. PRESTAÇÃO EXCLUSIVA DE SERVIÇOS Fl. 1538DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 Na auditoria fiscal foi constatado que a empresa Dirce Schiano Zani, tinha como atividade principal a "Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto sob encomenda" (CNAE 32.50704) mas prestava serviços de industrialização para o Instituto São Paulo (ISP) que era seu único e exclusivo cliente no período abrangido pela Auditoria Fiscal (Jan/2005 a Dez/2009), conforme apurado em sua contabilidade e provado através de notas fiscais de prestação de serviços. 7. FATURAMENTO X CUSTO COM PESSOAL 18.3) No quadro abaixo a fiscalização demonstra um comparativo entre os custos dos serviços prestados e o custo total com pessoal da empresa Dirce Schiano Zanni referentes aos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009 onde efetuando uma análise comparativa entre o custo dos serviços prestados X custo com pessoal acima apresentados, notase claramente que o custo total com o pessoal da Dirce Schiano Zani é quase a totalidade dos custos dos serviços prestados, indicando basicamente que a folha de pagamento era seu mais significativo custo. (...) Na análise comparativa entre a receita liquida (Receita Bruta deduzida dos impostos sobre as vendas) e o custo do pessoal é perceptível que nos anos de 2005 e 2009, o custo com pessoal é equivale a 123,25% e 101,93% respectivamente da Receita Líquida. Nesse dois anos em específico, a empresa Dirce Schiano Zani teve como resultado liquido prejuízos da ordem de R$ 259.993.21 em 2005 e de R$ 117.060,93 em 2009. Os valores foram obtidos na Demonstração do Resultado dos Exercícios de 2005. 8. AUSÊNCIA DE DESPESAS PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES Outro fato a ser considerado e que chamou a atenção da auditoria fiscal é que, estando a empresa Dirce Schiano Zani classificada no sob CNAE n° 32.50704 (Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto sob encomenda) a mesma não apresentou em sua contabilidade o registro do pagamento de despesas consideradas corriqueiras em todo estabelecimento industrial, como por exemplo, despesas relativas ao consumo de energia elétrica, telefone/comunicações, material de uso e consumo, manutenção de máquinas e equipamentos. (...) A empresa Dirce Schiano Zani não apresentou em sua escrituração contábil o registro de despesas telefone/telecomunicações. A de se considerar muito estranho uma empresa que teve um faturamento de R$ 7.454.958,18 e uma média de 112 funcionários ao longe de cinco anos (2005 a 2009), não utilizou ligações a serviço ou acesso banda larga (internet) para realizar aquisições de produtos, compra de insumos, contatos com fornecedores e outras empresas, contatos com órgãos públicos, notadamente com a ANVISA dada a sua área de atuação, e mesmo comunicação entre seu corpo funcional através de ramais internos ou mesmo ligações telefônicas de caráter particular. 9. DESPESAS COM ALUGUEL 20) A auditoria fiscal apurou também que o aluguel do prédio onde estava instalada a empresa DIRCE SCHIANO ZANI foi pago ao Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda. Fl. 1539DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 5 7 Fato a considerar é que a 4 a cláusula do contrato de locação de imóvel firmado com o Instituto São Paulo em 01/10/20005 menciona que os consumos e ou despesas de luz, gás, assim como todos os encargos e tributos que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel (IPTU); bem como a conservação/manutenção do imóvel, seguro do prédio; seguro de todo maquinário, ferramentas, matéria prima, produtos, produtos em elaboração e outras matérias armazenadas no referido imóvel fiquem a cargo do locador, ou seja é ônus do Instituto São Paulo. 10. EXECUÇÃO DE ATIVIDADES INERENTES A EMPRESA IPS Os segurados empregados tinham registros formais na empresa optante pelo SIMPLES, mas sua função ( Operador Televendas) só poderia ser realizada para o Instituto São Paulo pois essa modalidade de venda chamada de "televendas, telemarketing" é utilizada pelo ISP até as dias de hoje. 11. CONFUSÃO ENTRE A DOCUMENTAÇÃO APRESENTADA Outro fato que foi apurado pela fiscalização é que em algumas capas de pastas contendo os holerites de funcionários da Dirce Schiano Zani ( competências de Abril/2008 e julho/2008) consta o logotipo do Instituto São Paulo, ou seja, documentos de uma empresa sendo guardados em pasta personalizada de uma outra empresa.. 12. PAGAMENTOS DE DESPESAS DE GPS 25) A fiscalização apurou também que em alguns pagamentos de Guias da Previdência Social (GPS) de responsabilidade da empresa Dirce Schiano Zani, as pessoas que efetuaram ou autorizaram o débito nas respectivas conta corrente mantidas nos Bancos Itaú (Ag. 3838 Conta 161333) e Banco do Brasil (Ag 3.4029 Conta 74.7807) eram pessoas ligadas ao Instituto São Paulo. Na competência 13/2008, por exemplo, a GPS de responsabilidade de DIRCE SCHIANO ZANI foi paga através de débito em conta do próprio Instituto São Paulo mantida no Banco do Brasil Ag. 34029 Conta 74.7807 , conforme cópia dos documentos comprovando o fato. 13. CONTRATAÇÃO DE EMPREGADOS PARA EXECUÇÃO DE ATIVIDADES SOB A RESPONSABILIDADE DA ISP 26.1) Embora a empresa DIRCE SCHIANO ZANI não apresentasse máquinas e equipamentos de grande porte, veículos e motos contabilizadas em seu Ativo Imobilizado a mesma manteve em seu quadro de funcionários, empregados que exerciam funções típicas de operador de máquina, motoristas e motoqueiro. 14. AUSÊNCIA DE MÓVEIS E UTENSÍLIOS PARA EXECUÇÃO DE TODAS AS ATIVIDADES ADMINISTRATIVAS. 26.3 A análise acima demonstra claramente que os móveis/utensílios que pertenciam a Dirce Schiano Zani nem sequer de longe eram suficientes para dar aos seus empregados condições mínimas para o desempenho de suas funções. Concluise que era o Instituto São Paulo que provia a empresa Dirce Schiano Zani com esse mobiliário todo para que a mesma tivesse condições mínimas de funcionamento. Fl. 1540DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 8 Este é mais um dos indícios que demonstra que houve uma "unicidade empresarial" entre o Instituto de São Paulo e Dirce Schiano Zani com vista a se reduzir a carga tributária do Instituto São Paulo através do "fracionamento" da folha de pagamento. 27) O Instituto São Paulo (ISP) muito embora sendo uma empresa eminentemente comercial, efetuou o registro da compra de diversas máquinas industriais em sua contabilidade ( conforme quadro do item 27.1) e produtos e equipamentos comumente utilizados em estabelecimentos industriais. 27.1 ) A fiscalização apresenta no quadro abaixo, um extrato da conta 1.25.20010001 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS da empresa ISP relativo ao ano de 2007, contendo Data, Código da Conta, Valor Contábil e Histórico. Informo também que não existe na contabilidade da empresa DIRCE SCHIANO ZANI o registro do pagamento de aluguel/locação de máquinas e equipamentos. 15. CAPITAL SOCIAL DA EMPRESA DIRCE X FATURAMENTO 28) Um dos fatos que indica que a Dirce Schiano Zani foi utilizada como uma "interposta empresa" decorre do diminuto valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais) para as suas constituições frente aos resultados operacionais que a pessoa jurídica gerou, indicando que a "pessoa física interposta" Sra. Dirce Schiano Zani (mãe de Alex Fernando Zani sócio administrador do ISP) efetivamente não comprometeu capital financeiro suficiente na empresa, fator característico de um empreendimento empresarial (risco econômico). 16. INFORMAÇÃO DE REGISTRO JUNTO A ANVISA EM NOME DA EMPRESA ISP 29.1) O fato que chamou a atenção da auditoria fiscal está contido no seguinte parágrafo que retirei do texto acima: Além disso, o ISP possui registro de funcionamento na ANVISA (Agencia Nacional da Vigilância Sanitária) sob a AFE (Autorização de Funcionamento da Empresa) n°: K76200HLXL91. E produtos fabricados e revendidos com registros e certificados individuais. 29.2) A fiscalização afim de confirmar a informação acima, fez uma consulta no website da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) www,anvisa.gov.br e verificou que a Autorização de Funcionamento da Empresa (AFE) constante do website do Instituto São Paulo registrado sob o n° K76200HLX91 foi concedida à empresa DIRCE SCHIANO ZANI CNPJ 02.644.861/000138 em decorrência do processo 25023.100020/2004 84. Uma empresa não pode se "apossar"de dados dessa natureza com o fito de divulgar essa informação em seu website. 29.3 Consta também da referida AFE que o responsável técnico da empresa Dirce Schiano Zani junto a ANVISA é o Sr. Alex Fernando Zani, sócio administrador do Instituto São Paulo. Porém, não consta na contabilidade da empresa Dirce Schiano Zani qualquer pagamento efetuado ao Sr. Alex Fernando Zani pelo exercício dessa função. Ora, ninguém assume uma responsabilidade dessa magnitude (responsável técnico de produtos da área da saúde junto a agência de vigilância sanitária do país) sem que se receba alguma remuneração por isso. 17. DA CONTRIBUIÇÃO DESCONTADA DOS SEGURADOS EMPREGADOS DA EMPRESA DIRCE 32.6) Finalmente informase que os valores os valores recolhidos a título de contribuições previdenciárias vertidas dos segurados (parte segurados empregados e Fl. 1541DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 6 9 contribuintes individuais) não foram abatidos do crédito lançado na empresa Autuada (ISP), tendo em vista que os mesmos não foram declarados na GFIPs do Instituto São Paulo. Caso a autuada concorde com os fatos apurados com a fiscalização, os valores que foram recolhidos a titulo de contribuição previdenciária dos segurados empregados e contribuintes individuais (parte segurados) pela Dirce Schiano Zani podem ser objeto de pedido de restituição/compensação. Quanto ao cálculo da multa observou a autoridade fiscal que com a alteração legislativa disposta pela MP 449/2008, o art. 35A da Lei n° 8.212/91 dispôs sobre a aplicação do art. 44 da Lei n° 9.430/96 as contribuições sociais destinadas à Seguridade Social. Em determinadas situações, a aplicação do art. 44 da Lei n° 9.430/96 se reveste mais benéfico para o contribuinte, devendo retroagir a fatos pretéritos, de acordo com a alínea "c", II, art. 106 do CTN. Assim, antes de lavrar os autos de infração, a auditoriafiscai realizou a comparação dos valores que compõem a multa de acordo com as previsões legais (art. 32, §5° e art. 35, II, alínea "a", ambos da Lei n° 8.212/91 (legislação anterior) comparado com o art. 44, da Lei n° 9.430/96 (legislação atualmente vigente)). A comparação é necessária para aplicação da "penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática" da infração (art. 106, II, "c", do CTN). Importante, destacar que a lavratura da NFLD deuse em 15/12/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 17/12/2010. Não conformada com a notificação, foi apresentada defesa pela notificada, fls. 532 a 577 O recorrente anexou diversos documentos que entende pertinentes a comprovação do alegado, requerendo em sede de impugnação: Determinar a reunião Processos Administrativos Fiscais n° 10935.007645/201066; 10935.007647/201055; 10935.007648/201008 e 10935.007649/201044 para o efeito de julgamento simultâneo, sob pena de ocorrer decisões conflitantes com notórios prejuízos para a defesa; (ii) Conhecer e acolher as preliminares argüidas, declarando a nulidade do Auto de Infração; e (iii) Na eventualidade de rejeição das preliminares, o que não se espera, no mérito sejam as razões declinadas pela Impugnante, inclusive da decadência, conhecidas e julgadas totalmente procedentes, para declarar a improcedência do presente Auto de Infração, com a determinação de seu arquivamento de forma definitiva. (iv) Por final, caso não seja este o entendimento, que seja compensado os valores recolhidos aos cofres da União, no período de 2005 a 2009, pela empresa Dirce Schiano Zani, em face da desconsideração da sua personalidade jurídica, com os créditos tributários constituídos pelos autos de infração constantes dos processos mencionados. A DecisãoNotificação confirmou a procedência, total do lançamento, fls. 1456 a 1475 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2009 Fl. 1542DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 10 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCONSIDERAÇÃO DE ATO OU NEGÓCIO JURÍDICO. SIMULAÇÃO RETROATIVIDADE BENIGNA. MOMENTO DO CÁLCULO. A empresa é obrigada a recolher as Contribuições Previdenciárias a seu cargo conforme dispõe a Legislação Previdenciária. É permitido à autoridade tributária desconstituir ato ou negócio jurídico praticado pelo contribuinte, em desconformidade com a lei, com o objetivo de reduzir o montante do tributo devido. Constatada a simulação de empresas a fim de ocultar a real e única empregadora, afastandoa do pagamento total das contribuições devidas, através do registro dos empregados em empresas optante do SIMPLES Federal ou Nacional, esta é considerada inexistente para fins da legislação tributária. A lei aplicase a fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. A comparação para determinação da multa mais benéfica apenas pode ser realizada por ocasião do pagamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Não concordando com a decisão do órgão previdenciário, foi interposto recurso pela notificada, conforme fls. 1478 a 1527. Em síntese, a recorrente em seu recurso alega o seguinte: 18. Aponta que o julgamento de todos os Autos de Infração lavrados durante a ação fiscal devem ser apreciados simultaneamente. 19. Alega que o presente lançamento tributário alicerçado em meras presunções, carece de fundamentação jurídica e fática, vício que determinará sua total exoneração. 20. Afirma que, em que pese a fiscalização ter desconsiderado a personalidade jurídica da empresa Dirce Schiano Zani DSZ, a auditoria fiscal não a colocou no pólo passivo da medida fiscal, deixando de proceder a sua notificação e intimação a fim de que apresentasse a defesa que julgasse pertinente violando o contraditório e a ampla defesa.A unidade da DRFB encaminhou o recurso a este Conselho para julgamento. 21. Assevera que a DSC e o Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo ISP firmaram um contrato de parceria no qual ficou estabelecida a exclusividade de compra e venda o que acarretou no estreitamento das relações entre as duas empresas e desencadeou uma séria de transações muito peculiares com objetivo de promover o desenvolvimento conjunto de ambas. Fl. 1543DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 7 11 22. Aduz que a exigência fiscal é permeada de inúmeras informações da empresa DSZ que foram utilizadas como indícios de simulação, sem, no entanto, permitir que este contribuinte produza prova em sentido contrário. Aponta que em razão disso não detém todas as informações necessárias para produzir a defesa desejada pelo legislador constituinte. 23. Afirma que inexistem elementos que comprovam o vínculo empregatício, com os segurados empregados considerados. Aponta que não ficou demonstrado nos autos, para cada empregado, nos termos do artigo 3º da CLT, que haveria vinculo empregatício individual. Cita decisão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF. 24. Alega que uma prova evidente de que os vínculos empregatícios eram de fato com a empresa DSC se dá pela existência de diversas ações trabalhistas em que a empresa figura como ré, conforme, inclusive menciona a fiscalização em seu relatório e pela existência de GFIP transmitidas informando esta relação ao Ministério da Previdência Social. 25. Afirma que a auditoria fiscal, com base em argumentos totalmente subjetivos, fundados em alegados indícios evasivos de contribuições sociais, desconsiderou a personalidade jurídica da empresa individual Dirce Schiano Zani para imputar à pessoa jurídica Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda obrigações tributárias principais e acessórias. 26. Aduz que a desconsideração da personalidade jurídica está regrada pelo Código Civil e que somente o juiz tem competência para aplicar tal instituto no bojo do processo judicial. Sendo que para sua aplicação devem estar presentes o abuso da personalidade jurídica ou a confusão patrimonial. 27. Aponta que embora a empresa DSZ não tenha sido chamada no pólo passivo do Auto de Infração, para que não ficasse totalmente prejudicada a defesa do impugnante, informase que todos os dados e argumentos relativos a essa empresa é resultado de diversas reuniões com a Sra. Dirce e seus colaboradores e excolaboradores que inclusive forneceu alguns documentos que foram juntados aos autos. 28. Assevera que, apesar de existência da relação familiar entre a titular da empresa DSZ e um sócio do Instituto São Paulo, sempre operou de forma autônoma, passando a industrializar produtos que eram comercializados para diversas empresas, dentre elas, Fisiobras, Profisiomed, Fisiomed, Fisio 2000, Mogiglass e Hand Shop, o que demonstra que tal empresa não foi criada e utilizada como planejamento tributário. 29. Aponta que para obter incentivos fiscais a DSZ transferiu o seu estabelecimento para o Município de Santa Tereza do Oeste (PR) e que durante o ano de 2002 a 2004, já operando em suas novas instalações, motivado pela crescente demanda por parte do Instituto São Paulo, chegouse à conclusão de que a consolidação de uma parceria entre as duas empresas, o Instituto São Paulo teve de se transferir para o local em que operava a DSZ, ocasião em que foi locado um dos barracões de sua propriedade. 30. Afirma que como a DSZ obteve junto a ANVISA somente autorização para industrialização e que o Instituto de Ortopedia São Paulo detinha autorização para realizar a distribuição, decidiuse celebrar um contrato de exclusividade pelo qual ficou decidido que toda a produção da DSZ seria destinada ao ISP. Fl. 1544DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 12 31. Informa que foi celebrado, entre as empresas, em 12/2004, um contrato de industrialização e distribuição, do qual foi dado conhecimento à fiscalização, que além da exclusividade estabeleceu diversas atribuições recíprocas. Cita decisão do Conselho de Contribuintes segundo a qual o contrato de parceria em regular operação, mediante procedimentos lícitos, não pode ser taxada de simulado. 32. Informa que o fato do Sr. Alex Fernando Zani ser sócio da ISP e com grau de parentesco com a Sra. Dirce e os procuradores da empresa DSZ não tem influencia direta nas operações empresariais. Apresenta informações acerca da participação do Sr. Alex Zani à fl. 596, indicando que somente após 16/12/2008 ele passou a deter mais de 50% do capital da empresa ISP. 33. Disserta sobre a trajetória de ambas as empresas apontando que até 12/2004 a DSZ vendia seus produtos para diversos clientes e, desde sua constituição, seria optante pelo SIMPLES. Junta cópias dos livros Diário e Razão de 2002 e instrumentos de protesto para provar o alegado. 34. Apresenta informações e cita legislação relacionadas com as exigências normativas para comercialização de produtos sob controle do Ministério da Saúde. 35. Assevera que a DSZ por não possuir autorização para distribuição foi orientada pela ANVISA a efetuar alteração contratual ou a firmar contrato de parceria com empresa que possuísse em seu objeto a atividade de distribuição. Contudo, a primeira alternativa demoraria de 2 a 3 anos para que nova autorização de funcionamento fosse concedida pela ANVISA e dependeria de adequação em seu espaço físico para efetuar a distribuição. Conclui que a solução adotada foi a terceirização da distribuição dos produtos por ela fabricados. 36. Alega que a DSZ mudouse para o endereço citado em 13/1/2003 reorganizou sua estrutura, contratou profissionais, inclusive na área de call center e após a cosntatação de que não poderia distribuir seus produtos firmou parceria comercial com a empresa ISP. Como resultado foi possível a locação de parte do seu imóvel ao ISP já que a DSZ possuía barracões totalmente separados fisicamente. O endereço foi segregado em bloco A, B e C e a DSZ passou a ocupar apenas o bloco C. 37. Alega que o fato de haver apenas um acesso a diversas empresas é corriqueiro no meio empresarial, numa modalidade de condomínio empresarial, que em nada afeta a autonomia das empresas resultando em vantagens logísticas e redução de custos com segurança. 38. Aduz que a questão de contratação por parte da ISP de funcionário demitidos na DSZ decorreu de que algumas áreas da empresa DSZ foram reduzidas gradativamente em função do contrato de parceria. Apresenta quadro comparativo entre as duas empresas com número de empregados por mês. 39. Aponta que a redução foi gradual e que, embora tenha parado as vendas no ínício de 2005, permaneceu com obrigações para com clientes. 40. Esclarece que a filial da ISP de Cascavel (PR) aumentou seu número de colaboradores a partir de agosto de 2006 porque estava transferindo os processos administrativos de outras filiais e em razão do crescimento de sua participação no mercado. 41. Informa que a DSZ passou a fornecer apenas 123 dos 5000 itens comercializados pela ISP. Fl. 1545DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 8 13 42. Alega que em razão da aproximação das duas empresas não se pode conceber que alguns favores prestados com pequenas tarefas durante os cinco anos investigados sejam suficientes para descaracterizar a autonomia financeira de uma empresa. 43. Afirma que o fato da DSZ ter dispensado seu contador, em razão do contrato de exclusividade, justifica alguns favores ofertados pelo profissional que laborou gratuitamente na execução de tarefas de cunho de recursos humanos. 44. Alega que com o contrato de parceria muitas responsabilidades da empresas DSZ deixaram de existir o que acarretou na redução drástica de suas despesas. 45. Acrescenta que algumas despesas, tais como energia elétrica, peças de reposição de máquinas, passaram a ser de responsabilidade da Empresa ISP, por força do contrato de parceria. O relacionamento com fornecedor e cliente e com as pessoas que cuidavam da manutenção de máquinas por parte do ISP num outro barracão próximo da empresa Dirce passou a ser realizado verbalmente. Os telefones da empresa Dirce, após ter sido concluído o processo de reestruturação, foram desativados, sendo que o Gestor, Sr. Pedro contava com seu telefone. 46. Alega que os preços de locação de imóvel praticados pela DSZ são coerentes com sua estratégia focada no sucesso da parceria. 47. Aponta que o contrato de fabricação e distribuição firmado entre as duas empresas prevê que as matérias primas e quase a totalidade das máquinas utilizadas no processo fabril seriam fornecidas em comodato pelo distribuidor (ISP). 48. Afirma que a DSZ trabalhou com televendas desde sua fundação até início de 2005, quando firmou contrato de exclusividade com o ISP. O fato de que manteve funcionários cadastrados com essa função, apesar de terem sido transferidos para outras funções administrativas se deu em razão da DSZ ser uma empresa de pequeno porte que por não ter um departamento especializado em RH, não atentou para a mudança imediata das funções. 49. Aduz que a questão de documentos da DSZ estar com capa do ISP pode ser atribuída a um pequeno descuido por parte do Contador, holerites correspondentes a dois meses. 50. Aponta que é prática comum no Brasil e no mundo, qualquer empresa comercial manter uma marca própria nos produtos, mesmo produzindo numa fábrica terceirizada. 51. Informa que a frase O SHOPPING DO FISIOTERAPEUTA era explorada em suas estratégias de marketing pelo ISP, até 2005. A partir daí, pelo fato de ampliar seu portfolio para outros segmentos da saúde, passou a utilizarse da frase O SHOPPING DA SAÚDE, conforme pode ser comprovado em material publicitário, produzido para inauguração da filial cascavel em 2006 (Doc. 14). A partir de 2005 a DSZ passou por livre iniciativa a utilizar a frase voltada para o fisioterapeuta. 52. Reforça que os laços consangüíneos existentes entre as empresas não afeta a autonomia das mesmas. Aduz que a Sra. Dirce Schiano Zani, seu esposo Sr. Pedro Zani e seu Filho o Sr. Marcos Eduardo Zani pertenciam a empresa Dirce Schiano Zani. A exceção era com o Sr. Alex Fernando Zani, que com outros três sócios fundaram e/ou desenvolveram a empresa Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda. Fl. 1546DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 14 53. Conclui que em razão disso não é razoável supor que o Sr. Alex Zani utilizasse a empresa DSZ para gerar lucros para o ISP. 54. Alega que os pagamentos de compromissos tributários da empresa DSZ com débito em conta do ISP se deram em razão de ter falecido o principal administrador da DSZ, Sr. Pedro Zani. Tal fato desestruturou a empresa e, a partir daí, algumas falhas começaram a acontecer: Nesse sentido, assevera que o pagamento de INSS, competência 13/2008, da empresa Dirce, foi realizado em 30/1/2009 porque o Sr. Pedro Zani faleceu em dezembro/2008 (Doc. 08) por iniciativa do Contador Sr. Luiz que considerando a existência de créditos da DSZ junto a ISP compensou valores recolhidos no mesmo dia. 55. Aponta que em meados de 2009, quando a família Zani já estava estabelecida no interior de São Paulo, algumas obrigações permaneceram e o contador (Luiz) com autorização da Sra. Dirce conferida aos Srs. Eloi da Silva Carvalho e Alex F. Zani, debitou tais valores na conta da Empresa Dirce. 56. Assevera que a empresa Dirce possuía máquinas de pequeno porte com seus respectivos operadores, estando ou não com a correta descrição de cargos e que muitos empregados com profissões definidas, aceitam trabalhar em outras funções, mas solicitam manter registros de sua profissão original. Ex. O Sr. Ildo Vogel tinha a profissão de motorista, mas trabalha como auxiliar dentro da fábrica. 57. Alega que a empresa Dirce tinha sim condições mínimas de instalações para seus funcionários, que foram adquiridas na sua fundação em 1998 e totalmente depreciadas ou contabilizadas em bens de pequeno valor. 58. Afirma que com passar do tempo todas as pessoas que tinham funções administrativas, que realizavam tarefas fora da produção industrial, foram sendo dispensadas e que a partir de 2005, por força do contrato de parceria de fabricação e distribuição, o ISP passou a fornecer em regime de comodato as máquinas necessárias ao desenvolvimento do processo de produção (vide cópia de contratos de comodato Doc. 11). 59. Acrescenta que a AFE de distribuidor obriga este a divulgar além do número de registro do produto, quem é o seu fabricante. Os manuais de produtos anexados (Doc. 12) esclarece como deve ser informado ao adquirente do produto, inclusive com o sítio na Web da ANVISA para a consulta do registro. 60. Quanto ao subitem 29.3 do relatório fiscal, aponta que o Sr. Alex Zani é filho de Dona Dirce, formado em fisioterapia, sendo habilitado a prestar esse tipo de serviço. Então, temos um filho prestando um favor para sua mãe. 61. Alega que como foi cientificado somente em 17/12/2010 os lançamentos de janeiro a novembro de 2005 encontramse abarcados pela decadência, uma vez que deve ser aplicado o disposto no artigo 150, do Código Tributário Nacional – CTN. Cita decisões do CARF. 62. Requer que caso não sejam acatados os argumentos mencionados que os valores recolhidos pela empresa Dirce Schiano Zani, optante pelo SIMPLES, sejam compensados com as contribuições previdenciárias exigidas nos autos de infração ora impugnados. Cita decisão do CARF. 63. Requer também que os processos administrativos fiscais 10935/007645/201066, 10935.007647/201055 e 10935.007648/201008 e 10935.007649/201044 sejam Fl. 1547DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 9 15 juntados para o efeito de julgamento simultâneo, a nulidade do auto de infração, a improcedência no caso de não serem acatadas a preliminares de nulidade. 64. O sujeito passivo juntou documentos, dentre os quais, contrato de distribuição e industrialização (fls. 715/721, certidão de óbito em 12/12/2008 de Pedro Zani (fl. 730) instrumentos de protestos (fl. 731/739), Balanço Geral de 2006 (fls. 740/741), Balanço Geral de 2007 da DSZ (fl. 745), contrato de comodato entre as duas empresas (fls. 750/792), cópia de fls. de Livro Diário de 2002 (fls. 826/1.141) e de Livro Razão de 2002 (fls 1.142/1.448). O processo foi encaminhado ao CARF para julgamento. É o relatório. Fl. 1548DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 16 Voto Vencido Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Relatora PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE: O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação à fl. 1530. Superados os pressupostos, passo as preliminares ao exame do mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES: QUANTO A NULIDADE PELA NÃO EMISSÃO DO ATO DECLARATÓRIO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES. Digase que este argumento é trazido em diversas ocasiões de ofício por Conselheiro desta Câmara em situações análogas, por entender o mesmo tratarse de matéria de ordem pública, razão porque entendo pertinente a apreciação de dita preliminar.. Entendo que, no caso, não há que se falar em nulidade pela AUSÊNCIA DE EMISSÃO DO ATO DECLARATÓRIO SRF PARA EXCLUSÃO DAS EMPRESAS DO SIMPLES, tendo em vista que no lançamento em questão não houve a desconsideração das pessoas jurídicas, ou mesmo sua desconsideração enquanto optantes pelo SIMPLES. Entendo que no procedimento em questão a AUTORIDADE FISCAL EM IDENTIFICANDO a condição de vínculo empregatício com empresa que simulou a contratação por intermédio de empresas interpostas, procedeu o auditor fiscal ao redirecionamento do vínculo empregatício para efeitos previdenciários na empresa notificada, que era a verdadeira empregadora de fato. Pela análise do relatório fiscal, resta claro que não houve simplesmente caracterização do vínculo de emprego, visto que os segurados já estavam enquadrados como empregados nas empresas auditadas em conjunto; porém constatouse que as características inerentes ao vínculo de emprego levaram a autoridade fiscal a desconsideração das contratações de determinadas empresas fiscalizadas em conjunto, vinculando seus supostos empregados a empresa notificada, já que constatou que a mesma é que preenchia os condição de empregadora, gerenciando de fato toda a atividade. Caso levasse a efeito o entendimento trazido pelo ilustre conselheiro Marcelo Freitas, o levantamento nem mesmo seria feito na empresa INSTITUTO DE ORTOPEDIA E FICIOTERAPIA SÃO PAULO, mas sim, na empresas interpostas. Quanto a possibilidade de exclusão de empresas do SIMPLES, ressaltese que não cobrou o auditor contribuições patronais das empresas optante pelo SIMPLES, portanto não houve desenquadramento, para que se determinasse a emissão do Ato de Exclusão. O que ocorreu em verdade, é que em constatando realidade diversa da pactuada inicialmente, procedeu o auditor para efeitos previdenciários ao vínculo dos trabalhadores das empresas interpostas diretamente com a notificada, o que encontra respaldo na própria legislação previdenciária. Fl. 1549DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 10 17 Assim, entendo que o ATO DECLARATÓRIO seria exigido, caso houvesse a desconsideração da opção pelo SIMPLES das referidas empresas, devendo, apenas neste caso, ser feita a comunicação a então Secretaria da Receita Federal, para realizar a emissão do Ato Declaratório. Em nenhum momento a autoridade fiscal disse que as empresas encontravamse irregulares e que dessa forma não poderiam mais funcionar. Pelo contrário, observase, conforme descrito no relatório fiscal, durante o procedimento de auditoria, constatou a fiscalização a existência de estabelecimentos que embora possuam CNPJ próprios, estão de fato, sob a administração das mesma pessoa. O que vislumbrou o auditor, conforme descrito no relatório fiscal, é a possibilidade de utilização indevida do Sistema simplificado, pela transferência de empregados, porém restou constatado que a subordinação continuou com a empresa notificada. Tais procedimentos e artifícios, conjugados com a utilização dos mesmo empregados, entre as empresas, conspiraram para o mesmo resultado: Sonegação de tributos devidos à Previdência Social, que agora, os lançamentos fiscais buscaram resgatar. A aparente distinção entre as empresa permitiu aos empresários usufruírem indevidamente do tratamento tributário simplificado e favorecido instituído pela Lei nº 9317/96 (Lei do Simples), mas constatandose que na verdade quem detinha a gerência sobre os ditos empregados era a empresa notificada. Dessa forma, a confusão entre gerência e desempenho de atividades corrobora com as informações trazidas pela autoridade fiscal neste AIOP Por fim, cumprenos esclarecer que a autoridade fiscal não extrapolou de seus limites, quando da cobrança do crédito, desrespeitando os limites legais. A fiscalização previdenciária é competente para constituir os créditos tributários decorrentes dos fatos geradores de contribuições previdenciárias, conforme descrito no art. 1º da Lei 11.098/2005: Art. 1o Ao Ministério da Previdência Social compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento, em nome do Instituto Nacional do Seguro Social INSS, das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e das contribuições instituídas a título de substituição, bem como as demais atribuições correlatas e conseqüentes, inclusive as relativas ao contencioso administrativo fiscal, conforme disposto em regulamento. Ademais, não compete ao auditor fiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Fl. 1550DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 18 Na verdade o que se vislumbrou foi a simulação para que as empresas que prestavam os serviços comerciais e industriaais pudessem se beneficiar do Sistema Simplificado de impostos – SIMPLES em um primeiro momento, mantendo o faturamento dentro dos limites da lei. Porém não é aceitável esse tipo de atitude, se constatado ter por objetivo distorcer a realidade dos fatos apenas como fim de lograr proveito, sem cumprir os preceitos legais. O que ocorreu durante o procedimento fiscal, por meio de diversos elementos de prova, observados pontualmente e em loco (não por mera presunção) foi a constatação, por parte do auditor fiscal, de que não existiam realmente diversos empregadores, e sim, que as empresas criadas não assumiram verdadeiramente o poder de direção, estando todos os empregados vinculados enquanto trabalhadores a um único empregador, qual seja a empresa INSTITUTO SÃO PAULO.. Assim, não consigo identificar a nulidade apontada pelo patrono da recorrente. Não estamos falando diretamente de desconsideração de pessoa jurídica, mas observância dos princípios, por exemplo da primazia da realidade, onde valem mais os fatos que os documentos. Em restando demonstrado que o verdadeiro empregador era único, compete a fiscalização simplesmente proceder a vinculação das pessoas que lhe prestavam serviços enquanto segurados empregados para efeitos previdenciários. Portanto, não assiste razão ao recorrente, pois a presente notificação encontrase revestida das formalidades legais, tendo sido lavrada de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam o assunto, consoante disposto no artigo 33 da lei n° 8.212, de 1991, senão vejamos: Art. 33 Ao Instituto Nacional do Seguro Social INSS compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "a" , "b" e "c" do parágrafo único do art. 11. bem como as contribuições incidentes a título de substituição; e à Secretaria da Receita Federal SRF compete arrecadar, fiscalizar, lançar e normatizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nas alíneas "d" e "e" do parágrafo único do art. lI, cabendo a ambos os órgãos, na esfera de sua competência, promover a respectiva cobrança e aplicar as sanções previstas legalmente. Ainda apenas para efeitos de esclarecimento ao recorrente nos termos do artigo 229 do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n.o 3.048, de 06 de maio de 1999, também é muito claro ao dispor que: Art.229. O Instituto Nacional do Seguro Social é o órgão competente para: 1 arrecadar e fiscalizar o recolhimento das contribuições sociais previstas nos incisos 1, 11, 111, IVe V do parágrafo único do art. 195. bem como as contribuições incidentes a título de substituição; (Redação dada pelo Decreto n" 4.032, de 26/11/2001) 11 constituir seus créditos por meio dos correspondentes lançamentos e promover a respectiva cobrança; III aplicar sanções; e Fl. 1551DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 11 19 IV normatizar procedimentos relativos à arrecadação, fiscalização e cobrança das contribuições referidas no inciso 1. § 1" Os Auditores Fiscais da Previdência Social terão livre acesso a todas as dependências ou estabelecimentos da empresa, com vistas à verificação física dos segurados em selviço. para confronto com os registros e documentos da empresa, podendo requisitar e apreender livros, notas técnicas e demais documentos necessários ao perfeito desempenho de suas funções, caracterizandose como embaraço à fiscalização qualquer dificuldade oposta à consecução do objetivo. (Redação dada pelo Decreto n" 3.265, de 29/11/99) § 2" Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar que o segurado contratado como contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no inciso I do caput do art. 9~ deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado. (Redação dada pelo Decreto nU 3.265, de 29/11/99) (grifo nosso). Destaco aqui as palavras do ilustre Ministro Maurício Godinho Delgado (Curso de Direito do Trabalho. Ed. LTR. 5° Edição, 2006, pág. 363364), quando sendo identificada relação fática diversa da realidade, compete as autoridades públicas, cada uma em seu campo de atuação, proceder a correção das mesmas, e quando necessário proceder a aplicação das penalidades a ela inerentes. A dinâmica judicial trabalhista também registra a ocorrência de uma situação fáticojurídica curiosa: tratase da utilização do contrato de sociedade (por cotas de responsabilidade limitada ou outra modalidade societária existente) como instrumento simula tório, voltado a transparecer, formalmente, uma situação fáticojurídica de natureza civil/comercial, embora ocultando uma efetiva relação empregatícia. Em tais situações simulatórias, há que prevalecer o contrato que efetivamente rege a relação jurídica entre as partes, suprimindose a simulação evidenciada. PRELIMINAR DE NULIDADE DO LANÇAMENTO Destacase, ainda em sede de preliminar que o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por cerceamento de defesa, ou ofensa ao princípio do contraditório e da ampla defesa, tampouco pela falta de fundamentação legal. Destacase como passos necessários a realização do procedimento: autorização por meio da emissão do Mandato de Procedimento Fiscal – MPF F e complementares, com a competente designação do auditor fiscal responsável pelo cumprimento do procedimento. Intimação para a apresentação dos documentos conforme Termos de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD, intimando o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária. Autuação dentro do prazo autorizado pelo referido mandato, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura da NFLD ora contestado, com as informações necessárias para que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes. Fl. 1552DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 20 DO LISTISCONSÓRCIO NECESSÁRIO Quanto a necessidade litisconsórcio, entendo que não se faz necessária a cientificação da empresa MAX, posto que faticamente constatado a relação direta de gerenciamento entre a empresa DIRCE (inicialmente prestadora contratante) necessário, sob pena de nulidade do lançamento, não confiro razão ao recorrente. Conforme já mencionado a constatação por parte da auditoria fiscal que a empresa ISP era a verdadeira empregadora, razão porquê determinou a vinculação dos empregados da prestadora com a tomadora, não exige que se determine entre elas um consórcio necessário. Nada impediria que a autoridade fiscal também chamasse a empresa Dirce como responsável pelo crédito, todavia a palavra correta é “nada impede”, sendo que dita exigência não é condição necessária a validade do ato. Notese, que as alegações de que o procedimento não poderia prosperar por não ter a autoridade realizado a devida fundamentação das contribuições, baseandose em presunções, inclusive sem descrever as características de vínculo de emprego, não lhe confiro razão. Não só o relatório fiscal se presta a esclarecer as contribuições objeto de lançamento, como também o DAD – Discriminativo analítico de débito, que descreve de forma pormenorizada, mensalmente, a base de cálculo, as contribuições e respectivas alíquotas. Sem contar, ainda, o relatório FLD – Fundamentos Legais do Débito que traz toda a fundamentação legal que embasou o lançamento. Merece destaque o fato de ter a autoridade julgadora detalhado enumeras situações fáticas, que demonstravam verdadeira confusão entre os empregados da empresa ISP e suas supostas contratadas terceirizadas. Quanto a suposta simulação entendo que logrou êxito a autoridade fiscal em demonstrar por meio dos relatórios, documentos, anexos as situações fáticas que o levaram a caracterizar para efeitos previdenciários, os segurados inicialmente contratados pela empresas CNPJ n°03.163.420/000187, como segurados da empresa notificada. Assim, entendo que realizou o auditor devidamente o lançamento, tendoo fundamentado na legislação que rege a matéria, qual seja: lei 8212/91, Decreto 3.48/99. Ressalto, que não apenas o auditor realizou de forma muito minuciosa as fundamentações e descrições necessárias para caracterizar a simulação, como a autoridade julgadora de 1ª instância ao rebater os mesmos argumentos apontados na defesa, destacou de forma detalhada os dispositivos legais, descritos no relatório FLD, que também fundamentaram o lançamento. Assim, razão não assiste ao recorrente. Nesse mesmo sentido, manifestouse a autoridade julgadora na decisão de primeira instância, a qual transcrevo abaixo: DA LEGITIMIDADE PASSIVA DA OBRIGAÇÃO Ao contrário do que alega o impugnante não há elementos que autorizem que a pessoa jurídica Dirce Schiano Zani DSZ figure no pólo passivo da obrigação tributária consubstanciada no Auto de Infração combatido. A respeito do sujeito passivo da obrigação tributária o Código Tributário Nacional – CTN dispõe conforme segue: Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Fl. 1553DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 12 21 Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz se: I contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes. Conforme o relatório de fls. 34/59, o vínculo jurídico relacional pela prestação dos serviços dos segurados empregados e contribuintes individuais relativo aos anos de 2005 a 2009, em verdade, se estabeleceu com o Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda ISP e não com a empresa optante pelo SIMPLES (DSZ), a qual apenas registrou e declarou formalmente esses segurados. Esse o motivo pelo qual os débitos estão sendo lançados contra o contribuinte em epígrafe. Percebese, portanto, que a fiscalização concluiu que a empresa Dirce Schiano Zani DSZ, optante do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES (instituído pela Lei nº 9.317/1996) e do SIMPLES Nacional (instituído pela Lei Complementar nº 123/2006), foi "utilizada" para fins de evasão de tributos devidos pelo Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda ISP, por meio de "fracionamento", entre essas pessoas jurídicas, da folha de pagamento. Consideradas as informações fiscais, os valores lançados são devidos apenas pelo impugnante e não pela empresa Dirce Schiano Zani. Dessa feita, face ao disposto na legislação citada, não há que se falar em inclusão da empresa Dirce Schiano Zani no pólo passivo da obrigação tributária objeto do presente lançamento. Quanto à afirmação de que a não inclusão da empresa Dirce Schiano Zani no pólo passivo da obrigação teria causado prejuízos ao exercício do contraditório e da ampla defesa pelo impugnante, a simples leitura de sua Fl. 1554DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 22 impugnação permite constatar que tal alegação não encontra amparo na realidade. O que se constata, ao contrário do que alega o impugnante, é que o sujeito passivo dispunha de informações bastante detalhadas acerca de atos, fatos e documentos pertencentes à empresa Dirce Schiano Zani e, na posse de tais elementos, procurou rebater cada apontamento efetuado pela fiscalização. Alíás, é digno de nota que em grande parte da impugnação apresentada pelo sujeito passivo se disserta sobre a empresa Dirce Schiano Zani DSZ, apresentandose dados quanto a sua constituição, patrimônio, história, carteira de clientes e, inclusive, relatos quanto dificuldades administrativas enfrentadas por essa empresa. Ademais é de ressaltarse que o sujeito passivo, em nenhum momento, indica quais teriam sidos os elementos de prova que pretendia trazer aos autos e que restaram prejudicados em razão da não inclusão da empresa Dirce Schiano Zani no pólo passivo. Do exposto, verificase que não houve qualquer prejuízo para que o impugnante exercesse seu direito ao contraditório e à ampla defesa. DECISÃO NOTIFICAÇÃO NULA FACE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Quanto ao argumento de que a decisão ora recorrida é nula, uma vez que não apreciou os termos aditivos a impugnação não confiro razão ao recorrente. Conforme demonstrado pela autoridade julgadora, os termos aditivos a defesa foram apresentados em momento posterior ao prazo descrito em lei para apresentação de defesa, sendo que os elementos ali constantes não restaram apreciados. Vejamos trecho do despacho da autoridade que cientificou o recorrente a respeito do não conhecimento: Manifestou a Turma de Julgamento no sentido de que, em que pese o fato do § 4°, do art. 16 do Decreto 70.235, de 1972, disciplinar que a prova documental não apresentada na impugnação, poderá ser apresentada em outro momento processual, desde que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; refirase a fato ou a direito superveniente; ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, o aditivo à impugnação ora analisado, além de não trazer nenhuma prova da ocorrência de qualquer uma das causas indicadas, por se tratar de um complemento à impugnação apresentada em época própria, não hi como considerála como prova documental, vez que, nos termos dos art.(s) 332 do Código de Processo Civil — CPC, prova documental é tudo aquilo que representa um fato alegado de modo permanente.Visa materializar a verdade dos fatos, em que se funda a ação ou defesa. Fl. 1555DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 13 23 Assim, não demonstrou o recorrente qualquer dos elementos que possibilitariam a revisão do feito ou mesmo sua improcedência. O que fez o auditor na verdade foi, em constatando uma situação fática diversa da realidade, promover a formação do vínculo de emprego. Ressalto apenas, que o argumento quanto a decadência suscitado pelo recorrente no respectivo termo aditivo será alvo de apreciação, considerando tratarse de matéria de ordem público, como passamos abaixo a enumerar. QUANTO A CARACTERIZAÇÃO DE VÍNCULO INDEVIDA Insurgese o recorrente alegando que a autoridade fiscal não logrou êxito em caracterizar o vínculo de emprego, razão porque nulo todo o procedimento. Contudo, não posso concordar com dito raciocínio. Entendo de forma diversa do recorrente, ou seja, a autoridade fiscal não precisaria demonstrar pontualmente os elementos fáticos do art. 3 do CTN, posto que essas pessoas que já eram enquadradas na modalidade de empregadas perante as empresas “supostamente” consideradas prestadora. Tal condição é identificada na medida que a GFIP da empresa DIRCE foi utilizada para fins de identificação das bases de cálculo Ao contrário de outros processos, onde constatamos a necessidade de uma boa caracterização de vínculo, como por exemplo, no caso de trabalhador inscrito como segurado contribuinte individual, aqui essa condição já está reconhecida, porém identificase que a verdadeira gestora do negócio é a empresa Instituto de Ortopedia e Fisioterapia de São Paulo, razão porque o vinculo dos empregados da DIRCE são REDIRECIONADOS para verdadeira pessoa que detém a condição de empregador. Não bastasse esse fato a empresa DIRCE não tomou dos fatos que ora lhe foram imputadas, posto não ter sido cientificada da autuação. Entendo que neste caso apontou o auditor diversos argumentos quanto ao gerenciamento de atividades da empresa ISP em relação a Dirce, justamente para demonstrar que existia uma verdadeira confusão entre as prestações de serviços. Não entendo que a fiscalização tenha que demonstrar em relação a cada trabalhador o liame jurídico de caracterização de vínculo. Identifico neste caso, como em outros já apurados que o auditor buscou direcionar o seu trabalho para configurar a incompatibilidade da empresa DIRCE com a autonomia normalmente encontrada em empresas prestadoras de serviços, posto que se, acatássemos os argumentos trazidos pelo recorrente, identificaríamos uma espécie de serviço terceirizado. DA NÃO CONSIDERAÇÃO DAS RECLAMATÓRIAS TRABALHISTAS COMO PROVAS. Alega a recorrente que o auditor não considerou a existência de reclamatórias trabalhistas dos empregados da DIRCE contra ela mesma, o que denotaria que a mesma de fato existe. Fl. 1556DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 24 Todavia, entendo que dito fato por si só, não e capaz de nulidificar o lançamento, posto ter o auditor apreciado uma série de elementos probatórios para firmar sua convicção. O fato de existirem reclamatórias trabalhistas não denota que a situação fática de gerenciamento inexistia, posto que demonstrado que a empresa DIRCE não possuía condições de se alto gerenciar, sem demonstrar autonomia financeira. QUANTO A DECADÊNCIA Já quanto a preliminar referente ao prazo de decadência para o fisco constituir os créditos objeto desta NFLD, entendo cabível a sua apreciação. Nesse sentido, quanto a aplicação da decadência qüinqüenal, subsumo todo o meu entendimento quanto a legalidade do art. 45 da Lei 8212/91 (10 anos), outrora defendido à decisão do STF. Dessa forma, quanto a decadência de 5 anos, profiro meu entendimento. O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991, tendo inclusive no intuito de eximir qualquer questionamento quanto ao alcance da referida decisão, editado a Súmula Vinculante de n º 8, senão vejamos: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. O texto constitucional em seu art. 103A deixa claro a extensão dos efeitos da aprovação da súmula vinculando, obrigando toda a administração pública ao cumprimento de seus preceitos. Dessa forma, entendo que este colegiado deverá aplicála de pronto, mesmo nos casos em que não argüida a decadência qüinqüenal por parte dos recorrentes. Assim, prescreve o artigo em questão: Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Ao declarar a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212, prevalecem as disposições contidas no Código Tributário Nacional – CTN, quanto ao prazo para a autoridade previdenciária constituir os créditos resultantes do inadimplemento de obrigações previdenciárias. Citese o posicionamento do STJ quando do julgamento proferido pela 1a Seção no Recurso Especial de n º 766.050, cuja ementa foi publicada no Diário da Justiça em 25 de fevereiro de 2008, nestas palavras: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. ISS. ALEGADA NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. VALIDADE DA CDA. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA ISS. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. ENQUADRAMENTO DE ATIVIDADE NA LISTA DE SERVIÇOS ANEXA AO DECRETO LEI Nº 406/68. ANALOGIA. IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. FAZENDA PÚBLICA Fl. 1557DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 14 25 VENCIDA. FIXAÇÃO. OBSERVAÇÃO AOS LIMITES DO § 3.º DO ART. 20 DO CPC. IMPOSSIBILIDADE DE REVISÃO EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL. REDISCUSSÃO DE MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. SÚMULA 07 DO STJ. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INOCORRÊNCIA. ARTIGO 173, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN. 1. O Imposto sobre Serviços é regido pelo DL 406/68, cujo fato gerador é a prestação de serviço constante na lista anexa ao referido diploma legal, por empresa ou profissional autônomo, com ou sem estabelecimento fixo. 2. A lista de serviços anexa ao Decretolei n.º 406/68, para fins de incidência do ISS sobre serviços bancários, é taxativa, admitindose, contudo, uma leitura extensiva de cada item, no afã de se enquadrar serviços idênticos aos expressamente previstos (Precedente do STF: RE 361829/RJ, publicado no DJ de 24.02.2006; Precedentes do STJ: AgRg no Ag 770170/SC, publicado no DJ de 26.10.2006; e AgRg no Ag 577068/GO, publicado no DJ de 28.08.2006). 3. Entrementes, o exame do enquadramento das atividades desempenhadas pela instituição bancária na Lista de Serviços anexa ao DecretoLei 406/68 demanda o reexame do conteúdo fático probatório dos autos, insindicável ante a incidência da Súmula 7/STJ (Precedentes do STJ: AgRg no Ag 770170/SC, publicado no DJ de 26.10.2006; e REsp 445137/MG, publicado no DJ de 01.09.2006). 4. Deveras, a verificação do preenchimento dos requisitos em Certidão de Dívida Ativa demanda exame de matéria fáticoprobatória, providência inviável em sede de Recurso Especial (Súmula 07/STJ). 5. Assentando a Corte Estadual que "na Certidão de Dívida Ativa consta o nome do devedor, seu endereço, o débito com seu valor originário, termo inicial, maneira de calcular juros de mora, com seu fundamento legal (Código Tributário Municipal, Lei n.º 2141/94; 2517/97, 2628/98 e 2807/00) e a descrição de todos os acréscimos" e que "os demais requisitos podem ser observados nos autos de processo administrativo acostados aos autos de execução em apenso, onde se verificam: a procedência do débito (ISSQN), o exercício correspondente (01/12/1993 a 31/10/1998), data e número do Termo de Início de Ação Fiscal, bem como do Auto de Infração que originou o débito", não cabe ao Superior Tribunal de Justiça o reexame dessa inferência. 6. Vencida a Fazenda Pública, a fixação dos honorários advocatícios não está adstrita aos limites percentuais de 10% e 20%, podendo ser adotado como base de cálculo o valor dado à causa ou à condenação, nos termos do artigo 20, § 4º, do CPC (Precedentes: AgRg no AG 623.659/RJ, publicado no DJ de 06.06.2005; e AgRg no Resp 592.430/MG, publicado no DJ de 29.11.2004). 7. A revisão do critério adotado pela Corte de origem, por eqüidade, para a fixação dos honorários, encontra óbice na Súmula 07, do STJ, e no entendimento sumulado do Pretório Excelso: "Salvo limite legal, a fixação de honorários de advogado, em complemento da condenação, depende das circunstâncias da causa, não dando lugar a recurso extraordinário" (Súmula 389/STF).8. O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do Fl. 1558DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 26 crédito tributário, assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." 9. A decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, quais sejam: (i) regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado; (ii) regra da decadência do direito de lançar nos casos em que notificado o contribuinte de medida preparatória do lançamento, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento de ofício ou de tributos sujeitos a lançamento por homologação em que inocorre o pagamento antecipado; (iii) regra da decadência do direito de lançar nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em que há parcial pagamento da exação devida; (iv) regra da decadência do direito de lançar em que o pagamento antecipado se dá com fraude, dolo ou simulação, ocorrendo notificação do contribuinte acerca de medida preparatória; e (v) regra da decadência do direito de lançar perante anulação do lançamento anterior (In: Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad, págs. 163/210). 10. Nada obstante, as aludidas regras decadenciais apresentam prazo qüinqüenal com dies a quo diversos. 11. Assim, contase do "do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" (artigo 173, I, do CTN), o prazo qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício), quando não prevê a lei o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, bem como inexistindo notificação de qualquer medida preparatória por parte do Fisco. No particular, cumpre enfatizar que "o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, sendo inadmissível a aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do CTN, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento por homologação, a fim de configurar desarrazoado prazo decadencial decenal. 12. Por seu turno, nos casos em que inexiste dever de pagamento antecipado (tributos sujeitos a lançamento de ofício) ou quando, existindo a aludida obrigação (tributos sujeitos a lançamento por homologação), há omissão do contribuinte na antecipação do pagamento, desde que inocorrentes quaisquer ilícitos (fraude, dolo ou simulação), tendo sido, contudo, notificado de medida Fl. 1559DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 15 27 preparatória indispensável ao lançamento, fluindo o termo inicial do prazo decadencial da aludida notificação (artigo 173, parágrafo único, do CTN), independentemente de ter sido a mesma realizada antes ou depois de iniciado o prazo do inciso I, do artigo 173, do CTN. 13. Por outro lado, a decadência do direito de lançar do Fisco, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, nem sido notificado pelo Fisco de quaisquer medidas preparatórias, obedece a regra prevista na primeira parte do § 4º, do artigo 150, do Codex Tributário, segundo o qual, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador: "Neste caso, concorre a contagem do prazo para o Fisco homologar expressamente o pagamento antecipado, concomitantemente, com o prazo para o Fisco, no caso de não homologação, empreender o correspondente lançamento tributário. Sendo assim, no termo final desse período, consolidamse simultaneamente a homologação tácita, a perda do direito de homologar expressamente e, conseqüentemente, a impossibilidade jurídica de lançar de ofício" (In Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad , pág. 170). 14. A notificação do ilícito tributário, medida indispensável para justificar a realização do ulterior lançamento, afigurase como dies a quo do prazo decadencial qüinqüenal, em havendo pagamento antecipado efetuado com fraude, dolo ou simulação, regra que configura ampliação do lapso decadencial, in casu, reiniciado. Entrementes, "transcorridos cinco anos sem que a autoridade administrativa se pronuncie, produzindo a indigitada notificação formalizadora do ilícito, operarseá ao mesmo tempo a decadência do direito de lançar de ofício, a decadência do direito de constituir juridicamente o dolo, fraude ou simulação para os efeitos do art. 173, parágrafo único, do CTN e a extinção do crédito tributário em razão da homologação tácita do pagamento antecipado" (Eurico Marcos Diniz de Santi, in obra citada, pág. 171). 15. Por fim, o artigo 173, II, do CTN, cuida da regra de decadência do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário quando sobrevém decisão definitiva, judicial ou administrativa, que anula o lançamento anteriormente efetuado, em virtude da verificação de vício formal. Neste caso, o marco decadencial iniciase da data em que se tornar definitiva a aludida decisão anulatória. 16. In casu: (a) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (b) a obrigação ex lege de pagamento antecipado do ISSQN pelo contribuinte não restou adimplida, no que concerne aos fatos geradores ocorridos no período de dezembro de 1993 a outubro de 1998, consoante apurado pela Fazenda Pública Municipal em sede de procedimento administrativo fiscal; (c) a notificação do sujeito passivo da lavratura do Termo de Início da Ação Fiscal, medida preparatória indispensável ao lançamento direto substitutivo, deuse em 27.11.1998; (d) a instituição financeira não efetuou o recolhimento por considerar intributáveis, pelo Fl. 1560DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 28 ISSQN, as atividades apontadas pelo Fisco; e (e) a constituição do crédito tributário pertinente ocorreu em 01.09.1999. 17. Desta sorte, a regra decadencial aplicável ao caso concreto é a prevista no artigo 173, parágrafo único, do Codex Tributário, contandose o prazo da data da notificação de medida preparatória indispensável ao lançamento, o que sucedeu em 27.11.1998 (antes do transcurso de cinco anos da ocorrência dos fatos imponíveis apurados), donde se dessume a higidez dos créditos tributários constituídos em 01.09.1999. 18. Recurso especial parcialmente conhecido e desprovido.(GRIFOS NOSSOS) Podemos extrair da referida decisão as seguintes orientações, com o intuito de balizar a aplicação do instituto da decadência qüinqüenal no âmbito das contribuições previdenciárias após a publicação da Súmula vinculante nº 8 do STF: Conforme descrito no recurso descrito acima: “A decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, quais sejam: (i) regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado; (ii) regra da decadência do direito de lançar nos casos em que notificado o contribuinte de medida preparatória do lançamento, em se tratando de tributos sujeitos a lançamento de ofício ou de tributos sujeitos a lançamento por homologação em que inocorre o pagamento antecipado; (iii) regra da decadência do direito de lançar nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação em que há parcial pagamento da exação devida; (iv) regra da decadência do direito de lançar em que o pagamento antecipado se dá com fraude, dolo ou simulação, ocorrendo notificação do contribuinte acerca de medida preparatória; e (v) regra da decadência do direito de lançar perante anulação do lançamento anterior (In: Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad, págs. 163/210) O Código Tributário Nacional, ao dispor sobre a decadência, causa extintiva do crédito tributário, nos casos de lançamentos em que não houve antecipação do pagamento assim estabelece em seu artigo 173: "Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento." Já em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo ou simulação, aplicase o disposto no § 4º, do artigo 150, do CTN, Fl. 1561DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 16 29 segundo o qual, se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, Senão vejamos o dispositivo legal que descreve essa assertiva: Art.150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação do lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifo nosso) Contudo, para que possamos identificar o dispositivo legal a ser aplicado, seja o art. 173 ou art. 150 do CTN, devemos identificar a natureza das contribuições omitidas, bem como as circunstância do não pagamento para que, só assim, possamos declarar da maneira devida a decadência de contribuições previdenciárias. No caso, a aplicação do art. 150, § 4º, é possível quando realizado pagamento de contribuições, que em data posterior acabam por ser homologados expressa ou tacitamente. Contudo, no próprio dispositivo legal, observase o deslocamento do dispositivo da aplicação da contagem do prazo decadência nos caso de dolo, fraude ou simulação. Assim, considerando a constatação pela autoridade fiscal de simulação de empresas, onde os empregados contratados por empresas interpostas, estavam na verdade vinculados a empresa notificada, entendo que a decadência deve ser apreciada a luz do art. 173, I do CTN. Os fatos que ensejaram a NFLD ocorreram entre 01/2005 a 12/2009 e a lavratura do NFLD deuse em 15/12/2010, tendo a cientificação ao sujeito passivo ocorrido no dia 17/12/2010. Face o exposto, em aplicandose o art. 173, I do CTN, não há decadência a ser declarada. Superadas as preliminares passo ao exame do mérito. DO MÉRITO IMPOSSIBILIDADE DE DESCONSIDERAR ATOS JURÍDICOS Fl. 1562DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 30 Quanto a inexistência de relação direta entre a empresa ISP e as empresas contratadas e que segundo o recorrente seriam os empregadores, entendo que novamente não logrou êxito o recorrente em demonstrar a inexistência de relação. Alega em seu recurso a impossibilidade de desconsideração de ato ou negócios jurífdicos. Basta uma leitura do relatório fiscal e dos inúmeros anexos que o compõem para que se chegue a mesma conclusão trazidas pelo auditor fiscal no lançamento em questão e em todos os demais lavrados durante o mesmo procedimento. Conforme já afastado em sede de preliminar, entendo que longe está o lançamento em questão de fundarse em mera presunção. O que restou exaustivamente descrito no relatório e pelo que se pode constatar da análise dos autos, é que a autoridade fiscal, buscou demonstrar que as empresas, ditas como contratadas como meras prestadoras de serviço, em uma sistemática de planejamento tributário, eram na verdade fachada, posto que não se identificou a existência de comando gerenciamento, nem tampouco estavam os seus empregados a lhe prestar serviços verdadeiramente. Entendo que diversos são os fatos que devem ser considerados no lançamento em questão, nenhum deles tido de forma isolada. O que se nota é uma espécie de terceirização sim, conforme argumentou o próprio recorrente, contudo realizado de forma irregular, o que ensejou conforme preceitua o princípio trabalhista da Primazia da Realidade o vínculo entre a INSTITUTO DE ORTOPEDIA E FISIOTERAPIA SÃO PAULO LTDA e os empregados das empresas interpostas. Conforme trazido pelo próprio recorrente, entendo perfeitamente cabível a especialização e descentralização de suas atividades, ou mesmo uma sistemática eficiente de planejamento tributário, para de forma lícita diminuir os encargos tributários. Todavia, para tanto deve primeiramente observar parâmetros legais, para só em observandoos, valerse de estratégias administrativas para busca da excelência e diminuição de sua carga tributária. Não há como se admitir que a empresa se valha de contratar empresas, para que seus funcionários prestem serviços dentro do próprio estabelecimento da tomadora, em sua atividade fim, com evidente confusão entre as funções exercidas, visto que o auditor demonstrou em seus relatórios, diversos documentos a que teve acesso, é possível constatar que os serviços eram verdadeiramente prestados para empresa ISP, identificando que esta promove pagamentos dos funcionário, por meio de autorizações de pagamento, depósitos em conta corrente etc, bem como assina diversas rescisões contratuais Com vistas a melhor identificar as irregularidade scometidas, bastanos obervar a Súmula 331 do TST, dispositivo hoje que regula a terceirização do Direito Trabalhista Brasileira, visto ausência de norma específica, vejamos: Contrato de Prestação de Serviços Legalidade I A contratação de trabalhadores por empresa interposta é ilegal, formandose o vínculo diretamente com o tomador dos serviços, salvo no caso de trabalho temporário (Lei nº 6.019, de 03.01.1974). II A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não gera vínculo de emprego com os órgãos da administração pública direta, indireta ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988). (Revisão do Enunciado nº 256 TST) III Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 2006 Fl. 1563DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 17 31 1983), de conservação e limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividademeio do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação direta. V Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa regularmente contratada. VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da prestação laboral. Ou seja, da análise da referida Súmula, notase que não merece guarida a contratação de outra empresa, na forma como realizado pela recorrente e demonstrado pela autoridade fiscal. Observase de pronto o item III da referida súmula que não admite, em regra, a contratação de serviços terceirizados para atividades fim do empreendimento, formandose o vínculo diretamente com o tomados dos serviços. Ora, por si só esse argumento trazido pelo próprio recorrente, demonstra quão equivocada estava sua pretensão de valerse de empresas interpostas para executar sua atividade. Aqui independente do fato de as empresas contratadas estarem ou não sob a égide do Sistema de Tributação SIMPLES, correto o posicionamento adotado de formação do vínculo para efeitos previdenciários, sempre que constatado que a tomadora dos serviços agia como verdadeira empregadora. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA Novamente, conforme descrito pela autoridade julgadora e novamente trazido a baila pelo recorrente, a fiscalização não desconsiderou a personalidade jurídica da empresa contratada, mas tão somente considerou que os seus empregados (já identificados como tal nas GFIP de cada um dos estabelecimentos), na verdade prestavam serviços para a EMPRESA ISP, conforme descrito no relatório fiscal. Ao contrário do que entende o recorrente não é apenas o juiz que pode determinar a existência de vínculo de emprego.quando apreciamos sob a ótica do direito previdenciário. Ademais, não compete ao auditor fiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos Fl. 1564DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 32 geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. QUANTO A EXISTÊNCIA FÁTICA DA EMPRESA DIRCE SCHIANO Da mesma forma, não vejo o que a existência forma da empresa DIRCE inviabilize a formação do vínculo de emprego, nos moldes como realizado o lançamento. Conforme já rebatido a empresa DIRCE existe, e continuará a existir no mundo jurídico. O que não se aceita é que pelo fato de existir no papel, tenhamos que fechar os olhos, até mesmo deixando de aplicar o principio da primazia da realizade ou da verdade material, para admitir que uma empresa, sem nem mesmo possuir capital social substancial, prestar serviços, sem equipamentos, e mobiliário suficientes para atender sua estrutura funcional. E não venha argumentar que na terceirização de atividades meio (o que não é o caso dos autos), os prestadores podem permanecer na tomadora, o que tenho conhecimento. Porém é fato que a prestadora DEVE EXISTIR, não só formalmente, como faticamente, com estrutura própria, com estrutura gerencial (recursos humanos, contabilidade) própria, e não passar a empresa tomadora dos serviços os encargos de gerenciamento das atividades. Entendo, que a formação do vínculo é possível, pelo simples contratação irregular de prestação de serviços em desconformidade com a súmula 331 do TST. Quanto mais, quando a narrativa fiscal, cuida de consubstanciar o lançamento em outros meios de prova, como no caso vertente. QUANTO A PARCERIA ENTRE A EMPRESA DIRCE E ISP Quanto a este ponto entendo que não são necessária maiores considerações, posto que já apreciei por diversas outras oportunidade a questão descrita. QUANTO A PRODUÇÃO DE PROVAS Observase que por inúmeras vezes o recorrente traz como argumento para desconstituir o lançamento a sua presunção, descrevendo inclusive em sua impugnação que os elementos probatórios são frágeis e produzidos de forma unilateral. Primeiramente, quanto aos argumentos de cerceamento do direito de defesa e impossibilidade do contraditório, entendo que equivocase o recorrente. O processo administrativo permite ao recorrente o amplo exercício do direito de defesa, como existiu no presente feito. Sendo obrigação da autoridade julgadora indicar todos os seus elementos de convicção, sejam documentos aos quais teve a oportunidade de apreciar, ou mesmo descrever os elementos fáticos encontrados durante a auditoria e que o levaram a concluir pelo lançamento de contribuições. Dessa forma, entendo que teve o recorrente a oportunidade de apreciar pontualmente todos as provas e testemunhos colhidas durante o procedimento fiscal, sendolhe permitido exercer o amplo exercício do direito de defesa com vistas a rebater com elementos probatórios e fáticos, se necessários, que as constatações são totalmente equivocadas. Após apreciar detidamente a peça recursal, a decisão de primeira instância e até mesmo a impugnação apresentada, não identifico que o recorrente demonstrou que a empresa contratada, realmente exerciam o papel de prestadoras de serviços, empregadoras, exercendo o gerenciamento de seus empregados enquanto prestadores de serviços. Notese que, Fl. 1565DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 18 33 conforme já mencionado anteriormente, não se funda o lançamento em apenas um elemento de convicção, mas um conjunto deles. Quem mais poderia rebater os argumentos da auditoria, senão o próprio autuado, que poderia demonstrar a realização de contratos com as prestadoras, a contabilização devida das referidas contratações. Requerer de suas contratadas, cópia de sua contabilidade, e de todo o trâmite administrativo, para que assim, ficasse evidenciada a total ausência de ingerência da empresa ISP as demais. ENDEREÇOS ÚNICOS Traz o auditor REFISC, corroborado com o item V do mesmo instrumento que os endereços das empresas eram diferenciados em sua maioria apenas pelo número da sala 01, 02, sala A, galpão A B, tendo sido constatado por meio de diligências que nos respectivos endereços não havia organização física das empresas, dita por contratadas como prestadora de serviços. Entendo que nesse ponto, um comentário se mostra relevante. A contratação de prestadores de serviços, conforme argumentado pelo recorrente, possibilita que os trabalhadores (prestadores) estejam prestando serviços nas empresas tomadoras em atividades “meio”, ou de limpeza, conservação e vigilância, contudo, as empresa prestadoras Assevera que a DSZ por não possuir autorização para distribuição foi orientada pela ANVISA a efetuar alteração contratual ou a firmar contrato de parceria com empresa que possuísse em seu objeto a atividade de distribuição. Contudo, a primeira alternativa demoraria de 2 a 3 anos para que nova autorização de funcionamento fosse concedida pela ANVISA e dependeria de adequação em seu espaço físico para efetuar a distribuição. Conclui que a solução adotada foi a terceirização da distribuição dos produtos por ela fabricados. Alega que a DSZ mudouse para o endereço citado em 13/1/2003 reorganizou sua estrutura, contratou profissionais, inclusive na área de call center e após a cosntatação de que não poderia distribuir seus produtos firmou parceria comercial com a empresa ISP. Como resultado foi possível a locação de parte do seu imóvel ao ISP já que a DSZ possuía barracões totalmente separados fisicamente. O endereço foi segregado em bloco A, B e C e a DSZ passou a ocupar apenas o bloco C. Alega que o fato de haver apenas um acesso a diversas empresas é corriqueiro no meio empresarial, numa modalidade de condomínio empresarial, que em nada afeta a autonomia das empresas resultando em vantagens logísticas e redução de custos com segurança. DA TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADOS Aduz que a questão de contratação por parte da ISP de funcionário demitidos na DSZ decorreu de que algumas áreas da empresa DSZ foram reduzidas gradativamente em função do contrato de parceria. Apresenta quadro comparativo entre as duas empresas com número de empregados por mês. Aponta que a redução foi gradual e que, embora tenha parado as vendas no ínício de 2005, permaneceu com obrigações para com clientes. Destacase, quanto a este item , assim como já informado anteriormente que não se trata de mera presunção, mas constatação de que as empresas não possuíam a dita autonomia gerencial, ou mesmo física, sendo que a condição de emprego era verdadeiramente Fl. 1566DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 34 prestada em nome da ISP, foi destacado pelo auditor em seu relatório o esvaziamento da ISP, bem como que o número de empregados da DIRCE era incompatível com suas receitas operacionais. Vejamos trecho do relatório. TRANSFERÊNCIA DE EMPREGADOS O Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda teve em seus quadros de empregados, diversos funcionários que após se desligarem formalmente da empresa Dirce Schiano Zani (DSZ) foram imediatamente recontratados pelo Instituto São Paulo (ISP). Na auditoria fiscal foi constatado que durante o período fiscalizado, 37 empregados foram demitidos do quadro de empregados da Dirce S Zani e recontratados pela empresa Instituto São Paulo, exercendo na maioria das vezes a mesma função, o que denota que as duas empresas tinham forte ligações empresariais para esse "aproveitamento" de mão de obra. O fato em si (contratação de funcionários que foram demitidos de uma outra empresa) não demonstra que houve alguma irregularidade perante o fisco, tendo em vista isso ser um procedimento comum em atividades empresarias. Ocorre que, algumas dessas pessoas que foram "transferidas" da Dirce Schiano Zani para o Instituto São Paulo continuaram a exercer suas funções para a empresa Dirce Schiano Zani como se fossem empregados dessa empresa, ocorrendo dessa forma o compartilhamento de empregados, conforme exemplos constantes do item 17. Além desse fato, outro se mostra ainda mais contundente entre a ligação da empresa, posto que trazido pelo auditor em seu relatório que em janeiro de 2010 houve a transferência de empregados da Dirce para a ISP Eletromédica sem rescisão dos contratos. Digase que os administradores da referida empresa são sr. Alex Zani, Elói da Silva Carvalho e Marcos Zani, sendo os dois primeiros sócios do ISP. FATOS CONTÁBEIS RELEVANTES PARA CARACTERIZAÇÃO Com relação a contabilizações demonstrou o auditor autorizações de pagamento realizadas pela empresa ISP em nome da empresa DIRCE, assim, como trouxe a baila termos de rescisão de contratos de trabalho. Destaco, que não rebateu, novamente o recorrente pontualmente ditos fatos. Não há se aceitar o gerenciamento de empresas tomadora (caso realmente a contratação de sessa nessa modalidade, muito menos parceria, pois cada empresa, deve manter em relação aos seus empregados suas obrigações trabalhistas, contábeis e fiscais. Demonstrou ainda, faticamente o auditor, que empregados da empresa Dirce (Luiz a de Souza) prestavam serviços para as empresas, sem que houvesse pagamento de remuneração. Quanto a utilização conjunta de mão de obra, o que demonstra ingerência de uma empresa em outro destacou o auditor no item 17 do relatório fiscal: EMPREGADA ELISANDRA BORBA: A empregada Elisandra Borba Piovesan teve vínculo empregatício na empresa ISP no período de 18.01.2007 a Fl. 1567DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 19 35 14.11.2008, porém estava cadastrada como responsável pelo envio das GFIP da empresa Dirce S Zani nas competências de 02/2007 a 09/2007, 12/2007, 01/2008 a 03/2008, 05/2008 e 09/2008 ou seja, mesmo ela sendo empregada da ISP no período sublinhado, era ela a responsável por gerar as GFIPs no Sistema SEFIP e enviar pelo programa Conectividade Social, conforme se pode apurar nas cópias das telas emitidas pelo Sistema GFIP WEB. Cada empresa deve agir de forma autônoma em relação a suas obrigações, sendo que a confusão entre a prestação de serviços demonstra a subordinação dos empregados a ambas as empresas. EMPREGADO LUIZ A DE SOUZA O segurado Luiz A de Souza Júnior constava como empregado na empresa Dirce S Zani no período compreendido entre 01/08/2005 a 01/02/2006, exercendo o cargo de contador e como empregado na empresa ISP de 02.02.2006 em diante, exercendo a mesma função. Entretanto, no período fiscalizado era ele o responsável contábil da empresa Dirce Schiano Zani nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009, conforme demonstrado nas assinaturas constantes dos Livros Diários dos anos respectivos (ver ANEXO XII). Fato a informar, é que não houve pagamentos contabilizados relativos a essa prestação de serviços ao Sr. Luiz A de Souza Júnior, o que demonstra que o mesmo era apenas remunerado pelo ISP a partir de 02.02.2006, mas prestou serviços contábeis à empresa Dirce Schiano Zani. Não conseguiu a empresa rebater a utilização de mão de obra de uma empresa pela outra. Não há de se acatar também a alegação de trabalho gratuito, tendo em vista não constar registro de qualquer contrapartida financeira. Nada impede que um empregado preste serviços autônomos para terceiras empresas, mas fazêlo de modo gratuito acaba por reforçar a tese descrita pela autoridade fiscal. EMPREGADA FABIANA WEIS POLETTI No comprovante de inscrição de Pessoa Jurídica Beneficiária do Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) da empresa Dirce Schiano Zani (ver ANEXO XIII) consta como pessoa responsável pela empresa a funcionária Fabiana Weis Poletti, tendo como endereço eletrônico rh@institutosaopaulo.com.br. Essa empregada teve vínculo empregatício com a empresa Dirce S Zani no período de 02.08.2004 a 08.05.2007 e no período de 09.05.2007 a 04.08.2008 na ISP Filial 0007. Há de se notar que a mesma efetuou a inscrição da empresa Dirce S Zani no PAT no dia 10.04.2008, quando já era, portanto, empregada do Instituto São Paulo. Mais uma vez restou demonstrada a confusão entre as funções administrativas exercidas pelas empresas. Novamente não encontrei no recurso argumentos para rebater os elementos fáticos trazidos pelo auditor. ASSESSORA JURÍDICA MARA BENNEMANN Fl. 1568DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 36 A assessora jurídica Mara Bennemann teve vínculo empregatício com a empresa Dirce Schiano Zani no período compreendido entre 15.05.2006 a 12.08.2006. A partir do 14.08.2006 iniciouse vinculo de emprego com o Instituto São Paulo Ltda, porém a mesma atuou como procuradora da empresa Dirce Schiano Zani em alguns processos trabalhistas (ver ANEXO XIV) conforme demonstrado abaixo. Não houve pagamentos registrados a favor da assessora jurídica, como contribuinte individual, na contabilidade e tampouco na folha de pagamento Dirce Schiano Zani. Esses fatos por si demonstram que, mesmo registrada formalmente no Instituto São Paulo a assessora jurídica prestou serviços à Dirce Schiano Zani, sem remuneração por parte desta:quando já era, portanto, empregada do Instituto São Paulo. Assim, como ocorreu no caso dos serviços contábeis, houve utilização de mão de obra sem qualquer contrapartida financeira. Novamente não identifiquei argumentos para refutar o lançamento quanto a estes indícios. Identificou a autoridade fiscal, que os rescisões de contrato da empresa Dirce foram assinadas por sócios administradores da empresa Instituto de Ortopedia e Fisioterapia, demostrando novamente o exercício de atividade administrativas gerenciais. Notese que na planilha trazida na fls. 42, constam pelo menos 19 rescisões. RESCISÕES ASSINADAS PELOS ADMINISTRADORES DA EMPRESA ISP 17.5) Foi verificado também pela fiscalização, que nas cópias dos Termos de Rescisões de Contrato de Trabalho (TRCT) abaixo discriminados da empresa Dirce Schiano Zani (ver ANEXO XV) , os mesmos continham assinaturas dos sócios administradores do Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda (Alex Fernando Zani e Jair Luciano Schmitt), o que demonstra que os administradores acima relacionados praticaram atos administrativos na empresa optante pelo SIMPLES, o que caracteriza mais uma prova de que houve unicidade empresarial entre a duas empresas e que a separação formal. Ora, como acatar o argumento trazido pelo recorrente de que a aproximação das duas empresas não se pode conceber que alguns favores prestados com pequenas tarefas durante os cinco anos investigados sejam suficientes para descaracterizar a autonomia financeira de uma empresa. Afirma que o fato da DSZ ter dispensado seu contador, em razão do contrato de exclusividade, justifica alguns favores ofertados pelo profissional que laborou gratuitamente na execução de tarefas de cunho de recursos humanos. Entendo que até mesmo equívocos poderiam ocorrer, quando duas empresa sinalizam contratos de parcerias, em um mesmo ambiente de trabalho, mas é essa falta de cuidado, e os favores prestados por empregados de uma empresa a outra durante anos é que deixam ainda mais evidentes a confusão de gerenciamento das atividades empresariais. Da mesma forma, até compreendo que à época do falecimento de uns dos sócios, a empresa apresentasse uma desestruturação temporária, mas notese que se assim, o fosse acredito, ou melhor tenho certeza que o auditor não teria encontrados os elementos fáticos trazidos aos autos e acima enumerados. Fl. 1569DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 20 37 Mas, autorizações de pagamentos foram descritas pelo auditor no item 25 de seu relatório para os meses: junho, julho, ago, nov, out de 2009, bem como o 13 salário do mesmo ano. PRESTAÇÃO EXCLUSIVA DE SERVIÇOS – Outro indício descrito pelo auditor diz respeito a exclusividade de prestação de serviços, bem como que a totalidade do faturamento da Dirce era advinda do Instituto São Paulo. Na auditoria fiscal foi constatado que a empresa Dirce Schiano Zani, tinha como atividade principal a "Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto sob encomenda" (CNAE 32.507 04) mas prestava serviços de industrialização para o Instituto São Paulo (ISP) que era seu único e exclusivo cliente no período abrangido pela Auditoria Fiscal (Jan/2005 a Dez/2009), conforme apurado em sua contabilidade e provado através de notas fiscais de prestação de serviços. O número de empregados da empresa Dirce Schiano Zani referente ao período de Jan/2005 a Abril/2008 foi bem superior aos da Matriz da ISP e da Filial 0007, essa superioridade de números de empregados é uma característica de empresas optantes pelo SIMPLES que são "utilizadas" por outra para fins de reduzir a carga tributária da não optante pelo SIMPLES. Com esse planejamento tributário mediante o fracionamento da folha de pagamento, mantêmse um número de empregados maior naquela empresa optante do SIMPLES e baixo faturamento, e um número menor de empregados na empresa não optantes pelo SIMPLES e com um faturamento mais expressivo. Outro argumento trazido pelo auditor diz respeito aos custos operacionais da empresa DIRCE optante pelo SIMPLES E A EMPRESA ISP. Argumenta o recorrente que se trata de um contrato de parceria, todavia, alguns pontos trazidos pelo recorrente e pelo auditor em seu relatório me fazem tecer algumas considerações. Como vislumbrar um contrato de parceria, que beneficie apenas um dos parceiros. Se realmente as empresas trabalhavam juntos em prol do crescimento de ambas, porque o custo operacional da empresa é quase a totalidade de sua receita. Ora, conforme descrito pelo auditor o custo com pessoal em determinados meses chegou a alcançar 123% da receita líquida da empresa. Nesse sentido filiome a tese trazida pelo auditor de que a empresa DIRCE foram criada para suportar os custos operacionais, que ensejariam no caso das despesas de pessoal uma elevada carga de encargos sociais, que acabaram por ser minimizados pela contribuição com base no sistema simplificado de impostos. E entendo que disso, após a análise de todos os argumentos recursais o recorrente não conseguiu se desincumbir. FATURAMENTO X CUSTO COM PESSOAL 18.3) No quadro abaixo a fiscalização demonstra um comparativo entre os custos dos serviços prestados e o custo total com pessoal da empresa Dirce Schiano Zanni referentes aos anos de 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009 onde efetuando uma análise comparativa entre o custo dos serviços prestados X custo com pessoal acima apresentados, notase claramente que o custo Fl. 1570DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 38 total com o pessoal da Dirce Schiano Zani é quase a totalidade dos custos dos serviços prestados, indicando basicamente que a folha de pagamento era seu mais significativo custo. (...) Na análise comparativa entre a receita liquida (Receita Bruta deduzida dos impostos sobre as vendas) e o custo do pessoal é perceptível que nos anos de 2005 e 2009, o custo com pessoal é equivale a 123,25% e 101,93% respectivamente da Receita Líquida. Nesse dois anos em específico, a empresa Dirce Schiano Zani teve como resultado liquido prejuízos da ordem de R$ 259.993.21 em 2005 e de R$ 117.060,93 em 2009. Os valores foram obtidos na Demonstração do Resultado dos Exercícios de 2005. Quanto a esse ponto trago argumentos trazidos pelo recorrente em seu recurso: Alega que com o contrato de parceria muitas responsabilidades da empresas DSZ deixaram de existir o que acarretou na redução drástica de suas despesas. Acrescenta que algumas despesas, tais como energia elétrica, peças de reposição de máquinas, passaram a ser de responsabilidade da Empresa ISP, por força do contrato de parceria. O relacionamento com fornecedor e cliente e com as pessoas que cuidavam da manutenção de máquinas por parte do ISP num outro barracão próximo da empresa Dirce passou a ser realizado verbalmente. Os telefones da empresa Dirce, após ter sido concluído o processo de reestruturação, foram desativados, sendo que o Gestor, Sr. Pedro contava com seu telefone. Alega que os preços de locação de imóvel praticados pela DSZ são coerentes com sua estratégia focada no sucesso da parceria. Aponta que o contrato de fabricação e distribuição firmado entre as duas empresas prevê que as matérias primas e quase a totalidade das máquinas utilizadas no processo fabril seriam fornecidas em comodato pelo distribuidor (ISP). Entendo que os argumentos acima apontados, só conferem legitimidade ao trabalho do auditor fiscal, demostrando que o suporte físico, operacional, de manutenção ficava todo a cargo da empresa ISP. A mesma conclusão chegamos quando analisamos o pagamento das despesas com aluguel, posto que a auditoria fiscal apurou também que o aluguel do prédio onde estava instalada a empresa DIRCE SCHIANO ZANI foi pago ao Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda. Fato a considerar é que a 4 a cláusula do contrato de locação de imóvel firmado com o Instituto São Paulo em 01/10/20005 menciona que os consumos e ou despesas de luz, gás, assim como todos os encargos e tributos que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel (IPTU); bem como a conservação/manutenção do imóvel, seguro do prédio; seguro de todo maquinário, ferramentas, matéria prima, produtos, produtos em elaboração e outras matérias armazenadas no referido imóvel fiquem a cargo do locador, ou seja é ônus do Instituto São Paulo. Fl. 1571DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 21 39 Não quero dizer com isso , que exista proibição de prever em contratos de parceria, que o tomador dos serviços arque com absolutamente quase tudo, mas que quanto maior o encargo operacional do contratante mais difícil se torna demonstrar a autonomia que conferia legitimidade a parceria. Não demonstrou o recorrente o repasse de qualquer custo a Dirce, seja com despesas de aluguel, ou contratos de comodato, para refutar as alegações: 27.1 ) A fiscalização apresenta no quadro abaixo, um extrato da conta 1.25.20010001 MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS da empresa ISP relativo ao ano de 2007, contendo Data, Código da Conta, Valor Contábil e Histórico. Informo também que não existe na contabilidade da empresa DIRCE SCHIANO ZANI o registro do pagamento de aluguel/locação de máquinas e equipamentos. DOS SÓCIOS DA EMPRESA DITAS COMO “PRESTADORAS DE SERVIÇOS”. Conforme disto pelo próprio recorrente em seu recurso, descreveu o auditor também em item próprio do seu relatório os aspectos de convencimento inerentes a relação de sociedade, Informa que o fato do Sr. Alex Fernando Zani ser sócio da ISP e com grau de parentesco com a Sra. Dirce e os procuradores da empresa DSZ não tem influencia direta nas operações empresariais. Apresenta informações acerca da participação do Sr. Alex Zani à fl. 596, indicando que somente após 16/12/2008 ele passou a deter mais de 50% do capital da empresa ISP. Disserta sobre a trajetória de ambas as empresas apontando que até 12/2004 a DSZ vendia seus produtos para diversos clientes e, desde sua constituição, seria optante pelo SIMPLES. Junta cópias dos livros Diário e Razão de 2002 e instrumentos de protesto para provar o alegado. Importante observar que o recurso do recorrente em nada rebate pontualmente os argumentos aqui trazidos, buscando tão somente desqualificar o trabalho de auditoria, alegando tratarse de presunção, o que discordo veementemente. De posse de todo o detalhamento exposto pela empresa poderia a mesma rebater ponto a ponto trazido pelo auditor fiscal, o que não o fez, razão porque deve ser mantido o lançamento, quanto a inclusão de todos os empregados da empresa “dita pelo recorrente como prestadoras de serviços”, como verdadeiros empregados da empresa ISP face o liame fático e jurídico que os vincula. Ademais, o fato de a mesma ter tido outros clientes no passado não desqualifica o trabalho de auditoria, nem mesmo demonstrar que a conclusão do auditor encontrase equivocada. Assim, como já rebatido em sede de preliminar a empresa DIRCE não foi desconsiderada, mas tão somente no período objeto do lançamento entendeu o auditor que para efeitos previdenciários a ISP agiu como verdadeira administradora do negócio e por conseguinte deveria manter sob sua responsabilidade os segurados empregados. Da mesma forma, entendo que outro argumento corrobora com ditos fatos e não consegui elementos nos autos capazes de refutar ditas alegações: Outro fato a ser considerado e que chamou a atenção da auditoria fiscal é que, estando a empresa Dirce Schiano Zani Fl. 1572DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 40 classificada no sob CNAE n° 32.50704 (Fabricação de aparelhos e utensílios para correção de defeitos físicos e aparelhos ortopédicos em geral, exceto sob encomenda) a mesma não apresentou em sua contabilidade o registro do pagamento de despesas consideradas corriqueiras em todo estabelecimento industrial, como por exemplo, despesas relativas ao consumo de energia elétrica, telefone/comunicações, material de uso e consumo, manutenção de máquinas e equipamentos. Ressaltase que na empresa DIRCE SCHIANO ZANI os dispêndios (custos e despesas) limitavamse a despesas com água, aluguel, serviços de terceiros e despesas de pessoal, conforme demonstrado no item "18.3". EXERCÍCIO DE ATIVIDADE NÃO COMPREENDIDAS NAS SUAS ATIVIDADES CORRIQUEIRAS, MAS SIM DA TOMADORA ISP: Destacou o auditor que empregados de operador de televendas foram contratados pela empresa DIRCE, mas ditas atividades eram inerentes a empresa ISP. Vejamos trecho do relatório fiscal. 21.2 Os segurados empregados tinham registros formais na empresa optante pelo SIMPLES, mas sua função ( Operador Televendas) só poderia ser realizada para o Instituto São Paulo pois essa modalidade de venda chamada de "televendas, telemarketing" é utilizada pelo ISP até as dias de hoje. Algumas empregadas que exerciam essa função na Dirce S. Zani foram "transferidas" para o Instituto São Paulo para exercer a mesma função conforme descrito no item 15 desse relatório fiscal. A fiscalização considera que uma empresa que tem apenas um único e exclusivo cliente não necessita ter várias pessoas atuando em um setor denominado Televendas, cujo conceito mais simplista do termo é "Vendas efetuadas por telefone". Também há de que considerar que nem mesmo despesas com telefones/comunicações a empresa Dirce Schiano Zani apresentou em sua contabilidade, conforme já relatado no item 19.1. Atento para o fato de que no período em que as empregadas acima exerciam suas funções na Dirce Schiano Zani como "Operadoras de Televendas" a empresa somente obteve receitas advindas da prestação de serviços de industrialização ao Instituto São Paulo. No ANEXO XIX a fiscalização junta ao presente relatório fiscal cópias de alguns holerites (por amostragem) dos empregados que exerciam a função de Operador de Telemarketing referente aos meses de Jan/2005, Julho/2005 e Julho/2006. Rebate nesse ponto o recorrente argumentando que a DSZ trabalhou com televendas desde sua fundação até início de 2005, quando firmou contrato de exclusividade com o ISP. O fato de que manteve funcionários cadastrados com essa função, apesar de terem sido transferidos para outras funções administrativas se deu em razão da DSZ ser uma empresa de pequeno porte que por não ter um departamento especializado em RH, não atentou para a mudança imediata das funções. Contudo, novamente, não logrou êxito o recorrente em rebater os elementos trazidos pelo auditor. Deslocar os empregados para outras funções, pelas normas do direito do trabalho, gera obrigações, principalmente no que pertine ao respeito do piso salarial da função Fl. 1573DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 22 41 exercida. Neste caso, onde estão os registros de pagamento, de deslocamento dos empregados entre os setores da empresa. Competiria, neste caso, a empresa apresentar elementos probatórios para demonstrar suas alegações. Esses meros descuidos, que digase não são isolados, mas corroborados com pagamentos da ISP em nome da DSR, de assinatura de documentos contábeis e trabalhistas, documentos demonstrando a confusão entre os papéis de trabalho de cada uma das empresas no desempenho de suas funções é que no conjunto fazem crer o gerenciamento da ISP. Da mesma forma, entendo que a autoridade julgadora tabém bem afastou os argumentos trazidos pelo recorrente, corroborando todos os pontos apontados acima com fortes indicadores de que a empresa Dirce realmente era direcionada pelo Instituto de Ortopedia e Fisioterapia de São Paulo. Transcrevo abaixo a decisão: DA PRIMAZIA DA REALIDADE SOBRE A FORMA A autoridade administrativa fiscal possui a prerrogativa de desconsiderar atos ou negócios jurídicos que não reflitam a realidade, sendo tal poder da própria essência da atividade fiscalizadora que não pode ficar adstrita aos aspectos formais dos atos e fatos. Como toda prerrogativa decorre de um dever, uma vez verificado que o sujeito passivo se utiliza de simulação para esquivarse do pagamento de tributo, o auditor fiscal tem o dever de aplicar a legislação tributária de acordo com os fatos por ele constatados em detrimento da verdade jurídica aparente (formal). Dito de outra forma, uma vez evidenciada a simulação, não resta outra opção à fiscalização, a não ser descaracterizar a relação formal existente e considerar, para efeitos do lançamento tributário, a relação real entre as empresas, identificando corretamente o sujeito passivo da relação jurídica tributária. No presente caso, a auditoria fiscal, que se baseou em informações e situações de fato, concluiu que durante o período fiscalizado, em relação aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e para outras entidades e fundos, apesar de do ponto de vista formal os trabalhadores estarem registrados em duas pessoas jurídicas distintas (DSZ e ISP), havia apenas uma única empresa, qual seja, o Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda ISP. Sendo assim, não há que se falar em comprovação individual do vínculo empregatício uma vez que os elementos apontados no relatório fiscal, corroborados por cópias de documentos, indicam que a totalidade de empregados registrados na DSZ, durante o período considerado pela fiscalização, na prática, prestavam serviços para o ISP. O fato de existirem ações trabalhistas em que a DSZ figura como ré e de haverem sido transmitidas GFIP informando esta relação ao Ministério da Previdência e Assistência Social é insuficiente para infirmar as conclusões fiscais, no sentido de que todos os Fl. 1574DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 42 vínculos de trabalho se referiam de fato à uma única empresa, o Instituto de Ortopedia e Fisioterapia São Paulo Ltda. A alegação do impugnante de que a DSZ, até o final do ano de 2004, possuía outros clientes além do ISP (comprovada pela juntada de cópias de documentos) também não tem o condão de afastar a possibilidade de que a mesma tenha sido utilizada de 2005 a 2009 (período do lançamento no qual o único cliente era o impugnante), consoante a conclusão fiscal, como mecanismo para evadir contribuições devidas à previdência social e outras entidades e fundos (terceiros) por meio de formalização de trabalhadores em pessoa jurídica optante pelos regimes do SIMPLES Federal e Nacional, que na realidade prestavam serviços ao impugnante. O sujeito passivo, para explicar as relações existentes entre ele e a DSZ, apontadas no relatório fiscal, junta aos autos cópia de contrato de distribuição e industrialização (fls. 715/722), firmado em 18/12/2004, a partir do qual teria surgido uma relação de parceria entre essas empresas. Junta também cópias de contrato de comodato pelo qual o maquinário da ISP teria sido cedido para exploração da atividade industrial pela DSZ. Concluise, porém, com base nas informações contidas no relato fiscal e com base nas cópias de documentos juntados pela fiscalização, que a existência de uma parceria empresarial, mesmo consideradas as explicações e documentos juntados pelo impugnante, não é suficiente para explicar a confusão empresarial existente entre o que seriam duas pessoas jurídicas distintas. Dentre os elementos contidos nos autos que levaram à conclusão de que no período fiscalizado não há duas empresas, relativamente à trabalhadores remunerados, mas apenas uma, podem ser mencionados os seguintes: a) Conforme telas impressas do Sistema GFIP WEB (ANEXO X, fls. 274/288), uma segurada empregada do impugnante era responsável pela elaboração da GFIP da DSZ, de 02/2007 a 09/2007, em 12/2007, de 01/2008 a 03/2008, em 05/2008 e em 09/2008. O preenchimento das GFIP requer um nível de conhecimento acerca das relações trabalhistas que somente o empregador, seus prepostos ou contadores podem dispor; b) O Sr. Luiz A. de Souza Júnior estava registrado como empregado da empresa DSZ no período compreendido entre 1/8/2005 a 1/2/2006, exercendo o cargo de contador e como empregado do sujeito passivo de 2/2/2006 em diante (na mesma função). Contudo, era ele o responsável contábil da empresa Dirce Schiano Zani nos anos de 2006, 2007, 2008 e 2009, conforme se vê pelas assinaturas constantes dos Livros Diários (cópias juntadas no ANEXO XII fls. 294/301), mesmo sendo remunerado apenas pelo sujeito passivo; Fl. 1575DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 23 43 c) A responsável pela inscrição de Dirce Schiano Zani no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, Sra. Fabiana Weis Poletti, era empregada do impugnante na filial final “0007” e como endereço eletrônico da DSZ, para a inscrição, foi indicado aquele da área de recursos humanos do impugnante (ISP), qual seja, rh@institutosaopaulo.com.br (conforme ANEXO XIII, documentos de fls. 302/303); d) A assessora jurídica Mara Bennemann teve vínculo empregatício com a empresa Dirce Schiano Zani no período compreendido entre 15/5/2006 a 12/8/2006 e com o sujeito passivo a partir de 14/8/2006, porém ela atuou como procuradora da empresa Dirce Schiano Zani em alguns processos trabalhistas (conforme documentos juntados no ANEXO XIV), discriminados no item 17.4 (fl. 43); contudo, não existem pagamentos registrados em favor da assessora jurídica na contabilidade ou na folha de pagamento da empresa Dirce Schiano Zani por esses serviços; e) O sócio do impugnante, Alex Fernando Zani, assinava como se fosse empregador ou preposto nos Termos de Rescisões de Contrato de Trabalho da empresa Dirce Schiano Zani. Tal constatação se dá pela comparação entre as assinaturas constante nos documentos do ANEXO XV (fls. 310/329) com a assinatura desse sócio da ISP nos contratos sociais e alterações (como por exemplo à fl. 569 dos autos do processo nº 10935.007645/2010 66). Ressaltese, que a fiscalização aponta ainda que outro sócio da ISP também assinava as rescisões da DSZ, qual seja, o senhor Jair Luciano Schmitt; f) Não é verossímil que uma empresa com faturamento de R$ 7.454.958,18 e uma média de 112 funcionários ao longo de cinco anos (2005 a 2009) não tenha efetuado ligações telefônicas ou acessado serviços de banda larga (internet) como quer fazer crer o impugnante. Mesmo considerandose que uma indústria tenha, com exclusividade, um único cliente é de se supor que no exercício de sua atividade empresarial haja a necessidade de efetuar ligações telefônicas para resolver questões de seu interesse, como por exemplo, com a Administração Tributária, outros órgãos públicos ou com instituições financeiras. Não consta no contrato de distribuição e industrialização (fls. 715/722) que o sujeito passivo tivesse a obrigação de custear as despesas com telecomunicações da DSZ. Portanto, conforme conclusão fiscal, o mais provável é que aqueles que formalmente seriam trabalhadores da Dirce Schiano Zani faziam uso de telefones/internet disponibilizados pelo sujeito passivo como se empregados dele fossem. E mais, tal situação reforça a tese fiscal de que na realidade durante o fiscalizado não havia, em relação aos fatos geradores considerados, duas empresas mas apenas uma. g) Apesar da DSZ apresentar o que seria um único cliente após o ano de 2004 ela manteve em seus quadros, conforme cópias do ANEXO XIX (fls. 436/455), Fl. 1576DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 44 empregados que exerciam a função de operador de telemarketing. Tal função é compatível com as atividades do sujeito passivo e não da DSZ. Ressaltese que também não é verossímil que a DSZ tenha alterado as funções dos empregados sem, contudo, modificar seus registros porque assim esses o teriam exigido. h) Constatase, com base em documentos apresentados pelo contribuinte (fl. 459) que dentre as atividades desenvolvidas pelo Instituto São Paulo constaria a atividade industrial. Contudo, com base na situação formalmente apresentada, inclusive, pelo contrato de fls. 715/722, o sujeito passivo exerceria atividades eminentemente comerciais e não de industria. Tal material publicitário corrobora a informação fiscal no sentido de que no período fiscalizado havia de fato uma única empresa a ISP. i) Conforme documentos do ANEXO XXIII (fls. 466/474), para alguns pagamentos de Guias da Previdência Social (GPS) da empresa Dirce Schiano Zani, as pessoas que efetuaram ou autorizaram o débito nas respectivas contas correntes mantidas nos Bancos Itaú (Ag. 3838 Conta 161333) e Banco do Brasil(Ag 3.4029 Conta 74.7807) eram pessoas vinculadas ao sujeito passivo. Na competência 13/2008, por exemplo, a GPS de responsabilidade de Dirce Schiano Zani foi paga por meio de débito em conta sujeito passivo (Instituto São Paulo) mantida no Banco do Brasil Ag. 34029 Conta 74.7807. Constatase, dessa forma, com base também no quadro à fl. 48 (item 25), que empregados e sócios do sujeito passivo detinham poderes para efetuar/autorizar pagamentos de obrigações da empresa Dirce Schiano Zani, seja por meio de débito na conta daquele ou deste. Ressaltese que o sujeito passivo não comprovou a existência de compensações ou de autorizações prévias para a realização de tais pagamentos por parte da DSZ. Do exposto, percebese de que tais situações e fatos refletem bem mais que favores prestados pelo sujeito passivo à DSZ, no âmbito de um contrato de parceria como quer fazer crer o impugnante. Com base no que consta nos autos, verificase que, no período fiscalizado, as relações existentes entre o que seriam duas pessoas jurídicas distintas demonstram que inexistia a autonomia empresarial por parte da DSZ. A inexistência de autonomia empresarial (administrativa/financeira) da DSZ em relação a ISP, combinada com o fato da unidade da DSZ estar instalada dentro do complexo empresarial da ISP e acrescida da existência de relação familiar entre um dos sócios da ISP (filho) com participação societária significativa e a DSZ Fl. 1577DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 24 45 (mãe), reforçam a conclusão, apontada pela fiscalização, de que, no período fiscalizado, havia um único tomador e gerenciador dos serviços dos segurados que era o impugnante. DO CAPITAL SOCIAL Conforme trazido pelo auditor o fato de a empresa DIRCE possuir capital simbólico, sendo inclusive desprovida bens patrimoniais, capazes de suportar o desenvolvimento de suas atividades, realmente causa, a esta relatora, duvida sobre sua verdadeira autonmia. Entendo que esse fato é no conjunto provatório outro que indica a ausência de autonomia financeira e contábil, Ora entendo inegável, que da análise dos fatos trazidos pelo auditor competiria ao recorrente rebatèlos pontuamentente, demonstrando, por exemplo a possibilidade de desenvolver sua atividades, ou mesmo, porque a empresa ISP lhe repassava todo o maquinário. CAPITAL SOCIAL DA EMPRESA DIRCE X FATURAMENTO 28) Um dos fatos que indica que a Dirce Schiano Zani foi utilizada como uma "interposta empresa" decorre do diminuto valor de R$ 10.000,00 (Dez mil reais) para as suas constituições frente aos resultados operacionais que a pessoa jurídica gerou, indicando que a "pessoa física interposta" Sra. Dirce Schiano Zani (mãe de Alex Fernando Zani sócio administrador do ISP) efetivamente não comprometeu capital financeiro suficiente na empresa, fator característico de um empreendimento empresarial (risco econômico). Quanto ao argumento que a empresa Dirce tinha sim condições mínimas de instalações para seus funcionários, que foram adquiridas na sua fundação em 1998 e totalmente depreciadas ou contabilizadas em bens de pequeno valor, entendo que a mera alegação não desconstitui todo o trabalho realizado pela autoridade fiscal. Verificase por todo o exposto um conjunto de elementos que levaram a conclusão do trabalho de auditoria. Entendo que os apontamentos trazidos pelo recorrente, não foram capazes de refutar o lançamento. DA CONTRIBUIÇÃO RETIDA DOS SEGURADOS EMPREGADOS DA EMPRESA DIRCE. Quanto a este ponto, entendo que razão assiste ao recorrente posto que a cobrança de contribuições da parcela correspondente aos segurados novamente na empresa ISP, implica bis in idem, ou seja, a contribuição não é da empresa, mas do segurado. Se houve recolhimento dos segurados e o vínculo dos mesmos foi formado com a empresa ISP, possível o aproveitamento desses recolhimentos. Contudo, entendo que no presente auto não é possível efetivar dita compensação, posto que foi lavrado auto de infração de obrigação acessória próprio em relação a contribuição dos segurados. Por todo o exposto o lançamento fiscal seguiu os ditames previstos, devendo ser mantido nos termos acima expostos, haja vista que os argumentos apontados pelo recorrente são incapazes de refutar em sua totalidade o lançamento. DOS DOCUMENTOS APRESENTADOS Fl. 1578DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 46 Por fim, entendo que os documentos apresentados pelo recorrente não servem como meio suficiente para desconstituir o lançamento, após a apreciação dos pontos trazidos pelo auditor fiscal e pelo recorrente. CONCLUSÃO Pelo exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para rejeitar as preliminares de nulidade, de decadência e mérito NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira Fl. 1579DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10935.007645/201066 Acórdão n.º 2401002.702 S2C4T1 Fl. 25 47 Voto Vencedor Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo – Redator Designado Mesmo diante das extensas e bem fundamentadas razões apresentadas pela Relatora para justificar a procedência do crédito, ouso discordar de suas conclusões. Corriqueiramente essa Turma tem se deparado com casos em que o Fisco caracteriza como empregados da empresa autuada segurados que formalmente mantinham vínculo com empresa optante pelo Simples, supostamente criada no intuito de absorver mão de obra da real empregadora, reduzindo os recolhimentos para a Seguridade Social. Nessas situações temos adotado duas soluções conforme conjunto probatório carreado pelo Fisco para demonstrar a simulação. Quando este logra comprovar que efetivamente os empregados da empresa “de fachada” prestavam serviço para a empresa autuada, admitimos a caracterização direta com o verdadeiro empregador, com esteio no § 2.º do art. 229 do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto n.º 3.048/1999, assim redigido: Art. 229 (...) §2º Se o Auditor Fiscal da Previdência Social constatar que o segurado contratado como contribuinte individual, trabalhador avulso, ou sob qualquer outra denominação, preenche as condições referidas no inciso I do caput do art. 9º, deverá desconsiderar o vínculo pactuado e efetuar o enquadramento como segurado empregado. (...) Situação diversa ocorre quando o Auditor Fiscal não consegue nos convencer de que os trabalhadores da empresa optante pelo Simples prestavam serviço à empresa fiscalizada, mas apresenta indícios da ocorrência de desmembramento de pessoa jurídica para que uma ou mais empresas cindidas pudessem se enquadrar no regime simplificado de pagamentos de tributos. Para esses casos, temos entendido que o Fisco teria que provocar o processo de exclusão da empresa do Simples e, somente depois do desfecho do mesmo, lançar as contribuições patronais em nome da empresa excluída e chamar a empresa não optante para ocupar o polo passivo na condição de responsável solidária. A situação fática que nos é posta leva ao entendimento de que estamos diante da segunda hipótese, ou seja, o Fisco não conseguiu se desincumbir do ônus de demonstrar que os trabalhadores da DSZ efetivamente laboravam para o ISP. De acordo com o relatado foram os empregados da DSZ (empresa optante pelo Simples) que foram transferidos para o ISP. As situações com as quais normalmente nos deparamos é o contrário, ou seja, os empregados migram para a empresa optante pelo Simples, para se beneficiar da alíquota reduzida. Fl. 1580DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 48 Observo ainda que o endereço comum apontado pelo Fisco é de imóvel pertence à DSZ, que cobrava do ISP pela utilização de parcela do mesmo. Portanto, não foi a empresa do Simples que nasceu no endereço ocupado pela Autuada, mas, o contrário, esta é que se transferiu para junto daquela. Demonstrouse nos autos que, quando a empresa DSZ foi criada, já no regime do Simples, ela possuía outros clientes, passando só posteriormente a ter exclusividade com o ISP. Outro fato a chamar atenção é que não se apresentou uma reclamatória trabalhista sequer direcionada contra o ISP, fato este que serviria de forte indício de que havia prestação de serviço na autuada. Notase que o conjunto probatório colacionado pelo Fisco é capaz de demonstrar o íntimo relacionamento entre as empresas, com fatos que até denunciam a existência de grupo econômico de fato, nada mais. Assim, diante de todas as evidências colhidas dos autos e da singularidade no ramo comercial em que atuam as empresas, entendo que o lançamento é improcedente, pelo fato do Fisco não haver demonstrado que os empregados da DSZ de fato prestavam diretamente serviço à empresa autuada. Conclusão Voto pelo provimento do recurso. Kleber Ferreira de Araújo Fl. 1581DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digital mente em 07/12/2012 por ELAINE CRISTINA MONTEIRO E SILVA VIEIRA, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 07/12/2012 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
score : 1.0
Numero do processo: 10711.003262/2010-43
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 30/06/2008
ADUANEIRO. DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. INFORMAÇÕES INTEMPESTIVAS. MULTA REGULAMENTAR.
A prestação intempestiva de informações relativas à desconsolidação de cargas enseja a aplicação de multa regulamentar, consoante artigo 107, IV, e, do Decreto-Lei nº 37/66.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3403-001.834
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Marcos Tranchesi Ortiz Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim.
Nome do relator: MARCOS TRANCHESI ORTIZ
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 30/06/2008 ADUANEIRO. DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. INFORMAÇÕES INTEMPESTIVAS. MULTA REGULAMENTAR. A prestação intempestiva de informações relativas à desconsolidação de cargas enseja a aplicação de multa regulamentar, consoante artigo 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/66. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 00 32 62 /2 01 0- 43 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 08/12/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti, Marcos Tranchesi Ortiz e Antonio Carlos Atulim. Relatório Tratase de auto de infração (fls. 1/13) para exigência de penalidade pecuniária prevista no artigo 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/66 e no artigo 45, da IN/RFB n° 800/07, em razão da prestação intempestiva de informações relativas à desconsolidação de carga proveniente do exterior. Intimada, a recorrente o impugnou (fls. 31/40), alegando que: (a) o artigo 22 da IN/RFB no. 800/07 – no qual estão previstos os prazos máximos para transportadores e agentes de carga prestarem informações acerca dos volumes transportados e sujeitos a desconsolidação – teve sua redação alterada pela subseqüente IN/RFB no. 899/08, cuja vigência só teve início em 01.04.2009, de sorte que os limites temporais ali previstos não se aplicam à hipótese dos autos, cuja ocorrência antecede esta data; (b) solicitou retificação da informação originalmente prestada à RFB, e o prazo para esta retificação de 30 dias – teria sido rigorosamente cumprido, conforme artigo 44 do RA/02; (c) a multa em questão possui caráter arrecadatório e não educativo, de forma que a responsabilidade tributária, embora objetiva, merece atenuações interpretativas; e (d) eventualmente superados os argumentos anteriores, a sanção aplicável à infração seria não a imposta por meio do auto de infração impugnado, mas sim aquela prevista no artigo 729, inciso II, do Decreto nº 6.759/09 (novo RA). Em 21.10.2011, a DRJ/FlorianópolisSC desproveu a impugnação e manteve a autuação incólume sob os seguintes principais fundamentos (fls. 58/61): (i) tendo sido de fato cumprida a destempo a obrigação acessória, mais precisamente 14 dias após a datalimite para tanto, a imposição da penalidade é escorreita; (ii) a sanção prescrita pelo art. 729, II, do novo RA é genérica, não devendo substituir aquela específica aplicada in casu; e (iii) a penalidade pecuniária independe da intenção do agente, nos termos do art. 94, §2º, do DecretoLei nº 37/66. No voluntário de fls. 70/81, a recorrente reproduz, integralmente, a impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz O recurso é tempestivo e, observadas as demais formalidades aplicáveis, dele tomo conhecimento. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 08/12/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ Processo nº 10711.003262/201043 Acórdão n.º 3403001.834 S3C4T3 Fl. 5 3 A autuação decorre de informação intempestiva referente à desconsolidação de carga importada. Segundo consta do auto de infração, a embarcação transportadora atracou no Porto do Rio de Janeiro no dia 12.06.2008, às 3h05, enquanto o respectivo Conhecimento Eletrônico Mercante Agregado (HBL) foi gerado apenas no dia 26.06.2008, às 10h23, o que gerou a aplicação da multa prevista no artigo 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/66. Eis o referido dispositivo legal: "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; e" Contra esta breve cronologia fática, a recorrente não se manifestou. Não impugnou especificamente o fato gerador da imposição da multa regulamentar, qual seja, a entrega de informações sobre a desconsolidação de carga em data posterior àquela em que se deu a atracação do navio. A alegação para cancelamento da exigência restringese à impossibilidade de retroação do artigo 22, III, da IN/RFB nº 800/07, o qual disciplina o momento para prestação das informações, em razão do disposto no artigo 50, caput, da mesma IN, in verbis: "Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: III as relativas à conclusão da desconsolidação, quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico." "Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009.(Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008)" A análise do inciso II, do parágrafo único, ao artigo 50 desta IN, contudo, me permite concluir pela improcedência do argumento da recorrente. Isto porque o dispositivo elucida que a postergação da eficácia do artigo 22, III está restrita ao prazo mínimo de antecedência, ou seja, ao prazo de 48 horas antes da chegada da embarcação no porto de destino. Vejase tal comando legal: "Art. 50. Os prazos de antecedência previstos no art. 22 desta Instrução Normativa somente serão obrigatórios a partir de 1º de abril de 2009.(Redação dada pela IN RFB nº 899, de 29 de dezembro de 2008) Parágrafo único. O disposto no caput não exime o transportador da obrigação de prestar informações sobre: Fl. 87DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 08/12/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ 4 II as cargas transportadas, antes da atracação ou da desatracação da embarcação em porto no País." Assim, a obrigação do agente de cargas de apresentar as informações antes da atracação da embarcação permanecia válida e eficaz à época dos fatos e, tendo sido descumprida, a aplicação da penalidade é legítima. Esta é a melhor interpretação do disposto no artigo 50, parágrafo único, II, da IN/RFB nº 800/07. A recorrente também argumenta que a retificação das informações intempestivamente prestadas ocorreu dentro do prazo legal de 30 dias, conforme artigo 25, III, da IN/RFB nº 800/07, sugerindo que esta retificação poderia corrigir o defeito original. Prazos para apresentação de informações e prazo para retificação de informações são completamente distintos. A intempestividade do primeiro não é superada pela tempestividade do segundo. Constatado que a intempestividade se refere às informações originalmente prestadas – e não às retificadas –, tal alegação é desinfluente quanto à validade da aplicação da multa aqui em debate. Por fim, o pleito de redução da multa para aquela constante do art. 729, II, do Decreto nº 6.759/09 também não procede, uma vez que, conforme bem apontado pela DRJ, esta se trata de penalidade genérica, inaplicável ao caso por haver multa específica ao ato praticado pela recorrente, nos termos do art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/66, o qual, inclusive, está reproduzido no artigo 728, IV, “e”, do Decreto nº 6.759/09. Pelo exposto, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marcos Tranchesi Ortiz Fl. 88DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ, Assinado digitalmente em 08/12/20 12 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 05/12/2012 por MARCOS TRANCHESI ORTIZ
score : 1.0
Numero do processo: 10768.720231/2007-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Feb 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003
CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO.
Segundo a Súmula nº. 1 do Segundo Conselho de Contribuintes, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo
Numero da decisão: 3401-001.750
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar o provimento ao Recurso Voluntário nos termos do voto do relator.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE - Relator.
EDITADO EM: 20/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César AlvesRamos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi GuerzoniFilho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte.
Nome do relator: FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/02/2003 a 28/02/2003 CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO. Segundo a Súmula nº. 1 do Segundo Conselho de Contribuintes, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo
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Segundo a Súmula nº. 1 do Segundo Conselho de Contribuintes, importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar o provimento ao Recurso Voluntário nos termos do voto do relator. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. RELATOR FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Relator. EDITADO EM: 20/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Jean Cleuter Simões Mendonça, Emanuel Carlos Dantas de Assis, Odassi Guerzoni Filho, Angela Sartori e Fernando Marques Cleto Duarte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 76 8. 72 02 31 /2 00 7- 08 Fl. 595DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 2 Relatório Em 15.9.2005 a contribuinte Petróleo Brasileiro S/A Petrobrás protocolou Declaração de Compensação com o objetivo de aproveitar crédito proveniente de pagamento a maior de PIS no valor de R$3.728.783,26. Em 5.2.2010 a Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária– RJ, através de Despacho Decisório (fl. 112.), reconheceu parcialmente o crédito pleiteado, no valor de R$1.636.126,08 e, consequentemente, homologou parcialmente a compensação declarada, até o limite do crédito reconhecido. No Parecer Conclusivo (fls. 104/111),consta ,resumidamente,que: a) A contribuinte retificou a DCTF alterando o valor do PIS devido, código 8109, para o período em questão. Retificou também o valor da CIDE utilizado na quitação de parte do débito 8109. Apesar de o valor retificado em DCTF coincidir com o declarado na DIPJ, os códigos de retenção eram distintos. Constam recolhimentos nos valores de R$ 36.222.312,27 e R$13.842,15, sob o código 8109; b) O processo foi encaminhado à DEFIC para realização de diligência para apuração do valor efetivo devido ao PIS em cada órgão de retenção. Com base nas informações contábeis e extra contábeis fornecidas pela contribuinte, o órgão concluiu que persistiram divergências apuradas em relação à aplicação das alíquotas específicas de combustíveis e que o valor devido após a dedução da CIDE é de R$ 32.810.218,12. c) Na planilha anexada ao relatório fiscal, foi considerada a dedução indicada pela contribuinte referente a liminares, tanto para a receita de venda de gasolina, quanto para o óleo diesel. Entretanto, não há legislação de regência do PIS que autorize tal exclusão. Havendo discussão judicial sobre determinada receita, o procedimento apropriado é informar na DIPJ o total da receita auferida, apurar o tributo devido e, na DCTF, especificar o montante discutido, que ficará com a exigibilidade suspensa até findar a lide. Sendo assim, foi retificada a planilha elaborada pela fiscalização, para incluir na base de cálculo do PIS sujeito a alíquotas diferenciadas o valor indevidamente excluído; d) Tais alterações impõem a retificação do restante da apuração do PIS devido, como demonstrado pela retificação da ficha 21 da DIPJ; e) O total devido após a dedução da CIDE é de R$ 34.600.028,34. Considerando os pagamentos no valor total de R$ 36.236.154,42, resta configurado o pagamento a maior de R$ 1.636.126,08. Em 25.2.2010, contribuinte é cientificada da decisão e em 24.3.10 apresenta Manifestação de Inconformidade (fls. 130/141), alegando, em síntese, que: a) O Parecer Conclusivo apresentou equívoco em sua linha de raciocínio, ao incluir o valor relativo à venda de combustível objeto de liminares na base de cálculo do PIS; b) Por força das liminares, os fatos geradores passaram a se comportar como fatos geradores condicionais. No caso dos autos, as ordens judiciais adicionaram aos atos jurídicos condição suspensiva, fazendo com que o tributo incidisse somente caso as liminares fossem afastadas por decisão judicial superior; Fl. 596DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10768.720231/200708 Acórdão n.º 3401001.750 S3C4T1 Fl. 596 3 c) Como a exigibilidade estava suspensa por força judicial, não poderia a requerente incluir tais valores na base de cálculo do PIS, já que tal inclusão representaria um reconhecimento de incidência do tributo sobre essas parcelas com liminares, tributo esse cuja existência foi obstada por força judicial, configurando uma contradição; d) O raciocínio exposto no Parecer Conclusivo também conduz a uma projeção dos efeitos do fato gerador para além dos comandos legais, já que os mesmos se encontravam afastados por ordens judiciais; e) No que se trata de gasolina e GLP, não foram utilizadas as alíquotas corretas no cálculo do PIS; f) Na base de cálculo da venda de gasolina foi incluída a venda de gasolina de aviação, na ordem de R$ 11.733.736,83, que deveria ser tributada à alíquota de 1,65%; g) No montante utilizado na base de cálculo do GLP foi incluído o produto 614 (propano/butano), cujas operações somam R$ 21.262.074,11, que somente passou a ser tributado como GLP a partir de março/2003 (IN SRF 247/2002). Em 19.1.2011 a 5ª Turma da DRJ/RJ2 julgou a Manifestação de Inconformidade parcialmente procedente, reconhecendo que o valor efetivamente pago a maior foi com base nos seguintes argumentos: a) Quanto à exclusão pretendida de R$ 44.735.132,25 (referente à gasolina) e R$ 26.096.935,23 (relativa ao óleo diesel) da base de cálculo do PIS, cumpre registrar que não há nos autos informações acerca das citadas liminares e das ações judiciais a elas correspondentes. A contribuinte também não demonstra como apurou os valores excluídos a este título e nem esclarece a que se refere à parcela da receita de venda de gasolina e óleo diesel que estaria sendo discutida na esfera judicial e que, no seu entender, não estaria sujeita, no período em análise, à incidência do PIS. b) O crédito tributário suspenso por decisão judicial não definitiva deve ser declarado à RFB nesta condição, não havendo autorização para a exclusão de tais receitas na composição da base de cálculo da contribuição devida. Sendo a decisão favorável ao contribuinte, o crédito tributário declarado como suspenso tornase extinto na forma do inciso X do artigo 156 do CTN e, somente a partir daí, os valores porventura recolhidos, correspondentes ao débito extinto, tornamse passíveis de restituição ou de utilização na forma de compensação. c) A gasolina de aviação foi excetuada da tributação pelo regime concentrado, permanecendo, portando, sujeita à incidência das alíquotas gerais aplicáveis ao PIS/Pasesp e à Cofins. De acerca com as cópias das notas fiscais do referido produto, emitidas em fevereiro de 2003 (fls. 187/224), verificase que a receita bruta da venda de gasolina de aviação, no período foi no montante de R$ 11.674.449,53, devendo este valor ser excluído da base de cálculo apurada em relação à venda de gasolina, e acrescentando à base de cálculo do PIS apurado no regime não cumulativo. d) Quanto à tributação das receitas de venda de butano, não é cabível a exclusão pretendida pela contribuinte, já que tais produtos estavam sujeitos à aplicação do regime especial de tributação concentrada prevista no III do art. 4º da Lei nº 9.718/1998, com redação dada pela Lei n° 9.990/2000. Posteriormente, a IN SRF n° 219, de 10.10.2002, Fl. 597DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE 4 esclareceu o alcance da expressão gás liquefeito de petróleo, contida no inciso VI do art. 2º da IN SRF n° 107 de 28/12/2001, que dispõe sobre a CIDE, incluindo os produtos classificados nos códigos 2711.12.10, 2711.12.90, 2711.13.00, 2711.14.00, 2711.19.10 e 2711.19.90 da Tipi. Especificamente em relação ao PIS/Pasep e à Cofins, a IN SRF 247, de 21/11/2002 dispôs no parágrafo único do artigo 53, no mesmo sentido da legislação relativa à CIDE, definindo que o gás liqüefeito de petróleo sujeito ao regime concentrado de tributação, abrange os mesmos códigos da Tipi já citados. Portanto, a receita de venda de GLP, inclusive a venda de butano, sujeitase à incidência do PIS mediante aplicação da alíquota de 2,56%, sendo indevida a exclusão pretendida pela contribuinte. e) Tendo sido comprovada a inclusão indevida da receita de venda de gasolina de aviação na base de cálculo do PIS sobre a venda de combustíveis, fazse necessário recalcular a contribuição total devida para fins de reconhecimento do direito creditório decorrente de pagamento a maior e na conseqüente homologação da compensação declarada pelo contribuinte na parcela correspondente ao crédito deferido. Para tanto, devese excluir o valor da contribuição indevidamente calculada pela aplicação da alíquota de 2,7% sobre a receita proveniente da venda de gasolina de aviação no cálculo do PIS combustível (código 6824) e adicionado o mesmo valor à base de cálculo do PIS apurado no regime de incidência não cumulativo, com incidência da alíquota de 1,65%. Em, 11.5.2011 a interessada é cientificada do parecer da 5ª Turma da DRJ/RJ2 e em 6.6.2011 apresenta Recurso Voluntário (fls.308/318), argumentando, em síntese, que: a) Em relação à gasolina de aviação, o valor de venda de R$ 11.674.449,53 reconhecido pela fiscalização se apresenta ligeiramente menor que aquele informado pela contribuinte, de R$ 11.733.736,83, devendo o cálculo envolvendo operações com tal produto ter como base o valor indicado na Manifestação de Inconformidade (R$ 11.733.736,83). b) Com relação ao butano, após edição da Instrução Normativa SRF nº 219 de 10/10/2002, a recorrente passou a tributar o propeno pela CIDE – Combustíveis, e por coerência, na mesma época, adotou alíquotas monofásicas/majoradas de GLP para PIS/Cofins sobre estes produtos classificados no NCM grupo “27.11.1”. O produto identificado no código 614 apesar de contabilizado na conta contábil do GLP, não pertence ao grupo acima citado, motivo pelo qual a tributação da Cofins é efetuada pela alíquota geral e não pela alíquota monofásica/majorada. c) No que diz respeito à inclusão, na base de cálculo apurada, de venda de produtos, cujos valores foram discutidos na esfera judicial, não é necessário à Recorrente prestar informação que já é de conhecimento da Fazenda. d) Como a exigibilidade de valores, que foram motivo de divergência no processo de apuração fiscal, estava suspensa por força de ordem judicial, não poderia a recorrente incluir tais valores na base de cálculo da Cofins, dado que tal inclusão representaria um reconhecimento da incidência do tributo sobre essas parcelas com liminares, tributo cuja incidência foi obstada por força judicial, configurando uma equivocada contradição. Por fim, a contribuinte requer que seja dada procedência ao seu Recurso Voluntário e, consequentemente, homologação da compensação pleiteada. É o relatório. Fl. 598DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE Processo nº 10768.720231/200708 Acórdão n.º 3401001.750 S3C4T1 Fl. 597 5 Voto Conselheiro Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE Em suma a contribuinte emitiu Declaração de Compensação devido ao pagamento a maior de COFINS, tendo obtido êxito parcial em sua demanda, protocolou Recurso Voluntário, onde defende seu pleito, tendo em vista a existência de liminares judiciais, bem como, de diferentes alíquotas. Neste caso não é possível dar provimento ao Recurso, devido a Súmula CARF nº 1, que diz o seguinte. “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante no processo judicial” Neste caso não cabe à autoridade administrativa adentrar ao mérito dá questão, devendo ser obedecida à decisão judicial, uma vez que está esfera é superior à administrativa, não sendo possível a discussão da mesma matéria em ambas as instâncias. Assim não cabe a este conselho analisar pedidos de compensação embasados em liminar judicial, devendo aguardar o trânsito em julgado definitivo, cumprindo a decisão proferida.. Frente a todo exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário, tendo em vista a Súmula CARF nº. 1. É Como Voto! Relator FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE – Relator. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 21/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLETO DUARTE, Assinado digitalmente em 1 2/01/2013 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por FERNANDO MARQUES CLET O DUARTE
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Numero do processo: 16327.000154/2007-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Dec 13 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 29/11/2002
CPMF. MULTA DE OFÍCIO. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA.
A concessão de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito tributário não elide a aplicação da multa de ofício se já se encontrava em curso procedimento fiscal com vistas à apuração da correspondente falta de recolhimento.
Embargos Acolhidos em Parte
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3302-001.905
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para re-ratificar o acórdão embargado, nos termos do voto do relator.
(Assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JOSÉ ANTONIO FRANCISCO - Relator.
EDITADO EM: 04/12/2012
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: JOSE ANTONIO FRANCISCO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para re-ratificar o acórdão embargado, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente. (Assinado digitalmente) JOSÉ ANTONIO FRANCISCO - Relator. EDITADO EM: 04/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
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DE SEGUROS GERAIS Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 29/11/2002 OMISSÃO EM ACÓRDÃO. MATÉRIA NÃO ABRANGIDA POR AÇÃO JUDICIAL. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. CABIMENTO. São cabíveis embargos declaratórios para suprir a omissão contida no acórdão que considerou, incorretamente, abrangida por ação judicial matéria que deveria ser apreciada administrativamente. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 29/11/2002 CPMF. MULTA DE OFÍCIO. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. A concessão de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito tributário não elide a aplicação da multa de ofício se já se encontrava em curso procedimento fiscal com vistas à apuração da correspondente falta de recolhimento. Embargos Acolhidos em Parte Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos de declaração para reratificar o acórdão embargado, nos termos do voto do relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 01 54 /2 00 7- 33 Fl. 278DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 2 (Assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (Assinado digitalmente) JOSÉ ANTONIO FRANCISCO Relator. EDITADO EM: 04/12/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratase de embargos de declaração apresentados pela contribuinte contra o Acórdão nº 330201.076, de 07/07/2011. Os embargos foram admitidos parcialmente pelo Despacho Decisório de fls. 275 e 276, parcialmente reproduzido abaixo: Ciente do referido acórdão em 19/10/2011, a empresa autuada ingressou, no dia 24/10/2011, com embargos de declaração alegando existência das seguintes omissões no julgado: 1) o acórdão não se referiu à sentença proferida no mandado de segurança nº 2007.61.00.0009631, que afastou a multa de mora; 2) o acórdão não apreciou o argumento da inaplicabilidade da multa de ofício porque os débitos estão suspensos por liminar e sentença proferida no mandado de segurança nº 2007.61.00.0009631. Quanto à multa de mora, conforme bem disse a decisão de primeiro grau, a lide estabelecida neste processo versa unicamente sobre a não aplicação do método de imputação proporcional aos pagamentos realizados. O não pagamento da multa moratória está sendo discutido no Mandado de Segurança nº 2007.61.00.0009631 e não foi objeto de impugnação. Portanto, não vejo necessidade de, na parte do voto condutor do acórdão embargado que trata da imputação proporcional, fazer referência à sentença proferida no mandado de segurança nº 2007.61.00.0009631, posto que a mesma não tratou da forma de efetuar a imputação, aos débitos, dos pagamentos realizados pela embargante. Quanto à alegação de falta de apreciação dos argumentos da inaplicabilidade da multa de ofício, especialmente porque os débitos estão suspensos por liminar e sentença proferida no Fl. 279DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16327.000154/200733 Acórdão n.º 3302001.905 S3C3T2 Fl. 278 3 mandado de segurança nº 2007.61.00.0009631, entendo que assiste razão à embargante. De fato, o segundo objeto da lide deste processo é o lançamento da multa de ofício quando o Auto de Infração foi lavrado com suspensão da exigibilidade do crédito em face decisão judicial. Sobre este tema, a decisão embargada diz o seguinte: “No tocante a alegação de que, quando da lavratura do auto de infração, os valores cobrados estavam com a exigibilidade suspensa por força de medida liminar, nos termos do artigo 151, inciso IV do Código Tributário Nacional, descabendo a aplicação da multa por falta de recolhimento, entendo que não se deve tomar conhecimento desta matéria, em atendimento a súmula CARF n° 1, in verbis:” Aqui, SMJ, ocorreu evidente equívoco porque esta matéria (multa de ofício) não está sendo discutida em nenhuma ação judicial impetrada pela embargante e não cabe a aplicação da Súmula CARF nº 1. Deveria, sim, esta matéria ser enfrentada no acórdão embargado. Isto posto, vejo que ocorreu omissão no julgado quanto ao lançamento da multa de ofício e, portanto, com base nos §§ 1o e 3o do art. 65 do Regimento Interno do CARF (Anexo II à Portaria MF no 256/2009, com a redação da Portaria MF no 586/2010) entendo procedentes as alegações da embargante quanto a este matéria e, consequentemente, dou seguimento ao presente embargos declaratórios neste parte e nego seguimento quanto à outra matéria objeto dos embargos. É o relatório. Voto Conselheiro José Antonio Francisco Conforme esclarecido no relatório, os embargos foram admitidos exclusivamente em relação às questões da multa de ofício e da suspensão da exigibilidade do crédito tributário. A interessada efetuou os pagamentos em 29 de novembro de 2002, relativamente a fatos geradores abrangidos pela período de junho de 1999 a outubro de 2002 (fl. 15). A relação constante da intimação de fl. 13 especifica os períodos para cada conta corrente. O auto de infração foi efetuado adotando como data do fato gerador a dos recolhimentos efetuados pela Interessada, à vista de efetuar uma imputação proporcional de pagamentos com essa data de valoração. A ação fiscal de que tratam os autos iniciouse em 21 de dezembro de 2005, tendo sido lavrado o auto de infração em 13 de fevereiro de 2007. Fl. 280DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 4 O segundo mandado de segurança foi apresentada em 15 de janeiro de 2007 (fl. 137) e a medida liminar foi concedida em 24 de janeiro de 2007, nos seguintes termos: Enfim, ante ao exposto, DEFIRO A LIMINAR REQUERIDA para que a autoridade impetrada reconheça a exclusão da multa moratória no caso de recolhimento da CPMF, em nome da parteimpetrante, no prazo de 30 dias, nas condições previstas no art. 63, § 2o, da Lei n° 9.430/1996, para tanto, contando tal prazo da data da publicação do acórdão dos embargos de declaração indicados às fls. 103/108 destes autos. A dispensa da exigência da multa abrange aquela decorrente da mora pertinente às obrigações tributárias cujos vencimentos de CPMF ocorreram desde a impetração do mandado de segurança noticiado nestes autos. A referida ação foi proposta à vista de um mandado de segurança impetrado anteriormente (1999.61.00.026966.6), visando à suspensão da exigibilidade da CPMF. A respeito de tal ação, a Fiscalização esclareceu o seguinte: (2 ) A referida medida judicial foi impetrada perante a 8a Vara Cível Federal de São Paulo, que concedeu em 17.06.1999 a Medida Liminar pretendida, confirmada pela Sentença proferida em 03.12.1999 ; (3 ) Foi interposto pela União Federal, perante o TRF, Recurso de Apelação, cujo feito foi recebido em seu regular efeito devolutivo ; (4 ) Submetido a julgamento o Recurso de Apelação interposto, o TRF opinou pela validade da EC n° 21/99 e afastou as arguições de inconstitucionalidade reformando integralmente a sentença proferida, conforme acórdão publicado em 18.04.2001; (5 ) O contribuinte interpôs Embargos de Declaração junto ao TRF alegando que a decisão proferida pecava pela falta de manifestação expressa quanto à aplicabilidade do art. 2° da LICC e do préquestionamento da matéria em discussão, culminando no não conhecimento do feito por aquele Pretório, conforme acórdão publicado em 11.11.2002; (6 ) Em decorrência, em 29.11.2002, o contribuinte procedeu ao recolhimento, sem o acréscimo da multa de mora, da CPMF no montante de R$ 16.606.055,48 (Principal = R$ 13.150.495,31 e SELIC = R$ 3.455.560,17), a qual se encontrava suspensa no período de 17.06.1999 a 12.11.2002 ; (7 ) Analisando o procedimento adotado, foi verificado que o contribuinte detinha o direito à dispensa de retenção da CPMF até 18.04.2001, ocasião em que foi publicado o Acórdão proferido pelo TRF revogando a sentença de 1º Grau e tornando exigível a Contribuição sob comento ; (8) Dali em diante iniciarseia a contagem do prazo de 30 (trinta) dias para o recolhimento da CPMF que se encontrava sub judice sem o acréscimo da multa de mora, nos termos do £ 2° do art. 63 da Lei n° 9.430/96, que estabelece o quanto segue : Fl. 281DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16327.000154/200733 Acórdão n.º 3302001.905 S3C3T2 Fl. 279 5 "Art. 63. “§2° A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. " (9 ) Entretanto, tal evento somente se consumou em 29.11.2002, fora, portanto, do prazo disposto no § 2° do Art. 63 da Lei n° 9.430/96; (10) Vale consignar, que os Embargos de Declaração interpostos face à decisão proferida em 21.02.2001 pelo TRF e publicada em 18.04.2001, não suspenderam ou fizeram cessar os efeitos da decisão emanada por aquela Corte, dado que a sistemática dos Embargos de Declaração, relativamente aos seus efeitos (art. 538 do CPC), são meramente interruptivas, ou seja, interrompem o prazo para a interposição de outros recursos por quaisquer das partes ; [...] (13) No curso da presente Ação Fiscal, foi interposto perante a 14a Vara Cível da Justiça Federal de São Paulo o Mandado de Segurança n° 2007.61.00.0009631, pleiteando a suspensão da exigibilidade da multa moratória não incluída nos pagamentos efetuados em 29.11.2002, com a sustentação de que os Embargos de Declaração teriam, em tese, o condão de suspender os efeitos da decisão do acórdão publicado em 18.04.2001; (14) Aduziu, ainda, que o marco inicial para a contagem do prazo previsto no § 2° do art. 63 da Lei n° 9.430/96, iniciarseia a partir da data da decisão dos Embargos de Declaração; [...] Isto posto, procederseá, de oficio, à constituição do pertinente crédito tributário, através da lavratura do competente Auto de Infração de CPMF não recolhido no montante de R$ 1.727.977,96, conforme "Demonstrativo de Imputação de Débito" em anexo, com suspensão de sua exigibilidade a teor do disposto no artigo 63 da Lei n° 9.430/96, do qual o presente "Termo" fará parte integrante juntamente com seus anexos, sendo que a complementação do enquadramento legal encontrarseá alinhavada nas respectivas "Folhas de Continuação do Auto de Infração". Apesar de haver reconhecido a suspensão da exigibilidade do crédito lançado à vista do MS n. 2007.61.00.0009631, a Fiscalização exigiu a multa de ofício proporcional de 75%. A respeito da matéria, a DRJ decidiu que “A concessão de medida judicial suspendendo a exigibilidade do crédito tributário não elide a aplicação da multa de ofício se já se encontrava em curso procedimento fiscal com vistas à apuração da correspondente falta de recolhimento.” Fl. 282DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 6 Devese reconhecer que o acórdão embargado foi obscuro em relação à matéria, ao considerar que estaria submetida ao Judiciário, pelas seguintes razões. De fato, a multa de ofício não foi submetida à apreciação do Judiciário, mas, sim, a multa de mora. Isso por que o art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996, determinou o seguinte: Art.63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição. As disposições acima reproduzidas determinam que, caso tenha havido “suspensão da exigibilidade do débito [...] antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo”, configurase a hipótese de “constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência” e, nesse caso, descabe a exigência da multa de ofício. Ademais, dispõe também que, nesse caso (e somente nesse caso), a concessão de medida judicial para suspender a exigibilidade do débito interrompe a incidência da multa de mora, até 30 dias após a data de publicação “da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição”. A primeira hipótese acima descrito diz respeito ao procedimento de ofício (fiscalização), enquanto que a segunda referese ao procedimento que deve ser adotado pelo contribuinte. No segundo mandado de segurança impetrado, a Interessada pretendeu obter uma interpretação favorável em relação à segunda hipótese, que trata da multa de mora, uma vez que entendeu que os embargos declaratórios apresentados na primeira ação judicial descaracterizariam a condição prevista no § 2º para a fluência da multa de mora, que é a existência de decisão judicial que considere devido o tributo ou contribuição. Nessa matéria, o contribuinte obteve medida liminar, reconhecendo o descabimento da multa de mora no prazo de trinta dias contados da publicação da decisão em embargos de declaração. Portanto, ou prazo do § 2º contase da data da publicação do acórdão original do Tribunal ou do acórdão em embargos de declaração, questão que foi submetida ao Judiciário no segundo mandado de segurança. A Fiscalização, por sua vez, claramente discordou, na fundamentação constante do auto de infração e descrita anteriormente neste voto, do entendimento da Fl. 283DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16327.000154/200733 Acórdão n.º 3302001.905 S3C3T2 Fl. 280 7 embargante, tendo a Primeira Instância também adotado a mesma linha de raciocínio ao defender a inaplicabilidade do § 1º ao caso dos autos (fl. 172): Evidenciado está que, quando a autoridade apontada como coatora no Mandado de Segurança n° 2007.61.00.0009631, impetrado em 15/01/2007, fls. 57/73, foi cientificada da decisão liminar, fls. 74/79, concedendo a suspensão da exigibilidade da multa de mora pretendida pelo fisco, há muito se encontrava a contribuinte sob procedimento fiscal com vistas à apuração relativa à insuficiência de recolhimento. Notese que o caput e o § 1º do art. 63 não exigem expressamente para a definição de “lançamento para prevenir a decadência” a vigência de medida judicial suspensiva de exigibilidade à época da lavratura do auto de infração. Entretanto, não faz o menor sentido admitir que, ainda que tenha sido revogada ou cassada a medida judicial suspensiva, considerese tratarse de “lançamento destinado a prevenir a decadência”, uma vez que, nesse caso, o crédito tributário é exigível. Não se olvide que o lançamento visa constituir o crédito tributário para ele possa ser exigido. Por isso, a definição de “lançamento destinado a prevenir a decadência” somente poderia referirse ao crédito tributário que não pode ser exigido, à vista de medida judicial que suspende sua exigibilidade. Portanto, o lançamento a que se refere o art. 63 é aquele realizado sob a vigência da suspensão de exigibilidade causada por medida judicial, que não é o caso dos autos, uma vez que, nas palavras da DRJ, “quando a autoridade apontada como coatora no Mandado de Segurança n° 2007.61.00.0009631, impetrado em 15/01/2007, fls. 57/73, foi cientificada da decisão liminar, fls. 74/79, concedendo a suspensão da exigibilidade da multa de mora pretendida pelo fisco, há muito se encontrava a contribuinte sob procedimento fiscal com vistas à apuração relativa à insuficiência de recolhimento”. O que ocorre é que a Interessada, ao apresentar o segundo mandado de segurança, já estava sob ação fiscal e pretendeu consolidar o seu procedimento de efetuar os recolhimentos sem a multa de mora. Dessa forma, o presente lançamento não se caracteriza com o fim de “prevenir a decadência”, em relação ao primeiro mandado de segurança, porque não fazia parte desse mandado de segurança a questão da incidência ou não da multa de mora. Caracterizase como tal em relação ao segundo mandado de segurança, à vista da medida liminar obtida, mas sem a satisfação da condição prevista no §1º do art. 63 da Lei n. 9.430, de 1996. Do que foi acima exposto, concluise que a exigência da multa de ofício, no caso dos autos, é plenamente cabível, independentemente da medida liminar obtida pela Interessada no segundo mandado de segurança, que suspendeu a exigibilidade do crédito lançado. Para esclarecimento, os efeitos de eventual decisão judicial transitada em julgado no segundo auto de infração favorável à Interessada implicará a improcedência integral do presente auto de infração. Caso contrário, o crédito tributário será devido com multa de Fl. 284DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 8 ofício e juros de mora, uma vez que a fiscalização iniciouse anteriormente à Interessada haver apresentado a segunda ação judicial. À vista do exposto, suprindo a omissão constante do acórdão embargado, voto por acolher os embargos na parte cujo seguimento foi deferido, para negar provimento ao recurso relativamente ao cabimento da multa de ofício, ratificando o acórdão embargado em relação às demais matérias. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 285DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 04/12/2012 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.004154/2010-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2006
OMISSÃO DE RECEITAS. COMPRA DE TICKETS ALIMENTAÇÃO. Se a atividade praticada, ainda que ilegal, ocasionou um aumento patrimonial, este se torna passível de tributação.
OMISSÃO DE RECEITAS. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. ESCRITURAÇÃO DE LIVRO CAIXA. As empresas optantes pelo Simples devem manter suas escriturações em ordem e escriturar sua movimentação financeira obrigatoriamente em Livro Caixa. A ausência de transcrição das movimentações financeiras no Livro Caixa caracteriza-se como omissão de receitas.
OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS CUJA ORIGEM NÃO FOI COMPROVADA. A ausência da comprovação mediante documentos hábeis e idôneos da origem dos depósitos encontrados em contas correntes bancárias autoriza a presunção legal de omissão de receita de que trata o artigo 42 da Lei nº 9.430/96.
MULTA QUALIFICADA - EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - A apresentação de declarações zeradas associada à omissão na apresentação das DCTFs caracteriza a intenção do contribuinte em descumprir a obrigação tributária. Provado o evidente intuito de fraude, sujeita-se o sujeito passivo aos lançamentos dos tributos devidos, acompanhados da multa qualificada de 150%.
Numero da decisão: 1202-000.911
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
(documento assinado digitalmente)
Nelson Lósso Filho - Presidente.
(documento assinado digitalmente)
Geraldo Valentim Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Flho, Viviane Vidal Wagner, João Bellini Junior, André Almeida Blanco, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno.
Nome do relator: GERALDO VALENTIM NETO
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ementa_s : Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples Ano-calendário: 2006 OMISSÃO DE RECEITAS. COMPRA DE TICKETS ALIMENTAÇÃO. Se a atividade praticada, ainda que ilegal, ocasionou um aumento patrimonial, este se torna passível de tributação. OMISSÃO DE RECEITAS. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. ESCRITURAÇÃO DE LIVRO CAIXA. As empresas optantes pelo Simples devem manter suas escriturações em ordem e escriturar sua movimentação financeira obrigatoriamente em Livro Caixa. A ausência de transcrição das movimentações financeiras no Livro Caixa caracteriza-se como omissão de receitas. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS CUJA ORIGEM NÃO FOI COMPROVADA. A ausência da comprovação mediante documentos hábeis e idôneos da origem dos depósitos encontrados em contas correntes bancárias autoriza a presunção legal de omissão de receita de que trata o artigo 42 da Lei nº 9.430/96. MULTA QUALIFICADA - EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE - A apresentação de declarações zeradas associada à omissão na apresentação das DCTFs caracteriza a intenção do contribuinte em descumprir a obrigação tributária. Provado o evidente intuito de fraude, sujeita-se o sujeito passivo aos lançamentos dos tributos devidos, acompanhados da multa qualificada de 150%.
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COMPRA DE TICKETS ALIMENTAÇÃO. Se a atividade praticada, ainda que ilegal, ocasionou um aumento patrimonial, este se torna passível de tributação. OMISSÃO DE RECEITAS. OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. ESCRITURAÇÃO DE LIVRO CAIXA. As empresas optantes pelo Simples devem manter suas escriturações em ordem e escriturar sua movimentação financeira obrigatoriamente em Livro Caixa. A ausência de transcrição das movimentações financeiras no Livro Caixa caracterizase como omissão de receitas. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS CUJA ORIGEM NÃO FOI COMPROVADA. A ausência da comprovação mediante documentos hábeis e idôneos da origem dos depósitos encontrados em contas correntes bancárias autoriza a presunção legal de omissão de receita de que trata o artigo 42 da Lei nº 9.430/96. MULTA QUALIFICADA EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE A apresentação de declarações zeradas associada à omissão na apresentação das DCTFs caracteriza a intenção do contribuinte em descumprir a obrigação tributária. Provado o evidente intuito de fraude, sujeitase o sujeito passivo aos lançamentos dos tributos devidos, acompanhados da multa qualificada de 150%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 41 54 /2 01 0- 89 Fl. 673DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 12 2 (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Flho, Viviane Vidal Wagner, João Bellini Junior, André Almeida Blanco, Carlos Alberto Donassolo, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Orlando José Gonçalves Bueno. Relatório Tratase o presente processo de Autos de Infração (fls. 367/428) consubstanciados em lançamentos de IRPJ, CSLL, PIS, COFINS e INSS, todos sob a modalidade do Simples, somados a multa de ofício qualificada de 150% e juros, referentes ao ano calendário de 2006. Segundo consta do Termo de Verificação Fiscal (fls. 216/223), a Recorrente entregou no ano calendário de 2006 e no período de janeiro a junho de 2007, declaração simplificada da pessoa jurídica e de julho a dezembro de 2007 DIPJ como optante pelo lucro presumido. No entanto, as declarações foram entregues em branco (fls. 24/44) e não foram entregues as DCTFs, nem recolhidos quaisquer tributos nos referidos períodos. Os lançamentos decorreram de suposta omissão de receitas em decorrência de recebimento de valores por meio de tickets alimentação, os quais não foram escriturados ou tributados. Ademais, foi efetuado lançamento também como presunção de omissão de receitas decorrentes de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada. O montante da receita bruta apurada pela fiscalização para o ano de 2006 foi de R$ 7.560.343,74. Tendo em vista que a receita bruta apurada superou o limite previsto na legislação do Simples (R$ 2.400.000,00) foi elaborada representação fiscal para exclusão de ofício da Recorrente do Simples. Cientificada dos referidos lançamentos a Recorrente apresentou Impugnação (fls. 301/338), alegando, em síntese, o que segue: (i) É uma Panificadora microempresa individual localizada em área carente da Zona Norte do Município de São Paulo, cujo objeto social consistia no comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios – minimercados, mercearias e armazéns; (ii) Informou que a movimentação financeira em suas contas correntes referiase ao reembolso de valores repassados pelas empresas de tickets, transitando de maneira cíclica na conta corrente, ou seja, a origem das movimentações financeiras em suas contas bancárias se deve à prática de compra de tickets de alimentação e refeição dos trabalhadores que a procuravam, mediante deságio do valor total; Fl. 674DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 13 3 (iii) Salienta que a origem das movimentações financeiras em suas duas contas bancárias se deve à prática de compra de tickets de alimentação e de refeição dos trabalhadores que a procuravam mediante deságio do valor total. A maior parte deste valor total que efetivamente ingressará, ao final do mês, na conta corrente da empresa, sem, no entanto, integrar seu faturamento, é repassado ao trabalhador no momento da operação que “vendeu seu vale”; (iii) Uma vez ocorrido o simples repasse do valor da mercadoria, não há que se falar em faturamento, uma vez que a Recorrente não revendia os tickets a ninguém, mas ao contrario, figurava como depositária em favor da administradora de tickets; (iv) A despeito de todos os fatos acima narrados, esclarece a Recorrente que o montante descrito nos Autos de Infração se figuram absolutamente irreais, para todos os efeitos. Na verdade, jamais em toda a sua vida conheceu estes valores, que considera impressionantes e, para sua realidade, incalculáveis; (v) Os valores movimentados nas contas correntes da Impugnante nada mais são do que receitas de terceiros, meros montantes financeiros que transitaram em suas contas bancárias, mas que não significaram aumento em seu patrimônio; (vi) A majoração de 150% da multa de ofício, ainda que fosse devida, incidiria exclusivamente sobre os valores recebidos supostamente a título de receita proveniente das empresas de tickets e jamais sobre a totalidade das movimentações financeiras; (vii) Quanto ao Ato Declaratório Executivo de Exclusão do Simples, a Recorrente alega que o processo administrativo que lhe deu origem ainda está pendente de julgamento, que por si só, suspende todos os seus efeitos, tendo em vista que ainda não há decisão administrativa definitiva. Os autos foram encaminhados para a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo, a qual houve por bem julgar a Impugnação improcedente, nos exatos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2005 Ementa: REGIME DE TRIBUTAÇÃO. OPÇÃO PELO SIMPLES. BASE DE CÁLCULO. RECEITA BRUTA. Sobre o total da receita bruta, assim entendida, a receita total decorrente da atividade fim do empreendimento econômico a que se propôs o contribuinte, isto é, o montante referente aos produtos e refeições vendidos, ainda que por meio de tíquetes alimentação, incidem os impostos e contribuições arrecadados pela Receita Federal do Brasil. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. OPTANTE DO SIMPLES. LIVRO CAIXA. ESCRITURAÇÃO OBRIGATÓRIA. A lei tributária e comercial não exime da escrituração fiscal qualquer estabelecimento comercial, mesmo aquele optante do SIMPLES, ainda que este aufira pequena receita e diminuto ou nenhum lucro, devendo o contribuinte optante do SIMPLES Fl. 675DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 14 4 escriturar ao menos o Livro Caixa com toda sua movimentação financeira, inclusive bancária, e guardar em boa ordem todos os documentos que serviram para esta escrituração. LIVROS FISCAIS. MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. FALTA DE ESCRITURAÇÃO. OMISSÃO DE RECEITA. CARACTERIZAÇÃO. Configura omissão de receita a falta de escrituração nos correspondentes livros comerciais/fiscais das receitas auferidas pelo contribuinte e verificadas em sua movimentação bancária. IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES. FATO GERADOR. OCORRÊNCIA. Não interfere na ocorrência do fato gerador tributário o desconhecimento da legislação correspondente por parte da titular do estabelecimento comercial, pois a ninguém é permitido escusarse de cumprir a lei alegando seu desconhecimento DEPÓSITO BANCÁRIO. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RECEITA. A ausência de comprovação da origem de depósitos bancários não escriturados levam a presunção legal de omissão de receita, correspondendo esses valores à base de cálculo dos impostos e contribuições tributados pelo SIMPLES. PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. INVERSÃO. A instituição de uma presunção pela lei tributária transfere ao contribuinte o ônus de provar que o fato presumido pela lei não aconteceu em seu caso particular. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DOLO. MULTA QUALIFICADA. Em lançamento de ofício é devida multa qualificada de 150% (cento e cinquenta por cento) calculada sobre a totalidade ou diferença do tributo não recolhido quando demonstrada a presença de dolo na ação ou omissão do contribuinte. JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO. INCIDÊNCIA. LEGALIDADE. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento. CRÉDITO TRIBUTÁRIO VENCIDO. JUROS DE MORA. TAXA SELIC. Os créditos tributários vencidos, e ainda não pagos, devem ser acrescidos de juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC). LEGISLAÇÃO FEDERAL. ILEGALIDADE. COMPETÊNCIA PARA JULGAMENTO. A instância administrativa é incompetente para julgar questões relativas à ilegalidade ou inconstitucionalidade de lei, matérias reservadas ao Poder Judiciário, nos termos da Constituição Federal. REGIME DE TRIBUTAÇÃO. SIMPLES. LIMITE LEGAL. ULTRAPASSAGEM. EXCLUSÃO OBRIGATÓRIA. COMUNICAÇÃO DO CONTRIBUINTE. INEXISTÊNCIA. EXCLUSÃO DE OFÍCIO. O contribuinte optante pelo SIMPLES que ultrapassa o limite legal para permanecer neste sistema de tributação deve ser excluído de ofício do referido sistema a partir do anocalendário seguinte na hipótese de não comunicar voluntariamente sua exclusão. Fl. 676DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 15 5 SUJEITO PASSIVO. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. INTIMAÇÃO. As intimações ao contribuinte são feitas somente no domicílio fiscal eleito pelo sujeito passivo junto à Administração Tributária, cabendo à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária DERAT jurisdicionante do contribuinte a competência para intimação de acórdão emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada com a decisão supra, a Recorrente interpôs o presente Recurso Voluntário se pautando, em síntese, nos mesmos fundamentos da Impugnação anteriormente apresentada. Oportunamente os autos foram encaminhados a este Colegiado. Tendo sido designado relator do caso, requisitei a inclusão em pauta para julgamento do recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Geraldo Valentim Neto, Relator Como o recurso preenche os pressupostos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Passo à análise dos argumentos trazidos pela Recorrente em seu Recurso Voluntário. Conforme relatado, o presente lançamento decorre de suposta omissão de receitas decorrente da falta de escrituração e recolhimento de tributos na sistemática do Simples, no ano calendário de 2006, assim como da existência de depósitos bancários nas contas correntes da Recorrente cujas origens não foram devidamente comprovadas. Segundo consta do Termo de Verificação Fiscal: (i) a Recorrente teria entregue Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica – SIMPLES para o ano calendário 2006 e para o período de janeiro a junho 2007 em branco; (ii) teria entregue DIPJ como optante do Lucro Presumido para o período de julho a dezembro de 2007, também em branco; e (iii) não teria entregue nem recolhido quaisquer tributos nos referidos períodos; (iv) teriam sido encontrados créditos na conta corrente da Recorrente relacionados à venda, cujos recebimentos foram por meio de ticket alimentação, conforme declarações da própria fiscalizada, os quais não foram escriturados, nem tributados; (v) teriam sido encontrados créditos, depósitos, transferências nas contas correntes da Recorrente que também não foram escriturados nem tributados. Fl. 677DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 16 6 Como justificativa dos valores encontrados em suas contas bancárias, a Recorrente alega que “compra” os tickets refeições de terceiros e depois as administradoras de referidos tickets pagam à Recorrente os valores correspondentes, ganhando um pequeno valor por conta disso. Para afirmar a inexistência da incidência tributária, a Recorrente contesta o conceito de “renda”, alegando que “receita é tão somente o ingresso que efetivamente se incorpora ao patrimônio do contribuinte, portanto, se a receita tiver como destino final não o caixa da empresa que emitiu a fatura, mas sim o de outra companhia, não poderá haver tributação, por ausência de conceito legal de receita, ou seja, resta caracterizada a impossibilidade de tributação das receitas de terceiros”. Em que pesem os argumentos pertinentes da Recorrente, com os quais concordo, no sentido de não serem caracterizados como receita os valores repassados a terceiros, este não é o caso dos autos e por isso, não devem prosperar. Isso porque, embora a mesma alegue que o valor recebido a título de venda de ticket alimentação não corresponde à venda de comidas e bebidas, mas sim à compra dos referidos tickets e posterior reembolso pela administradora dos cartões, o que ocorre para o direito tributário é a percepção de renda, através do depósito bancário que é feito pelas administradoras dos cartões de ticket, sob o pressuposto que a Recorrente teria efetuado vendas de alimentos, bebidas, etc. Conforme bem apontado na decisão recorrida, “o fato de ser ilegal a compra e venda dos ‘tickets’ de alimentação em razão de desvirtuamento de finalidade não impede a ocorrência do fato gerador dos tributos devidos, conforme disposto no art. 118 do Código Tributário Nacional”. O artigo 118 do CTN, citado pela decisão recorrida, prevê o seguinte: Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo se: I da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos; II dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos. Tendo em vista o disposto no artigo acima transcrito, para efeitos tributários não importa se os atos praticados pela Recorrente são válidos ou não, o que importa é o resultado desses atos no que se refere ao ganho patrimonial. Se a atividade praticada mesmo sendo ilegal ocasionou um aumento patrimonial, este se torna passível de tributação. Dessa forma, a Recorrente deveria ter escriturado e recolhido os tributos devidos sobre a receita bruta auferida através dos valores creditados em sua conta corrente referentes aos pagamentos das administradoras dos tickets alimentação. Portanto, resta clara a ocorrência de omissão de receitas praticada pela Recorrente durante todo o ano calendário de 2006. Este também é o entendimento deste E. Conselho. Vejamos: IRPJ OMISSÃO DE RECEITAS Fornecedor Inexistente É procedente a tributação de receitas e outros ganhos que deveriam ser Fl. 678DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 17 7 levados às contas de resultado, porém indevidamente escriturados em conta patrimonial passiva, em nome de fornecedor inexistente. IRPJ OMISSÃO DE RECEITAS Clientes Identificados Caracterizada por receitas comprovadamente oriundas de clientes da empresa, excluídas do resultado do exercício em virtude de escrituradas em conta patrimonial a crédito de sócio. Tributação procedente. IRPJ OMISSÃO DE RECEITAS Comissões e Intermediações Comprovadamente oriundas de clientes da empresa, porém creditadas diretamente em conta corrente do sócio, não computadas em contas de resultado caracteriza omissão de receitas. Todas as receitas auferidas no curso do períodobase devem ser oferecidas à tributação, independentemente da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelo contribuinte, bem como do seu objeto ou dos seus efeitos. IRPJ (...).(Primeiro Conselho de Contribuintes. 3ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10318474 do Processo 110800088599015, Data: 18/03/1997). (não grifado no original) Ademais, no curso de todo o procedimento fiscal a Recorrente demonstrou não ter cumprido nenhuma das obrigações tributárias às quais estão sujeitos os optantes pelo Simples. De acordo com o artigo 7º da lei 9.317/96, o contribuinte do Simples deve escriturar ao menos o Livro Caixa com toda sua movimentação financeira, inclusive bancária. Ocorre que a Recorrente disse não ter conhecimento contábil suficiente para escriturar suas movimentações e que teria sido vitima de furtos em seu estabelecimento, e com isso foram perdidos vários documentos. Oportuno se faz transcrever os mandamentos do artigo 7º da lei 9.317/96: “Art. 7º A microempresa e a empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES apresentarão, anualmente, declaração simplificada que será entregue até o último dia útil do mês de maio do anocalendário subseqüente ao da ocorrência dos fatos geradores dos impostos e contribuições de que tratam os arts. 3º e 4º. § 1º A microempresa e a empresa de pequeno porte ficam dispensadas de escrituração comercial desde que mantenham, em boa ordem e guarda e enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes: a) Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentação financeira, inclusive bancária; b) Livro de Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término de cada anocalendário; c) todos os documentos e demais papéis que serviram de base para a escrituração dos livros referidos nas alíneas anteriores. Fl. 679DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 18 8 § 2º O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento, por parte da microempresa e empresa de pequeno porte, das obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária e trabalhista.” (não grifado no original) Assim, resta claro que a Recorrente cometeu infrações tributárias, tanto em relação às obrigações principais como às acessórias, não havendo outra opção se não a sua tributação. IRPJ SIMPLES. OMISSÃO DE RECEITAS. LIVRO CAIXA. PAGAMENTOS NÃO REGISTRADOS. Inexistindo o registro na conta Caixa dos pagamentos realizados a fornecedores, conforme circularização realizada pelo fisco, caracterizase tal ausência como omissão de receitas. Não trazendo o contribuinte a prova da improcedência da presunção esta se confirma. SIMPLES INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO. A verificação de diferença na base de cálculo ou insuficiência de recolhimento do imposto pela sistemática do SIMPLES constitui infração que autoriza a lavratura do competente auto de infração, para a constituição do crédito tributário. (...) (Primeiro Conselho de Contribuintes. 8ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10809309 do Processo 11041000371200463, Data: 27/04/2007). (não grifado no original) Quanto aos depósitos bancários cuja origem não foi comprovada, a Recorrente alega a impossibilidade de presunção de omissão de receitas nesse caso. Porém, a legislação de regência do Simples em vigor na época (Lei nº 9.317/96) determina, em seu artigo 18, que às empresas optantes pelo Simples se aplicam “todas as presunções de omissão de receita existentes nas legislações de regência dos impostos e contribuições de que trata esta Lei, desde que apuráveis com base nos livros e documentos a que estiverem obrigadas aquelas pessoas jurídicas”. Sendo assim, deve ser observado o artigo 42 da Lei nº 9.430/96. Referido artigo prevê expressamente a possibilidade de presunção de omissão de receitas nos casos de depósitos bancários cuja origem não foi comprovada. Vejamos: “Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.” O antigo Conselho de Contribuintes, atual CARF, já se manifestou sobre a matéria. Vejamos: Fl. 680DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 19 9 Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Anocalendário: 1998 IRPJ E CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS OMISSÃO DE RECEITAS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430/96 DILIGÊNCIA DESNECESSIDADE Os assentamentos contábeis dos contribuintes, mesmo que de forma simplificada, como a escrituração de Livro Caixa, deve se assentar em documentação adequada a comprovar os registros efetuados, especialmente a movimentação financeira da empresa. A ausência da comprovação da origem dos depósitos em contas correntes bancárias é indício que autoriza a presunção legal de omissão de receita de que trata o artigo 42 da Lei nº 9.430/96, cumprindo à empresa elidila com a juntada de documentos hábeis e idôneos, que não meras alegações. Recurso Voluntário Negado. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 8ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10809563 do Processo 10215000610200301, Data: 06/03/2008). (não grifado no original) Portanto, resta confirmado que a Recorrente cometeu as infrações apontadas pelas D. Autoridades Fiscais de omissão de receitas ao deixar de escriturar valores creditados em suas contas correntes. No que consiste à multa aplicada, em que pesem os argumentos da Recorrente, entendo que a mesma deve ser mantida, tendo em vista que a apresentação de declaração do Simples em branco no período de 2006 já demonstra a clara intenção da Recorrente em burlar o Fisco. Conforme Termo de Verificação Fiscal, as declarações foram entregues zeradas ao passo que a receita bruta auferida no período de teria ultrapassado a quantia de R$ 6.000.000,00. Ora, não há como não caracterizar a ocorrência de uma das situações previstas nos artigos 71 a 73 da Lei nº 9430/96. Este também é o posicionamento deste E. Conselho: (...) MULTA QUALIFICADA EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE A apresentação de declarações de informações com os campos em branco associada à omissão na apresentação das DCTF caracteriza a intenção do agente em descumprir, de forma deliberada, a obrigação tributária. Provado o evidente intuito de fraude, sujeitase o sujeito passivo aos lançamentos dos tributos devidos, acompanhados da multa qualificada de 150%. JUROS DE MORA TAXA SELIC A utilização da taxa SELIC no cálculo dos juros de mora decorre de expressa previsão legal (Lei nº 9.065/95, art. 13), estando também em consonância com o disposto no CTN (art. 161, § 1º). Recurso negado. (Primeiro Conselho de Contribuintes. 8ª Câmara. Turma Ordinária, Acórdão nº 10808477 do Processo 10670001502200299, Data: 12/09/2005). (não grifado no original) Fl. 681DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO Processo nº 19515.004154/201089 Acórdão n.º 1202000.911 S1C2T2 Fl. 20 10 Tendo sido entregue durante o ano calendário de 2006 declaração do Simples em branco e não tendo apresentado DCTF em relação aquele mesmo período, mantenho a aplicação da multa qualificada no presente caso. Tendo em vista a manutenção do lançamento por ocorrência de omissão de receitas, os argumentos da Recorrente quanto à improcedência do Ato Declaratório Executivo de Exclusão do Simples não prosperam, de modo que não há que se falar em seu cancelamento. Por fim, quanto à alegação de inconstitucionalidade e ilegalidade na aplicação da Taxa Referencial do Sistema de Liquidação e Custódia para Títulos Federais (“SELIC”) como índice de correção monetária do crédito tributário constituído na presente Fiscalização, vale destacar que este E. Conselho não possui a competência necessária para julgar o mérito da constitucionalidade de normas e dispositivos tributários. Referida competência é exclusiva do Poder Judiciário, conforme já exposto no enunciado da Súmula nº 2 do CARF: “Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Ademais, quanto à aplicação da Taxa SELIC, a regularidade da sua aplicação também é matéria sumulada, conforme abaixo transcrito: “Súmula CARF n° 4: A partir de 1° de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais.” Dessa forma, não procedem os argumentos da Recorrente quanto à impossibilidade de aplicação da Taxa SELIC. Por todo quanto o acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso voluntário. É como voto. (documento assinado digitalmente) Geraldo Valentim Neto Fl. 682DF CARF MF Impresso em 24/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/11/2012 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 30/11/201 2 por GERALDO VALENTIM NETO, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por NELSON LOSSO FILHO
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Numero do processo: 15889.000319/2010-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/10/2010 a 31/10/2010
MÃO-DE-OBRA EMPREGADA EM CONSTRUÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE DE PESSOA JURÍDICA- REGULARIZAÇÃO
A empresa é obrigada a recolher a contribuição previdenciária devida incidente sobre a mão-de-obra empregada em obra de construção civil de sua responsabilidade.
TAXA SELIC -INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI
A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91.
Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo.
Numero da decisão: 2301-003.139
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a).
MARCELO OLIVEIRA - Presidente.
BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/10/2010 a 31/10/2010 MÃO-DE-OBRA EMPREGADA EM CONSTRUÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE DE PESSOA JURÍDICA- REGULARIZAÇÃO A empresa é obrigada a recolher a contribuição previdenciária devida incidente sobre a mão-de-obra empregada em obra de construção civil de sua responsabilidade. TAXA SELIC -INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91. Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo.
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EMPRESAS EM GERAL Recorrente GB FIBRAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/10/2010 a 31/10/2010 MÃODEOBRA EMPREGADA EM CONSTRUÇÃO CIVIL DE RESPONSABILIDADE DE PESSOA JURÍDICA REGULARIZAÇÃO A empresa é obrigada a recolher a contribuição previdenciária devida incidente sobre a mãodeobra empregada em obra de construção civil de sua responsabilidade. TAXA SELIC INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI A utilização da taxa de juros SELIC encontra amparo legal no artigo 34 da Lei 8.212/91. Impossibilidade de apreciação de inconstitucionalidade da lei no âmbito administrativo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso, nos termos do voto do(a) Relator(a). MARCELO OLIVEIRA Presidente. BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 88 9. 00 03 19 /2 01 0- 44 Fl. 97DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 98DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15889.000319/201044 Acórdão n.º 2301003.139 S2C3T1 Fl. 98 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição dos empregados, tendo como fato gerador a remuneração paga a empregados em obra de construção civil de responsabilidade de pessoa jurídica. Conforme Relatório Fiscal (fls. 08), são fatos geradores das contribuições lançadas a remuneração de mão de obra utilizada em obras de construção civil, apurada por aferição indireta, com base na área construída e no padrão da obra, em conformidade com a IN 971/09, disciplinados nos artigos 322 a 394, sendo tal remuneração calculada via "Simulação de Regularização de Obras". A autoridade autuante informa que a empresa, embora intimada em várias oportunidades, não apresentou os documentos solicitados, ensejando o arbitramento do débito e a lavratura do AI por descumprimento da obrigação acessória. A autuada impugnou o débito e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 1434.652, da 6a Turma da DRJ/RPO, (fls. 49), julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 77), repetindo as alegações trazidas na impugnação. Inicialmente, requer o afastamento da multa aplicada, asseverando que todas as exigências foram cumpridas. Reitera que necessita de mais prazo para atender as diversas solicitações de documentos e esclarecimentos da fiscalização, e reafirma que está enfrentando diversos problemas com a Receita Federal, haja vista problemas que teve com seu antigo contador e que, apesar de todas as dificuldades relatadas, a recorrente jamais deixou os termos de intimação sem resposta, ainda que o mesmo concedia pouco tempo hábil para a obtenção das solicitações. Entende que deveria ter sido concedido um prazo razoável para a apresentação de tais documentos, que não se constitui em prazo, mas sim em ordem a ser cumprida de imediato, sem qualquer oportunidade de se conferir, verificar, analisar a documentação a ser apresentada, por pura falta de tempo para tanto. Ressalta que a falta de apresentação, no prazo fixado, dos documentos mencionados no TIAD importa a lavratura de AI, entretanto, tal prazo pode ser dilatado a critério do fiscal. Insurgese ainda contra a multa e os juros aplicados, argumentando efeito de confisco e ilegalidade e inconstitucionalidade dos mesmos. É o relatório. Fl. 99DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA 4 Voto Conselheiro Bernadete De Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os pressupostos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice ao seu conhecimento. Constatase, do recurso apresentado, que a recorrente não questiona o procedimento de aferição indireta adotado pelo fisco, e nem insurgese contra a base de cálculo, ou o valor da contribuição lançada. Ela apenas alega que teve diversos problemas com seu antigo contador e que teve pouco tempo para apresentar a documentação solicitada. Contudo, conforme informado no Relatório Fiscal, e comprovado nos autos, a autoridade lançadora prorrogou, por diversas vezes, o prazo para apresentação de documentos. Segundo consta, a empresa foi intimada, por meio do TIF nº 11, a apresentar documentos, sendo que o contribuinte protocolizou declarações em 01/02/2010 solicitando dilação de prazo, concedida por 20 dias e; em 01/03/2010, requereu nova dilação, o que foi concedido por mais 20 dias. Em 19/03/2010, mais uma vez solicitou prorrogação, o que foi concedido de forma improrrogável por mais 20 dias, por intermédio do Termo de Reintimação Fiscal nº 16. Em 01/03/2010 foi emitido o TIF nº 15, e o contribuinte também protocolizou declaração em 16/03/2010 solicitando dilação de prazo. Em 23/03/2010 foi lavrado o Termo de Constatação Fiscal nº 17, concedendo 20 dias para atendimento do TIF 15. Foi então emitido Termo de Reintimagão Fiscal 16, com ciência em 31/03/2010, solicitando novamente os documentos arrolados no TIF 11 e, do Termo de Constatação Fiscal 17, ciência em 31/03/2010, concedeuse nova prorrogação por 20 dias para atendimento do TIF 15. Por meio do Termo de Constatação Fiscal 18, ciência em 12/05/2010, a fiscalização informou que, até aquela data, as intimações citadas nos itens 01 a 06 não haviam sido atendidas. Dessa forma , não há que se falar em “pouco tempo hábil’ para a obtenção das solicitações, ou que deveria ter sido concedido um prazo “razoável” para a apresentação de tais documentos, como também não procede a acusação de que “não se constitui em prazo, mas sim em ordem a ser cumprida de imediato”, uma vez que, conforme demonstrado nos autos, a fiscalização concedeu prazo mais que suficientes para que a empresa apresentasse a documentação solicitada, prorrogando por diversas vezes o prazo estipulado nos TIFs . Ademais, além de todas essas prorrogações de prazo, verificase, dos autos, que a autuada tomou ciência do AI em 16/12/2010, conforme AR de fls. 26, e da decisão de primeira instância em 06/09/2011 (AR fls. 74). Fl. 100DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15889.000319/201044 Acórdão n.º 2301003.139 S2C3T1 Fl. 99 5 Ou seja, a recorrente teve quase 09 (nove) meses para a juntada de documentos que demonstrassem a improcedência do AI em tela. Todas as alegações feitas pela recorrente poderiam ter sido comprovadas por meio da juntada de documentos, conforme disposto no relatório IPC, ressaltando que o contribuinte ainda dispunha do prazo de recurso para a apresentação de outros elementos. Todavia, a empresa não trouxe outros elementos para serem analisados por este Conselho que demonstrassem a veracidade de suas afirmações. E a convicção da autoridade julgadora advém, no processo administrativo fiscal, dos elementos probatórios carreados aos autos. Daí a necessidade de se juntar elementos comprobatórios dos fatos alegados. Dessa forma, entendo que o AI foi lavrado de acordo com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente autuante demonstrado, de forma clara e precisa, a ocorrência do fato gerador da contribuição previdenciária, fazendo constar, nos relatórios que compõem o Auto de Infração, os fundamentos legais que amparam o procedimento adotado e as rubricas lançadas. O Relatório Fiscal traz todos os elementos que motivaram a lavratura do AI, e o relatório Fundamentos Legais do Débito – FLD, encerra todos os dispositivos legais que dão suporte ao procedimento do lançamento, separados por assunto e período correspondente, garantindo, dessa forma, o exercício do contraditório e ampla defesa à autuada. No mérito, verificase um esforço da recorrente em tentar demonstrar que a que a aplicação da Taxa SELIC e da multa é ilegal e inconstitucional. No entanto, cumpre observar que, conforme entendimento fixado no Parecer CJ 771/97, “o guardião da Constituição Federal é o Supremo Tribunal Federal, cabendo a ele declarar a inconstitucionalidade de lei ordinária. Se o destinatário de uma lei sentir que ela é inconstitucional, o Pretório Excelso é o órgão competente para tal declaração. Já o administrador ou servidor público não pode se eximir de aplicar uma lei porque o seu destinatário entende ser inconstitucional quando não há manifestação definitiva do STF a respeito”. Dessa forma, o foro apropriado para questões dessa natureza não é o administrativo. É oportuno salientar que a utilização da Taxa SELIC para atualizações e correções dos débitos apurados encontra respaldo no art. 34, da Lei 8.212/91 e a multa encontrase amparada no art. 35 do mesmo diploma legal, combinado com o art. 61 da Lei n. 9.430, de 27.12.96, com redação da MP 449/2008, convertida na Lei 11.941/2009. Portanto, não há que se falar em ilegalidade da multa e juros aplicados. Cabe destacar, ainda, que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função Fl. 101DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA 6 administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” Ademais, o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, veda aos Conselhos de Contribuintes afastar aplicação de lei ou decreto sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme disposto em seu art. 62. E o Conselho Pleno, no exercício de sua competência, uniformizou a jurisprudência administrativa sobre tais matérias, por meio dos Enunciados 02/2007 e 03/2007, transcritos a seguir: Enunciado nº 02: O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. Enunciado nº 03: É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic para títulos federais. Nesse sentido CONSIDERANDO tudo mais que dos autos consta, Voto por CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora Fl. 102DF CARF MF Impresso em 23/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 12 /12/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/01/2013 por MARCELO OLIVEIRA
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Numero do processo: 10280.722251/2009-40
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - MATÉRIA NÃO IMPUGNADA - Considerar-se-á não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante.
Numero da decisão: 3402-001.950
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por ser intempestivo.
(assinado digitalmente)
GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Relator e Presidente Substituto.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente).
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 4ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por ser intempestivo. (assinado digitalmente) GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO – Relator e Presidente Substituto. Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros João Carlos Cassuli Junior, Silvia de Brito Oliveira, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Fernando Luiz da Gama Lobo D Eca e Luis Carlos Shimoyama (Suplente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 22 51 /2 00 9- 40 Fl. 580DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 205 2 Relatório Como forma de elucidar os fatos ocorridos até a decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, colaciono o relatório do Acórdão recorrido, in verbis: Tratase de pedido de ressarcimento de créditos de Cofins Não Cumulativa, formulado pela contribuinte acima identificada, relativos ao 2º trimestre de 2007, no valor de R$ 26.699.060,14. Também constam dos autos declarações de compensações vinculadas aos créditos em tela. A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, expediu o Auto de Infração e relatório fiscal de fls. 279/285, seguido do despacho decisório de fl. 288 e novamente do parecer/despacho decisório de fls. 289/291, por intermédio dos quais reconheceu apenas parcialmente o crédito invocado, no valor de R$ 25.931.310,76, homologando as compensações até o limite do mesmo. Foram os seguintes os fundamentos adotados pelas autoridades fiscais: a) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA INSUMOS ( Outros) OBJETO DE GLOSA: Foram glosadas as notas fiscais referentes a refratários, posto que os mesmos não se caracterizam como gastos de manutenção de consumo rápido, visto que é substituído a intervalos superiores a 1900 dias, conforme laudo fornecido pela empresa acostado ao presente feito, a relação das notas fiscais objeto da glosa estão em anexo. Foram glosados também os gastos de transportes referentes a refratários, uma vez que esses não são considerados como insumos, conforme já exposto acima. b) CRÉDITO DECORRENTE DE COMPRA DE INSUMOS (OUTROS PARTES E PEÇAS): Foram glosadas as notas fiscais referentes a peças e partes de reposição por se tratarem de produtos não utilizados nas máquinas e equipamentos, para a fabricação dos bens ou produtos destinados à venda, estando assim, em desacordo com o disposto no inciso II, do art. 3º, da Lei 10.833/2003. c) CRÉDITOS DECORRENTES SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS OBJETO DE GLOSA: Art. 8º § 4°, inciso II da IN SRF n° 404/ 2004 as notas fiscais referentes a esses serviços, objeto da relação em anexo, foram glosados, tendo em vista não ter sido aceitas por esta fiscalização como bens e ou serviços aplicados ou consumidos na prestação de serviços. d) CRÉDITOS DECORRENTES DE DESPESAS/ENCARGOS OBJETO DE GLOSA: Estas glosas estão demonstradas nas planilhas em anexo, denominadas: Fl. 581DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 206 3 Relação Notas Fiscais de Bens glosados do Ativo Imobilizado para Utilização na Fabricação de Produtos Destinados a Venda ou na Prestação de Serviços 2004, 2005, 2007; Demonstrativo Ativo Imobilizado maio/2004 a dez/2005,(1/48 avos); Demonstrativo Ativo Imobilizado de jan/2006 a dez/2006, jan/2007 a dez/2007, (1/12 avos); Memória de cálculo da Depreciação (Base do Ativo Imobilizado), abril/2007, maio/2007 e junho/2007, elaborados por esta fiscalização, para se obter os créditos decorrentes de depreciação acelerada incentivada e os que foram objeto de glosa, por se tratarem de produtos não alcançados pelo disposto no art. 1º , § 2º, I, da IN 457/04, Lei nº 11.196/2005, Dec. 5.789/2006 e Dec. 5.988/2006, como também as edificações e instalações, que se referem a produtos só abrangidos para a apuração do crédito, a partir de janeiro de 2007, conforme disposto no art. 6º da Lei 11.488/2007, acelerada incentivada (2 anos) 1/24 avos por mês. Cientificada do Auto de Infração em 13/06/2011 (AR à fl. 388) a interessada apresentou em 02/08/2011 a impugnação de fls. 317/385, na qual alega: a) Quanto aos créditos oriundos de bens utilizados como insumos, a Fiscalização entendera haver motivos para perpetrar glosas particularmente sobre: 1) refratários, aos reputálos como despesas que não se enquadram como de manutenção de consumo rápido, considerandose sua substituição em intervalos maiores que 1900 (mil e novecentos) dias e glosa dos desembolsos com transporte de refratários por haver recusado a estes últimos a qualidade de insumos; 2) glosa dos créditos advindos de compra de Insumos de janeiro de 2007 a março de 2007, mormente de peças e partes de reposição, conquanto fossem reconhecidamente aplicadas às máquinas aplicadas diretamente no processo produtivo, cujas notas fiscais estariam, pois, em descompasso com várias das normas aplicáveis; 3) Glosarase, outrossim, créditos gerados pelos serviços empregados como insumos alvo de glosas, sob o fundamento de que não se enquadrariam como bens ou serviços aplicados ou consumidos na produção dos bens destinados à venda, o que estaria em dissonância com o art. 8º, §4°, inciso II, da IN SRF 404/2004; e 4) Por derradeiro, glosara créditos relacionados a despesas e ou encargos com Ativo Imobilizado para emprego na fabricação de produtos destinados à Venda ou Prestação de Serviços, Demonstrativo Ativo Imobilizado de maio/2004 a dez/2005, bem como de janeiro/2007 a dezembro/2007, e ainda oriundos da depreciação acelerada incentivada e respectivos produtos glosados, por suposta inadequação ao prescrito pelo art. 1º , § 2°, inc. I , da IN 457/2004, Lei 11.196/2005, Decreto 5789/2006, Decreto 5988/2006, e edificações e instalações alusivas a produtos somente alcançados pelo crédito apurado Fl. 582DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 207 4 desde janeiro de 2007, de conformidade ao art. 6º , da Lei 11.488/2007. b) Especificamente quanto aos serviços utilizados como insumos, a autoridade fazendária glosara serviços inegavelmente empregados como insumos porque diretamente aplicados ao processo produtivo, particularmente o de transporte e co processamento de RGC – rejeito gasto de cubas, que se cuida de um resíduo gasto, consumido, incorporado ao alumínio final produzido. Naturalmente, que não poderia furtarse a impugnante do creditamento dos valores desembolsados com o transporte destes rejeitos, que são sabidamente inerentes ao processo fabril do alumínio produzido e exportado por pessoa jurídica como a requerente. Os dispêndios com este transporte, são, portanto, irrefutavelmente, dedutíveis. O mesmo raciocínio há que ser aplicado aos custos dispendídos com o translado da Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio consideramos serviços aplicados/consumidos no processo produtivo. Tratase de produtos que somente tem utilidade direta no processo fabril do alumínio, aliás, são produtos específicos da indústria do alumínio fabricado pela impugnante e que, mais além, sofrem sim desgaste, consumo, e até mesmo contato físico com o alumínio em produção, conquanto não seja demais registrar que a legislação que veicula a nãocumulatividade prescinda de tais exigências para assegurar o direito ao desconto dos créditos. Ora, com toda a necessidade de que tais insumos sejam empregados de modo direto, na geração do alumínio final que será objeto de exportação, não se vê como possamos acatar a glosa dos serviços de transporte dos itens em voga, como, igualmente nos termos da legislação vigente, insumo de aplicação direta, que, portanto, não podem ser recusados enquanto serviços creditáveis. c) Aduzse no termo de Encerramento de Ação Fiscal, e razões anexas ao Auto de Infração, que os valores de aquisição dos produtos compostos de materiais refratários, tal e qual os desembolsos com o transporte dos mesmos também haveriam de ser glosados, em vista inclusive do que dispõem normas complementares ao ordenamento garantidor da não cumulatividade sobre as exações sociais, consoante a interpretação pelos mesmos dispensada. De plano, cabe destacar que a razão primordial da glosa perpetrada pelo N. Fiscal fora a de que considerou que o refratário somente geraria direito ao crédito nãocumulativo de COFINS caso tivesse sido enquadrado pela requerente como Ativo Imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Sucede que a requerente optou por qualificar o "material refratário" como insumo. e a rigor, segundo a legislação regente da nãocumulatividade para o COFINS, não há diversidade de tratamento de vez que seja considerando como insumo seja considerando como ativo imobilizado, o refratário, gera direito ao crédito não cumulativo. A propósito, de há muito nossa Corte Especial, o STJ vem considerando, embora não especificamente para o Fl. 583DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 208 5 regime da nãocumulatividade que o refratário gera direito ao creditamento, por se enquadrar como "material intermediário": d) Outrossim, a conclusão da Fiscalização de que à vista das normas internas os materiais refratários se perdem sem se incorporarem ao produto final, sendo uma decorrência natural do processo de industrialização, não conduz à exclusão do direito de crédito nãocumulativo de COFINS relativo aos valores de aquisição dos mesmos. Muito pelo contrário, as razões apontadas endossam a inclusão do material refratário e dos dispêndios com o seu traslado, no rol de despesas reembolsáveis via créditos de COFINS nãocumulativas, até pela natureza estrita do refratário que é de aplicação peculiar à indústria siderúrgica, petroquímica e do alumínio. Tijolos refratários isolantes são aplicados diretamente às atmosferas de redução, aos vapores alcalinos, ciclos de temperaturas e o resultante esforço mecânico que existe nos fornos de cozimento de carbono, de sorte que é de clareza palmar o desgaste e contato físico destes materiais com o alumínio fabricado e comercializado. Demais disso, há que se enfatizar que a legislação de modo algum, confere equivalência entre o desgaste e a não integração ao processo de industrialização do produto final respectivo. Curioso, aliás, a Fiscalização aduzir que "o desgaste desses materiais está ligado às despesas com a manutenção do equipamento em perfeito funcionamento, constituindo um dos itens obrigatórios dos orçamentos das indústrias". Examinandose o arquétipo legal bem se vê que não é pelo fato de sofrer desgaste que o produto deixa de ser qualificado como insumo integrante do processo de industrialização do produto final, principalmente quando, como no caso dos materiais refratários, é ele essencial e de aplicação direta ao processo, como é a exigência infraconstitucional. e) Constatase às claras que, ao longo de todo o processo produtivo que culmina com a produção do Alumínio, há íons de Alumínio dissolvidos no banho que vez por outra entram em contato com os ânodos. Tais íons dissolvidos desencadeiam o fenômeno designado por "back reaction", no qual parte do alumínio sofre reoxidação pelo C02, constituído na superfície do ânodo. Indiscutível, portanto, que o Ânodo como o coque calcinado de petróleo e as formas, filtros, refratários, o RGC, Borra/Banho/Alumínio Recuperado, Beneficiamento de Banho Eletrolítico, Processamento de Borra de Alumínio tem contato direto com o alumínio líquido, desencadeado por meio de sua reação físico química, e são aplicados diretamente/desgastados no processo produtivo. Logo, não há como, tecnicamente, recusar à impugnante o direito ao crédito de COFINS sobre os dispêndios com o transporte dos mesmos. f) Especificamente quanto aos bens adquiridos como Ativo Imobilizado, a Fiscalização entendera pela glosa de bens adquiridos com Ativo Imobilizado, nada obstante haver acertadamente considerado a requerente que os valores gastos na aquisição de bens, inclusive máquinas, equipamentos e outros incorporados ao ativo imobilizado devem ser recuperados Fl. 584DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 209 6 enquanto créditos dedutíveis das bases apuratórias da Contribuição a COFINS, logo descabe, igualmente, a glosa sobre o ativo imobilizado. g) O que resta evidente da análise do tratamento legal é a completa ausência de amarras, restrições, condicionantes ao direito de desconto de créditos sobre os valores de COFINS a pagar, desde que os bens ou serviços reputados creditáveis pelo contribuinte, efetivamente, sejam insumos empregados na prestação de serviços e produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, ensejam os descontos. Mesmo analisando as Instruções Normativas editadas pela Receita Federal, no afã de regulamentar os aludidos preceitos legais pertinente ao desconto de créditos de COFINS sobre certas despesas, aquisições e dispêndios, não há discrepância relevante que justifique a manutenção das glosas ora questionadas. h) Cabe voltarnos com maior detença à glosa das máquinas e equipamentos adquiridos pela requerente e incorporados ao seu ativo imobilizado, a qual, com a devida vênia, causou estranheza, considerando, de plano, a permissão constante da Lei 10.833/2003. O Decreto 5988/2006, que dispõe sobre o art. 31 da Lei n° 11.196, de 21 de novembro de 2005, instituiu depreciação acelerada incentivada e desconto da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, no prazo de doze meses, para aquisições de bens de capital efetuadas por pessoas jurídicas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas das áreas de atuação das extintas SUDENE e SUDAM. A querela reside no fato de que a fiscalização, injustificadamente, haver glosado não menos que a totalidade dos créditos gerados sobre maquinas e equipamentos adquiridos e incorporados ao ativo imobilizado da requerente, sob o suposto fundamento de que a mesma não teria observado as exigências constantes da Lei 11.196/2005, ou seja, não teria considerado na periodicidade legal diferencial de apuração do crédito sobre ativo imobilizado, apenas as máquinas e equipamentos adquiridos sob o regime incentivado do RECAP, utilizandose ao revés da periodicidade excepcional dos 1/12 sobre a totalidade das máquinas e equipamentos adquiridos no período auditado. O fato, contudo, que, data vênia, desmantela a pretensão esposada pela Autoridade Fazendária é que a postulante, por uma questão de tempo real de depreciação das máquinas e equipamentos aplicados em seu processo de industrialização, não se apropria de tais créditos automaticamente, de modo que pelas suas especificidades, é evidente que a conduta apontada no Auto, seria, como é, impraticável. Ante tal quadro, o mínimo que se poderia aceitar para a pretensa manutenção das glosas, seria a demonstração por parte da Fiscalização de que a requerente, efetivamente, se apropriou de créditos sobre máquinas e equipamentos adquiridos fora do regime diferenciado do RECAP, sem observar a periodicidade permitida pela lei e pela IN aplicáveis. A ocorrência supra, contudo, reiterese, não apenas é inexeqüível em face do processo produtivo e depreciação ordinária das máquinas e equipamentos empregados no mesmo, Fl. 585DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 210 7 como ainda não fora minimamente exposta pela autoridade fazendária, pelo que, consoante as decisões colacionadas alhures, tais glosas também hão de ser inteiramente desconstituídas. Do que é possível inferir da sucinta exposição declinada pela autoridade fazendária, não teria sido reconhecido benefício para tais itens na medida em que não se enquadrariam no rol de máquinas e equipamentos, volvidos ao Ativo Imobilizado, empregados na fabricação de produtos para venda, restando excluídos assim móveis, ferramentas, instrumentos, construção civil, veículos e demais que estariam, segundo a inteligência esposada pela autoridade, ao largo do rol de máquinas e equipamentos que gerariam crédito consoante o ordenamento aplicável. Não há, contudo, nem reflexamente, uma clara indicação da razão pela qual e nem tampouco quais seriam estes itens específicos, ao menos referidos em uma planilha anexa ao Auto de Infração que permita à postulante compreender o porquê da desconsideração de tais máquinas e equipamentos defendose objetivamente de tais glosas. O que se tem por certo é que os itens qualificados pela postulante como máquinas efetivamente foram incorporados ao ativo imobilizado e empregados na produção do alumínio destinado à venda, respeitada a periodicidade prevista nas normas aludidas. O Fiscal não se desincumbira de tal ônus mínimo, incorrendo não somente em cerceamento de defesa como ainda trazendo a lume mais uma glosa descabida. i) Transcreve o que identifica como o entendimento doutrinário relativo ao regime da nãocumulatividade aplicado à COFINS, concluindo que a Constituição Federal previu o regime da não cumulatividade originariamente para o ICMS e IPI, traçando lhes com precisão os limites em que tal regime poderia vigorar. Estendeuo pela EC 42/2003 ao PIS/PASEP, remetendo sua regulamentação à legislação infraconstitucional, o que já havia sido levado a efeito antes da EC, pela Lei ordinária 10.833/2003, que não apenas elencara quais setores da economia seriam autorizados a se apropriar de créditos sobre determinadas despesas e encargos, como ainda discriminara quais destes desembolsos permitiriam tal apropriação. Em outros termos, a nãocumulatividade tal como normatizada em nível infraconstitucional, nada obstante estar radicada ontologicamente na Constituição Federal, já é setorizada e parcial, atinge alguns nichos específicos da atividade econômica nacional e lhes faculta a apropriação de créditos sobre algumas específicas despesas inerentes à sua atividade produtiva, de sorte que o sistema tal como está posto já é restrito, hermético e de exegese clara. Não há como nem porque, seja à luz da Constituição, seja à luz da aludida lei ordinária, reduzir ainda mais sua amplitude, ainda mais com base em interpretações extraídas de outras normas ou decisões que são eminentemente interpretativas, e que como tais, não podem inovar nem positiva nem negativamente. No caso vertente, convém ressaltar que a impugnante fora extremamente conservadora na medida em que seguira religiosamente as disposições da Lei 10.833, apropriandose dos créditos gerados apenas pelas aquisições e despesas de aplicação direta listadas nos diplomas legais, Fl. 586DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 211 8 conquanto seja irrefutável a natureza imperativa e irrestrita do comando constitucional pós EC 42/2003 para os setores previstos em lei, as contribuições serão nãocumulativas. Simples. Nada obstante, amargara as glosas inexplicáveis contra as quais ora se insurge. Cita posição doutrinária. j) Protesta pela produção de prova pericial, via auditagem suplementar, considerandose a incompatibilidade entre a escrita contábil da Albrás do período, e as razões de glosa suscitadas pela N. Fiscalização esclarecendo que a finalidade é a de ratificar a efetiva utilização dos bens e serviços glosados como insumos de aplicação direta e efetiva no processo produtivo da requerente, desde já indicando Assistente técnico. Cientificada do Parecer/Despacho Decisório nº 634/2011 em 08/08/2011 (AR à fl. 386/387) a interessada apresentou em 08/09/2011 a manifestação de inconformidade de fls. 389/443, na qual, em síntese, alega: a) Recebeu um DARF com valor principal de R$3.179.586,20 (três milhões, cento e setenta e nove mil, quinhentos e oitenta e seis reais e vinte centavos) e valor total de R$ 4.887.659,90 (quatro milhões, oitocentos e oitenta e sete mil, seiscentos e cinquenta e nove reais e noventa centavos). b) Não compreende o porquê do valor cobrado, uma vez que o valor principal não corresponde à diferença do crédito que não foi reconhecido, pois a empresa pediu R$ 26.699.060,14 vinte e seis milhões, seiscentos e noventa e nove mil, sessenta reais e catorze centavos) e obteve direito creditório de R$25.931.310,76 (vinte e cinco milhões, novecentos e trinta e um mil, trezentos e dez reais e setenta e seis centavos). c) Preliminarmente, é necessário atentar para a nulidade da cobrança e, consequentemente, do processo, visto que não foi dado ao contribuinte entender o valor cobrado no DARF que em muito supera a diferença entre o crédito pleiteado e o deferido, que é de apenas R$ 767.749.38 (setecentos e sessenta e sete mil, setecentos e quarenta e nove reais e trinta e oito centavos). Valor bem abaixo dos R$ 4.887.659,90 (quatro milhões, oitocentos e oitenta e sete mil, seiscentos e cinquenta e nove reais e noventa centavos) cobrados, o que configura, sem maiores discussões, cerceamento de defesa. d) A partir de análise atenta do DARF referente ao Parecer SEORT/DRF/BEL n. 634/2011 verificase que a Autoridade Fazendária ao exigir uma suposta diferença de créditos da ordem de R$ 4.887.659,90 (quatro milhões, oitocentos e oitenta e sete mil, seiscentos e cinquenta e nove reais e noventa centavos), deixou de esclarecer as razões de tão elevado valor, vez que a diferença entre o crédito pleiteado e o deferido seria de apenas R$ 767.749,38 (setecentos e sessenta e sete mil, setecentos e quarenta e nove reais e trinta e oito centavos). Cumprenos, portanto, enfatizar que a alegação de cerceamento de defesa no caso em espécie, não é meramente graciosa, ou artificial, porquanto se encontra de todo evidente a total impossibilidade Fl. 587DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 212 9 de defenderse a empresa recorrente com segurança face aos termos do Parecer SEORT/DRF/BEL n. 634 de 06/07/2011. e) Os Nobres Fiscais limitaramse a concluir pelo provimento parcial do direito creditório, em valor muitíssimo aproximado ao pleiteado, cobrando, porém, um saldo de crédito insuficiente estratosfericamente superior à essa diferença, sem explicar a razão de tal aritmética , tornando inviável o exercício de defesa por parte da contribuinte. f) Fazse mister compreender a razão jurídica e fática que motivou o valor cobrado de Ft$ 4.887.659,90 (quatro milhões, oitocentos e oitenta e sete mil, seiscentos e cinquenta e nove reais e noventa centavos) para que para cada argumentação e/ou prova, a contribuinte possa contradizer em sua defesa, e, desse modo, gozar plenamente do direito fundamental ao contraditório, contido na Constituição da República, em seu artigo 5º , inciso LV, como corolário do princípio do devido processo legal. g) Manifesto o cerceamento de defesa traduzido no parecer normativo SEORTE/DEL/BEL N° 634, de 06/07/2011. A vertente manifestação tem por objeto garantir que a inconformidade seja manifestada com o mínimo de segurança acerca dos valores que estão sendo negados pela Administração. h) Constituindose o contraditório na garantia processual de que o processo judicial e administrativamente são necessariamente bilaterais, no sentido de que a cada ato praticado por uma das partes, deverá suceder oportunidade para que a outra deste tome conhecimento, ou sobre o mesmo se manifeste tempestivamente, seu grau de importância sobrelevase na fase instrutória. i) No caso vertente, a ofensa ao princípio em questão, com o devido respeito, advém da noticiada impossibilidade em detrimento da contribuinte de identificar claramente o que gerou o valor cobrado pela autoridade fazendária. j) Não basta, portanto, que a empresa tome ciência do Parecer 634/2011 para configurarse a obediência ao princípio em comento, é absolutamente necessário que o conteúdo deste revele as fundamentações com que arrima a conclusão para que possam ser refutadas oportunamente. k) Nulo, portanto, o parecer SEORT/DRF/BEL n. 634/2011, ora discutido, demandando o reconhecimento da ilegitimidade da decisão de deferimento parcial do crédito de COFINS NÃO CUMULATIVO Exportação apurado no 2º trimestre de 2007, em vista da mais absoluta ausência de exposição dos motivos do Relatório de Diligência Fiscal que assim embasou Parecer SEFIS/DRF/BELÉM n. 322/2011 em relação ao valor cobrado no DARF em anexo. l) No mérito, por cautela, caso não se aceite as preliminares esposadas, o que não se acredita, cabe destacar que a empresa pressupõe que foi incluído no DARF valores de encargos de Fl. 588DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 213 10 atualização de débitos objeto das compensações que se presume possam ter sido considerados aplicados inadequadamente pela Requerente. m) Ocorre que se tomarmos por correta a presunção acima suscitada, permanecerão pelo menos dois problemas fundamentais: O primeiro seria a completa inexistência destas importâncias relativas a encargos sobre o valor dos débitos lançados nas DCOMP, o que torna impossível à Requerente formular justificativas, contestar razões ou se manifestar sobre valores considerados aquém ou além do devido, se estes valores simplesmente não foram explicitados pela Fiscalização. O segundo é que ainda que por hipótese, admitirse ter sido realmente diferença de encargos /atualização de débitos compensados o motivo que ensejou a soma constante do DARF que fora encaminhado à Impugnante o objeto declarado ilegítimo da Fiscalização não fora esse. Não se buscou exatamente por isso, e em momento algum a contribuinte fora indagada a este respeito, não se buscou examinar quais débitos teriam sido alcançados pelas compensações informadas/ nem muito menos eventuais explicações sobre divergências entre os valores apurados e os valores lançados nas DCOMP como compensáveis com crédito reconhecido. A 3ª Turma de Julgamento da DRJ Belém (PA) julgou improcedente a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão nº 0123225, de 11 de outubro de 2011, cuja ementa abaixo reproduzo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 IMPUGNAÇÃO. CONTESTAÇÃO INTEMPESTIVA. A petição contestatória apresentada intempestivamente não instaura a fase litigiosa do procedimento, nem comporta julgamento de primeira instância. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. PAF. DECISÕES JUDICIAIS E ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões judiciais e administrativas relativas a terceiros não possuem eficácia normativa, uma vez que não integram a Fl. 589DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 214 11 legislação tributária de que tratam os arts. 96 e 100 do Código Tributário Nacional. PAF. PERÍCIA. REQUISITOS. Considerase não formulado o pedido de perícia que deixa de atender aos requisitos previstos no art. 16, IV, do Decreto nº 70.235/1972. COFINS NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS. No cálculo da Cofins NãoCumulativa somente podem ser descontados créditos calculados sobre valores correspondentes a insumos, assim entendidos os bens aplicados ou consumidos diretamente na produção ou fabricação de bens destinados à venda, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado ou, ainda, sobre os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto. COFINS NÃOCUMULATIVA. ATIVO IMOBILIZADO. ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. CRÉDITOS. Na nãocumulatividade da Cofins, a pessoa jurídica pode descontar créditos sobre os valores dos encargos de depreciação e amortização, incorridos no mês, relativos a máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos no País para utilização na produção de bens destinados à venda.. Descontente com o indeferimento de sua manifestação de inconformidade, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário ao CARF, repisando ipsis litteris os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade, que peço vênia para não reproduzilos. Termina sua peça recursal requerendo integral provimento ao seu recurso para seja acolhidas as razões constantes no recurso voluntário, para o fim de desconstituir as glosas objeto do despacho decisório, objeto desta lide. É o Relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, Relator A impugnação foi apresentada com observância do prazo previsto, bem como dos demais requisitos de admissibilidade. Sendo assim, dela tomo conhecimento e passo a apreciar. Compulsando os autos, notase que a deliberação repelida teve como razão de decidir: a intempestividade da peça impugnatória; a falta de comprovação da violação do contraditório e da ampla defesa e a correta aplicação da valoração dos créditos e débitos a serem compensados. Fl. 590DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO Processo nº 10280.722251/200940 Acórdão n.º 3402001.950 S3C4T2 Fl. 215 12 No recurso voluntário, o recorrente se manifesta apenas quanto as glosas efetuadas pela Autoridade Fiscal quando da análise de seu pedido de ressarcimento. Não tece uma única linha sobre a intempestividade, sobre o cerceamento do direito de defesa ou sobre a valoração dos débitos e créditos que pretendia compensar. Sabemos que o art. 17 do Decreto 70235/72 determinar a necessidade de que toda matéria objeto da lide tenha sido expressamente contestada pelo recorrente no recurso apropriado, caso contrário, considerarseá não recorrida, dando origem à preclusão consumativa e a consequente definitividade do conteúdo da decisão anterior. Portanto, matéria não contestada resta petrificada no âmbito administrativo. Esse axioma visa manter a paz social e dar segurança jurídica aos administrados. Partido desta premissa, compulsando o recurso voluntário com toda a atenção que sempre merece, identifico que a intempestividade da manifestação de inconformidade declarada pelo Órgão julgador não foi matéria daquela peça recursal. Logo, entendo que a decisão proferida pela Delegacia de Julgamento se tornou definitiva na esfera administrativa. Reproduzindo a decisão de primeira instância, a ciência do indeferimento do pedido de ressarcimento se deu em 13/06/2011 e a manifestação de inconformidade foi protocolada em 02/08/2011, mais de trinta dias da ciência do despacho denegatório. Portanto é claro e evidente que o sujeito passivo perdeu seu direito de recorrer administrativamente pelo decurso do prazo legal. As outras matérias suscitadas no recurso voluntário encontramse prejudicadas pela inação do sujeito passivo junto à administração tributária tempestivamente. Forte nestes argumentos, nego provimento ao recurso em face da intempestividade da manifestação de inconformidade que petrificou a decisão do despacho decisório. É como voto. Sala das Sessões, em 27/11/2012 Gilson Macedo Rosenburg Filho Fl. 591DF CARF MF Impresso em 25/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 5/01/2013 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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