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Numero do processo: 15586.720842/2012-67
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jul 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/2010 a 31/12/2011
COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO. INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO RECOLHIDO. RECURSO REPETITIVO DO STJ.
Nos termos do art. 170-A do CTN, "é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", vedação que se aplica inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo indevidamente recolhido, nos termos do REsp 1.167.039-DF, cuja decisão foi proferida na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil.
DECISÕES DEFINITIVAS DO STF E STJ. SISTEMÁTICA PREVISTA PELOS ARTIGOS 543-B E 543-C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL.
Nos termos do art. 62-A do Regimento Interno do CARF (Portaria nº 256/2009), as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/73), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO FALSA. INSTRUÇÃO DEFICIENTE DO PROCESSO.
Para a incidência da multa isolada prevista no art. 89, § 10, da Lei nº 8.212/91, há a exigência expressa de que se comprove a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, de sorte que a mera alegação de ilegitimidade da compensação realizada não é suficiente para a subsunção do tipo infracional.
Recurso Voluntário Negado
Recurso de Ofício Negado
Numero da decisão: 2302-003.137
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso de Ofício, que excluiu do lançamento a multa isolada, já que não comprovado o dolo e por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Maria Anselma Coscrato dos Santos, Arlindo da Costa e Silva, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/2010 a 31/12/2011 COMPENSAÇÃO. AÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO. INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO RECOLHIDO. RECURSO REPETITIVO DO STJ. Nos termos do art. 170-A do CTN, "é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", vedação que se aplica inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo indevidamente recolhido, nos termos do REsp 1.167.039-DF, cuja decisão foi proferida na sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil. DECISÕES DEFINITIVAS DO STF E STJ. SISTEMÁTICA PREVISTA PELOS ARTIGOS 543-B E 543-C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Nos termos do art. 62-A do Regimento Interno do CARF (Portaria nº 256/2009), as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/73), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO FALSA. INSTRUÇÃO DEFICIENTE DO PROCESSO. Para a incidência da multa isolada prevista no art. 89, § 10, da Lei nº 8.212/91, há a exigência expressa de que se comprove a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, de sorte que a mera alegação de ilegitimidade da compensação realizada não é suficiente para a subsunção do tipo infracional. Recurso Voluntário Negado Recurso de Ofício Negado
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AÇÃO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE TRÂNSITO EM JULGADO. INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO RECOLHIDO. RECURSO REPETITIVO DO STJ. Nos termos do art. 170A do CTN, "é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", vedação que se aplica inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo indevidamente recolhido, nos termos do REsp 1.167.039DF, cuja decisão foi proferida na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil. DECISÕES DEFINITIVAS DO STF E STJ. SISTEMÁTICA PREVISTA PELOS ARTIGOS 543B E 543C DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Nos termos do art. 62A do Regimento Interno do CARF (Portaria nº 256/2009), as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/73), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. MULTA ISOLADA. COMPENSAÇÃO. DECLARAÇÃO FALSA. INSTRUÇÃO DEFICIENTE DO PROCESSO. Para a incidência da multa isolada prevista no art. 89, § 10, da Lei nº 8.212/91, há a exigência expressa de que se comprove a “falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo”, de sorte que a mera alegação de ilegitimidade da compensação realizada não é suficiente para a subsunção do tipo infracional. Recurso Voluntário Negado Recurso de Ofício Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 72 08 42 /2 01 2- 67 Fl. 271DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso de Ofício, que excluiu do lançamento a multa isolada, já que não comprovado o dolo e por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Maria Anselma Coscrato dos Santos, Arlindo da Costa e Silva, Bianca Delgado Pinheiro e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 272DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 15586.720842/201267 Acórdão n.º 2302003.137 S2C3T2 Fl. 272 3 Relatório Tratase de Recursos Voluntário e de Ofício contra decisão de primeira instância que negou provimento à impugnação do AI nº 51.012.9285, mantendo o crédito tributário, no valor de R$ 1.052.001,49, acrescido de juros e multa; e deu provimento à impugnação do AI nº 51.012.9293, anulando o crédito tributário, no valor de R$ 1.579.502,25. Adotase o relatório constante no acórdão do órgão a quo (fls. 296/297), que bem resume o quanto consta dos autos: Trata o presente processo de créditos constituídos pela fiscalização, mediante a lavratura do auto de infração nº 51.012.9285, referente às contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos segurados que prestaram serviços à entidade autuada, não recolhidas em época própria, devido à realização de compensação indevida, no período de 02/2010 e 06/2010 a 12/2011; e do auto de infração nº 51.012.9293, referente à multa isolada, no percentual de 150% das contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração paga aos segurados que lhe prestaram serviços, devido à realização de compensação indevida, declarada em GFIP com falsidade. 2. No Relatório Fiscal de fls. 16/22, a autoridade lançadora esclarece, em síntese, que: 2.1. Analisando os arquivos das GFIP entregues pelo contribuinte à RFB, a autoridade lançadora verificou que a entidade efetuou compensações no período de 02/2010 a 12/2011, sem que, no entanto, fosse possível identificar no seu conta corrente recolhimentos a maior que justificassem o procedimento. 2.2. O contribuinte havia informado em GFIP a compensação efetuada no período já mencionado, no entanto, posteriormente, apresentou novas GFIP, excluindo tal informação. Intimada a prestar esclarecimentos (TIF nº 02), a entidade apresentou novas GFIP corrigindo o equívoco, voltando a informar as compensações levadas a efeito. 2.3. Para justificar as compensações efetuadas no período de 06/2010 a 12/2011, o contribuinte informou que se tratam de contribuições previdenciárias incidentes sobre os vencimentos de prefeito, viceprefeito e vereadores, recolhidas no período de 05/2000 a 09/2004, que, inclusive, teria sido objeto do questionamento judicial, através do processo nº 0000352402010.4.02.5003, em trâmite perante a Vara Federal de São Mateus/ES. Fl. 273DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 2.4. Apesar da existência de sentença favorável ao contribuinte datada de 19/10/2011, o mesmo iniciou as compensações na GFIP de 06/2010, entregue em 05/07/2010, tendo desobedecido, portanto, o disposto no art. 170A do CTN. 2.5. Além disso, o contribuinte não observou as normas que tratam da prescrição do crédito tributário e da necessidade de retificação das GFIP antes de proceder à compensação. 2.6. Com relação à compensação efetuada pelo contribuinte na competência 02/2010, intimado a prestar esclarecimentos, o contribuinte reconheceu que foi uma falha do seu setor de pessoal. 2.7. Pelos motivos acima delineados, a fiscalização glosou a totalidade dos valores compensados pela entidade autuada, nas competências 02/2010 e 06/2010 a 12/2011. 3. Como tais compensações foram declaradas em GFIP com indícios de falsidade, dolo ou máfé, visto terem sido declarados créditos inexistentes ou desamparados de decisão judicial, também foi aplicada a multa isolada de 150% sobre o valor indevidamente compensado nas GFIP declaradas em data posterior a 04.12.2008, data da publicação da MP449 de 03/12/2008, convertida na Lei 11.941/09, de acordo com art.89, §10o, da Lei 8212/91 e art.44, §1o, da Lei 9430/96. DA IMPUGNAÇÃO 4. A entidade autuada apresentou sua peça impugnatória de fls. 192/196, relativa ao AI nº 51.012.9285, alegando, em síntese, que: (...) (destaques nossos) A 12ª Turma da DRJ/Rio de Janeiro, no Acórdão de fls. 233 e seguintes, negou provimento à impugnação do AI nº 51.012.9285, mantendo o crédito tributário, no valor de R$ 1.052.001,49, acrescido de juros e multa. Todavia, quanto ao AI nº 51.012.9293, que trata exclusivamente da multa isolada, deu provimento à impugnação para anular o crédito tributário no valor de R$ 1.579.502,25, recorrendo de ofício de sua decisão. A recorrente foi intimada do Acórdão em 30/10/2013 (fls. 245), tendo apresentado Recurso Voluntário em 12/11/2013 (fls. 249 e seguintes), no qual alega que a sentença daria amparo à compensação ao não condicionar a compensação ao trânsito em julgado da sentença ou ao disposto no art. 170A do CTN. É o relatório. Fl. 274DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 15586.720842/201267 Acórdão n.º 2302003.137 S2C3T2 Fl. 273 5 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Compensação. Ausência de Trânsito em Julgado. A glosa efetuada não pode ser considerada legítima, tendo em vista o comando contido no artigo 170A do CTN, que veda "a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial". Tal vedação aplicase inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo indevidamente recolhido, nos termos do REsp 1.167.039/DF, cuja decisão foi proferida na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil: TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. ART. 170A DO CTN. REQUISITO DO TRÂNSITO EM JULGADO. APLICABILIDADE A HIPÓTESES DE INCONSTITUCIONALIDADE DO TRIBUTO RECOLHIDO. 1. Nos termos do art. 170A do CTN, "é vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial", vedação que se aplica inclusive às hipóteses de reconhecida inconstitucionalidade do tributo indevidamente recolhido. 2. Recurso especial provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/08. (REsp 1.167.039/DF, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/08/2010, DJe 02/09/2010) (destaques nossos) Portanto, inexistem dúvidas de que o eventual reconhecimento de crédito a compensar à recorrente ou a sua dispensa de retificação das GFIP´s não tornariam lídima a compensação efetuada. Notese que, nos termos art. 62A do Regimento Interno do CARF (Portaria nº 256/2009), as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil (Lei nº 5.869/73), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Regimento Interno do CARF (Portaria n° 256/2009): Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria Fl. 275DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 6 infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Portanto, estando este órgão julgador vinculado à decisão proferida pelo STJ, não cabem maiores digressões a respeito do pleito de reconhecimento dos créditos ou de dispensa de retificação da GFIP, devendo ser reafirmada a ilegitimidade da compensação procedida pela recorrente. Quanto à ação judicial, não se vislumbra qualquer ordem autorizadora da compensação na sentença, mesmo que contrária à disposição do art. 170A do CTN. E, ainda que houvesse, seria necessário que a recorrente comprovasse que eventual recurso de apelação foi recebido somente no efeito devolutivo. Destarte, razão nenhuma assiste à recorrente. Recurso de Ofício. Multa. Além do Recurso de Voluntário, cumpre apreciar o Recurso de Ofício decorrente do provimento dado à impugnação quanto ao AI nº 51.012.929 3, que implicou na anulação do crédito tributário no valor de R$ 1.579.502,25, referentes, exclusivamente, à multa isolada aplicada. O órgão a quo decidiu que é improcedente a aplicação de multa isolada sem que a autoridade lançadora comprove, com provas robustas, a falsidade da declaração e o dolo específico. No caso em destaque a autoridade fiscal entendeu que estaria configurada a falsidade, pelo fato da recorrente ter declarado nas GFIP´s a compensação de recolhimentos indevidos a título de contribuição sobre a remuneração de agentes políticos sem qualquer ato legal ou decisão judicial transitada em julgado que o amparasse. Vejamos as disposições legais que fundamentam as penalidades incidentes na hipótese de compensação indevida: Lei nº 8.212/91: Art. 89. As contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, as contribuições instituídas a título de substituição e as contribuições devidas a terceiros somente poderão ser restituídas ou compensadas nas hipóteses de pagamento ou recolhimento indevido ou maior que o devido, nos termos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) §9o Os valores compensados indevidamente serão exigidos com os acréscimos moratórios de que trata o art. 35 desta Lei. (Incluído pela Medida Provisória nº 449/2008) §10. Na hipótese de compensação indevida, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, o contribuinte estará sujeito à multa isolada aplicada no Fl. 276DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 15586.720842/201267 Acórdão n.º 2302003.137 S2C3T2 Fl. 274 7 percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Incluído pela Medida Provisória nº 449/2008) (...) Ainda Lei nº 8.212/91: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a,b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art.61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. (...) Ainda Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488/2007) (...) (destaques nossos) Fl. 277DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 8 A leitura atenta dos textos legais acima transcritos indicam que há a previsão de duas penalidades pecuniárias para a compensação indevida de contribuições previdenciárias: (i) a multa de mora de 20%; e (ii) a multa isolada de 150%. Ocorre que, para a aplicação da primeira (multa de mora), a legislação exige apenas à apuração de compensação efetuada de forma indevida. Quanto à segunda (multa isolada), consta que tem cabimento “quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo”. Se a lei não tem palavras inúteis (MAXIMILIANO, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. 16. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 251), quanto mais orações inteiras. É verdade que, por força do que dispõe o artigo 136 do CTN, “salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária independe da intenção do agente ou do responsável”, ou seja, independe de dolo. Todavia, quanto à multa isolada, parece haver disposição em contrário, pois há a condicionante de comprovação da falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. Para a compensação ser considerada indevida, ou a declaração que deu origem era falsa ou se tornou falsa. Destarte, sempre haverá falsidade, de sorte que não haveria razão para o legislador condicionar a sua aplicação à comprovação da falsidade despretensiosa. Assim, a única maneira de justificar, do ponto de vista jurídico, a existência da condicionante “quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo”, é invocar a intencionalidade do agente. Ademais, não parece que se possa cogitar de comprovação de uma falsidade sem o elemento subjetivo, pois a própria falsidade, no vernáculo, tem definições que implicam em intencionalidade: s.f. (Do lat. Falsitas, falsitatis). 1. Propriedade do que é falso. – 2. Mentira, calúnia. – 3. Hipocrisia; perfídia. – 4. Delito que comete aquele que conscientemente esconde ou altera a verdade. (Grande dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Larousse cultural, 1999, p. 420) Isso sem falar que, ainda que restassem dúvidas quanto ao sentido a ser atribuído à disposição legal, em reforço argumentativo, deve destacar o art. 112 do CTN, que impõe interpretações mais benéfica aos infratores da lei tributária: Código Tributário Nacional – CTN: Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, interpretase da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto: I à capitulação legal do fato; II à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; III à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; IV à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Portanto, a exigência do dolo, além de ser interpretação que busca dar coerência ao arcabouço normativa, indubitavelmente, revelase como a mais benéfica ou favorável ao infrator. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 15586.720842/201267 Acórdão n.º 2302003.137 S2C3T2 Fl. 275 9 Podese afirmar, do quanto exposto até aqui, que, para que se configure a ocorrência do tipo infracional previsto no § 10 do artigo 89 da Lei nº 8.212/91, é indispensável que esteja demonstrada a presença do elemento subjetivo associado à conduta típica. Por esse motivo, exige a regra tributária em realce que, para a caracterização do tipo infracional em debate, o agente fiscal tem que demonstrar a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. No caso presente, o Relatório Fiscal não indica qualquer elemento do qual se possa extrair, de forma concreta, a intencionalidade do agente, destacandose apenas que a compensação não estava amparada por qualquer ato legal ou decisão judicial transitada em julgado. Como se vê, a conduta, da forma como descrita, apesar de contrariar o disposto no artigo 170A do CTN (É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial), não denota qualquer intenção de fraude por parte da recorrente, mas a mera opção por uma conduta amparada por interpretação jurídica minoritária na jurisprudência (inaplicabilidade do artigo 170A do CTN) e que, posteriormente, veio a ser superada quando do julgamento do REsp 1.167.039DF. Assim, concluise que não restou demonstrado e tampouco conseguese extrair da conduta da recorrente descrita nos autos que, de forma consciente, mesmo sabedora de que não possuía direito creditório, tenha informado em GFIP compensação de contribuições previdenciárias visando ludibriar o fisco. Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso Voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. Outrossim, CONHEÇO do Recurso de Ofício para, no mérito, também NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 279DF CARF MF Impresso em 03/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 03/ 06/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 10/06/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
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Numero do processo: 10950.003388/2010-03
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INDEFERIMENTO DE DILIGÊNCIA FUNDAMENTADO NA DESNECESSIDADE.
Rejeita-se a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando o acórdão recorrido contém fundamentação suficiente quanto à desnecessidade da diligência requerida.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COPROVADA.
Caracteriza omissão de rendimentos os valores creditados em contas de depósito mantidas junto a instituições financeiras em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados.
DEPÓSITOS ANTERIORES. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DE DEPÓSITOS POSTERIORES. IMPOSSIBILIDADE.
Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes (Súmula CARF nº 30).
RECEITAS DECLARADAS DA ATIVIDADE RURAL. TRÂNSITO PELAS CONTAS DE DEPÓSITOS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO LANÇADO. POSSIBILIDADE.
É razoável compreender que, além dos rendimentos omitidos, os ingressos de recursos declarados oportunamente pelo Contribuinte como receitas da atividade rural transitam, igualmente, pelas contas bancárias do fiscalizado, devendo, assim, os correspondentes valores serem excluídos da base de cálculo da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada.
JUROS. SELIC.
A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4).
MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO.
O propósito deliberado de modificar indevidamente o sujeito passivo e a base de cálculo do tributo autoriza a aplicação da multa de ofício prevista no § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430/1996 (multa qualificada no percentual de 150%).
MULTA ISOLADA PELO NÃO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO MENSAL OBRIGATÓRIO. CABIMENTO.
É cabível a aplicação da multa isolada pelo não pagamento do imposto mensal obrigatório, notadamente quando não há concomitância com a multa de ofício.
REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. CARF. INCOMPETÊNCIA.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais (Súmula CARF nº 28).
Preliminar Rejeitada
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2801-003.496
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo lançada o valor de R$ 26.608,07. Vencido em primeira votação o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida (Relator) que negava provimento ao recurso. Vencidos em segunda votação os Conselheiros Carlos César Quadros Pierre, Ewan Teles Aguiar e José Valdemir da Silva que davam provimento parcial em maior extensão. Designada redatora do voto vencedor a Conselheira Tânia Mara Paschoalin
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin Presidente e Redatora Designada.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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INDEFERIMENTO DE DILIGÊNCIA FUNDAMENTADO NA DESNECESSIDADE. Rejeitase a preliminar de cerceamento do direito de defesa quando o acórdão recorrido contém fundamentação suficiente quanto à desnecessidade da diligência requerida. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ORIGEM NÃO COPROVADA. Caracteriza omissão de rendimentos os valores creditados em contas de depósito mantidas junto a instituições financeiras em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados. DEPÓSITOS ANTERIORES. COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DE DEPÓSITOS POSTERIORES. IMPOSSIBILIDADE. Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes (Súmula CARF nº 30). RECEITAS DECLARADAS DA ATIVIDADE RURAL. TRÂNSITO PELAS CONTAS DE DEPÓSITOS. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO DO IMPOSTO LANÇADO. POSSIBILIDADE. É razoável compreender que, além dos rendimentos omitidos, os ingressos de recursos declarados oportunamente pelo Contribuinte como receitas da atividade rural transitam, igualmente, pelas contas bancárias do fiscalizado, devendo, assim, os correspondentes valores serem excluídos da base de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 33 88 /2 01 0- 03 Fl. 288DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 289 2 cálculo da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. JUROS. SELIC. A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais (Súmula CARF nº 4). MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. O propósito deliberado de modificar indevidamente o sujeito passivo e a base de cálculo do tributo autoriza a aplicação da multa de ofício prevista no § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430/1996 (multa qualificada no percentual de 150%). MULTA ISOLADA PELO NÃO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO MENSAL OBRIGATÓRIO. CABIMENTO. É cabível a aplicação da multa isolada pelo não pagamento do imposto mensal obrigatório, notadamente quando não há concomitância com a multa de ofício. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. CARF. INCOMPETÊNCIA. O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais (Súmula CARF nº 28). Preliminar Rejeitada Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo lançada o valor de R$ 26.608,07. Vencido em primeira votação o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida (Relator) que negava provimento ao recurso. Vencidos em segunda votação os Conselheiros Carlos César Quadros Pierre, Ewan Teles Aguiar e José Valdemir da Silva que davam provimento parcial em maior extensão. Designada redatora do voto vencedor a Conselheira Tânia Mara Paschoalin Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente e Redatora Designada. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Ewan Teles Aguiar, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 290 3 Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o “Relatório” da decisão de 1ª instância (fls. 235/239 deste processo digital), reproduzido a seguir: Tratase de Auto de Infração lavrado contra a contribuinte para exigência dos seguintes valores, relativos ao Imposto de Renda Pessoa Física — IRPF do Exercício de 2007, AnoCalendário de 2006: Imposto R$ 49.408,47 Juros de Mora (até 31/05/2010) R$ 15.840,35 Multa de Ofício (150%) R$ 74.112,70 Multa Isolada R$ 375,51 Valor do crédito tributário apurado (total) R$ 139.737,03 Conforme Termo de Verificação Fiscal (fls. 128140), a contribuinte foi intimada para comprovar a origem dos recursos correspondentes a diversos valores creditados em sua conta bancária no anocalendário de 2006 e alegou que os valores eram pertencentes à empresa Nortsul Indústria e Comércio de Sabão Ltda. Novamente intimada através de seu procurador, a autuada apresentou manifestação de fls.4849 requerendo a intimação da referida empresa para comprovação dos depósitos. Também apresentou declaração do sócio da empresa, Sr. Francisco Gerson Ledo, informando que a movimentação na conta 65422 7/100.000 do banco Itaú é da empresa Nortsul. Após nova intimação fiscal a contribuinte apresentou procuração de fl. 62 que supostamente vincularia sua conta bancária com a empresa citada. Ainda segundo o Termo de Verificação Fiscal, a empresa Nortsul também foi intimada a apresentar os documentos que supostamente justificariam as alegações defensivas e nada apresentou. Consta ainda no Termo Fiscal que, em diligência junto ao cartório Cianorte I Tabelionato de Notas Clarice H Mori, restou constatado que o selo constante no documento apresentado (fl.62) foi furtado conforme Boletim de Ocorrência de 17/02/2010. Tal situação, aliada às incompatibilidades entre as datas do documento (21/12/2005) e do envio do selo ao cartório (04/11/2009), levaram a autoridade fiscal a concluir que o documento não é digno de fé. Quanto à atividade rural declarada pela autuada e por seu esposo, a fiscalização diligenciou à empresa Avenorte e Fl. 290DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 291 4 constatou que os valores declarados foram recebidos em 2005 e não em 2006, tendo inclusive constado nas DIRPF do casal em 2005. Além disso, não restou verificada compatibilidade entre os depósitos apurados e as receitas supostamente oriundas da atividade rural. Em consequência, os valores declarados como rendimentos da atividade rural não foram considerados para dedução dos depósitos bancários. Consequentemente, os valores dos créditos cuja origem não restou devidamente comprovada foram caracterizados como rendimentos omitidos, conforme disposto no art. 42 da Lei 9.430/96. A forma de apuração dos valores exigidos está detalhada no Auto de Infração, no Termo de Verificação Fiscal, no Demonstrativo de Apuração e no Demonstrativo de Multa e Juros de Mora. A multa aplicada sobre o imposto devido foi de 150%, nos termos do inciso I e § 1° do art. 44 da Lei 9.430/96. Cientificada da Autuação, a contribuinte apresentou impugnação tempestiva alegando em síntese que: A movimentação bancária na conta 654227/100.000 do Banco Itaú S/A não pertence a autuada em sua totalidade. Alega que não é casada com o Sr. Marcio Lourenço da Silva e sim com o Sr. Marcos Lourenço da Silva. Afirma que os rendimentos do casal se misturam na conta em tela e os bens estão na DIRPF do cônjuge varão. Argumenta que a divergência nas datas de recebimento dos valores pagos pela Avenorte Avícola Cianorte Ltda decorrentes da atividade rural da contribuinte não justificam o lançamento. Isso porque a data do pagamento não deve coincidir com a data do depósito bancário, nem há esta obrigatoriedade na legislação pois a pessoa física tem liberdade para efetuar o depósito em sua conta na hora que entender oportuno ou mesmo guardar a importância em sua residência. Informa que a Avenorte contabilizou o depósito à vista em dezembro, mas não informou se o pagamento foi em dinheiro, cheque de terceiros ou cheque próprio. Além disso, o recibo foi feito em janeiro (fl.113) em nome do cônjuge da autuada. Alega que a movimentação bancária não constitui aumento de patrimônio e nem renda. Também não é possível identificar na conta usada pelo casal os valores referentes à autuada e a seu marido para suas receitas e despesas. Aduz que por ser pessoa física não possui qualquer comprovante ou forma de identificar os cheques ou depósitos em sua conta bancária. Nem mesmo o banco pode identificar individualmente cada depósito. O valor recebido em 2005 da Avenorte já foi tributado em 2005 e o lançamento em 2006 configura bitributação e, pior ainda, sem Fl. 291DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 292 5 levar em conta a redução de 80% dos valores decorrentes da atividade rural. Alega que antecipou o pagamento do imposto em 2005 mesmo tendo recebido da Avenorte apenas em 2006. Protesta pela dedução dos valores declarados nos depósitos apurados. Informa que teve renda de atividade rural de R$ 26.608,07 e R$ 20.000,00 de rendimentos tributáveis recebidos de pessoas físicas que não foram descontados dos depósitos bancários. Prossegue argumentando que em 2006 o casal vendeu imóvel no valor de R$ 35.000,00 e financiou bens junto ao HSBC na importância de R$ 31.022,50. Informa ainda que financiou veículos em nome da pessoa física que foram integralizados ao capital da empresa Speed Transportes Ltda, empresa que assumiu o financiamento dos veículos (arrendamento mercantil). Aduz que também não foi observado pela fiscalização o fato de que o casal possuía disponibilidade financeira de R$ 220.000,00 no final de 2005 conforme DIRPF. Reafirma que ninguém é obrigado a depositar os valores que possui e entende que não há como comprovar a quantidade de dinheiro em espécie que possui. Quanto à multa isolada, alega que a autuada, por possuir dois filhos, estava abaixo do limite de isenção, pois recebeu R$ 1.666,66 por mês de pessoas físicas em 2006. Protesta contra a multa de 150% afirmando que o simples depósito bancário não constitui fraude e nem sonegação. Alega que seus rendimentos foram declarados em Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física e homologados pela Receita Federal. Contesta a Representação para Fins Penais pedindo seu cancelamento. Informa que a autuação baseada em depósitos bancários é ilegal porque a pessoa física não é obrigada a ter escrituração fiscal e não tem como comprovar individualmente todos os seus depósitos bancários. Após citar legislação (art.43 do CTN e art.9° do Decreto Lei 2.471/88) e jurisprudência conclui que a movimentação bancária não justifica o lançamento e que os valores verificados são compatíveis com os valores declarados pelo casal. Aduz que para a apuração do Imposto de Renda é necessário que se adquira a disponibilidade econômica e jurídica de renda e proventos de qualquer natureza ou a disponibilidade de riqueza nova ou acréscimo patrimonial. Conclui que como a movimentação bancária não provocou acréscimo patrimonial e Fl. 292DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 293 6 não houve a aquisição de riqueza, inexiste o critério indispensável para a autuação em tela. Afirma que a Receita Federal ou uma lei ordinária não tem liberdade para deformar os conceitos constitucionais. Alega que a tributação dos depósitos constitui confisco e protesta contra a apuração mensal do imposto de renda que deve ser anual. Defende que a legislação não impõe que os depósitos devem coincidir com os dias das operações de venda de produtos ou outras receitas auferidas. Retorna à contestação quanto à aplicação da multa de 150% afirmando que somente em casos de fraude comprovada ou com seu evidente intuito é que se poderia aplicar a multa qualificada. Cita a súmula 14 do 1° Conselho de Contribuintes e requer a exclusão da multa. Entende que os depósitos inferiores a R$12.000,00 não estão sujeitos a comprovação e que também não está obrigado a comprovar depósitos de até R$ 80.000,00 no ano. Assim, requer a exclusão dos depósitos inferiores a R$ 12.000,00, uma vez que não se sujeitam a tributação limitados a R$ 80.000,00 no ano. Citando julgado do Conselho de Contribuintes conclui que a tributação do IRPF necessita da demonstração do acréscimo patrimonial. Apresenta tabela com os valores declarados e com a movimentação bancária da contribuinte em conjunto com seu esposo em 2005 e 2006 e alega que os depósitos não são renda e que não houve acréscimo patrimonial a descoberto para amparar a autuação. Traz a definição do termo "fraude" e reafirma que não pode ser punido somente porque declarou tributo a menor ou porque não apresentou declaração. Afirma que respondeu às intimações e que não há nos autos motivo para o agravamento da multa. Aduz que o fiscal descumpriu a Constituição Federal que estabelece o sigilo fiscal da conta bancária. Argumenta que a multa de 75% é confiscatória e deve ser reduzida para 50%. Reafirma que a mera omissão de rendimentos não configura fraude. Protesta contra a aplicação dos juros de mora rogando, com base no principio da isonomia, pela aplicação dos juros de poupança (art.1ºF da Lei 11.960/2009, que alterou o art.1ºF da Lei 9.494/1997). Ao final, requer: Fl. 293DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 294 7 1 O cancelamento da Autuação; 2 Que seja subtraída da movimentação bancária os valores declarados pelo casal proporcionalmente, considerando os valores das disponibilidades declaradas, bem como os recibos dos valores recebidos da Avenorte em 2006 e tributados em 2005; 3 Que seja aplicada a sistemática de tributação das receitas de atividade rural para os valores por ventura não tributados na DIRPF; 4 O cancelamento da multa isolada ante a denúncia espontânea do contribuinte ao declarar os rendimentos recebidos de pessoas físicas; 5 O cancelamento da multa de 150% por ausência de dolo ou máfé; 6 O cancelamento de todos os lançamentos porque inexiste qualquer irregularidade nas DIRPF apresentadas; 7 Que todos os valores recebidos pelo casal sejam considerados para o cálculo da movimentação financeira; 8 A inversão do ônus da prova porque a autuada não possui escrituração fiscal que possibilite justificar cada depósito bancário; 9 Por fim, que seja anulado o Auto de Infração e seus acessórios, pois não refletem a realidade do procedimento indicado na legislação tributária. Alternativamente roga pela aplicação dos juros nos termos da Lei 11.960/2009. Requer ainda a intimação da empresa Avenorte para que esta apresente cópia do cheque de pagamento do contrato com o contribuinte (esposo da autuada) no mês de dezembro de 2005 e de outras operações realizadas com o cônjuge da autuada. Também protesta pela juntada posterior de documentos e demais meios de prova que venham a ser encontradas. Tendo em vista o grau de parentesco dos contribuintes fiscalizados e a relação entre as fiscalizações, são conexos para julgamento os seguintes processos: 10950.003388/201003, 1950.003393/201016, 10950.003392/201063, 10950.003385/201061 e 10950.006744/201032. A impugnação apresentada pelo contribuinte (fls. 171/199 deste processo digital) foi julgada improcedente, por intermédio do acórdão de fls. 234/250, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Anocalendário: 2006 Fl. 294DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 295 8 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DA ORIGEM DOS RECURSOS. PRESUNÇÃO LEGAL DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Caracterizam omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. ALEGAÇÃO DE ATIVIDADE RURAL. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. Por tratarse de tributação mais benéfica ao contribuinte, as receitas advindas da atividade rural devem ser comprovadas. O fato de o contribuinte ter declarado rendimentos decorrentes de atividade rural não permite concluir que todos os depósitos existentes em suas contas bancárias referemse a essa atividade. Cientificada da decisão de primeira instância em 12/12/2011 (fl. 254 deste processo digital), a Interessada interpôs, em 10/01/2012, o recurso de fls. 255/286. Na peça recursal aduz, em síntese, que: PRELIMINAR CERCEAMENTO DE DEFESA Solicitou diligência na empresa Avenorte a fim de que a mesma esclarecesse os motivos pelos quais informou ao Fisco que o pagamento da aquisição dos produtos rurais no final do ano de 2005 se deu através de compra a vista e emitiu recibo de pagamento no ano de 2006, uma vez que é indispensável o esclarecimento de tais fatos, pois os recursos financeiros oriundos da venda de produto rural do ano de 2005 já foram devidamente tributados naquele calendário, o que foi desconsiderado pela fiscalização. No entanto, o pedido foi indeferido, o que cerceou o seu direito de defesa. Assim, requer a nulidade da decisão recorrida, com retorno dos autos à instância de origem, para a produção da prova requerida. MÉRITO DEPÓSITOS BANCÁRIOS COM ORIGEM NÃO COMPROVADA No ano de 2006 a ora Recorrente declarou um recebimento da atividade rural de R$ 26.608,07, valor este que não foi deduzido do demonstrativo de fl. 137. Declarou também mais R$ 20.000,00 de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física. O rendimento da atividade rural não deve ser tributado em seu todo, mas sim em 20%, mediante arbitramento da receita, nos termos da opção efetuada pela entrega da declaração anual. Conforme declaração do cônjuge da Recorrente, anexada à fl. 104, o casal financiou bens junto ao HSBC na importância de R$ 31.022,50 (fls. 106), bem como alienou o apartamento n° 24 no condomínio San Rafael no valor de R$ 35.000,00 e financiou veículos Fl. 295DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 296 9 em nome da pessoa física que foram integralizados ao patrimônio da empresa Speed Transportes Ltda, empresa essa que assumiu o financiamento (arrendamento mercantil) dos veículos. Não foi observado que o casal possuía disponibilidade financeira de R$ 220.000,00, no final do ano de 2005, e que foi movimentado no ano de 2006, levando em erro a autuação efetuada, uma vez que não se está obrigado a efetuar depósito de todos os valores que possui no ato do recebimento. Todo saldo anterior deve ser transportado para o ano seguinte, regra básica nas normas contábeis, na economia familiar, nos cofres do governo, nas empresas, ou seja, ninguém inicia em primeiro de janeiro sem nenhuma disponibilidade financeira. A legislação não estabelece que o contribuinte deva comprovar dia a dia os depósitos bancários. A tributação não se deu sobre omissão de rendimentos, mas sim sobre os depósitos bancários, sendo, portanto, aplicável a Súmula 182 do extinto TRF, com a nulidade da autuação. Os depósitos foram devidamente comprovados com os documentos anexados aos autos, bem como a Declaração da Recorrente e seu cônjuge, sendo indispensável que a apuração fosse feita em conjunto, apensandose os autos, o que não foi feito pela Fiscalização, causando prejuízo tributário a ora Recorrente, uma vez que os bens do casal estão declarados na Declaração do cônjuge Marcos Lourenço da Silva. Para uma pessoa física, que não está obrigada a escrituração fiscal, é impossível dizer a origem de cada cheque depositado em sua conta corrente relativa à movimentação realizada no decorrer do ano, pois não há como se estabelecer uma correlação direta entre o montante depositado e a receita auferida no decorrer do ano. A Receita Federal apurou depósitos na conta corrente do contribuinte de R$ 491.939,16, sem os respectivos estornos, cheques devolvidos e outros relativos ao exercício de 2006 e 2007, quando o mesmo declarou no ano de 2006 um rendimento de pessoa física, R$ 30.000,00, empréstimo de R$ 31.022,50, rendimento da atividade rural de R$ 36.608,07 e saldo em dinheiro do anocalendário 2005 de R$ 220.000,00, o que significa que os valores depositados são condizentes com movimentação financeira declarada no exercício. O rendimento do casal deve ser levado em consideração independentemente de a conta ser conjunta ou não. Mesmo que fosse devido o Imposto de Renda, este deveria ser de apuração anual, por ocasião da entrega da Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, em 30 de abril do ano seguinte ao ano calendário. VALORES DEPOSITADOS Os valores depositados inferiores a R$ 12.000,00 não estão sujeitos à comprovação, devendo ser excluídos do lançamento. Também não está obrigada à comprovação dos valores movimentados até R$ 80.000,00 por ano. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 297 10 TRANSAÇÕES COM A EMPRESA AVENORTE Entenderam os auditores fiscais que a operação junto a Avenorte foi realizada no mês de dezembro de 2005 e tributada no ano 2005 e que os recebimentos em janeiro de 2006 não são verdadeiros, ante a declaração da empresa que efetuou os pagamentos à vista, tendo concluído que o contribuinte não comprovou o recebimento das vendas no ano de 2006, tributando novamente através da autuação os valores depositados na conta corrente no período de 03/01/2006 a 26/12/2006, no valor total de R$ 99.438,62. No entanto, a empresa Avenorte contabilizou no seu livro diário como pagamento a vista, mas não informou se foi em dinheiro, em cheque de terceiros ou em cheque próprio, tendo emitido recibo de pagamento com data de janeiro de 2006. AUSÊNCIA DE DEMONSTRATIVO DE ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A tributação de IRPF exige a demonstração do acréscimo patrimonial. Não consta nos autos qualquer demonstrativo de excesso de aplicação de recursos, nem mesmo demonstrativo de acréscimo patrimonial a descoberto, sendo nulo o lançamento efetuado apenas com base em depósitos bancários. MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊ LEÃO A contribuinte, no ano calendário 2006, tinha dois filhos menores, o que lhe isentava do pagamento do carneleão mensal. Ao declarar o valor mensal na Declaração do IRPF, procedeu a denúncia espontânea, com pagamento do imposto devido, sendo indevida qualquer multa, nos termos do artigo 138 do Código Tributário Nacional CTN. MULTA QUALIFICADA DE 150% A multa aplicada de 150% é indevida, uma vez que não há comprovação de fraude ou máfé, bem como os depósitos bancários não constituem renda tributável pelo Imposto de Renda, motivo pelo qual deve a mesma ser excluída. Em não sendo este o entendimento, a multa deverá ser reduzida ao percentual de 50%, nos termos do artigo 44 da Lei 9.430/96, inciso II, ou, ainda, a redução da multa para o percentual de 75%, nos termos do inciso I do artigo 44 da Lei 9.430/96. O contribuinte não pode sofrer uma multa qualificada de 150% apenas porque não apresentou declaração ou porque declarou tributo a menor ao Fisco. O agente fiscal tem o dever de provar que a não declaração ou a declaração a menor foram realizadas com o evidente intuito de fraude pelo contribuinte. Com relação aos documentos emitidos pelo Tabelionato Mori, a ora Recorrente desconhece qualquer ilícito, não os praticou, nem mesmo existe prova nos autos de quem o praticou, cabendo à Fiscalização comproválo e não simplesmente punir a Recorrente por fato alheio com o qual não possui qualquer relação. JUROS DE MORA Fl. 297DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 298 11 Em sendo mantida a condenação, devem os juros ser aplicados nos termos do artigo 1°F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Le 11.960/2011. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS É impossível encaminhar ao Ministério Público a representação fiscal para fins penais antes do julgamento final do procedimento administrativofiscal, (art. 83 da Lei n° 9.430/96). A decisão definitiva do processo administrativo consubstancia uma condição objetiva de punibilidade, sem a qual a denúncia deve ser rejeitada (STF, HC n° 81611). REQUERIMENTOS Aguarda o conhecimento e o provimento do recurso, cancelandose o Auto de Infração. Em não sendo este o entendimento, pleiteia: a) que dos valores depositados em conta bancária seja subtraída a movimentação financeira declarada no anocalendário, considerando as disponibilidades financeiras/dinheiro em poder da contribuinte em cada exercício, bem como os recibos de quitação das vendas de produtos rurais no ano de 2006, relativa à tributação efetuada no ano de 2005 (Avenorte), bem como os rendimentos do casal, uma vez que os depósitos bancários não foram divididos proporcionalmente na cota parte de cada um; b) Que às receitas de atividade rural seja aplicada as regras de tributação da referida atividade. c) O cancelamento da multa aplicada pelo não recolhimento do carneleão mensal, ante a denúncia espontânea do contribuinte. d) O cancelamento da multa aplicada de 150% por ausência de dolo ou máfé que ampare tal penalidade. e) O cancelamento de todo o lançamento efetuado, uma vez que inexiste qualquer vício e ou irregularidades nas declarações apresentadas no ano base 2006. f) Que sejam considerados todos os valores recebidos pelo casal Marcos Lourenço da Silva e a ora autuada Antonieta Marinho da Silva para o cálculo da movimentação financeira. g) A inversão do ônus da prova, uma vez que a Recorrente, pessoa física, não possui escrituração fiscal para que possa justificar individualmente cada deposito bancário em sua conta corrente, nem mesmo está obrigado a manter tal controle pela legislação atual. h) Que seja anulado o auto de infração, bem como seus acessórios, eis que são improcedentes e não refletem a realidade do procedimento indicado na legislação tributária. Em não sendo este o entendimento, requer a aplicação dos juros nos termos da Le 11.960/2009. Voto Vencido Fl. 298DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 299 12 Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital, que difere da numeração do processo físico. PRELIMINAR CERCEAMENTO DE DEFESA EM FACE DO INDEFERIMENTO DE PEDIDO DE DILIGÊNCIA – INEXISTÊNCIA O deferimento de uma diligência somente faz sentido quando do juízo de valor que o julgador realiza em relação aos fatos submetidos a sua apreciação resulta na conclusão de que há dúvidas a serem esclarecidas e não for ônus do contribuinte fazer a prova. Se o julgador não ficou em dúvida, a diligência é dispensável, devendo o seu pedido ser indeferido. O acórdão recorrido fundamentou a dispensa de diligência com base na declaração da empresa Avenorte de que efetuou os pagamentos à vista em novembro de 2005 e no fato de que os valores foram declarados pelo contribuinte no anocalendário de 2005. Confira: Resposta da empresa Avenorte à diligência requerida pela Fiscalização AVENORTE — AVICOLA CIANORTE LTDA, empresa jurídica de direitos privados, situada na Estrada para fécula, Km 04, s/n, Lotes 905 a 910, município de Cianorte PR, inscrita no CNPJ n° 01.682.147/000171, representada pelo seu sócio administrador abaixo assinado, foi intimada através da Diligencia 09.1.05.002009006969, à apresentar o seguinte: 1. Considerando as Notas Fiscais n° 11090 a 11095, intimamos a apresentar: a) Documentos hábeis e idôneos que comprovem o efetivo pagamento dos produtos adquiridos, bem como a forma dos referidos pagamentos; (...) Referente ao item 1 do termo de intimação descrito acima: a) Localizamos os lançamentos e contabilização das nfs. 11090 a 11095, e os documentos "hábeis e idôneos que comprovam o efetivo pagamento" bem como a "identificação nos registros financeiros da empresa" é o lançamento no livro razão nº 09, páginas 173 e 174, utilizando as disponibilidades da conta "caixa", com a forma de pagamento a vista. (copia em anexo). Indeferimento da diligência pelos julgadores da instância de piso Cabe ainda neste ponto indeferir, por entender dispensável, a diligência pedida na defesa para que a Avenorte demonstre o Fl. 299DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 300 13 pagamento em dezembro de 2005. Isso porque a referida empresa já informou que houve pagamento à vista das compras realizadas em 26, 27 e 28 de dezembro de 2005. Repisese que o referido valor decorrente da atividade rural já foi declarado em DIRPF em 2005 pelo casal, à razão de 50% em cada cônjuge. Nesse contexto, inexiste motivo, em meu entendimento, para anular a decisão de piso por um suposto cerceamento do direito de defesa. MÉRITO DEPÓSITO BANCÁRIO DE ORIGEM NÃO COMPROVADA Dispõe o artigo 42 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação dada pela Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. A leitura do caput do art. 42 revela que o legislador estabeleceu uma presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos quando o contribuinte, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos depositados em contas de depósitos ou de investimentos. Como se percebe, o legislador oportuniza, ao titular da conta em que encontrados os recursos, a demonstração da sua procedência, mediante documentação hábil e idônea, o que evidencia tratarse de presunção legal relativa que apenas se desfaz com a justificação, pelo contribuinte, da origem dos recursos depositados nas contas bancárias. Nesse cenário, uma vez caracterizado o fato jurídico que dá suporte à presunção legal, cumpre ao contribuinte demonstrar a regular procedência dos valores depositados, mediante a apresentação de documentos que demonstrem o liame lógico entre prévia operação regular e o depósito dos recursos em conta de sua titularidade, pena de ser este reputado como rendimento omitido. Na espécie, a Recorrente não explica, de forma satisfatória, a origem dos valores depositados em suas contas bancárias, insistindo em afirmar que ela e seu cônjuge financiaram bens junto ao HSBC a importância de R$ 31.022,50 e alienaram o apartamento n° 24 do condomínio San Rafael, no valor de R$ 35.000,00. A DIRPF de fls. 117/121 evidencia que o imóvel citado fazia parte do patrimônio da contribuinte em 31/12/2006 (fl. 119), o que significa dizer que se houve a alienação esta ocorreu em momento posterior, sendo descabida qualquer tentativa de vincular valores decorrentes da suposta venda aos valores dos depósitos bancários com origem não comprovada apurados no anocalendário de 2006. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 301 14 Por outro lado, a Recorrente não logrou êxito em demonstrar a vinculação da dívida com o HSBC, lançada em sua declaração de ajuste anual (fl. 119), a nenhum dos depósitos com origem não comprovada objeto do presente lançamento. Acrescento que os rendimentos tributáveis recebidos de pessoa física, no valor de R$ 20.000,00, foram excluídos dos depósitos bancários com origem não comprovada, consoante Termo de Verificação e Encerramento Fiscal acostado aos autos em fls.141/153. Os rendimentos declarados provenientes da atividade rural, que não representam a totalidade dos rendimentos auferidos pela Recorrente, foram tributados, por opção, mediante arbitramento da receita (fl. 14), de modo que deve ser afastada a pretensão da Interessada de excluir tais rendimentos da base de cálculo relativa à infração de depósitos bancários com origem não comprovada. Quanto aos valores recebidos da Avenorte, compartilho do mesmo entendimento exposto na decisão recorrida, no que se refere à falta de conexão da peça defensiva com a realidade. Isso porque tais valores foram recebidos e declarados no ano calendário de 2005 e, portanto, não servem de prova dos depósitos realizados no ano de 2006. A Interessada alega que a Autoridade lançadora não observou a disponibilidade financeira de R$ 220.000,00 na declaração do cônjuge (fl. 113), no final do ano de 2005, ocasionando um erro na autuação, uma vez que não se está obrigado a efetuar depósito de todos os valores que possui no ato do recebimento. Ocorre que para afastar a presunção legal de omissão de rendimentos amparada no art. 42 da Lei nº 9.430/1996 a comprovação há de ser individualizada, não bastando a disponibilidade de recursos em espécie na declaração de ajuste do ano anterior, sem apresentação de vinculação com os depósitos objeto da autuação fiscal. Demais disso, “Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes” (Súmula CARF nº 30). Os depósitos devem ser analisados de forma individualizada, observados os limites estabelecidos pelo § 3o do art. 42 da Lei 9.430/1996, na redação dada pela Lei n° 9.481/1997, assim descrito: Art. 42. (...) § 3º. Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados individualizadamente, observado que não serão considerados: I os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica; II no caso de pessoa física sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor individual igual ou inferior a RS 12.000,00(doze mil reais), desde que o seu somatório, dentro do anocalendário, não ultrapasse o valor de R$ 80.000.00 (oitenta mil reais). Fl. 301DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 302 15 No caso concreto, o lançamento respeitou os ditames da Lei, ou seja, foram apurados depósitos sem origem comprovada de valores superiores a R$ 12.000,00 e os inferiores a R$ 12.000,00 cuja soma ultrapassou R$ 80.000,00 no anocalendário. Assim, a alegação da Interessada de que os valores depositados inferiores a R$ 12.000,00 não estão sujeitos à comprovação, bem como de que não está obrigada à comprovação dos valores movimentados até R$ 80.000,00 por ano, está divorciada da legislação vigente e da realidade evidenciada nos autos. Registro, para finalizar este capítulo, que o lançamento, além de encontrar base legal no artigo 42 da Lei nº 9.430/1996, o que autoriza a sua lavratura com fulcro no art. 149, I, do CTN, não está amparado unicamente na existência dos depósitos, mas sim na ausência de elucidação, por parte do contribuinte, acerca da origem dos valores depositados, a autorizar a sua caracterização como receitas ou rendimentos omitidos. Assim, o objeto da tributação não são os depósitos bancários em si mesmos considerados, mas a omissão de rendimentos representada e exteriorizada por eles. Dessa forma, diante da não demonstração da origem dos valores depositados em conta de sua titularidade, bem como da ausência de qualquer início de prova que fundamente a explicação para o significativo volume de recursos que transitaram na conta corrente da Interessada no período, incompatível com a renda declarada, mostrase legítima a tributação dos valores como se rendimentos omitidos fossem, na forma estabelecida no art. 42 da Lei nº 9.430/1996. AUSÊNCIA DE DEMONSTRATIVO DE ACRÉSCIMO PATRIMONIAL Sustenta a Recorrente que não consta nos autos qualquer demonstrativo de excesso de aplicação de recursos, tampouco demonstrativo de acréscimo patrimonial a descoberto, sendo nulo o lançamento efetuado apenas com base em depósitos bancários. Sem razão a Interessada. Não se deve confundir lançamento por Acréscimo Patrimonial a Descoberto com o lançamento amparado em depósitos bancários. Neste último, objeto do presente processo, o que importa é a comprovação da origem de cada depósito, de forma individualizada, conforme exige o texto legal. Essa individualização não foi estabelecida pela Recorrente. MULTA ISOLADA POR FALTA DE RECOLHIMENTO DE CARNÊ LEÃO A multa isolada é cabível quando a pessoa física deixa de efetuar o pagamento mensal do imposto (carneleão), notadamente quando não há concomitância com a multa de ofício, devendo ser aplicada havendo ou não saldo de imposto a pagar na correspondente declaração de rendimentos. Notese que o momento em que esse recolhimento deveria ter sido realizado precede o resultado do ajuste. O contribuinte é penalizado justamente pelo não recolhimento do imposto devido no momento oportuno. A aplicabilidade da denúncia ao caso concreto não merece acolhida, porquanto não se confunde a multa moratória, decorrente do inadimplemento da obrigação principal, com a multa punitiva, decorrente do não recolhimento mensal do carnêleão. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 303 16 A tese de que a contribuinte ficaria abaixo do limite de isenção mensal é incabível ao caso em tela, haja vista que, mesmo considerandose os dois dependentes alegados, o valor ainda ultrapassaria o limite de isenção mensal. MULTA QUALIFICADA DE 150% No início do procedimento fiscal a Interessada declarou que a movimentação em sua conta corrente pertencia à empresa Nortsul Indústria e Comércio de Sabão Ltda. Com o intuito de comprovar o vínculo entre a conta corrente e a empresa Nortsul, a Recorrente apresentou cópia de procuração na qual sua firma fora reconhecida, em 21/12/2005, pelo Tabelionato Mori, com aposição do Selo DAM41700 (fl. 74). Em seguida, diligenciouse junto a FUNARPEN Fundo de Apoio ao Registro Civil de Pessoas Naturais, a fim de verificar a legitimidade da procuração datada de 21/12/2005 e apresentada em 28/11/2009. A resposta foi a seguinte: “Selo DAM41700 foi entregue para o Tabelionato de Notas de Cianorte em 04/11/2009”. O Tabelionato de Notas de Cianorte, por seu turno, informou que foi alvo de furto e apresentou cópia do Boletim de Ocorrência onde consta o Selo DAM41700. Constatase, assim, que houve a utilização de cópia de documento (Procuração) que não merece fé, com o único objetivo de responsabilizar outrem pelos depósitos bancários com origem não comprovada apurados no decorrer da ação fiscal. Este fato, aliado à omissão dos expressivos valores depositados na conta da Interessada, evidenciam, a meu ver, o propósito deliberado de modificar indevidamente o sujeito passivo e a base de cálculo do imposto de renda, mostrandose acertada a aplicação da multa de ofício prevista no § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, no percentual de 150%. JUROS DE MORA Pleiteia a Interessada a aplicação dos juros previstos no art. 1°F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Le 11.960/2011. A questão relativa aos juros a serem aplicados sobre débitos tributários encontrase pacificada no âmbito deste Conselho: (...) Contudo, apesar de várias solicitações, a contribuinte em tela, até o momento, não conseguiu localizar a procuração original. Desde o dia em que tirou a fotocópia entregue nesse r. Órgão, ela não se recorda o local em que deixou a via original. Após várias diligências, a mesma ainda não foi localizada, não sendo, portanto, possível atender a presente intimação. Em seguida, diligenciouse junto a FUNARPEN Fundo de Apoio ao Registro Civil de Pessoas Naturais, a fim de verificar a legitimidade da procuração datada de 21/12/2005 e apresentada em 28/11/2009. A resposta foi a seguinte: “Selo DAM41700 foi entregue para o Tabelionato de Notas de Cianorte em 04/11/2009”. O Tabelionato de Notas de Cianorte, por seu turno, informou que foi alvo de furto e apresentou cópia do Boletim de Ocorrência onde consta o Selo DAM41700. Fl. 303DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 304 17 Constatase, assim, que houve a utilização de cópia de documento (Procuração) que não merece fé, com o único objetivo de responsabilizar outrem pelos depósitos bancários com origem não comprovada apurados no decorrer da ação fiscal. Este fato, aliado à omissão dos expressivos valores depositados na conta da Interessada, evidenciam, a meu ver, o propósito deliberado de modificar indevidamente o sujeito passivo e a base de cálculo do imposto de renda, mostrandose acertada a aplicação da multa de ofício prevista no § 1º do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, no percentual de 150%. JUROS DE MORA Pleiteia a Interessada a aplicação dos juros previstos no art. 1°F da Lei 9.494/1997, com redação dada pela Lei 11.960/2011. A questão relativa aos juros a serem aplicados sobre débitos tributários encontrase pacificada no âmbito deste Conselho: Súmula CARF nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – SELIC para títulos federais. REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS Descabe discussão acerca de procedimentos relacionados à Representação Fiscal para Fins Penais no âmbito deste Conselho: Súmula CARF nº 28: O CARF não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais. CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto por rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Voto Vencedor Conselheira Tânia Mara Paschoalin, Redatora Designada. Com a devida vênia da Ilustre Relator, Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, permitome divergir de seu voto quanto a não aceitação das receitas da atividade rural declaradas na Declaração de Ajuste Anual apresentada, tempestivamente, pela Contribuinte, como origem para a justificativa de depósitos bancários. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA Processo nº 10950.003388/201003 Acórdão n.º 2801003.496 S2TE01 Fl. 305 18 Importa registrar que não há dúvida de que a autoridade fiscal pode utilizar a presunção do art. 42 da Lei nº 9.430/96 para considerar como rendimentos omitidos os valores mantidos em conta de depósito sem comprovação de sua origem. Entretanto, destaco que a jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais tem avançado no sentido de mitigar o rigor da análise individualizada dos créditos, permitindo, por exemplo, que os rendimentos informados nas declarações de ajuste anual da pessoa física, desde que não expressamente vinculados aos depósitos bancários de origem não comprovada, pois nesse caso seriam excluídos pela própria fiscalização, sejam excluídos em bloco. Neste sentido, cito os Acórdãos nº 210200.430 (2ª Turma Ordinária/1ª Câmara/2ª Seção/CARF), sessão de 03/12/2009, relator o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, por unanimidade; 220200.415 (2ª Turma Ordinária/2ª Câmara/2ª Seção/CARF), sessão de 04/02/2010, relator o Conselheiro Nelson Mallmann, por maioria. A questão é que não parece plausível defender que somente os rendimentos informados na declaração de ajuste anual não tenham transitado pelas contas bancárias, o que implicaria dizer que somente os rendimentos omitidos transitam pelas contas bancárias. Ora, é razoável compreender que, na espécie, além dos rendimentos omitidos, os ingressos de recursos declarados oportunamente pela Contribuinte como receitas da atividade rural transitaram, igualmente, pelas contas bancárias do fiscalizado, devendo, portanto, os correspondentes valores serem excluídos da base de cálculo da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, eis que tais valores não foram objeto de alteração pela autoridade fiscal, ou seja, restaram confirmados. Assim, de acordo com a DIRPF/2007 sob exame, deve ser excluído o montante R$ 26.608,07 declarado a título receitas da atividade rural. Diante do exposto, voto por rejeitar a preliminar suscitada e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da base de cálculo lançada o valor de R$ 26.608,07. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Fl. 305DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/05/2014 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/201 4 por TANIA MARA PASCHOALIN, Assinado digitalmente em 28/05/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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Numero do processo: 15586.000938/2008-29
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Jul 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/2004 a 30/11/2004
PROGRAMA DE INCENTIVO. PAGAMENTO COM CARTÃO PREMIAÇÃO. REMUNERAÇÃO INDIRETA
Constitui infração ao disposto no art. 30, inciso I, alínea a da Lei n. 8.212/91, deixar de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições previdenciárias dos segurados a seu serviço.
É assente na jurisprudência deste Conselho que as verbas pagas através de cartões de premiação integram o salário de contribuição por força do art. 28 da Lei n. 8.212/91, sendo correto o auto de infração que considerou a ausência de recolhimento de tributo sobre tais verbas.
MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento - a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2403-002.617
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ( art. 61, da Lei nº 9.430/96) ao artigo 35 da Lei nº 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Júlio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/05/2004 a 30/11/2004 PROGRAMA DE INCENTIVO. PAGAMENTO COM CARTÃO PREMIAÇÃO. REMUNERAÇÃO INDIRETA Constitui infração ao disposto no art. 30, inciso I, alínea a da Lei n. 8.212/91, deixar de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições previdenciárias dos segurados a seu serviço. É assente na jurisprudência deste Conselho que as verbas pagas através de cartões de premiação integram o salário de contribuição por força do art. 28 da Lei n. 8.212/91, sendo correto o auto de infração que considerou a ausência de recolhimento de tributo sobre tais verbas. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento - a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõe-se o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Recurso Voluntário Provido em Parte.
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PAGAMENTO COM CARTÃO PREMIAÇÃO. REMUNERAÇÃO INDIRETA Constitui infração ao disposto no art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n. 8.212/91, deixar de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições previdenciárias dos segurados a seu serviço. É assente na jurisprudência deste Conselho que as verbas pagas através de cartões de premiação integram o salário de contribuição por força do art. 28 da Lei n. 8.212/91, sendo correto o auto de infração que considerou a ausência de recolhimento de tributo sobre tais verbas. MULTA. RECÁLCULO. MP 449/08. LEI 11.941/09. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. Antes do advento da Lei 11.941/09, não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento a mora. No que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN determina a aplicação do princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 09 38 /2 00 8- 29 Fl. 306DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso, determinando o recálculo da multa de mora, com base na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 ( art. 61, da Lei nº 9.430/96) ao artigo 35 da Lei nº 8.212/91, prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Vencido o conselheiro Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro na questão da multa. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Júlio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15586.000938/200829 Acórdão n.º 2403002.617 S2C4T3 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD – DEBCAD 37.156.0624, cuja notificação ocorreu em 04/07/2008, fl. 03, lavrado em face de PRORIBEIRO ADMINISTRAÇÃO E ORGANIZAÇÃO DE COMERCIO LTDA, no valor de R$ 2.493,28 (dois mil quatrocentos e noventa e três reais e vinte e oito centavos). Nos termos do Relatório Fiscal de fls. 37/45, estáse lançado a contribuição devida pelos segurados empregados e contribuintes individuais, não declaradas em GFIP. A base de cálculo é decorrente dos valores pagos a título de premiação (INCENTIVE HOUSE – FLEX CARD), durante o período de 05/2004 a 11/2004, conforme contrato e notas fiscais nas fls. 200/233. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa contestou o presente Auto de Infração por meio do instrumento de fls. 242/248. DA DECISÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da Recorrente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro, em análise à impugnação ofertada, prolatou o Acórdão de fls. 256/268, mantendo procedente o lançamento, conforme ementa que abaixo se transcreve, verbis: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2004 a 30/11/2004 SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. NATUREZA JURÍDICA DAS PARCELAS. COMPETÊNCIA DA SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limitase às sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o saláriodecontribuição, não englobando os casos extrajudiciais, em que se afigura indiscutível a competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil, dado o caráter de que se reveste a atividade administrativa do lançamento, que é vinculada e obrigatória. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. FLEXCARD. Pagamento realizado a Segurados empregados e contribuintes individuais em contraprestação a serviços prestados, por intermédio de cartão eletrônico, é fato gerador de contribuição previdenciária. Impugnação Improcedente Fl. 308DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 4 Crédito Tributário Mantido DO RECURSO Inconformada, a empresa interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário, fls. 273/291, requerendo a reforma do acórdão e a nulidade do DEBCAD em discussão, afirmando para tanto que compete à Justiça do Trabalho definir como remuneratória ou não a premiação, reiterando em sede de mérito a natureza indenizatória da verba. É o relatório. Fl. 309DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15586.000938/200829 Acórdão n.º 2403002.617 S2C4T3 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA TEMPESTIVIDADE De acordo com o documento de fls. 270 a 273, temse que o recurso é tempestivo e reúne os pressupostos de admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. DO MÉRITO DA COMPETÊNCIA DA RFB Primeiramente cumpre salientar que a competência da Justiça do Trabalho, definida no art. 114 da Constituição Federal é voltada para os dissídios decorrentes das relações de trabalho não sendo competente para realizar o lançamento de ofício das contribuições previdenciárias extrajudicialmente, conforme se extrai da súmula n. 386 do TST. Os artigos 2º e 3º da Lei n. 11.457/2007 determinam a competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil, a qual ampara o exercício da autoridade fiscal autuante do procedimento em questão nos presentes autos, não havendo que se falar em ato eivado de vício de competência. DO PRÊMIO DE INCENTIVO A base de cálculo das contribuições previdenciárias está contida no art. 28, da Lei n. 8.212/91, ou seja, o salário de contribuição, verbis: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa Observase que a definição de salário de contribuição tanto para o empregado quanto para o contribuinte individual é ampla, não importando, via de regra, a forma e a que Fl. 310DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 6 título foi paga, devida ou creditada, se de maneira direta ou indireta, pelo empregador ou terceiro interessado no pagamento ou não, a titulo de premiação/bonificação ou não. No entanto há exceções contidas no §9, do mesmo artigo. Elas compreendem quatro grupos principais: a) pagamentos com caráter indenizatório; b) ressarcimentos de despesas; c) ferramentas de trabalho; e d) retribuições provenientes de terceiros. A parcela a título de prêmio, da forma pela qual foi paga in casu, não se encaixa em qualquer das modalidades de exceção elencadas na norma supracitada. Afora isso, a matéria já foi objeto de diversos julgamentos anteriores por este conselho, conforme se verifica dos acórdãos: 230101.625 — 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária, 19 de agosto de 2010, 280300.163 — 3ª Turma Especial, 09 de julho de 2010, 230101.878 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 15 de março de 2011, 2401001.796 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 14 de abril de 2011 e 230102.065 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária, 12 de maio de 2011. Segue abaixo um dos arestos informados para ilustrar o entendimento do colegiado: REMUNERAÇÃO INDIRETA. SEGURADOS EMPREGADOS E CONTRIBUINTES INDIVIDUAIS. CARTÃO PRÊMIO. Valores pagos indiretamente a empregados e contribuintes individuais por intermédio de prêmio/plano de incentivo são considerados salários de contribuições para a Previdência Social, nos termos do art. 28, incisos I e III, da Lei n " 8,212/91. O pagamento de prêmio/plano de incentivo ao empregado por empresas que não se revistam da qualidade de empregador, mas com o consentimento deste, aproveitando a relação de emprego e as oportunidades dai advindas, integra o salário de contribuição. CRÉDITO TRIBUTÁRIO LEGALMENTE CONSTITUÍDO. ART. 142 DO CTN. Crédito tributário deve estar revestido das formalidades legais do art. 142 e § único, e arts, 97 e 114, todos do CIN. A declaração de inconstitucionalidade de lei é prerrogativa outorgada pela Constituição Federal ao Poder Judiciário. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido. (Acórdão 280300.163 — 3ª Turma Especial, 09 de julho de 2010) Quanto à alegação de que a parcela não é destinada à contraprestação ao trabalho, também não merece guarida uma vez que se trata de remuneração indireta pois sabendo o funcionário de que caso alcance aquela meta que faz parte de suas atividades laborativas, será credor daquela parcela. O objeto já foi discutido inclusive pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme: PET 6243/SP, Eliana Calmon, REsp 863.244/SP, Min Luiz Fux e REsp 735.866/PE, Min. Teori Albino Zavascki. Fl. 311DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15586.000938/200829 Acórdão n.º 2403002.617 S2C4T3 Fl. 5 7 Por tal razão, improcedentes as alegações do contribuinte. DAS MULTAS APLICADAS No que se referem às multas de mora e de ofício aplicadas, mister se faz tecer alguns comentários. A MP nº 449, convertida na Lei nº 11.941/09, que deu nova redação aos arts. 32 e 35 e incluiu os arts. 32A e 35A na Lei nº 8.212/91, trouxe mudanças em relação à multa aplicada no caso de contribuição previdenciária. Assim dispunha o art. 35 da Lei nº 8.212/91 antes da MP nº 449, in verbis: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (sem destaques no original) Verificase, portanto, que antes da MP nº 449 não havia multa de ofício. Havia apenas multa de mora em duas modalidades: a uma decorrente do pagamento em atraso, desde que de forma espontânea a duas decorrente da notificação fiscal de lançamento, Fl. 312DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI 8 conforme previsto nos incisos I e II, respectivamente, do art. 35 da Lei nº 8.212/91, então vigente. Nesse sentido dispõe a hodierna doutrina (Contribuições Previdenciárias à luz da jurisprudência do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais / Elias Sampaio Freire, Marcelo Magalhães Peixoto (coordenadores). – Julio César Vieira Gomes (autor) – São Paulo: MP Ed., 2012. Pág. 94), in verbis: “De fato, a multa inserida como acréscimo legal nos lançamentos tinha natureza moratória – era punido o atraso no pagamento das contribuições previdenciárias, independentemente de a cobrança ser decorrente do procedimento de ofício. Mesmo que o contribuinte não tivesse realizado qualquer pagamento espontâneo, sendo, portanto, necessária a constituição do crédito tributário por meio do lançamento, ainda assim a multa era de mora. (...) Não se punia a falta de espontaneidade, mas tão somente o atraso no pagamento – a mora.” (com destaque no original) Com o advento da MP nº 449, que passou a vigorar a partir 04/12/2008, data da sua publicação, e posteriormente convertida na Lei nº 11.941/09, foi dada nova redação ao art. 35 e incluído o art. 35A na Lei nº 8.212/91, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). (sem destaques no original) Nesse momento surgiu a multa de ofício em relação à contribuição previdenciária, até então inexistente, conforme destacado alhures. Logo, tendo em vista que o lançamento se reporta à data da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 144 do CTN, temse que, em relação aos fatos geradores ocorridos antes de 12/2008, data da MP nº 449, aplicase apenas a multa de mora. Já em relação aos fatos geradores ocorridos após 12/2008, aplicase apenas a multa de ofício. Contudo, no que diz respeito à multa de mora aplicada até 12/2008, com base no artigo 35 da Lei nº 8.212/91, tendo em vista que o artigo 106 do CTN positiva o princípio da retroatividade benigna, impõese o cálculo da multa com base no artigo 61 da Lei nº 9.430/96, que estabelece multa de 0,33% ao dia, limitada a 20%, em comparativo com a multa aplicada com base na redação anterior do artigo 35 da Lei 8.212/91, para determinação e prevalência da multa mais benéfica, no momento do pagamento. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI Processo nº 15586.000938/200829 Acórdão n.º 2403002.617 S2C4T3 Fl. 6 9 CONCLUSÃO Do exposto, voto pelo provimento parcial do recurso para determinar o recálculo da multa de mora, de acordo com o disposto no art. 35, caput, da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 11.941/2009 (art. 61, da Lei no 9.430/96), prevalecendo o valor mais benéfico ao contribuinte. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 314DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/07/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 17/07 /2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 18/07/2014 por CARLOS ALBERTO MEES STR INGARI
score : 1.0
Numero do processo: 18050.005092/2008-50
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jun 25 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 01/01/2009
PEÇA RECURSAL APRESENTADA APÓS O TRANSCURSO DO PRAZO. RECUSO INTEMPESTIVO. SITUAÇÃO QUE VEDA O CONHECIMENTO DAS TESES APRESENTADAS.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2803-003.355
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade.
(Assinado digitalmente).
Helton Carlos Praia de Lima. -Presidente
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira. - Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Carlos Cornet Scharfstein, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Gustavo Vettorato.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 01/01/2009 PEÇA RECURSAL APRESENTADA APÓS O TRANSCURSO DO PRAZO. RECUSO INTEMPESTIVO. SITUAÇÃO QUE VEDA O CONHECIMENTO DAS TESES APRESENTADAS. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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Recorrente NORDESTE LINHAS AÉREAS S/A EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL. Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 01/01/2009 PEÇA RECURSAL APRESENTADA APÓS O TRANSCURSO DO PRAZO. RECUSO INTEMPESTIVO. SITUAÇÃO QUE VEDA O CONHECIMENTO DAS TESES APRESENTADAS. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade. (Assinado digitalmente). Helton Carlos Praia de Lima. Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Carlos Cornet Scharfstein, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Gustavo Vettorato. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 05 0. 00 50 92 /2 00 8- 50 Fl. 362DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/06/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 18050.005092/200850 Acórdão n.º 2803003.355 S2TE03 Fl. 363 2 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra o Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP DEBCAD 37.168.6717, que objetiva o lançamento da contribuição social previdenciária, decorrente da remuneração paga, devida ou creditada aos trabalhadores da categoria de contribuintes individuais, conforme Relatório Fiscal do Processo Administrativo Fiscal – PAF, de fls. 54 a 58, com período de apuração de 01/2003 a 12/2003, conforme Termo e Início de Ação Fiscal TIAF, de fls. 66 e 67. O sujeito passivo foi cientificado dos lançamentos, em 18/08/2008, conforme Folha de Rosto do Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP, de fls. 01. O contribuinte apresentou sua defesa/impugnação, petição com razões impugnatórias, acostada, as fls. 104 a 113, remetida via postal, em 15/09/2008, estando acompanhada dos documentos, de fls. 114 a 148. A impugnação foi considerada tempestiva, fls. 149 e 155. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 1520.243 6ª, Turma DRJ/SDR, em 11/08/2009, fls. 158 a 160. A impugnação foi considerada procedente em parte, uma vez que reconhecida a decadência do período de 01/2003 a 07/2003. O contribuinte tomou conhecimento desse decisório, em 22/12/2010, conforme AR, de fls. 164. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição com razões recursais, as fls. 166 e 170, recebida, em 24/01/2011, acompanhada dos documentos, de fls. 171 a 178. As razões recursais não serão sumariadas, o que se explicará no voto. A autoridade preparadora não se manifestou quanto a tempestividade do recurso. Os autos foram remetidos ao CARF/MF, despacho de fls. 360. Os autos foram sorteados e distribuídos a esse conselheiro, em 21/11/2013, fls. 361. É o Relatório. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/06/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 18050.005092/200850 Acórdão n.º 2803003.355 S2TE03 Fl. 364 3 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é INTEMPESTIVO e assim não admite conhecimento, ainda, que haja o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, não merecendo ser apreciado. Requisito de admissibilidade – tempestividade. Verifico dos autos apesar do que alega a recorrente em sua peça recursal, que em verdade o recurso é INTEMPESTIVO, haja vista que impetrado com o prazo recursal estabelecido em lei, ultrapassado. Podese observar do AR, de fls. 164, que o contribuinte recorrente foi intimado da decisão a quo, em 22/12/2010. Logo, a contagem do prazo iniciouse, em 23/12/2010, quintafeira e encerrouse, em 21/01/2011, sextafeira. A recorrente está equivocada, pois a cientificação não foi no dia 23/12/2010, mas sim 22/12/2010, o que iniciou a contagem do prazo recursal, em 23/12/2010, porém o prazo para a interposição da peça recursal foi ultrapassado, pois a peça vestibular só foi apresentada, em 24/01/2011. Esse é o motivo pelo qual não sumariei as teses recursais. Assim com esses esclarecimentos e em razão da intempestividade não conheço do recurso. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto pelo não conhecimento, tendo em vista ser este intempestivo. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 364DF CARF MF Impresso em 25/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/06/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 17/06/2014 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 20/06/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10580.720891/2009-31
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 20 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu May 29 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
Ementa:
ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA DA UNIÃO PARA EXIGÊNCIA DE TRIBUTO QUE DEVERIA SER RETIDO NA FONTE POR ESTADO DA FEDERAÇÃO. DESCABIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 157, I, DA CRFB.
É de se rejeitar a alegação de ilegitimidade ativa da União Federal no caso, uma vez que o contido no art.157,I, da CRFB toca apenas à repartição de receitas tributárias, não repercutindo sobre a legitimidade da União Federal para exigir o IRRF, mediante lavratura de auto de infração. Mantém-se a parte dispositiva do acórdão recorrido.
IRPF. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NO REGIME DE ANTECIPAÇÃO. NÃO RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA. RESPONSABILIDADE DO CONTRIBUINTE PELO IMPOSTO DEVIDO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL.
A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluí-los, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual; na qual somente poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago. Aplicação da Súmula CARF nº 12.
REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO - INCIDÊNCIA.
Sujeitam-se à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba.
RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM RAZÃO DE LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO MANIFESTADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ AO JULGAR O RESP 1.118.429/SP.
Restando incontroverso que a fonte obrigacional do pagamento dos rendimentos objeto do lançamento vergastado, em que pese a referência a uma ação judicial e a natureza trabalhista das verbas, decorre diretamente de Lei em sentido formal e material, e não diretamente de uma condenação judicial, hipótese na qual dever-se-ia observar o regime estabelecido pelo art. 100 da Constituição da República Federativa do Brasil, não se aplica o entendimento acima referido.
JUROS DE MORA.
Sobre tributo pago em atraso incidem juros de mora conforme previsão legal, não sendo lícito ao julgador administrativo afastar a exigência.
ALEGAÇÃO DE NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE JUROS DE MORA RECEBIDOS PELO CONTRIBUINTE, SOBRE RENDIMENTOS RECEBIDOS A DESTEMPO. CARÁTER TRIBUTÁVEL NOS TERMOS DO RIR E DA LEI N. 7.713/88. IMPOSSIBILIDADE DO EXAME DA CONSTITUCIONALIDADE DE TAIS DISPOSITIVOS NO PRESENTE ADMINISTRATIVO (ART.62 DO REGIMENTO DO CARF) E AUSÊNCIA DE JURISPRUDÊNCIA JUDICIAL VINCULANTE.
É de se rejeitar a alegação de não-incidência de IRPF sobre juros de mora recebidos pelo contribuinte, sobre rendimentos recebidos a destempo, eis que tais verbas possuem caráter tributário, em razão de disposições expressas contidas no RIR e na legislação em vigor e da ausência de decisões judiciais vinculantes do CARF em sentido contrário.
MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL.
Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas por sua fonte pagadora, que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2802-002.802
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos André Ribas de Mello - Relator.
EDITADO EM: 14/04/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernandez, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano e Carlos Andre Ribas de Mello.
Nome do relator: CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO
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DESCABIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 157, I, DA CRFB. É de se rejeitar a alegação de ilegitimidade ativa da União Federal no caso, uma vez que o contido no art.157,I, da CRFB toca apenas à repartição de receitas tributárias, não repercutindo sobre a legitimidade da União Federal para exigir o IRRF, mediante lavratura de auto de infração. Mantémse a parte dispositiva do acórdão recorrido. IRPF. IMPOSTO DE RENDA NA FONTE NO REGIME DE ANTECIPAÇÃO. NÃO RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA. RESPONSABILIDADE DO CONTRIBUINTE PELO IMPOSTO DEVIDO APÓS O TÉRMINO DO PRAZO PARA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. A falta de retenção pela fonte pagadora não exonera o beneficiário e titular dos rendimentos, sujeito passivo direto da obrigação tributária, de incluílos, para fins de tributação, na Declaração de Ajuste Anual; na qual somente poderá ser deduzido o imposto retido na fonte ou o pago. Aplicação da Súmula CARF nº 12. REMUNERAÇÃO PELO EXERCÍCIO DE CARGO OU FUNÇÃO INCIDÊNCIA. Sujeitamse à incidência do imposto de renda as verbas recebidas como remuneração pelo exercício de cargo ou função, independentemente da denominação que se dê a essa verba. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 08 91 /2 00 9- 31 Fl. 282DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 2 RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM RAZÃO DE LEI EM SENTIDO FORMAL E MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO ENTENDIMENTO MANIFESTADO PELA PRIMEIRA SEÇÃO DO STJ AO JULGAR O RESP 1.118.429∕SP. Restando incontroverso que a fonte obrigacional do pagamento dos rendimentos objeto do lançamento vergastado, em que pese a referência a uma ação judicial e a natureza trabalhista das verbas, decorre diretamente de Lei em sentido formal e material, e não diretamente de uma condenação judicial, hipótese na qual deverseia observar o regime estabelecido pelo art. 100 da Constituição da República Federativa do Brasil, não se aplica o entendimento acima referido. JUROS DE MORA. Sobre tributo pago em atraso incidem juros de mora conforme previsão legal, não sendo lícito ao julgador administrativo afastar a exigência. ALEGAÇÃO DE NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE JUROS DE MORA RECEBIDOS PELO CONTRIBUINTE, SOBRE RENDIMENTOS RECEBIDOS A DESTEMPO. CARÁTER TRIBUTÁVEL NOS TERMOS DO RIR E DA LEI N. 7.713/88. IMPOSSIBILIDADE DO EXAME DA CONSTITUCIONALIDADE DE TAIS DISPOSITIVOS NO PRESENTE ADMINISTRATIVO (ART.62 DO REGIMENTO DO CARF) E AUSÊNCIA DE JURISPRUDÊNCIA JUDICIAL VINCULANTE. É de se rejeitar a alegação de nãoincidência de IRPF sobre juros de mora recebidos pelo contribuinte, sobre rendimentos recebidos a destempo, eis que tais verbas possuem caráter tributário, em razão de disposições expressas contidas no RIR e na legislação em vigor e da ausência de decisões judiciais vinculantes do CARF em sentido contrário. MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL. Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas por sua fonte pagadora, que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para excluir a multa de ofício, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello Relator. Fl. 283DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10580.720891/200931 Acórdão n.º 2802002.802 S2TE02 Fl. 128 3 EDITADO EM: 14/04/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernandez, Dayse Fernandes Leite, Julianna Bandeira Toscano e Carlos Andre Ribas de Mello. Relatório Tratase de auto de infração (fls. 1 e ss.), relativo ao IRPF, exercícios de 2005 a 2007, em razão de suposta classificação indevida de rendimentos na DIRPF. Esclareçase que tratase de rendimentos recebidos em razão da Lei complementar estadual baiana de número 20/2003 e dizem respeito a diferenças decorrentes de erro na conversão da remuneração da contribuinte de Cruzeiro Real para URV, pagas mensalmente de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. A Lei estadual em comento estabeleceu a sistemática de pagamento de tais parcelas em virtude da objeto da Ação Ordinária de nº140.975921531, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e em consonância com os precedentes do Supremo Tribunal Federal, especialmente nas Ações Ordinárias n.. 613 e 614. Irresignada, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 39 e ss., aos seguintes fundamentos: (i) que os rendimentos em questão são isentos de tributação, por seu caráter indenizatório, não havendo a mencionada classificação indevida de rendimentos; (ii) que o dever de retenção do tributo era da fonte pagadora e não da contribuinte; (iii) que a fonte pagadora levou a contribuinte, pelo demonstrativo que lhe forneceu, a classificar como isentos os rendimentos de que ora se trata, não se podendo imputar à mesma responsabilidade por tal fato; (iv) que a lei estadual supracitada expressamente apontou como de natureza indenizatória os valores de que aqui se trata e, se nisso há alguma impropriedade, é de responsabilidade do legislador estadual e não da contribuinte; (v) cita a legislação federal e requer, caso mantida a infração, que seja exonerada do pagamento da multa e de juros moratórios por não ter dado causa à situação de que aqui se trata; (vi) que a aplicação da alíquota vigente no momento da autuação, em caso de rendimentos recebidos a destempo acumuladamente com os rendimentos correspondentes ao mês trabalhado, é causa de nulidade do lançamento, de vez que deveria ter sido aplicada a alíquota vigente ao momento em que os rendimentos deveriam ter sido originariamente pagos e não o foram, bem como deveria ter sido levada em consideração a remuneração à época em que o pagamento deveria ter ocorrido para fins de apuração da base de cálculo do imposto; (vii) cita a jurisprudência de diversos tribunais, de tribunais superiores e do Supremo Tribunal Federal; Fl. 284DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 4 (viii) cita a jurisprudência administrativa do CARF; (ix) que tratase de receitas de tributo federal que, no entanto, devem permanecer nos cofres estaduais, pela distribuição das receitas tributárias, e se o próprio Estado legislou no sentido do caráter indenizatório de tais valores, renunciou a estas receitas; (x) que, sendo, segundo a jurisprudência, a União parte ilegítima para figurar em relação processual em que servidor estadual pretenda a isenção ou não incidência de IRRF, também não cabe à União exigir do Estado a retenção do imposto, se este não o fez; (xii) que também não há incidência de imposto de renda sobre juros moratórios e assim, ainda que se entenda devido o imposto sobre as diferenças em questão, não incide o mesmo sobre os juros moratórios pagos em razão do lapso temporal decorrido entre o momento em que o pagamento deveria ter sido feito e o momento do efetivo pagamento; (xiii) que o STF fez expedir a Resolução n.245/2002 em razão da qual os magistrados federais não sofreram a incidência do IR no recebimento de verbas de idêntica natureza, havendo violação do princípio da isonomia na tentativa de impor tal exação aos magistrados estaduais; (xiv) que não poderiam ser tributadas parcelas relativas a correção de valores recebidos a título de férias indenizadas e de 13o salário, pela natureza das verbas principais; (xv) que a pretensão do Fisco de receber o valor do imposto supostamente devido acrescido de multa e juros represente quebra do princípio da capacidade contributiva, por resultar em valor muito mais elevado a ser enfrentado pelo contribuinte. Em sessão realizada em 03 de março de 2011 pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador, a turma julgou PROCEDENTE em parte a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido, fundamentando que os argumentos utilizados pelo Contribuinte afirmando os atos estavam em acordo com a legislação estadual da Bahia não justificam o recolhimento indevido, pois, deve ser considerada a legislação federal. Quanto ao art. 3º da Lei Complementar 20/2003, do Estado da Bahia, que dispõe expressamente que as diferenças em questão são de natureza indenizatória, cabe lembrar que o imposto de renda é regido por legislação federal, portanto, tal dispositivo não tem qualquer efeito tributário. Além disso, devese observar que a incidência do imposto independe da denominação do rendimento, e que as indenizações não gozam de isenção indistintamente, mas tão somente as previstas em lei específica que conceda a isenção, conforme previsto no art. 150, § 6º, da Constituição Federal. Quanto à responsabilidade da fonte pagadora pela retenção do IRRF, o Parecer Normativo SRF nº 1, de 24 de setembro de 2002, dispõe que tal responsabilidade extinguese na data fixada para a entrega da declaração de ajuste anual pessoa física, e que a falta de oferecimento dos rendimentos à tributação por parte desta última, a sujeita à exigência do imposto correspondente, acrescido de multa de ofício e juros de mora. É certo que, por determinação constitucional, se o Estado da Bahia tivesse efetuado a retenção do IRRF, o valor arrecadado lhe pertenceria. Entretanto, tal retenção não alteraria a obrigação do contribuinte de oferecer a integralidade do rendimento bruto à tributação do imposto de renda na declaração de ajuste anual. A exigência em foco se refere ao imposto de renda incidente sobre rendimentos da pessoa física (IRPF) e não ao IRRF que deixou de ser retido indevidamente pelo Estado da Bahia. Portanto, tanto a exigência do Fl. 285DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10580.720891/200931 Acórdão n.º 2802002.802 S2TE02 Fl. 129 5 tributo, quanto o julgamento do presente lançamento fiscal, é da competência exclusiva da União. Quanto à alegação de que não caberia a imposição de multa de ofício em razão do impugnante ter agido de boa fé, seguindo informação prestada pela fonte pagadora, cabe observar que a aplicação desta multa no percentual de 75% independe da intenção do agente, conforme estabelecido no art. 136, do CTN. Não se trata da multa qualificada no percentual de 150%, que depende da ocorrência de evidente intuito de fraude, conforme previsto no art. 44, inciso II, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Foi alegado, também, que caberia o reconhecimento da isenção com base na Resolução do STF nº 245, de 2002, que reconheceu a isenção do abono vinculado a diferenças de URV conferido aos magistrados federais. Entretanto, tal resolução não pode ser estendida às verbas pagas aos Magistrados ou Membros do Ministério Público do Estado da Bahia, pois isto resultaria na concessão de isenção sem lei específica. Não se poderia, também, recorrer à analogia em matéria que trate de isenção, que está sujeita a interpretação literal, conforme preconiza o art. 111, inciso II, do CTN, não havendo, pela mesma razão, violação do princípio da isonomia. Quanto à tributação das diferenças de URV de forma isolada, sem que fossem considerados os rendimentos e deduções já declarados, cabe observar que, nos anos calendários em questão, as bases de cálculo declaradas já sujeitavam o contribuinte à incidência do imposto de renda em sua alíquota máxima, bem como que já tinham sido aproveitadas as parcelas a deduzir prevista em tabela progressiva. Nesta situação, o imposto apurado mediante aplicação direta da alíquota máxima sobre os rendimentos omitidos coincide com o imposto apurado com base na tabela progressiva sobre a base de cálculo ajustada em razão da omissão. Quanto ao não cabimento da tributação de verbas relativas à correção incidente sobre férias indenizadas e 13o salário, a DRJ acolheu a impugnação, desconstituindo em parte o auto de infração para adequálo às corretas alegações da contribuinte. Intimada da supramencionada decisão (fls.139), interpôs tempestivamente o recurso de fl.140, repisando argumentos esgrimidos na impugnação, no sentido de conduzirem todos ao cancelamento do lançamento, salvo quando argui que a DRJ não enfrentou as teses de ilegitimidade da União para exigência do imposto e de quebra do princípio da capacidade contributiva da contribuinte, o que exigiria o retorno dos autos à DRJ para novo julgamento, de forma a não haver supressão de instância. Em sessão de julgamento do dia 28 de setembro de 2011, determinouse o sobrestamento do feito, tendo em vista o previsto no art. 26A, §1º, da Portaria 256/09 e à Portaria nº1, de 03 de janeiro de 2012 (art. 1º, Parágrafo Único), na medida em que o Recurso Extraordinário 614406RS, o qual teve sua repercussão geral reconhecida em 20.10.2010, e que ainda encontrase pendente de julgamento pelo Supremo Tribunal Federal, versa sobre matéria que em tese se assemelha ao presente caso. Com a edição da portaria MF n° 545/2013, foi afastada a necessidade de sobrestamento, razão pela qual o feito é ora apresentado à apreciação deste Colegiado. É o relatório. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 6 Voto Conselheiro Carlos André Ribas de Mello, Relator. O Recurso é tempestivo e formalmente regular, razão pela qual dele tomo conhecimento. Preliminarmente, não assiste razão à Recorrente em sua alegação de supressão de instância, na medida em que o Acórdão examinou todas as alegações de defesa suscitadas em sua Impugnação. Outrossim, de logo deve ser pontuado que, inobstante o presente feito ter sido sobrestado por conta de se tratar da tributação de rendimentos recebidos acumuladamente, entendo que à presente hipótese não pode ser aplicado o entendimento manifestado pela Primeira Seção do STJ ao julgar o REsp 1.118.429∕SP (Rel. Min. Herman Benjamin, DJe de 14.5.2010), de acordo com o regime de que trata o art. 543C do CPC. Isto porque a fonte obrigacional do pagamento dos rendimentos objeto do lançamento vergastado, em que pese a referência a uma ação judicial e a natureza trabalhista das verbas, decorre diretamente de Lei em sentido formal e material, e não diretamente de uma condenação judicial, hipótese na qual deverseia observar o regime estabelecido pelo art. 100 da Constituição da República Federativa do Brasil. Quanto à suposta ilegitimidade ativa da União para a exigência do tributo, conforme exposto nas razões de embargante, a tese fundase na disposição constitucional do artigo 157, I, que determina caber aos Estados e ao Distrito Federal o produto da arrecadação do IRRF sobre rendimentos pagos por estes Entes Federativos, suas autarquias ou fundações públicas. A questão é singela e já foi objeto de decisão do CARF em diversas ocasiões, assentandose na jurisprudência deste Conselho que a ausência de retenção do imposto na fonte não exclui a competência da União para a constituição do crédito tributário de rendimentos sujeitos a incidência do imposto na DIRPF, nos termos da Súmula CARF n.12, verbis: “Constatada a omissão de rendimentos sujeitos à incidência do imposto de renda na declaração de ajuste anual, é legítima a constituição do crédito tributário na pessoa física do beneficiário, ainda que a fonte pagadora não tenha procedido à respectiva retenção.” A título de obiter dictum, digase que é natural que a repartição das receitas tributárias haverá de ser observada, tratandose de matéria relativa às relações financeiras entre União e Estados e não à competência para a arrecadação do imposto. No mérito, a controvérsia ora apresentada reside na caracterização da natureza dos rendimentos auferidos pelo Contribuinte, membro do Ministério Público do Estado da Bahia, a título de recomposição de diferenças de remuneração havidas quando da conversão do Cruzeiro Real para URV, sendo que para o caso concreto é relevante citar que tratase de pagamento de verba prevista em Lei Estadual, in casu a Lei Complementar n° 20, de 8/9/2003, a qual o Recorrente tenta equivaler à verba paga aos magistrados federais e estendida ao Procuradores da República. Sendo certo que esse abono pago à magistratura federal foi objeto de Resolução administrativa nº 245/2002 do Supremo Tribunal Federal e que Fl. 287DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10580.720891/200931 Acórdão n.º 2802002.802 S2TE02 Fl. 130 7 a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional curvouse ao entendimento do STF, este manifestado em expediente administrativo interna corporis, e passou a tratar essa verba como isenta. Destaco que a verba objeto da Resolução STF nº 245/2005 foi o abono previsto no art. 6° da Lei n° 9.655, de 1998, com a alteração estabelecida no art. 2° da Lei n° 10.474, de 2002, posteriormente estendida pela Lei Federal 10.477 aos membros do Ministério Público Federal. Este abono foi criado pela lei federal n° 9.655, de 1998 e alcançou unicamente a Magistratura Federal e, por extensão, o Ministério Público Federal. Os membros de MP estadual tiveram cada uma suas respectivas leis, sendo relevante ressaltar que os dispositivos legais Neste sentido, o art. 2° da Lei Federal n° 10.477/02 assim dispôs: Art. 2o O valor do abono variável concedido pelo art. 6o da Lei no 9.655, de 2 de junho de 1998, é aplicável aos membros do Ministério Público da União, com efeitos financeiros a partir da data nele mencionada e passa a corresponder à diferença entre a remuneração mensal percebida pelo membro do Ministério Público da União, vigente à data daquela Lei, e a decorrente desta Lei. § 1o Serão abatidos do valor da diferença referida neste artigo todos e quaisquer reajustes remuneratórios percebidos ou incorporados pelos membros do Ministério Público da União, a qualquer título, por decisão administrativa ou judicial, após a publicação da Lei no 9.655, de 2 de junho de 1998. § 2o Os efeitos financeiros decorrentes deste artigo serão satisfeitos em 24 (vinte e quatro) parcelas mensais e sucessivas, a partir do mês de janeiro de 2003. Já o art. 6o da Lei no 9.655, de 2 de junho de 1998 estabelece que: “Art. 6o Aos membros do Poder Judiciário é concedido um abono variável, com efeitos financeiros a partir de 1o de janeiro de 1998 e até a data da promulgação da Emenda Constitucional que altera o inciso V do art. 93 da Constituição, correspondente à diferença entre a remuneração mensal atual de cada magistrado e o valor do subsídio que for fixado quando em vigor a referida Emenda Constitucional.” Ao passo que os arts. 2º e 3º da Lei Complementar n° 20, de 8/9/2003 do Estado da Bahia dispõem: “Art. 2º As diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor URV, objeto da Ação Ordinária de nº 140.975921531, julgada pelo Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, e em consonância com os precedentes do Supremo Tribunal Federal, especialmente nas Ações Ordinárias nos. 613 e 614, serão apuradas mês a mês, de 1º de abril de 1994 a 31 de agosto de 2001, e o montante, correspondente a cada Procurador e Promotor de Justiça, será Fl. 288DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 8 dividido em 36 parcelas iguais e consecutivas para pagamento nos meses de janeiro de 2004 a dezembro de 2006. Art. 3º São de natureza indenizatória as parcelas de que trata o art. 2º desta Lei.” Com a devida vênia, não vislumbro identidade nas verbas de que tratam os atos normativos federais e o que veicula a lei complementar do Estado da Bahia ora examinada. A legislação federal demonstra apenas que o subsídio conhecido como “abono variável” foi criado com a finalidade de se atribuir aos membros do Poder Judiciário uma espécie de verba retroativa que corrigia as eventuais diferenças de escalonamento salarial. Já a verba percebida pelo Recorrente, na análise dos elementos constantes dos autos, se traduz em recomposição de natureza salarial, ainda que paga extemporaneamente, sendo certo que para fins de Imposto de Renda vige o princípio de impossibilidade de concessão de isenções heterônomas, razão pela qual é irrelevante, para fins da definição da natureza do rendimento, a classificação que lhe dá a sua fonte pagadora. Pontuese que não se trata de negar vigência ou atribuir ao citado dispositivo legal qualquer pecha de inconstitucionalidade, pois não se discute a natureza indenizatória da verba percebida, mas não se pode olvidar que nem toda indenização referese à recomposição de patrimônio, como no exemplo clássico dos lucros cessantes, e no presente caso entendo ter ocorrido uma recomposição salarial que, malgrado a extemporaneidade, significou acréscimo patrimonial. Todavia, a existência de um dispositivo legal considera a verba não tributável foi decisiva para a conduta do requerente, que declarou o rendimento com a mesma natureza atribuída pela fonte pagadora, razão pela qual é cabível a exoneração, exclusivamente, da multa de oficio em decorrência de um erro escusável induzido pela interpretação errônea dada pela fonte pagadora, no mesmo sentido dos acórdãos acórdãos 10616801, 10616360 e 19600065, cujos excertos são a seguir reproduzidos. “(...) MULTA DE OFÍCIO EXCLUSÃO Deve ser excluída do lançamento a multa de ofício quando o contribuinte agiu de acordo com orientação emitida pela fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos. (...)” (acórdão 10616801, de 06/03/2008, da 6ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes,relator Conselheiro Luiz Antonio de Paula) “ (...) MULTA DE OFICIO CONTRIBUINTE INDUZIDO A ERRO PELA FONTE PAGADORA Não comporta multa de oficio o lançamento constituído com base em valores espontaneamente declarados pelo contribuinte que, induzido pelas informações prestadas pela fonte pagadora, incorreu em erro escusável no preenchimento da declaração de rendimentos. (...) (Acórdão n° 10616360, sessão de 23/01/2008, relator o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos) “ (...) MULTA DE OFÍCIO. ERRO ESCUSÁVEL. Se o contribuinte, induzido pelas informações prestadas por sua fonte pagadora, um ente estatal que qualificara de forma equivocada os rendimentos por ele recebidos, incorreu em erro escusável quanto à tributação e classificação dos rendimentos recebidos, Fl. 289DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 10580.720891/200931 Acórdão n.º 2802002.802 S2TE02 Fl. 131 9 não deve ser penalizado pela aplicação da multa de ofício.(...)” (acórdão nº 19600065, de 02/12/2008, da 6ª Turma Especial do 1º Conselho de Contribuintes, conselheiro(a) relator(a) Valéria Pestana Marques) Ressaltese, por oportuno, que a exclusão da multa de ofício não implica na exigência substitutiva da multa de mora, eis que ambas possuem o caráter de penalidade, e neste voto se reconhece que o contribuinte agiu de boa fé, não podendo lhe ser imputado nenhum ilícito que merece tal imposição, na exata medida em que não se reconhece no crédito tributário natureza de pena. Com relação aos juros de mora, estes constituem mera atualização do valor do tributo para assegurarlhe a manutenção do seu valor quando pago a destempo, não se trata de sanção e possui previsão legal de incidência. Quanto a tese de não incidência do IRPF sobre verbas relativas a incidência de juros de mora sobre valores recebidos a destempo, na ausência de norma isentiva explícita, é de se observar o caráter tributável dos rendimentos em questão. Ademais, a legislação em vigor é taxativa ao determinar a sua tributação nos termos do art.55, XIV, do RIR: Art. 55. São também tributáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 26, Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º, § 4º, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 24, § 2º, inciso IV, e 70, § 3º, inciso I): (...) XIV os juros compensatórios ou moratórios de qualquer natureza, inclusive os que resultarem de sentença, e quaisquer outras indenizações por atraso de pagamento, exceto aqueles correspondentes a rendimentos isentos ou não tributáveis; Ressaltese, ainda, que a tributação independe da denominação dos rendimentos, bastando para a incidência o benefício por qualquer forma e a qualquer título, nos termos do § 40, art. 3°, da Lei 7.713/88. Observese que o artigo 62 do Regimento do CARF, Portaria MF n.256/2009, veda que este Conselho deixe de aplicar dispositivos de lei ou decreto, ao fundamento de inconstitucionalidade, salvo quando declarados inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. Do mesmo modo, a jurisprudência do STF e do STJ em matéria infraconstitucional, somente vincula os julgamentos do CARF, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, nos termos do artigo 62A do citado Regimento do CARF. Neste sentido, é relevante destacar que o Acórdão proferido no Agravo Regimental em Embargos de Divergência no REsp n° 1.163.490, veiculado pelo DJe de 21 de março de 2012, trata do alcance do decidido em sede de recurso repetitivo pelo Acórdão proferido no citado REsp n° 1.227.133. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 10 Desta forma, há que se entender pelo não cabimento à espécie dos autos do precedente que fundamentou a decisão recorrida, o REsp n° 1.227.133. De fato, ao apreciar o Resp n° 1.227.133, inicialmente o voto vencedor do Ministro Cesar Asfor Rocha reconhecia a nãoincidência do IR sobre juros moratórios, de forma ampla. Por outro lado, o julgamento dos embargos de declaração no referido recurso especial, publicado no DO de 02/12/11 reconheceu que os Ministros que acompanharam o voto do relator, deram provimento ao recurso em sentido mais restrito, reconhecendo apenas a não incidência do IR sobre juros moratórios, quando os mesmos incidem sobre rescisão de contrato de trabalho, o que levou à modificação da ementa do acórdão por ocasião dos referidos embargos de declaração. Portanto, voto pelo parcial provimento do Recurso, no sentido de excluir a multa de ofício. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 29/05/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 14/ 04/2014 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 25/04/2014 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO
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Numero do processo: 13884.905275/2009-21
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Aug 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE.
O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros.
Numero da decisão: 3803-005.724
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1955; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 10 1 9 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13884.905275/200921 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803005.724 – 3ª Turma Especial Sessão de 25 de março de 2014 Matéria PIS/PASEP Recorrente LOJA DO PINTOR TINTAS E MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999 PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado o ônus da prova dos fatos que tenha alegado em seu favor. Na falta de provas o direito creditório deve ser negado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/12/1999 a 31/12/1999 BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÃO DE VALORES TRANSFERIDOS A TERCEIROS. IMPOSSIBILIDADE. O inciso III do § 2º do art. 3º da Lei nº 9.718 não teve eficácia em seu período de vigência. Inexiste permissivo legal para exclusão da base de cálculo tributável dos valores faturados repassados a terceiros. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Os conselheiros Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani votaram pelas conclusões. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 4. 90 52 75 /2 00 9- 21 Fl. 56DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 2 Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa, Corintho Oliveira Machado, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Tratase de PER/DCOMP, através do qual Loja do Pintor Tintas e Materiais para Construção busca compensar crédito de PIS/PASEP referente ao período de apuração dezembro de 1999, no valor original de R$ 367,56, com débitos de IRPJ que totalizam o mesmo valor. A DRF em São José dos Campos/SP através de despacho decisório eletrônico não homologou o pedido do sujeito passivo sob o argumento de que localizou o pagamento indicado, contudo, o mesmo estava totalmente alocado para pagamento de outros débitos do contribuinte, não restando saldo suficiente para a compensação requerida. Irresignado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade, por meio da qual alega que: a) realizou pagamento indevido a maior, pois não considerou os termos do § 2º, do inciso III, do artigo 3º, da Lei 9.718/98 (inferese tratar do inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98) quando apurou a base de cálculo das contribuições; b) o crédito foi devidamente apurado e compensado na forma da legislação em vigor; c) o único fundamento para a glosa das compensações efetuadas pela recorrente é uma pretensa inexistência de créditos; d) sequer foi solicitado ao contribuinte qualquer documento capaz de comprovar ou não a existência e suficiência do crédito; e) a autoridade fiscal teria acesso às planilhas de apuração e poderia verificar a regularidade do encontro de contas efetuado se tivesse solicitado ao contribuinte a prova dos créditos; f) o despacho decisório deve ser anulado, determinando que a autoridade efetue as diligências para comprovar a origem e existência do crédito utilizado; ou, que seja logo homologada a compensação declarada. Ao final pede deferimento da manifestação de inconformidade. A 3ª Turma da DRJ/CPS julgou improcedente a manifestação de inconformidade afirmando que: a) o contribuinte é responsável pelas informações sobre os créditos e os débitos em DCOMP, cabendo a autoridade tributária a sua necessária verificação e validação; Fl. 57DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.905275/200921 Acórdão n.º 3803005.724 S3TE03 Fl. 11 3 b) o despacho decisório foi emitido corretamente, pois foi baseado nas informações prestadas pelo contribuinte para a administração tributária; c) é indevido o crédito reclamado, pois o dispositivo legal invocado pelo interessado quedouse inaplicável, por falta de regulamentação, até sua formal revogação; d) a não homologação da compensação declarada foi baseada nas informações declaradas pelo contribuinte, dispensando, a priori, o aprofundamento das investigações; e) não há motivos que justifiquem a realização de diligências ou a anulação do despacho; f) o contribuinte não conseguiu provar a existência de direito creditório capaz de suportar a compensação declarada. Inconformado, o sujeito passivo protocolou Recurso Voluntário, onde alega: a) a não localização dos darfs, por si só, não pode gerar a não homologação da compensação, pois os valores indicados à compensação foram resultados de uma análise contábil e fiscal realizada por empresa contratada que identificou os créditos fiscais passíveis de compensação com tributos, estando as informações e documentos de posse da mesma; b) a ausência de norma regulamentadora não pode prejudicar o contribuinte pela omissão do Poder Executivo, principalmente porque não poderia contrariar o dispositivo, mas apenas explicitálo; Ao final requer o acolhimento do recurso para determinar a apresentação dos documentos à comprovar o crédito, que estão em poder de escritório que realizou o levantamento dos créditos fiscais para então julgar a homologação ou não da compensação. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira – Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos para sua admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Percebese que a lide se restringe a dois pontos: a) a comprovação do crédito, bem como o momento de apresentação das provas; e b) a possibilidade de creditamento com base no do inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Da comprovação do crédito. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 4 As compensações se prestam ao encontro de contas, entre um débito tributário e um crédito líquido e certo do contribuinte contra a Fazenda Pública, conforme determina o artigo 170 do CTN. “Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.” Neste mesmo sentido expressase o artigo 74 da Lei 9.430/96. Daí concluirse que o reconhecimento de direito creditório contra a Fazenda Nacional exige averiguação da liquidez e certeza do suposto pagamento a maior do tributo, desse modo, a fim de comprovar a existência do crédito alegado, o interessado deve instruir sua defesa, em especial a manifestação de inconformidade, com documentos que respaldem suas afirmações, considerando o disposto nos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972: “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” A defesa não trouxe nenhuma prova na qual pudesse sustentar a existência do direito creditório pretendido, limitase a informar que os cálculos foram feitos por empresa contratada e pede para que seja determinada a apresentação dos documentos em posse desse terceiro. No processo administrativo fiscal, assim como no processo civil, o ônus de provar a veracidade do que afirma é de quem alega a sua existência, ou seja, do interessado, é assim que dispõe a Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999 no seu artigo 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido os artigos 333 e 396 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973CPC: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provar lhe as alegações. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.905275/200921 Acórdão n.º 3803005.724 S3TE03 Fl. 12 5 Pelo exposto é fácil concluir que a alegação do recorrente de que não pode apresentar as provas porque estariam em posse de terceiro não deve prosperar, por que lhe compete o ônus de provar suas alegações. Da apresentação das provas. O artigo 16 do Decreto nº 70.235/72 em seu § 4º determina, ainda, o momento processual para a apresentação de provas no processo administrativo fiscal, bem como as exceções albergadas que transcrevemos a seguir: “§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.” A análise da norma supracitada é clara e direta ao estabelecer o momento correto a serem carreadas as provas a fim de substanciar os argumentos da interessada, qual seja, na manifestação de inconformidade, contudo, esta turma recursal tem firmado entendimento no sentido de admitir, excepcionalmente, a análise de provas trazidas em sede de recurso voluntário, quando estas não dependam de análise técnica aprofundada e sejam complementares às provas trazidas em Manifestação de Inconformidade, contudo, mesmo neste momento processual, nenhuma prova foi carreada aos autos, como escrita fiscal, escrita contábil, planilhas de cálculo e outras informações e documentos que a recorrente poderia ter trazido em sua defesa. Da impossibilidade de creditamento A insuficiente comprovação por parte do contribuinte é bastante para impossibilitar o creditamento, mas vale abordar o ponto que se refere ao inciso III do § 2º do artigo 3º da Lei 9.718/98, citase: Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: [...] III os valores que, computados como receita, tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentadoras expedidas pelo Poder Executivo; Fl. 60DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO 6 (Grifo Nosso) A interpretação literal da norma acima transcrita revela que é necessária norma regulamentadora, expedida pelo Poder Executivo, para que se possa excluir da base de cálculo as receitas transferidas para outra pessoa jurídica. O legislador tem a possibilidade de outorgar o poder e condicionar a eficácia das normas a atos do Poder Executivo. Nesse caso o chefe do Poder Executivo estava no direito, inclusive, de negar eficácia à norma e assim o fez por meio de medida provisória. Verificase que nunca houve norma regulamentadora de tal dispositivo até o momento de sua revogação por meio de medida provisória. Essa situação, diferentemente do alegado pelo contribuinte, impede sua aplicação. O CARF tem acompanhado esse entendimento, inclusive em relação ao mesmo contribuinte no Acórdão nº 340301.086 da 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento do CARF que foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIALCOFINS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/09/2000 COFINS. LEI Nº 9.718/98. RECEITAS TRANSFERIDAS PARA TERCEIROS.INEFICÁCIA. O inciso III do § 2º do art. 3º, da Lei nº 9.718 ao prever que os “valores que, computados como receita tenham sido transferidos para outra pessoa jurídica, observadas normas regulamentares expedidas pelo Poder Executivo", embora vigente temporariamente, não logrou eficácia no ordenamento em face de sua revogação pelo art. 47, inciso IV, da MP nº 199118 antes de qualquer iniciativa regulamentar. Recurso Voluntário Negado Logo, o crédito é inexistente por falta de eficácia da norma alegada que permitiria a exclusão de receitas transferidas para terceiros. Conclusão O pleito do contribuinte carece de provas suficientes à comprovação de suas alegações, pois não trouxe aos autos nenhuma prova fiscal e/ou contábil capaz de demonstrar o seu direito creditório. Ainda que trouxesse robusta documentação probatória, entendemos que o crédito pleiteado é inexistente, uma vez que a norma autorizadora não chegou a ser regulamentada e, consequentemente, nunca foi eficaz. Fl. 61DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO Processo nº 13884.905275/200921 Acórdão n.º 3803005.724 S3TE03 Fl. 13 7 Pelo exposto voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso e por NÃO RECONHECER o direito creditório pretendido. (assinado digitalmente) João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 62DF CARF MF Impresso em 08/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 11/ 04/2014 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 14/04/2014 por CORINTHO OLIVEIRA M ACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 13896.004550/2002-82
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO - CIDE
Data do fato gerador: 28/02/2002, 31/03/2002, 30/04/2002 CIDE-ROYALTIES. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR - INCIDÊNCIA.
O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE.
Recurso Provido.
Numero da decisão: 9303-001.926
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional.
Nome do relator: HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO CIDE Data do fato gerador: 28/02/2002, 31/03/2002, 30/04/2002 CIDEROYALTIES. REMESSA DE ROYATIES PARA RESIDENTE OU DOMICILIADO NO EXTERIOR INCIDÊNCIA. O pagamento, o creditamento, a entrega, o emprego ou a remessa de royalties, a qualquer título, a residentes ou domiciliados no exterior são hipóteses de incidência da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico criada pela Lei 10.168/2000. Para que a contribuição seja devida, basta que qualquer dessas hipóteses seja concretizada no mundo fenomênico. O pagamento de royalties a residentes ou domiciliados no exterior royalties, a título de contraprestação exigida em decorrência de obrigação contratual, seja qual for o objeto do contrato, faz surgir a obrigação tributária referente a essa CIDE. Recurso Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Valmar Fonseca de Menezes – Presidente em Exercício Henrique Pinheiro Torres Relator EDITADO EM: Fl. 280DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 06/11/ 2012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Luciano Lopes de Almeida Moraes (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Marcos Aurélio Pereira Valadão, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto (Substituto convocado) e Valmar Fonseca de Menezes (Presidente Substituto). Relatório Os fatos foram assim narrados pelo Acórdão recorrido: Tratase de processo administrativo em que é controlado débito que o recorrente pretende ver compensado com crédito afirmado nos autos do processo nº 13896.003705/200263, o qual foi julgado por esta Câmara em 13/06/2007. Na decisão de primeira instância, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Campinas/SP indeferiu o pleito da recorrente, conforme Resolução DRJ/CPS nº 786, de 04/10/2005, (fls. 53/54), onde tomam como base do julgamento a decisão DRJ/CPS nº 10.799, de 04/10/2005, juntada em anexo (fls. 55 /64). Às fls. 66 o contribuinte foi intimado da decisão supra, motivo pelo qual apresenta Recurso Voluntário, arrolamento de bens e documentos de fls. 67/204, tendo sido dado, então, seguimento ao mesmo. A Câmara recorrida, julgando o feito, deu provimento ao recurso voluntário, em acórdão assim ementado: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2002 Ementa: CIDE ROYALTIES. COMPENSAÇÃO. CRÉDITO JÁ DEFERIDO. Restando validado administrativamente o crédito do contribuinte objeto de pedido de compensação e realizado o referido requerimento nos moldes do previsto art. 74 da Lei n.º 9.430/96, deve este ser deferido. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Irresignada com esse acórdão, a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional apresentou recurso especial, sob o fundamento de ter havido contrariedade à lei no acórdão vergastado. Segundo alegado no especial fazendário, houve ofensa ao inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei 9.430/1996, que veda a compensação para os casos em que o valor objeto do pedido de restituição ou de ressarcimento tenha sido indeferido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. Por meio do despacho de fls. 223/225, o Recurso foi admitido. Contrarrazões vieram às fls. 233 a 242. É o relatório. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 06/11/ 2012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 13896.004550/200282 Acórdão n.º 930301.926 CSRFT3 Fl. 284 3 Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator O recurso é tempestivo e traz, analiticamente, o dispositivo legal que teria sido violado pelo acórdão, não unânime, que se pretende reformar. Desta feita, presente os requisitos de admissibilidade, conheço do especial fazendário. A teor do relatado, a matéria devolvida a este Colegiado cingese à questão da compensação, realizada pela recorrida, referente a créditos de suposto indébito de CIDE/Royalties indevidamente paga pelo sujeito passivo. Nestes autos, o relator a quo limitou se deferir o pleito da interessada sob o argumento de que a restituição cujos créditos se pretende compensar havia sido deferida por aquele Colegiado, em julgamento recente. Ao seu turno, a PGFN alega que a compensação, nos termos do 1inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei 9.430/1996, não poderia haver sido deferida, posto que o pedido de restituição já havia sido negado pela Secretaria Receita Federal do Brasil, e essa decisão ainda estava pendente de recurso. De fato, a contrariedade à lei, apontada no especial fazendário, restou comprovada, posto que a Câmara recorrida deferiu a compensação de crédito referente a pedido de restituição, inicialmente indeferido pela autoridade administrativa, e concedido em decisão de segunda instância, ainda não definitiva. O procedimento correto a ser observado pelo Colegiado a quo seria determinar que se aguardasse o julgamento final do pedido de restituição, e, somente após isso, decidir o pleito. Isso se justifica em razão de só se poder realizar o encontro de contas quando o débito e o crédito forem líquidos, certos e exigíveis, o que não ocorre quando o valor de um ou de outro encontrase pendente de julgamento. Desta feita, não há como deixar de reconhecer a improcedência do pedido de compensação objeto destes autos. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento ao recurso especial apresentado pela Fazenda Nacional para inadmitir a compensação realizada pelo sujeito passivo. Henrique Pinheiro Torres 1 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002) ...................................................................................................... § 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003). ......................................................................................................... VI o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 282DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 06/11/ 2012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 Fl. 283DF CARF MF Impresso em 09/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 06/11/ 2012 por VALMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 03/07/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10814.724520/2012-32
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue May 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 16/04/2008, 08/05/2008, 11/04/2012
LANÇAMENTO DE OFÍCIO. MATÉRIA DISCUTIDA JUDICIALMENTE. CONCOMITÂNCIA. SÚMULA 1/CARF.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
LANÇAMENTO FISCAL. PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA. DEPÓSITO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE NULIDADE.
O lançamento fiscal efetuado para prevenção da decadência não é nulo na hipótese de existir depósito judicial buscando garantir eventual exigência, ainda mais se os montantes depositados divergem dos lançados.
MULTA SUBSTITUTIVA DO PERDIMENTO. TRIBUTOS. CUMULATIVIDADE. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL.
A partir da edição da Lei no 10.833/2003, passou a ser possível a cumulação da multa substitutiva do perdimento com tributos incidentes na importação, na excepcional hipótese em que as mercadorias sejam entregues ao importador (v.g. por força de decisão judicial) e incorporadas à economia nacional, impossibilitando nova apreensão por não-localização, consumo ou revenda.
Numero da decisão: 3403-003.017
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário apresentado na parte em que há concomitância com processo judicial e, na parte conhecida, em negar provimento.
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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MATÉRIA DISCUTIDA JUDICIALMENTE. CONCOMITÂNCIA. SÚMULA 1/CARF. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. LANÇAMENTO FISCAL. PREVENÇÃO DA DECADÊNCIA. DEPÓSITO JUDICIAL. AUSÊNCIA DE NULIDADE. O lançamento fiscal efetuado para prevenção da decadência não é nulo na hipótese de existir depósito judicial buscando garantir eventual exigência, ainda mais se os montantes depositados divergem dos lançados. MULTA SUBSTITUTIVA DO PERDIMENTO. TRIBUTOS. CUMULATIVIDADE. POSSIBILIDADE EXCEPCIONAL. 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AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 81 4. 72 45 20 /2 01 2- 32 Fl. 1467DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 2 ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan (relator), Alexandre Kern, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista. Relatório Versa o presente sobre autos de infração lavrados em 08/11/2012 (fls. 587 a 624), com ciência pessoal em 23/11/2012 fl. 11891), para exigência de Imposto de Importação (R$ 15.884,93, acrescido de R$ 7.118,35 a título de juros de mora), Imposto sobre Produtos Industrializados vinculado a importação (R$ 15.311,78, acrescido de R$ 597,15 a título de juros de mora), Contribuição para o PIS/Pasepimportação (R$ 1.651,99, acrescido de R$ 740,35 a título de juros de mora) e COFINSimportação (R$ 7.609,11, acrescido de R$ 3.410,11 a título de juros de mora), além de multa substitutiva da pena de perdimento das mercadorias (R$ 109.240,23), em função de duas declarações de importação registradas junto à Alfândega do Aeroporto Internacional de São Paulo (DI no 08/05564785, registrada em 16/04/2008, e DI no 08/06754529, registrada em 08/05/2008). A fiscalização informa na autuação que o crédito lançado está com exigibilidade suspensa (art. 151, V do CTN) por força de tutela antecipada concedida nos autos da Ação Ordinária no 25008 13.2011.4.01.340008 (22a VF/DF). Narra a fiscalização que: (a) nas duas DI citadas, após procedimento especial de controle aduaneiro, “ficou comprovado que houve a apresentação de documentos contendo informações falsas no curso do despacho aduaneiro (fatura com preços subfaturados)”, tendo sido lavrado auto de infração para aplicação da pena de perdimento (processo administrativo no 10814.017923/200845), no qual constam a exposição dos fatos e os documentos concernentes à autuação; (b) as mercadorias foram liberadas pelo fisco, por força de decisão judicial na referida ação; (c) uma vez que os fatos caracterizaram que o valor aduaneiro declarado para a transação ficou prejudicado, impossibilitando a utilização do método de valoração previsto no Artigo 1 do Acordo de Valoração Aduaneira, foi arbitrado o novo valor tributável (“custo mínimo das mercadorias”), descontandose os montantes já recolhidos no registro das declarações, lançandose as diferenças, sem a multa de ofício (em função do disposto no art. 63 da Lei no 9.430/1996); e (d) a multa de substituição do perdimento foi lavrada tendo em vista o resguardo dos interesses da União, em razão de provável revenda das mercadorias. Cópia do processo administrativo no 10814.017923/200845 (auto anterior, referente a perdimento) foi trasladada para as fls. 625 a 1170, permitindo verificar que: (a) as mercadorias constantes das duas DI são lâmpadas e equipamentos para iluminação das marcas OSRAM e PHILIPS, exportadas pela “Comercializadora Lógica de Brasil Limitada”, do Chile; (b) nas diversas intimações efetuadas pelo fisco, apurouse preliminarmente que os 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 1468DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10814.724520/201232 Acórdão n.º 3403003.017 S3C4T3 Fl. 1.468 3 preços de venda seriam menores que os de mercado por se tratar de saldos de projetos executados, e que não haveria vinculação entre exportador e importador, depois vindo a ser admitida explicitamente a vinculação (sócio comum), e apresentadas notas fiscais/faturas; (c) a fiscalização analisou as notas de compra de materiais apresentadas pela empresa chilena (efetuadas junto aos fornecedores PHILIPS e OSRAM chilenos), com a finalidade de determinar os preços de compra, pelo exportador, dos produtos constantes das DI em pauta, chegando ao quadro de fl. 632, comparandose os menores valores de compra dos quadros (“custo mínimo”) aos preços praticados nas importações efetuadas à fl. 633; (d) as quantidades não correspondem a sobras, como alegado pelo importador, porque representam proporção expressiva das aquisições da exportadora chilena em seu mercado interno, e não é compreensível que o exportador chileno adquira em seu país produtos a US$ 42.613,36 (“custo mínimo”) e venda para o Brasil por US$ 6.868,63, restando claro que os valores foram subfaturados; e (e) a partir do momento que a importadora passou a trazer produtos do Chile (exportados pela “Comercializadora Lógica de Brasil Limitada”) o percentual de compras do Chile passou de 1% para 27% do total de importações, sendo o exportador chileno o segundo maior fornecedor da importadora brasileira. Conclui, assim, o fisco, no auto de infração (documentos anexos às fls. 926 a 1162, com peças judiciais às fls. 1163 a 1170) que as empresas exportadora e importadora são vinculadas, possuindo sócio comum, sendo a princípio ocultada esta ligação mediante prestação de informação falsa na DI e na Declaração de Valor Aduaneiro (DVA), e os preços declarados estão abaixo do custo de aquisição, ocorrendo, portanto, subfaturamento. Nos autos de tal processo administrativo, a importadora apresentou a impugnação de fls. 655 a 702, alegando que: (a) atendeu a todas as intimações efetuadas no procedimento especial de controle aduaneiro; (b) a empresa é industrial e comercial, e não vende as lâmpadas separadamente, mas em projetos de iluminação junto com as luminárias produzidas pela empresa; (c) as lâmpadas passaram a ser adquiridas do Chile a pedido de clientes com sede no Chile, os quais são grandes redes de varejo, e por facilidades logísticas; (d) as conclusões da fiscalização sobre a quantidade de vendas no Chile são precipitadas, pois baseadas em documentos fornecidos por amostragem; (e) a empresa “Comercializadora Lógica de Brasil Limitada” existe e está em plena atividade no Chile, e vem obtendo lucro mesmo vendendo os insumos para o Brasil com baixo valor; (f) as operações de industrialização para exportação praticadas pela empresa poderiam até estar se utilizando do regime de drawback, o que não foi feito por desconhecimento; (g) “as mercadorias eram repassadas para a Impugnante como preços reduzidos, mas isto era feito porque havia vinculação entre a exportadora e a importadora, e os prejuízos com esta exportação eram suportados pela exportadora em razão da lucratividade dentro do próprio Chile”, apresentando em anexo Balanço Contábil (fls. 711 a 714); (h) por total desconhecimento da legislação sobre preços de transferência, a “empresa brasileira no Chile transferia os insumos para o Brasil, na medida da necessidade para a operação industrial no Brasil”; (i) para aplicação da pena de perdimento, há necessidade de configuração de dolo; (j) o perdimento deve ser aplicado somente em relação às mercadorias para as quais o agente houver comprovado validamente as irregularidades, e não em relação a toda a mercadoria importada, em razão do princípio da tipicidade; (k) não há subfaturamento, “mas tão somente a efetiva venda de produtos com preços reduzidos por se tratarem de empresas vinculadas”, não havendo dano ao Erário em tal conduta, que poderia “no máximo, desencadear a instauração do procedimento de valoração aduaneira com a exigência da diferença dos tributos de acordo com o valor arbitrado”; (l) o fato de não ter sido informada a vinculação entre as partes na DI (por erro do despachante aduaneiro contratado) também não justifica a aplicação da pena de perdimento, por não ocasionar dano ao Erário, e ter a empresa efetuado o pagamento de todos os tributos, quando poderia estar utilizando o regime de drawback; (m) a empresa não poderia ter apresentado documento falso necessário ao Fl. 1469DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 4 desembaraço pois o desembaraço sequer ocorreu; (n) ainda que houvesse ocorrido subfaturamento, a penalidade aplicável é a referida no art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001; (o) a fiscalização deveria ter informado à empresa seu direito de utilização do drawback restituição, em nome da verdade material; (p) os documentos apresentados em anexo à impugnação provam que a empresa existe no Chile e lá faz venda de luminárias (e não lâmpadas), tendo vendas majoritárias para o próprio Chile (280 milhões de pesos contra 49 milhões de pesos de venda ao Brasil), mas continuando a adquirir insumos também no mercado nacional; (q) a pena de perdimento sem sentença judicial é inconstitucional, no Brasil; e (r) as mercadorias deveriam ser liberadas, por não serem de importação proibida (requerendo se alternativamente a liberação mediante apresentação de garantia). Em 22/07/2009 o Auto de Infração é considerado procedente pela unidade local, conforme parecer de fls. 850 a 879 e decisão de fl. 880 (cientificada ao interessado em 08/11/2010), no qual se afirma que ambas as DI, parametrizadas para canal verde, e submetidas a procedimento especial de controle aduaneiro, apresentaram faturas (documentos necessários ao desembaraço) com informações falsas, constituindo falsidade ideológica do documento (simulação, não refletindo a realidade da operação), que acoberta todas as mercadorias constantes da declaração de importação, não podendo a administração tomar em conta o documento fraudulento (conforme Opinião Consultiva 10.1 do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira da Organização Mundial de Aduanas anexada à IN SRF no 318/2003). Retornando ao tema discutido nos autos deste processo administrativo, informase que a empresa apresenta impugnação à autuação em 21/12/2012 (fls. 1196 a 1237), sustentando que: (a) as duas importações em análise foram acompanhadas de toda a documentação exigida, sendo a primeira (DI no 08/05564785, referente a: 104 lâmpadas halógenas tubulares70W, de valor unitário de US$ 4,20; 96 lâmpadas halógenas PAR3035W, de valor unitário de US$ 4,80; 109 lâmpadas halógenas35W, de valor unitário de US$ 0,37; 618 lâmpadas halógenas R11135W, de valor unitário de US$ 3,80; e 200 lâmpadas halógenas HQITS150W, de valor unitário de US$ 4,80) e a segunda (DI no 08/06754529, referente a: 140 lâmpadas halógenas HQIT70W Phillips de valor unitário de US$ 4,20; 333 lâmpadas halógenas HQITS70W, de valor unitário de US$ 4,20; 48 lâmpadas halógenas PAR2035W Phillips, de valor unitário de US$ 4,80; 588 lâmpadas halógenas R11135W Phillips, de valor unitário de US$ 3,80; 270 lâmpadas halógenas PAR3035W, de valor unitário de US$ 4,80; 20 transformadores 2x54W220V, de valor unitário de US$ 2,70; 73 transformadores 1x35W 220V, de valor unitário de US$ 2,70; 19 transformadores 1x70W220V, de valor unitário de US$ 2,70; e 145 transformadores 2x14W220V, de valor unitário de US$ 2,70); (b) surpreendida pela aplicação da pena de perdimento, a empresa ingressou com a Ação Anulatória no 2500813.2011.4.01.3400, com pedido de tutela antecipada, objetivando a anulação da pena de perdimento, liberandose as mercadorias apreendidas, por ter se baseado o lançamento em presunção, por não ter sido adotado procedimento de valoração aduaneira, por não ter havido vantagem para a empresa, por não se aplicar a eventual subfaturamento a pena de perdimento, e por ter a alegação de subfaturamento sido estendida a todas as mercadorias importadas; (c) o pedido judicial foi acolhido a título de tutela antecipada e de decisão do TRF da 4a Região, tendo sido determinada a liberação das mercadorias apreendidas mediante depósito no valor integral destas; (d) em paralelo à discussão sobre a aplicação da pena de perdimento, foi instaurada ação criminal de no 001331974.2009.403.6119, em trâmite na 4a Vara Federal/Subseção Judiciária de Guarulhos, que ocasionou, a fim de que se evitasse qualquer constrangimento penal derivado da falta de pagamento de tributos (visto que sequer havia sido oportunizado pelo fisco tal pagamento), a impetração pela empresa da Medida Cautelar Incidental no 000508564.2012.4.01.3400, buscando efetuar o depósito correspondente à diferença entre o valor pago e aquele exigido pelo fisco, de sorte que a empresa possa extinguir o crédito tributário ainda que perdedora da ação principal anulatória; (e) a ação anulatória tem como pedidos a ilegitimidade da aplicação do perdimento, por não Fl. 1470DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10814.724520/201232 Acórdão n.º 3403003.017 S3C4T3 Fl. 1.469 5 ter havido subfaturamento, e, alternativamente, se confirmado o subfaturamento, a exigência do crédito decorrente, afastandose o perdimento, que não se aplica ao caso (existindo depósito integral do valor dos bens), enquanto que a ação cautela incidental objetiva garantir eventual satisfação do pedido alternativo, operando como verdadeiro autolançamento diante da inércia do fisco em lançar o suposto crédito tributário (existindo depósito integral do valor dos tributos devidos); (f) o auto de infração é nulo, pois objetiva lançar valores que já foram objeto de autolançamento pela empresa (inclusive com depósito das quantias em litígio), e não identifica com precisão a origem dos valores cobrados a título de multa substitutiva do perdimento (inexistindo na autuação demonstração de como se chegou ao valor de R$ 109.240,23, sendo que a empresa já havia depositado a título de valor integral R$ 17.882,44 com concordância do fisco), nem a título de tributos (inexistindo demonstração de como se chegou aos R$ 52.323,77 lançados, em detrimento dos R$ 57.458,64 depositados em juízo); (g) há contrariedade e bis in idem aplicandose tanto a multa substitutiva do perdimento quanto exigindose os tributos devidos (jamais poderiam ser cobrados os tributos cumulativamente à multa substitutiva do perdimento); (h) tendo a empresa depositado tanto o valor dos bens para efeito de garantir eventual aplicação da pena de perdimento quanto dos tributos devidos, garantindo eventual exigência de crédito tributário, “passou a inexistir a necessidade de o Fisco constituir formalmente esses débitos” (visto que a jurisprudência é assentada no sentido de que os levantamentos de depósitos somente podem ocorrer ao final dos processos judiciais); (i) não houve subfaturamento, e ainda que houvesse, a penalidade aplicável não seria o perdimento, ou sua multa substitutiva; (j) se o objetivo da empresa fosse ocultar informações (como a do vínculo societário), não teria anexado documentos que sequer estava obrigada a fornecer, de empresa estrangeira; (k) os preços praticados não são falsos, mas reduzidos em função da vinculação entre as partes; (l) não há nenhuma prova de que as importações tenham sido efetivamente pagas em valores superiores aos constantes das faturas comerciais, mas apenas comparações com preços de custo de aquisição das mercadorias pela exportadora chilena, ao invés de efetiva valoração aduaneira, mediante os métodos estabelecidos no Acordo de Valoração Aduaneira do GATT; (m) não houve qualquer vantagem fiscal à empresa; (n) não se aplica a pena de perdimento aos casos de subfaturamento; (o) embora a alegação de subfaturamento seja sobre parte das mercadorias, o perdimento incidiu sobre todas, havendo aí excesso por parte do fisco; e (p) não se aplicam juros de mora sobre o crédito tributário, tendo em vista os depósitos efetuados. Cópias das peças judiciais e extratos encontramse às fls. 1292 a 1354, e 1361 a 1372. A entrega das mercadorias apreendidas foi efetuada por meio do Termo de fls. 1373/1374. A decisão de primeira instância é proferida em 14/08/2013 (fls. 1383 a 1409), acordandose majoritariamente no sentido de que: (a) não cabe tomar conhecimento da impugnação, por concomitância de objeto, no que se refere ao mérito da pena de perdimento, discutida na ação judicial no 000508564.2012.4.01.3400; (b) a suspensão da exigibilidade do crédito por medida judicial, inclusive com depósito integral, não obsta o lançamento de crédito tributário, efetuada para prevenção da decadência, conforme entendimento da PGFN e jurisprudência do STJ; (c) não há bis in idem na exigência de tributos cumulativamente à multa substitutiva do perdimento, mas expresso cumprimento de disposição legal (art. 1o, § 4o, III do DecretoLei no 37/1966); (d) tendo a autoridade corretamente decidido pelo afastamento da aplicação do valor de transação (art. 82 do Regulamento Aduaneiro / art. 17 do AVA GATT), aplicável o art. 88 da Medida Provisória no 2.15835/2001, tendo a fiscalização demonstrado exatamente como chegou aos montantes exigidos (comparação com preços médios de compra no país exportador, seguida de aplicação do percentual de defasagem de preços às mercadorias importadas, por sua vez seguida de conversão cambial, com exigência das diferenças); (e) não há dúvida de que ocorreu a ocultação da vinculação entre a empresa Fl. 1471DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 6 exportadora e a importadora, e não há lógica no fato de a empresa chilena exportar mercadorias a preços substancialmente inferiores aos seus preços de compra, sendo que diante dos diversos indícios levantados pelo fisco parece acertada a tese de que houve subfaturamento; (f) não foi imputada pelo fisco a conduta de pagamentos em valor diferente das faturas (falsidade material), mas de inserção de informações ideologicamente falsas no documento (falsidade ideológica); (g) em relação à utilização do percentual médio para mercadorias não analisadas pela fiscalização, “não há nenhuma razão para que as conclusões da fiscalização sejam desconsideradas, já que foi analisada a maior parte dos componentes das duas DI” (9 de 14 componentes); (h) o lançamento de juros de mora não significa que a fiscalização pretende cobrálos sobre os valores depositados judicialmente (e corrigidos à mesma Taxa SELIC). Em voto divergente (mas que também resulta na improcedência da impugnação), afirmase que a na ação ordinária levada a juízo e na impugnação administrativa são reproduzidos ipsis litteris os mesmos argumentos, à exceção da tempestividade, da duplicidade de lançamento do crédito, do bis in idem em relação ao perdimento, da imprecisão na identificação dos valores e da inaplicabilidade de juros de mora, entendendo que a prática (ou não) de subfaturamento não deve ser objeto de apreciação em sede administrativa, posto que levada in totum ao Poder Judiciário, que deverá decidir se ocorreu ou não, e a penalidade aplicada. Cientificada da decisão de piso em 27/08/2013 (AR à fl. 1419), a recorrente apresenta em 25/09/2013 (fls. 1421 a 1449) Recurso Voluntário, no qual basicamente reitera as argumentações externadas em sede de impugnação (referentes à duplicidade entre o lançamento efetuado pelo fisco e o autolançamento efetuado pela empresa depósitos judiciais; ao bis in idem tributos x multa substitutiva do perdimento, à falta de identificação de como se chegou ao montante exigido, à necessidade de aplicação dos procedimentos de valoração aduaneira, à impossibilidade de aplicação de perdimento no caso de subfaturamento, à abstração ao total das mercadorias do valor da análise efetuada em algumas, e a inaplicabilidade de juros de mora aos valores depositados), acrescentando que a turma de julgamento, apesar de reconhecer a concomitância, passou a apreciar questões de mérito relacionadas ao subfaturamento (contra o que se manifestou inclusive uma integrante do colegiado), sustentando incorretamente que houve ocultação da vinculação entre exportador/importador e preços abaixo do custo, ao desamparo de elementos probatórios. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Da concomitância É preciso afastar, já de início, a análise por este tribunal administrativo das matérias que já estão sendo judicialmente discutidas, em obediência à Súmula CARF no 1: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de Fl. 1472DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10814.724520/201232 Acórdão n.º 3403003.017 S3C4T3 Fl. 1.470 7 matéria distinta da constante do processo judicial.” (grifo nosso) Pela petição de fls. 1292 a 1322, são matérias discutidas na Ação Ordinária no 2500813.2011.4.01.3400, em relação às mesmas duas declarações de importação: (a) ocultação (ou não) de informações quanto à vinculação entre as partes; (b) ocorrência (ou não) de subfaturamento, com análise dos preços praticados pelas empresas vinculadas e de eventual remessa ao exterior em valores superiores; (c) não aplicação da sistemática de valoração aduaneira para determinação do valor das mercadorias, limitandose o fisco a comparar preços de venda no mercado exportador com o das mercadorias importadas; (d) possibilidade (ou não) de aplicação da pena de perdimento na eventual existência de subfaturamento; e (e) excesso na aplicação da pena de perdimento, que se estendeu a todas as mercadorias importadas, em que pese a acusação de subfaturamento recair sobre parte delas. E pela petição de fls. 1337 a 1347, são matérias discutidas na Ação Cautelar Incidental no 000508564.2012.4.01.3400, em relação às mesmas duas declarações de importação: (a) autolançamento em relação aos tributos eventualmente devidos (II, IPI importação, Contribuição para o PIS/PASEPimportação e COFINSimportação), visto que o fisco apurou as bases de cálculo, embora não tenha exigido crédito tributário mediante lançamento, garantindo em juízo o valor dos tributos decorrentes da diferença entre o valor declarado das DI e aquele apurado pelo fisco, para que a empresa não figure como devedora e seus representantes legais não permaneçam constando como réus em processo criminal. Assim, desde já, em função da concomitância de objeto, operase o não conhecimento das matérias acima no presente julgamento administrativo. Restam, assim, a analisar, os seguintes temas: (a) duplicidade entre o lançamento efetuado pelo fisco e o autolançamento efetuado pela empresa depósitos judiciais; (b) bis in idem tributos x multa substitutiva do perdimento; (c) falta de identificação de como se chegou ao montante exigido; e (d) a inaplicabilidade de juros de mora aos valores depositados. Da eventual duplicidade de lançamento Sustenta a recorrente que o lançamento dos tributos devidos na importação já havia sido por ela efetuado (autolançamento) em juízo, por meio da referida Ação Cautelar Incidental no 000508564.2012.4.01.3400. E que o fisco não poderia efetuar novamente o lançamento de tributos já lançados, simplesmente sob o pretexto de prevenir os efeitos da decadência (art. 63 da Lei no 9.430/1996). De fato, os tributos devidos na importação foram objeto de “autolançamento” (assim entendido, para os efeitos aqui tratados, como a determinação do valor dos tributos devidos pelo sujeito passivo seguida de pagamento, que será objeto de futura homologação, tácita ou expressa, pelo fisco) no momento do registro das declarações de importação. Ao registrar a DI no 08/05564785, em 16/04/2008, e ao registrar a DI no 08/06754529, em 08/05/2008, a empresa apurou os tributos devidos e efetuou o pagamento (mediante débito em contacorrente bancária). Assim, passou a ter o fisco prazo legal para homologar expressamente os valores “autolançados”, sob pena de operarse a decadência do direito de exigir eventuais diferenças. Fl. 1473DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 8 Ocorre que no curso do despacho aduaneiro de importação das mercadorias, houve sua apreensão administrativa, para fins de aplicação da pena de perdimento, com subsequente liberação em função de decisão judicial. Como a empresa, apesar de obter judicialmente a liberação das mercadorias, passou a ter seus representantes como réus na ação criminal decorrente do perdimento aplicado, interpôs outra ação judicial, agora objetivando garantir eventual exigência tributária (caso ao fim do processo no qual se discute o perdimento se chegasse à conclusão de que seriam devidos tributos), depositando em juízo a diferença entre o valor que o fisco apurou nos autos do perdimento e aquela informada nas declarações de importação. Vejase, contudo, que tal depósito judicial nada tem “autolançamento”, característica que possuía aquele efetuado no momento do registro das declarações de importação. O que busca a empresa com o depósito é simplesmente garantir a exigência de eventual diferença (entre o valor por ela “autolançado” no registro das declarações e aquele apurado pelo fisco em procedimento fiscal). Entender de forma diversa equivaleria a dizer que a empresa abdicou de discutir os valores, pois os “autolançou”, bastando ao fisco homologálos expressamente (o que obviamente não parece a intenção externada no processo judicial). Não há que se falar em “autolançamento” de valor sobre o qual a empresa discorda. O “autolançamento”, como exposto ao início deste tópico, implica a determinação do valor dos tributos devidos pelo sujeito passivo seguida de pagamento. Nestes autos, o que há é o depósito de quantia que a empresa entende indevida, e espera levantar ao final do processo. E as considerações sobre estar assentada a inexistência de decadência diante de depósitos judiciais (sem a conclusividade necessária à garantia do interesse público) não obstam a exigência dos tributos justamente para os fins do art. 63 da Lei no 9.430/1996. Ademais, a recorrente aponta para a “desnecessidade de lançamento”, o que não se pode confundir com a vedação ao lançamento, ou sua nulidade (fora das hipóteses de nulidade legalmente estabelecidas). Não se vê, assim, a apontada duplicidade, cabendo a exigência fiscal, dentro do pressuposto estabelecido no art. 63 da Lei no 9.430/1996 (prevenção da decadência). Por certo, os valores depositados, ao final do processo, seguirão o destino que lhes der a decisão judicial definitiva (inclusive a extinção total ou parcial dos débitos lançados administrativamente). Do eventual bis in idem tributos x multa substitutiva do perdimento Questiona a recorrente a possibilidade de a multa substitutiva do perdimento ser cumulável com a exigência de tributos. Historicamente, não se admitia a cumulação do perdimento com a exigência de tributos. Isto porque pelo fato de ser a mercadoria guardada em nome e ordem do Ministro da Fazenda (DecretoLei no 1.455/1976, art. 25) evitavase sua introdução imediata no comércio, de forma irregular, com a consequente incorporação à economia nacional. Em relação ao imposto de importação, tal entendimento era expresso no art. 71, III do Decreto no 4.543/2002 (Regulamento Aduaneiro de 2002): “Art. 71. O imposto não incide sobre: Fl. 1474DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10814.724520/201232 Acórdão n.º 3403003.017 S3C4T3 Fl. 1.471 9 (...) III mercadoria estrangeira que tenha sido objeto da pena de perdimento; (...)” Assim, realmente inconciliáveis a efetiva aplicação da pena de perdimento, com apreensão das mercadorias, e a cobrança de tributos. Contudo, tendo em conta situação muito semelhante à narrada nestes autos (aplicação da pena de perdimento na qual a mercadoria não fica guardada em nome e ordem do Ministro da Fazenda, mas é entregue ao importador, por decisão judicial entre outros motivos, incorporandose de fato à economia nacional), a Lei no 10.833/2003 veio a dar nova redação ao art. 1o, § 4o, III do DecretoLei no 37/1966, dispondo: “Art.1o O Imposto sobre a Importação incide sobre mercadoria estrangeira e tem como fato gerador sua entrada no Território Nacional. (...) § 4o O imposto não incide sobre mercadoria estrangeira: (...) III que tenha sido objeto de pena de perdimento, exceto na hipótese em que não seja localizada, tenha sido consumida ou revendida.” (grifo nosso) Ou seja, mantémse a incompatibilidade entre o perdimento efetivamente aplicado, com apreensão das mercadorias sob a guarda do Ministério da Fazenda, e o pagamento de tributos. Mas esclarecese que se a mercadoria que for objeto do perdimento for de alguma forma incorporada à economia nacional, os tributos são devidos (a não ser que ainda haja possibilidade de apreendêla, localizandoa). A partir de 2003, então, alterase sensivelmente o tratamento da matéria, que pode ser estendido ao IPI e é expressamente contemplado nas contribuições incidentes na importação (art. 2o, III da Lei no 10.865/2004). No presente caso, assim, cabível a cumulação da multa substitutiva do perdimento com a exigência de tributos, pois a mercadoria foi entregue ao importador, e não se crê razoavelmente que ainda esteja à disposição do fisco para apreensão futura. E não há nisso dupla penalização, visto que a única penalidade aplicada é a multa substitutiva, sendo os tributos (que não possuem caráter sancionatório) devidos tão somente porque a mercadoria foi efetivamente incorporada à economia nacional. Da falta de identificação de como se chegou ao montante exigido Suscita ainda a recorrente ausência de fundamentação para a quantificação dos valores exigidos no auto de infração (em que pese afirma ter “autolançado” tais valores em tópico anterior), e ausência de identificação precisa de tais valores. Fl. 1475DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN 10 O julgador de piso já esclareceu precisamente de que forma foi efetuado o dimensionamento da base de cálculo dos tributos: comparação com preços médios de compra no país exportador, seguida de aplicação do percentual de defasagem de preços às mercadorias importadas, por sua vez seguida de conversão cambial, com exigência das diferenças. E tudo o que conclui o julgador já estava às fls. 623/624 da autuação c/c fls. 639 a 643 (auto de perdimento, com cópia anexada ao presente processo). Assim, não há nenhuma dúvida de como o fisco chegou aos valores, o que afasta o primeiro argumento do recurso voluntário neste tópico. O aqui exposto de forma alguma implica afirmar a correção dos valores, ou da metodologia adotada pelo fisco. A apreciação administrativa sobre o tema esbarraria no mérito da ação judicial que está em discussão (sobre a eventual existência de subfaturamento e a possível violação ao Acordo de Valoração Aduaneira do GATT). Assim, considerase, nesse tópico, o recurso voluntário improcedente no que se refere à ausência de clareza na determinação, e não conhecido no que se refere à metodologia utilizada pelo fisco e à correção/exatidão dos valores encontrados, matérias submetidas ao crivo judicial. Dos juros de mora lançados Insurgese, por fim, a recorrente, em relação ao lançamento de juros de mora, visto estarem os montantes depositados em juízo. Vêse que o depósito em juízo (fl. 1351) é no valor de R$ 57.458,64. E a explicação de como a empresa chegou a esse valor está à fl. 1352: CIF (R$ 73.466,99) Tributos devidos Multa de mora (0,33% ao dia limitada a 20%) Juros de Mora (Taxa SELIC abril/2008 39,26% +1%) TOTAL a recolher I.I. R$ 13.224,06 R$ 2.664,81 R$ 5.324,01 R$ 21.192,88 I.P.I. R$ 13.926,46 R$ 2.585,29 R$ 5.204,19 R$ 20.715,94 PIS R$ 1.730,78 R$ 346,16 R$ 696,81 R$ 2.773,75 COFINS R$ 7.972,09 R$ 1.594,42 R$ 3.209,56 R$ 12.776,07 TOTAIS R$ 35.853,39 R$ 7.170,68 R$ 14.434,57 R$ 57.458,64 Os valores lançados pelos fisco a título de tributos, no entanto, são diversos (fl. 587): Tributos devidos Juros de Mora TOTAL a recolher I.I. R$ 15.884,93 R$ 7.118,35 R$ 23.003,28 I.P.I. R$ 15.311,78 R$ 597,15 R$ 15.908,93 PIS R$ 1.651,99 R$ 740,35 R$ 2.392,34 Fl. 1476DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN Processo nº 10814.724520/201232 Acórdão n.º 3403003.017 S3C4T3 Fl. 1.472 11 COFINS R$ 7.609,11 R$ 3.410,11 R$ 11.019,22 TOTAIS R$ 40.457,81 R$ 11.865,96 R$ 52.323,77 Não há como se afirmar, assim, que os montantes lançados estão depositados em juízo, visto que são patentes as divergências entre as tabelas. Assim, por mais que o montante depositado seja superior ao lançado, não se pode saber com convicção se ao final do processo judicial, em caso de se considerar procedente a exigência do crédito tributário (considerando os valores a título de principal lançados), os montantes depositados serão suficientes para saldar a dívida. Assim, cabível o lançamento dos juros de mora, nos mesmos moldes do que se comentou no primeiro tópico deste voto em relação aos principais, com fundamento no art. 63 da Lei no 9.430/1996. Pelo exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso voluntário apresentado em relação a matérias já submetidas ao crivo do Poder Judiciário, e negar provimento no que se refere às demais matérias. Rosaldo Trevisan Fl. 1477DF CARF MF Impresso em 25/07/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 04/07/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por ROSALDO TREVISAN
score : 1.0
Numero do processo: 13982.001048/2010-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 03 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Jun 24 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 1402-000.261
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Paulo Roberto Cortez e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: Não se aplica
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado Leonardo de Andrade Couto – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Frederico Augusto Gomes de Alencar, Carlos Pelá, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Moisés Giacomelli Nunes da Silva, Paulo Roberto Cortez e Leonardo de Andrade Couto. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 39 82 .0 01 04 8/ 20 10 -5 1 Fl. 1242DF CARF MF Impresso em 24/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/06 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 3 ___________ Relatório Trata o presente de autos de infração do IRPJ e da CSLL para cobrança desses tributos nos anoscalendário de 2004 a 2009 nos valores de R$ 2.324.042,68 e R$ 939.002,71; respectivamente, aí incluídos juros de mora e multa de ofício aplicada no percentual de 150%. Além disso, é exigida multa de ofício na modalidade isolada no montante de R$ 368.957,76; como decorrência do não recolhimento de parcela do imposto e da contribuição devidos a título de estimativas ao longo do período sob exame. A autuação decorre da glosa de custos pela ausência de comprovação das operações de compra de mercadorias junto à empresa TOZZO & CIA LTDA. registradas em notas fiscais tidas como inidôneas. O procedimento iniciouse a partir de documentação disponibilizada ao Fisco por meio de autorização judicial contendo elementos obtidos em cumprimento a mandado de busca e apreensão no fornecedor supra identificado com indicação do que seria um esquema fraudulento de venda de mercadorias sem nota fiscal bem como emissão de documento fiscal sem que a operação mercantil nele indicada tenha ocorrido. O sujeito passivo teria sido beneficiário dessa segunda modalidade de fraude, fato confirmado pela autoridade fiscal após intimar a interessada para comprovar a entrada das mercadorias e receber em resposta que o recebimento das mercadorias se daria por meio do livro de registro de entradas além do que os pagamentos seriam realizados exclusivamente em moeda corrente. Acrescenta a autoridade que não foi apresentando nenhum comprovante de pagamento e nem qualquer documento relativo ao frete. Foi imputada a multa qualificada, tendo em vista que o registro de operações inexistentes configuraria o evidente intuito de fraude. Em impugnação contra o feito a interessada alega, em apertada síntese: A ocorrência da decadência em relação aos fatos geradores ocorridos anteriormente a outubro de 2005; A nulidade dos lançamentos por cerceamento do direito de defesa, pois somente teve acesso às provas utilizadas pela Fiscalização após o lançamento fiscal, quando o prazo de impugnação já estava em curso; A impossibilidade de utilização da prova emprestada sob o argumento de que prova colhida em processo do qual não participou tem força probatória meramente indiciária e que depoimentos tomados sem a presença da autoridade judiciária não é prova capaz de elidir a presunção de efetividade das operações instrumentadas por notas fiscais; A regularidade das operações de aquisições cujos valores foram glosados, tendo em vista que registrou todas as notas fiscais em seus livros contábeis e fiscais as quais foram levadas a efeito para apuração das contribuições sociais apuradas, foram emitidas na forma prevista na legislação tributária, não havendo nestas nenhuma irregularidade, ou mesmo declaração de inidoneidade em procedimento próprio. Fl. 1243DF CARF MF Impresso em 24/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/06 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13982.001048/201051 Resolução nº 1402000.261 S1C4T2 Fl. 4 3 A fiscalização não levou em consideração a compensação de prejuízos fiscais acumulados devidamente indicados na escrituração da empresa.; Seria incabível a imputação da multa qualificada com base em meros indícios; e: Não caberia a multa aplicada na modalidade isolada em concomitância com a multa de ofício. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis – SC, prolatou o Acórdão 0730545, na sessão de 08/02/2013, negando provimento à impugnação e considerando o lançamento integralmente procedente. Devidamente cientificado, o sujeito passivo recorreu a este Colegiado ratificando as razões expedidas na peça impugnatória. Em primeira apreciação, esta turma julgadora converteu o julgamento do recurso em diligência para que fosse verificada a existência de saldo de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da CSLL dedutíveis na exigência apurada. Foi efetuada diligência nesse sentido com emissão de relatório devidamente juntado aos autos. É o Relatório. . Fl. 1244DF CARF MF Impresso em 24/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/06 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13982.001048/201051 Resolução nº 1402000.261 S1C4T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto Numa primeira apreciação dos autos, este Relator entendeu que o conteúdo do processo àquele momento seria suficiente para firmar convicção, cabendo apenas confirmar os dados referentes ao saldo de prejuízos fiscais e de base de cálculo negativa da CSLL dedutíveis, o que foi realizado mediante procedimento específico de diligência. Agora, após exame mais aprofundado, devo me desculpar perante meus pares e admitir que ainda faltam elementos que permitam uma análise totalmente isenta. De um lado, são fortes os indícios da ocorrência da irregularidade nos moldes descritos no procedimento fiscal. De outro, não se pode olvidar que as conclusões a que chegou o Fisco tiveram como base elementos de uma investigação criminal, sem que houvesse um aprofundamento maior que a corroborasse. Explico: Em resumo do descrito no relatório, o procedimento iniciouse a partir de documentação disponibilizada ao Fisco por meio de autorização judicial contendo elementos obtidos em cumprimento a mandado de busca e apreensão no fornecedor supra identificado com indicação do que seria um esquema fraudulento de venda de mercadorias sem nota fiscal bem como emissão de documento fiscal sem que a operação mercantil nele indicada tenha ocorrido. O sujeito passivo teria sido beneficiário dessa segunda modalidade de fraude, fato confirmado pela autoridade fiscal após intimar a interessada para comprovar a entrada das mercadorias e receber em resposta que o recebimento das mercadorias se daria por meio do livro de registro de entradas além do que os pagamentos seriam realizados exclusivamente em moeda corrente. Assim, as notas fiscais de compras refletiriam operações que não teriam se realizado. Os documentos fiscais foram devidamente registrados no Livro de Entradas. Quanto ao pagamento, ainda que tenham sido considerados inexistentes pela decisão de primeira instância, pareceme que a autoridade fiscal admitiu que teriam sido efetuados, ainda que com recursos saídos diretamente do caixa da empresa, conforme mencionado no item 3.1 (alínea “b”) do Termo de Verificação. Se de fato a Fiscalização admitiu que os pagamentos foram efetuados – ainda que de forma um tanto heterodoxa e a entrada dos produtos foi registrada no Livro respectivo, temse um indício que se contrapõe às conclusões emanadas com base nos documentos da investigação criminal. O Fisco não aceitou a justificativa apresentada, entretanto não esclareceu qual documento(s) hábil(eis) e idôneo(s) seria(m) aceito(s) como prova. Devo adiantar meu posicionamento no sentido de que não há vedação ao uso da denominada prova emprestada, desde que robustecida com elementos obtidos no procedimento fiscal. Assim, para compatibilizar os fortes indícios de irregularidade tributária com o direito de defesa da parte, é necessário que a autoridade fiscal ESPECIFIQUE ao sujeito passivo os Fl. 1245DF CARF MF Impresso em 24/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/06 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13982.001048/201051 Resolução nº 1402000.261 S1C4T2 Fl. 6 5 documentos que entende necessários e suficientes para demonstrar a regularidade das operações questionadas. Sendo assim, voto por converter o julgamento do recurso em diligência para que autoridade fiscal : Confirme que os pagamentos referentes às operações questionadas foram devida e corretamente registrados; Intime o sujeito passivo a apresentar o registro das vendas das mercadorias em questão, com apropriação da receita correspondente . Elabore relatório conclusivo quanto aos documentos apresentados , cientificando o sujeito passivo com prazo para manifestação; e: Retorne os autos ao CARF para julgamento. LEONARDO DE ANDRADE COUTO Relator Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 24/06/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/06/2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 21/06 /2014 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 19515.002934/2003-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 24 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Aug 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2000 a 30/04/2000, 01/06/2000 a 30/06/2000, 01/08/2000 a 31/08/2000, 01/11/2000 a 31/12/2000, 01/02/2001 a 30/06/2001, 01/08/2001 a 31/08/2001, 01/10/2001 a 31/10/2001, 01/12/2001 a 31/01/2002, 01/03/2002 a 30/06/2002, 01/11/2002 a 31/12/2002, 01/02/2003 a 31/03/2003
RENÚNCIA À ESFERA ADMINISTRATIVA. CONCOMITÂNCIA.
A concomitância de discussão administrativa e judicial de mesma matéria importa em renúncia à esfera administrativa. Aplicação da Súmula do CARF nº1.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3101-001.633
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário.
Luiz Roberto Domingo Presidente em exercício.
Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator.
EDITADO EM: 31/05/2014
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (suplente), Glauco Antonio de Azevedo Morais, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios e Luiz Roberto Domingo.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Luiz Roberto Domingo Presidente em exercício. Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator. EDITADO EM: 31/05/2014 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (suplente), Glauco Antonio de Azevedo Morais, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios e Luiz Roberto Domingo.
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CONCOMITÂNCIA. A concomitância de discussão administrativa e judicial de mesma matéria importa em renúncia à esfera administrativa. Aplicação da Súmula do CARF nº1. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Luiz Roberto Domingo – Presidente em exercício. Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. EDITADO EM: 31/05/2014 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 29 34 /2 00 3- 65 Fl. 284DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/06/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/06 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por LUIZ ROBERTO DOMINGO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, José Henrique Mauri (suplente), Glauco Antonio de Azevedo Morais, Mônica Monteiro Garcia de Los Rios e Luiz Roberto Domingo. Relatório Trata o presente processo de Auto de Infração lavrado em 05/08/2003, por divergência entre os valores escriturados e os declarados/pagos de Cofins, para fatos geradores ocorridos entre 04/2000 a 03/2003. As divergências decorreram da não aplicação da base de cálculo da contribuição de acordo com a forma estipulada pelo §1º do art.3º da Lei 9.718/98. O crédito tributário lançado é composto pela contribuição e juros de mora, sem a imposição de penalidades, por estar a contribuinte, à época do lançamento, amparada por Medida Liminar concedida no Mandado de Segurança n° 2000.61.00.0259537, no qual requereu a suspensão da exigibilidade da Cofins nos moldes da Lei 9.718/98, para recolher a Cofins com base na Lei Complementar 70/91. Inconformada com a autuação, da qual foi devidamente cientificada em 05/08/2003, a empresa apresentou em 04/09/2003 sua impugnação, na qual alega, em síntese: (i) que o Auto não poderia prosperar, apontando a inconstitucionalidade do art.3.° da Lei 9.718/98; (ii) que a fiscalização aplicou multa de 75% com base em legislação ultrapassada e eivada de inconstitucionalidade; (iii) requer que os valores pagos a maior apurados no termo de constatação e verificação fossem compensados com o crédito tributário que viesse a ser constituído ao final do presente processo, ou, se julgado este improcedente, com outros créditos tributários vencidos ou vincendos, na forma da lei e com a mesma atualização utilizada pela Fazenda para correção de seus créditos; (iv) requer o cancelamento do Auto, ou, caso subsistam créditos tributários, a redução da multa para patamar não superior a 30%. A 9ª turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (I) proferiu o Acórdão nº 1613.663, de 5 de junho de 2007, por unanimidade de votos, julgando procedente o lançamento. O referido acórdão foi assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/04/2000 a 30/04/2000, 01/06/2000 a 30/06/2000, 01/08/2000 a 31/08/2000, 01/11/2000 a 31/12/2000, 01/02/2001 a 30/06/2001, 01/08/2001 a 31/08/2001, 01/10/2001 a 31/10/2001, 01/12/2001 a 31/01/2002, 01/03/2002 a 30/06/2002, 01/11/2002 a 31/12/2002, 01/02/2003 a 31/03/2003 INEXISTÊNCIA DE NULIDADE. Satisfeitos os requisitos do a rt . 10 do Decreto n.° 70.235/72 e não tendo ocorrido o disposto no art. 59 do mesmo diploma legal, não há que se falar em anulação ou cancelamento do Auto de Infração. INCONSTITUCIONALIDADE. As autoridades administrativas estão obrigadas à observância da legislação tributária vigente no País, sendo incompetentes para a Fl. 285DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/06/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/06 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por LUIZ ROBERTO DOMINGO Processo nº 19515.002934/200365 Acórdão n.º 3101001.633 S3C1T1 Fl. 4 3 apreciação de argüições de inconstituci onal idade/ilegal idade de normas. CONCOMITÂNCIA COM AÇÃO JUDICIAL A matéria já suscitada perante o Poder Judiciário não pode ser apreciada na via administrativa. Lançamento Procedente A interessada, regularmente cientificada do Acórdão da DRJ São Paulo, interpôs o Recurso Voluntário, onde reprisa as alegações trazidas na impugnação, e informa acerca do trânsito em julgado da decisão judicial ocorrida em 12/11/2007 (extrato processual às fls. 470 a 472). A Repartição de origem encaminhou os autos, com o Recurso Voluntário, para apreciação do órgão julgador de segundo grau. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, e deve ser conhecido. A matéria controversa nos autos, relativa à lavratura de Auto de Infração pela divergência apurada pela fiscalização entre os valores escriturados e os declarados/pagos de Cofins, para fatos geradores ocorridos entre 04/2000 a 03/2003, decorrentes da não aplicação da base de cálculo da contribuição de acordo com a forma estipulada pelo §1º do art. 3º da Lei 9.718/98, coincide com o objeto do Mandado de Segurança 2000.61.00.0259537 impetrado pela Recorrente em 07/08/2000, com a qual obteve o direito de afastar o cálculo da Cofins de acordo com o §1º do art. 3º da Lei 9.718/98. A decisão judicial transitou em julgado em 12/11/2007. É ponto pacífico que a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda, de ação judicial, por qualquer modalidade processual, antes ou posteriormente à autuação, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas, ou desistência de eventual recurso interposto. Isso porque a coisa julgada proferida no âmbito do Poder Judiciário jamais poderia ser alterada no processo administrativo, pois tal procedimento feriria a Constituição Federal brasileira, que adota o modelo de jurisdição una, onde são soberanas as decisões judiciais. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/06/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/06 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por LUIZ ROBERTO DOMINGO 4 Nesse sentido foi editada a Súmula CARF nº 1: SÚMULA Nº 1 do CARF: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Diante dos fatos, por estar caracterizada a coincidência entre a matéria recursal e o objeto da ação judicial, voto por negar provimento ao recurso voluntário, por força da Sumula n° 1 do CARF, e determino o retorno dos autos à repartição de origem para que se cumpra a decisão judicial transitada em julgado. Sala das sessões, em 24 de abril de 2014. [Assinado digitalmente] Rodrigo Mineiro Fernandes – Relator Fl. 287DF CARF MF Impresso em 05/08/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/06/2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 02/06 /2014 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 03/06/2014 por LUIZ ROBERTO DOMINGO
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