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Numero do processo: 10580.723409/2009-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Apr 28 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
PEDIDO DE PARCELAMENTO. REFERÊNCIA A OUTRO AUTO DE INFRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ABATIMENTO.
O pedido de parcelamento mencionado do recurso, refere-se às contribuições lançadas em outro auto de infração, descabendo o reconhecimento dos pagamentos no presente lançamento.
MULTA. ART. 35 DA LEI N.( 8.212/1991. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO.
Tendo-se em conta que o sujeito passivo somente efetuou a declaração das contribuições em GFIP após o início da ação fiscal, a multa a ser aplicada no lançamento de ofício é aquela prevista no art. 35-A da Lei n.( 8.212/1991 (75% da contribuição devida) e não aquela disposta no art. 35 da mesma Lei (0,33% ao dia, limitada a 20% da quantia não recolhida).
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010
PERDA DA ESPONTANEIDADE. LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
O contribuinte efetuou a declaração dos fatos geradores em GFIP quando já havia iniciado o procedimento fiscal, portanto, diante da perda da espontaneidade é cabível o lançamento de ofício.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-005.179
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo Presidente
Kleber Ferreira de Araújo Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Marcelo Malagoli da Silva, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo, Wilson Antonio de Souza Corrêa e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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REFERÊNCIA A OUTRO AUTO DE INFRAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ABATIMENTO. O pedido de parcelamento mencionado do recurso, referese às contribuições lançadas em outro auto de infração, descabendo o reconhecimento dos pagamentos no presente lançamento. MULTA. ART. 35 DA LEI N.° 8.212/1991. IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO. Tendose em conta que o sujeito passivo somente efetuou a declaração das contribuições em GFIP após o início da ação fiscal, a multa a ser aplicada no lançamento de ofício é aquela prevista no art. 35A da Lei n.° 8.212/1991 (75% da contribuição devida) e não aquela disposta no art. 35 da mesma Lei (0,33% ao dia, limitada a 20% da quantia não recolhida). ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2010 PERDA DA ESPONTANEIDADE. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. O contribuinte efetuou a declaração dos fatos geradores em GFIP quando já havia iniciado o procedimento fiscal, portanto, diante da perda da espontaneidade é cabível o lançamento de ofício. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 34 09 /2 00 9- 14 Fl. 264DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo – Presidente Kleber Ferreira de Araújo – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Marcelo Malagoli da Silva, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo, Wilson Antonio de Souza Corrêa e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10580.723409/200914 Acórdão n.º 2402005.179 S2C4T2 Fl. 265 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo acima identificado contra decisão que declarou improcedente a sua impugnação apresentada para desconstituir o Autos de Infração que integra o presente processo. Tratase do AI n.° 37.199.9464, no qual são exigidas as contribuições dos segurados contribuintes individuais que prestaram serviço à autuada no período do lançamento, as quais não foram descontadas da remuneração dos trabalhadores. Nos termos do relatório fiscal, fls. 54/61, os fatos geradores que deram ensejo à exigência foram segregados em três itens de apuração (levantamentos): a) COI (serviços prestados por pessoas físicas): remunerações pagas aos contribuintes individuais Norberto Lima e Sebastião Santana, na competência 01/2005, as quais não foram declaradas na GFIP; b) DAI (declarado após o início da ação fiscal): remunerações pagas a outros contribuintes individuais, por serviços prestados nas competências 01/2005 e de 03 a 12/2005 e que foram declarados na GFIP após início da fiscalização. Neste levantamento foram incluídas as contribuições da empresa para o plano de previdência privada de seus sócios administradores. Essa verba foi tributada por não ser extensível a todos os empregados e diretores da empresa; e c) Z1 (declarado após o início da ação fiscal): remunerações pagas a contribuintes individuais por serviços prestados na competência 02/2005 e também foram declaradas na GFIP após o início da ação fiscal. Foram incluídos neste levantamento as contribuições da empresa para o plano de previdência privada de seus sóciosadministradores. Segundo o fisco, a multa foi aplicada no valor mais benéfico ao sujeito passivo quando se comparou aquela calculada com base na legislação vigente no momento da ocorrência dos fatos geradores e a calculada conforme a sistemática instituída pela Lei n.° 11.941/2009. Cientificado do lançamento em 10/07/2009, o sujeito passivo apresentou impugnação de fls. 105/106, alegando que nunca efetuou a retenção da contribuição dos segurados contribuintes individuais e que, por estar necessitando de Certidão Negativa de Débito CND, efetuou a quitação dos valores correspondentes à lavratura em questão, conforme comprovantes de pagamento acostados. Requer que o AI seja considerado insubsistente. Às fls. 111/136, foram juntados diversas guias de pagamento das competências envolvidas no lançamento. A DRJ manteve integralmente o lançamento (ver fls. 183 /189). Ali expressouse o entendimento de que todas os recolhimentos efetuados antes do início do Fl. 266DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 4 procedimento fiscal foram consideradas na apuração, todavia aqueles efetuados quando a fiscalização já havia iniciado, não tem o condão de alterar o lançamento, tendose em conta a perda da espontaneidade, nos termos da legislação tributária. Inconformado com a decisão, o sujeito passivo apresentou recurso de fls. 194/204, no qual, em síntese, alegou os pontos abaixo. Informa que após o início da ação fiscal, mas antes da lavratura do AI, retificou as GFIP incluindo a remuneração dos contribuintes individuais. Nesse sentido, verificase que houve dupla constituição do crédito tributário, uma correspondente ao lançamento por declaração na GFIP e outra mediante lançamento de ofício. Ademais, o débito confessado na guia declaratória foi parcelado (Debcad n.° 36.517.6583) e já se encontra liquidado. Assim, caso prospere o entendimento da DRJ, o contribuinte será compelido a pagar um dívida já recolhida. A perda da espontaneidade, conduz ao pagamento de multa punitiva, jamais à exigência de uma dívida em duplicidade. Devese então declarar a nulidade dos levantamentos "DAI" e "Z1", ou, pelo menos, deduzir da dívida as quantias que foram parceladas. Há outro equívoco do fisco, de não ter aplicado retroativamente a multa prevista na Lei n.° 11.941/2009, no patamar de 20%. Ao final, requer que sejam excluídos da apuração as remunerações que foram declaradas em GFIP, ou que, ao menos, se aproveitem os recolhimentos efetuados no bojo do parcelamento de Debcad n.° 36.517.6583. Requer ainda a redução da multa ao patamar de 20%, considerando que a legislação atual lhe é mais benéfica. O julgamento no CARF foi convertido em diligência, nos termos da resolução de fls. 222/225, para que a autoridade fiscal, caso se deparasse com duplicidade de lançamentos entre o AI e o parcelamento alegado no recurso, efetuasse o abatimento das quantias recolhidas. Determinouse ainda a juntada de cópia integral do processo de parcelamento. A informação fiscal foi juntada à fl. 228, tendo a Auditora Fiscal apresentado as seguintes considerações: "Conforme solicitação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais a fiscalização realizou o cotejamento do DEBCAD N° 36.517.6583 e do PAF 18050.005854/200907 com este processo e constatou que o DEBCAD N° 36.517.6583 referese à pedido de parcelamento feito pela empresa (após início da ação fiscal) de débitos referentes às competências 01/2005 a 12/2005 e rubrica 1114ADMINISTRADOR/AUTÔNOMO." O sujeito passivo foi cientificado deste pronunciamento, mas não se manifestou. Fl. 267DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10580.723409/200914 Acórdão n.º 2402005.179 S2C4T2 Fl. 266 5 Os autos subiram ao CARF e a Turma, não satisfeita com a resposta prestada na mencionada informação fiscal, comandou nova diligência (fls. 242/244), cuja objeto foi assim explicitado: " Assim, uma vez que o órgão preparador não deu efetivo cumprimento ao que foi determinado por este CARF às fls. 222/225, razão pela qual a dúvida acima relatada ainda persiste, determino a realização de nova diligência para que: (i) a autoridade fiscalizadora realize o cotejamento do DEBCAD nº 36.517.6583e do PAF nº 18050.005854/200907com a presente autuação, e havendo duplicidade de lançamentos ou pagamento de algumas das competências, realize o abatimento destes valores; (ii) a autoridade fiscalizadora anexe a presente autuação cópias integrais do DEBCAD nº36.517.6583e do PAF nº 18050.005854/200907; e (iii) esclareça, de forma expressa, se algum dos valores objeto dos presentes autos foi parcelado pelo contribuinte, e está quitado, seja através do DEBCAD nº 36.517.6583, do PAF nº 18050.005854/200907, ou de qualquer outro processo. Ante o exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que o auditor fiscal verifique e proceda de acordo com o solicitado acima. Após a realização da diligência, deve ser aberto prazo de 30 dias para manifestação do contribuinte, em atenção ao princípio da ampla defesa e do contraditório." Nova informação fiscal foi juntada, fls. 247/248, na qual, em síntese, o fisco abordou os ponto abaixo: a) a empresa, mesmo sem espontaneidade, solicitou parcelamento de débitos em 01/07/2009, quando se encontrava sob ação fiscal, a qual somente se encerrou em 10/07/2009; b) o parcelamento efetuado pelo sujeito passivo foi desconsiderado em razão da ausência de espontaneidade; c) na ação fiscal sob enfoque foram efetuadas duas lavraturas de ofício o AI n.° 37.199.9456 (contribuição da empresa sobre remuneração de contribuintes individuais) e o de n.° 37.199.9464 (contribuição dos segurados sobre a mesma base de cálculo); d) é correto dizer que as contribuições declaradas no parcelamento n.° 36.517.6583 correspondem aos valores lançados no AI n.° 37.199.9456 (contribuições patronais); e) não cabe o abatimento das quantias parceladas, posto que o parcelamento foi efetuado sem que a empresa detivesse a espontaneidade, assim, as quantias recolhidas no bojo do parcelamento devem ser objeto de compensação ou restituição; Fl. 268DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 6 Instada a se pronunciar, a empresa atravessou peça de fls. 257/259, onde alega que a posição da autoridade diligenciante peca em todos os aspectos. Primeiro, não dá o correto sentido ao termo "espontaneidade". A interpretação do art. 138 do CTN leva à conclusão de que a perda da espontaneidade não impede o sujeito passivo de pagar o seu débito, mas deve fazêlo com a imposição de multa de ofício. Assim, a recorrente não se nega a recolher o valor da multa, no entanto, quer que seja aproveitado no abatimento da dívida o valor do tributo inquestionavelmente recolhido. Inexiste razoabilidade na exigência de se recolher um tributo que já foi quitado, independentemente do momento em que foi requerido o parcelamento. Por outro lado, a autoridade notificante está desrespeitando frontalmente ao comando exarado pelo CARF, que não solicitou opinião sobre o deslinde da contenda, mas foi claro ao determinar o abatimento das quantias recolhidas. Arrematando, pede que a determinação do CARF seja respeitada, abatendose do lançamento os valores quitados mediante parcelamento. É o relatório. Fl. 269DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10580.723409/200914 Acórdão n.º 2402005.179 S2C4T2 Fl. 267 7 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo Relator Admissibilidade A ciência da decisão recorrida deuse em 01/11/2012 (fl. 192), tendo o recurso sido apresentado em 03/12/2012 (segundafeira), portanto, dentro do trintídio legal. Por atender também ao requisito de legitimidade, merece conhecimento. Parcelamento Mesmo diante das idas e vindas do presente processo com a realização de duas diligências, pareceme que a solução desta contenda não oferece grandes dificuldades. O sujeito passivo alega que as contribuições ora lançadas já haviam sido objeto de parcelamento, relativo ao Debcad n.° 36.517.6583 (PAF 18050.005854/200709), requerendo assim que os valores recolhidos sejam abatidos do presente AI. Na informação fiscal prestada às fls. 247/248, uma das observações feitas pela autoridade lançadora é de que o parcelamento em questão referese às contribuições patronais, as quais foram lançadas no AI n.° 37.199.9456 (PAF n.° 10580.723408/200970). Essa questão não foi objeto de irresignação pelo sujeito passivo, fato que se torna incontroverso. De fato, verifiquei o Acórdão n.° 2402004.348 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária, onde o colegiado, por unanimidade dos votos deu provimento parcial na questão do abatimento das quantias parcelas. Eis a ementa do referido julgado: "ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 PARCELAMENTO DE DÉBITOS DURANTE O CURSO DA AÇÃO FISCAL. ABATIMENTO DOS VALORES APÓS O TÉRMINO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO. Para que haja o devido controle de legalidade, é imprescindível que, após o término do contencioso administrativo, sejam abatidos os pagamentos confessados/parcelados no curso da ação fiscal, relativamente aos fatos geradores autuados. RETROATIVIDADE BENIGNA. POSSIBILIDADE. Considerando a alteração da legislação que trata das multas previdenciárias, devese analisar a situação específica de cada caso e optar pela penalidade que seja mais benéfica ao contribuinte.Recurso voluntário provido em parte. Fl. 270DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 8 Recurso Voluntário Provido em Parte." Dissipase assim qualquer dúvida acerca da possibilidade de aproveitamento das quantias envolvidas no parcelamento citado, uma vez que no relatório do voto condutor do acórdão acima há expressa menção ao parcelamento vinculado ao Debcad n.° 36.517.6583. Diante do exposto, encaminho por não acolher o argumento relativo ao abatimento dos valores incluídos em parcelamento. Multa Segundo o relatório fiscal a multa de ofício foi aplicada em conformidade com a alínea "c" do inciso II do art. 106 do CTN, assim redigido: "Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática." A aplicação deste comando levou a imposição da multa nos termos da legislação vigente no momento dos fatos geradores (art. 35 da Lei n.° 8.212/1991), a exceção da competência 02/2005, em se aplicou retroativamente o art. 35A da Lei n.° 8.212/1991, inserido pela Lei n.° 11.941/2009, por se mostrar mais benéfico. Observese que o art. 35A tem aplicação nos casos de lançamento de ofício, como se vê da sua redação: " Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)." O dispositivo em questão reportase a multa prevista no art. 44 da Lei n.° 9.430/1996, assim redigido: " Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) Fl. 271DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 10580.723409/200914 Acórdão n.º 2402005.179 S2C4T2 Fl. 268 9 Na espécie verificouse que o sujeito passivo somente declarou em GFIP os fatos geradores contemplados no lançamento após o início da ação fiscal, cabendo, assim, a imposição da multa de ofício no patamar de 75% do tributo não recolhido. Observese que não cabe neste caso a aplicação da multa prevista no art. 35 da Lei n.° 8.212/1991, a redação dada pela Lei n.° 11.941/2009, haja vista que este dispositivo somente tem aplicação nas situações em que há recolhimento espontâneo. Considerandose inexistiu na espécie o recolhimento das contribuições e que a declaração dos fatos geradores ocorreu somente após a cientificação do contribuinte de que estava sob ação fiscal, não há de se cogitar da aplicação da multa de 20% prevista na redação atual do art. 35 da Lei n.° 8.212/1991. Para fechar, não há plausibilidade na tese de que houve lançamento em duplicidade em razão do sujeito passivo ter declarado os valores em GFIP, como já mencionei exaustivamente, a declaração ocorreu somente após o início da ação fiscal, não podendo ser invocada para afastar o lançamento de ofício, haja vista a perda da espontaneidade já mencionada. Conclusão Voto por negar provimento ao recurso. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 272DF CARF MF Impresso em 28/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 27/04 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 22/04/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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Numero do processo: 15277.000067/2008-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 11 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jun 13 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/05/1999 a 31/10/2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. TEMPESTIVIDADE DA PEÇA DE IMPUGNAÇÃO. ERRO DE FATO. COMPROVAÇÃO POR MEIO DA INFORMAÇÃO DOS CORREIOS CONTIDA NO HISTÓRICO DO OBJETO.
Comprovada a ocorrência de erro de fato do serviço dos Correios na oposição da data referente ao recebimento da notificação fiscal (lançamento fiscal) no Aviso de Recebimento (AR), há de se garantir ao contribuinte o direito da comprovação dessa data por meio de outro documento dos Correios, tal como a consulta ao Histórico do Objeto, permitindo-se o direito à apreciação das demais questões postuladas na peça de impugnação pela primeira instância (DRJ), em atendimento à garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório, bem como pela aplicação da regra contida no art. 10 da Lei 13.105/2015 (Novo CPC).
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2402-005.280
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a tempestividade da impugnação e determinar o retorno dos autos à primeira instância para exame das demais questões postuladas na impugnação.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos e Marcelo Malagoli da Silva.
Nome do relator: RONALDO DE LIMA MACEDO
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TEMPESTIVIDADE DA PEÇA DE IMPUGNAÇÃO. ERRO DE FATO. COMPROVAÇÃO POR MEIO DA INFORMAÇÃO DOS CORREIOS CONTIDA NO HISTÓRICO DO OBJETO. Comprovada a ocorrência de erro de fato do serviço dos Correios na oposição da data referente ao recebimento da notificação fiscal (lançamento fiscal) no Aviso de Recebimento (AR), há de se garantir ao contribuinte o direito da comprovação dessa data por meio de outro documento dos Correios, tal como a consulta ao “Histórico do Objeto”, permitindose o direito à apreciação das demais questões postuladas na peça de impugnação pela primeira instância (DRJ), em atendimento à garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório, bem como pela aplicação da regra contida no art. 10 da Lei 13.105/2015 (Novo CPC). Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 27 7. 00 00 67 /2 00 8- 37 Fl. 124DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário, para reconhecer a tempestividade da impugnação e determinar o retorno dos autos à primeira instância para exame das demais questões postuladas na impugnação. Ronaldo de Lima Macedo Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Lourenço Ferreira do Prado, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos e Marcelo Malagoli da Silva. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 15277.000067/200837 Acórdão n.º 2402005.280 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de Auto de Infração lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista no art. 32, inciso IV e § 5º, da Lei 8.212/1991, acrescentados pela Lei 9.528/1997, c/c o art. 225, inciso IV e § 4º, do Decreto 3.048/1999, que consiste em a empresa apresentar a Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, nas competências 05/1999, 07/1999, 11/1999, 12/1999, 01/2000, 06/2000, 08/2000 a 10/2001, 12/2001, 02/2002 a 05/2002, 07/2002, 08/2002, 11/2002, 12/2002, 04/2003 a 01/2004, 03/2004 a 09/2004, 11/2004, 12/2004, 02/2005 a 02/2007, 04/2007 a 06/2007, 10/2007. O Relatório Fiscal (fls. 04/05) informa que a empresa deixou de informar em GFIP os valores decorrentes da comercialização da produção rural. Informou, ainda, que durante a ação fiscal o contribuinte corrigiu as GFIP’s do período de 01/2003 a 12/2007. Não constou do relato fiscal a informação quanto à ocorrência das circunstâncias agravantes previstas no art. 290 do RPS. A ciência do lançamento fiscal ao sujeito passivo deuse em 03/06/2008 (fls. 01 e 50), mediante correspondência postal com Aviso de Recebimento (AR). A autuada apresentou impugnação tempestiva (fls. 19/27), alegando, em síntese, que: 1. Em preliminar, argúi a tempestividade da impugnação assegurando que foi intimada pelo correio em 03/06/2008, portanto, a contagem do prazo para apresentação de defesa iniciouse em 04/06/2008 e encerrouse em 03/07/2008. Aduz a nulidade do Auto de Infração, pois o mesmo padece de vício formal por não conter todas as informações necessárias para que a impugnante possa exercer o seu direito de defesa. Cita especificamente que não foi informado o período em que a infração foi cometida; 2. No mérito, alega a decadência do direito à constituição da obrigação tributária em relação ao período de 01/ 1999 a 12/2002, em razão do transcurso do prazo de cinco anos da ocorrência do fato gerador e em face da publicação da Súmula Vinculante n° 8 do STF, que considerou inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei n° 8212/91; 3. afirma a ocorrência de circunstância atenuante para o período de 01/2003 a 12/2007, tendo em vista a correção das GFIP durante a ação fiscal conforme atestado no próprio Auto de Infração. Diz fazer jus a relevação da multa nos termos do art. 291, § 1° do RPS, por ter corrigido os erros e formulado o pedido dentro do prazo de impugnação. Fl. 126DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Juiz de Fora/MG – por meio do Acórdão 0920.750 da 6a Turma da DRJ/JFA (fls. 57/62) – considerou o lançamento fiscal procedente em sua totalidade. A Notificada apresentou recurso, manifestando seu inconformismo pela obrigatoriedade do recolhimento dos valores lançados na notificação e no mais efetua repetição das alegações de impugnação, acrescentando que seja observado o enunciado no 08 da Súmula Vinculante do STF. A Delegacia da Receita Federal do Brasil em Juiz de Fora/MG informa que o recurso interposto é tempestivo e encaminha os autos ao CARF para processamento e julgamento. É o relatório. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 15277.000067/200837 Acórdão n.º 2402005.280 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, Relator O recurso é tempestivo e não há óbice ao seu conhecimento. Inicialmente, registrase que a DRJ, decisão de primeira instância, julgou intempestiva a impugnação da Recorrente, afirmando que o Auto de Infração impugnado foi recebido pela Recorrente em 02/06/2008, e não levou em consideração o “Histórico do Objeto” obtido no “site” dos Correios que apontava a data de entrega em 03/06/2008 (fls. 50). Registrase que, por meio de Resolução do CARF (fls. 96/99 do eProcesso), os autos foram encaminhados para uma diligência fiscal a fim de averiguar, nos documentos físicos ou em outros documentos dos Correios, a data exata de intimação do lançamento fiscal (auto de infração) pela Recorrente. Em Informação Fiscal, o Fisco registra que: “1. Conforme AR às folhas 101, verificamos pelos carimbos dos Correios que o documento foi recebido nos Correios em 30/05/2008 e entregue à empresa em 02/06/2008” (fls. 102 do eProcesso). Digo eu, no caso em análise há dúvida sobre a data do recebimento da notificação pelo sujeito passivo, visto que a data especificada no Aviso do Recebimento (AR) de fls. 16 não tem visibilidade nítida para a confirmação de que a data seria dia 02/06/2008 e, além disso, o ano registrado no AR (quadro da data de recebimento) encaminha para o ano de 2009, totalmente distinto dos demais documentos acostados aos autos que sinalizam para o ano de 2008, pareceme que é perfeitamente legal analisar a data no contexto dos demais elementos probatórios juntados aos autos pelas partes. A verdade é que a legislação (art. 23 do Decreto 70.235/19721) não prevê que o Aviso de Recebimento (AR) seja o único documento capaz de comprovar a data de recebimento ou intimação da notificação (auto de infração) pelo sujeito passivo. 1 Decreto 70.235/1972: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) § 1o Quando resultar improfícuo um dos meios previstos no caput deste artigo ou quando o sujeito passivo tiver sua inscrição declarada inapta perante o cadastro fiscal, a intimação poderá ser feita por edital publicado: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) I no endereço da administração tributária na internet; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II em dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação; ou (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) III uma única vez, em órgão da imprensa oficial local. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; Fl. 128DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO 6 Desse modo, o fato constitutivo do lançamento fiscal pode ser demonstrado por qualquer meio de prova. Assim, não é razoável nem legal a exigência de que a intimação do sujeito passivo seja produzido por um certo documento especifico, no caso em tela o AR que não contém com nitidez a data, como requisito essencial para materializar a intimação da Recorrente, quando a própria lei ordinária (Decreto 70.235/1972) não o exige. Ressaltase que o AR como qualquer outro documento, nada mais é do que mera fonte de prova, o qual pode, em determinadas situações, ser substituído por qualquer outro meio de prova, no caso em tela o “Histórico do Objeto” obtido no “site” dos Correios que apontava a data de entrega em 03/06/2008. Esse entendimento está em conformidade com vários princípios processuais e administrativos, dentre eles: celeridade processual, autotutela, legalidade objetiva, economia processual. Diante do quadro fático, é forçoso reconhecer que foi tempestiva a peça de impugnação manejada pela Recorrente, pois os elementos informativos constantes dos autos sinalizam que a data de entrega da notificação do lançamento fiscal ocorreu em 03/06/2008, conforme informação dos Correios em consulta ao “Histórico do Objeto”, e a data do protocolo postal da peça de impugnação ocorreu em 03/07/2008 (fls. 53/56), dentro do prazo legal de 30 (trinta) dias, ou seja, tempestiva. Sendo tempestiva a peça de impugnação, determino o retorno dos autos à primeira instância (DRJ) para exame das demais questões postuladas na peça de impugnação, em atendimento à garantia constitucional da ampla defesa e do contraditório, bem como pela aplicação da regra contida no art. 10 da Lei 13.105/2015 (Novo CPC), o qual traz em seu bojo a exigência de previsibilidade e garantia das partes de não serem surpreendidas na decisão (princípios comparticipativo e cooperativo do direito processual), aplicável subsidiariamente ao processo administrativo. Lei 13.105/2015 – Código de Processo Civil (CPC): Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidades de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual se deva decidir de ofício. Logo, as demais questões postuladas na peça recursal, tais como a decadência e a relevação da multa, serão apreciadas pela DRJ e, com isso, evitamse a supressão de instância e o julgamento surpresa. II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) III se por meio eletrônico, 15 (quinze) dias contados da data registrada: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Fl. 129DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 15277.000067/200837 Acórdão n.º 2402005.280 S2C4T2 Fl. 5 7 CONCLUSÃO: Voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para reconhecer a tempestividade da impugnação e determinar o retorno dos autos à primeira instância (DRJ) para exame das demais questões postuladas na impugnação, nos termos do voto. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 13/06/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/05/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 27/05/20 16 por RONALDO DE LIMA MACEDO
score : 1.0
Numero do processo: 12448.721654/2012-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu May 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2009
SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
Concluso o processo na esfera judicial, já na data da decisão recorrida, cabe devolver o processo à instância anterior, para conhecimento.
Recurso Provido.
Numero da decisão: 2201-003.069
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto da relatora.
assinado digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Presidente.
assinado digitalmente
Ivete Malaquias Pessoa Monteiro - Relatora.
EDITADO EM: 26/04/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Carlos Henrique de Oliveira, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada), Carlos Alberto Mees Stringari e Eduardo Tadeu Farah -Presidente.
Nome do relator: IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto da relatora. assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah - Presidente. assinado digitalmente Ivete Malaquias Pessoa Monteiro - Relatora. EDITADO EM: 26/04/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Carlos Henrique de Oliveira, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada), Carlos Alberto Mees Stringari e Eduardo Tadeu Farah -Presidente.
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Concluso o processo na esfera judicial, já na data da decisão recorrida, cabe devolver o processo à instância anterior, para conhecimento. Recurso Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso para anular a decisão de primeira instância, nos termos do voto da relatora. assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Presidente. assinado digitalmente Ivete Malaquias Pessoa Monteiro Relatora. EDITADO EM: 26/04/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Carlos Henrique de Oliveira, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada), Carlos Alberto Mees Stringari e Eduardo Tadeu Farah Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 16 54 /2 01 2- 42 Fl. 95DF CARF MF Impresso em 05/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TAD EU FARAH Processo nº 12448.721654/201242 Acórdão n.º 2201003.069 S2C2T1 Fl. 96 2 Relatório Tratase de recurso interposto contra o acórdão de fls.44/47, nº13.40.532, da 3ª Turma da DRJ/RJ2, que não conheceu da impugnação da Recorrente, interposta contra a Notificação de lançamento de fls.12/15, que apurou omissão de rendimentos tributáveis recebidos de pessoa jurídica, no valor de R$18.408,04 referente ao ano calendário de 2008. O relatório da decisão combatido assim versou: Foi efetuada a notificação de lançamento de fls. 12/15 em razão de apuração de omissão de rendimentos no exercício de 2009, anocalendário 2008. O contribuinte foi cientificado do lançamento em 17/01/2012 (fl. 38) e, em 08/02/2012, apresentou a petição de fls. 02/05, alegando, em síntese, que o valor lançado referese à decisão judicial que lhe foi favorável, conforme processo nº 2003.71.00.0761624, que tramitou na 2ª Vara Federal de Porto Alegre. Juntou documentos do processo judicial às fls. 16 a 29. Ciente da decisão em 13 de setembro de 2013, conforme fls.52, Irresignado com o decidido, o recorrente interpôs, às fls.59/60, em 10/10/2013, o recurso voluntário, onde em síntese,informa que o acórdão anexado para sua ciência referese a outro Contribuinte. O acórdão correto é recebido em 22/10/2013, conforme AR de fls.70. Às fls. 74/82 são oferecidas as razões de recurso onde o Recorrente informa que nos três processos que tramitam contra ele no âmbito administrativo, todos tiveram o mesmo julgamento e equivocado. Quando ocorreu o julgamento administrativo o processo judicial já estava concluído. A ação atuada sob nº200371.00,0761264, transitou em julgado em 06.02.2007. No momento da impugnação ele declarou que não figurava como parte em ação judicial que discutisse a mesma matéria dos autos. Comenta que a decisão administrativa é posterior à judicial e, naquela instância, o processo já se encerrara. Com isto o acórdão negou cumprimento à decisão judicial transitada em julgado. Aponta que decisão judicial determinou que a devolução dos valores deveria se dar por retificação de declaração, no âmbito administrativo e não judicial. Pede que o processo seja devolvido ao 1º grau para conhecimento e para que não haja supressão de instância; conhecimento e provimento de suas razões com o cumprimento da decisão judicial; ou,alternativamente, a concessão de efeito suspensivo, nos Fl. 96DF CARF MF Impresso em 05/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TAD EU FARAH Processo nº 12448.721654/201242 Acórdão n.º 2201003.069 S2C2T1 Fl. 97 3 termos do artigo 33 do Decreto 70235/72, para suspender a contagem do prazo para pagamento do DARF com vencimento em 30/09/2013, bem como não gere inscrição de dívida. Recebo o processo, através de sorteio, conforme despacho de fls 94 É o Relatório. Voto Conselheira Ivete Malaquias Pessoa Monteiro Tratase de exigência para o imposto de renda de pessoa física, decorrente da Notificação de Lançamento nº 2010/312604367068411, fls.12, que exige o valor original de imposto de R$3.773,09, referente ao anocalendário de 2010 Consigna a autoridade revisora que a DIRF apresentada pela Fonte Pagadora, o Instituto Aerus de Seguridade Social, aponta o valor dos rendimentos tributáveis de R$ 54.141,28, enquanto a Recorrente ofereceu à tributação o valor de R$ 35.733,24, implicando na receita omitida de R$ 18.408,04. Em sua defesa a Recorrente afirma que o valor excluído decorreu da sentença favorável que obteve na justiça, conforme documento juntado às fls.16/21, onde, no voto condutor do Acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, na Apelação Cível nº 2003.71.00.0761624RS, o Desembargador Dr. Antonio Albino Ramos de Oliveira, consigna que embora o pedido da autora verse a respeito da inexigibilidade de imposto de renda sobre as prestações de complementação de aposentadoria e sobre o resgate parcial das reservas de fundo, o dispositivo da sentença contemplou, tãosomente, as prestações de complementação de aposentadoria. A sentença decidiu que o contribuinte que recolheu contribuição para entidade de previdência privada na vigência da lei 7713/88 (janeiro de 1989 a dezembro de 1995) tem o direito de deduzilas da base de cálculo do imposto de renda incidente sobre os benefícios recebidos da entidade de previdência privada ou sobre o resgate das contribuições desde que ocorridas na vigência da lei 9250/95. Às fls.18, assim constou: "Assim, o contribuinte tem direito à recomposição dos prejuízos decorrentes dessa dupla incidência do tributo. Nesse particular , reportome aos fundamentos expendidos pelo ilustre Des.Fed.João Surreaux Chagas no julgamento da apelação cível nº 2003.72.00.0005406/SC. Transcrevo (...)": Também decidiu que esta restituição se daria via retificação de declaração do imposto de renda do período correspondente, conforme consta às fls.19. (...) Fl. 97DF CARF MF Impresso em 05/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TAD EU FARAH Processo nº 12448.721654/201242 Acórdão n.º 2201003.069 S2C2T1 Fl. 98 4 "Consigno, porém, que os valores indevidamente retidos na fonte, objeto desta ação, deverão ser considerados, na declaração retificadora, com o acréscimo de correção monetária, desde a data em que ocorreram os descontos, e não na forma usualmente adotada nas declarações de rendimentos, em que o imposto retido na fonte é computado por seu valor histórico, sem atualização. É que, no caso concreto, tratase de retenção indevida por não configurada a hipótese de incidência do tributo, o que atrai a plena atualização do crédito Também definiu qual período a decisão alcançaria, quando assim versou: (...) "Consigno, porém, que os valores indevidamente retidos na fonte, objeto desta ação, deverão ser considerados, na declaração retificadora, com o acréscimo de correção monetária, desde a data em que ocorreram os descontos, e não na forma usualmente adotada nas declarações de rendimentos, em que o imposto retido na fonte é computado por seu valor histórico, sem atualização. É que, no caso concreto, tratase de retenção indevida por não configurada a hipótese de incidência do tributo, o que atrai a plena atualização do crédito A decisão transitou em julgado, conforme movimentação processual a seguir transcrita. AÇÃO ORDINÁRIA (PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO) Nº 2003.71.00.0761624 (RS) / 0076162 25.2003.4.04.7100Data de autuação: 15/12/2003Observação: SUSP DE RECOLHIM DE VAL DE IR SOBRE IMPORT A SER RESGAT PELO AUTORNúmero da Caixa: 0856CI2010Juiz: Alexandre Rossato da Silva AvilaÓrgão Julgador: Juízo Federal da 14ª VF de Porto AlegreÓrgão Atual: ARQUIVO PORTO ALEGRELocalizador: RSPOAARQSituação: BAIXADOValor da causa: R$ 62.000,00Competência: TributáriaAssuntos: 1. IRPF/Imposto de Renda de Pessoa Física Considerando a determinação judicial, é necessário que os autos retornem ao colegiado de primeiro grau, para conhecimento da matéria de mérito. Nesta conformidade, voto no sentido de dar provimento ao recurso para anular a decisão de primeira instância. assinado digitalmente Ivete Malaquias Pessoa Monteiro. Fl. 98DF CARF MF Impresso em 05/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TAD EU FARAH Processo nº 12448.721654/201242 Acórdão n.º 2201003.069 S2C2T1 Fl. 99 5 Fl. 99DF CARF MF Impresso em 05/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 29/04/2016 por IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, Assinado digitalmente em 03/05/2016 por EDUARDO TAD EU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 19985.721224/2013-73
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 14 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Aug 10 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
Deixa-se de apreciar o recurso voluntário interposto fora do prazo estabelecido no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972.
Recurso Não Conhecido
Numero da decisão: 2401-004.402
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade.
Maria Cleci Coti Martins - Presidente Substituta
Cleberson Alex Friess - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Cleci Coti Martins, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Theodoro Vicente Agostinho e Miriam Denise Xavier Lazarini.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade. Maria Cleci Coti Martins - Presidente Substituta Cleberson Alex Friess - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Cleci Coti Martins, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Theodoro Vicente Agostinho e Miriam Denise Xavier Lazarini.
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OMISSÃO DE RENDIMENTOS: RRA. GLOSA: DEDUÇÃO PREVIDÊNCIA OFICIAL. Recorrente LUIZ CARLOS BORIOLLO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. Deixase de apreciar o recurso voluntário interposto fora do prazo estabelecido no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 1972. Recurso Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso voluntário, por intempestividade. Maria Cleci Coti Martins Presidente Substituta Cleberson Alex Friess Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Maria Cleci Coti Martins, Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Rayd Santana Ferreira, Theodoro Vicente Agostinho e Miriam Denise Xavier Lazarini. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 98 5. 72 12 24 /2 01 3- 73 Fl. 218DF CARF MF Impresso em 10/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 10/07/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 19/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assin ado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19985.721224/201373 Acórdão n.º 2401004.402 S2C4T1 Fl. 219 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Campo Grande (DRJ/CGE), cujo dispositivo tratou de considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Transcrevo a ementa do Acórdão nº 0435.013 (fls. 83/92): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2010 JUROS SOBRE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE Os rendimentos referentes a juros e correção monetária, recebidos acumuladamente por força de decisão judicial, estão sujeitos à incidência do imposto de renda, quando do seu recebimento, se o principal a que está correlacionado não possuir natureza isenta ou não tributável. DEDUÇÃO DE PREVIDÊNCIA OFICIAL Deve ser mantida a glosa de contribuições à Previdência Oficial quando restar comprovado que são referentes à parte patronal. COMPENSAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. Deve ser mantida a glosa de IRRF quando oriundo de rendimentos sujeitos à tributação exclusiva na fonte, não passível de compensação na declaração de ajuste anual. DECISÕES ADMINISTRATIVAS E JUDICIAIS É vedada a extensão administrativa dos efeitos de decisões judiciais contrárias à orientação estabelecida para a administração direta e autárquica em atos de caráter normativo ordinário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Fl. 219DF CARF MF Impresso em 10/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 10/07/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 19/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assin ado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19985.721224/201373 Acórdão n.º 2401004.402 S2C4T1 Fl. 220 3 2. Tratase de Notificação de Lançamento nº 2010/935586886291101, relativa ao anocalendário 2009, decorrente de procedimento de revisão de Declaração de Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF), em que foram apuradas as seguintes infrações, relativamente à ação trabalhista nº 02739220689209004 (fls. 8/16): i) omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica; b) dedução indevida de previdência oficial; e c) compensação indevida de Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF). 3. Cientificado da notificação por via postal em 27/11/2013, às fls. 76, o contribuinte impugnou a exigência fiscal (fls. 2/6). 4. Intimado em 23/4/2014, por via postal, da decisão do colegiado de primeira instância, às fls. 94/98, o recorrente apresentou recurso voluntário, remetido por via postal, no dia 20/6/2014, data constante do carimbo aposto pelos Correios no envelope quando da postagem da correspondência (fls. 99/102 e 213/215). 4.1 Alega o contribuinte, em síntese, as seguintes razões de fato e direito: i) como preliminar, que a ciência da decisão de primeira instância ocorreu somente em 9/6/2014, data em que retornou de viagem ao exterior, iniciada em 25/4/2014; ii) o Fisco incluiu na base de cálculo do imposto sobre a renda os valores referentes a juros de mora decorrentes do recebimento em atraso de verbas trabalhistas, em contrariedade, inclusive, às orientações emitidas pela ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN); iii) tratandose de rendimentos recebidos acumuladamente, a autoridade fiscal não considerou as tabelas e alíquotas das épocas próprias, realizando o cálculo global, e não mensal; iv) a multa de ofício e de mora foram aplicadas sem comprovação do intuito de sonegação, fraude, conluio ou falsidade, como determina a legislação e os enunciados das súmulas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf); e v) a contribuição para a previdência oficial foi descontada do valor total do processo trabalhista e recolhida em nome do contribuinte, não exigindo a legislação para a dedução que o próprio contribuinte tenha realizado o pagamento. É o relatório. Fl. 220DF CARF MF Impresso em 10/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 10/07/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 19/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assin ado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19985.721224/201373 Acórdão n.º 2401004.402 S2C4T1 Fl. 221 4 Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess, Relator Tempestividade 5. Das decisões de primeira instância, cabe recurso voluntário dentro de trinta dias, contados da ciência do acórdão. Nesse sentido, prescreve o art. 33 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, "in verbis": Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. 6. Alega o recorrente que a ciência do Acórdão nº 0435.013 deuse apenas em 9/6/2014, ao retornar de viagem ao exterior, iniciada em 25/4/2014. 7. Todavia, os documentos acostados aos autos revelam que a intimação foi realizada por via postal, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo, conforme previsto no art. 23, inciso II, § 2º, inciso II, § 4º, inciso I, do Decreto nº 70.235, de 1972, a seguir reproduzido: Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (...) § 2° Considerase feita a intimação: II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (...) § 4º Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (...) Fl. 221DF CARF MF Impresso em 10/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 10/07/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 19/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assin ado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19985.721224/201373 Acórdão n.º 2401004.402 S2C4T1 Fl. 222 5 7.1 Com efeito, foi realizada a intimação postal no domicílio tributário do contribuinte, à Rua Pasteur, 375, Apto 121, Curitiba (PR), com data de recebimento em 23/4/2014 (fls. 98). 7.2 Segundo a jurisprudência administrativa, no que tange à intimação por via postal, não há necessidade para a sua validade que a assinatura do recebimento seja do contribuinte, desde que entregue no endereço correto. 1 8. Quanto à contagem dos prazos, determina o art. 5º do Decreto nº 70.235, de 1972, que os prazos são contínuos, com exclusão do dia de início e inclusão do dia de vencimento, iniciando ou terminando em dia de expediente normal do órgão da administração pública: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. 9. Vale dizer, o recorrente tomou ciência da decisão de primeira instância em 23/4/2014, quartafeira, por via postal, sendolhe conferido prazo de trinta dias para interposição de recurso. Com isso, o termo do prazo recursal iniciouse em 24/4, quintafeira, e finalizou no dia 23/5/2014, sextafeira. 10. Nada obstante, o recorrente protocolou seu recurso somente em 20/6/2014, ou seja, depois de transcorrido o lapso temporal previsto em lei para sua apresentação. 11. Como contraponto, o contribuinte junta aos autos comprovantes de realização de viagem ao exterior. Porém, os documentos revelam que o início da viagem marítima (cruzeiro) deuse em 25/4/2014, quando já estava em curso o prazo para interposição do recurso voluntário, não caracterizando a hipótese causa suspensiva ou interruptiva do lapso temporal (fls. 106/107). 12. De qualquer maneira, independentemente das datas de início e término da viagem, dentro do território nacional ou internacional, os prazos processuais para impugnar ou recorrer, no âmbito do processo administrativo fiscal, são tidos como peremptórios e preclusivos, porque definidos em normas cogentes as quais independem da vontade das partes. 12.1 Permitir que o particular possa alterar, a seu talante, o termo "a quo" e/ou o termo "ad quem" da contagem dos prazos seria contrário aos princípios de ordem pública inerentes ao processo administrativo. 1 Nesse sentido, entre outros, o Acórdão nº 108.06.254, da relatoria do Conselheiro Mário Junqueira Franco Júnior, publicado em 18/10/2000. Eis sua ementa: INTIMAÇÃO ENVIADA AO DOMICÍLIO FISCAL – REGULARIDADE – A intimação por via postal considerase perfeita quando o AR tenha sido encaminhado para o domicílio fiscal do contribuinte, ainda que recebido pelo porteiro. INTEMPESTIVIDADE – Não se toma conhecimento do mérito do recurso interposto fora do trintídio legal. Recurso parcialmente conhecido e negado. Fl. 222DF CARF MF Impresso em 10/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 10/07/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 19/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assin ado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 19985.721224/201373 Acórdão n.º 2401004.402 S2C4T1 Fl. 223 6 13. Mesmo que se cogitasse a aplicação subsidiária do Código de Processo Civil, veiculado pela Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015, o impedimento para a prática do ato processual no prazo legal, conforme previsto no art. 223, exige motivo alheio à vontade da parte, consequência de fato ou evento imprevisto. Transcrevo, "in verbis": Art. 223. Decorrido o prazo, extinguese o direito de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à parte provar que o não realizou por justa causa. § 1º Consideráse justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário. § 2º Verificada a justa causa, o juiz permitirá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar. 14. Cuidase, como se vê, de caso fortuito ou motivo de força maior, a justificar a medida excepcional de aceitarse a prática do ato além do prazo legal, o que não é a hipótese contida nos autos. 15. Em suma, suplantado o permissivo legal, ausente o requisito extrínseco da tempestividade. Portanto, reputo inadmissível o recurso voluntário de fls. 99/102 e dele não tomo conhecimento. Conclusão Ante o exposto, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, por intempestivo. É como voto. Cleberson Alex Friess Relator Fl. 223DF CARF MF Impresso em 10/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 10/07/201 6 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 19/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assin ado digitalmente em 10/07/2016 por CLEBERSON ALEX FRIESS
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Numero do processo: 19515.721434/2013-06
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 03 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri May 27 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
APURAÇÃO PELO LUCRO ARBITRADO. IMPRESTABILIDADE DA ESCRITA CONTÁBIL. NÃO COMPROVAÇÃO
O arbitramento do lucro é uma medida extrema, só aplicável quando não há possibilidade de apurar o imposto o por outro regime de tributação, não podendo ser aplicado como penalidade. Improcede o arbitramento do lucro, quando as razões elencadas pela fiscalização não são determinantes para fundamentar e comprovar a imprestabilidade da escrituração contábil. Correta a decisão da DRJ.
Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2008
TRIBUTAÇÃO REFLEXA. DECORRÊNCIA.
Insubsistindo as matérias fáticas que ensejaram o lançamento matriz (IRPJ), igual sorte colhe o auto de infração lavrado por mera decorrência, tendo em vista o nexo causal existente entre eles.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2008
MULTA DE OFÍCIO AGRAVADA. NÃO ATENDIMENTO ÀS INTIMAÇÕES. OBSTRUÇÃO À FISCALIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
O agravamento da multa de ofício, em função do não atendimento pelo interessado no prazo marcado, chegando ao patamar de 112.5%, tem sua essência no fato de restar caracterizada a obstrução do contribuinte ao feito fiscal. Caso contrário, se a interessada comparece e traz pelo menos em parte, durante o procedimento fiscal, a documentação solicitada, a qual ainda serviu de base para a imputação tributária, faz com que não se sustente.
Numero da decisão: 1402-002.177
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
Leonardo de Andrade Couto - Presidente.
Demetrius Nichele Macei - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Gilberto Baptista, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Demetrius Nichele Macei, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Roberto Silva Junior e Fernando Brasil De Oliveira Pinto, ausente o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone
Nome do relator: DEMETRIUS NICHELE MACEI
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IMPRESTABILIDADE DA ESCRITA CONTÁBIL. NÃO COMPROVAÇÃO O arbitramento do lucro é uma medida extrema, só aplicável quando não há possibilidade de apurar o imposto o por outro regime de tributação, não podendo ser aplicado como penalidade. Improcede o arbitramento do lucro, quando as razões elencadas pela fiscalização não são determinantes para fundamentar e comprovar a imprestabilidade da escrituração contábil. Correta a decisão da DRJ. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2008 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. DECORRÊNCIA. Insubsistindo as matérias fáticas que ensejaram o lançamento matriz (IRPJ), igual sorte colhe o auto de infração lavrado por mera decorrência, tendo em vista o nexo causal existente entre eles. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008 MULTA DE OFÍCIO AGRAVADA. NÃO ATENDIMENTO ÀS INTIMAÇÕES. OBSTRUÇÃO À FISCALIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA. O agravamento da multa de ofício, em função do não atendimento pelo interessado no prazo marcado, chegando ao patamar de 112.5%, tem sua essência no fato de restar caracterizada a obstrução do contribuinte ao feito fiscal. Caso contrário, se a interessada comparece e traz pelo menos em parte, durante o procedimento fiscal, a documentação solicitada, a qual ainda serviu de base para a imputação tributária, faz com que não se sustente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 72 14 34 /2 01 3- 06 Fl. 36818DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso de ofício nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Leonardo de Andrade Couto Presidente. Demetrius Nichele Macei Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Leonardo de Andrade Couto (Presidente), Gilberto Baptista, Leonardo Luis Pagano Goncalves, Demetrius Nichele Macei, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Roberto Silva Junior e Fernando Brasil De Oliveira Pinto, ausente o Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Fl. 36819DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.721434/201306 Acórdão n.º 1402002.177 S1C4T2 Fl. 36.819 3 Relatório Tratase de recurso de ofício de decisão da Delegacia de Julgamento do Rio de Janeiro que julgou PROCEDENTE EM PARTE impugnação aos autos de infração de IRPJ (fls. 34.372/34.387), no valor de R$ 23.564.286,25 e da CSLL (fls. 34.389/34.401), no valor de R$ 10.347.509,19, acrescidos da multa de ofício agravada de 112,5% e dos juros de mora. A decisão recorrida restou assim ementada: "ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008 NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Deixa de se declarar a nulidade do auto de infração quando sua confecção encontrase perfeita e dentro das exigências legais. DECADÊNCIA. AUSÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. No caso dos tributos submetidos à sistemática do lançamento por homologação, aplicase a regra prevista no art. 173, inciso I, do CTN, quando não há pagamento antecipado, extinguindose em cinco anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, o direito do Fisco de proceder à constituição do crédito tributário. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 APURAÇÃO PELO LUCRO ARBITRADO. IMPRESTABILIDADE DA ESCRITA CONTÁBIL. NÃO COMPROVAÇÃO O arbitramento do lucro é uma medida extrema, só aplicável quando não há possibilidade de apurar o imposto o por outro regime de tributação, não podendo ser aplicado como penalidade. Improcede o arbitramento do lucro, quando as razões elencadas pela fiscalização não são determinantes para fundamentar e comprovar a imprestabilidade da escrituração contábil. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2008 TRIBUTAÇÃO REFLEXA. DECORRÊNCIA. Insubsistindo as matérias fáticas que ensejaram o lançamento matriz (IRPJ), igual sorte colhe o auto de infração lavrado por mera decorrência, tendo em vista o nexo causal existente entre eles. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008 MULTA DE OFÍCIO AGRAVADA. NÃO ATENDIMENTO ÀS INTIMAÇÕES. OBSTRUÇÃO À FISCALIZAÇÃO. INOCORRÊNCIA. Fl. 36820DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 O agravamento da multa de ofício, em função do não atendimento pelo interessado no prazo marcado, chegando ao patamar de 112.5%, tem sua essência no fato de restar caracterizada a obstrução do contribuinte ao feito fiscal. Caso contrário, se a interessada comparece e traz pelo menos em parte, durante o procedimento fiscal, a documentação solicitada, a qual ainda serviu de base para a imputação tributária, faz com que este agravamento não se sustente. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Exonerado" 1. Segundo a fiscalização, o contribuinte deduziu indevidamente do Lucro Real despesas com brindes, doações, outras despesas não operacionais e ainda excluíu indevidamente da base de cálculo do imposto reversões de provisão, a titulo de COFINS, no valor total de aproximadamente 27 milhões de reais; tais condutas geraram uma redução no prejuizo fiscal apurado pelo contribuinte de R$ (92.688.497,27) para R$ (65.512.266,31). 2. Em seguida, identifica a autoridade fiscalizadora inúmeras contas de Razão, por exemplo, que foram objeto de manipulações, objetivando indevidas alterações no Balanço Patrimonial e nos Demonstrativos do Resultado de 31/12/2008; essas manipulações foram realizadas nas contas representativas de Direitos e Obrigações da sociedade (contas patrimoniais) e de Resultado (Despesas e Receitas), de modo a ajustar seus saldos aos objetivos da administração. 4. Tais ajustes seriam sempre através de uma conta de despesa que não tem saldo significativo, que por ocasião do lançamento da despesa propriamente dita, é agregada indevidamente de diversos outros lançamentos de partida e contrapartida débito e crédito de outras contas contábeis, de modo a realizar os ajustes desejados. 3. Tais irregularidades, consideradas pelo fisco como vícios insanáveis na escrita contábil do período de janeiro a dezembro de 2008, impuseram a desclassificação da Escrita do Contribuinte e o Arbitramento do Resultado. 4. Finalmente as autuações sofreram o agravamento das multas em 50%, de acordo com o § 2°, inciso II do caput do art. 44 da Lei n° 9.430/1996. Segundo a fiscalização, embora repetidamente alertado nos Termos de Intimação, o contribuinte atrasou com freqüência a apresentação dos documentos requeridos nas intimações, conforme comprovam os freqüentes Pedidos de Prorrogação, atendidos ou não dentro do prazo solicitado; recusouse ainda a interessada a atender diversas intimações, resultando na lavratura de Termo de Embaraço de Ação Fiscal, em 20/12/2012, o que provocou o atendimento das intimações pendentes, fato que somente ocorreu a partir de 26/02/2013, quando um novo Representante Legal foi nomeado para atender esta fiscalização; A decisão da DRJ examinou os argumentos da fiscalização e, mesmo confirmando alguns, exonerou o crédito tributário em sua totalidade, por entender que o critério do arbitramento não continha fundamento, o que acabou por tornar insubsistente todo o auto de infração. Desta conclusão, sobreveio o presente recurso de oficio. Este é o relatório. Fl. 36821DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.721434/201306 Acórdão n.º 1402002.177 S1C4T2 Fl. 36.820 5 Voto Conselheiro Demetrius Nichele Macei Os fundamentos da autuação encontramse dispostos no Relatório Fiscal (fls. 34.602/34.655). Destes fundamentos, destaco aqueles que foram o cerne da controvérsia, bem como os que foram julgados improcedentes pela DRJ. Considero que, por uma questão de objetividade, os argumentos de defesa apresentados pelo contribuinte e não acatados em primeira instância (no caso a decadência e nulidade formal do auto de infração), não são objeto de reforma em sede de Recurso de Ofício, uma vez que, já adiantando meu posicionamento, concluo pelo improvimento do presente recurso. Dentre as modalidades permitidas para a apuração do IRPJ e da CSLL está aquela em que o lucro, base da incidência deste tributo/contribuição, é arbitrado pela própria pessoa jurídica ou, de ofício, pela fiscalização. O instituto do arbitramento, como se sabe, não é penalidade, é forma lícita de tributação e, como tal, quando utilizado pelo fisco requer máxima cautela. É o último recurso, de que se serve, após esgotadas todas as possibilidades de apuração do lucro real. Tem o fisco à faculdade de arbitrar o lucro quando sua escrita fiscal se mostra imprestável, devendo, portanto, comprovar que as falhas apontadas se constituem fatos que camuflam expressivos fatos tributáveis que, indiscutivelmente, impedem a quantificação do resultado do exercício. Com precisão, a decisão da DRJ seleciona trechos do trabalho de fiscalização que apontam no sentido contrário da escolha deste método extremo de apuração do lucro. Vejamos: "Nos itens II e III do Relatório Fiscal "Dos Elementos Obtidos Diretamente dos Arquivos Magnéticos da RFB" e do "Resultado da Fiscalização", respectivamente, afirma o fisco (fls. 805/815), em resumo, que: II (...) 15) Diversas informações foram obtidas diretamente nos meios magnéticos da Receita Federal do Brasil e utilizados na presente fiscalização, entre os quais: a) DIPJ dos anoscalendário de 2008 e 2009; b) SPED Contábil de 2008; c) DIRF 2008; d) SAPLI e FAPLI. III Do Resultado da Fiscalização: 16) No ano examinado de 2008, optou pela Tributação com base no Lucro Real, obrigandose a efetuar a escrituração contábil fiscal de conformidade com os Fl. 36822DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 6 artigos 251, 252, 253, 255, 257, 258, 260, 261, 261 e 263 do RIR/1999 (aprovado pelo Decreto n° 3.000/1999), ou seja, a correta escrituração dos livros fiscais e contábeis, bem como a conservação dos documentos que suportam os respectivos registros contábeis; 20) Inúmeras contas do Razão foram objeto de manipulações, objetivando indevidas alterações no Balanço Patrimonial e nos Demonstrativos de Resultado; (...) b.2) Como exemplos das contas usadas como "cavalo dos lançamentos", ou seja, as contas "de partida" ou "de contrapartida" para promoverem os "ajustes" (manipulações) nas outras contas patrimoniais e/ou de resultado, relacionamos as seguintes (vide demonstrativos detalhados dos lançamentos assim classificados no Anexo 01); (...) Como se pode verificar pela análise do Anexo 01, os "ajustes" foram lançados com o objetivo de manipular os reais saldos das Contas Patrimoniais e de Resultado, revela evidentes vícios na escrita contábil, tornandoa imprestável para a determinação do Lucro Real; Tais irregularidades, consideradas por esta fiscalização como vícios insanáveis na Escrita Contábil do período de janeiro a dezembro de 2008, impõe a desclassificação da Escrita Contábil do contribuinte e o arbitramento do resultado, de acordo com o artigo 530, inciso II, etra b do RIR/1999." Os trechos acima levam a crer que muitas das conclusões da fiscalização se deram com base nos registros contábeis e fiscais mantidos e apresentados pelo contribuinte. Outro problema é que a fiscalização não aprofunda a investigação. Limitase a afirmar, sem detalhar e especificar ou mesmo intimar o contribuinte, a informar a motivação pelas quais poderia haver manipulação do resultado através da sua contabilidade e não inferir de pronto pela imprestabilidade da escrita. As intimações realizadas, em que pese os pedidos de prorrogação solicitados pela interessada, estavam atreladas às contas de despesa e que serviram de base para a alteração do prejuízo fiscal e da base negativa do período, que inclusive constam no Relatório Fiscal, mas que na verdade, diante do Lucro Arbitrado apurado pelo fisco, não houve qualquer reflexo nos autos de infração ora lavrados, como bem se pode notar do próprio instrumento de lançamento de IRPJ (fls. 34.388) e de CSLL (fls. 34.402), bem como do FAPLI e do FACS preenchidos (fls. 34.367 e 34.371). Verificase in casu que o fisco depreendeu, diante das análises efetuadas nas contas contábeis da interessada, que teriam havido manipulações e alterações significativas no resultado do período de apuração (anocalendário de 2008), sem que tivesse sido realizada uma intimação sequer acerca de tais fatos diretamente observados quando do exame dos arquivos magnéticos fornecidos e existentes nos sistemas da Receita Federal do Brasil. Fl. 36823DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 19515.721434/201306 Acórdão n.º 1402002.177 S1C4T2 Fl. 36.821 7 Não bastasse isso, ainda há o detalhe, não menos importante, de que as demonstrações financeiras do contribuinte foram auditadas por auditoria externa independente, de renome internacional. Consta no processo que a empresa Deloite, Touche e Tomatsu auditores independentes emitiu parecer de auditoria nos seguintes termos: "3. EM nossa opinião, a s demonstrações finance iras re fer idos no parágrafo 1 representam adequadamente, em todos os a spec tos re levantes, a. posição patr imonia l e financeira , ind ividual e consol idada da BSH Continenta l E le trodomést icos Ltda. EM 31 de dezembro de 2008, o resul tado de suas operações, a s mutações da insuf ic iênc ia pa tr imonial (contro ladora} e os f luxos de caixa referentes ao exercíc io f indo naquela d ia estão de acordo com as prát i cas contábe is adotadas no Brasi l . 4 . Anteriormente, examinamos as demonstrações financeiras consolidadas referentes ao exercício f indo em 31 de dezembro de 2007, compreendendo o balanço patr imonial e as demonstrações do resultado, das mutações do patr imônio l íquido (controladora) e das origens e aplicações de recursos daquele exercício, sobre as quais emitimos parecer sem ressalva, datado de 31 de janeiro de 2008, Conforme mencionado nas notas explicativas n° 2 e nQ 27, as prát icas contábeis adotadas no Brasil foram alteradas a part ir de 01 de janeiro de 2008. para as demonstrações financeiras referentes ao exercício findo em 31 de dezembro de 2007, apresentadas em conjunto com as demons trações financeiras de 2008, foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasi l vigentes a té 31 de dezembro de 2007 e, como permitido pelo Pronunc iamento Técnico CPC 13 Adoção Inicial da Leí n° 11.638/07 e da Medida Provisór ia n° 449/08 , não es tão sendo reapresentadas com os ajustes para f ins de comparação en tre o s exerc idos. 5 . A demonstração dos fluxos de caixa correspondente a o exercício findo em 31 dê dezembro de 2007 f preparada em conexão com as demonstrações f inanceiras do exercício de 2008 r fo i submet ida ao s mesmos p rocedimentos de audi toria descri tos no parágrafo 2 a , em nossa opinião , esta apresentada adequadamente , em todos os aspectos re levantes, em relação às demonstrações f inanceiras mencionadas no parágrafo 4, tomadas em conjunto." Bastante razoável então presumir e concluir, diante do parecer dos auditores independentes relativo ao exercício em questão, que a contabilidade do contribuinte estava minimamente apta para utilização pela fiscalização, como de fato acabou sendo em diversos aspectos. Ademais, é mais que sabido no meio de auditorias independentes, o rigor com que empresas desse porte tratam companhias em recuperação judicial, como o caso do contribuinte. Fl. 36824DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 8 Como bem observou a e. relatora em primeira instância e aqui reterase, o arbitramento é medida de exceção extrema, sendo aplicável apenas como último recurso para a apuração do imposto devido. Ou seja, o arbitramento do lucro é utilizado quando fica comprovado, de forma inequívoca, que os livros contábeis e fiscais são imprestáveis, e que não há outra solução para que seja possível a determinação do crédito tributário devido. Aliás é neste mesmo sentido a jurisprudência desta turma julgadora: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2002, 2004 ARBITRAMENTO. MEDIDA EXTREMA. Ficam sujeitos ao arbitramento do lucro, medida extrema e excepcional de auditoria, os contribuintes cuja escrituração contiver deficiências que a tornem imprestável para determinar o lucro real. (Acórdão 1402001.743. Rel. Carlos Pelá) Assim, tendo em vista as inconsistências observadas no Relatório Fiscal e a ausência de pressupostos investigativos que tivessem o condão de descaracterizar indubitavelmente a escrituração levada a efeito pela interessada para o anocalendário de 2008, entendo ser correta, para este caso concreto, a decisão da DRJ que entendeu incabível a apuração do lucro sob a forma arbitrada, o que prejudicou todos os demais itens do auto, em virtude da iliquidez e incerteza dos débitos apurados. Nestas condições, voto pela manutenção integral do acórdão a quo e conseqüentemente a improcedência do presente Recurso de Ofício. É o meu voto. Demetrius Nichele Macei Relator Fl. 36825DF CARF MF Impresso em 27/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/05/2016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 25/05/2 016 por DEMETRIUS NICHELE MACEI, Assinado digitalmente em 26/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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Numero do processo: 13603.904384/2011-55
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 03 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon May 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006
DESPACHOS E DECISÕES. NULIDADE. REQUISITOS ESSENCIAIS. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
Tendo sido regularmente oferecida a ampla oportunidade de defesa, com a devida ciência dos despachos e decisões, e não provada violação das disposições previstas na legislação de regência, restam insubsistentes as alegações de cerceamento do direito de defesa e de nulidade dos despachos e decisões.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2006
DIREITO CREDITÓRIO. SALDO NEGATIVO. RECONHECIMENTO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO.
Há que se reconhecer o direito creditório decorrente de saldo negativo de IRPJ na medida em que comprovadas as parcelas de composição do crédito informadas no PERDCOMP.
Numero da decisão: 1402-002.176
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os pedidos de sobrestamento do julgamento, as preliminares de nulidade do despacho decisório e da decisão recorrida; e, no mérito, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito à utilização das estimativas nos meses de janeiro (R$ 733.660,77) e julho (R$ 697,58) de 2006 na composição do saldo negativo desse ano-calendário, homologando-se as compensações pleiteadas até o limite do crédito reconhecido.
(assinado digitalmente)
LEONARDO DE ANDRADE COUTO - Presidente.
(assinado digitalmente)
FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, GILBERTO BAPTISTA, LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES, DEMETRIUS NICHELE MACEI, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, ROBERTO SILVA JUNIOR e FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO.
Nome do relator: FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR
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NULIDADE. REQUISITOS ESSENCIAIS. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Tendo sido regularmente oferecida a ampla oportunidade de defesa, com a devida ciência dos despachos e decisões, e não provada violação das disposições previstas na legislação de regência, restam insubsistentes as alegações de cerceamento do direito de defesa e de nulidade dos despachos e decisões. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2006 DIREITO CREDITÓRIO. SALDO NEGATIVO. RECONHECIMENTO. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO. Há que se reconhecer o direito creditório decorrente de saldo negativo de IRPJ na medida em que comprovadas as parcelas de composição do crédito informadas no PERDCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os pedidos de sobrestamento do julgamento, as preliminares de nulidade do despacho decisório e da decisão recorrida; e, no mérito, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer o direito à utilização das estimativas nos meses de janeiro (R$ 733.660,77) e julho (R$ 697,58) de 2006 na composição do saldo negativo desse anocalendário, homologandose as compensações pleiteadas até o limite do crédito reconhecido. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 90 43 84 /2 01 1- 55 Fl. 224DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 225 2 LEONARDO DE ANDRADE COUTO Presidente. (assinado digitalmente) FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: LEONARDO DE ANDRADE COUTO, GILBERTO BAPTISTA, LEONARDO LUIS PAGANO GONCALVES, DEMETRIUS NICHELE MACEI, FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, ROBERTO SILVA JUNIOR e FERNANDO BRASIL DE OLIVEIRA PINTO. Fl. 225DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 226 3 Relatório SHV GÁS BRASIL LTDA recorre a este Conselho contra decisão de primeira instância proferida pela 4ª Turma da DRJ Belo Horizonte/MG, pleiteando sua reforma, com fulcro no artigo 33 do Decreto nº 70.235 de 1972 (PAF). Por pertinente, transcrevo o relatório da decisão recorrida (verbis): “A interessada apurou no anocalendário de 2006 saldo negativo de IRPJ, utilizandoo nas declarações de compensação relacionadas às fls. 14. A composição do crédito foi demonstrada na DCOMP no 17047.19618.030209.1.7.021508 (fls. 2/10). Da análise eletrônica das compensações declaradas, resultou o reconhecimento parcial do crédito pleiteado, conforme Despacho Decisório de fls. 11, assim fundamentado: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação do imposto devido e a apuração do saldo negativo, verificouse: PARCELAS DE COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO INFORMADAS NO PER/DCOMP PARC. CREDITO [...] RETENÇÕES FONTE PAGAMENTOS ESTIM.COMP. SNPA [...] DEM.ESTIM. COMP SOMA PARC. CRÉD. PER/DCOMP [...] 204.949,68 12.999.821,89 734.358,35 [...] 11.696.105,61 25.635.235,53 CONFIRMAD AS [...] 204.949,68 12.999.821,89 0,00 [...] 9.340.028,29 22.544.799,86 Valor original do saldo negativo informado no PER/DCOMP com demonstrativo de crédito: R$ 3.200.758,22 Valor na DIPJ: R$ 3.200.758,22 Somatório das parcelas de composição do crédito na DIPJ: R$ 25.635.235,53 IRPJ devido: R$ 22.434.477,31 Valor do saldo negativo disponível= (Parcelas confirmadas limitado ao somatório das parcelas na DIPJ) – (IRPJ devido) limitado ao menor valor entre saldo negativo DIPJ e PER/DCOMP, observado que quando este cálculo resultar negativo, o valor será zero. Valor do saldo negativo disponível: R$ 110.322,55 O crédito reconhecido foi insuficiente para compensar integralmente os débitos informados pelo sujeito passivo, razão pela qual: HOMOLOGO PARCIALMENTE a compensação declarada no PER/DCOMP: 17047.19618.030209.1.7.021508. NÃO HOMOLOGO a compensação declarada no(s) seguinte(s) PER/DCOMP: 34204.16436.300307.1.3.022961 Valor devedor consolidado, correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 30/09/2011. PRINCIPAL MULTA JUROS Fl. 226DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 227 4 3.085.038,08 617.007,60 1.481.102,71 Para informações sobre a análise de crédito, detalhamento da compensação efetuada e identificação dos PER/DCOMP objeto de análise, verificação de valores devedores e emissão de DARF, consultar o endereço www.receita.fazenda.gov.br, menu “Onde Encontro”, opção “PERDCOMP”, item “PER/DCOMP, Despacho Decisório”. Ciente da decisão em 26/09/2011 (fls. 16), a interessada apresentou, em 26/10/2011, manifestação de inconformidade, às fls. 17/30. Alega que: Em que pese o teor da decisão [...], verificase que a Autoridade Fazendária incorreu em equívoco, posto que não considerou, para fins de apuração do IRPJ no anocalendário de 2006, as estimativas compensadas por meio das Declarações de Compensação que foram instrumentalizadas sob o n°s 28889.89945.011007.1.7.028314, 09121.10728.310806.1.3.020452, e 15583.97733.310706.1.3.57 6064, conforme se depreende pelo detalhamento do crédito, complemento ao Despacho Decisório [...] Afirma ter apresentado manifestações de inconformidade nos processos nos 13603.902450/201152 e 13603.721373/201131, relativos às mencionadas DCOMP, sustentando que: Assim, qualquer premissa que afete o presente caso tomando por base as DCOMP's acima citadas, ainda subjudice em discussão de Manifestações de Inconformidade, gera nulidade do despacho decisório objeto do presente processo, exatamente como ocorrido. Os débitos que foram objeto destas compensações e que compõem as parcelas do crédito relativo ao Saldo Negativo de 2006 estão com sua exigibilidade suspensa, por força da lide administrativa através das manifestações de inconformidade instauradas pela ora Manifestante quanto ao processo de crédito 13603902.450/201152 e, também, quanto ao processo de crédito n° 13603721373/201131, o que não impede, pelo menos até eventual julgamento e decisão administrativa final desfavorável, a possibilidade para o seu aproveitamento junto à Ficha 11 e 12A da DIPJ 2007 (Vide p. f. DOC V, em anexo). Sendo verossímil o direito creditório, a compensação efetuada pela Manifestante não poderá ser obstada em razão de premissas não confirmadas de DCOMP’s não homologadas, que pelo contrário, estão sendo combatidas, mas que foram indevidamente tidas como definitivas pela Autoridade Fazendária, quando da discussão de mérito para a compensação da antecipação das estimativas mensais de IRPJ (anocalendário 2006), em sede de processo tributário administrativo federal. Com fundamento no artigo 2o, § 4o, inciso IV, da Lei nº 9.430, de 1996, argumenta que “a dedução cabível alcança os valores pagos/compensados sob a forma de estimativa.” Após reproduzir o artigo 151 do CTN, o caput do artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, e seus §§ 7o, 9o, 10 e 11, aduz que: A aplicação das mencionadas regras legais impunha à Autoridade Fazendária o dever de aguardar o julgamento da Manifestação de Inconformidade, protocolada junto ao processo administrativo nº. 13603902.450/201152, bem como da Manifestação de Inconformidade protocolada junto ao processo de crédito n° 13603 Fl. 227DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 228 5 721373/201131, para analisar qualquer compensação realizada com base no crédito oriundo do Saldo Negativo de IRPJ para o anobase 2006. Mesmo porque, os débitos inseridos neste processo constituem a antecipação da estimativa mensal de IRPJ referente aos meses de janeiro, junho e julho de 2006, integrando as parcelas deste crédito. Portanto, o Despacho Decisório objeto da presente discussão não pode ser sustentado, em razão de inobservância das regras legais atinentes ao processo administrativo tributário federal, especialmente por desconsiderar a suspensão da exigibilidade de créditos relativos às estimativas de IRPJ compensadas em janeiro, junho e julho/2006. Existe, de forma inexorável, uma relação de interdependência entre a análise do crédito feita quanto às estimativas compensadas de IRPJ nos meses de janeiro e julho/2006, objeto da Manifestação de Inconformidade ofertada nos autos do processo de crédito n° 13603 902.450/201152; e da DCOMP 15583.97733.310706.1.3.576064, relativa à estimativa de IRPJ compensada em junho/2006, objeto da Manifestação de Inconformidade apresentada no processo de crédito n° 13603721373/201131. Assim, necessariamente, não pode haver qualquer indeferimento das compensações objeto do presente processo de crédito que estão interligadas de forma umbilical ao processo de crédito n° 13603 902.450/201152, subjudice e com exigibilidade suspensa, e ao suposto indeferimento parcial da DCOMP 15583.97733.310706.1.3.576064, objeto do processo de crédito n° 13603721373/201131, também subjudice em discussão na esfera administrativa por apresentação de Manifestação de Inconformidade. O despacho decisório que partiu das premissas acima é nulo de pleno direito desde a sua origem, gerando ofensa ao art. 151, III, CTN, e art. 74, Parágrafos 9º, 10 e 11, da Lei n° 9.430/96, por se valer de DCOMP’s não homologadas que são ainda objeto de manifestação de inconformidade para afetar as compensações objeto do presente processo; e por ofensa às garantias constitucionais da Ampla Defesa, Contraditório e Devido Processo Legal. Ressalta que: eventual decisão futura na esfera administrativa definitiva que reconheça que as DCOMP’s objeto dos processos de crédito n°s 13603902.450/201152 e 13603721373/201131 realmente não foram homologadas integralmente, deve gerar a cobrança destes valores apenas nos citados processos de crédito acima, sem acarretar repercussões no presente processo, sob pena de a mesma glosa de crédito por indeferimento de compensações gerar cobrança direta nos processos em que se discute o indeferimento original das compensações (cobrança dos débitos que não tiveram compensação reconhecida), e gerar cobrança indireta neste processo, já que aqueles indeferimentos de compensações de estimativas repercutiu nos presentes autos pela não verificação e reconhecimento integral do saldo negativo de IRPJ declarado em DIPJ e DCOMP’s, sob pena de inadmissível bis in idem. Requer, ao final, a suspensão do julgamento do processo até decisão definitiva nos processos acima mencionados e protesta por todos os meios de prova admitidos. Foram juntados ao processo, entre outros documentos, manifestações de inconformidade interpostas nos processos nos 13603.902450/201152 e 13603.721373/201131 (fls. 42/52 e 53/74); fichas 11 e 12A da DIPJ do exercício de 2007 (fls. 78/82); DCTF (fls. 83/86); Detalhamento do Crédito (fls. 87/88). Fl. 228DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 229 6 É o relatório.” A decisão de primeira instância, representada no Acórdão da DRJ nº 02 41.312 (fls. 1.3181.324) de 29/11/2012, por unanimidade de votos, considerou parcialmente procedente a manifestação de inconformidade. A decisão foi assim ementada. “Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2006 Compensação tributária. Nos termos do artigo 170 da Lei nº 5.172, de 1996, Código Tributário Nacional, somente pode ser autorizada a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2006 Saldo Negativo de IRPJ. O reconhecimento do direito creditório decorrente de saldo negativo de IRPJ depende da comprovação das parcelas de composição do crédito informadas no PERDCOMP.” Contra a aludida decisão, da qual foi cientificada em 16/02/2013 (termo de fl. 135) a interessada interpôs recurso voluntário em 11/03/2013 (fls. 137156) onde repisa os argumentos apresentados em sua impugnação. Ao final requer o que se segue: · O sobrestamento do julgamento até que haja decisão definitiva nos processos de cobrança nº 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, vinculados ao processo de crédito nº 13603.902450/201152; · Caso não seja acolhida a preliminar, que seja provido o recurso para: i) anular o despacho decisório e a decisão recorrida; ou ii) reformar a decisão recorrida para se considerar homologadas as compensações; · Que eventual manutenção de indeferimento das estimativas compensadas de janeiro e julho/2006, objeto dos processos de cobrança nº 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, vinculados ao processo de crédito nº 13603.902450/201152, gerem cobranças apenas nos processos acima citados, mas nunca no presente, sob pena de bis in idem e locupletamento sem causa ao Erário. Em 09/12/2015 esta Turma, por meio da Resolução n 1402000.314, converteu o julgamento em diligência nos termos a seguir transcritos. ... Fl. 229DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 230 7 Pois bem, compulsando os autos dos processos citados, constatase que a interessada, antes da prolação de recursos voluntários, desistiu da lide nos processos nºs 13603.902450/201152, 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193. Vêse, portanto, que os débitos que foram objeto das compensações de estimativas (Dcomp's n°s 28889.89945.011007.1.7.028314 e 09121.10728.310806.1.3.020452) e que compõem as parcelas do crédito relativo ao Saldo Negativo de 2006 (processo de crédito 13603902.450/201152 e processos de cobrança nºs. 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193) não mais estão sub judice, tendo em vista a extinção da lide administrativa através da desistência da interessada antes do julgamento dos recursos voluntários. Nesse sentido, entendo possível que a estimativa mensal do IRPJ integre a composição do Saldo Negativo de IRPJ, passível de restituição ou compensação, desde que tenha havido a sua extinção. Isso porque a Fazenda Pública apenas pode restituir ou compensar valores efetivamente extintos pelo sujeito passivo. Assim, se a antecipação do IRPJ se encontra extinta, podese admitir que ela venha a compor o saldo negativo do IRPJ. Na hipótese que se apresenta nos autos, há que se comprovar se houve, de fato, a quitação das estimativas aventada pela defesa. Por essa razão, proponho a conversão do julgamento da lide em diligência para que se confirme a quitação das estimativas aventada. Em resposta, a Unidade de origem assim se pronunciou, fl. 222. Em atendimento à Resolução nº 1402000.314 da 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária do CARF, foram juntados às fls. 208 a 214 documentos que confirmam o encerramento, por pagamento, dos processos de débitos nºs 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, bem como o encerramento do processo de crédito nº 13603.902450/201152 a eles vinculado. Relativamente à estimativa de IRPJ junho/2006 (R$ 7.037.534,93), compensada por meio da declaração nº 15583.97733.31.07.06.1.3.576310 e tratada no processo de crédito nº 13603.721373/201131, os documentos às fls. 217/221 comprovam que o valor de R$ 6.280.410,14 foi extinto por compensação e o saldo remanescente (R$ 757.124,79), controlado por meio do Processo Administrativo nº 13603.721374/201186, encontrase inscrito em Dívida Ativa da União sob o nº 60.2.13.00201627. Considerando atendida a Resolução acima mencionada e não vislumbrando necessidade de dar ciência ao contribuinte deste Despacho, proponho a devolução do processo ao CARF, para prosseguimento. É o relatório. Fl. 230DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 231 8 Voto Conselheiro Frederico Augusto Gomes de Alencar O recurso voluntário reúne os pressupostos de admissibilidade previstos na legislação que rege o processo administrativo fiscal. Dele, portanto, tomo conhecimento. Do pedido de sobrestamento do julgamento Alega a recorrente, em síntese, que a Autoridade Fazendária incorrera em equívoco, posto não ter considerado, para fins de apuração do IRPJ no anocalendário de 2006, as estimativas compensadas por meio das Declarações de Compensação n°s 28889.89945.011007.1.7.028314, 09121.10728.310806.1.3.020452, e 15583.97733.310706.1.3.576064, e que essa matéria ainda estaria sub judice em diversos processos administrativos, pelo que deveria ser sobrestado seu julgamento deste processo. Para uma melhor compreensão da matéria, transcrevo o trecho do recurso voluntário a ser analisado. "... Vêse, assim, que a Autoridade Fiscal, ao analisar o referido procedimento de compensação, proferiu Despacho Decisório pelo qual homologou parcialmente a compensação objeto da DCOMP n° 4719618.030209.1.7.021508, e indeferiu integralmente a Declaração de Compensação n° 34204.16436.300307.1.3.022961, lastreadas no Saldo Negativo de IRPJ do anobase 2006, baseada no fato de que a soma das parcelas válidas que integram esse crédito, informadas nos PER/DCOMP's, não seriam suficientes à composição do valor pleiteado. Em que pese o teor da decisão acima transcrita, verificase que a Autoridade Fazendária incorreu em equívoco, posto que não considerou, para fins de apuração do IRPJ no anocalendário de 2006, as estimativas compensadas por meio das Declarações de Compensação que foram instrumentalizadas sob o n°s 28889.89945.011007.1.7.028314, 09121.10728.310806.1.3.020452, e 15583.97733.310706.1.3.576064, conforme se depreende pelo detalhamento do crédito, complemento ao Despacho Decisório, vejase: Período de apuração da estimativa compensada N° do Processo/N0 da DCOMP Valor da estimativa compensada PER/DCOMP Valor confirmado Valor não confirmado Justificativa JAN/2006 28839.89945.011007.1 .7.028314 733.660,77 0,00 733.660,77 DCOMP não homologada JUL/2006 09121.10728.310806.1 .3.020452 697,38 0,00 697,58 DCOMP não homologada Total 734.358,35 0,00 734.358,35 Período de apuração da estimativa compensada N° do Processo/Nº da DCOMP Valor da estimativa compensada PER/DCOMP Valor confirmado Valor não confirmado Justificativa JUN/2006 15503.97733.310706.1 .3.576064 7.037.534,93 4.681.457,61 2.356.077,32 DCOMP homologada Fl. 231DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 232 9 Parcialmente Total 7.037.534,93 4.631.457,61 2.356.077,32 Todavia, as Declarações de Compensação que foram instrumentalizadas sob o n°s 28889.89945.011007.1.7.028314. 09121.10728.310806.1.3.020452. foram objeto do Processo de Crédito n° 13603902.450/201152. sendo que, neste processo, em razão do indeferimento inicial das citadas DCOMPs, foi protocolada Manifestação de Inconformidade em 18 de julho de 2011. Quanto a esta manifestação de inconformidade relativa ao processo de crédito n° 13603902.450/201152, nos presentes autos, consta acórdão proferido em 29.11.2012. nos processos de cobrança correlatos de ns. 13603.902815/201149 e 13.603.902816/201193. pelos quais as citadas manifestações foram julgadas improcedente. No entanto, no caso do processo n. 13603.902816/201193. o acórdão foi objeto de intimação à Recorrente apenas em 07.03.13, sendo que será exercido o regular direito de interposição de recurso voluntário, resultando na suspensão da exigibilidade daquele crédito tributário (discussão sobre a compensarão da estimativa de ian/2006), o que afeta a formação do saldo negativo de 2006, objeto de compensação nestes autos !! Para o processo de cobrança n. 13603.902815/201149, seguer houve intimação à recorrente da decisão desfaforável em primeira instância; quando houver, será objeto, também, de recurso voluntário ! Já para a DCOMP n° 15583.97733.310706.1.3.576064, apesar de constar no detalhamento do crédito que fora homologada parcialmente, com valor confirmado de estimativas compensadas de R$ 4.681.457,61, e valor não confirmado de R$ 2.356.077,32, foi objeto de Manifestação de Inconformidade objeto do processo administrativo n° 13603721373/201131, remetido à julgamento na DRJ. Neste julgamento, foi proferida decisão acolhendo em parte a manifestação de inconformidade, determinandose que na aferição do direito creditório, fosse considerada a DIPJ do anobase 1990, para fins de verificação de base de cálculo e pagamento, de modo a apurar créditos referentes à diferença do pagamento do PIS na forma dos Decretos n°s 2.445 e 2.449/88 e a Lei Complementar n° 07/70. Após tal aferição, o valor da estimativa do período de apuração de junho de 2006, extinta por compensação, foi alterado de R$ 4.681.457,61 para R$ 6.280.410,14, sendo este novo valor confirmado para fins de cálculo do saldo negativo do anocalendário de 2006. Em relação à DCOMP n° 15583.97733.310706.1.3.576064, não houve recurso voluntário em face do acórdão que julgou parcialmente procedente a Manifestação de Inconformidade objeto do processo administrativo n° 13603.721373/201131. Logo, percebese que qualquer definição nestes autos está atrelada a uma definição sobre a validade das compensações das estimativas dos meses de janeiro e julho/2006 (DCOMPs n°s 28889.89945.011007.1.7.028314, 09121.10728.310806.1.3.020452, objeto do Processo de Crédito n° 13603 902.450/201152) ainda em julgamento !! Ora, os débitos que foram objeto destas compensações de estimativas e que compõem as parcelas do crédito relativo ao Saldo Negativo de 2006 estão e permanecem subjudice, com sua exigibilidade suspensa, por forca da lide Fl. 232DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 233 10 administrativa através da manifestação de inconformidade instaurada pela ora Recorrente quanto ao processo de crédito 13603902.450/201152 (processos de cobrança ns. 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193), no qual ainda será interposto recurso voluntário no prazo legal contra as decisões administrativas de primeira instância! Assim, como o crédito está com sua exigibilidade suspensa, pelo menos até eventual julgamento e decisão administrativa final desfavorável, existe a possibilidade para o seu aproveitamento junto à Ficha 11 e 12A da DIPJ 2007. Portanto, o mais correto na presente situação era o julgador administrativo de primeira instância ter sobrestado o presente processo, enquanto se chega a uma conclusão final no processo de crédito n° 13603902.450/2011 52 (processos de cobrança n°s 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193) Entretanto, contrariando a lógica e, até, regras básicas processuais para se evitar decisões conflitantes, os ilmos. Julgadores de primeira instância preferiram dar andamento e julgar o presente caso, tendo acolhido parcialmente a manifestação de inconformidade apresentada, apenas no que pertine ao reconhecimento de decisão parcialmente favorável nos autos do processo de crédito n° 13603.721373/201131. Assim, reconheceram que o valor da estimativa do período de apuração de junho de 2006, extinta por compensação, foi alterado de R$ 4.681.457,61 para R$ 6.280.410,14. sendo este novo valor confirmado para fins de cálculo do saldo negativo do anocalendário de 2006. Todavia, em relação às estimativas compensadas através das Dcomp's n°s 28889.89945.011007.1.7.028314, 09121.10728.310806.1.3.020452, relativas aos meses de janeiro e iulho/2006, respectivamente, asseveraram que já teria havido decisões em 29.11.2012 nos processos de cobrança ns 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, julgando improcedentes as manifestações de inconformidade, vinculadas ao Processo de Crédito n° 13603 902.450/201152. Por tal razão, os julgadores entenderam que não houve o reconhecimento da validade das compensações das estimativas em questão (janeiro e julho de 2006), não podendo elas comporem o saldo negativo do ano de 2006, impactando, então, na diminuição do crédito utilizado nestes autos, tendo como consequência a não homologação parcial das compensações objeto destes autos. Vejase, ilmos. Conselheiros, que a data da decisão da prolação do acórdão dos presentes autos 29.11.2012 é a mesma em que ocorreu o julgamento dos processos de cobrança n°s 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, pela mesma turma julgadora da DRJ !! Neste contexto, a ora Recorrente interpõe o presente recurso voluntário, de modo a demonstrar a necessidade de que a presente demanda aguarde o resultado final do julgamento dos processos de cobrança n°s 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193. vinculados ao processo de crédito n° 13603.902.450/201152! Bem como para que seja anulada ou reformada a decisão recorrida, de modo a ser reconhecida a validade das estimativas compensadas enquanto estiverem com sua exigibilidade suspensa; ou, ainda, para que eventual homologação daquelas compensações das estimativas não gere cobrança em duplicidade nos processos de cobrança supracitados e no presente processo. Fl. 233DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 234 11 ..." Pois bem, compulsando os autos dos processos citados, constatase que a interessada, antes da prolação de recursos voluntários, desistiu da lide nos processos nºs 13603.902450/201152, 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193. Quanto aos processos nºs 13603.902450/201152 e 13603.902815/201149, às fls. 133/134 dos autos deste último encontrase o Despacho da 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária da 1ª Seção deste Conselho com a desistência da discussão por adesão ao parcelamento, vejase os termos: "... que optou por quitar, à vista, o débito fiscal oriundo do processo administrativo de crédito n° 13603.902450/201152 e processo administrativo de cobrança em referência, através da adesão, na forma da Lei n° Lei 12.865/13, a reabertura do Programa Especial de Parcelamento de que trata a Lei n° 11.941/09, conforme DARF pago (com reduções legais) no valor de R$ 1.059.772,98 (um milhão, cinquenta e nove mil, setecentos e setenta e dois reais e noventa e oito reais), ora anexado. ..." Quanto ao processo nº 13603.902816/201193, às fls. 129/132 daquele PAF encontrase o Despacho da 1ª Seção deste Conselho com a desistência da discussão por adesão ao parcelamento. Vêse, portanto, que, os débitos que foram objeto das compensações de estimativas e que compõem as parcelas do crédito relativo ao Saldo Negativo de 2006 (processo de crédito 13603902.450/201152 e processos de cobrança nºs. 13603.902815/2011 49 e 13603.902816/201193) não mais estão subjudice, tendo em vista a extinção da lide administrativa através da desistência da interessada antes do julgamento dos recursos voluntários. Perde, pois, o objeto o pedido de sobrestamento do julgamento pleiteado. Da preliminar de nulidade do despacho decisório e da decisão recorrida Como já mencionado, o reconhecimento parcial do crédito pleiteado pela interessada resultou da não confirmação das seguintes parcelas componentes do saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2006: estimativas compensadas com saldos negativos de períodos anteriores e demais estimativas compensadas, conforme informações contidas no Detalhamento do Crédito, a fls. 87/88, a seguir reproduzidas. Período de Nº do Processo/ Valor da Valor Valor não Justificativa apur. da Nº da DCOMP Estimativa confirmado confirmado estimativa compensada compens. PER/DCOMP JAN/2006 28889.89945.011007.1.17.02 733.660,77 0,00 733.660,77 DCOMP não homolog. 8314 JUN/2006 15583.97733.310706.1.3.57 7.037.534,93 4.681.457,61 2.356.077,32 DCOMP homol.parcialm. 6064 JUL/2006 09121.10728.310806.1.3.02 697,58 0,00 697,58 DCOMP não homolog. 0452 Total 7.771.893,28 4.681.457,61 697,58 Fl. 234DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 235 12 Argumenta a recorrente que as decisões que não homologaram, ou que homologaram parcialmente, as DCOMP relacionadas acima estão sendo contestadas e, com isto, o Despacho Decisório ora impugnado seria nulo por ter sido emitido antes da apreciação definitiva das compensações. Em que pese não haver mais decisão sub judice, conforme já analisado neste voto, há que se esclarecer que, nos termos do artigo 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, são nulos apenas os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa, hipóteses não verificadas no presente processo. As decisões (impugnada e recorrida) foram emitidas por autoridades competentes. Não houve cerceamento do direito de defesa. A descrição dos fatos que determinaram a não homologação da compensação declarada se mostrou detalhada o suficiente para propiciar à manifestante apresentar suas razões de defesa, demonstrando ter pleno conhecimento das razões que levaram ao não reconhecimento de seu direito creditório e à procedência parcial de sua manifestação de inconformidade. Rejeito, pois, a preliminar de nulidade suscitada. Do mérito Como já reportado, os débitos que foram objeto das compensações de estimativas (Dcomp's n°s 28889.89945.011007.1.7.028314 e 09121.10728.310806.1.3.02 0452) e que compõem as parcelas do crédito relativo ao saldo negativo de 2006 (processo de crédito 13603902.450/201152 e processos de cobrança nºs. 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193) não mais estão subjudice, tendo em vista a extinção da lide administrativa através da desistência da interessada antes do julgamento dos recursos voluntários. Ademais, em resposta à diligência determinada por esta Turma, a Unidade de origem, à fl. 222, confirma o encerramento, por pagamento, dos processos de débitos nºs 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, bem como o encerramento do processo de crédito nº 13603.902450/201152 a eles vinculado. Vejase o excerto daquele documento. Em atendimento à Resolução nº 1402000.314 da 4ª Câmara/2ª Turma Ordinária do CARF, foram juntados às fls. 208 a 214 documentos que confirmam o encerramento, por pagamento, dos processos de débitos nºs 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193, bem como o encerramento do processo de crédito nº 13603.902450/201152 a eles vinculado. Relativamente à estimativa de IRPJ junho/2006 (R$ 7.037.534,93), compensada por meio da declaração nº 15583.97733.31.07.06.1.3.576310 e tratada no processo de crédito nº 13603.721373/201131, os documentos às fls. 217/221 comprovam que o valor de R$ 6.280.410,14 foi extinto por compensação e o saldo remanescente (R$ 757.124,79), controlado por meio do Processo Administrativo nº 13603.721374/201186, encontrase inscrito em Dívida Ativa da União sob o nº 60.2.13.00201627. Considerando atendida a Resolução acima mencionada e não vislumbrando necessidade de dar ciência ao contribuinte deste Despacho, proponho a devolução do processo ao CARF, para prosseguimento. Fl. 235DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 13603.904384/201155 Acórdão n.º 1402002.176 S1C4T2 Fl. 236 13 Com efeito, entendo que, a partir de sua extinção, a estimativa mensal do IRPJ pode integrar a composição do saldo negativo de IRPJ passível de restituição ou compensação. Assim, tendo em vista que, no caso concreto, os débitos que foram objeto das compensações de estimativas (Dcomp's n°s 28889.89945.011007.1.7.028314 e 09121.10728.310806.1.3.020452) se encontram extintos (processo de crédito 13603.902450/201152 e processos de cobrança nºs. 13603.902815/201149 e 13603.902816/201193), nada obsta que esses venham a compor as parcelas do crédito relativo ao saldo negativo de 2006. Pelo exposto, Voto por rejeitar os pedidos de sobrestamento do julgamento e as preliminares de nulidade do despacho decisório e da decisão recorrida para, no mérito, dar provimento ao recurso para reconhecer o direito creditório decorrente das estimativas de janeiro e julho de 2006 (respectivamente nos valores de R$ 733.660,77 e 697,58), que compõem o saldo negativo daquele anocalendário e homologar as compensações pleiteadas até o valor do direito creditório reconhecido. (assinado digitalmente) Frederico Augusto Gomes de Alencar Relator Fl. 236DF CARF MF Impresso em 16/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por FREDERICO AUGUSTO GOMES DE ALENCAR, Assinado digitalmente em 16/05/2016 por LEONA RDO DE ANDRADE COUTO
score : 1.0
Numero do processo: 11128.001733/98-47
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 1997
Ementa:
ERRO MATERIAL.
As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita existentes na decisão deverão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, mediante prolação de um novo acórdão.
Embargos acolhidos
Numero da decisão: 9303-003.440
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento aos embargos de declaração, para retificar o acórdão embargado, nos termos do voto do Relator.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente.
Gilson Macedo Rosenburg Filho - Relator.
EDITADO EM: 24/03/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos (Substituto convocado), Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO
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As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita existentes na decisão deverão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo, mediante prolação de um novo acórdão. Embargos acolhidos Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento aos embargos de declaração, para retificar o acórdão embargado, nos termos do voto do Relator. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente. Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator. EDITADO EM: 24/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos (Substituto convocado), Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen (Substituto convocado), Rodrigo da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 17 33 /9 8- 47 Fl. 255DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2016 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 4/03/2016 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO 2 Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Cuidam os presentes autos de embargos de declaração opostos pela Alfândega da Receita Federal do Brasil no Porto de Santos SP, em face do Acórdão CSRF/0306.039, de 08 de setembro de 2008. Em brevíssima síntese, afirma o embargante que há contradição entre a ementa do julgado e o dispositivo do voto condutor da decisão. O relator concluiu seu voto no sentido de dar provimento ao recurso apresentado pela Fazenda Nacional. O Colegiado concordou, pelo voto de qualidade, deu provimento integral ao recurso. Acontece que na ementa do julgado e no último parágrafo do voto condutor, constou que a multa de lançamento de oficio proporcional ao Imposto de Importação deveria ser afastada, em vista de a mercadoria ter sido corretamente descrita, um descompasso com o dispositivo adotado pelo Colegiado. O Despacho de Admissibilidade de Embargos de Declaração (fls. 246/249), concluiu em acolher os aclaratórios propostos pela Autoridade Administrativa incumbida da execução do Acórdão, entendendo existir contradição no julgado, pois, a ementa, tensionase com o disposto no dispositivo do voto. É o relatório. Voto Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho. Esse é um caso típico de erro na confecção do acórdão, que, antes da edição do Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011, poderia ser sanado por um simples despacho do Presidente da Turma. Acontece que com o advento do art. 67 do citado decreto, os erros de escrita existentes na decisão só poderão ser sanados mediante prolação de um novo acórdão. Em respeito ao Decreto, acolho os embargos e voto no sentido de retificar a ementa e o último parágrafo do corpo voto condutor do Acórdão CSRF/0306.039, de 08 de setembro de 2008, excluindo da decisão partes estranhas e contraditórias ao dispositivo do voto, prevalecendo a posição do Colegiado registrada na "ATA DA 1049ª SESSÃO ORDINÁRIA" e devidamente publicada. Assim, voto no sentido de excluir do voto condutor do acórdão em recurso especial o último parágrafo, infra citado, cujo erro material parece patente, inclusive, por referirse à recurso voluntário: "Pelo exposto e em observância ao disposto no Ato Declaratório Cosit no. 10/97, que considero aplicável em face da descrição do produto em relação ao apurado em laudo técnico, dou provimento parcial ao recurso voluntário para excluir a multa de oficio sobre Imposto de Importação." Fl. 256DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2016 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 4/03/2016 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11128.001733/9847 Acórdão n.º 9303003.440 CSRFT3 Fl. 256 3 No mesmo sentido, voto pela exclusão da parte da ementa que se refere à multa, cujo erro material novamente mostrase patente, referindose à multa administrativa (30%), quando, na verdade, sendo o caso, deveria tratar de multa de ofício (75%), passando a ementa retificada ao seguinte teor: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO –II Exercício: 1997 CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE MERCADORIA. Confirmado através de laudo do LABANA que o produto "pdinitrosbenzeno a base de 36% em presença de 64% de solvente xileno", de nome comercial "CM1", assim descrito na Declaração de Importação pela Recorrente, tratase de fato de uma "preparação composta de pdinitrosobenzeno e de 1,4 benzoquinona dioxima, na forma de dispersão em xileno", a fiscalização corretamente o reclassificou do código NBM/SH 2904.20.0100 e NCM 2904.20.90 para o código NBM/SH 3823.90.9999 e NCM 3823.90.49. RECURSO ESPECIAL PROVIDO." É como voto. Sala de sessões, 23/02/2016 Gilson Macedo Rosenburg Filho Relator. Fl. 257DF CARF MF Impresso em 04/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2016 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 2 4/03/2016 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 13804.000537/2005-89
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed May 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004
MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUSÊNCIA. INCORREÇÃO. CONTROLE INTERNO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE.
O Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) é instrumento de controle interno da Administração. A ausência de emissão ou e emissão com incorreção não eivam de nulidade o lançamento efetuado em decorrência do procedimento fiscal, pois não maculam a competência da autoridade fiscal.
NULIDADE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CASOS. OUTRAS IRREGULARIDADES.
As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são aquelas arroladas no art. 59 do Decreto no 70.235/1972 (vinculadas a incompetência e a cerceamento de defesa). Fora destes casos, conforme art. 60 do mesmo decreto, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio.
VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO.
A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.
PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA.
Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco.
Numero da decisão: 3401-003.131
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente Substituto.
ROSALDO TREVISAN - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida (suplente), Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2004 a 31/03/2004 MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. AUSÊNCIA. INCORREÇÃO. CONTROLE INTERNO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) é instrumento de controle interno da Administração. A ausência de emissão ou e emissão com incorreção não eivam de nulidade o lançamento efetuado em decorrência do procedimento fiscal, pois não maculam a competência da autoridade fiscal. NULIDADE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CASOS. OUTRAS IRREGULARIDADES. As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são aquelas arroladas no art. 59 do Decreto no 70.235/1972 (vinculadas a incompetência e a cerceamento de defesa). Fora destes casos, conforme art. 60 do mesmo decreto, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROBSON JOSÉ BAYERL - Presidente Substituto. ROSALDO TREVISAN - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida (suplente), Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vice-presidente).
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AUSÊNCIA. INCORREÇÃO. CONTROLE INTERNO. NULIDADE DO LANÇAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. O Mandado de Procedimento Fiscal (MPF) é instrumento de controle interno da Administração. A ausência de emissão ou e emissão com incorreção não eivam de nulidade o lançamento efetuado em decorrência do procedimento fiscal, pois não maculam a competência da autoridade fiscal. NULIDADE. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CASOS. OUTRAS IRREGULARIDADES. As nulidades no processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário são aquelas arroladas no art. 59 do Decreto no 70.235/1972 (vinculadas a incompetência e a cerceamento de defesa). Fora destes casos, conforme art. 60 do mesmo decreto, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio. VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 4. 00 05 37 /2 00 5- 89 Fl. 412DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 2 diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. ROBSON JOSÉ BAYERL Presidente Substituto. ROSALDO TREVISAN Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Robson José Bayerl (presidente substituto), Rosaldo Trevisan, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Eloy Eros da Silva Nogueira, Waltamir Barreiros, Fenelon Moscoso de Almeida (suplente), Elias Fernandes Eufrásio (suplente) e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco (vicepresidente). Relatório Versa o presente sobre Pedido de Ressarcimento (PER) de saldo credor da Contribuição para o PIS/PASEP, na sistemática da não cumulatividade, relativo a receitas de exportação do primeiro trimestre de 2004, no valor de R$ 5.640.885,16 (fls. 2/3)1, complementado pelas Declarações de Compensação (DCOMP) relacionadas às fls. 263/264, em diversos processos administrativos. No Parecer de fls. 263 a 271, que embasa o Despacho Decisório (DD) proferido em 02/09/2009 (fls. 272 a 274), informase que: (a) iniciados os procedimentos de reexame, com a devida autorização,a empresa foi intimada a apresentar documentos e responder a intimações e reintimações, mas, após cinco meses da primeira intimação, só apresentou escrituração contábil em meio magnético e diversas cópias de contas de energia elétrica de fevereiro de 2004, tendo sido lavrado auto de embaraço à fiscalização; (b) em processo administrativo anterior (de no 19679.006025/200323), também houve negativa de apresentação de documentos e ausência de resposta a intimações, inviabilizando a verificação do crédito pleiteado; (c) a interessada deve manter a documentação comprobatória de seus registros, conforme art. 195 do Código Tributário Nacional (CTN), e cabe a ela a prova dos fatos constitutivos do direito de crédito que pleiteia; (d) nas declarações examinadas foram verificados pontos que requerem maior detalhamento (v.g., indicação de aquisições de insumos de pessoa física, aquisições de controlada), mas após dez intimações a contribuinte não logrou comprovar a maior parte do crédito pleiteado (apenas as despesas de energia elétrica e as devoluções de vendas foram passíveis de verificação pela fiscalização); (d) a não apresentação dos documentos solicitados implica o indeferimento do direito creditório e a não homologação 1 Todos os números de folhas indicados nesta decisão são baseados na numeração eletrônica da versão digital do processo (eprocessos). Fl. 413DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.000537/200589 Acórdão n.º 3401003.131 S3C4T1 Fl. 413 3 das compensações vinculadas, sendo considerado procedente pela fiscalização o crédito de R$ 154.993,86, que foi utilizado integralmente para desconto de parte do débito de Contribuição para o PIS/PASEP apurado no 1o trimestre de 2004. Ciente do despacho decisório em 08/09/2008 (AR à fl. 276), a empresa apresenta Manifestação de Inconformidade em 25/09/2009 (fls. 278 a 299), sustentando, em síntese, que: (a) o procedimento fiscal é nulo, pois não foi observado o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), que estabelecia apenas o endereço da impugnante como o local indicado para a realização dos trabalhos, e várias das intimações foram feitas por apenas um dos fiscais encarregados, não havendo ainda menção no MPF a eventual delegação de competência da DERAT/SP pára a DRF/Araçatuba; (b) o procedimento é ainda nulo porque o MPF deveria ter sido emitido pelo Superintendente da RFB; (c) o despacho decisório é nulo porque constitui um ato normativo que foi emitido por autoridade incompetente (chefe da SAORT de Araçatuba), e só o Delegado da DERAT/SP poderia emitilo, em função do domicílio da requerente, sendo indelegável a competência, conforme art. 13 da Lei no 9.784/1999; (d) não houve intimação da empresa para se manifestar sobre o fim da instrução, conforme estabelece o art. 44 da Lei no 9.784/1999; (e) os fiscais receberam os documentos solicitados e, ao invés de solicitar novos esclarecimentos, emitiram parecer denegando o crédito; (f) não obstante a vontade da recorrente em fornecer os documentos solicitados, a fiscalização agiu sem razoabilidade e contrariando diversos dispositivos legais constantes da Lei no 9.784/1999; (g) a empresa reitera sua intenção de apresentar todos os documentos fiscais e esclarecimentos que se fizerem necessários; (h) o despacho decisório é nulo porque não existe legislação garantindo a possibilidade de indeferimento do Pedido de Ressarcimento pelo motivo descrito em seu texto; (i) a empresa é uma das maiores do setor do agronegócio brasileiro, e entendeu a fiscalização que não teria nenhum crédito da contribuição no período, mesmo havendo flagrante demonstração da existência das operações e interesse da empresa em apresentar documentos fiscais; (j) o crédito foi negado totalmente como e a empresa não adquirisse insumos para sua produção, havendo erro e falta de motivação necessária para a validade jurídica do despacho decisório; (k) o levantamento fiscal foi precário, desconsiderando documentos da empresa, e violando a ampla defesa e a verdade material; (l) a empresa, no mérito, junta alguns documentos na manifestação de inconformidade, afirmando que vários outro, por serem em grande quantidade, estão disponíveis em seu estabelecimento; (m) houve homologação tácita do direito de ressarcimento (e das compensações); e (n) no ressarcimento deve ser assegurada atualização pela Taxa SELIC. Por fim, demanda perícia e diligência para que seja constatada a existência do direito creditório, e junta à impugnação os seguintes documentos: (a) procuração (fls. 300/301), comprovante de inscrição no CNPJ (fl. 302), alteração de contrato social (fls. 303 a 314), cópia de ciência do despacho decisório (fl. 315), planilha de "apuração de PIS" (fl. 316), "resumo para apuração de ICMSentradas" (fls. 317 a 321), e cópias de DACON (fls. 322 a 324). Na decisão de primeira instância, proferida em 27/08/2010 (fls. 328 a 341), a DRJ acorda unanimemente pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos: (a) as intimações devem ser efetuadas no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (b) o MPF constitui mera ordem administrativa para execução de atividades, e eventuais irregularidades em seu preenchimento ou emissão não possuem o condão de afastar ou anular o lançamento; (c) no caso concreto nem haveria necessidade de emissão de MPF, e não há previsão para que todos os auditores encarregados tenham que assinar as intimações; (d) a Lei no 9.784/1999 é de aplicação apenas subsidiária ao processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário, regido pelo Decreto no 70.235/1972; (e) a transferência de competências está expressamente prevista no regimento Fl. 414DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 4 interno da RFB; (f) a prova do direito de crédito, no caso, incumbe à recorrente, e a RFB pode condicionar o crédito à comprovação mediante documentação hábil, conforme art. 24 da Instrução Normativa SRF no 460/2004, vigente à época do pedido; (g) a empresa foi intimada por diversas vezes a apresentar documentos e esclarecimentos, havendo, por duas oportunidades, diligência na sede da empresa, para obter documentos (sem sucesso, visto que o representante da empresa alegava que não dispunha dos elementos requeridos); (h) as parcelas de crédito para as quais foi possível a fiscalização atestar liquidez e certeza foram concedidas; (i) os documentos apresentados na impugnação (cópias quase ilegíveis do livro de entrada e de DACON) não estavam entre os solicitados pela fiscalização; (j) a empresa teve tempo e oportunidades suficientes para apresentar os documentos; (k) não houve decadência, não tratando tal instituto de documentos para comprovar saldo credor, nem homologação tácita das DCOMP; e (l) diante do exposto, revelase desnecessária a realização de diligência ou perícia. Após ciência ao acórdão de primeira instância (AR à fl. 344) em 27/10/2010, apresentase o recurso voluntário de fls. 345 a 363 (em 23/11/2010), que se limita a reproduzir o teor da manifestação de inconformidade anteriormente interposta. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, relator O recurso apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Praticamente todos os argumentos da recorrente são em sede preliminar, restando quase nada a discutir sobre o mérito do despacho decisório. Sobre as alegações referentes ao Mandado de Procedimento Fiscal (em relação ao endereço da empresa, ou a quem o assina, ou ainda sobre que assina intimações), não se observa nenhum descumprimento das normas que regem a matéria. Por certo, por exemplo, que as intimações podem ser assinadas por apenas um dos fiscais encarregados (da mesma forma que a manifestação de inconformidade interposta pela empresa pode ser assinada por apenas um dos advogados mencionados na procuração, e o recurso voluntário por outro dois advogados). Não há nenhuma previsão nas normas que regem o MPF para que todos os fiscais tenham que assinar em conjunto todos os documentos (o que beiraria o absurdo com a mesma intensidade da obrigatoriedade, digase, inexistente, de que todos os advogados mencionados na procuração tenham que assinar todas as peças processuais). A recorrente parece não compreender a finalidade do MPF. É necessário aqui, de início, aclarar que a competência do AuditorFiscal, seja para o exame ou a apreensão de documentos, seja para levar a cabo qualquer outro procedimento fiscal, não deriva de norma infralegal, mas de lei. Fl. 415DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.000537/200589 Acórdão n.º 3401003.131 S3C4T1 Fl. 414 5 Assim, o AuditorFiscal da RFB, autoridade administrativa de que trata, v.g., o art. 142 do CTN (mencionado pelo julgador de piso), tem competência legal para (art. 6o, I, “c” da Lei no 10.593/2002) “executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados”. Reparese que o art. 6o da referida Lei não possibilita que o Poder Executivo em ato infralegal retire ou mitigue a competência, consentindo somente com a regulamentação das competências ali estabelecidas (art. 6o, § 3o da Lei no 10.593/2002). O Mandado de Procedimento Fiscal é um instrumento de controle administrativo, e não um documento que atribua competência (e nem poderia, pois a competência já foi legalmente atribuída). Na interpretação do Decreto que inova no ordenamento jurídico disciplinando o Mandado de Procedimento Fiscal, poderseia trilhar dois caminhos. O primeiro é o de que estabeleceram as normas infralegais condição de validade do ato administrativo, mitigando ou retirando (em verdade, transferindo ao administrador de plantão) a competência do AuditorFiscal legalmente estabelecida. Essa linha, que parece ser adotada na defesa da recorrente (ao entender que somente determinada autoridade pode assinálo, ou que deve indicar o endereço "a" ou "b"), encontra numerosos obstáculos de ordem legal e constitucional, pois está a restringir a lei, alterando atribuições por ela estabelecidas, sem autorização, em prejuízo do Poder Público (e até do Erário). Não se tem dúvidas que tal linha levaria à conclusão pela ilegalidade (e, inclusive, pela inconstitucionalidade) dos Decretos instituidores do MPF. É corolário da hermenêutica que entre as interpretações de determinado ato normativo, deve prevalecer a que não conduza ao absurdo, à ilegalidade, ao abuso, ao desrespeito a atos de hierarquia superior. E é nesse sentido, alicerçado pelo art. 26A do Decreto no 70.235/1972 (que impede o julgador de negar vigência a decreto sob fundamento de inconstitucionalidade), que se busca interpretação que não afronte o sistema ao qual tal norma é vinculada. Assim, para que os decretos que tratam do MPF sejam tidos como legais e constitucionais, devem ser lidos não como mitigadores ou saqueadores de competência, mas como instrumento de controle da Administração, de caráter interna corporis. É desta forma que o MPF tem sido encarado unanimemente de forma recorrente por este CARF, inclusive pela Câmara Superior de Recursos Fiscais: “NULIDADE. IRREGULARIDADES NA EMISSÃO DE MPF. INOCORRÊNCIA. O Mandado de Procedimento Fiscal é simples instrumento de controle interno da Administração Tributária, não se constituindo em elemento essencial de validade do correspondente auto de infração. Também aí entendese pertinente o posicionamento do julgador a quo, que esclareceu que o MPF é um instrumento interno de planejamento e controle das atividades fiscais, e eventuais irregularidades em seu trâmite não invalidam o auto de infração decorrente do procedimento fiscal relacionado.” 2 2 CARF, Acórdão 1401000.740, 4a Câmara, 1a Seção, Rel. Cons. Fernando Luis Gomes de Matos, unanimidade, Sessão de 15.mar.2012. Fl. 416DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 6 “MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL. O MPF é ato interna corporis de controle interno e eventuais vícios são consideradas meras irregularidades, que não têm efeito de contaminar de nulidade o crédito constituído pelo lançamento de ofício.” 3 “MPF. AUSÊNCIA DE NULIDADE. O MPF Mandado de Procedimento Fiscal é instrumento de controle administrativo e de informação ao contribuinte. Eventuais omissões ou incorreções do MPF não são causa de nulidade do auto de infração” 4 “MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF Eventual irregularidade na emissão do MPF ou o descumprimento do prazo previsto no MPF para realização da ação fiscal não induzem a nulidade do ato jurídico praticado pelo auditor fiscal pois o MPF é mero instrumento de controle da atividade fiscal e não um limitador da competência do agente público.” 5 “NORMAS PROCESSUAIS MPF MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL NULIDADE DO LANÇAMENTO. O MPF é instrumento de controle administrativo e eventual irregularidade em sua emissão não tem o condão de trazer nulidade ao lançamento. Não pode se sobrepor ao que dispõe o Código Tributário Nacional acerca do lançamento tributário, e aos dispositivos da Lei n° 10.593/2002, que trata da competência funcional para a 1avratura do auto de infração.” 6 Acrescentese, a título de esclarecimento, que tal figura (MPF) nem mais existe em nosso ordenamento, tendo sido o Decreto no 3.724/2001 substancialmente alterado pelo Decreto no 8.303/2014, que passou a tratar não de um “mandado” (denominação que veio a gerar grande parte da confusão perceptível nos autos), mas de um “termo de distribuição” do procedimento fiscal. Improcedentes, assim, as alegações de nulidade atreladas ao MPF, suscitadas na peça de defesa. Faz confusão ainda a recorrente sobre a norma de estatura legal que regula o processo de determinação e exigência de créditos tributários (Decreto no 70.235/1972), ao reiteradamente invocar a Lei no 9.784/1999 para tratar de delegação de competência normativa e nulidades, ou para impor restrições inexistentes na norma específica sobre o tema em análise. No processo administrativo de determinação e exigência de crédito tributário, as hipóteses de nulidade estão arroladas no art. 59 do Decreto no 70.235/1972 (vinculadas a incompetência e a cerceamento de defesa). Fora destes casos, conforme art. 60 do mesmo decreto, as irregularidades, incorreções e omissões não importarão em nulidade, sendo sanadas quando resultarem em prejuízo ao sujeito passivo, salvo se por este ocasionadas, ou se não influírem na solução do litígio. 3 CARF, Acórdão 1801001.018, 3a Turma Especial, 1a Seção, Rel. Cons. Carmen Ferreira Saraiva, unanimidade, Sessão de 10.mai.2012. 4 CARF, Acórdão 3102001.669, 1a Câmara, 3a Seção, Rel. Cons. Winderley Morais Pereira, unanimidade, Sessão de 27.nov.2012. 5 CARF, Acórdão 2403002.353, 3a Câmara, 2a Seção, Rel. Cons. Carlos Alberto Mees Stringari, unanimidade, Sessão de 20.nov.2013. 6 CSRF, Acórdão 9101001.798, Rel. Cons. Marcos Aurélio Pereira Valadão, maioria, Sessão de 19.nov.2013. Fl. 417DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.000537/200589 Acórdão n.º 3401003.131 S3C4T1 Fl. 415 7 Sobre a competência da autoridade que proferiu o despacho decisório, resta cristalinamente delineada ao início do ato (fl. 272): E o comando do art. 13 da Lei no 9.784/1999 não se aplica ao ato em questão, sendo incabível a interpretação alargada (mesclada com a confusão entre 'norma" e "ato normativo") levada a cabo pela defesa, que levaria a impossibilidade de delegação de qualquer ato, e que gera incompatibilidade entre os próprios inciso do citado art. 13. Não havendo vício de competência, há que se verificar se houve cerceamento de defesa, também alegado pela recorrente. De início, alertese que por mais que a intimação sobre o encerramento da instrução seja providência prevista no art. 44 da Lei no 9.784/1999, e não no Decreto no 70.235/1972, ela existiu no presente processo. Por meio do AR de fl. 144, a recorrente teve ciência do encerramento da fiscalização referente ao primeiro trimestre de 2004. E, durante o contencioso, não houve nenhum ato que impedisse ou dificultasse a defesa da empresa. No entanto, para analisar as alegações de violação à verdade material, de falta de razoabilidade por parte da fiscalização, e verificar de que forma a empresa colaborou com a fiscalização, necessário se faz retornar ao procedimento fiscalizatório, que antecede o contencioso. Dando início aos procedimentos de fiscalização, foi entregue em 19/01/2009 (cf. AR de fl. 70) à empresa a intimação de fls. 67 a 69, na qual são solicitados arquivos digitais e a disponibilização de livros, balancetes e notas fiscais. Sobre os créditos demandados, a fiscalização solicita (fl. 68): Em 09/02/2009 a empresa responde à intimação informando que a documentação solicitada disponibilizaria os documentos em sua sede (fl. 71). Fl. 418DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 8 A fiscalização se dirigiu, então, à sede da empresa, em 19/02/2009 (cf. Termo de fl. 72), mas lá chegando, foi informada pelo procurador de que tais elementos não estavam disponíveis, tendo a empresa sido, então, reintimada: Ao final de tal documento, figura a recordação de que os procedimentos referentes a demanda de crédito são de interesse da empresa, e que a prova do direito a ela incumbe: Como a empresa sequer respondeu à segunda intimação, a fiscalização compareceu novamente à empresa, em 05/03/2009, obtendo CDR que o procurador dizia tratar dos arquivos contábeis do primeiro trimestre de 2004: Quanto às planilhas solicitadas (itens 2 e 3 da primeira intimação), o procurador informou que elas não são elaboradas na matriz, e sim na filial de Lins. Em 23/03/2009 a empresa informa a entrega da planilha referida no item 3 da intimação inicial (fl. 80 a 82). E, em 31/03/2009 ocorre a retenção, pelo fisco, de Livros Díário (fl. 83). Em 14/04/2009, a fiscalização, a o examinar a planilha entregue, detecta que não tende à intimação, e reintima novamente a empresa, agora de forma mais específica (relacionando os documentos detalhadamente às fls. 84 a 87): Fl. 419DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.000537/200589 Acórdão n.º 3401003.131 S3C4T1 Fl. 416 9 Cientificada da intimação em 17/04/2009 (cf. AR de fl. 95), a empresa, em 20/04/2009, demanda prazo adicional de 20 dias para atendimento da intimação (fl. 96), tendo em vista a quantidade de documentos solicitada, que é concedido pela fiscalização (fls. 97/98), estendendo o prazo a 11/05/2009. Em 14/05/2009, a empresa, em resposta à intimação (fls. 101 a 103), faz menção a lançamentos em DACON, e especifica despesas com energia elétrica e financeiras. No mais, responde que: Ainda em 14/05/2009, a fiscalização devolve os Livros Diário e reintima a empresa novamente. Em resposta, em 26/05/2009, a empresa informa que anexa dois CDR com arquivos digitais do período de janeiro a junho de 2004. Em 27/05/2009, é lavrado termo de constatação e reintimação (fls. 108 a 112), no qual a fiscalização novamente demanda detalhadamente documentos, recordando que vários deles já haviam sido solicitados desde a primeira intimação (por exemplo, as planilhas com detalhamento dos bens adquiridos como insumos): Fl. 420DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 10 Ao analisar os dois CDR com arquivos digitais, a fiscalização detectou que algumas pastas estavam "zeradas", e que os arquivos não atendiam ao demandado pela fiscalização, realizando nova intimação, para complementação das informações, em 01/06/2009 (fls. 114 a 116). Cientificada das intimações em 02/06/2009 e 05/06/2009 (AR às fls. 113 e 117), a empresa sequer respondeu a qualquer delas. Não é preciso seguir adiante (e adiante não encontrará o atendimento das intimações pela recorrente) para perceber que, diante do exposto, merece pouca credibilidade a alegação da recorrente, neste momento processual, de que colaborou com a fiscalização, ou de que houve desrespeito à verdade material. Como ensina JAMES MARINS, a verdade material é ladeada pelo dever de investigação (da Administração tributária, que encontra limitações de ordem constitucional), e pelo dever de colaboração (por parte do contribuinte e de terceiros): “As faculdades fiscalizatórias da Administração tributária devem ser utilizadas para o desvelamento da verdade material e seu resultado deve ser reproduzido fielmente no bojo do procedimento e do Processo Administrativo. O dever de investigação da Administração e o dever de colaboração por parte do particular têm por finalidade propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos.” 7 E faltou com seu dever duplamente a recorrente: primeiro, pela inconsistência entre suas próprias declarações e pedidos, destacada pelo fisco, e segundo, pela ausência de apresentação de documentos comprobatórios do crédito, desde a etapa inicial do processo. Reiterese que o ônus probatório em processos desta natureza é da postulante ao crédito. Assim vem reiteradamente decidindo este CARF: “ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. DILAÇÃO PROBATÓRIA. DILIGÊNCIAS. A realização de diligências destinase a resolver dúvidas acerca de questão controversa originada da confrontação de elementos de prova trazidos pelas partes, mas não para permitir que seja feito aquilo que a lei já impunha como obrigação, desde a instauração do litígio, às partes componentes da relação 7 MARINS, James. Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). 6.ed. São Paulo: Dialética, 2012, p.154. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL Processo nº 13804.000537/200589 Acórdão n.º 3401003.131 S3C4T1 Fl. 417 11 jurídica.” (Acórdãos n. 3403002.106 a 111, Rel. Cons. Alexandre Kern, unânimes, sessão de 23.abr.2013) (grifo nosso) “PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos pedidos de compensação/ressarcimento, incumbe ao postulante a prova de que cumpre os requisitos previstos na legislação para a obtenção do crédito pleiteado.” (grifo nosso) (Acórdão n. 3403003.173, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 21.ago.2014) (No mesmo sentido: Acórdão n. 3403003.166, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 20.ago.2014; Acórdão 3403002.681, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânime em relação à matéria, sessão de 28.jan.2014; e Acórdãos n. 3403002.472, 473, 474, 475 e 476, Rel Cons. Rosaldo Trevisan, unânimes em relação à matéria, sessão de 24.set.2013) Não há dúvidas sobre ser o ônus probatório da recorrente, no caso em análise. Não se pode em nome da verdade material promover uma dilação probatória ad infinitum, com conversões em diligência ou demandas de perícia para que a recorrente apresente detalhamentos ou documentos que já deveria ter apresentado desde o início do processo. Daí a importância do disposto no art. 16, § 4o do Decreto no 70.235/1972. Assim, incabível a solicitação de diligência para que a própria recorrente junte ao processo provas que já poderia ter juntado desde o início do contencioso (ou melhor, inclusive antes do contencioso). E a simples leitura dos quesitos apresentados à fl. 364 permite concluir que todos os questionamentos efetuados seriam respondidos a partir de documentos que a recorrente reiteradamente foi intimada, sem sucesso, a apresentar. E a edição do despacho decisório denegando o crédito (digase, parcialmente, porque foram aceitas as poucas comprovações feitas pela recorrente) tem por fundamento exatamente a falta de comprovação do direito, diante da inércia da principal interessada: a recorrente. Por certo que não se pode conceder crédito ao desamparo de prova. Nenhuma ilegalidade, assim, no referido despacho. E a falta de colaboração da recorrente se estende até o presente momento: tanto na manifestação de inconformidade quanto no recurso voluntário há a mesma menção que perseguiu toda a narrativa aqui sintetizada sobre as intimações, de que estariam na empresa, à disposição do fisco. Daí a quase totalidade da defesa calcarse em preliminares. Mesmo no item intitulado "do mérito", em sua peça recursal, vejase o que alega a empresa (fl. 362): Fl. 422DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL 12 Como bem sublinhou a DRJ, sobre os documentos apresentados na manifestação de inconformidade (fl. 339): Em síntese, a recorrente indubitavelmente não fez prova de seu direito de crédito, o que, logicamente, ocasiona a negativa do ressarcimento e a não homologação de compensações vinculadas, corretamente empreendidas pela unidade local. No que se refere às alegações de decadência e homologação tácita, absolutamente genéricas, sem indicação precisa de qual foi exatamente a violação, há que se concordar com o decidido no âmbito da DRJ, não havendo que se falar em decadência na análise do crédito, e destacando que as compensações foram analisadas dentro do período legalmente previsto. Também acordase com o julgamento de piso no que se refere à suspensão da exigibilidade dos débitos que são objeto da compensação, de caráter meramente informativo, assim como no que tange à impossibilidade de ciência em escritório de advocacia, em face de disposição expressa do art. 23 do Decreto no 70.235/1972, que não pode ser afastada por este CARF (conforme Súmula no 2 do tribunal administrativo). Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado. Rosaldo Trevisan Fl. 423DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 29/03/2016 por ROSALDO TREVISAN, Assinado digitalmente em 05/04/2016 por ROBSON JOSE BAYERL
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Numero do processo: 10680.008180/2007-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 08 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Apr 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 08/11/2006
INOVAÇÃO DE TESE NA FASE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE DEVOLUTIVIDADE. DIREITO AO SILÊNCIO. INAPLICABILIDADE. PESSOA JURÍDICA. TEMA DE SEARA PENAL, SEM EFEITO NO PROCEDIMENTO FISCAL/TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. IRRELEVÂNCIA. AUTO DE INFRAÇÃO. FALTA CONFIGURADA EM PERÍODO VÁLIDO. MULTA FIXA DETERMINADA EM LEI. INALTERABILIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE NA SEARA TRIBUTÁRIA, NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2202-003.232
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso em relação aos artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, e, na parte conhecida, negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente).
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(Assinado digitalmente).
Eduardo de Oliveira - Relator.
Participaram, ainda, do presente julgamento, os conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: EDUARDO DE OLIVEIRA
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Recorrente COFEPE COMÉRCIO DE FERRO E PERFILADOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 08/11/2006 INOVAÇÃO DE TESE NA FASE RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. PRECLUSÃO. AUSÊNCIA DE DEVOLUTIVIDADE. DIREITO AO SILÊNCIO. INAPLICABILIDADE. PESSOA JURÍDICA. TEMA DE SEARA PENAL, SEM EFEITO NO PROCEDIMENTO FISCAL/TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. IRRELEVÂNCIA. AUTO DE INFRAÇÃO. FALTA CONFIGURADA EM PERÍODO VÁLIDO. MULTA FIXA DETERMINADA EM LEI. INALTERABILIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. INAPLICABILIDADE NA SEARA TRIBUTÁRIA, NO CURSO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, Por unanimidade de votos, não conhecer do recurso em relação aos artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, e, na parte conhecida, negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente). Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira Relator. Participaram, ainda, do presente julgamento, os conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Junia Roberta Gouveia Sampaio, Paulo Mauricio Pinheiro AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 00 81 80 /2 00 7- 02 Fl. 297DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 297 2 Monteiro, Eduardo de Oliveira, Jose Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Wilson Antonio de Souza Correa (Suplente Convocado), Martin da Silva Gesto, Marcio Henrique Sales Parada. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 298 3 Relatório O presente Processo Administrativo Fiscal – PAF encerra o Auto de Infração de Obrigação Acessória AIOA DEBCAD 37.023.3867, CFL.38, por deixar a empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da justiça ou o titular de serventia extrajudicial, o síndico ou seu representante, o comissário ou o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições previstas na Lei n. 8.212, de 24.07.91, ou apresentar documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira, conforme previsto no art. 33, parágrafos 2. e 3. da referida Lei, combinado com os artigos 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99, conforme Relatório Fiscal do Processo Administrativo Fiscal – PAF, de fls. 05 e 06, com período de apuração de 01/1996 a 05/2006, conforme Mandado de Procedimento Fiscal MPF, de fls. 33 e 34. O sujeito passivo foi cientificado do lançamento, em 13/11/2006, conforme AR, de fls. 252. O contribuinte apresentou sua defesa/impugnação, petição com razões impugnatórias, acostada, as fls. 257 a 259, recebida, em 28/11/2006, acompanhada dos documentos, de fls. 260 a 263. A impugnação foi considerada tempestiva, fls. 264; 265 e 271. O órgão julgador de primeiro grau emitiu o Acórdão Nº 0215.147 8ª, Turma da DRJ/BHE, em 23/05/2007, fls. 272 a 275. O lançamento foi considerado procedente. O contribuinte tomou conhecimento desse decisório, em 02/06/2008, conforme AR, de fls. 281. Irresignado o contribuinte impetrou o Recurso Voluntário, petição de interposição com razões recursais acostadas, as fls. 282 a 287, recebida, em 16/07/2008, desacompanhado de qualquer documento. As razões recursais estão a seguir sumariadas. Mérito. · que o período de fiscalização compreende 01/1996 a 05/2006, portanto em desrespeito aos artigo 45 e 46, da Lei 8.212/91; · que a recorrente usou o seu direito de permanecer em silêncio, pois não tinha mais documentos ou livros relacionados as contribuições previdenciárias para apresentar, bem como já havia demonstrado que Fl. 299DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 299 4 os vendedores não tinham com ela relação não eventual, mas sim com outros empresas, tendo a empresa exibido todos os livros e documentos solicitados, não podendo exibir o que não existe; · que o auto de infração está prescrito até a competência 06/2001, artigo 174, do CTN c/c a Súmula Vinculante Nº 08/2008 · que a presente autuação não observa o que determina o artigo 112, do CTN, não sendo possível a aplicação da multa para o período de 01/1996 a 05/2006, conforme Lei 8.212/91; · Pugna a recorrente pela: a) reforma da decisão a quo, cancelandose o auto de infração, considerandoo insubsistente; b) reconhecimento da insubsistência da autuação; c) reformado o acórdão nº 0215270 8ª Turma DRJ/BHE. A autoridade preparadora reconheceu a tempestividade do recurso, fls. 288. O autos foram remetidos ao Segundo Conselho de Contribuintes, fls. 288. O presente PAF foi sorteado e distribuído a esse conselheiro, em 12/03/2015, lote 01, fls. 290. O contribuinte recorrente apresentou em 05/02/2014, a petição de fls. 293 a 295, suplemento de seu recurso, onde requer, o que consta abaixo descrito. · aplicação da prescrição intercorrente no processo administrativo, nos termos da Lei 9.873/1999, uma vez que o processo está sem movimento a mais de três anos, citando jurisprudência a respeito da matéria, pede que seja declarada a nulidade do lançamento e arquivado os autos. É o Relatório. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 300 5 Voto Conselheiro Eduardo de Oliveira. O recurso voluntário é tempestivo e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade ele merece ser apreciado. Retenção. O presente processo ficou retido e sua solução foi retardada em razão dos recentes acontecimentos que afetaram o normal funcionamento do CARF, situação, absolutamente, fora do alcance do presente conselheiro. Delimitação da Lide. O pedido referente a reforma do Acórdão Nº 0215.270 8ª Turma DRJ/BHE, não cabe ser conhecido nesses autos, uma vez que tal acórdão não se refere a esse processo, pois a questão posta nos autos ao julgamento de primeiro grau foi decidida no Acórdão Nº 0215.147 8ª, Turma da DRJ/BHE, em 23/05/2007, fls. 272 a 275, sendo que apenas, o que decidido no acórdão desses autos foi devolvido ao julgamento desse colegiado, assim indefiro tal pedido, uma vez que a matéria não é pertinente ao processo em julgamento Mérito. A recorrente inova na fase recursal ao apresentar tese não levada ao julgado de primeiro grau, relativamente a suposta violação ao artigo 45 e 46, da Lei 8.212/91. Tal conduta implica que a recorrente inovou na tese jurídica na fase recursal, pois o que alegado na peça vestibular de segundo grau, não foi suscitado em primeiro grau. A uma, porque tal matéria não foi questionada em primeiro grau e assim em relação a ela aplicase os artigos 14, 15 e 17, do Decreto 70.235/72, pois considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada. A duas, por que o conhecimento dessa matéria implicaria supressão de instância. EMEN: AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. 1. EXECUÇÃO DA PENA. SUPERVENIENTE SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. PRETENSÃO DE REDUÇÃO DOS DIAS REMIDOS PERDIDOS. INTERESSE PROCESSUAL NO JULGAMENTO DOS EMBARGOS DECLARATÓRIOS. RECONHECIMENTO. 2. ALEGAÇÃO DE OMISSÃO. VÍCIO NÃO CONFIGURADO. PERDA DOS DIAS REMIDOS. PLEITO DE APLICAÇÃO DA LEI Nº 12.433/11. ÓBICE À ANÁLISE EM SEDE DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INOVAÇÃO RECURSAL E SUPRESSÃO DE Fl. 301DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 301 6 INSTÂNCIA. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. 1. Tendo em conta que ainda persiste o interesse da parte agravante no conhecimento dos embargos de declaração opostos contra acórdão desta eg. Quinta Turma, merece reforma o decisum monocrático que os julgou prejudicados, com a submissão deles ao Órgão Colegiado. 2. O pleito de apreciação da questão referente à revogação dos dias remidos à luz da Lei nº 12.433/11 não foi deduzido na inicial do writ, tampouco enfrentado pelo Tribunal de origem no acórdão do recurso de agravo em execução, tratandose, a um só tempo, de inovação recursal, que impede o conhecimento da matéria neste momento processual, tendo em vista o advento da preclusão consumativa e também de supressão de instância. 3. Agravo regimental provido para, afastada a ausência de interesse, rejeitar os embargos de declaração, com a observação de que caberá à Primeira Instância examinar a questão relativa à retroação benéfica da nova lei. ..EMEN: (AGRHC 201101494878, MOURA RIBEIRO, STJ QUINTA TURMA, DJE DATA:11/12/2013 ..DTPB:.) Ementa: HABEAS CORPUS. OFENSA AO PRINCÍPIO DA COLEGIALIDADE. INOCORRÊNCIA. INTELIGÊNCIA DO ART. 38 DA LEI 8.038/90. IMPETRAÇÃO CONTRA ALEGADA DEMORA DO STJ PARA PROCEDER AO JULGAMENTO DE HC. INEXISTÊNCIA. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Não há falar em ofensa ao princípio da colegialidade, já que a viabilidade do julgamento por decisão monocrática do relator se legitima quando se tratar de pedido manifestamente intempestivo, incabível ou, improcedente ou ainda, que contrariar, nas questões predominantemente de direito, Súmula do respectivo Tribunal (art. 38 da Lei 8.038/1990). Ademais, eventual nulidade da decisão monocrática fica superada com a reapreciação do recurso pelo órgão colegiado, na via de agravo interno. 2. O art. 5º, LXXVIII, da CF assegura, nos âmbitos judicial e administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. Duração razoável é o processo que se desenvolve regularmente, consideradas, ainda, a natureza e a complexidade da causa, bem como a quantidade de demandas em trâmite no órgão judicial. Nessa perspectiva, o exíguo período de tempo que o recurso aguarda julgamento no STJ (agosto de 2014) afasta qualquer alegação de constrangimento ilegal. 3. As alegações de mérito não podem ser conhecidas, já que (a) não foram enfrentadas definitivamente pelo Superior Tribunal de Justiça, dando azo ao óbice da supressão de instância; e (b) só foram suscitadas em sede de agravo regimental, constituindo indevida inovação recursal. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.(HCAgR 125068, TEORI ZAVASCKI, STF.) (destaquei). A três, por que não ocorre a devolutividade da matéria, pois tal não foi levada do conhecimento do julgador a quo, violando o princípio do tantum devolutum quantum apellatum. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 302 7 EMEN: TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. OMISSÃO NÃO CARACTERIZADA. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO. PERÍODO DE 2002 A 2006. INOVAÇÃO RECURSAL. IMPOSSIBILIDADE. 1. Inexiste violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso. 2. O efeito devolutivo expresso nos arts. 505 e 515 do CPC consagra o princípio do tantum devolutum quantum appellatum, que consiste em transferir ao tribunal ad quem todo o exame da matéria impugnada. Se a apelação for total, a devolução será total. Se parcial, parcial será a devolução. Assim, o tribunal fica adstrito apenas ao que foi impugnado no recurso. 3. A alegada violação dos arts. 168, inciso I, e 6º, inciso XIV, da Lei n. 7.713/88, não foi sequer citada nas razões de apelação. Logo, não foi devolvida ao Tribunal de origem, não podendo ser apreciada também em recurso especial por tratarse de inovação recursal. Agravo regimental improvido. ..EMEN:(AGRESP 201402621001, HUMBERTO MARTINS, STJ SEGUNDA TURMA, DJE DATA:21/11/2014 ..DTPB:.) CARF Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2008 a 31/03/2008 PRECLUSÃO. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. CONTESTAÇÃO NO RECURSO VOLUNTÁRIO. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. IMPOSSIBILIDADE. Em conformidade com o regra da preclusão, se a matéria não foi contestada na fase de impugnação ou de manifestação de inconformidade, o recorrente não poderá mais fazêlo em sede recursal, sob pena de supressão de instância e inovação dos fundamentos do julgado recorrido. DESPACHO DECISÓRIO. NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. MOTIVAÇÃO E FUNDAMENTAÇÃO ADEQUADA. IMPOSSIBILIDADE. Não é passível de nulidade, por cerceamento do direito de defesa, o despacho decisório que apresenta motivação e fundamentação adequada da decisão proferida. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. MATÉRIA NÃO RECORRIDA. DECISÃO DEFINITIVA. É considerada definitiva, na esfera administrativa, a parte da decisão de primeira instância na recorrida. Recurso Voluntário Negado. PRO: 10280.900644/201034. Acórdão 3102001.880. Rel. Jose Fernandes do Nascimento. Data 12/08/2013. Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. RECURSO VOLUNTÁRIO. IMPUGNAÇÃO INOVADORA. PRECLUSÃO. No Processo Administrativo Fiscal, dada à observância aos princípios processuais da impugnação específica e da preclusão, todas as alegações de defesa devem ser concentradas na impugnação, não podendo o órgão ad quem se pronunciar sobre matéria antes não questionada, sob pena de supressão de instância e violação ao devido processo legal. DILIGÊNCIA. INFORMAÇÃO Fl. 303DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 303 8 FISCAL COM NATUREZA DE RÉPLICA. PRAZO PARA MANIFESTAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. DEZ DIAS. ART. 44 DA LEI Nº 9.784/99. A lei tributária apenas prevê a devolução de prazo ao sujeito passivo para impugnação quando, e tão somente quando, em razão de exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões das quais resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exação lançada, hipóteses em será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, contemplando tal agravamento da exigência, se for o caso, reabrindose o prazo de impugnação no concernente à matéria agravada. Inexistindo em razão da diligência qualquer agravamento, inovação ou alteração da fundamentação legal do tributo lançado, em atenção ao princípio constitucional da transparência, da informação fiscal deve ser dada ciência ao sujeito passivo, assinalandose o prazo de dez dias para se manifestar nos autos, a teor do art. 44 da Lei nº 9.784/99. GPS. RETIFICAÇÃO. DESDOBRAMENTO EM DOIS DOCUMENTOS OU ALTERAÇÃO DE COMPETÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA. Serão indeferidos pedidos de retificação que versem sobre desdobramento de GPS em dois ou mais documentos ou sobre alteração de campos de GPS referentes a competências incluídas em débito lançado de ofício, cujo pagamento tenha ocorrido em data anterior à constituição do débito, a teor do art. 4º da IN RFB nº 1.265/2012. RELAÇÃO DE CORRESPONSÁVEIS. RELATÓRIO OBRIGATÓRIO DA NOTIFICAÇÃO FISCAL. A inclusão dos sócios na Relação de Corresponsáveis CORESP não tem o condão de os inserir no polo passivo da relação jurídica tributária. Prestase apenas como subsídio à Procuradoria, caso se configure a responsabilidade pessoal de terceiros, na hipótese encartada no inciso III do art. 135 do CTN. Recurso Voluntário Provido em Parte PROC: 36624.000679/200641. Acórdão: 2302002.993. Rel. Arlindo da Costa e Silva. Data 31/03/2014. (os destaques foram feitos por mim). O direito ao silêncio é afeto a esfera penal e busca proteger uma pessoa natural e não uma pessoa jurídica. No presente caso o contribuinte fiscalizado é uma empresa, organização econômica com fins lucrativos e a pessoa jurídica, nos termos do nosso ordenamento jurídico só pode cometer crime ambiental, o que não é o caso dos autos, pois estamos a cuidar inicialmente de um procedimento administrativo fiscalizatório/tributário, direito potestativo do Estado, no qual o contribuinte tem o dever de colaboração, observese as decisões transcritas. EMEN: RECURSO ESPECIAL ALÍNEA "A" TRIBUTÁRIO MANDADO DE SEGURANÇA ADMINISTRADORA DE SHOPPING CENTER EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS ELABORADOS COM BASE NOS RELATÓRIOS DE VENDAS DAS LOJAS ADMINISTRADAS OBRIGATORIEDADE ARTIGOS 195, CAPUT E 197, INCISO III DO CTN. O dever de prestar informações à autoridade fiscal não se restringe ao sujeito passivo das Fl. 304DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 304 9 obrigações tributárias, ou seja, o contribuinte ou responsável tributário, alcançando também a terceiros, na forma prevista em lei. Dispõe o artigo 195, caput do CTN que, "para efeitos da legislação tributária, não têm aplicação quaisquer disposições legais excludentes ou limitativas do direito de examinar mercadorias, livros, arquivos, documentos, papéis e efeitos comerciais ou fiscais dos comerciantes, industriais, ou produtores, ou da obrigação destes de exibilos". Impõe o artigo 197 do mesmo Codex, por seu turno, obrigação a terceiros de fornecer dados que auxiliem a atuação dos auditores fiscais, inserindose, dentre as pessoas jurídicas elencadas, empresas da modalidade da recorrente, administradora das lojas do Shopping Conjunto Nacional, situado nesta capital. Forçoso concluir, dessarte, que não merece censura o v. acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. Como bem ponderou o ilustre revisor da apelação, "a apelante dispõe de documentos comerciais que permitem ao fisco verificar possíveis irregularidades e mesmo evasão fiscal. A sua recusa não é legítima. Pouco importa não seja contribuinte do ICMS. Há obrigação dela em fornecer os documentos. É o que estabelece o art. 197 do CTN, segundo o qual as administradoras de bens caso da impetrante estão obrigadas a prestar, à autoridade administrativa, todas as informações que dispõe quanto aos bens, negócios ou atividades de terceiros". Recurso especial não provido. ..EMEN: (RESP 199900054431, FRANCIULLI NETTO, STJ SEGUNDA TURMA, DJ DATA:03/09/2007 PG:00154 ..DTPB:.). (grifei). EMEN: TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS NÃO OBRIGATÓRIOS. DOCUMENTOS EXISTENTES. ART. 195 CTN. FINALIDADE DE APURAR REGULARIDADE FISCAL. OBRIGAÇÃO DO CONTRIBUINTE. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. Por força do que disposto no art. 195, do CTN, o contribuinte, ainda que não seja obrigado a produzir todos os documentos que possui, quando estes são perqueridos pelo Fisco, tem o dever de apresentálos, sendo eles obrigatórios ou não, visto que pela sua análise é possível verificar irregularidades e até mesmo eventual evasão fiscal. 2. No caso, conforme exposto no acórdão recorrido, "não houve negativa por parte da empresa embargante, de que tal documento existia, agravado ao fato de que, em outra oportunidade, já fora apresentado o mesmo documento" . Assim, não pode a ora agravante eximirse do dever de apresentar a documentação em seu poder, tendo em vista sua obrigação legal de contribuir com a fiscalização tributária. 3. Agravo regimental não provido. ..EMEN: (AGARESP 201401582579, MAURO CAMPBELL MARQUES, STJ SEGUNDA TURMA, DJE DATA:18/11/2014 RDDT VOL.:00234 PG:00161 ..DTPB:.) (destaquei). Fl. 305DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 305 10 O agente fiscal deixa claro em seu relatório fiscal que pela análise das notas fiscais de saída verificou a existência de prestação de serviços de motoristas e vendedores e que em razão disso solicitou os documentos relacionados a essas prestações de serviços, tais como: a) nota fiscal; b) recibos; c) folhas de pagamento, mas que a recorrente apresentou apenas os documentos relativos a duas empresas e a dois trabalhadores, porém de forma parcial e nada fazendo em relação aos demais trabalhadores listados na planilha que acompanhou a solicitação, basta ler a transcrição. Através da análise de notas fiscais de saída (cópias de algumas notas fiscais em anexo) verificouse a existência de prestação de serviços de motoristas e vendedores. Emitiuse, em 23/l0/06, O Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD (cópia em anexo) solicitando a apresentação de notas fiscais de prestação de serviços, recibos e folhas de pagamento relacionadas aos trabalhos executados pelos motoristas e vendedores constantes nestas notas fiscais e relativos às competências da emissão dessas (conforme cópia de planilha do TIAD contendo relação das notas fiscais e nome dos trabalhadores). A empresa apresentou somente notas fiscais (Comercial VM Ltda e Santo Hilário Representações Ltda, relacionadas aos trabalhadores Alemão (Valdomiro) e Thadeu (09/05 a 05/06), e referente a algumas competências, que foram excluídos da planilha abaixo descrita. Em relação aos trabalhadores listados (Planilha Motoristas e Vendedores anexa) a empresa não apresentou nenhum dos documentos solicitados. Como houve a comprovação da prestação do serviço, conforme planilha relatada acima, a empresa deveria apresentar um ou mais dos documentos acima solicitados. Caso a prestação de serviços relacionados aos trabalhadores tenha sido realizada por pessoa jurídica a empresa deveria apresentar notas fiscais e de outro modo, se a prestação de serviços foi executada através de pessoas físicas a empresa deveria apresentar recibos (contribuintes individuais e/ou empregados) e as respectivas folhas de pagamento relacionadas a estes segurados. A empresa não comprovou que os serviços prestados foram realizados por pessoa jurídica e como as próprias notas fiscais de saída mencionada. Uma vez, verificado pelo fisco a possibilidade da ocorrência do fato gerador o contribuinte tem o deve de apresentar os documentos, livros e esclarecimentos solicitados, ficando em caso de recusa como esse, sujeito a sanção prevista em lei, pelo descumprimento de seu dever instrumental. Aliás, a doutrina, também, entende que a regra não se aplica ao campo tributário, observese a transcrição. Conferindo fundamento à ideia de inaplicabilidade do direito ao silêncio no procedimento fiscalizatório, o artigo 145, parágrafo primeiro, da Constituição Federal, combinado com o artigo 195, caput, do Código Tributário Nacional, reforçam os poderes inquisitórios da Administração Tributária, proporcionando Fl. 306DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 306 11 meios aos agentes fiscais para o pleno exercício da função de apurar e mensurar os fatos jurídicos tributários. 1 Dessa forma, fica evidente que a regra excepcional não se aplica, pois não é esse o seu campo de atuação. No que tange a alegação de prescrição da infração até a competência 06/2001, aplicandose o artigo 174, do CTN c/c a Súmula Vinculante nº 08/2008, no presente caso essa questão é irrelevante, o que se esclarecerá abaixo. O presente lançamento cuida de um Auto de Infração por descumprimento de Obrigação Acessória AIOA DEBCAD 37.023.3867, CFL.38, por ter deixado a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições previstas na Lei n. 8.212, de 24.07.91, ou apresentar documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira, conforme previsto no art. 33, parágrafos 2. e 3. da referida Lei, combinado com os artigos 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n. 3.048, de 06.05.99. Assim sendo, basta que uma única falta ocorra e a infração está configurada, o que se pode verificar e confirmar com a observação das planilhas, de fls. 09 a 30, pois ali estão discriminados diversos trabalhadores em diversas competências, estendendose essas pelos anos de 2002; 2003, 2004; 2005 e 2006. Dessa forma, ainda, que se aplique a decadência para as faltas praticadas até 06/2001, a infração e a multa em seu valor aplicado permanecem inalterados, pois essa é de valor fixo determinado pela lei, independendo do número de faltas praticadas. O artigo 112, da Lei 5.172/66 não se aplica ao caso, pois não há dúvidas por parte do fisco, o contribuinte foi legalmente intimado a apresentar documentos, livros ou esclarecimentos e não o fez, descumpriu a lei e seu dever instrumental de colaboração e foi autuado, nada mais. Por fim, a prescrição do artigo 1º, parágrafo 1º, da Lei 9.873/99, não se aplica ao caso, pois a própria lei suscitada pela recorrente em seu artigo 5º, exclui sua aplicação do âmbito tributário, basta ler o que diz o artigo transcrito. Lei 9.873/99 Art. 5o O disposto nesta Lei não se aplica às infrações de natureza funcional e aos processos e procedimentos de natureza tributária. Não fosse isso suficiente a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça STJ é de observação obrigatória no CARF, pois decidida no rito do artigo 543 C, da Lei 5.869/73, observese o aresto colacionado. 1 Mariana Soares de Almeida é advogada do escritório Barros Carvalho Advogados Associados. Disponível em: <http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI201124,11049 Breves+reflexoes+acerca+do+direito+ao+silencio+no+procedimento>. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 307 12 .EMEN: TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO. RECURSO ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TEMA SUBMETIDO AO RITO DO ART. 543C DO CPC. RESP 1.113.959/RJ. IMPOSSIBILIDADE DE PREQUESTIONAMENTO, EM RECURSO ESPECIAL, DE MATÉRIA CONSTITUCIONAL. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial 1.113.959/RJ, submetido ao rito do art. 543C do CPC, firmou o entendimento de que "o recurso administrativo suspende a exigibilidade do crédito tributário, enquanto perdurar o contencioso administrativo, nos termos do art. 151, III do CTN, desde o lançamento (efetuado concomitantemente com auto de infração), momento em que não se cogita do prazo decadencial, até seu julgamento ou a revisão ex officio, sendo certo que somente a partir da notificação do resultado do recurso ou da sua revisão, tem início a contagem do prazo prescricional, afastandose a incidência da prescrição intercorrente em sede de processo administrativo fiscal, pela ausência de previsão normativa específica" (REsp 1.113.959/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, DJe de 11/03/2010). II. Conforme entendimento pacificado, a via especial não se presta à análise de alegação de ofensa à Constituição da República, ainda que para fins de prequestionamento, não sendo omisso o julgado que silencia acerca da questão. III. Agravo Regimental improvido. ..EMEN:(AGARESP 201401195967, ASSUSETE MAGALHÃES, STJ SEGUNDA TURMA, DJE DATA:07/04/2015 ..DTPB:.) (realcei). Nessa linha de raciocínio o CARF sumulou a matéria, o que se demonstra a seguir. Súmula CARF nº 11: Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal. Postos os argumentos acima declinados não há motivos para atender aos pedidos da recorrente. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto pelo não conhecimento do recurso em relação ao artigo 45 e 46 da Lei 8.212/91 e na parte conhecida negarlhe provimento. (Assinado digitalmente). Eduardo de Oliveira. Fl. 308DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10680.008180/200702 Acórdão n.º 2202003.232 S2C2T2 Fl. 308 13 Fl. 309DF CARF MF Impresso em 06/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por EDUARDO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 04/04/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBOSA
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Numero do processo: 10314.728293/2014-17
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 14 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Jul 20 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2011
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS.
A empresa é obrigada a recolher as contribuições a seu cargo.
ALÍQUOTA GILRAT.
A alíquota da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT) é determinada de acordo com a atividade preponderante do contribuinte e o respectivo grau de risco.
FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP.
A partir da competência 01/2010, para apuração e recolhimento da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho (GILRAT), deve ser verificado o Fator Acidentário de Prevenção - FAP aplicável à empresa, que afere seu desempenho, dentro da respectiva atividade econômica, relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos num determinado período e possibilita a redução ou majoração da alíquota de contribuição relativa ao GILRAT.
COMPENSAÇÃO GLOSA.
Serão glosados pelo Fisco os valores compensados indevidamente pelo sujeito passivo
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2202-003.443
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Acompanhou o julgamento o advogado Mauricio da Costa Castagna, OAB/SP nº 325.751.
(assinado digitalmente)
Marco Aurélio de Oliveira Barbosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Martin da Silva Gesto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Rosemary Figueiroa Augusto (Suplente Convocada).
Nome do relator: MARTIN DA SILVA GESTO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2010 a 31/12/2011 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. A empresa é obrigada a recolher as contribuições a seu cargo. ALÍQUOTA GILRAT. A alíquota da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT) é determinada de acordo com a atividade preponderante do contribuinte e o respectivo grau de risco. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO - FAP. A partir da competência 01/2010, para apuração e recolhimento da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho (GILRAT), deve ser verificado o Fator Acidentário de Prevenção - FAP aplicável à empresa, que afere seu desempenho, dentro da respectiva atividade econômica, relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos num determinado período e possibilita a redução ou majoração da alíquota de contribuição relativa ao GILRAT. COMPENSAÇÃO GLOSA. Serão glosados pelo Fisco os valores compensados indevidamente pelo sujeito passivo Recurso Voluntário Negado
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A empresa é obrigada a recolher as contribuições a seu cargo. ALÍQUOTA GILRAT. A alíquota da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT) é determinada de acordo com a atividade preponderante do contribuinte e o respectivo grau de risco. FATOR ACIDENTÁRIO DE PREVENÇÃO FAP. A partir da competência 01/2010, para apuração e recolhimento da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho (GILRAT), deve ser verificado o Fator Acidentário de Prevenção FAP aplicável à empresa, que afere seu desempenho, dentro da respectiva atividade econômica, relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos num determinado período e possibilita a redução ou majoração da alíquota de contribuição relativa ao GILRAT. COMPENSAÇÃO GLOSA. Serão glosados pelo Fisco os valores compensados indevidamente pelo sujeito passivo Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 82 93 /2 01 4- 17 Fl. 874DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Acompanhou o julgamento o advogado Mauricio da Costa Castagna, OAB/SP nº 325.751. (assinado digitalmente) Marco Aurélio de Oliveira Barbosa Presidente. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (Presidente), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada, Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dílson Jatahy Fonseca Neto e Rosemary Figueiroa Augusto (Suplente Convocada). Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto nos autos do processo nº 10314.728293/201417, em face do acórdão nº 0265.407, julgado pela 8ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte (DRJ/BHE) no qual os membros daquele colegiado entenderam por julgar improcedente a impugnação apresentada pela contribuinte. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da DRJ de origem, que assim os relatou: Tratase de Auto de Infração – AI lavrado contra o contribuinte em epígrafe, AI Debcad nº 51.039.5007, no valor de R$ 24.730.213,12, consolidado em 19/11/2014, referente às competências de 01/2010 a 13/2010. Conforme relatório fiscal de fls. 549/573, os valores lançados se referem a contribuições devidas à previdência social, inclusive aquelas destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho (SAT/RAT), cujos recolhimentos não foram comprovados nem declarados por meio de GFIP. Consta, ainda, no relatório fiscal, as informações que seguem. CONTRIBUIÇÃO REFERENTE AO GILRAT O contribuinte tem por objeto social, conforme contrato social, “[...] a prestação de serviços de vigilância e segurança patrimonial privada, segurança pessoal, armada. e/ou Fl. 875DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 10314.728293/201417 Acórdão n.º 2202003.443 S2C2T2 Fl. 875 3 desarmada, escolta armada, inclusive a prestação de serviços de monitoramento eletrônico de segurança [...]”. Pela leitura do Anexo V, do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, com a redação dada pelo Decreto nº 6.957/2009, constatouse que a alíquota RAT aplicável ao contribuinte (sem considerarse o coeficiente FAP) é de 3%. O contribuinte, intimado a apresentar consulta relativa ao coeficiente do Fator Acidentário de Prevenção – FAP com validade para todo o ano de 2010 (divulgado em setembro de 2009 pelo Ministério da Previdência Social – MPS), atendeu a essa e intimação e por meio dela foi possível constatar que o coeficiente FAP aplicável em 2010 era de 1,4562 (conforme anexo I). Durante a realização do procedimento fiscal constatouse que as bases de cálculo (remuneração de segurados empregados e trabalhadores avulsos) declaradas por meio da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações para a Previdência Social – GFIP e as remunerações contidas nas folhas de pagamento são semelhantes (por essa razão, tais bases de cálculo foram utilizadas para apuração das diferenças de contribuição relacionadas ao FAP). Constatouse, contudo, que o contribuinte adotou, declarando por meio de GFIP, o coeficiente FAP como sendo 0,50, para algumas competências, e 1,00, para outras, desconsiderando o coeficiente FAP aplicável ao seu caso de 1,4562. Ao proceder dessa forma, o autuado omitiu parte das contribuições previdenciárias devidas e referentes ao RAT/SAT, relativamente às competências de 01/2010 a 13/2010, que foram objeto do presente lançamento. A fiscalização incluiu no corpo do relatório fiscal, a Tabela I, na qual discriminou, por estabelecimento e competências, os valores de remuneração declarados por meio de GFIP de 01/2010 a 13/2010. Também consta no relatório fiscal a tabela II (item 2.1.13) que contém a apuração, por estabelecimento e competência, da diferença entre as contribuições relativas ao GILRAT considerandose o FAP correto e as contribuições relativas ao GILRAT declaradas por meio de GFIP. Em conformidade com o relatório fiscal, temse como segue. Constatouse, ainda, por meio da comparação entre os valores de base de cálculo declarados por meio de GFIP e os valores de base de cálculo identificados nas folhas de pagamento, que para o estabelecimento com CNPJ 50.844.182/001208, relativamente à competência 12/2010, haviam contribuições não declaradas. Especificamente, o contribuinte transmitiu uma GFIP em 12/8/2011 contendo apenas um segurado, substituindo todas as informações da GFIP que havia sido anteriormente entregues. Na folha de pagamento o total da remuneração paga/creditada Fl. 876DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 4 em dezembro de 2010 foi de R$ 2.347.195,39, tendo sido declarada por meio da última GFIP válida por ocasião do procedimento fiscal, um total de remuneração de R$ 771,54. Por essa razão a diferença entre a base de cálculo contida na folha de pagamento e a declarada por meio de GFIP também foi considerada como base de cálculo da contribuição referente ao GILRAT, conforme demonstrado na tabela III do relatório fiscal. O contribuinte declarou por meio de GFIP compensações que seriam relativas a valores pagos a maior em períodos anteriores. Os valores que o autuado entende como passíveis de compensação estão baseados em um processo nº 35464.008831/200521 que tramitou no âmbito do Ministério da Previdência Social – MPS, por meio do qual solicitou a compensação de valores supostamente recolhidos indevidamente. Nesse processo, o contribuinte declarou que incluiu na base de cálculo das contribuições as seguintes verbas: férias indenizadas, indenizações pagas pela interrupção do contrato de trabalho, abono de férias dos artigos 143 e 144 da CLT, ajuda de custo recebida em decorrência de mudança de local de trabalho, diárias de viagens, adicionais noturno, de hora extra, feriados trabalhados, e adicional de assiduidade, pagos de forma eventual. Requereu, por meio desse processo que fosse autorizada a devolução das contribuições sociais pagas nos últimos dez anos com valor atualizado pela Selic e que não se observasse o limite de 30% para compensação previsto na Lei nº 8.212/1991, artigo 89, § 3º. Constatouse, contudo, que esses pedidos foram indeferidos, conforme ofício 026/21.404.1, exarado pelo Serviço de Orientação da Arrecadação, em 18/5/2005. Dessa feita, procedeuse à glosa das compensações declaradas pelo contribuinte em GFIP cujos valores estão discriminados na tabela IV do relatório fiscal. OUTRAS INFORMAÇÕES A fiscalização indicou na Tabela V do relatório fiscal, por estabelecimento e competência, os valores lançados relativos a diferenças a recolher de RAT e de compensação indevida que foi glosada. Os valores lançados foram identificados nos autos com os seguintes códigos de levantamento: FA – RAT com aplicação FAT correto; FN – RAT com remuneração não declarada em GFIP; GC – Glosa de compensação indevida. O contribuinte foi cientificado da autuação no dia 21/11/2014 conforme assinatura à fl. 574 e apresentou impugnação em 19/12/2014 (fls. 626/644), por meio da qual essencialmente: Fl. 877DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 10314.728293/201417 Acórdão n.º 2202003.443 S2C2T2 Fl. 876 5 Diz que a autuação é desmedida porque não há contribuição a pagar visto que possuía decisão judicial (doc. 03) que lhe permitia excluir da base de cálculo das contribuições previdenciárias, consequentemente do SAT/RAT e terceiros, as seguintes verbas: auxílio pago nos primeiros 15 dias de afastamento do trabalho por doença ou acidente, terço constitucional incidente sobre as férias, aviso prévio indenizado e 13º salario referente ao mês de aviso prévio indenizado. Aduz que por meio de tal sentença foi autorizado a repetir ou a compensar, com a devida correção pela Selic, toda a contribuição que recolheu indevidamente nos últimos dez anos. Cita ementa de Acórdão do TRF da 1ª Região – Ac. Nº 0032261 23.2009.401.3400, na qual constam as seguintes conclusões: não haveria incidência da contribuição previdenciária sobre o terço de férias, sobre os valores percebidos nos primeiros 15 dias de afastamento do trabalho por motivo de doença ou acidente, sobre valores pagos a título de aviso prévio indenizado, inclusive sobre o respectivo 13º salário, e que a compensação das contribuições incidentes sobre a remuneração paga ou creditada a segurados deve ser feita com contribuições destinadas ao custeio da Seguridade Social, sendo aplicável, ainda, as diretrizes do CTN, artigo 170A. Diz que houve flagrante erro da fiscalização ao glosar as compensações. Aponta, ainda, que a decisão judicial atinge de forma direta o lançamento relativo ao FAP/RAT, na medida em que no cálculo da contribuição respectiva foram consideradas verbas que a decisão judicial afastou da incidência das contribuições previdenciárias (terço de férias, 15 dias de afastamento do trabalho por acidente, aviso prévio indenizado e o respectivo 13º salário). Assevera que a contribuição denominada “FAP e RAT” é ilegal e não pode ser exigida. Tece considerações acerca das contribuições para o financiamento da Seguridade Social. Alega que por meio do inciso II do artigo 22 da Lei nº 8.212/1991 também foi criada uma contribuição social complementar usando a mesma base de cálculo da contribuição social geral sobre a folha de salário, sem qualquer autorização constitucional. Disserta sobre essa contribuição e acerca da sua inconstitucionalidade, inclusive, referindose que tal contribuição (SAT/RAT) não foi instituída por lei complementar. Cita jurisprudência. Conclui que o auto de infração é totalmente nulo, pois exige contribuição indevida e porque glosou créditos que, corrigidos, serviriam para liquidar a contribuição devida. PEDIDO Requer seja julgada procedente a impugnação, anulandose a glosa praticada e seja declarado insubsistente o auto de infração Fl. 878DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 6 lavrado. Alternativamente, pede seja determinada diligência para que seja observado o acórdão citado. Protesta pela produção de provas, em especial, a juntada de novos documentos e perícia técnica. O impugnante juntou cópias de documentos (fls. 645/805), dentre as quais: Cópia de decisão judicial da Juíza Federal Ivani Silva da Luz, no âmbito do processo judicial MS 2009.34.00.0328587, impetrado pela autuada, na 6ª Vara – SJDF (fls.750/764), por meio da qual foi deferido parcialmente o pedido de liminar, para suspender a exigibilidade do crédito tributário referente à contribuição social previdenciária incidente sobre as quantias percebidas pelos empregados doentes ou acidentados nos 15 primeiros dias de afastamento que antecedem a concessão de auxíliodoença ou acidente, bem como, sobre aquelas pagas a título de terço constitucional e horas extras Cópia de sentença da Juíza Federal Ivani Silva da Luz, prolatada no dia 30/6/2010, no âmbito do processo judicial MS 2009.34.00.0328587, impetrado pela autuada, na 6ª Vara – SJDF (fls.765/785). Cópia do Acórdão exarado em 1/7/2011, relativo à apelação/reexame necessário da sentença prolatada nos autos do processo nº MS 2009.34.00.0328587 (fls. 786/805). A DRJ de origem entendeu pela improcedência da impugnação apresentada pela contribuinte. Inconformada, a contribuinte apresentou recurso voluntário às fls. 839/855, onde a contribuinte reitera os argumentos apresentados em impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Martin da Silva Gesto Relator O recurso voluntário foi apresentado dentro do prazo legal, reunindo, ainda, os demais requisitos de admissibilidade. Portanto, dele conheço. Os valores lançados se referem a contribuições devidas à previdência social, relativas à glosa de compensação efetuada indevidamente e a contribuições relativas ao GILRAT, apuradas com aplicação do disposto da Lei nº 8.212/1991, artigo 22, inciso II e Lei nº 10.666/2003, artigo 10. Glosa de compensação. Quanto à glosa das compensações efetuadas, a recorrente alega, essencialmente, que possuía decisão judicial que lhe permitiria excluir da base de cálculo das contribuições previdenciárias, consequentemente do SAT/RAT e terceiros, as seguintes Fl. 879DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 10314.728293/201417 Acórdão n.º 2202003.443 S2C2T2 Fl. 877 7 exações: auxílio pago nos primeiros 15 dias de afastamento do trabalho por doença ou acidente, terço constitucional incidente sobre as férias, aviso prévio indenizado e 13º salario referente ao mês de aviso prévio indenizado. Aduziu que, por meio de tal sentença, foi autorizado a repetir ou a compensar, com a devida correção pela Selic, toda a contribuição que recolheu indevidamente nos últimos dez anos. Contudo essas alegações não podem prosperar pelas razões que seguem. A compensação de valores discutidos judicialmente deve obedecer o que determina o CTN, no artigo 170A: Art. 170A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (grifouse) Observase, pela análise das decisões judiciais trazidas aos autos e relativas ao processo nº MS 2009.34.00.0328587, Mandado de Segurança – MS impetrado na 6ª Vara – SJDF (fls. fls.765/785), que o contribuinte está discutindo a incidência de contribuições previdenciárias sobre as seguintes verbas: terço constitucional de férias, valores percebidos nos primeiros 15 dias de afastamento do trabalho por motivo de doença ou acidente, valores pagos a título de aviso prévio indenizado, inclusive sobre o respectivo 13º salário e horas extras. Verificase, com base na cópia de acórdão exarado em 1/7/2011, relativo à apelação/reexame necessário da sentença prolatada nos autos do processo nº MS 2009.34.00.0328587 (fls. 786/805), que o tribunal deu provimento parcial à apelação do contribuinte para declarar a inexigibilidade da contribuição previdenciária sobre o valor pago a título de aviso prévio indenizado e 13º salário correspondente ao mês de aviso e provimento à apelação da União e à remessa oficial, para declarar a exigibilidade da contribuição previdenciária sobre o valor pago a título de horas extras. Constatase, ainda, que o próprio acordão citado na defesa pela recorrente determina a observação do disposto no CTN, artigo 170A. Observase, por meio de consulta efetuada no sítio do Tribunal Regional Federal da 1ª Região Fiscal (fls. 812/815), que na época da realização das compensações, o referido processo ainda não foi definitivamente julgado. Dessa feita, em que pese o fato de haver discussão judicial acerca da incidência de contribuições previdenciárias sobre algumas verbas pagas a empregados, temse que não há nos autos nenhuma decisão judicial que, contrariando a legislação tributária de regência, autorizasse o contribuinte a compensar, durante o ano de 2010, valores decorrentes de discussão judicial ainda não transitada em julgado com contribuições apuradas, conforme ele realizou. Portanto, em conformidade com o dispositivo citado, e em respeito à decisão judicial referida pela recorrente, as compensações, objeto de glosa por meio da autuação tratada no presente processo, foram efetuadas sem que, na oportunidade de sua realização, existissem créditos que lhes amparassem, devendo tais glosas serem mantidas. GILRAT/FAP. Fl. 880DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA 8 Quanto à aplicação do FAP e a apuração das diferenças de contribuição relativas ao GILRAT, o contribuinte alega que a contribuição relativa ao GILRAT e a aplicação do FAP são ilegais e inconstitucionais. Contudo tais alegações não podem prosperar pelas razões que seguem. A Lei nº 8.212/1991 determina que: Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: [...] II para o financiamento do benefício previsto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, e daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos: a) 1% (um por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de acidentes do trabalho seja considerado leve; b) 2% (dois por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado médio; c) 3% (três por cento) para as empresas em cuja atividade preponderante esse risco seja considerado grave. Sendo assim, a alíquota da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (GILRAT) é determinada de acordo com a atividade preponderante do contribuinte e o respectivo grau de risco. Por sua vez, a Lei nº 10.666/2003, estabelece que: Art. 10. A alíquota de contribuição de um, dois ou três por cento, destinada ao financiamento do benefício de aposentadoria especial ou daqueles concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, poderá ser reduzida, em até cinqüenta por cento, ou aumentada, em até cem por cento, conforme dispuser o regulamento, em razão do desempenho da empresa em relação à respectiva atividade econômica, apurado em conformidade com os resultados obtidos a partir dos índices de freqüência, gravidade e custo, calculados segundo metodologia aprovada pelo Conselho Nacional de Previdência Social. Em atenção ao contido no dispositivo citado, o Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, artigo 202A, com a redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 6/2/2007 e, posteriormente, pelo Decreto nº 6.957, de 9/9/2009, regulamentou a aplicação do FAP. Assim, a partir da competência 01/2010, para apuração e recolhimento da contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente de riscos ambientais do trabalho (GILRAT), deve ser verificado o Fator Acidentário de Prevenção – FAP aplicável à empresa, que afere seu Fl. 881DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA Processo nº 10314.728293/201417 Acórdão n.º 2202003.443 S2C2T2 Fl. 878 9 desempenho, dentro da respectiva atividade econômica, relativamente aos acidentes de trabalho ocorridos num determinado período e possibilita a redução ou majoração da alíquota de contribuição relativa ao GILRAT. Tal legislação, por força do que dispõe o CTN, artigo 142, vincula a autoridade lançadora e julgadora sob pena de responsabilização funcional. Esclareçase que não compete à autoridade administrativa declarar ou reconhecer a inconstitucionalidade ou ilegalidade de lei, pois essa competência foi atribuída em caráter privativo ao Poder Judiciário. Assim, não pode este órgão julgador desconsiderar norma válida no ordenamento jurídico. Além disso, consta no Decreto nº 70.235/1972, artigo 26A, que: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Por fim, em relação as alegações de inconstitucionalidade, imperioso destacar que a Súmula nº 2 deste Conselho impede que estas sejam examinadas: Súmula nº 2 do CARF: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." Conclusão. Ante o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Martin da Silva Gesto Relator Fl. 882DF CARF MF Impresso em 20/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/07/2016 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 19/07/201 6 por MARTIN DA SILVA GESTO, Assinado digitalmente em 20/07/2016 por MARCO AURELIO DE OLIVEIRA BARBO SA
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