Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,832)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,591)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,670)
- Primeira Turma Ordinária (15,233)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (14,996)
- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,642)
- Primeira Turma Ordinária (11,720)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,276)
- Terceira Câmara (63,081)
- Segunda Câmara (50,556)
- Primeira Câmara (16,110)
- 3ª SEÇÃO (15,670)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,620)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,906)
- Segunda Seção de Julgamen (107,667)
- Primeira Seção de Julgame (70,831)
- Primeiro Conselho de Cont (49,033)
- Segundo Conselho de Contr (48,539)
- Câmara Superior de Recurs (37,022)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,033)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,813)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,834)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,264)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- HELCIO LAFETA REIS (3,156)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,781)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,786)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,035)
- 2024 (25,830)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,451)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,978)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,071)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,267)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,847)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,011)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10552.000044/2007-21
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2401-000.483
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do processo em diligência, nos termos indicados pela relatora.
André Luis Mársico Lombardi Presidente
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201602
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 10552.000044/2007-21
anomes_publicacao_s : 201609
conteudo_id_s : 5632989
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 2401-000.483
nome_arquivo_s : Decisao_10552000044200721.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 10552000044200721_5632989.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do processo em diligência, nos termos indicados pela relatora. André Luis Mársico Lombardi Presidente Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira.
dt_sessao_tdt : Tue Feb 16 00:00:00 UTC 2016
id : 6490565
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:14 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692405043200
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1373; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10552.000044/200721 Recurso nº Voluntário Resolução nº 2401000.483 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 16 de fevereiro de 2016 Assunto CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS AI Recorrente SCHMIDT IRMÃOS CALÇADOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do processo em diligência, nos termos indicados pela relatora. André Luis Mársico Lombardi – Presidente Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: André Luis Marsico Lombardi, Cleberson Alex Friess, Arlindo da Costa e Silva, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Alexandre Tortato, Carlos Henrique de Oliveira, Luciana Matos Pereira Barbosa e Rayd Santana Ferreira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 05 52 .0 00 04 4/ 20 07 -2 1 Fl. 2136DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 0 6/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por ANDRE LUIS MARS ICO LOMBARDI Processo nº 10552.000044/200721 Resolução nº 2401000.483 S2C4T1 Fl. 3 2 RELATÓRIO Período de apuração: 01/01/2000 a 30/11/2004 Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de Decisão Administrativa de 1ª Instância proferida pela 6ª Turma de Julgamento da DRJ em Porto Alegre/RS, que julgou procedente em parte a impugnação oferecida pelo sujeito passivo do crédito tributário lançado por intermédio do AI DEBECAD n° 35.772.9560– Obrigação Acessória – CFL 68 pelo fato do Contribuinte não ter declarado em GFIP todas as remunerações pagas ou creditadas a segurados contribuintes individuais, no período de 01/2000 a 11/2004, no valor total de R$ 99.340,24. Conforme o Relatório Fiscal da Infração às fls. 620, a empresa deixou de repassar as informar para GFIP, todos os dados quanto as remunerações pagas ou creditadas aos segurados contribuintes individuais, no lapso temporal entre janeiro/2000 a novembro/2004, infringido o dispositivo legal previsto no artigo 32, inciso IV, da Lei 8.212 c/c artigo 225, inciso IV, do Regulamento da Previdência Social. Devidamente cientificada, a empresa autuada apresentou defesa tempestiva. O Relatório Fiscal da Infração informa que o presente Auto de Infração foi lavrado em virtude do contribuinte não ter informado em GFIP todas as remunerações pagas ou creditadas a segurados contribuintes individuais. Inconformada com o supracitado lançamento tributário, SCHMIDT IRMÃOS CALÇADOS LTDA apresentou Impugnação a fls. 832/838, acompanhada dos documentos juntados às Fls. 839/1025. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Porto Alegre/RS lavrou Decisão Administrativa textualizada no Acórdão nº 6ª Turma da DRJ/POA, às fls. 2073/2085, julgando procedente em parte o lançamento e alterando o valor da multa. O Recorrente foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 22/04/2010, conforme Aviso de Recebimento às Fls. 2092. Inconformado com a decisão exarada pelo órgão julgador a quo, o ora Recorrente interpôs Recurso Voluntário a 1024.597fls. 2093/2107, ratificando parte de suas alegações anteriormente expendidas e respaldando sua inconformidade em argumentação desenvolvida nos termos a seguir expostos: em sede de preliminar alega que suscitou a nulidade do auto de infração "por falta de suficiente e adequada descrição dos fatos que compõe a suposta irregular, infringir o princípio da vedação de confisco, e, ainda, requereu a elevação da multa, porque suprida a suposta falta; busca a exoneração da penalidade, por ultrapassar o limite legal e infringir o princípio da vedação de confisco, bem como pelo fato de não ficar claro nenhum fato concreto que desse causa a utilização da penalidade em referência; afirma que com base no artigo 283 do RPS não se pode ser aplicado como penalidade um valor superior ao valor mínimo estabelecido no referido artigo, o que seria o Fl. 2137DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 0 6/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por ANDRE LUIS MARS ICO LOMBARDI Processo nº 10552.000044/200721 Resolução nº 2401000.483 S2C4T1 Fl. 4 3 valor correspondente a ”R$ 636,17 (seiscentos e trinta e seis reais e dezessete centavos) ". Sendo assim, requereu a exclusão da multa à base, como sustentando na r. decisão recorrida, em dispositivo legal diverso do referido no auto de infração; tendo como pressuposto da obrigação formal o dever de informar em GFIP a procedência da obrigação material e a incidência de contribuição previdenciária, não se deveria querer que o contribuinte apresentasse GFIP's retificadoras, atendendo àquela antes de julgamento definitivo a respeito desta; alegar ficar evidente que a mera reprodução de dispositivo legal ou regulamentar, de acordo com o que se verifica no próprio Relatório Fiscal, não é o suficiente para suprir o requisito da motivação do próprio Auto de Infração; não consta qualquer esclarecimento sobre a forma e os dados considerados para determinação da multa; busca também com base no art. 293 do Regulamento da Previdência Social a decretação de nulidade da autuação; sendo assim, requer que seja decretada a preliminar de nulidade do auto de infração, para reduzir a multa a R$ 636,17, ou, pelo menos, diminuir de R$ 63.617, 35 e, a seguir, relevar integralmente a multa aplicada, reduzindo seu valor a zero. Enfim, repete os argumentos expendidos na Instância Regional para ao final requer o acatamento do recurso de modo a alterar a decisão recorrida, objeto do Acórdão 10 24.597, para fins de declaração da insubsistência da autuação com sua total improcedência. Após, sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 2138DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 0 6/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por ANDRE LUIS MARS ICO LOMBARDI Processo nº 10552.000044/200721 Resolução nº 2401000.483 S2C4T1 Fl. 5 4 VOTO Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Tendo como pressuposto da obrigação formal do Contribuinte, o dever de informar em GFIP a procedência da obrigação material e a incidência de contribuição previdenciária, entendo que esse Colegiado deve conhecer o andamento e/ou eventual julgamento do Auto lavrado para apuração da Obrigação Principal, antes de proferir julgamento definitivo à respeito deste Auto de Infração de Obrigação Acessória. Assim, voto no sentido de baixar os autos em diligência para determinar o retorno dos autos a Unidade de Origem para que informe o andamento e/ou eventual julgamento do Auto lavrado para apuração da Obrigação Principal, após deve o presente AI retornar para julgamento perante esse E. Conselho. É como voto. Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 2139DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 0 6/09/2016 por LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA, Assinado digitalmente em 09/09/2016 por ANDRE LUIS MARS ICO LOMBARDI
score : 1.0
Numero do processo: 11128.004955/2008-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2007
MULTA POR CESSÃO DE NOME. CONDIÇÃO PARA APLICAÇÃO.
Deve ser cancelado o auto de infração que exige multa por cessão de nome concorrente com decisão da autoridade administrativa em procedimento regular de decretar a inaptidão ou baixa de ofício do mesmo contribuinte e com base nos mesmo fatos, para que não se desrespeite o parágrafo único do artigo 33 da Lei n. 11.488/2007.
Numero da decisão: 3401-003.224
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, acatar a preliminar de incompatibilidade entre a aplicação simultânea da multa do art. 33 da Lei n.º 11.488/2007 e a declaração de inaptidão de CNPJ, vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl que a superavam. Os Conselheiros Augusto Fiel Jorge d'Oliveira e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanharam pelas conclusões. Fez sustentação pela recorrente, Elton Luiz Bartoli, OAB SP n.º 317.095.
Robson José Bayerl - Presidente.
Eloy Eros da Silva Nogueira- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente).
Nome do relator: ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201608
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 2007 MULTA POR CESSÃO DE NOME. CONDIÇÃO PARA APLICAÇÃO. Deve ser cancelado o auto de infração que exige multa por cessão de nome concorrente com decisão da autoridade administrativa em procedimento regular de decretar a inaptidão ou baixa de ofício do mesmo contribuinte e com base nos mesmo fatos, para que não se desrespeite o parágrafo único do artigo 33 da Lei n. 11.488/2007.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Sep 12 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 11128.004955/2008-81
anomes_publicacao_s : 201609
conteudo_id_s : 5633002
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Sep 13 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3401-003.224
nome_arquivo_s : Decisao_11128004955200881.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 11128004955200881_5633002.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, acatar a preliminar de incompatibilidade entre a aplicação simultânea da multa do art. 33 da Lei n.º 11.488/2007 e a declaração de inaptidão de CNPJ, vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl que a superavam. Os Conselheiros Augusto Fiel Jorge d'Oliveira e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanharam pelas conclusões. Fez sustentação pela recorrente, Elton Luiz Bartoli, OAB SP n.º 317.095. Robson José Bayerl - Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira- Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
id : 6491095
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692439646208
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2136; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T1 Fl. 2 1 1 S3C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11128.004955/200881 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3401003.224 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 24 de agosto de 2016 Matéria ADUANA. INTERPOSIÇÃO. Recorrente BB COMERCIAL IMPORTADORA LTDA. E OUTRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2007 MULTA POR CESSÃO DE NOME. CONDIÇÃO PARA APLICAÇÃO. Deve ser cancelado o auto de infração que exige multa por cessão de nome concorrente com decisão da autoridade administrativa em procedimento regular de decretar a inaptidão ou baixa de ofício do mesmo contribuinte e com base nos mesmo fatos, para que não se desrespeite o parágrafo único do artigo 33 da Lei n. 11.488/2007. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, acatar a preliminar de incompatibilidade entre a aplicação simultânea da multa do art. 33 da Lei n.º 11.488/2007 e a declaração de inaptidão de CNPJ, vencidos os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Fenelon Moscoso de Almeida e Robson José Bayerl que a superavam. Os Conselheiros Augusto Fiel Jorge d'Oliveira e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco acompanharam pelas conclusões. Fez sustentação pela recorrente, Elton Luiz Bartoli, OAB SP n.º 317.095. Robson José Bayerl Presidente. Eloy Eros da Silva Nogueira Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Robson José Bayerl (Presidente), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge d'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Rodolfo Tsuboi, Fenelon Moscoso de Almeida e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 49 55 /2 00 8- 81 Fl. 387DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 2 Relatório Este processo cuida do auto de infração que constitui e exige a multa prevista no artigo 33 da Lei n. 11.488/2007 (10% sobre o valor da operação pela cessão de nome com vista a acobertar o real interessado/beneficiário). A autoridade fiscal assim relatou os fatos apurados: EXIGÊNCIA DE MULTA APLICADA SETOR ADUANEIRO SEM REDUÇÃO (CESSÃO NOME PARA A REALIZAÇÃO DE OPERAÇÕES DE COMÉRCIO EXTERIOR DE TERCEIROS ART. 33. LEI N° 11.488/03). A BB Comercial e Importadora Ltda, CNPJ 64.651.987/000197, registrou as Declarações de Importação, relacionadas abaixo, parametrizadas no canal cinza do SISCOMEX: DI n° e Data Registro 07/11343220 23/08/2007 07/11560670 28/08/2007 07/12270510 11/09/2007 07/12287560 11/09/2007 07/12873931 21/09/2007 Em 16/08/2007, teve início o Procedimento de Fiscalização na empresa, efetuado pela DRF/Jundiaí/SP, unidade da RFB de jurisdição sobre o domicílio fiscal do importador, de acordo com o previsto na IN/SRF n° 228/02, que tem como finalidade a verificação da origem dos recursos aplicados em operações de comércio exterior e combate à interposição fraudulenta de pessoas. A empresa apresentou a garantia em forma de Carta de Fiança, emitido pelo Banco do Brasil S.A. Agência EMPRES. JUNDIAÍ/SP, todos datados de 27/11/2007, e os despachos foram desembaraçados no Siscomex e as mercadorias foram entregues ao importador. O Procedimento especial ao qual a empresa estava submetida, na Equipe de Fiscalização Aduaneira da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Jundiaí/SP, foi encerrado e resultou na Representação Fiscal para Fins de Inaptidão no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica CNPJ, em 18/01/2008, de acordo com a proposta abaixo transcrita: "A BB COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA é interposta pessoa da J TOLEDO DA AMAZÔNIA INDUSTRIA E COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA. A operação irregular de importação da BB COMERCIAL, ao não declarar a J TOLEDO como real adquirente, lesa o Erário, pois se a J TOLEDO fosse declarada como real adquirente, ela seria equiparada a estabelecimento industrial, e como tal revenderia produto a ser tributado pelo IPI. A ocultação do real adquirente, além de se constituir em dano ao Erário conforme previsto no Inciso V do art. 23 do DecretoLei 1.455/76, com a redação dada pela Lei 10.637/02, causa o dano ao Erário face ao não recolhimento do IPI. Além disso, ocorre também falta de recolhimento do Imposto sobre Serviços (ISS), em face da não emissão da nota fiscais de serviços pela BB COMERCIAL, exigidas na operação por conta e ordem realizada dentro das normas legais. Baseado nas constatações acima, quando ficou comprovado a interposição fraudulenta de terceiros, ocultação do real adquirente e a inexistência de patrimônio e capacidade operacional necessários à Fl. 388DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 11128.004955/200881 Acórdão n.º 3401003.224 S3C4T1 Fl. 3 3 realização de seu objeto, propomos, conforme dispõe o artigo 11, parágrafo único, da IN SRF n° 228/2002 e o art. 41, inciso I e parágrafo único, da IN RFB n° 748/2007, e art. 81 da Lei 9.430/1996, que a inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica da empresa BB COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA, CNPJ 64.651.987/000197, seja declarada INAPTA desde 01/01/2003". Intimada a apresentar as mercadorias desembaraçadas dos Despachos de Importação supracitados, a empresa informou ao final que " a devolução determinada não vai ser cumprida...", em correspondência datada de 02/06/2008. Diante do exposto e com base nos fatos apurados constantes na Representação Fiscal para Fins de Inaptidão no CNPJ, efetuado pela EFA/DRF/Jundiaí/SP, resta comprovado que a BB COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA, cedeu seu nome para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento do real adquirente das mercadorias, no caso, J TOLEDO DA AMAZÔNIA INDUSTRIA E COMÉRCIO DE VEÍCULOS LTDA, CNPJ n° 84.447.804/000123, motivo pelo qual FORMALIZAMOS o presente processo para cobrança da multa prevista no art. 33 da Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007. A contribuinte impugnou o auto de infração, e segundo o relatório elaborado pela 1ª instância, seriam as seguintes as suas alegações: 1. Alega que, apesar das relações de parentesco entre os seus sócios, J. TOLEDO e BB COMERCIAL IMPORTADORA são empresas interdependentes nos termos do art. 520 do RIPI. Alega ainda que nos termos do art. 136 do RIPI há regra que afasta a "quebra do IPI". 2. Alega que não ocorreu a caracterização de interposição fraudulenta na importação pois não foi provada a incompatibilidade entre o patrimônio da importadora e o volume internado. Cita jurisprudência administrativa e judicial sobre o tema. Alega que os recursos fornecidos pela J. TOLEDO superam em muito os valores utilizados nas operações de importação posteriores da BB COMERCIAL IMPORTADORA. 3. Alega que a autuação viola os princípios constitucionais da legalidade e da finalidade. Cita doutrina sobre o tema. 4. Alega que a simulação só pode ser tipificada com a prova do intuito fraudulento e não por mera presunção. Cita jurisprudência administrativa sobre o tema. 5. Alega que a pena de perdimento seria aplicável apenas a situações mais graves do que a que se discute no caso vertente. 6. Requer, por fim, que seja considerado improcedente o auto de infração. Os Julgadores da 2ª Turma da 2ª Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo (DRJ SPO II), ao apreciar a impugnação e demais atos deste contraditório, teceram as seguintes considerações em seu voto: Através da diligência de fl. 262 foi apensado digitalmente ao presente processo a íntegra da Representação Fiscal para Fins de Inaptidão no CNPJ constante do processo n° 13839.000313/200812. Compulsando o referido processo de representação encontramos provas de inexistência de fato da empresa BB COMERCIAL. A mesma possui número insuficiente de funcionários, não possui depósito e opera nas instalações da Fl. 389DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 4 própria J TOLEDO. Não apresenta pagamentos de aluguel, condomínio, depreciação, manutenção, água, luz, telefone e IPTU. Sua contabilidade é feita por funcionário da J TOLEDO. Uma das sócias da BB COMERCIAL é funcionária da J TOLEDO. Estes elementos são indícios fortes de que a empresa não possui independência administrativa. Ainda no mesmo tema, percebese uma incompatibilidade entre o valor da empresa e o valor pago pelas sócias atuais quando de suas entradas na sociedade. Há fortes indícios de que os sócios anteriores, que também eram funcionários da J TOLEDO não fossem os reais proprietários da empresa. Há também certa incompatibilidade entre o lucro acumulado da BB COMERCIAL e os rendimentos da sócia Fernanda de Toledo Risi. Apesar do acúmulo de lucros na ordem de 3 milhões de reais, os rendimentos tributáveis da sócia não ultrapassavam R$ 30.000,00. Apesar da retirada de dividendos não ser obrigatória, este é mais um forte indício no sentido de que a sócia Fernanda era de fato funcionária da J TOLEDO e não proprietária de fato da BB COMERCIAL. Seguindo no relatório da Representação Fiscal, encontramos outra prova indiciária da inexistência de fato da BB COMERCIAL. À fl. 165 é apresentada relação que indica de forma cabal que todos os funcionários da BB COMERCIAL são direta ou indiretamente subordinados à J TOLEDO, seja por força de contrato de trabalho, seja por vínculo societário. Analisando a contabilidade da BB COMERCIAL percebese que esta não registra estoque e que todas as suas compras são quase que de imediato vendidas a J TOLEDO. Verificase também que seus recebimentos ocorrem imediatamente antes das datas de fechamento dos contratos de câmbio, sendo os recursos providos pela J TOLEDO. Aqui, temos uma prova concreta de que J TOLEDO de fato suporta o ônus financeiro das importações realizadas. Essa prova é totalmente coerente e reforça o valor probante dos indícios anteriormente apresentados. Nas fls. 168 a 171 é feita a análise temporal do fluxo financeiro que demonstra a incapacidade da BB COMERCIAL de realizar importações diretas, como declarado nas declarações de importação anexas ao processo. Corroborando o entendimento de que BB COMERCIAL é apenas uma empresa interposta entre o exportador e o adquirente de fato, J TOLEDO, estão as faturas comerciais e conhecimentos de carga, Anexo XVI da Representação para Fins de Inaptidão, que já indicam J TOLEDO como destinatária das mercadorias, confirmando que esta participava do processo de compra das mesmas. Também são apresentados documentos de importação da BB COMERCIAL, Anexo XIV, que são assinados por funcionários da J TOLEDO. Ainda na mesma linha de raciocínio, há provas de que funcionários e sócios da J TOLEDO tinham autorização para procederem a movimentações bancárias da BB COMERCIAL. Tal fato é incompatível com a tese de independência administrativa da BB COMERCIAL. A própria estrutura contábil da BB COMERCIAL apresenta contas como "motosprodutos em elaboração" típica de uma empresa industrial e não de uma comercial importadora. Do todo exposto, entendo que os indícios e provas coletadas são mais do que robustos para sustentar que a empresa BB COMERCIAL era empresa interposta de J TOLEDO, tipificando a prática ilegal de interposição fraudulenta na importação. Do todo exposto no processo, entendo que agiu corretamente a fiscalização na aplicação da multa de conversão do perdimento no caso em tela. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 11128.004955/200881 Acórdão n.º 3401003.224 S3C4T1 Fl. 4 5 Dessa forma, voto pela improcedência da impugnação apresentada, mantendose na integralidade o crédito tributário lançado. Os Julgadores de 1º piso concluíram por considerar improcedente a impugnação. O Acórdão n. 1756.692, proferido em 12/01/2012, ficou assim ementado: Acórdão 1756.692 2a Turma da DRJ/SP2 Sessão de 12 de janeiro de 2012 Processo 11128.004955/200881 Interessado BB COMERCIAL IMPORTADORA LTDA CNPJ/CPF 64.651.987/000197 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 2007 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS A importação de mercadorias destinadas a terceiro oculto, o real responsável pela operação, dá ensejo à pena de perdimento, ou sua conversão em multa, aplicável ao importador, pela caracterização de interposição fraudulenta na importação. (DecretoLei n° 1.455/76, artigo 23, V). Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acordam os membros da 2a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário exigido. A contribuinte ingressou com recurso voluntário por meio do qual argumenta: · no caso dos autos nem a fiscalização, nem a Delegacia da Receita Federal lograram demonstrar que a Recorrente tenha praticado interposição fraudulenta nas operações de importação; demonstração que seria exigível para justificar a penalidade; · ao julgar procedente o auto de infração a Delegacia Tributária de Julgamento entendeu que a falta de estrutura operacional da importadora, aliada às pequenas retiradas realizadas por suas sócias, à ausência de armazém para estoque das mercadorias, a inexistência de despesas com estrutura e à coincidência de datas entre os pagamentos realizados pela empresa J. Toledo à Recorrente com as liquidações dos contratos de câmbio bastariam para configurar a ocorrência do ilícito. · Tais conclusões, todavia, não poderiam ser mais (equivocadas e contraditórias. Embora a autoridade fazendária tenha se apegado nestes indícios para ratificar a autuação e julgar improcedente a impugnação apresentada pela Recorrente, não negou que o seu faturamento alcançava milhões todos os anos. Podese dizer, sem medo de equívocos, que o requisito legal para a configuração da interposição fraudulenta, qual seja, a incompatibilidade entre o volume transacionado e o patrimônio líquido da Recorrente, continua ausente no caso em testilha. · Ademais, se o julgador equiparou as operações realizadas pela Recorrente como se por conta e ordem fossem, sustentando que faltou informar ao Fisco esta condição, evidentemente caberia penalizar os envolvidos conforme a legislação aplicável, e não simplesmente reputar criminosas todas as importações porque supostamente realizadas com a intenção de ocultar o real adquirente de mercadorias importadas porque para tanto é imprescindível a robusta e inequívoca demonstração dos requisitos legais previstos para a espécie, requisitos estes que estão insertos no § 2o Fl. 391DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 6 do artigo 23 do Decretolei n°. 1455/76 e concernem à ilnãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados". · No caso dos autos este criterio material [ocultação, mediante fraude, do real adquirente das mercadorias, que se presume na hipótese de "não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados"] simplesmente inexiste porque a própria fiscalização constatou que a Recorrente aufere vultosos lucros. Sua contabilidade ainda demonstra que o patrimônio líquido guarda manifesta compatibilidade com o volume de importações realizadas, o que afasta a absurda conclusão de que tais operações somente se faziam possíveis com o repasse de recursos financeiros pela empresa J. Toledo da Amazonia Ind. e Com. De Veículos Ltda. Ora, se a Recorrente dependesse de sua cliente para importar mercadorias, por óbvio não demonstraria resultados financeiros tão vantajosos · A verdade é que a delegacia de julgamento sequer apreciou a impugnação da Recorrente no que toca a esta questão, limitandose a repetir os indícios constantes na Representação Fiscal para Fins de Inaptidão no CNPJ (processo n° 13839.000313/200812), sem demonstrar a subsunção dos mesmos à hipótese legal de interposição fraudulenta, mesmo afirmando que o patrimônio da importadora era bastante elevado. Tivessem os julgadores se debruçado sobre as peculiaridades do caso concluiriam que jamais houve interposição fraudulenta de pessoas nas operações de importação realizadas pela BB Comercial. · Neste particular, cai por terra a conclusão a que chegaram de que, não fossem as remessas de dinheiro efetuadas pela J. Toledo, as importações não se tornariam possíveis. Ora, a prova irrefutável de que a Recorrente goza de capacidade financeira para promover as importações no volume apurado é exatamente o patrimônio líquido que vem amealhando desde a sua constituição. Destarte, por não depender de quem quer que seja para importar os bens de procedência estrangeira, impossível inquinar de fraudulentas as operações realizadas pela Impugnante. · Não se levou em consideração, todavia, o que disse a Recorrente em sua impugnação, ou seja, que antes, quando a legislação assim permitia, era beneficiada com a quebra do 1PI quando importava as mercadorias e as revendia para a empresa J. Toledo, sociedade empresária cujo sócio majoritário é tio e padrinho de uma das sócias da Recorrente. Em decorrência desta relação familiar o sócio majoritário da J. Toledo sugeriu a aquisição das quotas sociais da BB por sua sobrinha e afilhada porque queria proporcionar a ela um futuro mais seguro até porque a Recorrente já possuía um cliente cativo, que não lhe faltaria. O tempo mostrou que a sugestão do tio de uma das sócias da Recorrente estava correta porque, consoante já exaustivamente afirmado, há inequívoca comprovação nos autos de que ela aufere considerável lucro todos os anos. Esta circunstância justifica o fato de a Recorrente não dispor de estrutura organizacional para levar a cabo o seu propósito social: não há necessidade de estocagem das mercadorias desembaraçadas; a existência de um único cliente dispensa a contratação de pessoal para a realização das operações de importação. Daí porque, neste caso, tais "indícios" não se revelam pertinentes para a apuração da suposta prática de interposição fraudulenta. Da mesma forma, o fato de as sócias da Recorrente promoverem retiradas módicas em nada pode influenciar no julgamento da questio, até porque o antecedente da norma sancionatória não se preocupa com a ocorrência destes fatos. · A análise do acórdão vergastado permite inferir sem muita dificuldade que a punição da Recorrente com a pena de perdimento e sua conseqüente conversão em pecúnia não está devidamente motivada: a um, porque foram singelamente repetidas as acusações lançadas no auto de infração e na Representação Fiscal para Fins de Inaptidão de CNPJ, a dois, porque as razões constantes da impugnação, especialmente as que demonstram a plena capacidade econômica e financeira da importadora, foram simplesmente desconsideradas. Fl. 392DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 11128.004955/200881 Acórdão n.º 3401003.224 S3C4T1 Fl. 5 7 É o relatório. Voto Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira. Tempestiva a manifestação apresentada em nome da BB COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA. PRELIMINARES Senhores Conselheiros vou expor por que entendo a razão socorre a contribuinte neste caso, e nesse andar, vejo três motivos, que vou expor e submeter a este Colegiado um por um: (1) o fato deste processo estabelecer exigência concorrente com a inaptidão sobre os mesmo fatos, o que fere o parágrafo único do artigo 33 da Lei 11.488/2007; (b) a falta de tipicidade dessa exigência pelo fato de que as declarações de importação estavam sob controle aduaneiro e a aduana já conhecia o suposto real adquirente, não havendo que falar em ocultação; (c) erro do acórdão recorrido, que trata de outro objeto que não o tratado neste processo. Sobre a exclusão da multa pelo princípio da incompossibilidade. Preliminarmente, a meu ver, é necessário analisarmos as condições para a aplicação da multa, tal como definido pela legislação. Vejamos o que dita o seu texto: Lei n. 11.488, de 2007 Art. 33. A pessoa jurídica que ceder seu nome, inclusive mediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários fica sujeita a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, não podendo ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Parágrafo único. À hipótese prevista no caput deste artigo não se aplica o disposto no art. 81 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Considerando o disposto no parágrafo único esse artigo 33, a teleologia desse dispositivo de lei (caput e parágrafo) foi estabelecer uma penalidade alternativa à declaração da inaptidão do registro no CNPJ da empresa, tal como constava do artigo 81 da Lei n. 9430, de 1996, com base nos mesmos fatos. Lei n. 9.430, de 1996: Fl. 393DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 8 Art. 81. Poderá ser declarada inapta, nos termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que, estando obrigada, deixar de apresentar declarações e demonstrativos em 2 (dois) exercícios consecutivos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 1º Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior. (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 1o Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2º Para fins do disposto no § 1o, a comprovação da origem de recursos provenientes do exterior darseá mediante, cumulativamente: (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) I prova do regular fechamento da operação de câmbio, inclusive com a identificação da instituição financeira no exterior encarregada da remessa dos recursos para o País; (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) II identificação do remetente dos recursos, assim entendido como a pessoa física ou jurídica titular dos recursos remetidos. (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 2o Para fins do disposto no § 1o, a comprovação da origem de recursos provenientes do exterior darseá mediante, cumulativamente:(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) I prova do regular fechamento da operação de câmbio, inclusive com a identificação da instituição financeira no exterior encarregada da remessa dos recursos para o País;(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) II identificação do remetente dos recursos, assim entendido como a pessoa física ou jurídica titular dos recursos remetidos.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 3º No caso de o remetente referido no inciso II do § 2º ser pessoa jurídica deverão ser também identificados os integrantes de seus quadros societário e gerencial. (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 3o No caso de o remetente referido no inciso II do § 2o ser pessoa jurídica deverão ser também identificados os integrantes de seus quadros societário e gerencial.(Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 4º O disposto nos §§ 2º e 3º aplicase, também, na hipótese de que trata o § 2º do art. 23 do DecretoLei nº 1.455, de 1976. (Incluído pela Medida Provisória nº 66, de 2002) § 4o O disposto nos §§ 2o e 3o aplicase, também, na hipótese de que trata o § 2o do art. 23 do DecretoLei no 1.455, de 7 de abril de 1976. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 5o Poderá também ser declarada inapta a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que não for localizada no endereço informado ao CNPJ, nos termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) § 5o Poderá também ser declarada inapta a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que não for localizada no endereço informado ao CNPJ, nos termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) Art. 82. Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido considerada ou declarada inapta. Fl. 394DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA Processo nº 11128.004955/200881 Acórdão n.º 3401003.224 S3C4T1 Fl. 6 9 Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização dos serviços. Como se pode deduzir do texto legal, a aplicação da multa pela cessão de nome é incompossível com a aplicação do procedimento de declaração de inaptidão nos termos do artigo 81 da Lei n. 9.430, de 1996 quando a base e a causa para sua imputação se dão sobre o mesmo fato. Ora, a própria informação fiscal da autuação explica que foi aberto um procedimento com o propósito de declarar a inaptidão da contribuinte, objeto do processo administrativo m. 13839.000313/200812. As declarações de importação que servem de referência para a multa por cessão de nome neste processo foram incluídas no canal cinza motivadas pelas mesmas razões da proposta de inaptidão, devendo ser reconhecido que as razões são fundamentalmente as mesmas: falta de comprovação da capacidade operacional, de origem dos recursos, e a existência de um verdadeiro e real adquirente a J Toledo. A consulta ao sistema CNPJ, na sua funcionalidade pública através do site das Receita Federal, revela que a inscrição no CNPJ da contribuinte foi baixado de ofício. A consulta ao sistema Eprocesso, para conhecer a decisão final do processo 13839.000313/2008 12, podemos verificar que a administração fiscal proferiu parecer favorável à declaração de inaptidão do CNPJ das contribuinte, e que, através do Ato Declaratório Executivo ADE DRFB em Jundiaí n. 58/2011, decretou a baixa de ofício em outubro de 2011. Ora, a contribuinte recebeu a mais alta sanção na legislação administrativo fiscal, qual seja: a pena capital, a baixa do registro que habilita a pessoa jurídica a operar no mundo econômico jurídico, o que significa em sua "morte involuntária". Quando a autoridade reconheceu a existência de procedimento tendente à decretação da inaptidão, mas, mesmo assim, gerou ou manteve concorrentemente o procedimento tendente à aplicação da multa pela cessão de nome, tudo isso baseado nos mesmos fatos, a meu ver, ela desrespeitou o parágrafo único do artigo 33 da Lei n. 11.488/2007. Esse desrespeito invoca o princípio da inconciabilidade entre os dois procedimentos. Tendo em vista que o CNPJ da contribuinte foi baixado de ofício a partir da iniciativa fiscal, entendo que a multa de cessão de nome não pode coexistir com as mesmas motivações e razões daquela baixa. Na verdade, a autoridade fiscal cometeu um vício que deve justificar o cancelamento do auto de infração. E este entendimento é que submeto a este Colegiado, que preliminarmente seja declarado cancelamento do auto de infração pela falta de atendimento da condição de aplicação da multa, qual seja, a não coexistência com procedimento tendente à declaração de inaptidão baseada nos mesmos fatos. Tendo em vista a aprovação por este Colegiado dessa primeira razão de decidir, deixo de apresentar detalhadamente e argumentar as demais noticiadas na abertura deste voto, por se revelarem desnecessária para este julgamento. Fl. 395DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA 10 Tendo em vista que a preliminar foi reconhecida de ofício, com resultado favorável á contribuinte, entendo pela desnecessidade de apreciar o recurso voluntário da contribuinte. Conselheiro Eloy Eros da Silva Nogueira Relator Fl. 396DF CARF MF Impresso em 12/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA, Assinado digitalmente em 12/ 09/2016 por ROBSON JOSE BAYERL, Assinado digitalmente em 10/09/2016 por ELOY EROS DA SILVA NOGUEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.720041/2012-96
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2007
Ementa:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. NÃO CARACTERIZADA.
Desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a sua decisão, o julgador não é obrigado a rebater todos os argumentos trazidos pelas partes.
Embargos rejeitados
Numero da decisão: 3402-003.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Romano, OAB/DF nº 14.303.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente
(assinado digitalmente)
Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004, 2005, 2006, 2007 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. NÃO CARACTERIZADA. Desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a sua decisão, o julgador não é obrigado a rebater todos os argumentos trazidos pelas partes. Embargos rejeitados
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 19515.720041/2012-96
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5644493
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Oct 07 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3402-003.313
nome_arquivo_s : Decisao_19515720041201296.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
nome_arquivo_pdf_s : 19515720041201296_5644493.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Romano, OAB/DF nº 14.303. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim - Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
id : 6515880
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:53:05 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692516192256
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1778; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 3.868 1 3.867 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.720041/201296 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3402003.313 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de setembro de 2016 Matéria Embargos de Declaração Embargante DELEGADO DA RECEITA FEDERAL DA DRF/BARUERI Interessado AES TIETE S/A ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 Ementa: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. NÃO CARACTERIZADA. Desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a sua decisão, o julgador não é obrigado a rebater todos os argumentos trazidos pelas partes. Embargos rejeitados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração. Sustentou pela recorrente o Dr. Luiz Romano, OAB/DF nº 14.303. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente (assinado digitalmente) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 00 41 /2 01 2- 96 Fl. 3868DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 2 Tratase de embargos de declaração opostos pelo Delegado da DRF/Barueri em 29/05/2015, com fulcro no art. 65 (caput e inciso V do parágrafo 1º) do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, em face do Acórdão nº 3402002.627 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, de 29 de janeiro de 2015, cuja ementa segue abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010 Recurso de Ofício COFINS. QUITAÇÃO DE TRIBUTOS ATRAVÉS DE PER/DCOMP. EFEITOS DE PAGAMENTO. ABATIMENTO DA EXIGÊNCIA. Deve ser mantida decisão que excluiu do lançamento valores que foram objeto de Declarações de Compensação, eis que as mesmas operam a extinção do crédito tributário sob condição de sua ulterior homologação, além de se constituírem em instrumento de constituição válida e eficaz do crédito tributário, autorizando sejam as compensações não homologadas cobradas diretamente pelos meios próprios. Recurso de Ofício Negado. Recurso Voluntário COFINS. CONTRATO DE FORNECIMENTO DE BEM CELEBRADO ANTES A 31/10/2003. REGIME CUMULATIVO. PREÇO PREDETERMINADO. ART. 109, DA LEI N° 11.196/2005. REAJUSTE PELO IGPM. PRESERVAÇÃO DO CARÁTER PREDETERMINADO DO PREÇO. CANCELAMENTO DA EXIGÊNCIA. 1. Nos termos das alíneas “b” e “c”, do inciso XI, do art. 10, da Lei n° 10.833/2003, permanecem sujeitas ao regime cumulativo de incidência da COFINS as receitas decorrentes de contratos celebrados anteriormente a 31/10/2003, ou em se tratando de contratos com a Administração Pública direta ou indireta, que decorram de processo licitatório anterior, em qualquer caso desde sejam a preço predeterminado. 2. Por força do art. 109, da Lei n° 11.196/2005 (Lei do Bem), ajustes contratuais posteriores a 31/10/2003, que visem o reajuste do contrato pela correção monetária do preço dos bens fornecidos “em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados”, não importam em descaracterização do que seja preço predeterminado, ainda mais diante de manifestação expressa que o índice aplicado (IGPM) refletiu a variação de índice do setor, para os efeitos da Lei. Recurso Parcialmente Provido. O Acórdão n° 3402002.627, ora embargado, decidiu por negar provimento ao recurso de ofício e por dar provimento parcial ao recurso voluntário para determinar que fosse afastado do lançamento os valores decorrentes do reenquadramento das receitas oriundas do "Contrato de Compra e Venda de Energia Elétrica", celebrado entre o contribuinte (vendedor) e a empresa Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A (compradora) em 07 de dezembro de 2000, para o regime não cumulativo, eis que deveriam permanecer no regime cumulativo. Fl. 3869DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 19515.720041/201296 Acórdão n.º 3402003.313 S3C4T2 Fl. 3.869 3 Sustenta o embargante que "a Turma julgadora se omitiu sobre a alegação de que, em verdade, o indexador denominado Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM) não se caracteriza como “índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados” expressão utilizada na parte final do art. 109 da Lei nº 11.196/2005 –, na medida em que os seus componentes medem itens como bens de consumo e bens de produção não relacionados diretamente aos custos do setor elétrico". Requer, então, o embargante que "o CARF se manifeste expressamente sobre a caracterização do IGPM como índice que reflete a “variação ponderada dos custos dos insumos utilizados” na forma do art. 109 da Lei nº 11.196/2005". Os embargos foram admitidos em 31/08/2015 pelo então Presidente da 4ª Câmara da 3ª Seção do CARF, com base no despacho das fls. 3849/3852, tendo sido determinada a sua submissão a julgamento do Colegiado. No referido despacho, tendo como premissa que resta caracterizada a omissão "quando o julgado não se pronuncia sobre ponto, ou questão, suscitado pelas partes, ou que os julgadores deveriam pronunciarse de ofício", os embargos foram admitidos, em síntese, pelos seguintes fundamentos: (...) Examinando o voto condutor do Acórdão embargado, percebo que o relator assenta, inicialmente que o preço previsto no contrato em questão (R$ 68,73 por megawatthora) foi reajustado unicamente pela incidência do IGPM. Prossegue então, tentando demonstrar que os percentuais aplicados nos reajustes dos preços da energia elétrica foram inferiores aos da variação dos custos, para concluir, obliquamente, que o que foi efetivamente repassado ao contrato foi apenas o índice do IGPM, e não a variação real dos preços dos insumos de produção. Todavia, em contorcionismo lógico, concluiu que o critério de reajuste do preço contratado foi o da variação de índice que refletiu a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. E, ainda, em petição de princípio, afirma, dogmaticamente, que essa variação de custos é melhor refletida pelo IGPM. Com essa exercício de interpretação o voto condutor do Acórdão embargado acabou deixando sem refutação hábil o argumento de que o art. 109 da Lei n° 11.196, de 2005, não fez referência a qualquer índice que reflita a variação do padrão monetário nacional, mas deixou expressamente detalhado que o índice utilizado, para não descaracterizar o preço predeterminado, teria que ser em função do custo de produção ou que refletisse a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. E o IGPM, segundo as contrarrazões da PGFN, não tem esta característica. (...) Consta nos autos também que, em 27/04/2015, a Fazenda Nacional havia interposto Recurso Especial à Câmara Superior de Recursos Fiscais, ao qual foi negado seguimento em face da sua intempestividade, conforme despachos das fls. 3761/3765. Fl. 3870DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 4 Em 21 de junho de 2016 o processo foi a mim distribuído. É o relatório. Voto Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, Relatora Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma, e poderão ser opostos, mediante petição fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do acórdão, nos termos do Regimento Interno do CARF. Dentre as pessoas legitimadas a opor os embargos de declaração está incluído o "titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão", como no caso, o Delegado da DRF/Barueri. Não havendo nos autos informação acerca da data em que o ora embargante teve ciência do acórdão recorrido, é de ser considerado tempestivo os embargos opostos pelo referido Delegado da Receita Federal. Tendo em vista os argumentos expostos do despacho de admissão das fls. 3849/3852, entendo que, no mínimo, a matéria comporta dúvidas se teria ou não ocorrido a omissão apontada. Os embargos atendem aos requisitos de admissibilidade e deles se toma conhecimento. No que concerne ao recurso voluntário, o cerne da questão analisada pelo Colegiado, objeto do Acórdão embargado, estava em decidir se a recorrente deveria apurar as contribuições sociais no regime cumulativo, com amparo nas disposições da alínea “b”, inciso XI do artigo 10 e do artigo 15 da Lei nº 10.833/2003, ou sob as novas regras do regime não cumulativo, mais especificamente, importava elucidar a expressão contrato "a preço predeterminado", a que se refere a alínea "b" do inciso XI do art. 10 da Lei 10.833/2003: Art. 10. Permanecem sujeitas às normas da legislação da COFINS, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1o a 8o: (...) XI as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: a) com prazo superior a 1 (um) ano, de administradoras de planos de consórcios de bens móveis e imóveis, regularmente autorizadas a funcionar pelo Banco Central; b) com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; c) de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços contratados com pessoa jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas subsidiárias, bem como os contratos posteriormente firmados decorrentes de propostas apresentadas, em processo licitatório, até aquela data; Fl. 3871DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 19515.720041/201296 Acórdão n.º 3402003.313 S3C4T2 Fl. 3.870 5 Com base nos argumentos arrolados abaixo, o Voto Condutor do Acórdão embargado concluiu que, no caso concreto, o reajuste de preços pelo índice IGPM atendia ao disposto no art. 109 da Lei n° 11.196/2005, devendo, portanto, as receitas provenientes do contrato de fornecimento de energia elétrica entre a contribuinte e a Eletropaulo permanecerem no regime cumulativo: a) Mediante a Nota Técnica n° 224/2006SFF, a ANEEL manifestouse no sentido de que o índice IGPM refletiu a "variação dos custos do setor": (...) Fixadas essas premissas, e considerando o caso concreto, temse que o preço previsto no contrato (R$ 68,73 por megawatthora) foi reajustado unicamente pela incidência do IGPM, tendo a ANEEL, através da Nota Técnica n° 224/2006SFF, expressado que referido índice refletiu a variação dos custos do setor. Vejamos dois pontos fundamentais extraídos na citada Nota Técnica da ANEEL: “qualquer reajuste de preço previsto contratualmente, que tenha por objetivo assegurar o reajuste necessário para minimizar os efeitos do desgaste inflacionário ocorrido durante o ano, sem que haja alteração (revisão) do preço e das condições pactuadas quando da assinatura do contrato, mediante índices estipulados contratualmente, qualquer que seja ele, não descaracteriza o preço predeterminado. (...) Nesse ponto, cabe observar que o índice utilizado nos Contratos de Suprimento de Energia Elétrica (sejam eles Contratos Iniciais ou Contratos Bilaterais), bem como nos Contratos de Concessão dos Serviços Públicos de Transmissão é o IGPM (Ìndice Geral dos Preços do Mercado), apurado pela Fundação Getúlio Vargas FGV. O IGPM é índice que se enquadra no conceito apresentado pelo artigo 27 da Lei n° 9.069/95.” (...) b) A Instrução Normativa n° 658/06 traz a interpretação de que o reajuste de preços em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, não descaracteriza o preço predeterminado, sendo que, no caso, o reajuste foi inferior ao acréscimo dos custos de produção: (...) Cabe ainda destacar o teor da Instrução Normativa n° 658/06, da própria Receita Federal, que assim regulamenta, internamente, a interpretação aqui em debate: “Art. 3º. §3º. O reajuste de preços, efetivado após 31 de outubro de 2003, em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção, ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos Fl. 3872DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 6 termos do inciso II do §1º do art. 27 da Lei n° 9.069, de 29 de junho de 1995, não descaracteriza o preço predeterminado.” Com efeito, ganha relevo o quadro transcrito na decisão da DRJ/SP1, assim estampado: Ao contrário da conclusão atingida pela DRJ/SP1, de que o índice de reajuste de preço obtido no contrato da Recorrente é diferente dos percentuais que a seu ver refletiriam a variação de custos dos insumos do setor, interpreto esta oscilação como uma prova de que o que foi efetivamente repassado ao contrato foi apenas o índice do IGPM, e não a variação real dos preços dos insumos de produção. E, consequentemente, tenho que nos termos da IN n° 658/06, acima transcrito, apenas poderia haver a exigência do tributo pelo regime não cumulativo, SE houvesse sido em percentual superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção. A realidade prova que os reajustes foram em percentuais inferiores, e, portanto, caberia a Fiscalização demonstrar que o IGPM oscilou em percentual inferior ao aplicado, para então lavrar o auto. Alegar que o reajuste foi em percentual inferior ao do efetivo aumento dos custos dos insumos no setor, apenas milita em favor de concluir que não se alterou o critério de preço predeterminado. Resta concluir que o critério de reajuste do preço contratado o fora pela variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, o qual, segundo o órgão regulador (Nota Técnica n° 224/2006SFF), esse fator é refletido pelo IGPM. Desta forma, a teor do art. 109, da Lei n° 11.196/2005, emerge claro que os reajustes anuais com base nesse índice oficial não descaracteriza o caráter de preço predeterminado, transmudando o preço predeterminado em preço variável. Não há que confundirse preço predeterminado com preço fixo, e não se pode esquecer que a correção monetária em nada acrescenta ao capital, mas apenas serve para recompor o poder aquisitivo da moeda. Destarte, as receitas provenientes do "Contrato de Compra e Venda de Energia Elétrica" celebrado entre o contribuinte (vendedor) e a empresa Eletropaulo Metropolitana Eletricidade de São Paulo S/A (compradora) em 07 de dezembro de 2000, estavam amparadas por Lei para permanecerem no regime cumulativo, e, consequentemente, deve ser aplicado esse entendimento na execução deste julgado, para todos os fins legais. (...) Fl. 3873DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 19515.720041/201296 Acórdão n.º 3402003.313 S3C4T2 Fl. 3.871 7 Assim, em resumo, a interpretação contida no Acórdão embargado foi no sentido de que o IGPM, utilizado para reajuste de preços nos contratos da contribuinte, não descaracterizava o preço predeterminado, eis que: a) Havia manifestação expressa da Aneel de que "O IGPM é índice que se enquadra no conceito apresentado pelo artigo 27 da Lei n° 9.069/95", razão pela qual seria um índice que refletiria a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do art. 109 da Lei n° 11.196/2005; e b) De outra parte, dispunha o art. 3º, §3º da Instrução Normativa n° 658/06 que não descaracterizava o preço predeterminado o reajuste em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que refletisse a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. No caso dos autos, como demonstrado no quadro transcrito pela DRJ [extraído do laudo elaborado pela PricewaterhouseCoopers "PwC"], o reajuste do contrato foi em percentual inferior à variação nos custos de geração de energia no período, o que, no entender do Relator do Acórdão recorrido, militaria no sentido de que não se alterou o critério de preço predeterminado. Inclusive releva mencionar que, posteriormente, este último argumento foi também utilizado como fundamento da decisão pela Câmara Superior de Recursos Fiscais para a própria contribuinte relativamente a fatos semelhantes: Acórdão nº 9303003.470 – 3ª Turma Sessão de 24 de fevereiro de 2016 Matéria PIS e Cofins Recorrente AES TIETE S/A Interessado FAZENDA NACIONAL Relator: Gilson Macedo Rosenburg Filho ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2004, 2005, 2006, 2007 CLÁUSULA DE REAJUSTE. PREÇO PREDETERMINADO. REGIME DE INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA. As receitas originárias de contratos de fornecimento de serviços firmados até 31/10/2003 submetemse à incidência cumulativa, desde que observados os termos e condições consolidados pela IN SRF 658/06. A mesma conclusão se estende à Contribuição ao PIS. (...) VOTO (...) Por derradeiro, gostaria de pontuar que não vejo problemas na utilização de índices propostos em contrato, como por exemplo o IGPM, para correção do preço. Contudo, se o contribuinte optasse por se manter no regime cumulativo, caberia a demonstração de que a correção pelo índice eleito levaria a um resultado igual ou menor do que o resultado do reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. Fl. 3874DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 8 Caso o resultado da aplicação do índice eleito superasse o resultado da aplicação do índice previsto na IN SRF nº 658/2006, deveria deixar de aplicálo e assim se manteria no regime cumulativo. Compulsando os autos, identifiquei a existência do laudo da Pricewaterhouse, fls. 589/594 (numeração eletrônica) que conclui: "...com base na análise comparativa dos custos de geração de energia elétrica com os preços de energia faturada à AES Eletropaulo podemos compreender que os reajustes nos preços da energia foram em percentual inferior à variação nos custos de geração de energia no período compreendido entre 04 de julho de 2002 a 04 de julho de 2010". Portanto, entendo que o sujeito passivo demonstrou sua intenção de se manter no regime cumulativo. Feitas essas breves considerações, dou provimento ao recurso especial do sujeito passivo. (...) Assim, pelo exposto mais acima, entendo que os argumentos apresentados pelo Relator do Acórdão embargado são suficientes para embasar sua decisão, não havendo qualquer ponto ou questão sobre o qual o Colegiado deveria se pronunciar e não o fez. Por mais relevante que possa ser a questão levantada pelo embargante de que, o indexador IGPM não caracterizaria, a seu ver, um “índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados”, entendo que os argumentos apresentados no Acórdão embargado são, de certa forma, independentes dessa questão, eis que, de todo modo, prosseguem válidas as afirmações de que: i) a Aneel pronunciouse pela legitimidade de tal indexador e ii) o Colegiado entendeu que o reajuste do contrato foi inferior ao custo de geração de energia, em conformidade com o disposto no art. 3º, §3º da Instrução Normativa n° 658/2006. Conforme entendimento assentado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ, REsp nº 902010/DF, 2ª Turma, Rel. Min. Castro Meira, DJe de 15/12/2008), desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a sua decisão, o julgador não é obrigado a rebater todos os argumentos trazidos pelas partes. Dessa forma, a questão apontada pela embargante tratase de tentativa de rejulgamento da lide, que se mostra inviável pela via estreita dos embargos. Assim, voto no sentido de rejeitar os embargos de declaração. É como voto. (assinatura digital) Maria Aparecida Martins de Paula Relatora Fl. 3875DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 19515.720041/201296 Acórdão n.º 3402003.313 S3C4T2 Fl. 3.872 9 Fl. 3876DF CARF MF Impresso em 06/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 04/10/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 05/10/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 13770.000389/2004-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3402-000.856
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201612
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13770.000389/2004-56
anomes_publicacao_s : 201612
conteudo_id_s : 5667984
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 3402-000.856
nome_arquivo_s : Decisao_13770000389200456.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : ANTONIO CARLOS ATULIM
nome_arquivo_pdf_s : 13770000389200456_5667984.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
dt_sessao_tdt : Thu Dec 15 00:00:00 UTC 2016
id : 6599333
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:54:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692522483712
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 2; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1460; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13770.000389/200456 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402000.856 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 15 de dezembro de 2016 Assunto Solicitação de diligência Recorrente FIBRIA CELULOSE S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de embargos de declaração opostos em tempo hábil pelo contribuinte, em face do Acórdão 3402002.907, sob o pressuposto regimental da contradição. Alegou a embargante que para decidir que o contribuinte teria precluído do direito de se manifestar sobre o relatório da diligência realizada, o colegiado admitiu como válida a intimação efetuada à fl. 1039 dos autos. Contudo, tal intimação foi inválida, pois foi efetuada em endereço diverso do domicílio tributário do contribuinte, conforme documentos de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 37 70 .0 00 38 9/ 20 04 -5 6 Fl. 1260DF CARF MF Processo nº 13770.000389/200456 Resolução nº 3402000.856 S3C4T2 Fl. 3 2 fls. 489/507. Em data anterior à intimação de fl. 1039 o contribuinte já havia informado nos autos a alteração de seu endereço, mas a intimação da diligência seguiu para o endereço antigo. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. Conquanto os embargos de declaração tenham sido interpostos com base no pressuposto da contradição, entendo que no caso concreto pode ter ocorrido omissão de ponto sobre o qual o colegiado deveria ter se manifestado. Embora o acórdão embargado não tenha decidido absolutamente nada sobre preclusão do direito de o contribuinte se manifestar, como alegado nos embargos, considero que se a intimação do resultado da diligência não foi efetuada no endereço constante do cadastro da repartição, pode ter ocorrido cerceamento de defesa (e violação do art. 23, II, do PAF). Sendo assim, para melhor subsidiar o julgamento dos embargos interpostos pela defesa, voto no sentido de converter o seu julgamento em diligência à repartição de origem a fim de que a autoridade administrativa: a) Informe, certifique e comprove nos autos qual era o endereço do contribuinte que constava do cadastro da repartição fiscal no dia 27/10/2014 (data em que o contribuinte foi intimado, AR de fl. 1039); b) Informe o significado da data 03/11/2005, intitulada "data da situação cadastral", que consta no Cartão do CNPJ que foi transcrito nos embargos às fls. 1125. Atendida a solicitação, o processo deverá ser restituído a este relator para prosseguimento. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 1261DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13116.720115/2010-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Aug 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. DISCUSSÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA.
Incabível na esfera administrativa a discussão de que uma determinada norma legal não é aplicável por ferir princípios constitucionais, pois essa competência é atribuída exclusivamente ao Poder Judiciário, na forma dos artigos 97 e 102 da Constituição Federal. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO.
A vedação quanto à instituição de tributo com efeito confiscatório é dirigida ao legislador e não ao aplicador da lei.
SALDO NEGATIVO. DECLARAÇÕES DE COMPENSAÇÃO. LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO POSTERIOR COM UTILIZAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. NÃO HOMOLOGAÇÃO.
Tendo sido lavrado auto de infração referente ao mesmo período de apuração do saldo negativo pleiteado, se no momento da autuação a autoridade fiscal se utiliza do saldo negativo na apuração do imposto a lançar de ofício, não se pode homologar as compensações pleiteadas, sob pena de duplicidade de utilização do mesmo saldo negativo.
COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. NÃO CONFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE OU SUFICIÊNCIA DO CRÉDITO INFORMADO EM DECOMP. EXIGÊNCIA DE MULTA ISOLADA.
Aplica-se a multa prevista nos §§ 15 e 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 1402-002.247
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em relação às arguições de inconstitucionalidade e confisco e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201607
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2006 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. DISCUSSÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA. Incabível na esfera administrativa a discussão de que uma determinada norma legal não é aplicável por ferir princípios constitucionais, pois essa competência é atribuída exclusivamente ao Poder Judiciário, na forma dos artigos 97 e 102 da Constituição Federal. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO. A vedação quanto à instituição de tributo com efeito confiscatório é dirigida ao legislador e não ao aplicador da lei. SALDO NEGATIVO. DECLARAÇÕES DE COMPENSAÇÃO. LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO POSTERIOR COM UTILIZAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Tendo sido lavrado auto de infração referente ao mesmo período de apuração do saldo negativo pleiteado, se no momento da autuação a autoridade fiscal se utiliza do saldo negativo na apuração do imposto a lançar de ofício, não se pode homologar as compensações pleiteadas, sob pena de duplicidade de utilização do mesmo saldo negativo. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. NÃO CONFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE OU SUFICIÊNCIA DO CRÉDITO INFORMADO EM DECOMP. EXIGÊNCIA DE MULTA ISOLADA. Aplica-se a multa prevista nos §§ 15 e 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário Negado.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Aug 15 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13116.720115/2010-49
anomes_publicacao_s : 201608
conteudo_id_s : 5619738
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Aug 16 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 1402-002.247
nome_arquivo_s : Decisao_13116720115201049.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO
nome_arquivo_pdf_s : 13116720115201049_5619738.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em relação às arguições de inconstitucionalidade e confisco e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone.
dt_sessao_tdt : Wed Jul 06 00:00:00 UTC 2016
id : 6466355
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:51:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692532969472
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2329; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 433 1 432 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13116.720115/201049 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402002.247 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 06 de julho de 2016 Matéria DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO Recorrente CAOA MONTADORA DE VEÍCULOS LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. DISCUSSÃO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA. Incabível na esfera administrativa a discussão de que uma determinada norma legal não é aplicável por ferir princípios constitucionais, pois essa competência é atribuída exclusivamente ao Poder Judiciário, na forma dos artigos 97 e 102 da Constituição Federal. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO. A vedação quanto à instituição de tributo com efeito confiscatório é dirigida ao legislador e não ao aplicador da lei. SALDO NEGATIVO. DECLARAÇÕES DE COMPENSAÇÃO. LAVRATURA DE AUTO DE INFRAÇÃO POSTERIOR COM UTILIZAÇÃO DO SALDO NEGATIVO. NÃO HOMOLOGAÇÃO. Tendo sido lavrado auto de infração referente ao mesmo período de apuração do saldo negativo pleiteado, se no momento da autuação a autoridade fiscal se utiliza do saldo negativo na apuração do imposto a lançar de ofício, não se pode homologar as compensações pleiteadas, sob pena de duplicidade de utilização do mesmo saldo negativo. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. NÃO CONFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE OU SUFICIÊNCIA DO CRÉDITO INFORMADO EM DECOMP. EXIGÊNCIA DE MULTA ISOLADA. Aplicase a multa prevista nos §§ 15 e 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 11 6. 72 01 15 /2 01 0- 49 Fl. 433DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 434 2 Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em relação às arguições de inconstitucionalidade e confisco e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente (assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto – Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Caio Cesar Nader Quintella, Demetrius Nichele Macei, Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo de Andrade Couto, Leonardo Luís Pagano Gonçalves, Luiz Augusto de Souza Gonçalves e Paulo Mateus Ciccone. Fl. 434DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 435 3 Relatório CAOA MONTADORA DE VEÍCULOS LTDA recorre a este Conselho, com fulcro nos §§ 10 e 11 do art. 74 da Lei nº 9.430/96 e no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972, objetivando a reforma do acórdão nº 0359.258 da 4ª Turma da Delegacia de Julgamento em Brasília que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada. Por bem representar o litígio, adoto o relatório de tal resolução, complementandao ao final: Cuidam os autos de Declaração de Compensação Dcomp, crédito oriundo de Saldo Negativo de IRPJ, anocalendário 2008, no valor de R$ 13.148.004,17, com débito próprio da contribuinte. Irresignada com a nãohomologação da compensação pela instância a quo, a interessada oferece manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: O Despacho Decisório não adentrou efetivamente no mérito do direito creditório pleiteado e, em flagrante distorção do objeto da diligência determinada pela DRJ/Brasília, pautouse em matéria estranha à verificação de créditos de IRPJ, anobase 2008, consistente em exigência fiscal decorrente de lançamento superveniente, objeto do processo 13116.722101/201141, desatendendo as determinações inerentes às análises da Dcomp, especialmente os limites delineados pela DRJ/BSB; O lançamento suplementar do tributo ocorreu em momento superveniente ao envio da Dcomp e ainda pende de decisão administrativa definitiva, devendo ser rechaçada a nãohomologação da compensação, que constitui verdadeira cobrança prematura efetuada por via transversa pela autoridade fiscal, em atenção ao disposto nos artigos 150, parágrafo 1º, e 151, inciso III, ambos do CTN; Considerando os pagamentos por estimativas do IRPJ relativamente aos meses de janeiro e fevereiro/2008, efetuados extemporaneamente, já comprovados às fls. 103 e 108, bem como os demais comprovantes de arrecadação ora juntados, foi constatada contabilmente a existência do saldo negativo do referido imposto apurado pela Recorrente e utilizado para compensação de tributos, conforme previsão contida nos artigos 72, inciso IV, da Instrução Normativa 900/2008 e 6º, inciso II, da Lei 9.430/1996; Com base na referida legislação e nos documentos apresentados pela Recorrente, os dois requisitos exigidos pela legislação (utilização do saldo negativo após a sua devida apuração – término do exercício – e a realização do pagamento) foram devidamente preenchidos, o que corrobora o procedimento adotado; e A Autoridade Fiscalizadora, ao imputar multa isolada de 50% para o simples caso de indeferimento do pedido de compensação, sem comprovação de dolo, fraude ou máfé do contribuinte, afronta o direito de petição (art. 5º, inciso XXXVI, alínea “a”, da Constituição Federal), bem como os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Fl. 435DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 436 4 Diante do exposto, sem prejuízo da realização de diligências que se mostrem imperiosas para a correta percepção dos fatos e da verdade material, requer a reforma integral do Despacho Decisório guerreado, pela necessidade de reconhecimento da totalidade do crédito pleiteado e do acerto do procedimento adotado, afastandose as penalidades impostas; Subsidiariamente, caso não seja este o entendimento dos nobres Julgadores, requer seja ao menos afastada a multa isolada imputada, vez que a situação concreta não se subsume às hipóteses contidas no artigo 74, parágrafos 15 e 17 da Lei 9.430/1996. Analisando a manifestação de inconformidade apresentada, a turma julgadora de primeira instância julgoua improcedente, tendo a ementa do julgado recebido a seguinte redação: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2008 COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO DO SUJEITO PASSIVO. A lei somente autoriza a compensação de crédito tributário com crédito líquido e certo do sujeito passivo. COMPENSAÇÃO NÃOHOMOLOGADA. NÃO CONFIRMAÇÃO DA LEGITIMIDADE OU SUFICIÊNCIA DO CRÉDITO INFORMADO EM DECOMP. EXIGÊNCIA DE MULTA ISOLADA. Aplicase a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO LANÇAMENTO. ATIVIDADE ADMINISTRATIVA VINCULADA E OBRIGATÓRIA. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. FUNDAMENTO DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DO PODER JUDICIÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DEVER DO JULGADOR. OBSERVÂNCIA DO ENTENDIMENTO DA RFB. Cabe ao Poder Judiciário se manifestar sobre a inconstitucionalidade das leis, por força do princípio da unidade jurisdicional. No âmbito do Processo Administrativo Fiscal, o julgador deve observar o entendimento da RFB expresso em atos normativos. Fl. 436DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 437 5 O contribuinte foi cientificado da decisão em 20 de maio de 2014 (fl. 383), apresentando em 16 de junho de 2014 (fl. 385) o recurso voluntário de fls. 386423. Em resumo, repete os argumentos deduzidos na manifestação de inconformidade, acrescentando ainda que o seguinte: que não fora obedecido pela unidade de origem o solicitado na diligência inicial requerida pela turma julgadora de primeira instância, qual seja, a análise sobre pretensos pagamentos de estimativa, limitandose a autoridade fiscal a argumentar que fora lavrado auto de infração relativo ao mesmo anocalendário que acabou por redundar em saldo a pagar de IRPJ; a esse respeito, requer que sejam desconsideradas as conclusões consignadas no Despacho decisório e também no acórdão recorrido; a respeito da necessidade de homologar as compensações pleiteadas, uma vez que o lançamento realizado foi posterior à transmissão da Dcomp, reafirma que seu entendimento possui respaldo em reiteradas decisões proferidas pelas diversas esferas de julgamento tributária, o que fundamenta o crédito apropriado; em razão da regularidade dos procedimentos e da inexistência de dano ao erário, mostrase necessária a reforma do v. acórdão guerreado, com o reconhecimento do crédito glosado e o consequente afastamento da multa isolada; em prol do princípio da verdade material, norteador do processo administrativo fiscal, há que se reconhecer o pagamento efetuado e a devida existência do saldo negativo apropriado, mantendose o crédito utilizado extinguindose, desse modo, a obrigação tributária com fundamento no artigo 156, inciso II, do Código Tributário Nacional; e a Autoridade Fiscalizadora, ao imputar multa de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor dos créditos não homologados, acaba por confiscar relevante parte do patrimônio da Recorrente, uma vez que as supostas infrações cometidas, mesmo que fossem verdadeiras, não justificam multas extorsivas correspondentes a valores próximos ao quantum principal. É o relatório. Fl. 437DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 438 6 Voto Conselheiro FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Relator. 1 ADMISSIBILIDADE O recurso é tempestivo e preenche os demais pressupostos para sua admissibilidade. Dele, portanto, conheço. 2 DO PEDIDO DE DESCONSIDERAÇÃO DO DESPACHO DECISÓRIO E DA DECISÃO RECORRIDA: DESVIO AO QUE FOI SOLICITADO EM RESOLUÇÃO Segundo a Recorrente, a unidade de origem teria se desviado totalmente do que fora solicitado na diligência inicial requerida pela turma julgadora de primeira instância. A turma julgadora havia requerido a análise sobre pretensos pagamentos de estimativa, mas o responsável pela diligência não analisou a questão, limitandose a argumentar que fora lavrado auto de infração relativo ao mesmo anocalendário que acabou por redundar em saldo a pagar de IRPJ. Tal posicionamento foi acatado pela decisão recorrida. Não vislumbro qualquer vício procedimental na conduta adotada pela unidade de origem e acatada pela turma julgadora de primeira instância. Se a não homologação da compensação foi ou não acertada, tratase de matéria de mérito, a ser analisada oportunamente. Portanto, rejeito o pedido de desconsideração do despacho decisório e da decisão recorrida a respeito da não homologação da compensação em razão de auto de infração lavrado posteriormente à transmissão da Dcomp. 3 LANÇAMENTO DE OFÍCIO E SEU CÔMPUTO PARA FINS DE APURAÇÃO DO SALDO NEGATIVO Em relação ao período de apuração objeto do presente pedido (anocalendário de 2008), foi lavrado auto de infração de IRPJ posteriormente à transmissão da Dcomp (processo 13116.722101/201141). Tanto a decisão da unidade de origem, quanto o julgado de primeira instância, entenderam por bem computar o IRPJ lançado de ofício no cômputo do IRPJ devido no período, implicando a reversão do saldo negativo inicialmente apurado pela Recorrente, redundo, ao fim e ao cabo, em saldo a pagar de IRPJ. Entendo que, em princípio, no momento da lavratura do auto de infração há de se observar se há saldo negativo disponível. Em caso afirmativo, deverá a autoridade fiscal, na lavratura do auto de infração, levar em consideração o saldo de IRPJ, deduzindose do valor a ser lançado. Com tal procedimento, evitase a cobrança do tributo, com multa de ofício, que o contribuinte já recolheu e encontrase em poder do Fisco. Nessa hipótese, se o contribuinte vier a apresentar PER/Dcomp após a lavratura do auto de infração, somente se pode seguir adiante da análise do pedido de Fl. 438DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 439 7 restituição/compensação quando já houver decisão administrativa a respeito da lavratura do auto de infração. No caso concreto, a transmissão da Dcomp se deu antes da lavratura do auto de infração. Contudo, a autoridade fiscal lançadora utilizouse do suposto saldo negativo do contribuinte para deduzir o IRPJ lançado de ofício. Nesse cenário, se a Dcomp transmitida pela Recorrente for homologada, estarseá diante de dupla utilização do mesmo crédito, o que não se pode admitir. O lançamento em questão foi analisado pelo CARF na sessão de 27 de agosto de 2014, tendo sido mantida a exigência do IRPJ lançado, exonerandose tão somente as multas isoladas por falta de recolhimento de estimativas (Acórdão 1401001.255). Opostos embargos de declaração, na sessão de 01 de fevereiro de 2016 os mesmos foram rejeitados (Acórdão 1401001.516). Alega a Recorrente que haveria de se aguardar a decisão definitiva naqueles autos para que se pudesse analisar o mérito da presente lide. Discordo de tal entendimento. Tal decisão não necessita ser definitiva, bastando que ambos os processos ao menos estejam na mesma fase processual, tal qual ocorreria se os autos estivessem apensos (situação em que ambos seriam julgados na mesma sessão). Saliento que o atual Regimento Interno do CARF, em seu art. 6º, § 6º, corrobora tal entendimento ao determinar que, Art. 6º. [...] § 6º. Se o processo principal e os decorrentes e os reflexos estiverem localizados em Seções diversas do CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para determinar a vinculação dos autos e o sobrestamento do julgamento do processo na Câmara, de forma a aguardar a decisão de mesma instância relativa ao processo principal. [grifo nosso] Assim, já havendo decisão do CARF quanto ao recurso voluntário do processo principal, nada impede que se realize também o julgamento do recurso voluntário atinente ao pedido de restituição/compensação, devendose, contudo, determinar o apensamento dos autos para que os efeitos de eventual reforma no processo relativo ao auto de infração sejam automaticamente replicados na execução do acórdão referente ao processo de restituição/compensação, execução essa que deverá aguardar a decisão administrativa irreformável em relação ao lançamento de ofício. É importante ressaltar que o contribuinte não é prejudicado com a utilização do saldo negativo de IRPJ para dedução do lançamento de ofício, pois naqueles autos deixou se de aplicar penalidade de 75% sobre todo o saldo negativo aproveitado de ofício, enquanto no caso da declaração de compensação, em caso de não homologação, é cobrada multa moratória de 20% e multa isolada de 50%, ambas sobre os débitos cuja homologação não venha a ser homologada. Fl. 439DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 440 8 Por fim, é imperioso destacar que mesmo que houvesse a extinção do crédito tributário lançado de ofício, mediante pagamento, o cenário não se alteraria, pois, conforme já salientado, já se deduziu o saldo negativo na realização do lançamento. Assim sendo, voto por negar provimento ao recurso em relação às DComp, confirmando a decisão recorrida de não homologar as compensações pleiteadas. 4 MULTAS ISOLADAS No que atine à exigência de multa isolada de 50% sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, tratase de exigência prevista em lei, mais especificamente nos §§ 15 e 17 do art. 74 da Lei nº 9.430/96, cuja redação, à época da transmissão da declaração de compensação era a seguinte:: Art. 74. [...] 15. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido. [...] § 17. Aplicase a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. Portanto, a autoridade fiscal autuante, ao cominar tal penalidade, tão somente aplicou expresso dispositivo de lei em vigência. No que tange às questões que envolvem princípios constitucionais e inconstitucionalidade de leis apontadas pela Recorrente, seu mérito não pode ser analisado por este Colegiado. Essa análise foge à alçada das autoridades administrativas, que não dispõem de competência para examinar hipóteses de violações às normas legitimamente inseridas no ordenamento jurídico nacional. Devese observar que as supostas ofensas aos princípios constitucionais levam a discussão para além das possibilidades de juízo desta autoridade. No âmbito do procedimento administrativo tributário, cabe, tão somente, verificar se o ato praticado pelo agente do fisco está, ou não, conforme à lei, sem emitir juízo de constitucionalidade das normas jurídicas que embasam aquele ato. Ademais, o próprio Regimento Interno do CARF, em seu art. 62, dispõe que “Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.” O caso concreto não se enquadra nas exceções elencada no parágrafo único de tal dispositivo regimental, portanto, as normas atacadas são de aplicação cogente aos membros do CARF. Por fim, sobre a matéria este Conselho já pacificou seu entendimento por meio da Súmula nº 2, cujo teor é o seguinte: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Fl. 440DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO Processo nº 13116.720115/201049 Acórdão n.º 1402002.247 S1C4T2 Fl. 441 9 Em relação aos argumentos sobre confisco, esclareçase, ainda, que a vedação à utilização de tributo com efeito de confisco, preceituada pelo art. 150, IV, da Constituição da República Federativa do Brasil não se destina aos aplicadores da Lei, mas sim ao Poder Legislativo, que deve tomar em consideração tal preceito quando da elaboração das leis. Desse modo, voto por manter a exigência da penalidade. 5 CONCLUSÃO Isso posto, voto por não conhecer do recurso em relação às arguições de inconstitucionalidade e confisco, e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO Relator Fl. 441DF CARF MF Impresso em 15/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 12/08/2016 por FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO, Assinado digitalmente em 15/08/2016 por LEONARD O DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 11080.914811/2012-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA.
Nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido.
Recurso Especial não Conhecido.
Numero da decisão: 9303-004.272
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial do Contribuinte.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : 3ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2008 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. Nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido. Recurso Especial não Conhecido.
turma_s : 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 11080.914811/2012-13
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5647883
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Oct 18 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9303-004.272
nome_arquivo_s : Decisao_11080914811201213.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : RODRIGO DA COSTA POSSAS
nome_arquivo_pdf_s : 11080914811201213_5647883.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
dt_sessao_tdt : Thu Sep 15 00:00:00 UTC 2016
id : 6545050
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:53:28 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692569669632
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 3; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1835; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 2 1 1 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11080.914811/201213 Recurso nº 1 Especial do Contribuinte Acórdão nº 9303004.272 – 3ª Turma Sessão de 15 de setembro de 2016 Matéria Contribuições. Compensação. Recorrente VERDE ADMINISTRADORA DE CARTOES DE CREDITO S.A. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. Nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido. Recurso Especial não Conhecido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer o Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte contra o Acórdão nº 3802003.811, de 15/10/2014, proferido pela 2ª Turma Especial 3ª Seção do CARF, que traz a seguinte ementa: PER/DCOMP. RETIFICAÇÃO DA DCTF. PROVA DO DIREITO CREDITÓRIO. AUSÊNCIA. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 48 11 /2 01 2- 13 Fl. 216DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/10/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.914811/201213 Acórdão n.º 9303004.272 CSRFT3 Fl. 3 2 O contribuinte, a despeito ausência de retificação da DCTF, tem direito subjetivo à compensação, desde que apresente prova da liquidez e da certeza do direito de crédito. Ausentes estes pressupostos, não cabe a homologação da extinção do débito confessado em PER/Dcomp. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente aponta interpretações divergentes quanto à compensação lastreada em crédito oriundo de pagamento efetuado à maior, cuja DCTF retificadora, que aponta a existência de direito creditório, só foi apresentada após a não homologação da compensação pela unidade de origem (após a emissão do despacho decisório). Visando comprovar a divergência, apresentou dois paradigmas: Acórdãos nº 3802003.956, 21/01/2015, e 3403 003.343, de 05/01/2015. O recurso foi admitido por intermédio de despacho do Presidente da Câmara recorrida, e a Fazenda Nacional apresentou contrarrazões. É o relatório, em síntese. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9303004.259, de 15/09/2016, proferido no julgamento do processo 11080.914807/201247, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 9303004.259 ): "Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso não deve ser conhecido. Conforme se demonstrou no exame de admissibilidade, o primeiro acórdão utilizado para comprovar o dissídio jurisprudencial, o de nº 3802003.956, 21/01/2015, foi lavrado pela mesma Turma que prolatou o recorrido, fato que obsta a sua utilização como paradigma. Já o Acórdão nº 3403003.343, de 05/01/2015, a despeito de prolatado por Turma diversa, traz entendimento que, a nosso juízo, só reafirma, por outras palavras, o mesmo adotado no acórdão recorrido. É que, neste, como se passa a demonstrar, entendeuse que, mesmo diante da não retificação da DCTF (no caso em exame, a retificação só foi realizada após a ciência do Despacho Decisório), o contribuinte, por força do princípio da verdade material, teria direito à compensação, mas desde que apresentasse prova da existência do crédito compensado, fato de que não se desincumbira a Recorrente. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/10/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 11080.914811/201213 Acórdão n.º 9303004.272 CSRFT3 Fl. 4 3 No acórdão paradigma, decidiuse que “ainda que a DCTF não aponte o referido crédito, por lapso do contribuinte, se realmente houve pagamento a maior anteriormente, existe crédito, que passa a ser do conhecimento da Receita Federal a partir da retificação da documentação e da identificação documental, ainda que por meio eletrônico, da existência real do mencionado crédito”. A decisão foi assim ementada: PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. ADMISSIBILIDADE. O crédito tributário do contribuinte nasce do pagamento indevido ou a maior que o devido, porém ele apenas se torna oponível à Receita Federal após a devida retificação e/ou correção das respectivas Declarações, quando então o Órgão Administrativa poderá tomar conhecimento daquele direito creditório em questão. De qualquer forma, em determinadas situações, em razão do procedimento eletrônico de compensação, em que não há espaço para emendas ou correções pelo contribuinte, há que se admitir e analisar a retificação da DCTF efetuada posteriormente ao despacho decisório, sob pena de excesso de rigorismo, que não resolve satisfatoriamente a lide travada e leva o contribuinte ao Poder Judiciário, apenas fazendo aumentar a condenável litigiosidade. Recurso Voluntário Provido. A toda evidência, diante dos mesmos fatos, as decisões recorrida e paradigma chegaram à mesma conclusão: ainda que não haja retificação tempestiva da DCTF, ou seja, ainda que a retificação se dê somente após a ciência do Despacho Decisório, uma vez comprovada a existência do crédito mediante a entrega de documentação idônea, tornase possível a restituição. Não há divergência, pois. Ante o exposto, não conheço do recurso especial." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, não se conhece do recurso especial. Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 218DF CARF MF Impresso em 18/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/10/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS, Assinado digitalmente em 14/10/2 016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 10467.903381/2011-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007
IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS.
À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias.
IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO.
Havendo, ao final de cada trimestre-calendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3301-003.124
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(Assinado com certificado digital)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias. IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO. Havendo, ao final de cada trimestre-calendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 10467.903381/2011-18
anomes_publicacao_s : 201701
conteudo_id_s : 5673024
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jan 20 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 3301-003.124
nome_arquivo_s : Decisao_10467903381201118.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
nome_arquivo_pdf_s : 10467903381201118_5673024.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro.
dt_sessao_tdt : Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
id : 6616627
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:55:10 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692573863936
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1620; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 2 1 1 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10467.903381/201118 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3301003.124 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 29 de setembro de 2016 Matéria IPI. Ressarcimento. Recorrente BENTONISA BENTONITA DO NORDESTE S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2007 a 30/06/2007 IPI. RESSARCIMENTO. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DOS ESTABELECIMENTOS. À luz do princípio da autonomia dos estabelecimentos, insculpido no regulamento do imposto, cada um dos estabelecimentos de uma mesma empresa deve cumprir separadamente as obrigações tributárias principais e acessórias. IPI. RESSARCIMENTO. TITULARIDADE DO PEDIDO. Havendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento que poderá requerer o ressarcimento é o titular desses créditos. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator. Participaram do julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, José Henrique Mauri, Marcelo Giovani Vieira e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 7. 90 33 81 /2 01 1- 18 Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10467.903381/201118 Acórdão n.º 3301003.124 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da DRJ de Belém que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da empresa, não reconhecendo o direito ao ressarcimento de créditos do IPI, solicitado com amparo no artigo 11 da Lei 9.779/99. A razão que levou ao indeferimento do pleito foi a constatação de que os créditos cujo ressarcimento foi solicitado pelo contribuinte são referentes a aquisições da filial da empresa, localizada em outra jurisdição fiscal (DRF/Campina Grande), embora o PER tenha indicado como estabelecimento detentor do crédito a matriz, que, na verdade, não é contribuinte do IPI. A 3ª Turma da DRJ/BEL manteve o indeferimento na sua integralidade, por intermédio do Acórdão 01027.997, decisão que traz a seguinte ementa, transcrita na parte de interesse: RESSARCIMENTO. Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. Em seu recurso voluntário, a Recorrente alega que: · Houve equívoco no PER/DCOMP quanto à indicação do CNPJ da matriz; · Não se pode negar que a Recorrente é sociedade una, sujeito de direitos e obrigações, detentora dos créditos solicitados, mesmo tendo sido legalmente adquiridos via filial, créditos estes de entradas de matériaprima e insumos destinados à industrialização; · Excluído o fato de que no PER/DCOMPs ocorreu a troca de CNPJ da filial pela matriz, isso é erro material perfeitamente corrigível administrativamente, por ser de fácil verificação e não depender de dilação probatória; · Não há que prosperar a negativa de existência dos créditos solicitados, considerando que tem direito a usufruílos, o que não pode ser elidido em função de simples erro material; · O erro material poderia ser resolvido com mero despacho orientativo sobre o procedimento correto a ser adotado; · A competência para reconhecimento dos créditos declarados na PER/DCOMP é da DRF/Campina Grande, que é de jurisdição do estabelecimento titular dos créditos (filial), por isso não é válido o indeferimento pela DRF/João Pessoa do pedido da Recorrente (jurisdição da matriz); · Não era da DRF/João Pessoa a competência para analisar a matéria, pois as notas fiscais são referentes a aquisições de insumos destinados à industrialização de betonita pela filial; Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10467.903381/201118 Acórdão n.º 3301003.124 S3C3T1 Fl. 4 3 · O que se pretende é fazer a retificação da declaração de compensação gerada no PER/DCOMP, por via eletrônica ou por meio de papel, apenas corrigindo o CNPJ, excluindo o da matriz e inserindo o da filial. Ao final, requer seja dado provimento integral ao recurso voluntário, para reconhecer o direito creditório solicitado em ressarcimento. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.106, de 29 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10467.903839/200914, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.106): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. No PER/DCOMP 07361.38390.280205.1.1.010195 referente ao 4° trimestre de 2004, foi indicado como estabelecimento titular do crédito a ser ressarcido, o da matriz da Recorrente, todavia os créditos solicitados foram gerados pela filial (o contribuinte do imposto). Com razão a Recorrente ao alegar que se trata de mero erro formal, pois é incontroverso que a matriz não é estabelecimento industrial. O IPI é regido pelo princípio da autonomia dos estabelecimentos, o que implica na impossibilidade da apuração de créditos e débitos por um deles ser aproveitado por outro estabelecimento, ainda que matriz. Cumpri colacionar a legislação vigente à época: Decreto nº 4544/2002 (RIPI/2002) Art. 24 – São obrigados ao pagamento do imposto como contribuinte: (...) Parágrafo único – Considerase contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de importador, industrial ou comerciante, em relação a cada fato gerador que decorra de ato que praticar (Lei nº 5.172, de 1966, art. 51, parágrafo único). (...) Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10467.903381/201118 Acórdão n.º 3301003.124 S3C3T1 Fl. 5 4 Autonomia dos Estabelecimentos Art. 313 – Cada estabelecimento, seja matriz, sucursal, filial, agência, depósito ou qualquer outro, manterá o seu próprio documentário, vedada, sob qualquer pretexto, a sua centralização, ainda que no estabelecimento matriz (Lei nº 4.502, de 1964, art. 57). (...) Art. 518 – Na interpretação e aplicação deste Regulamento, são adotados os seguintes conceitos e definições: I – as expressões ‘firma’ e ‘empresa’, quando empregadas em sentido geral, compreendem as firmas em nome individual, e todos os tipos de sociedade, quer sob razão social, quer sob designação ou denominação particular (Lei nº 4.502, de 1964, art. 115); II – as expressões ‘fábrica’ e ‘fabricante’ são equivalentes a estabelecimento industrial, como definido no art. 8º; III – a expressão ‘estabelecimento’, em sua delimitação, diz respeito ao prédio em que são exercidas atividades geradoras de obrigações, nele compreendidos, unicamente, as dependências internas, galpões e áreas contínuas muradas, cercadas ou por outra forma isoladas, em que sejam, normalmente, executadas operações industriais, comerciais ou de outra natureza; IV – são considerados autônomos, para efeito de cumprimento da obrigação tributária, os estabelecimentos, ainda que pertencentes a uma mesma pessoa física ou jurídica; V – a referência feita, de modo geral, a estabelecimento comercial atacadista não alcança os estabelecimentos comerciais equiparados a industrial; A Instrução Normativa SRF nº 210, de 2002, nos art. 14 e 32, prescrevia que: Art. 14. Os créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), escriturados na forma da legislação específica, poderão ser utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: (...) § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, mediante utilização do ‘Pedido de Ressarcimento de Créditos do IPI’, bem assim utilizálos na forma prevista no art. 21 desta Instrução Normativa. Fl. 184DF CARF MF Processo nº 10467.903381/201118 Acórdão n.º 3301003.124 S3C3T1 Fl. 6 5 (...) Art. 32. A decisão sobre o pedido de ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF, Derat ou IRF Classe Especial que, à data do reconhecimento do direito creditório, tenha jurisdição sobre o domicílio fiscal do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Por sua vez, a Instrução Normativa SRF nº 460, de 2004, nos art. 16 e 43, prescrevia que: Art. 16. Os créditos do IPI, escriturados na forma da legislação específica, serão utilizados pelo estabelecimento que os escriturou na dedução, em sua escrita fiscal, dos débitos de IPI decorrentes das saídas de produtos tributados. § 1º Os créditos do IPI que, ao final de um período de apuração, remanescerem da dedução de que trata o caput poderão ser mantidos na escrita fiscal do estabelecimento, para posterior dedução de débitos do IPI relativos a períodos subseqüentes de apuração, ou serem transferidos a outro estabelecimento da pessoa jurídica, somente para dedução de débitos do IPI, caso se refiram a: (...) § 2º Remanescendo, ao final de cada trimestrecalendário, créditos do IPI passíveis de ressarcimento após efetuadas as deduções de que tratam o caput e o § 1º, o estabelecimento matriz da pessoa jurídica poderá requerer à SRF o ressarcimento de referidos créditos em nome do estabelecimento que os apurou, bem como utilizálos na compensação de débitos próprios relativos aos tributos e contribuições administrados pela SRF. (...) Art. 43. O reconhecimento do direito ao ressarcimento de créditos do IPI caberá ao titular da DRF ou da Derat que, à data do reconhecimento, tenha jurisdição sobre o domicílio tributário do estabelecimento da pessoa jurídica que apurou referidos créditos. Dessa forma, para efeito da legislação do IPI, os estabelecimentos de uma mesma empresa são considerados autônomos, devendo cada um cumprir as obrigações tributárias previstas no RIPI, independentemente do fato de ser matriz ou filial. Cada estabelecimento emitirá suas próprias notas fiscais e escriturará os seus livros fiscais, que devem ser conservados no próprio estabelecimento. Todavia, restou demonstrado nos autos que o titular dos créditos era a filial. Assim, deve o pleito da Recorrente ser analisado pela DRF da filial, ou seja, a DRF/Campina Grande. No PER/DCOMPs ocorreu a troca de CNPJ da filial pela matriz, isso é erro passível de correção administrativa, já que é de fácil verificação e não depende de dilação probatória. Fl. 185DF CARF MF Processo nº 10467.903381/201118 Acórdão n.º 3301003.124 S3C3T1 Fl. 7 6 Por conseguinte, não há que prosperar a negativa de análise dos créditos solicitados, cuja verificação é obrigatória pela DRF/Campina Grande. De fato, a competência para reconhecimento dos créditos declarados na PER/DCOMP é da DRF/Campina Grande, que é de jurisdição do estabelecimento titular dos créditos (filial), motivo pelo qual este processo deve ser remetido à essa unidade para análise do direito creditório da Recorrente. Para tanto, deve ser feita a retificação da declaração de compensação gerada no PER/DCOMP, para corrigir o CNPJ, excluindo o da matriz e inserindo o da filial. E, a posterior análise do pedido de ressarcimento, sendo imperiosa a manifestação a respeito da existência ou inexistência do direito aos créditos pleiteados. Do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, para envio à DRF/Campina Grande para que seja retificado o PER/DCOMP 07361.38390.280205.1.1.010195, com a alteração do CNPJ da matriz pelo da filial e analisado o pedido de ressarcimento." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o PER/DCOMP foi preenchido com o CNPJ da matriz, sendo que os créditos do IPI foram apurados pela filial de Boa Vista/PB (CNPJ 09.185.877/000250), que é o estabelecimento industrial. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse provimento ao recurso voluntário, para envio à DRF/Campina Grande para que seja retificado o PER/DCOMP objeto deste processo, com a alteração do CNPJ da matriz pelo da filial e verificada a legitimidade dos créditos solicitados em ressarcimento. (Assinado com certificado digital) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 186DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12963.000422/2010-66
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/01/2010
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Recurso Especial do Procurador Provido.
Numero da decisão: 9202-004.709
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201612
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2007 a 31/01/2010 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
numero_processo_s : 12963.000422/2010-66
anomes_publicacao_s : 201702
conteudo_id_s : 5676568
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Feb 08 00:00:00 UTC 2017
numero_decisao_s : 9202-004.709
nome_arquivo_s : Decisao_12963000422201066.PDF
ano_publicacao_s : 2017
nome_relator_s : LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
nome_arquivo_pdf_s : 12963000422201066_5676568.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
dt_sessao_tdt : Mon Dec 12 00:00:00 UTC 2016
id : 6642451
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:55:34 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692577009664
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1661; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 12963.000422/201066 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202004.709 – 2ª Turma Sessão de 12 de dezembro de 2016 Matéria RETROATIVIDADE BENIGNA, NATUREZA DA MULTA NOS LANÇAMENTOS PREVIDENCIÁRIOS ANTERIORES À MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941, DE 2013 Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado GUARANESIA PREFEITURA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/06/2007 a 31/01/2010 APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14, DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, em darlhe provimento. Votou pelas conclusões a conselheira Patrícia da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 96 3. 00 04 22 /2 01 0- 66 Fl. 158DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 3 2 (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente em exercício), Maria Helena Cotta Cardozo, Patricia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10660.722287/201173. A divergência em exame reportase à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. A Fazenda Nacional interpôs recurso especial requerendo que a retroatividade benigna fosse aplicada, essencialmente, pelos critérios constantes na Portaria PGFN/RFB nº 14, de 04 de dezembro de 2009. Cientificado, o sujeito passivo ofereceu contrarrazões, pugnando pela negativa de provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Eduardo de Oliveira Santos Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.650, de 12/12/2016, proferido no julgamento do processo 10660.722287/201173, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.650): O Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Fl. 159DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 4 3 Cingese a controvérsia às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De início, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime, pacificou o entendimento de que, na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61, da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdãonº9202004.262, de 23/06/2016, cuja ementa a seguir se transcreve: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 5 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória n° 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, é necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5o, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991. A comparação de que trata o parágrafo anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106, do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA, somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP, não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que, na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991, correspondente aos 75% previstos no art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º doart. 32, da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pelaMP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas noart. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingido pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime, proferido no Acórdãonº9202004.499, de 29/09/2016: Fl. 161DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 6 5 Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarseá às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3o deste artigo. § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2o Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 7 6 § 3o A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte, “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata “ Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há Fl. 163DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 8 7 que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Fl. 164DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 9 8 Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Nesse passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações promovidas pela MP 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009. De fato, as disposições da referida Portaria, a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou Fl. 165DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 10 9 II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 12963.000422/201066 Acórdão n.º 9202004.709 CSRFT2 Fl. 11 10 Em face ao exposto, conheço do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, doulhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. Em face do acima exposto, voto por conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional e, no mérito, darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Fl. 167DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13802.001001/96-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 1992
DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO.
Conforme tese fixada no Recurso Especial nº 973.733/SC, (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC/1973 e da Resolução STJ 08/2008, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, conta-se a partir da ocorrência do fato gerador, quando há antecipação do pagamento, conforme artigo 150, § 4º do CTN. Conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, inexistindo declaração prévia do débito, ou ainda quando se verifica a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2202-003.564
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Rosemary Figueiroa Augusto, Cecília Dutra Pillar e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, que negaram provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201609
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 1992 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Conforme tese fixada no Recurso Especial nº 973.733/SC, (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC/1973 e da Resolução STJ 08/2008, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, conta-se a partir da ocorrência do fato gerador, quando há antecipação do pagamento, conforme artigo 150, § 4º do CTN. Conta-se do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, inexistindo declaração prévia do débito, ou ainda quando se verifica a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Recurso Voluntário Provido.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 13802.001001/96-11
anomes_publicacao_s : 201610
conteudo_id_s : 5652369
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Oct 26 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 2202-003.564
nome_arquivo_s : Decisao_138020010019611.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
nome_arquivo_pdf_s : 138020010019611_5652369.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Rosemary Figueiroa Augusto, Cecília Dutra Pillar e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, que negaram provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada.
dt_sessao_tdt : Tue Sep 20 00:00:00 UTC 2016
id : 6550918
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:53:59 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692603224064
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1792; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 287 1 286 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13802.001001/9611 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202003.564 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 20 de setembro de 2016 Matéria IRRF Recorrente HOMERO MIGUEL PSILLAKIS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 1992 DECADÊNCIA. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Conforme tese fixada no Recurso Especial nº 973.733/SC, (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC/1973 e da Resolução STJ 08/2008, o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, contase a partir da ocorrência do fato gerador, quando há antecipação do pagamento, conforme artigo 150, § 4º do CTN. Contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, inexistindo declaração prévia do débito, ou ainda quando se verifica a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, vencidos os Conselheiros Rosemary Figueiroa Augusto, Cecília Dutra Pillar e Marco Aurélio de Oliveira Barbosa, que negaram provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marco Aurélio de Oliveira Barbosa – Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 2. 00 10 01 /9 6- 11 Fl. 287DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 288 2 Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto, Martin da Silva Gesto, Cecília Dutra Pillar, Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado) e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Adoto como relatório, em parte, aquele elaborado pela Autoridade Julgadora de 1ª instância (fl. 272), complementandoo ao final: Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado o auto de infração relativo ao Imposto de Renda Retido na Fonte, no montante de 74.048,76 UFIR, aí incluídos principal, multa de ofício de 50% e juros de mora calculados até 28/08/1996. Conforme a Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal do auto de infração (fls. 15), a infração apurada constitui em: "FALTA DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO DE RENDA TRIBUTADO EXCLUSIVAMENTE NA FONTE S/PAGAMENTO A BENEFICIÁRIO NÃO IDENTIFICADO Imposto de Renda na Fonte sobre rendimentos enviados ao exterior pela empresa Papeis Madi S.A., conforme depósito efetuado na conta de Swift Financial Corporation, empresa domiciliada no exterior com conta bancária no Banco Dimensão S.A. — RJ, infringindo aos artigos 554 e 555 e base de cálculo reajustada pelo artigo 577 do Decreto 85.450 de 04 de dezembro de 1980 (REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA) ENQUADRAMENTO LEGAL: Artigo 61, da Lei 8.981195 " 0 contribuinte foi cientificado, em 30/08/1996, no próprio auto de infração e apresentou a impugnação de fls. 19/37, em 27/09/1996, na qual apresenta as alegações abaixo sintetizadas: Teria decaído o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito que ora lhe está sendo exigido conforme o art. 150, parágrafo 4° do CTN. 0 auto não poderia prosperar pois a defesa foi cerceada, em virtude da dificuldade em ser definida a falta apurada, ocasionando obstáculos à defesa do impugnante. Os fatos apurados teriam infringido os arts. 554 e 555 do RIR/1980 e o enquadramento legal da exigência seria o art. 61, da Lei n° 8.981/95 (não vigente à época dos fatos) e que trata de pagamento efetuado por pessoas jurídicas a beneficiário não identificado. Fl. 288DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 289 3 A empresa Papéis Madi S/A Com. e Ind. e Imp. não teria efetuado o depósito na conta da Swift Financial Corporation, tendo a fiscalização inferido indevidamente que teria havido remessa de valores ao exterior mediante depósito em conta CC5. 0 valor que supostamente teria sido remetido para o exterior estaria contabilizado pela "Papéis Madi S/A Com. e Ind. e Imp." como empréstimo a dois de seus diretores, entre os quais o próprio impugnante, estando tais empréstimos devidamente amparados em contratos aos quais a fiscalização teria tido acesso. Não teria sido comprovada pela fiscalização a remessa e tampouco a que título teria sido efetuada. Não poderia ser responsabilizado pelo crédito tributário que ora lhe está sendo exigido pois não constaria nos autos qualquer elemento que pudesse caracterizar que tivesse praticado com excesso de poderes ou contrário à lei. Os autos foram baixados em diligência pela DRJ de São Paulo, em 18/05/2001, para as seguintes providências (fls. 40/42): (...) A diligência foi realizada tendo sido elaborado o Relatório Fiscal de fls. 107/109, nos seguintes termos: (...) Por tudo o que acima foi dito, entendemos que o Auto de Infração — IRRF, lavrado na pessoa do Sr. HOMERO MIGUEL PSILLAKIS CPF 045.212.26868 guarda o princípio da legalidade e como tal deve ser mantido em todos os seus atos e formas processuais. O contribuinte foi cientificado, em 03/07/2007, na figura do advogado da massa falida, por via postal, conforme AR de fls. 111. Não tendo havido manifestação do contribuinte foi encerrada a diligência e os autos retornaram para esta delegacia de julgamento. Ao tratar da questão, disse a DRJ em São Paulo I/SP, resumidamente, que: 1 O prazo decadencial, no caso, deveria ser contado na forma do artigo 173, I, do CTN. Não ocorrera decadência, portanto; 2 Ausência ou equívoco na menção da norma infringida só daria razão a nulidade se tivesse impedido o contribuinte de se defender. A equivocada menção ao artigo 61 da Lei nº 8.981/1995 não resultou em cerceamento de defesa; 3 No mérito, está amplamente demonstrada a ocorrência de depósito efetuado pela empresa PAPÉIS MADI S/A, da qual o contribuinte era diretor, na conta mantida junto ao Banco Dimensão S/A por SWIFT FINANCIAL CORPORATION, empresa sediada no exterior. É indiscutível que ocorreu o fato gerador do Imposto sobre a Renda Retido na Fl. 289DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 290 4 Fonte e que cumpre à fonte pagadora reter e recolher esse imposto. Irrelevante para a procedência da exigência, o fato de que a operação de remessa de capital estrangeiro para fora do país, por meio de depósito em contas CC5, tenha sido contabilizado pela Papéis Madi S/A Com. e Ind. e Imp., como suposto empréstimo a dois de seus diretores, devolvidos por estes em numerário, poucos dias depois. Portanto, correta, a exigência. 4 A movimentação financeira é suficiente para demonstrar a infração à lei prevista no art. 135 do CTN, é caracterizadora em tese da sujeição passiva solidária do gerente ou empregado da empresa autuada. Decidiuse pela procedência do lançamento. Cientificado dessa decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário em 30/10/2008, com protocolo na folha 248, argumentando, em suma, que: 1 requer que os argumentos da impugnação, anteriormente apresentada, sejam considerados no recurso; 2 é claro que o responsável tributário pela exação em comento é a empresa Papéis Madi S/A, que naquela época estava em processo de falência, portanto o responsável era a massa falida; 3 à falta de constatação de infração à lei ou ao estatuto social, o redirecionamento da cobrança perpetrado pela autoridade fiscal resta improcedente, à luz do artigo 135, do CTN. Revelase inadequada a conduta do Fisco de proceder a uma "desconsideração da personalidade jurídica inversa"; 4 requer o acolhimento de seu recurso a fim de desconstituir o débito fiscal reclamado. É o relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. Este processo foi formalizado, originalmente, em meio físico (papel) e posteriormente digitalizado, transformado em meio magnético (arquivo formato .pdf ). Existem, portanto, a numeração de folhas que se pode verificar nos carimbos apostos no canto superior direito de cada uma delas, e uma numeração resultante do processo de digitalização, que segue a seqüência do arquivo. A numeração de folhas a que me refiro a seguir, é aquela existente após a digitalização, e verifico que o processo foi formalizado em ordem indevida. Vejamos que na folha 232 (a título de exemplo correspondente à folha 115 da numeração original) está o Acórdão 1615.479, da 5ª Turma da DRJ/SP. O Voto iniciase na folha 242 e está interrompido a seguir, na fl. 243. Fl. 290DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 291 5 Após um extrato do débito e um DARF para pagamento, na folha 248 vem o recurso, protocolado em 30/10/2008. Somente após o recurso, instruído com procuração e documentos pessoais, vem a Intimação nº 3594/2008, assinada em 23/08/2008, expedida com a finalidade de dar ciência ao contribuinte do acórdão supracitado. Em seguida, na folha 268, temse novamente anexado o Acórdão, dessa vez completo. Na folha 286, existe um despacho da unidade preparadora, informando a apresentação do recurso e propondo o encaminhamento ao Conselho de Contribuintes, sem mencionar datas, para fins de verificação da tempestividade. Em suma, não localizei, nestes autos, a data em que o contribuinte foi efetivamente cientificado do Acórdão de 1ª instância, para fins de conferir a tempestividade da apresentação do recurso voluntário, dentro das normas do Decreto nº 70.235, de 1972, situação em que, aplicando o artigo 239, §1º do CPC/2015, considerarseá cientificado na data da apresentação do recurso. DECADÊNCIA. Iniciouse um procedimento fiscal na pessoa jurídica PAPÉIS MADI S/A, CNPJ: 61.576.898/000135, como pode ser verificado na folha 05 termo de início de fiscalização. O objeto do exame era o imposto de renda das pessoas jurídicas IRPJ, do ano calendário de 1991, exercício de 1992, a partir da constatação de movimentação de divisas utilizando as chamadas contas CC5. Houve uma representação do Ministério Público Federal, dentro de operação maior, e a Receita Federal iniciou esse procedimento específico. A base da verificação era o fato da empresa MADI S/A ter depositado um cheque seu na conta do Banco Dimensão S/A de titularidade da empresa SWIFT Co., sediada no exterior. Tal operação foi comprovada documentalmente com cópia de cheque e informações bancárias. No relatório fiscal que consta das folhas 09 e seguintes, descrevese uma complexa operação de movimentação de recursos da empresa, para aquisição de um "cheque ordem de pagamento", que foi depositado na conta da empresa estrangeira. Essa operação fora registrada na contabilidade como um empréstimo a Suely Madi e Homero Psillakis, que na época eram administradores da empresa, sendo que os valores teriam sido devolvidos logo a seguir. À vista disso, concluiu a fiscalização que (fl. 17) : Diante de todo o exposto, em razão de que foi efetuada remessa para o exterior, o que caracteriza transferência de renda a beneficiário não identificado. e por se tratar de forma indireta realizada com artifício na substituição da fonte pagadora, é de se exigir o imposto de renda na fonte conforme preceito dos arts, 554 e 555. do RIR/80, ficando os diretores. em nome de quem foi feita a remessa, responsáveis pelo tributo na forma do art, 135 do CTN e art. 158 da Lei ns 6,404/76 (Lei das Sociedades por Ações). Como também não ocorreu a retenção do imposto de fonte, considerase o rendimento liquido para. efeito do Fl. 291DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 292 6 reajustamento da base de cálculo, nos termos do art. 577 do RIR/80, 7 Os Diretores da Fiscalizada e responsáveis pela remessa são Suely Madi e Homero Miguel Psillakis . Os valores das remessas atribuídos a cada um, são, respectivamente Cr$ 19.260.000,00 e Cr$ 21.400.000,00, somando ambos Cr$ 40. 660.000,00, e como data da remessa o dia 10 de janeiro de 1991, dia em que foi feito o depósito na conta da domiciliada no exterior. Considerando seu entendimento, as Autoridades Fiscais fizeram o lançamento do crédito tributário não na pessoa jurídica, mas nas pessoas físicas (Suely Madi e Homero Psillakis), aludindo para a responsabilidade pessoal, insculpida no artigo 135, do CTN. Assim, o Auto de Infração que aqui se debate, cuja cópia está na folha 25 e ss., está diretamente lavrado em nome da pessoa física. A descrição dos fatos que consta da autuação foi (fl. 31): Imposto de Renda na Fonte sobre rendimentos enviados ao exterior pela empresa Papeis Madi S.A., conforme depósito efetuado na conta da Swift Financial Corporation, empresa domiciliada no exterior com conta bancária no Banco Dimensão S.A. ~ RJ, infringindo aos artigos 554 e 555 e base de cálculo ajustada pelo artigo 577 do Decreto 85.450 de 04 de dezembro de 1980 (REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA). Chamo a atenção que a multa de ofício aplicada foi no percentual de 50%, com fundamento no artigo 728, do RIR/1980 (fl. 27), que diz: Art. 728. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas (DecretoLei n° 401/68, art. 21) : I de Cr$ 1.000,00 (um mil cruzeiros), a Cr$ 3.000,00 (três mil cruzeiros), se o contribuinte, pessoa física ou jurídica, obrigado à declaração do imposto demonstrar, em resposta à intimação para apresentála, não haver auferido rendimentos tributáveis, de acordo com as disposições legais; II de 50% (cinqüenta por cento) sobre a totalidade ou diferença do imposto devido, nos casos de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; III de 150% (cento e cinqüenta por cento) sobre a totalidade ou a diferença do imposto devido, nos casos de evidente intuito de fraude, definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis.(destaquei) Vejase, portanto, que os Auditores Fiscais não enquadraram a conduta nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 1964, não caracterizando a constatação de dolo, fraude ou simulação. Não está na descrição dos fatos da autuação nem refletiuse na aplicação da multa. Vejamos o Acórdão 9202003.128 CSRF, 2ª turma, que trata especificamente da matéria: Fl. 292DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 293 7 A fraude se caracteriza por uma ação ou omissão, de uma simulação ou ocultação, e pressupõe, sempre, a intenção de causar dano à fazenda pública, num propósito deliberado de se subtrair, no todo ou em parte, a uma obrigação tributária. Assim, ainda que o conceito de fraude seja amplo, deve sempre estar caracterizada a presença do dolo, um comportamento intencional, específico, onde, utilizandose de subterfúgios, escamoteia na ocorrência do fato gerador ou retarda o seu conhecimento por parte da autoridade fazendária. Na folha 148, consta cópia do Livro Diário, com indicação, em janeiro de 1991, de "imposto de renda na fonte IRRF, Recolh Ref DARF 26.747,10", bem como se observa outros registros contábeis de recolhimento do IRRF, como nas folhas 150, 152, 154, etc. Ademais, o lançamento foi específico, para uma determinada operação, podendose concluir que a empresa fazia o registro e antecipação do imposto de renda na fonte, constatandose infração apenas pontual. No Relatório Fiscal que consta das folhas 180 e seguintes, que apresenta a conclusão dos trabalhos na empresa, não se efetuou nenhuma alusão ou autuação a outras infrações relacionadas ao imposto de renda retido na fonte. Nesse sentido, citese: Acórdão 240102.250 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 20 de janeiro de 2012 PRAZO DECADENCIAL EXISTÊNCIA DE ANTECIPAÇÃO DE PAGAMENTO OU IMPOSSIBILIDADE DE SE VERIFICAR ESSE FATO. APLICAÇÃO DO § 4. DO ART. 150 DO CTN. Constatandose antecipação de recolhimento ou quando, com base nos autos, não há como a se concluir sobre essa questão, devese aferir o prazo decadencial pela regra constante do § 4º do art. 150 do CTN. Para a aplicação da contagem do prazo decadencial, este CARF vem adotando o entendimento do STJ, no Recurso Especial nº 973.733/SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, e, portando, de observância obrigatória neste julgamento administrativo, por força de disposição regimental interna, assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. Fl. 293DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 294 8 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. (...) 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543 C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (destaquei) Assim, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo decadencial contase a partir da ocorrência do fato gerador, quando há antecipação do pagamento, conforme artigo 150, § 4º do CTN. Contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, inexistindo declaração prévia do débito, ou ainda quando se verifica a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Não observei que o Auditor Fiscal, em seu Termo de Verificação, tenha se manifestado quanto aos motivos encontrados para contar o prazo decadencial na forma do artigo 173, I, do CTN. Enfim, não caracterizada a ocorrência de dolo ou fraude e podendose concluir, pela escrita contábil, que houve antecipação do pagamento, ainda que parcial, do tributo em questão, o prazo decadencial deve ser contado na forma do artigo 150, §4º do CTN. O fato gerador da hipótese de incidência aqui em discussão ocorre na data em que o pagamento que se reputa sem causa ou a beneficiário não identificado ocorre. No caso, deuse em 10/01/1991 (auto de infração, fl. 31). Assim, o direito do Fisco efetuar o lançamento decaiu em 10/01/1996, sendo que o contribuinte somente foi dele cientificado em 30/08/1996. CONCLUSÃO Fl. 294DF CARF MF Processo nº 13802.001001/9611 Acórdão n.º 2202003.564 S2C2T2 Fl. 295 9 Em conclusão, VOTO por dar provimento ao recurso, reconhecendo a decadência do lançamento. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Fl. 295DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12963.000811/2009-58
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Sep 23 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/09/2008
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO IMPOSTO. DECADÊNCIA ART. 173, I DO CTN.
Não havendo nos autos comprovação do pagamento do tributo, ainda que parcial, deve-se aplicar a decadência segundo a norma do art. 173, I do CTN. Súmula 555 do Superior Tribunal de Justiça.
DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
Recurso Especial do Contribuinte negado.
Numero da decisão: 9202-004.420
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201608
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2004 a 30/09/2008 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO IMPOSTO. DECADÊNCIA ART. 173, I DO CTN. Não havendo nos autos comprovação do pagamento do tributo, ainda que parcial, deve-se aplicar a decadência segundo a norma do art. 173, I do CTN. Súmula 555 do Superior Tribunal de Justiça. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso Especial do Contribuinte negado.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Fri Sep 23 00:00:00 UTC 2016
numero_processo_s : 12963.000811/2009-58
anomes_publicacao_s : 201609
conteudo_id_s : 5637780
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat Sep 24 00:00:00 UTC 2016
numero_decisao_s : 9202-004.420
nome_arquivo_s : Decisao_12963000811200958.PDF
ano_publicacao_s : 2016
nome_relator_s : RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
nome_arquivo_pdf_s : 12963000811200958_5637780.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
dt_sessao_tdt : Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
id : 6503439
ano_sessao_s : 2016
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 10:52:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713048692645167104
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1953; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 416 1 415 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 12963.000811/200958 Recurso nº Especial do Contribuinte Acórdão nº 9202004.420 – 2ª Turma Sessão de 25 de agosto de 2016 Matéria CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. DECADÊNCIA Recorrente DME DISTRIBUICAO S.A. DMED Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2004 a 30/09/2008 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO DO IMPOSTO. DECADÊNCIA ART. 173, I DO CTN. Não havendo nos autos comprovação do pagamento do tributo, ainda que parcial, devese aplicar a decadência segundo a norma do art. 173, I do CTN. Súmula 555 do Superior Tribunal de Justiça. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Recurso Especial do Contribuinte negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 96 3. 00 08 11 /2 00 9- 58 Fl. 416DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Fl. 417DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 12963.000811/200958 Acórdão n.º 9202004.420 CSRFT2 Fl. 417 3 Relatório Trata o presente processo de auto de infração relativo ao lançamento de contribuições previdenciárias a cargo da empresa (DEBCAD 37.086.2368) destinadas a outras entidades e fundos, a saber, FNDE, INCRA, SEBRAE, SESI e SENAI, incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a seus segurados empregados. Segundo Relatório Fiscal de fls. 126/131, mesmo sendo autarquia municipal atuante na geração e distribuição de energia elétrica tal Contribuinte no que diz respeito as contribuições previdenciárias se submete ao mesmo regime jurídico a que se sujeitam as empresas privadas. Após apresentação de Impugnação, a Delegacia Fiscal de Julgamento manteve o lançamento. Por meio do acórdão de nº 2302002.212, a 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária em sessão realizada em 21 de novembro de 2012, negou provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte. Referida decisão recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2004 a 30/09/2008 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. AIOP. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 173, I DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91. Incidência do preceito inscrito no art. 173, I do CTN. Todas as obrigações tributárias relativas aos fatos geradores apurados pela fiscalização houveram por ocorridas em período ainda não vitimado pelo decurso do prazo decadencial. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. TERCEIROS. CÓDIGO FPAS. ATIVIDADE ECONÔMICA DA EMPRESA. As entidades ou fundos para os quais o sujeito passivo deve contribuir são definidas não pela natureza jurídica da empresa, mas, sim, em função da atividade econômica que esta desenvolve, conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas, nos termos do art. 137 da IN SRP nº 3/2005. São sujeitas ao regime próprio das empresas privadas, inclusive quanto às obrigações trabalhistas e tributárias, a empresa pública, a sociedade de economia mista e outras entidades que atuem no campo da atividade econômica em sentido estrito. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. TERCEIROS. CÓDIGO FPAS. ATIVIDADE ECONÔMICA DA EMPRESA. Fl. 418DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 As regras licitatórias de serviços e instalações de energia elétrica não autorizam o entendimento de que possa haver tratamento tributário diferenciado nos contratos de concessão desse serviço público. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. ATO ADMINISTRATIVO. PRESUNÇÃO DE VERACIDADE E LEGALIDADE. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. Tendo em vista o consagrado atributo da presunção de veracidade que caracteriza os atos administrativos, gênero do qual o lançamento tributário é espécie, operase a inversão do encargo probatório, repousando sobre o notificado o ônus de desconstituir o lançamento ora em consumação. Havendo um documento público com presunção de veracidade não impugnado eficazmente pela parte contrária, o desfecho há de ser em favor dessa presunção. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PENALIDADE PELO DESCUMPRIMENTO. PRINCÍPIO TEMPUS REGIT ACTUM. As multas decorrentes do descumprimento de obrigação tributária principal foram alteradas pela Medida Provisória nº 449/2008, a qual deu nova redação ao art. 35 e fez acrescentar o art. 35A à Lei nº 8.212/91. Na hipótese de lançamento de ofício, por representar a novel legislação encartada no art. 35A da Lei nº 8.212/91, inserida pela MP nº 449/2008, um tratamento mais gravoso ao sujeito passivo, inexistindo hipótese de a legislação superveniente impor multa mais branda que aquela revogada, sempre incidirá ao caso o princípio tempus regit actum, devendo ser aplicada em cada competência a legislação pertinente à multa por descumprimento de obrigação principal vigente à data de ocorrência do fato gerador não adimplido. RETROATIVIDADE BENIGNA. IMPOSSIBILIDADE. O benefício da retroatividade benigna encartado na alínea ‘c’ do inciso II do art. 106 do CTN somente é de ser observado quando uma nova lei cominar a uma determinada infração tributária uma penalidade menos severa que aquela prevista na lei vigente ao tempo da prática da infração em realce. Impondo a lei nova penalidade mais gravosa à infração objeto da autuação, não há que se falar em retroatividade benigna. Recurso Voluntário Negado O Contribuinte interpôs recurso especial que foi recebido em relação as seguintes matérias: 1) Decadência do período de abril a dezembro de 2004: aplicação do art. 150, §4º do CTN, primeiro pelo fato de tratarse de tributo sujeito ao lançamento por homologação e segundo pela fato de ter havido o pagamento. Nas palavras do recorrente: Noutro vértice, não há como concordar com a interpretação dada pela 3ª Câmara do Conselho de Contribuintes que definiu a Fl. 419DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 12963.000811/200958 Acórdão n.º 9202004.420 CSRFT2 Fl. 418 5 hipótese de lançamento de ofício, pois in casu é fato inconteste que houve lançamento e pagamento do valor que a Autarquia entendeu ser devido, legal e correto a título de INSS, de cuja base de cálculo foi considerada para a lavratura do Auto de Infração, não havendo que se falar, portanto, que não houve declaração, sendo por outro lado, incumbência do Fisco homologar tal lançamento, pois é de curial sabença que o lançamento por homologação aplicase praticamente todos impostos e contribuições. Deste modo, houve o correto pagamento da contribuição previdenciária referente a parte descontada do empregado e o valor devido pela entidade empregadora, sendo que conforme autorização legal não havia incidência do pagamento para terceiras entidades eis que se tratava de uma autarquia legalmente constituída. 2) Multa pelo não pagamento do tributo: aplicação retroativa da multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430/96 com redação dada pela Lei nº 11.941/09. A Fazenda Nacional apresentou contrarrazões requerendo a manutenção do julgado. É o relatório. Fl. 420DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 6 Voto Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora. O recurso preenche os requisitos para sua admissibilidade, portanto dele conheço. Da decadência: No que tange ao reconhecimento da decadência, esclarecemos que o lançamento é referente as Contribuições Previdenciárias destinadas a outras entidades e fundos nos períodos de 01/01/2004 a 30/09/2008, tendo o contribuinte sido intimado pessoalmente em 21/12/2009 (fls. 01). Apesar dos argumentos apresentados entendo que o acórdão deve ser mantido, isso porque os pagamentos realizados pelo contribuinte não possuem o condão de atrair a regra do art. 150, §4º do CTN, sendo aplicável ao caso a Súmula CARF nº 99, que dispõe: Súmula CARF nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. Ora as contribuições devidas ao FNDE, INCRA, SEBRAE, SESI e SENAI possuem fatos geradores distintos da Contribuição prevista pelo art. 195 da Constituição Federal, assim o adimplemento dessa não é suficiente para atrair a decadência prevista pelo citado art. 150. Conforme consta do relatório fiscal, "a empresa não efetuou nenhum recolhimento relativo aos fatos geradores constantes no presente AIOP". Assim, tendo em vista a total ausência de recolhimento do tributo (contribuições terceiros) sujeito a lançamento por homologação, o início da contagem do prazo decadencial deverá ser postergado para o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o referido lançamento poderia ser efetuado, nos termos do art. 173, I do CTN. Neste aspecto, transcrevo a lição da Doutora Christiane Mendonça, no artigo intitulado "Decadência e Prescrição em Matéria Tributária", publicado livro Curso de Especialização em Direito Tributário: estudos analíticos em homenagem a Paulo de Barros Carvalho, editora Forense: Nos lançamentos por homologação o prazo de cinco anos é contado da data da ocorrência do fato gerador, art. 150, §4º. Ocorre que quando o contribuinte não cumpre o seu dever de produzir a norma individual e concreta e de pagar tributo, compete à autoridade administrativa, segundo art. 149, IV do CTN efetuar o Fl. 421DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 12963.000811/200958 Acórdão n.º 9202004.420 CSRFT2 Fl. 419 7 lançamento de ofício. Dessa forma, consideramos apressada a afirmação genérica que sempre que for lançamento por homologação o prazo será contado a partir da ocorrência do fato gerador, pois não é sempre, dependerá se houve ou não pagamento antecipado. Caso não haja o pagamento antecipado, não há o que se homologar e, portanto, caberá ao Fisco promover o lançamento de ofício, submetendose ao prazo do art. 173, I do CTN. Nesse sentido, explica Sacha Calmon Navarro Coelho: "A solução do dia primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado aplicase ainda aos impostos sujeitos a homologação do pagamento na hipótese de não ter ocorrido pagamento antecipado... Se tal não houve, não há o que se homologar." Também a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no mesmo sentido de que na hipótese de ausência de pagamento de tributo sujeito a lançamento por homologação, o prazo decadencial para constituição do crédito tributário segue a regra do art. 173, I do CTN, contandose os cinco a anos a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em o lançamento poderia ter sido efetuado. Tal entendimento já foi pacificado pelo Superior Tribunal de Justiça, por meio da Súmula nº 555, a qual dispõe: Quando não houver declaração do débito, o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário contase exclusivamente na forma do art. 173, I, do CTN, nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Para melhor compreensão da súmula, vale citar parte de alguns dos votos preferidos pelos Ministros nos acórdãos paradigmas que lhe deram origem: "[...] o prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito [...]" (AgRg no Ag 1407622 PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/09/2011, DJe 26/09/2011) "[...] o STJ firmou orientação de que, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação, quando não há o pagamento antecipado, o prazo decadencial para o lançamento de ofício é aquele estabelecido no art. 173, I, do Código Tributário Nacional. [...]" (AgRg no AREsp 246013 SE, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 07/03/2013, DJe 14/03/2013) "[...] De acordo com a jurisprudência consolidada do STJ, a decadência do direito de constituir o crédito tributário é regida pelo art. 150, § 4°, do CTN, quando se trata de tributo sujeito a lançamento por homologação e o contribuinte realiza o respectivo pagamento parcial antecipado, sem que se constate a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. À luz do art. 173, I, do CTN, o prazo Fl. 422DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 8 decadencial tem início no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento de ofício poderia ter sido realizado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo não ocorre, inexistindo declaração prévia do débito. [...]" (AgRg no AREsp 252942 PE, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/06/2013, DJe 12/06/2013) "[...] em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, no caso em que não ocorre o pagamento antecipado pelo contribuinte, o poderdever do Fisco de efetuar o lançamento de ofício substitutivo deve obedecer ao prazo decadencial estipulado pelo artigo 173, I, do CTN, segundo o qual o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. [...]" (AgRg no REsp 1074191 MG, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 02/03/2010, DJe 16/03/2010) Logo, no caso em tela onde o período de apuração compreende os meses de janeiro/2004 à dezembro/2008, o termo inicial do prazo decadencial para o lançamento, nos moldes do art. 173, I do CTN, foi 1º de janeiro de 2005. Assim, considerando que o Contribuinte foi notificado do lançamento em 21/12/2009 (fls. 01), devese afastar a decadência. Da multa aplicada: O contribuinte requer, com base no art. 106, II, 'c' do CTN, a aplicação retroativa do art. 61 da Lei nº 9.430/96, o qual limita o percentual da multa de 'mora' em 20%, argumentando que a Lei nº 11.941/09 revogou o art. 35 da Lei nº 8.212/91. No entendimento do acórdão recorrido tal pedido não seria pertinente, pois a aplicação retroativa seria prejudicial ao contribuinte, nas palavras do Relator no "novo regime legislativo, o atraso no recolhimento de contribuições previdenciárias que, nos termos do art. 35 da Lei nº 8.212/91, na redação dada pela Lei nº 9.876/99, era apenado somente com a multa moratória, com a novel legislação, passa a ser castigado com a multa de mora prevista no mesmo art. 35 da Lei nº 8.212/91, com a redação dada pela Lei nº 11.941/2009, c.c. art. 61 da Lei nº 9.430/96. Todavia, tratandose de lançamento de oficio, como assim se configura o presente caso, passa a incidir à espécie a multa de ofício prevista no art. 35A da Lei nº 8.212/91, incluído pela Lei nº 11.941/2009, c.c. art. 44 da Lei nº 9.430/96, à razão fixa de 75%." Aqui devo esclarecer que a tese adotada por esse Colegiado, inicialmente por maioria e, agora, por unanimidade de votos é no sentido de que para definição de qual a multa mais benéfica ao contribuinte devese considerar a natureza das multas aplicáveis. Para ilustrar o entendimento cito, os fundamentos do voto proferido pela Ilustre Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, no acórdão nº 9202003.909, os quais adoto como razões de decidir: No presente caso, os fatos geradores ocorreram à luz de legislação posteriormente alterada, de sorte que a aferição acerca de eventual retroatividade benigna deve ser levada a cabo mediante comparação da redação da Lei nº 8.212, de 1991, à época dos fatos Fl. 423DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 12963.000811/200958 Acórdão n.º 9202004.420 CSRFT2 Fl. 420 9 geradores, com a sua nova redação, conferida pela Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009: Redação da Lei nº 8.212, de 1991, à época dos fatos geradores “Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). I para pagamento, após o vencimento de obrigação não incluída em notificação fiscal de lançamento: a) oito por cento, dentro do mês de vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) quatorze por cento, no mês seguinte; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) vinte por cento, a partir do segundo mês seguinte ao do vencimento da obrigação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). III para pagamento do crédito inscrito em Dívida Ativa: a) sessenta por cento, quando não tenha sido objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). b) setenta por cento, se houve parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). c) oitenta por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o crédito não foi objeto de parcelamento; (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). d) cem por cento, após o ajuizamento da execução fiscal, mesmo que o devedor ainda não tenha sido citado, se o Fl. 424DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 10 crédito foi objeto de parcelamento. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). § 1º Na hipótese de parcelamento ou reparcelamento, incidirá um acréscimo de vinte por cento sobre a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos. (Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 2º Se houver pagamento antecipado à vista, no todo ou em parte, do saldo devedor, o acréscimo previsto no parágrafo anterior não incidirá sobre a multa correspondente à parte do pagamento que se efetuar.(Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) § 3º O valor do pagamento parcial, antecipado, do saldo devedor de parcelamento ou do reparcelamento somente poderá ser utilizado para quitação de parcelas na ordem inversa do vencimento, sem prejuízo da que for devida no mês de competência em curso e sobre a qual incidirá sempre o acréscimo a que se refere o § 1º deste artigo.(Revogado pela Medida Provisória nº 449, de 2008) (Revogado pela Lei nº11.941, de 2009) § 4o Na hipótese de as contribuições terem sido declaradas no documento a que se refere o inciso IV do art. 32, ou quando se tratar de empregador doméstico ou de empresa ou segurado dispensados de apresentar o citado documento, a multa de mora a que se refere o caput e seus incisos será reduzida em cinqüenta por cento.” (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). Lei nº 8.212, de 1991, com as alterações da Medida Provisória nº 449, de 2008, convertida na Lei nº 11.941, de 2009: “Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” Esclareçase que, independentemente da denominação que se dê à penalidade, há que se perquirir acerca do seu caráter material, e nesse sentido não há dúvida de que, mesmo na antiga redação do art. 35, da Lei nº 8.212, de 1991, estavam ali descritas multas de mora e multas de ofício. As primeiras, cobradas com o tributo recolhido após o vencimento, porém espontaneamente. As últimas, cobradas quando do pagamento por força de ação fiscal, tal como ocorria com os demais tributos federais, nos lançamentos de ofício. Fl. 425DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 12963.000811/200958 Acórdão n.º 9202004.420 CSRFT2 Fl. 421 11 Além disso, tanto os demais tributos como as contribuições previdenciárias têm seu regramento básico estabelecido pelo Código Tributário Nacional, que não só determina que a exigência tributária tem de ser formalizada por meio de lançamento, como também especifica as respectivas modalidades: lançamento por homologação, lançamento por declaração e lançamento de ofício. Cada uma dessas modalidades está ligada ao grau de colaboração verificado por parte do sujeito passivo. No caso dos tributos e contribuições federais, foi adotado de forma genérica o lançamento por homologação, que atribui ao sujeito passivo o dever de calcular o valor devido e efetuar o seu recolhimento, independentemente de prévia ação por parte da Autoridade Administrativa. Por outro lado, se o sujeito passivo deixa de cumprir com essas obrigações, o Fisco pode exigir o tributo por meio de lançamento de ofício. Nesta sistemática, qualquer que seja o tributo ou contribuição, e independentemente da denominação atribuída ao lançamento, claramente são visualizadas duas formas de recolhimento fora do prazo estabelecido: aquele efetuado espontaneamente, passível de aplicação de multa de mora; e aquele efetuado por força de ação fiscal, aplicável aí a multa de ofício, mais onerosa. Assim, embora a antiga redação do artigo 35, da Lei nº 8.212, de 1991, tenha utilizado apenas a expressão “multa de mora” para as contribuições previdenciárias, não há dúvida de que os incisos componentes do dispositivo legal já continham a descrição das duas condutas tipificadas nos dispositivos legais que regulavam os demais tributos federais: pagamento espontâneo e pagamento efetuado por força de ação fiscal, conforme os ditames do CTN. Nesse sentido, para aplicação da retroatividade benigna devese comparar a multa do art. 35, II da Lei nº 8.212/91 (com a redação dada pela Lei nº 9.876/99), e a 'nova' multa prevista no art. 35A que nos remete ao art. 44 da Lei nº 9.430/96. Tal comparação foi realizada pelo Fiscal conforme se observa do quadro comparativo de multas juntado às fls. 121/125, ocasião onde se concluiu pela não aplicação do art. 106 do CTN. Diante do exposto, conheço do recurso e negolhe provimento. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 426DF CARF MF Impresso em 23/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 20/09/2016 por RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI, Assinado digitalmente em 23/09/2016 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0