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Numero do processo: 10640.001021/99-29
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 07 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992
FINSOCIAL. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543-B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005.
O art. 62-A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543-B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005.
Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador.
Como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado em 09/04/1999, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos após 09/04/1989.
Recurso extraordinário negado.
Numero da decisão: 9900-000.823
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, mantendo o direito à restituição dado pelo acórdão recorrido, e determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator
EDITADO EM : 21/11/2012
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1989 a 31/03/1992 FINSOCIAL. PRAZO PARA PEDIDO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MATÉRIA DECIDIDA NO STF NA SISTEMÁTICA DO ART. 543B DO CPC. TEORIA DOS 5+5 PARA PEDIDOS PROTOCOLADOS ANTES DE 09 DE JUNHO DE 2005. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do RE nº 566.621/RS, decidido na sistemática do art. 543B do Código de Processo Civil, o que faz com que se deva adotar a teoria dos 5+5 para os pedidos administrativos protocolados antes de 09 de junho de 2005. Essa interpretação entende que o prazo de 5 anos para se pleitear a restituição de tributos, previsto no art. 168, inciso I, do CTN, só se inicia após o lapso temporal de 5 anos para a homologação do pagamento previsto no art. 150, §4o, do CTN, o que resulta, para os tributos lançados por homologação, em um prazo para a repetição do indébito de 10 anos após a ocorrência do fato gerador. Como o pedido administrativo de repetição de FINSOCIAL foi protocolado em 09/04/1999, permanece o direito de se pleitear a restituição pretendida, já que engloba apenas tributos com fatos geradores ocorridos após 09/04/1989. Recurso extraordinário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, mantendo o direito à restituição dado pelo acórdão recorrido, e determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 00 10 21 /9 9- 29 Fl. 248DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos – Relator EDITADO EM : 21/11/2012 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas e Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso extraordinário ao pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, com fundamento no artigo 9º do antigo Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais RICSRF, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007. Observese que, embora não esteja previsto no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, os recursos extraordinários interpostos contra acórdãos proferidos até 30 de junho de 2009 serão, por força do artigo 4° do mesmo Regimento, processados de acordo com o rito previsto no RICSRF. O Acórdão nº 0305.722 da 3a Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (fls. 202 a 208) reconheceu o direito do contribuinte pleitear, em 09/04/1999, repetição de FINSOCIAL referente a fatos geradores ocorridos de de 01/09/1989 a 31/03/1992. A Fazenda Nacional apresentou tempestivamente recurso extraordinário (fls. 212 a 233), onde afirma que somente é possível se pleitear a repetição do indébito no prazo de 5 anos após o recolhimento indevido. Para comprovar a divergência, indicou, como paradigma, o Acórdão CSRF/0400.810, da 4ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, julgado em 03 de março de 2008, cuja ementa se transcreve: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de Fl. 249DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS Processo nº 10640.001021/9929 Acórdão n.º 9900000.823 CSRFPL Fl. 6 3 extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido. O recurso foi admitido pelo despacho de fls. 235 e verso, que considerou a divergência jurisprudencial comprovada. Devidamente cientificado, o sujeito passivo não apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Data do pedido: 09/04/1999. Fatos Geradores: 01/09/1989 a 31/03/1992. O presente recurso extraordinário é tempestivo, e preenche os demais requisitos de admissibilidade, tendo em vista que a recorrente logrou demonstrar a divergência jurisprudencial suscitada. Portanto, dele conheço. Discutese qual o prazo para se pleitear a restituição dos tributos lançados por homologação, especificamente no caso de tributo declarado inconstitucional. Nessa situação, o CARF está obrigatoriamente vinculado ao posicionamento dos Tribunais Superiores nos termos do art. 62A do anexo II do RICARF, segundo o qual se deve reproduzir o conteúdo das decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil. Isso porque, no Recurso Extraordinário n° 566.621/RS, julgado em 11/10/2011, com trânsito em julgado em 17/11/2011, o STF decidiu que (a) considerase o prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias da LC 118/05, ou seja a partir de 9 de junho de 2005, e (b) para os demais casos, aplicase a posição do STJ de que o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados da ocorrência do fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4o, 156, VII, e 168, I do CTN. Não há que se falar em tratamento diverso do acima exposto para o caso de inconstitucionalidade de lei. Nesse sentido: no RESP nº 1.002.932SP, de 05/11/2009, em regime de Recurso Repetitivo, o Ministro Relator, Luiz Fux, faz expressa referência, em seu voto (fls. 6 e 7) à jurisprudência do STJ, reproduzindo o ERESP n° 4.35835SC, nos termos a seguir: Fl. 250DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS 4 ... 2. Não há que se falar em prazo prescricional a contar de declaração de inconstitucionalidade pelo STF ou da Resolução do Senado. ... o Supremo Tribunal Federal confirma essa afirmação, no RE nº 566.621 RS, de 11/10/2011, da relatoria da Ministra Ellen Gracie, em que é definido o critério de aplicação da tese dos 5 + 5 anos, em detrimento da redação dada ao art. 168 do CTN pela Lei Complementar n° 118, de 2005, e, à fl. 11 do voto, é também referida a jurisprudência consolidada do STJ, nos termos a seguir: ... é que a União invoca precedentes relativos a questões específicas, como tributos retidos no regime de substituição tributária e tributos inconstitucionais, em que chegou a haver, é verdade, alguma dúvida quanto à aplicação da regra geral dos 10 anos, mas que não perdurou. Logo, aquela Corte [STJ] firmou posição no sentido de que, também em tais situações de retenção e de reconhecimento do indébito em razão da inconstitucionalidade de lei instituidora, deverseia aplicar, sem ressalvas, a tese dos dez anos, conforme se vê dos EREsp 329.160/DF e EREsp 435.835/SC, julgados pela Primeira Seção daquela Corte. Aliás, nada melhor do que o próprio STJ para reconhecer que se tratava de jurisprudência consolidada. esse entendimento foi confirmado pelo próprio STJ, quando adaptou sua jurisprudência à decisão do STF, conforme RESP n° 1.269.570MG, de 23/05/2012, da relatoria do Ministro Mauro Campbell, em que se esclarece que a única alteração foi referente à data da mudança de critério, qual seja, para pedidos a partir da vigência da Lei Complementar n° 118, de 2005. Salientese, adicionalmente, que a expressão "ações ajuizadas" na decisão referida deve ser entendida como a realização do pedido de repetição de valor à autoridade competente para tal, o que inclui o processo administrativo, no âmbito da Administração Tributária. No presente caso, o pedido de repetição do indébito ocorreu antes de 09 de junho de 2005 e, portanto, aplicase o prazo de 10 anos a partir da ocorrência do fato gerador. Como o pedido foi feito em 09/04/1999, estava apto a pleitear a restituição de tributos com fatos geradores ocorridos após 09/04/1989. Dessa forma, como o pleito se refere a fatos geradores ocorridos de 01/09/1989 a 31/03/1992, o direito não estava fulminado pelo transcurso do prazo fatal. Assim, voto no sentido de conhecer do recurso extraordinário da Fazenda Nacional para, no mérito, negarlhe provimento, determinando o retorno dos autos à unidade de origem para exame das demais questões. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 251DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS Processo nº 10640.001021/9929 Acórdão n.º 9900000.823 CSRFPL Fl. 7 5 Fl. 252DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/12/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 17/12/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS
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Numero do processo: 10140.904011/2009-66
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Fri Sep 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU REFORMA. DOENÇA GRAVE. PROVA. LAUDO DE SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. A prova da enfermidade que dá direito à isenção do Imposto de Renda se faz mediante apresentação de laudo emitido por serviço medico oficial, reconhecendo-se o benefício a partir da data fixada pela perícia.
Numero da decisão: 2202-001.948
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann - Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: ODMIR FERNANDES
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2005 PROVENTOS DE APOSENTADORIA OU REFORMA. DOENÇA GRAVE. PROVA. LAUDO DE SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. A prova da enfermidade que dá direito à isenção do Imposto de Renda se faz mediante apresentação de laudo emitido por serviço medico oficial, reconhecendo-se o benefício a partir da data fixada pela perícia.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann - Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes - Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
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DOENÇA GRAVE. PROVA. LAUDO DE SERVIÇO MÉDICO OFICIAL. A prova da enfermidade que dá direito à isenção do Imposto de Renda se faz mediante apresentação de laudo emitido por serviço medico oficial, reconhecendose o benefício a partir da data fixada pela perícia. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann Presidente. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Antonio Lopo Martinez, Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Nelson Mallmann (Presidente), Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Rafael Pandolfo. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 14 0. 90 40 11 /2 00 9- 66 Fl. 81DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário da decisão da 3ª Turma de Julgamento da DRJ/Campo Grande/MS que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade e deixou de reconhecer a isenção do imposto por doença grave e, assim, obter o direito ao crédito/restituição do Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF do exercício de 2005. Na decisão de fls. 34/36 a autoridade fiscal entendeu que o direito à isenção teve inicio em 05/10/07, conforme laudo médico da Junta Superior de Saúde do Comando da Aeronáutica, concluindo que no exercício de 2004, o interessado não possuía direito à isenção. A decisão recorrida de fls. 56/63, manteve o indeferimento da isenção a partir do exercício de 2004 e assim negou direito a restituição do IRPF. No Recurso Voluntário de fls. 68/76, o Recorrente sustenta, em síntese, que os laudos apresentados atestam a cardiopatia grave, e os efeitos da isenção retroagem à data da cirurgia, fevereiro/1995; aduz ainda, a desnecessidade de laudo médico oficial para comprovar a existência de doenças abrangidas pela isenção, junta jurisprudência do STJ, requerendo o reconhecimento da sua doença e o direito à isenção do imposto de renda a partir do ano calendário de 2000, e, em consequência ao reconhecimento do direito crédito. É o breve relatório. Voto. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES Processo nº 10140.904011/200966 Acórdão n.º 2202001.948 S2C2T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Odmir Fernandes O recurso preenche os requistos de admissibilidade e deve ser conhecido. Tratase de pedido de crédito/restituição do imposto de renda pessoa física pago na fonte sobre os proventos de aposentadoria, em razão de ser portador de cardiopatia, doença grave que se encontra no rol da isenção do imposto. A decisão recorrida não admitiu a isenção pela falta de comprovação em laudo médico oficial e conclusivo da existência da doença grave cardiopatia desde a data pretendida pelo Recorrente. A questão nuclear destes autos é saber se o laudo médico de fls. 49, datado de 12.12.2002, atende ou não as condições para isenção. Assim esta o laudo redigido: Diagnóstico (cid/10): doença isquêmica crônica do coração 125 e presença de implante e enxerto de angioplastia coronária Z95.5. Parecer: não justificado o que requer segundo a portaria MD 328, de 17. 05. 01. Este parecer retroage à data da sua inspeção de saúde realizada em 10. 05.02, pela JRS/BACG.1 Finalidade: inspecionado (a) para fins da Lei n°7.713/88 Em seguida temos o laudo médico de fls. 50, datado de 20.12.2007, dando conta da existência da cardiopatia grave, transcrevo: É cardiopatia grave. É doença especificada em lei. Este parecer retroage à data da sua inspeção de saúde realizada em 05.10.07, pela JRS/BACG. Nada indica ou comprova que o primeiro laudo, datado de 12.12.2002, tenha reconhecido a doença grave – cardiopatia até porque, se assim fosse, não haveria necessidade de novo laudo. Na hipótese sob exame poderia haver, se verdadeira a assertiva do Recorrente, de os novos trabalhos apenas realizarem uma releitura do laudo anterior, pelos peritos médicos para atestar o diagnostico desde a data pretendia ou mesmo explicar ao leigo na matéria médica a retroação dos seus efeitos. Não é o julgador, leigo na matéria médica, que vai suprir eventual lacuna do laudo se o interessado não consegue comprovar de forma extreme de dúvida a existência da Fl. 83DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES 4 doença grave antes de 2007 para se beneficiar da isenção retroativa do imposto de renda e obter a restituição pretendida. Pelos elementos de prova constantes dos autos, trazidos pelo Recorrente, as decisões foram certadas, não merece qualquer reparos e devem ser mantidas, sem a alterar. Ante o exposto, pelo meu voto, conheço e nego provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Odmir Fernandes Relator Fl. 84DF CARF MF Impresso em 14/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 12/09/2012 por ODMIR FERNANDES
score : 1.0
Numero do processo: 11700.000133/2009-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 22 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Feb 04 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2301-000.340
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) Relator(a). (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. Participaram, do presente julgamento, a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, bem como os Conselheiros Wilson Antonio de Souza Correa, Damião Cordeiro de Moraes, Adriano Gonzales Silvério, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 17 00 .0 00 13 3/ 20 09 -5 1 Fl. 872DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11700.000133/200951 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.340 S2C3T1 Fl. 3 2 Relatório e Voto: Tratase da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD) nº 35.007.357 0 , lavrada em 30/11/1999, que constituiu crédito tributário relativo a contribuições de terceiros (Salário Educação) incidentes (i) sobre remuneração pagas aos empregados encontradas em folhas de pagamento, (ii) sobre pagamentos efetuados em reclamações trabalhistas, (iii) e sobre prestações pagas pela empresa a título de Seguro de Vida em Grupo, no período de 01/01/1998 a 31/10/1999 , tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 13.312.669,44, fls. 01. A autoridade fiscal relatou que a recorrente apresentou Mandado de Segurança que pleiteava a compensação do Salário Educação que havia sido recolhido indevidamente de 03/1989 a 12/1996. Houve a concessão de liminar , mas esta foi cassada quando da emissão da sentença contrária aos interesses da empresa, estando, à época, a ação aguardando julgamento da apelação. Após tomar ciência pessoal da autuação em 01/12/1999, fls. 01, a recorrente apresentou impugnação, fls. 234/241, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. O Serviço de Análise de Defesas e Recursos da DRP/Volta Redonda emitiu despacho concluindo que estava correto o procedimento de lançamento para prevenir a decadência e que o processo devia ter seu trâmite normal em relação à matéria diversa daquela ventilada na ação judicial, fls. 323/327. A recorrente foi intimada e apresentou aditamento à sua defesa, fls. 330/335. Na DecisãoNotificação de fls. 343/358, a DRP/Rio de Janeiro concluiu pela procedência integral do lançamento, tendo a recorrente sido cientificada do decisório em 08/10/2004, fls. 363. O recurso voluntário, apresentado em 05/11/2004, fls. 364/371, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. A compensação efetuada tinha base legal no CTN, o que torna o lançamento nulo por vício de forma na sua origem, eis que os débitos impugnados à recorrente configuram afronta às decisões judiciais havidas. Sustenta que o seguro de vida em grupo representou vantagens para a empresa e não para o empregado, pois aquela deixou de indenizar seus empregados repassando tal encargo para a seguradora. O referido seguro não adiciona ganho ao empregado, ao contrário lhe reduz o salário à medida que este custeia 20% do prêmio total. O seguro é extensível a todos os empregados, sendo vantajoso para a empresa pois substitui o sistema indenizatório anterior. Aponta que a CLT foi modificada em 2001 para excluir o seguro de vida do salário. Fl. 873DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 11700.000133/200951 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2301000.340 S2C3T1 Fl. 4 3 Suscita a aplicação do art. 146 do CTN ao caso. Em seu Memorial entregue no momento da discussão em plenário, a recorrente alegou que o FNDE já lançou o Salário Educação por meio de seis Notificações para Recolhimento de Débito (NRD 2003/0000621; NRD 2003/0000626; NRD 2003/0000867; NRD 2003/0000625; NRD 2003/0000622 e NRD 2003/0000627) nas quais há sobreposição de períodos com o lançamento ora em discussão. Em vista disso e em homenagem à verdade material, tornase imperiosa a realização de diligência para que seja apurada eventual sobreposição de lançamentos. Logo, votamos pela CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que a fiscalização apure se o FNDE realizou os lançamentos noticiados pela recorrente e se estes possuem períodos de sobreposição com a autuação da Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB) ora em análise. Após a providência, a recorrente deve ser intimada a apresentar aditamento de seu recurso no prazo de dez dias previsto no art. 44 da Lei 9.784/99. Concluídas tais providências, retornem os autos para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 874DF CARF MF Impresso em 06/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/02/2013 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10746.001652/2008-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 19 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
OMISSÃO DE RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS DE DEPENDENTE. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. Comprovado nos autos que os rendimentos tributáveis omitidos objeto da autuação foram auferidos por dependente que não apresentou declaração de ajuste anual do imposto de renda, correto está o lançamento.
MULTA DE MORA. Na revisão da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (DIRPF), aplica-se a multa de mora prevista no art. 61, caput, da Lei nº 9.430/1996, quando se constatarem inexatidões materiais devidas a lapso manifesto ou erros de cálculos cometidos pelo sujeito passivo, bem assim nos casos de não comprovação do valor do imposto retido na fonte ou pago, inclusive a título de recolhimento complementar, ou imposto pago no exterior informados em sua declaração.
MULTA DE OFÍCIO. A exigência da multa de ofício, no percentual de 75%, no caso de omissão de rendimentos, tem previsão legal expressa e em vigor (artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96), não podendo ser afastada com base em mero juízo subjetivo da autoridade julgadora.
MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2201-001.737
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(Assinado Digitalmente)
MARIA HELENA COTTA CARDOZO Presidente
(Assinado Digitalmente)
RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA Relatora
EDITADO EM: 19/09/2012
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente).
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2007 OMISSÃO DE RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS DE DEPENDENTE. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. Comprovado nos autos que os rendimentos tributáveis omitidos objeto da autuação foram auferidos por dependente que não apresentou declaração de ajuste anual do imposto de renda, correto está o lançamento. MULTA DE MORA. Na revisão da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (DIRPF), aplica-se a multa de mora prevista no art. 61, caput, da Lei nº 9.430/1996, quando se constatarem inexatidões materiais devidas a lapso manifesto ou erros de cálculos cometidos pelo sujeito passivo, bem assim nos casos de não comprovação do valor do imposto retido na fonte ou pago, inclusive a título de recolhimento complementar, ou imposto pago no exterior informados em sua declaração. MULTA DE OFÍCIO. A exigência da multa de ofício, no percentual de 75%, no caso de omissão de rendimentos, tem previsão legal expressa e em vigor (artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96), não podendo ser afastada com base em mero juízo subjetivo da autoridade julgadora. MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Recurso Voluntário Negado.
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AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. Comprovado nos autos que os rendimentos tributáveis omitidos objeto da autuação foram auferidos por dependente que não apresentou declaração de ajuste anual do imposto de renda, correto está o lançamento. MULTA DE MORA. Na revisão da Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda das Pessoas Físicas (DIRPF), aplicase a multa de mora prevista no art. 61, caput, da Lei nº 9.430/1996, quando se constatarem inexatidões materiais devidas a lapso manifesto ou erros de cálculos cometidos pelo sujeito passivo, bem assim nos casos de não comprovação do valor do imposto retido na fonte ou pago, inclusive a título de recolhimento complementar, ou imposto pago no exterior informados em sua declaração. MULTA DE OFÍCIO. A exigência da multa de ofício, no percentual de 75%, no caso de omissão de rendimentos, tem previsão legal expressa e em vigor (artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/96), não podendo ser afastada com base em mero juízo subjetivo da autoridade julgadora. MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 74 6. 00 16 52 /2 00 8- 67 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 2 (Assinado Digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (Assinado Digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 19/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). Relatório Tratase de Notificação de Lançamento (fls. 17/22), lavrada contra o contribuinte acima identificado, para exigir crédito tributário de IRPF, no montante total de R$4.072,03, calculado até 29/02/2008, originado das seguintes infrações: a) Omissão de rendimentos recebidos do INSS, por sua dependente Maria Benedita dos Santos Cisterna, no valor de R$7.063,88; b) Compensação indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte pela Secretaria de Esporte, no valor de R$ 2.477,97, decorrente de ter o contribuinte declarado como IRRF o montante de R$2.503,00 e não o valor correto de R$25,03. O contribuinte inicialmente ao ser notificado do lançamento, apresentou em 27/03/2008, Solicitação de Retificação de Lançamento – SRL (fls.08/09), justificando: · Ao digitar os rendimentos recebidos da Secretária de Esporte errou. O valor correto dos rendimentos é R$14.800,00 e do IRRF de R$39,00; · Não digitou os centavos dos IRRF e rendimentos recebidos da fonte pagadora J CÂMARA & IRMÃOS. · Cléia Rocha Braga não é sua dependente no anocalendário de 2005. · Por erro formal foi digitado errado o IRRF, da fonte pagadora Secretária de Esporte, o valor correto é R$25,03. · Maria Benedita dos Santos Cisterna não é sua dependente no ano calendário de 2006 O contribuinte apresenta Declaração de Ajuste Anual Simplificada da Sra. Maria Benedita dos Santos Cisterna, na qual consta o rendimento de R$7.063,88, sem haver, no entanto comprovação de entrega (fls.39/41). O Resultado da Solicitação de Retificação de Lançamento – SRL, datado de 04/08/2008, foi “indeferida” (fls.23). Cientificado, o contribuinte apresentou tempestivamente impugnação de fls.01/04, acompanhada dos documentos de fls.05/16, cujos principais argumentos estão sintetizados pelo relatório do Acórdão de primeira instância, o qual adoto, nesta parte: Fl. 103DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10746.001652/200867 Acórdão n.º 2201001.737 S2C2T1 Fl. 103 3 • Agiu sempre de boafé; • Discorda da multa por que não houve a intenção de omitir rendimentos ou de causar danos ao erário, o que não houve; • Equivocouse no preenchimento da declaração, ao informar erroneamente o valor recebido de uma de suas fontes pagadoras, e somente tomou conhecimento de seu erro ao receber a notificação; • Dirigiuse a uma unidade da RFB e foi orientado no sentido de que não era possível retificar sua declaração; retornando à unidade foi orientado a apresentar uma Solicitação de Retificação de Lançamento SRL; • Afirma que o contribuinte tem o direito de saber a razão da retenção de sua declaração na malha fina; • Alega ainda que a notificação não está agasalhada pela legislação tributária e tem efeito confiscatório; • não é justo que um contribuinte que entrega sua declaração no prazo, recebe rendimentos apenas de pessoas jurídicas devidamente comprovados seja punido por um erro formal; • Requer, por fim, o cancelamento do débito fiscal. Após analisar a matéria, os Membros da 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF, acordaram, por unanimidade de votos, em julgar procedente o lançamento, nos termos do Acórdão n° 03.39.566, de 30/09/2010, fls. 67/72, em decisão assim ementada: INTENÇÃO DO AGENTE. A responsabilização por infração independe da intenção do agente. MULTA DE 75%. LANÇAMENTO DE OFÍCIO CABIMENTO. E cabível nos lançamentos de ofício a aplicação da multa no percentual de 75% sobre a totalidade ou diferença de Imposto nos casos de falta de pagamento, pagamento após o prazo sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração ou de declaração inexata. Impugnação Improcedente Ao tomar ciência dessa decisão em 04/03/2011, (“AR” fls. 84 do PDF) e, com ela não se conformando, o contribuinte interpôs, na data de 30/03/2011, o Recurso Voluntário de fls. 86/94 do PDF, nos termos a seguir sintetizados: Apresentou tempestivamente sua Declaração de Ajuste Anual do ano calendário de 2006. Em 2008, foi surpreendido com uma notificação da Receita Federal, referente a um crédito tributário de 2008. Apenas após a notificação é que percebeu o erro no valor do seu rendimento recebido da Secretária de Esporte. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 4 O problema é que os contribuintes não dispõem de nenhum tipo de serviço que o informe o motivo da retenção de sua declaração. Na época a Receita estava em greve. Assim que tomou conhecimento do erro, dirigiuse a unidade da Receita para se informar como proceder para fazer a retificação e foi informado pelo fiscal de plantão que a legislação vedava qualquer retificação em valores na declaração de Imposto de Renda pessoa Física. Posteriormente foi novamente a unidade da Receita Federal se informar e foi orientado a fazer uma SRL – Solicitação de Retificação de Lançamento. Conforme orientado, protocolou a SRL em 07/03/2008, acompanhado da documentação necessária. Ao digitar o rendimento da fonte pagadora Secretária de Esporte,procedeu a um erro formal, digitando R$148.000,00, quando o correto seria R$14.800,00 Deve ser aplicada prerrogativa do art.138 da denúncia espontânea até mesmo porque não sobejou qualquer prejuízo ao fisco. Discorre sobre o beneficio da denuncia espontânea, careando jurisprudência assegurando seu pleito. Enfatiza, in verbis: "A Solicitação de Retificação de Lançamento SRL visa possibilitar ao contribuinte requisitar, de forma ágil e sumária, a revisão lançamento de ofício efetuado em sua Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física, para a correção de possíveis erros que demonstrem de forma inequívoca a improcedência do lançamento." "Este serviço é destinado exclusivamente aos contribuintes que receberam documento referente a malha fiscal do IRPF ou solicitaram a antecipação da análise da declaração." (...) Os julgadores da impugnação do recorrente, não analisaram o mérito da questão, e nem sequer evidenciaram a SRL Solicitação de Retificação de Lançamento, nem tampouco verificaram que a época do ocorrido a Receita Federal estava em greve, não tendo o recorrente como ter conhecimento do seu erro e fazer sua retificação antes do processo de lançamento de oficio, sendo este surpreendido com a notificação do Fisco, após a greve Por fim, requer o cancelamento do feito e a exclusão de qualquer multa moratória ou punitiva. O processo foi distribuído a esta Conselheira, numerado até as fls.97 do arquivo de PDF. É o Relatório. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10746.001652/200867 Acórdão n.º 2201001.737 S2C2T1 Fl. 104 5 Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. Não há argüição de preliminar. No mérito a controvérsia resumese à compensação indevida de IRRF e omissão de rendimentos recebidos por dependente do contribuinte. Em sua defesa o contribuinte assevera que digitou erroneamente o valor do rendimento recebido da Secretária de Esporte, declarando R$148.000,00, ao invés do valor correto de R$14.800,00. Não obstante essa alegação, não é este o cerne do lançamento. O que está sendo discutido é o valor declarado de IRRF – Imposto de Renda Retido na Fonte, supostamente retido por essa fonte pagadora, no montante de R$2.503,00, quando o valor correto seria R$25,03. Esse erro impacta diretamente o recolhimento do tributo devido, transformando o imposto a pagar no valor de R$1.935,81, em um imposto a restituir de R$1.647,67. Quando considerado o valor efetivamente retido na fonte de R$1.105,48 (R$1.080,45 da J Câmara Irmãos SA + R$25,03 da Secretária de Esportes), ainda haveria um imposto a recolher de R$830,36. Se não, vejamos neste tocante, essa diferença: Referência Declarado Correto Rendimento Declarado A R$ 40.185,12 R$ 40.185,12 Deduções B R$ 12.287,20 R$ 12.287,20 Base de Calculo C=AB R$ 27.897,92 R$ 27.897,92 Alíquota Aplicável % 15% 15% Parcela a deduzir D R$ 2.248,85 R$ 2.248,85 Imposto Devido E =C x % D R$ 1.935,84 R$ 1.935,84 IRRF F R$ 3.583,45 R$ 1.105,48 Imposto de Renda G = E F R$ (1.647,61) R$ 830,36 A restituir A pagar Sobre o imposto que deveria ter sido recolhido a época, foi aplicada multa de mora, no percentual de 20%, nos termos previsto na Instrução Normativa nº 579/2005, vigente a época, in verbis: Art. 4º O imposto apurado na revisão das declarações de que trata o art. 1º será acrescido de:(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 958, de 15 de julho de 2009) I multa de: a) mora, prevista no art. 61, caput, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, quando se constatarem inexatidões materiais Fl. 106DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 6 devidas a lapso manifesto ou erros de cálculos cometidos pelo sujeito passivo, bem assim nos casos de não comprovação do valor do imposto retido na fonte ou pago, inclusive a título de recolhimento complementar, ou imposto pago no exterior informados em sua declaração; b) ofício, prevista no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996, nas demais hipóteses de infração à legislação tributária; II juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic), previstos no § 3o do art. 61 da Lei no 9.430, de 1996. Diferente do que afirmou o contribuinte, esse erro de digitação do valor, causou prejuízo ao fisco, sim, pois o contribuinte, mesmo não tendo recebido o valor a restituir, deixou de pagar o valor devido no prazo determinado, ficando em mora. Assim, sobre o valor devido incide os acréscimos moratórios previstos no art.61 Lei nº 9.430/96, indicados no artigo acima transcrito, que determina: Seção IV Acréscimos Moratórios Multas e Juros Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Dessa forma, tendo declarado IRRF e não comprovado, mesmo que por erro de digitação, deverá pagar o valor correto do imposto devido, acrescido dos acréscimos legais. Cabe ainda destacar que mesmo que acolhidos os argumentos da denúncia espontânea trazidos pelo contribuinte, esses não teriam o condão de afastar a multa de mora e juros legalmente previstos, pois esses são devidos pelo não pagamento no prazo, independente da intenção do agente ou do crédito tributário ter sido apurado em procedimento de fiscalização ou não. Quanto ao valor não declarado recebido do Instituto de Previdência Social no montante de R$7.063,88, por sua dependente Maria Benedita dos Santos Cisterna, não há reparos a fazer ao lançamento. Fato é que o recorrente a incluiu na sua declaração como dependente, deduzindo a parcela correspondente de R$1.516,32, poderia ainda ter deduzido todas as Fl. 107DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10746.001652/200867 Acórdão n.º 2201001.737 S2C2T1 Fl. 105 7 despesas dedutíveis a ela vinculadas (previdência oficial, privada/fapi, despesa com educação, médica), se houvesse. Entretanto, essa faculdade implica no ônus de colacionar no monte tributável do declarante os rendimentos da sua dependente, procedimento não executado pelo recorrente e corrigido pela autoridade fiscal. Ademais, não há nos autos qualquer comprovação que a Declaração de Ajuste Anual (fls.39/41), no nome de Maria Benedita dos Santos Cisterna, tenha sido tempestivamente protocolada. Apreciando questão idêntica, de omissão de rendimentos de dependente, esse Conselho vem reiteradamente decidindo nesse mesmo sentido: DECLARAÇÃO RETIFICADORA. INVIABILIDADE DA FRUIÇÃO DOS BENEFÍCIOS DA ESPONTANEIDADE SE APRESENTADA NO CURSO DO PROCEDIMENTO FISCAL. O contribuinte somente pode retificar sua declaração de ajuste anual, fruindo dos benefícios da espontaneidade (pagamento da diferença do imposto com acréscimos moratórios minorados em face daqueles do procedimento de ofício), se não estiver com procedimento fiscal iniciado. Essa é a inteligência da Súmula CARF nº 33 (A declaração entregue após o início do procedimento fiscal não produz quaisquer efeitos sobre o lançamento de ofício), de aplicação obrigatória nos julgamentos desta instância, como determinado pelo art. 72, do Anexo II, do Regimento Interno do CARF RICARF. DEPENDENTE INFORMADO EM DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL. NECESSIDADE DE COLAÇÃO DOS RENDIMENTOS DO DEPENDENTE NO MONTE TRIBUTÁVEL. A opção de inclusão de dependente na declaração de imposto de renda tem um bônus e um ônus. O bônus é a possibilidade de dedução das despesas do dependente previstas na legislação do imposto de renda da base de cálculo do IR do declarante; o ônus é ter que colacionar ao monte tributável do declarante os rendimentos do dependente. Aberto o procedimento de ofício, tal opção tornase definitiva. MULTA DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE DE O JULGADOR ADMINISTRATIVA AFASTÁLA. A multa de ofício encontrase disciplina no art. 44 da Lei nº 9.430/96, não podendo o julgador administrativo afastála, pois se assim procedesse estaria declarando incidentalmente a inconstitucionalidade dessa norma tributária, o que vedado nesta instância, como se vê na SÚMULA CARF Nº 2 (O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária) JUROS DE MORA. ATUALIZAÇÃO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS PELA TAXA SELIC. POSSIBILIDADE. No âmbito dos Conselhos de Contribuintes e agora do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, pacífica a utilização da taxa Selic, quer como juros de mora a incidir sobre crédito tributário em atraso, quer para atualizar os indébitos do contribuinte em face da Fazenda Federal. Entendimento em linha com o enunciado da Súmula 1º CC nº 4: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são Fl. 108DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO 8 devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Ainda, com espeque no art. 72, caput e § 4º, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da Fazenda, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 (DOU de 23 de junho de 2009), devese ressaltar que os enunciados sumulares dos Conselhos de Contribuintes e do CARF são de aplicação obrigatória nos julgamentos de 2º grau. Recurso negado.” (Acórdão nº 2102 01.183 de 18/03/2011, Relator Giovanni Christian Nunes Campos) “OMISSÃO DE RENDIMENTOS. Correta a imposição, quando da ação fiscal resulta a apuração de omissão de rendimentos, constatada pelos documentos fornecidos pelas fontes pagadoras, não sendo elidida por prova em contrário. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPENDENTES. Os rendimentos tributáveis recebidos pelos dependentes devem ser somados aos rendimentos do contribuinte para efeito de tributação na declaração. Recurso negado.” (Acórdão nº 2801 00.507 de 12/05/2010, Relator Walter Reinaldo Falcão Lima) “OMISSÃO DE RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS. RENDIMENTOS DE DEPENDENTES. AUSÊNCIA DE DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL PROCEDÊNCIA DO LANÇAMENTO EFETUADO. Comprovado nos autos que os rendimentos tributáveis omitidos objeto da autuação foram auferidos por dependente que não apresentou declaração de ajuste anual do imposto de renda, correto está o lançamento. Recurso Voluntário Negado.” (Acórdão nº 280101.662 de 09/06/2011, Relator Carlos César Quadros Pierre) Quanto a multa de ofício aplicada sobre essa omissão, no percentual de 75%, prevista no art. 44, I, da Lei n° 9.430/96, esta está de acordo com a legislação de regência, sendo perfeitamente válida. O permissivo legal que esteia a aplicação das multas punitivas, encontrase no artigo 161 do Código Tributário Nacional, quando afirma que a falta do pagamento devido enseja a aplicação de juros moratórios “sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária”. Extrai–se daí, o entendimento de que o crédito não pago no vencimento é acrescido de juros de mora e multa – de mora ou de ofício , conforme legamente previsto nos dispositivos legais acima indicados e aplicado ao presente caso. Neste tocante, mister se faz esclarecer que não cabe ao julgador administrativo questionar se a aplicação da legislação tributária ao caso concreto ofende ou não os princípios da capacidade contributiva e do não confisco, uma vez verificado o fato gerador, o lançamento deve ser realizado e o julgamento se dá para a verificação da correção do lançamento à norma como posta. Tais argumentos só podem ser validamente aduzidos no Poder Judiciário, a quem cabe a aplicação das normas tributárias de forma mais ampla e finalística, nos termos da posição sumulada desse Conselho: Fl. 109DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 10746.001652/200867 Acórdão n.º 2201001.737 S2C2T1 Fl. 106 9 Súmula CARF nº 2 – O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Analisando o total do imposto lançado na Notificação de Lançamento de fls.07, no montante de R$2.515,31 (R$1.493,29 + R$1.021,99) este está correto, pois se o contribuinte tivesse declarado o imposto de renda efetivamente retido e os valores dos seus rendimentos, incluindo os de sua dependente, seria esse o valor que teria a recolher, conforme se vê do resumo abaixo: Referência Lançamento Rendimento Declarado R$ 40.185,12 Rendimento Omitido R$ 7.063,88 Total de rendimentos A R$ 47.249,00 Deduções B R$ 12.287,20 Base de Calculo C=AB R$ 34.961,80 Alíquota Aplicável % 27,5% Parcela a deduzir D R$ 5.993,71 Imposto Devido E =C x % D R$ 3.620,79 IRRF F R$ 1.105,48 Imposto a pagar G = E – F R$ 2.515,31 Por fim, importa frisar que a multa é uma parcela acessória, vinculada ao principal, qual seja, o tributo em si, e por essa razão segue a mesma sorte do que for para ele decidido, não havendo respaldo na legislação para a só cobrança do tributo e a dispensa da multa, como quer o Contribuinte. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento a recurso. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 110DF CARF MF Impresso em 19/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 14/11/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
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Numero do processo: 11330.001036/2007-70
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2403-000.112
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência á secretaria da Quarta Câmara da 2ª Seção do CARF para verificar o processo. nº 11330.001032/2007-91.
Carlos Alberto Mees Stringari
Relator/Presidente
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro e Carolina Wanderley Landim.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência á secretaria da Quarta Câmara da 2ª Seção do CARF para verificar o processo. nº 11330.001032/200791. Carlos Alberto Mees Stringari Relator/Presidente Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari (presidente), Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Marcelo Magalhães Peixoto, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro e Carolina Wanderley Landim. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 13 30 .0 01 03 6/ 20 07 -7 0 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11330.001036/200770 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2403000.112 S2C4T3 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento Rio de Janeiro I, Acórdão 1216.880 da 14ª Turma, que julgou procedente o lançamento. A autuação foi assim apresentada no relatório do acórdão recorrido: DA AUTUAÇÃO Tratase de AutodeInfração lavrado por ter a empresa deixado de declarar nas GFIP's as remunerações de vários trabalhadores (como minudenciado no Relatório Fiscal da Infração), estando em débito para com a Seguridade Social, conforme previsto na Lei 8212/91, artigo 32, IV, conforme o montante da multa em R$ 10.253,76. 2. O Relatório Fiscal da Infração, às fls 09, relata que: No decorrer da ação fiscal, ao analisar as Guias do Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações a Previdência Social — GFIP, foi constatado que os fatos geradores não correspondiam aos de todas as contribuições previdenciárias infringindo o artigo 32, inciso IV, parágrafo 5 da Lei 8.212/91. A empresa não incluiu todas as remunerações pagas a segurados empregados e os respectivos valores devidos a previdência social em GFIP nas competências 12/2001, 02/2002 a 08/2002, 09/2003, 01/2004, 03/2004 a 06/2004, 08/2004, 11/2004 e 12/2004. As remunerações retro mencionadas foram extraídas das contas 348610305 — Programa de Formação Profissional e 214989999 — Outros constantes da escrita contábil da empresa. Não ficaram configuradas as circunstâncias agravantes previstas no artigo 290 do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Dec. 3048/99, e nem as atenuantes previstas no artigo 291 do mesmo regulamento 3. 0 Relatório Fiscal da Aplicação da Multa (fls. 10) informa que a multa fora aplicada de acordo com o artigo 32, §5° da Lei n° 8.212/91, e suas alterações posteriores, §5° acrescentado pela Lei n° 9.528/97, A Lei 8212/91 e o cálculo efetuado conforme determinação legal contida no art. 284, inciso II, e art. 373, do RPS.... Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário, onde alega, em síntese, que: · O acórdão referente ao julgamento da impugnação do lançamento concernente à NFLD n.° 37.067.5410, também é objeto de recurso, apresentado nesta mesma data. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI Processo nº 11330.001036/200770 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2403000.112 S2C4T3 Fl. 4 3 · Desta forma, face à conexão, requer a Recorrente desde já, o julgamento conjunto daquele recurso com o presente. É o relatório. Voto Este processo trata de obrigação acessória (declarar GFIP) vinculada à obrigação principal. A solicitação da recorrente de vincular o julgamento da obrigação acessória com o julgamento da obrigação principal é pertinente. Entendo necessária diligência para informar do julgamento do processo 11330.001032/200791 (NFLD n.° 37.067.5410) ou se for o caso, vinculálo a este processo para não correr risco de incoerência no resultado dos julgamentos. CONCLUSÃO Voto por converter o julgamento em diligência para que a Secretaria da Quarta Câmara da 2ª Seção do CARF verifique e informe o resultado do julgamento do processo. nº 11330.001032/200791. Carlos Alberto Mees Stringari Relator e Presidente Fl. 92DF CARF MF Impresso em 09/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 1 9/12/2012 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 10480.909692/2009-06
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 04 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 1802-000.153
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do conselheiro relator.
(assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, José de Oliveira Ferraz Corrêa e Nelso Kichel. Ausentes os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Marciel Eder Costa.
Relatório
Nome do relator: GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do conselheiro relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa - Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, José de Oliveira Ferraz Corrêa e Nelso Kichel. Ausentes os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Marciel Eder Costa. Relatório
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto do conselheiro relator. (assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, José de Oliveira Ferraz Corrêa e Nelso Kichel. Ausentes os conselheiros Marco Antonio Nunes Castilho e Marciel Eder Costa. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Recife PE, que por unanimidade de votos julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 04 80 .9 09 69 2/ 20 09 -0 6 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909692/200906 Resolução nº 1802000.153 S1TE02 Fl. 3 2 O presente processo diz respeito a PER/DCOMP eletrônica (n° 06029.29753.260706.1.3.047654) na qual se indicou, como origem de crédito, o DARF relativo a CSLL referente ao regime de tributação pelo lucro presumido (código de receita n° 2372) no valor de R$ 5.501,40 que teria sido pago indevidamente pela Recorrente em 25/10/2004 (fl. 03). O despacho decisório eletrônico (fl. 06) indicou que anteriormente foi feita a utilização integral do pagamento para quitação de débito da CSLL, referente ao período de apuração de 30/09/2004, de forma que não homologou a compensação declarada, com indicação de saldo devedor no valor de R$ 390,94 a ser acrescido de multa e juros moratórios. Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fl. 12), alegando que se equivocou no preenchimento da DCTF referente ao terceiro trimestre de 2004. Sendo assim, solicitou a retificação da referida declaração bem como o cancelamento do débito fiscal reclamado. Anexou como prova os seguintes documentos: DARF CSLL (2372) pago em 25/10/2004 no valor de R$ 5.501,40 DIPJ/2005; DCTF 1°; 2°; 3° e 4º trimestre/2004; DCTF 1° e 2° Semestre/2005 DCTF 1° e 2° Semestre/2006 PER/DCOMP N°: 060292975326070613047654; 315190839126040613047580; 215294316526010613041231; 174456999827100513041304; 304560359627070513043098; 066678628927040513041115; 178034054728010513042219; 384971540328010517042920; 218740767726100613041410. A DRJ de Recife julgou improcedente a manifestação de inconformidade, consubstanciando sua decisão na seguinte ementa: “ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO INTEGRAL. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Mantémse o despacho decisório que não homologou a compensação quando constatado que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi integralmente utilizado na quitação de débito confessado em DCTF. COBRANÇA. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. COMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909692/200906 Resolução nº 1802000.153 S1TE02 Fl. 4 3 No tocante à compensação, a competência das DRJ limitase ao julgamento de manifestação de inconformidade contra o não reconhecimento do direito creditório ou a não homologação da compensação, não se estendendo a questões atinentes ao cabimento da cobrança dos débitos cuja compensação não foi homologada. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido” Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 02/02/2012, a Contribuinte apresentou recurso voluntário em 10/02/2012, onde reitera os argumentos anteriormente apresentados. Este é o relatório. Fl. 82DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909692/200906 Resolução nº 1802000.153 S1TE02 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Gustavo Junqueira Carneiro Leão O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Em 29/10/2004 a Recorrente efetuou o pagamento de um DARF no valor de R$ 5.155,98, relativo à CSLL apurada com base no Lucro Presumido (código 2372). Em seguida, apresentou PER/DCOMP na qual considerou que parte do DARF recolhido, no valor de R$ 4.379,76, era indevida e, por isso, solicitou a compensação de parte desse valor com tributo administrado pela Receita Federal do Brasil. Essa compensação montava a quantia de R$ 740,18 e não foi homologada pela autoridade fiscal, por considerar que inexistia saldo a compensar. Assim, por tudo o que foi apresentado neste processo, percebese que o cerne da divergência entre os entendimentos da Recorrente e da autoridade administrativa surgiu com a informação na DCTF. Por um lado o Fisco sustenta que o DARF estava inteiramente alocado na extinção de débito tributário, enquanto que o contribuinte alega erro nos dados informados na declaração. Do teor da IN SRF nº 45 de 1998, os saldos a pagar relativos ao Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas IRPJ e à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL seriam objeto de verificação fiscal, em procedimento de auditoria interna, abrangendo as informações prestadas nas DCTF e Declaração de Rendimentos. Do despacho da autoridade administrativa da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Recife não consta qualquer análise acerca das informações prestadas na DIPJ relativa ao anocalendário de 2004 para que se verifique o real saldo a pagar da CSLL relativa ao 3º trimestre de 2004. O recorrente juntou aos autos cópia da DIPJ/2005 como prova de que o saldo da CSLL a pagar era inferior ao valor efetivamente recolhido. Diante do exposto, voto no sentido de que sejam os autos encaminhados à Delegacia da Receita Federal do Brasil em Recife, para comprovar à luz da DIPJ/2005, escrituração contábil/fiscal e documentação que lhe deu lastro, qual o saldo a pagar da CSLL apurada pelo contribuinte relativa ao 3º trimestre de 2004. Elaborado o relatório fiscal de praxe, dar ciência ao recorrente para sua manifestação, se interessar. É como voto. Fl. 83DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA Processo nº 10480.909692/200906 Resolução nº 1802000.153 S1TE02 Fl. 6 5 (documento assinado digitalmente) Gustavo Junqueira Carneiro Leão Fl. 84DF CARF MF Impresso em 04/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 22/02/2013 por GUSTAVO JUNQUEIRA CARNEIRO LEAO, Assinado digitalmente em 03/03/2013 por ESTER MARQU ES LINS DE SOUSA
score : 1.0
Numero do processo: 13876.000755/2008-12
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Nov 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2007
Recurso Voluntário. Apresentação Fora do Prazo. Intempestividade.
A Legislação faculta ao contribuinte a apresentação de Recurso Voluntário contra a decisão desfavorável da autoridade julgadora de 1a. instância administrativa no prazo de 30 dias a contar da ciência dessa decisão. Não se conhece do recurso apresentado depois desse prazo, por intempestivo:
Numero da decisão: 1801-001.195
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por intempestivo, nos termos do voto da Relatora.
(assinado digitalmente)
______________________________________
Ana de Barros Fernandes Presidente
(assinado digitalmente)
______________________________________
Maria de Lourdes Ramirez Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: MARIA DE LOURDES RAMIREZ
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2007 Recurso Voluntário. Apresentação Fora do Prazo. Intempestividade. A Legislação faculta ao contribuinte a apresentação de Recurso Voluntário contra a decisão desfavorável da autoridade julgadora de 1a. instância administrativa no prazo de 30 dias a contar da ciência dessa decisão. Não se conhece do recurso apresentado depois desse prazo, por intempestivo:
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por intempestivo, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, e Ana de Barros Fernandes.
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APRESENTAÇÃO FORA DO PRAZO. INTEMPESTIVIDADE. A Legislação faculta ao contribuinte a apresentação de Recurso Voluntário contra a decisão desfavorável da autoridade julgadora de 1a. instância administrativa no prazo de 30 dias a contar da ciência dessa decisão. Não se conhece do recurso apresentado depois desse prazo, por intempestivo: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam, os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, por intempestivo, nos termos do voto da Relatora. (assinado digitalmente) ______________________________________ Ana de Barros Fernandes – Presidente (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 87 6. 00 07 55 /2 00 8- 12 Fl. 45DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13876.000755/200812 Acórdão n.º 1801001.195 S1TE01 Fl. 43 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, e Ana de Barros Fernandes. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra Acórdão da DRJ em Ribeirão Preto/SP que, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra indeferimento de opção pelo Simples Nacional. Consta dos autos que a empresa interessada solicitou sua inclusão no Simples Nacional, com efeitos retroativos a 01/07/2007, sob a alegação de ter obtido a inscrição municipal somente em 30/04/2008, ainda que tivesse ingressado com o pedido de registro no município em 12/12/2007. A abertura da empresa no CNPJ foi efetuada em 31/10/2007. O pedido foi indeferido pela ARF em Itu/SP. Contra o indeferimento a interessada apresentou manifestação de inconformidade aduzindo que teria providenciado em tempo hábil a documentação necessária ao deferimento do pleito mas que a Prefeitura de Sorocaba, com certa morosidade, inscreveu a empresa em período posterior à sua inscrição no CNPJ, causandolhe prejuízos. Assinala, com suas palavras, que “a lei trata o prazo de 180 dias como limite se não houve pedido de inscrição municipal, já que pede para observar o requisito do inciso I do parágrafo 3 º, ou seja, a empresa solicitou no prazo a inscrição, mas foi atendida somente no182 dia.” Afirma que o movimento da empresa jamais arcaria suportar com semelhante absurdo econômico, sem ruína e desgraça, com outra forma de tributação e pede, ao final, pelo acolhimento do pedido. Apreciando o litígio a 9a. turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP indeferiu a manifestação. Notificada da decisão, em 13/04/2011, como demonstra a cópia do AR à fl. 35, apresentou a empresa, em 17/05/2011, recurso voluntário no qual reproduz as razões de defesa deduzidas na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheira Maria de Lourdes Ramirez, Relatora. A Recorrente tomou ciência do Acórdão da DRJ em Ribeirão Preto/SP em 13/04/2011, como demonstra o AR à fl. 35. Tendo protocolizado suas razões de defesa em Fl. 46DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES Processo nº 13876.000755/200812 Acórdão n.º 1801001.195 S1TE01 Fl. 44 3 17/05/2011, ou seja, além do prazo legal de trinta dias a contar da ciência do julgamento da autoridade “a quo”, temse por intempestivo o Recurso, o que foi confirmado pela quota da DRF em Sorocaba/SP (fl. 41). Pelo exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso interposto, por intempestivo. (assinado digitalmente) ______________________________________ Maria de Lourdes Ramirez – Relatora Fl. 47DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 04/10/ 2012 por MARIA DE LOURDES RAMIREZ, Assinado digitalmente em 09/10/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 16004.001165/2008-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Oct 30 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 27/11/2008
AUTO DE INFRAÇÃO. CFL 30.
Constitui infração às disposições inscritas no art. 32, I da Lei n° 8212/91 c/c art. 225, I, e §9° do RPS, aprovado pelo Dec. n° 3048/99, deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados obrigatórios do RGPS a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo INSS.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AIOP. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 173, I DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91. Incidência do preceito inscrito no art. 173, I do CTN.
Todas as obrigações tributárias relativas aos fatos geradores apurados pela fiscalização houveram por ocorridas em período ainda não vitimado pelo decurso do prazo decadencial.
GRUPO ECONÔMICO DE FATO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA SOLIDÁRIA.
São solidariamente obrigadas pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, segundo prevê o art. 124, I, do CTN.
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA.
Tendo em vista o consagrado atributo da presunção de veracidade que caracteriza os atos administrativos, gênero do qual o lançamento tributário é espécie, opera-se a inversão do encargo probatório, repousando sobre o notificado o ônus de desconstituir o lançamento ora em consumação. Havendo um documento público com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor desta presunção.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. FASE PREPARATÓRIA DO LANÇAMENTO. NATUREZA INQUISITIVA. CONTRADITÓRIO INEXISTENTE.
O procedimento administrativo do lançamento é inaugurado por uma fase preliminar, oficiosa, de natureza eminentemente inquisitiva, na qual a autoridade fiscal promove a coleta de dados e informações, examina documentos, procede à auditagem de registros contábeis e fiscais e verifica a ocorrência ou não de fato gerador de obrigação tributária aplicando-lhe a legislação tributária.
Dada à sua natureza inquisitorial, tal fase de investigação não se submete ao crivo do contraditório nem da ampla defesa, direito reservados ao sujeito passivo somente após a ciência do lançamento, com o oferecimento de impugnação, quando então se instaura a fase contenciosa do procedimento fiscal.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-002.156
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Liége Lacroix Thomasi Presidente Substituta.
Arlindo da Costa e Silva - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vice-presidente de turma), Adriana Sato, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Arlindo da Costa e Silva.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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CFL 30. Constitui infração às disposições inscritas no art. 32, I da Lei n° 8212/91 c/c art. 225, I, e §9° do RPS, aprovado pelo Dec. n° 3048/99, deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados obrigatórios do RGPS a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo INSS. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AIOP. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 173, I DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91. Incidência do preceito inscrito no art. 173, I do CTN. Todas as obrigações tributárias relativas aos fatos geradores apurados pela fiscalização houveram por ocorridas em período ainda não vitimado pelo decurso do prazo decadencial. GRUPO ECONÔMICO DE FATO. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA PASSIVA SOLIDÁRIA. São solidariamente obrigadas pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, segundo prevê o art. 124, I, do CTN. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Tendo em vista o consagrado atributo da presunção de veracidade que caracteriza os atos administrativos, gênero do qual o lançamento tributário é espécie, operase a inversão do encargo probatório, repousando sobre o AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 11 65 /2 00 8- 64 Fl. 330DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 2 notificado o ônus de desconstituir o lançamento ora em consumação. Havendo um documento público com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor desta presunção. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. FASE PREPARATÓRIA DO LANÇAMENTO. NATUREZA INQUISITIVA. CONTRADITÓRIO INEXISTENTE. O procedimento administrativo do lançamento é inaugurado por uma fase preliminar, oficiosa, de natureza eminentemente inquisitiva, na qual a autoridade fiscal promove a coleta de dados e informações, examina documentos, procede à auditagem de registros contábeis e fiscais e verifica a ocorrência ou não de fato gerador de obrigação tributária aplicandolhe a legislação tributária. Dada à sua natureza inquisitorial, tal fase de investigação não se submete ao crivo do contraditório nem da ampla defesa, direito reservados ao sujeito passivo somente após a ciência do lançamento, com o oferecimento de impugnação, quando então se instaura a fase contenciosa do procedimento fiscal. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Liége Lacroix Thomasi – Presidente Substituta. Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente Substituta de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vicepresidente de turma), Adriana Sato, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Juliana Campos de Carvalho Cruz e Arlindo da Costa e Silva. Relatório Período de apuração: 01/12/2003 a 31/08/2004. Data da lavratura do AIOA: 27/11/2008. Data da Ciência do AIOA: 30/12/2008. Tratase de auto de infração decorrente do descumprimento de obrigações acessórias previstas no inciso I do art. 32 da Lei nº 8.212/91 c.c. art. 225, I e §9º do Fl. 331DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 331 3 Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99, lavrado em desfavor do Recorrente em virtude de a empresa ter deixado de incluir nas suas folhas de pagamento relativas às competências de 12/2003 a 08/2004 os valores pagos a segurados contribuintes individuais a seu serviço, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 19/22 e discriminativo a fls. 08/16. CFL 30 Deixar a empresa de preparar folha(s) de pagamento(s) das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidas pelo INSS. A multa foi aplicada em conformidade com a cominação prevista no art. 283, I, ‘a’ do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048 de 06/05/1999, atualizado conforme Portaria Interministerial MPS/MF n° 77, de 11.03.2008 (DOU de 12/03/2008), cujo valor básico de R$ 1.254,89 (um mil, duzentos e cinquenta e quatro reais e oitenta e nove centavos) houvese por multiplicado por seis em razão de reincidência específica decorrente dos Auto de Infração nº 32.601.6340, CFL 30, e da agravante consubstanciada na utilização de mão de obra através de empresa interposta, para a consecução de atividade fim, o que é considerado fraude, infração prevista no inciso II do art. 290 do RPS, e inciso II do art. 655 da IN MPS/SRP nº 3/2005. Relata o agente fiscal autuante que a constatação da infração se deu quando na análise da documentação da empresa, estabelecimento CNPJ 52.471.729/000301, ocasião em que foram encontrados recibos de pagamentos de prestação de serviços de contribuintes individuais, referentes período de dezembro/2003 a agosto/2004, cujas cópias viajam em anexo ao Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001170/200877 – Auto de Infração Debcad nº 37.181.7811, lavrado na mesma ação fiscal, não lançados nas folhas de pagamento e GFIP correspondentes apresentadas pela empresa. Informa a Autoridade Lançadora que, do exame da documentação à qual teve acesso, houvese por constatada a existência de grupo econômico de fato formado pelas empresas: Frigorífico Caromar Ltda, Nogueira e Poggi Ltda, Pedretti e Magri Ltda, Coferfrigo ATC Ltda, Distribuidora de Carnes e Derivados São Luis Ltda, Comercial de Carnes Boi Rio Ltda, Friverde Indústria de Alimentos Ltda, Frigorífico Mega Boi Ltda, Comercial Reis Produtos Bovinos Ltda, Transverde Produtos Alimentícios Ltda, Indústrias Reunidas CMA Ltda, CM4 Participações ltda e Wood Comercial Ltda, além das pessoas físicas João Pereira Fraga, Alfeu Crozato Mozaquatro, Marcelo Buzolin Mozaquatro e Patrícia Buzolin Mozaquatro. Foram lavrados Termos de Sujeição Passiva Solidária em relação a todas as pessoas jurídicas e físicas descritas no parágrafo precedente, as quais se houveram por devidamente notificadas do vertente lançamento. Irresignados com a autuação, os Srs. Alfeu Crozato Mozaquatro, Patrícia Buzolin Mozaquatro, Marcelo Buzolin Mozaquatro, Indústrias Reunidas CMA Ltda e CM4 Participações Ltda ofereceram impugnação conjunta a fls. 85/93. O espólio de João Pereira Fraga, representado pelo seu inventariante Sr. João Adson Fraga, apresentou impugnação a fls. 112/155. Fl. 332DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 4 Os demais devedores solidários não se manifestaram nos autos do processo. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto/SP lavrou decisão administrativa textualizada no Acórdão a fls. 200/218, julgando procedente o lançamento fiscal em debate e mantendo o crédito tributário em sua integralidade. Devidamente cientificados da decisão de 1ª Instância, conforme Editais e Avisos de Recebimento a fls. 219/250, inconformados com a decisão exarada pelo órgão administrativo julgador a quo, os Srs. Alfeu Crozato Mozaquatro, Patrícia Buzolin Mozaquatro, Marcelo Buzolin Mozaquatro, Indústrias Reunidas CMA Ltda e CM4 Participações Ltda ofereceram Recurso Voluntário conjunto a fls. 251/260. O espólio de João Pereira Fraga, representado pelo seu inventariante Sr. João Adson Fraga, apresentou Recurso Voluntário a fls. 262/327. Os Recorrentes, em síntese, respaldam suas inconformidades em argumentação desenvolvida nos seguintes elementos: · Que o Auto de Infração, no aspecto da responsabilidade dos Recorrentes, é inconsistente e baseiase em prova ilícita, nula de pleno direito, posto que não foi submetida ao crivo do contraditório e da ampla defesa; · Que João Pereira Fraga nunca foi sócio, administrador ou colaborador da empresa Frigorífico Caromar ltda; · Decadência parcial; · Nulidade do lançamento por falta de clareza na autuação e por cerceamento de defesa; · Que o lançamento carece de motivação; · Que em momento algum a fiscalização teve o cuidado de comprovar a responsabilidade tributária do espólio de João Pereira Fraga para com a empresa Frigorifico Caromar; · Que não se pode presumir a falta de recolhimento estribado em meros extratos ou folhas de pagamentos juntados em ações trabalhistas ou GFIPs sem antes intimar a empresa para provar a existência ou não do recolhimento. Aduz que o fiscal autuante promoveu o lançamento a partir dos valores consignados em Folhas de Pagamentos, extratos e GFIPs dos quais o espólio de João Pereira Fraga não teve acesso, não foi parte, não fora intimado da relação processual, não figura no polo passivo; · Que o arbitramento é um instrumental colocado à disposição do fisco para ser utilizado numa situação de extrema necessidade. Tratase de um procedimento que pode ser adotado em casos de total imprestabilidade da escrita contábil e absoluta impossibilidade de apuração da receita e despesas da empresa, o que não se constata no caso sub examine; Fl. 333DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 332 5 Os demais devedores solidários não ofereceram recurso voluntário em face da decisão de 1ª Instância. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE A intimação definitiva consumouse em 25 de junho de 2011. Havendo sido os instrumentos de recurso voluntário apresentados em 07/06/2011 e 15/06/2011, há que se reconhecer suas tempestividades. Presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço. 2. DAS QUESTÕES PRELIMINARES AO MÉRITO. 2.1. DA DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, em julgamento realizado em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n º 8.212/91, nos termos que se vos seguem: Súmula Vinculante nº 8 “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme estatuído no art. 103A da Constituição Federal, a Súmula Vinculante nº 8 é de observância obrigatória tanto pelos órgãos do Poder Judiciário quanto pela Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála de imediato. Constituição Federal de 1988 Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas Fl. 334DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 6 esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Afastada por inconstitucionalidade a eficácia das normas inscritas nos artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, urgem serem seguidas as disposições relativas à matéria em relevo inscritas no Código Tributário Nacional – CTN e nas demais leis de regência. O instituto da decadência no Direito Tributário, malgrado respeitadas posições em sentido diverso, encontrase regulamentado no art. 173 do Código Tributário Nacional CTN, que reza ipsis litteris: Código Tributário Nacional CTN Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Conforme detalhadamente explicitado e fundamentado no Acórdão nº 2302 01.387 proferido nesta 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, na Sessão de 26 de outubro de 2011, nos autos do Processo nº 10240.000230/200865, convicto encontrase este Conselheiro de que, após a implementação do sistema GFIP/SEFIP, o lançamento das contribuições previdenciárias não mais se enquadra na sistemática de lançamento por homologação, mas, sim, na de lançamento por declaração, nos termos do art. 147 do CTN. Ocorre, todavia, que o entendimento majoritário desta 2ª Turma Ordinária, em sua escalação titular, se inclina à tese de que ao lançamento de contribuições previdenciárias cujos fatos geradores somente poderiam ter sido apurados mediante ação fiscal, aplicarseia o regime da decadência assentado no art. 173 do CTN. Nenhum outro. Por outro viés, consoante o entendimento prevalecente neste Colegiado, em relação às rubricas em que reste comprovada a existência de recolhimentos antecipados, deve ser aplicado o preceito inscrito no parágrafo 4º do art. 150 do CTN, excluindose o crédito tributário não pela decadência, mas, sim, pela homologação tácita. Código Tributário Nacional CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Fl. 335DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 333 7 §1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. §2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. §3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. §4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Sujeitamse também ao regime referido no art. 173 do CTN os lançamentos tributários decorrentes do descumprimento de obrigações acessórias, eis que, em relação a tal lançamento, não há que se falar em “pagamento antecipado do tributo sem o prévio exame da autoridade administrativa”, circunstância que afasta, peremptoriamente, a incidência do preceito tatuado no §4º do art. 150 do CTN. De outro eito, mas vinho de outra pipa, pelas razões expendidas nos autos do Processo Administrativo Fiscal referido nos parágrafos anteriores, entende este relator que o lançamento tributário encontrase perfeito e acabado na data de sua lavratura, representada pela assinatura da Autoridade Fiscal lançadora, figurando a ciência do contribuinte como atributo de publicidade do ato e condição de eficácia do lançamento perante o sujeito passivo, mas, não, atributo de sua existência. Nada obstante, o entendimento dominante nesta 2ª Turma Ordinária, em sua composição permanente, esposa a concepção de que a data de ciência do contribuinte produz, como um de seus efeitos, a demarcação temporal do dies a quo do prazo decadencial. Diante de tal cenário, o entendimento deste que vos relata mostrase isolado perante o Colegiado. Dessarte, em atenção aos clamores da eficiência exigida pela Lex Excelsior, curvome ao entendimento majoritário desta Corte Administrativa, em respeito à opinio iuris dos demais Conselheiros. Ultrapassadas estas breves considerações, no caso ora em apreciação, deflui da análise da subsunção do fato in concreto à norma de regência que, ao caso sub examine, operase a incidência das disposições inscritas no inciso I do transcrito art. 173 do CTN, haja vista tratarse de Auto de Infração decorrente do descumprimento de obrigação acessória. Nessas circunstâncias, somente pelo desenvolvimento de uma ação fiscal específica nas dependências empresa em questão é que a infração objeto da presente autuação poderia ter sido apurada. Reiterese que o presente lançamento comporta, tão somente, Auto de Infração decorrente do descumprimento de obrigação acessória lavrado em razão de o obrigado ter deixado de incluir nas suas folhas de pagamento relativas às competências de 12/2003 a 08/2004 os valores pagos a segurados contribuintes individuais a seu serviço. Fl. 336DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 8 Cumpre focalizar, neste comenos, a questão pertinente ao dies a quo do prazo decadencial relativo à competência dezembro de cada ano calendário. O art. 37 da Lei Orgânica da Seguridade Social prevê o lançamento de ofício de contribuições previdenciárias sempre que a fiscalização constatar o atraso total ou parcial no recolhimento das exações em apreço. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 37. Constatado o atraso total ou parcial no recolhimento de contribuições tratadas nesta Lei, ou em caso de falta de pagamento de benefício reembolsado, a fiscalização lavrará notificação de débito, com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, conforme dispuser o regulamento. Parágrafo único. Recebida a notificação do débito, a empresa ou segurado terá o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar defesa, observado o disposto em regulamento. De outro canto, o art. 30 do mesmo Diploma Legal, na redação vigente à época da ocorrência dos fatos geradores, estabelece como obrigação da empresa de recolher as contribuições previdenciárias a seu encargo e aquelas descontadas dos segurados obrigatórios do RGPS a seu serviço até o dia 02 do mês seguinte ao da competência. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: (Redação dada pela Lei n° 8.620, de 5.1.93) I a empresa é obrigada a: a) arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração; b) recolher o produto arrecadado na forma da alínea anterior, a contribuição a que se refere o inciso IV do art. 22, assim como as contribuições a seu cargo incidentes sobre as remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, aos segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a seu serviço, até o dia dois do mês seguinte ao da competência; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). No caso da competência dezembro, até que se expire o prazo para o recolhimento, digase, o dia 02 de janeiro do ano seguinte, não pode a autoridade administrativa proceder ao lançamento de oficio, eis que o sujeito passivo ainda não se encontra em atraso com o adimplemento da obrigação principal. Tratase de concepção análoga ao o princípio da actio nata, impondose que o prazo decadencial para o exercício de um direito potestativo somente começa a fluir a contar da data em que o sujeito ativo dele detentor pode, efetivamente, exercelo. Dessarte, a deflagração do aludido lançamento, referente ao mês de dezembro, somente pode ser perpetrada a contar do dia 03 de janeiro do ano seguinte. Fl. 337DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 334 9 Nesse contexto, a contagem do prazo decadencial assentado no inciso I do art. 173 do CTN relativo à competência dezembro do ano xx somente terá início a partir de 1º de janeiro do ano xx + 2. Pacificando o entendimento acerca do assunto em realce, o Superior Tribunal de Justiça assentou em sua jurisprudência a interpretação que deve prevalecer, espancando definitivamente qualquer controvérsia ainda renitente, conforme dessai em cores vivas do julgado dos Embargos de Declaração nos Embargos de Declaração no Agravo Regimental no Recurso Especial nº 674.497, assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS E NÃO DECLARADOS. ART. 173, I, DO CTN. DECADÊNCIA. ERRO MATERIAL. OCORRÊNCIA. ACOLHIMENTO. EFEITOS MODIFICATIVOS. EXCEPCIONALIDADE. 1. Tratase de embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional objetivando afastar a decadência de créditos tributários referentes a fatos geradores ocorridos em dezembro de 1993. 2. Na espécie, os fatos geradores do tributo em questão são relativos ao período de 1º a 31.12.1993, ou seja, a exação só poderia ser exigida e lançada a partir de janeiro de 1994. Sendo assim, na forma do art. 173, I do CTN, o prazo decadencial teve início somente em 1º.1.1995, expirandose em 1º.1.2000. Considerando que o auto de infração foi lavrado em 29.11.1999, temse por não consumada a decadência, in casu. 3. Embargos de declaração acolhidos, com efeitos modificativos, para dar parcial provimento ao recurso especial. No caso vertente, o prazo decadencial relativo às obrigações tributárias nascidas na competência dezembro de 2002 tem seu dies a quo assentado no dia 1º de janeiro de 2004, o que implica dizer que a constituição do crédito tributário referente aos fatos geradores ocorridos nessa competência poderia ser objeto de lançamento até o dia 31 de dezembro de 2008, inclusive. Assim delimitadas as nuances materiais do lançamento, nesse específico particular, tendo sido a ciência da NFLD em debate realizada aos 30 dias do mês de dezembro de 2008, os efeitos o lançamento em questão alcançariam com a mesma eficácia constitutiva todas as obrigações tributárias exigíveis a contar da competência dezembro/2002, inclusive, nos termos do art. 173, I do CTN, excluídos os fatos geradores relativos ao 13º salário desse mesmo ano. Pelo exposto, sendo o período de apuração do crédito tributário ora em constituição de 01/12/2003 a 31/08/2004, consoante o entendimento majoritário deste Sodalício, não demanda áurea mestria concluir que as obrigações tributárias objeto do presente lançamento, em sua integralidade, não se houveram ainda por finadas pela algozaria do instituto da decadência tributária. Fl. 338DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 10 2.2. DAS ALEGAÇÕES DE NULIDADE. Prega o Recorrente que o Auto de Infração, no aspecto da responsabilidade dos Recorrentes, é inconsistente e baseiase em prova ilícita, nula de pleno direito, posto que não foi submetido ao crivo do contraditório e da ampla defesa. A razão não lhe sorri, porém. O presente Auto de Infração é decorrente de procedimento de fiscalização realizado diretamente na empresa autuada, tendo sido conduzido em perfeita sintonia com o ordenamento jurídico. A fiscalização suso referida foi procedida pela emissão do Mandado de Procedimento Fiscal – MPF nº 0810700.2008.00376, e Termo de Início da Ação Fiscal, de 29/05/2008, a fls. 25/27, mediante o qual foi a empresa intimada a apresentar uma diversidade de documentos de interesse da fiscalização. Na sequência, em 26/06/2008, foi a empresa, uma vez mais, mediante Termo de Intimação para Apresentação de Documentos, a fls. 28/29, e Termo de Intimação Fiscal, de 25/09/2008, a fl. 30, intimada formalmente a exibir nova documentação. Registrese que todos os documentos de intimação acima referidos foram recebidos diretamente pelo sóciogerente da empresa, Sr. Marco Antonio Cunha. Do exame da pletora documental exibida pelo Intimado, constatou o fisco federal que a empresa Frigorífico Caromar Ltda deixou de incluir em suas folhas de pagamento mensais os segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços no mês competência, como assim determina o inciso I do art. 32 da Lei nº 8.212/91. Tal constatação decorre dos recibos de pagamento efetuados a segurados contribuintes individuais acostados a fls. 69/513 do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001168/200806, sem a respectiva inserção de seus nomes e remunerações nas folhas de pagamento relativas aos meses em que os serviços em realce houveramse por prestados. Tal conclusão é corroborada pelo fato de o CNIS, sistema informatizado federal cuja base de dados é alimentada diretamente pelas informações prestadas pela empresa mediante GFIP, denunciar que em relação ao Contribuinte em ribalta inexistir qualquer inscrição de segurado contribuinte individual, no período de apuração, conforme dessai das hard copy das telas do sistema acostadas a fls. 82/90 do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001164/200810, lavrado na mesma ação fiscal. Conforme se observa, inexiste qualquer irregularidade na edificação do lançamento ora em apreciação, eis que o procedimento de constituição do crédito tributário nele carreado houvese por conduzido em estreita consonância à lei. Quanto à alegação de que a responsabilidade dos devedores solidários baseouse em prova ilícita, por não ter sido submetida ao crivo do contraditório e da ampla defesa, também não lhe confiro razão. Em primeiro lugar, há que se ter em mente que a responsabilidade solidária das pessoas arroladas no presente Auto de Infração decorreu, única e exclusivamente, da constatação pela fiscalização da existência de grupo econômico de fato. Fl. 339DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 335 11 Cumpre trazer à balha que, no capítulo reservado ao Sistema Tributário Nacional, a Carta Constitucional outorgou à Lei Complementar a competência para estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre as obrigações tributárias, dentre outras. Constituição Federal, de 03 de outubro de 1988 Art. 146. Cabe à lei complementar: (...) III estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: (...) b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; Nessa vertente, no exercício da competência que lhe foi outorgada pelo Constituinte Originário, ao tratar da responsabilidade tributária, o CTN honrou prescrever, com propriedade, que a lei pode atribuir a terceira pessoa vinculada ao fato gerador a responsabilidade pelo crédito tributário, ad litteris et verbis: Código Tributário Nacional CTN Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindoa a este em caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação. No ramo do Direito Tributário, o instituto da solidariedade alicerçou suas escoras no art. 124 do CTN, o qual reconheceu a existências de duas modalidades de solidariedade aplicáveis ao direito tributário, a saber, a solidariedade de fato, verificada entre as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, e a solidariedade legal, a qual se avulta nas hipóteses taxativamente previstas na lei. Código Tributário Nacional CTN Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II as pessoas expressamente designadas por lei. Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem. Em ambos os casos acima ponteados, o CTN honrou estatuir que o instituto da solidariedade tributária não se confunde com o da subsidiariedade, eis que excluiu expressamente, de maneira peremptória, o beneficio de ordem. Como é cediço, a solidariedade não se presume. Ela decorre da vontade das partes, ou diretamente de disposição legal, como é o presente caso. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 12 Nesse viés, com fundamento de validade nos dispositivos constitucional e legal revisitados, o legislador ordinário honrou dispor no inciso IX do art. 30 da Lei nº 8.212/91 que as empresas integrantes de grupo econômico, de qualquer natureza, respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações tributárias inseridas na Lei de Custeio da Seguridade Social. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 30 ... IX as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza respondem entre si, solidariamente, pelas obrigações decorrentes desta Lei; (grifos nossos) Nesse sentido, assim dispõe a Instrução Normativa SRP nº 3, de 14 de julho de 2005, sob cuja égide se deu a autuação em exame: Instrução Normativa SRP N° 03, de 14/07/2005: Art. 748. Caracterizase grupo econômico quando duas ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou a administração de uma delas, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica. Art. 749. Quando do lançamento de crédito previdenciário de responsabilidade de empresa integrante de grupo econômico, as demais empresas do grupo, responsáveis solidárias entre si pelo cumprimento das obrigações previdenciárias na forma do art. 30, inciso IX, da Lei n° 8.212, de 1991, serão cientificadas da ocorrência. §1° Na cientificação a que se refere o caput, constará a identificação da empresa do grupo e do responsável, ou representante legal, que recebeu a cópia dos documentos constitutivos do crédito, bem como a relação dos créditos constituídos. §2° É assegurado às empresas do grupo econômico, cientificadas na forma do §1° deste artigo, vista do processo administrativo fiscal. Tal regulamentação não discrepa das disposições encartadas na Instrução Normativa INSS/DC nº 100/2003, sendo, aliás, desta, mero espelho normativo. Instrução Normativa INSS/DC nº 100, de 18/12/2003 Art. 778. Caracterizase grupo econômico quando duas ou mais empresas estiverem sob a direção, o controle ou a administração de uma delas, compondo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica. Art. 779. Quando do lançamento de crédito previdenciário de responsabilidade de empresa integrante de grupo econômico, as demais empresas do grupo, responsáveis solidárias entre si pelo cumprimento das obrigações previdenciárias na forma do art. 30, inciso IX, da Lei nº 8.212, de 1991, serão cientificadas da ocorrência. Fl. 341DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 336 13 §1º Na cientificação a que se refere o caput, constará a identificação da empresa do grupo e do responsável, ou representante legal, que recebeu a cópia dos documentos constitutivos do crédito, bem como a relação dos créditos constituídos. §2º É assegurado às empresas do grupo econômico, cientificadas na forma do § 1º deste artigo, vista do processo administrativo fiscal. A caracterização do grupo econômico legal, decorre da conformação fixada no §2º do art. 2º do DecretoLei n° 5.452/43 CLT. Consolidação das Leis do Trabalho CLT Art. 2º Considerase empregador a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviço. (...) §2º Sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, constituindo grupo industrial, comercial ou de qualquer outra atividade econômica, serão, para os efeitos da relação de emprego, solidariamente responsáveis a empresa principal e cada uma das subordinadas. (grifos nossos) Registrese, por relevante, que a jurisprudência pátria, hodiernamente, evoluiu de uma interpretação meramente gramatical do §2° do art. 2° da CLT para o reconhecimento do grupo econômico, ainda que não haja subordinação a uma empresa controladora principal. Admite, portanto, mesmo nas ordens do Poder Judiciário, a configuração de grupo econômico de fato, também denominado "grupo composto por coordenação", em que as empresas atuam horizontalmente, no mesmo plano, participando todas do mesmo empreendimento independente do controle jurídico, com base apenas na organização comum da atividade econômica, conforme dessai dos julgados a seguir ementados, perfeitamente aplicáveis ao caso em apreciação: GRUPO ECONÔMICO. CARACTERIZAÇÃO. Consoante a melhor doutrina, a personalidade jurídica é o substrato da autonomia dos sujeitos plúrimos que constituem o grupo empresário, podendose dizer que a autonomia é uma das facetas do grupo econômico, o que, antes de caracterizálo, constituise em nota marcante de sua definição. Quanto à exigência de controle pelo acionista majoritário, tal entendimento encontrase superado pela doutrina e jurisprudência. Admitese, hoje, a existência de grupo econômico independente do controle e fiscalização pela chamada empresa líder. Evoluiuse de uma interpretação meramente literal do artigo 2º, §2º, da CLT, para o reconhecimento do grupo econômico, ainda que não haja subordinação a uma empresa controladora Fl. 342DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 14 principal. É o denominado "grupo composto por coordenação" em que as empresas atuam horizontalmente, no mesmo plano, participando todas do mesmo empreendimento. No direito do Trabalho impõese, com maior razão, uma interpretação mais elastecida da configuração do grupo econômico, devendose atentar para a finalidade de tutela ao empregado perseguido pela norma consolidada (artigo 2º, § 2º, da CLT). Grupo Econômico Caracterização. (TRTRO 19827/97 4ª T. Rel. Juiz Ronan Neves Cury Publ. MG 22.07.98)." GRUPO ECONÔMICO. Empresas que embora tenham situação jurídica distinta, são dirigidas pelas mesmas pessoas, exercem suas atividades no mesmo endereço e uma delas presta serviços somente à outra, formam um grupo econômico, a teor das disposições trabalhistas, sendo solidariamente responsáveis pelos legais direitos do empregado de qualquer delas. (TRT 3ª Região. 2T— RO/1551/86 Rel. Juiz Édson Antônio Fiúza Gouthier). GRUPO ECONÔMICO DE FATO. CARACTERIZAÇÃO. O §2.° do art. 2° da CLT deve ser aplicado de forma mais ampla do que seu texto sugere, considerandose a finalidade da norma, e a evolução das relações econômicas nos quase sessenta anos de sua vigência. Apesar da literalidade do preceito, podem ocorrer, na prática situações em que a direção, o controle ou a administração não estejam exatamente nas mãos de uma empresa, pessoa jurídica. Pode não existir uma coordenação, horizontal, entre as empresas, submetidas a um controle geral, exercido por pessoas jurídicas ou físicas, nem sempre revelado nos seus atos constitutivos, notadamente quando a configuração do grupo quer ser dissimulada. Provados fartamente, o controle e a direção por determinadas pessoas físicas que, de fato, mantém a administração das empresas, sob um comando único, configurado está o grupo econômico, incidindo a responsabilidade solidária. (TRT/15ª REGIÃO. Decisão N° 061975/2005PATR., Relatora: MARIANE KHAYAT, publicado em 19/12/2005) O grupo econômico de fato se caracteriza, portanto, pela reunião de várias pessoas, físicas ou jurídicas, cada uma com personalidade jurídica e patrimônio formalmente distintos e próprios, que combinam efetivamente recursos ou esforços para a realização dos respectivos objetos, ou para participar de atividades ou empreendimentos comuns, conforme assim preconizado no inciso I do art. 124 do CTN. No caso da responsabilidade solidária de fato prevista no inciso I do art. 124 do CTN, assentado que a expressão interesse comum utilizada pelo legislador acomoda um conceito jurídico indeterminado, mostrase alvissareiro procedermos a uma exegese mais atenta do texto legal de molde a se determinar o real conteúdo e o alcance da norma in abstrato. Fl. 343DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 337 15 Autores de nomeada de há muito prelecionam que o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal implica que as pessoas solidariamente obrigadas sejam os “sujeitos da relação jurídica que deu azo à ocorrência do fato imponível”. A respeito do tema, o eminente Paulo de Barros Carvalho (in Curso de Direito Tributário, Ed. Saraiva, 8ª ed., 1996, p. 220) fez verter sucintas palavras, não obstante profícuas, conforme se vos seguem: “... o interesse comum dos participantes no acontecimento factual não representa um dado satisfatório para a definição do vínculo da solidariedade. Em nenhuma dessas circunstâncias cogitou o legislador desse elo que aproxima os participantes do fato, o que ratifica a precariedade do método preconizado pelo inc. I do art. 124 do Código. Vale sim, para situações em que não haja bilateralidade no seio do fato tributado, como, por exemplo, na incidência do IPTU, em que duas ou mais pessoas são proprietárias do mesmo imóvel. Tratandose, porém, de ocorrências em que o fato se consubstancie pela presença de pessoas em posições contrapostas, com objetivos antagônicos, a solidariedade vai instalarse entre sujeitos que estiveram no mesmo polo da relação, se e somente se for esse o lado escolhido pela lei para receber o impacto jurídico da exação. É o que se dá no imposto de transmissão de imóveis, quando dois ou mais são os compradores; no ICMS, sempre que dois ou mais forem os comerciantes vendedores; no ISS, toda vez que dois ou mais sujeitos prestarem um único serviço ao mesmo tomador”. Na mesma linha de raciocínio segue o escólio de Rubens Gomes de Sousa sobre a matéria, em sua renomada obra Compêndio de Legislação Tributária, Edições Financeiras, 3ª ed., pag. 67, in verbis: “São solidariamente obrigadas pelo crédito tributário as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, segundo prevê o art. 124, I, do CTN. O interesse comum das pessoas não é revelado pelo interesse econômico no resultado ou no proveito da situação que constitui o fato gerador da obrigação principal, mas pelo interesse jurídico, que diz respeito à realização comum ou conjunta da situação que constitui o fato gerador. É solidária a pessoa que realiza conjuntamente com outra, ou outras pessoas, a situação que constitui o fato gerador, ou que, em comum com outras pessoas, esteja em relação econômica com o ato, fato ou negócio que dá origem a tributação". O entendimento acima esposado não se atrita com o magistério do mestre Hugo de Brito Machado (in Curso de Direito Tributário, Ed. Melhoramentos, 27ª edição, 2006, p.165), que preleciona: “... o interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação, cuja presença cria a solidariedade, não é um interesse meramente de fato, e sim um interesse jurídico. Interesse que decorre de uma situação jurídica” No caso vertente, os fatos concretos e documentos que caracterizam o Grupo Econômico ora em debate encontramse descritos, de maneira bem detalhada, no Relatório de Grupo Econômico que integra o Auto de Infração nº 37.181.7811, objeto do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001170/200877, compondo um conjunto de dois anexos formados por um acervo de 33 volumes, comportando quase 5.000 (cinco mil) páginas de relatórios e documentos comprobatórios. Destacamos abaixo alguns excertos do mencionado Relatório de Grupo Econômico: Em 14/09/2006, a Polícia Federal instaurou Inquérito Policial n° 200008/06, para investigação dos fatos que chegaram ao seu conhecimento sobre organizações criminosas estabelecidas na Fl. 344DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 16 região de Jales SP para a prática de crimes contra a ordem tributária, apropriação indébita e sonegação fiscal previdenciária e estelionato contra a Fazenda Pública. Após exaustiva investigação, houvese por constituído o processo n° 2006.61.24.0003631, procedendose à representação ao Poder Judiciário para a expedição dos mandados de busca e apreensão em locais suspeitos com o intuito de obter provas dos ilícitos praticados, deflagrando a operação denominada "GRANDES LAGOS", executada pela autoridade policial federal em 05/10/2006, prosseguindose com o interrogatório dos envolvidos e depoimento de testemunhas, juntados no anexo I DO GRUPO ECONÔMICO MOZAQUATRO. Segundo as informações coligidas pela Policia Federal, apurou se que o NÚCLEO MOZAQUATRO, orquestrado por Alfeu Crozato Mozaquatro , com a participação ativa de seus filhos Marcelo Buzolin Mozaquatro e Patrícia Buzolin Mozaquatro, além de coadjuvantes, dentre eles: João Pereira Fraga, Djalma Buzolin e Maria Elisa Lima Braga; bem como da colaboração expressiva de César Luis Menegasso, da Organização Contábil União de Tanabi, tinha como objetivo sonegar tributos e evitar demanda judicial de natureza fiscal e trabalhista mediante a criação de empresas "de fachada”, cujos sócios eram arregimentados para serem, no jargão policial "laranjas”, de modo a proteger de sequestros nas execuções fiscais, o patrimônio dos verdadeiros sócios e das empresas lícitas em seu nome (plantas e instalações frigoríficas em São José do Rio Preto, FernandópolisSP e Campina VerdeMG), com uso de dissimulados e precários contratos de arrendamento. II. DA DEMANDA JUDICIAL E OS PROCEDIMENTOS FISCAIS. Em seguida, o Poder Judiciário Federal em Jales expediu ofícios requisitórios ao fisco (Receita Federal e Receita Previdenciária) para fiscalizar os contribuintes as pessoas jurídicas e físicas envolvidas no esquema de sonegação, dando origem aos procedimentos de busca e retenção de documentos e arquivos magnéticos com informações contábeis e fiscais; trabalhistas e previdenciárias, necessárias à constituição dos créditos. Concomitantemente, em 08/11/2006, a Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda de São Paulo, com seus agentes fiscais de renda, também efetuaram a busca e apreensão dos documentos e arquivos magnéticos, deflagrando a operação denominada "Tresmalho". A fiscalização previdenciária, à época, ligada à Secretaria da Receita Previdenciária, procedeu em 08/11/2006, à retenção dos elementos colhidos no endereço, através da lavratura de Auto de Apreensão, Guarda e Devolução de Documentos AGD. A Secretaria da Fazenda Estadual em São José do Rio Preto, que mesmo antes da Operação Grandes Lagos, já cooperava com o fisco previdenciário no fornecimento de dados informatizados do Sintegra, movimentação mensal das entradas e saídas de mercadorias, principalmente, sobre as operações de comercialização dos produtos rurais (bovinos adquiridos para Fl. 345DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 338 17 abate) e, na troca de informações, disponibilizou também ao Fisco Federal o acesso ao material apreendido na operação "Tresmalho". Posteriormente, atendendo a solicitação do fisco federal com instauração do Processo n° 2007.61.24.0012673, a Justiça Federal em Jales expediu novos mandados de busca e apreensão executados em 05/10/2007, um, na Rua Coronel Joaquim da Cunha n° 445, Centro de Tanabi SP, endereço comercial da Organização Contábil União e da União Pratic Informática Ltda e o outro, no Mini Distrito Industrial de Monte Aprazível SP, na Rua José Pedro Bassan n° 1.000, onde se encontram as empresas lícitas (ostensivas) da Família Mozaquatro, a CM4 Participações Ltda e as Indústrias Reunidas CMA Ltda. Em 02/03/2007, a Justiça Federal – 24ª Subseção Judiciária do Estado de São Paulo, no Processo n° 2007.61.24.0002606, deferiu a quebra do sigilo bancário das pessoas físicas e jurídicas, do período de 2002 a 2006, determinando às instituições financeiras o fornecimento de documentos e informações solicitados pela Delegacia da Receita Federal em São José do Rio Preto. Doc. fls. 1.784 a 1.793. [...] 1.3. DO NÚCLEO MOZAQUATRO: Segundo informações colhidas na investigação e nos documentos examinados pela fiscalização, o NÚCLEO MOZAQUATRO, já detalhado no Anexo I GRUPO ECONÔMICO DE FATO GRUPO MOZAQUATRO sob o comando principal de Alfeu Crozato Mozaquatro é formado pelas empresas: EMPRESAS LÍCITAS (ostensivas): cujo quadro social é formado pela Família Mozaquatro: · CM4 Participações Ltda. · Indústrias Reunidas CMA Ltda. · CMA Indústria de Subprodutos Bovinos Ltda · M4 Logística Ltda. UNIDADES FRIGORIFICAS: empresas criadas dentro das plantas frigoríficas (pertencentes aos Mozaquatro) com uso de interpostas pessoas como sócias e sob "contrato de arrendamento". · Frigorífico Boi Rio Ltda. · Distribuidora de Carnes e Derivados São Luis Ltda. · Coferfrigo ATC Ltda · Cofercarnes Coml.Fernandópolis de Carnes Ltda. Fl. 346DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 18 · Friverde Indústria de Alimentos Ltda EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS: empresas locadoras de mão de obra criadas com o uso de interpostas pessoas como sócias, para atender exclusivamente as unidades frigoríficas e o curtume. · Frigorífico Caromar Ltda · Wood Comercial Ltda · Nogueira & Poggi Ltda · Comercial Reis Produtos Bovinos Ltda. · Pedretti & Magri LtdaEPP · Frigorifico Mega Boi Lida · Transverde Transportes Ltda EMPRESAS NOTEIRAS criadas para fornecer notas fiscais. · Comércio de Carnes Boi Rio Ltda · Pereira & Pereira Comercio de Carnes Ltda. Notas: (1) A planta frigorifica COFERCARNES de Fernandópolis foi utilizada como filial da Coferfrigo ATC Lida. (2) A COMERCIAL REIS PRODUTOS BOVINOS foi criada para fornecer mão de obra exclusiva às Indústrias Reunidas CMA Ltda. (3) A filial CNPJ n° 04.352.222/001015 da Coferfrigo ATC sucedeu o Frigorifico BOI RIO, em São José do Rio Preto. (4) A filial CNPJ nº 04.352.222/000205 da Coferfrigo ATC sucedeu a DISTRIBUIDORA DE CARNES E DERIVADOS SÃO LUÍS, na planta Mozaquatro de Fernandópolis SP. Mostrase alvissareiro também reportar trechos eloquentes do Relatório Fiscal, condizentes com as empresas do grupo econômico em trato: a) Frigorífico Caromar Ltda Empresa constituída em 18/04/1983, com endereço à Av. 25 de Janeiro, 155 Anchieta são José do Rio Preto SP. Tem como objeto social a prestação de serviços, prestando serviços para as empresa Comércio de Carnes Boi Rio Ltda em São José do Rio Preto e Coferfrigo ATC Ltda nas filiais de Fernandópolis e São José do Rio Preto. b) Nogueira e Poggi Ltda Constituída em 11/06/2003, com endereço à Rua Ipiranga, n° 2869, Bairro Boa Vista, na cidade de São J.do Rio Preto SP, para a prestação de serviços, tendo como sócios um ex empregado do Frigorífico Caromar Ltda e Fl. 347DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 339 19 outro do Frigorífico Boi Rio Ltda, substituiu parte da mão de obra das empresas Frigorífico Boi Rio Ltda e Frigorífico Caromar Ltda, prestando serviços exclusivamente para a Coferfrigo ATC Ltda na filial, CNPJ 04.352.222/001015, em São José do Rio Preto SP. c) Pedretti e Magri Ltda Empresa constituída em 02/10/2003, com endereço à rua Belmiro Gomes, 137, casa 1, Vila Angélica em São José do Rio Preto SP, para a prestação de serviços, tendo como sócios dois exempregados do Frigorífico Caromar Ltda, substituiu parte da mão de obra das empresas Frigorífico Boi Rio Ltda e Frigorífico Caromar Ltda, prestando serviços exclusivamente para a Coferfrigo ATC Ltda na filial 04.352.222/0010¬ 15, em São José do Rio Preto SP. d) Coferfrigo ATC Ltda Empresa constituída em 13/03/2001, sucessora da Distribuidora de Carnes e Derivados São Luis Ltda, com centralização para fins de fiscalização de contribuições previdenciárias no estabelecimento CNPJ. 04.352.222/0002¬ 05, situado inicialmente na Av. Expedicionários Brasileiros, 139 em Fernandópolis SP c tendo como último endereço Estrada Municipal Fernandópolis a Meridiano, s/n, zona rural em Fernandópolis SP. Constituída com a finalidade de abate de bovinos e comercialização da carne, couro e subprodutos tinha suas principais filiais, ou seja, as que realizavam os abates, instaladas em prédios pertencentes à CM4 Participações Ltda ou onde a mesma era sócia. Sempre utilizou mão de obra terceirizada. e) Distribuidora de Carnes e Derivados São Luis Ltda Empresa constituída em 11/03/1997, sucedida pela Coferfrigo ATC Ltda, ambas tendo como sócio gerente o Sr. Valter Francisco Rodrigues Júnior, com centralização para fins de fiscalização de contribuições previdenciárias no estabelecimento CNPJ. 01.628.432/000342, tendo como último endereço Av. Expedicionários Brasileiros, 139 em Fernandópolis SP. Constituída com a finalidade de abate de bovinos e comercialização da carne, couro e subprodutos, instalada em prédio pertencentes à CM4 Participações Ltda. Sempre utilizou mão de obra terceirizada. f) Comércio de Carnes Boi Rio Ltda Empresa constituída em 10/05/1994, a principio realizava abate de bovinos e comercialização da carne, couro e subprodutos, até 08/2001, quando teve penhorado parte de seu faturamento pela Justiça Federal, passando então a prestar serviços de abate para terceiros, até 15/07/2003 data em que a Coferfrigo ATC Ltda transferiu sua filial 04.352.222/001015 para o local. A empresa CM4 Participações Ltda é uma das proprietárias das instalações onde ela funcionava, localizada à Rua Capitão Faustino de Almeida, 1530 São José do Rio Preto SP. A Coferfrigo ATC Ltda foi considerada sucessora da Comércio de Carnes Boi Rio Ltda em processos trabalhistas e em processo constante na Justiça Federal. Sempre utilizou mão de obra terceirizada, Fl. 348DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 20 fornecidas pelas empresas Frigorífico Boi Rio Ltda e Frigorífico Caromar Ltda. g) Friverde Indústria de Alimentos Ltda Empresa constituída em 16/04/2004, com centralização para fins de fiscalização de contribuições previdenciárias no estabelecimento CNPJ. 06.215.383/000100, transferido de ofício para o endereço de sua filial à Rua Capitão Faustino de Almeida, 1530, São José do Rio Preto SP. Constituída com a finalidade de abate de bovinos e comercialização da carne, couro e subprodutos tinha suas filiais de São José do Rio Preto SP, Rua Capitão Faustino de Almeida, 1530 e Campina Verde MG, BR. 364, Km 148, instaladas em prédios onde a CM4 Participações Ltda era sócia. Utilizou mão de obra terceirizada. h) Frigorífico Mega Boi Ltda Empresa constituída em 23/11/1999, com endereço à Rua Trinta e Seis, 556, Centro em Campina Verde MG, para a prestação de serviços. Prestou serviços para a Coferfrigo ATC Ltda na filial 04.352.222/0012 87, de 10/2003 a 08/2004, a partir de 09/2004 prestou serviços para a Friverde Indústria de Alimentos Ltda, ambas com endereço à Br. 364, Km 148, Campina Verde MG, em 08/2005 por determinação do Ministério do Trabalho todos os empregados do Frigorífico Mega Boi Ltda foram transferidos para a Friverde Ind. de Alimentos Ltda. i) Comercial Reis Produtos Bovinos Ltda Empresa constituída em 11/06/2003, com endereço à Rua Osvaldo Aranha, 1190, Centro em Monte Aprazível SP, para a prestação de serviços. Prestou serviços, em atividade fim, exclusivamente para a Indústrias Reunidas CMA Ltda. j) Transverde Produtos Alimentícios Ltda Empresa constituída em 25/11/1999, com endereço inicial à BR 364, Km 148 Campina Verde MG, mesmo endereço do frigorífico, com a finalidade de transporte rodoviário de cargas para o Grupo Econômico. Tinha como sócio Álvaro Antonio Miranda, que também é sócio da Coferfrigo ATC Ltda, e que foi substituído por Otacílio José Rezende Freitas, que se declara pessoa interposta até mesmo nos processos trabalhistas verificados nas Varas do Trabalho de Ituiutaba e Iturama M G . k) Indústrias Reunidas CMA Ltda Empresa constituída em 30/10/1978, com centralização para fins de fiscalização de contribuições previdenciárias no estabelecimento CNPJ. 89.633.945/001983, com endereço à Estrada Linha Capivara I, s/n, zona rural em Fernandópolis SP. Constituída com a finalidade de curtimento e outras preparações de couro, era a destinatária do couro resultante dos abates das demais empresas do Grupo. l) CM4 Participações Ltda Empresa constituída em 05/09/1997, com endereço à Rua Pedro Bassan, 1000, Bloco I Sala 4 Monte Aprazível SP. Tem como objeto social o aluguel de imóveis próprios, e é a detentora dos imóveis do Grupo Mozaquatro. m) WOOD JALES LTDA, empresa inscrita no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica CNPJ sob n° 04.983.269/000196, Fl. 349DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 340 21 com sede no município de Jales, Estado de São Paulo, na Rua Onze n° 556, I o andar, Centro, CEP 15700000, com início de atividade em 25/03/2002, constituída para explorar a atividade de frigorífico abate de bovinos, optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples. Na alteração contratual datada de 14/08/2002 e arquivada da JUCESP em 19/08/2002 sob n° 171.029/021 a empresa passou se chamar WOOD COMERCIAL LTDA, criando o estabelecimento com inscrição no CNPJ sob n° 04.983.269/000277, e ampliando seu objetivo social que passou a ser o "abate de bovinos por conta própria e de terceiros, comercialização de carnes e seus subprodutos, prestação de serviços de mão de obra para abate de bovinos em estabelecimento de terceiros", para fornecimento da mão de obra para a filial da Coferfrigo ATC Ltda que funcionou em Jales no endereço Rodovia Euphy Jalles, Km 348 Jales – SP, de 10/01/2002 a 03/06/2003, conforme alteração contratual. n) João Pereira Fraga Sócio juntamente com a CM4 Participações Ltda da empresa Cofercarnes Comercial Fernandópolis de Carnes Ltda, arrendadora das instalações situada na Estrada Municipal Fernandópolis a Meridiano, s/n, zona rural em Fernandópolis SP para a Coferfrigo ATC Ltda. o) Alfeu Crozato Mozaquatro Sócio gerente das empresas Indústrias Reunidas CMA Ltda e CM4 Participações Ltda. p) Marcelo Buzolin Mozaquatro Sócio gerente da empresa CM4 Participações Ltda e Administrador da Indústrias Reunidas CMA Ltda. q) Patrícia Buzolin Mozaquatro Sócia gerente da empresa CM4 Participações Ltda e Administrador da Indústrias Reunidas CMA Ltda. Elucidativa mostrase, igualmente, a resenha extraída do Relatório da Polícia Federal que trata dos "cabeças ou chefes" do grupo: Os "cabeças" ou "chefes" são, a um só tempo, os "donos" do negócio, seus mentores intelectuais e os principais beneficiários do esquema. Gozam de ampla autonomia de decisão e dão a palavra final nos negócios lícitos e ilícitos do grupo que comandam. O Grupo dos "Noteiros" tem apenas um chefe, que é (...). Já o Grupo Mozaquatro tem quatro: Alfeu Crozato Mozaquatro, Marcelo Buzolin Mozaquatro, Patrícia Buzolin Mozaquatro e João Pereira Fraga. É nítida, no entanto, a ascendência do primeiro sobre os demais, em que pese todos serem proprietários dos negócios da quadrilha e gozarem de autonomia decisória no subgrupo que comandam. Marcelo e Patrícia, por exemplo, gozam de autonomia sobre a empresa Friverde; João Pereira Fraga decide sobre os negócios da empresa Coferfrigo de Fernandópolis. Fl. 350DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 22 Ambas são empresas colocadas em nome de "laranjas". Apesar de todos serem considerados "cabeças", Alfeu coordena as atividades, ao passo que Marcelo e Patrícia a gerenciam. O que todos têm em comum é o fato de serem os donos do empreendimento e os principais beneficiários das fraudes, como já mencionado. Do exame da documentação coligida aos autos pela fiscalização avulta existir entre o Autuado e os demais devedores solidários não apenas um mero interesse econômico, mas, com precisão, um real interesse jurídico, haja vista que todas as pessoas físicas e jurídicas arroladas pela fiscalização envidaram esforços significativos na atividade empresarial comum do grupo, e na realização da situação jurídica que constitui o fato gerador da obrigação principal objeto do lançamento aviado no Auto de Infração nº 37.181.7820, de 27/11/2008, de onde se extrai a solidariedade entre eles, por força do preceito inscrito no inciso I do art. 124 do CTN. Nessas circunstâncias, são solidárias as pessoas que realizaram conjuntamente a situação que constitui o fato gerador, ou as que, em comum com outras pessoas, possuam relação econômica com o ato, fato ou negócio que deu origem à tributação, a teor do inciso I do art. 124 do CTN. Pintado nessas cores o quadro fático em questão, concluiu a fiscalização, com acerto, que a situação assim retratada caracterizavase grupo econômico de fato, em razão da existência de interesse comum na construção e situação que constituiu os fatos geradores das contribuições previdenciárias patronais em destaque, sendo então o lançamento lavrado não somente em nome do Frigorífico Caromar ltda, mas, também, por solidariedade passiva tributária, em nome das demais pessoas consignadas nos Termos de Sujeição Passiva Solidária a fls. 539/589 do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001168/200806, lavrado na mesma ação fiscal.. Não procede, portanto, a alegação de que o Auto de Infração tenha se baseado em prova ilícita. Ele decorre de regular procedimento de fiscalização, autorizado mediante MPF, tendo sido o próprio sócio gerente da empresa notificado do início do procedimento fiscal ao assinar o TIAF a fls. 25/27 e TIAD a fls. 28/30. Também se revela à calva de fundamentação o argumento de que o Auto de Infração não foi submetido ao crivo do contraditório e da ampla defesa. Cabível neste ponto o esclarecimento de que o processo administrativo fiscal é precedido de uma fase inquisitiva, na qual a autoridade fiscal pratica todos os atos de ofício de sua competência, aplicando a legislação tributária à situação de fato, cujo resultado pode ou não desaguar na formalização de lançamento tributário. Nessa fase preliminar, conhecida como oficiosa ou não contenciosa, a autoridade administrativa procede à coleta de informações, dados e elementos de prova, ao exame de documentos, à auditagem dos registros contábeis e fiscais, tendentes ao apuro de eventual ocorrência de fatos geradores de obrigação tributária principal e/ou acessória. Sublinhese que, tanto as provas coletadas diretamente pela fiscalização quanto àquelas obtidas por intermédio dos trabalhos complementares de investigação não se submetem, nesta fase do procedimento, ao crivo do contraditório e da ampla defesa, direito constitucional este que se abrirá ao sujeito passivo com a notificação do lançamento, momento processual próprio em que o Notificado, desejando, pode impugnar os termos do lançamento, Fl. 351DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 341 23 oportunidade em que se instaura a fase contenciosa do Processo Administrativo Fiscal, nos termos do art. 14 do Decreto nº 70.235/72, quando então o contribuinte tem ao seu inteiro dispor o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Tal compreensão é corroborada pelos termos consignados no inciso LV do art. 5º da Constituição Federal que assegura aos litigantes, nos processos judiciais e administrativos, o contraditório e a ampla defesa, sendo certo que só se há que falar em litígio após a impugnação do lançamento, se assim desejar o Autuado, uma vez que, ao tomar ciência de eventual lançamento tributário, o notificado tem a faculdade de nada contestar, anuindo com a exigência fiscal, vindo a pagar ou a parcelar o que lhe está sendo exigido (caso em que não é instaurada a fase contraditória) ou, exercendo o direito de defesa e do exercício do contraditório, poderá impugnar o lançamento, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento fiscal. Constituição Federal de 1988 Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) LV aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; (grifos nossos) Não se deve olvidar que, ao tomar ciência de eventual lançamento tributário, o Notificado tem a faculdade de nada contestar, anuindo com a exigência fiscal, vindo a pagar ou a parcelar o que lhe está sendo exigido, hipótese em que não é instaurada a fase contraditória. Ao revés, pode ele, também, exercendo o seu direito de defesa, impugnar o lançamento, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento fiscal. Como visto, verificase que o Auto de Infração em relevo foi lavrado em harmonia com os dispositivos legais e normativos que disciplinam a matéria, tendo o agente fiscal demonstrado, de forma clara e precisa, os fatos geradores das contribuições previdenciárias devidas e os períodos a que se referem, constando ainda no Auto de Infração em relevo, a qualificação do Autuado e seu CNPJ, o local, a data e a hora da sua lavratura, a descrição do fato jurígeno tributário, as disposições legais infringidas e a penalidade aplicada, a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias, bem como a assinatura da Autoridade Lançadora e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 24 Não se pode perder de vista, igualmente, que os procedimentos de investigação levados a efeito na operação Grandes Lagos foram conduzidos em conjunto pela Polícia Federal, pela Secretaria da Receita Previdenciária e pela Secretaria da Fazenda Estadual em São José do Rio Preto/SP, sob os olhares da Justiça Federal – 1ª Vara Federal de Jales 24ª subseção Judiciária de São Paulo, que supervisionou toda a operação e deferiu a quebra do sigilo bancário das pessoas físicas e jurídicas envolvidas, no período de 2002 a 2006, expediu mandados de busca e apreensão de documentos e expediu ofícios requisitórios à Secretaria da Receita Federal e à Secretaria da Receita Previdenciária para fiscalizar os contribuintes as pessoas jurídicas e físicas envolvidas no esquema de sonegação, dando origem aos procedimentos de busca e retenção de documentos e arquivos magnéticos com informações contábeis e fiscais, trabalhistas e previdenciárias, necessárias à constituição dos créditos, tudo em fiel consonância com as disposições inscritas no art. 198 do CTN. Código Tributário Nacional CTN Art. 198. Sem prejuízo do disposto na legislação criminal, é vedada a divulgação, por parte da Fazenda Pública ou de seus servidores, de informação obtida em razão do ofício sobre a situação econômica ou financeira do sujeito passivo ou de terceiros e sobre a natureza e o estado de seus negócios ou atividades. (Redação dada pela Lcp nº 104/2001) §1o Excetuamse do disposto neste artigo, além dos casos previstos no art. 199, os seguintes: (Redação dada pela Lcp nº 104/2001) I – requisição de autoridade judiciária no interesse da justiça; (Incluído pela Lcp nº 104/2001) II – solicitações de autoridade administrativa no interesse da Administração Pública, desde que seja comprovada a instauração regular de processo administrativo, no órgão ou na entidade respectiva, com o objetivo de investigar o sujeito passivo a que se refere a informação, por prática de infração administrativa. (Incluído pela Lcp nº 104/2001) §2o O intercâmbio de informação sigilosa, no âmbito da Administração Pública, será realizado mediante processo regularmente instaurado, e a entrega será feita pessoalmente à autoridade solicitante, mediante recibo, que formalize a transferência e assegure a preservação do sigilo. (Incluído pela Lcp nº 104/2001) §3o Não é vedada a divulgação de informações relativas a: (Incluído pela Lcp nº 104/2001) I – representações fiscais para fins penais; (Incluído pela Lcp nº 104/2001) II – inscrições na Dívida Ativa da Fazenda Pública; (Incluído pela Lcp nº 104/2001) III – parcelamento ou moratória. (Incluído pela Lcp nº 104/2001) Inexiste, pois, qualquer vício na formalização do débito a amparar a alegação de nulidade tão veementemente erguida pelo Recorrente. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 342 25 De maneira análoga, a improcedência das alegações de nulidade do lançamento por falta de clareza na autuação e por cerceamento de defesa se revela às escâncaras, pela mera e perfunctória leitura do Relatório Fiscal e dos demais relatórios que integram o processo em ribalta. Do exame da documentação fornecida pela Autuada, em conjunto com as informações registradas na base de dados do CNIS, a fiscalização constatou que a empresa em foco procedeu ao recolhimento, tão somente, das contribuições previdenciárias descontadas dos segurados empregados, deixando de recolher, sem motivo justo, as contribuições a cargo dos segurados contribuintes individuais, as quais deveriam ter sido arrecadas pela empresa mediante desconto das respectivas remunerações e recolhidas, no prazo normativo, aos cofres da autarquia previdenciária, como assim ordenam os artigos 21 da lei 8.212/91 e 4º da Lei nº 10.666/2003. Iluminese, igualmente, que o Autuado deixou de inserir em suas folhas de pagamento todo e qualquer segurado contribuinte individual que lhe prestou serviços no período de apuração em apreço, circunstância que deu ensejo à lavratura do vertente Auto de Infração, beirando ao escárnio a alegação de falta de clareza da autuação. Se nos afigura de valiosa importância ressaltar que tal obrigação não se apresenta como uma faculdade para a empresa, mas, sim, uma obrigação imposta formal e expressamente pela lei, valendo destacar que os documentos comprobatórios do cumprimento de tal obrigação instrumental devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se referem. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 32. A empresa é também obrigada a: I preparar folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com os padrões e normas estabelecidos pelo órgão competente da Seguridade Social; (...) §11. Em relação aos créditos tributários, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449/2008) A fiscalização louvou acostar aos autos vasto conjunto probatório consistente em recibos de pagamentos efetuados a segurados contribuintes individuais e telas do CNIS as quais fornecem esteio às alegações do fisco. Nas oportunidades que teve de se manifestar nos autos do processo, os Recorrentes não lograram produzir as provas necessárias à elisão do lançamento tributário que ora se edifica. Limitaramse a deduzir ponderações acerca da suposta nulidade da autuação e da ausência de solidariedade dos arrolados, as quais se revelaram improcedentes, gravitando à distância do conjunto fático e do núcleo jurídico sensível do qual se irradiaram os fundamentos fáticos, legais e constitucionais que forneceram esteio à exação em debate. Fl. 354DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 26 Mostrase igualmente infundada a alegação de que o lançamento carece de motivação. Esta é simples e se encontra perfeitamente descrita nos Relatórios Fiscais que compõem o Auto de Infração. A empresa foi autuada por deixar de incluir em suas folhas de pagamento os segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços em cada mêscompetência, violando, dessa forma, a obrigação acessória fixada no inciso I do art. 32 da Lei nº 8.212/91. Assim, por força das disposições insculpidas no art. 37 da Lei de Custeio da Seguridade Social, e em atenção ao caráter plenamente vinculado do seu dever de ofício, a teor do art. 142 do CTN, lavrou a fiscalização o vertente Auto de Infração, com a descrição clara e precisa da conduta infracional e do período a que se refere, das disposições legais infringidas e da penalidade aplicável, assim como a integral qualificação do autuado e dos responsáveis solidários. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art.37. Constatado o nãorecolhimento total ou parcial das contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art. 32, a falta de pagamento de benefício reembolsado ou o descumprimento de obrigação acessória, será lavrado auto de infração ou notificação de lançamento. (Redação dada pela Medida Provisória nº 449/2008) Conforme demonstrado, inexiste qualquer vício na formalização do débito a amparar as alegações de cerceamento de defesa ou de nulidade erguidas pelos Recorrentes, motivo pelo qual rejeitamos as preliminares de mérito por eles interpostas. Diante do que se coligiu até o momento, restou visível a procedência do procedimento levado a cabo pela Autoridade Fiscal. Vencidas as preliminares, passamos ao exame do mérito. 3. DO MÉRITO Cumpre de plano assentar que não serão objeto de apreciação por este Colegiado as matérias não expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais serão consideradas como verdadeiras, assim como as matérias já decididas pelo Órgão Julgador de 1ª instância não expressamente contestadas pelo sujeito passivo em seu instrumento de Recurso Voluntário, as quais se presumirão como anuídas pela parte. 3.1. DOS FATOS GERADORES Alega o Recorrente que não se pode presumir a falta de recolhimento estribado em meros extratos ou folhas de pagamentos juntados em ações trabalhistas ou GFIPs sem antes intimar a empresa para provar a existência ou não do recolhimento. Aduz que o fiscal autuante promoveu o lançamento a partir dos valores consignados em Folhas de Pagamentos, extratos e GFIPs dos quais o espólio de João Pereira Fraga não teve acesso, não foi parte, não fora intimado da relação processual, não figura no polo passivo. Fl. 355DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 343 27 Tal alegação se mostra totalmente divorciada das provas dos autos. Em primeiro lugar, a empresa foi intimada, por duas vezes, mediante TIAF a fls. 25/27 e TIAD a fls. 28/30 a apresentar uma série de documentos comprobatórios de recolhimentos das contribuições previdenciárias a seu encargo, havendo sido comprovados, tão somente, os recolhimentos das contribuições devidas pelos segurados empregados, descontadas de suas respectivas remunerações, restando à calva de comprovação os pagamentos das contribuições previdenciárias a cargo dos segurados contribuintes individuais previstas nos artigos 21 da Lei nº 8.212/91 e 4º da Lei nº 10.666/2003. Em segundo lugar, a lei determina que sejam registradas nas folhas de pagamento todas as remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, bem como nas GFIP, todos os dados relacionados aos fatos geradores de contribuição previdenciária, prestandose, portanto, tais documentos como fonte formal de sindicância e apuração dos fatos jurígenos tributários que integram o presente lançamento. Não se deve olvidar que, nos termos da lei, os fatos geradores declarados nas GFIP implicam confissão de divida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário correspondente. Por outro viés, não se mostra demasiado enaltecer que o registro dessas informações nas folhas de pagamento e nas GFIP não se configura como uma faculdade da empresa, mas, sim, uma obrigação tributária a ela imposta diretamente, com a força de império da lei formal, gerada nas Conchas Opostas do Congresso Nacional, segundo o trâmite gestacional plasmado nos artigos 61 a 69 da nossa Lei Soberana. Citese que tais documentos devem ser mantidos pela empresa à disposição da fiscalização, observadas as normas estabelecidas pelos órgãos competentes, até que ocorra a decadência das obrigações tributárias a eles associadas ou deles decorrentes. Outro não é o Direito positivado no art. 225 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99, ao estatuir a obrigação da empresa de preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos. Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Dec. nº 3.048/99 Art. 225. A empresa é também obrigada a: I preparar folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço, devendo manter, em cada estabelecimento, uma via da respectiva folha e recibos de pagamentos; (...) §5º A empresa deverá manter à disposição da fiscalização, durante dez anos, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações referidas neste artigo, observados o disposto no § 22 e as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Fl. 356DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 28 (...) §9º A folha de pagamento de que trata o inciso I do caput, elaborada mensalmente, de forma coletiva por estabelecimento da empresa, por obra de construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização, deverá: I discriminar o nome dos segurados, indicando cargo, função ou serviço prestado; II agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, empresário, trabalhador autônomo ou a este equiparado, e demais pessoas físicas; II agrupar os segurados por categoria, assim entendido: segurado empregado, trabalhador avulso, contribuinte individual; (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) III destacar o nome das seguradas em gozo de salário maternidade; IV destacar as parcelas integrantes e não integrantes da remuneração e os descontos legais; e V indicar o número de quotas de saláriofamília atribuídas a cada segurado empregado ou trabalhador avulso. (...) §14. A empresa deverá manter à disposição da fiscalização os códigos ou abreviaturas que identifiquem as respectivas rubricas utilizadas na elaboração da folha de pagamento, bem como os utilizados na escrituração contábil. (...) §22 A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária é obrigada a arquivar e conservar, devidamente certificados, os respectivos sistemas e arquivos, em meio digital ou assemelhado, durante dez anos, à disposição da fiscalização. (Incluído pelo Decreto nº 4.729, de 2003) Não se mostra demasiado enaltecer que o registro nas folhas de pagamento de todas as rubricas auferidas pelos segurados, sejam elas integrantes ou não do Salário de Contribuição, não se revela como uma faculdade da empresa, mas, sim, uma obrigação tributária a ela imposta diretamente, com a força de império da lei formal, gerada nas Conchas Opostas do Congresso Nacional, segundo o trâmite gestacional plasmado nos artigos 61 a 69 da nossa Lei Soberana. Não se deve perder de vista, igualmente, que as folhas de pagamento, assim como as GFIP equiparamse a documentos públicos e que o seu preenchimento com informações incorretas ou omissas constituise crime de falsidade ideológica, na forma prevista no DecretoLei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal Brasileiro. DecretoLei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal Falsificação de documento público Art. 297 Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro: Pena reclusão, de dois a seis anos, e multa. Fl. 357DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 344 29 §1º Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendose do cargo, aumentase a pena de sexta parte. §2º Para os efeitos penais, equiparamse a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular. (grifos nossos) §3º Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) I na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (grifos nossos) II na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) III em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (grifos nossos) §4º Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no §3º, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000) (grifos nossos) Falsidade ideológica Art. 299 Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: (grifos nossos) Pena reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular. Parágrafo único Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendose do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumentase a pena de sexta parte. No caso em debate, havendo registros de fatos geradores de contribuições previdenciárias, denunciados pelos recibos de pagamento efetuados a segurados contribuintes individuais acostados a fls. 69/513 do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001168/2008 06, sem a respectiva comprovação do seu efetivo recolhimento, presumemse não recolhidas as contribuições sociais correspondentes, salvo demonstração e comprovação de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Fisco, cuja produção probatória não logrou a empresa autuada coligir aos autos. Tal conclusão é corroborada pelo fato de o CNIS, sistema informatizado federal cuja base de dados é alimentada diretamente pelas informações prestadas pela empresa Fl. 358DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 30 mediante GFIP, denunciar que em relação ao estabelecimento em ribalta inexistir qualquer inscrição de segurado contribuinte individual, no período de apuração, conforme dessai das hard copy das telas do sistema acostadas a fls. 82/90 do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001164/200810, lavrado na mesma ação fiscal. Louvouse a autuação fiscal sub examine na infração perpetrada pelo Contribuinte à obrigação acessória assentada no inciso I do art. 30 da Lei nº 8.212/91, a qual finca o dever instrumental de o sujeito passivo inserir em suas folhas de pagamento todo e qualquer segurado contribuinte individual que lhe tenha prestado serviços no mêscompetência, sendo certo que os documentos comprobatórios do cumprimento de tal obrigação instrumental devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se referem. A conduta omissiva assim perpetrada pela pessoa jurídica autuada configura se infração às disposições inscritas no art. 30, I da Lei de Custeio da Seguridade Social, punível com a multa variável prevista no art. 92 da Lei nº 8.212/91, na modulação fixada no art. 283, I, ‘a’ do RPS, aprovado pelo Dec. n° 3048/99, com valores atualizados conforme mecanismo fixado no art. 102 da Lei de Custeio da Seguridade Social. Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 Art. 92. A infração de qualquer dispositivo desta Lei para a qual não haja penalidade expressamente cominada sujeita o responsável, conforme a gravidade da infração, a multa variável de Cr$ 100.000,00 (cem mil cruzeiros) a Cr$ 10.000.000,00 (dez milhões de cruzeiros), conforme dispuser o regulamento. Art. 102. Os valores expressos em moeda corrente nesta Lei serão reajustados nas mesmas épocas e com os mesmos índices utilizados para o reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.18713, de 2001). Regulamento da Previdência Social Art. 283. Por infração a qualquer dispositivo das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 1991, e 10.666, de 8 de maio de 2003, para a qual não haja penalidade expressamente cominada neste Regulamento, fica o responsável sujeito a multa variável de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) a R$ 63.617,35 (sessenta e três mil, seiscentos e dezessete reais e trinta e cinco centavos), conforme a gravidade da infração, aplicandoselhe o disposto nos arts. 290 a 292, e de acordo com os seguintes valores: (Redação dada pelo Decreto nº 4.862/2003) I a partir de R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) nas seguintes infrações: (...) a) deixar a empresa de preparar folha de pagamento das remunerações pagas, devidas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, de acordo com este Regulamento e com os demais padrões e normas estabelecidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social; Fl. 359DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 345 31 Diante dos aludidos dispositivos, exsurge, como decorrência lógica que, tanto a obrigação acessória ora infringida quanto a penalidade pecuniária associada ao seu descumprimento objetivo, encontramse, de fato, prevista na Lei de Custeio da Seguridade Social, cumprindo assim as formalidades exigidas pelo Código Tributário Nacional, no âmbito de competência que lhe foi outorgado pela Carta Magna Brasileira, sendo, por conseguinte, de observância obrigatória pelo sujeito passivo. Nessa vertente, no curso dos procedimentos de fiscalização, contatou a autoridade fiscal que o Contribuinte em foco não honrou incluir em suas folhas de pagamento nenhum dos segurados contribuintes individuais que lhe houvera prestado serviços no mês. Mostrase digno de realce, no presente caso, que o lançamento tributário da obrigação principal associada ao vertente Auto de Infração figura como objeto do Auto de Infração de Obrigação Principal nº 37.181.7803, de 27/11/2008, lavrado na mesma ação fiscal e debatido no Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001167/200853, o qual foi julgado integralmente procedente por esta mesma 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, em julgamento realizado em 18 de outubro de 2012. Diante desse quadro, havendo sido reconhecido, por esta mesma Turma Julgadora, por unanimidade, a procedência do lançamento das obrigações tributárias principais referentes aos fatos geradores tratados neste auto de infração, não há mais como se esquivar do reconhecimento da procedência do lançamento que ora se debate, eis que deveriam ter sido inseridos nas folhas de pagamento da empresa todos os segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços em cada mêscompetência. Dessarte, fruto de tais considerações, restou detalhadamente demonstrado que a imputação in comentum resultou de procedimentos administrativos conduzidos em perfeita sintonia com os comandos constitucionais e legais vigentes no Ordenamento Jurídico, impondose salientar não haver sido detectado qualquer vício, de jaez formal ou material, que possa macular o lançamento operado pela fiscalização. Procedente, então, o lançamento tributário levado ora a cabo pela autoridade fiscal fazendária. 3.2. DO ARBITRAMENTO Pondera o Recorrente que o arbitramento é um instrumental colocado à disposição do fisco para ser utilizado numa situação de extrema necessidade. Tratase de um procedimento que pode ser adotado em casos de total imprestabilidade da escrita contábil e absoluta impossibilidade de apuração da receita e despesas da empresa, o que não se constata no caso sub examine. O Recorrente está coberto de razão. O arbitramento é um instrumental colocado à disposição do fisco para ser utilizado numa situação de extrema necessidade, que só deve ser adotado em casos de total Fl. 360DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 32 imprestabilidade da escrita contábil ou absoluta impossibilidade de apuração da receita e despesas da empresa, o que não se constata no caso sub examine. Ocorre, todavia, que os fatos geradores objeto do vertente Auto de Infração não foram apurados por arbitramento, mas, sim, a partir da constatação direta, pelo exame dos recibos de pagamento efetuados a segurados contribuintes individuais acostados a fls. 69/513 do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001168/200806, documentos esses confeccionados e emitidos pela própria empresa autuada, sob sua responsabilidade, orientação, volição, comando e domínio, que a empresa autuada não incluiu em suas folhas de pagamento mensais os segurados contribuintes individuais que lhe prestaram serviços em cada mês competência. 3.3. DA SOLIDARIEDADE PASSIVA Pondera o Recorrente que João Pereira Fraga nunca foi sócio, administrador ou colaborador da empresa Frigorifico Caromar ltda. Aduz que em momento algum a fiscalização teve o cuidado de comprovar a responsabilidade tributária do espólio de João Pereira Fraga para com a empresa Frigorifico Caromar ltda. Razão não lhe assiste. Conforme exaustivamente discutido e demonstrado nos tópicos precedentes, a responsabilidade solidária dos integrantes do grupo econômico encontrase taxativamente prevista nos artigos 124 e 128 do CTN, e inciso IX do art. 30 da Lei nº 8.212/91. A formação do grupo econômico restou irremediavelmente demonstrada no Relatório de Grupo Econômico, parte integrante do Auto de Infração nº 37.181.7811, lavrado na mesma ação fiscal, objeto do Processo Administrativo Fiscal nº 16004.001170/200877, compondo um conjunto de dois anexos formados por 33 volumes, comportando quase 5.000 (cinco mil) páginas de relatórios e documentos comprobatórios. A fiscalização apurou que o Sr. João Pereira Fraga era procurador da Coferfrigo ATC ltda, com poderes para movimentar contas bancárias de titularidade desta, consoante depoimento prestado pelo próprio Sr. João Pereira Fraga, no Auto de Qualificação e Interrogatório a fls. 493/498 do anexo I, volume 3 do PAF nº 16004.001170/200877, nestas palavras: "QUE é proprietário da COFERCARNES COMERCIAL FERNANDÓPOLIS DE CARNES LTDA, cujo sócio minoritário com 10% é JEFERSSON CESAR GONÇALVES RESENDE, também preso na Operação Grandes Lagos; [...] QUE durante o ano de 2004, recebeu uma proposta de ALFEU que adquiriu 50% da COFERCARNES, proprietária do imóvel situado na Estrada Municipal Fernandópolis/Meridiana, km. 2. QUE, para espanto do interrogando, em 31.12.2004 ALFEU determinou o encerramento das atividades do frigorífico para a colocação de outra empresa mais estabilizada no mercado, qual seja, a COFERFRIGO; QUE, na oportunidade, o interrogando demitiu os seus funcionários, cumprindo com as obrigações trabalhistas da COFERCARNES; Fl. 361DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 346 33 [...] QUE na oportunidade Euclides perguntou se o frigorifico estava realmente constituído e funcionando porque, segundo ALFEU, esta empresa seria para “explodir”, referindose a criação de empresa laranja; QUE o interrogando foi informado que todas as empresas passariam a ter como endereço o endereço da COFERCARNES, para que ali fosse um local destinado a empresas que suportariam a carga tributária, o que deixou o interrogando preocupado; [...] QUE no âmbito federal, o interrogando nunca teve acesso aos tributos a serem pagos à exceção da questão dos funcionários que o interrogando paga ao fundo de garantia e INSS, sendo o resto de responsabilidade de ALFEU [...] QUE, questionado acerca da movimentação de contas bancárias de terceiros por meio de procuração, respondeu que já foi procurador da DISTRIBUIDORA DE CARNES E DERIVADOS SÃO LUIZ LTDA, e é procurador da COFERFRIGO ATC LTDA. As contas são utilizadas para pagar o gado que é adquirido pelos procuradores. QUE questionado se os gerentes dos bancos em que estas empresas abrem as contas têm conhecimento de que elas estão em nome de 'laranjas', respondeu que sim. " A relação e o interesse econômico e jurídico entre o Sr. João Pereira Fraga e as empresas do Grupo Mozaquatro é evidente. O Sr. Jéferson César Gonçalves Resende, sócio do Sr. João Pereira Fraga na Cofercarnes, em depoimento no Auto de Qualificação e Interrogatório a fls. 509/512 do anexo I, volume 3 do PAF nº 16004.001170/200877, declarou que trabalhou no frigorífico de Alfeu estando registrado como empregado da empresa Caromar: “Em 2000 ou 2001 foi contratado pelos MOZAQUATRO para trabalhar no frigorífico de ALFEU com vendas de carne, sendo certo que foi registrado junto a CAROMAR, sociedade aberta pela família para fazer contratação de funcionários para o frigorífico. A contratação de empresa prestadora de serviço para compor quadro funcional de outra sociedade tem como um dos objetivos a sonegação de impostos, conhecimento que o interrogando tem por ser técnico em contabilidade, não podendo precisar se esta é a finalidade objetivada por ALFEU, acreditando que sim. [...] No final de 2004 foi procurado por VALTER FRANCISCO RODRIGUES JÚNIOR, então proprietário da COFERFRIGO ATC. LTDA para que passasse a exercer função de gerente administrativo naquela sociedade, sendo certo que na prática realizava comércio. A COFERFRIGO ocupa as instalações do frigorífico em Fernandópolis, sendo certo que o imóvel é de JOÃO FRAGA que arrenda para a COFERFRIGO. A Fl. 362DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 34 COFERFRIGO além de ser de VALTER FRANCISCO, que possui poder de mando é também de ALFEU MOZAQUATRO. O interrogando recebe ordens de VALTER e de ALFEU. FRAGA também dá ordens ao interrogando. Ocorre que FRAGA é proprietário do terreno e sempre esteve neste mercado, tendo iniciado como açougueiro e posteriormente se associado a ALFEU. [...] Embora a COFERFRIGO não tenha procuradores para movimentarem contas da sociedade, tem conhecimento de que isso ocorre 9 que ao que sabe a finalidade dessas procurações é para que o comprador faça pagamento direto ao produtor. A COFERCARNES é a proprietária do prédio e se confunde com a COFERFRIGO, porque a marca para inspeção é COFERCARNES e marca para comércio é COFERFRIGO. A ligação em que fala com FRAGA acerca da ciência de crédito tributário é corriqueira e fala sobre o assunto com qualquer pessoa, sendo certo que quem passa tais informações é transmitida por CESAR ou JOSÉ CLÁUDIO do escritório de TANABI, ambos contadores. [...] A COFERFRIGO possui aproximadamente 10 contas e o interrogando só tem acesso a duas delas, só para saber saído, não podendo realizar a movimentação, destas duas contas a movimentação é feita por VALTER e as outras não sabe dizer quem as movimenta. O contato no Bradesco é feito com ADILSON, gerente geral e com OSMAR, gerente de conta jurídica. Em relação a movimentação fiscal da COFERFRIGO informa que parte da compra é feita sem nota e que as vendas são feitas todas com nota, da COFERFRIGO FERNANDÓPOLIS. Quando a compra é feita sem nota o é por determinação de VALTER e ALFEU, é a regra e o objetivo desta compra sem nota é a sonegação do FUNRURAL. A relação entre o João Pereira Fraga e o grupo Mozaquatro também é confirmada pelo Sr. Marco Túlio Nilsen Viola, em seu depoimento no Auto de Qualificação e Interrogatório a fls. 530/534 do anexo I, volume 3 do PAF nº 16004.001170/200877: "O interrogado informa que, no ano de 2004, houve um desentendimento entre o Grupo Mozaquatro e o Grupo Altomari, sendo que como o Frigorífico em Fernandópolis era de propriedade de Alfeu Mozaquatro retirou todos os taxistas e mandou para o Frigorífico de propriedade de João Pereira Fraga, denominado dissimuladamente Coferfrigo, mas o estabelecimento de fato era Cofercarnes. [...] O interrogando afirma que há urna filial da coferfrigo que pertence também a João Pereira Fraga, que tem 50% de participação." [...] Fl. 363DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 347 35 O interrogando afirma que a carne saia com o nome da empresa Coferfrigo, Pereira & Pereira e Distribuidora de Carnes São Luiz, sendo as emitentes das notas fiscais de entrada. Afirma que até hoje isso ocorre exatamente da mesma forma com os outros frigoríficos da região que fazem “taxas", Cofercarnes de propriedade de João Pereira Fraga e Alfeu Mozaquatro e Frigorífico Quroeste de propriedade ele Luis Ronaldo, “Edão”, Roberto e Durvalino” Dessai dos depoimentos acima transcritos que a relação jurídica entre o Sr. João Pereira Fraga com a Coferfrigo ultrapassava, em muito, a barreira do mero arrendamento de suas instalações, possuindo ele verdadeiro interesse jurídico nos negócios do grupo. Citese que o depoimento da Sra. Eliana Sabino Alves, a fls. 289/290 do Anexo I acima citado, confirma que a ligação existente entre os Srs. João Pereira Fraga e Alfeu Mozaquatro não se restringia à nua sociedade na Cofercarnes: "Outra pessoa que a depoente lembra era de João Pereira Fraga, que trabalhava no escritório da sede do frigorífico junto com Alfeu Mozaquatro." Não fosse suficiente, o item IV.6 do Anexo II do Relatório de Grupo Econômico, a fls. 4086/4091, dedicado exclusivamente à demonstração da vinculação de Sr. João Pereira Fraga com o grupo econômico de fato – “grupo Mozaquatro” traz elementos convincentes da conexão e do interesse jurídico do Sr. Fraga com as operações efetuadas pelo Grupo Econômico em questão, podendo ser citado, dentre tantas outras, que: Por meio do Termo de Constatação e intimação n° 037, de 17 de março de 2008, doc. a fis. 1510 a 1516, constatamos que JOÃO PEREIRA FRAGA, de acordo com documentos fornecidos pelas instituições financeiras mediante determinação judicial, tinha procuração para movimentar as contas correntes da fiscalizada, estabelecimentos com CNPJ n° 04.352.222/000205 e 04.352.222/000477, conforme abaixo: Banco Agência Conta Cidade 237 Bradesco 0063 60.3392* Fernandópolis/SP 237 Bradesco 0063 60.3430* Fernandópolis/SP 237 Bradesco 0063 61.8268* Fernandópolis/SP 033 Banespa 0094 13004.6355** Fernandópolis/SP * estabelecimento com CNPJ n° 04.352.222/000205 ** estabelecimento com CNPJ n° 04.352.222/000477 c) Por meio desse mesmo Termo, intimamos JOÃO PEREIRA FRAGA, a prestar esclarecimentos sobre utilização das contas correntes bancárias acima mencionadas, movimentadas por procuração, outorgadas pelo sócio de direito majoritário, Valter Francisco Rodrigues Júnior, informando, entre outros: Fl. 364DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 36 c.1. Para quais finalidades foram abertas e movimentadas tais contas; c.2. Caso a movimentação financeira das contas bancárias citadas se vincule às operações realizadas pela própria fiscalizada: • Identificar quais foram estas operações; • Além da condição de procurador das contas bancárias em questão, informar as funções e atividades exercidas na fiscalizada, durante o período de 01/01/2002 a 31/12/2002; c.3. informar se no período de 01/01/2002 a 31/12/2002 o contribuinte transferiu recursos provenientes das contas bancárias movimentadas por procuração, ora questionadas, para s u a s contas bancárias particulares e/ou de terceiros. d) Em resposta, datada de 28/04/2008, JOÃO PEREIRA FRAGA alegou, com relação à finalidade das contas (item c.1), que a conta 60.3430 "prestou apenas para comprar gados para as empresas do Sr. Alfeu, que determinava o nome para qual delas a nota do produtor deveria ser emitida". Quanto à s demais contas, declarou que "(...) chegou ao seu conhecimento que o Sr. Alfeu juntou uma cópia da procuração outorgada por Valtinho nas demais contas citadas na intimação (60.3392, 61.8268, da mesma agência do Bradesco, e 13004.6355, no Banco Banespa), mas não tinha acesso a elas, que eram controladas exclusivamente por funcionários nomeados ou indicados por Alfeu Crozato Mozaquatro. Que a s procurações, ao depois, foram todas revogadas por Valtinho" (sic). Com relação aos outros questionamentos feitos no item c.2 acima respondeu que "recebeu procuração da conta bancária n° 60.3430, que era utilizada para comprar gado para todas a s empresas do Sr. Alfeu, de acordo com a sua determinação" e que "exerceu apenas a função de comprador de gados em pé para o Sr. Alfeu. Não exerceu qualquer outra função". Essa resposta insinuando que exercia apenas a função de comprador de gados para ALFEU CROZATO MOZAQUATRO não procede, pois JOÃO PEREIRA FRAGA efetuava também atividades de controle administrativo, evidenciado, por exemplo, no caso dos canhotos de notas fiscais da fiscalizada, bem como de outras empresas do Grupo Mozaquatro, as quais eram entregues ao Frigorífico Mozaquatro, mencionado abaixo. Com relação ao item c.3, informou que "recebeu apenas três depósitos: em 18/02/2002, no valor de R$ 4.462,00, em 18/06/2002, no valor de R$ 2.443,46 e 20/06/2002, no valor de R$ 2.630,77, feitos em sua conta no Banco HSBC, banco n° 399, agência n° 1266, conta n° 98524, como reembolso de fretes esporádicos feitos para a Coferfrigo em veículo de sua propriedade, dirigido por seu filho, quem arcou com o pagamento do combustível". Fl. 365DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 348 37 JOÃO PEREIRA FRAGA foi intimado a informar o motivo desses recebimentos e a apresentar os documentos hábeis e idôneos relativos às operações ou negócios que deram origem a esses recebimentos. Abaixo, comentamos sobre esses recebimentos. e) Por meio de cópia de documentos fornecidos peia instituição financeira mediante determinação judicial, doc. fis. 3849 a 3857, constatamos que JOÃO PEREIRA FRAGA recebeu pagamentos em cheque da fiscalizada, abaixo relacionados, os quais foram depositados na conta corrente da fiscalizada, da qual tinha procuração e controle (conforme admitiu a esta fiscalização), banco Bradesco, banco n° 237, agência n° 0063 Fernandópolis/SP, conta n° 60.3430, vinculada ao CNPJ n° 04.352.222/000205: [...] f) Por meio de cópia de documentos fornecidos pela instituição financeira mediante determinação judicial, doc. fls. 3849 a 3857, constatamos que JOÃO PEREIRA FRAGA recebeu pagamentos em cheque provenientes da fiscalizada, abaixo relacionados, os quais foram depositados na sua conta corrente pessoal no Banco HSBC, banco n° 399, agência n° 1266, conta n° 00098524: [...] i) Constatamos, também, elementos de vinculação de Fraga à fiscalizada em documentos apreendidos no seu escritório pela Polícia Federal em 05/10/2006, na Operação Grandes Lagos, doe. fls. 3864 a 3880, conforme a seguir: i.1 Relações de canhotos de notas fiscais da fiscalizada, bem como das empresas Pereira & Pereira e Distribuidora São Luís, entre outras, entregues ao Frigorífico Mozaquatro, controlados por Fraga, analisadas da seguinte forma pela Polícia Federal: "Item 10.1 05 relações de canhotos de notas fiscais entregues ao Frigorífico Mozaquatro. Comentário do analista: pela análise dos documentos em tela confirmamos que as seguintes empresas: Ind. e Com. de Carnes Grandes Lagos; Coferfrigo ATC Ltda.; Campo Grande Carnes e Derivados; Dist. de Carnes e Derivados São Paulo; Ind. e Com. de Carnes C&S Ltda.; Dist. de Carnes São Luís; Agro Carnes Aumentos ATC Ltda. e Pereira, Pereira Com. e Carnes e Derivados Ltda. pertencem ao mesmo grupo de frigoríficos, administrado pelos Mozaquatro e por João Pereira Fraga. Conforme se verifica, as empresas relacionadas enviavam periodicamente, um controle de suas notas fiscais para o Frigorífico Mozaquatro, empresa lícita do grupo. Como se não bastasse, João Pereira dava seu visto de conferencia em todas as listas, evidenciando o controle de todas as empresas de seu grupo. Foi autuado uma amostra, demais documentos encontramse apreendidos, à disposição do Juízo." Fl. 366DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 38 [...] Entendemos que controlar, em seu escritório particular, as notas fiscais da fiscalizada, bem como de outras empresas do Grupo Mozaquatro, entre outras, entregues ao Frigorífico Mozaquatro, indica que exerceu também função de gerente ou responsável por área administrativa do mencionado Grupo, não sendo procedente que tenha atuado apenas como um mero comprador de gado como insinua na resposta ao Termo de Constatação e Intimação n° 037. i.2 Um talão de cheques com quinze folhas em branco da fiscalizada, assinadas por Valter Francisco Rodrigues Júnior, sócio de direito da mesma, relativos à conta corrente n° 61.959 0 da agência 0639 do Bradesco em Fernandópolis/SP, analisado da seguinte forma pela Polícia Federal: "Item 13 01 talão de cheques bradesco c/c 061959 numerados de 003241 à 003260. Comentário do analista: contém 20 cheques em branco com a assinatura de Valter Francisco o que comprova que a administração na parte financeira da filial da Coferfrigo de Fernandópolis fica a cargo de JOÃO PEREIRA FRAGA, de maneira que Valter Francisco, como "laranja", deixa à disposição de João Pereira Fraga talões de cheques assinados para a administração da empresa." i.3 Cinco talões de cheques em branco da fiscalizada, com todas as folhas assinadas por Valter Francisco Rodrigues Júnior, sócio de direito da mesma, relativos à conta corrente n° 60.339 2 da agência 0639 do Bradesco em Fernandópolis/SP, analisados da seguinte forma pela Polícia Federal: "Item 18 05 talões de cheque bradesco c/c 060339 com as respectivas numerações de 005221 à 005240, 005241 à 005260, 005261 à 005280, 005281 à 005300, 005301 à 005320, Comentário do analista: contém 5 talões de cheques em branco com a assinatura de Valter Francisco o que comprova que a administração na parte financeira da filial da Coferfrigo de Fernandópolis fica a cargo de JOÃO PEREIRA FRAGA, de maneira que Valter Francisco, como "laranja", deixa à disposição de João Pereira Fraga talões de cheques assinados para a administração financeira da empresa." Em declaração prestada a esta fiscalização em 26/04/2007 na ARF Fernandópolis, afirmou que "é do seu conhecimento que os talões de cheque em branco assinados pelo Sr. Valter Francisco Rodrigues Júnior ficavam em poder do setor administrativo da Coferfrigo para pagamentos de contas diversas da própria Coferfrigo (o declarante não tinha acesso)." No entanto, nenhum sócioproprietário de fato de empresa que fatura 200 milhões de reais por ano deixaria seis talões de cheque em branco sob os cuidados de funcionários administrativos comuns, como afirma JOÃO PEREIRA FRAGA. No caso, fica claro que aquele que comanda, JOÃO PEREIRA FRAGA, e não quer aparecer perante terceiros, principalmente os Fiscos, para se eximir das suas responsabilidades, é que Fl. 367DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 349 39 exigiu da interposta pessoa, Valter Francisco Rodrigues Júnior, que assinasse as folhas de todos esses talões de cheque para que os utilizasse como bem entendesse. Ademais, JOÃO PEREIRA FRAGA, na resposta ao Termo de Constatação e Intimação n° 037, afirmou categoricamente que nunca recebeu ordens de Valtinho (Valter Francisco Rodrigues Júnior) e que se reportava a Alfeu (ALFEU CROZATO MOZAQUATRO). j) Constatamos elementos de vinculação de JOÃO PEREIRA FRAGA à fiscalizada nas mídias digitais apreendidas mediante Auto Circunstanciado de Busca e Apreensão, lavrado em 05/10/2007, sendo a busca e apreensão, decorrente de ordem judicial, realizada nas dependências da Organização Contábil União Ltda., escritório de contabilidade das empresas ostensivas e paralelas do Grupo Mozaquatro, conforme a seguir: j) Constatamos elementos de vinculação de JOÃO PEREIRA FRAGA à fiscalizada nas mídias digitais apreendidas mediante Auto Circunstanciado de Busca e Apreensão, lavrado em 05/10/2007, sendo a busca e apreensão, decorrente de ordem judicial, realizada nas dependências da Organização Contábil União Ltda., escritório de contabilidade das empresas ostensivas e paralelas do Grupo Mozaquatro, conforme a seguir: j.1 Planilha com relação de honorários, destinados à empresas ostensivas, paralelas e ligadas ao Grupo Mozaquatro, constando num dos itens "COFERFRIGOFRAGA", tendo como título "HONORÁRIOS ALFEU", referência que corrobora a informação contida no Relatório da Polícia Federal, segundo a qual o Frigorífico Mozaquatro em Fernandópolis/SP, enquanto arrendado para a fiscalizada, era controlado por Fraga, com o consentimento de Alfeu Crozato Mozaquatro, doe. fls. 2414 e 3100. (caminho na mídia: UNIAOCX13B1.zip\CD 1\grava cd\alfeu\honorarios.xls). j.2 Documento com título "RELATÓRIO DE EMPRESAS", datado de 12/01/2006, (caminho na mídia: UNIAOCX13B1 .zip\CD 1\grava cd\alfeu\empresas.xls), contendo: • Relação dos estabelecimentos da CMA, inclusive os irregulares (só no papel; sem atividade, mas com funcionários registrados; etc); • Relação das empresas ligadas à CMA, com indicação do motivo de suas existências (Marcelo & Silva e Coura Advogados); • Relação dos estabelecimentos da CM4 Participações Ltda.; • Relação de estabelecimentos da M4 Logística Ltda.; • Estabelecimento da CMA Indústria de Subprodutos Bovinos Ltda.; Fl. 368DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI 40 • Relação dos estabelecimentos da fiscalizada (empresa paralela do Grupo Mozaquatro), com indicação de seu controle ou sua atividade, sendo à s localizadas em Fernandópolis designadas: "FRIGORÍFICO FRAGA" e "COMÉRCIO FRAGA" (referências que corroboram o controle de Fraga em Fernandópolis, mencionado no Relatório da Polícia Federal), • Relação de empresas ligadas à fiscalizada, nas quais estão registrados os seus funcionários (fornecedoras de mãode obra, constituídas em nome de interpostas pessoas); • Relação de estabelecimentos da Friverde (empresa paralela do Grupo Mozaquatro), com indicação de sua atividade. Conforme se observa, a responsabilidade solidária atribuída ao Sr. João Pereira Fraga não decorreu, unicamente, do fato de ele ser o proprietário da Cofercarnes, carecendo de relevância a alegação de que esta empresa permaneceu inativa por determinado período. Ao revés, responde o Sr. Fraga pelos atos praticados em relação à empresa Coferfrigo e também em relação à empresa Frigorífico Caromar e o grupo Mozaquatro, ante a demonstração de que estes e as demais pessoas físicas e jurídicas responsabilizadas pela fiscalização compunham um verdadeiro grupo econômico de fato, compartilhando interesses e comungando esforços para a consecução de seus objetivos comuns, embora, formalmente, fosse o Sr. Fraga apenas o proprietário da empresa que arrendava as instalações da Cofercarnes à Coferfrigo ou o procurador do grupo para a aquisição de gado para o abate. Dessarte, ante os fatos e conexões comprovados à farta e de forma contundente pela fiscalização, vislumbrase de maneira insofismável o interesse jurídico do Sr. João Pereira Fraga na situação concreta que constitui o fato gerador da obrigação tributária ora exigida, cuja presença ostensiva faz nascer, por força do preceito insculpido no art. 124 do CTN, a responsabilidade solidária pelo cumprimento da obrigação principal objeto do vertente lançamento. A repleção de provas e evidências colhidas pela equipe fiscal faz cair por terra a alegação de que a fiscalização “não teve o cuidado de comprovar a responsabilidade tributária do espólio de João Pereira Fraga para com a empresa Frigorifico Caromar”. 4. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 369DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI Processo nº 16004.001165/200864 Acórdão n.º 2302002.156 S2C3T2 Fl. 350 41 Fl. 370DF CARF MF Impresso em 30/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/10/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 26/10/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 29/10/2012 por LIEGE LACROIX THOMASI
score : 1.0
Numero do processo: 16370.000236/2006-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 30/09/2001, 31/12/2001, 10/01/2003, 10/07/2003, 31/01/2005
DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO INDEVIDO DE IPI. INEXISTÊNCIA DE LANÇAMENTO.
A modalidade de lançamento por homologação se dá quando o contribuinte apura montante tributável e efetua o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. Considera-se não efetuado os atos de iniciativa do sujeito passivo, para o lançamento, quando ele escritura e utiliza indevidamente créditos do IPI. Neste caso, o lançamento é sempre de ofício e a decadência rege-se pelos ditames do art. 173 do CTN.
CRÉDITO. TRANSFERÊNCIA. AQUISIÇÕES DE OPTANTES PELO SIMPLES.
As aquisições de produtos de empresas optantes pelo Simples não ensejarão, aos adquirentes, direito a escrituração ou a fruição de créditos do imposto.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-001.977
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Os Conselheiros José Antonio Francisco e Maria da Conceição Arnaldo Jacó acompanharam o relator pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
WALBER JOSÉ DA SILVA - Presidente e Relator.
EDITADO EM: 02/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Fábia Regina Freitas e Gileno Gurjão Barreto.
Nome do relator: WALBER JOSE DA SILVA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 30/09/2001, 31/12/2001, 10/01/2003, 10/07/2003, 31/01/2005 DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CRÉDITO INDEVIDO DE IPI. INEXISTÊNCIA DE LANÇAMENTO. A modalidade de lançamento por homologação se dá quando o contribuinte apura montante tributável e efetua o pagamento do tributo sem prévio exame da autoridade administrativa. Considerase não efetuado os atos de iniciativa do sujeito passivo, para o lançamento, quando ele escritura e utiliza indevidamente créditos do IPI. Neste caso, o lançamento é sempre de ofício e a decadência regese pelos ditames do art. 173 do CTN. CRÉDITO. TRANSFERÊNCIA. AQUISIÇÕES DE OPTANTES PELO SIMPLES. As aquisições de produtos de empresas optantes pelo Simples não ensejarão, aos adquirentes, direito a escrituração ou a fruição de créditos do imposto. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Os Conselheiros José Antonio Francisco e Maria da Conceição Arnaldo Jacó acompanharam o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 37 0. 00 02 36 /2 00 6- 71 Fl. 832DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16370.000236/200671 Acórdão n.º 3302001.977 S3C3T2 Fl. 3 2 WALBER JOSÉ DA SILVA Presidente e Relator. EDITADO EM: 02/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria da Conceição Arnaldo Jacó, Fábia Regina Freitas e Gileno Gurjão Barreto. Relatório Contra a empresa ARAMÓVEIS INDÚSTRIA REUNIDAS DE MÓVEIS E ESTOFADOS LTDA (FILIAL). foi lavrado auto de infração para exigir o pagamento de IPI relativo aos períodos de apuração encerrados nos dias 30/09/2001, 31/12/2001, 10/01/2003, 10/07/2003 e 31/01/2005, tendo em vista que a Fiscalização constatou que a empresa utilizou créditos indevidos, como demonstrado no Termo de Verificação e Constatação Fiscal, anexo ao auto de infração. Inconformada com a autuação a empresa interessada impugnou o lançamento, cujas razões estão sintetizadas no relatório do acórdão recorrido, abaixo reproduzido. a) O auto de infração foi alicerçado em revisão de lançamentos de créditos do IPI efetuados na escrita fiscal da impugnante depois de decaído o direito da Fazenda a tanto; b) Os fatos sobre os quais recai o AI têm origem no Mandado de Segurança nº 97.201.49370 pelo qual a impugnante obteve o direito de se creditar do IPI relativo às aquisições de insumos não tributados, isentos ou tributados com alíquota zero. c) O fisco pretende glosar créditos efetuados desde 1999 até agosto de 2001 e daí em diante, após tais glosas diversas, reconstituir a escrituração de sorte a verificar se em algum mês posterior surge alguma diferença de IPI a exigir; d) Todos os lançamentos dos créditos do IPI anteriores a setembro de 2001 estão tacitamente homologados nos termos do § 4º do art. 150 do CTN, assim o auto de infração com relação a estes créditos do IPI é nulo; e) Cita jurisprudência administrativa e judicial relativa a decadência do direito de a Fazenda lançar tributo. f) Os fatos geradores lançados são dos períodos reconstituídos anteriores a agosto de 2001 e a impugnante só foi notificada em 27 de setembro de 2006; g) Com relação aos lançamentos dos créditos do IPI de períodos posteriores a agosto de 2001, o fisco glosou créditos efetuados Fl. 833DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16370.000236/200671 Acórdão n.º 3302001.977 S3C3T2 Fl. 4 3 ou por corresponderem a aquisições de empresas enquadradas no SIMPLES, ou por serem produtos tributados com alíquotas inferiores às apropriadas, ou, ainda, por se tratar de créditos de outro estabelecimento da impugnante; h) Não procede a glosa dos créditos efetuados de empresas enquadradas no SIMPLES, tendo em vista que tais produtos ou insumos, nesse caso gozam de uma isenção parcial como adiante demonstrado; i) Mesmo que a impugnante tenha adquirido insumos de empresas enquadradas no “simples” tem ela direito ao creditamento do IPI, quer por ser tributado, quer por ter isenção parcial do tributo; j) Quanto aos demais motivos da glosa dos créditos do IPI a impugnante está fazendo um levantamento específico nota por nota para conferir os levantamentos do fisco e desde já protesta por sua juntada a posteriori. A 3a Turma de Julgamento da DRJ em Belém PA julgou procedente o lançamento, nos termos do Acórdão no 0122.829, de 31/08/2011, cuja ementa abaixo se transcreve. ANÁLISE DE DIREITO CREDITÓRIO. DECADÊNCIA. A análise da existência de direito creditório, qualquer que seja ele, não encontra a limitação temporal, sendo induvidoso que o fisco pode analisar de forma ampla os pedidos de restituição, ressarcimento e a utilização em escrita fiscal de supostos créditos com mais de cinco anos contados do fato gerador. RESSARCIMENTO. AQUISIÇÕES DE OPTANTES PELO SIMPLES. As aquisições de produtos de empresas optantes pelo Simples não ensejarão, aos adquirentes, direito a escrituração ou a fruição de créditos do imposto. Ciente desta decisão em 14/12/2011 (AR de fl. 820), a interessada ingressou, no dia 21/12/2011, com o recurso voluntário (fls. 821/828) no qual repisa os argumentos da impugnação. Na forma regimental, o recurso voluntário foi distribuído a este Conselheiro Relator. É o Relatório. Fl. 834DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16370.000236/200671 Acórdão n.º 3302001.977 S3C3T2 Fl. 5 4 Voto Conselheiro WALBER JOSÉ DA SILVA, Relator. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos legais. Dele se conhece. Como relatado, a empresa contesta a glosa do crédito básico do IPI de insumos adquiridos de empresas optantes pelo Simples e a possibilidade do Fisco efetuar a glosa do crédito básico do IPI e, consequentemente, de efetuar o lançamento do crédito tributário. Pelo que pude entender dos autos, a empresa recorrente possuía decisão judicial autorizando a escrituração de crédito básico de IPI nas aquisições de insumos isentos, de alíquota zero e não tributados, inclusive nas aquisições efetuadas nos 05 (cinco) anos antes da impetração da ação. No terceiro decêndio de agosto de 2001 a empresa recorrente escriturou R$ 133.325,91 (R$ 125.949,15 + R$ 7.376,76) relativo a diferença de créditos básicos apurados nos períodos de 111/97 a 3.12/97 e de 103/00 a 208/01. Deste crédito, a Fiscalização aceitou R$ 51.074,16 em face de a recorrente ter efetuado a escrituração de créditos básicos de IPI nas seguintes situações: a) Insumos cuja operação teve o crédito já escriturado no Livro de Apuração do IPI; b) Nota fiscal relativa a pagamento por cursos realizados; c) Operação em que houve devolução do insumo; d) Insumos destinados ora a matriz, ora a filial localizada na cidade de São Paulo, na Rua Capitão Mor Passos, 493 no Pari, com CNPJ 75.341.800/000337; e) Operação em que não houve exibição das notas fiscais correspondentes; f) Insumos adquiridos de pessoas jurídicas optantes pelo Simples; e g) Operação onde os insumos são tributados. Também pelas mesmas razões acima, a Fiscalização efetuou a glosa de créditos básicos de IPI escriturados, com respaldo da decisão judicial, no período de 109/02 a 207/04. Assim, as questões postas em julgamento dizem respeito à decadência do direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário pelo lançamento, na situação fática acima descrita, e ao creditamento do IPI nas aquisições de insumos de empresas optantes pelo Simples. De plano, há que se afastar a alegação da recorrente de que o crédito glosado referese a IPI de insumos adquiridos de 1999 a 2001 e, portanto, há mais de 5 (cinco) anos da Fl. 835DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16370.000236/200671 Acórdão n.º 3302001.977 S3C3T2 Fl. 6 5 data da ciência do auto de infração, fato este que ocorreu no dia 27/09/2006. E não merece guarida tal argumento porque se trata de crédito extemporâneo escriturado com base em decisão judicial que assim autorizava. Só a partir da escrituração do crédito é que o Fisco pode sobre ele se manifestar. Também devese registrar que as glosas efetuados nos créditos básicos dos períodos de apuração ocorridos a partir de setembro de 2002, registrados tempestivamente no Livro RAIPI, não foram objeto de alegação de decadência. No caso dos créditos do IPI escriturados no Livro RAIPI, especialmente quando há apuração de saldo credor no período de apuração, a contagem do prazo decadencial se torna extremamente polêmica. Vamos tomar como exemplo parte do presente lançamento, onde no Livro RAIPI a empresa apurou saldo credor. A decisão recorrida entende que, com a reconstituição do Livro RAIPI, a glosa do crédito indevido, escriturado no 308/2001, gerou um saldo devedor no 309/2001 e, portanto, este saldo devedor pode e deve ser lançado no 309/2001, posto que não ocorreu a decadência do direito de a Fazenda Nacional efetuar o lançamento. Para os que assim pensam, um crédito básico indevido escriturado há 15 (quinze) anos atrás pode ser glosado hoje se o primeiro saldo devedor no Livro RAIPI, após a glosa, também ocorrer hoje. Nestas condições, como disse a decisão recorrida, não existe limitação temporal para a análise da existência de direito creditório e sua utilização na escrita fiscal. É o que aconteceu no presente caso. Parte do crédito indevido foi escriturado no Livro RAIPI no terceiro decêndio de agosto de 2001 (há mais de cinco anos da ciência do auto de infração) e o primeiro saldo devedor ocorreu no terceiro decêndio de setembro de 2001 (há menos de cinco anos da ciência do auto de infração). O auto de infração foi lavrado para exigir o pagamento do IPI a partir do terceiro decêndio de setembro de 2001 e dele a recorrente teve ciência no dia 27/09/2006. Portanto, a questão crucial é: qual o prazo que o Fisco possui para efetuar a glosa de crédito escriturado no Livro RAIPI? Não existe prazo? Ao contrário do que diz a decisão recorrida, entendo que existe prazo, sim. Os créditos legítimos escriturados pelo contribuinte do IPI são dedutíveis dos débitos e esta operação considerase pagamento (art. 125, inciso III, do RIPI/2002) sujeito à homologação no prazo previsto no art. 150, § 4º, do CTN. Ocorrendo a homologação tácita do pagamento pelo transcurso de prazo, não há que se falar em sua revisão, salvo a existência de fraude. Por outro lado, por determinação expressa do inciso III, do art. 125 do RIPI/2002, presumese não ocorrido o lançamento por homologação na hipótese de utilização de créditos indevidos e, portanto, não há como aplicar as disposições do art. 150 do CTN, que trata de lançamento por homologação. Diz os referidos dispositivos: Art. 124. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lançamento por homologação, aperfeiçoamse com o pagamento do imposto ou com a compensação do mesmo, nos termos dos arts. 207 e Fl. 836DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16370.000236/200671 Acórdão n.º 3302001.977 S3C3T2 Fl. 7 6 208 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofício da autoridade administrativa (Lei nº 5.172, de 1966, art. 150 e § 1º, Lei nº 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, e Medida Provisória nº 66, de 2002, art. 49). Parágrafo único. Considerase pagamento: I o recolhimento do saldo devedor, após serem deduzidos os créditos admitidos dos débitos, no período de apuração do imposto; II o recolhimento do imposto não sujeito a apuração por períodos, haja ou não créditos a deduzir; ou III a dedução dos débitos, no período de apuração do imposto, dos créditos admitidos, sem resultar saldo a recolher. Art. 125. Considerarseão não efetuados os atos de iniciativa do sujeito passivo, para o lançamento: I quando o documento for reputado sem valor por lei ou por este Regulamento (Lei nº 4.502, de 1964, art. 23, inciso II); II quando o produto tributado não se identificar com o descrito no documento (Lei nº 4.502, de 1964, art. 23, inciso III); ou III quando estiver em desacordo com as normas deste Capítulo (Lei nº 4.502, de 1964, art. 23, inciso I). (grifei). É o caso dos autos onde o contribuinte utilizou créditos indevidos e, portanto, considerase não ocorridos os atos de sua iniciativa para o lançamento. Consequentemente, para o período de apuração em que o contribuinte utilizou créditos indevidos tem o Fisco o prazo do art. 173 do CTN para constituir o crédito tributário pelo lançamento, contados da data da escrituração indevida do crédito, mesmo que com a glosa do crédito indevido só venha resultar em apuração de saldo devedor do IPI em períodos subseqüentes. O fato que enseja o lançamento é a escrituração indevida de crédito e não a apuração de saldo devedor, que é conseqüência da infração e não causa do lançamento. Portanto, o lançamento decorrente de escrituração indevida de crédito deve ser efetuado no prazo do art. 173, inciso I, do CTN, contado do primeiro dia do exercício seguinte àquele que ocorreu a escrituração indevida de crédito básico de IPI. No caso dos autos, a escrituração indevida ocorreu no terceiro decêndio de agosto de 2001, iniciando prazo decadencial para efetuar o lançamento decorrente deste crédito indevido, em qualquer período de apuração subseqüente, no dia 01/01/2002 e terminando no dia 31/12/2006. A recorrente tomou ciência do auto de infração no dia 27/09/2006, portanto dentro do prazo que a Fazenda Nacional tinha para efetuar o lançamento. Com relação à possibilidade de a recorrente creditarse do IPI nas aquisição de insumos feitas junto à pessoas jurídicas optantes pelo Simples entendo que não lhe assiste razão. Fl. 837DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16370.000236/200671 Acórdão n.º 3302001.977 S3C3T2 Fl. 8 7 Ao contrário do afirmado pela recorrente, as empresas industriais optantes pelo simples não são isentas do IPI: elas pagam o IPI na forma estabelecida no § 2º, do art. 5º, da Lei 9.317/96, transcrito na decisão recorrida. Se as empresas optantes pelo Simples não são isentas do IPI, não há que se falar na aplicação da decisão judicial nas aquisições de insumos dessas empresas. E o creditamento do IPI pago pelas empresas optantes pelo Simples não é possível por expressa vedação legal (§ 5º, do art. 5º, da Lei nº 9.317/96). No mais, com fulcro no art. 50, § 1o, da Lei no 9.784/19991, adoto e ratifico os fundamentos do acórdão de primeira instância. Por tais razões, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) WALBER JOSÉ DA SILVA Relator 1 Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos, quando: [. . .] § 1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato. Fl. 838DF CARF MF Impresso em 05/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA, Assinado digitalmente em 04/03/2013 por WALBER JOSE DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10480.905183/2010-30
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADAS. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA.
A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN.
A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação.
Recurso a que se nega provimento.
Numero da decisão: 3802-001.360
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Regis Xavier Holanda - Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator
EDITADO EM: 31/10/2012
Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e José Fernandes do Nascimento. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Solon Sehn.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda - Presidente (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios - Relator EDITADO EM: 31/10/2012 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e José Fernandes do Nascimento. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Solon Sehn.
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Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/06/2004 a 30/06/2004 COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO DEMONSTRADAS. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez do crédito alegado impossibilita a extinção de débitos para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso a que se nega provimento. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Regis Xavier Holanda Presidente (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator EDITADO EM: 31/10/2012 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 48 0. 90 51 83 /2 01 0- 30 Fl. 97DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 06/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 2 Participaram, ainda, da presente sessão de julgamento, os conselheiros Cláudio Augusto Gonçalves Pereira e José Fernandes do Nascimento. Ausente, momentaneamente, o conselheiro Solon Sehn. Relatório Este processo decorre da não homologação de compensação pleiteada por meio de PER/DCOMP (retificadora), uma vez que, para a quitação do débito apontado pela suplicante, não foi confirmado o direito creditório por esta alegado, relativamente à COFINS de junho de 2004, no valor de R$ 1.577,22. Inconformada, a recorrente apresentou manifestação de inconformidade onde alegou que o direito creditório estaria demonstrado na DACON retificadora do período e que, por limitação técnica da Receita Federal, não procedera à correspondente retificação da DCTF. Tais argumentos, todavia, não foram acolhidos pela 2a Turma da DRJ Recife, a qual, por unanimidade de votos, julgou improcedente a manifestação de inconformidade formalizada pela interessada, fundamentada, basicamente, na não comprovação do direito creditório alegado (vide fls. 78/85). A ciência da decisão de primeira instância ocorreu em 01/03/2012 (fls. 88). Inconformada, a autuada apresentou, em 21/03/2012, o recurso voluntário de fls. 91/94, onde alega que a receita apontada como “outras receitas” na DIPJ do anocalendário de 2004, trata se exclusivamente de receita financeira, não tendo o contribuinte, no período, nada faturado a título de resultado de sua atividade de prestação de serviços. Ressalta, ainda, que a análise da ficha 06A da DIPJ (que alega anexar) seria suficiente para se chegar à conclusão de que nada recebera pela prestação de serviços (linha 08), portanto, o faturamento e a receita bruta do período corresponderiam a zero. Por sua vez, a receita financeira, indicada na linha 24 da DIPJ, não entraria na composição da Receita Bruta. Defende que a Lei no 11.941/09, ao revogar expressamente o § 1o do art. 3o da Lei no 9.718/98, mudou o conceito anterior de receita bruta, deixando claro que esta corresponde ao faturamento. Assim, a receita financeira, mera compensação parcial do capital de giro no tempo, não poderia ser confundida com a “receita do faturamento”, a qual decorre principalmente das vendas e revendas de mercadorias e da prestação de serviços. Por todo o exposto, requer seja provido integralmente seu recurso. É o relatório. Voto Conselheiro Francisco José Barroso Rios O recurso há que ser conhecido por preencher os requisitos formais e materiais exigidos para a sua aceitação. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 06/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A Processo nº 10480.905183/201030 Acórdão n.º 3802001.360 S3TE02 Fl. 98 3 A discussão diz respeito à existência ou não de direito creditório decorrente de alegado pagamento indevido da COFINS de competência de junho de 2004 (regime não cumulativo). É verdade que a Lei no 11.941, de 27/05/2009, em seu artigo 79, inciso XII, revogou expressamente o § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, que ampliara a base de cálculo do PIS e da COFINS. Este dispositivo, contudo, já fora declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ao entender que o alargamento do conceito de faturamento prescrito pela norma em evidência estava maculado por vício formal de constitucionalidade. Com a declaração de inconstitucionalidade do § 1o do artigo 3o da Lei no 9.718/98, o STF entendeu que o PIS e a COFINS somente poderiam incidir sobre as receitas operacionais das empresas, ou seja, aquelas ligadas às suas atividades principais. O alcance desse entendimento, em relação à COFINS regida pelo regime da nãocumulatividade, prevaleceu até a edição da Medida Provisória no 135, de 20/10/2003, posteriormente convertida na Lei no 10.833, de 29/12/2003, que trouxe nova ampliação da base de cálculo da contribuição, agora, sem o vício da inconstitucionalidade, dada a edição da EC no 20, de 15/12/1998. A ampliação da base de cálculo para as empresas submetidas ao novo regime edificado pela norma em evidência – da nãocumulatividade – passou a viger a partir de 1o de fevereiro de 2004. Portanto, referida ampliação da base de cálculo da COFINS, nos termos acima observados, alcança o período cujo direito creditório é reclamado pela empresa (junho de 2004). Consequentemente, considerando a natureza jurídica da reclamante – empresa de natureza comercial –, para o mês de junho de 2004, a exigência da contribuição sobre receitas outras além das originadas da venda de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza, em tese, é legítima (ressalvadas as exceções legais). Abstraindose dessa questão, temse, contudo, que a recorrente não comprova o crédito tributário reclamado. A título comprobatório do direito, esta alega anexar a ficha 06A da DIPJ, a qual, segundo defende, seria suficiente para demonstrar que a base de cálculo da contribuição teria sido composta unicamente por receitas financeiras não integrantes da citada base de cálculo. Tal documento, contudo, não foi acostado aos autos e, ainda que o fosse, o mesmo, por si só, não seria suficiente para demonstrar o alegado equívoco e o consequente direito creditório que a suplicante alega fazer jus. Com efeito, a interessada não juntou ao processo nenhuma documentação contábil ou fiscal capaz de confirmar o direito reclamado. Constam dos autos unicamente as DACON original e retificadora, bem como a ficha 25 da DIPJ do período, documentos que são insuficientes para a comprovação do direito. Para tanto, deveria a suplicante, por exemplo, ter apresentado o Livro Razão acompanhado do Livro Diário com os lançamentos que alicerçassem as correções aduzidas como legítimas. Não custa lembrar que a compensação, como uma das formas de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. Assim, a certeza e a liquidez do direito creditório alegado deverá ser cabalmente demonstrada pela interessada na extinção do crédito tributário mediante Fl. 99DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 06/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A 4 compensação. A não comprovação da certeza e da liquidez dos referidos créditos não poderia redundar na extinção do débito para com a Fazenda Pública mediante compensação. Da Conclusão Por todo o exposto, voto para negar provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo. Sala de Sessões, em 23 de outubro de 2012. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator Fl. 100DF CARF MF Impresso em 27/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 06/ 11/2012 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 26/11/2012 por REGIS XAVIER HOLAND A
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