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Numero do processo: 10670.001744/2009-59
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2008 MULTA POR FALTA DE ENTREGA DE DECLARAÇÃO. DUPLICIDADE DE INSCRIÇÃO NO CNPJ. Enquanto não solucionado o equívoco fiscal envolvendo a atribuição, ao sujeito passivo, de dois números no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), somente seria possível apenar o sujeito passivo, por descumprimento de obrigações acessórias, se devidamente evidenciado, no lançamento fiscal, que o suposto descumprimento se deu simultaneamente em ambos os CNPJ.
Numero da decisão: 1803-001.426
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Viviani Aparecida Bacchmi.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Exercício: 2008 MULTA POR FALTA DE ENTREGA DE DECLARAÇÃO. DUPLICIDADE DE INSCRIÇÃO NO CNPJ. Enquanto não solucionado o equívoco fiscal envolvendo a atribuição, ao sujeito passivo, de dois números no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), somente seria possível apenar o sujeito passivo, por descumprimento de obrigações acessórias, se devidamente evidenciado, no lançamento fiscal, que o suposto descumprimento se deu simultaneamente em ambos os CNPJ. Fl. 43DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 15/08/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10670.001744/200959 Acórdão n.º 180301.426 S1TE03 Fl. 44 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente, justificadamente, a Conselheira Viviani Aparecida Bacchmi. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Fl. 44DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 15/08/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10670.001744/200959 Acórdão n.º 180301.426 S1TE03 Fl. 45 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 17 e 18): Tratase de lançamento de multa por atraso na entrega da DCTF, relativa ao 2º semestre, no valor total de R$ 200,00. Contra o lançamento, a contribuinte apresentou impugnação, nos seguintes termos: Por ocasião da abertura da empresa, foram criados automaticamente 02 CNPJ’s para a empresa em questão, de nº 02.738.792/000121 e 02.740.961/0001 68, no mesmo dia e hora, com o mesmo nome da empresa, endereço, atividade, com o mesmo CPF do sócio proprietário, sendo que o mesmo não foi avisado pela Receita Federal do Brasil. Com base nisto, criou problemas de natureza acessória para a empresa, na entrega das declarações. Mediante o exposto, vem respeitosamente pedir a impugnação da multa gerada pela entrega da declaração [...], sendo que já foi entregue, no prazo, no CNPJ nº 02.740.961/000168. Para instrução dos autos, anexei cópia, retirada de sistemas internos da RFB, do Acórdão nº 0226.482 – 3ª Turma da DRJ/BHE, referente ao processo nº 13619.000098/200500, que trata de multa por atraso na entrega de declaração feita no CNPJ nº 02.740.961/000168. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 17): ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2007 MULTA POR ATRASO DE DECLARAÇÃO. DUPLICIDADE DE INSCRIÇÃO NO CNPJ. Confirmada, em processo administrativo, a duplicidade de inscrição no CNPJ e declarada nula uma dessas inscrições, permanecem válidas as declarações entregues com o CNPJ que permaneceu ativo, sendo cabível a multa por atraso na entrega dessas declarações. Impugnação Improcedente. Crédito Tributário Mantido. 3. Cientificada da referida decisão em 29/09/2011 (fls. 22 numeração digital ND), a tempo, em 26/10/2011, apresenta a interessada Recurso de fls. 24 (ND) a 28 (ND), instruído com os documentos de fls. 29 (ND) a 40 (ND), nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos. Em mesa para julgamento. Fl. 45DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 15/08/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10670.001744/200959 Acórdão n.º 180301.426 S1TE03 Fl. 46 4 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. 4. Observo que, no presente caso, o equívoco fiscal envolvendo a atribuição, à ora Recorrente, de dois números no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) nºs 02.738.792/000121 e 02.740.961/000168 somente foi solucionado em data de 8 de abril de 2010, conforme segue (DOU nº 66, de 08/04/2010, Seção I, pág. 39): 5. Assim, enquanto persistiu aquela esdrúxula situação, somente se esquivaria a Recorrente da aplicação de multas por descumprimento de obrigações acessórias anteriormente à data de 8 de abril de 2010, se houvesse, ela por mais absurdo que isso possa parecer dado cumprimento a essas obrigações, ao mesmo tempo, para os dois números de CNPJ. 6. Como decorrência lógica, enquanto persistiu aquela esdrúxula situação, somente seria possível apenar a Recorrente, por descumprimento de obrigações acessórias anteriormente à data de 8 de abril de 2010, se devidamente evidenciado, no lançamento fiscal, que o suposto descumprimento se deu simultaneamente em ambos os CNPJ. 7. Nesse sentido, afirma a Recorrente (fls. 27ND): Somente seriam devidas as mencionadas multas, caso a Recorrente não cumprisse a declaração acessória de apresentar as declarações DIPJ e DCTF. Ocorre que tais declarações foram apresentadas vinculadas a um CNPJ teoricamente errado, Fl. 46DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 15/08/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10670.001744/200959 Acórdão n.º 180301.426 S1TE03 Fl. 47 5 mas isso, em nenhum momento, se deu por culpa da Recorrente, mas sim por equívoco da própria Administração Pública. 8. Observase, por oportuno, que a Recorrente declara, expressamente, haver sido entregue a DCTF no prazo, utilizandose do outro CNPJ (fls. 1, 25ND e 26ND) e que, para esse CNPJ não constaria, perante a RFB, qualquer obrigação (fls. 26ND). 9. Por conseguinte, descabe pretenderse apenar a Recorrente, por descumprimento de obrigações acessórias anteriormente à data de 8 de abril de 2010, relativamente a apenas um daqueles CNPJ, como se deu no presente caso (fls. 2). Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 47DF CARF MF Impresso em 11/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/08/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 15/08/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 31/08/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
score : 1.0
Numero do processo: 15983.000373/2010-11
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO SEM ADESÃO AO PAT. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO DE PLR SEM OBSERVAR A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. IMPOSSIBILIDADE.
O valor referente ao fornecimento de auxílio-alimentação aos empregados, sem a adesão ao programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho - PAT, não integra o salário-de-contribuição, conforme dispõe o Ato Declaratório PGFN nº 03/2011.
Em relação à PLR melhor sorte não socorre o contribuinte. No ponto, informa a fiscalização que a concessão do benefício se deu sem que o contribuinte observasse as disposições contidas na Lei nº 10.101/00, nomeadamente por não existir qualquer instrumento negocial avençado entre os empregados e o empregador, tampouco restou demonstrado que a verba foi paga em decorrência de regras claras e precisas previamente fixadas.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2803-002.236
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator, para manter a cobrança sobre a PLR e excluir do lançamento a verba auxílio alimentação, nos termos do Ato Declaratório PGFN nº 03/2011.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO. CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO SEM ADESÃO AO PAT. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO DE PLR SEM OBSERVAR A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. IMPOSSIBILIDADE. O valor referente ao fornecimento de auxílio-alimentação aos empregados, sem a adesão ao programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho - PAT, não integra o salário-de-contribuição, conforme dispõe o Ato Declaratório PGFN nº 03/2011. Em relação à PLR melhor sorte não socorre o contribuinte. No ponto, informa a fiscalização que a concessão do benefício se deu sem que o contribuinte observasse as disposições contidas na Lei nº 10.101/00, nomeadamente por não existir qualquer instrumento negocial avençado entre os empregados e o empregador, tampouco restou demonstrado que a verba foi paga em decorrência de regras claras e precisas previamente fixadas. Recurso Voluntário Provido em Parte
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CUSTEIO. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. FORNECIMENTO DE ALIMENTAÇÃO SEM ADESÃO AO PAT. NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO. CONCESSÃO DE PLR SEM OBSERVAR A LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. IMPOSSIBILIDADE. 1. O valor referente ao fornecimento de auxílioalimentação aos empregados, sem a adesão ao programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho PAT, não integra o saláriodecontribuição, conforme dispõe o Ato Declaratório PGFN nº 03/2011. 2. Em relação à PLR melhor sorte não socorre o contribuinte. No ponto, informa a fiscalização que a concessão do benefício se deu sem que o contribuinte observasse as disposições contidas na Lei nº 10.101/00, nomeadamente por não existir qualquer instrumento negocial avençado entre os empregados e o empregador, tampouco restou demonstrado que a verba foi paga em decorrência de regras claras e precisas previamente fixadas. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do relator, para manter a cobrança sobre a PLR e excluir do lançamento a verba auxílio alimentação, nos termos do Ato Declaratório PGFN nº 03/2011. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 98 3. 00 03 73 /2 01 0- 11 Fl. 176DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000373/201011 Acórdão n.º 2803002.236 S2TE03 Fl. 3 2 (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Natanael Vieira dos Santos. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000373/201011 Acórdão n.º 2803002.236 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Auto de Infração de Obrigação Principal (AIOP) lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, relativamente às contribuições previdenciárias patronais incidentes sobre remunerações de segurados empregados que lhe prestaram serviços, incidentes sobre PLR, ante a ausência de prévio acordo na forma exigida pela Lei nº 10.101/00. Não houve previsão em convenção ou acordo coletivo, tampouco em comissão escolhida pelas partes (empresa e empregados) integrada por representante indicado pelo sindicato da categoria. Também compõe o lançamento, a verba decorrente do PAT, em virtude de o contribuinte ter deixado de efetuar sua inscrição no referido programa, em total desrespeito às disposições da Lei nº 6.321/76. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 18 de janeiro de 2011 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Exercício: 2007 PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR (PAT). Incidem contribuições previdenciárias sobre a alimentação fornecida aos segurados empregados quando a empresa não estiver inscrita no PAT. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS (PLR). Para que não seja tributada a verba paga a título de PLR, deve a empresa cumprir as determinações da Lei nº 10.101, de 2000. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: A empresa foi autuada a pagar as contribuições previdenciárias previstas no artigo 22, incisos I e II, da Lei nº 8.212/91, regulamentada pelo Decreto nº 3.048/99, bem assim, as contribuições da empresa destinadas aos terceiros (Salário Educação, INCRA e Fl. 178DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000373/201011 Acórdão n.º 2803002.236 S2TE03 Fl. 5 4 DPC), incidentes sobre a parcela in natura ou salário indireto alimentação e participação nos lucros e resultados. Consta no relatório do Agente Fiscal que a empresa realizou despesas com alimentação de seus empregados, sem, no entanto, estar inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Assim, uma vez que o fornecimento de alimentação foi feito em desacordo com a legislação, este deve ser compreendido no conceito de remuneração, por força de lei, devendo sofrer a incidência da contribuição previdenciária. O auto de infração é arbitrário e ilegal. O Auditor Fiscal se equivocou ao arbitrar o auto de infração a título de participação em resultados ou lucros, alegando que não existem instrumentos decorrentes da negociação, com regras claras e objetivas. Com o objetivo de conferir ao recorrente a segurança e garantia para o eficaz desenvolvimento de suas atividades, imprescindível que seja procedente o presente recurso com a decretação de nulidade do presente auto de infração, uma vez que: 1. O auxílio alimentação, in natura, fornecido pela empresa aos empregados não é base imponível previdenciária, eis que o desrespeito a norma relacionase apenas a formalidades e não a aspectos materiais; 2. Que as contribuições vertidas em face da PLR, não tem natureza remuneratória o que descaracteriza a presente autuação, pelo contrário, o recorrente cumpriu o que está determinado na carta magna e na legislação pátria. Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000373/201011 Acórdão n.º 2803002.236 S2TE03 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Na parte do lançamento que diz respeito às contribuições previdenciárias relativamente aos valores pagos aos segurados empregados sobre a verba auxílioalimentação (falta de inscrição no PAT), não incide contribuições. A falta da referida inscrição no PAT, como assevera a autoridade administrativa, é motivo para transformar o benefício em saláriodecontribuição. Por seu turno, o contribuinte alega que os gastos referentes à alimentação fornecida aos seus empregados não compõem a base de cálculo do saláriodecontribuição. No ponto, está correto o contribuinte. Sobre a matéria discutida (fato gerador), concessão de auxílio alimentação sem inscrição no PAT, os membros do CARF (RICARF, art. 62, III) devem se ater às disposições contidas no Ato Declaratório PGFN nº 03/2011, in verbis: A PROCURADORAGERAL DA FAZENDA NACIONAL, no uso da competência legal que lhe foi conferida, nos termos do inciso II do art. 19 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do art. 5º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, tendo em vista a aprovação do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2117 /2011, desta ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda, conforme despacho publicado no DOU de 24.11.2011, DECLARA que fica autorizada a dispensa de apresentação de contestação e de interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: “nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílioalimentação não há incidência de contribuição previdenciária”. JURISPRUDÊNCIA: Resp nº 1.119.787SP (DJe 13/05/2010), Resp nº 922.781/RS (DJe 18/11/2008), EREsp nº 476.194/PR (DJ 01.08.2005), Resp nº 719.714/PR (DJ 24/04/2006), Resp nº 333.001/RS (DJ 17/11/2008), Resp nº 977.238/RS (DJ 29/11/2007). Fl. 180DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000373/201011 Acórdão n.º 2803002.236 S2TE03 Fl. 7 6 O valor referente ao fornecimento de auxílioalimentação aos empregados, sem a adesão ao programa de alimentação aprovado pelo Ministério do Trabalho PAT, não integra o saláriodecontribuição, conforme dispõe o Ato Declaratório PGFN nº 03/2011. Ora, se não há incidência de contribuição previdenciária sobre o pagamento in natura de auxílioalimentação, não haverá por consequência, motivos para o contribuinte ser penalizado. De outra parte, em relação à PLR melhor sorte não socorre o contribuinte. No ponto, informa a fiscalização que a concessão do benefício se deu sem que o contribuinte observasse as disposições contidas na Lei nº 10.101/00, nomeadamente por não existir qualquer instrumento negocial avençado entre os empregados e o empregador, tampouco restou demonstrado que a verba foi paga em decorrência de regras claras e precisas previamente fixadas. De sua parte, o contribuinte alega que as contribuições vertidas em face da PLR não tem natureza remuneratória o que descaracteriza a autuação e que cumpriu o que está determinado na carta magna e na legislação pátria. Com efeito, alegar de forma desarrazoada o cumprimento do que está determinada na Carta Magna, não pode ter o alcance pretendido pelo contribuinte. A participação nos lucros ou resultados, desvinculada da remuneração, somente será possível, se paga em conformidade com aquilo que estiver definido em lei, conforme dispõe o inciso XI do art. 7º da Constituição da República. A lei de que trata a parte final do referido inciso, é a Lei nº 10.101/00, que estabelece alguns critérios de observância obrigatória, situação não respeitada pelo contribuinte quando da concessão do benefício aos seus empregados. Agindo como agiu, o contribuinte desperdiçou a oportunidade de cumprir o mandamento constitucional em relação à PLR, transformando a verba em saláriode contribuição, como corretamente lançou a autoridade administrativa incumbida da fiscalização. Portanto, considerando que o lançamento, neste ponto, foi realizado em absoluta conformidade com as regras do art. 142 do CTN c/c o art. 10 do Decreto nº 70.235/72, deve ser mantido. CONCLUSÃO. Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, DARLHE PARCIAL PROVIMENTO. Mantenho a cobrança sobre a PLR e excluo do lançamento a verba auxílio alimentação, nos termos do Ato Declaratório PGFN nº 03/2011. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 181DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 15983.000373/201011 Acórdão n.º 2803002.236 S2TE03 Fl. 8 7 Fl. 182DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 2 8/04/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 25/04/2013 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
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Numero do processo: 13841.000227/98-19
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/1988 a 31/10/1995
PIS. PRESCRIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, § 4º, DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I, DO CTN). IRRETROATIVIDADE DO ARTIGO 3º DA LC 118/2005. ARTIGO 65-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932 (tese dos 5 + 5), para pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação que tenham sido protocolados antes da aplicação, em 09/06/2005, da Lei Complementar 118, a qual não é interpretativa, conforme entendimento do STF. Em se tratando a contribuição para o PIS de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado em 07/08/1998, antes da vigência da Lei Complementar 118/2005, plenamente cabível a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo diploma legal para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Assim, reconheço a prescrição do pedido de restituição/compensação no que se refere apenas aos valores de PIS relativos ao período de apuração de julho de 1988.
Recurso Extraordinário Provido em Parte.
Numero da decisão: 9900-000.770
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso extraordinário.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
Nanci Gama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martínez López, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Mércia Helena Trajano DAmorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Matéria: Pasep- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: NANCI GAMA
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/07/1988 a 31/10/1995 PIS. PRESCRIÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, § 4º, DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I, DO CTN). IRRETROATIVIDADE DO ARTIGO 3º DA LC 118/2005. ARTIGO 65A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932 (tese dos 5 + 5), para pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação que tenham sido protocolados antes da aplicação, em 09/06/2005, da Lei Complementar 118, a qual não é interpretativa, conforme entendimento do STF. Em se tratando a contribuição para o PIS de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado em 07/08/1998, antes da vigência da Lei Complementar 118/2005, plenamente cabível a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo diploma legal para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Assim, reconheço a prescrição do pedido de restituição/compensação no que se refere apenas aos valores de PIS relativos ao período de apuração de julho de 1988. Recurso Extraordinário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 84 1. 00 02 27 /9 8- 19 Fl. 486DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso extraordinário. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Nanci Gama Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martínez López, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Mércia Helena Trajano D’Amorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional em face do acórdão de nº 0203.587, proferido pela Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional para reconhecer o direito de o contribuinte pleitear, em 07/08/1998, restituição/compensação de valores de PIS relativos aos períodos compreendidos entre julho de 1988 e outubro de 1995. Para tanto, a Segunda Turma considerou que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de valores de PIS nos presentes autos seria de 5 (cinco) anos contados a partir da publicação, em 09/10/1995, da Resolução do Senado Federal de nº 49, a qual suspendeu a execução dos inconstitucionais DecretosLeis 2.445 e 2.449, ambos de 1988, conforme ementa a seguir: “PIS. RESTITUIÇÃO. PRAZO PARA PEDIDO. NORMA DECLARADA INCONSTITUCIONAL. TERMO INICIAL. O termo inicial do prazo para pedido de restituição relativamente a contribuição exigida com base em lei posteriormente declarada inconstitucional é a data de publicação da decisão do Supremo Tribunal Federal, com efeito erga omnes, que considerou a norma inconstitucional, do ato administrativo que determinou a não aplicação da norma ou da resolução do Senado Federal que suspendeu sua execução, em face de decisão do STF no sistema difuso. Recurso especial negado.” Fl. 487DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13841.000227/9819 Acórdão n.º 9900000.770 CSRFPL Fl. 487 3 Inconformada, a Fazenda Nacional, com fulcro nos artigos 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, interpôs recurso extraordinário com base no acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais utilizado como paradigma, qual seja, o de nº 0400.810, para aduzir que o prazo para pleitear restituição/compensação é de 5 (cinco) anos contados a partir da data de extinção do crédito tributário conforme previsão dos artigos 165 e 168, I, do CTN. O acórdão paradigma restouse assim ementado: “PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido.” A Recorrente complementa, ainda, que o advento da Lei Complementar 118/2005 teria encerrado definitivamente a controvérsia sobre o tema, tendo em vista que o seu artigo 3º prevê que “para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei”. E, entendendo que aludido dispositivo deteria caráter interpretativo, a Fazenda Nacional alega que caberia a sua aplicação retroativa nos presentes autos, conforme previsão do artigo 106, I do CTN. A Recorrente alega, também, a necessidade de observância ao disposto no Ato Declaratório SRF nº 96, de 1999, o qual considera que “o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário”. O i. Presidente do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais reconheceu o dissídio jurisprudencial e deu seguimento ao recurso extraordinário. Regularmente intimado, o contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 443/474 requerendo fosse negado provimento ao recurso extraordinário da Fazenda Nacional. É o relatório. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 4 Voto Conselheira Nanci Gama, Relatora O recurso extraordinário é tempestivo, razão pela qual passo a analisar seus pressupostos de admissibilidade em conformidade ao Regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 147/2007. Primeiramente, quanto à divergência entre acórdãos recorrido e paradigma, entendo ter a mesma sido devidamente demonstrada. Isso porquê ao passo que o acórdão recorrido respaldou o entendimento de que o prazo de 5 (cinco) anos, para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação (PIS), se inicia a partir da edição do ato normativo que dispensa o pagamento desse tributo, o acórdão paradigma respaldou entendimento de que o prazo de 5 (cinco) anos, para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação (ILL), se inicia a partir da data da extinção do crédito tributário “sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro”. Quanto aos demais pressupostos de admissibilidade previstos nos artigos 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 147/20071, o qual é aplicado por força do artigo 4º do atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 256/20092, também entendo terem os mesmos sido devidamente demonstrados, razão pela qual conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. A controvérsia aduzida nos presentes autos cingese, basicamente, em determinar o prazo para o contribuinte pleitear restituição dos valores de PIS recolhidos com base nas sistemáticas instituídas pelos DecretosLeis nºs 2.445/88 e 2.448/88, os quais tiveram suas execuções suspensas por força da Resolução do Senado Federal de nº 49/95, publicada com base em decisão do STF que reconheceu as suas inconstitucionalidades. Conforme se infere do relatório, o acórdão recorrido entendeu que o prazo para pleitear restituição deve ser de 5 (cinco) anos contados a partir da data da publicação de aludida Resolução do Senado Federal. Em contrapartida, a Fazenda Nacional entende que o prazo para pleitear restituição é de 5 (cinco) anos contados a partir das datas de extinção do crédito tributário, ocorridas entre julho de 1988 e outubro de 1995, e que, portanto, o pedido de restituição, protocolado em 07/08/1998, já estaria prescrito. 1 “Art. 9º Compete ao Pleno julgar recurso extraordinário de decisão de Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Turma ou o Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais.” 2 “Art. 4º Os recursos com base no inciso I do art. 7º, no art. 8º e no art. 9º do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007, interpostos contra os acórdãos proferidos nas sessões de julgamento ocorridas em data anterior à vigência do Anexo II desta Portaria, serão processados de acordo com o rito previsto nos artigos 15 e 16, no art. 18 e nos artigos 43 e 44 daquele Regimento. (Redação dada pela Portaria MF nº 446, de 27 de agosto de 2009).” Fl. 489DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO Processo nº 13841.000227/9819 Acórdão n.º 9900000.770 CSRFPL Fl. 488 5 Considerando que o artigo 62A3 do atual Regimento Interno do CARF, qual seja, o aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, vincula os Conselheiros do CARF às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em sede de recurso especial repetitivo, cabe a esta Relatora aplicar ao presente caso o entendimento do STF consubstanciado no julgamento do RE nº 566.621, bem como o entendimento do STJ objeto do julgamento do REsp nº 1.002.932. De acordo com referida jurisprudência, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação será, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118 ocorrida em 09/06/2005, o de 10 (dez) anos, ou seja, 5 (cinco) anos para homologar (artigo 150, § 4º, do CTN) mais 5 (cinco) anos, a partir dessa homologação, para pleitear restituição (artigo 168, I, do CTN). E, em se tratando a contribuição para o PIS de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado antes do dia 09/06/2005 (vigência da LC 118/05), plenamente aplicável ao presente caso a tese dos 5 (cinco) anos mais 5 (cinco) anos objeto do REsp nº 1.002.932, por força da decisão do STF objeto do RE nº 566.621. O acórdão do Supremo Tribunal Federal restou assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também 3 “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” Fl. 490DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO 6 se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” Em face do exposto, conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, voto no sentido de lhe dar parcial provimento para reconhecer a prescrição do pedido de restituição/compensação, protocolado em 07/08/1998, no que se refere apenas aos valores de PIS relativos ao período de apuração de julho de 1988. Nanci Gama Fl. 491DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO
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Numero do processo: 13709.000841/2001-81
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 2000 Ementa: NORMAS PROCESSUAIS - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – OMISSÃO – SANEAMENTO - Constatado o vício de omissão no que tange a falta de análise da petição ofertada pelo Recorrente após a realização de diligência, impõe-se sejam acolhidos os embargos para que sejam prestados os devidos esclarecimentos e o vício saneado, ainda que mantida a parte dispositiva do acórdão embargado.
Numero da decisão: 1802-001.313
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos para sanar o vício da omissão, contida no acórdão nº 1802-001.044 de 23/11/2011, mantendo-se, contudo, a parte dispositiva do acórdão embargado, nos termos do voto e relatório que integram o presente julgado.
Matéria: IRF- que ñ versem s/ exigência de cred. trib. (ex.:restit.)
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher parcialmente os embargos para sanar o vício da omissão, contida no acórdão nº 1802001.044 de 23/11/2011, mantendose, contudo, a parte dispositiva do acórdão embargado, nos termos do voto e relatório que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 2 Relatório Tratase de Embargos de Declaração opostos pelo sujeito passivo com base no artigo 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (aprovado pela Portaria MF n. 256, de 22/06/2009 e alterações posteriores) sob alegação de omissão no Acórdão nº 1802001.044 de 23/11/2011 que negou provimento ao recurso voluntário e possui a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Ano calendário: 2000 Ementa: PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. SALDO NEGATIVO DE IRPJ. COMPENSAÇÃO. Constatado mediante diligência fiscal que o contribuinte preencheu a DIPJ/2001 (Ficha 12 A — Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real), de maneira equivocada, mas, comprovado o IRPJ pago a maior em 31/12/2000 é de ser reconhecido o direito creditório existente. Por outro lado, verificado que o mesmo crédito já fora utilizado para outras compensações, resta incabível a compensação dos débitos de que tratam os presentes autos sob pena de duplicidade de aproveitamento de crédito. O mencionado acórdão foi recepcionado pela empresa em 11/05/2012, e, os embargos foram protocolizados em 15/05/2012 (fls.694/699). A Embargante alega que, não obstante o cuidado com o qual se examinou o Recurso interposto, essa Eg. Segunda Turma Especial incorreu em omissão, porque deixou de apreciar as alegações da ora Embargante constantes de sua petição de fls. 676/678, por intermédio da qual demonstrou, cabalmente, o erro cometido na vilipendiada diligência. Argúi que, a diligência determinada alcançou duas importantes conclusões, quais sejam: 1) existência de crédito de saldo negativo de IRPJ ao final do ano calendário de 2000, no valor original de R$ 1.085.688,86; e 2 ) insuficiência deste saldo negativo, não apenas para extinguir débitos anteriormente declarados, porém igualmente para proceder à compensação com os débitos objeto do presente processo administrativo. Não discorda da primeira conclusão, porém afirma que, a segunda conclusão revelase absolutamente equivocada e, por isso, merecedora das críticas expostas na não apreciada petição de fls. 676/678 e, agora, dita reiteradas, que transcrevo, verbis: Inicialmente, é de se destacar que a frágil diligência não esclareceu os motivos pelos quais entendeu que as 114 (cento e quatorze) compensações levadas a efeito pela ora Embargante estariam relacionadas com o saldo negativo do anocalendário de 2000. Ora, inexiste nos autos, especificamente na referida diligência, qualquer informação que autorize tal conclusão. Fl. 231DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13709.000841/200181 Acórdão n.º 1802001.313 S1TE02 Fl. 2 3 A Embargante trouxe à colação cópia das fichas 12, da DIPJ dos anos de 2000, 2001 e 2002, por meio da qual se comprova a existência de saldos negativos de IRPJ nos valores de R$ 1.157.100,09, R$ 1.085.688,86 (parcialmente compensados) e R$ 783.865,64, respectivamente (fls. 679 e seguintes). Por que os valores de R$ R$ 1.157.100,09, R$ 323.355,64 (parte utilizada em compensações) e R$ 783.865,64 não foram considerados na diligência atacada? Caso levados em conta, tais valores seriam suficientes para extinguir os débitos apontados na diligência e, por consequência, para demonstrar que o saldo negativo do ano calendário de 2000 é bastante para abranger os pedidos de compensação sobre os quais versam os presentes autos. Ademais, o débito relativo ao processo administrativo nQ 13.709.001.127/0085 foi objeto de parcelamento e não de compensação com o saldo negativo de IPRJ que aqui se pretende utilizar, conforme demonstrado pela documentação de fls. 679 e seguintes. Pelo exposto, a Embargante vem, respeitosamente, opor os presentes Embargos de Declaração, para que seja suprimida a omissão apontada, confiante em que serão conhecidos e providos. Se V.Sa. entender necessário, a ora Embargante requer sejam os presentes autos remetidos à Demac/RJO/Diort, para que, assim, sejam esclarecidos os motivos pelos quais se entendeu que o saldo negativo sob exame tenha sido utilizado nas 114 compensações declaradas nas DCTF's do ano de 2001. A afirmada e demonstrada utilização pela ora Embargante de saldos negativos de IRPJ diversos (anos de 2000, 2001 (parcial] e 2002) justificam tal providência em respeito ao princípio da verdade material. Outrossim, a ora Embargante requer V.Sa. se digne determinar a juntada da procuração, em anexo, para que produza todos os seus efeitos de direito. É o relatório. Fl. 232DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 4 Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa Os Embargos de declaração foram apresentados em 15/05/2012, no prazo regulamentar, portanto, tempestivos, deles conheço. Para que se compreenda o contexto dos embargos vale relembrar os seguintes fatos descritos no acórdão embargado. O presente processo trata do pedido de restituição, fl. 01, no valor de R$ 762.333,22 protocolizado em 07/05/2001, para o qual foram posteriormente pedidos de compensação nos quais a interessada discrimina os débitos que pretende extinguir com os créditos que alega possuir. Através do Despacho Decisório de fls. 19/21, emitido pela Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária no Rio de Janeiro — Derat, do qual a interessada obteve ciência em 05/10/2005 (fls 23 verso), foi negada a compensação pleiteada. A 8ª. Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/Rio de Janeiro I) negou provimento à manifestação de inconformidade em decisão proferida no venerando Acórdão nº 9.905, de 16/03/2006 (fls.99/105), assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF Ano calendário: 2000 Ementa: É do sujeito passivo o ônus de demonstrar a liquidez e certeza do direito creditório que pleiteia. Diante dos elementos constantes nos autos, a Oitava Câmara, do então 1º Conselho de Contribuintes, na Sessão de 19/09/2008, converteu o julgamento em diligência, conforme Resolução nº 10800.494 (fls. 212/221), nos termos do voto do Relator. O resultado da diligência consta do Relatório juntado aos autos (fls. 375/376), que intimado, o contribuinte a se pronunciar, o mesmo declarou à fl.377 que concorda “com o relatório final apresentado pela fiscalização, sem restrições ou observações”. A Fiscalização juntou ainda relatório circunstanciado da diligência às fls.378/382, reproduzindo, essencialmente, os mesmos termos do relatório entregue ao contribuinte, e, propõe que o processo seja encaminhado à DERAT/RJO para atendimento do item 3 da resolução de diligência, no qual foi solicitado “informar o valor do IRRF aproveitado em compensações e eventual saldo negativo de IRPJ passível de compensação”. Após os despachos de fls.391/394, em razão de competência regimental conforme estrutura da Receita Federal do Brasil foi encaminhado o presente processo à Delegacia Especial de Maiores Contribuintes no Rio de Janeiro — Demac/RJO/Diort, que proferiu despacho às fls.617/620 no qual verifica se, após consideradas as compensações levadas a efeito pela interessada nas DCTF relativas ao ano de 2001, ainda havia saldo de crédito passível de compensação com outros débitos. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13709.000841/200181 Acórdão n.º 1802001.313 S1TE02 Fl. 3 5 Para tanto a Demac elaborou os demonstrativos juntados às fls. 579/599, procedendo o cruzamento do montante do crédito de saldo negativo do IRPJ do ano de 2000 apurado pela diligência fiscal (relatórios de fls. 375/376 e 378/382) com os 114 débitos que a interessada declarou ter sido com ele compensados. Ao final concluiu que, mesmo considerado o crédito de saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2000 no valor de R$ 1.085.688,86 e seus devidos acréscimos legais, do qual o contribuinte não se insurgiu, conforme declarado à fl.377, não foi suficiente sequer para extinção dos 114 débitos de IRRF e IRPJ que a interessada declarou nas DCTF dos 1º ao 4º trimestre de 2001 e que, portanto, inexiste saldo remanescente de crédito passível de compensação com os débitos objeto do presente processo e de seus apensos. A pessoa jurídica foi cientificada desse Despacho da Demac, de fls.617 a 620 e dos demonstrativos de fls. 579/599, em 16/08/2010, fl.622, para sua manifestação, se do seu interesse. Deveras, em 15/09/2010, a pessoa jurídica apresentou petição às fls. 676/678, e, desse documento não consta a análise no acórdão embargado que por equívoco entendeu que a manifestação do contribuinte em relação ao Despacho de fls.617 a 620 e dos demonstrativos de fls. 579/599 restringiase à peça recursal novamente juntada às fls.623/636, conforme narrado à fl.683, verbis: Desse despacho foi cientificada a pessoa jurídica para sua manifestação, se do seu interesse. A pessoa jurídica apresentou novamente a mesma peça recursal às fls.623/636, já exibida às (fls.114/127), sem qualquer alusão ao despacho proferido pela Demac . Nessa ordem, reconheço a omissão no acórdão embargado e passo a analisar as alegações contidas nos embargos em relação à mencionada petição. Na petição, a Recorrente insiste que a diligência não esclareceu os motivos pelos quais entendeu que as 114 (cento e quatorze) compensações levadas a efeito pela ora Embargante estariam relacionadas com o saldo negativo do anocalendário de 2000. Que, inexiste nos autos, especificamente na referida diligência, qualquer informação que autorize tal conclusão. A alegação da Embargante é improcedente, pois, conforme consta do acórdão embargado à fl.683, a Demac mediante os demonstrativos juntados às fls. 579/599, procedeu ao cruzamento do montante do crédito de saldo negativo do IRPJ do ano de 2000 apurado pela diligência fiscal (relatórios de fls. 375/376 e 378/382), no valor de R$ 1.085.688,86 e seus devidos acréscimos legais, do qual o contribuinte não se insurgiu, conforme declarado à fl.377, com os 114 débitos que a interessada declarou terem sido com ele (crédito) compensados. Ao final, a Demac concluiu que, mesmo considerado o crédito de saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2000 no valor de R$ 1.085.688,86 e seus devidos acréscimos legais, não foi suficiente sequer para extinção dos 114 débitos de IRRF e IRPJ que a interessada declarou nas DCTF dos 1º ao 4º trimestre de 2001 e que, portanto, inexiste saldo remanescente de crédito passível de compensação com os débitos objeto do presente processo e de seus apensos. Fl. 234DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 6 Portanto, a motivação aventada pela Embargante resta sobejamente esclarecida nos demonstrativos juntados às fls. 579/599, aos quais a Embargante não faz qualquer referência, bem como no despacho às fls.617/620, com as conclusões transcritas no acórdão embargado à fl.684. Aduz a Embargante que trouxe à colação cópia das fichas 12, da DIPJ dos anos de 2000, 2001 e 2002, por meio da qual se comprova a existência de saldos negativos de IRPJ nos valores de R$ 1.157.100,09, R$ 1.085.688,86 (parcialmente compensados) e R$ 783.865,64, respectivamente (fls. 679 e seguintes). E questiona por que os valores de R$ R$ 1.157.100,09, R$ 323.355,64 (parte utilizada em compensações) e R$ 783.865,64 não foram considerados na diligência atacada. Alega que, caso levados em conta, tais valores seriam suficientes para extinguir os débitos apontados na diligência e, por consequência, para demonstrar que o saldo negativo do anocalendário de 2000 é bastante para abranger os pedidos de compensação sobre os quais versam os presentes autos. A Embargante traz à baila valor de suposto saldo negativo de R$ 1.157.100,09, relativo a outros anos calendário, de 2001 e 2002, que não compõem a lide dos presentes autos, posto que, o direito creditório pleiteado nos presentes autos restringese ao saldo negativo do ano calendário de 2000, conforme consignado no recurso voluntário da pessoa jurídica, registrado no relatório de fl.682. Ademais, o saldo negativo do ano calendário de 2000 no montante de R$ 1.085.688,86, foi exatamente o valor reconhecido na diligência fiscal, sendo que o próprio contribuinte afirma que o direito creditório no valor original total de R$ 762.333,22 é remanescente do saldo negativo, na data do pedido de compensação, uma vez que já havia utilizado parcialmente aquele saldo negativo, ou seja, a quantia de R$ 323.355,64. Para deixar claro, vale transcrever o teor do mencionado relatório, fl.682: A empresa interessada foi cientificada da decisão proferida no Acórdão acima mencionado, em 02/08/2006, conforme extrato Aviso de Recebimento AR, e, interpôs recurso ao Conselho de Contribuintes em 28/08/2006, fls.114/127, no qual afirma que pleiteou o reconhecimento do direito creditório no valor original total de R$ 762.333,22 (setecentos e sessenta e dois mil, trezentos e trinta e três reais e vinte e dois centavos), para compensação com débitos de sua titularidade. Aduz que o mencionado crédito é proveniente do IRRF incidente sobre aplicações financeiras efetuadas no ano calendário de 2000. Sobre a existência do crédito decorrente do IRRF, ainda que tenha apurado o 1RPJ sem computar tal dedução, discorre às fls.117/125. A recorrente informa que nesta oportunidade está anexando mapa onde demonstra mês a mês, com base na DIPJ e na escrituração, a composição do IRRF do exercício de 2001, demonstrando, no final, a existência do saldo negativo de R$ 1.085.688,86, isto porque as antecipações e/ou estimativas de janeiro a novembro de 2000 totalizaram a quantia de R$ 1.166.631,60, enquanto que o imposto devido no mesmo ano (dezembro balanço de suspensão) importou em R$ 80.942,74, Fl. 235DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13709.000841/200181 Acórdão n.º 1802001.313 S1TE02 Fl. 4 7 valor este que subtraído das antecipações e/ou estimativas resultou no saldo negativo acima mencionado. A recorrente afirma que a quantia pleiteada na compensação, da ordem de R$ 762.333,22, corresponde ao valor remanescente do saldo negativo, na data do pedido de compensação, uma vez que já havia utilizado parcialmente aquele saldo, ou seja, a quantia de R$ 323.355,64, mediante compensações com tributos da mesma natureza (IR x IR),procedimento este que não exigia pedido de compensação, eis que se processava via DCTF, enquanto que ao pleitear a compensação com débitos de tributos de natureza diversa teve que, obrigatoriamente, formalizar o pedido de compensação de que cuidam os presentes autos. Desse modo, consiste em verdadeiro despautério o questionamento da Embargante, a saber: “Por que os valores de R$ R$ 1.157.100,09, R$ 323.355,64 (parte utilizada em compensações) e R$ 783.865,64 não foram considerados na diligência atacada?” Como afirmado acima, a Demac concluiu que, mesmo considerado o crédito de saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2000 no valor de R$ 1.085.688,86 e seus devidos acréscimos legais, não foi suficiente sequer para extinção dos 114 débitos de IRRF e IRPJ que a interessada declarou nas DCTF dos 1º ao 4º trimestre de 2001 e que, portanto, inexiste saldo remanescente de crédito passível de compensação com os débitos objeto do presente processo e de seus apensos. O contribuinte não trouxe aos autos qualquer demonstrativo ou documento capaz de contraditar o demonstrado pela Demac. A Embargante alega por derradeiro que o débito relativo ao processo administrativo nº 13.709.001.127/0085 foi objeto de parcelamento e não de compensação com o saldo negativo de IPRJ que aqui se pretende utilizar, conforme demonstrado pela documentação de fls. 679 e seguintes. Do teor do Despacho da Demac fls.617/620, transcrito à fl.684 no voto condutor do acórdão embargado, constatase que apenas houve o seguinte esclarecimento adicional em relação ao mencionado processo no qual foi analisado o direito a outros créditos, quais sejam, os saldos negativos do IRPJ dos anos calendário de 1998 e 1999: (...) verificamos que, mesmo considerados seus devidos acréscimos legais, o crédito de saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2000 não foi suficiente sequer para extinção daqueles 114 débitos de IRRF e IRPJ que a interessada declarou nas DCTF dos 1º ao 4º trimestre de 2001 e que, portanto, inexiste saldo remanescente de crédito passível de compensação com os débitos objeto do presente processo e de seus apensos. Por fim, cumpre esclarecer ainda que os débitos de IRPJ decorrente de lançamento de oficio (cód. 2917) e os débitos de PIS controlados pelo processo 13709.001075/200171, apesar de listados pela interessada na planilha de fls.464/465, foram na verdade objeto de Pedidos de Compensação apresentados nos autos do processo 13709.001127/0085, no qual foi analisado o Fl. 236DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 8 direito a outros créditos, quais sejam, os saldos negativos do IRPJ dos anos calendário de 1998 e 1999, já inclusive indeferidos e enviados para cobrança (vide docs. juntados as fls.600/616); (...) Com efeito, a alegação da Embargante não tem qualquer conexão com o que se discute nos presentes autos em relação ao ano calendário de 2000. Ao final a Embargante, em sede de embargos, requer sejam os presentes autos remetidos à Demac/RJO/Diort, para que, assim, sejam esclarecidos os motivos pelos quais se entendeu que o saldo negativo sob exame tenha sido utilizado nas 114 compensações declaradas nas DCTF's do ano de 2001. Aduz que a utilização pela ora Embargante de saldos negativos de IRPJ diversos (anos de 2000, 2001 (parcial] e 2002) justificam tal providência em respeito ao princípio da verdade material. Como se vê, a Embargante pretende rediscutir as compensações não homologadas trazendo outros supostos créditos de saldo negativos de “2001 (parcial] e 2002”, após verificado em sede de diligência que, inexiste saldo remanescente de crédito de saldo negativo do IRPJ do ano calendário de 2000, passível de compensação com os débitos objeto do presente processo e de seus apensos. Invocando o princípio da verdade material, a Embargante busca questionar a conclusão que decorreu do exame das provas, procurando discutir os critérios para a sua valoração, mas os Embargos de Declaração não se destinam a esse fim. Nos termos do art. 65 do RICARF, com a redação dada pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, não se prestando o instrumento processual (embargos de declaração) para instigar à nova apreciação e julgamento. Com as considerações acima, voto no sentido acolher parcialmente os embargos, para sanar a omissão incorrida na análise dos questionamentos referentes à petição fls. fls. 676/678, mantendo, contudo, as conclusões do acórdão embargado. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Fl. 237DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 13709.000841/200181 Acórdão n.º 1802001.313 S1TE02 Fl. 5 9 Fl. 238DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/ 08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 10882.001302/2003-21
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2002 Ementa: NORMAS PROCESSUAIS - Serão acolhidos os embargos interpostos no sentido de retificar o Acórdão 1802.00.787, DE 22/02/2011 na parte em que foi constatado o vício da contradição apontado pela Embargante, ratificando- se todos os seus demais termos.
Numero da decisão: 1802-001.284
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, ACOLHER os Embargos e, no mérito DAR provimento para retificar o Acórdão 1802.00.787, de 22/2/2011, nos termos do relatório e voto que
integram o presente julgado.
Nome do relator: MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO
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Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, ACOLHER os Embargos e, no mérito DAR provimento para retificar o Acórdão 1802.00.787, de 22/2/2011, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Marco Antonio Nunes Castilho – Relator (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente), Marco Antonio Nunes Castilho, Marciel Eder Costa, Jose de Oliveira Ferraz Correa, Nelso Kichel e Gustavo Junqueira Carneiro Leão. Fl. 1374DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 18 /08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10882.001302/200321 Acórdão n.º 180201.284 S1TE02 Fl. 1.375 2 Relatório Tratase de recurso interposto contra o Acórdão da 4ª. Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Campinas/SP, que indeferiu o direito creditório alegado pelo contribuinte, não homologando a compensação correspondente. Para descrever os fatos, e também por economia processual, transcrevo de forma resumida o relatório constante do Acórdão citado, verbis: “Cuidase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima qualificada contra decisão proferida pela 4ª. Turma da DRJ de Campinas/SP (...) Nesse contexto, tendo em vista que o valor de IRRF declarado pelas fontes pagadoras, em nome da recorrente, não conferiria com o declarado na DIPJ/2003, ano calendário 2002, destacou o Despacho Decisório que foi lavrado o Termo de Intimação Fiscal SEORT 82/2008, fl. 78, em 1º. de fevereiro de 2008, concedendose o prazo de 20 (vinte) dias após a ciência, para apresentação da resposta, sendo que em resposta, a recorrente apresentou os documentos de folhas 80 a 435. Registrouse que as informações contidas em tais documentos não confeririam com o informado pelas fontes pagadoras em duas Dirfs, conforme se obseva confrontandose com o relatório extraído do sistema Sief/Dirf Consulta, concluindose que não poderiam ser admitidos como comprobatórios da retenção do IRRF. Devidamente notificada do teor do Despacho Decisório (fl.450), a contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 472476), acompanhada dos documentos de folhas 477 a 555, resumindo os fatos e alegando a existência do direito ao crédito objeto da compensação em alusão às disposições constantes nos artigos 222, 229, 230 e 231 do RIR/99, segundo os quais se admite o pagamento mensal do imposto em base estimada, com a dedução do IRRF e de outros incentivos fiscais, permitida a redução/suspensão do imposto, quando demonstrado em balanço/balancete que o valor acumulado já pago excede o valor devido (...) A 4ª. Turma da DRJ de Campinas, nos termos do acórdão e voto de folhas (562 – 564), indeferiu a solicitação, fundamentando para tanto que conforme transcrito no relatório, a fiscalização indeferiu o direito creditório em razão de dois fatos observados na análise da DIPJ do exercício 2003, ano calendário 2002, a saber, a compensação de prejuízo fiscal no valor de R$1.555.560,43, o qual se mostrou maior que o saldo existente nos controles da RFB (R$1.097.561,43), remanescendo a Fl. 1375DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 18 /08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10882.001302/200321 Acórdão n.º 180201.284 S1TE02 Fl. 1.376 3 diferença de R$457.999,00 e a dedução de IRRF incidente sobre as receitas computadas na apuração do lucro real, no valor total de R$1.031.537,35 (R$569.840,03 no cálculo das estimativas e R$461.697,32 na apuração anual), restando comprovada apenas a parcela de R$667.959,40, remanescendo a descoberto a quantia de R$363.577.95 (...) Nesse contexto, permaneceria sem comprovação a retenção do IRRF, no valor aqui discutido, e, por via de consequência, sem comprovação o saldo negativo pleiteado. Devidamente notificada (fl 565), a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 567572), aduzindo que as retenções que originaram o crédito discutido foram realizadas pela empresa Hiper Cheque Adm. e Serv. Ltda. (CNPJ no. 93.834.679/0001 03) e decorrem dos juros de operações de mútuo realizadas com a recorrente, destacando, por oportuno, que teria juntado ao anexo III da Manifestação de inconformidade todos os comprovantes de retenção processados pela Fonte pagadora acima mencionada (...) Sustentou, portanto que não merecia subsistir a decisão recorrida, haja vista que as retenções de Imposto de Renda realizadas pela empresa HIPER CHEQUE no total de R$385.047,65, decorrentes de juros em operações de mútuo (empréstimo realizado pela recorrente em favor da HIPER CHEQUE), foram amplamente comprovadas por meio dos DARFs de recolhimento e escrita contábil de ambas as empresas, pugnando ao fim por provimento. A 2ª Turma Especial da 1ª Seção de Julgamento do CARF atesta em sua decisão que a Recorrente se desincumbiu de sua obrigação comprobatória ao juntar os DARFs que comprovam os recolhimentos efetuados e que coincidem com a escrituração contábil de tais valores. No entanto, comete um aparente equívoco, pois nega provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte. Considerando que o mencionado acórdão contém aparente contradição entre a parte dispositiva e expositiva no julgado, uma vez que o CARF afirma que os créditos foram devidamente comprovados e no entanto nega provimento ao Recurso Voluntário da Recorrente, a Delegacia da Receita Federal despachou no sentido de devolver o acórdão à origem para esclarecimento e eventual retificação, se necessário. É o relatório, passo a decidir. Fl. 1376DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 18 /08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10882.001302/200321 Acórdão n.º 180201.284 S1TE02 Fl. 1.377 4 Voto Conselheiro Marco Antonio Nunes Castilho, Relator. O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Uma vez que o mencionado despacho/pedido da Delegacia da Receita Federal do Brasil, de fls. 1373, denota existir contradição entre a parte expositiva e a parte dispositiva do acórdão, receboo como recurso de embargos de declaração. Considerando que essa contradição está calcada em flagrante erro material, a teor do art. 463, I, do Código de Processo Civil, aplicado subsidiariamente ao Processo Administrativo, o erro material apontado é corrigível a qualquer tempo, de ofício ou a requerimento da parte. Por esta razão não há que se falar em intempestividade do recurso. A questão debatida nos autos versa sobre a declaração de compensação apresentada pela recorrente e cujo direito creditório não foi reconhecido pela DRJ, em razão da ausência de comprovação das retenções na fonte que compuseram o crédito. Na decisão recorrida (fls. 562 564), a DRJ alegou que não foram comprovados os créditos na quantia de R$363.577,95. A Recorrente, ao revés, argumenta em seu recurso voluntário que a parcela não comprovada decorre das retenções efetivadas pela empresa Hiper Cheque Ad. e Serv. Ltda. e tiveram como base as operações de mútuo realizadas. Sustenta esse fato com o lastro probatório de fls. 573 a 641, onde foram cotejados todos os documentos necessários, quais sejam, comprovantes de retenção processados pela fonte pagadora mencionada, documentos escriturais de ambas as empresas, DIPJ e DIRF. Aduz a Primeira Seção de Julgamento do CARF em seu acórdão que as provas produzidas pela recorrente para comprovar a existência do crédito perfazem os requisitos de certeza e liquidez nos moldes do artigo 170 do Código Tributário Nacional. Na análise dos documentos acostados pela Recorrente, verifico que os recolhimentos efetuados via DARF coincidem com os documentos escriturais de ambas as empresas (Distribuidora de Medicamentos Santa Cruz e Hiper Cheque Administração Serviços e Representação), a saber: DARF (fl. 574) x Diário Distribuidora (fl. 579) x Diário Hiper Cheque (fl. 583) – valor R$ 64.445,80; DARF (fl. 587) x Diário Distribuidora (fl. 591) x Diário Hiper Cheque (fl. 595) – valor R$ 66.446,70; DARF (fl. 598) x Diário Distribuidora (fl. 605) X Diário Hiper Cheque (fl. 606) valor de R$ 58.118, 27; Fl. 1377DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 18 /08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO Processo nº 10882.001302/200321 Acórdão n.º 180201.284 S1TE02 Fl. 1.378 5 DARF (fl. 610) x Diário Distribuidora (fl.615) x Diário Hiper Cheque (fl. 618) valor de R$ 64. 943, 73; DARF (fl. 621) x Diário Distribuidora (fl. 625) x Diário Hiper Cheque (fl. 631) valor R$ 70.714, 97; DARF (fl. 634) x Diário Distribuidora (fl.639) x Diário Hiper Cheque (fl.641) valor de R$ 60.378,18. Temos ainda que este valor total de R$ 385.047,64 coincide com a DIPJ 2002/2003 acostada pela Recorrente na fl. 547 e com a DIRF 2002/2003 retificadora de fl. 555. Por tudo isso, entendeu o acórdão embargado que a recorrente comprovou seu direito creditório com documentos hábeis e idôneos, quais sejam: DARFs, Documentos Escriturais, DIPJ 2002/2003 e DIRF 2002/2003 retificadora e, com isso, se desincumbiu de sua obrigação comprobatória. Conclui, no entanto, de forma contraditória, pelo não provimento do Recurso Voluntário. Evidente a ocorrência de erro material nesta decisão, eis que há um equívoco na parte dispositiva em relação à parte expositiva do acórdão. Mister se faz desfazer este equívoco. Diante do exposto, voto no sentido de ACOLHER os Embargos de Declaração interpostos, para retificar a decisão do Acórdão nº 1802.00.787, de 22/02/2011, para o fins de DAR provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Marco Antonio Nunes Castilho Fl. 1378DF CARF MF Impresso em 20/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNES CASTILHO, Assinado digitalmente em 18 /08/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 07/08/2012 por MARCO ANTONIO NUNE S CASTILHO
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Numero do processo: 10950.006845/2009-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Exercício: 2005, 2006
Ementa:
ARBITRAMENTO CONDIÇÕES
Uma vez demonstrado, como ficou no feito, que o valor omitido de receita é muito superior àquele registrado na sua contabilidade e, desse modo, ao ser cotejado com os elementos negativos do resultado, como custos e despesas, resulta em margens impraticáveis para qualquer negócio, evidencia-se a
imprestabilidade da escrituração, o que legitima o arbitramento.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS com o advento da Lei 9.430/96, a presunção
de omissão de rendimentos calcada em depósitos bancários adquiriu status legal e só é infirmada pela apresentação de documentação específica para cada depósito.
Numero da decisão: 1201-000.621
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR
provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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DEPÓSITOS BANCÁRIOS com o advento da Lei 9.430/96, a presunção de omissão de rendimentos calcada em depósitos bancários adquiriu status legal e só é infirmada pela apresentação de documentação específica para cada depósito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Claudemir Rodrigues Malaquias Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator. Fl. 1145DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10950.006845/200970 Acórdão n.º 120100.621 S1C2T1 Fl. 1.133 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudemir Rodrigues Malaquias (Presidente), Marcelo Baeta Ippolito (Suplente Convocado), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Marcelo Cuba Netto, Regis Magalhães Soares Queiroz e João Carlos de Lima Júnior. Relatório DA AUTUAÇÃO E DA IMPUGNAÇÃO Abaixo tomo de empréstimo o relatório elaborado pela autoridade julgadora de primeiro grau acerca das referidas peças de acusação e defesa inaugural: Trata o processo dos autos de infração relativos aos anos calendário 2005 e 2006, na sistemática do lucro arbitrado, arts. 529, 530, II do Regulamento do Imposto de Renda – RIR de 1999 (Decreto n" 3.000, de 26 de março de 1999), dado que a contribuinte, reiteradamente intimada, fls. 882/834, não apresentou escrituração na forma exigida pela legislação comercial e fiscal; exigemse: a. Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ, fls. 1.032/1.043, no valor de R$ 227.672,61, devido a omissão de receitas da atividade, relativas a depósitos bancários não escriturados e cuja origem não foi esclarecida, nos períodos de apuração 31/03/20054, 30/06/2005, 30/09/2005 e 31/12/2005 e 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006 e 31/12/2006, apurados mediante arbitramento do lucro, com base nos arts. 529, 530, II, 532 e 537 do RIR de 1999; b. Contribuição Social sobre o Lucro Liquido — CSLL, fls. 1.044/1.054, no valor de R$ 620.263,50 relativa à mesma infração e nos mesmos períodos que o IRPJ, exigida com base no art. 2° e §§ da Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988; art. 24 da Lei n° 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 29 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996; art. 37 da Lei no 10.637 de 30 de dezembro de 2002. 2. Sobre o imposto e contribuição devidos exigemse multa de oficio de 75% do art. 44, I da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e juros de mora segundo o art. 61, § 3° da Lei n° 9.430, de 1996. 3. As fls. 1.023/1.031, no Termo de Verificação Fiscal TVF, estão descritos os procedimentos de fiscalização e a autuação. Fl. 1146DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10950.006845/200970 Acórdão n.º 120100.621 S1C2T1 Fl. 1.134 3 4. Cientificado do TVF e do auto de infração em 07/12/2009, fls. 1.031, 1.041 e 1.051, a interessada, apresentou impugnação tempestiva, em 30/12/2009, fls. 1.059/1.069. 5. Acusa que não há previsão legal para que a receita omitida, apurada mediante o montante dos depósitos bancários que a fiscalização entendeu não comprovados menos a receita declarada, seja base de cálculo para o arbitramento de lucros . 6. Que, tendo a contribuinte entregue os livros comerciais e fiscais, Diário, Notas Fiscais de Entrada e Saída, livros registro de Entrada e Saída de Mercadorias e outros, somente não tendo tido tempo hábil para incluir a totalidade da movimentação bancária na escrituração, essa irregularidade da escrituração não impossibilitou a apuração do resultado, que devia ser a partir do lucro real escriturado e declarado e considerando a receita que restasse comprovadamente omitida, pois o arbitramento é medida extrema e deve ser efetuado sobre a receita bruta conhecida; que a imprestabilidade da escrita da litigante não foi arguida por quaisquer outros fatores, nem foi feita uma auditoria; que a fiscalização não buscou estabelecer nexo causal entre os depósitos e o fato que representasse as receitas da empresa, seja confrontando as operações registradas com a movimentação das contas bancárias, seja reconstituindo o Caixa, agregando ao mesmo os créditos e débitos das contas bancárias não contabilizadas, a fim de verificar, por exemplo, estouro do Caixa; que a fiscalização não atentou que parte dos depósitos constava da movimentação do Caixa e tributou o somatório dos depósitos, excluindo apenas a receita declarada e os cheques devolvidos e empréstimos; que a fiscalização sequer examinou a escrituração que a contribuinte apresentou; que não está demonstrada nos autos que a falta de contabilização dos depósitos bancários tenha tornado a escrita da contribuinte imprestável para determinar a base de cálculo do IRPJ e da CSLL; que o Fisco não logrou trazer aos autos suficientes elementos de provas da absoluta imprestabilidade da escrituração que justificasse sua desclassificação e arbitramento dos lucros; que a ação do Fisco está resumida nos termos de intimação, enquanto que deveria ter verificado a possibilidade do lançamento de eventual diferença de imposto com base no lucro real, o que exigiria aprofundado exame da escrituração comercial/fiscal da empresa, indicando o resultado apurado e compensando eventuais prejuízos fiscais do ano c anteriores; que a norma legal prevê o arbitramento com base na receita bruta conhecida e adicionado a essa base a eventual omissão de receita, após o confronto dos créditos bancários com os lançamentos no livro Caixa, mas nada disso foi feito, optandose pela forma mais cômoda de apuração com base nos depósitos bancários; aduz que a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. 7. Assevera que os depósitos bancários isoladamente, sem vinculação a indícios de omissão de receitas, não podem ser considerados como receita bruta e base de cálculo para Fl. 1147DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10950.006845/200970 Acórdão n.º 120100.621 S1C2T1 Fl. 1.135 4 arbitramento de lucros e fatos geradores do IRPJ, dado que não caracterizam disponibilidade econômica de renda e proventos. 8. Que a base de cálculo deveria ter sido o lucro apurado na escrituração acrescido da receita omitida, não cabendo à RFB criar novos parâmetro, dado que a Administração deve observar os princípios do devido processo legal, confirmando o caráter jurisdicional da composição da lide administrativa à qual se aplicam essas garantias e que exigem que a relação obrigacional seja desencadeada apenas se efetivamente comprovada; destaca a presunção de legalidade, caracterizando presunção juris tantum de validade, a qual não exime a Administração do dever de comprovar a ocorrência do fato jurídico, inclusive a correta base de cálculo, além das circunstâncias em que se verificou, devido aos princípios da estrita legalidade e da tipicidade. 9. Que, sendo distribuidora de combustíveis, cujos pregos de compra e venda estão bem definidos, poderiam ter sido confrontados com as notas fiscais apresentadas; se apurada omissão de receitas com base nos depósitos bancários, deveria o Fisco ter calculado a correta margem de lucro e a adicionado ao lucro real apurado na escrituração. 10. O processo de compõe de 6 (seis) volumes; tendo sido iniciado a partir de Oficio recebido do MJ — Departamento da Policia Federal, referente ao IPL 0407/2008, foi enviada cópia à Justiça Federal, Seção Judiciária do Paraná, 2a Vara Federal de Umuarama/PR e foi efetuado Arrolamento de Bens e Direitos, processo n" 10950.006878/200910. DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU A decisão recorrida (fls. 1.106 a 1.112) negou provimento à impugnação, nos seguintes termos da sua ementa abaixo transcrita, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/03/2005, 30/06/2005, 30/09/2005, 31/12/2005, 31/03/2006, 30/06/2006, 30/09/2006, 31/12/2006 ARBITRAMENTO DO LUCRO. DESCLASSIFICAÇÃO DA ESCRITA CONTÁBIL. Correta a desclassificação contabilidade c o conseqüente arbitramento do lucro se o contribuinte não escriturou a movimentação bancária cujo valor corresponde a 76% e 79% da receita total identificada com base em presunção legal e, intimado, não providenciou o refazimento da escrituração, apesar da possibilidade oferecida de dilação de prazo, e assim impossibilitou a aferição, por parte do Fisco, do lucro real. Fl. 1148DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10950.006845/200970 Acórdão n.º 120100.621 S1C2T1 Fl. 1.136 5 OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS CUJA ORIGEM NÃO FOI COMPROVADA. Caracterizam omissão de receitas os valores creditados cm conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituições financeiras, em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados. LANÇAMENTO COM BASE EM PRESUNÇÃO LEGAL. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. O lançamento com base em presunção legal transfere o ônus da prova ao contribuinte em relação aos argumentos que tentem descaracterizar a movimentação bancária detectada. LANÇAMENTO REFLEXO: CSLL Dada a intima relação de causa e efeito, aplicase ao lançamento reflexo o decidido no principal. DO RECURSO VOLUNTÁRIO O sujeito passivo apresentou recurso voluntário, às fls. 1.118 a 1.130, mediante o qual basicamente reiterou as razões apresentadas na impugnação. É o relatório. Fl. 1149DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10950.006845/200970 Acórdão n.º 120100.621 S1C2T1 Fl. 1.137 6 Voto Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes A principal linha de defesa se esteia na razão de que omissão presumida de receita não está elencada como hipótese de arbitramento. No máximo, poderia ser acrescida à receita conhecida para fins de se definir a base arbitrada, uma vez caracterizada a imprestabilidade da escrituração. Ora, a recorrente claramente altera a relação entre causa e conseqüência. Uma vez demonstrado, como ficou no feito, que o valor omitido de receita é muito superior àquele registrado na sua contabilidade e, desse modo, ao ser cotejado com os elementos negativos do resultado, como custos e despesas, resulta em margens impraticáveis para qualquer negócio, evidenciase a imprestabilidade da escrituração. Por outras palavras, se a autoridade fiscal tivesse adotado o regime de lançamento do lucro real, os valores seriam bem superiores àqueles apurados pelo lucro arbitrado, uma vez que seu percentual legal é substancialmente inferior à margem, que seria alcançada pelo mero somatório das receitas omitidas à base real de apuração do imposto. O elevado valor presumido de omissão de receitas infere que também não foi registrado na contabilidade parte dos custos e despesas, o que nos leva à conclusão pela imprestabilidade da escrituração do contribuinte para fins de aferição do lucro real. Nesse caso, o arbitramento claramente lhe favorece e, por isso, agiu corretamente a autoridade fiscal ao proceder dessa forma. A defesa se assenta também na alegação de ilegitimidade da presunção realizada pela autoridade. Nada obstante, ela é esteada em expresso texto legal. É importante citar que a jurisprudência rejeitava a presunção de omissão de renda calcada exclusivamente em depósitos bancários, mas com relação a períodos anteriores a 1996. De 1997 em diante, o entendimento que deve prevalecer é outro. A edição da Lei 9.430/96, trouxe em seu artigo 42 a presunção legal de omissão de rendimentos a partir de créditos em contascorrentes bancárias de origem não comprovada. Na dicção cristalina do texto positivo, assim se estabelece: “Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações”. E sempre vale recordar o que dispõe o art. 334 do Código de Processo Civil: “Art. 334. Não dependem de prova os fatos: (...) Fl. 1150DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS Processo nº 10950.006845/200970 Acórdão n.º 120100.621 S1C2T1 Fl. 1.138 7 IV em cujo favor milita presunção legal de existência ou de veracidade”. Em suma, a omissão de receita é presumida em face dos depósitos e, por força dela, deve ser constituído o respectivo crédito tributário; e os depósitos estão comprovados por meio dos extratos cujas cópias constam dos autos. Ou seja, o Fisco fez prova do dado indiciário, que é suficiente para estabelecer a presunção de omissão de receita e, portanto, para impor a autuação. Conclusão Por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator Fl. 1151DF CARF MF Impresso em 01/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por MILANNE DA SILVA ALVES NUNES, Assinado digitalmente em 30 /07/2012 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MEND, Assinado digitalmente em 31/07/2012 por CLAUDEMIR ROD RIGUES MALAQUIAS
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Numero do processo: 10120.015392/2008-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 23 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2005
NULIDADE DO LANÇAMENTO. INOCORRÊNCIA.
Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos
preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento.
OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996.
A presunção legal de omissão de receitas, prevista no art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo.
LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONTAS CONJUNTAS. INTIMAÇÃO.
Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. (Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010).
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. COMPROVAÇÃO.
Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes. (Súmula CARF nº 30, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009)
DEPÓSITOS BANCÁRIOS. EXCLUSÕES.
Excluem-se da tributação os depósitos/créditos decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física e os referentes a resgates de aplicações financeiras, estornos, cheques devolvidos, empréstimos bancários.
DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. CONTRIBUINTE COM FONTES DE RENDIMENTOS PROVENIENTES EXCLUSIVAMENTE DA ATIVIDADE RURAL. EXCLUSÃO DE 80% DO VALOR TOTAL DOS DEPÓSITOS NÃO COMPROVADOS OU COMPROVADOS NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO
FISCAL.
Caso o conjunto probatório dos autos comprove que o contribuinte somente tem rendimentos provenientes da atividade rural, deve-se
reduzir a quinta parte a base tributável decorrente da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, conciliando os ditames do art. 42 da Lei nº 9.430/96 e do art. 5º da Lei nº 8.023/90.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2102-001.466
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em
REJEITAR a preliminar de nulidade, e, no mérito, por voto de qualidade, em DAR provimento parcial ao recurso para reduzir a base de cálculo da infração para R$ 464.337,36, reduzindo
esta base de cálculo remanescente para 20% desse total, já que o contribuinte tem todos os rendimentos provenientes da atividade rural. Vencidos os Conselheiros Núbia Matos Moura (relatora), Rubens Maurício Carvalho e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti que somente reduziam a base de cálculo da infração para R$ 444.702,74, nos termos do voto da relatora. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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INOCORRÊNCIA. Comprovada a regularidade do procedimento fiscal, que atendeu aos preceitos estabelecidos no art. 142 do CTN e presentes os requisitos do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se cogitar em nulidade do lançamento. OMISSÃO DE RENDIMENTO. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. ARTIGO 42 DA LEI Nº 9.430, DE 1996. A presunção legal de omissão de receitas, prevista no art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. CONTAS CONJUNTAS. INTIMAÇÃO. Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. (Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010). DEPÓSITOS BANCÁRIOS. COMPROVAÇÃO. Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes. (Súmula CARF nº 30, publicada no DOU, Seção 1, de 22/12/2009) Fl. 496DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 485 2 DEPÓSITOS BANCÁRIOS. EXCLUSÕES. Excluemse da tributação os depósitos/créditos decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física e os referentes a resgates de aplicações financeiras, estornos, cheques devolvidos, empréstimos bancários. DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA. CONTRIBUINTE COM FONTES DE RENDIMENTOS PROVENIENTES EXCLUSIVAMENTE DA ATIVIDADE RURAL. EXCLUSÃO DE 80% DO VALOR TOTAL DOS DEPÓSITOS NÃO COMPROVADOS OU COMPROVADOS NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Caso o conjunto probatório dos autos comprove que o contribuinte somente tem rendimentos provenientes da atividade rural, devese reduzir a quinta parte a base tributável decorrente da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, conciliando os ditames do art. 42 da Lei nº 9.430/96 e do art. 5º da Lei nº 8.023/90. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de nulidade, e, no mérito, por voto de qualidade, em DAR provimento parcial ao recurso para reduzir a base de cálculo da infração para R$ 464.337,36, reduzindo esta base de cálculo remanescente para 20% desse total, já que o contribuinte tem todos os rendimentos provenientes da atividade rural. Vencidos os Conselheiros Núbia Matos Moura (relatora), Rubens Maurício Carvalho e Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti que somente reduziam a base de cálculo da infração para R$ 444.702,74, nos termos do voto da relatora. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente e Redator designado Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 31/10/2011 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 486 3 Relatório Contra JOSÉ SUHAIL DE REZENDE foi lavrado Auto de Infração, fls. 204/213, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2004, exercício 2005, no valor total de R$ 897.549,46, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 31/10/2008. A infração apurada pela autoridade fiscal foi omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls. 219/232, e a autoridade julgadora de primeira instância julgou procedente em parte o lançamento, para excluir da base de cálculo, a quantia de R$ 857.500,52, conforme Acórdão DRJ/BSB nº 0331.520, de 17/06/2009, fls. 410/423. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 10/08/2009, Aviso de Recebimento (AR), fls. 447, o contribuinte apresentou, em 08/09/2009, recurso voluntário, fls. 448/458, no qual traz as alegações a seguir resumidas: Nulidade do lançamento A nulidade do lançamento é flagrante, haja vista que em se tratando de contas conjuntas, como no caso presente, haveria o fisco que intimar ambos os titulares para esclarecimentos sobre como se dava a movimentação financeira. Devemos ressaltar, ainda, que posteriormente ao encerramento da fiscalização contra o recorrente, o fisco iniciou também outra ação fiscal contra sua esposa, referentemente aos mesmos fatos geradores e anocalendário, conforme se pode verificar do "Termo de Início de Ação Fiscal n° 190/2009", datado de 05/06/2009, acompanhado da Relação de Créditos/Depósitos para comprovação de sua origem, conforme (Docs. 1/2) inclusos, o que só vem a reforçar as alegações de defesa ora apresentadas, pois o fisco está promovendo verdadeiro "bis in idem", já que os mesmos fatos já foram objeto de ação fiscal em desfavor do recorrente. Frisese que, a relação dos depósitos/créditos enviados à esposa do recorrente para serem comprovadas as origens, é exatamente a mesma que compõe o presente lançamento. (...) Por tais razões, não pode ser o recorrente penalizado e assumir o lançamento consubstanciado no auto de infração ora impugnado, mesmo que seja na proporção de 50% (cinqüenta por cento) da movimentação financeira, cujos depósitos transitaram pelas contas bancárias auditadas. Haveria o fisco, por ocasião da fiscalização, que aprofundar a auditoria para identificar também os depósitos inerentes a participação do Fl. 498DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 487 4 cônjuge do contribuinte/recorrente, mas nunca autuar o recorrente, desconsiderando esta circunstância relevante, pois, conforme já dito, aludidas contas bancárias eram conjuntas, sendo, portanto, hipótese de nulidade do lançamento. A origem dos depósitos Conforme já alegado na peça de impugnação, o recorrente é agropecuarista e, desta profissão, advém a totalidade de suas receitas, conforme se pode verificar dos documentos já inclusos ao processo. Parte dos depósitos que foram feitos em suas contas correntes referiramse a contratos de abertura de crédito bancário, para desconto de cheques e outros títulos de créditos mediante borderôs, o que era feito para fomentar suas atividades agropecuárias. O acórdão recorrido excluiu boa parte dos depósitos selecionados pelo fisco no auto de infração, entretanto, desconsiderou vários documentos que são também prova de existência de recursos que serviram, obviamente, para sustentar tais depósitos, como por exemplo, os valores auferidos pelo recorrente na venda de um automóvel VW Gol, ano 2000, por R$ 15.000,00 e na alienação de um imóvel na cidade de Mineiros/GO, onde reside, por R$ 28.000,00. (...) Também não foram aceitas parte das argumentações do recorrente, relativamente a depósitos provenientes de outras contas de sua titularidade, contudo todos os valores apresentados na peça de impugnação, referentemente a "transferência entre contas da mesma titularidade", devem ser excluídos da matéria tributável, pois, conforme se pode verificar dos documentos juntados ao processo, efetivamente, tiveram origem em contas mantidas pelo mesmo. Também devem ser excluídos da matéria tributável todos os valores apresentados pelo recorrente, referentes à venda de produtos agropecuários, no total de R$ 180.118,63, pois todos os valores que compõem este total se referem a recursos auferidos em razão de sua atividade rural que servem, portanto, para justificar os depósitos ao longo do anocalendário, sem necessidade de coincidência de datas e valores. Também devem ser considerados como origem dos depósitos, todos os valores planilhados, referentes aos documentos juntados pelo impugnante em peça protocolizada em data de 22/06/2009, no valor total de R$ 207.985,00, referentes a liberação de crédito para viabilização da atividade agropecuária, cujos documentos ora reproduzimos, conforme (Docs. 3/18) anexos. Evidente, portanto, que devem ser aproveitados os recursos comprovadamente auferidos pelo contribuinte ao longo do Fl. 499DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 488 5 respectivo anocalendário fiscalizado, mormente por se tratar de contribuinte ligado exclusivamente a atividade rural e, ainda, os depósitos bancários já tributados, inclusive aqueles objeto da mesma acusação, ainda que não haja coincidência de datas e valores, uma vez que as pessoas físicas são desobrigadas de escrituração. Devese ressaltar, ainda, ilustres julgadores, que o fisco ao tributar os depósitos mensalmente, haveria que planilhálos e transportálos para o mês seguinte a título de recursos, pois, estes valores (dos depósitos) tributados no mês anterior servirão de recursos para o mês seguinte. (...) Também não foram aceitas pela decisão recorrida, as argumentações do contribuinte referentemente aos saques promovidos em suas contas, cujos valores serviram de recursos para posteriores depósitos em espécie, (...) É o Relatório. Fl. 500DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 489 6 Voto Vencido Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. No recurso, o contribuinte traz a preliminar de nulidade do lançamento, sob a alegação de que, tratandose de contas conjuntas, a autoridade fiscal deveria intimar ambos os titulares para esclarecer sobre como se dava a movimentação financeira. Informa, ainda, que a cotitular das contas bancárias somente foi intimada em 05/06/2009, depois de encerrado o procedimento fiscal. De pronto, importa observar que tais fatos não ensejam a nulidade do lançamento. São questões de mérito, que se confirmadas, podem resultar na improcedência do lançamento. Importa observar que o presente lançamento foi levado a efeito por autoridade competente e dado ao contribuinte o direito de defesa, no momento da apresentação da impugnação e do recurso voluntário, que ora se analisa. Temse, ainda, que na lavratura do Auto de Infração foram cumpridas todas as formalidades estabelecidas no artigo 142 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional (CTN), estando em perfeito acordo com as exigências previstas no art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativo fiscal. Assim, não pode prosperar a argüição de nulidade do lançamento suscitada pelo recorrente. Contudo, devese examinar a alegação do recorrente de que não houve a intimação do cotitular das contas bancárias que deram causa ao lançamento. No lançamento foram levados à tributação depósitos bancários havidos em quatro contas, as quais são mantidas em conjunto com o cônjuge do contribuinte, junto às seguintes instituições financeiras: Banco do Brasil, Banco HSBC, Caixa Econômica Federal e Cooperativa de Crédito Rural do Vale do Araguaia Ltda. Entretanto, ao contrário do que afirma a defesa, o cônjuge do contribuinte foi intimado, durante o procedimento fiscal, conforme se infere do Termo de Intimação, fls. 170/178. Ocorre que tal intimação somente se refere aos créditos efetivados nas contas bancárias mantidas junto ao Banco do Brasil e Banco HSBC. Ressaltese que, no que se refere aos créditos havidos nas contas do Banco do Brasil e do Banco HSBC, somente foram levados à tributação 50% dos créditos não comprovados por ambos titulares. Com a impugnação, restou comprovado que as outras contas bancárias, mantidas na Caixa Econômica Federal e na Cooperativa de Crédito, também eram conjuntas e Fl. 501DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 490 7 nessa conformidade a decisão recorrida excluiu da base de cálculo do imposto devido 50% dos depósitos não comprovados relativamente às referidas contas. Nesse ponto, vale destacar que a omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários não comprovados é uma presunção legal. No entanto, para que se valide a presunção de omissão de rendimentos, o lançamento deve se conformar aos moldes da lei. Reza o caput do art. 42, da Lei nº 9.430, de 1996, que a omissão de rendimentos se caracteriza quando o titular da conta, regularmente intimado, não comprova a origem dos recursos depositados. Logo, é óbvio, que no caso de contacorrente conjunta, tornase imprescindível que todos os titulares sejam intimados a comprovar a origem dos depósitos. Nas contascorrentes mantidas em conjunto, presumese, obviamente, que os titulares possam utilizarse das mesmas para crédito/depósito dos seus próprios rendimentos e a movimentação dos recursos financeiros pode ser feita por todos os titulares. Desta forma, a responsabilidade pela comprovação da origem dos recursos, para efeito do disposto no artigo 42, da Lei nº 9.430, de 1996, deve ser imputada a todos os titulares da contacorrente. A falta de intimação para a justificação da origem dos depósitos bancários é causa, em si, da não caracterização da omissão de rendimentos, haja vista que a autoridade fiscal não cumpriu o rito que o art. 42 exige para que se estabeleça a presunção legal. Aliás, este é o entendimento exarado na Súmula CARF nº 29, abaixo transcrita: Súmula CARF nº 29: Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. (Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010). Assim, merece reparo a decisão recorrida, pois na falta de intimação da co titular das contas bancárias mantidas junto à Caixa Econômica Federal e à Cooperativa de Crédito, devese excluir do lançamento a totalidade dos créditos efetivados nas referidas contas e não apenas a metade. Ou seja, a decisão recorrida traz demonstrativo dos depósitos mantidos, fls. 421/423, que totalizam a quantia de R$ 612.157,36. Deste valor devese excluir R$ 66.820,00, que corresponde à metade dos créditos havidos nas contas mantidas junto à Caixa Econômica Federal e à Cooperativa de Crédito (R$ 133.640,00). Frisese que a outra metade já foi excluída pela decisão recorrida. No recurso, o contribuinte solicita também que sejam excluídos da tributação vários depósitos, em razão de diversos motivos, os quais serão a seguir individualmente examinados: Venda de veículo e de imóvel O contribuinte afirma que vendeu, no anocalendário 2004, um automóvel Gol, por R$ 15.000,00 e um imóvel na cidade de Mineiros/GO, por R$ 28.000,00. De fato, em sua Declaração de Ajuste Anual (DAA), exercício 2005, ano calendário 2004, fls. 147/153, estão registradas as referidas vendas, entretanto, o contribuinte Fl. 502DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 491 8 não identificou quais os créditos que corresponderiam aos valores recebidos em razão das referidas vendas. Logo, não assiste razão ao contribuinte neste tópico de sua defesa. Transferência entre contas da mesma titularidade No que se refere às transferências entre contas da mesma titularidade a decisão recorrida acatou todas as transferências indicadas pelo contribuinte, nos demonstrativos, fls. 240, 256, 266, 275, 329, 334 e 335, excetuandose apenas três transferências: 22/07/2004 R$ 12.000,00 da Cooperativa para o Banco do Brasil, fls. 96 10/12/2004 R$ 7.000,00 do HSBC para a CEF, fls. 71 23/12/2004 R$ 8.000,00 da Cooperativa para a CEF, fls. 105. Das transferências não acatadas verificase que, no que se refere ao valor de R$ 12.000,00, transferido da Cooperativa para o Banco do Brasil assiste razão a defesa. Quanto as outras duas transferências, não se confirmaram, conforme se infere dos extratos, fls. 71 e 105. Assim, devese excluir dos depósitos não comprovados o crédito de R$ 12.000,00, dentre os valores relativos ao Banco do Brasil. Empréstimos obtidos junto ao Banco HSBC No recurso, o contribuinte afirma que obteve empréstimos junto ao Banco HSBC, no valor total de R$ 207.985,00, conforme demonstrativo, fls. 427, e comprovantes, fls. 428/442. De fato, dos documentos acostados aos autos pela defesa verificase que assiste razão à defesa no que concerne aos seguintes créditos havidos no Banco HSBC, que perfazem o somatório de R$ 150.000,00, os quais devem ser excluídos da relação dos depósitos não comprovados: Data Valor (em Reais) Documento, fls. 15/01/2004 20.000,00 428 30/04/2004 10.000,00 429 04/05/2004 10.000,00 430 19/05/2004 20.000,00 432 22/06/2004 20.000,00 433 19/07/2004 20.000,00 434 24/08/2004 20.000,00 436 01/11/2004 10.000,00 438 08/11/2004 10.000,00 439 18/11/2004 10.000,00 440 TOTAL 150.000,00 Fl. 503DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 492 9 Entretanto, no que se refere aos demais valores relacionados pela defesa, fls. 427, não assiste razão ao recorrente pelos motivos a seguir descritos: Data Valor (em Reais) Documento, fls. Motivação 04/05/2004 10.000,00 431 Na relação de depósitos não comprovados existe apenas um crédito no HSBC de R$ 10.000,00 em 04/05/2004, que já foi acolhido, conforme tabela acima. 10/08/2004 15.000,00 435 Tratase de transferência por DOC, sem identificação do ordenante. 06/09/2004 5.985,00 437 Tratase de transferência por DOC, sem identificação do ordenante. 18/11/2004 10.000,00 441 Na relação de depósitos não comprovados existe apenas um crédito no HSBC de R$ 10.000,00 em 18/11/2004, que já foi acolhido, conforme tabela acima e o documento cuida de transferência por DOC, sem identificação do ordenante. 23/12/2004 17.000,00 442 Tratase de transferência por DOC, sem identificação do ordenante. Nessa conformidade, devese excluir dos depósitos não comprovados os créditos efetivados na conta do Banco HSBC, que somados totalizam a quantia de R$ 150.000,00. Receitas da atividade rural declaradas Durante o procedimento fiscal o contribuinte comprovou que alguns depósitos havidos em suas contascorrentes, que perfaziam o somatório de R$ 212.600,02, advinham da atividade rural. Ocorre que o contribuinte e sua esposa informaram em suas DAA receita da atividade rural, cujo somatório é de R$ 404.332,40, consideradas as duas DAA e, em assim sendo, a defesa solicita que a diferença entre a receita da atividade rural e a quantia de R$ 212.600,02, seja excluída do montante dos depósitos não comprovados. De pronto, vale destacar que na decisão recorrida foi reconhecido que outros depósitos, cujas origens não haviam sido comprovadas anteriormente, também eram provenientes da atividade rural, de sorte que foram excluídos do montante dos depósitos não comprovados os seguintes créditos: R$ 4.404,33 (28/12/2004), R$ 41.950,81 (27/02/2004), R$ 38.000,00 (22/03/2004), R$ 23.000,00 (28/04/2004) e R$ 45.108,00 (13/05/2004), cuja soma é R$ 152.463,14. Desta forma, somadas as quantias consideradas pela autoridade fiscal (R$ 212.600,02) com a excluída pela decisão recorrida (R$ 152.463,14), temse que já foram excluídos do montante dos créditos a comprovar o valor de R$ 365.063,16, de modo que para chegar ao montante das receitas da atividade rural declaradas resta R$ 39.269,24. Veja que o contribuinte conseguiu identificar em suas contas bancárias, com coincidência de data e valor, 90% das receitas declaradas. Logo, a solicitação do contribuinte de ver excluída a diferença remanescente dos depósitos não comprovados é razoável. Fl. 504DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 493 10 Frisese que o contribuinte e sua esposa tiveram todas as suas contas bancárias examinadas no procedimento fiscal, sendo certo que é bastante razoável admitirse que os 10% restante também transitaram pelas contas dos contribuintes. Desta maneira, deve excluir do montante dos depósitos não comprovados a quantia de R$ 39.269,24. Depósitos de um mês justificam os depósitos dos meses seguintes No que se refere a alegação do recorrente de que os depósitos tributados em um determinado mês comprovariam a origem dos créditos efetivados nos meses subseqüentes, devese aplicar o exarado na Súmula CARF nº 26, abaixo transcrita: Súmula CARF Nº 30 Na tributação da omissão de rendimentos ou receitas caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada, os depósitos de um mês não servem para comprovar a origem de depósitos havidos em meses subsequentes. (Portaria CARF nº 52, de 21 de dezembro de 2010) Portanto, não há como se acatar a solicitação do contribuinte de aproveitamento dos depósitos tributados em um mês para justificar os depósitos dos meses subseqüentes. Recursos provenientes de saques justificam depósitos A hipótese levantada pelo contribuinte de que teria efetuado depósitos com valores anteriormente sacados de suas contascorrentes carece de comprovação. Ademais, é bastante improvável que o correntista retire o dinheiro do banco, permaneça com ele em seu poder por algum tempo e depois volte a depositálo. O usual é que o correntista retire o dinheiro para fazer frente a pagamentos. Logo, consumido o numerário, não há que se falar em utilizálo para suprir depósitos bancários. Temse, portanto, que a alegação de que teria efetuado depósitos com valores anteriormente sacados de suas contascorrentes carece de comprovação, razão porque não pode prosperar. Da totalização dos valores a excluir Da planilha, fls. 421/423, inferese que da decisão recorrida restaram não comprovados depósitos que totalizam a quantia de R$ 1.224.314,72, da qual devem ser excluídos os seguintes valores: R$ 133.640,00 (créditos havidos nas contas mantidas junto à Caixa Econômica Federal e à Cooperativa de Crédito), R$ 12.000,00 (transferências entre contas com a mesma titularidade), R$ 150.000,00 (empréstimos ) e R$ 39.269,24 (receitas da atividade rural). Logo, feitas as exclusões, a totalidade dos depósitos não comprovados é de R$ 889.405,48, sendo a base de cálculo do imposto devido de R$ 444.702,74, que corresponde a 50% dos depósitos não comprovados. Fl. 505DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 494 11 Da conclusão Ante o exposto, voto por afastar a preliminar de nulidade do lançamento e, no mérito, DAR PARCIAL provimento ao recurso, alterandose a base de cálculo do imposto devido para R$ 444.702,74. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 506DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 495 12 Voto Vencedor Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos A tributação dos rendimentos omitidos oriundos de depósitos bancários de origem não comprovada, quando o sujeito passivo, comprovadamente, somente milita na atividade rural, vinha sofrendo uma mitigação no âmbito do Primeiro Conselho de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais, entendimento que vem sendo mantido neste CARF, como se demonstrará a seguir. Vem se construindo uma jurisprudência administrativa que tem entendido que, nesses casos, somente deve ser oferecido à tributação um percentual de 20% dos rendimentos omitidos oriundos dos depósitos bancários de origem não comprovada, na forma do art. 5º da Lei n° 8.023/90. Para tanto, vejase a ementa do Acórdão n° 10420.775, sessão de 16/05/2005, relator o conselheiro Nelson Mallmann: (...) DEPÓSITOS BANCÁRIOS PERÍODOBASE DE INCIDÊNCIA APURAÇÃO MENSAL TRIBUTAÇÃO NO AJUSTE ANUAL Os valores dos depósitos bancários não justificados, a partir de 1 0 de janeiro de 1997, serão apurados, mensalmente, à medida que forem creditados em conta bancária e tributados como rendimentos sujeitos à tabela progressiva anual (ajuste anual). OMISSÃO DE RECEITAS RENDA ATIVIDADE RURAL BASE DE CÁLCULO Face à especifica legislação atinente à atividade, respeitada a opção do contribuinte, a base de cálculo do imposto apurável em eventual omissão de receita da atividade rural limitarseá a vinte por cento da receita bruta do anobase. (...) OMISSÃO DE RENDIMENTOS LANÇAMENTO COM BASE EM VALORES CONSTANTES EM EXTRATOS BANCÁRIOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA ARTIGO 42, DA LEI N°. 9.430, DE 1996 Caracteriza omissão de rendimentos os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. CONTRIBUINTE COM ÚNICA FONTE DE RENDIMENTOS ATIVIDADE RURAL COMPROVAÇÃO DA RECEITA Pelas suas peculiaridades, os rendimentos da atividade rural gozam de tributação mais favorecida, devendo, a princípio, ser comprovados por nota fiscal de produtor. Entretanto, se o contribuinte somente declara rendimentos provenientes da atividade rural e o Fisco não prova que a omissão de rendimentos apurada tem origem em outra atividade, não procede a pretensão de deslocar o rendimento apurado para a tributação normal, sendo que nestes casos o valor a ser Fl. 507DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 496 13 tributado deverá se limitar a vinte por cento da omissão apurada. (...) O aresto acima foi confirmado na Quarta Turma da CSRF, quando se prolatou o Acórdão CSRF nº 0400.967, relator o Conselheiro Alexandre Andrade Lima da Fonte Filho, em sessão de 04 de agosto de 2008, que restou assim ementado: DEPÓSITOS BANCÁRIOS RECURSOS PROVENIENTES DA ATIVIDADE RURAL OMITIDA FORMA DE TRIBUTAÇÃO. Demonstrado, pelos meios de provas existentes nos autos, que a movimentação financeira do sujeito passivo decorre do exercício de atividade rural cuja tributação foi omitida, temse que a exigência do crédito tributário, por força do disposto no artigo 42, § 2°, da Lei n° 9.430, de 1996, deve se dar em conformidade com o artigo 5° da Lei n° 8.023, de 1990. Decisão resumida: ACORDAM os Membros da Quarta Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, CONHECER do recurso e NEGARlhe provimento. Vencidas as Conselheiras Maria Helena Cotta Cardozo e Ana Maria Ribeiro dos Reis que davam provimento ao recurso. O Conselheiro Antonio Praga acompanha o Conselheiro Relator pelas suas conclusões, entendendo ser possível a redução da base de cálculo aos limites da atividade rural. Fez sustentação oral o advogado da contribuinte Dr. Celso Alves Feitosa, OAB/SP n° 26464. Em sessão de 27/07/2011, a Egrégia Segunda Turma da CSRF também confessou o mesmo entendimento acima, quando prolatou o Acórdão CSRF nº 9202001.694, na relatoria do Conselheiro Marcelo Oliveira, que restou assim ementado: IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRODUTOR RURAL. EXCLUSIVA ATIVIDADE RURAL. REGIME DE TRIBUTAÇÃO ESPECIAL/ESPECÍFICO. Os contribuintes que, comprovadamente, exercem exclusivamente atividades rurais, estão submetidos à regime de tributação especial/específico, contemplado pela Lei nº 8.023/1990, impondo a compatibilização desta norma com o disposto no artigo 42 da Lei nº 9.430. Recurso Especial do Procurador Negado No caso destes autos, restou comprovado que todas as fontes de rendimentos do contribuinte proviam da atividade rural, devendo a tributação, na forma do art. 42 da Lei nº 9.430/96, ser conciliada com o art. 5º da Lei nº 8.023/90. Ressalto que já tive oportunidade de esposar o entendimento ora registrado, no julgamento do recurso nº 148.651, quando foi lavrado o Acórdão nº 10616.716, sessão de 22 de janeiro de 2008, que restou assim ementado (excerto): (...) Fl. 508DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10120.015392/200864 Acórdão n.º 210201.466 S2C1T2 Fl. 497 14 DEPÓSITOS BANCÁRIOS NÃO COMPROVADOS CONTRIBUINTE COM FONTES DE RENDIMENTOS PROVENIENTE EXCLUSIVAMENTE DA ATIVIDADE RURAL EXCLUSÃO DE 80% DO VALOR TOTAL DOS DEPÓSITOS NÃO COMPROVADOS OU COMPROVADOS NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Caso o conjunto probatório dos autos comprove que o contribuinte somente tem rendimentos provenientes da atividade rural, devese reduzir, a quinta parte, a base tributável decorrente da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários com origem não comprovada. Na espécie, o fisco tem o ônus de provar a fonte dos rendimentos para desclassificála, se for o caso, para a tributação normal. Com todas as considerações acima, entendo que a base de cálculo da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada, quando restar iniludível que o contribuinte somente tem rendimentos provenientes da atividade rural, como se viu nestes autos, deve ser reduzida para a quinta parte, conciliando os ditames do art. 42 da Lei nº 9.430/96 com o art. 5º da Lei nº 8.023/90. Além do ponto de divergência acima em relação ao voto vencido, entendo ainda que não se pode excluir a metade de R$ 39.269,24, referente às receitas totais da atividade rural, quando consideradas as declarações do recorrente e de seu cônjuge, não porque as receitas da atividade rural não possam ser abatidas da base de cálculo da infração, pois, ordinariamente, isso seria possível, porém nestes autos diversas contas bancárias foram excluídas in totum da presunção legal do art. 42 da Lei nº 9.430/96, em decorrência da ausência da intimação de todos os cotitulares e, assim, não se tem qualquer certeza de que as receitas da atividade rural acima informadas tenham transitado pelas contas bancárias mantidas na autuação. Acima estão os dois únicos pontos de divergência dos vencedores em face dos vencidos neste julgamento desta Turma. Por tudo, voto no sentido de reconhecer o montante de R$ 464.337,36 ( que representa R$ 444.702,74 + R$ 39.269,24 ¸ 2, na forma do voto vencido) como depósitos de origem não comprovada, os quais devem ser reduzidos para a quinta parte, daí se apurando a base de cálculo da infração decorrente da omissão de rendimentos caracterizada por depósitos bancários de origem não comprovada. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – redator do voto vencedor Fl. 509DF CARF MF Impresso em 22/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/10/2011 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 31/10/2011 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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Numero do processo: 10580.723007/2009-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF
Exercício: 2007
IRPF. DESPESAS MÉDICAS. GLOSA.
As despesas médicas são dedutíveis da base de cálculo do imposto sobre a renda, desde que comprovadas e justificadas.
Hipótese em que a prova produzida pela Recorrente não é suficiente para confirmar a prestação e o pagamento de todos os serviços.
Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2101-001.617
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 1.200,00.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. As despesas médicas são dedutíveis da base de cálculo do imposto sobre a renda, desde que comprovadas e justificadas. Hipótese em que a prova produzida pela Recorrente não é suficiente para confirmar a prestação e o pagamento de todos os serviços. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento em parte ao recurso, para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 1.200,00. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Fl. 97DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.723007/200910 Acórdão n.º 210101.617 S2C1T1 Fl. 98 2 Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Raimundo Tosta Santos, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 86/93) interposto em 29 de abril de 2011 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA) (fls. 80/83), do qual a Recorrente teve ciência em 30 de março de 2011 (fl. 94), que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o lançamento de fls. 04/09, lavrado em 11 de maio de 2009, em decorrência de deduções indevidas de dependentes e de despesas médicas e com instrução, verificadas no anocalendário de 2006. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2006 DESPESAS NÃO COMPROVADAS. É cabível a glosa de despesas não comprovadas. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte (fl. 80). Não se conformando, a Recorrente interpôs o recurso voluntário de fls. 86/93 especificamente em relação à parte remanescente do auto de infração (glosa de despesas médicas), reiterando as alegações de que os documentos apresentados teriam o condão de comprovar as despesas médicas realizadas no referido anocalendário, razão pela qual não mereceria subsistir o lançamento. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. No tocante ao meritum causae, sendo certo que a decisão recorrida houve por bem exonerar o crédito tributário decorrente da glosa de despesas com instrução e em relação aos dependentes, e quanto a parte das despesas médicas, apontada por ocasião do auto de infração (aspecto não sujeito à interposição de recurso ex officio), verificase que a controvérsia Fl. 98DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.723007/200910 Acórdão n.º 210101.617 S2C1T1 Fl. 99 3 objeto de análise no presente recurso voluntário cingese à aferição da legalidade da glosa de despesas médicas e odontológicas efetuada pelo Ilmo. Sr. auditor fiscal, especificamente em relação aos pagamentos supostamente recebidos (i) pelo Sr. Antonio Victor Silva Pepe (CRM 18776), (ii) pela Dra. Marisa Farias Gatto (CRMBA 9257), (iii) pela Sra. Rosangela Silva, (iv) pela Sra. Vera Lúcia Barros, (vi) pela Sra. Myrela Galvão Cardoso Costa, e, por fim, (vi) pela Clínica Odontológica da Pituba (CNPJ 13.568.589/000170). Tratandose o cerne do recurso voluntário de discussão acerca da efetividade das despesas médicas efetuadas, verificase, destarte, que a questão debatida gira em torno da necessidade ou não da comprovação da efetiva prestação de serviços, bem como do respectivo pagamento, no caso, efetuado em dinheiro, conforme afirma a Recorrente. Em relação à glosa dessas despesas, a norma aplicável ao caso (Lei n. 9.250/95) determina o seguinte: “Art. 8º. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I – de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II – das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; ... §2º. O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: I – aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II – restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou Cadastro Geral de Contribuintes – CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” Já o Decreto 3.000/99, ao regulamentar o imposto de renda, introduziu o seguinte comando normativo: “Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n.º 5.844, de 1.943, art. 11, § 3º). Fl. 99DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.723007/200910 Acórdão n.º 210101.617 S2C1T1 Fl. 100 4 § 1º. Se foram pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei n.º 5.844, de 1943, art. 11, § 4º).” Em relação aos citados aspectos, cumpre mencionar que, uma vez apresentados recibos pelos contribuintes dotados dos requisitos preconizados pela legislação, deve a autoridade fiscalizadora demonstrar a inexistência do referido pagamento, bem como da inexistência de prestação dos serviços apontados. Não se pode, assim, simplesmente glosar as despesas médicas pelo fato de a fiscalizada não comprovar documentalmente o pagamento, já que o contribuinte, em relação a este ponto, não está obrigado a liquidar as obrigações representativas dos serviços por títulos de créditos, podendo fazer a liquidação em espécie. Desta sorte, pois, salvo em casos excepcionais, quando a autoria do recibo for atribuída a profissional que tenha contra si súmula administrativa de documentação tributariamente ineficaz, devidamente homologada e com cópia nos autos para que o contribuinte possa exercer seu direito de defesa ou, quando efetivamente existirem nos autos elementos que possam afastar a presunção de veracidade de recibo, não se pode recusar recibos que preenchem os requisitos legais e que vêm acompanhados de declarações dos profissionais confirmando a prestação dos serviços, o respectivo recebimento, o beneficiário do tratamento e os dados completos do prestador. Nesse sentido a determinação contida no art. 845, § 1°, do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000/99, in verbis: "§ 1° Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores com elemento seguro de prova ou indicio veemente de falsidade ou inexatidão” (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 79, §12)." Feitos os esclarecimentos prévios, cumpre mover à análise específica dos documentos apresentados pela contribuinte, de maneira a aferir se, de fato, a glosa das despesas, tal como realizada, afigurase válida, ou, em sentido contrário, se os documentos apresentados seriam suficientes para o fim de demonstrar a legitimidade dos gastos apontados in casu. Nesse sentido, verificase que os recibos emitidos (i) pelo Dr. Antonio Victor Silva Pepe (CRM 18776), (ii) pela Dra. Marisa Farias Gatto (CRMBA 9257), (iii) pela Sra. Rosangela Silva, (iv) pela Sra. Vera Lúcia Barros, bem como (v) pela Sra. Myrela Galvão Cardoso Costa, sequer preenchem os requisitos elencados no artigo 8º., §2º, III, da Lei nº 9.250/96. De fato, compulsandose os recibos apresentados (fls. 17/31), observase que não há qualquer menção em relação ao endereço do emitente, e nem quem teria recebido o tratamento (salvo em relação ao recibo produzido pelo Dr. Antonio Victor Silva Pepe, que menciona a contribuinte como beneficiária do serviço), o que é de rigor para fins de dedução, como pretende a Recorrente. Além disso, verificase que, em relação às citadas despesas, a Recorrente não apresentou nenhum documento adicional para comprovar a efetiva prestação dos serviços e os respectivos pagamentos, limitandose, desta sorte, à apresentação dos citados recibos, que, Fl. 100DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.723007/200910 Acórdão n.º 210101.617 S2C1T1 Fl. 101 5 como se viu, não cumprem os requisitos legais preconizados pela legislação tributária (fls. 17/31). Nada obstante, em relação, especificamente, aos recibos emitidos pela Sra. Rosangela Silva, referentes a serviços de instrumentação cirúrgica, bem como pela Sra. Myrela Galvão Cardoso Costa, atinentes a gastos com enfermagem, igualmente inexistente qualquer previsão legal quanto à sua dedutibilidade. De fato, consoante já se sedimentou a jurisprudência deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, os gastos com enfermagem e com instrumentação cirúrgica, ante o teor expresso do art. 8º., §2º, I, da Lei n.º 9.250/95, apenas são dedutíveis nos casos em que acompanhados da respectiva fatura hospitalar, isto é, quando comprovada a sua relação direta com as despesas de hospitalização, o que, igualmente, não restou comprovado in casu, especialmente à luz dos documentos de fls. 19 e 20 dos autos. A este respeito, válido conferir os seguintes precedentes, in verbis: “(...) DESPESAS COM INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA REQUISITOS PARA A DEDUTIBILIDADE. Somente serão dedutíveis as despesas com instrumentação cirúrgica constantes do recibo hospitalar. Impossível a dedução de tais despesas isoladamente, por ausência de previsão legal. (...).” (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, 2ª Seção, 2ª Turma Especial, Acórdão n.º 280200.213, relator Conselheiro Carlos Nogueira Nicácio, sessão de 02/02/2010) “(...) DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS. GASTOS COM ENFERMAGEM. Gastos com enfermagem, salvo se incluídos na fatura hospitalar, não se configuram dentre aqueles admitidos como dedutíveis dos rendimentos tributáveis a título de despesas médicas. (...).”(Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, 2ª Seção, 2ª Turma Especial, Acórdão n.º 280200.188, relatora Conselheira Valéria Pestana Marques, sessão de 30/11/2009) Por fim, em relação às despesas odontológicas decorrentes de pagamentos feitos à Clínica Odontológica da Pituba para tratamento da filha da Recorrente, Mariana Ramos de Santana, sendo certo que restaram acostados aos autos recibos idôneos emitidos pela pessoa jurídica beneficiária dos recursos, com o expresso cumprimento de todos os requisitos elencados pela legislação tributária, e, bem assim, verificandose, inclusive, a resposta à fiscalização pela prestadora (fl. 66), na qual ratifica, expressamente, a prestação dos serviços, bem como a percepção dos valores pagos, tenho para mim que referida despesa deva ser considerada parcialmente válida, no tocante aos valores reconhecidamente percebidos (fl. 66). De fato, considerandose que a citada clínica reconheceu, expressamente, no documento de fl. 66, a percepção de parcela dos valores apontados pela contribuinte, verifica se que, quanto à referida parcela, devem ser reconhecidas as despesas efetuadas. Em relação ao citado aspecto, pois, cumpre esclarecer que as questões suscitadas pela Recorrida em relação à correspondente emissão de notas fiscais referentes aos serviços prestados fogem à competência deste órgão judicante, na medida em que, além de se Fl. 101DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10580.723007/200910 Acórdão n.º 210101.617 S2C1T1 Fl. 102 6 referir, exclusivamente, à matéria de competência municipal (ISS), igualmente versa a respeito de tema atinente à beneficiária dos recursos, nada tendo que ver com a aferição da regularidade das despesas glosadas in casu. Desta sorte, havendo a comprovação da prestação dos serviços, bem como do respectivo pagamento, descabida a glosa com fundamento, exclusivamente, na ausência de emissão das notas fiscais a eles relativas. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de DAR provimento EM PARTE ao recurso, para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 1.200,00. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 102DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 13126.000308/2009-27
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 17 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 26 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2101-000.123
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
_______________________________________________
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente
(assinado digitalmente)
__________________________________________
CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa, Eivanice Canário da Silva e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora).
Nome do relator: CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) _______________________________________________ LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS – Presidente (assinado digitalmente) __________________________________________ CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), José Raimundo Tosta Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Gilvanci Antonio de Oliveira Sousa, Eivanice Canário da Silva e Celia Maria de Souza Murphy (Relatora). Relatório Trata o presente processo de pedido de restituição do imposto sobre a renda dos exercícios 2007 a 2009, incidente sobre o 13.º salário, nos valores de R$ 221,69 e R$1.310,77, supostamente retidos de forma indevida pelo Instituto Nacional do Seguro Social – INSS e por Real Grandeza Fund. Prev. A Social, respectivamente. O contribuinte justifica seu pedido com a alegação de ser portador de moléstia grave prevista no artigo 6.º da Lei n.º 7.713, de 1988, RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 31 26 .0 00 30 8/ 20 09 -2 7 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 26/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 19/ 04/2013 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/04/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 13126.000308/200927 Erro! Fonte de referência não encontrada. n.º 2101000.123 S2C1T1 Fl. 3 2 especificamente “doença de AVC – Acidente Vascular Cerebral (CID: I69.1), desde 23.5.2006. Seu pedido foi indeferido pelo Serviço de Orientação e Análise Tributária – Seort da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Goiânia. Ciente da decisão, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, na qual ponderou, mais uma vez, ser portador de “doença de AVC – Acidente Vascular Cerebral – (CID: I691)”, desde 23.5.2006, com quadro irreversível, enquadrandose em hipótese de isenção por moléstia grave. Todavia, sua manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Brasília (DF). Inconformado, o contribuinte interpôs recurso voluntário, no qual reitera as razões anteriormente suscitadas. É o Relatório. Voto Conselheira Celia Maria de Souza Murphy O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais previstos no Decreto n° 70.235, de 1972. Dele conheço. Cabe, primeiramente, ressaltar, que a isenção do imposto sobre a renda em razão de moléstia grave exige o preenchimento de dois requisitos: 1.º) que os rendimentos auferidos sejam de reforma, aposentadoria ou pensão, porque somente esses são isentos do imposto sobre a renda, no caso de portador de moléstia grave; 2.º) que haja comprovação inequívoca de que o contribuinte é portador de moléstia grave, tal como previsto em lei. As moléstias graves que ensejam a isenção do imposto sobre a renda, independentemente de terem sido contraídas antes ou depois da data em que o contribuinte tenha se aposentado, são aquelas relacionadas exaustivamente no inciso XIV do artigo 6.º da Lei n.º 7.713, de 1988. Além de documento que comprove que os rendimentos sobre os quais o contribuinte pretende se reconheça a isenção são de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão, a existência da moléstia grave prevista em lei deve ser comprovada mediante a apresentação de laudo médico emitido por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, tal como estabelece a Lei n° 9.250, de 1995. O interessado juntou aos autos o documento às fls. 13, emitido pela Previdência Social – INSS, a partir do qual é possível inferir que ele aufere proventos de aposentadoria. Todavia, examinando os autos, constatase que o interessado recebeu, nos anoscalendários em questão, rendimentos do trabalho de mais de uma fonte pagadora (fls. 33 a 37), que podem Fl. 81DF CARF MF Impresso em 26/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 19/ 04/2013 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/04/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS Processo nº 13126.000308/200927 Erro! Fonte de referência não encontrada. n.º 2101000.123 S2C1T1 Fl. 4 3 estar ou não caracterizados como proventos de aposentadoria, reforma, reserva remunerada ou pensão. Também o Laudo MédicoPericial apresentado às fls. 27, emitido pelo INSS, está ilegível, particularmente nos campos “História da Doença Atual” e “Relatório – Dados Objetivos – Capacidade Funcional – Estática e Dinâmica”. Muito embora tenha sido juntada cópia legível da Conclusão de Perícia Médica, emitida pelo INSS, às fls. 49, documento no qual o médicoperito do INSS atesta que o contribuinte “tem direito a isenção do imposto de renda conforme laudo médico pericial”, não é possível, com base nessa informação, conferir a isenção pleiteada. É que a Lei n.º 7.713, de 1988, exige que a doença grave enquadrese em uma das moléstias relacionadas no inciso XIV do seu artigo 6.º, o que não é possível fazer, a não ser que o laudo médico identifique a doença da qual sofre o contribuinte (enquadrada no rol exaustivo da lei) e a data a partir da qual tal doença foi contraída e, nos casos de doença passível de controle, o prazo de validade do laudo. Sendo assim, não é possível decidir o pleito, razão pela qual voto por converter o julgamento em diligência, a ser realizada pela repartição de origem, para o fim de: a) anexar aos autos cópia legível do Laudo MédicoPericial acostado às fls. 27; b) trazer documentação comprobatória da data a partir da qual o interessado aufere rendimentos de aposentadoria; c) comprovar a natureza dos rendimentos constantes dos extratos às fls. 33 a 37; d) elaborar relatório circunstanciado, no qual conste a data da aposentadoria, a natureza dos rendimentos lançados e a data a partir da qual o contribuinte contraiu a moléstia grave. Para esses fins, tomar as providências que se fizerem necessárias. Finda a diligência, o recorrente deve ser intimado para, querendo, sobre ela se manifestar, no prazo de trinta dias. Feito isso, os autos devem retornar a este Conselho para julgamento. (assinado digitalmente) _________________________________ Celia Maria de Souza Murphy Relatora Fl. 82DF CARF MF Impresso em 26/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/04/2013 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 19/ 04/2013 por CELIA MARIA DE SOUZA MURPHY, Assinado digitalmente em 22/04/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLI VEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10715.000693/2009-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/03/2004 a 02/04/2004
REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN/SRF nºs. 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE.
A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF n o 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação.
Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decreto-lei n o 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei n o 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF n o 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3202-000.547
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou-se impedido.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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ementa_s : Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/03/2004 a 02/04/2004 REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN/SRF nºs. 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF n o 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decreto-lei n o 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei n o 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF n o 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. Recurso Voluntário Provido.
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Matéria MULTA ISOLADA AO TRANSPORTADOR Recorrente AMERICAN AIRLINES INC Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/03/2004 a 02/04/2004 REGISTRO EXTEMPORÂNEO DOS DADOS DE EMBARQUE NA EXPORTAÇÃO. MULTA DO ART. 107, IV, “E” DO DL 37/1966 (IN/SRF nºs. 28/1994 E 510/2005). VIGÊNCIA E APLICABILIDADE. A expressão “imediatamente após”, constante da vigência original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, traduz subjetividade e não se constitui em prazo certo e induvidoso para o cumprimento da obrigação de registro dos dados de embarque na exportação. Para os efeitos dessa obrigação, a multa que lhe corresponde, instituída no art. 107, IV, “e” do Decretolei no 37/1966, na redação dada pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003, começou a ser passível de aplicação somente em relação a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e fixou prazo certo para o registro desses dados no Siscomex. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Junior declarou se impedido. Irene Souza da Trindade Torres – Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Charles Mayer de Castro Souza e Octávio Carneiro Silva Corrêa. Fl. 116DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: “O presente processo trata da exigência do valor de R$ 285.000,00 consubstanciada no auto de infração de fls. 01 a 20, referente à imposição da multa pela não prestação de informação sobre veículo ou carga transportada, ou sobre operações que executar, prevista na alínea "e” do inciso IV do artigo 107 do Decretolei 37/1966, com a redação dada pelo artigo 77 da Lei 10.833/2003, regulamentada nas Instruções Normativas 28 e 510, expedidas em 1994 e 2005, pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, respectivamente. De acordo com a descrição dos fatos e enquadramento legal, as autoridades lançadoras, ao verificar o cumprimento da obrigação acessória de que trata o artigo 37 da 1N/SRF 28/1994, alterado pelo artigo 10 da IN/SRF 510/2005, constataram que a contribuinte acima identificada deixou de registrar no prazo regulamentar os dados de embarque referentes ao transporte internacional realizados no mês de março de 2004, iniciado no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro ALF/GIG, concernentes às cargas amparadas nas declarações de exportação DDE's listadas no demonstrativo "Auto de Infração n° 00011/09 Anexo, parte integrante do respectivo auto de infração, uma vez que, de acordo com o inciso II do artigo 39 da mencionada IN/SRF 28/1994, considerase intempestivo o registro dos dados de embarque nos despachos de exportação efetuados pelo transportador em prazo superior a dois dias. A contribuinte apresentou, às fls. 28 a 31, impugnação administrativa, por discordar da exigência à qual foi intimada. Na referida peça de defesa, a autuada alega em preliminar que o auto de infração em apreço foi lavrado "com total carência de informações que possam relacionar as Declarações de Exportações com as alegadas datas de embarques", o que impõe sua nulidade, "uma vez que dificulta, ou impede completamente, a defesa da Impugnante". No mérito, aduz que as autoridades lançadoras equivocaramse ao impor a multa em apreço "com base das DEs ali informadas (Auto de Infração n" 00011/09 Anexo), e não com base nos embarques". Logo, se fosse aplicado corretamente o critério legal, a multa não poderia, no caso em análise, exceder a R$ 135.000,00. Sustenta também que o critério utilizado pelo fisco para a imposição da penalidade em comento números das declarações de exportação igualmente se apresenta equivocado, pois "tais números não são do conhecimento da empresa aérea, que, como é cediço, controla os seus embarques apenas e tãosomente através dos respectivos conhecimentos aéreos". Por fim. argumenta que o auto de infração não faz "qualquer referência aos números dos conhecimentos aéreos, circunstância essa que .fulmina a aplicação da multa objeto da autuação, lavrada com base em inexistentes fatos geradores". Do acima exposto, requer seja acolhida a defesa e, por conseguinte, declarada a nulidade do auto de infração, bem assim a desconstituição do crédito tributário apurado, a fim de que não seja obrigada a pagar a multa equivocadamente aplicada.” A DRJFlorianópolis/SC julgou improcedente a impugnação (fls. 48/54), nos termos da ementa adiante transcrita: “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 117DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10715.000693/200984 Acórdão n.º 3202000.547 S3C2T2 Fl. 2 3 Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. FALTA DE FUNDAMENTAÇÃO DE FATO E DE DIREITO. INOCORRÊNCIA. É descabida a alegação de cerceamento do direito de defesa por falta de fundamentação de fato e de direito, quando se constata que todos os fatos e bases legais indispensáveis à compreensão do feito fiscal e à sua validação estão presentes no auto de infração e no relatório que o acompanha. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004 DADOS DE EMBARQUE. INFORMAÇÃO INTEMPESTIVA. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. O descumprimento da obrigação de prestar à Receita Federal. na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas é punível por embarque no veículo transportador, cuja data a ser considerada, segundo a legislação de regência, é a do vôo, no caso de transporte aéreo internacional. NÚMERO DA DECLARAÇÃO DE EXPORTAÇÃO. INFORMAÇÃO OBRIGATÓRIA. CONHIECIMENTO DE CARGA. TRANSPORTADOR. É defeso ao transportador aéreo alegar desconhecer o número atribuído declaração para despacho de exportação uma vez que referida informação deve obrigatoriamente constar em todos os documentos que instruem o despacho, em especial no conhecimento e no manifesto de carga. PRESTAÇÃO DE INFORMAÇÃO. INTEMPESTIVIDADE. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA AUTÓNOMA. NATUREZA OBJETIVA DA INFRAÇÃO. As penalidades aplicadas em razão do descumprimento de obrigações acessórias autônomas, como é o caso da informação dos dados de embarque de mercadoria destinada à exportação, prestada fora do prazo estabelecido normativamente pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, possui natureza objetiva, cuja sanção objetiva disciplinar seu cumprimento tempestivo, por parte dos transportadores e seus representantes. Impugnação improcedente. Crédito tributário mantido” Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário a este Colegiado (fls. 59/64), alegando, em síntese: preliminarmente, a nulidade do Auto de Infração por cerceamento do direito de defesa. Entende que a peça de autuação não fornece provas de que a contribuinte teria Fl. 118DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 4 deixado de prestar as informações no prazo de dois dias e que a ausência dos números das Declarações de Exportações, relacionadas aos respectivos Conhecimentos Aéreos, estaria a lhe impedir a defesa; no mérito, alega: a) que o art. 31 da IN/SRF nº 28/1994 traduzse em mera recomendação, vez que utiliza a expressão “deve prestar”; b) que, se cabível, a multa aplicável seria de apenas R$ 5.000,00; e c) que, se tivesse a contribuinte se omitido na prestação das informações, deveria ser aplicado o prazo de sete dias estabelecido na IN/SRF 1.096/2010. Ao final, requereu a nulidade do Auto de Infração e, subsidiariamente, a aplicação retroativa da IN/SRF nº 1.096/2010. É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, Relatora O recurso voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço. Trata a lide de aplicação da multa prevista no art. 107, IV, “e”, do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu o art. 77 da Lei no 10.833/2003, em razão de a recorrente ter registrado no Siscomex os dados de embarque de mercadorias em despachos de exportação após o prazo de 2 (dois) dias fixado no art. 37 da IN SRF no 28/1994, com a redação dada pelo art. 1o da IN SRF no 510/2005. Preliminarmente, suscita a recorrente a nulidade do Auto de Infração, por cerceamento do direito de defesa. Deixo de apreciar a questão, valendome do disposto §3º do art. 59 do Decreto nº. 70.235/1972. 1 No mérito, a matéria por diversas vezes foi objeto de apreciação por esta Turma, tendo sido muito bem enfrentada pelo então Conselheiro José Luís Novo Rossari, nos autos do processo nº. 10715.004710/200952, Acórdão nº. 320200.359, cujo voto abaixo transcrevo e adoto como razões de decidir: “A lide respeita à exigência feita pelo Fisco da multa prevista no art. 107, IV, “e”, do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu o art. 77 da Lei no 10.833/2003, em razão de a recorrente ter registrado no Siscomex após o prazo de 2 (dois) dias fixado no art. 37 da IN SRF no 28/1994, com a redação dada pelo art. 1o da IN SRF no 510/2005, os dados de embarque de mercadorias em despachos de exportação. Para melhor compreensão a respeito da matéria, cumpre sejam transcritas as normas legais e administrativas pertinentes aos fatos. A Instrução Normativa SRF no 28, de 27/4/1994, estabeleceu em seus arts. 37, caput, e 44 que, verbis: 1 Art. 59. (...) §3º. Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. Fl. 119DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10715.000693/200984 Acórdão n.º 3202000.547 S3C2T2 Fl. 3 5 “Art. 37. Imediatamente após realizado o embarque da mercadoria, o transportador registrará os dados pertinentes, no SISCOMEX, com base nos documentos por ele emitidos. (destaquei) Art. 44. O descumprimento, pelo transportador, do disposto nos arts. 37, 41 e § 3o do art. 42 desta Instrução Normativa constitui embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, sujeitando o infrator ao pagamento da multa prevista no art. 107 do Decretolei no 37/66 com a redação do art. 5o do Decretolei no 751, de 10 de agosto de 1969, sem prejuízo de sanções de caráter administrativo cabíveis.” O art. 107 do Decretolei no 37/1966, na redação do art. 5o do Decretolei no 751/1969, citado na transcrição acima, assim dispunha originalmente, tendo sido alterado apenas no tocante à atualização do valor da multa (última atualização constante do art. 646, I, do Decreto no 4.543/2002 – Regulamento Aduaneiro), verbis: “Art. 107 Aplicamse, ainda, as seguintes multas: I de 103,56 (cento e três reais e cinquenta e seis centavos) a quem, por qualquer meio ou forma, desacatar agente do Fisco, embaraçar, dificultar ou impedir sua ação fiscalizadora; (...)” (destaquei) O caput do art. 37 antes transcrito foi alterado pelo art. 1o da IN SRF no 510, de 14/2/2005, que lhe deu a seguinte redação, verbis: "Art. 37. O transportador deverá registrar, no Siscomex, os dados pertinentes ao embarque da mercadoria, com base nos documentos por ele emitidos, no prazo de dois dias, contado da data da realização do embarque.” (destaquei) No caso ora sob exame, o Fisco aplicou à empresa transportadora a multa específica prevista no art. 107, IV, “e”, do DecretoLei no 37, de 1966, com a nova redação que lhe foi dada pelo art. 61 da Medida Provisória no 135, de 30/10/2003 (DOU de 31/10/2003), que veio a ser convertido no art. 77 da Lei no 10.833, de 29/12/2003, que estabeleceu, verbis: “Art. 77. Os arts. 1o, 17, 36, 37, 50, 104, 107 e 169 do DecretoLei no 37, de 18 de novembro de 1966, passam a vigorar com as seguintes alterações: "Art. 37. O transportador deve prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, bem como sobre a chegada de veículo procedente do exterior ou a ele destinado. (...) "Art. 107. Aplicamse ainda as seguintes multas: (...) IV de R$ 5.000,00 (cinco mil reais): (...) Fl. 120DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 6 c) a quem, por qualquer meio ou forma, omissiva ou comissiva, embaraçar, dificultar ou impedir ação de fiscalização aduaneira, inclusive no caso de não apresentação de resposta, no prazo estipulado, a intimação em procedimento fiscal; (...) e) por deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, na forma e no prazo estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, aplicada à empresa de transporte internacional, inclusive a prestadora de serviços de transporte internacional expresso portaa porta, ou ao agente de carga; e (...)” Feitas essas transcrições, impõese ressaltar que na vigência da IN SRF no 28/1994 a inobservância da obrigação estabelecida no seu art. 37 era entendida pela SRF como caracterizadora de embaraço à atividade de fiscalização aduaneira, conforme disposto em seu art. 44. No entanto, a partir da superveniência da Medida Provisória no 135/2003, convertida na Lei no 10.833/2003, foi estabelecida para o transportador a obrigação de “prestar à Secretaria da Receita Federal, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas”, como se verifica da redação retrotranscrita, emprestada ao art. 37 do Decretolei no 37/1966 pelo art. 77 da Lei no 10.833/2003. Destarte, com a entrada em vigor dessa nova norma legal, o descumprimento da obrigação de prestar à SRF, na forma e no prazo por ela estabelecidos, as informações sobre as cargas transportadas, passou a ser cominada com a multa de R$ 5.000,00 prevista no inciso IV, “e”, do art. 107 do Decretolei no 37/1966, e não mais aquela prevista por embaraço, que veio a ser tipificada no inciso IV, “c”. Para a caracterização de ilícito sujeito à aplicação da referida multa, há que ser apurado o descumprimento da obrigação, o que implica, no caso, a inobservância de prazo fixado pela SRF para a apresentação dos dados relativos ao embarque. Verificase que, por ocasião dos fatos que geraram a aplicação das multas, vigia a redação original do art. 37 da IN SRF no 28/1994, que estabelecia que a obrigação devia ser satisfeita “imediatamente após realizado o embarque da mercadoria”. Ora, temse por evidente que, por não conter regramento certo e inequívoco que permita seu cumprimento sem a permanência de dúvidas, a imposição normativa constante desse ato administrativo é destituída de força cogente para a finalidade a que se propõe, de imposição de penalidade. Com efeito, não é próprio dos diplomas pátrios norma semelhante que tenha fixado prazo não revestido de certeza e não expresso em quantidade certa. A respeito, vêse que o Código Civil (Lei no 10.406, de 2002) refere a prazos em horas, dias, meses e anos (arts. 132 et alia), o que traduz quantificação em números certos e induvidosos. Também a Lei no 9.784, de 1999, que dispõe sobre o processo administrativo, expressa prazos em dias, meses e anos (art. 66), revelando quantificação certa. O Decreto no 70.235, de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal, estabelece todos os seus prazos em dias, também com quantificação certa. A matéria deve ser tratada com rigor ainda mais acentuado em se tratando de norma tributáriapenal, que deve obedecer ao princípio insculpido no art. 97, inciso V do CTN, devendo o elaborador usar, em sua redação legislativa, dos cuidados básicos pertinentes à matéria, de forma a evitar o surgimento de dúvidas e questionamentos elementares que venham a permitir a aplicação das regras mais benéficas ao autuado, previstas no art. 112 desse mesmo Código. O caso em exame é Fl. 121DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES Processo nº 10715.000693/200984 Acórdão n.º 3202000.547 S3C2T2 Fl. 4 7 exemplo da falta desse cuidado, ao apontar prazo incerto para o cumprimento de norma, visto que “imediatamente após” não pode ser considerado como um prazo regulamentar. Daí que, na vigência original da IN SRF no 28/1994, não havia norma que impusesse prazo para que as empresas aéreas procedessem ao registro no Siscomex, visto que a expressão “imediatamente após” não se traduz em prazo certo para o cumprimento de obrigação. Resta acrescentar, por oportuno, que a interpretação dada a essa expressão pela Notícia Siscomex no 105/1994, no sentido de que deve ser entendida como “em até 24 horas da data do efetivo embarque da mercadoria”, não tem base legal para os efeitos da lide, visto não estar compreendida entre os atos normativos de que trata o art. 100 do CTN. Tratase, no caso, de veiculação destinada à orientação do Fisco e dos usuários do Siscomex, mas sem que possua as características essenciais de ato normativo, razão pela qual sequer foi referida na autuação. De outra parte, também cumpre acrescentar que o art. 37 da IN SRF no 28/1994 foi objeto de nova alteração pela IN RFB no 1.096, de 13/12/2010, que aumentou o prazo para a apresentação de dados pertinentes ao embarque para 7 (sete) dias. Ressaltese que esse ato normativo continua fazendo em seu art. 44 remissão ao art. 37, de forma a tratar a infração como de embaraço, o que bem demonstra a falta de atenção à legislação vigente, que desde a Medida Provisória no 135/2003 tem tipificação legal distinta. Retornando à lide, resta que, em não havendo regra fixadora de prazo para que se implementasse a eficácia do art. 37 do Decretolei no 37/1966, na redação que lhe deu a Lei no 10.833/2003, por ocasião de sua publicação, há que se concluir que o primeiro ato administrativo que veio a disciplinar esse artigo foi a IN SRF no 510, de 14/2/2005, antes transcrita, que em seu art. 1o alterou a redação do art. 37 da IN SRF no 28/1994, de forma a fixar o prazo de 2 (dois) dias para o registro dos dados pertinentes ao embarque. Desse modo, há que se concluir que a multa objeto de lide somente tem aplicação nos casos em que a inobservância da prestação de informações refirase a fatos ocorridos a partir de 15/2/2005, data em que a IN SRF no 510/2005 entrou em vigor e produziu efeitos. Como os fatos que originaram este processo ocorreram entre 3/8 e 15/8/2004, quando ainda não existia essa Instrução Normativa, são descabidas a sua arguição e a sua trazida ao mundo jurídico, de forma a alicerçar a caracterização de infrações e a legitimar a cominação de penalidades que lhe correspondam. Nesse sentido as regras estabelecidas pelo art. 150, III, “a”, da Constituição Federal e pelo art. 2o, parágrafo único, XIII, da Lei no 9.784, de 1999, que rege o processo administrativo. ............................................................................................................................” Assim, uma vez que o art. 37 da IN/SRF nº. 28/1994, por meio da expressão “imediatamente após”, estabeleceu prazo indefinido para o registro dos dados de embarque no Siscomex, fundamentouse a Fiscalização na IN/SRF nº. 510/2005, que conferiu o prazo de 02 dias, a contar da data do embarque, para que fosse efetuado tal registro. Acontece, porém, que, no caso em apreço, conforme consta do Auto de Infração, os fatos geradores ocorreram entre 04/03/2004 e 02/04/2004, período anterior à vigência da IN/SRF nº. 510/2005, não sendo possível, portanto, a sua aplicação. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES 8 Deste modo, em face da legislação aplicável à época, não vislumbro elementos para a caracterização da infração, razão pela qual voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 123DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 28/08/2012 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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