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Numero do processo: 10680.933007/2009-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 25 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO
Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus de sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem que faça prova de sua liquidez e certeza.
DCTF. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL.
Por aplicação do parágrafo único do art 149 do CTN, as novas informações trazidas em DCTF retificadora somente produzem efeitos se a retificação ocorrer dentro do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador.
Negado Provimento ao Recurso Voluntário.
Numero da decisão: 3101-001.515
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente.
(assinado digitalmente)
MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS - Redator designado.
EDITADO EM: 08/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra (Suplente),Vanessa Albuquerque Valente e Luiz Roberto Domingo.
Nome do relator: VANESSA ALBUQUERQUE VALENTE
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/09/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus de sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem que faça prova de sua liquidez e certeza. DCTF. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. Por aplicação do parágrafo único do art 149 do CTN, as novas informações trazidas em DCTF retificadora somente produzem efeitos se a retificação ocorrer dentro do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Negado Provimento ao Recurso Voluntário.
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ÔNUS DA PROVA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus de sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem que faça prova de sua liquidez e certeza. DCTF. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. Por aplicação do parágrafo único do art 149 do CTN, as novas informações trazidas em DCTF retificadora somente produzem efeitos se a retificação ocorrer dentro do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Negado Provimento ao Recurso Voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. (assinado digitalmente) MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Redator designado. EDITADO EM: 08/01/2015 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 30 07 /2 00 9- 06 Fl. 76DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 77 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra (Suplente),Vanessa Albuquerque Valente e Luiz Roberto Domingo. Relatório Por bem relatar os fatos, transcrevo o relatório da decisão recorrida: "A contribuinte aqui identificada transmitiu Per/Dcomp visando a compensar o(s) débito(s) nela declarado(s), com crédito proveniente de pagamento a maior de Cofins, (...). A Delegacia da Receita Federal de Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico (...) no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos da contribuinte, não restando saldo creditório disponível. Irresignada com o indeferimento do seu pedido, (...), a contribuinte apresentou, (...), manifestação de inconformidade (...), com os argumentos a seguir resumidos. Narrando os fatos considerados na emissão do despacho decisório, alega que exerceu o seu direito conforme disposto na legislação vigente à época em que foram feitas as compensações, utilizandose de Per/Dcomp, sendo que apenas não procedeu a retificação das DCTFs e demais obrigações acessórias. Acrescenta que a compensação realizada, que tem natureza 'declaratória', está amparada no art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, não se enquadrando em nenhuma das hipóteses de vedações legais. Por fim, relaciona os documentos anexados e requer seja acolhida a sua defesa." A DRJ de Belo Horizonte indeferiu o pleito de restituição/compensação, nos termos do Acórdão 0237.219, de 30 de janeiro de 2012. O fundamento adotado pela DRJ para o indeferimento do pedido foi o fato de a contribuinte só haver retificado a DCTF (reduzindo o valor do débito da contribuição anteriormente declarado) após o prazo de cinco anos. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário a este Conselho, alegando, em síntese: a) que a DCTF retificadora foi transmitida e aceita pelos sistemas da Receita Federal, não podendo ser descartada sob a alegação de haver sido transmitida mais de cinco anos após a realização do pagamento; b) que o procedimento da compensação não exige a retificação da DCTF, tendo a contribuinte efetuado a retificação para evitar o desencontro de informações; Fl. 77DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 78 3 c) que o pagamento a maior decorreu da inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição, de medicamentos sujeitos à alíquota zero (demonstra os cálculos em planilha anexa); d) requer que o presente processo seja apreciado conjuntamente aos demais processos informados em planilha anexa, pois todos tratam da mesma questão de direito, diferindo apenas quanto ao período de apuração do crédito e aos valores. É o relatório. Voto Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios – redatora ad hoc Por intermédio do Despacho de efolha 75, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF1, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, incumbiume o Presidente da Turma a formalizar o Acórdão 3101001.515, não entregue pela relatora original, Conselheira Vanessa Albuquerque Valente, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pela relatora original, que foi acompanhada, por unanimidade, pelos demais integrantes do colegiado. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para sua admissibilidade. Dele se tomou conhecimento. A questão discutida nestes autos é idêntica à tratada em diversos outros processos da contribuinte, conforme alegou a própria Recorrente. Um dos processos foi recentemente julgado na Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara desta Terceira Seção. Transcrevese excertos do voto proferido no Acórdão 3202000.864, de 20 de agosto de 2013, da ilustre Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, que adotase como fundamento na solução do presente litígio: "Nos termos do art. 170 do CTN, para fins de compensação, é certo que o ônus da prova da existência do crédito alegado cabe exclusivamente à contribuinte, que deve demonstrar ser possuidora de crédito tributário líquido e certo contra a Fazenda Nacional, a fim de que tal crédito possa ser utilizado em compensação. 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou não mais componha o colegiado; Fl. 78DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 79 4 No caso em questão, pretende a recorrente seja aceita como prova do crédito que alega possuir, referente a fato gerador da Cofins ocorrido em 31/01/2003, as informações constantes de DCTF retificadora enviada em 11/11/2009, há mais de cinco anos, portanto, da ocorrência do fato gerador. Salientese que a data de envio da retificadora informada pela DRJ não foi contestada pela recorrente, presumindose, pois, verdadeira. As informações constantes da DCTF, que é instrumento que formaliza o cumprimento de obrigação acessória, têm efeito de confissão de dívida, constituindose tal Declaração em instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário nele declarado, conforme dispõe o art. 5º do Decreto lei nº. 2.124/84: Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 1º. O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. (...) § 3°. Sem prejuízo das penalidades aplicáveis pela inobservância da obrigação principal, o não cumprimento da obrigação acessória na forma da legislação sujeitará o infrator à multa de que tratam os §§ 2°, 3° e 4° do artigo 11 do Decretolei n°1.968, de 23 de novembro de 1982, com a redação que lhe foi dada pelo Decretolei n°2.065 de 26 de outubro de 1983. (grifo não constante do original) Enganase a recorrente ao afirmar que, no caso, o único efeito da entrega extemporânea da DCTF seria a imposição de multa por descumprimento de obrigação acessória. Tal multa, de fato, existe, mas não se adequa ao caso, vez que a contribuinte não deixou de apresentar a DCTF no prazo legal, antes pelo contrário, apresentoua, e, a partir daquele momento, as informações ali constantes passaram a constituirse em confissão de dívida. É claro que as informações prestadas na DCTF podem ser alteradas e, com isso, alterarse a dívida confessada naquele instrumento. Acontece, porém, que, da mesma forma como existe prazo limite de cinco anos para a Fazenda Pública constituir crédito tributário contra o contribuinte, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação (§4º art. 150 do CTN), também há de se obedecer o mesmo prazo qüinqüenal para que o contribuinte possa exigir da Fazenda qualquer crédito tributário que porventura detenha. A segurança jurídica é via de mão dupla, tanto para o contribuinte quanto para a Fazenda Pública. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 80 5 Quanto a esta matéria, adoto, ainda, como razões de decidir, o voto condutor do Acórdão nº. 140200.170, proferido nos autos do processo nº 10825.900563/200815, de lavra do i. Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, cujo teor transcrevo abaixo excertos: '........................................................................................... Nos termos do artigo 147 e seguintes, do Código Tributário Nacional, o lançamento pode darse por a) declaração; b) homologação e c) de ofício. No caso, interessanos o lançamento por homologação que à luz do artigo 150, do CTN, ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de identificar a matéria tributável, apurar o quanto devido e realizar o pagamento, cabendo à autoridade administrativa homologar a atividade praticada pelo sujeito passivo ou, em discordando, efetuar o lançamento de ofício. Quando o sujeito passivo, no lançamento por homologação, identifica a matéria tributável, apura a base de cálculo e calcula o valor do tributo devido, informandoo à Administração Tributária por meio de DCTF, temse a constituição de um crédito em favor do Fisco. Neste caso é o sujeito passivo que apura o valor que reconhece devido ao sujeito ativo. Por outro lado, quando o Fisco, em lançamento por declaração ou de ofício, apura o valor do imposto devido e notifica ao sujeito passivo, tem o credor o prazo de cinco anos para exigir o respectivo tributo, sob pena de prescrição. Pelo que se depreende do artigo 149, parágrafo único, do CTN, este lapso temporal de 5 (cinco) anos também se verifica nos casos em que o sujeito passivo, nos lançamentos por homologação, comete erros na constituição do crédito. Por hipótese, se constituiu crédito tributário considerando base de cálculo além da devida, lhe é assegurado o prazo de cinco anos para retificar o ato de constituição do débito, no caso a DCTF. O prazo quinquenal de que trata o artigo 150, [§4º] do CTN, é prazo aplicável tanto em favor do Fisco quanto do contribuinte para retificarem o lançamento, nas hipóteses admitidas em lei. Decorrido tal prazo não é lícito o fisco fazer exigência em face do contribuinte e, tampouco, este pode retificar DCTF para diminuir o valor anteriormente constituído. O que o contribuinte precisa entender é que ao entregar a DCTF constitui crédito em favor do Fisco, podendo retificála no prazo de 5 (cinco) anos. Decorrido tal prazo extinguese o direito da parte em retificar a DCTF.' (negrito não constante do original) Fl. 80DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 81 6 Desta forma, a despeito do extremo inconformismo demonstrado pela contribuinte em relação à não aceitação da DCTF retificadora para fins de comprovação do crédito que alega possuir, nada há nos autos que possa socorrer a pretensão da autora. Por se tratar de crédito tributário definitivamente constituído contra a contribuinte, também se mostra inócua a diligência requerida pela querelante, vez que, qualquer que seja a conclusão a que se chegue por conta da diligência, os valores informados na DCTF originária não mais podem ser alterados. De outro giro, entendo também inexistente qualquer nulidade na decisão recorrida, vez que não se trata de nenhum dos casos previstos no art. 59 do Decreto nº. 70.235/72. Demais disso, como afirmado pela própria recorrente em seu recurso voluntário, temse que a autoridade julgadora é livre na formação de sua convicção e na análise das provas constantes dos autos, não lhe sendo obrigado requerer diligência em razão de a recorrente entendêla necessária. Por fim, não há no Regimento Interno do CARF qualquer dispositivo que impeça julgamentos diversos, proferidos por diferentes Câmaras e/ou Turmas, em processos administrativos distintos que versem sobre idêntica matéria e refiramse ao mesmo contribuinte, de forma que não há suporte à pretensão da recorrente quanto ao pedido de julgamento único dos 25 processos que alega tramitarem no CARF ." No caso presente o pagamento supostamente efetuado a maior foi efetuado em relação ao fato gerador ocorrido em 30/09/2002, enquanto a DCTF retificadora foi transmitida em 05/08/2009. Assim, adequase perfeitamente à situação decidida segundo o voto acima transcrito. Nestes termos, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário apresentado. E são essas as considerações possíveis para suprir a inexistência do voto. Mônica Monteiro Garcia de los Rios – Redatora ad hoc Fl. 81DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS
score : 1.0
Numero do processo: 10830.000118/2003-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Jan 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002
SALDO CREDOR REMANESCENTE IPI. CRÉDITO PROVENIENTE DA COMPRA DE INSUMO UTILIZADO NO PROCESSO INDUSTRIAL. RESSARCIMENTO MEDIANTE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE.
Nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, é passível de ressarcimento mediante compensação o saldo credor do IPI proveniente da compra de matéria-prima utilizada no processo de fabricação de produto industrializado e comercializado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3102-002.112
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer, adicionalmente, o direito creditório da recorrente ao valor de R$ 14.600,00 e homologar as compensações até do limite do valor crédito reconhecido, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 SALDO CREDOR REMANESCENTE IPI. CRÉDITO PROVENIENTE DA COMPRA DE INSUMO UTILIZADO NO PROCESSO INDUSTRIAL. RESSARCIMENTO MEDIANTE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. Nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, é passível de ressarcimento mediante compensação o saldo credor do IPI proveniente da compra de matéria-prima utilizada no processo de fabricação de produto industrializado e comercializado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer, adicionalmente, o direito creditório da recorrente ao valor de R$ 14.600,00 e homologar as compensações até do limite do valor crédito reconhecido, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro - Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento - Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 SALDO CREDOR REMANESCENTE IPI. CRÉDITO PROVENIENTE DA COMPRA DE INSUMO UTILIZADO NO PROCESSO INDUSTRIAL. RESSARCIMENTO MEDIANTE COMPENSAÇÃO. POSSIBILIDADE. Nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779, de 19 de janeiro de 1999, é passível de ressarcimento mediante compensação o saldo credor do IPI proveniente da compra de matériaprima utilizada no processo de fabricação de produto industrializado e comercializado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, dar parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer, adicionalmente, o direito creditório da recorrente ao valor de R$ 14.600,00 e homologar as compensações até do limite do valor crédito reconhecido, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho, José Fernandes do Nascimento, Andréa Medrado Darzé e Nanci Gama. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 01 18 /2 00 3- 70 Fl. 330DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07 /01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 2 Relatório Tratase de Pedido de Restituição (fl. 6) do saldo credor remanescente de IPI do 4° trimestre de 2002, no valor total de R$ 42.190,35, cumulado com declarações de compensação colacionadas aos autos. A autoridade competente da unidade da Receita Federal de origem, acatando as conclusões exaradas na Informação Fiscal de fls. 124/126, por meio do Despacho Decisório de fls. 162/164, deferiu parcialmente o pedido de ressarcimento e reconheceu o crédito no valor de R$ 9.268,97. A glosa do valor de R$ 21.053,83 deuse em razão de a contribuinte ter incluído no saldo credor do período créditos cujo CFOP é 1.99.1 (outras entradas outros créditos de mercadorias não especificadas) que não são conceituadas como insumos, não sendo passíveis de ressarcimento. O valor restante da glosa (diferença de R$ 11.867,55), deu se em razão de o crédito ter sido apurado em conformidade com o demonstrativo dos valores escriturados no Livro de Apuração no trimestrecalendário, conforme explicitado nos Demonstrativos de fls. 120/122 (glosa referente à período anterior). Regularmente cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual contestou apenas o Termo de Intimação n° 10830/SEORT/CPS/1103/2007, solicitando seu cancelamento com base nas novas provas coligidas aos autos, a saber: a) cópias de notas fiscais de vendas de mercadoria consignada e de remessa de mercadoria em consignação; b) cópia do Livro de Registros de Entradas das remessas; e c) cópia do Livro de Registro de Entradas das vendas. A Turma de Julgamento de primeiro grau considerou os referidos documentos como contestação apenas da parcela glosada de créditos de IPI no montante de R$ 21.900,00 e prolatou a decisão de fls. 228/232, em que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/10/2002 a 31/12/2002 MATÉRIA NÃO CONTESTADA. A matéria submetida a glosa em revisão de pedido de ressarcimento de crédito presumido de IPI, não especificamente contestada na manifestação de inconformidade, é reputada como incontroversa, e é insuscetível de ser trazida a baila em momento processual subseqüente. RESSARCIMENTO. CRÉDITO GLOSADO. O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei no 9.779, de 1999, do saldo credor do IPI, decorre apenas das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização. Fl. 331DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07 /01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO Processo nº 10830.000118/200370 Acórdão n.º 3102002.112 S3C1T2 Fl. 11 3 Em 22/3/2011, a interessada foi cientificada da decisão de primeira instância. Inconformada, em 20/4/2011, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 234/244, em que reafirmou as razões de defesa aduzidas na manifestação de inconformidade, em aditamento alegou que, o valor do crédito glosado, no valor de R$ 21.900,00, tratavase da compra do produto denominado “Baygard”, aplicado diretamente sobre as fibras têxteis durante o processo de fabricação do tecido, a fim de impermeabilizálo e conferilhe maior qualidade e durabilidade. A remessa sob à forma de consignação ocorrera tão somente para fins de ampliação do prazo de pagamento, ou seja, houve uma remessa para faturamento futuro, mas nunca com a finalidade de revenda. Informou ainda a recorrente que, logo após o recebimento do produto em consignagao, houve a efetiva operação de compra, conforme pode se verificar nas notas fiscais acostadas aos autos. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. O cerne da controvérsia cingese a glosa parcela do saldo do credor do IPI, no valor de R$ 21.053,83, proveniente da apropriação de crédito do IPI destacados em notas fiscais de simples remessa de mercadorias para venda em consignação (CFOP 1.99.1 Outras entradas de mercadorias não especificadas), que segundo o entendimento da fiscalização, ratificado pela Turma de Julgamento de primeira instância, não configurava operação que a legislação reconhecesse direito ao crédito do IPI, para fins do ressarcimento previsto no art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999, por não se tratar de insumos aplicados na industrialização dos produtos fabricados pela recorrente. Por sua vez, alegou a recorrente que as operações de simples remessa do produto químico “Baygard” não eram para fim de revenda, mas para utilização no processo de produção, para impermeabilizar e conferir maior qualidade e durabilidade as fibras têxteis durante o processo de fabricação do tecido, e que, por estratégia mercadológica, com vistas a ampliação do prazo de pagamento, o produto era inicialmente faturado como simples remessa, mas logo em seguida era realizada a efetiva operação de compra do produto, com a emissão das respectivas notas fiscais. Em parte procede a alegação da recorrente. Com base na documentação fiscal colacionada aos autos (fls. 178/221), constatase que, logo após a operação de remessa em consignação era realizada a operação de compra e vendo do referido produto (CFOP 1.101 – Compra para industrialização). Portanto, tratase de aquisição de matériaprima utilizada no processo de industrialização dos produos fabricados pela recorrente. Além disso, consultando a literatua técnica disponível na internet foi possível confirmar que o citado produto tem a utilização e a finalidade informadas pela recorrente. Porém, em relação a remessa do produto em consignação realizada no dia 3/12/2002 (nota fiscal 10098), no valor de R$ 80.300,00 e IPI destacado de R$ 7.300,00, Fl. 332DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07 /01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO 4 verificase que a operação de compra e venda somente foi efetivada em 6/1/2003, logo, o valor IPI desta operação não pode ser apropriado no 4º trimestre de 2002, mas no trimestre em que realizada a efetiva compra e venda do produto, ou seja, no 1º trimestre de 2003. Por todo o exposto, votase por DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso, para, adicionalmente, reconhecer o direito creditório da recorrente ao valor de R$ 14.600,00 e homologar as compensações até do limite do valor crédito reconhecido. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 333DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 07 /01/2014 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 20/02/2014 por LUIS MARCELO GUER RA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 10166.908074/2009-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2004 a 01/02/2006
Ementa:
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O recurso tem prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado, o desrespeito a este prazo gera intempestividade, e por conseqüência o não conhecimento deste.
Numero da decisão: 3301-001.904
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do Recurso Voluntário.
Rodrigo Possa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábia Regina Freitas - Relatora.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2004 a 01/02/2006 Ementa: RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O recurso tem prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado, o desrespeito a este prazo gera intempestividade, e por conseqüência o não conhecimento deste.
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INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O recurso tem prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado, o desrespeito a este prazo gera intempestividade, e por conseqüência o não conhecimento deste. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do Recurso Voluntário. Rodrigo Possa Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas Relatora. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 80 74 /2 00 9- 01 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ Brasília (fl. 27/48) que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte (fls. 01 a 16) que contrapôs ao despacho decisório que não homologou a compensação pleiteada, relativa a pagamento a maior de PIS e COFINS. O contribuinte transmitiu eletronicamente em 13/10/2006, Declaração de Compensação – DCOMP n°. 40201.10193.131006.1.3.049312, com base em suposto crédito oriundo do período de 01/2004 a 02/2006, quando foi pago “PIS e COFINS, sobre toda a receita de venda de mercadorias, sem a devida exclusão da base de calculo dos produtos monofásicos. Sendo a atividade da empresa, bar e restaurante, com grande volume de venda de chopp, cervejas e refrigerantes”. O pagamento realizado a maior ocorreu por não observância do tratamento tributário adequado descrito nos art. 49 e 50 da lei 10.833/2003. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico pela não homologação da compensação, fundamentado na inexistência de crédito. De acordo com os cálculos efetuados pelo contribuinte, o valor total recolhido a maior/indevidamente, e que ora requer compensação, totalizava até a data da transmissão do PER/DCOMP a importância de R$ 93,88 (noventa e três reais e oitenta e oito centavos). Cientificada desse Despacho, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade. Informada do erro na apuração dos impostos, apresentou Declaração de Informações Econômico fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ retificadora do período, corrigindo as informações referentes ao PIS e COFINS, passando a compensar os valores pagos a maior na quitação do PIS e COFINS dos meses seguintes a partir de 03/2006, por meio de PER/DCOMP. Entretanto, quando tomou conhecimento do referido Despacho Decisório, procurou o plantão fiscal da Receita Federal, com todos os documentos a respeito do assunto, sendo informada da necessidade de apresentar DCTF retificadoras. Apresentando DCTF retificadoras, solicitou a baixa dos débitos referentes aos Despachos Decisórios, colocandose à disposição para a apresentação de outros documentos. Nesse sentido, consta às fls. 19/22 que na sessão de 16/04/2012, a 4º Turma da DRJ/BSB proferiu o acórdão nº 0347.850 cuja ementa segue abaixo: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2005 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS DCTF RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10166.908074/200901 Acórdão n.º 3301001.904 S3C3T1 Fl. 3 3 Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de DCTF retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo à demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o contribuinte, devidamente cientificado, interpôs Recurso Voluntário as fls. 27/48 por meio do qual contesta o referido Acórdão, que segundo o seu entendimento, merece ser integralmente reformado, posto que colide com a legislação pátria e a jurisprudência aplicável ao caso. É o relatório. Voto Conselheiro Fábia Regina Freitas Preliminarmente, é dever do julgador apreciar os requisitos de admissibilidade do Recurso Voluntário. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 O artigo 56 da Lei nº 9.784/99 confirma o direito constitucional de o contribuinte interpor recurso contra as decisões administrativas, determinando que “cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito”. Vislumbrase que tal fato busca, na verdade, o reexame da decisão por outra autoridade, a fim de obterse um aprimoramento dos julgados na fundamentação de suas decisões, propiciando, desta forma, maior segurança ao sistema. Pois bem, vencido em primeira instância, o contribuinte não está obrigado a recorrer, mas, se assim proceder, estará sujeito ao prazo de 30 dias, sob pena de preclusão, para apresentar Recurso Voluntário, conforme preceitua o caput do art. 33, do Decreto nº 70.235/72 c.c. art. 68 do Decreto nº 7.574/2011. Verificase, que se ultrapassado esse período, qual seja, 30 (trinta) dias contados a partir da ciência da decisão, sem a apresentação pelo contribuinte do Recurso Voluntário, estará ele impedido de apresentar referido recurso em outro momento. No caso em tela, a Recorrente foi intimada de modo regular em 25/05/2012 (sextafeira), conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 25), e só protocolizou seu Recurso Voluntário na data de 28/06/2012 (quintafeira), ou seja, 2 (dois) dias após o transcurso do prazo recursal, já que o prazo encerrouse no dia 26/06/2012 (terçafeira). Diante do exposto, não conheço do presente Recurso Voluntário, por ser intempestivo. Conclusão Com essas considerações, voto pelo NÃO CONHECIMENTO do Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 26 de junho de 2013 Fábia Regina Freitas Fl. 53DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000618/2009-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 03 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS.
O art. 42 da Lei n° 9.430/96 autoriza considerar como receitas omitidas os montantes relativos a depósitos bancários cuja origem não foi comprovada com documentação hábil e idônea pelo contribuinte devidamente intimado para tanto.
MULTA CONFISCATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA.
Não compete ao órgão de julgamento administrativo proferir juízo quanto à constitucionalidade de norma vigente.
Aplica-se ao lançamento da CSLL, PIS e COFINS o decidido para o de IRPJ em função de decorrerem dos mesmos elementos fáticos e probatórios.
Recurso desprovido.
Numero da decisão: 1401-001.097
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Jorge Celso Freire da Silva Presidente
Assinado digitalmente
Maurício Pereira Faro Relator
Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Karem Jureidini Dias, e Mauricio Pereira Faro.
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. O art. 42 da Lei n° 9.430/96 autoriza considerar como receitas omitidas os montantes relativos a depósitos bancários cuja origem não foi comprovada com documentação hábil e idônea pelo contribuinte devidamente intimado para tanto. MULTA CONFISCATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. Não compete ao órgão de julgamento administrativo proferir juízo quanto à constitucionalidade de norma vigente. Aplica-se ao lançamento da CSLL, PIS e COFINS o decidido para o de IRPJ em função de decorrerem dos mesmos elementos fáticos e probatórios. Recurso desprovido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva Presidente Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro Relator Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Karem Jureidini Dias, e Mauricio Pereira Faro.
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS. O art. 42 da Lei n° 9.430/96 autoriza considerar como receitas omitidas os montantes relativos a depósitos bancários cuja origem não foi comprovada com documentação hábil e idônea pelo contribuinte devidamente intimado para tanto. MULTA CONFISCATÓRIA. INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA. Não compete ao órgão de julgamento administrativo proferir juízo quanto à constitucionalidade de norma vigente. Aplicase ao lançamento da CSLL, PIS e COFINS o decidido para o de IRPJ em função de decorrerem dos mesmos elementos fáticos e probatórios. Recurso desprovido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 06 18 /2 00 9- 44 Fl. 873DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 25/11/201 4 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 14041.000618/200944 Acórdão n.º 1401001.097 S1C4T1 Fl. 3 2 Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva – Presidente Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Antonio Bezerra Neto, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Karem Jureidini Dias, e Mauricio Pereira Faro. Relatório Tratase de de recurso voluntário interposto pelo contribuinte contra decisao que julgou procedente o auto de infraçao. Por bem resumir a questão aqui posta eu adoto o relatório da primeira instância: Tratam os autos de lançamentos de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ), de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), de Contribuição ao Programa de Integração Social (PIS) e de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), consubstanciados nos autos de infração às fl. 01/155, referentes ao anocalendário 2005, com crédito tributário total de R$ 5.575.522,11. Consoante o Termo de Verificação Fiscal (TVF) integrante dos autos de infração, fl. 37/46, instruído com as tabelas às fl. 47/155, foi apurada omissão de receitas com base em créditos em contascorrentes mantidos junto ao Banco de Brasília S/A (BRB), ao Banco do Brasil S/A (BB), à Caixa Econômica Federal (CEF) e ao Banco Brasileiro de Desconto (Bradesco), cuja origem não restou comprovada pelo contribuinte regular intimação, nos termos do art. 42 da Lei n° 9.430/96. O lucro foi arbitrado com base no art. 530, II do Decreto n° 3.000/99 (RIR199), tendo em vista deficiências da escrituração que a tornam imprestável para a identificação e a conciliação da sua efetiva movimentação fmanceira. Cientificado pessoalmente do lançamento em 09/11/2009, o sujeito passivo apresentou a impugnação às fl. 781/795 em 09/12/2009, instruída com os documentos às fl. 796/817, cujo teor está resumido a seguir: • Da inexistência de fato gerador Forneceu os extratos bancários do Bradesco e da CEF que deram suporte aos seus lançamentos contábeis, comprovando, assim, a origem dos valores questionados, não cabendo a presunção de omissão de receita do art. 42 da Lei n° 9.430/96; Fl. 874DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 25/11/201 4 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 14041.000618/200944 Acórdão n.º 1401001.097 S1C4T1 Fl. 4 3 o A presunção a que se refere esse dispositivo legal tem aplicação apenas em relação a valores creditados em conta de poupança ou conta de investimento: "(...) valores creditados em conta de depósito ou de investimento (...)" (grifo no original). No caso, os créditos foram em contacorrente. Por essa razão não cabe a presunção, sob pena de violação do princípio da legalidade; o Cumpre ao fisco comprovar que os valores creditados/depositados na contacorrente do impugnante representam efetivo acréscimo patrimonial. Não houve qualquer prova nesse sentido; o Lançamento feito apenas com base em extratos bancários é imprestável para comprovar a ocorrência do fato gerador, ou seja, os depósitos por si só não têm o condão de justificar o lançamento tributário Há diversos acórdãos do Conselho de Contribuintes nesse sentido; • Quanto à Multa de oficio — o Ao aplicar a multa de 75% o Fisco agiu desproporcionalmente ao valor econômico envolvido e extrapolou os limites da razoabilidade, caracterizando confisco, abuso e ilegalidade, bem assim, olvidando a sua natureza jurídica de media punitiva e educativa; o Ausência de intuito de fraude ou sonegação por parte da impugnante; Há decisões judiciais do Tribunal Regional Fede • da 1Região e o Supremo Tribunal Federal no sentido de que .multa de 75% é confiscatória; • Solicita, ao fim, a improcedência dos lançamentos, haja vista cobrança excessiva de valores a título de multa, bem assim porque não estão aptos a converteremse em título executivo (CDA) líquido e certo, carecendo de pressuposto de validade. Ao menos, solicita a redução da multa ao percentual de 5%. Em face de tais argumentos, entendeu o órgão julgador a quo por julgar procedente o auto de infração. Em face do referido acórdão de Primeira Instância o contribuinte interpôs o recurso voluntário ora analisado. É o relatório. Fl. 875DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 25/11/201 4 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 14041.000618/200944 Acórdão n.º 1401001.097 S1C4T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Maurício Pereira Faro O art. 42 da Lei n° 9.430/96 dispõe de forma clara que os valores 'creditados em contas de depósito ou investimento para os quais o contribuinte não comprovar, após devidamente intimado, a origem dos recursos com documentação hábil e idônea, devem ser considerados receita omitida. Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Diferentemente do entendimento defendido pelo sujeito passivo, a expressão "conta de depósito" não se restringe a contas de poupança. Tanto a contacorrente como a conta de poupança são contas de depósito, sendo a primeira considerada de "conta depósito à vista", regulada pela Resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) n° 2.025/1993 e alterações posteriores, e a segunda, de "conta especial de depósito", regulada pela Resolução CMN n° 3.211/2004. Então, no caso, como o lançamento foi efetuado com base em créditos efetuados em contacorrente, o disposto no art. 42 da Lei n° 9.430/96 é aplicável. Na espécie, o contribuinte foi intimado por diversas vezes a comprovar a origem dos créditos bancários, não tendo sido apresentada documentação hábil e idônea para tanto relativamente aos créditos constantes nas planilhas às fl. 47/155. Em vista disso, a autoridade fiscal cumpriu o procedimento estabelecido no art. 42 para que tais créditos pudessem ser considerados como receitas omitidas por presunção legal. Frisese, conforme esclarecimento do TVF à fl. 45, que foram excluídas as transferências entre contas do contribuinte. Não prospera a alegação de que os créditos em contacorrente foram devidamente comprovados com a apresentação de extratos bancários. Na realidade, tais extratos são o ponto de partida para a verificação da ocorrência dos referidos créditos por parte da autoridade fiscal, cabendo ao contribuinte, nos termos do art. 42, comprovar individualmente a origem de cada um deles, ou seja, de que operações da empresa os mesmos resultaram. É devido salientar também que a norma não estabeleceu a necessidade de comprovação por parte da autoridade fiscal de que os créditos efetuados em contacorrente do contribuinte representaram acréscimo patrimonial como condição para o lançamento com base na presunção legal de omissão de receitas. Fl. 876DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 25/11/201 4 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 14041.000618/200944 Acórdão n.º 1401001.097 S1C4T1 Fl. 6 5 O dispositivo legal é claro no sentido de que para a caracterização da omissão de receitas é necessário apenas que o contribuinte tenha sido intimado a comprovar a origem de cada crédito efetuado em sua conta de depósito (ou de investimento) e que o mesmo não tenha apresentado documentação hábil e idônea para tanto. Consoante já mencionado, a autoridade fiscal seguiu exatamente o procedimento estabelecido em norma, sendo, portanto, legítimo o lançamento realizado com base em extratos bancários. Nesse sentido, já se manifestou a jurisprudência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: IRPJ DEPÓSITOS BANCÁRIOS OMISSÃO DE RECEITAS – PRESUNÇÃO LEGAL Caracterizam como omissão de receitas os valores creditados em conta de depósito junto à instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa E física ou jurídica, regularmente intimado, não comprova, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.(AC 10197063, de 16/12/2008) OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A Lei n°9.430, de 1996, em seu art. 42, autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea , a origem dos recursos utilizados nessas operações. (AC 10249302, de 08/10/2008) Verificada, pois, a omissão de receitas, a autoridade fiscal agiu em conformidade com a lei ao considerar o seu montante na base de cálculo do IRPJ e das contribuições, de acordo com a determinação contida no art. 24, § 2°, da Lei n° 9249/95: Art. 24. Verificada a omissão de receita, a autoridade tributária determinará o valor do imposto e do adicional a serem lançados de acordo com o regime de tributação a que estiver submetida a pessoa jurídica no períodobase a que corresponder a omissão. á' 2° O valor da receita omitida será considerado na determinação da base de cálculo para o lançamento da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COF1NS, da Contribuição para o PIS/PASEP e das contribuições previdenciárias incidentes sobre a receita. No que se refere à multa de oficio aplicada, uma vez que o Recorrente traz argumento quanto à sua inconstitucionalidade, é devido delimitar a competência do julgador administrativo. O administrador é um mero executor de leis não lhe cabendo questionar a legalidade ou constitucionalidade do comando legal. A análise de teses contra a legalidade ou a constitucionalidade de normas é privativa do Poder Judiciário, conforme competência conferida constitucionalmente. Nesse sentido dispõe a súmula 2 do CARF: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 877DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 25/11/201 4 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 14041.000618/200944 Acórdão n.º 1401001.097 S1C4T1 Fl. 7 6 Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro Fl. 878DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/11/2014 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 25/11/201 4 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 27/11/2014 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
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Numero do processo: 10070.001394/2005-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO - PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL
A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário.
A despeito da possibilidade de análise posterior da documentação, deixou o contribuinte de fazer prova cabal do seu direito creditório.
Recurso Voluntário Não Provido.
Numero da decisão: 3301-002.136
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábia Regina Freitas - Relatora
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO - PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. A despeito da possibilidade de análise posterior da documentação, deixou o contribuinte de fazer prova cabal do seu direito creditório. Recurso Voluntário Não Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas - Relatora (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
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A despeito da possibilidade de análise posterior da documentação, deixou o contribuinte de fazer prova cabal do seu direito creditório. Recurso Voluntário Não Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 0. 00 13 94 /2 00 5- 66 Fl. 477DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por BHP Billiton Metais S.A contra Acórdão n. 1340.250, de 08 de março de 2012 (fls. 321/328), proferido pela 5ª Turma da DRJ/RJ2, que manteve o indeferimento da solicitação do contribuinte, formalizado através da Declaração de Compensação de débitos de IRPJ, do período de apuração 30/09/2005, nos valores de R$ 1.746.833,26 e R$ 1.242.821,16 (com crédito oriundo da incidência nãocumulativa da COFINS dos períodos 07/2005 e 08/2005). A delegacia de origem (DRF1 RJ), por meio do despacho decisório (fls. 199/201), indeferiu a solicitação do contribuinte, sob o argumento de não ter sido comprovado o pagamento a maior ou indevido das contribuições. Devidamente cientificada do despacho, a interessada apresentou, tempestivamente, em 04/10/2010 a Manifestação de Inconformidade (fls. 208/214), alegando em síntese que: “1. Cumpre salientar que, a apresentação unicamente da planilha, elaborada pelo consórcio do qual a Requerente e integrante, se deu pelo grande volume de notas fiscais e demais documentos que, embora não tivessem sido apresentados em tempo hábil a resposta a intimação recebida, já estão a disposição do Sr. Auditor Fiscal; 2. Por entender que a referida decisão deixou de atentar ao princípio do inquisitório e da verdade material, que regem o processo administrativo, a requerente apresenta sua manifestação de inconformidade a fim de que seja verificada a existência do direito creditório e consequente extinção dos débitos compensados; 3. Preliminarmente, nada obsta que essa Delegacia aprecie a documentação ora apresentada, uma vez que a mesma é necessária a comprovação da verdade material, sendo essa posição unânime da Câmara Superior de Recursos Fiscais; 4. Devese verificar que a nãohomologação da compensação ora em causa é consequência da postura da requerida, que deixou de cumprir com seu dever de oficio de realizar as diligências necessárias aos esclarecimentos dos fatos; 5. Contudo, a análise em questão em face do princípio inquisitório e ao princípio da verdade material que orientam o processo administrativo fiscal como corolários do princípio da legalidade aplicável ao Direito Tributário, há de se concluir pela homologação dos procedimentos realizados pelo contribuinte; 6. Apesar de possuir meios para identificar que a interessada possuía todos os créditos objeto da Declaração de Compensação realizada, a autoridade administrativa nada fez para esclarecer a origem dos créditos objeto da compensação, descumprindo com seu dever de investigação; 7. As decisões das Autoridades Administrativas devem sempre observar para com o seu encargo de prova e dever de investigação, realizandose todas as diligências necessárias a busca da verdade; Fl. 478DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 3 3 8. Desse modo, comprovada a origem e existência de créditos em montante suficiente é forçoso reconhecer a validade das compensações realizadas e, consequentemente, a extinção dos créditos tributários a que eles se referem; 9. E nem se diga que a existência do Acordão da DRJ/JFA deve ser aplicada ao presente caso, uma vez que o Consorcio Aluar, do qual a pessoa jurídica e integrante, possui todas as características necessárias para a constituição de um Consórcio, tais como (i) tem por objeto um empreendimento determinado; (ii) e um consórcio operacional para execução de negócios jurídicos relativos a atividade industrial determinada e (iii) há prazo de duração determinado; 10. Restando demonstrada a possibilidade da apuração dos créditos em causa e, estando documentalmente comprovada a sua apuração, deve ser inequivocadamente reconhecida à possibilidade da compensação realizada pela requerente nos autos o presente processo administrativo; 11. Ante o exposto, requer seja dado provimento ao presente recurso, para: 11.1. anular o despacho decisório, determinando seja proferida nova decisão que, mediante a apreciação de toda a prova digital constante dos autos, análise a suficiência dos créditos de Cofins NãoCumulativo e PIS Não Cumulativo para a realização das compensações pretendidas; ou 11.2. reformar o despacho decisório, reconhecendose – em face da prova acostada aos autos – a suficiência dos créditos de Cofins NãoCumulativo e PIS NãoCumulativo para a realização das compensações pretendidas e determinandose o cancelamento da cobrança ora recorrida. A DRJ não acolheu as alegações do contribuinte e manteve o indeferimento do direito pleiteado, conforme acórdão com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTARIO Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE. No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, e ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. As diligências, passíveis de serem promovidas e sede de julgamento administrativo, não se destinam a suprir a omissão na produção da prova por parte daquele a quem tal ônus incumbia, mas apenas a dirimir dúvidas pontuais acerca dos elementos de prova trazidos aos autos. PROVA DOCUMENTAL A prova documental será apresentada na impugnação ou manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazelo em outro momento processual. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Intimado do referido acórdão em 19 de marco de 2012 (fl. 351), o interessado apresentou Recurso Voluntário em 18 de abril de 2012 (fls. 355/ a 365), pleiteando a reforma do acórdão, reafirmando seus argumentos apresentados à DRJ e juntando nova documentação comprobatória. É o relatório. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Voto Conselheira Fábia Regina Freitas O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. De acordo com o mérito do acórdão da DRJ, verificase que a decisão não homologou a compensação pleiteada pelo contribuinte, por entender que não houve comprovação do direito creditório, já que segundo o seu entendimento, a empresa havia juntado apenas algumas planilhas em meio magnético que não teriam o condão de comprovar o crédito objeto da compensação. Por sua vez, o contribuinte ao interpor o seu Recurso Voluntário, anexou à petição vários recibos complementando as supostas provas que já tinham sido apresentadas. É importante ressaltar que houve por parte da empresa, pedido de reforma integral do acórdão proferido pela DRJ, e como pedido alternativo, caso não houvesse entendimento pela reforma do decisium, que o processo fosse baixado em diligência para confrontar as provas juntadas nos autos até o presente julgamento. Com isso, delimitase análise do presente caso, ao acolhimento ou não das provas juntadas no recurso voluntário. Como é sabido, o Processo Administrativo Fiscal Federal, é instaurado e conduzido pelo Decreto n. 70.235/72, e foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com o status de lei ordinária. As limitações à atividade probatória do contribuinte trazida pelo parágrafo 4º do artigo 16 têm, ainda, provocado divergências de posicionamento entre os julgadores de segunda instância administrativa. Na jurisprudência do CARF, há precedentes acolhendo três grandes correntes. A primeira seria em princípio, as decisões que não aceitam a apresentação de documentos (provas) após a impugnação; a segunda, as que aceitam, desde que apresentadas até o julgamento em primeira instância; e a terceira e última, as que aceitam a apresentação de documentos em qualquer fase do julgamento administrativo, até em fase de recurso especial. No acórdão da DRJ (fls. 318/319), fica claro que o posicionamento adotado, condiz com a primeira corrente, bastando observar o seguinte trecho do acórdão que diz: “Além disso, não há nos autos qualquer elementos de convicção que de motivo a uma nova diligência, alertando ainda que, já na fase litigiosa que caracteriza a presente manifestação de inconformidade, o momento propício para a apresentação de prova documental é, justamente, a impugnação da exigência, in casu, a presente manifestação de inconformidade”.(Grifo Nosso) Em contra partida, nesta Colenda Câmara, tem se adotado o entendimento de que as provas e documentos podem ser aceitos excepcionalmente, desde que caracterizem informações suplementares à Fl. 480DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 4 5 impugnação, principalmente quando se refira à matéria originalmente contestada e quando apresentada antes da decisão de primeira instância. Com o intuito de ilustrar esse entendimento, temos o registro da sessão de julgamento ocorrida em 12/02/2007, no PA 10814.008031/9875, em que a CSRF proferiu a seguinte decisão: “... a apresentação de prova documental, após o decurso do prazo para a interposição de impugnação, pode ser admitida excepcionalmente, nos termos do artigo 16, do Decreto n. 70.235/72. Com redação dada pela Lei n. 9532/97, a fim de que a decisão proferida se coadune com os princípios da legalidade e da verdade material”. Nesse sentido, podemos nortear o presente julgamento, utilizando a inteligência do acórdão n. 30334.308/2007, que diz o seguinte: “Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 31/12/1998 Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. PENALIDADE ISOLADA. DECADÊNCIA. Decadência é norma geral de direito tributário privativa de lei complementar. O CTN, recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com o status de lei complementar, disciplina o prazo decadencial em dois dispositivos: no artigo 150, § 40, especifico para tributos pagos sem prévio exame da autoridade administrativa; e no artigo 173, inciso I, que alcança o lançamento das penalidades. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Caracterizado o cerceamento ao direito de defesa pela não apreciação de parecer jurídico trazido aos autos antes do julgamento, bem como pela recusa da administração em juntar aos autos cópias de documentos que estavam em seu poder, considerados pelo sujeito passivo como provas das suas razões de impugnação. Processo que se declara nulo a partir do acórdão recorrido, inclusive”. No mérito da decisão supra citada, foi utilizado o seguinte fundamento: “(a) Cerceamento ao direito de defesa pela recusa de apreciação do Parecer Jurídico apresentado em 11.01.2005, como complementação da defesa, antes da realização do julgamento. O referido parecer elaborado por jurista, especialista em direito tributário e em processo administrativo fiscal, foi ignorado sob a alegação de não atendimento às condições previstas no § 4° do art. 16 do Decreto 70.235/72 (PAF). Entretanto, tal norma disciplina tãosomente a apreciação de prova documental no PAF, e evidentemente não abrange a hipótese de apresentação de parecer jurídico em complemento à impugnação. As interessadas citaram oportunamente a doutrina de Sérgio Ferraz e de A. A. Dallari para explicitar a natureza de um parecer jurídico. No caso, a disciplina adequada seria efetivamente a do art. 38 da LGPAF (Lei 9.784/99), utilizada subsidiariamente, já que o PAF (Decreto 70.235/72) é omisso quanto a isto. A norma evocada prevê que antes da decisão, na fase de instrução, podese juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do Fl. 481DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 processo. Portanto, a recusa de apreciação do parecer jurídico juntado aos autos na fase de instrução, antes da tomada de decisão, caracteriza cerceamento ao direito de defesa, eivando de nulidade absoluta a decisão recorrida. (Grifos nossos) Enfatizase que nesta situação a juntada do parecer não afetou de forma alguma o trâmite processual, não o prolongou, e não se justifica a recusa de conhecimento de matéria de defesa que necessariamente haveria de ser apreciada também em segunda instância, de forma que a omissão do julgador a quo também afronta o direito do contribuinte ao duplo grau de jurisdição. Houve claro cerceamento ao direito de ampla defesa. (b) Cerceamento ao direito de defesa pela recusa de juntada de documentos solicitada pelas impugnantes e que estavam em poder da Administração. Na ótica das ora recorrentes tais documentos visavam a demonstrar a inexistência de fraude na importação. Ora, durante a fase de impugnação todos os documentos das ora recorrentes estavam em poder da Administração. As impugnantes, então, com base no art. 37 da lei 9.784/99, que apenas expõe norma processual já assentada no ordenamento pátrio, válida também no processo civil, requereram a juntada de certos documentos que consideravam essenciais a provar a regularidade das operações de importação praticadas. Aqui não importa o juízo prévio da autoridade julgadora de primeira instância quanto à necessidade ou prescindibilidade de tais provas, entre outras razões porque era interesse da defesa apresentalas e circunstancialmente se encontravam em poder da administração, além do mais deveriam ser passíveis de apreciação também pela segunda instância julgadora em caso de insucesso no primeiro julgamento. A recusa em permitir essa produção de provas por parte das impugnantes, em relação a documentos que estavam em poder da administração, fulmina de nulidade absoluta a decisão de primeira instância por interferência perniciosa no contraditório e impor indevida limitação à defesa”. Pelas conclusões do Acórdão n. 30334.308, acima transcritas, verificase que o documento (parecer jurídico) não foi considerado como “prova” no conceito estabelecido pelo parágrafo 4º do artigo 16 do PAF, por ser considerado complemento da impugnação e, por conseguinte, o prazo para sua apresentação seria o estabelecido no artigo 38 da LGPF. Referida decisão se assemelha com as decisões anteriores, que por meio de construções de ordem argumentativa, excepcionam os documentos da aplicação do prazo de preclusão estabelecido pelo PAF. No presente caso não houve recusa na apresentação da documentação, o que ocorreu é que a mesma não foi apresentada no momento oportuno, ou melhor, dizendo foi apresentada de forma incompleta. Assim sendo, não podemos considerar que tenha havido cerceamento de defesa. Assim, a depender da documentação juntada pelo contribuinte, os órgãos administrativos se posicionam ora no sentido de aplicarem a literalidade da restrição do artigo 16 do PAF, ora no sentido de caracterizarem a inocorrência da preclusão, adequando a situação como excepcionais e em conformidade com as exceções elencadas no dispositivo legal. Para tanto, ainda que o contribuinte faça a juntada de documentos após o prazo legal, parece inconteste que deve existir uma prévia análise destes, mesmo que para se recursar a documentação, já que determinados documentos comprobatórios podem ser aceitos a qualquer momento por se referirem a fatos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Fl. 482DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 5 7 Estando assegurado, por lei, o direito a apresentação de alegações e provas que caracterizam o contraditório e a ampla defesa e, sendo a verdade material o objeto do Processo Administrativo Fiscal, assim como a celeridade processual, a oficialidade, entre outros princípios, não se pode falar em desrespeito ao direito de defesa do contribuinte, pela aplicação do prazo de preclusão para apresentação das provas, já que é a própria aplicação do principio da verdade material, que confere ao julgador a prerrogativa de verificar a legalidade do lançamento, independentemente das provas trazidas ao processo. Mesmo entendimento encontrado nos seguintes acórdãos: “Acórdão: 10809655/2008 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Exercício: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO – PRÍNCIPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. Recurso Voluntário Provido”. “Acórdão: 20311384/2006 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do §4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes portanto, da decisão, fere o princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que ai se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Recurso anulado” “Acórdão: 30239.947/2008 ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/09/2004 a 31/12/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO – PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. “No processo Fl. 483DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que ai se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento”. (Ac. 10318789 – 3ª Câmara – 1º.C.C). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371) Recurso Voluntário Provido”. Ademais, princípios de índole programática não são aptos a criar relações jurídicas materiais de ordem subjetiva, possuindo como destinatário, via de regra, o legislador ordinário, servindo tão somente de inspiração e orientação para o exercício da competência legislativa no momento da criação das normas jurídicas que regulam o imposto. Somente a lei, elaborada por quem detêm a competência legiferante conferida pela Constituição, assim como as normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata tem o condão de criar relações jurídicas de direito material. Parecenos, portanto, que a tendência das decisões da Câmara de Recursos Fiscais reside na aplicação de critérios de pertinência e utilidade na aceitação da documentação apresentada. Acertadas estão as decisões que conforme documentações juntadas pelo contribuinte se posicionam alternativamente ora no sentido de aplicarem a literalidade da restrição do art. 16 do PAF (acórdãos n. 10614.361, 10611530 e CSRF/0105778), ora no sentido de caracterizarem a inocorrência da preclusão, adequando a situação como excepcionais e em conformidade com as exceções elencadas no dispositivo legal e, para tanto, deve existir uma prévia análise dos documentos juntados, mesmo que para se recusar a documentação, em respeito a livre convicção do julgador na apreciação das provas, conforme determina o artigo 29 do Decreto n. 70235/72 “Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias”. Nesse sentido, a DRJ acertou ao afirmar que: “É basilar, ainda, quando a natureza da operação escriturada/documentada for importante para a caracterização ou não do direito creditório, que a descrição da operação constante dos registros e documentos seja clara, sem abreviaturas ou códigos que dificultem ou impossibilitem a perfeita caracterização do negócio. Em regra, portanto, cumpre ao contribuinte vincular registros contábeis a documentos fiscais, estabelecendo com clareza a natureza das operações por eles instrumentadas, não lhe sendo lícito simplesmente juntar uma massa de documentos ao processo, ou no caso em tela, planilhas, sem indicação individualizada de a quais registros se referem. A atividade de "provar" não se limita, no mais das vezes, a simplesmente juntar documentos aos autos; nos casos em que se têm inúmeros registros associados a inúmeros documentos, provar significa associar registros e documentos de forma individualizada, do mesmo modo que, no caso das provas indiciárias, exigese a contextualização dos fatos por via do cruzamento dos indícios”. Portanto, verificase que a empresa acostou aos autos, vários recibos (fls. 384/473) sem a devida correspondência entre as provas apresentadas até então. Não cabendo acatar o pedido alternativo, que era de baixar em diligência em caso de dúvida. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 6 9 Por fim, sabendo que: o Processo Administrativo Fiscal caracterizase como uma sequência ordenada de atos rumo à solução final – decisão e que para impedir que este caminho se prolongue por tempo indeterminado, a lei fixa o espaço de tempo máximo dentro dos quais os atos processuais devem ser validamente praticados, quer para a Fazenda, quer para o contribuinte; que estando assegurado por lei, o direito a apresentação de alegações e provas que caracterizam o contraditório e a ampla defesa e, sendo a verdade material o objeto específico do Processo Administrativo Fiscal, não se pode falar em desrespeito ao direito de defesa do contribuinte, pela aplicação do prazo de preclusão para apresentação das provas e, muito menos, em prejuízo a verdade material, já que é a própria aplicação deste príncipio que confere ao julgador a prerrogativa de verificar a legalidade do lançamento, independentemente das provas trazidas ao processo; que nem todo documento juntado aos autos pode ser chamado de “prova”, como também é verdade que alguns fatos não necessitam ser provados, como os fatos notórios ou incontroversos. Assim, nesse sentido, determinados documentos comprobatórios podem ser aceitos a qualquer momento por se referirem a fatos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador; que na prática, cada caso vai requerer uma análise mais apurada e que o direito da parte à produção de provas comporta graduação a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, de modo a assegurar o equilíbrio entre a celeridade desejável e a segurança indispensável na realização da Justiça. Concluise por negar provimento ao recurso voluntário, por insuficiência de provas que fossem capazes de comprovar o direito creditório do contribuinte. Reiterase que, não se pode usar as diligências como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pelas partes, também não se pode exigir que o julgador da questão controversa promova, ele próprio, a contextualização dos elementos de prova juntados ao processo. Conclusão Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 28 de novembro de 2013 Fábia Regina Freitas Fl. 485DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 Fl. 486DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 19515.001555/2006-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001
Ementa:IRPJ - DESPESAS. DEDUTIBILIDADE. CONDIÇÕES
As despesas com viagens, incentivo às vendas, propaganda, amostras e etc., oferecidas pela empresa aos seus funcionários, a título de reconhecimento e incentivo, pelo cumprimento de metas de vendas, representam gastos normais e usuais na atividade comercial. Sua dedutibilidade, todavia, está condicionada a que a empresa identifique, claramente, os beneficiários dos prêmios, bem como sua comprovação documental e contábil.
ADMISSÃO DE DOCUMENTOS ACOSTADOS EXTEMPORANEAMENTE. COMPLEMENTAÇÃO DE PROVAS TIDAS POR INSUFICIENTES.
Na situação em que os demonstrativos acostados aos autos com a impugnação foram considerados insuficientes para provar a alegação, inclusive por falta de clareza, podem ser admitidos em fase recursal novos demonstrativos e/ou outros documentos com maiores detalhes e esclarecimentos, com o objetivo de complementar a prova anterior e tempestivamente apresentada. As regras da preclusão processual devem ser temperadas com o princípio da verdade material.
Numero da decisão: 1301-001.305
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros deste colegiado, 1) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; 2) por unanimidade de votos, recurso voluntário provido em parte. Fez sustentação oral pela recorrente Dra. Eloísa de Almeida Rego Barros Curi (OAB 117304.
(assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros deste colegiado, 1) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; 2) por unanimidade de votos, recurso voluntário provido em parte. Fez sustentação oral pela recorrente Dra. Eloísa de Almeida Rego Barros Curi (OAB 117304. (assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes - Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
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AVON COSMETICOS ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001 Ementa:IRPJ DESPESAS. DEDUTIBILIDADE. CONDIÇÕES As despesas com viagens, incentivo às vendas, propaganda, amostras e etc., oferecidas pela empresa aos seus funcionários, a título de reconhecimento e incentivo, pelo cumprimento de metas de vendas, representam gastos normais e usuais na atividade comercial. Sua dedutibilidade, todavia, está condicionada a que a empresa identifique, claramente, os beneficiários dos prêmios, bem como sua comprovação documental e contábil. ADMISSÃO DE DOCUMENTOS ACOSTADOS EXTEMPORANEAMENTE. COMPLEMENTAÇÃO DE PROVAS TIDAS POR INSUFICIENTES. Na situação em que os demonstrativos acostados aos autos com a impugnação foram considerados insuficientes para provar a alegação, inclusive por falta de clareza, podem ser admitidos em fase recursal novos demonstrativos e/ou outros documentos com maiores detalhes e esclarecimentos, com o objetivo de complementar a prova anterior e tempestivamente apresentada. As regras da preclusão processual devem ser temperadas com o princípio da verdade material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros deste colegiado, 1) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício; 2) por unanimidade de votos, recurso voluntário provido em parte. Fez sustentação oral pela recorrente Dra. Eloísa de Almeida Rego Barros Curi (OAB 117304. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 15 55 /2 00 6- 09 Fl. 11885DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 2 (assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. Fl. 11886DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 11 3 Relatório Tratase de ação fiscal realizada na empresa acima identificada com a lavratura dos autos de infração relativos ao Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ, crédito tributário de R$ 26.542.091,92 (fls. 171 a 173) e à Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL, crédito tributário de R$ 9.555.152,97 (fls. 177 a 179), com juros de mora calculados até 31/07/2006 e multa de ofício de 75%, referentes aos fatos geradores ocorridos no anocalendário 2001. Conforme o TVF, a empresa foi intimada a apresentar o nome e número das contas escrituradas no Livro Diário e Razão que compõem os valores declarados no item 30, Ficha 05 A — "Outras Despesas Operacionais" de sua DIPJ/2002. Em resposta, a empresa apresentou planilha com 69 contas que compõem o item "Outras Despesas Operacionais" e, em razão desta grande quantidade a fiscalização selecionou 26 contas com totais anuais superiores a um milhão de reais, correspondentes ao valor total de R$.173.954.852,19, (95% aproximadamente do total declarado de R$.183.895.008,65). Em 23/02/2006, intimouse o contribuinte a comprovar 258 lançamentos das contas selecionadas, escolhidos por critério de amostragem, mediante documentação hábil e idônea coincidente em datas e valores. Em decorrência das comprovações apresentadas em atendimento à intimação, que se mostraram autuáveis, lavrouse em 29/05/2006, intimação complementar para que se fizesse as devidas comprovações para outros 589 lançamentos com valores iguais ou superiores a dez mil reais, limitação esta imposta pela grande quantidade de lançamentos inferiores a este limite, observandose que o total dos lançamentos inferiores a este limite, não é de grande monta, quando comparado ao total dos lançamentos intimados que é de R$.75.852.902,38. De acordo com o TVF, o Anexo 1 apresenta os lançamentos de 8 contas que se enquadram pela sua não comprovação da real necessidade à atividade da empresa e manutenção da respectiva fonte produtora, nos termos do art. 299 e parágrafos do RIR/99 e inúmeros acórdãos do 1° Conselho de Contribuintes. A fundamentação para cada lançamento é apresentada na coluna "Observação", dentre elas: "Despesa não necessária à atividade da empresa/manutenção da fonte produtora"; "Não comprovação da operação/causa de origem do lançamento"; "Despesa não necessária para manutenção da fonte produtora de receitas — Não Identificada a relação do beneficiário com a operação/causa de origem do lançamento". Justifica, a autoridade autuante, que há vários lançamentos sem a apresentação de contratos de prestação de serviços, notas fiscais sem especificação/natureza dos serviços, etc., estando em desacordo com o artigo 304 do RIR/99 e acórdãos do C.C. sobre a necessidade da comprovação, de pormenores a respeito da operação que dê causa à concessão do beneficio auferido, com a indicação das operações/causas que deram origem. Fl. 11887DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 4 0 Anexo 2 apresenta estes mesmos lançamentos do Anexo 1, agrupados mensalmente, que é a base de cálculo da autuação. O Anexo 3 do TVF apresenta os lançamentos de 17 contas que não foram comprovadas pela não apresentação de quaisquer documentações comprobatórias. Destaca, o auditorfiscal, que além de não caracterizar a operação/causa de origem do lançamento e seus efetivos pagamentos, não foi possível verificar as condições para o enquadramento do artigo 291 (quebras e perdas) para a conta 58570010 — MERC. DESTR/SIN e o artigo 366, inciso V do RIR/99 (despesas de propaganda, dedução de despesas de amostras) para a conta 58670010 — AMOSTRAS. O Anexo 4 apresenta estes mesmos lançamentos agrupados mensalmente, base de cálculo da autuação. O contribuinte foi cientificado das autuações e do Termo de Verificação Fiscal em 31/08/2006 e apresentou em 02/10/2006 (fl. 186), a impugnação de fls. 187 a 209, acompanhados dos documentos de fls. 210 a 7311 alegando, em apertada síntese, o que se segue: I. 0 lançamento de CSLL deve ser considerado nulo de pleno direito por vicio formal de competência, visto que os termos de inicio de fiscalização e reintimação não fizeram qualquer menção de que se estivesse inspecionando o recolhimento de CSLL. II. Tendo sido a impugnante notificada em 31/08/2006, os períodos de apuração encerrados em 31/03/2001 e 30/06/2001 encontramse extintos pelo instituto da decadência para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, cujo recolhimento constitui obrigação do contribuinte, independentemente de prévia manifestação do sujeito ativo, dispõe a autoridade administrativa do prazo de 5 anos contados da ocorrência do fato gerador para homologar os lançamentos ou constituir o crédito tributário, nos termos do § 4° do artigo 150 do CTN. III. A empresa tem como objeto social o comércio, distribuição, importação e exportação de cosméticos de qualquer forma ou tipo e se vale, desde a sua fundação, de um modo peculiar de vendas realizadas exclusivamente por pessoas físicas autônomas, chamadas "Revendedoras" que exercem atividade comercial autônoma, independente, adquirindo produtos para posterior revenda e auferindo lucro nessa transação. Atualmente, a Avon Cosméticos possui em seus cadastros mais de 1 milhão de Revendedoras ativas. A estrutura de vendas é composta por uma Vice Presidência de Vendas, 4 Gerentes Regionais de Vendas, 32 Gerentes de Vendas e 700 Gerentes de Setor em todo o pais. As estratégias de motivação utilizadas para estimular suas gerentes e revendedoras para realizar o maior número possível de vendas se vale, de forma relevante, de bonificações consistentes em premiações de diferentes tipos, concedidas no âmbito de planos de incentivo que prevêem metas a serem atingidas. Sendo sua força de vendas constituída principalmente por mulheres, os planos de incentivos costumam conceder prêmios tais como: jóias de valor considerável, viagens e até mesmo carros às gerentes e revendedoras que atingem metas excepcionais. IV. Despesas listadas no Anexo 1 do TVF. Aduz o impugnante que em momento algum o agente fiscal fundamentou o porquê de as despesas listadas não serem necessárias às atividades da empresa, limitandose a indicar numa tabela os itens glosados, indicando ao lado: "despesas não necessárias". É necessário que a autoridade lançadora justifique de forma clara e precisa as razões de sua decisão, o que não ocorreu. V. A impugnante já sofreu autuação de mesma natureza, na qual foi realizada glosa de despesas de promoção de vendas, sendo que quanto a este item foi integralmente cancelado em 1a instância administrativa. Fl. 11888DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 12 5 VI. Conta 54540010 — Recreação e Cultura. Comprovada mediante juntada da nota fiscal (doc. 13). Foram adquiridas 1276 cestas de natal, de valor unitário de R$.61,95, o que demonstra a total razoabilidade da despesa. VII. Conta 54520010 — Treinamento. Os documentos que comprovam estas despesas foram juntados à presente (docs. 14 a 20). Não foi questionada a idoneidade da documentação comprobatória, mas apenas sua necessidade, justificada por se tratar de treinamento de empregados para o desempenho de suas atividades. VIII. Conta 54520010 — Conferências e Viagens. Despesas com transporte, principalmente aéreo, de empregados a serviço da empresa, conforme docs. 21 a 49. Anexa sua Política de Viagens e os contratos firmados com as agências de viagem (doe 6). IX. Conferências de Natal — 54910050. Anexa folder (doc. 7) onde se observa realização de palestras sobre estratégias de marketing, premiação por metas de produtividade, treinamento das gerentes de setor. Sua dedutibilidade é patente. A comprovação de sua natureza e efetividade consta da ampla documentação anexada (docs. 50A a G). X. Programa de Incentivos — 56250010 e Lit Programa de Incentivos — 56250011. Estas despesas consistem nos custos de todas as viagens e prêmios, itens e literatura, concedidos como prêmios. Os itens de literatura relacionados aos programas são registrados na conta Lit Programa de Incentivos — 56250011. Ao serem atingidas as metas estipuladas, são concedidos prêmios, desde conjuntos de panela ate viagens e carros (doc.8 e doe 9). As despesas relacionadas a planos de incentivo, cujos documentos comprobatórios são anexados (docs. 89 a 223) devem ser consideradas dedutíveis. As despesas relativas a literatura relacionada a programas de incentivos constam nos documentos anexos (docs. 62 a 67). XI. Clube das Estrelas 56250014. Programa de incentivo aplicável a certas revendedoras que alcançam as metas préestabelecidas (regulamento — doc. 10). Oferece prêmios mais vultosos como carros e viagens, devendo ser consideradas dedutíveis, conforme docs. 68 a 88. XII. Reconhecimento de Gerente de Setor — 56220010. As despesas glosadas consistem em pagamentos efetuados às empresas Incentive House S.A. e Mark Up Ltda para implementação de programa de incentivo realizados em favor das gerentes de vendas e gerentes de setor, conforme contratos (docs. 51 A). As notas fiscais de prestação de serviços, bem como os extratos bancários que demonstram o seu pagamento são anexados (docs. 51B a 61). XIII. Despesas listadas no Anexo 3 do TVF. Não obstante a pouca fundamentação, que lhe obriga a produzir nos autos toda a documentação que deveria ter sido analisada no curso da fiscalização, a impugnante passará a demonstrar a natureza dessas despesas, necessárias às suas atividades, juntando documentos que comprovam a sua efetividade. XIV. Desp. Div. Adm. Geral — 58890100. Esta conta consiste em despesas operacionais variadas. Foram glosadas despesas, sob esta rubrica, com recolhimento de tributos, conforme demonstrado nos docs. 224 e 225, itens 12 e 13 do Anexo 3. Desnecessário justificar a dedutibilidade das despesas com tributos, decorrente de regra expressa do caput do art. 344 do RIR/99. XV. Contribuições — 58010100. Esta conta deve incluir os custos de donativos a instituições de caridade. Todavia a conta glosada se tratou de despesa de propaganda, pois consistiu em patrocínio de banner em site na internet (doc. 226). Despesas com publicidade, devidamente comprovadas, são dedutíveis. XVI. Circulo de Excelência — 56350010. Foram glosados gastos relativos a rateio de despesas de evento realizado em Paris (doc 12) para a premiação das maiores revendedoras, denominado Circulo de Excelência (doc. 227) que é um programa semelhante ao Clube das Estrelas, a Fl. 11889DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 6 nível mundial, premiando as revendedoras que se destacam nos respectivos países. Em 2001, o evento foi organizado pela Avon México e realizado em Paris. As despesas foram rateadas entre as empresas dos países participantes, sem qualquer ganho para a empresa realizadora. XVII.Suprimentos de Expedição — 52010010. Esta conta inclui custos de embalagens de papelão, fitas adesivas e outros para embalar as mercadorias. Foram despesas desta natureza que foram glosadas. Todavia, estes dispêndios são imprescindíveis atividade da empresa (doc. 229). No que se refere ao item 23, sua comprovação é feita por amostragem. No que tange ao valor de R$.230.000,00, junta cópia de relatório interno, planilha de consumo e notas fiscais dos fornecedores (doc. 228). XVIII. Desp.Prog. Serv. Cont. — 55620010. Esta conta inclui custos relativos a serviços prestados por trabalhadores autônomos para desenvolvimento de programas de software. Foram glosados gastos decorrentes de rateio de custos de infraestrutura para internet disponibilizada pela matriz nos Estados Unidos (Global ITS) — docs. 230 a232. XIX. Folhetos — 57220010. 0 agente fiscal entendeu que as despesas com catálogos e folhetos não teriam sido comprovadas. As despesas com a aquisição e doação as revendedoras são vultosas, razão pela qual a sua comprovação é feita por amostragem (docs. 233 a 237). XX. Telef. Teleg. Telex — 57620010 e Teleprocess. Dados — 7620011. Foram glosadas despesas com contas telefônicas, cujo registro contábil e pagamento são comprovados pelos documentos de instituição financeira anexos (docs. 238 a 240), apesar de a empresa não mais dispor das cópias das contas referentes aos itens 174, 177 e 178. XXI. 58450010 — Despesas Bancárias. Foram glosadas despesas com serviços de recebimento prestados pelos Correios, cujo contrato de prestação de serviços (doc. 11), registro contábil das respectivas despesas e cópias exemplificativas dos processamentos de cobrança seguem anexos (doc. 241). Tais serviços visam possibilitar e/ou facilitar o recebimento pela Avon dos valores devidos pelas revendedoras, pois estas efetuam o pagamento em estabelecimentos do Correio. XXII.58570010 — Merc. Destr. — Sin. Mercadoria Devolvida Destruída. Os valores desta conta se referem As mercadorias que não serão reintegradas ao estoque. Esta operação gera um ajuste entre os valores no estoque e contábil. A fiscalização não se atentou ao procedimento dessa operação glosando os itens 181, 182 e 183 (doc. 242), além de transferir o ônus da prova para a impugnante. Pela complexidade da operação, o volume de documentos é expressivo, motivo pelo qual protesta pela juntada posterior dos documentos. XXIII. 58670010 — Amostras. As despesas com amostras, juntamente com os folhetos, consistem na efetiva "vitrine" da Avon, sendo essencial meio de vendas. Tal despesa é vultosa, apesar de o custo unitário ser extremamente baixo, por este motivo a comprovação é feita por amostragem, requerendo o direito de complementar posteriormente, no curso do processo administrativo, tal prova. No que tange aos itens 184 e 185, juntou: copia do relatório interno, cópias de notas fiscais de venda de produtos emitidas contra revendedoras, cópias de notas fiscais da Avon Industrial Ltda., emitidas contra a impugnante, mediante as quais é faturada a industrialização das amostras (docs. 243 e 244). Os referidos documentos também podem ser utilizados para a demonstração das despesas dos itens 157, 158, 159 e 160. A dedutibilidade das amostras é autorizada pelo art. 336, V do RIR/99. XXIV. Alega que a jurisprudência administrativa entende que para ser válida a glosa de despesas levada a efeito pela fiscalização é necessário que esta cumpra o seu dever de realizar a prova de suas alegações, mediante análise detida da documentação apresentada pelo contribuinte. 0 agente fiscal deixou de realizar a prova de que as despesas indicadas eram desnecessárias ou não comprovadas acabando por impor à impugnante inaceitável ônus de prova (cita ementas do CC). Posteriormente, em 13/02/2007, o interessado protocolizou junto à Derat/SP o pedido de recebimento da Complementação da Impugnação de fls. 7330 a 7344 e a juntada Fl. 11890DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 13 7 dos documentos anexos, bem como o seu encaminhamento à esta Primeira Turma da DRJ/SP, alegando em síntese o que se segue: 1. À época da apresentação da impugnação, a impugnante não havia conseguido localizar, em tempo hábil, a integralidade dos documentos necessários para a comprovação de suas despesas em razão do grande volume de documentos que precisariam ser juntados. A requerente protestou na impugnação pela posterior juntada de tais documentos, o que faz agora por meio desta petição. Alem disso, o processo administrativo fiscal é norteado pelo principio da verdade material, restando descabida qualquer limitação à atividade probatória. 2. Despesas listadas no Anexo 3 do TVF Comprovação. Patrocínio de Banner. Junta a respectiva autorização de pagamento, lançamento contábil e cópia do extrato bancário em que o valor em questão foi lançado a débito (docs lA a 1C). 3. Circulo de Excelência. Anexase os respectivos lançamentos contábeis e o extrato bancário no qual os valores em questão foram lançados a débito (docs. 2A e 2B), restando demonstrado e efetivo pagamento da despesa. 4. Suprimentos de Expedição. Juntase planilha demonstrativa do consumo de suprimentos, na qual se pode verificar que o valor glosado de R$ 230.973,37 na verdade consiste em regularização, efetuada em dezembro de 2001 (docs. 3A a 3C). 5. Quanto ao item 25, juntase planilha demonstrativa do consumo de suprimentos, na qual se pode verificar que o valor glosado de R$ 140.213,65 consiste em estorno de movimentação indevidamente lançada, dentro de um lançamento total efetuado em setembro de 2001 no valor total de R$ 600.101,93 (docs. 4A e 4B). 6. Transporte de empregados. 0 item 79 decorreu da glosa com transporte de empregados, no montante de R$ 10.254,51. Não foi possível juntar documentação comprobatória na impugnação. Juntase o documento no qual consta o respectivo lançamento contábil e a nota fiscal de venda de valetransporte emitida pela empresa prestadora do serviço, restando comprovada a efetividade da despesa (docs. 5A e 5B). 7. Folhetos. 0 item 164 consiste na glosa de despesa com importação de folhetos, no valor de R$.778.562,65. Anexa os documentos que comprovam cabalmente esta despesa: planilha de composição do valor da importação, lançamento contábil, nota fiscal mestra, faturas emitidas por importadoras englobando custos de importação, tais como tributos e serviços aduaneiros e comprovantes de arrecadação de tributos (docs. 6 — diversos). 8. ICMS sobre amostras. 0 valor de R$ 99.754,52, indicado no item 167, consistiu na equivocada glosa de despesa com o ICMS incidente sobre brindes. Ao proceder à aquisição e à. saída dessas amostras, são adotados os procedimentos, relativamente ao ICMS incidente na operação, com base no regime especial constante no Processo n° DRTC III n° 4.82/95 (Doc 11C). Exemplifica a contabilização. Faz esclarecimentos quanto aos documentos juntados (docs. 11A, 11B, 11D diversos, 11E, 11F, 11Gdiversos. 9. Mercadorias Destruídas/Sinistradas. Na verdade, o valor indicado nos itens 181 e 183, nos montantes de R$ 571.411,87 e R$ 235.141,69 consistiram numa reclassificação contábil que não produziu nenhum efeito fiscal, razão pela qual não poderiam ser glosados. Detalha a explicação. (does. 8A, 9A, 8B, 9B, 8C, 9C, 8D, 9D). 10. Amostras. Anexamse ao presente, os seguintes documentos, a fim de complementar a demonstração da efetividade da despesa: (i) cópia do Livro Razão no qual consta o lançamento a débito de despesa de R$ 1.445.917,36, em 30/09/01 — doc. 12 A; (ii) cópias dos Relatórios Internos de Doações de Amostras que demonstram a composição do lançamento de Fl. 11891DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 8 R$.1.445.917,36, que representam a contrapartida/espelho da despesa glosada de R$ 1.082.447,25 (docs. 12B —diversos); (iii) cópias do relatório juntamente com amostragem das notas fiscais de saída emitidas para as revendedoras (doe 12Cdiversos); (iv) cópias do relatório e amostragem das notas fiscais de entrada relativas aquisição dessas mercadorias vendidas pela Avon Industrial Ltda à impugnante (doc. 12Ddiversos). 11. Duplicidade de glosa. A despesa glosada no item 185 do Anexo 3 consiste em duplicidade da glosa da despesa constante no item 157, cuja efetividade a impugnante ainda não logrou comprovar integralmente (comprovou por amostragem no item III.4.j da impugnação). Ambas as despesas glosadas tem o mesmo valor, R$.857.817,36, sendo que no item 157 foi indicada como tendo sido registrada na conta 56450010 (Motv Cons) e no item 185 foi indicada como tendo sido registrada na conta 58670010 (Amostras). As cópias do Livro Razão demonstram que a despesa de R$.857.817,36 foi lançada na conta 56450010, mas houve um estorno desse lançamento no mesmo valor (doc 10 A). Paralelamente, essa despesa foi reclassificada e lançada corretamente na conta 58670010 (doc 10B). Tendo em vista os fatos narrados, os presentes autos foram encaminhados A. autoridade autuante para realização de diligência junto ao contribuinte com a finalidade de esclarecer e comprovar os itens formulados por esta autoridade julgadora, conforme despacho fls. 8955 a 8962. Encerrados os trabalhos, a autoridade fiscal elaborou o Termo de Encerramento de Diligência Fiscal (fls. 11309 a 11355) o qual foi retificado mediante Termo de Retificação ao Encerramento de Diligência Fiscal (fl. 11356), sendo elaborado o novo Termo de Encerramento de Diligência Fiscal — TED, de fls. 11357 a 11407, cuja ciência ao contribuinte ocorreu em 08/10/2009. Em 19/10/2009, o contribuinte manifestouse acerca do Termo de Encerramento de Diligência Fiscal (conforme lhe faculta o artigo 44 da Lei no 9.784/1999) as fls. 11408 a 11433 dos presentes autos, argumentando preliminarmente que, apresentados os esclarecimentos e a documentação, o auditorfiscal demorou cerca de 2 anos para responder os quesitos. Teve oportunidade de rever a autuação e buscar novos fundamentos em relação aos originalmente apresentados. Agora, a manifestante dispõe de apenas 10 dias para se manifestar a respeito das considerações feitas após análise detalhada das mais de 2 mil páginas apresentadas no atendimento à diligência. Processualmente, este não é mais o momento para apresentação de documentação adicional, assim como, não era o momento adequado para que o auditorfiscal trouxesse novos fundamentos à autuação. Nos itens 2, 3 e 4 desta Manifestação o contribuinte discorre acerca dos itens glosados e das respostas dadas pelo auditorfiscal aos quesitos elaborados por esta relatora na diligência fiscal. E, no item 5, questiona a "Quantificação da Base de Cálculo Retificada" onde algumas exclusões que deveriam ter sido feitas, por terem sido reconhecidas pelo próprio fiscal ao longo do TED, não constaram da quantificação apresentada. Tais itens serão abordados posteriormente quando da análise de mérito. Concluiu, ainda, o manifestante que: 0 auto de infração era absolutamente carente de fundamentação, tendo cerceado o direito de defesa da manifestante na medida em que exigiu a produção de tão vultosa documentação — uma verdadeira fiscalização nos autos do processo — que inviabilizou a produção de prova absolutamente completa para a demonstração da efetividade das despesas incorridas. No que tange às despesas entendidas como não comprovadas, a prova produzida, apesar de robustíssima, não logra esgotar todos os itens de cada conta. Inobstante, em face da fragilidade da fundamentação do auto de infração e dos equívocos em que incorreu, seguramente eventuais omissões de prova serão consideradas supridas pela DRJ. Autos de infração como o presente, que glosam em bloco as despesas mediante afirmações genéricas, sem justificativas especificas, vêm sendo cancelados pelas DRJs e também pelo CARF. Justificar a autuação é dever da fiscalização e este dever não foi cumprido. A presente diligencia serviu para demonstrar diversos equívocos da autuação, como o de glosar, entre outras situações absurdas, despesas com tributos, sem identificar nem mesmo a sua natureza. Fl. 11892DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 14 9 É cabível a aplicação do disposto no artigo 112, II do CTN, segundo o qual "a lei tributária que define infrações, ou lhe comine penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: (..) II — à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos: (..)" 0 auto de infração portanto deve ser considerado nulo de pleno direito por ser equivocado e absolutamente carente de fundamentação. Deve também ser reconhecida a preliminar de decadência suscitada pela manifestante em sua impugnação. A autoridade julgadora de primeira instância (DRJ/SPI), decidiu a matéria por meio do Acórdão 1624.388, de 24/02/2010, julgando a impugnação procedente em parte, tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA/IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001 GLOSA DE DESPESAS. COMPROVAÇÃO. Quando não comprovadas as despesas, mesmo sendo estas necessárias não podem ser deduzidas na apuração do lucro real. DESPESAS COM CESTAS DE NATAL. São dedutíveis as despesas com o fornecimento de cestas de natal aos empregados da empresa desde que em valor inexpressivo em relação à receita da empresa. DESPESAS COM TREINAMENTO. Mantémse a glosa com as despesas de treinamento de pessoal quando a empresa deixa de comprovar a efetiva realização do treinamento pela não apresentação de qualquer dos itens solicitados na intimação e o vinculo empregatício do beneficiário com a empresa. DESPESAS COM VIAGENS. São dedutíveis para fins de apuração do lucro real as despesas com viagens realizadas por funcionários da empresa quando comprovados por documentação hábil e idônea que estão intrinsecamente ligados à atividade da empresa. Não ha previsão legal para a dedução de despesas com exempregado e prestador de serviços. DESPESAS COM EVENTO "CONFERÊNCIA DE NATAL". DESPESAS DIVERSAS. Não é dedutível esta despesa, uma vez verificado que os documentos apresentados para fins de comprovação desta conta compõemse de despesas de diversas ordens, além das despesas com treinamento e, que existem comprovantes com hospedagem e passagens aéreas com prestadores de serviços e não funcionários. DESPESAS COM MARKETING. A dedutibilidade das despesas com marketing encontrase condicionada à apresentação dos documentos hábeis a caracterizar a efetiva prestação do serviço. DESPESAS COM PRÊMIOS. É cabível a dedução de despesas com prêmios distribuídos em razão da obtenção de metas por produtividade nas vendas, desde que devidamente comprovados a sua aquisição e o seu efetivo recebimento pelos funcionários. DESPESAS COM BRINDES. Fl. 11893DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 10 Encontrase expressamente vedada a dedução, para efeito de apuração do lucro real, de despesas com brindes. DESPESAS COM PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. A ausência do contrato de prestação de serviços não permite conhecer a exata natureza do serviço prestado, impedindo concluir pela sua dedutibilidade. DESPESAS COM FOLHETOS. São dedutíveis as despesas comprovadas com a importação de papel distribuído como folhetos demonstrativos dos produtos da empresa para os revendedores. DESPESAS COM AMOSTRAS. Somente são aceitas como dedutíveis as despesas com amostras para promoção de vendas de produtos que sejam distribuídas gratuitamente e que sejam escrituradas pelo seu custo real, além de corresponder a cinco por cento da receita obtida na venda dos produtos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO/CSLL Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001 NULIDADE. VÍCIO FORMAL. INEXISTÊNCIA. Não é nulo o lançamento de CSLL por ausência de menção desta contribuição no Termo de Inicio de Fiscalização ou no Termo de Intimação quando esta autuação é decorrente dos mesmos fatos apurados na fiscalização do IRPJ e com reflexo na base de cálculo da CSLL. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO. 0 direito de a Fazenda Pública lançar de oficio o crédito tributário decai após o prazo de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador, nos casos em que há pagamento antecipado do imposto ou contribuição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/03/2001, 30/06/2001, 30/09/2001, 31/12/2001 DILIGÊNCIA. MANIFESTAÇÃO. PRAZO. 0 prazo legalmente estabelecido para o contribuinte manifestarse acerca do relatório de diligência fiscal é de dez dias após sua ciência. Não há prazo estabelecido na legislação para a autoridade fiscal realizar a diligência fiscal. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. PRODUÇÃO DE DOCUMENTAÇÃO. Não há que se alegar cerceamento do direito de defesa por ausência de fundamentação na glosa de despesas, com exigência de produção de vultosa documentação, quando se verifica que o Termo de Verificação Fiscal justificou, mesmo de forma concisa, a razão da glosa. É o relatório. Passo ao voto. Fl. 11894DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 15 11 Voto Conselheiro Relator Paulo Jakson da Silva Lucas RECURSO DE OFÍCIO Como se observa do voto condutor de primeira instância o valor do crédito exonerado supera o limite estabelecido pela Portaria/MF 03, de 03/01/2008, razão pela qual, nos termos do art. 34, inciso I, do Decreto 70.235/72, com a redação dada pelo art. 67 da Lei 9.532/97, deve a decisão ser submetida à revisão necessária. Pelo que conheço do recurso de ofício interposto. Constatase, em primeiro lugar que a autoridade julgadora de primeira instância, apreciando a impugnação interposta, cancelou, em razão da decadência, os créditos tributários relativos aos 1o. e 2o. trimestres do ano calendário de 2001. Para tanto, serviuse dos seguintes fundamentos: No presente caso, os autos de infração de IRPJ e CSLL referentes ao ano calendário de 2001, foram lançados na forma do lucro real trimestral, opção esta, exercida pelo contribuinte na DIPJ/2002 entregue. Portanto, os fatos geradores do IRPJ e CSLL ocorreram em 31/03/2001 (1° trimestre), 30/06/2001 (2° trimestre), 30/09/2001 (3° trimestre) e 31/12/2001 (4° trimestre). 0 contribuinte já havia efetuado pagamentos antecipados no período, conforme se constata em pesquisa no sistema SINAL 08 (fls. 11457 a 11465). Portanto, restando caracterizada a ocorrência de pagamento, temse que o prazo máximo para se efetuar o lançamento de oficio relativamente aos fatos geradores ocorridos nesse período seria aquele fixado pela regra contida no § 4° do art. 150 do CTN. Como o contribuinte tomou ciência destes lançamentos em 31/08/2006 (fl. 181), os fatos geradores ocorridos em 31/03/2001 (1° trimestre/2001) e 30/06/2001 (2° /trimestre/2001) já se encontravam atingidos pela decadência, cabendo aqui a sua exoneração. Quanto a este ponto (decadência) o decidido em primeira instância não merece reparo. Alem destes, outros créditos lançados foram exonerados a saber: despesas relacionadas no Anexo 2 do TVF (viagens/clube das estrela e cultura) e do Anexo 4 (folhetos, despesas bancarias, expedição, amostras, transportes de empregados e mercadorias destruídas) visto que em diligência fiscal restou comprovados (Demonstrativo no final do voto combatido). RECURSO VOLUNTÁRIO O recurso voluntário é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Fl. 11895DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 12 De início, reputo correta a decisão em primeira instância quanto as preliminares de nulidade dos autos de infração no sentido de que não merecem acolhidas. Realmente, em se tratando de ato administrativo, o lançamento pressupõe como requisito fundamental, a motivação. Porém essa motivação consta expressamente dos Termos de Constatação e Termo de Encerramento de Diligência os quais embasam os autos de infração e nos quais está minuciosamente descrita a situação encontrada pela fiscalização, o tratamento legalmente previsto para o fato e falta de correspondência entre ambos, ocasionando a exigência. Por outro lado, não procede a alegação de que houve cerceamento do direito de defesa da recorrente em razão da necessidade de juntada de grande quantidade de documentos aos autos como resultado do trabalho precário da fiscalização. A fase de investigação e formalização da exigência, que antecede à fase litigiosa do procedimento, é de natureza inquisitorial traduzindose, por um regime de colaboração disciplinada na descoberta da verdade material. No presente caso, a fiscalização, procedeu ao exame dos livros e documentos da empresa, intimoua a apresentar esclarecimentos e, a partir da análise do conjunto frente às disposições legais, constatou fatos que, a seu juízo, configuram infrações à legislação, minuciosamente descritas nos Termos de Constatação. Nenhum vício, pois, quer no procedimento fiscal, quer na formalização da exigência. No recurso voluntário em preliminar, a ora recorrente aponta no seu entender diversos erros da decisão combatida, os quais passamos a analisar na mesma ordem explicitada. II.A) Erro Item 167 do Termo de Verificação Fiscal (TVF) Afirma a recorrente: “10. 0 primeiro evidente equivoco contido na decisão da DRJ/SPOI encontra se na planilha demonstrativa dos itens mantidos e exonerados de fls. 11539 e 11540 dos autos ("Demonstrativo elaborado a partir do Anexo 4 do TVF). 10.1. Conforme podese verificar na última linha dos lançamentos relativos ao mês de novembro/2001 (fls. 11.540), o valor de R$ 99.754,52, relativo ao item 167 do Termo de Verificação Fiscal (TVF) encontrase indicado na coluna "Valor Mantido", quando o correto seria a sua indicação na coluna "Valor Exonerado". 11. Isso porque, de acordo com o Acórdão proferido pela DRJ/SPOI, o item 167 do TVF foi exonerado, conforme atesta o último parágrafo da fls. 11.525 dos autos: “A documentação apresentada às fls. 7472 a 8111, de fato, comprova a operação de regime especial do ICMS. Portanto, deve ser exonerada a despesa relativa ao item 167 da conta Folh. Demons." 11.1. Notase, portanto, que a inclusão do valor de R$ 99.754,52 na coluna "Valor Mantido" às fls. 11.540 consiste em provável erro de digitação do relator do Acórdão, devendo tal valor ter constado na coluna "Valor exonerado". 11.2. Portanto, é patente a necessidade de correção desse equivoco, uma vez que o DARF anexo à intimação que deu ciência à Recorrente da decisão de primeira instância tem em sua composição o valor exonerado relativo ao item 167 da autuação.” Fl. 11896DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 16 13 Aqui de fato cabe razão a ora recorrente. Compulsando os autos, verifico, com relação a este item (167) tratarse de despesa com ICMS incidentes sobre Brindes/Prêmios (Regime Especial) para o qual foi apresentado cópia do livro Razão de novembro de 2001 (fls. 7472 a 7474) identificando a constituição de um passivo de ICMS a recolher na conta 25110010, no valor de R$ 244.076,37 com contrapartida em várias contas de despesas, entre as quais a conta 57410011 no valor de R$ 99.754,42 (valor glosado), que seria relativo ao ICMS do custo do saco de papel para promoções de venda. Na complementação à impugnação (fls.7335/7338) explicase que ao proceder à aquisição e à saída de amostras/brindes, são adotados os procedimentos, relativamente ao ICMS, com base no regime especial. Na aquisição do brinde é contabilizado um crédito de ICMS, posteriormente, registrase uma despesa de ICMS com contrapartida em conta de passivo, na seqüência é baixado o credito de ICMS (ativo) contra esta conta de passivo. Na saída de cada brinde é emitida uma nota fiscal para as revendedoras com valor de ICMS zerado nos termos do Regime Especial DRTC III 4582/95,(fls. 7478). Em face da documentação apresentada (fls. 7472/8111) a autoridade julgadora em primeira instancia exonerou o valor glosado desta despesa no montante de R$ 99.754,52. Pelo que deve ser alterado no quadro demonstrativo relativo à quantificação da base de cálculo inserido nos autos as fls. 11536/11540, do qual consta como valor mantido (R$ 99.754,52), ao invés de exonerado. II.B) Erro Item 341 do Termo de Verificação Fiscal (TVF) Neste item argumenta a recorrente: “12. 0 item 341 do TVF, no valor de R$ 14.395,69, foi mantido pela DRJ/SPOI sob a alegação de que não teria sido apresentado qualquer documento para comproválo. Vejamos: "Em relação à documentação apresentada na impugnação para comprovar os itens da conta 56250011 Literatura Programa de Incentivos (docs 62 a 67), verificase: itens 143, 147, 329, 331, 341. Não houve a apresentação de documentos, cabendo a manutenção da qlosa;" (fls. 11.508 dos autos) (destaques nossos). 13. Notese, logo de cara, que já há um pequeno equivoco na análise feita pela DRJ/SPOI com relação ao item 329, uma vez que ele é analisado nos dois parágrafos abaixo desse trecho da decisão da DRJ/SPOI acima transcrito, do que resulta não ser correta a afirmação de que com relação a ele "não houve a apresentação de documentos". 13.1. Contudo, o erro mais grave no presente caso é a manutenção da glosa relativa ao item 341 pela alegação de não apresentação de documentos, quando encontrase devidamente anexado aos autos do processo o doc. 66 (fls. 3.388 a 3.391 dos autos), juntado quando da apresentação da Impugnação, o qual é composto por relatório contábil detalhando o valor glosado e notas fiscais de saída demonstrativas da efetiva realização da despesa. 14. Ora Srs. Julgadores, como pode a DRJ/SPOI simplesmente manter um item inteiro da autuação alegando que com relação a ele "não houve a apresentação Fl. 11897DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 14 de documentos", quando existe um "doc." especifico nos autos juntado unicamente para comprovar tal despesa? 14.1. Definitivamente, tratase esta de mais uma evidente demonstração dos erros que permeiam a decisão da DRJ/SPOI e que fazem com que este e. CARF tenha que se debruçar com muita minúcia e atenção sobre o presente processo, a fim de constatar, por si próprio, como foi de fato apresentada uma vasta documentação pela Recorrente para suportar cada uma das despesas indevidamente glosadas pelo r. agente fiscal.” Especificamente com relação ao item 341 do TVF, constato que as razões trazidas nesta fase recursal não merecem guarida. A glosa referese a despesas da conta 56250011Literatura Programa de Incentivos e, em que pese a afirmação (acima) da recorrente:" quando existe um "doc." especifico nos autos juntado unicamente para comprovar tal despesa?”, verificase que o citado documento (Doc. 66 de fls. 3388/3391) referese a Nota Fiscal Fatura 138782, da Volkswagen do Brasil, (serviços de revisão de veículo), no valor total de R$.16.358,74. Enquanto a glosa (item 341) referese a nota fiscal 216095 no valor de R$.14.395,69. Glosa mantida quanto a este item, conforme veremos mais adiante na análise de mérito ( item III/EConta 56250010 Programa de Incentivos e Conta 56250011 Literatura de Programa de Incentivos). II.C) Erro Diversos itens da conta 56250010 Programa de Incentivos Afirmação da recorrente: “15. 0 erro com relação a esse item é lamentável! 15.1. De acordo com o Acórdão recorrido, foi reconhecido que parte dos itens glosados relativos a essa conta diziam respeito a planos de incentivos relacionados a ações motivacionais contratadas junto ás empresas Mark Up Incentive Marketing Promoções Ltda. e Incentive House S/A. 15.2. De acordo com o Acórdão recorrido, entendeu a DRJ/SPOI com relação a estes itens que "as despesas com treinamento são passíveis de dedução desde que comprovada a finalidade e acompanhada com documentos hábeis a comprovar a realização do evento. Da mesma forma, as despesas com serviços de marketing devem estar devidamente documentadas. No caso, de acordo com o TED não houve a apresentação dos contratos de prestação de serviços nem a relação de beneficiários das ações motivacionais, cabendo portanto a manutenção da glosa relativa a tais itens" (fls. 11.508 dos autos). 15.3. Ou seja, muito embora a DRJ/SPOI tenha reconhecido que as despesas relativas a esses itens são dedutíveis, manteve a glosa simplesmente em razão da alegada falta de apresentação dos contratos de prestação de serviços firmados com as empresas Mark Up Incentive Marketing Promoções Ltda. e Incentive House S/A (bem como da individualização dos beneficiários das respectivas notas fiscais questão que mais adiante se discutirá em detalhes). 16. Ocorre, contudo, que tais contratos já foram juntados aos autos pela ora Recorrente!!! 16.1. Com efeito, conforme podese verificar às fls. 3.227 a 3.239, já constam nos autos todos os contratos relativos a esses itens que foram indevidamente mantidos pela DRJ/SPOI, o que consiste em grave equivoco dos julgadores de primeira instância, que se apoiaram unicamente no relato errôneo do r. agente Fl. 11898DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 17 15 fiscal sobre o assunto, demonstrando que não realizaram a devida análise dos autos para fins de prolação do Acórdão ora recorrido. 17. Portanto, temse aqui mais um equivoco da decisão de primeira instância que necessita ser reparado por essa e. Turma Julgadora, haja vista que já houve o reconhecimento da dedutibilidade dessa despesa em razão de sua natureza e, conforme ora demonstrado, foram devidamente apresentados todos os contratos firmados com as empresas Mark Up Incentive Marketing Promoções Ltda. e Incentive House S/A (sendo que a lista de beneficiários de cada nota fiscal está sendo apresentada junto às presentes razões de recurso voluntário, conforme se verá mais à frente em tópico próprio dentro do subitem "Programas de Incentivos"). Mais uma vez, de se ressaltar, que os referidos contratos encontramse anexados aos autos (fls. 3227/3239), ou seja, foram apresentados juntamente com os documentos de prova na impugnação (fls. 210/7311). Não obstante, reconhecerse o equivoco, deixar claro que a matéria aqui a ser tratada, (glosa de despesasPrograma de Incentivos) encontrase analisada quanto ao mérito no item III (III.E Conta 56250010 Programa de Incentivos e Conta 56250011 Literatura de Programa de Incentivos), analisadas individualmente mais adiante. II.D) Erro — Desconsideração da diferenciação feita pelo r. agente fiscal entre itens glosados por falta de provas (Anexo 3 do TVF) e itens glosados por representarem despesas supostamente não necessárias (Anexo 1 do TVF) Afirma a recorrente: 18 Ao concluir o seu trabalho de fiscalização, o r. agente fiscal dividiu a matéria autuada em duas: glosa de despesas consideradas não necessárias em razão das atividades da empresa (relacionadas nos TVFs 1 e 2, ambos contidos no Anexo 1) e glosa de despesas consideradas não comprovadas (relacionadas nos TVFs 3 e 4, ambos contidos no Anexo 3). 18.1. Ou seja, de acordo com o entendimento do d. agente fiscal, existiam despesas incorridas pela Recorrente que eram nitidamente dedutíveis, as quais, contudo, por não terem sido comprovadas a contento a seu ver, foram glosadas. Já de outro lado, considerou também haver despesas que, por sua natureza, não poderiam ser consideradas necessárias às atividades da empresa, devendo de plano ser glosadas, independentemente de qualquer comprovação. 19. De todas as contas de despesas mantidas pela DRJ/SPOI no Acórdão recorrido, estas se dividem da seguinte forma entre despesas não comprovadas (18%) e despesas consideradas não necessárias (82%). 20. Ocorre, contudo, que a decisão da DRJ/SPOI não se atentou para esse detalhe crucial da autuação no momento do julgamento, aplicando o mesmo critério de análise para todas as despesas glosadas, independentemente do motivo de sua glosa. 20.1. Isso implica na total incorreção da decisão da DRJ/SPOI com relação àquelas despesas consideradas não necessárias às atividades da empresa, pois em praticamente todos os casos, a necessidade das despesas e, consequentemente, a sua dedutibilidade foram reconhecidas pela DRJ/SPOI, tendo sido mantida a glosa, contudo, em razão da falta de comprovação. 20.2. Ora Srs. Conselheiros, não pode haver o desvirtuamento da fundamentação da autuação! As despesas glosadas por falta de comprovação foram Fl. 11899DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 16 atacadas pela Recorrente mediante a juntada dos respectivos documentos comprobatórios, ao passo que as despesas consideradas não necessárias foram defendidas principalmente mediante a apresentação de argumentos que demonstravam a sua utilidade, habitualidade e usualidade no diaadia operacional da Recorrente. 20.3. Tomandose a glosa das despesas com os Programas de Incentivo como exemplo, considerou o d. agente fiscal que seriam elas indedutiveis em razão de sua natureza, pois não seriam necessárias às atividades da Recorrente. Contudo, a manutenção da glosa dessa despesa pela DRJ/SPOI deuse pela falta de comprovação e não pela sua natureza , o que é inaceitável, uma vez que a fundamentação do Auto de Infração para essa glosa fundamentação essa única contra a qual a Recorrente se defendeu não tratava de falta de provas, mas apenas de se justificar e demonstrar a necessidade da despesa frente à atividades da Recorrente. 20.4. Vejamos um trecho exemplificativo da decisão a esse respeito: "No entanto, constatouse após análise da documentação comprobatória anexada na impugnação, a juntada também de documentos referentes a notas fiscais emitidas por empresas de prestação de serviços: Mark Up Incentive Marketing Promoções Ltda. e Incentive House S/A, os quais seriam despesas relacionadas a planos de incentivos (docs. 89 a 223). Após intimação na diligência fiscal, o auditorfiscal concluiu que a comprovação da finalidade do serviço é dada pela descrição no corpo da NF, como "Ações Motivacionais", num total de R$.2.319.904,38 e "Honorários de Prestação de Serviços de Marketing", num total de R$.1.431.520,54" sem apresentação de contrato de prestação de serviços à época ou qualquer outro esclarecimento adicional. Conforme visto, as despesas com treinamento são passíveis de dedução desde que comprovada a finalidade e acompanhada com documentos hábeis a comprovar a realização do evento. Da mesma forma, as despesas com serviços de marketing devem estar devidamente documentadas. No caso, de acordo com o TED não houve a apresentação dos contratos de prestação de serviços nem a relação de beneficiários das ações motivacionais, cabendo portanto a manutenção da glosa relativa a tais itens." (fls. 11.508 dos autos) (destaques nossos) 0 que se quer demonstrar no presente caso, portanto, é que com relação a todas as glosas realizadas pelo r. agente fiscal sob a alegação de não necessidade da despesa, uma vez reconhecida pela DRJ/SPOI a sua dedutibilidade em decorrência de sua natureza frente às atividades da empresa (conforme exemplificado acima com relação às despesas relativas aos Programas de Incentivo), deveria ela ter cancelado a glosa! Agir em sentido contrário e desvirtuar o fundamento original da glosa para passar a mantêla com base em falta de documentos é um erro grave, que precisa ser de plano reparado por esse e. CARF, uma vez que resulta no cerceamento do direito de defesa da Recorrente, que, com relação aos itens glosados por falta de provas, apresentou sim farta documentação, mas que, com relação aos itens glosados em razão da discussão de ser a despesa necessária ou não, apresentou documentos, para muitos itens, apenas exemplificativamente, buscando demonstrar a habitualidade, necessidade e utilidade de tais despesas e, com isso, fazer com que fossem elas consideradas dedutiveis o que foi reconhecido pela DRJ/SPOI para a maioria das contas glosadas sob essa alegação! Portanto, no tocante a todas as glosas efetuadas em razão da suposta não necessidade da despesa e que foram mantidas em razão da falta de apresentação de Fl. 11900DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 18 17 documentação, deve essa e. Turma Julgadora cancelálos de plano, sob pena de ver se obrigada a reabrir o prazo para que a Recorrente junte aos autos prova exaustiva dessas despesas, já que o fundamento original de sua glosa não foi a falta de comprovação. Aqui cabe esclarecer com relação a fundamentação da DRJ, que assim se pronunciou: No presente caso, alega a defesa tratar se de despesas com distribuição de prêmios com caráter de premiação as revendedoras que atingiram determinadas metas de vendas. Ou seja, estariam estas despesas vinculadas à atividade de vendas da empresa. Portanto, sob este aspecto, abrangido pelo conceito de despesa operacional. Contudo, como qualquer despesa, é necessário que o contribuinte apresente a comprovação da realização de tais despesas, identifique os prêmios concedidos aos beneficiários e a vinculação destes com a empresa, de forma cabal. Indubitável, que sim. A qualquer despesa é assegurada sua dedução para efeitos de apuração do lucro real, desde que comprovada com documentação idônea e seja intrinsecamente relacionada com a atividade da empresa. Alem do que verificase, claramente, no TVF dois tópicos específicos com relação as despesas glosadas, base para a apuração do crédito tributário (fls. 161/163): (I) Despesas Operacionais Não Necessárias e, (II) Despesas Operacionais Não Comprovadas. Matéria que a seguir passamos a análise do mérito, conforme se observa em itens próprios. Portanto, passo a apreciar as razões de mérito relativas a cada Termo de Constatação, registrando que o decidido se aplica a todos os lançamentos, na medida em que a matéria influiu na respectiva base de cálculo. MÉRITO Após tecer longo comentário a respeito da ação fiscal desenvolvida, da diligência e do histórico das suas atividades, a ora recorrente, nesta fase recursal, agrupa em cinco itens as glosas de despesas mantidas pela decisão de primeira instância, a saber: (i) Conferência e Viagens, (ii) Conferência de Natal, (iii) Programa de Incentivos, (iv) Clube das Estrelas e (v) Amostras. Antes de adentrarmos a análise das despesas glosadas, por pertinente, convém reproduzir trechos relativos aos comentários da recorrente sobre a necessidade e dedutibilidade de tais despesas, vejamos: 34. Ao concluir a ação fiscal, o r. agente fiscal houve por bem concluir que todas as despesas operacionais lançadas pela Recorrente em certas contas seriam indedutiveis, por não serem necessárias à atividade da empresa (Anexo I do TVF). Para justificar sua decisão, limitouse o r. agente fiscal a afirmar tratarse de "lançamentos que se enquadram pela sua não comprovação da real necessidade à atividade da empresa e manutenção da respectiva fonte produtora, conforme preconizado pelo artigo 299 e parágrafos do RIR/99 e inúmeros Acórdãos do 1° Conselho de Contribuintes sobre o assunto" (fls. 3, item 9 do TFV anexo ao Auto de Infração). 35. Importa mencionar que em momento algum ao r. agente fiscal fundamentou o porquê de, em seu entendimento, as despesas por ele listadas não Fl. 11901DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 18 serem necessárias às atividades da empresa. Limitouse a indicar numa tabela (Anexo 1 do TVF) os itens glosados, indicando ao lado: "despesas não necessárias". Em vista disso, é patente que para considerar indedutiveis certas despesas, que o próprio contribuinte, conhecedor de suas necessidades, entendeu serem essenciais à sua atividade, é necessário que a autoridade lançadora justifique, de forma clara e precisa, as razões de sua decisão, justificativa esta completamente ausente nos Autos de Infração ora combatidos. Importa ressaltar, ademais, que o próprio § 2° do artigo 299 do RIR/99 estabelece, ao tratar do conceito de despesas operacionais/necessárias, que "as despesas operacionais admitidas são as usuais ou normais no tipo de transações, operações ou atividades da empresa". Conforme explicado no item anterior, a Recorrente atua em ramo de atividades especialíssimo, assim como o processo de comercialização de seus produtos é peculiar, sobretudo pelo fato de sua rede de distribuição consistir, unicamente, em pessoas físicas que atuam como Revendedoras, não se valendo de lojas ou outras pessoas jurídicas para tanto. Desta forma, é imprescindível que as características particulares de seu tipo de atividade e operação sejam consideradas, ao se verificar a necessidade de suas despesas. Isto porque, como se demonstrará a seguir, muitos de seus dispêndios poderiam ser considerados indedutíveis se incorridos por empresas atuantes em outros ramos, mas se consideradas as peculiaridades da Recorrente, concluise de plano serem absolutamente imprescindíveis para a continuidade de suas operações. Tanto é assim que a Recorrente já sofreu autuação da mesma natureza, na qual foi realizada a glosa de despesas de promoção de vendas, como é o caso de muitas das despesas glosadas pelos Autos de Infração ora combatidos. Desta feita, como não poderia deixar de ser, a natureza de sua atividade foi levada em consideração, e o lançamento, quanto a este item, foi integralmente cancelado em 1a. instância administrativa. Pois bem, as matérias autuadas e mantidas pela decisão recorrida serão analisadas de per si, na seqüência em que foram descritas na peça recursal, em confronto com os argumentos postos pela autoridade autuante e de julgamento de primeira instância. O primeiro item autuado referese a despesas com Conferencias e Viagens. III.C) Conta 54520010 Conferências e Viagens (R$.813.654,19) Neste grupo de contas (54910010Conferencias e Viagens e 54520010) a defesa (RV) contesta a decisão recorrida quanto aos itens 295 e 288 relacionados no Anexo 1 do TVF, alegando que, ao contrário do afirmado naquela decisão, juntou a prova documental na impugnação (doc. 40). E, mais, “quanto à afirmação do r. agente fiscal de que "28 lançamentos não atenderam aos termos da intimação (...)" essencialmente decorriam do fato de na relação de "passageiros" ter constado um ou dois nomes que ele não localizou na lista de empregados da Recorrente do ano de 2001. Aduzindo as seguintes considerações: (i) muitos dos nomes indicados foram devidamente esclarecidos e demonstrados como componentes da lista de empregados. Isso através da manifestação que a Recorrente apresentou após o término da diligência e que foi devidamente acatada pela DRJ/SPOI, seja para o período autuado que decaiu ou não; Fl. 11902DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 19 19 (ii) os gastos em questão em sua totalidade se relacionam com passageiros que são empregados da Recorrente, porém, em alguns casos, o passageiro também poderia ser um prestador de serviço da Recorrente, e esta ter providenciado diretamente a passagem visando um controle e uma economia, ao invés de ter que reembolsar depois passagem adquirida pelo prestador. Esse procedimento não desvirtua necessidade e usualidade da despesa. Assim, por exemplo, quanto ao item 91, temse que enviar um prestador de serviço, que já foi funcionário da Recorrente (Sr. José Mauro Prado), que tem um knowhow para auxiliar a Recorrente a obter um regime especial tributário (vide Doc. 04 e 04A da Manifestação da Recorrente sobre o termo de encerramento de diligência fiscal), não poderia ter a glosa de sua despesa mantida pela decisão da DRJ/SPOI, como aconteceu. A norma de dedutibilidade não veda despesas nessa situação, isso porque o regime especial é um procedimento importante para a operacionalização da atividade da Recorrente. Situação similar aconteceu com o item 284 (Sr. Bill Quick), que era empregado de empresa prestadora de serviço da Recorrente. Note que a Recorrente já anexou aos autos uma série de contratos de prestação de serviços que guardam relação com algumas das despesas de passagem área abrangidas nesse grupo de lançamentos glosados. Tais contratos tiveram por objetivo mostrar a necessidade de sua despesa (por departamento); (iii) o agente fiscal, dentre vários nomes constantes nos relatórios com discriminação dos passageiros, trechos viajados, valores, identificou apenas um ou dois nomes de uma relação considerável, por item, como "não sendo empregados" da Recorrente. Todavia, por equivoco, a DRJ/SPOI entendeu que a não comprovação de tais itens abrangia todos os demais passageiros que não foram apontados como tal pelo agente fiscal. Assim, em razão de apenas um ou dois nomes constantes na maioria dos 21 itens mantidos pela DRJ/SPOI, toda a despesa foi glosada indevidamente. Isso não está certo, pois todos os demais itens cancelados pela DRJ/SPOI encontramse baseados na mesma natureza da documentação e com identificação do nome de cada passageiro aceita pelo agente fiscal e pela DRJ/SPOI. Esse procedimento equivocado (e não uniforme) da DRJ/SPOI é fácil de ser percebido com o item 91, relativamente ao qual o agente fiscal havia dito impropriamente que o Sr. Paulo Quaglia não era funcionário da Recorrente, mas se comprovou que ele era e a DRJ/SPOI acatou isso. Por outro lado, a DRJ/SPOI manteve indevidamente toda a glosa do item (relativamente a outros passageiros) apesar de inexistir restrição nesse sentido feita pelo agente fiscal (com exceção do Sr. José Mauro Prado, comentado em "ii" acima). Assim, a Recorrente entende que deveriam ser revistos os documentos dos itens cuja glosa foi mantida pela DRJ/SPOI, para que eles venham a ser cancelados, podendo haver no máximo a manutenção da parcela relacionada com o nome do prestador de serviço não aceito pela DRJ/SPOI, isso em especial com os itens autuados de número: 91, 263, 265, 266, 273, 275, 278, 279, 280, 282, 286, 300, 301, 305; e (iv) por fim, anexa a este Recurso Voluntário, documentação comprobatória similar para o item 263, que demonstra um gasto de R$ 18.295,83 alocado no departamento de Recursos Humanos (RH) da Recorrente com viagens necessárias administração de aspectos de RH da Recorrente (doc. 03). Quanto ao item 295 mantido, a Recorrente informa que, em 20/06/2001, adquiriu 19 veículos para sua frota própria (19 Corsa Wind, 1.6, com branca), o que pode ser comprovado com o registro de tais carros na conta de ativo fixo da Recorrente ora anexada (conta 154400010). A despesa de R$ 11.751,12 diz respeito a valores entregues a despachante (Relemar Despachante S/C Ltda.) para reembolsá Fl. 11903DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 20 lo de certos gastos que quitou em nome da Recorrente (e.g., IPVA, que era de R$ 7.851,94 do total da despesa glosada, emplacamento, seguro obrigatório, lacração etc.) — vide descritivo da nota do despachante. Além disso, anexa o histórico do lançamento glosado e comprovante de seu respectivo pagamento (doc. 04A). A Recorrente registra ainda que a contabilização de tal valor não deveria ter acontecido nesta conta de "conferência e viagem" (5492000010), mas sim na conta de 5492000019 de "despesas com veículos (departamento de vendas)". A Recorrente percebeu tal equivoco e efetuou a reclassificação contábil em questão, conforme documento anexo (doc. 04B). A Recorrente também entende importante esclarecer que o valor do item 288, cuja glosa foi mantida pela DRJ/SPOI, de fato foi contabilizado equivocadamente nesta conta de despesa "conferência e viagem", pois tratase de gastos para a realização de reunião de gerente divisional de vendas e que deveria estar em "Progr. Incentivos". Como já dito pelo r. agente fiscal, e relatado pela DRJ/SPOI nas folhas 11.492 dos autos, a documentação comprobatória já foi anexada ao processo, de forma que a Recorrente não o fará novamente. Mas o que é importante notar que esta despesa está suportada por relatório de despesas preenchido pela gerente divisional de vendas, cujos valores e natureza encontramse comprovados por uma série de notas fiscais anexas. Esse gasto é incorrido para estimular as vendas da Recorrente. Diante de todo o exposto, a Recorrente requer que a decisão da DRJ/SPOI seja reformada para cancelar o crédito tributário decorrente da glosa dos itens registrados na conta "Conferência e Viagens". Verifico que nesta conta denominada “Conferencias e Viagens”, a decisão recorrida após excluir as parcelas já decaídas e exoneradas, manteve 21 itens, todos relacionados às despesas com viagens por pessoas estranhas ao seu quadro pessoal. No caso já em fase de diligencia fiscal, a fiscalizada foi intimada a comprovar se os beneficiários das passagens aéreas eram funcionários da própria empresa à época dos fatos geradores e a motivação da viagem. Ainda e especificamente a comprovar quanto ao item 284 (Doc. 37) a despesa no valor de R$.12.455,51 em relação ao Sr. Bill Quick, bem como ao item 295 (Doc. 40) no valor de R$.11.51,12 despesas com despachantes se os veículos são da empresa. Constatase que toda a documentação apresentada foi analisada pela autoridade fiscal conforme atesta o minucioso Termo de Encerramento de Diligencia Fiscal/TED, (fls. 11309/11407 ) e reproduzido no voto condutor. Conquanto a documentação não foi suficiente para comprovar o total das despesas, pois, em que pese todos os argumentos contidos na impugnação e no recurso voluntário, entendo que a empresa subsidiou a participação de pessoas estranhas ao seu quadro de pessoal, logo, tais despesas devem ser consideradas como mera liberalidade da contribuinte e devem ser mantida. Para se ter uma idéia, quanto aos itens acima especificados (284 e 295), com relação ao primeiro não foi apresentado documento que prove ou demonstre qual é a finalidade do Sr. Bill Quick perante a empresa, somente demonstra que o valor de R$.12.112,46 referente passagem aérea em classe não econômica do trecho Londres/São Paulo/Londres. Na manifestação, pós diligencia, a própria recorrente afirma se tratar de prestador de serviços ligado a empresa K2 Achievements, pelo que, não dedutível. Este é o caso, além de a grande maioria dos recibos e comprovantes relativos às despesas de “Conferencia e Viagens” estar emitida em nome de terceiros pois referemse a viagens efetuadas por pessoas que não pertencem ao quadro de funcionários da Recorrente, e não há qualquer prova de que as viagens foram realizadas no interesse da empresa. Fl. 11904DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 20 21 Portanto, mantenho a glosa de todos os itens relativos “Conferências e Viagens”, exceto o item 295, como se segue. Já com relação ao segundo item (295), aqui cabe razão a ora recorrente. Encontramse nos autos documentos de fls. 11688/11696 que provam ser o valor de R$.11.751,12 referente a reembolso de despesas com despachante relativa a emplacamento de veículos do seu ativo fixo. Registrese que a despesa inicialmente classificada como “Conferencia e Viagens” posteriormente foi reclassificada para “Despesas com Veículos”. Neste ponto desconsiderar a glosa no valor de R$ 11.751,12. Passo ao segundo tópico. III.D) Conta 54910050 Conferência de Natal (R$.2.216.097,41) Extraise alguns trechos do recurso voluntário necessário ao deslinde da questão. Na peça impugnatória foi anexado folder do "Programa da Conferência de Natal de 2001" (docs. 7 da Impugnação), o qual foi realizado no período autuado. Nele é possível observar que foram realizadas durante a conferência de Natal palestras sobre estratégias de marketing relativas a determinadas campanhas de vendas (17/08, às 08:45h e às14:15h, por exemplo) e reuniões com Diretores e Gerentes de vendas (18/08, às 10:30h e às 11:00h, por exemplo). Como se demonstrou, a "Conferência de Natal" é um evento de suma importância para que a Recorrente realize seus objetivos empresariais. Não se trata de congraçamento, mas sim de relevante treinamento de colaboradores quanto aos produtos da empresa e quanto à melhor forma de sua comercialização, (marketing). Sua dedutibilidade, portanto, é patente! Prova disso é que a jurisprudência administrativa admite até mesmo a dedutibilidade de eventos meramente recreativos realizados por pessoa jurídica o que não ocorre no presente caso , conforme se demonstra no excerto abaixo de acórdão do antigo Conselho de Contribuintes. "DESPESAS COM RECEPÇÕES, FESTAS E REPRESENTAÇÃO Desde que razoáveis, os gastos com eventos realizados para congraçamento entre empregadores, empregados e clientes, assim como brindes distribuídos por ocasião das festas de fim de ano, podem ser admitidos como despesas operacionais." (Acórdão 10193.271, de 09/11/2000). Ademais, é de se notar que esse grupo de despesas foi glosado unicamente em razão da alegação de não ser necessária à atividade da empresa. Em outras palavras, o que se discute é a dedutibilidade ou não de tal despesa em razão de sua natureza! Assim, apenas para facilitar a demonstração da natureza de tais despesas e a sua composição, a ora Recorrente anexou à sua Impugnação documentos exemplificativos (docs. 50 A a G da Impugnação), por meio dos quais buscou evidenciar aos Srs. Julgadores de primeira instância, que as mesmas são essenciais para a realização de um evento de tamanha importância para o aumento das vendas da Recorrente. Fl. 11905DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 22 Ou seja, essa glosa consiste em três grandes valores de despesas deduzidos apenas nos três últimos meses do ano (03 parcelas de R$.738.699,14: out/nov/dez/2001), tendo em vista o respeito ao principio da competência, o que apenas reforça que se trata a Conferência de Natal de um evento voltado para o aumento das forças de vendas da Recorrente no último quarto do ano, o que faz com que as respectivas despesas sejam, portanto, plenamente dedutiveis para fins fiscais e, não caráter comemorativo e de confraternização como alega a DRJ. Portanto, o que se tem com relação ao presente grupo de despesas é que o evento Conferência de Natal é de fato o evento mais importante da Recorrente, pois tratase do momento em que suas Gerentes de Setor são treinadas com relação aos novos produtos e novas Campanhas de Vendas, as quais, se bem executadas, representaram ingresso de novas receitas para a Recorrente, motivo pelo qual devem ser as respectivas despesas com a sua realização consideradas necessárias, usuais e normais, e consequentemente, plenamente dedutíveis para fins fiscais. Verificase que nesta conta 54910050 despesas com “Conferencia de Natal” a autoridade fiscal intimou a empresa a comprovar três itens (91, 310 e 311) no valor unitário de R$.738.699,14, (Relacionados no Anexo 1 do TVF), relacionando as 700 (setecentas) pessoas e respectiva vinculação com a empresa que participaram do evento no hotel “Club Méd” em Itaparica na Bahia, bem como, o tipo de despesa que compõem as duplicatas emitidas pela empresa Rosenbluth International. Para tanto foi entregue os “Docs. 50A a G; listagem com os 700 funcionários participantes do e vento (fls. 10152/10161); escrituração da conta “Conferencia de Natal” do ano calendário de 2001, no valor total de R$.2.287.996,45 e documentos diversos referentes à Rosenbluth International/Fytour Turismo Ltda (duplicatas, faturas, avisos de débitos, relatórios, notas fiscais de hotéis), contudo, sem relacionar e sintetizar as despesas que compõem as duplicatas emitidas pela Rosenbluth, o que no entender da fiscalização não permite com isto se ter uma visão do conjunto de todas as despesas visando uma melhor análise. Ainda do Termo de Encerramento de Diligencia Fiscal/TED extraise que as despesas incorridas de passagens aéreas e estadias com pessoas não funcionárias da AVON são apenas observadas nos diversos documentos apresentados, citando serem prestadores de serviços, no entanto, sem comprovação do seu efetivo vínculo. Por fim, registra que “Na visão da fiscalização, uma despesa como esta, efetuada num resort, distante da sede da empresa, a um custo de mais de 3 mil reais por funcionário, não é essencial nem vinculada com as fontes produtoras de rendimentos da empresa, conforme previsto no parecer CST 32/81, lembrando que a própria AVON não se manifestou sobre esta questão. Extraise do voto condutor os seguintes trechos: Não se pode negar que o contribuinte possui uma estratégia de vendas que difere das comumente praticadas, utilizandose de revendedores os quais compram os seus produtos e posteriormente os revendem por sua própria conta e risco, sem possuir vinculo empregatício com a empresa. Podese dizer que o evento denominado Conferência de Natal apresenta característica única. Conforme alegado pelo contribuinte, tem caráter de treinamento das gerentes de setor com a apresentação de novos produtos, palestras sobre estratégias de marketing, reuniões com diretores e gerentes de vendas, despesas estas claramente dedutíveis, tendo em vista a necessidade de motivar o corpo funcional de vendas através das gerentes de setor as quais seriam responsáveis por coordenar os revendedores finais. Mas, por outro lado, verificase que o evento também possui um caráter comemorativo e de confraternização, com a participação além dos Gerentes de Fl. 11906DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 21 23 setor, também de: Vice presidente de marketing, Presidente gerente geral, Diretor de marketing cosméticos, Vice presidente de vendas, Diretor de marketing nov.negócios, Diretor serviços ao consumidor, Diretor de comunicação, Diretor regional de vendas, Diretor jurídico rel. governam., Asst. Presidência, Diretor Desenvolvimento Vendas, Asse. Jurídico (2), Diretor Recursos humanos, Diretor serviços de atendimento, conforme lista apresentada dos participantes do evento (fls. 10152 a 10161). Esta conclusão é corroborada pelo fato de constatarse que nesta conta estão incluídas despesas das mais diversas ordens tais como: hospedagens, fogos de artifício, palco, passagens aéreas, jóias, serviços com agentes de segurança, barco, aluguel de carros, etc (docs 50A a 50G). Afirma o próprio impugnante que no evento há também a premiação de colaboradores que atingiram certas metas de produtividade, tempo de permanência na empresa, etc. Conforme se tratará adiante, somente as despesas com premiação claramente vinculadas às metas por vendas podem ser consideradas dedutíveis, sendo que as demais premiações são mera liberalidade da empresa. E, o fato de o evento ter se realizado em um resort em local turístico (Club Med Itaparica BA), dá ao evento não apenas um caráter motivacional mas também de premiação a todos os participantes. E neste ponto, verificase que dentre os documentos comprobatórios apresentados encontramse também diversas observações manuscritas nas faturas de hospedagens e passagens aéreas com prestadores de serviços e não funcionários. Destarte, em razão do conjunto probatório apresentado, há que se concordar com a autoridade lançadora no sentido de manter a glosa efetivada. Observandose, ainda, conforme constatação da autoridade diligenciante que os documentos referentes à Rosenbluth International e Flytour Mega Turismo Ltda, não tiveram os valores relacionados e sintetizados e não foram relacionados os beneficiários das passagens aéreas. No caso em análise, conforme acima descrito, não se nega que tal procedimento seja indutor de vendas, todavia, o que não restou provado nos autos, quanto ao tema, é se todos os beneficiários eram ou não funcionários da empresa. A comprovação com relação aos beneficiários funcionários (700 ao todo) da empresa autuada e que lidavam com vendas, sem duvida tais despesas são dedutíveis. Faltou, no entanto, a fiscalização segregar à vista da documentação apresentada os referentes aos outros beneficiários (prestadores de serviços e não funcionários). Conforme se depreende dos autos, a fiscalização considerou a totalidade das despesas no valor total de R$.2.216.097,41 relativo aos três itens da conta 54910050 (93, 310 e 311) relacionados no Anexo 1 do TVF, despendido pela recorrente com “Confraternização de Natal”, nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2001, como despesa não necessária, entendendo que foi efetuada por mera liberalidade. Por sua vez, alega a recorrente que tais despesas são necessárias a sua atividade, no caso, para a divulgação das suas marcas por se tratar de relevante treinamento de colaboradores quanto aos produtos da empresa e quanto à melhor forma de sua comercialização, (marketing). Compulsando a cópia do razão anexada e extensa documentação, verificase que durante o anocalendário de 2001, foram pagas e reembolsadas uma infinidade de Fl. 11907DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 24 despesas, tais como, hotéis, viagens, restaurante, etc., o que entendo, tudo dentro da razoabilidade pelo tipo da atividade praticada pela empresa. Dessa forma, entendo que tais despesas são necessárias ao tipo de atividade praticada pela recorrente, razão porque, dou provimento ao presente item exonerando os itens 310, 93 e 311 lançados no demonstrativos de fls. 11538/11539 como mantidos. Terceiro grupo de contas autuado: III.E) Conta 56250010 Programa de Incentivos e Conta 56250011 Literatura de Programa de Incentivos. Os itens das contas acima epigrafadas relacionados no Termo de Verificação Fiscal (fls. 161/162), que serve de apoio ao lançamento em questão, teve como fundamentação para sua glosa o seguinte: “9] 0 Anexo 1 do presente termo, apresenta os lançamentos que se enquadram pela sua não comprovação da real necessidade à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora, conforme preconizado pelo artigo 299 e parágrafos do RIR/99 e inúmeros Acórdãos do 1° Conselho dos Contribuintes sobre o assunto. Tão pouco tais lançamentos foram adicionados ao lucro liquido, em conformidade com o artigo 249, inciso I do RIR/99, conforme mostra a escrituração do Livro de Apuração do Lucro Real, LALUR, anexado aos autos. 10] A fundamentação para a autuação, para cada lançamento constante nas planilhas, individualizadas por conta, do Anexo 1 citado, são apresentados na coluna "OBSERVAÇÃO". 11] Conforme podese notar na coluna "OBSERVAÇÃO", há vários lançamentos que não foram apresentados quaisquer documentações comprobat6rias, não sendo portanto possível caracterizar a operação/causa de origem do lançamento e seus efetivos pagamentos. 12] Há vários lançamentos, sem a apresentação de contratos de prestação de serviços, notas fiscais sem especificação/natureza dos serviços, etc..., estando em desacordo com o artigo 304, do RIR/99, assim como inúmeros Acórdãos do 1° Conselho dos Contribuintes, que firmam jurisprudência sobre a necessidade da comprovação, de pormenores a respeito da operação que dê causa à concessão do beneficio auferido, com a indicação das operações/causas que deram origem. Há vários casos também, que não comprovam os beneficiários com as operações da empresa.” Reproduzo da mesma forma e para melhor compreensão os seguintes trechos extraídos do recurso voluntário: “As despesas incluídas nas contas em epígrafe consistem nos custos de todas as viagens, produtos e literatura concedidos como prêmios a Revendedoras e Gerência de Vendas da Avon que tenham preenchido os prérequisitos estipulados (conta 56250010 Prog. de Incentivos). Os itens de literatura relacionados aos programas de incentivos são registrados destacadamente na conta 56250011 "Lit Programa de Incentivos". Todas as despesas relativas a essas contas foram glosadas sobre a alegação de não serem necessárias às atividades da Recorrente. Contudo, mais uma vez, a análise da necessidade dessas despesas exige dessa c. Turma Julgadora, como não poderia deixar de ser, que seja levada em consideração as peculiaridades da atividade da Recorrente. Fl. 11908DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 22 25 Com efeito, a fim de motivar as Revendedoras de seus produtos, as quais, conforme já explicado, consistem em seu canal exclusivo de vendas, a Recorrente tem como prática comum e reiterada, ao longo dos seus mais de 50 anos de existência no País, a implementação dos chamados Programas de Incentivo, através dos quais são estabelecidas metas de venda para as Revendedoras e para as respectivas Gerentes de Setor. Ao serem atingidas as metas estipuladas, são concedidos prêmios, que vão desde aqueles de valor módico, como conjuntos de panelas, até viagens, jóias e carros. A titulo exemplificativo, foram anexados à Impugnação os regulamentos de alguns Programas de Incentivo implementados pela Recorrente em 2001, período base da autuação (doc. 8 da Impugnação). A este respeito, cabe salientar que os programas costumam fazer referência a certas campanhas de vendas. Isto porque os períodos de venda dos produtos da Recorrente são divididos em campanhas que duram entre 17 e 20 dias. As campanhas são referidas pela letra "C" acompanhada de determinado número. Também foram anexadas à peça impugnatória calendário das campanhas realizadas em 2001 (doc. 9 da Impugnação). Em vista do exposto, é possível concluir de plano que as despesas incorridas pela Recorrente para a implementação dos Programas de Incentivo são absolutamente necessárias às suas operações, pois têm por objetivo (e de fato impactam em aumentar as vendas da Recorrente. Inicialmente, cabe novamente asseverar que o grupo de despesas em questão foi glosado em razão de ter sido considerado pelo d. agente fiscal como não necessárias à atividade da empresa e à manutenção da fonte produtora. Logo, com relação a ela, não foram produzidos em defesa pela Recorrente a prova exaustiva para cada um dos itens glosados, tendo a documentação juntada aos autos (docs. 62 a 67 da Impugnação para a conta "Lit. de Programas" e docs. 89 a 223 da Impugnação para a conta "Prog Incentivos") sido apresentada a titulo meramente exemplificativo da natureza das despesas, a fim de possibilitar à d. autoridade julgadora de primeira instância compreender as razões de sua plena dedutibilidade fiscal. Contudo, o que se verificou é que a DRJ/SPOI claramente confundiuse mais uma vez em sua decisão, realizando a manutenção das glosas como se os itens autuados tivessem sido justificados pelo r. agente fiscal em razão da falta de comprovação. Por esse motivo, já de plano deve ser cancelado esse item da autuação, conforme já esclarecido em sede de preliminar. Portanto, nas presentes razões de recurso voluntário, as glosas compreendidas nesse grupo de despesas serão dividas em três: (i) despesas com ações motivacionais, (ii) despesas com prêmios em programas de incentivo e (iii) despesas de literatura dos programas de incentivos.” Pois bem, não resta dúvida de que o prêmio de performance se mostra perfeitamente necessário às atividades operacionais da pessoa jurídica. No caso, a motivação do lançamento deuse em primeiro plano pela constatação da desnecessidade às atividades operacionais, tendo em vista, como acima descrito, que no transcorrer da fiscalização, para vários lançamentos apontados sequer foram apresentados as documentações probatórias, nem mesmo contratos de prestação de serviços, descrição da operação que deu causa à concessão do benefício auferido e identificação dos beneficiários. Daí conclui a autoridade fiscal da impossibilidade de se caracterizar a operação/causa de origem do lançamento e seus efetivos pagamentos com identificação dos beneficiários. Fl. 11909DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 26 Nesta linha de raciocínio, evidente quanto a este item que se não há documentos hábeis e idôneos que comprovem as despesas, a glosa deve ser mantida. No entanto, após a realização da diligencia determinada pela Delegacia de Julgamento e com manifestação expressa da recorrente, a matéria merece outra análise, vejamos. Para melhor compreensão deste grupo de despesas o voto condutor ora combatido traz a seguinte análise, por item de despesas, a saber (fls. 11508): "Após intimação na diligência fiscal, o auditor concluiu que a comprovação da finalidade do serviço é dada pela descrição no corpo da NF, como "Ações Motivacionais", num total de R$.2.319.904,38 e "Honorários de Prestação de Serviços de Marketing", num total de R$.1.431.520,54, sem apresentação de contrato de prestação de serviços à época ou qualquer outro esclarecimento adicional. Conforme visto, as despesas com treinamento são passíveis de dedução desde que comprovada a finalidade e acompanhada com documentos hábeis a comprovar a realização do evento. Da mesma forma, as despesas com serviços de marketing devem estar devidamente documentadas. No caso, de acordo com o TED não houve a apresentação dos contratos de prestação de serviços nem a relação de beneficiários das ações motivacionais, cabendo portanto a manutenção da glosa relativa a tais itens. Em relação à documentação apresentada na impugnação para comprovar os itens da conta 56250011 Literatura Programa de Incentivos (docs 62 a 67), verificase: itens 143, 147, 329, 331, 341. Não houve apresentação de documentos, cabendo a manutenção da glosa; item 145. Apresentou fatura de agência de viagem com a descrição: "Pagamento pacote para Salvador de 26/08 a 02/09/01 para 16 pessoas Avon Clube das Estrelas" (fl. 3302). Portanto, não se trata de despesa relativa à esta conta, cabendo a manutenção da glosa; itens 329 e 339. Apresentou por amostragem notas fiscais de saída, onde encontramse grifados itens como folhetos, revistas, amostras (fls. 3306 a 3320 e 3346 a 3385). Portanto, não se coadunando com a justificativa apresentada para a finalidade desta conta, cabendo a manutenção da glosa. No que se refere à conta Programa de Incentivos (56250010) constatase uma grande quantidade de itens glosados. Mesmo desconsiderando os itens já decaídos e os relativos às notas fiscais de prestação de serviços das mencionadas empresas Mark Up Incentive Marketing Promoções Ltda. e Incentive House S/A, restaram ainda as despesas relativas à distribuição de prêmios, conforme alegado. No presente caso, alega a defesa tratar se de despesas com distribuição de prêmios com caráter de premiação as revendedoras que atingiram determinadas metas de vendas. Ou seja, estariam estas despesas vinculadas à atividade de vendas da empresa. Portanto, sob este aspecto, abrangido pelo conceito de despesa operacional. Contudo, como qualquer despesa, é necessário que o contribuinte apresente a comprovação da realização de tais despesas, identifique os prêmios concedidos aos beneficiários e a vinculação destes com a empresa, de forma cabal. Em sua intimação a autoridade diligenciante solicitou que o contribuinte relacionasse cada prêmio concedido, a partir de valores iguais ou superiores a R$ Fl. 11910DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 23 27 3.000,00, com o nome e CPF do beneficiário, função perante a empresa e comprovação do seu efetivo recebimento. No entanto, não houve por parte do interessado o atendimento nos termos da intimação, tendo sido apresentados os seguinte documentos: fl. 10941 consta relação de beneficiários Programa de incentivos para gerentes de setor com a descrição dos prêmios (brincos, colares e berloques de ouro) relacionados as notas fiscais de saída para os ganhadores emitidas pela Avon a titulo de "Prêmios S/ Valor"(fls. 10943 a 10957). Encontrase à fl. 10942, a nota fiscal 004858 de compra dos produtos em valor total de R$ 236.660,00. Neste ponto, é possível verificar a efetiva entrega dos prêmios para "gerentes de setor", o que justificaria a entrega de várias quantidades do mesmo produto, pois os mesmos poderiam ser repassados aos revendedores. Porém, verificase que esta NF 004858, de emissão de Jóias Vivara, no valor de R$ 236.660,00 foi apresentada previamente juntamente com a impugnação para justificar a glosa do item 569 (doc 110, fls. 4371 a 4374) cujo valor de despesa é de R$.204.740,00. Os comprovantes das despesas para serem considerados dedutíveis precisam ser coincidentes em valor, o que não está ocorrendo neste caso. Ademais, não há dentre os itens glosados, nenhum valor correspondente A, despesa no valor de R$ 236.660,00. Portanto, não está justificado o item 569. Continuando, em atendimento à diligência, foi apresentado no doc 202 (fls. 10958 a 10961) somente a nota fiscal de compra de 1136 rádio gray. port. AM/FM c/ CD player, ao custo unitário de R$ 185,00 e valor total de R$ 210.160,00 sem qualquer relação de beneficiários. No doc 203 (fls. 10962 a 10987) consta relação de beneficiários — "Conferência de natal". Portanto, tratamse de notas fiscais relativas ao evento "Conferência de natal", não sendo cabível a sua dedução. No doc 204 (fls. 10988 a 11001) consta relação de beneficiários — Programa de incentivo "É puro sucesso", com o nome de 13 beneficiários os quais não foram encontrados pela fiscalização na relação de funcionários da empresa. Foram emitidas notas fiscais pela Avon a titulo de "Prêmios S/ Valor" em nome das pessoas relacionadas, com a descrição "motoneta Honda tipo 100Biz", cuja nota fiscal de compra dos produtos não foi apresentada. Portanto, não pode ser considerada dedutivel esta despesa. Assim, concluise que não houve por parte do contribuinte o atendimento da diligencia nos termos do solicitado e, em se analisando os documentos apresentados, estes não foram suficientes para comprovar o alegado. Dado o elevado número de itens glosados, a proposta da diligência foi retratar, por amostragem, a comprovação ou não das despesas glosadas, o que não ocorreu diante da documentação apresentada, sendo cabível a manutenção dos demais itens desta conta.” Ressaltese que, nas questões preliminares nos tópicos: II.C) Erro Diversos itens da conta 56250010 Programa de Incentivos, este relator já se manifestou reconhecendo o equívoco por parte da Turma Julgadora monocrática em relação aos citados contratos, sem prejuízo da análise a seguir. Em primeiro lugar com relação aos contratos de prestação de serviços firmados com as empresas Mark Up Incentive Marketing Promoções Ltda há de se reconhecer Fl. 11911DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 28 o equívoco do quanto decidido em primeira instância, pois, de fato, encontramse os mesmos acostados aos autos juntamente com a impugnação (fls. 3227/3233), pelo que necessário sua análise. Da leitura dos citados contratos constatase que ambos tratam de prestação de serviços de marketing de incentivos na melhoria nos sistemas produtivos e de maximização dos resultados através de premiação aos indicados pela empresa contratante. Encontramse, também, às fls. 11698 a 11723 dos autos, relação dos beneficiários e respectivas notas fiscais das despesas. Aqui, cabe esclarecer que a documentação foi apresentada juntamente com o recurso voluntário, isto é após a impugnação. Por se tratar de matéria eminentemente de provas e ainda que não sejam provadas nos autos as hipóteses previstas no § 4º do art. 16 do PAF que justificariam a juntada tardia de documentos, é possível admitir referida juntada em vista da necessidade de busca da verdade material. Por outro lado, é crucial que se os documentos aportados demonstram e comprovam despesas operacionais pendentes de comprovação os mesmos deverão, no meu entender, ser apreciados em homenagem ao princípio da verdade material. Da mesma forma, com relação à conta 56250011 Literatura de Programas de Incentivo, cabe enfatizar que tratase de materiais de campanha de vendas e propaganda de novos produtos, como folders, panfletos e revistas entregues às revendedoras e pela análise dos documentos trazidos aos autos, sem dúvida, despesas necessárias à atividade da empresa. Quanto a dedutibilidade das despesas com brindes, é sabido que a partir da edição da Lei n. 9.249/95 art. 13, inciso VII , tais despesas passaram a ser indedutíveis da base de cálculo do imposto de renda e da contribuição social. Entretanto, pelo tipo de atividade desenvolvida pela recorrente como já dito alhures, tratase de despesas com distribuição de prêmios com caráter de premiação às revendedoras que atingiram determinadas metas de vendas, e sendo assim, dedutível da base de cálculo do imposto de renda. Dessa forma, entendo que as despesas referenciadas nas contas 56250010 (Programa de Incentivos) e 56250011 (Literatura Progr. Incentivos), são necessárias ao tipo de atividade praticada pela recorrente e, restando sua comprovação nos autos, dou provimento ao presente item, restabelecendo as despesas como dedutíveis, excluindo todos os itens relacionados as referidas contas no “Demonstrativo da Base de Cálculo de fls. 11538/11540). Passamos ao quarto grupo de contas conforme autuação. III.F) Conta 56250014 Clube das Estrelas Argumentos do recurso voluntário: “Conforme já explicado em sua Impugnação, no plano de contas da Recorrente, tais despesas recebem o mesmo descritivo das despesas acima tratadas ("Planos de Incentivo"). Todavia, o que particulariza essas despesas e as distingue dos demais gastos com planos de incentivo é o fato de estarem relacionadas a um programa de incentivos somente aplicável a Revendedoras que alcançam as metas préestabelecidas para participar do chamado "Clube das Estrelas". 0 regulamento do "Clube das Estrelas", implementado no ano de 2001, foi juntado à peça impugnatória da Recorrente (docs. 10 da Impugnação) e traz todos os detalhes do funcionamento desse programa especifico, voltado para aquelas Revendedoras que mais contribuem para o incremento das vendas da Recorrente. Fl. 11912DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 24 29 Uma observação fundamental com relação a esse grupo de despesas é que o motivo de sua glosa se deu em razão de serem tais despesas consideradas não necessárias às atividades da Recorrente. Ou seja, a glosa não teve por fundamento a falta de comprovação. Contudo, a DRJ/SPOI, mesmo tendo reconhecido serem tais despesas plenamente dedutíveis em razão de sua natureza frente às atividades da Recorrente, manteve a glosa de diversos itens em razão unicamente da falta de apresentação de documentos, o que é um grande contrasenso, além de ir totalmente de encontro ao motivo original da glosa desse grupo de despesas, culminando em grave cerceamento de defesa da ora Recorrente.” Para este grupo de contas, inicialmente, a recorrente da mesma forma como o fez no tópico precedente, traz como principal argumento o fato de que os itens desta conta conforme relação que integra o TVF (Anexo 1), foram glosados sob a alegação da não necessidade da despesa. Daí na peça de impugnação foi acostados documentos meramente com a função exemplificativa da natureza da defesa (não necessidade), importando, agora, à vista da manutenção da glosa pela Delegacia de Julgamento sob o enfoque da falta de apresentação de documentos, refutar tais alegações com a juntada dos documentos probantes, pelo que reproduzo o seguinte excerto do recurso (item 118.1): “Mas a Recorrente consigna que, em seu entender, uma vez reconhecida a dedutibilidade das despesas com o Clube das Estrelas, já deveria ser integralmente exonerada a sua glosa, pois somente assim se estaria mantendo a coerência e a razoabilidade com as razões originais de lavratura desse item da autuação.” Compulsando os autos verificase que as despesas glosadas e mantidas pela decisão de primeira instância (itens 363, 364, 368, 370, 371 e 379), de fato, foram reclassificadas entre as contas “Programa de Incentivo” e “Clube das Estrelas”. Explicando melhor: as glosas foram mantidas pela DRJ sob a justificativa “que nos documentos apresentados não há qualquer referencia à campanha Clube das Estrelas, nem foram apresentados demonstrativos consolidados das notas fiscais capazes de comprovar o valor da despesa glosada”. Constatase pelo relatório apresentado que basicamente essas despesas se relacionam com gastos para realização de reuniões com as melhores revendedoras “Party Meetings”. Outro fato constatado diz respeito a classificação de tais despesas como do grupo de Incentivos ao invés de Clube das Estrelas, fato este contabilmente corrigido com a reclassificação das contas (Doc.18A, 18B e 18D). Quanto aos itens 375 e 393 despesas glosadas sob a alegação de que os mesmos seriam brindes e não prêmios, em razão de seu pequeno custo unitário, aqui me reporto às considerações expostas na análise do tópico anterior.( Literatura de Programas de Incentivo). Por fim, no que diz respeito a este grupo de contas deixar claro que os documentos (notas fiscais, etc) anexados aos autos agora na fase recursal, da mesma forma que o tópico anterior, por se tratar de matéria eminentemente de provas e ainda que não sejam provadas nos autos as hipóteses previstas no § 4º do art. 16 do PAF que justificariam a juntada tardia de documentos, é possível admitir referida juntada em vista da necessidade de busca da verdade material. Por outro lado, é crucial que se os documentos aportados demonstram e comprovam despesas operacionais pendentes de comprovação os mesmos deverão, no meu entender, ser apreciados em homenagem ao princípio da verdade material. Fl. 11913DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 30 Pelo exposto, sou pelo restabelecimento das deduções das despesas acima lançadas como indedutíveis pela fiscalização. Pelo que se deve excluir do demonstrativo da base de cálculo de fls. 11538/11540 os seguintes itens (relacionados na mesma seqüência dos lançados na coluna glosa mantida): 150, 363, 368, 379, 391, 376, 396, 375, 380, 410, 367, 370, 371, 393 e 436. III.G) Conta 58670010 Amostras / Conta 56450010 Motv. Cons. Por ultimo cabe analisar estas duas contas. Razões extraídas do recurso voluntário: “Nessas duas contas estão incluídas despesas com mercadoria embalada como amostra ou, ocasionalmente, em tamanho regular, a ser fornecida para as Revendedoras, para a promoção de algum produto. As amostras, como já relatado na impugnação, consistem na efetiva "vitrine" da Avon. Somente através delas, juntamente com os folhetos (catálogos), as Revendedoras e o consumidor final podem conhecer e experimentar os produtos da Avon. Tratase, portanto, de essencial meio de vendas da Recorrente. Com efeito, a Recorrente juntou aos autos diversos documentos relativos ao item 184 (e também ao item 185, o qual foi excluído por decadência) do Anexo 3 do TVF, os quais exemplificavam o procedimento contábil fiscal adotado à época. Na impugnação, os documentos juntados foram os docs. 243 e 244, e na complementação da impugnação, os docs. 12A a 12D. Todos esses documentos foram devidamente relacionados pela DRJ/SPOI às fls. 11.529 dos autos. Durante a diligência fiscal determinada pela DRJ/SPOI, foi formulado quesito especifico ao r. agente fiscal a respeito desse grupo de despesas, no qual se questionou se, frente à documentação e esclarecimentos apresentados pela Recorrente, ficava mantida a glosa efetuada. [...] Em outras palavras, a glosa desse grupo de despesas foi mantida unicamente em razão da alegação de que o custo das amostras escriturado pela Recorrente (no exemplo utilizado pela fiscalização, de R$ 0,75, conforme consta na planilha "Movimentação de Doação setembro/2001" fls. 8.312 e 8.313), seria supostamente menor do que o custo real de aquisição, apurado com base nas notas fiscais de entrada juntadas aos autos. 0 que ocorre, contudo, é que tal entendimento poderia até se mostrar correto, caso a r. fiscalização, bem como a DRJ/SPOI, não tivessem solenemente ignorado o fato de a Recorrente realizar o controle de seu estoque pelo método do custo médio, conforme lhe autoriza a legislação fiscal (demonstrativo anexo). Em outras palavras, a glosa desse grupo de despesas foi mantida unicamente em razão da alegação de que o custo das amostras escriturado pela Recorrente (no exemplo utilizado pela fiscalização, de R$ 0,75, conforme consta na planilha "Movimentação de Doação setembro/2001" fls. 8.312 e 8.313), seria supostamente menor do que o custo real de aquisição, apurado com base nas notas fiscais de entrada juntadas aos autos. 0 que ocorre, contudo, é que tal entendimento poderia até se mostrar correto, caso a r. fiscalização, bem como a DRJ/SPOI, não tivessem solenemente ignorado o Fl. 11914DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 25 31 fato de a Recorrente realizar o controle de seu estoque pelo método do custo médio, conforme lhe autoriza a legislação fiscal. [...] Em resumo, portanto, o Parecer Normativo CST 06/79 reconhece como método fiscal válido o controle de estoque pelo critério do custo médio ponderado, consignando expressamente que "não é incompatível com o método – e portanto aceitável do ponto de vista fiscal que as saídas sejam registradas unicamente no fim de cada mês, desde que avaliadas ao preço médio que, sem considerar o lançamento de baixa, se verificar naquele mês". A conclusão a que se chega após a análise do Parecer Normativo acima e seu confronto com o requisito exigido no artigo 366, V, do RIR/99 para a dedutibilidade das amostras distribuídas gratuitamente por empresas que utilizem sistema de promoção de venda de seus produtos, é que o "preço de custo real" das amostras para aquelas empresas que realizam o controle de seu estoque pelo critério do preço médio ponderado deve ser exatamente a média ponderada do valor das mercadorias ingressadas no estoque, e não o valor individual consignado em cada nota fiscal de aquisição! Ou seja, a conclusão a que chegou o r. agente fiscal no presente caso e que foi erroneamente confirmada pela DRJ/SPOI de que "há divergências entre o custo de aquisição (maior) e o custo de revenda efetivamente escriturado (menor)", não está correto, uma vez que desconsidera completamente o método de controle de estoque utilizado pela Recorrente.” De fato, nesta conta a DRJ com base no TED manteve a glosa com exceção do item 185 no valor de R$.857.817,36 por duplicidade de lançamento e por decadência o item 160. As razões da glosa, em síntese, conforme demonstrada no voto ora combatido para o item 184 (R$.1.082.447,25) foi o não atendimento aos incisos do art. 366, V do RIR/99: divergências entre o custo de aquisição (maior) e o custo de revenda efetivamente escriturado (menor). Inserese no Termo de Encerramento da Diligencia Fiscal/TED que o Parecer Normativo CST 21/76, o qual dispõe que para efeito de dedução de despesas com propaganda para o caso de amostras adquiridas gratuitamente do produtor, considerase como seu valor o do respectivo custo de aquisição. Diante dos fatos analisados, resta saber qual é afinal o custo de aquisição destas amostras para dedução de despesas de propaganda, conforme Parecer Normativo CST 21/76 já citado. No recurso voluntário aduz a interessada que “é evidente o equivoco contido na decisão da DRJ/SPOI a respeito da manutenção da glosa desse grupo de despesas, uma vez que, conforme devidamente demonstrado acima, sendo o controle de estoques da Recorrente realizado pelo método do custo médio ponderado, estava ela obrigada a reconhecer como valor de suas amostras o valor médio ponderado apurado em cada mês e não o valor individual de cada aquisição de amostras, conforme erroneamente quis fazer crer a DRJ/SPOI em seu Acórdão. Por esse motivo e, conforme preceitua o Parecer Normativo CST 06, de 01/02/1979, deve ser reconhecida a correção do procedimento de registro de custo das amostras pela Recorrente e, consequentemente, considerado atendido o requisito previsto no artigo 366, V, do RIR/99, do que resultará a exoneração de todos os itens compreendidos nessas contas indevidamente glosadas pela d. fiscalização.” Fl. 11915DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES 32 Sendo certo que a legislação do imposto de renda, e de outros tributos que tenham em uma apuração de resultado sua base imponível, pode, para proteger justamente a conformação desta base e a apuração de lucro, impor limitações à dedutibilidade de certos dispêndios, no caso em apreço, as limitações encontramse elencadas no artigo 366 do RIR/99, especialmente em seu inciso V. São elas a devida contabilização da distribuição das amostras pelo preço de custo real, sua documentação probatória, bem como que o seu valor não ultrapasse a 5% da receita líquida obtida na venda. Além de preencher os requisitos acima, é também de bom senso compreender que para o incremento das vendas dos produtos da empresa interessada, especialmente com relação a prova por cada cliente, seja necessário o envio de amostras para testes, que podem compreender vultosos dispêndios para se alcançar o desejado efeito demonstrativo. Da minha análise, vejo que, pelo tipo de atividade desenvolvida pela recorrente como já dito alhures, é sabido que muitas das vezes as empresas distribui amostras dos produtos que está lançando no mercado ou que já comercializa, com o fito de incrementar suas vendas, ou seja, tratase de despesas com promoção e divulgação dos seus produtos, caracterizandose, portanto, como despesas de propaganda diretamente relacionadas com a atividade explorada pela empresa, e sendo assim, dedutível da base de cálculo do imposto de renda. No caso em tela as amostras como bem definidas na diligencia efetuada, são adquiridas pela empresa comercial (AVON) da empresa industrial em Osasco (AVON), portanto, gratuitamente. Em decorrência aplicase o preceituado no Parecer citado pelo fiscal diligenciante, ou seja, custo de aquisição (PN/CST 21/76). Durante a diligência a empresa autuada apresenta: escrituração do lançamento, relação das amostras, notas fiscais de entradas e saídas emitidas pela filial de Osasco/SP (sem CPF das revendedoras) e planilhas. Extraise do voto condutor ora guerreado o seguinte trecho: Quanto ao item 184 da conta Amostras, observase que o contribuinte, de fato apresentou, por amostragem, documentação pertinente à contabilização desta despesa e as correspondentes notas fiscais que embasam os lançamentos. No entanto, é mister destacar que a legislação vigente sobre a dedutibilidade destas despesas, é clara ao impor restrições para a sua utilização, conforme determina o artigo 366, inciso V do RIR/99. E com base no dispositivo acima citado (art. 366) fundamenta a manutenção da glosa pelo fato de ter o fiscal diligenciante constatado, por amostragem de um só produto, somente um mês, divergência entre os valores do custo de aquisição e de revenda, não se aplicando as disposições do citado PN CST 21/76 em vista da irregularidade dectada nas notas fiscais, qual seja: ausência do CPF das revendedoras. Dessa forma, entendo, quanto a este item, por desconsiderar a indedutibilidade das despesas relativas as Amostras (item 184, Conta 58670010) e das despesas Motv. Cons. (itens 157, 158 e 159, conta 56450010), pois, ao meu ver, a simples falta de indicação do CPF das revendedoras não motiva a glosa efetuada. Fl. 11916DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES Processo nº 19515.001555/200609 Acórdão n.º 1301001.305 S1C3T1 Fl. 26 33 De outro lado, por falta de contestação/comprovação por parte da recorrente mantenho a glosa dos itens referente a conta 58890000Despesas Div. GS (itens: 205, 199, 200, 203, 204, 197, 202, 201 e 198). Por fim, quanto à quantificação da base de cálculo (demonstrativo elaborado a partir dos Anexos 2 e 4 do TVF) da parte final do voto combatido (fls. 11536/11540), a mesma deverá ser refeita para excluir os itens exonerados por este relator, mantendo como despesas indedutíveis as “Despesas Conf. e Viagens” conforme relacionadas no Demonstrativo da Base de Cálculo (fls. 11536/11540) com exceção do item 295 (exonerado por este relator). Mantenho, também, o item 341 (Lit.Progr. Inc.) e, as Despesas Div. GS (itens 205, 199, 200, 203, 204, 197, 202, 201 e 198). Assim, considerando tudo que do processo consta, conduzo meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 11917DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 12/2013 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VALMAR FONSECA DE M ENEZES
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Numero do processo: 13412.000020/2005-01
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002
IRRF. GLOSA. PROVA DA EFETIVA RETENÇÃO.
Não havendo sido comprovada a efetiva retenção do imposto pela fonte pagadora, no montante informado pelo contribuinte em DIRPF, devida é a glosa fiscal.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2801-002.887
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin
Presidente e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (30/01/2015), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho.
Nome do relator: LUIZ CLAUDIO FARINA VENTRILHO
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GLOSA. PROVA DA EFETIVA RETENÇÃO. Não havendo sido comprovada a efetiva retenção do imposto pela fonte pagadora, no montante informado pelo contribuinte em DIRPF, devida é a glosa fiscal. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente e Redatora ad hoc na data de formalização da decisão (30/01/2015), em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Walter Reinaldo Falcão Lima, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Luiz Claudio Farina Ventrilho. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 41 2. 00 00 20 /2 00 5- 01 Fl. 41DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/01/201 5 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13412.000020/200501 Acórdão n.º 2801002.887 S2TE01 Fl. 42 2 Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra o contribuinte acima identificado, foi emitido o Auto de Infração, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), do exercício 2002, em decorrência da divergência de informações prestadas na DIRFP/2002 e nas DIRF apresentadas pelas fontes pagadoras, que resultou na apuração do IRPF/Suplementar de R$ 5.539,33, acrescido de multa de oficio de R$ 4.154,49 e juros de mora de R$ 2.732,55, e imposto a pagar declarado de R$ 1.179,74, total do crédito tributário apurado atualizado até 02/2005, de R$ 13.605,11 Conforme se verifica às fls. 02 a 09, o Auto de Infração foi decorrente: a) alteração dos rendimentos tributáveis de R$ 152.791,23, para R$ 153.612,23; b) alteração da dedução do imposto de renda retido na fonte, de R$ 24.095,51, para R$ 18.781,96. Cientificado do Auto de Infração, o contribuinte apresentou a impugnação de fl.01, argumentando, em síntese, que houve erro na informação prestada por uma das fontes pagadoras, tendo sido retificada as informações prestadas na DIRF e fornecida a declaração de fl. 12, pela Secretaria de Administração e Finanças da Prefeitura Municipal de Orocó fl. 12, reconhecendo o erro, e desta maneira compreendo que não deveria ser infrator e na verdade o que aconteceu foi somente um erro de digitação por parte da referida fonte pagadora. Conclui pela improcedência do auto de infração. Passo adiante, a 1a Turma da DRJ/REC entendeu por bem julgar procedente em parte o lançamento, em decisão que restou assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2002 IRPF DIVERGÊNCIA ENTRE VALORES DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL E DA DIRF . A divergência detectada as informações constantes da declaração de ajuste anual do contribuinte e da DIRF apresentada pela fonte pagadora, sujeitase tributação através de lançamento de oficio. Somente o imposto retido na fonte, correspondente aos rendimentos incluídos na base de cálculo poderá ser utilizado como dedução do imposto devido e principalmente quando corroborado com as informações prestadas em DIRF pela fonte pagadora. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURIDICA MATÉRIA NÃO CONTESTADA. Fl. 42DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/01/201 5 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13412.000020/200501 Acórdão n.º 2801002.887 S2TE01 Fl. 43 3 Consolidase, na esfera administrativa, o crédito tributário correspondente à matéria que não houver sido expressamente contestada pelo impugnante. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA DE MORA. GLOSA DE COMPENSAÇÕES DO IMPOSTO. Sobre o imposto suplementar decorrente da não comprovação de valores de imposto retidos ou pago, deve ser aplicada a multa de mora, prevista no art.61, caput, da Lei n° 9.430/1996. MULTA ISOLADA. PERCENTUAL A SER APLICADO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de penalidade cuja exigência se encontra pendente de julgamento, aplicase a legislação superveniente que venha a beneficiar o contribuinte, em respeito ao principio da retroatividade. Lançamento procedente em parte. Cientificado em 24/04/2008, o Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 19/05/2008 reiterando sua argumentação apresentada na impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Cláudio Farina Ventrilho, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Trata o presente caso de divergência de valores existentes entre a DIRF da fonte pagadora (Pref. de Orocó/PE) e os valores informados em DIRPF do contribuinte ora recorrente, o que levou a compensação indevida de IRFonte pelo recorrente. No presente caso, restou comprovado até mesmo por juntada posterior de declaração pela fonte pagadora/Prefeitura de Orocó e informado em DIRF, que o valor retido à título de IRFonte, foi na realidade de R$ 15.041,75, divergente do informado anteriormente pela mesma fonte pagadora ao ora recorrente, qual seja, R$ 20.355,30, o que levou o contribuinte a incidir em erro. O fato é que o recorrente argui a insubsistência do auto de infração, pois em sua ótica, a retenção na fonte deveria ser efetuada pela fonte pagadora e sobre esta recai a responsabilidade pela retenção. Menciona ainda, que seria um excludente de responsabilidade que militaria em seu favor, o fato da fonte pagadora haver informado em DIRF o valor a maior do que o retido, citando para tanto precedentes que entende, socorrem seu pleito. Fl. 43DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/01/201 5 por TANIA MARA PASCHOALIN Processo nº 13412.000020/200501 Acórdão n.º 2801002.887 S2TE01 Fl. 44 4 De se destacar que em decisão amparada nas mais recentes decisões administrativas, a DRJ já afastou a aplicação de ofício, exigindo apenas a multa de mora sobre o montante não comprovadamente retido. Ora, o fato da fonte pagadora haver informado valor divergente do efetivamente retido, não altera o ônus da prova da efetiva retenção pelo contribuinte, ora recorrente. Não comprovada sua retenção, indevida sua compensação e devida a exigência do imposto com seus consectários legais, conforme decidiu a decisão recorrida. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Redatora ad hoc, em substituição ao Conselheiro Relator Luiz Cláudio Farina Ventrilho. Fl. 44DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 30/01/201 5 por TANIA MARA PASCHOALIN
score : 1.0
Numero do processo: 10630.001154/2010-36
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 14 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Exercício: 2008, 2009
INFORMAR FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS EM GFIP.
Deixar de informar em GFIP os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, Inciso IV, da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei n°9.528/1997, e artigo 225, IV, do Decreto n. 3.048/1999.
RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN.
O Decreto 3.048/99 revogou o disposto no art. 291, §1º, do Regulamento da Previdência Social, que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Indiferentemente da revogação, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da publicação da alteração, por conta da aplicação do art. 144 do CTN.
Recurso Voluntário Provido Em Parte - Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2803-002.647
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso,no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a novembro de 2008.
(Assinado Digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Gustavo Vettorato - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Exercício: 2008, 2009 INFORMAR FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS EM GFIP. Deixar de informar em GFIP os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, Inciso IV, da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei n°9.528/1997, e artigo 225, IV, do Decreto n. 3.048/1999. RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. O Decreto 3.048/99 revogou o disposto no art. 291, §1º, do Regulamento da Previdência Social, que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Indiferentemente da revogação, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da publicação da alteração, por conta da aplicação do art. 144 do CTN. Recurso Voluntário Provido Em Parte - Crédito Tributário Mantido em Parte
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso,no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a novembro de 2008. (Assinado Digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. (Assinado Digitalmente) Gustavo Vettorato - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior.
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Deixar de informar em GFIP os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, Inciso IV, da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei n°9.528/1997, e artigo 225, IV, do Decreto n. 3.048/1999. RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. O Decreto 3.048/99 revogou o disposto no art. 291, §1º, do Regulamento da Previdência Social, que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Indiferentemente da revogação, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da publicação da alteração, por conta da aplicação do art. 144 do CTN. Recurso Voluntário Provido Em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso,no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a novembro de 2008. (Assinado Digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (Assinado Digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 63 0. 00 11 54 /2 01 0- 36 Fl. 362DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 179 2 Gustavo Vettorato Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 180 3 Relatório O presente Recurso Voluntário foi interposto contra decisão da DRJ, que manteve parcialmente o crédito tributário oriunda da aplicação de multa por descumprimento do disposto no art. 32, IV,da Lei n. 8.2121991, por ter deixado de entregar a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação Previdência Social GFIP, na competência 13/2008, bem como entregou a GFIP com atraso (após o prazo fixado na legislação) nas competências out/2008 a dez/2008, de jan/2009 a jul/2009, dez/2009 e 130/2009 (quadro anexo), infringindo o disposto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inciso IV e § 9°, com a redação dada pela MP no 449, de 03/12/2008, convertida na Lei n° 11.941, de 27/05/2009. O julgamento a quo excluiu do lançamento com referência à competência de 13/2008. Assim, o recurso veio à presente turma especial para seu julgamento, em que apresentou os seguintes argumentos resumidos: inaplicabilidade do art. 32A, II, da Lei n. 8.212/1991, em razão da ausência de intimação prévia para apresentação, e necessidade de atenuação e relevação da multa. Esse é o relatório. Fl. 364DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 181 4 Voto Conselheiro Gustavo Vettorato I O recurso é tempestivo, conforme supra relatado, dispensado do depósito prévio (Súmula Vinculante 21 do STF), assim deve o mesmo ser conhecido. II O argumento da inaplicabilidade do art. 32A, II, da Lei n. 8.212/1991, com a redação da Lei n° 11.941, de 27/05/2009, por ausência da intimação prévia para apresentação das GFIPs ou esclarecimentos, antes da aplicação da multa, não merece acolhimento. Vide o texto integral do dispositivo: Art. 32A.O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3odeste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o Observado o disposto no § 3odeste artigo, as multas serão reduzidas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 365DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 182 5 I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II–R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Em que pese o a impossibilidade de afastamento da multa em face de denúncia espontânea do art. 138, do CTN, pois é vedado ao CARF afastar a aplicação da lei ordinária em razão de inconstitucionalidade, conforme determina o art. 62 e 62A, do Anexo II, do RICARF. Observase que as competências recorridas, as GFIPs foram todas entregues antes da fiscalização, logo não haveria necessidade de intimação prévia para nova entrega(envio) das mesmas, apenas o pedido de esclarecimentos que consta nos autos e no próprio lançamento nos Termos de Intimação Fiscal n. 2º e 3º (fls. 22/23 e 25/26). Tanto que a multa foi calculada considerando o §1º, I, do dispositivo citado, redução de 50%. Assim, não merece razão a recorrente. III Quanto à possibilidade de atenuação e relevação da multa, em razão da aplicação do art. 656 da IN 03/2005, deve ser analisado que o mesmo dispositivo tratava de interpretação da norma do art. 291, do RPS (Dec. 3048/1999), que fora revogado pelo Decreto n. 6727, de 12 de janeiro de 2009. Como sempre defendido por este relator, Instruções Normativas tem natureza meramente interpretativa das normas de hierarquia superior, caso a norma de hierarquia superior que é objeto da interpretação seja revogada, a inferior não poderá se aplicada. Assim, pela aplicação do art. 656, da IN/2005, não pode justificar a atenuação ou relevação da multa. Contudo, verificase nos autos que antes fiscalização, inclusive antes da impugnação de primeiro grau, a contribuinte apresentou as GFIPs referentes às competências 10, 11 e 12/2008, referentes a fatos geradores anteriores à revogação do dispositivo 291, do RPS. A infração (deixar de apresentar a GFIP até o sétimo dia do mês posterior ao mês dos respectivos pagamentos) ocorreu antes de 13.01.2009, data da publicação do Dec. n. 6.727/2009, que revogou o disposto no art. 291, §1º, do Dec. n. 3048/1999(Regulamento da Previdência SocialRPS), que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas até a data final para apresentação da defesa, for primário e não houver circunstância agravante pois Fl. 366DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 183 6 aquele momento. Sobre a relevação da multa, a legislação que tratava do assunto determinava o seguinte: 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até a decisão da autoridade julgadora competente. § 1º A multa será relevada, mediante pedido dentro do prazo de defesa, ainda que não contestada a infração, se o infrator for primário, tiver corrigido a falta e não tiver ocorrido nenhuma circunstância agravante. Contudo, observandose o ato infracional ocorreu antes da publicação do Dec. 6727/2009, o momento da incidência das normas referentes à data de ocorrência do fato gerador da norma sancionadora deve observar o art. 144 do CTN, in verbis: Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Assim, considerando que a recorrente apresentou os documentos solicitados no prazo de defesa, sendo primário e não ter sido apurado qualquer agravante, bem como que as regras aplicáveis ao caso é a da data da infração deve ser a multa relevada. Esse entendimento é o mesmo de outros julgados do CARF/MF, como transcrevese um exemplo: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2006 a 30/11/2007 RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. Até janeiro de 2009, o Decreto 3.048/99 Regulamento da Previdência Social (RPS) previa em seu art. 291, §1º a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Apesar da revogação de tais dispositivos pelo Decreto 6.727/2009, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da novel legislação, por conta da aplicação do art. 144 do CTN. (Ac. N. 2301003.197, Rel. Cons. Mauro José Silva, 1a. Turma Ordinária da 3a. Câmara da 2a. Seção de Julgamento do CARF, julg. 20.11.2012.) Dessa forma, está claro e fundamentado o dever de relevar a multa lançada. V Conclusão Isso posto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao RECURSO VOLUNTÁRIO, no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a dezembro de 2008. Fl. 367DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 184 7 (Assinado Digitalmente) Gustavo Vettorato Relator Fl. 368DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10467.720753/2011-72
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Dec 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009
RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA.
Cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3403-002.242
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso e em declinar a competência de julgamento para a Primeira Seção do CARF, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Relator
Ao SESEJ da 1ª Seção, para inclusão em lote de sorteio para as suas turmas, haja vista que o direito creditório controvertido no presente processo diz respeito a imposto/contribuição da esfera de competência dessa Seção, nos termos do art. 2º, combinado com o § 1º do art. 7º Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 RI/CARF.
Participaram do julgamento os conselheiros Antônio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Raquel Motta Brandão Minatel, e Ivan Allegretti.
Nome do relator: Alexandre Kern
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA. Cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso e em declinar a competência de julgamento para a Primeira Seção do CARF, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Relator Ao SESEJ da 1ª Seção, para inclusão em lote de sorteio para as suas turmas, haja vista que o direito creditório controvertido no presente processo diz respeito a imposto/contribuição da esfera de competência dessa Seção, nos termos do art. 2º, combinado com o § 1º do art. 7º Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 RI/CARF. Participaram do julgamento os conselheiros Antônio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Raquel Motta Brandão Minatel, e Ivan Allegretti.
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COFINS. AÇÃO JUDICIAL. COMPENSAÇÃO ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO Recorrente ROCHA & PEDROSA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. JULGAMENTO. COMPETÊNCIA. Cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso e em declinar a competência de julgamento para a Primeira Seção do CARF, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern Relator Ao SESEJ da 1ª Seção, para inclusão em lote de sorteio para as suas turmas, haja vista que o direito creditório controvertido no presente processo diz respeito a imposto/contribuição da esfera de competência dessa Seção, nos termos do art. 2º, combinado com o § 1º do art. 7º Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RI/CARF. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 72 07 53 /2 01 1- 72 Fl. 1125DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN 2 Participaram do julgamento os conselheiros Antônio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Rosaldo Trevisan, Domingos de Sá Filho, Raquel Motta Brandão Minatel, e Ivan Allegretti. Relatório Rocha & Pedrosa Ltda. teve contra si lavrados os autos de infração de fls. 768 a 777 e 778 a 793, para formalização da constituição e exigência de crédito tributário relativo às contribuições para o Programa de Integração Social – PIS e para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins (ambas pela sistemática cumulativa) dos períodos de apuração de maio/2008 a dezembro/2009. Além disto, por meio do auto de infração de fls. 778 a 793, foi aplicada multa regulamentar, no montante total de R$ 8.173,45, pela: (i) falta de entrega, no prazo regulamentar, do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais – DACON atinente ao 2º semestre de 2008; e (ii) entrega dos DACON do 2º semestre de 2006, 1º e 2º semestres de 2007, 1º semestre de 2008 e 1º e 2º semestres de 2009 sem o preenchimento das Fichas de Apuração das contribuições. O Relatório de Trabalho Fiscal de fls. 794 a 802 dá conta de que procedimento fiscal teve como objetivo verificar se o contribuinte estava compensando, antes do trânsito em julgado, valores recolhidos a maior a título da COFINS pleiteados em ação mandamental que ajuizou aos 07/07/2008, tombada sob o nº 2008.82.00.0044322 e distribuída à 3ª Vara da Justiça Federal na Paraíba, haja vista entender que “...inexiste, até o momento, uma decisão judicial em vigor que autorize a compensação dos valores recolhidos a maior da COFINS, no período de 1º de fevereiro de 1999 a 01/04/2004, com prestações vencidas e/ou vincendas de quaisquer tributos arrecadados pela Receita Federal do Brasil, excetuadas as contribuições sociais de que trata o artigo 2º da Lei nº 11.457/2007, conforme determina a sentença prolatada pelo MM. Juiz Federal da 3ª Vara da Secção Judiciária da Paraíba” Em face das irregularidades constatadas, descritas no referido Relatório, procedeuse ao lançamento de ofício dos valores do IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, na forma da legislação vigente, sendo que o lançamento foi realizado pela modalidade do lucro presumido, por ter sido esta a opção manifestada pelo contribuinte, e, assim, por conseqüência, a contribuição para o PIS e a COFINS foram apuradas pela forma cumulativa. Sobreveio impugnação, fls. 812 a 839. O lançamento foi julgado procedente pela 2ª Turma da DRJ/REC. O Acórdão nº 1136.495, de 29 de março de 2012, fls. 1.073 a 1.096, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 DCTF. ENVIO APÓS A CIÊNCIA DO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. Deve ser desconsiderada a confissão de dívida de débitos informados em DCTF enviadas após o início do procedimento fiscal, os quais devem ser objeto de lançamento de ofício. Fl. 1126DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10467.720753/201172 Acórdão n.º 3403002.242 S3C4T3 Fl. 1.126 3 UNICIDADE DE JURISDIÇÃO. PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL ANTES DO LANÇAMENTO. RENÚNCIA AO PODER DE RECORRER NA ESFERA ADMINISTRATIVA. Em observância ao princípio de unicidade de jurisdição, a propositura de ação judicial antes da autuação importa a renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa em relação às matérias submetidas à apreciação judicial. AUTO DE INFRAÇÃO. INDICAÇÃO DA PREVISÃO LEGAL ABSTRATA E DESCRIÇÃO DE FATOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Estando indicados, no Auto de Infração e no Relatório de Fiscalização que o integra, a previsão legal abstrata que respalda a duplicação da multa de ofício exigida e a descrição de fatos que a tal previsão se ajustam, é improcedente a alegação de nulidade da cobrança da multa por suposta ausência de fundamentação legal e fática. DISPOSIÇÃO LEGAL. INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO. VEDAÇÃO. Salvo nas exceções previstas no art. 26A, §6º, do Decreto nº 70.235/72, à autoridade julgadora administrativa é vedado afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 UNICIDADE DE JURISDIÇÃO. PROPOSITURA DE AÇÃO JUDICIAL ANTES DO LANÇAMENTO. RENÚNCIA AO PODER DE RECORRER NA ESFERA ADMINISTRATIVA. Em observância ao princípio de unicidade de jurisdição, a propositura de ação judicial antes da autuação importa a renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa em relação às matérias submetidas à apreciação judicial. DCTF. APRESENTAÇÃO APÓS A CIÊNCIA DO INÍCIO DO PROCEDIMENTO FISCAL. DESCONSIDERAÇÃO. Deve ser desconsiderada a confissão de dívida de débitos informados em DCTF enviadas após o início do procedimento fiscal e se proceder ao lançamento de ofício de referidos débitos. AUTO DE INFRAÇÃO. INDICAÇÃO DA PREVISÃO LEGAL ABSTRATA E DESCRIÇÃO DE FATOS. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. IMPROCEDÊNCIA. Estando indicados, no Auto de Infração e no Relatório de Fiscalização que o integra, a previsão legal abstrata que respalda a duplicação da multa de ofício exigida e a descrição de fatos que a tal previsão se ajustam, é improcedente a Fl. 1127DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN 4 alegação de nulidade da cobrança da multa por suposta ausência de fundamentação legal e fática. DISPOSIÇÃO LEGAL. ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DA APLICAÇÃO. VEDAÇÃO. Salvo nas exceções previstas no art. 26A, §6º, do Decreto nº 70.235/72, à autoridade julgadora administrativa é vedado afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2008 a 31/12/2009 PEDIDO DE CANCELAMENTO DE ARROLAMENTO DE BENS E DIREITOS DE REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. INCOMPETÊNCIA DAS DRJ. As DRJ não têm competência para apreciar pedidos de cancelamento de Arrolamento de Bens e de Direitos e Representação Fiscal para Fins Penais. MATÉRIA NÃO RECORRIDA: Considerase não recorrida a matéria que não haja sido expressamente impugnada pela recorrente. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cuidase agora de recurso voluntário contra a decisão da 2ª Turma da DRJ/REC. O arrazoado de fls. 1.103 a 1.123, após protesto de tempestividade, dispensa do arrolamento de bens e síntese dos fatos relacionados com a lide, argúi a inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo das contribuições sociais, promovida pela Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998; reclama o direito de proceder à compensação dos valores pagos a maior de imediato, independentemente de prévia autorização judicial ou administrativa, nos termos do art. 66 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, pugna pela inaplicabilidade ao caso concreto dos arts. 170 e 170A da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional CTN; argumenta a tutela judicial obtida nos autos do MS nº 2008.82.00.0044322 asseguroulhe a suspensão da exigibilidade dos débitos objeto da autuação; tacha de ilegal a aplicação da multa de lançamento de ofício, dado o seu caráter confiscatório, escorchante, injusto, excessivo e indevido, invocando os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Requer o cancelamento do procedimento de arrolamento de bens. Conclui, requerendo provimento ao recurso para reformar a decisão exarada no Acórdão nº 1136.495, proferido pela 2o Turma da DRJ/REC, decretando para tanto: a) a imediata suspensão da exigibilidade do crédito tributário debatido, bem como, após observação do trâmite legal, a devida homologação das compensações em tela, afastando a indevida cobrança ou exigência, por qualquer meio administrativo ou judicial dos respectivos valores, e ainda quaisquer restrições, Fl. 1128DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10467.720753/201172 Acórdão n.º 3403002.242 S3C4T3 Fl. 1.127 5 autuações fiscais, imposições de multas, penalidades ou inscrições ou cadastros em órgãos de controle, como CADIN etc.; b) seja cancelado o arrolamento de bens realizado, em virtude de não ter preenchido os requisitos previsto na INRFB nº 1.171/2011; c) caso se entenda pela subsistência do suposto crédito tributário, alternativa e sucessivamente, requer a suspensão de sua exigibilidade, nos termos do art., inciso III, do CTN, determinandose, nos termos do artigo 5o da Lei nº 9.784 de 29 de janeiro de 1999, seja iniciado regular processo administrativo. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Tratam os presentes autos de exigência de Contribuições para Financiamento da Seguridade Social — Cofins e para o Programa de Integração Social — PIS/Pasep, relativos aos fatos geradores ocorridos entre 01/05/2008 a 31/12/2009, com crédito tributário constituído do principal, multa de oficio proporcional e juros de mora calculados até a data do lançamento. De acordo com o item 5 do Relatório de Trabalho Fiscal , fls. 800 e 801, autos de infrações decorrem da exigência de Cofins e de PIS/Pasep, em face de a fiscalização ter constatado diferenças entre os valores declarados nas Declarações de Informações de Pessoa Jurídica — DIPJ e Declarações de Contribuições e Tributos Federais —DCTF e nos livros de Apuração de ICMS. Os mesmos fatos deram ensejo aos lançamentos de créditos tributários de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins. O referido relatório (fl. 800) dá conta de que: Utilizandose da 'mesma metodologia usada para apurar a base de cálculo do PIS e da COFINS, com base no faturamento constatado, efetuamos o lançamento de ofício pela diferença entre os valores calculados do IRPJ e da CSLL e os valores recolhidos antes do início da ação fiscal. O lançamento de IRPJ e CSLL foi formalizado em autos distintos no Processo Administrativo nº 10467.720754/201117; este, encaminhado à Primeira Seção do CARF e encontrase, desde 14/06/2012, na atividade “Para Relatar” da 3ª TE. Fl. 1129DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN 6 Considerando que, nos termos do art. 2 , IV, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 RI/CARF cabe à Primeira Seção do CARF processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre a aplicação da legislação dos demais tributos, quando derivados de procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ, voto pelo não conhecimento do recurso voluntário, declinando a competência para seu julgamento, à 1 Seção deste Conselho. Sala das Sessões, em 23 de maio de 2013 Alexandre Kern Fl. 1130DF CARF MF Impresso em 05/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 25/05/2013 por A NTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/05/2013 por ALEXANDRE KERN
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Numero do processo: 10675.903328/2009-47
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2001
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE.
No rito da declaração de compensação é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito, especialmente se ele está alocado a outro PER/DCOMP.
Numero da decisão: 3802-001.919
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano DAmorim Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Bruno Maurício Macedo Curi - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda (Presidente), Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco Jose Barroso Rios, Paulo Sergio Celani e Solon Sehn.
Nome do relator: BRUNO MAURICIO MACEDO CURI
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DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO DA MATERIALIDADE DO CRÉDITO PLEITEADO PELO CONTRIBUINTE. No rito da declaração de compensação é fundamental a comprovação da materialidade do crédito alegado. Diferentemente do lançamento tributário em que o ônus da prova compete ao Fisco, é dever do contribuinte comprovar que possui a materialidade do crédito, especialmente se ele está alocado a outro PER/DCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano D’Amorim – Presidente em exercício (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 90 33 28 /2 00 9- 47 Fl. 164DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Regis Xavier Holanda (Presidente), Claudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco Jose Barroso Rios, Paulo Sergio Celani e Solon Sehn. Relatório PEIXOTO COMÉRCIO, INDÚSTRIA E SERVIÇOS DE TRANSPORTE S/A insurgese no presente Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 0936.510, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Juiz de Fora – DRJ/JFA, que julgou improcedente a solicitação contida na manifestação de inconformidade. Por bem descrever os fatos e atos processuais ocorridos até o momento da apresentação da impugnação, reproduzse aqui o relato formulado pela autoridade julgadora de 1ª instância, in verbis: “O interessado transmitiu Dcomp nº 35645.50839.231205.1.3.048010, visando compensar os débitos nela declarados com crédito oriundo pagamento a maior de PIS/Pasep, efetuado em 14/08/2001; A DRFVarginha/MG emitiu Despacho Decisório Eletrônico no qual não homologa as compensações pleiteadas sob o argumento de que o pagamento foi utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando saldo disponível para compensação; A empresa apresenta manifestação de inconformidade as fls. 07/10 na qual alega, em síntese, que "examinou a sua última Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais (DCTF) transmitida, referente ao 3° trimestre de 2001/Setembro com código de receita 81092 sob o número 0000.100.2006.52000770 recepcionada pelo sistema da Receita Federal em 27/09/2006 inclusive confirmada pelas informações extraídas do sistema gerencial da RFB. Verificase na referida declaração que do valor total do DARF pago R$ 16.803,09 a recorrente declara que utilizou o valor de R$ 12.028,15 para quitação do débito apurado"; É o breve relatório.” Não acatando as razões aduzidas pela interessada na instância a quo, a 2ª Turma da DRJ/JFA resumiu na forma da ementa abaixo os motivos pelos quais julgou improcedente a manifestação de inconformidade: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Anocalendário: 2001 COMPENSAÇÃO. NECESSIDADE DE DCTF ANTERIOR À TRANSMISSÃO DA DCOMP. A compensação pressupõe a existência de direito credit6rio liquido e certo, direito esse evidenciado na DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. Manifestação de Inconformidade Improcedente Fl. 165DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10675.903328/200947 Acórdão n.º 3802001.919 S3TE02 Fl. 112 3 Direito Creditório Não Reconhecido Não se resignando com a decisão recorrida, o contribuinte oferece Recurso Voluntário no qual reitera seus argumentos expendidos no primeiro grau, reforçando a existência de prova a seu favor pela materialidade do crédito tributário. É o relatório. Voto Preenchidos os pressupostos de admissibilidade e tempestivamente interposto, nos termos do Decreto nº 70.235/72, conheço do Recurso, passando à análise das razões nele expostas. Tratase de recurso destinado a ver reconhecido direito creditório decorrente de retificação de DIPJ e, posteriormente, de DCTF. A DRJ houve por bem não acolher o pleito do sujeito passivo, por entender (i) que a DCTF deve ser retificada antes da apresentação de DCOMP, para que a compensação possa ser refutada válida e (ii) que não há comprovação da materialidade dos créditos habilitados à compensação. O contribuinte, ao seu turno, argumenta que (i) nada há de errado em seu procedimento, inclusive porque a DCTF foi retificada antes mesmo do despacho decisório, e (ii) resta demonstrada a materialidade do seu direito creditório ante farta documentação franqueada à fiscalização. Com relação ao primeiro argumento da decisão recorrida, temos que de fato, mesmo que a lógica pressuponha que a DCTF (enquanto instrumento de confissão de dívida) seja antecessora, ou ao menos contemporânea da DCOMP, não há qualquer norma que exija a retificação da DCTF anteriormente à apresentação da DCOMP. Assim, ao meu ver, equivocou se a DRJ ao negar a análise do direito creditório por uma questão de forma, que extrapola as normas vigentes, e que resumo no seguinte parágrafo do voto condutor do julgado recorrido: Assim, a mecânica da compensação requer do sujeito passivo que este, ao apresentar a declaração de compensação com a intenção de extinguir débitos tributários, tenha previamente apurado o crédito correspondente em sua contabilidade e o comunicado à Administração Tributária por meio de DCTF (original ou retificadora). É dizer que, para ser considerado liquido e certo, o crédito há de estar demonstrado em DCTF anterior ou, no máximo, contemporânea à Dcomp. Sem o estabelecimento dessa relação lógicotemporal, a compensação não pode ser homologada. Vale lembrar que a administração, especialmente a tributária, se desenvolve pelo princípio da reserva legal, o que acarreta que a prática de seus atos deve ser feita somente nos termos expressos das normas vigentes. Isso é decorrência da proteção natural das liberdades dos cidadãos, pois a ação do Estado (lato sensu) restringe as liberdades políticas dos administrados. O particular, ao contrário, tem plena liberdade de agir, adotando medidas que não sejam vedadas pelas normas vigentes. A própria noção de autotributação, a que se refere Fl. 166DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 Ricardo Lobo Torres nas suas considerações acerca do princípio da legalidade, reflete que, fora das restrições permitidas pelo povo, por intermédio dos seus representantes, para que ocorra ação estatal, o cidadão tem plena liberdade de agir. O mesmo se dá com relação às normas administrativas, pois, como cediço, estas não podem extrapolar os preceitos legais, e se destinam à perfeita regulamentação e fiel execução das regras decorrentes de processo legislativo. Logo, a conclusão a que chegou a decisão recorrida – valendose da lógica para criar restrições à aceitação da DCTF retificadora que não existem nas regras pertinentes – revelase equivocada. Todavia, quanto a segunda razão de decidir, entendo correta a decisão recorrida. O Acórdão recorrido, ultrapassando o aspecto formal da DCTF, entendeu que “a manifestação de inconformidade não traz demonstração, comprovada por documentação hábil, da apuração do crédito declarado na Dcomp, para que se possa certificar a sua correção.” A Recorrente apresenta, em seu arrazoado, a explicação de que o ajuste da base de cálculo se deu diante da percepção de que houve a tributação equivocada de vendas de produtos isentos. No entanto, não se apresenta quais seriam esses produtos, nem mesmo a documentação fiscal de suporte, para que pudéssemos confirmar seus argumentos. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente apresenta mais do que em primeiro grau. Dentre a documentação acostada, realço a juntada de uma planilha na qual se apresenta, de forma didática, a evolução das retificações de sua DIPJ que demonstra a diferença numérica da base de cálculo. Além disso, a Recorrente apresenta uma cópia de parte dos balancetes, e frisa em sua petição que: Ocorre que, em sede de processo de compensação, a aceitação de juntada posterior de documentos é excepcional, e pressupõe que o contribuinte tenha suscitado dúvida legítima no julgador com base no quanto já apresentado. Especificamente com relação à comprovação da materialidade do crédito, esta Turma Especial já possui entendimento sedimentado no sentido de que, em sede recursal, para que se possa acolher o pleito do contribuinte, os documentos precisam atestar de plano a existência, com liquidez e certeza, dos créditos. Por maior que seja o prestígio à verdade material, o formalismo moderado do processo administrativo não pode fazer tabula rasa das normas vigentes, em especial o art. 17 do Decreto 70.235/72, que traz regra preclusiva para juntada da documentação probante. Assim é que, uma vez instaurado o procedimento de revisão de compensação, passa a ser ônus do contribuinte demonstrar que atende aos pressupostos do art 170 do CTN. Fl. 167DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10675.903328/200947 Acórdão n.º 3802001.919 S3TE02 Fl. 113 5 Para tanto, não basta argumentar que houve erro na tributação de vendas de produtos isentos, e franquear documentação para análise. Se não a totalidade, em caso de grande quantidade de documentos, ao menos parte da comprovação de quais seriam esses produtos, com apresentação das notas fiscais comprovando as operações, e um relatório discriminado dessas vendas que permitisse a totalização das vendas que levaram à recomposição das bases de cálculo, deveria ter sido apresentada. Ausentes tais documentos, não há como se reconhecer o direito creditório pleiteado. Por essas razões, conheço do Recurso Voluntário, mas lhe nego provimento. (assinado digitalmente) Bruno Maurício Macedo Curi Fl. 168DF CARF MF Impresso em 26/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/01/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 23/0 1/2015 por BRUNO MAURICIO MACEDO CURI, Assinado digitalmente em 25/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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