Busca Facetada
Turma- Primeira Turma Ordinária (15,138)
- Terceira Câmara (15,138)
- Terceira Seção De Julgame (15,138)
- Cofins- proc. que não ver (44)
- IPI- processos NT- créd.p (30)
- PIS - proc. que não vers (28)
- Cofins - ação fiscal (tod (27)
- IPI- processos NT - ressa (24)
- PIS - ação fiscal (todas) (17)
- DCTF_COFINS - Auto eletr (12)
- CPMF - ação fiscal- (insu (6)
- IPI- ação fiscal- insuf. (6)
- DCTF_PIS - Auto eletroni (5)
- DCTF - Auto eletronico ( (3)
- IPI- ação fiscal - penali (3)
- Finsocial -proc. que não (2)
- Outros proc. que não vers (2)
- Pasep- proc. que não vers (2)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (2,399)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (1,668)
- RODRIGO LORENZON YUNAN GA (1,095)
- LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHA (818)
- ARI VENDRAMINI (686)
- JOSE ADAO VITORINO DE MOR (667)
- SEMIRAMIS DE OLIVEIRA DUR (604)
- JOSE HENRIQUE MAURI (595)
- MARCO ANTONIO MARINHO NUN (562)
- MARCELO COSTA MARQUES D O (499)
- Semíramis de Oliveira Dur (499)
- VALCIR GASSEN (428)
- Liziane Angelotti Meira (378)
- SALVADOR CANDIDO BRANDAO (294)
- Salvador Cândido Brandão (271)
- 2020 (2,319)
- 2021 (2,263)
- 2019 (2,145)
- 2018 (1,841)
- 2023 (1,370)
- 2017 (1,244)
- 2024 (741)
- 2022 (632)
- 2011 (485)
- 2016 (442)
- 2012 (435)
- 2013 (416)
- 2014 (393)
- 2015 (212)
- 2025 (111)
- 2020 (2,188)
- 2021 (2,113)
- 2019 (1,897)
- 2018 (1,757)
- 2023 (1,467)
- 2017 (1,208)
- 2022 (864)
- 2024 (801)
- 2016 (440)
- 2014 (371)
- 2013 (339)
- 2025 (291)
- 2015 (280)
- 2011 (145)
- 2012 (70)
- os (15,104)
- membros (15,070)
- do (15,055)
- de (15,012)
- por (14,884)
- votos (14,640)
- julgamento (14,501)
- colegiado (14,472)
- participaram (14,001)
- presidente (13,994)
- conselheiros (13,954)
- e (13,732)
- acordam (13,462)
- unanimidade (13,378)
- recurso (13,053)
Numero do processo: 13841.000613/2003-48
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 15 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003
APURAÇÃO DA COFINS. LEI 9718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. ISONOMIA COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE.
Nos termos da Súmula Carf nº 2, este tribunal administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não há como estender às empresas comerciais a mesma apuração da Cofins prevista para as instituições financeiras, sob o argumento do princípio constitucional da isonomia.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA.
Para caracterizar a denúncia espontânea o art. 138 do CTN exige a extinção do crédito tributário por meio de seu pagamento integral. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário. Não se afasta a exigência da multa de mora quando a extinção do crédito tributário confessado é efetuada por meio de declaração de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3301-002.261
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201403
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003 APURAÇÃO DA COFINS. LEI 9718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. ISONOMIA COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos da Súmula Carf nº 2, este tribunal administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não há como estender às empresas comerciais a mesma apuração da Cofins prevista para as instituições financeiras, sob o argumento do princípio constitucional da isonomia. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. Para caracterizar a denúncia espontânea o art. 138 do CTN exige a extinção do crédito tributário por meio de seu pagamento integral. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário. Não se afasta a exigência da multa de mora quando a extinção do crédito tributário confessado é efetuada por meio de declaração de compensação. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jan 15 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 13841.000613/2003-48
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5416241
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jan 15 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3301-002.261
nome_arquivo_s : Decisao_13841000613200348.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
nome_arquivo_pdf_s : 13841000613200348_5416241.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Andrada Márcio Canuto Natal.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 25 00:00:00 UTC 2014
id : 5781116
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:50 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047473497309184
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2131; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 101 1 100 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13841.000613/200348 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.261 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de março de 2014 Matéria Pedido de Restituição Pagamento a Maior Recorrente DIMAVAL DISTRIBUIDORA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS VANÇO LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003 APURAÇÃO DA COFINS. LEI 9718/98. INCONSTITUCIONALIDADE. ISONOMIA COM INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos da Súmula Carf nº 2, este tribunal administrativo não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não há como estender às empresas comerciais a mesma apuração da Cofins prevista para as instituições financeiras, sob o argumento do princípio constitucional da isonomia. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. MULTA DE MORA. Para caracterizar a denúncia espontânea o art. 138 do CTN exige a extinção do crédito tributário por meio de seu pagamento integral. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário. Não se afasta a exigência da multa de mora quando a extinção do crédito tributário confessado é efetuada por meio de declaração de compensação. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 1. 00 06 13 /2 00 3- 48 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 102 2 Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Fábia Regina Freitas e Andrada Márcio Canuto Natal. Fl. 110DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 103 3 Relatório Por economia processual e por bem relatar os fatos até aquele momento, adoto o relatório elaborado pela 1ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto, abaixo transcrito: O processo epigrafado foi inaugurado para recepcionar pedido de restituição de Cofins “2º período”, protocolado em 02/12/2003, no montante de R$ 149.046,02 (fl. 01), relativos a valores recolhidos no período de março de 1999 a outubro de 2003, conforme relacionados na planilha de fls. 02/03. Após informar, preliminarmente, que a protocolização do pedido em formulário deveuse “em razão de não haver conseguido esta contribuinte proceder ao envio por meio eletrônico (Internet) através do programa fornecido pela SRF”, a contribuinte assevera que “valendose dos preceitos que lhe são assegurados pela Constituição da República de 1988, bem como o tratamento diferenciado dispensado aos contribuintes da COFINS, invocar a aplicação do princípio constitucional da isonomia tributária”, entendo que devem ser estendidas aos demais contribuintes “as prerrogativas que beneficiaram as entidades financeiras no que diz respeito à determinação da BASE DE CÁLCULO da COFINS”. Em síntese, a interessada pretende ter aplicado ao seu caso o mesmo tratamento dispensado às instituições financeiras, quanto às exclusões e deduções da base de cálculo do tributo. Adverte, ainda, que, em face do instituto da denúncia espontânea, não poderá ser exigida a multa de mora pelo atraso no pagamento “dos débitos a serem oportunamente protocolados para a compensação com os valores destinados à restituição objetivada neste pleito”. Anexa ao pedido cópia dos DARFs relativos aos referidos recolhimentos (fls. 04/31). Por meio do despacho decisório de fls. 52/53, a DRF Limeira indeferiu o pedido, nos termos da seguinte ementa: ISONOMIA ENTRE CONTRIBUINTES. Não compete à autoridade administrativa a apreciação de arguições sobre a aplicação de princípios constitucionais relativos a atos legais legitimamente inseridos no ordenamento jurídico nacional. A interessada foi cientificada da referida decisão em 02/12/2008 (fl. 55), por meio da intimação de fl. 54. Em 24/12/2008, a interessada protocolou sua manifestação de inconformidade conforme peça de fls. 57/66, por meio da qual aduz, em síntese, que: a) “evidenciou, de forma perfeitamente clara e sustentada, que na LC nº 70/91, as instituições financeiras foram beneficiadas com tratamento diferenciado, no que toca ao recolhimentos da COFINS, permitindolhe a exclusão do pagamento da referida contribuição social sobre o faturamento, conforme artigo 1º da Lei Complementar antes citada”; b) “o tratamento imposto pelo legislador infraconstitucional não se amolda à melhor exegese dada aos dispositivos insertos na lei ápice (Lei nº 8.212, de 1991), Fl. 111DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 104 4 dando motivação justa e correta ao pleito deduzido pela recorrente em seu pedido inaugural”, porquanto a Constituição Federal (CF) veda a instituição de tratamentos desiguais entre os contribuintes. Assim sendo, restou violado o princípio constitucional da isonomia; c) “contudo, em que pese a sólida argumentação posta no requerimento inaugural, a decisão recorrida limitouse a concluir que não compete à autoridade administrativa a apreciação de arguições sobre aplicação de princípios constitucionais relativos a atos legais legitimamente inseridos no ordenamento jurídico”. Nesse sentido, verificase, “visivelmente”, que a decisão recorrida “não enfrentou as questões deduzidas pela recorrente em seu requerimento originário, o que deverá ser objeto de análise por força deste recurso, possibilitando a reforma do decisum ora atacado, para fins de deferimento da restituição dos valores recolhidos a título de COFINS no período de 11/94 a 01/99; d) seu pleito deve ser reconhecido, “especialmente, pelo fato da decisão vergastada limitarse a reconhecer a impossibilidade, na esfera administrativa, da invocação do princípio constitucional da isonomia tributária, face a ausência de competência legal do agenteautoridade, para tanto”. Ao analisar referida manifestação de inconformidade, a 1ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 1430.217, de 19/07/2010, assim ementado: Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/02/1999 a 30/09/2003 ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA. A arguição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria, do ponto de vista constitucional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Não concordando com referida decisão o contribuinte apresentou recurso voluntário por meio do qual tece basicamente os mesmos argumentos trazidos em sede de manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 105 5 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isto dele tomo conhecimento. O contribuinte efetuou pedido de restituição de valores que teria pago a maior da Cofins do período de fevereiro/99 a maio/2003, requerendo desde já a possibilidade de efetuar compensações com futuros débitos de sua titularidade. Alegando o princípio constitucional da isonomia tributária previsto no art. 150, inc. II da CF, requer o direito de recolher a Cofins nos mesmos moldes das instituições financeiras. A contribuinte é uma sociedade limitada cujo objeto social é o comércio de máquinas, implementos e peças agrícolas. Nesta condição, para o período em questão, estava obrigado ao recolhimento da Cofins nos termos da Lei nº 9.718/98, da qual transcrevo alguns artigos de maior relevância: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 2º Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2º, excluemse da receita bruta: (...) Art. 8° Fica elevada para três por cento a alíquota da COFINS. Por força de lei, as instituições financeiras e assemelhadas possuíam e ainda possuem regras diferenciadas para apuração e recolhimento da Cofins, como bem alinhavou a recorrente. A decisão recorrida está correta, à medida em que reconhecer a possibilidade de uma empresa comercial recolher a Cofins nos mesmos moldes das instituições financeiras é negar validade à lei instituidora e regulamentadora da contribuição, o que é vedado aos tribunais administrativos, conforme Súmula Carf nº 2: Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Apesar de não apreciada a argüição de suposta ofensa ao princípio da isonomia, observo que na situação aqui colocada não reconheço a mácula apontada. Isto porque as atividades das instituições financeiras em nada se parece com as atividades das empresas comerciais em geral. Elas têm especificidades tão distintas que levaram o legislador Fl. 113DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 106 6 infraconstitucional a dar tratamento diferenciado a elas. Neste sentido transcrevo abaixo trecho do voto do Conselheiro Emanuel Carlos Dantas de Assis, no Acórdão nº 20312.507, da 3ª Câmara do 2º Conselho de Contribuintes, o qual estou de inteiro acordo. “Como se sabe, o principio da igualdade implica em tratar os iguais de forma igual e em diferenciar os desiguais, sendo que estes devem ser diferenciados na medida de suas desigualdades conforme a lição célebre de Ruy Barbosa, in Oração aos Moços. A questão, então, passa a ser como discriminar, e quais os discrímenes a serem adotados. Celso Antonio Bandeira de Mello, in Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade, atualmente editado pela Malheiros Editores, analisa com rigor a questão e leciona que primeiro temse que investigar qual o critério discriminador, segundo, a relação entre o discriminador e o tratamento jurídico construído em função do discrímen eleito; terceiro, se a discriminação resulta, in concreto, de acordo com a Constituição. No caso em tela, o discriminador é a atividade das entidades financeiras, bastante diferenciada e que pode, sim, ser eleita como discrímen, já que não há vedação constitucional neste sentido. As entidades financeiras, responsáveis pela intermediação entre os que emprestam e os que tomam emprestados, possuem a peculiaridade de renovarem, a cada período de tempo préestabelecido — no geral, um mês — o que compram e o que vendem, que é o capital comprado dos aplicadores e vendido aos tomadores de empréstimos. Bem ao contrário das atividades comerciais no geral, nas quais as empresas vendem produtos uma única vez, sem as renovações periódicas. Assim, nas empresas não financeiras a incidência do PIS e da COFINS é computada a cada venda, uma única vez. Estas Contribuições, ao incidirem sobre o faturamento ou receita bruta das empresas, ocasionam bis in idem imposto repetido sobre a mesma base de cálculo: bis, repetição, in idem, sobre o mesmo , mas em operações distintas, de um fornecedor para outro e do último para o consumidor final. Não há repetição da incidência numa mesma operação, como aconteceria no caso da intermediação financeira, caso não permitidas as deduções próprias das instituições financeiras. Se nas atividades não financeiras não há renovação das vendas — comprase um produto uma única vez, sem se renovar tal compra , não acontece o cômputo renovado do PIS e da COFINS. Já os empréstimos são renovados a cada mês, dado que a taxa de juros normalmente é mensal. É como se as instituições financeiras vendessem o valor emprestado a cada mês. Assim sendo, se não pudessem deduzir os custos pagos aos aplicadores — a quem compram o capital também periodicamente , as bases de cálculo do PIS e da COFINS seriam renovadas mensalmente, no que repercutiriam diretamente na taxa de juros dos empréstimos. A título de exemplo, tomese um empréstimo mensal com taxa de juros igual a 3,00% (três por cento). Se a instituição financeira não pudesse deduzir do valor emprestado (faturamento) o custo dessa intermediação financeira, tal como permitido pelo art. 3°, § 6°, I, "a" da Lei n°9.718/98, com a redação dada pela MP n° 2.15835/2001, a taxa de juros, ao invés de 3,00%, seria 6,65% (3,00% de juros mais 3,00% de COFINS mais 0,65% de PIS). Destarte, o discrímen atividade financeira, além de ser permitido constitucionalmente, é também uma necessidade, como demonstrado acima. Por outro lado, o tratamento jurídico construído em função do discrimen eleito, bem Fl. 114DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 107 7 como o que dele resulta, em concreto, estão de acordo com a Constituição, pois a discriminação feita pela legislação tributária não permite às instituições financeiras todo tipo de dedução, mas somente aquelas que, se acaso não permitidas, inviabilizariam a intermediação financeira. Dito de outra forma: a discriminação estabelecida não ultrapassa os limites do que é peculiar à atividade financeira. Tanto é assim que as despesas administrativas, não dedutíveis nas bases de cálculo do PIS e da COFINS das empresas não financeiras, também não o são nas instituições financeiras (§ 1° do art. 1° da Lei n°9.701/98, com a redação dada pelo art. 3° da MP n°2.15835/2001).” Também a título de ilustração esta questão foi colocada no judiciário, sendo que o STF negou seguimento ao recurso extraordinário interposto com a seguinte ementa: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. PIS/PASEP E COFINS. EXTENSÃO DE TRATAMENTO DIFERENCIADO. ISONOMIA. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. 1. O acolhimento da postulação da autora extensão do tratamento tributário diferenciado concedido às instituições financeiras, às cooperativas e às revendedoras de carros usados, a título do PIS/PASEP e da COFINS implicaria converterse o STF em legislador positivo. Isso porque se pretende, dado ser ínsita a pretensão de ver reconhecida a inconstitucionalidade do preceito, não para eliminálo do mundo jurídico, mas com a intenção de, corrigindo eventual tratamento adverso à isonomia, estender os efeitos de norma contida no preceito legal a universo de destinatários nele não contemplados. Precedentes. Agravo Regimental não provido. (Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 402.7488 PE. Relator Ministro Eros Grau. 22/04/2008) MULTA DE MORA O contribuinte pede subsidiariamente o afastamento da cobrança da multa de mora na cobrança dos débitos compensados em caso de não homologação das declarações de compensação em face da denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, in verbis: Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Da leitura do dispositivo legal acima transcrito resta claro que a denúncia espontânea só é valida se vier acompanhada do pagamento do tributo. No presente caso apesar do contribuinte ter confessado o débito por meio das declarações de compensação, esta Fl. 115DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13841.000613/200348 Acórdão n.º 3301002.261 S3C3T1 Fl. 108 8 confissão não veio acompanhada do pagamento e sim de uma pretensa compensação que dependerá sempre de sua homologação posterior, expressa ou tácita. Pagamento e compensação são formas distintas de extinção do crédito tributário, pois para o pagamento a extinção do crédito tributário não está vinculada a nenhuma condição e o art. 74, § 2º da Lei nº 9.430/96 estabelece que a compensação extingue o crédito tributário sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Assim, diante do exposto, voto em negar provimento ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 116DF CARF MF Impresso em 15/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 01/ 04/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 08/05/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13888.908791/2012-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/10/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA.
Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-002.438
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/10/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 13888.908791/2012-73
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5406976
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-002.438
nome_arquivo_s : Decisao_13888908791201273.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : SIDNEY EDUARDO STAHL
nome_arquivo_pdf_s : 13888908791201273_5406976.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5760016
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474312052736
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1667; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.908791/201273 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.438 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria Compensação Recorrente A FRIEDBERG DO BRASIL INDUSTRIA E COMERCIO LIMITADA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/10/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVA. Cabe ao contribuinte o ônus de comprovar as alegações que oponha ao ato administrativo. Inadmissível a mera alegação da existência de um direito. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 87 91 /2 01 2- 73 Fl. 126DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13888.908791/201273 Acórdão n.º 3301002.438 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de pedido de compensação formulado pela Recorrente que foi não homologado diante da inexistência de crédito A Recorrente apresentou em face do indeferimento, Manifestação de Inconformidade alegando que o seu crédito é oriundo de bens e serviços utilizados como “insumos” na prestação de serviços e na produção ou fabricação de produtos destinados à venda e que após um levantamento contábil minucioso apurou um crédito que não havia sido anteriormente aproveitado. A DRJ de Belo Horizonte julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/10/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OUA MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Não se admite a compensação se o contribuinte não comprovar aexistência e suficiência do crédito postulado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Em Recurso Voluntário a Recorrente aponta que possui os créditos pleiteados, que o seu crédito é oriundo de bens e serviços utilizados como “insumos” na prestação de serviços e na produção ou fabricação de produtos destinados à venda e que após um levantamento contábil minucioso apurou um crédito que não havia sido anteriormente aproveitado e que somente não retificou as declarações de modo que os mesmos devem ser homologados. É o que importa relatar. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13888.908791/201273 Acórdão n.º 3301002.438 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. No presente caso, apesar da contribuinte reiteradamente se manifestar acerca do seu direito creditório e ter sido avisada pela DRJ de que deveria comproválo, conforme consta reiteradamente no acórdão da Manifestação de Inconformidade, a mesma não apresentou nenhuma prova. Prova conforme o velho e conhecido Aurélio Buarque de Holanda é aquilo que atesta a veracidade ou a autenticidade de alguma coisa; uma demonstração evidente. Prova, portanto, serve para demonstrar uma verdade, quer da Fazenda, quer da Contribuinte com relação aos fatos apresentados. Lembremonos que estamos diante de um pedido de compensação e que cabe ao contribuinte administrado apresentar as provas do seu direito creditório. Tratase de postulado do Código de Processo Civil, subsidiariamente aplicável ao PAF, vejamos: Art. 333. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Assim, na hipótese da compensação pleiteada, recairia sobre a interessada o ônus de provar a pretensão deduzida; provar que tinha o crédito para realizar a compensação declarada. Logo, seria imprescindível que provas e argumentos fossem carreados aos autos, no sentido de refutar o procedimento fiscal, e que essas provas se revestissem de toda força probante capaz de propiciar o necessário convencimento e, conseqüentemente, descaracterizar o que lhe foi imputado pelo fisco. Consignese que o artigo 170 da Lei n.º 5.172, de 25/10/1966 (Código Tributário Nacional) estabelece como requisito para compensação que o crédito seja líquido e certo. No caso em discussão, o direito creditório não se apresentou líquido e certo, pois a requerente não comprovou por meio de demonstrativos, da escrituração fiscal e dos lançamentos contábeis ou quaisquer outros documentos o valor de seu crédito. Nesse sentido voto por julgar improcedente o presente Recurso Voluntário. Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 128DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13888.908791/201273 Acórdão n.º 3301002.438 S3C3T1 Fl. 5 4 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10166.908074/2009-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2004 a 01/02/2006
Ementa:
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O recurso tem prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado, o desrespeito a este prazo gera intempestividade, e por conseqüência o não conhecimento deste.
Numero da decisão: 3301-001.904
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do Recurso Voluntário.
Rodrigo Possa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábia Regina Freitas - Relatora.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201306
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2004 a 01/02/2006 Ementa: RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O recurso tem prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado, o desrespeito a este prazo gera intempestividade, e por conseqüência o não conhecimento deste.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10166.908074/2009-01
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5406919
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-001.904
nome_arquivo_s : Decisao_10166908074200901.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : FABIA REGINA FREITAS
nome_arquivo_pdf_s : 10166908074200901_5406919.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do Recurso Voluntário. Rodrigo Possa - Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas - Relatora. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
dt_sessao_tdt : Wed Jun 26 00:00:00 UTC 2013
id : 5759959
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474564759552
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1574; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.908074/200901 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301001.904 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de junho de 2013 Matéria PER/DCOMP Recorrente BAR E WISKERIA BRASÍLIA LTDA Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2004 a 01/02/2006 Ementa: RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. O recurso tem prazo inadiável de 30 dias para ser protocolizado, o desrespeito a este prazo gera intempestividade, e por conseqüência o não conhecimento deste. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NÃO CONHECER do Recurso Voluntário. Rodrigo Possa Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas Relatora. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 80 74 /2 00 9- 01 Fl. 50DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ Brasília (fl. 27/48) que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte (fls. 01 a 16) que contrapôs ao despacho decisório que não homologou a compensação pleiteada, relativa a pagamento a maior de PIS e COFINS. O contribuinte transmitiu eletronicamente em 13/10/2006, Declaração de Compensação – DCOMP n°. 40201.10193.131006.1.3.049312, com base em suposto crédito oriundo do período de 01/2004 a 02/2006, quando foi pago “PIS e COFINS, sobre toda a receita de venda de mercadorias, sem a devida exclusão da base de calculo dos produtos monofásicos. Sendo a atividade da empresa, bar e restaurante, com grande volume de venda de chopp, cervejas e refrigerantes”. O pagamento realizado a maior ocorreu por não observância do tratamento tributário adequado descrito nos art. 49 e 50 da lei 10.833/2003. A DRF de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico pela não homologação da compensação, fundamentado na inexistência de crédito. De acordo com os cálculos efetuados pelo contribuinte, o valor total recolhido a maior/indevidamente, e que ora requer compensação, totalizava até a data da transmissão do PER/DCOMP a importância de R$ 93,88 (noventa e três reais e oitenta e oito centavos). Cientificada desse Despacho, a interessada apresentou sua manifestação de inconformidade. Informada do erro na apuração dos impostos, apresentou Declaração de Informações Econômico fiscais da Pessoa Jurídica DIPJ retificadora do período, corrigindo as informações referentes ao PIS e COFINS, passando a compensar os valores pagos a maior na quitação do PIS e COFINS dos meses seguintes a partir de 03/2006, por meio de PER/DCOMP. Entretanto, quando tomou conhecimento do referido Despacho Decisório, procurou o plantão fiscal da Receita Federal, com todos os documentos a respeito do assunto, sendo informada da necessidade de apresentar DCTF retificadoras. Apresentando DCTF retificadoras, solicitou a baixa dos débitos referentes aos Despachos Decisórios, colocandose à disposição para a apresentação de outros documentos. Nesse sentido, consta às fls. 19/22 que na sessão de 16/04/2012, a 4º Turma da DRJ/BSB proferiu o acórdão nº 0347.850 cuja ementa segue abaixo: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2005 APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS DCTF RETIFICADORA. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Fl. 51DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10166.908074/200901 Acórdão n.º 3301001.904 S3C3T1 Fl. 3 3 Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento a maior, comparativamente com o valor do débito devido a menor, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de DCTF retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo à demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE CRÉDITO. A compensação de créditos tributários (débitos do contribuinte) só pode ser efetuada com crédito líquido e certo do sujeito passivo, sendo que a compensação somente pode ser autorizada nas condições e sob as garantias estipuladas em lei; no caso, o crédito pleiteado é inexistente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o contribuinte, devidamente cientificado, interpôs Recurso Voluntário as fls. 27/48 por meio do qual contesta o referido Acórdão, que segundo o seu entendimento, merece ser integralmente reformado, posto que colide com a legislação pátria e a jurisprudência aplicável ao caso. É o relatório. Voto Conselheiro Fábia Regina Freitas Preliminarmente, é dever do julgador apreciar os requisitos de admissibilidade do Recurso Voluntário. Fl. 52DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 O artigo 56 da Lei nº 9.784/99 confirma o direito constitucional de o contribuinte interpor recurso contra as decisões administrativas, determinando que “cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito”. Vislumbrase que tal fato busca, na verdade, o reexame da decisão por outra autoridade, a fim de obterse um aprimoramento dos julgados na fundamentação de suas decisões, propiciando, desta forma, maior segurança ao sistema. Pois bem, vencido em primeira instância, o contribuinte não está obrigado a recorrer, mas, se assim proceder, estará sujeito ao prazo de 30 dias, sob pena de preclusão, para apresentar Recurso Voluntário, conforme preceitua o caput do art. 33, do Decreto nº 70.235/72 c.c. art. 68 do Decreto nº 7.574/2011. Verificase, que se ultrapassado esse período, qual seja, 30 (trinta) dias contados a partir da ciência da decisão, sem a apresentação pelo contribuinte do Recurso Voluntário, estará ele impedido de apresentar referido recurso em outro momento. No caso em tela, a Recorrente foi intimada de modo regular em 25/05/2012 (sextafeira), conforme Aviso de Recebimento – AR (fl. 25), e só protocolizou seu Recurso Voluntário na data de 28/06/2012 (quintafeira), ou seja, 2 (dois) dias após o transcurso do prazo recursal, já que o prazo encerrouse no dia 26/06/2012 (terçafeira). Diante do exposto, não conheço do presente Recurso Voluntário, por ser intempestivo. Conclusão Com essas considerações, voto pelo NÃO CONHECIMENTO do Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 26 de junho de 2013 Fábia Regina Freitas Fl. 53DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 24/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10480.005818/2003-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 1998
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 42 DA LEI 9532/97. FORMA DE APURAÇÃO. RESSARCIMENTO.
O crédito presumido de IPI, previsto no art. 42 da Lei nº 9.532/97, é apurado com a aplicação do percentual de 85% sobre o valor do IPI devido na saída do açúcar do estabelecimento industrial, quando este estiver localizado nos estados do Norte e Nordeste.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3301-002.453
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Ano-calendário: 1998 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 42 DA LEI 9532/97. FORMA DE APURAÇÃO. RESSARCIMENTO. O crédito presumido de IPI, previsto no art. 42 da Lei nº 9.532/97, é apurado com a aplicação do percentual de 85% sobre o valor do IPI devido na saída do açúcar do estabelecimento industrial, quando este estiver localizado nos estados do Norte e Nordeste. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10480.005818/2003-78
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5406926
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-002.453
nome_arquivo_s : Decisao_10480005818200378.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
nome_arquivo_pdf_s : 10480005818200378_5406926.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5759966
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047474645499904
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1783; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 139 1 138 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10480.005818/200378 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.453 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria Ressarcimento de IPI Recorrente ALVORADA AGROPECUÁRIA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1998 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. ART. 42 DA LEI 9532/97. FORMA DE APURAÇÃO. RESSARCIMENTO. O crédito presumido de IPI, previsto no art. 42 da Lei nº 9.532/97, é apurado com a aplicação do percentual de 85% sobre o valor do IPI devido na saída do açúcar do estabelecimento industrial, quando este estiver localizado nos estados do Norte e Nordeste. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 00 58 18 /2 00 3- 78 Fl. 139DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 140 2 Relatório Por economia processual adoto o relatório elaborado na decisão recorrida, abaixo transcrito. A empresa identificada em epígrafe protocolou, em 30.05.2003, pedido de ressarcimento de IPI, no valor de R$ 21.990.513,80, fundamentada nas previsões normativas do art.42 da Lei nº 9.532/97 e Decreto nº 2.501/98. Aquela norma da Lei supramencionada instituiu o crédito presumido para o açúcar produzido nas Regiões Norte e Nordeste, e nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, com percentuais que caberia ao Poder Executivo definir. Foi o Decreto nº 2.501/98, cujos efeitos retroagiram a 01/01/1998, que estabeleceu a alíquota de IPI incidente sobre os açúcares de cana, em bruto, e sobre o açúcar refinado, identificados nas subposições indicadas da TIPI vigente, em 12%. E o percentual para cálculo do crédito presumido de que trata o art.42 da Lei 9.532/97, foi fixado em 85%, relativo ao IPI devido nas saídas de açúcar de cana para os estabelecimentos produtores localizados nos Estados das Regiões Norte e Nordeste. O pedido foi indeferido pela Delegacia da Receita Federal em Recife (DRF/RECIFE), conforme despacho decisório de fls.33, fundamentado na Informação Fiscal de fls.14/22. As principais razões alegadas para o indeferimento foram: 1. O art.42 da Lei 9.532/97 foi revogado, com efeitos a partir de 01.01.1999, pela alínea “b” do inciso II do art.22 da Lei 9.779/99, extinguindose o benefício. Entre 01.01.1998 e 31.12.1998, a alíquota do IPI para o açúcar produzido no Norte e Nordeste foi de 12%, reduzida em 85%, desde que houvesse incidência do imposto sobre a respectiva saída. 2. Essa redução, que correspondia a 85% do IPI devido na saída, poderia ser lançado no Livro de Registro de Apuração do IPI – RAIPI, a título de crédito presumido de IPI referente ao açúcar. 3. Considerando que a empresa requerente foi alvo de auditoria recente, amparada no MPF nº 04.1.01.002003001220, na qual se verificaram inclusive dados relativos ao crédito presumido decorrente do disposto no art.42 da Lei 9.532/97, transcrevemse a seguir os comentários pertinentes inseridos naquela auditoria fiscal que resultou na lavratura de auto de infração de IPI no valor de R$ 3.665.567,07, consubstanciado no Processo nº 19647.007090/200424, e devidamente cientificado ao contribuinte. 4. Intimado, em 27.01.2004, a apresentar, por decêndio, no ano de 1998, os valores das saídas de açúcar de produção própria, a interessada preparou demonstrativo em valores e períodos que divergem do escriturado no RAIPI. Inquirido sobre tal divergência, informou que os valores lançados no RAIPI a título de “presumido açúcar” são relativos a compras de açúcar de outros produtores e fornecedores (conforme consta às fls.158 do Processo nº 19647.007090/200424). Vale dizer, a interessada não observou a legislação regente da sistemática de cálculo do “crédito presumido do açúcar”, posto que pretendeu calcular o benefício com Fl. 140DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 141 3 base nas compras de açúcar de outros produtores, mas o correto seria tomar por base a saída tributada de açúcar de produção própria. 5. Por tal razão foram integralmente glosados os supostos créditos lançados no RAIPI sob o título de “presumido açúcar (Coluna 3 da planilha ‘Escrituração Fiscal do Contribuinte’, reproduzidos na coluna 7 da planilha ‘Reconstituição da Escrita Fiscal do Contribuinte’)”. Por outro lado, a fim de preservar o direito do contribuinte, procedeuse ao cálculo do crédito presumido de açúcar nos termos legais, com base exclusivamente nas informações prestadas pela interessada (cálculos na Planilha “Crédito Presumido do Açúcar no ano de 1998” e na Coluna 7 da Planilha “Créditos Demonstrados pelo Contribuinte, fls.95, do mesmo Processo acima mencionado). Recalculados os referidos créditos na devida forma, foram considerados na Coluna 5 da Planilha “Reconstituição da Escrita Fiscal do Contribuinte”. 6. Outrossim, tendo sido confirmado pela interessada que houve venda de açúcar para o exterior com imunidade tributária, estas saídas não se beneficiam do crédito presumido do IPI, posto que segundo a dicção do art.2º do Decreto nº 2.501/98, se não houve tributação de IPI na saída do açúcar, aí não há que se falar em crédito presumido. 7. Em vista das circunstâncias apontadas, tudo exposto no relatório de auditoria, não havia saldo de crédito de IPI a ser ressarcido ao contribuinte, haja vista que depois de serem considerados os créditos presumidos do açúcar, decorrentes do disposto no art.42 da Lei 9.532/97, e calculados na forma da lei, no âmbito daquele Processo nº 19647.007090/200424, remanesceu débito na ordem de R$ 3.665.567,07, devidamente lançado. 8. A despeito de se haver demonstrado a inexistência de qualquer valor a ser ressarcido no presente processo, ressaltase, ainda, a título de informação, a inadmissibilidade de aplicação da Taxa SELIC sobre eventuais saldos de IPI a serem ressarcidos. O ressarcimento é instituto distinto da restituição de indébito e também diferente da compensação. Conforme entendimento oficial expresso na NOTA MF/SRF/COSIT/COOPE/SENOG nº 165 tratase “de uma forma de utilização de um incentivo fiscal... para manter em sua escrita fiscal, créditos de IPI... mediante compensação na própria escrita fiscal com os débitos escriturados ou, de forma residual, mediante ressarcimento em espécie”. Créditos escriturais serão compensados com débitos escriturais, no período de apuração do imposto, com ressarcimento em espécie de eventual saldo credor remanescente da impossibilidade de realizar essa compensação. 9. Há previsão legal para a correção monetária em certo período e a incidência de juros equivalentes à taxa SELIC, a partir de 01/01/1996, apenas para o caso de compensação de tributos ou restituição de indébitos, porém não há nenhuma previsão legal para correção monetária nem aplicação da SELIC sobre saldo remanescente de créditos escriturais passíveis de ressarcimento em dinheiro. Assim, em face da reconstituição da escrita fiscal da empresa, abrangendo o ano de 1998 (o Termo de Verificação Fiscal –TVF, descreve a auditoria sobre o IPI no período de 01.01.1998 a 31.12.2000), que resultou no lançamento de crédito tributário da ordem de R$ 3.665.567,07, objeto do processo nº 19647.007090/2004 24), ficou demonstrado que não existe o saldo credor de IPI pretendido pela contribuinte, devendose indeferir o pedido de ressarcimento. Fl. 141DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 142 4 Intimada da decisão em 12.05.2005, a interessada protocolou, em 08.06.2005, tempestivamente, a manifestação de inconformidade de fls.36/50, cujas principais alegações são a seguir sintetizadas: 1. Tratase do crédito presumido de IPI previsto no art.42 da Lei 9.532/97, estímulo fiscal destinado a atenuar as imensas desigualdades entre os produtores de açúcar da região Sudeste (sobretudo São Paulo) e das demais regiões produtoras. 2. Diante da redação conferida à norma identificada no item anterior ( cuja transcrição literal foi feita às fls.38, 2º parágrafo), é elementar concluir que o legislador definiu todos os elementos para a quantificação do crédito presumido de IPI, somente remetendo à Administração a faculdade de estabelecer a alíquota aplicável. Assim delegouse ao Poder Executivo apenas e tãosomente a possibilidade de fixar a alíquota para os fins de apuração do montante do crédito presumido, e todos os outros elementos, inclusive a base de cálculo – valor do produto saído do estabelecimento. 3. Nada obstante, o Decreto nº 2.501/98, a pretexto de regulamentar a lei em pauta, dispôs da seguinte maneira: “Art.2º. O percentual para cálculo do crédito presumido de que trata..., é fixado em relação ao IPI devido nas saídas de açúcar da cana, em 85% (oitenta e cinco por cento) para os estabelecimentos produtores localizados nos Estados das Regiões Norte e Nordeste e em 30% (trinta por cento) para aqueles localizados nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo”. 4. Ora, a simples leitura do texto do Decreto já evidencia a sua ilegalidade, porque altera a base de cálculo do benefício fiscal prevista na Lei nº 9.532/97. Tendo em vista que a Lei instituidora do benefício prescreve que a base de cálculo do crédito presumido de IPI é o “valor do produto saído do estabelecimento”, o Decreto referido determina que a alíquota incidirá sobre base diversa, qual seja, o “IPI devido nas saídas de açúcar”. 5. Portanto, ao restringir a base de cálculo de um incentivo fiscal instituído em lei, desbordou os limites impostos a essa espécie normativa. Os atos administrativos têm posição hierárquica inferior a das leis, não lhes sendo lícito contrariálas, sob pena de subversão do P. da legalidade, o mais basilar do Estado de Direito. Traz à colação, às fls.39/41, lições de Celso A Bandeira de Mello, Helly Lopes Meirelles, Bernardo Ribeiro de Moraes para fundamentar a afirmação. 6. Aponta que no mesmo sentido de enquadrar os atos administrativos, inclusive Decreto, nos limites da lei, jurisprudência do STJ e TRF/5ª Região, esta no sentido de especialmente destacar a ilegalidade da IN SRF nº 23/97, justamente por modificar a base de cálculo do benefício fiscal (crédito presumido de IPI), prevista na Lei 9.363/96, isto é, para destacar a idéia de ilegalidade de ato administrativo tendente a restringir base de cálculo de benefício legal.(Ver fls.41/44, transcrição de ementas das decisões dos tribunais citadas). 7. Assim, a doutrina mais abalizada, e a jurisprudência consolidada, apontam que o Decreto nº 2.501/98 não poderia ter alterado a base de cálculo do crédito presumido de IPI, visto que este se encontra expressamente determinado em lei. Portanto, quanto a este aspecto o Decreto é ilegal. 8. Da mesma forma emerge incontestável o direito de correção monetária do crédito apurado. O fisco diz ser indevida em face de inexistir expressa previsão Fl. 142DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 143 5 legal, mas não lhe assiste razão. Tal fundamento somente seria válido se não acarretasse nenhum prejuízo à ora impugnante. 9. A única função da correção monetária é a recomposição do valor do crédito a ser utilizado como moeda de compensação. Com efeito, há a necessidade de recomposição real do valor a ser ressarcido, uma vez que poderá servir para compensação com débitos de IPI, ressarcimento em dinheiro ou compensação com outros tributos administrados pela SRF. Tratase de entendimento já pacificado, conforme decisão nos Embargos Infringentes na AC nº 1999.71.11.0039683/RS, cujo voto vencedor do Rel. Des. Federal Wellington de Almeida é parcialmente transcrito às fls.45/46. 10. A decisão acima noticiada serviu de base ao entendimento exarado pelo Min. Sidney Sanches em decisão monocrática referente ao RE nº 363.777, cujo teor transcreve, em parte, às fls.47, no sentido de que a atualização monetária plena inclui a SELIC, porque assim se procede em relação a quaisquer tributos arrecadados e fiscalizados pela SRF. Esse entendimento há muito vem sendo compartilhado pela jurisprudência do C. STJ, consoante se observa no brilhante voto exarado pelo Min. Américo Luz na ocasião do julgamento do REsp nº 2.466PR, DJU 10.9.90, cujo teor transcreve às fls.47. 11. A própria administração reconhece essa realidade, conforme Parecer AGU/MF01/96 (ver transcrição às fls.48). E no mesmo sentido decidiu o Conselho de Contribuintes reconhecendo que o ressarcimento de crédito do IPI há de ser efetuado com atualização monetária (sem indicação de nº do acórdão). Quanto à SELIC, o C. STJ já pacificou a matéria, consoante se vê no Ac. un. STJ, 1ª Turma, REsp nº 248985/SC, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, DJ de 16.10.2000, p.291, transcrito, em parte, às fls.49 deste processo. E no mesmo sentido aponta o TRF/ 5ª Região (ver ementa de fls.50). Pede a reforma da decisão prolatada, para que se determine o ressarcimento dos créditos de IPI calculados com base na Lei 9.532/97, afastandose a ilegal modificação da base de cálculo do benefício determinada pelo Decreto 2.501/98, devendose calcular o crédito presumido pela aplicação da alíquota de 85% sobre o valor do produto comercializado, seja no mercado interno, seja no mercado externo. Ao julgar referida manifestação de inconformidade, a 5ª Turma da DRJ/Recife proferiu o Acórdão nº 1125.097, de 21/01/2009, assim ementado: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/1998 a 31/12/1998 CRÉDITO PRESUMIDO. LEI Nº 9.532/97. DECRETO Nº 2.501/98. PEDIDO DE RESSARCIMENTO. No caso concreto o crédito presumido equivale a 85% do IPI devido na saída do açúcar produzido. Em outras palavras pode se dizer que o IPI devido depois da compensação com o crédito presumido corretamente escriturado equivale a 15% do valor do imposto devido antes dessa compensação. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA A CORREÇÃO MONETÁRIA DE CRÉDITO ESCRITURAL. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 144 6 Não há previsão legal de atualização monetária de créditos escriturais, sejam eles incentivados ou não. Nos termos da legislação regente, cabe a aplicação da Taxa SELIC nos casos de restituição de indébito, em espécie, ou pela via da compensação. Não é o que acontece no caso de ressarcimento. Solicitação Indeferida. Não concordando com referida decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário no qual repete as mesmas alegações apresentadas em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 145 7 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. Como visto o contribuinte solicitou ressarcimento de IPI com base no art. 42 da Lei nº 9.532/97 para o anocalendário de 1998. Assim dispunha o dispositivo legal: Art. 42. Os estabelecimentos produtores de açúcar de cana, localizados nos estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo e em estados das regiões Norte e Nordeste, terão direito a crédito presumido, calculado com base em percentual, fixado pelo Poder Executivo em virtude do diferencial de custo da canade açúcar entre as regiões produtoras do País, a ser aplicado sobre o valor do produto saído do estabelecimento e compensado com o IPI devido nas saídas de açúcar. (Revogado pela Lei nº 9.779, de 1999) Parágrafo único. A utilização de crédito presumido, calculado em desacordo com a legislação, configura redução indevida do IPI, sujeitando o infrator às penalidades previstas na legislação aplicável.(Revogado pela Lei nº 9.779, de 1999) Este dispositivo legal foi revogado pela Lei nº 9.779/99, de forma que o benefício fiscal só vigorou para o anocalendário de 1998, que é justamente o período discutido no presente processo. Conforme previsto, o Poder Executivo, por meio do Decreto nº 2.501/98, estabeleceu o percentual a ser aplicado para apuração do crédito presumido. Fezse da seguinte forma: Art. 1º A alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) incidente sobre os açúcares da cana, em bruto, e sobre o açúcar refinado, classificados, respectivamente, nas subposições 1701.11 e 1701.99 da Tabela de Incidência (TIPI) aprovada pelo Decreto nº 2.092, de 10 de dezembro de 1996, é fixada em doze por cento. Art. 2º O percentual para cálculo do crédito presumido de que trata o art. 42 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, é fixado, em relação ao IPI devido nas saídas de açúcar da cana, em 85% (oitenta e cinco por cento) para os estabelecimentos produtores localizados nos Estados das Regiões Norte e Nordeste e em 30% (trinta por cento) para aqueles localizados nos Estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. O contribuinte afirmou em sua manifestação de inconformidade e em seu recurso voluntário que o Decreto estabeleceu limitação não previsto na lei. Ressaltese, por oportuno, que o recorrente apresentou exatamente as mesmas razões de defesa, não Fl. 145DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 10480.005818/200378 Acórdão n.º 3301002.453 S3C3T1 Fl. 146 8 contestando absolutamente nada quanto aos argumentos e razões apresentadas pela decisão recorrida que indeferiu sua manifestação. Conforme descrito o contribuinte estava utilizando para cálculo do crédito presumido o percentual de 85% sobre o valor das aquisições de açúcar adquiridos de outros produtores e fornecedores. Desculpeme o recorrente, mas não há maneiras de extrair este entendimento das disposições legais acima transcritas. Para ser econômico, na argumentação, e considerando que não houve inovação de razões no recurso apresentado, invoco o § 1º do art. 50 da Lei 9.784/99, para utilizar a própria decisão recorrida, como razão de decidir. Citada decisão encontrase às fls. 73/85 (fls. 78/90 do processo digital), e faz parte integrante do presente voto. Adicionalmente, mesmo que razão assistisse ao contribuinte, nada haveria para ser ressarcido no presente processo, pois não tem nenhum elemento de prova quanto ao valor do crédito que seria ressarcido. Prova esta que é ônus de quem solicita, a teor do que dispõe o art. 333, inc. I, do Código de Processo Civil. Portanto, mesmo que houvesse razão ao contribuinte faltaria elementos de certeza e liquidez para que fosse autorizado o ressarcimento. Por fim não cabe discussão sobre a questão da correção monetária, pois ficou prejudicada ante o indeferimento do mérito. Assim, diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 146DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 23/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10070.001394/2005-66
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 28 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO - PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL
A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário.
A despeito da possibilidade de análise posterior da documentação, deixou o contribuinte de fazer prova cabal do seu direito creditório.
Recurso Voluntário Não Provido.
Numero da decisão: 3301-002.136
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábia Regina Freitas - Relatora
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201311
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO - PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. A despeito da possibilidade de análise posterior da documentação, deixou o contribuinte de fazer prova cabal do seu direito creditório. Recurso Voluntário Não Provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10070.001394/2005-66
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5406913
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-002.136
nome_arquivo_s : Decisao_10070001394200566.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : FABIA REGINA FREITAS
nome_arquivo_pdf_s : 10070001394200566_5406913.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas - Relatora (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora).
dt_sessao_tdt : Thu Nov 28 00:00:00 UTC 2013
id : 5759953
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:40 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047475047104512
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1744; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10070.001394/200566 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.136 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 28 de novembro de 2013 Matéria DCOMP Recorrente BHP BILLITON METAIS S.A Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. A despeito da possibilidade de análise posterior da documentação, deixou o contribuinte de fazer prova cabal do seu direito creditório. Recurso Voluntário Não Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negaram provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 0. 00 13 94 /2 00 5- 66 Fl. 477DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Marcio Canuto Natal, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas (Relatora). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por BHP Billiton Metais S.A contra Acórdão n. 1340.250, de 08 de março de 2012 (fls. 321/328), proferido pela 5ª Turma da DRJ/RJ2, que manteve o indeferimento da solicitação do contribuinte, formalizado através da Declaração de Compensação de débitos de IRPJ, do período de apuração 30/09/2005, nos valores de R$ 1.746.833,26 e R$ 1.242.821,16 (com crédito oriundo da incidência nãocumulativa da COFINS dos períodos 07/2005 e 08/2005). A delegacia de origem (DRF1 RJ), por meio do despacho decisório (fls. 199/201), indeferiu a solicitação do contribuinte, sob o argumento de não ter sido comprovado o pagamento a maior ou indevido das contribuições. Devidamente cientificada do despacho, a interessada apresentou, tempestivamente, em 04/10/2010 a Manifestação de Inconformidade (fls. 208/214), alegando em síntese que: “1. Cumpre salientar que, a apresentação unicamente da planilha, elaborada pelo consórcio do qual a Requerente e integrante, se deu pelo grande volume de notas fiscais e demais documentos que, embora não tivessem sido apresentados em tempo hábil a resposta a intimação recebida, já estão a disposição do Sr. Auditor Fiscal; 2. Por entender que a referida decisão deixou de atentar ao princípio do inquisitório e da verdade material, que regem o processo administrativo, a requerente apresenta sua manifestação de inconformidade a fim de que seja verificada a existência do direito creditório e consequente extinção dos débitos compensados; 3. Preliminarmente, nada obsta que essa Delegacia aprecie a documentação ora apresentada, uma vez que a mesma é necessária a comprovação da verdade material, sendo essa posição unânime da Câmara Superior de Recursos Fiscais; 4. Devese verificar que a nãohomologação da compensação ora em causa é consequência da postura da requerida, que deixou de cumprir com seu dever de oficio de realizar as diligências necessárias aos esclarecimentos dos fatos; 5. Contudo, a análise em questão em face do princípio inquisitório e ao princípio da verdade material que orientam o processo administrativo fiscal como corolários do princípio da legalidade aplicável ao Direito Tributário, há de se concluir pela homologação dos procedimentos realizados pelo contribuinte; 6. Apesar de possuir meios para identificar que a interessada possuía todos os créditos objeto da Declaração de Compensação realizada, a autoridade administrativa nada fez para esclarecer a origem dos créditos objeto da compensação, descumprindo com seu dever de investigação; 7. As decisões das Autoridades Administrativas devem sempre observar para com o seu encargo de prova e dever de investigação, realizandose todas as diligências necessárias a busca da verdade; Fl. 478DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 3 3 8. Desse modo, comprovada a origem e existência de créditos em montante suficiente é forçoso reconhecer a validade das compensações realizadas e, consequentemente, a extinção dos créditos tributários a que eles se referem; 9. E nem se diga que a existência do Acordão da DRJ/JFA deve ser aplicada ao presente caso, uma vez que o Consorcio Aluar, do qual a pessoa jurídica e integrante, possui todas as características necessárias para a constituição de um Consórcio, tais como (i) tem por objeto um empreendimento determinado; (ii) e um consórcio operacional para execução de negócios jurídicos relativos a atividade industrial determinada e (iii) há prazo de duração determinado; 10. Restando demonstrada a possibilidade da apuração dos créditos em causa e, estando documentalmente comprovada a sua apuração, deve ser inequivocadamente reconhecida à possibilidade da compensação realizada pela requerente nos autos o presente processo administrativo; 11. Ante o exposto, requer seja dado provimento ao presente recurso, para: 11.1. anular o despacho decisório, determinando seja proferida nova decisão que, mediante a apreciação de toda a prova digital constante dos autos, análise a suficiência dos créditos de Cofins NãoCumulativo e PIS Não Cumulativo para a realização das compensações pretendidas; ou 11.2. reformar o despacho decisório, reconhecendose – em face da prova acostada aos autos – a suficiência dos créditos de Cofins NãoCumulativo e PIS NãoCumulativo para a realização das compensações pretendidas e determinandose o cancelamento da cobrança ora recorrida. A DRJ não acolheu as alegações do contribuinte e manteve o indeferimento do direito pleiteado, conforme acórdão com a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTARIO Período de apuração: 01/07/2005 a 31/08/2005 PEDIDOS DE RESTITUIÇÃO, COMPENSAÇÃO OU RESSARCIMENTO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA A CARGO DO CONTRIBUINTE. No âmbito específico dos pedidos de restituição, compensação ou ressarcimento, e ônus do contribuinte/pleiteante a comprovação minudente da existência do direito creditório. As diligências, passíveis de serem promovidas e sede de julgamento administrativo, não se destinam a suprir a omissão na produção da prova por parte daquele a quem tal ônus incumbia, mas apenas a dirimir dúvidas pontuais acerca dos elementos de prova trazidos aos autos. PROVA DOCUMENTAL A prova documental será apresentada na impugnação ou manifestação de inconformidade, precluindo o direito de fazelo em outro momento processual. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Intimado do referido acórdão em 19 de marco de 2012 (fl. 351), o interessado apresentou Recurso Voluntário em 18 de abril de 2012 (fls. 355/ a 365), pleiteando a reforma do acórdão, reafirmando seus argumentos apresentados à DRJ e juntando nova documentação comprobatória. É o relatório. Fl. 479DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Voto Conselheira Fábia Regina Freitas O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. De acordo com o mérito do acórdão da DRJ, verificase que a decisão não homologou a compensação pleiteada pelo contribuinte, por entender que não houve comprovação do direito creditório, já que segundo o seu entendimento, a empresa havia juntado apenas algumas planilhas em meio magnético que não teriam o condão de comprovar o crédito objeto da compensação. Por sua vez, o contribuinte ao interpor o seu Recurso Voluntário, anexou à petição vários recibos complementando as supostas provas que já tinham sido apresentadas. É importante ressaltar que houve por parte da empresa, pedido de reforma integral do acórdão proferido pela DRJ, e como pedido alternativo, caso não houvesse entendimento pela reforma do decisium, que o processo fosse baixado em diligência para confrontar as provas juntadas nos autos até o presente julgamento. Com isso, delimitase análise do presente caso, ao acolhimento ou não das provas juntadas no recurso voluntário. Como é sabido, o Processo Administrativo Fiscal Federal, é instaurado e conduzido pelo Decreto n. 70.235/72, e foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com o status de lei ordinária. As limitações à atividade probatória do contribuinte trazida pelo parágrafo 4º do artigo 16 têm, ainda, provocado divergências de posicionamento entre os julgadores de segunda instância administrativa. Na jurisprudência do CARF, há precedentes acolhendo três grandes correntes. A primeira seria em princípio, as decisões que não aceitam a apresentação de documentos (provas) após a impugnação; a segunda, as que aceitam, desde que apresentadas até o julgamento em primeira instância; e a terceira e última, as que aceitam a apresentação de documentos em qualquer fase do julgamento administrativo, até em fase de recurso especial. No acórdão da DRJ (fls. 318/319), fica claro que o posicionamento adotado, condiz com a primeira corrente, bastando observar o seguinte trecho do acórdão que diz: “Além disso, não há nos autos qualquer elementos de convicção que de motivo a uma nova diligência, alertando ainda que, já na fase litigiosa que caracteriza a presente manifestação de inconformidade, o momento propício para a apresentação de prova documental é, justamente, a impugnação da exigência, in casu, a presente manifestação de inconformidade”.(Grifo Nosso) Em contra partida, nesta Colenda Câmara, tem se adotado o entendimento de que as provas e documentos podem ser aceitos excepcionalmente, desde que caracterizem informações suplementares à Fl. 480DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 4 5 impugnação, principalmente quando se refira à matéria originalmente contestada e quando apresentada antes da decisão de primeira instância. Com o intuito de ilustrar esse entendimento, temos o registro da sessão de julgamento ocorrida em 12/02/2007, no PA 10814.008031/9875, em que a CSRF proferiu a seguinte decisão: “... a apresentação de prova documental, após o decurso do prazo para a interposição de impugnação, pode ser admitida excepcionalmente, nos termos do artigo 16, do Decreto n. 70.235/72. Com redação dada pela Lei n. 9532/97, a fim de que a decisão proferida se coadune com os princípios da legalidade e da verdade material”. Nesse sentido, podemos nortear o presente julgamento, utilizando a inteligência do acórdão n. 30334.308/2007, que diz o seguinte: “Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 31/12/1998 Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. PENALIDADE ISOLADA. DECADÊNCIA. Decadência é norma geral de direito tributário privativa de lei complementar. O CTN, recepcionado pela Constituição Federal de 1988 com o status de lei complementar, disciplina o prazo decadencial em dois dispositivos: no artigo 150, § 40, especifico para tributos pagos sem prévio exame da autoridade administrativa; e no artigo 173, inciso I, que alcança o lançamento das penalidades. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. NULIDADE. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Caracterizado o cerceamento ao direito de defesa pela não apreciação de parecer jurídico trazido aos autos antes do julgamento, bem como pela recusa da administração em juntar aos autos cópias de documentos que estavam em seu poder, considerados pelo sujeito passivo como provas das suas razões de impugnação. Processo que se declara nulo a partir do acórdão recorrido, inclusive”. No mérito da decisão supra citada, foi utilizado o seguinte fundamento: “(a) Cerceamento ao direito de defesa pela recusa de apreciação do Parecer Jurídico apresentado em 11.01.2005, como complementação da defesa, antes da realização do julgamento. O referido parecer elaborado por jurista, especialista em direito tributário e em processo administrativo fiscal, foi ignorado sob a alegação de não atendimento às condições previstas no § 4° do art. 16 do Decreto 70.235/72 (PAF). Entretanto, tal norma disciplina tãosomente a apreciação de prova documental no PAF, e evidentemente não abrange a hipótese de apresentação de parecer jurídico em complemento à impugnação. As interessadas citaram oportunamente a doutrina de Sérgio Ferraz e de A. A. Dallari para explicitar a natureza de um parecer jurídico. No caso, a disciplina adequada seria efetivamente a do art. 38 da LGPAF (Lei 9.784/99), utilizada subsidiariamente, já que o PAF (Decreto 70.235/72) é omisso quanto a isto. A norma evocada prevê que antes da decisão, na fase de instrução, podese juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do Fl. 481DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 processo. Portanto, a recusa de apreciação do parecer jurídico juntado aos autos na fase de instrução, antes da tomada de decisão, caracteriza cerceamento ao direito de defesa, eivando de nulidade absoluta a decisão recorrida. (Grifos nossos) Enfatizase que nesta situação a juntada do parecer não afetou de forma alguma o trâmite processual, não o prolongou, e não se justifica a recusa de conhecimento de matéria de defesa que necessariamente haveria de ser apreciada também em segunda instância, de forma que a omissão do julgador a quo também afronta o direito do contribuinte ao duplo grau de jurisdição. Houve claro cerceamento ao direito de ampla defesa. (b) Cerceamento ao direito de defesa pela recusa de juntada de documentos solicitada pelas impugnantes e que estavam em poder da Administração. Na ótica das ora recorrentes tais documentos visavam a demonstrar a inexistência de fraude na importação. Ora, durante a fase de impugnação todos os documentos das ora recorrentes estavam em poder da Administração. As impugnantes, então, com base no art. 37 da lei 9.784/99, que apenas expõe norma processual já assentada no ordenamento pátrio, válida também no processo civil, requereram a juntada de certos documentos que consideravam essenciais a provar a regularidade das operações de importação praticadas. Aqui não importa o juízo prévio da autoridade julgadora de primeira instância quanto à necessidade ou prescindibilidade de tais provas, entre outras razões porque era interesse da defesa apresentalas e circunstancialmente se encontravam em poder da administração, além do mais deveriam ser passíveis de apreciação também pela segunda instância julgadora em caso de insucesso no primeiro julgamento. A recusa em permitir essa produção de provas por parte das impugnantes, em relação a documentos que estavam em poder da administração, fulmina de nulidade absoluta a decisão de primeira instância por interferência perniciosa no contraditório e impor indevida limitação à defesa”. Pelas conclusões do Acórdão n. 30334.308, acima transcritas, verificase que o documento (parecer jurídico) não foi considerado como “prova” no conceito estabelecido pelo parágrafo 4º do artigo 16 do PAF, por ser considerado complemento da impugnação e, por conseguinte, o prazo para sua apresentação seria o estabelecido no artigo 38 da LGPF. Referida decisão se assemelha com as decisões anteriores, que por meio de construções de ordem argumentativa, excepcionam os documentos da aplicação do prazo de preclusão estabelecido pelo PAF. No presente caso não houve recusa na apresentação da documentação, o que ocorreu é que a mesma não foi apresentada no momento oportuno, ou melhor, dizendo foi apresentada de forma incompleta. Assim sendo, não podemos considerar que tenha havido cerceamento de defesa. Assim, a depender da documentação juntada pelo contribuinte, os órgãos administrativos se posicionam ora no sentido de aplicarem a literalidade da restrição do artigo 16 do PAF, ora no sentido de caracterizarem a inocorrência da preclusão, adequando a situação como excepcionais e em conformidade com as exceções elencadas no dispositivo legal. Para tanto, ainda que o contribuinte faça a juntada de documentos após o prazo legal, parece inconteste que deve existir uma prévia análise destes, mesmo que para se recursar a documentação, já que determinados documentos comprobatórios podem ser aceitos a qualquer momento por se referirem a fatos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador. Fl. 482DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 5 7 Estando assegurado, por lei, o direito a apresentação de alegações e provas que caracterizam o contraditório e a ampla defesa e, sendo a verdade material o objeto do Processo Administrativo Fiscal, assim como a celeridade processual, a oficialidade, entre outros princípios, não se pode falar em desrespeito ao direito de defesa do contribuinte, pela aplicação do prazo de preclusão para apresentação das provas, já que é a própria aplicação do principio da verdade material, que confere ao julgador a prerrogativa de verificar a legalidade do lançamento, independentemente das provas trazidas ao processo. Mesmo entendimento encontrado nos seguintes acórdãos: “Acórdão: 10809655/2008 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Exercício: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEDE DE RECURSO VOLUNTÁRIO – PRÍNCIPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. Recurso Voluntário Provido”. “Acórdão: 20311384/2006 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do §4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes portanto, da decisão, fere o princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que ai se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Recurso anulado” “Acórdão: 30239.947/2008 ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/09/2004 a 31/12/2004 PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO – PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO – PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. “No processo Fl. 483DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 8 administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que ai se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento”. (Ac. 10318789 – 3ª Câmara – 1º.C.C). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371) Recurso Voluntário Provido”. Ademais, princípios de índole programática não são aptos a criar relações jurídicas materiais de ordem subjetiva, possuindo como destinatário, via de regra, o legislador ordinário, servindo tão somente de inspiração e orientação para o exercício da competência legislativa no momento da criação das normas jurídicas que regulam o imposto. Somente a lei, elaborada por quem detêm a competência legiferante conferida pela Constituição, assim como as normas constitucionais de eficácia plena e aplicabilidade imediata tem o condão de criar relações jurídicas de direito material. Parecenos, portanto, que a tendência das decisões da Câmara de Recursos Fiscais reside na aplicação de critérios de pertinência e utilidade na aceitação da documentação apresentada. Acertadas estão as decisões que conforme documentações juntadas pelo contribuinte se posicionam alternativamente ora no sentido de aplicarem a literalidade da restrição do art. 16 do PAF (acórdãos n. 10614.361, 10611530 e CSRF/0105778), ora no sentido de caracterizarem a inocorrência da preclusão, adequando a situação como excepcionais e em conformidade com as exceções elencadas no dispositivo legal e, para tanto, deve existir uma prévia análise dos documentos juntados, mesmo que para se recusar a documentação, em respeito a livre convicção do julgador na apreciação das provas, conforme determina o artigo 29 do Decreto n. 70235/72 “Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias”. Nesse sentido, a DRJ acertou ao afirmar que: “É basilar, ainda, quando a natureza da operação escriturada/documentada for importante para a caracterização ou não do direito creditório, que a descrição da operação constante dos registros e documentos seja clara, sem abreviaturas ou códigos que dificultem ou impossibilitem a perfeita caracterização do negócio. Em regra, portanto, cumpre ao contribuinte vincular registros contábeis a documentos fiscais, estabelecendo com clareza a natureza das operações por eles instrumentadas, não lhe sendo lícito simplesmente juntar uma massa de documentos ao processo, ou no caso em tela, planilhas, sem indicação individualizada de a quais registros se referem. A atividade de "provar" não se limita, no mais das vezes, a simplesmente juntar documentos aos autos; nos casos em que se têm inúmeros registros associados a inúmeros documentos, provar significa associar registros e documentos de forma individualizada, do mesmo modo que, no caso das provas indiciárias, exigese a contextualização dos fatos por via do cruzamento dos indícios”. Portanto, verificase que a empresa acostou aos autos, vários recibos (fls. 384/473) sem a devida correspondência entre as provas apresentadas até então. Não cabendo acatar o pedido alternativo, que era de baixar em diligência em caso de dúvida. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10070.001394/200566 Acórdão n.º 3301002.136 S3C3T1 Fl. 6 9 Por fim, sabendo que: o Processo Administrativo Fiscal caracterizase como uma sequência ordenada de atos rumo à solução final – decisão e que para impedir que este caminho se prolongue por tempo indeterminado, a lei fixa o espaço de tempo máximo dentro dos quais os atos processuais devem ser validamente praticados, quer para a Fazenda, quer para o contribuinte; que estando assegurado por lei, o direito a apresentação de alegações e provas que caracterizam o contraditório e a ampla defesa e, sendo a verdade material o objeto específico do Processo Administrativo Fiscal, não se pode falar em desrespeito ao direito de defesa do contribuinte, pela aplicação do prazo de preclusão para apresentação das provas e, muito menos, em prejuízo a verdade material, já que é a própria aplicação deste príncipio que confere ao julgador a prerrogativa de verificar a legalidade do lançamento, independentemente das provas trazidas ao processo; que nem todo documento juntado aos autos pode ser chamado de “prova”, como também é verdade que alguns fatos não necessitam ser provados, como os fatos notórios ou incontroversos. Assim, nesse sentido, determinados documentos comprobatórios podem ser aceitos a qualquer momento por se referirem a fatos que permitem o fácil e rápido convencimento do julgador; que na prática, cada caso vai requerer uma análise mais apurada e que o direito da parte à produção de provas comporta graduação a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, de modo a assegurar o equilíbrio entre a celeridade desejável e a segurança indispensável na realização da Justiça. Concluise por negar provimento ao recurso voluntário, por insuficiência de provas que fossem capazes de comprovar o direito creditório do contribuinte. Reiterase que, não se pode usar as diligências como meio de suprir o ônus probatório não cumprido pelas partes, também não se pode exigir que o julgador da questão controversa promova, ele próprio, a contextualização dos elementos de prova juntados ao processo. Conclusão Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 28 de novembro de 2013 Fábia Regina Freitas Fl. 485DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 10 Fl. 486DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 28/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13706.001923/2003-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002
PER/DCOMP. GLOSA. AGRAVAMENTO APÓS MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
O julgador administrativo deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus.
IPI. CRÉDITO BÁSICO. RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE.
Por força do que dispõe o art. 11 da Lei nº 9.779/99, são passíveis de ressarcimento unicamente os créditos básicos do IPI decorrentes de aquisições de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem aplicados na industrialização. Para os demais créditos admitidos na legislação do imposto o referido dispositivo legal não autoriza o ressarcimento.
IPI. CRÉDITO BÁSICO. PROVA. NOTA FISCAL QUE ACOMPANHOU OS PRODUTOS.
A primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurando-se, portanto, no documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte.
IPI. CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO A IMPORTAÇÃO. PROVA DO PAGAMENTO.
Existindo prova inequívoca do pagamento do IPI na entrada, por ocasião da importação dos insumos, este crédito pode ser apropriado para ressarcimento, mesmo estando ausente, no caso, a primeira via da nota fiscal de entrada.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Direito Creditório Reconhecido em Parte
Numero da decisão: 3301-002.480
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Mônica Elisa de Lima que davam provimento parcial em maior extensão, para acatar os créditos decorrentes da falta de apresentação das primeiras vias das notas fiscais dos insumos adquiridos no mercado interno. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF 26345.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201411
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 PER/DCOMP. GLOSA. AGRAVAMENTO APÓS MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. IMPOSSIBILIDADE. O julgador administrativo deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus. IPI. CRÉDITO BÁSICO. RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE. Por força do que dispõe o art. 11 da Lei nº 9.779/99, são passíveis de ressarcimento unicamente os créditos básicos do IPI decorrentes de aquisições de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem aplicados na industrialização. Para os demais créditos admitidos na legislação do imposto o referido dispositivo legal não autoriza o ressarcimento. IPI. CRÉDITO BÁSICO. PROVA. NOTA FISCAL QUE ACOMPANHOU OS PRODUTOS. A primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurando-se, portanto, no documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte. IPI. CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO A IMPORTAÇÃO. PROVA DO PAGAMENTO. Existindo prova inequívoca do pagamento do IPI na entrada, por ocasião da importação dos insumos, este crédito pode ser apropriado para ressarcimento, mesmo estando ausente, no caso, a primeira via da nota fiscal de entrada. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 13706.001923/2003-34
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414964
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3301-002.480
nome_arquivo_s : Decisao_13706001923200334.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
nome_arquivo_pdf_s : 13706001923200334_5414964.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Mônica Elisa de Lima que davam provimento parcial em maior extensão, para acatar os créditos decorrentes da falta de apresentação das primeiras vias das notas fiscais dos insumos adquiridos no mercado interno. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF 26345. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal.
dt_sessao_tdt : Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
id : 5779277
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047475635355648
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2314; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 910 1 909 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13706.001923/200334 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.480 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 11 de novembro de 2014 Matéria Ressarcimento de IPI Recorrente GLAXOSMITHKLINE BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 PER/DCOMP. GLOSA. AGRAVAMENTO APÓS MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. IMPOSSIBILIDADE. O julgador administrativo deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus. IPI. CRÉDITO BÁSICO. RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE. Por força do que dispõe o art. 11 da Lei nº 9.779/99, são passíveis de ressarcimento unicamente os créditos básicos do IPI decorrentes de aquisições de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem aplicados na industrialização. Para os demais créditos admitidos na legislação do imposto o referido dispositivo legal não autoriza o ressarcimento. IPI. CRÉDITO BÁSICO. PROVA. NOTA FISCAL QUE ACOMPANHOU OS PRODUTOS. A primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurandose, portanto, no documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte. IPI. CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO A IMPORTAÇÃO. PROVA DO PAGAMENTO. Existindo prova inequívoca do pagamento do IPI na entrada, por ocasião da importação dos insumos, este crédito pode ser apropriado para ressarcimento, mesmo estando ausente, no caso, a primeira via da nota fiscal de entrada. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 19 23 /2 00 3- 34 Fl. 910DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 911 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Mônica Elisa de Lima que davam provimento parcial em maior extensão, para acatar os créditos decorrentes da falta de apresentação das primeiras vias das notas fiscais dos insumos adquiridos no mercado interno. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF 26345. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal. Fl. 911DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 912 3 Relatório No dia 01/08/2003 a empresa GLAXOSMITHKLINE BRASIL LTDA., já qualificada nos autos, ingressou com pedido de ressarcimento de créditos básicos de IPI, no valor de R$ 255.938,00, previsto no art. 11 da Lei no 9.779/99 e na IN SRF nº 210/2002, relativo ao 2º trimestre de 2002. Informou que adquire matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, os quais são utilizados na industrialização de seus produtos farmacêuticos, com alíquota zero de IPI. Posteriormente em 13/02/2004, apresentou a Declaração de Compensação nº 02311.13908.130204.1.3.011076 solicitando que a totalidade dos créditos deste processo fossem compensados com débitos da Cofins referente ao período de apuração de janeiro/2004. A DERAT/RJ reconheceu parcialmente o direito creditório e homologou a compensação até o limite do crédito deferido. Em relação ao indeferimento, alegou: 1 que não são passíveis de ressarcimento os seguintes créditos (não são os créditos referidos no art. 11 da lei nº 9.779/99): 1.1 créditos referentes à aquisição no mercado interno ou importado de produtos destinados à revenda/comercialização; 1.2 créditos de produtos recebidos em transferência de filial ou de terceiros, notadamente os produtos “COREGA” e creme dental; 1.3 créditos de outras entradas (p.ex. industrialização por encomenda com retorno de produtos acabados); e 2 não foi apresentado à Fiscalização as primeiras vias das notas fiscais de aquisição de MP, PI e ME com destaque de crédito básico de IPI. Os créditos escriturados devem ser comprovados com a primeira via da nota fiscal de aquisição/entrada do insumo. A empresa interessada tomou ciência desta decisão e, não se conformando, ingressou com manifestação de conformidade, cujas razões estão sintetizadas no relatório da decisão recorrida. Juntou as primeiras vias de algumas notas fiscais. A 3ªTurma de Julgamento da DRJ em Juiz de Fora MG manteve o deferimento parcial do pleito da recorrente, nos termos do Acórdão nº 0919.692, de 24/06/2008, cuja ementa abaixo se transcreve. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 CRÉDITO DO IPI. LEGITIMIDADE. A primeira via da nota fiscal conformase no documento imprescindível para conferir certeza e liquidez (legitimidade) a créditos do IPI aproveitados na escrita fiscal da interessada. Fl. 912DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 913 4 Além disso, especificamente para as operações de importação, também é fundamental para a legitimidade acima a comprovação do pagamento do IPI no desembaraço aduaneiro de importação. Isso considerado e demonstrada, na manifestação de inconformidade, a legitimidade de créditos do IPI anteriormente glosados pelo Fisco, devem eles ser restabelecidos na escrita fiscal da interessada para determinação dos saldos credores/devedores nos períodos de apuração correspondentes, integrando, se passíveis de ressarcimento consoante os ditames do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, e da IN SRF nº 33, de 1999, a apuração do saldo credor acumulado ao final do trimestrecalendário. ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. CRÉDITO PASSÍVEL DE RESSARCIMENTO. Para o estabelecimento industrial interessado, apenas são passíveis de ressarcimento os créditos do IPI decorrentes de aquisições, realizadas no mercado interno ou por meio de importação, de insumos compreendidos na conceituação de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem estabelecida pelo Parecer Normativo CST nº 65, de 1979. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE. A atividade administrativa de julgamento deve ser pautada segundo os ditames da legislação tributária, porquanto esta, uma vez publicada, integra o ordenamento jurídico revestida da presunção tanto de constitucionalidade quanto de legalidade. Rest/Ress. Def. em Parte – Comp. Homolog. em Parte A empresa interessada tomou ciência da decisão de primeira instância em 11/02/2011, fl. 287 (eletrônica), e interpôs recurso voluntário em 11/03/2011, no qual alega em síntese: 1 considerando que a parcela do tributo compensado somente deixou de ser homologada em 11/02/2011, quando a Recorrente recebeu a intimação da decisão negativa da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, impõese o reconhecimento da existência de homologação tácita na hipótese em comento, restando inviável a pretensão de cobrança do montante não homologado. 2 a recorrente suportou o IPI quando da entrada de produtos e a Lei n° 9.779/99 não previu um benefício fiscal, mas apenas reforçou a nãocumulatividade do IPI, razão pela qual não encontra respaldo jurídico a distinção entre operações envolvendo produtos acabados e as de aquisição de insumos, como concluiu a r. decisão ora recorrida. 3 ao contrário do que pretendeu fazer crer a r. decisão recorrida, não há que se cogitar da possibilidade de o contribuinte realizar duas escriturações do IPI, uma referente à aquisição de insumos e outra referente aos demais casos de incidência do IPI; Fl. 913DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 914 5 4 discorre sobre a nãocumulatividade do IPI e a sistemática de apuração do imposto para concluir que a “recusa do ressarcimento ou restituição acarreta um crédito meramente formal, em nítida violação ao princípio da nãocumulatividade do IPI”; 5 é possível o creditamento de produtos industrializados e a lei não diferencia o ressarcimento quanto à característica do produto entrado no estabelecimento, “mas sim evidenciar que, mesmo em se tratando de produto cuja saída não fosse tributada, o creditamento do IPI seria possível” e por isto mesmo “a lei não exige a manutenção de escritas fiscais diferenciadas para (i) insumos e (ii) demais bens ou produtos que, embora não sejam conceituados como tal, sofrem a incidência do IPI”. A escrita fiscal da ora Recorrente é única para todas as aquisições, não sendo segregada a entrada de insumos da entrada de outros bens. 6 não há dispositivo legal que obrigue a apresentação da primeira via da nota fiscal “para que se possa ter deferido o pleito de ressarcimento de saldocredor de IPI”, sendo, por esta razão, inadmissível a glosa efetuada. Concluiu a recorrente que: (i) a lei não condiciona o ressarcimento à apresentação da primeira via da nota fiscal: (ii) o conjunto dos documentos apresentados pela ora Recorrente demonstra, inequivocamente, a legitimidade do crédito; (iii) todas as notas fiscais apresentadas seja a primeira, segunda, terceira ou quarta vias estão carimbadas com o número do processo de ressarcimento no qual foram juntadas, de modo que não há qualquer risco de duplicidade na utilização do crédito. É o Relatório. Fl. 914DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 915 6 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso deve ser conhecido. Antes de entrar no voto, ressalto que consta no presente processo, fls. 233/236, o Acórdão CARF nº 3302001.814, de 26/09/2012, no qual constou incorretamente o número do presente processo. O Acórdão em referência pertence ao processo administrativo nº 18471.000967/200523, no qual teve o seu seguimento normal, estando aquele processo já encerrado. DECADÊNCIA – HOMOLOGAÇÃO TÁCITA Em seu recurso a empresa alega, preliminarmente, que ocorreu a homologação tácita da compensação declarada porque a mesma somente deixou de ser homologada em 11/02/2011, quando recebeu a intimação da decisão recorrida (DRJ). Isto porque na análise do pedido de ressarcimento a Derat/Rio de Janeiro deferiu o valor de R$ 178.778,15, porém posteriormente a DRJ/Juiz de Fora reformou a decisão para deferir somente R$ 175.990,51, ou seja, a parcela de R$ 2.787,64 somente deixou de ser reconhecida quando tomou ciência da decisão recorrida. Sem entrar no mérito do prazo da homologação tácita, entendo que a decisão recorrida extrapolou os limites da lide, já que ela está delimitada pela própria manifestação de inconformidade, não podendo a DRJ aumentar o seu valor, sob pena de ferir o princípio do reformatio in pejus. A lide surge na manifestação de inconformidade. O sujeito passivo apresenta sua antítese em face da tese apresentada no despacho decisório. A decisão a ser proferida pelas instâncias recursais ficam restritas às matérias contidas na peça do recorrente, salvo as matérias de cunho processual e de ordem pública. Acontece que mesmo essas matérias não podem acometer o recorrente a situação pior a que possuía antes de sua defesa, o famoso reformatio in pejus. Anotese que este princípio é dos corolários do princípio da ampla defesa, ao assegurar aos litigantes que não serão penalizados em razão do exercício regular de seu direito recursal. Assim, sendo o recurso apenas de uma das partes, o resultado do julgamento não lhe pode ser pior do que o fora a decisão recorrida. Esta questão é pacífica no âmbito da jurisprudência do CARF, conforme pode se ver da decisão unânime proferida no Acórdão CSRF 930301673, de 05/10/2011, processo nº 10875.000969/200568, cujo relator foi o Conselheito Henrique Pinheiro Torres, abaixo transcrito: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Fl. 915DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 916 7 Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 31/01/2004 DIFPAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. MULTA REGULAMENTAR. A falta e/ou o atraso na apresentação da Declaração Especial de Informações relativas ao controle de papel imune a tributo DIF. Papel Imune, pela pessoa jurídica obrigada, sujeita o infrator à multa regulamentar prevista na segunda parte do inciso II do art. 588 do RIPI/2010, cuja matriz legal é inciso II do § 4º do art. 1º da Lei 11.945/2009. O órgão ad quem deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus. (Destaquei) Recurso Especial do Procurador Negado. Portanto, voto por afastar a exigência adicional correspondente a R$ 2.787,64, agravada pela DRJ/Juiz de Fora em obediência ao princípio do reformatio in pejus. MÉRITO A empresa recorrente está pleiteando o ressarcimento de créditos básicos do IPI, previsto no art. 11 da Lei nº 9.779/99, abaixo reproduzido, relativo ao terceiro trimestre de 2000. Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, do Ministério da Fazenda. (grifei). Como visto no relatório são duas as questões de mérito colocadas no recurso voluntário: 1) a possibilidade de que os créditos decorrentes da aquisição de produtos acabados sejam passíveis de ressarcimento nos termos do citado art. 11 da Lei nº 9.779/99; e 2) a possibilidade de aproveitamento de crédito sem apresentação da 1ª via da nota fiscal de aquisição dos insumos e produtos. Portanto são duas matérias de direito, cujos valores a elas referentes não foram objetos de controvérsia. Quanto à primeira questão, entendo não ter razão o contribuinte. O art. 11 da Lei nº 9.779/99, acima transcrito é muito claro e não há como interpretálo de forma abrangente para permitir que outros créditos, além dos previstos, podem ser objeto de ressarcimento. Assim, somente os créditos de IPI advindos da aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, podem ser ressarcidos. Os demais créditos admitidos na legislação do IPI, como o caso de aquisição de produtos acabados, devem ser aproveitados na escrita fiscal, vedado o seu ressarcimento em espécie. Fl. 916DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 917 8 Também não há violação ao princípio da nãocumulatividade do IPI, previsto no § 3º, inc. II do art. 153 da Constituição Federal, in verbis: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) IV produtos industrializados; (...) § 3º O imposto previsto no inciso IV: (...) II será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; A decisão recorrida, no meu entender, converge com o disposto na Constituição a respeito da nãocumulatividade do IPI, pois ela não nega o direito ao aproveitamento do crédito, somente à possibilidade de seu ressarcimento em espécie, para fins de compensação. Em relação à segunda questão, quanto a necessidade de apresentação das primeiras vias das notas fiscais de entrada de insumos e produtos acabados com direito a crédito de imposto, devidamente escriturado nos livros fiscais, não procede os argumentos da recorrente. A obrigação de manter a documentação que respalda a escrituração, por evidente, não decorre da Lei nº 9.779/99, mas do próprio RIPI/98 (art. 290), como bem assinalou a decisão recorrida. Neste sentido, vale destacar que o contribuinte teve muitas oportunidades para localizar as primeiras vias das notas fiscais ou até mesmo providenciar junto ao emitente ou à Unidade da Federação correspondente uma forma de validar oficialmente a falta das 1ª vias das referidas notas fiscais. Ao invés preferiu ficar argumentando que a legislação não exige a apresentação da 1ª via da nota fiscal para autorizar o ressarcimento. Veja trecho do Termo de Constatação Fiscal, que destaca bem este comportamento: (...) “No entanto, na auditoria para comprovação do direito creditício conforme determina o RIPI/98, diversas exclusões e glosas de créditos fizeramse necessárias face á documentação incompleta apresentada pela requerente, que após um período de quase 05 ( cinco ) meses de sucessivas intimações e contatos telefônicos, demonstrou visível dificuldade e ou desinteresse em reunir os elementos comprobatórios mínimos exigidos pela legislação, sob variadas alegações verbais, dificultando sobremaneira a execução da verificação fiscal. Num primeiro momento, a requerente chegou, inclusive, a apresentar apenas um "relatório de créditos" constando de planilhas de créditos e cópias xerografadas do Livro RAIPI, o que foi descartado de plano por esta fiscalização, já que são necessários os livros fiscais autenticados e os originais de 1ª via das notas fiscais. Finalmente, em resposta às intimações e solicitações, após meses e muitas delongas, a requerente apresentou a planilha de créditos em anexo, e junto com elas apenas parte das notas fiscais que geraram os créditos, alegando que "não havia Fl. 917DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 918 9 localizado as notas fiscais no arquivo" . Apresentou também, após a 3ª intimação, os livros fiscais exigidos. Na planilha elaborada pela própria requerente, constam linhas destacadas em amarelo, correspondentes às notas fiscais não apresentadas, e nas linhas em azul são destacadas as notas fiscais que não eram originais da lª via, tais como 3ª vias ou cópias. (...) Desta forma, o fato da Lei nº 9.779/99, que instituiu o ressarcimento em questão, não prever a apresentação das primeira vias das notas fiscais não significa que basta o contribuinte escriturar os créditos pleiteados, e apresentar cópia dos livros, para o crédito ser reconhecido. Também não existe previsão legal para a obrigar a Fazenda Nacional aceitar, como prova do crédito escriturado e em substituição à primeira via da nota fiscal, outras vias de notas fiscais. A recorrente está obrigada a escriturar os créditos quando os produtos entram no seu estabelecimentos e os mesmos entram acompanhados da primeira via da competente nota fiscal. Este, pois, é o documento que respalda e legitima o crédito pleiteado. Abaixo dispositivos constantes do RIPI/98, aprovado pelo Decreto nº 2.637/98: Art. 171. Os créditos serão escriturados pelo beneficiário, em seus livros fiscais, à vista do documento que lhes confira legitimidade. (Grifei) Art. 321. Na saída de produtos para a mesma Unidade da Federação, as vias de nota fiscal terão o seguinte destino: I a primeira acompanhará os produtos e será entregue, pelo transportador, ao destinatário;(grifei) II a segunda permanecerá presa ao bloco, para exibição ao Fisco; III a terceira e quarta atenderão ao que for previsto na legislação da Unidade da Federação do emitente. Art. 322. Na saída de produtos para outra Unidade da Federação, as vias da Nota Fiscal terão o seguinte destino: I a primeira acompanhará os produtos e será entregue, pelo transportador, ao destinatário; (grifei) II a segunda permanecerá presa ao bloco, para exibição ao Fisco; III a terceira acompanhará os produtos para fins de controle do Fisco na Unidade Federada de destino; IV a quarta atenderá ao que for previsto na legislação da Unidade da Federação do emitente. Assim, forçoso concluir que a primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurandose, portanto, no Fl. 918DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 919 10 documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte. Porém em relação à aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, importados pelo contribuinte cujos pagamentos do IPI, na entrada, estão comprovados em consulta ao sistema Sinal, entendo que devam ser aceitos, pois neste caso, a existência do crédito é inequívoca a despeito da ausência da primeira via da nota fiscal de entrada. Portanto, sendo o crédito líquido e certo, a teor do que dispõe o art. 170 do CTN, o seu valor deve ser acatado para fins do ressarcimento em questão. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para a) afastar a glosa de R$ 2.787,64 imposta somente pela decisão recorrida e b) acatar os créditos de IPI correspondentes a MP, PI e ME de importação direta, cujos pagamentos do IPI vinculado à importação estejam comprovados. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 919DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000024/2006-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001
PIS. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA. INCLUSÃO.
Os valores recebidos por empresas prestadoras de serviços de locação de mão-de-obra temporária e repassados a título de pagamento de salários e encargos sociais, integram a base de cálculo da contribuição ao PIS.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 3301-002.412
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 PIS. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA. INCLUSÃO. Os valores recebidos por empresas prestadoras de serviços de locação de mão-de-obra temporária e repassados a título de pagamento de salários e encargos sociais, integram a base de cálculo da contribuição ao PIS. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 16095.000024/2006-91
anomes_publicacao_s : 201502
conteudo_id_s : 5423457
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Feb 02 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3301-002.412
nome_arquivo_s : Decisao_16095000024200691.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
nome_arquivo_pdf_s : 16095000024200691_5423457.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5801026
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:35:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477096022016
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1744; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 157 1 156 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16095.000024/200691 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.412 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria Auto de Infração PIS Recorrente MASTERTEMP RECURSOS HUMANOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 PIS. BASE DE CÁLCULO. SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃO DE OBRA TEMPORÁRIA. INCLUSÃO. Os valores recebidos por empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária e repassados a título de pagamento de salários e encargos sociais, integram a base de cálculo da contribuição ao PIS. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 00 24 /2 00 6- 91 Fl. 162DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 158 2 Relatório Adoto o relatório elaborado na decisão recorrida, abaixo transcrito: Tratase de impugnação a exigência fiscal relativa à Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS, fls. 26/29. O feito, referente a fatos geradores ocorridos entre janeiro e dezembro de 2001, resultou na constituição de crédito tributário no total de R$ 100.492,20, somados o principal, multa de ofício e juros de mora incorridos até o mês anterior ao da lavratura. O fundamento da autuação é falta ou insuficiência de recolhimentos da contribuição. No TERMO DE VERIFICAÇÃO DE INFRAÇÃO, parte integrante do Auto de Infração, fls. 18/20, a fiscalização assim sintetiza as razões da autuação: 1. Com fundamento na DIRPJ 2002, anocalendário 2001, apresentada pelo fiscalizado, nos documentos comprobatórios dos elementos nela inseridos, nos livros Diário e Razão exibidos pelo fiscalizado e com apoio nos registros constantes dos sistemas informatizados da Receita Federal do Brasil, constatamos que o fiscalizado declarou em DIRPJ e DCTF, contribuições devidas ao PIS e à COFINS, utilizando com base de cálculo apenas a receita correspondente à Taxa de Serviço, contrariando ao que dispõem os artigos 2º e 3º, da Lei nº 9.718/98: (...) 2. Isto posto, elaboramos o DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS AO PIS E COFINS – ANOCALENDÁRIO 2001, ONDE SE EVIDENCIARAM AS IRREGULARIDADES APURADAS, RELATIVAMENTE A: PIS – INSUFICIÊNCIA DE DECLARAÇÃO E RECOLHIMENTO – INCIDÊNCIA CUMULATIVA e COFINS – INSUFICIÊNCIA DE DECLARAÇÃO E RECOLHIMENTO – INCIDÊNCIA CUMULATIVA. (...) O DEMONSTRATIVO DE APURAÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES DEVIDAS AO PIS E COFINS – ANOCALENDÁRIO 2001, fl. 21, especifica, mês a mês, essencialmente, os valores de receitas escrituradas e declaradas, e os valores de PIS e COFINS devidos (apurados conforme os livros) e declarados em DCTF. A contribuinte foi cientificada da autuação em 13/03/2006 (fl. 26), tendo apresentado, em 12/04/2006, impugnação ao feito fiscal (fls. 40/54), na qual, em síntese e fundamentalmente afirma: A tempestividade da impugnação e sustenta a suspensão da exigibilidade do crédito tributário nos termos do artigo 151, III, do CTN; Fl. 163DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 159 3 Que é empresa voltada para a seleção, o recrutamento e a colocação de mão de obra de trabalhadores temporários, para atender sempre, em todos os contratos, necessidade do seu cliente e tomador; Neste sentido, repassa os valores aquilo que o tomador de serviços paga a título de salário e benefícios, nos termos do que emana a Lei nº 6.019/74; Continuando o raciocínio, argumenta que apenas a quantia referente à taxa de serviços prestados à tomadora pode ser considerada como receita, para fins de tributação, assim discorrendo: (...) O que então até o momento não restou devidamente demonstrado é aquilo que compõe a receita da empresa de colocação de mão de obra temporária, mormente com relação à esta Recorrente, senão vejamos: Para todos aqueles serviços acima descritos temos que a prestação dos mesmos, que é o custo pela realização de todos eles é exatamente aquilo que a Recorrente recebe como remuneração e que compõe o seu patrimônio com cada cliente. Ou seja, como se trata de uma empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária, o custo pelos serviços prestados é a TAXA DE SERVIÇOS, conhecida também como Comissão ou côo TAXA DE ADMINISTRAÇÃO de contratos de trabalhadores temporários, o que então se perfaz do seu recebível, daquilo que efetivamente irá compor o seu patrimônio líquido e que certamente irá remunerála a título de contraprestação pelos serviços prestados. (...) É com este valor de comissão que a mesma paga suas despesas mensais com material, seus fornecedores, a empresa que para si faz os exames médicos admissionais, as contas correntes, as tarifas bancárias, que abastece o seu automóvel, as despesas de locomoção de seus empregados, entre outras. Em outras palavras, é com esta receita, a taxa administrativa que a mesma se sustenta e honra todos os seus pagamentos em dia, para a sua existência, ou quem sabe não seria melhor dizer a sua sobrevivência. Portanto, a taxa administrativa é que realmente compõe os rendimentos da Recorrente e com esta taxa que cobra de seus clientes é que a mesma efetua os pagamentos das despesas gerais mensais, para a sua manutenção no mercado em que atua. (...) Porém, conforme consta na autuação o entendimento é de que a base de cálculo para o recolhimento dos impostos em discussão é o valor total da nota fiscal emitida pela Recorrente (entendimento minoritário e que não pode ser levado à efeito pois, além de diminuir o patrimônio a título de recebimento, da Recorrente, ainda causa a bitributação) afinal a Recorrente nada recebe a título de preço, taxa ou lucro, sobre o valor dos salários dos trabalhadores, já que cobra seus serviços do seu tomador apenas. Tanto é inaceitável que, conforme se expôs anteriormente, a Recorrente não pode ser tributada por aquilo que não recebe, ou seja, a mesma não recebe os salários dos trabalhadores e nem mesmo sobre estes efetua qualquer cobrança de Fl. 164DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 160 4 valores de comissão ou de taxa administrativa, até porque, pela própria Lei 6.019/74 tal cobrança é manifestamente proibida. Art 18. È vedado à empresa de trabalho temporário cobrar do trabalhador qualquer importância, mesmo a título de mediação, podendo apenas efetuar os descontos previstos em Lei. A incorreção da inclusão dos encargos sociais na base de cálculo. Diz: (...) Na pior das hipóteses, o que o Auditor Fiscal deveria ter procedido para a justificativa da existência de constituição de crédito tributário seria ao menos, no mínimo, ter batido os valores destinados aos encargos sociais e ao final aqueles que sobraram da Nota Fiscal, consideraria então os valores restantes. Mas não, considerou inclusive os encargos sociais que não se consideram renda a nenhuma pessoa jurídica. Francamente, considerar "encargos sociais" como receita de pessoa jurídica, não é a coisa mais correta a ser feita, e nem mesmo pode esta ser considerada receita bruta, haja vista que as mesmas são repassadas aos órgãos legais competentes a recebeIas. (...) A incoerência entre procedimentos da Receita Federal assim dizendo: Ora, se o próprio órgão da Receita Federal entende como receita bruta a taxa administrativa como a base de cálculo para a incidência do Imposto de Renda, e assim o fez ao declarar na própria conclusão da fiscalização relativa ao Imposto de Renda. Se assim o é para este tributo, por qual motivo então o tratamento para a incidência de outro tributo é diferente se a natureza da operação é a mesma? Resta portanto, pela legislação equiparada a definição de que também o COFINS e o PIS/PASEP deve incidir sobre o valor da taxa administrativa como medida da mais clara JUSTIÇA À CAPACIDADE TRIBUTÁRIA a ser aplicada, o que ao final requer seja assim reconhecido. Ao analisar referida impugnação, a 3ª Turma da DRJ/CampinasSP proferiu o Acórdão nº 0524.831, de 09/02/2009, assim ementado: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 Crédito Tributário. Prazo Decadencial. Lançamento De Ofício. Afastado, por inconstitucional, o prazo de dez anos para o lançamento das contribuições destinadas à Seguridade Social, a contagem do prazo decadencial regese pelo disposto no Código Tributário. Na hipótese em que ocorre pagamento antecipado, o prazo decadencial será de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 161 5 PIS. Base de Cálculo. Receita Bruta. Empresa Fornecedora de Mão de Obra Temporária. Sendo a autuada responsável pelo vínculo empregatício com o trabalhador cuja mãodeobra é locada ou posta a disposição de outras empresas, todos os valores recebidos para a satisfação das obrigações contraídas com a contratação de pessoal devem ser considerados como receita bruta e, portanto, integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. Lançamento Procedente em Parte. Não concordando com referida decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário, por meio do qual repete as mesmas questões trazidas em sua impugnação, que podem ser assim resumidas: a recorrente é uma empresa prestadora de serviços de mão de obra temporária, e dessa forma, o custo pelos serviços prestados é a taxa de serviços, conhecida também como Comissão ou como taxa de administração de contratos de trabalhadores temporários, o que então se perfaz do seu recebível, daquilo que efetivamente irá compor o seu patrimônio líquido e que certamente irá remunerála a título de contraprestação pelos serviços prestados; a taxa de serviços ou taxa de administração é a única receita pela qual a Recorrente sobrevive, não existindo para a Contribuinte qualquer outra fonte de renda, devendo ser somente esta taxa a base de calculo da COFINS; porém, o entendimento adotado pela fiscalização é de que a base de cálculo para o recolhimento dos impostos em discussão é o valor total da nota fiscal emitida pela recorrente na medida em que esta nada recebe a título de preço, taxa ou lucro, sobre o valor dos salários dos trabalhadores, já que cobra seus serviços do seu tomador apenas; os valores totais das notas continham, além da taxa de serviços ou taxa de administração, valores referentes a reembolso de salário e encargos sociais; o reembolso dos salários não constitui renda para a recorrente, mas apenas reposição de capital o qual teve de dispor e que foi reembolsada, não devendo ser considerada receita para fins de tributação da Cofins por não se enquadrar no conceito de receita bruta legalmente estabelecido; também teria sido incluído no credito tributário lançado valores referentes a encargos sociais recolhidos pela Recorrente, fato este que não constitui receita tributável, mas sim encargo para a Contribuinte; tal qual o reembolso de despesas, os encargos sociais devem ser excluídos do lançamento na medida em que não se enquadram no conceito de receita bruta legalmente estabelecido. que na apuração do valor devido do PIS, não teriam sido deduzidos ou compensados os valores pagos no ano a título da contribuição. É o relatório. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 162 6 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. A controvérsia estabelecida no presente processo é quanto à base de cálculo do PIS para as empresas que prestam serviços de fornecimento de mão de obra temporária. O lançamento foi efetuado utilizando o valor da receita bruta extraída das notas fiscais emitidas pela empresa e a recorrente defende que deveria ser deduzido da base de cálculo os valores repassados a título de reembolso dos valores pagos aos empregados e também os encargos sociais. Esta controvérsia já foi resolvida pelo STJ quando julgou o RESP 1141065/SC, sob a sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, conforme ementa assim exarada: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS DESTINADAS AO CUSTEIO DA SEGURIDADE SOCIAL. PIS E COFINS. BASE DE CÁLCULO. "FATURAMENTO" E "RECEITA BRUTA". LEIS COMPLEMENTARES 7/70 E 70/91 E LEIS ORDINÁRIAS 9.718/98, 10.637/02 E 10.833/03. DEFINIÇÃO DE FATURAMENTO QUE OBSERVA REGIMES NORMATIVOS DIVERSOS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇO DE LOCAÇÃO DE MÃODEOBRA TEMPORÁRIA (LEI 6.019/74). VALORES DESTINADOS AO PAGAMENTO DE SALÁRIOS E DEMAIS ENCARGOS TRABALHISTAS DOS TRABALHADORES TEMPORÁRIOS. INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO. 1. A base de cálculo do PIS e da COFINS, independentemente do regime normativo aplicável (Leis Complementares 7/70 e 70/91 ou Leis ordinárias 10.637/2002 e 10.833/2003), abrange os valores recebidos pelas empresas prestadoras de serviços de locação de mãodeobra temporária (regidas pela Lei 6.019/74 e pelo Decreto 73.841/74), a título de pagamento de salários e encargos sociais dos trabalhadores temporários. (...) Portanto este é o entendimento que deve ser adotado no presente julgamento por força do disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009. A recorrente alega também que na apuração da base de cálculo do tributo não foram aproveitados os pagamentos por ele efetuado no anocalendário de 2001. Porém da Fl. 167DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 16095.000024/200691 Acórdão n.º 3301002.412 S3C3T1 Fl. 163 7 análise da planilha de apuração da base de cálculo, fl. 21 (fl. 24 do eprocesso), está claramente demonstrado que houve o aproveitamento dos valores declarados e pagos pelo contribuinte. Portanto, deve ser afastada esta alegação, mesmo porque, o contribuinte não apresentou nenhuma prova que pudesse macular o demonstrativo elaborado pela fiscalização. Desta forma, voto por negar provimento ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 168DF CARF MF Impresso em 02/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10830.902469/2008-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 26 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003
Ementa:
CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. NECESSIDADE. Não estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litigio, se justifica a realização de diligência.
VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Devem ser apreciados os documentos juntados aos autos depois da impugnação e antes da decisão de 2ª instância. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de buscar e descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador em sua real expressão econômica.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-002.070
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em rejeitar o pedido de diligência. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Fábia Regina Freitas - Relatora.
(assinado digitalmente)
José Adão Vitorino de Morais Redator designado.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Bernardo Motta Moreira.
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201309
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 Ementa: CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. NECESSIDADE. Não estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litigio, se justifica a realização de diligência. VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Devem ser apreciados os documentos juntados aos autos depois da impugnação e antes da decisão de 2ª instância. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de buscar e descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador em sua real expressão econômica. Recurso Voluntário Negado
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 10830.902469/2008-21
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5406930
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-002.070
nome_arquivo_s : Decisao_10830902469200821.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : FABIA REGINA FREITAS
nome_arquivo_pdf_s : 10830902469200821_5406930.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em rejeitar o pedido de diligência. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, negou-se provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas - Relatora. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais Redator designado. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Bernardo Motta Moreira.
dt_sessao_tdt : Thu Sep 26 00:00:00 UTC 2013
id : 5759970
ano_sessao_s : 2013
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477267988480
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2035; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 255 1 254 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10830.902469/200821 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.070 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 26 de setembro de 2013 Matéria Procedimento Administrativo Fiscal Recorrente BICICLETAS MONARK S.A Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 Ementa: CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. NECESSIDADE. Não estando presentes nos autos elementos de prova que permitam ao julgador formar convicção sobre a matéria em litigio, se justifica a realização de diligência. VERIFICAÇÃO DE DOCUMENTO. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Devem ser apreciados os documentos juntados aos autos depois da impugnação e antes da decisão de 2ª instância. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de buscar e descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador em sua real expressão econômica. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, pelo voto de qualidade, em rejeitar o pedido de diligência. Vencidos os conselheiros Antônio Lisboa Cardoso, Bernardo Motta Moreira e Fábia Regina Freitas. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro José Adão Vitorino de Morais. Quanto ao mérito, por unanimidade de votos, negouse provimento ao recurso, nos termos do voto da relatora. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) Fábia Regina Freitas Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 90 24 69 /2 00 8- 21 Fl. 256DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Redator designado. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, José Adão Vitorino de Morais, Antônio Lisboa Cardoso, Andrada Márcio Canuto Real e Bernardo Motta Moreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de decisão da DRJ Campinas (fls. 199/204) que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pelo contribuinte (fls. 02 a 12) que contrapôs ao despacho decisório (fl.13), que julgou improcedente a Declaração de Compensação (DCOMP) com “suposto” pagamento a maior, referente a contribuição de COFINS, atinente ao período de apuração de 21.12.2003, com recolhimento em 15.01.2004, conforme fls. 2127. De acordo com o relatório da DRJ, temos que “cientificado do despacho decisório, em 20/08/2008, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 19/09/2008”. Em sua manifestação, o contribuinte alegou que o seu crédito atingia no momento da transmissão do PER/COMP o valor de R$15.520,21(original de R$ 14.659,97) que se refere, ao montante recolhido a maior/indevidamente. Foi informado também, que em sua DCTF original do 4° Trimestre de 2003, devido a título da contribuição da COFINS, do período de apuração de 31.12.2003 (dezembro/2003), o valor de R$ 306.454,66, em detrimento do correto R$ 291.794,69. O erro acabou sendo sanado mediante a transmissão de DCTF retificadora em 16.09.2008, na qual o valor indevidamente declarado de R$ 306.454,66 foi substituído pelo correto R$ 291.794,69. (fls. 32/96). Para comprovar o seu direito, o contribuinte acostou nos autos vários documentos que comprovariam os seus argumentos, invocando o Princípio da Verdade Material para que todos os elementos comprobatórios fossem apreciados. Nesse sentido, consta às fls. 199/204 que na sessão de 12/04/2012, a 9º Turma da DRJ/CPS proferiu o acórdão nº 0537.614 cuja ementa segue abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/12/2003 a 31/12/2003 CRÉDITO INTEGRAMENTE ALOCADO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, quando o recolhimento alegado como origem do crédito estiver integralmente alocado na quitação de débitos confessados. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.902469/200821 Acórdão n.º 3301002.070 S3C3T1 Fl. 256 3 O recolhimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignado, o contribuinte, devidamente cientificado, interpôs Recurso Voluntário (fls. 211/226), por meio do qual contesta o referido Acórdão, que segundo o seu entendimento, merece ser integralmente reformado, posto que colide com as provas acostadas nos autos e a jurisprudência aplicável ao caso. O contribuinte em seu recurso pede que seja determinada a conversão do julgamento em diligência; que seja reconhecida a integralidade do direito creditório; e por fim, que a PER/DCOMP n. 41459.53105.090604.1.3.040438, “seja totalmente homologada”. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Fábia Regina Freitas O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. A questão central para o deslinde deste litígio fiscal reside na questão sobre a existência ou inexistência nos autos de provas suficientes para demonstrar o direito creditório pleiteado pela Recorrente. Registrese, por oportuno, que a Recorrente solicitou, alternativamente, a conversão do julgamento em diligência para que o contribuinte fosse intimado para prestar informações complementares, uma vez que no momento em que foi eletronicamente proferido o Despacho Decisório, a recorrente havia prestado informações através de sua DIPJ 2004 (ano calendário 2003), cujo valor era de R$ 291.794,69 e não R$ 306.454,66, como informado na DCTF do 4° Trimestre de 2003, a teor do disposto no art. 18 do Decreto n° 70.235/72. Esta relatora é totalmente favorável à busca da verdade material, desde que haja subsídios para que se chegue a este convencimento. Assim, observando as provas carreadas aos autos na Manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário, onde foram apresentados a DCTF retificadora, o Livro Diário referente à competência de abril de 2004 e a DIPJ, resta claro que há fortes indícios de que todas as alegações feitas pelo contribuinte encontram guarida na referida documentação. No entanto, apenas com uma diligência no caso concreto é que essa relatora teria condições de afirmar, com certeza, se os valores contidos nos referidos documentos confirmariam o direito do contribuinte ao ressarcimento desses créditos. De se destacar, ainda, que o julgador, no processo administrativo tributário, deve sempre buscar a verdade material. Nesse sentido, é permitido ao julgador administrativo, diferentemente do que acontece com o julgador do Poder Judiciário, não ficar restrito ao que Fl. 258DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 foi alegado, trazido e provado pelas partes, porquanto deve sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Sobre o princípio da verdade material, também ensinam os ilustres professores Celso Antônio Bandeiras de Mello e Hely Lopes Meirelles, o seguinte: “Consiste em que a administração, ao invés de ficar adstrita ao que as partes demonstrem no procedimento, deve buscar aquilo que é realmente verdade, com prescindência do que os interessados hajam alegado e provado, como bem o diz Hector Jorge Escola. Nada importa, pois, que a parte aceite como verdadeiro algo que não o é ou que negue a veracidade do que é, pois no procedimento administrativo, independentemente do que haja sido aportado aos autos pela parte ou pelas partes, a administração deve sempre buscar a verdade substancial”. (BANDEIRA DE MELLO, 2011, p. 306) “O princípio da verdade material, também denominado de liberdade na prova, autoriza a administração a valerse de qualquer prova que a autoridade julgadora ou processante tenha conhecimento, desde que a faça trasladar para o processo. É a busca da verdade material em contraste com a verdade formal. Enquanto nos processos judiciais o Juiz deve cingirse às provas indicadas no devido tempo pelas partes, no processo administrativo a autoridade processante ou julgadora pode, até o julgamento final, conhecer de novas provas, ainda que produzidas em outro processo ou decorrentes de fatos supervenientes que comprovem as alegações em tela”. (MEIRELLES, 2011, p. 581) A despeito de todo o informalismo que rege o processo administrativo tributário, há determinadas normas que devem ser observadas. Nesse contexto, quanto à comprovação do direito creditório, o § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, estabelece que a prova documental tem que ser apresentada na impugnação, salvo os casos expressos abaixo mencionados, verbis: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Assim sendo, apesar da lei estabelecer o momento de apresentação da prova documental, qual seja, na interposição da Impugnação, observase plausível a hipótese de se converter o julgamento em diligência, já que ficou constatado erro no preenchimento da DCTF e que as informações apresentadas no processo extemporaneamente não foram apreciadas. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: PROVA DOCUMENTAL. APÓS IMPUGNAÇÃO. POSSIBILIDADE. PRINCÍPIOS DA INSTRUMENTALIDADE E VERDADE MATERIAL. A regra geral para efeito de preclusão estabelece que as provas devem ser apresentadas com a impugnação ou a manifestação de inconformidade do contribuinte, não impedindo, porém, que o julgador conheça e analise documentos oferecidos após a defesa inaugural, em observância aos princípios da instrumentalidade dos atos administrativos e da verdade material. (CARF. Acórdão Fl. 259DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10830.902469/200821 Acórdão n.º 3301002.070 S3C3T1 Fl. 257 5 2201002.005. Rel. Marcio de Lacerda Martins. 1ª Turma, 2ª Câmara, 2ª Seção. Unânime. Sessão 20/02/2013). PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. A verdade material é um princípio específico do processo administrativo, contrapondose ao Princípio do Dispositivo, próprio do processo civil. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fator gerador e a constituição do crédito tributário. Deve, portanto, o julgador, exaustivamente, pesquisar se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade. Neste sentido, em decorrência do Princípio da Legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. Recurso Provido. (CARF. Acórdão 2802001.711. Rel. Valdice Domingos de Freitas. 2ª Turma Especial. 2º Seção. Unânime. Sessão 10/07/2012). PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O julgamento administrativo é norteado pelo Princípio da Verdade material, constituindose em dever do Julgador Administrativo a sua busca incessante. (...) (Processo: 10880.041198/9132. 1ª CÂMARA. DATA: 28/01/2005). Assim, mesmo observando, in casu, a DCTF retificadora, a DIPJ e o Livro Diário, mais uma vez afirmo que não se pode negar que a fortes indícios de que haveria crédito a ser ressarcido relativamente à competência de abril de 2004. Diante disso, entendo que a diligência deve ser deferida para avaliação da documentação acostada. Ocorre que, colocada a preliminar em votação, foi a mesma negada pelo voto de qualidade. Tendo sido negado o pedido de diligência, e não havendo como fazer o confrontamento das informações acostadas ao processo não vejo outra alternativa a não ser adotar como fundamento para este voto o que preconiza o art. 50, § 1o, da Lei no 9.784/1999. Art. 50. Os atos administrativos serão motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: § 1º. A motivação deve ser explicita clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Destarte, não havendo motivação suficiente para dar provimento ao presente recurso voluntário, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntario, por não existirem provas suficientes que comprovariam o crédito a ser ressarcido. Conclusão Com essas considerações, superada a preliminar de conversão do julgamento em diligência, que foi acatada por essa relatora, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 20 de agosto de 2013 Fábia Regina Freitas Voto Vencedor Fl. 260DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 6 Conselheiro José Adão Vitorino de Morais Discordo da Ilustre Relatora apenas quanto ao pedido de diligência solicitado pela recorrente. O Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, assim dispõe quanto aos pedidos de diligência: “Art. 16. A impugnação mencionará: (...); IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (Incluído pela Lei nº 8.748, de 1993) (...).” No presente caso, a recorrente não apresentou os motivos da diligência requerida nem a justificou, em seu recurso voluntário. Em face do exposto, rejeito a diligência solicitada pela recorrente. (assinado digitalmente) José Adão Vitorino de Morais – Relator Designado. Fl. 261DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 29/10/2014 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 11442.000195/2010-95
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS incidente sobre a venda de automóveis para o comerciante varejista.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-002.417
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O conselheiro Andrada Canuto Natal votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS incidente sobre a venda de automóveis para o comerciante varejista. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_processo_s : 11442.000195/2010-95
anomes_publicacao_s : 201412
conteudo_id_s : 5406934
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Dec 15 00:00:00 UTC 2014
numero_decisao_s : 3301-002.417
nome_arquivo_s : Decisao_11442000195201095.PDF
ano_publicacao_s : 2014
nome_relator_s : SIDNEY EDUARDO STAHL
nome_arquivo_pdf_s : 11442000195201095_5406934.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O conselheiro Andrada Canuto Natal votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5759974
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:33:41 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477464072192
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1967; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11442.000195/201095 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.417 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria Incidência Monofásica Recorrente SAMAVE SOCIEDADE ASSISENSE DE MAQUINAS E VEICULOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2005 a 30/09/2005 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE VAREJISTA. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, portanto, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da Contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS incidente sobre a venda de automóveis para o comerciante varejista. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O conselheiro Andrada Canuto Natal votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 44 2. 00 01 95 /2 01 0- 95 Fl. 149DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 3 2 Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez, Andrada Márcio Canuto Natal, Mônica Elisa de Lima, Luiz Augusto do Couto Chagas e Sidney Eduardo Stahl. Fl. 150DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 4 3 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Ressarcimento Eletrônico, por meio do qual a interessada requer o ressarcimento de créditos que julga possuir, oriundo de créditos da COFINS NãoCumulativa. A interessada não transmitiu Declarações de Compensação vinculadas ao Pedido de Ressarcimento acima citado. Intimada a apresentar documentos e informações a contribuinte informou que os supostos créditos pleiteados no PER foram motivados pela comercialização de veículos automotores classificados na Tabela TIPI nas classificações fiscais 87032100, 87043190, 87042190, 8704219001 e 8703231001, pleiteando seus créditos com base no artigo 17 da Lei n° 11.033, de 21 de dezembro de 2004. Indeferido o pedido apresentou Manifestação de Inconformidade solicitando a reforma do Despacho Decisório, com uma rica argumentação onde discorre sobre dois marcos normativos importantes que não teriam sido observados: o art. 17 da Lei 11.033, de 2004 que lhe daria o direito de se creditar da Cofins e do PIS incidente sobre a fase anterior em regime de substituição tributária; e o art. 42 da Lei 11.727, de 2008, que revogou a sistemática de não cumulatividade ainda mantida pelas leis 10.833, de 2003 e 10.637, de 2002 para alguns casos específicos previstos no inciso IV do § 3º do art. 1º e a alínea a do inciso VII do art. 8º das referidas leis, respectivamente para a Cofins e o PIS, o que teria eliminado qualquer discussão sobre as normas de não cumulatividade que, por princípio, devem permitir o crédito sobre as contribuições que incidiram na fase anterior da cadeia produtiva. A DRJ de Ribeirão Preto/SP julgou improcedente o pedido da contribuinte sendo o acórdão assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/07/2004 a 30/09/2004 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. VENDAS EFETUADAS COM ALÍQUOTA ZERO. MANUTENÇÃO DO CRÉDITO. COMERCIANTES ATACADISTAS E VAREJISTAS DE AUTOMÓVEIS E PEÇAS. INEXISTÊNCIA DE DIREITO DE CRÉDITO. Em razão da técnica legalmente implementada de tributação concentrada nos fabricantes e importadores de automóveis e peças, as receitas auferidas pelos comerciantes atacadistas e varejistas com a venda desses produtos são submetidas à alíquota zero de PIS e Cofins, sendo expressamente vedado o aproveitamento de créditos em relação às aquisições desses bens. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 151DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 5 4 Inconformada apresenta a recorrente o presente recurso voluntário apontando as mesmas razões apontadas na Manifestação de Inconformidade. É o que importa relatar. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. A Recorrente pleiteou o ressarcimento dos valores atualizados da COFINS incidente sobre aquisição de veículos automotores classificados na Tabela TIPI nas posições 87032100, 87043190, 87042190, 8704219001 e 8703231001. No âmbito do PIS e da COFINS, os veículos automotores, bem como as autopeças mencionadas nos anexos I e II da lei n.° 10.485/2002, estão sujeitos ao regime de tributação monofásica desde o advento desse diploma legal, cujos artigos. 1º e 3º, após as alterações introduzidas pela lei n.º 10.865/2004, trazem a seguinte redação: Art. 1º. As pessoas jurídicas fabricantes e as importadoras de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI, aprovada pelo Decreto n.º 4.070, de 28 de dezembro de 2001, relativamente à receita bruta decorrente da venda desses produtos, ficam sujeitas ao pagamento da contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, às alíquotas de 2% (dois por cento) e 9,6% (nove inteiros e seis décimos por cento), respectivamente. (...) Art. 3º As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), respectivamente, nas vendas para fabricante: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) a) de veículos e máquinas relacionados no art. 1º desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) de autopeças constantes dos Anexos I e II desta Lei, quando destinadas à fabricação de produtos neles relacionados; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) Fl. 153DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 7 6 II 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), respectivamente, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) § 1º Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, inclusive em decorrência de modificações na codificação da TIPI. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 10.865, de 2004) § 2º Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata:(Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) I o caput deste artigo; e II – o caput do art. 1º desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5o, da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. O sistema de incidência monofásica consiste na concentração de tributação das contribuições do PIS e da COFINS no início da cadeia produtiva, isto é, ocorre a incidência de alíquotas mais elevadas nas etapas de produção e importação, desonerandose as fases seguintes da comercialização, mediante atribuição de alíquota zero. Vale dizer, o fato gerador ocorre uma única vez nas vendas realizadas pelos fabricantes/importadores, não havendo mais incidência dessas contribuições nas vendas realizadas nas etapas seguintes da cadeia econômica. A concentração funciona, assim, como uma antecipação da cobrança do tributo que normalmente seria cobrado nas operações subseqüentes à cadeia inicial. Essa sistemática foi instituída nos termos dos artigos acima apontados que estabeleceu o regime de incidência monofásica, na origem, ou seja, nos fabricantes e importadores, em conformidade com o previsto no art. 149, § 4º, da CF/1988, assim expresso: Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. (...) § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Na incidência monofásica os fabricantes e importadores passaram a efetuar o recolhimento das citadas Contribuições somente na condição de contribuinte (de fato e direito), deixando de ser contribuintes substitutos dos demais intervenientes nas etapas de comercialização seguintes (as distribuidoras e os varejistas). Fl. 154DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 8 7 Em decorrência da nova modalidade de incidência, as receitas dos varejistas provenientes das vendas desses produtos ficaram excluídas do pagamento das referidas Contribuições, com base no regime da alíquota zero, conforme § 2º do artigo 3º, supra citado. Não é demais ressaltar que, a partir da nova forma de incidência a tributação dos fabricantes e varejistas passaram a ser realizadas de forma autônoma. Em decorrência, o que for recolhido pelo fabricante não mais significa antecipação do que seria devido nas etapas subseqüentes. Logo, a incidência das mencionadas contribuições sobre os fabricantes ou importadores, assim como os pagamentos por eles realizados são considerados definitivos, independentemente de qual seja o desfecho que venham ter os fatos geradores posteriores à aquisição dos produtos para revenda. Nesse sentido, é pertinente trazer à colação o entendimento dos renomados Professores Sacha Calmon Navarro Coêlho e Misabel Abreu Machado Derzi, externados no excerto extraído da Revista Dialética de Direito Tributário n.º 86, página 113, a seguir transcrito: “... cabe agora dizer que no caso em exame não temos substituição tributária e tampouco nãoincidência (imunidade, isenção ou alíquota zero), mas uma categoria jurídica diferente, a da tributação monofásica”. (grifos do original) Logo, a eficácia das modificações introduzidas pela MP n.º 1.99115, de 2000, no que tange à nova redação do art. 4º da Lei n.º 9.718, de 1998, conforme determinado no seu art. 46, II, verificouse, como já mencionado, desde 01/07/2000, não mais existindo, a partir daí, o regime de substituição tributária. Ressaltese, ainda, que o referido dispositivo constou em todas as reedições posteriores da citada MP, sendo repetido na atual MP n.º 2.158 35, de 24 de agosto de 2001 (art. 92, II), que em face do disposto no art. 2º da EC n.º 32/2001, não carece de reedição. Assim, a MP n.º 1.99115, de 2000, extinguiu o citado regime de substituição tributária aplicável às duas Contribuições, determinando a tributação em uma única fase (monofásica). Por sua vez, a MP 1.99118, de 2000, a Lei n.º 9.990, de 1990 e a Lei n.º 10.865, de 2004, sem alterar o regime jurídico de incidência monofásica, modificaram apenas as alíquotas aplicáveis as operações em análise. Nesse sentido, no regime monofásico de incidência não há previsão de ressarcimento ou restituição de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez. No presente Recurso, sustentou a interessada que, a despeito da alíquota zero aplicável às operações de venda de veículos, ela teria direito ao crédito relativo às aquisições dos referidos produtos junto ao fabricante, conforme expressamente reconhecido no artigo 17 da Lei n.º 11.033, de 2004. Não assiste razão a Recorrente. O citado preceito legal, não comporta tal conclusão, conforme observase de sua redação, in verbis: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Fl. 155DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 9 8 Da leitura do transcrito comando legal, resta indubitável que ele se aplica, exclusivamente, a manutenção de créditos, calculados sobre custos, encargos e despesas que tenham antes sofrido a tributação das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, segundo sistemática da nãocumulatividade, ou seja, quando a cadeia de incidência não é a em exame. Além disso, por força do artigo 3º, inciso I, alínea “b”, da Lei n.º 10.637, de 2002 é expressamente vedado descontar créditos calculados em relação aquisições de veículos objetos da presente discussão. Assim, ao se referir à “manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados” às operações de vendas com isenção, alíquota zero ou nãoincidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, o dispositivo em análise, na verdade, está se referindo aos créditos relativos aos custos, encargos e despesas legalmente autorizados a gerar créditos das ditas Contribuições, no âmbito do regime de incidência nãocumulativa, sem contudo alterar a força normativa do inciso alínea “b” do I do art. 3º da Lei n.º 10.637, de 2002, e da Lei n.º 10.833, de 2003, que, de forma expressa, veda a utilização de crédito relativo às aquisições dos produtos revendidos, cuja receita está sujeita aos regimes especiais de tributação, especificamente, o de incidência monofásica em apreço. Ademais, tendo em conta a natureza específica de cada uma das formas de incidência — e não regime de tributação — das citadas Contribuições anteriormente abordadas, não vislumbro qualquer incompatibilidade entre o disposto na alínea “b” do inciso I do art. 3º das Leis n.ºs 10.637, de 2002, e 10.833, de 2003, e o estabelecido no art. 17 da Lei 11.033, de 2004. Na verdade, ambos os preceitos legais tratam de sistemáticas distintas de incidência, não podendo o regramento de uma ser invocado para fins de apuração e cobrança por meio de outra sistemática, sem que haja grave distorção nos regimes de apuração e cobrança das referidas Contribuições. Em consideração ao caso tomo a liberdade de apontar a expressão do parágrafo oito da exposição de motivos da MP 66/2002, convertida na Lei n.º 10.637/2002, a saber (os destaques são nossos): 8. Sem prejuízo de convivência harmoniosa com a incidência não cumulativa do PIS/Pasep, foram excluídos do modelo, em vista de suas especificidades, as cooperativas, as empresas optantes pelo Simples ou pelo regime de tributação do lucro presumido, as instituições financeiras e os contribuintes tributados em regime monofásico ou de substituição tributária. Esse foi o cuidado tomado pela Lei, explicitar que os regimes são distintos e não intersectáveis e na condição de Conselheiro, ao qual a discussão da óbvia inconstitucionalidade, não é permitida. Até tenho me posicionado que quando a empresa opera com produtos do sistema monofásico e no regime da nãocumulatividade, poderá descontar créditos quanto às máquinas e veículos utilizados como insumo na fabricação ou prestação de serviços, mas não como se pretende no presente caso, porque para a revenda esse aproveitamento é expressamente vedado. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 10 9 Assim, os comerciantes distribuidores, atacadistas e varejistas que comercializam mercadorias sujeitas ao regime de incidência monofásica — mecanismo de incidência monofásica, forma de incidência monofásica ou qualquer sinonímia que se queira dar à essa forma de incidir —, mesmo que submetidos ao regime nãocumulativo, são proibidos de descontar créditos em relação à aquisição de tais produtos quando adquiridos para revenda. Essa restrição é específica aos produtos sujeitos à incidência monofásica adquiridos para revenda, portanto, a aquisição de produtos submetidos à incidência monofásica para serem utilizados em processos de industrialização ou prestação de serviços (insumos), não estão abrangidos pela restrição. A título de exemplo, suponhamos que uma fábrica de automóveis adquira filtros de combustíveis, sujeitas à incidência monofásica, para serem empregadas na fabricação daquele produto. Nesta hipótese, a empresa poderá descontar créditos normalmente, sendo que as alíquotas aplicáveis no cálculo dos créditos serão de 1,65% para o PIS/Pasep e 7,60% para a Cofins, ou seja, não serão aplicadas as alíquotas diferenciadas. É verdade que a Presidência da República vem tentando, sistematicamente, restringir através de Medidas Provisórias (MP's), a apropriação dos créditos sobre os custos, despesas e encargos relacionados à venda dos produtos sujeitos ao regime monofásico, todavia, essa tentativa de restrição não perdurou nas respectivas conversões em Lei. Assim, podemos concluir que é admitido aos atacadistas e varejistas o desconto de créditos em relação aos demais custos, despesas e encargos relacionados à venda dos produtos sujeitos ao regime monofásico das contribuições, ou seja, a restrição abrange apenas a aquisição dos produtos adquiridos para revenda e não os utilizados como insumo. O referido artigo 17 foi antes da conversão da Lei expresso no artigo16 da MP 206/2004, cuja justificativa na exposição de motivos é simplória expressando que “as disposições do art. 16 visam esclarecer dúvidas relativas à interpretação da legislação da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS”, no meu exame, serviu para informar que o crédito das contribuições relativos aos custos, encargos e despesas legalmente autorizados a gerar créditos devem permanecer e que a restrição é com relação aos produtos destinados à revenda. No mais, se serve para esclarecer dúvidas, não serve para inovar, garantindo um direito novo, diferente do ante existente. Cabe destacar ainda que existe uma diferença marcante entre a previsão de alíquota zero apontada no artigo 17 da Lei n.º 11.033, de 2004, e aquela outra estabelecida no inciso I do artigo 50 da Lei n.º 10.833, de 2003. A primeira visa exonerar determinadas receita de venda da cobrança das citadas Contribuições, ao passo que a segunda tem por objetivo a implementação da técnica de apuração e cobrança de forma concentrada ou monofásica. No caso em tela, caso fosse acatado o entendimento esposado pela Recorrente, o que se admite apenas para fins argumentativos, teria direito ao crédito tanto o comerciante atacadista, quando houver, como, por ex., no caso de distribuidoras de combustíveis, quanto o varejista. Em decorrência, com a fruição dos créditos por ambos os contribuintes, chegarse ia ao absurdo de a Fazenda Nacional recolher um valor para em seguida devolvêlo em dobro. Ante o exposto, fica demonstrado que, seja pelo prisma estritamente jurídico, seja pelo lado racional que norteia a técnica da tributação concentrada, as receitas dos comerciantes atacadistas e varejistas decorrentes das vendas de automóveis estão sujeitas à Fl. 157DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11442.000195/201095 Acórdão n.º 3301002.417 S3C3T1 Fl. 11 10 alíquota zero das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, sendo expressamente vedado, de outra parte, o aproveitamento dos créditos atinentes às aquisições desses bens dos fabricantes e importadores, únicos responsáveis pela apuração e recolhimento das ditas Contribuições incidentes em toda a cadeia de venda. Tenho, por fim, que explicitar que o que existe é um mecanismo de incidência monofásica no qual alguns produtos se submetem à opção do legislador e o regime da nãocumulatividade que permite a apuração de créditos dentro dos limites também delimitados pelo legislador pátrio, estando os produtos sujeitos à incidência monofásica, quando adquiridos para revenda, fora dos permitidos para a apuração dos créditos. Assim, para esses, não há que se cogitar nem de débito nem de crédito das referidas Contribuições, por expressa determinação legal. Nesse sentido, voto por negar provimento ao presente Recurso Voluntário. Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 158DF CARF MF Impresso em 15/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 24/11/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 13881.000166/2008-65
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Exercício: 2008
IPI. ISENÇÃO. DEFICIENTE FÍSICO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
Deve ser concedida a autorização para a isenção de IPI prevista na Lei nº 8.989/95, quando comprovado por meio de laudo médico que o requerente satisfaz os requisitos condicionantes ao benefício fiscal.
Recurso Voluntário Provido
Sem Crédito em Litígio
Numero da decisão: 3301-002.410
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201410
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Exercício: 2008 IPI. ISENÇÃO. DEFICIENTE FÍSICO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. Deve ser concedida a autorização para a isenção de IPI prevista na Lei nº 8.989/95, quando comprovado por meio de laudo médico que o requerente satisfaz os requisitos condicionantes ao benefício fiscal. Recurso Voluntário Provido Sem Crédito em Litígio
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
numero_processo_s : 13881.000166/2008-65
anomes_publicacao_s : 201501
conteudo_id_s : 5414977
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jan 13 00:00:00 UTC 2015
numero_decisao_s : 3301-002.410
nome_arquivo_s : Decisao_13881000166200865.PDF
ano_publicacao_s : 2015
nome_relator_s : ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
nome_arquivo_pdf_s : 13881000166200865_5414977.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
id : 5779290
ano_sessao_s : 2014
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:34:39 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713047477542715392
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1697; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 57 1 56 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13881.000166/200865 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301002.410 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de outubro de 2014 Matéria Isenção de IPI Deficiente Físico Recorrente RIVAIR RUY AGRICO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Exercício: 2008 IPI. ISENÇÃO. DEFICIENTE FÍSICO. AQUISIÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. Deve ser concedida a autorização para a isenção de IPI prevista na Lei nº 8.989/95, quando comprovado por meio de laudo médico que o requerente satisfaz os requisitos condicionantes ao benefício fiscal. Recurso Voluntário Provido Sem Crédito em Litígio Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martinez Lopez, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima Sidney Eduardo Stahl e Andrada Márcio Canuto Natal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 1. 00 01 66 /2 00 8- 65 Fl. 57DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 58 2 Relatório Por economia processual adoto o relatório da decisão recorrida, abaixo transcrito. O interessado em epígrafe pleiteou, na qualidade de portador de deficiência física, a fruição da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI na aquisição de automóvel de passageiros, de fabricação nacional, prevista na Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995. Mediante o Despacho Decisório de fls. 33/35, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Taubaté indeferiu o pedido, Regularmente cientificado (fl. 36 verso), o interessado apresentou manifestação de inconformidade (fls. 37/38 e anexos), por meio da qual aduz, em síntese, que: a) “sua precária condição física ocasionada por diabetes, insuficiência coronariana, hipertensão arterial agravada com o acidente vascular cerebral sofrido,... se coaduna com as normas previstas para a obtenção do benefício fiscal da isenção do IPI”. Isto porque seu caso se trata de paraplegia; b) a decisão pelo indeferimento, de natureza eminentemente técnica, decorreu da falta de clareza dos documentos apresentados por ocasião do pedido. Contudo, há que se considerar o aspecto social e a real necessidade do interessado; c) a autoridade não acolheu as informações contidas em declarações médicas acostadas aos autos, limitandose ao deficiente laudo de avaliação apresentado; d) para melhor esclarecimento da autoridade julgadora, anexa novo laudo de avaliação médica. e) Pede, ao final, pela concessão do benefício pleiteado, “para a tão necessária aquisição do peculiar veículo”. Ao Julgar referida manifestação de inconformidade a 3ª Turma da DRJ/Ribeirão Preto proferiu o Acórdão nº 1425.972, de 3/9/2009, assim ementado: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Exercício: 2008 NOVO LAUDO. INOVAÇÃO DE FUNDAMENTO. NÃO CONHECIMENTO. SUPRESSÃO DE FASE PROCESSUAL. A apresentação de novo laudo de avaliação representa a alteração dos fundamentos do pedido de isenção, tratandose, na realidade, de pleito inovador a ser analisado pela DRF de origem, quiçá em outro processo, sob pena de supressão de fase processual. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio Fl. 58DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 59 3 Não concordando com referida decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário, por meio do qual faz as seguintes alegações, em síntese: “é inquestionável que sua precária condição física ocasionada por diabetes, insuficiência coronariana, hipertensão arterial agravada com o acidente vascular cerebral sofrido, como bem narrados na fl. 3 do relatório, conforme as "declarações médicas de fls. 12 e 14 e um atestado médico de fl. 15", se coadunam com as normas previstas para a obtenção do beneficio fiscal da isenção do IPI”; que o seu pedido está em conformidade com o decreto nº 3.298/99, art. 4º, inc. I, que trata do tipo de deficiência física que o acometeu, paraplegia; que juntou todas as provas possíveis aos autos, que é merecedor do benefício e solicita que a Receita Federal remeta uma junta médica, sendo o único meio que lhe resta para provar a sua condição. É o relatório. Fl. 59DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 60 4 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. A decisão recorrida julgou improcedente a manifestação de inconformidade somente com os elementos apresentados na formação do processo, pois considerou impróprio o conhecimento dos novos elementos trazidos em sua manifestação de inconformidade por supressão de instância. Assim não apreciou se o novo laudo médico apresentado perfaz as condições de concessão do benefício da isenção do IPI requerida. Não concordo com esta decisão. Na minha opinião não é questão de supressão de instância, mas de analisar o inconformismo do contribuinte com apresentação de novos elementos de prova que pudessem trazer convicção ao julgador. Isto é feito diariamente nos processos administrativos fiscais. Por exemplo, após o lançamento o contribuinte apresenta novos elementos para afastar aquela exigência e podem ser considerados para este fim, independentemente se foram apresentados no contexto da autuação. De forma, que cabe neste momento, até por economia processual, analisar se os documentos apresentados pelo contribuinte satisfazem os requisitos legais para concessão do benefício fiscal de isenção de IPI para portadores das deficiências estabelecidas na lei. Assim dispõe o art. 1º da Lei nº 8.989/95: Art. 1o Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI os automóveis de passageiros de fabricação nacional, equipados com motor de cilindrada não superior a dois mil centímetros cúbicos, de no mínimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combustíveis de origem renovável ou sistema reversível de combustão, quando adquiridos por: (...) IV – pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal; § 1o Para a concessão do benefício previsto no art. 1o é considerada também pessoa portadora de deficiência física aquela que apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentandose sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (...) Fl. 60DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 61 5 § 3o Na hipótese do inciso IV, os automóveis de passageiros a que se refere o caput serão adquiridos diretamente pelas pessoas que tenham plena capacidade jurídica e, no caso dos interditos, pelos curadores. (Incluído pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003) § 4o A Secretaria Especial dos Diretos Humanos da Presidência da República, nos termos da legislação em vigor e o Ministério da Saúde definirão em ato conjunto os conceitos de pessoas portadoras de deficiência mental severa ou profunda, ou autistas, e estabelecerão as normas e requisitos para emissão dos laudos de avaliação delas. Por sua vez o art. 4º do Decreto nº 3.298/99 define o que se considera deficiência física: Art. 4o É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias: I deficiência física alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentandose sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; (...) Por sua vez a IN SRF nº 607/2006 que regulamentava a concessão do benefício à época do pedido, assim dispunha: Art. 2º As pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, ainda que menores de dezoito anos, poderão adquirir, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, com isenção do IPI, automóvel de passageiros ou veículo de uso misto, de fabricação nacional, classificado na posição 87.03 da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados (Tipi). § 1º Para a verificação da condição de pessoa portadora de deficiência física e visual, deverá ser observado: I no caso de deficiência física, o disposto no art. 1º da Lei nº 8.989, de 1995, com as alterações da Lei nº 10.182, de 2001, e da Lei nº 10.690, de 2003, e no Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999; II no caso de deficiência visual, o disposto no § 2º do art. 1º da Lei nº 8.989, de 1995, com as alterações da Lei nº 10.182, de 2001, e da Lei nº 10.690, de 2003. § 2º A condição de pessoa portadora de deficiência mental severa ou profunda, ou a condição de autista, será atestada Fl. 61DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 62 6 conforme critérios e requisitos definidos pela Portaria Interministerial SEDH/MS nº 2, de 21 de novembro de 2003. § 3º O direito à aquisição com o benefício da isenção de que trata o caput poderá ser exercido apenas uma vez a cada dois anos, sem limite do número de aquisições, observada a vigência da Lei nº 8.989, de 1995. § 4º Considerase adquirente do veículo com isenção do IPI a pessoa portadora de deficiência ou o autista que deverá praticar todos os atos necessários ao gozo do benefício, diretamente ou por intermédio de seu representante legal. Art. 3º Para habilitarse à fruição da isenção, a pessoa portadora de deficiência física, visual, mental severa ou profunda ou o autista deverá apresentar, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, requerimento conforme modelo constante do Anexo I, acompanhado dos documentos a seguir relacionados, à unidade da Secretaria da Receita Federal (SRF) de sua jurisdição, dirigido ao Delegado da Delegacia da Receita Federal (DRF) ou ao Delegado da Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat), competente para deferir o pleito: I Laudo de Avaliação, na forma dos Anexos IX, X ou XI, emitido por prestador de: a) serviço público de saúde; ou b) serviço privado de saúde, contratado ou conveniado, que integre o Sistema Único de Saúde (SUS). II Declaração de Disponibilidade Financeira ou Patrimonial da pessoa portadora de deficiência ou do autista, apresentada diretamente ou por intermédio de seu representante legal, na forma do Anexo II desta Instrução Normativa, disponibilidade esta compatível com o valor do veículo a ser adquirido; III declaração na forma dos Anexos XII ou XIII, se for o caso; IV documento que comprove a representação legal a que se refere o caput, se for o caso; e V documento que prove regularidade da contribuição previdenciária, expedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). § 1º A unidade da SRF mencionada no caput verificará a regularidade fiscal relativa aos tributos e contribuições administrados pela SRF e à dívida ativa da União. § 2º Na hipótese do inciso V do caput, caso o INSS não emita o documento ali referido, o interessado deverá: I comprovar, por intermédio de outros documentos, a referida regularidade; ou Fl. 62DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 63 7 II apresentar declaração, sob as penas da lei, de que não é contribuinte ou de que é isento da referida contribuição. § 3º Caso a pessoa portadora de deficiência ou o autista, beneficiário da isenção, não seja o condutor do veículo, por qualquer motivo, o veículo deverá ser dirigido por condutor autorizado pelo requerente, conforme identificação constante do Anexo VIII desta Instrução Normativa. § 4º Para fins do § 3º, poderão ser indicados até 3 (três) condutores autorizados, sendo permitida a substituição destes, desde que o beneficiário da isenção, diretamente ou por intermédio de seu representante legal, informe este fato à autoridade competente que autorizou o benefício, apresentando, na oportunidade, novo Anexo VIII com a indicação de outro (s) condutor (es) autorizado (s) em substituição àquele (s). § 5º A indicação de condutor(es) de que trata o § 4º não impede que a pessoa portadora de deficiência conduza o veículo, desde que esteja apto para tanto, observada a legislação específica. § 6º Para efeito do disposto no inciso I do caput, poderá ser considerado, para fins de comprovação da deficiência, laudo de avaliação obtido: I no Departamento de Trânsito (Detran) ou em suas clínicas credenciadas, desde que contenha todas as informações constantes dos Anexos IX, X ou XI desta Instrução Normativa. II por intermédio de Serviço Social Autônomo, sem fins lucrativos, criado por lei, fiscalizado por órgão do Poderes Executivo ou Legislativo da União, observados os modelos de laudo constantes dos Anexos IX, X ou XI desta Instrução Normativa. Na análise do pedido a DRF/Taubaté orientou o contribuinte para que apresentasse novo laudo médico devidamente preenchido pois o juntado à fl. 08 estavam em branco os campos relativos ao “tipo de deficiência” e “descrição detalhada da deficiência”. Pediu também que juntasse nova carteira de habilitação pois a de fl. 3 já estava vencida. Em resposta, fl. 29, o contribuinte respondeu que os espaços do laudo eram pequenos tendo os médicos signatários do laudo, apresentado relatório a parte que estavam acostados no referido laudo. Ao analisar referidos documentos a DRF/Taubaté proferiu despacho decisório, fls. 33/35, indeferindo a concessão do benefício em função do que dispõe o art. 111 do CTN o qual prescreve que deve ser literal a interpretação da legislação que outorga isenção. Neste sentido considerou que o contribuinte não comprovou a existência de deficiência física definida no art. 4º, inc. I, do Decreto nº 3.298/99. Em sua impugnação o contribuinte apresentou novo laudo médico, fl. 40. O laudo é assinado por três médicos e nele consta os seguintes termos: “Atestamos, para a finalidade de concessão do benefício previsto no inc. IV do art. 1º da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995 e alterações posteriores, que o requerente Fl. 63DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13881.000166/200865 Acórdão n.º 3301002.410 S3C3T1 Fl. 64 8 retroqualificado possui a deficiência abaixo assinalada: Tipo de deficiência: Seqüela de AVC com CID I66, I20, I10 e E10. Descrição detalhada da deficiência: Diabetes Melitus II, Insuficiência Coronariana, Cirurgia Revascularização do Miocárdio, Seqüela AVC e Hipertensão Arterial” É bem verdade que os técnicos da Receita Federal não são médicos e naturalmente não têm que entender das especificações técnicas constantes dos laudos. Esta a razão, na minha opinião, de que o laudo está sendo concedido para a finalidade de concessão do benefício previsto no inc. IV do art. 1º da Lei nº 8.989/95, conforme bem destacado na transcrição acima efetuada. Todos os documentos acostados ao processo, mais especificamente, os atestados médicos de fls. 12, 14 e 15, os quais juntamente com o laudo acima citado, apresentam conteúdos convergentes de que o requerente possui seqüela motora devido ao AVC. Portanto, a minha convicção é de que o requerente apresenta os requisitos necessários para fruição do benefício de isenção de IPI previsto na Lei nº 8.989/95. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 64DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 10/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
score : 1.0