Busca Facetada
Turma- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Segunda Câmara (11,624)
- Segunda Seção de Julgamen (11,624)
- IRPF- auto de infração el (277)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (65)
- ITR - ação fiscal - outro (60)
- ITR - notific./auto de in (41)
- IRPF- ação fiscal - outro (36)
- IRPF- ação fiscal - omis. (35)
- ITR - notific./auto de in (33)
- ITR - ação fiscal (AF) - (25)
- IRPF- ação fiscal - Ac.Pa (23)
- IRF- ação fiscal - outros (16)
- IRPF- restituição - rendi (16)
- IRF- que ñ versem s/ exig (13)
- DCTF_IRF - Auto eletroni (10)
- PIS - ação fiscal (todas) (10)
- Cofins - ação fiscal (tod (7)
- RONNIE SOARES ANDERSON (1,475)
- MARTIN DA SILVA GESTO (1,095)
- LEONAM ROCHA DE MEDEIROS (686)
- ANTONIO LOPO MARTINEZ (675)
- LUDMILA MARA MONTEIRO DE (573)
- MARIO HERMES SOARES CAMPO (437)
- SONIA DE QUEIROZ ACCIOLY (424)
- MARCO AURELIO DE OLIVEIRA (400)
- THIAGO BUSCHINELLI SORREN (386)
- JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAM (304)
- Sara Maria de Almeida Car (288)
- MARCIO HENRIQUE SALES PAR (247)
- Marcelo de Sousa Sáteles (233)
- SARA MARIA DE ALMEIDA CAR (231)
- DILSON JATAHY FONSECA NET (209)
- 2020 (1,939)
- 2021 (1,386)
- 2019 (1,034)
- 2023 (889)
- 2017 (797)
- 2024 (695)
- 2012 (642)
- 2016 (616)
- 2018 (564)
- 2013 (501)
- 2014 (422)
- 2022 (421)
- 2011 (419)
- 2001 (347)
- 2010 (328)
- 2020 (1,887)
- 2021 (1,464)
- 2023 (1,076)
- 2019 (910)
- 2017 (814)
- 2024 (656)
- 2016 (651)
- 2018 (519)
- 2014 (438)
- 2022 (372)
- 2001 (347)
- 2013 (331)
- 2015 (251)
- 2025 (198)
- 2010 (194)
- de (11,596)
- por (11,434)
- do (11,266)
- votos (11,255)
- os (11,222)
- membros (11,158)
- colegiado (10,795)
- recurso (10,511)
- acordam (10,402)
- unanimidade (10,367)
- e (10,294)
- julgamento (9,853)
- conselheiros (9,800)
- provimento (9,685)
- presidente (9,669)
Numero do processo: 17613.722280/2012-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2010
IRPF. ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Considerar-se-á não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal
LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS
As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física.
Numero da decisão: 2202-003.789
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso.
(Assinatura digital)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinatura digital)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada .
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2010 IRPF. ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerar-se-á não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 17613.722280/2012-47
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5718102
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.789
nome_arquivo_s : Decisao_17613722280201247.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
nome_arquivo_pdf_s : 17613722280201247_5718102.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinatura digital) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente. (Assinatura digital) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada .
dt_sessao_tdt : Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
id : 6744492
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:16 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048944562405376
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1412; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 96 1 95 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 17613.722280/201247 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.789 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 05 de abril de 2017 Matéria Imposto de Renda Pessoa Física IRPF Recorrente MARIA COLA DOS SANTOS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 IRPF. ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Considerarseá não impugnada a infração apontada no lançamento que o contribuinte não tenha expressamente contestado em fase recursal LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS As contribuições pagas por empregadores domésticos são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso. (Assinatura digital) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinatura digital) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada . AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 17 61 3. 72 22 80 /2 01 2- 47 Fl. 96DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (SP) Em procedimento de revisão da Declaração de Ajuste Anual 2011, anocalendário 2010, da contribuinte acima identificada, procedeuse ao lançamento de ofício, originário da apuração das infrações abaixo descritas, por meio da Notificação de Lançamento do Imposto de Renda Pessoa Física, lavrada em 07/08/2012, de fls. 45/49 (...) Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica Confrontando o valor dos Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Jurídica declarados, com o valor dos rendimentos informados pelas fontes pagadoras em Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – Dirf, para o titular e/ou dependentes, constatouse omissão de rendimentos sujeitos à tabela progressiva, no valor de R$ 55.435,64, conforme relacionado abaixo. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto de Renda Retido (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ 0,00. DA IMPUGNAÇÃO Devidamente intimada das alterações processadas em sua declaração, a contribuinte apresentou impugnação por meio do instrumento de fls. 02/03, alegando, em síntese, que: é pensionista do DINIT e portadora de Alzheimer e Parkinson. Apresentou DIRPF retificadora para obter os valores de IR descontados. Recebeu a Notificação de Lançamento e apresentou Solicitação de Retificação de Lançamento; quando da retificação da declaração original, o programa zerou a contribuição previdenciária de empregada doméstica por não haver proventos tributáveis, gerando a infração constante na notificação; assim, solicita a anulação da declaração retificadora para prevalecer a original. Anexa documentos e solicita análise da impugnação. Na fl. 08 consta Resultado da Solicitação de Retificação de Lançamento – SRL, emitida em 08/10/2012, cuja ciência à contribuinte deuse em 23/10/2012, em que se verifica no campo “Complementação da Descrição dos Fatos”: A contribuinte não apresentou laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo negou provimento à Impugnação em decisão cuja ementa é a seguinte: Fl. 97DF CARF MF Processo nº 17613.722280/201247 Acórdão n.º 2202003.789 S2C2T2 Fl. 97 3 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2010 Ementa: IRPF ISENÇÃO MOLÉSTIA GRAVE NÃO COMPROVAÇÃO A comprovação da moléstia grave deverá ser realizada mediante laudo pericial contendo requisitos mínimos necessários, tais como a especificação da data em que a doença foi contraída, o prazo de validade do laudo, e emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. É literal a interpretação da legislação tributária que dispõe sobre isenção, de acordo com o artigo 111 do Código Tributário Nacional. Cientificada da decisão acima transcrita (AR fls.88), a contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 90/93, no qual requer o cancelamento do lançamento complementar ocasionado por equívoco do Auditor da Receita Federal que, ao analisar a Declaração Retificadora elaborou nova Declaração e não lançou os descontos referentes a Contribuição Previdenciária a Empregada Domestica, fartamente documentado neste processo 2011/5328390723790, como também este desconto não foi considerado pela relatora na decisão do Acórdão da 22ª Turma de Julgamento da DRJ/SPO em 07.12.2015, o que torna nulo ou improcedente o lançamento do imposto suplementar. É o relatório Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual, dele conheço. Conforme se verifica pelo trecho do recurso abaixo transcrito, a Recorrente reconhece que os laudos médicos apresentados eram de datas posteriores às da declaração retificada: Com base no exposto acima e analisando os documentos já anexados ao processo de notificação de lançamento 2011/532783390723790 e descritos acima, procurouse os benefícios da Lei com a isenção de impostos aos declarantes possuidores de doenças ou moléstias graves mediante a apresentação de Laudos Médicos Oficiais, mas para o caso em tela os Laudos eram de data posterior a referida Declaração, então solicitase a Impugnação do lançamento de Imposto Fl. 98DF CARF MF 4 Suplementar com a anulação da Declaração Retificadora, entregue a Receita Federal em 29.07.2012 às 19:31 horas, via internet, tendo recebido o Recibo de Número 21.10.70248205, retornandose a Declaração Original, aquela entregue à Receita Federal em 28/04/2011 às 19:59 horas, via internet, tendo recebido o Recibo de Número 14.77.58.4.7847, onde está declarado o desconto da Contribuição Previdenciária a Empregada Doméstica no valor de R$ 810,00, devidamente comprovado com os documentos anexados a Impugnação nº 2011/90000005256 da Notificação de Lançamento nº 2011/5327833907233790, tais como, listagem, recolhimento INSS de empregada doméstica e cópia da carteira de trabalho. (grifos no original) Tratase, portanto, de matéria não impugnada. Dessa forma, a irresignação da Recorrente limitase à anulação do lançamento suplementar decorrente do cancelamento da declaração retificadora, uma vez que tal situação gerou um lançamento suplementar no montante de R$ 810,00. Na declaração original, por sua vez, a Recorrente teria direito à restituição. Não é possível, retornar a declaração original, uma vez que a retificação realizada com erro sujeita o contribuinte à penalidades. Da mesma forma, a dedução dos valores pagos à título de contribuição previdenciária, não implicam o cancelamento o lançamento suplementar, mas tão somente se admite a dedução pleiteada, desde que devidamente comprovada. Em face do exposto, dou provimento ao recuso para que seja considerada, no lançamento suplementar, a dedução do montante de R$ 810,00 relativo ao pagamento de contribuições previdenciárias para empregada doméstica. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 99DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13799.720195/2015-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2012
RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE.
A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial
Numero da decisão: 2202-003.786
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso
(Assinado digitalmente)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2012 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 13799.720195/2015-13
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5717463
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 08 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.786
nome_arquivo_s : Decisao_13799720195201513.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
nome_arquivo_pdf_s : 13799720195201513_5717463.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 05 00:00:00 UTC 2017
id : 6744255
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:06 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048944975544320
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1435; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 87 1 86 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13799.720195/201513 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.786 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 05 de abril de 2017 Matéria Imposto de Renda Pessoa Física IRPF Recorrente JOSÉ CARLOS ALVES CABRAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA MONOCULAR. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Martin da Silva Gesto, Cecilia Dutra Pillar e Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 79 9. 72 01 95 /2 01 5- 13 Fl. 87DF CARF MF 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador (BA): O interessado impugna decisão que indeferiu o seu direito à restituição que pleiteava alegando ser portador de moléstia grave. Visava obter uma diferença de imposto a restituir de R$ 6.100,75. O pedido foi indeferido porque se tratava de rendimentos da reserva remunerada, não abrangidos pela isenção dos portadores de moléstia grave. O impugnante argumenta, em síntese, que é portador de cegueira parcial (cegueira de um olho, laudo fls. 08), moléstia que se inclui dentre aquelas enumeradas na lei de isenção. A lei usa o termo genérico cegueira. A CID classifica diversas espécies de cegueira, inclusive cegueira de um olho. A isenção dos proventos de reserva remunerada dos portadores de moléstia grave já foi reconhecida na Súmula 43 do CARF. O conceito de aposentadoria inclui os rendimentos de inatividade tanto do inativo civil (aposentadoria civil) quanto do inativo militar (reforma e reserva remunerada). A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Salvador (BA), negou provimento à manifestação de inconformidade em decisão cuja ementa é a seguinte: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. RESERVA REMUNERADA. A isenção por moléstia grave não se aplica aos proventos da reserva remunerada. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. PERDA PARCIAL DA VISÃO. Em obediência ao princípio da interpretação literal das normas isentivas, o conceito de cegueira não pode ser estendido para incluir a mera redução da acuidade visual ou a visão monocular. Cientificado ( fls. 45) o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 59/67, no qual reitera as razões suscitadas quando da Impugnação. O Recorrente requereu a juntada do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3 , de 30 de março de 2016 (fls. 75), bem como do Acórdão nº 92.02004.531 da Câmara Superior de Recursos Fiscais, no qual foi negado provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional em discussão idêntica à dos autos (fls 79/83). Fl. 88DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 88 3 É o relatório. Voto Conselheira Relatora JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso está dotado dos pressupostos legais de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. A controvérsia desse recurso se resume à duas questões referente à abrangência da isenção prevista no artigo 6º, inciso XIV da Lei nº 7.713/88: a) se o valores recebidos pelos militares da reserva podem ser considerados isentos, uma vez que, embora sejam proventos recebidos em razão da inatividade a norma só menciona os proventos decorrente de "reforma". c) se a expressão "cegueira" prevista no mencionado dispositivo legal refere se apenas a cegueira "biocular" ou se abrange também a cegueira monocular. Em relação a letra "a" o CARF possui entendimento consolidado no sentido de que, embora o artigo 6º, inciso XIV, da Lei 7.713/88 utilize apenas as expressões "aposentadoria" e "reforma" a isenção nele prevista aplicase, igualmente, à reserva, conforme se verifica pelo o teor da Súmula 63: Súmula CARF nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. (grifamos) Por outro lado, o artigo 6º, inciso XIV, da Lei nº 7.713/88 arrola, dentre as moléstias graves passíveis de gerar o direito a isenção, a cegueira. Confirase: Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina Fl. 89DF CARF MF 4 especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma (grifamos) Entendeu a decisão recorrida que, nos termos do disposto no artigo 111 do Código Tributário Nacional, não seria possível ampliar o conceito legal para abranger a cegueira de um só olho.Tal raciocínio, todavia, não procede. Isso porque, o referido artigo determina que "a interpretação das normas que disponham sobre isenção deve ser literal". A norma isencional acima transcrita menciona, dentre as moléstias graves, "cegueira" que é gênero do qual são espécies a cegueira de ambos olhos e a cegueira de um olho. Como bem ressalta o Recorrente, a prova de que "cegueira" é gênero do qual as demais são espécies é fornecida pelo próprio Código Internacional de Doenças CID 10 que assim dispõe: Código Doença H54 Cegueira e visão subnormal H54.0 Cegueira, ambos os olhos H54.1 Cegueira em um olho e visão subnormal em outro H54.2 Visão subnormal de ambos os olhos H54.3 Perda não qualificada da visão em ambos os olhos H54.4 Cegueira em um olho H54.5 Visão subnormal em um olho H54.6 Perda não qualificada da visão em um olho H54.7 Perda não especificada da visão (grifamos) Sendo assim, a interpretação realizada pela DRJ não foi literal, mas restritiva o que conflita com o princípio da legalidade. Com efeito, quisesse o legislador utilizar a espécie (cegueira de ambos os olhos) teria adjetivado a expressão. Como bem observa Hugo de Brito Machado: "Há quem afirme que a interpretação literal deve ser entendida como interpretação restritiva. Isto é um equívoco. Quem interpreta literalmente por certo não amplia o alcance do texto, mas com certeza também não o restringe. Fica no exato alcance que a expressão literal permite. Nem mais, nem menos. Tanto é incorreta a interpretação do seu alcance, como sua restrição" (MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, 22 ed. Malheiros, São Paulo, 2003, p.105) (grifamos) Essa é a interpretação que vem sendo dada pelas turmas do CARF, conforme se verifica pelo teor das ementas abaixo transcritas: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 Ementa: RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 89 5 A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial." Recurso Voluntário Provido. (Processo nº 10166.013759/200706, j. 14/03/2012, relator conselheiro Sidney Ferro Barros) (grifamos) "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2010 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF cobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer limitação no sentido de que somente o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso Voluntário Provido" (Processo nº 10166.731097/201217, acórdão 2101002.460– 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, rel. Cons. MARIA CLECI COTI MARTINS, j. 13.05.2014) (grifamos) "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL.ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso provido." (Processo nº 10845.725352/201235, Acórdão 2202002.877– 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, j. 06.11.2014, Rel. Cons. Marco Aurélio de Oliveira Barbosa) (grifamos) Fl. 91DF CARF MF 6 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2007 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. O legislador tributário, ao estabelecer a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira, não faz qualquer limitação no sentido de que somente o portador de cegueira total faça jus ao benefício. Assim, o contribuinte acometido por cegueira parcial também se enquadra no dispositivo isentivo. Recurso Voluntário Provido (Processo n. 13830.720890/201118, Acórdão n. 2801003.907– 1ª Turma Especial, j. 04.12.2014,Rel. Cons. Carlos César Quadros Pierre) (grifamos) Nesse mesmo sentido já se manifestou a Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão nº 9202004.631, julgado na sessão de 26 de outubro de 2016, cuja ementa é a seguinte: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2009, 2010, 2011, 2012, 2013 RENDIMENTOS DE APOSENTADORIA. ISENÇÃO. MOLÉSTIA GRAVE. CEGUEIRA PARCIAL. ALCANCE. A lei que concede a isenção do IRPF sobre os proventos de aposentadoria de contribuinte portador de cegueira não faz qualquer ressalva de que apenas o portador de cegueira total faça jus ao benefício, o que implica reconhecer o direito ao benefício isentivo àquele acometido de cegueira parcial. Recurso especial conhecido e negado.(grifamos) Por fim, é importante destacar que a própria Procuradoria da Fazenda Nacional acatou esse entendimento por meio do Ato Declaratório Executivo PGFN nº 3 , de 30 de março de 2016, que assim dispõe: O PROCURADORGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 29/2016, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 29 de março de 2016, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais fundadas no entendimento de que a isenção do Imposto de Renda prevista no art. 6º, incisos XIV e XXI, da Lei 7.713, de 1988, abrange os valores recebidos a título de aposentadoria, reforma ou pensão, quando o beneficiário for portador do gênero patológico “cegueira”, seja ela binocular ou Fl. 92DF CARF MF Processo nº 13799.720195/201513 Acórdão n.º 2202003.786 S2C2T2 Fl. 90 7 monocular, desde que devidamente caracterizada por definição médica” Em face de todo exposto, dou provimento ao Recurso Voluntário. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 93DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10675.720931/2015-33
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Mar 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2014
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-003.652
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Assinado digitalmente
Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201702
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Mar 07 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10675.720931/2015-33
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5690113
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Mar 07 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.652
nome_arquivo_s : Decisao_10675720931201533.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO
nome_arquivo_pdf_s : 10675720931201533_5690113.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
id : 6666475
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:56:48 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048946449842176
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1265; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 154 1 153 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10675.720931/201533 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.652 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 7 de fevereiro de 2017 Matéria IRPF moléstia grave Recorrente AUSTER RUZANTE Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2014 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave, indicadas no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 09 31 /2 01 5- 33 Fl. 154DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 155 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin Da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de notificação de lançamento de IRPF, relativa ao anocalendário 2014, exercício 2013, por omissão de rendimentos recebidos de duas fontes pagadoras: São Paulo Previdência – SPPREV, CNPJ 09.041.213/000136, no valor de R$ 143.073,77; e do Instituto Nacional do Seguro Social, CNPJ 29.979.036/000140, no valor de R$ 45.885,48; que tinham sido declarados como isentos pelo contribuinte (conforme fls. 20/25). Na impugnação o contribuinte, trouxe os documentos de fls. 10/75 e alegou, em síntese, que: (i) os rendimentos são isentos de tributação, uma vez que o contribuinte foi diagnosticado, em fevereiro de 2011, como portador de polineuropatia axonal de predomínio sensitivo, neuropatia periférica, conforme os laudos e exames de fls. 27/41; (ii) o INSS concedeu ao contribuinte, em 31/10/2012, auxílio doença previdenciário e, em 11/12/2012, foi deferida a aposentadoria por invalidez previdenciária (fls. 28); (iii) conforme o laudo do INSS (fls. 27), deve ser considerado o direito à isenção desde a data de constatação de sua patologia, qual seja, 01/01/2011. Diante desses documentos, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em São Paulo (SP) julgou improcedente a impugnação, por falta de comprovação da moléstia prevista na legislação, tendo em vista que o laudo emitido pelo INSS (fls. 27) atesta que o contribuinte é portador de outras polineuropatias (CID G62), doença não relacionada na norma isentiva, e que não contém a assinatura do médico responsável pelo diagnóstico; e ainda que os demais laudos e exames apresentados às fls. 29/41 foram emitidos por serviços médicos particulares. Inconformado, o recorrente apresentou o recurso voluntário de fls. 120/127, acompanhado dos documentos de fls. 128/148, no qual reafirma o direito à isenção com os argumentos trazidos na impugnação, acrescentando que além da "polineuropatia axonal de predomínio sensitivo", o contribuinte foi atualmente diagnosticado com "alterações degenerativas da coluna cervical" e "sequelas de AVC", conforme laudos e exames apresentados, acrescidos do relatório médico do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), às fls. 137. É o relatório. Voto Conselheira Rosemary Figueiroa Augusto, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Fl. 155DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 156 3 São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria, pensão, reserva remunerada ou reforma, conforme Lei nº 7.713/1998 e Súmula CARF nº 63, a seguir: Lei nº 7.713/1988 : Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; Súmula CARF Nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. No caso em discussão, observase que os rendimentos considerados omitidos na notificação de lançamento foram pagos pela São Paulo Previdência SPPREV e Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ambos responsáveis pelo pagamento de aposentadorias e pensões dos beneficiários, respectivamente, do regime próprio de previdência do Estado de São Paulo e do regime geral da previdência social. A controvérsia reside quanto à comprovação de moléstia que possibilitaria ao recorrente usufruir da isenção legal. Analisase, na sequência, os laudos/relatórios médicos apresentados. O documento em nome do Instituto Nacional do Seguro Social de fls. 27 e 138, intitulado de laudo médico pericial, não contém assinatura do médico responsável pelo diagnóstico e não aponta doença prevista no inciso XIV, do art. 6º, da Lei nº 8.212/91, o que impede sua aceitação. Ademais, o referido laudo indica CID G62 (outras polineuropatias) (sistema nervoso). Também menciona espondilose/espondiloartrose, mas não especifica se é anquilosante nem consta CID específico dessa doença. Não diz, também, que se trata de doença prevista na lei isentiva. Fl. 156DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 157 4 Apenas para deixar claro nem toda espondilite é anquilosante, mencionase trechos da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CID10, e da Portaria Normativa do Ministério da Defesa nº 1.174 , de 2006, que assim dispõem: CID10 M45M49 Espondilopatias M45 Espondilite ancilosante M46 Outras espondilopatias inflamatórias M47 Espondilose M48 Outras espondilopatias M49* Espondilopatias em doenças classificadas em outra parte PORTARIA NORMATIVA N 1174/MD, DE 06 DE SETEMBRO DE 2006 Espondilite Anquilosante 11. Conceituação 11.1. A espondilite anquilosante, inadequadamente denominada de espondiloartrose anquilosante nos textos legais, é uma doença inflamatória de etiologia desconhecida, que afeta principalmente as articulações sacroilíacas, interapofisárias e costovertebrais, os discos intervertebrais e o tecido conjuntivo frouxo que circunda os corpos vertebrais, entre estes e os ligamentos da coluna. O processo geralmente se inicia pelas sacroilíacas e, ascensionalmente, atinge a coluna vertebral. Há grande tendência para a ossificação dos tecidos inflamados, resultando rigidez progressiva da coluna. As articulações periféricas também podem ser comprometidas, particularmente as das raízes dos membros (ombros e coxofemorais), daí a designação rizomélica. 11.2. Entendese por anquilose ou ancilose a rigidez ou fixação de uma articulação, reservandose o conceito de anquilose óssea verdadeira à fixação completa de uma articulação em conseqüência da fusão patológica dos ossos que a constituem. (...) O laudo pericial de fls. 29 e os exames e laudo de fls. 30/35 e 131/136, não foram emitidos por serviço médico oficial; e, por conseguinte, não são aptos a comprovar a moléstia grave para fins de isenção. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10675.720931/201533 Acórdão n.º 2202003.652 S2C2T2 Fl. 158 5 O laudo emitido em receituário do Hospital de Clínicas de Uberlândia Universidade Federal de Uberlândia, na data de 25/07/2014, às fls. 41 e 130 atesta que o contribuinte apresenta quadro de polineuropatia axonal sensitiva em membros inferiores, identificando a patologia com o CID G 62.9 (Polineuropatia não especificada). Logo, esse laudo não comprova que o recorrente é portador de uma das moléstias arroladas na Lei de isenção. O relatório médico emitido em 06/08/2015, pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCUSP Ribeirão), trazido no recurso às fls. 137, atesta que o contribuinte foi atendido com quadro clínico de dor neuropática de difícil controle (CID10 = R522) e que apresentava sequelas de acidente vascular cerebral (CID10 = I64) e alterações degenerativas da coluna cervical (CID10 = M509). Assim, esse relatório também não comprova o acometimento do contribuinte por moléstia inserida no texto legal. De se frisar que a lei de outorga de isenção deve ser interpretada literalmente, conforme preceitua o art. 111, II, do Código Tributário Nacional (CTN). Portanto, em que pese os argumentos trazidos no recurso e embora tenha ficado claro que o contribuinte padece de diversos males, a ausência de indicação, em laudo médico oficial válido, de uma das moléstias expressas no inciso XIV, art. 6º, da Lei nº 7.713/88, é fator que impossibilita o reconhecimento da isenção pretendida. Por essas razões, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10983.721109/2010-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2007
SUJEIÇÃO PASSIVA. ÔNUS DA PROVA.
Havendo o contribuinte apresentado a DITR, na qualidade de proprietário do imóvel rural, a hipótese de ilegitimidade passiva somente pode ser considerada caso o contribuinte demonstre, de forma inequívoca, que estava desvinculado do imóvel rural objeto da tributação, à época do fato gerador.
CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS.
O Contribuinte do ITR é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto.
Numero da decisão: 2202-003.725
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Gesto (Relator), Junia Roberta Gouveia Sampaio e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado), que deram provimento integral ao recurso. Foi designado o Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Redator designado.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR Exercício: 2007 SUJEIÇÃO PASSIVA. ÔNUS DA PROVA. Havendo o contribuinte apresentado a DITR, na qualidade de proprietário do imóvel rural, a hipótese de ilegitimidade passiva somente pode ser considerada caso o contribuinte demonstre, de forma inequívoca, que estava desvinculado do imóvel rural objeto da tributação, à época do fato gerador. CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS. O Contribuinte do ITR é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10983.721109/2010-00
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5718842
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 11 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.725
nome_arquivo_s : Decisao_10983721109201000.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MARTIN DA SILVA GESTO
nome_arquivo_pdf_s : 10983721109201000_5718842.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Gesto (Relator), Junia Roberta Gouveia Sampaio e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado), que deram provimento integral ao recurso. Foi designado o Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
dt_sessao_tdt : Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
id : 6744640
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048946738200576
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 15; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1734; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 648 1 647 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10983.721109/201000 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.725 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de março de 2017 Matéria IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Recorrente FNC COMÉRCIO E PARTICIPAÇÕES LTDA SUCEDIDA POR CITIBANK S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2007 SUJEIÇÃO PASSIVA. ÔNUS DA PROVA. Havendo o contribuinte apresentado a DITR, na qualidade de proprietário do imóvel rural, a hipótese de ilegitimidade passiva somente pode ser considerada caso o contribuinte demonstre, de forma inequívoca, que estava desvinculado do imóvel rural objeto da tributação, à época do fato gerador. CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS. O Contribuinte do ITR é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, negar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Martin da Silva Gesto (Relator), Junia Roberta Gouveia Sampaio e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado), que deram provimento integral ao recurso. Foi designado o Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 72 11 09 /2 01 0- 00 Fl. 648DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 649 2 Martin da Silva Gesto Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Rosemary Figueiroa Augusto, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10983.721109/201000, em face do acórdão nº 0429.736, julgado pela 1ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE) no qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório do ilustre Conselheiro Fábio Brun Goldschmidt, quando da Resolução nº 2202000.601, que assim os relatou: Processo de Fiscalização A recorrente foi intimada (fl. 05), em 17/06/2010, para apresentar os seguintes documentos referentes às Declarações do ITR dos exercícios de 2005, 2006 e 2007: Identificação do contribuinte; Matricula atualizada do registro imobiliário ou, em caso de posse, documento que comprove a posse e a inexistência de registro de imóvel rural; Certificado de Cadastro de Imóvel Rural CCIR do INCRA; Laudo de avaliação do Valor da Terra Nua do imóvel emitido por engenheiro agrônomo ou florestal, conforme estabelecido pela ABNT, com anotação de responsabilidade técnica ART registrada no CREA, contendo todos os elementos de pesquisa identificados e planilhas de cálculo e preferivelmente pelo método comparativo direto de dados de mercado. Alternativamente, o contribuinte poderá se valer de avaliação efetuada pelas Fazendas Públicas Estaduais (exatorias) ou Municipais, assim como aquelas efetuadas pela Emater, apresentando os métodos de avaliação e as fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel. Não tendo sido apresentados os documentos solicitados, foi publicado o “Edital nº 3”, em 20/10/2010, reiterando a intimando da empresa FNC Comércio e Participações Ltda Fl. 649DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 650 3 acerca dos documentos solicitado no Termo de Intimação Fiscal nº 09201/00010/2010. Em face da ausência de resposta por parte da referida empresa, entendeu a SRF pela lavratura do Auto de Infração nº 09201/00010/2010, relativamente ao ITR de 2007. Notificação de Lançamento A recorrente foi notificada em 01/12/2010 (fl. 12), do lançamento do crédito tributário de ITR do exercício de 2007, incidente sobre o imóvel rural com área total de 1.230,0 ha, Nirf – 0.337.1220, localizado no município de Laguna/SC, no valor de R$ 987.827,85, já acrescido de juros moratórios e multa de 75%. A autuação foi motivado pela discordância por parte da fiscalização acerca do Valor da Terra Nua – VTN apontado pela autuada em sua Declaração, tendo sido adotado para fins de lançamento do VTN referente à região onde se localiza o imóvel, observada a aptidão agrícola (fl. 11). Impugnação Cientificada do lançamento em 01/12/2010, Banco Citibank S/A, na condição de incorporadora de FNC Comércio e Representações Ltda, apresentou, tempestivamente, impugnação (fls. 17/39) erigida sobre os seguintes argumentos: preliminarmente, alega que não é contribuinte do ITR porque não seria é nem proprietária do imóvel e nem detém o domínio útil, e também não é responsável por sucessão porque seus antecessores também não eram contribuintes e não tinham o dever jurídico de pagar o ITR, pois nunca tiveram posse, propriedade ou domínio útil do imóvel; esclarece que o imóvel está registrado no Registro de Imóveis e Hipotecário da Comarca de Laguna, no Livro n° 2 BM Registro Geral fls. 133, sob n° 12.754, em nome do Banco Crefisul de Investimento S.A, o qual recebeu o imóvel em "dação em pagamento", sendo que, em face da extinção do referido banco, os direitos sobre o imóvel passaram, em tese, para a impugnante; sustenta que é inválida a dação em pagamento ao banco sucedido porque o imóvel não pertencia aos devedores contratantes que transferiram o imóvel ao Banco Crefisul, nominados no Registro Imobiliário (Cecrisa, Klace S/A e Cominas), pois a primeira proprietária, Companhia Siderúrgica Nacional CSN, antes das transferências dominiais, já havia perdido demandas judiciais em face dos posseiros da área, sendo que os processos judiciais estão em vias de ser identificados pela impugnante por meio de diligência na Comarca de Tubarão; afirma que no "google maps" se constata que o imóvel foi fracionado pelos posseiros em áreas rurais menores e que o Fl. 650DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 651 4 imóvel há muito tempo está ocupado por posseiros e por pessoas com títulos de propriedade sobre a mesma área os quais foram obtidos em ações de usucapião transitadas em julgado, citando como exemplo o caso do Senhor Itamar Sebastião Mattos, dono do CTG Preto Velho (anexa fotografia), instalado no local há mais de trinta e cinco anos; alega que outros moradores, ainda que não possuam o título aquisitivo da propriedade, já possuem tempo suficiente para requerer judicialmente a declaração de aquisição da propriedade por usucapião; havendo, ainda, aqueles que não sabem que o imóvel tem outra matrícula no RI de Laguna; sustenta que sobre o imóvel existia um lixão que hoje é denominado de aterro sanitário, conforme consulta ao "google maps", e que o Senhor Itamar Sebastião Mattos, para que o Poder Público criasse o aterro sanitário, doou para a FATMA, da parte que lhe pertence do imóvel fiscalizado, cerca de 10 a 12 hectares, sendo que antes disso havia doado a referida área ao IBAMA; informa que também são proprietários atuais do imóvel fiscalizado Vilson Carrara, Hélio Flor e Pozolana Industria e Comércio Ltda, dentre outros; conclui que os possuidores do imóvel devem estar pagando o ITR ou estão isentos ou imunes, considerando a divisão do imóvel; alega que a partir de 2012 o imóvel passou a integrar o novo município de "Pescaria Brava", cuja emancipação foi aprovada pela Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, e que a área do imóvel já é considerada urbana; no mérito, esclarece que necessitava obter a Certidão de regularidade fiscal e para isso foi orientada a apresentar a Declaração do ITR do imóvel mesmo não sendo proprietária ou possuidora, reconhecendo que agiu com erro, pois deveria ter solicitado o cancelamento da inscrição de imóvel rural CAFIR junto à Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme instruções publicadas no site da Receita Federal, e, após, solicitar a expedição da certidão negativa; sustenta que este erro não tem o condão de impor a responsabilidade pelo ITR lançado, conforme art. 31 do CTN e entendimento da doutrina e da jurisprudência. alega que a área é isenta, nos termos da Lei 9.393/96, porque é imprestável para fins de exploração agrícola, pecuária, granjeita, aquicola ou florestal, uma vez que há grande ocupação do imóvel com casas de moradia, comércios, pequenos sítios, aterro sanitário, Centro de Tradições Gaúchas CTG, depósito de resíduos de carvão mineral, área de preservação permanente e de reserva legal (IBAMA e FATMA). Há também área de interesse ecológico na área de recuperação ambiental; Fl. 651DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 652 5 entende que, subsidiariamente, ao menos deve ser aplicada a alíquota de 0,3% para fins de cálculo do ITR , considerando grau de utilização do imóvel de 80% por se tratar de rea imprestável para exploração (art. 11 parágrafo 1º, da Lei 9.393/96); postula pela juntada de outros documentos os quais não foram possíveis de ser obtidos por força maior, assim como requer a realização de perícia e avaliação do imóvel, levantamento topográfico e identificação do imóvel e seus posseiros, bem como diligências junto à DRFB, ao INCRA, ao IBAMA e FATMA; ao final, postula pela improcedência do lançamento, ou, subsidiariamente, que o valor seja revisto aplicandose a alíquota de 0 3 % a título de grau de utilização da área. Juntamente com a impugnação foram juntados pela autuada para comprovar suas alegações, além da procuração e dos atos constitutivos da Companhia: Ata da Assembléia Geral que aprovou o protocolo de incorporação da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (fls. 52/55); Ata de aprovação da Incorporação da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (56/55); Requerimento de Aprovação da Incorporação pelo Banco Central da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (59/62); Matrícula do Imóvel 12.754 (63/64); Extrato de Apoio para emissão de certidão SRFB 30.05.2006 (65/71); Fotografias da área de terras (73/100); Petição das ações de protesto ajuizada por Itamar Sebastião Matos e outros (fls. 104/107) e de usucapião ajuizada por Zacarias Rodrigues Gonçalves (fl. 160/161); além de Registros, Certidões e Transcrições relativos a diversas áreas de terra. Posteriormente, às fls. 210/213, a impugnante apresentou petição e certidão expedida pelo INCRA, com o intuito de demonstrar que o imóvel objeto do lançamento do ITR não está cadastrado junto ao Instituto em nome do BANCO CITIBANK S.A. CNPJ/MF sob n° 33.479.023/000180 e também não está cadastrado em nome da FNC COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA. Acórdão de Impugnação A 1ª Turma da DRJ/Campo Grande (MS), por unanimidade, julgou improcedente a impugnação, mantendo integralmente o crédito tributário, com base nos seguintes fundamentos (fls. 215/229): indeferimento do pedido de diligências e perícia, eis que tais se prestam a esclarecer pontos duvidosos que exijam conhecimentos especializados e não para substituir o ônus do sujeito passivo, relativamente à produção de provas que, por sua natureza, já poderiam ter sido juntadas aos autos no momento da apresentação da impugnação pela autuada, como seria o caso dos autos, não sendo igualmente cabível a concessão de prazo supletivo para juntada de provas, eis que entre a impugnação e o julgamento pela DRJ transcorreramse 1 ano e Fl. 652DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 653 6 9 meses, tempo suficiente para que a autuada trouxesse outros documentos que entendesse pertinentes para comprovar suas alegações; a matrícula do imóvel constitui prova eficaz da propriedade do imóvel fiscalizado pelo Banco Crefisul, sucedido por Banco Citibank SA, o qual integra o polo passivo do lançamento na condição de sucessor de FNC Comércio e Participações Ltda, tendo sido reconhecida a sucessão na impugnação, sendo a impugnante a responsável tributária pelos tributos devidos pelo antecessor até a data da sucessão (nos termos do art. 130 e 132 do Código Tributário Nacional), e, após a data da sucessão, é contribuinte do ITR, independentemente da atualização do registro na matrícula do imóvel, não sendo o Ofício do INCRA de fls. 212/213 prova suficiente para afastar a responsabilidade tributária; o exercício da posse sobre o bem imóvel por terceiros, a fim de afastar a responsabilidade do proprietário pelo pagamento do ITR, deve ser comprovado, o que não foi feito pela impugnante uma vez que: (i) a matrícula apresentada não contém averbação de eventuais sentenças judiciais reconhecendo em favor de terceiros a titularidade da área ou o direito de posse, salvo informação de Registro anterior sob nº 25.446 o qual refere a “direitos de posse de Eulália Maria de Jesus que mantinha atravéz (sic) de s/ esposo Otacílio de Souza Costa, desde 27/07/1938 e todos os demais direitos oriundos das ações de reivindicação nº 4.770 de 24/04/1967 nº 6.872 de 17/05/1969”; (ii) relativamente às ações judiciais que reivindicariam a posse da área, não foram juntadas todas as decisões e as que foram juntadas não servem para comprovar que se referem inequivocadamente ao imóvel fiscalizado; (iii) somente com as matrículas juntadas (fls. 88/92, 106/111. 113/114. 136/140. 141/178) não é possível concluir que tais se referem a desmembramentos da matrícula n° 12.754, relativa ao imóvel fiscalizado; (iv) o mapa apresentado à fl. 179, expedido pela Inspetoria do 2º Distrito de Terras Sede em Tubarão (referente à "restauração e fixação de marcos na medida procedida em maio de 1948 nos banhados da "Estiva dos Pregos" nos Municípios de Tubarão e Laguna para a Comp. Siderúrgica Nacional", área 1.775,7 hectares, Laguna 1.330,3 hectares e Tubarão 445,4 hectares), apenas indica a situação do imóvel no ano de 1957; (v) não há nos autos prova de desapropriação do imóvel fiscalizado pelo Poder Público com a finalidade de se instalar um aterro sanitário, nem de outro modo de aquisição pelo Poder Público. para provar a alegada condição de imóvel urbano, o contribuinte deve apresentar documento expedido pela Fl. 653DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 654 7 Prefeitura Municipal, comprovando o cadastramento do imóvel para fins de lançamento do Imposto Predial e Territorial Urbano IPTU no período do lançamento, o que não foi feito no caso dos autos; no mérito, relativamente à postulada isenção do ITR sobre o imóvel por se tratar de área de interesse ambiental, tal alegação deveria ter sido comprovada pela autuada mediante (i) a apresentação de Laudo confeccionado por profissional habilitado e conforme as normas estabelecidas pela ABNT, (ii) a comprovação da entrega tempestiva do Ato Declaratório Ambiental – ADA perante o Ibama; (iii) a averbação na matrícula, em caso de Área de Reserva Legal – ARL; (iv) ato específico do órgão competente, relativamente à propriedade em questão declarandoa Área de Interesse Ecológico ou Área Imprestável; (v) ato do Poder Público decretando calamidade pública em relação especificamente à área autuada; sendo que, (vi) em relação às área alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público, tais passaram a ser isentas somente a partir do exercício 2009 (o lançamento referese ao ano de 2007). Não tendo apresentado nenhum dos documentos referidos, não merece prosperar tal argumento da impugnante; em relação o VTN, a impugnante deixou de apresentar o laudo técnico de avaliação ou qualquer outro elemento de prova capaz de refutar o valor arbitrado pela fiscalização, o qual foi teve por base os valores informados pela Secretaria Estadual de Agricultura no Sistema de Preços de Terras SIPT para o Município de LagunaSC, nos exercícios 2007 em função da aptidão agrícola. Recurso Voluntário O contribuinte foi notificada do resultado do julgamento de sua impugnação em 08/04/2013 (fl. 240), tendo interposto recurso voluntário em 06/05/2013 (fls. 242/268), no qual, preliminarmente, postula a anulação da decisão eis que o indeferimento de realização das diligências e perícia solicitadas, bem como a ausência de intimação para apresentação de novos documentos previamente ao julgamento pela DRJ implicaram em cerceamento de defesa. No mérito, repisa os argumentos postos em sede de impugnação, juntando novos documentos para comprovar suas alegações, entre eles, levantamentos topográfico e documentoscópico trazidos às fls; 319/554 destes autos, cujos originais constam do dossiê papel nº 16327.000152/201392, conforme certificado à fls. 241. Com a chegada deste processo ao CARF, foi ele colocado em pauta de julgamento, sendo em 03/12/2014 resolvido pelos membros da 2ª. Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator, cuja conclusão da resolução é abaixo reproduzida: Fl. 654DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 655 8 Todavia, como é requisito essencial para validar o laudo topográfico a apresentação de ART, voto no sentido de intimar o contribuinte para que traga aos autos, no prazo de 30 dias: (i) a ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado, (ii) cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado e (iii) cópia do Registro nº 13.941 – Livro 3L (e eventuais Registros anteriores), referido na Matrícula 30.404, para fins de verificar, inclusive, se a totalidade do terreno foi realmente ocupada por posseiros, tendo em vista que a certeza reside, em vista da documentação apresentada, que quase toda a extensão encontra se ocupada. A contribuinte foi intimada da referida Resolução, tendo, apresentado todos os documentos solicitados em diligência, encontrandose estes já nos autos, conforme numeração de folhas abaixo: fls. 601/602: cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado; fl. 603: cópia do Registro nº 13.941 Livro 3L (Matrícula nº 30.404); fls. 644/645: ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado; É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. O ilustre Conselheiro Fábio Brun Goldschmidt, quando relator Resolução nº 2202000.601, assim fez seu voto: O recurso é tempestivo e atende todos os requisitos de admissibilidade. Comprovação da existência de posseiros Consoante bem destacado na decisão proferida pela DRJ, até o momento da prolação da sua decisão os documentos apresentados pelo contribuinte não se mostravam aptos a comprovar, suficientemente, a alegação de que a área objeto do ITR em questão estaria habitada por posseiros. Até então, constavam dos autos apenas matrículas e registros de diversas áreas, bem como alguns documentos referentes a algumas ações possessórias e de protesto, sem que restasse comprovado que tais documentos se referiam, de fato, à mesma área objeto da autuação. Fl. 655DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 656 9 Entretanto, ao apresentar seu recurso voluntário, a recorrente cuidou de trazer aos autos, além de alguns documentos que já haviam sido juntados com a impugnação, Laudos Topográficos nos quais restaram mapeados: (a) o imóvel em nome de Banco Crefisul, sucedido pela FNC Comércio e Participações, a qual foi sucedida pelo Banco Citi, com base nas informações constantes da matrícula 12.754, e (ii) os imóveis que pertenceriam aos aludidos posseiros, com base nas informações constantes em outras diversas matrículas e registros juntados pela recorrente. Cotejando as conclusões do Laudo, é possível verificar a correspondência entre as áreas, como demonstram os quadros abaixo: De outro lado, conforme se depreende das matrículas e transcrições juntadas aos autos, os aludidos posseiros encontravamse comprovadamente na quase integralidade área (na qualidade de titulares/proprietários nas matrículas) (i) em período anterior a 31/01/1986 (quando o imóvel em questão teria sido transferido ao Banco Crefisul), ou, no mínimo (ii) em época anterior aos fatos gerador em questão (2007), como demonstram as tabelas abaixo: Fl. 656DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 657 10 Como se depreende da tabela acima, das 46 matrículas que serviram de base para o Laudo Topográfico apresentado, apenas 2 delas, referentes a pequenas frações da área pertencente ao senhor Iris Fernandes, não se encontram suficientemente documentadas para comprovar a posse da área antes da ocorrência do fato gerador, em 2007, eis que (i) em relação ao registro “24.800” (referente a 4% da área total de 239.000 m2 em posse do senhor Iris), tal não constou dos autos e (ii) quanto à matrícula 30.404, tal informa que a área encontrase em nome de terceiros desde 23/11/2011, fazendo referência, contudo, à existência de Registro anterior relativo àquela área, sob o nº 13.941 – Livro 3L, o qual não foi trazido aos autos. Consoante diversas decisões já proferidas por esse Conselho, nas hipóteses em que o autuado alega ser ilegítima a exigência de ITR em face da existência de posseiros ao tempo do fato gerador, cumpre a ele trazer prova inequívoca de tal afirmação. Nesse sentido, vejase o seguinte julgado trazido por amostragem: IMPOSTO TERRITORIAL RURAL E SUJEITO PASSIVO. CONTRIBUIÇÕES. RETIFICAÇÃO DE CPF E NOME DO CONTRIBUINTE. PRELIMINAR ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA REJEITADA. MANTIDO O LANÇAMENTO. AUSÈNCIA DE PROVAS DE PRESENÇA DE POSSEIROS. O contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel. Para que possa ser alegada a nulidade do lançamento do ITR em vista da existência de posseiros, há que ser provado, por qualquer meio, a presença dos mesmos sobre as terras. Não existindo tais provas, não pode ser alegado cerceamento de defesa, posto que tal ônus cabe ao Recorrente. RECURSO IMPROVIDO Fl. 657DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 658 11 (Acórdão nº 30132134, Número do Processo: 10768.004329/200111, Data de Publicação: 13/09/2005, Relatora: Susy Gomes Hoffmann) No caso em questão, em sede de recurso voluntário, o contribuinte cuidou de trazer aos autos documentos detalhados e elucidativos para comprovar a existência de posseiros em quase toda a área. Cumpre destacar que não se localizou nos autos a ART referente ao Laudo Topográfico apresentado. Todavia, nele consta a identificação do perito (nome completo, número de inscrição no Conselho), bem como dados e informações detalhadas da área periciada, além de outros documentos dotados fé pública (como, por exemplo, as cópias das matrículas juntadas) que embasam e confirmam as conclusões do Laudo, no sentido de que, dos 12.300.000 m2 registrados na matrícula do imóvel em nome da recorrente, 10.923.459,19 m2 estão efetivamente ocupados por posseiros. Além disso, como bem destacado pelo contribuinte, somandose as áreas descritas em todas as matrículas apresentadas (9.597,475,05 m2 – fl. 323), efetivamente tal não corresponde exatamente à metragem da área descrita na matrícula do imóvel em nome do contribuinte (12.300.000 m2), ou ainda, à metragem das áreas efetivamente ocupadas pelos posseiros (10.923.459,19 – fl. 323) . Entretanto, entendo que tal divergência decorre justamente do fato do imóvel ter sido tomado por posseiros, que, durante anos e em etapas, foram conseguindo fazer os registros das áreas invadidas, de partes em partes, partindo a descrição dos imóveis “do zero”, sem haver qualquer vinculação ou referência ao registro original do terreno. Entretanto, a partir do momento em que todas as matrículas foram agrupadas e a área foi presencialmente periciada (vejase que foram juntadas ao Laudo diversas fotos do local), verificouse que a invasão por posseiros ocupou quase a integralidade do terreno. Outrossim, como destacado anteriormente, ainda que em relação a 2 das 46 matrículas referidas pelo Perito, não seja possível comprovar que as áreas encontravamse em nome de terceiros ao tempo do fato gerador em tela (seja por não constar nos autos cópia do Registro 24.800, seja por não constar o Registro nº 13.941 – Livro 3L, referente à área objeto da matrícula 30.404), tais documentos referemse a 9.522 m2 da área em nome de Iris Fernandes, que, representa a menos 0,078% dos 12.300.000 m2 da área autuada, o que, no meu entender não justifica a desconsideração da integralidade da prova produzida e tampouco coloca em xeque a existência de posseiros já no ano de 2007 na área. Por todo o exposto, entendo que os documentos juntados em sede de recurso voluntário comprovam sim que a área objeto da presente autuação encontravase quase que integralmente sob o domínio de posseiros desde muito antes da ocorrência do fato gerador (2007), não podendo a recorrente ser considerada sujeito passivo para fins do ITR exigido sobre o total da área em questão, em face da verdade real que deve imperar nesses casos. Fl. 658DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 659 12 Em casos análogos, o Conselho já se manifestou no sentido de que, tendo sido comprovada a impossibilidade do dito proprietário de usar, gozar, dispor ou reaver a propriedade rural em face da existência de posseiros e/ou invasores, há de se considerado nulo o lançamento para fins de cobrança do ITR. Vejase: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR EXERCÍCIO: 1998 SUJEITO PASSIVO DO ITR. Posse dos posseiros sem terra. impossibilidade de usar, gozar, dispor ou reaver o imóvel. propriedade descaracterizada. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO (Acórdão nº 39200004, Número do Processo: 10215.000663/200232, Data de Publicação: 23/09/2008) Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR Exercício: 1994 ITR – Posseiros. Comprovada nos autos a posse do imóvel para terceiros à época da ocorrência do fato gerador, há de ser afastada a cobrança do tributo daquele que detinha apenas a propriedade sem dela poder usar, gozar ou fruir. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO (Acórdão nº 30134058, Número do Processo: 10280.000036/200137, Data de Publicação: 12/09/2007, Relator: Susy Gomes Hoffmann) Todavia, como é requisito essencial para validar o laudo topográfico a apresentação de ART, voto no sentido de intimar o contribuinte para que traga aos autos, no prazo de 30 dias: (i) a ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado, (ii) cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado e (iii) cópia do Registro nº 13.941 – Livro 3L (e eventuais Registros anteriores), referido na Matrícula 30.404, para fins de verificar, inclusive, se a totalidade do terreno foi realmente ocupada por posseiros, tendo em vista que a certeza reside, em vista da documentação apresentada, que quase toda a extensão encontra se ocupada. A contribuinte foi intimada da referida Resolução, tendo, apresentado todos os documentos solicitados em diligência, encontrandose estes já nos autos, conforme numeração de folhas abaixo: fls. 601/602: cópia do Registro nº 24.800 referido no Laudo apresentado; fl. 603: cópia do Registro nº 13.941 Livro 3L (Matrícula nº 30.404); fls. 644/645: ART relativa ao Laudo Topográfico apresentado Fl. 659DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 660 13 Com os documentos juntados ao processo em resposta à diligência, verifica se que não restam dúvidas que todo imóvel objeto da atuação de ITR está sob posse de terceiros, não devendo portanto, incidir o tributo em questão. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Voto Vencedor Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Redator designado Em que pese o bem fundamentado voto do relator, Conselheiro Martin da Silva Gesto, peço vênia para divergir sobre a incidência do ITR sobre o imóvel em questão. O Código Tributário Nacional assim disciplina sobre o Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural: Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona urbana do Município. [...] Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. Pelo Código Civil, extraímos o conceito de que o proprietário do bem pode dele fazer uso, perceberlhe os frutos e dele desfazerse como bem desejar, salvo cláusula específica de inalienabilidade, de origem legal ou contratual. Pode, também, exigir que terceiro, que do bem se haja injustamente apossado, impedindo ou embaraçando o exercício desses poderes pelo proprietário, o restitua. A tributação da posse ou domínio útil deve considerar a cessão voluntária da posse, estabelecida por uma relação estável entre possuidor e proprietário, assim como pela individualização do contribuinte. No presente caso, a relação jurídica existente entre possuidor e proprietário é efêmera, precária e involuntária, sendo assegurado ao proprietário o direito regressivo contra o possuidor, por meio das medidas judiciais cabíveis. Assim, ainda que a Contribuinte tenha sofrido turbação de sua posse por terceiros, enquanto o imóvel estiver em seu nome é legítima a cobrança do ITR, tendo em vista que o mesmo perdura como proprietário do imóvel, sendolhe oferecidas garantias para reaver a posse. Fl. 660DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 661 14 Também é relevante o fato de que a Recorrente apresentou a declaração de ITR, declarandose como contribuinte do imposto. Se ela própria, espontaneamente, se declara como contribuinte do imposto, não é pelo fato de essa declaração ter sofrido uma revisão quanto aos valores declarados que ela vai deixar de ser contribuinte. Verificase que a Recorrente é a legítima proprietária do imóvel e, nessa qualidade, fez a apresentação da Declaração do ITR. Nesse sentido temos as seguintes decisões deste Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 ITR. CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. DEFINIÇÃO. O Contribuinte do imposto é o proprietário, o possuidor ou o titular do seu domínio útil. No caso de terras invadidas, em que a posse dos invasores ainda é precária, o proprietário do imóvel permanece como contribuinte do imposto. Recurso Voluntário Negado. (Acórdão nº 2201001.946, data da publicação: 17/05/2013, relatora: Rayana Alves de Oliveira França, redator designado: Pedro Paulo Pereira Barbosa). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 CONTRIBUINTE. PROPRIETÁRIO. POSSEIROS. INVASÃO DE TERRAS. Contribuinte do ITR é o proprietário do imóvel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer titulo (art.31 do Código Tributário Nacional). Considerando que proprietário é quem tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reavêla do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha (art.1.228 do Código Civil), quando houver áreas em litígio e sendo a ocupação um ato transitório, aquele cabe entregar a DITR e se responsabilizar pelo imposto devido, caso esteja adotando providências judiciais ou extrajudiciais para recuperar a posse. (Acórdão nº 2201 001.569, data de publicação: 14/06/2013, relator: Rodrigo Santos Masset Lacombe). Ante o exposto, voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Redator designado Fl. 661DF CARF MF Processo nº 10983.721109/201000 Acórdão n.º 2202003.725 S2C2T2 Fl. 662 15 Fl. 662DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10850.721622/2015-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2013
Ementa:
DIRPF RETIFICADORA. PAGAMENTO FEITO COM BASE NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO.
No caso de DIRPF Retificadora que pleiteia restituição indevida, somente se exclui a multa de ofício e os juros de mora incidentes sobre os valores de imposto exigidos quando restar comprovado nos autos o pagamento tempestivo realizado pelo contribuinte com base na declaração original.
Numero da decisão: 2202-003.702
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2013 Ementa: DIRPF RETIFICADORA. PAGAMENTO FEITO COM BASE NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO. No caso de DIRPF Retificadora que pleiteia restituição indevida, somente se exclui a multa de ofício e os juros de mora incidentes sobre os valores de imposto exigidos quando restar comprovado nos autos o pagamento tempestivo realizado pelo contribuinte com base na declaração original.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10850.721622/2015-11
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5705179
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.702
nome_arquivo_s : Decisao_10850721622201511.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10850721622201511_5705179.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
dt_sessao_tdt : Tue Mar 14 00:00:00 UTC 2017
id : 6696805
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:57:49 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048947083182080
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1448; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 130 1 129 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10850.721622/201511 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.702 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 14 de março de 2017 Matéria IRPF moléstia grave Recorrente JOÃO MANGINI (ESPÓLIO) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2013 Ementa: DIRPF RETIFICADORA. PAGAMENTO FEITO COM BASE NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. COMPROVAÇÃO. No caso de DIRPF Retificadora que pleiteia restituição indevida, somente se exclui a multa de ofício e os juros de mora incidentes sobre os valores de imposto exigidos quando restar comprovado nos autos o pagamento tempestivo realizado pelo contribuinte com base na declaração original. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 72 16 22 /2 01 5- 11 Fl. 130DF CARF MF 2 Trata o presente processo de Notificação de Lançamento em virtude de uma omissão de rendimentos do trabalho recebidos pela pessoa física acima identificada, no valor total de R$ 265.921,36, referente à fonte pagadora São Paulo Previdência (SPPREV), no ano calendário de 2012, resultando em um crédito tributário apurado de R$ 12.810,36, incluídos juros de mora e multa de ofício de 75%. A contribuinte apresentou impugnação alegando que os rendimentos considerados como omitidos são isentos, por se tratar de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão recebidos por portador de moléstia grave (cardiopatia grave) desde o ano de 2002. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Recife (PE) julgou improcedente a impugnação, cuja decisão foi assim ementada: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2012 PROVENTOS DE APOSENTADORIA. MOLÉSTIA GRAVE. AUSÊNCIA DE REQUISITO ESSENCIAL AO GOZO DA ISENÇÃO PRETENDIDA. Para o gozo da isenção pretendida o interessado há de ser aposentado e apresentar laudo médico oficial que comprove a moléstia grave definida nos termos da lei. No caso faltou comprovação da moléstia grave através de laudo médico expedido por entidade oficial competente. Não atendido requisito legal essencial. A conclusão da DRJ foi no seguinte sentido: No caso concreto, quanto ao anocalendário focado (2012), conforme foi corretamente registrado pela autoridade lançadora, embora seja a alegação de que o contribuinte era portador de moléstia grave, o laudo médico apresentado não foi emitido por entidade oficial competente, isto é, tratase de laudo preparado por médico particular, o qual não satisfaz para fins de comprovação do adimplemento dos requisitos legais para o gozo da isenção pleiteada. Cientificado dessa decisão em 11/09/2015, por via postal (A.R. de fl. 94), o Espólio da Contribuinte, por meio de procurador, apresentou Recurso Voluntário em 09/10/2015 (fl. 95), alegando apenas que o imposto já fora efetivamente pago em DIRPF original do exercício 2013. Esse Colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência (Resolução nº 2202000.724, de 22/09/2016), para que a repartição de origem tomasse as seguintes providências: 1. Anexe aos autos cópia da Declaração de Ajuste Anual original do exercício 2013 (anocalendário 2012); 2. anexe aos autos os comprovantes de pagamentos (DARFs) correspondentes ao imposto de renda do exercício 2013 (ano calendário 2012), informando se os mesmos encontramse disponíveis ou se foram restituídos; Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10850.721622/201511 Acórdão n.º 2202003.702 S2C2T2 Fl. 131 3 3. após, dê vista ao Recorrente do resultado essa diligência, com prazo de 30 (trinta) dias para, querendo, se pronunciar. Em atendimento à diligência, a DRF de origem anexou a DIRPF/2013 (ano calendário de 2012) original do Contribuinte (fls. 119/126) e o intimou a comprovar os pagamentos (DARFs) correspondentes ao imposto de renda do referido exercício (fls. 127/128). O Contribuinte não apresentou resposta (fl. 129). É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. O Contribuinte não se insurgiu, em seu recurso voluntário, contra a decisão da DRJ em relação ao não atendimento de uma das condições para o gozo da isenção, qual seja, a comprovação da moléstia grave por meio de laudo médico oficial. Ele somente alegou que o imposto já havia sido pago por ocasião da apresentação da DIRPF original do exercício 2013. Dessa forma, não cabe aqui analisar a questão da isenção por moléstia grave, posto que essa matéria se encontra fora do litígio, por não ter sido recorrida. Resta, portanto, discutir o tema relativo ao pagamento tempestivo do imposto devido. Entendo que os valores recolhidos pelo Contribuinte antes do início do procedimento fiscal, quando ele gozava de espontaneidade, não podem ser exigidos com multa de ofício. CTN Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Não se pode exigir, por meio de Notificação de Lançamento, multa de ofício sobre um crédito tributário que foi extinto pelo pagamento, nos termos do artigo 156, inciso I, do Código Tributário Nacional – CTN. O pagamento antecipado, conforme dispõe o § 1º do Fl. 132DF CARF MF 4 artigo 150 do CTN, extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Mesmo que não ocorra a homologação, o pagamento feito extingue a obrigação tributária. Apenas se o pagamento realizado não for suficiente para extinguila totalmente, caberá o lançamento de ofício para exigência da diferença. CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. [..] Art. 156. Extinguem o crédito tributário: I o pagamento; [...] Muito embora a declaração retificadora realmente substitua a declaração original, fato é que o pagamento extingue o crédito tributário, conforme prevê o inciso I do art. 156 do CTN. Entretanto, no presente caso, não consta dos autos comprovação de que realmente os pagamentos alegados tenha sido efetivados. O Contribuinte não apresentou nenhuma resposta à intimação feita pela delegacia de origem para comprovar os pagamentos alegados, conforme se verifica da diligência efetuada a pedido desse Colegiado (fls. 127/129), embora tenha sido cientificado da intimação em 18/10/2016 (fl. 128). É regra geral no Direito que o ônus da prova é uma conseqüência do ônus de afirmar e, portanto, cabe a quem alega. Nesse caso, o Recorrente apenas alegou e nada provou e, segundo brocardo jurídico por demais conhecido, "alegar e não provar é o mesmo que não alegar". Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (Assinatura digital) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10850.721622/201511 Acórdão n.º 2202003.702 S2C2T2 Fl. 132 5 Fl. 134DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16643.000420/2010-41
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2202-000.727
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator, vencidos os Conselheiros Márcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto, que determinavam a diligência em menor extensão..
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado).
Relatório
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201701
camara_s : Segunda Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 16643.000420/2010-41
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5677636
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Feb 09 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-000.727
nome_arquivo_s : Decisao_16643000420201041.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 16643000420201041_5677636.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator, vencidos os Conselheiros Márcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto, que determinavam a diligência em menor extensão.. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado). Relatório
dt_sessao_tdt : Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
id : 6644985
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:55:57 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048947774193664
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1570; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 1.052 1 1.051 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16643.000420/201041 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2202000.727 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 19 de janeiro de 2017 Assunto IRRF remessas para o exterior Recorrente CLARO S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator, vencidos os Conselheiros Márcio Henrique Sales Parada, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto, que determinavam a diligência em menor extensão.. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Márcio Henrique Sales Parada, Martin da Silva Gesto, Rosemary Figueiroa Augusto, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Cecília Dutra Pillar, Dílson Jatahy Fonseca Neto e José Alfredo Duarte Filho (Suplente convocado). Relatório Reproduzo o relatório do acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP) DRJ/SP1 , que sintetiza os fatos ocorridos até a decisão de primeira instância. Em cumprimento ao Mandado de Procedimento Fiscal – MPF nº 0817100/00137/09 e prorrogações (fls.02 e 03) a Delegacia Especial de Maiores Contribuintes – DEMAC/SPO, apurou, no domicílio fiscal RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 66 43 .0 00 42 0/ 20 10 -4 1 Fl. 1052DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.053 2 da contribuinte acima identificada, os seguintes fatos, conforme o Termo de Verificação Fiscal (fls. 217 a 228): No presente processo foi tratada a questão do cumprimento das obrigações tributárias do contribuinte em relação à CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMINIO ECONÔMICO SOBRE REMESSAS AO EXTERIORCIDE e IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTEIRRF, incidente sobre importâncias pagas, remetidas, entregues, empregadas a residente no exterior. O auditor fiscal fez , primeiramente resumo da historia da formação da fiscalizada: 07/04/1992 foi constituída a BCP S.A. ("Companhia"), companhia de capital fechado, com objeto social a implantação, operação e prestação de serviços de telecomunicações, na modalidade telefonia móvel, compreendendo a compra, venda, importação e exportação de equipamentos e prestação de serviços aos usuários. 17 /07/1997, a Companhia vence a licitação realizada para a concessão do serviço móvel celular para a área de concessão 1, compreendendo a cidade de São Paulo e 63 distritos e municípios próximos à capital, iniciando as operações a partir de maio de 1998. agosto de 2003, a Companhia passou a atuar sob o nome fantasia "CLARO", I denominação igualmente utilizada pelas demais empresas atuantes no mercado brasileiro de telecomunicações pertencentes ao grupo América Móvil S.A. de C.V. 29/09/2003 foi assinado o Termo de Autorização do Serviço Móvel Pessoal " SMP" entre a ANATEL e a Companhia, sendo ele efetivo a partir da publicação em Diário Oficial da União, ocorrido em 30 de setembro de 2003. A autorização para a prestação do Serviço Móvel Pessoal "SMP" tem prazo indeterminado. A migração para o Serviço Móvel Pessoal iniciouse em l5 de fevereiro de 2004, cumprindose todas as metas estabelecidas. A Companhia detém controle acionário das empresas BCP Ltd., BSE Ltd., ATL Cayman, Tess Ltd., e Tess Internet Services S.A. ("TIS"). 14/11/2003, a totalidade das ações e o controle acionário indireto foi transferido para a AMERICA MOVIL S.A. DE C.V. sociedade organizada de acordo com as leis do México. D.O.E. (Diário Oficial do Estado de São Paulo), de 18/11/2003. Durante os anos de 2004 e 2005, com a anuência da ANATEL, o Grupo Claro deu início ao plano de reorganização da estrutura de suas empresas e promoveu a criação da CLARO TELECOM PARTICIPAÇÕES S.A. ("CLARO PARTICIPAÇÕES"), para atuar como a holding central, e de início, ser a titular da participação nas operadoras e o veículo da participação estrangeira. Fl. 1053DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.054 3 26/10/2004 a controlada integral BCP SI S.A. teve seu acervo patrimonial líquido transferido para a Companhia, resultando na incorporação. 02/08/2005 o acionista controlador realizou a cessão de um montante consolidado de R$ 4.763.387 de créditos que ele detinha com suas empresas operadoras no Brasil, resultando em aumento de capital na holding brasileira CLARO TELECOM PARTICIPAÇÕES S.A. A partir desta data, a CLARO TELECOM PARTICIPAÇÕES passou a ser a credora dos saldos com as empresas operadoras. 08/09/2005 na Assembléia Geral Extraordinária realizada no dia 08 de setembro de 2005, os sócios da CLARO TELECOM PARTICIPAÇÕES S.A deliberaram a conversão em capital dos empréstimos assumidos pela companhia, em razão de contratos de reestruturação de dívida, no montante de R$ 174.360.952,89 (cento e setenta e quatro milhões, trezentos e sessenta mil, novecentos e cinqüenta e dois reais e oitenta e nove centavos), mediante a emissão de R$ 174.360.954 (cento e setenta e quatro milhões, trezentos e sessenta mil, novecentos e cinqüenta e quatro) ações ordinárias, a serem integralizadas e subscritas pela pessoa jurídica SERCOTEL S.A., de C.V. 31/12/2005 com a aprovação em Assembléia Geral Extraordinária dos acionistas, a BCP efetuou a incorporação dos acervos líquidos contábeis das empresas ligadas ATL Telecom Leste S.A, Tess S.A, Stemar Telecomunicações Ltda, BSE S.A. A partir de l5 de janeiro de 2006, a incorporadora BCP passou a operar nas áreas das respectivas empresas incorporadas na qualidade de sucessora. 27/12/2006 capital da sede alterado para $ 9.470.824.758,10 (nove bilhões, quatrocentos e setenta milhões, oitocentos e vinte quatro mil, setecentos e cinqüenta e oito reais e dez centavos), conforme A.G.E. A contribuinte foi intimada a apresentar a documentação que fundamentaria as remessas ao exterior a título de royalties e assistência técnica, bem os contratos de câmbio no BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN) e Demonstrativo detalhado com dados para apuração do IRRF; comprovantes de recolhimento ou de extinção do respectivo crédito tributário da CIDE REMESSAS AO EXTERIOR. Na hipótese de medida judicial, certidãodeobjetoepé do processo e comprovação e dados de depósitos judiciais; a fiscalizada foi intimada, também, a apresentar as respectivas composições dos valores das FICHA 05, LINHA 21 e da FICHA 06, LINHA 36 da DIPJ exercício 2006, acompanhadas do PLANO DE CONTAS para o período de julho de 2005 e dezembro de 2006. Após análise dos documentos recebidos, auditor fiscal intimou a contribuinte a apresentar: 1.Quanto ao IRRF, cópia dos contratos de mútuo que aparecem listados na abertura sintética da linha 36 da ficha 06 da DIPJ. Fl. 1054DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.055 4 2.Documentação relativa aos itens rebates, ajustes, descontos financeiros, comissões pagas para contas com saldo superior a R$ 500.000,00, listados na abertura sintética da linha 36 da ficha 06 da DIPJ. 3.Em arquivo digital, os lançamentos contábeis correspondentes ao reconhecimento das despesas para as contas com saldo superior a R$ 500.000,00. Também foi requisitada, pelo auditor fiscal a apresentação, em meio digital, das fichas do Livro Razão relativas às contas listadas na linha 36 da ficha 06 da DIPJ 2006. Do exame da documentação apresentada o auditor fiscal constatou que em 30/08/2006 houve um lançamento à título de redução de dívida de R$ 100.536.491,23 a débito na conta 2143010217 JUROS SERCOTEL tendo como contrapartida a conta 1111050143 TRANSIT ITAU 911 061125 CENTRALIZADORA CLARO, mas não se identificou o lançamento correspondente a título de IRRF e a contribuinte foi intimada a comprovar com documentação hábil e idônea a ao recolhimento do IRRF correspondente ou a justificar porque não o fez, sob o risco de ter todo o montante considerado como juros e sobre o valor reajustado ser calculado o IRRF. Em resposta, a contribuinte apresentou listagens do sistema informatizado do Banco Central e Cópia do contrato de cambio de saída de moeda estrangeira de juros em favor da SERCOTEL DE CV (fl. 202 a 206), e segundo alegou (fl. 199), os juros remetidos decorreriam de empréstimo contraído pela incorporada BSE S/A CNPJ N. 68.704.923/000168 e tais juros seriam isentos de IRRF, mas não especificou qual a base legal dessa isenção. O auditor relata que: “De posse dos arquivos digitais da contabilidade do contribuinte, anoscalendário 2005 e 2006, o AFRFB responsável, a partir da abertura da ficha 06 linha 36 apresentada pelo contribuinte, extraiu o Razão das contas de despesas com movimentação superior a R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais). Atenção foi dada àquelas que poderiam originar remessas de juros de mútuos, comissões e encargos e portanto com incidência de IRRF. Foram examinadas as contas do passivo relativas a juros devidos a residentes no exterior, nomeadamente, contas 2143010217 JUROS SERCOTEL e 2214010202 JUROS AMLA, no período de junho de 2005 a dezembro de 2005, conforme o previsto no Mandado de Procedimento Fiscal. Assim, foram examinadas os lançamentos nas contas: 2143010217 JUROS SERCOTEL; 2143010214 JUROS M/E AMERICA MOVIL; 2143010215 JUROS AM LATIN AMERICA e as contas: Fl. 1055DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.056 5 2143010210 JUROS M/E CHASE TRUST; 2161010402 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE S/REM JUROS FIN; O intuito dessas verificações foi a detectar eventual ocorrência de fato gerador de IRRF SOBRE JUROS, COMISSÕES DE EMPRÉSTIMOS E MÚTUOS, código de receita 0481, assim como identificar o responsável pelo seu recolhimento. O art. 702 do Decreto n.3.000/99 elenca entre as hipóteses de incidência o abaixo exposto: "Art 702. Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de quinze por cento, as importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a beneficiários residentes ou domiciliados no exterior, por fonte situada no País, a título de juros, comissões, descontos, despesas financeiras e assemelhadas (Decretolei nº 5.844, de 1943, art. 100, Lei ns 3.470, de 1958, art. 77, e Lei 9.249, de 1995, art. 28)." As remessas identificadas foram cotejadas com o IRRF creditado na conta 2161010402 IMPOSTO DE RENDA NA FONTE S/REM JUROS FIN e esse por sua vez, comparado aos recolhimentos efetuados pelo contribuinte. 3) Conta 2143010217 JUROS SERCOTEL Verificouse que em 30/08/2006, houve um lançamento à título de redução de dívida de R$ 100.536.491,23 a débito na conta 2143010217 JUROS SERCOTEL tendo como contrapartida a conta 1111050143 TRANSIT ITAU 911061125 CENTRALIZADORA CLARO, mas não se identificou o lançamento correspondente a título de IRRF. Foi lavrado o TERMO DE CONSTATAÇÃO N. 0008 sobre o fato acima e o contribuinte foi intimado a comprovar o recolhimento do IRRF ou motivo da dispensa. Em resposta o contribuinte, apresentou listagens do sistema informatizado do Banco Central. As cópias de telas do sistema do BANCO CENTRAL DO BRASIL aparecem inicialmente o BANCO SUM1TOMO como credor, posteriormente na assunção da dívida aparece a SERCOTEL DE CV S/A, outra companhia vinculada à CLARO S/A como agente de pagamento. Pela documentação apresentada, não fica clara qual a relação entre as transações registradas no Banco Central do Brasil que constam das cópias de tela e o pagamento à SERCOTEL e em quais dispositivos legais se enquadraria o arranjo. Em consulta à legislação pertinente, os incisos VIII e IX e parágrafo § 4º do art. 691 do DECRETO N. 3.000/99 prescrevem alíquota zero de IRRF nas seguintes hipóteses: Art. 691. A alíquota do imposto na fonte incidente sobre os rendimentos auferidos no País, por residentes ou domiciliados no exterior, fica reduzida para zero, nas seguintes hipóteses (Lei n^ 9.481, de 1997, art. 1º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 20): Fl. 1056DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.057 6 VIII juros decorrentes de empréstimos contraídos no exterior, em países que mantenham acordos tributários com o Brasil, por empresas nacionais, particulares ou oficiais, por prazo igual ou superior a quinze anos, à taxa de juros do mercado credor, com instituições financeiras tributadas em nível inferior ao admitido pelo crédito fiscal nos respectivos acordos tributários; IX juros, comissões, despesas e descontos decorrentes de colocações no exterior, previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, de títulos de crédito internacionais, inclusive commecial papers, desde que o prazo médio de amortização corresponda, no mínimo, a 96 meses; §4º O aumento de capital mediante conversão das obrigações de que tratam os incisos VIII e IX poderá ser efetuado com manutenção da redução a zero da alíquota do Imposto de Renda incidente na fonte relativa aos juros, comissões, despesas e descontos já remetidos (Medida Provisória nº 1.75316, de 1999, art. 9S). Isso, se os dispositivos forem aplicáveis ao caso em tela. Cabível a indagação, pois a CLARO S/A em sua resposta não apontou quais dispositivos legais que fundamentariam sua alegação. Não fica evidente em qual dos dispositivos se enquadraria a remessa, uma vez que o art. 49 faz referencia aos incisos VIII e IX, e pelos os documentos apresentados, se a CLARO S/A e as transações efetuadas preencheriam os requisitos A conclusão é que à falta de comprovação que a operação é isenta de IRRF ou sujeita à alíquota zero, a transação é considerada tributável no ponto de vista do IRRF.” Assim, em 30/12/2010, foram efetuados os seguintes lançamentos: – Imposto de Renda Retido na FonteIRRF (fls. 230 e 231): Totais dos créditos tributários lançados, R$ 39.486.681,27, incluídos o tributo, multa de ofício e juros de mora, calculados até 30/11/2010. Fundamento legal: Arts. 18 e 28, da Lei n° 9.249/95; Art. 12 da Lei n° 9.718/98; Art. 2°, da Lei n° 10.168/2000, com a redação dada pela Lei 10.332/2001. Inconformada com o lançamento do qual foi cientificada no mesmo dia da lavratura do auto de infração (fls. 230), a contribuinte protocolizou em 28/01/2011, a impugnação (fls. 289 a 302), relativa ao lançamento fiscal, apresentando suas razões, em apertada síntese, a seguir: 2.1 Faz, primeiramente, resumo dos fatos ocorridos. 2.2 Alega seu direito à isenção de IRRF, citando o art. 1º da Lei nº 9.532/1997, que entende ter lhe garantido o direito à isenção de IRRF quando do pagamento de juros decorrentes de colocação no exterior de títulos de créditos internacionais, inclusive commercial papers com prazo médio de amortização de, no mínimo 96 meses. 2.3 Alega que essa regra teria valido até a edição da Lei nº 9.959/2000 que majorou a alíquota do IRRF para 15%, mas argumenta que a alíquota zero teria ficado mantida para os juros decorrentes dos Fl. 1057DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.058 7 contratos firmados ate 31/12/1999, como é o caso das notes emitidas pela impugnante, cujos contratos teriam permanecidos sujeitos ao tratamento tributário anterior, que estabelecia alíquota zero do IRRF sobre os respectivos juros. 2.4 Alega que está apresentando farta documentação comprobatória do seu direito ao enquadramento da alíquota zero. 2.5 Descreve a origem do juros remetidos ao exterior explicando que “Em 31.03.1998, a BSE S/A, incorporada à Claro S/A em 31.12.2005, emitiu títulos de créditos internacionais com vencimento em 31.03.2006, no valor de US$ 350.000.000,00. O título foi segregado em duas notes (RI e R2), nos seguintes valores: • RI US$ 175.000.000,00 (doe. 03); • R2 US$ 175.000.000,00 (doe. 04); O título de crédito internacional no valor de US$ 350.000.000,00 foi emitido através do "Note Purchase Agreement" datado de 31.03.1998 (doe. 05) com vencimento em 31.03.2006 e com juros referentes a Libor mais margem de valor agregado ou outro valor autorizado pelo Banco Central do Brasil. Os referidos títulos internacionais foram inicialmente adquiridos por Banco Safra Bahamas Limited e por BellSouth Brazil, Inc. A BSE era uma empresa espelho, criada para concorrer com as empresas de telefonia celular com operação no Nordeste. Depois de alguns anos de operação altamente endividada e com dificuldades de obter novos financiamentos, foi colocada à venda por seus acionistas controladores. A operação de aquisição da BSE S.A. pelo Grupo América Móvil ocorreu nesse contexto, em 2003, com o pagamento de determinado preço, em operação que envolveu não só a compra das ações da empresa, mas também a assunção de dívidas decorrentes das notes emitidas, dentre outras dívidas..” ........................................................................................................ ....................... Em cumprimento aos termos do Purchase Agreement, juntamente com o contrato de compra de ações, a América Móvil assumiu as notes adquiridas originalmente por Banco Safra Bahamas Limited (doe. 07) e por BellSouth Brazil, Inc. (doc. 08), através de dois "Assignment Agreement" (contratos de cessão). As notes originais foram substituídas, para substituir os credores originais pela América Móvil (doe. 09). Finalmente, a Sercotel adquiriu os créditos referentes aos notes da América Móvil, como atestam os documentos referentes ao "Purchase and Sale Agreement" datado de 07.10.2005, assinado entre as empresas com interveniência da BSE S.A. (doe. 10) Fl. 1058DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.059 8 2.6 Apresenta parte do que seria o "Purchase Agreement" datado de 05.03.2003 (doe. 06), em inglês com o que chama de “tradução livre” no rodapé da pagina. 2.7 Alega que a Receita Federal já teria emitido opinião no sentido de que a simples mudança de uma das partes não acarreta perda do benefício fiscal da alíquota zero prevista no inciso IX do artigo 691 do RIR/99, como se verificaria no Processo de Consulta n° 230/03 Superintendência Regional da Receita Federal SRRF / 8a Região Fiscal. 2.8 Afirma ainda que os títulos internacionais foram regidos pela Circular Bacen 2.384/93, que faria referência ao Comunicado FIRCE nº 10/69 que exigiria autorização prévia para emissão de fechamento de cambio, alegando que teria obtido tal autorização e cuja comprovação esta apresentado junto com a impugnação. 2.9 Alega que não restaria dúvidas “... que a dívida de US$ 350.000.000,00, que originou os juros no valor de US$ 47.116.173,60 sobre os quais se cobra o IRRF, decorre de notes emitidos no exterior com prazo médio de amortização superior a 96 meses, o que confirma o enquadramento do mesmo na hipótese de alíquota zero do IRRF prevista no inciso IX do artigo 691 do RIR/99, como inclusive sempre reconheceu o BACEN, nos registros relativos à operação.” 2.10 Protesta pela apresentação de provas em momento posterior à apresentação da impugnação e discorre a respeito de seu direito de assim proceder, citando ainda o princípio da verdade material e o Código Civil. 2.11 Conclui sumarizando : (i) os juros decorrem de títulos de crédito internacional (note) emitidos pela BSE S.A, com prazo médio de amortização de 96 meses; (ii) as notes foram emitidas pela BSE S.A. em 31.03.1998, ou seja, antes de 31.12.1999; (iii) os juros relacionados com as notes se enquadram na hipótese de alíquota zero do IRRF prevista no inciso IX do artigo 691 do RIR/99; (iv) a alíquota zero foi mantida mesmo com a Lei n° 9.959/00, porque os contratos eram anteriores a 31.12.1999; (v) a mudança no credor das notes não implica perda do benefício da alíquota zero; e (vi) a exigência de IRRF sobre os juros relacionados com as notes emitidas no exterior mostrase completamente improcedente. 2.12 Por fim, requer que o auto de infração seja julgado improcedente e a juntada posterior de documentos adicionais, inclusive traduzidos para língua portuguesa o que foram apresentados agora em língua inglesa. (destaques do original) Fl. 1059DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.060 9 A 5ª Turma da DRJ/SP1, por unanimidade de votos, julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido, cujo acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 30/08/2006 Ementa: IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE IRRF REMESSA DE JUROS. TÍTULOS DE CRÉDITO INTERNACIONAIS. FLOATING RATE NOTES. ALÍQUOTA ZERO. CONTRATOS EM VIGOR EM 31/12/1999. PRAZO MÉDIO MÍNIMO 96 MESES COMPROVAÇÃO. Se a fiscalizada não logra comprovar que a remessa ao exterior efetuada em 29/08/2006 e tributada em IRRF pela Fiscalização, faria parte da remessa de juros prevista em contrato de operação de crédito firmado antes de 2000, é de se manter o lançamento Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificado da decisão de primeira instância em 31/05/2011 (A.R. de fl. 656), a Contribuinte interpôs recurso voluntário em 28/06/2011 (fls. 658 a 751), no qual reitera os argumentos da impugnação e acrescenta as seguintes alegações: protocolou petição informando que a tradução dos documentos em língua estrangeira demandaria um prazo de 40 a 60 dias, em virtude da complexidade e morosidade do processo de tradução; a DRJ violou todos os princípios que regem o processo administrativo (verdade material, moralidade, ampla defesa, contraditório, dentre outros) ao julgar improcedente a impugnação sob o simplório argumento de que os documentos anexados não foram traduzidos por tradutor juramentado; a decisão recorrida aparentemente não conseguiu entender os documentos emitidos pelo Banco Central do Brasil; a BSE S/A, incorporada pela Recorrente, emitiu títulos internacionais no valor de US$ 350.000.000,00, cujo Certificado de Registro no Banco Central do Brasil ocorreu sob o nº 241/34434, o qual posteriormente foi retificado para passar a constar o ROF n° 145740; o ROF n° TA3/00000/93136, por sua vez, foi apenas um adendo ao ROF n° TA 145740 para amparar a modificação do credor original e que, dessa forma, a Sercotel passasse a constar como a credora dos títulos internacionais; as informações complementares nele constante deixam ainda mais claro que o ROF n° TA 145740 foi utilizado pelo próprio Banco Central para substituir o certificado de registro n° 241/34434 e os dados referentes ao imposto de renda não deixam dúvidas de que a operação é isenta; Fl. 1060DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.061 10 a única conclusão possível é a de que o ROF n° TA3/00000/93136 e o ROF n° TA145740 fazem parte da mesma operação, que consiste na colocação de títulos no exterior, sendo que a remessa dos juros vinculada a tais títulos enquadrase como operação sujeita à alíquota zero; caso ainda reste alguma dúvida da vinculação entre o ROF n° TA3/00000/93136 e o ROF n° TA145740, requerse a expedição de ofício ao Banco Central do Brasil requerendose a informação expressa neste sentido. Ao final, a Recorrente requer a anulação do auto de infração e, subsidiariamente, a nulidade da decisão de primeira instância para que a DRJ analise os documentos traduzidos, anexados ao Recurso Voluntário. Posteriormente, em nova petição, a Contribuinte presta esclarecimentos sobre o empréstimo que originou os juros remetidos ao exterior, assim como anexa documentos de registro de operação financeira (fls. 988 a 1.015). Cientificada das razões adicionais e documentos apresentados pela Contribuinte, a Procuradoria da Fazenda Nacional (PFN) apenas requereu o prosseguimento do feito. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Tratase de Auto de Infração relativo ao IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE IRRF, incidente sobre importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a residente no exterior. A autoridade fiscal tributou a remessa ao exterior, no valor de R$ 101.172.559,60 (US$ 47.116.173,60), para liquidação até 30/08/2006, constante no Registro de Operações de Câmbio de fl. 202, por considerar que a empresa fiscalizada não comprovou que a operação era isenta de IRRF. Conforme Termo de Verificação Fiscal (fls. 217/228): Foi lavrado o TERMO DE CONSTATAÇÃO N. 0008 sobre o fato acima e o contribuinte foi intimado a comprovar o recolhimento do IRRF ou motivo da dispensa. Em resposta o contribuinte, apresentou listagens do sistema informatizado do Banco Central. As cópias de telas do sistema do BANCO CENTRAL DO BRASIL aparecem inicialmente o BANCO SUM1TOMO como credor, posteriormente na assunção da dívida aparece a SERCOTEL DE CV S/A, outra companhia vinculada à CLARO S/A como agente de pagamento. Pela documentação apresentada, não fica clara qual a relação entre as transações registradas no Banco Central do Brasil que constam das Fl. 1061DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.062 11 cópias de tela e o pagamento à SERCOTEL e em quais dispositivos legais se enquadraria o arranjo. Em consulta à legislação pertinente, os incisos VIII e IX e parágrafo § 4º do art. 691 do DECRETO N. 3.000/99 prescrevem alíquota zero de IRRF nas seguintes hipóteses: Art. 691. A alíquota do imposto na fonte incidente sobre os rendimentos auferidos no Pais, por residentes ou domiciliados no exterior, fica reduzida para zero, nas seguintes hipóteses (Lei nº 9.481, de 1997, art. 1º, e Lei nº 9.532, de 1997, art. 20): (...) VIII juros decorrentes de empréstimos contraídos no exterior, em países que mantenham acordos tributários com o Brasil, por empresas nacionais, particulares ou oficiais, por prazo igual ou superior a quinze anos, à taxa de juros do mercado credor, com instituições financeiras tributadas em nível inferior ao admitido pelo crédito fiscal nos respectivos acordos tributários; IX juros, comissões, despesas e descontos decorrentes de colocações no exterior, previamente autorizadas pelo Banco Central do Brasil, de títulos de crédito internacionais, inclusive commercial papers, desde que o prazo médio de amortização corresponda, no mínimo, a 96 meses; (...) §4º O aumento de capital mediante conversão das obrigações de que tratam os Incisos VIII e IX poderá ser efetuado com manutenção da redução a zero da alíquota do Imposto de Renda incidente na fonte relativa aos juros, comissões, despesas e descontos já remetidos (Medida Provisória ns 1.75316, de 1999, art. 9º). (...) Isso, se os dispositivos forem aplicáveis ao caso em tela. Cabível a indagação, pois a CLARO S/A em sua resposta não apontou quais dispositivos legais que fundamentariam sua alegação. Não fica evidente em qual dos dispositivos se enquadraria a remessa, uma vez que o art. 4º faz referencia aos incisos VIII e IX, e pelos os documentos apresentados, se a CLARO S/A e as transações efetuadas preencheriam os requisitos prescritos. A conclusão é que à falta de comprovação que a operação é isenta de IRRF ou sujeita à alíquota zero, a transação é considerada tributável no ponto de vista do IRRF. A decisão da DRJ desconsiderou os documentos que não haviam sido traduzidos por tradutor juramentado por ocasião do julgamento naquela instância, conforme excerto do voto vencedor, abaixo: Portanto, os documentos trazidos aos autos pela contribuinte (documentos em língua estrangeira não traduzidos por tradutor juramentado) para seu direito a alíquota zero de IRRF não são aceitos e deles não se toma conhecimento. Cabe ressaltar também que o que chama singelamente de “tradução livre” é imprestável para servir como comprovação do que alega pelos motivos já expostos e também não será considerada. Fl. 1062DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.063 12 [...] A contribuinte apresentou os documentos de fls. 342 a 631, dos quais somente serão considerados os apresentados em português (fls. 483 e seguintes ) pelas razões já expostas acima. A decisão de primeira instância foi no sentido de manter o lançamento por entender que não restou comprovado pela Contribuinte que a remessa tributada faria parte do RDE 145740, que se originou em 1998 e que seria, portanto, isenta de IRRF sobre a remessa de juros ao exterior, de acordo com os seguintes trechos do voto condutor: Dos documentos apresentados acima, observase que, embora a contribuinte clame que a vasta documentação comprovaria indubitavelmente o seu direito a isenção, observase que o numero de registro indicado no contrato de cambio cujo valor foi objeto de tributação de IRRF de fls. 202 a 205 e com outra cópia constante as fls. 626 a 629, não encontra correspondência com nenhuma autorização emitida pelo Bacen para a operação de títulos relativa aos US$ 350.000.000,00. De fato, o contrato de câmbio , cuja remessa foi tributada pelo Auditor Fiscal, se refere ao RDE nº TA3/00000/93136 e todos os outros documentos se referem ao RDE TA 145740 que substituiu o Certificado de Registro nº 241/34434. A única referencia ao numero 93136 está no Registro de Operação Financeira do sistema SISCOMEX relativo a operação de nº TA 393136 de 18/09/2006, de fls. 617 a 624 que não faz, no entanto qualquer referencia ao TA 14540, cuja documentação foi apresentada. Esse documento de fls. 617 a 624 apresenta informações diversas das que constam no Certificado de Registro nº 241/34434, transformado no RDE 145740, e cujo registro de operação financeira se encontra as fls.483 a 487. [...] De qualquer modo, não restou comprovado pela contribuinte que a remessa tributada faria parte do RDE 145740, que se originou em 1998 e que seria, portanto, isento de IRRF sobre a remessa de juros ao exterior, sendo apenas constatado que essa remessa se referiu a operação de RDE TA 393136 cujo, Registro de operação financeira se encontra às fls 483 a 487, mas sem qualquer comprovação que se trataria da mesma operação iniciada em 1998. Uma vez que até a data presente, a fiscalizada não se preocupou em juntar qualquer outra comprovação do que alega, não se pode deferir o que pleiteia. Assim sendo e, por todo o exposto, VOTO por considerar improcedente a impugnação apresentada. Portanto, a controvérsia reside na comprovação de que a remessa ao exterior tributada pela Fiscalização referiase ao pagamento de juros relativos a títulos de crédito internacionais (floating rate notes), firmados por contrato de 31/03/1998. Fl. 1063DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.064 13 Verificase que a Contribuinte apresentou novos documentos junto ao Recurso Voluntário, assim como posteriormente, alegando a dificuldade de obtêlos oportunamente. Aduz a Recorrente que não foi possível a anexação dos contratos em língua estrangeira anteriormente em face da complexidade e morosidade do processo de tradução, assim como pela dificuldade de organizar documentos financeiros relativos a fatos que remontam há mais de 13 anos. A questão da apresentação de documentos após a fase de impugnação tem gerado discussões no âmbito do processo administrativo fiscal, tendo em vista a legislação específica que trata a matéria (art. 16 do Decreto nº 70.235/72 PAF) e os princípios da instrumentalidade processual e da verdade material. A jurisprudência do CARF vem se consolidando no sentido de que a regra geral estabelecida pelo art. 16 do Decreto nº 70.235/72 PAF , para efeito de preclusão, não impede que o julgador conheça e analise novos documentos ofertados após a defesa inaugural, em observância aos princípios da verdade material e da instrumentalidade dos atos administrativos, sobretudo quando são capazes de rechaçar em parte ou integralmente a pretensão fiscal, bem como se prestam a corroborar alegações suscitadas desde o início do processo. Nesse sentido os seguintes acórdãos da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais: 9202002.587, 920201.633, 920202.162 e 920201.914. O Decreto 70.235/72 PAF assim dispõe sobre a apreciação da prova pela autoridade julgadora: Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. No caso concreto, diante dos fatos, para evitar cerceamento de defesa e em respeito ao princípio da verdade material, entendo que os documentos acostados aos autos pela Contribuinte após a impugnação merecem ser apreciados, notadamente porque visa a corroborar seus argumentos desde a fase do procedimento fiscal e por se tratar de documentos antigos e que necessitavam de tradução. Entretanto, observo que o processo ainda não se encontra em condições de ter um julgamento justo e para que não reste qualquer dúvida no julgamento, penso serem necessários a análise e o pronunciamento da autoridade lançadora sobre a documentação apresentada. Portanto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que a autoridade fiscal da DRF de origem tome as seguintes providências: 1 – analise toda a documentação apresentada pelo Recorrente até o momento e elabore um relatório circunstanciado e conclusivo, informando se resta comprovado que a remessa ao exterior tributada pela Fiscalização referiase ao pagamento de juros relativos a títulos de crédito internacionais (floating rate notes), firmados por contrato de 31/03/1998; 2 após, seja concedida vista do relatório ao Recorrente, com prazo de 30 (trinta) dias para, querendo, se pronunciar. Fl. 1064DF CARF MF Processo nº 16643.000420/201041 Resolução nº 2202000.727 S2C2T2 Fl. 1.065 14 Vencido o prazo, os autos deverão retornar a esta Turma para inclusão em pauta de julgamento. É como voto. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 1065DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.001117/2008-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 15 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2006
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA VIGENTE. PORTARIA MF Nº 63/2017. SÚMULA CARF Nº 103.
A Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, majorou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o limite de alçada para interposição de recurso de ofício. Nos termos da Súmula CARF nº 103, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE EM SEDE RECURSAL (ART. 17 DO DECRETO N.º 70.235/72).
Nos termos do art. 17 do Decreto n.º 70.235/72 (PAF), consideram-se não impugnadas as questões não contestadas expressamente pelo contribuinte.
RECURSO VOLUNTÁRIO. ARGUMENTOS NOVOS NÃO TRATADOS NA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece de apelo à segunda instância, quando o recurso extrapola a matéria tratada no acórdão da DRJ.
Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2006
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.
O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, nos casos em que tenha havido pagamento, ainda que parcial, do tributo devido, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte. (art. 150, §4º, do CTN).
Numero da decisão: 2202-003.730
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, por força do novo limite de alçada. Quanto ao recurso voluntário: por unanimidade de votos, acolher a preliminar de decadência relativamente às competências 12/2001 e 01/2002 a 11/2002; rejeitar o pedido de diligência e, no mérito, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa- Presidente
Assinado digitalmente
Cecilia Dutra Pillar - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado).
Nome do relator: CECILIA DUTRA PILLAR
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2006 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA VIGENTE. PORTARIA MF Nº 63/2017. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, majorou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o limite de alçada para interposição de recurso de ofício. Nos termos da Súmula CARF nº 103, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplica-se o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE EM SEDE RECURSAL (ART. 17 DO DECRETO N.º 70.235/72). Nos termos do art. 17 do Decreto n.º 70.235/72 (PAF), consideram-se não impugnadas as questões não contestadas expressamente pelo contribuinte. RECURSO VOLUNTÁRIO. ARGUMENTOS NOVOS NÃO TRATADOS NA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de apelo à segunda instância, quando o recurso extrapola a matéria tratada no acórdão da DRJ. Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2006 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, nos casos em que tenha havido pagamento, ainda que parcial, do tributo devido, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte. (art. 150, §4º, do CTN).
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10283.001117/2008-09
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5704171
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Mar 30 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.730
nome_arquivo_s : Decisao_10283001117200809.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : CECILIA DUTRA PILLAR
nome_arquivo_pdf_s : 10283001117200809_5704171.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, por força do novo limite de alçada. Quanto ao recurso voluntário: por unanimidade de votos, acolher a preliminar de decadência relativamente às competências 12/2001 e 01/2002 a 11/2002; rejeitar o pedido de diligência e, no mérito, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa- Presidente Assinado digitalmente Cecilia Dutra Pillar - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado).
dt_sessao_tdt : Wed Mar 15 00:00:00 UTC 2017
id : 6695445
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:57:46 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048949158313984
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1776; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 481 1 480 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10283.001117/200809 Recurso nº De Ofício e Voluntário Acórdão nº 2202003.730 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 15 de março de 2017 Matéria Contribuições Previdenciárias Recorrentes ESTADO DO AMAZONAS ASS LEGISLATIVA FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2006 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA VIGENTE. PORTARIA MF Nº 63/2017. SÚMULA CARF Nº 103. A Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, majorou para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais) o limite de alçada para interposição de recurso de ofício. Nos termos da Súmula CARF nº 103, para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE EM SEDE RECURSAL (ART. 17 DO DECRETO N.º 70.235/72). Nos termos do art. 17 do Decreto n.º 70.235/72 (PAF), consideramse não impugnadas as questões não contestadas expressamente pelo contribuinte. RECURSO VOLUNTÁRIO. ARGUMENTOS NOVOS NÃO TRATADOS NA DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de apelo à segunda instância, quando o recurso extrapola a matéria tratada no acórdão da DRJ. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2006 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador, nos casos em que tenha AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 11 17 /2 00 8- 09 Fl. 481DF CARF MF 2 havido pagamento, ainda que parcial, do tributo devido, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte. (art. 150, §4º, do CTN). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso de ofício, por força do novo limite de alçada. Quanto ao recurso voluntário: por unanimidade de votos, acolher a preliminar de decadência relativamente às competências 12/2001 e 01/2002 a 11/2002; rejeitar o pedido de diligência e, no mérito, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente Assinado digitalmente Cecilia Dutra Pillar Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente Convocado). Relatório Em ação fiscal efetivada junto ao governo do Estado do Amazonas Assembléia Legislativa, foram apuradas diferenças entre os valores declarados em GFIP Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social e os recolhidos pelo contribuinte em GPS Guia de Recolhimento à Previdência Social, no período de 05/2001 a 12/2006. Foi então lavrada a NFLD Debcad nº 37.089.0809, com valor consolidado de R$ 26.374.723,46, em 20/12/2007, sendo R$ 17.308.377,06 de principal mais juros e dada ciência pessoal ao procurador do contribuinte em 27/12/2007 (fls. 03). O lançamento foi impugnado em 28/01/2008 (fls. 189/209), arguindo a decadência relativamente às competências 05/2001 a 11/2002, forte no art. 150, § 4º do CTN e requerendo que sejam consideradas GPSs recentemente corrigidas, para abater dos valores das competências 12/2002 e seguintes. A impugnação foi julgada parcialmente procedente pela 5ª Turma da DRJ Belém/PA por meio do acórdão nº 0111.608, de 30/07/2008 (fls. 402/424) que reconheceu em parte a decadência alegada, para aplicar o prazo previsto no art. 173, I, do CTN, ao entendimento de que no lançamento de ofício somente seria possível a aplicação do prazo do Fl. 482DF CARF MF Processo nº 10283.001117/200809 Acórdão n.º 2202003.730 S2C2T2 Fl. 482 3 art. 150, § 4º do mesmo diploma, se tivessem ocorrido pagamentos integrais, pois o parágrafo primeiro do mesmo artigo fala em pagamento e não em pagamento parcial. A decadência reconhecida abrangeu as competências 05/2001 a 11/2001 e 13/2001. O pedido para que fossem abatidas as GPSs para as quais houve solicitação de correção, foi acolhido, levando à retificação dos valores lançados nas competências 07/2003, 10/2003, 02/2004, 05/2004, 12/2005 e 03/2006. O crédito tributário retificado passou então ao valor de R$ 23.139.093,31, sendo R$ 15.659.629,99 de principal e juros correspondentes a R$ 7.479.463,32. Em razão do valor do crédito exonerado de R$ 1.648.747,07, foi interposto Recurso de Ofício pela Autoridade Julgadora. O sujeito passivo foi cientificado do Acórdão da DRJ em 25/09/2008, conforme A.R. de fls. 450 e, inconformado, apresentou Recurso Voluntário em 23/10/2008 (fls. 457/461), argüindo, em apertada síntese: 1) Que o julgamento administrativo de primeira instância reconheceu a decadência de algumas competências, com base no art. 173, I, do CTN, descartando a pretensão do Estado de aplicar o artigo 150, §4º do CTN. Tal decisão contraria o entendimento do STJ, já plenamente consolidado, de que, havendo pagamento, mesmo que parcial, o lançamento é por homologação, sendo regulado pelo referido artigo 150. Afirma que houve pagamento parcial das competências 12/2001, 02/2002, 03/2002, 04/2002, 05/2002 e 06/2002; que a decadência se opera em cinco anos contados da data do fato gerador e conclui que os créditos destas competências foram extintos pela decadência, porque datam de cinco anos anteriores ao lançamento; 2) Que o acórdão recorrido retirou do total do lançamento alguns valores para os quais houve protocolo de pedido de ajuste de guias, mas que outras guias ainda estão na mesma situação, conforme Pedido de Ajuste de Guias GPS que diz anexar, por isso, novas guias de recolhimento precisam ser corrigidas e serão apresentadas para a realização dos ajustes, motivo pelo qual solicita a baixa dos autos em diligência; 3) Que o Procurador Geral do EstadoPGE foi responsabilizado equivocadamente pela fiscalização, pois na estrutura administrativa do Estado, a PGE e a ALE são órgãos autônomos e paralelos, não podendo a autoridade maior da Procuradoria figurar como coresponsável de débitos decorrentes de gestão de outro órgão que não seja a própria Procuradoria Geral do Estado. Requer a exclusão do nome do PGE da relação de co responsáveis e da Relação de Vínculos, a fim de que não venha a ser incluído na CDA. Anexa Ofício da Assembléia Legislativa do Amazonas dirigido ao Delegado da Receita Federal de Manaus e datado de 22/10/2008 (fls. 463), onde solicita tratamento especial diferenciado com a disponibilização de um servidor responsável em caráter excepcional para realizar os 430 ajustes de guias. Às fls. 465/475 junta formulários de Pedido de Ajuste de Guia GPS (competências 08/2003, 09/2003, 10/2003, 12/2003, 01/2004, 02/2004, 03/2004). Tanto o Ofício quanto os formulários não estão acompanhados de qualquer comprovação de que tenham sido recepcionados pela RFB. É o relatório. Fl. 483DF CARF MF 4 Voto Conselheira Cecilia Dutra Pillar. RECURSO DE OFÍCIO O recurso de ofício foi apresentado haja vista que o valor exonerado do lançamento fiscal corresponde a R$ 1.648.747,07, que ultrapassava o valor de alçada de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais) estipulado no então vigente art. 1º da Portaria MF nº 03, de 03/01/2008. No entanto, a Portaria MF nº 63, de 09/02/2017, D.O.U. de 10/02/2017, majorou o limite de alçada para interposição de recurso de ofício para R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), e revogou a Portaria MF nº 03, de 03/01/2008. A súmula CARF nº 103, disciplina o limite de alçada que deve ser considerado quando do julgamento em segunda instância, e tem a seguinte redação: Súmula CARF nº 103: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Tendo em vista que o total do crédito exonerado foi inferior ao limite de alçada de R$ 2.500.000,00, previsto na Portaria MF nº 63/2017, aplicável aos processos na data de seu julgamento, o Recurso de Ofício não deve ser conhecido. RECURSO VOLUNTÁRIO O recurso é tempestivo e atende às demais formalidades legais, portanto dele conheço. 1) Da Decadência O lançamento foi efetuado em 27/12/2007, enquanto vigente a regra de decadência descrita no art. 45 da Lei nº 8.212/1991. O Supremo Tribunal Federal decretou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91 e editou em 12/06/2008 a Súmula Vinculante nº 08, publicada no D.O.U de 20/06/2008, restando afastada a aplicação daquele dispositivo. A partir de então, a fundamentação para a decadência das contribuições previdenciárias deve ser buscada no CTN. A regra geral de contagem do prazo decadencial dos tributos está prevista no art. 173, inciso I do CTN e o art. 150 do CTN traduz regra especial, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. À época do julgamento do crédito tributário em questão, pela DRJ, houveram interpretações diversas com relação à aceitação dos recolhimentos realizados pelos Fl. 484DF CARF MF Processo nº 10283.001117/200809 Acórdão n.º 2202003.730 S2C2T2 Fl. 483 5 contribuintes, para estabelecer o prazo decadencial: se deveria seguir o art. 173, I do CTN ou o art. 150, § 4º. No tocante à contagem do prazo decadencial, em observância ao disposto no § 2º do art. 62, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recurso Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015, devese adotar as conclusões exaradas no Recurso Especial nº 973.733 SC, cuja ementa abaixo se transcreve: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Fl. 485DF CARF MF 6 Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). Portanto, sempre que o contribuinte efetue o pagamento antecipado, o prazo decadencial encerrase depois de transcorridos 5 (cinco) anos do fato gerador (art. 150, § 4º, CTN). Na ausência de pagamento antecipado ou nas hipóteses de dolo, fraude ou simulação, o prazo de 5 (cinco) anos para constituir o crédito tributário é contado do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, CTN). No presente caso, não houve manifestação da autoridade lançadora sobre a existência de dolo, fraude ou simulação, o que permite concluir que não restou caracterizada a prática de tais condutas pela Contribuinte. Havendo lançamento fiscal de diferenças de contribuições de determinada competência para a qual o contribuinte tenha efetuado recolhimentos parciais, o prazo inicial para a contagem da decadência é a data da ocorrência do fato gerador. O fato gerador das contribuições previdenciárias ocorre mensalmente, conforme disciplina o art. 66 da IN/MPS/SRP nº 03, de 14/07/2005, D.O.U. de 15/07/2005, atualmente art. 52 da IN RFB nº 971, de 13/11/2009, D.O.U. de 17/11/2009, assim, via de regra, deverá ser considerado como ocorrido o fato gerador no último dia do mês, uma vez que as contribuições previdenciárias têm como períodobase a competência. Desta forma, o crédito estará extinto pela decadência se transcorridos mais de 5 anos entre o último dia do mês da competência e a ciência do lançamento ao contribuinte. Tendo em vista a existência de pagamentos relativos aos fatos geradores em discussão, devese aplicar, para a contagem do prazo decadencial, o previsto no § 4º do art. 150 do CTN, de acordo com o entendimento acima referido e a Súmula CARF nº 99. Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Portanto, assiste razão ao recorrente pois, conforme especificado no Relatório Fiscal (fls. 161 e seguintes) o lançamento decorre de diferenças declaradas e não recolhidas e houve pagamento antecipado de contribuições para todas as competências lançadas, o que atrai a aplicação da regra do §4º do art. 150 do CTN, devendo ser reconhecida a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir em 27/12/2007, crédito tributário relativo à competências anteriores a 12/2002. Portanto, devem ser excluídos do lançamento também os valores referentes às competências 12/2001 e 01/2002 a 11/2002. 2) Do novo Pedido de Ajuste de Guias GPS O sujeito passivo vem, em sede recursal, requerer a realização de diligência com fins de que seja refeito o lançamento para considerar e apropriar recolhimentos que Fl. 486DF CARF MF Processo nº 10283.001117/200809 Acórdão n.º 2202003.730 S2C2T2 Fl. 484 7 poderão refletir neste processo, recolhimentos que diz estarem relacionados a pedido de ajuste de guias cujos formulários não contém comprovação de terem sido recepcionados na RFB. As provas quando trazidas aos autos devem ser pontuadas e convergentes com aquilo que o interessado pretende corrigir ou retificar. O pedido genérico para que sejam acolhidos recolhimentos ainda não corrigidos e que sequer expressam certeza quanto à pertinência com o lançamento, deve ser indeferido. Ademais, nessa instância de julgamento devese solucionar litígios resultantes da decisão de primeira instância e, com relação às guias de recolhimento, o recorrente não se contrapôs ao que foi apreciado pela DRJ, vindo a pedir que novas guias sejam consideradas. O novo pedido do recorrente, não arguido por ocasião da impugnação e nem sequer apreciado na decisão recorrida, não pode ser apreciado por este colegiado. O art. 1º do Anexo I, Capítulo I, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 dispõe: ANEXO I DA NATUREZA, FINALIDADE E ESTRUTURA ADMINISTRATIVA DO CARF CAPÍTULO I DA NATUREZA E FINALIDADE Art. 1º O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, tem por finalidade julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de 1ª (primeira) instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Assim, o recurso voluntário deve versar contra a decisão de primeira instância. O artigo 17 do Decreto 70.235/72 (PAF), dispõe: “Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)”. Pelo exposto, não cabe a apreciação, em sede de julgamento administrativo de segunda instância, de novos pedidos do contribuinte pois operouse a preclusão processual para tanto. Na fase recursal o litígio se limita ao que foi decidido na primeira instância. 3) Do coresponsável O sujeito passivo requer que seja afastado o nome do Procurador Geral do Estado da Relação de CoResponsáveis e da Relação de Vínculos, a fim de que não venha a aparecer na Certidão de Dívida Ativa. Não aponta o nome que quer ver excluído. Da leitura do REPLEG Relatório de Representantes Legais (fls. 145) e da Relação de Vínculos (fls. 147) verificase que as pessoas físicas ali identificadas estão qualificadas como administradores, não constando de tais relações a identificação de Fl. 487DF CARF MF 8 Procurador ou do SubProcurador Geral Dr. Paulo José Gomes de Carvalho, que atendeu a fiscalização no âmbito da PGE. O item 12 do Relatório Fiscal às fls. 165, descreve que os representantes legais relacionados no REPLEG foram identificados a partir da análise das Portarias de nomeação dos administradores do ente estatal no período do lançamento, apresentadas pelo contribuinte. Assim tenho como equivocada a alegação do recorrente. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por não conhecer do Recurso de Ofício por força do novo limite de alçada. Quanto ao Recurso Voluntário, acolher a preliminar de decadência, para excluir os valores lançados nas competências 12/2001 e 01/2002 a 11/2002, rejeitar o pedido de diligência e no mérito, negar PROVIMENTO ao Recurso. Assinado digitalmente Cecilia Dutra Pillar Relatora Fl. 488DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.012109/2003-92
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 1998
AUDITORIA DE DCTF. ERRO DE FATO. COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO DECLARADO.
Comprovada a inexistência do débito, declarado erroneamente em DCTF, deve ser cancelada a exigência fiscal.
Numero da decisão: 2202-003.746
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201703
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Ano-calendário: 1998 AUDITORIA DE DCTF. ERRO DE FATO. COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO DECLARADO. Comprovada a inexistência do débito, declarado erroneamente em DCTF, deve ser cancelada a exigência fiscal.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10680.012109/2003-92
anomes_publicacao_s : 201703
conteudo_id_s : 5705196
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Mar 31 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.746
nome_arquivo_s : Decisao_10680012109200392.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10680012109200392_5705196.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado).
dt_sessao_tdt : Thu Mar 16 00:00:00 UTC 2017
id : 6696971
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:57:49 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048949274705920
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1513; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 243 1 242 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.012109/200392 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.746 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 16 de março de 2017 Matéria IRRF Auditoria de DCTF Recorrente ASSOCIACAO EDUCACIONAL ESCOLÁPIA FEMININA ASSEDEF Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 1998 AUDITORIA DE DCTF. ERRO DE FATO. COMPROVAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DO DÉBITO DECLARADO. Comprovada a inexistência do débito, declarado erroneamente em DCTF, deve ser cancelada a exigência fiscal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada e Theodoro Vicente Agostinho (Suplente convocado). Relatório Por bem descrever os fatos, reproduzo abaixo o relatório da decisão recorrida: “DA AUTUAÇÃO ELETRÔNICA Tratase de impugnação a lançamento eletrônico formalizado pelo AUTO DE INFRAÇÃO n° 0085699 (fls.26/37), relativo ao AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 21 09 /2 00 3- 92 Fl. 243DF CARF MF 2 tributo IRRF/1998, em decorrência de auditoria realizada nas DCTFs entregues, tendo sido lançado o crédito tributário de R$ 29.978,87 de principal, mais multa de oficio vinculada de 75% e juros de mora, perfazendo a autuação o total de R$ 80.417,30. DA IMPUGNAÇÃO O interessado foi cientificado da autuação eletrônica em 11 de agosto de 2003, conforme AR de fls. 55 e em 05 de setembro de 2003 apresenta impugnação de fls. 01/02, acompanhada dos documentos de fls. 03/16. Alega a requerente, Colégio Madre Paula Montalt CNPJ 22.985.832/000147, na qualidade de mantenedora do estabelecimento autuado que: (i) parte da exigência decorre de erro de preenchimento quanto ao período de apuração, conforme relação analítica e darfs de recolhimentos que acosta; e (ii) há débitos informados erroneamente na DCTF do CNPJ notificado 22.985.832/000490 pois corresponderiam a débitos do CNPJ 22.985.832/000228, também declarados na DCTF de tal CNPJ e recolhidos por meio de DARFs, conforme apontado em sua peça impugnatória as fls.02. Alega, ainda, a defesa que tais equívocos não foram percebidos em tempo de se fazer as devidas correções, não restando alternativa no sentido de retificar a DCTF e apresentar os REDARFs necessários. Requer o acolhimento da impugnação e o cancelamento do débito fiscal. DA REVISÃO DE OFICIO Conforme fls. 65, a autoridade administrativa efetua revisão de oficio nos termos dos artigos 145, inciso III e 149, inciso VIII, da Lei n° 5172/66 e determina o cancelamento do crédito tributário improcedente constante do demonstrativo de fls. 60/64, remanescendo a exigência a titulo de IRRF de R$ 6.023,98 e de R$ 4.517,99 de multa de oficio vinculada. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I (SP) DRJ/SPOI julgou improcedente a impugnação, cuja ementa foi assim redigida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 1998 DCTF. CONFISSÃO DE DIVIDA. ERRO DE PREENCHIMENTO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Os valores declarados em DCTF correspondem a confissão de divida e somente a comprovação inequívoca de inexistência do fato gerador poderia eliminar a exigência. A Contribuinte foi cientificada da decisão em 10/11/2008 (fl. 81), tendo interposto recurso voluntário em 05/12/2008 (fls. 82/177), no qual requer seja cancelado o Fl. 244DF CARF MF Processo nº 10680.012109/200392 Acórdão n.º 2202003.746 S2C2T2 Fl. 244 3 lançamento, alegando a inexistência do fato gerador, com a juntada aos autos da folha de pagamento, notas fiscais onde constam a retenção objeto da autuação, DARFs, razão contábil da conta de despesas onde foram registrados tais pagamentos, bem como razão contábil da conta de imposto de renda retido na fonte, relativo aos dois estabelecimentos, demonstrando que o fato gerador aconteceu de fato no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio CNPJ 22.985.832/000228. Na sessão de 18 de abril de 2012, a 1ª Turma Especial da 2ª Seção de Julgamento resolveu converter o julgamento em diligência, para que a autoridade fiscal tomasse as seguintes providências (fls. 182/185): verifique junto às DCTF apresentadas pelo Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio, CNJ 22.985.832/000228, e pelo Colégio Madre Paula Montalt, CNPJ 22.985.832 / 000490, referentes ao 4º trimestre de 1998, se, de fato, os valores pertencentes ao Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio, CNJ 22.985.832/000228, foram informados indevidamente na DCTF do Colégio Madre Paula Montalt, CNPJ 22.985.832/000490, tendo em vista a documentação de fls. 82/153, juntando aos autos os elementos de prova que confirmam as informações prestadas. Do resultado da diligência, antes de os autos retornarem a este Colegiado, deve ser dada ciência ao sujeito passivo do teor dos esclarecimentos a serem prestados pela autoridade fiscal, abrindo prazo para sua manifestação. A autoridade fiscal emitiu o Termo de Encerramento de Diligência Fiscal de fls. 233/236, no qual concluiu que houve declaração em duplicidade da contabilidade do Colégio São José na DCTF do Colégio Madre Paula. Cientificada do resultado da diligência em 22/04/2015 (fl. 239), a Contribuinte não se manifestou. Tendo em vista a extinção da 1ª Turma Especial da 2ª Seção de Julgamento, o processo foi sorteado para essa 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento, para a minha relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Relator O recurso é tempestivo e está dotado dos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. A Recorrente alega que o fato gerador aconteceu de fato no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio CNPJ 22.985.832/000228 e não no estabelecimento Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490. Fl. 245DF CARF MF 4 Conforme o Termo de Encerramento de Diligência Fiscal de fls. 233/236, a autoridade fiscal concluiu o seguinte: DÉBITO DE R$ 2.063,45 (código 0561, P.A. 05*10/1998): Referese à soma do Imposto de Renda Retido na Fonte da folha normal (R$1.273,67) mais a folha de férias (R$789,78) do Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228, conforme folha 159 do presente processo, e Razão da conta IRF A PAGAR – 2.1.0.04.0001 (folha 161 deste processo). O valor de R$2.063,45 foi declarado na DCTF dos dois CNPJ. Corretamente no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228 e erroneamente no Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, pois em sua contabilidade (do Colégio Madre Paula) não consta tal valor de retenção do IRFonte, como pode ser verificado no Razão de folhas 167, 170, 175 e 176 deste processo. Foram realizados dois recolhimentos pelo Colégio São José, extinguindo o crédito tributário: em 06/10/1998, no valor de R$ 789,78 e, em 03/11/1998, no valor de R$ 1.273,67. DÉBITO DE R$3.548,73 (código 0561, P.A. 01*12/1998): Referese à soma do Imposto de Renda Retido na Fonte da folha normal (R$1.780,66) mais a folha de 13º salário (R$1.768,07) do Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228, conforme folha 163 do presente processo, e Razão da conta IRF A PAGAR – 2.1.0.04.0001 (folha 164 deste processo). O valor de R$3.548,73 foi declarado na DCTF dos dois CNPJ. Corretamente no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228 e erroneamente no Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, pois em sua contabilidade (do Colégio Madre Paula) não consta tal valor de retenção do IRFonte, como pode ser verificado no Razão de folhas 167, 170, 175 e 176 deste processo. Foram realizados dois recolhimentos pelo Colégio São José, extinguindo o crédito tributário: em 04/12/1998, nos valores de R$1.768,07 e R$ 1.780,66. DÉBITO DE R$35,84 (código 1708, P.A. 01*10/1998): Referese ao Imposto de Renda Retido na Fonte pelo Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228, relativo à NF 53990 de Conservadora Mundial Ltda, conforme folha 90 do presente processo, e Razão da conta IRF A PAGAR – 2.1.0.04.0001 (folha 96 ou 161 deste processo). O valor de R$35,84 foi declarado na DCTF dos dois CNPJ. Corretamente no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228 e erroneamente no Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, no valor de R$109,51 que inclui R$73,67 (que seria o valor correto) pois em sua contabilidade (do Colégio Madre Paula) não consta tal valor (R$35,84) de retenção do IRFonte, como pode ser Fl. 246DF CARF MF Processo nº 10680.012109/200392 Acórdão n.º 2202003.746 S2C2T2 Fl. 245 5 verificado no Razão de folhas 167, 170, 175 e 176 deste processo. O valor foi recolhido em 01/10/1998 pelo Colégio São José. DÉBITO DE R$75,00 (código 0561, P.A. 02*10/1998): Referese ao Imposto de Renda Retido na Fonte pelo Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228, relativo à NF 7505 de TREND Tecnologia Educacional Comercial Ltda, conforme folha 92 do presente processo, e Razão da conta IRF A PAGAR – 2.1.0.04.0001 (folha 96 ou 161 deste processo). O valor de R$75,00 foi declarado na DCTF dos dois CNPJ. Corretamente no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228 e erroneamente no Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, pois em sua contabilidade (do Colégio Madre Paula) não consta tal valor de retenção do IRFonte, como pode ser verificado no Razão de folhas 167, 170, 175 e 176 deste processo. O valor foi recolhido em 09/10/1998 pelo Colégio São José. DÉBITOS DE R$42,72 (código 0561, P.A. 05*10/1998): Referese ao Imposto de Renda Retido na Fonte pelo Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228, relativo à NF 000261 de Fundação L’Hermitage, conforme folha 94 do presente processo, e Razão da conta IRF A PAGAR – 2.1.0.04.0001 (folha 96 ou 161 deste processo). O valor de R$42,72 foi declarado na DCTF dos dois CNPJ. Corretamente no Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228 e erroneamente no Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, pois em sua contabilidade (do Colégio Madre Paula) não consta tal valor de retenção do IRFonte, como pode ser verificado no Razão de folhas 167, 170, 175 e 176 deste processo. O valor foi recolhido em 29/10/1998 pelo Colégio São José. DEMAIS DÉBITOS: P.A. VALOR REF. FORNECEDOR NOTA FISCAL NA FOLHA RAZÃO IR‐ FONTE NA FOLHA DATA DO RECOLHIMENTO DARF 01*11/98 35,84 NF 100 CONS MUNDIAL 100 98 03/11/1998 02*11/98 75,00 NF 102 TREND 102 105 09/11/1998 04*11/98 42,72 NF 104 FUND L'HERMITAGE 104 105 27/11/1998 01*12/98 29,68 NF 110 CONS MUNDIAL 110 114 04/12/1998 03*12/98 75,00 NF 112 TREND 112 114 18/12/1998 Fl. 247DF CARF MF 6 Os valores da tabela acima também foram corretamente declarados em DCTF pelo Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio – CNPJ 22.985.832/0000228 e erroneamente pelo Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, pois em sua contabilidade (do Colégio Madre Paula) não consta tais valores de retenção do IRFonte, como pode ser verificado no Razão de folhas 167, 170, 175 e 176 deste processo. 5. Portanto, é fato que houve declaração em duplicidade de valores da contabilidade do Colégio São José na DCTF do Colégio Madre Paula. 6. Ressaltese que os valores contabilizados no Colégio Madre Paula, de IRFonte (folhas 153 a 156 deste processo), foram objeto de recolhimentos tempestivos, conforme consulta aos sistemas de arrecadação da RFB, apesar de não declarados em DCTF (exceto o valor de R$73,67 declarado junto com R$35,84 do Colégio São José, totalizando R$109,51, na 1ª semana de outubro/98, código 1708). 7. Proponho que seja dada ciência ao contribuinte dos esclarecimentos aqui prestados, abrindo prazo para sua manifestação antes do retorno do processo ao CARF. De acordo com a conclusão da diligência efetuada pela autoridade fiscal, assiste razão à Recorrente, pois foi constatado que os valores lançados eram na realidade referentes ao estabelecimento Colégio São José de Ensino Fundamental e Médio CNPJ 22.985.832/000228 e não ao estabelecimento Colégio Madre Paula Montalt – CNPJ 22.985.832/000490, tendo ocorrido um erro de fato, devidamente comprovado por meio dos documentos anexados aos autos. Dessa forma, voto por DAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 248DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10840.003671/2004-26
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 07 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Exercício: 1999
REGIMENTO INTERNO CARF. DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO STJ - ART. 62-A DO ANEXO II DO RICARF. UTILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PRECEDENTES JUDICIAIS. IDENTIDADE DAS SITUAÇÕES FÁTICAS. NECESSIDADE.
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelo artigo 543-C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho (Art. 62-A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010).
O disposto no art. 62-A do RICARF não implica o dever do julgador administrativo em reproduzir a decisão proferida em sede de recurso repetitivo, sem antes analisar a situação fática e jurídica que ensejou a decisão do precedente judicial. A finalidade da disposição regimental é impedir que decisões administrativas sejam contrárias a entendimentos considerados definitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática prevista pelo art. 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil.
DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO DO ART. 173, INCISO I, DO CTN. TERMO INICIAL. INTERPRETAÇÃO CONFORME RECURSO ESPECIAL Nº 973.733/SC. IMPOSSIBILIDADE.
A contagem do prazo decadencial, na forma do art. 173, I, do CTN, deve se iniciar a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em poderia ter sido efetuado o lançamento de ofício, nos exatos termos do aludido dispositivo.
Recurso Extraordinário Provido.
Numero da decisão: 9900-000.222
Decisão: Acordam os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional.
Nome do relator: Valmar Fonsêca de Menezes
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201112
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1999 REGIMENTO INTERNO CARF. DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO STJ - ART. 62-A DO ANEXO II DO RICARF. UTILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PRECEDENTES JUDICIAIS. IDENTIDADE DAS SITUAÇÕES FÁTICAS. NECESSIDADE. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelo artigo 543-C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho (Art. 62-A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010). O disposto no art. 62-A do RICARF não implica o dever do julgador administrativo em reproduzir a decisão proferida em sede de recurso repetitivo, sem antes analisar a situação fática e jurídica que ensejou a decisão do precedente judicial. A finalidade da disposição regimental é impedir que decisões administrativas sejam contrárias a entendimentos considerados definitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática prevista pelo art. 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO DO ART. 173, INCISO I, DO CTN. TERMO INICIAL. INTERPRETAÇÃO CONFORME RECURSO ESPECIAL Nº 973.733/SC. IMPOSSIBILIDADE. A contagem do prazo decadencial, na forma do art. 173, I, do CTN, deve se iniciar a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em poderia ter sido efetuado o lançamento de ofício, nos exatos termos do aludido dispositivo. Recurso Extraordinário Provido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
numero_processo_s : 10840.003671/2004-26
conteudo_id_s : 5715300
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 02 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 9900-000.222
nome_arquivo_s : Decisao_10840003671200426.pdf
nome_relator_s : Valmar Fonsêca de Menezes
nome_arquivo_pdf_s : 10840003671200426_5715300.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional.
dt_sessao_tdt : Wed Dec 07 00:00:00 UTC 2011
id : 6735149
ano_sessao_s : 2011
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:58:52 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048949490712576
conteudo_txt : Metadados => date: 2017-05-02T14:31:08Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2017-05-02T14:31:08Z; Last-Modified: 2017-05-02T14:31:08Z; dcterms:modified: 2017-05-02T14:31:08Z; dc:format: application/pdf; version=1.4; xmpMM:DocumentID: uuid:f06a779b-3936-4fc9-a03c-fcce182f417e; Last-Save-Date: 2017-05-02T14:31:08Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2017-05-02T14:31:08Z; meta:save-date: 2017-05-02T14:31:08Z; pdf:encrypted: true; modified: 2017-05-02T14:31:08Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2017-05-02T14:31:08Z; created: 2017-05-02T14:31:08Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; Creation-Date: 2017-05-02T14:31:08Z; pdf:charsPerPage: 1998; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; pdf:docinfo:created: 2017-05-02T14:31:08Z | Conteúdo => CSRFPL Fl. 941 1 940 CSRFPL MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 10840.003671/200426 Recurso nº Extraordinário Acórdão nº 9100000.222 – Pleno Sessão de 7 de dezembro de 2011 Matéria DECADÊNCIA Recorrente FAZENDA NACIONAL Recorrida RUY BARRETO ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 1999 REGIMENTO INTERNO CARF. DECISÃO DEFINITIVA DE MÉRITO STJ ART. 62A DO ANEXO II DO RICARF. UTILIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DE PRECEDENTES JUDICIAIS. IDENTIDADE DAS SITUAÇÕES FÁTICAS. NECESSIDADE. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelo artigo 543C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho (Art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, acrescentado pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010). O disposto no art. 62A do RICARF não implica o dever do julgador administrativo em reproduzir a decisão proferida em sede de recurso repetitivo, sem antes analisar a situação fática e jurídica que ensejou a decisão do precedente judicial. A finalidade da disposição regimental é impedir que decisões administrativas sejam contrárias a entendimentos considerados definitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática prevista pelo art. 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. APLICAÇÃO DO ART. 173, INCISO I, DO CTN. TERMO INICIAL. INTERPRETAÇÃO CONFORME RECURSO ESPECIAL Nº 973.733/SC. IMPOSSIBILIDADE. A contagem do prazo decadencial, na forma do art. 173, I, do CTN, deve se iniciar a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em poderia ter sido efetuado o lançamento de ofício, nos exatos termos do aludido dispositivo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 36 71 /2 00 4- 26 Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 942 2 Recurso Extraordinário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento ao Recurso Extraordinário da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Valmar Fonsêca de Menezes Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Susy Gomes Hoffmann, Manoel Coelho Arruda Junior, Maria Teresa Martinez Lopez, Claudemir Rodrigues Malaquias, Nanci Gama, Marcelo Oliveira, Karem Jureidini Dias, Julio César Alves Ramos, João Carlos de Lima Junior, Jose Ricardo da Silva, Alberto Pinto Souza Junior, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Valmar Fonseca de Menezes, Jorge Celso Freire da Silva, Elias Sampaio Freire, Valmir Sandri, Henrique Pinheiro Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rodrigo da Costa Possas, Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva, Francisco Assis de Oliveira Junior, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Valdete Aparecida Marinheiro e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Com fundamento nos arts. 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais (RICSRF), aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007, a Fazenda Nacional, irresignada com o teor do Acórdão CSRF nº 930400.0022 , de 02/03/2009, interpôs Recurso Extraordinário (fl. 865), com vistas à uniformização de divergência entre decisões de turmas desta Câmara Superior de Recursos Fiscais. Em sede de recurso especial da Fazenda Nacional, a Primeira Turma, por maioria de votos, negou provimento ao apelo, assentando o entendimento de que o prazo decadencial deve ser contado a partir da data do fato gerador, na forma do art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional (CTN), mesmo nos casos de ausência de pagamento antecipado do tributo. Ante a comprovação do dissenso jurisprudencial e o atendimento aos demais requisitos processuais, o Presidente da Câmara Superior deu seguimento ao recurso, conforme Despacho nº 910000.427, de 14/01/2011(fl. 880). É o relatório, no essencial. Voto Conselheiro Valmar Fonseca de Menezes, Relator Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 943 3 O recurso preenche os requisitos para sua admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Transcrevo, por oportuno e suficiente, as brilhantes razões Claudemir Rodrigues Malaquias, excertos de voto da sua lavra (Recurso 143.870), por suficiente para dirimir litígio e por demais esclarecedor e didático. “ (...) Tratam os presentes autos de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional, com vistas a resolver divergência de interpretação entre duas turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais em relação ao termo inicial para contagem do prazo decadencial para constituição do crédito tributário. Salientese que, embora não esteja previsto no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22.06.2009, o recurso extraordinário, referente a acórdão prolatado em sessão de julgamento ocorrida até 30/06/2009, será, nos termos do art. 40 do RICARF, processado de acordo com o rito previsto no antigo Regimento Interno da CSRF, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25.06.2007 (RICSRF). Conforme dito acima, a questão a ser dirimida por este Colegiado cingese em definir qual o termo inicial para a contagem do prazo decadencial para constituição do crédito tributário, nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação: a data do fato gerador, conforme a regra prevista no art. 150, § 4º, do CTN ou o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, a teor do art. 173, inciso I do Código Tributário. De início, cumpre salientar que em razão da recente alteração no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, DOU de 22.12.2010), os colegiados desta Corte deverão reproduzir em suas decisões o posicionamento do Superior Tribunal de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, quando a matéria tenha sido definitivamente julgada por meio de recurso representativo de controvérsia, nos termos dos arts. 543B e 543C, do Código de Processo Civil. Eis o que estabelece o art. 62A do Anexo II, do RICARF: “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” No que diz respeito ao prazo decadencial aplicável aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), sessão de 12 de agosto de 2009, relator o Ministro Luiz Fux, consolidou o entendimento daquele Tribunal em decisão assim ementada, verbis: Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 944 4 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). (...) Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 945 5 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” (destacouse) Conforme restou assentado, havendo pagamento parcial ou declaração prévia de débito, devese computar o prazo decadencial na forma do art. 150, § 4º do CTN e, caso contrário, não se verificando o pagamento parcial e inexistindo declaração prévia de débito ou nos casos de dolo, fraude ou simulação, referido prazo deve ser computado na forma do art. 173, inciso I, do CTN. No caso dos autos, a Contribuinte apurou no período prejuízo fiscal e base negativa da Contribuição Social, conforme se verifica nos autos – inclusive na apuração fiscal que não houve pagamento de tributo relativo ao período que ensejou o lançamento de ofício. Assim, a teor do entendimento consolidado pelo e. Tribunal Superior, no presente caso, ante a ausência de pagamento antecipado, devese iniciar a contagem do prazo decadencial no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, aplicandose a regra prevista no art. 173, inciso I, do CTN. Sucede, porém, que ao dar interpretação ao termo inicial para contagem do prazo previsto neste dispositivo, o e. STJ fez constar do decisum que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do FATO IMPONÍVEL, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação (...)”. A recente interpretação dada ao aludido art. 173, inciso I, redunda em resultados distintos no cômputo do lapso decadencial, quando comparada com remansoso entendimento deste Conselho. Acerca do entendimento do STJ quanto a este ponto emergiram amplas discussões no âmbito deste Conselho. Consolidaramse duas posições antagônicas no que diz respeito à interpretação e ao alcance do art. 62A do Regimento Interno do CARF, quanto à reprodução das decisões proferidas em sede de recursos repetitivos. Um primeiro entendimento sustenta que o art. 62A do Regimento exige a mera reprodução do acórdão firmado em recurso repetitivo pelo STJ. Deste modo, em relação a este assunto, o STJ teria afastado a literalidade do art. 173, inciso I do CTN, segundo o qual, o termo inicial para a contagem do prazo decadencial é o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado”, devendo prevalecer a assertiva constante do acórdão proferido no aludido Resp nº 973.733/SC, no sentido de que, nestes casos, o termo inicial passou a ser o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado correspondente, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível.” O outro entendimento existente no âmbito desta Conselho defende que a análise do contexto fático do acórdão do STJ e a finalidade do art. 62A devem ser devidamente considerados para fins de aplicação do dispositivo. Devese levar em conta, inclusive, a própria jurisprudência daquela Corte, verificada conforme suas decisões posteriores sobre a mesma matéria. Na forma desta segunda linha, a qual reputo mais acertada, o termo inicial para contagem do prazo decadencial é “o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 946 6 lançamento poderia ter sido efetuado”, ou seja, nos exatos termos da redação do aludido art. 173, inciso I do CTN. É perfeitamente aplicável ao caso o sentido teleológico do aludido dispositivo. Isto permite que, antes de reproduzilo automaticamente na decisão administrativa, seja feita uma análise mais ampla e técnica do precedente judicial, sob pena de prejudicar o atingimento de suas finalidades. Dada a sua natureza e estando o mesmo sob a égide do vetor da segurança jurídica, o novel dispositivo regimental deve ser compreendido segundo as regras dos ordenamentos que admitem os precedentes jurisprudenciais como determinantes para os julgamentos futuros sobre as mesmas situações fáticas e jurídicas. A força persuasiva das decisões paradigmas decorre de uma perfeita similitude entre os feitos comparados. O pedido e a causa de pedir do provimento judicial considerado parâmetro devem ser simétricos ao caso sob análise. A adoção de critério distinto infirma os fundamentos do instituto e compromete o resultado do julgamento. Por estas razões, devese levar em conta o aspecto teleológico do aludido art. 62A do Regimento. A relevância de seu escopo implica adotar critérios jurídicos consolidados na utilização dos precedentes jurisprudenciais. Com efeito, a finalidade da norma veiculada pelo art. 62A é evitar que o litígio administrativo prossiga, inutilmente, no âmbito do Poder Judiciário, podendo acarretar prejuízos sucumbenciais à União, uma vez que, as instâncias judiciais inferiores não decidirão de forma divergente, em face do rito previsto no art. 543C do Código de Processo Civil (CPC). Assim, dada a força persuasiva dos acórdãos firmados sob o regime do art. 543C do CPC, não seria de bom alvitre que o CARF decidisse pela manutenção da exigência, quando fosse certo o desfecho em sentido contrário na ação judicial ajuizada posteriormente. É com este escopo que se apresenta a norma contida no referido art. 62A do RICARF, o qual, acertadamente buscou evitar que os acórdãos proferidos no âmbito desta Corte administrativa divirjam das decisões já consideradas definitivas nos órgãos judiciais, conforme a sistemática dos recursos repetitivos. Contudo, é imperioso assegurar que a questão sub examine no processo administrativo seja a mesma tratada no precedente judicial. Se o provimento judicial se deu em face de situação fática ou de direito distinta, a reprodução da decisão paradigma deve ser precedida de análise objetiva que conclua pela similitude entre os julgados. A aludida norma não traduz a ideia de que o julgador administrativo deve fazer simples cópia da decisão do Tribunal Superior, mormente quando manifestações posteriores da mesma Corte são em sentido diverso, refletindo que o entendimento exarado pelo acórdão proferido em sede do repetitivo não é aplicável indistintamente à totalidade os casos. Desta forma, para dar concretude à finalidade do disposto no art. 62A, ou seja, buscarse uma decisão conforme a linha adotada pela jurisprudência dos órgãos judiciais, impõese a ampla compreensão do teor daquela decisão. Tornase, assim, inadmissível a Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 947 7 simples reprodução de seu texto decisório, dissociada de uma análise completa do precedente judicial. Pois bem, no presente caso, a análise detida do inteiro teor do referido acórdão, associada ao conhecimento das decisões que se seguiram reiteradamente da mesma Corte, revelam que a aludida decisão do STJ não colide com o disposto no art. 173, inciso I do CTN, que continua recebendo a mesma interpretação. Em primeiro lugar, é necessário verificar qual o contexto da argumentação em que o Ministro relator proferiu a afirmação de que “O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o ‘primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado’ corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível”. Verificase com clareza que a manifestação neste sentido vem em resposta às razões da Recorrente (INSS), conforme destacado no relatório do Ministro Luiz Fux, verbis: “(...) Nas razões do especial, sustenta a autarquia previdenciárias que o acórdão hostilizado incorreu em violação dos artigos 150, § 4º, e 173, I, do CTN, uma vez que: ‘Nos termos do art. 150, § 4º, do CTN, o prazo para a homologação do lançamento é de 5 (cinco) anos. Assim, como o prazo para a constituição do crédito tributário se inicia no primeiro dia seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, o prazo de decadência, nos tributos sujeitos a lançamentos por homologação, inexistente o pagamento, é de 10 (dez) anos, e não 5 (cinco), como equivocadamente concluiu o Tribunal a quo.” (destacouse) A Autarquia sustentava a tese de que o prazo previsto no art. 173, I do CTN, somente teria início após o decurso dos cinco anos para o lançamento por homologação, o que implicaria considerar o prazo de dez anos a contar da data do fato gerador. Precisamente ante a esta alegação da Recorrente (INSS), o acórdão do STJ buscou refutar o entendimento de que o termo inicial da decadência para o lançamento de ofício somente se iniciaria após o lapso do prazo quinquenal para a homologação tácita, tendo assentado o seguinte: “(...) O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, verbis: (...) Assim é que o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito. Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 948 8 (...) Outrossim, impende assinalar que o “primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado” corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, “Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro”, 3ª ed. Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, “Direito Tributário Brasileiro”, 10ª ed. Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, “Decadência e Prescrição no Direito Tributário”, 3ª ed. Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199. (destacouse) O que resta claro das partes transcritas e destacadas do teor da decisão é que, ao mencionar que o dies a quo, segundo o art. 173, I, do CTN, corresponderia ao primeiro dia do exercício seguinte ao fato imponível, quis o STJ afastar a aplicação cumulativa dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Código Tributário. Este é o conteúdo assentado no acórdão, que se torna evidente com a leitura completa do parágrafo. Devese ressaltar que nenhum dos autores citados pelo acórdão (Alberto Xavier, Luciano Amaro e Eurico Marcos Diniz de Santi) defende que o termo inicial para a contagem do prazo da decadência, de acordo com o art. 173, I, seja o primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível. Isto torna prejudicada a compreensão do acórdão, no sentido do voto vencido, quando se toma o seu desfecho de forma não contextualizada. Ademais, cumpre ainda aduzir que as decisões seguintes proferidas pelo Tribunal vem seguindo o entendimento ora defendido, em aparente contradição ao texto do aludido acórdão no recurso repetitivo. A contradição é apenas aparente, pois, consideradas no seu âmago, as decisões não colidem com o disposto no art. 173, I do CTN. As duas turmas que compõem a Primeira Seção do STJ, mesmo após o referido julgamento, vêm reiteradamente aplicando de forma correta o art. 173, I, do CTN, merecendo destaque a expressa referência de que este foi o entendimento assentado no aludido Resp nº 973.733/SC. Confirase: “TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PARCELAMENTO. ATRASO NO PAGAMENTO DAS PARCELAS. RESCISÃO ADMINISTRATIVA. 1. O prazo decadencial para constituição do crédito tributário, nos casos de lançamento de ofício, contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ele poderia ter sido efetuado (CTN, art. 173, inciso I). Tal entendimento foi solificado no STJ quando do julgamento do Resp nº 973.733/SC, julgado em 12.08.2009, relatado pelo Min. Luiz Fux e submetido ao rito reservado aos recursos repetitivos (CPC, ART. 543C). 2. Parcelado o débito sob a égide da MP 38/2002, o atraso de mais de duas parcelas implica em imediata rescisão da avença Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 949 9 administrativa, nos termos do art. 13, parágrafo único, da Lei nº 10.522/02, vigente à época da ocorrência dos fatos. Agravo regimental improvido.” (AgRg no Resp 1219461/PR, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 07.04.2011, Dje 14.04.2011) (destacouse) A Primeira Turma da Primeira Seção do STJ, em sessão realizada quando o Min. Luiz Fux, ainda compunha o referido colegiado, manifestou o mesmo entendimento, verbis: “TRIBUTÁRIO. OMISSÃO. INOCORRÊNCIA. INOVAÇÃO DE FUNDAMENTOS. INCABIMENTO. DECADÊNCIA. FRAUDE, DOLO OU SIMULAÇÃO. TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE ÁQUELE EM QUE O LANÇAMENTO PODERIA TER SIDO EFETUADO. AGRAVO IMPROVIDO. 1. Em sede de agravo regimental, não se conhece de alegações estranhas às razões do recurso especial, por vedada a inovação de fundamento. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme em que, no caso de imposto lançado por homologação, quando há prova de fraude, dolo ou simulação, o direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (artigo 173, inciso I, do Código Tributário Nacional). 3. Agravo regimental improvido.” (AgRg no Resp 1050278/RS, Rel. Ministro Hamilton Carvalhido, Primeira Turma, julgado em 22.06.2010, Dje 03.08.2010) (destacouse) Como se verifica das partes destacadas nas decisões acima, ambas as turmas da Primeira Seção do STJ vêm se manifestando no sentido de que, na forma art. 173, I, do CTN, o termo inicial para a contagem do prazo da decadência é sem dúvida o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, não se tratando, pois, de alteração no entendimento, mas espécie de “interpretação autêntica” do teor do acórdão do repetitivo, manifestada em sequência, pelos mesmos ministros daquela Corte. Portanto, à luz destas considerações, concluise que: i) o disposto no art. 62A não implica o dever do julgador administrativo em reproduzir a decisão proferida em sede de recurso repetitivo, sem antes analisar a situação fática e jurídica que ensejou a decisão do precedente judicial; ii) a finalidade da disposição regimental é impedir que decisões administrativas sejam contrárias a entendimentos considerados definitivos pelo Superior Tribunal de Justiça, na sistemática prevista pelo art. 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil; iii) e que a contagem do prazo decadencial, na forma do art. 173, I, do CTN, deve se iniciar a partir do primeiro dia do Processo nº 10840.003671/200426 Acórdão n.º 9100000.222 CSRFPL Fl. 950 10 exercício seguinte àquele em poderia ter sido efetuado o lançamento de ofício, nos exatos termos do aludido dispositivo. ...” No caso dos autos, não houve nenhum pagamento ou recolhimento de IRRF, o que nos obriga a concluir que a contagem do prazo decadencial deve se dar pela regra do art. 173, I, do CTN, o direito de lançar extinguirseia com o transcurso do lapso de 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (1º de janeiro de 1999), ou seja, o lançamento poderia ter sido efetuado até 31 de dezembro de 2004. A contribuinte foi cientificada da autuação em 02 de dezembro de 2004 (fls. 689), portanto, antes de esgotado o prazo decadencial. Por tais fundamentos, DOU provimento ao recurso da Fazenda Nacional, para afastar a arguição de decadência e determinar o retorno dos autos à Câmara ordinária para apreciação das demais razões do recurso voluntário. É como voto. (Assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes
score : 1.0
Numero do processo: 10680.003238/2010-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed May 10 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE.
Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão.
INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. VALIDADE.
É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário (Súmula CARF nº 9).
Numero da decisão: 2202-003.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
Nome do relator: MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201704
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. VALIDADE. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário (Súmula CARF nº 9).
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed May 10 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10680.003238/2010-19
anomes_publicacao_s : 201705
conteudo_id_s : 5718296
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed May 10 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 2202-003.797
nome_arquivo_s : Decisao_10680003238201019.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10680003238201019_5718296.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto.
dt_sessao_tdt : Thu Apr 06 00:00:00 UTC 2017
id : 6744544
ano_sessao_s : 2017
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:59:19 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048949513781248
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1517; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 94 1 93 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.003238/201019 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.797 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 6 de abril de 2017 Matéria IRPF Tempestividade Recorrente EDSON SEBASTIÃO KALIL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. Não se conhece de apelo à segunda instância, contra decisão de autoridade julgadora de primeira instância, quando formalizado depois de decorrido o prazo regulamentar de trinta dias da ciência da decisão. INTIMAÇÃO POR VIA POSTAL. VALIDADE. É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário (Súmula CARF nº 9). Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, por intempestividade. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, Cecília Dutra Pillar, Márcio Henrique Sales Parada, Dílson Jatahy Fonseca Neto, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Martin da Silva Gesto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 32 38 /2 01 0- 19 Fl. 94DF CARF MF 2 Tratase de Notificação de Lançamento (fls. 26/30) lavrada em face de EDSON SEBASTIÃO KALIL, referente ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Física, exercício 2009, anocalendário 2008, sendo exigido Imposto de Renda suplementar no valor de R$6.928,09, acrescido de juros e multa de ofício de 75%, decorrente de omissão de rendimentos recebidos pelo dependente Gabriel Pacheco Kalil, no valor de R$6.155,94, e de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoas jurídicas pelo titular, no valor de R$20.445,52. Na apuração do imposto devido, foi compensado o imposto retido sobre os rendimentos omitidos no montante de R$387,31. Cientificado do lançamento, o Contribuinte apresentou a impugnação de fls. 2/4, em 05/11/2010, alegando que o valor de rendimentos de aluguéis considerado omitido referese às despesas passíveis de dedução, cujo ônus suportou, tais como: impostos, taxas e emolumentos, despesas de condomínio e de cobrança dos aluguéis. Concorda com a infração relativa à omissão dos rendimentos de seu dependente e informa o pagamento efetuado do imposto equivalente. Junta cópia de DARF e de comprovante das despesas alegadas. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Belo Horizonte transferiu para o Processo nº 10680.724.304/201098 o imposto correspondente à omissão dos rendimentos do dependente, matéria não impugnada, no valor de R$1.692,88. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (DRJ/BHE) julgou improcedente a impugnação, cuja ementa foi assim redigida: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2008 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS. Mantémse o lançamento fiscal, quando não se comprova nos autos que os rendimentos omitidos referiramse a comissões pagas em razão da administração de imóveis locados. O Contribuinte foi cientificado da decisão em 26/12/2012, por via postal, conforme Aviso de Recebimento (A.R.) à fl. 85, tendo interposto Recurso Voluntário em 22/02/2013 (fls. 87/88), no qual, em suma, alega que o recibo anexado aos autos (fl. 64) comprova o pagamento efetivado pelos serviços de administração de seus imóveis prestados por Helbert Vasques Carneiro. É o relatório. Voto Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Tratase de recurso voluntário contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação do Contribuinte. Cabe, inicialmente, a análise da tempestividade do recurso interposto. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, assim estabelece: Fl. 95DF CARF MF Processo nº 10680.003238/201019 Acórdão n.º 2202003.797 S2C2T2 Fl. 95 3 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. [...] Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II – por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] § 2° Considerase feita a intimação: I – na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II – no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] § 3º Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à ciência da decisão. A ciência da decisão de primeira instância deuse em 26/12/2012, por via postal, conforme Aviso de Recebimento (A.R.) à fl. 85. Assim, ao apresentar o recurso voluntário (fls. 87/88) somente no dia 22/02/2013, estava exaurido o prazo legal de trinta dias. Embora exista na fl. 78 um termo de ciência pessoal, datado de 21/01/2013, fato é que o Contribuinte foi devidamente cientificado por via postal em 26/12/2012, antes, portanto da ciência pessoal. Assim dispõe o § 3º do art. 23 do PAF: "Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)". Fl. 96DF CARF MF 4 Quanto à validade da ciência da decisão realizada por outra pessoa, assim dispõe a Súmula CARF nº 9: “É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário”. Portanto, o recurso foi interposto após o prazo legal, carecendo do pressuposto processual da tempestividade, razão pela qual não merece ser conhecido. Diante do exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso voluntário, por intempestividade. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Relator Fl. 97DF CARF MF
score : 1.0