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Numero do processo: 10675.903328/2009-47
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2001
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
No rito da declaração de compensação é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito, especialmente se ele está alocado a outro PER/DCOMP.
Numero da decisão: 3802-001.919
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda (Presidente), Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco Jose Barroso Rios, Paulo Sergio Celani e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2001 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. No rito da declaração de compensação é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito, especialmente se ele está alocado a outro PER/DCOMP.
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DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. No rito da declaração de compensação é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito, especialmente se ele está alocado a outro PER/DCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 90 33 28 /2 00 9- 47 Fl. 164DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda (Presidente), Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco Jose Barroso Rios, Paulo Sergio Celani e Solon Sehn. Relatório PEIXOTO COMÉRCIO, INDÚSTRIA E SERVIÇOS DE TRANSPORTE S/A insurgese no presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0936.510, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora – DRJ/JFA, que julgou improcedente a solicitação contida na manifestação de inconformidade. Por bem descrever os fatos e atos processuais ocorridos até o momento da apresentação da impugnação, reproduzse aqui o relato formulado pela autoridade julgadora de 1ª instância, in verbis: “O interessado transmitiu Dcomp nº 35645.50839.231205.1.3.048010, visando compensar os débitos nela declarados com crédito oriundo pagamento a maior de PIS/Pasep, efetuado em 14/08/2001; A DRFVarginha/MG emitiu Despacho Decisório Eletrônico no qual não homologa as compensações pleiteadas sob o argumento de que o pagamento foi utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando saldo disponível para compensação; A empresa apresenta manifestação de inconformidade as fls. 07/10 na qual alega, em síntese, que "examinou a sua última Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais (DCTF) transmitida, referente ao 3° trimestre de 2001/Setembro com código de receita 81092 sob o número 0000.100.2006.52000770 recepcionada pelo sistema da Receita Federal em 27/09/2006 inclusive confirmada pelas informações extraídas do sistema gerencial da RFB. Verificase na referida declaração que do valor total do DARF pago R$ 16.803,09 a recorrente declara que utilizou o valor de R$ 12.028,15 para quitação do débito apurado"; É o breve relatório.” Não acatando as razões aduzidas pela interessada na instância a quo, a 2ª Turma da DRJ/JFA resumiu na forma da ementa abaixo os motivos pelos quais julgou improcedente a manifestação de inconformidade: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito credit6rio liquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 165DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10675.903328/200947 Acórdão n.º 3802001.919 S3TE02 Fl. 112 3 Direito Creditório Não Reconhecido Não se resignando com a decisão recorrida, o contribuinte oferece Recurso Voluntário no qual reitera seus argumentos expendidos no primeiro grau, reforçando a existência de prova a seu favor pela materialidade do crédito tributário. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso, passando à análise das razões nele expostas. Tratase de recurso destinado a ver reconhecido direito creditório decorrente de retificação de DIPJ e, posteriormente, de DCTF. A DRJ houve por bem não acolher o pleito do sujeito passivo, por entender (i) que a DCTF deve ser retificada antes da apresentação de DCOMP, para que a compensação possa ser refutada válida e (ii) que não há comprovação da materialidade dos créditos habilitados à compensação. O contribuinte, ao seu turno, argumenta que (i) nada há de errado em seu procedimento, inclusive porque a DCTF foi retificada antes mesmo do despacho decisório, e (ii) resta demonstrada a materialidade do seu direito creditório ante farta documentação franqueada à fiscalização. Com relação ao primeiro argumento da decisão recorrida, temos que de fato, mesmo que a lógica pressuponha que a DCTF (enquanto instrumento de confissão de dívida) seja antecessora, ou ao menos contemporânea da DCOMP, não há qualquer norma que exija a retificação da DCTF anteriormente à apresentação da DCOMP. Assim, ao meu ver, equivocou se a DRJ ao negar a análise do direito creditório por uma questão de forma, que extrapola as normas vigentes, e que resumo no seguinte parágrafo do voto condutor do julgado recorrido: Assim, a mecânica da compensação requer do sujeito passivo que este, ao apresentar a declaração de compensação com a intenção de extinguir débitos tributários, tenha previamente apurado o crédito correspondente em sua contabilidade e o comunicado à Administração Tributária por meio de DCTF (original ou retificadora). É dizer que, para ser considerado liquido e certo, o crédito há de estar demonstrado em DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. Sem o estabelecimento dessa relação lógicotemporal, a compensação não pode ser homologada. Vale lembrar que a administração, especialmente a tributária, se desenvolve pelo princípio da reserva legal, o que acarreta que a prática de seus atos deve ser feita somente nos termos expressos das normas vigentes. Isso é decorrência da proteção natural das liberdades dos cidadãos, pois a ação do Estado (lato sensu) restringe as liberdades políticas dos administrados. O particular, ao contrário, tem plena liberdade de agir, adotando medidas que não sejam vedadas pelas normas vigentes. A própria noção de autotributação, a que se refere Fl. 166DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Ricardo Lobo Torres nas suas considerações acerca do princípio da legalidade, reflete que, fora das restrições permitidas pelo povo, por intermédio dos seus representantes, para que ocorra ação estatal, o cidadão tem plena liberdade de agir. O mesmo se dá com relação às normas administrativas, pois, como cediço, estas não podem extrapolar os preceitos legais, e se destinam à perfeita regulamentação e fiel execução das regras decorrentes de processo legislativo. Logo, a conclusão a que chegou a decisão recorrida – valendose da lógica para criar restrições à aceitação da DCTF retificadora que não existem nas regras pertinentes – revelase equivocada. Todavia, quanto a segunda razão de decidir, entendo correta a decisão recorrida. O Acórdão recorrido, ultrapassando o aspecto formal da DCTF, entendeu que “a manifestação de inconformidade não traz demonstração, comprovada por documentação hábil, da apuração do crédito declarado na Dcomp, para que se possa certificar a sua correção.” A Recorrente apresenta, em seu arrazoado, a explicação de que o ajuste da base de cálculo se deu diante da percepção de que houve a tributação equivocada de vendas de produtos isentos. No entanto, não se apresenta quais seriam esses produtos, nem mesmo a documentação fiscal de suporte, para que pudéssemos confirmar seus argumentos. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente apresenta mais do que em primeiro grau. Dentre a documentação acostada, realço a juntada de uma planilha na qual se apresenta, de forma didática, a evolução das retificações de sua DIPJ que demonstra a diferença numérica da base de cálculo. Além disso, a Recorrente apresenta uma cópia de parte dos balancetes, e frisa em sua petição que: Ocorre que, em sede de processo de compensação, a aceitação de juntada posterior de documentos é excepcional, e pressupõe que o contribuinte tenha suscitado dúvida legítima no julgador com base no quanto já apresentado. Especificamente com relação à comprovação da materialidade do crédito, esta Turma Especial já possui entendimento sedimentado no sentido de que, em sede recursal, para que se possa acolher o pleito do contribuinte, os documentos precisam atestar de plano a existência, com liquidez e certeza, dos créditos. Por maior que seja o prestígio à verdade material, o formalismo moderado do processo administrativo não pode fazer tabula rasa das normas vigentes, em especial o art. 17 do Decreto 70.235/72, que traz regra preclusiva para juntada da documentação probante. Assim é que, uma vez instaurado o procedimento de revisão de compensação, passa a ser ônus do contribuinte demonstrar que atende aos pressupostos do art 170 do CTN. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10675.903328/200947 Acórdão n.º 3802001.919 S3TE02 Fl. 113 5 Para tanto, não basta argumentar que houve erro na tributação de vendas de produtos isentos, e franquear documentação para análise. Se não a totalidade, em caso de grande quantidade de documentos, ao menos parte da comprovação de quais seriam esses produtos, com apresentação das notas fiscais comprovando as operações, e um relatório discriminado dessas vendas que permitisse a totalização das vendas que levaram à recomposição das bases de cálculo, deveria ter sido apresentada. Ausentes tais documentos, não há como se reconhecer o direito creditório pleiteado. Por essas razões, conheço do Recurso Voluntário, mas lhe nego provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 168DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10880.910885/2008-16
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/01/2000
DESPACHO DECISÓRIO. NÃO APRECIAÇÃO DA DCTF RETIFICADORA. CANCELAMENTO.
Deve ser cancelado o despacho decisório, para que um outro seja proferido, observando-se as informações prestadas em DCTF retificadora apresentada anteriormente à ciência do despacho decisório, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 3803-006.704
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso para cancelar o despacho decisório, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2000 a 31/01/2000 DESPACHO DECISÓRIO. NÃO APRECIAÇÃO DA DCTF RETIFICADORA. CANCELAMENTO. Deve ser cancelado o despacho decisório, para que um outro seja proferido, observando-se as informações prestadas em DCTF retificadora apresentada anteriormente à ciência do despacho decisório, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso para cancelar o despacho decisório, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1862; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 60 1 59 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.910885/200816 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803006.704 – 3ª Turma Especial Sessão de 11 de novembro de 2014 Matéria COFINS COMPENSAÇÃO Recorrente CONSTRUTORA PAULO MAURO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2000 a 31/01/2000 DESPACHO DECISÓRIO. NÃO APRECIAÇÃO DA DCTF RETIFICADORA. CANCELAMENTO. Deve ser cancelado o despacho decisório, para que um outro seja proferido, observandose as informações prestadas em DCTF retificadora apresentada anteriormente à ciência do despacho decisório, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar parcial provimento ao recurso para cancelar o despacho decisório, nos termos do voto do relator. Vencido o conselheiro Corintho Oliveira Machado, que negava provimento. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 08 85 /2 00 8- 16 Fl. 60DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910885/200816 Acórdão n.º 3803006.704 S3TE03 Fl. 61 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte supra identificado para se contrapor à decisão da DRJ São Paulo I/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada. O contribuinte havia transmitido Declaração de Compensação, em que pretendia compensar crédito da contribuição no valor atualizado de R$ 13.792,42, decorrente de alegado pagamento a maior. Por meio de despacho decisório eletrônico, cientificado pelo contribuinte em 20/08/2008, a repartição de origem não homologou a compensação, pelo fato de que o pagamento efetuado já havia sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos do contribuinte. Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reforma do despacho decisório, alegando que apresentara DCTF retificadora, em 31/07/2008, declaração essa, segundo ele, apta a demonstrar o direito creditório pleiteado. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório e da DCTF retificadora. A DRJ São Paulo I/SP não reconheceu o direito creditório, amparandose nos seguintes fundamentos: a) falta de comprovação do crédito pleiteado; b) a retificação da DCTF promovida em data posterior à ciência do Despacho Decisório não tem o condão, por si só, de infirmar ou modificar a decisão da repartição de origem; c) “a Declaração de Compensação encerra confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, sendo defeso ao Fisco, sem que o Sujeito Passivo comprove cabalmente a ocorrência de equívocos, alterar, ex officio, as informações prestadas pelo Contribuinte”; d) “a manifestação de inconformidade deve mencionar os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir, como, por exemplo, comprovação de que o recolhimento indicado como crédito foi efetuado de forma indevida”; e) “ao instruir o processo somente com cópia da DCTF Retificadora transmitida após a emissão do Despacho Decisório, o Contribuinte não demonstrou a origem do crédito”. Cientificado da decisão em 25/11/2011, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 22/12/2011, requereu a homologação da compensação e repisou o argumento relativo à devida comprovação do crédito a partir da apresentação da DCTF retificadora, esta Fl. 61DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910885/200816 Acórdão n.º 3803006.704 S3TE03 Fl. 62 3 transmitida após a ciência do despacho decisório, argüindo violação do princípio da verdade material. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições para a sua admissibilidade e dele tomo conhecimento. De pronto, registrese que, junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópia da DCTF retificadora transmitida em 31/07/2008, data essa anterior à emissão e à ciência do despacho decisório, eventos esses ocorridos, respectivamente, em 12/08/2008 e 20/08/2008, não tendo tal declaração sido objeto de apreciação por parte da repartição de origem ou da Delegacia de Julgamento. Ainda que se considere que, nos processos administrativos originados de pleito do interessado, como o de pedidos de restituição/ressarcimento e de declarações de compensação, deva prevalecer o princípio do dispositivo, no sentido de que a atividade probatória é ônus do pleiteante, não se pode ignorar que, no presente caso, as informações adicionais fornecidas por meio de DCTF retificadora não foram consideradas pela Administração tributária na prolação do despacho decisório sobre o qual se controverte nos autos. No momento da emissão do despacho decisório, a base de dados da Receita Federal já refletia a nova situação fática declarada pelo sujeito passivo. Nos termos do § 1º do art. 11 da Instrução Normativa RFB nº 786, de 2007, vigente à época da transmissão da declaração de compensação, “[a] DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados em declarações anteriores.”. Valendose do disposto no art. 147 e §§ do Código Tributário Nacional (CTN) 1, que disciplinam o lançamento por declaração, aplicáveis, a meu ver, subsidiariamente, ao lançamento por homologação (já que no disciplinamento deste último tipo de lançamento não se faz referência à retificação da declaração), é possível concluir que, em momento anterior à notificação do sujeito passivo, a este é assegurado o direito de retificar as informações até então prestadas à autoridade administrativa, o que, por outro lado, não exclui o ônus de comprovação das alterações promovidas. 1 Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910885/200816 Acórdão n.º 3803006.704 S3TE03 Fl. 63 4 Notese que, tendo sido a DCTF retificadora transmitida anteriormente à emissão de qualquer ato da Administração tributária tendente a confirmar ou não os dados anteriormente declarados, não se vislumbra fundamento normativo à desconsideração por parte da Delegacia de Julgamento da retificação procedida nos termos ora apontados. Além disso, nos termos do disposto no inciso III, do § 2º, do art. 11 da Instrução Normativa SRF nº 786, de 20072, considerase ineficaz a retificação da DCTF promovida após a ciência do início do procedimento fiscal, sendo que, no presente caso, não consta dos autos a ocorrência de intimação anterior à data da transmissão da DCTF retificadora. Poderseia argumentar que, embora a retificação tivesse sido realizada anteriormente à emissão e à ciência do despacho decisório, ela se dera após a transmissão da declaração de compensação, o que inviabilizaria, hipoteticamente, a sua consideração no momento da realização do encontro de contas (DCTF versus PER/DCOMP). Contudo, esse raciocínio, ainda que guarde alguma logicidade, não tem respaldo na legislação tributária, não podendo servir de supedâneo à total desconsideração da nova declaração. Neste ponto, mostrase oportuno transcrever trecho do voto condutor do acórdão nº 330201.797, de 26 de setembro de 2012, da lavra do Presidente da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF, cujo teor vai ao encontro do entendimento ora externado: No caso em tela, o indébito pode existir e, existindo, tem o contribuinte direito à sua repetição, nos termos do art. 165 do CTN e na forma prescrita na IN RFB nº 900/2008. Portanto, deve a autoridade da RFB competente para reconhecer o direito creditório pleiteado manifestarse sobre a legitimidade dos débitos declarados na DCTF retificadora (...) e, se for o caso, apurar o crédito a restituir e homologar as compensações realizadas e declaradas pela recorrente. Caso contrário, ou seja, não apurando crédito a restituir ou apurando em valor inferior ao pleiteado, dar ciência de sua decisão à recorrente, abrindo lhe prazo para apresentação de manifestação de inconformidade. (Processo nº 10166.911472/200905, fl. 208) No mesmo sentido, temse o acórdão nº 0821223, de 27 de junho de 2011, da DRJ Fortaleza/CE, cuja ementa assim dispõe: ASSUNTO: Normas de Administração Tributária Anocalendário: : 01/01/2004 a 31/12/2004 EMENTA: COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. DCTF RETIFICADORA DE DÉBITO, ENTREGUE ANTES DA CIÊNCIA DO DESPACHO QUE NÃO HOMOLOGOU A COMPENSAÇÃO. EFEITO PROBANTE. A DCTF retificadora que reduz o valor de tributo ou contribuição, quando entregue antes da ciência do despacho decisório que não homologou a compensação de débito do declarante com crédito cuja origem é 2 § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: (...) III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada sobre o início de procedimento fiscal. Fl. 63DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10880.910885/200816 Acórdão n.º 3803006.704 S3TE03 Fl. 64 5 justamente o pagamento a maior do tributo/contribuição retificado, deve ser aceita como prova do direito creditório pleiteado em declaração de compensação, nos casos em que o indeferimento de tal direito se dera tãosomente pela vinculação do mesmo pagamento ao débito informado na DCTF original. COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO A MAIOR. INFORMAÇÃO PRESTADA EM DACON. EFEITO PROBANTE. O DACON é mera declaração informativa, não se constituindo em instrumento de confissão de dívidas tributárias nem em veículo de inscrição destas em Dívida Ativa da União. A informação prestada em DACON, desacompanhada de graves elementos de convicção, não é suficiente para provar a existência de direito creditório pleiteado em declaração de compensação. (grifei) Uma vez que, no presente caso, a não homologação da compensação declarada decorrera apenas da vinculação do pagamento ao débito informado na DCTF original, deve ser aceita como prova a DCTF retificadora transmitida antes da emissão do despacho decisório. Diante do exposto, em respeito aos princípios da ampla defesa e do contraditório, voto no sentido de DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para cancelar o despacho decisório, determinandose à autoridade administrativa a reapreciação do pleito do Recorrente, considerando as informações prestadas na DCTF retificadora, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrarem necessárias à apuração da liquidez e da certeza do direito creditório pleiteado. O interessado deverá ser cientificado da nova decisão, oportunizandolhe, no caso de decisão denegatória do direito, ainda que parcial, o prazo regulamentar para se pronunciar, observados os ditames procedimentais do Decreto nº 70.235, de 1972. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 64DF CARF MF Impresso em 03/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 13/11/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 19515.003575/2005-25
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2000
Inconstitucionalidade De Normas.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
(Súmula nº 02 do CARF)
Juros. Taxa Selic.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
(Súmula nº 4 do Carf)
Numero da decisão: 1801-002.221
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente justificadamente o Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes Wipprich Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Fernanda Carvalho Álvares, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich.
Nome do relator: ANA DE BARROS FERNANDES WIPPRICH
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2000 Inconstitucionalidade De Normas. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula nº 02 do CARF) Juros. Taxa Selic. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais. (Súmula nº 4 do Carf)
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2000 CSLL. PROVISÕES. DEDUTIBILIDADE. São indedutíveis da base de cálculo da CSLL qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de décimo terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei n° 8.981/95 (com alterações da Lei n.0 9.065/95) e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. (Súmula nº 02 do CARF) JUROS. TAXA SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. (Súmula nº 4 do Carf) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. Ausente justificadamente o Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 35 75 /2 00 5- 25 Fl. 349DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 2 (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich– Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento, os Conselheiros: Neudson Cavalcante Albuquerque, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Fernanda Carvalho Álvares, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil e Ana de Barros Fernandes Wipprich. Relatório A empresa em epígrafe recorre do Acórdão nº 1619.665/08 exarado pela Quarta Turma de Julgamento da DRJ em São Paulo/SP 1, efls. 263 a 273, que manteve a autuação para exigência de CSLL, relativa ao anocalendário de 2000, por provisão indedutível não computada na apuração da contribuição, no caso, valores de PIS e Cofins provisionados, por estarem sendo objetos de discussão judicial, com as suas exigibilidades suspensas. O crédito tributário integral é da ordem de R$ 36.879,59, incluídos multa de ofício regular e juros de mora. O Auto de Infração encontrase às efls. 209 a 212 e o procedimento fiscal foi explicitado no Termo de Verificações Fiscal, parte integrante do referido Auto, efls. 203 a 208, do qual se infere que a contribuinte adicionou os valores provisionados das referidas contribuições, sub judice, ao Lucro Real do ano em questão, para a apuração do IRPJ devido (Parte B do Lalur), mas não computou o mesmo valor na apuração da CSLL, consoante Ficha 17 da DIPJ/01, afrontando o artigo 13, inciso I, da Lei nº 9.249/95, entre outros dispositivos legais concernentes à CSLL. A Turma Julgadora de Primeira Instância apreciou a manifestação de inconformidade da empresa autuada, nos seguintes termos, em suma: "[...] Com relação à base de cálculo da CSLL, o art. 2o, § 1o, alínea c, da "Lei n° 7.689/88, com a redação dada pelo art. 2o da Lei n° 8.034/90, previu o seguinte: "Art. 2o A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda. § 1o Para efeito do disposto neste artigo: (...) c) o resultado do períodobase, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela: (...) 3 adição do valor das provisões não dedutíveis da determinação do lucro real, exceto a provisão para o Imposto de Renda; (...)" Fl. 350DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 19515.003575/200525 Acórdão n.º 1801002.221 S1TE01 Fl. 3 3 10. Posteriormente, o art. 13 da Lei n° 9.249/95, tratou da matéria nos seguintes termos: "Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do disposto no art. 47 da Lei n° 4.506, de 30 de novembro de 1964: I de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de décimo terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei n° 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei n.0 9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável; (...)" Dos dispositivos acima reproduzidos, concluise que, as provisões não podem ser deduzidas na apuração da base de cálculo da CSLL, estando as exceções relacionadas no inciso I do art. 13 da Lei n° 9.249/95. Ao contrário do alegado pelo impugnante, os tributos e contribuições com exigibilidade suspensa têm nitidamente a natureza de provisões, visto que não configuram obrigações efetivamente"constituídas, que traduzam uma exigibilidade do passivo da mesma natureza de um tributo a recolher. Tratase de exigências tributárias que estão sendo discutidas no âmbito judicial, podendo a decisão final decidir pela procedência ou pela improcedência das exações. [...]" A empresa interpôs tempestivamente1 o Recurso de efls. 277 a 289, reiterando os termos da defesa exordial, em síntese, que não existe previsão legal para computar na base de cálculo da CSLL as provisões das contribuições discutidas judicialmente, por estarem com a exigibilidade suspensa, sendo esta exigência legal apenas para a apuração do IRPJ, nos termos do artigo 41, § 1º da Lei nº 8.981/95 (artigo 344, §1º, do RIR/99), não podendo aplicarse ao caso em concreto a norma que fundamentou a tributação, ou seja, o artigo 13, inciso I, da Lei nº 9.249/95 (artigo 335 do RIR/99). Ataca, ainda, os acréscimos legais multa de ofício e juros calculados à taxa Selic. É o suficiente para o relatório. Passo ao voto. 1 AR – 16/04/09, efls. 276; Recurso – 18/05/09, efls. 277 Voto Fl. 351DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 4 Conselheira Ana de Barros Fernandes Wipprich, Relatora Conheço do Recurso Voluntário, por tempestivo. O cerne do litígio instaurado está em decidirse sobre a dedutibilidade da base de cálculo da CSLL as provisões constituídas sobre as contribuições de PIS e Cofins discutidas judicialmente, com a exigibilidade suspensa. Por um lado, a recorrente afirma que a indedutibilidade das provisões em debate somente está expressamente prevista no artigo 344, parágrafo 1º, do Regulamento do Imposto de Renda vigente (RIR/99 Decreto nº 3.000/99), sendo aplicável para a apuração de IRPJ e não de CSLL: Art. 344. Os tributos e contribuições são dedutíveis, na determinação do lucro real, segundo o regime de competência (Lei n º 8.981, de 1995, art. 41). § 1º O disposto neste artigo não se aplica aos tributos e contribuições cuja exigibilidade esteja suspensa, nos termos dos incisos II a IV do art. 151 da Lei n º 5.172, de 1966, haja ou não depósito judicial (Lei n º 8.981, de 1995, art. 41, § 1 º ). Pelo outro lado, a autoridade fiscal e a Turma de Julgamento de Primeira Instância fundamentam a autuação nas disposições expressas dos artigos acima reproduzidos (no Relatório), os quais retranscrevo: Lei nº 7.689/88, com a redação dada pelo art. 2o da Lei n° 8.034/90: Art. 2o A base de cálculo da contribuição é o valor do resultado do exercício, antes da provisão para o imposto de renda. § 1o Para efeito do disposto neste artigo: (...) c) o resultado do períodobase, apurado com observância da legislação comercial, será ajustado pela: (...) 3 adição do valor das provisões não dedutíveis da determinação do lucro real, exceto a provisão para o Imposto de Renda; (...)" Lei nº 9.249/95: Art. 13. Para efeito de apuração do lucro real e da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, são vedadas as seguintes deduções, independentemente do disposto no art. 47 da Lei n° 4.506, de 30 de novembro de 1964: I de qualquer provisão, exceto as constituídas para o pagamento de férias de empregados e de décimo terceiro salário, a de que trata o art. 43 da Lei n° Fl. 352DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 19515.003575/200525 Acórdão n.º 1801002.221 S1TE01 Fl. 4 5 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei n.0 9.065, de 20 de junho de 1995, e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização, bem como das entidades de previdência privada, cuja constituição é exigida pela legislação especial a elas aplicável; Do confronto aparente entre os dois dispositivos legais, adoto o entendimento esposado no acórdão recorrido, que o legislador excepcionou expressamente da apuração da CSLL somente as provisões nominadas no inciso I do artigo 13 da lei nº 9.249/95, devendo todas as demais compor a base de cálculo da contribuição em tela, inclusive abrangendo aquelas nominadas no artigo 344, §1º, do RIR/99, disposição específica para a apuração do IRPJ e que, como bem salientou a Turma Julgadora a quo¸ não foi o embasamento legal da autuação, mas sim o artigo 13 da Lei nº 9.249/95 acima transcrito. Adoto, ainda, as razões de decidir esposadas no acórdão guerreado sobre a natureza das referidas provisões, que não constituem efetivamente despesas incorridas, devendo ser ajustadas as bases de cálculo, tanto do IRPJ quanto da CSLL. Por conseguinte, estando o procedimento fiscal do lançamento da CSLL respaldado e realizado em estrita observância à norma tributária vigente, nada há a reparar, devendo ser mantida a exigência fiscal. No que respeita às contestações da recorrente quanto à cominação da penalidade aplicada, na forma regular, cumpre observar que não se trata de penalizar o não recolhimento de contribuições discutidas judicialmente e com as suas exigibilidades suspensas (PIS e Cofins), mas se trata de penalidade prevista na norma tributária pela dedutibilidade de provisões, como se despesas incorridas fossem, não autorizadas pela norma tributária como já apreciado. A multa de ofício regular, no percentual de 75% incidente sobre o tributo que deixou de ser recolhido, incide sobre todo o lançamento tributário realizado pela autoridade competente ao constatar infração às normas tributárias vigentes, como o ocorrido no presente caso. Os juros de mora calculados à taxa Selic também são devidos, dada a previsão em norma vigente. A discussão reiterada destas matérias ensejou a edição de Súmulas por este órgão de julgamento: Súmula CARF nº 04: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais. Súmula CARFnº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Em se tratando de matéria sumulada por este órgão, fica vedado a esta turma divergir do enunciado, nos termos do artigo 72, caput, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – Ricarf (Portaria MF nº 256/09): Fl. 353DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES 6 Art. 72. As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória pelos membros do CARF. Por todo o exposto, voto em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Wipprich Fl. 354DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/11/2014 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 27/11/2 014 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 10620.001027/2007-51
Turma: Primeira Câmara
Seção: Segundo Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2006
AUTO LAVRADO COM BASE NAS VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS - AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRÉDITOS INFORMADOS EM DACON - MANUTENÇÃO DO AUTO DE INFRAÇÃO.
Revisão de ofício de decisão de primeira instância administrativa que deu provimento ao recurso do contribuinte por entender que os débitos constituídos foram extintos pela compensação. Entendimento pela realização de diligência para confirmação de existência dos créditos informados na DACON (PIS/COFINS não cumulativo), cancelados débitos cujos créditos foram confirmados em diligência.
Recurso de Ofício Provido em Parte.
Numero da decisão: 3302-002.743
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso de ofício, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Gileno Gurjão Barreto, Alexandre Gomes e Paulo Guilherme Déroulède, que negavam provimento ao recurso. Os conselheiros Gileno Gurjão Barreto e Walber José da Silva farão declaração de voto.
Sustentação Oral: Bruno Fajersztajn OAB/SP 206899
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA
Presidente
(assinado digitalmente)
FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
Relatora
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Revisão de ofício de decisão de primeira instância administrativa que deu provimento ao recurso do contribuinte por entender que os débitos constituídos foram extintos pela compensação. Entendimento pela realização de diligência para confirmação de existência dos créditos informados na DACON (PIS/COFINS não cumulativo), cancelados débitos cujos créditos foram confirmados em diligência. Recurso de Ofício Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª câmara / 2ª turma ordinária da terceira seção de julgamento pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso de ofício, nos termos do voto da relatora. Vencidos os conselheiros Gileno Gurjão Barreto, Alexandre Gomes e Paulo Guilherme Déroulède, que negavam provimento ao recurso. Os conselheiros Gileno Gurjão Barreto e Walber José da Silva farão declaração de voto. Sustentação Oral: Bruno Fajersztajn – OAB/SP 206899 (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 62 0. 00 10 27 /2 00 7- 51 Fl. 2048DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 2 (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Relatora Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Walber José da Silva, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Paulo Guilherme Déroulède, Fabiola Cassiano Keramidas, e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Tratase de Auto de Infração (fls. 298/304) lavrado para fim de constituir valor referente a PIS – Programa de Integração Social, resultante de diferenças entre o valor declarado e escriturado, devidamente acrescidas de juros de mora e multa de ofício. Todos os valores foram apurados de forma individualizada e estão indicados no Termo de Verificação Fiscal – TVF, às fls. 480/501. Inconformado com o auto lavrado, a Recorrente apresentou recurso de impugnação às fls. 286/297, por meio do qual alegou, em síntese, explicações específicas para cada pendência contábil indicada pela fiscalização. Em seu arrazoado verificase que os valores não seriam indevidos porque quitados, na forma de compensação ou de recolhimento. Em relação às compensações, esclarece a Recorrente que os créditos decorreram do sistema não cumulativo do PIS, de estornos e retenções. Alega ainda a Recorrente que, realmente, as informações em DCTF não se coadunam com os fatos ocorridos, mas que este seria erro menor e escusável que não justifica a autuação do principal, até porque as compensações foram informadas em DACON. Registra ainda a Recorrente que a fiscalização não aceitou os esclarecimentos prestados às fls. 193/208 e fls. 221/235, por entender que o aproveitamento dos créditos decorrentes de estorno e retenções deveria ter sido realizado por intermédio de pedidos de restituição/compensação (PERD/DCOMP’s – Lei 9430/96, artigo 74 e IN SRF 598, artigo 2º), com esta alegação finaliza que a fiscalização não questionou a efetividade dos créditos quanto à natureza e valor. Defende a regularidade de seu procedimento, que consiste: (i) na apuração do valor do crédito pelo DACON; (ii) conseqüente lançamento destes créditos decorrentes do regime nãocumulativo e das retenções na fonte naquele documento; posteriomente (iii) na declaração dos valores apurados como devidos em sua DCTF e (iv) na quitação dos valores. Ressalta que o Agente Fiscal não analisou as DACON’s que lhe foram disponibilizadas e que justamente em virtude deste fato é que encontrou subsídios para lavrar o auto de infração, pois as DACON’s sanariam qualquer dúvida a respeito das questões suscitadas. Fl. 2049DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10620.001027/200751 Acórdão n.º 3302002.743 S3C3T2 Fl. 11 3 Após analisar as razões trazidas pela Recorrente, a Primeira Turma da Delegacia de Julgamento de Belo Horizonte proferiu o acórdão nº 0217.294, fls. 541/555, por meio do qual acatou as alegações postas, cancelando o auto de infração, a saber: “IMPROCEDÊNCIA. Comprovado nos autos a inexistência de PIS devido, no período considerado pela autuação, cancelase o lançamento. Lançamento Improcedente.” Em virtude do valor exonerado os autos foram encaminhados a este Egrégio Conselho para fim de julgamento do Recurso de Ofício interposto com base no art. 34 do Decreto nº 70.235, de 1972. Em 27/10/2010, os autos foram analisados por esta Segunda Turma de Julgamento da Terceira Câmara da Terceira Seção, a qual entendeu por bem converter o julgamento em diligência nos termos do voto da Relatora, tendo proferido a Resolução no 330200.076, in verbis: “Assim como se verifica do texto da decisão de primeira instância administrativa, a conclusão de cancelamento do auto de infração teve origem na constatação de que “os valores lançados correspondem basicamente às diferenças encontradas entre o saldo da conta contábil ‘PIS a pagar’ e o valor declarado em DCTF”. Esclarece ainda a decisão recorrida: “Em alguns períodos de apuração o contribuinte pagou valores maiores que os declarados. Em outros compensou com créditos ou estornou lançamentos equivocados.” Entenderam as autoridades julgadoras de primeira instância administrativa, que “os equívocos de preenchimento de DCTF não podem justificar o lançamento de tributos que se encontram extintos pelo pagamento, pela compensação ou por qualquer outra forma. A simples divergência entre os registros contábeis e os valores declarados não dá origem à obrigação tributária, quando crédito tributário encontrase extinto, pois, nesses casos, a realidade fática não se subsume à hipótese legal.” Logo, é de se admitir que a principal razão que justificou o cancelamento deste auto de infração é a existência de crédito tributário. E é exatamente neste ponto que a matéria deve ser observada com cuidado. O primeiro questionamento a ser feito é: quem validou o crédito que foi contabilizado pela Recorrente? A compensação foi contábil. A consolidação do valor do crédito, assim como a indicação nos livros contábeis foi realizado pela Recorrente. Assim, fora a Recorrente, que apurou os valores e procedeu à compensação contábil, qual autoridade administrativa confirmou a existência do quantum compensado? Após o cômputo dos autos, constatei que não houve análise/avaliação dos cálculos por pessoa diversa ao próprio contribuinte. Fl. 2050DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 4 A maioria dos créditos que foram compensados, são extemporâneos e decorrem da sistemática não cumulativa do PIS. Este fato, por si só, é suficiente para questionar a origem/existência do crédito indicado pela Recorrente. É que o sistema não cumulativo é recente e os conceitos de “insumo” que geram créditos para esta legislação específica ainda estão em discussão, tanto no âmbito administrativo, quanto judicial. Não se trata de matéria pacífica. Em razão desta situação peculiar, pareceme imprescindível para o bom julgamento da questão, a conversão do presente julgamento em diligência para que as autoridades administrativas analisem a efetiva existência do crédito tributário alegado, ou mesmo se concordam com o entendimento do contribuinte acerca do que são créditos para o sistema não cumulativo. Neste aspecto, a simples manutenção da decisão de primeira instância administrativa acabaria por homologar, ainda que tacitamente e por via reflexa, o entendimento da Recorrente sobre o conceito de insumos e produtos que geram créditos na sistemática não cumulativa. Ante o exposto, converto este julgamento em diligência, determinando à autoridade administrativa competente que: (a) Intime a Recorrente a apresentar, no prazo de 30 dias, a formação dos créditos utilizados para compensar os valores autuados, refletidos nos fatos geradores incorridos em maio/2004; janeiro/2005; outubro/2005; junho/2006; novembro/2006 e dezembro/2006. (b) Esclareça à Recorrente que, os créditos decorrentes da sistemática não cumulativa do PIS, deverão ter sua origem comprovada ou seja, deverá ser esclarecido qual foi o insumo/produto/bem que gerou o crédito, qual a finalidade deste insumo/produto/bem no sistema produtivo da empresa, quando ocorreu o custo com este insumo/produto/crédito e todos os outros aspectos que justifiquem a existência do crédito. (c) Após, analise as informações apresentadas para averiguar se o crédito apontado pela Recorrente em seus livros fiscais realmente existem, ou seja, se quando do seu aproveitamento eram válidos (ou encontravamse prescritos), se são considerados créditos para o sistema não cumulativo, etc. (d) elabore relatório especificado por fato gerador, fundamentado inclusive documentalmente, com indicação precisa dos documentos e conclusão de existência ou não do crédito tributário, do porquê da existência ou inexistência do crédito, para que este Colegiado compreenda a origem dos valores contabilizados como crédito. (e) Intime novamente a Recorrente acerca da conclusão da fiscalização, sendolhe concedido o prazo de 30 dias para se manifestar. Após, encaminhe os autos a este Egrégio Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para julgamento.” Fl. 2051DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10620.001027/200751 Acórdão n.º 3302002.743 S3C3T2 Fl. 12 5 A diligência foi realizada, tendo resultado no Parecer de fls. 1967/1975, que após receber informações da Recorrente e verificar a situação fática existente concluiu pela procedência da compensação realizada em determinados itens e pela impossibilidade de conclusão em outros face a insuficiência de documentos. A Recorrente se manifestou em relação ao resultado da diligência discorrendo, principalmente, sobre a impossibilidade de alteração da fundamentação jurídica do auto de infração que teria sido lavrado especificamente em razão da ausência de registro em DCTF de valores efetivamente devidos e corretamente lançados na contabilidade, mas que foram extintos pela compensação; bem como pela ausência de procedimento de compensação (PerdComp) para os valores compensados. Em seu entender, a diligência realizada estaria promovendo verdadeiro aperfeiçoamento do lançamento, o que é inadmissível no ordenamento jurídico. É o relatório. Voto O recurso de ofício atende aos pressupostos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. Conforme relatado, tratase de auto de infração lavrado em razão da diferença entre valores contabilizados e valores declarados em DCTF. A decisão recorrida, como relatado, concluiu que “os equívocos de preenchimento de DCTF não podem justificar o lançamento de tributos que se encontram extintos pelo pagamento, pela compensação ou por qualquer outra forma. A simples divergência entre os registros contábeis e os valores declarados não dá origem à obrigação tributária, quando crédito tributário encontrase extinto, pois, nesses casos, a realidade fática não se subsume à hipótese legal.” Para fundamentar seu entendimento, o julgador administrativo de primeira instância administrativa analisou débito a débito, concluindo pela extinção do valor exigido em virtude deste estar extinto, seja pelo pagamento, seja pela compensação. Claro está, a meu sentir, que a decisão recorrida cancelou a autuação por entender que foram lançados débitos extintos, a leitura da decisão demonstra que item a item acatouse a informação contábil da Recorrente, ainda que suportada em indícios ou constatouse a ocorrência de recolhimento do tributo. Exatamente por este fato é que os autos foram baixados em diligência, porque o Colegiado, à época, concluiu que a simples alegação da Recorrente em suas informações contábeis não extingue o débito tributário, que era necessário analisar o alegado pelo contribuinte. Frisese que este entendimento decorreu do fato de que o presente recurso é a revisão da decisão proferida pela DRJ. Divirjo do simples posicionamento de que os valores contabilizados ou informados na DACON não precisam ser declarados em DCTF. É cediço que a DCTF é forma Fl. 2052DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 6 de constituição de débito tributário, logo, é na DCTF que devem constar os valores devidos ao Fisco. Desta forma, em face do resultado trazido no relatório de diligência, divirjo do acórdão recorrido, não há meios de se manter a decisão de total cancelamento do auto de infração com base na suposta extinção de todos os débitos tributários, uma vez que não é possível comprovar a dita extinção. Inclusive em prol do princípio da verdade material. Neste aspecto, concordo com o cancelamento dos valores recolhidos por meio de guia DARF e daquelas compensações confirmadas pelas autoridades administrativas indicadas no Relatório de Diligência. Registro que a Recorrente alega, em suas razões, que acatar a diligência seria alterar a fundamentação do auto de infração, inovar o lançamento. Concordar com este raciocínio implicaria em negar provimento ao Recurso de Ofício, posição defendida por outros julgadores desta turma de julgamento e que se contrapõe ao posicionamento aqui defendido. De fato o lançamento, como esclarecido, foi realizado com base em “diferença entre valores contabilizados e valores declarados em DCTF”. Todavia, a DRJ, a meu sentir, para dar provimento à impugnação, analisou débito a débito, extinguindo valores, acatando compensações com base simplesmente nos valores declarados pelo contribuinte em suas obrigações acessórias e registros fiscais, o que entendo não ser possível. Neste sentido, a meu sentir, acatar o Parecer resultado da diligência não é alterar o fundamento da autuação. Ante o exposto, é o presente para DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso de ofício para o fim cancelar os débitos constituídos que se referem aos pagamentos via DARF e compensações comprovadas, nos termos da diligencia realizada. É como voto. (assinado digitalmente) FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Declaração de Voto CONSELHEIRO GILENO GURJÃO BARRETO O presente recurso preenche os requisitos de admissibilidade, por isso dele conheço. Fl. 2053DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS Processo nº 10620.001027/200751 Acórdão n.º 3302002.743 S3C3T2 Fl. 13 7 Os cernes da discussão aqui travada giram em torno de dois fatos. Primeiramente, pela existência dos créditos, comprovados por meio documental. Em seqüência, acerca dos aspectos processuais envolvidos. Verifico que o lançamento efetuado o foi a partir de verificações obrigatórias, e nesse tipo de verificação, são conferidos os créditos e débitos e a DCTF, resultandose sim em autos de infração, mas sem que sejam analisados os documentos comprobatórios dos créditos, por exemplo. No caso concreto, houve julgamento desse lançamento pela DRJ, que acatou os documentos apresentados pelo contribuinte, cabíveis ao caso, ou seja, documentos tais como DACON´s, etc., uma vez que não foram discutidos no lançamento em si qualquer impropriedade documental que pudesse afetar os valores dos créditos, mas tão somente a sua adequação contábil e de obrigações acessórias. A Conselheira relatora entendeu ser aplicável uma diligência, e retornou dessa diligência a impossibilidade de demonstração de alguns dos créditos envolvidos. Por isso, julgou parcialmente improcedente o recurso de ofício. Divirjo respeitosamente da posição da i. Conselheira relatora, por entender que ao fazêlo estaríamos aperfeiçoando o lançamento em si, na sua origem, que não considerou ou contestou a formação dos referidos créditos. A meu ver tal procedimento resultaria em julgamento extra petita, e acaba por alterar o fundamento do próprio auto de infração. Na hipótese de lançamento a partir de “verificações obrigatórias” os documentos contábeis e obrigações acessórias são suficientes. Isso posto, voto de modo divergente da i. Conselheira relatora, para negar provimento integral ao recurso de ofício. É como voto, (assinado digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO CONSELHEIRO WALBER JOSÉ DA SILVA Minha declaração de voto é para ratificar o entendimento da Ilustre Conselheira Relatora sobre a necessidade de a empresa autuada comprovar, com documentação hábil e idônea, os lançamentos contábeis e as informações prestadas no DACON e na DCTF. E a diligência se prestou exatamente para isso. E no curso da diligência a empresa foi intimada e reintimada a comprovar os créditos que alega possuir e foram utilizados para abater o valor do débito apurado. A empresa não logrou provar a existência dos créditos alegados. Sem a comprovação da sua existência, referidos créditos não podem ser aceitos para abater do valor dos débitos apurados e lançados. Portanto, adoto integralmente o resultado da diligência para manter parcialmente o Auto de Infração: i) excluindo o débito do PA 05/04, em face da comprovação da existência Fl. 2054DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS 8 do crédito utilizado na compensação do débito que não foi declarado em DCTF; ii) mantendo parte do débito relativo ao PA 11/06, por ter sido reconhecido o crédito no valor de R$ 31.117,70, passível de utilização; iii) excluindo o débito do PA 12/06 em face da comprovação da existência do crédito (retenção na fonte) utilizado na compensação do débito lançado. Para o PA 05/04 a RFB deve adotar as providências para vincular referidos pagamentos ao débito lançado no auto de infração. Estas são, em resumo, as razões que me levaram a votar no sentido de dar provimento parcial ao recurso de ofício. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Fl. 2055DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS, Assinado digitalmente em 30/0 1/2015 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 27/01/2015 por GILENO GURJAO BARRETO, Assi nado digitalmente em 19/11/2014 por FABIOLA CASSIANO KERAMIDAS
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Numero do processo: 15578.000381/2010-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/08/1999 a 31/12/2003
COMPENSAÇÃO - AÇÃO JUDICIAL - OBJETO - É condição essencial à utilização, no âmbito administrativo, de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, decorrente de provimento judicial, que a ação judicial tenha por objeto o reconhecimento de direito creditório relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB, assim como o trânsito em julgado da correspondente decisão.
PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA.
A adesão a parcelamento implica em desistência da lide, cessando o seu prosseguimento, inclusive a apreciação de eventual recurso, respeitado o que concorrer para o principio da verdade material.
Numero da decisão: 3401-002.773
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão de sua desistência.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Angela Sartori, José Luiz Feistauer, Bernardo Leite de Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira.
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
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PARCELAMENTO. DESISTÊNCIA. A adesão a parcelamento implica em desistência da lide, cessando o seu prosseguimento, inclusive a apreciação de eventual recurso, respeitado o que concorrer para o principio da verdade material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão de sua desistência. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Angela Sartori, José Luiz Feistauer, Bernardo Leite de Queiroz Lima, Jean Cleuter Simões Mendonça e Eloy Eros da Silva Nogueira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 57 8. 00 03 81 /2 01 0- 40 Fl. 268DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Relatório Este processo tem origem na representação (fls. 3) protocolada pelo SEORT/DRF em Vitória/ES com objeto em dois pedidos de compensação que não foram homologados. A apresentação e justificativa consta do Parecer SEORT DRF VIT n. 412/2011 (fls. 68 a 71) e respectivo Despacho Decisório, conforme resumo elaborado pelo acórdão recorrido nos seguintes termos: · O contribuinte apresentou as DCOMP nºs 42599.70430.101007.1.3.54 1371 e 35263.26162.271207.1.3.572757 (fls. 04 a 23) utilizando crédito oriundo da ação judicial nº 9900060407 (fls. 26 a 65), habilitado no processo administrativo nº 11543.000542/200746; · Para controle e acompanhamento dos débitos compensados, em especial daqueles constituídos de ofício no processo nº 16327.002301/9975 e liquidados por meio da primeira DCOMP mencionada, formalizase o presente processo para registro e análise do crédito pleiteado e das compensações declaradas. · Inferese do provimento judicial coberto pela coisa julgada que, seguindo a orientação jurisprudencial decorrente do julgamento do RE 357.950/RS pelo STF, restou afastado tão somente o alargamento da base de cálculo da Cofins, mantendose a majoração da alíquota; · A via escolhida pela empresa para amparar sua pretensão foi o mandado de segurança preventivo, cujo objeto estava adstrito a obstar que a autoridade coatora exigisse da impetrante a Cofins e o PIS com as alterações da Lei nº 9.718/98, possibilitando seu recolhimento na forma da legislação anterior; · A decisão proferida em tal sede não tem natureza de título executivo, sendo a ordem veiculada no sentido de que a autoridade coatora não exigisse tais contribuições com as alterações trazidas pela norma questionada; · Ademais, verificouse que o suposto crédito pleiteado pelo contribuinte decorre de valores que sequer foram recolhidos; · Salientase que não houve pagamento algum a título de PIS e Cofins a partir do PA nov/2001; · A empresa tãosomente compensou os valores devidos com créditos, em tese, existentes em processos administrativos; · Também declarou como suspensos pela ação judicial em questão parte dos débitos em comento, mas apenas alguns períodos de apuração, sem aparente lógica; · As planilhas de fls. 66/67 sintetizam as informações aqui relatadas, extraídas das DCTF e demais sistemas da RFB; · O direito à restituição/compensação pressupõe a existência de crédito a favor do sujeito passivo decorrente de pagamento a maior ou indevido; · Verificada a inocorrência de pagamento, não há que se falar em direito creditório em favor do contribuinte. O contribuinte, em sua manifestação de inconformidade, alegou, em resumo que, ainda consoante resumo da decisão de primeiro grau, que reproduzo por considerála suficiente: Fl. 269DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15578.000381/201040 Acórdão n.º 3401002.773 S3C4T1 Fl. 3 3 · Quanto ao objeto do mandado de segurança preventivo impetrado, este possui efeito declaratório em relação ao direito da manifestante, ou seja, declara a inexigibilidade do PIS e da Cofins, com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.718/98, possibilitando seu recolhimento na forma da legislação anterior; · Se a ação declara o direito da manifestante, e se a decisão judicial ampara o não recolhimento daqueles tributos na forma exposta, também ampara a devolução dos valores que foram indevidamente recolhidos; · O entendimento jurisprudencial mais atual firmouse nesse mesmo sentido, já que declarado o direito do contribuinte ao não recolhimento de determinado tributo, declarado também está o direito à devolução dos valores pagos indevidamente, sem a necessidade de que fique consignado na decisão judicial tal direito, visto que encontra amparo na legislação vigente; · O pagamento indevido de PIS e Cofins sobre demais receitas foi efetuado com outra compensação, anterior àquela objeto da presente manifestação; · Os créditos (pagamento indevido) utilizados para as compensações em questão decorrem de outra compensação, não mencionada na presente decisão e homologada tacitamente, na qual já haviam sido compensados débitos de PIS e Cofins na forma da Lei nº 9.718/98 (anteriormente ao provimento judicial); · Assim, se aqueles débitos foram extintos por compensação homologada, com o trânsito em julgado do mandado de segurança foi reconhecido o direito da empresa em não recolher tais valores, restando reconhecido judicialmente o indébito tributário; · Se ocorreu a quitação de tributo reconhecido indevido pela ação judicial, é indiferente a modalidade de extinção para que se reconheça o direito à restituição; · A decisão atacada não contesta a origem nem a validade dos créditos utilizados pela manifestante para as compensações, presumindose estes válidos, bastando tal fato para reforçar a tese de que a RFB estaria se beneficiando indevidamente caso as DCOMP não fossem homologadas; · Ressaltase que parte dos débitos que foram quitados indevidamente foram incluídos no programa de parcelamento da Lei nº 11.941/2009, mais um motivo para homologar as compensações pretendidas · Requer seja dado provimento à manifestação, protestando pela sustentação oral em todas as fases do processo administrativo. A respeitável 16ª Turma da 1ª Delegacia da Receita Federal no Rio de Janeiro DRJRJ1 apreciou a representação da autoridade administrativa que decidiu pela não homologação das DCOMPs em tela, os documentos acostados aos autos e a manifestação de inconformidade do contribuinte. Ela decidiu pela procedência da decisão da autoridade administrativa pela não homologação das DCOMPs. Teceu considerações e conclusões resumidas a seguir: · Os julgadores sublinham que os pedidos de compensação declaram que a origem do crédito está no mandado de segurança 99.00060407 – “o contribuinte transmitiu, em 10/10/2007, o PER/DCOMP nº 42599.70430.101007.1.3.541371, e, em 27/12/2007, o PER/DCOMP nº 35263.26162.271207.1.3.572757. Em ambas as declarações Fl. 270DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 informa como origem do direito creditório utilizado o processo judicial nº 99.00060407. Tal processo corresponde a mandado de segurança preventivo (fls. 26 a 50) no qual o contribuinte questiona a constitucionalidade da Lei nº 9.718/98, ....” · Entendem que essa ação judicial gerou decisão transitada em julgada com ganho parcial favorável ao contribuinte, mas que essa decisão não reconhece direito creditório e não pode servir para justificar os pedidos de compensação “Consultandose o andamento do processo judicial nos sítios do Poder Judiciário, vêse que, posteriormente, o TRF2ªRegião deu provimento ao recurso de apelação interposto pela União e à remessa necessária, negando, ainda, provimento aos embargos de declaração opostos pela impetrante. Interpostos recursos especial e extraordinário pela impetrante, foi o primeiro inadmitido, dando ensejo à interposição de agravo de instrumento, e o segundo admitido. O STJ conheceu do agravo de instrumento para negar seguimento ao recurso especial, e negou provimento ao agravo regimental interposto contra esta decisão. A impetrante ajuizou ação cautelar no STF (AC/166), com pedido de liminar, pretendendo efeito suspensivo ao recurso extraordinário interposto, tendo sido o pedido de liminar inicialmente negado por aquele Tribunal, e posteriormente deferido. O contribuinte obteve parcial provimento de seu pleito por meio de decisão proferida nos autos dos RE nºs 435349 (Cofins) e 490675 (PIS), para afastar, considerada a base de cálculo do PIS e da COFINS, a aplicação do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Tais decisões transitaram em julgado em 24/03/2006 e 13/08/2007, respectivamente. Não há, como visto, no pedido formulado pelo contribuinte naqueles autos judiciais, qualquer menção à utilização de eventuais valores recolhidos além do pleiteado pela empresa para fins de compensação. O pedido da impetrante restringese ao questionamento da constitucionalidade da exigência das contribuições na forma em que prevista na Lei nº 9.718/98, não incluindo a compensação de valores. Em conseqüência, a decisão judicial transitada em julgado manifestouse unicamente acerca da constitucionalidade do dispositivo legal atacado, não constando nela determinação ou autorização para a compensação ora pretendida. Desta forma, o despacho decisório questionado está correto, uma vez que o provimento judicial obtido pelo contribuinte não o autoriza à compensação de eventuais valores, não podendo fundamentar as compensações informadas nas DCOMP em análise.” · Que os pedidos de compensação na época em que foram registrados eram disciplinados pela IN SRF n. 900/2008 e que a utilização de direito creditório proveniente de decisão judicial requer que ela tenha transitado em julgado e tenha reconhecido o crédito; o que não é ocorre com o presente caso, pois a decisão judicial não reconheceu crédito, mas determinou à administração uma obrigação de ‘não fazer’. · Concluíram, considerando as informações contidas nas DCOMP em análise, as quais demonstram a operação pretendida pelo contribuinte, pela impossibilidade de homologação das compensações declaradas, visto que Fl. 271DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15578.000381/201040 Acórdão n.º 3401002.773 S3C4T1 Fl. 4 5 não se confirmou a existência do direito creditório informado, em razão do objeto da ação judicial. A Ementa do Acórdão n.º 1251.235, de 06/12/2012, ficou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/08/1999 a 31/12/2003 COMPENSAÇÃO AÇÃO JUDICIAL OBJETO É condição essencial à utilização, no âmbito administrativo, de crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Nacional, decorrente de provimento judicial, que a ação judicial tenha por objeto o reconhecimento de direito creditório relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB, assim como o trânsito em julgado da correspondente decisão. SUSTENTAÇÃO ORAL FALTA DE PREVISÃO LEGAL NA FASE DE 1ª INSTÂNCIA Não há previsão legal para sustentação oral na 1ª instância de julgamento administrativo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O contribuinte ingressou com Recurso voluntário contra a decisão de 1ª instância, repisando as razões apresentadas na manifestação de inconformidade e acrescentando: · A informação que todos os débitos tratados no presente processo foram objeto de inclusão no Programa de Parcelamento da Lei n. 11.941/2009. E que isso implica que deve ser reconhecida a condição de suspensão da exigibilidade dos créditos tributários discutidos. E que estando os débitos parcelados, “não se revela pertinente o prosseguimento dos trâmites deste processo administrativo, sob pena de, ao final, independente da decisão que se profira nestes autos, a mesma se torne inócua, considerando a adesão ao parcelamento.” E que este processo deve ficar sobrestado até que seja quitado o parcelamento na íntegra.” É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. O recurso voluntário é tempestivo e foram atendidos os requisitos de admissibilidade. Fl. 272DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 A recorrente pede para ser intimada da inclusão em pauta para julgamento deste processo, para que possa apresentar documentos e realizar sustentação oral. Proponho o entendimento que a inclusão em pauta, nos modos realizado pelo CARF, com publicidade oficial, já atende à necessidade do recorrente conhecer com antecipação essa condição e a oportunidade para a defesa oral. Ele pede ainda a oportunidade de juntada de documentos, contudo, não só entendo ser desnecessária, como preclusa a oportunidade para tanto, motivo por que proponho o seu indeferimento. A compensação tributária tem no artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, a previsão legal que define as bases e os contornos para sua realização. Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1º A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) (....) § 6º A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 7º Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimálo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 8º Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7º, o débito será encaminhado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9º. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 9º É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7º, apresentar manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9º e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto n º 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadramse no disposto no inciso III do art. 151 da Lei n º 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: ( Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004 ) I previstas no § 3º deste artigo; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) II em que o crédito: ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) a) seja de terceiros; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) b) refirase a "créditoprêmio" instituído pelo art. 1º do DecretoLei nº 491, de 5 de março de 1969; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) c) refirase a título público; ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. ( Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004 ) f) ( Vide Art. 29 da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008 ) Fl. 273DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 15578.000381/201040 Acórdão n.º 3401002.773 S3C4T1 Fl. 5 7 f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em que a lei: ( Redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 1. tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 2. tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 3. tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) 4. seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos do art. 103A da Constituição Federal. ( Incluído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 ) § 13. O disposto nos §§ 2º e 5º a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) § 14. A Secretaria da Receita Federal SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de compensação. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) (grifos nossso) Como se vê, a partir de 2002, a Lei prevê a competência à Secretaria da Receita Federal para disciplinar o disposto neste artigo 74 da Lei 9.430, de 1996. Nesse âmbito, a compensação tributária passou a ser efetuada somente através de Declaração de Compensação, transmitida à RFB utilizando o sistema informatizado e Programa PER/DCOMP. Além disso, o artigo 74 pontua que o sujeito passivo pode utilizar na compensação de tributos créditos apurados em decisão judicial transitado em julgado. Neste caso, o recorrente havia solicitado o reconhecimento do seu direito à compensação através das Declarações de Compensação em análise neste processo. Entretanto, ela informou nessas declarações que a origem do direito creditório estaria na decisão final do mandado de segurança n. 99.00060407. Ocorre que essa decisão não reconheceu direito creditório para essas contribuições. As proferidas nos Recursos Extraordinários RE 435349 (Cofins) e RE 490675 (Pis) afastaram a aplicação do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718, de 1998, na definição da base de calculo das contribuições. De fato, a petição do autor dessa ação judicial, que iniciou todo esse processo, não incluiu a pretensão de obter reconhecimento de direito creditório. E a petição do mandamus delimitou o seu objeto e as decisões finais transitadas em julgado. Portanto, as declarações de compensação aqui em análise não podem ser homologadas pois elas indicam origem do crédito em decisão judicial que não reconhece direito creditório, conforme exigido pelo artigo 74 da Lei n. 9.430, de 1996, e disciplinado pela legislação que trata dos procedimentos de compensação. Correto, a meu ver, a apreciação feita pela decisão de 1 º grau: Já o título executivo previsto nas normas administrativas que regem a compensação se refere a obrigação de fazer (restituir valor a ser quantificado na fase de execução, judicial ou administrativa) ou de pagar (caso a decisão judicial já especifique o valor do crédito), determinada à Administração. Assim, fica clara a distinção entre as duas hipóteses, não se incluindo a decisão obtida Fl. 274DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 pela requerente naquela prevista na norma administrativa acima transcrita, nem tampouco no próprio caput do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, fundamento legal do ato normativo. Nesse ponto, destacase informação incorreta prestada pela empresa nas DCOMP apresentadas, visto que consta em tais documentos tratarse ação de compensação (campo “Tipo de Ação”), quando, na verdade, não há pedido nesse sentido naqueles autos judiciais, conforme visto acima. A DCOMP, como visto, é o único documento por meio do qual o contribuinte exerce o direito que a norma estabelece e efetiva a compensação tributária por ela autorizada. Assim, as informações nela constantes devem demonstrar corretamente a operação pretendida, ou seja, tais informações definem o pagamento tido como indevido, ou maior que o devido, que o contribuinte deseja utilizar, e o crédito tributário que se pretende compensar, além das informações relativas à ação judicial, quando o direito decorra de provimento nela obtido. Em conseqüência, a operação objeto de análise no presente processo é aquela informada pela requerente nas DCOMP. Observese que qualquer compensação pretendida por qualquer contribuinte somente pode ser efetuada por meio da apresentação da declaração de compensação, conforme normas acima transcritas, ou seja, é um direito que deve ser exercido pelo sujeito passivo, no momento em que desejar (respeitandose o prazo decadencial), e da forma como desejar (definição do crédito tributário a ser compensado e do direito creditório a ser utilizado), não podendo a autoridade fiscal alterar, de ofício, as informações contidas em tal documento, pois estaria criando hipótese de compensação não prevista na Lei nº 9.430/96. Em conseqüência, considerando as informações contidas nas DCOMP em análise, as quais demonstram a operação pretendida pelo contribuinte, conclui se, por todo o demonstrado acima, pela impossibilidade de homologação das compensações declaradas, visto que não se confirma a existência do direito creditório informado, em razão do objeto da ação judicial. Concluiria assim, pela a improcedência do recurso voluntário, contudo, tendo em vista a informação prestada pela recorrente que aderiu a programa de parcelamento, proponho não conhecer do recurso voluntário. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 275DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 18/ 12/2014 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 09/12/2014 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13052.000145/2009-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 24 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3302-000.257
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em sobrestar o julgamento do recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Vencida a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó.
(Assinado digitalmente)
Walber José da Silva - Presidente
(Assinado digitalmente)
José Antonio Francisco - Relator
Participaram da presente resolução os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas e Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: Não se aplica
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Vencida a conselheira Maria da Conceição Arnaldo Jacó. (Assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Relator Participaram da presente resolução os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas e Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. RELATÓRIO Tratase de recurso recurso voluntário (fls. 701 a 756) apresentado em 24 de fevereiro de 2012 contra o Acórdão no 0938.463, de 22 de dezembro de 2011, da 1ª Turma da DRJ/JFA (fls. 688 a 695), cientificado em 06 de fevereiro de 2012, que, relativamente a pedido de ressarcimento de PIS dos períodos de janeiro de 2003 a outubro de 2008, considerou a RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 30 52 .0 00 14 5/ 20 09 -9 3 Fl. 762DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 06/11/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 07/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13052.000145/200993 Resolução nº 3302000.257 S3C3T2 Fl. 762 2 manifestação de inconformidade improcedente, nos termos de sua ementa, a seguir reproduzida: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 2003, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 INCLUSÃO DO ICMS NA BASE DE CÁLCULO. Com o julgamento do ADC n.º 18 pelo STF ficaram suspensos no Poder Judiciário todos os julgamentos sobre a inclusão do ICMS de obrigação própria na base de cálculo das contribuições, até que a Suprema Corte defina o seu mérito em sede de recurso extraordinário ainda pendente. Os órgãos julgadores administrativos não são competentes para apreciar a inconstitucionalidade de normas legais. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2003, 2004 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. NATUREZA. Somente podem ser restituídas as quantias recolhidas a título de tributo administrado pela União e desde que devidamente arrecadadas mediante DARF ou GPS. Como no período em questão não houve sequer um recolhimento a título de contribuição para o Programa de Integração Social PIS, correto está o entendimento da autoridade administrativa ao definir a natureza do pedido formulado pela manifestante como de pedido de ressarcimento. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. PRESCRIÇÃO. As dívidas passivas da União, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda federal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em (cinco) anos, contados da data do ato ou fato do qual se originarem. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido O pedido foi efetuado em 09 de abril de 2009 e a Primeira Instância assim resumiu o litígio: Tratase de pedido de restituição de valores a título de contribuição para o PIS, formulado em meio papel, que, em face da natureza do crédito pleiteado, foi acolhido como pedido de ressarcimento de créditos. De acordo com os demonstrativos juntados às fls. 17/18, o suposto crédito monta a R$ 637.745,15 (valor atualizado com a aplicação de juros equivalentes à taxa Selic), abrangendo o período de apuração de janeiro de 2003 a outubro de 2008. No pedido formulado, a contribuinte alega que a incidência de Cofins e PIS sobre a parcela de ICMS embutida no preço da mercadoria afronta o artigo 195, inciso I, da Constituição Federal de 1988. Assim, entende que o ICMS deveria ter sido excluído da base de cálculo da contribuição, o que provocaria o aumento de seu ""Saldo Credor de PIS"". Fl. 763DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 06/11/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 07/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13052.000145/200993 Resolução nº 3302000.257 S3C3T2 Fl. 763 3 Cita e transcreve trechos do voto do Ministro Marco Aurélio de Mello no julgamento do Recurso Extraordinário n.° 240.7852 pelo STF que confortariam sua tese, no sentido de determinar a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS, por entender que o ICMS não está abrangido pelo conceito de faturamento. Em 20 de novembro de 2009, a DRF/Santa Cruz do Sul emitiu o Parecer DRF/SCS/SAORT nº 165/2009, no qual considerou não formulada a petição em meio papel, no tocante ao período compreendido entre abril/2004 a outubro/2008, e, no tocante ao período compreendido entre janeiro/2003 a março/2004, indeferiu o pedido e não reconheceu o direito creditório, em razão de prescrição da pretensão. Em razão disso foi lavrado o Despacho Decisório DRF/SCS/SAORT n.º 444/2009. A contribuinte apresentou Recurso Administrativo contra o citado Despacho Decisório, o qual considerou não formulado o Pedido de Restituição apresentado pela recorrente. Contudo, a decisão foi mantida pela autoridade administrativa competente para tanto, conforme rito previsto no art. 56 e seguintes da Lei nº 9.784/99 (recurso administrativo hierárquico inespecífico), pelos fundamentos já expostos no Parecer DRF/SCS/SAORT nº 165/2009. Apresentou também manifestação de inconformidade contra a decisão que indeferiu o direito creditório com base na ocorrência de prescrição, período de janeiro/03 a abril/04, a qual, pelos motivos a seguir expostos, não cabe aqui reproduzir. Posteriormente, em 15 de dezembro de 2010, foi exarado o Parecer n° 106– SRRF10/Disit (ementa a seguir transcrita), que declarou nulo o Despacho Decisório DRF/SCS/Saort n° 444/2009, que aprovou o Parecer DRF/SCS/Saort n° 165/2009, restando prejudicados os atos praticados posteriormente e decorrentes da decisão anulada. A competência para decidir sobre pedido de restituição ou ressarcimento relativo à Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público é do titular da Delegacia da Receita Federal do Brasil, da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Administração Tributária ou da Delegacia Especial de Instituições Financeiras que, à data do reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do sujeito passivo. É nula a decisão proferida por autoridade diversa da acima especificada, estando prejudicados os atos praticados posteriormente e decorrentes da decisão anulada. Dispositivos Legais: Lei n° 9.784, de 1999, art. 53; Instrução Normativa RFB n° 900, de 2008, arts. 57 e 64 Em razão disso, foi emitido pela Delegacia de nova jurisdição da contribuinte o Despacho Decisório da SAORT/DRF/JFA n° 507/2011, no qual decidiuse pelo indeferimento do pedido da interessada tendo em vista a ocorrência da prescrição com fulcro no art. 1º da Decreto nº 20.910/32, isto em relação ao crédito apurado até o 1º trimestre de 2004, e pela Fl. 764DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 06/11/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 07/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13052.000145/200993 Resolução nº 3302000.257 S3C3T2 Fl. 764 4 inexistência de crédito apurado entre o 2º trimestre de 2004 e outubro de 2008, haja vista a legislação tributária regente não contemplar a exclusão de valores correspondentes ao ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins. Contra tal ato, a contribuinte se manifestou, alegando, em suma, que: a decisão relativa à prescrição partiu de uma premissa equivocada: a de que os pedidos formulados pela ora manifestante seriam pedidos de ressarcimento e não pedidos de restituição, como originalmente apresentados. Entende que os valores pleiteados são efetivos pagamentos indevidos ou a maior, quitados não por meio de DARF, é verdade, mas através de compensações administrativas. Em outras palavras, acaso não tivesse sido indevidamente incluído o ICMS na base de cálculo do PIS no período em questão, teria a requerente apurado valores de contribuição inferiores, e, com isso, utilizado menos créditos para quitálas. Partindose da premissa que a compensação em excesso é nítido caso de pagamento indevido ou a maior, a forma que dispõe o contribuinte para reaver o valor na esfera administrativa é o Pedido de Restituição e não o Pedido de Ressarcimento, como entendeu a autoridade administrativa. E, por força desta equívoca interpretação, a autoridade administrativa acabou por declarar a ocorrência da prescrição indevidamente, utilizandose como base dispositivos legais aplicáveis aos ressarcimentos de créditos escriturais e não o prazo prescricional aplicável à restituição de tributos recolhidos de forma indevida ou a maior; Assim, passa a explanar sobre a sistemática da prescrição dos créditos decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior. Cita jurisprudência do STJ e entende que os contribuintes poderão contar com o prazo de até 10 anos para entrar com o pedido de restituição de pagamento de tributos considerados indevidos até 2010; o ICMS não se inclui na base de cálculo do PIS. Para tanto, cita jurisprudências do STF e do STJ e arrazoase nestas, na Constituição Federal e na legislação infraconstitucional. por fim pede seja reformada a decisão proferida e assim sejam os valores de crédito solicitados declarados não prescritos. No recurso, defendeu tratarse de pedido de restituição e não de ressarcimento de créditos, tendo início o prazo para pedido após os cinco anos da homologação tácita. No mérito, defendeu a exclusão do ICMS da base de cálculo da contribuição. Fl. 765DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 06/11/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 07/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 13052.000145/200993 Resolução nº 3302000.257 S3C3T2 Fl. 765 5 VOTO Conselheiro José Antonio Francisco, Relator O recurso é tempestivo e satisfaz os demais requisitos de admissibilidade, dele devendose toar conhecimento. Preliminarmente, analisese a questão do sobrestamento do julgamento do recurso, com base no art. 62A, §§ 1º e 2º, do Regimento Interno do Carf. É que parte das alegações da Interessada diz respeito à inclusão do ICMS na base de cálculo da Cofins/PIS, matéria de repercussão geral reconhecida no âmbito do Recurso Extraordinário n. 574.706 pelo Supremo Tribunal Federal. No âmbito do referido RE, foi determinado o sobrestamento dos processos “nos quais o recurso foi interposto antes da regulamentação da repercussão”, hipótese que demonstra a condição prevista na Portaria Carf n. 1, de 2012. No referido RE, mencionase o fato de que a matéria teve sua discussão iniciada no RE 240.785. Mas o recurso foi retirado de pauta e o julgamento será reiniciado, desconsiderandose o voto do relator original. Nesses processos, conforme esclarecido no Informativo STF n. 437 (http://www.stf.jus.br/portal/informativo/verInformativo.asp?s1=240785&numero=437&pagin a=1&base=INFO), discutese a autorização contida no art. 2º, parágrafo único, da Lei Complementar n. 70, de 1991: Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Parágrafo único. Não integra a receita de que trata este artigo, para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição, o valor: a) do imposto sobre produtos industrializados, quando destacado em separado no documento fiscal; b) das vendas canceladas, das devolvidas e dos descontos a qualquer título concedidos incondicionalmente. Embora os autos tratem da contribuição nãocumulativa criada pela Lei n. 10.833, de 2003, cujo art. 1º é que define a base de cálculo e suas exclusões (§ 3º), a repercussão geral trata da base de cálculo da contribuição de forma geral. À vista do exposto, voto por sobrestar o julgamento do recurso, até que o STF tenha julgado o RE mencionado. (Assinado digitalmente) José Antonio Francisco Fl. 766DF CARF MF Impresso em 27/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 06/11/20 12 por JOSE ANTONIO FRANCISCO, Assinado digitalmente em 07/11/2012 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 13706.002425/00-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 26 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/1989 a 31/12/1995
PIS/PASEP. DECRETOS-LEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO
Para os pedidos efetuados até 09/06/2005 prevalece a orientação do E. Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 sujeitam-se à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN.
Numero da decisão: 3302-002.540
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a prescrição, nos termos do voto do Relator.
(Assinado Digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
GILENO GURJÃO BARRETO - Relator.
EDITADO EM: 28/05/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Mara Cristina Sifuentes, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes, Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: GILENO GURJAO BARRETO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/1989 a 31/12/1995 PIS/PASEP. DECRETOS-LEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO Para os pedidos efetuados até 09/06/2005 prevalece a orientação do E. Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 sujeitam-se à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a prescrição, nos termos do voto do Relator. (Assinado Digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente. (Assinado Digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO - Relator. EDITADO EM: 28/05/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Mara Cristina Sifuentes, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes, Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto.
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DECRETOSLEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO Para os pedidos efetuados até 09/06/2005 prevalece a orientação do E. Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 sujeitamse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a prescrição, nos termos do voto do Relator. (Assinado Digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente. (Assinado Digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 24 25 /0 0- 02 Fl. 176DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO 2 EDITADO EM: 28/05/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, Mara Cristina Sifuentes, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Alexandre Gomes, Fabiola Cassiano Keramidas e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Adotase o relatório da decisão recorrida, por bem refletir a contenda. “Tratase de pedido de reconhecimento de direito creditório, oriundo de recolhimento de tributo a título de Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, no valor de R$ 252.206,98. A autoridade fiscal indeferiu o pedido (fl. 109), com base no Parecer Conclusivo n° 250/05, à fls. 105/108, sob o fundamento de que o direito de pleitear a restituição de indébito tributário extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da extinção do crédito fazendário, conforme artigo 168, I cc 165, I da Lei n° 5.172/66, Código Tributário Nacional (CTN) e Ato Declaratório SRF n° 96/99. Argumentou ainda que o prazo previsto no paragrafo único do art. 6° da LC 07/70 não ampara o entendimento de ser a base de cálculo da contribuição o faturamento do 6° mês anterior ao da ocorrência do fato gerador, sendo, na verdade, o faturamento do próprio mês. Cientificada da decisão em 27/04/2006 (fl. 113), o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 26/05/06 (fl. 114/136), alegando, em síntese que: 1. a LC 118/05 não se aplica ao Contribuinte que efetuou o pedido de restituição antes da entrada em vigor desta nova norma; 2. a Resolução do Senado Federal n° 49/95 foi publicada em 10/10/95, assim, o último dia para pleitear restituição foi 10/10/00, mas, a data de protocolo do presente processo administrativo, 27/09/00; 3. o prazo previsto no parágrafo único do art. 6° da LC 07/70 não era prazo de recolhimento mas de base de cálculo, sendo este, então, o faturamento do 6° mês anterior ao da ocorrência do fato gerador; 4. a impugnante na qualidade de substituída, tem legitimidade ativa para demandar e obter a restituição dos valores eventualmente recolhidos a maior, independentemente da circunstância de que o substituto é O responsável legal para o recolhimento do PIS aos cofres públicos; 5. os tribunais do País e a Câmara Superior de Recursos Fiscais já examinaram os expurgos e deferiram o acréscimo dos percentuais correspondentes. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13706.002425/0002 Acórdão n.º 3302002.540 S3C3T2 Fl. 3 3 Em apoio às alegações expendidas, o impugnante cita doutrina e jurisprudência do E. STJ e pede, ao final, reconhecimento do direito creditório com correção monetária, incluindo os expurgos, e juros, desde a data do pagamento indevido, com base na taxa Selic, acumulados mensalmente. Instruem o processo além do pedido de restituição de fl. 01/02, referente ao período de julho de 1989 a dezembro de 1995, as planilhas de apuração de créditos de PIS de fls. 10/12 e as cópias das guias de recolhimento de fls. 22/44 e 52/97. Vistos, relatados e discutidos os autos, acordaram os membros da Quinta Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por unanimidade de votos, em manter o indeferimento do pedido de restituição do contribuinte.” Intimada em 22.05.2009, inconformada a Recorrente interpôs recurso voluntário em 22.06.2009. É o relatório. Voto Conselheiro GILENO GURJÃO BARRETO, Relator Da Prescrição A presente discussão centrase no prazo prescricional para a Recorrente exercer seus direito de restituição dos valores pagos a maior nos períodos calendários de junho/1988 a dezembro/1995, a título de PIS recolhidos nos termos dos malsinados Decretos Lei nº 2.445/88 e 2.449/88, os quais foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do Recurso Extraordinário nº 148.754/RJ, com decisão publicada em 04/03/1994. A Recorrente ingressou com pedido de restituição em 27/09/2000. Cumpre trazer a baila os dispositivos legais, dispostos nos artigos 165 e 168 do Código Tributário Nacional, que regulamentam a matéria, e assim prescrevem: “Art. 165. O sujeito passivo tem direito, independentemente de prévio protesto, à restituição total ou parcial do tributo, seja qual for a modalidade do seu pagamento, ressalvado o disposto no § 4º do artigo 162, nos seguintes casos: I cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido; II erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na Fl. 178DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO 4 elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; III reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória.” (...) “Art. 168 O direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados: I – nas hipóteses dos incisos I e II do art. 165, da data da extinção do crédito tributário; II – na hipótese do inciso III do art. 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória.” Por sua vez, é certo que o PIS cobrado com base nos DecretosLei nº 2.445/88 e 2.449/88 só passou a ser indevido quando da definitiva exclusão de tais diplomas legais do ordenamento jurídico, ou seja, a partir da publicação da Resolução nº 49/95, do Senado Federal, a qual suspendeu a execução daquelas normas, atribuindo efeito erga omnes à decisão da Suprema Corte exarada em sede de Recurso Extraordinário. Nesse diapasão, transcrevemos parte do voto do i. Conselheiro Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, proferido no Acórdão nº 9900000381, na sessão de 28/08/2012, da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que expõe: “ Em outras palavras, antes da Resolução nº 49, o tributo em debate era devido e deveria ser recolhido em época própria, ou melhor, os pagamentos foram efetuados com fulcro na legislação de regência vigente. Nessa toada, ao admitir como termo a quo do prazo prescricional sub examine a data do pagamento do tributo indevido, estamos privilegiando o contribuinte que não o pagou, eis que não cumpriu a legislação de regência válida à época e não suportará lançamento fiscal com o fito de exigir tal exação, porquanto declarada inconstitucional posteriormente. Em outra via, o contribuinte que cumpriu com suas obrigações tributárias, pagando o tributo em dia, será penalizado por seguir os preceitos dos malfadados diplomas legais. Mais a mais, repitase, à época dos pagamentos do PIS exigido pelos Decretos nºs 2.445/88 e 2.449/88, tal tributo era efetivamente devido, só passando a ser indébito quando da suspensão da execução daquelas normas, mediante Resolução do Senado Federal. Na esteira desse entendimento, as razões de decidir do Acórdão atacado representam, além da observância ao princípio da legalidade, o cumprimento do dever legal do julgador de se fazer justiça.” Fl. 179DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13706.002425/0002 Acórdão n.º 3302002.540 S3C3T2 Fl. 4 5 Coadunome do supracitado entendimento, não se podendo admitir como termo inicial do prazo prescricional em análise, a data do pagamento do tributo, senão estaríamos, dentre outros, privilegiando àqueles que não agiram em conformidade com os malsinados DecretosLeis, que não cumpriram a legislação vigente e válida naqueles períodos. Ocorre, todavia que esse tema vem sendo objeto de inúmeras discussões no judiciário. O Supremo Tribunal Federal – ao julgar o RE 566.621, com repercussão geral reconhecida, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º da LC nº 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso do vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Por sua vez, para as ações ajuizadas anteriormente a esta data (09/06/2005), o STF decidiu que “quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN”. No entanto, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação do E. STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador. Outrossim, para os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. Neste sentido a Câmara Superior de Recursos Fiscais já decidiu: “PIS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. ANTERIOR VIGÊNCIA LEI COMPLEMENTAR N° 118/2005. PRESCRIÇÃO. PRAZO DECENAL. TESE DOS 5 + 5. JURISPRUDÊNCIA UNÍSSONA STJ E STF. De conformidade com a jurisprudência firmada no âmbito do Superior Tribunal de Justiça e corroborada pelo Supremo Tribunal Federal, a propósito da inconstitucionalidade da parte final do artigo 4° da Lei Complementar n°118/2005, que prevê a aplicação retroativa dos preceitos de referido Diploma Legal, tratandose de pedido de restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, in casu, Contribuição para o Programa de Integração Social PIS exigido com base nos Decretos nºs 2.445/88 e 2.449/88, declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal nos autos do RE nº 148.754/RJ, formulado anteriormente à vigência de aludida LC, o prazo a ser observado é de 10 (Dez) anos (tese dos 5 + 5), contandose da data da ocorrência do fato gerador. Recurso extraordinário provido em parte.” (CSRF – Acórdão nº 9900000.381, Sessão de 28/08/2012, Rel. Cons. Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira) Também, a Terceira Sessão de Julgamento desse E. Conselho, assim decidiu: Fl. 180DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO 6 “PIS/PASEP. DECRETOSLEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO. Em consequência da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), resta obrigatória a observância das disposições nela contida sobre prescrição expressa no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC. Consoante art. 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Recurso Voluntário provido em parte.” (3ª Sessão – Acórdão nº 3202000.652, Sessão 24/02/2013, Rel. Cons. Luis Eduardo Garossino Barbieri) No caso em tela, o pedido de restituição foi protocolado em 27/09/2000, para os fatos geradores ocorridos entre junho/1988 a dezembro/1995. Neste sentido entendo que cabe restituição à Recorrente dos valores pagos indevidamente, no período de 27/09/1990 a dezembro/1995, estando prescritos os períodos anteriores à 27/09/1990. Afastada a prescrição, verifico que não fora apreciada pela DRF questões tais como a legitimidade ativa dos créditos, uma vez que aparentemente há pedido de ressarcimento sobre DARF´s de outra pessoa jurídica, bem como a semestralidade e a alíquota aplicável. Isso posto voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, afastando assim a prescrição nos termos acima e determinando o retorno dos autos à instância a quo para a apreciação do mérito do pedido. É como voto. Sala das Sessões, em 26 de março de 2014. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO Processo nº 13706.002425/0002 Acórdão n.º 3302002.540 S3C3T2 Fl. 5 7 (Assinado Digitalmente) GILENO GURJÃO BARRETO Relator Fl. 182DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO, Assinado digitalmente em 22/08/201 4 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 24/07/2014 por GILENO GURJAO BARRETO
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Numero do processo: 10850.907804/2011-45
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/11/2000 a 30/11/2000
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 3803-006.540
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues, que convertiam o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/11/2000 a 30/11/2000 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues, que convertiam o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
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(Incorporadora de GREEN VEÍCULOS COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA.) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/11/2000 a 30/11/2000 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues, que convertiam o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 78 04 /2 01 1- 45 Fl. 189DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 190 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto em contraposição à decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada em decorrência do indeferimento do pedido de restituição formulado pelo contribuinte supra identificado. O contribuinte havia transmitido Pedido de Restituição (PER) em 7 de junho de 2005, referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior da contribuição para o PIS, período de apuração novembro de 2000, no valor de R$ 12,72. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem indeferiu o pedido de restituição, pelo fato de que o pagamento declarado no PER já havia sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos do contribuinte. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu o reconhecimento do direito creditório, alegando que o indébito decorrera da inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Argüiu o interessado que não fora previamente intimado para prestar esclarecimentos quanto à higidez do crédito tributário, tendo sido o despacho decisório prolatado sem que a fiscalização tivesse examinado a situação concreta do pedido de restituição. Requereu, também, o então Manifestante, em respeito ao princípio da economia processual, a reunião dos processos identificados na peça recursal para julgamento em conjunto, considerando terem todos eles o mesmo objeto. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do comprovante de arrecadação, de planilha por ele elaborada contendo a identificação dos valores das receitas financeiras auferidas no período e de parte do balancete. A DRJ Ribeirão Preto/SP não reconheceu o direito creditório, tendo sido o acórdão ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do Fato Gerador: 30/11/2000 AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em recurso extraordinário, não gera efeitos erga omnes, sendo incabível sua aplicação a contribuintes que não façam parte da respectiva ação. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE SALDO A RESTITUIR. Fl. 190DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 191 3 Verificado que o crédito pleiteado foi totalmente utilizado, em momento anterior, para quitação de débitos declarados em DCTF, resta impossibilitada, por falta de saldo, a restituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do Fato Gerador: 30/11/2000 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Arguiu o relator a quo que, “ainda que os óbices quanto à utilização integral do recolhimento não existissem, e que fosse possível estender os efeitos do julgado do STF para o presente caso, a interessada não se [desincumbira] de demonstrar e provar o suposto recolhimento a maior”, uma vez que os documentos apresentados se referiam apenas às receitas financeiras, dados esses insuficientes à apuração da base de cálculo da contribuição, qual seja, o faturamento. Em 02/09/2013, a repartição de origem juntou a este processo, por apensação, o processo administrativo nº 10850.722569/201303, em que se analisa a declaração de compensação relativa ao crédito controvertido nestes autos, a qual, por meio de despacho decisório, não foi homologada, em razão do indeferimento do direito creditório. Em 11/10/2013, o contribuinte apresentou nova Manifestação de Inconformidade, esta manejada para se contrapor à não homologação da declaração de compensação, repisou, quanto ao mérito, os mesmos argumentos de defesa anteriormente aduzidos e pleiteou o reconhecimento da prejudicialidade entre esta demanda e o pedido de restituição a ela vinculado, para fins de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Junto a essa segunda Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos, além dos documentos que já haviam sido apresentados anteriormente, cópia de parte do livro Razão. A DRJ Ribeirão Preto/SP, mais uma vez, não reconheceu o direito creditório, tendo sido o segundo acórdão ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 30/11/2000 Fl. 191DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 192 4 DCOMP. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO JÁ ANALISADO. REDISCUSSÃO DA MATÉRIA. IMPOSSIBILIDADE. Não é cabível a rediscussão de direito creditório vinculado a pedido de restituição, cuja matéria já foi analisada em outro processo administrativo fiscal, no qual foi indeferido. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE SALDO. Verificado que o crédito pleiteado foi totalmente utilizado, em momento anterior, para quitação de débitos declarados em DCTF, a restituição/compensação resta impossibilitada por falta de saldo. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do Fato Gerador: 30/11/2000 PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cientificado da decisão de primeira instância em 21 de agosto de 2014, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 4 de setembro do mesmo ano e reiterou seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa, sendo contestada a afirmativa da autoridade julgadora de piso relativamente à necessidade de prévia retificação da DCTF para se atestar a liquidez e certeza do crédito, argüindose que tal documento, além de não ser exigido em lei, não é o único apto a comprovar a existência de crédito passível de restituição. Afirmou ainda o Recorrente que apresentara, junto à Manifestação de Inconformidade, cópias do livro Diário, com seus termos de abertura e fechamento, bem como do balancete e do livro Razão, contendo a identificação das receitas financeiras indevidamente incluídas no cômputo da contribuição, tratandose de documentos suficientes à comprovação do crédito pleiteado. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 193 5 No que tange à alegação de que o despacho decisório fora prolatado em desconformidade com a legislação de regência, dada a inocorrência de prévia intimação do interessado para prestar esclarecimentos quanto à higidez do crédito tributário, há que se ressaltar que o ato administrativo, muitas vezes, “prescinde da existência de um procedimento específico”, pois, quando “o agente administrativo [detém] todas as informações necessárias à configuração do fato imponível e à extração de todas as conseqüências tributárias” 1, ele não necessita colher novas informações ou provas, podendo decidir com base nos elementos presentes nos sistemas internos do órgão, quando suficientes à prolação do despacho decisório. Conforme acima relatado, controvertese nos autos acerca do pedido de restituição, cumulado com declaração de compensação, referentes a valor recolhido a maior da contribuição apurada sobre receitas que extrapolam o conceito de faturamento, com fundamento na inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral, do alargamento da base de cálculo promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. A inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da contribuição, para além do faturamento, operado pela Lei nº 9.718, de 1998, foi objeto de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) 2, em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral (art. 543B do Código de Processo Civil CPC), cujo teor deve ser, obrigatoriamente, observado por este Colegiado, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. A Lei n° 9.718, decorrente da conversão da Medida Provisória nº 1.724, de 29 de outubro de 1998, foi publicada em novembro de 1998, quando vigia a redação original do art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, em que se previa apenas o faturamento como hipótese de incidência da contribuição social, não constando a possibilidade de alcançar outras receitas auferidas pela pessoa jurídica, o que veio a ocorrer somente em dezembro do mesmo ano por meio da Emenda Constitucional n° 20. De acordo com o entendimento do STF3, o alargamento posterior da base de cálculo das contribuições de “faturamento” para “receita e faturamento”, operada por meio da Emenda Constitucional n° 20/1998, não teve o condão de convalidar legislação anterior que previa a incidência da Cofins e da Contribuição para o PIS sobre a totalidade das receitas da pessoa jurídica. Não se pode olvidar que o termo faturamento referese ao somatório das receitas decorrentes de vendas de mercadorias ou serviços, não abrangendo, por conseguinte, outras receitas, como as receitas financeiras alheias ao objeto social da pessoa jurídica. Dessa forma, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, que estipula que as decisões definitivas do STF proferidas na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento de recursos no âmbito do CARF, concluise, em tese, pelo direito do contribuinte de obter a restituição de 1 MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). 7. ed. São Paulo: Dialética, 2014, p. 266267. 2 Em 27 de novembro de 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário nº 585.235, cujo mérito da repercussão geral foi julgado em 10 de setembro de 2008, pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, cujo teor passou, desde então, a vincular os demais órgãos judiciais e o CARF. 3 REs nº 585.235, 346.084, 357.950, 358.273, 390.840, dentre outros. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 194 6 recolhimentos relativos à contribuição apurada sobre as receitas não abrangidas pelo conceito de faturamento, restando verificar, nos autos, a existência inequívoca de prova do indébito reclamado. Conforme se verifica do relatório supra, a DRJ Ribeirão Preto/SP não reconheceu o direito creditório por ausência de provas hábeis a demonstrar e comprovar o suposto recolhimento a maior, considerando que os documentos apresentados se referiam apenas às receitas financeiras, dados esses insuficientes à apuração da base de cálculo da contribuição, qual seja, o faturamento. O Recorrente alega que, junto à Manifestação de Inconformidade, havia trazido aos autos, além de cópia do balancete, cópia do livro Diário, sendo que, compulsando os autos, se verifica que tal afirmativa não se confirma, pois somente as cópias do balancete e do livro Razão foram juntadas às peças recursais interpostas em primeira instância. Quanto aos elementos de prova efetivamente carreados aos autos, é possível constatar que eles se restringem às informações relativas às receitas financeiras, não se identificando o faturamento, dado esse imprescindível à apuração da contribuição efetivamente devida no período. De acordo com o art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF), cabe ao impugnante o ônus da prova de suas alegações contrapostas à decisão de indeferimento do direito pleiteado, prova essa que deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade. O referido art. 16 do PAF assim dispõe: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) – Grifei (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 194DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 195 7 Em conformidade com o excerto supra, temse que o ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório, amparada em informações declaradas pelo próprio sujeito passivo, presentes nos sistemas da Receita Federal, informações essas não infirmadas com documentação hábil e idônea. Conforme já dito, os elementos trazidos aos autos por cópias pelo contribuinte no momento da Manifestação de Inconformidade não eram aptos, por si sós, a comprovar o direito reclamado, dado que restritos às informações relativas às receitas financeiras, situação em que não se tem por comprovada a base de cálculo da contribuição devida (faturamento), o que impede o confronto entre os valores recolhidos aos cofres públicos e aqueles efetivamente devidos. A meu ver, essa constatação, por si só, já impede que se acate o pedido do Recorrente, pois não se têm por configuradas as características de liquidez e certeza requeridas em casos da espécie. Abrir a possibilidade de produção de novas provas, a meu ver, ainda que em consonância com o princípio da verdade material, configura afronta aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade (art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999), à obrigatoriedade de atuação da Administração em conformidade com a lei e o Direito e à adequação entre meios e fins (art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.784, de 1999), assim como ao dever do administrado de apresentar os documentos comprobatórios do direito alegado antes das decisões administrativas e de prestar todas as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos (art. 3º, III, e 4º, IV, da Lei nº 9.784, de 1999). Mesmo considerando o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrase em poder do próprio sujeito passivo, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão a uma possível inversão do ônus da prova. Destaquese que, em razão da incompletude da prova apresentada, um eventual retorno dos autos à repartição de origem para a reabertura da apreciação do presente feito não encontra respaldo na legislação processual tributária, pois, conforme nos leciona James Marins, “[a] flexibilização generalizada do regime de fases e de preclusões processuais fragiliza a segurança do processo e não pode ser admitida mesmo sob invocação do princípio da formalidade moderada, por atingir axioma ínsito ao conceito ontológico do procedimento e do processo entendido cedere pro” 4 (ir para a frente). Mesmo depois de ter sido alertado pelo julgador administrativo de primeira instância acerca da necessidade de apresentação de documentos comprobatórios do crédito pleiteado o Recorrente não se predispôs a instruir o processo nesta segunda instância de forma efetiva, dado que nenhum documento foi acrescentado para suprir a falha de instrução do processo que já havia sido detectada na primeira instância. 4 MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). 7. ed. São Paulo: Dialética, 2014, p. 293. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907804/201145 Acórdão n.º 3803006.540 S3TE03 Fl. 196 8 Nesse contexto, por ausência de prova da efetiva existência do direito creditório pleiteado, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 196DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 13840.000926/2007-30
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Dec 16 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
GLOSA DE DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE
Devem ser mantidas as deduções com despesas médicas, quando apesar de intimado o contribuinte não apresentou detalhamento dos serviços prestados, nem comprovou através de documento hábil e idôneo do efetivo desembolso para pagamento dos referidos serviços.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2801-002.341
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o Conselheiro Walter Reinaldo Falcão Lima.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin
Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (15/12/2014), em substituição ao Presidente Antônio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (15/12/2014), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antônio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis.
Nome do relator: LUIZ CLAUDIO FARINA VENTRILHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2004 GLOSA DE DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE Devem ser mantidas as deduções com despesas médicas, quando apesar de intimado o contribuinte não apresentou detalhamento dos serviços prestados, nem comprovou através de documento hábil e idôneo do efetivo desembolso para pagamento dos referidos serviços. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o Conselheiro Walter Reinaldo Falcão Lima. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (15/12/2014), em substituição ao Presidente Antônio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (15/12/2014), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antônio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis.
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DESPESAS MÉDICAS. ÔNUS DO CONTRIBUINTE Devem ser mantidas as deduções com despesas médicas, quando apesar de intimado o contribuinte não apresentou detalhamento dos serviços prestados, nem comprovou através de documento hábil e idôneo do efetivo desembolso para pagamento dos referidos serviços. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Votou pelas conclusões o Conselheiro Walter Reinaldo Falcão Lima. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente do Colegiado na data de formalização da decisão (15/12/2014), em substituição ao Presidente Antônio de Pádua Athayde Magalhães, e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (15/12/2014), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Antônio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Ausente o Conselheiro Sandro Machado dos Reis. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 0. 00 09 26 /2 00 7- 30 Fl. 75DF CARF MF Impresso em 16/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 15/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13840.000926/200730 Acórdão n.º 2801002.341 S2TE01 Fl. 76 2 Relatório Tratase de Notificação de Lançamento, relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física, anocalendário 2003, por meio da qual foi apurado crédito tributário no montante de R$ 17.792,30 (dezessete mil, setecentos e noventa e dois reais e trinta centavos), sendo R$ 7.821,14 referentes ao imposto, R$ 5.865,85, à multa proporcional, e R$ 4.105,31, aos juros de mora (calculados até 30/11/2007). Conforme a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, a exigência decorreu das seguintes infrações à legislação tributária: Dedução Indevida de Despesas Médicas, Omissão de Rendimentos Recebidos a Título de Rendimentos de Trabalho com Vínculo e/ou sem Vínculo Empregatício e Dedução Indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte. Cientificado da notificação, o contribuinte protocolizou, em 19/12/2007, a impugnação de fls. 01, juntando o documento de fls. 18/33, alegando apenas que os recibos apresentados são suficientes para a comprovação das consultas realizadas, que foram pagas em dinheiro (reais), e que não cabe ao impugnante saber se foram ou não depositados em contas bancárias, pedindo a improcedência da notificação. O lançamento foi julgado procedente, conforme acórdão de fls. 48/54, que restou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2004 DEDUÇÃO INDEVIDA DE IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. MATÉRIAS NÃO IMPUGNADAS. Consideramse não impugnadas as matérias não contestadas pelo interessado, consolidandose administrativamente o crédito tributário a elas correspondentes, consoante o disposto no artigo 17 do Decreto n.° 70.235/1972, com as modificações introduzidas pela Lei n.° 9.532/1997. GLOSA DE DEDUÇÃO COM DESPESAS MÉDICAS. Mantida a glosa de despesas médicas, haja vista que o direito á. sua dedução condicionase A. comprovação da efetividade dos serviços prestados, bem como dos correspondentes pagamentos. Lançamento Procedente Cientificado em 03/09/2009 (fls. 56), o Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 28/09/2009 (fls. 57/58), reiterando os argumentos expostos quando da apresentação da impugnação. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 16/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 15/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13840.000926/200730 Acórdão n.º 2801002.341 S2TE01 Fl. 77 3 É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho, Relator: Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Inexistem preliminares postas para análise. Glosa de Deduções Indevidas com Despesas Médicas Neste sentido de se destacar que o artigo 8° da Lei n° 9.250, de 26 de dezembro de 1995, assim dispõe: "Art. 8°A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o ano calendário,exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiálogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias;(g.n) Sobre a forma de apresentação dos referidos documentos comprobatórios de tais despesas assim delimita o artigo 80 do RIR, verbis: Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei n2 9.250, de 1995, art. 82, inciso II, alínea "a"). §1º. O disposto neste artigo (Lei n2 9.250, de 1995, art. 8º., §2º.): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no Pais, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; Fl. 77DF CARF MF Impresso em 16/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 15/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13840.000926/200730 Acórdão n.º 2801002.341 S2TE01 Fl. 78 4 III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento;” Em seu recurso, o recorrente argumenta genericamente que efetivou todas as comprovações das despesas médicas. No caso presente temos que os documentos acostados aos não trazem elemento essencial ao seu aceite, qual seja o detalhamento dos serviços prestados pelo profissional, nem comprovação através de documento hábil e idôneo do efetivo desembolso para pagamento dos referidos serviços. Referidas não conformidades documentais foram apontadas pela autoridade lançadora desde o início do procedimento fiscal, cabendo ao contribuinte atender as solicitações a si direcionadas e cumprir com as exigências impostas para validação de sua documentação. Não o fazendo, correto o lançamento fiscal, devendo ser mantida a glosa referente a despesas médicas. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Redatora ad hoc, em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Fl. 78DF CARF MF Impresso em 16/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/12/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 15/12/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN
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Numero do processo: 10280.722269/2009-41
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/2007 a 30/09/2007
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO.
O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais.
ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 3403-003.517
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor André Teixeira Lima, OAB/PA no 9.664.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2007 a 30/09/2007 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/2007 a 30/09/2007 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 72 22 69 /2 00 9- 41 Fl. 666DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor André Teixeira Lima, OAB/PA no 9.664. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre Pedido de Ressarcimento/Restituição PER de no 21996.40489.281107.1.1.089072 (fls. 5 a 8)1, com transmissão em 28/11/2007, referente a créditos de Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa exportação/3o trimestre de 2007, em saldo de R$ 9.129.079,32 (com base no § 1o do art. 5o da Lei no 10.637/2002), sendo o montante utilizado em compensações (DCOMP de fls. 9 a 16, nos valores de R$ 8.484.421,82 e R$ 350.000,00). Iniciada a ação fiscal tendente a verificar o direito creditório demandado, em 03/09/2010 (fls. 19/20), a empresa é intimada a apresentar documentos e esclarecimentos, culminando a análise fiscal no relatório de fls. 415 a 419, no qual são relacionadas as glosas de créditos efetuadas pelo fisco (detalhadas em planilhas anexas ao relatório): (a) produtos/bens que não são aplicados diretamente no processo produtivo; (b) produtos/bens considerados como ativo imobilizado; (c) produtos/bens que não contêm descrição detalhada ou informação sobre sua aplicação no processo produtivo; (d) fretes referentes aos produtos/bens glosados; (e) serviços considerados pela fiscalização como não utilizados na produção dos bens; e (f) bens do ativo imobilizado que não se enquadram como máquinas e equipamentos utilizados na produção de bens destinados a venda e edificações. Com base no relatório da fiscalização é emitido o Despacho Decisório de fl. 422 (em 05/12/2011), deferindose crédito no montante de R$ 6.679.236,12, e o Auto de Infração de fl. 420 (com ciência à empresa em 15/12/2011), no valor glosado, de R$ 2.449.840,29. Em relação às compensações (homologadas parcialmente, o despacho decisório figura à fl. 424. 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 667DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 667 3 A empresa apresenta sua manifestação de inconformidade em 11/01/2012 (fls. 442 a 477), sustentando que: (a) na não cumulatividade (que não foi restrita pelo texto constitucional), geram créditos os custos, despesas e encargos relativos à receita de exportação, e consideramse insumos, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, todos os gastos gerais da pessoa jurídica necessários para a produção dos bens ou prestação de serviços; (b) não foi feita qualquer visita na empresa, dificultando a análise da efetiva aplicação dos bens no processo produtivo; (c) os custos com transporte de rejeitos são geradores de créditos, pois inerentes às atividades produtivas da empresa, assim como os custos de transporte dos insumos considerados glosados; (d) constituem insumos o óleo BPF (destinado à queima em fornos adequados para calcinação de hidrato e geração de vapor nas caldeiras), o ácido sulfúrico (para limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina, na neutralização de efluentes cáusticos), inclusive glosado em duplicidade, e o inibidor de corrosão (que forma uma película protetora contra corrosão nas tubulações de água de resfriamento); (e) há previsão expressa para desconto de créditos em relação a edificações e bens do ativo imobilizado, ainda que não enquadrados como insumos (incisos VI e VII da Lei no 10.637/2002), embora no caso concreto tais bens sejam efetivamente utilizados na produção de alumina, e o aproveitamento possa ser feito em bases diferenciadas (1/12) para os equipamentos descritos no RECAP e depreciação acelerada para aquisições de bens de capital por empresas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas nas áreas de atuação da SUDAM e da SUDENE, cabendo ainda destacar que o fisco considerou indevidamente (sem justificativa) como edificações algumas máquinas e equipamentos; e (f) não houve violação ao REIDI, que reduziu para 24 meses o prazo mínimo para utilização dos créditos decorrentes da aquisição de edificações. Demanda, por fim, produção de prova pericial, via auditagem suplementar. Ainda em 11/01/2012 apresenta a empresa impugnação à autuação (fls. 505 a 540), basicamente sob as mesmas razões utilizadas para desconstituir as glosas. Em 08/02/2012 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 577 a 595), no qual se decide unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade e da impugnação (e pela improcedência da demanda por perícia), sob os argumentos de que: (a) o conceito de insumos para as contribuições deriva do inciso II do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 e da IN SRF no 404/2004 (bens com ação direta sobre o produto em fabricação); (b) somente os serviços prestados por pessoa jurídica contribuinte geram créditos, desde que utilizados diretamente na linha de produção da empresa; (c) em relação a ativo imobilizado, as glosas estão todas especificamente motivadas (DT05 glosados em virtude da data de aquisição/emissão nota fiscal ser anterior à previsão legal, que só reconheceu o beneficio para bens adquiridos a partir de 2006; EDIF06 glosados por serem considerados como edificações do ano de 2006; EDIF07 glosados por serem considerados como Edificações do ano de 2007; N glosados por não serem considerados como bens do ativo imobilizado e/ou não serem empregados no processo produtivo do adquirente; NCD glosados por não estarem relacionados no Decreto no 5.789/2006, mencionados no Decreto no 5.988/2006; e NREB glosados por serem vendas equiparadas a exportações, não gerando direito a crédito), não havendo cerceamento de defesa; (d) o encargo referente à depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem começa a ser utilizado; (e) as glosas em relação ao ativo imobilizado não alcançam a totalidade dos valores pleiteados, havendo a autoridade fiscal primeiramente identificado cada uma das glosas efetuadas para, na sequência, refazer o cálculo das parcelas que deveriam ser levadas à base de cálculo do direito creditório, consideradas as depreciações adotadas pelo sujeito passivo; e (f) as glosas em relação a “bens considerados como edificações” estão com a perfeita e Fl. 668DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 4 individualizada identificação do bem ou serviço glosado (v.g., bens e serviços explicitamente destinados ao setor administrativo ou caracterizados como obras civis, passando por gaveteiros, armários, poltronas, colchões, leitos, serviços de paisagismo e de fornecimento de refeições). Cientificada do acórdão da DRJ em 15/02/2012 (AR de fl. 596), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 16/03/2012 (fls. 598 a 641), basicamente reiterando as considerações expostas na manifestação de inconformidade, e acrescentando que: (a) não há disposição normativa que restrinja o aproveitamento dos encargos de depreciação/amortização a partir da utilização do bem; (b) a Lei no 11.488/2007 não vedou nem autorizou o aproveitamento de créditos em relação ao óleo BPF (ou outro óleo combustível), que já era autorizado pelas Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003; e (c) são relevantes as decisões administrativas/judiciais trazidas aos autos. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como relatado de início, a ação fiscal buscou verificar o direito creditório demandado neste processo e em outros (referentes a “PIS não cumulativo” e a “COFINS não cumulativa”, de 2005 a 2007). O presente processo se refere exclusivamente à Contribuição para o PIS/PASEP relativa ao 3o trimestre de 2007. Cabe destacar que o processo congênere (de no 10280.722274/200954, referente à COFINS relativa ao 3o trimestre de 2007) foi apreciado por esta Terceira Turma recentemente, acordandose que: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2007 a 30/09/2007 REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO. No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de “insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e “serviços” que integram o custo de produção. CRÉDITOS. ÁCIDO SULFÚRICO, FRETES, SERVIÇOS DE REMOÇÃO DE REJEITOS INDUSTRIAIS. É legítima a tomada de crédito da contribuição nãocumulativa em relação às aquisições de ácido sulfúrico e respectivos fretes e serviços de remoção de lama vermelha, areia e crosta, por integrarem o custo de produção do produto exportado (alumina).”(Acórdão no 3403001.955, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, maioria, sessão de 20.mar.2013) (grifo nosso) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403001.954 e 956, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, maioria, sessão de 20.mar.2013, que tratavam, Fl. 669DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 668 5 respectivamente, da COFINS do quarto e do primeiro trimestres de 2007) (nos três julgamentos fui vencido quanto ao reconhecimento de créditos em relação à remoção de resíduos, ao lado do Cons. Robson José Bayerl) Assim, prosseguese na análise do presente processo, destacandose que os assuntos em discussão são basicamente os mesmos já analisados pela turma nos Acórdãos mencionados: (a) aspectos constitucionais da não cumulatividade; (b) delimitação do conceito de insumo para as contribuições; (c) glosas de bens considerados como insumos (v.g., ácido sulfúrico); (d) glosas de serviços considerados como insumos (transporte de rejeitos); e (e) glosas em relação a edificações e bens do ativo imobilizado, inclusive no que se refere a bases diferenciadas (1/12). Preliminarmente a tais questões, no entanto, cabe efetuar considerações sobre o ônus probatório nos processos referentes a compensação, como o presente. 1. Considerações iniciais O ônus probatório em processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito. Assim vem reiteradamente decidindo esta turma de forma unânime: “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica.” (Acórdãos n. 3403002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânimes, sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos pedidos de compensação/ressarcimento, incumbe ao postulante a prova de que cumpre os requisitos previstos na legislação para a obtenção do crédito pleiteado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 3403003.173, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 21.ago.2014) (No mesmo sentido: Acórdão n. 3403003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014; Acórdão 3403002.681, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403002.472, 473, 474, 475 e 476, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013) Não há dúvidas, assim, sobre ser o ônus probatório da recorrente, no caso em análise. E o fisco não se furtou a assegurar à recorrente a possibilidade de exercer tal prova, durante o procedimento de fiscalização. Incumbe à empresa a apresentação de prova de vínculo dos bens e serviços ao seu processo produtivo, sendo a visita às instalações da empresa medida Fl. 670DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 6 que se faz necessária somente no caso de haver dúvidas em relação ao conteúdo probatório apresentado. Da mesma forma, a diligência se presta a esclarecer dúvida do julgador, e não à complementação probatória. Feitos estes esclarecimentos, indeferese, por desnecessária, a realização de perícia no caso concreto. Aproveitase ainda este tópico preliminar para aclarar que as decisões administrativas e judiciais prestamse a auxiliar na formação de convicção de julgador administrativo, mas apenas em alguns casos excepcionais (v.g., as proferidas nas sistemáticas citadas no art. 62A do Regimento Interno deste CARF) efetivamente exercem efeito vinculante no julgamento por este colegiado. Assim, indubitavelmente se toma em conta a jurisprudência apresentada na presente análise, ainda que dela se discorde eventualmente. 2. Do caráter constitucional da não cumulatividade Impendese destacar a impossibilidade de análise por parte deste CARF de eventual tese que sustente ser a nãocumulatividade expressa na Constituição Federal brasileira (art. 195, § 12) inatingível (ou não sujeita a restrições) pela legislação infraconstitucional, devendo eventual modulação ser feita tãosomente no próprio texto constitucional, o que culminaria no reconhecimento de inconstitucionalidade nas limitações estabelecidas essencialmente pelas Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003. O tema já é inclusive sumulado no âmbito deste tribunal: “Súmula CARF no 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Resta, assim, a análise da abrangência do conceito de insumos na legislação referente à contribuição, e a verificação da compatibilidade das glosas a tal conceito. 3. Da delimitação do conceito de insumos para as contribuições O termo insumo é polissêmico. Por isso, há que se indagar qual é sua abrangência no contexto das Leis no 10.627/2002 e no 10.833/2003. Na busca de um norte para a questão, poderseia ter em consideração os teores do § 5o do art. 66 da IN SRF no 247/2002 (editado com base no art. 66 da Lei no 10.637/2002) e do art. 8o da IN SRF no 404/2004 (editado com alicerce no art. 92 da Lei no 10.833/2003), que, para efeito de disciplina da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, estabelecem entendimento de que o termo insumo utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda abrange “as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado” e “os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto”. Outro caminho seria buscar analogia com a legislação do IPI ou do IR (ambas frequentes na jurisprudência deste CARF). Contudo, tal tarefa se revela improfícua, pois em face da legislação que rege as contribuições, o conceito expresso nas normas que tratam do IPI é demasiadamente restritivo, e o encontrado a partir da legislação do IR é excessivamente amplo, visto que se adotada a acepção de “despesas operacionais”, chegarseia à absurda Fl. 671DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 669 7 conclusão de que a maior parte dos incisos do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 (inclusive alguns que demandaram alteração legislativa para inclusão v.g. incisos IX, referente a energia elétrica e térmica, e X, sobre valetransporte ... para prestadoras de serviços de limpeza...) é inútil ou desnecessária. A Lei no 10.637/2002, que trata da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa, e a Lei no 10.833/2003, que trata da COFINS nãocumulativa, explicitam, em seus arts. 3o, que podem ser descontados créditos em relação a: “II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis (...)” (grifo nosso) A mera leitura dos dispositivos legais já aponta para a impossibilidade de se considerar como insumo um bem ou serviço que não seja utilizado na produção ou fabricação do bem destinado à venda. Há, assim, que se acolher a argumentação de que o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final, como vem reiteradamente decidindo esta Terceira Turma: “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. (...).” (Acórdão no 3403003.166, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime – em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403002.469 a 477; no 3403 001.893 a 896; no 3403001.935; no 3403002.318 e 319; e no 3403.002.783 e 784) Isto posto, cabe analisar a adequação ao conceito de insumo das rubricas questionadas no presente contencioso, já destacando que não se identifica com a legislação do IPI nem com a do IR. As glosas discutidas ocorreram basicamente em três grupos: bens utilizados como insumo, serviços utilizados como insumo e bens do ativo imobilizado. 3.1. Bens utilizados como insumo Em relação a bens utilizados como insumos, as glosas efetuadas foram (fl. 416): “10.1 Glosas efetuadas em produtos/bens por não serem aplicados diretamente no processo produtivo; Fl. 672DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 8 10.2 Glosas efetuadas nos produtos/bens por serem considerados como ativo imobilizado; 10.3 Glosas efetuadas em produtos/bens por não conterem descrição detalhada do bem ou informação sobre sua aplicação no processo produtivo; 10.4 Glosa dos fretes referentes aos produtos/bens glosados.” Na planilha 10 (fls. 350 a 355) são detalhadas as glosas de bens, que abrangem: produto químico (para tratamento de óleo BPF remoção de asfaltenos e graxas), ácido sulfúrico (para limpeza ácida dos trocadores de calor e neutralização de efluentes líquidos), e inibidor de corrosão e dispersante (para tratamento de água potável e resfriamento de água). São ainda glosados os fretes relativos ao transporte de ácido sulfúrico. A empresa alega em sua defesa que consideramse insumos, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, todos os gastos gerais da pessoa jurídica necessários para a produção dos bens ou prestação de serviços. Sobre o tema, remetemos ao entendimento já exarado neste voto a respeito da delimitação do conceito de insumos para as contribuições, reiterando que o insumo gerador de créditos deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. E, nesse contexto, cabe destacar que esta Turma já analisou todos os itens sobre os quais se defende a empresa (em relação ao mesmo período), concluindo unanimemente que dois deles (óleo BPF e ácido sulfúrico) são enquadrados no conceito de insumos adotado: “A descrição do processo produtivo permite identificar que o óleo BPF é aplicado no processo produtivo como fonte de energia para a calcinação do hidrato; a areia é utilizada no processo produtivo como elemento filtrante e depois de tratada é descartada como rejeito industrial; a lama vermelha se origina do processamento do underflow e é descartada como rejeito industrial, após ser devidamente tratada; e o ácido sulfúrico é utilizado para desincrustar linhas e trocadores de calor, para neutralizar efluentes e para desmineralizar a água das caldeiras. Na descrição do processo produtivo não foi possível verificar onde são aplicados e nem a função desempenhada pelos produtos inibidor de corrosão, antiespumante e aditivo dispersante. O exame da planilha 10 revela que neste processo administrativo a fiscalização só glosou créditos decorrentes das aquisições de ácido sulfúrico, dos respectivos fretes, do inibidor de corrosão e do dispersante de sais inorgânicos. A motivação para a glosa dos fretes foi a mesma utilizada para o ácido, ou seja, o frete foi glosado porque o material transportado, sob a ótica da fiscalização, não tinha aptidão para gerar crédito da contribuição. A fiscalização considerou o ácido sulfúrico como material de limpeza e consignou na planilha 10 que o inibidor de corrosão e o dispersante de sais são aplicados no tratamento de água potável e no resfriamento de água. Fl. 673DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 670 9 Na descrição do processo produtivo, no item denominado “ÁREA 46”, está especificado que existem dois tipos de água, a potável e a industrial. Os produtos inibidor de corrosão e do dispersante de sais inorgânicos são aplicados no tratamento da água potável e, portanto, não são utilizados no processo produtivo. Tendo em vista que a recorrente não contestou especificamente a motivação relativa a esses produtos, deve prevalecer a glosa efetuada. A descrição do processo produtivo revela que o ácido sulfúrico tem outras utilidades, além se servir como desincrustante. A limpeza de dutos e trocadores de calor, assim como a desmineralização da água das caldeiras e o tratamento de efluentes são procedimentos necessários para assegurar a eficiência das instalações fabris e a proteção do meioambiente. A empresa incorre em custos ao adotar esses procedimentos. E é inequívoco que esses custos estão umbilicalmente correlacionados com o processo produtivo da alumina, enquadrandose na disposição do art. 290, I do RIR/99. Assim, devem ser afastadas as glosas relativas ao ácido sulfúrico e aos respectivos fretes, uma vez que são insumos que integram o custo de produção (art. 290, I, do RIR/99). Integrando o custo de produção, o valor desses insumos deve ser considerado no cálculo do crédito da contribuição, nos termos do art. 3º, II, da Lei nº 10.833/03. Quanto aos demais bens descritos na planilha 10 A, tidos pela recorrente como insumos, verificase que em sua maioria não são relacionados ao processo produtivo. Após a leitura da descrição do processo de fabricação da alumina, é de clareza vítrea que torneiras para jardim, ferramentas manuais, ferramentas intercambiáveis, trenas, tábuas de passar, lixeiras para a sala de RH, pilha alcalina AAA, bateria automotiva, etc, não são insumos aplicados no processo produtivo, não sendo aptos a gerarem créditos da contribuição. A mesma planilha relaciona alguns poucos bens que geram dúvidas quanto a integrarem ou não o custo de produção. Entretanto, a descrição do processo produtivo não permitiu identificar onde esses bens são aplicados e nem a função que desempenham. Estão nesta classe de produtos: a espuma de poliuretano e guarnição esponjosa, a roda cortadora para aço e ferro, disjuntores e transformador de comando. A fiscalização considerou que esses produtos não são insumos porque não se desgastam ou perdem suas propriedades físicas ou químicas mediante ação direta do produto em fabricação. Segundo o critério do Fisco, realmente tais produtos não são insumos aptos a gerarem créditos das contribuições, mas pelo critério do custo de produção, que vem sendo adotado pelo CARF, tais produtos poderiam ensejar a tomada do crédito, caso Fl. 674DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 10 a recorrente tivesse apresentado algum elemento capaz de elidir a glosa efetuada. Caberia à recorrente ter comprovado na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário onde são aplicados e quais as funções desempenhadas pelos produtos, pois a teor do art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72 a impugnação deve ser específica e vir acompanhada dos elementos de prova necessários ao convencimento do julgador. Tendo em vista, que não houve contestação específica em relação aos demais bens relacionados na planilha 10 – A e que os elementos existentes nos autos não permitem identificar nem a função e nem onde são aplicados aqueles produtos, há que se manter a glosa efetuada pela fiscalização.”(voto condutor do Acórdão no 3403001.955, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime em relação à matéria, sessão de 20.mar.2013) Em relação ao terceiro item (inibidor de corrosão e dispersante), a glosa é fundamentada no fato de a aplicação ser em água potável, e não em água destinada ao processo produtivo. Na manifestação de inconformidade a empresa até alega (fl. 446) que o inibidor de corrosão é utilizado para “formar uma película protetora contra corrosão nas tubulações de água de resfriamento”. Mas sequer esta informação é renovada em sede de recurso voluntário, restando carente de questionamento específico tal item. Assim, mantenho o entendimento externado pela turma no referido julgamento, reconhecendo o direito ao crédito em relação às aquisições de ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte). Não havendo questionamento específico, mantémse a glosa em relação aos demais itens. 3.2. Serviços utilizados como insumo Em relação a serviços utilizados como insumo, as glosas são as seguintes (fl. 416): “CRÉDITOS DECORRENTES DE SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS (Ficha 06A/03): Pela análise dos arquivos magnéticos recebidos, referente a aquisição de serviços, constatamos a existência de Serviços, considerados pela fiscalização, como não utilizados na produção dos bens, conforme detalhamento das glosas relacionadas nas planilhas 08 e 09, anexas.” Na planilha 8 (fls. 345 a 347) são detalhadas as glosas de serviços, que abrangem manutenção de elevadores, e montagem/desmontagem de andaimes, entre outros, não questionados especificamente pela defesa, restrita aos serviços de transporte de rejeitos industriais. E no único serviço especificamente questionado assiste razão à recorrente, conforme também já assentado unanimemente por esta turma recentemente. Transcrevase excerto do julgamento que resultou no Acórdão no 3403002.764, no qual passamos a acolher a possibilidade de crédito em relação à remoção de resíduos, reformando posicionamento anterior, adotado nos Acórdãos no 3403001.954, 955 e 956: Fl. 675DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 671 11 “Deve ser reconhecido o direito de crédito em relação ao pagamento pela prestação de serviço de remoção de rejeitos industriais, visto que tal atividade deve ser considerada como inserida no contexto da produção, tal como sustenta o Recorrente (fl. 464/465). Entendo que assiste razão ao Recorrente, pois os serviços de transporte dos resíduos industriais configuram atos que viabilizam e integram a atividade produtiva. Não apenas o transporte de matériaprima destinada ao processo produtivo, mas também o transporte dos resíduos decorrentes da produção configura ato que viabiliza e integra o processo produtivo. Este tema foi enfrentado logo nos primeiros julgados deste Conselho a respeito do regime nãocumulativo, concluindose que “Quanto aos dispêndios realizados com o serviço de remoção de resíduos industriais, não há nenhuma dúvida de que este serviço é parte do processo de industrialização dos bens exportados e está vinculado à receita de exportação. Pela natureza da atividade da recorrente, sem este serviço não há produção. Sendo um serviço diretamente vinculado ao processo produtivo, entendo que a recorrente tem direito ao crédito da Cofins incidente sobre a compra desse serviço e, como tal, tem direito ao ressarcimento desse crédito em face da exportação dos produtos (inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002)” (trecho do voto proferido no Acórdão 20181.139, Recurso 148.457, Processo 11065.101271/200647, Rel. Cons. Walber José da Silva, j. 02.06.2008). Entendo, pois, que deve ser reconhecido o direito de crédito em relação aos serviços de remoção de resíduos em questão. Quanto às demais aquisições de serviços, no entanto, tendo em vista que não houve a demonstração pelo contribuinte de sua participação no processo produtivo –precluindo a oportunidade de fazêlo, eis que não fez tal demonstração nem na manifestação de inconformidade, nem no recurso voluntário, deve ser mantida a glosa realizada pela Fiscalização.” (voto unanimemente acolhido no Acórdão no 3403002.764, Rel. Cons. Ivan Allegretti, sessão de 25.fev.2014) (grifo nosso) Assim, novamente mantenho o entendimento externado pela turma, reconhecendo o direito ao crédito em relação a serviços de transporte de rejeitos industriais, mantendose a glosa em relação aos serviços não especificamente questionados pela defesa. 3.3. Bens do ativo imobilizado Em relação ao ativo imobilizado, as motivações para as glosas (efetuadas em relação a bens com depreciação de 1/48 e de 1/12 foram, respectivamente (fls. 417/418): Fl. 676DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 12 13.1 Por aproveitamento do crédito no prazo de 4 (quatro anos) correspondendo a 1/48 (quarenta e oito avos) do valor de aquisição do bem (Lei no 10.833/2003, art 3o , § 14, introduzido pela Lei no 10.865, art. 21 e Instrução Normativa SRF no 457/2004, art. 1, inciso I do § 2o e art. 2o, § 2o, e inciso II do caput). Através (sic) dos arquivos magnéticos referentes a aquisições para o Ativo Imobilizado de maio/2004 a dezembro/2005, constatamos a existência de bens que não se enquadram como maquinas e equipamentos utilizados na produção de bens destinados a venda. Efetuamos a glosa dos bens separandoos em duas categorias: 1) Máquinas, equipamentos e outros bens não utilizados na produção dos produtos destinados à venda. 2) Máquinas, equipamentos e outros bens considerados como Edificações, conforme detalhado nas planilhas 01 a 07B, em anexo. (...) Em relação à construção da Expansão II, o contribuinte informou que a mesma (sic) só entrou em operação a partir de janeiro de 2006 e a Expansão III somente em 2008. (...) 13.2 Por aproveitamento do crédito no prazo de 12 (doze) meses, contados da data de aquisição, sendo calculado, mediante a aplicação da alíquota de 7,6% sobre o valor correspondente a l/12 (um doze avos) do custo de aquisição do bem. O benefício é aplicável às máquinas, aos aparelhos, aos instrumentos e aos equipamentos, novos, relacionados em regulamento e incorporados ao ativo imobilizado adquiridos entre 2006 e 2013, por pessoas jurídicas que tenham projeto aprovado para instalação, ampliação, modernização ou diversificação enquadrado em setores da economia considerados prioritários para o desenvolvimento regional em microregiões menos desenvolvidas localizadas em áreas de atuação das extintas Sudene e Sudam. (Lei 11.196/2005, art 31, e Decreto no 5.988/2006). Após analise dos arquivos contendo listagem dos bens com aproveitamento de crédito no prazo de 12 (doze) meses, constatamos diversas irregularidades na utilização dos referidos créditos. Elaboramos a Planilha 07D onde constam todas as glosas efetuadas e as planilhas 07E, 07F e 07G resumindo os valores glosados. Abaixo segue codificação adotada para as glosas efetuadas na planilha 07D: DT05 Glosados em virtude da data de aquisição(emissão nota fiscal) ser anterior a previsão legal que só reconheceu o benefício para bens adquiridos a partir de 2006 EDIF06 Glosados por serem considerados como Edificações do ano de 2006. EDIF07 Glosados por serem considerados como Edificações do ano de 2007. N Glosados por não serem considerados como bens do ativo imobilizado e/ou não empregados no processo produtivo do adquirente. Fl. 677DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 672 13 NCD Glosados por não estarem relacionados no Decreto 5.789/2006 mencionado no Decreto no 5.988/2006. NREB Glosados por serem vendas equiparadas a exportações, não gerando direito a crédito.” (grifo nosso) O primeiro grupo de glosas (depreciação de 1/48 Lei no 10.833/2003, art. 3o, § 14) é detalhado nas planilhas 01 a 07B (fls. 80 a 188). De fato, compulsando as planilhas percebese que os objetos das glosas são bens destinados a atividades administrativas (v.g., mesa de reunião, gaveteiro, armário, colchão, leitos e poltronas) ou tratamse de obras civis, não atendendo aos pressupostos da matriz legal (serem máquinas e equipamentos e destinarem se ao processo produtivo). No segundo grupo de glosas (depreciação de 1/12 Lei no 11.196/2005, art. 31), a fiscalização expõe que ocorreram diversas irregularidades, detalhadas nas planilhas de fls. 189 a 344, dividindoas em seis grupos: aquisição anterior à vigência da base legal; edificações de período posterior (2006 e 2007); ausência de qualificação como bens do ativo imobilizado ou empregados no processo produtivo; falta de previsão no decreto regulamentador; e vendas equiparadas a exportações. E a recorrente, em ambos os casos, apresenta defesa genérica, não apontando objetivamente elementos que levariam a comprovar a adequação ao comando legal, ou sequer suscitar dúvida quanto ao registrado pelo fisco. São reproduzidos diversos dispositivos normativos e decisões, mas a defesa não consegue vinculálos de forma eficaz à situação concreta narrada nos autos. Como destacou o julgador de piso, “não foi a autoridade fiscal, mas sim a contribuinte que não se desincumbiu do ônus mínimo de demonstrar razões de fato e de direito que pudessem corroborar suas afirmações”. E a regra de que o encargo referente à depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem começa a ser utilizado encontra expressa guarida no art. 305, § 2o do RIR (por sua vez derivado de disposição legal art. 57, § 8o da Lei no 4.506//1964): “[A] quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir”. Também em relação a tal tema já se manifestou esta Turma no processo congênere de COFINS relativa ao mesmo período, chegando às mesmas conclusões que aqui externamos: “DA GLOSA DOS CRÉDITOS TOMADOS COM BASE NO ART. 3º, § 14 DA LEI Nº 10.833/04 Quanto à glosa dos créditos tomados sobre o valor de aquisição de bens para o ativo imobilizado, como opção à regra geral da tomada de crédito sobre a depreciação desses bens (art. 3º, § 14 da Lei nº 10.833/04), o exame das planilhas 1 a 7B revela que essas glosas foram motivadas pela fiscalização em dois fatos: a) os bens não se enquadram como máquinas e equipamentos ou não são aplicados diretamente na produção dos bens destinados à venda; e b) os bens, embora pertençam ao imobilizado, são edificações não abrangidas pelo benefício legal. (...) Fl. 678DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 14 Os bens relacionados nessa planilha não se enquadram na hipótese legal do art. 3º, VI, da Lei nº 10.833/03, ou seja, não constituem “máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços”. O requisito legal que rende ensejo ao crédito é que as máquinas, os equipamentos ou os “outros bens” sejam passíveis de ativação e que sua destinação seja a locação a terceiros ou o emprego na produção, o que não é o caso dos produtos glosados pela fiscalização na planilha 1. Por seu turno, os valores dos produtos relacionados nas planilha 2 e 5 foram glosados porque os bens ali descritos constituem edificações. Os bens descritos constituem partes de edificações, como estruturas metálicas, ou bens destinados à construção civil, como elevadores, mãodeobra, “diversos materiais para construção civil”, e etc. A opção prevista no art. 3º, § 14 da Lei nº 10.833/04 só alcança os bens especificados no art. 3º, VI, da lei, que não inclui obras de construção civil e nem suas partes. Quanto à planilha 4, os bens relacionados constituem basicamente móveis como por exemplo: gaveteiros, colchões, painel divisor, armários, balcão de atendimento, mesa de reunião, mapoteca e cabideiro, (...). É óbvio que tais produtos não possuem aptidão para gerarem créditos, pois nem sequer são utilizados na produção da alumina. Portanto, ficam mantidas as glosas efetuadas pela fiscalização. DA GLOSA DOS CRÉDITOS TOMADOS COM BASE NO ART. 31 DA LEI Nº 11.196/2005. (...) O que a fiscalização fez foi glosar bens que não se enquadram na previsão contida no art. 31 da Lei nº 11.196/2005. Os requisitos estabelecidos nesse dispositivo legal são os seguintes: a) a pessoa jurídica deve ter projeto aprovado para instalação, ampliação, modernização ou diversificação enquadrado em setores da economia considerados prioritários; b) localização nas áreas das extintas Sudene e Sudam; c) o crédito é gerado pela aquisição, a partir do ano de 2006, de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados em regulamento, destinados à incorporação ao seu ativo imobilizado; d) o desconto do crédito deve ser feito no prazo de 12 meses, contados da aquisição do bem; e e) o crédito é resultante da aplicação da alíquota de 7,6% sobre 1/12 do custo de aquisição do bem. O exame da planilha 7D revela que a fiscalização somente questionou o item “c” acima relacionado, pois os códigos das glosas foram os seguintes: DT05 – indica que o bem foi glosado em virtude da data de aquisição ser anterior à publicação da Lei nº 11.196/2005; EDIF06 E EDIF07 – indica que se tratam de edificações dos Fl. 679DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 673 15 anos de 2006 e 2007, que não são contempladas pelo benefício; Nindica que os bens não são considerados bens do imobilizado ou não são empregados no processo produtivo do adquirente; NCDindica que os bens não estão relacionados no regulamento; NREBindica que o bem não possui aptidão para gerar crédito por ter sido adquirido em operação equiparada a exportação (que é desonerada das contribuições). A recorrente mais uma vez não se desincumbiu do ônus estabelecido no art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72, pois não contestou especificamente e nem trouxe documentação hábil a elidir nenhum dos motivos invocados para a glosa. Sendo assim, devem ser mantidos os cálculos elaborados pela fiscalização. A defesa invocou as soluções de consulta proferidas pela 8ª Região Fiscal, nas quais o órgão entendeu que materiais utilizados na manutenção dos bens de produção da empresa são passíveis de gerarem créditos das contribuições. Esse direito em momento algum foi contestado pela fiscalização ou pelo Acórdão de primeira instância. A questão é a mesma já constatada linhas acima, qual seja: o contribuinte não apresentou contestação específica elencando quais itens foram destinados à manutenção do ativo imobilizado, não demonstrou se os bens aplicados eram ou não passíveis de ativação obrigatória e também não demonstrou onde e como foram aplicados. Ao contrário do alegado pela defesa, o art. 6º, §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03, não autoriza o crédito em relação a qualquer gasto vinculado à obtenção da receita de exportação, pois o § 1º remete o cálculo do crédito ao disposto no art. 3º. Portanto, os eventos que dão direito ao crédito são os mesmos, independentemente de a venda da produção ocorrer no mercado interno ou externo.” (Acórdão no 3403001.955, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime em relação ao tema, sessão de 20.mar.2013) (grifo nosso) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403001.954 e 956, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânimes em relação ao tema, sessão de 20.mar.2013, que tratavam, respectivamente, da COFINS do quarto e do primeiro trimestres de 2007) Mantémse, assim, novamente o entendimento já firmado na turma, restando hígidas neste tópico as glosas efetuadas pelo fisco. 4. Considerações finais Cabe destacar derradeiramente que o presente processo inclui ainda um Auto de Infração (fl. 420). A autuação, no montante de R$ 2.449.840,29 (não há indicação de multas ou juros) só é mencionada na referida folha, e foi expressamente lavrada “em obediência ao Fl. 680DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 16 disposto no art. 9o, § 4o do Decreto no 70.235/72”. Tal dispositivo, com a redação dada pela Lei no 11.941/2009, dispõe: “Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (...) § 4o O disposto no caput deste artigo aplicase também nas hipóteses em que, constatada infração à legislação tributária, dela não resulte exigência de crédito tributário”. Matematicamente, o valor da autuação (R$ 2.449.840,29) deveria corresponder exatamente ao crédito pleiteado no PER de fls. 5 a 8 (R$ 9.129.079,32) subtraído do valor homologado das compensações pelo despacho de fl. 422 (R$ 6.679.236,12). Mas não é o que ocorre, visto que no documento referente ao despacho decisório inserese como valor pleiteado R$ 9.129.076,41 (valor diferente do que consta no PER transmitido R$ 9.129.079,32, aparentemente sem justificativa). Como tanto o valor glosado quanto o valor reconhecido constaram em despachos da autoridade local, e a “autuação” não terá maiores efeitos no presente processo, como se destaca a seguir, temse que a diferença de R$ 2,91 não afetará o resultado do julgamento. E se a empresa não detém os créditos, a providência a ser adotada pelo fisco é a não efetivação do ressarcimento ou da restituição. Caso já tenham os créditos sido utilizados em compensação declarada, mas não homologada, ainda assim não haveria que se falar em lançamento, mas na providência referida no art. 74, §§ 6o a 9o da Lei no 9.430/1996 (encaminhamento para inscrição em dívida ativa). Assim, entendese que, pelo próprio fundamento adotado (art. 9o, § 4o do Decreto no 70.235/72), não se está efetivamente exigindo crédito tributário, mas tão somente registrando o valor glosado. Não trata, portanto, o presente processo de exigência de crédito tributário, mas de análise de PER (no montante de R$ 9.129.079,32) e de DCOMP (valores de R$ 8.484.421,82 e R$ 350.000,00), com parcial deferimento na unidade local, como exposto. Entendimento diverso levaria ou a duplicidade de exigência ou a exigência via lançamento de crédito confessado. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Rosaldo Trevisan Fl. 681DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.722269/200941 Acórdão n.º 3403003.517 S3C4T3 Fl. 674 17 Fl. 682DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN
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