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Numero do processo: 10166.721888/2010-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2007 a 30/11/2008
Ementa: AUTO DE INFRAÇÃO – NÃO ARRECADAÇÃO, MEDIANTE DESCONTO DAS REMUNERAÇÕES, DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS DOS SEGURADOS EMPREGADOS.
Toda empresa está obrigada a arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições previdenciárias dos segurados a seu serviço
REMUNERAÇÃO - CONCEITO Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, decorrentes do contrato de trabalho
VALE TRANSPORTE EM PECÚNIA – NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores de Vale Transporte pagos em pecúnia, conforme Súmula nº 60, de 08/12/2011, da Advocacia Geral da União – AGU LANÇAMENTO. CLAREZA E PRECISÃO. REQUISITOS PARA O DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO.
Clareza e precisão são requisitos indispensáveis para que os lançamentos tributários prevaleçam. A ausência desses requisitos, pelos vários motivos descritos no voto, no caso do pagamento do auxílio alimentação, acarreta o provimento do recurso, pela incerteza da ocorrência do fato gerador. Não há que arrecadar valor que não foi comprovado como Salário de Contribuição (SC)
JUROS E MULTA DE MORA A utilização da taxa de juros SELIC e a multa de mora encontram amparo legal nos artigos 34 e 35A da Lei 8.212/91.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2301-002.768
Decisão: Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento ao recurso na questão do vale transporte, nos termos do voto da Relatora. O Conselheiro Mauro José Silva acompanhou a votação por suas conclusões; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso na questão do auxílio alimentação, nos termos do voto do Redator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão. Redator: Marcelo Oliveira. Declaração de voto: Damião Cordeiro de Moraes.
Nome do relator: BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS
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Toda empresa está obrigada a arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições previdenciárias dos segurados a seu serviço REMUNERAÇÃO CONCEITO Remuneração é o conjunto de prestações recebidas habitualmente pelo empregado pela prestação de serviços, seja em dinheiro ou em utilidades, provenientes do empregador ou de terceiros, decorrentes do contrato de trabalho VALE TRANSPORTE EM PECÚNIA – NÃO INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA Não há incidência de contribuição previdenciária sobre os valores de Vale Transporte pagos em pecúnia, conforme Súmula nº 60, de 08/12/2011, da Advocacia Geral da União – AGU LANÇAMENTO. CLAREZA E PRECISÃO. REQUISITOS PARA O DEVIDO PROCESSO LEGAL. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. Clareza e precisão são requisitos indispensáveis para que os lançamentos tributários prevaleçam. A ausência desses requisitos, pelos vários motivos descritos no voto, no caso do pagamento do auxílio alimentação, acarreta o provimento do recurso, pela incerteza da ocorrência do fato gerador. Não há que arrecadar valor que não foi comprovado como Salário de Contribuição (SC) JUROS E MULTA DE MORA Fl. 1611DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 2 A utilização da taxa de juros SELIC e a multa de mora encontram amparo legal nos artigos 34 e 35A da Lei 8.212/91. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por unanimidade de votos: a) em dar provimento ao recurso na questão do vale transporte, nos termos do voto da Relatora. O Conselheiro Mauro José Silva acompanhou a votação por suas conclusões; II) Por maioria de votos: a) em dar provimento ao recurso na questão do auxílio alimentação, nos termos do voto do Redator. Vencida a Conselheira Bernadete de Oliveira Barros, que votou em negar provimento ao recurso nesta questão. Redator: Marcelo Oliveira. Declaração de voto: Damião Cordeiro de Moraes. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira – Presidente e Redator designado. (assinado digitalmente) Bernadete De Oliveira Barros Relator. (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes – Declaração de voto. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (Presidente), Adriano Gonzales Silvério, Bernadete de Oliveira Barros, Damião Cordeiro de Moraes, Mauro José Silva, Leonardo Henrique Lopes. Fl. 1612DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 2 3 Relatório Tratase de Auto de Infração, lavrado em 25/08/2010, por ter a empresa acima identificada deixado de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições dos segurados a seu serviço, infringindo, dessa forma, o inciso I, alínea “a”, do art. 30, da Lei 8.212/91, e art. 4, “caput”, da Lei 10.666/03, c/c o art. 216, inciso I, alínea “a” do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99. Conforme Relatório Fiscal da Infração, a autuada deixou de arrecadar, mediante desconto das remunerações, as contribuições devidas pelos segurados empregados que lhe prestaram serviços, incidentes sobre os auxílio alimentação e valetransporte pagos em pecúnia, conforme constatado por meio de análise das folhas e da escrituração contábil do Contribuinte, na qual foram identificados os registros de pagamentos de remuneração em diversas contas contábeis, bem como da documentação por ele apresentada. A recorrente impugnou o débito e a Secretaria da Receita Federal do Brasil, por meio do Acórdão 0343.442, da 5a Turma da DRJ/BSB, julgou a impugnação improcedente, mantendo o crédito tributário. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso tempestivo, alegando, em síntese, o que se segue. Preliminarmente, reitera que o processo foi instruído ao arrepio do Decreto 70.235/72, pois tal norma não autoriza a utilização de meio virtual como prova para exigir tributos, o que, segundo entende, não prejudica somente a recorrente, mas também o próprio julgador, pois estarão tolhidos e cerceados de analisar trabalhos elaborados pela fiscalização. Alega falta de previsão legal e requer que o julgamento seja convertido em diligência para suprir a ausência de documentos impressos, de forma a permitir à autoridade julgadora analisar a documentação elaborada pela autoridade lançadora, com fé pública. Sustenta que a autoridade lançadora não comprovou suas alegações, mas apenas elaborou unilateralmente planilhas, cerceando o direito de defesa da recorrente, uma vez que impossibilitou o acesso aos documentos que supostamente escoraram os lançamentos. Reitera que não consta, do relatório fiscal, qualquer documento contábil e/ou folhas de pagamento, tampouco GFIP e arquivo em meio digital, mas somente planilhas diversas elaboradas somente pelo fiscal autuante. Requer que seja decretada a nulidade do lançamento e, caso isso não ocorra, que sejam os autos baixados em diligência para sanar os vícios apontados. No mérito, alega que não incide contribuições sobre o auxílio alimentação e vale transporte pagos em pecúnia, justo porque a Jurisprudência dominante e atual do CARF afasta o lançamento, diante do entendimento sobre a matéria perante o STF e STJ. Fl. 1613DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 4 Assevera que o acórdão recorrido ignorou provas constantes dos autos, teses e argumentos trazidos pela ora recorrente, não enfrentando todos os pontos apresentados para análise contenciosa, cerceando o direito de defesa e agredindo o princípio do duplo grau de jurisdição, consagrado pelo PAF. Sustenta que as despesas com VT e VA não podem integrar o salário de contribuição, pois são eventuais, possuem natureza indenizatória e constituem instrumentos para o trabalho e não pelo trabalho. Refuta a acusação de que a empresa não teria preparado as folhas de pagamento das remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados a seu serviço, asseverando que as folhas de seus funcionários foram devidamente preparadas nos moldes da legislação de regência e reafirmando que o pagamento de transporte e alimentação não são salários. Ressalta que a cobrança de multas concomitantemente sobre o mesmo fato motivador é considerada abusiva, uma vez que ninguém poderá ser punido duas vezes pelo mesmo fato e reafirma que a recorrente não cometeu nenhum ato que se subsuma aos dispostos nos artigos eleitos pelo autuante. Traz recente decisão proferida pelo STF declarando a inconstitucionalidade da incidência da contribuição previdenciária sobre o valetransporte pago em pecúnia É o relatório. Fl. 1614DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 3 5 Voto Vencido Conselheiro Bernadete de Oliveira Barros O recurso é tempestivo e todos os requisitos de admissibilidade foram cumpridos, não havendo óbice para seu conhecimento. Da análise do recurso apresentado, registro o que se segue. Preliminarmente, a autuada alega que o processo foi instruído ao arrepio do Decreto 70.235/72, pois tal norma não autoriza a utilização de meio virtual como prova para exigir tributos, o que, segundo entende, não prejudica somente a recorrente, mas também o próprio julgador, pois estarão tolhidos e cerceados de analisar trabalhos elaborados pela fiscalização. Porém, o Decreto 70.235/72, citado pela recorrente, estabelece que: Dos Atos e Termos Processuais Art. 2º Os atos e termos processuais, quando a lei não prescrever forma determinada, conterão somente o indispensável à sua finalidade, sem espaço em branco, e sem entrelinhas, rasuras ou emendas não ressalvadas. Parágrafo único. Os atos e termos processuais a que se refere o caput deste artigo poderão ser encaminhados de forma eletrônica ou apresentados em meio magnético ou equivalente, conforme disciplinado em ato da administração tributária. (...) Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: (...) Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. (...) Art. 24. O preparo do processo compete à autoridade local do órgão encarregado da administração do tributo. Parágrafo único.Quando o ato for praticado por meio eletrônico, a administração tributária poderá atribuir o preparo do processo a unidade da administração tributária diversa da prevista no caput. (Incluído pela Medida Provisória nº 449, de 2008) Fl. 1615DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 6 Dessa forma, verificase que, ao contrário do que afirma a recorrente, o processo foi instruído em conformidade com o que dispõe o Decreto 70.325/72, que prevê a apresentação em meio magnético dos atos processuais. Ademais, o mesmo Decreto supra citado estabelece que: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Nesse sentido, como todos os elementos necessários para a elaboração de defesa pelo contribuinte encontramse nos autos, não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa. Da mesma forma, encontramse nos autos, mesmo que por meio eletrônico, toda a documentação elaborada pela autoridade lançadora, e com fé pública, já que o Governo Federal regulamentou as atividades de Certificação Digital, por meio da MP 2.2002/2001, garantindo, dessa forma, a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, bem como a realização de transações eletrônicas seguras. Como bem asseverou a Relatora do Acórdão recorrido, “O certificado digital da Infra Estrutura de Chaves Públicas Brasileira garante, por força da legislação atual, validade jurídica aos atos praticados com seu uso, de modo a proporcionar segurança nas transações eletrônicas e incentivar a adoção do processo eletrônico nos órgãos dos Poderes da União.” Portanto, todos os elementos necessários para a formação de convicção pela autoridade julgadora estão presentes nos autos. A recorrente protesta pela realização de diligência fiscal. Todavia, da análise dos autos, verificase que não existem dúvidas a serem sanadas, já que o Relatório Fiscal está claro e o AI muito bem instruído e fundamentado O art. 18, do mencionado Dec. 70.235/72, estabelece: Art.18 A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine. Nesse sentido, as autoridades julgadoras de primeira instância, ao entenderem ser prescindível a produção de novas provas, indeferiram, com muita propriedade, o pedido de diligência. Assim, indeferese o pedido de diligência, por considerála prescindível e meramente protelatória, uma vez que, como amplamente exposto acima, não há necessidade de suprimento de documentos impressos. A recorrente ainda alega que não consta, do relatório fiscal, qualquer documento contábil e/ou folhas de pagamento, tampouco GFIP e arquivo em meio digital, mas somente planilhas diversas elaboradas somente pelo fiscal autuante. Fl. 1616DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 4 7 Contudo, conforme restou claro no relato fiscal, as planilhas foram elaboradas a partir dos dados extraídos das folhas, GFIP e lançamentos contábeis. Cumpre observar que a autoridade autuante deixou claro, no Relatório Fiscal, que o próprio contribuinte apresentou arquivos digitais contendo os lançamentos contábeis, informações da folha de pagamento, além do valor do auxílio alimentação pago pela empresa, arquivos esses autenticados pelo contribuinte. Assim, não procede a alegação de cerceamento de defesa, uma vez que os valores utilizados pela autoridade lançadora foram obtidos por meio da documentação apresentada pela própria recorrente. Se a empresa entende que alguns dos valores constantes das citadas planilhas estão em desacordo com os dados por ela mesma fornecidos, caberia à ela comprovar o alegado, apresentando, nem que fosse por amostragem, cópias dos registros contábeis ou das folhas de pagamento ou das GFIPs que demonstrassem o erro. Porém, não o fez, se limitando a alegar cerceamento de defesa. Ademais, o auto objeto da discussão administrativa foi lavrado pelo fato de a recorrente não arrecadado, mediante desconto, as contribuições devidas pelos segurados empregados, incidentes sobre os pagamentos efetuados a título valetransporte e vale alimentação pagos em pecúnia, considerados remuneração pela auditoria fiscal. Pelo exposto, entendo que não procede a alegação de cerceamento de defesa, motivo pelo qual rejeito as preliminares suscitadas. A autuada assevera, ainda, que o acórdão recorrido ignorou provas constantes dos autos, teses e argumentos trazidos pela ora recorrente, não enfrentando todos os pontos apresentados para análise contenciosa, cerceando o direito de defesa e agredindo o princípio do duplo grau de jurisdição, consagrado pelo PAF. Porém, vale ressaltar que o órgão julgador não está obrigado a apreciar toda e qualquer alegação apresentada pela recorrente, mas tão somente aquelas que possuem o condão de formar ou alterar sua convicção. Tal entendimento encontra respaldo em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça aplicada subsidiariamente conforme se depreende do Recurso Especial, cuja ementa transcrevo abaixo: RESP 208302 / CE ; RECURSO ESPECIAL1999/00235967 – Relator: Ministro Edson Vidigal – Quinta Turma – Julgamento em 01/06/1999 – Publicação em 28/06/1999 – DJ pág 150 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO. ADMISSIBILIDADE. REFERÊNCIA A CADA DISPOSITIVO LEGAL INVOCADO. DESNECESSIDADE. 1. Legal a oposição de Embargos Declaratórios para pré questionar matéria em relação a qual o Acórdão embargado omitiuse, embora sobre ela devesse se pronunciar; o juiz não está obrigado, entretanto, a responder todas as alegações das Fl. 1617DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 8 partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão. 2. Recurso não conhecido. REsp 767021 / RJ ; RECURSO ESPECIAL 2005/01171187 – Relator: Ministro JOSÉ DELGADO PRIMEIRA TURMA – Julgamento em 16/08/2005 DJ 12.09.2005 p. 258 PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU FALTA DE MOTIVAÇÃO NO ACÓRDÃO A QUO. EXECUÇÃO FISCAL. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. GRUPO DE SOCIEDADES COM ESTRUTURA MERAMENTE FORMAL. PRECEDENTE. 1. Recurso especial contra acórdão que manteve decisão que, desconsiderando a personalidade jurídica da recorrente, deferiu o aresto do valor obtido com a alienação de imóvel. 2. Argumentos da decisão a quo que são claros e nítidos, sem haver omissões, obscuridades, contradições ou ausência de fundamentação. O nãoacatamento das teses contidas no recurso não implica cerceamento de defesa. Ao julgador cabe apreciar a questão de acordo com o que entender atinente à lide. Não está obrigado a julgar a questão conforme o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento (art. 131 do CPC), utilizandose dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso. Não obstante a oposição de embargos declaratórios, não são eles mero expediente para forçar o ingresso na instância especial, se não há omissão a ser suprida. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC quando a matéria enfocada é devidamente abordada no aresto a quo. (g.n.) Verificase que a decisão de primeira instância demonstra a convicção do julgador diante dos fatos e argumentos que lhe foram apresentados, seja pela auditoria fiscal, seja pela autuada. Ademais, a recorrente apenas alega, mas não aponta quais os tópicos não foram objeto de análise no Acórdão recorrido. Portanto, não se verifica a nulidade alegada pelo contribuinte. No mérito, constatase que a recorrente não nega que tenha fornecido vale transporte e vale alimentação em pecúnia a seus empregados e que tenha deixado de arrecadar, mediante desconto, as contribuições dos segurados incidentes sobre tais pagamentos. Ela apenas tenta demonstrar que a despesa com os referidos benefícios não integra o salário de contribuição por não possuir natureza remuneratória, pois os pagamentos são eventuais, possuem natureza indenizatória e constituem instrumentos para o trabalho e não pelo trabalho. No entanto, o conceito de salário de contribuição expresso no art. 28 inciso I da Lei 8.212/91 é “...a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma,...” (grifei). Fl. 1618DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 5 9 A própria Constituição Federal, preceitua, no § 4º do art. 201, renumerado para o § 11, com a redação dada pela Emenda Constitucional nº 20/98, o seguinte: § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüentemente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. (grifei) Portanto, a condição de se tratar ou não de salário não está vinculada ao interesse da fonte pagadora ou do empregador em, com aquele pagamento, assalariar ou não seu empregado. Ou seja, não é o nome do pagamento ou a vontade da empresa em si que vai determinar sua natureza jurídica. O que irá afastar a verba paga da incidência tributária é a estreita observância à legislação específica que trata da matéria. No presente caso, não resta dúvida que a verba intitulada “auxílio alimentação”, paga em pecúnia, não está incluída nas hipóteses legais de isenção previdenciária, previstas no § 9º, art. 28, da Lei 8.212/91. De fato, a alínea “c”, do citado § 9º, com redação dada pela Lei nº 9.528/97, exclui do salário de contribuição apenas a parcela “in natura” recebida de acordo com a Lei 6.321/76, o que não é o caso em tela, já que a fiscalização constatou que a empresa concedeu, em diversas ocasiões, o auxílioalimentação em pecúnia, o que contraria o referido diploma legal. Assim, está correto o procedimento fiscal ao lavrar o Auto de Infração por ter a empresa deixado de arrecadar, mediante desconto, as contribuições dos segurados empregados, incidentes sobre os valores pagos pela recorrente a título de auxílioalimentação, como também está correta a decisão recorrida em manter o auto em relação a tal rubrica;. Com relação aos argumentos de ausência de habitualidade, entendo que não estamos diante de um pagamento eventual, já que o ganho habitual passível de exação não é necessariamente aquele valor auferido mês a mês, trimestralmente ou mesmo bimestralmente etc. Há verbas pagas no decorrer do contrato de trabalho, ainda que não sejam auferidas nessas condições, e que não podem ser vistas como meramente eventuais. No caso sob análise, não há dúvida de que o pagamento em pecúnia realizado pela empresa a título de Auxílioalimentação, em favor de seus empregados, revestese de habitualidade, já que era de conhecimento de todos os empregados que, no caso da contratação ou afastamento, farão jus ao recebimento do valor ajustado de forma proporcional aos dias trabalhados. Assim, o conhecimento prévio de que tal pagamento será realizado se ocorrer o evento retiralhe o caráter da eventualidade, tornandoo habitual. Há, portanto, uma expectativa criada que se sobrepõe ao fato de os valores percebidos pelos segurados empregados não serem rotineiros, e essa expectativa perdura até o final do vínculo empregatício. Essa expectativa criada, o costume e a certeza do pagamento gera a habitualidade e afasta por completo a eventualidade. Fl. 1619DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 10 A ampla divulgação da concessão do benefício e de suas condições faz com que integre o contrato de trabalho dos empregados, pois tratase de um pagamento ajustado com condição préfixada.. Portanto, o valor efetivamente pago pela autuada, em pecúnia, relativo a auxílioalimentação, integra o salário de contribuição e a pretensão da recorrente de se excluir os referidos valores da base de cálculo da contribuição previdenciária carece de amparo legal. Nesse sentido, o parecer PGFN/CRJ/Nº 2117 /2011, cuja aprovação pelo Senhor Ministro de Estado da Fazenda ensejou a emissão do ATO DECLARATÓRIO Nº 03 /2011, que autoriza a dispensa de apresentação de contestação e de interposição de recursos, bem como a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante “nas ações judiciais que visem obter a declaração de que sobre o pagamento in natura do auxílio alimentação não há incidência de contribuição previdenciária”, traz, em seu bojo, excertos do julgado proferido pelo Min. Luiz Fux, nos autos do Recurso Especial nº1.119.787SP, publicado no DJ em 13/05/2010, bem como outras decisões que expressam a pacífica e consolidada jurisprudência do STJ sobre a matéria, e conclui que “quando o auxílioalimentação for pago em espécie ou creditado em contacorrente, em caráter habitual, assume feição salarial e, desse modo, integra a base de cálculo da contribuição previdenciária.” Dessa forma, não há amparo legal para a nãoincidência de contribuição previdenciária sobre o AuxílioAlimentação pago em pecúnia, devendo a empresa informar, em folha de pagamento, os valores pagos a esse título. Com relação ao ValeTransporte pago em pecúnia, foi editada a SÚMULA nº 60, em 08 /12 /2011, pela Advocacia Geral da União – AGU, que estabelece: "Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale transporte pago em pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba" . Considerando que o Decreto 70.235/72 estabelece que o disposto no caput do art. 26A não se aplica aos casos de lei ou ato normativo que seja objeto de súmula da AGU, entendo que os valores relativos ao pagamento de ValeTransporte em pecúnia não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária, estando a empresa desobrigada de informálos em folhas de pagamento. Contudo, a infração foi cometida, pois a empresa deixou de arrecadar a contribuição do segurado incidente sobre o pagamento do auxílio alimentação em pecúnia em folha de pagamento. A penalidade pela infração descrita acima é um valor que independe do montante que deixou de ser arrecadado. Basta a empresa deixar de arrecadar, a contribuição devida por um segurado a seu serviço e em uma competência para que fique configurada a infração à legislação previdenciária. Dessa forma, tendo a verba paga a título de auxílioalimentação natureza salarial, já que foi pago em pecúnia, a não arrecadação, mediante desconto quando do seu pagamento aos segurados empregados da recorrente, das contribuições por eles devidas, constitui infração à legislação previdenciária. O art. 30, I, “a”, da Lei 8.212/91, determina que: Fl. 1620DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 6 11 Art. 30. A arrecadação e o recolhimento das contribuições ou de outras importâncias devidas à Seguridade Social obedecem às seguintes normas: I a empresa é obrigada a: arrecadar as contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração; Assim, houve infração à legislação previdenciária, já que a fiscalização constatou que a empresa remunerou seus empregados com verba intitulada Auxílio alimentação, pagas em descordo com a legislação específica que trata da matéria (paga em pecúnia), e deixou de arrecadar a contribuição dos segurados incidentes sobre esses valores. E, como não é facultado ao servidor público eximirse de aplicar uma lei, a Autoridade Fiscal, ao constatar o descumprimento de obrigação acessória, lavrou corretamente o presente auto, em observância ao art. 33 da Lei 8212/99 e art. 293 do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto 3.048/99: Art.293. Constatada a ocorrência de infração a dispositivo deste Regulamento, a fiscalização do Instituto Nacional do Seguro Social lavrará, de imediato, autodeinfração com discriminação clara e precisa da infração e das circunstâncias em que foi praticada, dispositivo legal infringido e a penalidade aplicada e os critérios de sua gradação, indicando local, dia, hora de sua lavratura, observadas as normas fixadas pelos órgãos competentes. Com relação ao argumento de que a cobrança de multas concomitantemente sobre o mesmo fato motivador é considerada abusiva e de que ninguém poderá ser punido duas vezes pelo mesmo fato, cumpre observar que a infração foi cometida, independentemente dos outros lançamentos lavrados na mesma ação fiscal. Cumpre lembrar que a atividade administrativa é plenamente vinculada ao cumprimento das disposições legais. Nesse sentido, o ilustre jurista Alexandre de Moraes ( curso de direito constitucional, 17ª ed. São Paulo. Editora Atlas 2004.314) colaciona valorosa lição: “o tradicional princípio da legalidade, previsto no art. 5º, II, da CF, aplicase normalmente na administração pública, porém de forma mais rigorosa e especial, pois o administrador público somente poderá fazer o que estiver expressamente autorizado em lei e nas demais espécies normativas, inexistindo, pois, incidência de vontade subjetiva. Esse principio coadunase com a própria função administrativa, de executor do direito, que atua sem finalidade própria, mas sem em respeito à finalidade imposta pela lei, e com a necessidade de preservarse a ordem jurídica” Portanto, a penalidade aplicada encontra fundamento nos dispositivos legais discriminados nos relatórios que compõem o Auto de Infração, não podendo ser atenuada ou relevada, tendo em vista a não ocorrência das circunstâncias atenuantes previstas no art. 292, inciso V, do Decreto 3.048/99, ou o preenchimento dos requisitos previstos no §1º, do art. 291, do mesmo normativo legal. Nesse sentido e Considerando tudo mais que dos autos consta, Fl. 1621DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 12 VOTO por CONHECER DO RECURSO, para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. (assinado digitalmente) Bernadete de Oliveira Barros – Relatora Fl. 1622DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 7 13 Voto Vencedor Conselheiro Marcelo Oliveira Redator Designado Com todo respeito à excelsa Conselheira, divirjo de suas conclusões quanto ao auxílio alimentação. Como muito bem relatado, a autuação possui, em tese, dois fatos geradores: a) Pagamento de vale transporte em pecúnia; e b) Pagamento de auxílio alimentação em pecúnia. Na análise dos autos verificamos que desde a impugnação, com ratificação no recurso, a recorrente afirma que nem todas as contas citadas referemse a pagamento desses benefícios e que os pagamentos em pecúnia dos dois benefícios não correspondem ao total pago, ou seja, não nega que paga, mesmo que de forma parcial, esses benefícios em dinheiro. A recorrente alega, sim, que esses pagamentos em dinheiro ocorrem de forma eventual, em casos, por exemplo, de demissão ou contratação, em que não há como pagar em cartão, vales ou tíquetes, pois esses funcionários não entram na relação que deve ser enviada no mês anterior à administradora desses cartões, vales, tíquetes. Ou seja, o acórdão de primeira instância equivocase quando afirma que todos os valores lançados foram confessados como pagos em pecúnia. Sem adentrar na análise sobre a duvidosa ocorrência de habitualidade desses pagamentos em contratações ou demissões reiteração ou continuidade de uma gratificação (ajuste mensal, semestral ou anual) ou mesmo uma prestação in natura, habitual (periódica e uniforme) pelas alegações da recorrente, desde a impugnação, formos verificar as provas dos autos. O Fisco afirma que retirou os dados dos documentos do contribuinte, folha e escrituração. No auxílio alimentação, encontramos as seguintes rubricas que serviram para o lançamento, oriundas da folha de pagamento: Rubrica Período Código Descrição P/D Início Fim 0110 Dif. Tiquete P 200701 200812 0190 Credito Vale Alimentação Retroativo P 200701 200812 0222 Dev. Desconto De Tiquete P 200701 200804 Fl. 1623DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 14 0373 Vale Refeição Pago Em Dinheiro P 200701 200812 0425 Rest. Vale Refeição P 200701 200712 0446 Dif. Tiquete CCT P 200705 200812 0506 Dif de Tiquete SINDPDPE P 200701 200710 0550 Reposição VA Retroativo por Referencia P 200701 200812 0598 Devolução desconto a Maior ValeCard P 200710 200803 0223 Tiquete Refeição D 200701 200812 0276 Dev. Tiquete D 200701 200812 0277 Desc. Tiquete Especial D 200701 200706 0278 Desc.Tiquete Falta/Atestado D 200701 200812 0279 Desc. Tiquete Retroativo D 200801 200812 0286 Desc. Cartao Valecard D 200701 200805 0590 Desc. VR Por Referencia D 200706 200812 0622 Desc. cartão Vale Card Retroativo D 200803 200803 Na análise de todas essas rubricas, somente uma, e somente após contestação à empresa, poderia servir, com certeza à conceituação como vale refeição pago em dinheiro, a que possui esse nome. Em todas as demais há dúvidas, maiores ou menores, se referese a pagamento de auxílio alimentação em pecúnia, como no caso dos descontos, devoluções, faltas, atestados, etc. Portanto, não temos como, pela informação prestada no Relatório Fiscal (RF), ter certeza absoluta (requisito necessário a todo lançamento fiscal) de que esses valores devem integrar o Salário de Contribuição, por serem pagos em pecúnia. Ressaltamos, novamente, que a fiscalização poderia ter solicitado esclarecimentos sobre cada rubrica e, caso esclarecidos, motivar o lançamento, ou não esclarecidos, efetuar a aferição, como possibilita a legislação, mas esses procedimentos não ocorreram. Somase a esse fato que a fiscalização, também, utilizou o total lançado na contabilidade, na conta “Auxílio Alimentação”, como base de cálculo. Desde a impugnação, com reiteração no recurso, a recorrente afirma que os mesmos valores foram lançados duas vezes, devido as duas fontes (folha e contabilidade). Na análise do RF não encontramos justificativa para que as duas fontes fossem utilizadas na sua integralidade, fato não usual, já que na gigantesca maioria dos lançamentos que já analisamos o que se lança é a base de um e a diferença com o outro. Portanto, essa é mais uma incerteza presente no lançamento. Fl. 1624DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 8 15 Para concluir, há nos autos a alegação da recorrente que fornece o benefício por tíquetes e cartões, devido a contrato com a empresa Ticket Serviços S.A. Mesmo com essa forte documentação anexada, não houve o cuidado da fiscalização ou do órgão julgador de primeira instância em verificar a certeza dos fatos. Por todo exposto, devido a não comprovação, clara e precisa, da ocorrência do fato gerador, dou provimento ao recurso neste ponto. Ressalto, por fim, que equívocos semelhantes ocorreram na tributação do vale transporte, mas por concordar com a Relatora em sua decisão, deixo de proferir voto no mesmo sentido. Assim, considerando que não há valor a arrecadar quando não foi comprovado que este tem origem em como Salário de Contribuição (SC), a empresa está desobrigada desta arrecadação. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em DAR PROVIMENTO ao recurso, devido a decisão sobre a questão da não incidência de contribuição sobre as verbas referentes ao auxílio alimentação. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Redator Fl. 1625DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 16 Declaração de Voto Damião Cordeiro de Moraes Conselheiro 1. Apenas a título de contribuição para o debate jurídico, exponho meu raciocínio, em conformidade ao exposto pelo douto redator, e dou provimento ao recurso voluntário, nos termos seguintes: Auxílio Alimentação 2. O meu posicionamento sobre o auxílio alimentação in natura pago aos empregados segurados é por todos conhecido nesse Conselho, sendo certo que entendo tais verbas não sofrem a incidência de contribuição previdenciária, haja vista a ausência de sua natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no PAT. 3. Nesse mesmo sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou seu entendimento no sentido de que o pagamento in natura do auxílio alimentação não sofre a incidência de contribuição previdenciária por não constituir natureza salarial, esteja o empregados inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. (Precedentes: EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006). 4. Ademais é oportuno dizer que as empresas, na verdade, estão desempenhando seu papel social ao fornecerem refeições e lanches a segurados a seu serviço, notadamente para aqueles de menor renda. Dessa forma, considero que cobrar contribuições sociais sobre o fornecimento próprio de alimentação é penalizar as empresas e desestimular a colaboração da sociedade na saúde do trabalhador. 5. Abaixo, recente julgado da Primeira Turma deste Colendo Tribunal, in verbis: “TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO. VALEALIMENTAÇÃO. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR PAT. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. NÃOINCIDÊNCIA. 1. O valor concedido pelo empregador a título de vale alimentação não se sujeita à contribuição previdenciária, mesmo nas hipóteses em que o referido benefício é pago em dinheiro. 2. A exegese hodierna, consoante a jurisprudência desta Corte e da Excelsa Corte, assenta que o contribuinte é sujeito de direito, e não mais objeto de tributação. 3. O Supremo Tribunal Federal, em situação análoga, concluiu pela inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o valor pago em espécie sobre o vale transporte do trabalhador, mercê de o benefício ostentar nítido caráter indenizatório. (STF RE 478.410/SP, Rel. Min. Eros Grau, Tribunal Pleno, julgado em 10.03.2010, DJe 14.05.2010) Fl. 1626DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 9 17 4. Mutatis mutandis, a empresa oferece o ticket refeição antecipadamente para que o trabalhador se alimente antes e ir ao trabalho, e não como uma base integrativa do salário, porquanto este é decorrente do vínculo laboral do trabalhador com o seu empregador, e é pago como contraprestação pelo trabalho efetivado. 5. É que: (a) ‘o pagamento in natura do auxílioalimentação, vale dizer, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito, ou não, no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, ou decorra o pagamento de acordo ou convenção coletiva de trabalho’ (REsp 1.180.562/RJ (grifo nosso) (...) 6. Recurso especial provido.” (STJ REsp 1185685/SP, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, Rel. p/ Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/12/2010, DJe 10/05/2011) (g.n.) 6. Salientase, ainda, que para firmar esse entendimento fazse mister a referência de acórdão cuja relatoria é do Ministro José Delgado que tratou da matéria em questão, conforme ementa abaixo transcrita: “TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. REFEIÇÃO REALIZADA NAS DEPENDÊNCIAS DA EMPRESA. NÃOINCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. PRECEDENTES. DÉBITOS PARA COM A SEGURIDADE SOCIAL PRESUNÇÃO DE CERTEZA E LIQUIDEZ DA CERTIDÃO DA DÍVIDA ATIVA. PRECEDENTES. 1. Recurso especial interposto pelo INSS contra acórdão proferido pelo TRF da 4ª Região segundo o qual: a) o simples inadimplemento da obrigação tributária não constitui infração à lei capaz de ensejar a responsabilidade solidária dos sócios; b) o auxílioalimentação fornecido pela empresa não sofre a incidência de contribuição previdenciária, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Em seu apelo, o INSS aponta negativa de vigência dos artigos 135 e 202, do CTN, 2º, § 5º, I e IV, 3º da Lei 6.830/80, 28, § 9º, da Lei n. 8.212/91 e divergência jurisprudencial. Sustenta, em síntese, que: a) a) o ônus da prova acerca da não ocorrência da responsabilidade tributária será do sócio executado, tendo em vista a presunção de legitimidade e certeza da certidão da dívida ativa; b) é pacífico o Fl. 1627DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 18 entendimento no STJ de que o auxílioalimentação, caso seja pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, é salário e sofre a incidência de contribuição previdenciária. 2. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou o entendimento no sentido de que o pagamento in natura do auxílioalimentação, isto é, quando a própria alimentação é fornecida pela empresa, não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não constituir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT. Com tal atitude, a empresa planeja, apenas, proporcionar o aumento da produtividade e eficiência funcionais. Precedentes. EREsp 603.509/CE, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 08/11/2004, REsp 719.714/PR, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 24/04/2006. 3. Constando o nome do sóciogerente na certidão de dívida ativa e tendo ele tido pleno conhecimento do procedimento administrativo e da execução fiscal, responde solidariamente pelos débitos fiscais, salvo se provar a inexistência de qualquer vínculo com a obrigação. 4. Presunção de certeza e liquidez da certidão da dívida ativa. Ônus da prova da isenção de responsabilidade que cabe ao sóciogerente.Precedentes: EREsp 702.232/RS, Rel. Min. Castro Meira, DJ de 26/09/2005; EREsp 635.858/RS, Rel. Min. Luiz Fux, DJ de 02/04/2007. 5. Recurso especial parcialmente provido.” (REsp 977.238/RS, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 13.11.2007, DJ 29.11.2007 p. 257) (g.n.) 7. Inclusive, cumpre ressaltar que a argumentação da Fazenda Nacional nos autos acima (REsp 977.238/RS) era de que o auxilio alimentação, pago em espécie e sem inscrição da empresa no Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), possuía natureza salarial sendo, portanto, passível de recolhimento de tributo. No entanto, sua sustentação não foi provida em razão da orientação jurisprudencial pacífica do STJ em sentido contrário, qual seja não incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores pagos a título de auxilio alimentação. 8. Digase, também, pelo que se indica nestes casos, que a concessão da alimentação é desvinculada do salário por força da própria Lei nº 8.212/91 que determina a não integração do saláriodecontribuição às importâncias recebidas a título de ganhos expressamente desvinculados do salário (art. 28, §9º, letra “e”, número 7). 9. Não é inoportuno dizer que as empresas, na verdade, estão desempenhando enorme papel social ao fornecerem alimentação a seus trabalhadores, notadamente para aqueles de menor renda. É dizer, cobrar contribuições sociais sobre o fornecimento próprio de alimentação é penalizar as empresas e desestimular a colaboração da sociedade na saúde do trabalhador. Fl. 1628DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 10 19 10. Ademais, salientase que se verifica que a fiscalização não demonstra o pagamento em pecúnia, apenas considera o fato da falta de inscrição da empresa no PAT, logo, tenho por certo que o lançamento fiscal não deve ser mantido nesse ponto. Do transporte 11. Diferente não é meu posicionamento no tocante ao vale transporte, pois tenho como certo que o fato de a empresa ter descontado valor sobre outras verbas além do salário base não tem o condão de modificar a natureza jurídica dessa verba, transformandoa em outro tipo de rendimento sujeito ao pagamento da contribuição previdenciária. 12. Sendo assim, a origem da verba paga tem natureza jurídica indenizatória, pois foi assim que a norma, que criou o benefício, deixou consignada. 13. Vejase que a norma previdenciária tratou da matéria da seguinte forma: “Art. 28 Entendese por salário de contribuição: (...) Parágrafo 9º Não integram o saláriodecontribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) f) a parcela recebida a título de vale transporte, na forma da legislação própria; (...)” (negritamos e sublinhamos) 14. Como se pode perceber, nos termos do art. 28, parágrafo 9º, alínea “f”, da Lei nº 8.212/91, a quantia (parcela) recebida a título de valetransporte não compõe o salário de contribuição, para fins de apuração da contribuição previdenciária. 15. De mais a mais, o fornecimento de transporte aos seus empregados é imprescindível para a execução do trabalho, e não pode compor a base de cálculo da contribuição previdenciária. 16. De outro lado, a Lei nº 10.243/2001, alterou o §2º do art. 458 da CLT, que passou a ter a seguinte redação: "Art. 458...................................................... § 2º Para os efeitos previstos neste artigo, não serão consideradas como salário as seguintes utilidades concedidas pelo empregador: I – vestuários, equipamentos e outros acessórios fornecidos aos empregados e utilizados no local de trabalho, para a prestação do serviço; II – educação, em estabelecimento de ensino próprio ou de terceiros, compreendendo os valores relativos a matrícula, mensalidade, anuidade, livros e material didático; Fl. 1629DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES 20 III – transporte destinado ao deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público; ......................................................................” (NR) 17. Com isso, considerando o inciso III, acima transcrito, o transporte concedido como utilidade não será considerado como salário. Assim, se não é salário o transporte, não creio que os valores reembolsados pela empresa aos empregados, para o seu deslocamento para o trabalho e retorno, em percurso servido ou não por transporte público, seja considerado para efeito de incidência da contribuição social. 18. E sobre a natureza indenizatória do benefício o Supremo Tribunal Federal já firmou seu posicionamento considerando que, mesmo quando pago em pecúnia, o vale transporte não possui natureza salarial, in verbis: “EMENTA: RECURSO EXTRORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INCIDÊNCIA. VALETRANSPORTE. MOEDA. CURSO LEGAL E CURSO FORÇADO. CARÁTER NÃO SALARIAL DO BENEFÍCIO. ARTIGO 150, I, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. CONSTITUIÇÃO COMO TOTALIDADE NORMATIVA. 1. Pago o benefício de que se cuida neste recurso extraordinário em valetransporte ou em moeda, isso não afeta o caráter não salarial do benefício. 2. A admitirmos não possa esse benefício ser pago em dinheiro sem que seu caráter seja afetado, estaríamos a relativizar o curso legal da moeda nacional. 3. A funcionalidade do conceito de moeda revelase em sua utilização no plano das relações jurídicas. O instrumento monetário válido é padrão de valor, enquanto instrumento de pagamento sendo dotado de poder liberatório: sua entrega ao credor libera o devedor. Poder liberatório é qualidade, da moeda enquanto instrumento de pagamento, que se manifesta exclusivamente no plano jurídico: somente ela permite essa liberação indiscriminada, a todo sujeito de direito, no que tange a débitos de caráter patrimonial. 4. A aptidão da moeda para o cumprimento dessas funções decorre da circunstância de ser ela tocada pelos atributos do curso legal e do curso forçado. 5. A exclusividade de circulação da moeda está relacionada ao curso legal, que respeita ao instrumento monetário enquanto em circulação; não decorre do curso forçado, dado que este atinge o instrumento monetário enquanto valor e a sua instituição [do curso forçado] importa apenas em que não possa ser exigida do poder emissor sua conversão em outro valor. 6. A cobrança de contribuição previdenciária sobre o valor pago, em dinheiro, a título de valestransporte, pelo recorrente aos seus empregados afronta a Constituição, sim, em sua totalidade normativa. Fl. 1630DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES Processo nº 10166.721888/201069 Acórdão n.º 2301002.768 S2C3T1 Fl. 11 21 Recurso Extraordinário a que se dá provimento.” (RE 478410/ SP; Relator Ministro Eros Grau) 19. Dito isso, verificase que a exigência pretendida é descabida, razão pela qual deve a mesma ser afastada, vez que, como demonstrado, o pagamento realizado não constitui fato gerador das contribuições devidas a Seguridade Social e as destinadas a Terceiros. Conclusão 20. Diante do exposto, CONHEÇO do recurso voluntário apresentado, e no mérito DOULHE PROVIMENTO, para afastar a incidência das contribuições previdenciárias incidentes sobre os valores pagos a título de vale transporte e auxílio alimentação (assinado digitalmente) Damião Cordeiro de Moraes Declaração de voto Fl. 1631DF CARF MF Impresso em 15/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES, Assinado digitalmente em 02/10 /2012 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 06/10/2012 por BERNADETE DE OLIVEIRA BARROS, As sinado digitalmente em 20/09/2012 por DAMIAO CORDEIRO DE MORAES
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Numero do processo: 13204.000074/2004-33
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Fri Apr 12 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/07/2004 a 31/07/2004
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA.
Considera-se não impugnada a matéria que não tenha sido contestada especificamente na manifestação de inconformidade.
CONTRIBUIÇÕES NÃO CUMULATIVAS. BASE DE CÁLCULO.
A base de calculo das contribuições ao PIS e à Cofins no regime não-cumulativo engloba a totalidade das receitas da pessoa jurídica, sendo inaplicável a extensão administrativa dos efeitos da decisão do STF acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98.
VARIAÇÕES MONETÁRIAS. REGIME DE COMPETÊNCIA.
As variações monetárias ativas, inclusive para os sujeitos passivos que as reconheçam sob o regime de competência, somente constituem receita e, portanto, somente passam a integrar a base de cálculo das contribuições no regime não cumulativo, quando caracterizem direitos definitivamente incorporados ao patrimônio e, assim, insujeitos à reversão por condições futuras falíveis. Mutatis mutandis o mesmo entendimento se aplica às variações monetárias passivas, para fins de desconto de créditos como despesas financeiras, nas hipóteses admitidas em lei.
REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO.
No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de insumo é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os bens e serviços que integram o custo de produção.
CRÉDITOS. SERVIÇOS DE REMOÇÃO DE REJEITOS INDUSTRIAIS.
É legítima a tomada de crédito da contribuição não-cumulativa em relação ao serviço de remoção de lama vermelha, por integrar o custo de produção do produto destinado à venda (alumina).
CRÉDITOS. SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO.
Tratando-se de gasto passível de ativação obrigatória, é incabível a tomada de crédito diretamente sobre o custo do serviço de manutenção de material refratário.
Recurso Provido em Parte.
Numero da decisão: 3403-001.964
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito de o contribuinte reconhecer as receitas financeiras provenientes de variações cambiais somente quando da liquidação do contrato ou da obrigação e quanto à tomada do crédito sobre o custo do serviço de remoção da lama vermelha. Vencidos os Conselheiros Robson José Bayerl e Rosaldo Trevisan.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido contestada especificamente na manifestação de inconformidade. CONTRIBUIÇÕES NÃO CUMULATIVAS. BASE DE CÁLCULO. A base de calculo das contribuições ao PIS e à Cofins no regime não cumulativo engloba a totalidade das receitas da pessoa jurídica, sendo inaplicável a extensão administrativa dos efeitos da decisão do STF acerca da inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. VARIAÇÕES MONETÁRIAS. REGIME DE COMPETÊNCIA. As variações monetárias ativas, inclusive para os sujeitos passivos que as reconheçam sob o regime de competência, somente constituem receita e, portanto, somente passam a integrar a base de cálculo das contribuições no regime não cumulativo, quando caracterizem direitos definitivamente incorporados ao patrimônio e, assim, insujeitos à reversão por condições futuras falíveis. Mutatis mutandis o mesmo entendimento se aplica às variações monetárias passivas, para fins de desconto de créditos como despesas financeiras, nas hipóteses admitidas em lei. REGIME NÃO CUMULATIVO. INSUMOS. CONCEITO. No regime não cumulativo das contribuições o conteúdo semântico de “insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e “serviços” que integram o custo de produção. CRÉDITOS. SERVIÇOS DE REMOÇÃO DE REJEITOS INDUSTRIAIS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 20 4. 00 00 74 /2 00 4- 33 Fl. 309DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 É legítima a tomada de crédito da contribuição nãocumulativa em relação ao serviço de remoção de lama vermelha, por integrar o custo de produção do produto destinado à venda (alumina). CRÉDITOS. SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DO ATIVO IMOBILIZADO. Tratandose de gasto passível de ativação obrigatória, é incabível a tomada de crédito diretamente sobre o custo do serviço de manutenção de material refratário. Recurso Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito de o contribuinte reconhecer as receitas financeiras provenientes de variações cambiais somente quando da liquidação do contrato ou da obrigação e quanto à tomada do crédito sobre o custo do serviço de remoção da lama vermelha. Vencidos os Conselheiros Robson José Bayerl e Rosaldo Trevisan. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Robson José Bayerl, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Ivan Allegretti e Marcos Tranchesi Ortiz. Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de crédito da Cofins nãocumulativa, protocolado em 17 de agosto de 2004, cumulado com as declarações de compensação anexadas aos autos. Por meio do despacho decisório exarado em 17/10/2008, foi reconhecido parcialmente o direito de crédito e homologada parcialmente a compensação declarada. Conforme se depreende do Relatório de Diligência e do Parecer SEORT, que lastreou o despacho da autoridade administrativa, a fiscalização efetuou os seguintes ajustes no crédito apurado pelo contribuinte: a) Glosa de IPI recuperável (art. 66, § 3.°, da IN SRF n.° 247/2002), incluído indevidamente na base de cálculo dos créditos, como parte integrante do valor de aquisição dos bens (item 2 do Relatório de Diligência Fiscal); b) Glosa de despesas de serviços de transporte de "lama vermelha" e "manutenção de refratários", conforme art. 66, § 5.°, I, "b", da IN SRF n.° 247/2002 e art. 346, § 2.°, do RIR/99 (item 3 do Relatório de Diligência Fiscal); Fl. 310DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000074/200433 Acórdão n.º 3403001.964 S3C4T3 Fl. 6 3 c) Ajustes de base de cálculo de créditos que haviam sido computados por valores superiores aos constantes em memória de cálculo disponibilizada pelo contribuinte (item 3 do Relatório de Diligência Fiscal); d) Ajustes nos créditos referentes às despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas, retificados pela fiscalização com base nos percentuais aplicáveis aos mercados interno e externo (51% e 49%, respectivamente); (item 4 do Relatório de Diligência Fiscal) f) Acréscimo às bases de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins de receitas financeiras, atinentes a transações realizadas com o exterior e com pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tendo em vista o disposto no art. 10 da IN SRF n.° 247/2002 (item 5 do relatório de Diligência Fiscal); g) No mês de dezembro de 2004 foi retificado o crédito presumido da Cofins relativo ao estoque de abertura, obedecendose à regra de sua utilização, na proporção de 1/12, nos termos do art. 11, § 2.°, da Lei n.° 10.637/2002 e art. 12, § 2.°, da Lei n.° 10.833/2003 (item 6 do relatório de Diligência Fiscal); h) Alteração dos "ajustes positivos de créditos", em conformidade com os valores apontados em memória de cálculo disponibilizada pelo contribuinte (item 7 do relatório de Diligência Fiscal); i) Acréscimo às bases de cálculo da Contribuição para o PIS e da Cofins de despesas financeiras decorrentes de contratos celebrados com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, que haviam sido indevidamente subtraídas das receitas financeiras (item 8 do relatório de Diligência Fiscal); j) Inclusão, na base cálculo do PIS/Cofins, do crédito presumido de IPI, na modalidade de ressarcimento de PIS e de Cofins incidentes nas aquisições no mercado interno de insumos utilizados na fabricação de produtos destinados à exportação (item 9 do relatório de Diligência Fiscal); k) Ajustes visando a desconsideração dos débitos em contas de receitas, em função de mudanças de preços de produtos vendidos no mercado interno, devido a sua fixação em moeda estrangeira e/ou a desvios de características físicoquímicas, vez que se trata de despesas financeiras não decorrentes de empréstimos/financiamentos obtidos de pessoas jurídicas (item 10 do relatório de Diligência Fiscal). Regularmente notificado do despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, alegando, em síntese, que: a) é inconstitucional incluir os ganhos de variação cambial em empréstimos contraídos no exterior nas bases de cálculo do PIS e da Cofins, pois o STF declarou inconstitucional o art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Assim, não há que se admitir, para fins de composição da base de cálculo, que os ajustes contábeis relativos às perdas de operação de hedge (conta 4303), bem como nas transações das contas 430402 – VC –Cliente no exterior; 430405 – VC Mat. Aquis. Ext; 430423 – VC Itabira Rio Doce Co. Ltd.; 430427 – VC Hdro Aluminium AS; 430474 – Geral Metais S/A e 430478 – VC SWAP CDI/US$ apenas quando refletirem ganho devam ser considerados no lançamento da obrigação de recolher aquele tributo; c) é equivocado o entendimento da fiscalização quanto ao conceito de “insumos”, pois o PN CST nº 65/79 estabelece que a expressão “consumidos” no processo produtivo deve ser entendida em sentido amplo. Todos os produtos que forem empregados no processo de industrialização e não diretamente aplicados no produto final, são idôneos à geração de créditos. Assim, tanto a lama vermelha, quanto o material refratário participam e são essenciais à produção da alumina, não havendo relevância alguma o fato de Fl. 311DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 terem ou não contato físico com o produto em fabricação; e) requereu o acolhimento de suas razões para o fim de desconstituição das glosas e protestou pela produção de prova pericial. A DRJ – Belém julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Foi considerada não impugnada a matéria em relação à qual não houve contestação e considerado não formulado o pedido de perícia. Quanto à inclusão das receitas financeiras na base de cálculo, ficou decidido que no regime nãocumulativo a base de cálculo é a totalidade das receitas da pessoa jurídica. Quanto aos insumos, ficou decidido que só geram direito a crédito insumos aplicados ou consumidos em ação direta sobre o produto em fabricação. Quanto aos serviços, foi decidido que embora não haja a exigência de ação direta, é necessário para a geração do crédito que os serviços sejam aplicados ou consumidos diretamente na linha de produção do bem destinado à venda. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância em 04/04/2012, o contribuinte apresentou recurso voluntário em 04/05/2012, no qual alegou em síntese: a) inconstitucionalidade da inclusão das receitas financeiras na base de cálculo da contribuição, conforme decisão do STF no RE 346.084PR, que declarou inconstitucional o art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98. Essa declaração de inconstitucionalidade tem impacto no julgamento deste recurso voluntário, pois retira o fundamento de validade da exigência; b) o STJ tem inúmeros julgados no sentido de determinar a incidência sobre a variação final apurada na liquidação da operação de empréstimo e também no sentido da não incidência por força do art. 149, § 2º, I da CF/88; c) o regime não cumulativo das contribuições ao PIS e Cofins considera insumo todos os elementos imprescindíveis para a produção de mercadorias ou para a prestação de serviços; d) disse que o art. 6º §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03 autoriza, no caso de exportação, a tomada do crédito em relação a todos os custos e despesas que sejam vinculados à receita de exportação e não apenas aos insumos usados na produção da alumina; e) os gastos com serviços de transporte de lama vermelha devem gerar crédito da contribuição porque se tratam de rejeitos decorrentes do processo industrial da alumina exportada pela recorrente; f) quanto às glosas de créditos decorrentes da aquisição de bens do ativo imobilizado, alegou que as soluções de consulta exaradas pela Superintendência da 8ª Região reconheceram o direito à tomada do crédito em relação a bens empregados na manutenção de máquinas e equipamentos empregados diretamente na produção de bens destinados à venda; g) a Lei nº 11.196/2005, o Decreto nº 5.789/2006 e o Decreto nº 5988/2006 criaram a opção de o contribuinte tomar o crédito sobre 1/12 em relação ao custo de aquisição dos equipamentos descritos no Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para empresas Exportadoras; h) não ocorrência de matérias não impugnadas, pois uma vez acolhidas as razões recursais relativas ao mérito, as alterações perpetradas pela fiscalização seriam irrelevantes; i) insurgiuse contra o acórdão recorrido na parte em que afirmou que não tinham valor as soluções de consulta e a jurisprudência, em virtude de não possuírem eficácia normativa; j) requereu o acolhimento do recurso voluntário para o fim de desconstituir as glosas do despacho decisório, possibilitando o aproveitamento integral do valor do crédito constante da declaração de compensação. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. Fl. 312DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000074/200433 Acórdão n.º 3403001.964 S3C4T3 Fl. 7 5 O cotejo do relatório de diligência fiscal com a impugnação revela que o contribuinte deixou de manifestar sua inconformidade em relação a vários ajustes efetuados pela fiscalização. Entende o contribuinte que o provimento deste recurso “tornará irrelevantes” os demais ajustes efetuados. O art. 16, III, do Decreto nº 70.235/72 estabelece que a impugnação (ou no caso, a manifestação de inconformidade), deve ser específica e vir acompanhada dos documentos hábeis à comprovação das alegações de defesa. E o art. 17, do mesmo diploma, estabelece que se considera não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. Sendo assim, ao contrário do que entende o contribuinte, os ajustes efetuados pela fiscalização na apuração do crédito que não foram expressamente contestados, tornaram se definitivos na esfera administrativa e não poderão ser revertidos por este colegiado. O litígio só foi instaurado quanto à base de cálculo das contribuições e quanto às glosas dos serviços de remoção de rejeitos industriais e manutenção de refratários. As questões eventualmente levantadas no recurso voluntário que não foram objeto de glosa ou que não foram objeto de contestação específica na manifestação de inconformidade serão desconsideradas neste voto. Relativamente à questão das receitas financeiras, no item 8 do relatório de diligência a fiscalização consignou o seguinte: “(...) 8 Quanto às operações de "Hedge/Opções" identificadas sob as contas de receita 4303, bem como, as transações controladas nas contas de receita 430402 (VCCliente no Exterior), 430405 (VCMat.Aquis. Ext.), 430423 (VCltabira Rio Doce Co LTD), 430427 (VCHidro Aluminium A.S.), 430474 (Gerald Metals S.A.) e 430478 (VC SWAP CDI/US$), a empresa aproveitou indevidamente no DACON [PIS (FICHA 05 / LINHAS 09 e 24); COFINS (FICHA 07 / LINHAS 09 e 24)]os lançamentos a débito de tais contas. Ainda que corretamente não tenham sido considerados para fins de descontar créditos, por representarem despesas financeiras de contratos celebrados com pessoas jurídicas domiciliadas no exterior, conforme resposta do contribuinte ao Termo de Intimação e Solicitação de Esclarecimentos (em anexo), foram subtraídos das receitas financeiras, em afronta ao permissivo legal referente às deduções na base de cálculo das contribuições, admitidas de forma exaustiva, a teor do art. 1º , § 3º da Lei nº 10.637/02 e art. 1º , § 3º da Lei nº 10.833/03, verbis: (...) omissis. Por conseguinte, os lançamentos a débito de tais contas de receita foram acrescidos ao cálculo da contribuição (planilha em anexo), extraídos com base nos balancetes mensais disponibilizados pela empresa (em anexo). Em observância à base legal supracitada, tal procedimento foi também adotado pela fiscalização em relação às contas 430472 (VCFrete s/Transp. Bauxita) e 430467 (VCCessão P.Créd. Export. CVRD).” O contribuinte invocou a inconstitucionalidade da inclusão das aludidas receitas na base de cálculo das contribuições. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 Cabe esclarecer que a declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 só interfere na apuração da base de cálculo das contribuições ao PIS e à Cofins no regime cumulativo. O caso concreto versa sobre os créditos apurados no regime não cumulativo previsto nas Leis nº 10.637/02 (PIS) e 10.833/03 (Cofins). A base de cálculo dessas contribuições no regime nãocumulativo inclui a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente da sua denominação ou classificação contábil, in verbis: Lei nº 10.833/03: “Art. 1º A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2º A base de cálculo da contribuição é o valor do faturamento, conforme definido no caput. (...)” Lei nº 10.637/02: “Art. 1º A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1º Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. § 2º A base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep é o valor do faturamento, conforme definido no caput. (...)” Tendo em vista que essas leis foram publicadas após a promulgação da Emenda Constitucional nº 20, de 16 de dezembro de 1998, a ampliação do conceito de faturamento está amparada pela nova redação do art. 195, I, “b”, da CF/88, que passou a autorizar a incidência com base no faturamento ou na receita. Relativamente à jurisprudência do STJ invocada pelo contribuinte, verificase que no RESP 1.059.041/RS, o tribunal considerou que as variações cambiais positivas decorrentes da exportação de mercadorias estão imunes à incidência das contribuições, em razão do art. 149, § 2º, I da CF/88. Essa questão da imunidade das variações cambiais positivas obtidas nas operações de exportação de produtos é objeto de repercussão geral decretada no RE nº 627.815 (Tema 329) e poderia render ensejo ao sobrestamento do julgamento do recurso voluntário, caso o contribuinte tivesse trazido alguma prova de que as variações monetárias foram auferidas na exportação de seus produtos. O contribuinte limitouse a invocar a decisão do STJ sem comprovar que o caso concreto é semelhante ao precedente daquele tribunal. Fl. 314DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000074/200433 Acórdão n.º 3403001.964 S3C4T3 Fl. 8 7 A leitura do excerto do relatório de diligência acima transcrito, revela que não foram tributadas variações cambiais decorrentes da exportação de produtos, mas basicamente receitas financeiras decorrentes de empréstimos contraídos com empresas no exterior, cujos valores estavam atrelados à variação da moeda estrangeira, e receitas financeiras decorrentes de operações de hedge/opções. O contribuinte não contestou em momento algum a natureza dessas receitas. Não há nenhuma alegação no sentido de que seriam decorrentes da exportação de produtos. Portanto, não há razão para se cogitar do sobrestamento deste recurso, sendo inaplicável o entendimento do RESP nº 1.059.041. Já quanto ao RESP nº 898.372, cuja ementa foi transcrita pela recorrente, verificase que o STJ entendeu que a incidência das contribuições sobre variações cambiais positivas decorrentes de contratos firmados em moeda estrangeira, ocorre no momento da liquidação da obrigação contraída, pois enquanto isso não ocorrer, o que se tem é mera expectativa de receita. Segundo o texto do item 8 do relatório de diligência, o contribuinte utilizou as despesas financeiras como dedução das receitas financeiras na apuração das contribuições. A descrição da fiscalização sugere que foi aplicado o entendimento costumeiro que a Administração vem dispensando a casos semelhantes, qual seja: tendo em vista que o contribuinte optou pelo regime de competência, foram incluídas nas bases de cálculo as variações monetárias positivas aferidas em cada período de apuração durante a vigência do contrato, desconsiderandose as variações negativas ocorridas no mesmo período, aplicandose de forma literal o art. 9º da Lei nº 9.718/98 combinado com o art. 30, § 1º da Medida Provisória nº 2.15835/2001. Este colegiado, com outra composição, já enfrentou essa questão no Acórdão nº 340301.503, relatado pelo Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz, no qual, por maioria de votos, foi firmado entendimento semelhante àquele do STJ, no sentido de que só pode ser considerado como receita o ingresso que se incorpore definitivamente ao patrimônio da pessoa jurídica. Considerando que a situação fática nestes autos se assemelha àquela que foi analisada na assentada do dia 21 de março de 2012, na parte em que as variações monetárias foram consideradas antes da liquidação dos contratos ou das obrigações, adoto os fundamentos lançados pelo Conselheiro Marcos Tranchesi Ortiz no Acórdão 340301.503, quanto aos efeitos do regime de competência no reconhecimento das receitas (e despesas) provenientes de variações monetárias ativas e passivas, in verbis: “(...) 3. Efeitos do Regime de Competência. Da autuação originária, remanescem agora apenas os lançamentos efetuados a título de PIS para as competências 12/2002 a 07/2004. E, para estas, a autuação não terá melhor sorte, porque a opção pelo regime de competência na escrituração contábil não implica tributação das variações monetárias positivas independentemente de o sujeito passivo ter adquirido, em definitivo, o direito a elas. É que a sujeição – obrigatória ou por opção – ao regime de competência na escrituração contábil não quer significar que as variações cambiais positivas sobre os direitos e as obrigações da pessoa jurídica constituam receita passível de tributação pelo PIS independentemente de o sujeito passivo ter adquirido, em definitivo, o Fl. 315DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 direito a elas. Enquanto as oscilações positivas na paridade cambial não se incorporarem em caráter irreversível ao patrimônio do contribuinte, vale dizer, enquanto puderem ser neutralizadas por subseqüentes oscilações negativas, não se caracterizam como receita para o fim de constituírem, inclusive sob o regime de competência, base de cálculo da contribuição. Segundo se lê do artigo 178, §2º da Lei nº 6.404/76, o patrimônio líquido das sociedades anônimas compõese de “capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros e lucros ou prejuízos acumulados”. Os “lucros ou prejuízos acumulados”, de seu turno, correspondem à soma, a outras parcelas, do “lucro líquido do exercício” (art. 186, II). E, finalmente, a definir o “lucro líquido do exercício”, o artigo 187 do mesmo diploma, dispõe: “§1º Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua realização em moeda; b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes a essas receitas e rendimentos.” Estes dispositivos têm permitido à doutrina conceituar “receita” como a percepção de ingressos aptos a influir positivamente sobre o patrimônio líquido de um sujeito de direitos. Nesse sentido, expõe Marco Aurélio Greco: “esse ingresso deve ter cunho patrimonial no sentido de corresponder (no momento em que ocorrido) a um evento que integra o conjunto de eventos positivos que inferem com o patrimônio da empresa, (...) ainda que, em sua totalidade ou individualmente, não implique um ganho, pois este poderá existir, ou não, conforme vier a ser aferido no final do período de apuração” (Cofins na Lei nº 9.718/98: variações cambiais e regime da alíquota acrescida. Revista dialética de direito tributário, SãoPaulo: SP, v. 50, p. 110/151 (130)). Em sentido análogo, leiase, respectivamente, em Ricardo Mariz de Oliveira e em Douglas Yamashita: “Ora, toda e qualquer receita é um ‘plus’ no patrimônio da pessoa jurídica, algo a mais que se acrescenta a ele.” (Repertório IOB de jurisprudência, nº 24/99, p. 704) “(...) do necessário exame do arquétipo constitucional de receita resulta que seja como produto da empresa e seja como aumento bruto de ativos (patrimônio) da empresa, todo ativo que não resulta da empresa ou não aumenta o patrimônio, está fora das fronteiras semânticas do arquétipo constitucional de receita e não pode ser definido pelo legislador infraconstitucional como receita.” (Repertório IOB de jurisprudência, nº 13/00, p. 328 e ss) Ocorre que o patrimônio – e aqui já ingressamos na seara do direito civil – não é senão a soma dos direitos e das obrigações dotados de valor economicamente apreciável, conforme define o artigo 91 do Código Civil em vigor. Por coerência, então, a obtenção de receitas, por induzir ao aumento do patrimônio, há de necessariamente se materializar, em termos jurídicos, através da aquisição de direitos novos ou, quando menos, da supressão das obrigações existentes. É necessário precisar, portanto, o momento a partir do qual um novo direito pode ser havido por adquirido, a fim de se considerar implementado o aumento Fl. 316DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000074/200433 Acórdão n.º 3403001.964 S3C4T3 Fl. 9 9 patrimonial e, enfim, recebida a respectiva receita. Novamente é no direito civil que se consegue a resposta. O artigo 121 do atual Código conceitua “condição” como a cláusula do negócio jurídico que, “derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto”. Complementao, em seguida, o artigo 125 para, no que interessa, prescrever que “subordinandose a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa”. Significa que, na pendência de uma condição suspensiva, o direito por ela subordinado não estará ainda incorporado ao patrimônio do indivíduo a quem favorece até o seu implemento. É o que se dá com as variações monetárias positivas enquanto não vencido, segundo o contrato, o prazo para o fechamento do câmbio. Valorizandose o real em relação ao dólar, o devedor de obrigação contraída na moeda estrangeira não adquire, imediatamente, o direito de pagar menor montante em moeda nacional, o que caracterizaria a percepção de receita, mas, por ora, a mera expectativa de que, mantendose inalterada paridade cambial até o vencimento do prazo contratual, ter a possibilidade de despender menos reais quando liquidar a dívida. Numa palavra: as oscilações cambiais positivas só se agregam ao patrimônio de quem favorecem quando, em razão do disposto em contrato, se tornarem impassíveis de reversão. Até que isso ocorra, subordinamse à condição suspensiva. Por isso, explica Mariz de Oliveira, “o direito à receita de variação cambial, que se incorpora ao ativo a receber, somente é adquirido quando definitivo, não mais passível de fato ou condição falível. Vale dizer, isto somente ocorre na data do vencimento do período de apuração previsto no ato jurídico que dele decorre, porque antes desse momento nenhuma variação cambial positiva pode ser exigida da pessoa, não porque haja um prazo para pagamento, o que seria irrelevante para a aquisição do direito, mas, sim, porque o direito à receita de variação cambial está subordinado a que não haja reversão da taxa cambial, o que é fato futuro de realização incerta e independente da vontade das partes”. (Conceito de receita como hipótese de incidência das contribuições para a seguridade social (para efeitos da COFINS e da Contribuição ao PIS. 9º Simpósio nacional IOB de direito tributário, p. 3980 (50)). Dois preceitos encontráveis no Código Tributário Nacional induzem a semelhante conclusão. O primeiro deles é o artigo 116, inciso II, de acordo com o qual, definindo a lei como fato gerador da obrigação tributária uma “situação jurídica”, precisamente o que se dá com o fato gerador “receita”, considerase consumada a hipótese de incidência “desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos do direito aplicável”. O segundo é o artigo 117, inciso I, onde se lê que, sendo suspensiva a condição que subordina a eficácia do direito, o fato gerador só ocorre com o implemento dela. Mais do que isso, até: sabese que os fatos suscetíveis de desencadearem o surgimento de obrigações tributárias devem revelar capacidade contributiva de quem os pratica. Imaginar, então, que a opção pelo regime de competência possa, por si só, expor a pessoa jurídica a exigências tributárias sobre variações cambiais não incorporadas ao seu patrimônio, representaria menoscabar o princípio. Evidentemente que, se no momento em que a obrigação se vencer, apurarse variação cambial positiva em relação à paridade existente na data da contratação, a pessoa jurídica beneficiada deverá oferecer a receita auferida à incidência do PIS, independentemente de qualquer movimento de caixa. Não é preciso haver pagamento, já o diz o artigo 187 da LSA, para que se caracterize, no regime de Fl. 317DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 competência, a percepção da receita. Por outro lado, friso, nada autoriza acreditar que a sujeição tributária seja possível antes da definitiva aquisição do direito. Sob esta perspectiva de análise, é muito menos ampla e significativa a modificação advinda ao trato da matéria com a MP nº 2.15835, artigo 30. A substituição do regime de competência pelo regime de caixa permite tão só diferir o reconhecimento da receita do átimo em que o crédito de variação cambial é adquirido para o momento em que é extinto (liquidação). Nada além disso. (...)” Desse modo, em relação às contas discriminadas no item 8 do relatório de diligência, a fiscalização só poderá considerar como receita financeira as variações monetárias positivas aferidas quando da liquidação do contrato ou da operação. E o contribuinte, por sua vez, só poderá considerar como despesa financeira as variações monetárias negativas aferidas na liquidação do contrato ou da operação. Relativamente aos insumos, segundo o item 3 do relatório de diligência fiscal, as glosas recaíram sobre o serviço de remoção de lama vermelha e sobre o serviço para substituição de revestimentos refratários em bens do ativo imobilizado. A motivação para a glosa do serviço de transporte de lama vermelha consistiu em que esse serviço não foi consumido ou aplicado no processo produtivo para a fabricação do produto destinado à venda, pois a lama é resíduo obtido por decantação da mistura bauxita/soda cáustica (polpa), oriunda de etapas anteriores do processo produtivo. Assim, pelo que se pode entender, o serviço de remoção de lama foi glosado porque é aplicado em algo que “sai” da linha de produção sem ser o produto final e não em algo que “entra” na linha para contribuir na formação do produto destinado a venda. No que tange aos bens e aos serviços aptos a gerarem créditos da contribuição, a discórdia entre a fiscalização e os contribuintes reside na conceituação do vocábulo “insumo” existente no art. 3º, II das Lei nº 10.637/02 e 10.833/03. A fiscalização atribui a esse vocábulo o mesmo conceito de produto intermediário fixado pelo PN CST nº 65/79 para o IPI, enquanto que os contribuintes almejam adotar todos os custos e despesas operacionais previstos pela legislação do imposto de renda. No caso do IPI são considerados produtos intermediários aptos a gerarem créditos do imposto, apenas aqueles produtos que sofram desgaste, sejam consumidos, ou que sofram perda das propriedades físicas ou químicas em decorrência de ação direta do produto em fabricação (PN CST nº 65/79). A defesa, por seu turno, alegou que os produtos glosados são indispensáveis ao seu processo industrial, enquadrandose perfeitamente ao permissivo legal que dá direito ao crédito. A questão é polêmica, mas uma análise mais detida das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 revela que o legislador não determinou que o significado do vocábulo “insumo” fosse buscado na legislação do IPI. Se não existe tal determinação, o intérprete deve atribuir ao vocábulo “insumo” um conteúdo semântico condizente com o contexto em que está inserido nos arts. 3º , II, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03. Nesse passo, distinguemse as não cumulatividades do IPI e do PIS/Cofins. No IPI a técnica utilizada é de imposto contra imposto (art. 153, § 3º, II da CF/88). No Fl. 318DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000074/200433 Acórdão n.º 3403001.964 S3C4T3 Fl. 10 11 PIS/Cofins, a técnica é de base contra base (art. 195, § 12 da CF/88 e arts. 2º e 3º , § 1º da Lei nº 10.637/02 e 10.833/03). Em relação ao IPI, o art. 49 do CTN estabelece que: “A não cumulatividade é efetivada pelo sistema de crédito do imposto relativo a produtos entrados no estabelecimento do contribuinte, para ser abatido do que for devido pelos produtos dele saídos, num mesmo período, conforme estabelecido neste Capítulo (...)”. E o art. 226 do RIPI/10 estabelece quais eventos dão direito ao crédito: “Os estabelecimentos industriais e os que lhes são equiparados poderão creditarse (Lei nº 4.502, de 1964, art. 25): I do imposto relativo a matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose, entre as matériasprimas e os produtos intermediários, aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente; (...)” (Grifei) A fim de delimitar o conceito de produto intermediário no âmbito do IPI, foi elaborado o Parecer Normativo CST nº 65/79, por meio do qual fixouse a interpretação de que, para o fim de gerar créditos de IPI, o produto intermediário deve se assemelhar à matéria prima, pois a base de incidência do IPI é o produto industrializado. Daí a necessidade do produto intermediário, que não se incorpore ao produto final, ter que se desgastar ou sofrer alteração em suas propriedades físicas ou químicas em contato direto com o produto em fabricação. Já no regime não cumulativo das contribuições ao PIS e à Cofins, o crédito é calculado, em regra, sobre os gastos e despesas incorridos no mês, em relação aos quais deve ser aplicada a mesma alíquota que incidiu sobre o faturamento para apurar a contribuição devida (art. 3º, § 1º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03). E os eventos que dão direito à apuração do crédito estão exaustivamente citados no art. 3º e seus incisos, onde se nota claramente que houve uma ampliação do número de eventos que dão direito ao crédito em relação ao direito previsto na legislação do IPI. Essa distinção entre os regimes jurídicos dos créditos de IPI e das contribuições nãocumulativas permite vislumbrar que no IPI o direito de crédito está vinculado de forma imediata e direta ao produto industrializado, enquanto que no âmbito das contribuições está relacionado ao processo produtivo, ou seja, à fonte de produção da riqueza. Assim, a diferença entre os contextos da legislação do IPI e da legislação das contribuições, aliada à ampliação do rol dos eventos que ensejam o crédito pelas Leia nº 10.637/02 e 10.833/03, demonstra a impropriedade da pretensão fiscal de adotar para o vocábulo “insumo” no art. 3º, II, das referidas leis, o mesmo conceito de “produto intermediário” vigente no âmbito do IPI. Contudo, tal ampliação do significado de “insumo”, implícito nas redações do art. 3º , II, das referidas leis, não autoriza a inclusão de todos os custos e despesas Fl. 319DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 operacionais a que alude a legislação do Imposto de Renda, pois no rol de despesas operacionais existem gastos que não estão diretamente relacionados ao processo produtivo da empresa. Se a intenção do legislador fosse atribuir o direito de calcular o crédito das contribuições não cumulativas em relação a todas despesas operacionais, seriam desnecessários os dez incisos do art. 3º, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, onde enumerouse de forma exaustiva os eventos que dão direito ao cálculo do crédito. Portanto, no âmbito do regime nãocumulativo das contribuições, o conteúdo semântico de “insumo” é mais amplo do que aquele da legislação do IPI e mais restrito do que aquele da legislação do imposto de renda, abrangendo os “bens” e “serviços” que, não sendo expressamente vedados pela lei, forem essenciais ao processo produtivo para que se obtenha o bem ou o serviço desejado. Na busca de um conceito adequado para o vocábulo insumo, no âmbito das contribuições nãocumulativas, a tendência da jurisprudência no CARF caminha no sentido de considerar o conceito de insumo coincidente com conceito de custo de produção, pois além de vários dos itens descritos no art. 3º das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03 integrarem o custo de produção, esse critério oferece segurança jurídica tanto ao fisco quanto aos contribuintes, por estar expressamente previsto no artigo 290 do Regulamento do Imposto de Renda. Voltando ao caso concreto, a análise do processo produtivo empreendida pela fiscalização no relatório de diligência, revela que esse processo gera o rejeito denominado lama vermelha, que é umbilicalmente ligado ao processo produtivo, tendo em vista que esse rejeito se origina da decantação da polpa (mistura de bauxita com soda cáustica). Não há como se concordar com a tese da fiscalização, no sentido de que custos incorridos com itens que não contribuem para a obtenção da alumina não podem ser considerados como insumo. O fato de o gasto ocorrer com algo que “sai” da linha de produção ou mesmo de ser posterior à obtenção do produto final não significa que seja um gasto relativo a bem ou serviço que não contribuiu para a formação do bem ou serviço produzido ou que não foi “aplicado na linha de produção”. Além disso, deve ser lembrado que a lama não surge por geração espontânea no processo industrial. Esse resíduo surge porque a bauxita está dispersa no solo. E é o solo impregnado de bauxita e contaminado por outras substâncias que é umedecido com soda cáustica para formar a polpa que será cozida, decantada e filtrada. Portanto, de certo modo, a lama também “entra” na linha de produção para possibilitar a extração da alumina e depois “sai” durante o processo como resíduo industrial. É uma situação análoga à da soda cáustica. A soda “entra” na linha para formar a polpa e depois “sai” da linha sob a forma de rejeito misturada à lama. Tratandose de rejeito inerente à produção da alumina, o serviço de transporte para a sua remoção é um custo de produção que se enquadra perfeitamente na disposição do art. 290, I do RIR/99. Deve, portanto, gerar créditos do regime não cumulativo, pois se enquadra na previsão do art. 3º, II, das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03. Relativamente aos serviços de colocação de materiais refratários, a glosa foi motivada no fato de que o contribuinte não tem direito à tomada do crédito diretamente sobre o custo do serviço, mas sim sobre despesa mensal de depreciação, pois o gasto é passível de ativação obrigatória. Segundo o relatório de diligência fiscal, não houve a ativação do gasto e o próprio contribuinte respondeu ao termo de intimação fiscal informando que a periodicidade do serviço é superior a um ano. O contribuinte não contestou o motivo da glosa, limitandose a alegar que a fiscalização só reconheceria o crédito se o refratário tivesse sido enquadrado como ativo Fl. 320DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13204.000074/200433 Acórdão n.º 3403001.964 S3C4T3 Fl. 11 13 imobilizado, onde o tempo legal de apropriação é de 1/12. Entende o contribuinte que pode optar por classificar o material refratário como insumo, pois a legislação não dispensa tratamento diferente, quer esse material seja tratado como insumo, quer seja tratado como ativo imobilizado. Em primeiro lugar é preciso esclarecer que a glosa recaiu sobre os serviços de manutenção de materiais refratários, que o próprio contribuinte reconheceu terem durabilidade superior a um ano. Assim, a glosa não recaiu sobre o bem “material refratário”, mas sim sobre um serviço que é destinado à reparação do ativo imobilizado e que possui durabilidade superior a um ano. Sendo incontroverso nos autos que não houve a ativação do gasto que está sujeito à ativação obrigatória (art. 346 do RIR/99), foi correto o entendimento da fiscalização no sentido de glosar o crédito tomado diretamente sobre o custo de aquisição do serviço. A diversidade de tratamento, que a recorrente diz inexistir, está prevista no art. 3º, § 1º, III, da Lei nº 10.637/02 e 10.833/03, combinado com o art. 346 do RIR/99. Ao contrário do alegado pela defesa, o art. 6º, §§ 1º e 3º da Lei nº 10.833/03, não autoriza o crédito em relação a qualquer gasto vinculado à obtenção da receita de exportação, pois o § 1º remete o cálculo do crédito ao disposto no art. 3º. Portanto, os eventos que dão direito ao crédito são os mesmos, independentemente de a venda da produção ocorrer no mercado interno ou externo. Por fim, quanto à questão da eficácia das decisões em processos de consulta e da jurisprudência administrativa e judicial, tratase de matéria que não tem relevância para o deslinde deste processo, pois este julgado está de acordo com a jurisprudência majoritária do CARF, que vem adotando o custo de produção como critério para estabelecer o que é insumo para fins da geração de créditos das contribuições não cumulativas. Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para que: a) o reconhecimento contábil das receitas ou despesas financeiras decorrentes das variações monetárias, que integram o item 8 do relatório de diligência, ocorra somente quando da liquidação dos contratos ou das obrigações; e b) reconhecer o direito do contribuinte tomar o crédito em relação aos serviços de remoção de lama vermelha. Este julgado limitouse a reconhecer o direito em tese, ficando a quantificação do crédito, o cálculo e a homologação da compensação declarada a cargo da autoridade administrativa da circunscrição fiscal do contribuinte. Antonio Carlos Atulim Fl. 321DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM 14 Fl. 322DF CARF MF Impresso em 12/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2013 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 24/03/201 3 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 13811.002220/2006-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 17 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte IRRF
Ano-calendário: 1998
Ementa:
IRRF. DECADÊNCIA. Para os tributos sujeitos a lançamento por
homologação, o direito da Fazenda Pública de efetuar o lançamento de ofício extingue-se no prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Cientificado o contribuinte em 2006, de lançamento relativo ao ano-calendário de 1998, o mesmo foi atingido pelo instituto da decadência, qualquer que seja a regra do Código Tributário Nacional adotada para a contagem do termo inicial, seja a do §4º, do art. 150 ou a do inciso I, do art.
173.
Preliminar Acolhida.
Numero da decisão: 2201-001.547
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA
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DECADÊNCIA. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o direito da Fazenda Pública de efetuar o lançamento de ofício extinguese no prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Cientificado o contribuinte em 2006, de lançamento relativo ao ano calendário de 1998, o mesmo foi atingido pelo instituto da decadência, qualquer que seja a regra do Código Tributário Nacional adotada para a contagem do termo inicial, seja a do §4º, do art. 150 ou a do inciso I, do art. 173. Preliminar Acolhida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA – Presidente em Exercício (assinado digitalmente) RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANÇA – Relatora EDITADO EM: 20/04/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Tadeu Farah, Rayana Alves de Oliveira França, Márcio de Lacerda Martins, Rodrigo Santos Masset Lacombe, Gustavo Lian Haddad e Pedro Paulo Pereira Barbosa (Presidente em exercício). Fl. 270DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi lavrado em 17/06/2003, Auto de Infração de fls. 146/147, para exigir crédito tributário IRRF, no montante total de R$222.874,01, incluído os acréscimos legais. . Conforme Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal é decorrente de procedimento de revisão interna que constatou inexatidão de valores declarados por meio de DCTF, no anocalendário de 1998, nos valores indicados nos demonstrativos que instruíram o Auto de Infração: Anexo 1a – Relatório de auditoria interna de pagamentos informados na DCTF (fls.148/157); e Anexo III – Demonstrativo do crédito tributário a pagar (fls. 158/160). O auto de infração foi enviado ao contribuinte e devolvido pelo motivo apresentado no “AR” de fls.175: “Mudouse”. Em 01/04/2006, foi emitido Termo de Comunicação – SIEF COBRANÇA – COMUNICAÇÃO DE REVISÃO INTERNA DO LANÇAMENTO E COBRANÇA (fls.42), contra a qual o contribuinte apresentou impugnação de fls. 01/31, considerada tempestiva, nos termos do despacho de fls.164, datado de 23/06/2006, devido a impossibilidade de localização do “AR” físico. Conforme informação contida no despacho de fls.189 e 196, considerando as alegações apresentadas na impugnação, foi efetuado o recálculo do auto conforme Demonstrativos As fis.166 a 181, remanescendo o saldo demonstrado às fls.182 a 187, para os quais não constam nos sistemas os respectivos pagamentos. Após analisar a matéria, os Membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, acordaram, por unanimidade de votos, julgar PROCEDENTE EM PARTE, para excluir a multa de ofício vinculada, nos termos do Acórdão DRJ/CPS n° 0521.416, de 10 de março de 2008, fls. 197/201, em decisão assim ementada: LANÇAMENTO. DILIGÊNCIA. Não se justifica sua realização quando as provas e os documentos presentes nos autos são suficientes para a formação da convicção e elaboração da decisão no processo administrativo. PEDIDO DE PERÍCIA. A perícia reservase ã elucidação de pontos duvidosos que requeiram conhecimentos especializados para o deslinde da questão controversa, desnecessária para a apreciação da presente lide. Além disso, não foram apresentados os quesitos exigidos pela legislação de regência. FALTA DE RECOLHIMENTO. DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF. Não comprovado o pagamento dos débitos exigidos, por meio da documentação apta e adequada, mantém se a exigência fiscal. MULTA DE OFÍCIO VINCULADA. Em face do • principio da retroatividade benigna, consagrado no Código Tributário Fl. 271DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13811.002220/200679 Acórdão n.º 220101.547 S2C2T1 Fl. 2 3 Nacional, é cabível a exoneração da multa de lançamento de oficio, para débitos já declarados em DCTF. DECADÊNCIA. DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF. Insubsistente a alegação de decadência quando o crédito tributário resta previamente constituído em DCTF. PRESCRIÇÃO. A contagem do prazo a que se refere o art. 174 do CTN tem como ponto de partida a data da constituição definitiva do crédito tributário. Quando o sujeito passivo impugna o lançamento, e até seja proferida a decisão final, a Fazenda Nacional ainda não está investida da titularidade da ação de cobrança, não podendo, por via de conseqüência, ser considerada inerte. No caso presente, o prazo de prescrição sequer foi iniciado. PROVAS. APRESENTAÇÃO GUIAS DE ARRECADAÇÃO. Os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal, bem como os comprovantes dos lançamentos neles efetuados, inclusive de pagamentos efetuados, devem ser conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações que se refiram. Lançamento Procedente em Parte.” Cientificado da decisão de primeira instância em 26/03/2010 (“AR” fls.209 verso), o contribuinte interpôs Recurso Voluntário Tempestivo, de fls.215/233, na data de 19/11/2008, argüindo em síntese a prescrição do lançamento devido a homologação tácita das DCTF´s apresentadas. O processo foi encaminhado a este colegiado, conforme despacho de fls. 252. É o Relatório. Voto Conselheira Rayana Alves de Oliveira França Relatora O recurso preenche as condições de admissibilidade. Dele conheço. A autuação é decorrente de procedimento de auditoria interna nas DCTFs do anocalendário de 1998. A autuação se deu em 17 de junho de 2003, frustrada a primeira tentativa de intimação (fls.175), a ciência do contribuinte somente se deu após 01/04/2006, quando foi emitida Comunicação de Cobrança, pois “AR” físico não foi localizado, também não consta a data da Impugnação (fls. 01/31), considerada tempestiva pelo despacho de fls.164. Inicialmente cabe ressaltar que há uma discussão nessa Colenda Câmara quanto à validade de tal lançamento, após a edição do art. 18 da MP n. 135, publicada em 31 de outubro de 2003, convertida na Lei n. 10.833, de 2003, que dispõe: “Art.18.O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à Fl. 272DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 4 imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964.” Na análise da regra dessa norma, alguns entendem que a mesma por ser de caráter procedimental, tem efeito retroativo e se aplica a lançamentos passados. Dessa forma, os autos de infração que ainda se encontram em discussão processual, devem ser cancelados com o encaminhamento dos débitos para inscrição em dívida ativa, momento no qual, então, o contribuinte se defenderá. Não obstante essa interpretação, tenho me manifestado que o auto de infração lavrado sob a égide do artigo 90, da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, era válido, in verbis: “Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administradas pela Secretaria da Receita Federal.” Sobre os efeitos dessa alteração na legislação, assim se manifestou a Coordenação Geral de Tributação, na Solução de Consulta Interna n.3 de 08 de janeiro de 2004: 12. A legislação tributária a que se refere o art. 18 evoluiu da forma a seguir. 13. O art. 5°. § 1°, do Decretolei n" 2.124. de 13 de junho de 1984, estabeleceu que o documento que formalizasse o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de credito tributário (declaração de débitos), constituirseia confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente à exigência do crédito tributário. 14. Referido crédito tributário, evidentemente, somente seria exigido caso não tivesse sido extinto nem estivesse com sua exigibilidade suspensa, circunstância essa por vezes apurada pela autoridade fazendária somente após revisão do documento encaminhado pelo sujeito passivo à Secretaria da Receita Federal (SRF). 15. É com espeque no aludido dispositivo legal que a SRF poderia cobrar o débito confessado, inclusive encaminhálo à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Divida Ativa da União, sem a necessidade de lançamento de ofício do crédito tributário. 16. Contudo, o art. 90 da Medida Provisória (MP) n° 2.15835, de 24 de agosto de 200, determinou que a SRF promovesse o lançamento de oficio de todas as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de Fl. 273DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13811.002220/200679 Acórdão n.º 220101.547 S2C2T1 Fl. 3 5 exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pelo órgão. 17. Assim, não obstante o débito informado em documento encaminhado pelo sujeito passivo à SRF já estivesse por ele confessado o art. 90 da MP n" 2.15835, de 2001, não revogou o art. 5a do Decretolei n" 2.124, de 1984 , faziase necessário, para dar cumprimento ao disposto no art. 90 da MP n3 2.15835, de 2001, o lançamento de ofício do crédito tributário confessado pelo sujeito passivo em sua declaração encaminhada à SRF. 18. Esclareçase que o fato de um débito ter sido confessado não significa dizer que o mesmo não possa ser lançado de oficio; contudo, havendo referido lançamento, inclusive com a exigência da multa de lançamento de ofício, ficava sempre assegurado o direito de o sujeito passivo discutilo nas instâncias julgadoras administrativas previstas no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. 19. Tal sistemática perdurou até a edição da MP n° 135, de 30 de outubro de 2003, cujo art.18 derrogou o art. 90 da MP n° 2 15835, de 2001, estabelecendo que o lançamento de ofício de que trata esse artigo, limitarseá à imposição de multa isolada sobre as diferenças apuradas decorrentes de compensação indevida e aplicarseá unicamente nas hipóteses de o crédito ou o débito não ser passível de compensação por expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964. 20. Assim, com a edição da MP nº 135, de 2003, restabeleceuse a sistemática de exigência dos débitos confessados exclusivamente com fundamento no documento que formaliza o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário (DCTF, DIRPF, etc.), sistemática essa que vinha sendo adotada, com espeque no art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 1984, até a edição da MP nº 2.15835. de 2001. 21. Muito embora a MP nº 135, de 2003, dispense referido lançamento inclusive em relação aos documentos apresentados nesse período, os lançamentos que foram efetuados, assim como eventuais impugnações ou recursos tempestivos apresentados pelo sujeito passivo no curso do processo administrativo fiscal, constituemse atos perfeitos segundo a norma vigente à data em que foram, elaborados, motivo pelo qual devem ser apreciados pelas instâncias julgadoras administrativas previstas para o processo administrativo fiscal. 22. Nesse julgamento, em face do principio da retroatividade benigna, consagrado no art. 106, inciso II, alínea "c" da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional, é cabível a exoneração da multa de lançamento de ofício sempre que não tenha sido verificada nenhuma das hipóteses previstas no art. 18 da Lei n6 10.833, de 2003, ou seja, que as diferenças apuradas tenham decorrido de compensação indevida em virtude de o credito ou o debito não ser passível de compensação por Fl. 274DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA 6 expressa disposição legal, de o crédito ser de natureza não tributária, ou em que tenha ficado caracterizada a prática de sonegação, fraude ou conluio.” Ademais, ainda, concluiu que “no julgamento dos processos pendentes, cujo crédito tributário tenha sido constituído com base no art. 90 da MP nº 2.15835, as multas de ofício exigidas juntamente com as diferenças lançadas devem ser exoneradas pela aplicação retroativa do ‘caput’ do art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, desde que essas penalidades não tenham sido fundamentadas nas hipóteses versadas no ‘caput’ desse artigo”. Como bem esclarece solução de consulta acima referida, o lançamento do Auto de Infração é um ato jurídico perfeito, por ter sido lavrado nos termos da legislação vigente, e deve assim continuar a seguir seu devido processo legal, não podendo ser afastado por norma posterior não expressamente retroativa. Assim, considerando a necessidade de constituição do crédito mediante auto de infração, a formalização da exigência se sujeita ao prazo fatal de decadência, tendo o lançamento relativo ao anocalendário de 1998, ocorrido em 2003 e a efetiva intimação do contribuinte apenas em 2006, o mesmo foi atingido pelo instituto da decadência, qualquer que seja a regra do Código Tributário Nacional adotada para a contagem do termo inicial, isto é, seja a do § 4º, do art. 150, seja a do inciso I, do art. 173. Sendo portanto, desnecessário analisar se houve ou não pagamento. Nesse sentido já decidiu a jurisprudência dessa corte: “LANÇAMENTO DE OFÍCIO. COMPENSAÇÃO NÃO HOMOLOGADA. Os tributos objeto de compensação indevida formalizada em Pedidos de Compensação ou Declaração de Compensação apresentada antes 31/10/2003, quando não exigíveis a partir de DCTF, ensejam lançamento de ofício. (Sumula CARF nº 52). DECADÊNCIA. Para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o direito da Fazenda Pública de efetuar o lançamento de ofício extinguese no prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Decadência argüida de ofício.” (Acórdão no 1301000.453 de 15/12/2010, Rel. Valmir Sandri) Isto posto, voto no sentido de acolher a preliminar de decadência para cancelar o auto de infração. (assinado digitalmente) Rayana Alves de Oliveira França Relatora Fl. 275DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Processo nº 13811.002220/200679 Acórdão n.º 220101.547 S2C2T1 Fl. 4 7 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA CÂMARA DA SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 3º do art. 81 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria Ministerial nº 256, de 22 de junho de 2009, intimese o (a) Senhor (a) Procurador (a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Segunda Seção, a tomar ciência da decisão consubstanciada no acórdão supra. Brasília/DF, 20/04/2012 __________(assinado digitalmente)_____________ PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA Presidente em Exercício da 1a Turma Segunda Câmara da Segunda Seção Ciente, com a observação abaixo: (......) Apenas com ciência (......) Com Recurso Especial (......) Com Embargos de Declaração Data da ciência: _______/_______/_________ Procurador(a) da Fazenda Nacional Fl. 276DF CARF MF Impresso em 09/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por RAYANA ALVES DE OLIVEIRA FRANCA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10730.000190/2008-30
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 12 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005
DEDUÇÃO DE DESPESA MÉDICA. GLOSA. COMPROVAÇÃO.
A comprovação, por documentação hábil e idônea, de valor deduzido a título de despesa médica na declaração de ajuste anual do contribuinte implica no restabelecimento da glosa efetuada pela Autoridade lançadora.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2801-002.952
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Antonio de Pádua Athayde Magalhães - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ewan Teles Aguiar.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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GLOSA. COMPROVAÇÃO. A comprovação, por documentação hábil e idônea, de valor deduzido a título de despesa médica na declaração de ajuste anual do contribuinte implica no restabelecimento da glosa efetuada pela Autoridade lançadora. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Antonio de Pádua Athayde Magalhães Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio de Pádua Athayde Magalhães, Tânia Mara Paschoalin, Sandro Machado dos Reis, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre e Ewan Teles Aguiar. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 00 01 90 /2 00 8- 30 Fl. 41DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 10730.000190/200830 Acórdão n.º 2801002.952 S2TE01 Fl. 42 2 Tratase de Notificação de Lançamento relativa ao Imposto de Renda Pessoa Física – IRPF por meio da qual se exige crédito tributário no valor de R$ 6.724,74, incluídos multa de ofício no percentual de 75% (setenta e cinco por cento) e juros de mora. O crédito tributário foi constituído em razão de ter sido verificada, na Declaração de Ajuste Anual do contribuinte, exercício 2005, dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 11.550,00. Segundo a Autoridade lançadora a glosa de se deu por falta de comprovação das despesas médicas lançadas na declaração do contribuinte, uma vez que os recibos fornecidos não continham o endereço dos profissionais de saúde que os emitiram. O contribuinte apresentou a impugnação de fl. 2 deste processo digital, a qual anexou os recibos de fls. 4/6. A impugnação apresentada foi julgada procedente em parte. A decisão recorrida manteve a glosa referente ao recibo pertencente ao CPF 092.591.95780, no valor de R$ 5.000,00 (fl. 4 deste processo digital). Segundo os julgadores da instância a quo, “o único endereço aposto nesse recibo se refere ao campo de endereço do pagador dessa despesa, e não ao profissional emitente do recibo”. Cientificado da decisão de primeira instância em 19/07/2011 (AR à fl. 33), o Interessado interpôs, em 12/08/2011, o recurso de fl. 35/37. Na peça recursal aduz, dentre outras alegações, que o endereço aposto no recibo emitido pela Doutora Marcelle Oliveira Campos representa o endereço do escritório da cirurgiãdentista, pois à época de sua emissão residia à Rua Noronha Torrezão nº 282. Ao fim, requer o recebimento e o provimento do presente recurso para cancelar a Notificação de Lançamento. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. Os julgadores da instância de piso entenderam que o endereço aposto no recibo emitido pela cirurgiãdentista Marcelle Oliveira Campos (Rua Otávio Carneiro 89, sala 601) era o endereço do Recorrente, e não o endereço da profissional de saúde que o emitiu, e mantiveram a glosa da despesa de R$ 5.000,00. Não compartilho do entendimento exposto no acórdão recorrido, pelos seguintes motivos: O endereço do Recorrente, que consta de sua declaração de ajuste anual, é Rua Presidente Pedreira nº 156; Todas as intimações realizadas no curso deste processo administrativo foram feitas, ao contribuinte, no endereço Rua Noronha Torrezão 282; Fl. 42DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES Processo nº 10730.000190/200830 Acórdão n.º 2801002.952 S2TE01 Fl. 43 3 Para comprovar que o endereço constante do recibo era do Interessado, bastava à Relatora do acórdão recorrido colacionar aos autos a tela CPF com o seu endereço, uma vez que dados cadastrais não estão protegidos pelo manto do sigilo fiscal. E isto não foi feito. Apesar de possível, não é crível supor que o Recorrente residia em uma sala. O endereço que consta do recibo é Rua Otávio Carneiro 89, sala 601. Face ao exposto, voto por dar provimento ao recurso para restabelecer a glosa de R$ 5.000,00. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 43DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 18/03/2013 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por ANTONIO DE PA DUA ATHAYDE MAGALHAES
score : 1.0
Numero do processo: 16045.000007/2010-25
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Apr 11 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004, 2005, 2006
Nulidade. MPF. Lançamentos Reflexos.
Na hipótese em que infrações apuradas, em relação a tributo ou contribuição contido no MPF-F, também configurarem, com base nos mesmos elementos de prova, infrações a normas de outros tributos ou contribuições, estes serão considerados incluídos no procedimento de fiscalização, independentemente de menção expressa.
ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Omissão de Receitas. DIPJ/Dacon/DCTF em branco.
A falta de informação acerca das bases de cálculo apuradas nas DIPJ e Dacon, apresentadas em branco, configura omissão, reiterada e sistemática, de todas receitas auferidas, em expressivos valores, conduta confirmada pela apresentação das DCTF também em branco, em relação a todos os fatos geradores ocorridos no período fiscalizado.
Bonificações. A mera alegação de inclusão de "bonificações" nas bases de cálculo, não devidamente esclarecidas e comprovadas as operações assim denominadas pela Impugnante, não servem para contraditar a exigência.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Multa Qualificada. Sonegação.
A conduta reiterada e sistemática de omissão de receitas caracteriza a sonegação, definida como a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais.
Bis in idem. Coeficiente de Arbitramento e Multa Qualificada, O arbitramento não possui caráter de penalidade, mas é simples meio de apuração do lucro, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração necessária a validar a base de cálculo adotada pela empresa.
Multa Qualificada. Sanção Administrativa e Patrimonial. Inaplicabilidade das Normas e Princípios do Direito Penal.
As normas e princípios do direito penal, relativas a excludentes de ilicitude ou dirimentes, tendo em conta as sanções restritivas de liberdade ali cominadas, não são aplicáveis às sanções administrativas de caráter exclusivamente patrimonial, previstas no âmbito do direito tributário, ainda que fundamentadas em condutas qualificadas pelo dolo.
Constitucionalidade de Lei. Competência do Órgão Administrativo de Julgamento.
No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.
Decadência. Dolo. Fraude. Simulação.
Comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado.
Parcelamento da Lei n° 11.941/2009. Efeitos.
Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
A mera opção pelo parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, comprovada pelo recibo de pedido de parcelamento, datado de 30/11/2009, não tem o efeito de afastar a constituição de ofício dos créditos tributários devidos, com a aplicação da multa incidente sobre o lançamento de ofício.
Para definição da parcela não controvertida da presente exigência, passível de a ser incluída no parcelamento, deveria o contribuinte ter apresentado a DCTF retificadora até o dia 30 de novembro de 2009, o que não foi providenciado.
Em relação aos débitos com exigibilidade suspensa, como a opção pelo parcelamento importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos, deveria o sujeito passivo ter desistido, expressamente e de forma irrevogável, da impugnação e, cumulativamente, renunciado a quaisquer
alegações de direito sobre as quais se fundavam os processos administrativos, até 30 (trinta) dias após o prazo final previsto para efetuar o pagamento à vista ou opção pelos parcelamentos de débitos. Os prazos para desistência de impugnação ou recurso administrativos teriam sido prorrogados para 28 de fevereiro de 2010.
Somente seria considerada a desistência parcial de impugnação e de recurso administrativos interpostos, se o débito objeto de desistência fosse passível de distinção dos demais débitos discutidos no processo administrativo.
Numero da decisão: 1401-000.799
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em rejeitar as preliminares e negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
Assinado digitalmente
Jorge Celso Freire da Silva - Presidente
Assinado digitalmente
Maurício Pereira Faro Relator
Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Alexandre Antônio Alkmin Teixeira, Antônio Bezerra Neto, Mauricio Pereira Faro e Eduardo Martins Neiva Monteiro.
Nome do relator: MAURICIO PEREIRA FARO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2004, 2005, 2006 Nulidade. MPF. Lançamentos Reflexos. Na hipótese em que infrações apuradas, em relação a tributo ou contribuição contido no MPF-F, também configurarem, com base nos mesmos elementos de prova, infrações a normas de outros tributos ou contribuições, estes serão considerados incluídos no procedimento de fiscalização, independentemente de menção expressa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Omissão de Receitas. DIPJ/Dacon/DCTF em branco. A falta de informação acerca das bases de cálculo apuradas nas DIPJ e Dacon, apresentadas em branco, configura omissão, reiterada e sistemática, de todas receitas auferidas, em expressivos valores, conduta confirmada pela apresentação das DCTF também em branco, em relação a todos os fatos geradores ocorridos no período fiscalizado. Bonificações. A mera alegação de inclusão de "bonificações" nas bases de cálculo, não devidamente esclarecidas e comprovadas as operações assim denominadas pela Impugnante, não servem para contraditar a exigência. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Multa Qualificada. Sonegação. A conduta reiterada e sistemática de omissão de receitas caracteriza a sonegação, definida como a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais. Bis in idem. Coeficiente de Arbitramento e Multa Qualificada, O arbitramento não possui caráter de penalidade, mas é simples meio de apuração do lucro, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração necessária a validar a base de cálculo adotada pela empresa. Multa Qualificada. Sanção Administrativa e Patrimonial. Inaplicabilidade das Normas e Princípios do Direito Penal. As normas e princípios do direito penal, relativas a excludentes de ilicitude ou dirimentes, tendo em conta as sanções restritivas de liberdade ali cominadas, não são aplicáveis às sanções administrativas de caráter exclusivamente patrimonial, previstas no âmbito do direito tributário, ainda que fundamentadas em condutas qualificadas pelo dolo. Constitucionalidade de Lei. Competência do Órgão Administrativo de Julgamento. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Decadência. Dolo. Fraude. Simulação. Comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Parcelamento da Lei n° 11.941/2009. Efeitos. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. A mera opção pelo parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, comprovada pelo recibo de pedido de parcelamento, datado de 30/11/2009, não tem o efeito de afastar a constituição de ofício dos créditos tributários devidos, com a aplicação da multa incidente sobre o lançamento de ofício. Para definição da parcela não controvertida da presente exigência, passível de a ser incluída no parcelamento, deveria o contribuinte ter apresentado a DCTF retificadora até o dia 30 de novembro de 2009, o que não foi providenciado. Em relação aos débitos com exigibilidade suspensa, como a opção pelo parcelamento importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos, deveria o sujeito passivo ter desistido, expressamente e de forma irrevogável, da impugnação e, cumulativamente, renunciado a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundavam os processos administrativos, até 30 (trinta) dias após o prazo final previsto para efetuar o pagamento à vista ou opção pelos parcelamentos de débitos. Os prazos para desistência de impugnação ou recurso administrativos teriam sido prorrogados para 28 de fevereiro de 2010. Somente seria considerada a desistência parcial de impugnação e de recurso administrativos interpostos, se o débito objeto de desistência fosse passível de distinção dos demais débitos discutidos no processo administrativo.
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conteudo_txt : Metadados => date: 2013-03-07T21:08:04Z; pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.5; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; dcterms:created: 2013-03-07T21:08:04Z; Last-Modified: 2013-03-07T21:08:04Z; dcterms:modified: 2013-03-07T21:08:04Z; dc:format: application/pdf; version=1.5; xmpMM:DocumentID: uuid:9d623191-33f4-4749-9667-9c283d79d6bb; Last-Save-Date: 2013-03-07T21:08:04Z; access_permission:fill_in_form: true; pdf:docinfo:modified: 2013-03-07T21:08:04Z; meta:save-date: 2013-03-07T21:08:04Z; pdf:encrypted: true; modified: 2013-03-07T21:08:04Z; Content-Type: application/pdf; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; meta:creation-date: 2013-03-07T21:08:04Z; created: 2013-03-07T21:08:04Z; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 20; Creation-Date: 2013-03-07T21:08:04Z; pdf:charsPerPage: 2557; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:created: 2013-03-07T21:08:04Z | Conteúdo => S1C4T1 Fl. 342 1 341 S1C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16045.000007/201025 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1401000.799 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 10 de maio de 2012 Matéria IRPJ Recorrente SUL VALE C E DIST PROD DE HIGIENE BUCAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004, 2005, 2006 Nulidade. MPF. Lançamentos Reflexos. Na hipótese em que infrações apuradas, em relação a tributo ou contribuição contido no MPFF, também configurarem, com base nos mesmos elementos de prova, infrações a normas de outros tributos ou contribuições, estes serão considerados incluídos no procedimento de fiscalização, independentemente de menção expressa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Omissão de Receitas. DIPJ/Dacon/DCTF em branco. A falta de informação acerca das bases de cálculo apuradas nas DIPJ e Dacon, apresentadas em branco, configura omissão, reiterada e sistemática, de todas receitas auferidas, em expressivos valores, conduta confirmada pela apresentação das DCTF também em branco, em relação a todos os fatos geradores ocorridos no período fiscalizado. Bonificações. A mera alegação de inclusão de "bonificações" nas bases de cálculo, não devidamente esclarecidas e comprovadas as operações assim denominadas pela Impugnante, não servem para contraditar a exigência. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Multa Qualificada. Sonegação. A conduta reiterada e sistemática de omissão de receitas caracteriza a sonegação, definida como a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais. Bis in idem. Coeficiente de Arbitramento e Multa Qualificada, O arbitramento não possui caráter de penalidade, mas é simples meio de apuração do lucro, quando a contribuinte deixa de apresentar a escrituração necessária a validar a base de cálculo adotada pela empresa. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 04 5. 00 00 07 /2 01 0- 25 Fl. 467DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 343 2 Multa Qualificada. Sanção Administrativa e Patrimonial. Inaplicabilidade das Normas e Princípios do Direito Penal. As normas e princípios do direito penal, relativas a excludentes de ilicitude ou dirimentes, tendo em conta as sanções restritivas de liberdade ali cominadas, não são aplicáveis às sanções administrativas de caráter exclusivamente patrimonial, previstas no âmbito do direito tributário, ainda que fundamentadas em condutas qualificadas pelo dolo. Constitucionalidade de Lei. Competência do Órgão Administrativo de Julgamento. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Decadência. Dolo. Fraude. Simulação. Comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Parcelamento da Lei n° 11.941/2009. Efeitos. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. A mera opção pelo parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, comprovada pelo recibo de pedido de parcelamento, datado de 30/11/2009, não tem o efeito de afastar a constituição de ofício dos créditos tributários devidos, com a aplicação da multa incidente sobre o lançamento de ofício. Para definição da parcela não controvertida da presente exigência, passível de a ser incluída no parcelamento, deveria o contribuinte ter apresentado a DCTF retificadora até o dia 30 de novembro de 2009, o que não foi providenciado. Em relação aos débitos com exigibilidade suspensa, como a opção pelo parcelamento importa confissão irrevogável e irretratável dos débitos, deveria o sujeito passivo ter desistido, expressamente e de forma irrevogável, da impugnação e, cumulativamente, renunciado a quaisquer alegações de direito sobre as quais se fundavam os processos administrativos, até 30 (trinta) dias após o prazo final previsto para efetuar o pagamento à vista ou opção pelos parcelamentos de débitos. Os prazos para desistência de impugnação ou recurso administrativos teriam sido prorrogados para 28 de fevereiro de 2010. Somente seria considerada a desistência parcial de impugnação e de recurso administrativos interpostos, se o débito objeto de desistência fosse passível de distinção dos demais débitos discutidos no processo administrativo. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em rejeitar as preliminares e negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do relator. Assinado digitalmente Jorge Celso Freire da Silva Presidente Fl. 468DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 344 3 Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Participaram do julgamento os conselheiros Jorge Celso Freire da Silva, Karem Jureidini Dias, Alexandre Antônio Alkmin Teixeira, Antônio Bezerra Neto, Mauricio Pereira Faro e Eduardo Martins Neiva Monteiro. Relatório Tratase de Auto de Infração dos tributos e contribuições integrantes do simples, por bem narrar a situação dos autos, adoto o relatório elaborado pelo órgão julgador a quo: Tratase de autos de infração à legislação do Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas IRPJ, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, e das Contribuições para o Programa de Integração Social PIS e para o Financiamento da Seguridade Social Cofíns, lavrados em 26/01/2010, pelo Serviço de Fiscalização Sefís da DRF Taubaté/SP, para constituir o crédito tributário no montante de R$ 7.791.587,96,incluídos o principal, a multa de ofício de 150% e os juros de mora devidos até a data da lavratura, tendo em conta as irregularidades apuradas, nos anoscalendário 2004, 2005 e 2006, e assim descritas no Relatório Fiscal de fls. 155/160, parte integrante da peça acusatória: No exercício das funções de AFRFB e no curso da fiscalização de IRPJ, que procedi na empresa acima, objeto do MPF n. 2009000267, nos anos calendários de 2004, 2005 e 2006, constatei: A fiscalizada embora tenha feito opção para apurar os resultados obtidos na sua empresa pelo Lucro Real e entregue as DIPJ nas épocas próprias dos mencionados anos calendários, apresentouas totalmente em branco, fls. 29/23. Motivo: Não efetuou nenhum dos recolhimentos mensais e/ou trimestrais, muito embora apresentasse receita tributável de vendas em todos os meses dos anos fiscalizados, conforme veremos no decorrer do Relatório Fiscal. Fl. 469DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 345 4 Intimada a apresentar os Livros Comerciais, ou seja: DIÁRIO, RAZÃO, LALUR e INVENTÁRIO DE MERCADORIAS, respondeu através de seu procurador devidamente constituído, em forma de declaração, o que segue: "[...] DECLARA que por motivos de força maior verificou não ser possível realizar escrituração comercial referentes anos calendários de 2004, 2005 e 2006 [...]" fls. 5. Vêse claramente que a fiscalizada sempre teve o seu funcionamento normal, com vultosas receitas, mas em compensação não tem livros comerciais escriturados, não apurou balanço de suspensão, não apresentou DCTF, sendo que a única coisa em que apresentou nesses períodos foram as DIPJ, como dito anteriormente em branco. Novamente foi intimada, fls. 6/7, desta feita a apresentar relação dos bens constantes do seu Ativo Permanente: Imóveis, Máquinas e Equipamentos, Móveis e Utensílios e Veículos. Em resposta, fls. 8/16, apresentou um rói de máquinas e equipamentos, onde a empresa relacionou possuir: 1 (uma) impressora epson, 3 (três) microcomputadores , (dois) carrinhos hidráulicos: empilhadeira, prateleira porta paletts, 3 (três) carros hidráulicos porta paletts, 2 (duas) empilhadeiras manuais e finalmente um automóvel da marca GM/Celta Life 2P, ano 2005, e só! Pasmem tudo que foi descrito acima, à exceção do veículo, os demais são locados, portanto, a empresa não tem absolutamente nada a apresentar em seu patrimônio, para responder por sua omissão que por sinal não é de pequena monta! ... Percebese claramente que deixar de pagar imposto, omitir informações pro Fisco, tornouse uma rotina lucrativa e desleal para a fiscalizada que nunca procurou os órgãos fazendários para tentar uma negociação parcelada, haja vista que o Estado Brasileiro sempre procurou facilitar a vida do contribuinte, concedendo verdadeiras benesses através do PAES, REFIS I, REF1S II, e outros tantos e a empresa jamais se interessou em regularizar sua situação. Se não bastasse o seu quadro societário é composto por uma empresa estrangeira que tem sede no Uruguai, (Paraíso Fiscal) de nome ENDOMAX SOCIEDAD ANÔNIMA, detentora de 99% do capital social, e a outra sócia minoritária, pessoa física que é brasileira de nome LÍVIA ZIMERMANN DE ARAUJO DURIGAN, com o restante 1% na composição da Sociedade. Lembrando que Fl. 470DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 346 5 Lívia Zimermann é a atual representante e Presidente da ENDOMAX, fls. 126/136. Posteriormente a empresa foi novamente intimada a apresentar seus Livros Comerciais, devidamente escriturados inclusive com a transcrição do Balanço Patrimonial dos anos de 2004, 2005 e 2006, fls. 17/18. Em resposta alegou não possuir e declarou por escrito, não haver possibilidade de efetuar sua escrituração contábil, tampouco levantar balanço patrimonial. No mesmo Termo de Constatação e Intimação Fiscal, foi concedido o prazo legal previsto no PAF (Processo Administrativo Fiscal), para que a empresa CONTESTE as receitas apuradas, que foram levantadas através dos Livros Fiscais apresentados, fls. 139/146. Em resposta, o seu Procurador, informou que reconhece as receitas apuradas e levantadas através dos Livros Fiscais que ora lhe apresentamos, conforme consta das planilhas a ela anexadas, fls. 147/148. Da a p l i c a ç ã o da m u l t a q u a l i f i c a da Em todo período fiscalizado, constatouse a vontade deliberada em desviar da tributação, além disso, a fiscalizada omitiu todas as informações anuais ao Fisco e quando entregou estava totalmente zerada. Aliado a tudo isso, existe o fato de que a empresa não ter apresentado DCTF, o que leva a uma conduta reiterada no decorrer dos anos fiscalizados, que compõe um quadro que evidencia a existência de uma atitude de i m p e d i r ou r e t a r d a r o c o n h e c i m e n t o , por p a r t e da a u t o r i d a d e f a z e n d á r i a . da ocorrência do fato gerador dos tributos e contribuições, revelando o intuito doloso do contribuinte. Lembrese que o dolo encontrase no inciso I do art. 18 do Código Penal (DecretoLei n. 2.848, de 7 de dezembro de 1940), onde reza que o crime doloso é aquele em que: "[...] o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzilo ". Como se vê, a lei penal brasileira adotou, para a conceituação do dolo, a teoria da vontade. Isto significa que o agente do crime deve conhecer os atos que realiza ou deixa de realizar a sua significação, além de estar disposto a produzir o resultado deles decorrentes. Em outras palavras, podese dizer que os elementos do dolo, de acordo com a teoria da vontade, são: vontade de agir ou de se omitir; consciência da conduta (ação ou Fl. 471DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 347 6 omissão) e do seu resultado; e consciência de que esta ação ou omissão vai levar ao resultado (nexo causal). Como v i s t o , no caso que se a p r e s e n t a , a q u a l i f i c a ç ã o da m u l ta de o f í c i o j u s t i f i c a s e pela vontade e x p l í c i t a do c o n t r i b u i n t e em i m p e d i r que o f i s c o tomasse c o n h e c i m e n t o da e x i s t ê n c i a de v u l t o s os v a l o r e s t r i b u t á v e i s , no d e c o r r e r nos anos c a l e n d á r i o s. Por tudo isso entendemos s.m.j., ter Ficado caracterizada a figura de SONEGAÇÃO, conforme definido no art. 71 da Lei n. 4.502/64, haja vista a empresa haver prestado informação inverídica ao fisco, com evidente intuito de omitir suas receitas de vendas , bem como, em tese, a figura de crime contra a ordem tributária,conforme definido nos arts. I o . e 2o . da Lei n. 8.137/90. E para constar lavro o presente Relatório Fiscal em três vias de igual teor, que fará parte integrante do Auto de Infração, juntamente com os documentos relacionados, dos quais a Fiscalizada tomou ciência e recebeu cópias. Cientificada dos lançamentos, em 29/01/2010, na pessoa de seu procurador, Sr. Gilson Batista Tavares Júnior (cf. instrumento de procuração de fls. 03), a contribuinte, por intermédio de seu advogado e bastante procurador, Sr. Carlos Alberto Paluan (cf. instrumentos de mandato de fls. 235), protocolizou a impugnação de fls. 215/234, em 26/02/2010, alegando em sua defesa as seguintes razões de fato e de direito. Afirma a existência de dificuldades operacionais e financeiras, nos anos de 2004 a 2006, tendo optado a empresa por proceder ao pagamento de salários e fornecedores, em detrimento do pagamento dos tributos devidos, sem qualquer intenção de sonegação de informações ou de tributos, "[...] até porque se quisesse fazêlo declararia valor menor e não em branco o que demonstra somente por isto boafé e, tanto sendo assim que, quando da ocasião de fiscalização não houve qualquer embaraço, tendo podido o Sr. Auditor proceder integralmente ao seu trabalho com o fornecimento de tudo que seria possível e estivesse ao alcance da Impugnante para atendêlo ". Nas preliminares, requer a nulidade das autuações de CSLL, PIS e Cofins até novembro de 2005, por ter sido aberta a fiscalização tãosomente para a verificação do IRPJ, conforme Mandado de Procedimento Fiscal MPF. Em suas palavras: Fl. 472DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 348 7 "5. Inicialmente, a questão tributária de fiscalização dos tributos CSLL, PIS e Cofins somente são válidos a partir do anocalendário de 2006. E que a abertura de fiscalização se deu nos termos do artigo 7o, inciso I do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972 e em conformidade com o art. 9o da referida Lei e, o direito neste caso se aplica à época, sendo que na ocasião não era permitido estender a outros tributos a referida fiscalização. Referido artigo foi alterado pela Lei n° 11.196 de 21/11/2005 que incluiu o parágrafo primeiro que autorizou a proceder a lançamentos de outros tributos se verificados que dependem dos mesmos elementos de prova. Confirase o caput do referido artigo e o parágrafo introduzido: Art. 9° A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei n° 11.941, de 2009) § Io Os autos de infração e as notificações de lançamento de que trata o caput deste artigo, formalizados em relação ao mesmo sujeito passivo, podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova. Afirma, também, preliminarmente, a decadência e, conseqüentemente, a extinção dos créditos tributários relativos aos fatos geradores ocorridos antes de 29/01/2005, nos termos do §4° do art. 150 do CTN. Noutra linha de defesa, assevera ainda a prescrição dos créditos tributários constituídos nas DCTF tempestivamente apresentadas, antes de 29/01/2005. Para a Impugnante, a cobrança de débitos decaídos ou prescritos configuraria abuso de poder. Contraditando a imputação de fraude, dolo ou simulação, argumenta: "[...[ ninguém que pague CPMF e que sabe ter sido isto ligação com as informações cruzadas em sã consciência deixa de pagar tributos. Não houve dolo algum em sonegar, se assim fosse, seria melhor declarar a menor, mais sensato dentro da ótica do sonegador. A Impugnante não teve esta intenção: isto está claro. Declarar com informações insuficientes como fez a Impugnante resulta no máximo em arbitramento que, por sua vez, é suscetível de fiscalização. E mais: a Impugnante entregou tais declarações e recolheu CPMF decorrente de sua movimentação bancária. Então não é justo e nem razoável se falar em dolo, simulação ou fraude. Fraude significa falsificar com o intuito de levar a Fl. 473DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 349 8 erro, o que efetivamente não ocorreu, e, o dolo, por sua vez, seria fazer isto intencionalmente de modo a se beneficiar, o que não ocorreu efetivamente e, finalmente, a simulação seria desvirtuar o propósito a que destina a Lei, o que também, de fato, não ocorreu pelos motivos que s exporá mais abaixo". Requer a aplicação da legislação tributária penal mais benéfica, nos termos do art. 112 do CTN. Com base em doutrina, protesta também pela observância de todos os princípios do direito penal, dada à analogia existente entre as infrações penais e as infrações tributárias, destacando o princípio do in dúbiopro reo. Diz ainda que apesar dos problemas, teria se declarado devedora antes do término da fiscalização, "[...] sendo faculdade sua, nos termos da Lei n° 11.941/09 apresentar consolidação posterior, quando se abrir o prazo para tal fim segundo a referida Lei, mas fez a opção antes mesmo de ser autuada, em completa demonstração de boafé, quando passou então não somente a se declarar devedora, mas também deve ser isentada da aplicação de multa pelo dolo ou fraude que, se interpretados em consonância com Código Penal a Impugnante não praticou a interpretação do digno autor pelos motivos ora expostos. Aliás, a boafé é elemento de interferência na formação de culpa (em sentido estrito) ou dolo, ambos espécies da culpa lato sensu, de forma que se torna excludente do dolo, conforme [...], no qual evidencia que se não pode haver dolo objetivo mas devese considerar os demais elementos formadores da culpabilidade que no direito penal, assim interpretado o ilícito, a antijuridicidade e a culpabilidade que pode ser excluída pela boafé, erro, caso fortuito ou força maior ". Diz que a falta de entrega de DCTF não poderia ensejar lesão ao Fisco de forma dolosa, e que contrariamente à acusação fiscal teria apresentado as DCTF, assim como as DACON de todo o período, não sendo pertinente a imputação de dolo. Nesse contexto, afirma que a opção pelo parcelamento da Lei n° 11.941/2009, a efetiva e tempestiva entrega das guias, corroboraria a boafé da Impugnante. E conclui: "19. Assim, considerando que a Impugnante entregou sim as DCTF em suas épocas próprias, as DACON e ainda optou pelo parcelamento da Lei n° 11.941/09 antes mesmo da lavratura deste auto para os lançamentos tributários que entende pertinente ser devidos, concluise que agiu de boafé perante o Fisco, de forma que não houve negligência, imprudência ou imperícia, na medida em que Fl. 474DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 350 9 a Lei lhe permite fazer isto uma vez que não houve intuito de violação de direito, portanto, inconcebível o dolo no caso em questão". Quanto ao PIS e à Cofins, contradita a exigência dizendo sujeitarse os produtos vendidos à incidência monofásica nos fabricantes, conforme notas fiscais e art. Io inciso I è alíneas c/c art. 2 o da Lei n° 10.147, de 2000. Conclui pela improcedência das exigências de PIS e Cofins, protestando contra a aplicação de alíquota diferente daquela prevista na legislação de regência para os produtos comercializados pela empresa, o que configuraria extrapolação da competência do agente fiscal e desvio de poder. Assevera que nas notas fiscais, apresentadas à fiscalização, haveria referência à incidência do PIS e da Cofins segundo a Lei n° 10.147, de 2000. E reitera: "[...] Desta forma, não houve descumprimento da informação ao Fisco, mas tão somente informações insuficientes nas DCTF, ou seja, não pode o digno auditor por causa de suposto descumprimento de obrigação acessória (DCTF não clara, porque foram entregues) tributar obrigação principal. Não houve sonegação: as informações estão declaradas nos próprios documentos fiscais, leiase notas fiscais de vendas de mercadorias". Na perspectiva da Impugnante, não haveria dolo em declarar o que não é devido. As DACON teriam sido entregues tempestivamente com a informação de saldo negativo, nos termos do art 2 o da Lei n° 10.157, de 2000. Quanto ao IRPJ e à CSLL, consigna terem sido indevidamente incluídas na base de cálculo as bonificações, conforme consta dos livros entregues e apreciados pela fiscalização. Reputa assim nulas as exigências devido à ampliação indevida da base de cálculo, a caracterizar cobranças ilegais e inconstitucionais. A seu favor faz referência ao REsp n° 1.111.156. Argumenta ainda que pretende incluir, no parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, os valores~com os quais concorda, mas ainda não teria sido aberto prazo para consolidação dos débitos. Além disso, teria direito de discutir os valores relativos às exigências de PIS e de Cofins e a imposição da multa. Afirma que: se houve parcelamento anterior, não haveria que se falar em dolo; que não fraudou; que não teria havido falsificação de documentos, nem óbice à Fl. 475DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 351 10 fiscalização; que não declarou valores devidos a menor na DCTF e DACON; que nos termos da Lei n° 11.941, de 2009, é direito da Impugnante apurar e arbitrar os valores devidos para aderir ao parcelamento especial. Em suas palavras: "A Impugnante foi tão honesta que declarou com informações insuficientes sabendo que poderia retificar e declarar posteriormente, sobretudo porque recolhia CPMF neste período e sabia do cruzamento de informações com outros dados da Receita Federal, tanto é verdade que parcelou o débito antes mesmo de qualquer autuação pelo digno auditor fiscal. Assim, ninguém em são consciência, ainda mais numa empresa do porte da Impugnante faria isto. O que ocorreu, efetivamente foi um descontrole de histórico de informações que não se prestaram às declarações, não tendo havido tempo hábil de se corrigir antes da fiscalização, não tendo ainda se esvaído o tempo para a retificação das declarações, prazo o quaf a Impugnante observara para fazer as devidas correções;" Diz que haveria duplicidade de multas, vedado pelo princípio do non bis in idem, nos seguintes termos: "[...] no caso em questão, quando do arbitramento da base de cálculo pelo Sr. Auditor, já foi aplicada a multa de 20% sobre o valor efetivo apurado, portanto, o arbitramento consiste em apurar a base de cálculo e elevála de 20% a título de penalização, de multa, consoante artigo 16 da Lei n° 9.249/96, [...], sobre o montante apurado para fins de cálculo dos tributos devidos,consistindo por si só sanção tributária, através de multa. Assim, aplicar outra multa, outra sanção tributária, qual seja, a de 150%, seria penalizar duplamente o mesmo fato, o que é vedado até mesmo pelo Conselho de Contribuintes deste digno órgão julgador, bem como não há previsão legal da cumulação das referidas multas, ou seja, aplicase uma ou outra, conforme o caso [...]" Transcreve ementas de julgados do Conselho de Contribuintes sobre a impossibilidade de cumulação da multa de ofício com a multa isolada sobre a mesma base de cálculo Argumenta que seria inaplicável a multa de ofício de 150%, quando já há a incidência da multa de 20% para a base de cálculo arbitrada, e diz que a dupla penalização seria inconstitucional, por ofensa aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Afirma que o valor se seu ativo imobilizado não seria suficiente para pagar as multas e os juros de mora que, somados, ultrapassariam 100% do valor original dos tributos devidos. Fl. 476DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 352 11 Referese ao art. 155A, caput e §1° do CTN para reiterar a inexistência de Lei autorizando a cumulação de multas. Diante da confissão dos débitos e do pagamento da primeira parcela do parcelamento, antes da autuação, nos termos do art. 106, II, "c" do CTN, a multa incidente deveria ser de mora (20%) e estar limitada, conforme as disposições do art. 27 da Lei n° 9.532, de 1997, e art. 88, I da Lei n° 8.981, de 1995. Reitera que parcelou e iniciou os pagamentos antes mesmo da autuação. Defende que demonstrada a boafé, ainda que não seja considerada denúncia espontânea (art. 138 do CTN), pelo simples reconhecimento do débito fiscal, estaria descaracterizado o não recolhimento. Caso contrário, jamais seria aplicada a multa de mora de 20%), mas apenas a multa de ofício de 150%), "posto que tudo seria dolo, fraude, simulação ou correlatos ". Nas palavras da defesa: "[...] ainda que Vossas Senhorias considerem não se tratar de denúncia espontânea de molde a excluir a aplicação de multa, é certo que o parcelamento reduz para o patamar de débito pago em atraso, ou seja, ao patamar máximo de 20% (vinte por cento) sobre o valor do débito em questão". Transcreve jurisprudência do STJ sobre a incidência de multa de mora sobre os débitos objeto de parcelamento e contesta o caráter confiscatório das multas aplicadas, com base em jurisprudência do STF. No entendimento da Impugnante, a Lei n° 11.941, de 2009, suspenderia a exigibilidade do crédito tributário até a competência temporal de 2008, objeto de parcelamento, e como ainda não teria havido abertura de prazo para a consolidação administrativa dos débitos não haveria como proceder a pagamento superior ao valor da parcela prevista de R$ 100,00, "até que a Receita Federal envie a consolidação do crédito tributário a ser pago ou abra prazo e condições para este fim ". Reitera que houve confissão dos créditos tributários, objeto de autuação posterior, anteriormente ao pedido de adesão ao parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, e que não estaria impugnando todo o crédito tributário exigido, mas apenas a multa de ofício aplicada, que seria incabível, senão por causa da denúncia espontânea (art. 138 do CTN), ao menos porque não caracterizada a falta de pagamento, mas o mero atraso a ser apenado com multa de mora de 20%. Fl. 477DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 353 12 Assevera que, antes da autuação, teria informado ao Fisco a adesão ao parcelamento, não teria criado qualquer embaraço à fiscalização, teria fornecido todos os documentos que possuía à época da notificação para prestar informações, teria prestado todas as informações e esclarecimentos, tendo sempre agido de boafé. Requer a exclusão ou redução da multa para 20% para fins de inclusão do débito no parcelamento especial, caso contrário, buscará a tutela judicial, o que lhe parece desnecessário, tendo em conta a razoabilidade e a proporcionalidade do pedido ora formulado. Protesta pela insubsistência das autuações, pela revisão ou anulação dos lançamentos de PIS e Cofins, pela revisão ou anulação dos lançamentos de IRPJ e CSLL, por causa das bonificações e pela exclusão da multa de 150%. Às fls. 237/318 procede ajuntada da seguinte documentação: recibos de entrega das DCTF e das Dacon; termos de constatação e intimações fiscais; pedidos de prorrogação de prazo e respostas às intimações, cópias de notas fiscais emitidas pela empresa.Consta notícia de formalização de representação fiscal para fins penais no processo administrativo n° 16045.000015/201071. Antes de encaminhar o processo para julgamento, verificou a autoridade preparadora que a contribuinte teria aderido ao parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, providenciando a remessa dos autos à Seção de Controle e Acompanhamento Tributário Sacat da DRF Taubaté/SP, para pronunciamento acerca da possibilidade de apartar a matéria não impugnada (fls.327). Nesse contexto, com base no art. 13 da Portaria Conjunta PGFN/RFB n° 6 de 22/07/2009, a contribuinte foi intimada, em 13/04/2010 (AR de fls. 330), a definirmos valores impugnados e não impugnados da autuação, estes últimos a serem incluídos no parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009 (fls. 328/329).' Em resposta, protocolizada em 28/04/2010 (fls. 331), informou a contribuinte que "[...] somente os valores que constam dos pontos 05 (cinco) e 06 (seis) é que serão por nós incluídos no parcelamento da Lei n° 11.941/2009". Concluiu a autoridade preparadora, em despacho de fls. 346, pela impossibilidade de apartar a matéria não impugnada, a ser incluída no parcelamento da Lei n° 11.941, de 2009, por falta de maiores esclarecimentos por parte da interessada. Fl. 478DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 354 13 O órgao julgador a quo entendeu por julgar procedente em parte o auto de infraçao, o que ensejou a interposição do recurso ora analisado. É o relatório. Voto Da nulidade Nas preliminares, cumpre posicionar a Impugnante que, na esteira de farta jurisprudência administrativa, o MPF se constitui em instrumento de controle e de transparência da atuação da administração tributária federal, incapaz, todavia, de comprometer a validade do lançamento, ato administrativo vinculado e obrigatório, sob pena de responsabilidade funcional, lavrado no exercício de competência definida em Lei. Conforme se verifica nos lançamentos em apreço, tratase de exigência de tributos (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins), formalizada em função dos mesmos fatos (apuração de omissão de receitas) e dos mesmos elementos de prova, devendo assim serem considerados incluídos no procedimento de fiscalização do IRPJ, a CSLL, o PIS e a Cofins, independentemente de menção expressa no MPFF. A Impugnante também cometeu um equívoco ao dizer que o lançamento dos outros tributos e contribuições, que dependessem dos mesmos elementos de prova, somente teria sido autorizado pela Lei n° 11.196 de 21/11/2005, quando procedeu a alterações no art. 9o e seu §1° do Decreto n° 70.235, de 1972. Na verdade, o lançamento de todos os tributos e contribuições, ainda que dependentes dos mesmos elementos de prova, decorre das expressas disposições do próprio art. 142 do CTN. Desta forma, verificada a ocorrência dos fatos geradores de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins, ainda que com base nos mesmos elementos de prova, devem ser constituídos os correspondentes créditos tributários, mediante os competentes lançamentos (autos de infração) distintos para cada tributo ou contribuição (art. 9o caput do Decreto n° 70.235, de 1972), que podem ser objeto de um único processo, quando a comprovação dos ilícitos depender dos mesmos elementos de prova (§1° do art. 9o do Decreto n° 70.235, de 1972). DA DECADÊNCIA: NECESSIDADE DE DEFINIÇÃO PRÉVIA DA OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO Ainda nas preliminares, cumpriria apreciar a decadência do crédito tributario, relativo aos fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2004. Entretanto, de acordo com as expressas disposições do §4° do art. 150 do CTN, apenas após a análise de mérito acerca da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, é que será possível a definição do prazo decadencial aplicável a essas infrações. nos casos de dolo, fraude ou simulação não se aplica a regra de contagem do prazo decadencial prevista no §4° do art. 150 do CTN. Por outro lado, não tem qualquer fundamento fático a arguição de prescrição dos créditos tributários ora exigidos exofficio, na medida em que contrariamente ao alegado Fl. 479DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 355 14 não foram constituídos pela própria contribuinte, mediante declaração dos valores devidos em DCTF, nem anterior, nem posteriormente ao início do procedimento fiscal. DO PROCEDIMENTO FISCAL A partir dos elementos que instruem os autos, verificase que a presente ação fiscal teria se iniciado em 13/02/2009 (termo de início de fls. 02), quando a empresa foi intimada a apresentar, entre outros documentos, os livros Diário, Razão, Registro de Inventário, Livro de Apuração do Lucro Real Lalur e Termos de Ocorrência dos anoscalendário de 2004 a 2006. Em correspondência, datada de 27/02/2009 (fls. 04), a contribuinte requereu prorrogação de prazo. Em correspondência de 09/03/2009 (fls. 05) declarou "que por motivos de força maior verificou não ser possível realizar sua escrituração comercial referente aos anoscalendário de 2004, 2005 e 2006". Novamente em 08/09/2009 (AR de fls. 18), a contribuinte foi intimada (fls. 17) a apresentar os Livros Registro de Inventário, Lalur e Termos de Ocorrências, de 2004 a 2006. Novo pedido de prorrogação de prazo em declaração datada de 18/09/2009 (fls. 19). Acompanharam o termo de constatação e intimação as planilhas, elaboradas pelo agente fiscal, de fls. 142/146, nas quais mensalmente a partir de novembro de 2004 a dezembro de 2006, foram consolidadas as informações constantes dos livros fiscais apresentados acerca do código das operações, valor contábil e base de cálculo. DA OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO: CONDUTA SISTEMÁTICA E REITERADA DE OMISSÃO DE RECEITAS Quanto à imputação da multa qualificada, cumpre fazer remissão aos fundamentos fáticos e jurídicos que ensejaram a sua aplicação, previstos no art. 44, II, da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, dispositivos regularmente referidos no quadro "Enquadramento Legal" contido nos "Demonstrativos de Multa e Juros de Mora", de fls. 168/169, com a redação em vigor na data da ocorrência dos fatos geradores. Relevante destacar que atualmente se encontra em vigor a Lei n° 11.488, de 15 de junho de 2007, que em seu art. 14 deu nova redação ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, mas manteve a aplicação da multa qualificada no percentual de 150% (cento e cinqüenta por cento), para as mesmas hipóteses. Adotada a perspectiva de que a ocorrência do fato gerador somente se dá a conhecer por meio da conversão em linguagem competente dos eventos ocorridos no mundo fenoménico, não poderia subsistir a distinção legal entre os conceitos de sonegação (impedir ou retardar o conhecimento da ocorrência do fato gerador) e fraude (impedir ou retardar a ocorrência do fato gerador). Na verdade, tanto na sonegação, quanto na fraude, o que estaria em questão seria a conduta dolosa tendente a impedir ou retardar o conhecimento da ocorrência do fato gerador, das condições pessoais de contribuinte, mediante a exclusão ou modificação de suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do tributo devido ou a evitar ou diferir o seu pagamento. Em síntese, não pode haver distinção entre as hipóteses normativas de fraude lato sensu, contidas nos arts. 71 (sonegação) e 72 (fraude stricto sensu) da Lei n° 4.502, de 1964, na medida em que a incidência de tributação somente se dá sobre o fato gerador Fl. 480DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 356 15 conhecido. Contraditando entendimentos divergentes, poderseia até argumentar que se a conduta do sujeito passivo realmente fosse hábil a impedir ou retardar a ocorrência do fato gerador (conforme a prescrição contida no art. 72), não haveria fato a ser tributado ou tributado no momento. Decorre daí que a interpretação da fraude lato sensu, no âmbito da legislação tributária, deve ser sempre em relação à conduta dolosa do sujeito passivo, tendente a impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária: (i) da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; (ii) das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Na verdade, a norma jurídica a descrever a hipótese relativa à fraude stricto sensu (art. 72) denota apenas os meios utilizados para impedir ou retardar o conhecimento pelas autoridades fazendárias, quais sejam: (i) o ocultamente da ocorrência do fato gerador; (ii) a exclusão ou modificação de suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido, ou a evitar ou diferir o seu pagamento. No caso em apreço, a aplicação da multa de ofício qualificada pelo evidente intuito de fraude encontrase fundamentada na constatação da vontade deliberada da contribuinte, em desviar da tributação, receitas expressivas e comprovadamente auferidas, em todo período fiscalizado (em 2004, no valor de R$ 2.080.645,24; em 2005, no valor de R$ 16.134.634,85; e em 2006, no valor de R$ 19.615.249,36), mediante a apresentação de declarações sem qualquer informação acerca das bases de cálculo e dos tributos devidos. Caracterizou a fiscalização, assim, uma conduta reiterada da empresa de impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, da ocorrência dos fatos geradores dos tributos e contribuições, revelando o intuito doloso do contribuinte. Além das DIPJ (fls. 29/72, 73/101 e 102/123) e Dacon (fls. 252/259) sem qualquer informação acerca das bases de cálculo dos tributos (IRPJ, CSLL, PIS e Cofins), os documentos por ela apresentados juntamente com a defesa, confirmam que não há qualquer débito dos tributos ora exigidos de ofício informado em DCTF (fls. 246/251). Cumpre reconhecer a fraude, na tentativa da contribuinte de impedir ou retardar o conhecimento pelo Fisco Federal das receitas auferidas em sua atividade operacional, mediante omissão, reiterada e sistemática, de todas receitas auferidas, em expressivos valores, nas Declarações de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ, apresentadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB. E, conseqüentemente, dada à falsa declaração acerca das bases de cálculo, os tributos também não foram informados como devidos, nas Declarações de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF, em relação a todos os fatos geradores ocorridos nos anoscalendário de 2004, 2005 e 2006. Desta forma, tendo em conta a conduta reiterada e sistemática de omissão de receitas, caracterizada está a ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais. Para a caracterização da sonegação fiscal, na omissão de receitas auferidas e comprovada nos livros fiscais apresentados pela própria contribuinte, não há qualquer distinção entre a informação de valores menores do que os devidos ou a ausência de qualquer informação. Em ambos os casos, caracterizada a conduta sistemática e reiterada de omissão de Fl. 481DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 357 16 receitas, impõese a qualificação da multa de ofício, tendo em conta a caracterização do evidente intuito de sonegação ou fraude. Confunde a interessada, a apresentação de declarações em branco com o cumprimento da obrigação acessória de prestar informações ao Fisco acerca das bases de cálculo e dos tributos devidos. As declarações apresentadas (DIPJ, Dacon e DCTF) não se prestam nem ao cumprimento dos deveres instrumentais, quanto mais para afastar a exigência exofficio dos tributos devidos apurados pela fiscalização. As dificuldades operacionais e financeiras porventura ocorridas ainda que possam justificar a falta de pagamento dos tributos devidos, não justificam a falta de informação ao Fisco das bases de cálculo e dos tributos devidos. Dito por outras palavras: ainda que a empresa tivesse optado por proceder ao pagamento de salários e fornecedores, em detrimento do pagamento dos tributos devidos, não poderia, em tempo algum, ter deixado de informar ao Fisco os tributos devidos. Somente, assim, é poderia ser caracterizada a sua boafé ou a mera inadimplência, sobre a qual cabe exigir apenas os acréscimos moratórios previstos em Lei (multa e juros de mora) sobre os valores informados pela própria empresa como devidos. Não é o caso dos tributos exigidos apenas após a constituição de ofício, mediante o competente lançamento. Outro equívoco muito comum é em relação à ausência de embaraço à fiscalização e à incidência da multa qualificada pela sonegação/fraude. Na verdade, a ausência de embaraço à fiscalização afasta a imputação da multa agravada, prevista atualmente no §2° do art. 44 da Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e não a multa qualificada, prevista no §1° do mesmo dispositivo legal. Assinalese ainda que a omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais, capaz de caracterizar a sonegação e, conseqüentemente, a imputação da multa qualificada, deve ocorrer antes do início procedimento fiscal nas declarações prestadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil — RFB, com informações acerca das bases de cálculo e dos tributos devidos. E o fato de o sujeito passivo vir a atender às intimações para prestar esclarecimentos ou apresentar documentos, não tem o condão de descaracterizar a sonegação comprovada pela fiscalização, ainda que tenha a contribuinte colaborado ao apresentar a escrituração fiscal das receitas auferidas. Ademais, a argumentação de que as operações não poderiam ter sido ocultadas, haja vista a obrigatoriedade das instituições financeiras prestarem informações ao Fisco acerca da movimentação de recursos nas contas correntes de titularidade da empresa, faz tábua rasa do fato de ser subjetiva a caracterização da conduta dolosa. Dito por outras palavras: para caracterização da conduta dolosa deve ser avaliada a conduta da contribuinte, no caso, de omissão de receitas, sistemática e reiterada, sendo irrelevante a conduta regular adotada por terceiros. O fato é que a beneficiária dos recursos depositados e titular das contas correntes não efetuou qualquer pagamento dos tributos devidos, nos anoscalendário de 2004, 2005 e 2006 e, para dar uma aparente regularidade ao procedimento adotado, ainda informou à RFB que não teria auferido qualquer receita em suas atividades. Conseqüentemente, não desonera a Impugnante da conduta fraudulenta os fatos de: (i) haver recolhido CPMF, mesmo porque tal recolhimento apesar de ter sido suportado pela contribuinte, foi efetuado pelas próprias Fl. 482DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 358 17 instituições financeiras; e (ii) ter apresentado declarações (DIPJ, Dacon e DCTF) sem qualquer informação acerca das bases de cálculo e dos tributos devidos. Segundo a defesa, fraude significa falsificar com o intuito de levar a erro, o que efetivamente ocorreu quando apresentou ao Fisco todas as declarações zeradas, a indicar a não ocorrência de fatos, sujeitos à incidência tributária. Dolo também ocorreu, porque o fez intencionalmente para a se beneficiar, ao deixar de pagar todos os tributos devidos sobre as receitas comprovadamente auferidas. E podese dizer que simulação, entendida como desvirtuamento do propósito a que destina a Lei, também ocorreu, na medida em que a apresentação de declarações em branco, sequer podem representar o cumprimento da obrigação acessória de prestar informações, quanto o mais da obrigação principal de pagar os tributos devidos. Por fim, destaquese que, no direito tributário penal, é possível reconhecer dois tipos de conduta e, conseqüentemente, de ilícitos fiscais: aqueles decorrentes de erro, aos quais deve ser aplicada a multa de ofício de 75%, e aqueles decorrentes de dolo, apenados com a multa de ofício qualificada de 150%. E assim sendo, como não se pode admitir que uma omissão tão expressiva, sistemática e reiterada das receitas comprovadamente auferidas na atividade da empresa seja decorrente de mero erro, então, não se vislumbra possível a descaracterização da conduta dolosa da empresa autuada. Inaplicáveis as disposições do art.112 do CTN, acerca da interpretação da lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades, da maneira mais favorável ao acusado porque não há qualquer dúvida quanto à capitulação legal do fato; à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efeitos; à autoria, imputabilidade, ou punibilidade; à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação. Finalmente, cumpre destacar o entendimento de que as normas e princípios do direito penal não são aplicáveis ao direito tributário. As penalidades aplicadas no âmbito do direito tributário, ainda que fundamentadas em condutas qualificadas pelo dolo, constituemse em sanções administrativas de caráter patrimonial, sobre as quais não tem sentido a incidência de excludentes de ilicitude ou dirimentes, previstas no âmbito do direito penal, aplicáveis primordialmente a penas restritivas de liberdade. Quanto à argumentação de afronta aos princípios da razoabilidade, da proporcionalidade e do efeito confiscatório da multa de ofício de 150%, cumpre apenas consignar que foram estritamente observadas as disposições legais pertinentes, integrantes do ordenamento jurídico e devidamente enunciadas nos lançamentos. A competência dos órgãos administrativos de julgamento restringese ao controle da legalidade dos lançamentos (norma jurídica individual e concreta), ou seja, à verificação da correta subsunção dos fatos à Lei, sendolhe vedada a apreciação de validade de dispositivos legais (normas jurídicas gerais e abstratas), validamente editados pela autoridade competente e segundo o processo legislativo constitucionalmente estabelecido. Registrese que, em observância ao devido processo legal, um controle da legalidade mais abrangente não pode ser feito na esfera administrativa, e se configura incabível a distinção, por vezes pretendida, entre o controle de constitucionalidade e a decisão administrativa pela inaplicabilidade de norma inconstitucional ao caso concreto, porque o antecedente lógico desta última decorre de declaração implícita de inconstitucionalidade de norma. E não se trata aqui de admitir que os órgãos administrativos não devem respeito à Constituição Federal CF, mas de conferir concretude ao princípio constitucional da Fl. 483DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 359 18 separação dos Poderes, que de tão relevante valor jurídico, tem o status de cláusula pétrea (art. 60, §4°, III, da CF). Como poderia a Administração Pública, por sua própria iniciativa, sem intervenção do Poder Judiciário, negar validade e vigência à norma editada pelo Poder Competente, segundo o processo legislativo constitucionalmente definido? Salientese que atualmente já se encontra em vigor o art. 26A do Decreto n° 70.235, de 6 de março de 1972, introduzido pela Medida Provisória n° 449, de 3 de dezembro de 2008, convertida na Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009. DA DECADÊNCIA NOS CASOS DE OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO Apesar de divergir do entendimento de meus colegas de Turma, para aplicar um prazo mais dilatado de decadência aos casos de dolo, fraude ou simulação (art. 173, Parágrafo único), cumpre acatar o entendimento majoritário desta Turma de Julgamento de que o prazo aplicável é o previsto no art. 173,1 do CTN, dada à exceção expressamente prevista no §4° do art. 150 do CTN. Desta feita, com relação aos fatos geradores ocorridos em 30/11/2004, como o lançamento já poderia ter sido efetuado no próprio anocalendário de 2004, o termo inicial do prazo decadencial seria primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, 01/01/2005, tendo por termo final o dia 31/12/2009. Como os lançamentos somente foram cientificados ao sujeito passivo em 29/01/2010, deve ser declarada a decadência do crédito tributário de PIS e Cofins de novembro de 2004. Por outro lado, com relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 31/12/2004, como o lançamento somente poderia ter sido efetuado no anocalendário de 2005, o termo inicial do prazo decadencial seria primeiro dia do exercício seguinte, ou seja, 01/01/2006, tendo por termo final o dia 31/12/2010. Como os lançamentos foram cientificados ao sujeito passivo em 29/01/2010, não se acata a arguição de decadência do crédito tributário de IRPJ, CSLL, PIS e Cofins a partir de dezembro de 2004. IV DA PRESCRIÇÃO DOS CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS ORA CONSTITUÍDOS EXOFFICIO No que tange à alegada prescrição dos créditos tributários constituídos exofficio nos presentes lançamentos, apenas esclareçase a defesa que é incontroverso na jurisprudência administrativa e judicial que a prescrição do direito de cobrança do crédito tributário somente pode ter início a partir de sua regular constituição. In casu, a contribuinte apesar de haver apresentado as DCTF, não informou qualquer crédito tributário passível de exigência naqueles instrumentos, ou seja, não procedeu à constituição do crédito tributário, obrigação que lhe cabia, pelo que se impôs a sua constituição de ofício pelo Fisco, mediante o competente lançamento. A partir da regular constituição dos tributos devidos pela atuação da Administração Pública, o transcurso do prazo prescricional ainda não se inicia enquanto não julgados administrativamente as reclamações e os recursos interpostos pelo contribuinte, tendo em conta a suspensão da exigibilidade, nos termos do art. 151, III do CTN. Assim, completamente equivocada a arguição de prescrição dos débitos ora exigidos nos lançamentos em apreço. Fl. 484DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 360 19 A mera alegação de inclusão de "bonificações" nas bases de cálculo, não devidamente esclarecida e comprovada, pela Impugnante, não serve para contraditar a exigência. Relevante acrescentar que, nos termos de jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça STJ (Recurso Especial n° 923.012), para a exclusão de tais bonificações da base de cálculo, caberia à empresa provar que seria incondicional tal modalidade de desconto concedido (que consiste na entrega de uma maior quantidade de produto vendido em vez de conceder uma redução do valor da venda), o que não foi feito. DA AUSÊNCIA DE BIS IN IDEM NO AGRAVAMENTO DOS COEFICIENTES DO LUCRO ARBITRADO E NA APLICAÇÃO DA MULTA QUALIFICADA De acordo com as DIPJ apresentadas, nos anoscalendário de 2004 e 2005, a contribuinte seria optante pelo Lucro Real Trimestral (fls. 29 e 73), e no anocalendário de 2006, pelo Lucro Real Anual (fls. 102). Entretanto, reiterese que apesar de tais informações, todas as fichas de apuração das bases de cálculo do IRPJ, CSLL, PIS e Cofins estão em branco. Intimada no curso do procedimento fiscal a apresentar a escrituração comercial, informou apenas que não seria possível a sua apresentação. Conseqüentemente, para a constituição de ofício dos créditos tributários devidos e não pagos pela empresa foi necessária a adoção de uma base de cálculo substitutiva, o Lucro Arbitrado. Desta forma, a legislação de regência prescreveu que a determinação do Lucro Arbitrado se faria mediante a aplicação dos percentuais, previstos para a determinação do Lucro Presumido, acrescidos de vinte pro cento. Conforme farta jurisprudência administrativa, o arbitramento não configura penalidade, mas base de cálculo substitutiva, diante da falta de apresentação da escrituração necessária a validar a base de cálculo adotada pela empresa (Lucro Real ou Lucro Presumido). Tal agravamento de percentuais decorre da necessária distinção entre as sistemáticas de apuração, em que o sujeito passivo cumpre a sua obrigação acessória de manter a escrituração exigida em Lei e, assim permite a verificação da base de cálculo oferecida à tributação (Lucro Real ou Presumido), ou descumprindo tal obrigação, não permite a verificação da regularidade fiscal da base de cálculo, impondo assim a incidência de uma norma que se distingue por ser mais gravosa (Lucro Arbitrado). Entretanto, tal agravamento de percentual para a determinação da base de cálculo do imposto, não pode ser caracterizado propriamente como penalidade, porque se trata de definição de base de cálculo do imposto devido, e não de exigência efetuada a título de multa ou penalidade. E nem tudo que é decorrente de descumprimento de obrigação tributária configura penalidade. In casu, tal descumprimento obstou a verificação da base de cálculo adotada espontaneamente pela própria contribuinte, impondo uma base de cálculo substitutiva, que se distingue do Lucro Presumido, por impor um agravamento nos coeficientes de determinação da base de cálculo. Não podendo o Lucro Arbitrado configurar uma penalidade, completamente descabida a arguição de bis in idem em relação à aplicação da multa de ofício, qualificada pela prática de sonegação. Fl. 485DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA Processo nº 16045.000007/201025 Acórdão n.º 1401000.799 S1C4T1 Fl. 361 20 Ante todo o exposto, rejeitoas preliminares e nego provimento ao recurso voluntário. Assinado digitalmente Maurício Pereira Faro – Relator Fl. 486DF CARF MF Impresso em 11/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/03/2013 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 07/03/201 3 por MAURICIO PEREIRA FARO, Assinado digitalmente em 20/03/2013 por JORGE CELSO FREIRE DA SILVA
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Numero do processo: 10120.000061/2008-20
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2012
Ementa: MULTA DE OFICIO Exercício: 2003 MULTA ISOLADA. ATRASO NA ENTREGA DA DCTF. O atraso na entrega da DCTF pela pessoa jurídica obrigada enseja a aplicação da penalidade prevista na legislaçãoAssunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Numero da decisão: 1801-001.213
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Matéria: DCTF - Multa por atraso na entrega da DCTF
Nome do relator: GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA
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ATRASO NA ENTREGA DA DCTF. O atraso na entrega da DCTF pela pessoa jurídica obrigada enseja a aplicação da penalidade prevista na legislaçãoAssunto: Normas Gerais de Direito Tributário Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo, Maria de Lourdes Ramirez, Marcos Vinicius Barros Ottoni, Guilherme Polastri Gomes da Silva e Ana de Barros Fernandes. Fl. 100DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 71 2 Relatório Contra a contribuinte foi formalizado Auto de Infração com exigência de multa no valor de R$ 9.111,72, por atraso na entrega da DCTF, no anocalendário de 2003. Cientificada, a contribuinte apresentou impugnação tempestiva onde alegou em síntese o seguinte: a apresentação com atraso das declarações foi em função de que a Delegacia da Receita Federal decretou sua exclusão do SIMPLES, no dia 18/11/2005, por meio do processo administrativo n° 10120.007004/200529, que anexa, tendo ele que adequarse a nova forma de sua tributação com apresentação de nova Declaração de Imposto de Renda, com base no Lucro Presumido, bem como as DCTF obrigatórias neste novo regime tributário. no anocalendário a que se refere a autuação estava enquadrada no regime simplificado, e como tal, apresentou IRPJ em formulário próprio, não estando, portanto, obrigada a apresentação de DCTF, no referido período. na ocasião, a exclusão, mesmo que de oficio, somente surtia efeito a partir do mês subseqüente ao deste evento, nos termos do art. 15, II, da Lei ri° 9.317/96, com redação dada pela Lei n° 9.732/98. Assim a entrega da DCTF, somente se tornou exigível a partir do momento em que se operou a exclusão. “Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: II a partir do mês subseqüente ao em que incorrida a situação excludente, nas hipóteses de que tratam os incisos III a XVIII do art. 9º; “ em virtude da alteração do regime de tributação apresentou concomitantemente as DCTF dos 1º ao 4° trimestres de 2004, somente em outubro de 2007, data em que adequou sua Declaração de Imposto Anual Simplificada para a modalidade com base no Lucro Presumido. a atitude da Impugnante não pode ser vista como infração e sim como medida corretiva. transcreve Decisões do Conselho de Contribuintes para embasar suas alegações no sentido do descabimento da aplicação da multa, conforme decisões a seguir transcritas: Número do Recurso: 129857 Camara: TERCEIRA CAMAFtA Número do Processo: 10845.0035721200313 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: DCTF Recorrida/lnteressado: DRJSAO PAULO/SP Data da Sessão: 2610412006 09:00:00 Relator. ANELISE DAUDT PRIETO Decisão: Acórdão 30333077 Ementa: Fl. 101DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 72 3 DCTF. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. E indevida a multa por atraso na entrega da DCTF quando é provado que ocorreu a retificação de declaração (de Simples para Lucro Presumido) antecedida pela entrega das respectivas DCTFs e que a declaração no Simples, retificada, havia sido apresentada dentro do prazo." Recurso provido. Número do Recurso: 155863 Camara: QUINTA CAMARA Número do Processo: 11080.010105/200130 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: IRPJ/SIMPLES Recorrente: IRRIGAR INDÚSTRIA E COMERCIO DE PRODUTOS PARA IRRIGAÇÃO. Recorrida/Interessado: la TURMA/DRJPORTO ALEGRE/RS Data da Sessão: 26/0412007 00:00:00 Relator Jose Clóvis Alves Decisão Acórdão 10516436 Ementa: IRPJ MULTA PELO ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO – A apresentação da DIPJ retificadora não enseja a aplicação de multa quando a original foi entregue dentro do prazo legal, salvo se esta última não atender As especificações técnicas estabelecidas pela Secretaria ReceitaFederal e o contribuinte devidamente intimado não entregar declaração no prazo de dez dias. ( Art. 7° § 5 0 da LEI no 10.426/2002). Recurso provido Número do Recurso: 153578 Camara: QUINTA CAMAFtA Número do Processo: 10580.0122641200418 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: IRPJ Recorrente: ELCY GONÇALVES DE ALMEIDA NUNES CNPJ40.492.399/000190 Recorrida/Interessado: 3" TURMA/DRJSALVADOFUBA Data da Sessão: 08/11/2006 01:00:00 Relator: José Clóvis Alves Decisão: Acórdão 10516144 Ementa: OBRIGAÇÕES ACESSORIAS — 2000 IRPJ MULTA PELO ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO — Comprovado nos autos que a declaração considerada para o lançamento, é retificadora de outra entregue dentro do prazo previsto, descabe a aplicação da penalidade, prevista no legislação vigente. (Art. 88 Lei n° 8.981/95 c/c art. 27 Lei n° 9.532/97, Art. 7° da LEI n° 10.426/2002). Número do Recurso: 141275 Câmara: QUINTA CAMAFtA Número do Processo: 13627.000157/200290 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: IRPJ Recorrente: MARIA BRITO SIQUEIRA (FIRMA INDIVIDUAL) Recorrida/Interessado: 1' TURMA/DRJJUIZ DE FORA/MG Data da Sessão: 15/0612005 00:00:00 Relator: Eduardo da Rocha Schmidt Decisão: Acórdão 10515149 Ementa: MULTA ISOLADA ATRASO NA ENTREGA DA DCTF Cancelase a autuação quando fundada em DCTF retificadora. Recurso provido ora a mesma situação ocorre no presente processo, em que foi lançada a multa por atraso na DCTF. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 73 4 nestas circunstâncias é de se ver que a Impugnante não cometeu nenhuma irregularidade em relação ao prazo de entrega da declaração. A cobrança da multa pelo atraso na entrega de DCTF é ilegal, pois somente a lei pode instituir as obrigações acessórias. o auto fere o principio da legalidade no qual determina que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer sendo em virtude de lei" (art. 5 0, II da CF/88). também não seria o caso de aplicação de multa, em face do instituto da denúncia espontânea, conforme decisão: Número do Recurso: 108123988 Turma: PRIMEIRA TURMA Número do Processo: 13054.00015419841 Tipo do Recurso: RECURSO DE DIVERGÊNCIA Matéria: IRPJ Recorrente: METALURGICA GERDAU S/A. Interessado(a): FAZENDA NACIONAL Data da Sessão: 02/1212002 09:30:00 Relator(a): Marla Gorefti de Bulhões Carvalho Acórdão: CSRF/0104.259 Ementa: DENÚNCIA ESPONTÂNEA — OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA — MULTA AFASTADA — A denúncia espontânea da infração exclui o pagamento de qualquer penalidade, tenha ela a denominação de multa moratória ou multa punitiva — que são a mesma coisa , sendo devido apenas juros de mora, que não possuem caráter punitivo, constituindo mera indenização decorrente do pagamento fora do prazo, ou seja, da mora, como, aliás, consta expressamente no artigo 138 do CTN. Exigese apenas que a confissão não seja precedida de processo administrativo ou de fiscalização tributária, por que isso lhe retiraria a espontaneidade, que é exatamente o que o legislador tributário buscou privilegiar ao editar o artigo 138 do CTN. Recurso provido. observese que a CSRF tem o condão de homogeneizar a jurisprudência do CARF. requer a realização de diligência para que a repartição competente junte aos autos cópias da DIPJ Simplificada referente ao anocalendário em questão, bem como da declaração substitutiva, pelo Lucro Presumido, as correspondentes DCTF, além do processo de desenquadramento sob o n° 10120.007004/200529. A 4ª Turma da DRJ/Brasília, por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento argumentando basicamente o seguinte: que em relação aos argumentos de que apresentou as declarações posteriormente, porque a Delegacia da Receita Federal decretou sua exclusão do "Simples" em 18/11/2005 e que portanto não estava obrigada a apresentação das DCTF, são irrelevantes pois constatase que no anocalendário de 2003 a empresa estava obrigada a entrega das DCTF, conforme o disposto no Art. 2° e parágrafos c/c o Art. 3°, § 1°, I da IN SRF n° 255/2002. suas alegações/informações não são suficientes para elidir a infração, pois foi excluída do "Simples" em 01/01/2003 e não em 18/11/2005, conforme se verifica pelo documento de fls. 69.. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 74 5 no caso em tela as bases legais das infrações são, principalmente, a Lei n° 10.426/02 (constante no lançamento) e a IN SRF n° 255 de 11 de dezembro de 2002, decorrente da referida lei. não tem fundamento as ponderações da requerente no sentido de que as a instrução normativa n° 124/86 e suas demais atualizações sobre a DCTF e imposição de multas, inclusive a de n° 126/98 não tem fundamento em lei para sua exigência. são inaceitáveis as pretensões da interessada em anular o lançamento por incorreções na indicação da base legal. a empresa apresentou sua defesa, isto é, sem qualquer dificuldade na sua elaboração, não demonstrando nenhuma dúvida quanto à natureza do ilícito fiscal imputado. para maior clareza do julgamento transcrevo inicialmente, o Art. 70 da IN SRF n° 255/2002. para as DCTF referentes até o terceiro trimestre de 2001, aplicamse as regras do § 40, e, por resultarem valores menores se efetua o cálculo conforme o caput do Art. 7°. a entrega da DCTF fora do prazo fixado pela norma tributária, é considerado como sendo o descumprimento de uma obrigação acessória. Como regra, é conduta formal que não se confunde com o não pagamento de tributo, nem tampouco com as multas decorrentes por tal procedimento. as denominadas obrigações acessórias autônomas não estão alcançadas pelo art. 138, do CTN. Elas se impõem como normas necessárias para que possa ser exercida a atividade administrativa fiscalizadora do tributo, sem qualquer laço com os efeitos do fato gerador do tributo. nesse sentido, há inúmeros acórdãos do Superior Tribunal de Justiça e do CARF. este colegiado administrativo, tem o caráter vinculado da atividade fiscal, sendo o administrador um mero executor de leis, não lhe cabendo questionar a legalidade ou constitucionalidade do comando legal, que é privativa do poder judiciário. a cobrança da multa de oficio é amparada por lei que se encontra em pleno vigor, não tendo o julgador administrativo competência para apreciar argüições contra a sua cobrança. embora a impugnante tenha tomado as providencias necessárias para regularizar a sua situação, as mesmas foram extemporaneamente, o que não lhe exime da exigência da multa pelo descumprimento da obrigação acessória. indefiro a diligencia solicitada na impugnação por desnecessária, eis que a juntada aos autos das cópias da DIPJ Simplificada e Declaração Substitutiva são irrelevantes ao deslinde da pendência. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 75 6 Intimado da decisão da DRJ em 20/08/2008, apresentou recurso voluntário, tempestivo, em 18/09/2008, reforçando as alegações da impugnação e reiterando o seguinte: que no anocalendário de 2003 a recorrente estava oficialmente enquadrada no regime simples, e, em razão deste fato, como é óbvio, estava dispensada de apresentar DCTF. a Delegacia da Receita Federal decretou a exclusão da recorrente do Simples no dia 18/11/2005, por meio do processo administrativo n°. 10120.007004/200529, desencadeando a necessidade de apresentação de declaração retificadora. tanto a apresentação da declaração no formulário simples, como a retificadora e as DCTF 's ocorreram por iniciativa própria, sem antecedente inicio de fiscalização, conforme se pode comprovar através do banco de dados da SRF, mesmo diante desta constatação, o Acórdão recorrido não acatou os argumentos esposados na impugnação, julgando procedente o lançamento fiscal. a exclusão, mesmo que de oficio, somente surtiria efeitos a partir do mês seguinte ao da sua exclusão, consoante dispõe o art. 15, II, da Lei 9.317, de 1996, com redação dada pela Lei nr. 9.732, de 1998. o seu desenquadramento no ano de 2005, retroativo ao anocalendário de 2003, trouxe como conseqüência, a necessidade de apresentação de Declaração substitutiva de Imposto de Renda Pessoa Jurídica de Simplificado para o Lucro Presumido, assim como o pagamento das diferenças de tributo, apurado em face desta alteração, além do cumprimento das obrigações acessórias pertinentes, como, por exemplo, a apresentação de DCTF. logo o cumprimento das obrigações tributárias decorrentes da exclusão do SIMPLES, como a entrega das DCTFs, somente se tornou exigível a partir do momento em que se operou a sua exclusão. junta Acórdãos deste Conselho em casos idênticos, relevando o voto da ilustre Relatora ANELISE DAUDT PRIETO no julgamento da sessão de 16/04/2006, onde colhe os seguintes fundamentos: “A empresa havia declarado, tempestivamente, no Simples, sistema pelo qual julgavase optante (fl. 11). Mas não o era e somente passou a sêlo em 01/01/2003 (fl. 37). Em decorrência, resolveu retificar a declaração e apresentou a declaração pelo lucro presumido em 19/10/2001 (fl. 45). Entretanto, observase no auto de infração que, mesmo antes disso, em 30/07/2001 e 30/08/2001, havia entregue as DCTFs relativas ao primeiro e segundo trimestres de 1999 e ao terceiro e quarto trimestres de 1999, respectivamente. Tratase, portanto, de retificação, pelo IRPJ, de declaração do Simples, acompanhada da entrega das respectivas DCTFs. A empresa não falhou com o prazo de entrega da declaração, tendo tão somente entregue no modelo errado, o que a desobrigava de apresentar a DCTF. Mas, à mesma época da retificação, apresentou as respectivas DCTFs. Não há que se falar, portanto, em atraso na entrega da DCTF. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 76 7 Em face do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 26 de abril de 2006.” pensar de outra maneira, seria ignorar a possibilidade de se retificar uma Declaração. Ainda mais neste caso, em que a retificação resultou de alteração do regime de tributação de simplificado para o lucro presumido, por imposição da própria Delegacia da Receita Federal. É o Relatório. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 77 8 Voto Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva Relator O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência. Assim, dele tomo conhecimento. Tanto a fiscalização quanto a DRJ concluíram que a entrega da DCTF fora do prazo fixado pela norma tributária, é considerado como descumprimento de uma obrigação acessória que como regra, é conduta formal que não se confunde com o não pagamento de tributo, nem tampouco com as multas decorrentes por tal procedimento, e que as denominadas obrigações acessórias autônomas não estão alcançadas pelo art. 138, do CTN. Elas se impõem como normas necessárias para que possa ser exercida a atividade administrativa fiscalizadora do tributo. A Recorrente discorda do procedimento de ofício, uma vez que cumpriu regularmente suas obrigações tributárias após sua exclusão do Simples. O desenquadramento em 2005, retroativo à 2003 trouxe a necessidade de apresentação das Declaração de IRPJ de simplificado para o Lucro Presumido, assim como o pagamento dos tributos apurados em face da alteração e a apresentação da DCTF. A obrigação tributária acessória decorre da legislação e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. Pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente a penalidade pecuniária. O Ministro de Estado da Fazenda pode instituir obrigações acessórias, cuja atribuição delegou ao RFB, relativamente a tributos federais por ele administrados, que pode estabelecer, inclusive, forma, prazo e condições para o seu cumprimento e o respectivo responsável. O documento que formalizála, comunicando a existência de crédito tributário, constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do referido crédito. O sujeito passivo que deixar de apresentar, dentre outras, a Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica, a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) e a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), nos prazos fixados pelas normas sujeitase às seguintes multas: Fl. 107DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 78 9 (a) de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante do imposto de renda da pessoa jurídica informado na DIPJ, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega desta declaração ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento; (b) de dois por cento ao mêscalendário ou fração, incidente sobre o montante dos tributos e contribuições informados na DCTF, na Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica ou na Dirf, ainda que integralmente pago, no caso de falta de entrega destas declarações ou entrega após o prazo, limitada a vinte por cento; (c) de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de dez informações incorretas ou omitidas. Para efeito de aplicação dessas multas, reputase como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo originalmente fixado para a entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de nãoapresentação, da lavratura do auto de infração. A multa mínima a ser aplicada deve ser: (a) R$200,00 (duzentos reais), tratandose de pessoa jurídica inativa e pessoa jurídica optante pelo Simples; (b) R$500,00 ( quinhentos reais), nos demais casos. Em relação à DCTF, cabe esclarecer que todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, devem apresentála centralizada pela matriz, via internet: (a) para os anoscalendário de 1999 e 2004, trimestralmente, até o último dia útil da primeira quinzena do segundo mês subseqüente ao trimestre de ocorrência dos fatos geradores. (b) para os anoscalendário de 2005 a 2009: (b.1) semestralmente, sendo apresentada até o quinto dia útil do mês de outubro de cada anocalendário, no caso daquela relativa ao primeiro semestre e até o quinto dia útil do mês de abril de cada anocalendário, no caso daquela atinente ao segundo semestre do anocalendário anterior; (b.2) mensalmente, de acordo com o valor da receita bruta auferida pela pessoa jurídica, sendo apresentada até o quinto dia útil do segundo mês subseqüente ao mês de ocorrência dos fatos geradores; (c) a partir do anocalendário de 2010, mensalmente, com apresentação até o décimo quinto dia útil do segundo mês subsequente ao mês de ocorrência dos fatos geradores1. 1 Fundamentação legal: Instrução Normativa SRF nº 126, de 30 de outubro de 1998, Instrução Normativa SRF nº 255, de 11 de dezembro de 2002, Instrução Normativa SRF nº 583, de 20 de dezembro de 2005, Instrução Normativa SRF nº 695, de 14 de dezembro de 2006, Instrução Normativa RFB nº 786, de 19 de novembro de Fl. 108DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES Processo nº 10120.000061/200820 Acórdão n.º 1801001.213 S1TE01 Fl. 79 10 No presente caso, restou comprovado que houve efetivo atraso na entrega das DCTF´s. Em face do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Guilherme Pollastri Gomes da Silva 2007, Instrução Normativa RFB nº 903, de 30 de dezembro de 2008, Instrução Normativa RFB nº 974, de 27 de novembro de 2009 e Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010. Fl. 109DF CARF MF Impresso em 10/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 02/02/2013 por GUILHERME POLLASTRI GOMES DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/03/2013 por ANA D E BARROS FERNANDES
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Numero do processo: 13864.000363/2009-73
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2803-000.155
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) relator(a), no sentido de que autoridade lançadora manifeste-se sobre o confronto informação a informação que fundamentou o lançamento com a documentação e diferenças das bases de cálculo apuradas e apontadas pela Recorrente. Após a manifestação da autoridade fiscal, determina-se que a recorrente seja intimada a manifestar-se no prazo de 30(trinta) dias, para somente depois, com ou sem manifestação, devolva-se os autos para julgamento.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) relator(a), no sentido de que autoridade lançadora manifeste-se sobre o confronto informação a informação que fundamentou o lançamento com a documentação e diferenças das bases de cálculo apuradas e apontadas pela Recorrente. Após a manifestação da autoridade fiscal, determina-se que a recorrente seja intimada a manifestar-se no prazo de 30(trinta) dias, para somente depois, com ou sem manifestação, devolva-se os autos para julgamento. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. (Assinado digitalmente) Gustavo Vettorato - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato (vice-presidente), Eduardo de Oliveira, Carolina Siqueira Monteiro de Andrade, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior. RE SO LU ÇÃ O GE RA DA N O PG D- CA RF PR OC ES SO 13 86 4.0 00 36 3/2 00 9- 73 RE SO LU ÇÃ O GE RA DA N O PG D- CA RF PR OC ES SO 13 86 4.0 00 36 3/2 00 9- 73 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS 13.864.000363200973Voluntário 13.864.000363200973Voluntário 3ª Turma Especial3ª Turma Especial 23 de janeiro de 2013 23 de janeiro de 2013 Solicitação de Diliência Solicitação de Diliência ENGESEG - EMPRESA DE VIGILÂNCIA COMPUTADORIZADA LTDA. ENGESEG - EMPRESA DE VIGILÂNCIA COMPUTADORIZADA LTDA. FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) relator(a), no sentido de que autoridade julgamento em diligência, nos termos do voto do(a) relator(a), no sentido de que autoridade lançadora manifeste-se sobre o confronto informação a informação que fundamentou o lançadora manifeste-se sobre o confronto informação a informação que fundamentou o lançamento com a documentação e diferenças das bases de cálculo apuradas e apontadas pela Fl. 194DF CARF MF Impresso em 01/04/2013 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2013 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 30/03/2013 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 31/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13864.000363/2009-73 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2803-000.155 S2-TE03 Fl. 195 2 Relatório Trata-se de Recurso Voluntário que busca a reforma de decisão que manteve lançamento por AI - Auto de Infração nº 37.180.844-8, o lançamento refere-se a créditos relativos às contribuições previdenciárias dos empregados de que trata o art. 20 da Lei nº8.212/1991, relacionados a fatos geradores de contribuições previdenciárias, nas competências de janeiro de 2005 a dezembro de 2005. Tanto em impugnação quanto em recurso voluntário, a recorrente alega, em síntese, que: - as normas sindicais dos Estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul não dispõem sobre a assistência médica/odontológica; - houve erro material na apuração da base de cálculo, como se verifica do cotejo das folhas de pagamento com a Planilha 2, parte integrante do Auto de Infração; - deve ser reconhecida a incompetência material do Auditor-Fiscal para proceder a análise de escrituração contábil, uma vez que o mesmo não possui vínculo junto ao Conselho de Contabilidade; - há conexão do presente com os processos nº 13864.000364/2009-18 e nº 13864.000362/2009-29, razão pela qual devem ser julgados em conjunto; - o legislador complementar, ao tratar das situações jurídicas tributárias afetas aos diferentes estabelecimentos, colacionou, no inciso II, do artigo 127 do Código Tributário Nacional, expressa autonomia e independência jurídica, sobretudo nas situações capazes de ensejar o nascimento de obrigação tributária; - o inciso IV do § 2º do art. 458 da CLT afastou, expressamente, qualquer tentativa de configurar assistência médica/odontológica como resquício de salário in natura; e - as decisões dos Tribunais têm sido nesse sentido, ou seja, que a assistência médica/odontológica possui natureza indenizatória. Assim, os autos vieram à apreciação desta Turma Especial. É o relatório. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 01/04/2013 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2013 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 30/03/2013 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 31/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 13864.000363/2009-73 Erro! A origem da referência não foi encontrada. n.º 2803-000.155 S2-TE03 Fl. 196 3 Voto Conselheiro Gustavo Vettorato - Relator I - O recurso é tempestivo, conforme supra relatado, dispensado do depósito prévio (Súmula Vinculante 21 do STF), assim deve o mesmo ser conhecido. II – Contudo, a decisão a quo ao apreciar a alegação de diferenças de apuração da base de cálculo, apenas analisou a questão legal, deixando de diligenciar sobre a diferença apontada claramente pela parte, inclusive com apresentação de documentos. Devido ao grande volume de documentos e dados que fundamentam o auto de infração, de dados em contraposição colocados pela parte, bem como pela ausência de instrumentos computacionais de análise disponibilizados aos Conselheiros do CARF/MF, entende-se que o presente julgamento seja convertido em diligência. O objetivo de tal conversão seria a obtenção de manifestação por parte da autoridade lançadora sobre o confronto informação a informação que fundamentou o lançamento com a documentação trazida pela Recorrente. A negativa de tal diligência pode incorrer em ofensa ao princípio da verdade material. III – Isso posto, voto por converter o presente julgamento em diligência, no sentido de que autoridade lançadora manifeste-se sobre o confronto informação a informação que fundamentou o lançamento com a documentação e diferenças das bases de cálculo apuradas e apontadas pela Recorrente. Após a manifestação da autoridade fiscal, determina-se que a recorrente seja intimada a manifestar-se no prazo de 30(trinta) dias, para somente depois, com ou sem manifestação, devolva-se os autos para julgamento. Sala de Sessões, 23 de janeiro de 2013. (Assinado Digitalmente) Gustavo Vettorato - Relator Fl. 196DF CARF MF Impresso em 01/04/2013 por APARECIDA DA SILVA - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2013 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 30/03/2013 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 31/03/2013 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
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Numero do processo: 13888.000797/99-71
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/02/1992 a 30/09/1995
PIS. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ARTIGO 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Esta Corte Administrativa está vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), bem como àquelas proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Recurso Especial repetitivo. Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele esposado pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação - formalizados antes da vigência da Lei Complementar 118, de 2005, ou seja, antes do dia 09/06/2005 - o prazo para o sujeito passivo pleitear restituição/compensação, será de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional (CTN), somado a 5 (cinco) anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo Código.
Numero da decisão: 9900-000.541
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcelo Oliveira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/02/1992 a 30/09/1995 PIS. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ARTIGO 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Esta Corte Administrativa está vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), bem como àquelas proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Recurso Especial repetitivo. Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele esposado pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação - formalizados antes da vigência da Lei Complementar 118, de 2005, ou seja, antes do dia 09/06/2005 - o prazo para o sujeito passivo pleitear restituição/compensação, será de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional (CTN), somado a 5 (cinco) anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo Código.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
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TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ARTIGO 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Esta Corte Administrativa está vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), bem como àquelas proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Recurso Especial repetitivo. Assim, conforme entendimento firmado pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele esposado pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932, para os pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação formalizados antes da vigência da Lei Complementar 118, de 2005, ou seja, antes do dia 09/06/2005 o prazo para o sujeito passivo pleitear restituição/compensação, será de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional (CTN), somado a 5 (cinco) anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo Código. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 07 97 /9 9- 71 Fl. 339DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA 2 (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Otacílio Dantas Cartaxo, Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias, Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martinez Lopez, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Possas, Mercia Helena Trajano Damorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Fl. 340DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 13888.000797/9971 Acórdão n.º 9900000.541 CSRFPL Fl. 3 3 Relatório Tratase de Recurso Extraordinário, fls. 0286 interposto dentro do prazo regimental pela nobre Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) contra acórdão, fls. 0279, que decidiu em negar provimento ao recurso especial. O acórdão em questão possui as seguintes ementa e decisão: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de Apuração: 01/02/1992 a 30/09/1995 PIS. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. DECADÊNCIA. RESOLUÇÃO SF N°.49/1995. A contagem do prazo decadencial para pleitear a repetição de indevida incidência apenas se inicia a partir da data em que a norma foi declarada inconstitucional, vez que o sujeito passivo não poderia perder direito que não podia exercitar. Precedentes do STF. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros da Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por maioria de votos, NEGAR provimento ao recurso especial, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Vencido o Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho que deu provimento ao recurso. Em seu recurso extraordinário a PGFN alega, em síntese, que: 1. O acórdão recorrido diverge da jurisprudência mantida pela Quarta Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF/0400.810); 2. No acórdão recorrido foi decidido que o prazo prescricional para que o sujeito passivo possa pleitear a restituição e/ou compensação de valor pago indevidamente somente começa a fluir após a publicação da Resolução do Senado que reconhece e dá efeito erga omnes à declaração de inconstitucionalidade de lei ou a partir do ato da autoridade administrativa que concede ao contribuinte o efetivo direito de pleitear a restituição por considerar que somente a partir desta data é que surge o direito a repetição do valor pago indevidamente; Fl. 341DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA 4 3. Porém, a Quarta Turma da CSRF, no acórdão paradigma, perfilhou entendimento diverso; 4. A Quarta Câmara decidiu que o direito de pleitear a restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, considerado este como a data do pagamento, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro; 5. O acórdão recorrido diverge das determinações do CTN (Art. 156 e 168) e da Lei Complementar 118/2005 (Arts. 3º e 4º); 6. Em razão do exposto, roga pelo conhecimento e pelo provimento do seu recurso. Por despacho, fls. 0299, deuse seguimento ao recurso extraordinário. O sujeito passivo, devidamente intimado, não apresentou suas contra razões. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 342DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 13888.000797/9971 Acórdão n.º 9900000.541 CSRFPL Fl. 4 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator. Acerca da admissibilidade do recurso extraordinário constatase que ao apreciar regra de norma geral acerca do prazo para repetição de indébito (art. 165, incisos I e II , e 168, inciso I, do CTN), ao contrário do decidido no acórdão recorrido, o acórdão paradigma considerou ser irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro. Portanto, demonstrado o dissídio jurisprudencial e preenchidas as demais formalidades, conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. Inicialmente, cabe salientar que, embora não esteja previsto no atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, o Recurso Extraordinário, referente a acórdão prolatado em sessão de julgamento ocorrida até 30/06/2009, será, nos termos do artigo 4º do RICARF, processado de acordo com o rito previsto no Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25/06/2007. A divergência entre os acórdãos recorrido e paradigma cingese, basicamente, à fixação da data inicial para a contagem do prazo decadencial para o contribuinte pleitear restituição/compensação de valores. Para esclarecimento da questão, o(s) fato(s) geradores ocorreram em 02/1992 a 09/1995, fls. 003, e o pedido de restituição foi protocolado em 01/06/1999, fls. 001. A Fazenda Nacional pede que seja aplicado o prazo de cinco anos contados a partir da data de cada pagamento indevido eventualmente comprovado. No que tange ao objeto do presente recurso, houve pronunciamento do STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como do STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932, com efeito repetitivo, ao qual o CARF deve se curvar, conforme expressa disposição regimental. Conforme o artigo 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, esta Corte Administrativa deve reproduzir as decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como aquelas proferidas pelo STJ em sede de Recurso Especial repetitivo. O entendimento exarado pelas Cortes Superiores é no sentido de que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação será, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118, de 2005, ou seja, antes do dia 09/06/2005, o de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 150, § 4º, do CTN, somado ao de 5 (cinco) anos, previsto no artigo 168, I, desse mesmo código. O acórdão do Supremo Tribunal Federal restou assim ementado: Fl. 343DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA 6 “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO –VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastando se as aplicações inconstitucionais e resguardando se, no mais, a eficácia da norma, permite se a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerando se válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Fl. 344DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA Processo nº 13888.000797/9971 Acórdão n.º 9900000.541 CSRFPL Fl. 5 7 Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” Assim, no caso em apreço, como o contribuinte protocolou seu pedido de restituição/compensação no dia 01/06/1999, fls. 001, concluise que os pagamentos relativos aos fatos geradores que ocorreram após 01/06/1989 são passíveis de restituição e/ou compensação. CONCLUSÃO: Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Extraordinário interposto pela Fazenda Nacional, para afastar a decadência relativamente aos pagamentos referentes aos fatos geradores que ocorreram após 01/06/1989 e determinar o retorno dos autos à Autoridade Administrativa, para julgamento das demais questões objeto do pedido. (assinado digitalmente) Marcelo Oliveira Fl. 345DF CARF MF Impresso em 21/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 11/03/2013 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 09/03/2013 por MARCELO OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 10670.000970/2009-12
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR
Exercício: 2005
VALOR DA TERRA NUA (VTN). SUBAVALIAÇÃO. ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). UTILIZAÇÃO DO VTN MÉDIO POR APTIDÃO AGRÍCOLA FORNECIDO PELA SECRETARIA ESTADUAL DE AGRICULTURA.
Deve ser mantido o Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado pela fiscalização, com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), cujo levantamento foi realizado mediante a utilização dos VTN médios por aptidão agrícola, fornecidos pela Secretaria Estadual de Agricultura, mormente, quando o contribuinte não comprova e nem demonstra, de maneira inequívoca, através da apresentação de documentação hábil e idônea, o valor fundiário do imóvel e a existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado. Recurso negado.
Numero da decisão: 2202-001.943
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior.
Nome do relator: ANTONIO LOPO MARTINEZ
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL - ITR Exercício: 2005 VALOR DA TERRA NUA (VTN). SUBAVALIAÇÃO. ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). UTILIZAÇÃO DO VTN MÉDIO POR APTIDÃO AGRÍCOLA FORNECIDO PELA SECRETARIA ESTADUAL DE AGRICULTURA. Deve ser mantido o Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado pela fiscalização, com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), cujo levantamento foi realizado mediante a utilização dos VTN médios por aptidão agrícola, fornecidos pela Secretaria Estadual de Agricultura, mormente, quando o contribuinte não comprova e nem demonstra, de maneira inequívoca, através da apresentação de documentação hábil e idônea, o valor fundiário do imóvel e a existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado. Recurso negado.
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SUBAVALIAÇÃO. ARBITRAMENTO COM BASE NO SISTEMA DE PREÇOS DE TERRAS (SIPT). UTILIZAÇÃO DO VTN MÉDIO POR APTIDÃO AGRÍCOLA FORNECIDO PELA SECRETARIA ESTADUAL DE AGRICULTURA. Deve ser mantido o Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado pela fiscalização, com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), cujo levantamento foi realizado mediante a utilização dos VTN médios por aptidão agrícola, fornecidos pela Secretaria Estadual de Agricultura, mormente, quando o contribuinte não comprova e nem demonstra, de maneira inequívoca, através da apresentação de documentação hábil e idônea, o valor fundiário do imóvel e a existência de características particulares desfavoráveis, que pudessem justificar a revisão do Valor da Terra Nua (VTN) arbitrado. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Votaram pelas conclusões os Conselheiros Rafael Pandolfo, Odmir Fernandes e Pedro Anan Junior. Fl. 385DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 2 (Assinado digitalmente) Nelson Mallmann – Presidente (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez – Relator Composição do colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Lúcia Moniz de Aragão Calomino Astorga, Rafael Pandolfo, Antonio Lopo Martinez, Odmir Fernandes, Pedro Anan Júnior e Nelson Mallmann. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Helenilson Cunha Pontes. Fl. 386DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10670.000970/200912 Acórdão n.º 220201.943 S2C2T2 Fl. 2 3 Relatório Em desfavor da contribuinte, SAO JOAQUIM FLORESTAL LTDA foi emitido, em 08/06/2009, o Auto de Infração/anexos de fls. 01/13, consubstanciando o lançamento do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural ITR, exercício de 2005, referente ao imóvel denominado "Fazenda Flores e Outras", cadastrado na RFB, sob o n° 1.322.2961, localizado no Município de Januária — MG. O crédito tributário apurado pela autoridade fiscal compõese de diferença no valor do ITR de R$ 4.674,89 que, acrescida dos juros de mora, calculados até 30/06/2009 (R$ 2.148,11) e da multa proporcional (R$ 3.506,16), perfaz o montante de R$10.329,16. Após a emissão do necessário Mandato de Procedimento Fiscal — MPF n° 06108002008003166, a Contribuinte foi intimada (fls. 21/23) para, relativamente a sua DITR, do exercício de 2005, apresentar os seguintes documentos de prova: O1 — cópia do (s) titulo (s) de domínio, ou cópia da (s) matrícula (s), ou certidão atualizada do CRI; 02 — cópia da planta e memorial descritivo do imóvel, assinado por profissional habilitado, com ART anotada no CREA e de acordo com as normas da ABNT, contendo, inclusive, as benfeitorias com identificação das referidas áreas ou escritura pública/documento particular de compra e venda onde estejam discriminadas tais benfeitorias; 03 — para comprovação da área de reserva legal, laudo técnico emitido por engenheiro agrônomo ou florestal acompanhado de ART e de acordo com as normas da ABNT; 04 — certidão do IBAMA ou de outro órgão público ligado à preservação florestal, ambiental ou ecológica, se for o caso; 05 cópia da o Ato Declaratório Ambiental ADA requerido junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis Ibama. 06 — certidão do registro imobiliário ou cópia da matrícula do imóvel, com a averbação da reserva legal (art. 16 e 44 da Lei 4.771/65 Código Florestal); 07 — para comprovação das respectivas áreas declaradas como utilizadas na produção vegetal/com reflorestamento, laudo técnico descritivo emitido por engenheiro agrônomo ou civil acompanhado da ART e de acordo com as normas da ABNT, acompanhado dos documentos hábeis para comprovação do armazenamento e/ou comercialização dos produtos produzidos, e 08 laudo de avaliação, elaborado por profissional habilitado (engenheiro agrônomo/florestal), com ART devidamente anotada no CREA, e de acordo com a NBR 14.653 da ABNT demonstrando os métodos de avaliação e as fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel, devidamente comprovadas, sob pena de arbitramento Fl. 387DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 4 de novo VTN com base no SIPT da RFB, cujos valores constam demonstrados, por aptidões agrícolas. Em atendimento, foi apresentada a correspondência de fls. 26, acompanhada dos documentos de fls. 27/39, 40/41, 42/57, 58, 59/62 e 63/82. Depois de analisados esses documentos, juntamente com os dados constantes da correspondente DITR/2005 (extrato de fls. 17/20), a autoridade fiscal resolveu rejeitar o VTN declarado de R$ 309.909,00 ou R$ 14,20/ha, que entendeu subavaliado, arbitrandoo em R$ 1.527,967,00 (R$ 70,001ha), com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), instituído pela Receita Federal, com conseqüente aumento do VTN tributado, disto resultando imposto suplementar de R$4.674,89, conforme demonstrado às fls. 10/11. A descrição dos fatos e .os enquadramentos legais da infração, da multa de oficio e dos juros de mora constam às fls. 04, 05 e 07/09. Da Impugnação • Cientificada do lançamento, em 1910612009 (AR de fls. 84), a interessada, através de advogado e procurador legalmente constituído (às fls. 91), postou sua impugnação, em 17107/2009 (envelope de fls. 92), anexada às fls. 86/90. Em síntese, alega e requer o seguinte: fez a identificação da contribuinte, falou sobre a tempestividade da impugnação e fez um breve relato dos fatos e das irregularidades apontadas pela autoridade fiscal para justificar o lançamento suplementar, bem como da legislação utilizada para fundamentar o lançamento; discorreu sobre lançamento tributário, sobre ato vinculado, sobre legalidades dos atos administrativos; trazendo, nesse sentido, ensinamento do ilustre Celso Antônio Bandeira de Melo; que no presente caso, a autoridade administrativa não observou os ditames legais atinentes ao ITR não deve prevalecer o VTN/ha lançado pela autoridade fisca , para o exercício de 2005, de R$ 70,00/ha, pois se trata de imóvel situado no norte de Minas Gerais, sendo composto por uma baixada de areão (pedras e areia), que para ser cultivada existe bastante investimento financeiro e tecnológico. Tratase de uma região bastante carente, de chuvas escassas e com solo bastante pobre para o desenvolvimento de qualquer atividade econômica; pelas razões acima explicitadas, baseadas ainda no laudo juntado às fls. 63/82, o mesmo não deve prevalecer, uma vez que o valor declarado pela contribuinte, para esse exercício, foi de R$ 14,20 o hectare, tendo recolhido o tributo regularmente; não procede a alegação do autuante, de que foi apresentado laudo de avaliação, porém com valores referentes a dezembro de 2008. Observase que o laudo, apesar de ter sido datado de 2008, foi elaborado com base em dados colhidos no período da época, ou seja, de 2004 a 2006; Ia verificase, inclusive às fls. 68, 69, 74 e 76, que os dados para levantamento dos valores em questão foram baseados no período em que se trata o exercício do ITR ora discutido; Fl. 388DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10670.000970/200912 Acórdão n.º 220201.943 S2C2T2 Fl. 3 5 convém ressaltar, ainda, que mesmo informando valores atuais, é certo que à época da DITR ora discutida, qual seja, 2005, o imóvel era ainda menos valorizado, uma vez que os mesmos são reajustados também com base nos índices inflacionários; insiste na nulidade do procedimento fiscal, citando lição extraída da obra de HELY LOPES MEIRELLES (Direito Administrativo Brasileiro, 23' Edição, São Paulo, 1998); o que houve foi mera confusão por parte da autoridade fiscal, já que baseadas em dados obtidos no mesmo período em que fora emitida a DITR/2005; ultrapassado o entendimento de que o referido auto de infração deve ser cancelado, será necessário realização de prova pericial no local, para corroborar tecnicamente os dados já trazidos no laudo apresentado pela impugnante, e por fim, requer o cancelamento do presente auto de infração e acaso, esse entendimento seja ultrapassado, requer seja deferida a produção de prova pericial e testemunhal para comprovação dos fatos trazidos aos autos pela impugnante. A DRJ ao apreciar os argumentos do contribuinte, entendeu que o lançamento está correto, nos termos da ementa a seguir: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2005 DO PROCEDIMENTO FISCAL O procedimento fiscal foi instaurado de acordo com a legislação vigente, possibilitando ao contribuinte exercer plenamente o contraditório e a ampla defesa, não havendo que se falar em qualquer irregularidade capaz de macular o lançamento. DO VALOR DA TERRA NUA SUBAVALIAÇÃO Caracterizada, a subavaliação do valor da terra nua, informado na DITR/2005, o VTN/ha poderá ser arbitrado pela RFB, com base no SIPT, nos termos da Lei n° . 9.393/1996. A possibilidade de revisão do VTN arbitrado pela fiscalização, com base no SIPT, depende da apresentação de "Laudo Técnico de Avaliação" emitido por profissional habilitado ou empresa de reconhecida capacitação técnica, devidamente anotado no CREA, demonstrando, de maneira convincente, o valor fundiário do imóvel, a preços de 1°/01/2005, bem como a existência de características particulares desfavoráveis que pudessem justificar a revisão pretendida. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido. Insatisfeito, o interessado interpõe recurso tempestivo, reiterando os mesmos argumentos da impugnação. Enfatiza particularmente o valor da terra nua. É o relatório. Fl. 389DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 6 Voto Conselheiro Antonio Lopo Martinez, Relator O presente recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal e deve, portanto, ser conhecido por esta Turma de Julgamento. Do VTN Quanto à discussão em torno do VTN. sabese que os dados constantes do SIPT são genéricos para a região, e alimentados em grande parte por informação de outros órgãos e também pelas Prefeituras, mas sempre de forma agregada. Ocorre entretanto que o recorrente não apresentou qualquer documentos relativos ao exercício do lançamento que evidencie que os valores arbitrados não correspondem a realidade dos fatos. Deste modo, entendo que não demonstrada a existência de eventuais características particulares desvantajosas que desvalorizem o imóvel, prevalecem os valores constantes do SIPT Sistema de Preços da Terra. Acrescentese por pertinente que no documento de fls. 14, indicase os critérios para cálculo do VTN médio, incluindo ali a aptidão agrícola. No que diz respeito ao Valor da Terra Nua para fins de apuração do ITR, o artigo 8º, da Lei nº 9.393, de 1996, determina que ele refletirá o preço de mercado de terras apurado no dia 1º de janeiro do ano a que se referir o DIAT, e será considerado auto avaliação da terra nua a preço de mercado. Uma vez que o contribuinte não apresentou o laudo contemporâneo ao exercício do lançamento, elaborado por profissional devidamente cadastrado, foi arbitrado o valor do VTN com base nas informações constantes da IN 42/97, Entendo que os valores da IN podem ser utilizados nesse caso, uma vez que o Recorrente não apresentou laudo técnico de avaliação onde se demonstra de maneira técnica e clara o valor de hectare do imóvel objeto de lançamento. Desta forma, não há como acolher os argumentos do recorrente no tocante ao VTN. Na análise da matéria assim se pronunciou com pertinente a autoridade de primeira instância: Para comprovação do valor fundiário do imóvel, a preços da época dó fato gerador do imposto (001/2005, art. 1° caput e art. 8% § 2% da Lei 9.393/96), a contribuinte foi intimada a apresentar "laudo de avaliação', elaborado por profissional habilitado (engenheiro agrônomo/florestal), com ART devidamente anotada no CREA, e de acordo com a NBR 14.653 da ABNT demonstrando os métodos de avaliação e as fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel, devidamente comprovadas sob pena de arbitramento de novo VTN com base no SIPT da RFB. Fl. 390DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ Processo nº 10670.000970/200912 Acórdão n.º 220201.943 S2C2T2 Fl. 4 7 Apesar de a contribuinte ter apresentado, em atendimento à essa Intimação Fiscal, o "Laudo Técnico de Avaliação' (às fls. 63/82), elaborado pelo Engenheiro Florestal Amerino Machado França, com ART devidamente anotada no CREA, doc./cópia de fls. 59/60, o mesmo foi desconsiderado pela autoridade fiscal, por entender que esse laudo apresentava valores referentes a dezembro de 2008, quando o que se busca é o valor fundiário do imóvel, a preços de 1°/01/2005, conforme, alias, descrito às fls. 07/09. Por sua vez, a requerente, além de pretender a nulidade do lançamento, conforme abordado anteriormente, insiste na aceitação desse documento de prova, para fins de revisão do VTN arbitrado, pois o laudo, apesar de ter sido datado de 2008, foi elaborado com base em dados colhidos no período da época, ou seja, de 2004 a 2006, acrescentando que mesmo admitindose que parte dos valores nele apontados se referiram ao ano de 2008, certo é que em 2005, o imóvel era ainda menos valorizado, considerandose a aplicação de índices inflacionários. Ocorre que, procedendose a análise desse laudo de avaliação, de fls. 63/82, formo convicção de que o mesmo não se mostra documento hábil para demonstrar, de forma convincente, o valor da terra nua (VTN) da "Fazenda Flores e Outras / Fazenda Dona Irene", a preços de 1°/01/2005, que, em última análise, é o que se busca nos autos. Notase, no que diz respeito à avaliação propriamente dita, que apesar de o autor do trabalho ter utilizado o método comparativo de dados de mercado, o mesmo não pesquisou dados de mercado (ofertas/negociações/opiniões), referentes a pelo menos 05 (cinco) imóveis rurais, preferencialmente com características semelhantes às do imóvel avaliado, obtidos na mesma região geoeconômica, limitandose a colher, na internet, dados de um único imóvel rural, ofertado em 14/03/2006, localizado no município de Bonito de Minas — MG, além de levar em consideração, como fonte de pesquisa de preços de terras (médio, máximo e mínimo), praticados no Estado de Minas Gerais, informações constantes de tabelas extraídas da internet (www.fazonline.com.br/asp/preço_ha.asp . 28/09/2004). Portanto, concluise que foi utilizado como fonte de pesquisa de preços apenas um dado de mercado e uma tabela genérica, com valores, para terras entre 101 a 10.000,0 ha, localizadas no Estado de Minas Gerais, onde se enquadra o imóvel avaliado, variando de R$ 198,00/ha (mínimo) até R$ 2.778,00/ha (máximo), o que prejudica, em muito, a avaliação realizada, em termos de fundamentação e precisão, além de esses valores estarem acima do VTN/ha utilizado para fins de arbitramento. Registrese que o item 7.4.3 da NBR 14.6533 dispõe sobre a necessidade de investigação do mercado, coleta de dados e informações confiáveis sobre negócios realizados e ofertas que sejam contemporâneos à data de referência e que as fontes devem ser diversificadas. Quando as amostras forem objeto de Fl. 391DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ 8 homogeneização, devese observar o anexo `B" da Norma, onde os atributos devem ser o mais semelhante possível ao do imóvel avaliando (devem estar contidos entre 0,50 e 1,50), devem guardar semelhança quanto à sua localização, quanto à destinação e capacidade de uso, que os dados sejam contemporâneos, . obtidos na mesma região geoeconômica, e ainda, caso os dados sejam fornecidos com opiniões subjetivas, que sejam visitados todos os imóveis que foram tomados como referência, dentre outros. Acrescentese, ainda, que apesar de• o autor do trabalho ter adotado, como valor venal da terra nua, o valor mínimo então apurado, de R$ 461.358,68 ou R$ 21,141ha, para um valor venal do imóvel (VTI) de R$ 542.000,00, incluindose nesse montante o valor correspondente ao maciço florestal inventariado, de R$ 64.719,55, que não cabe ser considerado para efeitos tributários (vide metodologia prevista no art. 10, § 1°, inciso I, alíneas "&'a "d", da Lei 9.393/96), calculou e justificou a atribuição de um valor de liquidação forçada para o imóvel, de R$ 348.000,00, deixando registrado que esses valores foram apurados para a presente data, que se pressupõe seja a data de emissão do laudo (dezembro de 2008). Assim, além das restrições apontadas anteriormente em relação aos dados de mercado pesquisados, também não está devidamente demonstrado o VTN que se pretende adotar para o imóvel avaliado, como valor de mercado, a preços de 1°/01/2005, com base nesse laudo de avaliação. Uma vez que não foi apresentado pelo recorrente Laudo Técnico de Avaliação que atendesse as condições elencadas pela norma da ABNT e que fosse relativo ao exercício em apreciação. Não há, portanto, como alterar o valor da terra nua apurado no lançamento. Ante ao exposto, voto por negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Antonio Lopo Martinez Fl. 392DF CARF MF Impresso em 03/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ, Assinado digitalmente em 20/09/201 2 por NELSON MALLMANN, Assinado digitalmente em 16/09/2012 por ANTONIO LOPO MARTINEZ
score : 1.0
Numero do processo: 15374.901268/2008-55
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza.
Recurso Voluntário Negado Direito
Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3803-004.024
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern - Presidente e Relator
Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN
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ALEGAÇÕES APRESENTADAS SOMENTE NO RECURSO. PRECLUSÃO. Consideramse precluídos, não se tomando conhecimento, os argumentos não submetidos ao julgamento de primeira instância, apresentados somente na fase recursal. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. É vedada a compensação de débitos com créditos desvestidos dos atributos de liquidez e certeza. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Alexandre Kern Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 37 4. 90 12 68 /2 00 8- 55 Fl. 133DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN 2 Participaram ainda do presente julgamento os conselheiros Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira Juliano Eduardo Lirani e Jorge Victor Rodrigues. Relatório FUNDAÇÃO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO IRB apresentou o Pedido Eletrônico de Ressarcimento/Declaração de Compensação (PER/Dcomp) no 34699.75752.310504.1.3.047650, por meio do qual requereu a restituição de indébito por pagamento indevido ou a maior do que o devido a título de Cofins, efetuado em 23/10/2003, e declarou sua compensação com débito da mesma Contribuição. O Despacho Decisório Eletrônico no de rastreamento 757785631, fl. 7, indeferiu o pleito e não homologou a compensação porque o pagamento indigitado foi integralmente utilizado para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Sobreveio reclamação, fls. 10 a 14, por meio da qual o declarante alega erro no valor do débito de Cofins de janeiro de 2003 e que oequívoco não desnatura seu direito. Pretende comprovar o alegado mediante cotejo da DCTF original com a DIPJ, cuja cópia instruiu a Manifestação de Inconformidade. Invoca o art. 352 do Código Civil. A DRJ/RJ24ª Turma julgou a Manifestação de Inconformidade improcedente. O Acórdão no 1333.264, de 31 de janeiro de 2011, fls. 92 a 95, teve ementa vazada nos seguintes termos: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins Período de apuração: 01/01/2003 a 31/01/2003 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. ALEGAÇÃO SEM PROVAS. Cabe ao contribuinte no momento da apresentação da manifestação de inconformidade trazer ao julgado todos os dados e documentos que entende comprovadores dos fatos que alega. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Cuidase agora de recurso interposto contra a decisão da DRJ/RJ24ª Turma. O arrazoado de fls. 101 a 111, após protesto de tempestividade e síntese dos fatos relacionados com a lide, inquina o Despacho Decisório de nulidade, haja vista a precariedade da descrição dos fatos e da disposição legal infringida e a penalidade aplicável. Ainda, infirma do Despacho Decisório, por carência de motivação. Na continuação, entendendo ser possível a produção comprobatória na fase recursal do processo administrativo fiscal, pede a juntada do balancete referente ao período de apuração de interesse. No mérito, retoma a explicação da origem do crédito, já oferecida na Manifestação de Inconformidade. Avisa que já providenciou a retificação da DCTF. Cita e transcreve doutrina. Aduz que, considerando que parte do valor confessado não corresponde às hipóteses de incidência tributária, a confissão de dívida e conseqüente pagamento são absolutamente irrelevantes, não gerando qualquer obrigação tributária, prevalecendo os fatos verdadeiros sobre o confessado. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN Processo nº 15374.901268/200855 Acórdão n.º 3803004.024 S3TE03 Fl. 134 3 Requer o provimento do Recurso Voluntário, reformandose totalmente o despacho decisório recorrido e homologandose a compensação procedida. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. É o Relatório. Voto Conselheiro Alexandre Kern, Relator Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 101 a 111 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJRJ24ª Turma nº 1333.264, de 31 de janeiro de 2011. Preliminar – Nulidade do Despacho Decisório Retomando a argüição, o recorrente espera que se decrete a nulidade do DDE no de rastreamento 757785631, fl. 7, porque, no seu entender, quedaram malferidos incisos;III e IV do art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março 1972 – PAF, na media em que não descreve corretamente a situação fática que lhe.deu origem, nem a norma que a Recorrente teria violado, o que ocasionou a incorreta compreensão dos fatos que lhe foram imputados. Destaco, incidentalmente, que, muito embora a aplicação aos processos de restituição e compensação do rito instituído pelo Decreto no 70.235, de 1972, tenha sido expressamente autorizada pelo § 4º do art. 66 da Instrução Normativa RFB no 900, de 30 de dezembro de 2008, nem todos os seus institutos são analogicamente aplicáveis. É o caso do art. 10, que dispõe sobre os requisitos intrínsecos de autos de infração, ato administrativo que possui motivação completamente distinta da dos despachos decisórios. Nada obstante, argüição deve ser conhecida à luz do art. 59 do PAF: Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. § 1.º. A nulidade de qualquer ato só prejudica os posteriores que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2.º. Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. § 3.º. Quando puder decidir o mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (Acrescido pelo art. 1.º da Lei nº 8.748/1993) Fl. 135DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN 4 Compulsando o referido DDE, constato que o mesmo declinou expressamente a razão para o indeferimento do pleito: a utilização do DARF indicado como fonte do indébito para quitação de débito do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. O DARF analisado é descrito, de modo a atestar sua conformidade com o indicado no PER/DCOMP, bem assim a sua alegada utilização. O embasamento legal do ato também está consignado: “Arts. 165 e 170, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996”. Ademais, o ato foi subscrito pelo Delegado da Delegacia Especial de Instituições Financeiras no Rio de Janeiro, AFRFB Sérgio Magalhães Lima, autoridade regimentalmente incumbida da execução das atividades relacionadas a restituição, compensação, reembolso, ressarcimento, redução e reconhecimento de imunidade e isenção tributária. A propósito, observo que a argüição não constou de sua Manifestação de Inconformidade. Antônio da Silva Cabral1 defende a idéia de que os citados dispositivos representam hipóteses de nulidade expressa ou legal, que devem ser declaradas a qualquer tempo, independentemente de argüição, sendo os atos inquinados inaproveitáveis. A jurisprudência, no entanto, que se o interessado revela conhecer plenamente as acusações que lhe foram imputadas, rebatendoas, uma a uma, de forma meticulosa, mediante defesa, abrangendo não só outras questões preliminares como também razões de mérito, descabe a proposição de cerceamento do direito de defesa. Pareceme ser exatamente esse o caso: a Manifestação de Inconformidade formulada demonstrou que o compreendeu por que razão seu pleito não foi deferido. Prova está em que as razões de defesa, a par das inéditas preliminares de nulidade, foram integralmente repetidas no recurso voluntário. Não vislumbro qualquer preterição do direito de defesa. Rejeito a preliminar. Mérito – Comprovação do indébito A decisão recorrida não acolheu a exceção de erro na apuração da contribuição social, nem a simples retificação da DIPJ para efeito de alterar valores originalmente declarados, porque o declarante, em sede de reclamação administrativa, não se desincumbiu do ônus probatório que lhe cabia. No recurso voluntário, o interessado aporta aos autos novos documentos, que não haviam sido oferecidos à autoridade julgadora de primeira instância. A possibilidade de conhecimento desses novos documentos, não oferecidos à instância a quo, deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal. O PAF, assim dispõe, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. [...] Art. 16. A impugnação mencionará: [...] 1 Processo administrativo Fiscal, Saraiva: São Paulo, 1993, p. 525526. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN Processo nº 15374.901268/200855 Acórdão n.º 3803004.024 S3TE03 Fl. 135 5 III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) [...] Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997).’ De acordo com as normas processuais do PAF, é no momento processual da reclamação que a lide é demarcada e o processo administrativo propriamente dito tem início, com a instauração do litígio, não se permitindo, a partir daí, a abertura de novas teses de defesa ou a apresentação de novas provas, a não ser nas situações legalmente excepcionadas. A este respeito, Marcos Vinícius Neder de Lima e Maria Tereza Martínez López2 asseveram que “a inicial e a impugnação fixam os limites da controvérsia, integrando o objeto da defesa as afirmações contidas na petição inicial e na documentação que a acompanha”. Antônio da Silva Cabral, no bibliografia já citada3, assim se manifestou sobre o assunto: ‘O termo latino é muito feliz para indicar que a preclusão significa impossibilidade de se realizar um direito, quer porque a porta do tempo está fechada, quer porque o recinto onde esse direito poderia exercerse também está fechado. O titular do direito achase impedido de exercer o seu direito, assim como alguém está impedido de entrar num recinto porque a porta está fechada.’ Na página seguinte, o mesmo autor, reportandose aos órgãos julgadores de segunda instância, completa: ‘Se o tribunal acolher tal espécie de recurso estará, na realidade, omitindo uma instância, já que o julgador singular não apreciou a parte que só é contestada na fase recursal.’ 2Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado. São Paulo: Dialética, 2002, p. 67. 3 Processo Administrativo Fiscal,Saraiva: São Paulo, 1993, p. 172. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN 6 Cintra, Grinover e Dinamarco, no livro Teoria Geral do Processo, assim se posicionam sobre a preclusão: ‘o instituto da preclusão ligase ao princípio do impulso processual. Objetivamente entendida, a preclusão consiste em um fato impeditivo destinado a garantir o avanço progressivo da relação processual e a obstar o seu recuo para as fases anteriores do procedimento. Subjetivamente, a preclusão representa a perda de uma faculdade ou de um poder ou direito processual; as causas dessa perda correspondem às diversas espécies de preclusão[..]’ Ensinam, também, estes doutrinadores que: ‘A preclusão não é sanção. Não provém de ilícito, mas de incompatibilidade do poder, faculdade ou direito com o desenvolvimento do processo, ou da consumação de um interesse. Seus efeitos confinamse à relação processual e exauremse no processo.’ As alegações de defesa são faculdades do demandado, mas constituemse em verdadeiro ônus processual, porquanto, embora o ato seja instituído em seu favor, não sendo praticado no tempo certo, surgem para a parte conseqüências gravosas, dentre elas a perda do direito de fazêlo posteriormente, pois operase, nesta hipótese, o fenômeno da preclusão, isto porque o processo é um caminhar para a frente, não se admitindo, em regra, ressuscitar questões já ultrapassadas em fases anteriores. De acordo com o § 4º do art. 16 do PAF, supratranscrito, só é lícito deduzir novas alegações em supressão de instância quando: 1) relativas a direito superveniente; 2) competir ao julgador delas conhecer de ofício, a exemplo da decadência; ou 3) por expressa autorização legal. O § 5º do mesmo dispositivo legal exige que a juntada dos documentos deve ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. No caso desses autos, o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal: o ônus de provar a veracidade do que afirma é do interessado, segundo o disposto na Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 36: Art. 36. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no artigo 37 desta Lei. No mesmo sentido o art. 330 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 (CPC): Art. 333. O ônus da prova incumbe: I – ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito; II – ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Fl. 138DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN Processo nº 15374.901268/200855 Acórdão n.º 3803004.024 S3TE03 Fl. 136 7 O recorrente tampouco comprovou a ocorrência de qualquer das hipóteses das alíneas “a” a “c” do § 4º do art. 16 do PAF, que justificasse a apresentação tão tardia dos referidos documentos. Desta forma, deixo de considerálos no julgamento da presente lide. A propósito dos documentos que instruem a peça recursal (planilha de levantamento do direito creditório pleiteado e balancete sintético de janeiro de 2003), devese sublinhar que os mesmos não são suficientes para atestar liminarmente a liquidez e a certeza do crédito oposto na compensação declarada e demandariam a reabertura da dilação probatória, o que, de regra, como já visto, não se admite na fase recursal do processo. A comprovação do valor do tributo efetivamente devido (e, por conseqüência, do direito à restituição de eventual parcela recolhida a maior) no caso concreto deveria ter sido efetuada mediante apresentação de documentos contábeis e/ou fiscais que patenteassem que o valor da contribuição do período de apuração de interesse (01/01/2003 a 31/01/2003) não atingiu o valor informado na DCTF vigente quando da emissão do Despacho Decisório aqui analisado, mas apenas o valor informado na DCTF retificadora (que no presente caso sequer efeitos surte quanto à redução deste débito) e na DIPJ retificadora, de caráter meramente informativo. Como tal documentação não foi juntada no momento processual oportuno, quedou sem comprovação a certeza e liquidez dos créditos do contribuinte contra a Fazenda Pública, atributos indispensáveis para a homologação da compensação pretendida, nos termos do art. 170 do CTN. Com essas considerações, nego provimento ao recurso. Sala das Sessões, em 19 de março de 2013 Alexandre Kern Fl. 139DF CARF MF Impresso em 08/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/03/2013 por ALEXANDRE KERN, Assinado digitalmente em 19/03/2013 por A LEXANDRE KERN
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