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Numero do processo: 10280.901060/2012-48
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 13 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO.
O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais.
ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 3403-003.518
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor André Teixeira Lima, OAB/PA no 9.664.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO-CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃOCUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. São exemplos de insumos, no caso analisado, ácido sulfúrico (assim como o frete relativo a seu transporte) e serviços de transporte de rejeitos industriais. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 0. 90 10 60 /2 01 2- 48 Fl. 492DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Sustentou pela recorrente o Dr. Victor André Teixeira Lima, OAB/PA no 9.664. ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre Pedido de Ressarcimento/Restituição PER de no 37041.64348.130809.1.1.084048 (fls. 2 a 4)1, com transmissão em 13/08/2009, referente a créditos de Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa exportação/1o trimestre de 2008, em valor de R$ 9.742.929,58 (com base no § 1o do art. 5o da Lei no 10.637/2002), sendo o montante utilizado em compensações R$ 9.450.000,00 (DCOMP de fls. 5 a 8). A análise efetuada pela fiscalização culmina no parecer de fls. 333 a 337 (emitido em 22/03/2012), no qual são informadas as glosas de créditos efetuadas pelo fisco (detalhadas em planilhas anexas): (a) produtos/bens que não são aplicados diretamente no processo produtivo (como o ácido sulfúrico, que é material de limpeza), ou descritos de forma imprecisa que não possibilita enquadramento para fins de aproveitamento do crédito; (b) serviços considerados pela fiscalização como não utilizados na produção dos bens (Alumina, que é o produto final); e (c) bens do ativo imobilizado, considerando as glosas efetuadas no processo administrativo no 10280722272/200965 (com depreciação de 1/48 para as aquisições de maio/2004 a dezembro/2005, e de 1/12 para as aquisições de fevereiro a dezembro/2007). Com base no parecer é emitido o Despacho Decisório de fl. 339 (com ciência à empresa em 16/05/2012, cf. AR de fl. 341), deferindose crédito no montante de R$ 7.066.333,76, homologandose parcialmente a DCOMP, e exigindose o pagamento em relação aos débitos indevidamente compensados, com acréscimos legais. A empresa apresenta sua manifestação de inconformidade em 14/06/2012 (fls. 343 a 387), sustentando que: (a) na não cumulatividade (que não foi restrita pelo texto constitucional), geram créditos os custos, despesas e encargos relativos à receita de exportação, e consideramse insumos, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 493DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 493 3 todos os gastos gerais da pessoa jurídica necessários para a produção dos bens ou prestação de serviços; (b) não foi feita qualquer visita na empresa, dificultando a análise da efetiva aplicação dos bens no processo produtivo; (c) os custos com transporte de rejeitos são geradores de créditos, pois inerentes às atividades produtivas da empresa, assim como os custos de transporte dos insumos considerados glosados; (d) constituem insumos o óleo BPF (destinado à queima em fornos adequados para calcinação de hidrato e geração de vapor nas caldeiras), o ácido sulfúrico (para limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina, na neutralização de efluentes cáusticos), inclusive glosado em duplicidade, e o inibidor de corrosão (que forma uma película protetora contra corrosão nas tubulações de água de resfriamento); (e) há previsão expressa para desconto de créditos em relação a edificações e bens do ativo imobilizado, ainda que não enquadrados como insumos (incisos VI e VII da Lei no 10.637/2002), embora no caso concreto tais bens sejam efetivamente utilizados na produção de alumina, e o aproveitamento possa ser feito em bases diferenciadas (1/12) para os equipamentos descritos no RECAP e depreciação acelerada para aquisições de bens de capital por empresas estabelecidas em microrregiões menos favorecidas nas áreas de atuação da SUDAM e da SUDENE, cabendo ainda destacar que o fisco considerou indevidamente (sem justificativa) como edificações algumas máquinas e equipamentos; e (f) não houve violação ao REIDI, que reduziu para 24 meses o prazo mínimo para utilização dos créditos decorrentes da aquisição de edificações. Demanda, por fim, produção de prova pericial, via auditagem suplementar. Em 26/03/2013 ocorre o julgamento de primeira instância (fls. 420 a 437), no qual se decide unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os argumentos de que: (a) o conceito de insumos para as contribuições deriva do inciso II do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 e da IN SRF no 404/2004 (bens com ação direta sobre o produto em fabricação); (b) somente os serviços prestados por pessoa jurídica contribuinte geram créditos, desde que utilizados diretamente na linha de produção da empresa; (c) não há qualquer glosa, nos autos, de óleo BPF ou carvão energético; (d) as glosas em relação ao ativo imobilizado alcançam, de forma geral, produtos não utilizados na produção de bens destinados a venda e bens considerados como edificações, perfeitamente individualizados; e (e) o encargo referente à depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem começa a ser utilizado. Cientificada do acórdão da DRJ em 03/06/2013 (AR de fl. 439), a empresa apresenta Recurso Voluntário em 03/07/2013 (fls. 441 a 486), basicamente reiterando as considerações expostas na manifestação de inconformidade, e acrescentando que: (a) ao contrário do que entendeu a fiscalização, o ácido sulfúrico é utilizado para limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina, sendo a limpeza fundamental para manter a eficiência de troca térmica e a estabilidade do licor para garantir a produtividade da planta; (b) não há disposição normativa que restrinja o aproveitamento dos encargos de depreciação/amortização a partir da utilização do bem; e (c) são relevantes as decisões administrativas/judiciais trazidas aos autos. É o relatório. Voto Fl. 494DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 4 Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Como relatado de início, o presente processo se refere exclusivamente à Contribuição para o PIS/PASEP relativa ao 1o trimestre de 2008. Cabe destacar que o processo congênere (de no 10280.901059/201213, referente à COFINS relativa ao 1o trimestre de 2008) foi apreciado por esta Terceira Turma recentemente, acordandose pela baixa em diligência (Resolução no 3403000.545), em virtude de não constarem naquele processo as planilhas referidas no parecer que contém a motivação e a fundamentação do despacho decisório. Assim, cabe, preliminarmente, verificar se tais planilhas estão presentes no processo em análise. No parecer de fls. 333 a 337 fazse referência à “Planilha Insumos Glosas, item outros insumos”, no qual são indicados os itens glosados e a uma “Planilha Serviços Glosas”. Em relação a ativo imobilizado, há simples remissão ao processo administrativo no 10280722272/200965. Às fls. 9 a 130, há planilha inominada (aparentemente se referindo às glosas de bens efetuadas) contendo quatro colunas (“descrição do fornecedor/número da nota fiscal”; “nome do fornecedor”, “valor da nota fiscal” e “período”), destacandose que há sobreposição de linhas em vários itens (embora sem prejuízos substanciais à leitura). Às fls. 131 a 252, aparentemente se encontram a quinta e a sexta colunas (“descrição da nota fiscal” e “insumo”) da mesma planilha, o que dificulta sobremaneira (embora não impossibilite) a identificação individualizada das glosas efetuadas. Às fls. 253 a 269 há nova planilha inominada, com três colunas (“descrição do fornecedor/número da nota fiscal”; “nome do fornecedor” e “valor da nota fiscal”), havendo na última coluna algumas linhas com valores positivos, e outras com valores negativos destacados em vermelho. Às fls. 270 a 286, aparentemente se encontram a quarta e a quinta colunas (“período” e “descrição da nota fiscal”) da mesma planilha. Contudo, as descrições não são de serviços, mas de bens, inclusive o óleo BPF. Às fls. 287 a 293, encontrase uma terceira planilha inominada (aparentemente tratando de serviços glosados), tendo duas colunas “descrição do fornecedor” e “valor da nota fiscal”). E a terceira e a quarta colunas (“período” e “descrição”) de tal planilha se encontram às fls. 294 a 300. Há, ainda, às fls. 301 a 310, vários “resíduos” de planilhas (provavelmente continuações de textos das planilhas anteriores). Por fim, às fls. 311 a 318 surge nova planilha inominada com três colunas (“descrição do fornecedor”, “valor da nota fiscal” e “período”), sendo a quarta coluna (“descrição”) presente às fls. 319 a 332. Temos, assim, logo de início, caracterizada uma situação lamentável, na qual o fisco anexa planilhas aos autos sem qualquer preocupação em relação a seu manuseio pela recorrente (e pelo próprio julgador). Diante de documentos sem nome, linhas sobrepostas, planilhas que começam e recomeçam a cada dezena de páginas, sem indicação do número da linha correspondente (isso sem falar nos “resíduos de texto”, dificilmente passíveis de vinculação a alguma linha das planilhas, na forma em que estão dispostos), certo que há maior Fl. 495DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 494 5 dificuldade à análise (mas não impedimento, como no caso do processo congênere, no qual sequer constavam as planilhas). Como a empresa, tanto em sua manifestação de inconformidade quanto em seu recurso voluntário sequer suscita dificuldades no manejo de tais planilhas, ou alega ter existido empecilho para saber exatamente quais as glosas, não vemos prejuízo à continuidade da análise do processo. Os assuntos em discussão são basicamente os mesmos já analisados pela turma em diversos processos da mesma empresa: (a) aspectos constitucionais da não cumulatividade; (b) delimitação do conceito de insumo para as contribuições; (c) glosas de bens considerados como insumos (v.g., ácido sulfúrico); (d) glosas de serviços considerados como insumos (transporte de rejeitos); e (e) glosas em relação a edificações e bens do ativo imobilizado, inclusive no que se refere a bases diferenciadas (1/12). Preliminarmente a tais questões, no entanto, cabe efetuar considerações sobre o ônus probatório nos processos referentes a compensação, como o presente. 1. Considerações iniciais O ônus probatório em processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito. Assim vem reiteradamente decidindo esta turma de forma unânime: “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação jurídica.” (Acórdãos n. 3403002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânimes, sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos pedidos de compensação/ressarcimento, incumbe ao postulante a prova de que cumpre os requisitos previstos na legislação para a obtenção do crédito pleiteado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 3403003.173, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 21.ago.2014) (No mesmo sentido: Acórdão n. 3403003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014; Acórdão 3403002.681, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403002.472, 473, 474, 475 e 476, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013) Fl. 496DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 6 Não há dúvidas, assim, sobre ser o ônus probatório da recorrente, no caso em análise. E o fisco não se furtou a assegurar à recorrente a possibilidade de exercer tal prova, durante o procedimento de fiscalização. Incumbe à empresa a apresentação de prova de vínculo dos bens e serviços ao seu processo produtivo, sendo a visita às instalações da empresa medida que se faz necessária somente no caso de haver dúvidas em relação ao conteúdo probatório apresentado. Da mesma forma, a diligência se presta a esclarecer dúvida do julgador, e não à complementação probatória. Feitos estes esclarecimentos, indeferese, por desnecessária, a realização de perícia no caso concreto. Aproveitase ainda este tópico preliminar para aclarar que as decisões administrativas e judiciais prestamse a auxiliar na formação de convicção de julgador administrativo, mas apenas em alguns casos excepcionais (v.g., as proferidas nas sistemáticas citadas no art. 62A do Regimento Interno deste CARF) efetivamente exercem efeito vinculante no julgamento por este colegiado. Assim, indubitavelmente se toma em conta a jurisprudência apresentada na presente análise, ainda que dela se discorde eventualmente. 2. Do caráter constitucional da não cumulatividade Impendese destacar a impossibilidade de análise por parte deste CARF de eventual tese que sustente ser a nãocumulatividade expressa na Constituição Federal brasileira (art. 195, § 12) inatingível (ou não sujeita a restrições) pela legislação infraconstitucional, devendo eventual modulação ser feita tãosomente no próprio texto constitucional, o que culminaria no reconhecimento de inconstitucionalidade nas limitações estabelecidas essencialmente pelas Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003. O tema já é inclusive sumulado no âmbito deste tribunal: “Súmula CARF no 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Resta, assim, a análise da abrangência do conceito de insumos na legislação referente à contribuição, e a verificação da compatibilidade das glosas a tal conceito. 3. Da delimitação do conceito de insumos para as contribuições O termo insumo é polissêmico. Por isso, há que se indagar qual é sua abrangência no contexto das Leis no 10.627/2002 e no 10.833/2003. Na busca de um norte para a questão, poderseia ter em consideração os teores do § 5o do art. 66 da IN SRF no 247/2002 (editado com base no art. 66 da Lei no 10.637/2002) e do art. 8o da IN SRF no 404/2004 (editado com alicerce no art. 92 da Lei no 10.833/2003), que, para efeito de disciplina da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, estabelecem entendimento de que o termo insumo utilizado na fabricação ou produção de bens destinados à venda abrange “as matérias primas, os produtos intermediários, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídos no ativo imobilizado” e “os serviços prestados por pessoa jurídica domiciliada no País, aplicados ou consumidos na produção ou fabricação do produto”. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 495 7 Outro caminho seria buscar analogia com a legislação do IPI ou do IR (ambas frequentes na jurisprudência deste CARF). Contudo, tal tarefa se revela improfícua, pois em face da legislação que rege as contribuições, o conceito expresso nas normas que tratam do IPI é demasiadamente restritivo, e o encontrado a partir da legislação do IR é excessivamente amplo, visto que se adotada a acepção de “despesas operacionais”, chegarseia à absurda conclusão de que a maior parte dos incisos do art. 3o das Leis no 10.637/2002 e no 10.833/2003 (inclusive alguns que demandaram alteração legislativa para inclusão v.g. incisos IX, referente a energia elétrica e térmica, e X, sobre valetransporte ... para prestadoras de serviços de limpeza...) é inútil ou desnecessária. A Lei no 10.637/2002, que trata da Contribuição para o PIS/PASEP não cumulativa, e a Lei no 10.833/2003, que trata da COFINS nãocumulativa, explicitam, em seus arts. 3o, que podem ser descontados créditos em relação a: “II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda ou à prestação de serviços, inclusive combustíveis (...)” (grifo nosso) A mera leitura dos dispositivos legais já aponta para a impossibilidade de se considerar como insumo um bem ou serviço que não seja utilizado na produção ou fabricação do bem destinado à venda. Há, assim, que se acolher a argumentação de que o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final, como vem reiteradamente decidindo esta Terceira Turma: “CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. (...).” (Acórdão no 3403003.166, Rel. Cons. Rosaldo Trevisan, unânime – em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403002.469 a 477; no 3403 001.893 a 896; no 3403001.935; no 3403002.318 e 319; e no 3403.002.783 e 784) Isto posto, cabe analisar a adequação ao conceito de insumo das rubricas questionadas no presente contencioso, já destacando que não se identifica com a legislação do IPI nem com a do IR. As glosas discutidas ocorreram basicamente em três grupos: bens utilizados como insumo, serviços utilizados como insumo e bens do ativo imobilizado. 3.1. Bens utilizados como insumo Fl. 498DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 8 Em relação a bens utilizados como insumos, o texto que trata da justificativa para as glosas (fls. 334/335) é extremamente sintético, pelo que merece ser integralmente transcrito: 13) CRÉDITOS DECORRENTES DE BENS INFORMADOS COMO INSUMOS, OBJETO DE GLOSA: Em primeiro lugar cabe realçar que a legislação em vigor estabelece que a pessoa jurídica poderá creditarse em relação a aquisições de bens e serviços utilizados como insumos, inclusive combustíveis e lubrificantes (art 3º da Lei 10.637/2002).Todavia o bem para ser considerado insumo deve guardar relação com o conceito estabelecido no artigo 8º da IN 404/2004 que considera insumo a matériaprima, o produto intermediário, o material de embalagem e quaisquer outros bens que sofram alterações, tais como o desgaste, o dano ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, desde que não estejam incluídas no ativo imobilizado. O contribuinte apresentou uma extensa relação de bens adquiridos utilizados para crédito de PIS. Destacamos da Planilha Insumos Glosas os itens considerados MATÉRIA PRIMA (MP) pelo contribuinte, mas que não cabem no conceito de Insumo para gerar direito a crédito como o ÁCIDO SULFÚRICO que é utilizado como material de limpeza. As glosas demonstradas na Planilha Insumos Glosas, item OUTROS INSUMOS são de bens que não se enquadram como Insumos ou são descritos de forma imprecisa que não possibilita enquadramento para fins de aproveitamento de crédito. Exemplo: MATERIAIS DIVERSOS.” Vejase que o conceito de insumo adotado pelo fisco (derivado da legislação do IPI) não corresponde ao aclarado no tópico anterior do presente voto. Assim, fazse necessário verificar se os bens glosados são efetivamente necessários à produção de alumina (produto final fabricado pela empresa). O fisco justifica expressamente somente dois itens glosados, a título exemplificativo: o ácido sulfúrico (que afirma ser material de limpeza, e não bem destinado ao processo produtivo) e os bens relacionados como “materiais diversos”, que, pela descrição, não permitem concluir se são destinados ao processo produtivo. E não junta aos autos nenhuma explicação em relação ao processo produtivo da empresa ou a outros elementos que afirma terem sido apresentados pela fiscalizada à fl. 333. Em relação ao segundo item (“materiais diversos”), estamos de acordo que a descrição impossibilita a obtenção de crédito, pois não resta comprovado pelo postulante a utilização como insumo na produção de alumina. No que se refere ao ácido sulfúrico, no entanto, o fisco simplesmente afirma que constitui “material de limpeza”. Na manifestação de inconformidade (fl. 347), a empresa literalmente afirma que o ácido sulfúrico é utilizado para “limpeza dos trocadores de calor por onde passa o licor rico em alumina”, e que tal limpeza “é fundamental para manter a eficiência de troca térmica e a estabilidade do licor para garantir a produtividade da planta”. E a informação é reiterada em sede recursal (fl. 444). Ou seja, não se está aqui a tratar de limpeza do chão, ou de mesas e cadeiras, mas da limpeza de trocadores de calor, inseridos no processo produtivo. Fl. 499DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 496 9 Não se sabe ao certo de onde o fisco tira a informação de que o ácido sulfúrico constitui simples “material de limpeza” (pois a fiscalização não anexa aos autos nenhuma resposta de intimação efetuada à recorrente, nem efetua visita à empresa, como se atesta na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário). Mas, se peca o fisco em relação ao ácido sulfúrico, a heresia por parte da empresa é ainda maior em relação a todos os demais itens da planilha, sequer questionados especificamente. A empresa contentase em alegar em sua defesa que se consideram insumos, conforme entendimento da Câmara Superior de Recursos Fiscais, todos os gastos gerais da pessoa jurídica necessários para a produção dos bens ou prestação de serviços (sobre o tema, remetemos ao entendimento já exarado neste voto a respeito da delimitação do conceito de insumos para as contribuições, reiterando que o insumo gerador de créditos deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final). Acrescentese que esta Terceira Turma já apreciou diversos outros processos da mesma empresa, em relação a idêntico processo produtivo, restando configurado que o ácido sulfúrico se enquadra no conceito de insumo: “A fiscalização considerou o ácido sulfúrico como material de limpeza e consignou na planilha 10 que o inibidor de corrosão e o dispersante de sais são aplicados no tratamento de água potável e no resfriamento de água. (...) A descrição do processo produtivo revela que o ácido sulfúrico tem outras utilidades, além se servir como desincrustante. A limpeza de dutos e trocadores de calor, assim como a desmineralização da água das caldeiras e o tratamento de efluentes são procedimentos necessários para assegurar a eficiência das instalações fabris e a proteção do meioambiente. A empresa incorre em custos ao adotar esses procedimentos. E é inequívoco que esses custos estão umbilicalmente correlacionados com o processo produtivo da alumina, enquadrandose na disposição do art. 290, I do RIR/99. Assim, devem ser afastadas as glosas relativas ao ácido sulfúrico e aos respectivos fretes, uma vez que são insumos que integram o custo de produção (art. 290, I, do RIR/99). Integrando o custo de produção, o valor desses insumos deve ser considerado no cálculo do crédito da contribuição, nos termos do art. 3º, II, da Lei nº 10.833/03. Quanto aos demais bens descritos na planilha 10 A, tidos pela recorrente como insumos, verificase que em sua maioria não são relacionados ao processo produtivo. (...) Segundo o critério do Fisco, realmente tais produtos não são insumos aptos a gerarem créditos das contribuições, mas pelo critério do custo de produção, que vem sendo adotado pelo CARF, tais produtos poderiam ensejar a tomada do crédito, caso Fl. 500DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 10 a recorrente tivesse apresentado algum elemento capaz de elidir a glosa efetuada. Caberia à recorrente ter comprovado na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário onde são aplicados e quais as funções desempenhadas pelos produtos, pois a teor do art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72 a impugnação deve ser específica e vir acompanhada dos elementos de prova necessários ao convencimento do julgador. Tendo em vista, que não houve contestação específica em relação aos demais bens relacionados na planilha 10 – A e que os elementos existentes nos autos não permitem identificar nem a função e nem onde são aplicados aqueles produtos, há que se manter a glosa efetuada pela fiscalização.”(voto condutor do Acórdão no 3403001.955, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime em relação à matéria, sessão de 20.mar.2013) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403001.954 e 956) “O Ácido Sulfúrico, conforme explica o Recorrente, é empregado na limpeza dos caloríficos por onde circula o licor enriquecido de alumina, dependendo deste procedimento a manutenção do sistema de trocas térmicas e a estabilidade dos reagentes. (...) Entendo que o contribuinte demonstrou de maneira satisfatória, por meio de sua explicação, a participação destes três bens no processo produtivo. A atuação destes três bens configura o conceito de insumo para o efeito das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003, pois atuam e colaboram no processo produtivo da indústria de alumina, devendose reconhecer o crédito pela sua aquisição. (...) Quanto às demais aquisições de bens, no entanto, tendo em vista que não houve a demonstração pelo contribuinte de sua participação no processo produtivo precluindo a oportunidade de fazêlo, eis que não fez tal demonstração nem na manifestação de inconformidade, nem no recurso voluntário , deve ser mantida a glosa realizada pela Fiscalização..” (voto unanimemente acolhido no Acórdão no 3403002.764, Rel. Cons. Ivan Allegretti, sessão de 25.fev.2014) (grifo nosso) (No mesmo sentido o Acórdão no 3403002.765) Na linha que já vem adotando esta turma, assim, entendese que são improcedentes as glosas em relação às aquisições de ácido sulfúrico (assim como dos correspondentes fretes). E, ainda acompanhando a recorrente jurisprudência da turma, mantém se a glosa em relação aos demais itens, não questionados especificamente nas peças de defesa. 3.2. Serviços utilizados como insumo Fl. 501DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 497 11 Em relação a serviços utilizados como insumo, são igualmente sintéticas as motivações das glosas (fl. 335), aqui integralmente transcritas: “15) CRÉDITOS DECORRENTENTES (sic) DOS SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS: Serviços glosados por não serem considerados como utilizados diretamente na produção da Alumina (produto final) conforme Planilha Serviços Glosas em anexo.” Mas é novamente genérica a defesa. Sem embargo, no único serviço especificamente questionado assiste razão à recorrente, conforme também já assentado unanimemente por esta turma recentemente. Transcrevase excerto do julgamento que resultou no Acórdão no 3403002.764, no qual passamos a acolher a possibilidade de crédito em relação à remoção de resíduos, reformando posicionamento anterior, adotado nos Acórdãos no 3403 001.954, 955 e 956: “Deve ser reconhecido o direito de crédito em relação ao pagamento pela prestação de serviço de remoção de rejeitos industriais, visto que tal atividade deve ser considerada como inserida no contexto da produção, tal como sustenta o Recorrente (fl. 464/465). Entendo que assiste razão ao Recorrente, pois os serviços de transporte dos resíduos industriais configuram atos que viabilizam e integram a atividade produtiva. Não apenas o transporte de matériaprima destinada ao processo produtivo, mas também o transporte dos resíduos decorrentes da produção configura ato que viabiliza e integra o processo produtivo. Este tema foi enfrentado logo nos primeiros julgados deste Conselho a respeito do regime nãocumulativo, concluindose que “Quanto aos dispêndios realizados com o serviço de remoção de resíduos industriais, não há nenhuma dúvida de que este serviço é parte do processo de industrialização dos bens exportados e está vinculado à receita de exportação. Pela natureza da atividade da recorrente, sem este serviço não há produção. Sendo um serviço diretamente vinculado ao processo produtivo, entendo que a recorrente tem direito ao crédito da Cofins incidente sobre a compra desse serviço e, como tal, tem direito ao ressarcimento desse crédito em face da exportação dos produtos (inciso II do art. 3º da Lei nº 10.637/2002)” (trecho do voto proferido no Acórdão 20181.139, Recurso 148.457, Processo 11065.101271/200647, Rel. Cons. Walber José da Silva, j. 02.06.2008). Entendo, pois, que deve ser reconhecido o direito de crédito em relação aos serviços de remoção de resíduos em questão. Quanto às demais aquisições de serviços, no entanto, tendo em vista que não houve a demonstração pelo contribuinte de sua participação no processo produtivo –precluindo a oportunidade Fl. 502DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 12 de fazêlo, eis que não fez tal demonstração nem na manifestação de inconformidade, nem no recurso voluntário, deve ser mantida a glosa realizada pela Fiscalização.” (voto unanimemente acolhido no Acórdão no 3403002.764, Rel. Cons. Ivan Allegretti, sessão de 25.fev.2014) (grifo nosso) Assim, novamente mantenho o entendimento externado pela turma, reconhecendo o direito ao crédito em relação a serviços de transporte de rejeitos industriais, mantendose a glosa em relação aos serviços não especificamente questionados pela defesa. 3.3. Bens do ativo imobilizado Em relação ao ativo imobilizado, além de ser sintética a justificativa (fl. 335), novamente transcrita de forma integral, remetese a outro processo administrativo (que teve o recurso voluntário recentemente apreciado por esta turma): “16) CRÉDITOS DECORRENTES DO ATIVO IMOBILIZADO: O contribuinte apurou crédito de depreciação em duas modalidades: 1/48 avos para bens adquiridos de Maio/2004 a Dezembro/2005 e 1/12 avos para as aquisições posteriores. Consideramos as glosas realizadas em procedimento fiscal formalizado no Processo 10280.722272/200965 para as aquisições de Maio/2004 a Dezembro/2005 (1/48 avos) e de fevereiro a dezembro de 2007 (1/12 avos) da seguinte forma (...)” Não há assim propriamente uma glosa, mas uma decorrência de glosa efetuada em outro processo da mesma empresa. A recorrente não questiona a simples remissão ao outro processo, sem detalhamento da motivação nestes autos, e parece compreender bem a motivação quando se defende da mesma forma que naquele processo, discutindo os dois mecanismos de depreciação (1/48 e 1/12). Mas a defesa é novamente genérica, com reprodução de diversos dispositivos normativos e decisões, sem a eficaz vinculação à situação concreta narrada nos autos. E a regra de que o encargo referente à depreciação somente é computável no resultado do exercício a partir da época em que o bem começa a ser utilizado encontra expressa guarida no art. 305, § 2o do RIR (por sua vez derivado de disposição legal art. 57, § 8o da Lei no 4.506//1964): “[A] quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir”. E, reiterese, esta mesma Terceira Turma já apreciou aquele processo administrativo, exatamente em relação à matéria, concluindo que: “DA GLOSA DOS CRÉDITOS TOMADOS COM BASE NO ART. 3º, § 14 DA LEI Nº 10.833/04 Quanto à glosa dos créditos tomados sobre o valor de aquisição de bens para o ativo imobilizado, como opção à regra geral da tomada de crédito sobre a depreciação desses bens (art. 3º, § 14 da Lei nº 10.833/04), o exame das planilhas 1 a 7B revela que essas glosas foram motivadas pela fiscalização em dois fatos: a) os bens não se enquadram como máquinas e equipamentos ou não são aplicados diretamente na produção dos bens destinados Fl. 503DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 498 13 à venda; e b) os bens, embora pertençam ao imobilizado, são edificações não abrangidas pelo benefício legal. (...) Os bens relacionados nessa planilha não se enquadram na hipótese legal do art. 3º, VI, da Lei nº 10.833/03, ou seja, não constituem “máquinas, equipamentos e outros bens incorporados ao ativo imobilizado, adquiridos ou fabricados para locação a terceiros, ou para utilização na produção de bens destinados à venda ou na prestação de serviços”. O requisito legal que rende ensejo ao crédito é que as máquinas, os equipamentos ou os “outros bens” sejam passíveis de ativação e que sua destinação seja a locação a terceiros ou o emprego na produção, o que não é o caso dos produtos glosados pela fiscalização na planilha 1. Por seu turno, os valores dos produtos relacionados nas planilha 2 e 5 foram glosados porque os bens ali descritos constituem edificações. Os bens descritos constituem partes de edificações, como estruturas metálicas, ou bens destinados à construção civil, como elevadores, mãodeobra, “diversos materiais para construção civil”, e etc. A opção prevista no art. 3º, § 14 da Lei nº 10.833/04 só alcança os bens especificados no art. 3º, VI, da lei, que não inclui obras de construção civil e nem suas partes. Quanto à planilha 4, os bens relacionados constituem basicamente móveis como por exemplo: gaveteiros, colchões, painel divisor, armários, balcão de atendimento, mesa de reunião, mapoteca e cabideiro, (...). É óbvio que tais produtos não possuem aptidão para gerarem créditos, pois nem sequer são utilizados na produção da alumina. Portanto, ficam mantidas as glosas efetuadas pela fiscalização. DA GLOSA DOS CRÉDITOS TOMADOS COM BASE NO ART. 31 DA LEI Nº 11.196/2005. (...) O que a fiscalização fez foi glosar bens que não se enquadram na previsão contida no art. 31 da Lei nº 11.196/2005. Os requisitos estabelecidos nesse dispositivo legal são os seguintes: a) a pessoa jurídica deve ter projeto aprovado para instalação, ampliação, modernização ou diversificação enquadrado em setores da economia considerados prioritários; b) localização nas áreas das extintas Sudene e Sudam; c) o crédito é gerado pela aquisição, a partir do ano de 2006, de máquinas, aparelhos, instrumentos e equipamentos, novos, relacionados em regulamento, destinados à incorporação ao seu ativo imobilizado; d) o desconto do crédito deve ser feito no prazo de 12 meses, contados da aquisição do bem; e e) o crédito é resultante da aplicação da alíquota de 7,6% sobre 1/12 do custo de aquisição do bem. Fl. 504DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN 14 O exame da planilha 7D revela que a fiscalização somente questionou o item “c” acima relacionado, pois os códigos das glosas foram os seguintes: DT05 – indica que o bem foi glosado em virtude da data de aquisição ser anterior à publicação da Lei nº 11.196/2005; EDIF06 E EDIF07 – indica que se tratam de edificações dos anos de 2006 e 2007, que não são contempladas pelo benefício; Nindica que os bens não são considerados bens do imobilizado ou não são empregados no processo produtivo do adquirente; NCDindica que os bens não estão relacionados no regulamento; NREBindica que o bem não possui aptidão para gerar crédito por ter sido adquirido em operação equiparada a exportação (que é desonerada das contribuições). A recorrente mais uma vez não se desincumbiu do ônus estabelecido no art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72, pois não contestou especificamente e nem trouxe documentação hábil a elidir nenhum dos motivos invocados para a glosa. Sendo assim, devem ser mantidos os cálculos elaborados pela fiscalização. A defesa invocou as soluções de consulta proferidas pela 8ª Região Fiscal, nas quais o órgão entendeu que materiais utilizados na manutenção dos bens de produção da empresa são passíveis de gerarem créditos das contribuições. Esse direito em momento algum foi contestado pela fiscalização ou pelo Acórdão de primeira instância. A questão é a mesma já constatada linhas acima, qual seja: o contribuinte não apresentou contestação específica elencando quais itens foram destinados à manutenção do ativo imobilizado, não demonstrou se os bens aplicados eram ou não passíveis de ativação obrigatória e também não demonstrou onde e como foram aplicados. Ao contrário do alegado pela defesa, o art. 6º, §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03, não autoriza o crédito em relação a qualquer gasto vinculado à obtenção da receita de exportação, pois o § 1º remete o cálculo do crédito ao disposto no art. 3º. Portanto, os eventos que dão direito ao crédito são os mesmos, independentemente de a venda da produção ocorrer no mercado interno ou externo.” (Acórdão no 3403001.954, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânime em relação ao tema, sessão de 20.mar.2013) (grifo nosso) (No mesmo sentido os Acórdãos no 3403001.955 e 956, Rel. Cons. Antonio Carlos Atulim, unânimes em relação ao tema, sessão de 20.mar.2013, que tratavam, respectivamente, da COFINS do terceiro e do primeiro trimestres de 2007) Mantémse, assim, novamente o entendimento já firmado na turma, restando hígidas neste tópico as glosas decorrentes efetuadas pelo fisco. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso voluntário apresentado, para reconhecer o direito ao crédito em relação a aquisições de ácido Fl. 505DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10280.901060/201248 Acórdão n.º 3403003.518 S3C4T3 Fl. 499 15 sulfúrico (assim como ao frete relativo a seu transporte) e a serviços de transporte de rejeitos industriais. Rosaldo Trevisan Fl. 506DF CARF MF Impresso em 13/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 02/02/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 30/01/2015 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 10680.933007/2009-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 25 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Jan 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/09/2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO
Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus de sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem que faça prova de sua liquidez e certeza.
DCTF. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL.
Por aplicação do parágrafo único do art 149 do CTN, as novas informações trazidas em DCTF retificadora somente produzem efeitos se a retificação ocorrer dentro do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador.
Negado Provimento ao Recurso Voluntário.
Numero da decisão: 3101-001.515
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente.
(assinado digitalmente)
MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS - Redator designado.
EDITADO EM: 08/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra (Suplente),Vanessa Albuquerque Valente e Luiz Roberto Domingo.
Nome do relator: VANESSA ALBUQUERQUE VALENTE
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ÔNUS DA PROVA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus de sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem que faça prova de sua liquidez e certeza. DCTF. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. Por aplicação do parágrafo único do art 149 do CTN, as novas informações trazidas em DCTF retificadora somente produzem efeitos se a retificação ocorrer dentro do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Negado Provimento ao Recurso Voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. (assinado digitalmente) MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Redator designado. EDITADO EM: 08/01/2015 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 30 07 /2 00 9- 06 Fl. 76DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 77 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres (Presidente), Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra (Suplente),Vanessa Albuquerque Valente e Luiz Roberto Domingo. Relatório Por bem relatar os fatos, transcrevo o relatório da decisão recorrida: "A contribuinte aqui identificada transmitiu Per/Dcomp visando a compensar o(s) débito(s) nela declarado(s), com crédito proveniente de pagamento a maior de Cofins, (...). A Delegacia da Receita Federal de Belo Horizonte/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico (...) no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação integral de débitos da contribuinte, não restando saldo creditório disponível. Irresignada com o indeferimento do seu pedido, (...), a contribuinte apresentou, (...), manifestação de inconformidade (...), com os argumentos a seguir resumidos. Narrando os fatos considerados na emissão do despacho decisório, alega que exerceu o seu direito conforme disposto na legislação vigente à época em que foram feitas as compensações, utilizandose de Per/Dcomp, sendo que apenas não procedeu a retificação das DCTFs e demais obrigações acessórias. Acrescenta que a compensação realizada, que tem natureza 'declaratória', está amparada no art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, não se enquadrando em nenhuma das hipóteses de vedações legais. Por fim, relaciona os documentos anexados e requer seja acolhida a sua defesa." A DRJ de Belo Horizonte indeferiu o pleito de restituição/compensação, nos termos do Acórdão 0237.219, de 30 de janeiro de 2012. O fundamento adotado pela DRJ para o indeferimento do pedido foi o fato de a contribuinte só haver retificado a DCTF (reduzindo o valor do débito da contribuição anteriormente declarado) após o prazo de cinco anos. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário a este Conselho, alegando, em síntese: a) que a DCTF retificadora foi transmitida e aceita pelos sistemas da Receita Federal, não podendo ser descartada sob a alegação de haver sido transmitida mais de cinco anos após a realização do pagamento; b) que o procedimento da compensação não exige a retificação da DCTF, tendo a contribuinte efetuado a retificação para evitar o desencontro de informações; Fl. 77DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 78 3 c) que o pagamento a maior decorreu da inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição, de medicamentos sujeitos à alíquota zero (demonstra os cálculos em planilha anexa); d) requer que o presente processo seja apreciado conjuntamente aos demais processos informados em planilha anexa, pois todos tratam da mesma questão de direito, diferindo apenas quanto ao período de apuração do crédito e aos valores. É o relatório. Voto Conselheira Mônica Monteiro Garcia de los Rios – redatora ad hoc Por intermédio do Despacho de efolha 75, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF1, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, incumbiume o Presidente da Turma a formalizar o Acórdão 3101001.515, não entregue pela relatora original, Conselheira Vanessa Albuquerque Valente, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pela relatora original, que foi acompanhada, por unanimidade, pelos demais integrantes do colegiado. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para sua admissibilidade. Dele se tomou conhecimento. A questão discutida nestes autos é idêntica à tratada em diversos outros processos da contribuinte, conforme alegou a própria Recorrente. Um dos processos foi recentemente julgado na Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara desta Terceira Seção. Transcrevese excertos do voto proferido no Acórdão 3202000.864, de 20 de agosto de 2013, da ilustre Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, que adotase como fundamento na solução do presente litígio: "Nos termos do art. 170 do CTN, para fins de compensação, é certo que o ônus da prova da existência do crédito alegado cabe exclusivamente à contribuinte, que deve demonstrar ser possuidora de crédito tributário líquido e certo contra a Fazenda Nacional, a fim de que tal crédito possa ser utilizado em compensação. 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou não mais componha o colegiado; Fl. 78DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 79 4 No caso em questão, pretende a recorrente seja aceita como prova do crédito que alega possuir, referente a fato gerador da Cofins ocorrido em 31/01/2003, as informações constantes de DCTF retificadora enviada em 11/11/2009, há mais de cinco anos, portanto, da ocorrência do fato gerador. Salientese que a data de envio da retificadora informada pela DRJ não foi contestada pela recorrente, presumindose, pois, verdadeira. As informações constantes da DCTF, que é instrumento que formaliza o cumprimento de obrigação acessória, têm efeito de confissão de dívida, constituindose tal Declaração em instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário nele declarado, conforme dispõe o art. 5º do Decreto lei nº. 2.124/84: Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. § 1º. O documento que formalizar o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, constituirá confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. (...) § 3°. Sem prejuízo das penalidades aplicáveis pela inobservância da obrigação principal, o não cumprimento da obrigação acessória na forma da legislação sujeitará o infrator à multa de que tratam os §§ 2°, 3° e 4° do artigo 11 do Decretolei n°1.968, de 23 de novembro de 1982, com a redação que lhe foi dada pelo Decretolei n°2.065 de 26 de outubro de 1983. (grifo não constante do original) Enganase a recorrente ao afirmar que, no caso, o único efeito da entrega extemporânea da DCTF seria a imposição de multa por descumprimento de obrigação acessória. Tal multa, de fato, existe, mas não se adequa ao caso, vez que a contribuinte não deixou de apresentar a DCTF no prazo legal, antes pelo contrário, apresentoua, e, a partir daquele momento, as informações ali constantes passaram a constituirse em confissão de dívida. É claro que as informações prestadas na DCTF podem ser alteradas e, com isso, alterarse a dívida confessada naquele instrumento. Acontece, porém, que, da mesma forma como existe prazo limite de cinco anos para a Fazenda Pública constituir crédito tributário contra o contribuinte, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação (§4º art. 150 do CTN), também há de se obedecer o mesmo prazo qüinqüenal para que o contribuinte possa exigir da Fazenda qualquer crédito tributário que porventura detenha. A segurança jurídica é via de mão dupla, tanto para o contribuinte quanto para a Fazenda Pública. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 80 5 Quanto a esta matéria, adoto, ainda, como razões de decidir, o voto condutor do Acórdão nº. 140200.170, proferido nos autos do processo nº 10825.900563/200815, de lavra do i. Conselheiro Moisés Giacomelli Nunes da Silva, cujo teor transcrevo abaixo excertos: '........................................................................................... Nos termos do artigo 147 e seguintes, do Código Tributário Nacional, o lançamento pode darse por a) declaração; b) homologação e c) de ofício. No caso, interessanos o lançamento por homologação que à luz do artigo 150, do CTN, ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de identificar a matéria tributável, apurar o quanto devido e realizar o pagamento, cabendo à autoridade administrativa homologar a atividade praticada pelo sujeito passivo ou, em discordando, efetuar o lançamento de ofício. Quando o sujeito passivo, no lançamento por homologação, identifica a matéria tributável, apura a base de cálculo e calcula o valor do tributo devido, informandoo à Administração Tributária por meio de DCTF, temse a constituição de um crédito em favor do Fisco. Neste caso é o sujeito passivo que apura o valor que reconhece devido ao sujeito ativo. Por outro lado, quando o Fisco, em lançamento por declaração ou de ofício, apura o valor do imposto devido e notifica ao sujeito passivo, tem o credor o prazo de cinco anos para exigir o respectivo tributo, sob pena de prescrição. Pelo que se depreende do artigo 149, parágrafo único, do CTN, este lapso temporal de 5 (cinco) anos também se verifica nos casos em que o sujeito passivo, nos lançamentos por homologação, comete erros na constituição do crédito. Por hipótese, se constituiu crédito tributário considerando base de cálculo além da devida, lhe é assegurado o prazo de cinco anos para retificar o ato de constituição do débito, no caso a DCTF. O prazo quinquenal de que trata o artigo 150, [§4º] do CTN, é prazo aplicável tanto em favor do Fisco quanto do contribuinte para retificarem o lançamento, nas hipóteses admitidas em lei. Decorrido tal prazo não é lícito o fisco fazer exigência em face do contribuinte e, tampouco, este pode retificar DCTF para diminuir o valor anteriormente constituído. O que o contribuinte precisa entender é que ao entregar a DCTF constitui crédito em favor do Fisco, podendo retificála no prazo de 5 (cinco) anos. Decorrido tal prazo extinguese o direito da parte em retificar a DCTF.' (negrito não constante do original) Fl. 80DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS Processo nº 10680.933007/200906 Acórdão n.º 3101001.515 S3C1T1 Fl. 81 6 Desta forma, a despeito do extremo inconformismo demonstrado pela contribuinte em relação à não aceitação da DCTF retificadora para fins de comprovação do crédito que alega possuir, nada há nos autos que possa socorrer a pretensão da autora. Por se tratar de crédito tributário definitivamente constituído contra a contribuinte, também se mostra inócua a diligência requerida pela querelante, vez que, qualquer que seja a conclusão a que se chegue por conta da diligência, os valores informados na DCTF originária não mais podem ser alterados. De outro giro, entendo também inexistente qualquer nulidade na decisão recorrida, vez que não se trata de nenhum dos casos previstos no art. 59 do Decreto nº. 70.235/72. Demais disso, como afirmado pela própria recorrente em seu recurso voluntário, temse que a autoridade julgadora é livre na formação de sua convicção e na análise das provas constantes dos autos, não lhe sendo obrigado requerer diligência em razão de a recorrente entendêla necessária. Por fim, não há no Regimento Interno do CARF qualquer dispositivo que impeça julgamentos diversos, proferidos por diferentes Câmaras e/ou Turmas, em processos administrativos distintos que versem sobre idêntica matéria e refiramse ao mesmo contribuinte, de forma que não há suporte à pretensão da recorrente quanto ao pedido de julgamento único dos 25 processos que alega tramitarem no CARF ." No caso presente o pagamento supostamente efetuado a maior foi efetuado em relação ao fato gerador ocorrido em 30/09/2002, enquanto a DCTF retificadora foi transmitida em 05/08/2009. Assim, adequase perfeitamente à situação decidida segundo o voto acima transcrito. Nestes termos, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário apresentado. E são essas as considerações possíveis para suprir a inexistência do voto. Mônica Monteiro Garcia de los Rios – Redatora ad hoc Fl. 81DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 09/01/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 08/01/2015 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS
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Numero do processo: 13841.000613/2003-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003
APURAÇÃO DA COFINS. LEI 9718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. ISONOMIA COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE.
Nos termos da Súmula Carf nº 2, este tribunal administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não há como estender às empresas comerciais a mesma apuração da Cofins prevista para as instituições financeiras, sob o argumento do princípio constitucional da isonomia.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA.
Para caracterizar a denúncia espontânea o art. 138 do CTN exige a extinção do crédito tributário por meio de seu pagamento integral. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário. Não se afasta a exigência da multa de mora quando a extinção do crédito tributário confessado é efetuada por meio de declaração de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3301-002.261
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003 APURAÇÃO DA COFINS. LEI 9718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. ISONOMIA COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos da Súmula Carf nº 2, este tribunal administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não há como estender às empresas comerciais a mesma apuração da Cofins prevista para as instituições financeiras, sob o argumento do princípio constitucional da isonomia. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. Para caracterizar a denúncia espontânea o art. 138 do CTN exige a extinção do crédito tributário por meio de seu pagamento integral. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário. Não se afasta a exigência da multa de mora quando a extinção do crédito tributário confessado é efetuada por meio de declaração de compensação. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Andrada Márcio Canuto Natal.
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LEI 9718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. ISONOMIA COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos da Súmula Carf nº 2, este tribunal administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não há como estender às empresas comerciais a mesma apuração da Cofins prevista para as instituições financeiras, sob o argumento do princípio constitucional da isonomia. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. Para caracterizar a denúncia espontânea o art. 138 do CTN exige a extinção do crédito tributário por meio de seu pagamento integral. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário. Não se afasta a exigência da multa de mora quando a extinção do crédito tributário confessado é efetuada por meio de declaração de compensação. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 1. 00 06 13 /2 00 3- 48 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 102 2 Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Andrada Márcio Canuto Natal. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 103 3 Relatório Por economia processual e por bem relatar os fatos até aquele momento, adoto o relatório elaborado pela 1ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto, abaixo transcrito: O processo epigrafado foi inaugurado para recepcionar pedido de restituição de Cofins “2º período”, protocolado em 02/12/2003, no montante de R$ 149.046,02 (fl. 01), relativos a valores recolhidos no período de março de 1999 a outubro de 2003, conforme relacionados na planilha de fls. 02/03. Após informar, preliminarmente, que a protocolização do pedido em formulário deveuse “em razão de não haver conseguido esta contribuinte proceder ao envio por meio eletrônico (Internet) através do programa fornecido pela SRF”, a contribuinte assevera que “valendose dos preceitos que lhe são assegurados pela Constituição da República de 1988, bem como o tratamento diferenciado dispensado aos contribuintes da COFINS, invocar a aplicação do princípio constitucional da isonomia tributária”, entendo que devem ser estendidas aos demais contribuintes “as prerrogativas que beneficiaram as entidades financeiras no que diz respeito à determinação da BASE DE CÁLCULO da COFINS”. Em síntese, a interessada pretende ter aplicado ao seu caso o mesmo tratamento dispensado às instituições financeiras, quanto às exclusões e deduções da base de cálculo do tributo. Adverte, ainda, que, em face do instituto da denúncia espontânea, não poderá ser exigida a multa de mora pelo atraso no pagamento “dos débitos a serem oportunamente protocolados para a compensação com os valores destinados à restituição objetivada neste pleito”. Anexa ao pedido cópia dos DARFs relativos aos referidos recolhimentos (fls. 04/31). Por meio do despacho decisório de fls. 52/53, a DRF Limeira indeferiu o pedido, nos termos da seguinte ementa: ISONOMIA ENTRE CONTRIBUINTES. Não compete à autoridade administrativa a apreciação de arguições sobre a aplicação de princípios constitucionais relativos a atos legais legitimamente inseridos no ordenamento jurídico nacional. A interessada foi cientificada da referida decisão em 02/12/2008 (fl. 55), por meio da intimação de fl. 54. Em 24/12/2008, a interessada protocolou sua manifestação de inconformidade conforme peça de fls. 57/66, por meio da qual aduz, em síntese, que: a) “evidenciou, de forma perfeitamente clara e sustentada, que na LC nº 70/91, as instituições financeiras foram beneficiadas com tratamento diferenciado, no que toca ao recolhimentos da COFINS, permitindolhe a exclusão do pagamento da referida contribuição social sobre o faturamento, conforme artigo 1º da Lei Complementar antes citada”; b) “o tratamento imposto pelo legislador infraconstitucional não se amolda à melhor exegese dada aos dispositivos insertos na lei ápice (Lei nº 8.212, de 1991), Fl. 111DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 104 4 dando motivação justa e correta ao pleito deduzido pela recorrente em seu pedido inaugural”, porquanto a Constituição Federal (CF) veda a instituição de tratamentos desiguais entre os contribuintes. Assim sendo, restou violado o princípio constitucional da isonomia; c) “contudo, em que pese a sólida argumentação posta no requerimento inaugural, a decisão recorrida limitouse a concluir que não compete à autoridade administrativa a apreciação de arguições sobre aplicação de princípios constitucionais relativos a atos legais legitimamente inseridos no ordenamento jurídico”. Nesse sentido, verificase, “visivelmente”, que a decisão recorrida “não enfrentou as questões deduzidas pela recorrente em seu requerimento originário, o que deverá ser objeto de análise por força deste recurso, possibilitando a reforma do decisum ora atacado, para fins de deferimento da restituição dos valores recolhidos a título de COFINS no período de 11/94 a 01/99; d) seu pleito deve ser reconhecido, “especialmente, pelo fato da decisão vergastada limitarse a reconhecer a impossibilidade, na esfera administrativa, da invocação do princípio constitucional da isonomia tributária, face a ausência de competência legal do agenteautoridade, para tanto”. Ao analisar referida manifestação de inconformidade, a 1ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 1430.217, de 19/07/2010, assim ementado: Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003 ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. A arguição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria, do ponto de vista constitucional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Não concordando com referida decisão o contribuinte apresentou recurso voluntário por meio do qual tece basicamente os mesmos argumentos trazidos em sede de manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 105 5 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isto dele tomo conhecimento. O contribuinte efetuou pedido de restituição de valores que teria pago a maior da Cofins do período de fevereiro/99 a maio/2003, requerendo desde já a possibilidade de efetuar compensações com futuros débitos de sua titularidade. Alegando o princípio constitucional da isonomia tributária previsto no art. 150, inc. II da CF, requer o direito de recolher a Cofins nos mesmos moldes das instituições financeiras. A contribuinte é uma sociedade limitada cujo objeto social é o comércio de máquinas, implementos e peças agrícolas. Nesta condição, para o período em questão, estava obrigado ao recolhimento da Cofins nos termos da Lei nº 9.718/98, da qual transcrevo alguns artigos de maior relevância: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: (...) Art. 8° Fica elevada para três por cento a alíquota da COFINS. Por força de lei, as instituições financeiras e assemelhadas possuíam e ainda possuem regras diferenciadas para apuração e recolhimento da Cofins, como bem alinhavou a recorrente. A decisão recorrida está correta, à medida em que reconhecer a possibilidade de uma empresa comercial recolher a Cofins nos mesmos moldes das instituições financeiras é negar validade à lei instituidora e regulamentadora da contribuição, o que é vedado aos tribunais administrativos, conforme Súmula Carf nº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Apesar de não apreciada a argüição de suposta ofensa ao princípio da isonomia, observo que na situação aqui colocada não reconheço a mácula apontada. Isto porque as atividades das instituições financeiras em nada se parece com as atividades das empresas comerciais em geral. Elas têm especificidades tão distintas que levaram o legislador Fl. 113DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 106 6 infraconstitucional a dar tratamento diferenciado a elas. Neste sentido transcrevo abaixo trecho do voto do Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, no Acórdão nº 20312.507, da 3ª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes, o qual estou de inteiro acordo. “Como se sabe, o principio da igualdade implica em tratar os iguais de forma igual e em diferenciar os desiguais, sendo que estes devem ser diferenciados na medida de suas desigualdades conforme a lição célebre de Ruy Barbosa, in Oração aos Moços. A questão, então, passa a ser como discriminar, e quais os discrímenes a serem adotados. Celso Antonio Bandeira de Mello, in Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade, atualmente editado pela Malheiros Editores, analisa com rigor a questão e leciona que primeiro temse que investigar qual o critério discriminador, segundo, a relação entre o discriminador e o tratamento jurídico construído em função do discrímen eleito; terceiro, se a discriminação resulta, in concreto, de acordo com a Constituição. No caso em tela, o discriminador é a atividade das entidades financeiras, bastante diferenciada e que pode, sim, ser eleita como discrímen, já que não há vedação constitucional neste sentido. As entidades financeiras, responsáveis pela intermediação entre os que emprestam e os que tomam emprestados, possuem a peculiaridade de renovarem, a cada período de tempo préestabelecido — no geral, um mês — o que compram e o que vendem, que é o capital comprado dos aplicadores e vendido aos tomadores de empréstimos. Bem ao contrário das atividades comerciais no geral, nas quais as empresas vendem produtos uma única vez, sem as renovações periódicas. Assim, nas empresas não financeiras a incidência do PIS e da COFINS é computada a cada venda, uma única vez. Estas Contribuições, ao incidirem sobre o faturamento ou receita bruta das empresas, ocasionam bis in idem imposto repetido sobre a mesma base de cálculo: bis, repetição, in idem, sobre o mesmo , mas em operações distintas, de um fornecedor para outro e do último para o consumidor final. Não há repetição da incidência numa mesma operação, como aconteceria no caso da intermediação financeira, caso não permitidas as deduções próprias das instituições financeiras. Se nas atividades não financeiras não há renovação das vendas — comprase um produto uma única vez, sem se renovar tal compra , não acontece o cômputo renovado do PIS e da COFINS. Já os empréstimos são renovados a cada mês, dado que a taxa de juros normalmente é mensal. É como se as instituições financeiras vendessem o valor emprestado a cada mês. Assim sendo, se não pudessem deduzir os custos pagos aos aplicadores — a quem compram o capital também periodicamente , as bases de cálculo do PIS e da COFINS seriam renovadas mensalmente, no que repercutiriam diretamente na taxa de juros dos empréstimos. A título de exemplo, tomese um empréstimo mensal com taxa de juros igual a 3,00% (três por cento). Se a instituição financeira não pudesse deduzir do valor emprestado (faturamento) o custo dessa intermediação financeira, tal como permitido pelo art. 3°, § 6°, I, "a" da Lei n°9.718/98, com a redação dada pela MP n° 2.15835/2001, a taxa de juros, ao invés de 3,00%, seria 6,65% (3,00% de juros mais 3,00% de COFINS mais 0,65% de PIS). Destarte, o discrímen atividade financeira, além de ser permitido constitucionalmente, é também uma necessidade, como demonstrado acima. Por outro lado, o tratamento jurídico construído em função do discrimen eleito, bem Fl. 114DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 107 7 como o que dele resulta, em concreto, estão de acordo com a Constituição, pois a discriminação feita pela legislação tributária não permite às instituições financeiras todo tipo de dedução, mas somente aquelas que, se acaso não permitidas, inviabilizariam a intermediação financeira. Dito de outra forma: a discriminação estabelecida não ultrapassa os limites do que é peculiar à atividade financeira. Tanto é assim que as despesas administrativas, não dedutíveis nas bases de cálculo do PIS e da COFINS das empresas não financeiras, também não o são nas instituições financeiras (§ 1° do art. 1° da Lei n°9.701/98, com a redação dada pelo art. 3° da MP n°2.15835/2001).” Também a título de ilustração esta questão foi colocada no judiciário, sendo que o STF negou seguimento ao recurso extraordinário interposto com a seguinte ementa: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. PIS/PASEP E COFINS. EXTENSÃO DE TRATAMENTO DIFERENCIADO. ISONOMIA. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. 1. O acolhimento da postulação da autora extensão do tratamento tributário diferenciado concedido às instituições financeiras, às cooperativas e às revendedoras de carros usados, a título do PIS/PASEP e da COFINS implicaria converterse o STF em legislador positivo. Isso porque se pretende, dado ser ínsita a pretensão de ver reconhecida a inconstitucionalidade do preceito, não para eliminálo do mundo jurídico, mas com a intenção de, corrigindo eventual tratamento adverso à isonomia, estender os efeitos de norma contida no preceito legal a universo de destinatários nele não contemplados. Precedentes. Agravo Regimental não provido. (Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 402.7488 PE. Relator Ministro Eros Grau. 22/04/2008) MULTA DE MORA O contribuinte pede subsidiariamente o afastamento da cobrança da multa de mora na cobrança dos débitos compensados em caso de não homologação das declarações de compensação em face da denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, in verbis: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Da leitura do dispositivo legal acima transcrito resta claro que a denúncia espontânea só é valida se vier acompanhada do pagamento do tributo. No presente caso apesar do contribuinte ter confessado o débito por meio das declarações de compensação, esta Fl. 115DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 108 8 confissão não veio acompanhada do pagamento e sim de uma pretensa compensação que dependerá sempre de sua homologação posterior, expressa ou tácita. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário, pois para o pagamento a extinção do crédito tributário não está vinculada a nenhuma condição e o art. 74, § 2º da Lei nº 9.430/96 estabelece que a compensação extingue o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Assim, diante do exposto, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 116DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
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Numero do processo: 19615.000751/2008-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Dec 24 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 12/08/2008
NÃO ATENDIMENTO INJUSTIFICADO À INTIMAÇÃO EM PROCEDIMENTO FISCAL. MULTA. CABIMENTO.
A não apresentação injustificada de resposta, no prazo estipulado, à intimação em procedimento fiscal é causa suficiente para a imputação da multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decreto-lei n°37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03.
Numero da decisão: 3102-002.300
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencida a Conselheira Nanci Gama que dava provimento ao recurso.
[assinado digitalmente]
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
[assinado digitalmente]
Andréa Medrado Darzé - Relatora.
Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Fernandes do Nascimento, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, José Paulo Puiatti e Nanci Gama.
Nome do relator: ANDREA MEDRADO DARZE
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 12/08/2008 NÃO ATENDIMENTO INJUSTIFICADO À INTIMAÇÃO EM PROCEDIMENTO FISCAL. MULTA. CABIMENTO. A não apresentação injustificada de resposta, no prazo estipulado, à intimação em procedimento fiscal é causa suficiente para a imputação da multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decreto-lei n°37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencida a Conselheira Nanci Gama que dava provimento ao recurso. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa - Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé - Relatora. Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Fernandes do Nascimento, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, José Paulo Puiatti e Nanci Gama.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1973; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 12 1 11 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19615.000751/200891 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3102002.300 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 15 de outubro de 2014 Matéria MULTA. Recorrente LUPÉRCIO PIO DE OLIVEIRA COMÉRCIO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 12/08/2008 NÃO ATENDIMENTO INJUSTIFICADO À INTIMAÇÃO EM PROCEDIMENTO FISCAL. MULTA. CABIMENTO. A não apresentação injustificada de resposta, no prazo estipulado, à intimação em procedimento fiscal é causa suficiente para a imputação da multa prescrita no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decretolei n°37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencida a Conselheira Nanci Gama que dava provimento ao recurso. [assinado digitalmente] Ricardo Paulo Rosa Presidente. [assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Relatora. Participaram, ainda, da sessão de julgamento os conselheiros José Fernandes do Nascimento, Mirian de Fátima Lavocat de Queiroz, José Paulo Puiatti e Nanci Gama. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da DRJ em Fortaleza que julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência fiscal, por entender que o contribuinte, ao não apresentar resposta a intimação, no prazo estipulado, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 61 5. 00 07 51 /2 00 8- 91 Fl. 79DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA 2 embaraçou ação de fiscalização, o que justificaria a aplicação da multa prevista no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decretolei n°37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03. Por bem descrever os fatos ocorridos até o presente momento processual, os quais foram relatados com riqueza de detalhes, adoto o relatório da decisão recorrida, transcrevendoo abaixo na íntegra: Trata o presente processo de exigência da multa prevista no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decretolei n°37/1966, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/2003, no valor de R$ 5.000,00. A descrição dos fatos constante do auto de infração, as folhas 01/07, dá conta dos seguintes fatos: Em procedimento fiscal de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo sujeito passivo supracitado, foi (ram) apurada(s) infração(ões) abaixo descrita(s), aos dispositivos legais mencionados. 001 EMBARAÇO OU IMPEDIMENTO A AÇÃO DA FISCALIZAÇÀO, INCLUSIVE NÃO ATENDIMENTO Á INTIMAÇÃO Embaraçou/ dificultou/ impediu, por meio ou forma omissiva, a ação de fiscalização não apresentando resposta , no prazo estipulado, à intimação em procedimento fisco/conforme descrito a seguir: No cumprimento do Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) n° 04.1.51.002007002788, a Divisão de Repressão ao Contrabando e Descaminho da 4ª Região Fiscal Direp04, realizou procedimento fiscal em que foi encaminhado o TERMO DE INTIMAÇÃO n° E 1 OP. GAME OVER (fls. 9 / 10) à empresa Lupercio Pio de Oliveira Comercio, CNPJ: 06.979.095/000113, solicitando que a mesma apresentasse a DIREP/SRRF04, no prazo de 10(Dez) dias, os seguintes documentos/esclarecimentos: Informar se a Nota Fiscal de Salda n° 000019, emitida em 03/08/2007, foi expedida por essa empresa, em caso positivo: Fornecer uma cópia autenticada da 2° Via; Apresentar cópia das Notas Fiscais de Aquisição ou Entradas de qualquer natureza, relativas às mercadorias/produtos constantes da nota fiscal mencionada acima, acompanhada, se for o caso, dos respectivos comprovantes de importação, estes acompanhados dos extratos das Declarações de Importação (DI), e suas adições; Apresentar, se for o caso, cópia autenticada da Fatura comercial, packing list ou qualquer outro documento que contenha o número de série dos produtos constantes da nota fiscal mencionada acima e que tenham instruído o despacho aduaneiro de importação dos mesmos; e Fl. 80DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 19615.000751/200891 Acórdão n.º 3102002.300 S3C1T2 Fl. 13 3 Apresentar Cópia autenticada do Livro Registro de Entradas incluindo o Termo de Abertura e de Encerramento, referente(s)ao(s) período(s) no(s) quais encontramse escrituradas as nota(s) fiscal (is) referentes as mercadorias/produtos indicado(s) acima. Cópia autenticada do Contrato Social e alterações posteriores. A Intimação foi recebida em 18/03/2008, conforme Aviso de Recebimento (fls. 8), mas até a presente data não foi respondida optando o contribuinte por omitirse de responder a intimação fiscal devidamente cientificada, dificultando o trabalho da fiscalização na busca da verdade material. Por esta razão, em 1210812008, a fiscalização lavrou o presente auto de infração. Cientificada do auto de infração, a interessada apresentou impugnação em 23/09/2008, cujos argumentos resumese a seguir: Após a lavratura do 'Termo de Inicio de Diligência Fiscal — OP. GAME OVER", os Auditores vinculados à Receita Federal solicitaram a documentação dos produtos importados presentes no estabelecimento comercial da Impugnante, tendo esta fornecido as Notas Fiscais de compra das mercadorias emitidas por seus fornecedores. Durante a operação 'Game Over a Impugnante foi intimada, em 08110/2007, para apresentar, no prazo de 24h (vinte e quatro horas), os documentos concernentes a regular importação das mercadorias apreendidas. Frisese que durante todo o perlado em que os agentes vinculados à Direp estiveram no estabelecimento da Impugnante nenhum ato de embaraço foi efetuado por seus funcionários, ao reverso, todas as informações requeridas foram prestadas de forma satisfatória, como também, nenhum óbice foi imposto aos fiscais da SRF. Ato continuo, em 09/10/2007, a Impugnante requereu a r. dilação (prorrogação) do prazo fixado, sendo o pleito deferido pelo auditor da receita responsável pela fiscalização, cópia acostada. Após a prorrogação do prazo, a mencionada intimação foi cumprida em 10/10/2007, conforme atesta a assinatura do Agente de Fiscalização vinculado à SRF. Ocorre que, em 18/03/2008, a Impugnante foi Intimada pela 2ª vez para apresentar documentos. Observase que ames da suposta intimação não cumprida pela Impugnante, outras 2 (duas) intimações foram cumpridas tempestivamente, sem que fosse identificado qualquer óbice à fiscalização, porém a 3ª (terceira) intimação não foi cumprida. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA 4 O não cumprimentada aludida intimação teve como causa a greve dos próprios auditores da Receita Federal, vez que, quando do comparecimento ao prédio da Direp (Av. Eng. António de Goes n° 449, bairro do Pina, Recife) a Impugnante foi informada da existência do movimento paredista, como também, que os auditores responsáveis pela fiscalização não poderiam receber a documentação requerida. A greve dos auditores perdurou durante uni longo período, tendo a Impugnante esperado nova intimação para a apresentação da documentação uma vez que a intimação anterior não pode ser cumprida em razão do movimento grevista. Transcorridos mais de 6 (seis) meses da intimação, quedouse surpreendida a Impugnante quando teve ciência da lavratura do presente auto de infração por suposta desobediência ou embaraço à fiscalização, pois cumpriu tempestivamente todas as intimações anteriores, tendo deixado de cumprir a última intimação por motivos alheios a sua vontade. Noutra senda, após a aludida intimação a Impugnante foi intimada em agosto de 2008 para apresentar outros documentos, tendo cumprido tempestivamente tal intimação, consoante protocolo acostado, ou seja, a Impugnante aguardou nova intimação para cumprimento da intimação anterior, vez que não deu causa ao descumprimento da intimação em foco. Concluise que durante toda a Op. Game Over a Impugnante sempre contribuiu para o desenlace da fiscalização, cumprido tempestivamente todas as intimações anteriores, Na realidade, deveria a autoridade fiscal, após o encerramento do movimento paredista (greve) ter reintimado a Impugnante para apresentar os documentos requeridos anteriormente, porém o auditor da SRF preferiu desconsiderar a existência do movimento revista lavrando o indigitado auto de infração em desfavor da Impugnante, ames de efetuar a intimação. Junta excertos de acórdão da Segunda Câmara do Conselho de Contribuintes (n° 20216046), afirmando que aquela Câmara firmou entendimento de que apenas após o descumprimento da reintimação restará caracterizado o embaraço à fiscalização passível de imposição de multa pecuniária. Afirma que, segundo o voto do relator, a multa por embaraço à fiscalização só terá guarida quando caracterizada a intenção de omitirlhe informações e, no caso em tela "o não cumprimento da intimação decorreu da existência de greve dos próprios auditores da Secretaria da Receita Federal do Brasil, deflagrada em 18/03/2008, que durou por um longo período conforme atestam as notícias acostadas, colhidas de sítios eletrônicos". Por fim, argumenta que não se mostra razoável a manutenção da multa, vez que "cabalmente demonstrado a inexistência de óbice à fiscalização", novamente atribuindo o "suposto" descumprimento ao fato de os auditores encontraremse em greve. Pede que a presente impugnação seja julgada procedente em todos os seus termos, anulando o auto de infração ora impugnado. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 19615.000751/200891 Acórdão n.º 3102002.300 S3C1T2 Fl. 14 5 A DRJ em Fortaleza julgou a impugnação improcedente, nos seguintes termos: EMBARAÇO OU IMPEDIMENTO À AÇÃO FISCAL. NÃO ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO. MULTA. Aplicase a multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) a quem, por qualquer meio ou forma, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal. Lançamento Procedente Irresignado, o contribuinte recorre a este Conselho basicamente reafirmando as alegações da impugnação. É o relatório. Voto Conselheira Andréa Medrado Darzé. O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme é possível perceber do relato acima, a presente controvérsia se resume a verificar se a não apresentação de resposta à intimação sob a justificativa de que fora deflagrado movimento grevista, se enquadraria na ação tipificada no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decretolei n°37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03, justificando, assim, a aplicação da multa nela prevista. Pois bem. Prescreve o referido dispositivo legal o seguinte: Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de nãoapresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal; Ora, é incontroverso nos autos que a Recorrente não apresentou resposta à intimação em procedimento fiscal (cujo prazo estabelecido fora de 10 dias), o que, a princípio se enquadra perfeitamente neste dispositivo legal. Alega, todavia, a Recorrente em sua defesa que não o fez, tendo em vista que a intimação que originou a conduta tipificada lhe foi cientificada em 18/03/2008, justamente no dia em que foi instaurado movimento paredista, o que a teria impedido de ter acesso aos auditores a fim de entregar os documentos solicitados. De fato, a mencionada greve teve inicio Fl. 83DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA 6 em 18 de março de 2008, conforme comprova cópia retirada do sitio da UNAFISCO SINDICAL, entidade representativa da categoria (fl. 50). Ocorre que, colocando entre parênteses a existência ou não de meios para cumprir a intimação durante o movimento grevista, certo é que a Recorrente teria que ter diligenciado neste sentido após a cessação da greve, o que não foi feito. Como bem pontuado pela decisão recorrida: De outra mão, considerandose o movimento grevista como uma situação que poderia caracterizar que, enquanto perdurou, não se considera "expediente normal" na repartição, impende trazerse à colação o que dispõe o art. 5° do Decreto n°70.235172: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do inicio e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Portanto, o prazo para contagem dos dez dias determinados na intimação, que deveria se iniciar em 19 de março de 2008 (quartafeira), já que a ciência se deu em 18 de março de 2008, estaria suspenso enquanto se perdurasse essa situação. Finda a greve, o prazo poderia continuar a fluir normalmente. Como o retomo da greve se deu em 12 de maio de 2008, segundafeira (folha 51), este dia seria aquele em que os dez dias começariam a contar, vencendose o prazo da impugnação no dia 21 de maio de 2008. (...) Nem mesmo findo aquele prazo, diligenciou para entregar a documentação, fato que se perdurou até a lavratura do presente auto, em 12/08/2008, que se deu 93 (noventa e três) dias após o retomo da greve, que, como mencionado, foi em 12 de maio de 2008. De fato, depois de finalizada a greve, independentemente de nova intimação, teria a Recorrente que ter comparecido dentro do prazo de dez dias às instalações da Receita Federal do Brasil, a fim de entregar os documentos solicitados. Afinal, não mais perdurava qualquer causa suspensiva do seu prazo. No que se refere à alegação de que a multa por embaraço prescrita no art. 107, inciso IV, alínea "c", do Decretolei n°37/66, com redação dada pelo art. 77 da Lei n° 10.833/03, "só terá guarida quando caracterizada a intenção de omitir informações à fiscalização", também entendo que não merece ser acolhida. O referido dispositivo legal é claro no sentido de que a não apresentação de resposta (injustificada, é claro), no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal é causa suficiente para a imputação da multa. Enquadrandose sua conduta na norma que a define como infração, não é permitido a este Colegiado dispensar ou reduzir penalidades sem expressa autorização legal, uma vez que a hipótese de dispensa ou redução de penalidade é matéria reservada à lei, estando fora da esfera de competência da autoridade administrativa a quem compete tãosomente aplicála (art. 97, VI, do CTN). Em face do exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. [Assinado digitalmente] Andréa Medrado Darzé Fl. 84DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 19615.000751/200891 Acórdão n.º 3102002.300 S3C1T2 Fl. 15 7 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por ANDREA MEDRADO DARZE, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10980.926600/2009-11
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004
PIS/Pasep. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1O DO ARTIGO 3O DA LEI NO 9.718, DE 1998, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC NO 20/98.
A base de cálculo do PIS/Pasep é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal.
Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, b, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional no 20, de 1998.
Recurso a que se dá parcial provimento para que a instância a quo, considerando a inconstitucionalidade da norma, se manifeste sobre a materialidade do crédito tributário reclamado.
Numero da decisão: 3802-003.926
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Mércia Helena Trajano Damorim, Solon Sehn e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004 PIS/Pasep. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1O DO ARTIGO 3O DA LEI NO 9.718, DE 1998, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC NO 20/98. A base de cálculo do PIS/Pasep é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal. Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional no 20, de 1998. Recurso a que se dá parcial provimento para que a instância a quo, considerando a inconstitucionalidade da norma, se manifeste sobre a materialidade do crédito tributário reclamado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 92 66 00 /2 00 9- 11 Fl. 49DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/ 12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Mércia Helena Trajano Damorim, Solon Sehn e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da 3a Turma da DRJ Curitiba (fls. 29/32 do processo eletrônico), a qual, por unanimidade de votos, indeferiu a manifestação de inconformidade formalizada pela interessada em face da não homologação de compensação declarada em PER/DCOMP, onde o direito creditório aduzido diz respeito a parte de pagamento de PIS/Pasep efetuado em 15/04/2004, que a interessada buscava compensar com débito CSLL vencido em 31/10/2006. Aduziu a reclamante que o crédito decorre da inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, declarada pelo STF, e que o mesmo foi aproveitado nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Ressalta estar amparada pelos artigos 165 e 170 do CTN. A primeira instância não reconheceu o direito creditório sob o argumento de que a autoridade administrativa não poderia afastar a norma declarada inconstitucional uma vez que a contribuinte não figurara como postulante nas ações julgadas pelo STF, e ainda, que a realidade não se enquadrava dentre as possibilidades de afastamento de norma inconstitucional elencadas pelo Decreto no 2.346, de 10 de outubro de 1997. A ciência da decisão que manteve a exigência formalizada contra a recorrente ocorreu em 11/08/2011 (fls. 35). Inconformada, a mesma apresentou, em 02/09/2011, o recurso voluntário de fls. 42/45, onde se insurge contra o indeferimento de seu pleito sob o argumento de que o STF efetivamente declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, e que tal entendimento deveria ser reproduzido pelos conselheiros do CARF, por força do disposto no artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho. Requer, ao final, seja homologada a compensação intentada. É o relatório. Voto Fl. 50DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/ 12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM Processo nº 10980.926600/200911 Acórdão n.º 3802003.926 S3TE02 Fl. 50 3 O recurso há que ser conhecido por preencher os requisitos formais e materiais exigidos para sua aceitação. A discussão envolve crédito decorrente da declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98. Como se sabe, o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98 ampliou a base de cálculo do PIS e da COFINS. O aumento da carga tributária daí decorrente foi contestado na justiça, tendo o Poder Judiciário, por diversas vezes, entendido que a amplitude de faturamento referida no artigo 195, inciso I, da Constituição Federal, na redação anterior à Emenda Constitucional – EC nº 20, de 1998, não legitimava a incidência de tais contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pelas empresas contribuintes, advertindo, ainda, que a superveniente promulgação da EC no 20, de 1998, publicada no dia 16 de dezembro de 1998, “não teve o condão de validar a legislação ordinária anterior, que se mostrava originariamente inconstitucional” (Ag.Reg. RE 546.3273/SP, Rel. Min. Celso Mello). Assim, entendeu o Poder Judiciário que o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718, de 1998, ao alargar o conceito de faturamento, criara exação nova, assunto o qual deveria ter sido objeto de lei complementar, por força do disposto no artigo 195, § 4o, c/c artigo 154, inciso I, da Constituição Federal. Portanto, o alargamento da base de cálculo objeto da Lei no 9.718, de 27/11/1998 (decorrente da conversão da MP no 1.724, de 29/10/1998 – antes, ressaltese, da EC no 20, de 15/12/1998), estava maculado por vício formal de constitucionalidade. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário no 390.840/MG, apreciado pelo pleno em 09/11/2005, decidiu no seguinte sentido (relator Ministro Marco Aurélio): CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO – INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS – SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS – RECEITA BRUTA – NOÇÃO – INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. A decisão teve a seguinte votação: Fl. 51DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/ 12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM 4 Decisão: O Tribunal, por unanimidade, conheceu do recurso extraordinário e, por maioria, deulhe provimento, em parte, para declarar a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, vencidos, parcialmente, os Senhores Ministros Cezar Peluso e Celso de Mello, que declaravam também a inconstitucionalidade do artigo 8º e, ainda, os Senhores Ministros Eros Grau, Joaquim Barbosa, Gilmar Mendes e o Presidente (Ministro Nelson Jobim), que negavam provimento ao recurso. Ausente, justificadamente, a Senhora Ministra Ellen Gracie Plenário, 09.11.2005. Posteriormente, o STF, no julgamento do Recurso Extraordinário no 585.235 1/MG, proferido em 10/09/2008 e publicado em 28/11/2008, reconheceu a repercussão geral do tema, conforme ementa do acórdão em tela, que teve a relatoria do Ministro Cezar Peluso: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Especificamente sobre exame de constitucionalidade de norma, o caput do artigo 62 do Anexo II do mesmo Regimento veda “[...] aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade”, admitidas, contudo, as exceções elencadas no parágrafo único do referenciado artigo, dentre as quais a de que trata a hipótese objeto de seu inciso I, qual seja, afastar preceito “que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal”, como na hipótese presente. Aliás, segundo o artigo 62A do RICARF (inserido pela Portaria MF no 586/2010), As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Além disso, o parágrafo único do artigo 4o do Decreto no 2.346, de 10/10/1997, dispõe que, Na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Com a declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, o STF entendeu que o PIS e a COFINS somente poderiam incidir sobre as receitas operacionais das empresas, ou seja, aquelas ligadas às suas atividades principais. Sobre tal dispositivo, vale ressaltar, a título de informação, que o mesmo foi posteriormente revogado pela Lei no 11.941, de 27 de maio de 2009. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/ 12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM Processo nº 10980.926600/200911 Acórdão n.º 3802003.926 S3TE02 Fl. 51 5 Consequentemente, não é legítima a exigência da contribuição sobre receitas outras que não as originadas da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, devendo ser excluídos da base de cálculo os montantes decorrentes das rubricas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional no 20, de 19981. Digno de nota o entendimento exarado no Parecer PGFN/CDA/CRJ nº 396, de 11/03/2013, aprovado por despacho do Ministro da Fazenda de 02/07/2013, segundo o qual nova interpretação assumida pela Fazenda Nacional também deverá ser seguida pelas autoridades julgadoras no âmbito das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento/DRJ quanto aos processos que estejam aguardando julgamento na primeira instância administrativa, em cumprimento ao disposto no art. 7º da Portaria MF nº 341, de 12 de julho de 2011. Vale lembrar, no entanto, que quando proferido o julgado de primeira instância referido Parecer ainda não tinha sido editado. Assim, não obstante a legitimidade do direito aduzido pela reclamante em vista da inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, e: a) considerando que não foi acostada aos autos nenhuma documentação comprobatória do direito reclamado; b) considerando, ainda, que não consta do processo comprovação de que o sujeito passivo não pleiteia o mesmo crédito mediante ação judicial; voto para dar parcial provimento ao recurso para que a primeira instância de julgamento, considerando a inconstitucionalidade da norma em evidência, se manifeste sobre a materialidade do direito reclamado pelo sujeito passivo. Sala de Sessões, em 12 de novembro de 2014. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios – Relator 1 Com efeito, referida Emenda Constitucional, como já citado, unificou os conceitos de receita bruta e de faturamento, o que se deu somente após a edição da Lei nº 9.718/98, cujo § 1º do artigo 3º, ampliador do conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas pelas pessoas jurídicas, ainda não estava respaldado pelo alicerce constitucional decorrente da reportada EC no 20/98. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/ 12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM 6 Fl. 54DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 11/ 12/2014 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 19/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJA NO DAMORIM
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Numero do processo: 10730.903113/2010-58
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jan 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 15/07/2004
LUCRO PRESUMIDO. REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%.
As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitam-se à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO.
No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a não-apresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a não-homologação da declaração de compensação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3801-004.333
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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REGIME CUMULATIVO. ALÍQUOTA DE 3%. As pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido sujeitamse à tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. PROVA. MOMENTO. No julgamento de segunda instância administrativa, devem ser apreciados e aceitos como prova do direito de crédito utilizado em declaração de compensação não homologada, documentos fiscais e contábeis apresentados no recurso voluntário, quando apenas na decisão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve o despacho decisório eletrônico, fica claro que a nãoapresentação destes documentos é a razão para o indeferimento do pedido de crédito e a nãohomologação da declaração de compensação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Os Conselheiros Flávio de Castro Pontes e Marcos Antônio Borges votaram pelas conclusões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 90 31 13 /2 01 0- 58 Fl. 156DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903113/201058 Acórdão n.º 3801004.333 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani – Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório Conforme relatório do acórdão recorrido, tratase o presente processo de apreciação de compensação declarada em PER/DCOMP, de crédito referente a valor da Cofins que teria sido recolhido a maior com débito trituário da contribuinte. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de origem, por meio de despacho decisório eletrônico, não reconheceu ou reconhecer parcialmente o direito de crédito pleiteado, sob o fundamento de que o pagamento foi total ou parcialmente utilizado para quitar débito declarado em DCTF. Cientificada do despacho eletrônico, a interessada apresentou manifestação de inconformidade, na qual alega que, no exercício de 2004 e parte de 2005, a empresa pagou indevidamente a COFINS com base na alíquota de 7,4% quando deveria ser de 3%, porque enquadravase no regime cumulativo. Demonstrou, para o período de apuração que ensejou o pagamento indevido ou a maior, o erro no cálculo, como apurou o valor a que teria direito e como apropriou este valor na compensação de débito para com a Fazenda Nacional. Afirma que a Secretaria da Receita Federal do Brasil –RFB estaria cometendo um equívoco, ao alegar que o crédito já foi utilizado em quitação de débitos da empresa. A Delegacia da Receita Federal do Julgamento em Ribeirão PretoDRJ/RPO julgou a manifestação de inconformidade improcedente, conforme ementa a seguir: “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: (...) MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da apresentação da manifestação de inconformidade trazer ao julgado todos os Fl. 157DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903113/201058 Acórdão n.º 3801004.333 S3TE01 Fl. 4 3 dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega.” Após, foi apresentado recurso voluntário, no qual a recorrente repete as alegações da manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos para ser julgado por esta turma especial. A recorrente afirma que apesar de estar submetida à tributação do IRPJ com base no lucro presumido, o que implicaria ter que recolher a Cofins à alíquota de 3% sob o regime cumulativo, equivocadamente calculou a contribuição aplicando alíquota maior. Após ter verificado o erro, procedeu à compensação dos valores que entendeu ter recolhido a maior com débitos perante a Fazenda Nacional de Cofins, contribuição para o PIS/Pasep, IRPJ e CSLL. São vários os processos em julgamento nesta Turma Especial. Nos processos em que a recorrente compensou os supostos créditos com IRPJ e CSLL, as Declarações de Compensação evidenciam que a recorrente se enquadrava no lucro presumido, o que ensejaria a tributação da Cofins no regime cumulativo, por força do art. 10 da Lei nº 10.833, de 2003, à alíquota básica de 3%, prevista no art. 8º da Lei nº 9.718, de 27/11/1998. Cito: “Art. 10 . Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1º a 8º: ( Vide Medida Provisória nº 252, de 15/06/2005 ). I as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e 9º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20 de junho de 1983; II as pessoas jurídicas tributadas pelo imposto de renda com base no lucro presumido ou arbitrado; III as pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; IV as pessoas jurídicas imunes a impostos; V os órgãos públicos, as autarquias e fundações públicas federais, estaduais e municipais, e as fundações cuja criação tenha sido autorizada por lei, referidas no art. 61 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição; (...)” Fl. 158DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903113/201058 Acórdão n.º 3801004.333 S3TE01 Fl. 5 4 A decisão da Delegacia da Receita Federal de origem, por meio de despacho eletrônico, pela nãohomologação da compensação declarada baseouse na nãocomprovação da existência de crédito disponível. A decisão da Delegacia da Receita Federal do Julgamento que manteve o despacho decisório fundamentouse na nãoapresentação de comprovantes fiscais e contábeis, em especial notas fiscais e livros fiscais e contábeis, relativos ao crédito pleiteado por meio de despacho eletrônico, constando do voto do acórdão recorrido que a contribuinte limitouse a afirmar que efetuou pagamento indevido, sem demonstrar contabilmente como teria apurado o novo valor do tributo devido. Compulsando os autos, constato que a empresa apresentou, antes do julgamento de primeira instância administrativa, planilha com demonstrativo de pagamentos a maior, informando para o período de apuração o faturamento, o valor pago, o valor devido e o valor pago a maior; cópia de nota fiscal de serviços; e cópia de comprovante de recolhimento. Em julgamentos anteriores de casos semelhantes, votei por negar provimento ao recurso voluntário, na falta de comprovação plena da certeza e liquidez do crédito pleiteado, porém, após ficar vencido sozinho em todos eles, considerando o princípio do colegiado, adoto a posição majoritária da turma, nos casos de despacho eletrônico em que a contribuinte apresenta na fase recursal documentos e demonstrativos que indiquem possuir bom direito, para aplicar o princípio da verdade material e da vedação ao enriquecimento sem causa para mitigar em parte a exigência de plena comprovação na manifestação de inconformidade ou mesmo no recurso voluntário da liquidez do crédito, limitandome a tratar da existência do direito de crédito e ressalvando à Secretaria da Receita Federal do Brasil o poder/dever de verificar na escrita fiscal e contábil da interessada sua liquidez. Esclareço que esta postura leva em consideração que a retificação da DCTF não é condição para o deferimento do pedido de crédito ou para a homologação da compensação declarada e que a ausência nos autos dos livros contábeis e fiscais, quando apresentados os documentos fiscais e demonstrativos dos cálculos do tributo recolhido a maior ou indevidamente e do tributo devido, pode ser suprida, no momento da execução da decisão administrativa, por meio de diligência fiscal ou intimação fiscal para apresentação dos livros pela contribuinte. No presente caso, em que a decisão administrativa se concretizou por meio de despacho eletrônico sem qualquer intimação para que a interessada prestasse informações ou apresentasse provas necessárias à análise do pleito, a Lei nº 9.784, de 29/01/1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, ampara o entendimento segundo o qual a administração tributária poderia. Cito: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 37. Quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na própria Administração responsável pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas cópias. (...) Fl. 159DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10730.903113/201058 Acórdão n.º 3801004.333 S3TE01 Fl. 6 5 Art. 39. Quando for necessária a prestação de informações ou a apresentação de provas pelos interessados ou terceiros, serão expedidas intimações para esse fim, mencionandose data, prazo, forma e condições de atendimento. Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se entender relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão. A mesma lei estabelece que nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados; adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados; interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer, com base nas notas fiscais e demonstrativos acostados aos autos, o direito de crédito referente à diferença entre a Cofins efetivamente paga e a devida pela tributação cumulativa à alíquota de 3%, e homologar a compensação declarada até o limite do crédito disponível, ressalvando que a Delegacia da Receita Federal do Brasil deverá apurar a liquidez do crédito com base nos livros fiscais e contábeis da contribuinte. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani. Fl. 160DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 22/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 24/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10183.902994/2008-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Jan 02 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3401-000.871
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima.
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente.
JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
Nome do relator: JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA - Relator.
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E COM. LTDA Recorrida DRJCAMPO GRANDE/MS Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio César Alves Ramos, Robson José Bayerl, Jean Cleuter Simões Mendonça, Angela Sartori, Eloy Eros da Silva Nogueira e Bernardo Leite Queiroz de Lima. JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Presidente. JEAN CLEUTER SIMÕES MENDONÇA Relator. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 01 83 .9 02 99 4/ 20 08 -1 9 Fl. 132DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10183.902994/200819 Resolução nº 3401000.871 S3C4T1 Fl. 133 2 Relatório Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de valor supostamente recolhido de modo indevido a título de multa moratória por atraso no recolhimento da COFINS do período de apuração de junho de 2000 e vencimento em julho do mesmo ano, mas pago somente em 05/12/2000, no valor original de R$ 10.078,82, para compensar o PIS de agosto de 2003. O PER/DCOMP eletrônico (fls. 2/6) foi transmitido em 16/04/2008. O crédito foi indeferido pela DRF em Cuiabá/MT e a manifestação de inconformidade foi julgada improcedente. A Recorrente interpôs recurso voluntário, alegando que a multa não era devida por ter ocorrido a denúncia espontânea. Na primeira análise por esta turma, o julgamento foi convertido em diligência, a fim de saber se realmente houve a denúncia espontânea. Para isso, os autos foram devolvidos à delegacia de origem, a fim de que ela informasse se os juros referentes ao atraso do recolhimento da COFINS do mês de junho 2000, com vencimento em julho do mesmo ano, foi recolhido integralmente; se o valor devido no mês de junho de 2000 foi declarado em DCTF e qual a data em que a respectiva DCTF foi apresentada. Em resposta à diligência, a delegacia de origem informou que a DCTF foi apresenta em 12/08/2000 e que o valor confessado foi extinto por pagamento com juros e multa (fls. 128/129). É o Relatório. Voto Conselheiro Jean Cleuter Simões Mendonça Como já analisado na primeira oportunidade, o recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual foi conhecido. Muito embora se tenha ordenado expressamente que a Recorrente fosse intimada do resultado da diligência para apresentar sua manifestação no prazo de 30 (trinta) dias, esse comando não foi atendido. Assim, em atendido ao princípio do contraditório e da ampla defesa, fazse necessário converter o julgamento em diligência mais uma vez, para que a Recorrente seja intimada do resultado da diligência para, querendo, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. Após esse prazo, os autos devem retornar ao CARF para análise do mérito, ainda que o prazo tenha transcorrido in albis. Ex positis¸ converto o julgamento em diligência nos termos propostos acima. Jean Cleuter Simões Mendonça Relator Fl. 133DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA Processo nº 10183.902994/200819 Resolução nº 3401000.871 S3C4T1 Fl. 134 3 Fl. 134DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES MENDONCA, Assinado digitalmente em 22 /12/2014 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 20/12/2014 por JEAN CLEUTER SIMOES ME NDONCA
score : 1.0
Numero do processo: 10325.000791/2001-58
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 21 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/03/1999, 01/01/2000 a 31/12/2000
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EXAME DE MATÉRIA ESTRANHA AO OBJETO DO RECURSO. REJEIÇÃO.
No julgamento do recurso voluntário, a Turma deve examinar a liquidez e a certeza do direito de crédito, bem como a regularidade da extinção do débito confessado por meio do Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação - PER/Dcomp. Não cabe o exame de eventual saldo do direito de crédito visando à legitimar futuros pleitos administrativos do Recorrente. Não há omissão no acórdão que se abstém do exame de matéria estranha ao objeto do procedimento administrativo fiscal.
Embargos Rejeitados.
Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3802-003.967
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira.
Nome do relator: SOLON SEHN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/03/1999, 01/01/2000 a 31/12/2000 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EXAME DE MATÉRIA ESTRANHA AO OBJETO DO RECURSO. REJEIÇÃO. No julgamento do recurso voluntário, a Turma deve examinar a liquidez e a certeza do direito de crédito, bem como a regularidade da extinção do débito confessado por meio do Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação - PER/Dcomp. Não cabe o exame de eventual saldo do direito de crédito visando à legitimar futuros pleitos administrativos do Recorrente. Não há omissão no acórdão que se abstém do exame de matéria estranha ao objeto do procedimento administrativo fiscal. Embargos Rejeitados. Crédito Tributário Mantido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira.
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AUSÊNCIA DE OMISSÃO. EXAME DE MATÉRIA ESTRANHA AO OBJETO DO RECURSO. REJEIÇÃO. No julgamento do recurso voluntário, a Turma deve examinar a liquidez e a certeza do direito de crédito, bem como a regularidade da extinção do débito confessado por meio do Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação PER/Dcomp. Não cabe o exame de eventual saldo do direito de crédito visando à legitimar futuros pleitos administrativos do Recorrente. Não há omissão no acórdão que se abstém do exame de matéria estranha ao objeto do procedimento administrativo fiscal. Embargos Rejeitados. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi e Claudio Augusto Gonçalves Pereira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 5. 00 07 91 /2 00 1- 58 Fl. 1364DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório Tratase de embargos declaratórios opostos por GUSA NORDESTE S/A, com fundamento no art. 65 e ss., Anexo 2, do Regimento Interno, em face do Acórdão nº 3802 00.926 (fls. 1285 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/03/1999, 01/01/2000 a 31/12/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. PRAZO DECADENCIAL. TERMO INICIAL. É de cinco anos o prazo para se pleitear a utilização de crédito presumido do IPI para ressarcimento da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS instituído pela Lei nº 9.363, de 1996, contado do término do trimestre de apuração (aplicação do artigo 1º do Decreto nº 20.910, de 1932). RECURSO VOLUNTÁRIO PARCIALMENTE PROVIDO. O Embargante alega ocorrência de omissão do julgado na apreciação dos créditos remanescentes (termo de verificação fiscal de fls. 474476), que seria providência necessária para legitimar futuros pleitos administrativos. Pleiteia o conhecimento e o provimento dos embargos declaratórios, para fins de saneamento da omissão apontada. Os embargos declaratórios foram conhecidos por decisão da Presidente da Turma (fls. 1.435 e ss.), na forma do art. 65, caput, Anexo II, do Regimento Interno. Foi determinada, assim, a inclusão do processo em pauta para julgamento do Colegiado. É o breve relato. Voto Conselheiro Solon Sehn, Relator A ciência do acórdão ocorreu em 11/09/2012 (fls. 1429), tendo o protocolo ocorrido em 17/09/2012 (fls. 1.430). Tratase, assim, de embargos declaratórios opostos tempestivamente e que atendem aos demais pressupostos para o seu cabimento. Os embargos, entretanto, não podem ser acolhidos. Com efeito, nos termos do art. 65, Anexo II, do Regimento Interno, os embargos declaratórios são cabíveis “quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omisso ponto sobre o qual devia a pronunciarse a turma”. No presente caso, por sua vez, não há qualquer omissão no acórdão embargado. No julgamento do recurso voluntário, a Turma deve examinar a liquidez e a certeza do direito de crédito, bem como a regularidade da extinção do débito confessado por meio do Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação PER/Dcomp. Não cabe o exame de eventual saldo do direito de crédito visando à legitimar futuros pleitos administrativos do Recorrente. Os acórdãos do CARF não têm efeito de solução de consulta. Tratase de matéria estranha ao objeto do procedimento administrativo fiscal. Votase, assim, pela rejeição dos embargos de declaração. (assinado digitalmente) Fl. 1365DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10325.000791/200158 Acórdão n.º 3802003.967 S3TE02 Fl. 1.444 3 Solon Sehn Fl. 1366DF CARF MF Impresso em 21/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/01/2015 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por SOLON SEHN, Assinado digitalmente em 19/01/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 13839.913070/2009-65
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 14/11/2005
NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA.
Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA.
A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-003.924
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 14/11/2005 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado.
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DIREITO DE CRÉDITO. LIQUIDEZ E CERTEZA. Não é líquido e certo crédito decorrente de pagamento informado como indevido ou a maior, se o pagamento consta nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil como utilizado integralmente para quitar débito informado em DCTF e a contribuinte não prova com documentos e livros fiscais e contábeis erro na DCTF. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. A recorrente deve apresentar as provas que alega possuir e que sustentariam seu direito nos momentos previstos na lei que rege o processo administrativo fiscal. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 91 30 70 /2 00 9- 65 Fl. 82DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13839.913070/200965 Acórdão n.º 3801003.924 S3TE01 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Paulo Sergio Celani, Marcos Antônio Borges, Sidney Eduardo Stahl, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. Relatório Em julgamento recurso voluntário contra decisão de primeira instância administrativa. Adoto o relatório do acórdão recorrido “Tratase de Despacho Decisório, que não homologou Declaração de Compensação Eletrônica , sob o fundamento de que embora localizado o pagamento que deu origem ao suposto crédito original de pagamento indevido ou a maior o mesmo estava à época do encontro de contas integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados. A interessada por sua vez, contesta a decisão alegando preliminarmente a nulidade do ato. Contesta a ausência absoluta do motivo da não homologação da compensação cerceando seu direito a ampla defesa. Aduz que o crédito em que se fundou a compensação decorre de pagamento a maior da Cofins [ou da contribuição para o PIS/Pasep], pois ao calcular o montante devido, incluiu na base de cálculo do tributo não só a receita decorrente de seu faturamento, ou seja, de suas vendas como também as demais receitas, ampliandoa indevidamente. Assevera que a pretensão é legitima na medida em que utilizouse de algumas teses tributárias julgadas pelo Supremo Tribunal Federal de forma favorável aos contribuintes. Invoca a alínea “a” do artigo 16 do Decreto 70.235/72, para postular a posterior produção de provas uma vez que , como dito de forma exaustiva, se nem a autoridade administrativa sabe ao certo o motivo do indeferimento, como poderia a manifestante defenderse adequadamente? Ao final, reitera suas alegações quanto à nulidade do despacho decisório, solicita a posterior produção de provas como também a baixa dos autos em diligência e o reconhecimento de seu direito creditório com a conseqüente homologação das compensações A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas DRJ/CPS julgou improcedente a manifestação de inconformidade, conforme a seguinte ementa do acórdão: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Fl. 83DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13839.913070/200965 Acórdão n.º 3801003.924 S3TE01 Fl. 4 3 Data do fato gerador: 30/10/2005 DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. INEXISTÊNCIA. Somente se reputa nulo o despacho decisório nas hipóteses previstas no art. 59, II, do Decreto nº 70.235/1972. COMPENSAÇÃO. Direitos creditórios pleiteados via Declaração de Compensação Nos termos do artigo 170 do Código Tributário Nacional, essencial a comprovação da liquidez e certeza dos créditos para a efetivação do encontro de contas. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. O pedido de diligência será indeferido quando se apresentar prescindível, nos moldes do art.18 do Decreto nº 70.235/72. POSTERIOR JUNTADA DE DOCUMENTOS É legalmente admissível quando demonstrada a impossibilidade de sua apresentação na contestação, por motivo de força maior, fato ou direito superveniente. Da leitura do recurso voluntário, conseguese depreender apenas que, segundo a contribuinte, teria ficado plenamente demonstrado que ocorreu pagamento a maior da contribuição, decorrente da incorreta inclusão de valores no cálculo da contribuição, e que este valores seriam relativos a operações de importação, simples remessas consideradas em duplicidade e outras operações não bem identificadas. É o relatório. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13839.913070/200965 Acórdão n.º 3801003.924 S3TE01 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade para julgamento nesta turma especial. Nulidades do despacho decisório e da decisão recorrida não são argüidas. Sobre o direito de crédito e sua liquidez e certeza Apesar de a recorrente não atacar os fundamentos do despacho decisório, traço as seguintes palavras para deixar claro a correção do despacho decisório. A RFB, baseandose em dados constantes de seus sistemas informatizados, alimentados por informações prestadas pela própria contribuinte, por meio de declarações fiscais próprias, constatou que o pagamento informado foi integralmente utilizado para quitar débito da contribuinte, referente a tributo informado em DCTF, logo, tributo considerado devido, porque a DCTF, nos termos do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 1984, é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, não restando crédito disponível a ser restituído. Com base nisto, o pedido foi indeferido e a compensação não homologada. O fundamento legal está expresso no quadro “3 – FUNDAMENTAÇÃO, DECISÃO E ENQUADRAMENTO LEGAL” do despacho decisório, no qual consta o artigo 165 e 170 da Lei nº 5.172, de 25/10/66 (CTN). Estando o pagamento totalmente vinculado a tributo declarado em DCTF, o DARF a ele relativo, por si só, não prova a existência de crédito algum. E a contribuinte não comprovou em nenhum momento erro na DCTF. Assim, não foi atendido o art. 165 do CTN, que diz que a contribuinte tem direito à restituição de tributo nos casos de: cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido; erro na edificação do sujeito passivo, na determinação da alíquota aplicável, no cálculo do montante do débito ou na elaboração ou conferência de qualquer documento relativo ao pagamento; reforma, anulação revogação ou rescisão de decisão condenatória. Não foi atendido o art. 170 do CTN que diz que a lei poderá autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública.. À luz do art. 333 do Código de Processo Civil (CPC), aplicável subsidiariamente ao caso, que determina que o ônus da prova incumbe a quem alega fato constitutivo de direito, cabia a contribuinte a comprovação da liquidez e certeza do crédito pleiteado. Fl. 85DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13839.913070/200965 Acórdão n.º 3801003.924 S3TE01 Fl. 6 5 Vários acórdãos do CARF assentaram entendimento semelhante. Vejase, como exemplo, a ementa do acórdão 380100.190, de 22/05/2012, relatado pelo Conselheiro Flávio de Castro Pontes: “Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Data do fato gerador: 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DE DCTF APÓS A CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. A simples retificação de DCTF não é elemento de prova suficiente para aferir a liquidez e certeza do direito creditório. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INCERTO. A compensação não pode ser homologada quando o sujeito passivo não comprova a origem de seu direito creditório. Recurso Voluntário Negado.” Da 2ª Turma Especial, da 3ª Seção de Julgamento, são exemplos do mesmo entendimento os Acórdãos 3802001.290, de 25/09/2012, relatado pelo Conselheiro José Fernandes do Nascimento, e 3802001.593, de 27/02/2013, relatado pelo Conselheiro Francisco José Barroso Rios. Transcrevo a parte que interessa do primeiro: Acórdão nº 3802001.290: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO (DCOMP). DIREITO CREDITÓRIO NÃO COMPROVADO NA FASE RECURSAL. DECISÃO NÃO HOMOLOGATÓRIA MANTIDA. Na ausência da comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado no procedimento compensatório, deve ser mantida a decisão recorrida que não homologou a compensação declarada pelo mesmo motivo. (...)” O direito de crédito deve ser provado e apenas créditos líquidos e certos podem ser compensados ou restituídos. Nos autos, não há nenhuma prova da certeza e liquidez do crédito. Fl. 86DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13839.913070/200965 Acórdão n.º 3801003.924 S3TE01 Fl. 7 6 Conclusão Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário, mantendose o despacho decisório que não homologou a compensação declarada. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator Fl. 87DF CARF MF Impresso em 04/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 02/12/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 03/12/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10820.001805/2005-93
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
RESSARCIMENTO. INSUMOS APLICADOS NA PRODUÇÃO DE JORNAL COM PUBLICIDADE. DIREITO AO CREDITAMENTO.
Como o jornal com publicidade se sujeita à alíquota zero do IPI, a lei autoriza o ressarcimento dos créditos apurados na aquisição de insumos aplicados em sua produção.
Numero da decisão: 3803-006.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, com efeitos infringentes, para reconhecer o direito creditório relativo aos insumos do jornal produzido pela Recorrente, sujeito à alíquota zero. Vencidos os conselheiros Belchior Melo de Sousa e Corintho Oliveira Machado, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Hélcio Lafetá Reis.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Redator designado
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 RESSARCIMENTO. INSUMOS APLICADOS NA PRODUÇÃO DE JORNAL COM PUBLICIDADE. DIREITO AO CREDITAMENTO. Como o jornal com publicidade se sujeita à alíquota zero do IPI, a lei autoriza o ressarcimento dos créditos apurados na aquisição de insumos aplicados em sua produção.
turma_s : Terceira Turma Especial da Terceira Seção
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, com efeitos infringentes, para reconhecer o direito creditório relativo aos insumos do jornal produzido pela Recorrente, sujeito à alíquota zero. Vencidos os conselheiros Belchior Melo de Sousa e Corintho Oliveira Machado, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Hélcio Lafetá Reis. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa - Relator (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Redator designado Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2127; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 392 1 391 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10820.001805/200593 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3803006.751 – 3ª Turma Especial Sessão de 12 de novembro de 2014 Matéria IPI RESSARCIMENTO Embargante EDITORA FOLHA DA REGIÃO DE ARACATUBA LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. EFEITOS INFRINGENTES. Admitemse, excepcionalmente, efeitos infringentes nos embargos de declaração, para correção de premissa equivocada, na hipótese de ocorrência de error in judicando decorrente da má apreciação da questão de fato e/ou de direito. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 RESSARCIMENTO. INSUMOS APLICADOS NA PRODUÇÃO DE JORNAL COM PUBLICIDADE. DIREITO AO CREDITAMENTO. Como o jornal com publicidade se sujeita à alíquota zero do IPI, a lei autoriza o ressarcimento dos créditos apurados na aquisição de insumos aplicados em sua produção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, com efeitos infringentes, para reconhecer o direito creditório relativo aos insumos do jornal produzido pela Recorrente, sujeito à alíquota zero. Vencidos os conselheiros Belchior Melo de Sousa e Corintho Oliveira Machado, que negavam provimento. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Hélcio Lafetá Reis. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 82 0. 00 18 05 /2 00 5- 93 Fl. 393DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 393 2 Belchior Melo de Sousa Relator (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Redator designado Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes e Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo. Relatório Tratase de processo com retorno de diligência, solicitada por meio da Resolução nº 000.448, de 24 de abril de 2014, fls. 326/329, para que a DRF/Araçatuba juntasse cópias digitais dos jornais editados pela Editora Folha da região de Araçatuba, do modo como procedido no processo nº 10820.000723/200611. Primeiramente, esta Turma negou provimento aos embargos de declaração interpostos pela Editora Folha da Região de Araçatuba Ltda., contra o acórdão nº 3803 001.447, de 06 de abril de 2011, também desta Turma. Novos embargos foram interpostos, fls. 300/304, deles decorrendo a Resolução acima referida, cujo fim foi manter harmonia com o encaminhamento anterior dado no processo acima referido, da mesma pessoa jurídica, em análise da mesma situação fáticojurídica. Como conteúdo dos embargos temse que a Embargante sustenta que o acórdão contém erros materiais, consubstanciados, primeiro, nas premissas equivocadas: a) de que os documentos de nºs 06 a 12 não teriam sido anexados à impugnação; b) quanto à classificação fiscal do jornal que edita como Não Tributável (NT), em virtude da imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, "d", olvidando ser esta uma questão superada com a manifestação da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Araçatuba, no Parecer SAORT 10820/52/2009, que admitira tratarse de produto sujeito à alíquota zero. Indica, ainda, a Embargante omissão quanto: a) ao não conhecimento do argumento de tributação com alíquota zero; b) à questão mudança de critério jurídico já não enfrentada na decisão que desprovera a manifestação de inconformidade. Neste ponto, a Interessada obtivera decisão anterior favorável, em similar pleito, por meio do Despacho Decisório da DRF/Araçatuba que respaldouse no Parecer SAORT 10820/52/2009, de fevereiro de 2009, em que fora reconhecido estar o jornal submetido à alíquota zero. A mudança de critério jurídico, estaria configurada com a edição do Ato Declaratório Interpretativo SRF nº 5/2006, que, ao restringir o significado do vocábulo imunes, constante do art. 4º da IN SRF nº 33/99, aos produtos exportados, teria modificado o entendimento do órgão, deixando de abarcar a imunidade objetiva prevista no art. 150, VI, "d", que salvaguarda os jornais da Embargante. Se assim não se entendesse, a mudança de critério Fl. 394DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 394 3 jurídico também estaria configurada na decisão denegatória do presente pedido de ressarcimento, ocorrida em dezembro de 2009, contrária à decisão que se fundou no dito Parecer SAORT 10820/52/2009, de fevereiro de 2009. O acórdão embargado restou assim ementado: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 EMBARGOS DECLARATÓRIOS. ARGÜIÇÃO DE OMISSÃO. INDICADA NOS EMBARGOS. Devem ser admitidos os embargos declaratórios, quando em suas razões for imputado omissão, contradição ou obscuridade. No mérito, devem ser rejeitados os embargos, quando a matéria atacada como omissa, tiver sido cabalmente enfrentada no acórdão embargado. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 ALÍQUOTA ZERO. MUDANÇA DE CRITÉRIO JURÍDICO. ARGUMENTOS DA DEFESA. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. O termo imunes do art. 4º da IN SRF 33/1999, não pode abarcar todo o espectro de não incidência constitucional, sob pena de estar criando norma inexistente em sua matriz legal, o art. 11 da Lei nº 9.779/99, que não fez a inserção desse termo, ao arrepio de sua prerrogativa de ato regulamentador. O termo denota não a imunidade objetiva, mas a que afasta da incidência os produtos destinados ao exterior. RESSARCIMENTO. FABRICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei n° 9.779, de 1999, do saldo credor de IPI decorrente da aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem aplicados na industrialização de produtos, isentos ou tributados à alíquota zero, não alcança os insumos empregados em produtos não tributadas (N/T) pelo imposto. Súmula CARF nº 20. Os embargos foram submetidos a exame de admissibilidade e foram admitidos. A diligência foi atendida e a DRF/Araçatuba fez anexar as imagens às fls. 331/380. É o relatório. Voto Vencido Fl. 395DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 395 4 Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator As questões trazidas nestes embargos foram apreciadas, no processo nº 10820.000723/200611, desta mesma pessoa jurídica, em 06 de abril de 2011, e rejeitadas no voto condutor proposto pelo Relator. Contudo, foi vencido na votação pelo encaminhamento que restou consignado no voto vencedor, reconhecendo a omissão relativa à análise das imagens dos jornais editados apresentados na defesa como constantes às fls. 06 a 12, dos autos , as quais, no entender da Embargante, se prestariam como prova de que o jornal que produz está sujeito à alíquota zero e, consequentemente, do direito ao ressarcimento pleiteado. Novos embargos foram interpostos em 21 de março de 2013, admitidos, e em decorrência de já se ter convertido o julgamento em diligência no processo acima, deuse a estes embargos o mesmo encaminhamento do voto vencedor naquele processo, tendo em vista o entendimento da maioria da Turma de conferir à Embargante o exercício da mais ampla defesa, requisitandose à DRF/Araçatuba que anexasse as cópias de jornais digitais do modo como o procedido no processo nº 10820.000723/200611. Erro material acerca dos anexos ausentes, de folhas 06 a 12 Quanto ao erro material de que as folhas 06 a 12, do processo correspondentes a imagens do jornal demonstrando sua periodicidade e publicidade, tendente a comprovar sua sujeição à alíquota zero , não haviam sido anexadas, de fato foi assim afirmado, ao tempo em que referiu que o recurso voluntário não mais fez referência a elas como argumento de sua defesa. Suprida de forma plena esta lacuna da instrução, com a anexação de folhas do jornal, fls. 252/301, fica sem efeito este questionamento, cabendo apreciarse o juízo que podem produzir. Erro material quanto à classificação fiscal do jornal como “NT” Mesmo à luz das imagens dos jornais anexadas, comprovando a veiculação de publicidade em seu corpo e sua periodicidade de seis dias por semana, sustento o entendimento de que estas características não desnaturam a sua identidade básica de ser um produto “NT”, e não o remetem, por isso só, para a classificação correspondente à alíquota “zero” na TIPI. 49.02 JORNAIS E PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS, IMPRESSOS, MESMO ILUSTRADOS OU CONTENDO PUBLICIDADE 4902.10.00 Que se publiquem pelo menos 4 vezes por semana NT Ex 01 Com publicidade 0 Ancoro este entendimento no que foi assentado no julgamento do RE nº 213.094, cujo relator foi Min. Ilmar Galvão, e em seu voto cita Aliomar Baleeiro, em que o grande mestre destaca a importância de assegurar a imunidade ao papel e aos órgãos de imprensa, tendo em vista inviabilizar a ação de governos tendentes a obstruir a divulgação de novas idéias, de sufocar a voz da imprensa, por meio da tributação. Vejase a menção: Fl. 396DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 396 5 Na verdade, foi o controle exercido pelo Governo, durante o Estado Novo, por meio da tributação, do consumo de papel de imprensa e, por esse meio, da divulgação de novas idéias, que levou o constituinte de 1946 a, cautelosamente, assegurar a imunidade desse insumo, inviabilizando medidas da espécie, de parte dos governantes. "Estava muito recente a manobra ditatorial de subjugar o jornalismo por meio de contingentamento do papel importado. E em pais da vizinhança, a imitação do mau exemplo procurava abafar a voz independente de um dos mais reputados órgãos da imprensa sul americana",, observa Baleeiro (Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar, Rio,1960; p.192). No corpo do seu voto, defende o detrimento do erário para patrocinar o estímulo e amparo à educação, à cultura e à livre manifestação da crítica. Vejo que a estes papéis prestase a edição da Folha de Araçatuba, nada obstante venha, ao fim, obter lucro, enquanto empresa, evento que não se incompatibiliza com o desenvolvimento destes fins precípuos do seu produto: Presentemente, com a consolidação do regime democrático e a superação da fase de absoluta dependência externa do abastecimento do papel de imprensa, a franquia já não pode ser vista como um meio de evitar restrições impostas pelos governantes à livre manifestação da critica, por meio da utilização do imposto para objetivos extrafiscais. Na aplicação da norma, por isso mesmo, não se pode perder de vista o caráter, que tem, de instrumento de amparo e estimulo à educação e à cultura, evitandose, por essa forma, interpretações suscetíveis de desvirtuar essa finalidade, em detrimento do erário. De verse, por isso, que não há de ser estendida a imunidade a veículos de comunicação escrita voltados a interesses propagandísticos, de exclusiva índole comercial, ainda que distribuídos em forma de encarnes em jornais e periódicos, como o de que tratam estes autos. Mais diretos e enfáticos nas suas palavras os Profs. Sacha Calmon e Humberto Theodoro Jr.[1], endossando esta posição quando defendem que: [...] a Constituição Federal de 1988, no art. 150, VI, d, consagra imunidade ampla, sem limite, prazo ou condição. A norma imunitória dos jornais tem eficácia plena e imediata, repele complementaridade legislativa ou regulamentar. Por isso mesmo, nada lhe pode acrescentar o Código Tributário Nacional, norma geral que regula as limitações constitucionais ao poder tributário, conforme estabelece o art. 146, II, da CF. Nesse contexto, a construção evolutiva da jurisprudência, especialmente do Supremo Tribunal Federal tem modelado e remodelado a vedação de tributar livros e jornais. 1 COÊLHO, SACHA CALMON NAVARRO, Derzi Mizabel, Jr., Humberto Theodoro. Direito Tributário Contemporâneo, 2 ed. rev. amp., Ed. RT. São Paulo: 2004, pag. 218. Fl. 397DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 397 6 E aduz, ainda, que: A imunidade dos jornais, livros e periódicos, que está a serviço da liberdade de expressão, imprescindível à democracia brasileira, deve ser por tais razões compreendida amplamente, sem quaisquer reduções [...]. É preciso que as decisões judiciais, que atualizam o sentido e extensão da imunidade, sejam efetivas e concretas e pesem como recomenda Hesse as consequências que delas decorram.[grifos aqui] Sob tais luzes, concebo que a classificação genérica da notação “NT” é a que corresponde ao jornal "Folha de Araçatuba", não a pretendida alíquota zero, que deve ser aplicada os produtos impressos provenientes dos veículos de comunicação marcados pelo preponderante interesse publicitário, de exclusiva índole comercial. Assim, não considero ter havido erro material no acórdão do recurso voluntário em ter feito todo o seu juízo em torno do produto como sendo imune. O que se deu na decisão foi a valoração jurídica dos fatos. Mudança de critério jurídico Ao fazer a valoração acima referida, o acórdão do recurso voluntário confirmou a decisão de piso, aplicando de forma sumária a Súmula nº 20 do CARF, e, de fato, deixou de se debruçar na questão posta de mudança no entendimento da Administração. Ao visualizar o produto como imune, entendeuse, de fato, ser dispensável arrazoar sobre a hipótese de ele não estar enquadrado na alíquota zero. Do que, não se pode, razoavelmente, dizer que a matéria não foi atacada. Tenho que o ADI nº 5/2006 não modificou o entendimento da RFB manifesto na regulamentação do crédito básico de IPI e do direito ao ressarcimento do saldo credor, pela IN SRF nº 33/99. Isso porque se o termo "imunes" utilizado na instrução normativa pretendesse abarcar todo o espectro de não incidência constitucional, estaria criando um direito sem fundamento de validade no art. 11 da Lei nº 9.779/99, que não fizera tal inclusão, e por ela veio a ser regulamentado. E o que se pode dizer do despacho decisório resultante do Parecer SAORT 10820/52/2009? Ali, o que se tem é que a Autoridade Administrativa subsumiu a produção dos jornais Folha de Araçatuba à norma de incidência que os classificava na alíquota zero. Isso deuse em fevereiro de 2009. Na decisão neste processo, ocorrida em dezembro de 2009, a Autoridade valorou o fato jurídico daquela produção não mais pela norma anterior, e subsumiuo, então, à norma de imunidade. Erro na aplicação da lei para a construção do ato administrativo. Isto não se confunde com o disposto no art. 146 do CTN[2]. Com Alberto Xavier concebo que "[...] a mudança de critério jurídico ocorre em duas situações distintas: uma primeira, consiste na substituição, pelo órgão de aplicação do direito, de uma interpretação por outra, sem que se possa dizer que qualquer delas seja incorreta; uma segunda, consiste na 2 Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Fl. 398DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 398 7 substituição de um critério por outro que, alternativamente, a lei faculta ao órgão do Fisco, como sucede no caso de arbitramento do lucro das pessoas jurídicas” 3. De sorte, então, que nas decisões antecedentes não houve mudança de interpretação da norma de incidência. Por outro giro, ainda que se entendesse tratarse de mudança de critério jurídico, a decisão neste processo poderia ser tocada na forma como produzida, porquanto: a) não estaria reformando a decisão anterior, subvertendo direito adquirido e ato jurídico perfeito; b) o pedido de ressarcimento, mercê da apreciação e decisão da Administração Tributária, configurava apenas expectativa de direito, não se conformando ao tempo da decisão, dezembro de 2009, em situação jurídica plenamente constituída, hipótese que impede a aplicação retroativa de novo critério jurídico. Pelo exposto, voto por negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa. 3 XAVIER, Alberto. Do lançamento: teoria geral do ato, do procedimento e do processo tributário. São Paulo: Forense, p. 254. Voto Vencedor Conselheiro Hélcio Lafetá Reis – Redator designado Tendo sido designado pelo Presidente da Turma para redigir o voto vencedor do presente acórdão, passo a expor os fundamentos que embasaram o entendimento adotado. Compulsando os autos, é possível constatar que as premissas do acórdão embargado não se sustentam em face dos elementos fáticos amplamente destacados. Conforme restou comprovado, o contribuinte produz jornais impressos com publicidade classificados no capítulo 49 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, posição 4902.10.00. Fl. 399DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 399 8 De acordo com a TIPI4, os jornais e os periódicos se classificam na posição 49.02, sendo identificados como não tributáveis (NT) as publicações com expedição igual ou superior a quatro vezes por semana (4902.10.00), assim como outras da mesma espécie (4902.90.00), excetuandose aquelas com veiculação de publicidade (Ex 01), às quais se aplica a alíquota zero. Como o Embargante produz jornal com publicidade, produto esse que se sujeita à alíquota zero do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a ele é permitida a utilização de saldo credor do IPI, nos termos previstos no art. 11 da Lei nº 9.779/1999, verbis: Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda. (grifei) Destaquese que, diferentemente do alegado no voto vencido, os veículos de comunicação marcados pelo preponderante interesse publicitário, os quais não se confundem com os “jornais com publicidade”, não se classificam no Ex 01 da posição 49.02.10.00, pois, de acordo com a Nota 5 do Capítulo 49 da TIPI, as publicações consagradas essencialmente à publicidade, como brochuras, prospectos, catálogos comerciais, propagandas etc., se classificam na posição 49.11 da TIPI, sujeitandose, também, à alíquota zero. Nesse sentido, o Ex 01 da posição 49.02.10.00 da TIPI se refere aos jornais publicados ao menos quatro vezes por semana que contenham publicidade em seu corpo, sendo essa, portanto, a classificação a ser aplicada ao jornal editado pelo Embargante. Como se trata de produto sujeito à alíquota zero, o art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, autoriza o pedido de ressarcimento do IPI incidente nas aquisições de insumos aplicados em sua produção. Por fim, resta perquirir acerca da possibilidade de manejo dos Embargos de Declaração com efeitos modificativos ou infringentes. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) 5, bem como o Supremo Tribunal Federal (STF) 6, admitem efeitos modificativos dos embargos de declaração em casos excepcionais, “para correção de premissa equivocada”, dada a ocorrência de error in judicando, “decorrente da má apreciação da questão de fato e/ou de direito”. Eis o teor de parte da ementa do acórdão decorrente do julgamento do REsp nº 891.268: 4 Decreto nº 4.542/2002, Decreto nº 6.006/2006 e Decreto nº 7.660/2011. 5 REsp 891268, 1ª Turma, julgamento 06/08/2009, relator Ministro Luiz Fux; EDcl no AgRg no AI 852.914, 3ª Turma, julgamento 07/10/2008, relator Ministro Sidnei Beneti etc. 6 ED RE 478.410, julgamento 15/12/2011, relator Ministro Luiz Fux; AgRED RE 650.148, julgamento 06/12/2011, relator Ministro Ricardo Lewandowski etc. Fl. 400DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 400 9 PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. ARTIGOS 535 E 536, DO CPC. ATRIBUIÇÃO DE EFEITOS INFRINGENTES. EXCEPCIONALIDADE. ACÓRDÃO REGIONAL QUE ATESTOU A OCORRÊNCIA DE ERRO NO JULGAMENTO. IMPOSTO DE RENDA. LANÇAMENTO POR ARBITRAMENTO. AUTUAÇÃO COM BASE EM DEMONSTRATIVOS DE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA. POSSIBILIDADE. LEI 8.021/90 E LEI COMPLEMENTAR 105/2001. APLICAÇÃO IMEDIATA. EXCEÇÃO AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE. 1. Os efeitos modificativos dos embargos de declaração são admitidos, em casos excepcionais, para correção de premissa equivocada, sobre a qual se tenha baseado o decisum embargado, como ocorreu, in casu, conforme reconhecido pelo próprio Tribunal de origem que, em sede de aclaratórios, observada a prévia intimação da parte embargada, procedeu à reforma do julgado (proferido em 08.06.2004), que apreciara a causa (intentada em 11.02.1994) à luz do artigo 38, § 5º, da Lei 4.595/64 (revogado pela Lei Complementar 105/2001), olvidandose do disposto nos artigos 6º e 8º, da Lei 8.021/90, incorrendo em manifesto error in judicando, decorrente da má apreciação da questão de fato e/ou de direito (Grifei) Se no Poder Judiciário, em que o princípio dispositivo é a regra, se aceita o manejo dos embargos de declaração com efeitos modificativos, muito mais se deve acatálos no processo administrativo, este regido, dentre outros, pelo princípio da verdade material. Uma vez que o acórdão embargado foi prolatado com base em premissas inconsistentes, todo o seu conteúdo se mostrou sem base firme ou razão sólida que o sustente, evidenciandose o erro material e/ou a omissão apontados pelo Embargante, uma vez que a Turma Especial equivocouse em relação à materialidade do objeto sobre o qual se controverte no processo. Diante do exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL aos embargos, com efeitos infringentes, para reconhecer o direito creditório relativo aos insumos do jornal produzido pela Recorrente sujeito à alíquota zero. Esclareçase que o provimento apenas parcial se deve ao fato de que, nesta decisão, está sendo reconhecido apenas o direito creditório na perspectiva do direito material, encontrandose pendente a apuração dos valores dos créditos que serão objeto de ressarcimento. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis – Redator designado Fl. 401DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10820.001805/200593 Acórdão n.º 3803006.751 S3TE03 Fl. 401 10 Fl. 402DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 27/01/2015 p or BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 16/02/2015 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assina do digitalmente em 08/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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