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Numero do processo: 19515.001719/2010-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. AUSÊNCIA DE CORREÇÃO LÓGICA.
Há ausência de correlação lógica entre as questões trazidas no recurso interposto e a matéria tratada na autuação, quando a Recorrente pleiteia o enquadramento do contador como responsável solidário em relação ao descumprimento das obrigações acessórias.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. MULTA E JUROS. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é órgão competente para afastar a incidência da lei em razão de inconstitucionalidade, salvo nos casos previstos no art. 103-A da CF/88 e no art. 62 do Regimento Interno do CARF.
PARCELAMENTO DO DÉBITO.
Não cabe ao CARF autorizar ou determinar eventual parcelamento do débito que esteja sendo objeto de impugnação administrativa.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-003.103
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio César Vieira Gomes - Presidente.
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. AUSÊNCIA DE CORREÇÃO LÓGICA. Há ausência de correlação lógica entre as questões trazidas no recurso interposto e a matéria tratada na autuação, quando a Recorrente pleiteia o enquadramento do contador como responsável solidário em relação ao descumprimento das obrigações acessórias. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. MULTA E JUROS. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é órgão competente para afastar a incidência da lei em razão de inconstitucionalidade, salvo nos casos previstos no art. 103-A da CF/88 e no art. 62 do Regimento Interno do CARF. PARCELAMENTO DO DÉBITO. Não cabe ao CARF autorizar ou determinar eventual parcelamento do débito que esteja sendo objeto de impugnação administrativa. Recurso Voluntário Negado.
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MULTA PELO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. AUSÊNCIA DE CORREÇÃO LÓGICA. Há ausência de correlação lógica entre as questões trazidas no recurso interposto e a matéria tratada na autuação, quando a Recorrente pleiteia o enquadramento do contador como responsável solidário em relação ao descumprimento das obrigações acessórias. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. MULTA E JUROS. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é órgão competente para afastar a incidência da lei em razão de inconstitucionalidade, salvo nos casos previstos no art. 103A da CF/88 e no art. 62 do Regimento Interno do CARF. PARCELAMENTO DO DÉBITO. Não cabe ao CARF autorizar ou determinar eventual parcelamento do débito que esteja sendo objeto de impugnação administrativa. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 17 19 /2 01 0- 76 Fl. 254DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio César Vieira Gomes Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 255DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 19515.001719/201076 Acórdão n.º 2402003.103 S2C4T2 Fl. 255 3 Relatório Tratase de auto de infração lavrado em 24/06/2010, decorrente do não recolhimento dos valores referentes à contribuição a cargo da empresa (cota patronal), da contribuição ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT) e da contribuição incidente sobre as remunerações pagas aos contribuintes individuais, no período de 01/01/2005 a 31/12/2005, inclusive a competência 13/2005. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 184/214) requerendo a total improcedência do lançamento. A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo – SP, ao analisar o presente caso (fls. 221/229), julgou o lançamento procedente, entendendo que: (i) as convenções particulares, relativas à responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública; (ii) devese cotejar a penalidade prevista pela legislação de regência com a nova multa de ofício, aplicando a que resultar menos gravosa; (iii) a utilização da SELIC e a multa aplicada encontram respaldo na legislação vigente; (iv) não tem pertinência as alegações de inconstitucionalidade das contribuições incidentes sobre a remuneração dos contribuintes individuais; e (v) não cabe ao órgão julgador autorizar ou determinar o eventual parcelamento do débito que esteja sendo objeto de impugnação administrativa. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 234/249) argumentando que: (i) a responsabilidade pelo descumprimento das obrigações acessórias é do contador da empresa, devendo ser incluído no polo passivo da presente autuação como responsável solidário; (ii) devem ser excluídas as multas e os juros aplicados, uma vez que não há culpa da Recorrente quanto às infrações cometidas; (iii) há violação aos princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e do nãoconfisco; e (iv) deve ser concedido o parcelamento dos valores devidos. É o relatório. Fl. 256DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES 4 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Primeiramente, cabe mencionar que o presente recurso é tempestivo e preenche a todos os requisitos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. A Recorrente alega que havia contratado um contador terceirizado, ao qual delegou toda a responsabilidade acerca dos lançamentos e dos recolhimentos dos tributos, motivo este que justificaria a sua inclusão no polo passivo desta autuação como responsável solidário, no que tange à responsabilidade pelo descumprimento das obrigações acessórias. Contudo, apesar da alegação acima não guardar qualquer correlação lógica com a presente autuação, uma vez que esta não está exigindo multa pelo descumprimento de obrigação acessória, analisando os arts. 134 e 135 do CTN, que tratam da responsabilização de terceiros, verificase que não há dentre os indicados a previsão de que o contador será responsável pelas infrações tributárias da empresa. Não há também neste processo qualquer elemento que demonstre que o contador seria empregado da empresa, para fins de análise dos requisitos previstos no art. 135 do CTN. Destacase que, em relação à obrigação principal, tal como aqui presenciado, a Recorrente, em seu recurso, não se exime da responsabilidade pelo seu adimplemento, revelando ser devida a exigência. Não há, assim, qualquer razão no argumento. A Recorrente alega, ad argumentandum, que a multa e os juros devem ser excluídos, por ausência de culpa em relação aos atos descritos no auto de infração. Entretanto, nos termos do art. 136 do CTN, “a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato”. Não há, portanto, razão no argumento da Recorrente. Ademais, a Recorrente pretende discutir a inconstitucionalidade da multa e dos juros aplicados, uma vez que violariam os princípios constitucionais da razoabilidade, proporcionalidade e do nãoconfisco. Todavia, impende ressaltar que o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é órgão competente para afastar a aplicação da lei com base na sua suposta inconstitucionalidade e ilegalidade, com exceção dos casos previstos no art. 103A da CF/88 e no art. 62, parágrafo único do Regimento Interno do CARF. Posto isso, não há como se acatar os argumentos da Recorrente. Por fim, pleiteia a Recorrente pela concessão do parcelamento dos valores devidos. Contudo, não cabe a este CARF autorizar ou determinar eventual parcelamento do débito que esteja sendo objeto de impugnação administrativa. Caso a Fl. 257DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 19515.001719/201076 Acórdão n.º 2402003.103 S2C4T2 Fl. 256 5 Recorrente, de fato, pretenda parcelar os tributos exigidos na presente autuação, deve dirigirse por conta própria diretamente ao Delegado da Receita Federal do Brasil da sua localidade para pleitear este procedimento, o qual implicará em confissão irrevogável e irretratável dos débitos indicados. Diante do exposto, voto pelo CONHECIMENTO do recurso para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Fl. 258DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 23/10/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000915/2008-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 12 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Jan 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.
Inexistindo manifestação expressa quanto à intempestividade do Recurso Voluntário devem ser acolhidos os embargos de declaração.
Numero da decisão: 1201-000.750
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para não conhecer do Recurso Voluntário por ser intempestivo.
(assinado digitalmente)
FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ - Presidente.
(assinado digitalmente)
JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Francisco de Sales Ribeiros de Queiroz (Presidente), Plínio Rodrigues Lima (suplente convocado), Marcelo Cuba Netto, Regis Magalhães Soares de Queiroz, André Almeida Blanco (suplente convocado) e João Carlos de Lima Junior.
Matéria: IRPJ - AF- lucro presumido(exceto omis.receitas pres.legal)
Nome do relator: JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR
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Inexistindo manifestação expressa quanto à intempestividade do Recurso Voluntário devem ser acolhidos os embargos de declaração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para não conhecer do Recurso Voluntário por ser intempestivo. (assinado digitalmente) FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ Presidente. (assinado digitalmente) JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Francisco de Sales Ribeiros de Queiroz (Presidente), Plínio Rodrigues Lima (suplente convocado), Marcelo Cuba Netto, Regis Magalhães Soares de Queiroz, André Almeida Blanco (suplente convocado) e João Carlos de Lima Junior. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 09 15 /2 00 8- 17 Fl. 760DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 1/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 10/01/2013 por JOAO CARLO S DE LIMA JUNIOR 2 Tratase de requerimento apresentado pela Delegacia da Receita Federal em Brasília, sendo esta a unidade da administração tributária responsável pela liquidação e execução do acórdão nº 110200.392, proferido na sessão de julgamento realizada em 28/01/2011. Por meio do mencionado requerimento foi proposto o retorno do processo ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para manifestação expressa quanto à tempestividade do Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Relator. Tendo em vista o teor do requerimento apresentado pela DRF, bem como o disposto no artigo 65, §1º, V, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, recebo o presente como Embargos de Declaração. Passo, então, à análise do mérito. A Embargante alegou que, no acórdão proferido não houve manifestação expressa quanto à intempestividade do Recurso Voluntário. Da análise do acórdão embargado temse que a questão relativa a tempestividade do Recurso Voluntário não foi submetida à analise dos julgadores, pois o julgamento limitouse à matéria contida no recurso de ofício. Dessa maneira, assiste razão à embargante quanto a existência de omissão. Nesse ponto, do processo administrativo extraise que o contribuinte foi cientificado da decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em 13/01/2009 (fl. 206), bem como que o recurso voluntário foi interposto em 13/02/2009 (fls. 209), portanto, após o decurso do prazo de 30 dias previsto no artigo 33 do Decreto 70.235/72. Dispõe o artigo 33 do Decreto 70.235/72: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Por todo o exposto, acolho os Embargos de Declaração para não conhecer do Recurso Voluntário (fls. 209/251) em razão da intempestividade. JOÃO CARLOS DE LIMA JUNIOR Relator Fl. 761DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 1/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 10/01/2013 por JOAO CARLO S DE LIMA JUNIOR Processo nº14041.000915/200817 Acórdão n.º 1201000.750 S1C2T1 Fl. 761 3 Fl. 762DF CARF MF Impresso em 27/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/01/2013 por JOAO CARLOS DE LIMA JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/0 1/2013 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 10/01/2013 por JOAO CARLO S DE LIMA JUNIOR
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Numero do processo: 11516.002226/2007-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3202-000.075
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência. Acompanharam o julgamento, pela contribuinte, a advogada Vívian Casanova de C. Eskenazi, OAB/RJ nº. 128.556, e, pela Fazenda Nacional, a procuradora Bruna Garcia Benevides.
Irene Souza da Trindade Torres Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque Alves.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência. Acompanharam o julgamento, pela contribuinte, a advogada Vívian Casanova de C. Eskenazi, OAB/RJ nº. 128.556, e, pela Fazenda Nacional, a procuradora Bruna Garcia Benevides. Irene Souza da Trindade Torres – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Thiago Moura de Albuquerque Alves. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: “Trata o presente processo de pedido de habilitação de crédito reconhecido em ação judicial, seguido da apresentação de Declarações de Compensação DCOMP destinadas compensação de parte daquele crédito com débitos da contribuinte. Na ação judicial, a contribuinte buscava o reconhecimento da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da COFINS trazida pela Lei n. ° 9.718/1998, com o fim de ver afastadas da incidência desta contribuição social as receitas financeiras que obtinha com suas atividades de factoring. No provimento judicial, houve a declaração da inconstitucionalidade da referida majoração, o que se deu com base no expurgo do parágrafo 1º do artigo 3º da Lei n.° 9.718/1998. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 16 .0 02 22 6/ 20 07 -3 6 Fl. 311DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11516.002226/200736 Resolução nº 3202000.075 S3C2T2 Fl. 275 2 Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal em Florianópolis/SC pela não homologação das compensações (Despacho Decisório juntado às folhas 173 a 178), fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado. Como afirma a autoridade fiscal, a decisão judicial, ao reconhecer a inconstitucionalidade do parágrafo 1. 0 do artigo 3.° da Lei n.° 9.718/1998, o fez sem prejuízo da validade do caput do referido artigo e dos demais dispositivos da Lei n. ° 9.718/1998. Assim, a partir de 01/02/1999, a tributação a titulo de COFINS deveria ser efetuada sobre a receita bruta ou faturamento da empresa, compreendendo os valores obtidos na venda de mercadorias, na venda de mercadorias e serviços e na venda de serviços, não se considerando as receitas de natureza diversa da atividade da empresa. Nestes termos, como a contribuinte exerce as atividades de crédito, financiamento e investimento atividades estas próprias de uma empresa financeira , sua receita para fins de incidência da COFINS incluiria as receitas financeiras, o que tornaria inexistente o crédito pleiteado no presente processo, posto que composto de valores que teriam sido indevidamente recolhidos em face da inclusão, na base de cálculo da contribuição, das retromencionadas receitas financeiras. Irresignada com a não homologação de suas compensações, encaminhou a contribuinte, por meio de seu procurador mandato à folha 200 , a manifestação de inconformidade às folhas 194 a 199, na qual afirma que o despacho decisório da DRF/Florianópolis/SC busca reformar o que foi decidido no acórdão da decisão judicial. Entende que a autoridade fiscal, ao trazer à baila as definições de receita bruta pautadas no artigo 184 da Lei n. ° 6.404/1976 e na Circular n.° 1.237/1987 do Banco Central do Brasil, afrontou a decisão do Tribunal Regional Federal, que já havia decidido qual o conceito de receita bruta a ser utilizado. Alega que, enquanto a decisão judicial estabelece que "o conceito de receita bruta ou faturamento deve ser entendido como o que decorrer da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços ou venda de serviços. Receitas de naturezas diversas não podem integrar a base de cálculo da contribuição em comento", a autoridade fiscal afirma que "as receitas oriundas do exercício da sua atividade, incluise, por conseqüência, as receitas financeiras", o que evidenciaria que a DRF/Florianópolis/SC estaria pretendendo reformar o decisum judicial. Segue afirmando que, entre a decisão de primeira instância e a decisão do TRF esta prolatada em face da remessa oficial , só houve modificação em relação ao reconhecimento da prescrição das parcelas recolhidas anteriormente a 28/08/2001 (pelo acatamento da aplicação, in casu, do artigo 3.° da Lei Complementar n.° 118/2005), tendo sido integralmente mantida a decisão no que se refere à base de cálculo da COFINS. Defende que com o expurgo do parágrafo 1. 0 do artigo 3.° da Lei n.° 9.718/1998 pelo Poder Judiciário, restou afastada a aplicação da Lei n. ° 9.718/1998 para a cobrança da COFINS, com a conseqüente determinação da aplicação da legislação anterior, a Lei Complementar n.° 70/1991, ato legal este que expressamente comanda que as instituições financeiras não estão sujeitas àquela contribuição. Por fim, alega que a autoridade fiscal teria cometido mais um equívoco ao eleger a receita operacional como fato gerador da COFINS, já que o nosso direito positivo não traria tal comando. Em resumo, a contribuinte pede a reforma do despacho decisório, em face de que se contrapõe aos termos da decisão judicial transitada em julgado e se funda em fato gerador não previsto em lei.” Fl. 312DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11516.002226/200736 Resolução nº 3202000.075 S3C2T2 Fl. 276 3 A DRJFlorianópolis/SC julgou improcedente a manifestação de inconformidade (fls.222/227), não reconhecendo o direito creditório pleiteado, nos termos da ementa adiante transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA 0 FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2002, 2003, 2004, 2005, 2006 BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO PAR. 1.° DO ART. 3.° DA LEI N.° 9.718/1998. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. A declaração de inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 3.° da Lei n.° 9.718/1998, não prejudica a aplicação do caput do referido artigo e dos demais dispositivos da Lei n.° 9.718/1998. Assim, a partir de 01/02/1999, a tributação a título de COFINS deve ser efetuada sobre a receita bruta ou faturamento da empresa, compreendendo os valores obtidos na venda de mercadorias, na venda de mercadorias e serviços e na venda de serviços, não se considerando as receitas de natureza diversa da atividade da empresa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário perante este Colegiado (fls. 237/248), alegando, em síntese: que a interpretação dada pela decisão recorrida à sentença transitada em julgado agride o vernáculo; que a sentença definiu que a legislação aplicável ao caso é aquela anterior à Lei nº. 9.718/98, qual seja, a Lei Complementar n° 70/91; já o acórdão recorrido pretende a aplicação da Lei nº. 9.718/98, apenas alterandolhe o significado das palavras; e que pretender que receita de natureza diversa da venda de mercadorias, mercadorias e serviços ou serviços seja fato gerador da COFINS é uma violação evidente da coisa julgada. Ao final, requereu a reforma da decisão recorrida, com a homologação da compensações efetuadas. É o Relatório. Voto O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço Analisando os elementos constantes dos autos, verifico a presença de inconsistências em relação à atividade exercida pela contribuinte e a natureza das receitas financeiras. Vejamos. À fl. 14 consta o Estatuto Social da empresa, o qual em seu art. 3º estabelece as atividades exercidas: Art. 03 Constitui objeto da Sociedade, a prática de todas as operações ativas, passivas e acessórias inerentes a atividade de Fl. 313DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11516.002226/200736 Resolução nº 3202000.075 S3C2T2 Fl. 277 4 Crédito, Financiamento e Investimento, de acordo com as disposições legais e regulamentares vigentes. Às fls. 173/178 consta Despacho Decisório da DRFFlorianópolis/SC referente às Declarações de Compensações apresentadas pela contribuinte, vinculadas ao crédito informado no Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado. Nesse Despacho Decisório, as compensações declaradas pelo sujeito passivo não foram homologadas, em razão da inexistência de crédito, ao fundamento de que as instituições financeiras têm como base de cálculo da COFINS as receitas oriundas do exercício de sua atividade, incluindose, por consequência, as receitas financeiras. Verificase, ali, o entendimento da autoridade administrativa de que a interessada é uma instituição financeira. Já na decisão administrativa proferida em primeira instância, verificase que o tratamento dado à então impugnante é o de instituição financeira que opera no ramo de factoring. Veja o que diz a autoridade julgadora a quo: (...) Em razão disso, são excluídas da incidência da COFINS apenas as receitas nãooperacionais. No caso de uma instituição financeira como é o caso da contribuinte, que atua com factoring há que se ter como alcançadas pela contribuição as receitas financeiras vinculadas a intermediação de crédito, posto que tais receitas são típicas e inerentes às atividadesfim As receitas auferidas sobre o valor da diferença entre o valor de aquisição e o valor de face dos títulos ou direitos adquiridos pelas empresas de factoring já foram reconhecidas pelo STJ como integrantes da base de cálculo do PIS e da COFINS, por constituirse tal atividade em prestação de serviços. Acontece que, à exceção do entendimento manifestado pela DRJ Florianópolis/SC, em nenhum outro momento foi reconhecido pela Receita Federal que a contribuinte exerce as atividades de factoring. Entretanto, no recurso voluntário apresentado, a interessada não contradiz a afirmação da DRJ, de que seria instituição financeira que atua com factoring, o que faz presumir verdadeira tal afirmação. É mister, porém, para o deslinde do litígio, que se precise a exata natureza das receitas financeiras que compõem os créditos alegados e que a interessada pretende ver compensado. Assim, voto no sentido de que seja CONVERTIDO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que a autoridade preparadora esclareça a natureza das receitas financeiras que compõem o crédito pretendido pela contribuinte, informando, ainda, se são oriundas do exercício de atividades de factoring e se se constituem na diferença auferida entre o valor de aquisição e o valor de face dos títulos/direitos adquiridos pela interessada. Ao término do procedimento, deve a autoridade preparadora elaborar Relatório Fiscal sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes para esclarecer os fatos. Fl. 314DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11516.002226/200736 Resolução nº 3202000.075 S3C2T2 Fl. 278 5 Encerrada a instrução processual, a interessada deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, antes da devolução do processo para julgamento. Salientese, entretanto, que a sua manifestação devese restringir ao resultado da diligência, não sendo cabível revolver questões de defesa já suscitadas quando do oferecimento do recurso voluntário. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 315DF CARF MF Impresso em 14/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 11/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Numero do processo: 10166.723059/2010-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
AUTO DE INFRAÇÃO - DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - Constitui falta passível de multa, apresentar GFIP/GRFP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2401-002.512
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Elias Sampaio Freire - Presidente
Marcelo Freitas de Souza Costa- Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Kleber Ferreira de Araújo; Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 AUTO DE INFRAÇÃO - DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - Constitui falta passível de multa, apresentar GFIP/GRFP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire - Presidente Marcelo Freitas de Souza Costa- Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Kleber Ferreira de Araújo; Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1584; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2.052 1 2.051 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.723059/201011 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401002.512 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 21 de junho de 2012 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente BRASAL REFRIGERANTES S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 AUTO DE INFRAÇÃO DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Constitui falta passível de multa, apresentar GFIP/GRFP com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Elias Sampaio Freire Presidente Marcelo Freitas de Souza Costa Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Elias Sampaio Freire; Kleber Ferreira de Araújo; Igor Araújo Soares, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Marcelo Freitas de Souza Costa e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 30 59 /2 01 0- 11 Fl. 2052DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 2 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado contra o contribuinte acima identificado, com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista na Lei nº 8.212/1991, no art. 32, inciso IV e § 6º, acrescentados pela Lei nº 9.528/1997 que consiste em a empresa apresentar a GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. De acordo com o Relatório Fiscal de fls. 06/09, foram informados incorretamente, na GFIP da empresa, os códigos de CNAE para os estabelecimentos 01.612.795/000232, 01.612.795/000313 e 01.612.795/000585 foram declarados o código 46354/02 e o correto seria o código 11224/01, em virtude da preponderância da atividade, em todas as competências do período fiscalizado e TERCEIROS para os estabelecimentos 01.612.795/000151, 01.612.795/000232 e 01.612.795/000585 foram declarados o código 0078 e o correto seria o código 0067, nas competências 01 a 07/2007. O Relatório Fiscal de Aplicação da Multa, às fls. 10/17, esclarece que, em razão das alterações trazidas pela Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, e tendo em vista o disposto no art. 106 do Código Tributário Nacional – CTN, a multa calculada na ação fiscal geradora deste auto, para os fatos geradores ocorridos até a competência 11/2008, foi a resultante do confronto entre a penalidade prevista antes e depois da alteração da lei, visando à aplicação da mais benéfica ao contribuinte. Inconformada com a decisão de fls. 2008 a 2015 que julgou procedente o lançamento a empresa recorre à este conselho reiterando os argumentos contidos na impugnação que em síntese foram os seguintes: Afirma que não houve nenhuma inexatidão, insuficiência ou omissão nos dados informados em GFIP, visto que, como exaustivamente demonstrado nas impugnações apresentadas aos autos de infração de obrigação principal, os valores pagos aos segurados não se caracterizam como remuneração; Do Vale Transporte Que não incide a contribuição social sobre o pagamento de vale transporte, conforme hipóteses de exclusões previstas no próprio art. 28 da Lei nº 8.212/91, como também por estar previsto em Convenção Coletiva de Trabalho; Aduz que o Decreto nº 4.840, de 17/09/2003, em seu artigo 2º, §1º, inciso IX, admitiu expressamente a existência de auxílio transporte pago em dinheiro, não configurando, assim, remuneração; Cita julgados do Superior Tribunal de Justiça – STJ e do Tribunal Superior do Trabalho – TST, para corroborar sua tese. Fl. 2053DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Processo nº 10166.723059/201011 Acórdão n.º 2401002.512 S2C4T1 Fl. 2.053 3 Do Auxílio Alimentação Defende que da mesma forma que o vale transporte, o pagamento feito a título de auxílio alimentação também não sofre a incidência da contribuição social, visto ser feito em razão de Convenção Coletiva de Trabalho e por se tratar de benefício social que é a alimentação do trabalhador; Afirma que as Leis 6.321/76 e 8212/91 não contem previsão expressa quanto à isenção das contribuições previdenciárias incidentes sobre a parcela paga pela empresa em espécie, à título de auxílio alimentação, logo, dever ser aplicado à espécie, por similitude e em homenagem ao princípio da isonomia, a mesma exegese aplicável às hipóteses de pagamento da mesma parcela na forma in natura. Entende que, como ocorre com o pagamento de cestas básicas para o gozo do benefício de isenção, nos casos de auxílio alimentação pago em espécie, basta que o pagamento esteja de acordo com os programas de alimentação aprovados pelos Ministérios do Trabalho e da Previdência Social, independentemente de prova de adesão ao PAT. Das Cestas Básicas Sobre o fornecimento de cestas básicas, alega que não prospera o entendimento da fiscalização de que o contribuinte deve comprovar a inscrição da empresa fornecedora no PAT como pré requisito para que tal verba seja isenta da incidência tributária em questão; De acordo com o art. 3º da Lei nº 6.321/76 e o art. 28, §9º, alínea “c” da Lei nº 8.212/91, excluemse das hipóteses de incidência da contribuição previdenciária as parcelas in natura fornecidas ao empregado, bastando, para tanto, que estejam de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; Alega que a Lei nº 6.321 não condiciona o direito à isenção ao atendimento da formalidade de inscrição no PAT por parte do fornecedor; Que, no caso da recorrente, a parcial ausência de inscrição para uns poucos meses de 2007 e 2008 não tem o condão de afastar a natureza salarial de tal verba, que foi expressamente reconhecida pelas respectivas Convenções Coletivas de Trabalho; Menciona que a empresa está, de fato, amparada pelo PAT, conforme a Lei nº 6.321/76, sendo certo que a única suposta irregularidade apontada pela autoridade fiscal foi o fato de não haver comprovado a inscrição das fornecedoras, o que se apresenta como uma redundância injustificável; Requer o provimento do recurso, julgando improcedente a autuação, bem como a multa aplicada É o relatório. Fl. 2054DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA 4 Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Relator O recurso é tempestivo e estão presentes os pressupostos de admissibilidade. Em que pesem os argumentos contidos na peça recursal, a pretensão da recorrente não merece acolhimento. Do que se depreende dos autos, a recorrente foi autuada em face do descumprimento de obrigação acessória pelo fato de ter informado incorretamente, na GFIP da empresa, os códigos de CNAE para os estabelecimentos 01.612.795/000232, 01.612.795/000313 e 01.612.795/000585 foram declarados o código 46354/02 e o correto seria o código 11224/01, em virtude da preponderância da atividade, em todas as competências do período fiscalizado e TERCEIROS para os estabelecimentos 01.612.795/000151, 01.612.795/000232 e 01.612.795/000585 foram declarados o código 0078 e o correto seria o código 0067, nas competências 01 a 07/2007. O dispositivo legal infringido foi o art. 32, inciso IV e § 6º, dsLei nº 8.212/1991, acrescentados pela Lei nº 9.528/1997, que assim dispõe: Art. 32. A empresa é também obrigada a: IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; No recurso da empresa foram tratados assuntos que não dizem respeito à presente autuação, limitandose a argumentar sobre a não incidência de contribuições sobre valores pagos a título de vale transporte, auxílio alimentação e fornecimento de cestas básicas em desacordo com o PAT. Ressaltamos que as autuações envolvendo estes fatos geradores são distintas desta, que trata especificamente sobre o descumprimento de obrigação acessória não relacionada àqueles fatos geradores. Logo, como não foram rebatidos os motivos que ensejaram a autuação ora sob análise, temos como correto o procedimento da autoridade fiscal devendo ser mantida a autuação. Fl. 2055DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA Processo nº 10166.723059/201011 Acórdão n.º 2401002.512 S2C4T1 Fl. 2.054 5 Ante ao exposto, Voto no sentido de Conhecer do Recurso, e Negarlhe provimento. Marcelo Freitas de Souza Costa Fl. 2056DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 19/12/2 012 por ELIAS SAMPAIO FREIRE, Assinado digitalmente em 13/12/2012 por MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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Numero do processo: 19515.001704/2010-16
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Feb 05 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 01/10/2007
ASSOCIAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. ENTIDADE CARACTERIZADA COMO EMPRESA EM VIRTUDE DA PRESENÇA DO CARÁTER COMERCIAL. TAXISTAS ASSOCIADOS CONSIDERADOS COMO CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO. Tendo em vista que o relatório fiscal da infração aponta detidamente todos os motivos que ensejaram as conclusões de que a recorrente não detinha o caráter de entidade sem fins lucrativos, atuando, verdadeiramente, como empresa comercial, angariando clientes e creditando aos seus associados, taxistas, mensalmente, valores de remuneração pela prestação de serviços na qualidade de autônomos, é de ser mantido o lançamento das contribuições previdenciárias.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-002.810
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Igor Araújo Soares - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Thiago Taborda Simoes, Ana Maria Bandeira, Igor Araújo Soares, Ronaldo de Lima Macedo e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: IGOR ARAUJO SOARES
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ENTIDADE CARACTERIZADA COMO EMPRESA EM VIRTUDE DA PRESENÇA DO CARÁTER COMERCIAL. TAXISTAS ASSOCIADOS CONSIDERADOS COMO CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO. LANÇAMENTO. Tendo em vista que o relatório fiscal da infração aponta detidamente todos os motivos que ensejaram as conclusões de que a recorrente não detinha o caráter de entidade sem fins lucrativos, atuando, verdadeiramente, como empresa comercial, angariando clientes e creditando aos seus associados, taxistas, mensalmente, valores de remuneração pela prestação de serviços na qualidade de autônomos, é de ser mantido o lançamento das contribuições previdenciárias. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 17 04 /2 01 0- 16 Fl. 500DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio César Vieira Gomes Presidente Igor Araújo Soares Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Thiago Taborda Simoes, Ana Maria Bandeira, Igor Araújo Soares, Ronaldo de Lima Macedo e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 501DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19515.001704/201016 Acórdão n.º 2402002.810 S2C4T2 Fl. 481 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por ASSOCIAÇÃO DE TAXISTAS CHAME TAXI em face do acórdão de fls. 351/386 que manteve a integralidade do Auto de Infração 37.287.6390 lavrado para a cobrança de contribuições destinadas à Seguridade Social, correspondentes a parte dos segurados contribuintes individuais. Consta do relatório fiscal que a associação teve a suspensão de sua isenção através do Ato Declaratório Executivo n° 247 da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Fiscalização em São Paulo de 30/04/2010, pois, em tese, deixou de cumprir os requisitos legais para usufruir da isenção, a partir de 01/01/2005, por ter sido verificado se tratar de instituição com fins lucrativos, criada com a finalidade de potencializar os ganhos habituais dos taxistas dela participantes. A título elucidativo cumpre apontar as conclusões adotadas para a lavratura do ADE: Como se pode constatar, através dos itens 4 e 5 descritos acima, que a associação está prestando serviços aos seus associados diferentes dos previstos nas suas finalidades e o objetivo principal do estatuto. Não há previsão estatutária para que a associação: consiga os clientes para os taxistas associados, faça o contato telefônico com esses clientes (inclusive fazendo convênios/contratos de prestação de serviço de transporte de passageiros), programe o transporte para as pessoas ligadas às empresas conveniadas, avise aos taxistas associados das "corridas" programadas, administre os valores recebidos pela prestação de serviço de transporte, e pague aos taxistas associados pelas "corridas" efetuadas. Neste tipo de atividade, há uma receita da associação (pois esta administra essas atividades) que, indubitavelmente, não provêm de receita própria da atividade da entidade (pois se este fosse a finalidade da entidade, claramente no estatuto se perceberia que a associação teria finalidade econômica), a qual, se caracteriza pelas contribuições/mensalidades dos associados para a manutenção e formação do patrimônio da entidade. Essas receitas advindas da prestação de serviço de transporte, comprovadas pela emissão de notas fiscais de serviço pela associação, são de natureza contraprestacionais diretas e de atividade não própria da entidade. A associação foi constituída, conforme pode se verificar no percentual de receita obtida pela contraprestação de serviço de transporte ser muito superior à receita obtida pelas mensalidades dos associados; na quantidade de funcionários para o gerenciamento dos pedidos dos clientes e programação das viagens, bem como para administrar os valores a receber dos conveniados e pagar aos taxistas; na estrutura física da associação, com central telefônica, central de rádio freqüência e Fl. 502DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 torre para o rádio (os quais são utilizados para receber os pedidos dos clientes, e contatar os taxistas para o transporte de passageiros indicados pelos conveniados); para a realização de atividade econômica, gerando ganhos aos taxistas associados. Conforme disposto no código civil, as associações não podem ser constituídas para fins econômicos. A associação ao fazer os contratos de prestação de serviço de transporte (chamados de convênios pela associação), utilizar a central de rádio freqüência para designar o taxista associado para realizar sua atividade própria de transporte de passageiros de empresas conveniadas, e administrar e gerir os contratos celebrados com as conveniadas (emitindo notas fiscais, fazendo a cobrança, e pagando os taxistas associados pela prestação de serviço de transporte de passageiros), não prestou os serviços para qual foi instituída, mas prestou serviços de atividade econômica, e, portanto, descumpriu o disposto no art. 15 da Lei n° 9.532/1997, bem como o art. 53 da Lei n° 10.406/2002 (Código Civil). Cumpre salientar que a fiscalização considerou para a apuração do saláriode contribuição dos taxistas autônomos, os Recibos de Repasse emitidos pela associação para o pagamento dos serviços prestados pelos taxistas às pessoas indicadas pelas empresas conveniadas. Tais valores estão demonstrados mensalmente em planilhas, a qual demonstra a apuração do saláriodecontribuição (20% sobre o valor recebido mensalmente), e os valores dos descontos dos segurados apurados (11% sobre o saláriodecontribuição, respeitado o limite). O período de apuração compreende as competências 01/2007 a 10/2007, tendo sido o contribuinte cientificado em 22/06/2010 (fls. 76). Em seu recurso defende que a insubsistência da desqualificação da natureza jurídica de associação, afirmando que as atividades exercidas por ela teriam fins econômicos, pois atua exclusivamente como mera organizadora das atividades exercidas pelos taxistas, e que recebe os valores das tarifas pagas pelos passageiros e os repassa integralmente a cada associado que prestou o respectivo serviço de transporte de passageiros, não havendo que se falar em lucro. Acrescenta que é uma associação civil, reunindo associados transporte de passageiros (taxistas autônomos), sem finalidade econômica ou lucrativa, tendo por objetivo principal a prestação de serviços não onerosos aos seus associados, cumprindo estritamente a sua finalidade social, desenvolvendo atividade A luz da delegação outorgada pelo Poder Público Municipal. Cita os artigos 10 e 2° do Decreto Municipal, segundo os quais a execução do serviço comumrádio dependeria de prévia e expressa autorização da Prefeitura e somente poderia ser executado por: I — pessoa jurídica legalmente constituída sob forma de empresa comercial; II — cooperativa ou associação constituída por motoristas profissionais autônomos portadores de Alvará de Estacionamento. Afirma que, nas Associações Civis, como ela, não haveria o desenvolvimento de atividade econômica em nome próprio e os associados não estariam subordinados A Associação sob qualquer vinculo de trabalho (emprego ou autônomo), bem como não haveria qualquer repartição de resultado, visto que o taxista apenas recebe o repasse da tarifa pública Fl. 503DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19515.001704/201016 Acórdão n.º 2402002.810 S2C4T2 Fl. 482 5 recebida do passageiro pela Associação e repassada integralmente ao efetivo prestador dos serviços. Alega que nenhum recurso pago pelos contratantes dos serviços de táxi fica com a Associação, não havendo nenhum proveito econômico e, assim, no seu entendimento, o desenvolvimento de qualquer atividade econômica. Segundo ela, não obstante tenha descaracterizado a sua natureza jurídica, a Autoridade Fiscal não identificou nenhuma distribuição de resultado ou lucro, bem como não apontou nenhuma infração a qualquer dos dispositivos dos artigos 12 e 13 da Lei 9.532/97, sendo absolutamente legitima a sua atuação como mera organizadora dos serviços dos associados — atividades de transporte individual de passageiros, agindo em substituição ao Poder Público Municipal, conforme, alias, autoriza a Constituição Federal (art. 30, inciso V) e a legislação municipal (Lei 7329/69 e Decreto 43.834/03). Indica que, nos termos do artigo 3°, VI do Decreto retro mencionado, a cooperativa ou associação que pretender explorar o serviço comumrádio deverá congregar, unicamente, motoristas profissionais autônomos de táxi, apresentando quadro social de, pelo menos, 40 (quarenta) membros, no ato do pedido de credenciamento, e 100 (cem) membros, após 3 (três) anos da data da expedição do respectivo Termo de Credenciamento. Cita os artigos 1° e 30 do seu estatuto social, nos quais consta que visa lucro e que ela tem por objetivo principal oferecer aos taxistas filiados e usuário melhores condições no atendimento e maior segurança, tendo como finalidades: manter u estrutura funcional e organizacional adequada para administração das atividades de interesse dos associados; representar os seus associados perante os passageiros contratantes de seus serviços, podendo receber e repassar os valores das tarifas aos associados como mandatária destes, sendo que tais valores decorrerão da prestação de serviços dos associados e a estes pertencerão única e exclusivamente, não representando qualquer prestação de serviço da associação a terceiros. Reitera que: age por delegação do Poder Público, desempenhando atividade suplementar ao Estado; presta serviços gratuitamente à sociedade e aos associados; mantémse com as mensalidades pagas pelos seus associados; não remunera seus dirigentes; não distribui resultados; aplica eventuais resultados positivos na própria Associação. Informa que, em cumprimento à legislação municipal vigente, em 08/04/2003, o Diretor do Departamento de Transportes Públicos da Secretaria Municipal de Transportes do Município de São Paulo a credenciou a prestar os serviços de Rádio Comunicação para Táxis através do Termo de Credenciamento n.° 12, não a autorizando, no entanto, a operar, executar ou explorar o serviço de transporte individual de passageiros por táxi no Município, corroborando sua alegação no sentido de que jamais desenvolveu tal atividade econômica, conforme teriam concluído equivocadamente as autoridades fazenddrias a partir de meras suposições. Salienta que, no Termo de Credenciamento, haveria expressa obrigação de registrar as chamadas, com dia, horário e veiculo, bem como de manter apenas associados permissionários e se submeter à escutas de rádio, tudo sob controle da Administração Pública Municipal. Informa que, em cumprimento ao seu objetivo estatutário, celebra convênios com pessoas fisicas e jurídicas, e que, através destes convênios, os passageiros têm a facilidade Fl. 504DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 de telefonar para a central telefônica e requisitar um taxista autônomo, sendo a viagem cumprida por qualquer associado e o pagamento realizado diretamente ao associado pelo usuário ou através da associação quando houver contrato prevendo a consolidação de todas as viagens realizadas no mês por vários taxistas ao mesmo usuário. Relata que mantém à disposição de seus associados uma central telefônica e funcionários capazes de administrar as chamadas dos usuários, repassandoas aos associados; que muitos usuários mantêm convênio com ela e, por isso, todas as viagens realizadas no mês são consolidadas e cobradas uma única vez, sendo que emite nota fiscal e boleto, recebe os valores e os repassa integralmente para os taxistas associados que realizaram os serviços. Segundo ela, a cada viagem, tanto o taxista autônomo como o passageiro ficam com uma via do documento denominado boleto, o qual serve tanto para a cobrança do serviço ao final do mês como para conferência do taxista de que efetivamente receberá integralmente o valor de cada "corrida" realizada. Destaca que, em virtude de serem todos os associados transportadores autónomos, podem ou não aceitar as chamadas repassadas pela central, tendo a faculdade de aceitar ou rejeitar as "corridas" transmitidas por ela, inexistindo obrigação de atender os usuários, não estando compelidos a trabalhar, podendo ou não usufruir dos serviços postos por ela à sua disposição, já que muitas vezes se encontram atendendo clientes particulares ou munícipes angariados nas ruas de São Paulo. Salienta que inexiste qualquer compromisso vinculatório dos taxistas associação — os associados simplesmente contribuem para que a associação exista, arcando com a mensalidade, e, quando quiserem, poderão usufruir dos seus serviços a seu livre critério — o que, para ela, de plano, desmistificaria a alegação de que se trataria de uma sociedade com finalidade lucrativa. Menciona que as vantagens financeiras decorrentes de suas atividades individuais pertencem aos associados que prestaram serviços autonomamente e não associação, sendo que os associados recebem exclusivamente os valores pagos pelas "corridas" realizadas, de modo que nada recebem na hipótese de não transportarem nenhum passageiro, evidenciando a inexistência de repartição de resultados. Ressalta que não desenvolve qualquer atividade econômica, muito menos empresarial com fins lucrativos, conforme documentos acostados, não havendo qualquer repartição de resultados, recebendo os associados individualmente os valores de suas "corridas", não existindo remuneração decorrente do capital social. Entende que o repasse dos valores aos associados, que está diretamente ligado à atividade individual — viagens realizadas por cada um — não pode ser considerado como repartição de resultados, não recebendo os associados, no caso, valores derivados do trabalho alheio, com base em participação societária. Que não se obriga em nome próprio, mas sim como mera representante dos seus associados, sendo que estes assumem o risco da atividade de transporte em várias situações, citando que os veículos são pertencentes aos associados, taxistas autônomos, que a responsabilidade por danos é exclusiva do motorista associado, e que ela está encarregada de fazer o respectivo repasse dos valores recebidos em sua totalidade aos associados que deram atendimento às contratantes. Fl. 505DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19515.001704/201016 Acórdão n.º 2402002.810 S2C4T2 Fl. 483 7 E ainda que levou a efeito a elaboração de perícia judicial, quando discutia a incidência do ISS na operação, oportunidade em que o perito claramente apontou que se tratava de uma associação sem fins lucrativos. E conclui que, no caso, não há que se falar na incidência da contribuição social sobre os valores repassados pela associação aos seus associados, uma vez que estes não se enquadram no conceito de contribuinte individual a seu serviço, pois, na realidade, estes prestam serviços aos tomadores de serviços e não A associação. Entende que, em não havendo qualquer serviço prestado pelos associados A associação, mostrase impossível seja irrompida a relação jurídicotributária conforme pretendido pelo Auditor Fiscal através deste AI. Para ela, não haveria como enquadrála pelo recolhi das contribuições sociais sobre os repasses efetuados aos associados em decorrência dos se os prestados por estes aos tomadores de serviços, considerando as seguintes premissas: os associados prestam serviços direta e exclusivamente aos passageiros contratantes (representados por pessoas físicas ou jurídicas) e não à associação; • em momento algum a associação usufrui ou tem A sua disposição os serviços efetivados pelos trabalhadores que interagem e atuam no campo profissional de transporte individual de passageiros, trabalhando de forma absolutamente autônoma; • os trabalhadores autônomos (taxistas) associados desempenham suas atividades desprovidas de qualquer vinculo empregatício perante a associação, bem como os contratos celebrados em prol exclusivo do fomento As atividades prestadas pelos associados, em momento algum geram efeitos de obrigações, vinculação, subordinação, tampouco refletem interesses particulares da associação, mas sim objetivos patrocinados pelos próprios associados, em beneficio próprio. Consigna, também, o impedimento instituído pelo próprio estatuto social, no sentido de que não lhe caberia qualquer tipo de distribuição de supostos lucros ou repartição de dividendos aos associados, sendo que o repasse de verbas financeiras se dá na mesma proporção dos trabalhos realizados no mês de forma absolutamente distinta. Informa que os valores referentes aos serviços decorrentes dos contratos firmados por esta associação (como representante) são totalmente repassados ao associado que executou o serviço, sendo que a contabilização do respectivo valor não caracteriza o pagamento por sua parte, mas simplesmente seu repasse, tendo como fonte pagadora a pessoa jurídica ou física que efetivamente despendeu os recursos diante dos serviços que lhe foram usufruídos e/ou disponibilizados pelos taxistas. Sem contrarrazões da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório Fl. 506DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Voto Conselheiro Igor Araújo Soares, Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso, dele conheço, todavia, em parte. Explico. Ao que se depreende das alegações objeto do recurso voluntário, aquelas que são relativas e que buscam demonstrar que a recorrente está abarcada pelo instituto da isenção, devendo ser considerada como associação comercial sem fins lucrativos, não serão nesta oportunidade conhecidas, eis que são alegações próprias dos autos do processo no qual foi emanado o Ato Declaratório Executivo n° 247 da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Fiscalização em São Paulo de 30/04/2010. É ali que a recorrente terá a oportunidade de comprovar que se fato merecia que lhe fosse reconhecida a isenção que sustentava possuir. Por tais motivos, não conheço desta parte do recurso. Sem preliminares. MÉRITO O que há de se analisar, portanto, é o lançamento ora combatido, mas apenas no tocante à questão das contribuições previdenciárias e alegações do recorrente no sentido de que não poderia ser configurado o vínculo dos taxistas diretamente com a associação, tenha ela ou não caráter lucrativo. Pois bem, cumprenos analisar aquilo o que dispõe o relatório fiscal da infração sobre o assunto (fls. 69): A associação, pelos fatos apurados, funciona como uma empresa de transporte de passageiros através dos taxistas associados, e remunera estes mensalmente pelos serviços prestados ás empresas conveniadas. Fato é que da análise do relatório fiscal percebese que este traz a lume os motivos que ensejaram a suspensão da isenção que era antes reconhecida à recorrente, adotando sua conclusão no sentido de que a associação, em verdade é uma empresa de prestação de serviços de transporte de passageiros. Até para manter coerência com meu entendimento acerca da impossibilidade de conhecimento do recurso, hei de considerar referida conclusão. Entretanto, há de se relembrar que a recorrente, pelo menos ao que consta dos autos, nunca teve o reconhecimento de sua isenção pelo CNAS, mas tinha reconhecida sua isenção com base no art. 150, V, “c” da CF, tanto que a fiscalização que redundou na suspensão de dita isenção relacionavase a imposto de renda e CSLL. Fl. 507DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19515.001704/201016 Acórdão n.º 2402002.810 S2C4T2 Fl. 484 9 Em não tendo a isenção relativa às contribuições previdenciárias, ela recolhia, como restou consignado em seu recurso, todas as contribuições incidentes sobre os pagamentos efetuados aos funcionários contratados para manter a estrutura necessária aos taxistas associados. A discussão, portanto, a meu ver, devese pautar no fato de ter ou não o relatório fiscal da infração efetivamente demonstrado o vínculo dos taxistas em face da associação. E neste ínterim, não vejo outra possibilidade, senão em concordar com as conclusões adotadas pelo v. acórdão recorrido. Ora, aqui não estamos diante de um caso de reenquadramento de contribuintes individuais como segurados empregados, mas sim da manutenção da condição de prestador de serviços autônomo, no caso os taxistas, que efetivamente perceberam remuneração da associação, considerada como empresa. E dita remuneração como sobressai dos autos não visava a remunerar o capital investido, até porque a recorrente se defende no sentido de não poder ser caracterizada como entidade com finalidade de lucro, tendo apontado que todos os valores percebidos dos clientes eram repassados diretamente aos próprios taxistas, na medida da execução de seus trabalhos e atendimento dos chamados no rádio taxi. Verificase, pois, que de fato havia uma remuneração a eles creditada pela própria associação, mediante recibo, que as recebia dos convênios formulados com terceiros. Relembro que da análise dos autos verificase que os convênios são formalizados e contratados pela recorrente, quem os administra. Sobre o assunto, assim ponderou o v. acórdão de primeira instância: Com relação aos "convênios", temse que, como indicado no Relatório Fiscal e conforme se pode verificar nos instrumentos que se encontram anexados em cópia defesa, As fls. 289 a 294, se configuram como verdadeiros contratos de prestação de serviços de transporte, celebrados entre a impugnante (contratada) e outra empresa (contratante), tendo como objeto o fornecimento de serviços de comum rádio táxi, executados pelos taxistas autônomos associados. No caso, cabe observar que, ao se incumbir da tarefa de conseguir os clientes para o serviço de comum rádio táxi a ser prestado por seus associados e contar com toda uma estrutura para organizar a atividade profissional destes últimos, com salas para controle dos telefonemas dos clientes e central de rádio para contato com os taxistas, além de emitir notas fiscais, fazer a cobrança das empresas e administrar os valores recebidos, pagando os taxistas que fizeram as "corridas", possuindo empregados para realizar estas tarefas, a impugnante também está assumindo o risco da atividade relacionada ao transporte. E de se ressaltar, ainda, que, por meio dos referidos "convênios", quem está assumindo a obrigação de executar os serviços é a Chame Táxi, conforme consta expressamente na cláusula quinta Fl. 508DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 dos instrumentos trazidos pela própria impugnante, As fls. 289 a 294. E continuou quando da análise de prova trazida pela recorrente, no caso um laudo pericial elaborado nos autos de ação declaratória de inexistência de relação jurídico tributária impetrada na justiça comum, insurgindose a recorrente quanto a cobrança de ISS. Naquela oportunidade a perícia analisou a forma em que os pagamentos eram feitos aos taxistas. Vejamos o trecho que traz as conclusões do perito: Em seu laudo referente A ação declaratória retro mencionada, anexado em cópia As fls. 296 a 337, pela impugnante, na parte relativa As conclusões técnicas, o perito judicial informa que: Examinando a contabilidade da Requerente.., referente ao período de janeiro/04 a janeiro/09 (últimos cinco anos), apurou se que: a) No ato da prestação de serviços para conveniados, o associado emite um boleto... obtém a assinatura do passageiro e entrega a primeira via Requerente; b) Periodicamente, com base nos boletos, a Requerente emite Notas Fiscais Eletrônicas de Serviços contra o conveniado tomador dos serviços prestados pelos associados... contabilizando o valor correspondente a débito da conta contábil "1.1.02.05 — Contas Correntes — Clientes" no Ativo Circulante; c) Ainda com base nos boletos, efetua o crédito aos associados que prestaram os serviços, contabilizando o valor correspondente na conta contábil "2.1.01.05 —Contas Correntes — Faturamento Associados" no Passivo Circulante; d) Por ocasião dos pagamentos aos associados, são retidos: a contribuição ao INSS, ao SEST e ao SENA T, além do Imposto de Renda na Fonte. Deste modo, temse que a própria impugnante reconhece serem devidas contribuições previdenciárias e de terceiros sobre os valores pagos aos taxistas asso os, pelas "corridas" efetuadas, em virtude de convênios celebrados com empresas. Cu are esclarecer, no entanto, que, no período objeto deste AI (01/2007 a 10/2007), a empresa não comprovou o recolhimento das contribuições aqui lançadas. Ressaltese, aqui, que quem celebrou os convênios para serviços de comum rádio táxi com as empresas foi a impugnante, ou seja, no caso, o serviço de transporte foi realizado pelos taxistas associados, sim, mas, por intermédio da associação, na condição de contribuintes individuais. de se destacar, ainda, que a impugnante emite notas fiscais contra os tomadores de serviço, que essas empresas realizam o pagamento referente aos serviços prestados A associação, sendo esta quem efetua o pagamento pelas "corridas" a cada um dos Fl. 509DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19515.001704/201016 Acórdão n.º 2402002.810 S2C4T2 Fl. 485 11 taxistas autônomos, não importando, aqui, se ela repassa integralmente os valores recebidos por conta dos convênios. Diante de tais motivos não vejo como afastarme das conclusões do v. acórdão recorrido e da fundamentação constante no relatório fiscal da infração. Ante todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. Igor Araújo Soares. Fl. 510DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 15/12/20 12 por IGOR ARAUJO SOARES, Assinado digitalmente em 23/01/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 11613.000264/2008-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico - CIDE
Data do fato gerador: 11/09/2008, 12/09/2008, 10/10/2008
NAFTA UTILIZADA POR CENTRAL PETROQUÍMICA. DESTINAÇÃO CARACTERIZADA. FORMULAÇÃO RESIDUAL DE GASOLINA.
Restando comprovado nos autos que a nafta importada não se destinava à produção de gasolina, mas sim à produção de petroquímicos básicos, ficando caracterizada a formulação residual de gasolina como subproduto necessário ao processo produtivo, não há porque excluir a nafta petroquímica importada do benefício da tributação à alíquota zero, previsto no §3º do art. 5º da Lei nº 10.336/2001, regulamentado pelo Decreto nº. 4.940/2003.
Recurso de ofício negado.
Numero da decisão: 3202-000.612
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Os Conselheiros Rodrigo Cardozo Miranda e Gilberto de Castro Moreira Júnior declararam-se impedidos. Fez sustentação oral, pela contribuinte, o advogado Luiz Paulo Romano, OAB/DF nº. 14.303.
Irene Souza da Trindade Torres Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Adriana Oliveira e Ribeiro.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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DESTINAÇÃO CARACTERIZADA. FORMULAÇÃO RESIDUAL DE GASOLINA. Restando comprovado nos autos que a nafta importada não se destinava à produção de gasolina, mas sim à produção de petroquímicos básicos, ficando caracterizada a formulação residual de gasolina como subproduto necessário ao processo produtivo, não há porque excluir a nafta petroquímica importada do benefício da tributação à alíquota zero, previsto no §3º do art. 5º da Lei nº 10.336/2001, regulamentado pelo Decreto nº. 4.940/2003. Recurso de ofício negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Os Conselheiros Rodrigo Cardozo Miranda e Gilberto de Castro Moreira Júnior declararamse impedidos. Fez sustentação oral, pela contribuinte, o advogado Luiz Paulo Romano, OAB/DF nº. 14.303. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Adriana Oliveira e Ribeiro. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 3. 00 02 64 /2 00 8- 37 Fl. 381DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: “Trata o presente processo de exigência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), incidente sobre a importação, acrescida de multa de ofício de 75% e juros de mora, perfazendo, na data da autuação, o crédito tributário no valor total de R$ 42.212.396,33, objeto do Auto de Infração fls. 0211. De acordo com a descrição dos fatos constante do Auto de Infração, a empresa em epígrafe promoveu a importação de nafta petroquímica (NCM 2710.11.41), por meio das DIs nos 08/14263792, 08/14348453 e 08/16081187, registradas em 11/09/200/, 12/08/2008 e 10/10/2008, deixando de recolher a Cide, apesar da qualidade de indústria petroquímica produtora de gasolina. A fiscalização assevera ainda que "(...) a empresa fica impedida de comprovar a não utilização da nafta na produção de gasolina, pois como é um fato futuro, a utilização da nafta importada, o entendimento é de que somente se a Braskem S/A não produzisse gasolina é que seria capaz de se ter uma efetiva comprovação da não utilização exigida". Cientificado do lançamento em 22/12/2008, conforme fl. 05, o contribuinte insurgiuse contra a exigência, apresentando a impugnação de fls. 4160, em 15/01/2009, por meio da qual expõe suas razões de defesa, a seguir resumidas: a) a requerente é empresa petroquímica, não tendo como finalidade precípua a produção de gasolina automotiva, sendo que durante o processo de fabricação dos produtos petroquímicos, a gasolina é obtida residualmente como subproduto, que em parte é utilizada no próprio processo produtivo, sendo recolhida a Cide quando da venda da outra parcela deste combustível; b) o Decreto n° 4.940/2003 reduziu a zero a alíquota da Cide na importação de correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel, dentre elas, a nafta petroquímica; c) o Decreto nº 6.683/2008. publicado em 10/12/2008, confirma que a mera produção residual de gasolina decorrente da industrialização de nafta, em volume até 12% da produção total, não afasta a aplicação da alíquota zero, referente à Cide na importação; d) a autuação deve basearse na realidade dos fatos ocorridos, sendo ilegal o uso da presunção como meio de prova, ou seja, que a importação de nafta tenha sido destinada à produção de gasolina e não de produtos petroquímicos, não havendo prova dessa alegação, mas mera interpretação subjetiva; e) a compensação de valores eventualmente recolhidos a título de Cide na importação não seria instrumento eficaz e justo para estabelecer a neutralidade tributária, pois o montante de tributos federais devidos seria bem menor do que o total da Cide paga na importação, de modo que a requerente ficaria com um saldo credor cuja compensação seria impossível; f) o objetivo do legislador ao instituir a dispensa de recolhimento da Cide na importação de nafta petroquímica é o de favorecer a indústria petroquímica, setor estratégico da indústria nacional, elo inicial de extensa cadeia produtiva; g) é inaplicável a taxa Selic, para cálculo dos juros de mora, em razão da sua inconstitucionalidade.” Fl. 382DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11613.000264/200837 Acórdão n.º 3202000.612 S3C2T2 Fl. 361 3 A DRJFortaleza/CE, em sessão realizada em 30/09/2009, decidiu converter o julgamento em diligência, para que fossem respondidos os quesitos formulados às fls. 146/147, o que culminou com a elaboração do Parecer Técnico constante às fls. 251/262. Diante dos elementos constantes dos autos, aquela DRJ julgou procedente a impugnação (fls. 336/354), em decisão cuja ementa abaixo reproduzse: Assunto: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico CIDE Data do fato gerador: 11/09/2008, 12/09/2008, 10/10/2008 NAFTA UTILIZADA POR CENTRAL PETROQUÍMICA. DESTINAÇÃO CARACTERIZADA. FORMULAÇÃO RESIDUAL DE GASOLINA. Restando comprovado que a nafta importada foi efetivamente destinada à o produção de produtos petroquímicos, a formulação residual de gasolina, demonstrada nos autos por prova pericial como inerente ao ciclo produtivo destes, não tem o condão de descaracterizar a incidência de alíquota zero. Impugnação procedente. Crédito tributário exonerado. Da decisão, recorre a DRJFortaleza/CE de ofício, em razão de o crédito tributário exonerado ser superior ao limite de alçada. É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, Relatora Ao teor do relatado, chegam os autos, para apreciação deste Colegiado, em razão de recurso de ofício interposto pela DRJFortaleza/CE, por haver aquele órgão julgador exonerado a contribuinte BRASKEM S/A de crédito tributário em valor superior ao limite de alçada. A autuação deveuse ao fato de ter a Fiscalização entendido que a nafta petroquímica importada pela contribuinte, pelo fato desta produzir gasolina, não estaria albergada pela isenção prevista no §4º do art. 5º da Lei nº. 10.336/2001 e. Dispõe a Lei nº. 10.336/2001: Art. 1o Fica instituída a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico incidente sobre a importação e a comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados, e álcool etílico combustível (Cide), a que se refere os Fl. 383DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 arts. 149 e 177 da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº33, de 11 de dezembro de 2001. Art. 2o São contribuintes da Cide o produtor, o formulador e o importador, pessoa física ou jurídica, dos combustíveis líquidos relacionados no art. 3o. ......................................................................................................... Art. 3o A Cide tem como fatos geradores as operações, realizadas pelos contribuintes referidos no art. 2o, de importação e de comercialização no mercado interno de: I – gasolinas e suas correntes; II diesel e suas correntes; III – querosene de aviação e outros querosenes; IV óleos combustíveis (fueloil); V gás liqüefeito de petróleo, inclusive o derivado de gás natural e de nafta; e VI álcool etílico combustível ......................................................................................................... Art. 5o A Cide terá, na importação e na comercialização no mercado interno, as seguintes alíquotas específicas:(Redação dada pela Lei nº 10.636, de 2002) ................................................................................................... § 1o Aplicamse às correntes de hidrocarbonetos líquidos que, pelas suas características físicoquímicas, possam ser utilizadas exclusivamente para a formulação de diesel, as mesmas alíquotas específicas fixadas para o produto § 2o Aplicamse às demais correntes de hidrocarbonetos líquidos utilizadas para a formulação de diesel ou de gasolinas as mesmas alíquotas específicas fixadas para gasolinas. § 2o Aplicamse às correntes de hidrocarbonetos líquidos as mesmas alíquotas específicas fixadas para gasolinas. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 3o As correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinadas à produção ou formulação de gasolinas ou diesel serão identificadas mediante marcação, nos termos e condições estabelecidos pela ANP. § 3o O Poder Executivo poderá dispensar o pagamento da Cide incidente sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel, nos termos e condições que estabelecer, inclusive de registro especial do produtor, formulador, importador e adquirente. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) 4o Fica isenta da Cide a nafta petroquímica, importada ou adquirida no mercado interno, destinada à elaboração, por Fl. 384DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11613.000264/200837 Acórdão n.º 3202000.612 S3C2T2 Fl. 362 5 central petroquímica, de produtos petroquímicos não incluídos no caput deste artigo, nos termos e condições estabelecidos pela ANP. §4o Os hidrocarbonetos líquidos de que trata o § 3o serão identificados mediante marcação, nos termos e condições estabelecidos pela ANP. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003) § 5o Presumese como destinado a produção de gasolina nafta, adquirida ou importada na forma do § 4o, cuja utilização na elaboração do produto ali referido não seja comprovada.(Revogado pela Lei nº 10.833, de 2003) § 6o Na hipótese do § 5o a Cide incidente sobre a nafta será devida na data de sua aquisição ou importação, pela central petroquímica. (Revogado pela Lei nº 10.833, de 2003) Primeiramente, é de se notar que, com a edição da Lei nº. 10.833/2003, à época da ocorrência dos fatos geradores, em 2008, não mais se poderia falar em isenção da CIDE, em razão da alteração sofrida pelo §4º do art. 5º da Lei nº. 10.336/2001. Demais disso, restaram, ainda, revogados os §§5º e 6º do art. 5º da Lei nº 10.336/2001, de forma que, àquela época, não mais existia a presunção legal adotada pela Fiscalização, a qual alicerçou o entendimento de que a nafta importada destinavase à produção de gasolina. Assim, resta perquirir se, à época dos fatos geradores, a contribuinte fazia jus à dispensa de pagamento da CIDE prevista no §3º do art. 5º da Lei nº. 10.336/2001, a qual foi regulamentada pelo Decreto nº. 4.940/2003. O Decreto nº 4.940/2003, em seu art. 1º, reduziu a zero as alíquotas da CIDE Combustíveis incidente na importação e na comercialização sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinadas à formulação de gasolina ou diesel, constantes da relação que indica. Dentre os códigos elencados, encontrase, logo de plano, o código 2710.11.41, correspondente à nafta petroquímica, produto objeto da importação ora analisada. Vejase: Decreto nº. 4.940/2003 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no § 3o do art. 5o da Lei no 10.336, de 19 de dezembro de 2001, DECRETA: Art. 1o Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDECombustíveis) incidente na importação e na comercialização sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinadas à formulação de gasolina ou diesel, constantes da seguinte relação: Código NCM Produto 2710.11.41 Nafta petroquímica Fl. 385DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 Assim, a nafta petroquímica, classificada no código 2710.11.41, não destinada à formulação de gasolina ou diesel, estava, à época dos fato geradores, tributada à alíquota zero. Vejase que, pela redação do § 3º da Lei nº 10.336/2001, a dispensa de pagamento prevista por aquela lei e regulamentada pelo Decreto nº.4.940/2003, somente seria aplicável às correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel. Pois bem, no caso concreto, entendeu a Fiscalização que, pelo fato de a contribuinte produzir gasolina, desde já estaria impossibilitada à comprovação de que a nafta importada não se destinava à formulação de gasolina. Vejase o que afirmou a autoridade autuante: [...] A Braskem S/A apresentou um Relatório de Produção de Gasolina Automotiva nos Processos Industriais da Braskem/Unib e a Relação entre a Venda de Gasolina Automotiva e a Importação de Nafta pela Braskem/Unib ambos desenvolvidos por empresa independente, a pedido da própria interessada. Nesses relatórios, temse a confirmação de que a Braskem, efetivamente, produz gasolina a partir de naftas. Desta forma, e segundo entendimento da Inspetoria da Receita Federal do Porto de Aratu, a empresa fica impedida de comprovar a não utilização da Nafta na produção de gasolina, pois como é um fato futuro, a utilização da Nafta importada, o entendimento é de que somente se a Braskem S/A não produzisse gasolina é que seria capaz de se ter uma efetiva comprovação da não utilização exigida. Ao meu sentir, tal entendimento se mostra equivocado. O fato de a Braskem produzir gasolina não afasta, por si só, a possibilidade do benefício da tributação à alíquota zero. Isso porque, conforme estabelecido pela legislação de regência, somente a nafta petroquímica destinada à produção de gasolina é que estaria fora do benefício. O texto da lei fala em destinação, ou seja, aquela nafta reservada para o fim de produzir gasolina. Destinar, no Dicionário Aurélio, quer dizer determinar com antecipação, fixar previamente, designar, reservar para certo fim. Vejase, então, que, para estar excluída do benefício, é preciso que a nafta petroquímica seja destinada à finalidade de produzir gasolina, o que é diferente da nafta que, incidentalmente, produza gasolina como subproduto resultante do processo produtivo de petroquímicos, como é o caso em questão. O Parecer Técnico de fls. 251/262, elaborado em razão da diligência solicitada pela DRJ, deixa claro que “a atividade principal da Braskem é a produção de insumos básicos petroquímicos (Eteno, Propeno, Butenos, etc), além de utilidades (águas industriais, nitrogênio, ar comprimido, vapor de alta e média pressão, etc) para atender às necessidades de diversas outras indústrias instaladas [no] Complexo Industrial” e que, de acordo com as características e condições do processo industrial analisado, é obrigatória a produção de gasolina “como forma de utilização completa de todas as correntes obtidas”. Referido Parecer afirma, ainda, que “ a formulação de gasolina a partir dos subprodutos gerados durante o processamento é necessária como forma de maximizar economicamente todo o processo envolvendo a Nafta Petroquímica. A não formulação de gasolina, com os subprodutos, conduz a usos menos nobres desses citados subprodutos (queima como combustível).” E mais: que “a quantidade total de Gasolina produzida, tomandose como base apenas a nafta petroquímica processada, encontrase sempre abaixo de 10% do volume total da Nafta Petroquímica adquirida.” Fl. 386DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11613.000264/200837 Acórdão n.º 3202000.612 S3C2T2 Fl. 363 7 Assim, restou claramente comprovado nos autos que a nafta petroquímica importada não se destinava à formulação de gasolina, conforme entendeu a Fiscalização, mas sim à produção de petroquímicos básicos (eteno, propeno, butenos, etc). Na produção desses petroquímicos são gerados vários subprodutos, dentre os quais a gasolina, cuja formulação se mostra como resultado necessário à obtenção dos referidos petroquímicos básicos, como forma de maximixação dos processos produtivos. Destarte, acertada a declaração de voto constante à fls. 344/354, a qual demonstra, claramente, a inviabilidade de se transferir ao contribuinte o ônus de comprovação de utilização futura do produto, que sofre a ação de diversos mecanismos de controle impostos pela Administração Pública. Vejase: “Acontece que, dentre as correntes referidas nos incs. I e II do art. 3º existem aquelas que tanto podem ser utilizadas na produção de gasolina ou diesel, como também para outras finalidades. Assim, os §§ 3º e 4º, do art. 5º, da mesma lei, com a alteração introduzida pela Lei nº 10.833/03 vieram reforçar que: Art. 5º [...]. [...]. § 3º O Poder Executivo poderá dispensar o pagamento da Cide incidente sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel, nos termos e condições que estabelecer, inclusive de registro especial do produtor, formulador, importador e adquirente. § 4º Os hidrocarbonetos líquidos de que trata o § 3º serão identificados mediante marcação, nos termos e condições estabelecidos pela ANP. [Destaquei]. Duas conclusões podem ser tiradas de imediato desses dispositivos: 1ª) a possibilidade da dispensa de pagamento da Cide, a que a lei se refere no § 3º, está imediatamente relacionada ao produto “hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel” e não à qualidade do sujeito passivo; 2ª) a lei procurou garantir o controle da concessão da dispensa quando no § 4º tratou de determinar que os hidrocarbonetos líquidos, sobre os quais ocorreu a dispensa da Cide, fossem marcados “nos termos e condições estabelecidos pela ANP”. Antes mesmo da publicação da Lei nº 10.336/01, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíves (ANP), entidade integrante da Administração Federal Indireta, órgão regulador da indústria do petróleo, gás natural, seus derivados e biocombustíveis, vinculado ao Ministério de Minas e Energia, no uso das atribuições que lhe foram conferidas pela já referenciada Lei nº 9.478/97, havia editado a Portaria ANP nº 274, de 01/11/01 (DOU 05/11/01), onde, entre outras, estabeleceu a definição de Produtos de Marcação Compulsória (PMC) (art. 1º, inc. II) e determinou a obrigatoriedade de marcação dos PMC, tanto pelos produtores nacionais como pelos importadores e que a marcação de PMC importado Fl. 387DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 8 deveria ocorrer no local e no momento de sua internação no País (art. 2º, caput, e § 2º). Registrese que no site da ANP pode ser encontrada a seguinte explicação para a marcação compulsória de produtos1: MARCAÇÃO COMPULSÓRIA DE PRODUTOS APRESENTAÇÃO A Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, estabelece que correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel poderão ser dispensados de contribuição da Cidecombustíveis se forem identificados mediante marcação nos termos e condições estabelecidos pela ANP. A ANP denomina as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel como Produtos de Marcação Compulsória (PMC). A marcação consiste na adição de marcador aos PMC no momento de sua internação no País, ou na saída da unidade produtora ou da distribuidora. As amostras de gasolina coletadas em postos revendedores de combustíveis pelo Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) da ANP, pela fiscalização da Agência e por órgãos conveniados com a ANP são encaminhadas para o laboratório (contratado pela ANP para realização de análises do PMQC) mais próximo do local da coleta e submetidas à análise de detecção de presença de marcador. [Sublinhei] Atualmente, o art. 2º, inc. I, da Resolução ANP nº 13, de 09/06/09 (DOU 10/06/09) (que alterou o art. 1º, inc. II, da Portaria ANP nº 274/01) traz a definição técnica de PMC, nos seguintes termos: Art. 2º Para os fins desta Resolução ficam estabelecidas as seguintes definições: I Produtos de Marcação Compulsória (PMC) hidrocarbonetos derivados de frações resultantes do processamento de petróleo, de gás natural, de frações de indústrias petroquímicas, passíveis de serem utilizados como dissolventes de substâncias sólidas e/ou líquidas, puros ou em mistura, cuja faixa de destilação tenha seu ponto inicial de ebulição superior a 25ºC e ponto final de ebulição inferior a 280ºC, com exceção de qualquer tipo de gasolina, querosene de aviação ou óleo diesel especificados pela ANP; A resolução acima referida, que estabelece os requisitos necessários para o cadastramento de empresas interessadas em fornecer produto marcador, exercendo 1 http://www.anp.gov.br/?pg=16344&m=&t1=&t2=&t3=&t4=&ar=&ps=&cachebust=1317040002139. Consulta realizada em 26/09/11. Fl. 388DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11613.000264/200837 Acórdão n.º 3202000.612 S3C2T2 Fl. 364 9 suas atividades no âmbito da marcação dos PMC indicados pela ANP, entre outras disposições também define no inc. VII, do mesmo art. 2º que o ponto de marcação é o local determinado pela ANP, onde é realizada a adição de marcador e abrange as unidades dos produtores nacionais, portos, terminais, estações aduaneiras e pontos de fronteira com o País. Interessante também trazer à lume parte do preâmbulo dessa Resolução ANP nº 13/09: [...] Considerando que a Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, alterada pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, estabelece, em seu art. 5º, § 4º, que os hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel serão identificados mediante marcação, nos termos e condições estabelecidos pela ANP; e Considerando que a Portaria ANP nº 274, de 1º de novembro de 2001, estabelece a obrigatoriedade de adição de marcador a solventes e a derivados de petróleo eventualmente indicados pela ANP, bem como a proibição da presença de marcador na gasolina. [...]. Vejase que essa introdução da resolução deixa bastante claro que o controle da destinação dos hidrocarbonetos líquidos será realizado mediante a marcação, ficando proibida a presença de tais marcadores na gasolina. No âmbito do Poder Executivo, com amparo legal do § 3º, do art. 5º, da Lei nº 10.336/01, também foi editado o Decreto nº 4.940, de 29/12/03, cujo art. 1º reduz a zero as alíquotas da CIDECombustíveis incidente na importação e na comercialização sobre as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinadas à formulação de gasolina ou diesel, constantes da relação que divulga. Entre os códigos elencados está o 2710.11.41, nafta petroquímica, produto objeto da importação aqui tratada. Mais uma vez, percebese que a redução a zero das alíquotas da Cide diz respeito aos produtos elencados e não à qualidade do sujeito passivo, como, aliás, não poderia deixar de ser, uma vez que um Decreto não pode extrapolar o que a lei determina. O benefício foi concedido para as correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinadas à formulação de gasolina ou diesel, que são relacionadas no Decreto nº 4.940/03, importados por qualquer empresa autorizada pela ANP para tal, e não apenas para as centrais petroquímicas. O fato de uma empresa produzir gasolina ou diesel não afasta, por si só, a possibilidade dela vir a ser beneficiária da alíquota zero no produto importado, nafta petroquímica, com mais razão ainda se essa empresa for uma Central de MatériaPrima Petroquímica (CPQ). (...) O modo de viabilizar a concessão do benefício que a lei instituiu, sem que ocorra prejuízo aos controles a cargo da Administração Pública, é um problema que Fl. 389DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 10 deve ser resolvido no âmbito desta e que não pode ser imposto como ônus ao contribuinte. Em particular, no que se refere a nafta petroquímica, temse que esse produto tanto pode ser utilizado para a formulação de gasolina ou diesel como no processo produtivo de uma CPQ [Central de MatériaPrima Petroquímica]. É o que se depreende do Ato Declaratório Interpretativo (ADI) SRF nº 34, de 28/12/04 que dispõe sobre a classificação fiscal da “nafta normalparafina”, da “normalparafina” e da “parafina”, bem como sobre a incidência ou não da Cide sobre essas mercadorias, estabelecendo no seu art. 1º que: Art. 1º A nafta petroquímica denominada “nafta normalparafina” classificase no código 2710.11.41 da Nomenclatura Comum do Mercosul (NCM). § 1º A “nafta normalparafina” não deve ser tomada como equivalente a quaisquer querosenes e pode servir à formulação de gasolina ou diesel. § 2º Na hipótese de servir à formulação de gasolina ou diesel, a “nafta normalparafina” está sujeita à incidência da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide Combustíveis), instituída pela Lei nº 10.336, de 19 de dezembro de 2001, e regulada pela Instrução Normativa SRF nº 107, de 28 de dezembro de 2001. [...]. Notese que embora o ADI acima referenciado afirme a existência de uma nafta petroquímica denominada “nafta normalparafina” que serve para a formulação de gasolina ou diesel, o usual é que a nafta seja utilizada principalmente como matériaprima da indústria petroquímica ("nafta petroquímica" ou "nafta não energética") na produção de eteno e propeno, além de outras frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos. É o que explica o glossário disponível no site da ANP2, que classifica a nafta em apenas dois tipos: a nafta petroquímica ou nãoenergética e nafta energética, assim consignando: Nafta Derivado de petróleo utilizado principalmente como matériaprima da indústria petroquímica ("nafta petroquímica" ou "nafta nãoenergética") na produção de eteno e propeno, além de outras frações líquidas, como benzeno, tolueno e xilenos. A nafta energética é utilizada para geração de gás de síntese através de um processo industrial (reformação com vapor d'água). Este gás é utilizado na produção do gás canalizado doméstico. Nafta Petroquímica Ver Nafta. De qualquer modo, levando em conta o teor do ADI e do glossário da ANP, o que temos, no caso da naftapetroquímica, é um mesmo código de NCM abarcando um produto que pode servir a mais de uma utilização, sendo que em uma delas 2 http://www.anp.gov.br/?id=582#n. Consulta realizada em 23/09/11. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11613.000264/200837 Acórdão n.º 3202000.612 S3C2T2 Fl. 365 11 (utilização em gasolina ou diesel) ocorre a tributação normal e na outra (utilização como matériaprima em CPQ), redução a zero das alíquotas da Cidecombustíveis. Ora, essa questão, de um mesmo código de NCM dar guarida a produtos diversos, distintos nas suas qualidades intrínsecas ou extrínsecas é um problema enfrentado rotineiramente pelas autoridades administrativas encarregadas do controle aduaneiro e não representa nenhuma novidade na área. Relembrese, embora não tenha relação direta com o caso, mas apenas como exemplo, que foi em razão desse tipo de dificuldade que foi instituída, pela IN SRF nº 80, de 27/12/96, a Nomenclatura de Valor Aduaneiro e Estatística (NVE), de modo a poder distinguir produtos, que apesar de estarem classificados dentro de um mesmo subitem da NCM, na verdade possuem características que os distinguem substancialmente uns dos outros e que, justamente por essas diferenças, apresentam se com valores ou especificidades bastante distintos, fazendo com que, para que não haja prejuízo ao controle do valor aduaneiro e aos dados estatísticos de comércio exterior, o produto, para além da sua identificação em um determinado código da NCM, seja desdobrado em atributos e especificações. Voltando a fazer referência a controles a cargo da ANP, temse que esse órgão estabeleceu, no que diz respeito especificamente à naftapetroquímica, a regulamentação para a sua importação por meio da Portaria ANP nº 32, de 23/02/00 (DOU 24/02/00). É pertinente destacar que, referida portaria estabelece no seu art. 1º, caput e parágrafo único que “fica sujeito à prévia e expressa autorização da ANP a importação de nafta petroquímica” e que “somente será autorizada a importação de nafta petroquímica que seja destinada ao uso exclusivo como matériaprima para o processo produtivo de Central de MatériaPrima Petroquímica”. Por seu turno, os arts. 3º e 4º da mesma norma definem que: Art. 3º. A autorização mencionada no artigo 1° fica condicionada a: I cadastramento da empresa ou do consórcio de empresas junto à ANP; e II anuência prévia da ANP, para cada carga de nafta petroquímica a ser importada. Art. 4º. O importador poderá solicitar autorização da ANP para uma programação semestral de importação de nafta petroquímica, ficando, na hipótese de deferimento dessa solicitação, dispensado da anuência de que trata o inciso II do artigo anterior. § 1º A solicitação de autorização mencionada no caput deste artigo deverá ser enviada à ANP com uma antecedência mínima de 30 (trinta) dias em relação à data prevista para o início da importação. § 2º O importador poderá solicitar mais de uma autorização semestral para a importação de nafta petroquímica, desde que possua contratos com mais de uma CPQ. Fl. 391DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 12 Convém trazer à luz também o disposto no art. 11 da mesma Portaria ANP nº 32/00, que preconiza, in verbis: Art. 11. Quando a importação não for realizada diretamente por uma CPQ, o importador deverá instruir a solicitação de anuência prévia para cada carga ou a solicitação de autorização para uma programação semestral, com o pedido de aquisição da nafta petroquímica firmado entre o mesmo e uma CPQ. Notese que o código 2710.11.41 (“naftas para petroquímica”) se encontra elencado entre aqueles produtos sujeitos a licenciamento não automático, tendo como órgão anuente a ANP, situação que já se observava na data do fato gerador e que atualmente se encontra divulgada por meio da Portaria Secex nº 23, de 14/07/113. Vêse, portanto, que só são deferidas licenças de importação de nafta petroquímica para as empresas cadastradas (em caráter precário), junto à ANP. Essas empresas, autorizadas a importar, não precisam ser Centrais de MatériaPrima Petroquímica, mas têm que importar sob a condição de que a mercadoria será destinada ao uso exclusivo como matériaprima para o processo produtivo daquelas centrais, fazendo prova disso o(s) contrato(s) firmado(s) entre importador e CPQ. Ou seja, a autorização da importação de naftapetroquímica, materializada por meio do deferimento da Licença de Importação, pelo órgão da Administração Federal Indireta, legalmente instituído para tal, permite que no momento do despacho aduaneiro a autoridade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) encontre respaldo para presumir que o produto foi importado por empresa autorizada pela ANP para tal atividade e que será destinado exclusivamente como matéria prima para o processo produtivo de Central de MatériaPrima Petroquímica, conforme exigência prévia condicionante do deferimento para a autorização de importação, expressa no parágrafo único do art. 1º, c/c o teor dos arts. 3º e 4ºda referenciada Portaria ANP nº 32/00, todos já transcritos. Notese que, no mesmo sentido, o art. 6º da IN SRF nº 680, de 02/10/06 determina que: Art. 6º A verificação do cumprimento das condições e exigências específicas a que se refere o art. 512 do Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de 2002, inclusive daquelas que exijam inspeção da mercadoria, conforme estabelecido pelos competentes órgãos e agências da administração pública federal, será realizada exclusivamente na fase do licenciamento da importação. Observese que as disposições do art. 512, do Decreto nº 4.543/02, referidas no art. 6º da IN acima citado, encontramse atualmente exaradas nos mesmos termos no art. 572, do Decreto nº 6759/09, que revogou aquele: Art. 572. Quando se tratar de mercadoria sujeita a controle especial, a depósito ou a pagamento de qualquer ônus financeiro ou cambial, o desembaraço aduaneiro dependerá do prévio cumprimento dessas exigências (DecretoLei nº 37, de 1966, arts. 47 e 48, com a redação dada pelo DecretoLei no 2.472, de 1988, art. 2º). 3 Vide http://www.mdic.gov.br//arquivos/dwnl_1305913858.pdf (consulta realizada em 26/09/11). Fl. 392DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 11613.000264/200837 Acórdão n.º 3202000.612 S3C2T2 Fl. 366 13 Vêse pelo que até agora foi explicado que a importação seja de nafta petroquímica, em particular, ou de petróleo e qualquer de seus derivados, em geral, é uma operação que se submete a um controle rigoroso por parte das legislação nacional, desde a Constituição Federal, até normas infralegais. Tal qual acontece na importação de outros produtos sensíveis, como por exemplo armas e munições, certos insumos farmacêuticos..., o produto em comento somente recebe licença para ser importado após análise prévia do órgão anuente (licenciamento não automático). Não havendo razões para se concluir pela irregularidade na emissão da Licença de Importação, essa deve ser acatada no momento do despacho aduaneiro, sem prejuízo de controles a posteriori dos órgãos, no âmbito de suas respectivas atribuições legais. Ou seja, não se quer com isso, por óbvio, afastar o poder/dever das autoridades competentes de verificar posteriormente se não há desvios que descaracterizem o benefício fiscal concedido, mas, repitase, o modo de viabilizar a concessão do benefício que a lei instituiu, sem que ocorra prejuízo aos controles a cargo da Administração Pública é um problema que deve ser resolvido no âmbito desta e que não pode ser imposto como ônus ao contribuinte. Notese que a marcação compulsória das correntes de hidrocarbonetos líquidos não destinados à formulação de gasolina ou diesel objetiva viabilizar uma fiscalização a posteriori da destinação que foi dada ao produto, mas não representa garantia que não haverá desvios. Assim, não há meios de previamente provar qual o destino que será dado àqueles produtos. Se existissem esses meios, não seria necessário todo o aparato de controle que foi instituído para tal pela ANP, não tendo sentido fazer exigência de provas sobre “o uso futuro do produto”, sob pena de inviabilizar o benefício fiscal instituído por lei.” Deste modo, não vislumbro qualquer fundamento que alicerce o afastamento do benefício previsto no §3º do art. 5º da Lei nº. 10.336/2001, regulamento pelo Decreto nº. 4.940/2003, razão pela qual entendo como acertada a decisão proferida em primeira instância. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso de ofício. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 393DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 14 Fl. 394DF CARF MF Impresso em 07/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 21/12/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 10940.901309/2008-18
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2003, 2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA
Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional.
Recurso Voluntário negado,
Numero da decisão: 3801-001.288
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flavio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
EDITADO EM: 13/09/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio De Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso De Melo, Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel e eu Sidney Eduardo Stahl (Relator)
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio De Castro Pontes - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. EDITADO EM: 13/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio De Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso De Melo, Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel e eu Sidney Eduardo Stahl (Relator)
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PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito sem os documentos fiscais comprobatórios de suas alegações. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA Somente os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário negado, Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flavio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. EDITADO EM: 13/09/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 0. 90 13 09 /2 00 8- 18 Fl. 53DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio De Castro Pontes (Presidente), José Luiz Bordignon, Paulo Sérgio Celani, Jacques Maurício Ferreira Veloso De Melo, Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel e eu Sidney Eduardo Stahl (Relator) Fl. 54DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.901309/200818 Acórdão n.º 3801001.288 S3TE01 Fl. 41 3 Relatório Trata o presente processo administrativo de pedido de compensação realizado através de PER/DCOMP, transmitida em 20/09/2006 (fls. 07/11), com base em suposto pagamento a maior a título de PIS/PASEP do período de apuração de agosto de 2004, por meio de guia DARF cujo recolhimento se deu em 09/08/2004, com débitos de CSLL do período de apuração de julho de 2004, tendo sido objetivada compensação no montante total de R$ 57,21. A DRF de origem proferiu despacho decisório (fls. 02) não homologando a compensação sob o fundamento de que o pagamento informado em PER/DCOMP, através de guia DARF, foi integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte. Inconformado, apresentou o contribuinte manifestação de inconformidade às fls. 01, sustentando, em síntese, que a origem do seu crédito decorre de pagamentos a maior, realizados em função da ausência de dedução da base de cálculo da Contribuição de valores legalmente dedutíveis, conforme supostamente lhe autorizaria a Lei nº 10.833/2003, sendo tais créditos aferíveis das respectivas DACON e DIPJ do período. A DRJ em Curitiba – PR, por sua vez, julgou improcedente a manifestação de inconformidade ofertada pelo contribuinte através do acórdão de fls. 23/24, considerando a ausência de comprovação do direito ao credito objeto da compensação materializada na PER/DCOMP, o que se confirmaria, inclusive, a partir inconsistências apuradas conta dos documentos mencionados pelo contribuinte na sua Manifestação de Inconformidade (DACON, DIPJ e DCTF) e planilha apresentada. Devidamente intimado para tanto (fls. 25), interpôs o contribuinte o presente Recurso Voluntário de fls. 26 (em 09/08/2004), através do qual sustenta, em síntese, que o argumento trazido em sua Manifestação de Inconformidade foi equivocado, e que em verdade “(...) os valores apropriados em Perd/Comp tem como sua origem o crédito de PIS nas entradas de Produtos e Serviços, como permite o contido no artigo 3º e parágrafos da MP 66/2002.” É o relatório. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES 4 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl O recurso é tempestivo e reúne os demais pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele se conhece. O argumento recursal fundamental é o de que a Recorrente tem direito a indébitos de PIS/COFINS por recolhimentos foram feitos a maior por conta de não aproveitamento dos créditos que teria direito em decorrência da legislação pertinente. Para tanto a Recorrente juntou as planilhas demonstrativas dos créditos não aproveitados em suas operações. A DRJ com base nas declarações da contribuinte (DACON, DIPJ e DCTF), entendeu não estarem comprovados os créditos requeridos, mantendo o mesmo suporte do despacho decisório. Despacho Decisório este, ressaltese, elaborado eletronicamente, isto é, a partir de um mero confronto de informações realizadas pelos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil (Dacon x DCTF x Darf), do qual exsurgiu a informação de que valor algum havia sido recolhido a maior, e, portanto, crédito algum haveria de ser reconhecido. No caso em concreto, o Contribuinte administrado deve apresentar as provas do seu direito creditório. Tratase de postulado do Código de Processo Civil, subsidiariamente aplicável ao PAF, vejamos: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados aprovarlhe as alegações. No processo administrativo fiscal, temse como regra que cabe àquele que pleiteia o direito, provar os fatos, prevalecendo o princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. Portanto, no caso em apreço, compete ao sujeito passivo. À ora Recorrente, a comprovação de que preenche os requisitos para fruição do ressarcimento. Ademais, do mesmo modo que o Decreto nº 70.235/1972 estabelece, em seu artigo 9°, a obrigatoriedade da autoridade fiscal traduzir por provas os fundamentos do lançamento, também atribui ao contribuinte, no inciso III do artigo 16, o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Em verdade, este dispositivo legal apenas transfere, para o processo administrativo fiscal, o sistema adotado pelo Código de Processo Civil, que, em seu artigo 333, ao repartir o ônus probandi, o faz inadmitindo a mera alegação e a negação geral. Assim, na hipótese de ressarcimento pleiteado, recai sobre a interessada o ônus de provar a pretensão deduzida. Logo, é imprescindível que as provas e argumentos sejam Fl. 56DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10940.901309/200818 Acórdão n.º 3801001.288 S3TE01 Fl. 42 5 carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, se revistam de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Do exame desse litígio administrativo, verificase que a Recorrente não apresentou documentos suficientes para demonstrar o seu crédito, juntando mera planilha de valores que pretende compensar de que sorte o pedido de compensação nos moldes requeridos não deve prosperar. Consignese que o artigo 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo. No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não comprovou por meio de demonstrativos, da escrituração fiscal, notas fiscais que alega estarem canceladas e dos lançamentos contábeis o valor de seu crédito. Nesse sentido voto por negar provimento ao presente recurso voluntário. É como voto. Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 57DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 28/09/2012 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 01/10/2012 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10932.720189/2011-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jan 17 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007
PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA.
O artigo 42, da Lei nº 9.430/96, estabeleceu a hipótese da caracterização de omissão de receita com base em movimentação financeira não comprovada. A presunção legal trazida ao mundo jurídico pelo dispositivo em comento torna legítima a exigência das informações bancárias e transfere o ônus da prova ao sujeito passivo, cabendo a este prestar os devidos esclarecimentos quanto aos valores movimentados.
Numero da decisão: 1402-001.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausentes os Conselheiros Carlos Pelá e Frederico Augusto Gomes de Alencar
LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga dee Souza, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006, 2007 PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. O artigo 42, da Lei nº 9.430/96, estabeleceu a hipótese da caracterização de omissão de receita com base em movimentação financeira não comprovada. A presunção legal trazida ao mundo jurídico pelo dispositivo em comento torna legítima a exigência das informações bancárias e transfere o ônus da prova ao sujeito passivo, cabendo a este prestar os devidos esclarecimentos quanto aos valores movimentados.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2006, 2007 NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. IMPOSSIBILIDADE DA APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS. INOCORRÊNCIA. Inaceitável a argüição de cerceamento do direito de defesa pela suposta impossibilidade de apresentação de documentos que estariam em outros processos ou junto a autoridade tributária estadual, quando os sistemas de pesquisa indicam o arquivamento dos processos antes do procedimento fiscal, e não foi apresentado qualquer documento que indicasse a entrega ou a apreensão de documentos pelo Fisco estadual. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007 PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA. O artigo 42, da Lei nº 9.430/96, estabeleceu a hipótese da caracterização de omissão de receita com base em movimentação financeira não comprovada. A presunção legal trazida ao mundo jurídico pelo dispositivo em comento torna legítima a exigência das informações bancárias e transfere o ônus da prova ao sujeito passivo, cabendo a este prestar os devidos esclarecimentos quanto aos valores movimentados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, negar provimento ao recurso nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Ausentes os Conselheiros Carlos Pelá e Frederico Augusto Gomes de Alencar AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 72 01 89 /2 01 1- 54 Fl. 934DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 LEONARDO DE ANDRADE COUTO – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antônio José Praga dee Souza, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Leonardo Henrique Magalhães de Oliveira e Leonardo de Andrade Couto Fl. 935DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10932.720189/201154 Acórdão n.º 1402001.297 S1C4T2 Fl. 3 3 Relatório Trata o presente de autos de infração para cobrança do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins referente aos anos calendário de 2006 (parte) e 2007 nos valores respectivamente de R$ 7.947.744,95; R$ 3.327.893,71; R$ 1.531.347,04 e R$ 7.065.829,99, aí incluídos juros de mora com base na taxa SELIC e multa de ofício no percentual de 75%, para o anocalendário de 2006 e 150%, para o anocalendário de 2007. No anocalendário de 2006 foi apurada omissão de receita pela diferença entre os valores lançados a débito na conta BANCOS, em contrapartida ao crédito na conta CLIENTES, e os valores escriturados como receitas. Quanto ao anocalendário de 2007, a omissão de receitas decorreu da não comprovação dos valores depositados nas contas bancárias de titularidade da pessoa jurídica, nos termos do art. 42, da Lei nº 9.430/96. Em função da não apresentação dos elementos da escrituração, a apuração do resultado ocorreu mediante arbitramento do lucro. Foi imputada multa de ofício no percentual de 150% pelo comportamento reiterado da nada declarar ou pagar ao Fisco. Em impugnação contra o feito a interessada suscita, preliminarmente, cerceamento do direito de defesa em virtude de não ter apresentado parte dos documentos solicitada por estarem em outros processos ou com outros Órgãos de fiscalização. Requer a realização de diligências para que sejam juntados aos autos cópia de outros processos em trâmite na Receita Federal onde estariam os documentos requeridos, bem como para que seja oficiada a Secretaria Municipal de Fazenda de São Bernardo do Campo solicitando os documentos ou cópias dos mesmos que esteja apreendidos naquele Órgão. Suscita a ocorrência da decadência para os fatos geradores ocorridos até 30/11/2006, considerando a data de ciência do auto de infração em 30/11/2001. No mérito, salienta que deixou de apresentar algumas declarações em função da inaptidão do CNPJ e reitera a impossibilidade de justificar depósitos em função dos documentos que estariam em outros Órgãos e processos. Questiona a utilização de depósitos bancários isoladamente como base para lançamento de tributos, o que não seria aceito pela doutrina e pela jurisprudência administrativa, ainda mais se a empresa mantém contabilidade regular, como seria o caso. Por fim observa que o lançamento fiscal deveria observar o princípio da legalidade o que não foi o caso dos autos. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas – SP prolatou o Acórdão 0536.921 considerando o lançamento integralmente procedente, em decisão consubstanciada na seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 936DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006, 01/01/2007 a 31/03/2007, 01/04/2007 a 30/06/2007, 01/07/2007 a 30/09/2007, 01/10/2007 a 31/12/2007 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO. PA 10/2006. A modalidade de lançamento por homologação se dá quando o contribuinte apura o montante tributável e efetua o pagamento do imposto sem prévio exame da autoridade administrativa. Na ausência de pagamento não há que se falar em homologação, regendose o instituto da decadência pelos ditames que emanam do art. 173 do CTN, contandose o prazo de 5 (cinco) anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetivado. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FASE PROCEDIMENTAL. CARÁTER INQUISITÓRIO. No processo administrativo fiscal, é a impugnação que instaura a fase propriamente litigiosa ou processual, não encontrando amparo jurídico a alegação de cerceamento do direito de defesa, durante o procedimento administrativo de fiscalização, que tem caráter meramente inquisitório. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. São considerados nulos somente atos e termos lavrados por pessoa incompetente e despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, nos termos do art. 59, incisos I e II, do Decreto nº 70.235, de 1972 (PAF), não havendo que se falar em nulidade quando observados, nos lançamentos formalizados, os requisitos contidos no art. 142 do CTN bem como o disciplinamento do Processo Administrativo Fiscal (PAF). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006, 01/01/2007 a 31/03/2007, 01/04/2007 a 30/06/2007, 01/07/2007 a 30/09/2007, 01/10/2007 a 31/12/2007 RECEITA ESCRITURADA E NÃO DECLARADA. PA 01/10/2006 a 31/12/2006. Não afastada a constatação fiscal de falta de oferecimento à tributação de parte das receitas identificadas na escrituração, cabível o lançamento de ofício fundado na caracterização de receitas omitidas. OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COMPROVADA. PA 01/01/2007 A 31/12/2007. A Lei 9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o contribuinte titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, coincidente em datas e valores, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 937DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10932.720189/201154 Acórdão n.º 1402001.297 S1C4T2 Fl. 4 5 ARBITRAMENTO DO LUCRO. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE ESCRITURAÇÃO. PA 01/01/2007 A 31/12/2007. É cabível o arbitramento do lucro se a pessoa jurídica, durante a ação fiscal, deixar de exibir a escrituração que a ampararia na tributação com base no lucro real. EMPRÉSTIMOS BANCÁRIOS. PA 01/01/2007 A 31/12/2007. A alegação de que a movimentação financeira decorre de empréstimos bancários, desacompanhada dos correspondentes contratos, não é suficiente para identificar a origem dos recursos e infirmar a presunção de omissão de receitas. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL, COFINS e PIS Sendo as exigências reflexas decorrentes dos mesmos fatos que ensejaram o lançamento principal de IRPJ, na medida em que não foram apresentadas razões de defesa específicas, distintas daquelas já apreciadas e afastadas, sua orientação decisória deve seguir aquela adotada em relação ao IRPJ. Devidamente cientificado, o sujeito passivo recorre a este Colegiado ratificando as razões expedidas na peça impugnatória. É o Relatório. Fl. 938DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 6 Voto Conselheiro LEONARDO DE ANDRADE COUTO O recurso voluntário é tempestivo, preenche as demais condições de admissibilidade e deve ser conhecido. Em caráter preliminar, a interessada suscita o cerceamento do direito de defesa pela impossibilidade de apresentar os documentos requeridos que estariam em outros processos ou em outros Órgãos, além da exigüidade do prazo concedido para atendimento. A meu ver, a questão foi bem enfrentada pela decisão recorrida que nesse ponto não merece qualquer reparo. De fato, o procedimento fiscal iniciouse em 16/02/2009, tendo sido efetuadas oito intimações, nas quais foram concedidos consecutivos prazos, com vistas à apresentação dos documentos requeridos. Em 16/11/2010, foi emitido o termo de intimação nº 04, do qual consta listagem dos depósitos localizados de forma individualizada, juntamente com pedido de esclarecimentos. Observese que tal termo fora cientificado à contribuinte cerca de um ano antes da expedição dos autos de infração atacados, prazo mais que razoável para apresentação de esclarecimentos, o que, inclusive, ocorreu em relação a parte dos valores questionados. Quanto aos documentos que estariam em outros processos, de imediato verificase que, dos processos mencionados, o de nº 11042.000414/200662 já se encontrava arquivado quando do início da presente ação fiscal. Não me parece razoável supor que fosse arquivado com livros fiscais e contábeis da interessada. O mesmo se pode dizer do processo de nº 10314.012292/200728 (representação fiscal para fins penais) que foi arquivado antes do início deste procedimento fiscal. Como bem registrou a decisão recorrida, em 30/12/2009 foram os referidos processos desarquivados a pedido da DRJ São Paulo I, quando do julgamento do processo de nº 10314.003227/200892, permanecendo a ele juntados até 25/03/2011. Não há, portanto, que se cogitar da permanência dos Livros também em tais processos, o que pode ser confirmado por meio de consulta aos sistemas informatizados da RFB . Isso porque, pelo exame dos autos do processo nº 10314.003227/200892 constatase a existência de termo devidamente cientificado ao contribuinte em 07/04/2008 informando que os documentos exigidos pela Fiscalização foram devidamente devolvidos à contribuinte quando do encerramento da respectiva ação fiscal, o que ocorreu muito antes do procedimento fiscal aqui tratado (16/02/2009). Ressaltese ainda que a autuação relativa ao 4º trimestre de 2006 não decorreu da falta de apresentação dos livros e documentos não se lhe aplicando a preliminar suscitada. No que se refere ao anocalendário de 2007, verificase que o protocolo apresentado pela Impugnante, no qual consigna a entrega à fiscalização dos Livros fiscais e contábeis é anterior ao término do anocalendário em questão (22/08/2007), não havendo, também por esse Fl. 939DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10932.720189/201154 Acórdão n.º 1402001.297 S1C4T2 Fl. 5 7 motivo, que se cogitar que a documentação correspondente integrasse quaisquer dos autos apontados pela contribuinte. A decisão recorrida também faz menção aos demais processos em trâmite de interesse da recorrente registrando que os únicos formalizados anteriormente à ação fiscal sob exame já estariam arquivados. Penso ser improvável que o arquivamento tenha ocorrido sem a devolução de documentos pertencentes à pessoa jurídica que porventura estivessem juntados ao processo. No que se refere aos documentos que estariam com autoridades fazendárias estaduais caberia esclarecer quais seriam eles. Não foi apresentado Termo de Apreensão ou de Retenção de Documentos emitido pela autoridade fazendária, ou protocolo de entrega de documentos. Do exposto, rejeitase a preliminar. Pelos mesmos motivos, rejeitase a solicitação de diligência pois, como demonstrado, não há qualquer indicativo de algum documento que pudesse estar nos processsos mencionados, nem foi apresentada qualquer comprovante de documentos que teriam sido entregues ou aprendidos pelo Fisco estadual. A argüição de decadência não merece ser conhecida, pois não foram tributados fatos geradores anteriores a 31/12/2006. No mérito, a questão da tributação dos depósitos bancários envolve a aplicação de disposição literal da norma. O art. 42, da Lei nº 9.430/96, estabeleceu a hipótese da caracterização de omissão de receita com base em movimentação financeira não comprovada. A presunção legal trazida ao mundo jurídico pelo dispositivo em comento torna legítima a exigência das informações bancárias e transfere o ônus da prova ao sujeito passivo, cabendo a este prestar os devidos esclarecimentos quanto aos valores movimentados, desde que regularmente intimado a fazêlo conforme previsão do texto legal. Nesse ponto, como já afirmado em momento anterior deste voto, em 16/11/2010, foi emitido o termo de intimação nº 04, do qual consta listagem dos depósitos localizados de forma individualizada, juntamente com pedido de esclarecimentos. Assim, foi cumprido o requisito formal estabelecido no dispositivo em comento, mas a recorrente não apresentou qualquer justificativa. O sujeito passivo trouxe aos autos uma jurisprudência aplicável a fatos geradores anteriores ao estabelecimento da presunção legal sob exame. Ainda que os Acórdãos citados tenham sido proferidos após a edição da Lei nº 9.430/96 em função do trâmite normal do processo administrativo fiscal, referemse a situações precedentes. Tanto é assim que alguns mencionam textualmente a Lei nº 8.021/90 que lhes serviu de base, norma essa revogada pela Lei nº 9.430/96 na parte concernente à tributação dos depósitos bancários. De todo o exposto, conduzo meu voto no sentido de negar provimento ao recurso. LEONARDO DE ANDRADE COUTO Relator Fl. 940DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 8 Fl. 941DF CARF MF Impresso em 17/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/01/2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 15/01 /2013 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 10140.904010/2009-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Sep 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU REFORMA. DOENÇA GRAVE. PROVA. LAUDO DE SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. A prova da enfermidade que dá direito à isenção do Imposto de Renda se faz mediante apresentação de laudo emitido por serviço medico oficial, reconhecendo-se o benefício a partir da data fixada pela perícia.
Numero da decisão: 2202-001.947
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann - Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU REFORMA. DOENÇA GRAVE. PROVA. LAUDO DE SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. A prova da enfermidade que dá direito à isenção do Imposto de Renda se faz mediante apresentação de laudo emitido por serviço medico oficial, reconhecendo-se o benefício a partir da data fixada pela perícia.
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DOENÇA GRAVE. PROVA. LAUDO DE SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. A prova da enfermidade que dá direito à isenção do Imposto de Renda se faz mediante apresentação de laudo emitido por serviço medico oficial, reconhecendose o benefício a partir da data fixada pela perícia. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 90 40 10 /2 00 9- 11 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES 2 Fl. 81DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10140.904010/200911 Acórdão n.º 2202001.947 S2C2T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 3ª Turma de Julgamento da DRJ/Campo Grande/MS que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade e deixou de reconhecer a isenção do imposto por doença grave e, assim, obter o direito ao crédito/restituição do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF do exercício de 2006. Na decisão de fls. 33/35 a autoridade fiscal entendeu que o direito à isenção teve inicio em 05/10/07, conforme laudo médico da Junta Superior de Saúde do Comando da Aeronáutica, concluindo que no exercício de 2004, o interessado não possuía direito à isenção. A decisão recorrida de fls. 55/62, manteve o indeferimento da isenção a partir do exercício de 2004 e assim negou direito à restituição do IRPF. No Recurso Voluntário de fls. 65/73, o Recorrente sustenta, em síntese, que os laudos apresentados atestam a cardiopatia grave, e os efeitos da isenção retroagem à data da cirurgia, fevereiro/1995; aduz ainda, a desnecessidade de laudo médico oficial para comprovar a existência de doenças abrangidas pela isenção, junta jurisprudência do STJ, requerendo o reconhecimento da sua doença e o direito à isenção do imposto de renda a partir do ano calendário de 2000, e, em consequência ao reconhecimento do direito crédito. É o breve relatório. Voto. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES 4 Voto Conselheiro Odmir Fernandes O recurso preenche os requistos de admissibilidade e deve ser conhecido. Tratase de pedido de crédito/restituição do imposto de renda pessoa física pago na fonte sobre os proventos de aposentadoria, em razão de ser portador de cardiopatia, doença grave que se encontra no rol da isenção do imposto. A decisão recorrida não admitiu a isenção pela falta de comprovação em laudo médico oficial e conclusivo da existência da doença grave cardiopatia desde a data pretendida pelo Recorrente. A questão nuclear destes autos é saber se o laudo médico de fls. 49, datado de 12.12.2002, atende ou não as condições para isenção. Assim esta o laudo redigido: Diagnóstico (cid/10): doença isquêmica crônica do coração 125 e presença de implante e enxerto de angioplastia coronária Z95.5. Parecer: não justificado o que requer segundo a portaria MD 328, de 17. 05. 01. Este parecer retroage à data da sua inspeção de saúde realizada em 10. 05.02, pela JRS/BACG.1 Finalidade: inspecionado (a) para fins da Lei n°7.713/88 Em seguida temos o laudo médico de fls. 50, datado de 20.12.2007, dando conta da existência da cardiopatia grave, transcrevo: É cardiopatia grave. É doença especificada em lei. Este parecer retroage à data da sua inspeção de saúde realizada em 05.10.07, pela JRS/BACG. Nada indica ou comprova que o primeiro laudo, datado de 12.12.2002, tenha reconhecido a doença grave – cardiopatia até porque, se assim fosse, não haveria necessidade de novo laudo. Na hipótese sob exame poderia haver, se verdadeira a assertiva do Recorrente, de os novos trabalhos apenas realizarem uma releitura do laudo anterior, pelos peritos médicos para atestar o diagnostico desde a data pretendia ou mesmo explicar ao leigo na matéria médica a retroação dos seus efeitos. Não é o julgador, leigo na matéria médica, que vai suprir eventual lacuna do laudo se o interessado não consegue comprovar de forma extreme de dúvida a existência da doença grave antes de 2007 para se beneficiar da isenção retroativa do imposto de renda e obter a restituição pretendida. Pelos elementos de prova constantes dos autos, trazidos pelo Recorrente, as decisões foram certadas, não merece qualquer reparos e devem ser mantidas, sem a alterar. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10140.904010/200911 Acórdão n.º 2202001.947 S2C2T2 Fl. 4 5 Ante o exposto, pelo meu voto, conheço e nego provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 84DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 01/09/2012 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 10425.902386/2009-03
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2001
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO FUNDADO NA ALEGAÇÃO DE RECOLHIMENTO A MAIOR PELA APLICAÇÃO DO COEFICIENTE DE 32%, EM VEZ DE 8%. SERVIÇO HOSPITALAR. NÃO COMPROVAÇÃO.
A certeza e a liquidez do crédito são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. Quanto à tributação dos serviços hospitalares pelo lucro presumido, no que diz respeito à apuração da base de cálculo com o coeficiente de 8% (e não 32%), a jurisprudência do STJ é bastante clara ao não considerar como serviço hospitalar a simples prestação de atendimento médico, e os elementos constantes dos autos indicam ser essa a atividade da Recorrente. Não comprovada a origem do alegado direito creditório, mantém-se a negativa em relação à compensação.
Numero da decisão: 1802-001.414
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa- Presidente.
(assinado digitalmente)
José de Oliveira Ferraz Corrêa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente o conselheiro Marco Antonio Nunes Castilho.
Nome do relator: JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2001 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO FUNDADO NA ALEGAÇÃO DE RECOLHIMENTO A MAIOR PELA APLICAÇÃO DO COEFICIENTE DE 32%, EM VEZ DE 8%. SERVIÇO HOSPITALAR. NÃO COMPROVAÇÃO. A certeza e a liquidez do crédito são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. Quanto à tributação dos serviços hospitalares pelo lucro presumido, no que diz respeito à apuração da base de cálculo com o coeficiente de 8% (e não 32%), a jurisprudência do STJ é bastante clara ao não considerar como serviço hospitalar a simples prestação de atendimento médico, e os elementos constantes dos autos indicam ser essa a atividade da Recorrente. Não comprovada a origem do alegado direito creditório, mantémse a negativa em relação à compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 42 5. 90 23 86 /2 00 9- 03 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Ausente o conselheiro Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 67DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife/PE, que manteve a negativa de homologação em relação à Declaração de Compensação apresentada pela Contribuinte, nos mesmos termos que já havia decidido anteriormente a Delegacia de origem. Os fundamentos para a negativa da compensação pela Delegacia de origem e os argumentos da primeira peça de defesa da Contribuinte (manifestação de inconformidade) estão assim descritos na decisão de primeira instância, Acórdão nº 1134.350 (fls. 38 a 40): Trata o presente processo de PER/DCOMP eletrônica (n° 26493.39540.281005.1.3.046800) na qual se indicou, como origem de crédito, o DARF relativo a IRPJ referente ao regime de tributação pelo lucro presumido (código de receita n° 2089) do período de apuração de 31 de dezembro de 2001, no valor de R$2.988,29 que teria sido pago indevidamente pela Interessada em 31/01/2002, fl. 14. O despacho decisório eletrônico (fl. 23) identificou integral utilização anterior do pagamento para quitação de débito do IRPJ, em face do que não homologou a compensação declarada, com indicação de saldo devedor no valor de R$3.539,66 a ser acrescido de multa e juros moratórios. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, fls. 01/03, alegando ter apresentado a referida DCOMP, compensando o valor de R$3.539,66 referente a débitos de IRPJ e CSLL tendo apresentado um crédito original no valor de R$3.736,79, conforme cópia do PER/DCOMP em questão e cópia do DARF, f1s. 11/16. Aduz que do crédito devidamente atualizado, no valor de R$3.736,79, somente havia compensado o valor de R$3.539,66, tendo ficado um saldo a compensar de R$197,13.Portanto, à época da compensação possuía crédito suficiente para compensar o tributo acima citado. Informa ter apresentado a DCOMP n° 13093.11784.150506. 1.3.049300 vinculada ao mesmo crédito e em valor que não supera o saldo remanescente, portanto, na data da compensação possuía crédito suficiente para compensar os débitos de IRPJ e CSLL. Que não teve oportunidade de retificar possíveis divergências ou sanar quaisquer omissões oriundas do preenchimento das DCOMP apresentadas já que não havia recebido qualquer notificação da Receita Federal neste sentido. Fl. 68DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 5 4 Finaliza requerendo a reforma do Despacho Decisório em lide e o conseqüente deferimento da compensação realizada mediante referido PER/DCOMP. Como já mencionado, a DRJ Recife/PE manteve a negativa em relação à compensação, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO INTEGRAL. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Mantémse o despacho decisório que não homologou a compensação quando constatado que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi integralmente utilizado na quitação de débito confessado em DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 14/10/2011, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 10/11/2011, aduzindo as razões abaixo: a 3ª Turma da DRJ/REC limitouse a refutar os argumentos defendidos pela Recorrente, sem ao menos examinar o aspecto legal e material da questão. Também não analisou detidamente as provas constantes dos autos; a Recorrente é pessoa jurídica de direito privado, constituída sob a forma de sociedade limitada, tendo por objeto a prestação de serviços médicos hospitalares, nos termos de seu contrato social (consolidação), fls. 06/10, sendo contribuinte do Imposto de Renda pelo lucro presumido; nos termos da Lei n° 9.249/1995, as empresas prestadoras de serviço passaram a recolher o Imposto de Renda sobre uma base de 32% (trinta e dois por cento), exceto as que prestarem serviços hospitalares, que recolhem de acordo com a base de 8% (oito por cento); é este o entendimento do STJ sobre a matéria: “A Primeira Seção pacificou o entendimento de que o conceito de serviços hospitalares a que se refere o art. 15, § 1º, III, a, da Lei 9.249/95, na sua redação original, deve ser interpretado de forma objetiva, abrangendo as atividades de natureza hospitalar essenciais à população, independente da existência de estrutura para internação, excluídas somente as consultas realizadas por profissionais liberais em seus consultórios Fl. 69DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 6 5 médicos” (EREsp 923.537/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA SEÇÃO/ julgado em 09/12/2009, DJe 18/12/2009). a Recorrente, examinando os seus documentos, especificamente DARFs e DIPJs, observou que por um equívoco do seu setor contábil, recolheu a maior o IRPJ nos anos calendário 1998 a 2002, utilizando a alíquota de 32% (trinta e dois por cento) e não de 8% (oito por cento) para determinar a base de cálculo do Lucro Presumido, conforme se vê na cópia da DIPJ 2002 original, anocalendário 2001, em anexo (doc.01); desta feita, a Recorrente providenciou a retificação da DIPJ acima referida, adaptandoa à realidade da empresa, isto é, corrigindo a base de cálculo de 32% para 8%, conforme se percebe da cópia da DIPJ 2002 RETIFICADORA, doc. 02 em anexo, uma vez que prestou serviços de natureza hospitalar; após fazer um levantamento de seu crédito, a Recorrente apresentou PER/COMP de n° 26493.39540.281005.1.3046800 em 28/10/2005, compensando o valor de R$3.539,66 (três mil, quinhentos e trinta e nove reais e sessenta e seis centavos), decorrentes de débitos de IRPJ e CSLL, apresentando para tanto um crédito original no valor de R$ 3.736,79, conforme cópia do documento em anexo, fls. 11/16; podese notar da PER/DCOMP indeferida apresentada em 28/10/2005, que do crédito devidamente atualizado no valor de R$ 3.736,79 (três mil, setecentos e trinta e seis reais e setenta e nove centavos), somente foi compensado o valor de R$ 3.539,66 (três mil, quinhentos e trinta e nove reais e sessenta e seis centavos), ficando um saldo naquela data a compensar no valor de R$ 197,13 (cento e noventa e sete reais e treze centavos); analisando seus arquivos, a Contribuinte percebeu que apenas foi apresentada a PER/DCOMP nº 13093.11784.150506.1.3.049300, vinculada ao mesmo crédito original apresentado na PER/DCOMP indeferida, em 15 de maio de 2006, e isso mesmo em valor que não supera o saldo remanescente, conforme cópia em anexo, fls. 17/22; ainda que se levasse em consideração que a compensação posterior foi superior ao crédito atualizado, o que de fato não ocorreu, é importante notar que a Contribuinte possuía, na data da primeira compensação, crédito suficiente para compensar os tributos no limite de R$ 3.736,79 (três mil, setecentos e trinta e seis reais e setenta e nove centavos); a Contribuinte tinha crédito suficiente para a compensação dos tributos alocados na PER/COMP indeferida, não sendo justo e legal o indeferimento das compensações realizadas; em que pese as afirmações da autoridade julgadora de que a Recorrente teria utilizado o crédito indicado na PER/DCOMP n° 26493.39540.281005.1.3.046800, para abater o débito do IRPJ relativamente ao 4° trimestre de 2001, aquela autoridade não considerou que o débito dessa mesma competência foi de R$ 1.618,19 (hum mil, seiscentos e dezoito reais e dezenove centavos), retificado através da DIPJ 2002 RETIFICADORA (doc. 02) e não de R$ 6.472,77, uma vez que a base de cálculo outrora aplicada foi de 32% (trinta e dois por cento), quando o correto seria 8% (oito por cento), já que a Contribuinte presta serviços hospitalares; como a Recorrente recolheu um valor de R$ 6.472,77, quando deveria ter recolhido R$ 1.618,19 referente ao IRPJ do 4º trimestre de 2001, ficou com um crédito a compensar no valor de R$ 4.854,58 (quatro mil, oitocentos e cinqüenta e quatro reais e Fl. 70DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 7 6 cinqüenta oito centavos), referente a essa mesma competência. E foi justamente desse crédito que a Recorrente se utilizou para compensar o débito indicado na PER/DCOMP em questão; a Contribuinte não teve sequer a oportunidade de retificar possíveis divergências ou sanar quaisquer omissões oriundas do preenchimento das DCTFs e PER/DCOMPs apresentadas, já que não recebeu nenhuma notificação da Receita Federal, à exceção do despacho decisório ora impugnado; a Recorrente realizou a compensação obedecendo estritamente a legislação vigente à época do encontro de contas, de acordo com o entendimento consolidado pelo Poder Judiciário, não existindo, portanto, motivos legais que não autorizassem a homologação da compensação pela autoridade administrativa. Este é o Relatório. Fl. 71DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 8 7 Voto Conselheiro José de Oliveira Ferraz Corrêa, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme relatado, a Contribuinte questiona a não homologação de Declaração de Compensação – DCOMP por ela apresentada, em que utiliza crédito decorrente de pagamento feito a título de IRPJ Lucro Presumido, referente ao 4º trimestre do ano calendário de 2001. A Delegacia de origem, por meio de despacho eletrônico, não homologou a compensação. A negativa foi motivada pelo fato de o referido pagamento já ter sido utilizado para a quitação de débito declarado em DCTF. Em sua manifestação de inconformidade, a Contribuinte alegou que possuía crédito suficiente para a compensação, e também que não teve oportunidade de retificar possíveis divergências ou sanar quaisquer omissões oriundas do preenchimento das DCOMP apresentadas, já que não havia recebido qualquer notificação da Receita Federal neste sentido. A Delegacia de Julgamento fundamentou sua decisão nos seguintes termos: (...) A DRF/Campina Grande/PB constatou a existência do pagamento, todavia observou que o recolhimento fora integralmente vinculado ao próprio débito do IRPJ apurado pela sistemática do lucro presumido relativo ao quarto trimestre de 2001, que, conforme declarado em DCTF, importou em R$6.472,77, o exato valor da soma dos pagamentos efetuados pela contribuinte conforme DARFs por mim anexados às fls. 35/37. Assim, resultou inexistente o crédito reclamado na DCOMP, razão pela qual não foi homologada a compensação nela declarada. Como nos termos da legislação de regência, a DCTF constitui instrumento de confissão de divida quanto aos débitos nela declarados, e tendo em vista que a contribuinte apresentou DCTF em que fez constar haver apurado pelo regime de tributação pelo lucro presumido relativamente ao 4° trimestre de 2001, débito do IRPJ no valor de R$6.472,77 vinculandoo ao pagamento realizado através de DARFs no mesmo montante (fls. 35/37), não poderia a autoridade a quo reconhecer crédito algum para a contribuinte, dado que o valor recolhido já fora, ao tempo do decisório, integralmente alocado a débito regularmente confessado pelo sujeito passivo. Fl. 72DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 9 8 E, não sendo líquido e certo o crédito contra a Fazenda Pública, não pode ser postulada sua compensação para extinguir débitos do sujeito passivo (art. 170 do Código Tributário Nacional CTN). Correto, então, o despacho decisório ao não homologar a compensação pretendida em vista do fato de que o crédito foi totalmente utilizado para compensar o débito declarado em DCTF, portanto, confessado como devido pelo próprio contribuinte. Ante o acima exposto, VOTO por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, para manter o despacho decisório de fl. 23. Só na fase de recurso voluntário é que a Contribuinte veio esclarecer que o alegado crédito tinha origem em pagamento a maior de IRPJ com base no lucro presumido, em razão de ela ter apurado a base de cálculo com o coeficiente de 32%, quando o correto seria o de 8%, aplicável às prestadoras de serviço hospitalar. Destaca ainda que retificou a DIPJ para reduzir o débito de IRPJ do 4º trimestre de 2001, de R$6.472,77 para R$1.618,19, dando origem ao alegado direito creditório. Ao não retificar a DCTF, a Contribuinte concorreu para a primeira negativa em relação à compensação pleiteada. Contudo, essa questão procedimental não justifica uma negativa em definitivo, eis que o art. 165 do CTN não condiciona o direito à restituição de indébito, fundado em pagamento indevido ou a maior, a requisitos meramente formais. O que realmente interessa é verificar se houve ou não pagamento indevido ou a maior de um determinado tributo em um determinado período de apuração A DCTF, embora seja uma confissão de dívida, não pode ser tomada em caráter absoluto, até porque existe sempre a possibilidade de erro no seu preenchimento. Sua retificação, da mesma forma, não teria caráter absoluto, pelo que, mesmo que apresentada a declaração retificadora, esta deveria ser cotejada com outras informações e documentos, como a DIPJ, os Livros Contábeis e Fiscais, Demonstrativos, etc., porque o que interessa é saber se houve ou não recolhimento indevido ou a maior. No que toca à comprovação de um indébito, é importante lembrar que o processo administrativo fiscal não contém uma fase probatória específica, como ocorre, por exemplo, com o processo civil. Especialmente nos processos iniciados pelos contribuintes, como o aqui analisado, há toda uma dinâmica na apresentação de elementos de prova, uma vez que a Administração Tributária se manifesta sobre esses elementos quando profere os despachos e decisões com caráter terminativo, e não em decisões interlocutórias, de modo que não é incomum a carência de prova ser suprida nas instâncias seguintes. No caso concreto, a Contribuinte veio alegar nessa fase de recurso voluntário que presta serviços hospitalares e que recolheu IRPJ a maior, em razão de ter utilizado o Fl. 73DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 10 9 coeficiente de 32% para a apuração da base de cálculo do lucro presumido, em vez do coeficiente de 8%. Para comprovar esta alegação, ela destaca o objeto social constante de seu ato constitutivo: “a sociedade simples terá por objeto social a prestação de serviços médico hospitalar”. A tributação dos serviços hospitalares na modalidade do lucro presumido já suscitou muitas controvérsias. A Lei 9.249/1995, em sua redação original, definiu o coeficiente de 8% para os serviços hospitalares nos seguintes termos: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: I – (...) II – (...) III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; Havia muita polêmica sobre quais atividades poderiam ser enquadradas como “serviço hospitalar”, e quais os requisitos que os contribuintes deveriam atender para que fosse aplicado o coeficiente de 8%. A Lei nº 11.727/2008, então, promoveu uma alteração na alínea “a” acima transcrita, que passou a conter a seguinte redação: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) Os fatos debatidos nesse processo são anteriores a esta alteração legislativa. Interpretando a redação original da Lei 9.249/1995, o Superior Tribunal de Justiça – STJ, ao julgar um Recurso Especial representativo de controvérsia, que foi submetido ao regime do artigo 543C do CPC, consolidou o entendimento de que “a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde)”: Fl. 74DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 11 10 RECURSO ESPECIAL Nº 1.116.399 BA (2009/00064810) EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO “SERVIÇOS HOSPITALARES”. INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão “serviços hospitalares” prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de “serviços hospitalares” apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão “serviços hospitalares”, constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que “a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares”. 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares “aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde”, de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos”. 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente Fl. 75DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 12 11 à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. (grifo acrescido) O STJ vinha interpretando o referido dispositivo legal de maneira bem restritiva, e a mudança neste posicionamento se deu no julgamento do RESP 951.251PR, conforme mencionado acima. Também é interessante transcrever a ementa desta decisão: RECURSO ESPECIAL Nº 951.251 PR (2007/01102360) EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. LUCRO PRESUMIDO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. BASE DE CÁLCULO. ARTS. 15, § 1º, III, “A”, E 20 DA LEI Nº 9.249/95. SERVIÇO HOSPITALAR.. INTERNAÇÃO. NÃOOBRIGATORIEDADE. INTERPRETAÇÃO TELEOLÓGICA DA NORMA. FINALIDADE EXTRAFISCAL DA TRIBUTAÇÃO. POSICIONAMENTO JUDICIAL E ADMINISTRATIVO DA UNIÃO. CONTRADIÇÃO. NÃOPROVIMENTO. 1. Acórdão proferido antes do advento das alterações introduzidas pela Lei nº 11.727, de 2008. O art. 15, § 1º, III, “a”, da Lei nº 9.249/95 explicitamente concede o benefício fiscal de forma objetiva, com foco nos serviços que são prestados, e não no contribuinte que os executa. 2. Independentemente da forma de interpretação aplicada, ao intérprete não é dado alterar a mens legis. Assim, a pretexto de adotar uma interpretação restritiva do dispositivo legal, não se Fl. 76DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 13 12 pode alterar sua natureza para transmudar o incentivo fiscal de objetivo para subjetivo. 3. A redução do tributo, nos termos da lei, não teve em conta os custos arcados pelo contribuinte, mas, sim, a natureza do serviço, essencial à população por estar ligado à garantia do direito fundamental à saúde, nos termos do art. 6º da Constituição Federal. 4. Qualquer imposto, direto ou indireto, pode, em maior ou menor grau, ser utilizado para atingir fim que não se resuma à arrecadação de recursos para o cofre do Estado. Ainda que o Imposto de Renda se caracterize como um tributo direto, com objetivo preponderantemente fiscal, pode o legislador dele se utilizar para a obtenção de uma finalidade extrafiscal. 5. Devese entender como “serviços hospitalares” aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde. Em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos. 6. Duas situações convergem para a concessão do benefício: a prestação de serviços hospitalares e que esta seja realizada por instituição que, no desenvolvimento de sua atividade, possua custos diferenciados do simples atendimento médico, sem, contudo, decorrerem estes necessariamente da internação de pacientes. 7. Orientações da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional e da Secretaria da Receita Federal contraditórias. 8. Recurso especial não provido. (grifos acrescidos) O voto que orientou o julgamento do RESP 951.251PR esclarece bem o que significa interpretar a norma em questão sob a ótica de seu conteúdo objetivo: Entretanto, não se deve perder de vista que o art. 15, § 1º, III, "a", da Lei nº 9.274/95 explicitamente concede o benefício fiscal de forma objetiva, com foco nos serviços que são prestados, e não na pessoa do contribuinte que executa a “prestação de serviços hospitalares”. Doutro modo, seria alterar a própria natureza da norma legal, transmudandose o incentivo fiscal de objetivo para subjetivo, a fim de concedêlo apenas aos estabelecimentos hospitalares. (...) Se a intenção do legislador – que, não se deve esquecer, representa a vontade popular – fosse beneficiar determinados contribuintes em face de suas características particulares, Fl. 77DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 14 13 concedendo, assim, uma isenção subjetiva, a regra deveria referirse a esses sujeitos, e não ao serviço por eles prestado. Dessa forma, não se deve restringir o benefício aos hospitais, até mesmo porque, se esse fosse o propósito da lei, caberia explicitarse que a concessão estaria dirigida apenas a esses estabelecimentos, pois nada o impediria de ter assim procedido. (...) A Receita Federal tem reconhecido o direito à base de cálculo reduzida do IRPJ a prestadores de serviços hospitalares, mesmo que esses não possuam estrutura física para realizar internação de pacientes. (...) Em conclusão, por serviços hospitalares compreendemse aqueles que estão relacionados às atividades desenvolvidas nos hospitais, ligados diretamente à promoção da saúde, podendo ser prestados no interior do estabelecimento hospitalar, mas não havendo esta obrigatoriedade. Devese, por certo, excluir do benefício simples prestações de serviços realizadas por profissionais liberais consubstanciadas em consultas médicas, já que essa atividade não se identifica com as atividades prestadas no âmbito hospitalar, mas, sim, nos consultórios médicos. (grifos acrescidos) Este mesmo voto fornece ainda outros parâmetros para a compreensão do que seriam serviços hospitalares, especialmente no sentido de diferenciálos da “simples prestação de atendimento médico”: (...) Com esta exegese, não está excluído por completo o aspecto referente aos custos dos contribuintes, uma vez que, para que esses efetivamente prestem serviços hospitalares, necessitam possuir um suporte material e humano específico – instrumentos necessários à elaboração de diagnósticos e intervenções cirúrgicas, bem como profissionais especializados para sua utilização, sendo tal aparato diverso e mais oneroso do que aquele relacionado com a simples prestação de consultas médicas. Dessa forma, duas situações convergem para a concessão do benefício: a prestação de serviços hospitalares e que esta seja realizada por contribuinte que no desenvolvimento de sua atividade possua custos diferenciados da simples prestação de atendimento médico, sem, contudo, decorrerem esses custos necessariamente da internação de pacientes. Retornando ao conteúdo destes autos, vêse que a Contribuinte, apesar de invocar a jurisprudência do STJ acima transcrita, não esclarece em nenhum momento qual é o tipo de serviço hospitalar que realiza. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10425.902386/200903 Acórdão n.º 1802001.414 S1TE02 Fl. 15 14 A única informação nesse sentido, e à qual ela se apega, é a descrição totalmente vaga de seu objeto social: “a sociedade simples terá por objeto social a prestação de serviços médico hospitalar”. Nem mesmo o seu nome empresarial colabora para esta questão. Vale lembrar que de acordo com o art. 333, I, do Código de Processo Civil Brasileiro – CPC, “o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito”. No caso, estamos diante de uma Sociedade Simples, constituída perante o Registro de Títulos e Documentos, com um capital social de R$ 2.000,00 (dois mil reais), conforme cópias do contrato social, às fls. 06/07 A jurisprudência do STJ é bastante clara ao não considerar como serviço hospitalar a simples prestação de atendimento médico, e os elementos constantes dos autos indicam ser essa a atividade da Recorrente. Deste modo, nego provimento ao recurso. (assinado digitalmente) José de Oliveira Ferraz Corrêa Fl. 79DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por JOSE DE OLIVEIRA FERRAZ CORREA, Assinado digitalmente em 23/11/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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