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Numero do processo: 16327.001346/2006-86
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 06 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 2001, 2002
LUCROS NO EXTERIOR AUFERIDOS EM 1996 E 1997 -DECADÊNCIA
A fixação do termo inicial da contagem do prazo decadencial, na hipótese de lançamento sobre lucros disponibilizados por empresa controlada sediada no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a disponibilização , e não na data do auferimento dos lucros pela empresa controlada.
IRPJ - LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA NO EXTERIOR -
TAXA DE CÂMBIO PARA CONVERSÃO PARA REAIS
Ao teor do § 7° do artigo 394 do RIR/99, cuja matriz legal é o § 4° do artigo 25 da Lei n° 9.249/95, os lucros auferidos no exterior serão convertidos para reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que foram apurados.
LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. VARIAÇÃO CAMBIAL
Nos termos de manifestação advinda do Ministério da Fazenda no âmbito do veto parcial do Projeto de Lei de Conversão n. 30, de 2003 (art. 46 da MP 135/03), a tributação da variação cambial dos investimentos no exterior avaliados pelo metido da equivalência patrimonial exigirá que antes, seja editada norma legal prevendo tal incidência.
CSLL. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR.
Tratando-se de lucros auferidos por controladas, no exterior, de pessoa jurídica domiciliada no país, a Lei n° 9.532, de 1997, não atuou modificando a data da ocorrência do fato gerador, mas tão-somente, deslocou o momento em que esses lucros deveriam ser oferecidos à tributação, homenageando, no caso, os princípios da uniformidade e da realização. Nessa linha, a tributação da CSLL em bases universais só se aplica aos lucros auferidos a partir de 1° de outubro de 1999.
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL
Em se tratando de exigências calculadas com base no lançamento do imposto de renda da pessoa jurídica, a exigência para sua cobrança é reflexa e, assim, a decisão de mérito prolatada no processo principal constitui prejulgado quanto às matérias decorrentes.
Numero da decisão: 1202-000.273
Decisão: ACORDAM os membros do colegiado, preliminarmente, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de decadência. No mérito, DAR provimento ao recurso: por maioria de votos quanto aos itens 1 e 2 do auto de infração de IRPJ e CSLL, vencido o Conselheiro Carlos Alberto Donassolo; e, por unanimidade de votos quanto ao item 3 do auto de infração, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: Valeria Cabaral Géo Verçoza
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2001, 2002 LUCROS NO EXTERIOR AUFERIDOS EM 1996 E 1997 -DECADÊNCIA A fixação do termo inicial da contagem do prazo decadencial, na hipótese de lançamento sobre lucros disponibilizados por empresa controlada sediada no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a disponibilização , e não na data do auferimento dos lucros pela empresa controlada. IRPJ - LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA NO EXTERIOR - TAXA DE CÂMBIO PARA CONVERSÃO PARA REAIS Ao teor do § 7° do artigo 394 do RIR/99, cuja matriz legal é o § 4° do artigo 25 da Lei n° 9.249/95, os lucros auferidos no exterior serão convertidos para reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que foram apurados. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. VARIAÇÃO CAMBIAL Nos termos de manifestação advinda do Ministério da Fazenda no âmbito do veto parcial do Projeto de Lei de Conversão n. 30, de 2003 (art. 46 da MP 135/03), a tributação da variação cambial dos investimentos no exterior avaliados pelo metido da equivalência patrimonial exigirá que antes, seja editada norma legal prevendo tal incidência. CSLL. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. Tratando-se de lucros auferidos por controladas, no exterior, de pessoa jurídica domiciliada no país, a Lei n° 9.532, de 1997, não atuou modificando a data da ocorrência do fato gerador, mas tão-somente, deslocou o momento em que esses lucros deveriam ser oferecidos à tributação, homenageando, no caso, os princípios da uniformidade e da realização. Nessa linha, a tributação da CSLL em bases universais só se aplica aos lucros auferidos a partir de 1° de outubro de 1999. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL Em se tratando de exigências calculadas com base no lançamento do imposto de renda da pessoa jurídica, a exigência para sua cobrança é reflexa e, assim, a decisão de mérito prolatada no processo principal constitui prejulgado quanto às matérias decorrentes.
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IRPJ - LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA NO EXTERIOR - TAXA DE CÂMBIO PARA CONVERSÃO PARA REAIS Ao teor do § 7° do artigo 394 do RIR/99, cuja matriz legal é o § 4° do artigo 25 da Lei n° 9.249/95, os lucros auferidos no exterior serão convertidos para reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que foram apurados. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. EQUIVALÊNCIA PATRIMONIAL. VARIAÇÃO CAMBIAL Nos termos de manifestação advinda do Ministério da Fazenda no âmbito do veto parcial do Projeto de Lei de Conversão n. 30, de 2003 (art. 46 da MP 135/03), a tributação da variação cambial dos investimentos no exterior avaliados pelo metido da equivalência patrimonial exigirá que antes, seja editada norma legal prevendo tal incidência. CSLL. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. Tratando-se de lucros auferidos por controladas, no exterior, de pessoa jurídica domiciliada no país, a Lei n° 9.532, de 1997, não atuou modificando a data da ocorrência do fato gerador, mas tão-somente, deslocou o momento em que esses lucros deveriam ser oferecidos à tributação, homenageando, no caso, os princípios da uniformidade e da realização. Nessa linha, a tributação Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 2 da CSLL em bases universais só se aplica aos lucros auferidos a partir de 1° de outubro de 1999. TRIBUTAÇÃO REFLEXA. CSLL Em se tratando de exigências calculadas com base no lançamento do imposto de renda da pessoa jurídica, a exigência para sua cobrança é reflexa e, assim, a decisão de mérito prolatada no processo principal constitui prejulgado quanto às matérias decorrentes. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do coleg,iado, preliminarmente, por unanimidade de votos, REJEITAR a preliminar de decadência. No mérito, DAR provimento ao recurso: por maioria de votos quanto aos itens 1 e 2 do auto de infração de IRPJ e CSLL, vencido o Conselheiro Carlos Alberto Donassolo; e, por unanimidade de votos quanto ao item 3 do auto de infração, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (19 fá ORLAN JOSE Ge • ALVES BUENO - Vice Presidente em exercício VALÉRIA CABRAL GÉO VERCOZA - Relatora EDITADO EM: 0 8 JIJL 2n Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Jose Gonçalves Bueno (Vice Presidente da Turma em exercício da Presidência), Carlos Alberto Donassolo, João Bellini Junior (Suplente Conyocado), Décio de Lima Jardim (Suplemente Convocado), Nereida de Miranda Finamore Horta, Valeria Cabral Géo Verçoza. Ausente justificadamente o Conselheiro Nelson Lósso Filho. 2 Processo n° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 3 Relatório Adoto o relatório de 1'. Instância por bem resumir os fatos em questão: A empresa qualificada em epígrafe foi autuada em virtude de falta de recolhimento de IRPJ e CSLL nos anos-calendário 2001 e 2002, decorrente da ausência de adição ao lucro líquido do período, na determinação do lucro real, de lucros auferidos no exterior e disponibilizados por suas filiais, sucursais, coligadas ou controladas, tudo conforme Termo de Verificação Piscai às fls. 503/513. Da descrição dos fatos às fls. 484/485 e 492/493 e demonstrativos de fls. 478/482 e 486/489, constata-se que o autuante constituiu o crédito tributário no valor de R$ 14.643.780,03, sendo R$ 13.529.953,84 de IRPJ e R$ 1.113.826,19 de CSLL. A base legal do lançamento encontra-se descrita nas fls. 484/485 e 492/493. Devidamente cientificada em 04/09/2006, conforme declaração firmada no próprio corpo dos autos de infração às fls. 483 e 491, a interessada apresentou em 04/10/2006 a impugnação de fls. 519/550, na qual alegou, em síntese, o seguinte: Preliminarmente, aduz que parte do auto de infração não deve prosperar, pois engloba períodos em que já se operou a decadência. Isso porque a fiscalização admititu que as diferenças apuradas em cada ano (1996 a 2000) teriam que ser adicionadas em 31/12/2002, data da disponibilização compulsória de que trata o art. 74 da Medida Provisória n° 2.158/2001, e não em cada período de apuração do IRPJ e da CSLL, como feito pela impugnante. Assim, se adotasse o regime de competência, a autoridade fiscal não mais poderia efetuar o lançamento referente aos anos-calendário de 1996 a 2000, haja vista a ocorrência da decadência, nos termos do artigo 150, §4°, do CTN. Em socorro à sua tese, colaciona jurisprudência do Conselho de Contribuintes. No mérito, após descrever o procedimento por ela adotado na contabilização dos lucros apurados pelas investidas CCOL e SIL, afirma que a fiscalização cometeu dois equívocos que resultaram na lavratura dos autos de infração para os fatos geradores ocorridos em 31/12/2001: "1°) Deduziu que os lucros auferidos pelas investidas no exterior nos anos de 1996 a 2000 deveriam ser recalculados à TAXA DE CÂMBIO do dia em que ocorreu o fato gerador (31/12/2001); 2°) Considerou tributáveis as VARIAÇÕES CAMBIAIS calculadas sobre os valores dos lucros apurados no exterior entre 1996 e 2000." Ao aplicar a regra insculpida no art. 143 do CTN para a adoção da taxa de câmbio a ser utilizada na conversão de US$ para Reais, a fiscalização, indevidamente, deixou de aplicar a sistemática estabelecida na Lei n° 9.249/95, que é regra específica para o caso de que se cuida. Assim, deveria ter utilizado as taxas de câmbio vigentes no final de cada período de apuração dos tributos e não aquela vigente em 31/12/2001, data da disponibilização compulsória dos lucros. Traz excerto doutrinário que corroboraria o seu entendimento. Em relação à tributação das variações cambiais sobre investimentos em sociedades sediadas no exterior, aduz que a exigência fiscal foi efetuada sem amparo em qualquer disposição legal, já que os diplomas legais ou mesmo os dispositivos do Regulamento do Imposto de Renda referidos no Auto de Infração não contemplam 6) 3 Processo o° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão o.° 1202-00.273 Fl. 4 qualquer determinação no sentido de que o valor da variação cambial de investimentos no exterior seja adicionado ao lucro líquido para efeito de apuração da • base de cálculo do IRPJ e da CSLL. Pelo contrário, a prova inequívoca de que a legislação do imposto de renda e da CSLL em vigor em 2001 não previa tal tributação reside no fato de que o Projeto de Lei de Conversão n° 30/2003, originário da MP n° 135/03 que deu origem à Lei n° 10.833/2003, teve seu art. 46 vetado pelo Pres. da República em 29 de dezembro de 2003, cujo dispositivo tinha por objetivo,. justamente, instituir a tributação da variação cambial do investimento no exterior avaliado pela equivalência patrimonial como receita ou despesa financeira; que tal veto deu-se por receio do Ministério da Fazenda, tendo em vista que os contribuintes poderiam pretender aplicar a norma já em 2003, o que não seria conveniente haja vista que naquele ano a variação cambial foi negativa na ordem de 15%; que efetivamente não existia no ano 2001 qualquer previsão legal no sentido de que fosse tributada a variação cambial de investimentos no exterior, sendo o Auto de Infração lavrado quanto a esta suposta infração manifestamente improcedente. Tal pretensão da fiscalização também discrepa totalmente do entendimento esposado em soluções de consulta da SRRF/9 a Região Fiscal (n.° 54 e 55, de 07/04/2003) e SRRF/2a Região Fiscal (n° 46, de 10/11/2003) e em acórdãos do Conselho de Contribuintes. Especificamente em relação aos fatos geradores ocorridos em 31/12/2002, prossegue sua exposição alegando o seguinte: 1°) O Item 002 do AI de IRPJ tem relação direta com o discutido anteriormente, ou seja, a tributação das variações cambiais sobre investimentos em sociedades sediadas no exterior foi efetuada ao arrepio da lei, já que não existe qualquer determinação no sentido de que o valor da variação cambial de investimentos no exterior seja adicionado ao lucro líquido para efeito de apuração da base de cálculo do 1RPJ e da CSLL. 2°) Quanto ao Item 003 do AI, afirma que o art. 7° da IN SRF 213/02, que fundamentou o referido lançamento, é completamente ilegal, pois além de não estar consagrado na MP 2.158-35/2001, colide com os demais diplomas legais que regem a matéria. Aduz, ainda, que o art. 250 do R1R199, arrolado como fundamento para a autuação, não é aplicável ao caso analisado, porque a fiscalizada cumpriu exatamente o que reza o art. 389, parágrafo 2°, c/c o art. 247, parágrafo 2°, ambos do RIR199. Aproveita para renovar todos os seus argumentos no sentido de que as variações cambiais de investimentos no exterior não são tributáveis. Em socorro à sua tese, colaciona trabalho de autoria da Dra. Marilene Talarico Martins Rodrigues acerca dos limites da legalidade tributária. Em 09/11/2006, a impugnante traz aos autos razões aditivas à sua impugnação (fls. 566/574), relacionadas à ilegalidade do Art. 74 da MP . n° 2.158-35/2001 quanto à tributação do IRPJ e da CSLL, à violação pela referida norma legal ao princípio da irretroatividade insculpido no Art. 105 da CF/88 e à não incidência da CSLL sobre lucros auferidos nos anos calendário de 1996 a 2000, tendo em vista que antes da MP n° 2.158-35/2001 não existia dispositivo legal que determinasse tal tributação. Requer, ao final, seja declarada a nulidade dos autos de infração ou a total improcedência do lançamento. Convém esclarecer que a competência para julgamento do presente processo foi transferida para a DRJ/Fortaleza, conforme Portaria SRF n° 75, de 17 de janeiro r, de 2007, publicada no Diário Oficial da União de 18/01/2007. , • 4-, 4 Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 5 A 4a Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Fortaleza, em 27 de fevereiro de 2007, por unanimidade de votos, considerou procedente o lançamento, mantendo o crédito tributário exigido. O acórdão restou assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano-calendário: 2001, 2002 DISPONIBILIZAÇÃO DE LUCROS NO EXTERIOR. DECADÊNCIA. A fixação do termo inicial da contagem do prazo decadencial, na hipótese de lançamento sobre lucros disponibilizados por filiais, sucursais, coligadas ou controladas sediados no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a disponibilização (data do fato gerador), e não a data do auferimento dos lucros pela empresa controlada. TRIBUTAÇÃO EM BASES UNIVERSAIS. LUCROS DISPONIBILIZ4DOS POR FILIAIS, SUCURSAIS, COLIGADAS OU CONTROLADAS NO EXTERIOR. DATA DO FATO GERADOR. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. A data do fato gerador do lucro disponibilizado não se confunde com a data do auferimento do lucro, sendo assim, na apuração da exigência fiscal, aplica-se a legislação vigente à época da disponibilizaçã o dos lucros. -DISPONIBILIZAÇÃO DE LUCROS. TAXA DE CÂMBIO APLICÁVEL. Inexistindo disposição de lei em contrário, a conversão para reais deve ser feita pela taxa de câmbio da data da disponibilização dos lucros auferidos no exterior, fato gerador da obrigação tributária. NORMAS JURÍDICAS. ILEGALIDADE. À esfera administrativa não cabe apreciar questões acerca de ilegalidade de normas jurídicas, competência exclusiva do Poder Judiciário. Por sua vez, o julgador deve observar o disposto no art. 116, III, da Lei n°8.112, de 1990, bem assim o entendimento da SRF expresso em atos normativos. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido — CSLL Ano-calendário: 2001, 2002 • AUTOS REFLEXOS. CSLL. • Aplica-se ao lançamento de CSLL o que foi decidido em relação ao lançamento matriz, devido à estreita relação de causa e efeito existente entre eles. 5 Processo n° 16327.001346/2006-86 51-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 6 A fundamentação do voto condutor da decisão de 1'. Instância pode ser •resumida como segue: 1) quanto à decadência alegada pela contribuinte, a autoridade julgadora assim se manifestou: ... aplicando-se aos anos calendário de 1996 e 1997, o disposto no artigo 25 da Lei n° 9.249/95, c/c o artigo 2° da IN SRF n° 38/96, verifica-se que, ao contrário do que entende a impugnante, não houve, nesses períodos, a ocorrência do fato gerador do IRPJ ou da CSLL, e, conseqüentemente, não houve a alegada decadência relativa a tais períodos. A fixação do termo inicial da contagem do prazo decadencial, na hipótese de lançamento sobre lucros disponibilizados por empresa controlada sediada no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a disponibilização (data do fato gerador), e não a data do auferimento dos lucros pela empresa controlada. os lucros auferidos a partir de 2002 passaram a ser tributáveis na data do balanço levantado pela controlada (caput do art. 74, MP 2.158-2001), e os lucros acumulados ate 31/12/2001, em 31/12/2002, podendo haver antecipação se disponibilizados antes dessa data ( § único do art. 74). Portanto, também com relação aos anos-calendário de 1998 a 2000, não houve a ocorrência do fato gerador do TRPJ ou da CSLL e, conseqüentemente, não houve a alegada decadência relativa a tais períodos, pelos motivos já explicitados acima. 2) No mérito tem-se os argumentos abaixo descritos: 2.1) Variação cambial — taxa de câmbio aplicável: A autoridade julgadora considerou que de acordo com o explicitado na IN SRF n° 38/96 e na Lei n° 9.532/97 a conversão dos valores em moeda estrangeira deve ser feita na data do fato gerador, que não coincide com a data das demonstrações financeiras da controlada no exterior em que foram apurados os lucros, mas com a data da sua disponibilização. • E continua: Assim, nos termos do artigo 143 do CTN, como não existe disposição de lei em contrário, a conversão para reais deve ser feita na data do fato gerador da obrigação tributária, ou seja, na data da disponibilização dos lucros auferidos no exterior. Considerou, portanto, correta a conversão dos lucros pela taxa de câmbio da data da disponibilização e não na do dia 31 de dezembro dos anos em que os mesmos foram auferidos. 2.2) Variações cambiais sobre investimentos em sociedades sediadas no exterior Procede a exigência fiscal sobre a diferença apurada, na conversão em moeda nacional dos lucros auferidos pela contribuinte no exterior, em razão da utilização de taxa de câmbio em desacordo com a legislação tributária, visto decorrer de express (17-' \-) Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 7 disposição legal, não cabendo o tratamento tributário dado ao resultado da equivalência patrimonial como quer fazer crer a impugnante. Portanto, não há também qualquer vício no auto de infração decorrente do enquadramento legal questionado pela defendente. 2.3) Ilegalidade da IN SRF 213/02 e do art. 74 da MP n° 2.158-35/2001 e violação a principio constitucional. Justifica a falta de apreciação dos argumentos em razão do que determina o artigo 7° da Portaria do Ministro da Fazenda n° 58/2006, que disciplina a constituição das turmas e do funcionamento das Delegacias da Receita Federal de Julgamentô bem como na Súmula n° 2 do 1° Conselho de Contribuintes que reconhece a própria incompetência para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. 2.4) CSLL Conforme dispõe o art.144 do Código Tributário Nacional: Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. No caso em tela, ocorre o fato gerador pura e simplesmente quando os rendimentos se tornam disponíveis, hipótese particularmente corroborada pela legislação que trata dos lucros oriundos do exterior. Convém frisar que, in casu, as sociedades estrangeiras controladas pela autuada não são os sujeitos passivos da obrigação tributária e os lucros delas não são propriamente o objeto do lançamento fiscal, mas sim, respectivamente, a impugnante, empresa sediada no Brasil, e os lucros por ela auferidos no exterior por meio de suas controladas. Para a impug,nante, tais lucros vieram a surgir somente quando se tornaram disponíveis, ainda que gerados anteriormente. Assim, quando os lucros vieram a se tornar disponíveis, já estava plenamente em vigor a MP 1.858-6/1999, a norma que previa a incidência da CSLL, visto que a data do fato gerador do lucro disponibilizado não se confunde com a data do auferimento do lucro. - Logo, correta é a tributação dos lucros no exterior pela referida contribuição, para o caso de que se cuida. Inconformada com a decisão de 1'• Instância, da qual foi intimada em 25/10/2007, apresentou recurso voluntário em 23/11/2007, aduzindo o que segue: Em primeiro lugar, chama atenção para o fato de que, em sua impugnação discordou tão somente da tributação dos valores das variações cambiais contabilizadas, relativas aos lucros auferidos nos anos-calendário de 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000. Esclarece que ofereceu espontaneamente à tributação, em 31/12/2001, todos os valores relativos aos lucros auferidos pelos seus investimentos no exterior, apurados no período de 1996 a 2000, em virtude de os mesmos terem sido incorporados ao capital social das suas investidas, em 2001, motivo pelo qual a Autuada considerou-os disponibilizados em 31/12/2001, cumprindo assim integralmente o que determina o § 2°, "b", 4, do art. 1 0 da Lei n°9.532/97. E continua: 7 Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 8 Sendo assim, é evidente que os valores relativos às variações cambiais contabilizadas, relativas aos lucros auferidos nos anos- calendário de 1996 a 2000, ainda que fossem tributáveis, já tinham sido atingidos pela decadência em 04/09/2006, data em que foram lavrados os autos de infração ora guerreados. No tocante à impossibilidade de a fiscalização recalcular os valores de competência de períodos já decaídos, a recorrente ratificou os argumentos da impugnação. No mérito abordou os tópicos abaixo elencados: a) Taxa de câmbio aplicável: Chama atenção para o fato de que o art. 143 do CTN só seria aplicável, como decidido pelo órgão julgador de P. Instância, se não houvesse previsão legal dispondo de modo diferente. Assim, em razão do determinado pela Lei n° 9.249195, artigo 25, § 4°, que estabelece como taxa de câmbio para conversão dos lucros das controladas no exterior aquela vigente no dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados tais lucros, a observância do CTN estaria afastada nessa hipótese. Afirma que o art. 6°, § 3° da IN SRF n°213/02 ratifica seu entendimento. b) Variações cambiais Questiona a qual "expressa disposição legal" os ilustres julgadores a quo se referiram na decisão recorrida, para argumentar o que segue: Em verdade, a legislação de regência (art. 389, § 2°, do 12.112J99 e art. 11 da IN 38/96) determina que: i) os valores das variações cambiais ativas dos investimentos no exterior não são tributáveis visto inexistir lei que determine a sua tributação; ii) as variações cambiais dos lucros auferidos por investidas no exterior faz parte integrante do resultado da avaliação pelo método da equivalência patrimonial; iii) o resultado positivo da equivalência patrimonial dos investimentos no exterior não é tributável. Cita ementas de acórdãos do antigo Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda que reforçam seus argumentos. Reconhece que as soluções de consultas citadas na impugnação realmente só se aplicam às respectivas partes, mas ressalta que a própria Secretaria da Receita Federal se manifestou no sentido de que as variações cambiais em tela não são tributáveis. c) Ilegalidade do art. 7° da IN SRF 213/02 Critica a decisão recorrida que desprezou o texto do art. 389 do RIR199 para agarrar-se a um entendimento infundado da Administração Tributária esposado no art. 7° da 1N SRF 213/02. \\` ' 8 N'S. Processo n° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 9 Questiona: 'se a atividade da autoridade fiscal é vinculada à lei, como afirma a própria decisão recorrida, como o art. 389 do RIR/99 não foi considerado?" Cita o art. 389 do RIR199 para demonstrar que a variação cambial não é tributável. Além disso, cita decisões do 1° Conselho de Contribuintes que reconhecem ilegalidade de atos administrativos, contrariando a justificativa contida no voto condutor da decisão de P. Instância. d) Tributação pela CSLL A recorrente concorda com os dignos julgadores quando esclarecem, às fls. 592, que o início da incidência da CSLL sobre os lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior ocorreu somente quando da vigência da Medida Provisória n° 1.858-6/1999. --- Por conseguinte, os lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior, nos anos-calendário de 1996 a 1998, não sofrem a incidência da CSLL, devendo, conseqüentemente, ser cancelada a respectiva tributação de ofício, por absoluta falta de previsão e) Tributação reflexa A recorrente pede aos ilustres Conselheiros que, ao determinarem o cancelamento dos lançamentos relativos ao IR13.1 também determinem o cancelamento dos lançamentos • reflexos, relativos à CSLL. Ao final requer, preliminarmente, a reforma da decisão recorrida para declarar a nulidade dos lançamentos de oficio. Ultrapassada, se for o caso, a preliminar, pleiteia a reforma da decisão recorrida para determinar a total improcedência das exigências consubstanciadas nos Autos de Infração. A Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contra-razões de fls. 622 a 646 reforçando os argumentos da decisão de 1'. Instância, requerendo a negativa do provimento do recurso voluntário e a manutenção incólume da decisão de P. Instância. É o relatório. d) - \ 9 Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n." 1202-00.273 Fl. 10 Voto Conselheira Valéria Cabral Géo Verçoza, Relatora O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. As matérias em litígio tratadas nos autos referem-se à decadência do direito de a Fazenda Nacional efetuar o lançamento para a tributação dos lucros apurados em controlada no exterior, nos anos-calendário de 1996 a 2000, à taxa de câmbio para a conversão para reais dos montantes de lucros disponibilizados por controlada no exterior, ao tratamento tributário da variação cambial dos investimentos no exterior em empresas controladas que utilizam o método da equivalência patrimonial, à impossibilidade de tributação da CSLL para lucros disponibilizados em 2001 apurados anteriormente a 3111211999. Decadência O assunto é recorrente no órgão administrativo de julgamento de 2 a Instância sendo que a corrente majoritária reconhece que a fixação do termo inicial para a contagem do prazo de decadência, na hipótese de lançamento sobre lucros apurados por empresa controlada sediada no exterior deve ter como referência a data em que considera ocorrida a sua disponibilização e não a data do auferimento dos lucros pela empresa controlada. Rejeito a preliminar de decadência do direito de a Fazenda Nacional realizar o lançamento, haja vista que o fato gerador do tributo exigido pelo Fisco foi a disponibilização do lucro no ano de 2001, por meio do aumento de capital. A legislação tributária vigente à época do levantamento do lucro, 1996 e 1997, previa que a tributação ocorreria na data da apuração do lucro, entretanto, com a mudança legislativa processada em 1997 por meio da Lei n° 9.532, o momento da incidência do Imposto de Renda Pessoa Jurídica foi deslocado para a data na qual esse lucro tornou-se disponível para a empresa controladora. Assim, não há que falar em decadência quanto aos lucros apurados em 1996 e 1997, quando sua disponibilização aconteceu em 31 de dezembro de 2001 e o lançamento do IRPJ em 04 de setembro de 2006, portanto, há menos de cinco anos. Apenas para reforçar o entendimento aqui esposado, cito decisões do extinto 1 0. Conselho de Contribuintes: JRPJ — TERMO INICIAL — CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL —LUCRO DISPONIBILIZADO NO EXTERIOR POR EMPRESA CONTROLADA SEDIADA NO EXTERIOR A fixação do termo inicial para contagem do prazo de decadência, na hipótese de lançamento sobre lucros apurados por empresa controlada sediada no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a sua disponibilização , e não na data do auferimento dos lucros pela empresa controlada. (Acórdão 108-09592, Recurso 155413, C; I o Processo n`' 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 11 Processo 16327.001359/2005-74, 8° Câmara, Recorrente: Marcep Corretagem de Seguros Ltda.) PRELIMINAR — DECADÊNCIA — O prazo decadencial se conta a partir do momento em que o Fisco poderia efetuar o lançamento, no caso da tributação de lucros auferidos por controlada no exterior, na data do momento temporal do fato gerador legalmente eleito. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR — MOMENTO DO FATO GERADOR — A Lei 9.532/1997 não atuou modificando a data da ocorrência do fato gerador, mas, tão-somente, deslocou o seu componente temporal, indicando o momento em que esses lucros deveriam ser oferecidos à tributação. (Acórdão 101- 96364, Recurso 155699, Processo 16327.002001/2005-69, 1". Câmara, Recorrente: Thyssen Krupp Metalúrgica Campo Limpo Ltda.) DECADÊNCIA - A fixação do termo inicial da contagem do prazo decadencial, na hipótese de lançamento sobre lucros disponibilizados por empresa controlada sediada no exterior, deve levar em consideração a data em que se considera ocorrida a disponibilização , e não na data do auferimento dos lucros pela empresa controlada. (Acórdão 101-96652, Recurso 158959, Processo 16327.001116/2006-17, 1° Câmara, Recorrente: Banco Safra S.A) DECADÊNCIA — DISPONIBILIZAÇÃO DE LUCROS NO EXTERIOR — FATO GERADOR — ANOS-CALENDÁRIO 1996 E 1997 — A simples apuração de lucros por empresa controlada situada no exterior não implica, por si só, em disponibilização de lucros para a controladora no Brasil, condição necessária para caracterização da ocorrência do fato gerador do IRRI no regime implantado pelo art. 25 da Lei 9.249/95, nos anos-calendário 1996 e 1997. Descabido falar-se em decadência do direito de constituir o crédito tributário quando não ocorreu fato gerador. (Acórdão 103-22638, Recurso 149977, Processo 16327.001085/2005-13, 3". Câmara, Recorrente: International Paper do Brasil Ltda.) Taxa de Câmbio • No que diz respeito à taxa de câmbio a ser aplicada para a conversão para Reais dos lucros recebidos, razão assiste à recorrente, uma vez que a conversão dos mesmos se deu pela taxa de câmbio do dia das demonstrações financeiras que apurou os lucros disponibilizados nos respectivos anos-calendário de 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000 em virtude do disposto no §4° do artigo 25 da Lei n° 9.249/95, consolidado no § 7° do artigo 394 do RIR/99, assim redigido: "Art. 394. Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas correspondente ao balanço levantado em 31 de r) dezembro de cada ano (Lei n° 9.249, de 1995, art. 25). 11 • Processo ri° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00173 Fl. 12 § 70 Os lucros a que se referem os §§ 5° e 6° serão convertidos em Reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros da filial, sucursal, controlada e coligada (Lei n° 9.249, de 1995, art. 25, § 4°)." Portanto, incabível a exigência fiscal quanto à diferença de aplicação de taxa de câmbio entre a data da apuração do lucro e a data da sua disponibilização, devendo ser cancelada a exigência descrita nos itens 1 e 2 dos Autos de Infração, fls. 484 e 492. A jurisprudência do Conselho de Contribuintes (atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) é no sentido de que a taxa de conversão é aquela da data do balanço em que foi apurado o resultado. Vejamos algumas ementas: IRPJ — LUCRO AUFERIDO POR CONTROLADA NO EXTERIOR — TAXA DE CÂMBIO PARA CONVERSÃO PARA REAIS — Ao teor do § 7° do artigo 394 do RIR/99, cuja matriz legal é o § 4° do artigo 25 da Lei n°9.249/95, os lucros auferidos no exterior serão convertidos para reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que foram apurados. (Acórdão 108-09592, Recurso 155413, Processo 16327.001359/2005-74, 8° Câmara, Recorrente: Marcep Corretagem de Seguros Ltda.) LUCROS NO EXTERIOR — TAXA DE CONVERSÃO PARA A MOEDA NACIONAL — A conversão para a moeda nacional dos lucros auferidos no exterior por coligadas ou controladas deve ser feita pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que foram apurados. (Acórdão 105-17124, Recurso 157672; Processo 16327.000276/2006-49, 5° Câmara, Recorrente: Duratex Comercial e Exportadora S.A) CONVERSÃO DE LUCROS NO EXTERIOR PARA MOEDA NACIONAL — TAXA DE CÂMBIO — Os lucros auferidos no exterior serão convertidos em Reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros da filial, sucursal, controlada ou coligada no exterior. (Acórdão 103-22638, Recurso 149977, Processo 16327.001085/2005-13, 3". Câmara, Recorrente: International Paper do Brasil Ltda) IRP.I — LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR — CONVERSÃO —A teor do disposto no § 7° do art. 394 do RIR199, que reiterou o disposto no art. 25, § 4° da Lei 9.249/95, para efeito de conversão para o Real, os lucros auferidos no exterior devem ser convertidos pela taxa de câmbio, para venda, dos dias das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados os lucros da controlada e coligada. (Acórdão 101-96318, Recurso 153732, Processo 16327.001967/2005-89, 1'. Câmara, Recorrente: Usina Barra Grande de Lençóis S.A) - Variação Cambial A questão da tributação da variação cambial foi brilhantemente analisada pelo Conselheiro Relator Valmir Sandri ao elaborar o voto condutor da decisão de 2'. Instância 12 NN. Processo n° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 13 no Recurso 153.731 consubstanciado no Acórdão 101-96317, sessão de julgamento realizada em 13/09/2007. Portanto, peço venha para adotar sua argumentação, a qual passo a transcrever: De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fl. 311/317), a suposta infração decorreu do fato da contribuinte ter excluído na determinação do lucro real e 'da base de cálculo da CSLL, os valores relativos ao resultado positivo da equivalência patrimonial no ano-calendário de 2002, mantido pela r. decisão recorrida, ao argumento de que a norma disposta no art. 7°. da IN SRF n. 213/2002, determina a sua tributação, independentemente de ser resultante de lucros apurados na investida ou decorrente de variação cambial. Por seu turno, alega a Recorrente que o disposto no § 1°. do art. 7 a . da IN SRF n. 213/2002, põe-se, à evidência, em conflito com regra regulamentar preexistente, que regulando a mesma matéria, dispõe em sentido diametralmente oposto, ou seja, que o resultado da equivalência patrimonial de investimentos no exterior não teve seu tratamento fiscal afetado em face das novas regras de tributação aplicáveis ao resultado de tais investimentos, o que implica em permissão para excluí-lo na apuração do lucro real e da base de cálculo da CSLL, tendo em vista o disposto no art. 389, caput e § 1°, do R1R199, e no art. 2°, § 1°., alínea c, inciso 1, da Lei n. 7.689/88. A propósito do tema, convém proceder à apreciação dos dispositivos que regem a matéria, a começar pelo artigo 25, § 2°, inciso II, da Lei n° 9.249, de 1995, que alterou a sistemática de tributação dos lucros auferidos no exterior, que dispõe: "Art. 25. Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior serão computados na determinação do lucro real das pessoas jurídicas, correspondente ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano. § I ° omissis sç 2°. Os lucros auferidos por filiais, sucursais ou controladas, no exterior, de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil serão computados na apuração do lucro real com observância do seguinte: 1 — as filiais, sucursais e controladas deverão demonstrar a apuração dos lucros que auferirem em cada um de seus exercícios fiscais, segundo as normas da legislação brasileira; II — os lucros a que se refere o inciso I serão adicionados ao lucro líquido da matriz ou controladora, na proporção de sua participação acionária, para apuração do lucro real." A interpretação do comando inserto no caput, conjugada com o disposto no § 2°, item II, do artigo 25 supra, nos conduz ao entendimento de que deverão ser adicionados ao lucro líquido da controladora, quando por ela auferidos, os lucros auferidos pela controlada no exterior, na proporção de sua participação acionária. A partir dessa assertiva, resta examinar se os resultados positivos da avaliação de investimentos, pelo método de equivalência patrimonial, enquadram-se no dispositivo acima. Para tanto, consideramos conveniente tecer algumas considerações preliminares sobre a legislação comercial e fiscal que cuida da avaliação de investimentos qualificados de relevantes. 13 Processo n° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 14 Em primeiro lugar, é importante sublinhar que a avaliação do investimento em sociedade coligada ou controlada, mediante a aplicação do método de equivalência patrimonial, antes de fundar-se em norma tributária, fora tomada obrigatória por imposição da Lei das Sociedades Anônimas - Lei n° 6.404, de 15/12/1976, artigo 248 -, com vistas à transparência das demonstrações financeiras das empresas, de sorte a que reflitam, com a maior fidelidade possível, o valor patrimonial desses investimentos. Essa legislação, portanto, dirige-se precipuamente ao interesse dos sócios, da empresa, e do próprio mercado. A par disso, para manter íntima coerência com essas disposições de direito privado, o legislador se viu compelido a dar-lhe conveniente e adequado tratamento perante o direito tributário, o que se fez mediante a reprodução dessas normas pelo Decreto-lei n° 1.598/77, artigo 67, inciso XI, alterado pelo Decreto-lei n° 1.648/78, sem maior relevância, a não ser a de declarar a intributabilidade do acréscimo de valor decorrente da avaliação do investimento acionário, consoante dispõem os Decretos-leis n's 1.598/77, arts. 23 e 33, parágrafo 2°, e 1.648/78, art. 1°, incisos IV e V, consolidados nos artigos 389 e 428 do R112/99, aprovado pelo Decreto n° 3.000/99, que prescrevem, verbis: "Art. 389 — A contrapartida do ajuste de que trata o art. 388, por aumento ou redução no valor de patrimônio liquido dos investimentos não será computada na determinação do lucro real". (Decretos-lei les 1.598/77, art. 23, e 1.648/78, art. 1 0, inciso IV) "Art. 428 — Não será computado na determinação do lucro real o acréscimo ou diminuição do valor do patrimônio liquido de investimentos, decorrente de ganho ou perda de capital por variação na percentagem de participação do contribuinte no capital social da coligada ou controlada." (Decreto-Lei n° 1.598/77, art. 33, ,§ 2°, e Decreto-Lei n. 1.648/78, art. 1°, inciso Essa expressa exclusão de incidência do imposto de renda objetivou exatamente neutralizar eventual tributação em cascata que pudesse advir da absoluta necessidade e conveniência de adaptação do conjunto do sistema de normas contábeis ao campo fiscal. O registro contábil do resultado do método de equivalência patrimonial na empresa investidora nada mais simboliza que a avaliação do valor do investimento segundo os resultados auferidos pela investida, sejam estes positivos ou negativos, de modo a refletir, fielmente, o valor patrimonial dos investimentos, o que propicia maior transparência das demonstrações financeiras das empresas. Por sua vez, a aplicação do referido método pode apontar resultado positivo, e nesse caso, a lei tributária houve por bem excluí-lo da tributação, mantendo, assim, identidade e coerência com outras normas, segundo as quais não se sujeitam ao imposto de renda, os rendimentos de participação societária, quando recebidos por pessoa jurídica. Essas normas foram consolidadas pelo R1R199, em seu artigo 379, parágrafo 1°, ad litteram: "Art. 379 — Ressalvado o disposto no artigo 380 e no .5Ç 10 do artigo 388, os lucros e dividendos recebidos de outra pessoa \.\ \\\ 14 Processo n° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 15 jurídica integrarão o lucro operacional (Decreto-lei n°1.598/77, arts. 11 e 19, inciso 11). § 1 0. Os rendimentos de que trata este artigo serão excluídos do lucro líquido, para determinar o lucro real, quando estiverem sujeitos à tributação nas firmas ou sociedades que os distribuíram (Decreto-Lei n°5.844, de 1943, art. 43, § 2°, alínea "c", e Lei n° 3.470, de 1958, art. 70)." Por seu turno, para manter uma coerência, os lucros e dividendos quando efetivamente recebidos, devem estes ser tomados como redução do valor do • investimento, conforme prescreve o parágrafo 1°, do artigo 388, do R11R199, verbis: Art. 388. omissis Parágrafo I° - Os lucros ou dividendos distribuídos pela coligada ou controlada deverão ser registrados pelo contribuinte como diminuição do valor de patrimônio líquido do investimento, e não influenciarão as contas de resultado (Decreto-Lei n°1.598/77, art. 22, parágrafo único)." Pelo que foi demonstrado acima, depreende-se que os resultados da avaliação dos investimentos, pelo método de equivalência patrimonial, segundo a legislação do Imposto de Renda, não se enquadram na categoria de lucros auferidos pela controladora sujeitos à incidência desse Imposto, vez que os mesmos são tributados, por ocasião de sua apuração, na sociedade investida. Com efeito, o Decreto-lei n° 1.598, de 1977, que introduziu a sistemática de avaliação de investimentos no campo tributário, excluiu, de forma expressa, a incidência tributária, não só das contrapartidas dos ajustes do valor dos investimentos • realizados no País (art. 23, caput), como também daqueles feitos em sociedades estrangeiras (art. 23, parágrafo único), in verbis: "Art. 23. omissis Parágrafo único. Não serão computadas na determinação do lucro real as contrapartidas de ajuste do valor do investimento ou da amortização do ágio ou deságio na aquisição, nem ganhos ou perdas de capital derivados de investimentos em sociedades estrangeiras coligadas ou controladas que não funcionem no País." Por seu turno, a Lei n° 9.249, de 1995, manteve expressamente a exclusão desses resultados da incidência tributária, consoante estabelecido no § 6°, do artigo 25, sob análise: "§ 6°. Os resultados da avaliação dos investimentos no exterior, pelo método de equivalência patrimonial, continuarão a ter o tratamento previsto na legislação vigente, sem prejuízo do disposto nos §§ 1°, 2° e 3°. " Nesse sentido, ao disciplinar a aplicação do mencionado dispositivo, o artigo 11, parágrafo único da Instrução Normativa SRF n° 38/96, afastou qualquer dúvida que ainda pudesse remanescer acerca da intributabilidade dos resultados em questão, esclarecendo, com todas as letras que os mesmos deverão ser excluídos (se positivos) ou adicionados (se negativos) quando da determinação o lucro real, ipsis litteris: 15 \I Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 16 "Art.11. A contrapartida do ajuste de investimento no exterior avaliado pelo método da equivalência patrimonial, não será computado na determinação do lucro real. Parágrafo único — Para efeito do disposto neste artigo, os resultados positivos decorrentes do referido ajuste, computados no lucro líquido da empresa no Brasil, poderão ser dele excluídos, enquanto que os resultados negativos deverão ser a ele adicionados, quando da determinação do lucro real." Resta mais que evidenciado, portanto que, não obstante as alterações introduzidas na tributação dos resultados auferidos no exterior por intermédio da Lei n° 9.249/95, bem como o disposto no artigo 1° da Lei n° 9.532/97, que alterou a citada lei (Lei n° 9.249/95), com vigência a partir de 10 de janeiro de 1998, que o tratamento tributário dispensado aos resultados de avaliação de investimentos no exterior manteve-se inalterado tão somente até o advento da MP 2.158-35, de 24 de agosto de 2001, eis que a partir dali, por intermédio de seu artigo 74, ficou alterada a rega da disponibilização do lucro no exterior. Sendo assim, por não caber a esse órgão negar aplicação ao referido dispositivo legal (art. 74 da MP 2.158-35, de 2001), cumpre apenas analisar se o artigo 70 da IN SRF 213/2002 extrapolou a lei. É inquestionável que, a partir da Lei 9.249/95, os lucros obtidos por. intermédio das controladas ou coligadas no exterior são tributáveis na investidora no Brasil. O artigo 74 da MP 2.158-35, de 2001 define o momento da disponibilização, para efeito de tributação. Assim, uma vez que o resultado da equivalência patrimonial apenas atesta a apuração dos lucros pela coligada ou controlada, a determinação contida na IN SRF n° 213/02, para a inclusão na base de cálculo do lucro real e da CSLL do resultado positivo dessa equivalência, apenas concretiza o comando fixado pelo art. 74 da Medida Provisória n° 2.158-35/2001, que determina que os lucros auferidos por controlada ou coligada no exterior serão considerados disponibilizados para a controladora ou coligada no Brasil na data do balanço no qual tiverem sido apurados, bem como, determina que os lucros apurados por controlada ou coligada no exterior até 31 de dezembro de 2001 serão considerados disponibilizados em 31 de dezembro de 2002, salvo se ocorrida, antes desta data, qualquer das hipóteses de disponibilização previstas na legislação em vigor. Em sendo assim, agiu com acerto a r. decisão recorrida que manteve a exigência decorrente dos resultados positivos da equivalência patrimonial apurado pela Recorrente. Por seu turno, entendo que deve ser afastada da tributação, como exclusão, a parcela referente à variação cambial, eis que a mesma representa a expressão do valor em moeda estrangeira investida inicialmente, nada tendo em comum com os lucros gerados no exterior. De fato, essa questão já foi apreciada pela Superintendência da 9' Região - Fiscal, na solução das Consultas n° 54 e 55, tendo restado esclarecida a contrapartida de ajuste do valor do investimento em sociedades estrangeiras, coligadas ou controladas que não funcionem no pais, decorrente da variação cambial, a qual não será computada na determinação do lucro real. 16 \\"\ Processo n° 16327.001346/2006-86 S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 17 Esta Câmara também enfrentou a matéria, que foi objeto do Acórdão 101- 94.747, de 2004, conduzido pelo voto do ilustre Conselheiro Mário Junqueira Franco Júnior, que anotou dever ser excluída da exigência a parcela referente à variação cambial. No seu voto, destacou o eminente Conselheiro : "O debate sobre esta assertiva poderia ser acirrado, não fosse o reconhecimento da própria Receita Federal, como nas Consultas 54 e 55 da 9a Região Fiscal, que possuem a seguinte ementa: "A contrapartida de ajuste do valor do investimento em sociedades estrangeiras, coligadas ou controladas que não funcionem no país, decorrente da variação cambial, não será computada na determinação do lucro real." E para por pá de cal na questão, transcrevo texto da mensagem de veto ao artigo 46 do projeto de conversão da MP 135/03, que, por sua vez, buscava criar tributação sobre a variação cambial de investimentos no exterior: "MENSAGEM Ir 795, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2003. Senhor Presidente do Senado Federal, Comunico a Vossa Excelência que, nos termos do § ldo art. 66 da Constituição, decidi vetar parcialmente, por contrariedade ao interesse público, o Projeto de Lei de Conversão rrg 30, de 2003 (MP n° 135/03), que "Altera a Legislação Tributária Federal e dá outras providências". Ouvido, o Ministério da Fazenda manifestou-se quanto ao seguinte dispositivo: Art. 46 "Art. 46. A variação cambial dos investimentos no exterior avaliados pelo método da equivalência patrimonial é considerada receita ou despesa financeira, devendo compor o lucro real e a base de cálculo da CSLL relativos ao balanço levantado em 31 de dezembro de cada ano-calendário." Razão do veto "Não obstante tratar-se de norma de interesse da administração tributária, a falta de disposição expressa para sua entrada em vigor certamente provocará diversas demandas judiciais, patrocinadas pelos contribuintes, para que seus efeitos alcancem o ano-calendário de 2003, quando se registrou variação cambial negativa de, aproximadamente, quinze por cento, o que representaria despesa dedutível para as pessoas jurídicas com controladas ou coligadas no exterior, provocando, assim, perda de arrecadação, para o ano de 2004, de significativa monta, comprometendo o equilíbrio fiscal." Esta, Senhor Presidente, a razão que me levou a vetar o dispositivo acima mencionado do projeto em causa, a qual ora submeto à elevada apreciação dos Senhores Membros do Congresso Nacional. , 17 Processo n° 16327.001346/2006-86 SI-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 18 Brasília, 29 de dezembro de 2003." Se não é despesa, também não pode ser receita." Ante o acima exposto, voto no sentido DAR provimento PARCIAL ao presente item para afastar (excluir) da tributação a parcela correspondente à variação cambial. As considerações acima aplicam-se ao caso presente, devendo, portanto, serem excluídos os itens 03 dos respectivos autos de infração (fls. 485 e 492) que se referem à variação cambial decorrente do resultado da equivalência patrimonial. Ilegalidade do art. 7° da IN SRF 213/02 Entendo ser aplicável à situação descrita nos autos o artigo 389 do RIR/99, cuja matriz legal são os Decretos-Lei n° 1.598/77 e n° 1.648/78. Vejamos o dispositivo legal do Regulamento do Imposto de Renda: Art. 389 - A contrapartida do ajuste de que trata o art. 388, por aumento ou redução no valor de patrimônio líquido do investimento, não será computada na determinação do lucro real (Decreto-Lei n2 1.598, de 1977, art. 23, e Decreto-Lei n 2 1.648, de 1978, art. 12, inciso M. §12 Não serão computadas na determinação do lucro real as contrapartidas de ajuste do valor do investimento ou da amortização do ágio ou deságio na aquisição de investimentos em sociedades estrangeiras coligadas ou controladas que não funcionem no País (Decreto-Lei n2 1.598, de 1977, art. 23, parágrafo único, e Decreto-Lei n2 1.648, de 1978, art. 1 2, inciso IV). §22 Os resultados da avaliação dos investimentos no exterior pelo método da equivalência patrimonial continuarão a ter o tratamento previsto nesta Subseção, sem prejuízo do disposto no art. 394 (Lei n2 9.249, de 1995, art. 25, §6-9. Tributação da CSLL Também em relação à tributação da CSLL adoto a argumentação do Conselheiro Valmir Sandri esposada no acórdão 101-96317, Recurso 153731, a saber: Com relação à contribuição social sobre o lucro líquido, é de se observar que a despeito de se tratar exigência calculada com base nas mesmas infrações apuradas no âmbito do imposto de renda da pessoa jurídica (lançamento decorrente), que por mais das vezes constitui prejulgado ao que foi decidido 730 processo principal (MV), entendo que no presente caso deve ser afastado da tributação os lucros auferidos no exterior até a vigência da MP ri. 1.858-8, de 27.08.99 (atual MP n. 2.158-35/01) - acrescido de 90 (noventa) dias em vista do prazo nonagesimal eis que até ali, os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior por pessoas jurídicas domiciliadas no " Brasil estavam sujeitos exclusivamente ao imposto de renda. \(7-, 18 Processo n° 16327.001346/2006-86 • S1-C2T2 Acórdão n.° 1202-00.273 Fl. 19 Cumpre salientar que várias decisões do Conselho de Contribuintes reconhecem que não é exigível a CSLL sobre lucros auferidos no exterior até o advento da MP 1.858-6, ou seja, até setembro de 1999. Citamos os seguintes acórdãos: CSLL — TRIBUTAÇÃO DE LUCROS, RENDIMENTOS E GANHOS DE CAPITAL AUFERIDOS NO EXTERIOR — Os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior passaram a sofrer incidência da CSLL com o advento do art. 19 da MP 1.858-6/99, publicada no DOU de 30/06/99. (Acórdão 103-22638, Recurso 149977, Processo 16327.001085/2005-13, 3 a. Câmara, Recorrente: International Paper do Brasil Ltda) CSLL — LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR — Tratando-se de lucros auferidos por controladas, no exterior, de pessoa jurídica domiciliada no país, a Lei n°9.532, de 1997, não atuou modificando a data da ocorrência do fato gerador, mas tão- somente, deslocou o momento em que esses lucros deveriam ser oferecidos à tributação, homenageando, no caso, os princípios da uniformidade e da realização. Nessa linha, a tributação da CSLL em bases universais só se aplica aos lucros auferidos a partir de 1° de outubro de 1999. ( Acórdão 108-09789, Recurso 158733, Processo 16327.001170/2006-62, 8a. Câmara, Recorrente: Companhia Agrícola Zillo) Finalmente, quanto à tributação reflexa da CSLL, tem-se que o decidido no julgamento do lançamento principal do Imposto de Renda Pessoa Jurídica faz coisa julgada no dele decorrente, no mesmo grau de jurisdição, ante a íntima relação de causa e efeito entre eles existente. Por todo o exposto, voto no sentido rejeitar a preliminar de decadência e, no mérito, dar provimento ao recurso voluntário. É como voto. Sala das Sessões, em 06 de abril de 2010 I ) ou (.12 '2"-1',/ Ve7C(.V».9,-- Vaiéria Cabral Géo Verçoza 19 k$: . MINISTÉRIO DA FAZENDA s'fik1SN CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Processo : 16327.001346/2006-86 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 30 do artigo 81 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Portaria MF n° 259/2009), intime-se o(a) Senhor(a) Procurador(a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Primeira Seção do CARF, a tomar ciência do inteiro ter do Acórdão n° 1202-00.273. Brasília - DF, em 08 de julho de 2010 José Roierto França Secretári6 da r Câmara da Primeira Seção CARF Ciente, com a observação abaixo: [ ] Apenas com Ciência [ ] Com Recurso Especial [ ] Com Embargos de Declaração Data da ciência: Procurador(a) da Fazenda Nacional 1
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003540/2005-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 01 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Data do fato gerador: 31/01/2000, 29/02/2000, 31/03/2000
DECAÊNCIA - PAGAMENTO
Para aplicação da regra decadencial do art. 150, § 4º do CTN, é necessária a comprovação do pagamento, ainda que parcial, do tributo.
Numero da decisão: 1401-001.751
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso de ofício e DETERMINAR que a DRJ avance no mérito. Vencidos os Conselheiros Livia De Carli Germano (Relatora), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin e Aurora Tomazini de Carvalho. Designado o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes para redigir o voto vencedor.
ANTONIO BEZERRA NETO - Presidente.
(assinado digitalmente)
LIVIA DE CARLI GERMANO - Relatora.
(assinado digitalmente)
GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES - Redator designado.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO BEZERRA NETO (Presidente), LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, LIVIA DE CARLI GERMANO, MARCOS DE AGUIAR VILLAS BOAS, RICARDO MAROZZI GREGORIO, JULIO LIMA SOUZA MARTINS, AURORA TOMAZINI DE CARVALHO.
Nome do relator: LIVIA DE CARLI GERMANO
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/01/2000, 29/02/2000, 31/03/2000 DECAÊNCIA PAGAMENTO Para aplicação da regra decadencial do art. 150, § 4º do CTN, é necessária a comprovação do pagamento, ainda que parcial, do tributo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso de ofício e DETERMINAR que a DRJ avance no mérito. Vencidos os Conselheiros Livia De Carli Germano (Relatora), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin e Aurora Tomazini de Carvalho. Designado o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes para redigir o voto vencedor. ANTONIO BEZERRA NETO Presidente. (assinado digitalmente) LIVIA DE CARLI GERMANO Relatora. (assinado digitalmente) GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES Redator designado. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 35 40 /2 00 5- 96 Fl. 540DF CARF MF 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: ANTONIO BEZERRA NETO (Presidente), LUCIANA YOSHIHARA ARCANGELO ZANIN, GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, LIVIA DE CARLI GERMANO, MARCOS DE AGUIAR VILLAS BOAS, RICARDO MAROZZI GREGORIO, JULIO LIMA SOUZA MARTINS, AURORA TOMAZINI DE CARVALHO. Relatório Tratase de auto de infração relativo aos fatos geradores ocorridos em 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000, para exigência de imposto sobre a renda de pessoa jurídica, no valor de R$ 9.438.112,01, acrescido de multa de oficio de 75% e de encargos moratórios. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida: 2. De acordo com o termo de constatação fiscal de fls.26/27, foi realizada revisão interna motivada pela análise do pedido de compensação protocolado em 09/01/2002, do valor de R$ 9.438.112,01 recolhido a maior, a titulo de IRPJ FINAM estimativa (código 6692) com débitos de lucro inflacionário (código 3320) referentes aos períodos de apuração 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000. Os débitos não foram declarados na DCTF. 3. Em análise aos livros contábeis relativos aos anos calendário de 1999 e 2000, à documentação referente à apuração e controle do lucro inflacionário, bem como à documentação referente à constituição do interessado e a posterior recepção de parcela do patrimônio da Companhia Energética de Sao Paulo CESP, a fiscalização verificou de forma clara no Protocolo de Cisão ParcialCESP que as obrigações relativas ao imposto de renda sobre o lucro inflacionário (Lei 8.200/1991) foram transferidas para o interessado. 4. O interessado apresentou o controle do lucro inflacionário diferido até 1992, onde se identificou o saldo inicial transferido da CESP e as realizações mensais que se seguiram após a transferência. A CESP teria optado pela realização favorecida do lucro inflacionário, estabelecida no art. 31, I, da Lei n° 8.541/1992 (120 parcelas). 5. Uma vez que o interessado não recolheu as parcelas 62 (jan/2000) e 63 (fev/2000), e a parcela 64 (mar/2000) foi recolhida a menor, e considerando que de acordo com as orientações constantes da Nota Técnica Conjunta SRRF08/Difis/Divat/Disit n° 01/2004, referentes aos procedimentos relativos aos processos pendentes de pedidos de compensação apresentados até a publicação da Medida Provisória n° 135/2003, em 31/10/2003, os débitos não confessados deveriam ser lançados de oficio, a teor do art. 454 do RIR/1999, o interessado foi autuado em 19/12/2005 por Fl. 541DF CARF MF Processo nº 19515.003540/200596 Acórdão n.º 1401001.751 S1C4T1 Fl. 541 3 falta de recolhimento de imposto de renda sobre realização incentivada de lucro inflacionário. 6. Irresignado, o interessado apresentou em 23/01/2006 a impugnação de fls.35/63, acompanhada dos documentos de fls.64/287, alegando, em síntese, o que se segue: a obrigação relativa ao pagamento do imposto sobre a renda sobre o lucro inflacionário teve origem na CESP, em 31/12/1994, quando a referida sociedade optou por amortizála em 120 meses (art. 31 da Lei n°8.541/1992), por meio de recolhimentos mensais e sucessivos no valor de R$ 5.243.395,56, vencendo a primeira parcela em 31/12/1995 e a última em 31/12/2004. Tal obrigação lhe foi transferida em 23/03/1999, a partir da parcela 52/120, ao ser constituída a partir da cisão parcial da CESP para integrar o Programa Estadual de Desestatização; nos períodos de apuração encerrados em 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000, cometeu um equivoco por ocasião do preenchimento do DARF, ao indicar o código da receita destinado ao Fundo de Desenvolvimento da Amazônia — FINAM (código 6692). Conseqüentemente, nos períodos de 31/01/2000 e 29/02/2000, ao invés de proceder ao recolhimento do imposto de renda sobre o lucro inflacionário no valor de R$ 5.243.395,56, sob o código de receita n° 3320, recolheu de forma integral sob o código 6692 (FINAM); no período de apuração encerrado em 31/03/2000, recolheu erroneamente sob o código 6692 o montante de R$ 1.782.754,49. Sob o código 3320, foi recolhido o valor de R$ 3.460.641,07; em 09/01/2002, protocolou o pedido de restituição e compensação, que deu origem ao processo n° 11831.000528/2002 92, por meio do qual pretende restituir os valores que foram recolhidos erroneamente sob o código 6692 e compensálos com o imposto de renda sobre o lucro inflacionário. a Divisão de Orientação e Análise Tributária DIORT, por meio do despacho decisório, proferido em 13/11/2003, indeferiu o Fl. 542DF CARF MF 4 pedido de restituição e decidiu não homologar as compensações. Além disso, deu ensejo à constituição, com o acréscimo de juros e multa de mora de 20%, de débito tributário no valor de R$ 17.640.303,23, conforme comprova documento de fl.128; em 20/01/2004, apresentou manifestação de inconformidade à Delegacia de Receita Federal de Julgamento em Sao Paulo, que negou seu provimento. Foi interposto recurso voluntário ao Primeiro Conselho de Contribuintes, onde se encontra atualmente aguardando julgamento; em 23/12/2005, surpreendeuse com o recebimento de auto de infração que formaliza exigência de crédito tributário relativo ao suposto débito de imposto de renda sobre o lucro inflacionário que está sendo discutido nos autos do processo administrativo n° 11831.000528/200292; o auto de infração em questão é nulo, vez que os créditos tributários nele consubstanciados já terem sido declarados por meio de pedido de compensação que, a partir de 29/08/2002, foi convertido em declaração de compensação e, conseqüentemente, passou a gozar de todos os efeitos previstos no art. 74 e parágrafos da Lei n° 9.430/1996, com as alterações introduzidas pela Medida Provisória n° 66/2002, convertida na Lei n° 10.637/2002, e pela Medida Provisória n° 135/2003, convertida na Lei n° 10.883/2003; a autoridade autuante ao exigir valores que já foram declarados e cuja exigência foi devida e efetivamente formalizada pela DIORT por ocasião do indeferimento do pedido de restituição e compensação, estaria cobrando o suposto crédito tributário em duplicidade. Inclusive, agravada pela aplicação de multa de oficio de 75%, poderia caracterizar prática de excesso de exação; os tribunais administrativos têm entendido que prescinde de ato especifico da autoridade administrativa para legitimar a exigência fiscal nas hipóteses de débitos declarados; entretanto, a autoridade fiscal com fulcro em uma mera norma técnica de procedimento interno da Secretaria da Receita FederalSRF, que sequer foi publicada nos órgãos oficiais de imprensa, contrariando o principio administrativo da publicidade, houve por bem lavrar o auto de infração em questão; a Norma Técnica n° 01/2004 extrapolou flagrantemente os limites da lei em total afronta ao principio da legalidade previsto no art. 150, I da Constituição Federal. Segundo determina o art. 100 do Código Tributário NacionalCTN, os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas jamais poderiam ser utilizados para suprir as lacunas existentes nas leis; ainda que assim não entenda o julgador, deve ser excluída a multa de oficio de 75%, tendo em vista que o crédito foi Fl. 543DF CARF MF Processo nº 19515.003540/200596 Acórdão n.º 1401001.751 S1C4T1 Fl. 542 5 declarado por meio de pedido de compensação, nos termos do art. 74 e §§ da Lei n° 9.430/1996,; não poderia ter sido lavrado para fins de constituição do crédito tributário correspondente, eis que, nos termos do art. 151, III, do CTN, o referido crédito encontrase com a exigibilidade suspensa, por força da pendência do recurso voluntário apresentado nos autos do processo administrativo n° 11831.000528/200292, por meio do qual se discute o pedido de compensação protocolado em 09/01/2002; no mérito, que não obstante existir previsão legal expressa dispondo que a opção ao FINAM é irretratável e não pode ser alterada (art. 4°, § 5° da Lei n° 9.532/1997), em momento algum teve a intenção real de destinar parcelas de seu imposto de renda ao FINAM, razão pela qual não ocorreu a manifestação voluntária passível de materializar a opção FINAM; o erro cometido fica evidente na medida em que existia, na época, um cronograma de pagamento do imposto que vinha sendo efetivamente cumprido desde a cisão parcial da CESP, em 23/03/1999, ate o período de apuração encerrado em 31/12/1999; além disso, conforme se pode verificar nos livros Diário e Razão Analítico, bem como dos Darf recolhidos sob o código de receita 3320, no período de apuração compreendido entre 31/03/1999 a 31/12/1999, vinha efetivamente pagando o imposto de renda sobre o lucro inflacionário em parcelas mensais e sucessivas no valor de R$ 5.243.395,56; o exato valor de R$ 5.243.395,56 foi, da mesma forma, recolhido nos períodos de apuração encerrados em 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000, por meio de Darf, porém os códigos de receita foram equivocadamente indicados; à época, a Lei n° 8.167, de 16/01/1991, com as alterações trazidas pela Lei n° 9.532/1997, estabelecia às pessoas jurídicas a faculdade de aplicarem parcela equivalente de até 18% do imposto de renda devido em fundos de investimentos regionais como o FINAM. O erro fica mais evidente se for levado em consideração o fato de que os valores supostamente destinados ao FINAM não guardavam qualquer correlação com o percentual de 18%; não pode admitir que em razão de erro flagrante na indicação do código da receita no Darf seja compelido a pagar novamente o imposto de renda sobre o lucro inflacionário relativamente a esses períodos de apuração; existe farta jurisprudência administrativa federal no sentido de anular o lançamento tributário quando comprovado, por Fl. 544DF CARF MF 6 meio de provas contundentes, que o lançamento é decorrente de erro formal cometido pelo contribuinte; o Novo Código Civil prevê expressamente que a intenção das partes deve prevalecer sobre declaração manifestada no negócio jurídico; os valores recolhidos erroneamente ao FINAM não foram liberados pelo Banco da Amazônia S/ABASA, para efeitos de aplicação na carteira do FINAM; em razão do recolhimento errôneo, a SRF houve por bem emitir o extrato de aplicações em incentivos fiscais do ano calendário de 2000, o qual reflete a suposta subscrição voluntária ao FINAM; por discordar dos valores indicados pela SRF apresentou, em 20/11/2003, o pedido de revisão de ordem de incentivos fiscais PERC, que originou o processo n° 13811.007034/200383. Enquanto não houver o julgamento final desse pleito, o valor de R$ 9.438.112,01 não será liberado pelo BASA para aquisição de quotas do FINAM; por essa razão, seria inadmissível aceitar que proceda novamente ao recolhimento do imposto de renda sobre o lucro inflacionário, já que os respectivos valores permanecem bloqueados até que haja uma decisão final em relação ao PERC e eventual liberação desses recursos ao FINAM; ao desconsiderar o erro cometido, a fiscalização incorreu em verdadeira afronta aos princípios da razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, busca da verdade material, sem mencionar violação ao principio do nãoconfisco insculpido na Constituição Federal. 7. Foi procedida a abertura do anexo I, contendo copias das DIPJ do anocalendário de 2000 (original e retificadora), de atas, do Estatuto Social, do Protocolo de cisão parcial da CESP, pedido de compensação e de despachos posteriores. 8. Posteriormente, o interessado apresentou a petição de fls. 266/267, acompanhada da Certidão n° 1050.032/2006 emitida pela Quinta Camara do Primeiro Conselho de Contribuintes (f1.268), requerendo que fosse levada em consideração, por ocasião do julgamento, o acórdão n° 10515.716, proferido em 24/05/2006 pelo Primeiro Conselho de Contribuintes no processo administrativo n. 11831.000528/200292, por meio da qual restou homologada, para fins de extinção dos competentes créditos tributários, a compensação pleiteada em relação aos meses de apuração encerrados em 31/01/2000 e 29/02/2000, no valor total de R$ 8.599.168,72. Fl. 545DF CARF MF Processo nº 19515.003540/200596 Acórdão n.º 1401001.751 S1C4T1 Fl. 543 7 9. A cópia do citado acórdão foi juntada, na integra, às fls. 274/287. 10. O julgamento foi convertido em diligencia para que a DIORT da DERAT/SP informasse se os valores considerados passíveis de restituição/compensação nos termos do acórdão proferido nos autos do processo de compensação n° 11831.000528/200292 já haviam sido homologados (operacionalizados) pela unidade. 11. A fl. 326, a DIORT informa que é necessário a apreciação do presente, posto que é vedado o desmembramento de DARF, conforme Instrução Normativa SRF n° 672, de 30/08/2006. 12. A competência para julgamento do presente processo foi prorrogada da DRJ/SP1 para a DRJ/RJ1 pela Portaria SRF n°915, de 31/08/2006. Em 28 de agosto de 2008, a 2a Turma da DRJ/RJ1 julgou improcedente o lançamento, por entender, com base no artigo 150, parágrafo 4o, do CTN, que em 23/12/2005, data da ciência do auto de infração, já havia decaído o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário relativo aos fatos geradores ocorridos em 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000. O acórdão 1220.677 recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/01/2000, 29/02/2000, 31/03/2000 NULIDADE Comprovado que o auto de infração formalizouse com obediência a todos os requisitos previstos em lei e que não se apresentam nos autos nenhum dos motivos de nulidades apontados no art. 59 do Decreto n° 70.235/1972, descabem as alegações do interessado. IMPOSTO SOBRE A RENDA PESSOA JURÍDICA. DECADÊNCIA. Tratandose de tributo sujeito a lançamento por homologação, exvi do art. 150, § 4°, do Código Tributário Nacional, o direito de a Fazenda Nacional constituir o lançamento extinguese após cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Lançamento Improcedente Houve então a interposição de recurso de ofício. É o relatório. Voto Vencido Conselheira Relatora Livia De Carli Germano Como relatado, em 09/01/2002 a empresa apresentou pedido de compensação a fim de compensar créditos de recolhimento a maior a título de IRPJ FINAMestimativa Fl. 546DF CARF MF 8 (código 6692) com débitos não declarados em DCTF referentes a parcelas de lucro inflacionário (código 3320) realizadas nos períodos de apuração 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000. A realização do lucro inflacionário em parcelas (em um total de 120) foi uma opção da contribuinte efetuada nos termos do art. 31, I, da Lei n° 8.541/1992. Tal pedido de compensação deu origem ao processo n° 11831.000528/2002 92, o qual foi julgado em 24/05/2006 pela Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, nos termos do acórdão n° 10515.716. Referido acórdão homologou parcialmente a compensação pleiteada, extinguindo os créditos tributários referentes a 31/01/2000 e 29/02/2000, por reconhecer que tais valores foram quitados pelos pagamentos efetuados sob o código 6692. Quanto ao período de apuração referente 31/03/2000, o acórdão n° 10515.716 entendeu os créditos que se pretendeu compensar (isto é, recolhimentos de IRPJ FINAMestimativa efetuados sob o código 6692) não seriam passíveis de compensação, do que se conclui que o débito de tal período de apuração restou em aberto. Discutese no presente processo o auto de infração lavrado para formalizar exigência de crédito tributário relativo aos débitos de imposto de renda sobre lucro inflacionário realizado em 120 parcelas, especificamente com relação às parcelas de número 62, 63 e 64, respectivamente realizadas em 31/01/2000, 29/02/2000 e 31/03/2000. Como visto, no processo n° 11831.000528/200292 reconheceuse que os débitos relativos às parcelas 62 e 63 estão quitados, estando a discussão, portanto, circunscrita aos débitos da parcela de lucro inflacionário n. 64/120, referentes à realização efetuada em março de 2000. A DRJ/RJ01 entendeu que, em 23/12/2005 (data da ciência do auto de infração), já havia decaído o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário relativo a tal fato gerador. De fato, o auto de infração lavrado está eivado de decadência, eis que formalizado há mais de 5 anos do fato gerador (assim considerada a realização das parcelas do lucro inflacionário). Isso se realmente fosse necessária a lavratura de auto de infração para a cobrança de tais débitos. De fato, embora se trate de débito não declarado em DCTF, a constituição do crédito tributário via auto de infração revelase no caso descabida, porque desnecessária. O débito em questão foi objeto de pedido de compensação formulado em 9 de janeiro de 2002, portanto na vigência da redação original do artigo 74 da Lei 9.430/1996. Na época, os pedidos de compensação deveriam ser apreciados pela autoridade administrativa. Apenas após a publicação da Medida Provisória 66, de 29.08.2002, posteriormente convertida na Lei 10.637/2002, é que a declaração de compensação passou a extinguir o crédito tributário sob condição resolutória de sua posterior homologação, nos termos do §2o do artigo 74 da Lei 9.430/1996, incluído pela MP 66/2002. Acontece que o §4o do artigo 74, também incluído pela MP 66/2002, estabeleceu que os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade Fl. 547DF CARF MF Processo nº 19515.003540/200596 Acórdão n.º 1401001.751 S1C4T1 Fl. 544 9 administrativa seriam considerados declaração de compensação desde o seu protocolo, para os efeitos previstos naquele artigo. É exatamente o caso em questão, já que o pedido de compensação em comento só foi apreciado em despacho decisório datado de 6 de novembro de 2003. Depreendese, assim, que não se fazia necessária a constituição do débito tributário por meio de auto de infração, visto que este teria sido formalizado pelo próprio contribuinte ao formular o pedido de compensação, transformado em declaração de compensação com o advento da MP 66/2002, convertida na lei 10.637/2002. Assim, por qualquer ângulo que se aprecie o lançamento em discussão, este é improcedente. Diante disso, nego provimento ao recurso de ofício. Livia De Carli Germano Relatora (assinado digitalmente) Voto Vencedor Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Com a devida vênia à ilustre relatora, não posso acompanhar a posição adotada por discordar dos seus dois fundamentos. Em primeiro lugar, não se caracterizou a decadência. Apesar de o imposto sobre a renda se qualificar como tributo lançado por homologação, para o prazo decadencial ser determinado pela regra do art. 150, § 4º, do CTN, é necessário também o pagamento, ainda que parcial, do tributo. Esse é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça adotado também pelo CARF. Abaixo, transcrevo, para ilustrar, recente acórdão com essa posição: DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. COMPROVANTE DE PAGAMENTO. TERMO INICIAL DO PRAZO DECADENCIAL A PARTIR DO FATO GERADOR DO TRIBUTO. PRECEDENTE DO STJ EM SEDE DE RECURSO ESPECIAL JULGADO SOB O RITO DE RECURSO REPETITIVO. Em se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação o termo inicial para a contagem do prazo decadencial dependerá da existência ou não de comprovante do pagamento, ainda que parcial, do tributo. Precedente do STJ julgado sob o rito de recurso repetitivo, (REsp n. 973.733), o que vincula este órgão julgador, nos termos do art. 62, § 1º, inciso II, alínea "b" do RICARF, já com a redação que lhe foi dada pela Portaria n. 152, de 03 de maio de 2016. (AC 3402003.509, 30/11/2016). Fl. 548DF CARF MF 10 Em segundo lugar, apesar de a Medida Provisória 66/2002, convertida na Lei 10.637/2002, ter criado a declaração de compensação, ter atribuído o seu caráter extintivo e ter convertido os pedidos de compensação nessa nova modalidade documental, tais documentos não adquiriram o status de confissão de dívida, ou seja, não constituíam crédito tributário. Tal característica só foi criada pela MP 135/03, a qual não estabeleceu efeito retroativo para os pedidos/declarações apresentados antes da sua vigência. Por isso, a necessidade do lançamento para situações anteriores. Isso posto, renovando minhas vênias, voto por dar provimento ao recurso de ofício para afastar o fundamento da decadência e para devolver o feito com o escopo de a DRJ avançar no julgamento com as demais questões de mérito suscitadas pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Fl. 549DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.002651/2004-01
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 06 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Exercício: 1997
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Não tendo sido demonstrada qualquer contradição no acórdão, devem os embargos de declaração ser rejeitados
Numero da decisão: 1302-000.419
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar os embargos de declaração, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: Outros proc. que não versem s/ exigências cred. tributario
Nome do relator: JOÃO FRANCISCO BIANCO
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score : 1.0
Numero do processo: 10166.720136/2014-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Sep 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO.
Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave prevista no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É indispensável a presença cumulativa desses dois requisitos para fazer jus à isenção.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-003.542
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
Assinado digitalmente
Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado) e Márcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2011 MOLÉSTIA GRAVE. PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave prevista no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É indispensável a presença cumulativa desses dois requisitos para fazer jus à isenção. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado) e Márcio Henrique Sales Parada.
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PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU PENSÃO. ISENÇÃO. COMPROVAÇÃO. Para reconhecimento da isenção decorrente de moléstia grave prevista no inciso XIV do artigo 6º da Lei nº 7.713/1988 e alterações, os rendimentos precisam ser provenientes de aposentadoria ou pensão e a moléstia deve ser comprovada mediante apresentação de laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. É indispensável a presença cumulativa desses dois requisitos para fazer jus à isenção. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 01 36 /2 01 4- 12 Fl. 66DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/0 9/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIV EIRA BARBOSA Processo nº 10166.720136/201412 Acórdão n.º 2202003.542 S2C2T2 Fl. 61 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antônio de Souza Correa (Suplente convocado) e Márcio Henrique Sales Parada. Relatório Tratase de notificação de lançamento de IRPF (fls. 21/25), relativa ao exercício 2011, anocalendário 2010, por omissão de rendimentos recebidos da fonte pagadora Ministério Público da União (estabelecimentos 26.989.715/005414 e 26.989.715/005503), no valor total de R$ 161.616,78, apurados com base na Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF) da pessoa jurídica. Na impugnação (fls. 03), o Contribuinte alegou ser portador de moléstia grave, e trouxe aos autos os documentos de fls. 04/19, estando entre eles sentença judicial (fls. 04/07) e laudo pericial (fls. 08/18). A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Brasília (DF), às fls. 39/42, negou provimento à impugnação devido à falta de comprovação de que os rendimentos recebidos em 2010 eram provenientes de aposentadoria do contribuinte, uma vez que essa ocorreu apenas em 2011. Inconformado, o sujeito passivo interpôs o recurso voluntário de fls. 54/55, acompanhado da certidão judicial de fls. 53, alegando que é servidor público federal aposentado e portador de neoplasia maligna; e que a DRJ não aceitou o reconhecimento de sua isenção por moléstia grave mediante a sentença proferida pelo Juizado Especial. Assim, pede que seja cancelado o débito fiscal. É o relatório. Voto Conselheira Rosemary Figueiroa Augusto, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. São necessárias duas condições para que os rendimentos recebidos por portadores de moléstias graves definidas em lei sejam isentos do imposto sobre a renda: (i) ser a moléstia atestada em laudo emitido por serviço médico oficial da União, Estados, DF ou Fl. 67DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/0 9/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIV EIRA BARBOSA Processo nº 10166.720136/201412 Acórdão n.º 2202003.542 S2C2T2 Fl. 62 3 Municípios; (ii) os rendimentos serem provenientes de aposentadoria, pensão, reserva remunerada ou reforma, conforme Lei nº 7.713/1998 e Súmula CARF nº 63, a seguir: Lei nº 7.713/1988 : Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XIV – os proventos de aposentadoria ou reforma motivada por acidente em serviço e os percebidos pelos portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a doença tenha sido contraída depois da aposentadoria ou reforma; (destaquei) Súmula CARF Nº 63: Para gozo da isenção do imposto de renda da pessoa física pelos portadores de moléstia grave, os rendimentos devem ser provenientes de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, e a moléstia deve ser devidamente comprovada por laudo pericial emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. No caso em análise, verificase que a sentença proferida pelo Juizado Especial Federal (às fls. 04/07) reconhece, com base em relatórios e em laudo da perita do juízo (fls. 08/11), a condição do contribuinte de portador de neoplasia maligna (de pele do tipo carcinoma basocelular pigmentado CID 10 C44), desobrigando do pagamento do imposto a partir de 08/09/2010, sobre proventos de aposentadoria, conforme trecho a seguir: Sentença: (...) Na situação em análise, restou devidamente comprovado que o autor é portador de neoplasia maligna (de pele do tipo carcinoma basocelular pigmentado – CID 10 C44) atestada pelos relatórios juntados aos autos, bem como pela perícia médica realizada em juízo (cf. registro em 08/10/2012). Portanto, o autor faz jus à isenção pleiteada, incidente sobre seus proventos de aposentadoria. O termo inicial da desobrigação de pagar imposto de renda é a data de comprovação da doença mediante diagnóstico médico, no caso vertente, 08/09/2010 (fl. 11, documentação inicial). Sobre o assunto: Fl. 68DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/0 9/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIV EIRA BARBOSA Processo nº 10166.720136/201412 Acórdão n.º 2202003.542 S2C2T2 Fl. 63 4 TRIBUTÁRIO. MOLÉSTIA GRAVE. ART. 6º, XIV, DA LEI 7.713/88. ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA. TERMO A QUO. 1. A jurisprudência do STJ tem decidido que o termo inicial da isenção da imposto de renda sobre proventos de aposentadoria prevista no art. 6º, XIV, da Lei 7.713/88 é a data de comprovação da doença mediante diagnóstico médico, e não a data de emissão do laudo oficial. Precedentes: REsp 812.799/SC, 1ª T., Min. José Delgado, DJ de 12.06.2006; REsp 677603/PB, 1ª T., Ministro Luiz Fux, DJ de 25.04.2005; REsp 675.484/SC, 2ª T., Min. João Otávio de Noronha, DJ de 01.02.2005) 2. Hipótese em que a paralisia começou a dar sinais de aparecimento em 1991 e o laudo médico oficial atesta como marco, para efeito de isenção do imposto de renda, o ano de 1995. Como o crédito tributário referese ao anobase de 1994 e o próprio exame do INSS referido na sentença revela a anterioridade e progressividade da doença desde 1991, não é razoável adotar como marco da isenção a data em que reconhecida a invalidez pelo Ministério da Fazenda. 3. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 780.122/PB, Rei. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 06/03/2007, DJ29/03/2007p. 221). (...) Diante do exposto, JULGO PROCEDENTE o pedido formulado, para declarar o direito do autor à isenção no pagamento de imposto de renda incidente sobre seus proventos de aposentadoria por invalidez, com base no art. 6º, XIV, da Lei n. 7.717/88, desde 08/09/2010; (...) (...) (Grifos no original) Portanto, constatase que embora a decisão judicial reconheça que o contribuinte é portador de moléstia grave desde 08/09/2010 e que a partir dessa data faz jus à isenção sobre proventos de aposentadoria, em nenhum momento afirma que o interessado teria recebido verba de aposentadoria em 2010. Ao contrário, está explícito às fls. 10 do laudo médico da perita do juízo (no qual se baseou a referida decisão) que a aposentadoria do contribuinte foi publicada no Diário Oficial da União em 04 de fevereiro de 2011, conforme abaixo: Fl. 69DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/0 9/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIV EIRA BARBOSA Processo nº 10166.720136/201412 Acórdão n.º 2202003.542 S2C2T2 Fl. 64 5 A certidão judicial trazida no recurso, às fls. 53, apenas certifica o que ficou decido pelo Juizado Especial Federal (acima) e o trânsito em julgado da sentença em 12/02/2015. Portanto, como não se comprovou que os rendimentos recebidos do Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo, no anocalendário 2010, são provenientes de aposentadoria, a eles não se aplica a isenção pretendida. Dessa forma, voto por NEGAR provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Rosemary Figueiroa Augusto Relatora Fl. 70DF CARF MF Impresso em 08/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/0 9/2016 por ROSEMARY FIGUEIROA AUGUSTO, Assinado digitalmente em 06/09/2016 por MARCO AURELIO DE OLIV EIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 37311.002241/2004-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2002
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO.
Constatada a ocorrência de contradição na decisão embargada, deve ser dado provimento aos embargos de declaração com vistas a sanear tais incorreções.
Embargos Acolhidos.
Numero da decisão: 2401-004.516
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para afastar a decadência e retificar o dispositivo do acórdão embargado.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2002 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO. Constatada a ocorrência de contradição na decisão embargada, deve ser dado provimento aos embargos de declaração com vistas a sanear tais incorreções. Embargos Acolhidos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para afastar a decadência e retificar o dispositivo do acórdão embargado. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini - Relatora e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa.
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CONTRADIÇÃO. Constatada a ocorrência de contradição na decisão embargada, deve ser dado provimento aos embargos de declaração com vistas a sanear tais incorreções. Embargos Acolhidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração, com efeitos infringentes, para afastar a decadência e retificar o dispositivo do acórdão embargado. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora e Presidente Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Rayd Santana Ferreira, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto e Luciana Matos Pereira Barbosa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 37 31 1. 00 22 41 /2 00 4- 21 Fl. 2050DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI 2 Relatório Tratase de Embargos Declaratórios opostos pela Fazenda Nacional em face do Acórdão 2401002.164, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/1999 a 31/12/2002 CRÉDITO PREVIDENCIÁRIO. ADICIONAL DE APOSENTADORIA ESPECIAL. AFERIÇÃO INDIRETA. ADICIONAL DE APOSENTADORIA ESPECIAL. Os adicionais destinados ao financiamento das aposentadorias especiais serão devidos pela empresa sempre que ficar constatada a ocorrência da situação prevista na legislação como necessária para ensejar a concessão do benefício da aposentadoria especial Recurso Voluntário Provido em Parte. A decisão foi proferida nos seguintes termos: ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos: I) declarar a decadência até a competência 09/2002; II) rejeitar as preliminares de nulidade suscitadas; e III) no mérito, negar provimento ao recurso. A embargante alega que o acórdão é contraditório, pois declara de ofício a decadência do direito de lançar as contribuições relativas ao período de 04/00 a 12/02, pois considera que a ciência do lançamento pelo contribuinte se deu em 8/10/07. Contudo, a ciência do lançamento ocorreu em 8/10/03. Acórdão do recurso voluntário às fls. 2.008/2.017. É o relatório. Fl. 2051DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI Processo nº 37311.002241/200421 Acórdão n.º 2401004.516 S2C4T1 Fl. 2.051 3 Voto Conselheira Miriam Denise Xavier Lazarini Relatora Os embargos foram opostos diante da contradição entre o a data da ciência do lançamento considerada pela relatora do voto do acórdão e a data na qual se deu efetivamente a ciência. Assim, foi incluído em pauta para que seja sanado o vício. Da análise dos autos, vêse que o sujeito passivo foi cientificado do lançamento em 7/10/03, conforme assinatura na capa da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, fl. 4, do procurador da recorrente, Sr. Paulo Cesar B. de Barros. Consta do voto do acórdão, fl. 2.016, que: No caso em exame, o período do lançamento foi de 01/04/1999 a 31/12/2002, tendo sido a empresa intimada do lançamento em 08/10/2007. (grifo nosso) Levandose em conta que se trata de lançamento de parte das contribuições, eis que foram levantadas apenas as contribuições adicionais, destinadas ao financiamento das aposentadorias especiais, entendo que para a verificação da decadência, importa na aplicação da regra estabelecida no artigo 150 § 4º do CTN, o que faz com que, na data da ciência da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito, as contribuições relativas ao período de 01/04/1999 a 09/2002, já se encontravam fulminadas pela decadência. Notase clara a contradição apontada pela embargante, pois tendo acontecido a ciência do lançamento em 7/10/03, não há que se falar em decadência do direito de apurar o crédito tributário ora lançado, referente ao período de 1/4/99 a 31/12/02. Para a competência mais remota, 1/4/99, nos termos do entendimento da relatora do acórdão embargado, o prazo decadencial terminaria em 04/04 e o presente lançamento ocorreu em 10/03. Quanto ao mérito, a decisão ora embargada, considerou correto o lançamento, negando provimento ao recurso. As razões de decidir relativas ao período considerado não decadente, aplicamse ao período de 1/4/99 a 30/9/02. Sendo assim, entendo que os embargos devem ser acolhidos, com efeitos infringentes, para afastar a declaração de ofício da decadência, devendo o dispositivo do acórdão embargado passar a ter a seguinte redação: Acordam os membros do colegiado, por Fl. 2052DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI 4 unanimidade, rejeitar as preliminares de nulidade suscitadas e, no mérito, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini. Fl. 2053DF CARF MF Impresso em 04/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI, Assinado digitalmente em 0 4/10/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZARINI
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Numero do processo: 11040.721497/2013-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
IMPOSTO DE RENDA. ARTIGO 146 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL.
Pode o contribuinte retificar a sua declaração, antes de haver o lançamento. Autuação que se mantém, por irregularidade na declaração dos valores do Imposto Retido na Fonte e ausência de provas que demostrem o contrário.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2401-004.465
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arraes Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arraes Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira.
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ARTIGO 146 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. Pode o contribuinte retificar a sua declaração, antes de haver o lançamento. Autuação que se mantém, por irregularidade na declaração dos valores do Imposto Retido na Fonte e ausência de provas que demostrem o contrário. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 04 0. 72 14 97 /2 01 3- 76 Fl. 113DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini– Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Márcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arraes Egypto, Maria Cleci Coti Martins e Rayd Santana Ferreira. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI Processo nº 11040.721497/201376 Acórdão n.º 2401004.465 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeiro grau que negou provimento à impugnação apresentada pelo contribuinte. Em 26/08/2013, foi lavrada notificação de lançamento referente ao exercício de 2012, AnoCalendário 2011, na qual foi constatada a omissão de rendimentos de trabalho sem vínculo empregatício, no valor de R$ 25.279,24 (vinte cinco mil, duzentos e setenta nove reais e vinte quatro centavos), recebidos pelo titular. Inconformado com a notificação apresentada, o contribuinte protocolizou impugnação alegando que por equívoco os rendimentos foram declarados mês a mês como “Rendimentos tributáveis Recebidos de Pessoa Física”, in verbis: “Os rendimentos do trabalho sem vinculo empregatício (doc.01) por equivoco, foram declarados mês a mês como “Rendimentos Tributáveis Recebidos de Pessoa Física”(doc. 02), que somados com os rendimentos de outra fonte pagadora em questão (docs. 03 e 04) e com os recibos das consultas médicas particulares (doc. 05), totalizam os rendimentos declarados mensalmente como tributáveis recebidos de pessoa física. Para detalhar melhor o ocorrido anexase um demonstrativo mensal por fontes pagadoras, totalizando os rendimentos declarados (doc. 06).” A Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I (RJ) manteve o crédito tributário, com a seguinte consideração: “MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Considerase como não impugnada a parte do lançamento contra a qual o Contribuinte não apresenta óbice. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DIRF. DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. Consideramse omitidos os rendimentos apontados em DIRF que não foram informados pelo Contribuinte em sua declaração de ajuste anual.” “A Fiscalização apurou omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas. O Contribuinte não se insurge contra a omissão de rendimentos de seu dependente Marcelo Coswigg Fiss, no valor de R$ 4.207,12. Considerase essa omissão como matéria não impugnada, encontrandose fora do presente litígio. O Impugnante argumenta que teria declarado como rendimentos recebidos de pessoas físicas os rendimentos sem vínculo empregatício recebidos da Unimed Pelotas (R$ 10.818,12) e da Fl. 115DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI 4 Sociedade Portuguesa de Beneficência (R$ 10.354,00). Contudo, inexistem prova de que o Contribuinte efetivamente incluiu no quadro de rendimentos recebidos de pessoas físicas os rendimentos de pessoas jurídicas considerados omitidos na presente notificação de lançamento. As DIRF de fls. 85 e 90 confirmam a omissão de rendimentos oriundos da Unimed Pelotas (R$ 10.818,12) e da Sociedade Portuguesa de Beneficência (R$ 10.354,00) descrita às fls. 37 a 41. Destarte, com base em todo o exposto supra, VOTO PELA IMPROCEDÊNCIA DA IMPUGNAÇÃO, mantendose o crédito tributário lançado.” Posteriormente, foi interposto recurso voluntário, no qual o contribuinte alegou: “Que a postura em geral adota pelas autoridades da administração tributária, menosprezando os direitos do contribuinte e muitas vezes descumprindo flagrantemente a lei, constitui fator significativo de perda da crença no Direito, ferindo o princípio da Eficiência; Que o processo administrativo deve buscar o princípio da verdade real ou real, para verificação do fato gerador, que só ocorre por determinação expressa em lei e colaciona jurisprudências; Ao lume das considerações feitas até agora, o cerne do presente contencioso administrativo está no equivoco cometido na declaração dos rendimentos tributáveis do trabalho sem vínculo empregatício recebidos das pessoas jurídicas mencionadas, que, por equivoco, foram informadas como recebidos de pessoas físicas, resultando pelo cruzamento de dados com as DIRF, em malha fiscal e no lançamento ora em contento. Essa situação fática extremamente importante – equívoco ao registrar os rendimentos recebidos das pessoas jurídicas sem o cometimento da omissão dos mesmos – não foi considerada no indigitado acórdão, que, aliás, pelo que se depreende da sua leitura, sequer analisou as provas naquele sentido apresentada na impugnação eletrônica posta nos autos. Assim, provado esta cabalmente que não houve a omissão de rendimentos recebidos de pessoas jurídicas no total de R$ 21.172,12, que resultou no imposto suplementar de R$ 5.822,33, tratase apenas de equivoco cometido na declaração de rendimentos do recursante – declarados como recebidos das pessoas físicas – sem nenhum prejuízo ao imposto de renda devido ao exercício de 2012. Por fim requer seja tornado sem efeito a exigência tributária correspondente ao IRPF.” É o relatório. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI Processo nº 11040.721497/201376 Acórdão n.º 2401004.465 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa, Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O Recorrente foi cientificado da r. decisão em debate no dia 24/02/2014, conforme AR às fls. 99, e o presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, no dia 19/03/2014, razão pela qual CONHEÇO DO RECURSO já que presentes os requisitos de admissibilidade. 2. DO MÉRITO Cuidase o presente lançamento de omissão de rendimentos tributáveis no valor de R$ 25.279,24 (vinte cinco mil, duzentos e setenta nove reais e vinte quatro centavos). O recorrente requer a extinção do lançamento por este supostamente ferir os princípios da verdade real e da eficiência. Por sua vez, prevê o artigo 147, § 1° do Código Tributário Nacional, que o contribuinte ao preencher erroneamente a Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física poderá retificála antes do lançamento. Confirase: “Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. In casu, a declaração retificadora não foi apresentada, sendo que não há como desconstituir a certidão de dívida ativa CDA ou anular a execução fiscal correspondente, ao fundamento de que a declaração foi feita de forma equivocada. Nesse sentido, já se posicionou o Tribunal Regional Federal da 1ª Região: “TRIBUTÁRIO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO RECEITA LÍQUIDA–DECLARAÇÃO RETIFICADORA NÃO APRESENTADA (ART. 147, DO CTN) LANÇAMENTO SUPLEMENTAR. APELAÇÃO NÃO PROVIDA. Fl. 117DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI 6 1. O lançamento do débito tributário foi efetivado regularmente, com fulcro em documentos apresentados pela própria apelante, por meio de Declaração entregue à Secretaria da Receita Federal. O contribuinte pode retificar a sua declaração , antes de haver o lançamento revisional (CTN, art. 147). Na hipótese vertente, a declaração retificadora não foi apresentada, sendo que não há como desconstituir a Certidão da Dívida Ativa CDA correspondente, ao fundamento de que a autuação administrativa em baila não encontra respaldo na documentação fiscal da executadaapelante. A apelante deveria, em face do erro em sua declaração do IRPJ, exercício 1989 (anocalendário 1990), proceder ao acerto por meio da declaração retificadora e o recolhimento, de ofício, do imposto devido, inclusive, no que à correção monetária, juros e multa pertinentes. 2. O art. 278, do Decreto 85.450/80, que disciplinava o Imposto de Renda, à época do fato gerador, determina que o pretendido benefício de aplicação da alíquota especial de 6%, referente à exploração de atividade agrícola, destinavase, exclusivamente, aos lucros decorrentes das aludidas atividades. Entretanto, existia uma ressalva que permitia a inclusão de outras receitas, desde que estas não ultrapassem o limite de 5% das geradas pelas atividades beneficiadas (agrícolas), caso em que seria aplicável a alíquota de 30%. 3. O Lançamento Suplementar é claro ao informar que a Declaração de Rendimentos apresentada pelo apelante foi preenchida de modo equivocado. Desse modo, o prejuízo apurado aumentou, em virtude da exclusão das receitas financeiras na apuração do resultado da atividade rural. Correta a fiscalização, pois, tributou as receitas financeiras, em separado, uma vez que a empresa não apresentou outro resultado não operacional, excluindoas, todavia do resultado operacional da atividade beneficiada, fato que acarretou o aumento do prejuízo fiscal desta atividade. 4. Por oportuno, quanto à limitação dos juros reais ao percentual anual de 12%, prevista no § 3º do artigo 192 da CF/88, o Plenário do STF, ao julgar a ADI 4/DF, afirmou não ser autoaplicável, dependendo, para a sua incidência, da edição da lei complementar referida no "caput" do mesmo artigo. 5. Apelação não provida. 6. Peças liberadas pelo Relator, em 20/11/2007, para publicação do acórdão. (TRF1, AC 004174487.2002.4.01.9199/MG, 7ª TURMA, Rel. DES. FEDERAL LUCIANO TOLENTINO AMARAL, Rel.Conv. JUIZ FEDERAL RAFAEL PAULO SOARES PINTO (CONV.), DJ p.194 de 30/11/2007) Como se vê, há restrição temporal ao contribuinte para apresentar declaração retificadora que importe a redução ou exclusão do tributo devido, sendo o termo ad quem para tanto exatamente a notificação do lançamento do crédito tributário respectivo. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI Processo nº 11040.721497/201376 Acórdão n.º 2401004.465 S2C4T1 Fl. 5 7 Ressaltase ainda, que inexistem provas de que o contribuinte efetivamente incluiu no quadro de rendimentos recebidos de pessoa física os rendimentos de pessoa jurídicas considerados omitidos na notificação de lançamento. Pelo exposto, não merece provimento o recurso interposto, pois transcorrido o tempo hábil para apresentar declaração retificadora ou apresentar provas do alegado, devendo prevalecer o lançamento fiscal. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do Recurso Voluntário para, no mérito, NEGAR PROVIMENTO, mantendo o crédito, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. É como voto. (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 13/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 1 2/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 13/09/2016 por MIRIAM DENISE X AVIER LAZARINI
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Numero do processo: 11131.000969/2006-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Aug 30 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3301-000.261
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência junto à ALF/Fortaleza/CE, na forma do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente
(assinado digitalmente)
José Henrique Mauri - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal (Presidente), Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Liziane Angelotti Beira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen
Nome do relator: JOSE HENRIQUE MAURI
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ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade, converter o julgamento do recurso voluntário em diligência junto à ALF/Fortaleza/CE, na forma do voto do relator. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Presidente (assinado digitalmente) José Henrique Mauri Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal (Presidente), Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri (Relator), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Liziane Angelotti Beira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 11 31 .0 00 96 9/ 20 06 -1 3 Fl. 753DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11131.000969/200613 Resolução nº 3301000.261 S3C3T1 Fl. 4 2 Relatório: José Henrique Mauri Relator Contra a empresa epigrafada foi lavrado o auto de infração em decorrência de procedimento de valoração aduaneira, através do qual foi desqualificado o valor aduaneiro com base no valor de transação e aplicado novo método para apuração de novo valor, com lançamento dos tributos incidentes sobre a diferença de valor aduaneiro inicialmente declarado e aquele novo apurado, acompanhado de seus consectários legais e da multa administrativa prevista no art. 88, parágrafo único, da Medida Provisória nº 2.15835/2001, sobre a diferença entre o preço declarado e o preço arbitrado. Segundo a fiscalização, não foi possível apurar o valor aduaneiro pelo valor de transação em decorrência de: (i) Descrição incompleta das mercadorias, (ii) Divergência de assinaturas apostas em faturas e (iii) Não comprovação do valor comercial. Cientificado, o sujeito passivo apresentou impugnação, às fls. 664 ss., na qual tece argumentos ensejando a improcedência do lançamento. Na seqüência, os membros da 6ª Turma de Julgamento da DRJ de Recife/PE, por unanimidade de votos, por meio do Acórdão 14044.571, fls 702 ss., decidem por manter íntegro o lançamento, mantendose o crédito exigido, nos seguintes termos: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano calendário: 2003 VALORAÇÃO ADUANEIRA. DESCARACTERIZAÇÃO DE APURAÇÃO DO VALOR ADUANEIRO PELO VALOR DE TRANSAÇÃO. NÃO COMPROVAÇÃO DO VALOR DE TRANSAÇÃO. O valor de transação é a base principal de valoração em conformidade com o Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do GATT 1994. A Administração Aduaneira, deparandose com casos em que tenha motivo para duvidar da veracidade ou exatidão das informações ou dos documentos apresentados pelos negociantes para justificar um valor declarado, em conformidade com o Artigo 17 do Acordo, parágrafo 6º do Anexo III do Acordo e Decisões do Comitê Técnico de Valoração Aduaneira, poderá solicitar ao importador o fornecimento de explicação adicional, bem assim documentos ou outras provas, de que o valor declarado representa o montante efetivamente pago ou a pagar pelas mercadorias importadas, com possível descaracterização do primeiro método de valoração, caso ainda permaneça dúvidas razoáveis sobre a veracidade ou exatidão do valor declarado, mantido o contraditório. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido O contribuinte foi cientificado do Acordo da DRJ em 23/6/2014, fl. 727. Lavrado Termo de Perempção em 04/8/2014, fl. 729. Em 5/8/2014, fls. 734 e 751, foi recepcionado, no eprocesso, o Recurso Voluntário, fls. 735 ss, que ora se aprecia. Fl. 754DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11131.000969/200613 Resolução nº 3301000.261 S3C3T1 Fl. 5 3 Colaciono a seguir os tópicos argumentativos constantes do Recurso Voluntário os quais indicam, genericamente, os pontos questionados pela recorrente. Deixo de detalhálos, posto que, como se verá, não surtirão efeitos no presente voto. 1. Dos fatos. 2. Do Mérito: a) Descrição incompleta das mercadorias b) Divergência de assinaturas apostas em faturas c) Não apresentação de correspondência comercial. d) Considerações pertinentes ao preço de mercadorias. 3. Do pedido. O processo foi a mim distribuído, por sorteio, para relatar e pautar. É o relatório, em sua necessária síntese. Voto: Conselheiro José Henrique Mauri Vislumbro, desde já, necessidade de conversão do presente feito em Diligência com vista a consolidar informações para análise quanto ao preenchimento dos pressupostos de admissibilidade, especificamente relativa à tempestividade do recurso, conforme fundamento a seguir. Consta nos autos os seguintes documentos, no que pertine ao momento da inclusão do Recurso Voluntário e sua tempestividade, no eprocesso: I. Fl. 729 Termo de Perempção lavrado em 4/8/2014 por Liduina Maria Bruno Oliveira. II. Fls. 730/733 Carta cobrança lavrado em 4/8/2014 por Liduina Maria Bruno Oliveira. III. Fl. 734 Termo de Solicitação de Juntada lavrado em 5/8/2014 por Debora Fernandes Freitas Teixeira; IV. Fls. 735/750 Recurso voluntário anexado no eprocesso em 5/8/2014 por Debora Fernandes Freitas Teixeira; V. Fl. 751 Termo de análise de Solicitação de Juntada lavrado em 7/8/2014 por Liduina Maria Bruno Oliveira. Em análise sumária, com base nos registros acima relacionados, vislumbrarse ia tratar de intempestiva apresentação do Recurso Voluntário, eis que o contribuinte foi cientificado do Acórdão nº 11044.571, da DRJ/REC em 23/6/2014, vide fl. 727, assim o prazo Fl. 755DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL Processo nº 11131.000969/200613 Resolução nº 3301000.261 S3C3T1 Fl. 6 4 para apresentação de Recurso Voluntário expirouse em 23/7/2014, trinta dias após a ciência. O Recurso foi apresentado em 5/8/2014, portanto, nesse prisma, intempestivo. Essa "intempestividade" fora sacramentada pela lavratura do Termo de Perempção e dos Termos de juntada do Recurso aos autos, atos registrados por servidores devidamente certificados no eprocesso (Liduina Maria Bruno Oliveira e Debora Fernandes Freitas Teixeira). Entretanto, em análise mais acurada, verificase existência de carimbo aposto no corpo do Recurso, indicando, em tese, que o recebimento do documento teria efetivamente ocorrido em data anterior, 22/07/2014, na pessoa de Emanuele Carvalho da Silva, ATA, Mat. 01494135. Todavia, referido carimbo não contém os elementos necessários para a completa identificação do agente responsável, inclusive quanto a Unidade de exercício ou local da recepção, Tampouco há registro da atuação de Emanuele Carvalho da Silva junto ao e processo, inviabilizando assim a certeza da autenticidade do recebimento do documento na data de 22/7/2014. Carimbo aposto no Recurso Voluntário: Registrese ainda que a Unidade de Origem, Alfândega do Porto de Fortaleza/CE, procedeu a lavratura de Termo de Perempção em face de apresentação intempestiva de Recurso Voluntário, não se manifestando acerca do carimbo aposto no corpo do Recurso, embora a mesma servidora responsável pela lavratura, em 4/8/2014, do Termo de Perempção, Liduina Maria Bruno Oliveira, igualmente, em 5/8/2014, analisou e acolheu o pedido de juntada do Recurso Voluntário, mantendose íntegro o Termo de perempção. Diante do exposto e considerando que a confirmação da autenticidade do carimbo e assinatura aposto à fl. 736 invalida o Termo de Perempção, determinando a tempestividade da apresentação do Recurso Voluntário, voto por converter o julgamento em diligencia para que a unidade da Receita Federal do Brasil, ALF/Fortaleza/CE, diligencie no sentido de confirmar a autenticidade do carimbo com assinatura aposto à fl. 736 e, conseqüentemente, manifestarse acerca do Termo de Perempção de fl. 729. Cumprindose a diligência os autos deverão retornar ao Carf para prosseguimento. É como voto. (Assinado digitalmente) José Henrique Mauri relator Fl. 756DF CARF MF Impresso em 30/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 09/08/2016 por JOSE HENRIQUE MAURI, Assinado digitalmente em 29/08/2016 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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Numero do processo: 13839.913790/2009-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 19 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 26/07/2005 a 26/07/2005
NULIDADE. INEXISTÊNCIA
Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF).
APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL.
Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração.
ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS-IMPORTAÇÃO.
A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação.
À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasep-importação e Cofins-importação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiam-se nas vendas líquidas de produtos licenciados, referem-se, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3201-002.415
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Incidência sobre remessas ao exterior para pagamento de royalties. Recorrente CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 26/07/2005 a 26/07/2005 NULIDADE. INEXISTÊNCIA Não é nulo o despacho decisório que se fundamenta no cotejo entre documentos apontados como origem do crédito (DARF) e nas declarações apresentadas que demonstram o direito creditório (DCTF). APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA. POSSIBILIDADE. DEMONSTRAÇÃO DE INDÍCIO DE PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO ANTERIORMENTE AO DESPACHO DECISÓRIO. VERDADE MATERIAL. Indícios de provas apresentadas anteriormente à prolação do despacho decisório que denegou a homologação da compensação, consubstanciados na apresentação de DARF de pagamento e DCTF retificadora, ratificam os argumentos do contribuinte quanto ao seu direito creditório. Inexiste norma que condiciona a apresentação de declaração de compensação à prévia retificação de DCTF, bem como ausente comando legal impeditivo de sua retificação enquanto não decidida a homologação da declaração. ROYALTIES. REMUNERAÇÃO EXCLUSIVA PELO USO DE LICENÇA E TRANSFERÊNCIA DE TECNOLOGIA. INEXISTÊNCIA DE SERVIÇOS CONEXOS. NÃO INCIDÊNCIA DE PIS/COFINS IMPORTAÇÃO. A disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofins importação. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 91 37 90 /2 00 9- 21 Fl. 594DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 3 2 À luz do contrato de licenciamento e dos efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incidem as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse, exclusivamente, à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties. Recurso Voluntário Provido. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Pedro Rinaldi de Oliveira Lima votou pelas conclusões. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, José Luiz Feistauer de Oliveira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisário e Cássio Schappo. Relatório CONTINENTAL DO BRASIL PRODUTOS AUTOMOTIVOS LTDA transmitiu PER/DCOMP alegando indébito de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins. A DRF Jundiaí emitiu Despacho Decisório Eletrônico não homologando a compensação, em virtude de o pagamento informado ter sido integralmente utilizado para quitação de débitos declarados pelo contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação declarada. Em Manifestação de Inconformidade a contribuinte alegou, em síntese, que é coligada de empresa localizada da Alemanha, com a qual possui contrato de licença de uso de marca e fornecimento de tecnologia, efetuando remessas ao exterior a título de royalties. Todavia, a contribuinte afirmou que, equivocadamente, incluiu na base de cálculo da Cofins Importação e do PISImportação os valores pagos ao exterior a título de royalties. Procurando demonstrar a existência do direito creditório juntou ao processo cópia da DCTF retificadora. A Manifestação de Inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão 05038.926. A DRJ afastou a preliminar de nulidade do despacho Decisório e, no mérito, não reconheceu o direito ao crédito alegado, por considerar que o contribuinte não juntara aos autos provas suficientes para concluir que teria ocorrido tributação indevida sobre remessas a título de royalties. Inconformada, a recorrente apresentou, tempestivamente, recurso voluntário repisando os argumentos anteriormente apresentados. Fl. 595DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 4 3 Submetido à julgamento na 1º Turma Especial da 3ª Seção, em preliminar, o relator entendeu não configurada a suscitada nulidade do despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa. No mérito, o julgamento foi convertido em diligência, nos termos da Resolução n° 3801000.732, nos seguintes termos: Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência, para que a Delegacia de origem: a) Em relação aos valores remetidos ao exterior que teriam dado ensejo ao direito creditório pleiteado, intime a recorrente a apresentar cópia dos contratos firmados com a empresa beneficiária das remessas (Continental Teves AG & Co. oHG), devendo ser apresentada a tradução juramentada para o idioma nacional, caso estejam em língua estrangeira; cópia das faturas comerciais (invoices) ou documentação suplementar que embasaram as remessas e cópias digitalizadas dos registros, no livro Razão, referentes às remessas relacionadas a pagamento de royalties; b) apure a legitimidade do crédito pleiteado decorrente de pagamento indevido ou a maior a título de Contribuição para o PIS/PASEPImportação e a COFINSImportação sobre as importâncias remetidas ao exterior conforme as operações apontadas, com base nos documentos acostados aos autos, na escrituração fiscal e contábil e demais documentos que julgar necessários; c) cientifique a interessada quanto ao resultado da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de 30(trinta) dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. Retornou o processo da unidade de origem com Relatório de Diligência Fiscal elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, cujas conclusões foram: 12. Como podese verificar, o royalty tem presença no contrato, que mostram a existência de uma licença para uso da propriedade industrial e intelectual. 13. No entanto, também estão presentes no contrato outros elementos, que configuram serviços. Por exemplo, o contrato prevê o fornecimento de informações técnicas. Conforme item 1.4, nessas informações técnicas está incluída o fornecimento de “desenhos, especificações incluindo especificações de teste e qualidade, outros dados de knowhow e outra assistência técnica”. Ou seja, a assistência técnica, que configura claramente uma obrigação de fazer, está incluída no contrato. 14. No item 4.2.2 está prevista outra clara obrigação de fazer para a licenciadora: “fornecer informações, na medida em que estiverem à disposição da LICENCIADORA, em resposta a consultas técnicas razoáveis recebidas”. 15. Estando presente características de royalties e de serviços, resta verificar se o contrato estabelece a sua remuneração de cada um de forma individualizada. O item 5 do contrato Fl. 596DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 5 4 (Remuneração), não estabelece essa individualização. Ele prevê uma forma única de remuneração (4% sobre o valor das vendas, posteriormente alterado por aditivo para 3%), sem distinguir royalties e serviços. 16. Portanto, pela aplicação da Solução de Divergência Cosit nº 11, de 2011, que preconiza a necessidade dessa individualização, não deve ser reconhecido o direito creditório sobre os recolhimentos em questão. A interessada foi cientificada do Relatório de Diligência e apresentou argumentos e contrapontos ao entendimento exarado pela autoridade fiscal, assim sintetizados: a) o Auditor aponta cláusula contratual ("1.4 Informações Técnicas") com previsão de prestação de serviços, contudo, sem discriminálos; b) aduz que "informações técnicas" compreendem o fornecimento de dados atinentes aos produtos licenciados e, portanto, tem por natureza uma obrigação de "dar", não de "fazer", como asseverou a autoridade; c) explicita que "informações técnicas" são orientações de uso disponibilizadas à licenciada, sem intervenção física ou deslocamento com finalidade de prestação de serviço; d) consigna que as atividades de fornecimentos/disponibilizações de manuais e outras informações não se encontram listados no Anexo da Lei Complementar nº 116/03 para configurem a materialidade a que incide o ISS; e) argumenta que a "Assistência Técnica", presente no Anexo da IN 116/03, impõe a prestação de serviço por um profissional, o que não se verifica no caso; f) o contrato celebrado tem por objeto licença para uso de marca e não compreende qualquer prestação de serviço. A licenciadora apenas fornece as instruções para a fabricação dos produtos licenciados em estabelecimento da licenciada; g) conclui afirmando que os documentos acostados apontam para um contrato de transferência de uso de marca e tecnologia no qual se obriga com o pagamento de royalties. É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201002.395, de 28/09/2016, proferido no julgamento do processo 13839.912959/200925, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201002.395): Fl. 597DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 6 5 "O recurso voluntário fora recebido como tempestivo, razão pela qual o Colegiado que o apreciou em julgamento anterior dele tomou conhecimento. Quanto a preliminar de nulidade, pactuo com os argumentos e conclusões do Relator, assentadas na sessão de 24/04/2014, por inexistirem razões para sua decretação, as quais reproduzo: Preliminarmente, quanto à alegação de nulidade no despacho decisório por ausência de fundamentação e o conseqüente cerceamento ao direito de defesa entendo que não assiste razão à recorrente. O instituto da compensação está previsto no artigo 74 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com redação dada pela Lei n° 10.637, de 30 de dezembro de 2002: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. In casu, o contribuinte apresentou declaração de compensação de débitos de PIS, e apontou o documento de arrecadação (DARF) referente a PISImportação, como origem do crédito, alegando “pagamento indevido ou a maior”, conforme disposto nas normas regulamentadoras. O direito creditório não existiria, segundo o despacho decisório inicial, porque os pagamentos constantes do pedido estariam integralmente vinculados a débitos já declarados. A fundamentação da não homologação da compensação pleiteada reside no cotejo entre as próprias declarações apresentadas pelo contribuinte e os documentos apontados como origem do direito creditório. Apesar do contribuinte informar ter retificado a DCTF posteriormente, a analise eletrônica do PERDCOMP se deu com base nas declarações ativas quando da apresentação do mesmo. Embora os critérios dessa análise possam ser insuficientes para criar um juízo de certeza da inexistência ou insuficiência do crédito do contribuinte, esse fato por si só não ensejaria a decretação da nulidade do despacho por cerceamento de defesa, qual seja, a impossibilidade de o impugnante defenderse da não homologação, por falta de compreensão do motivo da não homologação. Fl. 598DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 7 6 Em sede de restituição/compensação compete ao contribuinte o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Ou seja, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito à compensação, mediante a apresentação da PERDCOMP, de tal sorte que, se a RFB resiste à pretensão do interessado, não homologando a compensação, incumbe a ele, o contribuinte, na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Por certo, na sistemática da análise dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior, na qual é feito um batimento entre o pagamento informado como indevido e sua situação no conta corrente – disponível ou não, não se está analisando efetivamente o mérito da questão, cuja análise somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Foi o que ocorreu no presente caso, em que a recorrente já na fase litigiosa informou a origem do indébito e, posteriormente, juntou a documentação comprobatória que embasaria o seu direito. Não resta caracterizada a nulidade se o impugnante, a partir do despacho decisório, assimila as conseqüências do fato que deu origem à rejeição da compensação, que lhe possibilitem saber quais pontos devem ser esclarecidos em sua defesa, para comprovação de seu direito creditório. Passemos à análise do mérito. A 1ª Turma Especial enfrentou preliminarmente questão relativa à preclusão consumativa do direito à apresentação da DCTF retificadora após a transmissão do PER/DCOMP e antes da prolação do Despacho Decisório, documento este informativo do direito creditório decorrente do pagamento indevido da Contribuição. Compartilho do entendimento exarado pelo Relator original, o qual transcrevo como parte deste voto: Apesar da complementação das alegações da recorrente e a correspondente documentação comprobatória terem sido apresentadas apenas em sede de Recurso Voluntário, o que, em tese, estaria atingida pela preclusão consumativa, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, com respaldo ainda na alínea “c” do § 4º art. 16 do PAF (Decreto nº 70.235/1972), quando a juntada de provas destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, mormente quando a Turma de Julgamento de primeira instância manteve a decisão denegatória da compensação, com base no argumento de que não foram apresentadas as provas adequadas e suficientes à comprovação do crédito compensado, quando tal questão não fora abordada no âmbito do Despacho Decisório guerreado. Fl. 599DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 8 7 Neste sentido, os dados da DCTF retificadora e os documentos colacionados são indícios de prova dos créditos e, em tese, ratificam os argumentos apresentados. No caso em tela, não existe norma procedimental condicionando a apresentação de PER/DCOMP à prévia retificação de DCTF, embora seja este um procedimento lógico. O comando contido no inciso III do § 2º do art. 11 da IN RFB nº 903/2008, vigente à época, abaixo reproduzido, não se refere a decisão em pedido do contribuinte, que não é procedimento fiscal, em sentido estrito, ou seja, procedimento tendente a apurar débito do contribuinte. Art. 11 . A alteração das informações prestadas em DCTF será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (grifei). Portanto, não há impedimento legal algum para a retificação da DCTF, que considero tratarse de prova indiciária, em qualquer fase do pedido de restituição ou compensação, desde que anteriormente à inscrição em dívida ativa, sendo que este somente pode ser deferido após a comprovação do direito creditório Considero, também, suplantada a questão da não incidência das Contribuições de que trata a Lei nº 10.865/2004 em relação aos royalties, uma vez que estes são remunerações da propriedade industrial ou intelectual em razão de sua cessão, direito de uso ou transferência de tecnologia uma obrigação de dar, não caracterizada como prestação de serviço. A questão de mérito apresentase em concluir se o pagamento do PIS Importação (código 54341), no valor de R$ 70.896,74, referente ao 2º trimestre/2004, é indevido em decorrência dos valores pagos a título de royalties compreender tão somente parcela devida pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia à licenciada na fabricação de produtos, ou se tal parcela comporta igualmente remuneração advinda de outra modalidade de prestação de serviço conexa ou acessória ao contrato de licença. Fl. 600DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 9 8 Esta foi a dúvida suscitada da qual decorreu a conversão do julgamento, de 24 de abril de 2014, em Diligência à unidade de origem. Salientase que a Solução de Divergência nº 11/2011, da Coordenação Geral de Tributação (Cosit) SD Cosit nº 11/2011, pacificou o entendimento de que não há incidência das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, vinculados à importação, sobre o valor pago a título de royalties, se o contrato discriminar destes os valores relativos aos pagamentos dos serviços técnicos e da assistência técnica de forma individualizada. No ponto em que se encontra os autos e realizada a Diligência determinada por Colegiado deste CARF, mister se faz apreciar os documentos e manifestações da contribuinte em face do relatório de diligência elaborado pela SAORT/DRF Camaçari/BA, bem como o teor deste (relatório). Em que pese a constatação de que os documentos coligidos pela Unidade de Origem apresentaramse "SEM ATESTE", entendo superada a insuficiência de autenticidade pois que no retorno da Diligência para juntada de documentos da contribuinte e apuração da legitimidade do crédito pleiteado, com base nos documentos acostados, a autoridade fiscal atestou a correlação entre invoices, contratos de câmbio, pagamentos e certificado de averbação, assim consignado (fl. 620): 04. Com relação aos documentos, os invoices e contratos de câmbios apresentados na manifestação de inconformidade demonstram que os pagamentos se referem ao contrato com certificado de averbação INPI NR. 991197/03. Repisando, a Diligência teve por escopo (1) obter do contribuinte licenciado cópias do contrato celebrado com a licenciadora, das faturas comerciais e dos registros no Livro Razão, relacionados com o pagamento de royalties que ensejaram o direito creditório pleiteado, e (2) a apuração pela Delegacia de origem da legitimidade do crédito pleiteado em face dos documentos coligidos. De um lado a outro, os argumentos cingiramse em afirmar (Auditor Fiscal) ou infirmar (contribuinte) a previsão de prestação de serviços pela licenciadora em razão da presença, nas cláusulas do contrato de Licença, dos termos "informações técnicas" e "assistência técnica". Assim, defendeu o AuditorFiscal a impossibilidade de afastar a incidência do PIS/PasepImportação sobre os pagamentos de royalties em razão dos valores comportarem também pagamentos decorrentes da prestação de serviços pela licenciadora. Em contrapartida, a contribuinte sustenta a não incidência da Contribuição pois as remessas de valores tem fundamento exclusivo no pagamento pela cessão, direito de uso e transferência de tecnologia, sem abarcar quaisquer serviços prestados. Analiso os argumentos suscitados para então decidir o litígio, iniciandose com a manifestação da autoridade fiscal em seu Relatório de Diligência (fls. 620/624). A autoridade fiscal preocupase em trazer a definição de royalties e seu conteúdo semântico para demonstrar a exclusão de "serviço técnico" e "assistência Fl. 601DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 10 9 técnica" da abrangência de seu conceito. Para isso, utilizouse das definições contidas na IN SRF nº 252/2002, que trata de royalties para fins da incidência do Imposto de Renda Retido na Fonte. Aduz que no contrato de licenciamento constam, além da licença para uso da propriedade industrial e intelectual, "outros elementos, que configuram serviços". Fundamenta seus argumentos apontando para três cláusulas contratuais: a. O subitem "1.4" cujo título é "Informações Técnicas" no qual se insere cláusula de fornecimento de materiais técnicos (desenhos, especificações e outros dados) e de assistência técnica, concluindo, quanto a esta (assistência técnica), tratarse de uma obrigação de fazer, que vislumbra característica de prestação de serviço; b. O subitem "4.2" que prescreve "Tarefa do Correspondente Técnico da Licenciadora" dispõe sobre fornecimento de informações à licenciada com relação "dispositivos licenciados e informações técnicas", concluindo também tratarse de obrigação de fazer prestação de serviço na medida em que tais informações são disponibilizadas à licenciada; c. No subitem "5. Remuneração" que estabelece a forma de cálculo da remuneração e seu percentual a título de royalties não se verifica individualização quanto à parcelas relativas à prestação de serviços. Ao final de seu relatório, arremata pelo não reconhecimento do direito creditório à luz da Solução de Divergência Cosit nº 11/2011 que exige a individualização da remuneração licença de uso e prestação de serviços para efeitos de pagamento de royalties e cálculo das contribuições. Entendo não assistir razão à autoridade fiscal. A conceituação de royalties na IN SRF nº 252/2002 está prevista no inciso I, do § 1º do art. 17, in verbis: Art. 17. As importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas a pessoa jurídica domiciliada no exterior a título de royalties de qualquer natureza e de remuneração de serviços técnicos e de assistência técnica, administrativa e semelhantes sujeitamse à incidência do imposto na fonte à alíquota de quinze por cento. § 1º Para fins do disposto no caput: I classificamse como royalties os rendimentos de qualquer espécie decorrentes do uso, fruição, exploração de direitos, tais como: a) direito de colher ou extrair recursos vegetais, inclusive florestais; b) direito de pesquisar e extrair recursos minerais; c) uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação e de marcas de indústria e comércio; d) exploração de direitos autorais, salvo quando recebidos pelo autor ou criador do bem ou obra; Fl. 602DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 11 10 Os termos "serviço técnicos" e "assistência técnica" estão definidos no inciso II, do mesmo artigo: II considerase: a) serviço técnico o trabalho, obra ou empreendimento cuja execução dependa de conhecimentos técnicos especializados, prestados por profissionais liberais ou de artes e ofícios; b) assistência técnica a assessoria permanente prestada pela cedente de processo ou fórmula secreta à concessionária, mediante técnicos, desenhos, estudos, instruções enviadas ao País e outros serviços semelhantes, os quais possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedido. Pois bem, fato é que o dispositivo do IRRF distingue royalties de serviço técnicos e assistência técnica para efeito de incidência de pagamentos e remunerações nessas rubricas. Quanto ao serviço técnico, a prestação é realizada por "profissionais liberais ou de artes e ofícios", portanto, é trabalho realizado por pessoa física, desenvolvendo atividade atinente a suas habilidades técnicas/artísticas em caráter pessoal. Não se prevê o trabalho realizado em nome de uma pessoa jurídica e no meu entender não se amolda às cláusulas contratuais em análise. "Assistência técnica a assessoria permanente" diz respeito àquela prestada por quem cede licença de processo ou fórmula secreta cujo trabalho (assistência) fazse necessário de modo permanente a possibilitar a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. Não é a situação que envolve licenciadalicenciadora, pois o objeto é transferência de tecnologia para fabricação de peças automotivas, que não se confunde com um "processo" ou fórmula secreta" ou "outros serviços" que possibilitem a efetiva utilização do processo ou fórmula cedida. A utilização dos conceitos inseridos na IN SRF nº 252/2002 para estabelecer diferenças entre pagamentos de royalties e de serviço técnico/assistência técnica implica o ônus de se observar o conteúdo e aplicação desses termos na análise do Contrato de licenciamento e o objeto da atividade da recorrente. Dito de outra forma, a autoridade fiscal emprestou os as definições da IN tão somente para segregar pagamentos ao exterior relativos à royalties, serviços técnicos e em assistência técnica; contudo, não utilizou seus significados na interpretação das atividades previstas no contrato, que por certo, não se tratam de licenças relativas a processos industriais ou à fórmula secreta, como conceituado na IN. A conclusão, ainda que até aqui preliminar, é no sentido de que o contrato de licenciamento não contempla "serviço técnico" e assistência técnica" tal como conceituados na IN SRF nº 252/2002 para fins de segregação e apuração dos valores de royalties remetidos ao exterior aos quais não incidirão as Contribuições nos termos da SD Cosit nº 11/2011. Fl. 603DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 12 11 Serão, também, analisadas as cláusulas contratuais e a forma de apuração da remuneração dos royalties, que contêm expressões relativas a "informações técnicas", "assistências técnicas" e outros termos abordados no relatório para demonstrar a inexistência de prestação de serviços no contrato de licenciamento da contribuinte. Antes, passo à análise da manifestação da contribuinte (fls. 629/636) que contrapõe os argumentos da autoridade fiscal no Relatório de Diligência. Confronta a contribuinte os fundamentos do relatório da diligencia sob o argumento de que não houve a indicação dos serviços contemplados no contrato de licenciamento que foram efetivamente prestados pela licenciadora. Alega que as "informações técnicas" não se caracterizam prestações de serviços, mas orientações disponibilizadas pela licenciadora por meio de manuais, guias de orientação, sem intervenção de pessoa física. Destaca que o objeto do contrato é uma licença para uso de marca estrangeira para fabricar produtos e realizar vendas na modalidade "OEM", "OES" E "AM" e tal licença inclui a utilização das informações técnicas acerca dos produtos. Argúi que a licenciadora fornece as instruções necessárias à execução das atividades (fabricação de produtos automotivos) no País. Entendo assistir razão à recorrente. As cláusulas contratuais são claras suficientes para apontar não somente a inexistência de prestação de serviços como um de seus objetos, ainda que secundário ou acessório, impõe também concluir que o cálculo da remuneração dos royalties contempla exclusivamente receitas de vendas dos produtos licenciados, o que exclui o pagamento pela prestação de serviços conexos ao licenciamento. Primeiro, passo à análise do "Contrato de Licença" e do seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a recorrente e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG, a qual será realizada mediante a investigação e interpretação dos vocábulos e expressões utilizadas que permitem extrair o seu objeto e, em especial, a previsão de (in)existência de serviços conexos à licença. a. "Dispositivos Licenciados" referemse aos produtos automotivos (peças) listados na "Tabela A" (fls. 447/450) licenciados à fabricação. Referida tabela compõe de peças veiculares de fabricação nacional. Portanto, não contemplam serviços. b. "Patentes Licenciadas", relacionadas na "Tabela B" (fl. 451), referemse a patentes possuídas pela licenciadora que se relacionam ou se aplicam aos "dispositivos licenciados". Portanto, não se tratam de serviços. c. "Informações Técnicas" referemse à disponibilização de informações orais ou por escrito relativas aos "dispositivos licenciados". As "informações" estão discriminadas na "Tabela C" (fls. 452/456) e compõem exatamente da mesma relação de dispositivos da "Tabela A". Portanto, não se tratam de outro serviço conexo, são mera prestações de informações, por intermédio de desenhos, especificações e outros dados. Fl. 604DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 13 12 d. Os termos "OEM", "OES" e "AM" referemse à fornecimento de peças e sobressalentes aos fabricantes de carros. e. "Atividades de B&C" referemse à produção e venda de sistemas de freios e seus acessórios. f. A cláusula "2.1 Licença Concedida" trata do objeto do contrato, que se resume à licença para fabricar as peças automotivas relacionadas nas tabelas e vender os dispositivos como "OEM", "OES E "AM", incluindose a licença para usar informações técnicas e as patentes licenciadas. Tais cláusulas são precisas para delas depreender a inexistência de prestações de serviços no âmbito do contrato celebrado. g. O tópico "4. Informações técnicas" trata do fornecimento de informações, o qual dispõe no item "4.1.1", "A LICENCIADA receberá da LICENDIADORA as Informações técnicas abaixo descritas"; h. Da leitura da cláusula "4.2" inferese que "dar informação" corresponde a colocar à disposição da licenciada cópias da documentação descrita na "Tabela C" e demais dados técnicos relativos e necessários à fabricação dos dispositivos licenciados, o que inclui respostas a consultas técnicas formuladas e recebidas, em relação aos dispositivos licenciados. Atentese que a atividade objeto do contrato de licenciamento é o fornecimento de licença de uso ou cessão para a transferência de tecnologia para a fabricação e venda de peças automotivas. Não há previsão de quaisquer prestações de serviços conexos ao licenciamento, isto é, inexiste qualquer obrigação de fazer; restringese o contrato a uma obrigação de dar. A definição de prestação de serviço, construída pela doutrina jurídica, é estabelecida nos termos em que há um esforço humano dirigido a terceiro, com conteúdo econômico, em caráter negocial e profissional, realizada sob regime de direito privado, cujo objeto é a realização de atividade da qual resulte um bem material ou imaterial. Assim dispõe a doutrina de Paulo de Barros de Carvalho1 em seu escólio acerca da prestação de serviço sujeita ao ISS: A mais desse fator, é forçoso que a atividade realizada pelo prestador apresentese sob a forma de "obrigação de fazer". Eis aí outro elemento caracterizador da prestação de serviços. Só será possível a incidência do ISS se houver negócio jurídico mediante o qual uma das partes se obrigue a praticar certa atividade, de natureza física ou intelectual, recebendo, em troca, remuneração. Por outro ângulo, a incidência do ISS pressupõe atuação decorrente do dever de fazer algo até então inexistente, não sendo exigível quando se tratar de obrigação que imponha a mera entrega, permanente ou temporária, de algo que já existe. 1 CARVALHO, Paulo de Barros. Direito tributário linguagem e método, 3. ed.. São Paulo: Noeses, 2009, p. 768 Fl. 605DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 14 13 Destarte, a previsão contratual de disponibilização de "informações técnicas" e "assistência técnica", por intermédio de entrega de dados e outros documentos pela licenciadora estrangeira, para utilização na fabricação de produtos licenciados no País, não configura prestação de serviços conexos ao licenciamento para efeitos de incidência de Contribuição para o PIS/Pasepimportação e à Cofins importação. A segunda análise recai sobre a forma de cálculo e a modalidade do pagamento dos royalties remetidos ao exterior em cumprimento às cláusulas estipuladas no contrato de licença. A remuneração do contrato de licença está previsto em sua cláusula "5.1 Royalty reincidente" (fl. 439) a qual estipula a taxa de 4% (quatro por cento) sobre "todos os Preços de Fábrica de vendas de Dispositivos Licenciados e quaisquer outras peças de veículos automotivos fabricados em conformidade com as Informações Técnicas e/ou pela utilização das Patentes Licenciadas." Referida taxa sofreu alteração por meio do "Aditivo ao Contrato de Licença", de 28/10/2004, que em suas folhas 2/4 e 3/4 (efls. 459/460) dispôs que "A LICENCIADA pagará à LICENCIANTE um Royalty Reincidente não restituível que remontará a 3% (três por cento) de todas as Vendas Líquidas." Resta claro qual deve ser a composição dos valores sobre os quais incidirão os royalties: preços de venda (na fábrica) ou vendas líquidas, em determinado período. Desses valores estão excluídos quaisquer parcelas relativas a pagamentos por serviços conexos à licença tomados pela contribuintelicenciada. Isto porque há previsão expressão na cláusula "5.2 Pagamento de royalty e Relatório de Royalty" de que o pagamento dos royalties será acompanhado de relatório a ser prestado pela contribuinte à licencidadora contendo (i) relação dos artigos e números dos dispositivos licenciados vendidos ou utilizados; (ii) o montante de "Preços de Fábrica recebidos por Dispositivos licenciados e suas peças" e (iii) a discriminação (origem / "derivação") das quantias pagas à licenciadora, conforme as informações prestadas. Completada a análise quanto aos valores que compõem o cálculo do pagamento dos royalties devidos à licenciadora, cumpre verificar a correspondência desse com os demais documentos coligidos e a sua regularidade conforme exigências da legislação. Os documentos em apreço são: invoice (fatura comercial), contrato de câmbio e correspondente registro na escrituração contábil. A invoice nº nº 90343232 (fl. 591/594) emitida pela licenciadora informa pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", com valor total de USD 1.300.811,16. De fato, o valor consignado não é o efetivamente remetido pois, conforme cláusula contratual, o pagamento deve ser líquido de impostos e taxas no país do licenciado. Assim, efetuada a retenção legal de 15% relativo ao IRRF (conforme informado no campo "outras especificações" do contrato de câmbio de fl. 204 e Fl. 606DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 15 14 lançamento no livro Razão à fl. 600), o valor a ser remetido é de USD 1.105.689,49 (R$ 3.454.395,10), exatamente como consignado na "Planilha de Cálculo" (fl. 201) e Contrato de Câmbio nº 04/03489, de 23/06/200 (fls. 203/205), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO, que comprova sua liquidação. Passo seguinte é verificar a regularidade da remessa cambial a título de royalties. A disciplina acerca das remessas de valores para o exterior a título de royalties ou qualquer outro título (inclusive "assistência técnica") foi estabelecida pela Lei nº 4.131, de 03/09/1962, com o controle pela Superintendência da Moeda e do Crédito SUMOC. Atualmente regulamentada pelo Banco Central do Brasil pela Circular nº 3.689/2013, que dispõe sobre o capital estrangeiro no País e sobre o capital brasileiro no exterior. De fato, em ambos diplomas não se verifica qualquer distinção quanto ao pagamento a título de royalties ou de outros serviços para o exterior. Não obstante, a Circular nº 3.689/2013, na Subseção I, que trata de "Royalties, serviços técnicos e assemelhados", do capítulo "Operações financeiras", dispõe sobre os registros das operações contratadas e discrimina sus espécies, como transcrito: Subseção I Royalties, serviços técnicos e assemelhados Art. 101. Esta subseção dispõe sobre o registro, no módulo ROF do RDE, das operações contratadas entre pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no País, e pessoa física ou jurídica residente, domiciliada ou com sede no exterior, relativas a: I licença de uso ou cessão de marca; II licença de exploração ou cessão de patente; III fornecimento de tecnologia; IV serviços de assistência técnica; V demais modalidades que vierem a ser averbadas pelo INPI; e VI serviços técnicos complementares e as despesas vinculadas às operações enunciadas nos incisos I a V deste artigo não sujeitos a averbação pelo INPI. Resta evidente que o regulamento estabeleceu diferenças entre royalties e serviços nos incisos "I" a "III" (royalties), "IV" (serviços de assistência técnica) e "V" (serviços técnicos complementares). Desde a edição da CartaCircular nº 2803/98, vigente em 01/07/1998, que contempla as operações da recorrente no ano de 2003/2004, as diferenças entre remessas por pagamento de royalties e de outros serviços estão especificadas segundo Tabela com os códigos atribuídos à natureza da operação, quando da prestação dessas informações no preenchimento do contrato de câmbio. Fl. 607DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 16 15 Conforme a transcrição de Tabela, resta caracterizada a natureza do pagamento ao exterior com a verificação do código informado no contrato de câmbio: XIV SERVIÇOS DIVERSOS NATUREZA DA OPERAÇÃO Nº CÓDIGO 1 EXPORTAÇÃO/IMPORTAÇÃO DE SERVIÇOS 1/ PATENTES 2/ licença de exploração/cessão 45625 MARCAS 2/ licença de uso/cessão 45618 FORNECIMENTO DE 2/ tecnologia 45632 serviços de assistência técnica 45649 serviços e despesas complementares 45584 FRANQUIAS 2/ 45591 IMPLANTAÇÃO OU INSTALAÇÃO DE PROJETO técnicoeconômico 45656 industrial 45663 de engenharia 45670 SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS 3/ projetos, desenhos e modelos industriais 45687 projetos, desenhos e modelos de engenharia 45694 montagem de equipamentos 45704 outros serviços técnicosprofissionais 45711 In casu, verificando a natureza da operação informada pela recorrente no Contrato de Câmbio nº 04/03489 (fl. 203) constatase tratarse do código de prefixo "45632", que conforme inciso III, do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, que evidencia pagamento de roylaties. Na hipótese do pagamento corresponder à prestação de serviço de assistência técnica ou de serviços complementares, os códigos seriam, respectivamente, 45634 e 45584, o que não se verifica nos autos. Assim, os documentos coligidos nos autos, relativos à apuração e ao pagamento dos valores devidos e remetidos ao licenciador estrangeiro, com a utilização de código cambial vinculado a pagamentos de royalties, comprovam tratarse de remessa a título de royalties previsto em contrato para a transferência de tecnologia para fabricação de produtos licenciados. Fl. 608DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 17 16 Finalizando, concluo que, à luz do contrato de licenciamento e os efetivos pagamentos realizados ao exterior, não incide as Contribuições para o PIS/Pasepimportação e Cofinsimportação, pois tais pagamentos, cujos cálculos baseiamse nas vendas líquidas de produtos licenciados, referemse exclusivamente à remuneração contratual pela transferência de tecnologia, com natureza jurídica de royalties, inexistindo parcelas relativas à serviços conexos à licença a serem individualizados no contrato. Evidenciase assim, pagamento indevido o recolhimento efetuado pela recorrente, para o qual se pleiteia restituição do valor recolhido, por meio do DARF, código 5434 (fl. 202). Diante do exposto, voto no sentido de reconhecer o direito creditório da recorrente e dar provimento ao recurso voluntário." Retornando ao caso deste processo, importante ressaltar que todos os documentos analisados no julgamento do paradigma encontram correspondência com os documentos juntados ao presente, a saber: a) "Contrato de Licença" e seu "Aditivo ao Contrato de Licença", celebrado entre a Continental do Brasil e a empresa estrangeira Continental Teves AG & CO. OHG (fls. 438 a 465 mesmo contrato que o analisado no julgamento do paradigma); b) invoice nº 90455654 (fls. 532) emitida pela licenciadora informando pagamento relativo a "Taxas de Royalties referentes à Taxa de Licença Contrato de 12 de novembro de 1999 (...)", no valor total de USD 1.619.197,00; c) contrato de cambio nº 05/049655, no valor de USD 1.376.317,45 (fls. 204 a 206), que comprova a remessa ao exterior de USD 1.376.317,45 (R$ 3.251.687,61), corroborado com extrato emitido pelo UNIBANCO que comprova sua liquidação; d) o valor da remessa, conforme cláusula contratual, corresponde ao valor total da invoice menos o desconto do IRRF de 15%, conforme lançamentos no razão fl. 542) e planilha de cálculo de fl. 202; e) a natureza da operação no Contrato de Câmbio nº 05/049655 foi especificada com o código de prefixo "45632", que, conforme inciso III do art. 101 da Circular do BCB nº 3.689/2013, corresponde ao pagamento ao exterior em decorrência do fornecimento de tecnologia, o que evidencia pagamento de royalties; f) DARF de fl. 203. Portanto, constatase que neste processo o contribuinte juntou os mesmos documentos que foram considerados hábeis à comprovação do direito creditório no caso do paradigma, variando apenas o número dos documentos e os valores envolvidos. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório em litígio. Winderley Morais Pereira Fl. 609DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 13839.913790/200921 Acórdão n.º 3201002.415 S3C2T1 Fl. 18 17 Fl. 610DF CARF MF Impresso em 19/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/10/2016 por MONICA MONTEIRO GARCIA DE LOS RIOS, Assinado digitalmente em 19/10/2016 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 19515.721619/2013-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Nov 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2010, 2011
Ementa:
MULTA QUALIFICADA. ERRO NA ESCRITURAÇÃO
Quando não devidamente comprovada pela fiscalização a existência de conduta dolosa, realizada mediante prática de ato ilícito, com o intuito de evitar ou reduzir o pagamento de tributos ou a ocultar a ocorrência de fato jurídico tributário, não é possível a majoração da multa para o percentual de 150%, nos temos do artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64.
Numero da decisão: 1401-001.728
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso
Antônio Bezerra Neto - Presidente.
Aurora Tomazini de Carvalho - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Livia de Carli Germano (vice-presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregório, Julio Lima Souza Martins, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Aurora Tomazini de Carvalho e Marcos de Aguiar
Nome do relator: AURORA TOMAZINI DE CARVALHO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2010, 2011 Ementa: MULTA QUALIFICADA. ERRO NA ESCRITURAÇÃO Quando não devidamente comprovada pela fiscalização a existência de conduta dolosa, realizada mediante prática de ato ilícito, com o intuito de evitar ou reduzir o pagamento de tributos ou a ocultar a ocorrência de fato jurídico tributário, não é possível a majoração da multa para o percentual de 150%, nos temos do artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso Antônio Bezerra Neto - Presidente. Aurora Tomazini de Carvalho - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Livia de Carli Germano (vice-presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregório, Julio Lima Souza Martins, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Aurora Tomazini de Carvalho e Marcos de Aguiar
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ERRO NA ESCRITURAÇÃO Quando não devidamente comprovada pela fiscalização a existência de conduta dolosa, realizada mediante prática de ato ilícito, com o intuito de evitar ou reduzir o pagamento de tributos ou a ocultar a ocorrência de fato jurídico tributário, não é possível a majoração da multa para o percentual de 150%, nos temos do artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso Antônio Bezerra Neto Presidente. Aurora Tomazini de Carvalho Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (presidente da turma), Livia de Carli Germano (vicepresidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregório, Julio Lima Souza Martins, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Aurora Tomazini de Carvalho e Marcos de Aguiar Relatório Tratase de processo administrativo originado com a lavratura de auto de 4 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 16 19 /2 01 3- 11 Fl. 5303DF CARF MF 2 autos de infração (fls.1088/1122) para a constituição de crédito tributário relativo a Imposto sobre a Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS e Contribuição para o PIS/PASEP, no valor total de R$ 22.951.888,96 (vinte e dois milhões novecentos e cinquenta e um mil, oitocentos e oitenta e oito reais e noventa e seis centavos) Os autos de infração referemse omissão de recitas de vendas e serviços, apurada em razão do cancelamento não comprovado de notas fiscais de vendas relativas a fatos geradores ocorridos no anoscalendários de 2010 e 2011. E, além do principal, inclui também multa de ofício qualificada em 150% e juros de mora à taxa Selic, calculados até agosto/2013. De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (fls. 4449/4454), devido à grande quantidade de notas fiscais de vendas canceladas constantes do SPED (Nota Fiscal Eletrônica), examinada a conta no. 940003, denominada “Vendas no Mercado Nacional”, relativas aos anoscalendários de 2010 e 2011 (fls. 1187/4448), constatou a fiscalização que tais notas fiscais não haviam sido contabilizadas e, conseqüentemente, não haviam sido consideradas na apuração do Lucro Real, da base de calculo da CSLL, do PIS e da COFINS Durante a fiscalização a empresa forneceu a relação das notas fiscais de vendas canceladas e esclareceu que os cancelamentos ocorreram em razão de problemas no sistema de informática. Declarou que as mercadorias constantes de tais notas teriam sido entregues aos clientes, mas que os valores nelas constantes não haviam sido consideradas na apuração do lucro real. Apresentou Darf (s) de recolhimento relativos às notas fiscais de vendas “canceladas”, que não foram levados em conta na ação fiscal, em razão de os tributos recolhidos não terem sido declarados em DCTF. Em razão dos fatos narrados, sobre o valor das vendas canceladas foram lavrados os autos de infração referidos acima e aplicada multa qualificada de 150%. Determinada a base de cálculo do IRPJ e CSLL do período, procedeuse à compensação de 30%, reduzindo o valor do prejuízo fiscal e da base negativa da CSLL. Inconformada, a empresa autuada apresentou IMPUGNAÇÃO (fls. 4470/4485), acompanhada de Darf(s) (4486/4833) na qual alega, resumidamente, o seguinte: (i) A improcedência de exigência de valores devidos ao PIS e COFINS não cumulativos, juros de mora e multa, em razão de pagamentos espontâneo, efetuado antes do início da fiscalização, constantes nas Darf(s) apresentadas com a impugnação. (ii) Improcedência da exigência da multa qualificado de 150% em razão da não caracterização de conduta dolosa. Em 24 de julho de 2014 a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) decidiu converter o julgamento em diligência (4843/4844), no sentido de reverter o processo para a DRF de origem para confirmação dos pagamentos espontâneos e imputação dos valores recolhidos aos respectivos períodos de apuração. Em cumprimento à diligência (4849/4850), a fiscalização procedeu o recálculo dos autos de infração relativo ao PIS/PASEP e COFINS, considerando as deduções dos DARFs recolhidos espontaneamente pela Contribuinte, antes do início procedimento fiscal e apresentados na impugnação. Em 05 de fevereiro de 2015, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) decidiu julgar PARCIALMENTE PROCEDENTE a impugnação apresentada (fls. 4854/4861), mantendo o lançamento de ofício do crédito tributário, em razão da falta de constituição em DCTF pela Contribuinte, excluindose, no entanto, os valores relativos ao pagamentos espontâneos de PIS e COFINS realizados pela Fl. 5304DF CARF MF Processo nº 19515.721619/201311 Acórdão n.º 1401001.728 S1C4T1 Fl. 11 3 Contribuinte antes do início do procedimento fiscal, juros de mora e multa de ofício de 150% relativos a tais valores. Da decisão a autuada interpôs Recurso Voluntário (fls. 4870/4884), na qual repete as razões sustentadas na Impugnação com relação à multa qualificada. É o relatório. Voto Conselheira Relatora Aurora Tomazini de Carvalho O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, pelo que deve ser conhecido. A Recorrente não contestou os tributos apurados no auto de infração, nem os respectivos juros de mora, sendo apenas objeto de análise neste julgamento a aplicação da multa de ofício qualificada no percentual de 150%. Alega a Recorrente que não foi sua intensão reduzir o montante dos tributos devidos e que não há indícios dolosos na sua conduta, pois o cancelamento das notas fiscais não teria ocorrido de forma proposital, mas sim em razão de equívocos decorrentes dos sistemas contábil e de TI, tendo sido vítima de erro. Tais equívocos, vinham sendo analisados e reparados desde novembro de 2011, porém de forma lenta, pois demandava um trabalho de cliente para cliente, partindose de notas fiscais emitidas, com verificação da efetiva entrega, passando pela contabilidade dos registros de saídas de apuração do IPI e, por fim, o diário. Alega, como prova do seu animus reparatório, que desde a percepção da falha em seu sistema, ao localizar o problema, efetuava o recolhimento, com juros e multa, das diferenças apuradas pelo setor contábil. E que seu comportamento perante a fiscalização da Receita Federal do Brasil sempre foi claro, aberto e nunca procurou utilizar subterfúgios para o não pagamento de tributos de sua responsabilidade. Como prova, aponta o recolhimento espontâneo realizado antes do início da investigação fiscal, e sua colaboração com a fiscalização ao fornecer a relação das notas fiscais canceladas e confessar que as mercadorias das mesmas foram entregues e que não foram consideradas na apuração do lucro real. Nestes termos a recorrente insurgese contra a multa de qualificada de 150%, sob a fundamentação de que não há indícios de conduta dolosa. No Termo de Verificação Fiscal (4449/4454), a fiscalização faz o enquadramento legal da multa no art. 44, I e §1º da Lei nº. 9.430/96, no entanto, não especifica de forma precisa a tipicidade da conduta realizada pela Contribuinte às figuras dolosas dos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, carecendo, assim, o auto, de motivação com relação ao fato ilícito doloso que ensejaria qualificação da multa. Tanto o conceito de fraude, quanto sonegação e conluio estão relacionados à ideia de ato enganoso, de ação ardilosa, dolosa, ilícita, realizada de máfé, com o intuito de enganar outrem. Na fraude tributária, definida pelo art. 72, o sujeito passivo se utiliza de meios ardilosos ilícitos, visando reduzir sua carga tributária, impedindo a ocorrência do fato jurídico tributário ou modificando seus aspectos. O conceito de sonegação fiscal, dado pelo art. 71, também está relacionado a mesma ideia de ato enganoso (ilícito), realizado, no entanto, pelo sujeito passivo, com vistas a retardar ou impedir o conhecimento pelo fisco do fato jurídico Fl. 5305DF CARF MF 4 tributário. E o conceito de conluio também se reporta à ideia de ato enganoso (ilícito) com vistas à redução da carga tributária, mas implementado mediante acordo entre duas ou mais pessoas. Notase, assim, a presença de três critérios definidores da hipótese qualificativa da multa tributária: (i) conduta dolosa; (ii) prática ilícita e iii) finalidade de evitar ou reduzir o pagamento de tributos, ambos conectados pela conjunção. Se não ficar devidamente comprovada a existência de conduta dolosa, realizada mediante a prática de ato ilícito, com o intuito de evitar ou reduzir o pagamento de tributos ou a ocultar a ocorrência de fato jurídico tributário, não é possível a majoração da multa para o percentual de 150%. Neste sentido já se posicionou este E. Conselho: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2001, 2002 MULTA QUALIFICADA. Para que se possa preencher a definição do evidente intuito de fraude que autoriza a qualificação da multa, nos termos do artigo 44, II, da Lei 9.430/1996, é imprescindível identificar a conduta praticada: se sonegação, fraude ou conluio respectivamente, arts. 71, 72 e 73 da Lei 4.502/1964. A mera imputação de simulação não é suficiente para a aplicação da multa de 150%, sendo necessário comprovar o dolo, em seus aspectos subjetivo (intenção) e objetivo (prática de um ilícito). (Conselheira Livia Germana voto vencedor CARF, CSRF, 1ª Turma, ACÓRDÃO 9101002.189, julgado em 21/01/2016) Tratandose de multa qualificada, nos termos dos artigos 71, 72 e 73 nº 4.502/64, é indispensável a comprovação de que o agente atuou de maneira dolosa, ou seja, com a intenção de fraudar. O auto de infração deve, obrigatoriamente, ser instruído com todos os elementos de prova necessários à comprovação do fato que dará ensejo à aplicação da penalidade. Pelo exame dos autos, contudo, não se identifica a delimitação de fato ilícito que se enquadre nas hipótese de qualificação da multa, nem prova do elemento volitivo, ou seja, da inquestionável intenção de fraudar. A imputação da qualificação é feita de forma presumida, tendo em vista o fato de os valores referentes às vendas canceladas não terem sido declarados em DCTF. No entanto, há informações no próprio Relatório Fiscal que a Contribuinte declarou ter insurgido em erro devido a problemas nos sistemas contábil e de TI. Aliase a esta informação, os pagamentos espontâneos realizados pela Contribuinte antes do inicio do processo fiscalizatório e sua colaboração com a fiscalização. Tais fatos, no meu entender, já são suficiente para descaracterizar a conduta da Contribuinte como dolosa. Mas somase a estas informações a falta de motivação do lançamento no que tange a aplicação da qualificadora, tendo em vista a ausência, por parte da fiscalização, de enquadramento da conduta da Recorrente à uma das hipótese que justificam juridicamente a qualificação da multa, nos termos do art. art. 44, I e §1º da Lei nº. 9.430/96. Voto, assim, pela redução da multa para o percentual de 75%. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por dar PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, para afastar a qualificação da multa. Sala de Julgamento, 14 de setembro de 2016 Fl. 5306DF CARF MF Processo nº 19515.721619/201311 Acórdão n.º 1401001.728 S1C4T1 Fl. 12 5 assinado digitalmente Aurora Tomazini de Carvalho Relatora Fl. 5307DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13808.001783/2001-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2003
MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA.
Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2201-003.339
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Assinado digitalmente
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Denny Medeiros da Silveira (Suplente Convocado), Daniel Melo Mendes Bezerra, Carlos César Quadros Pierre e Ana Cecília Lustosa da Cruz.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. Recurso Voluntário Provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Carlos Henrique de Oliveira - Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Denny Medeiros da Silveira (Suplente Convocado), Daniel Melo Mendes Bezerra, Carlos César Quadros Pierre e Ana Cecília Lustosa da Cruz.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1357; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 265 1 264 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13808.001783/200194 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201003.339 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de setembro de 2016 Matéria IRPF Recorrente TSAI CHUNG HSIN Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2003 MULTA DE LANÇAMENTO DE OFICIO E MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE. CONCOMITÂNCIA. Incabível a aplicação da multa isolada (art. 44, § 1°, inciso III, da Lei n° 9.430/96), quando em concomitância com a multa de oficio (inciso II do mesmo dispositivo legal), ambas incidindo sobre a mesma base de cálculo. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Carlos Henrique de Oliveira Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Denny Medeiros da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 8. 00 17 83 /2 00 1- 94 Fl. 265DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 266 2 Silveira (Suplente Convocado), Daniel Melo Mendes Bezerra, Carlos César Quadros Pierre e Ana Cecília Lustosa da Cruz. Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 7ª Turma da DRJ/SPOII(Fls. 206), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Contra o contribuinte em epígrafe foi lavrado o Auto de Infração de fls. 95/98, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, ano calendário 1997, que lhe exige crédito tributário no montante de R$ 357.712,81 correspondente a imposto (R$ 121.110,29), multa de oficio (R$ 90.832,71), multa exigida isoladamente (R$ 73.551,75) e juros de mora calculados até 30/03/2001 (R$ 72.218,06). Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento(s) Legal(is) e Termo de Verificação Fiscal de fls. 91/94, o lançamento teve origem na constatação das seguintes irregularidades: OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS Omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas no valor de R$ 88.639,46 que foi informada pelo contribuinte na declaração de ajuste anual como rendimento isento. Após intimação, o contribuinte informou tratarse de transferência de saldo de valor levantado em ação executiva promovida por terceiros. Os documentos apresentados não justificam sua natureza de rendimento isento. Fato Gerador Valor Tributável (R$) Multa 31/12/1997 88.639,46 75% Enquadramento legal: arts. 1° a 3° e §§ e 8° da Lei n° 7.713/88; arts. 1° a 4° da Lei n° 8.134/90; arts. 3°e 11 da Lei n°9.250/95. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE FONTES NO EXTERIOR Omissão de rendimentos provenientes de fontes pagadoras situadas no exterior referentes a três remessas em dólares recebidas em 21/01/1997 (US$ 99.985,00), em 29/04/1997 (US$ 95.562,00) e em 30/06/1997 (US$ 95.085,00), conforme documentos de fls. 54/56. Tais valores foram declarados pelo contribuinte como rendimentos isentos transferências patrimoniais. Intimado a comprovar a origem e natureza desses recursos, o contribuinte não logrou comprovar por meio de documentação hábil e idônea sua natureza de rendimento isento. Fl. 266DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 267 3 Fato Gerador Valor Tributável (R$) Multa 31/01/1997 102.984,55 75% 30/04/1997 100.626,78 75% 30/06/1997 101.265,52 75% Enquadramento legal: arts. 1° a 3° e §§ e 8° da Lei n° 7.713/88; arts. 10 a 4° da Lei n° 8.134/90; arts. 3° e 11 da Lei n° 9.250/95. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO Omissão de rendimentos tendo em vista a ocorrência de variação patrimonial a descoberto, em que verificouse excesso de aplicações sobre origens, não respaldado por rendimentos declarados/comprovados, conforme planilhas de análise da evolução patrimonial mensal de fls. 89/90 e esclarecimentos constantes do Termo de Verificação Fiscal de fls. 91/94, merecendo destaque os seguintes pontos: foram considerados como recursos os rendimentos omitidos apurados nos itens anteriores (omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas e de fontes situadas no exterior); foi considerada como aplicação em abril de 1997 a quantia de R$ 100.393,64 transferida para crédito em conta de terceiro (Paulo Célio da Silva) no Banco do Estado do Paraná, Agência Ponte da Amizade, conforme documentos de fls. 67/82. O contribuinte informou tratarse de "pagamento de empréstimo pessoal, obtido no Mercado Informal" sem, contudo, apresentar documentação comprobatória; foi considerada como aplicação a aquisição do veiculo FIAT PALIO, placa CJB 8660, em junho de 1997 (fl. 59), não declarado pelo contribuinte; não foram considerados como recursos os valores referentes A. alegada alienação dos veículos Royale, placa BMI 3618 e Monza, placa TX 1851, por falta de documentação comprobatória; tendo em vista que o contribuinte não preencheu o "Demonstrativo de Gastos Pessoais Realizados" conforme solicitado pela fiscalização, procedeuse ao arbitramento dos gastos com base na Lei no 8.846, de 21/01/1994, conforme demonstrativo de fl. 88, resultando na quantia de R$ 59.681,57 considerada como aplicação no mês de dezembro; Fato Gerador Valor Tributável (R$) Multa 31/12/1997 89.224,83 75% Enquadramento legal: arts. 1° a 3 0 e §§ da Lei n° 7.713/88; arts. 1° e 2° da Lei n° 8.134/90; arts. 3° e 11 da Lei n° 9.250/95. DESPESAS COM INSTRUÇÃO DEDUZIDA INDEVIDAMENTE Fl. 267DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 268 4 Glosa da dedução a titulo de despesas com instrução, pleiteada indevidamente, por falta de comprovação. Fato Gerador Valor Tributável (R$) Multa 31/12/1997 1.700,00 75% Enquadramento Legal: art. 11, § 3° do DecretoLei n° 8.844/43; art. 8°, inciso II, alínea "b" da Lei n° 9.250/95. DEMAIS INFRAÇÕES SUJEITAS A MULTAS ISOLADAS Multa exigida isoladamente por falta de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Física devido 6. titulo de carneledo, referente aos valores declarados e aos rendimentos omitidos recebidos de pessoas físicas e de fontes situadas no exterior, apurados nos itens anteriores. Fato Gerador Valor Multa Isolada (R$) Multa 31/01/1997 19.242,09 75% 30/04/1997 18.800,01 75% 30/06/1997 18.919,78 75% 31/07/1997 5,62 75% 31/08/1997 5,62 75% 30/09/1997 5,62 75% 31/10/1997 5,62 75% 30/11/1997 5,62 75% 31/12/1997 16.561,77 75% Enquadramento legal: art. 8° da Lei no 7.713/88; art. 44, § 10, inciso III da Lei n° 9.430/96. Cientificado do lançamento em 18/04/2001 (fl. 95), o contribuinte apresentou em 18/05/2001, por meio de procurador qualificado à fl. 117, a impugnação de fls. 105/116 alegando, em síntese, o que segue: com relação a omissão de rendimentos recebidos de pessoa física no valor de R$ 88.639,46 reitera tratarse de transferência de saldo de valor levantado em ação executiva promovida por terceiros. Junta diversos documentos às fls. 118/148 referentes a processo judicial de despejo e execução por falta de pagamento de alugueis e cópia de fax autorizando a transferência dos valores dos aluguéis recebidos no processo de execução ao contribuinte. Diz que "a farta documentação apresentada„ constituem prova robusta do recebimento da referida importância pelo autuado, dando autenticidade e legalidade ao valor consignado em sua DIRPF'; Fl. 268DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 269 5 quanto à omissão de rendimentos recebidos do exterior na quantia de R$ 304.876,85 sustenta que são rendimentos isentos, conforme declarados no item transferências patrimoniais — doações, heranças e meações. Relata que no curso da ação fiscal foi intimado a apresentar documentação hábil e idônea que comprovasse de forma inequívoca sua origem e natureza, mas que como as referidas remessas são provenientes de Taiwan, pais que não mantém relação diplomática com o Brasil, não conseguiu obtêlos a tempo de evitar o lançamento. No entanto, o faz agora na impugnação, por meio de declaração firmada pelo remetente do numerário, documento traduzido por tradutor juramentado e autenticado pela Embaixada da República da China no Paraguai; no tocante ao acréscimo patrimonial a descoberto, diz que intimado a esclarecer a transferência da importância de R$ 100.393,64 a crédito de Paulo Célio da Silva, informou tratarse de empréstimo pessoal obtido no mercado informal. Como nada mais lhe foi perguntado, entendeu esclarecida a questão. Tivesse a fiscalização se aprofundado no questionamento apresentaria provas do recebimento do empréstimo, o que ocorreu nos meses anteriores a seu pagamento; embora não citado no processo, o arbitramento de gastos sobre bens encontra amparo na Lei no 8.846, de 1994, que fixa como parâmetro o máximo de 10% do valor de mercado do respectivo bem. A esse respeito faz os seguintes questionamentos: a) qual o critério utilizado para impor o percentual máximo de 10%? b) como bens baixados em sua declaração (veiculo monza e auto royale) continuam a ser utilizados como base para gastos? c) qual o critério para não se agregar gastos proporcionais em relação a veículos adquiridos no curso do anocalendário? d) o fato de possuir uma residência, um imóvel locado, dois terrenos e dois veículos (dois itens dentre cinco elencados na Lei) é determinante para o arbitramento por sinais exteriores de riqueza? Tais indagações, a seu ver, evidenciam a superficialidade do arbitramento executado, pelo que deve ser repelido; reclama que na Análise da Evolução Patrimonial foi desconsiderada a alienação de dois veículos no ano fiscalizado por falta de comprovação, pois realizada no mercado informal. Diz que, embora a fiscalização utilize "dados sistêmicos" para comprovar aquisições, não faz o mesmo para comprovar alienações. Junta documentação obtida no DETRAN para comprovar que tais veículos não mais lhe pertenciam e que se encontram em nome de Elias Pereira Palmeiro e Edson Vieira Macedo; quanto A. dedução indevida de despesas com instrução, anexa declaração da Fundação Liceu Pasteur comprovando a efetividade da dedução; no tocante A multa isolada, alega inicialmente que incidiu sobre uma base de cálculo contestada e inexistente. Além disso, Fl. 269DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 270 6 já foi punido com a multa de oficio de 75% sobre a mesma base de cálculo. Somandose a multa isolada também de 75%, chega se a uma multa de 150%, sanção sem precedentes na área tributária. Passo adiante, a 7ª Turma da DRJ/SPOII entendeu por bem julgar o lançamento procedente em parte, em decisão que restou assim ementada: OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS. São tributáveis os rendimentos recebidos a titulo de aluguel, ainda que seu recebimento seja decorrente de ação judicial. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE FONTES NO EXTERIOR. São tributáveis os rendimentos recebidos de fontes situadas no exterior cuja natureza isenta não restou comprovada por meio de documentação hábil e idônea. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. O acréscimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis, isentos ou não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte e sujeitos á tributação definitiva, está sujeito a lançamento de oficio por caracterizar omissão de rendimentos. Somente a apresentação de provas inequívocas é capaz de ilidir a presunção legal de omissão de rendimentos. No arbitramento de gastos com a manutenção do patrimônio serão computados gastos proporcionais aos meses de utilização quanto aos bens adquiridos no curso do anocalendário. DEDUÇÃO. DESPESAS COM INSTRUÇÃO. Poderão ser deduzidas da base de cálculo as despesas com instrução do contribuinte ou de seus dependentes, devidamente comprovadas, e respeitados os limites legais. MULTA ISOLADA SOBRE CARNELEÃO. MULTA DE OFÍCIO. SIMULTANEIDADE. É cabível o lançamento da multa isolada sobre carnes leão não recolhido concomitante A. multa de oficio sobre o imposto apurado de oficio na declaração inexata. A multa de oficio, de 75%, prescrita no art. 44, inciso I, da Lei 9.430/1996, consiste em penalidade pecuniária aplicada em decorrência da infração cometida, no caso, omissão de rendimentos, e é aplicável, sempre, nos lançamentos de oficio. A multa isolada incide no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão), que deixar de fazê lo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste. Fl. 270DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 271 7 RETROATIVIDADE DE LEI MAIS BENÉFICA. MULTA ISOLADA. LEI 11.488/2007. Aplicase a lei retroativamente ao ato ou fato pretérito, não definitivamente julgado, quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. Regularmente cientificado, o Recorrente interpôs tempestivamente Recurso Voluntário em 06/11/2009 (fls. 230 a 240), argumentando em síntese: (...) Quer o recorrente a reforma da r. decisão quanto a multa isolada no valor de R$ 49.034,51, referente ao anocalendário de 1997, e quanto a Omissão de rendimentos, acréscimo patrimonial a descoberto o valor correspondente será objeto de pagamento. Ratifica as alegações apresentadas na impugnação, quanto a multa isolada, as quais o Julgador Primário superficialmente preferiu desconhecêlas. Apresentamos abaixo considerações que determinam sua utilização, bem como a apresentação de jurisprudências colacionadas junto ao CARF e CSRF, que após uma análise certamente levará, data máxima vênia, ao acolhimento da pretensão recursal, reformando a r. decisão recorrida que julgou procedente a aplicação da Multa Isolada. MULTA ISOLADA SOBRE CARNÊLEÃO E MULTA DE OFICIO SIMULTANEIDADE Em segunda instancia de julgamento de processos administrativos fiscais o entendimento segundo o qual, relativamente ao imposto de renda da pessoa física (IRPF), o Fisco não poderia, num mesmo exercício, exigir a multa por falta de recolhimento do "carneleão" (antecipação) concomitantemente com a multa de oficio por redução indevida, total ou parcial, do imposto (definitivo) a pagar na declaração, ainda que essas infrações e penalidades estejam expressamente tipificadas e cominadas na legislação tributária, mais especificamente no § 1°, do art. 44, da n° 9.430, de 27/12/1996, ou seja, a segunda infração anistiaria a primeira ou dispensaria a aplicação da respectiva penalidade: (...) A cobrança cumulada das multas de oficio e isolada é ilegal e foi derrubada em diversas oportunidades pelo Conselho de Contribuintes. Essa mudança é positiva na medida em que, no passado, com base na antiga redação do artigo 44 da Lei 9.430/96, quando havia falta de pagamento pelo regime de estimativa, as autoridades fiscais chegavam a exigir cumulativamente a multa isolada e a multa de oficio em conjunto com o tributo devido, portanto, a multa isolada aplicada a contribuinte ora recorrente, deve ser excluída pela reforma da r. sentença atacada. Fl. 271DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 272 8 Em 30/03/2010, às Fl. 244, o recorrente informa que utilizou o beneficio da Lei 11.941/2009, para pagamento a vista do débito confessado, requerendo a quitação; junta em anexo cópia do DARF do pagamento (fls. 245). Às Fl. 255 dos autos se verifica que o recorrente pagou em 28/05/2010 o saldo devedor remanescente. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. Verifico que o recurso trata somente da multa isolada por falta de recolhimento do "carneleão". Alega o recorrente que o Fisco não poderia, em um mesmo exercício, exigir a multa por falta de recolhimento do "carneleão" (antecipação) concomitantemente com a multa de oficio por redução indevida, total ou parcial, do imposto (definitivo) a pagar na declaração, ainda que essas infrações e penalidades estejam expressamente tipificadas e cominadas na legislação tributária, mais especificamente no § 1°, do art. 44, da n° 9.430, de 27/12/1996, ou seja, a segunda infração anistiaria a primeira ou dispensaria a aplicação da respectiva penalidade: Como bem ensina o Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida. Quando várias normas punitivas concorrem entre si na disciplina jurídica de determinadas condutas, tornase importante investigar se a penalidade prevista para punir uma delas pode absorver a outra. No caso em exame, o não recolhimento mensal devido a título de carnêleão pode ser visto como etapa preparatória do ato de reduzir o imposto ao final do anocalendário. A primeira conduta é, portanto, meio de execução da segunda. Com efeito, o bem jurídico mais importante é, sem dúvida, a efetividade da arrecadação tributária, atendida pelo recolhimento do tributo apurado ao fim do anocalendário, e o bem jurídico de relevância secundária é a antecipação do imposto devido a título de carnê leão. Em se tratando de aplicação de penalidades, aplicase, aqui, a lógica do princípio penal da consunção. Pelo critério da consunção, ao se violar uma pluralidade de normas, passandose de uma violação menos grave para outra mais grave, como sucede no caso em análise, prevalece a norma relativa à penalidade mais grave. Fl. 272DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 273 9 Nessa linha de raciocínio, descabe a aplicação da multa isolada por falta de recolhimento mensal do imposto de renda devido a título de carnêleão concomitantemente com a multa de ofício decorrente da apuração de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas. Cobrase apenas esta última, no percentual de 75% sobre o imposto devido. Acrescento que a cobrança da multa isolada referente aos rendimentos sujeitos ao carnêleão, concomitantemente com a multa de ofício de 75%, penaliza o contribuinte duplamente, em face da identidade das bases de cálculo de ambas. A jurisprudência deste Conselho é pacífica em relação a não imputação de dupla penalidade pecuniária ao contribuinte em decorrência da omissão de rendimentos recebidos de pessoa física. Nesse sentido, oportuna é a transcrição de excerto do voto condutor vencedor do Acórdão nº 9202002.073, proferido pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, na sessão de 22 de março de 2012, por intermédio do qual se negou provimento a recurso especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional: “O entendimento que tem prevalecido é o de que havendo lançamento de diferença de imposto deve ser cobrada a multa de lançamento de ofício juntamente com o tributo (multa de ofício normal), não havendo que se falar na aplicação de multa isolada. Por outro lado, quando o imposto apurado na Declaração de Ajuste Anual houver sido pago, mas havendo omissão quanto ao recolhimento do carnêleão, dever ser lançada a multa isolada, e somente ela”. Na mesma linha: Acórdão nº 9202001.976 da CSRF. Em resumo: a denominada "multa isolada" do art. 44, II, “a” da Lei nº 9.430/1996 apenas deve ser aplicada aos casos em que não possa ser a multa exigida em conjunto com o tributo devido (Lei nº 9.430/1996, I), não havendo que se cogitar do cabimento concomitante das multas de ofício e isolada. Ante tudo acima exposto, voto por dar provimento ao recurso para excluir da exigência tributária a multa isolada do carnêleão. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 273DF CARF MF Processo nº 13808.001783/200194 Acórdão n.º 2201003.339 S2C2T1 Fl. 274 10 Fl. 274DF CARF MF
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