Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (2,567)
- Primeira Turma Ordinária (2,145)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (2,074)
- Segunda Turma Ordinária d (1,915)
- Segunda Turma Ordinária d (1,892)
- Primeira Turma Ordinária (1,739)
- Primeira Turma Ordinária (1,424)
- Segunda Turma Extraordiná (1,353)
- Segunda Turma Ordinária d (1,231)
- Primeira Turma Ordinária (1,123)
- Primeira Turma Ordinária (1,087)
- Segunda Turma Ordinária d (1,070)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (1,056)
- Primeira Turma Ordinária (1,038)
- Segunda Turma Ordinária d (1,034)
- Quarta Câmara (8,207)
- Terceira Câmara (6,944)
- Segunda Câmara (5,496)
- 3ª SEÇÃO (2,074)
- 2ª SEÇÃO (1,056)
- 1ª SEÇÃO (662)
- Primeira Câmara (8)
- Pleno (2)
- Terceira Seção De Julgame (12,117)
- Segunda Seção de Julgamen (8,201)
- Primeira Seção de Julgame (6,677)
- Câmara Superior de Recurs (3,794)
- II/IE/IPIV - ação fiscal (5)
- PIS - ação fiscal (todas) (5)
- II/IE/IPIV - ação fiscal (3)
- Cofins- proc. que não ver (2)
- Finsocial -proc. que não (2)
- II/IE/IPIV - ação fiscal (2)
- IPI- processos NT- créd.p (2)
- DCTF_IPI - Auto eletroni (1)
- IPI- ação fiscal - penali (1)
- IPI- ação fiscal- insuf. (1)
- IRF- ação fiscal - outros (1)
- IRPF- auto de infração el (1)
- IRPF- ação fiscal (AF) - (1)
- IRPF- ação fiscal - Ac.Pa (1)
- ITR - ação fiscal - outro (1)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (1,611)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (1,112)
- ROSALDO TREVISAN (888)
- WALDIR NAVARRO BEZERRA (888)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (788)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (778)
- MIRIAM DENISE XAVIER (426)
- LUIZ TADEU MATOSINHO MACH (395)
- THIAGO DUCA AMONI (377)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (364)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (359)
- LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GON (354)
- MONICA RENATA MELLO FERRE (322)
- LIZANDRO RODRIGUES DE SOU (318)
- RODRIGO MINEIRO FERNANDES (316)
- 2019 (30,944)
- os (30,927)
- do (30,915)
- de (30,903)
- membros (30,899)
- colegiado (30,825)
- por (30,698)
- e (30,662)
- presidente (30,410)
- participaram (30,386)
- conselheiros (30,328)
- julgamento (30,229)
- assinado (29,596)
- digitalmente (29,533)
- votos (29,222)
- recurso (27,964)
Numero do processo: 13896.907912/2016-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.919
Decisão:
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Relatório
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13896.907912/2016-94
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5993242
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-001.919
nome_arquivo_s : Decisao_13896907912201694.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 13896907912201694_5993242.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório
dt_sessao_tdt : Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
id : 7706133
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:42:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658074718208
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1618; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.907912/201694 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201001.919 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 26 de março de 2019 Assunto SOLICITAÇÃO DE DILIGÊNCIA Recorrente CATHO ONLINE LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Trata o processo de Recurso Voluntário contra decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade em face da não homologação da compensação apresentada pela contribuinte. Segundo o despacho decisório, as compensações não foram homologadas em razão de não ter sido apurada a existência de direito creditório. Tais conclusões, ao que consta, encontram amparo no Termo de Verificação Fiscal carreado aos autos. No aludido TVF, emitido em decorrência da necessidade de análise das DCTF retificadoras apresentadas e, também, dos esclarecimentos que posteriormente foram prestados pela contribuinte, consta que “as receitas auferidas pela CATHO, decorrentes de sua atividade RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 07 91 2/ 20 16 -9 4 Fl. 450DF CARF MF Processo nº 13896.907912/201694 Resolução nº 3201001.919 S3C2T1 Fl. 3 2 fim, não se enquadram na exceção prevista no inciso XXV do artigo 10 da Lei nº 10.833/2003, estando sujeitas, portanto, ao regime NÃO CUMULATIVO de apuração do PIS e do COFINS.” Consta, portanto, que as DCTF retificadoras não deveriam ser homologadas e que, por não existirem, os créditos não deveriam ser reconhecidos. Na manifestação de inconformidade apresentada, a contribuinte, após resumo dos fatos, esclarece que houve mudança no controle acionário da empresa e que, em razão disso, foi submetida a uma profunda revisão de políticas e procedimentos. Em decorrência, diz que teria identificado que suas atividades vinham sendo indevidamente qualificadas para fins de PIS e de Cofins, sendo necessário, portanto, a retificação das DCTF. A seguir, discorre sobre a sua atividade. Afirma que os serviços prestados não abrangem promessa de emprego ou obrigação presente ou futura de recolocação ou obtenção de emprego para seus clientes. Aduz, ainda, que o seu site na internet “é somente uma ferramenta online que permite ao assinante consultar vagas, enviar currículos e acessar demais conteúdos aí disponibilizados” sem “qualquer garantia de colocação profissional” nem “qualquer cobrança relacionada a essas atividades.” Em suma, conforme afirma, “simplesmente disponibiliza conteúdo na Internet aos Assinantes e não desenvolve qualquer atividade de intermediação.” Salienta que se qualifica como empresa de Internet, com atividade de portal ou empresa provedora de conteúdo e de informações, e que sua atividade vem descrita na Norma 004/95, aprovada pela Portaria nº 148, de 1995, item 3, letras ‘e’ e ‘f’ do Ministério das Comunicações. Objetivando o acesso às informações especializadas que são disponibilizadas, afirma que desenvolveu ferramenta própria (software), “cujo uso é liberado/cedido para seus clientes, os Assinantes.” Insiste que não promove a intermediação de contratação de mão de obra. Aduz que “sua tarefa se esgota em permitir o acesso à informação que integra seus bancos de dados: currículos e vagas.” Chama a atenção para o contido no inc. XXV do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003 e diz que conforme Solução de Consulta nº 309, de 2011, “a RFB confirmou, expressamente, que, para o contribuinte aplicar o regime cumulativo dessas contribuições sociais, basta exercer apenas uma das atividades mencionadas no inciso XXV citado anteriormente.” Na seqüência, diz que se deve destacar “que a simples não homologação das declarações retificadoras não é fato que, por si só, é capaz de fundamentar a não homologação das compensações realizadas.” Diz ser incabível a revisão de ofício da homologação pois ela não teria ocorrido por erro “mas sim pelo correto enquadramento legal da situação ora analisada”. Se houve erro, aduz, ele teria ocorrido com a revisão. Reclama, ainda, que não existe base legal para a revisão de ofício. Insiste na necessidade de cancelamento do despacho decisório. Ao final, requer a reforma do despacho decisório e a homologação das compensações. Subsidiariamente requer o cancelamento do despacho decisório em face da Fl. 451DF CARF MF Processo nº 13896.907912/201694 Resolução nº 3201001.919 S3C2T1 Fl. 4 3 impossibilidade de revisão de ofício no caso de erro de direito. Protesta pelo direito de provar o alegado por todos os meios de prova e informa que “não está questionando judicialmente a matéria discutida nestes autos.” A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR julgou improcedente a manifestação de inconformidade do contribuinte e não reconheceu o direito creditório. Inconformada a contribuinte, apresentou recurso voluntário no qual repisa mesmos argumentos pleiteados em manifestação de inconformidade para o deferimento integral dos valores que constam do pedido de restituição. Suscita em seu pedido: i. Seja declarada a nulidade do v. acórdão recorrido, com o retorno dos autos à origem, para que (a) nova decisão seja proferida, com adstrição aos limites objetivos da lide fixados no Termo de Verificação Fiscal e na manifestação de inconformidade; ou (b) subsidiariamente, para que seja devolvido à recorrente o prazo para manifestação, garantindo lhe o exercício do direito de defesa em relação aos pontos novos suscitados pelo v. acórdão, tudo sob pena de contrariedade e negativa de vigência aos arts. 16, 17 e 18, parágrafo 3o, do Decreto n. 70.235, à luz do art. 5o, inciso LIV e LV, da Constituição de 1988; ii. Na eventualidade da superação da preliminar acima, seja reformado o v. acórdão, com o integral cancelamento das exigências fiscais, em razão da declaração: a. da nulidade do r. despacho decisório, por ter configurado revisão de ofício de lançamento, por erro de direito, com violação aos arts. 145 e 149 do CTN; b. da nulidade do r. despacho decisório, por carência de motivação, por ter se baseado em termo de verificação fiscal que não analisou o direito creditório discutido nestes autos, com violação ao art. 9o do Decreto n. 70,235; c. da improcedência do r. despacho decisório, tendo em vista a legitimidade da inclusão das receitas da recorrente no regime cumulativo de apuração da contribuição ao PIS e da COFINS, com a consequente homologação da declaração de compensação, sob pena de contrariedade e negativa de vigência aos arts. 10, inciso XXV e 15, inciso V, da Lei n. 10.833; d. eventualmente, caso se entenda que a requerente se encontra submetida ao regime não cumulativo das contribuições, seja reconhecida a inexistência de crédito tributário passível de cobrança, sob pena de bis in idem. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº Fl. 452DF CARF MF Processo nº 13896.907912/201694 Resolução nº 3201001.919 S3C2T1 Fl. 5 4 3201001.853, de 26 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 13896.720975/201638, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução nº 3201001.8539): "O Recurso Voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Antes de adentrar ao exame do Recurso apresentado, cumpre esclarecer que o presente processo tramita na condição de paradigma, nos termos do art. 47 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015: Art. 47. Os processos serão sorteados eletronicamente às Turmas e destas, também eletronicamente, para os conselheiros, organizados em lotes, formados, preferencialmente, por processos conexos, decorrentes ou reflexos, de mesma matéria ou concentração temática, observando se a competência e a tramitação prevista no art. 46. § 1º Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, o Presidente de Turma para o qual os processos forem sorteados poderá sortear 1 (um) processo para definilo como paradigma, ficando os demais na carga da Turma. § 2º Quando o processo a que se refere o § 1º for sorteado e incluído em pauta, deverá haver indicação deste paradigma e, em nome do Presidente da Turma, dos demais processos aos quais será aplicado o mesmo resultado de julgamento. Nesse aspecto, é preciso esclarecer que cabe a este Conselheiro o relatório e voto apenas deste processo, ou seja, o entendimento a seguir externado terá por base exclusivamente a análise dos documentos, decisões e recurso anexados neste processo. Feito tal esclarecimento, passase ao exame das razões de Recurso. A pretensão da contribuinte de requalificar a natureza jurídica de seus serviço, de intermediação para atividades de internet, enquadrando as receitas auferidas no regime cumulativo foi indeferido no despacho decisório proferido com base nas conclusões do TVF que consta do dossiê nº 10010.014822/021604, formalizado para análise das DCTFs retificadoras transmitidas para espelharem o procedimento de requalificação. De fato, concluiu o procedimento fiscal que os serviços prestados pelo contribuinte não poderiam ser qualificados como serviços de internet (art. 10, XXV e art. 15, V, da Lei nº 10.833/03), mas sim de intermediação, mantendoos no regime de apuração não cumulativo. Fl. 453DF CARF MF Processo nº 13896.907912/201694 Resolução nº 3201001.919 S3C2T1 Fl. 6 5 A principal matéria em litígio envolve a rejeição pela autoridade fiscal em sede de despacho decisório da requalificação das atividades da recorrente e a mudança para o regime cumulativo de apuração da Contribuição para o PIS e para a Cofins. Os argumentos da fiscalização são no sentido de que o regime a que se submete as receitas das atividades desenvolvidas pela Catho para apuração e recolhimento continuava a ser o da não cumulatividade, pois não se tratam de serviços de informática (desenvolvimento de software ou de páginas eletrônicas) nos termos do art. 10, XXV, da Lei nº 10.833/03 uma vez que a atividade seria a prestação de serviços de intermediação ao profissional que busca se posicionar no mercado de trabalho. Nada obstante, o TVF assevera que para que a receita auferida subsumase à sistemática da apuração cumulativa devese comprovar que esta (receita) advenha da prestação de alguns dos serviços listados no referido dispositivo da Lei 10.833/03. Pois bem, compulsando os autos, em especial os termos e demais peças que constam do dossiê nº 10010.014822/021604 verificase que em momento algum a contribuinte fora intimada a comprovar a natureza de suas receitas. Ao contrário, a intimação limitouse a solicitar esclarecimentos e informações que resultaram na requalificação das receitas, como se vê: De ressaltar, contudo, que o fundamento para o indeferimento do pleito creditório é a natureza da receitas das atividades prestadas pela Catho conforme descritos nos autos, que não se qualificam como sujeitas à apuração cumulativa. O acórdão da DRJ trilha o mesmo fundamento de indeferimento e não homologação das compensações exarados no despacho decisório. Evidenciouse naquela decisão que o sítio da internet da Catho é uma mera ferramenta para quer o assinante consulte vagas de trabalho, envie currículos e acesse outros conteúdos. Poderseia concordar com os argumentos daqueles julgadores conquanto não trouxessem argumento subsidiário no qual reconhecem a possibilidade da contribuinte fazer prova de que determinadas atividades auferem receitas cuja apuração se dá no regime cumulativo. Vejase o excerto do voto condutor do acórdão recorrido: É possível concluir, portanto, que algumas de suas receitas podem estar sujeitas à apuração cumulativa das contribuições, ensejando, assim, a real possibilidade de enquadramento da empresa na modalidade de apuração mista das contribuições Fl. 454DF CARF MF Processo nº 13896.907912/201694 Resolução nº 3201001.919 S3C2T1 Fl. 7 6 (circunstância que, sendo eficazmente comprovada, pode evidenciar um possível erro no preenchimento da DCTF original). A forma como a existência de tal erro – que deve ser corrigido via DCTF retificadora – pode vir a ser acatado administrativamente irá depender da apresentação de provas (conforme estabelece o §1º do art. 147 do CTN), baseadas na escrituração contábil/fiscal do período analisado, ou seja, da apresentação de provas capazes de demonstrar, sem possibilidade de dúvida, quais receitas foram efetivamente auferidas nos períodos sob análise e a que tipo de serviço/atividade elas se vinculam. Ressaltese que, para fazer jus à apuração cumulativa, devese comprovar que as receitas advêm efetivamente da prestação de serviços, no caso, de informática (tal como listado no inc. XXV do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, já transcrito). Evidentemente, as receitas assim enquadradas, devem ser passíveis de segregação, com vistas à correta tributação. Sem que tais comprovações existam nos autos, inviável será o deferimento do pleito. Resta claro que no mérito a decisão recorrida reconheceu a possibilidade do contribuinte fazer prova a seu favor, providência esta até então não determinada pela autoridade fiscal e se insere nas situações que o art. 16 do Decreto nº 70.235/72 PAF prevê regra de exceção para a apresentação extemporânea de conjunto probatório após a impugnação (manifestação de inconformidade): Decreto n° 70.235, de 1972: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...]Art. 16. A impugnação mencionará: [...]III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir. [...]§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 455DF CARF MF Processo nº 13896.907912/201694 Resolução nº 3201001.919 S3C2T1 Fl. 8 7 Assim, entendo que os autos devam retornar à unidade preparadora para apreciação do Laudo Técnico apresentado pela Recorrente. Ante o exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, a fim de que a autoridade preparadora analise o Laudo Técnico colacionado aos autos pela Recorrente e identifique as atividades cujas receitas inseremse no regime de apuração cumulativa nos termos do inciso XXV do art. 10 e inciso V do art. 15, ambos da Lei nº 10.833/03. Se entender necessário, deverá intimar a Recorrente para, ainda no curso da diligência, apresentar outros documentos e/ou esclarecimentos a respeito do litígio. Ao término do procedimento, deve elaborar Relatório Fiscal sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes ao esclarecimento dos fatos. Encerrada a instrução processual, a Recorrente deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, findo o qual, sem ou com apresentação de manifestação, devem os autos serem devolvidos a este Colegiado para continuidade do julgamento. Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, a fim de que a autoridade preparadora analise o Laudo Técnico colacionado aos autos pela Recorrente e identifique as atividades cujas receitas inseremse no regime de apuração cumulativa nos termos do inciso XXV do art. 10 e inciso V do art. 15, ambos da Lei nº 10.833/03. Se entender necessário, deverá intimar a Recorrente para, ainda no curso da diligência, apresentar outros documentos e/ou esclarecimentos a respeito do litígio. Ao término do procedimento, deve elaborar Relatório Fiscal sobre os fatos apurados na diligência, sendolhe oportunizado manifestarse sobre a existência de outras informações e/ou observações que julgar pertinentes ao esclarecimento dos fatos. Encerrada a instrução processual, a Recorrente deverá ser intimada para manifestarse no prazo de 30 (trinta) dias, findo o qual, sem ou com apresentação de manifestação, devem os autos serem devolvidos a este Colegiado para continuidade do julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 456DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.723493/2011-13
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA.
No lançamento de ofício, aplicada-se multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata.
Numero da decisão: 9202-007.556
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
Assinado digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Ausente a conselheira Patrícia da Silva.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2008 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA. No lançamento de ofício, aplicada-se multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 07 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10855.723493/2011-13
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5968560
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Mar 08 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 9202-007.556
nome_arquivo_s : Decisao_10855723493201113.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10855723493201113_5968560.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Ausente a conselheira Patrícia da Silva.
dt_sessao_tdt : Thu Jan 31 00:00:00 UTC 2019
id : 7638043
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658082058240
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1433; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10855.723493/201113 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202007.556 – 2ª Turma Sessão de 31 de janeiro de 2019 Matéria Lançamento de Ofício Multa Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado OSVALDO DE SOUZA FILHO ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MULTA. No lançamento de ofício, aplicadase multa de 75% sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Ausente a conselheira Patrícia da Silva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 72 34 93 /2 01 1- 13 Fl. 136DF CARF MF 2 Cuidase de Recurso Especial interpostos pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 2802002.363, proferido na Sessão de 18 de junho de 2013, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. Para ter direito isenção do imposto de renda sobre os rendimentos de aposentadoria, pensão ou reforma percebidos pelos portadores de moléstia grave, a patologia deve ser comprovada, mediante laudo emitido por serviço médico oficial da União, dos Estado, do Distrito Federal ou dos Municípios que especifique a existência da patologia prevista no texto legal. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CARDIOPATIA GRAVE. O conceito de cardiopatia grave não é exclusivo da medicina, tem origem legal e seu reconhecimento visa à aplicação da lei. É um conceito definido a partir das diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia, de forma que para ter direito à isenção dos proventos de portador de cardiopatia grave é necessário que o laudo médico oficial expressamente reconheça a existência dessa patologia, que não é mero gênero que abrange as mais diversas espécies de cardiopatias. MULTA DE OFÍCIO. DÚVIDA SOBRE A NATUREZA DO FATO DEMONSTRADA PELA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA. O pronunciamento da Administração Tributária favorável ao pleito do contribuinte em um anocalendário e a contrário em outro não vincula o julgamento no CARF, porém representa dúvida da Administração Tributária sobre a natureza do fato e implica interpretação mais favorável ao contribuinte da legislação alusiva à multa de ofício. Recurso provido em parte. A decisão foi assim registrada: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator. Vencido o Conselheiro Jaci de Assis Júnior que negava provimento ao recurso voluntário. O Recurso visa rediscutir a seguinte matéria: Exclusão da multa de ofício. Em exame preliminar de admissibilidade, a Presidente da Segunda Câmara, da Segunda Seção de julgamento deu seguimento ao apelo, nos termos do Despacho de efls. 97 a 100. Em suas razões recursais a Fazenda Nacional aduz, em síntese, que o Colegiado a quo afastou a multa de ofício sob o fundamento de que existiria dúvida em relação à natureza dos rendimentos; que, todavia, não há autorização legal para se cancelar a multa de Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10855.723493/201113 Acórdão n.º 9202007.556 CSRFT2 Fl. 3 3 ofício em tal hipótese; que o art. 136 do CTN prescreve que a responsabilidade pela infração é objetiva e independe da intenção do agente. Cientificado do Acórdão Recorrido, do Recurso Especial da Procuradoria e do Despacho que lhe deu seguimento em 17/07/2015 (AR, efls. 107) o Contribuinte apresentou, em 30/07/2015, tempestivamente, as Contrarrazões de efls. 118 a 121 nas quais sustenta, em síntese, que o recurso não preenche os pressupostos de admissibilidade; que as matérias objeto do recurso não foram analisadas pela instância a quo e que não houve o necessário prequestionamento; que, quanto ao mérito, sua análise demandaria o reexame de matéria probatória, extrapolando os limites do Recurso Especial. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. Sobre as objeções feitas pelo Contribuinte em sede de Contrarrazões, a afirmação de que a matéria não foi analisada pela instância a quo e de que não houve prequestionamento não procedem. O recurso se insurge exatamente contra o fato de o acórdão recorrido ter afastado a incidência da multa de ofício, o que fez, evidentemente, enfrentando a questão. Conheço, portanto, do recurso. Quanto ao mérito, a matéria diz respeito à exoneração da multa de ofício procedida pelo Recorrido, com base nos seguintes fundamentos: O Despacho Decisório da DRF Sorocaba proferido em maio de 2012 (fls. 76/78) não vincula este Órgão Julgador, porém demonstra que a própria Administração Tributária não adota um entendimento firme sobre o caso, o que representa sua dúvida em relação à natureza do fato sobre o qual aplicou a multa de ofício (art. 112, I do CTN) a justificar a exoneração da multa de ofício. Se por um lado o reconhecimento da isenção exige interpretação estrita, por outro, na aplicação de multa a interpretação deve ser de forma mais favorável ao contribuinte, mormente neste caso em que o contribuinte apresentou a Declaração de Ajuste com base nas informações das fontes pagadoras que reconheceram a isenção. Destarte, deve ser excluída a multa de ofício por existir uma dúvida objetiva em relação à natureza dos rendimentos. É contra essa posição que a Fazenda Nacional se insurge, e defende a regularidade da imputação. Fl. 138DF CARF MF 4 Pois bem, mesmo compreendendo o apelo que motivou a decisão do acórdão recorrido, em se promover uma espécie de justiça subjetiva, não vejo nessa decisão amparo nas normas que disciplinam o lançamento e o julgamento nos processos administrativos tributários. De início, reportome ao art. 136 do CTN: Art. 136. Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. O dispositivo não poderia ser mais claro. Não cabe ao julgador administrativo avaliar se, ao deixar de recolher o tributo, o contribuinte tinha ou não a intenção de subtrair o pagamento de tributo que sabia devido. Por outro lado, tendo a autoridade lançadora procedido ao lançamento, compete aos órgão julgadores avaliar a conformidade ou não desse Ato Administrativo com as normas que fundaram sua expedição. Pois bem, compulsando o instrumento de autuação, verificase que ali foi informado como fundamento para a exigência da multa o art. 44, I, da Lei nº 9.430, de 1996, a seguir reproduzido: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; Ora, é inequívoco que se teve, no caso, declaração inexata, em que se declarou como isentos rendimentos tributáveis e, consequentemente, se fez pagamento a menor do que o devido. Nessas condições, não é minimamente razoável afirmarse que houve deconformidade do lançamento neste ponto. Quanto ao fundamento de que, como a DRF/Sorocaba decidiu pela isenção, reconhecendo o laudo como válido, o que significaria que a própria Fazenda Nacional teria dúvida sobre o caso, não muda nada a conclusão acima. Primeiramente, porque eventuais descompassos nas decisões proferidas pelos diferentes setores que integram a Administração Tributária e dos seus órgãos julgadores é fato comum e próprio da natureza complexa da atividade do órgão; depois, porque, como admite o Recorrido, a referida decisão se deu em 2012, posteriormente à data em que a declaração revista foi apresentada, portanto, não se poderia afirmar que o contribuinte agiu, ao declarar isentos os rendimentos, de acordo com orientação anteriormente recebida. Nessas condições, não vejo como fugir à conclusão de que a imputação da multa de ofício foi feita em plena conformidade com a legislação aplicável. Ante o exposto, conheço do recurso e, no mérito, doulhe provimento. Assinado digitalmente. Pedro Paulo Pereira Barbosa Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10855.723493/201113 Acórdão n.º 9202007.556 CSRFT2 Fl. 4 5 Fl. 140DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19395.900265/2015-36
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2011
JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS. NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS OU INDÍCIOS DE PROVA
A juntada posterior de documentos pode ser admitida quando o contribuinte apresenta aos autos mínima documentação com força probatória, não cabendo o pedido genérico de realização de diligência.
Numero da decisão: 3201-005.069
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator
(assinado digiltamente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente)
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/09/2011 JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS. NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS OU INDÍCIOS DE PROVA A juntada posterior de documentos pode ser admitida quando o contribuinte apresenta aos autos mínima documentação com força probatória, não cabendo o pedido genérico de realização de diligência.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 19395.900265/2015-36
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5984726
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-005.069
nome_arquivo_s : Decisao_19395900265201536.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 19395900265201536_5984726.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator (assinado digiltamente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente)
dt_sessao_tdt : Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2019
id : 7687683
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658191110144
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1310; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19395.900265/201536 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3201005.069 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 27 de fevereiro de 2019 Matéria COFINS Recorrente FRATELLI COSULICH COMERCIO E SERVICOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/09/2011 JUNTADA POSTERIOR DE DOCUMENTOS. NECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE PROVAS OU INDÍCIOS DE PROVA A juntada posterior de documentos pode ser admitida quando o contribuinte apresenta aos autos mínima documentação com força probatória, não cabendo o pedido genérico de realização de diligência. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Charles Mayer de Castro Souza – Presidente e Relator (assinado digiltamente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 39 5. 90 02 65 /2 01 5- 36 Fl. 87DF CARF MF Processo nº 19395.900265/201536 Acórdão n.º 3201005.069 S3C2T1 Fl. 0 2 Relatório O interessado transmitiu Per/Dcomp visando a compensar o(s) débito(s) ele declarado(s) com crédito oriundo de pagamento a maior de Cofins nãocumulativa. A Delegacia da Receita Federal de jurisdição do contribuinte emitiu despacho decisório eletrônico no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débito da empresa, não restando saldo creditório disponível. Irresignado com o indeferimento do seu pedido, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese, que constatou a ocorrência de erro material no preenchimento da DCTF, com a imputação do Darf em valor maior que o devido. Para comprovação do alegado, apresenta DCTF retificadora que corrige o erro cometido. Esse erro não causou danos aos cofres públicos e não invalida o crédito tributário, que está revestido de liquidez e certeza, conforme preceituam o art. 66 da Lei nº 9.069/95 e o inciso II do art. 165 do CTN. Cita decisão do antigo Conselho de Contribuintes sobre a aceitação a qualquer tempo das retificações de erros materiais em declarações. Por fim, requer o regular processamento do procedimento compensatório. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão nº 02074.276. Irresignado com r. julgado, o Contribuinte apresenta Recurso Voluntário querendo reforma: a) com base na DCTF demonstrou seu direito ao crédito; b) que retificou em tempo hábil a DCTF; c) em Recurso Voluntário colaciona NFe´s demonstrando seu direito; É o relatório. Fl. 88DF CARF MF Processo nº 19395.900265/201536 Acórdão n.º 3201005.069 S3C2T1 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201005.067, de 27 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 19395.900263/201547, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3201005.067): "O Recurso Voluntário preenche todos os requisitos e merece ser conhecido. Inicialmente é fato incontroverso que o Contribuinte apresentou a DCTF retificadora, contundo, ao analisar a manifestação de inconformidade à DRJ enfrentou o tema: A DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais) caracterizase como instrumento de confissão de dívida, para os devidos efeitos tributários, conforme consta no seu próprio recibo de entrega e a teor do que dispõe o DecretoLei nº 2.124, de 1984, em seu art. 5º, §1º. O Dacon (Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais), por sua vez, era o instrumento hábil para a consolidação e a apuração da contribuição para o fato gerador de 31/07/2011. O art. 165, II, do CTN, garante o direito à restituição do tributo no caso de erro no cálculo do montante do débito. Mas o art. 170 do CTN é expresso ao afirmar que a lei poderá autorizar a compensação, nas condições e sob as garantias nela estipuladas, exigindo ainda que os créditos sejam líquidos e certos: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Desse modo, o art. 170 do CTN não deixa dúvidas de que, para haver compensação de dívidas fiscais, tornase indispensável a sua autorização por lei específica, bem como que os créditos sejam líquidos e certos. Fl. 89DF CARF MF Processo nº 19395.900265/201536 Acórdão n.º 3201005.069 S3C2T1 Fl. 0 4 Contudo, na Manifestação de Inconformidade em nenhum momento apresentou documento capaz de demonstrar tal direito, porém, em Recurso Voluntário colacionou diversas Notas Fiscais para demonstrar o erro que incorreu. Na minha ótica, a verdade material é protagonista no Processo Administrativo Fiscal podendo ser apreciada por este CARF, mesmo que não colacionada na instauração do devido processo legal administrativo. Porém, ao meu entender, os documentos carreados no Recurso Voluntário não tem o condão de demonstrar o direito ao Crédito do Contribuinte, não existindo conferir certeza e liquidez nos termos do art. 170 do CTN. Concluo, o voto é no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 90DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10907.721728/2013-41
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 20/08/2012
MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 126.
Aplicação da Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010.
RESPONSABILIDADE. FALTA DE DANO À FISCALIZAÇÃO OU AO ERÁRIO PÚBLICO. BOA FÉ. IRRELEVÂNCIA.
A responsabilidade pela infração independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, de acordo com o § 2º do art. 94, do Decreto-Lei 37/1966.
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICABILIDADE.
Aplica-se o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3002-000.648
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. Ausente o conselheiro Alan Tavora Nem.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 20/08/2012 MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 126. Aplicação da Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. RESPONSABILIDADE. FALTA DE DANO À FISCALIZAÇÃO OU AO ERÁRIO PÚBLICO. BOA FÉ. IRRELEVÂNCIA. A responsabilidade pela infração independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, de acordo com o § 2º do art. 94, do Decreto-Lei 37/1966. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICABILIDADE. Aplica-se o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10907.721728/2013-41
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5986044
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3002-000.648
nome_arquivo_s : Decisao_10907721728201341.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
nome_arquivo_pdf_s : 10907721728201341_5986044.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. Ausente o conselheiro Alan Tavora Nem.
dt_sessao_tdt : Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2019
id : 7689123
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658212081664
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1788; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T2 Fl. 99 1 98 S3C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10907.721728/201341 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3002000.648 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 20 de março de 2019 Matéria AI ADUANA Recorrente SAMBA LOGÍSTICA E TRANSPORTES INTERNACIONAIS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 20/08/2012 MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 126. Aplicação da Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. RESPONSABILIDADE. FALTA DE DANO À FISCALIZAÇÃO OU AO ERÁRIO PÚBLICO. BOA FÉ. IRRELEVÂNCIA. A responsabilidade pela infração independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, de acordo com o § 2º do art. 94, do DecretoLei 37/1966. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICABILIDADE. Aplicase o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 72 17 28 /2 01 3- 41 Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 100 2 (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. Ausente o conselheiro Alan Tavora Nem. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão 1294.862 da DRJ/RJO, que manteve integralmente o Crédito Tributário lançado pelo Auto de Infração, que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. No caso concreto, foi impingida a referida multa por ter a recorrente pedido a retificação dos dados informados após a atracação do navio vindo do exterior. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou Impugnação (fl. 33/41), a qual foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro, por Acórdão (fl. 54/58) que restou dispensado de ementa, de acordo com a Portaria RFB nº 2.724/2017. Em seqüência, irresignada com a referida decisão, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fl. 71/94, basicamente, tecendo os seguintes argumentos jurídicos em sua defesa: Boa fé e ausência de prejuízo à fiscalização e ao Erário Público e ocorrência da denúncia espontânea. É o relatório, em síntese. Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 101 3 Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O Crédito Tributário contestado no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. A questão cingese na autuação fiscal por ter a recorrente, supostamente, deixado de prestar a devida informação, no prazo legal, dos dados de desconsolidação da carga chegada ao Porto de Paranaguá, pois o registro do pedido de retificação das informações do CE ocorreu somente em 20/08/2012 (fl. 05), ou seja, após o prazo mínimo de 48h antes da atracação do navio, conforme o disposto no art. 22, III, da Instrução Normativa RFB nº 800/2007. Desta forma, ficando sujeita a penalidade prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . Iomissis ..................................................................................................... IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . a) omissis ....................................................................................................... e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; Passo a análise dos argumentos trazidos pela recorrente em seu Voluntário. Em seu Recurso Voluntário, a contribuinte asseverou que não houve embaraço à fiscalização e nem dano ao Erário Publico, portanto, não pode ser penalizada. Ademais, a ora recorrente também argumenta que agiu de boa fé e que sua conduta não implicou em nenhum prejuízo à Fazenda Nacional. Colaciona doutrina e jurisprudência que, em tese, sustenta suas afirmações. Fl. 101DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 102 4 Por oportuno, vale relembrar que, conforme o § 2º do art. 94, do DecretoLei 37/1966, a responsabilidade por infrações aduaneiras independem da intenção ou culpa do agente e da extensão de seus efeitos: Art.94 Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste DecretoLei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos. § 1º O regulamento e demais atos administrativos não poderão estabelecer ou disciplinar obrigação, nem definir infração ou cominar penalidade que estejam autorizadas ou previstas em lei. § 2º Salvo disposição expressa em contrário, a responsabilidade por infração independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. (grifo nosso) Com efeito, a simples mora no cumprimento da obrigação acessória de prestar as devidas informações sobre a desconsolidação da carga infringe o disposto na legislação e, ademais, prejudica o controle aduaneiro e, por conseqüência, os interesses nacionais, conforme o disposto no art. 237 da Constituição Federal: Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda. Dessa maneira, tratandose de responsabilidade objetiva, não assiste razão à recorrente nessas argumentações Seguindo em seu Voluntário, a recorrente alega que, no caso concreto, embora de forma extemporânea, sem culpa, as informações foram prestadas no SISCOMEX antes do despacho aduaneiro e antes do procedimento administrativo, que culminou com o lançamento, assim, estando a situação fática se subsumindo às hipóteses legais para a aplicação do benefício da denúncia espontânea. O instituto da denúncia espontânea no Direito Tributário, assim como os seus semelhantes em outros ramos do Direito, visa incentivar o infrator se auto corrigir, através do reconhecimento voluntário do ilícito e da reparação do bem jurídico violado. Contudo, algumas infrações não são passíveis de serem beneficiadas pela denúncia espontânea. Quando a mera conduta do agente é definidor do núcleo do tipo da Fl. 102DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 103 5 infração, estamos diante desse caso. Em outras palavras, quando a simples ação ou omissão do agente configurar o ilícito, não há possibilidade jurídica de se reparar o dano cometido. No caso das obrigações acessórias autônomas, em regra, essa situação se configura. Podemos dizer que é, justamente, o atraso no cumprimento de obrigação acessória o exemplo mais contundente desse tipo de infração. Uma vez que, no exato momento em que se exauriu o prazo legal sem que a obrigação tenha sido cumprida, a infração está configurada e o atraso não poderá ser reparado. Considerandose que, como no caso dos presentes autos, a obrigação acessória autônoma descumprida pelo transportador ou pelos seus representantes consiste no dever de o sujeito passivo informar os dados sobre a desconsolidação da carga à Aduana no prazo estabelecido, a simples falta da prestação tempestiva dessas informações já configura a infração e a impossibilidade física do retrocesso temporal impede sua reparação. Por outro lado, se admitíssemos a possibilidade de aplicação da denúncia espontânea aos casos de infrações decorrentes do atraso na entrega de declarações ou da prestação de informações, estaríamos diante de um paradoxo lógicojurídico, o qual tornaria morta a letra da lei. Nesse sentido, me socorro do entendimento do Ilustre Conselheiro Jose Fernandes do Nascimento manifestado no Acórdão 310200.988, do qual extraio o seguinte excerto: "De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em conseqüência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez." Fl. 103DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 104 6 Nesse mesmo sentido, vem se manifestando a jurisprudência de nossos tribunais, conforme se infere da seguinte ementa: MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966. 2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas. 3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. (BRASIL. TRF4. 2ª Turma. Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/ SC. rel. Des. Rômulo Pizzolatti, j. 10.12.2013) Nessa esteira, a Súmula CARF nº 49 preceitua a não aplicabilidade da denúncia espontânea em casos análogos de cumprimento de obrigação acessória de forma extemporânea: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Ademais, esclareçase que, com o advento da MP 497/2010, convertida na Lei nº 12.350/2010, o instituto da denúncia espontânea não passou a alcançar as penalidades de natureza tributária e administrativa, caso em comento. Creio que a legislação supra não alterou o impedimento racional da aplicação do instituto da denúncia espontânea aos casos de cumprimento extemporâneo de obrigação acessória e alinhome ao entendimento do Douto Desembargador Rômulo Pizzolatti manifesto no voto condutor do Acórdão já mencionado: A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Fl. 104DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 105 7 Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. Por fim, manifestandose especificamente sobre o tema ora tratado, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais editou a Súmula CARF nº 126, cuja observância é obrigatória pelos Conselheiros em seus julgamentos, conforme art. 72 do RICARF: Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Por conseqüência do desenvolvimento lógicojurídico esposado ao longo do voto, considero inaplicável ao caso concreto o instituto da denúncia espontânea, pois este não alcança as penalidades exigidas pelo descumprimento do dever instrumental caracterizado pelo atraso na prestação de informação à Administração. Embora não tenha sido objeto de argumentação específica na peça recursal, a motivação para a lavratura do presente Auto de Infração, isto é, um pedido de retificação de dados após a chegada da embarcação, tendo sido prestadas as informações iniciais tempestivamente, merece uma melhor análise. Em realidade, à época dos fatos, vigia o § 1º, do art. 45 da Instrução Normativa SRF º 800/2007: Art. 45. O transportador, o depositário e o operador portuário estão sujeitos à penalidade prevista nas alíneas "e" ou "f" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei no 37, de 1966, e quando for o caso, a prevista no art. 76 da Lei no 10.833, de 2003, pela não prestação das informações na forma, prazo e condições estabelecidos nesta Instrução Normativa. § 1o Configurase também prestação de informação fora do prazo a alteração efetuada pelo transportador na informação dos manifestos e CE entre o prazo mínimo estabelecido nesta Instrução Normativa, observadas as rotas e prazos de exceção, e a atracação da embarcação. ......................................................................................................... (grifo nosso) Fl. 105DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 106 8 Dessa forma, percebese que, de acordo com o citado dispositivo, a alteração das informações já apresentadas, retificação, realizada após o prazo inicial, também se subsumia à tipificação contida na alínea "e" do inciso IV do artigo 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003. Entretanto, há que se considerar que, com o advento da Instrução Normativa RFB nº 1.473/2014, o art. 45 da IN RFB 800/07 foi revogado e, por conseqüência, a partir de então, o pedido de retificação dos dados informados passou a não configurar mais hipótese de aplicação da multa prevista na alínea "e" do inciso IV do artigo 107 do DecretoLei nº 37/1966. Por outro lado, temos que o Princípio da Retroatividade Benigna encontrase esculpido no art. 106, do Código Tributário Nacional: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifo nosso) É cediço que deve ser adotada a legislação que se encontrava em vigor na data da ocorrência da infração. Não obstante, em se tratando de penalidade pelo cometimento de infração, devese observar o Princípio da Retroatividade Benigna, quando a conduta tida como indevida deixar de ser tratada como infração ou, ainda, na hipótese da penalidade imposta ser reduzida, caso que o menor valor passaria a ser o devido. Cumpre esclarecer que, no caso ora analisado, ou seja, o de alteração das informações prestadas pelo agente após o prazo mínimo estabelecido na legislação, a imposição fiscal se sustentava, tão somente, no art. 45, § 1º da IN 800/2007. Sem entrarmos na discussão sobre a legalidade desse dispositivo infralegal, ao estender aos casos de retificação o disposto no art. 107, IV, "e", do DecretoLei nº 37/1966, há que se reconhecer que, uma vez tendo sido formalmente revogado aquele dispositivo, não há como se sustentar a imposição desta penalidade aos processos não definitivamente julgados, por aplicação do Princípio da Retroatividade Benigna. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10907.721728/201341 Acórdão n.º 3002000.648 S3C0T2 Fl. 107 9 Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário, exonerando na integra o Crédito Tributário lançado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 107DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.720009/2006-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005
COMPENSAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DE EXISTÊNCIA E QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO. RETENÇÕES NA FONTE. OFERTA À TRIBUTAÇÃO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA. RETIFICAÇÃO EXTEMPORÂNEA DE DECLARAÇÕES SEM PROVAS CORRESPONDENTES. IMPROCEDÊNCIA.
É ônus do contribuinte a prova da existência e da quantificação do crédito pretendido, devendo refutar as constatações das Autoridades Fiscais que fundamentaram a denegação da compensação.
Os documentos, sem valor contábil ou fiscal, unilateral e incidentalmente produzidos pelo contribuinte para demonstrar seu direito ou ilustrar suas alegações, não guardam, per si, valor probante, devendo ser acompanhados de documentos hábeis e idôneos que, precisamente, corroborem o seu teor e conclusões.
A simples e objetiva demonstração de retificação de DCTF e DACON, desacompanhada de provas, após a prolatação de despacho decisório e a apresentação de manifestação de inconformidade, não basta para a dar ensejo à homologação da compensação pretendida em DCOMP.
Numero da decisão: 1402-003.709
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Edeli Pereira Bessa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Caio Cesar Nader Quintella - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Evandro Correa Dias, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Ailton Neves da Silva (suplente convocado), Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Ausente o conselheiro Paulo Mateus Ciccone, substituído pelo conselheiro Ailton Neves da Silva.
Nome do relator: CAIO CESAR NADER QUINTELLA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DE EXISTÊNCIA E QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO. RETENÇÕES NA FONTE. OFERTA À TRIBUTAÇÃO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA. RETIFICAÇÃO EXTEMPORÂNEA DE DECLARAÇÕES SEM PROVAS CORRESPONDENTES. IMPROCEDÊNCIA. É ônus do contribuinte a prova da existência e da quantificação do crédito pretendido, devendo refutar as constatações das Autoridades Fiscais que fundamentaram a denegação da compensação. Os documentos, sem valor contábil ou fiscal, unilateral e incidentalmente produzidos pelo contribuinte para demonstrar seu direito ou ilustrar suas alegações, não guardam, per si, valor probante, devendo ser acompanhados de documentos hábeis e idôneos que, precisamente, corroborem o seu teor e conclusões. A simples e objetiva demonstração de retificação de DCTF e DACON, desacompanhada de provas, após a prolatação de despacho decisório e a apresentação de manifestação de inconformidade, não basta para a dar ensejo à homologação da compensação pretendida em DCOMP.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13971.720009/2006-07
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5970013
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1402-003.709
nome_arquivo_s : Decisao_13971720009200607.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CAIO CESAR NADER QUINTELLA
nome_arquivo_pdf_s : 13971720009200607_5970013.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Edeli Pereira Bessa - Presidente. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Evandro Correa Dias, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Ailton Neves da Silva (suplente convocado), Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Ausente o conselheiro Paulo Mateus Ciccone, substituído pelo conselheiro Ailton Neves da Silva.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2019
id : 7646590
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:24 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658325327872
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 16; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1654; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 975 1 974 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13971.720009/200607 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402003.709 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 23 de janeiro de 2019 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente BUNGE ALIMENTOS S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. DEMONSTRAÇÃO DE EXISTÊNCIA E QUANTIFICAÇÃO DO CRÉDITO. RETENÇÕES NA FONTE. OFERTA À TRIBUTAÇÃO. ÔNUS DO CONTRIBUINTE. AUSÊNCIA. RETIFICAÇÃO EXTEMPORÂNEA DE DECLARAÇÕES SEM PROVAS CORRESPONDENTES. IMPROCEDÊNCIA. É ônus do contribuinte a prova da existência e da quantificação do crédito pretendido, devendo refutar as constatações das Autoridades Fiscais que fundamentaram a denegação da compensação. Os documentos, sem valor contábil ou fiscal, unilateral e incidentalmente produzidos pelo contribuinte para demonstrar seu direito ou ilustrar suas alegações, não guardam, per si, valor probante, devendo ser acompanhados de documentos hábeis e idôneos que, precisamente, corroborem o seu teor e conclusões. A simples e objetiva demonstração de retificação de DCTF e DACON, desacompanhada de provas, após a prolatação de despacho decisório e a apresentação de manifestação de inconformidade, não basta para a dar ensejo à homologação da compensação pretendida em DCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 00 09 /2 00 6- 07 Fl. 975DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 976 2 (assinado digitalmente) Edeli Pereira Bessa Presidente. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Evandro Correa Dias, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Ailton Neves da Silva (suplente convocado), Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Ausente o conselheiro Paulo Mateus Ciccone, substituído pelo conselheiro Ailton Neves da Silva. Fl. 976DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 977 3 Relatório Trata se de Recurso Voluntário (fls. 865 a 912) interposto contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento do Florianópolis/SC (fls. 850 a 859) que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada (fls. 827 a 837), mantendo integralmente o r. Despacho Decisório (fls. 786 a 821), que homologou apenas parcialmente o crédito de IRPJ e CSLL pleiteado pela Contribuinte, por meio de DCOMPs (fls. 1 a 281). Em suma, as compensações sob análise são referentes a crédito formado por saldo negativo, apurado no anocalendário de 2005 pela Recorrente, formado por IRRF e estimativas mensais. Confirase nos quadros abaixo as DCOMPs objeto do presente processo: Fl. 977DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 978 4 Os débitos objeto das DCOMP descritas no quadro acima são os seguintes: (fls. 787 a 788) Fl. 978DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 979 5 Doravante, adotase o preciso e completo relatório da DRJ a quo, que também pormenoriza o conteúdo do r. Despacho Decisório (Parecer SAORT) que inaugurou a contenda: Em análise do pleito, a autoridade recorrida proferiu o Despacho Decisório de f. 560, no qual reconheceu, em parte, o direito creditório pleiteado, nos seguintes montantes: Além disso, indeferiu os Pedidos de Cancelamento de nºs 06754.07259.310708.1.8.026379 e 36095.00765.310708.1.8.02 8414. No Parecer Saort/DRF/Blumenau n° 27212008, consta, em síntese, a seguinte fundamentação: DA COMPENSAÇÃO Como será exposto em item especifico ("DA INSTRUÇÃO DO PROCESSO .), a Intimação Fiscal n° 292/08, às fls. 406/407, foi expedida em 30/06/2008, com ciência da contribuinte em 03/07/2008 ("AR" à fl. 408). Em 03/07/2008, portanto, configurouse o marco temporal correspondente à intimação inicial para apresentação de documentos probatórios das compensações efetuadas pela interessada tendo em vista a vinculação das mesmas aos créditos pleiteados no processo em epígrafe. Conforme já registrado, entretanto, a requerente transmitiu os Pedidos de Cancelamento de 06754.07259.310708.1,8.026379 e 36095.0065.310708.1.8.028414 em 31/07/2008; agiu, pois, de forma intempestiva, uma vez que não tomou em consideração o marco temporal mencionado no parágrafo anterior, 03/07/2008. Por conseguinte, nos termas do parágrafo único do artigo 62 da IN SRF n° 600/2005, há que se indeferir os Pedidos de Cancelamento de nºs 06754.07259310708.1.8.026379 e 36095.00765.310708.1.8.018414, persistindo a análise das DCOMP relacionadas, às fls. 89/108 e 157/164. [...] DO IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE (IRRF) [...] Conforme registrado no PER/DCOMP de n°1053034282.1101.7.022803, à fl. 04, e na DIPJ 2006, à fl. 329, à fl. 329, a interessada informa ter havido retenção de IRPJ pela fonte pagadora de CNPJ 07.712535/000134, Bunge Fl. 979DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 980 6 Alimentos Participações Ltda., com código de receita 3426 (Aplicações Financeiras de Renda Fixa), no montante de R$ 1.416.316,66. [...] Para que a pretensão da interessada pudesse ser acolhida, seria necessária a comprovação inequívoca da retenção de IR na fonte no valor alegado; a pesquisa realizada no sistema SIEF/DIRF, entretanto, confirma apenas a retenção referente ao período 1212005, no valor de R$ 723.013,97, como se pode verificar pela tela de consulta à fl. 382. [...] Contudo, trazidos os documentos previstos em lei, ainda persiste a necessidade de se comprovar o devido oferecimento dos respectivos rendimentos financeiros à tributação na apuração do lucro real. [...] Neste contexto, emitiuse a Intimação Fiscal n° 357/08, de 12/08/2008, à fl. 615, com ciência da requerente na mesma data; Cá a reprodução do quesito contido nesta Intimação: "Apresentar cópias autenticadas dos extratos do Livro Razão nos quais constem os lançamentos das receitas das aplicações financeiras correspondentes aos 1RRF que integram os saldos negativos pleiteados no mencionado processo; apresentar cópias autenticadas dos termos de abertura e encerramento do Livro em tela." Em 22/08/2008, a interessada apresentou um CD (Compact Disk) contendo, segundo a mesma, "o razão das contas de receitas financeiras nas quais constam os lançamentos das receitas decorrente (sic) de aplicações financeiras correspondentes (sic) ao (sie) IRRF que integram o saldo negativo do anocalendário de 2005." Os extratos do Livro Razão não foram apresentados; o arquivo digital enviado, "Razão conta receitas financeiras — 5900 953.xls", não relacionou as receitas financeiras de forma adequada; houve referência a apenas uma conta contábil ("CD_CONTA_CONTÁBIL 953"; "NM CONTA_COlVTABIL V.M S/ADTO MP2). Não foi possível, pois, a constatação da efetiva oferta à tributação dos receitas financeiras que propiciaram as retenções de IR. Considerandose o atendimento inadequado ao quesito da Intimação Fiscal n° 357/08, a contribuinte foi novamente interpelada por meio da Intimação Fiscal n° 447108, de 22/09/2008, à fl. 617, com ciência da interessada em 25/09/2008 ("AR" à fl. 618). Os extratos do Livro Razão, novamente, não foram apresentadas. Por meio do quesito encerrado no item 1.3 da Intimação Fiscal n° 447/08, solicitouse: Fl. 980DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 981 7 "planilha eletrônica que identifique os lançamentos das receitas das aplicações financeiras correspondentes aos IRRF que integram os saldos negativos requeridos no processo em epígrafe." É de se destacar o fato de que a interessada fora previamente cientificada dos efeitos decorrentes do nãoatendimento aos quesitos da Intimação Fiscal no 447/08, nos termos do trecho abaixo transcrito: "O atendimento integral no prazo citado no 'caput' desta Intimação, dos quesitos acima formulados, é de caráter obrigatório para fins de análise do pleito. Caso a presente Intimação não seja cumprida integralmente no prazo estipulado, os créditos relativos aos quesitos acima serão não reconhecidos, nos termos do art. e da Instrução Normativa SRF n°600, de 28/12/2005." A contribuinte, contudo, não atendeu à Intimação em tela, e tampouco apresentou pedido de prorrogação do prazo concedido (10 dias). [...] Diante do exposto, considerandose que caberia á interessada apresentar os documentos necessários à comprovação do seu direito à restituição e de sua certeza e liquidez para fins de compensação, efetuouse a glosa integral do montante de 1RRF deduzido no anocalendário 2005 e informado na D1PJ 2006. Em outras palavras, foram glosados os montantes de IRRE utilizados na linha 07 da ficha 11 (IR mensal por estimativa), RS 2.951236,67, e na linha 13 da ficha 12A (IR sobre o lucro real), R$ 1251467,89. DO IMPOSTO DE RENDA MENSAL POR ESTIMATIVA [...] A dedução de IRRF na apuração do IR mensal por estimativa, no montante de R$ 2.953.236,67. já foi analisada Logo, do total deduzido a titulo de IR mensal por estimativa, RS 60,757.767,47, informado na linha 17 da ficha 12A da D1PJ 2006, à fl. 311, resta a comprovação da importância de R$ 57.804.530,80, correspondente às estimativas de IR apagar. [...] Débito IRPJ 01/2005. A contribuinte apurou IR a pagar em janeiro no valor de R$ 8.149.441.33. [...] A interessada assinalou a compensação do valor de RS 2.947.783,90 com saldo negativo de IRPJ de períodos anteriores, indicando o PERDCOMP de n° 37669.38365.300908.1.3.02 5777. Este pedido eletrônico. todavia, corresponde ao saldo Fl. 981DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 982 8 negativo de IRPJ apurado no anocalendário 2007, conforme extrato à 620. Logo, o crédito utilizado nem sequer existia à época da apuração da estimativa mensal de IRPJ. Eis o que dispõe um excerto da "Ajuda" do PGD PER/DCOMP 3.3: "Ficha Estimativas Compensadas com Saldo de Períodos Anteriores" (...) A ficha "Estimativas Compensadas com Saldo de Períodos Anteriores" deverá ser preenchida com os dados relativos à(s) estimativa(s) mensal(is) de IRPJ apurada(s) no período a que se refere asa/do negativo deIRPJ objeto do Pedido Eletrônico de Restituição ou da Declaração de Compensação, conforme informado na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), que foi(ram) total ou parcialmente compensada(s) pela pessoa jurídica com o saldo negativo de IRPJ de períodos anteriores." (grifouse) A instrução é clara: nesta ficha, só existe possibilidade de compensação com "saldo negativo de IRPJ de períodos anteriores"; não há pois, que se argüir factível a compensação com saldo negativo apurado em períodos posteriores. Portanto, neste caso, não há que se falar em existência de credito liquido e certo capaz de extinguir aparecia de R$ 2.947.783,90 do débito IRPJ 01/2005. Inconformada com o Despacho Decisório, a interessada apresentou a manifestação de inconformidade de f. 659 a 669, na qual alega, em síntese, que: Dos pedidos de cancelamento O pedido de cancelamento não pode ser indeferido, posto que o procedimento adotado pela impugnante foi espontâneo, na medida em que o valor referente à compensação cancelada, na verdade, já estava declarado e foi compensado imediatamente com outro crédito, tendo em vista as retificadoras transmitidas. Da glosa do valor de IRRF no valor de R$ 693.302,97 Não pode a requerente ser prejudicada por erros e equívocos cometidos pela fonte pagadora na apresentação de sua DIRF, até mesmo de falta de recolhimento do tributo informado; Não pode o Sr. AFRFB confundir o fato de serem empresas do mesmo grupo econômico, na medida que tem administração diferentes a até mesmo sedes distintas. Cada uma tem suas responsabilidades fiscais e devem responder por isto. Dos valores de IRRF no valor de R$ 2.953.236,67 (IR mensal por estimativa) e de R$ 3,253.467.89 (IR/Lucro Real) Fl. 982DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 983 9 Inicialmente, cabe ponderar que a impugnante não recebeu, ou houve extravio, da Intimação n° 447108 (f. 617/618), razão pela qual não teve conhecimento que permitisse atender a intimação; Independentemente deste fato, verificase da planilha constante no CD anexado, a informa4o referente às contas contábeis dos lançamentos das receitas financeiras oferecidas à tributação do IRPJ, extraídas do Livro Razão já acostados (vide Termo de Anexação de Objeto às f. 621) aos presentes autos como reconhecido pelo Sr. AFRFB, bem como os demais documentos em atendimento à Intimação n° 292/08 às E 410/511 (cópia LAL1JR), 5121562 (cópia Livro Diário), 563/599 (Comprovantes Anuais de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte) e 602/609 (Declaração relativa às retenções de IR no anocalendário 2005) e 610 (Declaração relativa às retenções de IR no anocalendário 2005); O referido CD contém três planilhas, sendo uma relativa ao "Rendimento Bruto X Razão", uma das "contas de receita" e a última da "Composição dos Informes de Rendimento", que podem ser aferidos através dos documentos e arquivos constantes dos autos; A planilha "contas receitas" demonstra claramente que todas as receitas foram levadas ao resultado, contendo as respectivas contas contábeis demonstradoras de que os mesmos foram oferecidos à tributação, inclusive, com excedente, confirmadas pela planilha "Composição dos Informes de Rendimentos" e relativa ao "Rendimento Bruto X Razão". Da compensação do valor de R$ 2.947.78190 do débito IRPJ 01/2005 com saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2007 O entendimento não pode ser indeferido, posto que inexiste fundamentação legal para a não homologação da compensação levada a efeito pela impugnante, notadamente porque à época vigia a IN SRF 600/05, e em seu art. 26 e parágrafos não há a vedação invocada pelo Sr. AFRFB. Do crédito_para compensação do débito de IRRI do período de apuração abril/2006 conforme DCOMP 13292.40584.100908.1.7.023649 Considerando o acima exposto, havia saldo negativo suficiente para quitar a obrigação tributária, tornandose sem efeito a homologação parcial, transformandoa em total. Devidamente encaminhado os autos à 3ª Turma de Julgamento da DRJ/FNS, foi proferido o v. Acórdão ora recorrido, rejeitando totalmente a Manifestação de Inconformidade apresentada, ementado da seguinte forma: Fl. 983DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 984 10 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005 SALDO NEGATIVO. IRRF. COMPROVAÇÃO. A comprovação da existência do saldo negativo de IRPJ demanda, entre outros requisitos, a demonstração de que o imposto retido levado à dedução na sua apuração, corresponde a rendimento que foi regularmente oferecido à tributação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS DE VALIDADE. A compensação pressupõe, para além da existência de créditos liquidas e certos, a observância dos requisitos regulamentares. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CANCELAMENTO. O pedido de cancelamento da Declaração de Compensação será indeferido quando formalizado após intimação para apresentação de documentos comprobatórios da compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, basicamente repisando as mesmas alegações de sua primeira defesa, abrangendo as matérias referentes à improcedência da denegação do crédito referente ao IRRF, da compensação da estimativa de janeiro de 2005 com saldo negativo do anocalendário de 2007 e da impropriedade da negativa do cancelamento de duas das suas DCOMPs. Distribuído o feito a este Conselheiro, a contenda foi objeto de julgamento em sessão de fevereiro de 2018, desta mesma C. 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara, onde decidiuse pela prejudicialidade da matéria referente à quitação de débitos de 2007 com crédito originado em 2005, proferindose o v. Acórdão nº 1402002.915 (fls. 915 a 932), no qual determinouse a prolatação de novo despacho decisório complementar (e, eventualmente, em caso de recurso, novo acórdão complementar pela DRJ a quo), nos seguintes termos: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Fl. 984DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 985 11 Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. DÉBITO VENCIDO DE PERÍODO ANTERIOR À FORMAÇÃO DO CRÉDITO. DÉBITO DECLARADO EM DCTF RETIFICADORA E COMPENSADO COM VALOR DE SALDO NEGATIVO APURADO POSTERIORMENTE. LEGALIDADE. É plenamente lícita a utilização de crédito oriundo de saldo negativo de anocalendário posterior para quitar débito vencido de período anterior à sua formação, declarado por meio de DCTF retificadora, apresentada após sua devida apuração. SOFTWARE DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. INSTRUÇÕES DE UTILIZAÇÃO E AJUDA. FERRAMENTA DESPROVIDA DE NATUREZA DE VEÍCULO NORMATIVO E DISPOSIÇÕES QUE NÃO AFIGURAM REGRA JURÍDICA. As instruções contidas nos softwares da Receita Federal do Brasil, dirigidas ao seus usuários para auxiliálos e esclarecer procedimentos de preenchimento de declarações, não têm natureza de norma ou regra jurídica de qualquer hierarquia, não podendo fundamentar proibições ou limitações a direito dos contribuintes previsto em Lei e efetivamente regulado por normativos infralegais. (...) Diante disso, deve ser afastado a conclusão de que não há que se falar em existência de crédito liquido e certo capaz de extinguir a parcela de R$ 2.947.783,90 do débito IRPJ 01/2005, reformando se as decisões proferidas nesse feito. Contudo, a adoção desse fundamento para a negativa à compensação pretendida pela Contribuinte (mantida pelo v. Acórdão) acarretou na rejeição sumária da utilização do crédito, sem qualquer investigação da sua formação ou análise de procedência quantitativa. Dessa forma, também é medida jurisdicional correta no presente caso a determinação de retorno dos autos à Unidade Local para que se analise e confirme a procedência do crédito utilizado na DCOMP nº 37669.38365.300908.13025777, uma vez confirmada a possibilidade legal de se utilizar o saldo negativo do ano calendário de 2007 para quitar estimativa mensal de 2005, declarada por DCTF retificadora. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, reformandose o v. Acórdão recorrido, para reconhecer a legalidade da utilização de crédito oriundo de saldo negativo de anocalendário posterior (2007), para quitar débito vencido de período anterior à sua formação (2005), declarado por meio de DCTF retificadora, transmitida posteriormente. Fl. 985DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 986 12 Devem os autos retornar à Unidade Local para que seja prolatado r. Despacho Decisório complementar, exclusivamente no que tange à estimativa de janeiro de 2005, referente à procedência de parcela do crédito no valor de R$ 2.947.783,90, relativo à compensação efetuada pela DCOMP nº 37669.38365.300908.13025777 para quitarlhe parcialmente. Havendo a homologação total dessa parcela de R$ 2.947.783,90 pela Unidade Local, os autos devem retornar a este E. CARF para o julgamento das demais matérias do Recurso Voluntário. No caso de negativa total ou parcial da homologação da compensação em questão pela Unidade Local, fica facultado à Contribuinte apresentar nova Manifestação de Inconformidade, exclusivamente sobre tal tema, que deverá ser julgada pela DRJ a quo, por meio de Acórdão complementar. Havendo a homologação total dessa parcela pela DRJ, os autos devem retornar a este E. CARF para o julgamento das demais matérias do Recurso Voluntário. No caso da rejeição total ou parcial da nova defesa da Contribuinte pela DRJ, também deve serlhe aberto prazo para a apresentação de complementação de Recurso Voluntário, antes de ser retomado o presente julgamento. Em face de tal determinação, foi prolatado o r. Despacho Decisório nº 207/2018 (fls. 962 a 968), de natureza complementar, homologandose integralmente a compensação referente a DCOMP 16821.43399.111208.1.7.028841, transmitida em 11/12/2008 (número da DCOMP Retificada: 37669.38365.300908.1.3.025777, transmitida em 30/09/2008), através da qual a contribuinte em epígrafe buscou a compensação de débito de estimativa de IRPJ, relativo ao período de apuração janeiro/2005, no valor de R$ 2.947.783,90, único objeto daquele r. decisório complementar. Intimada a Contribuinte (fls. 969) e não havendo interesse recursal, os autos retornaram para este Conselheiro votar as matérias prejudicadas anteriormente, como determinado. É o relatório. Voto Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella Relator Fl. 986DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 987 13 O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Como se observa, agora, uma vez superada a controvérsia sobre a não homologação da compensação de parte do saldo a pagar de IRPJ (estimativa mensal) referente ao mês de janeiro de 2005, valendose a Contribuinte de crédito oriundo de saldo negativo do anocalendário de 2007 para tanto, o objeto residual da presente demanda resumese precisamente: 1) à suposta ausência de comprovação de oferta à tributação dos rendimentos objeto de incidência do IRRF que formou o saldo negativo do anocalendário de 2005; 2) ao indeferimento do cancelamento das DCOMPs n° 09779.64583.140306.1.3.027058 e 09996.55355.141206.1.3.028697, sob os números de cancelamento 06754.07259.310708.1.8.026379 e 36095.00785310708.1.8.02841. Em relação à primeira matéria, o r. Despacho Decisório entendeu que, não obstante presente a comprovação das retenções efetuadas pelas respectivas Fontes Pagadoras, não houve a prova necessária da oferta à tributação dos rendimentos correspondentes. Frisese que a rejeição não se fundamentou na ausência de autenticação dos documentos, como mencionado no Apelo da Parte pleiteante. Ao seu turno, diante da insurgência da Contribuinte por Manifestação de Inconformidade, a DRJ a quo firmou entendimento de que, ainda que a Defesa acoste planilhas, com teor que respalda o direito invocado, não há a devida prova de seu teor com documentação fiscal e contábil adequada. Confirase: Agora, em sede de manifestação de inconformidade, a recorrente juntou aos autos CD contendo três planilhas. Todavia, não há como aferir a veracidade dos valores apresentados sem haver alguma comprovação dos lançamentos no Livro Razão. É preciso ressaltar que os registros digitais em CD constituem prova, desde que amparados em documentos hábeis (cópias autenticadas da escrituração, extratos bancários de rendimentos de aplicações financeiras, etc.). No caso em questão, tal documentação não restou apresentada, nem em parte. Ou seja, nada de relevante foi acrescentado ao que já havia sido apresentado à fiscalização. Fl. 987DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 988 14 As cópias do livro Diário acostadas durante a fiscalização possuem somente balanços patrimoniais, e as cópias do LALUR por também apresentar somente valores totalizados, não permitem aferir a regularidade da tributação. Deste modo, a recorrente, mais uma vez, não logrou cumprir o seu ônus probatório. Em seu Recurso Voluntário, a Parte alega que existem diversos documentos de sua contabilidade acostados aos autos (fls. 7 e de 15 a 30), bem como os próprios Informes de Rendimentos também validariam suas planilhas. Acrescenta que o que efetivamente comprova a retenção e [a] utilização dos valores pelo contribuinte são os comprovantes das Fontes Pagadores. Pois bem, primeiro devese esclarecer que a prova da retenção distinguese da prova da oferta à tributação dos rendimentos e quantias correspondente a essa oneração sofrida na origem, por meio da Fonte Pagadora. Certamente, a prova da efetiva retenção é necessária, mas não basta para a confirmação de certeza e liquidez do crédito utilizado, sendo correta a exigência da comprovação de oferta à tributação, por meio hábil e inequívoco. Analisando as fls. 07 e 15 a 30, assim como a demais documentação apresentada pela Contribuinte quando intimada para tanto, temos que todas estas folhas (consideradas pela numeração digital ou manual) são parte de uma das DCOMPs transmitidas, sob debate neste processo. Supondo que tal menção seria referente à numeração própria do r. Despacho Decisório, tal r. decisum não se confunde com prova contábil e tampouco há lá qualquer afirmação ou registro que confirme as alegações trazidas, ou mesmo o teor das Planilhas apresentadas. Frisese que o v. Acórdão sequer tem 30 folhas, não se tratando de tal documento a referencia procedida no Apelo. Em relação à Parte A do LALUR e aos trechos do Livro Diário (balanços) (fls. 413 a 709), apresentados antes mesmos do r. Despacho Decisório original, temos que são totalmente procedentes a afirmação e a conclusão da DRJ a quo de que tais documentos não trazem o registro específico e individual das aplicações e rendimentos correspondentes às retenções de IRRF presentes nos informes, não sendo, assim, possível o necessário cotejo para a validação do crédito. Dessa forma, ainda que as Planilhas elaboradas unilateralmente pela Recorrente tragam o encontro dos valores submetidos à retenção com o imposto comprovadamente retido, atestando a sua presença na composição do resultado tributável, tal elemento, isoladamente apresentado, não prestase como prova de certeza e liquidez do crédito empregado na compensação. Fl. 988DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 989 15 Nesse sentido, deve ser mantido o v. Acórdão recorrido nesse ponto. No que tange ao indeferimento do cancelamento das DCOMPs n° 09779.64583.140306.1.3.027058 e 09996.55355.141206.1.3.028697, sob os números de cancelamento 06754.07259.310708.1.8.026379 e 36095.00785310708.1.8.02841, entendeu a DRJ a quo que a recorrente não aponta as provas do que alega, e o pedido de cancelamento de DCOMP não é permitido quando formalizado após intimação apresentação de documentos comprobatórios da compensação, conforme previsto expressamente no parágrafo único do art. 62, da Instrução Normativa SRF n°600/2005. Ao seu turno, no Apelo ora sob análise, alegase, em suma, que, em face da negativa do cancelamento das DCOMPs, promoveuse em 17/07/2009 e 20/07/2009, a retificação da DCTF e da DACON correspondentes aos débitos objeto das referidas de DCOMPs, de modo que não houvesse mais conflito. Acosta cópia de tais retificações (fls. 889 a 912). Na sequência, partindo de tal premissa factual, passa a argumentar que a conseqüência do não cancelamento das DCOMP's é, senão outro, a consideração das mesmas como válidas e homologadas, o que comprova o cumprimento da obrigação do pagamento dos tributos relacionados na declaração. É ilógico considerar válida uma compensação e cobrar o valor do imposto! Não há qualquer amparo legal na cobrança exarada, cabendo assim, a reforma do acórdão da DRJ/FNS a fim de cancelar tal exigência. Traz como arrimo jurisprudencial acórdão da DRJ de Campinas/SP no qual entendeuse que, se confessado os débitos em DCTF antes do início da fiscalização, o Auto de Infração correspondente deve ser cancelado. Primeiro temos aqui que o julgado trazido se refere a matéria de Direito e circunstância fática totalmente diversa daquelas apresentadas no presente feito, sendo irrelevante para o feito, tratando o julgamento de Autuação fiscal e não compensação e de DCTF transmitida antes do início dos trabalhos da fiscalização o que não ocorreu também no presente caso. Não obstante, além de conter pouca dialeticidade recursal nos argumentos da Recorrente, notase que esta não mais pugna pelo cancelamento das DCOMPs em questão, mas, sim, por sua homologação. Fl. 989DF CARF MF Processo nº 13971.720009/200607 Acórdão n.º 1402003.709 S1C4T2 Fl. 990 16 Além do questionável cambio total de pretensão, de modo que não se requer mais o cancelamento de tais DCOMPS, mas, sim, sua homologação, o simples argumento objetivo e isolado de que, após do r. Despacho Decisório e da própria apresentação da Manifestação de Inconformidade, procedeuse à ratificação de DCTF e DACON, não basta para confirmar o crédito pretendido e justificar, isoladamente, a homologação compensação dos débitos. Não há qualquer demonstração de procedência de tal pretenção, muito menos provas da motivação factual para a sua retificação, devendo se considerar que, logo anteriormente, em termos processuais, a própria Contribuinte defendia seu cancelamento. Além disso a alegação de que se foi negado cancelamento da referida DCOMP, logo, a compensação lá pretendida seria válida, sendo mandatória sua homologação pela Fazenda Pública, não possui qualquer base legal, vez que a comprovação de certeza e liquidez do crédito utilizado é sempre devida e necessária, não existindo tal simplória relação de procedência da compensação com a negativa de cancelamento da DCOMP. Posto isso, deve ser igualmente mantido o v. Acórdão recorrido nesse ponto. Diante do exposto, voto por negar provimento às matérias remanescentes do Recurso Voluntário, considerando que a matéria e o crédito tratado no Despacho Decisório nº 207/2018 já foi objeto de homologação pela D. Unidade Local, restando fora do Apelo agora apreciado. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Fl. 990DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.721220/2012-01
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/01/2012
PRAZO DE 360 DIAS. LEI Nº 11.457/2007. PRAZO IMPRÓPRIO. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA.
O prazo de 360 dias, estabelecido na Lei nº 11.457/2007, trata-se de um prazo impróprio, isto é, fixado na lei apenas como parâmetro para a prática do ato, tendo em vista que não foi estabelecida qualquer sanção na hipótese de seu descumprimento. O ato praticado além do prazo impróprio é válido e eficaz, não tendo, portanto, o condão de encerrar o trâmite processual.
PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 11.
Aplicação da Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal.
Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/01/2012
RESPONSABILIDADE. FALTA DE DANO À FISCALIZAÇÃO OU AO ERÁRIO PÚBLICO. IRRELEVÂNCIA.
A responsabilidade pela infração independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, de acordo com o § 2º do art. 94, do Decreto-Lei 37/1966.
MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 2.
Aplicação da Súmula CARF nº. 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 126.
Aplicação da Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3002-000.643
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmento do recurso, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. Ausente o conselheiro Alan Tavora Nem.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/01/2012 PRAZO DE 360 DIAS. LEI Nº 11.457/2007. PRAZO IMPRÓPRIO. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. O prazo de 360 dias, estabelecido na Lei nº 11.457/2007, trata-se de um prazo impróprio, isto é, fixado na lei apenas como parâmetro para a prática do ato, tendo em vista que não foi estabelecida qualquer sanção na hipótese de seu descumprimento. O ato praticado além do prazo impróprio é válido e eficaz, não tendo, portanto, o condão de encerrar o trâmite processual. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 11. Aplicação da Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 31/01/2012 RESPONSABILIDADE. FALTA DE DANO À FISCALIZAÇÃO OU AO ERÁRIO PÚBLICO. IRRELEVÂNCIA. A responsabilidade pela infração independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, de acordo com o § 2º do art. 94, do Decreto-Lei 37/1966. MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 2. Aplicação da Súmula CARF nº. 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 126. Aplicação da Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 11128.721220/2012-01
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5986056
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3002-000.643
nome_arquivo_s : Decisao_11128721220201201.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
nome_arquivo_pdf_s : 11128721220201201_5986056.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmento do recurso, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard - Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. Ausente o conselheiro Alan Tavora Nem.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
id : 7689135
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:41:48 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658492051456
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1727; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T2 Fl. 186 1 185 S3C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11128.721220/201201 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3002000.643 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 19 de março de 2019 Matéria AI ADUANA MULTA Recorrente PANALPINA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/01/2012 PRAZO DE 360 DIAS. LEI Nº 11.457/2007. PRAZO IMPRÓPRIO. PRECLUSÃO. INOCORRÊNCIA. O prazo de 360 dias, estabelecido na Lei nº 11.457/2007, tratase de um prazo impróprio, isto é, fixado na lei apenas como parâmetro para a prática do ato, tendo em vista que não foi estabelecida qualquer sanção na hipótese de seu descumprimento. O ato praticado além do prazo impróprio é válido e eficaz, não tendo, portanto, o condão de encerrar o trâmite processual. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 11. Aplicação da Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/01/2012 RESPONSABILIDADE. FALTA DE DANO À FISCALIZAÇÃO OU AO ERÁRIO PÚBLICO. IRRELEVÂNCIA. A responsabilidade pela infração independe da intenção do agente e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato, de acordo com o § 2º do art. 94, do DecretoLei 37/1966. MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA AO PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 2. Aplicação da Súmula CARF nº. 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 12 20 /2 01 2- 01 Fl. 186DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 187 2 MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÕES SOBRE A DESCONSOLIDAÇÃO DE CARGA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 126. Aplicação da Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmento do recurso, não conhecendo das alegações de inconstitucionalidade, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves. Ausente o conselheiro Alan Tavora Nem. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão 12095.183 da DRJ/RJO, que manteve integralmente o Crédito Tributário lançado pelo Auto de Infração, que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. A partir desse ponto, transcrevo o relatório do Acórdão recorrido: Fl. 187DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 188 3 "Versa o processo sobre a controvérsia instaurada em razão da lavratura pelo fisco de auto de infração para exigência de penalidade prevista no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003. Os fundamentos para esse tipo de autuação nesse conjunto de processos administrativos fiscais são os seguintes: As empresas responsáveis pela desconsolidação da carga lançaram a destempo o conhecimento eletrônico, pois segundo a IN SRF nº 800/2007 (artigo 22), o prazo mínimo para a prestação de informação acerca da conclusão da desconsolidação é de 48 horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. Caso não se concluindo nesse prazo é aplicável a multa. Devidamente cientificada, a interessada traz como alegações, além das preliminares de praxe, acerca de infringência a princípios constitucionais, prática de denúncia espontânea, ilegitimidade passiva, ausência de motivação, tipicidade, e que tragam ao auto de infração a ineficiência e a desconstrução do verdadeiro cerne da autuação que foi o descumprimento dos prazos estabelecidos em legislação norteadora acerca do controle das importações, a argumentação de que de fato as informações constam do sistema, mesmo que inseridas, independente da motivação, após o momento estabelecido no diploma legal pautado pela autoridade aduaneira.." Analisando as argumentações da contribuinte, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro (DRJ/RJO) julgou a Impugnação improcedente, por Acórdão dispensado de ementa, conforme o disposto na Portaria RFB nº 2.724/2017. Em seqüência, após ser cientificada dessa decisão, a contribuinte apresenta Recurso Voluntário (104/124), no qual requereu a reforma do Acórdão recorrido, em linhas gerais, aduzindo os seguintes argumentos: Preclusão do direito de a Fazenda constituir definitivamente o crédito tributário, cumprimento da obrigação acessória, ocorrência da denúncia espontânea e falta de proporcionalidade e razoabilidade na imposição da multa. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O direito creditório envolvido no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 188DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 189 4 Inicialmente, a ora recorrente aduziu a ocorrência da preclusão do direito de a Fazenda Pública constituir definitivamente o crédito tributário contestado, por descumprimento do prazo obrigatório de 360 dias, previsto no art. 24 da Lei nº 11.457/2007, para a emissão de decisão em processos administrativos fiscais. Além disso, a contribuinte alegou que seria cabível a aplicação do parágrafo único do art. 173 do Código Tributário Nacional, o que também acarretaria a perempção do direito fazendário, uma vez que a decisão da Delegacia de Julgamento foi proferida em prazo superior a 360 dias, contados a partir do protocolo da impugnação e que, se contados desde a lavratura do Auto de Infração, teríamos um lapso temporal superior a seis anos. Essa demora configuraria ofensa aos princípios constitucionais da eficiência, dignidade da pessoa humana e da segurança jurídica. De pronto, afirmese que não assiste razão à contribuinte quanto à aplicabilidade do art. 173, parágrafo único, do CTN ao caso concreto. A doutrina e a jurisprudência pátrias são firmes quanto a possibilidade do transcurso do prazo decadencial somente em período anterior ao momento da lavratura do Auto de Infração. Uma vez tendo ocorrido o lançamento do crédito tributário, não há que se falar mais em decadência, pois o direito da Fazenda Pública já se encontra exercido. A partir daí e enquanto perdurar o julgamento de eventuais recursos interpostos, a exigibilidade do crédito tributário se encontra suspensa e, por conseqüência, o prazo prescricional só começa a correr quando o crédito tornarse exigível. Nesse ponto, ressaltese, por oportuno, que não se aplica o instituto da prescrição intercorrente a processos administrativos fiscais, conforme teor da Súmula CARF nº 11, cujo efeito vinculante foi atribuído pela Portaria MF nº 277, de 07 de junho de 2018: Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Quanto ao art. 24 da Lei nº 11.457/2007, é cediço que tal comando legal inserese em um contexto que busca dotar de maior celeridade o processo administrativo, em consonância com os princípios constitucionais que regem a matéria. Entretanto, a referida regra, embora tenha estabelecido um prazo para emissão de decisões administrativas, não fixou quaisquer sanções ou penalidades à administração tributária pelo seu descumprimento, muito menos estabeleceu como conseqüência a extinção do processo ou a preclusão, decadência ou prescrição de seu poder/dever. Com efeito, podese afirmar que o prazo fixado pelo art. 24 da Lei nº 11.457/2007 se constitui no que a doutrina convencionou nomear como prazo impróprio. Esses prazos são aqueles fixados aos órgãos do judiciário ou da administração, que a ausência de observância não gera conseqüência processual. São prazos, por exemplo, a serem observados pelo juiz, serventuários, escrivãs, assim como muitos dos concedidos ao Ministério Público, quando atua como fiscal da lei, onde a sua inobservância, apesar de não acarretar o que se chama de desvalia em matéria processual e, tampouco, preclusão, acarreta aos responsáveis por sua não observância possíveis sanções administrativas, conforme a análise do caso concreto e justificativa aplicável. Fl. 189DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 190 5 Assim sendo, não pode prosperar as alegações da contribuinte no sentido de ver reconhecida a preclusão do direito da Fazenda Pública. Seguindo em seu Voluntário, a recorrente alegou que o agente de navegação promoveu, em tempo hábil, a inclusão das informações devidas perante o sistema fiscalizador da Receita Federal Brasileira, assim, a mesma não sofreu nenhum tipo de dificuldade seja para fiscalização, seja para apuração de créditos destinados ao erário. Alegou ainda que, mesmo que de forma extemporânea, prestou as informações sobre a desconsolidação da carga e, por isso, a aplicação da penalidade afrontou os Princípios Constitucionais da Razoabilidade, da Proporcionalidade, da Moralidade e, principalmente, da Segurança Jurídica. Essas alegações de inconstitucionalidade são repisadas na peça recursal, quando da alegação de afronta ao Princípio da Vedação ao Confisco pela multa imposta, e serão tratadas em conjunto no presente voto. Primeiramente, afirmemos que não houve contestação sobre a ocorrência do registro extemporâneo das informações de desconsolidação da carga, fato que ensejou a presente autuação, portanto, essa questão resta incontroversa. Quanto a essas argumentações, também não assiste razão a recorrente. Vale lembrar que, conforme o § 2º do art. 94, do DecretoLei 37/1966, a responsabilidade da ora recorrente por seu ato, descumprimento do prazo para prestar as informações sobre a desconsolidação da carga, independia da sua intenção ou culpa e da extensão dos efeitos causados por ele: Art.94 Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste DecretoLei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos. § 1º O regulamento e demais atos administrativos não poderão estabelecer ou disciplinar obrigação, nem definir infração ou cominar penalidade que estejam autorizadas ou previstas em lei. § 2º Salvo disposição expressa em contrário, a responsabilidade por infração independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. Art.95 Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; ......................................................................................................... (grifo nosso) Fl. 190DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 191 6 Com efeito, a simples mora no cumprimento da obrigação acessória de prestar as devidas informações sobre a desconsolidação da carga infringe o disposto na legislação e, além disso, prejudica o controle aduaneiro, pois impede a adequada preparação da atividade fiscalizatória e, por conseqüência, também prejudica os interesses nacionais, conforme o disposto no art. 237 da Constituição Federal: Art. 237. A fiscalização e o controle sobre o comércio exterior, essenciais à defesa dos interesses fazendários nacionais, serão exercidos pelo Ministério da Fazenda. Ademais, analisando os documentos acostados aos autos, não se verifica qualquer situação que efetivamente pudesse afastar a responsabilidade da contribuinte por ter informado a destempo os dados de desconsolidação da carga. Quanto às alegações de afronta aos Princípios Constitucionais Princípios da Razoabilidade, da Proporcionalidade, da Moralidade, da Segurança Jurídica e da Vedação ao Confisco, melhor sorte não cabe à recorrente. Subsumindose seu ato à previsão legal para aplicação da penalidade, não há como se vislumbrar qualquer afronta à Lei ou à Princípio Constitucional, por outro lado, não se pode olvidar que a atividade administrativa de lançamento é plenamente vinculada e obrigatória, de acordo com o art. 142 do Código Tributário Nacional: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Quanto à alegação de inconstitucionalidade da multa, justamente, por ofensa aos Princípios citados, impõese relembrar que o julgamento administrativo trata da aplicação da legislação tributária como apresentada no sistema jurídico. Dessa maneira, a norma válida e eficaz, assim entendida a promulgada e publicada, dotada de presunção de correção formal e material, não pode ser desconsiderada pelo julgador. Nesse sentido, dispõe o art.62, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo Fl. 191DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 192 7 internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. A instância administrativa não é o foro adequado para discussões a respeito de ilegalidade ou inconstitucionalidade de leis legitimamente inseridas no ordenamento jurídico pátrio, por absoluta falta de competência das autoridades administrativas a essa função, que é reservada pela Constituição Federal em caráter exclusivo ao Poder Judiciário. É inócuo, portanto, suscitar tais alegações no âmbito administrativo, pois o julgador não pode delas tomar conhecimento. No caso, verificar a eventual existência de confisco, de desproporcionalidade, de irrazobilidade ou da não individualização da pena seria equivalente a reconhecer a inconstitucionalidade da norma que prevê a incidência da multa, o que é vedado a este Conselho Administrativo. Em consonância com esse ditame, vejamos o teor da Súmula CARF nº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Assim sendo, não tomo conhecimento das alegações de inconstitucionalidade da multa prevista no art. 107, IV, e, do Decretolei n.º 37/1966 e de sua aplicação ao caso concreto. Por fim, a contribuinte alegou que, caso se admitisse que ela teria infringido a legislação aduaneira, eventual responsabilidade a ela atribuída teria sido excluída pela denúncia espontânea da infração, nos termos do art. 138 do Código Tributário Nacional e do art. 102, §§ 1º e 2º, do DecretoLei nº 37/1966. O instituto da denúncia espontânea no Direito Tributário, assim como os seus semelhantes em outros ramos do Direito, visa incentivar o infrator se auto corrigir, através do reconhecimento voluntário do ilícito e da reparação do bem jurídico violado. Contudo, algumas infrações não são passíveis de serem beneficiadas pela denúncia espontânea. Quando a mera conduta do agente é definidor do núcleo do tipo da infração, estamos diante desse caso. Em outras palavras, quando a simples ação ou omissão do agente configurar o ilícito, não há possibilidade jurídica de se reparar o dano cometido. No caso das obrigações acessórias autônomas, em regra, essa situação se configura. Podemos dizer que é, justamente, o atraso no cumprimento de obrigação acessória o exemplo mais contundente desse tipo de infração. Uma vez que, no exato momento em que se exauriu o prazo legal sem que a obrigação tenha sido cumprida, a infração está configurada e o atraso não poderá ser reparado. Considerandose que, como no caso dos presentes autos, a obrigação acessória autônoma descumprida pelo transportador ou pelos seus representantes consiste no dever de o sujeito passivo informar os dados sobre a desconsolidação da carga à Aduana no Fl. 192DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 193 8 prazo estabelecido, a simples falta da prestação tempestiva dessas informações já configura a infração e a impossibilidade física do retrocesso temporal impede sua reparação. Por outro lado, se admitíssemos a possibilidade de aplicação da denúncia espontânea aos casos de infrações decorrentes do atraso na entrega de declarações ou da prestação de informações, estaríamos diante de um paradoxo lógicojurídico, o qual tornaria morta a letra da lei. Nesse sentido, me socorro do entendimento do Ilustre Conselheiro Jose Fernandes do Nascimento manifestado no Acórdão 310200.988, do qual extraio o seguinte excerto: "De fato, se registro extemporâneo da informação da carga materializasse a conduta típica da infração em apreço, seria de todo ilógico, por contradição insuperável, que o mesmo fato configurasse a denúncia espontânea da correspondente infração. De modo geral, se admitida a denúncia espontânea para infração por atraso na prestação de informação, o que se admite apenas para argumentar, o cometimento da infração, em hipótese alguma, resultaria na cobrança da multa sancionadora, uma vez que a própria conduta tipificada como infração seria, ao mesmo tempo, a conduta configuradora da denúncia espontânea da respectiva infração. Em conseqüência, ainda que comprovada a infração, a multa aplicada seria sempre inexigível, em face da exclusão da responsabilidade do infrator pela denúncia espontânea da infração. Esse sentido e alcance atribuído a norma, com devida vênia, constitui um contrassenso jurídico, uma espécie de revogação da penalidade pelo intérprete e aplicador da norma, pois, na prática, a sanção estabelecida para a penalidade não poderá ser aplicada em hipótese alguma, excluindo do ordenamento jurídico qualquer possibilidade punitiva para a prática de infração desse jaez." Nesse mesmo sentido, vem se manifestando a jurisprudência de nossos tribunais, conforme se infere da seguinte ementa: MULTA DECORRENTE DA INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA DE DADOS DE EMBARQUE. AGENTE MARÍTIMO. LEGITIMIDADE PASSIVA. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÔNOMA. INAPLICABILIDADE DA DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE. VALOR QUE NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO DE CONFISCO. Fl. 193DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 194 9 1. O agente marítimo assume a condição de representante do transportador perante os órgãos públicos nacionais e, ao deixar de prestar informação sobre veículo ou carga transportada, concorre diretamente para a infração, daí decorrendo a sua responsabilidade pelo pagamento da multa, nos termos do artigo 95, I, do DecretoLei nº 37, de 1966. 2. Não se aplica a denúncia espontânea para os casos de descumprimento de obrigações tributárias acessórias autônomas. 3. A finalidade punitiva e dissuasória da multa justifica a sua fixação em valores mais elevados, sem que com isso ela ofenda os princípios da razoabilidade, proporcionalidade e vedação ao confisco. (BRASIL. TRF4. 2ª Turma. Apelação Cível nº 500599981.2012.404.7208/ SC. rel. Des. Rômulo Pizzolatti, j. 10.12.2013) Nessa esteira, a Súmula CARF nº 49 preceitua a não aplicabilidade da denúncia espontânea em casos análogos de cumprimento de obrigação acessória de forma extemporânea: Súmula CARF nº 49: A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. Ademais, esclareçase que a recorrente alega que, com o advento da MP 497/2010, convertida na Lei nº 12.350/2010, o instituto da denúncia espontânea passou a alcançar as penalidades de natureza tributária e administrativa, caso em comento. Contudo, creio que a legislação supra não alterou o impedimento racional da aplicação do instituto da denúncia espontânea aos casos de cumprimento extemporâneo de obrigação acessória e alinho me ao entendimento do Douto Desembargador Rômulo Pizzolatti manifesto no voto condutor do Acórdão já mencionado: A Lei nº 12.350, de 2010, deu ao artigo 102, § 2º, do DecretoLei nº 37, de 1966, a seguinte redação: [...] Bem se vê que a norma não é inovadora em relação ao artigo 138 do CTN, merecendo, portanto, idêntica interpretação. Nesse sentido, é pacífico o entendimento no sentido de que a denúncia espontânea não se aplica para os casos em que a infração seja à obrigação tributária acessória autônoma. Fl. 194DF CARF MF Processo nº 11128.721220/201201 Acórdão n.º 3002000.643 S3C0T2 Fl. 195 10 Por fim, manifestandose especificamente sobre o tema ora tratado, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais editou a Súmula CARF nº 126, cuja observância é obrigatória pelos Conselheiros em seus julgamentos, conforme art. 72 do RICARF: Súmula CARF nº 126: A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Como conseqüência do desenvolvimento lógicojurídico esposado ao longo do voto, considero inaplicável ao caso concreto o instituto da denúncia espontânea, pois este não alcança as penalidades exigidas pelo descumprimento do dever instrumental caracterizado pelo atraso na prestação de informação à Administração. Por todo o exposto, voto no sentido de conhecer parcialmente do Recurso Voluntário e, no mérito, negarlhe provimento, mantendo na integra o Crédito Tributário lançado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 195DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.907949/2009-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.691
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201901
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10983.907949/2009-16
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5978254
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-001.691
nome_arquivo_s : Decisao_10983907949200916.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10983907949200916_5978254.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
dt_sessao_tdt : Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2019
id : 7670394
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658529800192
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1725; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10983.907949/200916 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3201001.691 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 30 de janeiro de 2019 Assunto PER/DCOMP. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. Recorrente CESUSC COMPLEXO DE ENSINO SUPERIOR DE SANTA CATARINA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado pelo Contribuinte em face de decisão proferida pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC). O presente processo cuida de DCOMP amparada em crédito resultante de pagamento indevido ou a maior de PIS/Cofins. Na apreciação do pleito, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Florianópolis manifestouse pela não homologação da compensação (Despacho Decisório juntado aos autos), fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, visto que estes já teriam sido integralmente utilizados para quitação de débitos declarados do contribuinte, não restando créditos disponíveis, conforme o DARF discriminado no PER/DCOMP. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 83 .9 07 94 9/ 20 09 -1 6 Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10983.907949/200916 Resolução nº 3201001.691 S3C2T1 Fl. 3 2 Cientificado do indeferimento de seu pleito o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade alegando, em síntese: a) que efetuou pagamento a maior da contribuição, sendo que utilizou este crédito para compensação com débitos de outros tributos; b) que havia crédito original, na data da transmissão da DCOMP, em montante suficiente para efetivar a compensação declarada, acreditando que o despacho decisório tenha indeferido o pleito pelo fato da empresa ter se equivocado na DCTF original, onde teria informado valor da contribuição maior que o efetivamente devido; c) que retificou a DCTF corrigindo a informação (conforme documento em anexo), pelo que será possível identificar a existência do crédito e a validade do PER/DCOMP transmitido. Após exame da defesa apresentada pelo Contribuinte, a DRJ proferiu acórdão assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2005 COMPENSAÇÃO. INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. REQUISITO PARA HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que a existência do indébito incluído em declaração de compensação está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é maior do que o devido, só se pode homologar tal compensação, independentemente de eventuais outras verificações, nos casos em que o contribuinte, previamente à apresentação da DCOMP, retifica regularmente a DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.684, de 30/01/2019, proferido no julgamento do processo 10983.904405/200901, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10983.907949/200916 Resolução nº 3201001.691 S3C2T1 Fl. 4 3 Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.684): "Como relatado, discutese no presente feito a legitimidade de crédito postulado pela Recorrente por meio de PER/DCOMP, correspondente ao recolhimento a maior de tributos. Consoante Despacho Decisório Eletrônico proferido, o crédito indicado seria inexistente, posto que o recolhimento do DARF em questão teria sido integralmente utilizado para a quitação de outros débitos declarados pelo próprio contribuinte. Em sua Manifestação de Inconformidade, a Recorrente aduz que o crédito utilizado é legítimo, informando que após a apuração e recolhimento do tributo calculado, verificou que incorreu em erro no preenchimento de sua DCTF e DACON, acarretando em recolhimento a maior. Descreve os valores declarados e aqueles efetivamente devidos, visando a demonstrar o alegado recolhimento a maior. Esclarece que verificado o erro a partir da intimação do despacho decisório, providenciou a retificação da DCTF original. Foram anexadas à Manifestação de Inconformidade cópias das declarações mencionadas e do Razão Consolidado do Período A Delegacia da Receita Federal de Julgamento julgou improcedente a Manifestação apresentada ao argumento de que a posterior retificação da DCTF não tem o condão de validar o crédito postulado, uma vez que este deveria estar disponível ao contribuinte antes da apresentação do PER/DComp: Por óbvio que não se está aqui a afirmar que o crédito contra a Fazenda Nacional existe ou não existe, dado que não é isto que importa para o caso concreto que aqui se tem. O que se afirma, e isto sim, é que só a partir da retificação da DCTF é que a contribuinte passou a ter crédito contra a Fazenda devidamente conformado na forma da lei. Assim, a retificação já efetuada pode produzir efeitos em relação a DCOMP apresentadas posteriormente a esta retificação, mas não para validar compensações anteriores Com efeito, não resta dúvidas de que a retificação da DCTF da Recorrente ocorreu após a transmissão do PER/DCOMP e até mesmo posteriormente à emissão e intimação do Despacho Decisório Eletrônico. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente reafirma os argumentos de defesa acrescenta à documentação as cópias do Termo de abertura e encerramento do livro diário e cópias do período em exame. Na hipótese dos autos, entendo não ter ocorrido não houve inércia do contribuinte na apresentação de documentos. O que se verifica é que a Fiscalização, apegandose a aspectos formais relacionados às declarações prestadas pelo contribuinte, deixou de examinar as alegações de erro pelo contribuinte e a documentação pertinente apresentada. Discordo, contudo, do posicionamento adotado pela Autoridade Julgadora. A alegação de erro na prestação de informações pelo sujeito passivo pode e deve ser verificada no curso do processo administrativo fiscal, que, como é cediço, preza pela verdade material dos fatos. Erro não é fato gerador de obrigação tributária. Ainda que concorde ser inviável a retificação da DCTF após o despacho decisório, tal fato não impede a comprovação do erro em sede de procedimento administrativo de revisão do crédito tributário, como o presente. Por óbvio que a alegação de erro deve vir acompanhada da documentação pertinente, e isso se verifica na hipótese dos autos. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10983.907949/200916 Resolução nº 3201001.691 S3C2T1 Fl. 5 4 Quanto ao fato de ter sido juntada documentação adicional em sede de Recurso Voluntário, tenho que, na hipótese dos autos, tal circunstância não impede a sua apreciação. Sabese quem em autuações fiscais realizadas de maneira ordinária, é, em regra, concedido ao contribuinte diversas oportunidades de apresentação de documentos e esclarecimentos, por meio dos Termos de Intimação emitidos durante o procedimento. Assim, limitar, na autuação eletrônica, a oportunidade de apresentação de documentos à manifestação de inconformidade, aplicando a preclusão relativamente ao Recurso Voluntário, não me parece razoável ou isonômico, além de atentatório aos princípios da ampla defesa e do devido processo legal. Nesse contexto, em que o Despacho Decisório não esclarece os elementos necessários para sua contradição, e que os elementos exigidos pela decisão recorrida foram trazidos, ao menos aparentemente, no Recurso Voluntário, entendo que há abrigo na dialética processual, artigo 16 do Decreto 70.235/72 PAF, para consideração das provas trazidas, atento ao princípio da verdade material. Além disso, o Parecer Cosit 2/2015 orienta: 19. Dependendo do momento ou situação em que o PER é indeferido ou a DCOMP é apresentada ou a intimação para autorregularização é feita ou que a não homologação é decidida, é possível que o sujeito passivo não possa mais retificar sua DCTF por alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010. A autoridade administrativa ou julgadora, contudo, ao analisar o caso concreto, pode reconhecer ou não o crédito do sujeito passivo de acordo com as circunstâncias fáticas e/ou materiais contidas no processo. Assim, e com base no artigo 291, combinado com artigo 16, §§4º e 6º2, do PAF, proponho a conversão do julgamento em diligência, para que o Fisco tenha a oportunidade de aferir a idoneidade dos documentos apresentados no Recurso Voluntário, em confronto com os respectivos livros e lastros, conforme o Fisco entender necessário e/ou cabível, e produção de relatório conclusivo sobre as bases de cálculo corretas. Após, a recorrente deve ser cientificada, com oportunidade para manifestação, e o processo deve retornar ao Carf para prosseguimento do julgamento. Desse modo, voto por CONVERTER O FEITO EM DILIGÊNCIA para que a Autoridade Preparadora efetue a análise do Pedido de Compensação com base nos documentos apresentados pelo contribuinte em Manifestação de Inconformidade e Recurso Voluntário que visam à comprovar o erro incorrido na DCTF original, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessário. Após a manifestação fiscal, concedase vista ao contribuinte pelo prazo de 30 (trinta dias) para se manifestar acerca das conclusões. Após, retornemse os autos para julgamento." 1 Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. 2 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (...) § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10983.907949/200916 Resolução nº 3201001.691 S3C2T1 Fl. 6 5 Importante salientar que, da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte também juntou declarações e documentos fiscais que embasam a alegação do equívoco que alega ter cometido. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência do paradigma, também a justificam nos presentes autos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado CONVERTEU O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a Autoridade Preparadora efetue a análise do Pedido de Compensação com base nos documentos apresentados pelo contribuinte junto à Manifestação de Inconformidade e ao Recurso Voluntário, que visam comprovar o erro incorrido na DCTF original, podendo intimar o contribuinte para apresentar demais documentos ou informações que entenda necessários. Após a manifestação fiscal, concedase vista ao contribuinte pelo prazo de 30 (trinta dias) para se manifestar acerca das conclusões. Após, retornemse os autos para julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 76DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.720779/2007-22
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2003
ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO ANTES DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DISPENSA DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. SUMULA CARF Nº 122. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO.
A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA), para efeito de exclusão da área de reserva legal da base de cálculo do ITR.
ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. OBRIGATORIEDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO POR DOCUMENTO OFICIAL QUE ATENDA A MESMA FINALIDADE.
Para efeito de exclusão da área de preservação permanente na apuração da base de cálculo do ITR, além de preencher os requisitos legais estabelecidos pelo Código Florestal, o contribuinte, obrigatoriamente, deveria protocolar o Ato Declaratório Ambiental - ADA junto ao IBAMA no prazo de seis meses após a entrega da DITR/2003.
Entretanto, essa obrigação pode ser substituída por outro documento que atenda à finalidade de informar ao órgão ambiental da existência da área. No caso, foi apresentado Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta emitido pela Delegacia Estadual do IBDF.
ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. INTEMPESTIVO LAUDO TÉCNICO. NÃO SUBSTITUI O ADA.
O laudo técnico não supre a falta da entrega tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para excluir as áreas de preservação permanente da incidência da tributação do ITR.
Numero da decisão: 2202-005.020
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para cancelar a glosa da área de 475,56 ha declarada como área de preservação permanente, vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que deu provimento integral ao recurso.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson. - Presidente
(assinado digitalmente)
Rorildo Barbosa Correia - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andréa de Moraes Chieregatto.
Nome do relator: RORILDO BARBOSA CORREIA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201903
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2003 ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO ANTES DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DISPENSA DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. SUMULA CARF Nº 122. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA), para efeito de exclusão da área de reserva legal da base de cálculo do ITR. ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. OBRIGATORIEDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO POR DOCUMENTO OFICIAL QUE ATENDA A MESMA FINALIDADE. Para efeito de exclusão da área de preservação permanente na apuração da base de cálculo do ITR, além de preencher os requisitos legais estabelecidos pelo Código Florestal, o contribuinte, obrigatoriamente, deveria protocolar o Ato Declaratório Ambiental - ADA junto ao IBAMA no prazo de seis meses após a entrega da DITR/2003. Entretanto, essa obrigação pode ser substituída por outro documento que atenda à finalidade de informar ao órgão ambiental da existência da área. No caso, foi apresentado Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta emitido pela Delegacia Estadual do IBDF. ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. INTEMPESTIVO LAUDO TÉCNICO. NÃO SUBSTITUI O ADA. O laudo técnico não supre a falta da entrega tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para excluir as áreas de preservação permanente da incidência da tributação do ITR.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13971.720779/2007-22
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5977026
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2202-005.020
nome_arquivo_s : Decisao_13971720779200722.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : RORILDO BARBOSA CORREIA
nome_arquivo_pdf_s : 13971720779200722_5977026.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para cancelar a glosa da área de 475,56 ha declarada como área de preservação permanente, vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que deu provimento integral ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. - Presidente (assinado digitalmente) Rorildo Barbosa Correia - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andréa de Moraes Chieregatto.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2019
id : 7668026
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:40:31 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658658775040
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1821; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 137 1 136 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13971.720779/200722 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202005.020 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 12 de março de 2019 Matéria ITR Recorrente OTILIA MACHADO POFFO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ITR. ÁREA DE RESERVA LEGAL. AVERBAÇÃO ANTES DE OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DISPENSA DO ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. SUMULA CARF Nº 122. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual falta de apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA), para efeito de exclusão da área de reserva legal da base de cálculo do ITR. ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. OBRIGATORIEDADE. APRESENTAÇÃO INTEMPESTIVA. POSSIBILIDADE DE SUBSTITUIÇÃO POR DOCUMENTO OFICIAL QUE ATENDA A MESMA FINALIDADE. Para efeito de exclusão da área de preservação permanente na apuração da base de cálculo do ITR, além de preencher os requisitos legais estabelecidos pelo Código Florestal, o contribuinte, obrigatoriamente, deveria protocolar o Ato Declaratório Ambiental ADA junto ao IBAMA no prazo de seis meses após a entrega da DITR/2003. Entretanto, essa obrigação pode ser substituída por outro documento que atenda à finalidade de informar ao órgão ambiental da existência da área. No caso, foi apresentado Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta emitido pela Delegacia Estadual do IBDF. ITR. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL. INTEMPESTIVO LAUDO TÉCNICO. NÃO SUBSTITUI O ADA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 07 79 /2 00 7- 22 Fl. 137DF CARF MF 2 O laudo técnico não supre a falta da entrega tempestiva do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para excluir as áreas de preservação permanente da incidência da tributação do ITR. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, para cancelar a glosa da área de 475,56 ha declarada como área de preservação permanente, vencido o conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que deu provimento integral ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. Presidente (assinado digitalmente) Rorildo Barbosa Correia Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros Marcelo de Sousa Sáteles, Martin da Silva Gesto, Ricardo Chiavegatto de Lima, Ludmila Mara Monteiro de Oliveira, Rorildo Barbosa Correa, José Alfredo Duarte Filho (suplente convocado), Leonam Rocha de Medeiros e Ronnie Soares Anderson. Ausente a conselheira Andréa de Moraes Chieregatto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão nº 0418.897 proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande (MS), a qual julgou procedente o lançamento e manteve o crédito tributário correspondente ao Imposto Territorial Rural ITR, exercício 2003, acrescido da multa e dos juros de mora, totalizando o valor de R$ 67.780,07, referente ao imóvel rural denominado Fazenda Areia Branca, com área total de 752,3 ha., NIRF 26796422, localizado no município de Mirim Doce/RS. (108/113 e 119/126). Do Lançamento Tributário No tocante ao lançamento tributário, o relatório que acompanha a decisão da DRJ/CGE (fl. 109) mencionou o seguinte: Contra a interessada supra foi lavrada a Notificação de Lançamento e respectivos demonstrativos de fls. 01 a 04, por meio do qual se exigiu o pagamento do ITR do exercício 2003, acrescido de juros moratórios e multa de ofício, totalizando o crédito tributário de R$ 67.780,07, relativo ao imóvel rural denominado Fazenda Areia Branca, com área total de 752,3 ha., NIRF 26796422, localizado no município de Mirim Doce/RS. Constou da Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal a citação da fundamentação legal que amparou o lançamento e as seguintes informações, em suma: que, após regularmente intimada, a contribuinte não comprovou a área de preservação Fl. 138DF CARF MF Processo nº 13971.720779/200722 Acórdão n.º 2202005.020 S2C2T2 Fl. 138 3 permanente e o VTN declarados na DITR/2003, o que justificou a glosa dessa área e a alteração do VTN para o valor apurado no laudo técnico apresentado em atendimento à intimação. Instruíram o lançamento os documentos de fls. 05 a 55. Regulamente intimada do lançamento, a contribuinte apresentou Impugnação que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ/CGE (fls. 108/113). Da Decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento Quando da apreciação do caso em tela, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande/MS julgou procedente o lançamento, conforme ementa a seguir transcrita (fls. 108): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ÁREAS ISENTAS. TRIBUTAÇÃO. Para a exclusão da tributação sobre áreas de preservação permanente e reserva legal é necessária a comprovação da existência efetiva dessas áreas e cumprimento de exigências legais de entrega do ADA ao Ibama, no prazo previsto na legislação tributária, e de averbação da reserva legal junto ao Registro de Imóveis Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido A DRJ/CGE analisou os documentos apresentados pela contribuinte e não os acatou, para efeito de exclusão da base de cálculo, entendendo que faltou apresentar tempestivamente o Ato Declaratório Ambiental ADA com as respectivas áreas declaradas, nos seguintes termos (fl. 112): Em razão da entrega intempestiva do ADA ao Ibama, não é possível afastar da tributação a área de preservação permanente declarada no Exercício em questão, assim como não é possível deferir pedido de retificação dos dados declarados, como pretendido pela interessada, para afastar da tributação área superior à declarada na DITR/2003 e no ADA de 2007. Destaquese, ainda, que não constou desse ADA informação sobre área de reserva legal e que a área pretendida a esse título é superior à averbada junto ao Registro de Imóveis. Do Recurso Voluntário Fl. 139DF CARF MF 4 A Recorrente, devidamente intimada da decisão da DRJ/CGE, em 23/11/2009, conforme Aviso de Recebimento AR (fl. 118) apresentou, em 15/12/2009, recurso voluntário (fls. 119/126). Em sede de recurso voluntário, a Recorrente se insurgiu contra a decisão da DRJ/CGE, alegando que não há necessidade do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para excluir da base de cálculo do ITR as áreas classificadas como Área de Preservação Permanente (APP) e como Área de Reserva Legal (ARL), para tanto, a contribuinte citou legislação correlata bem como ementas de decisões do STJ (fls. 124/125) e, em síntese, alegou que: É proprietária de um imóvel rural denominado Areia Branca com 752,3 hectares, no município de Mirim Doce e para efeito do cálculo do ITR, sempre foi considerado 500 hectares como área de preservação permanente. "Apesar de constar do Registro de Imóveis a existência de área de preservação permanente e de reserva legal, o cálculo do imposto foi realizado pela autoridade fazendária como se estas áreas inexistissem!!" "Para esclarecer definitivamente a área do imóvel, a requerente contratou o engenheiro Heiko Budag, inscrito no CREA/SC 63.9973 que constatou a seguinte distribuição das áreas do imóvel (conforme laudo em anexo): Do laudo realizado por profissional competente, constatase que, somadas as áreas de preservação permanente e de reserva legal, temse a área de 603,25 hectares, ou seja, ainda maior do que aquela declarada anteriormente!!" "Apresentada a impugnação ao auto de infração fiscal, a 1ª Turma da DRJ/CGE decidiu pela manutenção do crédito tributário exigido sob o fundamento de que "para a exclusão do área do incidência do ITR no exercício ora tratado, o contribuinte deveria protocolar o ADA no IBAMA, ou em órgãos ambientais estaduais delegados por meio de convênio, no prazo de até 6 (seis) meses contado, a partir do término do prazo fixado o para a entrega da declaração". "Contudo, como se demonstrará a seguir, para a exclusão do base de cálculo do ITR de área de preservação permanente, não há necessidade de Ato Declaratório Ambiental do IBAMA (..)" Nas suas alegações argumentou ainda que: "por outro lado, cumpre referir que não se faz mais necessária a apresentação do ADA para a configuração de áreas de reserva legal e conseqüente exclusão do ITR incidente sobre tais áreas, a teor do §7° do art. 10 da Lei n° 9393/96 (redação da MP 2.16667/01). Tal regra, por ter cunho interpretativo (art. 106, I, CTN), retroage para beneficiar os contribuintes." Do Pedido Ao final, a recorrente requer (fl. 126): À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado e o lançamento de ITR do exercício de 2003 uma vez que desconsiderada a área não tributável de 603,25 hectares (área de preservação permanente e área de reserva legal) do imóvel de propriedade da requerente. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 13971.720779/200722 Acórdão n.º 2202005.020 S2C2T2 Fl. 139 5 Documentos apresentados No curso da ação fiscal e quando da contestação do lançamento tributário, a contribuinte apresentou cópias de diversos documentos, destacando os seguintes: a) Certidão do imóvel com matrícula nº 13.012, referente ao livro nº 2 e à folha 01, emitida pelo Registro de Imóveis e Hipotecas da Comarca de Taió/SC com o registro da averbação da área de reserva legal (fls. 36/39 e 101/102); b) Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta celebrado com o IBDF em 18/05/1982 (fls. 54/55 e 103); c) Termo de Manutenção de Floresta Manejada celebrado com o IBAMA em 16/05/1990 (fls. 58/59 e 104); d) Laudo técnico emitido por profissional de engenharia com a descrição das áreas destinadas a preservação ambiental e a atividades de pastoreio (fls. 92/100); e) Recibo de entrega do Ato Declaratório Ambiental (ADA) referente ao exercício de 2007, no qual declara área de 504,64 ha como área de preservação permanente, com data de entrega de 25/10/2007 (fl. 35). É o relatório. Voto Conselheiro Rorildo Barbosa Correia Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. O deslinde da questão contida nos presentes autos exige que se decida sobre a exigência da entrega do Ato Declaratório Ambiental ADA, dentro do prazo legal, para efeito de exclusão da incidência do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR das áreas correspondentes à área de preservação permanente APP e à área de reserva legal ARL. O ITR, previsto no art. 153, VI da Constituição Federal e no art. 29 do CTN, é um imposto de apuração anual e que possui como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, localizado fora da zona urbana de município, em 1º de janeiro de cada ano, nos termos da Lei nº 9.393, de 19 de dezembro de 1996. No tocante à exclusão das áreas de preservação ambiental da incidência do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, cabe observar os requisitos estipulados para tal exoneração, previstos no art. 10, §1º inciso II, 'a' da Lei nº 9.393/96, com a seguinte redação: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos Fl. 141DF CARF MF 6 pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: (...) II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; Assim, ao analisar a composição da base de cálculo para apuração do ITR nos termos do art. 10 da Lei nº 9.393/96 é possível concluir que podem ser excluídas da tributação as áreas protegidas e de interesse de proteção ambiental, como APP e ARL, quando atendidos os requisitos exigidos na referida lei. Dessa forma, notase que as áreas caracterizadas como de preservação permanente e de reserva legal nos termos do art. 2º (com redação dada pela Lei nº 7.803/89) e do art.. 16 (com redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) da Lei nº 4.771/65, pelas limitações que lhe são impostas, por expressa determinação legal, podem ser excluídas da apuração do VTN – Valor da Terra Nua, montante utilizado para a obtenção da base de cálculo do referido imposto. Por isso, para o deslinde da questão, fazse necessário estabelecer as diferenças, para o caso da desoneração do tributo, existentes entre área de preservação permanente APP e área de reserva legal ARL, uma vez que as referidas áreas impactam diretamente no cálculo do ITR, especificamente acerca da necessidade de averbação prévia e a necessidade de apresentação do Ato Declaratório Ambiental (ADA) junto ao IBAMA, bem como se preencheram os requisitos legais e formais para efeito de exclusão da base de cálculo do ITR. Área de Preservação Permanente APP De acordo com o artigo 2º da Lei nº 4.771/65, para que a área pleiteada se enquadrasse como área de preservação permanente, bastava apenas que estivesse localizada nos espaços definidos naquele artigo, salvo as hipóteses previstas no art. 3º da mesma lei nº 4.771/65, para as quais requerem declaração do Poder Público para sua caracterização. Todavia, para efeito de exclusão da área de preservação permanente na apuração da base de cálculo do ITR, além de preencher os requisitos legais estabelecidos na Lei nº 4.771/65, a contribuinte deveria, obrigatoriamente, apresentar o ADA ao IBAMA dentro do prazo normativo, nos termos do parágrafo 1º, art. 17O, da Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981 (com redação dada pela Lei nº 10.165 de 27/12/2000). Art. 17O. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental ADA, deverão recolher ao IBAMA a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei no 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. (Redação dada pela Lei nº 10.165, de 2000) § 1ºA. A Taxa de Vistoria a que se refere o caput deste artigo não poderá exceder a dez por cento do valor da redução do Fl. 142DF CARF MF Processo nº 13971.720779/200722 Acórdão n.º 2202005.020 S2C2T2 Fl. 140 7 imposto proporcionada pelo ADA. (Incluído pela Lei nº 10.165, de 2000). § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. (redação dada pela Lei nº 10.165 de 27/12/2000). Do mesmo modo, o Decreto nº 4.382 de 19 de setembro de 2002, que regulamenta a tributação, fiscalização, arrecadação e administração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, no inciso I, parágrafo 3º, art. 10, também tratou da obrigatoriedade de apresentar o ADA para efeito da exclusão da área tributável das áreas correspondentes à de preservação permanente. Art. 10. Área tributável é a área total do imóvel, excluídas as áreas (Lei nº 9.393, de 1996, art. 10, § 1º, inciso II): I de preservação permanente (Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 Código Florestal, arts. 2º e 3º, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989, art. 1º); (...) § 3º Para fins de exclusão da área tributável, as áreas do imóvel rural a que se refere o caput deverão: I ser obrigatoriamente informadas em Ato Declaratório Ambiental ADA, protocolado pelo sujeito passivo no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA, nos prazos e condições fixados em ato normativo (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, art. 17O, § 5º, com a redação dada pelo art. 1º da Lei nº 10.165, de 27 de dezembro de 2000); (grifo não faz parte do original). No que tange ao Ato Declaratório Ambiental, o qual deve ser preenchido e apresentado pelos declarantes de imóveis rurais obrigados ao ITR, podese afirmar que é um documento de cadastro junto ao IBAMA das áreas de interesse ambiental que integram o conjunto do imóvel rural e que possibilita ao Proprietário Rural reduzir o Imposto Territorial Rural – ITR, com a exclusão da área de Preservação Permanente APP da base tributária, efetivamente protegida e informada no Documento de Informação e Apuração DIAT/ ITR. À vista disso, entendo que a contribuinte não atendeu aos requisitos legais, quando deixou de apresentar o ADA, no prazo definido pelas normas regulamentares, para efeito de desoneração do ITR/2003, em relação a totalidade da área de preservação permanente APP declarada na DITR, pois, a entrega do ADA, para efeito da desoneração do ITR, é uma determinação legal , conforme § 1º, art. 17O, da Lei nº 6.938/81 e inciso I, do parágrafo 3º, art. 10, do Decreto nº 4.382/2002. Além do mais, o fato de apresentar nos autos o recibo de entrega do Ato Declaratório Ambiental (ADA) referente ao exercício de 2007, no qual declara área de 504,64 ha como área de preservação permanente, com data de entrega de 25/10/2007 (fl. 35), não se presta a atender ao que se exige para o exercício de 2003, porque foi entregue após o início da ação fiscal (fls. 82/83). Fl. 143DF CARF MF 8 Por outro lado, notase que com base nos documentos apresentados, cópia da certidão emitida pela Cartório de Registro de Imóveis (fls. 36/37 e 101/102) bem como no termo lavrado pelo órgão ambiental IBDF (fl. 103), foi possível verificar que houve duas averbações de área com interesse de preservação ambiental, gravadas na condição de preservação permanente, conforme dados extraídos para a Tabela 1. Ressalvando apenas que a área averbada no registro (AV213012) está em metros quadrados e foi convertida para hectares na proporção de 10.000 m2 para 1 ha. Tabela 1: Áreas averbadas preservação permanente Identificação Data averbação Área Ha Termo Autos AV113012 15/04/1996 29.08 0 folha 36 AV213012 15/04/1996 114,56 IBDF folha 36/37 103 Fonte: Certidão do Cartório do Registro de Imóveis (fls. 36/39 e 103) Das áreas gravadas como preservação permanente, percebese que a área de 114,56 ha averbada no registro AV213012, em 15/04/1996, teve como base o Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta emitido pela Delegacia Estadual do IBDF em 18/05/1982 (fl. 103). Dessa forma, entendo que o Termo emitido pelo IBDF, atestando que no imóvel existe uma área de 114,56 ha, correspondente à preservação permanente, permite concluir que a contribuinte Otília Machado Poffo faz jus à exclusão de tal APP da base de cálculo do ITR, visto que o referido Termo emitido pelo IBDF é mais consistente do que o ADA, pois não se trata de mera informação, mas de reconhecimento efetivo da existência de 114,56 ha de APP. Neste aspecto, para corroborar o fundamento para tal decisão de reconhecer a área de 114,56 ha como preservação permanente, cabe citar o acórdão nº 920201.933 proferido pela 2ª turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF, que assim se pronunciou: No caso em tela, apesar de não possuir esse documento específico, o sujeito passivo possui declaração de órgão ambiental, emitida muito antes do fato gerador, que atesta que o imóvel está inteiramente inserido em área de preservação permanente. Assim, há que se concluir que o documento apresentado é mais consistente do que aquele exigido pela lei, pois não se trata de mera informação para que o órgão ambiental verifique que o imóvel possui área de preservação permanente, mas de reconhecimento do fato pelo órgão. Nesse sentido, entendo que a exigência legal foi atendida por documento diferente do nela previsto, mas que cumpre de forma mais completa a intenção do legislador. Acrescentando ainda a ementa do referido Acórdão, a seguir transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2003 ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. OBRIGATORIEDADE DE ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL APRESENTADO TEMPESTIVAMENTE. POSSIBILIDADE DE Fl. 144DF CARF MF Processo nº 13971.720779/200722 Acórdão n.º 2202005.020 S2C2T2 Fl. 141 9 SUBSTITUIÇÃO POR DOCUMENTO OFICIAL QUE ATENDE À MESMA FINALIDADE. Para ser possível a dedução da área de preservação permanente da base de cálculo do ITR, a partir do exercício de 2001, é necessária a comprovação de que foi requerido tempestivamente ao IBAMA a expedição de Ato Declaratório Ambiental (ADA). Entretanto, essa obrigação pode ser substituída por outro documento que atenda à finalidade de informar ao órgão ambiental da existência da área. No caso, foi apresentada declaração, expedida pelo Instituto Estadual de Florestas IEF antes do exercício fiscalizado, de que o imóvel estava totalmente abrangido em área de preservação permanente definida por decreto estadual, documento mais consistente do que aquele exigido pela lei, pois já traz o reconhecimento da área pelo órgão ambiental. Recurso Especial do Procurador Negado. Assim sendo, entendo que a contribuinte Otília Machado Poffo faz jus à exclusão da base de cálculo do ITR de 114,56 ha referente à área de preservação permanente, com base no Termo de Responsabilidade de Preservação de Floresta emitido pela Delegacia Estadual do IBDF em 18/05/1982 (fl. 103). Área de Reserva Legal ARL (Área de Utilização Limitada) No caso da Área de Reserva Legal (utilização limitada), para efeito de sua caracterização com o objetivo de desoneração do ITR, cabe observar o contido no §4º e no §8º do art. 16 da Lei nº 4.771/65, código florestal, que determina, além da exigência do interesse de proteção ambiental, os seguintes requisitos; a) aprovação prévia do Poder Público quanto a localização da área limitada e ainda b) que essa área definida fosse devidamente averbada à margem da inscrição da matrícula do imóvel. Dito isso, passouse a analisar os autos, com o objetivo de verificar a existência de Área de Reserva Legal, nos termos estabelecidos pela Lei nº 4.771/65. Assim, com base nos documentos apresentados, cópia da certidão emitida pela Cartório de Registro de Imóveis (fls. 37/38 e 101/102) bem como no termo lavrado pelo órgão ambiental IBAMA (fl. 104), foi possível verificar que houve uma averbação de área com interesse de preservação ambiental, na condição de utilização limitada, conforme dados extraídos para a Tabela 2. Tabela 2: Averbação de área para reserva legal Identificação data averbação Área Ha Termo Autos AV513012 15/04/1996 361,00 IBAMA folhas 37/38 e 104 Fonte: Certidão do Cartório do Registro de Imóveis (fls. 36/39 e 104) Da análise do registro que consta da averbação da citada certidão (fls. 37/38) realizada em conjunto com o Termo emitido pelo IBAMA (fl. 104), foi possível verificar a existência de uma área de 361,0 ha, gravada como de utilização limitada e que necessita de autorização do IBAMA para realização do manejo sustentado, como descrito na Tabela 2. No caso desta área de 361,0 ha averbada no registro (AV513012), gravada na condição de utilização limitada e que necessita de autorização do IBAMA para realização Fl. 145DF CARF MF 10 do manejo sustentado, entendo que se trata de reserva legal, pois foram preenchidos os requisitos definidos para tal caracterização, conforme entendimento esposado pelo disposto nos §2º e §8º do artigo 16 da Lei nº 4.771/65. Isto posto, percebese que no imóvel rural da contribuinte, no ano de 1996, antes do fato gerador do ITR/2003, já existia uma área de 361,0 ha averbada no registro de imóveis a título de reserva legal, mas que a DRJ/CGE manteve o lançamento exclusivamente em função da falta de apresentação do ADA. Todavia, de acordo com a Súmula CARF nº 122, o cumprimento dos requisitos formais da referida averbação da reserva legal supre a necessidade de apresentação tempestiva do ADA. SUMULA CARF Nº 122. A averbação da Área de Reserva Legal (ARL) na matrícula do imóvel em data anterior ao fato gerador supre a eventual faltade apresentação do Ato declaratório Ambiental (ADA). Dessa forma, entendo que deve ser excluída da base de cálculo do ITR exercício de 2003, a área de 361,0 ha correspondente à reserva legal, tendo em vista que houve averbação no registro público de imóveis da respectiva área antes de ocorrência do fato gerador e também pelo que determina a Súmula CARF nº 122. Do Laudo Técnico A contribuinte argumentou que ao apresentar o laudo técnico comprovou a existência de reserva legal com área de 365,28 ha. (143,64 ha. de floresta nativareserva legal e 221,64 ha. de floresta nativa destinada a reserva legal) e de preservação permanente, enquadradas no art. 2º da Lei n.° 4.771/1965, com área de 237,97 ha., totalizando 603,25 ha. de áreas pleiteadas neste processo para exclusão da base de cálculo do ITR (fls 92/97). Entretanto, com base nos documentos apresentados nos autos (fls. 36/39 e 103/104) verificouse que foi comprovada a existência de uma área equivalente a 114,56 ha correspondente à preservação permanente e uma área de 361,0 ha correspondente à reserva legal, totalizando uma área total de 475,56 ha passível de exclusão da base tributável do ITR. Portanto, de acordo com os documentos acostados aos autos (fls. 36/39 e 103/104) bem como pela análise realizada neste voto, em relação a cada ponto da APP e da ARL, observo que da área requerida no laudo técnico, como passível de exclusão da base tributável do ITR, já foi acatada uma área total de 475,56 ha correspondente ao somatório da área de 361,0 ha referente à reserva legal e uma área de 114,56 ha referente à preservação permanente. Assim, no tocante a área de 127,69 ha remanescente (603,25 475,56 = 127,69), decorrente da diferença entre a área requerida no laudo técnico (603,25 ha) e a área confirmada nos documentos apresentados (475,56 ha), entendo que a contribuinte não faz jus à exclusão de tal área da base de cálculo do ITR, pois extrapolou a área declarada na DITR/2003 (área declarada e glosada 500,0 ha, fl. 04). Além disso, para efeito de comprovação da área remanescente de 127,69 ha, cabe observar que a apresentação apenas do laudo técnico não supre a entrega tempestiva do ADA, uma vez que, para efeito de exclusão da referida área remanescente de 127,69 ha (preservação permanente), a contribuinte obrigatoriamente deveria ter apresentado o ADA dentro do prazo normativo, conforme determina o parágrafo 1º, art. 17O, da Lei nº 6.938 de 31 Fl. 146DF CARF MF Processo nº 13971.720779/200722 Acórdão n.º 2202005.020 S2C2T2 Fl. 142 11 de agosto de 1981 (com redação dada pela Lei nº 10.165 de 27/12/2000), ou, se fosse o caso, poderia ter comprovado por meio de documento emitido por órgão ambiental oficial atestando a existência da respectiva área, como realmente fez para as outras áreas acatadas (fls. 103/104). Assim, não se acata o referido laudo para efeito de considerar a área de preservação permanente de 127,69 ha (603,25 475,56 = 127,69) como área passível de exclusão da base tributável do ITR/2003. Decisão Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para cancelar a glosa da área de 475,56 ha declarada como área de preservação permanente. (assinado digitalmente) Rorildo Barbosa Correia Fl. 147DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.940158/2011-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.762
Decisão:
Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Apr 18 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10980.940158/2011-42
anomes_publicacao_s : 201904
conteudo_id_s : 5991027
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Apr 19 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-001.762
nome_arquivo_s : Decisao_10980940158201142.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALDIR NAVARRO BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 10980940158201142_5991027.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz.
dt_sessao_tdt : Mon Feb 25 00:00:00 UTC 2019
id : 7703360
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:42:23 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658675552256
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1307; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.940158/201142 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402001.762 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 25 de fevereiro de 2019 Assunto CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL Recorrente BALAROTI COMÉRCIO DE MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão do colegiado a quo, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade interposta, mantendo as razões contidas no Despacho Decisório para indeferir o direito creditório pleiteado e, por conseguinte, não homologar a compensação declarada. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 80 .9 40 15 8/ 20 11 -4 2 Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10980.940158/201142 Resolução nº 3402001.762 S3C4T2 Fl. 3 2 Regularmente cientificada desta decisão, a contribuinte interpôs o Recurso Voluntário ora em apreço, tempestivamente, requerendo seja homologada a declaração de compensação em razão da inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Em síntese, o Recurso Voluntário apresenta os seguintes argumentos: i) A Recorrente apurou crédito tributário de COFINS em razão da declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98, proferida pelo Supremo Tribunal Federal, apresentando PER/DCOMP para compensar débitos nos termos do artigo 74 da Lei nº 9.430/96. ii) A compensação não foi homologada em razão de alegada inexistência de crédito, o que não está correto, uma vez que a Receita Federal pode averiguar a existência de "outras receitas/receitas financeiras" contabilizadas pela contribuinte, por meio das declarações apresentadas regularmente. iii) O crédito pleiteado de COFINS decorre da indevida inclusão das receitas financeiras na base de cálculo dessa contribuição. Apresentou planilha e documentos contábeis; iv) A ampliação da base de cálculo da COFINS conferida pela Lei nº 9.718/98 é inconstitucional, devendo ser garantido o direito do contribuinte recolher a referida contribuição nos moldes da Lei Complementar nº 70/91, ou seja, incidente sobre o faturamento e não sobre a totalidade das receitas, sendo que a decisão proferida pelo STF no Recurso Extraordinário nº 585.235, na sistemática de repercussão geral, deve ser reproduzida pelo CARF no processo em epígrafe. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução nº 3402001.760, de 25 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 10980.940156/201153, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução nº 3402001.760): "Pressupostos legais de admissibilidade Nos termos do relatório, verificase a tempestividade do recurso, bem como o preenchimento dos demais requisitos de admissibilidade, resultando em seu conhecimento. Da necessidade de diligência para julgamento do recurso A Recorrente pede para que seja homologada a declaração de compensação em razão da inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 e a aplicação do artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10980.940158/201142 Resolução nº 3402001.762 S3C4T2 Fl. 4 3 Para tanto, fundamenta pela repercussão geral conferida ao RE nº 585.235 do Supremo Tribunal Federal, que declarou a inconstitucionalidade do § 1º, do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998. O despacho decisório (Rastreamento nº 015078664) de fls. 1 a 4 não homologou a compensação por considerar que foram localizados um ou mais pagamentos integralmente utilizados para quitação de outros débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação daqueles informados no PER/DCOMP nº 33350.56231.050209.1.7.041073. Em Manifestação de Inconformidade de fls. 10 a 15 a Contribuinte havia esclarecido que o crédito tem por origem a declaração da inconstitucionalidade em referência, surgindo o crédito tributário oponível ao Fisco referente à COFINS incidente sobre as receitas financeiras no valor de R$ 509,41 (quinhentos e nove reais e quarenta e um centavos), o qual foi utilizado no PER/DCOMP com atualização pela Taxa Selic, totalizando R$ 915,41 (novecentos e quinze reais e quarenta e um centavos). No acórdão recorrido, a DRJ/CTA reconheceu a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, nos termos declarados em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal através do julgamento ao RE 585.235, porém concluiu pela falta de comprovação do crédito pleiteado, conforme abaixo transcrito: De acordo com o § 5º do artigo acima transcrito, em matérias decididas de modo desfavorável à Fazenda Nacional proferidas em Recursos Extraordinários com Repercussão Geral pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou em Recursos Especiais Repetitivos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em sede de julgamento, realizado nos termos dos arts. 543B e 543C do Código de Processo Civil, devem todas as unidades da Secretaria da Receita Federal, incluídas as Delegacias de Julgamento, após expressa manifestação da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN), reproduzir o entendimento adotado nas decisões definitivas de mérito. No presente caso, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, manifestandose sobre o julgamento proferido pelo STF no RE 585.235, delimitou a matéria ali decidida nos seguintes termos: “O PIS/Cofins deve incidir somente sobre as receitas operacionais das empresas, escapando da incidência do PIS/Cofins as receitas não operacionais. Consideramse receitas operacionais as oriundas dos serviços financeiros prestados pelas instituições financeiras (serviços remunerados por tarifas e atividades de intermediação financeira).” Apesar desse entendimento, o pedido não pode ser acatado. Isso porque não existem provas cabais nos autos de que teria havido pagamento a maior do que o devido, relativamente aos recolhimentos confirmados. De fato, em sua manifestação a contribuinte, sem apresentar qualquer prova material, simplesmente afirma: (...) Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10980.940158/201142 Resolução nº 3402001.762 S3C4T2 Fl. 5 4 Entretanto, essas informações, por si sós, não fazem prova do direito creditório alegado. Ora, para que se possa verificar a base de cálculo da contribuição e o valor que teria sido recolhido a maior, é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem que o pagamento foi efetuado considerando as receitas financeiras. E essa comprovação deve ser feita, a princípio, com base na escrituração fiscal e contábil da empresa e/ou em documentos fiscais que reflitam tratarse de receitas que escapem à incidência da contribuição. Com efeito, é da Contribuinte o ônus da prova passível de contrapor a constatação de utilização dos créditos declarados para compensação, apresentando comprovação que possa ao menos demonstrar o direito creditório perseguido. Da análise dos autos, constatase que a Recorrente instruiu o Recurso Voluntário com os documentos de fls. 62 a 68, referentes à planilhas, Declaração e Balancete de Verificação, bem como DARF recolhido e Consulta Comprot. Impera esclarecer que, não restando dúvidas quanto ao mérito do pedido (inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998), como ocorre neste caso e, demonstrado pela Contribuinte um indício de prova do direito creditório perseguido, cabe a conversão do julgamento em diligência para que sejam analisados os documentos apresentados com o Recurso Voluntário, possibilitando acurado levantamento que irá influenciar na decisão deste Colegiado. Com isso, proponho a conversão do julgamento em diligência para que a Unidade de Origem: i) Analise o PERD/COMP nº 33350.56231.050209.1.7.041073 com base nos documentos que instruíram o Recurso Voluntário, intimando a Recorrente para apresentar notas fiscais emitidas, escritas contábil e fiscal e outras comprovações que se fizerem necessárias para verificação da composição da base de cálculo adotada pela Contribuinte, aplicando a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, nos termos da decisão proferida em julgamento ao RE 585.235 pelo Supremo Tribunal Federal; ii) Elabore Relatório Conclusivo com a manifestação da fiscalização acerca do resultado da diligência, com a apuração dos valores devidos e os recolhidos, com a discriminação de eventual recolhimento a maior em razão do alargamento promovido pelo §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98; iii) Proceda à intimação da Contribuinte para, querendo, apresentar manifestação sobre o resultado no prazo de 30 (trinta) dias. Fl. 76DF CARF MF Processo nº 10980.940158/201142 Resolução nº 3402001.762 S3C4T2 Fl. 6 5 Cumpridas a providência acima, com ou sem resposta da parte, retornem os autos a este Colegiado para julgamento." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a unidade de origem: i) Analise o PERD/COMP com base nos documentos que instruíram o Recurso Voluntário, intimando a Recorrente para apresentar notas fiscais emitidas, escritas contábil e fiscal e outras comprovações que se fizerem necessárias para verificação da composição da base de cálculo adotada pela Contribuinte, aplicando a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, nos termos da decisão proferida em julgamento ao RE 585.235 pelo Supremo Tribunal Federal; ii) Elabore Relatório Conclusivo com a manifestação da fiscalização acerca do resultado da diligência, com a apuração dos valores devidos e os recolhidos, com a discriminação de eventual recolhimento a maior em razão do alargamento promovido pelo §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98; iii) Proceda à intimação da Contribuinte para, querendo, apresentar manifestação sobre o resultado no prazo de 30 (trinta) dias. Cumpridas a providência acima, com ou sem resposta da parte, retornem os autos a este Colegiado para julgamento." (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 77DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13502.902504/2011-18
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador:31/12/2004
RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA.
É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decreto-lei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade.
Numero da decisão: 3402-006.240
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso Voluntário, por intempestivo.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201902
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador:31/12/2004 RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decreto-lei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13502.902504/2011-18
anomes_publicacao_s : 201903
conteudo_id_s : 5973441
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-006.240
nome_arquivo_s : Decisao_13502902504201118.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALDIR NAVARRO BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 13502902504201118_5973441.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso Voluntário, por intempestivo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 26 00:00:00 UTC 2019
id : 7656645
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:39:56 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051658683940864
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1322; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13502.902504/201118 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402006.240 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 26 de fevereiro de 2019 Matéria IPI Recorrente OXITENO NORDESTE S A INDUSTRIA E COMERCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador:31/12/2004 RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO FORA DO PRAZO LEGAL. INTEMPESTIVIDADE RECONHECIDA. É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de Recurso Voluntário pelo contribuinte, conforme prevê o art. 33, caput, do Decretolei n. 70.235/72. O não cumprimento do aludido prazo impede o conhecimento do recuso interposto em razão da sua intempestividade. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do Recurso Voluntário, por intempestivo. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 50 2. 90 25 04 /2 01 1- 18 Fl. 66DF CARF MF Processo nº 13502.902504/201118 Acórdão n.º 3402006.240 S3C4T2 Fl. 0 2 Relatório Trata o presente de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição, em razão do sistema da Receita Federal apurar que o pagamento em questão foi utilizado integralmente para quitar débitos. Tempestivamente, a manifestante alegou que, na data em destaque recolheu o IPI a maior, porém, ao tomar ciência do Despacho Denegatório constatou que não mais poderia retificar a respectiva DCTF, por ter sido ultrapassado o prazo de cinco anos. Diante disso requer a retificação de ofício, o reconhecimento do direito creditório e a homologação dos débitos que declarou. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão nº 14042.354, que firmou entendimento de que é ônus processual da interessada fazer prova dos fatos constitutivos de seu direito, o que não ocorreu no caso em apreço. Diante deste quadro o contribuinte interpôs o recurso voluntário, oportunidade em que repisou as alegações desenvolvidas em sede de impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.237, de 26 de fevereiro de 2019, proferido no julgamento do processo 13502.902501/201184, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402006.237): "I. Da intempestividade do recurso voluntário interposto 5. Como é sabido, o prazo para interposição de Recurso Voluntário no âmbito do processo administrativo federal é de 30 (trinta) dias, conforme prevê o art. 33, caput do Decretolei n. 70.235/72. 6. Não obstante, segundo o disposto no art. 5o. do sobredito Decretolei, os prazos no processo administrativo federal são contínuos e deverão ser contados excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Este também é o teor do art. 66 da lei n. 9.784/991. 1 "Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindose da contagem o dia do começo e incluindose o do vencimento." Fl. 67DF CARF MF Processo nº 13502.902504/201118 Acórdão n.º 3402006.240 S3C4T2 Fl. 0 3 7. Pois bem. No presente caso o Recorrente foi cientificado eletronicamente da decisão guerreada em 05 de julho de 2013 (sextafeira), o que seu deu pela ciência por decurso de prazo, já que o contribuinte não promoveu a abertura do email encaminhado em sua caixa postal. Logo, levando em consideração as disposições legais acima mencionadas, o termo inicial para a contagem do prazo recursal teve início em 08 (oito) de julho de 2013 (segundafeira), vencendo, por sua vez, no dia 06 (seis) de agosto de 2013 (terçafeira). Acontece que o recurso em apreço só foi interposto mediante postagem por correio efetuada em 07 (sete) de agosto de 2013 (quartafeira) (fl. 35), ou seja, quando já transcorrido o prazo legal. 8. Patente está, portanto, a intempestividade do recurso voluntário interposto. Dispositivo 9. Diante do exposto, em razão da intempestividade do recurso voluntário interposto, deixo de conhecêlo." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 68DF CARF MF
score : 1.0