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Numero do processo: 10983.900008/2008-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 28 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Apr 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003
COMPENSAÇÃO. INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. AUSÊNCIA. PROVA INEQUÍVOCA.
Nos casos em que a existência do indébito, incluído em declaração de compensação, está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é maior do que o devido, deve ocorrer prova inequívoca por parte do contribuinte.
Numero da decisão: 3302-003.728
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Na votação realizada no mês de janeiro, por unanimidade de votos, foi rejeitada a alegação de impedimento dos conselheiros fazendários e a preliminar de nulidade do crédito tributário.
Por maioria de votos, na Reunião de março de 2017, foi negado provimento ao Recurso Voluntário, vencido o Conselheiro Domingos de Sá e a Conselheira Lenisa prado, que convertiam o julgamento em diligência.
(assinatura digital)
Ricardo Paulo Rosa - Presidente
(assinatura digital)
Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza -Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo.
Nome do relator: SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
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INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. AUSÊNCIA. PROVA INEQUÍVOCA. Nos casos em que a existência do indébito, incluído em declaração de compensação, está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é maior do que o devido, deve ocorrer prova inequívoca por parte do contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Na votação realizada no mês de janeiro, por unanimidade de votos, foi rejeitada a alegação de impedimento dos conselheiros fazendários e a preliminar de nulidade do crédito tributário. Por maioria de votos, na Reunião de março de 2017, foi negado provimento ao Recurso Voluntário, vencido o Conselheiro Domingos de Sá e a Conselheira Lenisa prado, que convertiam o julgamento em diligência. (assinatura digital) Ricardo Paulo Rosa Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 3. 90 00 08 /2 00 8- 71 Fl. 409DF CARF MF 2 Rodrigues Prado, Paulo Guilherme Déroulède, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza e Walker Araujo. Relatório Tratase de processo advindo de manifestação de inconformidade, cujo relatório é transcrito partir do relatório da Resolução nº 3802000.365, Relator Solon Sehn, fls. 166/167: Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis/SC, que julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada pelo Recorrente, com base nos fundamentos de fato e de direito resumidos na ementa a seguir transcrita (fls.138): ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003 COMPENSAÇÃO. INDÉBITO ASSOCIADO A ERRO EM VALOR DECLARADO EM DCTF. REQUISITOS PARA HOMOLOGAÇÃO. Nos casos em que a existência do indébito incluído em declaração de compensação está associada à alegação de que o valor declarado em DCTF e recolhido é maior do que o devido, só se pode homologar tal compensação, independentemente de eventuais à apresentação da DCOMP, retifica regularmente a DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. O interessado apresentou o PER/Dcomp (Pedido Eletrônico de Restituição, Ressarcimento ou Reembolso e Declaração de Compensação), sem retificar a Dctf (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais). Tal fato fez com que o pagamento continuasse atrelado à quitação do débito originário, inviabilizando a homologação da compensação. O acórdão recorrido reconheceu que houve retificação da Dctf após o despacho decisório. Todavia, entendeu que a retificação não teria o condão de fundamentar o direito de crédito, razão pela qual indeferiu o pedido. O Recorrente, nas razões recursais de fls. 155 e ss., alega a existência de crédito capaz de fundamentar a compensação conforme Dcomp nº 03085.33259.141103.1.3.045855. Pleiteia o reconhecimento de um crédito original passível de compensação no valor de R$ 21.629,93 (fls. 46), relativo ao suposto pagamento a maior na competência março de 2002, cujo valor atualizado quando da transmissão seria de R$ 24.630,00 (fls. 05). Fl. 410DF CARF MF Processo nº 10983.900008/200871 Acórdão n.º 3302003.728 S3C3T2 Fl. 3 3 Ainda no que concerne às razões recursais, a Recorrente expôs o seguinte, fls. 155/161: i) A partir do advento da Circular Bacen n° 3.068/2001, as instituições financeiras obrigaramse à atualização dos títulos e valores mobiliários de que fossem proprietárias, ajustados conforme a cotação de mercado (marcação a mercado); ii) No período acima citado, a Recorrente promoveu o oferecimento das receitas decorrentes dos ajustes positivos da marcação a mercado nas bases de cálculo do PASEP e da COFINS, rubrica 7.1.5.90.109, inseridas na receita bruta da empresa; iii) Ocorre que, posteriormente, observouse que o procedimento estaria em desconformidade com o art. 35 da Lei n° 10.637/2002, o qual previa considerar os ajustes da marcação a mercado somente quando da alienação dos títulos; iv) Assim, a Recorrente readequou a base de cálculo destas contribuições efetuandose a exclusão dos ajustes positivos a valor de mercado, conforme planilhas de apuração dos valores devidos, que foram acostadas à impugnação; v) O erro foi identificado e reprocessadas as bases de cálculo das referidas contribuições sociais, mas a empresa não retificou as declarações acessórias correspondentes (DIPJ e DCTF), evidenciandose incorretamente os débitos e créditos envolvidos. Apesar de não ter retificado a empresa transmitiu a DCOMP, objeto do processo administrativo em baila; vi) Em fevereiro/2008, a empresa foi cientificada a respeito do despacho decisório relativo à compensação declarada, no qual não foi reconhecida a suficiência do crédito a suportar o integral pagamento dos débitos declarados. Em decorrência, na manifestação de inconformidade da empresa, reconheceuse o equívoco consubstanciado na não retificação da DIPJ e DCTF respectivas, ao passo que foram comprovadas a correta apuração e contabilização dos tributos, juntandose, para tanto, planilhas de apuração e controle dos tributos, planilhas demonstrativas e atualização do crédito de pagamento a maior, razão contábil da conta 7.1.5.90.109; vii) Alega que o princípio da verdade material rege o processo administrativo e pleiteia pela nulidade da decisão de primeira instância, pois declarou a necessidade de retificação e o referido pedido foi ignorado pela DRJ/Florianópolis; viii) Colaciona uma série de precedentes, que demonstram que mesmo sem a retificação, se o contribuinte faz jus ao crédito, este deve ser deferido. O feito foi convertido em diligência nos seguintes termos, fls. 168: Devido às particularidades do caso concreto, sobretudo em razão do volume da escrituração fiscal e contábil de uma instituição bancária, entendese que o julgamento deve ser convertido em diligência, para que a unidade de origem informar, intimando o contribuinte se entender necessário: a) a diferença entre o valor recolhido aplicandose o regime de competência e o efetivamente devido quando da alienação do título (momento da ocorrência do fato gerador), na forma do art. 35 da Lei n° 10.637/2002; Fl. 411DF CARF MF 4 b) se houve pagamento de crédito tributário por ocasião da efetiva alienação dos títulos e valores mobiliários, instrumentos financeiros, derivativos e itens objeto de “hedge”, informando a data, valor e base de cálculo É o relatório. Voto Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Relatora. 1. Dos requisitos de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado de modo tempestivo, tratase, portanto, de recurso tempestivo e de matéria que pertence a este colegiado. 2. Preliminar 2.1. Princípio da verdade material e do pedido de nulidade da primeira instância A Recorrente alega que deve ser observado o princípio da verdade material, onde a realidade dos fatos deve prevalecer sobre a verdade formal. Ela alega que houve supressão de instância no julgamento por parte da DRJ/Florianópolis, uma vez que os documentos não foram analisados e que ficou afastado também o princípio do livre convencimento motivado do julgador. A decisão da DRJ/Florianópolis caminhou no sentido da impossibilidade de considerar a homologação da DCOMP, pois, no caso em análise, a retificação da DCTF ocorreu após o despacho decisório. Ora, tal foi o posicionamento do julgador, justamente, pela observância do princípio do livre convencimento motivado. Vide trecho da decisão abaixo, fls. 141: De se ressaltar, por fim, que não se discorda aqui de que, em regra, erros no preenchimento de declarações não podem se sobrepor à realidade dos fatos. Ocorre, porém, que é preciso diferenciar aquelas declarações que meramente “informam” algo à Administração Tributária, daquelas – como a DCTF – que para além do caráter informativo servem à conformação de situações jurídicas. Como acima se viu, os valores devidos declarados em DCTF têm o vigor de confissão de dívida, razão pela qual só se pode admitir sua retificação por parte do próprio contribuinte nas condições e prazos legalmente postos, não sendo lícito à autoridade fiscal produzir alterações de ofício no que foi declarado. Assim, mesmo concordandose com a posição de que erros formais não devem prevalecer sobre a verdade dos fatos, certo é que, do ponto de vista estrito da legislação tributária, a confissão de dívida, materializada pela declaração de débitos na DCTF, não pode ser tida como uma questão meramente formal. Não há, portanto, como acatar aqui as razões postas pela contribuinte. Fl. 412DF CARF MF Processo nº 10983.900008/200871 Acórdão n.º 3302003.728 S3C3T2 Fl. 4 5 Em face da demonstrada impossibilidade de validar a compensação efetuada antes da retificação da DCTF, deixase de apreciar aqui as razões trazidas pela contribuinte com o fim de demonstrar a existência integral de seu crédito contra a Fazenda Nacional. É que independentemente da existência ou não desse crédito, ele não foi utilizado de forma regular no procedimento que aqui se discute ( o que não significa que tal eventual crédito possa ser utilizado em outro procedimento compensatório, posterior à retificação da DCTF, formalizado dentro do prazo legal de repetição). Nula seria a decisão, caso ela não tivesse enfrentando os argumentos, opostos pela contribuinte, o que não foi o caso. Portanto, improcedente o argumento de nulidade da decisão. 3. Mérito No mérito, o cerne da controvérsia cingese a duas questões. A primeira, diz respeito à impossibilidade de validar/homologar a compensação antes da retificação DCTF. A segunda, referese à falta de comprovação da parcela do crédito não reconhecido e utilizada na compensação não homologada. 3.1. Da impossibilidade da compensação Segundo o voto condutor do julgado recorrido, o motivo apresentado pela Turma de julgamento a quo, para manter a não homologação parcial da compensação em apreço, foi a “impossibilidade de validar a compensação efetuada antes da retificação da DCTF”, baseada nos seguintes argumentos, in verbis, fls. 140 : No caso concreto que aqui se tem, a contribuinte, na data de apresentação da DCOMP, não havia retificado a DCTF, documento no qual, como é sabido, são declarados, com força de confissão de dívida, os valores dos tributos devidos. Assim, não se pode dizer que, naquele momento, tivesse existência jurídica o crédito contra a Fazenda Nacional alegado pela contribuinte, motivo pelo qual a não homologação promovida pela DRF/Joinville/SC foi correta. O fato de a contribuinte vir a, posteriormente à ciência do Despacho Decisório, retificar formalmente a DCTF, não tem o efeito de validar retroativamente a compensação instrumentada por DCOMP pois, como se viu, a existência do indébito só teria se aperfeiçoado bem depois. A razão pela qual não se pode acatar esta retroação de efeitos está associada ao fato de que como a apresentação da DCOMP serve à extinção imediata do débito do sujeito passivo (nos mesmos termos de um pagamento), ela só pode ser efetuada com base em créditos contra a Fazenda Nacional líquidos e certos (como comanda o artigo 170 do Código Tributário Nacional); ora, créditos relativos a valores confessados e não retificados antes de qualquer procedimento de ofício, não têm existência jurídica válida (em termos tanto de liquidez, quanto de certeza), em razão dos efeitos legais atribuídos à DCTF. Fl. 413DF CARF MF 6 (grifos não constam no original) Os argumentos apresentados pela Recorrente não procedem, pois, embora a compensação tenha sido efetivada antes da entrega da DCTF retificadora, ocorrida no dia 11/8/2004, ao contrário do asseverado pelo nobre Relator do voto condutor do julgado recorrido, a dita DCTF retificadora foi apresentada antes da ciência do despacho decisório, que ocorreu no dia 28/2/2008, e o titular da unidade Receita Federal de origem reconheceu parcialmente o direito creditório pleiteado e homologou parcialmente a compensação declarada com base nos dados da referida DCTF retificadora, o que se constata mediante a comparação dos dados apresentados no Despacho Decisório de fls. 134 e com os dos dados apresentados nos extratos de fls. 175/177. Ora, se própria autoridade fiscal acatou a DCTF retificadora e com base nos dados nela apresentados procedeu a homologação parcial da compensação declarada, inequivocamente, este não foi o motivo da não homologação do parcial da compensação declarada. Da simples leitura do questionado Despacho Decisório, verificase que o real motivo da não homologação parcial da compensação foi a falta de comprovação da correspondente parcela do valor do crédito utilizado. Dessa forma, por também entender que o motivo da denegação parcial da compensação foi a falta de comprovação de parcela do direito creditório, afastase a alegada impossibilidade e passase a analisar os elementos as provas carreadas aos autos. 3.2. Do resultado da diligência A partir da análise da manifestação à informação fiscal por parte da Recorrente, verificase, a partir do resultado, que não há direito ao crédito, por ela pleiteado. Ela afirma que foi incluído a mais na base de cálculo referente à apuração dos ajustes positivos ao valor de mercado a quantia de R$ 3.327.681,87 fevereiro/2003. Posteriormente, afirma que foi apurado o valor de R$ 170.006,83 referente à contribuição para o PIS/Pasep, sendo que quando houve a correção pela exclusão do ajuste positivo, o valor devido seria de R$ 148.376,90, o que lhe renderia um crédito de R$ 21.629.93. A Recorrente somente juntou cópia dos balancetes, mas, em momento algum, fez, efetivamente, prova cabal da base de cálculo em questão, sendo que o ônus da prova lhe compete1. Diferente, portanto, é o contido no relatório de informação fiscal nº 780/2015/DIORT/DRF/BSB, fls. 360/361: 7. Em consulta aos sistemas informatizados da Receita Federal (fls. 175/177), confirmouse, em primeiro lugar, o pagamento no valor de R$ 98.207,57, tendo sido alocados R$ 87.333,42, restando R$ 10.874,45, sendo este valor vinculado à Dcomp sob análise, tudo isso em conformidade com o despacho decisório de nº de rastreamento 745558650, emitido em 14/02/2008 (fls. 134). 8. Ademais, notase a existência de duas DCTF para o período em análise (1º trimestre/2003): a original, entregue em 1 Lei nº 13.105 Código de Processo Civil Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 414DF CARF MF Processo nº 10983.900008/200871 Acórdão n.º 3302003.728 S3C3T2 Fl. 5 7 12/05/2003; e a retificadora, entregue em 11/08/2004, após, portanto, a apresentação da presente Dcomp. Não obstante, o que importa observar acerca do crédito pleiteado é que o valor do débito confessado na DCTF retificadora não coincide com o valor apurado pela Interessada, conforme parágrafo 6, razão pela qual a compensação foi homologada parcialmente, dentro do limite do débito confessado. 9. Com o objetivo de subsidiar os trabalhos, de modo a confirmar ou refutar as alegações descritas no parágrafo 6 desta Informação, a Contribuinte foi intimada em 29/07/2015, conforme Termo de Intimação Fiscal nº 531/2015 (fls. 178/179), a apresentar documentos e informações nos termos requeridos pelo Carf. 10. Ocorre que em sua resposta (fls. 181/358) a Interessada limitouse a apresentar documentos e informações já juntados aos autos por ocasião da manifestação de inconformidade, com exceção do balancete geral analítico (fls. 306/321) que mostra apenas a conta, com valor respectivo, em que foi registrado o ajuste positivo ao valor de mercado. Cabe notar que os supostos balancetes de fls. 323/328 nada revelam, pois, não há identificação do período a que se referem. 11. No que diz respeito ao solicitado no item “b” do parágrafo 4 desta Informação, a de maio, junho, julho e agosto, todos de 2003. Entretanto, tratase de simples informação, sem que esteja acompanhada de elementos de prova. 12. Assim sendo, tendo em vista que não foram devidamente comprovados os valores referidos no parágrafo 6, em especial a base de cálculo do PIS/Pasep efetivamente devido em fevereiro/2003, por meio de apresentação de documentação contábil idônea, nada se pode afirmar acerca da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (grifos não constam no original) Portanto, não há nos autos, nem posteriormente à diligência, tendo em vista que não foram devidamente comprovados os valores referidos no parágrafo 6, em especial a base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep efetivamente devida em fevereiro/2003. Diante da falta de prova, mantémse a decisão que indeferiu o pleito da Recorrente. 4. Conclusão Diante do exposto, conheço do recurso voluntário, rejeitando a preliminar arguida e, no mérito, indefiro o provimento. Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Fl. 415DF CARF MF 8 Fl. 416DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13706.001368/2007-74
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Ano calendário:2002
CONCOMITÂNCIA. ALCANCE DO LITÍGIO.
Restando caracterizada a concomitância com a via judicial em qualquer momento processual, não se conhece do recurso, conforme preconiza a Súmula CARF n° 01.
Numero da decisão: 1803-001.040
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não
conhecer o recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Meigan Sack Rodrigues
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ALCANCE DO LITÍGIO. Restando caracterizada a concomitância com a via judicial em qualquer momento processual, não se conhece do recurso, conforme preconiza a Súmula CARF n° 01. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (Assinado Digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente. (Assinado Digitalmente) Meigan Sack Rodrigues Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Selene Ferreira de Moraes (Presidente), Sérgio Rodrigues Mendes, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Luiz Bezerra Presta, Meigan Sack Rodrigues e Victor Humberto da Silva Maizman. Fl. 214DF CARF MF Emitido em 10/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/11/201 1 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 13706.001368/200774 Acórdão n.º 180301.040 S1TE03 Fl. 177 2 Relatório Tratase o presente feito de auto de infração lavrado para cobrança da exigência de multa de mora em virtude de ter sido constatado, através de auditoria em DCTF, pagamento de tributo ou contribuição após o vencimento, com falta ou insuficiência de acréscimos legais (multa de mora e/ou juros de mora parcial ou total). A empresa recorrente, em seara de impugnação, se defende alegando que ajuizou ação ordinária (processo n° 2005.51.01.0033599) objetivando ver declarada a inexistência de relação jurídica que a obrigue ao pagamento da multa de mora sob qualquer tributo recolhido espontaneamente, nos termos do art. 138 do CTN. Junta farta jurisprudência deste Egrégio Conselho sobre o tema. A autoridade “a quo” não conheceu da impugnação proposta por entender que há concomitância entre as esferas administrativas e judiciárias. Cita dispositivos legais. Cientificada da decisão de primeira instância, a empresa recorrente apresenta suas razões, de forma tempestiva, em seara de recurso voluntário. Alega a mesma, em apertada síntese, que, em conformidade com a certidão de objeto em pé, juntada ao presente feito, a referida ação foi julgada procedente e transitou em julgado, de modo que todos os créditos tributários, referentes a multas de mora, compreendidas neste processo administrativo, foram anulados. Assim, requer a mesma que se dê cumprimento à sentença e se determine ao cancelamento do lançamento. É o Relatório. Voto Conselheira Meigan Sack Rodrigues, Relatora O recurso preenche os requisitos de sua admissibilidade e dele tomo conhecimento. A discussão no presente cingese à admissibilidade do recurso. Isso porque a empresa recorrente ingressou com ação, junto ao poder judiciário, para não ser autuada por multa de mora, ganhou o processo e este transitou em julgado (anexou certidão de transito em julgado do feito). Alega a mesma que a Receita Federal deve cumprir a sentença determinando o cancelamento do lançamento. Ocorre que ao ingressar com a ação judicial, cujo objeto da demanda diz respeito ao mesmo objeto do presente processo administrativo, a empresa recorrente abriu mão Fl. 215DF CARF MF Emitido em 10/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/11/201 1 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por MEIGAN SACK RODRIGUES Processo nº 13706.001368/200774 Acórdão n.º 180301.040 S1TE03 Fl. 178 3 da análise por essa esfera administrativa sobre o tema. Esta esfera não pode mais tomar conhecimento do que se discute no processo administrativo e também no processo judicial, abstendose de apreciar o fato e emitir juízo de valor. Corrobora o entendimento e fundamenta a decisão tanto de primeira instância, como a presente decisão, a Súmula CARF nº 01, que dispõe: “Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial” Assim, ainda que a empresa recorrente entenda que a Receita Federal esteja obrigada a aceitar os ditames determinados na sentença judicial, devendo pois cancelar o lançamento, isso somente poderá ser feito em seara de execução de sentença, através do processo judicial e não da esfera administrativa. A etapa em que se encontra o processo administrativo obriga que o recurso voluntário proposto pela empresa recorrente, tal como ocorreu com a impugnação, sequer seja conhecido, pela concomitância ocasionada com a ação judicial proposta pela mesma junto ao poder judiciário. Diante do exposto, julgo por não conhecer do recurso voluntário proposto. (Assinado Digitalmente) Meigan Sack Rodrigues Relatora Fl. 216DF CARF MF Emitido em 10/11/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 19/10/2011 por MEIGAN SACK RODRIGUES, Assinado digitalmente em 10/11/201 1 por SELENE FERREIRA DE MORAES, Assinado digitalmente em 19/10/2011 por MEIGAN SACK RODRIGUES
score : 1.0
Numero do processo: 10711.729884/2012-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 21 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 20/08/2009
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO.
É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66.
MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE.
A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3201-002.575
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 20/08/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitar-se à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente Substituto e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario.
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MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE CARGA Recorrente CEVA FREIGHT MANAGEMENT DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 20/08/2009 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. INOBSERVÂNCIA AO PRAZO ESTABELECIDO PREVISTO EM NORMA. AUSÊNCIA DE PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. É obrigação do contribuinte prestar informações sobre a desconsolidação de carga dentro dos prazos previstos no artigo 22 c/c o artigo 50 da IN SRF nº 800/2007, sob pena de sujeitarse à aplicação da multa prevista no artigo 107, inciso I, IV, alínea "e", do Decreto Lei nº 37/66. MULTA POR ATRASO NA PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO SOBRE A CARGA. APLICAÇÃO POR MANIFESTO DE CARGA. IMPOSSIBILIDADE. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. A multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem. Contudo, se não estiverem presentes nos autos informações suficientes que comprovem a penalização por cada manifesto de carga, não há como cancelar o lançamento. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente Substituto e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 71 1. 72 98 84 /2 01 2- 67 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10711.729884/201267 Acórdão n.º 3201002.575 S3C2T1 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Jose Luiz Feistauer de Oliveira, Mercia Helena Trajano Damorim, Cassio Schappo, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Pedro Rinaldi De Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario. Relatório Tratase de processo referente à exigência de multa pelo descumprimento da obrigação de prestar informação sobre veículo, operação realizada ou carga transportada, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. A irregularidade identificada consta do tópico "Dos Fatos", parte da Descrição dos Fatos do Auto de Infração. Segundo o relatado, consistiu na prestação intempestiva de informação referente ao conhecimento eletrônico (CE) ali indicado, o que acarretou no bloqueio automático do conhecimento no sistema Carga, conforme extrato anexado aos autos. Diante dos fatos apurados, a fiscalização entendeu configurada a infração tipificada no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei nº 37/1966, com redação dada pela Lei nº 10.833/2003, e aplicou a multa ali cominada. Não conformada com a exigência, a contribuinte apresentou Impugnação, cujos argumentos de defesa foram assim sintetizados pela DRJ: a) Princípio da razoabilidade. O atraso incorrido pela impugnante não causou embaraço ao controle aduaneiro, eis que as informações foram prestadas com suficiente antecedência da chegada do navio ao porto, o que comprova, também, o fato de a autuada não ter agido com intuito de cometer qualquer infração. Dessa forma, a aplicação de multa no presente caso ofende ao princípio da razoabilidade, que impõe à Administração Pública o dever de agir com bom senso, prudência e moderação, levando em conta a relação de proporcionalidade entre os meios empregados e a finalidade a ser alcançada, bem como as circunstâncias que envolvem a prática do ato. b) Bis in Idem. A impugnante foi penalizada mais de uma vez pela mesma conduta, uma vez que foram cobradas multas pelo atraso na entrega de informações referentes a cargas transportadas no mesmo navio/viagem, conforme processos administrativos indicados, não podendo subsistir mais de uma penalidade para o mesmo fato, conforme estabelece a legislação de regência. Assim, se infração houve, nesses casos só poderia ser aplicada multa uma única vez, consoante já decidiu a própria Receita Federal na Solução de Consulta Interna (SCI) nº 8, de 14/2/2008. Ao final a impugnante requer que seja cancelado o lançamento ou, subsidiariamente, que seja aplicado o entendimento de que só é cabível uma multa em relação a cada navio/viagem, excluindose as penalidades excedentes. A DRJ/Fortaleza julgou improcedente a impugnação apresentada, mantendo a exigência da penalidade nos termos do Acórdão 08033.452. No recurso voluntário foram repisadas as alegações trazidas na impugnação. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10711.729884/201267 Acórdão n.º 3201002.575 S3C2T1 Fl. 4 3 Voto Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.523, de 21 de fevereiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10711.724209/201241, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão, (Acórdão 3201002.523): "Conforme o Direito Tributário, a legislação, as provas, documentos e petições apresentados aos autos deste procedimento administrativo e, no exercício dos trabalhos e atribuições profissionais concedidas aos Conselheiros, conforme portaria de condução e Regimento Interno deste Conselho, apresento e relato o seguinte voto. Por conter matéria preventa desta 3.ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e considerando o tempestivo Recurso Voluntário, dele conheço. A alegação da fiscalização de 'Não Prestação de Informação sobre Carga Transportada' e a consequente aplicação de multa de R$ 5.000,00 prevista no Art. 107 do DL 37/66, em razão do descumprimento do prazo previsto na IN RFB 800/2007, Art. 22, ocorreu em razão da fiscalização ter constatado que o contribuinte era consignatário e deveria ter cumprido o prazo em no máximo até 29/07/09 às 07:58, sendo que desconsolidou o mercante agregado HBL de fls. 23 e 24 às 18:00 do mesmo dia 29. Conforme alegação de bis in idem do contribuinte em seu Recurso Voluntário, a autuação seria atrelada a dois outros autos de infração, Processos Administrativos de n°. 10711.724.250/201218 e 10711.724.251/201262, com os mesmos fatos e penalidade. Vencido no voto de diligência, para que fossem juntadas aos autos cópias dos mencionados processos e fosse verificada a possibilidade da duplicidade da pena, conforme Resolução por mim proposta na sessão de Janeiro deste ano, é certo que devo proceder à análise do mérito desta lide. Em que pese existir precedente favorável à situação do contribuinte, como o encontrado no Acórdão 3102001.988 deste Conselho, que determinou que a multa regulamentar sancionadora da infração por omissão ou atraso na prestação de informação sobre a carga transportada por empresa de transporte internacional de carga deve ser aplicada uma única vez por viagem do veículo transportador e não por cada manifesto de carga da mesma viagem, como fora consignado na autuação, não houve comprovação da existência de duplicidade ou do bis in idem, tampouco argumentos capazes de prejudicar o lançamento fiscal ou contradizer os argumentos utilizados pela turma de origem que afirmou 'que as multas aplicadas foram decorrentes de condutas similares, porém, relativas a fatos distintos'. Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10711.729884/201267 Acórdão n.º 3201002.575 S3C2T1 Fl. 5 4 Mas cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso, não foram juntados pelo contribuinte. Esta situação (não juntada de documentos ou provas) diverge do previsto no Art. 16, inciso III e §4º, do inciso V , do Decreto nº 70.235/72, bem como do artigo 373, inciso II, do Código de Processo Civil. Nestes termos, considerando que a Recorrente deixou de comprovar suas alegações, não há como acolher o pedido de nulidade do lançamento suscitado pela contribuinte. Restam prejudicados os demais argumentos do contribuinte, pois todos são decorrentes da alegação de bis in idem, exceto pela alegação de aplicação do princípio da razoabilidade, o que certamente teria valia porque é um princípio constitucional, contudo, está correta a fundamentação legal do lançamento, vigente e aplicável aos fatos narrados. O lançamento capitulou corretamente a multa regulamentar pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista no artigo 107, inciso IV, alínea "e", do Decreto Lei º 37/66, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei nº 10.833/2003, pelo fato da Recorrente ter prestado informações sobre a desconsolidação da carga fora do preceitos e prazos previstos nos artigo 22 e 50, da Instrução Normativa SRF nº 800/2007. Assim, deve ser aplicada a multa prevista pela letra “e” do inciso IV, art. 107 do Decreto nº 37, isso é, no montante de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Diante do exposto, votase por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para manter o lançamento em uma só multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais)." Quanto à questão do bis in idem, da mesma forma que no caso do paradigma a contribuinte não juntou ao presente processo "cópias dos Autos de Infração, um demonstrativo analítico, com os registros relativos às operações tratadas em cada processo apontado no recurso". Não comprovada a ocorrência de duplicidade da exigência, não há como acolher o pleito de nulidade do presente lançamento. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira Fl. 109DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.722546/2012-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Feb 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Mar 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 06/07/2009 a 07/01/2011
FALSIDADE IDEOLÓGICA DAS FATURAS. SUBFATURAMENTO. INDÍCIOS. CANCELAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO.
As acusações de subfaturamento dependem da desconstituição da fatura comercial que instruiu o despacho, ou seja, dependem de prova de que o real valor da transação difere do valor declarado.
O simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo para sua rejeição, conforme expresso na Opinião Consultiva 2.1, integrante das regras de interpretação do Acordo de Valoração Aduaneira (Instrução Normativa n.º 318/2003).
A autoridade supôs a falsidade ideológica das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas.
Recurso Voluntário Provido.
Crédito Tributário Exonerado.
Numero da decisão: 3402-003.841
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 06/07/2009 a 07/01/2011 FALSIDADE IDEOLÓGICA DAS FATURAS. SUBFATURAMENTO. INDÍCIOS. CANCELAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO. As acusações de subfaturamento dependem da desconstituição da fatura comercial que instruiu o despacho, ou seja, dependem de prova de que o real valor da transação difere do valor declarado. O simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo para sua rejeição, conforme expresso na Opinião Consultiva 2.1, integrante das regras de interpretação do Acordo de Valoração Aduaneira (Instrução Normativa n.º 318/2003). A autoridade supôs a falsidade ideológica das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Recorrente SESSA & ALIPIO COMERCIAL IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA E.P.P. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 06/07/2009 a 07/01/2011 FALSIDADE IDEOLÓGICA DAS FATURAS. SUBFATURAMENTO. INDÍCIOS. CANCELAMENTO AUTO DE INFRAÇÃO. As acusações de subfaturamento dependem da desconstituição da fatura comercial que instruiu o despacho, ou seja, dependem de prova de que o real valor da transação difere do valor declarado. O simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo para sua rejeição, conforme expresso na Opinião Consultiva 2.1, integrante das regras de interpretação do Acordo de Valoração Aduaneira (Instrução Normativa n.º 318/2003). A autoridade supôs a falsidade ideológica das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas. Recurso Voluntário Provido. Crédito Tributário Exonerado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por dar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do voto da Relatora. (Assinado com certificado digital) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 72 25 46 /2 01 2- 47 Fl. 478DF CARF MF 2 Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de Auto de Infração, lavrado em 01/06/2012, para a cobrança de Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados e contribuição PIS/COFINS acrescidos de multa de ofício e juros de mora e multa equivalente ao valor aduaneiro em virtude dos fatos assim descritos no Relatório Fiscal (efls. 140/154): "INTRODUÇÃO Em 08/08/2011 foi expedido o Mandado de Procedimento Fiscal nº 817800 2011001539, determinando que fosse efetuada a verificação dos valores de transação declarados pelo importador Sessa & Alípio Comercial Importação e Exportação Ltda, CNPJ 09.258.638/000100, nas importações efetuadas no período de 01/2009 a 06/2011. (...) DOS PREÇOS DECLARADOS A empresa Sessa & Alípio Comercial Importadora e Exportadora ltda realizou o registro de 18 declarações de importação no período de janeiro de 2009 a junho de 2011. Entre os produtos importados encontramse veículos do tipo jetski, além de diversos aparelhos eletrônicos. Dessas 18 declarações analisadas, deixamos de apreciar a 11/01174244, por ter sido objeto da pena de perdimento, através do PAF 11128.000912/201122. Ao analisar as 17 DIs restantes, foram encontradas irregularidade de preços em 15 delas. São as importações que possuem como origem empresas sediadas em Miami. Observase uma discrepância entre os preços informados pela autuada e os valores de mercado. Em média os valores declarados chegam a 35% dos de mercado. A seguir um quadro irá demonstrar com clareza esta diferença de valores. Os valores estão informados em dólar dos Estados Unidos e as importações realizadas no mesmo período: DESCRIÇÃO DA MERCADORIA PREÇO MÉDIO DECLARADO PELA AUTUADA PREÇO NO SITE DA YAMHA (Sic.) MOTORS USA PREÇO MÉDIO REGISTRADO NO SISTEMA DA RFB, EXCLUÍNDO A AUTUADA JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2009 NOVO 3.000,00 xxxxxxx 7.690,97 JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2010 NOVO 3.000,00 xxxxxxx 8.352,75 JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2011 NOVO 4.000,00 9.399,00 8.527,10 JET SKI YAMAHA MODELO VX CRUISER ANO 2012 NOVO XXXXXX 9.599,00 XXXXX Fl. 479DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 479 3 JET SKI YAMAHA VX DELUXE 2010 NOVO 3.500,00 xxxxxxx 8.477,14 JET SKI YAMAHA VX DELUXE 2011 NOVO XXXXXX 8.999,00 8.477,14 JET SKI YAMAHA VX DELUXE 2012 NOVO XXXXXX 9.299,00 XXXXXX JET SKI YAMAHA FX CRUISER SHO 2011 NOVO 5.000,00 13.999,00 12.073,94 JET SKI YAMAHA FX CRUISER SHO 2012 NOVO XXXXXX 14.599,00 XXXXXX JET SKI YAMAHA FX CRUISER HO 2011 NOVO 4.600,00 12.699,00 10.730,00 JET SKI YAMAHA FX CRUISER HO 2012 NOVO XXXXX 12.999.00 XXXXXX DOS FORNECEDORES NOS ESTADOS UNIDOS As mercadorias foram adquiridas junto a seus fornecedores nos Estados Unidos, em Miami, Flórida. Os nomes dos fornecedores são 2BYZZ INC., DMB Global LLC e ALCO GLOBAL LLC. (...) São empresas de brasileiros residentes nos EUA. Compram mercadorias nas lojas especializadas para a exportação previamente contratada. Ou seja, não são revendedoras autorizadas de determinado ramo, com preços atrativos, e sim intermediárias que agem conforme a demanda. São fortes os indícios, conforme demonstrado acima, de que os fornecedores/exportadores agem conforme a demanda da empresa brasileira, inclusive em relação à confecção dos documentos. Conclusão Percebese que 4 meses após a criação da 2BYZZ, ocorrida em 02/03/2009, a Sessa & Alípio registrou sua 1ª DI, em 06/07/2009, constando como fornecedora a referida empresa. Cessando seu fornecimento com o registro da DI nº10/02597430, em 18/02/2010. Logo após, em 13/01/2010, foi criada a DBM e registrada a 1ª DI, constando como fornecedora esta empresa, em 08/03/2010. Sendo todas as faturas apresentadas assinadas pelo Sr. Douglas Morato. Isto nos leva a conclusão que das 18 Declarações registradas, no período que abrange esta fiscalização, 12 foram efetuadas com fornecimento de mercadorias através da mesma pessoa, ou seja, o Sr. Douglas Morato. Em 01/12/2010, a importadora iniciou os registros das DI's, constando como fornecedora a ALCO GLOBAL, que pertence ao Sr. Roberto Lessa, residente em Santos/SP. A DI nº11/01174244, registrada em 19/01/2011, foi objeto de procedimento especial de fiscalização, sendo lavrado o Auto de Infração e Termo de Guarda Fiscal nº 817800/EQCOL000003/2011, por ter sido verificado o subfaturamento das mercadorias. Por todo o exposto, fortes indícios indicam pela falsidade ideológica das faturas apresentadas, disposto no § 3ºA, inciso VI do art.689 do Regulamento Aduaneiro. O importador migra de uma empresa para outra com os preços pouco alterados, porém todos fora dos parâmetros de mercado e sempre tendo como sócios pessoas com residência na cidade de Santos. Os valores apresentados nas faturas são muito inferiores tanto em relação ao mercado de onde originam as importações, como em relação à própria Yamaha Motors nos Estados Unidos, no site www.yamaha motor.com. Sendo um agravante, o fato das empresas, situadas no exterior, terem sido constituídas pouco antes do início do fornecimento das mercadorias para a autuada e por preços bem abaixo aos de mercado, o que seria pouco provável para empresas recém constituídas, que é o caso da 2BYZZ e DBM, e que não são do ramo náutico. A prova irrefutável do subfaturamento está no fornecimento dos JET SKIS. Não sendo razoável, no mercado, “atravessadores” (2BYZZ, DBM e ALCO GLOBAL) comprarem de lojas e ainda fornecerem com preços que chegam a 35% do Fl. 480DF CARF MF 4 fabricante, conforme podese observar na tabela apresentada anteriormente. Cabe ressaltar, que todos as mercadorias relacionadas neste auto foram encontradas a preços muito abaixo aos dos sites especializados nos Estados Unidos, sendo de fácil constatação numa breve busca. Em 06/12/2011, foi lavrado o Auto de Infração nº 0817800/00153/11, objeto do Processo Administrativo nº 11128.720197/201229, que dispõe sobre a aplicação da pena de perdimento das mercadorias de que trata este auto de infração. Em 25/04/2012, foi emitido despacho decisório pelo Sr. Inspetor da Alfândega do Porto de Santos, cuja cópia encontrase em anexo, aplicando a PENA DE PERDIMENTO sobre as mercadorias objeto do Auto de Infração supra. Em 11/05/2012, a empresa autuada foi intimada a apresentar as mercadorias, objeto da pena de perdimento, a esta Alfândega. Em 15/05/2012, a autuada, através de seu representante, informou que as mercadorias em litígio haviam sido consumidas. Tendo exposto os fatos acima, lavro o presente Auto de Infração com fulcro no § 3º, inciso IV do art.23 do DecretoLei nº1.455/76." (efls. 140/147 grifei) Cientificado do auto de infração, foi apresentada tempestiva impugnação. Em razão da informação apresentada em sede preliminar da existência de uma ação judicial que visa anular o Auto de Infração relativo à DI n. 11/01174244, apreendidas no Processo Administrativo Fiscal n. 11128.000912/201122 (processo n° 000855097.2011.403.6104), o processo foi convertido em diligência para a apresentação da cópia da exordial desse processo judicial para a avaliação da eventual concomitância, anexada aos presentes autos às efls. 352/389. Em seguida, após afastar a concomitância, a Delegacia de Julgamento em São Paulo I manteve o lançamento na decisão recorrida ementada nos seguintes termos: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 06/07/2009 Dano ao Erário causado ao mercado interno pelo uso de documento necessário ao desembaraço falsificado. Substituição da pena de perdimento pela multa equivalente ao valor aduaneiro. Importações proveniente de empresas sediadas na Florida/EUA. Diascrepância (Sic.) entre os preços informados e os valores de mercado. Em média os valores declarados chegam a 35% dos de mercado. Empresas de brasileiros residentes nos EUA. Compram mercadorias nas lojas especializadas para a exportação previamente contratada. A discrepância de valores que pautaram a presente ação fiscal ocorreu predominantemente pela pesquisa dos preços dos produtos importados no sítio na Internet do próprio fabricante. Se de fato a “sazonalidade” propiciou esse preço mitigado, o impugnante deveria trazer provas a esse respeito. Não há qualquer motivo apresentado pelo impugnante que propicie a realização de perícia. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido" (efl. 393) Intimada desta decisão em 08/04/2014 (efl. 426), o contribuinte apresentou tempestivo Recurso Voluntário em 06/05/2014 (efls. 428/439) reiterando os argumentos trazidos na Impugnação, alegando, em síntese: Fl. 481DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 480 5 (i) a nulidade da autuação pela não juntada aos autos dos paradigmas apresentados no bojo do Auto de Infração confeccionado, onde se baseou a fiscalização no comparativo de preços; (ii) menciona a existência da ação judicial n° 000855097.2011.403.6104 relativa à apreensão das mercadorias da DI n.º 11/01174244 e de outros autos de infração anteriores que deveriam ser juntados ao presente; (iii) ausência de prova do subfaturamento e de fundamento para a pena de perdimento, não sendo sido realizada a individualização das importações assinaladas (mercadorias por Dl), juntada de paradigmas (não se sabe se os mesmos sofreram tal tipo de fiscalização, seja, valoração aduaneira), especialmente em se considerando que não se tratam apenas de importações de Jet Sky’s, única base para a revisão efetuada. Em 31/10/2016 a Recorrente apresentou petição nos autos anexando aos autos sentença proferida na ação penal n.º 000041006.2013.4.03.6104, transitada em julgado em 23/09/2016, relativa à importação objeto da DI n. 11/01174244 que concluiu pela ausência de subfaturamento na importação de jetskis, com a menção, inclusive, às DIs objeto destes autos que seriam objeto de ação penal apensa àquela ação (n.º 000913292.2014.4.03.6104). Segue abaixo o inteiro teor da sentença acostada aos presentes autos: "Tratase de ação penal movida pelo Ministério Público Federal contra Ricardo de Souza Sessa pela imputada prática do delito previsto no art. 334, "caput", do Código Penal. Narra a denúncia, que o réu, na qualidade de sócio administrador da empresa Sessa & Alípio Comercial Importação e Exportação Ltda. EPP, de forma livre e consciente, em 19/01/2011, iludiu, em parte, o pagamento de impostos devidos pela importação de doze "jetskis" mediante o subfaturamento do preço declarado na DI nº 11/01174244. A constatação pela Alfândega do Porto de Santos deuse através de pesquisa no site do fabricante Yamaha Motor Corporation e por comparação com paradigma (DI 11/01408814, registrada em 24/01/2011), realizadas no curso de procedimento administrativo fiscal. Foi apurado que o preço das mercadorias correspondia a apenas 35,72% do custo mínimo para o mesmo modelo de "jetski" declarado descrito na Fatura Comercial 1143.O valor total em impostos iludidos foi estimado em R$ 44.141,93 (I.I.), R$ 5.842,96 (Pis/PasepImportação), R$ 30.454,24 (Cofins Importação) e R$ 26.484,16 (I.P.I.). A empresa responsável pela importação não obteve êxito em nenhuma das medidas que adotou a fim de evitar que o procedimento administrativo fiscal fosse julgado procedente (fls. 365/375). A denúncia foi recebida em 30/04/2013 (fls. 376/379). O réu foi regularmente citado e apresentou resposta na forma do art. 396A do CPP (fls. 393 e 397/400). Não verificada existência de hipótese de absolvição sumária, o recebimento da denúncia foi ratificado (fls. 410/vº). Em vista de conexão existente com a ação penal nº 000913292.2014.4.03.6104 que tramitava perante a 6ª Vara Federal de Santos, sendo este juízo prevalente em razão de primeiro conhecer dos fatos, os referidos autos foram avocados para reunião e apensados aos presentes, consoante decisão que declarou a competência para processar e julgar os feitos (fls. 433/434vº). No apenso, foi imputada ao réu a prática do delito previsto no art. 334 do Código Penal, por ter, condição de sócio administrador da empresa Sessa & Alípio Comercial Importação e Exportação Ltda., sido o responsável, entre janeiro de Fl. 482DF CARF MF 6 2009 a junho de 2011, pela importação de "jetskis", declarados nas DIs nºs 09/08523585, 09/13864301, 09/1749870, 10/00014004, 10/00400443, 10/02597430, 10/03718274, 10/05802442, 10/07689619, 10/13681403, 10/18972112, 10/21452850, 10/22464827, 10/23079587 e 11/00445660. Através de procedimento administrativo fiscal apuratório foi constatado o subfaturamento dos preços declarados, estimado em até 35% do valor de mercado dos "jetskis". Foi calculado em R$ 2.084.195,50, o valor correspondente aos tributos devidos. Ao final do procedimento administrativo foi decretada pena de perdimento das mercadorias, convertida em pena de multa, por terem os "jetskis" sido desembaraçados (fls. 427/vº). A denúncia foi recebida em 10/12/2014, e o réu foi regularmente citado, sendo determinada a remessa dos autos para reunião aos presentes em razão da conexão em 09/04/2015 (fls. 98/vº, 106 e 119 do apenso). Com a reunião dos feitos e a unidade de processamento, intimado, o réu apresentou nova resposta à acusação, sendo ratificado o recebimento da denúncia em relação ao apenso (fls. 448/455 e 458/vº). Inquiridas as testemunhas e realizado o interrogatório do réu (fls. 466/467), superada a fase do art. 402 do CPP, sem requerimentos, as partes apresentaram alegações finais às fls. 475/476 e 479/481. O Ministério Público Federal requereu a absolvição do acusado, uma vez que em relação à materialidade as provas coligidas não se mostram aptas a caracterizar com segurança razoável o subfaturamento dos preços das mercadorias. No mesmo sentido, a defesa pugnou absolvição, aduzindo que em razão das condições especiais praticadas pela compra no atacado, o preço dos "jetskis" divergiu do valor correspondente ao praticado no mercado de varejo constatado pela fiscalização. É o relatório. Fundamento e decido. Da análise minuciosa dos autos, verifico que sob o crivo do contraditório, não foi produzida prova forte o suficiente para caracterizar a prática dos ilícitos narrados, mostrandose de rigor a absolvição do acusado pela aplicação do princípio do in dubio pro reo. Assim, consoante fundamentação apresentada pelo Ministério Público Federal em suas alegações finais de fls. 475/476, o fato é que nenhuma prova segura foi produzida a fim de demonstrar a materialidade com relação à prática do descaminho. A denúncia baseiase em procedimento administrativo fiscal que constatou a prática de subfaturamento de preços a partir de pesquisa realizada no site do fabricante dos "jetskis" e em comparação com paradigma. Contudo, como anotado em memorias pelas partes, a apuração feita pela autoridade fiscal mostrar questionável, uma vez que os preços constatados pelo fisco seriam os praticados no comércio de varejo, superiores, portanto, ao que se poderia chegar através de condições especiais de negociação de uma compra no atacado. Verificada a existência de dúvida em relação ao real valor de compra dos "jetskis", a prova produzida a cerca do subfaturamento em administrativa mostrase inábil para a formação de um juízo de certeza diante da falta de outras produzidas sob o manto do contraditório no curso da instrução. Em juízo, a testemunha Joaquim Carlos Mauri Pereira Junior, despachante aduaneiro que atuou na época contratado para a liberação aduaneira dos "jetskis", afirmou que o réu já havia realizado várias outras operações de importação envolvendo "jetskis" dentre outros equipamentos náuticos em quantidade, e que o preço declarado das mercadorias não poderia ser comparado com o declarado por um adquirente de varejo, ou que não possuísse uma relação comercial de cliente atacadista mais sólida estabelecida com o fornecedor como a ostentada pelo réu (fl. 466). Interrogado, o réu negou as acusações e declarou que o preço de aquisição dos "jetskis" correspondia ao praticado no mercado, sendo que aquele que foi constatado pelo agente fiscal representava o preço dos "jetskis" encontrado comércio de varejo (fl. 467). Fl. 483DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 481 7 Desse modo, diante da fraqueza da prova da materialidade que consta dos autos, inexistente sob o crivo do contraditório, a absolvição do denunciado impõemse por força do princípio "in dubio pro reo", sendo de rigor, a absolvição do réu, por força, sobretudo, da garantia constitucional da presunção de inocência (CF, art. 5º, inciso LVII). Diante do exposto, julgo improcedente a denúncia e absolvo Ricardo de Souza Sessa (RG nº 15532262 SSP/SP; CPF nº 032.465.46851), com fundamento no artigo 386, inciso VII, do Código de Processo Penal." (efl. 473/474) É o Relatório. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne Conheço do Recurso Voluntário interposto, por tempestivo, adentrando em suas razões. Como se depreende do Relatório Fiscal às fls. 140/154, o presente processo administrativo decorre da aparente falsidade ideológica das faturas comerciais necessárias ao despacho aduaneiro de diversas Declarações de Importação de jet skys e equipamentos eletrônicos, registradas pela Recorrente entre 06/07/2009 e 07/01/2011. No entender da fiscalização, haveria prova irrefutável de subfaturamento de mercadorias nos seguintes termos, já transcritos no relatório: "A prova irrefutável do subfaturamento está no fornecimento dos JET SKIS. Não sendo razoável, no mercado, “atravessadores” (2BYZZ, DBM e ALCO GLOBAL) comprarem de lojas e ainda fornecerem com preços que chegam a 35% do fabricante, conforme podese observar na tabela apresentada anteriormente. Cabe ressaltar, que todos as mercadorias relacionadas neste auto foram encontradas a preços muito abaixo aos dos sites especializados nos Estados Unidos, sendo de fácil constatação numa breve busca." (grifei) Portanto, o suposto subfaturamento de todas as mercadorias abrangidas na autuação foi o único fundamento concreto trazido no Auto de Infração para o reconhecimento da falsidade ideológica das faturas e, por conseguinte, para a aplicação da pena de perdimento das mercadorias. Com efeito, para a aplicação da pena de perdimento, convertida em multa, a fiscalização apenas menciona a diferença de preço na importação dos Jet Skis e o suposto fornecimento por empresas consideradas atravessadoras. De pronto, possível verificar que não foram trazidas quaisquer justificativas para a desconsideração, pela fiscalização, dos preços praticados pela Recorrente quanto à diversas outras mercadorias abrangidas nas DIs que foram objeto da autuação, indicados no Relatório Fiscal apenas como "diversos aparelhos eletrônicos". Fl. 484DF CARF MF 8 De fato, não foram apontadas quaisquer justificativas fáticas ou jurídicas para terem sido desconsiderados os preços praticados pela Recorrente quanto aos diversos produtos abrangidos na autuação relacionados no Auto de Infração às efls. 155/189 que não os Jet Skis, tais como "TV A CORES LED 46"", "APARELHO DE DVD", "APARELHO DE HOME THEATER", dentre outros. Para estes produtos, a fiscalização sequer trouxe qual teria sido a base de preços consideradas, apenas que teriam sido objeto de sites de busca dos Estados Unidos cujas telas sequer foram anexadas aos autos. Para estas mercadorias, é evidente a necessidade de cancelamento da autuação por ausência de qualquer substrato probatório para o subfaturamento apontado para os "diversos aparelhos eletrônicos" abrangidas na autuação. Por sua vez, quanto aos "jet skis", vislumbro primeiramente que a fiscalização não trouxe qualquer comparativo obtido no site da YAMAHA dos Estados Unidos relativo aos modelos do ano de 2009, únicos que foram objeto de importação pela Recorrente como se depreende da relação constante das efls. 155/189. Quanto ao ano de 2009, a fiscalização apenas indicou na planilha constante do Relatório Fiscal qual teria sido o "PREÇO MÉDIO REGISTRADO NO SISTEMA DA RFB, EXCLUÍNDO A AUTUADA", sem, contudo, apresentar qualquer documento, mesmo do sistema, que comprovasse essa afirmação. Da mesma forma, quando da descrição das pessoas jurídicas que seriam as supostas "atravessadoras" das mercadorias, a fiscalização não demonstrou qualquer evidência concreta de relação entre as empresas, fazendo um relato que não evidenciou, de qualquer forma, a existência de um conluio para a ocorrência de importações subfaturadas no período. Assim, não há nos autos qualquer elemento probatório que ampare a desconstituição da fatura comercial, nem nada que indique a ocorrência efetiva de subfaturamento, tendo o juízo do auditor fiscal responsável sido conformado apenas por indícios por ele interpretados. Nos moldes como feita, a autuação contraria o art. 1º do Acordo de Valoração Aduaneira GATT, promulgado pelo Decreto nº 1.355/1994, e a Opinião Consultiva n° 2.1, divulgada pela Instrução Normativa n.º 318/2003. Isso porque o simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não é motivo suficiente para sua rejeição. Vejamos os exatos termos da referida Opinião: "OPINIÃO CONSULTIVA 2.1 ACEITABILIDADE DE UM PREÇO INFERIOR AOS PREÇOS CORRENTES DE MERCADO PARA MERCADORIAS IDÊNTICAS 1. Foi formulada a questão acerca da aceitabilidade de um preço inferior aos preços correntes de mercadorias idênticas quando da aplicação do Artigo 1 do Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio. 2. O Comitê Técnico de Valoração Aduaneira examinou esta questão e concluiu que o simples fato de um preço ser inferior aos preços correntes de mercado para mercadorias idênticas não poderia ser motivo para sua rejeição para os fins do Artigo 1, sem prejuízo, no entanto, do estabelecido no Artigo 17 do Acordo." (grifei) Como já tivemos a oportunidade de discutir nos acórdãos relativos ao PTA n.º 10945.000888/200597, de relatoria do Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, a Fl. 485DF CARF MF Processo nº 11128.722546/201247 Acórdão n.º 3402003.841 S3C4T2 Fl. 482 9 desconsideração do valor indicado nas DIs, por parte da fiscalização deve atender a dois ônus argumentativoprobatórios distintos: a) um relativo à descaracterização do valor aduaneiro adotado pelo importador, através da prova do subfaturamento; e b) determinação do correto valor aduaneiro, com base na legislação aplicável. No caso em tela, a autoridade supôs a falsidade das faturas por entender que o valor declarado seria inferior ao valor corrente do mercado, sem, contudo, acompanhar esse juízo com provas que demonstrassem que o pagamento foi superior ao declarado, ou qualquer outro elemento que autorizasse a desconsideração das faturas apresentadas. Portanto, a afirmação da fiscalização no sentido de que teria ocorrido o subfaturamento das mercadorias se respaldou em meros indícios sequer admitidos pela legislação aduaneira (diferença quanto ao valor corrente de mercado da mercadoria), devendo ser cancelada como já entendido por este CARF: "Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2008 PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO ABUSIVO. SUBFATURAMENTO. ÔNUS DA PROVA. A acusação de subfaturamento nas operações comerciais não pode ser presumida, devendo ser efetivamente comprovada, não bastando a indicação de meros indícios ou do fato de haver interdependência entre comprador e vendedor para descaracterizar o valor da fatura comercial. Recurso de Ofício Negado" (Processo 16561.720180/201276 Data da Sessão 28/09/2016 Relator(a) Fenelon Moscoso de Almeida Nº Acórdão 3401003.266 grifei) Essa deficiência na prova da fiscalização foi mencionada na ação penal proferida no processo relativo ao sócio da pessoa jurídica quanto à DI 11/01174244, que não faz parte desse processo, mas que trouxe fundamento idêntico para o subfaturamento dos jet skis. Naqueles autos, como informado pelo juiz na sentença transitada em julgado, o próprio Ministério Público Federal entendeu pela ausência de materialidade na conduta vez que "as provas coligidas não se mostram aptas a caracterizar com segurança razoável o subfaturamento dos preços das mercadorias" (efl.s 473). Diante do exposto, diante da ausência de provas suficientes à demonstrar o subfaturamento dos jet skis e dos demais produtos envolvidos na autuação, e por conseguinte a falsidade ideológica das faturas, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário para cancelar a exigência fiscal autuada. É como voto. Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora Fl. 486DF CARF MF 10 Fl. 487DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 18186.000179/2007-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 2402-000.584
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 81 86 .0 00 17 9/ 20 07 -1 4 Fl. 538DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Tratase de retorno de diligência determinada na Resolução n. 2401000.228 (fls. 366/371), de 20/06/2012, na qual esta Turma, ao se deparar com a falta dos relatórios de apropriação de recolhimentos, determinou que o órgão lançador apresentasse demonstrativo discriminando a apropriação de todas as guias recolhidas em nome do sujeito passivo nas competências da NFLD (01/1999 a 01/2003). O fisco prestou informações às fls. 381/447, onde apresentou tabela de aproveitamento das GPS e conclui que há competências em que não houve apropriação integral de recolhimentos na apuração original, devendo ser efetuada a retificação conforme demonstrativo de fls. 384. A empresa contestou as afirmações da autoridade lançadora em peça de fls. 489/520. Menciona que o escopo da diligência fiscal era apenas no sentido de que o fisco discriminasse as apropriações efetuadas, não havendo espaço para que fosse efetuadas alocações de recolhimentos. Afirma ainda que a alocação de valores para o presente débito lança efeitos sobre a NFLD n.º 35.380.4522. Acusa a existência de contradições entre os recolhimentos identificados no anexo ao relatório fiscal e aqueles apresentados nas informações prestadas em sede de diligência. Faz demonstrativos do alegado. Assevera que o desencontro dos números que compõem a apuração fiscal, caracterizado pela incompleta apropriação de recolhimentos, conduz inexoravelmente à nulidade da NFLD. Cita precedente do CARF, cujo entendimento é de que esse tipo de erro representa vício material que nulifica o lançamento. Argumenta que outra contradição gritante é a menção no relatório fiscal de que a utilização da aferição indireta decorreu da falta de apresentação de folhas de pagamentos, ao passo que na informação fiscal prestada na diligência realizada em 13/04/2007, o fisco afirma que foram apresentadas todas as folhas de pagamento. Deduz que, se foram entregues todos os documentos, o arbitramentos das contribuições é ilegítimo. Por outro lado, advoga que, se as folhas foram mostradas, o fisco teria que excluir do lançamento todas as rubricas constantes do § 9.º do art. 28 da Lei n. 8.212/1991. Suscita que o próprio procedimento fiscal demonstrou que as folhas de pagamento foram apresentadas, posto que há outras notificações fiscais específicas para exigência de contribuições sobre determinadas rubricas (alimentação, assistência médica, vale transporte) que somente poderiam ser identificadas pela análise das folhas de pagamento. Conclui que sendo procedente a aferição indireta seriam nulas as NFLD construídas mediante verificação da folha de pagamento. Fl. 539DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 4 3 Argumenta que o fisco em nenhum momento indicou qual o critério de apropriação dos recolhimentos nas diversas NFLD, notandose casos em que, se a distribuição dos valores nos débitos fosse efetuada de outra forma, levaria a inexistência de diferenças a recolher em determinadas competências. Ao final, pede a declaração de nulidade/improcedência do lançamento. É o relatório. Fl. 540DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 5 4 VOTO Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade O recurso merece conhecimento, conforme já havia decido a Turma na sentada anterior. Necessidade de conversão em diligência A planilha de fl. 384 está a indicar que para a competência 01/1999 inexistiram novas apropriações além daquelas levadas a efeito quando da lavratura fiscal, ou seja, no procedimento de diligência não foram aproveitados novos recolhimentos. Apreciando a planilha de fls. 385/447 que segrega as apropriações para as únicas notificações deste período onde foram aproveitados recolhimentos (NFLD 35.380.4522 e NFLD 35.380.4530), verifiquei que os argumentos apresentados pelo sujeito passivo na sua resposta à última diligência realizada fazem sentido, posto que cotejando os recolhimentos constantes como apropriados na planilha originalmente acostada (fls. 451/476) com aquela juntada na diligência fiscal (fls. 385/447) encontramos a seguinte discrepância para a competência 01/1999: PLANILHA DA LAVRATURA valores apropriados PLANILHA DA DILIGÊNCIA valores apropriados INSS R$ TERCEIROS R$ INSS R$ TERCEIROS R$ 39.335,27 116,17 25.016,77 6.167,66 O sujeito passivo alega que as mesmas divergências repetemse para as demais competências lançadas e apresenta demonstrativo. Assim, conforme frisei acima, como na diligência não houve novas apropriações para esta competência (01/1999), os valores acima apresentados deveriam coincidir. Em não se verificando a convergência de dados, entendo ser prudente mais uma vez ouvir o pronunciamento do fisco, até porque na planilha de fls. 451/476 há diversos dados que estão ilegíveis, merecendo que seja elaborada nova planilha contemplando todos os elementos suficientes para que se chegue a uma conclusão segura acerca da procedência ou não das contribuições lançadas. Sugiro que o demonstrativo traga, para todas as competências lançadas, as seguintes colunas, apenas com as totalizações mensais: a) base de cálculo; b) contribuição dos segurados; Fl. 541DF CARF MF Processo nº 18186.000179/200714 Resolução nº 2402000.584 S2C4T2 Fl. 6 5 c) total devido Seguridade Social; d) total devido Outras Entidades (terceiros); e) recolhimentos efetuados e apropriados e diferenças a apropriar para a Seguridade Social; f) recolhimentos efetuados e apropriados e diferenças a apropriar para Outras Entidades (terceiros); g) valor lançado Seguridade Social; h) valor lançado Outras Entidades (terceiros). Tendose em conta que este demonstrativo será tratado como sendo a manifestação do fisco acerca das divergências apontadas pelo sujeito passivo quando instando a falar sobre o resultado da diligência, a sua não produção poderá levar o órgão de julgamento a acatar como verdadeiros os argumentos da parte adversa. Desta decisão deve ser dada ciência ao sujeito passivo para manifestação no prazo legal. Conclusão Voto por conversão do julgamento em diligência, nos termos acima propostos. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 542DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10480.900735/2012-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.022
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 00 73 5/ 20 12 -8 5 Fl. 227DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.898. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 228DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 10480.900735/201285 Resolução nº 3401001.022 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 230DF CARF MF
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Numero do processo: 10480.913819/2011-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Mar 06 00:00:00 UTC 2017
Numero da decisão: 3401-001.066
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Robson José Bayerl - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROBSON JOSE BAYERL
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1706; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.913819/201106 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3401001.066 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25 de janeiro de 2017 Assunto PIS E COFINS. COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO. Recorrente RODOBENS CAMINHÕES PERNAMBUCO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Robson José Bayerl, Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Rodolfo Tsuboi e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Trata o presente processo administrativo de PER que pretende obter reconhecimento de direito creditório das contribuições por suposto pagamento a maior. O sistema informatizado da Receita Federal emitiu o Despacho Decisório em processamento automatizado indeferindo o pedido, afirmando que o valor do DARF de onde viria o crédito já estava totalmente comprometido em quitação de débito constante de declaração prestada pelo contribuinte ao Fisco. A contribuinte manifestou inconformidade, explicando que: 1. A autoridade de administração e a autoridade fiscal não tomaram conhecimento das razões da contribuinte para seu direito, nem se aprofundaram em sua análise, nem buscaram investigar os fatos; a contribuinte não foi intimada a explicar os fundamento do seu pedido antes do despacho decisório; RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 13 81 9/ 20 11 -0 6 Fl. 202DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 3 2 2. seu direito repousa no fato de que ela indevidamente tinha incluído na base de cálculo do tributo receitas (tais como receitas financeiras, e outras), face a declaração de inconstitucionalidade pelo STF para o § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/1998; pois a base de tributação deve se cingir às receitas de faturamento pela venda de mercadorias e da prestação de serviços. 3. Pede a reunião dos vários processos administrativos que tratam da mesma matéria/tributo, mudando apenas os períodos de apuração, para serem julgados na mesma ocasião. Os Julgadores de 1º piso não acolheram o pedido de reunião dos vários processos. Eles também consideraram improcedente o recurso da contribuinte, entendendo pela insuficiência de provas pelo alegado. Seria da contribuinte o ônus de provar o direito objeto do seu pedido, no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade, sob pena de preclusão, ressalvadas as exceções legalmente previstas, nos termos do art. 16, caput, III e §4°, do Decreto 70.235/72, conforme consta do voto da decisão recorrida. Concluíram, os Julgadores a quo, pelo não reconhecimento do direito creditório, nos termos do Acórdão 11041.064. Inconformada, a contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual repisou as alegações apresentadas na manifestação de inconformidade, e acrescentou as seguintes: ● não é verdade que houve insuficiência de provas, pois apresentou planilha, balancete e livro obrigatório da contabilidade da contribuinte; ● a autoridade fiscal não questionou a efetividade dos pagamentos em discussão; ● não pode prevalecer o entendimento esposados pelos julgadores de 1º piso de que houve preclusão para a juntada de provas; isso fere o disposto na letra "c" do § 4º do artigo 16 do Decreto n. 70.235, de 1972 (apresentar provas que se destine a contrapor fatos e razões posteriormente trazidas aos autos). Cita doutrina, acórdãos e jurisprudências; ● a falta de retificação da DCTF não deve servir de justificativa para não se analisar e se deferir o direito da contribuinte; ● Não procede o entendimento dos Julgadores a quo de que a declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei n. 9.718/1998 proferida pelo STF não seja de observação obrigatória no processo administrativo fiscal; ● a Verdade Material deve prevalecer, e a autoridade deve realizar um exame completo dos fatos. É o relatório Fl. 203DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Robson José Bayerl, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3401000.984, de 25 de janeiro de 2017, proferida no julgamento do processo 10480.900040/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela Resolução (3401000.984): "Tempestivo o Recurso e atendidos os demais requisitos de admissibilidade. Temos diante de nós mais um caso de despacho decisório processado automaticamente, sem que haja qualquer intervenção humana para rever o seu teor e a eventual existência de razões para questionar sua conclusão. É freqüente, nessas situações, que a contribuinte somente compreenda totalmente a situação quando recebe a decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento mantendo o indeferimento eletrônico inicial, geralmente por falta de provas ou de contra argumentações por parte da contribuinte. Nessa toada, há os que se escudam no instituto da preclusão probatória para justificar a impossibilidade de reverter as negativas até então impostas à contribuinte. Coerente com minhas propostas de votação anteriores em situações semelhantes, baseado no argumento de que o princípio da verdade material deve prevalecer, relativizando as formalidades e os institutos preclusivos e assemelhados, e no argumento de que não é do interesse público maior praticar a injustiça fiscal qual seja, a manutenção no Tesouro do pagamento indevido , é que proponho que se tome providências para garantir substantivamente o contraditório (e não apenas formalmente) e para se verificar a verdade do alegado pelas partes. As teses que esposo divergem das postas no acórdão de 1º piso: (a) para uma visão absoluta do ônus probatório e do instituto da preclusão probatória, argumento em favor de que prevaleça a Verdade Material, e que os julgadores do processo administrativo possam agir e determinar providências nessa direção, aliás como expus em outros votos quando fiz alusão aos modelos trazidos pelo novo CPC; (b) que a negativa em pedidos de restituição e/ou compensações motivada pela inexistência de créditos líquidos e certos passe a considerar que a liquidez e certeza possam ser demonstradas ao longo do processo administrativo, não se limitando ao que o instruiu antes de sua chegada à instância de julgamento. Ressalto que a contribuinte, segundo que foi relatado, em sua primeira contestação havia juntado balancetes e planilhas, o que poderia ser no mínimo considerado princípio de prova. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 10480.913819/201106 Resolução nº 3401001.066 S3C4T1 Fl. 5 4 Por isso, tendo em vista que a administração tributária de jurisdição não apreciou as razões do suposto direito creditório, proponho a este Colegiado a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. Que se dê ciência à contribuinte desta decisão e também do relatório conclusivo e da informação fiscal resultantes da diligência, e prazo de 30 dias para ela se manifestar em cada uma dessas intimações." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, converto o julgamento deste processo em diligência para que a unidade de jurisdição local analise e informe a respeito do alegado pela contribuinte, e também a respeito da existência de retificação realizada ou tentada pela contribuinte com relação ao (débitos e créditos) discutido neste processo administrativo. (assinado digitalmente) Robson José Bayerl Fl. 205DF CARF MF
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Numero do processo: 36624.000814/2007-39
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Mar 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2005
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA.
Não se acolhem os embargos declaratórios quando inexistente a omissão apontada no julgado.
Embargos Rejeitados.
Numero da decisão: 2401-004.604
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios, para, no mérito, negar-lhes provimento, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios, para, no mérito, negar-lhes provimento, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto.
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IMUNIDADE/ISENÇÃO Embargante FAZENDA NACIONAL Interessado ISCP SOCIEDADE EDUCACIONAL S.A. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/2005 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. Não se acolhem os embargos declaratórios quando inexistente a omissão apontada no julgado. Embargos Rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 36 62 4. 00 08 14 /2 00 7- 39 Fl. 1232DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.233 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer dos embargos declaratórios, para, no mérito, negarlhes provimento, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins e Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 1233DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.234 3 Relatório Cuidamse de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, às fls. 1.156/1.159, contra o Acórdão nº 2401003.876, da relatoria do Conselheiro Igor Araújo Soares, o qual está juntado às fls. 1.130/1.153. 2. O crédito tributário diz respeito à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) nº 37.014.2349, concernente ao período de 01/1998 a 09/2000 e 09/2003 a 12/2005, lavrada para a exigência de contribuições previdenciárias relativas à parte dos segurados empregados, da empresa e às destinadas ao financiamento do Grau de Incidência de Incapacidade Laborativa Decorrente dos Riscos do Ambiente de Trabalho (GILRAT), além das contribuições devidas a terceiros. A ciência da NFLD ocorreu em 28/12/2006 (fls. 3/48). 3. Alega a embargante a existência de omissão e/ou contradição no v. acórdão, sob os seguintes fundamentos: (i) ausência de exame do disposto no § 3º do art. 11 da Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, o qual, segundo a recorrente, prevê que o Certificado de Entidade de Assistência Social (Ceas) concedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), com base na legislação do Programa Universidade para Todos (Prouni), apenas possibilita a requisição pela pessoa jurídica de um novo pedido de isenção/imunidade junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e, caso deferido o pleito, o benefício fiscal passaria a produzir efeitos a contar da data da entrada em vigor da novel legislação, isto é, 10/9/2004; e (ii) falta de pronunciamento a respeito da adesão do contribuinte antes do julgamento do recurso voluntário ao parcelamento previsto na Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, uma vez que tal ato equivale à concordância com a exigência fiscal. 4. Os autos digitais foram enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional em 1º/6/2015, que interpôs os embargos de declaração em 10/6/2015 (fls. 1.155 e 1.160). 5. Tendo em vista que o conselheiro relator originário não mais integra a Turma, o processo foi sorteado no âmbito da 1ª Turma da 4ª Câmara, na sessão de 13/4/2016, para análise da admissibilidade dos embargos. 6. Os aclaratórios foram admitidos por meio de despacho do presidente da Turma, Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini, cujo processo foi devolvido para relatoria e inclusão em pauta de julgamento (fls. 1.221/1.222). 7. Ressalto que consta manifestação do contribuinte a respeito dos embargos declaratórios opostos pela Fazenda Nacional. Em síntese, o interessado defende a correção do julgado proferido no âmbito do colegiado e requer a negativa de provimento ao recurso (fls. 1.162/1.167 e 1.187/1.201). Fl. 1234DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.235 4 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess Relator 8. Preenchidos os requisitos de admissibilidade dos embargos de declaração, passo ao exame de mérito (art. 65, § 1º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015). 1 9. Antes, porém, novamente saliento que a minha designação como relator, por intermédio de sorteio, foi devida à circunstância de o relator originário não mais compor o colegiado. 9.1 À vista disso, incumbeme a emissão de opinião sobre a necessidade de saneamento do Acórdão nº 240103.876, submetendo as questões à apreciação da Turma. Tal juízo não implica, contudo, anuência ou discordância com os fundamentos e as conclusões da decisão embargada. 10. Pois bem. Para melhor explanação das razões de decidir, analisemos em separado os vícios apontados pela Fazenda Nacional: a) omissão do colegiado no exame do conteúdo do art. 11, § 3º, da Lei nº 11.096, de 2005; e b) previamente ao julgamento do recurso voluntário, havia pedido de parcelamento do crédito tributário. a) Falta de exame da norma jurídica contida no art. 11, § 3º, da Lei nº 11.096, de 2005 11. Nesse ponto, a Fazenda Nacional sustenta que o acórdão embargado centralizou a sua atenção no § 2º do art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005, deixando de apreciar, por outro lado, o disposto no § 3º do mesmo artigo, preceptivo essencial ao deslinde da controvérsia trazida a debate nos autos. 11.1 Para compreensão da legislação questionada, transcrevo abaixo o inteiro teor do art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005: Art. 11. As entidades beneficentes de assistência social que atuem no ensino superior poderão, mediante assinatura de termo de adesão no Ministério da Educação, adotar as regras do Prouni, contidas nesta Lei, para seleção dos estudantes beneficiados com bolsas integrais e bolsas parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), em especial as regras previstas no art. 3º e no inciso II do caput e §§ 1º e 2º do art. 7º desta Lei, comprometendose, pelo prazo de 1 Tempestividade, conforme §§ 3º, 5º e 6º do art. 7º da Portaria MF nº 527, de 9 de novembro de 2010. Fl. 1235DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.236 5 vigência do termo de adesão, limitado a 10 (dez) anos, renovável por iguais períodos, e respeitado o disposto no art. 10 desta Lei, ao atendimento das seguintes condições: I oferecer 20% (vinte por cento), em gratuidade, de sua receita anual efetivamente recebida nos termos da Lei nº 9.870, de 23 de novembro de 1999, ficando dispensadas do cumprimento da exigência do § 1º do art. 10 desta Lei, desde que sejam respeitadas, quando couber, as normas que disciplinam a atuação das entidades beneficentes de assistência social na área da saúde; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) II para cumprimento do disposto no inciso I do caput deste artigo, a instituição: (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) a) deverá oferecer, no mínimo, 1 (uma) bolsa de estudo integral a estudante de curso de graduação ou seqüencial de formação específica, sem diploma de curso superior, enquadrado no § 1º do art. 1º desta Lei, para cada 9 (nove) estudantes pagantes de curso de graduação ou seqüencial de formação específica regulares da instituição, matriculados em cursos efetivamente instalados, observado o disposto nos §§ 3º, 4º e 5º do art. 10 desta Lei; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) b) poderá contabilizar os valores gastos em bolsas integrais e parciais de 50% (cinqüenta por cento) ou de 25% (vinte e cinco por cento), destinadas a estudantes enquadrados no § 2º do art. 1º desta Lei, e o montante direcionado para a assistência social em programas não decorrentes de obrigações curriculares de ensino e pesquisa; (Revogado pela Lei nº 12.101, de 2009) III gozar do benefício previsto no § 3o do art. 7o desta Lei. § 1º Compete ao Ministério da Educação verificar e informar aos demais órgãos interessados a situação da entidade em relação ao cumprimento das exigências do Prouni, sem prejuízo das competências da Secretaria da Receita Federal e do Ministério da Previdência Social. § 2º As entidades beneficentes de assistência social que tiveram seus pedidos de renovação de Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social indeferidos, nos 2 (dois) últimos triênios, unicamente por não atenderem ao percentual mínimo de gratuidade exigido, que adotarem as regras do Prouni, nos termos desta Lei, poderão, até 60 (sessenta) dias após a data de publicação desta Lei, requerer ao Conselho Nacional de Assistência Social CNAS a concessão de novo Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social e, posteriormente, requerer ao Ministério da Previdência Social a isenção das contribuições de que trata o art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. § 3º O Ministério da Previdência Social decidirá sobre o pedido de isenção da entidade que obtiver o Certificado na forma do caput deste artigo com efeitos a partir da edição da Medida Provisória nº 213, de 10 de setembro de 2004, cabendo à Fl. 1236DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.237 6 entidade comprovar ao Ministério da Previdência Social o efetivo cumprimento das obrigações assumidas, até o último dia do mês de abril subseqüente a cada um dos 3 (três) próximos exercícios fiscais. § 4º Na hipótese de o CNAS não decidir sobre o pedido até o dia 31 de março de 2005, a entidade poderá formular ao Ministério da Previdência Social o pedido de isenção, independentemente do pronunciamento do CNAS, mediante apresentação de cópia do requerimento encaminhando a este e do respectivo protocolo de recebimento. § 5º Aplicase, no que couber, ao pedido de isenção de que trata este artigo o disposto no art. 55 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991. (GRIFEI) 12. Prossegue a embargante que a falta de pronunciamento sobre o § 3º acarretou omissão no julgado, na medida em que, conquanto tenha havido o deferimento do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, referente ao período de 09/2000 a 09/2003, pela Resolução nº 49/2005 do CNAS, a concessão do documento com base no art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005, apenas tinha o condão de viabilizar um novo pedido de isenção junto ao INSS, a qual, se deferida, produziria efeitos a partir de 10/9/2004. 13. A Fazenda Nacional pretende a rediscussão de questão devidamente examinada e decidida no acórdão embargado. O eventual equívoco na interpretação da legislação pelo julgador que pode levar ao erro de julgamento, ao qual faço alusão tão somente para possibilitar o desenvolvimento do meu ponto de vista, não configura hipótese capaz de ser corrigida por meio dos embargos de declaração. 14. Na visão do relator originário a motivação adotada para o lançamento fora exclusivamente a falta do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social, relativamente ao período da autuação. 14.1 Logo, tendo sido deferida a concessão do certificado para o período de 09/2000 a 09/2003, em face da Resolução CNAS nº 49/2005, não haveria, segundo entendimento acatado pela unanimidade dos conselheiros nessa matéria, como manter o lançamento relativamente a tal período. 14.2 De maneira análoga, também produziu efeitos para a improcedência do lançamento tributário a renovação do Certificado de Entidade de Assistência Social para o período de 09/2003 a 09/2006, por meio da Resolução CNAS nº 11/2009, datada de 9 de fevereiro de 2009. 15. Trago excertos do Acórdão nº 240103.876 sobre o ponto questionado pela embargante (fls. 1.140/1.145): (...) Da renovação do certificado no período de 09/2000 a 09/2003 Conforme já relatado, o presente lançamento decorreu tão somente da emissão do Ato Cancelatório n. 01/2005, através do Fl. 1237DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.238 7 qual se apurou que a ora recorrente não era possuidora do CEAS a partir do ano de 1998, tendo descumprido, portanto, aquilo o que disposto no art. 55, II, da Lei 8.212/91, não lhe sendo reconhecido, portanto, o direito de usufruir da isenção das contribuições patronais a cargo das entidades beneficentes de assistência social. (...) Defende [a recorrente], sobre este aspecto, ter o fiscal autuante incorrido em erro, na medida em que, inobstante as conclusões do Ato Cancelatório n. 01/2005, teve o restabelecimento do seu CEAS pela adesão ao PROUNI, nos termos do artigo 11, parágrafo 2º, da Lei n. 11.096, de 13 de janeiro de 2005 para o período de 18/09/2000 a 17/09/2003 (processo 71010.000437/2005095). (...) Percebese, pois, que a legislação supra permitiu ao contribuinte que teve o seu pedido de renovação do CEAS indeferido pelo não atendimento do percentual mínimo de gratuidade exigido pela legislação, que requeresse a concessão de novo certificado, a partir do momento de sua adesão as regras do PROUNI (Lei 11.096/05), para, então, posteriormente viesse a requerer a isenção das contribuições ao Ministério da Previdência. E em razão da promulgação de referida legislação, assim o fez a recorrente, lhe tendo sido deferida a expedição do CEAS para o período de 09/2000 a 09/2003 pela Resolução n. 49/2005 do CNAS, conforme se percebe da informação do fiscal autuante constante no relatório fiscal complementar, verbis: (...) Ou seja, diante de tais informações, vislumbro que antes mesmo da formalização do presente Auto de Infração (algo em torno de um ano e meio antes de tal evento) a recorrente já possuía em seu favor o Certificado de Entidade de Assistência Social – CEAS, devidamente válido para o período em questão. E a concessão do CEAS resta comprovada, também, pela certidão concedida à parte pelo CNAS, cujo teor transcrevo a seguir: (...) Ou seja, tendo em vista que a motivação adotada para o lançamento fora exclusivamente a de que a recorrente não era portadora do CEAS, sem que qualquer outra tenha sido considerada pelo fiscal autuante, não vejo como considerar que tenha a mesma descumprido o disposto no art. 55, II, da Lei 8.212/91. Se a questão central do presente processo é saber se a recorrente possuía ou não o CEAS, de modo a que possa ou não usufruir da isenção da cota patronal, esta fica esclarecida, a meu ver, em face da Resolução CNAS n. 49/2005, que deferiu de forma expressa a concessão do certificado para o período de 09/2000 a 09/2003. Fl. 1238DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.239 8 Logo, não vejo como manter o lançamento relativamente a tal período. Da renovação do certificado no período de 2003 a 2006. Outro ponto que necessariamente deve ser analisado por esta Turma referese aos argumentos da recorrente no sentido de que também era possuidora do CEAS válido para o triênio posterior ao período de 09/2003. (...) E diante de tal preceito legal, aponta a recorrente que em fevereiro de 2009 fora publicada a Resolução CNAS n. 11/09, deferindolhe a renovação do CEAS para o período de 09/2003 a 09/2006, cujo teor segue transcrito: (...) Em face de tais constatações, vejo, mais uma vez, que o fundamento adotado pela fiscalização para levar a efeito o lançamento das contribuições previdenciárias não se sustenta, na medida em que a condição de não possuidora do CEAS não mais se verifica, pois sua renovação fora deferida em decorrência de autorização legal expressa. (...) Assim, do mesmo modo que para o período de 09/2000 a 09/2003, entendo que a recorrente possui certificado válido para o período de 09/2003 a 09/2006, motivo pelo qual, a meu ver, resta insustentável o lançamento efetuado. Em face do entendimento supra abarcar a totalidade do período objeto do presente lançamento, tenho por prejudicados os demais argumentos trazidos no recurso voluntário. (...) 16. Tendo em conta o raciocínio esquadrinhado pelo relator originário, entendo não haver vazio na fundamentação utilizada no acórdão recorrido, dispensandose, à vista disso, a necessidade de complementação da decisão pelo exame da aplicação ao caso concreto da norma jurídica contida no § 3º do art. 11 da Lei nº 11.096, de 2005, conforme defende a Fazenda Nacional. 17. Sublinho que o julgador "ad quem" não está obrigado a enfrentar e/ou refutar todos os fundamentos do acórdão de primeira instância que deram esteio à manutenção da autuação fiscal. O decisório recorrido apreciou, de modo fundamentado, as questões relevantes trazidas ao debate pelas partes, com base nos fatos e no direito que entendeu aplicável à questão controvertida. 18. Portanto, cabe rejeitar a alegação de omissão no acórdão suscitada pela embargante. Fl. 1239DF CARF MF Processo nº 36624.000814/200739 Acórdão n.º 2401004.604 S2C4T1 Fl. 1.240 9 b) Parcelamento 19. Assinala a Fazenda Nacional uma outra omissão identificada no Acórdão nº 240103.876, relacionada à falta de pronunciamento sobre a adesão do contribuinte ao parcelamento especial da Lei nº 11.941, de 2009. A inclusão do débito em parcelamento caracteriza a desistência do recurso voluntário, em razão da perda de interesse no julgamento do apelo recursal. 20. A embargante não mostra as fls. dos autos que comprovaria a inclusão do débito em parcelamento especial. Ao compulsar os autos, igualmente não localizei documento vinculado a parcelamento da NFLD nº 37.014.2349. 21. O recurso voluntário foi protocolado em 26/5/2010, juntado às fls. 969/1.032, e encaminhado a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais em 2/6/2010, sem qualquer alusão, por parte do Fisco, à inclusão do débito tributário discutido em acordo de parcelamento (fls. 1.034). 22. Destarte, pelos elementos que instruem os autos a omissão apontada pela Fazenda Nacional é manifestamente improcedente, inexistindo comprovação de desistência do contribuinte quanto à discussão administrativa do crédito tributário, devido à inclusão do débito no parcelamento especial da Lei nº 11.941, de 2009, antes do julgamento do recurso voluntário. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER dos embargos declaratórios e, no mérito, NEGARLHES PROVIMENTO, por ausência dos vícios apontados pela Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess. Fl. 1240DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11030.001321/2009-37
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Aug 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
Exercício: 2008
AUTO DE INFRAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE.
DESCABIMENTO.
Só se pode cogitar de declaração de nulidade de auto de infração quando for, esse auto, lavrado por pessoa incompetente.
CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA.
Não subsistindo o lançamento principal, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência daquele, na medida que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejarem conclusões diversas.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 2008
OMISSÃO DE RECEITAS. SUPRIMENTOS DE CAIXA. CRÉDITOS BANCÁRIOS. ANTECIPAÇÕES DE VENDAS. DESCABIMENTO DA PRESUNÇÃO.
Não procede a autuação fundada na presunção legal de omissão de receitas por suprimentos de caixa sem origem comprovada, se os ditos suprimentos correspondem a créditos bancários e decorreram, segundo a própria fiscalização, em sua maior parte, de antecipações de vendas creditadas por empresa administradora de cartões de crédito.
Numero da decisão: 1803-000.997
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: Sérgio Rodrigues Mendes
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2008 AUTO DE INFRAÇÃO. PRELIMINAR DE NULIDADE. DESCABIMENTO. Só se pode cogitar de declaração de nulidade de auto de infração quando for, esse auto, lavrado por pessoa incompetente. CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. Não subsistindo o lançamento principal, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência daquele, na medida que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejarem conclusões diversas. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2008 OMISSÃO DE RECEITAS. SUPRIMENTOS DE CAIXA. CRÉDITOS BANCÁRIOS. ANTECIPAÇÕES DE VENDAS. DESCABIMENTO DA PRESUNÇÃO. Não procede a autuação fundada na presunção legal de omissão de receitas por suprimentos de caixa sem origem comprovada, se os ditos suprimentos correspondem a créditos bancários e decorreram, segundo a própria fiscalização, em sua maior parte, de antecipações de vendas creditadas por empresa administradora de cartões de crédito. Fl. 359DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 338 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Fl. 360DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 339 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 298 a 301): Contra o interessado, antes qualificado, foram lavrados Autos de Infração, com anexos, para a exigência de créditos relativos ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica — IRPJ, Contribuição para o PIS/PASEP, COFINS e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL, referentes a fatos geradores ocorridos no ano calendário de 2007 (fls. 0229). Também foi exarado o Termo de Verificação Fiscal de fls. 3037. A infração descrita referese a omissão de receitas caracterizada pela não comprovação da origem nem da efetividade da entrega do numerário por sócios, tendo como contrapartida o lançamento contábil na conta “Bancos”, que assim está descrito no relatório fiscal (fl. 32): [...]. Na contabilidade, a Fiscalizada registrou D/Banco “Pg Depósito” ou “Transf. p/ Conta Devida” e C/Sócio Conta/Capital. No entanto, nos extratos bancários, não foi esta a operação ocorrida. A origem dos recursos no Banco que, contabilmente, diz a fiscalizada ser dos sócios, na realidade, em grande parte dos casos, se tratam de adiantamento feito pela Administradora de Cartões de Crédito, por conta de Vendas a prazo com Cartão, uma espécie de Empréstimo da Administradora, historiado nos extratos a Crédito como “Antecipação Visanet”. Com este expediente simulado da operação, a Conta Sócios C/Capital fica com saldo credor para justificar as devoluções dos “Suprimentos”, dando uma aparência correta e legal a transações que não envolveram, de maneira nenhuma, os Sócios da fiscalizada e, assim, consequentemente, possibilitando a retirada de Caixa. Intimada a apresentar documentos hábeis e idôneos dos valores entregues/depositados [...] a fiscalizada [...] apenas informa que “Os lançamentos efetuados na conta 241083 — Sócios C/Capital, ano de 2007, foram recursos pessoais dos sócios e devolvidos no próprio exercício”. A atitude da fiscalizada, em alterar os históricos dos extratos bancários, para encobrir as reais operações ocorridas, e não informando a totalidade das Receitas obtidas com as Vendas com cartões de crédito diversos, denota o intuito da fraude e justifica a aplicação da Multa de Ofício agravada (150 %). (Grifos do original) Os autuantes, sob o título “Da responsabilidade Solidária”, também relatam que o verdadeiro mentor da pessoa jurídica é o Sr. Algacir Vital Pólo, “acobertado por terceiras pessoas (‘laranjas’) que apenas emprestam o nome, sendo que este detém ampla procuração para gerir seus negócios e suas contas bancárias [...]”. Os valores lançados são os seguintes: Fl. 361DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 340 4 IRPJ: R$ 23.969,12 — Enquadramento legal: art. 24 da Lei n° 9.249, de 1995; arts. 249, II, 251 e parágrafo único, 279, 282, e 288 do Decreto n° 3.000, de 1999 (RIR/99). PIS/PASEP: R$ 11.311,12 — Enquadramento legal: arts. 1º, 3º e 4º da Lei n° 10.637, de 2002. COFINS: R$ 52.099,97 — Enquadramento legal: arts. 1°, 3° e 5° da Lei n° 10.833, de 2003. CSLL: R$ 14.381,65 — Enquadramento legal: art. 2° e §§, da Lei n° 7.689, de 1988; art. 24 da Lei n° 9.249, de 1995; art. 10 da Lei n° 9.316, de 1996; art. 28 da Lei n° 9.430, de 1996; art. 37 da Lei n° 10.637, de 2002. Os valores acima estão acrescidos da multa de ofício com o percentual de 150 % e dos juros de mora. Enquadramento legal da multa: arts. 44, inciso I e § 1º, da Lei n° 9.430, de 1996, com a redação dada pelo art. 14 da Lei n° 11.488, de 2007 e MP 351/2007; art. 86, § 1°, da Lei n° 7.450, de 1985; art. 2° da Lei n° 7.683, de 1988; e art. 1º, Parágrafo Único, da LC nº 70, de 1991; dos juros de mora art. 6°, § 2°, e 61, § 3°, da Lei nº 9.430, de 1996. O total do crédito tributário do processo, até a data da autuação, é de R$ 274.676,88 (fl. 02). O autuado, por meio de seu advogado (procuração à fl. 281), impugnou os lançamentos (fls. 272276), alegando, em síntese, sob os seguintes títulos, o seguinte: Dos fatos Sob esse titulo resume o procedimento fiscal e o auto de infração, observando que merece reparos e correção. Impugnação ao auto de infração Com referência à propriedade das quotas da sociedade que, segundo o autuante, seriam de Algacir Vidal Pólo e que os sócios relacionados no contrato social seriam laranjas daquele, diz a defesa que a conclusão do autuante é incorreta, pelos seguintes motivos: o fato da sócia Maria Cristina Guterres da Silva ter sido empregada em várias empresas que não aquela que é sócia cotista não configura ilegalidade; acrescenta que funcionários públicos também podem ser sócios de pessoas jurídicas; não duvida do contato telefônico entre a sócia cotista e o autuante, mas questiona qual seria a reação do auditor se recebesse esse tipo de contato; também acrescenta que, depois de intimada, a referida sócia confirmou sua participação societária, tal qual demonstram os atos constitutivos da sociedade. Quanto à declaração de renda e da origem dos investimentos feitos pela sócia Maria Cristina Guterres da Silva, estes estão perfeitamente identificados e declarados ao fisco. Como esclarecimento, registra que a expressão Roal Máster é efetivamente usada pelo estabelecimento, mas que pertence a uma empresa que licencia sua marca. Fl. 362DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 341 5 A defesa também observa que merece reflexão a afirmação do autuante sobre os relatórios retidos por ocasião de sua visita, entendendo que ocorreram de forma ilegal. Cita o relatório de pagamento de despesas do Nono e da Nona, que se referem a aluguéis do imóvel que pertence a Algacir. Assim, entende que é normal que seja compensado o aluguel com despesas realizadas pelos pais do proprietário do imóvel. Diz a impugnante que também estranha a não aceitação do contrato de aluguel firmado entre a empresa impugnante e o proprietário do imóvel, senhor Algacir Pólo, pois não ha lei obrigando que os contratos de locação tenham as assinaturas reconhecidas por tabelião. Das infrações tributárias A defesa alega que os valores escriturados na “c/sócio conta capital” assim foram lançados por equívoco. A simples análise dos valores registrados como vendas e o volume de vendas com o cartão de crédito são compatíveis com os movimentos de vendas de supermercado do estado, ou seja “existe uma proporção bastante razoável entre o volume de vendas lançadas por cartão de crédito e o total das vendas do estabelecimento comercial impugnante. Acrescenta que não há e nem houve a intenção de fraude, pois todos os valores das vendas efetuadas nos períodos de operação do supermercado foram lançados. Não há omissão de receitas. Da responsabilidade solidária A defesa, referindose à existência de uma procuração em nome de Algacir e outros, e que os sócios do supermercado seriam “laranjas”, alega que não há lei que impeça ou proíba a outorga de poderes a quem quer que se queira para se fazer representar. E acrescenta: “... se esta ilação fosse correta, não há porque imputarmos tão somente a Algacir a propriedade do estabelecimento impugnante, mas sim a todos os outorgados na dita procuração”. Além disso, a afirmação de que os sócios da empresa impugnante são pessoas de poucas posses e baixa condição financeira e, por isso, não teriam como adquirir as cotas da empresa não condiz com a realidade, porque, primeiro, o supermercado apresenta prejuízos desde longa data e, segundo, as declarações do Imposto de Renda dos sócios dão conta da origem dos recursos que possibilitaram as compra desses ativos, sendo descabida a afirmação de que o verdadeiro proprietário do negócio seria Algacir Pólo. Ao final, a defesa requer a “anulação” de todo o conteúdo do auto de infração. Posteriormente, foi lavrado e juntado aos autos o Termo de Sujeição Passiva Solidária de Algacir Vital Pólo (fl. 286), onde consta que “Conforme Termo de Verificação Fiscal há indícios, todos convergentes, que demonstram que o nominado está envolvido no pólo passivo da relação obrigacional”. O interessado foi cientificado do referido termo (“AR” de fl. 287) e apresentou, por intermédio de seu advogado, a manifestação de inconformidade de fls. 288291. Inicialmente, alega que: o documento que trata da responsabilidade passiva, merece reparos; Fl. 363DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 342 6 no processo administrativo que visa à anulação do auto de infração questionado, todas as provas e todos os argumentos levam à conclusão da inexistência da responsabilidade solidária de Algacir Vital Pólo. Na sequência, repetemse os argumentos apresentados pela autuada sob o titulo “Impugnação ao Auto de Infração” (fls. 273274 e 289290), acima descritos. Ao final, requer a anulação de todo o conteúdo do “Termo de Ciência de Documentos”, de lavra dos auditoresfiscais da DRF/Passo Fundo/RS. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 296 e 297): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2007 AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. INOCORRÊNCIA. Se o auto de infração possui todos os requisitos necessários à sua formalização, estabelecidos pelo art. 10 do Decreto n° 70.235, de 1972, e se não forem verificados os casos taxativos enumerados no art. 59 do mesmo decreto, não é nulo o lançamento de oficio, como também o Termo de Sujeição Passiva. IMPUGNAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL. A impugnação deve estar instruída com todos os documentos e provas que possam fundamentar as contestações de defesa. Meras alegações, sem a devida produção de provas, não são suficientes para infirmar a procedência do lançamento. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007 OMISSÃO DE RECEITAS. SUPRIMENTOS EM CONTA CORRENTE BANCÁRIA. O fato de constar na escrituração da autuada que houve suprimento de recursos financeiros por seu sócio, implica na obrigação de a mesma comprovar a efetiva entrega do numerário bem como sua origem, para que não fique caracterizada a omissão de receitas. A não comprovação por parte da interessada autoriza a presunção de que esses valores se originaram de recursos da pessoa jurídica, provenientes de receitas mantidas à margem da tributação. Tratase de presunção legal, em que cabe à autuada provar a improcedência da infração fiscal. MULTA DE OFÍCIO. CONDUTA DOLOSA. TIPIFICAÇÃO. O registro contábil de operações bancárias inexistentes para encobrir as reais operações ocorridas e a não escrituração da totalidade das receitas de vendas ao longo de todo o período fiscalizado resulta na falta de recolhimento dos tributos devidos, fatos que evidenciam prática fraudulenta e, por isso, cabe a imposição da multa agravada de 150 %. Lançamentos decorrentes. Contribuição para o PIS/PASEP, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição Social sobre o Lucro Liquido CSLL. Fl. 364DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 343 7 A solução dada ao litígio principal, relativo ao IRPJ, aplicase aos lançamentos decorrentes, quando não houver fatos ou argumentos novos a ensejar decisão diversa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA. SÓCIO DE FATO. Está correta a responsabilização solidária do sócio de fato, nos termos do art. 124 do CTN, haja vista o interesse comum na situação que constituiu o fato gerador da obrigação principal, pois os atos da sociedade são sempre praticados através da vontade de seus dirigentes formais ou informais, posto que todos ganham com o fato econômico. Sujeição Passiva Solidária Mantida. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. 3. Cientificada da referida decisão em 21/07/2010 (fls. 316), a tempo, em 13/08/2010 (fls. 317), apresenta a interessada Recurso de fls. 327 a 332, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos e aduzindo mais os seguintes: a) que, preliminarmente, a aplicação dos dispositivos legais que arrimam o lançamento tributário não traduz a realidade dos fatos, conforme Declaração de Voto do acórdão recorrido; b) que se vislumbra um flagrante erro na lavratura do auto de lançamento, que tem consequências no próprio mérito do Recurso; c) que, no mérito, o elemento que arrima o lançamento tributário é resultante de adiantamentos feitos aos sócios da empresa autuada (sic); d) que, no entanto, nos extratos dos cartões de crédito Visanet, os valores autuados são claramente identificados como antecipação Visanet, ou seja, são antecipações feitas pela administradora do cartão de crédito por vendas realizadas no estabelecimento comercial autuado; e) que não alterou os históricos dos extratos bancários, ao contrário do que afirma a fiscalização; f) que, no extrato bancário, continua a assertiva “antecipação Visanet”; g) que a fiscalização tributa uma antecipação de recursos (empréstimos), como se estes fossem faturamento não informado; h) que, sendo um financiamento, assim deve ser tratado, não se prestando, esse financiamento, como base para tributação; e i) que os valores adiantados pela administradora de cartões de crédito já foram tributados, pois pertencem ao faturamento da empresa, tendo sido Fl. 365DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 344 8 contabilizados e tributados quando da venda efetivada e registrada nos PDVs da Recorrente. Em mesa para julgamento. Fl. 366DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 345 9 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. Preliminares de nulidade do auto de infração 4. Inicialmente, quanto ao tema de nulidade, convém reproduzir os arts. 59 a 61 do PAF (Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972): Art. 59. São nulos: I – os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II – os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. 5. São, portanto, apenas duas as espécies de irregularidades, elencadas nos incisos do dispositivo retro transcrito, que possuem o condão de contaminar de nulidade as peças que compõem o processo administrativo. 6. Observese que a discordância quanto aos fatos e/ou capitulação legal de auto de infração não é causa de nulidade, senão matéria a ser dirimida no mérito. 7. Rejeito as preliminares de nulidade do auto de infração. Mérito 8. No mérito, procede a insurgência da Recorrente. 9. O auto de infração, objeto do presente processo é, a meu ver, de uma infelicidade lamentável. 10. Intenta enquadrar a suposta omissão de receita no art. 282 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/1999 (Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999), de seguinte teor (fls. 5 e 32): Suprimentos de Caixa Art. 282. Provada a omissão de receita, por indícios na escrituração do contribuinte ou qualquer outro elemento de prova, a autoridade tributária poderá arbitrála com base no valor dos recursos de caixa fornecidos à empresa por administradores, sócios da sociedade não anônima, titular da empresa individual, ou pelo acionista controlador da companhia, se a efetividade da entrega e a origem dos recursos não forem comprovadamente demonstradas (DecretoLei nº Fl. 367DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 346 10 1.598, de 1977, art. 12, § 3º, e DecretoLei nº 1.648, de 18 de dezembro de 1978, art. 1º, inciso II). 11. Sucede, porém, que: a) o suposto suprimento não foi feito à Caixa, mas sim a Bancos, correspondendo a créditos bancários; e b) o suposto suprimento, segundo a própria fiscalização, não teria sido feito pelos sócios, mas decorreria, em sua maior parte, de antecipações de vendas creditadas por empresa administradora de cartões de crédito. 12. Nesse sentido, consta do Termo de Verificação Fiscal (fls. 32 destaques do original): Omissão de Receitas Suprimentos Bancários à Conta de Sócios (arts. 276, 282 e 957, Inciso II, do RIR/99) Caracterizada pela não comprovação da origem nem da efetividade da entrega de numerário à empresa pelos Sócios, em contrapartida da conta Bancos. Na contabilidade, a fiscalizada registrou D/Banco “Pg. Depósito” ou “Transf. p/ Conta Devida” e C/Sócio Conta Capital. No entanto, nos extratos bancários, não foi esta [a] operação ocorrida. A origem dos recursos no Banco que, contabilmente, diz a fiscalizada ser dos Sócios, na realidade, em grande parte dos casos, se tratam de adiantamento feito pela Administradora de Cartões de Crédito, por conta de Vendas a prazo com Cartão, uma espécie de Empréstimo da Administradora, historiado nos extratos a Crédito como “Antecipação Visanet”. 13. Na realidade, a pretensa infração apontada pela fiscalização teria sido conforme ela mesma reconhece o crédito indevido à conta de Sócios e a possível posterior retirada de recursos do Caixa a esse título (fls. 32): Com este expediente simulado da operação, a Conta Sócios C/Capital fica com saldo credor para justificar as devoluções dos “Suprimentos”, dando uma aparência correta e legal de transações que não envolveram, de maneira nenhuma, os Sócios da fiscalizada e, assim, consequentemente, possibilitando a retirada de Caixa. 14. Nesse caso, porém, o procedimento fiscal adequado teria sido tributar a Recorrente exclusivamente na fonte pelo eventual pagamento aos sócios sem comprovação da operação ou a sua causa, já que inexistentes os pretensos créditos destes (art. 674, § 1º, do RIR/1999). 15. Concordo integralmente com o contido na Declaração de Voto do acórdão recorrido (fls. 310), de seguinte teor: Fl. 368DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES Processo nº 11030.001321/200937 Acórdão n.º 180300.997 S1TE03 Fl. 347 11 Portanto, a aplicação dos dispositivos legais na fundamentação do lançamento não condiz com a realidade dos fatos descritos, ou seja, se decorrente de adiantamento como consta do relatório, não se vislumbra a ocorrência do fato gerador do tributo, e não há o que se descrever como omissão de receita operacional; se foi decorrente de omissão de receita operacional motivada pela falta de tributação do valor recebido da administradora do cartão de crédito, o fato jurídico não pode ser qualificado como suprimento de caixa, como consta do auto de infração. 16. Nada mais é necessário ser dito sobre a improcedência da presente autuação. 17. Ficam, por conseguinte, prejudicadas as demais matérias dela decorrentes, em especial, a qualificação da multa de ofício e a imputação de responsabilidade solidária. Demais exigências 18. Não subsistindo o lançamento principal, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência daquele, na medida que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejarem conclusões diversas. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 369DF CARF MF Emitido em 09/08/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES Assinado digitalmente em 05/08/2011 por SERGIO RODRIGUES MENDES, 09/08/2011 por SELENE FERREIRA DE M ORAES
score : 1.0
Numero do processo: 10860.721811/2012-13
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 19 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. PEREMPÇÃO.
Apresentada a impugnação após o prazo regrado pelos arts. 14 e 15 do Decreto nº 70.235/72, deve ser reconhecida a sua intempestividade.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-005.601
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Kleber Ferreira de Araújo, Presidente
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho, Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: MARIO PEREIRA DE PINHO FILHO
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PEREMPÇÃO. Apresentada a impugnação após o prazo regrado pelos arts. 14 e 15 do Decreto nº 70.235/72, deve ser reconhecida a sua intempestividade. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Kleber Ferreira de Araújo, Presidente (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho, Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Túlio Teotônio de Melo Pereira, Theodoro Vicente Agostinho, Mário Pereira de Pinho Filho, Bianca Felícia Rothschild e João Victor Ribeiro Aldinucci. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 72 18 11 /2 01 2- 13 Fl. 83DF CARF MF 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo I – DRJ/SP1, que não conheceu de impugnação interposta contra Notificação de Lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, (fls. 30/35), por intempestividade. A impugnação (fls. 2/11) não logrou êxito, sendo mantida a exigência face à intempestividade do recurso, conforme consubstanciado na ementa do acórdão de primeira instância (fls. 54/59): IMPUGNAÇÃO INTEMPESTIVA. Considerase intempestiva a peça impugnatória ofertada após o decurso do prazo estabelecido na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Assim, a defesa apresentada não caracteriza impugnação, não instaura a fase litigiosa do processo e nem comporta julgamento de primeira instância quanto às alegações de mérito. Impugnação Não Conhecida O recurso voluntário foi interposto em 12/04/2013 (fls. 69/75), repisando alegações já apresentadas na impugnação. Com relação à preliminar de intempestividade, transcrevese as principais alegações do sujeito passivo: O Recorrente no dia 24 de Outubro de 2012, esteve por volta das 12 horas e 30 minutos na Secretária da Receita Federal de TaubatéSP para protocolar sua Impugnação, ao dirigirse até o guiché para retirada de senha, foi informado por uma das atendentes que iria verificar se naquele momento tinha algum servidor para protocolar o recebimento. Foi quando a mesma atendente informou que o único servidor presente no momento, estava muito ocupado realizando outro atendimento e não conseguiria atender o Recorrente para efetuar o protocolo naquele momento. Novamente o Recorrente solicitou que a atendente fosse verificar com o servidor, pois era o último dia para apresentar a Impugnação. Como o Recorrente trabalha em local distante da Secretária da Receita Federal de TaubatéSP, já tinha realizado diversas tentativa para efetuar o protocolo e todas sem sucesso, foi informado que o prazo limite era 31/10/2012 [...]. Pois bem, para sua enorme surpresa, a Impugnação foi indeferida por ser considerada intempestiva, fato este que o Recorrente não concorda, por ter recebido a informação, na própria Receita Federal, de que o prazo para apresentação da Impugnação era até 31/10/2012 e constar nos autos do. processo em epígrafe uma Consulta (fl. 39) e um Despacho de Encaminhamento (fl. 40), onde ambos os documentos mencionam a data de 31/10/2012 como prazo para apresentação de Impugnação. [...] O Recorrente não desabona a informação contida no A.R. (fl. 38), a qual, informa que a Notificação foi entregue no domicilio do agente passivo em 26/09/2012, pois o fato causador de todo esse problema e que motivou a apresentação da Impugnação no dia 31/10/2012, foi a Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10860.721811/201213 Acórdão n.º 2402005.601 S2C4T2 Fl. 84 3 informação equivocada prestada por uma atendente da Receita Federal no dia 24/10/2012. [...] Ainda sobre à intempestividade da impugnação, reproduz doutrina relativa à possibilidade de reconhecimento de recurso administrativo intempestivo em razão de ilegalidade; cita a Lei nº 9.874/1999 para arguir que a administração pode rever seus atos eivados de ilegalidade; suscita o princípio da verdade material e suas orientações quanto à aceitação de provas supervenientes; recorre à Súmula do STF nº 346 e ao art. 53 da Lei nº 9.874/1999, os quais tratam da hipótese de anulação de atos com vício de ilegalidade; aduz que a Fazenda Pública pode rever o lançamento nos termos dos arts. 145, III e 149, parágrafo único do CTN. Ao final requer: a) que seja reconhecida a nulidade do acórdão que indeferiu a Impugnação; c) que seja acolhido o Recurso Voluntário, para permitir a análise do conteúdo apresentado em matéria demonstrada na Impugnação com a consequente anulação do Auto de Infração; b) no mérito, que se reconheça a improcedência do Acórdão; c) a produção de todas as provas em direito admitidas; d) o reconhecimento da nulidade e improcedência do acórdão recorrido e do auto de infração, tendo em vista o caráter confiscatório da multa exigida, ou ao menos a redução desta para um montante próximo de sua realidade. É o relatório. Fl. 85DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Mário Pereira de Pinho Filho Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Preliminarmente, importa examinar os aspectos trazidos no Recurso Voluntário quanto à intempestividade da impugnação, uma vez que, reconhecida a caducidade da peça impugnatória, improfícua a análise de questões de mérito. Em relação às considerações invocadas pelo contribuinte de que realizou tentativas infrutíferas de protocolizar sua impugnação em unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil e de que foi induzido a erro por informação incorretas prestadas por servidores do órgão quanto ao prazo impugnatório, convém asseverar que não há nos autos qualquer elemento de prova que possa amparar tais alegações, razão pela qual não se pode atribuir relevância a essas supostas ocorrências. Por outro lado, os documentos de fls. 39 e 40, os quais, no entender do Recorrente, mencionam a data de 31/10/2012 como prazo para apresentação de Impugnação, em nenhum momento fazem alusão a essa hipótese. Referidos documentos tratam de prazo para o pagamento do tributo. E mais, tais documentos foram emitidos em 07/12/2012, ou seja, em data muito posterior à de apresentação da impugnação intempestiva, o que faz carecer de lógica as asserções feitas pelo sujeito passivo a respeito dessas peças processuais. Ora, não poderia um documento emitido em determinada data induzir o contribuinte a erro em relação a uma manifestação acostada aos autos em momento anterior. Quanto às manifestações doutrinárias e jurisprudenciais e às disposições normativas acerca da possibilidade de acolhimento de recurso intempestivo em razão de ilegalidade e até mesmo da revisão de ofício do lançamento do crédito tributário, convém destacar que não foram apontados indícios de ilegalidade no ato que culminou na Notificação de Lançamento, bem assim não restaram configuradas quaisquer das circunstâncias previstas no art. 149 do CTN que sejam aptas a possibilitar sua revisão. No que se refere ao prazo para a apresentação de impugnação, o art. 5º, 10 e 23 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972: Art. 5º. Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10860.721811/201213 Acórdão n.º 2402005.601 S2C4T2 Fl. 85 5 [...]; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo;(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)(Produção de efeito) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante:(Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou(Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo.(Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado:(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (...) (grifei) Na espécie, o Recorrente teve ciência do lançamento em 26/09/2012 (Vide documento AR de fl. 38), uma quartafeira. Assim, levandose em consideração que os prazos são contínuos e somente se iniciam ou vencem em dia de expediente normal no órgão, nos exatos termos do parágrafo único do art. 5º do Decreto 70.235/1972, o prazo para interposição de recurso teve início em 27/09/2012, quintafeira. O trigésimo dia ocorreu em 26/10/2012 (sextafeira). Entretanto a impugnação somente foi apresentada ao Fisco em 31/10/2012 (quartafeira), portanto, fora do prazo impugnatório. Fl. 87DF CARF MF 6 Demonstrada, então, a intempestividade da impugnação, não cabe prosperar o exame das demais alegações recursais. Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER E NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho. Fl. 88DF CARF MF
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