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Numero do processo: 14485.000326/2007-21
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2013
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/12/2004 a 31/12/2006 CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. INEXISTÊNCIA. AUTO-DE-INFRAÇÃO. SALÁRIO INDIRETO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO REGULAMENTADORA. METAS. PRESCINDIBILIDADE. LUCROS. NEGOCIAÇÃO POSTERIOR AO SEU ADVENTO. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO LEGAL.
I - Ação fiscal precedente ao lançamento é procedimento é inquisitório, o que significa afastar qualquer natureza contenciosa dessa atuação, de forma que a prévia oitiva do contribuinte, quanto a eventuais dados levantados durante ação fiscal, podem ser plenamente descartados acaso a autoridade fiscal já se satisfaça com os elementos de que dispõe;
II - A discussão em torno da tributação da PLR não cinge-se em infirmar se esta seria ou não vinculada a remuneração, ate porque o texto constitucional expressamente diz que não, mas sim em verificar se as verbas pagas correspondem efetivamente a distribuição de lucros;
III - Para a alínea "j" do § 90 do art. 28 da Lei n° 8.212/91, e para este Conselho, PLR é somente aquela distribuição de lucros que seja executada nos termos da legislação que a regulamentou, de forma que apenas a afronta aos critérios ali estabelecidos, desqualifica o pagamento, tornando-o mera verba paga em decorrência de um contrato de trabalho, representando remuneração para fins previdenciários;
IV - Os instrumentos de negociação devem adotar regras claras e objetivas, de forma a afastar quaisquer dúvidas ou incertezas, que possam vir a frustrar o direito do trabalhador quanto a sua participação na distribuição dos lucros;
VI - A legislação regulamentadora da PLR não veda que a negociação quanto a distribuição do lucro, seja concretizada após sua realização, é dizer, a negociação deve preceder ao pagamento, mas não necessariamente advento do lucro obtido.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-002.485
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator) e Elias Sampaio Freire. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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INEXISTÊNCIA. AUTODE INFRAÇÃO. SALÁRIO INDIRETO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO REGULAMENTADORA. METAS. PRESCINDIBILIDADE. LUCROS. NEGOCIAÇÃO POSTERIOR AO SEU ADVENTO. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO LEGAL. I Ação fiscal precedente ao lançamento é procedimento é inquisitório, o que significa afastar qualquer natureza contenciosa dessa atuação, de forma que a prévia oitiva do contribuinte, quanto a eventuais dados levantados durante ação fiscal, podem ser plenamente descartados acaso a autoridade fiscal já se satisfaça com os elementos de que dispõe; II A discussão em torno da tributação da PLR não cingese em infirmar se esta seria ou não vinculada a remuneração, ate porque o texto constitucional expressamente diz que não, mas sim em verificar se as verbas pagas correspondem efetivamente a distribuição de lucros; III Para a alínea "j" do § 90 do art. 28 da Lei n° 8.212/91, e para este Conselho, PLR é somente aquela distribuição de lucros que seja executada nos termos da legislação que a regulamentou, de forma que apenas a afronta aos critérios ali estabelecidos, desqualifica o pagamento, tornandoo mera verba paga em decorrência de um contrato de trabalho, representando remuneração para fins previdenciários; IV Os instrumentos de negociação devem adotar regras claras e objetivas, de forma a afastar quaisquer dúvidas ou incertezas, que possam vir a frustrar o direito do trabalhador quanto a sua participação na distribuição dos lucros; VI A legislação regulamentadora da PLR não veda que a negociação quanto a distribuição do lucro, seja concretizada após sua realização, é dizer, a Fl. 659DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 652 2 negociação deve preceder ao pagamento, mas não necessariamente advento do lucro obtido. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Relator) e Elias Sampaio Freire. Designado para redigir o voto vencedor o Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior – Redator Designado EDITADO EM: 04/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado) e Elias Sampaio Freire. Relatório O Acórdão nº 240200.508, da 2a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (fls. 580 a 583v), julgado na sessão plenária de 22 de fevereiro de 2010, por maioria de votos, deu provimento ao recurso voluntário do contribuinte para considerar que não incidem as contribuições previdenciárias sobre os pagamentos feitos pela empresa aos empregados a título de participação nos lucros (PLR), pois foram feitos nos termos de acordos firmados conforme os ditames da legislação. Transcrevese a ementa do julgado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Fl. 660DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 653 3 Período de apuração: 01/02/2002 a 31/12/2006 PREVIDENCIÁRIO. CERCEAMENTO DE DEFESA. AÇÃO FISCAL. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA. INEXISTÊNCIA. AUTODEINFRAÇÃO. SALÁRIO INDIRETO. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. OBSERVÂNCIA DA LEGISLAÇÃO REGULAMENTADORA. METAS. PRESCINDIBILIDADE. LUCROS. NEGOCIAÇÃO POSTERIOR AO SEU ADVENTO. INEXISTÊNCIA DE VEDAÇÃO LEGAL. I Ação fiscal precedente ao lançamento é procedimento é inquisitório, o que significa afastar qualquer natureza contenciosa dessa atuação, de forma que a prévia oitiva do contribuinte, quanto a eventuais dados levantados durante ação fiscal, podem ser plenamente descartados acaso a autoridade fiscal já se satisfaça com os elementos de que dispõe; II A discussão em torno da tributação da PLR não cingese em infirmar se esta seria ou não vinculada a remuneração, até porque o texto constitucional expressamente diz que não, mas sim em verificar se as verbas pagas correspondem efetivamente a distribuição de lucros; III Para a alínea "j" do § 9o do art. 28 da Lei n° 8.212/91, e para este Conselho, PLR é somente aquela distribuição de lucros que seja executada nos termos da legislação que a regulamentou, de forma que apenas a afronta aos critérios ali estabelecidos, desqualifica o pagamento, tornandoo mera verba paga em decorrência de um contrato de trabalho, representando remuneração para fins previdenciários; IV Os instrumentos de negociação devem adotar regras claras e objetivas, de forma a afastar quaisquer dúvidas ou incertezas, que possam vir a frustrar o direito do trabalhador quanto a sua participação na distribuição dos lucros; V A legislação regulamentadora da PLR não veda que a negociação quanto a distribuição do lucro, seja concretizada após sua realização, é dizer, a negociação deve preceder ao pagamento, mas não necessariamente ao advento do lucro obtido. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO Cientificada dessa decisão em 26/5/2010 (fl. 584), a Fazenda Nacional apresentou, em 07/06/2010, recurso especial de divergência (fls. 587 a 620), defendendo que os valores distribuídos a título de participação nos lucros e/ou resultados compõem a base de cálculo das contribuições previdenciárias quando a forma de distribuição não observar as disposições de lei. Alega a recorrente que o acórdão recorrido divergiu em entendimento com as seguintes decisões paradigmas: Acórdão n° 20601.344, da 6a Câmara do 1o Conselho de Contribuintes: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/04/2000 Fl. 661DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 654 4 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS PREVISÃO CONSTITUCIONAL EFICÁCIA CONTIDA REQUISITOS LEGAIS NÃO OBSERVAÇÃO INCIDÊNCIA. O inciso XI do art. 7° da Constituição Federal/1988 não tem aplicação imediata pois prevê regulamentação por meio de lei ordinária. A participação nos lucros e resultados só deixou de integrar a base de contribuição a partir da edição da MP 794/1994 que após várias edições foi convertida na Lei n° 10.101/2000, desde que paga de acordo com os referidos diplomas legais. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/1999 a 30/04/2000 INCONSTITUCIONALIDADE/ILEGALIDADE. É prerrogativa do Poder Judiciário, em regra, a argüição a respeito da constitucionalidade ou ilegalidade e, em obediência ao Princípio da Legalidade, não cabe ao julgador no âmbito do contencioso administrativo afastar aplicação de dispositivos legais vigentes no ordenamento jurídico pátrio. Recurso Voluntário Negado. Acórdão n° 240100.545 — da 1a Turma Ordinária da 4a Câmara da 2a Seção de Julgamento do CARF ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/1997 a 31/12/2003 PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS PARCELA INTEGRANTE DO SALÁRIODECONTRIBUIÇÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DESCUMPRIMENTO DAS REGRAS DA LEI 10.101/2000. Uma vez estando no campo de incidência das contribuições previdenciárias, para não haver incidência é mister previsão legal nesse sentido, sob pena de afronta aos princípios da legalidade e da isonomia. O pagamento de participação nos lucros e resultados em desacordo com os dispositivos legais da lei 10.101/00, quais sejam, existência de acordo prévio ao exercício, bem como a existência de regras previamente ajustadas, enseja a incidência de contribuições previdenciárias, posto a não aplicação da regra do art. 28, §9°, "j" da Lei 8.212/91. (...) Observa que o segundo paradigma se refere ao mesmo contribuinte, qual seja, ALMAP BBDO COMUNICAÇÕES LTDA, mas entendendo que "o pagamento de participação nos lucros e resultados em desacordo com os dispositivos legais da lei 10.101/00, quais sejam, existência de acordo prévio ao exercício, bem como a existência de regras Fl. 662DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 655 5 previamente ajustadas, enseja a incidência de contribuições previdenciárias, posto a não aplicação da regra do art. 28, §9o, "j" da Lei 8.212/91". Desta forma, defende que o pagamento a título de Participação dos Lucros e Resultados, cujo acordo é firmado posteriormente ao período de apuração do lucro ou resultado, descumpre os requisitos legais, hipótese em que o mencionado pagamento se transmuda em simples bônus, já que feito de forma incondicionada, sem regras previamente ajustadas, ante a inexistência de qualquer estímulo ao trabalhador em buscar melhores resultados. O recurso foi admitido pelo despacho de fls. 621 a 623. Cientificado do acórdão e do recurso especial da Fazenda Nacional em 15/03/2011 (fl. 627v), o contribuinte apresentou, em 25/03/2011, contrarrazões (fls. 629 a 649), onde pugna pela manutenção da decisão recorrida, argumentando que a participação nos lucros tem imunidade garantida pela Constituição Federal, não sendo lícito que lei infraconstitucional pretenda fazer incidir contribuições previdenciárias sobre elas. Acrescenta que não apresentou recurso especial contra o Acórdão n° 2401 00.545, utilizado como paradigma para a admissão do recurso, pois optou pela discussão na via judicial, tendo obtido liminar para suspender a exigibilidade do crédito tributário (processo n° 001906713.2010.4.03.6100, da 20a Vara da Justiça Federal de São Paulo/SP). É o relatório. Fl. 663DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 656 6 Voto Vencido Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Relator Pelo que consta no processo, o recurso atende aos requisitos de admissibilidade e, portanto, dele conheço. Da verificação dos pagamentos feitos aos empregados a título de participação nos lucros (PLR), foram lavradas as seguintes autuações: a) Notificação Fiscal de Lançamento de Débito relativas às contribuições à Seguridade Social dos empregados, da empresa, destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, e destinadas a terceiros, relativas aos pagamentos de PLR que não atenderam aos requisitos da legislação, constante deste processo; b) Auto de infração para cobrança de multa por ter deixado a empresa de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados sobre a Rubrica PLR — Participação nos Lucros ou Resultados pagas em desacordo com a legislação especifica, constante do processo 14485.000329/200764; c) Auto de infração para cobrança de multa por ter deixado a empresa de informar em GFIP os fatos geradores de todas as Contribuições Previdenciárias relativas às Remunerações pagas a título de PLR, constante do processo 14485.000327/200775. Por decorrerem dos mesmos fatos, os três processos serão apreciados em conjunto na mesma sessão de julgamento. A Fiscalização considerou que os pagamentos feitos a título de participação nos lucros não atenderam aos requisitos da legislação de regência, e que por isso estavam sujeitos à incidência das contribuições previdenciárias pelos seguintes motivos: a) inexistência de acordo prévio de metas e condições de PLR, tendo o acordo do exercício de 2004 sido firmado em 24/11/2004, o do exercício de 2005, em 28/10/2005, e o do exercício de 2006, em 20/11/2006; b) os pagamentos foram efetuados sem qualquer indicação/discriminação/ comprovação das metas previstas nos acordos, que deveriam ser claramente expressas e demonstradas; c) o contribuinte não apresentou com clareza quais os critérios de avaliação e meios de aferição utilizados, quais foram as metas e resultados, previamente pactuados, a serem atingidos por todos os funcionários para que fossem feitos os pagamentos a título de PLR. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento manteve o lançamento, considerando que os pagamentos consistiram em um simples décimoquarto Fl. 664DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 657 7 salário, uma gratificação, um prêmio, sem qualquer correlação com metas, como demonstra o trecho abaixo transcrito (fl. 548): 5.26. Assim, a distribuição de lucros e/ou resultados pressupõe a existência de um acordo prévio entre as partes. Podemos detectar diversas irregularidades nos acordos efetuados no caso em questão, como já explicitado acima. A primeira é que não houve negociação prévia já que os acordos de 2004, 2005 e 2006 foram assinados após o inicio do período de aferição dos resultados, ficando evidente que os empregados desconheciam as regras, as metas para a concessão do PLR durante os meses de vigência do acordo. A segunda é que os pagamentos foram efetuados sem qualquer comprovação das metas previstas nos Acordos, que devem ser claramente expressas e demonstradas. E a terceira é que a Notificada não apresentou com clareza, quais os critérios de avaliação e meios de aferição utilizados, quais foram as metas e resultados, previamente pactuados, a serem atingidos por todos os funcionários para que fossem feitos os pagamentos a título de PLR. Estando em completo desacordo com as normas legais instituidoras do benefício, estes Acordos não possuem qualquer validade, devendo as verbas pagas a título de PLR serem consideradas salariais. 5.27. Houve um desvirtuamento total dos fins de instituição de um Programa de Participação nos Lucros, já que a instituição deste visa que o trabalhador participe nos lucros ou resultados que ajudou a obter, assim os empregados da Notificada não tinham as metas a serem atingidas fixadas previamente, logo não poderiam se esforçar para atingilas. Portanto, a distribuição de eventual valor em nada teve a contribuição e o esforço dos empregados, já que somente após todo o ano é que se fixava a meta sempre em patamar já atingido ou em vias de atingir, tratase na verdade de um simples décimoquarto salário, uma gratificação, um prêmio, sem qualquer correlação com metas, como quer afirmar a Impugnante. O acórdão recorrido, de modo contrário, considerou que a legislação regulamentadora da PLR não veda que a negociação sobre a distribuição do lucro aconteça após o encerramento do exercício, devendo se dar antes do pagamento, e que as regras do acordo eram claras e objetivas. A divergência trazida no especial da Fazenda diz respeito apenas à necessidade de que o acordo que define a participação nos lucros seja firmado antes do início do exercício em que será apurado. Se isso não ocorrer, o pagamento se transmuda em simples bônus, posto que feito de forma incondicionada, sem regras previamente ajustadas, ante a inexistência de qualquer estímulo ao trabalhador em buscar melhores resultados. É importante notar que um dos paradigmas utilizados para comprovar a divergência diz respeito a lançamento do mesmo contribuinte, relativo aos exercícios de 1997 a 2003. Em suas contrarrazões, o sujeito passivo defende que a participação nos lucros tem imunidade garantida pela Constituição Federal, não sendo lícito que lei infraconstitucional a restrinja, e esclarece que optou por discutir o lançamento julgado no paradigma indicado no Poder Judiciário, tendo obtido liminar suspendendo a exigibilidade do crédito tributário. De fato, a participação nos lucros é direito constitucional, previsto no inciso XI do art. 7º da Constituição Federal, abaixo transcrito: Fl. 665DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 658 8 Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: (...) XI participação nos lucros, ou resultados, desvinculada da remuneração, e, excepcionalmente, participação na gestão da empresa, conforme definido em lei; (...) De imediato, verificase que a Constituição Federal garantiu o direito não de forma incondicionada, mas nos termos de lei reguladora. Assim, improcedente o argumento de que a lei infraconstitucional não poderia trazer requisitos para o usufruto dessa benesse. Se a eficácia dessa norma constitucional é contida ou limitada não interessa à nossa discussão, pois, por ocasião dos fatos geradores lançados, já vigia a lei que regulamenta o instituto. De qualquer modo, vale esclarecer que o entendimento prevalente no âmbito administrativo e judicial é de que a sua eficácia é limitada, somente sendo possível o exercício do direito após a vigência da Medida Provisória (MP) nº 794, de 29 de dezembro de 1994. De forma harmônica com a Constituição Federal, a Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, também determinou que a participação nos lucros ou resultados da empresa somente não integraria o saláriodecontribuição, quando paga ou creditada de acordo com lei específica. Transcrevese o dispositivo: Art. 28. Entendese por saláriodecontribuição: I para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (...) § 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) j) a participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei específica; (...) E é a Lei nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000, que determina os requisitos da participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa, tendo resultado da conversão em lei da já citada Medida Provisória nº 794, de 1994, após sucessivas reedições. Fl. 666DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 659 9 São esses os termos da lei reguladora: Art. 1o Esta Lei regula a participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados da empresa como instrumento de integração entre o capital e o trabalho e como incentivo à produtividade, nos termos do art. 7º, inciso XI da Constituição. Art. 2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: I comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; II convenção ou acordo coletivo. § 1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: I índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; II programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. § 2o O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. (...) Art. 3o A participação de que trata o art. 2o não substitui ou complementa a remuneração devida a qualquer empregado, nem constitui base de incidência de qualquer encargo trabalhista, não se lhe aplicando o princípio da habitualidade. (...) § 2o É vedado o pagamento de qualquer antecipação ou distribuição de valores a título de participação nos lucros ou resultados da empresa em periodicidade inferior a um semestre civil, ou mais de duas vezes no mesmo ano civil. (...) Aqueles que defendem a necessidade de que a negociação se dê anteriormente ao início do exercício tiram seu fundamento do art. 1o da lei, que define a participação no lucro como um incentivo à produtividade. Ora, não há que se falar em incentivo à produtividade relativo a resultado já apurado, ou em estado avançado de apuração. Fl. 667DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 660 10 Nesse sentido, o acordo deveria delimitar metas e objetivos que, se cumpridos, permitiriam a distribuição de parte dos lucros aos empregados. Já os defensores da tese contrária afirmam que a lei não traz essa exigência, determinando apenas que as regras sejam claras e objetivas, de forma a permitir a aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo. E que a lei apenas sugere, como critérios e condições, o estabelecimento de índices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa e de programas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. Mas que deixa claro que as partes podem estabelecer outros critérios. Apesar da força dos argumentos em contrário, alinhome ao entendimento desse julgado, e defendo que o acordo que define a participação dos lucros deve ser firmado antes do início do exercício. Em defesa desse posicionamento, em complemento a tudo que já foi dito, trago os argumentos trazidos na recente Nota Cosit no 89, de 11 de junho de 2012, que passo a transcrever: 14. Verificase, assim, que o art. 1º deixa explícito que a PLR tem como um dos seus objetivos incentivar a produtividade, e o § 1º do artigo 2º determina que as regras para o pagamento da PLR devem constar do documento que fixa os termos da negociação. 15. Ora, a concessão da PLR sem a exigência de meta a ser atingida não cumpre o objetivo de incentivar a produtividade. 16. Desta forma, a conclusão lógica é a de que a lei exige, sim, a fixação de obrigações a serem cumpridas pelos empregados que, pelo menos em tese, tenham o potencial de promover alguma melhoria nos indicadores da empresa e que deverão ser cumpridas para o pagamento de valores a título de participação, seja atrelada aos lucros, seja atrelada aos resultados da empresa. 17. No que se refere ao momento de fixação das regras, não há qualquer dúvida de que estas devem ser estabelecidas antes da data em que os empregados devem iniciar seu cumprimento e não apenas antes da data do pagamento da PLR. A razão é óbvia, não é possível estabelecer condições para o passado, nem tem qualquer serventia estabelecer regras ou condições para alcançar resultados já conhecidos, uma vez que, práticas desta natureza não atendem aos objetivos da lei. O inciso II do § 1º do art. 2º dispõe expressamente que os programas de metas, resultados e prazos, devem ser pactuados previamente, o que afasta qualquer dúvida sobre este ponto da matéria. 18. Assim, os acordos para pagamento imediato de PLR, como aqueles feitos para evitar ou interromper greves, são em si incompatíveis com o atendimento das regras da lei e, portanto, a natureza remuneratória dos valores pagos não está afastada. 19. Pela leitura dos dispositivos da lei, depreendese que a PLR deve ser implementada de forma planejada, de modo que haja tempo adequado para que sejam atendidas todas as exigências da lei, não pode ser utilizada como solução de última hora ou simplesmente ser invocada para deixar de pagar as contribuições previdenciárias e outros direitos trabalhistas, fato este que constitui burla ou Fl. 668DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 661 11 desvirtuamento da lei, o que não pode ser admitido nem pelo fisco, nem pelos trabalhadores e respectivos sindicatos. (...) Penso que o instituto da participação nos lucros deve ser interpretado de forma harmônica com o sistema previdenciário previsto em nossa Constituição, que visa à proteção do trabalhador após sua vida laboral. Caso se elasteça por demais seu alcance, facilmente a participação nos lucros será utilizada como forma de bonificação por resultados já alcançados, ou então como modo disfarçado de aumento salarial, não sendo computada, de forma prejudicial aos empregados, em sua futura aposentadoria. A participação nos lucros previstas na legislação é a que incentiva o aumento de produtividade, permitindo que o trabalhador usufrua do resultado a maior que ajudou a construir. E para isso, ela deve ser acordada antes do início do exercício. Tomese como exemplo os acordos sob análise neste processo (fls. 77 a 99). Firmados nos últimos meses dos exercícios a que se referem, prevêem o pagamento de 0%, 50% a 100% do salário de acordo com o faturamento a ser alcançado pela empresa, que, naquele momento, já está em sua quase totalidade contabilizado, e sem qualquer referência ao lucro a ser apurado. Ao meu sentir, tratase de mera bonificação de final de ano, e como tal deve ser tributada pelas contribuições previdenciárias. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do recurso para, no mérito, dar provimento ao recurso especial do Procurador da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 669DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 662 12 Voto Vencedor Conselheiro Manoel Coelho Arruda Junior, Designado Não obstante os argumentos expostos pelo i. Conselheiro em seu voto prolatado e estar este Conselheiro de acordo com a conclusão ali consignada, peço vênia para apresentar declaração de voto. Utilizome como razões de decidir, os argumentos apresentados pelo i. Conselheiro Mauro José Silva [Acórdão n. 230101.976]. Segundo consta da acusação, a empresa autuada incorreu em infração ao artigo 30, inciso I, alínea "a", da Lei n.° 8.212, de 24/07/1991, artigo 4°, caput da Lei n° 10.666, de 08/05/2003, e artigo 216, inciso I, alínea "a", do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n.° 3.048, de 06/05/1999, a seguir transcritos, ao deixar de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados empregados sobre a Rubrica PLR — Participação nos Lucros ou Resultados pagas em desacordo com a legislação especifica. Acusa a autoridade fiscal que a pessoa jurídica não atendeu ao disposto nos artigos Lei n° 10.101, de 19/12/2000. Assim, a despeito de todo o alegado na defesa, não há como negar o que dispõe sobre a matéria a Lei n° 8.212/91, e o Decreto n° 3.048/99 , ou seja: a) Inexistência de acordo prévio de metas e condições de PLR, sendo firmados estes no fim do ano base ou em data posterior. Exercício Data do Termo de Acordo 2004 24/11/2004 2005 28/10/2005 2006 20/11/2006 b) os pagamentos foram efetuados sem qualquer indicação/discriminação/comprovação das metas previstas nos Acordos, que devem ser claramente expressas e demonstradas. c) A autuada não apresentou com clareza, quais os critérios de avaliação e meios de aferição utilizados, quais foram as metas e resultados, previamente pactuados, a serem atingidos por todos os funcionários para que fossem feitos os pagamentos a titulo de PLR. d) os Termos de acordo de 2004, 2005 e 2006 foram assinados somente no fim do ano do exercício, assim, não teria havido a devida estipulação prévia das metas a serem atingidas pelos empregados, conforme previsto no §°2° da MP n° 794/94 e reedições e a Lei n° 10.101, de 19.12.2000. A meta fixada era uma meta de faturamento global, de posse de seu faturamento anual já contabilizado, a Notificada fixava as metas que muitas vezes já tinham sido alcançadas, desvirtuando totalmente a finalidade da instituição de um programa de Participação nos Lucros ou Resultados. Fl. 670DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 663 13 e) Ademais, os valores pagos foram efetuados sem qualquer comprovação das metas previstas nos Acordos, que devem ser claramente expressase demonstradas. E ainda, a Notificada não apresentou com clareza, quais os critérios de avaliação e meios de aferição utilizados, quais foram as metas e resultados, previamente pactuados, a serem atingidos por todos os funcionários para que fossem feitos os pagamentos a titulo de PLR; e f) as regras e metas do acordo de Participação nos Resultados, firmados pela Recorrida e a comissão de seus empregados, no final do exercício, já de posse do faturamento efetuado, estão em desacordo com as disposições legais da norma instituidora do benefício. Participação nos lucros e resultados. Inicio a análise do litígio posicionandome sobre a natureza jurídica do benefício fiscal concedido aos pagamentos a título de PLR. Definir a natureza jurídica do benefício fiscal será crucial para adotarmos a metodologia jurídica de interpretação, pois, como sabemos, para a isenção o CTN exige uma interpretação literal, ou seja, veda uma interpretação analógica ou extensiva, preferindo a interpretação restritiva dentro do sentido possível das palavras. Ainda que isso não represente uma exclusividade do método literal ou gramatical na interpretação da isenção – tarefa hermenêutica impossível diante da pluralidade de sentidos do conteúdo de algumas normas isencionais , a interpretação da isenção deve buscar o sentido mais restritivo da norma. Por outro lado, para a imunidade o processo interpretativo é livre para percorrer todos os métodos – literal, histórico, sistemático e teleológico. É nesse sentido a lição de Amílcar de Araújo Falcão (FALCÃO, Amílcar de Araújo. Fato Gerador da obrigação tributária. São Paulo: Revista dos tribunais, 1977, p. 120 121): “A distinção [entre não incidência, imunidade e isenção], além da importância que possui sob o ponto de vista doutrinário ou teórico, tem conseqüências práticas importantes, no que se refere à interpretação. É que, sendo a isenção uma exceção à regra de que, havendo incidência, deve ser exigido o tributo, a interpretação dos preceitos que estabeleçam isenção deve ser estrita, restritiva. Inversamente, a interpretação, quer nos casos de incidência, quer nos de nãoincidência, que, portanto, nos de imunidade, é ampla, no sentido de que todos os métodos, inclusive o sistemático, o teleológico etc., são admitidos”. Adotamos, para a interpretação das imunidades, a sistematização de suas características e limites fornecida por Ricardo Lobo Torres (TORRES, Ricardo Lobo. Tratado de direito constitucional financeiro e tributário, v. III; os direitos humanos e a tributação: imunidades e isonomia. Rio de Janeiro: Renovar, 1999, p. 97): “Nessa perspectiva podemos dizer que a interpretação das imunidades fiscais: a) adota o pluralismo metodológico, com o equilíbrio entre os métodos literal, histórico, lógico e sistemático, todos eles iluminados pela dimensão teleológica[das finalidades]; b) modera os resultados da interpretação, admitindo assim a interpretação extensiva que a restritiva, tanto a objetiva quanto a subjetiva, todas em equilíbrio e a depender do texto a ser interpretado; c) apóiase no pluralismo teórico, Fl. 671DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 664 14 com o princípio respectivo da nãoidentificação com ideologias triviais; d) recusa, da mesma forma que a interpretação das isenções, a analogia, que implica a extensão da imunidade a direitos nãofundamentais; e) busca o pluralismo dos valores, com o equilíbrio entre liberdade, justiça e segurança jurídica”. Tendo tomado tais lições, passemos à busca da natureza jurídica do benefício fiscal concedido os pagamentos a título de PLR. Encontramos duas posições a respeito da natureza jurídica do benefício fiscal concedido aos pagamentos a título de PLR: os que o consideram uma imunidade e os que o consideram uma isenção. Haveria imunidade na medida em que o art. 7º, inciso XI da CF desvincula a PLR da remuneração, o que equivaleria a afastar a natureza de remuneração e, em conseqüência, afastar a possível incidência prevista no art. 195, inciso I, alínea “a” e inciso II. Dessa forma, estaria configurada uma supressão da competência constitucional impositiva atendendo ao conceito clássico de imunidade. Na jurisprudência, encontramos o anterior presidente desta Câmara, Júlio César Vieira Gomes que, em declaração de voto no Acórdão 20500.563, asseverou: “Outra importante constatação é que a participação nos lucros e resultados goza de imunidade tributária. Não é caso de isenção, como a maioria das rubricas excluídas da incidência de contribuições previdenciárias por força do artigo 28, 9º' da Lei 8.212 de 24/07/91. Isto porque cuidou a própria Constituição Federal de desvincular o beneficio da remuneração dos trabalhadores(...)” Entre doutrinadores, Kyoshi Harada e Sydnei Sanches assumiram a natureza jurídica de imunidade no texto a seguir: “O legislador constituinte, objetivando incentivar as empresas a repartirem seus lucros ou resultados com os seus empregados, promovendo a ‘socialização dos lucros’ como meio de alcançar o justo equilíbrio entre o capital e o trabalho, prescreveu no inciso XI do art. 7º da Carta Política, que a PLR fica desvinculada da remuneração. Em outras palavras, retirou do campo do exercício da competência impositiva prevista no art. 195, I, a da CF tudo o que for pago pela empresa a título de participação nos lucros, ou resultados. (...)A PLR, uma vez imunizada pela Constituição, jamais poderia integrar a base de cálculo da contribuição previdenciária, sem gravíssima ofensa ao texto constitucional.” (HARADA, Kiyoshi; SANCHES, Sydney. Participação dos empregados nos lucros ou resultados da empresa: incidência de contribuições previdenciárias. Jus Navigandi, Teresina, ano 11, n. 962, 20 fev. 2006. Disponível em: <http://jus.uol.com.br/revista/texto/16671>. Acesso em: 13 jan. 2011) A princípio, não entendemos que houve a total supressão da competência constitucional impositiva, pois não podemos deixar de considerar que a competência Fl. 672DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 665 15 constitucional impositiva da União para a contribuição previdenciária inclui não só o que está inserto no art. 195, mas também o que está previsto no §11º do art. 201 (ganhos habituais a qualquer título). Nesse sentido o Ministro Marco Aurélio anotou em seu voto no RE 398.284: “não vejo cláusula a abolir a incidência de tributos, cláusula a limitar a regra específica do artigo 201,§11º, da Constituição Federal”. Portanto, houve supressão constitucional apenas da competência da União instituir contribuição previdenciária sobre a PLR na forma de remuneração, mas não na forma de ganho habitual. Ocorre que, a despeito de possuir competência constitucional para criar contribuição previdenciária sobre ganhos habituais a qualquer título, a União somente o fez em relação aos ganhos habituais sob a forma de utilidades, conforme consta da segunda parte do inciso I do art. 22(contribuição da empresa sobre pagamentos a empregados) e da segunda parte do inciso I do art. 28 (definição de salário decontribuição). Logo, a PLR só estará no campo de incidência da contribuição previdenciária se tomar a forma de remuneração. E isso só poderá ocorrer se houver desobediência à lei reguladora da imunidade. Curioso notar que a natureza jurídica de imunidade que o benefício fiscal concedido ao pagamento de PLR alcança colocanos diante da ausência de uma norma reguladora constitucionalmente válida, pois, como limitação constitucional ao poder de tributar, a imunidade, em obediência ao art. 146, inciso II da Constituição Federal, só pode ser regulada por lei complementar, status que a Lei 10.101/200 não possui. Se confirmada pelo STF a tese de que o inciso XI do art. 7º é norma de eficácia limitada, teríamos, em conseqüência, que considerar todos os pagamentos de PLR como desamparados de imunidade. Mas a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, o que nos obriga a acatar a Lei 11.101/200 como norma reguladora da imunidade. Curioso notar que a natureza jurídica de imunidade que o benefício fiscal concedido ao pagamento de PLR alcança colocanos diante da ausência de uma norma reguladora constitucionalmente válida, pois, como limitação constitucional ao poder de tributar, a imunidade, em obediência ao art. 146, inciso II da Constituição Federal, só pode ser regulada por lei complementar, status que a Lei 10.101/200 não possui. Se confirmada pelo STF a tese de que o inciso XI do art. 7º é norma de eficácia limitada, teríamos, em conseqüência, que considerar todos os pagamentos de PLR como desamparados de imunidade. Mas a Lei 11.941/2009 incluiu o art. 26A no Decreto 70.235/72 prescrevendo explicitamente a proibição dos órgãos de julgamento no âmbito do processo administrativo fiscal acatarem argumentos de inconstitucionalidade, o que nos obriga a acatar a Lei 11.101/200 como norma reguladora da imunidade. Não ignoramos que o STJ já se manifestou no sentido de considerar como isenção o benefício fiscal concedido aos valores pagos a título de PLR, conforme ementas que transcrevemos: RE 865.489 – Relator Ministro Luis Fux PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. CARACTERIZAÇÃO. MATÉRIA FÁTICOPROBATÓRIA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07/STJ. PROCESSO CIVIL. Fl. 673DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 666 16 TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. SÚMULA 07/STJ. 1. A isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a observância da legislação específica a que refere a Lei n.º 8.212/91. RE 856.160 – Relatora Ministra Eliana Calmon PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS OU RESULTADOS. ISENÇÃO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA À LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA. (...) 2. O gozo da isenção fiscal sobre os valores creditados a título de participação nos lucros ou resultados pressupõe a observância da legislação específica regulamentadora, como dispõe a Lei 8.212/91. Com o respeito devido aos Ministros do STJ que assumiram tal posição, reiteramos que nossa conclusão é a de que existe imunidade para os pagamentos a título de PLR na forma de remuneração. Estabelecida a natureza jurídica do benefício fiscal concedido aos pagamentos a título de PLR no tocante às contribuições previdenciárias como imunidade, passemos a investigação de quais finalidades devem ser atendidas pela norma reguladora exigida no texto constitucional. Iniciamos a investigação sobre as finalidades da norma imunizante e da lei reguladora da imunidade com a lição de Luís Eduardo Schoueri. Para o autor, não existem tributos que tenham uma função estritamente fiscal (arrecadatória) sem que possuam qualquer efeito indutor a atuar no Domínio Econômico. (SCHOUERI, Luís Eduardo. Normas tributárias indutoras e intervenção econômica. Rio de Janeiro: Forense, 2005, p. 16). Porém, prossegue afirmando que há normas que possuem o caráter indutor em destaque. Assim, as normas indutoras são normas por meio das quais “o legislador vincula a determinado comportamento um conseqüente, que poderá consistir em vantagem (estímulo) ou agravamento da natureza tributária”.( op.cit., p. 30). Em outras palavras, uma norma indutora é o que a doutrina clássica chamaria de norma extrafiscal stricto sensu. Parecenos que a norma do art. 7º, inciso XI da Constituição, bem como as normas que criaram requisitos para a fruição da imunidade possuem nítido caráter indutor de comportamento. Ao desvincular da remuneração o pagamento de PLR, conforme requisitos a serem estabelecidos pela lei, quis o legislador constituinte, de um lado, conforme interpretação do Ministro Marco Aurélio no RE 398.284, proteger o trabalhador de fraude que poderia ser perpetrada pelos empregadores que poderiam compensar o direito constitucional com o salário do trabalhador. Nas palavras do Ministro: “É uma cláusula pedagógica para evitar o drible pelos empregadores, a compensação, o esvaziamento do direito constitucional” Fl. 674DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 667 17 A fraude que pode estar relacionada à PLR não está relacionada apenas à compensação do salário com o direito de índole constitucional. A solidariedade no financiamento da seguridade social, prevista no caput do art. 195 da CF, pode ser violada na medida em que for revestida de PLR parcela verdadeiramente salarial, na tentativa de evasão da contribuição previdenciária. Esse é outro aspecto da fraude que a regulamentação tenta evitar e que já foi assinalado pelo antigo presidente desta Câmara, Júlio César Viera Gomes, em trecho da Declaração de Voto no Acórdão 20500.563 ao afirmar que: “é possível que esse importante direito trabalhista [a participação nos lucros e resultados] seja malversado em prejuízo dos próprios trabalhadores e do fisco. Comprovando a autoridade fiscal dissimulação do pagamento de salários com participação nos lucros, deverá aplicar o . Princípio da Verdade Material para considerar os valores pagos integrantes da base de cálculo , das contribuições previdenciárias”. Por outro lado, o próprio direito em si à participação nos lucros pretende, em sintonia com um dos fundamentos de nosso Estado Democrático de Direito – o valor social do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º, inciso IV da CF) , incrementar os meios para o atingimento de, pelo menos, dois dos objetivos da Republica: construir uma sociedade livre, justa e solidária e garantir o desenvolvimento nacional( art. 3º, incisos I e II da CF). Nesse sentido, alguns Ministros do STF viram no dispositivo um “avanço no sentido do capitalismo social”(Ministro Ricardo Lewandowiski, RE 398.284) que contribuiria para a “humanização do capitalismo”(Ministro Carlos Britto, RE 398.284) na medida em que tenta “implantar uma nova cultura, uma nova mentalidade, a mentalidade do compartilhamento do progresso da empresa com seus atores sociais, com os seus protagonistas” (Ministro Carlos Britto, RE 398.284). Como se vê, os Ministros do STF capturaram as duas preocupações que devem nos nortear na interpretação dos reflexos tributários da norma que estatui os requisitos exigidos pelo Texto Magno: evitar a fraude e levar as relações entre capital e trabalho a um patamar mais harmônico. Assim agindo, o intérprete estará garantindo que a finalidade indutora ou o caráter extrafiscal stricto sensu da norma regulamentadora da imunidade seja atingido. Portanto, no transcorrer do processo hermenêutico não perderemos de vista que os requisitos da lei reguladora da imunidade devem contribuir para o combate à fraude contra os trabalhadores ou contra a solidariedade no financiamento da seguridade social e para a melhoria da qualidade das relações entre capital e trabalho. Passamos a analisar algumas questões específicas que interessam no presente caso. Data da assinatura dos acordos Questão recorrente nas discussões sobre a incidência da contribuição previdenciária sobre pagamentos a título de PLR é aquela que versa sobre a data de assinatura dos acordos. Em suma, o que se questiona é se deve existir alguma relação entre três datas: (i) data da assinatura do acordo coletivo ou data da assinatura do acordo entre as partes; (ii) data do fim do período a que se referem os lucros ou resultados; e (iii) data do recebimento, pelo empregado dos pagamentos de PLR. Fl. 675DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 668 18 Para tal análise tomamos o conteúdo do art. 2º da Lei 10.101/200, in verbis: Art.2o A participação nos lucros ou resultados será objeto de negociação entre a empresa e seus empregados, mediante um dos procedimentos a seguir descritos, escolhidos pelas partes de comum acordo: Icomissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da respectiva categoria; IIconvenção ou acordo coletivo. §1o Dos instrumentos decorrentes da negociação deverão constar regras claras e objetivas quanto à fixação dos direitos substantivos da participação e das regras adjetivas, inclusive mecanismos de aferição das informações pertinentes ao cumprimento do acordado, periodicidade da distribuição, período de vigência e prazos para revisão do acordo, podendo ser considerados, entre outros, os seguintes critérios e condições: Iíndices de produtividade, qualidade ou lucratividade da empresa; IIprogramas de metas, resultados e prazos, pactuados previamente. §2o O instrumento de acordo celebrado será arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. Faremos a interpretação de tal dispositivo considerando as finalidades dos requisitos para fruição da imunidade, conforme anteriormente esclarecemos: contribuir para o combate à fraude contra os trabalhadores ou contra a solidariedade no financiamento da seguridade social e para a melhoria da qualidade das relações entre capital e trabalho. Inicialmente, extraímos do dispositivo legal que é necessário que haja uma negociação entre empresa e empregados. Tal requisito está em harmonia, principalmente, com o objetivo de contribuir para a melhoria das relações entre capital e trabalho. Certamente, a norma se refere a uma negociação concluída e não a uma negociação em curso, o que nos coloca diante de um primeiro requisito temporal: a negociação entre empresa e empregados deve estar concluída antes do pagamento da PLR. Justificamos tal posição com a constatação de que, antes de assinado, antes de se tornar um ato jurídico perfeito, a proposta da empresa pode ser retirada ou alterada, bem como o pleito dos trabalhadores pode ser alterado. Em adição, devemos considerar que, em tese, a demora na conclusão de uma negociação em andamento pode servir para ganhar tempo para que os lucros ou resultados a serem pactuados sejam estabelecidos em patamares já sabidamente atingidos, de forma a garantir que uma verba salarial possa ser revestida de PLR sem que os trabalhadores tenham motivos para obstaculizar o acordo. É uma porta aberta para a fraude. Como somente com a assinatura do termo de acordo entre as partes ou do acordo coletivo é que teremos a formalização do término da negociação e estaremos diante de um ato jurídico perfeito apto a exarar efeitos jurídicos, concluímos que o termo de acordo entre as partes ou o acordo coletivo deve estar assinado antes do pagamento da PLR. Fl. 676DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 669 19 Além de assinado, o instrumento de acordo deve estar arquivado na entidade sindical dos trabalhadores. Tal exigência, constante do §2º pretende dar transparência ao instrumento de acordo e permitir que sejam evitadas fraudes com a lavratura pósdatada de um acordo entre as partes. A lei regulamentadora da imunidade concedida para os pagamentos a título de PLR não enumera quaisquer índices obrigatórios, apenas sugere alguns, ao passo que a interpretação finalística da norma imunizante e de sua regulamentação não induz à conclusão de que deve haver estrita observância a índices prédeterminados. Para a PLR, não há exigência de que haja lucro líquido, pois não é apenas uma participação sobre lucros, mas uma participação sobre lucros e resultados. Qualquer resultado que interesse à empresa pode ser utilizado como critério, desde que passe no teste das regras claras e objetivas e esteja previsto no acordo. Dito isso e dos elementos constantes dos autos, entendo que os acordos referentes à participação nos lucros ou resultados atendem a todos os requisitos legais. Não bastasse isso, segundo informação constante dos autos [processo 001906713.2010.4.03.6100, em tramitação na 20ª Vara Federal de SP, a contribuinte vem pagando Participação nos Lucros e Resultados desde 2002, o que levanos a concluir que já existia um costume da empresa em conceder PLR aos funcionários, criando no decorrer dos anos uma expectativa de direito por parte destes, fazendo com que se empenhassem no bom desempenho de suas funções, uma vez já terem conhecimento de que havendo lucro a contribuinte, como de praxe, iria participálo aos empregados. Nestes termos, NEGO PROVIMENTO ao Especial interposto. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior Fl. 677DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 14485.000326/200721 Acórdão n.º 9202002.485 CSRFT2 Fl. 670 20 Fl. 678DF CARF MF Impresso em 04/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/04/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SA NTOS, Assinado digitalmente em 07/03/2013 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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Numero do processo: 10283.904599/2008-42
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO IRPJ. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Inexistindo apuração de crédito saldo negativo IRPJ na declaração de informações econômico-fiscais, não há que se reconhecer crédito a esse título pleiteado via DCOMP. Ante a inexistência do crédito, a compensação resulta não homologada.
Numero da decisão: 1801-000.917
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes.
Nome do relator: LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA
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SALDO NEGATIVO IRPJ. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Inexistindo apuração de crédito saldo negativo IRPJ na declaração de informações econômicofiscais, não há que se reconhecer crédito a esse título pleiteado via DCOMP. Ante a inexistência do crédito, a compensação resulta não homologada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente. (assinado digitalmente) Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Marcos Vinícius Barros Ottoni, Maria de Lourdes Ramirez, Edgar Silva Vidal, Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira e Ana de Barros Fernandes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 45 99 /2 00 8- 42 Fl. 65DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA, Assinado digitalment e em 06/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA 2 Relatório Tratase de pedido de compensação (DCOMP n° 09669.70374.211207.1.3.022529, fls.1/14 e DCOMP n 29591.74169.310308.1.3.027197, fls.32/34) de suposto crédito de saldo negativo de IRPJ, ano calendário 2004, no valor original de R$ 332.897,31, com débitos próprio do contribuinte, ano calendário de 2007. O saldo negativo compensado teria origem em Imposto de Retido na Fonte. Conforme despacho decisório n° 808234238 (fls.15/17), referida compensação não foi homologada, assim como o respectivo crédito apontado não foi reconhecido, por não ter sido apurado crédito, na DIPJ correspondente ao período de apuração do saldo negativo informado na PER/DCOMP. Inconformado o contribuinte interpôs Recurso Voluntario, alegando que, de fato, por equivoco, o valor indicado na DIPJ ano calendário 2004, a titulo de saldo negativo de IRPJ foi igual a zero. Requereu, outrossim, autorização para transmissão de DIPJ retificadora com o saldo negativo de IRPJ corretamente apontado. A decisão de 1 instancia consignou a impossibilidade de se pleitear crédito decorrente de base negativa de IRPJ, que não tenha sido regularmente apontado na DIPJ, esclarecendo que as fls 29/31 dos autos consta a DIPJ, ano calendário 2004 com o saldo negativo zerado. Acrescenta que o artigo 18 da MP 2.18947 dispensa a autorização prévia da autoridade fiscal para a retificação da DIPJ e conclui que não havendo crédito na DIPJ, ano calendário 2004 e não tendo sido retificada regularmente, não há como se reconhecer o direito creditório do contribuinte. Regularmente notificado em 07/02/11, o recorrente interpos tempestivamente Recurso Voluntario em 04/03/2011 alegando em síntese: (i) que não transmitiu anteriormente a DIPJ retificadora pois entendeu estar enquadrada no óbice do parágrafo único do artigo 138 do CTN, desde que exarado o despacho decisório que não homologou suas compensacoes; (ii) haver procedido a retificação da DIPJ, cumprindo assim com a formalidade necessária ao reconhecimento do seu direito creditório. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira, Relator Conheço do recurso por tempestivo. No mérito não merecem prosperar as alegações da recorrente. Com efeito é cediço neste tribunal que a simples retificação de DIPJ, não é capaz de gerar, por si só, qualquer direito creditório. Fl. 66DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA, Assinado digitalment e em 06/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA Processo nº 10283.904599/200842 Acórdão n.º 1801000.917 S1TE01 Fl. 3 3 Em verdade, o reconhecimento de crédito do contribuinte, mormente em fase recursal, demanda a comprovação efetiva do referido crédito a ser demonstrado, no caso do saldo negativo formado por IRRF, através do respectivos comprovantes de retenção ou das DIRF’s das entidades retentoras, acompanhadas de escrituração idônea. No caso em apreço o contribuinte limitase a alegar erro na DIPJ, sem fazer qualquer prova do credito alegado. A comprovação efetiva do direito creditório é condição para seu reconhecimento, conforme reiteradamente decidido por este tribunal: CARF 1a. Seção / 1a. Turma da 2a. Câmara / ACÓRDÃO 1201 00.128 em 19/06/2009 IRPJ Ex(s): 2002 2003. ASSUNTO: Normas Gerais de Direito Tributário EMENTA Ano calendário: 2001 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. INEXISTÊNCIA Não havendo omissão do julgado, descabível o acolhimento de embargos de declaração. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO MANIFESTAÇÃO EXPRESSA DESNECESSIDADE INSATISFAÇÃO COM O JULGADO. NÃO CORRESPONDÊNCIA COM AS HIPÓTESES LEGAIS (INCISOS DO ART. 535 DO CPC). OMISSÃO. INEXISTÊNCIA O julgador não está obrigado a se manifestar ponto por ponto sobre todos os argumentos expostos pela parte, nem a fazer menção expressa sobre artigo de lei salientado por ela, sendo suficiente que exponha as razões de seu convencimento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OMISSÃO SANADA COM MODIFICAÇÃO DA DECISÃO Constatada a contradição no julgado esta deve ser sanada.DIPJ –SALDO NEGATIVO IRPJ PROVAS DOCUMENTAÇÃO HÁBIL. INEXISTÊNCIA O saldo negativo de IR apurado na DIPJ só constitui direito creditório líquido e certo a ser reconhecido para fins de restituição/compensação caso as informações constantes da referida declaração sejam comprovadas mediante escrituração contábil e documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, ACOLHEREM PARCIALMENTE os embargos de declaração para ratificar o ACÓRDÃO Nº 103 23.350, no sentido de sanear a contradição de sua fundamentação, sem efeitos infringentes, mantendo se todos os demais termos do acórdão embargado, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Publicado no DOU em: 21.03.2011 Recorrente: Embargante FERTILIZANTE HERINGER LTDA. Recorrida: Interessado PRIMEIRA TURA ORDINÁRIA DA SEGUNDA CÂMARA DA PRIMEIRA SEÇÃO DO CARF (ANTIGA TERCEIRA CÂMARA DO PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES) Fl. 67DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA, Assinado digitalment e em 06/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA 4 Diante do exposto e por tudo mais que dos autos consta, voto por negar provimento ao Recurso Voluntario não reconhecendo o direito creditório pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Guilherme de Medeiros Ferreira Fl. 68DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA, Assinado digitalment e em 06/12/2012 por ANA DE BARROS FERNANDES, Assinado digitalmente em 06/12/2012 por LUIZ GUILHERME DE MEDEIROS FERREIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10680.720095/2009-70
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR
Exercício: 2005
Ementa: ITR. ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a
apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel.
RESERVA LEGAL. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO. O § 8º do art. 16
da lei nº 4.771, de 1965 (Código Florestal) traz a obrigatoriedade de averbação na matrícula do imóvel da área de reserva legal. Tal exigência se faz necessária para comprovar a área de preservação destinada à reserva legal, condição indispensável para a exclusão dessas áreas na apuração da
base de cálculo do ITR.
VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. PROVA MEDIANTE LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. REQUISITOS. Para fazer prova do valor da terra nua o laudo de avaliação deve ser expedido por profissional qualificado e que atenda aos padrões técnicos recomendados pela ABNT.
Sem esses requisitos, o laudo não tem força probante para infirmar o valor apurado pelo Fisco com base no SIPT.
Recurso parcialmente provido
Numero da decisão: 2201-001.580
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a área de preservação permanente declarada. Vencidos os conselheiros Eduardo Tadeu Farah e Marcio de Lacerda Martins.
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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ÁREA TRIBUTÁVEL. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. EXCLUSÃO. NECESSIDADE DO ADA. Por se tratar de áreas ambientais cuja existência independe da vontade do proprietário e de reconhecimento por parte do Poder Público, a apresentação do ADA ao Ibama não é condição indispensável para a exclusão das áreas de preservação permanente e de reserva legal, de que tratam, respectivamente, os artigos 2º e 16 da Lei nº 4.771, de 1965, para fins de apuração da área tributável do imóvel. RESERVA LEGAL. NECESSIDADE DE AVERBAÇÃO. O § 8º do art. 16 da lei nº 4.771, de 1965 (Código Florestal) traz a obrigatoriedade de averbação na matrícula do imóvel da área de reserva legal. Tal exigência se faz necessária para comprovar a área de preservação destinada à reserva legal, condição indispensável para a exclusão dessas áreas na apuração da base de cálculo do ITR. VALOR DA TERRA NUA. ARBITRAMENTO. PROVA MEDIANTE LAUDO TÉCNICO DE AVALIAÇÃO. REQUISITOS. Para fazer prova do valor da terra nua o laudo de avaliação deve ser expedido por profissional qualificado e que atenda aos padrões técnicos recomendados pela ABNT. Sem esses requisitos, o laudo não tem força probante para infirmar o valor apurado pelo Fisco com base no SIPT. Recurso parcialmente provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para restabelecer a área de preservação permanente declarada. Vencidos os conselheiros Eduardo Tadeu Farah e Marcio de Lacerda Martins. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente em exercício e relator) EDITADO EM: 18/04/2012 Participaram da sessão: Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente em exercício e relator), Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Rayana Alves de Oliveira França e Marcio de Lacerda Martins. Relatório JAYRO LUIZ LESSA interpôs recurso voluntário contra acórdão da DRJ BRASÍLIA/DF (fls. 93) que julgou procedente lançamento, formalizado por meio da Notificação de Lançamento de fls. 01/05, para exigência de Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – ITR, referente ao exercício de 2005, no valor de R$ 23.459,43, acrescido de multa de ofício e de juros de mora, perfazendo um crédito tributário total lançado de R$ 51.014,93. Segundo o relatório fiscal, o lançamento decorre da revisão da DITR/2005 da qual foram glosados os valores declarados como área de preservação permanente (620,0ha) e reserva legal (166,5ha) e foi alterado o Valor da Terra Nua – VTN de R$ 205.825,00 para R$ 499.500,00. Reproduzo a seguir, para maior clareza, a descrição dos fatos da Notificação de Lançamento: Área de Preservação Permanente não comprovada Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a título de preservação permanente no imóvel rural. O Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Área de Reserva Legal não comprovada Após regularmente intimado, o contribuinte não comprovou a isenção da área declarada a titulo de reserva legal no imóvel rural. O Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT) foi alterado e os seus valores encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Valor da Terra Nua declarado não comprovado Após regularmente intimado, o sujeito passivo não comprovou por meio de Laudo de Avaliação do imóvel, conforme Fl. 139DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10680.720095/200970 Acórdão n.º 220101.580 S2C2T1 Fl. 2 3 estabelecido na NBR 14.6533 da ABNT, o valor da terra nua declarado. No Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT), o valor da terra nua foi arbitrado, tendo como base as informações do Sistema de Pregos de Terra – SIPT da RFB. Os valores do DIAT encontramse no Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido, em folha anexa. Complemento da Descrição dos Fatos: O ADA apresentado é relativo ao ex./2008, portanto não cumpre as exigências legais supra mencionados para esse exercício. Considerando ainda que no exercício de2007 esse contribuinte não lançou as áreas reivindicadas como não tributáveis. Quanto ao Laudo de Avaliação apresentado esse n confirma o total de área lançado e não condiz com ABTN NBR 146533. “A Lei nº 9.393/96 estabelece, em seu art. 14, que nos casos de subavaliação do valor do imóvel, a Secretaria da Receita Federal procederá à determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre preço de terras, constantes de sistema a ser por ela instituído, e os dados de Área total e Área tributável e grau de utilização do imóvel, apurados em procedimento de fiscalização. Determina ainda que as informações sobre preços de terras observarão os critérios estabelecidos no art. 12, § 1º, inciso II da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e considerarão levantamentos realizados pelas Secretarias de Agricultura das Unidades Federadas ou dos Municípios. Para o município de Ouro Branco/MG, os valores constantes do SIPT Sistema de Pregos de Terra, instituído através da Portaria SRF n. 447 de 28/03/02, informados pela Secretaria Estadual de Agricultura de Minas Gerais para o exercício de 2004, estão evidenciados no extrato anexo. Com base nesses dados, foi então arbitrado o valor da terra nua VTN para 2004 em R$ 600,00/ha, perfazendo um total de R$499.500,00 , conforme demonstrado abaixo: Área Total do Imóvel declarada = 832,5ha VTN/ha = R$ 600,00 VTN do Imóvel =VTN/ha X Área do Imóvel. VTN do Imóvel = 600,00 * 832,5 = R$499.500,00 O Contribuinte impugnou o lançamento e alegou, em síntese, que são prescindíveis as formalidades de protocolo do ADA no IBAMA e averbação no registro de imóveis, para fins de isenção do ITR das áreas ambientais, que independem de prévia comprovação de sua existência, no teor do § 7° da MP 216667, incluído no artigo 10 da Lei n° 9.393/1996. Requer a nulidade do lançamento, por ofensa ao devido processo legal e cerceamento ao direito de defesa, face à ausência de inspeção in loco e aplicação indevida de presunções. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 A DRJBRASÍLIA/DF julgou procedente o lançamento com base, em síntese, na consideração de que o lançamento ao está eivado de nenhum vício que possa ensejar sua nulidade, posto que formalização com a observância das normas que regem o procedimento e o processo administrativo fiscal e, quanto ao mérito, afirma que a exigência da apresentação do ADA, nos casos de área de preservação permanente e de reserva legal e, a averbação, no caso específico desta última, são exigências legais indispensáveis para o direito à isenção dessas áreas, e que o Contribuinte não fez prova de sua apresentação. Sobre o VTN observou que a autoridade administrativa considerou ter havido subavaliação do imóvel e procedeu ao arbitramento, e que o Contribuinte não logrou comprovar o valor do imóvel por meio de laudo de avaliação válido. O Contribuinte tomou ciência da decisão de primeira instância em 20/11/2009 (fls. 107) e, em 01/12/2009 (fls. 133) interpôs o recurso voluntário de fls. 108/132, que ora se examina, e no qual reitera, em síntese, as alegações e argumentos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. Fundamentação Como se colhe do relatório, o lançamento decorre da glosa das áreas declaradas como de preservação permanente (319,5ha), de reserva legal (166,5ha) e foi alterado o Valor da Terra Nua – VTN, de R$ 205.825,00 para R$ 499.500,00. Sobre as áreas ambientais, um dos fundamentos da glosa foi a falta de apresentação do ADA. Pois bem, o dispositivo que trata da obrigatoriedade do ADA, e que é o fundamento legal da autuação, é o art. 1º da Lei nº 10.165, de 27/12/2000, que deu nova redação ao artigo 17O da Lei nº 6.938/81, in verbis: Art. 170. Os proprietários rurais que se beneficiarem com redução do valor do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR, com base em Ato Declaratório Ambiental — ADA, deverão recolher ao Ibama a importância prevista no item 3.11 do Anexo VII da Lei nº 9.960, de 29 de janeiro de 2000, a título de Taxa de Vistoria. [...] § 1º A utilização do ADA para efeito de redução do valor a pagar do ITR é obrigatória. [...] Inicialmente, embora admitindo como possibilidade a interpretação de que o dispositivo esteja a prescrever a necessidade do ADA para todas as situações de áreas Fl. 141DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10680.720095/200970 Acórdão n.º 220101.580 S2C2T1 Fl. 3 5 ambientais como condição para a redução dessas áreas para fins de apuração do valor do ITR a pagar, conforme os atos normativos da RFB e do Ibama, não me parece que este sentido e alcance da norma estejam claramente delineados, a ponto de dispensar o esforço de interpretação. Isto é, não me parece que se aplique aqui o brocardo in claris cessat interpretatio. Não basta, portanto, simplesmente dizer que a lei impõe a necessidade do ADA, é preciso expor as razões que levam a esta conclusão. O que chama a atenção no dispositivo em apreço é que o mesmo tem como escopo claro a instituição de uma Taxa de Vistoria que deve ser paga sempre que o proprietário rural se beneficiar de uma redução de ITR com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA, de uma taxa que tem como fato gerador o serviço público específico e divisível de realização da vistoria, que presumivelmente será realizada nos casos de apresentação do ADA, e não de definir áreas ambientais, de disciplinar as condições de reconhecimento de tais áreas e muito menos de criar obrigações tributárias acessórias ou de regular procedimentos de apuração do ITR. Também não se deve desprezar o fato de que a referência à obrigatoriedade do ADA vem apenas no parágrafo primeiro e, portanto, deve ser entendido levando em conta o quanto disposto no caput. E este, como se viu, restringe a tal taxa às situações em que o benefício de redução do ITR ocorra com base no ADA, o que implica no reconhecimento da existência de reduções que não sejam baseadas no ADA. Aliás, a função sintática da expressão “com base em Ato Declaratório Ambiental” é exatamente denotar uma circunstância do fato expresso pelo verbo”beneficiar”. Ora, entendendose o chamado “benefício de redução” como sendo a exclusão de áreas ambientais para fins de apuração da base de cálculo do ITR, indagase se a exclusão de áreas ambientais cuja existência decorre diretamente da lei, independentemente de reconhecimento ou declaração por ato do Poder Público, pode ser entendida como uma redução “com base em Ato Declaratório Ambiental – ADA”. Penso que não. Vejase o caso da área de preservação permanente de que trata o art. 2º da lei nº 4.771, de 1965, e que existe “pelo só efeito desta lei”, in verbis: Art. 2° Consideramse de preservação permanente, pelo só efeito desta Lei, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: (sublinhei) E também o caso da área de reserva legal do art. 16 da mesma lei, a saber; Art. 16. As florestas e outras formas de vegetação nativa, ressalvadas as situadas em área de preservação permanente, assim como aquelas não sujeitas ao regime de utilização limitada ou objeto de legislação específica, são suscetíveis de supressão, desde que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo: (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) [...] §8o A área de reserva legal deve ser averbada à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de transmissão, a qualquer título, de desmembramento ou Fl. 142DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 6 de retificação da área, com as exceções previstas neste Código. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.16667, de 2001) No caso da área de preservação permanente, a lei define, objetivamente, por exemplo, que tanto metros à margem dos rios, conforme a largura deste, é área de preservação permanente, independentemente de qualquer ato do Poder Público. É a própria lei que impõe ao proprietário o dever de preservar essa área e, para tanto, este não deve esperar qualquer ato determinação do Poder Público. O mesmo ocorre com relação à área de reserva legal. A lei impõe que, conforme certas circunstâncias de localização etc. da propriedade, um mínimo das florestas e outras formas de vegetação nativa devem ser preservadas de forma permanente. E a lei também exige que estas áreas, identificadas mediante termo de compromisso com o órgão ambiental competente, sejam averbadas à margem da matricula do imóvel, vedada sua alteração em caso de transmissão a qualquer título. Também neste caso o proprietário não deve esperar qualquer ato do Poder Público determinando que tal ou qual área deve ser preservada. Por outro lado, a Lei nº 9.393, de 1996, ao cuidar da apuração do ITR define a área tributável como sendo a área total do imóvel subtraída de áreas diversas, dentre elas as de preservação permanente e de reserva legal, sem impor qualquer condição, in verbis: Art. 10. A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e condições estabelecidos pela Secretaria da Receita Federal, sujeitandose a homologação posterior. § 1º Para os efeitos de apuração do ITR, considerarseá: [...] II área tributável, a área total do imóvel, menos as áreas: a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas na Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, com a redação dada pela Lei nº 7.803, de 18 de julho de 1989; b) de interesse ecológico para a proteção dos ecossistemas, assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, e que ampliem as restrições de uso previstas na alínea anterior; c) comprovadamente imprestáveis para qualquer exploração agrícola, pecuária, granjeira, aqüícola ou florestal, declaradas de interesse ecológico mediante ato do órgão competente, federal ou estadual; d) sob regime de servidão florestal ou ambiental; (Redação dada pela Lei nº 11.428, de 2006) e) cobertas por florestas nativas, primárias ou secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração; (Incluído pela Lei nº 11.428, de 2006) f) alagadas para fins de constituição de reservatório de usinas hidrelétricas autorizada pelo poder público. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008) Se as áreas de preservação permanente e as de reserva legal independem de manifestação do Poder Público, outras áreas ambientais, passíveis de exclusão, para fins de Fl. 143DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10680.720095/200970 Acórdão n.º 220101.580 S2C2T1 Fl. 4 7 apuração do ITR, dependem da manifestação de vontade do proprietário ou da imposição do próprio órgão ambiental, observadas certas circunstâncias específicas do imóvel. Vejase, por exemplo, o caso da área de preservação permanente de que trata o art. 3º da Lei nº 4.771, de 1965, in verbis: Art. 3º Consideramse, ainda, de preservação permanentes, quando assim declaradas por ato do Poder Público, as florestas e demais formas de vegetação natural destinadas: a) a atenuar a erosão das terras; b) a fixar as dunas; c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; h) a assegurar condições de bemestar público. Aqui, a declaração da área como de preservação permanente deve ocorrer em cada caso, conforme entenda o órgão ambiental, considerada a necessidade específica em face de alguma circunstância de risco ao meio ambiente ou de preservação da fauna ou da flora. O mesmo se pode dizer das áreas de que trata a alínea “b” do § 1º do inciso II da lei nº 9.393, de 1996. Ali a área deve ser declarada de interesse ecológico visando à proteção de um determinado ecossistema. Ela não existe “pelo só efeito da lei”, e nem decorre de uma imposição legal genérica de preservação, de uma fração determinada da floresta ou mata nativa. Decorre do entendimento por parte do Poder Público, com base no exame do caso concreto, que aquela área deve ser preservada. Existe, portanto, uma clara diferença entre áreas ambientais: umas cujas existências decorrem diretamente da lei, sem necessidade de prévia manifestação por parte do Poder Público por meio de qualquer ato, e outras que devem ser declaradas ou reconhecidas pelo poder Público por meio de ato próprio. Dito isto, não me parece minimamente razoável que a exclusão, prevista em lei, de uma área ambiental, cuja existência independe de manifestação do Poder Público, fique condicionada a um ato formal de apresentação do tal ADA. Mas não há dúvida de que a lei poderia criar tal exigência: A questão aqui, entretanto, é se o art. 170, em que se baseiam os que defendem esta posição, permite esta interpretação; se é este o sentido e o alcance que se deve extrair da norma que melhor a harmonize com os demais princípios e normas que regem a tributação do ITR e a preservação do meio ambiente. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 8 Assim, em conclusão, penso que o art. 170 da Lei nº 6.938/81 impõe a exigência da apresentação tempestiva do ADA apenas nos casos em que a existência da área ambiental dependa de declaração ou reconhecimento por parte do Poder Público. No presente caso, como a glosa da área de preservação permanente teve como único fundamento a não apresentação do ADA. Embora o auto de infração faça uma rápi9da referência ao laudo apresentado pela Contribuinte, não explicita as razões para a rejeição do valor declarado, limitandose a afirmar que o laudo não atende às exigências formais da ABNT. Nestas condições, penso que deve ser restabelecida a área de preservação permanente declarada. Quanto à área de reserve legal, entretanto, além do ADA, foi indicado como fundamento da autuação a falta de averbação à margem da matrícula do imóvel. E, de fato, não consta dos autos prova dessa averbação. Ora, é entendimento pacífico neste Conselho, e é a posição que sustento há muito tempo, que a averbação da área de preservação permanente é condição para a exclusão da área ambiental para fins de apuração do ITR. Assim, sem a averbação deve ser mantida a glosa. Quanto ao VTN, deve ser dito, inicialmente, que, de fato, o VTN declarado está subavaliado dada sua discrepância com os valores constantes do cadastro da Secretaria da Receita Federal, este baseado nos preços de terras. Constatada a subavaliação, é lícito ao Fisco proceder ao arbitramento, podendo o Contribuinte infirmar o valor arbitrado mediante apresentação de laudo de avaliação. Às fls. 09 consta o extrato do SIPT no qual se verifica a indicação das aptidões agrícolas, que foram consideradas no arbitramento. O Contribuinte, por sua vez, apresentou laudo (fls. 22/28) o qual, todavia, limitase a indicar o valor da terra nua, sem demonstrar os critérios técnicos utilizados para tanto. Assim, o laudo não atende ao requisito técnico definido pela ABNT, especialmente quanto ao grau de precisão. Assim, confrontando a avaliação baseada nos parâmetros do SIPT e a avaliação apresentada pelo laudo com as deficiências apontadas, penso que deve prevalecer a primeira avaliação. Por fim, cumpre deixar assentado que, tanto para a verificação das áreas ambientais, quanto para a definição do VTN, é dispensável a realização de visita, in loco, na propriedade por parte dos agentes do Fisco. O lançamento tributário deve ser feito com base nas informações de que o Fisco dispõe, informações estas, em parte, fornecidas pelos próprios contribuintes ou por órgãos especializados. Assim, não há nenhum vício no procedimento fiscal quanto a este aspecto. Conclusão Ante o exposto, encaminho meu voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso para restabelecer a exclusão da área de preservação permanente. Assinatura digital Pedro Paulo Pereira Barbosa MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 2ª CAMARA/2ª SEÇÃO DE JULGAMENTO Fl. 145DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 10680.720095/200970 Acórdão n.º 220101.580 S2C2T1 Fl. 5 9 Processo nº: 10680.720095/200970 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência do Acórdão nº. 220101.580. Brasília/DF, 19 de abril de 2012. Pedro Paulo Pereira Barbosa Presidente em exercício da Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: ( ) Apenas com Ciência ( ) Com Recurso Especial ( ) Com Embargos de Declaração Data da ciência: // Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 146DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 31/ 05/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10980.008007/2007-11
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE - SIMPLES Exercício: 2004 EXCLUSÃO. CONSTRUÇÃO DE IMÓVEIS. Compreende-se na atividade de construção de imóveis, vedada ao Simples, a execução de obra de construção civil, própria ou de terceiros, como a construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. EXCLUSÃO. IMPROCEDÊNCIA. Nada havendo, nas notas fiscais juntadas aos autos, que possa pressupor estejam os serviços executados pela Recorrente necessariamente vinculados à construção de imóveis, não procede a exclusão procedida.
Numero da decisão: 1803-001.268
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Exercício: 2004 EXCLUSÃO. CONSTRUÇÃO DE IMÓVEIS. Compreendese na atividade de construção de imóveis, vedada ao Simples, a execução de obra de construção civil, própria ou de terceiros, como a construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. EXCLUSÃO. IMPROCEDÊNCIA. Nada havendo, nas notas fiscais juntadas aos autos, que possa pressupor estejam os serviços executados pela Recorrente necessariamente vinculados à construção de imóveis, não procede a exclusão procedida. Fl. 111DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10980.008007/200711 Acórdão n.º 180301.268 S1TE03 Fl. 103 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Ausente justificadamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman. (assinado digitalmente) Selene Ferreira de Moraes Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Selene Ferreira de Moraes, Meigan Sack Rodrigues, Walter Adolfo Maresch, Sérgio Rodrigues Mendes e Sérgio Luiz Bezerra Presta. Fl. 112DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10980.008007/200711 Acórdão n.º 180301.268 S1TE03 Fl. 104 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido (fls. 76verso): Trata o presente processo de manifestação de inconformidade ao conteúdo do Ato Declaratório Executivo nº 198, de 10/08/2007 (fl. 51), de lavra do Delegado da Receita Federal em CuritibaPR, que excluiu o contribuinte do benefício do Simples, com efeitos a partir de 01/01/2003, data em que optou pelo benefício, por exercício de atividade vedada de obras complementares à construção civil e serviços assemelhados aos de engenheiros, em afronta ao disposto no inciso XIII e inciso V, combinado com o parágrafo 4º, todos do artigo 9º da Lei nº 9.317,de 1996, que rege a sistemática. 2. A ação que culminou com a exclusão da contribuinte ao Simples teve origem em Representação Administrativa, que foi instruída com os documentos de fls. 05 a 12. 3. Cientificada do ato de exclusão (fl. 32), a reclamante apresentou a manifestação de inconformidade de fl. 33/37, onde alega, inicialmente, que, embora conste do nome de fantasia a expressão “representações comerciais”, não atua nesse ramo. Na sequência, faz uma análise dos serviços discriminados nas notas fiscais que instruíram a representação e, ao final, diz que não atua no ramo de atividade de construção ou manutenção de imóveis e, sim, com o comércio e serviços de equipamentos de segurança, sinalização e alguns serviços de serralheria, pois muitos necessitam de fixação em placas, luminosos e banners, em locais aéreos ou pisos. Requer o afastamento das penalidades previstas no artigo 15, inciso II, em face de ter ocorrido equívoco no conhecimento do material e dos serviços prestados durante a análise, e sua manutenção na sistemática. Juntou os documentos de fls. 38/74. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada (fls. 76): ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2003 ATIVIDADE VEDADA O exercício de atividades complementares à construção civil impede a permanência no Simples. OPÇÃO. REVISÃO. EXCLUSÃO COM EFEITOS RETROATIVOS. POSSIBILIDADE. A opção pela sistemática do Simples é ato do contribuinte sujeito a condições e passível de fiscalização posterior. A exclusão com efeitos retroativos, quando verificado que o contribuinte incluiuse indevidamente no sistema, é admitida pela legislação. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Fl. 113DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10980.008007/200711 Acórdão n.º 180301.268 S1TE03 Fl. 105 4 Sem Crédito em Litígio. 3. Cientificada da referida decisão em 28/10/2009 (fls. 81), a tempo em 27/11/2009, apresenta a interessada Recurso de fls. 82 a 84, instruído com os documentos de fls. 85 a 100, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos e aduzindo mais os seguintes: a) que não é aplicável à Recorrente o art. 9º, inc. V, da Lei 9.317/96, por não constar em suas atividades tais figuras: compra e venda, loteamento, incorporação ou construção de imóveis; b) que não está apta a construir, demolir, reformar, ampliar edificações ou outras benfeitorias, porém, como vem descrito nos atos constitutivos da empresa, reformada e alterada corretamente para se enquadrar no Simples, onde figura apenas como serviços de sinalização vertical, horizontal, semafórica e ferroviária; c) que se trata, em todo o processo administrativo, da repetição do indébito, visto que, devida e regularmente enquadrada, a empresa ora recorrente sempre recolheu os tributos como se fosse empresa não ligada ao Simples; d) que o que pretende é, simplesmente, a devolução dos valores pagos a maior; e) que, no caso de se manter a Recorrente no Simples, deve a Receita restituir os valores pagos a maior; e f) que, no caso de manutenção da decisão inferior, não há condenação, pelo fato do recolhimento ter sido corretamente feito em sua totalidade. Em mesa para julgamento. Fl. 114DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10980.008007/200711 Acórdão n.º 180301.268 S1TE03 Fl. 106 5 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. 4. Constou da Informação Fiscal de fls. 2, o seguinte: A empresa está cadastrada como optante pelo SIMPLES, no entanto, entre suas atividades econômicas encontramos serviços auxiliares de construção civil, conforme cópias das notas fiscais de prestação de serviços, em anexo, estando, portanto, sua atividade incluída entre as vedações do art. 9º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, que diz: [...]. 5. As notas fiscais nas quais se embasou referida Informação trazem as seguintes descrições: a) serviço de reparo e manutenção da cobertura (fls. 5 e 18); b) serviços de cortes e montagens de vitrôs (fls. 6 e 19); c) serviços de implantação e montagem de colunas, portafogos, braços, suportes (fls. 7 e 20); d) serviço de pintura e demarcação viária efetuada na rótula (fls. 8 e 21); e) serviço de montagem e pintura dos itens: mesa de madeira tampo em fórmica branco, banco de madeira para mesa de refeitório, banco de madeira para vestiário, armário aramado e refletivo para caminhões com chapinha (fls. 9 e 22); f) serviço de présinalização e demarcação de faixa de sinalização em vias urbanas e implantação de placas (fls. 10 e 23); g) serviço de implantação de 1.100 M/L de defensa metálica proteção da pista (fls. 11 e 24); e h) serviços de pintura de sinalização horizontal, implantação de tachinhas e colocação de placas (fls. 12 e 25). 6. Entendo que as atividades da Recorrente, acima listadas, não estão alcançadas pelo conceito de construção de imóveis. Fl. 115DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10980.008007/200711 Acórdão n.º 180301.268 S1TE03 Fl. 107 6 7. Nada há, nas notas fiscais juntadas aos autos, que possa pressupor estejam os serviços executados pela Recorrente necessariamente vinculados à construção de imóveis, que é, em última análise, a atividade expressamente vedada pela Lei (art. 9º, V, da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996), e em derredor da qual gravitam todas as demais (art. 9º, § 4º, da Lei nº 9.317, de 1996), como se observa a seguir (grifouse): Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: [...]; V que se dedique à compra e à venda, ao loteamento, à incorporação ou à construção de imóveis; [...]. § 4º Compreendese na atividade de construção de imóveis, de que trata o inciso V deste artigo, a execução de obra de construção civil, própria ou de terceiros, como a construção, demolição, reforma, ampliação de edificação ou outras benfeitorias agregadas ao solo ou subsolo. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 10.12.1997) 8. Se é certo conforme defende a decisão recorrida que “o conceito de ‘construção de imóveis’ deve ser entendido de forma genérica, abrangendo as obras e serviços auxiliares e complementares da construção civil” (fls. 77verso, item 10), na forma do Ato Declaratório (Normativo) Cosit nº 30, de 14 de outubro de 1999, também é certo que essas mesmas obras e serviços não podem ser tomados isoladamente, dissociados daquele conceito. 9. Dito de outro modo: seria preciso que, das atividades da Recorrente resultasse necessariamente um imóvel, ou, ao menos, uma construção civil, o que, no caso das atividades listadas, não sucede, em se tratando, como mencionado pela decisão recorrida, de “serviço de manutenção de telhados, montagem de vitrôs, instalação de colunas, demarcação viária, implantação de placas em vias urbanas, entre outras” (fls. 77verso, item 11). Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de DAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 116DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES Processo nº 10980.008007/200711 Acórdão n.º 180301.268 S1TE03 Fl. 108 7 Fl. 117DF CARF MF Impresso em 29/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/04/2012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 18/04/2 012 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 22/05/2012 por SELENE FERREIRA DE MORAES
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Numero do processo: 11070.001749/2009-11
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA.
Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
Numero da decisão: 3803-003.667
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente
(assinado digitalmente)
Juliano Lirani - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: JULIANO EDUARDO LIRANI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern - Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1806; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 110 1 109 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11070.001749/200911 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3803003.667 – 3ª Turma Especial Sessão de 25 de outubro de 2012 Matéria COFINSPER/DCOMP Recorrente REDEMAQ REAL DISTRIBUIDORA DE MÁQUINAS AGRÍCOLAS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONCOMITÂNCIA. Existe concomitância quando no processo administrativo se discutir o mesmo objeto da ação judicial, hipótese em que a autoridade administrativa julgadora não deve conhecer o mérito do litígio, nos termos da Súmula CARF n.º 1. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Juliano Eduardo Lirani, Hélcio Lafetá Reis, Belchior Melo de Souza, Jorge Victor Rodrigues e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o indeferimento do Pedido de Ressarcimento e de Declaração de Compensação em relação a crédito de COFINS referente ao primeiro trimestre/2005. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 07 0. 00 17 49 /2 00 9- 11 Fl. 158DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 As fls. 78/79 sobreveio Despacho Decisório, por meio do qual o pleito foi indeferido com fundamento de ausência de previsão legal para o creditamento, uma vez que os créditos nas operações com substituição tributária no regime de tributação da não cumulatividade é vedado pelo art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n.º 10.833/2003. Assim, para os julgadores “a quo”, embora o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha autorizado créditos em relação a vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência do PIS e COFINS, por outro lado o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 ditou a regra de que a apuração dos créditos, nos termos do art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, necessariamente precisam seguir a regra do art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, razão pela qual há vedação do creditamento quando o produto adquirido estiver sob regime de substituição tributária e cuja saída esteja com suspensão das contribuições. Irresignado com a decisão, apresentou Manifestação de Inconformidade às fls. 81/83, sob os seguintes argumentos: · Em se tratando do regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS, se apura o crédito em razão da aquisição de insumos e bens para revenda, por meio da aplicação das alíquotas das contribuições sobre os valores de aquisição destes bens. Neste mesmo sentido, apura o débito mediante a aplicação das alíquotas das contribuições sobre o valor de venda das mercadorias que produz ou revende; · Com a edição da Medida Provisória n° 206/2004, art. 16, atualmente artigo art. 17 da Lei n° 11.033/04, os contribuintes cujas operações de venda são isentas, não tributadas, tributadas com alíquota zero, ou com suspensão, tem direito a manutenção dos créditos de PIS e COFINS decorrente da aquisição de insumos; · Alertou que o regime não cumulativo do PIS e a COFINS não é idêntico ao previsto para o IPI e ICMS, onde lá a sistemática de apuração daqueles tributos é feita pela técnica imposto contra imposto, onde o imposto pago na operação anterior serve para ser abatido do imposto gerado na operação presente; · Na não cumulatividade do PIS e da COFINS, não se perquire se houve ou não tributação da etapa anterior para fins de direito de crédito. Além do que deve ser observado o § 12 do art. 195 da CF, o qual prevê que as contribuições em exame serão não cumulativas, sem qualquer restrição ao creditamento. Às fls. 94/96 a DRJ de Porto Alegre proferiu o Acórdão n.º 1035.3522ª Turma, com o seguinte teor: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 INCONSTITUCIONALIDADE. LEGISLAÇÃO REGULARMENTE EDITADA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. Fl. 159DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001749/200911 Acórdão n.º 3803003.667 S3TE03 Fl. 111 3 A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos normativos, bem como a legislação regularmente editada goza de presunção de constitucionalidade e de legalidade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL — COFINS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/03/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. PRODUTOS. AQUISIÇÃO. DISTRIBUIDOR/COMERCIANTE. REVENDA. APURAÇÃO DE CRÉDITOS. IMPOSSIBILIDADE. VEDAÇÃO LEGAL. No regime da nãocumulatividade da COFINS, a aquisição de produtos sujeitos à tributação concentrada não gera créditos para o comerciante na revenda/distribuição dos mesmos por expressa vedação legal, não se aplicando A hipótese a disposição contida no art. 17 da Lei n° 11.033, de 2004. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Com efeito, a DRJ manifestouse pelo indeferimento do pedido com fundamento na impossibilidade do reconhecimento, na esfera administrativa, da inconstitucionalidade do art. 30, inciso I, alínea “a” da Lei n.º 10.833/2003, que vedou a apuração de créditos em relação à operações sujeitas a substituição tributária. A DRJ ainda utilizou como argumento para indeferir o pleito, o fato de que não consta no contrato social da empresa a atividade de industrialização de qualquer dos bens objetos do pedido. Apontou ainda que as aquisições para as quais a empresa requer os créditos para o PIS e COFINS estão relacionadas no artigo 43 da Medida Provisória n° 2158 35 de 24 de agosto/2001 e na Lei n° 10.485/2.002, que por sua vez estão sujeitos aos regimes de substituição tributária e tributação monofásica respectivamente. Em outras palavras, entende a DRJ que as vendas realizadas pelo Recorrente, que por sua vez é comerciantes, fica desonerada da incidência das contribuições, já que diante da substituição tributária a obrigação pelo pagamento do tributo, se dá em relação as operações praticadas pelos fabricantes ou importadores. Deste modo, o art. 1° da Lei n° 10.485/2002 reduziu para zero as alíquotas das contribuições em relação à receita bruta auferida por comerciante, com a venda dos produtos para os quais se desejam os créditos e por esse motivo o creditamente é indevido. Os julgadores de primeiro grau, adotaram ainda a tese em relação a inexistência de direito aos créditos, ainda que o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 tenha dito caber créditos para as vendas realizadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência das contribuições, uma vez que o art. 16 da Lei n.º 11.116/2005 determina que a sua apuração Fl. 160DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN 4 segue a regra disposta no art. 3º das Leis n.sº 10.637/2002 e 10.833/2003, que por sua vez proíbem créditos em relação as operações com substituição tributária. Inconformado com a decisão da DRJ, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário e basicamente repetiu seus argumentos já trazidos na Manifestação de Inconformidade e reforçou o seu direito aos créditos com fundamento no art. 17 da Lei n.º 11.033/2004, bem como no art. 195 da Constituição Federal, sob o argumento de que a norma constitucional não impôs qualquer restrição aos créditos. Por fim, requer que seu recurso seja conhecido e ao final que o seu direito creditório seja reconhecido. Em que pese a DRJ ter ingressado ao mérito e negado o pedido, cumpre informar que o Recorrente optou por discutir a matéria no Poder Judiciário, conforme citado às fl. 02. É o relatório. Voto Conselheiro Juliano Lirani O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Conforme se observa do contrato social, a Recorrente tem por objeto a revenda de máquinas agrícolas e a distribuição de peças, sendo que adquire os produtos das indústrias para posterior distribuição. Cumpre informar que estes produtos são vendidos sem a incidência do PIS e COFINS. O cerne da questão está em se apurar se há créditos em relação as vendas de produtos com suspensão do pagamento das contribuições, quando a lei estabelece o regime de substituição tributária. Alega o Recorrente que embora as vendas das máquinas e peças agrícolas estejam com a suspensão do pagamento do PIS e COFINS, ainda assim o art. 17 da Lei n.º 11.033/2004 confere o direito creditório e por essa razão tornase pertinente reproduzir a redação desta norma: Lei n.º 11.033/2004: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. Em que pese a discussão de mérito, analisando os autos, constatei que a matéria aventada no presente Recurso Voluntário está sendo tratada na esfera judicial, conforme mencionado às fl. 02, tendo por objeto igual pretensão pleiteada administrativamente, qual seja, crédito referente ao PIS e CONFINS. Reputase idênticas 2 (duas) ações que possuam as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido, como determinam os §§ 1º e 2º do art. 301, do CPC: Art. 301: Fl. 161DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 11070.001749/200911 Acórdão n.º 3803003.667 S3TE03 Fl. 112 5 “§ 1º Verificase a litispendência ou a coisa julgada, quando se reproduz ação anteriormente ajuizada. § 2º Uma ação é idêntica à outra quando tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.” Sobre a litispendência, leciona Nelson Nery Junior: “Ocorre a litispendência quando se reproduz ação idêntica a outra que já está em curso. As ações são idênticas quanto têm os mesmos elementos, ou seja, quando têm as mesmas partes, a mesma causa de pedir (próxima e remota) e o mesmo pedido (mediato e imediato). A citação válida é que determina o momento em que ocorre a litispendência (CPC 219 caput). Como a primeira já fora anteriormente ajuizada, a segunda ação, onde se verificou a litispendência, não poderá prosseguir, devendo ser extinto o processo sem julgamento do mérito (CPC 267 V).” (Código de Processo Civil Comentado, 6ª edição, RT, p. 655). Deste modo, optando a Recorrente pela via judicial ocasiona impedimento da manifestação do CARF a respeito na matéria em razão da concomitância verificada. Assim, aplicase a Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Pelo exposto, voto por não conhecer do recurso quanto à matéria apreciada pelo Poder Judiciário. (assinado digitalmente) Juliano Lirani Relator Fl. 162DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 14/03/20 13 por JULIANO EDUARDO LIRANI, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por ALEXANDRE KERN
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Numero do processo: 16327.915402/2009-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Ano-calendário: 2005 COMPENSAÇÃO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. EFEITOS. A DCTF retificadora, nas hipóteses em que é admitida pela legislação, substitui a original em relação aos débitos e vinculações declarados, sendo consequência de sua apresentação, após a não homologação de compensação por ausência de saldo de créditos na DCTF original, a desconstituição da causa original da não homologação, cabendo à autoridade fiscal apurar, por meio de despacho devidamente fundamentado, a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo. Acórdão nº 3302-01.406 sessão de 26/01/2012.
Numero da decisão: 3302-001.506
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Nome do relator: FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ
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NÃO HOMOLOGAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. EFEITOS. A DCTF retificadora, nas hipóteses em que é admitida pela legislação, substitui a original em relação aos débitos e vinculações declarados, sendo consequência de sua apresentação, após a não homologação de compensação por ausência de saldo de créditos na DCTF original, a desconstituição da causa original da não homologação, cabendo à autoridade fiscal apurar, por meio de despacho devidamente fundamentado, a liquidez e certeza do crédito do sujeito passivo. Acórdão nº 330201.406 sessão de 26/01/2012. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Walber José da Silva Presidente (assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Walber José da Silva, José Antonio Francisco, Fabiola Cassiano Keramidas, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Alexandre Gomes e Gileno Gurjão Barreto. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalme nte em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 2 Relatório Tratase de PER/DCOMP transmitido em 24/06/2008 (fls. 17), no qual é pretendida a compensação de IOF no valor de R$40.730,00, com vencimento em 25/06/2008, cujo crédito teria se originado de recolhimento indevido de CPMF. Através do Despacho Decisório Eletrônico de fls. 15, de 07/10/2009, a DRF de origem denegou a compensação pleiteada, considerando que o alegado direito creditório já fora utilizado para a quitação de débito da requerente, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A manifestação de inconformidade apresentada pelo interessado (fls. 01/08) foi considerada improcedente pela Terceira Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campinas – SP, através do Acórdão nº 0532.457, sessão de 07/02/2011 (fls. 33/36), assim ementado: Assunto: Normas de Administração Tributária Anocalendário: 2006 Ementa: DIREITO CREDITÓRIO. PROVA. Correto o despacho decisório que não homologou a compensação declarada pelo contribuinte por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integralmente alocado na quitação de débitos confessados. O reconhecimento do direito creditório aproveitado em DCOMP não homologada requer a prova de sua existência e montante. Faltando ao conjunto probatório carreado aos autos elementos que permitam a verificação da existência de pagamento indevido ou a maior frente à legislação tributária, o direito creditório não pode ser admitido. DIREITO DE CRÉDITO. REGIME DE RETENÇÃO. ÔNUS FINANCEIRO. COMPROVAÇÃO. Tratandose de crédito envolvendo tributo retido pela instituição financeira na qualidade de responsável, cabe a esta a comprovação de que alegado pagamento a maior foi por ela suportado. Cientificado dessa decisão em 18 de março de 2011 (sextafeira AR. fls. 39), no dia 19 de abril seguinte o interessado apresentou recurso voluntário a este Conselho, no qual foram trazidos os argumentos de defesa a seguir sintetizados: que o tributo não compensado não lhe poderia ser exigido em face de o direito creditório terse originado de recolhimento indevido de CPMF em valor maior que o devido, relativo ao período de 03/2005 (venc. 02/03/2005), conforme DCTF e guia DARF anexadas à defesa, valor esse que equivocadamente fora retido e posteriormente estornado, sendo, assim, legítimo o direito ao crédito e a conseqüente homologação da compensação declarada; Fl. 74DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalme nte em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16327.915402/200912 Acórdão n.º 330201.506 S3C3T2 Fl. 2 3 que a decisão recorrida não reconhecera o direito creditório sob o fundamento de que o argüido pagamento indevido ou a maior não fora devidamente comprovado, sendo que os documentos então acostados à manifestação de inconformidade comprovariam, de forma inequívoca, o seu direito creditório; que, conforme amplamente exposto na defesa apresentada, o Recorrente recolheu CPMF, indevidamente, no mês de março de 2005; que o estorno dos valores da CPMF retida indevidamente, da conta dos seus correntistas (doc. 04), tornoua indevida, conforme se pode verificar do quadro que a seguir apresenta, fazendo a seguir exposição sobre os valores envolvidos na operação que equivocadamente teria sido realizada; que sobre a operação financeira equivocada e seu respectivo estorno não incide CPMF, nos termos do artigo 3º, inciso II, da Lei nº 9.311/1996, que transcreve; que é evidente que foi o Recorrente quem assumiu o encargo financeiro do pagamento da CPMF, uma vez que o valor retido a tal título foi devidamente estornado na conta corrente do cliente do Recorrente, conforme extrato anexo (doc. 04); que no processo administrativo, diferentemente do que ocorre no processo judicial, prevalece o princípio da verdade material em detrimento da verdade formal, cumprindo à autoridade administrativa, para a solução do litígio, promover a incessante busca do que realmente traduz a verdade dos fatos, fazendo citações doutrinárias para corroborar seus argumentos. É o relatório. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalme nte em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 4 Voto Conselheiro Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, Relator. O recurso é tempestivo e assente em lei, devendo ser conhecido. Extraise do relatório que o pleito do recorrente é no sentido de serlhe reconhecido direito creditório que teria se originado de recolhimentos da Contribuição CPMF que fora retida em montante superior ao que seria devido. O Despacho Decisório Eletrônico, emitido em 07/10/2009 (fls. 15), considerou não mais existente o direito creditório, porquanto o mesmo já teria sido utilizado para a compensação de débitos do requerente. Ao julgar a manifestação de inconformidade, a decisão recorrida, além de considerar que o direito creditório não fora devidamente comprovado quanto à sua real existência, trouxe mais um fator que também impediria a homologação pretendida, qual seja, o fato de a CPMF ser um tributo cujo ônus recai sobre o titular da movimentação financeira, sendo a instituição que a retém apenas responsável pela sua cobrança e recolhimento, cabendo a esta a comprovação de que o pagamento a maior ou indevido fora por ela suportado. Conclui o órgão de julgamento administrativo de primeiro grau que, faltando aos autos a comprovação da existência de pagamento indevido ou a maior, o direito creditório não pode ser admitido e a compensação que dele se aproveita não pode ser homologada. Consta às fls. 23/24 dos autos que em 24/07/2009 fora transmitida pela internet DCTF retificadora, portanto em data anterior à emissão do Despacho Decisório, ocorrido em 07/10/2009. Sendo assim, convém verificar se, de fato, a mencionada retificação merece ser validada, até porque na manifestação de inconformidade é asseverado que a não homologação teria ocorrido pela entrega da DCTF original sem a contemplação do valor desse crédito, o que é indispensável para o cruzamento de informações nos sistemas da RFB, acrescentando que, no entanto, mencionada DCTF original foi retificada em 04/08/2009, apresentando o crédito controvertido (fls. 03). Assevera ainda na manifestação de inconformidade (fls. 04) que, consoante se observa dos documentos anexos, na primeira semana de março de 2005 a empresa apresentou sua Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais – DCTF, apurando para extinção por pagamento o valor da CPMF (586903) o montante de R$84.812.760,00, tendo sido efetuado o recolhimento mediante guias DARF’s (anexas), no valor total de R$84.877.045,89, ou seja, em valor maior que o devido e declarado para pagamento em espécie, conforme abaixo relacionado: (...). A esse propósito, peço vênia para transcrever o voto condutor do Acórdão nº 330201.406, julgado na sessão desta Turma realizada em 26/01/2012, da qual participei como membro do Colegiado, sendo relator do i. Conselheiro José Antonio Francisco, que com muita precisão soube equacionar o caso e delinear a solução mais adequada, a cujos fundamentos me filio e adoto como razões de decidir, conforme segue: (...). Fl. 76DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalme nte em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por WALBER JOSE DA SILVA Processo nº 16327.915402/200912 Acórdão n.º 330201.506 S3C3T2 Fl. 3 5 O acórdão de primeira instância indeferiu o pedido, considerando que, embora houvesse efetuado a retificação da DCTF, seria necessária a comprovação da liquidez e certeza dos indébitos, o que a Interessada não teria efetuado. Ocorre que a retificação de DCTF tem efeitos desconsiderados pelo acórdão de primeira instância. É certo que, anteriormente à atual sistemática, a DCTF retificadora somente se prestava a reduzir o montante do tributo declarado, sujeitandose a um processo tributário de análise de mérito por parte da autoridade fiscal, de forma que o valor inicialmente declarado somente seria alterado para o menor se houvesse prova antecipada do erro. Atualmente, entretanto, desde as alterações introduzidas pela Medida Provisória no 2.18949, de 23 de agosto de 2001, art. 18, a DCTF retificadora, quando admitida, tem os mesmos efeitos da original (art. 9º, I, da IN RFB no 1.110, de 2010). De acordo com a IN citada acima, que é a mais recente, somente não seriam admitidas para reduzir o tributo declarado as DCTF retificadoras relativas a tributos cuja cobrança tenha sido enviada à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional ou que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. Obviamente, não foi o que ocorreu nos presentes autos, uma vez que o procedimento eletrônico referiuse à declaração de compensação e não à DCTF. Portanto, o despacho que não homologou a compensação não impedia a DCTF retificadora, que, por sua vez, substituiu completamente a original. Para que não houvesse tal situação, a Receita Federal teria que prever que o despacho de não homologação da declaração de compensação, baseado na inexistência de saldo de crédito pela sua alocação a débito declarado em DCTF, fosse causa de não admissão da DCTF. Como não é, a DCTF retificadora apresentada alterou a situação jurídica anteriormente constatada pelo despacho decisório, de que inexistiria indébito pela ausência de saldo de crédito. Diante do quadro acima exposto, concluise que, primeiramente, as compensações foram não homologadas corretamente, de acordo com os fatos existentes à época do despacho decisório. O acórdão de primeira instância considerou não demonstrado o direito de crédito, no que tem razão, mas, com a retificadora, o ônus de prova não era mais do sujeito passivo. Dessa forma, tal indébito tem que ser devidamente apurado pela autoridade fiscal, quanto à sua liquidez e certeza. Somente Fl. 77DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalme nte em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por WALBER JOSE DA SILVA 6 após tal providência é que eventualmente poderá ser denegada a compensação. Assim, os autos devem retornar à delegacia de origem, para que o fisco apure os indébitos, mediante procedimento de diligência, para, então, o parecer ser submetido ao exame da seção competente da delegacia de origem, que deve novamente apreciar a compensação. À vista do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso, para determinar a apuração da liquidez e certeza do crédito da Interessada pela autoridade fiscal, submetendose a homologação das compensações a novo despacho decisório. A respeito do segundo ponto levantado na decisão recorrida, sobre a quem coubera o ônus pelo alegado pagamento indevido, a recorrente aduz que esses valores retidos indevidamente teriam sido estornados e que assumira todo o encargo financeiro ocasionado pelo equívoco cometido, ressaltando que os extratos das contas demonstram o estorno dos valores. Dessa forma, até por uma questão de economia processual, fazse necessário que a autoridade de fiscalização verifique também se a documentação apresentada é suficiente para comprovar se, de fato, o ônus financeiro pelo alegado pagamento indevido recaíra sobre o interessado. Nessa ordem de juízos, adotando os fundamentos do voto condutor do Acórdão nº 330201.406, acima transcrito, voto por dar provimento parcial ao recurso, para determinar a apuração da liquidez e certeza do crédito do interessado pela autoridade fiscal, submetendose a homologação das compensações a novo despacho decisório. É como voto. (assinado digitalmente) Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz Fl. 78DF CARF MF Impresso em 24/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalme nte em 25/07/2012 por FRANCISCO DE SALES RIBEIRO DE QUEIROZ, Assinado digitalmente em 26/07/2012 por WALBER JOSE DA SILVA
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Numero do processo: 13706.000713/2007-52
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2201-000.075
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Conselheira Relatora. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo.
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA
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Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Conselheira Relatora. Vencidos os Conselheiros Pedro Paulo Pereira Barbosa e Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) MARIA HELENA COTTA CARDOZO– Presidente (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 19/09/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Pedro Paulo Pereira Barbosa, Rayana Alves de Oliveira França, Eduardo Tadeu Farah, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente). RELATÓRIO Tratase de Notificação de Lançamento (fls. 8/10) lavrado contra o contribuinte acima identificado, para exigir crédito tributário de IRPF, no valor total de R$1.156,44, calculado até 28/02/2007, decorrente da omissão de rendimentos recebidos de Conselho Regional de Medicina, no montante de R$30.350,77. Intimado do lançamento, o contribuinte apresentou sua impugnação de fls.01/06, sem se insurgir contra a infração de omissão de rendimentos, requerendo apenas que na revisão de sua declaração, fosse incluída a dedução com seus dependentes. Como prova apresenta Fl. 55DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO Processo nº 13706.000713/200752 Error! Reference source not found. n.º 2201000.075 S2C2T1 Fl. 2 2 cópias autenticadas das certidões de nascimento dos seus 3 (três) filhos: Erick Campos Pacheco Reichert; Meicke Campos Pacheco Reichert; e Isabela Beatriz Campos Pacheco Reichert. A 7ª Turma da DRJ no Rio de Janeiro/RJ julgou improcedente a impugnação, por entender “inadmissível, depois de lavrada a Notificação de Lançamento, a inclusão de dedução de despesas com dependentes sem pleito na Declaração de Ajuste Anual DAA.” O contribuinte, cientificado dessa decisão, em 06/11/2009 (“AR” fls. 30 Verso), interpôs Recurso Voluntário, considerado tempestivo pelo despacho de fls. 42, através do qual ratifica os termos da impugnação apresentada para requerer que seja incluída a dedução com seus dependentes (3 filhos) na sua Declaração de Ajuste Anual, do anocalendário de 2003, apresentada no modelo completo e na qual não consta qualquer dedução. O processo foi distribuído a esta Conselheira, numerado até as fls.42 (última). É o Relatório. VOTO O Recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. O contribuinte foi autuado por omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, sobre a qual não se insurge. Entretanto, desde a fase impugnatória, requer a inclusão da dedução com dependentes, não incluídos na sua Declaração de Ajuste Anual (fls.20/22). Entendo que o presente caso amoldase aos contornos definidos no Parecer Normativo CST nº 67, de 1986, sendo de obrigação examinar todos os seus pontos e pedidos. O contribuinte apresentou já na fase impugnatória, cópia autenticada das certidões de nascimento de cada um dos seus 3 filhos (fls.13/15): (i) Erick Campos Pacheco Reichert, nascido em 17.05.1998; (ii) Meicke Campos Pacheco Reichert, nascido em 17.01.2000; e (iii) Isabela Beatriz Campos Pacheco Reichert, nascida em 18.10.2002. Ocorre que para o deslinde da questão é imperioso saber se a mãe dos seus filhos, Sra. CINTIA CAMPOS PACHECO REICHERT, não os declarou como seus dependentes no exercício em questão, o que afastaria a pretensão do recorrente. Assim, na busca da verdade material do processo administrativo e em respeito aos princípios da ampla defesa e para evitar qualquer julgamento precipitado do caso concreto, encaminho meu voto no sentido de converter o julgamento em diligência para que autoridade preparadora acoste ao processo a Declaração de Ajuste Anual, exercício de 2004, ano calendário de 2003, da Sra. CINTIA CAMPOS PACHECO REICHERT, ou que seja informado se a mesma não a apresentou. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Fl. 56DF CARF MF Impresso em 07/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 19/09/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 21/09/2012 por MARIA HELEN A COTTA CARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 10580.008503/2003-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1998
ABRANDAMENTO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Por força da retroatividade benigna, aplica-se a lei a fatos pretéritos não definitivamente julgados quando esta lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática.
Excluiu-se, contudo, a aplicação da multa de ofício vincula a esses valores, uma vez que, de acordo com a legislação superveniente, essas diferenças passaram a ser enviadas diretamente para inscrição em Dívida Ativa da União e, portanto, a mesma deixou de ser aplicada.
DCTF. ERRO DE PREENCHIMENTO. ÔNUS DA PROVA.
Eventuais erros de preenchimento na DCTF devem ser comprovados pelo contribuinte que detém todos os elementos necessários, ou seja, a escrituração contábil e os documentos que lhe dão sustentação.
Numero da decisão: 2202-002.224
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Fez sustentação oral, o seu representante legal, Dr. Victor Soares da Silva Cereja, inscrito na OAB/RJ sob o nº 168.314.
(Assinado digitalmente)
Nelson Mallmann Presidente
(Assinado digitalmente)
Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga - Relatora
Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes.
Nome do relator: MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1998 ABRANDAMENTO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Por força da retroatividade benigna, aplica-se a lei a fatos pretéritos não definitivamente julgados quando esta lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. Excluiu-se, contudo, a aplicação da multa de ofício vincula a esses valores, uma vez que, de acordo com a legislação superveniente, essas diferenças passaram a ser enviadas diretamente para inscrição em Dívida Ativa da União e, portanto, a mesma deixou de ser aplicada. DCTF. ERRO DE PREENCHIMENTO. ÔNUS DA PROVA. Eventuais erros de preenchimento na DCTF devem ser comprovados pelo contribuinte que detém todos os elementos necessários, ou seja, a escrituração contábil e os documentos que lhe dão sustentação.
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DIFERENÇAS APURADAS EM AUDITORIA INTERNA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. LEGALIDADE. MULTA DE OFÍCIO VINCULADA. Legítimo o lançamento de ofício de diferenças apuradas em procedimento de auditoria interna em DCTF, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, efetuado antes da edição da Medida Provisória no 135, de 2003, convertida na Lei no 10.833, de 2003. Excluiuse, contudo, a aplicação da multa de ofício vincula a esses valores, uma vez que, de acordo com a legislação superveniente, essas diferenças passaram a ser enviadas diretamente para inscrição em Dívida Ativa da União e, portanto, a mesma deixou de ser aplicada. DCTF. ERRO DE PREENCHIMENTO. ÔNUS DA PROVA. Eventuais erros de preenchimento na DCTF devem ser comprovados pelo contribuinte que detém todos os elementos necessários, ou seja, a escrituração contábil e os documentos que lhe dão sustentação. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1998 ABRANDAMENTO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Por força da retroatividade benigna, aplicase a lei a fatos pretéritos não definitivamente julgados quando esta lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 00 85 03 /2 00 3- 54 Fl. 283DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 284 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa de ofício. Fez sustentação oral, o seu representante legal, Dr. Victor Soares da Silva Cereja, inscrito na OAB/RJ sob o nº 168.314. (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Relatora Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 284DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 285 3 Relatório Contra a contribuinte acima qualificada foi lavrado o Auto de Infração de fls. 20 e 21, integrado pelos demonstrativos de fls. 22 a 33, pelo qual se exige o crédito tributário total no valor de R$1.403.369,90, calculado até 30/06/2003, relacionado ao Imposto de Renda Retido na Fonte – IRRF, anocalendário 1998. DA AÇÃO FISCAL Em consulta à Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fl. 21, verificase que a autuação é resultante de auditoria interna realizada em DCTF, na qual se apurou: 1. falta de recolhimento ou pagamento vinculado aos débitos de IRRF declarados, conforme indicado no anexo III (fl. 32), no valor total de R$395.378,13, exigido com acréscimo de multa de ofício de 75% e juros de mora; 2. falta ou insuficiência de pagamento dos acréscimos legais referentes a IRRF declarado e recolhido em atraso, conforme indicado no anexo II.a (fl. 29 a 31), resultando na exigência de: R$137,02, a título de juros pagos a menor; e R$358.172,39, a título de Multa Isolada. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada, a contribuinte interpôs a impugnação de fls. 1 a 5, instruída com os documentos de fls. 6 a 100, cujo resumo de extrai da decisão recorrida (fl. 212): O contribuinte foi cientificado do lançamento fiscal em 12/08/2003 (fls. 165/166) e apresentou impugnação (fls. 01/05), na qual alegou, em síntese, que: I) quanto à DCTF original (2o trimestre), segundo consta no AI, à página 3, não foi localizado o pagamento informado no valor de R$ 1.851,02 com vencimento em 06/05/1998. Entretanto, conforme comprova o documento anexo (DOC. 08), o mencionado pagamento foi efetuado; II) quanto à DCTF complementar (2o trimestre), consta como não localizado o pagamento de valor de R$ 30.906,52, entretanto, mais uma vez não assiste razão ao fisco, vez que o documento em anexo (Doc 09) comprova que o tributo foi recolhido; III) quanto à DCTF original (3o trimestre), os pagamentos nos valores de R$ 13.317,46, R$ 385,02, R$ 311.235,83, R$ 18.260,11 e R$ 134.364,76, indicados como pagos após o vencimento sem os devidos acréscimos legais, declarou que o dia 1o do mês de agosto de 1998 caiu no sábado e a Impugnante não considerou este dia como sendo a primeira semana de agosto. A primeira semana do mês para a Impugnante correspondeu aos dias 02/08 a 08/08, período que, para o Fisco, correspondeu à segunda semana do mês, o que fez a diferença no momento de fixar a data de vencimento para o recolhimento do tributo. Se o Fisco tivesse atentado para as datas de apuração constantes nos DARF's e na DCTF (Docs 10 a 14 e Doc. 03) e não na indicação das semanas correspondentes na DCTF, constataria que Fl. 285DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 286 4 todos os recolhimentos foram realizados dentro dos prazos, ou seja, nos terceiros dias úteis das semanas subseqüentes à apuração e assim não havendo como prosperar a aplicação da multa de ofício e dos juros de mora; IV) quanto à DCTF complementar referente ao terceiro trimestre, não foram localizados doze pagamentos declarados em DCTF em tela. Colacionamos sete DARF's comprobatórios de parte dos recolhimentos (Docs. 15 a 21), sendo que os demais encontramse extraviados, razão pela qual, a Impugnante assim que localizá los, fará sua juntada; V) quanto à DCTF original referente ao quarto trimestre, segundo o AI, não foi localizado o pagamento informado através de DCTF no valor de R$ 3.975,25, com vencimento em 06/01/1998. Ocorre que, por equivoco, a Impugnante recolheu o valor de R$ 3.957,52 (doc. 22), portanto, o debito existente é ínfimo; VI) quanto à DCTF complementar referente ao quarto trimestre, não foram localizados quinze pagamentos declarados e de acordo com os quatro DARF's em anexo (Docs 23 a 26), parte dos pagamentos estão sendo comprovados; VII) quanto aos demais DARF's serão juntados logo que a Impugnante consiga localizálos, vez que também se encontram extraviados. Requer a improcedência do lançamento. Em 10/10/2003, a contribuinte apresentou a petição de fl. 101 na qual informa que os DARF apontados nos itens IV e VI de sua defesa foram localizados e, portanto, requer a juntada dos documentos de fls. 102 a 120. DA REVISÃO DE OFÍCIO A autoridade autuante, nos termos da Nota Técnica Conjunta Corat/Cofis/Cosit no 61, de 2001, revisou e cancelou de ofício parcialmente o lançamento (fls. 172 a 178), exonerando a contribuinte do pagamento do IRRF, no valor de R$5.808,27, acrescido de multa de ofício e juros de mora, assim como da Multa Isolada no montante de R$347.140,70. Os autos foram encaminhados para a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Salvador, remanescendo em discussão os seguintes valores (fl. 178): · R$389.569,86, a título de IRRF, exigido com acréscimo de multa de ofício de 75% e juros de mora; · R$137,02, a título de Juros de Mora Isolados; · R$11.031,68, a título de Multa Isolada. DO JULGAMENTO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA Apreciando a impugnação apresentada, a 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Salvador (BA), julgou procedente em parte o presente Auto de Infração, proferindo o Acórdão no 1528.639 (fls. 211 a 214), de 19/10/2011, assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 286DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 287 5 Anocalendário: 1998 ALEGAÇÕES. ÔNUS DA PROVA Considerase sem efeito as alegações contestando a existência de crédito tributário regularmente constituído, se desacompanhadas de prova, eis que o ônus da prova compete ou cabe a quem alega o fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Anocalendário: 1998 DCTF. ERRO DE PREENCHIMENTO. Constatado erro no preenchimento da DCTF, exonerase o crédito tributário lançado dele decorrente. MULTA ISOLADA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Em decorrência da retroatividade benigna da lei, exonerase a multa isolada lançada sobre o tributo recolhido intempestivamente sem o acréscimo de multa de mora. DCTF. LANÇAMENTO. E cabível lançamento fiscal para a constituição de crédito tributário relativo imposto declarado em DCTF cujo recolhimento não for confirmado. A decisão a quo acatou em parte o pleito da contribuinte, excluindo (fl. 213): a) integralmente o valor do Juros Isolados (R$137,02), acolhendo o argumento de que houve na indicação da semana na DCTF, pois “os DARF (Docs 10/14), às fls 85/89, trazem períodos de apurações diferentes dos informados nas DCTF, divergindo em uma semana, cujos recolhimentos foram efetuados nas datas de vencimentos constantes nos mencionados documentos de arrecadação”; b) integralmente a Multa Isolada remanescente (R$11.031,68), tendo em vista o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional – CTN; c) o débito no valor de R$30.906,52 (2o trimestre/1998), pois embora conste nos sistemas da Receita Federal que “tal recolhimento fora realizado em 01/07/1998 pela filial de CNPJ 33000167/015486 (fl. 209 verso), porém observase que a mesma não declarou tal débito em DCTF e em conseqüência, não houve a respectiva alocação, de forma que o mencionado valor recolhido encontrase disponível e assim possível de ser vinculado ao débito questionado pelo interessado, apontando para erro de preenchimento do DARF”. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 288 6 DO RECURSO Cientificada do Acórdão de primeira instância, em 03/01/2012 (vide AR de fl. 240), a contribuinte apresentou, em 31/01/2012, tempestivamente, o recurso de fls. 241 a 246, alegando, em síntese, que: 1. O fundamento para a manutenção dos débitos remanescentes teria sido o fato de a recorrente não ter apresentado os documentos probatórios dos respectivos recolhimentos. Afirma, contudo, que os pagamentos estariam todos comprovados por meio da documentação acostada aos autos, mais especificamente os documentos no 15 a 21 e 23 a 26, bem como outros DARF juntados na fase de impugnação. 2. Entende que “além da recorrente ter apresentado todos os documentos, vale mencionar que a atividade de fiscalização está submetida a uma série de princípios, dentre os quais destacamos o da busca pela verdade real ou busca pela verdade material.” (fl. 245) DA DISTRIBUIÇÃO Processo distribuído para esta Conselheira na sessão pública da Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais de 19/09/2012, veio digitalizado até à fl. 2821. 1 Processo digital. Numeração do eprocesso. O processo físico foi numerado até a fl. 215 (fl. 238 da digitalização). Fl. 288DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 289 7 Voto Conselheira Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Relatora. O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto merece ser conhecido. 1 Limites do litígio Importante destacar que a matéria a ser apreciada por este Colegiado restringese aos débitos do IRRF, no valor total de R$358.663,34, acréscimo de multa de ofício de 75% e juros de mora, conforme indicado à fl. 214. 2 Análise dos débitos remanescentes Conforme relatado, tratase de lançamento resultante de auditoria interna de Declaração de Contribuições e Tributos Federais – DCTF, na qual constatou se a falta de alguns pagamentos nela informados. Como se sabe, a DCTF é documento cuja responsabilidade pela entrega e preenchimento cabe exclusivamente à contribuinte, ou seja, todos os dados e informações nela contidos são de prévio conhecimento do sujeito passivo da obrigação tributária. O trabalho de auditoria interna de tais declarações consiste em confrontar os valores informados como débitos com os créditos vinculados (pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade), e efetuar lançamento de ofício das diferenças apuradas quando estes créditos resultarem indevidos ou não comprovados. Pode resultar, ainda, na exigência de acréscimos moratórios (multa de mora e juros de mora) quando se verificar que houve o recolhimento de tributo depois do prazo legal de vencimento. Tal procedimento encontrase disciplinado na Instrução Normativa no 45, de 5 de maio de 1998, vigente à época do fato gerador. Não obstante a contribuinte alegue que teria apresentado o comprovante de pagamento de todos os débitos remanescentes, verdade é que os documentos por ela indicados foram devidamente apreciados pelo julgador a quo, a quem peço vênia para reproduzir a parte do voto condutor em que ele analisa a documentação acostada aos autos (fl. 213): Conseqüentemente já foi excluído o valor de R$ 5.808,27 a titulo de principal (fl. 178), restando em litígio o montante de R$ 389.569,86, referentes aos seguintes itens da impugnação: [...] IV) débitos relativos ao 3o trimestre de 1998 informados na DCTF complementar, porém não localizados. O contribuinte apresenta DARF's Fl. 289DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 290 8 (Docs. 15 a 21 fls.90/95), porém os mesmos referemse a débitos pagos por outra filial (CNPJ 33000167/015486), conforme cópias dos pagamentos extraídas do sistema de arrecadação da Receita Federal (fls. 202/210). Salientese que os mesmos já estão totalmente vinculados às respectivas DCTF's apresentadas pela mencionada filial em 1998 e 1999 (fls. 201 verso/202), sem qualquer valor disponível para a quitação pretendida pelo interessado, relativa aos débitos por ele declarados na aludida DCTF complementar apresentada posteriormente em 2001. Em relação ao débito no valor de R$ 9.818,76 com vencimento em 05/08/1998, ressalte se que não foi apresentado o respectivo DARF constando seu pagamento. VI) quanto aos débitos relativos ao 4o trimestre de 1998, informados na DCTF complementar e não localizados, ocorreu o descrito no item anterior. O contribuinte apresenta DARF's (Docs 23 a 26 fls. 97/100), porém tais pagamentos já foram totalmente alocados aos débitos declarados pela filial (CNPJ 33000167/015486), conforme extratos do sistema arrecadação (fls. 202/210). Ademais tais débitos estão totalmente vinculados as DCTF's apresentadas pela mencionada filial em 1998 e 1999, sem qualquer valor disponível para a pretendida quitação; VII) quanto aos demais DARF's apresentados posteriormente pelo interessado (fls. 103/107, 109/113 e 115/120), também se enquadram na mesma situação já descrita acima, e portanto, não poderão ser reutilizados para a pretendida quitação pleiteada pelo impugnante. Destaco que o DARF apresentado à fl. 104 referese a débito recolhido pela filial de CNPJ 33.000.167/014595, no valor de R$ 7.874,42 (fl. 210), encontrandose totalmente alocado à respectiva DCTF apresentada pela aludida filial em 1998 (fl. 202 verso) e, portanto, sem qualquer saldo disponível. Destarte, se o impugnante não apresenta documentos que comprovem inequivocamente o alegado, incide em desacordo com a legislação do processo administrativo fiscal, mais especificadamente o artigo 16 do Decreto n° 70.235, de 1972 (PAF). Cabe ainda observar que o direito pátrio adotou o princípio de que a prova compete ou cabe à pessoa que alega o fato, conforme se depreende do transcrito do artigo 16, III, do Decreto n° 70.235, de 1972, que regulamenta o processo administrativo fiscal no âmbito federal, e do artigo 333, do Código de Processo Civil. Como se percebe, os DARF apresentados pela contribuinte, e não considerados pela decisão recorrida, referemse a débitos pagos por outras filiais os quais já haviam sido vinculados às respectivas DCTF, razão pela qual não poderiam ser utilizados para quitar os débitos objetos do presente lançamento. Em sede de recurso, a recorrente limitouse a afirmar que teria apresentado toda a documentação comprobatória dos pagamentos, ignorando o que já havia sido devidamente esclarecido pela julgador de primeira instância. Destarte, mantémse a exigência dos débitos remanescentes. 3 Multa de ofício Em relação à multa de ofício de 75% exigida sobre os débitos de IRRF informados em DCTF cujos créditos vinculados não foram comprovados, há que Fl. 290DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 291 9 se invocar, de ofício, em homenagem ao princípio da legalidade, as alterações ocorridas na legislação que fundamenta a autuação, supervenientemente à formalização do presente lançamento. À época do lançamento, tais diferenças eram exigidas por meio de lançamento de ofício e, conseqüentemente, com aplicação da multa de ofício de 75% (inciso I do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996), conforme disposto no art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. (grifei) Posteriormente, o art. 18 da Medida Provisória no 135, de 2003, de 30 de outubro de 2003, convertida na Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, a seguir transcrito, veio limitar a aplicação do art. 90 da Medida Provisória , no 2.15835, de , 2001: Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão de nãohomologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007) § 1o Nas hipóteses de que trata o caput, aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6o a 11 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. § 2o A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicado em dobro, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007) § 3o Ocorrendo manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e impugnação quanto ao lançamento das multas a que se refere este artigo, as peças serão reunidas em um único processo para serem decididas simultaneamente. § 4o Será também exigida multa isolada sobre o valor total do débito indevidamente compensado quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, aplicandose o percentual Fl. 291DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 292 10 previsto no inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicado na forma de seu § 1o, quando for o caso. (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007) § 5o Aplicase o disposto no § 2o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, às hipóteses previstas nos §§ 2o e 4o deste artigo. (Redação dada pela Lei no 11.488, de 15 de junho de 2007) Como se vê, a aplicação do art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 2001, ficou limitada à imposição de multa isolada, calculada sobre o valor total do débito indevidamente compensado, no caso de nãohomologação da compensação quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo ou quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses previstas no inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 1996 (créditos de terceiros; créditoprêmio instituído pelo art. 1º do DecretoLei nº 491, de 5 de março de 1969; crédito referente a título público; crédito decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; e crédito referente a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal – SRF). Assim sendo, nos casos de diferenças apuradas em procedimento de auditoria interna em DCTF, constituídas com base no art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 2001, e desde que a penalidade aplicada não tenha por fundamento as hipóteses previstas no art. 18 da Lei no 10.833, de 2003, esses débitos deixaram de ser objeto de lançamento de ofício e passaram a ser enviados diretamente para inscrição em Dívida Ativa da União, com os acréscimos moratórios devidos. Nesse sentido, fazse oportuno transcrever o art. 9o da Instrução Normativa no 482, de 21 de dezembro de 2004: Art. 9o Todos os valores informados na DCTF serão objeto de procedimento de auditoria interna. § 1o Os saldos a pagar relativos a cada imposto ou contribuição, informados na DCTF, bem assim os valores das diferenças apuradas em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, serão enviados para inscrição em Dívida Ativa da União, com os acréscimos moratórios devidos. [...] Concluise, que nos casos de diferenças apuradas em procedimento de auditoria interna em DCTF, constituídas por meio de lançamento de ofício com base no art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, há que se afastar a aplicação da multa de ofício de 75% incidente sobre esses valores, em função do princípio da retroatividade benigna da lei, constante na alínea “c” do inciso II, do art. 106 da lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional (CTN), a seguir transcrito, com destaque: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: Fl. 292DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA Processo nº 10580.008503/200354 Acórdão n.º 2202002.224 S2C2T2 Fl. 293 11 I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifei) Nestes termos, há que se afastar a aplicação da multa de ofício de 75% sobre os valores lançados de ofício. 4 Conclusão Diante do exposto, voto por DAR provimento PARCIAL ao recurso para excluir a aplicação da multa de ofício vinculada ao imposto lançado. (Assinado digitalmente) Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga Fl. 293DF CARF MF Impresso em 27/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MONIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA, Assinado di gitalmente em 25/03/2013 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 24/03/2013 por MARIA LUCIA MO NIZ DE ARAGAO CALOMINO ASTORGA
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Numero do processo: 14120.000072/2010-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2007 a 30/12/2008
CONTRIBUIÇÃO A TERCEIRAS ENTIDADES
Toda empresa está obrigada a recolher a contribuição devida aos Terceiros, incidente sobre a totalidade da remuneração paga aos segurados empregados.
MULTA
A multa aplicada hodiernamente, considerando a retroatividade benigna estampada no artigo 106, II do CTN e a novel legislação que alterou a Lei 8.212 de 1991, a Lei 11.941 de 2009, dando redação mais benefica o Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, até 11 de 2008, deve ser respeitada se melhor para o contribuinte.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2301-002.855
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado: I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para, no mérito, até 11/2008, que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator designado(a) ). Vencidos os Conselheiros Marcelo Oliveira e Bernadete de Oliveira Barros, que votaram em manter a multa que foi aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator Designado: Wilson Antonio de Souza Correa.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Bernadete de Oliveira Barros - Relator.
(assinado digitalmente)
Wilson Antonio de Souza Correa - Redator designado.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 30/12/2008 CONTRIBUIÇÃO A TERCEIRAS ENTIDADES Toda empresa está obrigada a recolher a contribuição devida aos Terceiros, incidente sobre a totalidade da remuneração paga aos segurados empregados. MULTA A multa aplicada hodiernamente, considerando a retroatividade benigna estampada no artigo 106, II do CTN e a novel legislação que alterou a Lei 8.212 de 1991, a Lei 11.941 de 2009, dando redação mais benefica o Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, até 11 de 2008, deve ser respeitada se melhor para o contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado: I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para, no mérito, até 11/2008, que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator designado(a) ). Vencidos os Conselheiros Marcelo Oliveira e Bernadete de Oliveira Barros, que votaram em manter a multa que foi aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator Designado: Wilson Antonio de Souza Correa. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira - Presidente. (assinado digitalmente) Bernadete de Oliveira Barros - Relator. (assinado digitalmente) Wilson Antonio de Souza Correa - Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes
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MULTA A multa aplicada hodiernamente, considerando a retroatividade benigna estampada no artigo 106, II do CTN e a novel legislação que alterou a Lei 8.212 de 1991, a Lei 11.941 de 2009, dando redação mais benefica o Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, até 11 de 2008, deve ser respeitada se melhor para o contribuinte. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado: I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao recurso, para, no mérito, até 11/2008, que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Redator designado(a) ). Vencidos os Conselheiros Marcelo Oliveira e Bernadete de Oliveira Barros, que votaram em manter a multa que foi aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Redator Designado: Wilson Antonio de Souza Correa. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 12 0. 00 00 72 /2 01 0- 85 Fl. 192DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA 2 Bernadete de Oliveira Barros Relator. (assinado digitalmente) Wilson Antonio de Souza Correa Redator designado. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Wilson Antônio de Souza Correa, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Fl. 193DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 14120.000072/201085 Acórdão n.º 2301002.855 S2C3T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de crédito lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas às Terceiras Entidades e Fundos, FNDE, INCRA, SENAI, SESI e SEBRAE, incidentes sobre a remuneração dos segurados a seu serviço.. Conforme Relatório Fiscal (fls. 32), as contribuições lançadas incidem sobre os valores das remunerações pagas aos segurados empregados apurados nas Folhas de Pagamento apresentadas pelo contribuinte em meio digital para o exercício de 2007 e das remunerações apuradas por aferição indireta tendo como base a Relação Anual de Informações Sociais RAIS para o exercício de 2008. A autoridade lançadora salienta que o contribuinte apresentou à fiscalização apenas a Folha de Pagamento de 2007 em meio digital. A recorrente impugnou o débito e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 0423.454, da 3a Turma da DRJ/CGE, (fls. 137), julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 159), alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, alega que o auto de infração deve ser declarado nulo, visto que todos os documentos apresentados estão em conformidade com o requisitado pelo fisco, e além do mais, o Al está baseado em documentos entre 2005 a 2009, não possuindo assim o direito de exigibilidade do fisco, tendo em vista a ocorrência da decadência, nos termos do art. 150, § 4o, do CTN. Entende que é notória a falta de legalidade do auto de infração, visto que, os créditos já não se encontram exigível. No mérito, alega que os juros aplicados tem efeito de confisco, haja vista que são totalmente inaceitáveis, pois ultrapassam qualquer limite legal. Sustenta que a aplicação de tal multa é absolutamente inaceitável, pois,ao aplicar tal infração tem apenas a intenção de prejudicar o contribuinte e não a fim de fazêlo cumprir sua obrigação, o que é totalmente inconstitucional. Finaliza requerendo que seja reformada a decisão e declarado nulo o auto de infração. É o relatório. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA 4 Voto Vencido Conselheira Bernadete de Oliveira Barros Relatora O recurso é tempestivo e todos os requisitos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice para seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a autuada alega nulidade do auto de infração, ao argumento de que todos os documentos apresentados estão em conformidade com o requisitado pelo fisco, e que os créditos já não se encontram exigíveis, uma vez que o Al está baseado em documentos entre 2005 a 2009, tendo ocorrido, portanto, a decadência, nos termos do art. 150, § 4o, do CTN. Todavia, além de esses argumentos não terem sido trazidos em sede de defesa, o que, nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/1972, se consubstancia em matéria não impugnada, para a qual ocorreu a preclusão do direito de discussão, eles são estranhos ao processo sob análise e totalmente impertinentes ao objeto do AI em discussão. Porém, ainda que não se considerasse ocorrida a preclusão, verificase, no caso presente, que o débito se refere ao período compreendido entre 01/2007 a 12/2008, e não de 2005 a 2009, conforme reiteradamente afirmado pela recorrente de forma equivocada. Considerando que a ciência do sujeito passivo se deu em 04/2010, não há que se falar em inexigibilidade do débito lançado a partir de 01/2007 por decadência, motivo pelo qual rejeito as preliminares suscitadas. No mérito, verificase que a recorrente não insurgese contra a base de cálculo ou nega que tenha deixado de recolher a contribuição devida, incidente sobre a remuneração paga à totalidade dos segurados que lhe prestaram serviços. Ela apenas alega que os juros aplicados tem efeito de confisco, são inaceitáveis e ultrapassam qualquer limite legal, e que a aplicação de tal multa é absolutamente inaceitável e totalmente inconstitucional. Contudo, cumpre observar que os juros e a multa aplicada encontram amparo na legislação listada no relatório FLD. Dessa forma, não há que se falar em ilegalidade de tais exações, vez que a sua cobrança possui amparo legal. Conforme nos ensina Hans Kelsen: “ partindo da premissa unidade lógica da ordem jurídica, tenta impôr concordância apriorística entre a lei e a Constituição, que acabe por negar não apenas a possibilidade jurídica da sanção da nulidade, mas da própria noção de inconstitucionalidade "lato sensur": "A afirmação de que uma lei válida é "contrária à constituição" (anticonstitucional) é uma "contradictio in adejecto", pois uma lei somente pode ser válida com fundamento na Constituição. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 14120.000072/201085 Acórdão n.º 2301002.855 S2C3T1 Fl. 4 5 Quando se tem fundamento para aceitar a validade de uma lei, o fundamento da sua validade tem de residir na Constituição. De uma lei invalida não se pode, porem, afirmar que ela é contraria à Constituição, pois uma lei invalida não é sequer uma lei, porque não é juridicamente existente e, portanto, não é possível qualquer afirmação jurídica sobre ela. Se a afirmação, corrente na jurisprudência tradicional, de que uma lei é inconstitucional há de ter um sentido jurídico possível, não pode ser tomada ao pé da letra. O seu significado apenas pode ser o de que a lei em questão, de acordo com a Constituição, pode ser revogada não só pelo processo usual, quer dizer, por uma outra lei, segundo o principio lex posterior "derogat priori", mas também através de um processo especial, previsto pela Constituição. Enquanto, porém, não for revogada, tem de ser considerada válida; e, enquanto for válida, não pode ser inconstitucional" (KELSEN, Hans. Teoria pura do direito, 2. ed., trad. João Baptista Machado, São Paulo, Martins Fontes, 1987, p287). Cabe destacar, ainda, que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” Nesse sentido, Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO É como voto. Bernadete de Oliveira Barros Relatora (assinado digitalmente) Fl. 196DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA 6 Voto Vencedor Conselheiro Wilson Antônio de Souza Côrrea Relator Designado MULTA Insurge a Recorrente contra a multa aplicada, alegando confisco, agressão a Carta Maior e outros quejandos, o que não lhe assite razão. Em verdade a alegação de confisco é por demais exagerada uma vez que, etimologicamente o termo de origem latina implica em tomada de bem de uma pessoa sem a compensação justa, por parte do governo, contrariando flagrantemente a Carta Maior, que tem como um de seus pilares democrático a defesa à propriedade. Mas, por outro lado, e é bem verdade que não podemos virar as costas para a retroatividade da lei que trata o artigo 106, II do Código Tributário Nacional dado a alteração substancial trazida pela Lei n 11.941 de 27.05.2009. E, no caso em tela, conforme acima exosto, da retroatividade temse que possível em razão de a lei a aplicar está retroagindo, não para constituir obrigação, mas para beneficiar ao contribuinte, no caso o Reocrrente, e, por isto, devese aplicar a lei que mais o benficia, que é a do artigo Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, até 11 de 2008. Wilson Antonio de Souza Correa – Relator (assinado digitalmente) Fl. 197DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por WILSON ANTONIO DE SOUZA CORREA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10860.905014/2009-91
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/01/2008
INTEMPESTIVIDADE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO.
Recurso Voluntário de acórdão da DRJ embasado em Manifestação de Inconformidade Intempestiva não deve ser conhecido.
Numero da decisão: 3803-004.106
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado.
[assinado digitalmente]
Alexandre Kern - Presidente.
[assinado digitalmente]
João Alfredo Eduão Ferreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 15/01/2008 INTEMPESTIVIDADE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. Recurso Voluntário de acórdão da DRJ embasado em Manifestação de Inconformidade Intempestiva não deve ser conhecido.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. [assinado digitalmente] Alexandre Kern - Presidente. [assinado digitalmente] João Alfredo Eduão Ferreira - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1722; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 10 1 9 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10860.905014/200991 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803004.106 – 3ª Turma Especial Sessão de 21 de março de 2013 Matéria PAF Recorrente MARCPELZER PLASTICS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/01/2008 INTEMPESTIVIDADE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. NÃO CONHECIMENTO DE RECURSO VOLUNTÁRIO. Recurso Voluntário de acórdão da DRJ embasado em Manifestação de Inconformidade Intempestiva não deve ser conhecido. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e voto que integram o presente julgado. [assinado digitalmente] Alexandre Kern Presidente. [assinado digitalmente] João Alfredo Eduão Ferreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Juliano Eduardo Lirani. Relatório Tratase de PER/DCOMP que buscou compensar créditos alegadamente pagos indevidamente de PIS/PASEP de período de apuração agosto/2005 com débitos de COFINS do período de apuração dezembro/2007 no valor de R$ 44.630,35. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 90 50 14 /2 00 9- 91 Fl. 90DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN 2 Através de Despacho Decisório Eletrônico recebido em 19/10/2009, a DRF em Taubaté/SP não homologou o PER/DCOMP pois “Foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débito do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos créditos informados no Per/DCOMP” Irresignada a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade em 02/12/2009, onde resumidamente alega que: a. o crédito é oriundo da exclusão do ICMS da base de calculo da COFINS b. a base de cálculo da COFINS é o faturamento, ou seja, o produto da venda de mercadorias e da prestação de serviços. c. o ICMS não se amolda ao conceito de faturamento, sendo inconstitucional a incidência de contribuição sobre esse tributo. d. a matéria em questão que se refere a exclusão do ICMS da base de cálculo da COFINS, se encontra em repercussão geral, no STF. Ao final pede que seu PER/DCOMP seja homologado. A contribuinte protocolou pedido de desistência da ação administrativa, porem o fez com numeração estranha ao processo. A receita federal a intimou para corrigir a numeração indicada para assim proceder. Não obteve resposta da contribuinte, razão pela qual o processo teve sua continuidade. A DRJ em Campinas/SP julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Em seu acórdão atenta para a correção da inclusão do ICMS na base de calculo das contribuições sociais. Destaca que a lei 9.718/98, norma que regulava a COFINS na época, não previa a exclusão do ICMS da base de cálculo. Anexa a sumula 94 do STJ, e lembra que o recurso extraordinário nº 240.7852/MG não foi julgado, portanto, afasta sua aplicação. Atesta a falta de provas anexadas para a comprovação do valor pago a maior. Inconformado o sujeito passivo protocolou recurso voluntário onde afirma que o conceito de faturamento e receita possui natureza constitucional e não pode ser modificado por legislação infraconstitucional. Fundamenta seu argumento anexando parte de voto proferido pelo Exmo. Min. do STF, Marco Aurélio Melo, e afirma que o valor correspondente ao ICMS não tem natureza de faturamento ou receita. Ao final pede que seja reconhecido seu direito creditório. É o relatório. Voto Conselheiro João Alfredo Eduão Ferreira O recurso é tempestivo, porem dele não tomo conhecimento. Discorrendo sobre a contagem de prazo no âmbito do processo administrativo fiscal, o artigo 5º do Decreto 70.235/72 (PAF) estabelece: Fl. 91DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN Processo nº 10860.905014/200991 Acórdão n.º 3803004.106 S3TE03 Fl. 11 3 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Quanto ao prazo para apresentação da Manifestação de Inconformidade o § 9o do artigo 74 da Lei 9.430/96, combinado com o § 7o do mesmo dispositivo legal estabelece o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência do ato que não homologou a compensação. Em analise dos autos verificamos que o contribuinte tomou ciência do despacho decisório em 19/10/2009 (Fls. 50), considerando que o dia 19/10/2009 foi uma segundafeira, a contagem do prazo iniciouse na terçafeira dia 20/10/2009 e findouse na quartafeira dia 18/11/2009, somente em 02/12/2009 (Fls. 08) a manifestação de inconformidade foi protocolizada. Não identificamos a existência de feriados ou falta de expediente na repartição, tão pouco a recorrente defende a tempestividade em seu recurso, o que seria natural em ocorrendo situações excepcionais como motivos de força maior, greve e outros eventos. Entendemos que errou a DRJ em Campinas/SP ao atestar a tempestividade da Manifestação de Inconformidade e manifestarse sobre as questões de mérito sem ao menos justificar a sua certificação de tempestividade. Verificamos, ainda, que o contribuinte em sua manifestação de inconformidade assim escreve: “Em 20.10.2009, a ora Peticionaria foi notificada pela Secretaria da Receita Federal do Brasil sobre o teor da decisão exarada pela autoridade fiscal que indeferiu o pedido de restituição formulado pela empresa, não homologando também o pedidos de compensações realizados no mesmo procedimento fiscal, conforme dados descrito a seguir:” Ora, o próprio sujeito passivo reconhece a data da notificação do despacho decisório, apesar de um dia depois do efetivo recebimento, o que em nada altera o entendimento a respeito da intempestividade da sua manifestação de inconformidade. Pelo exposto, NÃO CONHEÇO do recurso voluntário. João Alfredo Eduão Ferreira Relator Fl. 92DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/ 03/2013 por JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA, Assinado digitalmente em 26/03/2013 por ALEXANDRE KERN
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