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Numero do processo: 12466.004784/2008-12
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 25/09/2008
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO INTEMPESTIVO
Não merece ser conhecido Recurso Voluntário interposto após decorrido o prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72.
RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Numero da decisão: 3101-001.169
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Por unanimidade de votos, não se conheceu do recurso voluntário, por intempestivo.
HENRIQUE PINHEIRO TORRES - Presidente.
RODRIGO MINEIRO FERNANDES - Redator designado ad hoc.
EDITADO EM: 11/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Mônica Monteiro Garcia de los Rios, Vanessa Albuquerque Valente, Elias Fernandes Eufrásio e Tarásio Campelo Borges (Presidente Substituto). Ausente, justificadamente, o Conselheiro HENRIQUE PINHEIRO TORRES (Presidente).
Nome do relator: VANESSA ALBUQUERQUE VALENTE
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RECURSO INTEMPESTIVO Não merece ser conhecido Recurso Voluntário interposto após decorrido o prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235/72. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Por unanimidade de votos, não se conheceu do recurso voluntário, por intempestivo. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente. RODRIGO MINEIRO FERNANDES Redator designado ad hoc. EDITADO EM: 11/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Valdete Aparecida Marinheiro, Mônica Monteiro Garcia de los Rios, Vanessa Albuquerque Valente, Elias Fernandes Eufrásio e Tarásio Campelo Borges (Presidente Substituto). Ausente, justificadamente, o Conselheiro HENRIQUE PINHEIRO TORRES (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 47 84 /2 00 8- 12 Fl. 117DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 11/03 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 12466.004784/200812 Acórdão n.º 3101001.169 S3C1T1 Fl. 107 2 Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida: Trata o presente processo de auto de infração por não prestação de informação sobre carga transportada (fls. 0114). Seguem as alegações da fiscalização. A embarcação LogIn Macau 012R atracou no Porto de Vitória no dia 14/09/2008 às 14:48, tendo como procedência o Porto de ItaguaíRJ. A agência de navegação Login Logística informara a escala no dia 12/09/2008. A agência de navegação autuada informara o manifesto no dia 05/09/2008, sendo que o manifesto foi vinculado à escala no dia 12/09/2008. Tais informações foram prestadas no prazo. Por se tratar de baldeação de carga estrangeira, deveriase fazer a associação do conhecimento a novo manifesto. Todavia, a associação dos conhecimentos eletrônicos ao manifesto foi intempestiva. O conhecimento n° 120805164875601 foi associado ao manifesto 0708b01681823 em 25/09/2008, fora do prazo. Tal prazo se encerrava na última desatracação do navio no porto de origem (13/09/2008 às 03:51). Intimada a empresa autuada (fl. 01), ingressou a mesma com a impugnação de fls. 2643. Seguem as alegações da empresa. Alega ilegitimidade passiva pelo fato de a pessoa jurídica do agente marítimo não se confundir com a do transportar marítimo estrangeiro. Os artigos 2° e 6° da IN n° 800/2007 definem o transportar marítimo como a pessoa jurídica que presta serviços de transporte, emite o conhecimento de carga e presta à RFB informações sobre o veículo e as cargas transportadas. Não há menção ao agente marítimo. As informações necessárias e exigidas pela IN foram prestadas, sendo que apenas prestou as informações em data diversa daquela entendida pela fiscalização. Os prazos de antecedência definidos no artigo 22 da IN somente serão obrigatórios a partir de 1° de abril de 2009. Alega que o artigo 50 da IN não exige a informação objeto do presente processo. O bloqueio automático constante dos extratos dos conhecimentos somente implicarão em multa quando o motivo que o gerou caracterizar infração prevista na legislação aduaneira. Informação prestada fora do prazo não equivale à informação não prestada. Argüi a aplicação do artigo 646, III, `lf, Regulamento Aduaneiro vigente à época. Em observância ao princípio da razoabilidade, solicita a aplicação da penalidade de advertência prevista no artigo 76 da Lei n° 10.833/2003 Alega denúncia espontânea. Solicita a improcedência da autuação. Fl. 118DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 11/03 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S Processo nº 12466.004784/200812 Acórdão n.º 3101001.169 S3C1T1 Fl. 108 3 À folha 82, encaminhouse o processo para julgamento e informouse a tempestividade da impugnação. A DRJ competente manteve o indeferimento do pleito e o contribuinte recorreu a este Conselho. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes – redator ad hoc Por intermédio do Despacho de fls. 116, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 256, de 22 de junho de 2009, incumbiume o Presidente da Turma a formalizar o Acórdão 3101001.169, não entregue pela relatora original, Conselheira Vanessa Albuquerque Valente, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pelo relatora original e pelos demais integrantes do colegiado. A interessada foi cientificada do resultado do julgamento, por via postal, em 11/09/2009 (AR fls. 96), e apresentou seu Recurso Voluntário em 14/10/2009 (fls.99 a 109). Considerando o disposto no Decreto nº 70.235/72, o prazo para apresentação do Recurso Voluntário iniciouse no dia seguinte à data da ciência, ou seja, no dia 14/09/2009 (segundafeira), e venceu no dia 13/10/2009 (terçafeira). Tendo em vista que o Recurso Voluntário foi apresentado em 14/10/2009, o mesmo é intempestivo. Diante do exposto, não conheço do Recurso Voluntário, por intempestivo. E essas são as considerações possíveis para suprir a inexistência do voto. Rodrigo Mineiro Fernandes – Redator ad hoc Fl. 119DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 11/03 /2015 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por HENRIQUE PINHEIRO TORRE S
score : 1.0
Numero do processo: 13830.000338/2001-20
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 23 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Ano-calendário: 2000
IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. ANTECIPAÇÃO. FALTA DE RETENÇÃO. LANÇAMENTO APÓS 31 DE DEZEMBRO DO ANO-CALENDÁRIO, PORÉM ANTES DA DATA FINAL PARA APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA. RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA PELO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DEVIDO.
Findo o ano-calendário em que se deu o pagamento sem que tenha havido a retenção, até a data final para apresentação da Declaração de Ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física, há de ser mantida a responsabilidade atribuída à fonte pagadora pelo tributo não retido. Isto porque o cumprimento da obrigação pela fonte pagadora deve permanecer até o momento em que essa obrigação passa a ser exigida da pessoa física beneficiária do rendimento.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-003.534
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Gustavo Lian Haddad (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Manoel Coelho Arruda Junior, Eduardo de Souza Leão (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que votaram por dar provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Gustavo Lian Haddad Relator
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Redator-Designado
EDITADO EM: 02/02/2015
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Eduardo de Souza Leão (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada).
Nome do relator: GUSTAVO LIAN HADDAD
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ANTECIPAÇÃO. FALTA DE RETENÇÃO. LANÇAMENTO APÓS 31 DE DEZEMBRO DO ANO CALENDÁRIO, PORÉM ANTES DA DATA FINAL PARA APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE DO IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FÍSICA. RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA PELO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DEVIDO. Findo o anocalendário em que se deu o pagamento sem que tenha havido a retenção, até a data final para apresentação da Declaração de Ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física, há de ser mantida a responsabilidade atribuída à fonte pagadora pelo tributo não retido. Isto porque o cumprimento da obrigação pela fonte pagadora deve permanecer até o momento em que essa obrigação passa a ser exigida da pessoa física beneficiária do rendimento. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Gustavo Lian Haddad (Relator), Alexandre Naoki Nishioka, Manoel Coelho Arruda Junior, Eduardo de Souza Leão (suplente convocado) e Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, que votaram por dar provimento ao recurso. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 0. 00 03 38 /2 00 1- 20 Fl. 1275DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 2 (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad – Relator (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – RedatorDesignado EDITADO EM: 02/02/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Eduardo de Souza Leão (suplente convocado), Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada). Relatório Em face de Unimed de Ourinhos Cooperativa de Trabalho Médico foi lavrado o auto de infração de fls. 03/11 para a exigência de débitos de Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, referente ao anocalendário de 2000, acrescidos de multa de ofício e de juros de mora. O lançamento decorre da falta de retenção e recolhimento do IRRF sobre pagamentos efetuados pela contribuinte para prestadores de serviços. A Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF, ao apreciar o recurso voluntário interposto pelo contribuinte exarou o acórdão 220101.383, que se encontra às fls. 399/405 e cuja ementa é a seguinte: “Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte – IRRF Anocalendário: 2000 Ementa: IRRF. COOPERATIVAS DE TRABALHO MÉDICO. PAGAMENTOS AOS ASSOCIADOS. Incide imposto de renda na fonte sobre os valores pagos por cooperativas de trabalho médico a seus associados. Recurso negado” A anotação do resultado do julgamento indica que a Turma, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário do contribuinte. Fl. 1276DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.000338/200120 Acórdão n.º 9202003.534 CSRFT2 Fl. 9 3 Intimado do acórdão em 12/03/2012 (fls. 1138/1139), o contribuinte interpôs recurso especial (fls. 1140/1148), em que sustenta divergência entre o acórdão recorrido e o acórdão nº CSRF/0105.026, no tocante a data limite para formalização da exigência perante a fonte pagadora de imposto não retido e não recolhido incidente sobre rendimentos do trabalho. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme Despacho nº s/n, de 06/02/2013 (fls. 1213/1214). Intimada sobre a admissão do recurso especial interposto, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões (fls. 1216/1218). É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Gustavo Lian Haddad, Relator Passo à análise da admissibilidade do recurso especial interposto pelo contribuinte. O recurso foi admitido em razão da divergência entre o acórdão recorrido e o acórdão paradigma nº CSRF/0105.026, assim ementado: “IMPOSTO DE RENDA NA FONTE ANTECIPAÇÃO FALTA DE RETENÇÃO LANÇAMENTO APÓS 31 DE DEZEMBRO DO ANOCALENDÁRIO EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA PELO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DEVIDO Se a previsão da tributação na fonte se dá por antecipação do imposto devido na declaração de ajuste anual de rendimentos, e se a ação fiscal ocorrer após 31 de dezembro do ano do fato gerador, incabível a constituição de crédito tributário através do lançamento de imposto de renda na fonte, pessoa jurídica pagadora dos rendimentos.” No presente caso, a autuação foi formalizada após o encerramento do ano calendário em que se deu o pagamento, tendo o acórdão recorrido consignado que a fonte pagadora é responsável pelo imposto que deixou de ser retido, perdurando tal responsabilidade até que o beneficiário ofereça os rendimentos à tributação em sua declaração de ajuste anual. O paradigma colacionado, no entanto, decidiu que em relação ao imposto retido como antecipação do devido o lançamento somente pode ser formalizado em face da fonte pagadora se a autuação fiscal ocorrer até 31 de dezembro do anocalendário em que se deu o pagamento. Entendo, portanto, comprovada a divergência. No mérito, portanto, a questão a ser enfrentada no recurso especial é a data limite para formalização da exigência, perante a fonte pagadora, do imposto não retido e não recolhido, incidente sobre rendimentos do trabalho sem vínculo empregatício, pagos aos seus cooperados. Fl. 1277DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 4 O acórdão recorrido entendeu ser possível a formalização da exigência do tributo perante a fonte pagadora até a data limite para apresentação pela pessoa física beneficiária do rendimento de sua respectiva declaração de ajuste anual. Em seu recurso especial a contribuinte sustenta que a data limite é o último dia do anocalendário em que ocorreu o fato gerador do IRRF. A meu ver a razão está com a contribuinte. Conforme decidido pelo acórdão recorrido os valores pagos pela Recorrente, cooperativa de serviços médicos, estavam sujeitos à retenção do imposto de renda na fonte a título de antecipação do tributo devido pelos beneficiários (os cooperados). Pela sistemática legal em vigor a fonte pagadora dos rendimentos foi eleita como sujeito passivo do dever de reter o imposto, cabendo ao beneficiário, posteriormente, submeter os rendimentos a tributação em sua declaração de ajuste anual. Destaquese que a responsabilidade imputada à fonte pagadora (de reter o imposto a título de antecipação) não afasta a obrigação do beneficiário de oferecer esses rendimentos à tributação em sua declaração de ajuste anual, apurando eventual tributo devido. Em outras palavras, ocorrendo ou não a retenção, é obrigação do beneficiário tributar esses rendimentos e informálos em sua declaração de ajuste anual. Tanto assim que o enunciado de súmula 12 prevê a exigência de imposto devido pelo beneficiário do rendimento mesmo em caso de não retenção dos valores a título de antecipação pela fonte pagadora. Assim, tratandose de eventual imposto a ser recolhido a título de antecipação do devido a fonte pagadora somente pode ser responsabilizada pelo tributo caso a autoridade fiscal efetue o lançamento dentro do próprio anocalendário em que deveria ter ocorrido a retenção. Uma vez encerrado o anocalendário passa a ser obrigação do beneficiário dos rendimentos apurar o eventual imposto devido partindo dos rendimentos recebidos e abatendo eventuais despesas/ajustes admitidos em lei. A contrário senso, com o encerramento do anocalendário em que ocorreu (ou deveria ter ocorrido) a retenção, não se pode exigir da fonte pagadora eventual antecipação de tributo posto que não há mais o que se antecipar já que o compete ao beneficiário dos rendimentos apurar o tributo efetivamente devido. A meu ver a utilização da data da apresentação da declaração de ajuste pelo beneficiário como restou consignado no acórdão recorrido não é um critério seguro e tampouco sistemático, não havendo razão para diferenciar a situação do beneficiário pessoa física daquela aplicável ao beneficiário pessoa jurídica como fez o Parecer Normativo n. 1 de 2002. Já há tempos o lançamento do IRPF é por homologação, e não por declaração. O beneficiário do rendimento é obrigado tributar os valores recebidos independentemente de ação pela autoridade fiscal, sendo a declaração de ajuste instrumento para informar ao fisco os cálculos efetuados. Aguardar 30 de abril para passar a responsabilizar o beneficiário e não a fonte pagadora não faz sentido, eis que desde o encerramento do ano calendário já se deslocou para a pessoa física a obrigação de tributar os valores correspondentes. Fl. 1278DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.000338/200120 Acórdão n.º 9202003.534 CSRFT2 Fl. 10 5 Elemento indiciário desta conclusão é a própria sistemática de regulação das obrigações acessórias. A fonte pagadora tem até o final de fevereiro para apresentar a DIRF e entregar informes de rendimentos, mas segundo o critério utilizado pela fiscalização teria até 30 de abril para efetuar a retenção. De fato, em casos como o presente não há como a fonte pagadora identificar o momento em que os beneficiários apresentaram suas respectivas declarações de ajuste anual e se incluíram ou não tais rendimentos no ajuste anual, além de logicamente não haver mais o que antecipar se já existe a obrigação do beneficiário em tributar tais rendimentos. Essa, inclusive, foi a posição adotada por este E. Colegiado por ocasião do acórdão nº 9202002.858, de 10/9/2013, assim ementado: “IMPOSTO DE RENDA NA FONTE. ANTECIPAÇÃO. FALTA DE RETENÇÃO. LANÇAMENTO APÓS 31 DE DEZEMBRO DO ANO CALENDÁRIO. EXCLUSÃO DA RESPONSABILIDADE DA FONTE PAGADORA PELO RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DEVIDO. No caso de imposto de renda retido na fonte como antecipação do devido na declaração, sendo o beneficiário obrigado a oferecer os rendimentos à tributação quando do ajuste anual, de há muito vem sendo discutido até onde vai a responsabilidade da fonte pagadora, nos casos de não retenção. Isto é, até quando se pode exigir da fonte pagadora o imposto que deixou de ser retido. Findo o ano calendário em que se deu o pagamento e, mais ainda, transcorrido o prazo para entrega da declaração de rendimentos do beneficiário, não há que perdurar a responsabilidade atribuída à fonte pagadora. Isto porque se trata de situação em que o cumprimento da obrigação pela fonte pagadora fica afastada, ou seja, o encerramento do ano calendário afasta a responsabilidade da fonte pagadora, passando a surgir a obrigação do legítimo sujeito passivo contribuinte — o beneficiário do rendimento.” Examinando o relatório do acórdão transcrito acima verifico que situação fática enfrentada era semelhante à ora examinada, conforme transcrição abaixo: Relatório “Entende a PGFN que o aresto recorrido diverge dos paradigmas que apresenta: (...) Explica que o Colegiado a quo deu provimento ao recurso da empresa contribuinte para excluir a sua responsabilidade pelo recolhimento do imposto, mesmo tendo a ciência do auto de infração ocorrido em 20/03/2003, ou seja, antes do término do prazo para entrega da declaração de ajuste anual da pessoa física (30/04/2003) (Parecer Normativo Cosit n.º 01/2002).” Voto Fl. 1279DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 6 “O fato de a fonte pagadora não efetuar a retenção do imposto na fonte a título de antecipação, por mero equívoco ou mesmo omissão, não significa que o beneficiário do rendimento esteja desobrigado de incluir esses rendimentos entre aqueles sujeitos à tabela progressiva na declaração, pois, efetivamente, é ele o contribuinte. A lei, conforme previsto no art. 128 do CTN, atribuiu a terceiro (no caso a fonte pagadora) tão somente a responsabilidade pela retenção do imposto a título de antecipação do devido na declaração. No entanto, há de se observar que esta responsabilidade não persiste "ad eternum". Portanto, findo o ano calendário em que se deu o pagamento e, mais ainda, transcorrido o prazo para entrega da declaração de rendimentos do beneficiário, não há que perdurar a responsabilidade atribuída à fonte pagadora. Isto porque se trata de situação em que o cumprimento da obrigação pela fonte pagadora fica afastada, ou seja, o encerramento do ano calendário afasta a responsabilidade da fonte pagadora, passando a surgir a obrigação do legítimo sujeito passivo contribuinte — o beneficiário do rendimento. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso especial da Fazenda Nacional.” No presente caso o auto de infração relativo ao IRRF que deixou de ser recolhido no anocalendário de 2000 foi lavrado em 26/03/2001 (fls. 03), com ciência em 02/04/2001 (fls. 121), e, portanto, após o encerramento do anocalendário em que se deu o pagamento mas antes da data final prevista para a entrega da DIRPF. Assim, seguindo a jurisprudência deste E. Colegiado entendo que o lançamento deve ser cancelado posto que a responsabilidade da fonte pagadora somente poderia perdurar até o encerramento do anocalendário. Destarte, conheço do recurso especial interposto pela contribuinte para, no mérito, DAR LHE PROVIMENTO. (Assinado digitalmente) Gustavo Lian Haddad Fl. 1280DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD Processo nº 13830.000338/200120 Acórdão n.º 9202003.534 CSRFT2 Fl. 11 7 Voto Vencedor Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Designado Em que pesem a clareza e objetividade do voto do ilustre Conselheiro Relator, peço venia para discordar de suas conclusões. Com efeito, no caso dos autos, discutese a sujeição passiva da fonte pagadora, relativa ao Imposto de Renda Retido na Fonte que deixou de ser recolhido no ano calendário de 2000, com o respectivo crédito tributário constituído mediante auto de infração de 02/04/2001, portanto posterior ao encerramento do anocalendário, mas anterior à data final para entrega da Declaração de Ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física. O Conselheiro Relator afasta a aplicação do critério proposto no Parecer Normativo SRF n° 01, de 2002, que prevê: (a) lançamento do tributo contra a fonte pagadora até a data final para entrega da Declaração de Ajuste do Imposto de Renda da Pessoa Física e (b) lançamento do tributo contra o beneficiário, após essa data. Cumpre referir que, de acordo com esse mesmo parecer, para beneficiário pessoa jurídica, o momento em que se passa a exigir o tributo do beneficiário é o final do período de apuração do tributo, em detrimento da data final para entrega de declaração de ajuste. Em sua fundamentação, o Conselheiro Relator argumenta que não haveria razão relevante para tratamento diferenciado, quanto ao momento de alteração do sujeito passivo objeto de lançamento, entre o caso do beneficiário pessoa jurídica e do beneficiário pessoa física. Entretanto, entendo com há diferenças importantes que ensejam o tratamento diferenciado, vejamos: (1) no caso da pessoa jurídica existe a obrigação de emissão de documentos fiscais e manutenção da contabilidade, com o registro de todas as receitas de cada mês, que integram a base de cálculo de vários tributos, inclusive das antecipações mensais do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, para o caso de optantes pela sistemática do lucro real anual. Isso permite verificar se a receita está oferecida à tributação antes da data final para apresentação da declaração de ajuste. Adicionalmente, e de forma coerente, os juros relativos ao saldo apurado no ajuste de final de período já começam a correr a partir do início do ano seguinte. (2) no caso de pessoa física não há obrigatoriedade de manutenção da contabilidade, o que impede o fisco de verificar se o rendimento está oferecido à tributação antes da data final para apresentação da declaração de ajuste. Adicionalmente, os juros relativos ao saldo apurado no ajuste de final do período somente começam a correr a partir da data final para apresentação da declaração de ajuste. Com essas diferenças, concluo que há razões suficientes para aplicação, ao caso, do tratamento previsto no Parecer Normativo SRF n° 01, de 2002. Fl. 1281DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD 8 Pelos motivos acima expostos, voto por negar provimento ao recurso especial interposto pelo contribuinte. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 1282DF CARF MF Impresso em 23/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por WAGNER LUIS DE OLIVEIRA ARAUJO, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 20/02/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS, Assinado digitalmente em 12/02/2015 por GUSTAVO LIAN HADDAD
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Numero do processo: 10855.002879/2006-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Mar 30 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1803-000.110
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, declinar da competência do julgamento do recurso voluntário para 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF, tendo em vista o art. 49 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, declinar da competência do julgamento do recurso voluntário para 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF, tendo em vista o art. 49 do Anexo II do Regimento Interno do CARF. nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Composição do colegiado. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Ricardo Diefenthaeler, Henrique Heiji Erbano, Meigan Sack Rodrigues e Carmen Ferreira Saraiva. RELATÓRIO Contra a Recorrente acima identificada foi lavrado o Auto de Infração às fls. 220224, com a exigência do crédito tributário a título multa de ofício isolada por falta de recolhimento de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no valor de R$236.544,16 determinada sobre a base de cálculo estimada referente aos fatos geradores de abril a dezembro do anocalendário de 2002. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 55 .0 02 87 9/ 20 06 -2 1 Fl. 1063DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.064 2 O lançamento fundamentase na “falta de pagamento da Contribuição Social incidente sobre a base de cálculo determinada em função de balancetes/balanços mensais, refeitos tendo em vista a omissão de receitas apurada no curso da ação fiscal”, em conformidade com o Termo de Constatação Fiscal, fl. 216219. Para tanto, foi indicado o seguinte enquadramento legal: art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada, a Recorrente apresentou a impugnação, fls. 233238, com as alegações a seguir sintetizadas. Tece esclarecimentos sobre os fatos suscitando que: 1. A Impugnante é pessoa jurídica de direito privado cujo objeto social é a exploração das atividades da agricultura e da pecuária, em suas várias espécies e modalidades (contrato social, art. 2° — doc. 02 anexo). 2. Em cumprimento ao MPF 0811000/00490/05, em 16/12/2005 teve início fiscalização das atividades da Impugnante no anocalendário de 2002. 3. Encerrada a auditoria fiscal, a Impugnante foi autuada porque, em sUma, teria auferido receitas de origem não comprovada naquele período. 4. O Processo n° 10855.002878/200686, objeto de impugnação especifica, foi instaurado à vista dos autos de infração referentes ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), inclusive a respectiva multa isolada, a Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), a Contribuição para o PIS (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS) (cópia anexa — doc. 3). 5. A Impugnação aos lançamentos acima referidos (cópia anexa — doc. 4) demonstra a improcedência dos correspondentes créditos, uma vez que os ingressos de numerário considerados receitas sem origem pelo agente fiscal consistem em (i) mútuos pactuados com terceiros; (ii) recebimento antecipado de venda de produtos agropecuários (prévenda); e (iii) transferências entre contas bancárias de titularidade da própria Impugnante e outras operações bancárias (estornos, devolução de cheques) que não configuram receita. 6. Já o processo em epígrafe (PAF n° 10855.002879/200621), objeto da presente impugnação, foi instaurado, exclusivamente em face da imposição de multa isolada pela falta de recolhimento mensal da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL). 7. De sorte que o cancelamento ou eventual revisão dos lançamentos de IRPJ e CSLL acima referidos (PAF n° 10855.002878/200686), dos quais o presente é mero lançamento reflexo, importará, necessariamente, no cancelamento ou revisão do crédito ora impugnado. Nessas circunstâncias, a Impugnante reportase As razões expostas naquela impugnação, como se dessa fossem parte integrante. 8. De qualquer forma, ainda que fossem devidos os tributos cobrados no outro processo, o que se admite apenas ad argumentandum, improcede a imposição da multa isolada, exigida no auto ora impugnado, como se passa a demonstrar. DA IMPOSSIBILIDADE DE SE CUMULAR MULTA DE OFICIO COM MULTA ISOLADA. Conforme se verifica das autuações (principal e reflexa), O auditor fiscal .aplicou, sobre a mesma base de cálculo, multa de lançamento de oficio por falta de pagamento de CSLL e multa exigível isoladamente, ambas de 75%, a teor, respectivamente, do art. 44, inc. I e § 1º, inc. IV da Lei 9.430/96. 1 10. 0 mesmo Fl. 1064DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.065 3 procedimento foi adotado em relação ao IRPJ, em processo administrativo distinto (10855.002878/200686). 11. Em relação à CSLL, o valor devido a título de multa isolada — cobrado neste processo — é de R$236.544,16 (duzentos e trinta e seis mil quinhentos e quarenta e quatro reais e dezesseis centavos) e o devido a titulo de multa de oficio (cobrada no processo 10855.002878/200686) é também de R$236.544,14 (duzentos e trinta e seis mil quinhentos e quarenta e quatro reais e quatorze centavos). 12. Ocorre que a cumulação das multas acima citadas decorre de interpretação manifestamente equivocada do art. 44 da Lei 9.430/96. 13. Na espécie, a apontada falta de pagamento de tributo ensejaria somente a aplicação da multa de lançamento de oficio prevista no inciso I do referido dispositivo; jamais a aplicação cumulativa de multa "isolada" (sic!), eis que "os incisos I e II do `caput' e os incisos I, II, Ill e IV do § 10 do art. 44 da Lei 9.430/96 devem ser interpretados de forma sistemática, sob pena da cláusula penal ultrapassar o valor da obrigação tributária principal, constituindose num autêntico confisco e num bis in idem' punitivo, em detrimento do principio da não propagação dó multas e da não repetição da sanção tributária" (AC. 1° CC. 101 94.717/03. J. 03/06/03). 14. Notese que a aplicação da multa isoladamente prestase à hipótese, prevista no próprio § 1°, inc. IV, de pessoa jurídica sujeita ao recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL pelo regime da estimativa, que deixar de fazêlo (mensalmente), mas que venha a fazêlo quando da apuração anual daqueles tributos. 15. Essa incidência cumulativa é vedada pelo ordenamento jurídico por sancionar duplamente uma única infração (a apontada falta de recolhimento do IRPJ e CSLL). 16. A sobreposição de penas emerge inequívoca quando se verifica que as multas em questão recaem sobre a mesma base (ambas calculadas A taxa de 75% sobre o valor do IRPJ.,,e da CSLL que a Impugnante teria deixado de recolher). [...] 19. Em suma, a multa "isolada" de que trata o artigo 44 § 1°, IV da Lei 9.430/96 não pode ser exigida quando, mediante procedimento de oficio, seja apurado tributo a pagar e imposta a respectiva multa de oficio. Assim, de rigor que se afaste a incidência cumulativa da multa isolada por falta de recolhimento mensal do tributo. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: 20. A luz de todo o exposto, 6 a presente para requerer seja dado total provimento 6 presente impugnação, afastandose a imposição da multa isolada, seja como decorrência do cancelamento ou revisão do lançamento da CSLL (objeto do PAF 10855.002878/2006, 86), seja por impossibilidade de cumulação com a multa de ofício. Termos em que, requerendo a produção de todas as provas admitidas perante essa instância administrativo respeitosamente, Pede Deferimento. Fl. 1065DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.066 4 Está registrado como ementa do Acórdão da 3ª TURMA/DRJ/POR/SP nº 14 22.438, de 05.03.2009, fls. 475481: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2002 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. A decisão proferida no processo decorrente deve seguir a mesma orientação decisória prolatada no processo principal. MULTA ISOLADA. MULTA DE OFICIO. CUMULAÇÃO. COMPATIBILIDADE. É compatível com a multa isolada, incidente sobre as estimativas não pagas, a exigência da multa de oficio relativa ao tributo apurado ao final do anocalendário, por caracterizarem penalidades distintas. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Tratandose de ato não definitivamente julgado aplicase retroativamente a lei nova quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo do lançamento. Lançamento Procedente em Parte Notificada em 15.06.2009, fl. 487, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 15.07.2009, fls. 488493, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Reitera todos os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Acrescenta que: 1. Tratase de auto de infração reflexo, lavrado à vista dos lançamentos objeto do Processo n° 10855.002878/200686, instaurado em face de autuação referente ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), inclusive a respectiva multa isolada, à Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), contribuição para o PIS e A Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS), incidentes sobre supostas receitas de origem não comprovada (doc. 03 da impugnação). 2. Na impugnação aos lançamentos acima referidos (doc. 04 da impugnação) a ora recorrente demonstrou a improcedência dos débitos, uma vez que os ingressos de numerário considerados receitas sem origem pelo agente fiscal consistem em (i) mútuos pactuados com terceiros; (ii) recebimento antecipado de venda de produtos agropecuários (prévenda); e (iii) transferências entre contas bancárias de titularidade da própria impugnante e outras operações bancárias (estornos, devolução de cheques) que não configuram receita. 3. Já no processo em epígrafe (PAF n° 10855.002879/200621), instaurado exclusivamente em face da imposição de multa isolada pela falta de recolhimento mensal da Contribuição Social Sobre o Lucro Liquido (CSLL), a recorrente apresentou impugnação alegando, em suma, que: Fl. 1066DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.067 5 (i) "o cancelamento ou eventual revisão dos lançamentos de IRPJ e CSLL (PAF n° 10855.002878/200686), dos quais o presente é mero lançamento reflexo, importará, necessariamente, no cancelamento ou revisão do crédito ora impugnado" (fls.); e (ii) "de qualquer forma, ainda que fossem devidos os tributos cobrados no outro processo ..., a multa 'isolada' de que trata o artigo 44 § 1°, IV da Lei 9.430/96 não pode ser exigida quando, mediante procedimento de oficio, seja apurado tributo a pagar e imposta a respectiva multa de oficio", sendo de rigor que se afaste a incidência cumulativa das multas de oficio e isolada. 4. A DRJ de Ribeirão Preto julgou o lançamento procedente em parte, reduzindo a multa isolada para R$123.091,35, eis que (i) o crédito principal de CSLL exigido no PAF n° 10855.002878/200686 (base de cálculo da multa) foi _reduzido: e que (ii) "os valores das multas isoladas” [...] 6. Conforme se verifica das autuações (principal e reflexa),~o auditor fiscal aplicara, sobre a mesma base de cálculo, multa de lançamento de oficio por falta de pagamento de CSLL e multa exigível isoladamente, ambas de 75%, a teor, respectivamente, do art. 44, inc. I e § 1 0, inc. IV da Lei 9.430/96. 1 Considerando a alteração promovida pela Lei 11.488/07, que reduziu a multa isolada de 75% para 50%, o acórdão da DRJ houve por bem aplicar tal redução ao presente caso, com base no art. 106, II, 'c' do CTN. 7. Após as reduções promovidas pelo acórdão, o valor da multa isolada em cobro neste processo passou a ser de R$123.091,35 (50% de R$246.182,69) e o devido a titulo de multa de oficio (cobrada no PAF 10855.002878/200686) de R$184.637,02 (75% de R$246.182,69). 8. Ocorre que a cumulação das multas acima citadas decorre de interpretação manifestamente equivocada do art. 44 da Lei 9.430/96. 9. Na espécie, a apontada falta de pagamento de tributo ensejaria somente a aplicação da multa de lançamento de oficio prevista no inciso I do referido dispositivo; jamais a aplicação cumulativa de multa "isolada" (sic!), eis que "os incisos I e II do caput' e os incisos I, II, III e IV do § 1° do art. 44 da Lei 9.430/96 devem ser interpretados de forma sistemática, sob pena da cláusula penal ultrapassar o valor da obrigação tributária principal, constituindose num autêntico confisco e num bis in idem' punitivo, em detrimento do principio da, não propagação de multas e da não repetição da sanção tributária" (AC. 1° CC 10194.717/03. J. 03/06/03). 10. Notese que a aplicação da multa isoladamente prestase à hipótese, prevista no próprio § 1°, inc. IV, de pessoa jurídica sujeita ao recolhimento mensal do IRPJ e da CSLL pelo regime da estimativa, que deixar de fazêlo (mensalmente), mas que venha a fazêlo quando da apuração anual daqueles tributos. 11. Essa incidência cumulativa é vedada pelo ordenamento jurídico por sancionar duplamente uma única infração (a apontada falta de recolhimento do IRPJ e CSLL). 12. A sobreposição de penas emerge inequívoca quando se verifica que as multas em questão recaem sobre a mesma base (ambas calculadas o valor da CSLL que a recorrente teria deixado de recolher — R$246.182,69) [...]. 15. Em suma, a multa "isolada" de que trata o art. 44, § 1°, IV da Lei 9.430/96 não pode ser exigida quando, mediante procedimento de oficio, seja apurado tributo a pagar e imposta a respectiva multa de oficio. Assim, de rigor que se afaste a incidência cumulativa da multa isolada por falta de recolhimento mensal do tributo. Fl. 1067DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.068 6 16. Ressaltese, ainda, que o cancelamento ou eventual revisão dos lançamentos de IRPJ e CSLL no PAF no 10855.002878/200686, dos quais o presente é mero lançamento reflexo, importará, necessariamente, no cancelamento ou revisão do crédito ora impugnado. Nessas circunstâncias, a impugnante reportase às razões expostas naquela impugnação e recurso voluntário (docs. 02/03), como se dessa fossem parte integrante. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui que: 17. Diante de todo o exposto, é a presente para requerer seja dado total provimento ao presente recurso, afastandose a imposição da multa isolada, seja como decorrência do cancelamento ou revisão do lançamento da CSLL (objeto do PAF 10855.002878/200686), seja por impossibilidade de cumulação com a multa de oficio. Termos em que, Pede Deferimento. Toda numeração de folhas indicada nessa decisão se refere à paginação eletrônica dos autos em sua forma digital ou digitalizada. É o Relatório. VOTO Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Preliminarmente, tem cabimento estabelecer o nexo de causalidade entre o processo principal nº 10855.002878/200686 e o presente processo decorrente nº 10855.002879/200621. O instituto da conexão está originalmente previsto no Código de Processo Civil: Art. 103. Reputamse conexas duas ou mais ações, quando lhes for comum o objeto ou a causa de pedir. Há conexão pelo objeto quando existe identidade de pedido mediato, ou seja, afirmação de um direito, que é o bem da vida pleiteado em dois ou mais processos. O objeto é o pedido, a pretensão material deduzida pelo sujeito passivo. Por outro lado, são conexos pela causa de pedir, dois ou mais processos, quando lhes são comuns os fundamentos de fato e de direito. Fl. 1068DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.069 7 A causa de pedir constitui premissa para o correto entendimento do pedido e deve estar com ela correlacionada em circunstância de causa e efeito. Surge portanto a necessidade da narração dos fatos e da fundamentação jurídica das situações que ocorreram em determinado período de tempo causando determinadas consequências jurídicas e que foram projetados para o processo. Sobre a matéria, o Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, determina: Art. 9º A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. § 1º Os autos de infração e as notificações de lançamento de que trata o caput deste artigo, formalizados em relação ao mesmo sujeito passivo, podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova. Por seu turno, a Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008, cujo entendimento deve ser adotado de plano, resolve: Art. 1º Serão objeto de um único processo administrativo: I as exigências de crédito tributário do mesmo sujeito passivo, formalizadas com base nos mesmos elementos de prova, referentes: a) ao Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e aos lançamentos dele decorrentes relativos à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), à Contribuição para o PIS/Pasep ou à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins); [...]§ 1º O disposto no inciso I aplicase inclusive na hipótese de inexistência de crédito tributário relativo a um ou mais tributos. § 2º Também deverão constar do processo administrativo a que se referem os incisos I, II e III as exigências relativas à aplicação de penalidade isolada em decorrência de mesma ação fiscal. [...]Art. 3º Os processos em andamento, que não tenham sido formalizados de acordo com o disposto no art. 1º, serão juntados por anexação na unidade da RFB em que se encontrem. Esse entendimento já se encontrava na Portaria RFB nº 6.129, de 02 de dezembro de 2005, que foi revogada pela mencionada Portaria RFB nº 666, de 24 de abril de 2008. O Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, prevê: Art. 47. Os processos serão distribuídos aleatoriamente às Câmaras para sorteio, juntamente com os processos conexos e, preferencialmente, organizados em lotes por matéria ou concentração temática, observandose a competência e a tramitação prevista no art. 46. [...]. Fl. 1069DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.070 8 Art. 49. Os processos recebidos pelas Câmaras serão sorteados aos conselheiros. [...]. § 7º Os processos que retornarem de diligência, os com embargos de declaração opostos e os conexos, decorrentes ou reflexos serão distribuídos ao mesmo relator, independentemente de sorteio, ressalvados os embargos de declaração opostos, em que o relator não mais pertença ao colegiado, que serão apreciados pela turma de origem, com designação de relator ad hoc. (grifos acrescentados) O nexo causal entre as exigências de créditos tributários, formalizados em autos de infração instruídos com todos os elementos de prova, determina que devem ser objeto de um único processo no caso em que os ilícitos dependam da mesma comprovação e sejam relativos ao mesmo sujeito passivo 1. Ressaltese que somente tem possibilidade jurídica de se distribuir, independentemente de sorteio, ao mesmo relator, o processo conexo que esteja pendente de julgamento na mesma instância e que ainda não tenha sido indicado para pauta contemporaneamente. Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. Consta no Termo de Constatação Fiscal, fl. 216219: CONSTATAMOS os fatos abaixo discriminados: 1 A ação fiscal teve inicio em 16/12/2005, ocasião em que o contribuinte, por intermédio de seu procurador, foi intimado a apresentar os livros comerciais e fiscais, contrato social e alterações, e os extratos de contas bancárias e de aplicações financeiras. 2 Em atendimento, apresentou em 09/02/2006 os livros Diário, Razão e de Apuração do Lucro Real e alterações contratuais datadas de 07/01/2005 e 08/09/2005. Os extratos bancários foram exibidos de forma parcial, sob a alegação de impossibilidade de obtenção de alguns extratos junto às instituições financeiras 3 Posteriormente, em 07 de março de 2006, trouxenos outros extratos, ficando em falta apenas os extratos do período de setembro a dezembro de 2002, relativos à conta 1097533 mantida na agência 232 do Unibanco, que obtivemos diretamente da instituição financeira via RMF. 4 Com a lavratura do Termo de Intimação Fiscal datado de 05/04/2006, o contribuinte foi intimado a comprovar as receitas da atividade rural e a origem dos valores creditados nas contas correntes, relacionados no anexo a esse termo. 5 O fiscalizado apresentanos em 19/05/2006, após ter o prazo prorrogado, demonstrativo indicando a que se referem os valores levados a crédito nas contas correntes. Entretanto, nesse documento constam apenas nomes de pessoas físicas e jurídicas, as vezes de forma abreviada, e a indicação de possíveis operações como: "venda de gado", "empréstimo", Bradesco 65129", "B. Brasil 344044", "prévenda", e outras. Não traz qualquer esclarecimento de que se trata, tampouco apresenta a comprovação daquilo que indica. 1 Fundamentação legal: art. 9º do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 1070DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.071 9 6 Em 11/07/2006 é novamente intimado a apresentar comprovantes das receitas da atividade rural e a comprovar, mediante apresentação de documentação hábil, a origem dos valores creditados nas c/c. Desta feita foram excluídos os valores referentes às transferências entre contas de mesma titularidade, e àqueles vinculados a operações de empréstimos obtidos na própria instituição financeira depositária dos recursos. 7 Em resposta o contribuinte apresentou os talonários da empresa com o intuito de comprovar a receita da atividade rural. Não trouxe qualquer outro documento que comprovasse a origem dos valores depositados em suas contascorrentes. 8 A partir dos demonstrativos anexos aos Termos de Intimação acima citados, elaboramos a Planilha I "Depósitos/Créditos Efetuados Em C/Corrente Origem Não Comprovada" (fls. 176/175) totalizando mês a mês, e excluindo os valores correspondentes aos cheques depositados e devolvidos. 9 Com base nessa planilha I, e com base nos valores correspondentes às Receitas de Vendas escrituradas no Livro Diário, comprovadas mediante a apresentação das Notas Fiscais, elaboramos a planilha II "Apuração da Receita Omitida" (fls. 186), que demonstra os valores, que se presume como receitas omitidas nos termos do art. 42 da Lei 9430/96, passíveis de lançamento de oficio. 10 A partir dos valores do balanço patrimonial e da demonstração de lucros/prejuízos acumulados transcritos no livro Diário (fls. 106/115), refizemos, conforme "demonstrativo da compensação de prejuízos fiscais" [...], a apuração do lucro real (anual), considerando a receita omitida verificada no curso da ação fiscal. O resultado ajustado foi reduzido pela compensação com prejuízos acumulados de períodos anteriores, demonstrados no extrato do sistema SAPLI (fls. 187/188). 11 Da mesma forma, refizemos também, conforme "demonstrativo da compensação de bases negativas" (fls. 187/188), a apuração da base de cálculo da CSLL. A base de cálculo foi reduzida pela base de cálculo negativa de períodos anteriores, extraída do extrato do sistema SAPLI (fls. 187/188). 11 O contribuinte, no anocalendário sob fiscalização, optou pela apuração do lucro real anual, portanto, sujeito ao pagamento mensal do IRPJ e da CSLL, apurados na forma de estimativa ou com base em balancetes mensais de suspensão ou redução. Entretanto, como apurou prejuízo em todos os períodos, não efetuou o recolhimento dos tributos, tampouco os declarou em DCTF. 12 Refizemos os cálculos dos pagamentos do IRPJ e da CSLL que deveriam ter sido efetuados, considerando os valores constantes dos balancetes transcritos no Livro Diário (fls 106/175) , os valores correspondentes à receita omitida apurada no curso da ação fiscal, e, o prejuízo acumulado e a base de cálculo negativa de períodos anteriores obtidos do sistema SAPLI (fls. 187/188). 13 As planilhas III"Multa Isolada do IRPJ a ser exigida em Auto de Infração" [...] e IV "Multa Isolada da CSLL a ser exigida em Auto de Infração" (fls. 189), quantificam a multa isolada que corresponde a 75% dos tributos que deveriam ser recolhidos mensalmente, conforme dispõe o art. 44, parágrafo 1º , inciso IV, da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 14 Assim, de acordo com as razões e motivos acima apontados, e em conformidade com o art. 841, 843 e 926 do Decreto 3000/1999 (RIR/1999), estamos efetuando o competente lançamento de oficio para exigência do crédito tributário relativo ao IRPJ (inclui a multa isolada) e reflexos, PIS, COFINS e CSLL, referentes ao Fl. 1071DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.072 10 anocalendário de 2002. (Autos de Infração formalizados pelo processo 10855.00278/200686) 15 Por intermédio do processo 10855.002879/200621, foi formalizado o Auto de Infração para exigência da multa isolada aplicada pela falta de recolhimento mensal da Contribuição Social sobre o Lucro (CSLL). (grifos acrescentados) Para fins de constatar a circunstância de que há nexo de causalidade entre o processo principal nº 10855.002878/200686, cujo recurso voluntário encontrase pendente de julgamento na 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF (eprocesso) e o presente processo decorrente nº 10855.002879/200621, foi elaborada a Tabela 1. Tabela 1 – Valores comparativos das multas de oficio isoladas determinadas sobre a base de cálculo estimada de IRPJ e de CSLL no anocalendário de 2002 Processo Principal nº 10855.002878/200686 Uteva Agropecuária Ltda (eporcesso) Processo Decorrente nº 10855.002879/200621 Uteva Agropecuária Ltda Meses do Ano Calendário de 2002 (A) Receita Omitida Ação Fiscal R$ (B) Base de Cálculo Apurada de Ofício de IRPJ R$ (C) Multa de Ofício Isolada – Base de Estimada – IRPJ (75%) R$ (D) Receita Omitida Ação Fiscal R$ (E) Base de Cálculo Apurada de Ofício de CSLL R$ (F) Multa de Ofício Isolada – Base de Estimada – CSLL (75%) R$ (G) Janeiro 416.802,54 (411.126,22) 0,00 416.802,54 (410.892,24) 0,00 Fevereiro 476.095,49 (382.918,17) 0,00 476.095,49 (382.684,19) 0,00 Março 746.049,91 (115.147,37) 0,00 746.049,91 (114.913,39) 0,00 Abril 1.040.646,90 172.250,19 26.296,91 1.040.646,90 172.484,17 11.642,68 Maio 2.122.753,55 1.170.188,11 185.613,36 2.122.753,55 1.170.422,09 67.360,81 Junho 2.482.012,81 1.473.727,76 55.413,68 2.482.012,81 1.473.961,74 20.488,93 Julho 2.807.429,15 1.760.158,25 52.205,72 2.807.429,15 1.760.392,23 19.334,06 Agosto 3.141.992,26 2.007.959,59 44.962,75 3.141.992,26 2.008.193,57 16.726,59 Setembro 3.336.890,69 2.186.000,54 31.882,68 3.336.890,69 2.186.234,52 12.017,76 Outubro 3.588.096,75 2.409.323,74 40.373,10 3.588.096,75 2.409.557,72 15.074,32 Novembro 3.956.854,18 2.739.669,86 60.439,90 3.956.854,18 2.739.903,84 22.298,36 Dezembro 4.797.655,02 3.504.123,99 141.835,15 4.797.655,02 3.504.357,97 51.600,651 Caracterizado está o nexo de causalidade entre o processo principal nº 10855.002878/200686 e o presente processo decorrente nº 10855.002879/200621. Em assim sucedendo, voto por declinar da competência do julgamento do recurso voluntário para 3ª TO/1ª Câmara/1ª Sejul/CARF, com fundamento no art. 47 e no art. 49 do Anexo II da do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, em face da relação de causalidade que informa o presente lançamento e que leva a que o resultado do julgamento deste feito acompanhe aquele que foi dado à exigência formalizada no processo principal nº 10855.002878/200686, já distribuído para julgamento àquela Turma e que se encontra Fl. 1072DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 10855.002879/200621 Resolução nº 1803000.110 S1TE03 Fl. 1.073 11 pendente de julgamento do recurso voluntário e que ainda não foi indicado para pauta contemporaneamente. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 1073DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA, Assinado digitalmente em 04/09/2 014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Numero do processo: 19515.001051/2009-23
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Apr 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/02/2004 a 31/10/2004
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO - SÚMULA VINCULANTE STF Nº. 8 - PERÍODO ATINGIDO PELA DECADÊNCIA QÜINQÜENAL - APLICAÇÃO DO ART. 150, § 4º, CTN.
O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.
Nos termos do art. 103-A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal
Na hipótese dos autos, aplica-se o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62-A, Anexo II, Regimento Interno do CARF - RICARF, com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte.
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO AIOA - AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL CLARA E PRECISA - VÍCIO MATERIAL
Tendo o fiscal autuante não demonstrado de forma clara e precisa a fundamentação legal que suportam os fatos que originaram o lançamento, ou seja a descaracterização de estagiário para se efetivar a caracterização de segurado empregado, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, há que se declarar a nulidade do lançamento por vício material.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2403-002.934
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, em Preliminar: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência na competência 02/2004, inclusive, com base no art. 150, § 4º do CTN. No Mérito: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o lançamento por vício material.
Carlos Alberto Mees Stringari Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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O STF em julgamento proferido em 12 de junho de 2008, declarou a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212/1991. Após, editou a Súmula Vinculante n º 8, publicada em 20.06.2008, nos seguintes termos:“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Nos termos do art. 103A da Constituição Federal, as Súmulas Vinculantes aprovadas pelo Supremo Tribunal Federal, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terão efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal Na hipótese dos autos, aplicase o entendimento do STJ no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62A, Anexo II, Regimento Interno do CARF RICARF, com a regra de decadência insculpida no art. 150, § 4º, CTN posto que houve recolhimentos antecipados a homologar feitos pelo contribuinte. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO IRREGULARIDADE NA LAVRATURA DO AIOA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO LEGAL CLARA E PRECISA VÍCIO MATERIAL Tendo o fiscal autuante não demonstrado de forma clara e precisa a fundamentação legal que suportam os fatos que originaram o lançamento, ou seja a descaracterização de estagiário para se efetivar a caracterização de segurado empregado, oportunizando ao contribuinte o direito de defesa e do contraditório, bem como em observância aos pressupostos formais e AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 10 51 /2 00 9- 23 Fl. 202DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 2 materiais do ato administrativo, nos termos da legislação de regência, especialmente artigo 142 do CTN, há que se declarar a nulidade do lançamento por vício material. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, em Preliminar: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para reconhecer a decadência na competência 02/2004, inclusive, com base no art. 150, § 4º do CTN. No Mérito: por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o lançamento por vício material. Carlos Alberto Mees Stringari – Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro – Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos. Fl. 203DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 203 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário, interposto pela Recorrente – BTG PACTUAL WM GESTÃO DE RECURSOS LTDA contra Acórdão nº 1624.338 14ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de São Paulo I SP que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação acessória, Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA nº. 37.205.0158, com valor consolidado de R$ 5.316,72. Conforme o Relatório Fiscal da Infração, o Auto de Infração, Código de Fundamentação Legal – CFL 68, foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente por ela ter apresentado a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP com dados não correspondentes aos fatos geradores. Conforma o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 78, a empresa não declarou todos os fatos geradores de contribuição previdenciária, conforme descrito abaixo: remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos efetuados na forma de gratificação espontânea de admissão. Verificado nas competências 06, 07 e 10/2004. remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos de PLR Participação nos Lucros e Resultados sem atender ao disposto na Lei 10.101/2000 . Competência 02/2004. O Relatório Fiscal da Infração, às fls. 78, e o Termo de Antecedentes, às fls. 75, informa que não se caracterizou reincidência nem foi constatada a ocorrência de circunstância agravante da penalidade aplicada. Segue a íntegra do Relatório Fiscal da Infração, às fls. 78: Em ação fiscal na empresa supra identificada, constatouse: 1. DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO: Lei 8.212/1991, art. 32, inc. IV, § 3°, com a redação dada pela Lei n 9.528/1997 c/c Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/1999, art 225, inc. IV, § 4 o . 2. DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO: a empresa não declarou todos os fatos geradores de contribuição previdenciária, conforme descrito abaixo: remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos efetuados na forma de gratificação espontânea de admissão. Verificado nas competências 06, 07 e 10/2004. remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos de PLR Participação nos Lucros e Resultados Fl. 204DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 4 sem atender ao disposto na Lei 10.101/2000 . Competência 02/2004. 3. A relação com os segurados empregados é apresentada no anexo 1. 4. Não foram efetuadas correções, por parte da empresa, durante a ação fiscal. 5. Este AI foi lavrado considerandose a situação mais benéfica para o contribuinte, tendo em vista o disposto no art. 35A da Lei 8212/91, incluída pela MP 449/2008 , que estabelece a multa de ofício de 75%. Os valores estão demonstrados na tabela abaixo. (..) Nota: AI empresa AI n° 37.205.0166 AI terceiros AI n° 37.205.0174 AI 68 AI n° 37.205.0158 Segue a íntegra do Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, às fls. 79: De acordo com a Lei 8.212/91 art. 32, inciso IV, parágrafo 5 , com a redação dada pela Lei 9.528/97 e c/c Regulamento da Previdência Social RPS aprovado pelo Decreto 3048/99 art. 284 inciso II (com a redação dada pelo Decreto 4.729/02 ) e art. 373, a empresa está sujeita a multa de 100% da contribuição apurada relativa aos fatos geradores não declarados, limitada, por competência, aos valores previstos no parágrafo 4 o do artigo 32 da Lei 8.212/91 . A empresa está compreendida entre 6 a 15 segurados, representando o multiplicador de 1 vez o valor mínimo, o que equivale a R$ 1.329,18 e que representa o valor limite citado no parágrafo anterior. A multa foi calculada considerandose as alíquotas abaixo: 2 0 % parte da empresa sobre a contribuição de segurados empregados 1 % RAT sobre a contribuição de segurados empregados A contribuição dos segurados empregados já havia sido feita pelo teto. O valor mínimo foi atualizado pela Portaria Interministerial MPS/MF N° 48 de 13 de fevereiro de 2009 (DOU 13/02/2009) . Não são calculados terceiros. Valor da multa: R$ 5.316,72, conforme tabela do anexo 2. Esclareçase, conforme discutido tanto na Impugnação quanto em sede de decisão de primeira instância, que a NFLD nº 37.205.0166, se refere ao processo administrativo nº 19515.001049/200954, corresponde ao conexo processo principal. A multa a ser aplicada tem enquadramento legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inc. IV e §§ 3º e 5º, acrescentado pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, combinado com art. 225, IV e § 4°, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 204 5 Em virtude da infração cometida fica a autuada sujeita à multa prevista na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, §5°, acrescentado pela Lei n° 9.528, de 10/12/1997, e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 284, inc. II, e art. 373. O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Fiscal da Infração, é: 02, 06, 07 e 10/2004. A Recorrente teve ciência do auto de infração no dia 03.04.2009, conforme Aviso de recebimento – AR às fls. 68. A Recorrente apresentou Impugnação, conforme o relatório da decisão de primeira instância: 2.1. os fatos geradores a que se refere a autuação são relativos aos pagamentos efetuados aos empregados a título de PLR e Gratificação Admissão, objeto de lançamento, através daNFLD n° 37.205.0166 (19515.001049/20954); 2.2. assim, o fato gerador da presente autuação é obrigação acessória (multa) e deriva de uma obrigação principal (recolhimentos questionados pela RFB); 2.3. o procedimento adotado contaria o ordenamento jurídico, na medida em que a obrigação acessória não pode subsistir sem a obrigação principal; 2.4. sendo improcedente a obrigação principal não que se falar em manutenção da obrigação acessória; 2.5. Em decorrência da edição da Súmula Vinculante n° 8, do STF, que declarou inconstitucionais os artigos 45 e 46, da lei 8.212/91, a multa relativa à competência 02/2004 encontrase extinta pela decadência, nos termos do art. 150, § 4o, do CTN, dado que a lavratura do Auto de infração deuse em abril de 2009; 3. Do exposto, requer seja julgada procedente a presente impugnação, para que seja desconstituído o crédito tributário, ou então, para que seja reconhecida a decadência A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 1624.338 14ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de São Paulo I SP, conforme Ementa a seguir: Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/02/2004 a 31/10/2004 OMISSÃO DE FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA NA GFIP. Constitui infração a empresa deixar de informar na GFIP todos os fatos geradores de contribuição previdenciária. Fl. 206DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 6 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Em se tratando de crédito por descumprimento de obrigação acessória, o prazo decadencial de cinco anos, em face do disposto na Súmula Vinculante n° 8 e do Parecer PGFN/CAT n° 1.617/2008, é regido pelo art. 173,1, do CTN. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 14a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Intimese para pagamento do crédito mantido no prazo de 30 dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em igual prazo, conforme facultado pelo art. 33 do Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972, alterado pelo art. I o da Lei n.° 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei 10.522, de 19 de julho de 2002. observandose o disposto no art. 293, §2°, do Decreto n° 3.048/99, com a redação dada pelo Decreto n° 6.103/2007. A Recorrente apresentou Recurso Voluntário, onde combate fundamentadamente a decisão de primeira instância e reitera as argumentações deduzidas em sede de Impugnação. (i) Da necessidade de exclusão da penalidade fixada por existência de prejudicialidade externa conexo processo principal pendente de julgamento A autuação ora combatida decorre de suposto descumprimento de obrigação acessória (declaração em GFIP) relativamente a pagamentos efetuados pela Recorrente a seus empregados a título de PLR e Luvas, cuja sujeição à Contribuição Previdenciária é discutida em Procedimentos Administrativos próprios, decorrente de Notificações Fiscais de Lançamento de Débitos ("NFLD") NFLD n° 37.205.0166. (...) Portanto, resta clara a vinculação entre o lançamento ora combatido e aquele corporificado na NFLD n° 37.205.0166, afastada qualquer dúvida de que se impõe aguardar o resultado definitivo desse para o nascimento leste ou, ao menos, o seu prosseguimento, pelo que deve ser reconhecida a insubsistência do AI que inaugura este feito e determinado seu cancelamento até que sobrevenha decisão final irrecorrível no Procedimento relativo à obrigação principal, ou, caso assim não se entenda, deve ser determinado o sobrestamento do presente Procedimento Administrativo, até que seja analisado definitivamente o Recurso apresentado em face da NFLD n° 37.205.0166, a fim de se vincular o seu julgamento à decisão definitiva a ser proferida naquele Procedimento. (ii) Da decadência art. 150, § 4º, CTN Fl. 207DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 205 7 Notese que, no caso em tela, houve o pagamento antecipado das Contribuições Previdenciárias, conforme comprovado pelas guias de recolhimento acostadas aos autos, razão pela qual a contagem do prazo decadencial, em obediência à jurisprudência já pacificada pelo E. Superior Tribunal de Justiça ("STJ"), iniciase a partir da ocorrência dos fatos geradores dos tributos. Dispõe o artigo 150 do CTN que "o lançamento por homologação, ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa" (negritamos e sublinhamos). Desta feita, haja vista a existência de pagamento antecipado das Contribuições Previdenciárias ora debatidas, conforme comprovado nos autos, a contagem do prazo decadencial, nos termos do § 4o, do artigo 150, do CTN, iniciase na data dos fatos geradores, in casu, ocorrido em fevereiro de 2004. Neste passo, não pode ser aplicado o prazo previsto no artigo 173, inciso I, do CTN, mas o artigo 150, § 4o, uma vez que a Recorrente, recolheu as Contribuições Previdenciárias devidas no período em questão, conforme comprovado pelas GPS acostadas aos autos. Posteriormente, os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 8 Voto Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O recurso foi interposto tempestivamente, conforme informação colhida aos autos. Avaliados os pressupostos, passo para as Questões Preliminares e ao Mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES (ii) Da decadência art. 150, § 4º, CTN Notese que, no caso em tela, houve o pagamento antecipado das Contribuições Previdenciárias, conforme comprovado pelas guias de recolhimento acostadas aos autos, razão pela qual a contagem do prazo decadencial, em obediência à jurisprudência já pacificada pelo E. Superior Tribunal de Justiça ("STJ"), iniciase a partir da ocorrência dos fatos geradores dos tributos. Dispõe o artigo 150 do CTN que "o lançamento por homologação, ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa" (negritamos e sublinhamos). Desta feita, haja vista a existência de pagamento antecipado das Contribuições Previdenciárias ora debatidas, conforme comprovado nos autos, a contagem do prazo decadencial, nos termos do § 4o, do artigo 150, do CTN, iniciase na data dos fatos geradores, in casu, ocorrido em fevereiro de 2004. Neste passo, não pode ser aplicado o prazo previsto no artigo 173, inciso I, do CTN, mas o artigo 150, § 4o, uma vez que a Recorrente, recolheu as Contribuições Previdenciárias devidas no período em questão, conforme comprovado pelas GPS acostadas aos autos. Analisemos. Fl. 209DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 206 9 O Supremo Tribunal Federal STF, conforme o Informativo STF nº 510 de 19 de junho de 2008, por entender que apenas lei complementar pode dispor sobre prescrição e decadência em matéria tributária, nos termos do artigo 146, III, b, da Constituição Federal, negou provimento por unanimidade aos Recursos Extraordinários nºs 556664/RS, 559882/RS, 559.943 e 560626/RS, em decisão plenária que declarou a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46, da Lei nº 8.212/91, atribuindose, à decisão, eficácia ex nunc apenas em relação aos recolhimentos efetuados antes de 11.6.2008 e não impugnados até a mesma data, seja pela via judicial, seja pela administrativa. Após, o STF aprovou o Enunciado da Súmula Vinculante nº 8, publicada em 20.06.2008, nestes termos: Súmula Vinculante nº 8 São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1.569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Publicada no DOU de 20/6/2008, Seção 1, p.1. É necessário observar ainda que as súmulas aprovadas pelo STF possuem efeitos vinculantes, conforme se depreende do art. 103A e parágrafos da Constituição Federal, que foram inseridos pela Emenda Constitucional nº 45/2004. in verbis: “Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. § 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre questão idêntica. § 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade. § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgandoa procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso (g.n.)." Portanto, da leitura do dispositivo constitucional acima, concluise que a vinculação à súmula alcança a administração pública e, por conseqüência, os julgadores no âmbito do contencioso administrativo fiscal. Fl. 210DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 10 Ademais, no termos do artigo 64B da Lei 9.784/99, com a redação dada pela Lei 11.417/06, a administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, deve adequar a decisão administrativa ao entendimento do STF, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal. “Art. 64B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, darseá ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal” Cumpre ressaltar que o art. 62, caput do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF do Ministério da Fazenda, Portaria MF nº 256 de 22.06.2009, veda o afastamento de aplicação ou inobservância de legislação sob fundamento de inconstitucionalidade. Porém, o art. 62, parágrafo único, inciso I, do Regimento Interno do CARF, ressalva que o disposto no caput não se aplica a dispositivo que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal: “Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou Portanto, em razão da declaração de inconstitucionalidade dos arts 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991 pelo STF, há que serem observadas as regras previstas no Código Tributário Nacional CTN. Dessa forma, constatase que já se operara a decadência do direito de constituição dos créditos ora lançados, nos termos dos artigos 150, § 4o, e 173 do Código Tributário Nacional. O meu posicionamento se identifica com o direcionamento do Superior Tribunal de Justiça – STJ no sentido de no caso de tributo lançado por homologação, desde que haja a antecipação de pagamento e não se configure os casos de dolo, fraude ou simulação, se aplica a regra especial disposta no art. 150, § 4º, CTN, conforme se depreende do REsp 973.733/SC nos termos do art. 62A, Anexo II, Regimento Interno do CARF – RICARF. Entretanto, há de se salientar que a MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, trouxe nova disciplina para as punições pelo descumprimento das obrigações acessórias, ao revogar os parágrafos do art. 32 da Lei nº 8.212/91 e ao criar o art. 32A como nova sistemática de aplicação de multas. Ademais, o art. 32, § 11, da Lei 8.212/1991, correlaciona o arquivamento dos documentos comprobatórios das obrigações tributárias à prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. Fl. 211DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 207 11 Art. 32. A empresa é também obrigada a: (...) § 11. Os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa durante dez anos, à disposição da fiscalização. (Parágrafo renumerado pela Lei nº 9.528, de 10.12.97). § 11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (gn) Temse que na atual disciplina trazida pela Lei 11.941/2009, conforme o art. 32, § 11, Lei 8.212/1991, a avaliação da decadência da penalidade pecuniária por declaração que não contempla todos os fatos geradores darseia nos autos do processo em que tivesse sido realizado o lançamento das contribuições não recolhidas. Na hipótese dos autos, o Relatório Termo de Encerramento do Procedimento Fiscal TEAF, às fls. 67, expressamente menciona o exame de Comprovantes de Recolhimento do contribuinte. Portanto, estes recolhimentos feitos pelo contribuinte, via Guias da Previdência Social GPS, no meu posicionamento, é o suficiente para considerar os recolhimentos antecipados feitos pelo contribuinte a serem considerados para todo o período objeto da autuação ensejando a aplicação do art. 150, § 4º, CTN, com fulcro no REsp 973.733/SC nos termos do art. 62A, Anexo II, Regimento Interno do CARF – RICARF, bem como na Súmula CARF 99: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Temos que: O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Fiscal da Infração, é: 02, 06, 07 e 10/2004. A Recorrente teve ciência do auto de infração no dia 03.04.2009, conforme Aviso de recebimento – AR às fls. 68. Constatase então que já se operara a decadência do direito de constituição dos créditos lançados na competência 02/2004, nos termos do art. 150, § 4º, CTN. Fl. 212DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 12 (i) Da necessidade de exclusão da penalidade fixada por existência de prejudicialidade externa conexo processo principal pendente de julgamento A autuação ora combatida decorre de suposto descumprimento de obrigação acessória (declaração em GFIP) relativamente a pagamentos efetuados pela Recorrente a seus empregados a título de PLR e Luvas, cuja sujeição à Contribuição Previdenciária é discutida em Procedimentos Administrativos próprios, decorrente de Notificações Fiscais de Lançamento de Débitos ("NFLD") NFLD n° 37.205.0166. (...) Portanto, resta clara a vinculação entre o lançamento ora combatido e aquele corporificado na NFLD n° 37.205.0166, afastada qualquer dúvida de que se impõe aguardar o resultado definitivo desse para o nascimento leste ou, ao menos, o seu prosseguimento, pelo que deve ser reconhecida a insubsistência do AI que inaugura este feito e determinado seu cancelamento até que sobrevenha decisão final irrecorrível no Procedimento relativo à obrigação principal, ou, caso assim não se entenda, deve ser determinado o sobrestamento do presente Procedimento Administrativo, até que seja analisado definitivamente o Recurso apresentado em face da NFLD n° 37.205.0166, a fim de se vincular o seu julgamento à decisão definitiva a ser proferida naquele Procedimento. Analisemos. Segue a íntegra do Relatório Fiscal da Infração, às fls. 78: Em ação fiscal na empresa supra identificada, constatouse: 1. DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO: Lei 8.212/1991, art. 32, inc. IV, § 3°, com a redação dada pela Lei n 9.528/1997 c/c Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/1999, art 225, inc. IV, § 4 o . 2. DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO: a empresa não declarou todos os fatos geradores de contribuição previdenciária, conforme descrito abaixo: remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos efetuados na forma de gratificação espontânea de admissão. Verificado nas competências 06, 07 e 10/2004. remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos de PLR Participação nos Lucros e Resultados sem atender ao disposto na Lei 10.101/2000 . Competência 02/2004. 3. A relação com os segurados empregados é apresentada no anexo 1. 4. Não foram efetuadas correções, por parte da empresa, durante a ação fiscal. 5. Este AI foi lavrado considerandose a situação mais benéfica para o contribuinte, tendo em vista o disposto no art. 35A da Lei Fl. 213DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 208 13 8212/91, incluída pela MP 449/2008 , que estabelece a multa de ofício de 75%. Os valores estão demonstrados na tabela abaixo. (..) Nota: AI empresa AI n° 37.205.0166 AI terceiros AI n° 37.205.0174 AI 68 AI n° 37.205.0158 Segue a íntegra do Relatório Fiscal da Aplicação da Multa, às fls. 79: De acordo com a Lei 8.212/91 art. 32, inciso IV, parágrafo 5 , com a redação dada pela Lei 9.528/97 e c/c Regulamento da Previdência Social RPS aprovado pelo Decreto 3048/99 art. 284 inciso II (com a redação dada pelo Decreto 4.729/02 ) e art. 373, a empresa está sujeita a multa de 100% da contribuição apurada relativa aos fatos geradores não declarados, limitada, por competência, aos valores previstos no parágrafo 4 o do artigo 32 da Lei 8.212/91 . A empresa está compreendida entre 6 a 15 segurados, representando o multiplicador de 1 vez o valor mínimo, o que equivale a R$ 1.329,18 e que representa o valor limite citado no parágrafo anterior. A multa foi calculada considerandose as alíquotas abaixo: 2 0 % parte da empresa sobre a contribuição de segurados empregados 1 % RAT sobre a contribuição de segurados empregados A contribuição dos segurados empregados já havia sido feita pelo teto. O valor mínimo foi atualizado pela Portaria Interministerial MPS/MF N° 48 de 13 de fevereiro de 2009 (DOU 13/02/2009) . Não são calculados terceiros. Valor da multa: R$ 5.316,72, conforme tabela do anexo 2. Esclareçase, conforme discutido tanto na Impugnação quanto em sede de decisão de primeira instância, que a NFLD nº 37.205.0166, se refere ao processo administrativo nº 19515.001049/200954, corresponde ao conexo processo principal. Evidenciase que o Relatório Fiscal da Infração aponta de forma genérica que houve o descumprimento de obrigação acessória ao afirmar que a autuada não declarou em GFIP todos fatos geradores de contribuição previdenciária, conforme descrito abaixo: remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos efetuados na forma de gratificação espontânea de admissão. Verificado nas competências 06, 07 e 10/2004. remuneração a segurados empregados referentes a pagamentos de PLR Participação nos Lucros e Resultados sem atender ao disposto na Lei 10.101/2000 . Competência 02/2004. Fl. 214DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 14 De fato, compulsandose o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 78, não se consegue evidenciar com clareza e especificamente quais os fatos geradores para suportar o auto de infração de obrigação acessória lavrado. Por exemplo, não há no Relatório Fiscal da Infração a discriminação precisa e clara do fundamento para a incidência de contribuição social previdenciária a título de gratificação espontânea de admissão, bem como não há a discriminação precisa e clara do descumprimento da Lei 10.101/2000 a fundamentar a desconsideração dos pagamentos efetuados a título de PLR. Neste sentido, o lançamento fiscal deveria ter sido elaborado nos termos do artigo 142 do Código Tributário Nacional, especialmente a verificação da efetiva ocorrência do fato gerador tributário, a matéria sujeita ao tributo, bem como o montante individualizado do tributo devido. De plano, o art. 142, CTN, estabelece que: “Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.” Ademais, não compete ao AuditorFiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Por outro lado, compulsandose os autos, em especial a peça de Impugnação da Recorrente bem como a decisão de primeira instância, é provável se considerar que no conexo processo principal, NFLD nº 37.205.0166, Processo nº 19515.001049/200954, devam estar presentes os fundamentos legais e fáticos dos fatos geradores, no entanto, é certo que no presente processo em julgamento AI nº. 37.205.0158, CFL 68, Processo nº. 19515.001051/200923, não se consegue evidenciar com clareza e especificamente quais os fatos geradores para suportar este auto de infração. Desta forma, o procedimento fiscal não atendeu todas as determinações legais, de forma que prosperam as alegações da Recorrente. Fl. 215DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001051/200923 Acórdão n.º 2403002.934 S2C4T3 Fl. 209 15 Portanto, a autuação lavrada deve ser anulada por vício material pela falta de discriminação clara e precisa dos fatos geradores, violando portanto o art. 142, CTN, o que, ademais, claramente também implicou em violação ao princípio constitucional da ampla defesa posto que ao contribuinte não foi possibilitada ampla defesa na discriminação clara e precisa dos fatos geradores. CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do Recurso, dar PROVIMENTO ao Recurso Voluntário para: (i) em Preliminar, se reconhecer a decadência na competência 02/2004, com base no art. 150, § 4º, CTN; (ii) No Mérito, anular o lançamento por vício material. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 216DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10680.925498/2009-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 03 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 24 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 1401-000.289
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTERAM o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Assinado digitalmente
Jorge Celso Freire da Silva - Presidente.
Assinado digitalmente
Maurício Pereira Faro - Relator.
Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Roberto Armond Ferreira, Antônio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos.
Relatório
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTERAM o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva - Presidente. Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro - Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Roberto Armond Ferreira, Antônio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos. Relatório
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Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTERAM o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva Presidente. Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva (Presidente), Mauricio Pereira Faro, Alexandre Antonio Alkmim Teixeira, Roberto Armond Ferreira, Antônio Bezerra Neto e Fernando Luiz Gomes de Mattos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .9 25 49 8/ 20 09 -1 1 Fl. 780DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 24/03/201 5 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10680.925498/200911 Resolução nº 1401000.289 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão 0234.565, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte (DRJ/BHE). Por economia processual, adoto e transcrevo o relatório constante na decisão de primeira instância: Trata o presente processo do Despacho Decisório de fl. 05, tendo como interessado o contribuinte acima identificado, podendo ser destacados os seguintes elementos: DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE A manifestação de inconformidade de fls. 01/04 foi apresentada em 29/07/2009, tendo o contribuinte alegado, em síntese, o seguinte: inicialmente, o manifestante sustentou a tempestividade do contraditório apresentado, a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), analisando a DIPJ apresentada em 2007, relativa ao anobase de 2006, concluiu que os créditos declarados nas DComp em questão eram superiores àqueles discriminados na DIPJ, o que, inicialmente, sugeriria, que a Recorrente efetuou compensações equivocadas. Na verdade, a DIPJ 2007 não contemplou TODOS os créditos relativos a saldo negativo do ano de 2006, pois a Recorrente ainda não dispunha de TODOS os comprovantes anuais de retenção de seus clientes. Em resumo: não são as PERDCOMP que estão equivocadas ao pleitear o crédito de R$1.054.212,90, que está CORRETO, mas, antes, a DIPJ/2007 (anobase 2006), que aponta o saldo negativo R$534.184,00 é que está incompleta e, portanto, INCORRETA, o que fica evidente a partir dos comprovantes e demais documentos que a Recorrente ora traz ao conhecimento desta DRJ, Fl. 781DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 24/03/201 5 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10680.925498/200911 Resolução nº 1401000.289 S1C4T1 Fl. 4 3 portanto, é a presente Manifestação de Inconformidade para se demonstrar a fidedignidade das declarações apresentadas em DCOMP, solicitandose que sejam juntadas ao processo OS COMPROVANTES ANUAIS DE RETENÇÃO DE IRPJ E AS NOTAS FISCAIS DE SERVIÇO ANEXAS, emitidas em 2006, PARA A PROVA DA LEGITIMIDADE DO CRÉDITO NOS CASOS DE CLIENTES QUE NÃO ENVIARAM OS COMPROVANTES ANUAIS DE RETENÇÃO e que, após análise pelo órgão competente, seja reformado o Despacho Decisório acima mencionado, declarandose nula a exigência apontada, bem como a inexistência de quaisquer débitos relativamente às compensações que são objeto do presente PTA; o impugnante discorreu ainda acerca da verdade material, tendo solicitado ao final, caso os comprovantes e notas fiscais anexos não bastem para o convencimento do julgador, a produção de prova pericial contábil ou nova prova documental, para que fique definitivamente comprovado que os créditos compensados em PERJDCOMP são legítimos e que, portanto, deve ser invalidada a exigência fiscal em referência. Os demais documentos que acompanham a manifestação de inconformidade constam das fls. 05/336. Por sua vez, o Histórico de Comunicações pertinente à ciência do Despacho Decisório foi juntado à fl. 337, tendo indicado a data da entrega em 29/06/2009. No despacho de fl. 338, a DRF de origem reconheceu a tempestividade da manifestação de inconformidade apresentada. Posteriormente, foi juntada nesta instância de julgamento cópia dos seguintes documentos (fls. 339/478): Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ) referente ao exercício de 2007, anocalendário de 2006; telas de sistema de processamento da Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf) e Acórdão DRJ1/BHE n° 34.111, de 23 de agosto de 2011. Em face de tais argumentos, por unanimidade de votos, os membros da 2ª Turma de Julgamento da DRJ/BHE julgaram procedente o lançamento em parte, nos termos do voto condutor. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA —IRPJ Exercício: 2007 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO, SALDO NEGATIVO. Verificado erro de fato no preenchimento da DIPJ e da Dcomp com demonstrativo de crédito, deve ser reconhecido o direito creditório pertinente ao saldo negativo de IRPJ apurado com base nas informações da. DIPJ correspondente, corroboradas pelos comprovantes de retenção juntados pelo contribuinte e pelo processamento da. Dirf apresentada pelas fontes pagadoras. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito creditório Reconhecido em Parte Fl. 782DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 24/03/201 5 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10680.925498/200911 Resolução nº 1401000.289 S1C4T1 Fl. 5 4 Em decorrência do referido acórdão de Primeira Instância a EPC Engenharia Projeto Consultoria S.A. interpôs Recurso Voluntário. É o relatório. Voto O presente Recurso é tempestivo, motivo pelo qual dele conheço. Conforme consta no relatório, tratase de manifestação de inconformidade em que o Recorrente almejava a compensação de saldo negativo de IRPJ do ano calendário 2006, exercício 2007, com outros débitos de sua titularidade. No transcorrer do voto proferido pela DRJ restouse claramente conhecido do erro cometido pelo contribuinte no preenchimento de suas declarações, sendo certo que a DRJ, ao verificar o aludido erro, reconheceu, em parte, o direito creditório pertinente ao saldo negativo do contribuinte, ainda mais no tocante ao seguinte trecho: “Conforme ficou evidenciado, o contribuinte efetivamente cometeu erro de fato no preenchimento da DComp com demonstrativo de crédito e também da DIPJ 2007 retificadora, ao deixar de preencher a Linha 16 da Ficha 12A pertinente ao “Imp. de Renda Mensal Pago por Estimativa”, apurado com base na Ficha 11. No caso da DIPJ, o erro sobressai ainda mais quando se verifica que o valor informado na Ficha 54, correspondente à retenção do imposto na ordem de R$1.499.025,97, é muito superior ao valor declarado na Linha 12 da Ficha 12A. Nestas condições, foram apropriadas as retenções na fonte de IRPJ no valor total de R$1.141.967,58, que corresponde aos valores indicados na Ficha 54 da DIPJ 2007, confirmados pelos comprovantes de retenção e pelas Dirf apresentadas pelas fontes pagadoras, além de serem compatíveis com o montante de receitas indicado na Ficha 06A – Demonstração do Resultado – PJ em Geral. “ Ocorre que não foi reconhecido o valor integral constante na PERDCOMP em questão, sendo o ponto nodal do presente caso a falta de semelhança entre o cruzamento de dados constantes na DIPJ da contribuinte, com a DIRF de suas fontes pagadoras. Nesse ponto, de acordo com os argumentos apresentados pela Recorrente, as fontes pagadoras não informaram corretamente em DIRF os valores efetivamente retidos, motivo pelo qual haveria a inconsistências e defasagem de informações. Além disso, segundo a Recorrente, as Fontes Pagadoras deixaram de cumprir varias obrigações fiscais, por exemplo, deixaram de fornecer os comprovantes anuais de retenção e as DIRF’s para a Recorrente, motivo pelo qual dificultou a comprovação dos valores efetivamente retidos. Fl. 783DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 24/03/201 5 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO Processo nº 10680.925498/200911 Resolução nº 1401000.289 S1C4T1 Fl. 6 5 Para carrear seus argumentos, a Recorrente elaborou minuciosas tabelas, anexas ao seu Recurso Voluntário, com o detalhamento do IRRF (por nota fiscal) que não teria sido declarado por cada cliente na DIRF, e juntou as notas fiscais emitidas para seus clientes, com a comprovação do IRRF fonte de cada Nota Fiscal. Diante dessa quantidade de documentos e provas carreadas, não há como, em virtude do princípio da verdade material, não analisar tal pleito. Assim, converto o presente feito em diligência, para que o órgão fiscal apure o IRRF destacado nos documentos fiscais anexos, e verifique se este compõe a diferença do crédito referente ao saldo negativo de IRPJ pleiteado na compensação. De igual forma, deverá ser intimadas as Fontes Pagadoras para prestarem informações quanto ao IRRF recolhido. Após a conclusão da diligência deve o contribuinte ser intimado para se manifestar sobre o resultado da mesma, em observância ao principio da ampla defesa e contraditório. É como voto. Maurício Pereira Faro Relator Fl. 784DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 24/03/201 5 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA, Assinado digitalmente em 05/03/2015 por MAURICIO PEREIRA FARO
score : 1.0
Numero do processo: 18050.001238/2009-79
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 16 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 01/01/2005
RECURSO AVIADO ALÉM DO TRINTÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVO. IMPOSSIBILIDADE DE SE ADENTRAR AO MÉRITO. VEDAÇÃO LEGAL. REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DESATENDIDO. SITUAÇÃO QUE IMPEDE O CONHECIMENTO DO MÉRITO.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2803-004.106
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade.
(Assinado digitalmente).
Helton Carlos Praia de Lima. -Presidente
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira. Relator
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 01/01/2005 RECURSO AVIADO ALÉM DO TRINTÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVO. IMPOSSIBILIDADE DE SE ADENTRAR AO MÉRITO. VEDAÇÃO LEGAL. REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DESATENDIDO. SITUAÇÃO QUE IMPEDE O CONHECIMENTO DO MÉRITO. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade. (Assinado digitalmente). Helton Carlos Praia de Lima. -Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato.
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Recorrente POSTO DE GASOLINA FELICI LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 01/01/2005 RECURSO AVIADO ALÉM DO TRINTÍDIO LEGAL. INTEMPESTIVO. IMPOSSIBILIDADE DE SE ADENTRAR AO MÉRITO. VEDAÇÃO LEGAL. REQUISITO DE ADMISSIBILIDADE DESATENDIDO. SITUAÇÃO QUE IMPEDE O CONHECIMENTO DO MÉRITO. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso em razão da intempestividade. (Assinado digitalmente). Helton Carlos Praia de Lima. Presidente (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. – Relator Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima, Eduardo de Oliveira, Ricardo Magaldi Messetti, Oseas Coimbra Júnior, Amílcar Barca Teixeira Júnior, Gustavo Vettorato. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 05 0. 00 12 38 /2 00 9- 79 Fl. 120DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 18050.001238/200979 Acórdão n.º 2803004.106 S2TE03 Fl. 121 2 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra o Auto de Infração Obrigação Principal AIOP DEBCAD 37.196.1092, que objetiva o lançamento das contribuições sociais previdenciárias – parte patronal, decorrente da remuneração paga devida ou creditada aos trabalhadores da recorrente da categoria de empregados, conforme Relatório Fiscal do Auto de Infração – REFISC, de fls. 23 a 27, com período de apuração de 01/2004 a 12/2004, conforme Termo e Início de Ação Fiscal TIAF, de fls. 28 e 29. O sujeito passivo foi cientificado da autuação, em 30/01/2009, conforme Folha de Rosto do Auto de Infração de Obrigação Principal – AIOP, de fls. 01. O contribuinte apresentou sua defesa, em 17/02/2009, as fls. 52 a 55, acompanhada dos documentos, de fls. 56 a 78. A defesa foi considerada tempestiva, fls. 79 e 80. A empresa impugnante apresentou nova petição, as fls. 81 a 85, recebida, em 16/07/2009. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 1522.187 7ª, Turma DRJ/SDR, em 26/01/2010, fls. 86 a 93. No qual a impugnação foi considerada improcedente. O contribuinte tomou conhecimento desse decisório, em 09/12/2010, conforme AR, de fls. 93. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição com razões recursais, as fls. 95 a 98, recebido, em 12/01/2011, conforme carimbo de recepção, de fls. 95, acompanhado dos documentos, de fls. 99 a 108. As razões recursais não serão sumariadas, o que se explicará no voto. A autoridade preparadora não se manifestou quanto à tempestividade do recurso. Os autos subiram ao CARF, fls. 111. O sorteio e distribuição a esse conselheiro ocorreu, em 11/09/2014, Lote 05, conforme, fls. 119, numeração digital. É o Relatório. Fl. 121DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 18050.001238/200979 Acórdão n.º 2803004.106 S2TE03 Fl. 122 3 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é INTEMPESTIVO e considerando o não preenchimento do requisito de sua admissibilidade ele não merece ser apreciado em mérito. Verificase do AR, de fls. 93, que o contribuinte foi cientificado da decisão de primeiro grau, em 09/12/2010. Todavia, a peça recursal só foi aviada, em 12/01/2011, conforme carimbo de recepção, de fls. 95, não havendo nenhuma ressalva quanto aos termos inicial e final da contagem do prazo recursal. Assim sendo, verificase que o recurso foi interposto além do trintídio legal, o que inviabiliza o seu conhecimento, essa foi a razão pela qual as alegações recursais não foram sumariadas. CONCLUSÃO: Pelo exposto voto por não conhecer do recurso, em razão de sua intempestividade. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 16/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/03/2015 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 16/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10814.005790/2001-98
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2009
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Data do fato gerador: 08/06/2000
Isenção de Caráter Subjetivo.
Exigências.
Na vigência da Lei tf 9.069, de 1995, o reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa fisica ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Não comprovada tal regularidade, afasta-se o beneficio.
Momento do Reconhecimento
Em consonância com o art. 179 do CTN, a isenção em caráter especial é reconhecida a cada fato gerador, mediante quiescência da autoridade tributária competente.
RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO.
Numero da decisão: 3201-000.002
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário.
Vencidos os Conselheiros Nilton Luiz Bartoli, Relator, Heroldes Bahr Neto, Vanessa Albuquerque Valente e Nanci Gama, que deram provimento. Designado para redigir o voto o
Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro.
Matéria: II/IE/IPI- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Nilton Luiz Bartoli
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Recorrida DRJ-SÃO PAULO/SP • ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 08/06/2000 Isenção de Caráter Subjetivo. Exigências. Na vigência da Lei tf 9.069, de 1995, o reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa fisica ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais. Não comprovada tal regularidade, afasta-se o beneficio. Momento do Reconhecimento Em consonância com o art. 179 do CTN, a isenção em caráter especial é reconhecida a cada fato gerador, mediante aquiescência da autoridade tributária competente. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2' Câmara / V' Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, pelo voto de qualidade, negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Nilton Luiz Bartoli, Relator, Heroldes Bahr Neto, Vanessa Albuquerque Valente e Nanci Gama, que deram provimento. Designado para redigir o voto o Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. j%\> ! 0); Processo 10814.005790/2001-98 S3-C21.1 Acórdflo n.^ 3201-90.002 Fl. 160 .• L - • • • LO GUERRA DE CASTRO Presidente e Redator designado Participaram, ainda, do presente julgamento os Conselheiros Celso Lopes Pereira Neto e Irene Souza da Trindade Torres. 2 Processo 11" 10814.005790/2001-98 53-C2T1 Aciwtiflo n." 3201-00.002 Fl. 161 Relatório Trata-se de Pedido de Restituição (fls. 02/03), oriundo de requisição de cancelamento de declaração de importação (DI 00/0515383-7, registrada em 08/06/2000), em conformidade ao beneficio fiscal concedido pelas MPs n's. 1939-24/00, 2068-37/00 e 2068- 38/01, convertidas na Lei n" 10.182/0 1. A referida lei prevê a redução em 40% do imposto de importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi- acabados, e pneumáticos, destinados à indústria automobilística. Requer o contribuinte o reconhecimento do direito creditório, de acordo com a IN SRF n°34/98. Instrui o pedido os documentos de fls. 04 a 54, dentre esses: Pedido de Cancelamento de Declaração de Importação e Reconhecimento de Direito de Crédito (fls. 04/ 05); memorial de cálculos do imposto a restituir (fls. 06/07); Declaração de Importação n" 00/0515383-7, de 08/06/00 (fls. 08 a 28); comprovante de pagamento do imposto (fl. 29/30); Comprovante de Importação (fl. 31); DIPJ/2000 (fl. 32); Certidão Positiva de Tributos e Contribuições Federais, com Efeitos de Negativa (fl. 33/34); Certidão Negativa de Débitos expedida pelo INSS (fl. 35); Procuração (fl. 36); documentação pessoal do procurador (fl. 37) e Contrato Social (fls. 38/54). Dando prosseguimento ao feito, foi expedido despacho pelo Sr. Supervisor do Grupo de Fiscalização de Operações de Comércio Exterior- GF10EX (fl. 60), cujo teor segue: "Trata-se de solicitação de restituição de Imposto de Importação. Segundo o Parecer COSIT n" 47, de 17/11/2003 (Ementa abaixo tmnscrila), que reformou o entendimento do Parecer CST/DAA n" 1965, de 18/07/1980, o II não comporta transferência do respecitvo encargo financeiro. Ementa: IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ART. 166 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL. INAPLICABILIDADE. O imposto de Importação não se constitui tributo que, por sua natureza, comporta transferência do respectivo encargo financeiro. O sujeito passivo do Imposto de Importação não necessita comprovar à Secretária da Receita Federal que não repassou seu encargo financeiro a terceira pessoa para ter direito à restituição do imposto pago indevidamente ou em valor maior que o devido. Reforma do Parecer CST/DAA 1.965, de 18 de julho de 1980. Dispositivos Legais: Lei n°5.172, de 996, art. 66. Isto posto, proponho o encaminhamento deste PAF à ALE/AISP/SP para prosseguimento." Processo n" 10814.005790/2001-98 S3-C2TI Acórdão n." 3201-00.002 Pl. 162 Após, foi proferido o Despacho Decisório (fls. 66/68), cuja ementa segue: "Assunto: Pedido de Restituição de Imposto sobre a Importação com base na Medida Provisória 1939-24 de 06/01/00. Ementa: Pedido de restituição formulado por pessoa que não possui poderes para representar o requerente. Pedido Indeferido. Dispositivos Legais: artigo 165 do CTN- Lei ri° 5.172/966; Lei n" 8.212/91; Lei n°9.069/95; Decreto n°646/92; IN SRF N°21/1997; 1NSRF n°98/97; IN SRF n°34/1998; IN SRF n" 600/2005." Ciente do indeferimento (AR — fl. 70), o contribuinte apresentou tempestiva Manifestação de Inconformidade (fls. 86/90), na qual aduz em síntese: i. O procurador habilitado nos autos tem poderes para ratificar os atos do gerente da Impugnante; ii. A empresa tem habilitação específica no Siscomex para usufruir dos beneficios do regime automotivo previsto na Lei n° 10.182/2001; iii. Junta aos autos a certidão negativa do INSS, vigente à época da D1, não possuindo em seus arquivos a certidão negativa expedida pela PGFN; - iv. A exigência de tais documentos é descabida, haja vista que a IN 34/98 vigente à época do pedido de restituição não os exige, assim como as pessoas previamente habilitadas no regime automotivo estão eximidas de mencionada exigência; v. O presente caso trata-se de isenção objetiva, não condicionada a apresentação de qualquer certidão negativa. Por todo exposto, requer a reforma do despacho decisório ora atacado, para que seja finalmente concedida a restituição do Imposto de Importação pleiteado. •Às fls. 91/93, o contribuinte colaciona Declaração expedida pela Siscomex e certidão negativa de débito perante o INSS. Remetidos os autos à Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo 11- SP, foi indeferida a solicitação do contribuinte (fls. 99/112), nos termos da seguinte ementa: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 08/06/2000 Processo ci" 10814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acórdão ft' 3201-00.002 Fl. 163 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DE IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO. ALEGAÇÃO DE RECOLHIMENTO A MAIOR POR NÃO UTILIZAÇÃO DE REDUÇÃO PREVISTA NA LEI 10.182/20001 (REGIME AUTOMOTIVO). NÃO RECONHECIDO O DIREITO CREDITORIO TENDO EM VISTA A NÃO COMPROVAÇÃO DE REGULARIDADE QUANDO AOS TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES FEDERAIS À EPOCA DO FATO GERADOR. Conforme art. 165 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional), cabe restituição de tributos recolhidos indevidamente ou a maior que devido. Não caracterizado o recolhimento como indevido ou a maior que o devido. Não caracterizado o recolhimento como indevido ou a maior que o devido, não cabe a restituição do mesmo ao sujeito passivo. APRESENTAÇÃO DE CNDs POR OCASIÃO DO DESPACHO ADUANEIRO DE MERCADORIA BENEFICIADA POR ISENÇÃO / REDUÇÃO DE CARÁTER SUBJETIVO OU MISTO. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal de caráter subjetivo (vinculado à qualidade do importador) ou misto (vinculado tanto à qualidade e destinação da mercadoria quanto à qualidade do importador), relativos a tributos e contribuições administrados pela Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa fisica ou jurídica, da quitação de tributos e contribuições federais, sendo aplicável o disposto no artigo 60 da Lei ri° 9.069, de 29 de junho de 1995. Solicitação Indeferida." Ciente da decisão (AR — fl. 115), o contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls.1 I 6/121), no qual reitera os argumentos anteriores e acrescenta que: Preliminarmente: Processo ri I 0814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acórdão n.' 3201-00.002 Fl. 164 1. o prosseguimento do feito foi condicionado ao arrolamento de bens e direitos ou depósito equivalente a 30% da exigência fiscal, conforme disposto no art. 32, da Lei if 10.522/02 convertida pelo art. 33, §2", do Decreto n" 70.235/72; ii. é de tamanha importância incluir que a própria SRF, por meio de orientação emanada do CORAT, advertiu as suas respectivas unidades para que deixem de exigir o arrolamento de bens e direitos ou o • depósito do contribuinte corno condição de admissibilidade do Recurso Voluntário, em consonância a Ação Direta de Inconstituicionalidade - AD In n" 1976/ DF; iii. logo, a partir de 10/04/2007, o arrolamento de bens e direito ou depósito deixou de ser condição para a admissibilidade do Recurso Voluntário, consubstanciando-se no prosseguimento regular do feito. Mérito.. i. a r. Decisão proferida pela DRJ, vinculou a fruição do beneficio à apresentação das certidões referentes à época do fato gerador, fornecidas pelos órgãos competentes; ii. ressalva-se que a época dos fatos, foi colacionada a certidão negativa emitida pelo INSS, sendo inclusive tal procedimento reconhecido pela DRJ; iii. ao contrário do ácordão em questão, em nenhum momento houve confirmação por parte da Recorrente de que essa não possuía a Certidão Negativa da Procuradoria Geral da Fazenda (PGFN); iv. o que foi informado é que, em virtude do tempo transcorrido, a localização Fisica do documento demandaria tempo; v. para ter direito a mencionado beneficio, a lei que o institui não exige apresentação de certidões, mas sim, a prévia habilitação no Siscomex; • vi. mesmo não concordando com o entendimento da DRJ, a Recorrente localizou a certidão que comprova sua regularidade com os 0 Processo o" 10814.005790/2001-98 s3-c2'r1 Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 165 pagamentos de tributos e contribuições federais administrados pela SRF. Requer por fim, o integral provimento de seu Recurso Voluntário, para que seja concedida a restituição do Imposto de Importação pleiteado, visto que na Lei n" 10.182/2001 não exige a apresentação de nenhuma Certidão Negativa e a juntada da Certidão anexa comprova cabalmente que a Recorrente estava em regularidade com o pagamento de tributos e contribuições federais. Anexa ao seu recurso os documentos de fls. 122 a 155, dentre eles: certidão positiva de tributos e contribuições federais administrados pela SRF, com efeitos de negativa. Os autos foram distribuídos a este Conselheiro, em um volume, constando numeração até à fl. 158, última. Desnecessário o encaminhamento do processo à Procuradoria da Fazenda Nacional para ciência quanto ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, nos termos da Portaria MF n°314, de 25/08/99. É o relatório. • Processo n" I 08 I 4.005790/2001-98 53-C2T1 Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 166 • Voto Vencido Conselheiro NILTON LUIZ BARTOL1 - Relator Conheço do Recurso Voluntário interposto por ser tempestivo e conter matéria a ser apreciada por esse Ilustre Conselho. • Cinge-se a celeuma aqui instaurada acerca do Pedido de Restituição pleiteado pelo Recorrente, haja vista que esse requisitou o cancelamento da declaração de importação (Dl 00/0515383-7, re gistrada em 08/06/2000), objetivando a concessão de beneficio fiscal previsto pelas MPs n's. 1939-24/00, 2068-37/00 e 2068-38/01, convertidas na Lei n" I 0. I 82/01. A época dos fatos, o Recorrente quitou integralmente a exação. Ocorre que a referida lei prevê a redução em 40% do imposto de importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi-acabados, e pneumáticos, destinados ao setor automobilístico. Instaurado o processo administrativo para análise do pedido em comento, esse restou indeferido, uma vez que a r. Decisão da DRJ entendeu que, para concessão de beneficios, o contribuinte deve provar sua regularidade com o fisco mediante apresentação de certidões, nos termos do art. 60, da Lei n" 9.069/95. Por outro lado, aduz o Recorrente que a Lei n" 10.182/2001 ao prever tal beneficio, somente exigiu a comprovação de habilitação específica no Sistema Integrado de Comércio Exterior — SISCOMEX, sendo arbitrária a exigência das mencionadas certidões. Mesmo irresignado com a argumentação fiscal, junta às fis. 33/35 e 155, cópias das certidões emitidas pelo INSS e pela Secretaria da Receita Federal. Feito o breve relato dos fatos, passo ao julgamento. Preceitua o CTN em seu artigo 175, inciso I: "Art. /75— Excluem o crédito tributário: 1— a isenção; • Sobre esse instituto, esclarece o Ilustre Professor Eduardo Marcial Ferreira Jardim, em sua obra 'Dicionário Jurídico Tributário, ed. Dialética, 6 0 ed., pg. 198: "Na esteira de Sainz de Btqatula, Becker e Souto Maior, abonada por outros festejados publicistas, entrevemos na isenção uma norma negativa que inibe a incidência da norma positiva. Por exemplo, quando o legislador qualifica como isento do imposto sobre a renda um dado fato jurídico, assim como o recebimento de aviso prévio, pago em dinheiro, em virtude de rescisão de contrato de trabalho, é de se notar que essa norma • obsta a incidência da norma de tributação. Essas ponderações, 84its Processo n" I 0814.005790/2001 -98 S3-C2T1 Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 167 debalde sucintas. revelam a imprecisão da doutrina bem comportada que, de firma equivocada, vê a isenção "1111L favor legal consistente na dispensa do pagamento do tributo devido. Seu conceito, sua natureza jurídica e seus efeitos são objeto de discussão ..• doutrinária há muito tempo. Para ilustrar, cito alguns entendimentos: 1) Isenção como um favor legal — sob o fulgor da doutrina tradicional, a isenção é entrevista como um favor legal consistente na dispensa do I pagamento do tributo devido. Corno expoentes dessa corrente destacam-se Rubens Gomes de Souza e Amílcar de Araújo Falcão. Para esses renomados juristas a isenção antessupõe a existência da obrigação, que é seguida pela exoneração do dever juridico consubstanciado em promover o recolhimento do tributo; 2) Teoria de Alfredo Augusto Becker — o espírito arguto e agudo de Becker apontou os equívocos contidos na doutrina clássica. Nesse sentido observou que a lógica da definição tradicional descansa tão- . somente no plano pré-jurídico. Inspirado na elaboração de Pontes de Miranda no tangente à classificação das normas jurídicas (juridicizantes, desjuridicizantes e não juridicizantes), o festejado jurista assinalou que, na verdade ; a isenção não é precedida por uma relação jurídica anterior, máxima porque não se situa ela no feixe de normas desjuridicizantes. Daí emergir a sutil conclusão: a regra jurídica isencional consiste na formulação negativa da regra estabelecedora de tributação. 3) Teoria de Paulo de Barros Carvalho — o consagrado jurista versou o assunto com sua proverbial mestria e alvidez. Sua proposta consiste basicamente em reconhecer na isenção urna regra que investe contra um ou mais critérios da norma-matriz de incidência ; mutilando-as parcialmente. Justificando a relatividade da mutilação da norma, aduz 1 que a supressão não poderia ser total, sob pena de destruir a própria regra-padrão de incidência. Para ilustrar a proposta alude à isenção do imposto sobre a renda com relação aos funcionários de carreira diplomática. Mostra ; então, que .• ,819 Processo n" I 0814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acórcliio n." 3201-00.002 Fl. I 68 nesse caso a regra de incidência vai de encontro ao critério pessoal do consequente da norma, substraindo da raia de incidência apenas aquela classe de pessoas, remanescendo, contudo, a intagibilidade da norma- matriz para os demais domínios da sujeição passiva. 4) Isenção e igualdade — Alberto Xavier assinala que a isenção não atrita o princípio da igualdade ou da capacidade contributiva, pois pressupõe tratamento diferençado a pessoas reveladoras de igual capacidade contributiva, mas com desigual aptidão para realizar desígnos econômicos c sociais qualificados como relevantes no ordenamento jurídico. Em sentido oposto, a Constituição do México chega ao extremo de proibir as isenções. 5) Exclusão ou 'esenzione secondo la ,fattispécie s — a primeira expressão é adotada, por vezes, pelo legislador pátrio, enquanto a segunda é predicada por Albert Hensel ao categorizar um dado tipo de isenção, ou seja, aquela que reduz o campo de abrangência do fato gerador, alcançando determinado número de situações e não a generalidade originalmente inerente ao mencionado fato jurídico. Em veras, Paulo de Barros Carvalho explica bem o assunto, ao dizer que o caso vertente cogita a regra isencional que desqualifica um critério da norma-matriz, qual seja, o verbo da hipótese de incidência. Nessa esteira, independentemente da corrente adotada, observaremos a ocorrência do mesmo fenômeno: o encontro de normas jurídicas onde, de um lado, temos a regra matriz de incidência; noutra, a regra de isenção, que irá mutilar um dos critérios dessa norma jurídica tributária. Logo, temos duas espécies de isenção: a total e a parcial. Na total, temos' a substração do campo de abrangência do critério da consequência, enquanto na parcial, há a redução da base de cálculo ou da alíquota, sem anular a abrangência da regra-matriz. Traz ainda o artigo 176 do CTN:. "Art. 176 — A isenção, ainda quando prevista em contrato, é sempre decorrente de lei que especifique as condições e requisitos exigidos para a sua concessão, os tributos a que se aplica e, sendo caso, o prazo de sua duração." A isenção tem por fonte a lei (art. 150, §6°, CF), criada pela pessoa política competente para instituir o tributo cuja exoneração se trate, devendo ser fundada em razões de 6710 Processo n" I 08 I 4.005790/200 I -98 S3-C2T1 Acórckio n. 3201-00.002 Fl, 169 interesse público, sob pena de vulnerar o principio da isonomia e mais especialmente, o princípio da generalidade da tributação. Além disso, a lei de isenção deve identificar precisamente o tributo a que se refere e as condições necessárias à sua fruição. Outro ponto a ser observado é que esse beneficio pode ser concedido em caráter geral, cabendo ao agente público competente apreciar o preenchimento dos requisitos básicos dessa lei ou, em alguns casos, o interessado deverá requerer e provar seu enquadramento nos pressupostos legais. Nesse ínterim, traz a doutrina: "A isenção pode ser concedida em caráter geral. Nesse caso, o beneficio aproveita aos seus destinatários independentemente de qualquer decisão prévia de autoridade . fiscal. Se a isenção abrange, por exemplo, o MI incidente sobre determinado produto industrializado, MIO há necessidade de que o sujeito passivo requeira à autoridade administrativa o reconhecimento da isenção. Poderá deixar de recolher o tributo a cada operação envolvendo aquele determinado produto. Todavia, se a isenção exigir, para que opere, o atendimento de determinadas exigências por parte do sujeito passivo (como isenção de imposto de renda ou IPI a quem realize investimentos em tecnologia, por exemplo), o deferimento do beneficio poderá ficar condicionado ao prévio exame, pela, admints.trativa, do adimplemento dessas condições. exatamente isso o que se acha previsto pelo capta do art. 179 do CTIV." (Anotações ao Código Tributário Nacional, Pedro Roberto Decomain. Ed Saraiva, pg. 695/696). No processo ora discutido, o Recorrente requer o reconhecimento de seu direito creditório, embasada no beneficio fiscal concedido pelas MP 1939-24, de 06/01/00, MP 2068-37, de 27/12/00, MP 2068-38, de 25/01/01, convertida na Lei n" 10.182, de 12/12/2001, que dispõe em seus artigos 5°e 6": "Art. 5' - Fica reduzido em quarenta por cento o imposto incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi-acabados, e pneumáticos. §I" - O disposto no capta aplica-se exclusivamente às importações destinadas aos processos produtivos das empresas 1170P71(1ilOPCIS e dos fabricantes de: I — veículos leves: automóveis e comerciais leves; II — ónibus; III — caminhões: IV — reboques e semi-reboques: V — chassis com motor: 4 Processo n" 10814.005790/2001-98 53-C2T1 Acórdão n 3201-00.002 Fl. 170 Vi — carrocerias; VII — tratores rodoviários para semi-reboques; VIII — tratores agrícolas e colheitadeiras; IX — máquinas rodoviárias: e • X — autopeças, componentes, conjuntos e subconjuntos necesssá rios à produção dos veículos listados nos incisos I a X incluídos os destinados ao mercado de reposição." "Art. 6"- A fruição da redução do imposto de importação de que trata esta Lei depende da habilitação específica no Sistema Integrado de Comércio Exterior — SISCOMEX Parágrafo ánico - A solicitação de habilitação será .feita ~diante petição dirigida à Secretaira de Comércio Exterior do Ministério de Desenvolvimento. Indústria e Comércio Exterior, contendo: — comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais, — cópia autenticada do cartão de inscrição no Cadastro • Nacional de Pessoa Jurídica; Iii — comprovação, exclusivamente para as empresas fabricantes dos produtos relacionados 170 inciso X do §I° do artigo anterior, de que mais de cinquenta por cento do seu ,faturan?ento liquido anual é decorrente da venda desses produtos. destinados à montagem e fabricação dos produtos relacionados nos inciso 1(1 X do citado , 1°e ao mercado de reposição." A época dos fatos, o Recorrente recolheu integralmente a exação, e agora requer a restituição do valor pago a mais, haja vista que a lei em comento instituiu uma isenção parcial, modificando a regra-matriz de incidência no que tange ao seu critério quantitativo, qual seja, a base de cálculo. Todavia, a DRJ ao analisar o pedido em tela o indeferiu, sob a argumentação de que o Recorrente devera apresentar certidões que comprovassem sua regularidade perante o Fisco. Não assiste razão a fiscalização, conforme motivos a seguir expostos. Como dito anteriormente, a isenção, por ser uma causa excludente do crédito tributário, independentemente de ser total ou parcial, deve ser oriunda de lei, sendo suas condições e requisitos nela previstas para sua concessão, assim como estar expressamente • disposta a exação a que se aplica, podendo ter caráter geral ou individual. No caso dos autos temos: d712 Processou" 10814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acórdiin n." 3201-00.002 Fl. 171 isenção parcial — redução em 40% do imposto de importação incidente na importação de partes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi-acabados, e pneumáticos; oriunda de lei — após a reedição de várias Medidas Provisórias, esse beneficio foi convertido na Lei n° 10.182/2001; iii. condições e requisitos para sua concessão: 1. realizar importações destinadas aos processos produtivos das empresas montadoras -e fabricantes de veictdos leves, ônibus, caminhões, reboques e semi-reboques, chassis co,,? motor, carro cerias, tratores rodoviários, tratores agrícolas e colheiladeiras, máquinas rodoviárias e autopeças: de acordo com a cláusula segunda do contrato social da Recorrente às tls. 40, sua atividade emprçsarial consiste em realizar 'a pesquisa, a produção, o comércio, a importação e a exportação de aparelhos de mediação, controle e 1 comando em geral, de instrumento de precisão, sobretudo daqueles destinados ao setor automobilístico, de transporte industrial; 2. ter habilitação específica no Sistema Inteerado de Comércio Exterior — S1SCOMEX: mencionado documento está acostado às fls. 92, trazendo em sua bojo: "Referimo-nos d correspondência s/n", de 14/10/2004, protocolada neste Departamento sob o n" 021644, em 27/10/2004, e documentação complementar apresentada em 06/12/2004, a propósito das datas de habilitação de duas unidades dessa empresa no Sistema Integrado de Comércio Exterior — SISCOMEX para fins • de fruição do beneficio instituído pelo art. 5" da Medida Provisória n" 1939-24, de 06/01/2000, sucessivamente reeditado e convalidade até sua posterior conversão na Lei n°10.182, de 12/02/2001. A ene respeito, exclusivamente para atender as exigências no âmbito da Secretaria da Receita Federal, informamos que a empresa Siemens VDO Automotive Ltda., por intermédio de suas Processo n° 10814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 172 unidades registradas no CNPJ sob os trs 48.754.139/0001-57 e 48.754.139/0008-23, foi, em 18/01/2000 e 27/12/2001, respectivamente, habilitada no S1SCOMEX, nos termos dos disposti vos legais vigentes à época das habilitações (MP n" 1939- 24/00 e Lei n" 10.192/01). 11 ; (grifo nosso) Para ter a habilitação especifica acima, o interessado deveria apresentar perante aquele órgão: comprovação de regularidade com o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais, cópia autenticada do cartão de CNP' e comprovação do .faturamento liquido anual decorrente de vendas desses produtos (para as empresas fabricantes); 4. tributos a que se refere: imposto de importação; 5. caráter geral. Da análise da documentação acostada aos autos, indaga-se: se para ser expedida a habilitação especifica para uso dessa isenção parcial era necessário a comprovação da regularidade do contribuinte perante o fisco. Qual a razão de ser requisitado ao Recorrente o cumprimento da mesma condição, sem previsão legal na norma que instituiu o beneficio fiscal? A lei que prevê a isenção em tela é clara quanto aos requisitos e condições para sua concessão. Urna vez cumpridos tais requisitos, face seu caráter geral, nasce o direito a usufrui-la de forma incontestável àqueles que foram acobertados por ela. Repiso: como pode a fiscalização tolhi- o direito do Recorrente embasado numa condição não prevista na norma que a instituiu? • Para reforçar mencionado argumento, relembro o artigo 111 do CTN: "Art. Iii - Interpreta-se literalmente a legislação tributária que disponha sobre: 1— suspensão ou exclusão do crédito tributário: II — outorga de isenção,'" Para elucidação, cito os comentários acerca do tema explanados pelo Ilustre Jurista, Dr. Sérgio Feltrin Corrêa, 'Código Tributário Nacional Comentado', ed. RT, 4 a ed., p. 568: "Ao intérprete, aqui, não se dá qualquer outra possibilidade, se não a de buscar o significado literal da legislação tributária que diga respeito à suspensão ou exclusão do crédito tributário, outorga de isenção ou dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Processo e' 10814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acórdão o•" 3201-00.002 1-3, 173 Essa rigidez, por certo, vincula-se à circunstância de o elenco versado ao longo dos três incisos dizer respeito a matérias de cunho excepcional. Ainda que a leitura do texto legal acabe propiciando não apenas uma interpretação, e sendo estas lógicas. a teor do art. 111 prevalecente haverà de ser aquela que mais adequado relacionamento guarde com a interpretação literal." E traz a jurisprudência: -TRIBUTÁRIO — ISENÇÃO — INTERPRETAÇÃO LITERAL. O art. I I I, II, do CTN proíbe que o intérprete amplie os casos de isenção, .yem impedir, todavia, que ele desvele o real significado da norma. Recurso Especial provido.- (STJ, Resp 98.809/SP, rel. Min. Ari Pargendler, j. 23/06/1998, v.u., MU 10/08/1998,». 49). "A isenção é avessa às interpretações ampliativas, não se acomodando à .filiação analógica (art. 111, II, CTN). (RSTI 6I/374).'' "TRIBUTÁRIO — ANISTIA - DECRETO-LEI N" 2303/86. ART. 18 — A recomendação de interpretar restritivamente as concessões de isenção e anistia não vai ao ponto de discriminar entre situações não discriminadas pela lei, como anistiar os que não decair= bens adquiridos anteriormente, deixando de fazê- lo em relação aos que declararam. (ESTI 6/285) "A isenção do AFRMM somente decorre de dispositivo expresso de lei, sendo descabida a interpretação ampliativa e analógica, vedada pelo artigo 111 do CTN". (RSTJ 61/382) Face o exposto, conheço do Recurso e a ele DOU PROVIMENTO, a tini de se reconhecer o direito de restituição pleiteado pelo Recorrente. Sala das Sessões, em 25 de m de 2009. a-oc.0-9e,ART ator 4. Processo n" I 0814.005790/2001-98 S3-C2TI Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 174 Voto Vencedor Conselheiro LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO — Redator Designado Reconhecendo a ponderação com que os argumentos do i. relator, desde já pedindo a devida venia, entendo que o recurso não deva ser provido. Com efeito, o ponto fulcral do litígio, corno se percebe da leitura da ementa da decisão recorrida é definir se, no momento do reconhecimento da isenção, o sujeito passivo reunia as condições exigidas pela legislação de regência. Para se chegar a tal definição é necessário que se responda a duas indagações: se o art. 60 da Lei n" 9.069/95 1 incide sobre a modalidade de isenção debatida e, caso incida, em qual momento se dá o reconhecimento da isenção de caráter subjetivo. Definido tal momento, define-se, por consequencia, quando o sujeito passivo deverá comprovar a quitação dos tributos federais. A redução em litígio encontra-se prevista no art. 5" da Lei n" 10.181, de 2001, que criou o que se convencionou denominar "Novo Regime Automotivo", em substituição àquele disciplinado pela Lei n° 9.449, de 1997, transcrevo-os: Art. 5° Fica reduzido em quarenta por cento o imposto de importação incidente na importação de panes, peças, componentes, conjuntos e subconjuntos, acabados e semi- acabados, e pneumáticos. §1'0 disposto no caput aplica-se exclusivamente às importações destinadas aos processos produtivos das empresas montadoras e dos fabricantes de: X- autopeças, componentes, conjuntos e subconjuntos necessários à produção dos veículos listados nos incisos I a IX incluídos os destinados ao mercado de reposição. §2'0 disposto nos arts. 17 e 18 do Decreto-Lei ti 37, de 18 de novembro de 1966, e no Decreto-Lei ti2 666, de 2 de julho de 1969, não se aplica aos produtos importados nos termos deste artigo, objeto de declarações de importações registradas a partir de 7 de janeiro de 2000. O parágrafo 2" acima transcrito, a meu ver, enumera taxativamente quais sãos as condições de caráter geral excepcionadas pela norma que disciplina especificamente os Art. 60. A concessão ou reconhecimento de qualquer incentivo ou beneficio fiscal, relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal fica condicionada à comprovação pelo contribuinte, pessoa fisica ou juridica, da quitação de tributos e contribuições federais. ey Processo n" 108 I 4(105790/2001-98 53-C2T1 Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 175 beneficios do Novo Regime Automotivo: exame de similaridade (art. 17 e 18 do DL n" 37/66) 2 e transporte em navio de bandeira brasileira (art. 2° do DL n° 666/69)3: As demais condições, dentre as quais a regularidade no pagamento dos tributos e contribuições, não foram excepcionadas e, como tal, devem ser cumpridas. Subsistiria, portanto, dúvida acerca do momento em que o beneficio é reconhecido, máxime em razão de que, a lei que o instituiu prevê a realização de um procedimento de habilitação prévia do importador, disciplinada no do seu art. 6", que reza: (os grifos não constam do original) Art.6" A fruição da redução do imposto de importação de que trata esta Lei depende de habilitação especifica no Sistema Integrado de Comércio Exterior - SISCOMEX. Parágrafo único.A solicitação de habilitação será feita mediante petição dirigida à Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, contendo: 1-comprovação de regularidade C0177 o pagamento de todos os tributos e contribuições sociais federais: H- cópia autenticada do cartãe; de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica; III - comprovação, exclusivamente para as empresas fabricantes dos produtos relacionados no inciso X do ,sç' do artigo anterior, de que mais de cinqüenta por cento do seu .faluramento liquido anual é decorrente da venda desses produtos, destinados à montagem e fabricação dos produtos relacionados nos incisos I a X do citado § ie ao mercado de reposição. Lembrar neste ponto que, no sentir da recorrente, teria sido comprovado, no momento defende justamente que, no momento da habilitação (18/01/2000) encontrar-se-ia satisfeita a exigência cujo descumprimento fundamentara o indeferimento do pedido por parte da autoridade de jurisdição do seu estabelecimento (certidão negativa referente à Divida Ativa da União). 2 Art. 17 - A isenção do impósto de importação somente beneficia produto sem similar nacional, em condições de substituir o importado. An. IR - O Conselho de Política Aduaneira formulará critérios, gerais ou específicos, para julgamento da similaridade, à vista das condições de oferta do produto nacional, e observadas as seguintes normas básicas: 3 Art 2" Será feito, obrigatoriamente, em navios de bandeira brasileira, respeitado o principio da reciprocidade, o transpone de mercadorias importadas por qualquer Órgão da administração pública federal, estadual e municipal, direta ou indireta inclusive emprêsas públicas e sociedades de economia mista, bem como as importadas com quaisquer favores governamentais c, ainda, as adquiridas com financiamento, total ou parcial, de estabelecimento oficial de crédito. assim também com financiamento externos, concedidos a órgãos da administração pública federal, direta ou indireta. 4600) 17 ..;> Processo n' 0814.00579012001-98 53-C2T1 Acórdão n." 3201-00.002 Fl. 176 • Para entender os efeitos da conclusão do procedimento realizado pela Secex, mais relevante do que o nome que lhe foi atribuído (habilitação) é preciso lembrar do que diz o art. 179 do Código Tributário Nacional (Lei n" 5.172/66): Art. 179. A isenção, quando não concedida em caráter geral, é efetivada, em cada' caso, por despacho da autoridade administrativa, em requerimento C0172 o qual o interessado faça prova do preenchimento das condições e do cumprimento dos requisitos previstos etn lei ou contrato para concessão. § 1" Tratando-se de tributo lançado por período certo de tempo, o despacho referido neste artigo será renovado antes da expiração de cada período, cessando automaticamente os seus efeitos a partir do primeiro dia do período para o qual o interessado deixar de promover a continuidade do reconhecimento da isenção. Cotejando as regras gizadas no art. 6° da lei n" 10.182/01 e o no art. 179 do CTN acima transcrito penso que, data venia, razão não assiste à recorrente. A meu ver o procedimento de habilitação acima descrito constitui-se mais uma exigência para reconhecimento da isenção e, não, corno alegado, o próprio reconhecimento do beneficio. Em primeiro lugar, a leitura do caput do art. 179, lido conjuntamente com seu parágrafo 1', deixa claro que a autoridade competente para reconhecimento do beneficio deve ser manifestar a cada fato gerador ou, tratando-se de tributo lançado por período certo, antes do encerramento de cada período. Ora, como é cediço, nos termos do art. 23 do DL 37/664 , para efeito de cálculo do imposto de importação incidente sobre mercadoria despachada para consumo, considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro da correspondente Dl. Ou seja, a cada fato gerador, impõe-se a manifestação da autoridade competente, ainda que se admita que a Secretaria de Comércio Exterior possuiria competência para conceder isenção, certamente a habilitação não preencheria a exigência do dispositivo insculpido no art. 179 do CTN. Como se percebe, a habilitação ocorre uma única vez. Finalmente, ainda que se considerasse que tal manifestação prévia equivaleria a ao despacho da autoridade que reconhece a isenção pleiteada, seria aplicável, ainda a regra insculpida no parágrafo 2' do art. 179, que, conjuntamente com o art. 155 do CTN rezam: § 2" O despacho referido neste artigo não gera direito • adquirido, aplicando-se, quando cabível, o disposto no artigo 155. Art. 155. A concessão da moratória em caráter individual não gera direito adquirido e será revogado de oficio, sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de satisfazer as condições ou não cumprira ou 4 Art. 23 - Quando se tratar de mercadoria despachada para consumo. considera-se ocorrido o fato gerador na data do registro, na repartição aduaneira, da declaração a que se refere o artigo 44. 13 Processo n" I 0814.005790/2001-98 S3-C2T1 Acárfflo n.° 3201-00.002 H. 177 deixou de cumprir os requisitos para a concessão do favor, cobrando-se o crédito acrescido de juros de mora: Ou seja, ainda que se considerasse que a isenção teria sido previamente concedida, verificado que a recorrente deixara de atender um dos requisitos para a sua concessão (ausência de divida para com a União), revogado estaria o beneficio. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 25 de março de 2009. a/0CW Â ELO GUERRA DE CASTRO - Redator designado Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1 _0000700.PDF Page 1 _0000800.PDF Page 1 _0000900.PDF Page 1 _0001000.PDF Page 1 _0001100.PDF Page 1 _0001200.PDF Page 1 _0001300.PDF Page 1 _0001400.PDF Page 1 _0001500.PDF Page 1 _0001600.PDF Page 1 _0001700.PDF Page 1 _0001800.PDF Page 1 _0001900.PDF Page 1
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Numero do processo: 13896.910082/2012-59
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Apr 01 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3801-000.882
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto.
(assinado digitalmente)
Flavio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1572; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE01 Fl. 11 1 10 S3TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13896.910082/201259 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3801000.882 – 1ª Turma Especial Data 28 de janeiro de 2015 Assunto Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS Recorrente JPTE ENGENHARIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do presente voto. (assinado digitalmente) Flavio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Paulo Sérgio Celani, Cassio Schappo, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Flávio de Castro Pontes. Relatório Tratase de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório eletronicamente emitido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil no Recife, por meio do RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 96 .9 10 08 2/ 20 12 -5 9 Fl. 287DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910082/201259 Resolução nº 3801000.882 S3TE01 Fl. 12 2 qual foi não homologada a Declaração de Compensação DCOMP em que é indicado suposto crédito a título de pagamento indevido ou a maior da COFINS. Por bem descrever os fatos, transcrevo o Relatório da DRJ de Recife: 2. A não homologação da compensação se deu porque, embora localizado supradito pagamento, ele fora integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação. 3. No recurso, a defendente alega que tem por objeto a prestação de serviços técnicos no ramo de engenharia e que tem como principal tomadora de serviços o Grupo PETROBRÁS, estando submetida ao pagamento, dentre outros tributos, da COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP, relativamente às quais as Leis nº 10.637/2002 e 10.833/2003 estabeleceram sistemática não cumulativa de pagamento, que consiste “em deduzir, dos débitos apurados de cada contribuição, os respectivos créditos admitidos na legislação”. 4. Transcreve a recorrente o art. 3º, da Lei nº 10.833/2003, que prevê a possibilidade de desconto de créditos da COFINS, e apresenta decisões administrativas e judiciais que tratam do conceito de insumos para fins de desconto de créditos desta contribuição, após o que assevera que, “fundamentada na legislação tributária e no entendimento dado pelos Tribunais Pátrios, em decorrência de recolhimentos realizados a maior no exercício de liquidação de sua carga tributária inerente às Contribuições Sociais em comento, razão pela qual requereuse a presente compensação administrativa”. 5. Diz ter cumprido todas as etapas legais estabelecidas e que preencheu todos os requisitos e que, desta forma, não haveria que se negar a homologação das compensações e muito menos ainda aplicar multa. 6. Argúi que a alegação do Despacho Decisório recorrido de que inexistiria crédito indicaria, de forma clara, erro no cruzamento de informações dos sistemas que impediu a identificação do crédito, que fala ser líquido e certo. 7. Menciona que, para sanar quaisquer dúvidas, apresenta Demonstrativo de Apuração das Contribuições Sociais – DACON e de Declaração de Débitos e Créditos – DCTF da DCOMP. 8. Ao final, diante das provas apresentadas, requereu o acolhimento da defesa e que seja julgada “improcedente a autuação e, em decorrência, cancelada a exigência”. 9. Dentre outros documentos, a contribuinte anexou aos presentes autos cópia de DACON retificadora e este. Analisando o caso, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Recife entendeu por bem julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade do contribuinte, ao Fl. 288DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910082/201259 Resolução nº 3801000.882 S3TE01 Fl. 13 3 argumento de que este não apresentou documentos que evidenciassem, de forma inequívoca, o direito ao pretendido indébito. Transcrevase a ementa da referida decisão: TRIBUTO. PAGAMENTO ESPONTÂNEO. RESTITUIÇÃO. RECONHECIMENTO. REQUISITOS. O reconhecimento do direito à restituição/compensação de tributo recolhido de acordo com confissão de dívida constante de DCTF ativa quando da emissão do Despacho Decisório que não homologa a compensação exige a comprovação, pelo sujeito passivo, de erro na confissão e de que o pagamento realizado foi indevido ou a maior que o devido em face da legislação aplicável ou das circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. DIREITO CREDITÓRIO. PROVAS. MOMENTO PARA APRESENTAÇÃO. Ressalvadas as hipóteses das alíneas “a” a “c”, do art. 16, do Decreto nº 70.235/72, as provas do direito creditório devem ser apresentadas por ocasião da interposição da Manifestação de Inconformidade, precluindo o direito de posterior juntada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Diante dessa decisão, o contribuinte apresentou seu Recurso Voluntário, alegando, em síntese, que não fora intimado para prestar qualquer esclarecimento ou apresentar documentação fiscal que atestassem a natureza e demonstrassem inequivocamente o seu crédito, tendo o seu pedido de compensação sido não homologado direto por meio de despacho eletrônico. Assim, juntou ao Recurso todos os documentos contábeis, fiscais, relatórios, planilhas demonstrativas, balancetes, que comprovam a natureza do crédito. Registrou também disponibilizar os documentos fiscais e contábeis, que poderão ser retirados a qualquer momento no arquivo central da empresa, em Barueri. Argumentou que o processo administrativo fiscal possui como princípio a verdade material e traz jurisprudência deste Conselho e do Poder Judiciário sobre a necessidade e importância de sua aplicação. É o relatório. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910082/201259 Resolução nº 3801000.882 S3TE01 Fl. 14 4 Voto Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Analisando os autos, entendo que no julgamento da Manifestação de Inconformidade apresentada pela Recorrente, a Delegacia de Julgamento de Recife poderia, de ofício, independentemente de requerimento expresso, ter realizado diligências para aferir autenticidade e correção dos créditos declarados pela Recorrente. Esta é a orientação do artigo 18 do Decreto 70.235/72. Confirase: Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) A ilação do citado dispositivo do Decreto que rege o processo administrativo é de que deve a Administração Pública se valer de todos os elementos possíveis para aferir a autenticidade das declarações dos contribuintes, o que, data venia, não foi feito no presente caso. Devese ressaltar, sobre o processo administrativo fiscal, que ele é delineado por diversos princípios, dentre os quais se destaca o da Verdade Material, cujo fundamento constitucional reside nos artigos 2º e 37 da Constituição Federal, no qual o julgador deve pautar suas decisões. Ou seja, o julgador deve perseguir a realidade dos fatos, para que não incorra em decisões injustas ou sem fundamento. Nesse sentido, são os ensinamentos do ilustre Professor James Marins: A exigência da verdade material corresponde à busca pela aproximação entre a realidade factual e sua representação formal; aproximação entre os eventos ocorridos na dinâmica econômica e o registro formal de sua existência; entre a materialidade do evento econômico (fato imponível) e sua formalidade através do lançamento tributário. A busca pela verdade material é princípio de observância indeclinável da Administração tributária no âmbito de suas atividades procedimentais e processuais. (grifouse). (MARINS, James. Direito Tributário brasileiro: (administrativo e judicial). 4. ed. São Paulo: Dialética, 2005. pág. 178 e 179.) No processo administrativo tributário, o julgador deve sempre buscar a verdade e, portanto, não pode basear sua decisão em apenas uma prova carreada nos autos. É permitido ao julgador administrativo, inclusive, ao contrário do que ocorre nos processos judiciais, não ficar restrito ao que foi alegado, trazido e provado pelas partes, devendo sempre buscar todos os elementos capazes de influir em seu convencimento. Isto porque, no processo administrativo não há a formação de uma lide propriamente dita, não há, em tese, um conflito de interesses. O objetivo é esclarecer a Fl. 290DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910082/201259 Resolução nº 3801000.882 S3TE01 Fl. 15 5 ocorrência dos fatos geradores de obrigação tributária, de modo a legitimar os atos da autoridade administrativa. Este Conselho, em reiteradas decisões, há muito se posiciona no sentido de que o processo administrativo, em especial o julgador, deve ter como norte a verdade material para solução da lide. Confirase: IPI. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. Nos termos do § 4º do artigo 16 do Decreto 70.235/72, é facultado ao sujeito passivo a apresentação de elementos probatórios na fase impugnatória. A não apreciação de documentos juntados aos autos ainda na fase de impugnação, antes, portanto, da decisão, fere o princípio da verdade material com ofensa ao princípio constitucional da ampla defesa. No processo administrativo predomina o princípio da verdade material, no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. Deve ser anulada decisão de primeira instância que deixa de reconhecer tal preceito. Processo anulado. (13896.000730/00 99, Recurso Voluntário n°. 132.865, ACÓRDÃO 20312338, Relator Dalton Cesar Cordeiro de Miranda) PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO PROVA MATERIAL APRESENTADA EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE PROCESSUAL E A BUSCA DA VERDADE MATERIAL A não apreciação de provas trazidas aos autos depois da impugnação e já na fase recursal, antes da decisão final administrativa, fere o princípio da instrumentalidade processual prevista no CPC e a busca da verdade material, que norteia o contencioso administrativo tributário. "No processo administrativo predomina o princípio da verdade material no sentido de que aí se busca descobrir se realmente ocorreu ou não o fato gerador, pois o que está em jogo é a legalidade da tributação. O importante é saber se o fato gerador ocorreu e se a obrigação teve seu nascimento". (Ac. 103 18789 3ª. Câmara 1º. C.C.). Precedente: Acórdão CSRF/0304.371 RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. (10950.002540/200565, Recurso Voluntário n°. 136.880, Acórdão 30239947, Relatora Judith do Amaral Marcondes) IRPJ PREJUÍZO FISCAL IRRF RESTITUIÇÃO DE SALDO NEGATIVO ERRO DE FATO NO PREENCHIMENTO DA DIPJ PREVALÊNCIA DA VERDADE MATERIAL Não procede o não reconhecimento de direito creditório relativo a IRRF que compõe saldo negativo de IRPJ, quando comprovado que a receita correspondente foi oferecida à tributação, ainda que em campo inadequado da declaração. Recurso provido. (Número do Recurso: 150652 Câmara: Quinta Câmara Número do Processo: 13877.000442/200269 – Recurso Voluntário: 28/02/2007) COMPENSAÇÃO ERRO NO PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO E/OU PEDIDO – Uma vez demonstrado o erro no preenchimento da declaração e/ou pedido, deve a verdade material prevalecer sobre a formal. Recurso Voluntário Provido. (Número do Recurso: 157222 Primeira Câmara Número do Fl. 291DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 13896.910082/201259 Resolução nº 3801000.882 S3TE01 Fl. 16 6 Processo:10768.100409/200368 – Recurso Voluntário: 27/06/2008 Acórdão 10196829). Assim, devem ser considerados, in casu, a DACON que foi retificada pelo Recorrente, que, a princípio, em uma análise superficial, demonstra créditos passíveis de compensação. Contudo, só através de diligência, que deverá ser realizada pela DRF de Recife, é que se poderá ter certeza de que os créditos utilizados são mesmo decorrentes de bens e serviços utilizados como insumos na sua prestação de serviços de engenharia e, em conseqüência, são passíveis de compensação, como pretendeu a Recorrente. Não se pode olvidar que consta anexada aos Autos, além da DACON retificada, balancete, documentação fiscal e contábil passível de verificação do direito creditório. Tal documentação, contudo, não foi considerada pela DRJ/Recife, sob a alegação de ter sido apresentada posteriormente ao indeferimento da compensação. Tendo em vista o acima exposto, voto por converter o julgamento em diligência à DRF de Recife para: 1. Apurar se, com base na documentação acostada aos autos, os valores dos créditos de bens e serviços utilizados como insumos na sua atividade declarado no DACON retificado estão corretos; 2. Caso se entenda que a documentação acostada aos autos não seja suficiente para a verificação dos créditos, intimar a empresa a apresentar documentos adicionais para esse fim específico, concedendolhe prazo para tal apresentação; 3. Intimar a empresa a se manifestar acerca da diligência realizada, se assim desejar, no prazo de trinta dias de sua ciência; 4. Retornar os presentes autos ao CARF para julgamento. Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Fl. 292DF CARF MF Impresso em 01/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 12/03/2015 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 31 /03/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10320.900654/2008-31
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2004
INTERPOSIÇÃO DE RECURSO. INTEMPESTIVIDADE. CONTENCIOSO NÃO INSTAURADO.
O prazo para interposição de recurso é de 30 (trinta) dias em conformidade com o disposto pelo art. 33 do Decreto nº 70.235/1972, constatado o decurso do prazo, impõe o não conhecimento.
Não instaura o contencioso a apresentação de recurso posteriormente ao prazo de 30 dias prescrito pelo caput do artigo 15 do Decreto no 70.235/72.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3802-004.099
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Mércia Helena Trajano Damorim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi. Ausentes justificadamente os Conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Solon Sehn.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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INTEMPESTIVIDADE. CONTENCIOSO NÃO INSTAURADO. O prazo para interposição de recurso é de 30 (trinta) dias em conformidade com o disposto pelo art. 33 do Decreto nº 70.235/1972, constatado o decurso do prazo, impõe o não conhecimento. Não instaura o contencioso a apresentação de recurso posteriormente ao prazo de 30 dias prescrito pelo caput do artigo 15 do Decreto no 70.235/72. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Mércia Helena Trajano Damorim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Francisco José Barroso Rios, Waldir Navarro Bezerra, Bruno Mauricio Macedo Curi. Ausentes justificadamente os Conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e Solon Sehn. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 32 0. 90 06 54 /2 00 8- 31 Fl. 104DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/03/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra Acórdão nº 0823.275, da 4ª Turma da DRJ/FOR (DRJ/Fortaleza CE fls. 58/62 do processo eletrônico), a qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade formalizada pela interessada em face da não homologação de compensação declarada em DECOMP, visando a restituição do crédito oriundo de pagamento indevido ou a maior a título de COFINS. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta contra Despacho Decisório nº 759930844, que não homologou a compensação declarada por meio do PER/DCOMP nº 11667.30970.151204.1.3.040349. 2. O pedido de compensação objetiva compensar com débito(s) fiscal(is) o alegado pagamento a maior de Cofins, referente ao mês de junho de 2004 e efetuado em 15.07.2004. O Despacho Decisório considerou improcedente o crédito informado no PER/DCOMP, à luz da seguinte fundamentação (fls 42/44): “Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 69.760,91. A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. 3. O referido decisório está arrimado no seguinte enquadramento legal: arts. 165 e 170 da Lei 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); art. 74 da Lei n.º 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 4. Cientificado da decisão em 26.05.2008 (fl 45), o interessado apresentou Manifestação de Inconformidade em 25.06.2008 (fls 3/7), instruída com os documentos de fls 10/25, requerendo a homologação da compensação pleiteada com crédito oriundo de pagamento a maior de Cofins, configurado a partir da retificação da DCTF, apresentada após tomar ciência do Despacho Decisório. A retificação foi motivada por equívoco no preenchimento da DCTF original. Os argumentos aduzidos pela Recorrente, no entanto, não foram totalmente acolhidos pela primeira instância de julgamento administrativo fiscal, conforme ementa do Acórdão abaixo transcrito: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 DCTF. RETIFICAÇÃO. DECISÓRIO. ESPONTANEIDADE. REDUÇÃO DE TRIBUTO. CONFIGURAÇÃO DE PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/03/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 10320.900654/200831 Acórdão n.º 3802004.099 S3TE02 Fl. 105 3 É legítima a declaração retificadora que reduzir ou excluir tributo se apresentada por contribuinte em espontaneidade legal. No entanto, para que se atribua eficácia às informações nela contidas, especificamente em relação àquelas que suportam a caracterização do pagamento a maior ou indevido de tributo, é mister que a retificadora tenha sido entregue antes do decisório. Se entregue depois, incumbe ao contribuinte o ônus de comprovar o seu direito creditório mediante a juntada, com a manifestação de inconformidade, não somente da declaração retificadora, mas também de documentos que fundamentam a retificação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A ciência da decisão que indeferiu o pedido da Recorrente ocorreu em uma sexta feira, 26/10/2012 (fl. 65 – despacho da Unidade preparadora e às fl. 66, cópia do AR). Inconformada, a mesma apresentou em 28/11/2012 (protocolo às fl. 70), o Recurso Voluntário (fls. 70/75), onde se insurge contra o indeferimento de seu pleito, e que considerando os argumentos apresentados requer que seja dado provimento ao seu recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra – Relator Da Admissibilidade do Recurso Cabe inicialmente verificar se foi atendido os pressupostos de admissibilidade, no caso concreto a tempestividade. Examinandose os autos, constatase que a ciência do Acórdão recorrido se deu em uma sexta feira, 26/10/2012 (fl. 65 – despacho da Unidade preparadora e fl. 66, cópia do AR). Assim, contase o prazo, prorrogado, a partir de segunda feira, 29 de outubro, 30 (trinta) dias. Portanto, concluise que o prazo findo para apresentação do recurso ocorreu em 27 de novembro de 2012. Porém, a petição de recurso voluntário só foi apresentada em 28/11/2012, quarta feira (conforme carimbo de protocolo às fls. 70), portanto, posteriormente ao prazo de 30 dias de que dispõe o sujeito passivo para formalizar sua contestação, tanto na primeira quanto na segunda instância de julgamento, nos termos dos artigos 15 e 33 do Decreto n° 70.235/72, abaixo transcritos: Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador Fl. 106DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/03/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...] SEÇÃO VI Do Julgamento em Primeira Instância [...] Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Como visto, notase que, no caso, a interposição do recurso aconteceu após o lapso temporal trintídio. Desta forma, o prazo de que trata o dispositivo acima referenciado, além de peremptório, ou seja, improrrogável, é também preclusivo, tendo, portanto, natureza decadencial, posto que findo o mesmo não mais se torna possível a prática de atos posteriores. Logo, no caso presente, não há como se conhecer do recurso, uma vez que não houve a apresentação do mesmo no prazo legal, o que impede o conhecimento da peça contestatória na presente instância. Conclusão Diante de todo o exposto, voto para não conhecer do recurso interposto pelo sujeito passivo. Sala de Sessões, em 25 de fevereiro de 2015. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 107DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 02/03/20 15 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 06/03/2015 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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Numero do processo: 11516.723200/2012-92
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 12 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 19 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010
CONCOMITÂNCIA. SÚMULA 01 DO CARF.
Não deve ser reconhecido o recurso voluntário na parte que trata de mesma matéria discutida no judiciário.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2803-004.102
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Relator, em razão da concomitância de instância
(assinatura digital)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente
(assinatura digital)
Ricardo Magaldi Messetti - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Ricardo Magaldi Messetti, Amilcar Barca Teixeira Junior, Oseas Coimbra Junior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira
Nome do relator: RICARDO MAGALDI MESSETTI
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SÚMULA 01 DO CARF. Não deve ser reconhecido o recurso voluntário na parte que trata de mesma matéria discutida no judiciário. Recurso Voluntário Não Conhecido Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Relator, em razão da concomitância de instância (assinatura digital) Helton Carlos Praia de Lima Presidente (assinatura digital) Ricardo Magaldi Messetti Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Ricardo Magaldi Messetti, Amilcar Barca Teixeira Junior, Oseas Coimbra Junior, Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 72 32 00 /2 01 2- 92 Fl. 399DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/02/ 2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pela Associação de ExDeputados do Estado de Santa Catarina (Aedesc) em face acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Curitiba (PR), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2009 a 31/12/2010 AÇÃO JUDICIAL. LANÇAMENTO FISCAL. A discussão judicial para afastar a cobrança de determinado tributo não impede a Fazenda Pública de proceder ao lançamento fiscal, atividade administrativa vinculada e obrigatória sob pena de responsabilidade funcional. AÇÃO JUDICIAL CONCOMITANTE. RENÚNCIA AO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. MATÉRIA DIFERENCIADA. A propositura de ação judicial implica renúncia ao contencioso administrativo no tocante à matéria em que os pedidos administrativo e judicial são idênticos, devendo o julgamento administrativo aterse, eventualmente, à matéria diferenciada. MULTA. DEPÓSITO JUDICIAL. Somente o depósito judicial no montante integral do crédito tributário, realizado conforme a legislação tributária, afasta a exigência da multa. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Trata o processo em epígrafe de lançamento de créditos tributários envolvendo o Auto de Infração Debcad nº 51.027.9228, referente às contribuições previdenciárias, não recolhidas e nem informadas em GFIP, correspondentes a parte da associação autuada, no percentual de 15% incidente sobre o valor bruto das notas fiscais/faturas das cooperativas de trabalho UNIMED. O Relatório Fiscal (fls. 18/25) menciona que a associação tentou suspender a exigibilidade do crédito tributário, realizando o depósito do montante devido em processo judicial. Contudo, para a Fiscalização, além de a autuada ter realizado o depósito, em muitos casos, em competência incorreta ou com a base de cálculo imprecisa, eles foram fulminados pela inconsistência ao serem feitos em documento inábil para promover a suspensão da exigibilidade de contribuições previdenciárias. A Associação apresentou impugnação na qual argumenta que: Fl. 400DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/02/ 2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA Processo nº 11516.723200/201292 Acórdão n.º 2803004.102 S2TE03 Fl. 400 3 a) o magistrado de primeiro grau consignou a faculdade de a Associação realizar o depósito em montante integral, tendo realizado desde então o depósito judicial mensal das quantias em proveito da União; b) apesar de a Fiscalização não considerar que os depósitos tenham sido realizados de forma regular, tendo se utilizado de guias incorretas, a Associação efetuou o pagamento, em benefício da União, ente credor; d) a Associação requereu, em petição pendente de apreciação, que o TRF 4ª Região determinasse, por meio de encaminhamento de ofício à Caixa Econômica Federal para que esta fizesse a transferência dos valores depositados em seu nome para a operação 280 – Código 0204; e) não houve qualquer conduta dolosa que desse ensejo à aplicação de multa, eis que não houve, efetivamente, inadimplemento, mas pagamento em guia equivocada, sendo que, de toda forma o deposito realizado o foi em benefício do ente credor, a União. Ao analisar as alegações da contribuinte, a DRJ de origem rejeitou integralmente as ponderações apresentadas, mantendo incólume o crédito tributário lançado. Irresignada, a contribuinte apresentou recurso voluntário, reiterando, em apertado escorço, as alegações trazidas em sua peça de impugnação. Além disso, trouxe à baila a questão da constitucionalidade do artigo 22, inciso IV da Lei 8.212/1991, que prevê contribuição previdenciária de 15% incidente sobre o valor de serviços prestados por meio de cooperativas de trabalho. Sem apresentação de contrarrazões por parte da Fazenda, os autos foram encaminhados a este Conselho, sendo a mim sorteada a relatoria. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Magaldi Messetti Da Admissibilidade O recurso voluntário é tempestivo, todavia há a necessidade de melhor análise em relação aos demais requisitos para a sua admissibilidade. A recorrente, em suas sucintas razões recursais, aduz que a matéria recorrida está sendo discutida na ação ordinária n° 2008.72.00.0020156, em trâmite perante a Justiça Federal de Santa Catarina. Observase, assim, que a a própria peça recursal buscar exigir a suspensão da exigibilidade do crédito justamente porque as matérias tratadas no PAF são tratadas no judiciário. Verificase, portanto, que o próprio recorrente suscita a concomitância de processos judiciais com o presente apelo administrativo. Tratase, portanto, da chamada dupla impugnação, vedada pelo art. 38, parágrafo único da Lei n. 6.830/80: Fl. 401DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/02/ 2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA 4 Art. 38 [...] Parágrafo Único A propositura, pelo contribuinte, da ação prevista neste artigo importa em renúncia ao poder de recorrer na esfera administrativa e desistência do recurso acaso interposto. No mesmo sentido é o teor da Súmula n. 1 do Carf: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. A concomitância de processos em esferas de impugnação distintas constitui ato incompatível com o exercício do direito de recorrer administrativamente, ante a prevalência da função judicante pelo Poder Judiciário (art. 2º da CF). O Conselho tem precedentes em uníssono: “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. EXERCÍCIO: 2005. OPÇÃO PELA VIA JUDICIAL.A PROPOSITURA PELA RECORRENTE, CONTRA A FAZENDA NACIONAL, DE AÇÃO JUDICIAL COM O MESMO OBJETO, IMPORTA A DESISTÊNCIA DO RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO.VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS OS PRESENTES AUTOS.ACORDAM OS MEMBROS DO COLEGIADO, POR UNANIMIDADE DE VOTOS, NÃO CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO INTERPOSTO POR APLICAÇÃO DA SÚMULA CARF Nº 01 (CONCOMITÂNCIA DE AÇÃO JUDICIAL E PROCESSO ADMINISTRATIVO), NOS TERMOS DO VOTO DA RELATORA.” (CARF. 1ª Seção de Julgamento. 1ª Turma Especial. Acórdão nº 180100539. Processo 11610003705200700. Data 30/03/2011,Relatora Conselheira Carmen Ferreira Saraiva). “ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PERÍODO DE APURAÇÃO: 26/06/1995 A 30/08/1996 AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DE OBJETO, RENÚNCIA À INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. SÚMULA CARF N° 1.IMPORTA RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS A PROPOSITURA PELO SUJEITO PASSIVO DE AÇÃO JUDICIAL POR QUALQUER MODALIDADE PROCESSUAL, ANTES OU DEPOIS DO LANÇAMENTO DE OFICIO, COM O MESMO OBJETO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO.RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS OS PRESENTES AUTOS. ACORDAM OS MEMBROS DO COLEGIADO, POR MAIORIA DE VOTOS, EM NÃO CONHECER DO RECURSO EM FACE DA CARACTERIZAÇÃO DA CONCOMITÂNCIA DE OBJETO. VENCIDO O CONSELHEIRO DALTON CÉSAR. CORDEIRO DE MIRANDA QUE NÃO RECONHECERA A CONCOMITÂNCIA E, POR CONTA DISSO, APRESENTARÁ DECLARAÇÃO DE VOTO” (CARF 3ª Seção de Julgamento. 4ª Câmara. 1ª Turma Ordinária Acórdão nº 340100913 do Processo 10920003412200413 Data28/07/2010. Rel. Cons. Odassi Guerzoni Filho) Fl. 402DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/02/ 2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA Processo nº 11516.723200/201292 Acórdão n.º 2803004.102 S2TE03 Fl. 401 5 Dessa forma, no caso, se trata de não conhecimento pela concomitância (art. 38, p. ún. da LEF) das matérias discutidas no judiciário, voto no sentido de não conhecer o recurso voluntário apresentado. É como voto. (assinado digitalmente) Ricardo Magaldi Messetti Relator Fl. 403DF CARF MF Impresso em 19/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 18/02/ 2015 por RICARDO MAGALDI MESSETTI, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LI MA
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