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Numero do processo: 13708.000059/94-63
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jul 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 1989
Ementa:
IRPJ. RECURSO ESPECIAL DA PFN CONTRA DECISÃO NÃO UNÂNIME EM CONTRARIEDADE À LEI. GLOSA DE CUSTOS APROPRIADOS INDEVIDAMENTE. Não havendo motivo que leve à desclassificação da escrita, a opção do sujeito passivo pela apuração dos seus resultados pelo lucro real deve ser preservada. A mera glosa de custos por falta da apresentação de elementos probatórios da sua correta apropriação, por si só, não se constitui em motivo suficiente para que seja modificada a forma de apuração de lucro real para arbitrado, diante da subjetividade que envolve a mensuração da relevância dessa glosa de custos em relação à receita total declarada.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 9101-001.396
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, recurso provido em parte com retorno à câmara a quo, para exame das glosas.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo Presidente
(Assinado digitalmente)
Paulo Roberto Cortez Redator Ad Hoc - Designado
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Orlando José Gonçalves Bueno (suplente convocado), José Ricardo da Silva, Alberto Pinto Souza Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri e Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Ausente, justificadamente, o Conselheiro João Carlos de Lima Júnior.
Nome do relator: José Ricardo da Silva
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RECURSO ESPECIAL DA PFN CONTRA DECISÃO NÃO UNÂNIME EM CONTRARIEDADE À LEI. GLOSA DE CUSTOS APROPRIADOS INDEVIDAMENTE. Não havendo motivo que leve à desclassificação da escrita, a opção do sujeito passivo pela apuração dos seus resultados pelo lucro real deve ser preservada. A mera glosa de custos por falta da apresentação de elementos probatórios da sua correta apropriação, por si só, não se constitui em motivo suficiente para que seja modificada a forma de apuração de lucro real para arbitrado, diante da subjetividade que envolve a mensuração da relevância dessa glosa de custos em relação à receita total declarada. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, recurso provido em parte com retorno à câmara a quo, para exame das glosas. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo – Presidente (Assinado digitalmente) Paulo Roberto Cortez – Redator Ad Hoc Designado Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann, Karem Jureidini Dias, Orlando José Gonçalves AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 8. 00 00 59 /9 4- 63 Fl. 358DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Bueno (suplente convocado), José Ricardo da Silva, Alberto Pinto Souza Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Valmir Sandri e Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz. Ausente, justificadamente, o Conselheiro João Carlos de Lima Júnior. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional (fls. 94/103) contra decisão não unânime proferida no Acórdão nº 10322.973, na sessão de 30 de março de 2007 (fls. 80/90), pela extinta Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por contrariedade às provas constantes nos autos e à lei (fls. 274), com espeque no art. 7º do então vigente Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, Anexo II, de 25 de junho de 2007, o qual, no seu inciso I, dispõe que cabe recurso especial ao Procurador da Fazenda Nacional de decisão não unânime da Câmara quando "for contrária à lei ou à evidência de prova". A controvérsia posta em discussão está devidamente delineada no Recurso Especial, consoante excertos a seguir transcritos (fls. 271): (...). I — Da decisão recorrida A União (Fazenda Nacional) se insurge contra os capítulos do acórdão de fls. 256/266 dos presentes autos, que, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário, para cancelar as glosas de montante de custos declarados pelo contribuinte, em decisão que restou assim ementada: "IRPJ E CSLL. ARBITRAMENTO DO LUCRO. GLOSA DE PARTE SUBSTANCIAL DOS CUSTOS. DESCLASSIFICAÇÃO DA ESCRITA CONTÁBIL/FISCAL. Efetuada pela fiscalização a glosa de parte significativa dos custos auferidos pelo contribuinte vis a vis os valores declarados, incumbelhe desclassificar a escrita contábil/fiscal apresentada por ser esta evidentemente inservível para a apuração do lucro real. Nesses casos, deve a Autoridade arbitrar o lucro da pessoa jurídica, sob pena de fazer incidir os citados tributos sobre valores que sabidamente não caracterizam renda (lucro) do contribuinte. O arbitramento considera, por ficção legal, as despesas incorridos pelo contribuinte para a geração da receita. Em síntese, aduz a recorrente que: a) o julgado deve ser reformado, nos termos do art. 7º, I, do RICSRF, por contrariedade à lei e às provas constantes nos autos; b) a discussão em tela cingese em verificar se a autoridade fiscal agiu corretamente ao corrigir a base de cálculo do IRPJ e seus reflexos, efetuando a glosa dos custos deduzidos/declarados pela contribuinte, porquanto não lograra Fl. 359DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13708.000059/9463 Acórdão n.º 9101001.396 CSRFT1 Fl. 3 3 comprovar a condição de dedutibilidade dos custos de obras nos termos do art. 280 do RIR/80; c) entendeu a Câmara de julgamento a quo que “nas hipóteses de opção pelo regime de lucro real, tornase imperiosa a desclassificação pela Fiscalização da escrituração comercial e fiscal eventualmente apresentada pelo contribuinte sempre que (i) apenas parcela reduzida das movimentações realizadas no período estiver respaldada na documentação comercial e fiscal, ou ainda, (ii) quando forem glosados custos e despesas em montante significativo em relação à totalidade dos montantes deduzidos pelo contribuinte do lucro líquido”; d) esse não é o melhor entendimento, pois a decisão recorrida foi de encontro ao conjunto probatório constante nos autos, e também dos documentos apresentados, onde se constata a inexistência de dados que permitam atestar a veracidade dos custos apropriados, fato este que ficou claro na decisão da DRJ; e) o contribuinte teve diversas oportunidades de justificar suas deduções de custos das obras nos valores levados a efeito, contudo não o fez. Logo, nada justifica a desconsideração dos documentos presentes nos autos pela Câmara a quo, sob o argumento de que “a glosa dos custos se deu em montante significativo”; f) a glosa foi efetuada de acordo com os fatos e documentos que a fiscalização teve acesso por meio da própria contribuinte; g) o fundamento para manter a glosa procedida a título de custos indedutíveis baseouse no fato de a contribuinte não ter observado as regras do art. 280, do RIR/80, segundo o qual na apuração do resultado de contratos, com prazo de execução superior a um ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço determinado, de bens ou serviços a serem produzidos, serão computados em cada períodobase; h) houve, também, a inobservância das regras estipuladas pela IN 21/79, que versa sobre a escrituração dos referidos custos e sobre o registro individuado dos mesmos, dos quais a contribuinte foi cientificada antes da autuação, conforme Termo de Intimação lavrado em 11/12/1993 e reiterados no Termo de Intimação lavrado em 17/12/1993; i) a contribuinte pretendeu deduzir custos indevidos e, por não ter outra saída, passara a atacar o lançamento por suposto descumprimento aos princípios norteadores da determinação do lucro real, defendendo, portanto, que a glosa da totalidade dos custos implicaria na tributação da totalidade da receita como se lucro fosse; j) a decisão de primeira instância, analisando os documentos acostados aos autos, deixou claro que a contribuinte, mesmo tendo sido, por diversas vezes, intimada a prestar esclarecimentos sobre a dedutibilidade dos custos declarados, não logrou fazêlo; k) o conselheiro relator original percebera esses fatos, deixandoos consignados no seu voto ; Fl. 360DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 l) é confuso que uma empresa ao realizar a sua atividade econômica sujeitese a efetivação de custos em montante tão alto quanto a receita recebida, porém foram essas as conclusões retiradas das informações e documentos apresentados pelo próprio contribuinte, os quais não incontestáveis; m) ao escolher a tributação por meio do lucro real, a contribuinte se sujeitou às disposições que aqui se pretende aplicar. Assim, teria a mesma a faculdade de se utilizar de lucro presumido de tributação, não tendo sido essa sua opção, devendo, portanto, arcar com as conseqüências do seu ato; n) o relator do voto vencido salientou, corretamente, que “não é crível que o desenvolvimento de atividade econômica formal confira ao contribuinte ‘renda’ (lucro) em montantes superiores a 50% ou 60% das receitas omitidas. Fosse verdadeira tal assertiva, e ressalvada as restritivas hipóteses de vedação legal (inocorrentes no caso), o contribuinte certamente apuraria seu lucro por meio do regime do lucro presumido”; o) o arbitramento do lucro seria incabível ao caso em tela, posto que as disposições legais o relegam a hipóteses taxativas, nas quais não se incluem o caso dos autos; p) ao final pede o provimento ao recurso, para restabelecer a decisão de primeira instância. Ao proceder o exame de admissibilidade do Recurso Especial (fls. 105, v. 3), a Presidenta da 3ª Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes entendeu que, por se tratar de decisão não unânime, o recurso preenchera as condições de admissibilidade, ordenando, por conseguinte, o encaminhamento dos autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária do Rio de Janeiro, para que fosse possibilitada a apresentação de contrarrazões por parte da contribuinte. Cientificada, a contribuinte contra arrazoou o Recurso Especial (fls. 107, v. 3), sob os seguintes argumentos (fls. 108/129, v. 3): a) em preliminar, argumenta que só é cabível a interposição, pelo Procurador da Fazenda Nacional, de Recurso Especial com fulcro no art. 7º, inciso I, do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, quando a decisão recorrida for contrária à lei ou à evidência das provas constantes dos autos; b) que o Procurador da Fazenda Nacional justificou a interposição de seu apelo especial na suposta contrariedade do acórdão recorrido com as provas constantes nos autos, contudo, não o demonstrou de forma fundamentada; c) que os membros da 3ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes deram provimento ao seu Recurso Voluntário sob fundamento jurídico diverso, que prescinde da análise de qualquer elemento probatório, mas apenas da legislação aplicável à espécie; d) isto porque o fiscal autuante glosara custos relativos às obras identificas contabilmente como 034/Engevix; 035/Michelin; 036/Constran; 037/Norberto Odebrecht/Varig e 038/Norberto Odebrecht/Infraero (item 2 do AI), sob a alegação de que a recorrida não teria logrado provar a condição de dedutibilidade dos custos, descrita no art. 280, do RIR/80, c/c as regras previstas na IN SRF 21/79; e) que, em seu recurso voluntário, argüiu e demonstrou que os lançamentos fiscais não poderiam prevalecer, já que, realizada a glosa da totalidade dos custos, Fl. 361DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13708.000059/9463 Acórdão n.º 9101001.396 CSRFT1 Fl. 4 5 deveria a Autoridade Fiscal, em observância aos Princípios Gerais de Determinação do Lucro, em especial o Princípio do Confronto de Receitas com Despesas, arbitrar os custos para a apuração do lucro, sob pena de violação ao conceito de renda, previsto no art. 43, do CTN, eis que a não computação dos custos na apuração da base de cálculo do imposto de renda acarreta a tributação de patrimônio ao invés de renda e que todos os contratos firmados pela Contribuinte para a execução de obras no anobase de 1988 teriam sido de curto e não de longo prazo, sendo inaplicável, portanto, o art. 280, do RIR/80, além da IN SRF 21/79, capitulados pelo Fiscal autuante; f) que a reforma da decisão de primeira instância pelo Conselho de Contribuintes se dera sob o fundamento de que a Autoridade Administrativa deveria ter desclassificado a escrita contábil da fiscalizada, procedendo, em seguida, à apuração do IRPJ e da CSLL pelo regime do lucro arbitrado, uma vez que fora glosada parte significativa dos custos auferidos, pois somente assim seriam considerados os custos incorridos para a geração da receita, evitandose a tributação, pelo imposto de renda e reflexos, de seu patrimônio, ao invés da renda (lucro); g) que, assim, os membros da 3ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes decidiram não com base nas provas carreadas aos autos, mas sim porque entenderam que, tendo sido glosados os custos incorridos pela Contribuinte, deveria a Autoridade Fiscal ter procedido à apuração do IRPJ e CSLL pelo regime do lucro arbitrado, que considera, por ficção legal, os custos incorridos pelo contribuinte para geração da receita”; h) que os julgadores não precisaram analisar os documentos mencionados e anexados aos autos para concluir que as aludidas obras foram executadas em prazo inferior a 1 ano, no ano de 1988, o que, à luz do que dispõe o art. 281, do RIR/80, possibilitaria a dedução plena de todos os custos das obras contratadas quando realizados, independentemente de controles específicos de porcentagem pelo prazo de conclusão; i) que, desta forma, como o acórdão recorrido não se baseou nas provas, incabível se falar em acórdão contrário às provas dos autos; j) que, quando o acórdão proveu o Recurso Voluntário do contribuinte sob o entendimento de que a autoridade administrativa não poderia glosar a totalidade de custos e despesas sem arbitrar o lucro, deixou claro que a análise das provas constantes dos autos eram irrelevantes. Assim, não mais se discute a questão de se saber se os contratos eram de curto ou longo prazo, para fins de dedução dos custos das obras executadas; k) que fica claro, assim, que a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial com intuito protelatório, eis que não preencheu os requisitos pertinentes ao seu cabimento, alegando inadvertidamente que a Câmara a quo teria desconsiderado a documentação acostada aos autos, quando, em verdade, a análise de tal documentação se tornou desnecessária em razão do fundamento em que se assentou o acórdão ora recorrido; l) que, desta forma, entende que o Recurso Especial não deve ser conhecido, já que a Fazenda Nacional deixou de demonstrar a suposta contrariedade do acórdão recorrido com as provas carreadas aos autos; Fl. 362DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 m) que, no mérito, informa que a glosa da totalidade dos custos registrados, relativos às obras, é, no presente caso, totalmente ilegal, na medida em que, para prestar os seus serviços, incorrera em custos relativos ao pagamento de mãode obra, materiais aplicados nas obras etc., não se podendo permitir à autoridade fiscal glosar a totalidade dos custos efetivamente incorridos durante todo o ano de 1998, registrados na rubrica relativa às obras; n) que, como salientado no acórdão recorrido, realizada a glosa de todos os custos incorridos, deve a autoridade fiscal, em observância aos princípios gerais de determinação do lucro, em especial ao princípio do confronto de receitas com despesas, arbitrar os custos para a apuração do lucro, sob pena de violação ao conceito de renda, previsto no art. 43, do CTN, eis que a não computação dos custos na apuração da base de cálculo do imposto de renda acarreta a tributação de patrimônio ao invés de renda; o) que o princípio geral de determinação do lucro, adotados no processo de identificação, mediação e relação de receitas e despesas de uma empresa para um período contábil, dentre os quais se destaca o princípio do confronto das receitas com as despesas, determina que quando for reconhecida a receita, deve, também, ser reconhecido o custo ou a despesa que lhe corresponda; p) que, assim, não pode a autoridade fiscal reconhecer as receitas decorrentes da execução das obras e, ao mesmo tempo, glosar todos os seus custos registrados no ano de 1988, para fins de lançamento do imposto de renda do período, eis que tal procedimento causa violação ao conceito de renda, na medida em que a não computação dos custos na apuração da base de cálculo do imposto de renda acarreta a tributação do patrimônio ao invés de renda, conforme art. 43, do CTN, que se mantém em harmonia com o art. 153, III, da CF; q) que a existência de renda pressupõe a existência de acréscimos patrimoniais, entendido como produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos. Contudo, só se pode ter acréscimo patrimonial se houver a dedução dos custos sofridos pela pessoa jurídica quando da realização de seu objeto social; r) que a vedação à dedução dos custos, como fez a fiscalização tributária, impede que a disponibilidade econômica a qual se refere o CTN se dê de forma concreta e real, já que o valor considerado como “renda” não corresponde ao verdadeiro acréscimo patrimonial auferido pela empresa; s) que os custos ocasionam uma necessária e evidente redução do patrimônio na pessoa jurídica que, sendo impossibilitada a deduzilo integralmente, terá uma tributação sobre o “lucro”, que não representa o efetivo acréscimo patrimonial; t) cita os acórdãos 10704219 e 10705987, onde o entendimento fixado foi o que ora se defende; u) que o que não se pode admitir é a glosa da totalidade dos custos relativos às obras, sem o arbitramento do lucro, pois assim estarseia admitindo – ilegalmente – a tributação do imposto de renda sobre receita bruta e não sobre renda, como determina o art. 43, do CTN; v) que a necessidade de arbitramento do lucro no presente caso nada diz respeito à opção do regime de tributação pelo lucro real; w) que o arbitramento se mostra necessário para que sejam computados, ainda que por presunção legal, os custos incorridos para a execução das obras, evitandose que seja tributada indevidamente a receita bruta, mas a renda/lucro, com a Fl. 363DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13708.000059/9463 Acórdão n.º 9101001.396 CSRFT1 Fl. 5 7 dedução dos inegáveis custos, nos termos do art. 43, do CTN, c/c/ o art. 153, III, da CF; x) que, ainda que se admitisse que os contratos celebrados eram de longo prazo, os custos não poderiam ser totalmente glosados, como fez a fiscalização; y) que, neste caso, deveria ser observando os princípios gerais de determinação do lucro e o princípio do confronto de receitas com despesas, arbitrar os custos para a apuração do lucro, sob pena de violação ao conceito de renda, previsto no art. 43 do CTN; z) que em momento algum celebrou contratos de longo prazo com as empresas mencionadas, motivo pelo qual não estava obrigada à observância das regras do aludido dispositivo legal; aa) que todos os contratos firmados para a execução de obras no anobase de 1988 foram de curto prazo, o que, à luz do disposto no art. 281, do RIR/80, torna os custos das obras contratadas plenamente dedutíveis quando realizados independentemente de controles específicos de porcentagem pelo prazo de conclusão; bb) que os contratos celebrados, relativos a serviços de engenharia elétrica, são executados, via de regra, em curto intervalo de tempo, e que são, em sua maioria, pagos através de medição; cc) que o prazo de execução das obras, em geral, é de 150 a 200 dias, não se caracterizando em contratos de longo prazo; dd) que, na época, possuía profunda especialização na atividade de engenharia elétrica; ee) que esses serviços de engenharia elétrica, mesmo em grandes obras, são realizados em curto espaço de tempo, demorando menos de 12 meses para se findarem; ff) que os contratos com a Engevix, Michelin, Constran e Odebrecht, juntados aos autos, comprovam as assertivas, seja no objeto, seja no prazo, bastando compulsálos, com minudência, para constatar; gg) que, como o fiscal autuante, à época, não se ateve à detida análise dos contratos das obras que respaldaram os custos incorridos e registrados na contabilidade, cometerase o equívoco de entender que as obras com as empresas Engevix, Michelin, Constran e Odebrecht seriam únicas, uma vez que no plano de contas se adotara apenas um número para obras diversas com o mesmo contratante, e estes números identificadores apareceram na escrita contábil por vários anos; hh) que contratara diversas obras distintas com as mesmas empresas, embora todas com similares características, como o prazo de execução de menos de 12 meses e recebimento à medida que concluída cada etapa; ii) que a comprovação de que os custos glosados pela fiscalização se referiam às obras objeto de contratos de curto prazo, reportase aos termos e transcrições constantes de sua peça impugnatória e Recurso Voluntário, e destaca que juntou aos autos documentos (docs. de 8 a 399, dos volumes I e II), dentre os quais constam contratos relativos às obras identificadas contabilmente como 034/Engevix; 035/Michelin; 036/Constran; 037/Norberto Odebrecht/Varig e 038/Norberto Odebrecht/Infraero, bem como atestados emitidos pelos clientes e Fl. 364DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 8 Ordens de Serviços e Notas Fiscais, que demonstram a execução dos serviços no ano de 1988; jj) que, quanto ao prazo de execução dos contratos, ressalta que, em relação aos quatro clientes contratantes das obras, constam documentos que comprovam, claramente, o prazo inferior a um ano, como, por exemplo, o Cronograma Físico Financeiro da Obra (Michelin), Programa de Desembolso (pagamento) do Cliente (Odebrecht), Certidões de Acervo Técnico (Odebrecht), Notas Fiscais Relativas às medições de serviços mensais (Constran) e o próprio contrato (Engevix); kk) que entende que o acórdão recorrido deve ser mantido, uma vez que os contratos executados são de curto e não de longo prazo, o que impossibilita a aplicação do art. 280, do RIR/80 e a IN SRF 21/79, capitulados pelo fiscal autuante. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Cortez, Redator Ad Hoc Designado. Inicialmente é de se ressaltar, que em face da necessidade da formalização da decisão proferida no acórdão nº 9101001.396, de 17 de julho de 2012, processo de competência da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais e, tendo em vista que o Conselheiro José Ricardo da Silva, relator do processo, não mais faz parte de nenhum dos colegiados que integram o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, o Presidente da 1ª Turma da CSRF resolveu designar este conselheiro como redator ad hoc, para formalizar o acórdão já proferido, nos termos do item III do art. 17 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 (RICARF). O recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional é tempestivo e assente em lei, obtendo seguimento através do Despacho nº 1030.0017/2009 (fls. 281/282), em face de a sua fundamentação ter sido por decisão não unânime proferida em contrariedade à lei ou às provas constantes dos autos, prevista no inciso I do art. 7º do então vigente Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 147, Anexo II, de 25 de junho de 2007. A autuação em causa decorreu da inobservância das condições ditadas pelo art. 280 do RIR/80 para efeito da dedutibilidade dos custos da fiscalizada, restandonos definir se ao caso deveria ter sido aplicado, pela autoridade de fiscalização, o lucro arbitrado, conforme entendimento exarado no voto condutor da decisão recorrida, ou se estaria correta a glosa dos custos e a consequente tributação pelo lucro real, de acordo com o lançamento fiscal que fora mantido pelo órgão julgador de primeira instância administrativa, cujo entendimento é agora reivindicado pela Procuradoria da Fazenda Nacional para restabelecer o lançamento de ofício, sendo essa a única matéria que remanesce à apreciação deste Colegiado. Extraise da Peça Básica, como DESCRIÇÃO DOS FATOS E ENQUADRAMENTO LEGAL IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA (fls. 07. vol. 1), que a acusação tipificada pela autoridade de fiscalização foi assim descrita: CUSTOS INDEDUTÍVEIS – Glosa dos custos relativos às obras enumeradas no Termo de Intimação datado de 111293 (doc. de fls. 04/09) tendo em vista que a empresa não logrou provar a Fl. 365DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13708.000059/9463 Acórdão n.º 9101001.396 CSRFT1 Fl. 6 9 condição de dedutibilidade descrita no Art. 280 do RIR/80 c/c as regras prescritas na IN/SRF nº 21/79. (destaques acrescidos) Enquadramento legal: Art. 191 e § 1º, art. 280 do RIR/80 c/c IN/SRF nº 21/79 e 387 inciso I. Da leitura desses fundamentos ensejadores da autuação, percebese que o lançamento de ofício foi realizado em face da inobservância das regras contidas no art. 280 do RIR/80, disciplinadas pela IN/SRF 21/79, que seriam aplicáveis ao caso. Compulsandose os autos verificase que na DIPJ foram declaradas receitas da atividade da empresa no montante de CZ$776.010.896,00 e o montante de CZ$759.797.104,00 a título de custos de bens ou serviços vendidos, representando 97,91% da receita declarada. Verificase, ainda, na Peça Básica, às fls. 07, que a glosa dos custos levada a efeito pela fiscalização montou em CZ$377.848.731,16, ou seja, 49,73% do custo total declarado, reduzindo esse custo total para CR$381.948.372,84 (49,22% da receita total). Extraise, ainda, dos autos, conforme Intimação de fls. 20 a 25, datada de 11/12/1993, reiterada no dia 17 de dezembro seguinte, que a empresa não logrou apresentar os elementos necessários à apropriação dos custos relativos a contratos celebrados com prazo de execução superior a um ano, de construção por empreitada ou de fornecimento de bens ou serviços a serem produzidos, nos termos do art. 280 do RIR/80 c/c com a IN/SRF Nº 021/79, tendo a íntegra desses dispositivos sido transcrita no corpo da referida Intimação, para que dúvida não restasse acerca da exigência. Não tendo sido satisfeitos seus insistentes pedidos para a apresentação dos mencionados documentos comprobatórios, não restou outra alternativa à autoridade fiscal senão a de considerar infringidas as normas legais que regulam a utilização dos questionados custos, procedendo a sua glosa. Com a devida vênia, não vejo nesse procedimento fiscal excesso no lançamento do tributo que deixara de ser apurado na DIPJ apresentada, sendo legítima a imposição dos gravames pelo descumprimento das regras que devem ser observadas pelas pessoas jurídicas que desenvolvem atividades enquadráveis nos mencionados dispositivos disciplinadores da apuração do lucro real. Tampouco entendo que a opção exercida pela fiscalizada para a apuração dos seus resultados em bases reais devesse ser desconsiderada pela autoridade fiscal, sem que a escrita que lhe foi apresentada no curso da ação fiscal contivesse vícios, lacunas ou quaisquer outras deficiências que de acordo com a legislação o obrigasse a desclassificála, considerando a imprestável para a aferição dos reais resultados, apurados mediante os questionados ajustes que, de ofício, foram realizados. Aqui também não se está tratando de glosa excessiva de custos em relação às receitas totais declaradas na DIPJ, conforme se pode observar dos valores acima referidos, cujo percentual de glosa reduziu os custos totais de 97,91% para 49,22% da receita total. Ademais, essa mensuração do que seria ou não excesso de glosa em relação às receitas declaradas é por demais subjetiva, sendo de bom alvitre que extremos devam ser considerados como motivo de arbitramento, entretanto não é essa a situação de que trata o lançamento de ofício sob questão. Fl. 366DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 10 Cumpre observar, para concluir, que o fundamento utilizado no acórdão recorrido para exonerar o lançamento foi unicamente o da mencionada glosa excessiva, advindo daí a discordância da Procuradoria da Fazenda Nacional quanto à contrariedade à lei, não se adentrando na análise de provas sobre se os contratos seriam realmente de longo prazo, como bem salienta a contribuinte nas suas contrarazões, das quais extraio os excertos a seguir, constantes do Relatório: Cientificada, a contribuinte contra arrazoou o Recurso Especial (fls. 107, v. 3), sob os seguintes argumentos (fls. 108/129, v. 3): (...); j) que, quando o acórdão proveu o Recurso Voluntário do contribuinte sob o entendimento de que a autoridade administrativa não poderia glosar a totalidade de custos e despesas sem arbitrar o lucro, deixou claro que a análise das provas constantes dos autos eram irrelevantes. Assim, não mais se discute a questão de se saber se os contratos eram de curto ou longo prazo, para fins de dedução dos custos das obras executadas; (...). Sendo assim, entendo que assiste razão à recorrente, pelo que voto no sentido de dar provimento parcial ao seu recurso especial, com retorno à câmara a quo, para exame das glosas. É como voto. (Assinado digitalmente) Paulo Roberto Cortez Fl. 367DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/10/2014 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por PAULO ROBERTO CORTEZ, Assinado digitalmente em 09/10/2014 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 10670.000771/2010-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007
RECURSO VOLUNTÁRIO. PARCELAMENTO DO DÉBITO. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO.
A adesão ao parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009, com a inclusão dos Créditos Tributários objeto do vertente lançamento, implica a desistência da impugnação ou do recurso interposto e, cumulativamente, renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentam as referidas impugnações ou recursos administrativos.
Recurso Voluntário não conhecido, em razão da perda do objeto, decorrente da renúncia tácita ao contencioso administrativo.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2401-004.045
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª TO/4ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER do recurso voluntário, pela perda do seu objeto, em razão da renúncia ao Contencioso Administrativo Fiscal.
Maria Cleci Coti Martins Presidente-Substituta de Turma.
Arlindo da Costa e Silva Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins (Presidente-Substituta de Turma), Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Henrique de Oliveira, Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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PARCELAMENTO DO DÉBITO. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. A adesão ao parcelamento instituído pela Lei nº 11.941/2009, com a inclusão dos Créditos Tributários objeto do vertente lançamento, implica a desistência da impugnação ou do recurso interposto e, cumulativamente, renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentam as referidas impugnações ou recursos administrativos. Recurso Voluntário não conhecido, em razão da perda do objeto, decorrente da renúncia tácita ao contencioso administrativo. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª TO/4ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em NÃO CONHECER do recurso voluntário, pela perda do seu objeto, em razão da renúncia ao Contencioso Administrativo Fiscal. Maria Cleci Coti Martins – PresidenteSubstituta de Turma. Arlindo da Costa e Silva – Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Maria Cleci Coti Martins (PresidenteSubstituta de Turma), Luciana Matos Pereira Barbosa, Carlos Henrique de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 00 07 71 /2 01 0- 48 Fl. 2533DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 2 Oliveira, Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira e Arlindo da Costa e Silva. Fl. 2534DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10670.000771/201048 Acórdão n.º 2401004.045 S2C4T1 Fl. 2.533 3 Relatório Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2007. Data da lavratura do AIOP: 13/04/2010. Data da ciência do AIOP: 15/04/2010. Temse em pauta Recurso Voluntário interposto em face de Decisão Administrativa de 1ª Instância proferida pela DRJ em Belo Horizonte/MG que julgou improcedente a impugnação oferecida pelo sujeito passivo do crédito tributário lançado por intermédio do Auto de Infração nº 37.258.0017, consistente em contribuições sociais a cargo da empresa, destinadas ao custeio da Seguridade Social e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre as remunerações pagas, creditadas ou devidas a Segurados empregados, conforme descrito no Relatório Fiscal da Infração a fls. 21/33. Na resenha assinada pela Autoridade Lançadora, tratase de lançamento tributário relativo a contribuições sociais previdenciárias patronais incidentes sobre a remuneração a trabalhadores que prestaram serviços ao sujeito passivo, cuja realidade fática demonstrou a presença dos requisitos do conceito legal de segurado empregado, embora a contratação tivesse sido formalizada através de pessoas jurídicas interpostas prestadoras de serviços de consultoria. Devidamente intimado do lançamento tributário em 15/04/2010, a fl. 1936, porém irresignado, o sujeito passivo apresentou impugnação a fls. 1938/1979. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte/MG lavrou Decisão Administrativa textualizada no Acórdão nº 0228.248 6ª Turma da DRJ/BHE, a fls. 2455/2469, julgando improcedente a impugnação, e mantendo o crédito tributário lançado em sua integralidade. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 24/07/2010, conforme Aviso de Recebimento a fl. 2471. Inconformado com a decisão exarada pelo Órgão Administrativo Julgador a quo, o ora Recorrente interpôs recurso voluntário, a fls. 2472/2521, requerendo ao fim a reforma da decisão recorrida e a improcedência do lançamento. Petição a fl. 2529, assinada pelo Patrono do Autuado, declara expressamente a adesão da Empresa ora Recorrente ao Parcelamento Instituído pela Lei nº 11.941/2009, conforme reabertura de prazo concedida pela Lei nº 12.996/2014, com a inclusão dos Créditos Tributários objeto do presente Processo Administrativo Fiscal. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Fl. 2535DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 4 Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O sujeito passivo foi válida e eficazmente cientificado da decisão recorrida em 24/09/2010. Havendo sido o recurso voluntário protocolizado no dia 25/10/2010, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto. 1.2. DA RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO Devidamente cientificado da decisão de 1ª Instância aviada no Acórdão nº 0228.248 6ª Turma da DRJ/BHE, o Sujeito Passivo interpôs recurso voluntário, a fls. 2472/2521, requerendo ao fim a reforma da decisão recorrida e a improcedência do lançamento. Na sequência, em 09/10/2014, o Recorrente protocolizou perante este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais a Petição a fl. 2529, assinada pelo Patrono do Autuado, declarando expressamente a adesão da Empresa ora Recorrente ao Parcelamento Instituído pela Lei nº 11.941/2009, conforme reabertura de prazo concedida pela Lei nº 12.996/2014, com a inclusão dos Créditos Tributários objeto do presente Processo Administrativo Fiscal. De acordo com o art. 2º da Lei nº 12.996/2014, o prazo para a adesão ao parcelamento, em até 180 (cento e oitenta) meses, dos débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, nas condições previstas na Lei nº 11.941/2009, houvese por reaberto até o até o último dia útil do mês de agosto de 2014. Lei nº 12.996, de 18 de junho de 2014 Art. 2º Fica reaberto, até o último dia útil do mês de agosto de 2014, o prazo previsto no §12 do art. 1º e no art. 7º da Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009, bem como o prazo previsto no § 18 do art. 65 da Lei no 12.249, de 11 de junho de 2010, atendidas as condições estabelecidas neste artigo. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de Fl. 2536DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10670.000771/201048 Acórdão n.º 2401004.045 S2C4T1 Fl. 2.534 5 Recuperação Fiscal – REFIS, de que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial – PAES, de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional – PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI oriundos da aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como nãotributados. De acordo com o art. 5º da Lei nº 11.941/2009, a opção pelo parcelamento de que trata esta Lei importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos, configura confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas nesta Lei. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 Art. 5o A opção pelos parcelamentos de que trata esta Lei importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos em nome do sujeito passivo na condição de contribuinte ou responsável e por ele indicados para compor os referidos parcelamentos, configura confissão extrajudicial nos termos dos arts. 348, 353 e 354 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, e condiciona o sujeito passivo à aceitação plena e irretratável de todas as condições estabelecidas nesta Lei. Art. 6o O sujeito passivo que possuir ação judicial em curso, na qual requer o restabelecimento de sua opção ou a sua reinclusão em outros parcelamentos, deverá, como condição para valerse das prerrogativas dos arts. 1o, 2o e 3o desta Lei, desistir da respectiva ação judicial e renunciar a qualquer alegação de direito sobre a qual se funda a referida ação, protocolando requerimento de extinção do processo com resolução do mérito, nos termos do inciso V do caput do art. 269 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil, até 30 (trinta) dias após a data de ciência do deferimento do requerimento do parcelamento. §1o Ficam dispensados os honorários advocatícios em razão da extinção da ação na forma deste artigo. §2o Para os fins de que trata este artigo, o saldo remanescente será apurado de acordo com as regras estabelecidas no art. 3o desta Lei, adotandose valores confessados e seus respectivos acréscimos devidos na data da opção do respectivo parcelamento. Fl. 2537DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS 6 Mais adiante, o art. 12 da Lei nº 11.941/2009 atribuiu à RFB a competência para editar os atos necessários à execução do parcelamento de que ora se debate. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 Art. 12. A Secretaria da Receita Federal do Brasil e a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, no âmbito de suas respectivas competências, editarão, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da data de publicação desta Lei, os atos necessários à execução dos parcelamentos de que trata esta Lei, inclusive quanto à forma e ao prazo para confissão dos débitos a serem parcelados. Nessa esteira, a PROCURADORAGERAL DA FAZENDA NACIONAL e o SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, tendo em vista o disposto no art. 12 da Lei nº 11.941/2009, editaram a Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009, cujo art. 13 expressamente dispõe que a inclusão no parcelamento de débitos objeto de discussão administrativa implica desistência da impugnação ou do recurso interposto e, cumulativamente, renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentam as referidas impugnações ou recursos administrativos. Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 6, de 22 de julho de 2009 Art. 13. Para aproveitar as condições de que trata esta Portaria, em relação aos débitos que se encontram com exigibilidade suspensa, o sujeito passivo deverá desistir, expressamente e de forma irrevogável, da impugnação ou do recurso administrativos ou da ação judicial proposta e, cumulativamente, renunciar a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundam os processos administrativos e as ações judiciais, até 30 (trinta) dias após o prazo final previsto para efetuar o pagamento à vista ou opção pelos parcelamentos de débitos de que trata esta Portaria.(Redação dada pela Portaria PGFN/RFB nº 11, de 11 de novembro de 2009 ) Iluminese que o §2º do art. 78 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, estatui que o pedido de parcelamento, por qualquer de suas modalidades, tem por consequência direta a desistência tácita do recurso eventualmente interposto. Regimento Interno do CARF Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. §1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. §2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. §3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente. Fl. 2538DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS Processo nº 10670.000771/201048 Acórdão n.º 2401004.045 S2C4T1 Fl. 2.535 7 §4º Havendo desistência parcial do sujeito passivo e, ao mesmo tempo, decisão favorável a ele, total ou parcial, com recurso pendente de julgamento, os autos deverão ser encaminhados à unidade de origem para que, depois de apartados, se for o caso, retornem ao CARF para seguimento dos trâmites processuais. §5º Se a desistência do sujeito passivo for total, ainda que haja decisão favorável a ele com recurso pendente de julgamento, os autos deverão ser encaminhados à unidade de origem para procedimentos de cobrança, tornandose insubsistentes todas as decisões que lhe forem favoráveis. Dessarte, a desistência do Recurso Voluntário interposto e a renúncia a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundamentam as referidas impugnações ou recursos administrativos dessai automaticamente da legislação tributária de que trata o parcelamento ao qual aderiu o Autuado. Ante o exposto, pugnamos pelo não conhecimento do Recurso Voluntário interposto, em razão da perda do objeto, tendo em vista o requerimento de parcelamento formulado pelo Recorrente, e a ele deferido, circunstância que implica a renúncia tácita ao contencioso administrativo. 2. CONCLUSÃO Nesse contexto, pugnamos pelo não conhecimento do recurso voluntário interposto, pela perda do seu objeto, em razão da renúncia ao Contencioso Administrativo. É como voto. Arlindo da Costa e Silva, Relator. Fl. 2539DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 25/02/ 2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS
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Numero do processo: 12898.000093/2008-60
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 01 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003
PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA
O prazo decadencial para os lançamentos sujeitos a homologação obedece ao art. 150, § 4º, do CTN, quando houver antecipação do pagamento, mesmo que parcial, e ao art. 173, I, do CTN, quando não houver pagamento do tributo. Nos termos da Súmula CARF nº 99, o pagamento antecipado caracteriza-se pelo recolhimento de valor na competência do fato gerador, razão pela qual os fatos geradores devem ser considerados isoladamente.
MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA
Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, deve-se cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Estabelece-se como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%.
Numero da decisão: 9202-003.714
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado: (a) Quanto à preliminar de decadência, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para aplicação do art. 173, I, do CTN aos seguintes fatos geradores: a com relação à folha de pagamento março/2003; b com relação a contribuintes individuais fevereiro a junho/2003; (b) Quanto ao mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, para aplicar a retroatividade benigna considerando o somatório das multas por descumprimento de obrigação principal e acessória em relação ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Patrícia da Silva (Relatora), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Teresa Martinez Lopez, que negavam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor quanto ao mérito o Conselheiro Heitor de Souza Lima Júnior.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Patrícia da Silva Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra.
Nome do relator: PATRICIA DA SILVA
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DECADÊNCIA O prazo decadencial para os lançamentos sujeitos a homologação obedece ao art. 150, § 4º, do CTN, quando houver antecipação do pagamento, mesmo que parcial, e ao art. 173, I, do CTN, quando não houver pagamento do tributo. Nos termos da Súmula CARF nº 99, o pagamento antecipado caracterizase pelo recolhimento de valor na competência do fato gerador, razão pela qual os fatos geradores devem ser considerados isoladamente. MULTA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA. AUTO DE INFRAÇÃO APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA Quando da aplicação, simultânea, em procedimento de ofício, da multa prevista no revogado art. 32, § 5º, da Lei no. 8.212, de 1991, que se refere à apresentação de declaração inexata em GFIP, e também da sanção pecuniária pelo não pagamento do tributo devido, prevista no art. 35, II da mesma Lei, devese cotejar, para fins de aplicação do instituto da retroatividade benéfica, a soma das duas sanções aplicadas quando do lançamento, em relação à penalidade pecuniária do art. 44, inciso I, da Lei 9.430, de 1996, que se destina a punir ambas as infrações já referidas, e que se tornou aplicável no contexto da arrecadação das contribuições AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 89 8. 00 00 93 /2 00 8- 60 Fl. 1314DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.315 2 previdenciárias desde a edição da Medida Provisória no. 449, de 2008. Estabelecese como limitador para a soma das multas aplicadas através de procedimento de ofício o percentual de 75%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado: (a) Quanto à preliminar de decadência, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para aplicação do art. 173, I, do CTN aos seguintes fatos geradores: a – com relação à folha de pagamento – março/2003; b – com relação a contribuintes individuais – fevereiro a junho/2003; (b) Quanto ao mérito, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, para aplicar a retroatividade benigna considerando o somatório das multas por descumprimento de obrigação principal e acessória em relação ao percentual de 75%. Vencidos os Conselheiros Patrícia da Silva (Relatora), Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Teresa Martinez Lopez, que negavam provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor quanto ao mérito o Conselheiro Heitor de Souza Lima Júnior. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Patrícia da Silva – Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior e Gérson Macedo Guerra. Relatório Cuidase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 2403002.192, fls., que, por unanimidade, negou provimento ao Recurso de Ofício e, por maioria de votos, deu parcial provimento ao Recurso Voluntário para, em preliminar, reconhecer a decadência no período de 01/2003 a 11/2003, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN e, no mérito, determinar o recálculo do valor da multa de mora, se mais benéfico ao contribuinte, conforme art. 35, da Lei nº 8.212/91. Fl. 1315DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.316 3 A decisão restou assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2003 PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial das Contribuições Previdenciárias é de 05 (cinco) anos, nos termos do art. 150, §4º do CTN, quando houver antecipação no pagamento, mesmo que parcial, por força da Súmula Vinculante nº 08, do Supremo Tribunal Federal. IMUNIDADE. ISENÇÃO. DESCUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ART. 55 DA LEI N. 8.212/91. CANCELAMENTO. A imunidade da contribuição previdenciária patronal assegurada às entidades filantrópicas, conforme o art. 195, § 7º, da Constituição, tem sua manutenção subordinada ao atendimento das condições previstas na legislação ordinária, art. 55 da Lei 8.212/91, vigente à época dos fatos geradores. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, nos termos da Súmula nº 2 do CARF. MULTA. RECÁLCULO. RETROATIVIDADE BENIGNA. OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. ART. 35 DA LEI 8.212/91. ALTERAÇÕES DECORRENTES DA LEI 11.941/09. COMPARATIVO ENTRE MULTA DE MORA E MULTA DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. NATUREZA DIVERSA. Impõese o recálculo da multa de mora aplicada para as competências anteriores à 12/2008, na forma do art. 61 da Lei 9.430/96, limitada a 20%. Recursos de Ofício Negado e Voluntário Provido em Parte. Na origem, tratase de Auto de Infração lavrado em 19/12/2008 e notificado o contribuinte em 28/08/2009, que tem por objeto contribuições devidas a terceiros, parte patronal, relativas ao período de 01/2003 a 12/2003, devidas pela perda do direito a isenção tributária anteriormente prevista no art. 55, da Lei nº 8.212/91 com a expedição do Ato Cancelatório de Isenção de Contribuições Sociais nº 002/2005 em 19/04/2005, retroativo à data de 01/01/1994. Fl. 1316DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.317 4 Foram apurados créditos tributários no montante total de R$ 6.166.190,61 (Seis milhões, cento e sessenta e seis mil, cento e noventa reais e sessenta e um centavos), englobando as contribuições, os juros e a multa de mora. A decisão proferida pela 11ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil deu parcial provimento à impugnação para reconhecer a decadência da competência 01/2003, 07/2003, 08/2003, 09/2003, 10/2003 e 11/2003, nos termos do art. 150, § 4º, do CTN. Interpostos Recurso de Ofício e Recurso Voluntário, a 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara do CARF negou provimento ao Recurso de Ofício e deu parcial provimento ao Recurso Voluntário para (fls. 1114): a) reconhecer a decadência das competências de 01/2003 a 11/2003 por entender que a antecipação do pagamento de uma única contribuição previdenciária atrai a regra do art. 150, § 4º, do CTN a todas as rubricas relacionadas, independente de ter ou não havido antecipação do pagamento em todas elas; b) determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, com base no princípio da retroatividade benigna. No Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional (fls. 872), alegouse que o termo inicial do prazo decadencial deve ser considerado com base em cada fato gerador isoladamente e que, in casu, o dispositivo aplicável seria o art. 173, I, do CTN. Alegou, ainda, a existência de divergência jurisprudencial, colacionando acórdão paradigma no sentido de que: “o dies a quo para a decadência nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação somente será aquele da data do fato gerador quando o contribuinte tiver realizado o pagamento antecipado. Nos demais casos, deve ser aplicada a regra do art. 173, inciso I, do CTN”. (Acórdão 2301002.627) Concernente à aplicação retroativa do art. 35, da Lei nº 8.212/91, alegou que o referido dispositivo apenas se aplica nas hipóteses em que o tributo é recolhido espontaneamente pelo contribuinte e, havendo lançamento de ofício, aplicase o art. 35A, da referida lei, colacionando acórdão com o seguinte teor: (...) LANÇAMENTO DE OFÍCIO. APLICAÇÃO DA MULTA PREVISTA NO ART. 44, I, DA LEI Nº 9.430/1996. Nos lançamentos de ofício de contribuições sociais, aplicase a multa prevista no art. 44, I, da Lei nº 9.430/1996, não se cogitando da aplicação da multa moratória prevista no art. 61 da mesma Lei (...) Recurso Voluntário Negado.” (AC 2401002.453) Ao final, requereu a reforma do acórdão para aplicar o prazo decadencial do art. 173, I, do CTN, restabelecendo o crédito tributário com relação às competências de 01/2003 a 09/2003 e 11/2003, e da aplicabilidade da norma mais benéfica ao caso em cotejo com a incidência do art. 35A, da Lei nº 8.212/91. Nas contrarrazões recursais, o Contribuinte alega a aplicabilidade do art. 35, da Lei nº 8.212/91, por ser a multa mais benéfica, e do art. 150, § 4º, do CTN, argumentando que o prazo decadencial de cinco anos começa a fluir a partir do fato gerado quando da antecipação no pagamento de qualquer Contribuição Previdenciária, seja total ou parcial. Fl. 1317DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.318 5 É o relatório. Voto Vencido Conselheira Patrícia da Silva, Relatora O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional cumpre com os requisitos gerais de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. O presente recurso tem como objeto a discussão sobre a regra aplicável para o termo inicial de contagem do prazo decadencial das contribuições relativas às competências 02/2003 a 06/2003 (haja vista que a decadência das competências 01/2003, 07/2003, 08/2003, 09/2003, 10/2003 e 11/2003 foi reconhecida na decisão da decisão proferida pela 11ª Turma da Delegacia da Receita do Brasil) e sobre a multa aplicável no caso em tela. Quanto ao prazo decadencial, o r. acórdão entendeu que as competências 01/2003 a 11/2003 foram atingidas pela decadência, pois “para que seja aplicado o prazo decadencial nos termos do art. 150, 4o, do CTN, basta que haja a antecipação no pagamento de qualquer Contribuição Previdenciária, ou seja, não é necessária a antecipação em todas as competências. Havendo a antecipação parcial em uma única competência, já se aplica as regras do art. 150, §4o, do CTN”. (Grifei) A Fazenda Nacional argumenta que no caso em tela devese utilizar o prazo previsto no art. 173, I, do CTN, colacionando acórdão paradigma divergente no sentido de que deve haver distinção entre cada período e os respectivos fatos geradores, aplicando o art. 150, § 4º, quando tenha havido pagamento antecipado e o art. 173, I, na falta de pagamento. Pois bem. Observase que a regra do art. 150, do CTN, destinase aos lançamentos por homologação com pagamento de tributo. Assim, o lançamento realizado pelo contribuinte fica sujeito à verificação pelo Fisco e, não sendo constatada nenhuma irregularidade no pagamento efetuado, o crédito é extinto, nos termos do § 1º, do referido artigo. Todavia, verificandose a existência de irregularidade no pagamento, é dever do fisco realizar o lançamento suplementar, ato este que deverá ser realizado no período de 5 (cinco) anos a contar da data do fato gerador, nos termos do § 4º, do mesmo artigo. Diferentemente ocorre nos casos de lançamento por homologação sem pagamento do tributo, situação na qual não há o que se homologar. Nesse caso o Fisco deve realizar o lançamento de ofício no prazo de 5 (cinco) anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do art. 173, I, do CTN. Nesse sentido, aduz Ricardo Lobo Torres que “não cabe cogitar de homologação se inexistiu o autolançamento ou o pagamento prévio. O que a Administração controla é o ato do contribuinte, o pagamento por ele antecipado. Inexistindo este, inexistirá a possibilidade de homologação (...)”.1 1 TORRES, Ricardo Lobo. Curso de direito financeiro e tributário, p. 283. Fl. 1318DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.319 6 O Superior Tribunal de Justiça tem entendimento pacífico nesse sentido, vejamos: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. OFENSA AO ART. 535 DO CPC. NÃOCARACTERIZÇÃO. ADEQUAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA EM RAZÃO DA ALTERAÇÃODA SUCUMBÊNCIA. POSSIBILIDADE. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO PORHOMOLOGAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DODIREITO DE O FISCO CONSTITUIR CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL.ART. 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOSARTS. 150, § 4º, e 173 do CTN. IMPOSSIBILIDADE. (...) 3. O prazo decadencial para tributos lançados por homologação obedece à seguinte lógica: a) não ocorrendo pagamento antecipado, incide o art. 173, I, do CTN, por absoluta inexistência do que homologar; b) havendo pagamento antecipado a menor, aplicase a regra do art. 150, § 4º, desse mesmo diploma normativo. In casu, como não foi feita a antecipação do pagamento, atraise o disposto no art. 173, I, do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir crédito tributário extinguese após cinco anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. 4. Agravo Regimental não provido. (STJ AgRg no AREsp: 105771 SC 2012/00074876, Relator: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julgamento: 16/08/2012, T2 SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 24/08/2012) Nesse mesmo sentido, é o Acórdão paradigma nº 230102.627 trazido pela Fazenda Nacional para comprovar a divergência jurisprudencial, vejamos: (...) DECADÊNCIA. PRAZO DE CINCO ANOS. DISCUSSÃO DO DIES A QUO NO CASO CONCRETO. De acordo com a Súmula Vinculante nº 08, do STF, os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 são inconstitucionais, devendo prevalecer, no que tange à decadência e prescrição, as disposições do Código Tributário Nacional (CTN). O prazo decadencial, portanto, é de cinco anos. O dies a quo do referido prazo é, em regra, aquele estabelecido no art. 173, inciso I do CTN (primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado), mas a regra estipulativa deste é deslocada para o art. 150, § 4º do CTN )data do fato gerador) para os casos de lançamento por homologação nos quais haja pagamento antecipado em relação aos fatos geradores considerados lançamento. Constatandose dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial é reenviada par o art. 173, inciso I do CTN. Na ausência de pagamentos relativos ao fato gerador em discussão, é de ser aplicada esta última regra. (...) Portanto, com a devida vênia, temos que a tese utilizada no r. acórdão ora recorrido para reconhecer a decadência das competências 05, 06 e 07/2004, chocase com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça e com os precedentes deste Conselho, não podendo se admitir que os pagamentos realizados em algumas competências possam abranger as competências nas quais não houve antecipação do pagamento, pois se originam de fatos geradores distintos. Fl. 1319DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.320 7 Não bastasse, viola frontalmente o entendimento da Súmula CARF nº 99, a qual expressamente estabelece que o pagamento antecipado caracterizase pelo recolhimento de valor na competência do fato gerador, vejamos: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Por conseguinte, considerando que os fatos geradores devem ser considerados de forma isolada e que, in casu, não houve antecipação de pagamento nem declaração do contribuinte nas competências de 02/2003 a 06/2003, o prazo decadencial deve ser contado nos termos do art. 173, I, do CTN. Com relação à multa aplicável no caso em tela, devese levar em consideração a lei vigente à época da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144, do CTN, ou “a lei que comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática”, conforme disposto no art. 106, do CTN. Haja vista que à época inexistia a figura da multa de ofício do art. 35A, da Lei nº 8.212/91, a qual foi criada pela Medida Provisória nº 449/2008, e que o art. 61, da Lei nº 9.430/96, veio a instituir penalidade menos severa do que a prevista na lei vigente no momento da ocorrência do fato gerador, correto foi o entendimento do r. acórdão quanto à aplicação do princípio da retroatividade benigna no caso em tela. Desta forma, deve ser mantida a r. decisão no que tange à aplicação da multa mais benéfica, qual seja, de 0,33% ao dia, limitada a 20%, nos termos do art. 61, da Lei nº 9.430/96. Diante do exposto, conheço e dou parcial provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda para restabelecer o crédito tributário com relação às competências 02/2003 a 06/2003. É como voto. (assinado digitalmente) Patrícia da Silva Relatora Fl. 1320DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.321 8 Voto Vencedor Com a devida vênia à posição da relatora quanto ao mérito recursal e ao entendimento esposado no recorrido relativo à matéria, ouso discordar. Notese permanecer em litígio, quanto ao mérito, no caso sob análise, somente o recálculo mais benéfico de multa perpetrado pela autoridade julgadora recorrida, que optou, quanto à matéria de mérito, por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para determinar o recálculo do valor da multa de mora, se mais benéfico ao contribuinte, de acordo com o disciplinado no art. 35, caput, da Lei nº 8.212, de 1991, já na redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009 (art. 61, da Lei nº 9.430, de 1996). Entendo a propósito que, em verdade, o referido art. 35 da Lei no. 8.212, de 1991, regrava, anteriormente à sua alteração promovida pela MP no. 449, de 2008 (convertida na Lei nº 11.941, de 2009), duas multas de natureza diferenciada, a saber: a) em seu inciso I, o dispositivo regulamentava a aplicação de multa de natureza moratória, decorrente do recolhimento efetuado pelo contribuinte a destempo, sem qualquer procedimento de ofício da autoridade tributária e mantida aqui a espontaneidade do contribuinte; b) em seu inciso II, o referido art. 35 estabelecia a aplicação de multa para o caso de lavratura de Notificação de Lançamento pela autoridade fiscalizadora, neste caso se tratando, aqui, de multa de ofício. Ainda, de se notar a possibilidade de aplicação, já anteriormente à edição da MP no. 449, de outras espécies de multa (também de ofício), quando da constatação, também em sede de ação fiscal, de descumprimento das obrigações acessórias, na forma preconizada pelos §§4o. e 5o. do art. 32 da Lei no. 8.212, de 1991, convertendose, nesta hipótese, a obrigação acessória em principal. Cediço em meu entendimento que, o que se passou a ter, agora a partir do advento da MP no. 449, de 2008, foi a existência de um dispositivo único a regrar a aplicação das multas aplicáveis em sede de ação fiscal, abrangendo tanto a constatação, através de procedimento de ofício, de falta de pagamento, como a de falta de declaração (ou de declaração a menor) em GFIP de fatos geradores ocorridos/contribuições devidas, a saber, o art. 35A daquela mesma Lei no. 8.212, de 1991, acrescentado pela referida MP. Este também é o entendimento majoritário esposado por esta Câmara Superior, conforme excertos dos seguintes votos constantes dos Acórdãos CSRF 9.202 003.070 e 9.202003.386, os quais se adotam, aqui, como razões de decidir. Acórdão 9.202003.070 – Voto do Conselheiro Marcelo Oliveira “ (...) Portanto, pela determinação do CTN, acima, a administração pública deve verificar. nos lançamentos não definitivamente julgados, se a penalidade determinada na nova legislação é menos severa que a prevista na lei vigente no momento do lançamento. Fl. 1321DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.322 9 Só não posso concordar com a análise feita, que leva à comparação de penalidades distintas: multa de ofício e multa de mora. (...) Ocorre que o acórdão recorrido comparou, para a aplicação do Art. 106 do CTN, penalidade de multa aplicada em lançamento de ofício (grifos no original), com penalidade aplicada quando o sujeito passivo está em mora, sem a existência do lançamento de ofício, e decide, espontaneamente, realizar o pagamento. Para tanto, na defesa dessa tese, há o argumento que a antiga redação utilizava o termo multa de mora (grifos no original). Lei 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora (grifos no original), que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original): Esclarecemos aqui que a multa de lançamento de ofício (grifos no original), como decorre do próprio termo, pressupõe a atividade da autoridade administrativa que, diante da constatação de descumprimento da lei, pelo contribuinte, apura a infração e lhe aplica as cominações legais. Em direito tributário, cuidase da obrigação principal e da obrigação acessória, consoante art. 113 do CTN. A obrigação principal é obrigação de dar. De entregar dinheiro ao Estado por ter ocorrido o fato gerador do pagamento de tributo ou de penalidade pecuniária. A obrigação acessória é obrigação de fazer ou obrigação de não fazer. A legislação tributária estabelece para o contribuinte certas obrigações de fazer alguma coisa (escriturar livros, emitir documentos fiscais etc.): são as prestações positivas de que fala o §2º do art. 113 do CTN. Exige também, em certas situações, que o contribuinte se abstenha de produzir determinados atos (causar embaraço à fiscalização, por exemplo): são as prestações negativas, mencionadas neste mesmo dispositivo legal. O descumprimento de obrigação principal gera para o Fisco o direito de constituir o crédito tributário correspondente, mediante lançamento de ofício (grifos no original). É também Fl. 1322DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.323 10 fato gerador da cominação de penalidade pecuniária, leiase multa, sanção decorrente de tal descumprimento. O descumprimento de obrigação acessória gera para o Fisco o direito de aplicar multa, igualmente por meio de lançamento de ofício (grifos no original). Na locução do §3º do art. 113 do CTN, este descumprimento de obrigação acessória, isto é, de obrigação de fazer ou não fazer, convertea em obrigação principal, ou seja, obrigação de dar. Já a multa de mora não pressupõe a atividade da autoridade administrativa, não tem caráter punitivo e a sua finalidade primordial é desestimular o cumprimento da obrigação fora de prazo. Ela é devida quando o contribuinte estiver recolhendo espontaneamente um débito vencido. Essa multa nunca incide sobre as multas de lançamento de ofício (grifos no original) e nem sobre as multas por atraso na entrega de declarações. Portanto, para a correta aplicação do Art. 106 do CTN, que trata de retroatividade benigna, o Relator deveria ter comparado a penalidade determinada pelo II, Art. 35 da Lei 8.212/1991 (créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento (grifos no original)), antiga redação, com a penalidade determinada atualmente pelo Art. 35A da Lei 8.212/1991 (nos casos de lançamento de ofício (grifos no original)). Conseqüentemente, divirjo do acórdão recorrido, pelas razões expostas. (...)” Acórdão 9.202003.386 – Voto do Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos "(...) Verifico, assim, que, ainda que a antiga redação do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora”, independentemente da denominação que tenha se dado à penalidade, não resta dúvida de que estavam ali descritas duas diferentes espécies de multas: a) as multas de mora e b) as multas de ofício. As primeiras eram cobradas com o tributo recolhido espontaneamente. As últimas, cobradas nos lançamentos de ofício e através de notificação fiscal de lançamento de débito, ou, posteriormente, após a fusão entre a SRP e RFB, através de auto de infração (lançamento de obrigação principal) e auto de infração (no caso de obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambas por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais. Fl. 1323DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.324 11 Ainda, quanto às multas de ofício, estas duas situações supra elencadas se encontravam, respectivamente, regradas na forma dos antigos arts. 35, II (multa referente à obrigação principal constituída através de NFLD ou AI) e 32, IV, §4o. ou §5o. (ambos referindose à obrigação acessória convertida em obrigação principal através de lavratura de AI pelo seu descumprimento), ambos da Lei nº 8.212, de 1991, sendo que, com a alteração legislativa propugnada no referido diploma, passaram a estar regradas conjuntamente na forma de seu art. 35A. Assim, entendo que a penalidade a ser aplicada não pode ser aquela mais benéfica a ser obtida pela comparação da antiga “multa de mora” estabelecida pela anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991, com a do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, agora referida pela nova redação dada ao mesmo art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, pela Lei nº 11.941, de 2009 e que, notese, pressupõe a espontaneidade, inaplicável à situação fática em tela. A propósito, entendo que, para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deva comparar àquela antiga multa regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II, da Lei nº 8.212, de 1991 (repetindose, indevidamente denominada como “multa de mora”, nos casos de lançamento por força de ação fiscal), quando somada à multa aplicada no âmbito dos AIs conexos, lavrados de ofício por descumprimento de obrigação acessória (na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, §4o ou 5o da Lei nº 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício,consoante disposto no art. 35 A, da Lei nº 8.212, de 1991. No caso sob análise, verifico que permanece em litígio, quanto à aplicação da retroatividade benéfica a multa aplicada aos débitos cujos fatos geradores ocorreram antes da vigência da MP no, 449, de 2008, constante do AI 37.199.9120 (débitos de obrigação principal).. Assim, aplicandose o entendimento aqui adotado, agora ao caso sob análise, entendo que, para todos os débitos cujos fatos geradores ocorreram antes da vigência da MP no. 449. de 2008, devase, limitar a soma das penalidades aplicáveis à cada competência a título de descumprimento de obrigação principal e de obrigação acessória, esta última referente ao preconizado no art. 32, IV, §4o. e 5o, da Lei no. 8.212, de 1991, ao percentual de 75% dos valores devidos a título de obrigação principal, aplicandose assim a incidência do art. 35A da Lei no. 8.212, de 1991, sem que se deva falar em comparação segregada de multa para qualquer auto de obrigação principal, consoante proposto pelo vergastado. Este percentual é o limite atual para sanções pecuniárias, decorrente de lançamento de ofício, quando de falta de declaração ou de declaração inexata, conforme previsto no art. 44, I da mesma Lei nº 9.430, de 1996, e referenciado no art. 35A, da Lei nº 8.212, de 1991, aplicável aqui a retroatividade da norma, caso benéfica, em plena consonância, inclusive, com a sistemática posteriormente estabelecida pelo art. 476A da Instrução Normativa RFB no. 971, de 2009, acrescido pela Instrução Normativa RFB no. 1.027, de 22 de abril de 2010. Fl. 1324DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 12898.000093/200860 Acórdão n.º 9202003.714 CSRFT2 Fl. 1.325 12 Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, a fim de determinar que a análise da norma mais benéfica aplicável ao caso seja verificada em cotejo com a incidência do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991. Heitor de Souza Lima Junior – Conselheiro Fl. 1325DF CARF MF Impresso em 02/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/02/2016 por PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 po r PATRICIA DA SILVA, Assinado digitalmente em 01/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10670.720495/2011-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 02 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006, 2007
NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DE LAVRATURA.
É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. (Súmula nº 6 do CARF)
ARBITRAMENTO. ESCRITURAÇÃO. VÍCIOS.
Implica o arbitramento do lucro a escrituração que revele evidentes indícios de fraudes ou contenha vícios, erros ou deficiências que a torne imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, ou determinar o lucro real.
IRRF. PAGAMENTO SEM CAUSA OU A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO. PRESUNÇÃO LEGAL.
Em face de previsão legal expressa, se sujeita à incidência do imposto de renda, exclusivamente na fonte, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, ou quando não for comprovada a sua causa ou a operação a que se refere.
MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA.
Verificado pelo agente fiscal que o contribuinte incorreu em uma conduta dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, é obrigatória a aplicação da multa qualificada, nos termos da Lei.
DECORRÊNCIA. INFRAÇÕES APURADAS NA PESSOA JURÍDICA.
A solução dada ao litígio principal, relativo ao IRPJ, aplica-se aos litígios decorrentes, referentes a outros tributos, quanto à mesma matéria fática.
Numero da decisão: 1401-001.532
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso
(documento assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Relator e Presidente.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio, Fernando Luiz Gomes de Souza, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: ANTONIO BEZERRA NETO
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AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DE LAVRATURA. É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. (Súmula nº 6 do CARF) ARBITRAMENTO. ESCRITURAÇÃO. VÍCIOS. Implica o arbitramento do lucro a escrituração que revele evidentes indícios de fraudes ou contenha vícios, erros ou deficiências que a torne imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, ou determinar o lucro real. IRRF. PAGAMENTO SEM CAUSA OU A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO. PRESUNÇÃO LEGAL. Em face de previsão legal expressa, se sujeita à incidência do imposto de renda, exclusivamente na fonte, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, ou quando não for comprovada a sua causa ou a operação a que se refere. MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA. CONDUTA DOLOSA. Verificado pelo agente fiscal que o contribuinte incorreu em uma conduta dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária, da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, é obrigatória a aplicação da multa qualificada, nos termos da Lei. DECORRÊNCIA. INFRAÇÕES APURADAS NA PESSOA JURÍDICA. A solução dada ao litígio principal, relativo ao IRPJ, aplicase aos litígios decorrentes, referentes a outros tributos, quanto à mesma matéria fática. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 72 04 95 /2 01 1- 19 Fl. 12331DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 68 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso (documento assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Relator e Presidente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio, Fernando Luiz Gomes de Souza, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto. Fl. 12332DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 69 3 Relatório Tratase de recurso voluntário contra o Acórdão da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal em Juiz de ForaMG. Adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância, compondo em parte este relatório: Contra a contribuinte acima identificada foram lavrados autos de infração que lhe exigem um crédito tributário assim discriminado, com juros de mora calculados até 31/03/2011: Auto de Infração Valor (R$) IRPJ 4.241.419,29 IRF 6.314.629,01 PIS/Pasep 1.007.238,91 CSLL 1.950.201,61 Cofins 4.606.959,75 TOTAL 18.120.448,57 Na "Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is)" constante do Auto de Infração de IRPJ, o fiscal autuante relatou o seguinte: "Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte supracitado, efetuamos o presente Lançamento de Oficio, nos termos do art. 926 do Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999 (Regulamento do Imposto de Renda 1999), tendo em vista que foram apuradas as infração(ões) abaixo descrita(s), aos dispositivos legais mencionados. Razão do arbitramento no(s) período(s): 03/2006 06/2006 09/2006 12/2006 03/2007 06/2007 09/2007 12/2007 Arbitramento do lucro que se faz tendo em vista que a escrituração mantida pelo contribuinte é imprestável para determinar o Lucro Real, em virtude os erros e falhas descritos no TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL anexo, que integra o presente auto de infração. Enquadramento Legal: A partir de 01/04/1999 Art. 530, inciso II, do RIR/99. 001 RECEITA OPERACIONAL OMITIDA (ATIVIDADE NÃO IMOBILIÁRIA) REVENDA DE MERCADORIAS Fl. 12333DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 70 4 Valor apurado conforme TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL anexo, que integra o presente auto de infração. [...] ENQUADRAMENTO LEGAL Art. 532 do RIR/99. 002 OUTRAS RECEITAS Valor apurado conforme TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL anexo, que integra o presente auto de infração. [...] ENQUADRAMENTO LEGAL Art. 536 do RIR/99. Os lançamentos da CSLL, do PIS/Pasep e da Cofins decorreram da omissão de receita apurada para o IRPJ, sendo que a CSLL também foi apurada pelo lucro arbitrado. Já o lançamento de IRF incidiu sobre pagamentos a beneficiários não identificados ou sem causa. No Termo de Verificação Fiscal TVF (fls. 139/168), a autoridade lançadora assim sintetizou a apuração dos tributos lançados: VI. DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES DEVIDOS, NÃO DECLARADOS E NÃO RECOLHIDOS: A fiscalizada não apresentou Declaração de Informações Econômico Fiscais (DIPJ) relativas aos anoscalendário 2006 e 2007. Aliás, conforme cadastro do CNPJ a JB não apresentou nenhuma DIPJ até o presente momento. Em relação à apresentação de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), do período fiscalizado, consta apenas a entrega da declaração n° 1002.006.2006.2080089992, relativa ao 1o semestre/2006. Na mesma foram declarados débitos relativos ao imposto sobre a renda retido na fonte IRRF, códigos de receita 1708 (remuneração serviços prestados por pessoa jurídica) e 3208 (aluguéis e royaltes pagos a pessoa física), não tendo sido declarados débitos relativos ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, relativos ao período fiscalizado. [...] VI1 APURAÇÃO DOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE AS RECEITAS ESCRITURADAS: Foram lançados de ofício os valores devidos de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS incidentes sobre as receitas escrituradas nas contas contábeis relacionadas a seguir: [...] As receitas estão discriminadas nos demonstrativos anexos RECEITAS OPERACIONAIS ESCRITURADAS e RECEITAS NÃO OPERACIONAIS ESCRITURADAS. As receitas escrituradas foram utilizadas como base para arbitramento do lucro por estarem em consonância com os valores das operações de saída do ICMS, obtidas através do sistema SICAF, da Secretaria de Estado da Fazenda de Minas Gerais. Fl. 12334DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 71 5 Não foram localizados quaisquer pagamentos de IRPJ e CSLL referentes aos anos fiscalizados. Assim sendo, não foram descontados quaisquer valores dos créditos tributários apurados e lançados de ofício, relativos a tais tributos. Foram localizados pagamentos de COFINS NAOCUMULATIVO referentes aos períodos de apuração agosto/2006 a dezembro/2007 e de PIS NAO CUMULATIVO, dos períodos de apuração agosto/2006 a agosto/2007 e de outubro a dezembro/2007. Tais pagamentos foram deduzidos dos valores apurados sobre as receitas de vendas escrituradas, conforme consta nos demonstrativos anexos PIS APURAÇÃO REFLEXA SOBRE RECEITA ESCRITURADA, relativos aos anos calendário 2006 e 2007, e COFINS APURAÇÃO REFLEXA SOBRE RECEITA ESCRITURADA, dos mesmos períodos. VI2 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE INCIDENTE SOBRE PAGAMENTOS A BENEFICIÁRIOS NÃO IDENTIFICADOS OU SEM CAUSA: Conforme relatado no item IV2 do presente termo, o contribuinte escriturou diversos lançamentos que representariam ingresso de recursos na conta caixa, à crédito das contas relativas aos bancos, cujos históricos nos extratos bancários, tais como CHEQUE COMPENSADO, TRANSFERÊNCIA ONLINE, PAGAMENTO DE TÍTULO, EMISSÃO DE DOC, EMISSÃO DE TED, PAGAMENTO DE CONTAS, não são compatíveis com operações de suprimento de caixa, mas que se referem a pagamentos efetuados ou a recursos entregues/transferidos a terceiros. [...] Ante o exposto, sobre os pagamentos para os quais a intimada não apresentou documentos comprobatórios hábeis e idôneos, ou seja, não identificou os beneficiários, as operações ou causas das mesmas, foi apurado o IMPOSTO DE RENDA NA FONTE (IRF). Destaco que os pagamentos especificados nessa planilha foram considerados como rendimentos líquidos e foi realizado o reajustamento da base de cálculo, conforme disposto no § 3o do artigo 674 do RIR 99. Sobre o IRPJ, a CSLL, o PIS/Pasep e à Cofins foi aplicada a multa qualificada no percentual de 150%, tendo sido também efetuada representação fiscal para fins penais, que compõe processo distinto deste. A qualificação da multa foi assim justificada no TVF: VIII. CARACTERIZAÇÃO DE SONEGAÇÃO FISCAL, FRAUDE E CONLUIO E APLICAÇÃO DE MULTAS DE OFICIO QUALIFICADAS: [...] Conforme relatado exaustivamente neste termo, ficou demonstrado que a empresa JB, seus sócios e o grupo econômico de que faz parte, incidiram em práticas que caracterizam sonegação fiscal, fraude e conluio, nos termos dos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/1964. Destaco as seguintes práticas adotadas: • Falta de apresentação de declarações Não foram apresentadas quaisquer DIPJ's da empresa, desde a sua constituição, implicando em omissão na prestação de informações legais ao fisco. Da mesma maneira, foi apresentada tão somente a DCTF referente ao 1o semestre/2006, sem informação dos débitos devidos à título de IRPJ, CSLL, COFINS e PIS, não tendo sido apresentadas as DCTFs relativas aos demais períodos fiscalizados, implicando em omissão na declaração dos tributos devidos e na falta de recolhimento dos mesmos. Fl. 12335DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 72 6 • Apresentou escrituração contábil eivada de vícios, irregularidades e inconsistências, na malfadada tentativa de justificar os valores de créditos e débitos constantes dos extratos bancários, implicando na escrituração totalmente irregular das contas contábeis referentes ao movimento bancário e ao caixa da empresa, dentre outras. • Os diversos intimados tentaram, de maneira orquestrada, ocultar o fato de que a empresa fiscalizada integra grupo econômico, obstaculizando a cobrança dos valores dos tributos devidos, não declarados e não recolhidos, conforme descrito no item VII, do presente termo. Por fim, a fiscalização incluiu no polo passivo da obrigação tributária as pessoas listadas abaixo, a título de responsáveis tributários, nos seguintes termos: IX. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA: [...] Ante os fatos relatados neste termo, considerando o disposto nos artigos 121, inciso II e 124, inciso I, do CTN, ficou caracterizado que os sujeitos passivos a seguir relacionados são solidariamente responsáveis pelos créditos tributários referentes a IRPJ, CSLL, COFINS, PIS e IRRF. constituídos de ofício, tendo em vista a caracterização da prática de SONEGAÇÃO FISCAL, FRAUDE e CONLUIO, que implicaram na responsabilidade tributária e em sujeição passiva solidária, nos termos da legislação vigente: JOÃO BATISTA OLIVEIRA, CPF 201.276.18600. ZILDA CAETANA DOS SANTOS OLIVEIRA, CPF 032.353.8363,8. JACIMARIA DE JESUS, CPF 163.782.37620. FREDERICO LAVORATO ARANTES, CPF 062.258.32637. PEDRO JUNIO DE OLIVEIRA, CPF 014.121.20632. WALDIR ROCHA PENA, CPF 604.305.16649. WALTER SANTANA ARANTES, CPF 312.152.03691. Os mesmos serão cientificados da responsabilidade tributária e da sujeição passiva solidária, bem como dos autos de infração lavrados, mediante Termos de sujeição passiva solidária. A contribuinte COMERCIAL DE ALIMENTOS JB LTDA. impugnou o lançamento às fls. 12.185/12.210. Consoante os argumentos ali aduzidos, ao final assim concluiu: A fiscalização teve à sua disposição 23 meses que foram dedicados à coleta de uma quantidade, podemos dizer assombrosa, de papeis, muitos dos quais, atrevo afirmar, impertinentes e fora do foco do processo em si. A Impugnante, para contestação e exercício de seu direito de defesa, demanda o exame de todo o material coletado, operação inviável porque o tempo disponível para sua execução é extremamente limitado, dados a restrição legal e o volumoso trabalho fiscal. Fl. 12336DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 73 7 Tendo isto em vista, a Impugnante, desde já, protesta pela apresentação de aditamento a esta peça de defesa, tão logo consiga, empenhada em exaustivo e tedioso trabalho, contornar os obstáculos que se antepõem ao exame completo de todos os papeis juntados. Nesta oportunidade deseja enfatizar que a exigência fiscal imposta é fruto, talvez, de condições adversas enfrentadas pela autoridade fiscal lançadora no desenvolvimento de seus trabalhos. A indiscutível capacidade técnica detida pelos agentes fiscais da Receita Federal detectaria, imediatamente, se essa, fosse a verdade, a impossibilidade dos registros contábeis comprovarem sua própria correção. Ao demandar um trabalho de 23 meses, evidenciase que o agente fiscal defrontouse com uma escrituração que pôde ser examinada à exaustão. Considerando que foram examinados os anos de 2.006 e 2.007, isto é, 24 meses de funcionamento de uma empresa de pequeno porte tomouse outro tanto de tempo para o exame fiscal. Para considerar e provar que a escrituração era inservível, não demandaria senão uma pequena fração de tempo desses 23 meses. Mas a fiscalização, ao final, argue a inutilidade da escrita contábil, sem prová la. Ao contrário utiliza dela tentando sustentar o argumento de que não foram provadas certas destinações de recursos empregados no pagamento de prestadores de serviços e fornecedores. Isto posto, e considerando que a Impugnante mantém escrituração contábil e fiscal, na forma das leis comerciais e fiscais e, intimada, colocou seus livros à disposição da fiscalização, como consta do próprio Termo de Verificação Fiscal; Considerando que os recursos, registrados como saques nos extratos bancários, destinaramse ao atendimento das necessidades de funcionamento da Impugnante, como compra de mercadorias, pagamento a fornecedores e pessoal e o fato de a fiscalização ter tido dificuldade para identificar endossos em alguns cheques não significa, em nenhuma hipótese, pagamento a beneficiário não identificado; Considerando que a Impugnante não praticou qualquer ato que possa ser classificado como de sonegação fiscal, fraude ou conluio e as acusações da fiscalização não foi acompanhada de prova irrefutável do ato criminoso; Considerando tudo o mais que consta, a signatária requer dessa autoridade julgadora seja declarada a improcedência do feito fiscal e determinado o arquivamento do processo, por ser de JUSTIÇA. Dentre os responsabilizados, apresentaram impugnação, separadamente, os Srs. WALDIR ROCHA PENA, WALTER SANTANA ARANTES, FREDERICO LAVORATO ARANTES e PEDRO JÚNIO DE OLIVEIRA, pedindo a exclusão do polo passivo tributário em razão de não possuírem "interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal" e nunca terem mantido "relacionamento com a citada COMERCIAL DE ALIMENTOS JB LTDA. seja como participante do quadro societário, ou funcional, ou em cargos de direção". Em sede de preliminar, manifestaram estranheza, "seja pela sua inclusão como sujeito passivo, seja pela violação do sigilo fiscal resultante da exposição dos trabalhos desenvolvidos em empresa com a qual não mantém, nunca manteve nem Fl. 12337DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 74 8 pretende manter, qualquer vínculo seja em participação societária ou de direção." No mérito, alegaram o seguinte: WALDIR ROCHA PENA A única referência ao signatário relacionase ao fato de ter comparecido, voluntariamente, para esclarecer quanto ao uso da expressão SUPERMERCADOS BH, ocasião em que informou que a empresa GUGA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. a adotou, durante certo tempo, como nome de fantasia e, posteriormente, como denominação. Essa mudança se deveu ao fato de que a expressão estava registrada por terceiros impedindo seu uso enquanto não liberada pelo detentor do direito. O detentor do direito de uso da expressão, de quem a empresa GUGA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. adquiriu o direito de uso, não é a COMERCIAL DE ALIMENTOS JB LTDA que a utilizava, indevidamente. Cumpre destacar que no próprio termo de verificação fiscal encontrase registrado o comparecimento espontâneo do ora impugnante na condição de representante legal de SUPERMERCADOS BH. COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA. Onde por si só este ato refuta quaisquer alegações no sentido de procrastinação ou coisa que o valha no sentido de prejudicar o trabalho fiscal, aliado a isto todas as demais intimações foram respondidas a tempo e a hora. Ao ensejo impossível deixar de destacar expressamente que as alegações de grupo econômico são desprovidas de qualquer fundamentação uma vez que ausentes os pressupostos caracterizadores deste fato vez que tratamse de empresas diversas e totalmente distintas entre si. Aliado a este fato as presunções de simulação ou fraude não se sustentam, uma vez que ausentes atos por parte do impugnante neste sentido, as ilações constantes do termo de verificação fiscal se mostram frágeis e indevidas para tanto, faltando qualquer conjunto probatório para sustentar esta tese com deveria existir para a manutenção da mesma nos termos do previsto no CTN. Ao contrário o que se demonstra fartamente é uma ausência de interesse comum por parte do impugnante para que se justifique a pretendida solidariedade, bem como ausentes quaisquer atos que ensejassem a caracterização de que as pessoas envolvidas atuaram concretamente junto a sociedade contribuinte de forma a determinar a realização do fato gerador e decidir pelo descumprimento das obrigações tributárias. WALTER SANTANA ARANTES A única referência ao signatário relacionase ao fato de, na condição de produtor rural, ter vendido cabeças de gado à COMERCIAL DE ALIMENTOS JB LTDA, operações puramente comerciais, que não vinculam o requerente ao quadro societário ou diretivo da referida empresa, desqualificando, pois, sua inclusão como sujeito passivo solidário. PEDRO JÚNIO DE OLIVEIRA No referido Termo não existe qualquer referência ao signatário como participante dos negócios da referida empresa COMERCIAL DE ALIMENTOS JB LTDA. Fl. 12338DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 75 9 Cumpre ainda destacar o fato de que, para que outra pessoa seja eleita como sujeito passivo esta deve participar da ocorrência do fato gerador, o que no caso em tela inexistiu, salientando ainda a fragilidade das argumentações da fazenda pública posto que as alegações de simulação, não passam de ilações faltando ainda qualquer ajunto probatório neste sentido ou no sentido de caracterizar a atuação concreta na realização do fato gerador do tributo da obrigação tributária. FREDERICO LAVORATO ARANTES No referido Termo existe uma única referência ao signatário, quando é identificado como filho do sr. Walter Santana Arantes. É o relatório. A DRJ Manteve os lançamentos, nos seguintes termos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006, 2007 ARBITRAMENTO. ESCRITURAÇÃO. VÍCIOS. Implica o arbitramento do lucro a escrituração que revele evidentes indícios de fraudes ou contenha vícios, erros ou deficiências que a torne imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, ou determinar o lucro real. DECORRÊNCIA. INFRAÇÕES APURADAS NA PESSOA JURÍDICA. A solução dada ao litígio principal, relativo ao IRPJ, aplicase aos litígios decorrentes, referentes a outros tributos, quanto à mesma matéria fática. IRRF. PAGAMENTO SEM CAUSA OU A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO. PRESUNÇÃO LEGAL. Em face de previsão legal expressa, se sujeita à incidência do imposto de renda, exclusivamente na fonte, todo pagamento efetuado pela pessoa jurídica a beneficiário não identificado, ou quando não for comprovada a sua causa ou a operação a que se refere. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO PARA O PERCENTUAL DE 150%. Correta a aplicação da multa qualificada quando evidenciado nos autos a sonegação, a fraude ou o conluio, consoante definição contida nos artigos 71 a 73 da Lei n.° 4.502/64. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. INTERESSE COMUM. TERCEIROS ESTRANHOS AO QUADRO SOCIETÁRIO. É apropriada a responsabilização solidária quando o interesse comum nas situações que constituem os fatos geradores das obrigações autuadas se evidencia por meio de um conluio objetivando a sonegação. Irresignada com a decisão de primeira instância, a interessada interpôs recurso voluntário de fls. 12250/12280 a este CARF e, aduzindo em complemento: Enfatiza o fato de que, ao contrário do determinado pela legislação Art. 90, do RIR/99 a ação fiscal foi desenvolvida fora do domicílio fiscal da contribuinte, mediante expedição de Termos de Intimação solicitando esclarecimentos e, na maioria das vezes, a juntada de documentos avulsos e esparsos, extraídos dos arquivos, produzindo, como conseqüência, desorganização e dificuldades no pronto atendimento a intimações posteriores Fl. 12339DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 76 10 Acusa a DRJ de não ter examinado a provas dos autos, mormente a conciliação bancária. Ainda contestando a DRJ, afirma que não faz, e nunca fez, vendas a prazo. Suas vendas são, sempre à vista, com recebimento em dinheiro na maior parte das vezes em cheques e em cartão de crédito. Venda com recebimento em cheques é venda à vista que, e dessa forma, é reconhecida para efeito de pagamento dos tributos. Igualmente, acontece com o cartão de crédito. Como não faz vendas a prazo não tem cobrança de títulos ou antecipação de recebíveis. O Relator afirma que a contribuinte tentou conciliar valores contidos em extratos bancários com a contabilidade, sem lograr sucesso. A afirmação é uma confissão de que não examinou o processo, pois, às fls. 767 a 845, estão inseridas as fichas de conciliação dos extratos bancários com a contabilidade, relativamente ao Banco do Brasil, Banco Real, Credimontes e Caixa Econômica Federal, dos anos de 2006 e 2007. Os documentos atenderam ao Termo de Intimação 05. Alega que o relator de primeira instância registra a entrega dos documentos afirmando que a fiscalização analisou os documentos e informou que não há correspondência entre os valores contábeis e dos extratos, com discrepâncias significativas, que não foram esclarecidas pela contribuinte. Nesse ponto, afirma que o julgador não deveria se contentar em reproduzir o que diz o agente fiscal, mas não diz qual foi o resultado do exame que ele deveria ter feito. Faz referência à assertiva da DRJ, "A simples apresentação do Lalur não pode afastar as irregularidades apontadas pela fiscalização", para então contestála:”O inusitado da afirmação é o fato de que se despreza, que a função do LALUR e para isso foi criado é justamente ajustar os resultados contábeis para fins de apuração do lucro tributável de acordo com a legislação fiscal.” Procura esclarecer a sistemática adotada por ela na conta caixa: “A contrapartida do lançamento na conta Caixa é a conta Bancos. O suprimento de caixa nada mais é que a empresa recebendo seus próprios recursos que estavam em poder do Banco. O beneficiário é a própria empresa, proprietária dos recursos e a causa e destinação a própria movimentação dos negócios.” Segundo ela, “a fiscalização entendeu que, o simples fato de o histórico registrar a expressão ´suprimentos de caixa´ seria representativo de que o recurso proviera de fonte que poderia estar camuflando subtração de valores que deveriam ser submetidos à tributação, isto é, omissão de receitas.” A fiscalização destacou inúmeras parcelas, registradas como "suprimento de caixa" e intimou a Recorrente a identificar quais os beneficiários dos valores. Alega que o beneficiário é a própria contribuinte porque os recursos já pertenciam a ela e estavam, simplesmente, guardados em uma agência bancária. Fl. 12340DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 77 11 É o Relatório Fl. 12341DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 78 12 Voto Conselheiro Antonio Bezerra Neto, Relator Delimitação da Lide Apenas o contribuinte, empresa Comercial de Alimentos J B entrou com recurso voluntário, portanto, os termos de responsabilidades solidários consideramse definitivamente constituídos na esfera administrativa, não fazendo mais parte da lide. Preliminar de nulidade Sobre a preliminar referente ao local de lavratura do auto de infração, referenciada pela Recorrente ao longo de toda sua defesa, esclareçase que o art. 10 do Decreto 70.235/72 Processo Administrativo Fiscal, exige que a lavratura do auto de infração se faça no local de verificação da falta. Isto não significa que é o local onde a falta foi praticada, mas sim, onde foi constatada. Desse modo, não há impedimento que o auto seja lavrado no interior da repartição ou em qualquer outro local; o mandamento é para que se realize onde se constatou a falta, prevenindo a jurisdição e prorrogando a competência da autoridade administrativa que da infração primeiro tomou conhecimento (§ 3º do art. 9º do Decreto 70.235/72). Portanto, não há como conceder razão à contribuinte, uma vez que não é o fato de haver o deslocamento do autuante para o estabelecimento fiscalizado que tornaria o lançamento mais consistente. Essa matéria já foi inclusive sumulada pelo CARF: Súmula nº 6 do Carf: É legítima a lavratura de auto de infração no local em que foi constatada a infração, ainda que fora do estabelecimento do contribuinte. Rejeito, portanto, a preliminar de nulidade. Arbitramento Considerações preambulares É sabido que pessoa jurídica sujeita à apuração com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais e a escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, conforme disposto no artigo 251 e seu parágrafo único do RIR 99. A tributação com base no lucro arbitrado é medida efetivamente que se impõe quando presentes os pressupostos definidos na lei, estando a recomendar que a autoridade fiscal empreenda sua ação de modo a caracterizar, a impossibilidade de apuração do Fl. 12342DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 79 13 lucro real, bem assim, quando for o caso, a inexistência da escrituração contábil, sua imprestabilidade, ou a recusa do sujeito passivo em apresentála. E foi exatamente isso que aconteceu. Está patente nos autos e fartamente documentado no TVF, que empresa JB não escriturou os livros contábeis com observância dos preceitos da legislação comercial e fiscal; que a sua escrituração contém evidentes indícios de fraudes, vícios, erros e deficiências que a tornaram imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira e para determinar o lucro real. Assim, acertadamente teve que ser arbitrado o lucro referente aos anoscalendário 2006 e 2007, nos termos do art. 530 do Regulamento do Imposto de Renda/99 RIR/99, aprovado pelo Decreto nº 1.041, de 11 de janeiro de 1994, cujo inciso III adiante se transcreve: Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do anocalendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei n° 8.981, de 1995, art. 47, e Lei n" 9.430, de 1996, art. Io): (...) II a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou determinar o lucro real; Os requisitos legais que autorizem o arbitramento foram sobejamente provados nos autos, mediante a emissão de intimações e reintimações, com concessão de prazos razoáveis para o seu atendimento; a lavratura de termos de constatação e de verificação nas datas aprazadas para a entrega dos documentos solicitados, de modo a que ficou claramente demonstrada a inércia do sujeito passivo em atender adequadamente o que lhe fora solicitado. Ficou patente que a escrita contábil apresentada pela JB estava mesmo eivada de erros, vícios e deficiências que não permitem identificar a efetiva movimentação financeira, os beneficiários de inúmeros pagamentos e transferências de recursos efetuados, o montante das vendas realizada à prazo, bem como as operações de desconto de cheques, cobrança de títulos e antecipação de recebíveis, daí advindas. Diante do exposto no item anterior, fica patente que a escrita contábil apresentada pela JB está eivada de erros, vícios e deficiências que não permitem identificar a efetiva movimentação financeira, os beneficiários de inúmeros Fl. 12343DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 80 14 pagamentos e transferências de recursos efetuados, o montante das vendas realizada à prazo, bem como as operações de desconto de cheques, cobrança de títulos e antecipação de recebíveis, daí advindas. A pessoa jurídica sujeita à apuração com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais e a escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, conforme disposto no artigo 251 e seu parágrafo único do RIR 99. No livro diário devem ser lançados, dia a dia, os atos ou operações da atividade, que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica. Admitese a escrituração resumida no Diário, por totais que não excedam ao período de um mês, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros auxiliares para registro individuado e conservados os documentos que permitam sua perfeita verificação, conforme disposto no artigo 258 e § Io do RIR 99. A Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o novo Código Civil, preceituou no seu artigo 1.184 que no Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, todas as operações relativas ao exercício da empresa. Ante os fatos expostos anteriormente, ficou caracterizado claramente que a JB não escriturou os livros contábeis com observância dos preceitos da legislação comercial e fiscal, que a sua escrituração contém evidentes indícios de fraudes, vícios, erros e deficiências que a tornaram imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira e para determinar o lucro real. Assim sendo, deve ser arbitrado o lucro referente aos anoscalendário 2006 e 2007. Em relação ao seu argumento de que o arbitramento é uma medida extrema, apesar de concordar que o arbitramento deva ser utilizado com parcimônia, principalmente naqueles casos em que a Lei apesar de delimitar objetivamente as situações que ensejariam o arbitramento, deixa margem para alguma subjetividade, como é o caso de se considerar a “escrituração imprestável”, no caso concreto, em que o fiscal provou cabalmente a existência dessa ocorrência, como se demonstrará mais adiante com mais vagar. Diferentemente, a hipótese de arbitramento por falta de entrega dos livros contábeis é fechada e objetiva, não comportando margem a dúvidas. Além da hipótese um tanto quanto subjetiva que demanda um esforço de prova maior por parte do fiscal, que como já se disse, aconteceu, o caso que se cuida foi enquadrado também em hipótese de ausência da entrega de livros auxiliares por falta de individualização de certos eventos contábeis, que por sua vez reforça ainda a necessidade do arbitramento. Vejamos a passagem do TVF que indica também a subsunção dessa hipótese: A pessoa jurídica sujeita à apuração com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais e a escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, conforme disposto no artigo 251 e seu parágrafo único do RIR 99. No livro diário devem ser lançados, dia a dia, os atos ou operações da atividade, que modifiquem ou possam vir a modificar a situação patrimonial da pessoa jurídica. Admitese a escrituração resumida no Diário, por totais que não excedam ao período de um mês, relativamente a contas cujas operações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabelecimento, desde que utilizados livros Fl. 12344DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 81 15 auxiliares para registro individuado e conservados os documentos que permitam sua perfeita verificação, conforme disposto no artigo 258 e § 1ª do RIR 99. A Lei n° 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que instituiu o novo Código Civil, preceituou no seu artigo 1.184 que no Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, todas as operações relativas ao exercício da empresa. Outrossim, o argumento de que o arbitramento seria confiscatório, também está longe de ser verdadeiro. Apesar de ser matéria que foge ao contencioso administrativo por tangenciar questões de inconstitucionalidade, cabe aqui algumas considerações. A Recorrente, na verdade, confunde confisco com presunção legal. O arbitramento do lucro, em si, não é uma penalidade, mas sim uma apuração da base de cálculo do imposto. A Lei estatui hipóteses de arbitramento que uma vez ocorridas se presumiria desconhecido o lucro a ser tributado, situação em que a Lei partindo do mecanismo consagrado da presunção forneceria meios para que se parta de algo conhecido, mas relacionado indiretamente com o lucro tributável (receita bruta conhecida, capital, lucro real de períodos anteriores, etc.) e se desvele esse lucro tributável até então desconhecido, através da aplicação de coeficientes sobre a base de cálculo conhecida. Esse algo desconhecido, então, passa por meio de uma ficção legal a ser considerado como conhecido, ou em outras palavras, como a verdade provável ou presumida por lei. Logo, a Lei não está penalizando, mas apenas presumindo/arbitrando o lucro a partir de dados conhecidos, situação essa dado causa pelo próprio contribuinte por não manter a escrituração regular ou, como no caso concreto, não fornecêla à fiscalização. A esse mesmo respeito tratou o Parecer Normativo CST nª 23, de 5 de abril de 1978, de esclarecer que o arbitramento de lucros não constitui propriamente uma sanção, malgrado resulte em majoração do tributo que ordinariamente seria devido. O arbitramento é, a rigor, o regime de tributação a que legalmente se recorre quando da impossibilidade de se apurar o lucro real ou presumido, seja pela nãoapresentação dos livros, seja pela falta de escrituração, seja por sua imprestabilidade. Parecer Normativo CST nº 23, de 1978 “(...) Ao disciplinar o lucro arbitrado, o artigo 149 do RIR atribuiu ao fisco a faculdade de determinálo, tendo por único pressuposto de fato a falta de escrituração de acordo com as disposições das leis comerciais e fiscais, sem distinguir, portanto, as causas dessa falta. Embora possa importar, às vezes, num agravamento do ônus tributário, o arbitramento não representa, em si, penalidade, e sim valoração, dentro dos estritos limites fixados em lei, do lucro tributável pelo imposto de renda. (...)” Arbitramento – caso concreto A imprestabilidade da escrita contábil, como já se colocou retro, foi cabalmente demonstrada pelo fiscal no TVF e não desconstituído pela Recorrente em sua defesa, que ao invés de trazer provas e argumentos robustos, limitase a tecer considerações vazias e estéreis, como as que foram relatadas. Que a fiscalização e a DRJ não atentaram para Fl. 12345DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 82 16 as provas dos autos; que o problema dessa autuação foi o fato de o fiscal não ter feito a fiscalização e lavrado o auto de infração no próprio estabelecimento, etc. E o que se vê foi que a fiscalização foi feito passo a passo, de forma minuciosa e bem elaborada pelo fiscal, envolvendo irregularidades, omissões e inconsistências em várias contas contábeis. Eis parte da fiscalização: IV. IRREGULARIDADES NA CONTABILIDADE APRESENTADA: Após a análise das respostas, documentos, extratos bancários e escrituração contábil apresentados, seja pelo contribuinte, seja por instituição financeira, foram apuradas as irregularidades apontadas a seguir: 1) CONTAS BANCOS: Os valores totais dos lançamentos à credito (saída de recursos) e à débito (ingresso de recurso) das contas contábeis integrantes do grupo BANCOS C MOVIMENTO, não conferem com os valores totais dos débitos (saída de recursos) e créditos (ingresso de recursos) dos extratos bancários apresentados, conforme demonstrado nos quadros a seguir: INGRESSO DE RECURSOS 1 BANCO REAL Créditos cta bancária 19835040 Débitos conta contábil 10022 Diferença 22.344.115,93 21.470.408,90 873.707,03 BA ^ NCO DO BRASIL Créditos cta bancária 16.6693 Débitos conta contábil 10021 Diferença 8.736.564,65 8.367.449,70 369.114,95 CREDIMONTES Créditos cta bancária 19046 Débitos conta contábil 10024 Diferença 2.433.539,25 2.398.788,48 34.570,77 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Créditos cta bancária 000000106 Débitos conta contábil 10025 Diferença 5.261.732,08 5.240.460,27 21.281,71 SAÍDA DE RECURSOS BANCO REAL Débitos cta bancária 19835040 Créditos conta contábil 10022 Diferença 22.349.565,98 21.470.408,90 879.157,08 BA NCO DO BRASIL Débitos cta bancária 16.6693 Créditos conta contábil 10021 Diferença 8.188.886,12 8.175.442,78 363.632,25 CREDIMONTES Débitos cta bancária 19046 Créditos conta contábil 10024 Diferença 2.419.693,69 2.384.942,42 34.751,27 CAIXA ECONÔMICA FEDERAL Débitos cta bancária 000000106 Créditos conta 10025 Diferença 5.253.963,40 5.232.691,59 21.271,81 Mas isso não é tudo que o fiscal apontou como inconsistência na conta bancos. A esse respeito a Recorrente de fato tentou fazer uma conciliação dessas diferenças, mas não foi de todo frutífera, pois, outras inconsistências ficaram sem respostas na fase impugnatória e recursal. Eis que ao se conferir os lançamentos, agrupados conforme histórico Fl. 12346DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 83 17 dos mesmos, segundo o fiscal, verificouse a falta de correspondência entre, valores das contas contábeis e dos extratos bancários, conforme exemplos a seguir: Conta corrente 19835040 do Banco Real (conta contábil 10022): a) As operações de desconto de cheques registradas no extrato (histórico lib desc chq) implicaram no valor total de R$ 5.625.783,57, enquanto que na conta contábil o valor total dos lançamentos com histórico "desconto de cheques" somam apenas R$ 1.533.324,26. b) As operações de empréstimo na modalidade conta garantida constantes do extrato (histórico liberação garantida) somaram o valor de R$ 717.945,93, já na conta contábil os lançamentos com histórico "empréstimo conta garantida" implicaram no total de R$ 1.337.789,00. c) No extrato constam operações com histórico "pagto contrato 56/9721458" no montante de R$ 1.521.185,40, enquanto que na conta contábil não existem lançamentos correspondentes. Conta corrente 97716076 do Banco Real (conta contábil 10026): a) Os recebimentos relativos a pagamentos com cartões de crédito/débito, no extrato da conta corrente, representados nos lançamentos "pg visanetvisanet", "pg visanet vale" e "pg fornec visaelectron" implicaram nos montantes de RS 1.880.686,56, RS 1.390.966,48 e R$ 612.666,97 sendo que na conta contábil, não constam lançamentos relacionados a tais recebimentos, tendo sido considerados como depósitos oriundos da conta caixa. b) Enquanto no extrato os pagamentos de empréstimo (conta garantida) implicaram no valor de RS 3.952.797,31 (sendo R$ 2.924.042,94 do contrato 59/1709267 e R$ 1.028.754,37 do contrato 85/1734473), na conta contábil o total dos lançamentos à credito, tendo como contrapartida a conta 20023 — B. Real Conta Garant. 9771607, somaram apenas RS 3.855.915,17. Conta corrente 16.6693 do Banco do Brasil (conta contábil 10021): a) No extrato da conta corrente existem ingressos de recursos referentes a "cobrança", "cheque descontado" e "antecipação visanet" nos montantes de RS 1.808.374,85 , RS 402.062,58 e RS 343.250,97 sendo que na conta contábil não constam lançamentos relacionados a tais operações, tendo sido considerados como depósitos oriundos da conta caixa. Conta corrente 000000106 da Caixa Econômica Federal (conta contábil 10025): a) No extrato da conta corrente constam ingressos relativos a operações com cartão de crédito/débito, com os históricos "CR MASTER" e "CR R SHOP", nos valores de RS 1.032.945,57 e RS 667.145,02, respectivamente. Na conta contábil, não constam lançamentos relacionados a tais operações, tendo sido considerados como depósitos com origem do caixa. Conta corrente 19046 da Credimontes (conta contábil 10024): a) No extrato da conta corrente constam operações referentes a operações com cartão (recbto cartão compras cdl), desconto de cheques (cred de desc cheque) e desconto de títulos (créd liberação td), nas importâncias de RS 970.192,79 , RS 510.469,43 e RS 32.233,76. Na conta contábil, não constam lançamentos Fl. 12347DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 84 18 relacionados a tais operações, tendo sido considerados depósitos advindos da conta caixa. As diferenças apontadas acima se referem a valores totais das contas correntes e contas contábeis, no período fiscalizado (janeiro/2006 a dezembro/2007). A respeito dessas diferenças a Recorrente não tece uma linha sequer para desvendálas e também não é verdade que a fiscalização ou a DRJ não analisou a sua tentativa de conciliação, senão vejamos o que foi colocado na decisão de piso: Nas respostas protocoladas em 04, 11, 19 e 27/01/2010 foram apresentadas planilhas relativas à conciliação dos saldos contábeis com os saldos bancários, referentes ao Banco do Brasil, Credimontes, Caixa Econômica Federal e o Banco Real (conta 97716076). Após análise desses documentos, a fiscalização verificou que os "valores totais dos lançamentos à credito (saída de recursos) e à débito (ingresso de recurso) das contas contábeis integrantes do grupo BANCOS C MOVIMENTO, não conferem com os valores totais dos débitos (saída de recursos) e créditos (ingresso de recursos) dos extratos bancários". Além disso, consoante relatado pela fiscalização, não há correspondência entre os valores das contas contábeis e dos extratos bancários, quando verificados os lançamentos agrupados conforme o histórico de cada um. Como se vê as discrepâncias captadas pela fiscalização levaram, sim, em consideração a conciliação feita pela Recorrente e que segundo a mesma sugeriria que estaria tudo resolvido. Ledo engano. Outrossim, ainda a respeito dessas discrepância muito bem aduziu a DRJ: As discrepâncias entre os extratos bancários e os registros contábeis estão consolidadas no item IV do TVF. São diferenças bastante significativas, sendo que muitos valores referentes a operações constantes de extratos bancários não encontram correspondência na contabilidade ou estão escriturados como se fosse outra operação, como ocorre, por exemplo, com as entradas devidas a pagamentos de cartões de crédito/débito, registradas nos extratos bancários, mas que foram contabilizadas nas contas BANCOS C MOVIMENTO como depósitos oriundos da conta Caixa, sem qualquer discriminação individuada das operações realizadas. Na impugnação apresentada, a contribuinte não esclareceu as discrepâncias surgidas do confronto entre os extratos bancários e os registros contábeis. Regra geral, limitouse a aduzir hipóteses para explicar essas discrepâncias, tais como um provável saldo final em conta corrente não considerado pela fiscalização. Entretanto, não comprovou nenhuma das hipóteses aventadas na impugnação. A comparação em separado das entradas e saídas de recursos constantes ou dos extratos bancários ou da sua contabilidade, sem fazer qualquer correlação entre os extratos e a escrituração, em nada lhe socorre. Embora lhe assista razão quanto ao erro de subtração contido na planilha fiscal "Saída de Recursos", conta Banco do Brasil, tal erro não desqualifica as discrepâncias apontadas no relato fiscal. Passemos agora a analisar as inconsistências na conta CAIXA, cujas irregularidades identificadas pela fiscalização no procedimento do contribuinte de suprir seu caixa apenas corrobora com a imprestabilidade de sua escrituração, mormente a sua movimentação financeira, que além de desrespeitar totalmente o regime de competência, nem mesmo individualizada estava: Fl. 12348DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 85 19 2) CONTA CAIXA: A conta 10010 CAIXA GERAL apresenta saldo credor nas datas de 20/09/2007 e 29/10/2007. Sendo intimado mediante termo 0005, à apresentar justificativas, o contribuinte não fez qualquer consideração sobre o fato apurado. Após análise das contas contábeis relativas aos bancos, constatouse grande número de lançamentos à crédito das referidas contas e à debito da conta caixa. Ao se comparar tais suprimentos de caixa com as informações obtidas a partir dos extratos bancários, constatouse que diversos lançamentos constantes dos extratos, tais como cheques compensados, ted, doc, transferências on line, dentre outros, não se coadunavam com ingresso de recursos no caixa. Em algumas escritas contábeis, os lançamentos relativos a pagamentos efetuados são todos debitados na conta caixa, sendo então os pagamentos lançados nas mesmas datas e valores à credito da mesma conta. Ressaltese que não foi esta a sistemática adotada pelo contribuinte, uma vez que nem todos os cheques compensados, por exemplo, foram contabilizados como suprimento de caixa. Assim, mediante Termos 0006 e 0007, o contribuinte foi intimado a comprovar os referidos suprimentos de caixa, sintetizados no quadro a seguir: Instituição Conta Corrente Cheques Compensados Outros Documentos Banco Real 19835040 3.213.946,63 1.786.902,82 Banco do Brasil 16.6693 1.155.693,01 262.663,63 CEF 000000106 201.107,49 132.046,78 Credimontes 19046 445.219,73 Conforme já relatado anteriormente, o contribuinte, não apresentou qualquer comprovação de que os cheques compensados foram utilizados como suprimentos da conta caixa. Da mesma maneira, não apresentou qualquer comprovação relativa aos outros documentos debitados nas contas do Banco do Brasil e CEF. Não comprovou, também, que, nas mesmas datas, teria efetuado lançamentos à crédito da conta caixa, compatíveis em valores com os lançamentos dos extratos bancários, registrando os pagamentos efetuados. Somente em relação aos outros documentos debitados na conta do Banco Real, foram apresentadas inúmeras declarações, protocoladas em 04/05/2010, em que o contribuinte alega que os lançamentos dos meses de julho a dezembro/2006 teriam sido destinados a parte do pagamento de diversos títulos, cujas cópias foram apresentadas. Basta examinar uma das referidas declarações, para constatar a total ausência de qualquer sentido lógico nas mesmas. Na primeira delas, o contribuinte assevera que o valor atribuído ao suprimento de caixa no importe de R$ 35.837,73 referente ao lançamento n° 043388 do dia 04/07/06 que consta no extrato bancário como pagamento de contas destinarseia ao pagamento de parte dos títulos, cujos n°s de lançamentos foram relacionados na declaração, todos do dia 04/07/2006. Junto com a declaração, foram apresentadas várias cópias de recibos de títulos, de diversos fornecedores, quitados na referida data. É necessário ressaltar que o valor total dos títulos é de R$ 86.757,40 valor este que não guarda qualquer equivalência com o valor constante da contabilidade ou do extrato. Assim sendo, resta claro, que o lançamento contábil foi efetuado tão somente para justificar o valor de R$ 35.837,73 Fl. 12349DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 86 20 constante do extrato bancário conforme já confessado na resposta apresentada em 30/03/2010. As demais declarações apresentadas são todas equivalentes, servindo tão somente para comprovar vícios, erros e deficiências existentes na escrita apresentada. Os recursos referentes a pagamentos/transferências realizados mediante a emissão de cheques compensados, emissão de ted, emissão de doe, transferências on line, etc, foram transferidos contabilmente de bancos conta movimento para a conta caixa, não sendo contabilizadas as saídas dos recursos do caixa. Assim, o saldo da conta caixa ficou aumentado artificialmente. CONTA VENDAS Em relação à essa conta, a Recorrente continua com seu discurso evasivo e esquivo, para não dizer falacioso. Afirma que não faz, e nunca fez, vendas a prazo. Suas vendas são, sempre à vista, com recebimento em dinheiro na maior parte das vezes em cheques e em cartão de crédito. Venda com recebimento em cheques é venda à vista que, e dessa forma, é reconhecida para efeito de pagamento dos tributos. Igualmente, acontece com o cartão de crédito. Como não faz vendas a prazo não tem cobrança de títulos ou antecipação de recebíveis. Depois de negar isso, afirma que “o fato seria irrelevante para efeito de apuração da base de cálculo do tributo, mas foi tomado como bandeira para declarar que os registros contábeis são imprestáveis ao fim.” Ora, como negar a existência nos extratos bancários que revelam operações de desconto de títulos e vendas com cartão de crédito, antecipações de recebíveis por parte das instituições financeiras? Parece que a Recorrente não entendeu bem o significado de não retratar temporalmente com precisão todas as operações contábeis no regime de lucro real. Sem dúvida alguma, afeta o fluxo de caixa, inclusive de forma a esconder possíveis omissões de receitas que poderiam ser reveladas por saldo credor de caixa, bem assim deixando a contabilidade ainda mais imprestável ainda para efeito de revelar sua real movimentação financeira. A esse respeito, repito o que a DRJ disse, corroborando em todos os seus termos: "Embora a inobservância do regime de competência quanto à escrituração das vendas como sendo a vista possa não implicar a falta de reconhecimento de receitas tributáveis, sem dúvida essa sistemática não reflete o fluxo de caixa da empresa, tampouco a sua efetiva movimentação financeira. A escrituração das vendas, nos moldes realizados, só vem a corroborar as irregularidades já apontadas quanto da análise das contas Banco C Movimento e Caixa, inclusive no que tange ao aumento artificial do saldo dessa última conta contábil"(destaque, em negrito, não é do original). Fl. 12350DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 87 21 Outrossim, o fato de as operações com cheque, teoricamente, serem consideradas operações à vista. Na prática, quando se trabalha com cheques prédatados, a essência da operação muda para operações a prazo e não à vista. O princípio contábil da essência sobre a forma justifica esse entendimento. Dessa forma, é falaciosa a argumentação da Recorrente de que não teve nenhuma operação à prazo, mormente quando os históricos bancários revelam às escâncaras a existência de operações de descontos bancários. Ainda a esse mesmo respeito, e corroborando com tudo quanto aqui se colocou, eis os termos do TVF: 3) CONTA VENDAS: Na resposta apresentada ao TI 0010, o contribuinte informou que as vendas realizadas foram importadas diretamente do ECF para a contabilidade, sendo todas as vendas consideradas como à vista. Embora no razão da conta 60011 VENDAS, os históricos dos lançamentos constam como sendo "Vr. venda a vista", podese constatar que o contribuinte vendeu mercadorias a prazo, rotineiramente, tendo recebido cheques prédatados, que foram levados a desconto nas contas 19835040 do Banco Real , 16.6693 do Banco do Brasil e 19046 do Credimontes sendo que os valores creditados em conta nestas operações implicaram nos montantes de R$ 5.625.783,57 , R$ 402.062,58 e R$ 510.469,43 respectivamente. Também se pode constatar que foram feitas vendas com recebimento através de cartões de crédito, conforme créditos com os históricos "pg visanetvisanet" e "pg visanet vale" na conta 97716076 do Banco Real, "antecipação visanet" na conta do Banco do Brasil, "cr master" da Caixa Econômica Federal e "recbto cartão compras cdl" do Credimontes. Como na conta do Banco do Brasil, houve a antecipação dos recebíveis, constatase que foram efetuadas vendas à prazo no cartão de crédito. Por fim, também foram feitas operações de desconto de títulos, em razão dos lançamentos com históricos "cobrança" (Banco do Brasil) e "créd liberação td" (Credimontes). Desta maneira, fica claro que a conta vendas não reproduz de maneira fidedigna as operações efetuadas pela empresa, tendo em vista o registro de todas as vendas na modalidade à vista. 4) COMPRAS A VISTA MATRIZ (40007): Na referida conta foi registrado o montante de R$ 4.756.112,99 de compras, que teriam sido efetuadas à vista, tendo como contrapartida a conta caixa. Ao examinar as cópias de documentos apresentadas pelo contribuinte, relativas a tais compras, constatouse que a maior parte eram notas fiscais de entrada da própria JB, que representariam a aquisição de gado bovino para abate de diversos produtores rurais. Tendo em vista a atuação da fiscalizada, no ramo de supermercados, estranhouse o fato da mesma estar adquirindo, diretamente dos produtores rurais, gado bovino para abate. A operação usual é que o gado seja adquirido por frigoríficos e abatido, com a posterior venda dos produtos, como a carne, para venda a varejo por açougues e supermercados. Fl. 12351DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 88 22 Assim, no termo 0009, a JB foi intimada a apresentar as notas fiscais de produtor rural, bem como os comprovantes de pagamento de tais fornecedores. Na resposta, informou que as notas do produtor não foram emitidas e que não teria como apresentar comprovantes de pagamento em razão dos mesmos serem quase sempre feitos através do comprador Valdemar Zuba, com cheques da própria adquirente, cheques de clientes e pagamentos em espécie. Tendo a JB se utilizado de cheques da própria emissão para pagamento de parte das referidas compras, o correto seria apresentar como contrapartida de tais operações a conta bancária contra qual foi emitido o referido cheque, e não a conta caixa, conforme registrado nos lançamentos contábeis da fiscalizada. Quando intimada, mediante termo 0011, a informar se teria suportado o custo do transporte do gado (dos vendedores até o frigorífico e do frigorífico para os estabelecimentos da fiscalizada), alegou que o custo foi suportado pelo intermediário comprador Sr. Valdemar Zuba, que teria recebido como pagamento pelos transportes os miúdos da reses abatidas. Dentre os diversos fornecedores, chamou a atenção o Sr. WALTER SANTANA ARANTES, que ao ser intimado informou que teria recebido R$ 824.407,00 no ano calendário 2007, pela venda de gado bovino para a intimada. Informou, ainda, que as despesas de transporte do gado teriam sido suportadas pelo comprador, não tendo feito qualquer referência ao intermediário, Sr. Valdemar Zuba, conforme alegado pela fiscalizada. Com a finalidade de cotejar as informações constantes das notas de entrada apresentadas pela JB, relativas ao referido fornecedor, o mesmo foi intimado a apresentar informações/comprovantes diversos relativos aos rebanhos (demonstrativo mensal de movimentação, fichas de vacinação, notas fiscais de aquisição de vacinas) e aos recebimentos pelas vendas efetuadas (modalidade da venda, valores recebidos, comprovantes de recebimento). Na resposta apresentada, vale destacar a alegação de que não seria possível apresentar demonstrativo de movimentação do rebanho discriminado por propriedade rural, pois o controle do rebanho seria efetuado de maneira global. É inconcebível que não tendo as informações de estoque inicial, compras, nascimentos, vendas, perdas e estoque final, relativas à cada uma das propriedades, o mesmo pudesse ter tais informações relativas à soma de todas as propriedades rurais. No termo 03, o Sr. Walter foi reintimado a apresentar demonstrativo mensal de movimentação do rebanho, com informações discriminadas para cada um dos imóveis rurais de origem de gado vendido para a JB. Na resposta, o contribuinte reiterou a alegação anterior, tendo apresentado como justificativa para a inexistência de controle individualizado, o fato de que os imóveis rurais seriam contíguos. Ora, o intimado possui propriedades rurais nos municípios de Lagoa Santa, Pedro Leopoldo, Matozinhos, Capim Branco, Santa Luzia, Vespasiano, Januária e Pedras de Maria da Cruz, conforme consta do Cadastro de Imóveis Rurais CAFIR da Receita Federal do Brasil. Além disto, na resposta apresentada pelo IMA, ficou constatado que o contribuinte possuía rebanho de gado bovino no ano de 2007 nas propriedades denominadas Fazenda Olhos D'água (em Santa Luzia), Bela Vista e Santa Isabel (em Pedro Leopoldo). Assim, a alegação de que as propriedades seriam contíguas é totalmente absurda. Fl. 12352DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 89 23 Em relação à compra de vacinas, na resposta ao termo 02, foram apresentadas as seguintes notas fiscais, com compras de vacinas contra febre aftosa: DATA NOTA FISCAL FORNECEDOR DOSES 21/03/2007 034576 Multiagro 1.400 04/01/2007 041845 Central de Apoio Agropecuário Ltda 250 As doses de vacinas cujas notas fiscais foram apresentadas, não seriam suficientes nem mesmo para vacinação efetuada nos rebanhos existentes nas propriedades Fazenda Olhos D"água, Bela Vista e Santa Isabel, nas quais, segundo consta nos Extratos do Agente Rural apresentados pelo Instituto Mineiro de Agropecuária, teriam sido vacinadas contra a febre aftosa 3.174 cabeças, conforme quadro a seguir: DATA PROPRIEDADE BOVINOS VACINADOS 19/03/2007 BELA VISTA 1.367 19/03/2007 SANTA ISABEL 698 03/04/2007 OLHOS D AGUA 317 05/09/2007 OLHOS D AGUA 228 10/10/2007 BELA VISTA 417 10/10/2007 SANTA ISABEL 147 Assim, aquele que seria o principal fornecedor de gado bovino, embora alegue ter vendido à JB 1.443 cabeças de gado pelo valor de R$ 820.407,00 no ano de 2007, não comprovou a existência do rebanho nas propriedades de onde teriam saído as reses vendidas, e, tampouco apresentou qualquer documentação comprobatória do efetivo recebimento de tais valores. Desta maneira, os documentos comprobatórios da compra e venda do gado bovino seriam as notas de entrada da própria JB e as Guias de Trânsito Animal, sendo que estas últimas somente se prestariam a comprovar o envio de gado dos produtores rurais para o frigorífico. Tendo em vista a falta de comprovação, por parte da JB, de qualquer comprovante referente ao transporte do gado (produtor frigorífico) ou da carne (frigorífico loja), e, ainda, em razão da falta de comprovação do efetivo pagamento aos diversos fornecedores, mediante apresentação de documentos hábeis e idôneos, não ficou comprovado, de maneira inequívoca, que a fiscalizada teria realmente adquirido cabeças de gado, conforme consta das notas fiscais apresentadas. Diante de todo o exposto, resta claro que o contribuinte não possuía escrita contábil conforme critérios estabelecidos pela legislação comercial e tributária, tais como individuação dos lançamentos, observância do regime de competência e lastreada em documentos hábeis e idôneos. Sendo intimado a apresentar os livros contábeis, mediante termos lavrados na ação fiscal, o mesmo empenhouse, em "providenciar" uma escrita contábil, efetuada com o propósito, não almejado, de conciliar valores constantes dos extratos bancários com aqueles lançados na contabilidade apresentada. Arbitramento Receita conhecida Na verdade, o arbitramento é uma medida de salvaguarda do crédito tributário, não cabendo ao fiscal autuante permanecer à espera de que o contribuinte cumprisse suas obrigações fiscais quando lhe fosse conveniente. Fl. 12353DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 90 24 Em função desse contexto, cabe enfatizar novamente, não restou ao fisco outra opção senão proceder a apuração do imposto com base no lucro arbitrado, tomandose por base a receita conhecida. A Recorrente se insurge neste ponto trazendo à baila uma possível inconsistência da fiscalização. É que segundo ela não se poderia ao mesmo tempo tornar imprestável a escrituração e aproveitála para fins de captar a receita conhecida. Quanto à esse aspecto, a jurisprudência já sinalizou também que a desclassificação da escrita fiscal para fins de arbitramento de lucro não tem o condão de afastar a eficácia das receitas declaradas, para fins de enquadramento no art. 532 do RIR/99, conforme ementa abaixo reproduzida: IRPJ ARBITRAMENTO DE LUCROS A desclassificação da escrita para fins de arbitramento de lucros não significa que devam ser desconsideradas as receitas escrituradas e declaradas pelo sujeito passivo. (1ºCC Ac. 10706845, 7ª C., Rel. Francisco de Assis Vaz Guimarães, data da sessão 17/10/2002). IRRF – BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO OU PAGAMENTO SEM CAUSA Nesse ponto, a Recorrente em seu recurso e tenta explicar o que seria, tecnicamente, um suprimento de caixa e que o fiscal estava dando uma outra conotação à essa terminologia, para daí concluir “Ora, o beneficiário é a própria contribuinte, porque os recursos já pertenciam a ela e estavam, simplesmente, guardados em uma agência bancária.” Como se vê a Recorrente tenta se esquivar da essência da matéria que seria provar com documentação hábil e idônea os verdadeiros beneficiários, bem assim a operação e a causa envolvida, fato que não aconteceu. Quanto à essa matéria, adoto em todos os seus termos as razões da decisão de piso que muito bem fundamentaram essa matéria de forma detalhada e percuciente: A incidência do IRF com base em pagamento a beneficiário não identificado, ou cuja operação ou a causa não tenham sido comprovadas, tem fundamento na presunção legal contida no art. 61 da Lei n.° 8.981/95 (art. 674 do RIR/991). Portanto, em face do princípio da legalidade e da unidade de jurisdição, não cabe ao julgador administrativo questionar se essa norma legal implica confisco. O lançamento do IRF em virtude de pagamentos a beneficiários não identificados ou sem causa não guarda qualquer incongruência com o arbitramento do lucro, que, friso, não é medida punitiva. Pelo contrário, o fato de a contabilidade ser imprestável para demonstrar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária, é consentâneo com o lançamento de IRF, dado que, nesse caso, há maior dificuldade de se comprovar o beneficiário, a operação e a sua causa. Consoante já dito, conforme os Termos 6 e 7 e seus demonstrativos anexos, a contribuinte foi intimada por duas vezes a comprovar os suprimentos da conta caixa cujas contrapartidas foram créditos nas contas de bancos e a identificar os beneficiários dos pagamentos, as operações efetuadas e suas causas. Tais lançamentos contábeis correspondem a débitos em contas correntes, conforme históricos de extratos bancários, tais como: cheques compensados, emissão de DOC, Fl. 12354DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 91 25 envio de TED, transferência eletrônica, pagamento de títulos, pagamento de contas etc. Portanto, à vista dos extratos bancários, a saída do recurso, ou seja, o pagamento efetuado ou a entrega de recursos a terceiros a que alude o art. 674 do RIR/99, foi comprovada. Restava, então, à contribuinte demonstrar por meio de sua contabilidade e dos documentos que a respaldam, os beneficiários desses pagamentos, a origem e a causa dessas operações, a fim de afastar a presunção legal de incidência do IRF. Conforme já destacado, após a reintimação constante do Termo n.° 7, a contribuinte, em 30/3/2010, afirmou que "não utiliza cópias de cheques, cujos lançamentos foram efetuados com base nos extratos" [grifei] e que, diante dessa situação não teria como identificar o destino dos recursos, sendo "impossível" prestar as informações solicitadas (fl. 906). Não Art. 674. Está sujeito à incidência do imposto, exclusivamente na fonte, à alíquota de trinta e cinco por cento, todo pagamento efetuado pelas pessoas jurídicas a beneficiário não identificado, ressalvado o disposto em normas especiais (Lei n° 8.981, de 1995, art. 61). § 1° A incidência prevista neste artigo aplicase, também, aos pagamentos efetuados ou aos recursos entregues a terceiros ou sócios, acionistas ou titular, contabilizados ou não, quando não for comprovada a operação ou a sua causa (Lei n° 8.981, de 1995, art. 61) §2° Considerase vencido o imposto no dia do pagamento da referida importância (Lei n° 8.981, de 1995, art. 61, §2°). § 3° O rendimento será considerado líquido, cabendo o reajustamento do respectivo rendimento bruto sobre o qual recairá o imposto (Lei n° 8.981, de 1995, art. 61, § 3°). obstante essa afirmação, posteriormente, a contribuinte apresentou uma série de documentos, os quais, em sua maioria, constituemse em controles internos intitulados de "cópia de cheques". Pelo cotejo desses documentos com aqueles obtidos por meio de RMFs, a fiscalização considerou não comprovadas as saídas de recursos apontadas no demonstrativo às fls. 175/191. Na impugnação, a contribuinte, primeiro, argumentou que o beneficiário do pagamento seria a própria COMERCIAL DE ALIMENTOS J B LTDA e a causa da operação seria o atendimento às necessidades de funcionamento da empresa. Ora, a lei referese ao beneficiário do pagamento, que, naturalmente, não é aquele que o efetua, mas sim aquele que recebe os recursos. Demais disso, para que não haja a incidência do IRF nos termos do art. 674 do RIR/99, a contribuinte também deve comprovar a operação e a causa que implicaram a entrega do recurso, além de identificar o beneficiário do pagamento. Por oportuno, transcrevo excerto do TVF sobre as expressões beneficiário, operação e causa: • O beneficiário do pagamento ou transferência: a pessoa física ou jurídica que recebeu os recursos. • A operação efetuada: fato motivador do pagamento ou transferência efetuada, como, por exemplo, a aquisição de determinado bem ou remuneração por serviço prestado. Fl. 12355DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 92 26 • A causa da operação: fato motivador da operação, como, por exemplo, o uso do bem adquirido, o tipo do serviço, bem como a relação entre bens ou serviços adquiridos com a atividade exercida pelo contribuinte. Depois, a contribuinte afirmou que a própria fiscalização identificou no TVF "os beneficiários dos pagamentos e as operações que deram origem aos mesmos, bem como a forma de pagamento." De fato, com base na documentação obtida por meio das RMFs, a fiscalização conseguiu identificar os favorecidos de diversas transações bancárias (DOC, TED, cheques compensados etc). Entretanto, para afastar a incidência do IRF prevista no art. 674 do RIR/99 é preciso conciliar esses beneficiários com as operações / causas que deram origem às saídas de recursos. Isto, a contribuinte até o momento não demonstrou nos autos, em que pesem as oportunidades que teve e as cópias de cheques e outros documentos carreados pela fiscalização, na tentativa de fazer essa conciliação. Em relação aos cheques compensados, a título de exemplo, cito o pagamento em que no controle interno da contribuinte consta como tendo sido feito a eletricista, com o cheque de n.° 043, da Caixa Econômica Federal, em 20/10/2006, no valor de R$ 1.500,00 (fl. 935). Tal cheque encontrase entre aqueles cujas cópias foram fornecidas pela CEF em atendimento à RMF, segundo listagem elaborada por essa instituição financeira. Entretanto, não é possível identificar o aludido cheque entre as cópias obtidas (fls. 6.485/6.579), ou seja, não é possível vincular a operação registrada internamente pela contribuinte com a cópia do cheque fornecida pelo Banco. Situação semelhante ocorre em relação a operações registradas como sendo de compra de frutas, carnes, biscoitos etc, embora essas sejam tipicamente do ramo de supermercado, em que atua a contribuinte. Em outras situações, não se sabe o beneficiário nem a operação, como no caso de pagamentos registrados a título de "cartório de protesto". Segundo o TVF, alguns cheques não são nominativos e em outros o nome do favorecido está ilegível, o que não permite identificar todos os beneficiários. Em relação às demais transações bancárias, que não os cheques compensados, a contribuinte contestou especificamente os pagamentos registrados internamente como sendo de DARFs (IRPF Declaração de Ajuste Anual e multa por atraso na entrega de DIRPF) e IPVA RENAVAM 851095879 (veículo TOYOTA HILUX CD 4X4 SRV). Entretanto, não comprovou os beneficiários desses pagamentos, as respectivas operações e suas causas que, em princípio, são completamente alheias à atividade da pessoa jurídica. Sendo assim, não tendo a contribuinte comprovado o beneficiário do pagamento ou a operação efetuada ou, ainda, sua causa, deve ser mantido o lançamento de IRF. MULTA QUALIFICADA – 150% Assoma claro nos autos que a empresa, de forma intencional, buscou ocultar receitas com o fim de eximirse do devido recolhimento dos tributos, o que caracteriza ação dolosa visando a impedir ou retardar o conhecimento da obrigação tributária por parte da Fazenda Pública, nos termos do art. 71 da Lei nº 4.502, de 1964, bem assim fraude e conluio, nos termos dos arts. 72 e 73 do mesmo preceptivo legal. Fl. 12356DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 10670.720495/201119 Acórdão n.º 1401001.532 S1C4T1 Fl. 93 27 O dolo e o evidente intuito de fraude é ínsito em situações tais em que ficar provada, como de fato aconteceu, a intenção dolosa de sonegar os tributos devidos, em conluio com outros interessados, uma vez verificada a interposição fraudulenta de pessoa (Sr. João Teixeira Antunes ) no quadro societário da Recorrente, a mudança da matriz para lugar mais humilde após o início da fiscalização, o fechamento das três filiais para funcionamento de outra empresa do mesmo ramo (a GUGA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA, atual SUPERMERCADOS BH COMERCIO DE ALIMENTOS LTDA), no mesmo endereço, com a mesma marca (SUPERMERCADO BH) utilizada pela COMERCIAL DE ALIMENTOS J B LTDA e com grande coincidência de funcionários. Bem assim, outros fatos minuciosamente descritos no TVF que confirmam a estreita ligação e o conluio entre a COMERCIAL DE ALIMENTOS J B LTDA e a GUGA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA, tais como: a contabilidade da contribuinte apontar a GUGA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA como sua principal fornecedora; o Sr. Waldir Rocha Pena, sócio da empresa GUGA COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA, ter procurado a fiscalização a fim de esclarecer o uso comum da marca SUPERMERCADO BH antes mesmo de receber qualquer intimação; o estreito grau de parentesco entre muitos daqueles que integraram os quadros societários das duas empresas. Diante desse contexto, deve ser mantida a multa qualificada de 150%. Jurisprudência Judicial e Administrativa Com relação aos acórdãos administrativos e judiciais, cumpre esclarecer que as decisões dos Conselhos de Contribuintes não têm efeito vinculante, ante a inexistência de lei que lhes atribua eficácia normativa (art. 100 do CTN). De mais a mais, as ementas trazidas a lume pela recorrente contempla hipótese diversa da que ora se cuida, vez que todos os acórdãos citados não tratam de situação fática semelhante. Por todo o exposto, rejeito a preliminar de nulidade e, no mérito, nego provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Fl. 12357DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 13805.002531/97-56
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/11/1991 a 31/03/1992
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
Rejeitam-se os embargos de declaração quando não caracterizada a aduzida omissão e contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso.
Embargos conhecidos e rejeitados.
Numero da decisão: 9303-003.483
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
Tatiana Midori Migiyama Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/1991 a 31/03/1992 OMISSÃO, CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Rejeitamse os embargos de declaração quando não caracterizada a aduzida omissão e contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso. Embargos conhecidos e rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. Tatiana Midori Migiyama – Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 5. 00 25 31 /9 7- 56 Fl. 293DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 2 Relatório Tratase de embargos opostos pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 9303001.638 de fls. 266 a 268, por meio do qual, por unanimidade de votos, não se conheceu do recurso especial, por se tratar de matéria sumulada, conforme se verifica da sua ementa (Grifos meus): “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/11/1991 a31/03/1992 RECURSO ESPECIAL. FINSOCIAL. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE N° 8. Questão referente ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o credito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei n° 8.212/91. Aplicação do disposto na Súmula Vinculante n° 08: "são inconstitucionais o parágrafo (mico do artigo 5° do DecretoLei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Recurso Especial do Procurador Não Conhecido” Para melhor compreensão dos pontos destacados pela embargante, trago a manifestação dada em Despacho de fls. 284 a 288 pelo ilustre Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a qual, peço vênia, para transcrevêla (Grifos meus): “Em sessão de julgamento realizada em 3 de outubro de 2011, a 3ª Turma da CSRF julgou o recurso especial interposto pela FAZENDA NACIONAL, exarando o Acórdão nº 9303001.638, fls. 266 a 2681, em decisão assim ementada: 1 Todas as referências às folhas do processo dizem respeito à numeração atribuída digitalmente. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/11/1991 a31/03/1992 RECURSO ESPECIAL. FINSOCIAL. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE N° 8. Questão referente ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o Fl. 294DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 293 3 credito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei n° 8.212/91. Aplicação do disposto na Súmula Vinculante n° 08: "são inconstitucionais o parágrafo (mico do artigo 5° do DecretoLei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Recurso Especial do Procurador Não Conhecido. A Fazenda Nacional volta aos autos, desta feita para interpor embargos de declaração, fls. 275 a 277, acusando a decisão de conter o vício de contradição entre a fundamentação e o dispositivo do voto, e de omissão ao não explicitar a regra que aplicou na contagem do prazo decadencial Conclui, requerendo o saneamento dos vícios apontados, conferindo efeitos infringentes ao recurso. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, repetidos pelo art. 65 do novel Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma, e poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do acórdão. Intimado da decisão embargada, em 06/02/2013 (cfe. Termo de Intimação, fl. 273, o recurso, interposto na mesma data (cfe. RM nº 10692, fl. 278), é francamente tempestivo. A propósito dos vícios apontados, recorro à doutrina de Moacyr Amaral dos Santos (1998, p. 146 a 148) para lembrar que se dá omissão quando o julgado não se pronuncia sobre ponto, ou questão, suscitado pelas partes, ou que os julgadores deveriam pronunciarse de ofício. Humberto Theodoro Junior (2004, p. 560), a seu turno, leciona que os Embargos de Declaração têm como pressuposto de admissibilidade a existência de obscuridade, contradição ou omissão na sentença produzida. E que, em Fl. 295DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 4 qualquer caso, a substância da sentença será mantida, uma vez que tais embargos não visam a reforma do acórdão ou da sentença. Admitese a hipótese de alguma alteração no conteúdo do julgado, sem, entretanto, ocasionar um novo julgamento da causa, haja vista não ser esta a função desse remédio recursal. A jurisprudência não destoa: A omissão e a contradição que autorizam a oposição de embargos de declaração têm conotação precisa: a primeira ocorre quando, devendo se pronunciar sobre determinado ponto, o julgado deixa de fazêlo, e a segunda, quando o acórdão manifesta incoerência interna, prejudicandolhe a racionalidade. Não constitui omissão o modo como, do ponto de vista da parte, o acórdão deveria ter decidido, nem contradição o que, no julgado, lhe contraria os interesses.” [Edcl em REsp 56.201BA, Rel. Min. Ari Pargendler, DJU de 09.09.96, p. 32346] A existência dos vícios de obscuridade, contradição ou omissão, pressupostos dos aclaratórios, deve ser cabalmente demonstrada pela parte quando avia esse remédio recursal, oportunizando ao próprio órgão julgador suprir deficiência no julgamento da causa, sob pena de ofensa ao dever da entrega da prestação jurisdicional a que todo o Juiz está obrigado diante da indeclinável função de dizer o direito. Detectado vício de intelecção no julgado deve a parte lançar mão do remédio apropriado, obtendo do órgão jurisdicional esclarecimento, "(...) tornando claro aquilo que nele é obscuro, certo aquilo que nele se ressente de dúvida, desfaça a contradição nele existente, supra ponto omisso (...)" (SANTOS, p. 151). Fl. 296DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 294 5 Manoel Antonio Teixeira Filho4 leciona que: 4 TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A Sentença no Processo do Trabalho. 2ª ed. São Paulo: LTr, 1996. p. 427428. “ (...) enquanto a finalidade dos recursos típicos reside na modificação ("reforma") da sentença, do acórdão ou do despacho (agravo de instrumento), ou, até mesmo, em sua invalidação (em decorrência de nulidade não suprível), a dos embargos declaratórios, em princípio, não vai além da sanação de falhas da dicção jurisdicional, que se apresenta obscura, omissa, contraditória ou anfibológica. Insistamos: nos recursos, o que se visa é impugnar o raciocínio do magistrado, o seu convencimento jurídico, e, em consequência, o resultado do julgamento; em sede de embargos de declaração , entrementes, nada mais se pede ao juízo proferidor da sentença que aclare o que pretendeu dizer (obscuridade); que defina qual, dentre dois ou mais sentidos que a sua dicção comporta, aquele que reflete, enfim, a sua vontade (obscuridade); que diga por qual das proposições, entre si inconciliáveis, optou (contraditoriedade) ou complemente a entrega da prestação jurisdicional (omissão).” Com o norte desses ensinamentos, passo a examinar os vícios apontados: Contradição A embargante acusa a decisão recorrida de ser contraditória. Explica que o dispositivo do voto não conheceu do recurso, em se tratando de recurso contra decisão apoiada na Súmula Vinculante STF nº 8, quando, à época da interposição do recurso especial, em 08/05/2008, a referida súmula ainda não havia sido editada. Esclarece ainda que não se opõe à aplicação da Súmula, mas requer o conhecimento do recurso, posto que inexistia a restrição vislumbrada no decisão embargada. Ab initio, cumpre gizar que a contradição que “autoriza os embargos de declaração é aquela interna ao acórdão, verificada entre a fundamentação do julgado e a sua conclusão, e não aquela que possa existir, por exemplo, com a prova dos autos” (STJ, REsp 322056), nem “a que porventura exista entre a decisão e o ordenamento jurídico; menos ainda a que se manifeste entre o acórdão e a opinião da parte vencida” (STF, Emb Decl RHC 79785). Fl. 297DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 6 Assim, no caso, não vislumbro a contradição alegada pelo embargante, na medida em que, conforme consignado, o aludido vício de intelecção deve ser interno, aquilatável entre as proposições manifestadas pelo juízo naquele mesmo julgado. Ora, o dispositivo do voto é consistente com o fundamento, no sentido de que, em se tratando de matéria sumulada, não se deve conhecer do recurso. No entanto, se inexiste a tensão entre o dispositivo e o fundamento do voto, inquinada pela PGFN, detecto dois outros vícios na decisão recorrida. O primeiro é a obscuridade decorrente da adoção de falsa premissa, apontada pela Douta Representação Jurídica da Fazenda Nacional, ao lembrar que, à época da interposição do recurso, em 08/05/2008, a matéria ainda não estava sumulada, já que a referida Súmula só foi publicada no DJe nº 112 de 20/6/2008, p. 1. e no DOU de 20/6/2008, p. 1. O outro vício diz respeito ao § 3° do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, que só restringia o acesso à via recursal especial em se tratando da aplicação de súmulas de jurisprudência do Conselho de Contribuintes, da CSRF e do CARF, silenciando quanto às súmulas editadas pelo Poder Judiciário. A decisão embargada, no entanto, omitiuse em explicar porque estendeu essa restrição à matéria sumulada pelo STF. A decisão merece ser saneada desses vícios. Omissão A propósito da omissão pretextada, transcrevo o voto condutor da decisão embargada, para maior clareza: Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o presente recurso especial da Fazenda Nacional não merece ser conhecido. Com efeito, segundo já apontado no relatório, a matéria ora controvertida diz respeito, apenas, ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda acional apurar e constituir o crédito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei n° 8.212/91. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 295 7 Ocorre que o Egrégio Supremo Tribunal Federal já dirimiu definitivamente a controvérsia, inclusive através da edição da Súmula Vinculante n° 8. cujo teor é o seguinte: SÃO INCONSTITUCIONAIS O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 5" DO DECRETOLEI N" 1.569/1977 E OS ARTIGOS 45 E 46 DA LEI N° 8.212/1991, QUE TRATAM DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DE CREDITO TRIBUTÁRIO. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Rodrigo Cardozo Miranda Não se pode falar que a decisão se omitiu em declinar qual regra empregou na decretação da decadência, em se tratando de recurso não conhecido. Nada obstante, caso se conheça do recurso especial no julgamento dos presentes embargos, a questão, eventualmente, poderá ser apreciada pela 3ª Turma da CSRF. Conclusão Com essas considerações, acolho parcialmente, os embargos de declaração interpostos pela PGFN. Nos termos do § 4º do art. 65 do RICARF, dêse ciência deste despacho ao Embargante. Em seguida, devolva se o processo à Secretaria da 3ª Turma da CSRF, para incluílo em lote de sorteio a um dos conselheiros da 3ª Turma. Assinado digitalmente CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais” É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama Depreendendose da análise dos autos do processo, ainda que tempestivos, impõese conhecer e rejeitar os embargos interpostos pela Fazenda Nacional contra acórdão CSRF Fl. 299DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 8 9303001.638, pois entendo, diferentemente da embargante, que não houve a contradição, tampouco a omissão alegada pela parte. Em relação à alegação de contradição, recordo que a Fazenda Nacional entende que a decisão recorrida é contraditória, pois o Colegiado da CSRF não havia conhecido o recurso especial, considerando que a matéria controvertida já havia sido aclarada pelo STF através da Súmula Vinculante STF nº 8. O que, não obstante à observância da referida súmula, haja vista que à época da interposição do recurso especial – 8.5.2008 a súmula ainda não havia sido editada, o recurso especial interposto pela Fazenda deveria ter sido conhecido. Nessa parte, da mesma forma considerada pelo ilustre Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, entendo que não houve a contradição alegada pela embargante, vez que o dispositivo do voto é consistente com o fundamento, no sentido de que, em se tratando de matéria sumulada, não se deve conhecer do recurso. Ademais, o julgamento da CSRF, que ocorreu em 3.11.2011, se deu posteriormente à edição da Súmula. Impossível, portanto, desconsiderála na apreciação da admissibilidade do Recurso Especial. E, quanto à alegação de omissão, vêse que não se pode falar que a decisão se omitiu em declinar qual regra empregou na decretação da decadência, em se tratando de recurso não conhecido. Não obstante à essas ponderações frente às alegações de omissão e contradição trazidas em embargos, vêse que o Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais em seu despacho de exame de admissibilidade, trouxe que há dois outros supostos vícios na decisão recorrida – quais sejam: · Obscuridade decorrente da adoção de falsa premissa, apontada pela Douta Representação Jurídica da Fazenda Nacional, ao lembrar que, à época da interposição do recurso, em 8.5.2008, a matéria ainda não estava sumulada, já que a referida Súmula só foi publicada no DJe nº 112 de 20/6/2008, p. 1. e no DOU de 20/6/2008, p. 1.; · Vício em relação ao disposto no art. 67, § 3º do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, que só restringia o acesso à via recursal especial em se tratando da aplicação de súmulas de jurisprudência do Conselho de Contribuintes, da CSRF e do CARF, silenciando quanto às súmulas editadas pelo Poder Judiciário. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 296 9 A decisão embargada, no entanto, omitiuse em explicar porque estendeu essa restrição à matéria sumulada pelo STF. Em relação à esses dois pontos trazidos pelo Presidente da Câmara Superior, importante elucidar que, independentemente de o art. 67 da Portaria MF 256/09, vigente à época do julgamento, não ter previsto dispositivo esclarecendo que não será conhecido recurso especial de decisão de qualquer das turmas que contrariar que contrariar Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal importante trazer dispositivo da Portaria MF 343/2015, in verbis (Grifos meus): “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar de forma objetiva qual a legislação que está sendo interpretada de forma divergente. [...] § 3º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso. [...] § 9º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. [...] § 12. Não servirá como paradigma o acórdão que, na data da análise da admissibilidade do recurso especial, contrariar: I Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; II decisão judicial transitada em julgado, nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC); e III Súmula ou Resolução do Pleno do CARF. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 10 [...]” Cabe ainda trazer à baila os arts. 7º, 8º e 9 º da Lei 11.417/06, vigentes à época, que alterou os dispositivos da Lei 9.784/99 que, por sua vez, regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Grifos meus): “Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negarlhe vigência ou aplicálo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. § 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. § 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. Art. 8o O art. 56 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3o: “Art. 56. ............................ ........................................ § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” (NR Art. 9o A Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 64A e 64B: “Art. 64A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” “Art. 64B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, darseá ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos Fl. 302DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 297 11 semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.” Nos termos dos dispositivos transcritos acima, ainda que não haja expressamente no RICARF/2013 que a referida previsão de não conhecimento do recurso especial na hipótese aventada, importante destacar que o julgador do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não poderia deixar de observar as Súmulas Vinculantes publicadas pelo Supremo Tribunal Federal quando da apreciação da admissibilidade do Recurso Especial que, por sua vez, também é realizado pelo Colegiado, sob pena de nulidade do próprio acórdão e confronto a própria lei 9.784/99. Dessa forma, vêse que o relator, ainda que não tenha se pronunciado acerca da Portaria MF 256/09 para se manifestar pelo não conhecimento do recurso, o fez de forma correta ao expor o motivo que o direcionou para tal conclusão – qual seja, a edição da Súmula Vinculante nº 8. Sendo assim, considerando os dispositivos trazidos pela Lei 11.417/06 – que alterou a Lei 9.784/99, as Súmulas Vinculantes editadas pelo STF não podem ser desconsideradas nas análises feitas pelos julgadores administrativos em qualquer momento do processo administrativo (análise do exame de admissibilidade, bem como na apreciação da lide). Em vista do exposto, voto por conhecer e rejeitar os embargos opostos pela Fazenda Nacional, vez que o acórdão embargado não estava contaminado por vícios contradições e omissões tampouco obscuridade alegada posteriormente. É o meu voto. Tatiana Midori Migiyama Relatora Fl. 303DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 12 Fl. 304DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO
score : 1.0
Numero do processo: 14033.000690/2010-12
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Sep 24 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 2803-000.281
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, resolve o colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora intime a parte da oportunidade de apresentar as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) conexos supra mencionados, no prazo de 30 (trinta) dias, decorrido o prazo que o processo seja remetido à autoridade fiscal para que: (1) indiferentemente da relação massa salarial e faturamento, analise se a contribuinte apresentou pedido de restituição que cumpre todos os requisitos para o reconhecimento do direito, condições para a restituição e o valor de restituição, conforme a legislação de regência; (2) havendo qualquer carência de requisitos ou documentos, que seja informada a requerente, instruindo-a de como retificar, e concedido prazo para realizar a retificação; (3) responda todos os questionamentos complementares trazidos pela petição protocolizada antes da presente resolução, bem como analise as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) de restituição conexo caso sejam efetivamente apresentadas pela parte; (4) após, emita informação fiscal analítica e motivada, observando os itens anteriores, inclusive sobre o valor a ser restituído, sendo a contribuinte intimada para manifestar-se, no prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos para apreciação da presente Turma Especial.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos
PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira
Relator ad hoc na data da formalização.
Participaram da sessão os seguintes conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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(assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos PRESIDENTE DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO NA DATA DA FORMALIZAÇÃO. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 33 .0 00 69 0/ 20 10 -1 2 Fl. 1792DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 14033.000690/201012 Resolução nº 2803000.281 S2TE03 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Participaram da sessão os seguintes conselheiros: HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA (Presidente), RICARDO MAGALDI MESSETTI, AMÍLCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, OSEAS COIMBRA JUNIOR, GUSTAVO VETTORATO (Relator), EDUARDO DE OLIVEIRA. Tratase de recurso voluntário, de autoria da contribuinte. Esclareço e registro que fui designado, conforme consta nos autos, relator AD HOC, para formalização da resolução proferida. A designação ocorreu pelo motivo do relator responsável original ter deixado o CARF antes da formalização da resolução, não possuindo mais competência para tanto. Ocorre que o relator responsável original pelo processo não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, o relatório, histórico, análise que fez dos autos, que levaram o colegiado a decidir pelo que consta em ata. Conseqüentemente, por não possuir competência para tanto, registro o ocorrido, a fim de que as partes interessadas tenham ciência dos fatos. É o relatório. Fl. 1793DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 14033.000690/201012 Resolução nº 2803000.281 S2TE03 Fl. 4 3 Conselheiro Marcelo Oliveira Relator designado ad hoc na data da formalização. Esclareço que o conselheiro relator não deixou registrado, arquivado, nos sistemas do CARF, sua resolução, com suas razões, que levaram o colegiado a decidir pelo resultado consignado em ata. Conseqüentemente, reproduzo somente o resultado, a fim de não extrapolar a determinação e a competência que possuo. CONCLUSÃO: Devido ao exposto, reproduzo o resultado devidamente consignado em ata, que foi, por em converter o julgamento em diligência para que a autoridade preparadora intime a parte da oportunidade de apresentar as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) conexos supra mencionados, no prazo de 30(trinta) dias, decorrido o prazo que o processo seja remetido à autoridade fiscal para que: (1)indiferentemente da relação massa salarial e faturamento, analise se a contribuinte apresentou pedido de restituição que cumpre todos os requisitos para o reconhecimento do direito, condições para a restituição e o valor de restituição, conforme a legislação de regência; (2) havendo qualquer carência de requisitos ou documentos, que seja informada a requerente, instruindoa de como retificar, e concedido prazo para realizar a retificação; (3) responda todos os questionamentos complementares trazidos pela petição protocolizada antes da presente resolução, bem como analise as demonstrações unificadas dos pedidos(processos) de restituição conexo caso sejam efetivamente apresentadas pela parte; (4) após, emita informação fiscal analítica e motivada, observando os itens anteriores, inclusive sobre o valor a ser restituído, sendo a contribuinte intimada para manifestarse, no prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos para apreciação da presente Turma Especial. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator ad hoc na data da formalização. Fl. 1794DF CARF MF Impresso em 24/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 23/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 35313.003250/2006-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/11/1999 a 01/09/2005
NULIDADE DA DECISÃO A QUO. CERCEAMENTO DE DEFESA. EXIGUIDADE DO PRAZO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE APRESENTAÇÃO DE PROVA EM MOMENTO FUTURO. INOCORRÊNCIA. AS PROVAS DEVEM SER APRESENTRADAS NO MOMENTO DA IMPUGNAÇÃO. SALVO AS EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI, O QUE INEXISTE NO LANÇAMENTO GUERREADO. INOVAÇÃO NA FASE RECURSAL. PRECLUSÃO, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPOO DO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM. TESE A QUE SE VEDA O CONHECIMENTO. DECADÊNCIA PARCIAL OCORRÊNCIA. RETENÇÃO. DESNECESSIDADE DE FISCALIZAÇÃO NO PRESTADOR. O TOMADOR É O RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. INAPLICABILIDADE DA SOLUÇÃO DE CONSULTA CITADA, POIS AS SITUAÇÕES SÃO DIVERSAS. SELIC APLICAÇÃO NA SEARA TRIBUTÁRIA. POSSIBILIDADE E LEGLAIDADE. RECONHCIDAS PELO STJ E STF.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2202-003.167
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: não conhecer do pedido de diligência; acolher a preliminar de decadência em relação às competências 03/2000; 08/2000; 10/2000 a 07/2001; e, no mérito, negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente).
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira - Relator.
Participaram, ainda, do presente julgamento, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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Recorrente TECHBLAST LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/11/1999 a 01/09/2005 NULIDADE DA DECISÃO A QUO. CERCEAMENTO DE DEFESA. EXIGUIDADE DO PRAZO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE APRESENTAÇÃO DE PROVA EM MOMENTO FUTURO. INOCORRÊNCIA. AS PROVAS DEVEM SER APRESENTRADAS NO MOMENTO DA IMPUGNAÇÃO. SALVO AS EXCEÇÕES PREVISTAS EM LEI, O QUE INEXISTE NO LANÇAMENTO GUERREADO. INOVAÇÃO NA FASE RECURSAL. PRECLUSÃO, SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPOO DO TANTUM DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM. TESE A QUE SE VEDA O CONHECIMENTO. DECADÊNCIA PARCIAL OCORRÊNCIA. RETENÇÃO. DESNECESSIDADE DE FISCALIZAÇÃO NO PRESTADOR. O TOMADOR É O RESPONSÁVEL TRIBUTÁRIO. INAPLICABILIDADE DA SOLUÇÃO DE CONSULTA CITADA, POIS AS SITUAÇÕES SÃO DIVERSAS. SELIC APLICAÇÃO NA SEARA TRIBUTÁRIA. POSSIBILIDADE E LEGLAIDADE. RECONHCIDAS PELO STJ E STF. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos: não conhecer do pedido de diligência; acolher a preliminar de decadência em relação às competências 03/2000; 08/2000; 10/2000 a 07/2001; e, no mérito, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 31 3. 00 32 50 /2 00 6- 56 Fl. 460DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 461 2 Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira Relator. Participaram, ainda, do presente julgamento, Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada. Fl. 461DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 462 3 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD DEBCAD 37.008.3121, que objetiva o lançamento da retenção de 11%, instituída pela Lei 9.711/1998, decorrente de arbitramento, conforme Relatório Fiscal do Processo Administrativo Fiscal – PAF, de fls. 172 a 176, com período de apuração de 01/2006 a 11/2008, conforme Mandados de Procedimento Fiscal MPF, de fls. 80 a 88. O sujeito passivo foi cientificado do lançamento, em 29/08/2006, conforme Folha de Rosto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, de fls. 04. O contribuinte apresentou sua defesa/impugnação, petição com razões impugnatórias, acostada, as fls. 199 a 218, recebida, em 13/09/2006, conforme espelho protocolo SIPPS, de fls. 198, acompanhada dos documentos, de fls. 219 a 292. A impugnação foi considerada tempestiva, fls. 294. O órgão julgador de primeiro grau emitiu a Decisão – Notificação DN Nº 017.423.4/0264/2006, em 30/10/2006, fls. 296 a 314. O lançamento foi considerado procedente. O contribuinte tomou conhecimento desse decisório, em 01/12/2006, conforme AR, de fls. 317. Foi emitido, em 16/01/2007, fls. 319, e, cientificado ao contribuinte, em 26/01/2007, AR, de fls. 320, o Termo de Trânsito em Julgado. Os autos foram remetidos a Procuradoria, fls. 323. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição, as fls. 356, remetida via correio, conforme AR, de fls. 391, postado, em 05/01/2007, com razões recursais acostadas, as fls. 357 a 374, acompanhado dos documentos, de fls. 375 a 391. O contribuinte obteve junto ao Poder Judiciário sentença no sentido de ser seu Recurso Voluntário apreciado, ainda, que sem o depósito recursal, fls. 399 a 402. O PAF foi devolvido para a fase administrativo e teve prosseguimento, fls. 457. Preliminares. · que a recorrente foi cientificada da lavratura de dezessete lançamentos provenientes de uma única ação fiscal na mesma data, pedindo a juntada superveniente de documentos, pois o prazo de defesa de quinze dias era exíguo, contudo tal pedido foi rejeitado, o que implica Fl. 462DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 463 4 em violação à ampla defesa e cerceamento do direito de defesa, o que enseja a nulidade da decisão recorrida, tendo em vista que o parágrafo 2º, do artigo 9º, da Portaria MPS 520/2004 permite tal apresentação, sendo que a necessidade de apresentar defesa de dezessete notificações em quinze dias, demonstra a impossibilidade de apresentação oportuna, bem como o motivo de força maior, apresentandose o auto de infração nulo por flagrante preterição do direito de defesa; · que necessário se faz baixar os autos em diligência para a realização de perícia específica, conforme os três quesitos declinados; Mérito. · que ocorreu a decadência do direito de lançar, uma vez que a fiscalização considerou o prazo de dez anos, mas em verdade esse é de cinco anos, conforme jurisprudência do STJ e as regras do artigo 173, I, do CTN, pois parte do débito se refere ao período de 03/2000 a 07/2001 com lançamento se dando em 29/08/2006, quando já decaído; · que o lançamento não deve prevalecer, pois alicerçado em arbitramento, decorrente da ausência de verificação pelo fisco da natureza dos serviços prestados e registrados nas contas contábeis informadas pela recorrente à fiscalização no curso do procedimento fiscal, deixando o INSS de verificar o recolhimento pelas principais obrigadas; · que a recorrente nos termos do artigo 9º, §2º, da MPS 520/2004 protesta pela apresentação dos documentos que comprovem a desnecessidade da retenção, cita a solução de consulta nº 602, sendo o lançamento insubsistente; · que a taxa SELIC não é aplicável ao créditos tributários, conforme jurisprudência do STJ; · Dos pedidos e requerimentos: a) acolhimento do recurso, a fim de ser conhecido e provido, anulandose o Acórdão da DRJ, determinando a notificação da recorrente para apresentar os documentos inerentes a sua defesa; alternativamente b) reforma do decisum para julgar improcedente o auto de infração em razão do vícios apontados; c) que a taxa SELIC seja excluída, pois inaplicável para fins de atualização tributária. A autoridade preparadora reconheceu a tempestividade do recurso, fls. 456 e 457. O autos foram remetidos ao Segundo Conselho de Contribuintes, fls. 457. O presente PAF foi sorteado e distribuído a esse conselheiro, em 06/11/2014, lote 05, conforme, fls. 458. Fl. 463DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 464 5 É o Relatório. Fl. 464DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 465 6 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é tempestivo e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade ele merece ser apreciado. Retenção. O presente processo ficou retido e sua solução foi retardada em razão dos recentes acontecimentos que afetaram o normal funcionamento do CARF, situação, absolutamente, fora do alcance do presente conselheiro. Delimitação da Lide. O pedido de diligência feito, exclusivamente, nas fase recursal não é apto há ser conhecido ante as razões declinadas abaixo. Tal conduta implica que a recorrente inovou na tese jurídica na fase recursal, pois o que alegado na peça vestibular de segundo grau, não foi suscitado em primeiro grau. A uma, porque tal matéria não foi questionada em primeiro grau e assim em relação a ela aplicase os artigos 14, 15 e 17, do Decreto 70.235/72, pois considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. A duas, por que o conhecimento dessa matéria implicaria supressão de instância. EMEN: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. 1. EXECUÇÃO DA PENA. SUPERVENIENTE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. PRETENSÃO DE REDUÇÃO DOS DIAS REMIDOS PERDIDOS. INTERESSE PROCESSUAL NO JULGAMENTO DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS. RECONHECIMENTO. 2. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO. VÍCIO NÃO CONFIGURADO. PERDA DOS DIAS REMIDOS. PLEITO DE APLICAÇÃO DA LEI Nº 12.433/11. ÓBICE À ANÁLISE EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INOVAÇÃO RECURSAL E SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. Tendo em conta que ainda persiste o interesse da parte agravante no conhecimento dos embargos de declaração opostos contra acórdão desta eg. Quinta Turma, merece reforma o decisum monocrático que os julgou prejudicados, com a submissão deles ao Órgão Colegiado. 2. O pleito de apreciação da questão referente à revogação dos dias remidos à luz da Lei nº 12.433/11 não foi deduzido na inicial do writ, tampouco enfrentado pelo Fl. 465DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 466 7 Tribunal de origem no acórdão do recurso de agravo em execução, tratandose, a um só tempo, de inovação recursal, que impede o conhecimento da matéria neste momento processual, tendo em vista o advento da preclusão consumativa e também de supressão de instância. 3. Agravo regimental provido para, afastada a ausência de interesse, rejeitar os embargos de declaração, com a observação de que caberá à Primeira Instância examinar a questão relativa à retroação benéfica da nova lei. ..EMEN: (AGRHC 201101494878, MOURA RIBEIRO, STJ QUINTA TURMA, DJE DATA:11/12/2013 ..DTPB:.) Ementa: HABEAS CORPUS. OFENSA AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INOCORRÊNCIA. INTELIGÊNCIA DO ART. 38 DA LEI 8.038/90. IMPETRAÇÃO CONTRA ALEGADA DEMORA DO STJ PARA PROCEDER AO JULGAMENTO DE HC. INEXISTÊNCIA. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não há falar em ofensa ao princípio da colegialidade, já que a viabilidade do julgamento por decisão monocrática do relator se legitima quando se tratar de pedido manifestamente intempestivo, incabível ou, improcedente ou ainda, que contrariar, nas questões predominantemente de direito, Súmula do respectivo Tribunal (art. 38 da Lei 8.038/1990). Ademais, eventual nulidade da decisão monocrática fica superada com a reapreciação do recurso pelo órgão colegiado, na via de agravo interno. 2. O art. 5º, LXXVIII, da CF assegura, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Duração razoável é o processo que se desenvolve regularmente, consideradas, ainda, a natureza e a complexidade da causa, bem como a quantidade de demandas em trâmite no órgão judicial. Nessa perspectiva, o exíguo período de tempo que o recurso aguarda julgamento no STJ (agosto de 2014) afasta qualquer alegação de constrangimento ilegal. 3. As alegações de mérito não podem ser conhecidas, já que (a) não foram enfrentadas definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça, dando azo ao óbice da supressão de instância; e (b) só foram suscitadas em sede de agravo regimental, constituindo indevida inovação recursal. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.(HCAgR 125068, TEORI ZAVASCKI, STF.) (destaquei). A três, por que não ocorre a devolutividade da matéria, pois tal não foi levada do conhecimento do julgador a quo, violando o princípio do tantum devolutum quantum apellatum. EMEN: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. OMISSÃO NÃO CARACTERIZADA. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. PERÍODO DE 2002 A 2006. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. O efeito devolutivo expresso nos arts. Fl. 466DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 467 8 505 e 515 do CPC consagra o princípio do tantum devolutum quantum appellatum, que consiste em transferir ao tribunal ad quem todo o exame da matéria impugnada. Se a apelação for total, a devolução será total. Se parcial, parcial será a devolução. Assim, o tribunal fica adstrito apenas ao que foi impugnado no recurso. 3. A alegada violação dos arts. 168, inciso I, e 6º, inciso XIV, da Lei n. 7.713/88, não foi sequer citada nas razões de apelação. Logo, não foi devolvida ao Tribunal de origem, não podendo ser apreciada também em recurso especial por tratarse de inovação recursal. Agravo regimental improvido. ..EMEN:(AGRESP 201402621001, HUMBERTO MARTINS, STJ SEGUNDA TURMA, DJE DATA:21/11/2014 ..DTPB:.) CARF Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. CONTESTAÇÃO NO RECURSO VOLUNTÁRIO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Em conformidade com o regra da preclusão, se a matéria não foi contestada na fase de impugnação ou de manifestação de inconformidade, o recorrente não poderá mais fazêlo em sede recursal, sob pena de supressão de instância e inovação dos fundamentos do julgado recorrido. DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. MOTIVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, por cerceamento do direito de defesa, o despacho decisório que apresenta motivação e fundamentação adequada da decisão proferida. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. MATÉRIA NÃO RECORRIDA. DECISÃO DEFINITIVA. É considerada definitiva, na esfera administrativa, a parte da decisão de primeira instância na recorrida. Recurso Voluntário Negado. PRO: 10280.900644/201034. Acórdão 3102001.880. Rel. Jose Fernandes do Nascimento. Data 12/08/2013. Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPUGNAÇÃO INOVADORA. PRECLUSÃO. No Processo Administrativo Fiscal, dada à observância aos princípios processuais da impugnação específica e da preclusão, todas as alegações de defesa devem ser concentradas na impugnação, não podendo o órgão ad quem se pronunciar sobre matéria antes não questionada, sob pena de supressão de instância e violação ao devido processo legal. DILIGÊNCIA. INFORMAÇÃO FISCAL COM NATUREZA DE RÉPLICA. PRAZO PARA MANIFESTAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. DEZ DIAS. ART. 44 DA LEI Nº 9.784/99. A lei tributária apenas prevê a devolução de prazo ao sujeito passivo para impugnação quando, e tão somente quando, em razão de exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões das quais Fl. 467DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 468 9 resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exação lançada, hipóteses em será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, contemplando tal agravamento da exigência, se for o caso, reabrindose o prazo de impugnação no concernente à matéria agravada. Inexistindo em razão da diligência qualquer agravamento, inovação ou alteração da fundamentação legal do tributo lançado, em atenção ao princípio constitucional da transparência, da informação fiscal deve ser dada ciência ao sujeito passivo, assinalandose o prazo de dez dias para se manifestar nos autos, a teor do art. 44 da Lei nº 9.784/99. GPS. RETIFICAÇÃO. DESDOBRAMENTO EM DOIS DOCUMENTOS OU ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. Serão indeferidos pedidos de retificação que versem sobre desdobramento de GPS em dois ou mais documentos ou sobre alteração de campos de GPS referentes a competências incluídas em débito lançado de ofício, cujo pagamento tenha ocorrido em data anterior à constituição do débito, a teor do art. 4º da IN RFB nº 1.265/2012. RELAÇÃO DE CORRESPONSÁVEIS. RELATÓRIO OBRIGATÓRIO DA NOTIFICAÇÃO FISCAL. A inclusão dos sócios na Relação de Corresponsáveis CORESP não tem o condão de os inserir no polo passivo da relação jurídica tributária. Prestase apenas como subsídio à Procuradoria, caso se configure a responsabilidade pessoal de terceiros, na hipótese encartada no inciso III do art. 135 do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte PROC: 36624.000679/200641. Acórdão: 2302002.993. Rel. Arlindo da Costa e Silva. Data 31/03/2014. (os destaques foram feitos por mim). Preliminares. Cabe, inicialmente, esclarecer que a fiscalizada e no caso contratante dos serviços tem o dever de manter em guarda e em boa ordem a documentação relativa à retenção, é isso, o que dispõe a legislação, artigo 219, parágrafo 6º, do Decreto 3.048/99, abaixo transcrito . Art. 219. omissis.... § 6º A empresa contratante do serviço deverá manter em boa guarda, em ordem cronológica e por contratada, as correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, Guias da Previdência Social e Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social com comprovante de entrega. Ademais, o contencioso administrativo fiscal se desenvolve dentre do devido processo legal estabelecido pelas normas que regem a matéria e à época do lançamento o prazo de defesa estava estabelecido pelo parágrafo único, do artigo 37, da Lei 8.212/91, era o de quinze dias, o qual foi concedido ao contribuinte, conforme texto legal a seguir exposto. Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará Fl. 468DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 469 10 notificação de débito, com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. Parágrafo único. Recebida a notificação do débito, a empresa ou segurado terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar defesa, observado o disposto em regulamento. (grifei). Aliás, a citada lei traz a mesma disposição do foro em geral, uma vez que repete o que determina o artigo 297, da Lei 5.869/73 e nada mais. Não pode servir de justificativa para prorrogação do prazo legal a própria falha de atuação do empresa fiscalizada, pois se dezessete autos foram lançados em face do contribuinte no mesmo procedimento fiscal, foi porque o agente lançador encontrou falhas e bases legais para tal formulação. O indeferimento do pedido de prorrogação de prazo foi feito de forma fundamentada pela autoridade julgadora de primeira instância, pois essa asseverou que tal pedido do contribuinte era injustificado, veja a transcrição. 5 É injustificado o pedido da impugnante de juntada superveniente de documentos em razão da flagrante impossibilidade de sua apresentação oportuna, visto que, se a mesma dispusesse de documentos que comprovassem a improcedência total ou parcial da autuação, tais documentos deveriam ser apresentados dentro do prazo de defesa, concedido no art. 37, § 1o da Lei n° 8.212, de 24/07/1991; 6 Não há nenhuma justificação, que se enquadre nos termos do § 1 o do art. 9o da Portaria MPS n° 520, de 19/052004, que estabelece, in verbis : Art. 9 o (...) § 1 o A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. Compartilho do entendimento do julgador a quo e não reputo presentes as exceções das alíneas "a", "b" e "c", do artigo 9º, da Portaria MPS nº 520/2004 ou as exceções das alíneas "a", "b" e "c", do parágrafo 4º, do artigo 16, do Decreto 70.235/72. Assim sendo, afasto a preliminar suscitada. No que tange a alegação de decadência razão assiste a recorrente. Fl. 469DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 470 11 Verificase do crédito que o lançamento se deu, em 29/08/2006, Folha de Rosto da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD, de fls. 04, e que o crédito contempla as contribuições de 03/2000; 08/2000; 10/2000 a 07/2001, Discriminativo Sintético de Débito – DSD, de fls. 14 e 15, e, com competências lançadas até 12/2004. Observase, ainda, da análise do autos, conforme Relatório de Documentos Apresentados – RDA, de fls. 24 e 25, que está registrado no lançamento a realização de pagamento para as competências 07/2000; 08/2000; 09/2000; 10/2000; 11/2000; 12/2000; 13º/2000; 01/2001; 02/2001; 03/2001; 04/2001; 05/2001; 06/2001 e 07/2001, sendo assim deve ser aplicada a Súmula CARF 99, que colaciono abaixo. Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Desta forma, retroagindose a cinco anos da data do lançamento para as competências que contenham pagamento o marco decadencial será 30/08/2001. Porém, para as competência que não registram pagamentos o marco da decadência será 01/01/2001. Na busca da aplicação da regra e normal decadencial adequada adoto o entendimento do STJ no julgado a seguir transcrito. RECURSO ESPECIAL Nº 970.947 SC (2007/01732916) Esta Corte tem firmado o entendimento de que o prazo decadencial para a constituição do crédito tributário pode ser estabelecido da seguinte maneira: a) em regra, seguese o disposto no art. 173, I, do CTN, ou seja, o prazo é de cinco anos, contado "do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado"; b) nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, cujo pagamento ocorreu antecipadamente, o prazo é de cinco anos, contado do fato gerador, nos termos do art. 150, § 4º do CTN Assim, como exposto acima havendo pagamento a regra decadencial a ser aplicada é a do artigo 150º, parágrafo 4º, da Lei 5.172/66 ou artigo 173,I, do citado diploma, quando não há pagamentos para a competência em questão, devido a incidência da SV nº 08/2006 STF. Com esses esclarecimentos reconheço a existência de decadência para as competências 03/2000; 08/2000; 10/2000 a 07/2001, inclusive. Fl. 470DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 471 12 Mérito. O fisco não tem o dever de fiscalizar o prestador, seja antes ou depois de fiscalizar o tomador de serviços para verificar a ocorrência de recolhimentos no prestador, pois o tomador nos termos do artigo 31, da Lei 8.212/91, na redação dada pela Lei 9.711/98 é o responsável tributário pelo recolhimento, vejo o excerto do aresto do STJ, que transcrevo. 12. A Lei 9.711/98, entretanto, que introduziu a nova redação do artigo 31, da Lei 8.212/91, instituiu técnica arrecadatória via substituição tributária, mediante a qual compete à empresa tomadora dos serviços reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação dos mesmos, bem como recolher, no prazo legal, a importância retida. Cuidase de previsão legal de substituição tributária com responsabilidade pessoal do substituto, que passou a figurar como o único sujeito passivo da obrigação tributária (Precedentes do STJ: EREsp 511.853/MG, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Seção, julgado em 10.11.2004, DJ 17.12.2004; REsp 638.333/SP, Rel. Ministro Francisco Peçanha Martins, Segunda Turma, julgado em 23.08.2005, DJ 10.10.2005; REsp 432.775/SP, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 27.06.2006, DJ 01.08.2006; REsp 553.499/MG, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Segunda Turma, julgado em 12.12.2006, DJ 08.02.2007; REsp 855.066/SP, Rel. Ministra Denise Arruda, Primeira Turma, julgado em 24.04.2007, DJ 31.05.2007; AgRg no REsp 899.598/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 22.05.2007, DJ 04.06.2007; AgRg no Ag 795.758/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 19.06.2007, DJ 09.08.2007; REsp 931.772/SC, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, julgado em 14.08.2007, DJ 27.08.2007) 18. Agravo regimental desprovido. ..EMEN: (AGRESP 200700071626, LUIZ FUX, STJ PRIMEIRA TURMA, DJE DATA:06/08/2009 ..DTPB:.) (destaquei). O arbitramento se justifica não porque o fisco não verificou os prestadores de serviços, pois na retenção como supramencionado, não existe esse obrigação. O fisco promoveu o arbitramento em razão da recusa do contribuinte em fornecer os documentos necessários a apuração dos elementos e fatos, conforme trechos do REFISC a seguir transcritos. Fl. 471DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 472 13 Evidente, pois que o arbitramento foi aplicado em razão da determinação legal do artigo 33, parágrafo 3º, da Lei 8.212/91, uma vez que o contribuinte se recusou ou não forneceu os documentos a tempo e ordem e na forma devida e solicitada. A solução de consulta 602, não se aplica ao caso o agente lançador deixou claro na passagem acima transcrita que solicitou os documentos por Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD em duas ocasiões, ou seja, 18/04/2006 e 18/05/2006, mas que a empresa não forneceu nenhum dos documentos constantes da planilha "Retenção dos 11%". A utilização da taxa SELIC é absolutamente admitida e normal na esfera tributária. O artigo 34, da Lei 8.212/91, assim o determinava, bem como é admitida pela Súmula 4 do CARF e pelos nossos tribunais superiores – STJ e STF. Aliás, o próprio CARF tem Súmula sobre o assunto. Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Fl. 472DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 473 14 O STJ assim se posiciona, sendo inclusive compatível com o artigo 161, § 1º da Lei 5.172/66 para este tribunal superior. PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. AFERIÇÃO DA NECESSIDADE DE PRODUÇÃO DE PROVA PERICIAL. ANÁLISE DOS REQUISITOS FORMAIS DA CDA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N. 7/STJ. PAGAMENTO NÃO EFETUADO. NÃO OCORRÊNCIA DE DENÚNCIA ESPONTÂNEA. TAXA SELIC. LEGALIDADE. PRECEDENTE REGIDO PELA SISTEMÁTICA DO ART. 543C, DO CPC. 1. "Avaliar a necessidade da produção de prova pericial atrai o óbice contido na Súmula 7/STJ, haja vista tal providência demandar o revolvimento do substrato fáticoprobatório permeado nos autos" (AgRg no Ag 989.493/SP, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 23/06/2008). 2. A investigação acerca do preenchimento dos requisitos formais da CDA que aparelha a execução fiscal demanda, necessariamente, a revisão do substrato fático probatório contido nos autos, providência que não se coaduna com a via eleita, conforme vedação expressa da Súmula 7/STJ. 3. É inaplicável o benefício do art. 138 do CTN ao tributo confessado e nãopago pelo contribuinte. 4. A Primeira Seção desta Corte, quando do julgamento do REsp. n. 1.111.175/SP, de relatoria da Ministra Denise Arruda, pacificou entendimento, pela sistemática do art. 543C, do CPC, no sentido da legalidade da Taxa Selic, a qual incide sobre o crédito tributário a partir de 1º.1.1996 não podendo ser cumulada, porém, com qualquer outro índice, seja de juros ou atualização monetária tendo em vista que o art. 39, § 4º da Lei n. 9.250/95 preenche o requisito do § 1º do art. 161 do CTN. 5. O presente agravante regimental tratou, também, de questões diversas daquelas pacificadas em sede de recurso repetitivo, pelo que deixo de aplicar a multa prevista no § 2º do art. 557 do CPC. 6. Agravo regimental não provido.(AGA 200900895519, MAURO CAMPBELL MARQUES, STJ SEGUNDA TURMA, 28/09/2010) (grifo meu). A SELIC em recente julgamento do STF no sistema da Repercussão Geral Tema nº 214, no RE 212.209, em 08/06/2011, foi considerada cabível e compatível com a seara tributária, conforme sua página de notícias, assim pensa, também, o STJ, observese os textos. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (SFT) ratificou, ontem, quartafeira (18), por maioria de votos, jurisprudência firmada em 1999, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 212209, no sentido de que é constitucional a inclusão do valor do Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) na sua própria base de cálculo. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 582461, interposto pela empresa Jaguary Engenharia, Mineração e Comércio Ltda .contra decisão do Tribunal de Fl. 473DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 474 15 Justiça do Estado de São Paulo (TJSP), que entendeu que a inclusão do valor do ICMS na própria base de cálculo do tributo – também denominado “cálculo por dentro” – não configura dupla tributação nem afronta o princípio constitucional da não cumulatividade. No caso específico, a empresa contestava a aplicação, pelo governo de São Paulo, do disposto no artigo 33 da Lei paulista nº 6.374/89, segundo o qual o montante do ICMS integra sua própria base de cálculo. Súmula Em 23 de setembro de 2009, o Plenário do STF reconheceu repercussão geral à matéria suscitada no RE. Após a decisão do RE, o presidente da Corte, ministro Cezar Peluso, propôs que fosse editada uma súmula vinculante para orientar as demais cortes nas futuras decisões de matéria análoga. Assim, uma comissão da Corte vai elaborar o texto da súmula para ser posteriormente submetido ao Plenário. O caso A decisão da Justiça paulista afastou a alegação da empresa de que o artigo 13, parágrafo 1º, da Lei Complementar (LC) nº 87/96 (que prevê a inclusão do valor do ICMS na sua própria base de cálculo), bem como o artigo 33 da lei paulista nº 6.374/89, no mesmo sentido, conflitariam com a Constituição Federal (CF) no que diz caber a lei complementar definir os fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes dos impostos. Considerou legítima, ainda, a aplicação da taxa Selic e da multa de 20% sobre o valor do imposto corrigido. (grifos meus). Esta casa de justiça vem assim decidindo. EMBARGOS DECLARATÓRIOS – ESCLARECIMENTOS. Em se tratando de situação concreta a reclamar esclarecimentos, impõese prover os declaratórios sem o empréstimo de eficácia modificativa. TAXA SELIC – DÉBITO TRIBUTÁRIO. O Tribunal, na sessão plenária de 18 de maio de 2011, apreciando o Recurso Extraordinário nº 582.461/SP, assentou a legalidade da aplicação da taxa Selic para fins tributários. (AI 760894 AgRED, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Primeira Turma, julgado em 03/04/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe084 DIVULG 30042012 PUBLIC 02052012 RET v. 15, n. 85, 2012, p. 139141) (realce meu) Assim, o índice de atualização esta dentro das determinações legais. Fl. 474DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 35313.003250/200656 Acórdão n.º 2202003.167 S2C2T2 Fl. 475 16 Postos os argumentos acima declinados não há motivos para atender aos pedidos da recorrente, salvo quanto ao reconhecimento da decadência parcial. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto por não conhecer o pedido de diligência; para em preliminar da parte conhecida, reconhecer a decadência parcial para as competências a seguir discriminadas 03/2000; 08/2000; 10/2000 a 07/2001, tendo em vista a data do lançamento e a existência de pagamento parcial e no mérito negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 22/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/03/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 18/03/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10830.918686/2009-14
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Sep 16 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/06/2002 a 30/06/2002
REPERCUSSÃO GERAL. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STF PELOS CONSELHEIROS DO CARF.
As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática da repercussão geral, prevista no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Numero da decisão: 3803-006.135
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, para reconhecer o direito creditório. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente da 3ª Câmara
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues (Relator) e Demes Brito.
Nome do relator: João Alfredo Eduão Ferreira
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/06/2002 a 30/06/2002 REPERCUSSÃO GERAL. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STF PELOS CONSELHEIROS DO CARF. As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática da repercussão geral, prevista no art. 543-B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
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INCONSTITUCIONALIDADE. A base de cálculo da Cofins é o faturamento, assim compreendido o ingresso proveniente da venda de mercadorias e da prestação de serviços, não abrangendo as demais receitas. O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pelo § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/06/2002 a 30/06/2002 REPERCUSSÃO GERAL. OBSERVÂNCIA DA DECISÃO DO STF PELOS CONSELHEIROS DO CARF. As decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática da repercussão geral, prevista no art. 543B da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (Código de Processo Civil), devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso, para reconhecer o direito creditório. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 86 86 /2 00 9- 14 Fl. 190DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.918686/200914 Acórdão n.º 3803006.135 S3TE03 Fl. 191 2 (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente da 3ª Câmara (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues (Relator) e Demes Brito. Relatório Em 21 de agosto de 2015, a repartição de origem devolveu a este Colegiado os presentes autos em razão da detecção de equívoco na identificação do período de apuração da contribuição sob comento, sendo informado que, enquanto na ementa se registrou o período de apuração de 01/06/2002 a 30/06/2002, no voto se reportou à composição da base de cálculo de dezembro de 2003, sendo que, de acordo com os débitos declarados, não havia, no período, o valor referenciado no montante de R$ 784.190,99. Em razão desse fato e por se tratar de acórdão da relatoria de Conselheiro que não mais compõe o Colegiado, fui designado como relator ad hoc neste processo, em razão do quê reproduzo o relatório elaborado pelo relator original e adoto o voto por ele redigido, bem como a ementa, com as devidas correções das inexatidões materiais detectadas pela repartição de origem, em conformidade com os termos constantes da ata de julgamento: Retornaram os autos da unidade de origem para onde foram baixados com a finalidade de certificação dos valores das demais receitas da recorrente que extrapolaram o faturamento, conforme documentos da escrita contábil juntado aos autos pela recorrente, e colacionadas aos mesmos as informações prestadas pela fiscalização. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Conforme apontado no Relatório supra, tendo sido designado como relator ad hoc neste processo, adoto o voto redigido pelo relator original, bem como a ementa, com as devidas correções das inexatidões materiais detectadas pela repartição de origem, em conformidade com os termos constantes da ata de julgamento: Foi juntada aos autos a informação fiscal e dela foi dado ciência ao Recorrente. Da informação fiscal consta planilha, formatada com base no Razão Analítico, informando que, na composição da base de cálculo da Cofins de junho/2002, o Fl. 191DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.918686/200914 Acórdão n.º 3803006.135 S3TE03 Fl. 192 3 recorrente adicionara, em observância aos termos do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, receitas não abrangidas pelo conceito de faturamento. Constatou a fiscalização que, em consulta realizada na DCTF, o recorrente apurara, para o período de junho/2002, Cofins no valor de R$ 479.117,18, o quê, após as deduções legais levadas a efeito, resultou em valor recolhido a maior de R$ 18.932,02. Compulsando os autos, verificase que consta do demonstrativo de crédito do PER/DCOMP (fl. 57verso) a informação de que o valor total do crédito original utilizado fora de R$ 18.932,02, exatamente o valor apurado pela fiscalização por ocasião da diligência. Logo o direito creditório existe, é líquido e exigível. É cediço que o tema sob exame teve a repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal que, por sentença proferida pelo Plenário em 10/09/2008, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) nº 585.235, declarou a inconstitucionalidade do texto contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, decisão essa que transitou em julgado em 12/12/2008. Nesse contexto, devese proceder de acordo com o que dispõe o art. 62A do RICARF/2009: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Ante o exposto, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório pleiteado. É o voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Fl. 192DF CARF MF Impresso em 16/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2015 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 09/09/2015 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 15/09/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10830.016525/2009-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 07 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2301-000.544
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos documentos apresentados na sessão para converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. Fez sustentação oral a Dra. Luciana Simões de Souza, OAB/SP 272.318.
João Bellini Júnior- Presidente.
Luciana de Souza Espíndola Reis - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior, Julio Cesar Vieira Gomes, Alice Grecchi, Ivacir Julio de Souza, Nathalia Correia Pompeu, Luciana de Souza Espíndola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior e Marcelo Malagoli da Silva.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, conhecer dos documentos apresentados na sessão para converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da relatora. Fez sustentação oral a Dra. Luciana Simões de Souza, OAB/SP 272.318. João Bellini Júnior Presidente. Luciana de Souza Espíndola Reis Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Júnior, Julio Cesar Vieira Gomes, Alice Grecchi, Ivacir Julio de Souza, Nathalia Correia Pompeu, Luciana de Souza Espíndola Reis, Amilcar Barca Teixeira Junior e Marcelo Malagoli da Silva. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 30 .0 16 52 5/ 20 09 -9 4 Fl. 24DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 25 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra o Acórdão n.º 0529.575 da 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) CampinasSP, f. 1947 1984, com ciência ao sujeito passivo em 03/09/2010, que julgou improcedentes as impugnações apresentadas contra os créditos tributários constituídos por meio dos seguintes autos de infração: 1. Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) Debcad nº 37.257.9655 (Processo nº 10830.016522/200951): referese às contribuições a cargo da empresa, inclusive a destinada ao custeio dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT/RAT), no período de 01/2005 a 12/2008, incidentes sobre: a) os valores pagos pela empresa a seus empregados a título de contribuição a programa de previdência complementar de caráter fechado (Eatonprev), o qual não é destinado à totalidade de seus empregados e dirigentes; b) os valores pagos pela empresa a seus empregados a título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), em desacordo com a Lei 10.101/2000. 2. Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) Debcad nº 37.257.9663 (Processo nº 10380.016523/200903): referese às contribuições a cargo dos segurados empregados, no período de 01/2005 a 08/2008, incidentes sobre os valores pagos pela empresa a seus empregados a título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), em desacordo com a Lei 10.101/2000. 3. Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) Debcad nº 37.257.9671 (Processo nº 10380.016524/200940): referese às contribuições devidas a outras entidades e fundos (terceiros), relativas à contribuição do salárioeducação e as destinadas ao INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, no período de 01/2005 a 12/2008, incidentes sobre: a) os valores pagos pela empresa a seus empregados a título de contribuição a programa de previdência complementar de caráter fechado (Eatonprev), o qual não é destinado à totalidade de seus empregados e dirigentes; b) os valores pagos pela empresa a seus empregados a título de Participação nos Lucros ou Resultados (PLR), em desacordo com a Lei 10.101/2000. 4. Auto de Infração de Obrigação Acessória (AIOA) Debcad nº 37.257.9680 CLF 68 (Processo nº 10380.016525/200994): tratase de exigência de penalidade por infração ao artigo 32, inciso IV, parágrafo 5º da Lei n.° 8.212, de 24/07/1991, na redação da Lei n.° 9.528, de 10/12/1997, com base no fato de a empresa ter apresentado Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com omissão das remunerações pagas aos segurados empregados a título de previdência privada complementar de caráter fechado (Eatonprev) e Participação nos Lucros ou Resultados (PLR). Os Processos nºs 10380.016523/200903, 10380.016524/200940 e 10380.016525/200994 estão apensados ao Processo nº 10830.016522/200951. A autuada impugnou os lançamentos tributários, cujos pontos controvertidos foram sintetizadas no relatório do acórdão recorrido, o qual adoto aqui: Fl. 25DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 26 3 Após ciência pessoal da autuação em 03/12/2009, o contribuinte apresentou defesa ao auto principal Debcad n° 37.257.9655, fls. 586/634, alegando em síntese, o que se passa a expor. Em preliminar alega a nulidade da autuação por ofensa ao princípio da verdade material, pois a fiscalização analisou superficialmente os lançamentos e documentos apresentados, sem observar que o Plano de Previdência Privada é oferecido a todos os empregados conforme leitura mais atenta de seu regulamento, e, em relação aos pagamentos de PLR, estes seguiram as determinações legais, com a efetiva participação do sindicato, o que afasta a tributação sobre as referidas verbas e torna nula a autuação pela falta de verificação da natureza e habitualidade de tais pagamentos Ao contrário do que afirma a fiscalização, o Plano de Previdência Privada abrange todos os funcionários da empresa e atende as determinações da Lei 8.212/91, e, na esfera Constitucional, houve concessão de imunidade a pagamentos a tal título, conforme artigo 202, § 2o, da Carta e incentivos concedidos pelo Decreto Lei n° 2.296/89. Posteriormente a Lei n° 8.212/91 excluiu da incidência de contribuições previdenciárias as referidas verbas desde que atendidos os requisitos legais, o que foi feito pela empresa. Afirma que o plano de previdência privada é estendido a todos os funcionários, conforme se verifica do informativo que junta (Doc 03), entregue ao empregado no momento de sua contratação, portanto, todos os empregados são elegíveis ao plano instituído pela Eatonprev, independentemente do valor do salário, o que pode também ser verificado no Regulamento do Plano (Doc 04) e nos Termos de Opção (Doc 05). Destaca que a legislação previdenciária, no que pertine à isenção da verba paga a título de Previdência Privada, somente determina que haja disponibilização do plano de previdência a todos os empregados, inclusive como dispõe a Solução de Consulta n° 407/2009, da 8ª Região Fiscal, publicada em 07/12/2009, e jurisprudência a respeito, não existindo obrigação de adesão ou depósito nas contas de todos os funcionários, pois possível que nem todos empregados optem pela adesão ao Plano, fato que por si só não justifica qualquer tributação. Menciona que efetua depósitos/aportes de forma universal no Plano de Previdência Privada instituído pela EatonPrev de forma a garantir os benefícios a todos os empregados, anexando para melhor compreensão do tema, os relatórios anuais da entidade de previdência privada fechada, com o valor total das contribuições e o valor total dos benefícios concedidos, em que se verifica o absoluto cumprimento das determinações legais. Alega que a fiscalização entendeu equivocadamente que não houve extensão da cobertura do Plano de Previdência à totalidade dos empregados pelo fato de haver previsão no referido plano de diversas contribuições, quais sejam, contribuição normal, especial, complementar ou suplementar, de acordo com a faixa salarial do empregado, o que não afasta a sua disponibilidade para todos os empregados, conforme se verifica dos formulários e termos de opção (Doe 07), inclusive sendo a interpretação dada pela fiscalização Fl. 26DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 27 4 afastada pela Câmara Superior do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais /CARF (Doc 07). O Plano prevê a obrigatoriedade de contribuição por parte da impugnante com o objetivo de garantir um benefício mínimo aos empregados e, ainda, contribuição adicional de acordo com o tipo de contribuição escolhida pelo empregado, o que não significa ofensa às normas legais como entendeu a fiscalização em interpretação equivocada, como se somente houvesse contribuição em relação às contrapartidas do empregado quanto às contribuições normal ou especial, olvidando que a empresa já contribui com fundo de reserva para custear a parte do empregado, sem distinção quanto ao tipo de contribuição, o que poderia ser concluído com a análise do regulamento, item 5.21. da Seção III, e como evidenciado nas cópias de documentos relativos a realização dos depósitos que junta(Doc 08). Os aportes feitos pela patrocinadora têm a finalidade de garantir o benefício mínimo a todos os empregados, como se depreende do Regulamento, item 7.2.5, do Capítulo VII. Junta comprovante de concessão de benefício a funcionário (Doe 09) a exemplificar o alegado. Salienta que a entidade privada fechada EatonPrev Sociedade Previdenciária, que instituiu o Plano de Previdência Complementar aos funcionários desde 1989, é idônea e fiscalizada pela Secretaria da Previdência Complementar do Min. da Previdência. Acrescenta que jamais usou de manobras para evitar tributação de suposta remuneração de empregados, pois os valores do plano não poderiam ser sacados mensalmente. Conclui que não há incidência de contribuições sobre os valores pagos a título de previdência privada, devendo ser cancelada a autuação. Em relação às verbas a título de Participação nos Lucros e Resultados/PLR sustenta que foram pagas de acordo com o que preceitua a Constituição Federal e normas legais vigentes, e que tais pagamentos são imunes à incidência de contribuições previdenciárias, pois desvinculados do conceito de remuneração ex vi do artigo 7º, inciso XI e ainda artigo 218, § 4º, ambos da Constituição, tendo a Lei n° 10.101/00 facultado às empresas utilizar os critérios nela previstos, não cabendo ao intérprete restringir o seu alcance sob pena de ofensa ao princípio da legalidade. Acrescenta que seguiu todas as regras prescritas em lei e que, em virtude de possuir diversos estabelecimentos e em razão dos cargos profissionais esclarece que para melhor distribuição do PLR houve a divisão por filial e cargos mensalistas e folha confidencial , sendo os acordos relativos aos anos de 2004 a 2008 firmados devidamente na forma da lei, conforme visam comprovar os documentos que junta. Menciona que as participações nos lucros foram firmadas por meio de acordos de PLR negociados pela comissão mista juntamente com os Sindicatos da região, em que estabelecidas regras claras de participação, tendo como beneficiários todos os empregados da empresa, mas a fiscalização exigiu as verbas por ter entendido que foram apurados os valores de forma prévia sem negociação com as partes, em interpretação equivocada à resposta dada pela impugnante Fl. 27DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 28 5 em 04/06/2009, pois o que se pretendia esclarecer era que a fórmula prévia era baseada em negociações de anos anteriores com a empresa, aprovadas pelos representantes da empresa e trabalhadores. Afirma que os acordos de PLR, tanto para mensalistas como para funcionários em folha confidencial, tiveram a participação do sindicato, cumprindo todos os requisitos da Lei n° 10.101/00, apegandose a fiscalização ao exagerado formalismo da norma em detrimento da finalidade da participação nos lucros, que representa um beneficio ao trabalhador, estando a atitude do fisco em descompasso com os ditames constitucionais, conforme jurisprudência que colaciona. Em relação ao acordo do PLR referente a filial de Caxias do Sul no ano de 2004 (Doc 10), alega que a motivação da fiscalização se funda em mera formalidade, pois o fato de ter sido assinado o acordo próximo à data de pagamento do PLR não é motivo para desconsideração do Programa PLR, pois este foi acordado desde o início do período, apenas não formalizado à época, não tendo a fiscalização apontado sequer o dispositivo legal que foi infringido. Colaciona jurisprudência a respeito. Aduz que a falta de assinatura do representante do sindicato não é motivo para incidência de contribuição previdenciária, pois demonstrada a participação deste em documentos apresentados à fiscalização, tais como: cópias da lista de presença, cópias das comunicações entregues ao sindicato o que será juntado na defesa, sendo óbvia a participação do sindicato no acordo firmado em 2006 2008 pela filial Caxias do Sul, pois contem o carimbo deste. Ressalta que não há obrigatoriedade de concessão de poder de veto ao ente sindical como considerou a fiscalização e, ainda, a empresa não pode ser penalizada pela omissão do sindicato em participar do acordo, pois não lhe foi dada outra alternativa a não ser iniciar as negociações diretamente com seus funcionários, conforme autoriza o artigo 617, § 1º, da CLT, destacando jurisprudência a respeito. Enfatiza que o plano de PLR não se confunde com remuneração, conforme prevê o artigo 7º, inciso XI, da Constituição Federal, corroborado por julgados que transcreve, agindo a fiscalização em desrespeito a Carta, pois as empresas e os sindicatos podem estabelecer livremente os critérios para pagamento e a forma e periodicidade deste, não pode ir d fiscalização restringir o alcance da lei, conforme jurisprudência que cita. Refuta pontualmente os argumentos da fiscalização em relação aos acordos PLR, abaixo descritos, afirmando que não incidem contribuições previdenciárias a este título: em relação ao acordo PLR matriz, aplicável ao ano de 2004, houve entendimento equivocado da fiscalização em razão de suposta ausência de acordo específico para os empregados mensalistas e constantes em folha confidencial, no entanto estes foram realizados para estas categorias (Doc. 11 e 12) e com a ciência do sindicato (Doc. 13), e, em relação a matriz, acordo ano de 2005 2006, 2007, houve efetiva participação do sindicato quanto a ambas as categorias, conforme acordos que junta (Doc 14 e 15, 17 e 18, 20 e 21), e ainda com ciência Fl. 28DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 29 6 e participação do sindicato (Doc 19, 22), não podendo se afirmar que há disposição normativa que estipule obrigatoriedade de poder de veto ao sindicato; em relação aos acordos PLR filial Valinhos, ano de 2004, foram celebrados acordos com os dois tipos de categorias, mensalistas e confidencial (Doc 23), com assinatura do representante do sindicato e ainda com ciência das negociações (Doc já citados) e em relação ao PLR 2005, 2006, 2007 com participação do sindicato para as negociações e ambas as categorias (doc pré citado e doc 24 , 25) com ciência e participação do sindicato (Doc pré citado) não podendo se afirmar que há disposição normativa que estipule obrigatoriedade de poder de veto ao sindicato; em relação aos acordos PLR filial Mogi Mirim, ano de 2004, 2005, 2007 houve a assinatura do sindicato no acordo referente a folha confidencial (Doc 26, 27, 32), com ciência e participação do sindicato (Doc 28, 33) e em relação ao PLR 2006, houve assinatura do acordo com participação do sindicato para as negociações em ambas as categorias (Doc 29 e 30) com ciência do sindicato nas negociações (Doc 31); em relação aos acordos PLR filial Caxias do Sul, ano 2004, esclarece que as regras gerais, metas, benefícios e data de pagamento da participação foram negociados com os empregados desde o início do período, ainda que em alguns casos não tenha sido formalizado à época, e, o fato de o acordo relativo ao ano de 2004 ter sido assinado em dezembro de 2005, próximo ao pagamento de PLR, não pode descaracterizar o pagamento por excesso de formalismo, dispensável para a constituição do programa, pois assinado pelo sindicato, e quanto as parcelas pagas em 2005, se referem a parcelas em atraso do acordo de 2004, acrescentando em relação ao PLR 2006, 2007 que foram celebrados acordos com os dois tipos de categorias, mensalistas e confidencial (Doc 34, 35, 36, 37), com assinatura do representante do sindicato e ainda com ciência das negociações (Doe precitado) e, em relação ao PLR 2008 com assinatura do sindicato para as negociações a categoria mensalista (doc 38). Insurgese contra a aplicação da multa no percentual de 75% a que diz respeito a Lei n° 11.941/09, uma vez que a multa estabelecida na redação do antigo artigo 35 da Lei n° 8.212/91 é mais benéfica por situarse na faixa de 24 a 50% , pleiteando a nulidade da autuação ou ao menos sua retificação para o percentual estabelecido no antigo art. 35 da Lei n° 8.212/91. Requereu ao final a improcedência das exigências, a produção de provas admitidas em direito, e que as intimações sejam também dirigidas aos patronos da causa no endereço a fl. 634. Juntou documentos, fls.671/923. Com relação aos Debcad n° 37.257.9663, Debcad n° 37.257.9680 (AI FL 68), Debcad n° 37.257.9671, o contribuinte apresentou defesa às fis. 20/56, 241/295, fis. 926/979 do auto principal, respectivamente, de conteúdo idêntico ao acima relatado, acrescentando em relação à Fl. 29DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 30 7 multa lançada por omissão em guias GFIP e em relação às contribuições de terceiros, em síntese: Debcad n° 37.257.9680 (AI FL 68) Afirma que a fiscalização realizou o cálculo da multa de forma equivocada, pois para as infrações impostas até 12/2008 deveria ser aplicado o novo critério mais benéfico ao contribuinte, com base no artigo 32A da Lei n° 8.212/91, requerendo: a revisão do valor da multa em função do princípio da penalidade mais benéfica; após a retificação do valor, que seja intimada para nova manifestação em respeito ao contraditório e ampla defesa; subsidiariamente, a retificação do valor da multa de ofício aplicando se o artigo 35 da Lei n° 8.212/91 e o sobrestamento do processo em que lançada a obrigação acessória em virtude das impugnações apresentadas nos autos de obrigação tributária principal. Debcad n° 37.257.9671 terceiros Em relação aos terceiros, sustenta a inconstitucionalidade da contribuição ao INCRA, pois possui base de cálculo idêntica a instituída sobre a folha de salários e por ser cobrada por ente público que não presta serviços previdenciários, além de não estar incluída no rol previsto no artigo 240 da Constituição Federal ou amparada pelo artigo 149 da Carta, tampouco caracterizandose como contribuição de intervenção no domínio econômico. Acrescenta que não houve recepção da contribuição ao INCRA pela Constituição Federal, a teor do disposto no artigo 34, §5°, do ADCT, e ainda que assim não fosse, não há lei complementar a instituir sua base de cálculo, e, por outro lado, há impossibilidade jurídica de cobrança das empresas urbanas, pois a tributação está vinculada à previdência rural, como se infere da Lei Complementar n° 11/71, e ainda dos julgados e doutrina que cita. A DRJ julgou a impugnação improcedente e manteve integralmente o crédito tributário, cujo julgado restou assim ementado: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2008 LANÇAMENTO FISCAL. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR CUSTEIO SEM ATENDIMENTO AOS PRESSUPOSTOS DA LEI. SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO. Integra o saláriodecontribuição o valor pago pela pessoa jurídica relativo a programa de previdência complementar, aberto ou fechado, quando não custeado à totalidade de seus empregados e dirigentes. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS E RESULTADOS. Integra o saláriodecontribuição a verba intitulada participação nos lucros ou resultados da empresa quando paga ou creditada em desacordo com a lei específica. Fl. 30DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 31 8 A contribuição destinada ao INCRA é devida tanto pela empresa urbana como pela empresa rural em face do princípio constitucional da solidariedade social. MULTA. ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Aplicase a lei superveniente quando cominar penalidade menos severa que a prevista naquela vigente ao tempo de sua lavratura. PROVAS. O momento para apresentação de documentos se dá com a impugnação precluindo o direito de apresentação de provas após o decurso do prazo. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em 06/10/2010, foi interposto recurso voluntário1, no qual a recorrente reitera as razões apresentadas na defesa. Em 30/03/2015 a Recorrente apresentou petição, fls. 910, suscitando a tempestividade dos recursos, alegando, em síntese, que recebeu a decisão de primeira instância em 03 de setembro de 2010, conforme comprovam o envelope e o rastreador extraído do sítio dos correios na internet, em anexo, e que os recursos foram enviados pelos correios em 05 de outubro de 2010. Em 08/12/2015 a Recorrente apresentou os avisos de recebimento dos correios (AR) correspondentes à remessa dos recursos voluntários (fls. 31323139 do Processo nº 10830.016522/200951 e fls. 1522 desses autos). É o relatório. 1 Recurso referente ao AIOP nº 37.257.9655 (Processo nº 10830.016522/200951) juntado às fls. 19882040; recurso referente ao AIOP nº 37.257.9663 (Processo nº 10830.016523/200903) juntado às fls. 20752129, recurso referente ao AIOP n° 37.257.9671 (Processo nº 10830.016524/200940) juntado às fls. 21652219, recurso referente ao AIOA nº 37.257.9680 (Processo nº 10830.016525/200994) juntado às fls. 22512310. Fl. 31DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 32 9 Voto Conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis, Relatora. Admissibilidade do Recurso. Diligência O art. 33 do Decreto 70.235/72, que regula o processo administrativo tributário, estabelece que o prazo para recorrer de decisão das Turmas de Julgamento das Delegacias de Julgamento da Receita Federal do Brasil é de trinta dias contados da ciência da decisão: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. A ciência, ao sujeito passivo, do acórdão n.º 0529.575 da 9ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) CampinasSP, ocorreu no dia 03 de setembro de 2010, sextafeira, conforme comprova o aviso de recebimento dos correios juntado às f. 1.986. Aplicandose a regra do art. 5o do Decreto 70.235/722, a contagem do prazo teve início na segundafeira, dia 06 de setembro de 2010, encerrandose no dia 05 de outubro de 2010, terçafeira. Segundo a petição da recorrente de fls. 910, os recursos foram enviados pelos correios em 05 de outubro de 2010 e a data da postagem seria comprovada pelos avisos de recibos dos correios por ela apresentados nessa ocasião, identificados como “doc.02”. Constituem anexos da petição, a cópia do envelope da intimação, à recorrente, do acórdão de primeira instância (intimação nº 1045/10 da SECAT/DRFCPS/AAP) e o rastreamento da entrega dessa intimação à recorrente, pelos correios. Esses documentos confirmam que a data da ciência da decisão de primeira instância ocorreu em 03 de setembro de 2010. Entretanto, não foram anexados à petição de fls. 910, os avisos de recebimento dos correios correspondentes aos recursos voluntários, nela citados. Extraise dos autos que os recursos da interessada foram recepcionados no Serviço de Programação e Logística da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas (SP) em 06 de outubro de 2010, conforme protocolo de fls. 1988 (recurso referente ao AIOP nº 37.257.9655 Processo nº 10830.016522/200951), 2075 (recurso referente ao AIOP nº 37.257.9663 Processo nº 10380.016523/200903), 2165 (recurso referente ao AIOP nº 37.257.9671 Processo nº 10380.016524/200940) e 2251 (recurso referente ao AIOA nº 37.257.9680 Processo nº 10380.016525/200994), portanto, fora do prazo legal de trinta dias. Em análise preliminar, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas (SP) considerou o recurso intempestivo. Entretanto, durante a sessão de julgamento de 08 de dezembro de 2015, a Recorrente apresentou os supostos comprovantes dos correios indicando que os recursos foram postados em 05 de outubro de 2010, dentro do prazo legal. 2 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Fl. 32DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR Processo nº 10830.016525/200994 Resolução nº 2301000.544 S2C3T1 Fl. 33 10 Os comprovantes foram juntados aos autos, fls. 1522. A tempestividade é um dos requisitos de admissibilidade do recurso, de modo que não é possível dele conhecer quando interposto fora do prazo legal. Portanto, diante do fato novo aqui mencionado, por cautela, devolvo os autos à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Campinas (SP) para se manifestar a respeito da pertinência e autenticidade dos avisos de recebimento dos correios (AR) correspondentes à remessa dos recursos, podendo, para tanto, intimar o contribuinte a apresentar os ARs originais. Após, os autos deverão ser devolvidos a este Conselho. Conclusão Com base no exposto, voto por converter o julgamento em diligência. Luciana de Souza Espíndola Reis Fl. 33DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 30/12/2015 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/01/2016 por JOAO BELLIN I JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13976.000248/2007-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Data da publicação: Thu Nov 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004
ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. BENS DO ATIVO IMOBILIZADO. ALEGAÇÕES. COMPROVAÇÃO. ENCARGO DA INTERESSADA.
Compete A interessada apresentar, juntamente com sua manifestação de inconformidade, as provas que dêem suporte as suas alegações, no caso, a comprovação da adequada escrituração dos encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado, bem como cópias das notas fiscais de aquisição dos referidos bens, além de demonstrar que tais bens eram utilizados, diretamente, na produção de bens, ou na prestação de serviços.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-000.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Joel Miyazaki Presidente atual.
Marcelo Ribeiro Nogueira Relator.
José Luiz Feistauer de Oliveira Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Wilson Sampaio Sahade Filho, Mércia Helena Trajano Damorim, Paulo Sérgio Celani e Marcelo Ribeiro Nogueira.
Nome do relator: MARCELO RIBEIRO NOGUEIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. BENS DO ATIVO IMOBILIZADO. ALEGAÇÕES. COMPROVAÇÃO. ENCARGO DA INTERESSADA. Compete A interessada apresentar, juntamente com sua manifestação de inconformidade, as provas que dêem suporte as suas alegações, no caso, a comprovação da adequada escrituração dos encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado, bem como cópias das notas fiscais de aquisição dos referidos bens, além de demonstrar que tais bens eram utilizados, diretamente, na produção de bens, ou na prestação de serviços. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 ENCARGOS DE DEPRECIAÇÃO. BENS DO ATIVO IMOBILIZADO. ALEGAÇÕES. COMPROVAÇÃO. ENCARGO DA INTERESSADA. Compete A interessada apresentar, juntamente com sua manifestação de inconformidade, as provas que dêem suporte as suas alegações, no caso, a comprovação da adequada escrituração dos encargos de depreciação de bens do ativo imobilizado, bem como cópias das notas fiscais de aquisição dos referidos bens, além de demonstrar que tais bens eram utilizados, diretamente, na produção de bens, ou na prestação de serviços. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Joel Miyazaki – Presidente atual. Marcelo Ribeiro Nogueira – Relator. José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Wilson Sampaio Sahade Filho, Mércia Helena Trajano D’amorim, Paulo Sérgio Celani e Marcelo Ribeiro Nogueira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 6. 00 02 48 /2 00 7- 70 Fl. 606DF CARF MF Impresso em 19/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 18/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA 2 Relatório Para descrever os fatos ocorridos transcrevese o relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Trata o processo de Pedido de Ressarcimento de Créditos da contribuição para o PIS — Exportação (PER/Dcomp de fls. 14/15), transmitido em 08/12/2006, relativo ao 1º trimestre de 2004, apurado no regime de incidência nãocumulativa, com fundamento na Lei n° 10.637/2002 e alterações posteriores, no montante de R$ 7.233,33, cumulado com declarações de compensação de fls. 04/12, 16/23 e 207/212. A DRF em Joinville/SC, por meio do Despacho Decisório de fls. 217/219, a partir das informações fornecidas pela interessada, deferiu parcialmente a sua solicitação, reconhecendo o crédito no valor de RS 7.037,98, homologando as Dcomp até o limite do crédito deferido. A redução no valor do crédito deferido, em rein do ao pleiteado, ocorreu devido a glosa de "Encargos de Depreciação de Bens do Ativo Imobilizado" (Linha 09 da Ficha 06 do Dacon) em razão de que "não houve apresentação de informações, por parte da empresa. Não foram apresentadas planilhas ou outros demonstrativos/memoriais com dados das notas fiscais, data de aquisição, espécie de equipamento ou máquina e dos valores mensais apropriados, sendo por isso recusados nesta instância." (fl. 218). À fl. 222, consta despacho da Saort/DRF/Joinville informando que após efetuadas as compensações, remanesceu um saldo devedor, no valor de R$ 232,44. Cientificada do despacho, em 11/09/2009 (fl. 225), e inconformada com o deferimento parcial de seu pedido, a interessada, por intermédio de representante legal, ingressou, em 06/10/2009, com a manifestação de inconformidade de fls. 228/229, instruída com os documentos de fls. 230/315, argumentando, em síntese, que, no período em litígio, possuía em seu 'ativo imobilizado' máquinas e equipamentos, instalações, ferramentas, veículos, equipamentos de processamentos de dados, móveis e utensílios, conforme relação anexa, tendo se apropriado mensalmente dos encargos de depreciação, pelo que seria indevida a glosa. É o relatório. A 3ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba proferiu decisão declarando a manifestação de inconformidade improcedente. A interessada regularmente cientificada do Acórdão interpôs Recurso Voluntário, onde repisa os argumentos trazidos na manifestação. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado ao relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Substituto José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Fl. 607DF CARF MF Impresso em 19/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 18/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA Processo nº 13976.000248/200770 Acórdão n.º 3201000.797 S3C2T1 Fl. 607 3 Por intermédio de Despacho, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF1, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, incumbiume o Presidente da Turma a formalizar este Acórdão, não entregue pelo relator original, Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pela relatora original, que foi acompanhada, por unanimidade, pelos demais integrantes do colegiado. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para sua admissibilidade. Dele se tomou conhecimento. Como relatado, a DRF em Joinville/SC, por meio do Despacho Decisório, deferiu parcialmente a solicitação do contribuinte e reconheceu o crédito no valor de RS 7.037,98, homologando as Dcomp até o limite do crédito deferido. O valor referente aos "Encargos de depreciação de Bens do Ativo Imobilizado" foi glosado pela fiscalização em razão de que não houve apresentação de informações, por parte da empresa. Destarte, não há reparos a fazer na decisão recorrida. Como bem informou o relator da decisão a quo, a recorrente apresentou juntamente com sua manifestação de inconformidade, tãosomente um documento denominado de "Relação Geral de Itens" (fls. 239/315), que diz respeito aos seus bens do ativo imobilizado, tais como: terrenos; edifícios, equipamentos de processamento de dados; ferramentas; instalações; máquinas, aparelhos e equipamentos; marcas, direitos e patentes industriais; móveis e utensílios; e veículos. Contudo, não apresentou provas da regular contabilização de tais bens no ativo imobilizado, além da correta escrituração do crédito previsto em lei. Deveria ter apresentado documentação probante a demonstrar a utilização de tais bens na produção de bens destinados à venda e/ou à prestação de serviços. Não o fez! Assim sendo, voto por negar provimento ao recurso voluntário. E estas são as considerações possíveis para suprir a inexistência do voto. 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou não mais componha o colegiado; Fl. 608DF CARF MF Impresso em 19/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 18/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA 4 (assinado digitalmente) Conselheiro Substituto José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Fl. 609DF CARF MF Impresso em 19/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 18/11/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 17/11/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVE IRA
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