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Numero do processo: 13302.000153/2007-89
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
DESPESAS MÉDICAS. CONDIÇÃO DE DEDUTIBILIDADE.
A dedução de despesa médica restringe-se aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2102-002.497
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso.
Assinado digitalmente
Giovanni Christian Nunes Campos Presidente
Assinado digitalmente
Núbia Matos Moura Relatora
EDITADO EM: 18/03/2013
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi.
Nome do relator: NUBIA MATOS MOURA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora EDITADO EM: 18/03/2013 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi.
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CONDIÇÃO DE DEDUTIBILIDADE. A dedução de despesa médica restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos – Presidente Assinado digitalmente Núbia Matos Moura – Relatora EDITADO EM: 18/03/2013 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Ausente justificadamente a Conselheira Acácia Sayuri Wakasugi. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 30 2. 00 01 53 /2 00 7- 89 Fl. 55DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13302.000153/200789 Acórdão n.º 2102002.497 S2C1T2 Fl. 56 2 Relatório Contra ANTONIO RODRIGUES UCHOA foi lavrada Notificação de Lançamento, fls. 27/33, para formalização de exigência de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao anocalendário 2003, exercício 2004, no valor total de R$ 19.654,47, incluindo multa de ofício e juros de mora, estes últimos calculados até 30/11/2007. As infrações apuradas pela autoridade fiscal foram: dedução indevida de dependentes (R$ 5.088,00), dedução indevida de despesas médicas (R$ 21.616,98), dedução indevida de previdência privada/FAPI (R$ 716,14) e dedução indevida de despesas com instrução (R$ 3.996,00). Inconformado com a exigência, o contribuinte apresentou impugnação, fls. 01, que foi considerada procedente em parte, restabelecendose as deduções de dependentes, de despesas com instrução, de previdência privada/FAPI e de despesas médicas, para os valores de R$ 3.816,00, R$ 3.996,00, R$ 716,14 e R$ 1.693,28, respectivamente. Cientificado da decisão de primeira instância, por via postal, em 30/05/2011, Aviso de Recebimento (AR), fls. 45, o contribuinte apresentou, em 17/06/2011, recurso voluntário, fls. 46, nos seguintes termos: I Os Fatos Foi considerada indevida a dedução com despesas médicas conforme demonstrativo emitido pela Unimed Ceará, CNPJ 10.395.358/000114. II O Direito II.1 – PRELIMINAR O comprovante emitido pela Unimed Ceará para todos os usuários de Planos de Saúde seguem um padrão, motivo pelo qual deveria ter sido considerado como despesa dedutível uma vez que comprovantes idênticos foram considerados como dedutíveis na declaração de outros contribuintes. Além do mais o comprovante consta de frente e verso onde está identificado o beneficiário do Plano de Saúde com código de usuário e nome. II. 2 – MÉRITO Solicito considerar como despesa dedutível da base de cálculo do imposto de renda a despesa com Plano de Saúde no valor de R$ 5.067,20 (cinco mil, sessenta e sete reais e vinte centavos) efetuada junto a Unimed Ceará, CNPJ 10.395.358/000114, cujo comprovante segue em via original e onde está perfeitamente identificado o beneficiário com código e nome de usuário do plano. Fl. 56DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13302.000153/200789 Acórdão n.º 2102002.497 S2C1T2 Fl. 57 3 III A CONCLUSÃO À vista de todo o exposto, demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer a recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelandose o débito fiscal reclamado. É o Relatório. Fl. 57DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13302.000153/200789 Acórdão n.º 2102002.497 S2C1T2 Fl. 58 4 Voto Conselheira Núbia Matos Moura, relatora O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade. Dele conheço. De imediato, que a decisão recorrida manteve as infrações de dedução indevida com dependentes e dedução indevida de despesas médicas, nos valores de R$ 1.272,00 e R$ 19.923,70, respectivamente. Todavia, o contribuinte no recurso restringe sua insurgência à glosa de despesa médica, tida com a Unimed, no valor de R$ 5.067,20. Assim, considerase definitiva a decisão de primeira instância, relativamente à glosa de dependente e de despesa médica, nos valores de R$ 1.272,00 e R$ 14.856,50, respectivamente, nos termos do disposto no parágrafo único do art. 42 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 19721. No que concerne à despesa com a Unimed, a decisão recorrida não acolheu o comprovante trazido pela defesa aos autos em razão de o mesmo não conter a indicação dos beneficiários e do provedor do plano de saúde. Quando da apresentação do recurso, o contribuinte reapresentou o comprovante já juntado aos autos, sendo que desta feita acrescentou cópia do verso do referido documento, de sorte que é possível identificar que o contribuinte é o provedor do plano de saúde. Entretanto, dos referido documento ainda não é possível identificar quem são os beneficiários do plano arcado pelo contribuinte. Importa observar que somente são dedutíveis as despesas médicas incorridas com o próprio contribuinte ou com seus dependentes, nos termos do que dispõe o art. 8º, § 2º, inciso II, da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995 Assim, considerando, que o comprovante trazido pela defesa não possibilita a identificação dos beneficiários do plano de saúde, deve ser mantida a glosa, no valor de R$ 5.067,20. 1 Art. 42. São definitivas as decisões: (...) Parágrafo único. Serão também definitivas as decisões de primeira instância na parte que não for objeto de recurso voluntário ou não estiver sujeita a recurso de ofício. Fl. 58DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 13302.000153/200789 Acórdão n.º 2102002.497 S2C1T2 Fl. 59 5 Ante o exposto, voto por NEGAR provimento ao recurso. Assinado digitalmente Núbia Matos Moura Relatora Fl. 59DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 po r NUBIA MATOS MOURA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
score : 1.0
Numero do processo: 10930.006682/2008-82
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. RENDIMENTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE CARGA. COMPROVAÇÃO.
Comprovado nos autos que a natureza do rendimento informado pela fonte pagadora em DIRF refere-se a serviços de transporte de carga, cancela-se a exigência tributária que desconsiderou a base de cálculo declarada pelo contribuinte no limite legal permitido de 40% (quarenta por cento) do rendimento bruto auferido na prestação desses serviços.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2802-002.046
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Jaci de Assis Junior - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Dayse Fernandes Leite, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Melo.
Nome do relator: JACI DE ASSIS JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 OMISSÃO DE RENDIMENTOS. RENDIMENTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE CARGA. COMPROVAÇÃO. Comprovado nos autos que a natureza do rendimento informado pela fonte pagadora em DIRF refere-se a serviços de transporte de carga, cancela-se a exigência tributária que desconsiderou a base de cálculo declarada pelo contribuinte no limite legal permitido de 40% (quarenta por cento) do rendimento bruto auferido na prestação desses serviços. Recurso Voluntário Provido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Dayse Fernandes Leite, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Melo.
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RENDIMENTOS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE DE CARGA. COMPROVAÇÃO. Comprovado nos autos que a natureza do rendimento informado pela fonte pagadora em DIRF referese a serviços de transporte de carga, cancelase a exigência tributária que desconsiderou a base de cálculo declarada pelo contribuinte no limite legal permitido de 40% (quarenta por cento) do rendimento bruto auferido na prestação desses serviços. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 00 66 82 /2 00 8- 82 Fl. 52DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Jaci de Assis Junior, German Alejandro San Martín Fernández, Dayse Fernandes Leite, Juliana Bandeira Toscano e Carlos André Ribas de Melo. Relatório Trata o processo de Notificação de Lançamento, fls. 13 a 15, resultante da revisão da Declaração de Ajuste Anual, correspondente ao exercício financeiro de 2006, ano calendário de 2005, em virtude da constatação de omissão de rendimentos no valor de R$43.519,40, apurada pelo confronto do valor dos rendimentos tributáveis declarados pelo contribuinte com as informações prestadas pela fonte pagadora (Fast Log Transportes e Logística Ltda) CNPJ n° 05.268.056/000145), por meio da Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF. Em impugnação, fls. 1 a 3, o contribuinte alegou, em síntese, que: prestou serviços à empresa Fast Log Transportes e Logística Ltda, transportando medicamentos e documentos pertinentes, registrado como motorista e, concomitantemente, manteve um contrato de locação de veículo; pela cláusula 2ª do contrato, o qual segue em anexo, todos os gastos com o veículo seriam suportados pelo locador, sendo que, em 2005, recebeu R$ 72.532,34 (R$ 0,42 por quilômetro rodado) pelos serviços; "entendendo equipararse ao motorista autônomo que recebe sob a denominação de Fretes e Carretos ofereceu à tributação os mesmos 40% do montante recebido, já que os outro 60% omitidos serviriam para pagar toda a enorme despesa de estrada e de manutenção do veículo transportadora (caminhonete)."; "embora os acórdãos das delegacias de Julgamento da Receita Federal estabeleçam que o aluguel de veículo de passageiros será contemplado com a tributação beneficiada, extraindose da receita os 60% a título de despesas, a configuração, no caso de aluguel para transporte de cargas, é a mesma [...]."; requer a restituição pleiteada em sua declaração de rendimentos. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba, examinando o caso entendeu que “[...] o contrato de locação não está assinado pela empresa Fast Log Transportes e Logística Ltda, mas apenas pelo Impugnante, o que impede esta autoridade julgadora de aceitar esse documento como prova de que a contratação se efetivou”, fls. 29/30. Cientificado em 14/3/2011, fls. 33, o interessado interpôs recurso especial em 13/4/2011, fls. fls. 34 a 36, instruído com os documentos de fls. 37 a 43, reiterando os argumentos apresentados na impugnação para aduzir que: o Delegado da Receita Federal do Brasil em Curitiba/PR, analisando as Solicitações de Retificação de Lançamento, relativas aos exercícios de 2.008 e 2.009, que requeridas por ele em relação às Notificações de Lançamento n° 2008/637848689075317 e 2009/637848697823432, concluiu pelo cancelamento das exigências relativas à mesma matéria tratada nos presentes autos; os membros da Turma de julgamento se ativeram unicamente na falta de assinatura do Locatário e testemunhas no contrato de locação de veículo apresentado na impugnação; Fl. 53DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR Processo nº 10930.006682/200882 Acórdão n.º 2802002.046 S2TE02 Fl. 48 3 “para dirimir quaisquer dúvidas a respeito da efetivação e existência real do contrato de locação perfeito, anexa como prova, cópia do documento exigido e considera resolvido o motivo que determinara sua rejeição”; como permite o artigo 9º, inciso I da Lei 7.713/88, é seu direito inquestionável em receber a restituição decorrente, conforme declaração e prova documental do contrato de locação que fora questionado; “demonstrada a insubsistência e improcedência da ação fiscal, espera e requer o recorrente seja acolhido o presente recurso para o fim de assim ser decidido, cancelando se o débito fiscal reclamado”. É o Relatório. Voto Conselheiro Jaci de Assis Junior O recurso foi tempestivamente apresentado e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. A base de cálculo dos rendimentos recebidos pelo serviço de transporte de cargas está disciplinada no art. 9º, inciso I, da Lei n° 7.713. de 1988, nos seguintes termos: “Art. 9º Quando o contribuinte auferir rendimentos da prestação de serviços de transporte, em veículo próprio locado, ou adquirido com reservas de domínio ou alienação fiduciária, o imposto de renda incidirá sobre: I quarenta por cento do rendimento bruto, decorrente do transporte de carga;” A DRJ decidiu pela manutenção do lançamento, diante da constatação de falta de assinatura da empresa contratante dos serviços de locação de veículo de que trata o contrato apresentado pelo contribuinte às fls. 04 a 06. Em virtude disso, o recorrente apresenta novo contrato com vigência a partir de 01 de setembro de 2005 (cláusula 6ª), fls. 40 a 43, no qual figura a assinatura do contratante dos serviços em referência, reclamada pela decisão recorrida, assim como atesta o reconhecimento da firma do contratado em 14/09/2005. De acordo com a cláusula 1ª deste contrato o veículo locado será utilizado na prestação de serviços de entregas em geral, tendo por condutor o próprio contribuinte. Portanto, os rendimentos informados no COMPROVANTE DE RENDIMENTOS PAGOS E DE RETENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA NA FONTE, fls. 16, apresentados pela empresa contratante dos serviços de locação e transporte de cargas, se subsume à hipótese legal prevista no inciso I, do art. 9º, da Lei nº 7.713, de 1988, em referência. Comprovado nos autos, pois, que a natureza do rendimento informado pela fonte pagadora em DIRF referese a serviços de transporte de carga, há que ser cancelada a Fl. 54DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR 4 exigência tributária, uma vez que esta desconsiderou a base de cálculo que foi declarada pelo contribuinte no limite legal permitido de 40% (quarenta por cento) do rendimento bruto auferido na prestação desses serviços. Voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Jaci de Assis Junior Relator Fl. 55DF CARF MF Impresso em 11/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR, Assinado digitalmente em 28/02/2013 por JORGE CLAUDIO DUARTE CARDOSO, Assinado digitalmente em 28/01/2013 por JACI DE ASSIS JUNIOR
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Numero do processo: 10166.100005/2011-63
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 29 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Ano-calendário: 2011
ISENÇÃO DE IPI. DEFICIENTE FÍSICO.
É isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a pessoa portadora de deficiência física consubstanciada em alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, que acarreta o comprometimento de sua função física.
Numero da decisão: 3803-003.820
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani e Fábia Regina Freitas (suplente).
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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DEFICIENTE FÍSICO. É isenta do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) a pessoa portadora de deficiência física consubstanciada em alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, que acarreta o comprometimento de sua função física. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alexandre Kern (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, Jorge Victor Rodrigues, Juliano Eduardo Lirani e Fábia Regina Freitas (suplente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 10 00 05 /2 01 1- 63 Fl. 85DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 86 2 Em 24 de fevereiro de 2011, o contribuinte supra identificado apresentou à Receita Federal o Requerimento de Isenção de IPI para Pessoa Portadora de Deficiência Física, Visual, Mental, Severa ou Profunda, ou Austista, assim como de Isenção de IOF (fls. 1 a 4), tendo por fundamento, respectivamente, a Lei nº 8.989/1995 e a Lei nº 8.383/1991, acompanhados de laudo médico emitido pela Junta Médica Especial do Detran/DF em 11 de janeiro de 2011 (fl. 5), em que constou o histórico de que, em decorrência de acidente ocorrido em 2007, o interessado submeterase a cirurgia para tratar de trauma no ombro e no antebraço esquerdos (“luxação posterior do ombro e lesão completa no manguito, com fratura de antebraço homolateral”), não tendo sido possível “a reinserção do supra e infraespinhal”, com “pouco ganho de função”, apresentandose “quadro de artralgia1 e limitação funcional de ombro esquerdo, sem elevação anterior e abdução ativos”. Informouse, também, no laudo médico, que o interessado, em exame clínico específico realizado, apresentou “dor difusa a palpação de ombro esquerdo”, com “[limitação] de movimentos de rotações, elevação e abdução ativas do ombro esquerdo com limitação funcional (Não realiza provas funcionais do MSE)”, cuja conclusão foi no sentido de se declarar a aptidão, com restrição, à categoria B115 e inaptidão para a categoria “A”, devido à limitação de movimento do ombro esquerdo. Ainda de acordo com o laudo, o veículo a ser utilizado pelo paciente deveria ser adaptado, com direção hidráulica, câmbio automático, pomo articulado no volante e banca especial. A repartição de origem, em 9 de maio de 2011, intimou o contribuinte a apresentar novo laudo de avaliação, de acordo com o modelo do Anexo IX da Instrução Normativa RFB nº 988/2009 (fls. 16 a 17), tendo sido apresentado por ele o laudo presente à fl. 18, em que se atestou a existência de lesão crônica com incapacidade funcional permanente do ombro esquerdo. A par dos documentos apresentados pelo interessado, a autoridade administrativa de origem, em despacho decisório datado de 16 de junho de 2011 (fls. 22 a 28), indeferiu o pedido de isenção do IPI por não atender as condições exigidas pela legislação, assim como o de isenção do IOF por falta de comprovação da necessidade de veículo adaptado para dirigir. Afirmouse, no despacho, que, com base em interpretação literal, conforme determinado pelo Código Tributário Nacional (CTN), a deficiência apontada nos laudos médicos não se subsumiria em nenhuma das hipóteses previstas no § 1º, inciso IV, do art. 1º da Lei nº 8.989/1995, no que tange à isenção do IPI, nem na previsão do art. 72, inciso IV, da Lei nº 8.383/1991, em que se exige para o reconhecimento da isenção do IOF a incapacidade total para dirigir veículo convencional. Cientificado da decisão em 29 de julho de 2011, o contribuinte apresentou, em 26 de agosto de 2011, Manifestação de Inconformidade, erroneamente identificada como Recurso Voluntário (fls. 30 a 35), em que requereu o reconhecimento da isenção do IPI e do IOF, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) “encontrase consolidada a jurisprudência, firme no sentido de que, comprovada a deficiência física que inviabilize a condução de automóvel convencional, seja 1 Segundo o dicionário Houaiss: "dor articular". Fl. 86DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 87 3 mediante laudo oriundo do serviço público de saúde (unidade conveniada ao SUS) ou do DETRAN, o adquirente de veículo automotor é beneficiado com a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, desde que atendidos os demais requisitos exigidos pela Lei nº 8.989/95” (fl. 30); b) o estabelecimento de diferenciações de tratamento em virtude da natureza da deficiência fere princípios basilares da Constituição Federal de 1988, como o princípio da igualdade; c) nos casos de amputação, paralisia ou de membro funcional mas inútil, “o motorista é deficiente físico e demanda veículo em condições especiais” (fl. 33); d) no que tange à isenção do IOF, nos termos do art. 72, inciso IV, da Lei nº 8.383/1991, basta que se comprove a incapacidade do motorista para dirigir veículo sem as devidas adaptações; e) “sua condição física lhe impede de fazer esforço com o braço esquerdo devido a lesão crônica no ombro com perda permanente do movimento sendo impossível se reparar por meios cirúrgicos conforme laudo médico juntado a este recurso, o que o torna inútil para mudar marchas, ação exigida de quem pretende conduzir um veículo com câmbio manual, portanto “automóvel comum”, nos termos da Lei nº 9.898/95” (fl. 34). Juntamente com a peça recursal, o então Manifestante reproduziu inúmeras ementas de decisões judiciais que se alinham com a sua defesa e trouxe aos autos cópias de novos laudos, um do Instituto Médico Legal – IML (fl. 39) e outro de médico particular (fl. 36) que, segundo ele, corroborariam com os demais documentos apresentados. A DRJ Juiz de Fora/MG, em 6/12/20112, decidiu por converter o julgamento em diligência à repartição de origem (fl. 54) para que se providenciasse o seguinte: Que se intime a interessada a apresentar novo laudo (nos moldes do anexo IX da IN SRF Nº 607/2006), que analise as sequelas da deficiência no ombro e as enquadre na codificação CID10. Além disso, que se leve em conta, no novo laudo, as denominações que constam da Lei nº 8989/95 como deficiências passíveis de concessão do benefício (paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia ou hemiparesia). Também que se considere o fato de que se há deformidade adquirida de membro, que tal seja dito explicitamente. OBS: A INTIMAÇÃO DEVE REPRODUZIR OS EXATOS TERMOS DO TEXTO SUPRA. Após intimar o contribuinte nos termos requeridos pela Delegacia de Julgamento, sem obter resposta, a DRF Brasília/DF devolveu os autos para julgamento em 29/3/2012 (fl. 66). A Juiz de Fora/MG julgou procedente em parte a Manifestação de Inconformidade (fls. 67 a 71), cujo acórdão restou ementado nos seguintes termos: 2 No documento informouse erroneamente o ano de 2001. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 88 4 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 01/01/2011 ISENÇÃO.IPI.DEFICIENTE FÍSICO. A isenção de que trata a Lei nº 8.989/95 e alterações posteriores restringese às hipóteses citadas em seu art. 1º, bem como àquelas previstas no Decreto nº 3.298/99, conforme interpretação expressa no art.2º, § 1º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 988/2009. É de se indeferir o pedido quando o laudo médico não atesta a presença de deficiência prevista nas normas pertinentes. ISENÇÃO.IOF.DEFICIENTE FÍSICO A exclusão do IOF para deficientes físicos darseá nos estritos termos do art. 72, inciso IV, da Lei nº 8.383/91, ou seja, deverá estar atestado no laudo emitido pelo Detran de residência permanente o tipo de defeito físico e a total incapacidade para a condução de automóveis convencionais, e ainda a habilitação do requerente para dirigir veículo com adaptações especiais. Presentes tais requisitos, é de se deferir o pleito. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Sem Crédito em Litígio Cientificado da decisão da DRJ Juiz de Fora/MG, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 75 a 78) e reiterou seu pedido em relação ao IPI, repisando os mesmos argumentos de defesa. Alega o Recorrente que, por motivo de extravio, devidamente comprovado por boletim de ocorrência datado de 20/03/2012 (fl. 79), não foi possível trazer aos autos o laudo requerido em diligência pela DRJ Juiz de Fora/MG, o que é feito, então, nesta segunda instãncia, em que se atesta a existência de “Monoparesia (ou Monoplegia) – Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior) (CID10 G83.2)” – fl. 82. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme acima relatado, tratase de pedido de isenção de IPI e IOF para portador de deficiência física, indeferido pela repartição de origem e deferido em parte pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil em Juiz de Fora/MG, que reconheceu o direito à isenção do IOF. Fl. 88DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 89 5 A isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que corresponde à matéria que permanece controvertida nos autos, encontrase disciplinada em lei nos seguintes termos: LEI Nº 8.989, DE 24 DE FEVEREIRO DE 1995. Art. 1o Ficam isentos do Imposto Sobre Produtos Industrializados – IPI os automóveis de passageiros de fabricação nacional, equipados com motor de cilindrada não superior a dois mil centímetros cúbicos, de no mínimo quatro portas inclusive a de acesso ao bagageiro, movidos a combustíveis de origem renovável ou sistema reversível de combustão, quando adquiridos por: (Redação dada pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003) (Vide art 5º da Lei nº 10.690, de 16.6.2003) 3 (...) IV – pessoas portadoras de deficiência física, visual, mental severa ou profunda, ou autistas, diretamente ou por intermédio de seu representante legal; (Redação dada pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003) (...) § 1o Para a concessão do benefício previsto no art. 1o é considerada também pessoa portadora de deficiência física aquela que apresenta alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentandose sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções. (Incluído pela Lei nº 10.690, de 16.6.2003) Grifei (...) Art. 3º A isenção será reconhecida pela Secretaria da Receita Federal do Ministério da Fazenda, mediante prévia verificação de que o adquirente preenche os requisitos previstos nesta lei. Dos excertos supra reproduzidos, é possível inferir que o único requisito previsto na lei para a fruição do benefício da isenção é a aquisição do veículo por pessoa portadora de deficiência física, não havendo qualquer exigência adicional e nem mesmo remissão a posterior regulamentação pela Administação tributária. Ressaltese que o § 1º do art. 1º da Lei discrimina, expressamente, alguns casos específicos de deficiência alcançados pela norma, mas de forma complementar, dada a 3 Lei nº 10.690/2003 Art. 5º Para fins da isençãoestabelecida no art. 1º da Lei nº 8.989, de 24 de fevereiro de 1995, com a nova redação dada por esta Lei, os adquirentes de automóveis de passageiros deverão comprovar a disponibilidade financeira ou patrimonial compatível com o valor do veículo a ser adquirido. Parágrafo único A Secretaria da Receita Federal normatizará o disposto neste artigo. Fl. 89DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 90 6 utilização do advérbio “também” e a discriminação não exaustiva das deformidades, pois inexiste no parágrafo a conjunção “e” antes da última deficiência apontada (membros com deformidade congênita ou adquirida) que pudesse indicar uma lista fechada. Além disso, as exceções apontadas ao final do § 1º restringemse às deformidades estéticas e às deficiências que não produzem dificuldades para o desempenho de funções. Nos termos do art. 3º supra, a Receita Federal deve reconhecer a isenção nas hipóteses em que o interessado preencha os requisitos previstos naquela mesma Lei, de forma que, atendidas as exigências determinadas pela lei, a isenção deve, obrigatoriamente, ser reconhecida pela Administração tributária federal. A DRJ Juiz de Fora/MG amparou a sua decisão numa interpretação conjuntiva e simultânea da Lei nº 9.898/1999 e do Decreto nº 3.298/1999, este regulamentador da Lei nº 7.853/1989, lei esta instituidora da Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. Ainda que o citado decreto e a lei por ele regulamentada possam ser utilizados de forma subsidiária na interpretação da norma isentiva, não se deve perder de vista que esta não faz qualquer remissão a outro ato normativo para fins de sua aplicação, sendo, por conseguinte, de aplicação direta e imediata, encontrandose apta a gerar efeitos apenas com o teor de seus dispositivos. Não se pode perder de vista que, nos termos do art. 110 do Código Tributário Nacional (CTN), a única limitação da normatividade da lei tributária em relação aos institutos, conceitos e formas do direito privado ocorre quando estes se encontram utilizados, expressa ou implicitamente, na Constituição Federal, nas Constituições Estaduais ou nas Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios para definir ou limitar as competências tributárias. No presente caso, o Recorrente comprovou, desde a formalização dos autos, que preenche os requisitos legais para a fruição do benefício, pois, conforme encontrase expressamente consignado no laudo médico emitido pela Junta Médica Especial do Detran/DF (fl. 5), após o acidente ocorrido em 2007, o interessado passou a apresentar “[limitação] de movimentos de rotações, elevação e abdução ativas do ombro esquerdo com limitação funcional”. De acordo com esse laudo, o interessado teria aptidão, com restrição, à categoria B 115 e inaptidão para a categoria “A”, devido à limitação de movimento do ombro esquerdo, em razão do que deveria utilizar veículo adaptado, com direção hidráulica, câmbio automático, pomo articulado no volante e banca especial. Além disso, apresentouse, também, laudo médico elaborado de acordo com o Anexo IX da Instrução Normativa RFB nº 988/2009 (fls. 16 a 17), em que se atestou a existência de lesão crônica com incapacidade funcional permanente do ombro esquerdo. Junto ao Recurso Voluntário (fl. 82), o contribuinte trouxe aos autos o laudo requerido em diligência pela DRJ Juiz de Fora/MG, não apresentado na ocasião em razão do seu extravio, este comprovado por boletim de ocorrência datado de 20/03/2012 (fl. 79), em que se informa a existência de “Monoparesia (ou Monoplegia) – Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou posterior) (CID10 G83.2)”, deformidade essa prevista de forma expressa, no § 1º do art. 1º da Lei nº 9.898/1999. Fl. 90DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 91 7 O fato de este último laudo ter sido apresentado somente em grau de recurso não inviabiliza a sua apreciação por este Colegiado, pois, de acordo com a alínea “a” do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235/1972, a prova pode ser apresentada após a fase de impugnação quando “demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior”. Mas, ainda que este último laudo não tivesse sido juntado aos autos, os laudos anteriormente apresentados pelo contribuinte já seriam aptos a lhe garantir o direito da isenção, pois, desde o início, encontravase comprovada a deficiência física decorrente de “alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física”, conforme exigido pela Lei nº 9.898/1999. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por inúmeras vezes4, já decidiu nesse sentido, reconhecendo a isenção com base apenas nos dispositivos da Lei nº 9.8981999, que independe de regulamentação, tratandose de “um benefício legal que coadjuva às suas razões finais a motivos humanitários, posto de sabença que os deficientes físicos enfrentam inúmeras dificuldades, tais como o preconceito, a discriminação, a comiseração exagerada, acesso ao mercado de trabalho, os obstáculos físicos, constatações que conduziram à consagração das denominadas ações afirmativas, como esta que se pretende empreender”. No presente caso, todos os elementos probatórios trazidos aos autos favorecem o Recorrente, inexistindo dúvida quanto à deficiência física apontada; tanto é assim que a DRJ Juiz de Fora/MG reconheceu a isenção do IOF, cuja disciplina legal é muito mais restritiva, tendo em vista que o art.72, inciso IV, da Lei nº 8.383/1991, exige a comprovação de que o defeito físico incapacite totalmente a pessoa à condução de automóveis convencionais. A autoridade julgadora de piso não teve dúvidas quanto à existência da deficiência física, tendo amparado a sua decisão denegatória do direito à isenção do IPI apenas com base em um esforço interpretativo sui generis, em que se concluiu pela necessidade de “consideração simultânea da lei e do decreto, como elemento que impõe a aglutinação das hipóteses constantes desses dois diplomas legais”, devendose “buscar a solução para o pedido no somatório das deficiências citadas na lei com aquelas previstas no decreto” (fl. 69). Ora, a norma isentiva não estipula essa aglutinação dos atos normativos, não fazendo qualquer remissão a normas complementares para a sua regulamentação, seja decreto, portaria ou instrução normativa. Isso não significa que o Decreto nº 3.298/1999, de natureza não tributária, não possa ser utilizado subsidiariamente na interpretação da norma isentiva. Não é isso. Mas essa aplicação dialética desses atos normativos não pode acarretar um comando mais restritivo que o existente na lei instituidora da isenção, pois somente esta se insere no conjunto denominado “legislação tributária”, devendo a chamada interpretação “literal” determinada pelo art. 111 do CTN ser aplicada apenas à lei que dispõe sobre a outorga de isenção, e não aos demais atos normativos, de natureza não tributária, como é o caso do Decreto nº 3.298/1999, este regulamentador da Lei nº 7.853/1989 que instituiu a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência. 4 REsp 1.046.475, julgado pela 2ª Turma em 12/8/2008; REsp 567.873, julgado pela 1ª Turma em 10/2/2004; REsp 527.971, julgado pela 2ª Turma em 26/10/2004 etc. Fl. 91DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10166.100005/201163 Acórdão n.º 3803003.820 S3TE03 Fl. 92 8 Nesse contexto, voto por DAR PROVIMENTO ao recurso, no sentido de reconhecer a isenção do IPI em decorrência de deficiência física incapacitante devidamente comprovada. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis – Relator Fl. 92DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 05/03/2013 p or ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 01/03/2013 por HELCIO LAFETA REIS
score : 1.0
Numero do processo: 37307.002476/2007-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Dec 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS
Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2005
CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. RELATÓRIO FISCAL MOTIVADO.
O lançamento foi realizado com base em documentação da própria
recorrente, conforme relatório fiscal.
O relatório indicou os motivos do lançamento; os fatos geradores estão devidamente descritos bem como a forma para se apurar o quantum devido Os relatórios juntados pela fiscalização favorecem a ampla defesa e o contraditório, possibilitando ao notificado o pleno conhecimento acerca dos motivos que ensejaram o lançamento. Desse modo, não assiste razão à recorrente de que houve omissão na motivação do lançamento.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN.
O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991.
Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN.
INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições.
JUROS CALCULADOS À TAXA SELIC. APLICABILIDADE.
A cobrança de juros estava prevista em lei específica da Previdência Social, art. 34 da Lei n° 8.212/1991, desse modo foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal. Para lançamentos posteriores à entrada em vigor da Medida Provisória n º 449, convertida na Lei n º 11.941, aplica-se o art. 35 da
Lei n º 8.212 com a nova redação.
No sentido da aplicabilidade da taxa Selic, o Plenário do 2º Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula de nº 3.
SAT. LEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE.
Quanto ao argumento da ilegalidade da cobrança da contribuição devida em ralação ao SAT Seguro de Acidente de Trabalho, pois o dispositivo legal não estabeleceu os conceitos de atividade preponderante, nem de risco de acidente de trabalho leve, médio ou grave; que são elementos essenciais na definição do tributo, não confiro razão à recorrente.
A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho é prevista no art. 22, II da Lei n° 8.212/1991, alterada pela Lei n° 9.732/1998; Quanto ao Decreto 612/92 e posteriores alterações (Decretos 2.173/97 e 3.048/99), que, regulamentando a contribuição em causa, estabeleceram os conceitos de “atividade preponderante” e “grau de risco leve, médio ou grave”, repele-se
a argüição de contrariedade ao princípio da legalidade, uma
vez que a lei fixou padrões e parâmetros, deixando para o regulamento a delimitação dos conceitos necessários à aplicação concreta da norma.
Assim, os conceitos de atividade preponderante, de risco de acidente de trabalho leve, médio ou grave; não precisariam estar definidos em lei, o Decreto é ato normativo suficiente para definição de tais conceitos, uma vez que tais conceitos são complementares e não essenciais na definição da exação.
ARBITRAMENTO. RAZOABILIDADE DO CRITÉRIO ADOTADO.
Não se pode confundir lançamento por arbitramento, com lançamento
arbitrário. O lançamento arbitrário é aquele que foge ao razoável, sendo desproporcional. No presente caso, o lançamento foi realizado por arbitramento pelo fato de o contribuinte ter sido omisso na apresentação das folhas de pagamento. O comportamento da fiscalização está perfeitamente compatível com o disposto no art. 33, parágrafo 3º da Lei n° 8.212 de 1991,
bem como no art. 148 do CTN.
Numero da decisão: 2302-001.505
Decisão: ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Eduardo Augusto Marcondes de Freitas que entenderam aplicar-se o art. 150, paragrafo 4 do CTN para todo o período. Quanto ao mérito não houve divergência.
Nome do relator: MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Recorrente QUALYTOOLS INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA Recorrida SRPSECRETARIA DA RECEITA PREVIDENCIARIA ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2001 a 31/12/2005 CERCEAMENTO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. RELATÓRIO FISCAL MOTIVADO. O lançamento foi realizado com base em documentação da própria recorrente, conforme relatório fiscal. O relatório indicou os motivos do lançamento; os fatos geradores estão devidamente descritos bem como a forma para se apurar o quantum devido Os relatórios juntados pela fiscalização favorecem a ampla defesa e o contraditório, possibilitando ao notificado o pleno conhecimento acerca dos motivos que ensejaram o lançamento. Desse modo, não assiste razão à recorrente de que houve omissão na motivação do lançamento. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. TERMO A QUO. AUSÊNCIA DE RECOLHIMENTO ANTECIPADO SOBRE AS RUBRICAS LANÇADAS. ART. 173, INCISO I, DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991. Não tendo havido pagamento antecipado sobre as rubricas lançadas pela fiscalização, há que se observar o disposto no art. 173, inciso I do CTN. INCONSTITUCIONALIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DA ALEGAÇÃO PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle Fl. 412DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. JUROS CALCULADOS À TAXA SELIC. APLICABILIDADE. A cobrança de juros estava prevista em lei específica da Previdência Social, art. 34 da Lei n ° 8.212/1991, desse modo foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal. Para lançamentos posteriores à entrada em vigor da Medida Provisória n º 449, convertida na Lei n º 11.941, aplicase o art. 35 da Lei n º 8.212 com a nova redação. No sentido da aplicabilidade da taxa Selic, o Plenário do 2º Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula de nº 3. SAT. LEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE. Quanto ao argumento da ilegalidade da cobrança da contribuição devida em ralação ao SAT Seguro de Acidente de Trabalho, pois o dispositivo legal não estabeleceu os conceitos de atividade preponderante, nem de risco de acidente de trabalho leve, médio ou grave; que são elementos essenciais na definição do tributo, não confiro razão à recorrente. A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho é prevista no art. 22, II da Lei n ° 8.212/1991, alterada pela Lei n ° 9.732/1998; Quanto ao Decreto 612/92 e posteriores alterações (Decretos 2.173/97 e 3.048/99), que, regulamentando a contribuição em causa, estabeleceram os conceitos de “atividade preponderante” e “grau de risco leve, médio ou grave”, repelese a argüição de contrariedade ao princípio da legalidade, uma vez que a lei fixou padrões e parâmetros, deixando para o regulamento a delimitação dos conceitos necessários à aplicação concreta da norma. Assim, os conceitos de atividade preponderante, de risco de acidente de trabalho leve, médio ou grave; não precisariam estar definidos em lei, o Decreto é ato normativo suficiente para definição de tais conceitos, uma vez que tais conceitos são complementares e não essenciais na definição da exação. ARBITRAMENTO. RAZOABILIDADE DO CRITÉRIO ADOTADO. Não se pode confundir lançamento por arbitramento, com lançamento arbitrário. O lançamento arbitrário é aquele que foge ao razoável, sendo desproporcional. No presente caso, o lançamento foi realizado por arbitramento pelo fato de o contribuinte ter sido omisso na apresentação das folhas de pagamento. O comportamento da fiscalização está perfeitamente compatível com o disposto no art. 33, parágrafo 3º da Lei n ° 8.212 de 1991, bem como no art. 148 do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da Segunda Turma da Terceira Câmara da Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por maioria de votos em negar provimento ao recurso voluntário. Vencidos os Conselheiros Manoel Coelho Arruda Junior e Eduardo Augusto Marcondes de Freitas que entenderam aplicarse o art. 150, paragrafo 4 do CTN para todo o periodo. Quanto ao mérito não houve divergência. Fl. 413DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 402 3 Marco André Ramos Vieira Presidente e Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente), Liege Lacroix Thomasi, Arlindo da Costa e Silva, Adriana Sato, Manoel Coelho Arruda Júnior e Eduardo Augusto Marcondes de Freitas. Fl. 414DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 Relatório A presente NFLD engloba as contribuições devidas à. Seguridade Social, correspondentes à parte dos segurados, da empresa, incluindo financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, e as destinadas aos terceiros, conforme relatório fiscal às fls. 42 a 48. Foi apresentada impugnação conforme fls. 172 a 212. Houve comando de diligência, fls. 224; tendo a fiscalização se manifestado às fls. 225 a 232. Cientificada do resultado da diligência, a autuada manifestou às fls. 265 a 269. A unidade da Receita Previdenciária proferiu decisão, fls. 292 a 329, mantendo o lançamento na integralidade. Inconformada, a autuada interpôs recurso na forma das fls. 337 a 382. Alega em síntese: a) Deve ser anulada a NFLD pelo indeferimento da prova pericial; b) Houve cerceamento do direito de defesa; c) Parte do crédito já foi atingida pela decadência; d) É inconstitucional a cobrança sobre a remuneração de autônomos; e) Não foi identificada a forma como os valores foram apurados; f) É inconstitucional a cobrança destinada ao Salárioeducação; g) É ilegal o SAT; h) São indevidas as contribuições para o Sebrae, Sesi, Senai e Incra; i) É inconstitucional a contribuição sobre o 13º salário; j) A multa aplicada é abusiva; k) São indevidos os juros Selic; Foram apresentadas contrarazões às fls. 292 a 296, pugnando pela manutenção da decisão recorrida. É o relato suficiente. Fl. 415DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 403 5 Voto Conselheiro Marco André Ramos Vieira, Relator O recurso foi interposto tempestivamente, conforme fls. 831. Pressuposto de admissibilidade superado, passo ao exame das questões preliminares ao mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES AO MÉRITO: Quanto à questão preliminar suscitada pela recorrente, na peça recursal, de que o lançamento já fora atingido pela decadência, não lhe confiro razão. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento sumulado, Súmula Vinculante de n º 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n º 8.212 de 1991, nestas palavras: Súmula Vinculante nº 8“São inconstitucionais os parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme previsto no art. 103A da Constituição Federal a Súmula de n º 8 vincula toda a Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála. Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Uma vez não sendo mais possível a aplicação do art. 45 da Lei n º 8.212, há que serem observadas as regras previstas no CTN. No presente caso tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação, cujo pagamento não foi realizado, sendo necessário o lançamento de ofício. Por não ter pago, nem declarado em GFIP, os valores somente conseguiriam ser apurados em ação fiscal, daí a aplicabilidade do art. 173, inciso I do CTN, para efeitos da contagem do prazo decadencial. Mesmo porquê para aplicação do art. 150, parágrafo 4º ou 173, inciso I do CTN, há que se analisar o recolhimento rubrica por rubrica, pois na hipótese de o contribuinte não reconhecer determinada parcela como incidente, a mesma somente conseguiria ser apurada em uma ação fiscal. A obrigação não restou adimplida, no que concerne aos fatos geradores ocorridos no período de maio de 2001 a dezembro de 2005. O lançamento foi realizado em 4 de agosto de 2006, em virtude de o representante do sujeito passivo ter recusado a assinatura. Caso o sujeito passivo não antecipe o pagamento, porque entende que o tributo não é devido, obviamente não haverá crédito a ser extinto por homologação. Fl. 416DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 Seguindo a interpretação da 1a Seção do STJ (Recurso Especial n 973.733, cuja ementa foi publicada no DJe de 18/09/2009) contase do "do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" (artigo 173, I, do CTN), o prazo qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário quando, a despeito da previsão legal para pagamento antecipado, o mesmo não ocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte. Pelo exposto não se encontram atingidos pela fluência do prazo decadencial os fatos geradores apurados pela fiscalização. A competência maio de 2001 não decaiu, pois o prazo de decadência, para tal competência, possui como termo de início o primeiro dia do exercício seguinte, ou seja o dia 1o de janeiro de 2002, a qual findaria em 1o de janeiro de 2007. Quanto ao argumento de que houve cerceamento de defesa, pois foi julgado o processo administrativo sem oportunizar à recorrente a produção de provas pelas quais expressamente protestou; não lhe assiste razão. A recorrente não tem que protestar pelas provas documentais no processo administrativo, mas sim tem que produzilas. Como as demonstrações das alegações são provas documentais, as mesmas tem que ser colacionadas na peça de defesa, no processo judicial tal procedimento não é distinto, pois cabe ao autor juntar na exordial as provas, assim como ao réu colacionálas na contestação, sob pena de preclusão. Quanto à prova pericial a mesma tem que ser requerida na peça inaugural da defesa, conforme disposição expressa no regulamento do Processo Administrativo. De acordo com o disposto no art. 9º, IV da Portaria MPAS n ° 520/2004, são requisitos da perícia, nestas palavras: Art. 9º A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; IV as diligências ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação de quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional de seu perito. § 1º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. § 2º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se Fl. 417DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 404 7 demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. § 3º Caso já tenha sido proferida a decisão, os documentos apresentados permanecerão nos autos para, se for interposto recurso, serem apreciados pelo Conselho de Recursos da Previdência Social. § 4º A matéria de fato, se impertinente, será apreciada pela autoridade competente por meio de Despacho ou nas contra razões, se houver recurso. § 5º A decisão deverá ser reformada quando a matéria de fato for pertinente. § 6º Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. § 7º As provas documentais, quando em cópias, deverão ser autenticadas, por servidor da Previdência Social, mediante conferência com os originais ou em cartório. § 8º Em caso de discussão judicial que tenha relação com os fatos geradores incluídos em Notificação Fiscal de Lançamento de Débito ou Auto de Infração, o contribuinte deverá juntar cópia da petição inicial, do agravo, da liminar, da tutela antecipada, da sentença e do acórdão proferidos. No presente caso, não houve o preenchimento dos requisitos exigidos para realização da perícia, assim considerase não formulado tal pedido. Desse modo, pode a autoridade julgadora indeferir o pleito da recorrente, sem ferir o princípio da ampla defesa. Nesse sentido, segue o teor do art. 11º da Portaria MPAS n ° 520/2004: Art. 11 A autoridade julgadora determinará de ofício ou a requerimento do interessado, a realização de diligência ou perícia, quando as entender necessárias, indeferindo, mediante despacho fundamentado ou na respectiva DecisãoNotificação, aquelas que considerar prescindíveis, protelatórias ou impraticáveis. § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 9º. § 2º O interessado será cientificado da determinação para realização da perícia por meio de Despacho, que indicará o procedimento a ser observado. No mesmo sentido dispõe o Decreto n ° 70.235/1972 sobre o processo administrativo fiscal, sendo aplicado subsidiariamente no processo administrativo no âmbito do INSS, nestas palavras: Art. 17. A autoridade preparadora determinará, de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, a realização de diligência, inclusive perícias quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis. Fl. 418DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 8 Parágrafo único. O sujeito passivo apresentará os pontos de discordância e as razões e provas que tiver e indicará, no caso de perícia, o nome e o endereço do seu perito. Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligência ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pelo art. 1º da Lei nº 8.748/93) (...) A Portaria MPAS n ° 520/2004 é a que regulamentava o processo administrativo fiscal no âmbito do INSS, conforme autorização expressa no art. 304 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999 e alterações, nestas palavras: Art.304. Compete ao Ministro da Previdência e Assistência Social aprovar o Regimento Interno do Conselho de Recursos da Previdência Social, bem como estabelecer as normas de procedimento do contencioso administrativo, aplicandose, no que couber, o disposto no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e suas alterações. Como se percebe, a Portaria n ° 520 surgiu em virtude da previsão expressa no Regulamento da Previdência Social, que transferiu a competência para o Ministério da Previdência Social regulamentar a matéria. Dessa forma, está perfeitamente compatível com o ordenamento jurídico. E como demonstrado, o assunto acerca de perícias e diligencias está tratado da mesma maneira no Decreto n ° 70.235/1972. A necessidade de o requerimento da perícia ter que constar na peça de impugnação não fere a ampla defesa, pois no processo judicial, rito sumário, os quesitos da perícia tem que constar na petição inicial, bem como na contestação. Desse modo, caso houvesse algum erro cometido pela recorrente na elaboração, na elaboração dos registros contábeis, caberia à notificada a demonstração da fundamentação de seu erro. A notificada teve oportunidade de demonstrar que os valores apurados pela fiscalização, e por ela própria registrados na contabilidade não condizem com a realidade na fase de impugnação e agora na fase recursal, mas não o fez. Alegar sem provar é o mesmo que não alegar. De acordo com os princípios basilares do direito processual, cabe ao autor provar fato constitutivo de seu direito, por sua vez, cabe à parte adversa a prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. A Previdência Social provou a existência do fato gerador, com base nos registros contábeis elaborados pela própria recorrente. No presente caso, a perícia é despicienda; pois toda a matéria probatória já consta nos autos. E como já afirmado, caberia à parte adversa, no caso o contribuinte, a contraprova. As contribuições da empresa sobre os serviços prestados por contribuintes individuais, para o período compreendendo as competências maio de 1996 a fevereiro de 2000, é regulada pela Lei Complementar n ° 84/1996, nestas palavras: Fl. 419DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 405 9 Art. 1º Para a manutenção da Seguridade Social, ficam instituídas as seguintes contribuições sociais: I a cargo das empresas e pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, no valor de quinze por cento do total das remunerações ou retribuições por elas pagas ou creditadas no decorrer do mês, pelos serviços que lhes prestem, sem vínculo empregatício, os segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais pessoas físicas; Para o período posterior à competência março de 2000, inclusive, as contribuições da empresa sobre a remuneração dos contribuintes individuais é regulada pelo art. 22, III da Lei n ° 8.212/1991, com redação conferida pela Lei n ° 9.876/1999, nestas palavras: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: (...) III vinte por cento sobre o total das remunerações pagas ou creditadas a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhe prestem serviços; (Inciso acrescentado pelo art. 1º, da Lei nº 9.876/99 vigência a partir de 02/03/2000 conforme art. 8º da Lei nº 9.876/99). Uma vez que a notificada remunerou segurados, deveria a notificada efetuar o recolhimento à Previdência Social. Não efetuando o recolhimento, a notificada passa a ter a responsabilidade sobre o mesmo. Para as competências até a publicação da Emenda Constitucional n ° 20/1998, assim dispunha o art. 195, I da Constituição Federal: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro; (...) Conforme redação acima transcrita, não estava incluída no campo de incidência as contribuições sobre a remuneração de segurados que não se enquadrassem no conceito de folha de salários. Assim, a cobrança de contribuições sobre a remuneração de segurados não empregados somente poderia ser realizada por meio de Lei Complementar conforme previsão expressa no art. 195, § 4º da Constituição Federal nestas palavras: § 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. Fl. 420DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 10 Justamente na competência residual da União foi instituída a cobrança sobre a remuneração de trabalhadores autônomos, empresários e trabalhadores avulsos, por meio da Lei Complementar n ° 84/1996, estando perfeitamente compatível com o ordenamento jurídico vigente à época da ocorrência dos fatos geradores. Com a publicação da Emenda Constitucional n ° 20/1998, foi alterado o artigo 195 da Constituição Federal, passando a contar com a seguinte redação: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício (...) Como se verifica, a partir de então as contribuições sobre a remuneração de contribuintes individuais passou a estar prevista no art. 195, I, a da Constituição Federal. Assim, não mais abrangida na competência residual da União, poderia sua instituição se dar por meio de Lei Ordinária, e assim o fez a Lei n ° 9.876/1999 que alterou a contribuição das empresas. Quanto à inconstitucionalidade da Lei Complementar n ° 84/1996 ou da Lei n ° 9.876, na cobrança das contribuições previdenciárias, não é de competência da autoridade administrativa a recusa ao cumprimento de norma supostamente inconstitucional, conforme já mencionado. Quanto ao argumento recursal de que teria havido cerceamento de defesa, pois a fiscalização não teria informado como obteve os valores; não assiste razão à autuada. O relatório fiscal indicou os motivos para realizar o lançamento. A autuada não apresentou a documentação requisitada durante a ação fiscal, sendo arbitrados os valores com base nos registros contábeis. O relatório fiscal indicou a origem dos valores arbitrados. Desse modo, todas as informações necessárias e suficientes para que o contribuinte tomasse conhecimento da origem do quantum devido estão contidas nos autos. Caso o lançamento não correspondesse à realidade, deveria a recorrente demonstrar por meio das folhas e registros contábeis que os valores apurados estariam incorretos. Não se pode confundir lançamento por arbitramento, com lançamento arbitrário. O lançamento arbitrário é aquele que foge ao razoável, sendo desproporcional. No presente caso, o lançamento foi realizado por arbitramento pelo fato de o contribuinte ter sido omisso na apresentação das folhas de pagamento. Diante da omissão, o Auditor utilizou como base os valores que serviram de base aos lançamentos contábeis, portanto critérios razoáveis e verossímeis. O comportamento da fiscalização está perfeitamente compatível com o disposto no art. 33, parágrafo 3º da Lei n ° 8.212 de 1991, bem como no art. 148 do CTN. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 406 11 Pelo exposto, ao contrário do afirmado pela recorrente, não foi ilegítimo e nem ilegal o procedimento para realizar o arbitramento. A cobrança das contribuições sociais do salárioeducação é perfeitamente compatível com o ordenamento jurídico vigente. Nesse sentido, é pacífico o entendimento nos tribunais superiores, chegando ao ponto de o STF ter publicado o verbete de Súmula de n ° 732, nestas palavras: SÚMULA Nº 732 É CONSTITUCIONAL A COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIOEDUCAÇÃO, SEJA SOB A CARTA DE 1969, SEJA SOB A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988, E NO REGIME DA LEI 9.424/96. A legislação que lastreia a cobrança da contribuição social do Salário educação encontrase discriminada às fls. 36 a 39. Quanto ao argumento da ilegalidade da cobrança da contribuição devida em ralação ao SAT – Seguro de Acidente de Trabalho. A exigência da contribuição para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho é prevista no art. 22, II da Lei n ° 8.212/1991, alterada pela Lei n ° 9.732/1998, nestas palavras: Art.22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: (...) II para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11/12/98) a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. Regulamenta o dispositivo acima transcrito o art. 202 do RPS, aprovado pelo Decreto n ° 3.048/1999, com alterações posteriores, nestas palavras: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de Fl. 422DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 12 incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: I um por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; II dois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou III três por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. § 1º As alíquotas constantes do caput serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, respectivamente, se a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa ensejar a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição. § 2º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. § 3º Considerase preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. § 4º A atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V. § 5º O enquadramento no correspondente grau de risco é de responsabilidade da empresa, observada a sua atividade econômica preponderante e será feito mensalmente, cabendo ao Instituto Nacional do Seguro Social rever o autoenquadramento em qualquer tempo. § 6º Verificado erro no autoenquadramento, o Instituto Nacional do Seguro Social adotará as medidas necessárias à sua correção, orientando o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procedendo à notificação dos valores devidos. § 7º O disposto neste artigo não se aplica à pessoa física de que trata a alínea “a” do inciso V do caput do art. 9º. § 8º Quando se tratar de produtor rural pessoa jurídica que se dedique à produção rural e contribua nos moldes do inciso IV do caput do art. 201, a contribuição referida neste artigo corresponde a zero vírgula um por cento incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção. § 9º (Revogado pelo Decreto nº 3.265, de 29/11/99) Fl. 423DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 407 13 § 10. Será devida contribuição adicional de doze, nove ou seis pontos percentuais, a cargo da cooperativa de produção, incidente sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao cooperado filiado, na hipótese de exercício de atividade que autorize a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729/2003) § 11. Será devida contribuição adicional de nove, sete ou cinco pontos percentuais, a cargo da empresa tomadora de serviços de cooperado filiado a cooperativa de trabalho, incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, conforme a atividade exercida pelo cooperado permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729/2003) § 12. Para os fins do § 11, será emitida nota fiscal ou fatura de prestação de serviços específica para a atividade exercida pelo cooperado que permita a concessão de aposentadoria especial. (Redação dada pelo Decreto nº 4.729/2003) Quanto ao Decreto 612/92 e posteriores alterações (Decretos 2.173/97 e 3.048/99), que, regulamentando a contribuição em causa, estabeleceram os conceitos de “atividade preponderante” e “grau de risco leve, médio ou grave”, repelese a argüição de contrariedade ao princípio da legalidade, uma vez que a lei fixou padrões e parâmetros, deixando para o regulamento a delimitação dos conceitos necessários à aplicação concreta da norma. Nesse sentido já decidiu o STF, no RE n ° 343.446SC, cujo relator foi o Min. Carlos Velloso, em 20.3.2003, cuja ementa transcrevo: “CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO SAT. LEI 7.787/89, ARTS. 3º E 4º; LEI 8.212/91, ART. 22, II, REDAÇÃO DA LEI 9.732/98. DECRETOS 612/92, 2.173/97 E 3.048/99. C.F., ARTIGO 195, § 4º; ART. 154, II; ART. 5º, II; ART. 150, I. I. Contribuição para o custeio do Seguro de Acidente do Trabalho SAT: Lei 7.787/89, art. 3º, II; Lei 8.212/91, art. 22, II: alegação no sentido de que são ofensivos ao art. 195, § 4º, c/c art. 154, I, da Constituição Federal: improcedência. Desnecessidade de observância da técnica da competência residual da União, C.F., art. 154, I. Desnecessidade de lei complementar para a instituição da contribuição para o SAT. II. O art. 3º, II, da Lei 7.787/89, não é ofensivo ao princípio da igualdade, por isso que o art. 4º da mencionada Lei 7.787/89 cuidou de tratar desigualmente aos desiguais. III. As Leis 7.787/89, art. 3º, II, e 8.212/91, art. 22, II, definem, satisfatoriamente, todos os elementos capazes de fazer nascer a obrigação tributária válida. O fato de a lei deixar para o regulamento a complementação dos conceitos de "atividade preponderante" e "grau de risco leve, médio e grave", não implica ofensa ao princípio da legalidade genérica, C.F., art. 5º, II, e da legalidade tributária, C.F., art. 150, I. Fl. 424DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 14 IV. Se o regulamento vai além do conteúdo da lei, a questão não é de inconstitucionalidade, mas de ilegalidade, matéria que não integra o contencioso constitucional. V. Recurso extraordinário não conhecido.” Assim, os conceitos de atividade preponderante, de risco de acidente de trabalho leve, médio ou grave; não precisariam estar definidos em lei, o Decreto é ato normativo suficiente para definição de tais conceitos, uma vez que tais conceitos são complementares e não essenciais na definição da exação. Ao contrário do afirmado pela recorrente, não houve reenquadramento do SAT pela fiscalização. O lançamento foi realizado considerando a alíquota mínima de 1%. Desse modo, considerando ou não os empregados da atividade meio, a alíquota não poderia ser inferior a um por cento. Independentemente de qual grau de risco o ambiente da recorrente expõe os segurados sempre será devida a alíquota do SAT que pode variar, em regra, de 1 a 3%. Para atividades especiais, que sujeitam o segurado ao benefício da aposentadoria especial, além da alíquota de 1 a 3%, são devidos os adicionais previstos no art. 202, parágrafo 1o do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto n º 3.048 de 1999, já transcrito. Em relação às contribuições destinadas ao Sebrae as mesmas são devidas estando perfeitamente compatíveis com o ordenamento jurídico vigente, não sendo necessária lei complementar para sua instituição. Apenas para ilustrar, segue ementa do entendimento firmado pelo TRF da 4ª Região: Tributário – Contribuição ao Sebrae – Exigibilidade. 1. O adicional destinado ao Sebrae (Lei nº 8.029/90, na redação dada pela Lei nº 8.154/90) constitui simples majoração das alíquotas previstas no DecretoLei nº 2.318/86 (Senai, Senac, Sesi e Sesc), prescindível, portanto, sua instituição por lei complementar. 2. Prevê a Magna Carta tratamento mais favorável às micro e pequenas empresas para que seja promovido o progresso nacional. Para tanto submete à exação pessoas jurídicas que não tenham relação direta com o incentivo. 3. Precedente da 1ª Seção desta Corte (EIAC n 2000.04.01.1069909). ACÓRDÃO: Vistos e relatados estes autos entre as partes acima indicadas, decide a Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 17 de junho de 2003. (TRF 4ª R – 2ª T – Ac. nº 2001.70.07.0020183 – Rel. Dirceu de Almeida Soares – DJ 9.7.2003 – p. 274) Na mesma linha é o pensamento do STJ, conforme ementa do Agravo Regimental no Agravo Regimental no Agravo de Instrumento de n ° 840946 / RS, publicado no Diário da Justiça em 29 de agosto de 2007: TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÕES AO SESC, AO SEBRAE E AO SENAC RECOLHIDAS PELAS PRESTADORAS DE SERVIÇO – PRECEDENTES. 1. A jurisprudência renovada e dominante da Primeira Seção e da Primeira e da Segunda Turma desta Corte se pacificou no sentido de reconhecer a legitimidade da cobrança das Fl. 425DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 408 15 contribuições sociais do SESC e SENAC para as empresas prestadoras de serviços. 2. Esta Corte tem entendido também que, sendo a contribuição ao SEBRAE mero adicional sobre as destinadas ao SESC/SENAC, devem recolher aquela contribuição todas as empresas que são contribuintes destas. 3. Agravo regimental improvido. Desse modo, não procede o argumento da recorrente de que as contribuições destinadas ao SEBRAE somente podem ser exigidas de microempresas e de empresas de pequeno porte. Nesse sentido é o entendimento pacificado pelo Supremo Tribunal Federal, conforme julgamento dos Embargos de Declaração no Agravo de Instrumento n ° 518.082, publicado no Diário da Justiça em 17 de junho de 2005, cuja ementa é abaixo transcrita: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO OPOSTOS À DECISÃO DO RELATOR: CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO: SEBRAE: CONTRIBUIÇÃO DE INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO ECONÔMICO. Lei 8.029, de 12.4.1990, art. 8º, § 3º. Lei 8.154, de 28.12.1990. Lei 10.668, de 14.5.2003. CF, art. 146, III; art. 149; art. 154, I; art. 195, § 4º. I. Embargos de declaração opostos à decisão singular do Relator. Conversão dos embargos em agravo regimental. II. As contribuições do art. 149, CF contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais ou econômicas posto estarem sujeitas à lei complementar do art. 146, III, CF, isso não quer dizer que deverão ser instituídas por lei complementar. A contribuição social do art. 195, § 4º, CF, decorrente de "outras fontes", é que, para a sua instituição, será observada a técnica da competência residual da União: CF, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º. A contribuição não é imposto. Por isso, não se exige que a lei complementar defina a sua hipótese de incidência, a base imponível e contribuintes: CF, art. 146, III, a. Precedentes: RE 138.284/CE, Ministro Carlos Velloso, RTJ 143/313; RE 146.733/SP, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/684. III. A contribuição do SEBRAE Lei 8.029/90, art. 8º, § 3º, redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003 é contribuição de intervenção no domínio econômico, não obstante a lei a ela se referir como adicional às alíquotas das contribuições sociais gerais relativas às entidades de que trata o art. 1º do DL 2.318/86, SESI, SENAI, SESC, SENAC. Não se inclui, portanto, a contribuição do SEBRAE no rol do art. 240, CF. IV. Constitucionalidade da contribuição do SEBRAE. Constitucionalidade, portanto, do § 3º do art. 8º da Lei 8.029/90, com a redação das Leis 8.154/90 e 10.668/2003. V. Embargos de declaração convertidos em agravo regimental. Não provimento desse. Fl. 426DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 16 A cobrança das contribuições destinadas ao INCRA está prevista em lei, conforme fundamentação legal, estando perfeitamente compatível com o ordenamento jurídico vigente. Quanto às empresas urbanas terem que recolher contribuição destinada ao INCRA, não há óbice normativo para tal exação. Nesse sentido é o entendimento do STF, conforme ementa no Agravo Regimental do Recuso Extraordinário de n ° 211.190, publicado no Diário da Justiça em 29 de novembro de 2002: EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL DESTINADA A FINANCIAR O FUNRURAL. VIOLAÇÃO DO PRECEITO INSCRITO NO ARTIGO 195 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALEGAÇÃO INSUBSISTENTE. A norma do artigo 195, caput, da Constituição Federal, preceitua que a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem expender qualquer consideração acerca da exigibilidade de empresa urbana da contribuição social destinada a financiar o FUNRURAL. Precedentes. Agravo regimental não provido. No mesmo sentido é o entendimento da 1ª Seção do STJ no julgamento do Recurso Especial n 977.058 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO DESTINADA AO INCRA. ADICIONAL DE 0,2%. NÃO EXTINÇÃO PELAS LEIS 7.787/89, 8.212/91 E 8.213/91. LEGITIMIDADE. 1. A exegese PósPositivista, imposta pelo atual estágio da ciência jurídica, impõe na análise da legislação infraconstitucional o crivo da principiologia da Carta Maior, que lhe revela a denominada “vontade constitucional”, cunhada por Konrad Hesse na justificativa da força normativa da Constituição. 2. Sob esse ângulo, assume relevo a colocação topográfica da matéria constitucional no afã de aferir a que vetor principiológico pertence, para que, observando o princípio maior, a partir dele, transitar pelos princípios específicos, até o alcance da norma infraconstitucional. 3. A Política Agrária encartase na Ordem Econômica (art. 184 da CF/1988) por isso que a exação que lhe custeia tem inequívoca natureza de Contribuição de Intervenção Estatal no Domínio Econômico, coexistente com a Ordem Social, onde se insere a Seguridade Social custeada pela contribuição que lhe ostenta o mesmo nomen juris. 4. A hermenêutica, que fornece os critérios ora eleitos, revela que a contribuição para o Incra e a Contribuição para a Seguridade Social são amazonicamente distintas, e a fortiori , infungíveis para fins de compensação tributária. 5. A natureza tributária das contribuições sobre as quais gravita o thema iudicandum , impõe ao aplicador da lei a obediência aos cânones constitucionais e complementares atinentes ao sistema tributário. 6. O princípio da legalidade, aplicável in casu, indica que não há tributo sem lei que o institua, bem como não há exclusão tributária sem obediência à legalidade (art. 150, I da CF/1988 c.c art. 97 do CTN). 7. A evolução histórica legislativa das contribuições rurais denota que o Funrural (Prorural) fez as Fl. 427DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 409 17 vezes da seguridade do homem do campo até o advento da Carta neoliberal de 1988, por isso que, inaugurada a solidariedade genérica entre os mais diversos segmentos da atividade econômica e social, aquela exação restou extinta pela Lei 7.787/89. 8. Diversamente, sob o pálio da interpretação histórica, restou hígida a contribuição para o Incra cujo desígnio em nada se equipara à contribuição securitária social. 9. Consequentemente, resta inequívoca dessa evolução, constante do teor do voto, que: (a) a Lei 7.787/89 só suprimiu a parcela de custeio do Prorural; (b) a Previdência Rural só foi extinta pela Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, com a unificação dos regimes de previdência; (c) entretanto, a parcela de 0,2% (zero vírgula dois por cento) – destinada ao Incra – não foi extinta pela Lei 7.787/89 e tampouco pela Lei 8.213/91, como vinha sendo proclamado pela jurisprudência desta Corte. 10. Sob essa ótica, à míngua de revogação expressa e inconciliável a adoção da revogação tácita por incompatibilidade, porquanto distintas as razões que ditaram as exações sub judice, ressoa inequívoca a conclusão de que resta hígida a contribuição para o Incra. 11. Interpretação que se coaduna não só com a literalidade e a história da exação, como também converge para a aplicação axiológica do Direito no caso concreto, viabilizando as promessas constitucionais pétreas e que distinguem o ideário da nossa nação, qual o de constituir uma sociedade justa e solidária, com erradicação das desigualdadesregionais. 12. Recursos especiais do Incra e do INSS providos. As contribuições para o Sesi e para o Senai também possuem previsão legal, conforme fls. 36 a 39. Ao contrário do afirmado pela recorrente, o Fisco não possui obrigação de apreciar inconstitucionalidade. Não há possibilidade para a autoridade administrativa recursar o cumprimento de norma supostamente inconstitucional. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. Conforme expressamente previsto no art. 26A do Decreto n 70.235 de 1972, na redação conferida pela Lei n 11.941 de 2009, no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. De acordo com a Súmula n ° 2 aprovada pelo Conselho Pleno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não pode ser declarada a inconstitucionalidade de norma pela Administração. Fl. 428DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 18 Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Não possui natureza de confisco a exigência da multa pelo atraso, tendo previsão expressa no art. 35 da Lei n ° 8.212/1991. Não recolhendo na época própria o contribuinte tem que arcar com o ônus de seu inadimplemento. Se não houvesse tal exigência haveria violação ao principio da isonomia, pois o contribuinte que não recolhera no prazo fixado teria tratamento similar àquele que cumprira em dia com suas obrigações fiscais. É bem verdade que o art. 35 da Lei n º 8.212 foi alterado por meio da Medida Provisória n º 449, tendo, inclusive, sido acrescentado o art. 35A à Lei n º 8.212. Assim, a partir da MP n º 449, convertida na Lei n º 11.941, há que se diferenciar se os valores constaram ou não em lançamento de ofício. Se não houver lançamento de ofício e o contribuinte recolher espontaneamente os valores devidos aplicase a multa prevista no art. 35 da Lei 8.212, caso os valores tenham sido apurados por meio de lançamento de ofício, aplicase o disposto no art. 35A da Lei 8.212. In casu, os valores constam em lançamento de ofício, e para os contribuintes que não declararam em GFIP, o regime jurídico novo ficou mais gravoso. Atualmente, para esses casos, deve ser observada a multa prevista no art. 44 da Lei n º 9.430 de 1996, que prevê aplicação de multa de no mínimo 75%. Desse modo, foi correta a aplicação da multa pelo órgão fazendário, não cabendo alteração do lançamento. Quanto à alegação de não observação dos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade; da proibição de efeito confiscatório e da capacidade contributiva, teço os seguintes comentários. Não há dúvida da importância dos princípios para o ordenamento jurídico, pois os mesmos são vetores para elaboração dos atos normativos, devendo ser observados pelo Poder Legislativo na elaboração das leis. Portanto são direcionados ao legislador, sendo critérios prélegais, e caso não sejam observados, e seja publicada uma lei com ofensa a princípios constitucionais, cabe análise e censura pelo Poder Judiciário. Entretanto, uma vez sendo publicada a lei, há presunção de constitucionalidade da mesma, e cabe ao Poder Executivo, cumprir e executar as determinações legais, sem que se faça juízo de valoração do ato, sob pena de fragilidade do ordenamento constitucional, e invasão de atribuições entre os Poderes. O Poder Executivo somente utilizará os princípios na hipótese de falta de disposição expressa legal, conforme previsto no art. 108 do CTN; logo se há dispositivo legal, não cabe aplicação direta dos princípios em detrimento do ato legal, sob pena de ofensa ao art. 108 do Codex Tributário. Diante da especificidade da legislação tributária, não há que se aplicar as multas previstas no Código de Defesa do Consumidor. Nesse sentido é o teor do verbete de Súmula n 51 do CARF, nestas palavras: Súmula CARF nº 51: As multas previstas no Código de Defesa do Consumidor não se aplicam às relações de natureza tributária. A cobrança de juros estava prevista em lei específica da Previdência Social, art. 34 da Lei n ° 8.212/1991, abaixo transcrito, desse modo foi correta a aplicação do índice pela fiscalização federal: Art.34. As contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pelo INSS, incluídas ou não em notificação fiscal de Fl. 429DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 37307.002476/200725 Acórdão n.º 230201.505 S2C3T2 Fl. 410 19 lançamento, pagas com atraso, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas aos juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de CustódiaSELIC, a que se refere o art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, incidentes sobre o valor atualizado, e multa de mora, todos de caráter irrelevável. (Artigo restabelecido, com nova redação dada e parágrafo único acrescentado pela Lei nº 9.528, de 10/12/97) Parágrafo único. O percentual dos juros moratórios relativos aos meses de vencimentos ou pagamentos das contribuições corresponderá a um por cento. Nesse sentido já se posicionou o STJ no Recurso Especial n ° 475904, publicado no DJ em 12/05/2003, cujo relator foi o Min. José Delgado: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. CDA. VALIDADE. MATÉRIA FÁTICA. SÚMULA 07/STJ. COBRANÇA DE JUROS. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA. A averiguação do cumprimento dos requisitos essenciais de validade da CDA importa o revolvimento de matéria probatória, situação inadmissível em sede de recurso especial, nos termos da Súmula 07/STJ. No caso de execução de dívida fiscal, os juros possuem a função de compensar o Estado pelo tributo não recebido tempestivamente. Os juros incidentes pela Taxa SELIC estão previstos em lei. São aplicáveis legalmente, portanto. Não há confronto com o art. 161, § 1º, do CTN. A aplicação de tal Taxa já está consagrada por esta Corte, e é devida a partir da sua instituição, isto é, 1º/01/1996. (REsp 439256/MG). Recurso especial parcialmente conhecido, e na parte conhecida, desprovido. Para lançamentos realizados após a entrada em vigor da Medida Provisória nº 449, convertida na Lei n º 11.941, aplicamse os juros moratórios na forma do art. 35 da Lei n º 8.212 com a nova redação. Quanto à inconstitucionalidade apontada pela recorrente, não cabe tal análise na esfera administrativa. Não é de competência da autoridade administrativa a recusa ao cumprimento de norma supostamente inconstitucional. Toda lei presumese constitucional e, até que seja declarada sua inconstitucionalidade pelo órgão competente do Poder Judiciário para tal declaração ou exame da matéria, deve o agente público, como executor da lei, respeitála. A alegação de inconstitucionalidade formal de lei não pode ser objeto de conhecimento por parte do administrador público. Enquanto não for declarada inconstitucional pelo STF, ou examinado seu mérito no controle difuso (efeito entre as partes) ou revogada por outra lei federal, a referida lei estará em vigor e cabe à Administração Pública acatar suas disposições. De acordo com a Súmula n ° 2 aprovada pelo Conselho Pleno do 2º Conselho de Contribuintes não pode ser declarada a inconstitucionalidade de norma pela Administração. Súmula N ° 2 Fl. 430DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 20 O Segundo Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de legislação tributária. No sentido da aplicabilidade da taxa Selic, o Plenário do 2º Conselho de Contribuintes aprovou a Súmula de n 3, nestas palavras: Súmula N º 3 É cabível a cobrança de juros de mora sobre os débitos para com a União decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil com base na taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia – Selic para títulos federais CONCLUSÃO: Pelo exposto voto por CONHECER do recurso voluntário, para no mérito NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Marco André Ramos Vieira Fl. 431DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/12/2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 13/12/ 2011 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10920.001127/2010-06
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/08/2006 a 30/11/2007
RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN.
Até janeiro de 2009, o Decreto 3.048/99 - Regulamento da Previdência Social (RPS) previa em seu art. 291, §1º a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Apesar da revogação de tais dispositivos pelo Decreto 6.727/2009, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da novel legislação, por conta da aplicação do art. 144 do CTN.
Numero da decisão: 2301-003.197
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso, a fim de relevar a multa, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Mauro José Silva - Relator.
Participaram, do presente julgamento, a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, bem como os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira.
Nome do relator: MAURO JOSE SILVA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/08/2006 a 30/11/2007 RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. Até janeiro de 2009, o Decreto 3.048/99 - Regulamento da Previdência Social (RPS) previa em seu art. 291, §1º a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Apesar da revogação de tais dispositivos pelo Decreto 6.727/2009, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da novel legislação, por conta da aplicação do art. 144 do CTN.
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PREV RELEVAÇÃO DE MULTA Recorrente HIFER INDUSTRIA E COMERCIO DE MÓVEIS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2006 a 30/11/2007 RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. Até janeiro de 2009, o Decreto 3.048/99 Regulamento da Previdência Social (RPS) previa em seu art. 291, §1º a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Apesar da revogação de tais dispositivos pelo Decreto 6.727/2009, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da novel legislação, por conta da aplicação do art. 144 do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso, a fim de relevar a multa, nos termos do voto do Relator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Presidente. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator. Participaram, do presente julgamento, a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, bem como os Conselheiros Leonardo Henrique Pires Lopes, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva e Marcelo Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 00 11 27 /2 01 0- 06 Fl. 126DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10920.001127/201006 Acórdão n.º 2301003.197 S2C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de lançamento lavrado em 15/03/2010, por ter o contribuinte acima identificado, segundo Relatório Fiscal, fls. 86/91, deixado de incluir na base de cálculo da contribuição previdenciária da empresa remunerações pagas a contribuintes individuais, no período de 08/2006 a 11/2007, tendo resultado na constituição do crédito tributário de R$ 246.932,08, fls. 01. Após tomar ciência pessoal da autuação em 31/03/2010, fls. 15/16, a recorrente apresentou impugnação, fls. 106/121, na qual apresentou argumentos similares aos constantes do recurso voluntário. Em especial, solicitou a relevação da multa. A 5ª Turma da DRJ/Florianópolis, no Acórdão de fls. 96/97, julgou a impugnação improcedente, argumentando que somente poderiam ser relevadas as penalidades lançadas e cientificadas ao interessado até a data de Publicação do Decreto 6.727/2009, 12/01/2009, que revogou a norma que permitia a relevação das penalidades. A recorrente foi cientificada do decisório em 16/02/2011, fls. 102. O recurso voluntário, apresentado em 14/03/2011, fls. 104/108, apresentou argumentos conforme a seguir resumimos. Argumenta que o Decreto 6.727/2009 não pode ser aplicado ao caso, uma vez que as infrações ocorreram em data anterior. Seguindo o raciocínio da decisão a quo, o fisco poderia se beneficiar da sua própria torpeza, uma vez que o atraso na cientificação do lançamento poderia levar à não possibilidade de relevação. Esta Turma, na Resolução de fls. 112/114, converteu o julgamento em diligência para que fossem apurado se as faltas foram sanadas integralmente. A autoridade fiscal informou que todas as faltas foram sanadas e que a recorrente é primária e não houve circunstâncias agravantes. A recorrente foi cientificada da informação fiscal,mas não apresentou aditamento de seu recurso, fls. 121. É o relatório. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10920.001127/201006 Acórdão n.º 2301003.197 S2C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Mauro José Silva: Reconhecemos a tempestividade do recurso apresentado e dele tomamos conhecimento. A recorrente pretende a relevação da multa aplicada, uma vez que teria sanado todas as faltas até a data da impugnação. Relevação da multa. Infrações ocorridas até a 31/01/2009. Possibilidade diante da correção de todas as faltas até a data da decisão de primeira instância. Aplicação do art. 144 do CTN. Sobre a relevação da multa, a legislação que tratava do assunto determinava o seguinte: RPS Art. 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até a decisão da autoridade julgadora competente. § 1º A multa será relevada, mediante pedido dentro do prazo de defesa, ainda que não contestada a infração, se o infrator for primário, tiver corrigido a falta e não tiver ocorrido nenhuma circunstância agravante. Ocorre que tais dispositivos foram revogados pelo Decreto 6.727/2009, o que motivou o indeferimento do pleito da recorrente pelo órgão julgador a quo. No entanto, entendemos aplicável ao caso o art. 144 do CTN, in verbis: Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Logo, para os fatos geradores ocorridos até janeiro/2009 os contribuintes tem direito a relevação se preencherem as condições da legislação. Fl. 128DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA Processo nº 10920.001127/201006 Acórdão n.º 2301003.197 S2C3T1 Fl. 5 4 No caso em análise, ao cumprir a diligência requerida por esta Turma, a fiscalização informou que houve correção integral das faltas até a data da impugnação, bem como que a recorrente é primária e que não ocorrer aram quaisquer circunstâncias agravantes. Assim, o caso suscita a aplicação do art. 291, §1º do Decreto 3.048/99 Regulamento da Previdência Social (RPS) por ser esta a legislação vigente na data dos fatos geradores, resultando no provimento do recurso. Por todo o exposto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO ao RECURSO VOLUNTÁRIO. (assinado digitalmente) Mauro José Silva Relator Fl. 129DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA, Assinado digitalmente em 15/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 01/02/2013 por MAURO JOSE SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10980.014457/97-00
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 05 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Exercício: 1993
Depósito Recursal. Coisa Julgada.
A decisão transitada em julgado do TRF/4a Região, que determinou que o recurso voluntário em tela só poderia ser admitido com o cumprimento da exigência do depósito recursal, é .imutável e irretratável. Não é razoável se conceber que a Súmula Vinculante n° 21, editada 10 anos após o trânsito em julgado daquela decisão, tenha o condão de retroagir para lhe retirar os efeitos que, à época, eram legítimos.
Numero da decisão: 1302-001.031
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
EDUARDO DE ANDRADE - Presidente.
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Relator.
EDITADO EM: 13/03/2013
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Paulo Roberto Cortez, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Waldir Veiga Rocha e Alberto Pinto Souza Junior.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Coisa Julgada. A decisão transitada em julgado do TRF/4a Região, que determinou que o recurso voluntário em tela só poderia ser admitido com o cumprimento da exigência do depósito recursal, é .imutável e irretratável. Não é razoável se conceber que a Súmula Vinculante n° 21, editada 10 anos após o trânsito em julgado daquela decisão, tenha o condão de retroagir para lhe retirar os efeitos que, à época, eram legítimos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. EDUARDO DE ANDRADE Presidente. ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Relator. EDITADO EM: 13/03/2013 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo de Andrade, Paulo Roberto Cortez, Márcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Waldir Veiga Rocha e Alberto Pinto Souza Junior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 01 44 57 /9 7- 00 Fl. 312DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Versa o presente processo sobre recurso voluntário interposto pela contribuinte em face da Decisão n° 0100/98 da DRJ/CTA, a qual foi assim ementada: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO Anocalendário de 1992 I o e 2° semestres. CORREÇÃO MONETÁRIA COMPLEMENTAR DA DIFERENÇA IPC/BTNF DE 1990 – Os encargos de depreciação, amortização, exaustão, ou do custo de bem baixado a qualquer título, contabilizados pela contribuinte, correspondentes à diferença de correção monetária entre o IPC/BTNF de 1990, devem ser adicionados à base de cálculo da contribuição social sobre o lucro. Ação fiscal procedente. Inconformada com tal decisão, a contribuinte interpôs recurso voluntário (doc. a fls. 75 e segs.), no qual alega que o parágrafo 2° do art. 41 do Decreto n° 332/91 que amparou o lançamento tributário não tem base em lei. É o relatório. Voto Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior O presente recurso voluntário não deve ser admitido, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. O crédito tributário, objeto dos autos, já se encontrava em fase de execução fiscal, quando, por meio da petição a fls. 252 e segs., a Fazenda Nacional reconheceu a nulidade da CDA (90 6 9800834239), pelas razões expostas no seguinte excerto da referida peça: “Pelo que se infere dos processos administrativos fiscais anexos, realmente, no que se refere ao PAF n° 10980.014458/9764 que deu origem às inscrições em dívida ativa de n°s 90 2 9800379508 e 90 6 9800834239, houve despacho negando seguimento ao recurso voluntário do contribuinte ante ausência de comprovação do depósito administrativo. Destarte, em relação às citadas inscrições, a União reconhece a nulidade suscitada, diante a eficácia retroativa da declaração de inconstitucionalidade contida*na Súmula Vinculante na 21 do STF, bem como, nos termos do Parecer da PGFN ns 891/2010.”[sic]. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10980.014457/9700 Acórdão n.º 1302001.031 S1C3T2 Fl. 313 3 Ressaltese que o ilustre Procurador da Fazenda Nacional se confunde, pois a CDA n° 90 6 9800834239 foi originada do crédito objeto deste processo, conforme Termo de Inscrição de Dívida Ativa a fls. 111 dos autos. Por sua vez, a fls. 263 dos autos, consta documento intitulado “Anexo II – Cancelamento da Inscrição em Dívida Ativa da União”, no qual consta o seguinte despacho: “TENDO EM VISTA O DISPOSTO NO PARECER PGFN CRJ n°1973/2010, ITEM 20, REMETASE O PRESENTE PROCESSO A DRFCURITIBA, PARA JULGAMENTO DOS RECURSOS ADMINISTRATIVOS DE FLS. 102/107 (CDA 90.298.00379508) E 75/84 (CDA 90.6.98.00834239).”[sic] O item 20 do Parecer PGFN CRJ n° 1973/2010 assim dispõe: “20. Assim, revendo as conclusões postas nos itens “i” e “iii” acima transcritos, concluise, aqui, que as unidades da PGFN deverão cancelar as inscrições em DAU daqueles créditos fiscais atingidos pela Súmula Vinculante n. 21, de ofício ou a pedido, independentemente do tempo já decorrido desde a divulgação da decisão que inadmitiu o recurso administrativo, providenciando, em seguida, a remessa dos correspondentes processos administrativos ao órgão público federal competente para efetuar o novo juízo de admissibilidade do recurso administrativo antes inadmitido; nessa mesma linha, se o crédito fiscal ainda não foi inscrito em DAU, as unidades da PGFN deverão devolver o correspondente processo administrativo ao órgão público federal competente, para que este proceda a um novo exame da admissibilidade do recurso antes inadmitido, também independentemente do tempo já decorrido desde a divulgação da decisão de inadmissão.” Não obstante, sustento ser equivocada a aplicação de tal entendimento na circunstância específica dos autos, conforme passarei a demonstrar. Com efeito, em 19/05/1998, a DRF/Curitiba negou seguimento ao recurso voluntário da contribuinte, por falta de cumprimento da exigência relativa ao depósito de 30% a que se referia o art. 32 da MP n° 1.62130/97, conforme despacho a fls. 89 dos autos. Se o nãoseguimento do recurso voluntário estivesse calcado única e exclusivamente em tal despacho, não haveria dúvida da aplicação do entendimento exarado no Parecer PGFN CRJ n° 1973/2010 ao presente caso, porém não é essa a verdade que se extrai dos autos. A contribuinte impetrou o mandado de segurança n° 98.00092714 (doc. a fls. 120 e segs.) com o seguinte pedido: “Diante de todo o exposto, requer a impetrante a liminar concessiva, confirmandose ao final a segurança pleiteada, para o fim de se determinar à autoridade coatora o processamento e encaminhamento dos recursos administrativos protocolados em 13/04/98, junto a Receita Federal sob números 10.980.014.457/9700 e 10.980.014.458/9764, sem necessidade do depósito de 30% (trinta por cento), consoante supra aludido.”[sic] A contribuinte não logrou êxito na decisão de primeira instância nem na decisão do Tribunal Regional Federal da 4a Região, a qual trânsitou em julgado, conforme Fl. 314DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 atesta a autoridade administrativa no despacho a fls. 164. É relevante que transcrevamos a ementa da decisão do Tribunal Regional Federal da 4a Região, in verbis: “APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA N° 1998.04.01.086200 9/PR RELATOR: JUIZ VILSON DARÓS APELANTE: TELECOMUNICAÇÕES DO PARANÁ S.A. TELEPAR ADVOGADO: ROSE KAMPA ADVOGADO: TELMA ELIZE MIOTO ANDRIOLI APELADO: UNIÃO (FAZENDA NACIONAL) ADVOGADO: CEZAR SALDANHA SOUZA JÚNIOR TRIBUTÁRIO. EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO DE 30% DO VALOR DO DÉBITO PARA INTERPOSIÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO. CONSTITUCIONALIDADE. A exigência do depósito de 30% da exação fiscal previsto na Medida Provisória n° 1.621/97 como condição de procedibilidade de recurso administrativo não viola o texto constitucional, na medida em que inexiste garantia ao duplo grau de jurisdição administrativa (RE n° 169077), além de restar aberta a porta do Judiciário, onde o Recorrente pode fazer valer seu eventual direito sem este depósito. Assim, se a parte preferir discutir o débito no âmbito administrativo, deve se submeter às condições impostas para tanto. A C Ó R D Ã O Vistos e relatados estes autos, entre as partes acima indicadas, decide a 2a Turma do Tribunal Regional Federal da 4a Região, por unanimidade, negar provimento à apelação, na forma do relatório e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Porto Alegre, 11 de março de 1999. (data do julgamento) JUIZ VILSON DARÓS Relator” Notese que esta também era a posição do Supremo Tribunal Federal à época, tanto que a ementa acima transcrita cita o RE 169077, no qual foi decidido que a legislação municipal que exigia depósito prévio do valor da multa como condição ao uso do recurso administrativo não padecia de vício de inconstitucionalidade, pois não se insere, na CF/88, a garantia do duplo grau de jurisdição. A mudança de entendimento do Supremo Tribunal Federal só se deu com o RE 388359, de 28/03/2007, o qual deu origem a Súmula Vinculante n° 21, de 29/10/2009. A decisão transitada em julgado do TRF/4a Região versava especificamente sobre esse processo, tendo determinado que o recurso voluntário em tela só poderia ser admitido com o cumprimento da exigência do depósito recursal. Não é razoável se conceber que a Súmula Vinculante n° 21, editada 10 anos após o trânsito em julgado daquela decisão, tenha o condão de retroagir para lhe retirar os efeitos que, à época, eram legítimos. É sempre bom lembrar que a res judicata se desgarra dos fundamentos da sentença que a originou, tornandose irretratável para as partes. Fl. 315DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10980.014457/9700 Acórdão n.º 1302001.031 S1C3T2 Fl. 314 5 Tal posição encontra amparo em decisões do Superior Tribunal de Justiça, se não vejamos a seguinte ementa: “AgRg no REsp 1257457 / RS AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 2011/01263091 Relator(a) Ministro HUMBERTO MARTINS (1130) Órgão Julgador T2 SEGUNDA TURMA Data do Julgamento 07/02/2012 Data da Publicação/Fonte DJe 13/02/2012 Ementa PROCESSUAL CIVIL. PRECATÓRIO. JUROS MORATÓRIOS ATÉ O EFETIVO PAGAMENTO. PREVISÃO EXPRESSA NA SENTENÇA TRANSITADA EM JULGADO. MODIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. COISA JULGADA. PREVALÊNCIA. APLICAÇÃO DA SÚMULA 168/STJ. ERESP 967.834. CORTE ESPECIAL. 1. O Órgão Especial desta Corte, no julgamento do REsp 1.143.677, de Relatoria do Min. Luiz Fux, aplicando a Súmula Vinculante 17 do Supremo Tribunal Federal, firmou a orientação segundo a qual não incidem juros de mora no período entre a conta de atualização e o efetivo pagamento do precatório. 2. No entanto, apesar de a Súmula Vinculante 17 dispor que "Durante o período previsto no parágrafo 1º do artigo 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos", esse enunciado não se aplica aos casos em que exista sentença com trânsito em julgado com previsão expressa sobre a incidência dos juros moratórios até o efetivo pagamento, a fim de evitar a violação do princípio da coisa julgada, como é o caso dos autos. Nessa mesma linha, o seguinte precedente do STF: RE 486.579, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ. 25.02.10. 3. Como o agravante não trouxe argumento capaz de infirmar a decisão que deseja ver modificada, deve ela ser mantida em seus próprios fundamentos. Agravo regimental improvido.” [grifo nosso] No mesmo sentido, vale trazer à colação o seguinte trecho do voto do E. Ministro Celso Mello, no julgamento do Ag. Reg. No RE 659.803/RS, in verbis: “A sentença de mérito transitada em julgado só pode ser desconstituída mediante ajuizamento de específica ação autônoma de impugnação (ação rescisória) que haja sido proposta na fluência do prazo decadencial previsto em lei, pois, com o exaurimento de referido lapso temporal, estarseá diante da coisa soberanamente julgada, insuscetível de ulterior modificação, ainda que o ato sentencial encontre fundamento em legislação que, em momento posterior, tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, quer em sede de controle abstrato, quer no âmbito de fiscalização incidental de constitucionalidade.” Ademais, admitir que a Súmula Vinculante n° 21 tenha o condão de desconstituir a coisa julgada em tela, seria admitir a retroatividade máxima dela, o que não se Fl. 316DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 6 coaduna com o nosso figurino constitucional. Certo que dúvidas possam existir acerca da Súmula Vinculante alcançar fatos passados, mas apenas com relação aos seus efeitos futuros (retroatividade mínima). No presente caso, não há efeitos futuros, pois, com a decisão definitiva que denegou a segurança, a contribuinte, por não ter feito o depósito recursal, tornouse revel no processo administrativo. Nesse sentido, também, entendo inaplicável o Parecer PGFN/CRJ/N° 492/2011 (ratificado pelo Ministro de Estado da Fazenda), pois não estamos, in casu, diante de relação jurídica continuativa, nem há efeitos futuros da coisa julgada que possam ser atingidos pela Súmula Vinculante n° 21. Reafirmo, todos os efeitos da coisa julgada em tela já foram exauridos, quando o contribuinte se tornou revel nos autos do presente processo. Por todo o exposto, entendo que admitir o recurso voluntário hoje seria uma afronta à autoridade da coisa julgada, razão pela qual voto no sentido de não conhecêlo. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 317DF CARF MF Impresso em 09/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 14/0 3/2013 por EDUARDO DE ANDRADE, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10680.933001/2009-21
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 27 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/08/2002
PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DCTF APÓS TRANSCORRIDOS MAIS DE 05 ANOS. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO NÃO-HOMOLOGADA.
Decorrido o prazo de 05 anos, não se pode admitir retificações na DCTF. Extingue-se o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3801-001.748
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Flavio De Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, Sydney Eduardo Stahl, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes.
Nome do relator: MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/08/2002 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. RETIFICAÇÃO DCTF APÓS TRANSCORRIDOS MAIS DE 05 ANOS. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO NÃO-HOMOLOGADA. Decorrido o prazo de 05 anos, não se pode admitir retificações na DCTF. Extingue-se o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário. Recurso Voluntário Negado
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RETIFICAÇÃO DCTF APÓS TRANSCORRIDOS MAIS DE 05 ANOS. IMPOSSIBILIDADE. COMPENSAÇÃO NÃOHOMOLOGADA. Decorrido o prazo de 05 anos, não se pode admitir retificações na DCTF. Extinguese o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Flavio De Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira Da Silva Murgel Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Antonio Borges, Jose Luiz Bordignon, Sydney Eduardo Stahl, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 93 30 01 /2 00 9- 21 Fl. 74DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 13 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10680.933001/200921 Acórdão n.º 3801001.748 S3TE01 Fl. 112 2 Relatório Conselheira Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora O ora Recorrente, Hospital Mater Dei S/A, apresentou pedido de PerdDcomp, visando compensar débito nela declarado com credito de COFINS pago a maior, com fato gerador em 31/08/2002. Ocorre que a compensação não foi homologada, uma vez que não foi identificado pelo sistema da Receita Federal do Brasil o crédito alegado no pedido de compensação apresentado. Não concordando com o despacho decisório, o Recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade, na qual alegou que, de fato, houve um erro de preenchimento na DCTF e que, por isso, os créditos não foram identificados pela RFB. Alegou, ainda, que promoveu a retificação de sua DCTF, o que comprovaria, a princípio, o seu direito creditório. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte, ao analisar a Manifestação de Inconformidade do Recorrente, julgoua como improcedente, alegando, em síntese, que “o prazo concedido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário deve ser o mesmo para que o contribuinte proceda à retificação da respectiva declaração apresentada”. Tal alegação se deu pelo fato de o Recorrente ter retificado a sua DCTF após decorrido o prazo de 05 anos. Ou seja, a Delegacia de Julgamento em Belo Horizonte MG julgou improcedente a manifestação de inconformidade ofertada pelo contribuinte, considerando a ausência de comprovação do direito ao crédito objeto da compensação. Devidamente intimado da decisão da DRJ, o Recorrente interpôs o presente Recurso Voluntário, repisando, basicamente, os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. É o relatório. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 13 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10680.933001/200921 Acórdão n.º 3801001.748 S3TE01 Fl. 113 3 Voto Conselheiro Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Relatora. O Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Analisando os presentes autos verificase que a Recorrente, com o objetivo de demonstrar e lastrear os créditos indicados em seu pedido de compensação, retificou a sua DCTF, após decorridos mais de cinco anos. Ademais, alegou que os referidos créditos eram originados da recomposição da base de cálculo da Recorrente no período de 2001 a 2006, em razão da “necessária exclusão dos medicamentos submetidos à aliquota zero”. Deve prevalecer o entendimento da decisão recorrida. É que, como restou demonstrado, o Recorrente só retificou sua DCTF após decorrido o prazo de 05 anos, contados do período de apuração dos tributos. Neste sentido, são elucidativas os esclarecimentos do parecer COSIT 48/99, já citado no acórdão recorrido: “Dos comandos legais citados, temos que extinguese no prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da declaração de rendimentos ou da data em que se tornar definitiva a decisão que anulou, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário. Assim, da mesma forma que a Fazenda Pública submetese a um prazo final para rever de ofício seu lançamento ou para constituir o crédito tributário, o contribuinte deve igualmente dispor de um termo para que sejam corrigidos eventuais erros cometidos quando da elaboração de sua declaração de rendimentos” Ao contrário das alegações do Recorrente, não se pode admitir que retificações nas declarações apresentadas sejam realizadas em qualquer momento, sem um limite temporal. Ora, se há prazo para a Fazenda Pública homologar expressa ou tacitamente a constituição do crédito tributário realizada pelo contribuinte, este mesmo prazo deve ser dado ao contribuinte para que possa retificar suas declarações. Caso contrário, mesmo havendo homologação e a consequente extinção do crédito tributário constituído pelo próprio contribuinte, este poderá retificar suas declarações sempre que identificar um erro, fazendo nascer um novo direito que já não existia mais. Por outro lado, caso fosse possível a retificação das declarações em qualquer momento, cumpre esclarecer que o Recorrente não trouxe aos autos elementos suficientes para comprovar a origem do seu crédito. Se limitou, tãosomente, a apresentar planilhas de apurações, sob a alegação de que os créditos indicados no pedido de compensação seriam originados da recomposição da base de cálculo da Recorrente no período de 2001 a 2006, em razão da “necessária exclusão dos medicamentos submetidos à aliquota zero”. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 13 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10680.933001/200921 Acórdão n.º 3801001.748 S3TE01 Fl. 114 4 Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, para NÃO HOMOLOGAR o pedido de compensação (assinado digitalmente) Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel Relator Fl. 77DF CARF MF Impresso em 13/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado dig italmente em 08/03/2013 por MARIA INES CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MURGEL, Assinado digitalmente em 13 /03/2013 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 15586.000482/2007-16
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/1998 a 30/09/2006
Ementa: DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - NULIDADE
A autoridade julgadora de primeira instância não tem competência para exonerar, do débito, sem recorrer de ofício ao CARF, valores superiores ao estabelecido nos normativos legais que tratam da matéria. A Portaria 03/2008, estabelece que o Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Decisão Recorrida Nula
Numero da decisão: 2301-002.809
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto do(a) Relator(a). Impedido: Adriano Gonzáles Silvério
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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ementa_s : Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/08/1998 a 30/09/2006 Ementa: DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - NULIDADE A autoridade julgadora de primeira instância não tem competência para exonerar, do débito, sem recorrer de ofício ao CARF, valores superiores ao estabelecido nos normativos legais que tratam da matéria. A Portaria 03/2008, estabelece que o Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Decisão Recorrida Nula
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A Portaria 03/2008, estabelece que o Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Decisão Recorrida Nula Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto do(a) Relator(a). Impedido: Adriano Gonzáles Silvério Marcelo Oliveira Presidente. Bernadete De Oliveira Barros Relator. Fl. 410DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 09 /07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes Declarações de impedimento: ADRIANO GONZÁLES SILVÉRIO Fl. 411DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 09 /07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15586.000482/200716 Acórdão n.º 230102.809 S2C3T1 Fl. 402 3 Relatório Tratase de crédito previdenciário lançado contra a empresa acima identificada, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, correspondente à parte da empresa, à destinada ao financiamento dos benefícios decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e aos terceiros. Conforme relatório fiscal (fls. 52), o crédito apurado referese à contribuição previdenciária devida sobre os adiantamentos relativos à Participação nos Lucros ou Resultados PLR da empresa, pagos aos empregados em desacordo com a Lei 10.101/2000, contrariando assim o artigo 28, parágrafo 9°, alínea "j", da Lei 8.212/91 e suas alterações. A autoridade lançadora informa que o contribuinte concedeu os adiantamentos da PLR no valor de um salário nominal por empregado, conforme cláusula 4a do Acordo de PLR, independente do resultado financeiro da empresa, ou seja, auferindo lucros ou obtendo prejuízo, o valor do adiantamento fica sempre garantido como uma remuneração fixa para o empregado, o que contraria o art. 3o, da Lei 10.101/2000. A empresa notificada apresentou defesa e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 1320.822, da 6a Turma da DRJ/RJOII, (fls. 338), julgou o lançamento procedente em parte, excluindo do lançamento, por decadência, os valores lançados até a competências 11/2001, inclusive, aplicando a regra contida no art. 173, I, do CTN. Cientificada da decisão de primeira instância, a recorrente apresentou recurso tempestivo (fls. 373 e seguintes) alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, insurgese contra a aplicação da regra do art. 173, I, do CTN, requerendo que o início de contagem do prazo decadencial seja feito à luz do artigo 150, § 4o, do mesmo diploma legal. No mérito, tenta demonstrar a regularidade do PLR da empresa, trazendo o conceito legal de salário de contribuição e frisando que os valores pagos a esse título não são destinados a retribuir o trabalho prestado e remonta a formação de uma parceria entre empregado e empregador. Transcreve o art. 7o, da CF/88 para reafirmar o direito do trabalhador ao PLR, argumentando que mesmo antes da lei específica que trata da matéria a norma disposta no referido art. 7o era autoaplicável, e que, portanto, os pagamentos feitos por conta da participação nos lucros e resultados não eram vinculados ao conceito de remuneração, sendo incabível, portanto, a incidência de contribuição previdenciária e de reflexos trabalhistas sobre tais verbas. Sustenta que não há que se falar que houve desrespeito à regra do art. 2o, da Lei 10.101/2000, pois, no que tange ao requisito do seu inciso I, foram juntadas ao processo os Fl. 412DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 09 /07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA 4 acordos firmados entre a empresa e a comissão escolhidas pelos funcionários, além do representante do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas, Abrasivos e Similares de Campinas e Região, tendo havido, portanto, a perfeita representação de ambas as partes na firmação do acordo. Da mesma forma, no que se refere ao § 1o, do art 2o, reitera que não há que se falar em afronta, na medida em que todas as regras que regulam o programa de participação nos lucros ou resultados da empresa são claras e seguem a finalidade de integração entre capital e trabalho. Alega que a fiscalização também ignora o fato de que, no âmbito privado, vigora o principio da legalidade, de acordo com o qual o que não é proibido é juridicamente permitido, sendo que, apesar de não haver disposição expressa que autorize o pagamento de salário nominal aos empregados no caso de prejuízo da empresa, não há nada que o proíba, devendo tal pagamento ser considerado licito. Reafirma que existe uma verdadeira devolução de valores por parte dos empregados, feita por meio de dedução do montante adiantado no resultado posterior em que o resultado foi negativo do resultado do ano corrente, que somente então será utilizado para o cálculo da participação nos lucros ou resultados a ser paga na competência em foco. É o relatório. Fl. 413DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 09 /07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 15586.000482/200716 Acórdão n.º 230102.809 S2C3T1 Fl. 403 5 Voto Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros Da análise dos autos, constatase que a 6a Turma da DRJ/RJOII, por meio do Acórdão 1320.822, de 07/08/2008, julgou o lançamento procedente em parte, excluindo do lançamento os valores lançados até a competências 11/2001, inclusive, aplicando a regra decadencial do art. 173, I, do CTN. Contudo, a autoridade julgadora deixou de recorrer de oficio, sob a alegação de que o valor exonerado não ultrapassou o limite de alçada, em conformidade com o artigo 366, inciso I, parágrafo 2° do RPS, aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99, na redação dada pelo Decreto n.° 6.224/07, combinado com o artigo 1° da Portaria MF n° 03/2008. Contudo, em que pese essa afirmação trazida no Acórdão recorrido, verifica se que o valor exonerado ultrapassa, sim, o limite de alçada estabelecido pela Portaria 03/2008, publicada no DOU em 07/01/2008. O referido normativo dispõe que: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). Parágrafo único. O valor da exoneração de que trata o caput deverá ser verificado por processo. Da leitura da folha de rosto da NFLD (fls. 01), observase que o valor atualizado do débito, somado aos juros e multa, dá um total de R$2.812.485,70, e, após a exclusão das competências alcançadas pela decadência, esse total passou a ser de R$1.620.604,13, conforme consta do DADR, às fls. 367. A Portaria 10.875/2007, vigente à época, estabelecia que : Art. 27. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Verificase que, no caso em tela, a autoridade julgadora da DRJ não tinha competência para exonerar débito em valor superior ao estabelecido pelos normativos legais que regem a matéria, vigentes à época. Assim, entendo que a nulidade do Acórdão recorrido merece ser decretada por inobservância do artigo 366, inciso I, parágrafo 2° do Decreto n.° 3.048/99, na redação Fl. 414DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 09 /07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA 6 dada pelo Decreto n.° 6.224/07, bem como do artigo 1° da Portaria MF n° 03/2008, devendo ser elaborada outra decisão, acompanhada do devido recurso de ofício a este Conselho. Nesse sentido, Considerando tudo mais que dos autos consta, VOTO no sentido de CONHECER DO RECURSO e ANULAR a decisão de primeira instância. É como voto Bernadete de Oliveira Barros Relatora Fl. 415DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 09 /07/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, Assinado digitalmente em 15/10/2012 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10469.904109/2009-11
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 06 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Data do fato gerador: 31/12/2004
LOCAÇÃO DE BEM MÓVEL COM OU SEM MOTORISTA.SIMPLES
Constituindo-se a receita bruta da pessoa jurídica da locação de veículos, com ou sem motorista, não se aplicam os percentuais referidos no art. 5o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, alterado pela Lei no 9.732, de 11 de dezembro de 1998 com o acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) previsto no artigo 2º da Lei nº 10.034 de 24/10/2000, com as alterações posteriores, por não se configurar receita decorrente de prestação de serviços.
COMPENSAÇÃO DE DÉBITO. CRÉDITO COMPROVADO
Comprovada a existência de direito creditório, referente a pagamento indevido ou a maior, é permitida a sua utilização para a extinção de débitos mediante apresentação de Declaração de Compensação/PERDCOMP, ainda que para a demonstração do crédito a Declaração Simplificada IRPJ-SIMPLES Retificadora seja apresentada após a emissão do despacho decisório eletrônico expedido pela autoridade administrativa.
Reconhecido o direito creditório a favor da contribuinte inexiste óbice para homologação da compensação declarada no PER/DCOMP, no limite do crédito reconhecido.
Numero da decisão: 1802-001.565
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
Ester Marques Lins de Sousa - Presidente e Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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COMPENSAÇÃO DE DÉBITO. CRÉDITO COMPROVADO Comprovada a existência de direito creditório, referente a pagamento indevido ou a maior, é permitida a sua utilização para a extinção de débitos mediante apresentação de Declaração de Compensação/PERDCOMP, ainda que para a demonstração do crédito a Declaração Simplificada IRPJ SIMPLES Retificadora seja apresentada após a emissão do despacho decisório eletrônico expedido pela autoridade administrativa. Reconhecido o direito creditório a favor da contribuinte inexiste óbice para homologação da compensação declarada no PER/DCOMP, no limite do crédito reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 90 41 09 /2 00 9- 11 Fl. 71DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 2 (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Marciel Eder Costa, Nelso Kichel, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho. Relatório Por economia processual e considerar pertinente, adoto o Relatório da decisão recorrida (fls.44/45) que a seguir transcrevo: Em 17/05/2005, foi recepcionada a declaração IRPJSIMPLES e CANCELADA VIA BATCH em 10/06/2009, fls. 25 a 32v. Em 24/11/2005, a interessada transmitiu PERDCOMP eletrônica n°26471.73667.241105.1.3.046898, visando compensar DARFSIMPLES recolhido pela sistemática do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte — Simples — Código de Receita 6106, relativo a período de apuração dezembro de 2004, no valor de R$3.937,34, pago em 10/01/2005, fls. 24 e 37, com débito de sua responsabilidade código 610600 SIMPLES no valor original de R$438,90, período de apuração setembro de 2005, vencimento 10/10/2005, fl. 18. Em 25/05/2009, a DRF/NatalRN emitiu Despacho Decisório eletrônico, com ciência em 02/06/2009, fls. 01 e 02, não homologando a compensação declarada, sob o argumento de que o pagamento fora integralmente utilizado na quitação de outro débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para a compensação dos débitos informados na PER/DCOMP. Em 10/06/2009, a contribuinte transmitiu a declaração IRPJ SIMPLES RETIFICADORA e esta foi recepcionada e LIBERADA VIA BATCH na mesma data, fls. 34 e 35. 2. A contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 24/06/2009, fl. 13. alegando, em síntese, que : 2.1. "No ano de 2004 a empresa acima citada calculou os seus impostos do ano todo equivocadamente com aliquotas referente a empresas destinadas a prestação de serviço, quando sua atividade era de Locação de automóveis e ônibus de passeio, estando sujeita as aliquotas de comércio." 2.2. " Ao recalcularmos os impostos verificamos o engano e apuramos os créditos dos impostos a serem compensados sendo feita as referidas PER/DCOMP, de números: 27674.07713.09805.1.3.046758, 26471.73667.241105.1.3.04 6898,02852.23604.241105.1.3.04 3570,29745.89606.241105.1.3.048190. 32157.92201.241I05.1.3.047056,01681.18571.291205.1.3.04 9066, 26145.71503.310106.1.3.043279 e Fl. 72DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10469.904109/200911 Acórdão n.º 1802001.565 S1TE02 Fl. 3 3 00685.21710.250506.1.3.042330, porém, não foi retificada a Declaração Anual Simplificada — PJSI 2005." 2.3. "Por este motivo que a Receita Federal do Brasil não constatou a existência do crédito, NÃO HOMOLOGANDO, a compensação declarada. Para corrigir a situação foi feita retificação na PJSI 2005 a fim de demonstrarmos o direito ao qual temos de compensar o valor." Finalmente, informa que: 1 — A cópia da PJSI 2005 segue em anexo na impugnação do Despacho Decisório de n° 835772378." A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/Recife/PE) indeferiu o pleito, conforme decisão proferida no Acórdão nº 1135.540, de 25 de novembro de 2011 (fls.43/49), cientificado ao interessado em 31/01/2012. A decisão recorrida possui a seguinte ementa (fl.43): ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Data do fato gerador: 31/12/2004 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO INEXISTENTE Somente se comprovada a existência de direito creditório, referente a pagamento indevido ou a maior, é permitida a sua utilização na extinção de débitos mediante apresentação de Declaração de Compensação. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. UTILIZAÇÃO INTEGRAL. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Mantémse o despacho decisório que não homologou a compensação quando constatado que o recolhimento indicado como fonte de crédito foi integralmente utilizado na quitação de débito confessado em Declaração Anual Simplificada PJSI. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DE DECLARAÇÃO ANUAL SIMPLIFICADA. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DE ERRO MATERIAL. 0 erro do valor do débito apontado na Declaração Anual Simplificada PJSI, de cuja retificação resulte crédito ao sujeito passivo, precisa ser comprovado mediante apresentação de documentos hábeis. ALEGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. A manifestação de inconformidade deve estar instruída com todos os documentos e provas que possam fundamentar as contestações de defesa. Fl. 73DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 4 Não têm valor as alegações desacompanhadas de documentos comprobatórios, quando for este o meio pelo qual devam ser provados os fatos alegados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Credit6rio Não Reconhecido A pessoa jurídica interpôs recurso voluntário ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, em 28/02/2012, pelos mesmos fundamentos apresentados na manifestação de inconformidade. Em síntese, alega que calculou seus tributos através da alíquota referente às empresas destinadas à prestação de serviços, quando, a bem da verdade, a atividade exercida pela recorrente se amolda à alíquota de comércio, tendo em vista que, na prática, esta somente promove a operação de alugar bens moveis. Argúi que a alíquota dispensada à prestação de serviços encontrase em patamar superior àquela reservada para taxar as operações de comércio. E, desse modo, resta manifesto que a recorrente, ao indicar equivocadamente sua atividade como prestação de serviço, sofreu prejuízo, recuperável através das pertinentes compensações. Assim, requer seja julgado procedente o pedido de homologação da compensação em lide, alusiva ao período de apuração de 31/12/2004. É o relatório. Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235/72. Dele conheço. O presente processo tem origem no PER/DCOMP nº 26471.73667.241105.1.3.046898 (fls.15/19), transmitido em 24/11/2005, em que a contribuinte pretende compensar débito de Simples: R$ 508,45, código 6106, relativo ao mês de setembro de 2005, com a utilização de crédito no valor de R$ 3.937,34, decorrente de pagamento indevido ou a maior do Simples (DARF: código – 6106; Período de Apuração: 31/12/2004; Data de Arrecadação: 10/01/2005, Valor: R$ 11.812,01). Consta do mencionado PER/DCOMP (fl.17) que o crédito de R$ 3.937,34 foi informado em PERDCOMP Inicial: nº 27674.07713.090805.1.3.046758 e o “Crédito Original na Data da Transmissão” para a compensação de que trata os presentes autos é no valor de R$ 444,85. Conforme relatado, por intermédio do despacho decisório de fl.01, emitido em 25/05/2009 não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, nãohomologada a compensação declarada no PER/DCOMP, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação Fl. 74DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10469.904109/200911 Acórdão n.º 1802001.565 S1TE02 Fl. 4 5 de débitos da contribuinte, "não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP". Tanto em sede de primeira instância quanto na fase recursal, a recorrente alega que no ano de 2004 a empresa acima citada calculou os seus impostos do ano todo equivocadamente com alíquotas referente a empresas destinadas a prestação de serviço, quando sua atividade era de Locação de automóveis e ônibus de passeio, estando sujeita às alíquotas de comércio. Como fundamento para o indeferimento do pleito da recorrente, consta do voto condutor do acórdão recorrido o seguinte: ... A empresa em questão, conforme consta em Aditivo ao seu Contrato Social exerce a locação dos veículos com e sem motorista. Quando o veiculo é locado sem motorista, fica fora da lista de serviços da LC 116/2000. Mas quando é locado com motorista existe o serviço embutido. O certo seria a empresa declarar o Simples Federal separando os dois casos. Com motorista ficaria na alíquota majorada por ter prestação de serviços e sem motorista pegaria a alíquota de comércio. 10.5 Porém. no presente processo não consta documentação comprobatória, apresentada pela contribuinte, demonstrando quais e de qual forma as locações foram efetuadas. Portanto, mesmo que a reclamante tivesse apresentado a Declaração Anual Simplificada PJSI 2005 Retificadora antes do Despacho Decisório, tal alegação não prosperaria, por absoluta falta de provas. Como se sabe as provas devem ser carreadas no momento da manifestação de inconformidade, nos termos do Art. 16 do Decreto 70.235, de 6 de março de 1972. Assim, rejeito a referida alegação. [...] Sobre a possibilidade de opção pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), de que trata a Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, da pessoa jurídica que explore contrato de locação de veículos, independentemente do fornecimento concomitante de mãodeobra de motorista, o Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 5, de 4 de maio de 2007 (DOU de 7.5.2007) dirimiu a questão do seguinte modo: Artigo único. Pode optar pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), de que trata a Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica que explore contrato de locação de veículos, independentemente do fornecimento concomitante de mãodeobra de motorista, desde que não se enquadre em qualquer das demais vedações legais a tal opção. Desse modo, inexiste óbice para que a empresa em questão, exercendo a locação dos veículos, com ou sem motorista, seja optante do Simples. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 6 A questão é saber qual a alíquota aplicável sobre a receita bruta mensal decorrente da mencionada atividade. Conforme o entendimento da decisão de primeira instância, acima transcrito, “A empresa em questão, conforme consta em Aditivo ao seu Contrato Social exerce a locação dos veículos com e sem motorista. Quando o veiculo é locado sem motorista, fica fora da lista de serviços da LC 116/2000. Mas quando é locado com motorista existe o serviço embutido. O certo seria a empresa declarar o Simples Federal separando os dois casos. Com motorista ficaria na alíquota majorada por ter prestação de serviços e sem motorista pegaria a alíquota de comércio. Sobre a majoração da alíquota a que se refere a decisão recorrida, o artigo 2º da Lei nº 10.034 de 24/10/2000, com as alterações posteriores, assim dispõe: Art. 1o Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem exclusivamente às seguintes atividades: (Redação dada pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) I – creches e préescolas; (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) II – estabelecimentos de ensino fundamental; (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) III – centros de formação de condutores de veículos automotores de transporte terrestre de passageiros e de carga; (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) IV – agências lotéricas; (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) V – agências terceirizadas de correios; (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003) VI – (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003 e vetado) VII – (Incluído pela Lei nº 10.684, de 30.5.2003 e vetado) Art. 2o Ficam acrescidos de 50% (cinqüenta por cento) os percentuais referidos no art. 5o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, alterado pela Lei no 9.732, de 11 de dezembro de 1998, em relação às atividades relacionadas nos incisos II a IV do art. 1o desta Lei e às pessoas jurídicas que aufiram receita bruta decorrente da prestação de serviços em montante igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 29.12.2003) Grifei Como se vê, o entendimento esboçado na decisão recorrida, é no sentido de que nos casos em que a empresa exerce a locação dos veículos com motorista existe o serviço embutido. O certo seria a empresa declarar o Simples Federal separando os dois casos. Com motorista ficaria na alíquota majorada por ter prestação de serviços e sem motorista pegaria a alíquota de comércio. A disposição legal acima descrita não prevê tal segregação. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10469.904109/200911 Acórdão n.º 1802001.565 S1TE02 Fl. 5 7 A interpretação da lei é literal. Em se tratando de pessoas jurídicas que aufiram receita bruta decorrente da prestação de serviços em montante igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total”, ficam acrescidos de 50% (cinqüenta por cento) os percentuais referidos no art. 5o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, alterado pela Lei no 9.732, de 11 de dezembro de 1998. A questão está bem demonstrada No "Perguntas e respostas", pergunta nº 136, constante do endereço eletrônico http://www. receita. fazenda. gov.br/pessoa jurídica/dipj/2004/pergresp2004/pr110a202.htm: 136 As empresas com receita bruta acumulada da prestação de serviços maior ou igual a 30% (trinta por cento) da receita bruta acumulada total estão sujeitas a percentuais diferenciados? O que a legislação determina é que se a pessoa jurídica auferir receita bruta acumulada decorrente da prestação de serviços em montante igual ou superior a 30% (trinta por cento) da receita bruta total acumulada, o valor devido mensalmente será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos percentuais constantes das perguntas 132 e 134. Para determinação do percentual a ser utilizado, é necessário, primeiramente, identificar, separadamente, os seguintes valores: RBAsv = receita bruta acumulada de serviços; RBAnsv = valor da receita bruta acumulada não decorrente da prestação de serviços; RBAtot = receita bruta acumulada total (soma algébrica de RBAsv e RBAnsv). Dividindose RBAsv por RBAtot encontraremos um número, multiplicando este por 100 obteremos o percentual equivalente à prestação de serviços, que chamaremos de PERsv . Apenas no caso de PERsv ser maior ou igual a 30% (trinta por cento) é que devem ser aplicados os percentuais majorados. No caso de em determinado mês a empresa se sujeitar aos percentuais majorados, mas em mês posterior isso não acontecer, poderá recolher, neste último caso, o DarfSimples sem se utilizar dos percentuais diferenciados. Exemplo 1 : Considere um salão de beleza que também efetua a venda de produtos. O referido salão é optante pelo Simples na condição de ME, é não contribuinte do IPI, e não há convênio celebrado com estado ou município. Essa empresa obteve em janeiro de 2004 receita bruta da venda de produtos no valor de R$3.000,00. No mesmo mês a sua receita bruta de serviços foi de R$5.000,00, totalizando uma receita bruta no valor de R$8.000,00. Nesse caso, a tributação no mês de janeiro deverá ser feita da seguinte maneira: Fl. 77DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 8 RBAsv = R$5.000,00 RBAnsv = R$3.000,00 RBAtot = RBAsv + RBAnsv = R$8.000,00 PERsv = (RBAsv/RBAtot) x 100 = (5.000/8.000)x100 = 62,5% Como PERsv foi maior ou igual a 30%, a empresa deve utilizar os percentuais majorados indicados na Tabela S3 constante da pergunta 132. RBAtot = R$8.000,00. Logo, a alíquota correspondente é a de 4,5%. Para se calcular o DarfSimples, multiplicase o valor da receita bruta mensal total pela alíquota correspondente (como tratase do mês de janeiro, neste exemplo, a receita bruta mental total é igual à receita bruta acumulada total): DarfSimples = 8.000,00 x 4,5% = R$360,00 Portanto, a aplicação do percentual não se dá de forma diferenciada sobre a receita bruta segregada (comércio/serviços) e sim, com as mesmas alíquotas acrescidas de 50% sobre a receita bruta total mensal. Na decisão recorrida restou afirmado que a empresa quando exerce a locação dos veículos com motorista existe o serviço embutido e nesse passo deveria ser aplicada a alíquota majorada por ter prestação de serviços. Divirjo da majoração por entender que o contrato de locação de veículos com motoristas não configura locação de mão de obra, atividade impeditiva de optar pelo Simples, como implicitamente observado no Ato Declaratório Interpretativo RFB nº 5, de 4 de maio de 2007, tampouco desnatura o contrato de locação do bem móvel. Também não há falar em serviço de transporte, pois, na locação de veículos, mesmo que com motorista, o locatário adquire a posse direta do veículo, tendo total ingerência sobre ele e o objeto do contrato não é o transporte, nos termos do artigo 730 do Código Civil, que assim dispõe: “Art. 730. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas.” A questão está explicitada pela jurisprudência, vejamos: “ISS. Contrato de locação de bem móvel. Motoristas cedidos pela locadora. Não desnatura o contrato de locação a circunstância de a empresa locadora pôr à disposição da locatária manobristas para o melhor aproveitamento dos veículos cedidos. Recurso extraordinário não conhecido. (...) A espécie evoca a freqüente de locação de automóvel, quando a empresa coloca, ao dispor do cliente, um motorista que conduz o carro segundo a orientação do locatário. À vista do objeto principal de tais avenças, não se nega sua natureza de locação. Afirmao, a propósito, com a autoridade de especialista no tema, Bernardo Ribeiro de Moraes. Menciona o consagrado professor o seguinte caso prático, que prefigura locação de bem móvel, de acordo com os elementos típicos desse negócio jurídico: Fl. 78DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10469.904109/200911 Acórdão n.º 1802001.565 S1TE02 Fl. 6 9 ‘(...) o locador de veículos (automóveis, barcos, aviões, etc.) apenas entrega o veículo ao locatário para que este guie ou conserve o veículo em seu poder durante certo período de tempo. Essa locação pode ser feita com ou sem condutor, fato que não desnatura o contrato (o essencial é que o objeto do contrato não seja o transporte).’ (Doutrina e Prática do Imposto sobre Serviços.São Paulo: RT, 1975, PP. 3723.” (STF, 2ª Turma, RE nº 107.363/SP, Rel. Min. FRANCISCO REZEK, DJ 01.08.86) “Anulatória de débito fiscal. ISSQN. Contratos de transporte e de locação. Locação armada ou ‘time charter’. Admissibilidade e caracterização. Observância aos limites do poder de tributar. No contrato de transporte ou fretamento, em que se dá o veículo a frete, há a constituição de uma mera obrigação de fazer, ou seja, o transporte por um número de viagens ajustado (ponto a ponto), um prazo certo e mediante quantia determinada, ou seja, frete. Por outro lado, o contrato de aluguel se caracteriza na cessão de posse imediata do veículo, através de contrato de locação e mediante o recebimento do aluguel. Pode o locador ceder o uso do veículo a outrem, por certo tempo, já devidamente armado e equipado. Nesse caso, se o locador se submete às condições baixadas pelo locatário quanto ao cumprimento de horários estabelecidos e ao controle de presença e permanência dos empregados em serviço, à alteração unilateral pelo locatário dos horários da prestação dos serviços, bem como da escola a ser atendida e, ainda, obedece às rotas apresentadas pelo locatário, o serviço do motorista constitui mero acessório ao contrato principal de locação de coisa, qual a do ônibus, caracterizando o contrato de locação ‘time charter’. É imperiosa a imposição de limites ao poder de tributar. E a observância dos conceitos jurídicos constitui um desses limites. Somente o legislador poderá atribuir efeitos tributários distintos, alterando o alcance e o conteúdo dos institutos e conceitos do Direito Privado, se inexistir obstáculo na Constituição.Não o intérprete e aplicador da lei". (TJMG, Processo nº 1.0024.02.8025427/001, Rel. Des. GOUVÊA RIOS, DJ 05.11.2004) Com efeito, constituindose a receita bruta da pessoa jurídica da locação de veículos, com ou sem motorista, não se aplicam os percentuais referidos no art. 5o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, alterado pela Lei no 9.732, de 11 de dezembro de 1998 com o acréscimo de 50% (cinqüenta por cento) previsto no artigo 2º da Lei nº 10.034 de 24/10/2000, com as alterações posteriores, por não se configurar receita decorrente de prestação de serviços. O Despacho Decisório expedido em 25/05/2009, pela DRF/NatalRN foi proferido com base na Declaração IRPJSIMPLES/2005, retificada, apresentada em 17/05/2005, porém esta fora cancelada pela Receita Federal conforme se observa no extrato à fl.25. No caso em tela, a prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de compensação, pode ser visualizada na Declaração Anual Simplificada — IRPJSIMPLES/ 2005, Retificadora, transmitida em 10/06/2009, “recepcionada e LIBERADA VIA BATCH na mesma data, fls. 25 e 26”. Fl. 79DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 10 Compulsandose os autos, verificase que a declaração retificadora mantém os mesmos valores das receitas brutas mensais declaradas na DIPJSimples, retificada, a saber: Janeiro 7.300,00; Fevereiro 40.300,00; Março 37.550,00; Abril 44.480,00; Maio 69.520,00; Junho 49.280,03; Julho 43.740,00; Agosto 46.040,00; Setembro 109.900,00; Outubro 6.800,00; Novembro 49.320,00; Dezembro 112.495,38.Tal verificação é essencial ao deslinde da questão. No caso em tela, o valor da receita bruta acumulada até dezembro de 2004 resulta no total de R$ 611.225,41. Sobre o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta mensal, o artigo 5º da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de 1996 que trata do Simples Federal assim dispõe: Art. 5° O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES, será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais: (Vide Lei 10.034, de 24.10.2000) ... II para a empresa de pequeno porte, em relação à receita bruta acumulada dentro do anocalendário: a) até R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta mil reais): 5,4% (cinco inteiros e quatro décimos por cento); b) de R$ 240.000,01 (duzentos e quarenta mil reais e um centavo) a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais): 5,8% (cinco inteiros e oito décimos por cento); c) de R$ 360.000,01 (trezentos e sessenta mil reais e um centavo) a R$ 480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais): 6,2% (seis inteiros e dois décimos por cento); d) de R$ 480.000,01 (quatrocentos e oitenta mil reais e um centavo) a R$ 600.000,00 (seiscentos mil reais): 6,6% (seis inteiros e seis décimos por cento); e) de R$ 600.000,01 (seiscentos mil reais e um centavo) a R$ 720.000,00 (setecentos e vinte mil reais): 7% (sete por cento). ... Grifei Consta da declaração retificada (fl.32) que a pessoa jurídica para cálculo do Simples a pagar relativo ao mês de dezembro de 2004 utilizou o percentual de 10,50%, do seguinte modo: FICHA 04A DEMONSTRAÇÃO DAS RECEITAS E DO SIMPLES A PAGAR ( )CONTRIB.D0 IPI ( )CONTRIB.D0 ICMS ( )CONTRIB.D0 ISS 12.SIMPLES DEVIDO ATE 0 VAL.DA REC.BR.DE R$ 720.000,00 REC.BRUTA ACUM.ATE 0 LIM.DE EMPRESA DE PEQ.PORTE(EPP) 13.RECEITA BRUTA NO MES 112.495,38 14.PERCENTUAL APLICADO 10,50% ........................... 22. TOTAL DO SIMPLES A PAGAR 11.812,01 Fl. 80DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10469.904109/200911 Acórdão n.º 1802001.565 S1TE02 Fl. 7 11 Considerando a Receita bruta acumulada de até R$ 720.000,00, o correto seria aplicar o percentual de 7,0% e não 10,50% sobre a receita bruta mensal auferida em dezembro de 2004, a saber: 13.RECEITA BRUTA NO MES 112.495,38 14.PERCENTUAL APLICADO 7% ........................... 22. TOTAL DO SIMPLES A PAGAR 7.874,68 Sendo este o valor da receita bruta mensal demonstrado nas Declarações Simplificadas Retificada e Retificadora (fl.33 e 35), resta inequívoca a diferença do indébito (11.812,01 7.874,68 = 3.937,33) apontado pela recorrente no PERDCOMP de que trata os presentes autos. Ademais, é de se observar nos extratos expedidos pela Receita Federal que após o “DEMONSTRATIVO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS CADASTRADOS” (fl.36), “DEMONSTRATIVO DE PAGAMENTOS CADASTRADOS” (fl.37), restou disponível o valor de R$ 3.937,33 conforme o “DEMONSTRATIVO DE VINCULAÇÃO ” (extrato fl.41). Portanto, comprovada a existência de direito creditório, referente a pagamento indevido ou a maior, é permitida a sua utilização para a extinção de débitos mediante apresentação de Declaração de Compensação/PERDCOMP, ainda que para a demonstração do crédito a Declaração Simplificada IRPJSIMPLES Retificadora – liberada pela Receita Federal seja apresentada após a emissão do despacho decisório eletrônico expedido pela autoridade administrativa. Vale lembrar que o crédito de R$ 3.937,34 foi informado em PERDCOMP Inicial: nº 27674.07713.090805.1.3.046758 e o “Crédito Original na Data da Transmissão” para a compensação de que trata os presentes autos é no valor de R$ 444,85. Assim, reconhecido o direito creditório a favor da contribuinte inexiste óbice para homologação da compensação declarada no PER/DCOMP, no limite do crédito remanescente. Diante do exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso voluntário. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 22/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 03/2013 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 10380.026555/99-30
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 13 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1989, 1990, 1991
TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
O Supremo Tribunal Federal - STF fixou entendimento no sentido de que deva ser aplicado o prazo de 10 (dez) anos para o exercício do direito de repetição de indébito para os pedidos formulados antes do decurso do prazo da vacatio legis de 120 dias da LC n.º 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005 (RE 566621).
O Superior Tribunal de Justiça - STJ firmou, ainda, entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ainda que tenha sido declarada a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou exista Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso), é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, acrescidos de mais cinco anos, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005).
No presente caso, o pedido de repetição de indébito deu-se antes do início da vigência da LC nº 118/2005 (15/09/1999), aplicando-se, portanto, o prazo decenal para a contagem do prazo para o exercício do direito de repetição de indébito.
Tendo em vista o fato de que transcorreram menos de dez anos entre a data do fato gerador (31/12/1989, 31/12/1990 e 31/12/1991) e a data do pedido de repetição do indébito, há de se concluir que o contribuinte exerceu tempestivamente o seu direito.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-002.499
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
(Assinado digitalmente)
Elias Sampaio Freire - Relator
EDITADO EM: 18/02/2013
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado) e Elias Sampaio Freire.
Matéria: CSL- que não versem sobre exigência de cred. trib. (ex.:restituição.)
Nome do relator: ELIAS SAMPAIO FREIRE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire - Relator EDITADO EM: 18/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado) e Elias Sampaio Freire.
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1989, 1990, 1991 TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O Supremo Tribunal Federal STF fixou entendimento no sentido de que deva ser aplicado o prazo de 10 (dez) anos para o exercício do direito de repetição de indébito para os pedidos formulados antes do decurso do prazo da vacatio legis de 120 dias da LC n.º 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005 (RE 566621). O Superior Tribunal de Justiça STJ firmou, ainda, entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ainda que tenha sido declarada a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou exista Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso), é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, acrescidos de mais cinco anos, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118∕05 (09.06.2005). No presente caso, o pedido de repetição de indébito deuse antes do início da vigência da LC nº 118/2005 (15/09/1999), aplicandose, portanto, o prazo decenal para a contagem do prazo para o exercício do direito de repetição de indébito. Tendo em vista o fato de que transcorreram menos de dez anos entre a data do fato gerador (31/12/1989, 31/12/1990 e 31/12/1991) e a data do pedido de repetição do indébito, há de se concluir que o contribuinte exerceu tempestivamente o seu direito. Recurso especial negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 02 65 55 /9 9- 30 Fl. 1DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire Relator EDITADO EM: 18/02/2013 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Marcelo Freitas de Souza Costa (suplente convocado) e Elias Sampaio Freire. Relatório A Fazenda Nacional, inconformada com o decidido no Acórdão n.º 104 22.639, proferido pela 4ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes em 13/09/2007, interpôs, dentro do prazo regimental, recurso especial de contrariedade à Câmara Superior de Recursos Fiscais. A decisão recorrida, por maioria de votos, deu provimento ao recurso para afastar a decadência e determinar o retorno dos autos à Delegacia da Receita Federal de Julgamento, para enfrentamento do mérito. Segue abaixo sua ementa: “IMPOSTO SOBRE O LUCRO LÍQUIDO PAGAMENTO INDEVIDO RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL INÍCIO DA CONTAGEM DO PRAZO DECADENCIAL Nos casos de reconhecimento da não incidência de tributo, a contagem do prazo decadencial do direito à restituição ou compensação tem inicio na data da publicação do Acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal em ADIN; da data de publicação da Resolução do Senado que confere efeito erga omnes à decisão proferida inter partes em processo que reconhece inconstitucionalidade de tributo; ou da data de ato da administração tributária que reconheça a não incidência do tributo. Permitida, nesta hipótese, a restituição ou compensação de valores recolhidos indevidamente em qualquer exercício pretérito. Tratandose do ILL de sociedade por quotas, não alcançada pela Resolução n°. 82, de 1996, do Senado Federal, o reconhecimento deuse com a edição da Instrução Normativa SRF n°. 63, publicada no DOU Fl. 2DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10380.026555/9930 Acórdão n.º 9202002.499 CSRFT2 Fl. 8 3 de 25/07/1997. Assim, não tendo transcorrido entre a data do ato da administração tributária e a do pedido de restituição, lapso de tempo superior a cinco anos, é de se considerar que não ocorreu a decadência do direito de o contribuinte pleitear restituição ou compensação de tributo pago indevidamente ou a maior que o devido. Recurso provido.” Inicialmente, a PGFN afirma que o entendimento defendido pelo aresto em comento diverge de outros colegiados no âmbito do CARF. Cita como exemplo o Acórdão n.º 30235.782. Ressalta que o presente recurso fundamentase no art. 7º, I do antigo RICSRF e que a indicação da divergência serve apenas para reforçar a tese que descreve. Explica que o Código Tributário Nacional jamais elegeu, como termo inicial do prazo para a apresentação do pedido de restituição, nenhuma das datas aventadas pela e. Câmara a quo. Não dispôs que o prazo se iniciaria com a declaração de inconstitucionalidade da norma ou publicação de ato normativo. Pondera que a interpretação adotada pela e. Câmara a quo importa, simplesmente, em tornar indefinido o termo inicial do prazo para o pedido de restituição, o que causa, ao Poder Público, uma insegurança jurídica insuportável. Diz que o tributo pelo pagamento, ainda que indevido, cabe ao sujeito passivo requerer a sua restituição no prazo de cinco anos, contados da data do pagamento indevido, consoante disposto no art. 168 c/c art. 165 do CTN, independentemente de a suposta ilegitimidade da cobrança do tributo ser ou não reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal. Sustenta que, consoante o voto condutor, o tributo em tela deixou de ser devido a partir da publicação da IN/SRF n° 63/97. Todavia, pondera que instrução normativa não tem o condão de extinguir exigência tributária, de acordo com o art. 97, inciso I, do CTN. Ao final, requer o conhecimento e provimento de seu recurso especial. Nos termos do Despacho n.º 104074/2008, foi dado seguimento ao pedido em análise. O contribuinte apresentou contrarazões. Afirma que, nos casos de declaração de inconstitucionalidade pelo Supremo Tribunal Federal, ocorre a decadência do direito à repetição do indébito após 05 (cinco) anos da data de trânsito em julgado da decisão proferida em ação direta ou da publicação da resolução do senado que suspendeu a lei com base em decisão proferida no controle difuso de constitucionalidade, ou, ainda, do ato administrativo reconhecedor da inconstitucionalidade. Observa que, ao contrário do que sustenta a r. decisão ora recorrida, somente a partir desses eventos é que o valor recorrido tornase indevido, ou seja, operase efeito "erga omnes", gerando direito ao contribuinte de pedir sua restituição. Assim, é respeitado o prazo de 05 (cinco) anos estipulado no Código Tributário Nacional, em seus artigos 165 e 168 e seus incisos. Diz que o prazo para a propositura de pedidos de restituição do imposto sobre o lucro líquido expirou em 22 de novembro de 2001, 05 (cinco) anos após a expedição da Resolução n° 82 de 18 de novembro de 1996 pelo Senado Federal. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 4 Frisa que o seu pedido foi protocolado em 15 de setembro de 1999, portanto, antes do referido prazo se expirar. Requer, ao final, que o recurso especial da Fazenda não seja provido. Eis o breve relatório. Voto Conselheiro Elias Sampaio Freire, Relator Acerca da admissibilidade do recurso especial constatase que ao apreciar regra de norma geral acerca do prazo para repetição de indébito (art. 165, incisos I e II , e 168, inciso I, do CTN), ao contrário do decidido no acórdão recorrido, o acórdão paradigma considerou ser irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro, aplicando o prazo a partir da extinção do crédito tributário. Portanto, demonstrado o dissídio jurisprudencial e preenchidas as demais formalidades, conheço do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. O Supremo Tribunal Federal – STF fixou entendimento no sentido de que deva ser aplicado o prazo de 10 (dez) anos para o exercício do direito de repetição de indébito para os pedidos formulados antes do decurso do prazo da vacatio legis de 120 dias da LC n.º 118/2005, ou seja, antes de 9 de junho de 2005 (RE 566621), em acórdão assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança Fl. 4DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10380.026555/9930 Acórdão n.º 9202002.499 CSRFT2 Fl. 9 5 e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” O Superior Tribunal de Justiça – STJ firmou, ainda, entendimento no sentido de que o prazo para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ainda que tenha sido declarada a inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou exista Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso), é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, acrescidos de mais cinco anos, em se tratando de pagamentos indevidos efetuados antes da entrada em vigor da LC 118∕05 (09.06.2005): “TRIBUTÁRIO. TRIBUTO DECLARADO INCONSTITUCIONAL EM CONTROLE CONCENTRADO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. REGRA DOS "CINCO MAIS CINCO". PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. 1. A Primeira Seção desta Corte firmou entendimento de que, "mesmo em caso de exação tida por inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, seja em controle concentrado, seja em difuso, ainda que tenha sido publicada Resolução do Senado Federal (art. 52, X, da Carta Magna), a prescrição do direito de pleitear a restituição, nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, ocorre após expirado o prazo de cinco anos, contados do fato gerador, acrescido de mais cinco anos, a partir da homologação tácita ou expressa." 2. O entendimento jurisprudencial é a síntese da melhor exegese da legislação no momento da aplicação do direito, por isso é aceitável a sua mudança para o devido aprimoramento da prestação jurisdicional. Agravo regimental improvido.” (AgRg no Ag 1406333 / PE, Relator: Ministro Humberto Martins) “PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE Fl. 5DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE 6 RENDA O SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (ILL). PRESCRIÇÃO. TESE DOS "CINCO MAIS CINCO". RESP 1.002.932/SP (ART.543C DO CPC). COMPENSAÇÃO. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL. DATA DO AJUIZAMENTO DA AÇÃO. RESP 1.137.738/SP (ART. 543C DO CPC). POSSIBILIDADE, IN CASU, DE COMPENSAÇÃO COM TRIBUTO DA MESMA ESPÉCIE. CORREÇÃO MONETÁRIA. FEV/1991. IPC. 21,87%. 1. Agravos regimentais interpostos pelos contribuintes e pela Fazenda Nacional contra decisão que negou seguimento aos seus recursos especiais. 2. A Primeira Seção adota o entendimento sufragado no julgamento dos EREsp 435.835/SC para aplicar a tese dos "cinco mais cinco" à contagem do prazo prescricional, inclusive para a repetição de tributos declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Precedentes: EREsp 507.466/SC, Rel. Ministro Humberto Martins, Primeira Seção, julgado em 25/3/2009, DJe 6/4/2009; AgRg nos EAg 779581/SP, Rel. Ministro Herman Benjamin, Primeira Seção, julgado em 9/5/2007, DJe 1/9/2008; EREsp 653.748/CE, Rel. Ministro José Delgado, Rel. p/ Acórdão Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 23/11/2005, DJ 27/3/2006. 3. O Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso especial representativo de controvérsia (REsp 1.002.932/SP), ratificou orientação no sentido de que o princípio da irretroatividade impõe a aplicação da LC n. 118/05 aos pagamentos indevidos realizados após a sua vigência e não às ações propostas posteriormente ao referido diploma legal, porquanto é norma referente à extinção da obrigação e não ao aspecto processual da ação respectiva. 4. Em sede de compensação tributária, deve ser aplicada a legislação vigente por ocasião do ajuizamento da demanda. "[A] autorização da Secretaria da Receita Federal constituía pressuposto para a compensação pretendida pelo contribuinte, sob a égide da redação primitiva do artigo 74, da Lei 9.430/96, em se tratando de tributos sob a administração do aludido órgão público, compensáveis entre si" (REsp 1.137.738/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, DJe 1º/2/2010, julgado sob o rito do art. 543C do CPC). 5. Na correção de indébito tributário incide o índice de 21,87% em fevereiro de 1991 (expurgo inflacionário, IPC/IBGE em substituição à INPC do mês). Precedentes: REsp 968.949/SP, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe 10/3/2011; EDcl no AgRg nos EDcl no REsp 871.152/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 19/8/2010; AgRg no REsp 945.285/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 7/6/2010; REsp 1.124.456/DF, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 8/4/2010. 6. Agravo regimental das contribuintes parcialmente provido para assegurar a correção monetária no mês de fevereiro de 1991 pelo índice de 21,87%. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE Processo nº 10380.026555/9930 Acórdão n.º 9202002.499 CSRFT2 Fl. 10 7 7. Agravo regimental da Fazenda Nacional não provido.” (AgRg no REsp 1131971 / RJ, Relator: Ministro Benedito Gonçalves) No presente caso, o pedido de repetição de indébito deuse antes do início da vigência da LC nº 118/2005 (15/09/1999), aplicandose, portanto, o prazo decenal para a contagem do prazo para o exercício do direito de repetição de indébito. Tendo em vista o fato de que transcorreram menos de dez anos entre a data do fato gerador (31/12/1989, 31/12/1990 e 31/12/1991) e a data do pedido de repetição do indébito, há de se concluir que o contribuinte exerceu tempestivamente o seu direito. Pelo exposto, voto por CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao Recurso especial da Fazenda Nacional. É como voto. (Assinado digitalmente) Elias Sampaio Freire Fl. 7DF CARF MF Impresso em 15/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2013 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 12/03/2 013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 06/03/2013 por ELIAS SAMPAIO FREIRE
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