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Numero do processo: 10283.720737/2007-51
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 28/02/2004, 31/03/2004, 30/04/2004, 31/05/2004, 30/06/2004, 31/07/2004, 31/08/2004, 30/09/2004, 31/10/2004, 30/11/2004, 31/12/2004, 31/01/2005, 28/02/2005, 31/03/2005
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. ADMISSIBILIDADE.
A admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido.
Conseqüentemente, não há que se falar divergência jurisprudencial, quando estão em confronto situações diversas, que atraem incidências específicas, cada qual regida por legislação própria.
Da mesma forma, se os acórdãos apontados como paradigma só demonstram divergência com relação a um dos fundamentos assentados no acórdão recorrido e o outro fundamento, por si só, é suficiente para a manutenção do decisum, não há como se considerar demonstrada a necessária divergência de interpretação.
Numero da decisão: 9303-007.678
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que conheceu do recurso.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Demes Brito - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício).
Nome do relator: DEMES BRITO
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ADMISSIBILIDADE. A admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido. Conseqüentemente, não há que se falar divergência jurisprudencial, quando estão em confronto situações diversas, que atraem incidências específicas, cada qual regida por legislação própria. Da mesma forma, se os acórdãos apontados como paradigma só demonstram divergência com relação a um dos fundamentos assentados no acórdão recorrido e o outro fundamento, por si só, é suficiente para a manutenção do decisum, não há como se considerar demonstrada a necessária divergência de interpretação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que conheceu do recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 72 07 37 /2 00 7- 51 Fl. 623DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Demes Brito Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros:Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício). Relatório Tratase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional, com base no art. 67 do Regimento Interno do CARF, em face do acórdão nº 3301001.846, proferido pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara, que negou provimento ao recurso de ofício interposto pela DRJ/BEL, para reconhecer a improcedência do lançamento por ausência de prova do fato constitutivo do direito ao crédito tributário, declarando o vício como de natureza jurídica material. O acórdão restou assim ementado: LANÇAMENTO. DIFERENÇA APURADA ENTRE O VALOR ESCRITURADO E O DECLARADO/PAGO. O auto de infração deve estar instruído com as provas do fato jurídico tributário, nos termos do artigo 9°, caput, do Decreto n° 70.235/1972. Compete ao Fisco, ab initio, investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência do fato jurídico tributário ou da prática de infração, como condição para que se realizem a legalidade, o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. Recurso de Ofício Negado. A Fazenda Nacional interpôs embargos de declaração contra o acórdão do recurso de ofício, que foram rejeitados, cf. despacho de efls. 596 a 597. No recurso especial, efls. 599s, a Fazenda Nacional aduz divergência de interpretação da legislação tributária no tocante a três pontos: 1 proibição da reformatio in pejus; 2 qualificação do vício do lançamento e 3 competência para definir o tipo de vício do lançamento. O exame de admissibilidade, efls. 610613, deu seguimento parcial ao recurso em relação as matérias: proibição da reformatio in pejus e qualificação do vício do lançamento. Proibição a reformatio in pejus Fl. 624DF CARF MF Processo nº 10283.720737/200751 Acórdão n.º 9303007.678 CSRFT3 Fl. 624 3 Foram colacionados como paradigmas os seguintes acórdãos: nº 2401 003.672 e nº 3402002.468: Acórdão nº 2401003.672 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. INCONSTITUCIONALIDADE ARTIGO 45 DA LEI N° 8.212/91. SUMULA VINCULANTE N° 08 DO STF. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. RECURSO DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS. O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, com fulcro nos dispositivos legais constantes do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. Sendo defeso a verificação da ocorrência de antecipação de pagamento de maneira a deslocar o prazo decadencial para o artigo 150, §4º, do CTN, por se tratar de recurso de ofício, impedindo, portanto, o reformatio in pejus, é de se manter a aplicação do prazo inscrito no artigo 173, inciso I, do mesmo diploma legal, na forma decidida pelo julgador recorrido. Acórdão nº 3402002.468 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL CONTORNOS DA LIDE COMPETÊNCIA DA INSTÂNCIA “A QUO” PARA REFORMAR DECISÃO DA UNIDADE DE ORIGEM “REFORMATIO IN PEJUS” IMPOSSIBILIDADE. Anulase a decisão da instância “a quo” que não se adstringe aos contornos da lide, agravando a situação da interessada em relação à situação em que se encontrava anteriormente à apresentação de sua Manifestação de Inconformidade. Sustenta a Fazenda Nacional que o acórdão recorrido agravou a situação da União, porque apontou o vício do lançamento como material, ao passo que a DRJ teria reconhecido o vício como formal. Por sua vez, os acórdãos paradigmas consignaram a proibição da reformatio in pejus. Qualificação do vício do lançamento Como paradigmas apontou os acórdãos n° 320100.248 e nº 20309.332, cujas ementas dispõem: Acórdão n° 320100.248 É nulo, por vício formal, o lançamento tributário quando não estiverem presentes todos os elementos do artigo 142 do Código Tributário Nacional, bem como, quando se constatar confusa contextualização dos elementos de prova que visavam Fl. 625DF CARF MF 4 determinar o fato gerador da obrigação, e os que forem formalizados com erro na determinação da matéria tributável, posto que, por representar preterição de uma formalidade essencial, caracterizase cerceamento do direito de defesa. Acórdão n° 20309.332 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL IMUNIDADE NULIDADE POR VÍCIO FORMAL A imprecisa descrição dos fatos, pela falta de motivação do ato administrativo, impedindo a certeza e segurança jurídica, macula o lançamento de vício insanável, tornando nula a respectiva constituição. Processo anulado ab initio. Defende que o acórdão recorrido decidiu pela anulação do lançamento por vício material e os acórdãos paradigmas entenderam que os vícios na motivação e na comprovação do fato gerador são de natureza formal. Não houve apresentação de contrarrazões por parte do contribuinte. No essencial é o Relatório. Voto Conselheiro Demes Brito Relator O Recurso foi apresentado com observância do prazo previsto, restando contudo investigar adequadamente o atendimento aos demais pressupostos de admissibilidade, prerrogativa, em última análise, da composição plenária da Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a qual tem competência para não conhecer de recurso especiais nos quais não estejam presentes os pressupostos de admissibilidade respectivos. Inicialmente, cabe ressaltar que a admissibilidade do recurso especial de divergência está condicionada à demonstração de que outro Colegiado do CARF ou dos extintos Conselhos de Contribuintes, julgando matéria similar, tenha interpretado a mesma legislação de maneira diversa da assentada no acórdão recorrido. Após essa breve introdução, passemos, então, ao exame do caso em espécie. In caso, versa o presente processo sobre Auto de Infração (fls. 14/22) relativamente à cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS. A Fiscalização apurou a seguinte infração: a) diferença apurada entre o valor escriturado e o declarado/pago. Durante o procedimento de verificações obrigatórias foram constatadas divergências entre os valores declarados e os valores escriturados, relativos à COFINS, consubstanciados, mormente, na desconsideração das receitas de subvenções auferidas pela empresa, em decorrência de fruição de benefício fiscal estadual, quando da elaboração das bases de cálculo da contribuição em tela. Fl. 626DF CARF MF Processo nº 10283.720737/200751 Acórdão n.º 9303007.678 CSRFT3 Fl. 625 5 Com efeito, a fiscalização pode constatar durante o transcorrer do procedimento fiscal que a pessoa jurídica utilizouse de benefício fiscal, de cunho regional, previsto na Lei Estadual nº 2.826, de 29/09/2003, constituído no aproveitamento de Crédito Estímulo no valor do débito apurado na conta gráfica do ICMS. Para a Receita Federal a fruição de tal benefício por parte das empresas domiciliadas na Zona Franca de Manaus, constitui subvenção, não importando se os valores economizados em função do incentivo fiscal possam ser classificados como subvenção para custeio ou para investimento. O que se leva em consideração é a receita auferida pela pessoa jurídica em decorrência de parte de sua obrigação tributária ter sido dispensada pelo Estado, implicando destarte, num ganho econômico financeiro efetivo para a mesma. Com efeito, a 3ª Turma da DRJ/BEL, por unanimidade de votos, julgou procedente a impugnação, por entender que, mesmo após a diligência solicitada, a Autoridade Fiscal autuante não se desincumbiu do ônus de provar que o sujeito passivo cometeu o ilícito tributário que lhe é imputado, restando evidenciado nos autos a falta de prova, a cargo da Fiscalização, da desconsideração por parte empresa das receitas de subvenções auferidas por ela, em decorrência de fruição de benefício fiscal estadual, quando da elaboração das bases de cálculo da COFINS. Por sua vez, a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, decidiu negar provimento ao Recurso de Ofício, para reconhecer a improcedência do lançamento por ausência de prova do fato constitutivo do direito da Administração ao crédito tributário, com natureza jurídica de vício material daí resultante. A Fazenda Nacional interpôs Embargos de declaração, que foram rejeitados por ausência de omissão, obscuridade ou contradição na decisão embargada (Despacho de Embargos às fls.596 a 597). Inconformada com tal decisão, a Fazenda Nacional interpõe o presente Recurso Especial, aduz divergência de interpretação da legislação tributária no tocante a três matérias: 1 proibição da reformatio in pejus; 2 qualificação do vício do lançamento e 3 competência para definir o tipo de vício do lançamento. O exame de admissibilidade, efls. 610613, deu seguimento parcial ao recurso em relação as matérias: proibição da reformatio in pejus e qualificação do vício do lançamento. Para comprovar o dissenso jurisprudencial quanto a proibição a reformatio in pejus, colaciona os acórdãos paradigmas nºs 2401003.672 e 3402002.468. Vejamos suas ementas, transcritas na parte de interesse ao presente exame: Acórdão nº 2401003.672 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. INCONSTITUCIONALIDADE ARTIGO Fl. 627DF CARF MF 6 45 DA LEI N° 8.212/91. SUMULA VINCULANTE N° 08 DO STF. OBSERVÂNCIA OBRIGATÓRIA. RECURSO DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DO NON REFORMATIO IN PEJUS. O prazo decadencial para a constituição dos créditos previdenciários é de 05 (cinco) anos, com fulcro nos dispositivos legais constantes do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. Sendo defeso a verificação da ocorrência de antecipação de pagamento de maneira a deslocar o prazo decadencial para o artigo 150, §4º, do CTN, por se tratar de recurso de ofício, impedindo, portanto, o reformatio in pejus, é de se manter a aplicação do prazo inscrito no artigo 173, inciso I, do mesmo diploma legal, na forma decidida pelo julgador recorrido. Acórdão nº 3402002.468 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL CONTORNOS DA LIDE COMPETÊNCIA DA INSTÂNCIA “A QUO” PARA REFORMAR DECISÃO DA UNIDADE DE ORIGEM “REFORMATIO IN PEJUS” IMPOSSIBILIDADE. Anulase a decisão da instância “a quo” que não se adstringe aos contornos da lide, agravando a situação da interessada em relação à situação em que se encontrava anteriormente à apresentação de sua Manifestação de Inconformidade. A Fazenda Nacional, aduz que o acórdão recorrido agravou a situação da União, porque apontou o vício do lançamento como material, ao passo que a DRJ teria reconhecido o vício como formal. Por sua vez, os acórdãos paradigmas consignaram a proibição da reformatio in pejus. Como se vê, os acórdãos paradigmas não guardam qualquer divergência jurisprudencial ou similitude fática com que restou decidido pela Turma a quo. O auto de infração trouxe como acusação fiscal que a Contribuinte não incluiu as receitas de subvenção – oriundas de um benefício fiscal de ICMS concedido pelos Estados do Amazonas na base de cálculo do PIS. Não obstante, a Contribuinte demonstrou com suporte na escrituração contábil de cada um dos períodos de apuração auditados que as receitas de subvenção foram computadas na base de cálculo da COFINS dos períodos auditados. Neste mesmo diapasão, a DRJ/BEL e, posteriormente, a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, decidiu negar provimento ao Recurso de Ofício, para reconhecer a improcedência do lançamento por ausência de prova do fato constitutivo do direito da Administração ao crédito tributário, com natureza jurídica de vício material daí resultante. Vêse, assim, que as turmas de julgamento decidiram considerar improcedente o lançamento – cancelando o auto de infração, por não ter sido observado pela autoridade fiscal o disposto no art. 9º do Decreto 70.235/72, nada restou debatido quanto proibição a reformatio in pejus. Fl. 628DF CARF MF Processo nº 10283.720737/200751 Acórdão n.º 9303007.678 CSRFT3 Fl. 626 7 De modo que, essas dessemelhanças fáticas e normativas impedem o estabelecimento de base de comparação para fins de dedução da divergência jurisprudencial. Em se tratando de espécies díspares nos fatos embasadores da questão jurídica, não há como se estabelecer comparação e deduzir divergência. Neste sentido, reportome ao Acórdão no CSRF/010.956: “Caracterizase a divergência de julgados, e justificase o apelo extremo, quando o recorrente apresenta as circunstâncias que assemelhem ou identifiquem os casos confrontados. Se a circunstância, fundamental na apreciação da divergência a nível do juízo de admissibilidade do recurso, é “tudo que modifica um fato em seu conceito sem lhe alterar a essência” ou que se “agrega a um fato sem alterálo substancialmente” (Magalhães Noronha, in Direito Penal, Saraiva, 1o vol., 1973, p. 248), não se toma conhecimento de recurso de divergência, quando no núcleo, a base, o centro nevrálgico da questão, dos acórdãos paradigmas, são díspares. Não se pode ter como acórdão paradigma enunciado geral, que somente confirma a legislação de regência, e assente em fatos que não coincidem com os do acórdão inquinado.” No que tange a divergência quanto a qualificação do vício por lançamento, a Fazenda Nacional, aduz que o acórdão recorrido decidiu pela anulação do lançamento por vício material e os acórdãos paradigmas entenderam que os vícios na motivação e na comprovação do fato gerador são de natureza formal. Para comprovar o dissenso, aponta como paradigmas os acórdãos n° 3201 00.248 e nº 20309.332, cujas ementas assim dispõem: Acórdão n° 320100.248 É nulo, por vício formal, o lançamento tributário quando não estiverem presentes todos os elementos do artigo 142 do Código Tributário Nacional, bem como, quando se constatar confusa contextualização dos elementos de prova que visavam determinar o fato gerador da obrigação, e os que forem formalizados com erro na determinação da matéria tributável, posto que, por representar preterição de uma formalidade essencial, caracterizase cerceamento do direito de defesa. Acórdão n° 20309.332 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL IMUNIDADE NULIDADE POR VÍCIO FORMAL A imprecisa descrição dos fatos, pela falta de m otivação do ato administrativo, impedindo a certeza e segurança jurídica, macula o lançamento de vício insanável, tornando nula a respectiva constituição. Processo anulado ab initio. Fl. 629DF CARF MF 8 Como visto, o Recurso Especial interposto não reúne condições para ser conhecido, os fundamentos utilizados pela Fazenda Nacional no sentido de que o auto de infração esta eivado de vício formal não procede. Ademais, os acórdãos paradigmas não guardam qualquer divergência com a lide, por não tratar sobre a nulidade do lançamento, mas sim de “cancelamento” do auto de infração, pois a autoridade fiscal não trouxe prova do ilícito imputado a Contribuinte, além disso, constatase da leitura dos acórdãos da DRJ e da turma ordinária do CARF, que em nenhum momento se aventou em discutir a nulidade por vício formal, tampouco qual vício deveria ser aplicável – se formal ou material. É de se verificar ainda que o Colegiado a quo em nenhum momento procedeu com a discussão acerca dos arts. 10 e 59 do Decreto 70.235/72, vez que, nessa parte, todos os requisitos haviam sido observados. Dispositivo Ex positis, não tomo conhecimento do Recurso interposto pela Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Demes Brito Fl. 630DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13830.001682/2006-41
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003, 2004, 2005
LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANO-CALENDÁRIO SUBSEQÜENTE.
O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no ano-calendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.
PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO.
A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta.
OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES. LANÇAMENTO REFLEXO.
Havendo a omissão de receita tributável pelo IRPJ, aplica-se idêntico entendimento aos demais tributos ou contribuições sociais, com a incidência sobre os mesmos fatos.
INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO.
O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2.
Numero da decisão: 1201-002.632
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rafael Gasparello Lima - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, momentaneamente, o conselheiro suplente Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado).
Nome do relator: RAFAEL GASPARELLO LIMA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003, 2004, 2005 LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANO-CALENDÁRIO SUBSEQÜENTE. O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no ano-calendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta. OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES. LANÇAMENTO REFLEXO. Havendo a omissão de receita tributável pelo IRPJ, aplica-se idêntico entendimento aos demais tributos ou contribuições sociais, com a incidência sobre os mesmos fatos. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003, 2004, 2005 LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANO CALENDÁRIO SUBSEQÜENTE. O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no ano calendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta. OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES. LANÇAMENTO REFLEXO. Havendo a omissão de receita tributável pelo IRPJ, aplicase idêntico entendimento aos demais tributos ou contribuições sociais, com a incidência sobre os mesmos fatos. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 00 16 82 /2 00 6- 41 Fl. 1680DF CARF MF 2 O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, conforme sua Súmula nº 2. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Rafael Gasparello Lima Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (presidente), Eva Maria Los, Carmem Ferreira Saraiva (suplente convocada em substituição ao conselheiro Jose Carlos de Assis Guimarães), Luis Henrique Marotti Toselli, Rafael Gasparello Lima, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar e Gisele Barra Bossa. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Jose Carlos de Assis Guimarães e Luis Fabiano Alves Penteado. Ausente, momentaneamente, o conselheiro suplente Breno do Carmo Moreira Vieira (suplente convocado em substituição ao conselheiro Luis Fabiano Alves Penteado). Relatório Em procedimento fiscal (MPFFiscalização nº 08.1.18.002005002210), foi identificada excesso de receita da contribuinte, especificada em "Demonstrativos de Apuração da Receita Bruta Total", incluindo a receita declarada e omitida, concernente aos anos calendário de 2002 a 2004. Dessa forma, existiu a representação fiscal para que Delegacia da Receita Federal do Brasil em Marília (DRF/MRA) excluísse a contribuinte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, a partir de 1º de janeiro de 2003, conforme o artigo 15, inciso IV, da Lei nº 9.317/1996. Em Ato Declaratório Executivo DRF/MRA nº 21, de 23 de agosto de 2006, a contribuinte foi excluída do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, em virtude do excesso de receita, iniciando em 01 de janeiro de 2003: Fl. 1681DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.681 3 A contribuinte impugnou sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Imposto e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (SIMPLES), porém, foi negado provimento pelo acórdão nº 1427.041, proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Ribeirão Preto, a seguir ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário : 2003, 2004, 2005 LIMITE DE RECEITA BRUTA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. ANOCALENDÁRIO SUBSEQÜENTE. O contribuinte, cuja receita bruta ultrapassa o limite estabelecido pela legislação do Simples, deve ser excluído desse sistema de tributação no anocalendário subseqüente àquele em que ocorrer o excesso de receita DEPÓSITOS BANCÁRIOS. OMISSÃO DE RECEITA. ORIGEM. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Caracterizam omissão de receita, por presunção legal, os valores creditados em conta de depósito mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, deixe de comprovar, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. PRESUNÇÃO JURIS TANTUM. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. FATO INDICIÁRIO. FATO JURÍDICO TRIBUTÁRIO. A presunção legal juris tantum inverte o ônus da prova. Neste caso, a autoridade lançadora fica dispensada de provar que o crédito bancário incomprovado (fato indiciário) corresponde, efetivamente, à omissão de receita (fato jurídico tributário). Cabe ao Fisco simplesmente provar a ocorrência do fato indiciário; ao contribuinte cumpre provar que o fato presumido inexistiu na situação concreta. PROCEDIMENTO DECORRENTE. AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO. CSLL, PIS, COFINS. Fl. 1682DF CARF MF 4 Auto de infração lavrado em procedimento decorrente deve ter o mesmo destino do principal, pela existência de relação de causa eefeito entre ambos. 1NCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. ARGUIÇÃO. Argüições de inconstitucional idade e ilegalidade refogem à competência da instancia administrativa, salvo se já houver decisão do Supremo Tribunal Federal, declarando a inconstitucionalidade da lei ou ato normativo, hipótese em que compete à autoridade julgadora afastar a sua aplicação. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Resumidamente, o acórdão recorrido narrou os fatos que proporcionaram a imposição fiscal: Em decorrência da exclusão do Simples, para os anos calendário de 2003 a 2005 procedeuse à constituição do crédito tributário, com arbitramento da base de cálculo, em vista de que a contribuinte, ora sujeita à apuração do resultado pela sistemática do lucro real, não dispunha de escrita fiscal organizada em consonância com as respectivas regras. Relativamente aos períodos de 2003 e 2004 a base de cálculo fora obtida dos depósitos bancários cuja origem não fora comprovada, considerados, presuntivamente, omissão de receita. Para o anocalendário de 2005 valeuse a autoridade fiscal das importâncias que a contribuinte declarara à administração tributária, informada em Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica — Simples (fls. 71/79). Contra a contribuinte foram lançados Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição para o Programa de Integração Social (PIS), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins), acrescidos de juros de mora e multa de oficio, cuja capitulação legal achase descrita nos termos de apuração respectivos (fls. 80/136), conforme segue: Em face de que no atendimento da intimação que deflagrou o procedimento fiscal a contribuinte apresentou os livros contábeis e silenciouse quanto aos extratos de movimentação bancária, requisitaramse as informações diretamente às instituições financeiras. Fl. 1683DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.682 5 Conforme consta da descrição detalhada dos fatos apurados, consignada no relatório que compõem os autos de infração, após constatar a existência de depósitos bancários em volume superior à receita declarada, excluídos estornos, empréstimos, resgates de aplicações, a contribuinte foi intimada a comprovar com documentos hábeis e idôneos, coincidentes em datas e valores, as importâncias lançadas a crédito nas contas de depósitos bancários (fls. 22/23). Em resposta, declarou que agiu como intermediadora de vários frigoríficos na compra de animais para abate e efetuou pagamentos com cheques pósdatados para posterior reembolso pelas empresas abatedoras. Instada a comprovar com documentos hábeis e idôneos, coincidentes e datas e valores, o recebimento das comissões pela intermediação na compra de animais, a contribuinte não demonstrou seu efetivo ingresso. Limitouse a juntar, na fase impugnatória, cópias de notas fiscais emitidas por alguns frigoríficos nas quais não figura como integrante da relação negocial. Regularmente intimada da imposição tributária a contribuinte ingressou com a impugnação de fls. 142/165 com alegação de que: a constituição do crédito tributário somente poderá ocorrer depois de decidida definitivamente a impugnação do ato declaratório de exclusão do Simples; para os anoscalendário de 2003 e 2004 é improcedente o enquadramento de oficio na sistemática de tributação pelo lucro real sem ter sido dada a oportunidade de a contribuinte optar pelo lucro presumido, uma vez que não está obrigada à apuração de seu resultado pelo lucro real; a sistemática de arbitramento de lucro não permite que a receita bruta seja obtida presuntivamente; na apuração do valor tributável não houve a dedução das quantias que a contribuinte ofereceu à tributação anteriormente, o que faz coexistirem duas sistemáticas de apuração de resultado, o que é inadmissível pela legislação tributária; a exigência de depósitos bancários reclama lei complementar, afronta a legislação tributária e fere o princípio da capacidade contributiva; é improcedente a constituição de crédito tributário baseado em presunção; não houve interesse fiscal em constatar as justificativas e documentos apresentados pela impugnante; as operações com desconto de cheques mantidas com bancos, no montante de R$2.534.625,24 para o ano de 2003 e R$2.559.363,60 para 2004 deverão ser descontadas da base de Fl. 1684DF CARF MF 6 cálculo do tributo, bem assim as transferências entre contas da mesma titularidade; o montante a ser presuntivamente tributado está limitado àquele de maior valor apurado em determinado mês do ano calendário, em face de que os rendimentos presumidos a cada mês constituemse recursos para o mês subseqüente; é improcedente apurarse a base imponível presuntivamente, nos termos do art. 42 da Lei n. 9.430, de 1996, em vista de que a presunção de omissão de receita para microempresa e empresa de pequeno porte ocorre somente em relação aos livros e documentos a que elas estiverem obrigadas a manter. Ao final, propugnou pelo cancelamento da imposição tributária. A contribuinte interpôs o tempestivo Recurso Voluntário, instruído com documentos, reiterando os mesmos argumentos da impugnação administrativa. Paralelamente, o crédito tributário sobre a receita omitida, anocalendário de 2002, foi constituído pelo lançamento de ofício, tramitando o respectivo processo administrativo sob nº 13830.001690/200697. Recentemente, esta 1ª Turma Ordinária proferiu acórdão nº 1201002.297 por mim relatado, negando provimento ao Recurso Voluntário, interposto naquele processo administrativo fiscal (nº 13830.001690/200697). De acordo com artigo 6º, alínea "b", Anexo II, do RICARF, existirá vinculação dos processos administrativos por decorrência, quando "constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal anteriormente praticados, ainda que veiculem outras matérias autônomas." Desse modo, em despacho exarado em 12/06/2018, redistribuiuse os presentes autos para este Relator, diante da sua vinculação entre ambos processos administrativos. É o relatório. Voto Conselheiro Rafael Gasparello Lima, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo, havendo os demais pressupostos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. I. SIGILO FINANCEIRO Atualmente, a jurisprudência do Egrégio Supremo Tribunal Federal, uniformizada pelo acórdão prolatado no Recurso Extraordinário (RE) nº 601.314/SP, com efeito da repercussão geral estabelecida no artigo 543B do Código de Processo Civil vigente à época, possibilita o acesso dessas informações bancárias no exercício do procedimento fiscal: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO AO SIGILO BANCÁRIO. DEVER DE PAGAR IMPOSTOS. REQUISIÇÃO DE INFORMAÇÃO DA RECEITA FEDERAL ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ART. 6º DA LEI COMPLEMENTAR 105/01. MECANISMOS FISCALIZATÓRIOS. APURAÇÃO DE Fl. 1685DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.683 7 CRÉDITOS RELATIVOS A TRIBUTOS DISTINTOS DA CPMF. PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DA NORMA TRIBUTÁRIA. LEI 10.174/01. 1. O litígio constitucional posto se traduz em um confronto entre o direito ao sigilo bancário e o dever de pagar tributos, ambos referidos a um mesmo cidadão e de caráter constituinte no que se refere à comunidade política, à luz da finalidade precípua da tributação de realizar a igualdade em seu duplo compromisso, a autonomia individual e o autogoverno coletivo. 2. Do ponto de vista da autonomia individual, o sigilo bancário é uma das expressões do direito de personalidade que se traduz em ter suas atividades e informações bancárias livres de ingerências ou ofensas, qualificadas como arbitrárias ou ilegais, de quem quer que seja, inclusive do Estado ou da própria instituição financeira. 3. Entendese que a igualdade é satisfeita no plano do autogoverno coletivo por meio do pagamento de tributos, na medida da capacidade contributiva do contribuinte, por sua vez vinculado a um Estado soberano comprometido com a satisfação das necessidades coletivas de seu Povo. 4. Verificase que o Poder Legislativo não desbordou dos parâmetros constitucionais, ao exercer sua relativa liberdade de conformação da ordem jurídica, na medida em que estabeleceu requisitos objetivos para a requisição de informação pela Administração Tributária às instituições financeiras, assim como manteve o sigilo dos dados a respeito das transações financeiras do contribuinte, observandose um translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal. 5. A alteração na ordem jurídica promovida pela Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, uma vez que aquela se encerra na atribuição de competência administrativa à Secretaria da Receita Federal, o que evidencia o caráter instrumental da norma em questão. Aplicase, portanto, o artigo 144, §1º, do Código Tributário Nacional. 6. Fixação de tese em relação ao item “a” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “O art. 6º da Lei Complementar 105/01 não ofende o direito ao sigilo bancário, pois realiza a igualdade em relação aos cidadãos, por meio do princípio da capacidade contributiva, bem como estabelece requisitos objetivos e o translado do dever de sigilo da esfera bancária para a fiscal”. 7. Fixação de tese em relação ao item “b” do Tema 225 da sistemática da repercussão geral: “A Lei 10.174/01 não atrai a aplicação do princípio da irretroatividade das leis tributárias, tendo em vista o caráter instrumental da norma, nos termos do artigo 144, §1º, do CTN”. 8. Recurso extraordinário a que se nega provimento. Fl. 1686DF CARF MF 8 O artigo 145, parágrafo primeiro, da Constituição Federal, consagra o princípio da capacidade contributiva, orientando que "sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte." A autoridade administrativa é competente para exigir informações financeiras da contribuinte, mediante intimação escrita, consoante o artigo 197 do Código Tributário Nacional: "Art. 197. Mediante intimação escrita, são obrigados a prestar à autoridade administrativa todas as informações de que disponham com relação aos bens, negócios ou atividades de terceiros: (...) II – os bancos, casas bancárias, Caixas Econômicas e demais instituições financeiras;" A Lei Complementar nº 105/2001 permitiu a requisição de informações diretamente nas instituições financeiras, ressaltando que não configuraria violação ao dever de sigilo: Art.1º As instituições financeiras conservarão sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados. (...) §3º Não constitui violação do dever de sigilo: (...) VI – a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos nos artigos 2º, 3º, 4º, 5º, 6º, 7º e 9º desta Lei Complementar. (...) Art.5º O Poder Executivo disciplinará, inclusive quanto à periodicidade e aos limites de valor, os critérios segundo os quais as instituições financeiras informarão à administração tributária da União, as operações financeiras efetuadas pelos usuários de seus serviços. (...) §2º As informações transferidas na forma do caput deste artigo restringirseão a informes relacionados com a identificação dos titulares das operações e os montantes globais mensalmente movimentados, vedada a inserção de qualquer elemento que permita identificar a sua origem ou a natureza dos gastos a partir deles efetuados. (...) Fl. 1687DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.684 9 §4º Recebidas as informações de que trata este artigo, se detectados indícios de falhas, incorreções ou omissões, ou de cometimento de ilícito fiscal, a autoridade interessada poderá requisitar as informações e os documentos de que necessitar, bem como realizar fiscalização ou auditoria para a adequada apuração dos fatos. §5º As informações a que refere este artigo serão conservadas sob sigilo fiscal, na forma da legislação em vigor. Art. 6º As autoridades e os agentes fiscais tributários da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios somente poderão examinar documentos, livros e registros de instituições financeiras, inclusive os referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Parágrafo único. O resultado dos exames, as informações e os documentos a que se refere este artigo serão conservados em sigilo, observada a legislação tributária. Este instrumento eficaz de fiscalização foi regulamentado pela Lei nº 10.174/2001 e pelo Decreto nº 3.724/2001, com validade constitucional reconhecida pelo Colendo Supremo Tribunal Federal. Finalmente, o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, mediante sua Súmula nº 2, delimita que "não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". II. EXCLUSÃO DO REGIME SIMPLIFICADO PELO EXCESSO DE RECEITA BRUTA. A Recorrente não evidenciou qualquer argumento jurídico que infirmasse a omissão de receita, proporcionando a consequente exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES e preservação integral do acórdão recorrido. Não há elementos suficientes para inverter o ônus da prova, que é próprio da Recorrente, nem qualquer esclarecimento sobre as receitas omitidas e que excedem o limite normativo para permanência no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES. A presunção relativa de omissão de receita é impugnável pela Recorrente, porém, necessário documentos hábeis e idôneos que evidenciem o contrário, segundo o artigo 42 da Lei nº 9.430/1996: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Fl. 1688DF CARF MF 10 § 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira. § 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeterseão às normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou recebidos. O artigo 923 do Regulamento do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza (RIR/1999), aprovado pelo Decreto nº 3.000/1999, reafirma que "a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais." A presunção juris tantum foi estabelecida em norma vigente, invertendo o ônus de prova quanto à omissão de receitas para a contribuinte. O atual Código de Processo Civil, subsidiariamente, aplicável ao processo administrativo tributário, prevê tal hipótese no seu artigo 374: "Art. 374. Não dependem de prova os fatos: (...) IV— em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade." Portanto, a presunção normativa não infringe qualquer garantia constitucional da Recorrente. O artigo 9º, inciso II, da Lei nº 9.317/1996, expressamente, fixa o limite da receita bruta para continuidade no Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, excedido pela contribuinte: Art. 9°Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa juridica: I na condição de microempresa, que tenha auferido, no ano calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 120.000, 00 (cento e vinte mil reais); II na condição de empresa de pequeno porte, que tenha auferido, no anocalendário imediatamente anterior, receita bruta superior a R$ 1.200.000, 00 (um milhão e duzentos mil reais); A exclusão de ofício do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES ocorrerá quando constatada o excesso de receita bruta, segundo os artigos 12, 14 e 15, da Lei nº 9.317/1996: Art. 12. A exclusão do SIMPLES será feita mediante comunicação pela pessoa jurídica ou de oficio. (...) Fl. 1689DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.685 11 Art. 14. A exclusão darseá de oficio quando a pessoa jurídica incorrer em quaisquer das seguintes hipóteses: I exclusão obrigatória, nas formas do inciso II e § 2°do artigo anterior, quando não realizada por comunicação da pessoa jurídica; Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts.13 e 14 surtirá efeito: IV a partir do anocalendário subseqüente àquele em que for ultrapassado o limite estabelecido, nas hipóteses dos incisos 1 e II do art. 9°; § 32 A exclusão de oficio darseá mediante ato declaratório da autoridade fiscal da Secretaria da Receita Federal que jurisdicione o contribuinte, assegurado o contraditório e a ampla defesa, observada a legislação relativa ao processo tributário administrativo. O acórdão recorrido justificou a exclusão da contribuinte do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, havendo minha concordância com sua exposição, ora transcrita: "Tendo em vista que nos presentes autos a contribuinte não trouxe qualquer outro elemento novo ou alegação que pudesse modificar a conclusão que se chegou naquele processo, entendo que ficou caracterizada a hipótese de exclusão do Simples, prevista na Lei n° 9.317 de 1996, art. 9°, II, com as alterações posteriores. No que se refere à alegação de que a autoridade administrativa estaria impedida de lançar tributo enquanto pende de análise o pedido de revisão de exclusão do Simples, cabe ressaltar que a discussão administrativa que se instaurou não tem o condão de afastar a instauração do presente procedimento fiscal, porquanto o crédito tributário respectivo encontrase na fase de constituição, que se aperfeiçoará ou será afastado com a decisão administrativa definitiva. Até a notificação do resultado do julgamento, dado que o recurso administrativo suspende a exigibilidade do crédito tributário, não há que se falar em prejuízo ao contribuinte. Eventual dano, em tese, poderia ocorrer se houvesse o início da cobrança do crédito tributário tratado no presente processo antes da resolução do outro. Por enquanto encontramonos no estágio de constituição do crédito, não de cobrança. Ainda que a cobrança tivesse tido início por certo restariam os recursos processuais disponíveis para sustar o procedimento. Cabe ressaltar, em acréscimo ao que foi dito anteriormente, ainda que penda discussão administrativa, a constituição do crédito tributário deve ser levada a cabo. De fato, sua formalização pelo lançamento de oficio, consoante o art. 142 do CTN, é decorrente do caráter vinculado e obrigatório do ato Fl. 1690DF CARF MF 12 administrativo, não podendo a fiscalização, sob pena de responsabilidade funcional, eximirse de efetuálo. Nada obsta, portanto, a que a autoridade fiscal proceda à constituição do crédito tributário a fim de se resguardar dos efeitos da decadência enquanto aguarda o desfecho do litígio relativo à exclusão do enquadramento no Simples. Cabe considerar que a verificação do histórico de cada um dos lançamentos relacionados na listagem de fls. 18/132 do anexo I não registra transferência entre contas. A princípio, o pedido da contribuinte, veiculado na fl. 162 da peça impugnatória, no sentido de serem expurgadas as transferências entre contas da mesma titularidade é cabível se a própria contribuinte identificar e comprovar as respectivas transferências. Do arbitramento do resultado A princípio, impõese observar que a movimentação bancária considerada para fins da imposição tributária fora aquela mantida pela contribuinte à margem de qualquer escrituração contábil, sem descurar que a situação fática que ensejou o lançamento tributário foi a circunstância de a contribuinte não ter apresentado os livros Diário e Razão. Conquanto, não sendo o caso de obrigatoriedade de apuração pelo lucro real, a opção pela sistemática de apuração do resultado pelo lucro presumido ou pelo lucro real seja prerrogativa do contribuinte, impõese observar que o arbitramento do resultado decorre da regra prevista na Instrução Normativa SRF n. 93, de 24/12/1997, que determina tal forma de tributação quando, dentre outras hipóteses, a escrituração contiver vícios que a tornem imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária ou para determinar o lucro real, conforme segue: Ari. 40. O imposto de renda devido será exigido a cada trimestre, no decorrer do anocalendário, com base nos critérios do lucro arbitrado, quando: I o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraude ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive a bancária; ou b) determinar o lucro real; No caso presente, malgrado instâncias da autoridade administrativa (fls. 22/23, 69), a contribuinte limitouse a apresentar o livro caixa, circunstância que definiu fosse arbitrado o lucro, em consonância com a regra antes descrita, pelo fato de a escrituração apresentarse deficiente para Fl. 1691DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.686 13 determinar a base imponível. Dessa forma, por expressa determinação legal, não é dado à autoridade fiscal, tampouco à contribuinte, definir ou optar por outra forma de tributação que não seja a que serviu para o lançamento. Embora a sistemática de tributação pela forma de arbitramento do lucro seja mais gravosa para o contribuinte, não se trata de medida punitiva. Ela ocorre nas situações em que o contribuinte, obrigado à tributação pelo lucro real não mantenha escrituração em conformidade com a legislação, deixe de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pelo regramento quando a escrituração revelase imprestável para identificar movimentação financeira ou determinar o lucro real, nos termos do Regulamento do Imposto de Renda — RIR, aprovado pelo Decreto n° 3000, de 1999 RIR/1999, art. 530, II. Não vislumbro cerceamento de defesa por não estar consignado expressamente nos termos de descrição dos fatos da peça impositiva menção ao inciso II ou ao III do art. 530 do RIR/1999, em vista da densidade e aprofundamento das questões de fato e de direito suscitadas na impugnação apresentada, o que demonstra ter a contribuinte pleno conhecimento do substrato da ação fiscal. Da apuração da base de cálculo Descabe a argumentação da contribuinte no sentido de que com o lançamento do crédito tributário passaram a existir dois regimes de tributação, situação que é proibida pelas normas de regência, em vista de que, em face da expressiva movimentação financeira apresentada, substrato de sua exclusão do Simples, a contribuinte não poderia optar por aquela forma de tributação. Assim, sua opção pelo Simples e eventuais recolhimentos feitos à conta respectiva foram indevidos, motivo por que não merece reparos a forma de tributação adotada pela fiscalização no caso presente. (...) Dos depósitos bancários No que diz respeito ao inconformismo que a impugnante suscitou quanto à sistemática levada a efeito pela fiscalização, que apurou crédito tributário a partir das presunções baseadas em depósitos bancários, cabe considerar, inicialmente, que se adotou tal forma de tributação em vista de que as alegações que a contribuinte apresentou em atendimento das intimações que lhe foram dirigidas não foram bastantes para justificar a origem dos créditos respectivos. Dessa forma, considerando que a receita declarada ao Fisco é consideravelmente inferior ao movimento bancário, não há reparos a serem feitos ao procedimento da autoridade fiscal que considerou os créditos cuja origem não fora comprovada como omissão de receita e a partir daí deduziu o que anteriormente fora oferecido à tributação para apurar a base tributável. Fl. 1692DF CARF MF 14 No que tange à forma de tributação adotada, há que se distinguir, no campo das presunções, aquelas ditas de fato, das chamadas presunções legais. São as primeiras as chamadas presunções do homem, revestindose, como os indícios, de pouco valor no direito tributário. Já as presunções legais, ao contrário, por decorrerem de norma jurídica expressa, transmudamse em declarações de verdade, por força de lei, que, ante a dúvida ou a própria impossibilidade humana de atingir o conhecimento preciso sobre determinados fatos, declara antecipadamente a verdade sobre eles, que passam, então, a se ter como provados por presunção legal. No campo das presunções legais há que se distinguir, por sua vez, as presunções absolutas (juris et de jure), que não admitem prova em contrário, das presunções relativas (juris tantum), que por admitirem prova em contrário, são também chamadas de simples ou condicionais. Sendo o lançamento tributário resultante do exercício da atividade administrativa, está ele subordinado aos princípios da legalidade e da tipicidade, só sendo possível, em conseqüência, exigirse tributo quando expressamente autorizado por lei. Desse modo, quando a incidência do tributo resultar de presunções erigidas pela norma legal, os resultados podem e devem constituir a base imponível da exação. De outro lado, eventuais indícios, suspeitas ou suposições não autorizam concluir pela ocorrência do fato imponível, no caso vertente, omissão de receita. Sendo o auto de infração a peça acusatória do processo administrativo, deve ele trazer, necessariamente, todos os elementos de prova a embasar a exigência fiscal, ou, então, fundamentarse em presunção legalmente autorizada, cabendo, neste caso, ao autuado, elidir a imputação por meio de prova hábil e idônea. Como é sabido, o tributo só pode ser exigido quando o fato apurado ajustase à hipótese de incidência. Por essa razão, a Fazenda Pública não pode considerar ocorrido um fato descrito abstratamente na hipótese de incidência sem a sua efetiva verificação, valendose de mera presunção de seu agente, a menos que esta presunção esteja prevista em lei. Se o agente fiscal presume, por conta própria, a ocorrência de omissão de receitas sem que a lei o autorize, está atribuindo a si função que é inerente ao legislador. Assim, ou o agente do Fisco prova que efetivamente houve omissão de receitas ou ele se vale das presunções legais. A hipótese de omissão de receita decorrente de depósitos bancários cuja origem não foi justificada constitui exemplo de presunção legal em que há a inversão do ônus da prova, ou seja, se o Fisco demonstra tal hipótese, cabe ao contribuinte provar a origem dos depósitos. Fl. 1693DF CARF MF Processo nº 13830.001682/200641 Acórdão n.º 1201002.632 S1C2T1 Fl. 1.687 15 Portanto, com o advento da Lei n° 9.430 de 1996, art. 42, que introduziu novas presunções legais no campo tributário, passou a ocorrer a inversão do ônus da prova, ou seja, agora cabe ao sujeito passivo da relação jurídica provar que a prática do fato que lhe está sendo imputado não corresponde à realidade. Logo, vemos que o acórdão recorrido não diverge do mesmo posicionamento, por mim expressado, quando da relatoria do acórdão nº 1201002.297, vez que a contribuinte não contraditou a omissão da escrituração de sua movimentação bancária, com documentos hábeis e idôneos, convalidando sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES pelo excesso de receita bruta, infringindo o artigo 9º, inciso II, da Lei nº 9.317/1996. III. PAGAMENTO INDEVIDO Em virtude da exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES, a contribuinte argumenta sobre a necessidade de compensação do adimplemento havido nesse regime simplificado com montante devido pelo arbitramento do lucro. Este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) editou a Súmula nº 76, com efeito vinculante atribuído pela Portaria MF nº 277/2018, esclarecendo que "Na determinação dos valores a serem lançados de ofício para cada tributo, após a exclusão do Simples, devem ser deduzidos eventuais recolhimentos da mesma natureza efetuados nessa sistemática, observandose os percentuais previstos em lei sobre o montante pago de forma unificada". Destarte, admissível a dedução pretendida pela Recorrente. Isto posto, voto pelo conhecimento do Recurso Voluntário e DOULHE PARCIAL PROVIMENTO, exclusivamente, deduzindo os valores recolhidos, segundo a Súmula nº 76, deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). (assinado digitalmente) Rafael Gasparello Lima Relator Fl. 1694DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.000422/2009-10
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 18/06/2008
PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. APLICABILIDADE.
Aplica-se o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3002-000.493
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
(assinado digitalmente)
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto da Silva Esteves - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DA SILVA ESTEVES
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APLICABILIDADE. Aplicase o Princípio da Retroatividade Benigna aos casos não definitivamente julgados, quando a legislação deixe de definir o ato como infração, de acordo com o art. 106, II, "a", do CTN. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Voluntário. Votou pelas conclusões a conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. (assinado digitalmente) Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Alan Tavora Nem e Carlos Alberto da Silva Esteves. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 04 22 /2 00 9- 10 Fl. 103DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 104 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão 1681.145 da DRJ/SPO, que manteve integralmente o Crédito Tributário lançado pelo Auto de Infração, que exige da contribuinte a multa pelo atraso na prestação de informações sobre veículo ou carga nele transportada, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966, cuja redação foi alterada pela Lei 10.833, de 2003. No caso concreto, foi impingida a referida multa por ter a recorrente pedido a retificação dos dados informados após a atracação do navio vindo do exterior. Inconformada com a autuação, a contribuinte apresentou Impugnação, a qual foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo, por Acórdão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 18/06/2008 MULTA POR DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA. Aplicase a multa do artigo 107, inciso IV, alínea ‘e’, do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003, por retificação extemporânea de informação correspondente ao manifesto e respectivos conhecimentos eletrônicos. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Em seqüência, irresignada com a referida decisão, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fl. 81/83), basicamente, tecendo argumentos interpretativos sobre a Solução de Consulta Cosit nº 2, de 2016. É o relatório, em síntese. Fl. 104DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 105 3 Voto Conselheiro Carlos Alberto da Silva Esteves Relator O Crédito Tributário contestado no presente processo encontrase dentro do limite de alçada das Turmas Extraordinárias, conforme disposto no art. 23B do RICARF. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. A questão cingese na autuação fiscal por ter a recorrente, supostamente, deixado de prestar a devida informação, no prazo legal, dos dados de desconsolidação da carga chegada ao Porto de Santos em 09/06/2008 (atracação), pois o registro do pedido de retificação das informações do CE ocorreu somente em 11/06/2008 (fl. 20), ou seja, após o prazo máximo de 48h antes da atracação do navio, conforme o disposto no art. 22, III, da Instrução Normativa RFB nº 800/2007. Desta forma, ficando sujeita a penalidade prevista na alínea "e" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . Iomissis ..................................................................................................... IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) . a) omissis ....................................................................................................... e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaaporta, ou ao agente de carga; Uma das argumentações trazidas pela recorrente em seu Recurso Voluntário referese a uma suposta falta de tipicidade em sua conduta, pois os dados da carga foram prestados no tempo devido, tendo sido apenas realizado um pedido de retificação desses dados após a chegada da embarcação, contudo, o pedido de retificação não se amoldaria ao tipo previsto na legislação. Fl. 105DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 106 4 Esse argumento não traz melhor sorte à contribuinte. Em realidade, à época dos fatos, vigia o § 1º, do art. 45 da Instrução Normativa SRF º 800/2007: Art. 45. O transportador, o depositário e o operador portuário estão sujeitos à penalidade prevista nas alíneas "e" ou "f" do inciso IV do art. 107 do DecretoLei no 37, de 1966, e quando for o caso, a prevista no art. 76 da Lei no 10.833, de 2003, pela não prestação das informações na forma, prazo e condições estabelecidos nesta Instrução Normativa. § 1o Configurase também prestação de informação fora do prazo a alteração efetuada pelo transportador na informação dos manifestos e CE entre o prazo mínimo estabelecido nesta Instrução Normativa, observadas as rotas e prazos de exceção, e a atracação da embarcação. ......................................................................................................... (grifo nosso) Dessa forma, percebese que, de acordo com o citado dispositivo, a alteração das informações já apresentadas, retificação, realizada após o prazo inicial, também se subsumia à tipificação contida na alínea "e" do inciso IV do artigo 107 do DecretoLei nº 37/1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003. Por fim, a recorrente traz à luz o disposto na Solução de Consulta Interna Cosit nº 2, de 2016, que corroboraria seu entendimento de que a mera retificação de informações já prestadas não ensejaria a aplicação da multa tratada nos presentes autos. Quanto às conclusões alcançadas pela SCI Cosit nº 2, reproduzse sua ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. CONTROLE ADUANEIRO DAS IMPORTAÇÕES. INFRAÇÃO. MULTA DE NATUREZA ADMINISTRATIVOTRIBUTÁRIA. A multa estabelecida no art. 107, inciso IV, alíneas “e” e “f” do DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, é aplicável para cada informação não prestada ou prestada em desacordo com a forma ou prazo estabelecidos na Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. As alterações ou retificações das informações já prestadas anteriormente pelos intervenientes não configuram prestação de informação fora do prazo, não sendo cabível, portanto, a aplicação da citada multa.Dispositivos Legais: DecretoLei nº 37, de 18 de novembro de 1966; Instrução Normativa RFB nº 800, de 27 de dezembro de 2007. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 107 5 Em que pese a alegação da recorrente estar corretamente embasada na SCI Cosit nº 2, a meu sentir, as Soluções de Consulta Interna da Receita Federal do Brasil não se configuram normas complementares em Direito Tributário, tais quais aquelas previstas no disposto do art. 100, inciso I, do Código Tributário Nacional e, portanto, não tem o condão de revogar, explicita ou implicitamente, às disposições contidas em Instruções Normativas, estas sim, normas complementares. Entretanto, há que se considerar que, com o advento da Instrução Normativa RFB nº 1.473/2014, o art. 45 da IN RFB 800/07 foi revogado e, por conseqüência, a partir de então, o pedido de retificação dos dados informados passou a não configurar mais hipótese de aplicação da multa prevista na alínea "e" do inciso IV do artigo 107 do DecretoLei nº 37/1966. Por outro lado, temos que o Princípio da Retroatividade Benigna encontrase esculpido no art. 106, do Código Tributário Nacional: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifo nosso) É cediço que deve ser adotada a legislação que se encontrava em vigor na data da ocorrência da infração. Não obstante, em se tratando de penalidade pelo cometimento de infração, devese observar o Princípio da Retroatividade Benigna, quando a conduta tida como indevida deixar de ser tratada como infração ou, ainda, na hipótese da penalidade imposta ser reduzida, caso que o menor valor passaria a ser o devido. Cumpre esclarecer que, no caso ora analisado, isto é, o de alteração das informações prestadas pelo agente após o prazo mínimo estabelecido na legislação, a imposição fiscal se sustentava, tão somente, no art. 45, § 1º da IN 800/2007. Sem entrarmos na discussão sobre a legalidade desse dispositivo infralegal, ao estender aos casos de retificação o disposto no art. 107, IV, "e", do DecretoLei nº 37/1966, há que se reconhecer que, uma vez tendo sido formalmente revogado aquele dispositivo, não há como se sustentar a imposição desta penalidade aos processos não definitivamente julgados, por aplicação do Princípio da Retroatividade Benigna. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 11128.000422/200910 Acórdão n.º 3002000.493 S3C0T2 Fl. 108 6 Por todo o exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário, exonerando na integra o Crédito Tributário lançado. (assinado digitalmente) Carlos Alberto da Silva Esteves Fl. 108DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.721023/2014-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3201-001.528
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
(assinado digitalmente)
CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente).
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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RECOF. SUSPENSÃO DO PIS/COFINS. Recorrente WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. (assinado digitalmente) CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade, Laercio Cruz Uliana Junior e Charles Mayer de Castro Souza (Presidente). RELATÓRIO Por bem descrever os fatos do presente processo, reproduzo fragmentos do relatório da DRJ: Tratase de Pedido de Restituição de suposto pagamento indevido ou a maior formalizado em papel. Na apreciação do Pedido de Restituição, por meio do Despacho Decisório (...), a autoridade fiscal disse que, na inicial, a contribuinte destacou que um de seus principais clientes é a empresa Caterpillar Brasil Ltda, a qual, consoante Ato Declaratório Executivo ADE SRF nº 8, de 18/03/2004, é pessoa jurídica homologada no RECOF –Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .7 21 02 3/ 20 14 -7 9 Fl. 372DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 3 2 Explicou que, a Caterpillar, por ser homologada no RECOF, seu cliente usufrui, além da não incidência do IPI e ICMS, da suspensão do PIS e COFINS e ainda, informou que a peticionante, como fornecedor da Caterpillar, não aplicou a suspensão prevista em relação ao PIS e COFINS, apurando tais tributos a maior e os extinguindo por meio de compensação (Declaração de Compensação – DCOMP) com saldo de crédito proveniente de ressarcimento de IPI. O Auditorfiscal observou que no presente processo a interessada não pagou ou recolheu qualquer débito por meio de DARF ou GPS, mas, sim, realizou a declaração de compensação de débito de COFINS com crédito de ressarcimento de IPI, por meio de apresentação de DCOMP com crédito de ressarcimento de IPI e ainda: Embora tanto o pagamento como a compensação sejam modalidades de extinção do crédito tributário – conforme incisos I e II, do artigo 156 do CTN –, tais modalidades possuem institutos jurídicos distintos, não sendo possível a aplicação de um em outro. Tanto é assim que a compensação tem seu regramento fundamentado nos artigos 170 e 170A, os quais estão disciplinados, na esfera federal, no artigo 74 da Lei 9.430/96. Quanto ao pagamento, o regramento está disciplinado nos artigos 157 a 164 do CTN, e a restituição de eventual pagamento indevido encontrase nos artigos 165 a 169 do aludido diploma legal. A autoridade administrativa explicou que o crédito utilizado na compensação de débitos não se originou de pagamento indevido ou a maior, mas, sim, de ressarcimento de IPI e que ressarcimento não é sinônimo de restituição, uma vez que o ressarcimento tem natureza de beneficio fiscal, o qual decorre de política estatal, não havendo um prévio pagamento indevido ou a maior. Já a restituição pressupõe a existência de um prévio pagamento indevido, que foi, de fato, recolhido pelo contribuinte e completou: Portanto, além de a pretensão do contribuinte não se tratar de restituição de pagamento indevido ou a maior, tampouco a DCOMP, declarada pelo contribuinte, estava amparada em crédito de pagamento indevido ou a maior. Observou, também, que embora a contribuinte tenha solicitado a restituição do crédito (ressarcimento) informado sem amparo legal, não caberia atualização por falta de previsão legal. Situação diferente de quando o crédito é originado de pagamento indevido ou a maior, hipótese em que há previsão legal de atualização. O Auditorfiscal entendeu que outro óbice ao pedido seria o pedido ter sido protocolizado após a homologação da DComp pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, fato jurídico que não permitiria a retificação da DComp e a consequente redução do valor do débito, isto porque, a compensação declarada só poderá ser retificada na hipótese de a mesma se encontrar pendente de decisão administrativa à data do envio do documento retificador. (...) Cientificada do Despacho Decisório, a interessada apresentou a Manifestação de Inconformidade (...), tecendo seus argumentos conforme segue: Inicialmente informa que a RKM Equipamentos Hidráulicos S/A passou a se denominar WIPRO DO BRASIL INDUSTRIAL S/A. Após narrar os fatos contidos no processo, faz a abertura de sua argumentação em fase preliminar: Fl. 373DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 4 3 Da possibilidade de deferimento do pedido de restituição no formato realizado 1) Quitação dos tributos por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI – crédito oriundo do princípio da nãocumulatividade que pressupõe o pagamento antecipado pelo contribuinte 2) Artigo 165 do CTN que não contempla a restrição proposta – 3) Prevalência do direito material sobre o rigor formal – 4) Violação dos princípios que regem a Administração Pública (artigo 2º e seguintes da Lei nº 9.784/99) Explica que a negativa preliminar proposta pela autoridade fiscal se pauta no sentido da impossibilidade de deferimento do pedido de restituição formulado, uma vez que o indébito sustentado decorreu de uma compensação a maior realizada com crédito de ressarcimento de IPI e não por meio de recolhimento em DARF ou GPS. Para basear sua tese, sustenta que a IN RFB nº 1300/2012 apenas permite a restituição de valores pagos pelos contribuintes por meio de DARF ou GPS. Ainda, que a liquidação por meio de compensação de crédito de ressarcimento de IPI não permitiria aludido pleito, uma vez que o ressarcimento teria natureza de benefício fiscal decorrente de política estatal, enquanto que a restituição pressupõe um prévio pagamento indevido, seu cliente (Caterpillar) está habilitado no regime do RECOF, ele, como fornecedor, deveria ter efetuado a venda com suspensão do PIS e COFINS. (...). Entende que os créditos originados dos pedidos de ressarcimento de IPI não decorrem de benefício fiscal, mas sim do estrito atendimento ao princípio da nãocumulatividade previsto na Constituição Federal, que visa evitar o efeito cascata da incidência tributária e não possui qualquer caráter de benesse estatal. Argúi que o caso em comento não guarda qualquer relação com o processo de ressarcimento de IPI, mas com pedido de restituição da COFINS que foi quitada por meio de PER/DCOMP com origem no ressarcimento de IPI. Sob essa premissa, o que foi pugnado junto à União Federal é a devolução de valor efetivamente quitado da COFINS, cujo montante restou reduzido após a recomposição de sua base de cálculo. Discorda do contido no Despacho Decisório, pois o Código Tributário Nacional não impõe qualquer restrição e/ou formato de quitação do tributo objeto do indébito: E nem se alegue que a limitação ao pleito se baseia exclusivamente no disposto pela IN RFB nº 1300/2012. Isto porque, é insuscetível a aplicação isolada de ato administrativo em desacordo com o contido no Código Tributário Nacional. Extraise do texto da lei, que de forma ampla estabeleceu regra geral quanto à possibilidade de restituição, não destacando nenhuma hipótese de exceção e/ou restrição, concernente ao formato de pagamento. Esposa o entendimento de que se o Código Tributário Nacional não pretendeu restringir os direitos dos contribuintes no exercício do direito de restituição dos valores indevidamente recolhidos aos cofres públicos, não poderia a Receita Federal, por meio de interpretação isolada em Instrução Normativa, sob o pretexto de regulamentação, impor limites à previsão legal e: O objetivo da lei sempre foi fornecer aos contribuintes mecanismos de reaver os valores indevidamente cobrados pela administração pública ou objeto de equívoco por parte dos sujeitos passivos. Fl. 374DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 5 4 Importante salientar, que na hipótese em comento, conforme já consignado no pleito de restituição, a única forma da Manifestante reaver o que lhe é de direito consistia no deferimento do pedido de restituição, sob pena de esvaziamento do direito legalmente assegurado. Isto porque, uma vez homologada a compensação que liquidou o débito a maior da COFINS, insuscetível de qualquer retificação/cancelamento, sendo de rigor o único formato adotado pela Manifestante, que, inclusive, se baseou em orientação verbal da própria Receita Federal em atendimento no plantão fiscal. Cita a os princípios constitucionais (artigo 37, da CF) que regem a relação entre fisco e contribuintes e a Lei nº 9.784/99, afirmando que tais comandos devem ser seguidos, pois são os pilares do ordenamento jurídico. Entende que em nenhum momento o texto da lei estabelece que somente será passível de restituição os valores pagos em DARF ou GPS, tal como fez crer a autoridade fiscal em seus fundamentos e também: Na hipótese tratada, a violação ao princípio da legalidade potencializase na medida em que o pedido de restituição era a única forma da Manifestante buscar seu direito em face da União Federal, uma vez não previsto na legislação qualquer outro formato para as circunstâncias narradas. Entende cabíveis os princípios da proporcionalidade, razoabilidade, oficialidade e da verdade material e que não podem ser mitigados pelo formalismo: Para que o formalismo não se torne um instrumento que restringe a observância da forma e distancia a verdade material, deve a administração alcançar a função social do processo para que haja a prevalência da justiça sobre a forma, uma vez que está submissa ao princípio da legalidade, sendolhe imposto, inclusive, para o alcance da norma, o poderdever de revisão de ofício seus próprios atos. Em outras palavras, não deve o formalismo se sobrepor à matéria e à verdade dos fatos e a autoridade tem o dever de buscar a verdade material, não devendo se satisfazer com as informações trazidas pelas partes. Cita doutrina e jurisprudência que entende aplicáveis ao caso e conclui: Diante dos argumentos traçados, com amparo na melhor doutrina e jurisprudência pátrias, inconteste a possibilidade da administração pública analisar os pleitos dos contribuintes evitandose o formalismo excessivo e considerando a boafé das relações, tudo em busca ao alcance da verdade material e respeito aos preceitos estampados no artigo 37, da Constituição Federal e artigo 2º, da Lei nº 9.784/99. Após ou argumentos preliminares, a interessada continua sua defesa com o título "Do direito": Do efetivo amparo legal para suspensão de PIS e COFINS objeto de venda realizada à empresa habilitada no RECOF – Inexistência de obrigatoriedade de cohabilitação para fornecimento – Benefícios legais destinados à compradora que produzem efeitos automáticos – Direito material que pode ser aferido com base nos elementos probatórios ainda que existente erro formal no preenchimento das Notas Fiscais. Inicialmente a interessada explica que no exercício de suas atividades dentro dos períodos de 2007 a 2011, a Manifestante realizou diversas vendas em favor da Caterpillar Brasil Ltda, inscrita no CNPJ sob nº. 61.064.911/000177, que, por sua vez, consoante Ato Declaratório Executivo SRF nº 8, de 18 de março de Fl. 375DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 6 5 2004 e Ato Declaratório Executivo SRF nº 53, de 24 de julho de 2006 é homologada no RECOF (Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado) (doc. anexo aos autos) instituído através do Decreto n° 2.412 de 3 de Dezembro de 1997. Expõe sua compreensão do funcionamento do Regime Aduaneiro Especial de Entreposto Industrial sob Controle Aduaneiro Informatizado (RECOF), o qual permite à empresa beneficiária importar ou adquirir no mercado interno, com suspensão do pagamento de tributos, mercadorias a serem submetidas a operações de industrialização de produtos destinados à exportação ou mercado interno. É também permitido que Parte da mercadoria admitida no regime, no estado em que foi importada ou depois de submetida a processo de industrialização, seja despachada para consumo. A mercadoria, no estado em que foi importada, poderá também ser exportada, reexportada ou destruída. Desta feita, informa os benefícios: Na época dos fatos em exame, o RECOF era regulamentado pela Instrução Normativa SRF 757/2007, que, além de estabelecer todos os requisitos impostos às empresas habilitadas, dentre vários benefícios oferecidos pelo regime é de que a empresa homologada goza da permissão de importar todos os insumos com suspensão de II, IPI e PIS/COFINS, bem como efetuar compras nacionais com a suspensão do IPI e PIS/COFINS, conforme estabelecido em seu artigo 28. Diante dos benefícios contidos nas normas citadas, a interessada defende que em que pese ter fornecido para empresa homologada no RECOF – Caterpillar do Brasil Ltda, não excluiu de sua base de cálculo tributável a suspensão de PIS e COFINS previstas na legislação, mas sim, equivocadamente, apurou e recolheu A MAIOR os citados tributos. Em outras palavras, ao constituir sua base de cálculo de PIS e do COFINS não desconsiderou as vendas para a Caterpillar Brasil Ltda, portanto, a empresa recolheu mais do que deveria. É certo, que os valores das vendas com suspensão de PIS e COFINS não podem contemplar a base de cálculo para fins de tributação dessas contribuições, sob pena de esvaziamento da benesse legal/normativa do RECOF. A interessada cita a SOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 28 de 26 de Setembro de 2007 ASSUNTO: Regimes Aduaneiros EMENTA: Regime Especial de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado Recof. Somente as mercadorias de origem nacional remetidas às empresas autorizadas a operar o regime Recof poderão sair do estabelecimento do fornecedor nacional com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins. A venda de mercadorias de origem nacional à empresas que estão no regime Recof, com suspensão do IPI e das Contribuição para o PIS/Pasep e da cofins, não geram direito à manutenção dos créditos. E conclui que diante do equívoco no cômputo na base de cálculo das contribuições das vendas a Caterpillar com suspensão de PIS e COFINS, a Manifestante reconstituiu sua escrita suprimindo essas operações da base tributável, o que motivou a redução dos valores devidos na competência objeto dos presentes autos. Informa que retificou a Dacon e a DCTF do período e ainda que: Fl. 376DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 7 6 Por outro lado, a fim de complementar as informações e documentos anexados aos autos, que por si só comprovariam o direito sustentado, a Manifestante apresenta “Laudo Técnico Contábil”, assinado por profissional devidamente habilitado no Conselho Regional de Contabilidade – CRC/SP, contratado para fins de corroborar as questões trazidas à julgamento, que, além das informações constantes do seu corpo, contempla documentação anexa que permite essa conclusão, com o fito de exaustivamente comprovar a origem e procedência do direito creditório. Entende que os fornecedores de mercadorias às empresas habilitadas no RECOF não necessitam de cohabilitação no regime, uma vez que nessa hipótese os únicos beneficiados da operação são as adquirentes dos bens: A cohabilitação prevista pelos artigos 8º e seguintes, da IN RFB nº 757/2007, além de facultativa, permite aos fornecedores industriais das empresas habilitadas se beneficiarem conjuntamente dos benefícios do regime do RECOF, com a aquisição/importação de partes, peças e componentes necessários à produção dos bens que industrializar também com suspensão tributária prevista na legislação. (...) A interpretação contida no despacho decisório impugnado é deveras equivocada, uma vez ausente a imposição de cohabilitação em toda a legislação do RECOF para os casos de simples fornecimento às empresas habilitadas. Até porque, caso a legislação exigisse a cohabilitação de todos os fornecedores das empresas habilitadas, o RECOF não sairia do papel, uma vez que dificilmente as empresas de porte inferior que fornecem os bens contemplariam todos os requisitos impostos pelos artigos 4º e 5º, da IN RFB 757/2007. Argumenta que a falta de registro nas notas fiscais de saída dos produtos com suspensão das referidas contribuições, seria somente formalidade, confirase: Por sua vez, é sabido que também existe a exigência do artigo 28, do mesmo texto normativo, que indica as informações a serem imprimidas nas Notas Fiscais de saída dos fornecedores (“Saída com suspensão do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, para estabelecimento habilitado ao Recof ADE SRRF nº xxx, de xx/xx/xxxx"), as quais de fato não compuseram as notas emitidas pela Manifestante. Porém, consoante já sustentado nesta peça, a formalidade de informação em Nota Fiscal não pode se sobrepor ao direito material decorrente do RECOF, haja vista inequívoca comprovação de que a destinação das mercadorias objeto de análise foram à empresa devidamente habilitada no regime (Caterpillar), a qual é a efetiva destinatária da norma e não pode ser prejudicada por eventual lapso de informação na Nota Fiscal de compra. É certo, portanto, que eventual equívoco formal não deve prevalecer sobre a verdade material consubstanciada nos demais meios probatórios existentes no processo administrativo fiscal, sobretudo quando não há prejuízo a fazenda nacional. Cita jurisprudência administrativa na qual consta que demonstrados nos autos os erros nos procedimentos adotados pelo contribuinte, há que ser reapreciado o pleito desconsiderandose tais equívocos, haja vista inexistir prejuízo à fazenda nacional e conclui: Fl. 377DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 8 7 Nesse sentido, em que pese as Notas Fiscais emitidas à Caterpillar não terem feito menção à saída com suspensão de PIS e COFINS, restando comprovada a destinação das mercadorias no formato da legislação à empresa habilitada no RECOF, é de rigor seja admitido o lançamento da suspensão prevista na legislação, que, conforme parágrafo único, do artigo 27, da IN RFB 757/2007 se consuma automaticamente. Por fim, solicita: Preliminarmente: 1) Considerando todas as premissas adotadas, com convicção acerca da possibilidade de análise material do direito de restituição pleiteado pela Manifestante, ainda que sob outra roupagem ou mesmo sobre o formato de revisão da compensação que liquidou a maior o valor objeto do pedido, em como a busca pela verdade material e formalismo moderado, é de rigor seja admitida a aferição material do pleito realizado. No mérito: 1) Diante da inexistência de obrigatoriedade da Manifestante se cohabilitar no regime do RECOF para fornecimento à empresa habilitada, sem prejuízo da insofismável viabilidade de mitigação de erro formal no preenchimento das Notas Fiscais de saída, prestigiandose a verdade material, necessário se faz o reconhecimento do direito creditório sustentado, com o consequente deferimento da restituição pleiteada. Seguindo a marcha processual normal, irresignado com r. decisão proferida pela DRJ/Ribeirão Preto, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário repisando os argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade, requerendo total reforma do julgado. VOTO Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3201001.492, de 24/10/2018, proferida no processo 13888.721005/201497, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3201001.492): "O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. No caso em tela reclama o Contribuinte que efetuava venda de produtos para empresa Caterpillar Brasil, qual era detentora do RECOF. Que a Caterpillar como adquirente de produtos da Contribuinte, a saída dos produtos teria isenção tributária. Em caso idêntico, o assunto foi enfrentado por esse CARF no acórdão no. 3401001.275, com o seguinte fundamento: Fl. 378DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 9 8 "(...) observo que o fundamento inicial da não homologação da compensação realizada se lastreou em uma suposta utilização do direito creditório para “quitação” de outros tributos, de forma tal que não haveria saldo disponível para a compensação realizada. Na linha adotada pela decisão de primeira instância, o acolhimento da manifestação de inconformidade, em situações como estas, exigiria a demonstração cabal dos argumentos deduzidos, através de documentação hábil suficiente a amparálos. Todavia, entendo draconiano impor ao sujeito passivo a intuição de qual acervo probatório deveria dispor para atender suficientemente as expectativas do julgador administrativo. É inconteste que, tratandose de restituição de tributos, é do contribuinte o encargo de provar o direito vindicado, ex vi do art. 36 da Lei nº 9.784/99 e art. 373, I, do novo Código de Processo Civil, de tal sorte que deveria haver uma prova mínima das razões aventadas, não sendo suficiente a tal desiderato a mera juntada de declarações retificadoras, pois, como adrede exposto, não amparam direito à restituição de tributo pago indevidamente. No caso vertente, entretanto, constam dos elementos coligidos aos autos, ainda na manifestação de inconformidade, cópias das notas fiscais de venda à CATERPILLAR, empresa beneficiária do RECOF e, por conseqüência, com benefício da suspensão do PIS/Pasep e Cofins em suas aquisições no mercado interno, com discriminação dos documentos e a pretensa demonstração que essas faturas compuseram a base de cálculo daquelas exações. Como pontuado alhures, não é possível exigir que o sujeito passivo traga, de imediato, toda a documentação, que reputa o julgador necessária à demonstração do indébito, em um extremado exercício de predição. Nessa toada, à luz dos termos do despacho decisório eletrônico, parecialhe suficiente a justificativa da retificação, a demonstração dos cálculos e as notas fiscais respectivas, agregandose, após decisão de primeiro grau administrativo, o extrato do livro Registro de Saídas. Poderseia indagar acerca da preclusão temporal para coleção da prova documental complementar, à luz do art. 16 do Decreto nº 70.235/72, como fez a decisão recorrida, contudo, não se pode olvidar que o despacho decisório contestado é fruto de verificações automáticas de sistema, realizadas a partir de declarações prestadas pelo contribuinte, sem qualquer participação das autoridades administrativas, que sequer assinam o despacho decisório, pois validado por meio de chancela eletrônica. Não se deseja, aqui, ser refratário à modernidade ou às inovações tecnológicas, porém, não se pode perder de vista os princípios norteadores do processo administrativo fiscal, valendo registrar que esta Terceira Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem orientado sua jurisprudência no sentido que, em situações como a deste processo, onde há um robusto princípio de prova, formado não apenas por declarações ou debates eminentemente retóricos, deve o julgamento ser convertido em diligência para análise da procedência do direito postulado. (...) Com isso, adoto nos exatos termos como fundamento os argumentos exteriorizado pelo Conselheiro Robson José Bayerl, para converter o feito em diligência para a unidade preparadora realize: Fl. 379DF CARF MF Processo nº 13888.721023/201479 Resolução nº 3201001.528 S3C2T1 Fl. 10 9 Aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; Informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; Informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, Elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas. Após, vista ao contribuinte se manifestar pelo prazo de 30 (trinta) dias, retornando os autos a este Conselho." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu converter o julgamento em diligência para que a unidade de origem realize: a) aferição da procedência e quantificação do direito creditório indicado pelo contribuinte, empregado sob forma de compensação; b) informação se, de fato, o crédito foi utilizado para outra compensação, restituição ou forma diversa de extinção do crédito tributário, como registrado no despacho decisório; c) informação se o crédito apurado é suficiente para liquidar a compensação realizada; e, d) elaboração de relatório circunstanciado e conclusivo a respeito dos procedimentos realizados e conclusões alcançadas; e) após, vista ao contribuinte para se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias. Cumprida a diligência, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 380DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.900681/2012-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 03/07/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO.
Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção.
Numero da decisão: 3201-004.618
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 03/07/2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo.
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INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 06 81 /2 01 2- 86 Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10380.900681/201286 Acórdão n.º 3201004.618 S3C2T1 Fl. 178 2 Trata o presente processo de embargos de declaração opostos pela contribuinte, em face do Acórdão 3201003.714, prolatado por esta Turma na sessão de 24/05/2018. O acórdão embargado negou provimento ao recurso voluntário, cuja ementa foi assim redigida: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 03/07/2009 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. MATÉRIAS NÃO ALEGADAS. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. PRECLUSÃO. MOMENTO PROCESSUAL A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. Consideramse preclusas as alegações não submetidas ao julgamento de primeira instância, apresentadas somente na fase recursal. DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. DIREITO CREDITÓRIO A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posterior à emissão de despacho decisório, exige comprovação material a sustentar direito creditório alegado. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. Cientificada da decisão, o contribuinte interpôs embargos de declaração sustentando: 1. Inexatidão material n voto quanto à repetição de expressões e incorreções em seu texto; 2. Omissão quanto às razões de decidir pela não apresentação de prova do direito alegado; 3. Contradição no enfrentamento da preclusão probatória no processo administrativo fiscal. No despacho de admissibilidade, o Presidente da Turma entendeu que a omissão e a contradição não foram comprovados; ademais, os vícios alegados caracterizamse Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10380.900681/201286 Acórdão n.º 3201004.618 S3C2T1 Fl. 179 3 mero inconformismo do embargante, vez que expressamente enfrentado no acórdão embargado; assim, rejeitouos. Reconhecido, contudo, a inexatidão material consubstanciada nos erros de grafia no interior do voto, conforme demonstra: O erro material apontado pela Embargante procede, visto que há nos parágrafos destacados pela embargante um claro erro de digitação, conforme a seguir repisado: No caso dos autos, evidenciase que o recorrente não o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal2, o PAF e o CPC. (...)Destarte, mão é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação.(grifos não originis). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator Admitidos em parte os embargos, nos termos do relatado linhas acima, o processo foi a mim distribuído, o qual incluí em pauta de julgamento. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma. No art. 66 do RICARF há disposição quanto à possibilidade da correção das inexatidões materiais devido a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Erro material de escrita ou de cálculo é o engano ou inexatidão da decisão na manifestação da expressa ou transmissão de palavras, que se percebe pela simples leitura do texto em que se insere. Caracterizase pela contradição entre o real conteúdo dos autos e o que resultou da transmissão do ato decisório. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10380.900681/201286 Acórdão n.º 3201004.618 S3C2T1 Fl. 180 4 Confirmado o erro de escrita na digitação do texto do voto, é de se corrigilo, que na passa a ter o seguinte conteúdo: "(...) No caso dos autos, evidenciase que o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal, o PAF e o CPC. (...) Destarte, não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação." Assim, corrigido os erros de escrita no conteúdo do voto mantémse a decisão exarada no Acórdão nº 3201003.714 que negou provimento ao Recurso Voluntário Conclusão Por todo exposto, voto por acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, e corrigir os erros materiais no interior do voto. (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.662598/2012-62
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/06/2009
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
Somente são compensáveis os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública cujas liquidez e certeza sejam pelo interessado comprovadas.
Numero da decisão: 1003-000.315
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 30/06/2009 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. Somente são compensáveis os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública cujas liquidez e certeza sejam pelo interessado comprovadas.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
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REQUISITOS. Somente são compensáveis os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública cujas liquidez e certeza sejam pelo interessado comprovadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 66 25 98 /2 01 2- 62 Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10880.662598/201262 Acórdão n.º 1003000.315 S1C0T3 Fl. 78 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão de primeira instância (folhas 40/43) que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o despacho decisório à folha 07, que não homologou a compensação constante da DCOMP 33122.16012.181110.1.3.040735 (folhas 02/06), de crédito correspondente a pagamento indevido ou a maior, por ausência de crédito disponível no DARF informado. A recorrente, às folhas 45/51, faz menção ao acórdão recorrido e repete, ipsis litteris, os argumentos de sua impugnação, razão pela qual transcrevese aqui a síntese constante do relatório do acórdão a quo: O manifestante fez uma síntese dos fatos, tendo salientado que vinha acumulando créditos decorrentes da retenção dos 11% a título de “antecipação”, instituída pela Lei nº 9.711, de 1998, cuja constitucionalidade foi proclamada pela Corte Suprema. Assevera que, com a mudança da legislação, foi possível ao sujeito passivo compensar, indiretamente, o seu crédito referente aos tributos da União com o seu débito referente à contribuição previdenciária, cujo titular é o INSS, e créditos desta com tributos administrados pela Receita Federal. Como se sabe, voluntariamente, não seria possível ao sujeito passivo compensar a contribuição previdenciária retida na fonte, nem obter seu parcelamento. Porém, aqui se trata de compensação por iniciativa oficial. Faz menção à legislação pertinente ao assunto em pauta, além de citar entendimentos doutrinários e jurisprudência. Conclui o manifestante destacando a perfeita condição fática e jurídica que permite a compensação de contribuições previdenciárias com os demais débitos tributários administrados pela Receita Federal. Ao final, requer seja "recebida o presente Recurso Voluntário, julgandoo procedente e homologando a compensação, procedendo a devida manutenção dos créditos requeridos nos processos de ressarcimento com o débitos já informados". É o relatório. Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10880.662598/201262 Acórdão n.º 1003000.315 S1C0T3 Fl. 79 3 Voto Conselheiro Sérgio Abelson, Relator Na ausência de qualquer informação no processo acerca da data de ciência do acórdão a quo e da apresentação do Recurso Voluntário (envelope de postagem à folha 74 sequer faz menção ao processo), considero, em benefício da contribuinte, ser este tempestivo, portanto dele conheço. Tendo a contribuinte repetido seus argumentos da impugnação, sem apresentar qualquer comprovação de suas alegações, resta, ao concordar com as razões de decidir do acórdão de piso, transcrevêlas no que se considera relevante e adotandoas no presente voto: Segundo o disposto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, o sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. Por outro lado, conforme disposto no art. 36 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, da mesma forma como incumbe ao autor o ônus da prova quanto ao fato constitutivo de seu direito, de acordo com o disposto no inciso I do art. 333 do Código de Processo Civil. Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que, se a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) resistir à pretensão do interessado, indeferindo o pedido ou não homologando a compensação, incumbirá a ele – o contribuinte – , na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Levandose em conta que o crédito oferecido à compensação deve ser líquido e certo (art. 170 do CTN), concluise que deve a RFB não homologar a compensação se ficar configurada a falta de certeza e liquidez, notadamente com base em informações prestadas pelo próprio contribuinte em declarações ou demonstrativos por ele entregues. Esse entendimento aplicase também à restituição. Se o Darf indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10880.662598/201262 Acórdão n.º 1003000.315 S1C0T3 Fl. 80 4 RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. Assim, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Se não o fizer, o motivo do indeferimento permanece. No caso, o recorrente não comprova erro que possa alterar o fundamento do despacho decisório. A apuração de IRPJ é consolidada na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). O valor apurado na declaração, apresentada antes da ciência do Despacho Decisório, não evidencia a existência de pagamento indevido ou a maior no valor postulado pelo contribuinte. Também a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) entregue antes do referido despacho não confirma o valor do crédito pretendido. Nesse ponto, cabe assinalar que a simples menção à existência de supostos créditos “relativos à retenção de 11% do INSS” (sic), não é suficiente para comprovar erro nas informações prestadas na DIPJ e DCTF pertinentes à apuração do IRPJ relativo ao período de apuração de 30/06/2009, de forma a evidenciar a existência de pagamento indevido ou a maior e atestar a certeza e liquidez do crédito. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Fl. 80DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.010266/2007-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/2002
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DECADÊNCIA.
O prazo decadencial para a constituição de exigência previdenciária decorrente de descumprimento de obrigação acessória inicia sua contagem a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
PENALIDADE. LEI NOVA.
Nos casos não definitivamente julgados, aplica-se a fato pretérito a lei que comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática da infração.
Numero da decisão: 2201-004.808
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama,, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo
Nome do relator: CARLOS ALBERTO DO AMARAL AZEREDO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/2002 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para a constituição de exigência previdenciária decorrente de descumprimento de obrigação acessória inicia sua contagem a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. PENALIDADE. LEI NOVA. Nos casos não definitivamente julgados, aplica-se a fato pretérito a lei que comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática da infração.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama,, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1508; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 146 1 145 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.010266/200715 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.808 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 05 de dezembro de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS Recorrente COBRATEC SEGURANÇA INTEGRADA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/2002 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DECADÊNCIA. O prazo decadencial para a constituição de exigência previdenciária decorrente de descumprimento de obrigação acessória inicia sua contagem a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. PENALIDADE. LEI NOVA. Nos casos não definitivamente julgados, aplicase a fato pretérito a lei que comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da prática da infração. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama,, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 01 02 66 /2 00 7- 15 Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 147 2 O presente processo trata do Auto de Infração por descumprimento de obrigação acessória, NFLD 37.071.8763, fl. 2, por ter o contribuinte apresentado a Guia de Recolhimentos do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias ocorridas nas competências de 01/1999 a 03/2002, conforme previsto no Inciso V do art. 32, e parágrafo 5º da Lei 8.212/91. As informações não declaradas em GFIP foram apuradas nos seguintes levantamentos, os quais resultaram na emissão da Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos. DEBCAD 37.071.8780, objeto do processo administrativo fiscal nº 10580.010263/200781. ALI ALIMENTAÇÃO, referente à parcela in natura recebida sob a forma de utilidade alimentação, fornecida pela empresa, não inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), motivo pelo qual os valores relativos a estas despesas foram considerados salários de contribuição, de acordo com o art. 28, parágrafo 9°, a1ínea“c”, da Lei 8.212/91. CON CONTABILIDADE, referente às remunerações pagas aos contribuintes individuais, levantadas através dos Livros Contábeis, a título de prólabore e prestação de serviços de pessoa física, bem como remunerações pagas aos segurados empregados referentes à gratificação; FL1 Desconto de segurados não declarado em GFIP; FOL DIFERENÇA FOLHA DE PAGAMENTO, remunerações pagas aos segurados empregados através de folhas complementares e diferenças apuradas não declaradas em GFIP; RES RESCISÃO NÃO DECLARADA NA GFIP, rescisões trabalhistas pagas a segurados empregados não declaradas em GFIP. Ciente do lançamento em 28 de julho de 2007, conforme AR de fl. 46, inconformado, o contribuinte formalizou a impugnação de fl. 52 e ss, lastreada nas seguintes questões: II DA PRELIMINAR AUSÊNCIA DE CLAREZA DA NFLD SUPRESSÃO DO DIREITO À AMPLA DEFESA E AO CONTRADITÓRIO.(...) fl. 53 “Portanto, informações generalizadas e imprecisas, ausência da descrição pormenorizada da forma de calcular a atualização monetária, os juros de mora, e, ainda, a ausência de definição da natureza da dívida, por si só, já implicam em NULIDADE do lançamento fiscal realizado”, fl. 57. III DO MÉRITO A) DA DECADÊNCIA .(...) fl. 58 Considerando que a lavratura desta autuação só se deu em julho de 2007, e que o prazo decadencial iniciase com a ocorrência do fato gerador, É INQUESTIONÁVEL A DECADÊNCIA DE Fl. 147DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 148 3 TODO O PERÍODO LAVRADO 01/1999 a 03/2003 , PELO QUE FULMINADAS DE TOTAL IMPROCEDÊNCIA”, fl. 63. B) DA IMPROCEDÊNCIA DA BASE DE CÁLCULO CONSIDERADA NA FISCALIZAÇÃO NA NFLD REFLEXA 37.071.8780. (FL. 63) B.1) DA IMPOSSIBILIDADE DE INCIDÊNCIA DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS SOBRE O AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO QUANDO HÁ DESCONTO EM FOLHA.(fl. 63) É que o referido auxílio prestado pela Impugnante se dá mediante o desconto em folha de pagamento, o que afasta a incidência das contribuições previdenciárias, consoante reiterada jurisprudência...”(...), fl. 95 Assim sendo, resta evidente que o auxílio prestado pela Impugnante não pode ser considerado como saláriode contribuição e, via de conseqüência, não pode ser base de cálculo de contribuições sociais. fl. 102. B.2) DA CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. fl. 71 Ocorre que a exigência da contribuição sobre autônomos denota falta de qualquer suporte de juridicidade. Com efeito, após a edição da Lei 8.212/91 e posteriormente da Lei n° 9.528/97, as empresas em geral passaram a ser obrigadas a recolher 20% (vinte por cento) sobre o total dos valores pagos a qualquer título, aos segurados empregados, que lhe prestem serviços, inclusive em virtude da Lei Complementar n° 84/96, obrigadas a recolher 15% (quinze por cento) sobre o total dos valores pagos a trabalhadores autônomos. Tais dispositivos além de majorarem a alíquota aplicável criaram também um novo campo de incidência tributária, qual seja, a exação ora questionada. Todavia, incabível é tal exigência, por alguns motivos básicos e igualmente relevantes. A começar pelo fato dessa Contribuição ter sido criada para custear a chamada Seguridade Social, sendo, porém deteminado no art. 195, inciso I, da Constituição Federal, que a seguridade seria financiada através de contribuições dos empregadores incidentes sobre a folha de salário, o faturamento e o lucro. Óbvio, portanto, que os pagamentos efetivados aos autônomos não têm natureza salarial, posto que não se lhes pode atribuir vínculo de emprego, 0 que, em qualquer hipótese, estaria vedada a dupla incidência de gravame, conforme se depreende do disposto no art. 154, da Constituição Federal. B.3) SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO SAT, fl 72. (...) O inciso II do art. 22, da Lei n° 8.212/91, deixou de conceituar elementos essenciais para que a cobrança da Contribuição fosse possível, tais como: o que se deve entender por “atividade preponderante” e “risco de acidente do trabalho Fl. 148DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 149 4 leve”, “médio” ou “grave”, tendo o Poder Executivo editado o Decreto n° 612/92, que, nos parágrafos do seu art. 26, conceituou tais elementos.(...), Em suma, a legalidade tributária não se conforma com a mera autorização da lei para a cobrança de tributos, requerse que a própria lei defina todos os aspectos pertinentes ao fato gerador necessários à quantificação do tributo devido em cada situação concreta que venha a espelhar a situação hipotética descrita na 1ei, fl. 74" É, portanto, ilegal e inconstitucional a exigência da contribuição ao SAT da Impugnante, razão pela qual deve ser julgada improcedente o lançamento feito sobre esta rubrica, fl. 75. B.4) DA INCORREÇÃO NAS ALÍQUOTAS APLICADAS ÀS CONTRIBUIÇÕES PARA TERCEIROS, fl. 75 (...)somente poderiam ser imputados os valores referentes às rubricas:Salárioeducação a 2,5%, INCRA a 0,2% e SEBRAE a 0,6%, totalizando uma alíquota de 3,3% sobre a folha de salários, fl. 78. A Impugnante não exerce atividade comercial, mas sim presta serviços de natureza eminentemente civil, razão pela qual devem ser afastadas da alíquota os 2,5% referentes ao SESC e ao SENAC. É, destarte, o que desde já se requer, fl. 78. B.5) COBRANÇA DE MULTA COM CARÁTER CONFISCATÓRIO: AFRONTA ÀS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS. fl. 78 No presente caso, inobstante a absoluta improcedência da autuação imposta à Impugnante, vale a advertência de que está sendo aplicada multa em valor nitidamente confiscatório, em afronta direta as garantias constitucionais do cidadão contribuinte; configurandose, com esta atuação, típica violação aos direitos mais básicos assegurados pela Constituição Federal. Na análise da impugnação, a 7ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador/BA considerou procedente o lançamento, exarando o Acórdão 1515.595, de 17 de março de 2008, fl. 91 a 110. Ciente do Acórdão da DRJ em 11 de agosto de 2008, AR de fl. 112, ainda inconformado, o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fl. 114 e ss, em 10 de setembro de 2008, no qual discorre sobre as razões que, no seu entendimento, justificariam a reforma da decisão de 1ª instância. Tais razões foram detalhadamente expostas nos seguintes tópicos do Recurso, sendo, basicamente, a reafirmação dos mesmos tópicos já tratados na impugnação: A) Decadência das competências lançadas; B) Da improcedência da base de cálculo considerada na fiscalização na nfld reflexa 37.071.8780.: Fl. 149DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 150 5 B1) Da dispensabilidade da inscrição no PAT; B2) Da Contribuição Patronal; B3) Seguro Acidente do Trabalho SAT; C) Cobrança de multa com caráter confiscatório: Afronta às garantias constitucionais. Em seus pedidos, pleiteia o reconhecimento da decadência para o período fiscalizado e a total improcedência da NFLD em tela. Requer, ainda, caso não aceitas as alegações de mérito suscitadas, a revisão da multa aplicada. É o relatório necessário. Voto Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Relator Em razão de ser tempestivo e por preencher demais condições de admissibilidade, conheço do presente Recurso Voluntário. Inicialmente, importante destacar que o presente processo foi distribuído a este Relator no mês de julho de 2016, sendo despachado, no mesmo mês, com vistas à reunião de outras demandas originárias do mesmo procedimento fiscal. A demora na vinculação requerida, resultou no julgamento de processos em datas diversas, em razão da expiração do prazo regimental para conclusão da análise daqueles processos que já se encontravam sob a responsabilidade deste Relator. O presente retornou para análise em 17 de outubro de 2018. DA DECADÊNCIA DAS COMPETÊNCIAS LANÇADAS. Quanto ao tema, assim restou ementada a decisão recorrida, fl. 91/92: DECADÊNCIA. O direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus créditos somente extinguese após 10 (dez) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído, conforme art. 45 da Lei n° 8.212/91. Sobre o amparo legal da decisão recorrida no que se refere à decadência, o Supremo Tribunal Federal STF declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/91, editando a Súmula Vinculante n° 08, nos seguintes termos: Súmula Vinculante n° 08: “São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Fl. 150DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 151 6 Assim, resta evidente a inaplicabilidade do art. 45 da lei 8.212/91 para amparar o direito da fazenda pública em constituir o crédito tributário mediante lançamento, o que equivale a assentar que, como os demais tributos, as contribuições previdenciárias sujeitamse aos artigos 150, § 4º, e 173 da Lei 5.172/66 (CTN), cujo teor merece destaque: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (...) Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Grifouse Para a aplicação da contagem do prazo decadencial, este Conselho adota o entendimento do STJ, no Recurso Especial nº 973.733/SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, e, portando, de observância obrigatória neste julgamento administrativo. Assim, o prazo decadencial inicia sua fluência com a ocorrência do fato gerador nos casos de lançamento por homologação, quando há antecipação do pagamento, conforme artigo 150, § 4º do CTN. Por outro lado, contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, inciso I do art. 173 do CTN, nos demais casos, configurando esta a regra e aquela a exceção. No presente caso, estamos diante de um lançamento por descumprimento de obrigação acessória, assim, a regra aplicável para contagem do prazo decadencial é a disposta no inciso I do art. 173 do CTN. Desta forma, considerando a periodicidade mensal da entrega da GFIP, bem assim que a ciência do lançamento ocorreu em 28 de julho de 2007, evidenciase que a decadência suscitada pela recorrente alcança todos os débitos relativos a períodos de apuração até novembro de 2001, inclusive, remanescendo hígidos os posteriores. Não obstante, cumpre destacar que a presente autuação tem lastro nos artigos da Lei nº 8.212/1991, com as alterações da Lei n° 9.528, de 1997, que previam as penalidades por descumprimento de obrigações principais e acessórias, nos seguintes: “Art. 32. A empresa é também obrigada a:(...) IV informar mensalmente ao Instituto Nacional do Seguro SocialINSS, por intermédio de documento a ser definido em Fl. 151DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 152 7 regulamento, dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciárias e outras informações de interesse do INSS. (...) §5º. § 5º A apresentação do documento com dados não correspondentes aos fatos geradores sujeitará o infrator à pena administrativa correspondente à multa de cem por cento do valor devido relativo à contribuição não declarada, limitada aos valores previstos no parágrafo anterior (...) Art. 35. Para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º e abril de 1997, sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (...) II. para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) doze por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) quinze por cento, após o 15º dia do recebimento da notificação; c)vinte por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social – CRP; d) vinte e cinco por cento, após o 15º dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa.” Assim, no caso em apreço, considerandose que houve aplicação de multas pelo descumprimento de obrigações principais e acessórias, no contexto de lançamento de ofício, o entendimento deste Conselho é no sentido de que, embora a antiga redação dos artigos 32 e 35 da Lei nº 8.212, de 1991, não contivesse a expressão “lançamento de ofício”, o fato de as penalidades serem exigidas por meio de Auto de Infração e NFLD não deixa dúvidas acerca da natureza material de multas de ofício. Resta perquirir, portanto, se as alterações posteriores à autuação, implementadas pela Lei nº 11.941, de 2009, representariam a exigência de penalidade mais benéfica ao Contribuinte, hipótese que autorizaria a sua aplicação retroativa, a teor do art. 106, II, do CTN. A própria IN RFB nº 971/2009 estabelece: Art. 476A. No caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos: http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/anexoOutros. action?idArquivoBinario=0(Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1027, de 22 de abril de 2010) I até 30 de novembro de 2008, deverá ser aplicada a penalidade mais benéfica conforme disposto na alínea "c" do Fl. 152DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 153 8 inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), cuja análise será realizada pela comparação entre os seguintes valores: a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos moldes do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009, e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de 2009; e b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. As alterações promovidas pela Lei nº 11.941, de 2009, nos artigos 32 e 35, da Lei nº 8.212, de 1991, no sentido de uniformizar os procedimentos de constituição e exigência dos créditos tributários, previdenciários e não previdenciários, são as seguintes: “Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da contribuição previdenciária e outras informações de interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS; (...) § 2o A declaração de que trata o inciso IV do caput deste artigo constitui instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário, e suas informações comporão a base de dados para fins de cálculo e concessão dos benefícios previdenciários. (...) Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. (...) Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, Fl. 153DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 154 9 nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. E o art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, por sua vez, assim estabelece: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (grifouse) Assim, para fins de aplicação da retroatividade benigna, devese cotejar os débitos tratados no presente processo que não tenham sido alcançados pela decadência (a partir de dezembro de 2001) com a penalidade que seria devida nos termos do art. 44 da lei 9.430/96, ou seja, 75% aplicado sobre o imposto suplementar apurado. Ocorre que o tributo lançado a título de obrigação principal foi objeto da emissão da Notificação Fiscal de Lançamento de Débitos, DEBCAD 37.071.8780, controlada pelo processo administrativo fiscal nº 10580.010263/200781, no qual esta mesma Turma de Julgamento, no Acórdão nº 2201.003.448, de 09 de fevereiro de 2017, por unanimidade de votos, acompanhou as conclusões deste mesmo Relator para considerar fulminados pela decadência todos o débitos contidos na citada NFLD. Desta forma, a comparação que se apresenta é entre os débitos tratados no presente processo que não tenham sido alcançados pela decadência com o que seria devido pela aplicação da alíquota 75% sobre o imposto suplementar definitivamente constituído no DEBCAD 37.071.8780 (R$ 0,00). Portanto, é evidente que, neste caso, a legislação mais benéfica é aquela instituída pela Lei 11.941/2009, da qual resulta a exoneração integral dos débitos ainda hígidos no presente processo, razão pela qual, deixo de avançar na análise dos demais temas tratados no recurso para dar provimento integral ao recurso voluntário. Conclusão: Por tudo que consta nos autos, bem assim nas razões e fundamentos legais acima expostos, dou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10580.010266/200715 Acórdão n.º 2201004.808 S2C2T1 Fl. 155 10 Fl. 155DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11070.000758/2004-72
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 28 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2003 a 31/12/2003
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE. RECURSO REPETITIVO DO STJ. SÚMULA 494/STJ.
Resta sedimentado o entendimento pela possibilidade de crédito presumido de IPI instituído pela Lei nº 9.363/96 em relação aos produtos intermediários, matérias-primas e material de embalagem adquiridos de pessoa física, sendo inviável a restrição feita com base na Instrução Normativa SRF nº 23/1997 e subsequentes, já que a lei não faz tal restrição. Aplicação do entendimento exarado no Recurso Especial nº 993.164/MG, sob a sistemática dos recursos repetitivos do STJ, bem como entendimento sumulado, também do STJ, no verbete do enunciado nº 494. Aplicação do §2º ao artigo 62 do RICARF
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. SOJA IN NATURA ADQUIRIDA E EXPORTADA SEM INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE
O artigo 1º da Lei nº 9.363/1996, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI à empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais, não vincula o cálculo do crédito presumido à efetiva tributação pelo IPI na entrada ou na saída, podendo, inclusive, ser o produto industrializado classificado na TIPI como "NT" pelo IPI. No entanto, o que a Lei nº 9.363/1996 exige é que o produto exportado seja industrializado, produzido no mercado interno. A soja adquirida e exportada in natura, sem passar por processo de industrialização, não se insere no contexto deste crédito presumido.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC.
É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco (Súmula nº 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art. 24 da Lei nº 11.457/2007), nos termos do REsp 1.138.206/RS.
Numero da decisão: 3301-005.547
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para: i) reverter as glosas de créditos decorrentes das aquisições de insumos de pessoas físicas no mercado interno; ii) reconhecer o direito de correção pela SELIC dos créditos presumidos a que fizer jus o contribuinte, a partir do fim do prazo de que dispõe a administração tributária para apreciar o pedido, que é de 360 dias a contar da formalização do mesmo.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2003 a 31/12/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÃO DE PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE. RECURSO REPETITIVO DO STJ. SÚMULA 494/STJ. Resta sedimentado o entendimento pela possibilidade de crédito presumido de IPI instituído pela Lei nº 9.363/96 em relação aos produtos intermediários, matérias-primas e material de embalagem adquiridos de pessoa física, sendo inviável a restrição feita com base na Instrução Normativa SRF nº 23/1997 e subsequentes, já que a lei não faz tal restrição. Aplicação do entendimento exarado no Recurso Especial nº 993.164/MG, sob a sistemática dos recursos repetitivos do STJ, bem como entendimento sumulado, também do STJ, no verbete do enunciado nº 494. Aplicação do §2º ao artigo 62 do RICARF CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. SOJA IN NATURA ADQUIRIDA E EXPORTADA SEM INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE O artigo 1º da Lei nº 9.363/1996, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI à empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais, não vincula o cálculo do crédito presumido à efetiva tributação pelo IPI na entrada ou na saída, podendo, inclusive, ser o produto industrializado classificado na TIPI como "NT" pelo IPI. No entanto, o que a Lei nº 9.363/1996 exige é que o produto exportado seja industrializado, produzido no mercado interno. A soja adquirida e exportada in natura, sem passar por processo de industrialização, não se insere no contexto deste crédito presumido. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco (Súmula nº 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art. 24 da Lei nº 11.457/2007), nos termos do REsp 1.138.206/RS.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para: i) reverter as glosas de créditos decorrentes das aquisições de insumos de pessoas físicas no mercado interno; ii) reconhecer o direito de correção pela SELIC dos créditos presumidos a que fizer jus o contribuinte, a partir do fim do prazo de que dispõe a administração tributária para apreciar o pedido, que é de 360 dias a contar da formalização do mesmo. WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
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AQUISIÇÃO DE PESSOAS FÍSICAS. POSSIBILIDADE. RECURSO REPETITIVO DO STJ. SÚMULA 494/STJ. Resta sedimentado o entendimento pela possibilidade de crédito presumido de IPI instituído pela Lei nº 9.363/96 em relação aos produtos intermediários, matériasprimas e material de embalagem adquiridos de pessoa física, sendo inviável a restrição feita com base na Instrução Normativa SRF nº 23/1997 e subsequentes, já que a lei não faz tal restrição. Aplicação do entendimento exarado no Recurso Especial nº 993.164/MG, sob a sistemática dos recursos repetitivos do STJ, bem como entendimento sumulado, também do STJ, no verbete do enunciado nº 494. Aplicação do §2º ao artigo 62 do RICARF CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. SOJA IN NATURA ADQUIRIDA E EXPORTADA SEM INDUSTRIALIZAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE O artigo 1º da Lei nº 9.363/1996, ao instituir o benefício do crédito presumido de IPI à empresa produtora e exportadora de “mercadorias nacionais”, não vincula o cálculo do crédito presumido à efetiva tributação pelo IPI na entrada ou na saída, podendo, inclusive, ser o produto industrializado classificado na TIPI como "NT" pelo IPI. No entanto, o que a Lei nº 9.363/1996 exige é que o produto exportado seja industrializado, produzido no mercado interno. A soja adquirida e exportada in natura, sem passar por processo de industrialização, não se insere no contexto deste crédito presumido. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDÊNCIA DA TAXA SELIC. É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco (Súmula nº 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 07 58 /2 00 4- 72 Fl. 395DF CARF MF 2 o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art. 24 da Lei nº 11.457/2007), nos termos do REsp 1.138.206/RS. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para: i) reverter as glosas de créditos decorrentes das aquisições de insumos de pessoas físicas no mercado interno; ii) reconhecer o direito de correção pela SELIC dos créditos presumidos a que fizer jus o contribuinte, a partir do fim do prazo de que dispõe a administração tributária para apreciar o pedido, que é de 360 dias a contar da formalização do mesmo. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Marcos Roberto da Silva (Suplente Convocado), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório O presente processo trata de Pedidos de Ressarcimento transmitidos eletronicamente em 08/03/2004 (fls. 0438), bem como Declarações de Compensação — DCOMP (fls. 4152) apresentadas pela contribuinte, onde procurou utilizar saldo credor decorrente de crédito presumido de Imposto sobre Produtos Industrializados — IPl decorrentes de exportações, acumulado no ano de 2003, para compensar com débitos próprios relativos a tributos e/ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Os créditos pleiteados referemse ao 2º trimestre/2003, 3º trimestre/2003 e 4º trimestre/2003, totalizando um montante de crédito presumido apurado nos termos da Lei nº 9.363/1996 na monta de R$ 915.884,51. Conforme termo de verificação fiscal de fls. 277280, foi realizado procedimento de fiscalização para apuração e confirmação dos créditos pleiteados. Após os levantamentos, conferências e ajustes que se tornaram necessárias, a fiscalização concluiu pela existência equívocos na apuração dos créditos presumidos. Em consequência, do valor total dos pedidos de R$ 915,884,51 (novecentos e quinze mil, oitocentos e oitenta e quatro reais e cinquenta e um) foi glosada a importância de R$ 751.526,19 (setecentos e cinquenta e um mil, quinhentos e vinte e seis reais e dezenove centavos), sendo, portanto, considerado procedente o valor de R$ 164,358,32 (cento e sessenta e quatro mil, trezentos e cinquenta e oito reais e trinta e dois centavos), conforme Demonstrativos de Apuração do Crédito Presumido do IPI, em fls. 265276. O fundamento para as glosas dos créditos são, em breve síntese: Fl. 396DF CARF MF Processo nº 11070.000758/200472 Acórdão n.º 3301005.547 S3C3T1 Fl. 396 3 1. a indevida inclusão do valor de R$ 130.315.195,33 na base de cálculo para apuração dos créditos decorrentes de compra de soja de produtor rural pessoa física. A fiscalização entendeu que somente é possível incluir as despesas com compras de matéria prima, produtos intermediários e material de embalagem na base de cálculo do crédito presumido se estes encargos decorrem de aquisições de fornecedor pessoa jurídica, pois apenas neste caso houve a incidência das contribuições ao PIS e à COFINS, nos termos do art. 1º da Lei 9.363/1996 e das instruções normativas SRF nºs nos 23/1997, 36/1997, 103/1997, 86/1999 e 313/2003. 2. Ainda, das compras de soja adquiridas de pessoa jurídica, uma parte considerável não passou por processo de industrialização, sendo revendida ao exterior, não podendo também ser incluído na base de cálculo, pois não sofreu industrialização. Com isso, dos R$ 155.755.122,45 de despesas totais do período, R$ 130.315.195,33 corresponde à aquisições de pessoa física e o montante restante de R$ 25.439.927,12 correspondente à aquisição de insumos de pessoa jurídica, sendo que destes, R$ 19.827.758,75 também não podem fazer parte da base de cálculo dos créditos presumidos pois revendidos ao exterior sem sofrer nova industrialização. Assim, a base de cálculo passível de utilização para fins de apuração do crédito presumido é de R$ 5.612.168,37, por corresponder à despesa de aquisição de matéria prima, material de embalagem e produto intermediário de pessoa jurídica e que passou por processo de industrialização antes da exportação. Após o cálculo previsto em lei para encontrar o percentual relacionado com a receita bruta total e as receitas de exportação, a fiscalização apurou um crédito presumido de R$ 164,358,32. Conforme despacho decisório de fls. 285286, como o montante compensado apresentado nas DCOMPs correspondia a um valor de R$ 63.330,80, montante este inferior ao montante de crédito presumido admitido pela fiscalização, a compensação foi homologada e o montante excedente pôde ser objeto de ressarcimento: 7. Indefiro o Pedido de Ressarcimento no valor de. R$ 751.526,19 (setecentos e cinqüenta e um mil quinhentos e vinte e seis reais e dezenove centavos). 8. Reconheço o direito creditório, no valor originário de R$ 164.358,32 (cento e sessenta e quatro mil trezentos e cinqüenta e oito reais e trinta e dois centavos), correspondente ao saldo credor total do IPI dos trimestres 2°, 3° e 4° do ano de 2003, apurados em conformidade com o Termo de Notificação Fiscal de fls. 271/274, cientificado pela Fiscalização à interessada em 21/09/2006, do qual deverão ser descontadas as declarações de compensação da contribuinte, no valor de R$ 63.330,80, constantes do quadro 02, as quais expressamente homologo. 9. Adotemse os procedimentos cabíveis para ressarcimento e/ou compensação dos valores pleiteados pelo contribuinte, até o limite do crédito existente, na forma prevista pela Instrução Normativa SRF n° 600, de 2005, e suas alterações posteriores (...) (grifos do original) Fl. 397DF CARF MF 4 Notificada do despacho decisório, a contribuinte, ora Recorrente, apresentou manifestação de inconformidade (fls. 303312) para apresentar seu inconformismo em face do despacho decisório. Argumentou, em síntese: ofensa ao princípio da legalidade, tendo em vista que a Lei que concedeu o benefício não fez limitações sobre a pessoa do fornecedor, se pessoa física ou jurídica, tendo as instruções normativas extrapolado seu âmbito de competência; a fiscalização se equivoca no que tange a exclusão de aquisições de pessoas físicas, posto que excluiu da base de cálculo as referidas compras, uma vez que a desoneração é para toda a cadeia produtiva e não somente a última etapa; o art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.363/1996 determina a apuração do percentual das receitas de exportação em relação à receita operacional bruta do exportador. Esse percentual deve ser aplicado sobre o total das aquisições de matériasprimas, insumos e materiais de embalagem utilizados nos produtos exportados; sobre o valor resultante das aquisições, apurandose assim o montante correspondente ao crédito presumido de IPI; somente poderia ter sido excluído da base de cálculo as compras de matéria prima de pessoas físicas, se houvesse previsão legal, já que Instruções Normativas ou Portarias são normas complementares, não podendo alterar Lei Ordinária; quanto à acusação de que parte dos produtos adquiridos de pessoa jurídica foram apenas revendidos ao exterior, sendo também excluído da base de cálculo dos créditos, afirma que houve um beneficiamento do produto antes ser exportado; a soja é adquirida na forma bruta e passa por um processo de beneficiamento, onde são retirados todos os resíduos existentes nos grãos. Após, sofrem um processo de limpeza, secagem e escolha dos grãos de acordo com sua qualidade. Finalmente, separados os grãos, os mesmos são embalados (granel) e enviados ao exterior; beneficiamento é industrialização nos termos do art. 4º do RIPI, já que se trata de uma operação que aperfeiçoa, modifica ou altera a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto; além disso, também exporta farelo de soja e óleo degomado, ou seja, exportase a soja já industrializada; ao final requer direito ao ressarcimento (crédito presumido de IPI) decorrente das aquisições, no mercado interno, de insumos e matériasprimas, em sua integralidade, monetariamente e acrescido de juros (Selic). Em 25 de setembro de 2008 a 3a Turma da DRJ/POA proferiu o acórdão nº 1017.209 negando provimento à manifestação de inconformidade para manter integralmente as glosas efetuadas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2003 a 31/12/2003 O valor dos insumos adquiridos de pessoas físicas, não contribuintes do PIS/Pasep e da Cofins, não se computa no cálculo do crédito presumido. Fl. 398DF CARF MF Processo nº 11070.000758/200472 Acórdão n.º 3301005.547 S3C3T1 Fl. 397 5 Exportação de produto NT. Operação que resulta em produto não tributável não é considerada operação industrial, nos termos do Regulamento do IPI, não fazendo jus ao crédito presumido do IPI. Matéria não contestada, expressamente, tornase definitiva na esfera administrativa. É incabível, por falta de previsão legal, correção monetária ou atualização dos valores pela taxa SELIC, no ressarcimento do crédito presumido do IPI. Solicitação Indeferida Em relação à alegação de que instruções normativas teriam restringido benefícios ou estabelecido critérios inconstitucionais, afirmou que o julgador de primeira instância administrativa, nos termos da Portaria do Ministro da Fazenda n°. 58, de 17 de março de 2006, está vinculado aos entendimentos emanados dos atos normativos expedidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil em vigor; Quanto à exclusão dos valores de aquisição de soja de pessoas jurídicas, revendida para o exterior, afirmou que o benefício instituído pela Lei nº 9.363/1996 teve por objetivo ressarcir o PIS e COFINS incidentes nas aquisições de MP, PI e ME para utilização no mercado produtivo, assim, é necessário que o produto exportado tenha sido industrializado pela exportador e que se encontre dentro do campo de incidência do IPI; Como o produto exportado pelo requerente está classificado na TIPI na posição 1201.00.90 não tributada, NT, está fora do campo de incidência do IPI, não podendo ser considerado produto industrializado, devendo ser excluído do cálculo do crédito presumido do IPI; Notificada da decisão, a contribuinte apresentou, tempestivamente, seu Recurso Voluntário (fls. 350365), repisando os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade, mas reforçando os argumentos em relação aos produtos classificados como não tributável (NT), como se resume abaixo: conforme art. 3º e 4º do RIPI, qualquer operação, mesmo que incompleta, parcial ou intermediária, trará como resultado um produto industrializado, caracterizandose como industrialização qualquer operação que modifique a natureza, funcionamento, acabamento ou finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para o consumo; a soja exportada não é simplesmente revendida, pois passa por um processo industrial de beneficiamento e secagem dos grãos, sem falar no refinamento da soja, no caso do óleo degomado; também não procede os argumentos da r. decisão, pois, conforme consta dos autos, todas as aquisições de produtos in natura exportados no estado em que adquiridas já foram excluídas da base de cálculo do crédito presumido de IPI, nunca feito parte destes cálculos; a Lei 9.3633/1996, ademais, não restringiu o benefício aos produtores/exportadores contribuintes do IPI, tanto que permite o ressarcimento em moeda corrente caso não seja possível a dedução com o IPI. Indevida, portanto, a exclusão do Fl. 399DF CARF MF 6 incentivo fiscal feita pela r. decisão recorrida ao argumento de que é exportadora de produtos não tributados pelo IPI. É a síntese da causa. Voto Conselheiro Salvador Cândido Brandão Junior O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. A partir do relato adrede, a lide se limita na possibilidade de inclusão na base de cálculo do crédito presumido de IPI instituído pela Lei nº 9.363/1996 as despesas incorridas na aquisição de MP, ME, PI de pessoas físicas, bem como as despesas para aquisição de soja de pessoa jurídica e revendidos ao exterior sem passar por processo de industrialização. Dos insumos adquiridos de pessoa física Quanto à possibilidade de se incluir na base de cálculo do crédito presumido de IPI instituído pela Lei nº 9.363/1996 para as compras de matériaprima, material de embalagem e produtos intermediários realizadas de pessoas físicas, a Lei nº 10.276/2001, em seu art. 1º, § 1º, I, não faz restrição no sentido de que estes produtos só podem ser adquiridos de pessoas jurídica. Ademais, pela análise do crédito presumido de IPI instituído pela Lei nº 9.363/96, este assunto já foi analisado pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recurso proferido em sede de recursos repetitivos que consolidou a jurisprudência em prol do pleito dos contribuintes, afastando o entendimento restritivo: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO DO VALOR DO PIS/PASEP E DA COFINS. EMPRESAS PRODUTORAS E EXPORTADORAS DE MERCADORIAS NACIONAIS. LEI 9.363/96. INSTRUÇÃO NORMATIVA SRF 23/97. CONDICIONAMENTO DO INCENTIVO FISCAL AOS INSUMOS ADQUIRIDOS DE FORNECEDORES SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO PELO PIS E PELA COFINS. EXORBITÂNCIA DOS LIMITES IMPOSTOS PELA LEI ORDINÁRIA. SÚMULA VINCULANTE 10/STF. OBSERVÂNCIA. INSTRUÇÃO NORMATIVA (ATO NORMATIVO SECUNDÁRIO). CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. TAXA SELIC. APLICAÇÃO. VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC. INOCORRÊNCIA. 1. O crédito presumido de IPI, instituído pela Lei 9.363/96, não poderia ter sua aplicação restringida por força da Instrução Normativa SRF 23/97, ato normativo secundário, que não pode Fl. 400DF CARF MF Processo nº 11070.000758/200472 Acórdão n.º 3301005.547 S3C3T1 Fl. 398 7 inovar no ordenamento jurídico, subordinandose aos limites do texto legal. (...) 6. Com efeito, o § 2º do artigo 2º da Instrução Normativa SRF 23/97 restringiu a dedução do crédito presumido do IPI (instituído pela Lei 9.363/96), no que concerne às empresas produtoras e exportadoras de produtos oriundos de atividade rural, às aquisições, no mercado interno, efetuadas de pessoas jurídicas sujeitas às contribuições destinadas ao PIS/PASEP e à COFINS. 7. Como de sabença, a validade das instruções normativas (atos normativos secundários) pressupõe a estrita observância dos limites impostos pelos atos normativos primários a que se subordinam (leis, tratados, convenções internacionais, etc.), sendo certo que, se vierem a positivar em seu texto uma exegese que possa irromper a hierarquia normativa sobrejacente, viciar seão de ilegalidade e não de inconstitucionalidade (...). 8. Consequentemente, sobressai a “ilegalidade” da instrução normativa que extrapolou os limites impostos pela Lei 9.363/96, ao excluir, da base de cálculo do benefício do crédito presumido do IPI, as aquisições (relativamente aos produtos oriundos de atividade rural) de matériaprima e de insumos de fornecedores não sujeito à tributação pelo PIS/PASEP e pela COFINS (...). 9. É que: (i) “a COFINS e o PIS oneram em cascata o produto rural e, por isso, estão embutidos no valor do produto final adquirido pelo produtorexportador, mesmo não havendo incidência na sua última aquisição”; (ii) “o Decreto 2.367/98 Regulamento do IPI , posterior à Lei 9.363/96, não fez restrição às aquisições de produtos rurais”; e (iii) “a base de cálculo do ressarcimento é o valor total das aquisições dos insumos utilizados no processo produtivo (art. 2º), sem condicionantes” (REsp 586392/RN). (REsp 993.164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, unânime, julgado em 13/12/2010, DJe 17/12/2010) (grifei) Inclusive, o tema já se encontra sumulado naquela corte superior de justiça no verbete do enunciado nº 494: Súmula 494/STJ. O benefício fiscal do ressarcimento do crédito presumido do IPI relativo às exportações incide mesmo quando as matériasprimas ou os insumos sejam adquiridos de pessoa física ou jurídica não contribuinte do PIS/PASEP. Desta feita, o STJ decidiu que as Instruções Normativas que condicionam o crédito presumido previsto pela lei nº 9.363/1996 aos fornecedores sujeitos à tributação pelo PIS e pela COFINS o fazem em desacordo com o texto legal. Fl. 401DF CARF MF 8 Como consequência, em razão do disposto no §2º ao artigo 62 do RICARF, deve ser reproduzido o entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justiça, pela sistemática dos recursos repetitivos prevista no artigo 543C do CPC, no sentido de que os valores oriundos das aquisições de insumos de pessoas físicas ou cooperativas utilizados no processo produtivo de mercadorias a serem exportadas, devem ser incluídos na base de cálculo do crédito presumido do IPI. Dos produtos adquiridos de pessoa jurídica e revendido para o exterior Neste ponto, afirma a Recorrente que os produtos não foram simplesmente revendidos, passando por um processo industrial de beneficiamento para lavagem, separação e secagem dos grãos, bem como separação em embalagens, sendo este procedimento considerado industrialização nos termos do art. 4º do RIPI. O crédito presumido do IPI, para ressarcimento do valor do PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre as aquisições de insumos, é assegurado pela Lei nº 9.363/1996 e faz referência expressa em seu art. 3º, parágrafo único, à legislação do IPI para fins de definição dos conceitos de " produção, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem. Com efeito, a Lei nº 4.502/1964 traz a definição de "estabelecimento produtor"e industrialização no seu art. 3º, abaixo transcrito: Art . 3º Considerase estabelecimento produtor todo aquêle que industrializar produtos sujeitos ao impôsto. Parágrafo único. Para os efeitos dêste artigo, considerase industrialização qualquer operação de que resulte alteração da natureza, funcionamento, utilização, acabamento ou apresentação do produto (...) O que se entende por "produção" pode ser extraído do parágrafo único retro transcrito, em conjugação com o art. 4º do RIPI, segundo o qual esta operação de industrialização pode ser transformação, montagem, acondicionamento, beneficiamento ou recondicionamento. Assim, um produto que esteja classificado em posição da TIPI como NT não necessariamente não se trata de um produto industrializado, mas apenas que não será tributado pelo imposto. À título de exemplo, temos o biodiesel da posição 3826.00.00 Ex 01, onde consta NT para esta posição NCM, no entanto, não há como se negar que biodiesel é um produto industrializado. O crédito presumido de IPI foi uma forma encontrada pelo legislador para ressarcir o efeito cumulativo do PIS e da COFINS incidente sobre a cadeia produtiva cujo destino final fosse a exportação, prevendo também que, diante da impossibilidade de abater com débitos de IPI, este credito presumido poderia ser ressarcido em dinheiro nos termos do art. 4º da Lei nº 9.363/1996, justamente porque é um crédito presumido de IPI que decorre da tributação de PIS e COFINS cumulativo. Não se trata, portanto, de crédito presumido de IPI inserido no contexto da não cumulatividade do IPI, mas sim como forma de ressarcir o PIS e COFINS incidente nas fases anteriores da cadeia produtiva. Desta feita, pode haver produto industrializado não tributado pelo IPI no qual as despesas com matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem utilizados para sua produção são passíveis de inclusão na base de cálculo do crédito presumido. Assim, ao contrário do que entendeu a r. decisão recorrida no presente caso, a lei não faz qualquer Fl. 402DF CARF MF Processo nº 11070.000758/200472 Acórdão n.º 3301005.547 S3C3T1 Fl. 399 9 exigência de tributação pelo IPI para o gozo do crédito, sendo certo que basta que sejam adquiridos matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem (nos termos da legislação do IPI) para a produção de mercadorias nacionais a ser exportada (tributadas ou não pelo IPI). Ainda, mesmo que o produto seja apenas revendido ao exterior pelo produtor/exportador, sem realizar nova etapa de industrialização sobre um produto já industrializado, isto é, uma aquisição de produto industrializado para revenda ao exterior, a receita de exportação obtida nestas operações devem ser incluídas nos valores de receitas de exportação para fins de apuração do crédito presumido. Neste sentido, a Câmara Superior de Recursos fiscais já se manifestou no Acórdão 9303.006.036, de relatoria do Conselheiro Demes Brito, julgado em 30/11/2017, assim ementado: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS PELO PRODUTOR EXPORTADOR. COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. RECEITA OPERACIONAL BRUTA. No cálculo do crédito presumido de IPI, de que tratam a Lei nº 9.363/96 e a Portaria MF nº 38/97, as receitas de exportação de produtos não industrializados pelo contribuinte, incluemse na composição tanto da Receita de Exportação RE, quanto da Receita Operacional Bruta ROB. Ou seja, incluemse nos dois lados do coeficiente de exportação, no numerador e no denominador. No mesmo sentido, o acórdão 9303006.960, de relatoria do conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, em sessão de 13 de junho de 2018: IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. PRODUTOS NÃO INDUSTRIALIZADOS PELO PRODUTOR EXPORTADOR. COEFICIENTE DE EXPORTAÇÃO. RECEITA DE EXPORTAÇÃO. No cálculo do crédito presumido de IPI (Lei nº 9.363/96), as receitas de exportação de produtos não industrializados pelo contribuinte incluemse na composição da Receita de Exportação (RE) e na Receita Operacional Bruta. In casu, a acusação é de compra de soja in natura de pessoa jurídica e sua revenda ao exterior no estado em que adquirido. Afirma a Recorrente que a soja é adquirida em sua forma bruta, mas antes da exportação passa por um beneficiamento, sofrendo, portanto, uma industrialização, porém, não trouxe aos autos nenhum elemento de prova para subsidiar sua alegação, nem mesmo nota fiscal de exportação ou classificação do produto exportado, um parecer sobre seu processo produtivo, nem mesmo um detalhamento técnico deste processo produtivo. Ao contrário, o que consta dos autos são as planilhas de fls. 113 relacionando as receitas de exportação no ano de 2003 em que consta a descrição de exportação de "SOJA", sem nenhuma outra especificação, o que corrobora o argumento da fiscalização de que se trata da soja em grãos. Consta também exportação de farelo e óleo bruto, estes sim produtos industrializados. Fl. 403DF CARF MF 10 Dessa forma, a Lei nº 9.363/96, contém dispositivos que conduzem à interpretação de que o direito ao crédito presumido tem como pressuposto que o produto exportado tenha sido industrializado na forma estabelecida pela legislação do IPI, embora não exista a exigência de que este produto esteja dentro do campo de incidência desse imposto. A finalidade do incentivo é o ressarcimento de PIS e COFINS incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Como a acusação fiscal, neste ponto, reside na assertiva de que o produto exportado é a soja adquirida de pessoa jurídica sem a realização de nenhuma industrialização, não podendo esta despesa fazer parte da base de cálculo dos encargos incorridos pra fins de crédito presumido, e como não consta dos autos que esta soja passou pelo beneficiamento de secagem e ensacamento afirmado pela Recorrente, é de se negar provimento ao recurso neste ponto, não se incluindo estas despesas nos cálculos dos créditos. Da correção monetária e dos juros SELIC O STJ já se posicionou no sentido de ser devida a correção pela Selic quando há oposição ao creditamento decorrente de resistência ilegítima do fisco, nos termos da súmula 411 e do REsp. 1.138.206/RS. É o teor da Súmula n° 411 do STJ: É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposição ao seu aproveitamento decorrente de resistência ilegítima do Fisco. O próprio recurso repetitivo transcrito acima, que tratou da possibilidade de crédito presumidos sobre as aquisições de pessoa física, também asseverou a possibilidade de correção monetária e aplicação dos juros SELIC, verbis: 12. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito de IPI (decorrente da aplicação do princípio constitucional da não cumulatividade), descaracteriza referido crédito como escritural (assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil), exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Aplicação analógica do precedente da Primeira Seção submetido ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 1035847/RS, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 24.06.2009, DJe 03.08.2009). 13. A Tabela Única aprovada pela Primeira Seção (que agrega o Manual de Cálculos da Justiça Federal e a jurisprudência do STJ) autoriza a aplicação da Taxa SELIC (a partir de janeiro de 1996) na correção monetária dos créditos extemporaneamente aproveitados por óbice do Fisco (REsp 1150188/SP, Rel. Ministra Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado em 20.04.2010, DJe 03.05.2010). 14. Outrossim, a apontada ofensa ao artigo 535, do CPC, não restou configurada, uma vez que o acórdão recorrido pronunciouse de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Salientese, ademais, que o magistrado não está obrigado a rebater, um a um, os argumentos trazidos pela parte, Fl. 404DF CARF MF Processo nº 11070.000758/200472 Acórdão n.º 3301005.547 S3C3T1 Fl. 400 11 desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão, como de fato ocorreu na hipótese dos autos. 15. Recurso especial da empresa provido para reconhecer a incidência de correção monetária e a aplicação da Taxa Selic. (REsp 993.164/MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, unânime, julgado em 13/12/2010, DJe 17/12/2010) O STJ fixou entendimento, também em sede de recurso repetitivo, no REsp 1.138.206 RS (Rel. Ministro Luiz Fux, DJ 01/09/2010), no sentido de que a duração razoável do processo administrativo é de 360 dias, determinado a aplicabilidade do art. 24 da Lei nº 11.457/07 aos processos em curso: TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL FEDERAL. PEDIDO ADMINISTRATIVO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO PARA DECISÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. APLICAÇÃO DA LEI 9.784/99. IMPOSSIBILIDADE. NORMA GERAL. LEI DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DECRETO 70.235/72. ART. 24 DA LEI 11.457/07. NORMA DE NATUREZA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC NÃO CONFIGURADA. (...) 5. A Lei n.° 11.457/07, com o escopo de suprir a lacuna legislativa existente, em seu art. 24, preceituou a obrigatoriedade de ser proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo dos pedidos, litteris: " Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte." 6. Deveras, ostentando o referido dispositivo legal natureza processual fiscal, há de ser aplicado imediatamente aos pedidos, defesas ou recursos administrativos pendentes. Em recente precedente, a 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais acatou a jurisprudência do STJ para admitir o direito à correção pela SELIC, dos créditos presumidos de IPI a partir do fim do prazo de que dispõe a administração para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias contados da apresentação do pedido: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2003 a 30/09/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. INCIDEN̂CIA DA TAXA SELIC. Fl. 405DF CARF MF 12 É devida a correção monetária ao creditamento do IPI quando há oposicã̧o ao seu aproveitamento decorrente de resisten̂cia ilegítima do Fisco (Súmula no 411/STJ). Em tais casos, a correção monetária, pela taxa SELIC, deve ser contada a partir do fim do prazo de que dispõe a administracã̧o para apreciar o pedido do contribuinte, que é de 360 dias (art.24 da Lei no11.457/07), nos termos do REsp 1.138.206/RS. (Acórdão 9303006.466. Relator: Charles Mayer de Castro Souza) Nesse sentido, é possível a aplicação da correção do crédito presumido de IPI nos termos do precedente entabulado pela CSRF no voto acima citado. Por fim, ressaltese que a incidência da Taxa Selic se dá apenas sobre os créditos glosados no Despacho Decisório na origem, que têm seu reconhecimento nesta oportunidade. Isso porque, foram esses créditos que sofreram oposição ilegítima por parte do Fisco. Diante do exposto, voto por dar parcial provimento ao recurso voluntário para: i) reverter as glosas de créditos decorrentes das aquisições de insumos de pessoas físicas no mercado interno; ii) reconhecer o direito de correção pela SELIC dos créditos presumidos a que fizer jus o contribuinte, a partir do fim do prazo de que dispõe a administração tributária para apreciar o pedido, que é de 360 dias a contar da formalização do mesmo. Salvador Cândido Brandão Junior Relator Fl. 406DF CARF MF
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Numero do processo: 19679.006034/2004-03
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/1996 a 31/03/1996
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. DIREITO AO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA.
O direito a compensação demanda a comprovação do crédito pelo interessado. Alegações desprovidas de provas documentais resultam insuficientes para o deferimento do ato declarado.
PROCESSO ADMINISTRATIVO. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA SE PRONUNCIAR QUANTO À INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA LEGAL. SUMULA Nº 02 DO CARF.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO SISTEMA ELETRÔNICO. APRESENTAÇÃO APÓS 29/09/2003. INADMISSIBILIDADE.
Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considera-se não formulado o pedido de restituição e a declaração de compensação apresentada em formulário impresso após 29/09/2003.
Numero da decisão: 3401-005.732
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Cássio Schappo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lazaro Antônio Souza Soares, Tiago Guerra Machado, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes.
Nome do relator: CASSIO SCHAPPO
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DIREITO AO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA. O direito a compensação demanda a comprovação do crédito pelo interessado. Alegações desprovidas de provas documentais resultam insuficientes para o deferimento do ato declarado. PROCESSO ADMINISTRATIVO. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA SE PRONUNCIAR QUANTO À INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMA LEGAL. SUMULA Nº 02 DO CARF. “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária”. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO SISTEMA ELETRÔNICO. APRESENTAÇÃO APÓS 29/09/2003. INADMISSIBILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição e a declaração de compensação apresentada em formulário impresso após 29/09/2003. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 67 9. 00 60 34 /2 00 4- 03 Fl. 240DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lazaro Antônio Souza Soares, Tiago Guerra Machado, Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Cássio Schappo, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Ausente, justificadamente, a conselheira Mara Cristina Sifuentes. Relatório Versam os autos sobre Declaração de Compensação em formulário papel (e fls.2), de débitos de PIS e COFINS do Período de Apuração 30/04/2004 no valor total de R$ 58.000,00 com utilização de crédito de PIS do período de apuração 30/03/1996, no valor acumulado de R$ 15.042.998,59 através do pedido de restituição/ressarcimento nº 38257.78992.290703.1.2.042657. A DERAT São Paulo em apreciação ao pleito da contribuinte proferiu Despacho Decisório (efls.17), considerando não formulado o pedido de ressarcimento ou de restituição e não declarada a compensação, por ter sido apresentado o pedido em formulário papel (art.4º da IN SRF 360/2003), quando deveria atender o disposto nos artigos 2º e 3º da mesma IN (PER/DCOMP 1.1), pedido eletrônico. A interessada ingressou com impugnação (efls. 22) requerendo a anulação do Despacho Decisório e suspenção da exigência, conforme art. 151, inciso I do CTN, até o julgamento do Pedido de Restituição – Processo nº 38257.78992.290703.1.2.042657 (Per/Dcomp 1.0). Na data de 30/08/2004 a Contribuinte protocolizou Recurso Administrativo (efls. 50), contra o Ato Administrativo do Agente Fazendário de acordo com o art. 3º da IN 360/03 e artigos 73 e 74 da Lei 9.430/96. A 6ª Turma da DRJ/SPI emitiu Despacho s/nº na data de 08/08/2007 (e fls.57), com a seguinte conclusão: “Portanto, de acordo com os dispositivos citados, verificase que não pertence à esfera de competência das DRJ o julgamento de recurso do sujeito passivo contra apreciações dos inspetores e dos Delegados da Secretaria da Receita Federal do Brasil no que pertine a declarações de compensações consideradas como sendo ‘NÃO DECLARADAS’”. A contribuinte foi intimada a tomar ciência do Despacho s/nº proferido pela DRJ/SPI (efls.59), juntamente com carta de cobrança nº 993/2008 do débito compensado, resultando em Manifestação de Inconformidade (efls.62), com preliminar de nulidade do r. despacho decisório e reconhecimento da compensação realizada. Protesta pela juntada de PER/DCOMP retificadora e eventualmente, também, de novos documentos em atenção ao princípio da verdade material. Veio aos autos decisão liminar em Mandado de Segurança da 21ª Vara Federal Cível de São Paulo, Autos nº 2008.61.00.0167289 (efls.86) e encaminhado o presente processo a DRJ/SECPJ/SPI para providências (efls.96). Como houve agravo ao Tribunal, a 6ª Turma da DRJ/SPI solicitou a DRF de origem que anexasse cópia da inicial e das decisões Fl. 241DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 4 3 judiciais concernentes ao caso (efls.105/107), o que foi atendido, com transcrição da sentença dos embargos nos seguintes termos (efls.118/119): Conheço dos embargos interpostos, pois são tempestivos. De fato, verifico que o pedido inicial referese apenas ao Processo Administrativo n° 19679.006034/200403. Diante de todo o exposto, ACOLHO OS EMBARGOS e passo a reescrever o dispositivo nos seguintes termos: "Diante do exposto, concedo a segurança para determinar à autoridade impetrada que receba, conheça e analise a "Manifestação de Inconformidade" apresentada pela impetrante nos autos do Processo Administrativo n° 19679.006034/200403; atribua a tal "recurso" o efeito suspensivo da exigibilidade do crédito tributário, nos termos do artigo 151, inciso III do Código Tributário Nacional”. Estando os autos novamente em poder da 6ª Turma da DRJ/SPI, esta se pronunciou por nova diligência (efls.149/150), argumentando: Conforme o Despacho Decisório de fl. 15/17, a compensação apresentada ao Fisco pela Contribuinte foi considerada não declarada pela Autoridade tributária da Delegacia da Receita Federal de origem pelo fato da Declaração de Compensação ter sido entregue em papel ao invés de ser encaminhada eletronicamente. Alega a interessada que “não seria possível efetuar as Declarações de Compensação pelo Per/dcomp 1.1, por se tratar de pedido formulado anteriormente ao mesmo" (fl. 49). Alega também que “Por se tratar de Restituição e Compensação, relativos a pagamentos indevidos ou a maior, há mais de cinco anos, o programa Per/dcomp 1.1 não abre “campo” para efetuar a Declaração de Compensação" (fl. 50), cabendo, no caso, “a utilização de formulário aprovado pelo art. 44 da IN 210/02” (fl. 50). O fulcro da questão reside, então, na possibilidade ou impossibilidade do envio eletrônico da Declaração de Compensação. Sendo assim, proponho o envio dos autos à “DITEC" da DERAT/SÃO PAULO para que informe, com a devida fundamentação, se seria possível ou não o envio por via eletrônica da Declaração de Compensação em questão neste processo. Em resposta a diligência a Divisão de Tecnologia e Segurança da Informação da DERAT/SP, assim se manifestou (efls.153): Em atendimento ao despacho de fls. 146 a 147, informamos que não era possível preencher pagamento com data de arrecadação anterior a 5 anos da data de criação do documento no programa Perd/Comp 1.1. O Perd/Comp 1.1 permitia a elaboração da Declaração de Compensação de crédito recolhido (apurado) há mais de 5 anos, mas que já tivesse sido objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento formalizado perante a SRF antes do transcurso do prazo prescricional do direito creditório, desde que o referido pedido Fl. 242DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 5 4 estivesse pendente de decisão administrativa à data da transmissão da Declaração de Compensação (fl.148). Não havendo mais nenhuma providência a ser tomada por esta Divisão de Tecnologia e Segurança da Informação, proponho o retorno deste para a SECOJ/DRJ/SP (01111930) para prosseguimento. A 6ª Turma da DRJ/SPI proferiu então decisão através do Acórdão nº 16 22.105 em sessão de 08/07/2009, que traz a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1999 PROVIMENTO JUDICIAL. Cabe à Turma Julgadora diante de provimento judicial que determinou o processamento do recurso do contribuinte como manifestação de inconformidade, com suspensão pronunciarse sobre o referido recurso apresentado contra decisão que considerou não declarada a compensação. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO OU DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FORMULÁRIO IMPRESSO. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO NO SISTEMA ELETRÔNICO. APRESENTAÇÃO APÓS 29/09/2003. INADMISSIEILIDADE. Sem que haja impedimento de utilização do sistema eletrônico, considerase não formulado o pedido de restituição e a declaração de compensação apresentada em formulário impresso após 29/09/2003. Solicitação Indeferida Colhese ainda da decisão de piso, que a competência das Turmas Julgadoras está voltada para a apreciação de manifestação de inconformidade contra o não reconhecimento de direito creditório e a não homologação de compensação, conforme previsto nos artigos 212 e 213 do Regimento Interno da RFB. No presente caso cabe o exame da questão envolvendo a entrega da declaração de compensação em papel e não sobre os demais assuntos envolvidos no presente processo. Ao examinar o caso observa que, o contribuinte que busca efetuar a compensação administrativa deve seguir as normas reguladoras da matéria, que cuidaram de estabelecer certos procedimentos de controle. Ao disciplinar a restituição e a compensação de quantias recolhidas ao Tesouro Nacional a título de tributos ou contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, com base na Lei nº 10.637/2002, foram publicadas a IN da SRF nº 210, de 30 de setembro de 2002, posteriormente a IN SRF nº 320/2003, além de outras que as sucederam. Da parte final da decisão de primeiro grau faço a transcrição para manterse fiel as razões e fundamentos que levaram ao indeferimento da compensação declarada: Nessa conformidade, o pedido de restituição e a compensação declarada ao Fisco em virtude de ter efetuado o sujeito passivo eventual pagamento a maior ou indevido de algum tributo ou Fl. 243DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 6 5 contribuição federal por ela administrado, só podem ser efetuados pelos meios estabelecidos nos diplomas que regem a matéria. Não se admite, pois, em nenhuma hipótese, a formalização de pleitos de restituição ou de declarações de compensação em qualquer outro meio diverso do estabelecido sob pena de ser o pedido de restituição considerado não formulado e a compensação não declarada. Cumpre mencionar, ainda, que incumbe ao julgador das Turmas das Delegacias da Receita Federal de Julgamento (agora Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento), nos termos do art. 7° da Portaria MF n° 58, de 17 de março de 2006, observar as normas legais e regulamentares, bem como o entendimento da Secretaria da Receita Federal (agora Secretaria da Receita Federal do Brasil) expresso em atos normativos tributários. Reparese: "Art. 7° O julgador deve observar o disposto no art. 116, III, da Lei nº 8.112, de 1990, bem assim o entendimento da SRF expresso em atos normativos”. No caso concreto ora em exame, a Contribuinte, como já relatado, não encaminhou eletronicamente a sua “Declaração de Compensação” em 2004, alegando que a ocorrência de pagamentos indevidos ou a maior há mais de cinco anos inviabilizou o envio eletrônico do documento. Todavia, o Pedido de Restituição ao qual foi vinculado a Declaração de Compensação de fl. 1 indica como data de arrecadação do suposto pagamento indevido o dia 12.02.1999 (fl. 6). Tendo em conta que o aludido Pedido de Restituição foi enviado eletronicamente em 29/07/2003 (fl. 5, bem como fl. 1 do processo administrativo 10880.909119/200639 com cópia em fl. 151), fica claro que sua apresentação se deu dentro do prazo de 5 anos, contados de 12.02.1999. Como a “Declaração de Compensação” de fl. 1 foi vinculada ao citado e então pendente de decisão Pedido de Restituição, então a mesma não poderia ter afrontado o prazo em questão. A propósito, o Pedido de Restituição nem sequer havia sido decidido quando a Declaração de Compensação foi apresentada e o programa PER/DCOMÍP inclusive “permitia a elaboração da Declaração de Compensação de crédito recolhido (apurado) há mais de 5 anos, mas que já tivesse sido objeto de pedido de restituição ou ressarcimento formalizado perante a SRF antes do transcurso do prazo prescricional do direito creditório, desde que o referido pedido estivesse pendente de decisão administrativa à data da transmissão da Declaração de Compensação (fl. 148)” (fl. 150). Nesse sentido, como o Pedido de Restituição 38257.78992.290703.1.2.042657 foi alvo de despacho decisório em 29.09.2008 (fls. 65/70 do processo administrativo 10880.909119/200639 com cópia em fls. 152/157 do presente processo), até então o mesmo estava pendente de decisão e não Fl. 244DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 7 6 constituía obstáculo à entrega eletrônica de Declaração de Compensação a ele vinculada. E nem se imagine, repitase, que haveria pagamentos indevidos ou a maior efetuados há mais de cinco capazes de inviabilizar o envio eletrônico da Declaração de Compensação. Isto porque, como patenteado, o Pedido de Restituição ao qual foi vinculado a Declaração de Compensação de fl. l indica como data de arrecadação do suposto pagamento indevido o dia 12.02.1999 (fl. 6). Enfim, o Pedido de Restituição que foi apresentado perante o Fisco, representado pelo documento eletrônico 38257.78992.290703.1.2.04 2657, referese a suposto pagamento indevido ou a maior ocorrido em 12.02.1999, o que não poderia inviabilizar a entrega eletrônica da “Declaração de Compensação” em comento. Por todos os fundamentos expostos, VOTO no sentido de negar provimento ao recurso contra o Despacho Decisório de fls. 15/17. O sujeito passivo ingressou tempestivamente com recurso voluntário (e fls.179) contra a decisão de primeiro grau, abordando os seguintes fatos e argumentos: 1. Que efetuou a compensação de valores indevidamente recolhidos a titulo de Contribuição ao PIS, com base na ausência de comando normativo que obrigasse os contribuintes ao recolhimento desta contribuição no período de março/96 a janeiro/99, diante da reedição fora do prazo da Medida Provisória n° 1212/95 até sua conversão na Lei n° 9715/98; 2. Tal crédito foi apurado, corrigido e aproveitado pela empresa, ora Recorrente através de declarações de compensações efetuadas mês a mês; 3. Que efetuou pedido de restituição através do Programa da Receita Federal PER/DCOMP 1.0 n° do documento 38257.78992.290703.1.2.042657 no valor de RS 15.042.998,59 (quinze milhões quarenta e dois mil novecentos e noventa e oito reais e cinquenta e nove centavos), valor este atualizado até 29/07/03; 4. Que, muito embora legítimo o crédito utilizado, tanto o pedido de restituição, como todas as declarações de compensação apresentadas, foram elaboradas e entregues à SRF contendo algumas incorreções, razão pela qual a Recorrente tentou apresentar posteriormente a competente Declaração Retificadora, por sua vez, não foram aceitas nem via internet, pelo site da Recita Federal, nem via papel, ante à negativa de recebimento pelos Agentes da Receita Federal; 5. Diz que a compensação praticada está amparada pelo art. 74 da Lei nº 9.430/96 e que a autoridade administrativa não pode criar restrições à compensação de tributos ou ampliar o rol taxativo fixado em lei; 6. Requer, por fim, que seja dado provimento ao presente recurso, considerando declarada e homologada a compensação efetuada com crédito indevidamente recolhido a título de PIS; Dandose prosseguimento ao feito o presente processo foi objeto de sorteio e distribuição à minha relatoria. É o relatório. Fl. 245DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 8 7 Voto Conselheiro Relator Cássio Schappo O recurso voluntário atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. O ponto central da controversa trazida pela recorrente se restringe a ausência de normativo legal para a exigência da contribuição ao PIS no período de março de 1996 a janeiro de 1999, por falha na sistemática de reedição da MP nº 1.212/95 até a sua conversão na Lei nº 9.715/98. Em pesquisa sobre a edição da MP nº 1.212 de 28/11/1995, temos que: “REEDITADA E REVOGADA PELA MPV 1.249, DE 14/12/1995 ; 1.286, DE 12/01/1996; 1.325, DE 09/02/1996; 1.365, DE 12/03/1996; 1.407, DE 11/04/1996; 1.447, DE 10/05/1996; 1.495, DE 07/06/1996; 1.4958, DE 09/07/1996; 1.4959, DE 08/08/1996; 1.49510, DE 05/09/1996; 1.49511, DE 02/10/1996; 1.49512, DE 31/10/1996; 1.49513, DE 29/11/1996; REVOGADA E REEDITADA PELA MPV 1.546, DE 18/12/1996; 1.54615, DE 16/01/1997; 1.54616, DE 13/02/1997; 1.54617, DE 13/03/1997; 1.54618, DE 11/04/1997; 1.54619, DE 09/05/1997; 1.54620, DE 10/06/1997; 1.54621, DE 10/07/1997; 1.54622, DE 07/08/1997; 1.54623, DE 04/09/1997; 1.54624, DE 02/10/1997; 1.546 25, DE 30/10/1997; 1.54626, DE 27/11/1997; REVOGADA E REEDITADA PELA MPV 1.62327, DE 12/12/1997; 1.62328, DE 13/01/1998; 1.62329, DE 12/02/1998; 1.62330, DE 13/03/1998; 1.62331, DE 09/04/1998; 1.62332, DE 12/05/1998; 1.62333, DE 10/06/1998; REVOGADA E REEDITADA PELA MPV 1.67634, DE 29/06/1998; 1.67635, DE 29/07/98; 1.67636, DE 27/08/1998; 1.67637, DE 25/09/1998; 1.67638, DE 26/10/1998 E CONVERTIDA NA LEI 9.715, DE 25/11/1998 D.O. DE 26/11/1998”. Conforme entendimento da recorrente teria ocorrido uma falha procedimental quando da publicação da MP nº 1.325, de 09/02/1996, publicada no Diário Oficial da União em 12/02/1996, ultrapassando o prazo de 30 (trinta) dias determinantes para reedição da MP nº 1.286, de 12/01/1996: “Contandose trinta dias de eficácia de 13/01/96 percebese que este prazo se expirou em 11/02/96 e, portanto, a reedição em 12/02/96 é invalida”. Esse assunto, envolvendo a inconstitucionalidade da Lei nº 9.715, de 25/11/1998, foi objeto de ação própria através da ADI 1417/DF e que serve de amparo para outros julgados, conforme se extrai dos EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 927.343 SÃO PAULO, julgado em 16/02/2016 pela Primeira Turma do STF, de relatoria do Min. Edson Fachin, cuja ementa encontrase vazada nos seguintes termos: EMBARGOS DECLARATÓRIOS EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. EFEITOS INFRINGENTES. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO RECEBIDOS COMO AGRAVO REGIMENTAL. DIREITO TRIBUTÁRIO. PIS/PASEP. MP 1.212/95 E REEDIÇÕES. VALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE. ADI 1417/DF. LEI 9.715/98. 1. O Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI 1417/DF, decidiu que a MP 1.212/95, reeditada dentro de seu prazo de vigência, produz efeitos desde a sua edição e reedições até transformarse em lei, não havendo que se falar em inconstitucionalidade da referida exação. Fl. 246DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 9 8 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que é constitucional a Lei 9.715/98, exceto quanto à expressão “aplicandose aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de outubro de 1995”. Assim sendo, não houve solução de continuidade normativa durante o processo legislativo. 3. Agravo regimental a que se nega provimento. Ainda, sobre a questão de inconstitucionalidade de norma legal, Lei nº 9.715/1998, vêse que o CARF não dispõe de competência para se pronunciar sobre o assunto, cuja matéria encontrase disposta na Súmula CARF nº 2: “o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Quanto ao segundo ponto abordado no Recurso Voluntário, da necessidade de suspensão da análise do presente processo administrativo até o deslinde final do Processo Administrativo nº 10880.909119/200639, a decisão de piso já havia apontado que o referido pedido de compensação não foi vinculado a nenhum Pedido de Restituição. Independentemente da observação feita pelo julgador de piso, em consulta ao processo mencionado (10880.909119/200639) junto ao CARF, o mesmo encontrase com Agravo em Recurso Especial. O julgamento do Recurso Voluntário se deu na data de 26/11/2013, através do Acórdão nº 3401002.434 que por unanimidade de votos foi negado provimento, com fundamentos sintetizados na ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1999 PEDIDO DE RESSARCIMENTO DO PIS. FALTA DE APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS EXIGIDOS PELA AUTORIDADE FISCAL. LEGÍTIMO INDEFERIMENTO DE CRÉDITO. É legítimo o indeferimento de crédito quando o contribuinte não apresenta os documentos exigidos pela autoridade fiscal, que comprovariam a existência de pagamento indevido ou a maior. PROCESSO ADMINISTRATIVO. INCOMPETÊNCIA DO CARF PARA SE PRONUNCIAR QUANTO À INCONSTITUCIONALIDADE DA NORMA LEGAL. O CARF não tem competência para se pronunciar a respeito da inconstitucionalidade da norma legal, conforme determinação expressa da Súmula nº 02 do CARF, a qual foi consolidada pelo CARF com a seguinte redação: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária”. Outro processo da Recorrente que trata do mesmo tema, Processo nº 10880.944083/200800, apenas alterando a data do fato gerador da contribuição ao PIS/PASEP, teve seu recurso apreciado e julgado pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara dessa 3ª Seção de Julgamento, acórdão nº 3301002.308, que também, por unanimidade de votos, Fl. 247DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 10 9 acordaram seus membros, em negar provimento ao recurso voluntário. Transcrevo a seguir a ementa do acórdão: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/1996 a 28/02/1999 FUNDAMENTO LEGAL. LEGISLAÇÃO. VIGÊNCIA Em face do disposto no Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), art. 62A, c/c a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) no REsp nº 1.136.210, reconhecese a legalidade da exigência do PIS, no período de março de 1996 a fevereiro de 1999, nos termos da MP nº 1.212, de 28/11/1995, e suas reedições, convertida na Lei nº 9.715, de 25/11/1998. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador, 31/10/2003 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). HOMOLOGAÇÃO. A homologação de compensação de débito fiscal, efetuada pelo próprio sujeito passivo, mediante transmissão de Declaração de Compensação (Dcomp), está condicionada à certeza e liquidez do crédito financeiro utilizado. Recurso Voluntário Negado. O destino do presente processo não tem como ser diferente dos demais processos da Recorrente que versam sobre a mesma matéria e contemplam as mesmas causas de pedir, tanto em sua manifestação de inconformidade quanto no Recurso Voluntário. Quanto a decisão de piso ter convalidado o despacho decisório que considerou a compensação não declarada, pelo fato do pedido de compensação ter sido feito em formulário papel, quando a legislação determinava que devesse ser através de formulário eletrônico conforme programa PER/DCOMP (Lei nº 10.637/2002, IN SRF nº 210/2002, IN SRF nº 320/2003, além de outras que as sucederam), a Recorrente nada de concreto trouxe em seu recurso e nenhuma prova juntou aos autos. Mantevese por todo o período que transitou o presente processo atrás de simples alegações de negativa de recebimento de declarações em formulário eletrônico pelos Agentes da Receita Federal do Brasil, tornando insubsistentes os argumentos de defesa para que seja alterado o resultado da decisão recorrida. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Cássio Schappo Fl. 248DF CARF MF Processo nº 19679.006034/200403 Acórdão n.º 3401005.732 S3C4T1 Fl. 11 10 Fl. 249DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.903444/2015-05
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Período de apuração: 01/04/2011 a 30/06/2011
DCTF. RETIFICAÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Comprovada que a retificação da DCTF encontra respaldo na contabilidade, há que se reconhecer o pagamento indevido ou a maior.
PROVA. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO.
Não tendo havido expressa manifestação no Despacho Decisório Eletrônico relativa à necessidade de retificação de DCTF, tampouco à comprovação desta retificação, considerando, ainda, o princípio da verdade material, é facultada ao Contribuinte a apresentação da referida prova por ocasião do Recurso Voluntário, fulcro no artigo 16, § 4º, alínea "c" do Decreto nº 70.235/72, uma vez que o fundamento da falta de comprovação veio à tona no acórdão da DRJ.
Numero da decisão: 1302-003.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Maria Lúcia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo e Gustavo Guimarães da Fonseca solicitaram a apresentação de declaração de voto. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13888.903415/2015-35, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
Como foram propostas 3 soluções distintas, foi observado o procedimento do art. 60 do Ricarf, sendo que, em primeira votação venceu a proposta de conversão em diligência, apresentada pela conselheira Maria Lúcia Miceli contra a de negar provimento ao recurso, vencidos nesta votação os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo e Gustavo Guimarães da Fonseca.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Período de apuração: 01/04/2011 a 30/06/2011 DCTF. RETIFICAÇÃO. COMPROVAÇÃO. Comprovada que a retificação da DCTF encontra respaldo na contabilidade, há que se reconhecer o pagamento indevido ou a maior. PROVA. MOMENTO DA APRESENTAÇÃO. Não tendo havido expressa manifestação no Despacho Decisório Eletrônico relativa à necessidade de retificação de DCTF, tampouco à comprovação desta retificação, considerando, ainda, o princípio da verdade material, é facultada ao Contribuinte a apresentação da referida prova por ocasião do Recurso Voluntário, fulcro no artigo 16, § 4º, alínea "c" do Decreto nº 70.235/72, uma vez que o fundamento da falta de comprovação veio à tona no acórdão da DRJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, vencidos os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo, Maria Lúcia Miceli e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo e Gustavo Guimarães da Fonseca solicitaram a apresentação de declaração de voto. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13888.903415/201535, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Como foram propostas 3 soluções distintas, foi observado o procedimento do art. 60 do Ricarf, sendo que, em primeira votação venceu a proposta de conversão em diligência, apresentada pela conselheira Maria Lúcia Miceli contra a de negar provimento ao recurso, vencidos nesta votação os conselheiros Paulo Henrique Silva Figueiredo e Gustavo Guimarães da Fonseca. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 34 44 /2 01 5- 05 Fl. 213DF CARF MF 2 (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório A Recorrente apresentou Declaração de Compensação utilizandose de crédito relativo a pagamento indevido ou a maior de Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) relativo ao 2º trimestre de 2011 para extinguir sob condição resolutória débitos próprios. Despacho Decisório (DD) eletrônico considerou inexistente o crédito, uma vez que o valor do DARF estava totalmente vinculado ao débito de IRPJ trimestral (código 2089) daquele período, não homologando a compensação pleiteada na DComp. Em sua manifestação de inconformidade, a Empresa diz que reconheceu, após a notificação do DD, o erro cometido pela contabilidade, uma vez que não retificou a DCTF de junho/2011, sendo que o valor da DCTF original não correspondia ao valor constatado e declarado em DIPJ, sendo este último o valor considerado correto. Assim retificou a DCTF e pediu o anulação do DD e a homologação da compensação requerida. A 4ª Turma da DRJ de Recife proferiu acórdão considerando improcedente a manifestação de inconformidade, nos seguintes termos: DCTF. ERRO DE PREENCHIMENTO. COMPROVAÇÃO VIA DIPJ. SEM FORÇA PROBATÓRIA. A DIPJ não é suficiente, por si só, para comprovar erro de fato no preenchimento da DCTF, sendo necessário trazer provas documentais outras suficientes, tais como livros fiscais e contábeis, e, conforme o caso, documentos fiscais, para que o julgador administrativo possa verificar se o tributo apurado naquela declaração corresponde ao montante escriturado. Em sede de recurso voluntário, a Empresa busca demonstrar seu direito creditório, acostando: a DCTF retificadora; o DARF com recolhimento a maior; a DIPJ 2012; Diário Geral de 2011; Razão Analítico contas "Prestação de Serviços" e "Vendas de Mercadorias"; balancete de verificação relativo a junho de 2011. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF Fl. 214DF CARF MF Processo nº 13888.903444/201505 Acórdão n.º 1302003.272 S1C3T2 Fl. 3 3 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1302003.239, de 22/11/2018, proferido no julgamento do Processo nº 13888.903415/2015 35, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1302003.239): "O Contribuinte foi cientificado do acórdão em 25 de julho de 2016, tendo apresentado o recurso em 12 de agosto de 2016, portanto, tempestivamente. A representação é regular, conforme instrumento de mandato. Conheço do recurso voluntário. Como sói acontecer estamos tratando de declaração de compensação por pagamento a maior sem que a Requerente tenha retificado a DCTF correspondente. Assim, nos batimentos do Sistema de Controle de Créditos (SCC) o valor é negado. Não consta do processo que a Empresa tenha sido intimada em momento anterior à emissão do DD, e há que se fazer registro que, caso a retificação apontada tivesse ocorrido, o despacho eletrônico de nãohomologação não teria sido expedido. Então, retificando posteriormente a citada declaração, a Recorrente requer, em manifestação de inconformidade, que a DRJ considere o erro e reconheça o valor corrigido de IRPJ, com base em sua DIPJ, o que não acontece por falta de comprovação lastreada em documentos e livros contábeis e fiscais. Estamos tratando de empresa administradora de bens, tributada pelo lucro presumido, com objeto de compra e venda de bens imóveis (fl. 11). Na receita do 2ª trimestre de 2011 consta parcela significativa de venda de bens imóveis (R$11.110.500,00) oferecida no percentual de presunção de 8% e outra parte relativa a prestação de serviços, embora não conste do seu objeto social (R$52.100,35), o que entendo não prejudicar seu direito, oferecida no percentual de 32% (fls. 199 e 201), esta última com pequena diferença de 50 reais a menor. Inicialmente, entendo que as provas apresentadas nesta oportunidade devem ser aceitas, ante uma escalada que começa pela determinação de que a DCTF teria que ser retificada (DD); com a apresentação da respectiva retificação, esta deixa de ser aceita por falta de provas (Acórdão DRJ); e, finalmente, sendo apresentadas as provas relativas à retificação, vem o processo à apreciação desta turma. A questão está centrada na retificação da DCTF: caso fosse feita antes do DD, nada do que está em análise teria ocorrido; como foi feita depois do DD, exigese prova de que a retificação está conforme a escrita contábil e fiscal. Fl. 215DF CARF MF 4 Então, entendo ser compreensível a apresentação em sede de manifestação de inconformidade apenas da DCTF retificadora, haja vista que a prova de sua correção é dedução, não é requerida expressamente, se não somente depois do acórdão recorrido. Noutras palavras, a fundamentação do indeferimento do pleito na falta de comprovação só veio a tona com o acórdão recorrido. Sem adentrar no questionamento sobre se a dedução referida seria exigível ou não, haja vista que ainda temos que considerar e sopesar, também, o princípio da verdade material, entendo que a aceitação, conforme apontei até agora, teria respaldo no artigo 16 § 4º alínea "c" do Decreto nº 70.235, de 1972. Conhecidas as provas juntadas pelo Recorrente, entendo que são suficientes para demonstrar a correção de seus cálculos e, consequentemente, da DCTF retificadora apresentada, fazendo jus ao direito creditório pleiteado, no valor original de R$3.578,12, conforme declaração de compensação ora em julgamento. Assim, a decisão deste processo, limitado que está à Declaração de Compensação, seria o provimento do recurso voluntário, com o reconhecimento do direito creditório requerido de R$3.578,12 e homologando a compensação requerida na DComp 09584.08284.290415.1.3.046505. Todavia, este processo é paradigma para os de nº 13888.903416/201580, 13888.903417/201524, 13888.903418/201579, 13888.903419/201513, 13888.903420/201548, 13888.903421/201592, 13888.903422/201537, 13888.903423/201581, 13888.903424/201526, 13888.903425/201571, 13888.903426/201515, 13888.903427/201560, 13888.903428/201512, 13888.903431/201528, 13888.903432/201572, 13888.903433/201517, 13888.903434/201561, 13888.903435/201514, 13888.903436/201551, 13888.903437/201503, 13888.903438/201540, 13888.903439/201594, 13888.903440/201519, 13888.903441/201563, 13888.903442/201516, 13888.903443/201552, 13888.903444/201505 e 13888.903445/201541, conforme previsto no artigo 47, § 1º do Anexo II do RICARF, abaixo transcrito: Art. 47. Os processos serão sorteados eletronicamente às Turmas e destas, também eletronicamente, para os conselheiros, organizados em lotes, formados, preferencialmente, por processos conexos, decorrentes ou reflexos, de mesma matéria ou concentração temática, observando se a competência e a tramitação prevista no art. 46. § 1º Quando houver multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, será formado lote de recursos repetitivos e, dentre esses, definido como paradigma o recurso mais representativo Fl. 216DF CARF MF Processo nº 13888.903444/201505 Acórdão n.º 1302003.272 S1C3T2 Fl. 4 5 da controvérsia. (Redação dada pela Portaria MF nº 153, de 2018) Assim, todos os processos citados tratam de declarações de compensação, tendo como crédito o pagamento a maior relativo ao 2º trimestre de 2011, lucro presumido, cuja análise se procedeu nestes autos. A Empresa comprova o valor total de crédito de R$51.260,05, que, na sistemática de repetitivos, limita o valor total a ser utilizado nos demais processos conjuntamente com este. Feitas estas considerações, dou provimento ao recurso voluntário, reconhecendo o direito creditório pleiteado na DComp, e homologando a compensação declarada até o limite do crédito reconhecido. É como voto. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, a despeito da posição deste relator no julgamento do recurso paradigma, impõese dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Declaração de Voto Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo Peço vênia para divergir da decisão do Relator, fundamentada na busca pela verdade material, um dos princípios que informam o processo administrativo fiscal. É que, conforme o art. 170 do CTN, a legislação que permite a compensação de créditos tributários exige a liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo. Assim, na hipótese de apresentação de Declaração de Compensação (DComp) por parte do sujeito passivo é ônus deste a demonstração de tais requisitos em relação ao seu direito creditório. Fl. 217DF CARF MF 6 No caso da análise eletrônica e automática como a que gerou o Despacho Decisório que não homologou a compensação de que tratam estes autos, a liquidez e certeza é aferida pela administração tributária, via de regra, pelo mero cruzamento das informações disponíveis em seu banco de dados, fornecidas seja pelo próprio sujeito passivo seja por terceiros. Incumbe, então, ao sujeito passivo a responsabilidade para que as informações por ele fornecidas à administração tributária sejam compatíveis com o direito creditório invocado. Nos presentes autos, a Recorrente apresentou a DComp compensando suposto direito creditório proveniente de pagamento indevido ou a maior, mas as informações confessadas por ela própria em sua DCTF demonstravam a inexistência do alegado direito. Por esta razão, a compensação não foi homologada pelo Despacho Decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Piracicaba/SP. Com a apresentação da Manifestação de Inconformidade, e instauração do contencioso administrativo, a análise da liquidez e certeza do direito creditório pleiteado passa a outro nível, sendo ônus do sujeito passivo comprovála cabalmente, por meio da adequada instrução documental. O art. 16, §§4º a 6º, do Decreto nº 70.235, de 1972, de aplicação ao presente processo, por força do art. 74, §11, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, dispõe acerca do momento para a apresentação das referidas provas: " Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Fl. 218DF CARF MF Processo nº 13888.903444/201505 Acórdão n.º 1302003.272 S1C3T2 Fl. 5 7 § 6º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pela autoridade julgadora de segunda instância. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)" (Destacouse) A Recorrente, como relatado, quando da apresentação da Manifestação de Inconformidade, limitouse a apresentar cópia da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) retificada para compatibilizar o valor do débito confessado ao informado na, também retificada, Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), e que alega ser o correto. Deste modo, deve ser considerada irretocável a decisão de primeira instância, para quem: "20. Então, atualmente a DIPJ não possui força probante, por si só, das informações prestadas na Dcomp. Portanto, para provar que a DCTF foi preenchida com erro e, por conseguinte, que a apuração contida na DIPJ representa a realidade fiscal do contribuinte, tornase necessário que o contribuinte traga aos autos provas documentais, tais como os livros contábeis e fiscais, na parte de interesse, e documentos fiscais, conforme o caso, de forma a permitir ao julgador administrativo verificar se o que foi declarado na DIPJ corresponde ao registrado na escrituração. 21. Frisese, adicionalmente, que, ainda que se desconsiderasse o caráter informativo da DIPJ e o caráter de confissão da DCTF, ainda assim seria necessária a comprovação documental (escrituração) do valor correto do IRPJ apurado haja vista a discrepância entre as informações constantes nessas duas declarações, ambas de lavra do contribuinte. 22. Como o interessado não trouxe aos autos qualquer outro documento que não a própria DIPJ, entendo que não comprovou o erro de fato no preenchimento da DCTF, sendo devido considerar a utilização integral do Darf para a liquidação do débito nela declarado." Os parcos elementos de prova juntados pelo sujeito passivo, de fato, não demonstram de modo algum que o novo valor de débito confessado na DCTF é o montante efetivamente devido, e não aquele confessado na primeira DCTF apresentada e informado na DIPJ original. Cabia ao sujeito passivo instruir a sua manifestação de inconformidade com todos os elementos necessários para a demonstração inconteste do seu suposto crédito. Era seu totalmente o ônus da prova. Não se desincumbindo de tal mister, operase a preclusão consumativa, sobre a qual Fredie Didier Jr (Curso de Direito Processual Civil, 18a ed, Salvador: Ed. Juspodium, 2016. Vol. 1, p. 432) assim leciona: "A preclusão consumativa consiste na perda de faculdade/poder processual, em razão de essa faculdade ou esse poder já ter sido Fl. 219DF CARF MF 8 exercido, pouco importa se bem ou mal. Já se praticou o ato processual pretendido, não sendo possível corrigilo, melhorálo ou repetilo. A consumação do exercício do poder o extingue. Perdese o poder pelo exercício dele." As questões que se põem, neste instante, são três: 1) as novas provas trazidas aos autos apenas com o Recurso Voluntário devem ser admitidas? 2) se admitidas, as novas provas são suficientes para comprovar a liquidez e certeza do crédito compensado? 3) se admitidas as provas e não sendo suficientes, há a necessidade de realização de alguma diligência para suprir eventual dúvida remanescente com estes novos elementos? Entendo que o limite temporal previsto no art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972, acima transcrito, não pode ser excepcionado a não ser nas hipóteses que se enquadrem nas suas alíneas. Não estou só neste posicionamento, cabendo citar a Professora Fabiana Del Padre Tomé (A prova no Direito Tributário. São Paulo: Noeses, 2011): "Em tais situações, e apenas nelas, autorizase a juntada de novos documentos até mesmo em instante posterior ao ato decisório de primeira instância, sendo apreciados pelo órgão julgador de segundo grau, caso seja interposto recurso. O direito de contraporse à exigência fiscal e de produzir provas dos seus argumentos é regrado pelo ordenamento, que, não admitindo a instabilidade das relações jurídicas, fixa termos dentro dos quais as atividades hão de ser realizadas. Assim ocorre com a instrução probatória. Pertinente é a crítica de James Marins à prática adotada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, consistente em apreciar provas em grau de recurso, independentemente do preenchimento dos pressupostos legais. O direito à produção probatória implica observância aos limites temporais à sua realização, além, é claro, do atendimento ao requisito de sua obtenção por meio lícito." Tratando acerca da possibilidade de flexibilização de tais regras, Maria Rita Ferragut (As provas e o Direito Tributário, 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 2016, pp. 6465) é categórica, mas prevê o que entende ser uma nova hipótese de exceção: "Entendemos que o limite temporal é inflexível. Tal inflexibilidade contempla, entretanto, o recebimento de provas após a impugnação, nas duas e somente duas, situações a seguir: (i) Se a prova não tiver sido juntada antes pelas razões previstas nas alíneas a,b e c do §4º acima. (ii) Pela impossibilidade de o sujeito passivo defenderse de forma plena, considerando a complexidade da autuação versus o tempo que lhe foi legalmente conferido para apresentação da defesa. Tratase, nessa medida, de comprovada impossibilidade material de se defender no prazo legal." No meu julgar, a hipótese veiculada pela doutrinadora, na verdade, já é albergada pela alínea "a" do §4º, na medida em que poderia ser entendido como um acontecimento inevitável e para o qual o sujeito passivo não concorreu ainda que culposamente, para contemplar os requisitos previstos por Maria Helena Diniz para a força maior (Código Civil Comentado, 3ª ed. São Paulo: Saraiva, 1997, pp. 747748). Fl. 220DF CARF MF Processo nº 13888.903444/201505 Acórdão n.º 1302003.272 S1C3T2 Fl. 6 9 De outra parte, para afastar a alegação de que o não acolhimento de documentos extemporâneos, na ausência de configuração das hipóteses de exceção previstas no texto legal, configuraria ofensa à ampla defesa, valhome da lição de Maria Teresa Martínez Lopes e Marcela Cheffer Bianchini (Aspectos polêmicos sobre o momento de apresentação da prova no processo administrativo fiscal federal in: A prova no processo tributário, São Paulo: Dialética, 2010, p. 48): "Devese observar que a justificativa apresentada para o entendimento que ocorre afronta ao princípio da ampla defesa quando não são apreciadas provas apresentadas após a impugnação é de índole constitucional e, portanto, para afastar a aplicabilidade do parágrafo 4º do artigo 16 do PAF, devese alegar sua inconstitucionalidade, mas é vedado por lei aos órgãos administrativos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade." No caso dos autos, não há alegação da Recorrente de qualquer motivo que a impediu de trazer aos autos as novas provas, nem ainda estas se referem a fato ou direito superveniente, de modo que se afastam das hipóteses das alíneas "a" e "b" do referido §4º. Apenas com muito "contorcionismo hermenêutico" se poderia entender que o caso se enquadra na alínea "c" do citado dispositivo. É que não é possível admitir que o sujeito passivo foi surpreendido com a insuficiência dos elementos de prova apresentados com a Manifestação de Inconformidade. Em que a comprovação de que apresentou uma DCTF retificadora, reduzindo o débito confessado; a comprovação de que o débito anteriormente confessado em DCTF tinha um valor superior; a comprovação de que o débito informado em DIPJ retificadora corresponde ao novo valor confessado; e a comprovação de que efetuou pagamento em montante equivalente ao débito inicialmente confessado poderia atestar a liquidez e certeza do crédito tributário invocado? É óbvio que seria necessário demonstrar com a escrituração contábil e fiscal, bem como com os elementos que a embasaram, que os valores que conduzem ao novo débito confessado tem suporte fático e não são mera criação do sujeito passivo, de modo a conferir ao crédito pleiteado a certeza e liquidez exigida pela legislação. Assim, entendo que não devem ser conhecidos os novos documentos apresentados, uma vez que a Manifestação de Inconformidade era o momento adequado para a comprovação do crédito tributário. Decidir em sentido diverso, ainda que visando à busca da verdade material significa contrariar a expressa disposição legal do art. 16, §4º, do Decreto nº 70.235, de 1972. Reconheço que há julgados, inclusive da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que adotam a chamada "formalidade moderada", para, com base no art. 38 da Lei nº 9.784, de 1999, bem como no critério da adequação entre meios e fins (previsto para o processo administrativo no art. 2º, inciso VI, daquela mesma norma), acatar a juntada de provas fora das regras prescritas no PAF. Fl. 221DF CARF MF 10 Com a devida vênia, entendo que tal corrente não observa que a própria disciplina trazida pelo Decreto nº 70.235, de 1972, já adota uma "formalidade moderada", quando prevê hipóteses razoáveis em que se pode mitigar o formalismo de se exigir que as provas sejam apresentadas no momento da Impugnação. Não há uma formalidade irrestrita ou exacerbada no dispositivo em questão, mas um regramento, adequado e necessário a meu ver, para o saudável funcionamento do processo administrativo, sem margens a chicanas, máfé processual ou indevida protelação. Válida mais uma vez a lição da Professora Professora Fabiana Del Padre Tomé (Op. cit.): "A doutrina costuma distinguir verdade material e verdade formal, definindo a primeira como a efetiva correspondência entre proposição e acontecimento, ao passo que a segunda seria uma verdade verificada no interior de determinado jogo, mas susceptível de destoar da ocorrência concreta, ou seja, da verdade real. Com base em tais argumentos, é comum identificar o processo administrativo tributário com a busca pela verdade material, e o processo judicial tributário com a realização da verdade formal. Nesse sentido posicionamse Alberto Xavier, Paulo Celso B. Bonilha e James Marins, dentro outros, considerando a busca pela verdade material um princípio de observância indeclinável da administração tributária, em oposição ao princípio da verdade formal que preside o processo civil e prioriza a formalidade processual probatória. Essa corrente doutrinária proclama o abandono da formalidade, na esfera administrativa, em prol da produção de prova e contraprova, para, com isso, alcançar a verdade material. Tal conclusão, entretanto, não procede. O que se consegue, em qualquer processo, é a verdade lógica, obtida em conformidade com as regras de cada sistema. Conquanto nos processos administrativos sejam dispensadas certas formalidades, isso não implica a possibilidade de serem apresentadas provas ou argumentos a qualquer instante, independentemente da espécie e forma. É imprescindível a observância do procedimento estabelecido em lei, ainda que esse rito dê certa margem de liberdade aos litigantes." Observase, portanto, que esta busca pela verdade material, bem como o atendimento ao citado critério da adequação entre meios e fins, não pode ser algo que passe ao largo dos procedimentos estabelecidos, e tolere que o administrado vá apresentando as provas "a contagotas", mesmo que em momento processual posterior ao adequado. Lembrese que o art 16, inciso III, do Decreto nº 70.235, de 1972, como acima destacado, impõe ao sujeito passivo a apresentação na Impugnação das "provas que possuir", sob pena, inclusive de representar a supressão da instância, com a consequente violação do devido processo legal, posto que a conduta do sujeito passivo subtrairia ao julgador de primeira instância a possibilidade de apreciar as provas juntadas em momento posterior, que seriam examinadas, exclusivamente, pelo julgador do CARF. Tal fato, inclusive, é constatado pela Recorrente, que apresenta pedido subsidiário para que os autos sejam baixados à autoridade julgadora a quo, para que esta possa se pronunciar sobre os novos elementos de prova. Fl. 222DF CARF MF Processo nº 13888.903444/201505 Acórdão n.º 1302003.272 S1C3T2 Fl. 7 11 Ora, se a regra processual foi originalmente prevista para os procedimentos de constituição do crédito tributário, quanto mais válida será para os procedimentos de restituição e compensação, em que o ônus de provar a existência do direito creditório recai exclusivamente sobre o sujeito passivo. Ressalvo, apenas para demonstrar a ausência de zelo do sujeito passivo na busca de comprovar o direito creditório que invoca, que, ainda que fossem acatados os novos documentos apresentados, nada trariam de prova inconteste do referido crédito. É que os elementos em questão se limitam a cópias simples do Diário Geral de 2011; do Razão Analítico das contas "Prestação de Serviços" e "Vendas de Mercadorias"; e do balancete de verificação relativo a junho de 2011. É óbvio que tais elementos são um começo de prova em favor do direito creditório do sujeito passivo, mas estão longe de conferir a liquidez e certeza necessária. Se o sujeito passivo confessou, à época dos fatos geradores, um valor de débito e o quitou por recolhimento; se o sujeito, tempos depois, informou este mesmo valor em sua DIPJ, qual a razão para, agora, afirmar que tal valor está incorreto? É imprescindível que ele explicite o erro cometido e como chegou ao novo valor. Assim, mesmo que se acatem os novos documentos (decisão da maioria dos meus pares), terseia a mesma situação em que se encontrou a DRJ, ou seja, elementos de prova insuficientes, sendo que a realização de diligência para a complementação documental não significaria mero esclarecimento de dúvida para a formação do convencimento do julgador, mas o suprimento da ineficiência da instrução probatória realizada pelo sujeito passivo. Os novos elementos apresentados em nada esclarecem qual foi o erro que motivou o suposto pagamento a maior. Quais foram os valores alterados na nova apuração? Não se sabe. Onde estão as provas hábeis a comprovar o indébito? A Recorrente não as apresentou. Concluise, portanto, que o sujeito passivo não provou a liquidez e certeza do crédito utilizado na Dcomp de que tratam os presentes autos. Isto posto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário interposto pelo sujeito passivo, com a manutenção da nãohomologação da compensação realizada na Dcomp apresentada. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Declaração de Voto Conselheiro Gustavo Guimarães da Fonseca Com a devida venia ao D. Relator mas, o caso vertente, conforme posição por mim adotada em diversos processos passados, o ônus probatório em procedimentos de compensação administrativa é, para além de dúvidas razoáveis, do contribuinte. Isto é, a luz dos preceitos do art. 170 do CTN, a liquidez e certeza do crédito cuja recuperação se postula Fl. 223DF CARF MF 12 deve ser demonstrada pelo contribuinte, quando assim for instado pelas autoridades competentes. E, para que não recaia sobre mim a pecha de incoerente, sustento, de fato, que pelo princípio da verdade material seja atribuível às autoridades administrativas o mister de, quando menos, declinar os motivos que as levaram a não reconhecer a mencionada liquidez e certeza do direito creditório postulado (de sorte que o contribuinte possa entender, quiçá, quais provas deva produzir). Na hipótese em exame, todavia, o recorrente transmitiu DCOMP, veiculando um crédito cujo valor, declinado em DARF que lhe dera origem, estava integralmente vinculado a um débito regularmente confessado, sem que se apurasse qualquer saldo a compensar... Em outras palavras, a autoridade administrativa, aqui, por uma limitação imposta pelo próprio postulante, apontou como "questão problema" apenas a inexistência de saldo compensável, desincumbindose, neste particular, do dever de indicar qualquer outro ponto de discórdia, até por ausência de dados suficientes para assim se proceder. Não me oponho, é verdade, a que o contribuinte apresente DCTF ou mesmo DIPJ retificadora, sob alegação de erro de preenchimento, mesmo que posteriormente à prolação do competente despacho decisório desde que, contudo, esta correção venha devidamente acompanhada dos documentos que lhe comprovem a lisura e acuidade (o ônus, insistase, é de que retifica a declaração). Até porque, por força dos preceitos do art. 373, I, do CPC, compete ao requerente a comprovação do "fato constitutivo de seu direito". Se o fato que constitui o direito é o erro de preenchimento de DCTF ou DIPJ, compete a quem o alega a sua demonstração e tal demonstração deve ser feita no momento oportuno, isto é, quando da apresentação de sua impugnação (art. 16 do Decreto 70.235/75). Assim, entendo, a apresentação extemporânea de documentos necessários ao cumprimento do dever definido nos mencionados preceitos legais (art. 371 do CPC e 16 do Decreto 70.235), impede o seu conhecimento nesta fase processual. O motivo que me levou, no entanto, a concordar com as conclusões do D. Relator, cinge ao fato da maioria de meus pares ter decidido por, justamente, conhecer dos documentos trazidos pelo recorrente por ocasião da interposição de suas razões de insurgência, a par das limitações do, por vezes invocado, art. 16 do Decreto 70.235. Ato contínuo, conhecidos os preditos documentos, a única conclusão que me resta é pela procedência das alegações trazidas pelo insurgente, e, assim, reconhecer o seu direito creditório conforme posto pelo voto vencedor. Por tais razões, e só por elas, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Fl. 224DF CARF MF
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