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Numero do processo: 10166.727386/2012-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 04 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008, 2009, 2010, 2011
MULTA ISOLADA
A multa isolada pelo descumprimento do dever de recolhimentos antecipados deve ser aplicada sobre o total que deixou de ser recolhido, ainda que a apuração definitiva após o encerramento do exercício redunde em montante menor. Pelo princípio da absorção ou consunção, contudo, não deve ser aplicada penalidade pela violação do dever de antecipar, na mesma medida em que houver aplicação de sanção sobre o dever de recolher em definitivo. Esta penalidade absorve aquela até o montante em que suas bases se identificarem, o que não ocorreu no presente lançamento.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 1401-001.538
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Ricardo Marozzi Gregório (Relator) e Aurora Tomazini de Carvalho. Designado o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes para redigir o voto vencedor.
Documento assinado digitalmente.
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Documento assinado digitalmente.
Guilherme Adolfo dos Santos Mendes - Redator Designado.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto.
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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Multa isolada sobre estimativas. Recorrente CAENGE S.A. CONSTRUÇÃO ADMINISTRAÇÃO E ENGENHARIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008, 2009, 2010, 2011 MULTA ISOLADA A multa isolada pelo descumprimento do dever de recolhimentos antecipados deve ser aplicada sobre o total que deixou de ser recolhido, ainda que a apuração definitiva após o encerramento do exercício redunde em montante menor. Pelo princípio da absorção ou consunção, contudo, não deve ser aplicada penalidade pela violação do dever de antecipar, na mesma medida em que houver aplicação de sanção sobre o dever de recolher em definitivo. Esta penalidade absorve aquela até o montante em que suas bases se identificarem, o que não ocorreu no presente lançamento. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Ricardo Marozzi Gregório (Relator) e Aurora Tomazini de Carvalho. Designado o Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes para redigir o voto vencedor. Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 73 86 /2 01 2- 11 Fl. 1593DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.586 2 Documento assinado digitalmente. Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Redator Designado. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Aurora Tomazini de Carvalho e Antonio Bezerra Neto. Relatório Inicialmente, esclareço que todas as indicações de folhas inseridas neste relatório e no subsequente voto dizem respeito à numeração digital do sistema eProcesso. Tratase de recurso voluntário interposto por CAENGE S.A. CONSTRUÇÃO ADMINISTRAÇÃO E ENGENHARIA contra acórdão proferido pela DRJ/Brasília que concluiu pela procedência parcial dos lançamentos efetuados. Os créditos tributários lançados, no âmbito da DRF/Brasília, referentes a multas isoladas pelo não pagamento de estimativas de IRPJ e CSLL, correspondentes aos anos calendário de 2008 a 2011, totalizaram o valor de R$ 1.730.301,16. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: Retornaram os presentes autos a esta Delegacia de Julgamento, após cumprida a diligência solicitada por este Relator, nos termos do Despacho de fls. 1.153/1.157, de 1º/02/2013, aprovado pelo Senhor Presidente desta Turma. Para perfeita compreensão da matéria, peço vênia aos meus pares para transcrever, na íntegra, os termos dos referido despacho: “Tratase de autos de infração para a exigência de multas isoladas no montante de R$ 1.010.212,70 e R$ 720.088,46, incidentes, respectivamente, sobre as parcelas de IRPJ e CSLL que deixaram de ser recolhidas na modalidade estimativa mensal. I. DO PROCEDIMENTO FISCAL O procedimento fiscal consistiu em promover as denominadas verificações obrigatórias, tendo a fiscalização identificado divergências entre os registros contábeis da empresa e os valores dos diversos tributos informados nos DARF, DACON, DIPJ e DCTF, referentes aos anos de 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 e aos meses em curso do ano de 2012. Em face das divergências identificadas, a autoridade fiscal lavrou o Termo de Constatação Fiscal nº 001, de 12/06/2012, por meio do qual intimou a Fl. 1594DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.587 3 contribuinte a, no prazo de 5 dias, se manifestar acerca das diferenças apuradas entre os valores escriturados dos diversos tributos a recolher e aqueles informados nas mencionadas declarações. No caso dos presentes autos, que trata de divergências de IRPJ e de CSLL, elaborou o agente fiscal as planilhas que integram o denominado Anexo “B” (fls. 36/37, 49/50, 63/64, 75/76, 89/90 e 104/105). Em resposta datada de 18/07/2012, a fiscalizada justificou: “Em que pese o exíguo prazo para a análise, foi observado por parte desta empresa que a constatação do fiscal deuse em razão deste ter utilizado a coluna de crédito do Razão de todos os tributos e ter considerado como base de cálculo e comparado com a DCTF. Frisese que a coluna de crédito do razão é a apropriação total, para o cálculo ficar correto e igual à DCTF tem que considerar os estornos, retenções, ajustes, Lalur. Anexa planilha demonstrativa.” A autoridade fiscal considerou insatisfatórias as explicações da contribuinte. Não obstante, elaborou novas planilhas (incluindo colunas com o cálculo das multas isoladas) que subsidiaram os autos de infração. Nessas novas planilhas, anexadas às fls. 19/30, o agente fiscal identifica mês a mês, de janeiro/2007 a março/2012, para os quatro códigos de receita 2089, 2362, 2372 e 2484, as diferenças dos referidos tributos, promovendo o cotejo entre os valores escriturados de IRPJ e CSLL a recolher e aqueles informados em DCTF. Destaquese que, para o ano de 2007, a autoridade fiscal não apurou diferença a favor do Fisco, mas, sim, um excesso de R$ 149.683,52 de valores de estimativa dos referidos tributos declarados em DCTF quando comparados àqueles escriturados no Diário. II. DA IMPUGNAÇÃO Cientificada dos autos de infração, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 398/430, por meio da qual deduz, em síntese, o seguinte: 1. Os Razões contábeis utilizados pela fiscalização contém informações tanto das atividades operacionais exclusivamente da CAENGE como das Sociedades em Conta de Participação SCP, das quais é sócia ostensiva. 2. A fiscalização não se deu ao trabalho de examinar todas as informações prestadas pela empresa, ignorando as questões relativas à diferença dos códigos de recolhimento, em função de a empresa ter atividade própria e atividades desenvolvidas através das SCP. 3. O critério utilizado pela fiscalização resumiuse a confrontar todos os valores lançados a crédito das contas de obrigações da empresa (IRPJ e CSLL a pagar), com as DCTF. 4. Em nenhum momento a fiscalização reconheceu os lançamentos a débito, a exceção dos DARF recolhidos, muito embora a autuada tenha esclarecido várias vezes que existiram diversos lançamentos a título de estornos, compensações de impostos retidos e ajustes de meses anteriores. Fl. 1595DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.588 4 5. “Chegouse ao ponto de gerar um crédito de MULTA APLICADA ISOLADAMENTE, no ano de 2007 (Anexo 1), no valor de R$ 115.273,07. (...) Se fôssemos levar esses “créditos” identificados pela fiscalização, mas que na verdade, são recolhimentos dos impostos realmente devidos, nós teríamos um grande valor a ser compensado.” 6. Elabora planilha para demonstrar que não há qualquer diferença a recolher a título de IRPJ e CSLL relativos aos meses do ano de 2007. 7. Quanto aos demais períodos de apuração, esclarece, mês a mês, a partir de janeiro/2008 que não foram consideradas determinadas retenções ou estornos, fazendo referência às folhas dos livros Razão Analítico que anexou à peça de impugnação. 8. Exemplificativamente, argumenta: Em Janeiro/2008 o valor lançado a crédito de R$1.907,07(um mil, novecentos e sete reais e sete centavos) de IRPJ(2362) tratase de lançamento indevido, pois referese a apropriação do imposto referente ao 4º trimestre/2007 (R$25.628,25 R$ 23.721,18 = R$1.907,07), conforme razão auxiliar, pagina n° 01, referências 460326 (31/01/2008) e 360416(23/01/2008), (Anexo 5). O valor lançado a crédito de R$ 114.672,27(cento e quatorze mil, seiscentos e setenta e dois reais e vinte e sete centavos) de CSLL(2484) foi compensado com o IRPJ, conforme demonstra o razão auxiliar (Anexo 5), e PERD COMP nº 20944.81330.300408.1.3.046803(Anexo 6). Portanto, o crédito tributário apurado pelo fiscal de R$ 116.579,34(cento e dezesseis mil, quinhentos e setenta e nove reais e trinta e quatro centavos) (R$1.907,07 + R$114.672,27) não existe. Portanto, também não existe a multa aplicada isoladamente. 8. Reconhece que há diferenças em favor do Fisco em alguns poucos períodos de apuração. 9. Solicita parcelamento, com direito à redução da multa, do montante de R$ 206.058,62, a título de IRPJ e CSLL referente aos anos de 2010 e 2011. Para tanto, pede que os presentes autos sejam apartados. É o breve relatório. III. DA SOLICITAÇÃO DE DILIGÊNCIA Conforme consignado no relatório, a impugnante sustenta que grande parte das diferenças de IRPJ e CSLL a recolher, apuradas pelo Fisco, não subsiste. Segundo a contribuinte, com exceção de alguns poucos meses, as divergências entre os registros contábeis da empresa e os valores de IRPJ e CSLL informados nas DCTF só foram apuradas porque a fiscalização não considerou diversos lançamentos a título de estornos, compensações de impostos retidos, ajustes de meses anteriores, entre outros. A fiscalização, por seu turno, informou que os esclarecimentos prestados pela fiscalizada foram “insatisfatórios” para justificar as divergências constatadas. Fl. 1596DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.589 5 Na impugnação, a contribuinte anexou, entre outros documentos, os Razões Analíticos do períodos objeto de lançamento. Examinandose, por amostragem, os Razões Analíticos apresentados, constatase que realmente a fiscalização considerou, em vários meses, o somatório dos lançamentos a crédito das contas de IRPJ e CSLL. Por exemplo, as divergências de IRPJ e de CSLL constatadas pela fiscalização para o mês de janeiro/2008, nos montantes de R$ 1.907,07 e R$ 114.672,27, respectivamente, planilha à fl. 21, mereceram da impugnante o esclarecimento retrotranscrito que, a princípio, resta evidenciado em face os documentos anexados às fls. 604 e 606. Nos demais meses, o cenário é semelhante Nesse contexto, considerando que: 1. Ao que parece, somente com a impugnação apresentou a contribuinte os esclarecimentos detalhados (acompanhados de elementos probantes) das divergências apuradas pela fiscalização. 2. As provas carreadas aos autos não permitem a este julgador decidir com segurança qual o efetivo quantum debeatur. 3. A fiscalização pode proceder à verificação de outros lançamento contábeis relacionados ou prestar outras informações relevantes para o deslinde da controvérsia. Proponho, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, a conversão do julgamento em diligência, devendo para tanto o presente processo retornar à Delegacia da Receita Federal em Brasília (DF). A. A Autoridade fiscal diligenciante deverá: 1. Examinar a documentação acostada na impugnação, promovendo ainda as diligências que entender cabíveis, anexando termos e documentos. 2. Elaborar parecer conclusivo sobre os esclarecimentos e provas carreadas pela impugnante, apresentado proposta fundamentada para o seu acolhimento integral, acolhimento parcial ou não acolhimento. 3. No caso de proposta de acolhimento, ainda que parcial, elaborar novas planilhas, separadas para o IRPJ e a CSLL, que contenham, mês a mês, os novos valores devidos a título de multas isoladas . 4. Concluída a diligência, se for o caso, do seu resultado deverá ser dado ciência ao contribuinte para que, querendo, se manifeste nos autos. B. A autoridade administrativa deverá: 1. Formalizar autos apartados para promover a cobrança de multas isoladas, tendo como base de cálculo o montante reconhecido pelo contribuinte, de R$ 206.058,62, a título de IRPJ e CSLL referente aos anos de 2010 e 2011. Após, retornese a esta Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ) em Brasília (DF).” Fl. 1597DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.590 6 Cumprida a diligência solicitada por este órgão julgador, a autoridade fiscal lavrou, em 08/04/2013, o Termo de Intimação Fiscal nº 0001 (fl. 1.158), por meio do qual deu ciência à contribuinte do Relatório de Diligência Fiscal de fls. 1.159/1.161. Em 10/05/2013, a contribuinte deu entrada em petição a que denomina “renovação de impugnação” (fls. 1.182/1.199), por meio da qual assevera que, a despeito da manifestação parcialmente favorável da autoridade fiscal diligenciante, ainda assim deixaram de ser avaliados diversos aspectos e não foram consideradas várias comprovações apresentadas durante o curso da fiscalização e por ocasião da impugnação. Elabora demonstrativos para diversos períodos objeto de exigência fiscal, concluindo ora pela não existência do crédito tributário, ora pela sua existência apenas parcial. Reitera o pedido de desmembramento do presente processo, para a formação de autos apartados quanto à parte não contestada. Adicionalmente, sustenta a suplicante a impossibilidade de imposição de multas isoladas após o encerramento do anocalendário, quando os recolhimentos por estimativa deixariam de ter eficácia, uma vez que prevaleceria a exigência dos tributos efetivamente apurados, com base no lucro real (IRPJ) ou lucro liquido (CSLL). Cita precedentes do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes. Encaminhado o processo à Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário da DRF em Brasília/DF, para cumprimento da segunda providência solicitada por este Relator no aludido despacho de diligência, qual seja, a de formalizar autos apartados para promover a cobrança de multas isoladas, tendo como base de cálculo o montante reconhecido pelo contribuinte, de R$ 206.058,62, a título de IRPJ e CSLL referente aos anos de 2010 e 2011, o AuditorFiscal responsável prestou a seguinte informação (fls. 1.250/1.251): “3. No âmbito da RFB, os créditos tributários levados à cobrança são discriminados por tributo, código de receita e período de apuração/exercício. Ausente essa informação no referido despacho, o setor de cobrança desta DICAT, diante da inviabilidade de se cobrar o crédito tributário pelo “montante reconhecido”, solicitou a este setor a indicação dos tributos/receitas/períodos de apuração que devem sofrer o desmembramento (fls. 1.249). Podese inferir do auto de infração e do extrato do processo que as multas exigidas nestes autos são de apuração mensal. 4. Compulsada a peça impugnatória, constatouse que o contribuinte apurou, em certos meses, créditos de ambos os tributos/receitas, que alega fazer jus, compensandoos, pelo valor total, com a soma dos débitos de outros tantos períodos de apuração. O resultado deste cotejo é o montante reconhecido como devido pelo impugnante, não sendo possível determinar qual tributo/receita/período credor é compensado com qual tributo/receita/período devedor. 5. Outrossim, o desmembramento solicitado pelo contribuinte implicaria legitimar os créditos reivindicados, questão que, com a devida vênia, entende se residir no próprio mérito do contencioso, cuja solução transborda a competência deste setor. De outra forma, apartar somente os tributos/receitas/períodos devedores implicaria a cobrança de valores superiores ao montante reconhecido pelo sujeito passivo. 6. Desse modo, as informações disponíveis no processo não permitem determinar com a certeza que o caso requer sobre quais Fl. 1598DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.591 7 tributos/receitas/períodos de apuração deve recair o desmembramento solicitado. Assim, propõese o retorno do processo ao setor de cobrança para a adoção das medidas a seu encargo, com a sugestão de que a questão seja perquirida junto à Delegacia de Julgamento.” Ao apreciar a impugnação apresentada, a 2ª Turma da já mencionada DRJ/Brasília proferiu o Acórdão nº 0357.286, de 22 de novembro de 2013, por meio do qual decidiu pela procedência parcial do feito fiscal. Assim figurou a ementa do referido julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS. No procedimento fiscal consistente em promover as denominadas verificações obrigatórias, em que a fiscalização identifica divergências entre os registros contábeis da empresa e os valores do IRPJ informados nos DARF, DIPJ e DCTF, devem ser considerados os lançamentos a título de estornos e ajustes de meses anteriores. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010, 2011 VERIFICAÇÕES OBRIGATÓRIAS. No procedimento fiscal consistente em promover as denominadas verificações obrigatórias, em que a fiscalização identifica divergências entre os registros contábeis da empresa e os valores da CSLL informados nos DARF, DIPJ e DCTF, devem ser considerados os lançamentos a título de estornos e ajustes de meses anteriores. Cumpre esclarecer que a instância a quo exonerou parte das multas lançadas em consonância com a revisão do lançamento proposto pela diligência efetuada pela unidade de origem. Acolheu também a manifestação da Divisão de Controle e Acompanhamento Tributário daquela unidade no sentido de não se fazer a cobrança apartada da parcela que não teria sido contestada. Ademais, considerou preclusa a alegação de impossibilidade de lançamento das multas isoladas sobre estimativas após o encerramento do anocalendário pelo fato de se tratar de matéria de direito e de não ter sido invocada por ocasião da impugnação. Inconformada, a empresa autuada apresentou recurso voluntário no qual, resumidamente, alega que: (i) não há que se falar em preclusão porque a revisão do lançamento propiciou a reabertura do prazo para a impugnação e possibilitou que fossem suscitados todos os elementos de fato e de direito pertinentes, neste sentido, impõese a aplicação do princípio Fl. 1599DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.592 8 da verdade material; e (ii) mesmo após a realização da diligência e a análise da DRJ, as cobranças permanecem eivada de erros, razão pela qual especifica os pontos que julga não terem sido considerados e junta documentação comprobatória e demonstrativos daquilo que suscita. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. A instância a quo considerou preclusa a alegação de impossibilidade de lançamento das multas isoladas sobre estimativas após o encerramento do anocalendário pelo fato de se tratar de matéria de direito e de não ter sido invocada por ocasião da impugnação. Nada obstante, essa questão envolve a própria essência do lançamento, o qual tratou exclusivamente da aplicação desse tipo de multa isolada. Não se pode discutir os pormenores desse lançamento sem conhecer os limites pelos quais as multas isoladas sobre estimativas podem ser aplicadas. Quanto à matéria, sigo o entendimento que somente concorda com a aplicação da multa isolada se ficar constatado que houve parcela do tributo devido que deixou de ser paga na forma de antecipação (quando deveria ter sido paga nesta forma), mas foi paga no ajuste. Nesse sentido, pela clareza da argumentação empreendida, peço vênia para reproduzir trecho, conquanto extenso, do voto proferido pela ilustre Conselheira Karem Jureidini Dias no julgamento da Câmara Superior de Recursos Fiscais realizado em 15/08/2012 (Acórdão nº 910101.455): A MULTA ISOLADA POR NÃO RECOLHIMENTO DAS ANTECIPAÇÕES A multa isolada, aplicada por ausência de recolhimento de antecipações, é regulada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b”, da Lei nº 9.430/96, verbis1: 1 Redação Original: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: § 1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: Fl. 1600DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.593 9 “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (...) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) b) na forma do art. 2º desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica.” A norma prevê, portanto, a imposição da referida penalidade quando o contribuinte do IRPJ e da CSLL, sujeito ao Lucro Real Anual, deixar de promover as antecipações devidas em razão da disposição contida no artigo 2º da Lei nº 9.430/96, verbis: “Art.2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§1º e 2º do art. 29 e nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995. §1º O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento. §2º A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00 (vinte mil reais)ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento. §3º A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os §§1º e 2º do artigo anterior. §4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor: I dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente. Fl. 1601DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.594 10 II dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro da exploração; III do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real; IV do imposto de renda pago na forma deste artigo.” A natureza das antecipações, por sua vez, já foi objeto de análise do Superior Tribunal de Justiça, que manifestou entendimento no sentido de considerar que as antecipações se referem ao pagamento de tributo, conforme se depreende dos seguintes julgados: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IMPOSTO DE RENDA. CSSL. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. ESTIMATIVA. TAXA SELIC. INAPLICABILIDADE. 1. "É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96" (AgRg no REsp 694278RJ, relator Ministro Humberto Martins, DJ de 3/8/2006). 2. A antecipação do pagamento dos tributos não configura pagamento indevido à Fazenda Pública que justifique a incidência da taxa Selic. 3. Recurso especial improvido.” (Recurso Especial 529570 / SC Relator Ministro João Otávio de Noronha Segunda Turma Data do Julgamento 19/09/2006 DJ 26.10.2006 p. 277) “AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO CSSL APURAÇÃO POR ESTIMATIVA PAGAMENTO ANTECIPADO OPÇÃO DO CONTRIBUINTE LEI N. 9430/96. É firme o entendimento deste Tribunal no sentido de que o regime de antecipação mensal é opção do contribuinte, que pode apurar o lucro real, base de cálculo do IRPJ e da CSSL, por estimativa, e antecipar o pagamento dos tributos, segundo a faculdade prevista no art. 2° da Lei n. 9430/96. Precedentes: REsp 492.865/RS, Rel. Min. Franciulli Netto, DJ25.4.2005 e REsp 574347/SC, Rel. Min. José Delgado, DJ 27.9.2004. Agravo regimental improvido.” (Agravo Regimental No Recurso Especial 2004/01397180 Relator Ministro Humberto Martins Segunda Turma DJ 17.08.2006 p. 341) Fl. 1602DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.595 11 Do exposto, inferese que a multa em questão tem natureza tributária, pois aplicada em razão do descumprimento de obrigação principal, qual seja, falta de pagamento de tributo, ainda que por antecipação prevista em lei. Debates instalaramse no âmbito desse Conselho Administrativo sobre a natureza da multa isolada. Inicialmente me filiei à corrente que entendia que a multa isolada não poderia prosperar porque penalizava conduta que não se configurava obrigação principal, tampouco obrigação acessória. Ou seja, mantinha o entendimento de que a multa em questão não se referia a qualquer obrigação prevista no artigo 113 do Código Tributário Nacional, na medida em que penalizava conduta que, a meu ver à época, não podia ser considerada obrigação principal, já que o tributo não estava definitivamente apurado, tampouco poderia ser considerada obrigação acessória, pois evidentemente não configura uma obrigação de caráter meramente administrativo, uma vez que a relação jurídica prevista na norma primária dispositiva é o “pagamento” de antecipação. Nada obstante, modifiquei meu entendimento, mormente por concluir que tratase, em verdade, de multa pelo não pagamento do tributo que deve ser antecipado. Ainda que tenha o contribuinte declarado e recolhido o montante devido de IRPJ e CSLL ao final do exercício, fato é que caberá multa isolada quando o contribuinte não efetua a antecipação deste tributo. Tanto assim que, até a alteração promovida pela Lei nº 11.488/07, o caput do artigo 44 da Lei nº 9.430/96, previa que o cálculo das multas ali estabelecidas seria realizado “sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição”. Destaco trecho do voto proferido pelo Ilustre Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, no julgamento do Recurso nº 105139.794, Processo n° 10680.005834/200312, Acórdão CSRF/0105.552, verbis: “Assim, o tributo correspondente e a estimativa a ser paga no curso do ano devem guardar estreita correlação, de modo que a provisão para o pagamento do tributo há de coincidir com valor pago de estimativa ao final do exercício. Eventuais diferenças, a maior ou menor, na confrontação de valores geram pagamento ou devolução do tributo, respectivamente. Assim, por força da própria base de cálculo eleita pelo legislador – totalidade ou diferença de tributo – só há falar em multa isolada quando evidenciada a existência de tributo devido”. É bem verdade que melhor seria se a penalidade em comento fosse tratada como uma pena aplicada pela postergação do pagamento de imposto ou contribuição, mas existe regra específica para o caso de ausência de pagamento ou pagamento a menor de antecipação devida de IRPJ e CSLL, sobrepondose, portanto, à regra da postergação. Adotada a premissa de que a imputação da multa isolada tem por fundamento norma primária sancionadora, em cuja hipótese está o descumprimento de obrigação principal, então a multa isolada é prevista para as hipóteses de não recolhimento ou recolhimento a menor do tributo na forma antecipada. Entendo que não há como se admitir que o valor da antecipação seja, após o encerramento do anocalendário, um tributo isolado. A antecipação não é inconstitucional, nem ilegal. Isto porque, como o próprio nome enseja, é mera antecipação de tributo – IRPJ e CSLL – apurado de forma definitiva após o encerramento do anocalendário, no caso de apuração na forma de lucro real anual. Fl. 1603DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.596 12 O disposto no artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 veicula norma que estabelece a imputação de penalidade isolada pelo não recolhimento de IRPJ e CSLL, de forma antecipada. Dado o fato do não recolhimento do tributo no prazo estipulado para sua antecipação, deve ser imputada a multa isolada. No conseqüente desta norma resta claro que, como critério pessoal, temse de um lado o contribuinte sujeito ao pagamento da antecipação, de outro a União como sujeito ativo. Como critério quantitativo temse o percentual atual de 50% do tributo devido e não pago. Utilizase o termo tributo porque a sanção é aplicada sobre o descumprimento de obrigação principal. Neste passo, até o encerramento do anocalendário o que se tem por tributo devido é o IRPJ e a CSLL, apurados conforme cálculo previsto para antecipação. Já após o encerramento do anocalendário e apuração do IRPJ e CSLL pelo lucro real, não há como negar que o montante do tributo devido é aquele definitivamente apurado, após as adições, exclusões e compensações previstas em lei. Considerando que o IRPJ e a CSLL são auferidos ao final do anocalendário, sendo provisório o montante calculado nas antecipações, concluise que: i) Quando a multa isolada é aplicada durante o anocalendário, a base é o tributo até então apurado, conforme cálculo das antecipações, já que outro não existe a substituílo por definitividade naquele momento. ii) Quando a multa isolada é imputada após o encerramento do anocalendário e apuração definitiva do tributo devido, sem dúvida a hipótese de aplicação é a mesma, falta de recolhimento das antecipações, não obstante, sua base de incidência terá por limite o valor do tributo definitivamente apurado. Nem há que se imaginar que se nega vigência à norma em questão. O que ocorre é a eliminação, pela interpretação, de eventual contrariedade. Ressaltese que não se trata sequer de contradição, mas de mera e aparente contrariedade. Isto porque, tanto a multa isolada, quanto a multa de ofício têm seu lugar, bem como a multa isolada pode ser aplicada inclusive após o encerramento do anocalendário, mas, em se tratando de multa de natureza tributária, a base é o tributo que deixou de ser recolhido. Este tributo – IRPJ e CSLL – é aquele apurado conforme cálculo de antecipação até o encerramento do período e é aquele apurado pelo lucro real após o encerramento do período. Neste ponto, peço vênia para novamente transcrever trecho do voto do brilhante Conselheiro Marcos Vinícius Neder de Lima, proferido no julgamento do recurso nº 105139.794, já mencionado anteriormente, verbis: “(...) Vale dizer, após o encerramento do período, o balanço final (de dezembro) é que balizará a pertinência do exigido sob a forma de estimativa, pois esse acumula todos os meses do próprio anocalendário. Nesse momento, ocorre juridicamente o fato gerador do tributo e podese conhecer o valor devido pelo contribuinte. Se não há tributo devido, tampouco há base de cálculo para se apurar o valor da penalidade.(...).” Se o lançamento é efetuado antes do fim do exercício – portanto antes dos ajustes / apuração do lucro, base de cálculo do IRPJ e da CSLL devidos – a base para imposição da sanção é aquela devida por antecipação e calculada até aquele Fl. 1604DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.597 13 momento. Naquele momento, inclusive, não há autorização para constituição de obrigação principal definitiva – tributo – especialmente porque o mesmo ainda não se quantificou definitivamente porque não concluído o fato gerador. Nestes termos dispõe o caput do artigo 15 da Instrução Normativa nº 93/97, verbis: “Art. 15. O lançamento de ofício, caso a pessoa jurídica tenha optado pelo pagamento do imposto por estimativa, restringirseá à multa de ofício sobre os valores não recolhidos.” De outra feita, em momento posterior ao encerramento do anocalendário, já existe quantificação do tributo devido definitivamente pelos ajustes determinados em legislação de regência, então esta é a limitação ao critério quantitativo da imposição de multa isolada. Vale destacar a lição de Marco Aurélio Greco a respeito do tema, verbis: “(...) mensalmente o que se dá é apenas o pagamento por imposto determinado sobre base de cálculo estimada (art. 2º, caput), mas a materialidade tributada é o lucro real apurado em 31 de dezembro de cada ano (art. 3º do art. 2º). Portanto, imposto e contribuição verdadeiramente devidos, são apenas aqueles apurados ao final do ano. O recolhimento mensal não resulta de outro fato gerador distinto do relativo período de apuração anual; ao contrário, corresponde a mera antecipação provisório de um recolhimento, em contemplação de um fato gerador e uma base de cálculo positiva que se estima venha ou possa vir a ocorrer no final do período. Tanto é provisória e em contemplação de evento futuro que se reputa em formação – e que dele não pode se distanciar – que, mesmo durante o período de apuração, o contribuinte pode suspender o recolhimento se o valor acumulado pago exceder o valor calculado com base no lucro real do período em curso (art. 35 da Lei n° 8.891/95)”. (In:“Multa Agravada em Duplicidade” São Paulo, Revista Dialética de Direito Tributário n° 76, p. 159). Tampouco é de se questionar esta interpretação com base no fato de que a multa em questão é aplicável até mesmo em casos de apuração de base negativa da CSLL e de prejuízo fiscal no anocalendário correspondente, conforme dispõe a alínea “b”, do inciso II, do artigo 44, da Lei nº 9.430/96, anteriormente capitulado no § 1º do citado artigo. O direito, in casu, deve ser analisado à luz da relação de coordenação existente entre a norma veiculada pelo artigo 44, inciso II, alínea “b” da Lei nº 9.430/96 e aquela veiculada pelo artigo 39, parágrafo segundo, da Lei nº 8.383/91, verbis: “Art. 39. As pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real poderão optar pelo pagamento, até o último dia útil do mês subseqüente, do imposto devido mensalmente, calculado por estimativa, observado o seguinte: (...) Fl. 1605DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.598 14 § 2° A pessoa jurídica poderá suspender ou reduzir o pagamento do imposto mensal estimado, enquanto balanços ou balancetes mensais demonstrarem que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto calculado com base no lucro real do período em curso.(...)” Referido dispositivo, conforme é possível constatar, autoriza que o contribuinte interrompa ou reduza os pagamentos devidos por antecipação desde que demonstre, por meio de balancete mensal, que o valor da estimativa anteriormente paga e, portanto, acumulada no período, excede o valor do tributo apurado com base no lucro ajustado no período em curso. Assim, a exegese que se extrai dos comandos legais contidos no artigo 44 da Lei nº 9.430/96, mesmo após as alterações inseridas pela Lei nº 11.488/07, é aquela segundo a qual o lançamento da multa isolada pode ser feito em duas hipóteses: (i) Antes da apuração do tributo devido no balanço do final do ano calendário, quando a base para a imposição da multa observará um dos seguintes critérios: (i.1) o valor correspondente às antecipações não pagas calculadas a partir da margem setorial (o percentual definido em lei) da receita bruta acumulada; ou (i.2) o valor correspondente às antecipações não pagas calculadas a partir do balanço de redução ou suspensão (neste último caso, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa da CSLL). (ii) Após a apuração do tributo devido no balanço do final do anocalendário, somente se ficar constatado que houve parcela daquele tributo devido que deixou de ser paga na forma de antecipação (quando deveria ter sido paga nesta forma), mas foi paga no ajuste. A base para a imposição da multa corresponderá exatamente ao valor da mencionada parcela. Não se admite, por óbvio, que tal base supere o valor do tributo devido apurado. Assim, há que se verificar se os valores de estimativa a pagar foram deduzidos na apuração anual. Em caso positivo, isto significa que o tributo devido não foi recolhido nem como estimativa nem como resultado do ajuste, portanto, não se trata de cobrar multa isolada, mas, sim, de cobrar o tributo acompanhado da multa proporcional. Em caso negativo, isto significa que o tributo não foi recolhido como estimativa, mas foi recolhido como resultado do ajuste, portanto, é cabível a multa isolada. Contudo, a base para a imposição da multa deverá corresponder ao valor da estimativa não paga que deixou de ser deduzida na apuração anual do imposto devido. Não se admite, também, que essa base supere o valor do imposto devido calculado na apuração anual. No caso em apreço, pelo que consta nos autos (vide os demonstrativos anexados de fls. 19 a 30), fica claro que não se procedeu conforme o entendimento supra. Com efeito, verificase que a fiscalização calculou as bases das multas aplicadas como sendo as diferenças entre os valores mensais dos tributos (IRPJ e CSLL) informados na escrituração e os valores mensais dos mesmos tributos informados nas DCTF. Percebese, inclusive, uma confusão estabelecida com valores declarados nas DCTF a título de tributos a pagar (IRPJ e CSLL trimestrais apuradas segundo o regime do lucro presumido códigos de receita 2089 e 2372) referentes à sociedades em conta de participação (SCP) das quais a empresa, como alega desde a impugnação, seria sócia ostensiva. Nesse sentido, constatase que esses últimos foram considerados como os valores a serem subtraídos nos cálculos das referidas diferenças nos finais de cada trimestre. Fl. 1606DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.599 15 Independentemente desse erro, que nem chegou a ser saneado na diligência ou analisado pela instância a quo, notase que não houve o cuidado de juntar todas as DIPJ dos anoscalendário cujas multas foram lançadas (nos autos, só constam as DIPJ dos anos calendário de 2007, que não foi alcançado pelas multas lançadas, e 2008 cf. fls. 286, 292, 351 e 356). Assim, não restam dúvidas de que a fiscalização não aferiu se houve parcela dos tributos devidos que deixaram de ser pagas na forma de antecipação, sendo, ao invés disso, pagas no ajuste (caso negativo do item "ii" acima). E isso pode mesmo ser observado na DIPJ que permite essa constatação (a única juntada, referente ao ano de 2008). Relativamente ao IRPJ (fls. 286), o tributo devido no ajuste foi de R$ 15.521,36 e o valor deduzido a título de estimativa foi de R$ 41.821,85 (além de valores retidos na fonte, gerando saldo negativo). Relativamente à CSLL (fls. 292), o tributo devido no ajuste foi de R$ 9.522,82 e o valor deduzido a título de estimativa foi de R$ 15.070,40 (além de valores retidos na fonte, gerando saldo negativo). Portanto, em ambos os casos, inexiste parcela que deixou de ser paga na forma de antecipação, sendo paga no ajuste, capaz de justificar a aplicação das multas isoladas. Destarte, são improcedentes os lançamentos das multas isoladas. Por tal razão, ficam prejudicadas as demais alegações da recorrente voltadas a desconstituir parte dos lançamentos efetuados. Vale a pena também ressaltar que o caso presente não se trata de aplicação da Súmula CARF nº 105 porque as multas isoladas não foram aplicadas de forma concomitante com multas de ofício por falta de pagamento dos tributos apurados no ajuste anual. Pelo exposto, oriento meu voto no sentido de dar provimento ao recurso voluntário para cancelar a totalidade das multas aplicadas. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 1607DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.600 16 Voto Vencedor Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Redator Designado No Acórdão nº 10323370, de 24/01/2008, assim externei minha posição sobre o tema relativo à multa isolada: Realmente, a posição dominante no Conselho de Contribuinte é a espelhada na decisão da Câmara Superior que se segue: Número do Recurso: 108128691 Turma: PRIMEIRA TURMA Número do Processo: 13502.000331/200120 Tipo do Recurso: RECURSO DE DIVERGÊNCIA Matéria: IRPJ Recorrente: CATA NORDESTE S.A. Interessado(a): FAZENDA NACIONAL Data da Sessão: 12/04/2004 15:30:00 Relator(a): José Clóvis Alves Acórdão: CSRF/0104.930 Decisão: DPM DAR PROVIMENTO POR MAIORIA Texto da Decisão: Por maioria de votos, DAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Antonio de Freitas Dutra, Marcos Vinícius Neder de Lima, José Henrique Longo, Mário Junqueira Franco Júnior e Manoel Antônio Gadelha Dias que negaram provimento ao recurso. Inteiro Teor do Acórdão Ementa: IRPJ – MULTA ISOLADA – FALTA DE PAGAMENTO DO IRPJ COM BASE NO LUCRO ESTIMADO – A regra é o pagamento com base no lucro real apurado no trimestre, a exceção é a opção feita pelo contribuinte de recolhimento do imposto e adicional determinados sobre base de cálculo estimada. A Pessoa Jurídica somente poderá suspender ou reduzir o imposto devido a partir do segundo mês do ano calendário, desde que demonstre, através de balanços ou balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive adicional, calculados com base no lucro real do período em curso. (Lei nº 8.981/95, art. 35 c/c art. 2º Lei nº 9.430/96). A falta de recolhimento está sujeita às multas de 75% ou 150%, quando o contribuinte não demonstra ser indevido o valor do IRPJ do mês em virtude de recolhimento excedentes em períodos anteriores. (Lei nº 9.430/96 44 § 1º inciso IV c/c art. 2º). A base de cálculo da multa é o valor do imposto calculado sobre lucro estimado não recolhido ou diferença entre a devido e o recolhido até Fl. 1608DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.601 17 a apuração do lucro real anual. A partir da apuração do lucro real anual, o limite para a base de cálculo da sanção é a diferença entre o imposto anual devido e a estimativa obrigatória, se menor. (Lei nº 9.430/96 art. 44 caput c/c § 1º inciso IV e Lei 8.981/95 art. 35 § 1º letra "b"). A multa pode ser aplicada tanto dentro do ano calendário a que se referem os fatos geradores, como nos anos subsequentes dentro do período decadencial contado dos fatos geradores. Se aplicada depois do levantamento do balanço a base de cálculo da multa isolada é a diferença entre o lucro real anual apurado e a estimativa obrigatória recolhida. Segundo esse posicionamento, a multa isolada em razão do não recolhimento de antecipações deve se ater ao imposto apurado no ajuste anual. Se nenhum imposto ao final for apurado, nenhuma multa será devida, dentre outros motivos, por ausência de base de cálculo. Não se poderia punir o particular tomando se por base um tributo que não seria mais devido. Essa jurisprudência, no entanto, é fruto da enorme carência no cenário nacional de estudos acerca do regime jurídico das sanções administrativas e, mais especificamente, das sanções tributárias. Diante disso, é comum que se apliquem princípios atinentes ao regime jurídico tributário. Nada obstante, as regras sancionatórias são em múltiplos aspectos totalmente diferentes das normas de imposição tributária, a começar pela circunstância essencial de que o antecedente das primeiras é composto por uma conduta antijurídica, ao passo que das segundas se trata de conduta lícita. Dessarte, em múltiplas facetas o regime das sanções pelo descumprimento de obrigações tributárias mais se aproxima do penal que do tributário. Pois bem, a Doutrina do Direito Penal afirma que, dentre as funções da pena, há a PREVENÇÃO GERAL e a PREVENÇÃO ESPECIAL. A primeira é dirigida à sociedade como um todo. Diante da prescrição da norma punitiva, inibese o comportamento da coletividade de cometer o ato infracional. Já a segunda é dirigida especificamente ao infrator para que ele não mais cometa o delito. É, por isso, que a revogação de penas implica a sua retroatividade, ao contrário do que ocorre com tributos. Uma vez que uma conduta não mais é tipificada como delitiva, não faz mais sentido aplicar pena se ela deixa de cumprir as funções preventivas. Essa discussão se torna mais complexa no caso de descumprimento de deveres provisórios ou excepcionais. Fl. 1609DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.602 18 Hector Villegas, (em Direito Penal Tributário. São Paulo, Resenha Tributária, EDUC, 1994), por exemplo, nos noticia o intenso debate da Doutrina Argentina acerca da aplicação da retroatividade benigna às leis temporárias e excepcionais. No direito brasileiro, porém, essa discussão passa ao largo há muitas décadas, em razão de expressa disposição em nosso Código Penal, no caso, o art. 3º: Art. 3º A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplicase ao fato praticado durante sua vigência. O legislador penal impediu expressamente a retroatividade benigna nesses casos, pois, do contrário, estariam comprometidas as funções de prevenção. Explico e exemplifico. Como é previsível, no caso das extraordinárias, e certo, em relação às temporárias, a cessação de sua vigência, a exclusão da punição implicaria a perda de eficácia de suas determinações, uma vez que todos teriam a garantia prévia de, em breve, deixarem de ser punidos. É o caso de uma lei que impõe a punição pelo descumprimento de tabelamento temporário de preços. Se após o período de tabelamento, aqueles que o descumpriram não fossem punidos e eles tivessem a garantia prévia disso, por que então cumprir a lei no período em que estava vigente? Ora, essa situação já regrada pela nossa codificação penal é absolutamente análoga à questão ora sob exame, pois, apesar de a regra que estabelece o dever de antecipar não ser temporária, cada dever individualmente considerado é provisório e diverso do dever de recolhimento definitivo que se caracterizará no ano seguinte. Nada obstante, também entendo que as duas sanções (a decorrente do descumprimento do dever de antecipar e a do dever de pagar em definitivo) não devam ser aplicadas conjuntamente pelas mesmas razões de me valer, por terem a mesma função, dos institutos do Direito Penal. Nesta seara mais desenvolvida da Dogmática Jurídica, aplicase o Princípio da Consunção. Na lição de Oscar Stevenson, “pelo princípio da consunção ou absorção, a norma definidora de um crime, cuja execução atravessa fases em si representativas desta, bem como de outras que incriminem fatos anteriores e posteriores do agente, efetuados pelo mesmo fim prático”. Para Delmanto, “a norma incriminadora de fato que é meio necessário, fase normal de preparação ou execução, ou conduta anterior ou posterior de outro crime, é excluída pela norma deste”. Como exemplo, os crimes de dano, absorvem os de perigo. De igual sorte, o crime de estelionato absorve o de falso. Nada obstante, se o crime de estelionato não chega a ser executado, punese o falso. Fl. 1610DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO Processo nº 10166.727386/201211 Acórdão n.º 1401001.538 S1C4T1 Fl. 1.603 19 É o que ocorre no presente caso. Apesar de não ter havido infração quanto ao tributo devido em definitivo (análoga ao estelionato), caracterizouse a infração pelo não pagamento da antecipação (análoga ao falso), que deve ser sancionada. Devese, assim, ser mantida na integralidade a base de incidência do percentual sancionador. Conforme relatório, não houve lançamento, sobre um mesmo valor, de multa proporcional e isolada. Isto posto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. Documento assinado digitalmente. Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Redator Designado Fl. 1611DF CARF MF Impresso em 18/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 13/04/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO
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Numero do processo: 16682.721464/2013-94
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 04 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed May 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2009
PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA.
Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos discutidos judicialmente, cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por traduzir-se em nítido caráter de provisão.
GLOSA DE DESPESAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA MANTIDA.
Deve ser mantida a glosa de despesas por falta de comprovação, na situação em que os documentos trazidos aos autos pela interessada não logram comprovar sua alegação de que se trata de perdas incorridas na alienação de investimentos.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2009
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. NEGATIVA. CERCEAMENTO AO DIREITO À AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA.
O pedido de diligência deve especificar os quesitos referentes aos exames desejados. Não atendido tal requisito, correta a decisão de primeira instância que considerou o pedido não formulado, tal como prevê a lei. Não se vislumbra qualquer cerceamento ao direito à ampla defesa e ao contraditório e, em decorrência, nenhuma nulidade há de ser reconhecida.
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRODUÇÃO DE PROVAS. ÔNUS PROBATÓRIO. PEDIDO REJEITADO.
Em se tratando de glosa de despesas, o ônus da prova recai sobre aquela que registrou a despesa em sua escrita contábil e dela pretende se beneficiar, reduzindo a base de cálculo do tributo. Descabe a determinação de diligência com o objetivo de produzir provas que desde o início deveriam estar sob guarda da interessada, arquivadas como comprovantes da contabilidade.
Numero da decisão: 1301-002.021
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza acompanhou o relator pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Wilson Fernandes Guimarães - Presidente
(assinado digitalmente)
Waldir Veiga Rocha - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, José Eduardo Dornelas Souza, Paulo Jakson da Silva Lucas, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Flávio Franco Corrêa e Wilson Fernandes Guimarães.
Nome do relator: WALDIR VEIGA ROCHA
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TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos discutidos judicialmente, cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por traduzirse em nítido caráter de provisão. GLOSA DE DESPESAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO. GLOSA MANTIDA. Deve ser mantida a glosa de despesas por falta de comprovação, na situação em que os documentos trazidos aos autos pela interessada não logram comprovar sua alegação de que se trata de perdas incorridas na alienação de investimentos. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2009 PEDIDO DE DILIGÊNCIA. NEGATIVA. CERCEAMENTO AO DIREITO À AMPLA DEFESA. INOCORRÊNCIA. O pedido de diligência deve especificar os quesitos referentes aos exames desejados. Não atendido tal requisito, correta a decisão de primeira instância que considerou o pedido não formulado, tal como prevê a lei. Não se vislumbra qualquer cerceamento ao direito à ampla defesa e ao contraditório e, em decorrência, nenhuma nulidade há de ser reconhecida. PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRODUÇÃO DE PROVAS. ÔNUS PROBATÓRIO. PEDIDO REJEITADO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 14 64 /2 01 3- 94 Fl. 793DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 792 2 Em se tratando de glosa de despesas, o ônus da prova recai sobre aquela que registrou a despesa em sua escrita contábil e dela pretende se beneficiar, reduzindo a base de cálculo do tributo. Descabe a determinação de diligência com o objetivo de produzir provas que desde o início deveriam estar sob guarda da interessada, arquivadas como comprovantes da contabilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em NEGAR provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro José Eduardo Dornelas Souza acompanhou o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Wilson Fernandes Guimarães Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, José Eduardo Dornelas Souza, Paulo Jakson da Silva Lucas, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro, Flávio Franco Corrêa e Wilson Fernandes Guimarães. Relatório OI S/A, já qualificada nestes autos, inconformada com o Acórdão n° 12 66.292, de 11/06/2014, da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento no Rio de Janeiro I / RJ, recorre voluntariamente a este Colegiado, objetivando a reforma do referido julgado. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância, a seguir transcrito: Do lançamento: O presente processo tem origem no auto de infração, lavrado pela DEMAC/Rio de Janeiro em 19/12/2013, de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL, no valor de R$ 47.821.687,99, acrescido da multa de ofício, no percentual de 75%, e demais acréscimos moratórios. A autuação, conforme a descrição dos fatos do auto de infração e o Termo de Verificação Fiscal de fls. 261/278, decorre das seguintes irregularidades apuradas no exercício de 2009, anocalendário 2008: Fl. 794DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 793 3 0001 – Custos/Despesas Operacionais/Encargos. Custos/Despesas Operacionais/Encargos não comprovados (itens 02 e 06 do TVF): Valor de despesa no anocalendário de 2008, não comprovada com documentação hábil e idônea, no valor de R$ 56.843.898,92, adicionada ao IRPJ, mas não à CSLL. A interessada inicialmente havia informado que tal valor se referia a registro contábil da parcela do IRPJ destinada ao FINAM, que, em decorrência do indeferimento da destinação por parte da RFB, pediu reconsideração da decisão, procedendo à adição ao Lucro Real da parcela destinada até o resultado do reconhecimento ou não do Beneficio Fiscal contestado, não tendo adicionado o valor à CSLL por não haver Lei que impunha tal adição, mas somente ao IRPJ. Posteriormente intimada quanto a respostas divergentes, informou que o valor se referia a reversão de provisões para perdas prováveis Finam/Finor efetuada nos anos de 2005 a 2007 e que, em 2008, alienou tais cotas, cujo valor contábil era de R$ 75.596.715,29, alienandoas, porém, por R$ 18.752.816,47, gerando perda no montante dos R$ 56.843.898,92, que foram adicionados à base de cálculo do IRPJ, mas não da CSLL, por falta de previsão legal para tal. Intimada por meio do Termo de Intimação FiscalTIF 07/00347 a apresentar documentos comprobatórios da aquisição, bem como da alienação com deságio, dos investimentos representativos de quotas do fundo Finam/Finor, após três solicitações de prorrogação de prazo, apresentou tão somente cartas direcionadas aos bancos do Nordeste, da Amazônia e ao Bovespa, datadas de 14/11/2003, com solicitação de extratos de evolução histórica da posição de quotas do Finam/Finor. A comprovação dos fatos alegados pela interessada se faz necessária diante dos históricos dos lançamentos não conclusivos, que, mesmo que o fossem, ensejariam a comprovação dos valores lançados, à luz do art. 923 do Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 – Regulamento do Imposto de Renda – RIR/1999 e Parecer Normativo CST nº 146/1975. A autuação teve como enquadramento legal os arts. 2º e 3º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações do art. 2º das Lei nº 8.034, 12 de abril de 1990 e art. 17 da Lei nº 11.727 de 23 de junho de 2008; art 57 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995; art. 2º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 1º da Lei nº 9.316, de 22 de novembro de 1996; art. 28 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e art. 37 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. 0002 – Falta/Insuficiência de Adições à Base de Cálculo Ajustada da CSLL. Tributos e Contribuições com Exigibilidade Suspensa – Incorporada (itens 5 e 6 do TVF) Infração apurada na empresa Brasil Telecon Participações Ltda, CNPJ nº 02.570.68/000170, incorporada pela interessada em 30/09/2009, referente a falta de adição ao Lucro Líquido para determinação da CSLL do anocalendário de 2008 do valor de R$ 20.178.788,13, referente a PIS e Cofins cuja exigibilidade encontravase suspensa. Intimada a justificar a falta de adição, a interessada respondeu não haver lei que a imponha à base de cálculo da CSLL, mas somente ao lucro líquido para apuração do lucro real, base de cálculo do IRPJ. Fl. 795DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 794 4 Considerando tais valores com natureza de provisão, o Fiscal autuante efetuou o lançamento com base no art. 13, inciso I, da Lei nº 9.249/1995 e demais fundamentos acerca da matéria, em especial decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da FazendaCARF que transcreve. A autuação teve como enquadramento legal os arts. 2º e 3º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações do art. 2º das Lei nº 8.034, 12 de abril de 1990 e art. 17 da Lei nº 11.727 de 23 de junho de 2008; art 57 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995; arts. 2º, 13 e 19 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 1º da Lei nº 9.316, de 22 de novembro de 1996; arts. 128, 129 e 132 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário NacionalCTN) e art. 37 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. 0003 – Falta/Insuficiência de Adições à Base de Cálculo Ajustada da CSLL. Tributos e Contribuições com Exigibilidade Suspensa (itens 01 e 06 do TVF). Falta de adição ao Lucro Líquido para apuração da base de cálculo da CSLL de provisão indedutível, no valor total de R$ 164.325.463,75, referente a tributos e contribuições (Programa de Integração SocialPIS, Contribuição para o Financiamento da Seguridade SocialCofins, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de ServiçosICMS e Fundo de Universalização dos Serviços de TelecomunicaçõesFUST) com exigibilidade suspensa, conforme detalhado nas planilhas de fls. 5, 6, 8, 17 e 18 do TVF. Intimada a justificar a falta de adição, a interessada respondeu não haver lei que a imponha à base de cálculo da CSLL, mas somente ao lucro líquido para apuração do lucro real, base de cálculo do IRPJ. Considerando tais valores com natureza de provisão, o Fiscal autuante efetuou o lançamento com base no art. 13, inciso I, da Lei nº 9.249/1995 e demais fundamentos acerca da matéria, em especial decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais do Ministério da FazendaCARF que transcreve. A autuação teve como enquadramento legal os arts. 2º e 3º da Lei nº 7.689, de 15 de dezembro de 1988, com as alterações do art. 2º das Lei nº 8.034, 12 de abril de 1990 e art. 17 da Lei nº 11.727 de 23 de junho de 2008; art 57 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995; arts. 2º, 13 e 19 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995; art. 1º da Lei nº 9.316, de 22 de novembro de 1996; art. 28 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996 e art. 37 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Da impugnação: Inconformada com o lançamento, a interessada apresentou, em 21/01/2014, a impugnação de fls. 326/341, onde descreve a autuação, argui a tempestividade e alega, em síntese: Com relação à falta de adição à base de cálculo da CSLL dos tributos e contribuições com exigibilidade suspensa, que inexiste norma legal daquela contribuição que trate especificamente da dedutibilidade de tributos com exigibilidade suspensa, logo prevalecendo a regra comercial/contábil do princípio de competência. Discorre sobre este princípio e sobre o histórico da dedutibilidade dos tributos na base de cálculo do IRPJ. Inicialmente pelo art. 16 do Decreto nº 1.598/1977, que Fl. 796DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 795 5 respeitava o princípio de competência, depois pelo art. 7º da Lei nº 8.541/1992, que instituiu a dedutibilidade dos tributos pelo regime de caixa (vinculado ao pagamento), e finalmente pelo art. 41 da Lei nº 8.981/1995, que restabeleceu a sistemática anterior do regime de competência, destacando a regra restritiva de seu parágrafo primeiro, que determinou não se aplicar tal princípio aos tributos e contribuições cuja exigibilidade estivesse suspensa. Destaca que toda esta legislação foi e é aplicável apenas ao IRPJ, pois com respeito à CSLL, que tem como base de cálculo o valor do resultado do exercício apurado em observância à legislação comercial, inexistiria uma norma legal que trate especificamente da dedutibilidade de tributos, razão pela qual sempre se respeitou a regra comercial/contábil do princípio de competência. Transcreve os arts. 97, em especial seu parágrafo primeiro, 109 e 110 do CTN, protestando que não caberia à autoridade administrativa alterar a regra do princípio de competência para dedutibilidade na CSLL dos tributos com exigibilidade suspensa, sem previsão legal expressa para tal. Protesta que os lançamentos contábeis dos tributos com exigibilidade suspensa não seriam meras provisões, uma vez que se trataria de uma obrigação “líquida e certa” e que não teria prazo ou valor incertos, o que caracteriza uma provisão, que é uma mera expectativa de obrigação, diferente dos tributos, mesmo com exigibilidade suspensa, que nasceriam com a ocorrência do fato gerador e nenhuma medida judicial ou administrativa proposta pelo contribuinte afetaria suas características para transformálo em expectativa de obrigação. Assim, a tese sustentada pela Fiscalização de que a suspensão da exigibilidade do crédito tributário tornaria a despesa uma provisão seria ilegítima, violando todas as regras de hermenêutica jurídica, tornando improcedente o auto de infração. Com relação ao item 0001, despesa não comprovada com documentação hábil e idônea, no valor de R$ 56.843.898,92, adicionada ao IRPJ, mas não à CSLL, a interessada repete que tais alienações foram realizadas em ambiente de bolsa, conforme comprovariam os ofícios remetidos pelo Banco da Amazônia S/A e Banco do Nordeste do Brasil S/A. O Banco da Amazônia S/A demonstra diversas operações de alienação através do extrato de posição do investidor, as quais estariam relacionados ao valor da perda guerreada. Já o Banco do Nordeste do Brasil S/A, esclarece que, a partir de 1989, as cotas do Finor passaram a ter a forma escritural, dispensandose a emissão de certificados de investimentoCIs, sendo emitidos e enviados às empresas extratos de movimentação com a posição em cotas escriturais do fundo. Afirma que solicitou extrato com a composição detalhada do valor histórico das cotas, o valor da alienação e a data da transferência, e que a resposta será apresentada assim que recebida. Acredita assim ter demonstrado que o valor contábil das cotas era de R$ 75.596.715,29, que foram alienadas por R$ 18.752.816,47, acarretando a perda no montante de R$ 56.843.898,982, lançada na contabilidade. Encerra pugnando pela realização de diligência ou perícia, sem indicar seu perito e os quesitos, e pedindo seja julgada procedente a impugnação e cancelado o auto de infração. Fl. 797DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 796 6 A 2ª Turma da DRJ no Rio de Janeiro I / RJ analisou a impugnação apresentada pela contribuinte e, por via do Acórdão nº 1266.292, de 11/06/2014 (fls. 507/524), considerou procedente o lançamento com a seguinte ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2008 PEDIDO DE DILIGÊNCIA OU PERÍCIA. INDEFERIMENTO. Deve ser considerado não formulado o pedido de diligência ou perícia que não atenda aos requisitos legais. Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 2008 DESPESAS NÃO COMPROVADAS. FALTA DE ADIÇÃO. AUTUAÇÃO MANTIDA. Mantêmse a autuação quando continuar sem a devida comprovação, por documentação hábil e idônea, as despesas/perdas que, adicionadas ao lucro líquido para cálculo do lucro real, não o foram para apuração da base de cálculo da CSLL. PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa constituem provisões, e não despesas incorridas, estando assim vedada sua dedução para apuração da base de cálculo da CSLL, conforme regra do art. 13, inciso I, da Lei nº 9.249/1995. Ciente da decisão de primeira instância em 23/07/2014, conforme Termo de Abertura de Documento à fl. 528, a contribuinte apresentou recurso voluntário em 22/08/2014 conforme Termo de Solicitação de Juntada à folha 529. No recurso interposto (fls. 531/560), a recorrente alega a tempestividade de seu recurso e historia, sob sua ótica, a autuação e a decisão de primeira instância. Preliminarmente, a interessada argúi a nulidade da decisão recorrida, por cerceamento ao seu direito de defesa, com base nas disposições do art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972. Tal cerceamento teria ocorrido diante da negativa da diligência pleiteada. Afirma que não se tratava de perícia, sendo descabido falar em falta de indicação de nome, endereço e qualificação profissional do perito. A rejeição do pedido de diligência teria sido, então, imotivada. No mérito, a recorrente traz os argumentos abaixo sintetizados, segundo os tópicos que constam do recurso voluntário: · Da ilegalidade da adição à base de cálculo da CSLL de tributos com exigibilidade suspensa ante à falta de norma para a CSLL que o determine (itens 01 e 05 do TVF) – item IV.1 do recurso voluntário. Fl. 798DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 797 7 · Da “tese” suscitada no Termo de Verificação e ratificada pela DRJ quanto à despesa com tributo ser uma provisão – item IV.2 do recurso voluntário. A recorrente repisa, quase com as mesmas palavras, os argumentos anteriormente aduzidos em sede de impugnação. · Da não comprovação da alienação de cotas do FINOR e do FINAM para fins de dedutibilidade da base de cálculo da CSLL (item 02 do TVF) – item IV.3 do recurso voluntário. A interessada reitera seus argumentos no sentido de que a perda no valor de R$ 56.843.898,92, incorrida na alienação de cotas do FINOR e FINAM, estaria devidamente comprovada com os elementos por ela carreados aos autos. Refuta a afirmação do julgador de primeira instância de que os documentos apresentados não seriam “claros” e, portanto, hábeis e idôneos a comprovar as perdas em operações realizadas em fevereiro, março e abril de 2008. · Da reiteração do pedido de diligência. A recorrente reitera o pedido de diligência já formulado na impugnação, desta feita com o cuidado de especificar o quesito da diligência pretendida. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Preliminarmente, a interessada argúi a nulidade da decisão recorrida, por cerceamento ao seu direito de defesa, com base nas disposições do art. 59, inciso II, do Decreto nº 70.235/1972. Tal cerceamento teria ocorrido diante da negativa da diligência pleiteada. Afirma que não se tratava de perícia, sendo descabido falar em falta de indicação de nome, endereço e qualificação profissional do perito. A rejeição do pedido de diligência teria sido, então, imotivada. Compulsando os autos, especialmente a peça impugnatória (fls. 342/343), constato que a peticionante pugnou “pela realização de diligência, nos termos do inciso IV, do artigo 16 do Decreto nº 70.235/72”. Quanto ao conteúdo da diligência solicitada, de se constatar que não foi formulado qualquer quesito, limitandose a então impugnante a afirmar que “a diligência será apta a demonstrar a correção do procedimento adotado pela Impugnante no presente feito, podendo a RFB oficiar diretamente as instituições financeiras a apresentar a documentação que entender necessária”. Fl. 799DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 798 8 Eis o dispositivo legal do Decreto nº 70.235/1972 que rege a matéria: Art. 16. A impugnação mencionará: [...] IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16.(Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) [...] Como se vê, o mesmo inciso IV cuida de diligências e perícias, sendo certo que se trata de institutos distintos. Não obstante a distinção, a formulação de quesitos referentes aos exames desejados é requisito comum à diligência e à perícia, bem assim a determinação de que será considerado não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender a esse requisito. Os termos do pedido poderiam, com boa vontade, ser tidos como motivação para a diligência, mas nunca como a especificação de quesitos acerca dos exames desejados. A descrição da diligência solicitada é absolutamente genérica (oficiar as instituições financeiras a apresentar a documentação que entender necessária), pelo que se compreende que a autoridade julgadora em primeira instância tenha tido o pleito por inepto, por falta de atendimento aos requisitos legais. Nesse sentido, não vislumbro qualquer nulidade no acórdão recorrido, o qual tratou da matéria sem fazer distinção acerca de diligência/perícia. Mesmo considerando tratar se, na espécie, de diligência, está claro o não atendimento ao requisito de “formulação de quesitos referentes aos exames desejados”, requisito esse comum a ambas as espécies, e que a rejeição do pedido se deu com base no § 1º do art. 16, perfeitamente aplicável ao caso. Rejeito, pois, a preliminar de nulidade do acórdão recorrido. Em sede de recurso voluntário, a recorrente reitera seu pedido de diligência, desta feita tomando o cuidado de especificar melhor o que pretende, nos seguintes termos: [...] reiterase o pedido de realização de diligência, por parte da Secretaria da Receita Federal do Brasil, de modo a oficiar o Banco da Amazônia S.A. e Banco do Nordeste S.A., para esclarecer qual o valor de aquisição e de alienação das quotas dos Fundos FINOR e FINAM negociados no ano de 2008 pela Recorrente. A razão para a diligência é ratificar as informações já prestadas pela Recorrente e comprovadas através de sua contabilidade e documentos financeiros que lastrearam os lançamentos, além dos documentos fiscais que são de posse da Fl. 800DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 799 9 própria RFB, que é quem envia aos bancos a determinação para emissão dos certificados. Para que não haja dúvida, o quesito da diligência é: Qual o valor de aquisição e de alienação das quotas dos Fundos FINOR e FINAM negociados no ano de 2008 pela Recorrente. Observase que a diligência pleiteada guarda relação com a infração nº 001 do auto de infração, a saber, a glosa de despesa no montante de R$ 56.843.898,92, decorrente de alegada perda na alienação de cotas dos fundos FINOR e FINAM, por falta de comprovação. Em primeira instância, a Turma Julgadora analisou os documentos acostados aos autos como provas pela então impugnante e concluiu1: Desnecessário é, portanto, destacar que a documentação juntada aos autos não se presta a comprovar as alegações da interessada, desta forma continuando sem qualquer comprovação hábil e idônea, a despesa no montante de R$ 75.596.715,29, que a interessada alega ser resultado de perda na alienação de cotas do Finor e Finam, devendo, portanto, ser mantida a autuação. A diligência se destina à adoção de medidas saneadoras do processo ou, ainda, a carrear aos autos documentos ou esclarecimentos que o julgador considera indispensáveis para a formação de sua convicção acerca da matéria em discussão. De se destacar que a diligência não deve ser usada para a produção de provas a cargo de alguma das partes no processo, mas tão somente para auxiliar e embasar a convicção da autoridade julgadora. E, em se tratando de glosa de despesas, o ônus da prova recai sobre aquela que registrou a despesa em sua escrita contábil e dela pretende se beneficiar, reduzindo a base de cálculo da CSLL. É a contribuinte que deve manter em boa guarda os documentos que lastreiam os lançamentos contábeis, apresentandoos ao Fisco sempre que solicitada. No caso concreto, a recorrente pede a realização de diligência com o objetivo de produzir as provas que desde o início deveriam estar sob sua guarda, arquivadas como comprovantes da contabilidade. Pretende que o Fisco (e não ela, a recorrente) se dirija aos bancos com a finalidade de obter documentos comprobatórios das operações e perdas que ela, a recorrente, alega haver incorrido no ano de 2008. Por todo o exposto, tenho que a diligência deve ser rejeitada. O ônus de comprovar a alegada perda na alienação de cotas de fundos é da interessada, descabendo a realização de diligência para esse fim. Se os documentos acostados aos autos são ou não suficientes, é o que se verá por ocasião do exame do mérito, o que passo a fazer. A infração 001 diz respeito a glosa de despesa não operacional não comprovada, no valor de R$ 56.843.898,92. A alegação da recorrente é de que esse valor corresponde a perdas incorridas na alienação de cotas do FINOR e FINAM nos meses de fevereiro, março e abril de 2008, e resultariam da diferença entre o valor de alienação (R$ 18.752.816,47) e o valor contábil dessas cotas (R$ 75.596.715,29). Como se vê, tratase de questão probatória. 1 Há um equívoco quanto ao valor mencionado no parágrafo abaixo. O valor correto da despesa glosada é de R$ 56.843.898,952, vide fl. 280. Fl. 801DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 800 10 A recorrente acosta aos autos (fls. 602/785) uma profusão de documentos, alguns de sua própria lavra, tais como correspondências dirigidas ao Banco do Nordeste, ao Banco da Amazônia e à Bovespa. Outros, respostas daquelas instituições aos pedidos da interessada e extratos de aplicações no FINOR e FINAM. Encontramse, também, documentos para os quais é difícil vislumbrar que relação possam ter com a questão em discussão (por exemplo, informação semestral de investimento em audiovisual no filme Cinema, Aspirinas e Urubus, fl. 647). Em alguns momentos, o exame de tais documentos parece conduzir ao resultado almejado pela recorrente, mas essa impressão logo se dissipa. No que tange ao valor de alienação, por exemplo, o documento de fls. 776/785 consiste em mensagem eletrônica de emissão da Bovespa, dirigida à interessada, dando conta de negociações de cotas de FINOR e FINAM ocorridas em 2008. Um primeiro demonstrativo (fls. 778/781) discrimina as movimentações apenas por datas e quantidades de ações, sem valores. Um segundo demonstrativo (fls. 782/784) já traz valores, muito embora seja bastante difícil correlacionar um e outro. Ao que se depreende, esses valores seriam os valores de venda das cotas de FINOR e FINAM. Os demonstrativos não trazem totalização, pelo que não é possível verificar se o total corresponde ao valor de alienação contabilizado, a menos que se somem manualmente os valores, um a um. Mesmo assim, a interessada totaliza o valor conforme esses demonstrativos à fl. 785, chegando a um valor de alienação de R$ 18.695.778,26 (segundo o demonstrativo Bovespa) ou de R$ 18.671.776,47 (segundo a recorrente). Como se não bastassem dois diferentes valores, há um terceiro valor de alienação, R$ 18.658.706,37, obtido à fl. 775, supostamente extraído dos registros contábeis da interessada. Embora as diferenças entre esses três totais não seja grande, a própria existência de diferenças depõe contra a aceitabilidade dos documentos como hábeis a demonstrar o valor de alienação das cotas. A situação se complica quando se busca a determinação do custo de aquisição, ou seja, o valor histórico de aquisição de tais cotas. Por exemplo, para as cotas do FINAM, o demonstrativo de fls. 476/478 parece relacionar, sob o histórico “transferido via bolsa”, aquelas cotas que foram alienadas. A coluna intitulada “valor” também parece representar o valor histórico das cotas, muito embora, como bem pontuou o julgador em primeira instância, também se possa cogitar que represente o valor de alienação. No entanto, ainda que se assuma, hipoteticamente, que o “valor” seria o valor de aquisição, não é possível correlacionar essas cotas àquelas que foram alienadas segundo o relatório da Bovespa, referido no parágrafo anterior. Em outras palavras, não é possível correlacionar valor de alienação e custo de aquisição, para fins de determinação da perda alegada, a não ser por totais. E as totalizações, como visto, apresentam imprecisões e dificuldades que não foi possível a este Relator transpor. O exame dos vários certificados de investimentos (por exemplo, fls. 626/636 e 671/673) e dos extratos de aplicações em incentivos fiscais (por exemplo, fls. 655/656) conduzem a idêntico impasse. Ali está estampado o valor original da opção (leiase, do investimento) e a quantidade de cotas, mas não é possível relacionar essas aquisições às alienações de que trata o demonstrativo da Bovespa. O quadro exposto, a meu ver, traduz, em primeiro lugar, a grande desorganização e falta de cuidado da interessada com os documentos que dariam respaldo aos seus lançamentos contábeis. Em segundo lugar, resta também patente o desinteresse em Fl. 802DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 801 11 comprovar, detalhadamente, as alegadas perdas incorridas com as quais pretende ver reduzida a base de cálculo da CSLL. As tentativas levadas a efeito por este Relator deveriam, na verdade, ter sido feitas pela ora defendente, a quem incumbiria correlacionar em detalhe as operações de aquisição dos investimentos e respectivas alienações, com coincidência de número de cotas e, se possível, número dos certificados, mencionando também as páginas dos autos em que se encontra cada documento comprobatório dos valores e datas de aquisição e alienação. Por fim, as totalizações deveriam ser feitas de modo a não deixar margem a dúvidas, inclusive esclarecendo eventuais divergências entre os totais que viessem a ser documentalmente comprovados e os lançamentos contábeis. Ao contrário, o procedimento da recorrente, desde a fase impugnatória, foi de juntar documentos variados e pugnar pela realização de diligência, a fim de produzir provas que desde o início deveriam estar sob sua guarda e em boa ordem. Ao final desta análise, tenho que a interessada não se desincumbiu de seu ônus de provar a efetiva perda alegada, pelo que seu recurso deve ser rejeitado, no que toca à infração 001. As infrações 002 e 003 do lançamento dizem respeito à falta de adição à base de cálculo da CSLL de tributos e contribuições com exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151 do CTN. A infração 002, no valor de R$ 20.178.788,13, se refere à empresa incorporada Brasil Telecom Participações S/A, enquanto que a infração 003, no montante de R$ 164.325.463,75, se reporta a fatos apurados na contabilidade da própria autuada. O ponto central da discussão é a natureza das despesas com provisões para pagamento de tributos discutidos em juízo e cuja exigibilidade estava suspensa, se despesas efetivamente incorridas, como quer a interessada, ou se provisões, como entende o Fisco. Como corolário dessa questão, discutese também a dedutibilidade, ou não, de tais despesas (ou provisões) para fins de determinação da base de cálculo da CSLL. A matéria é bastante conhecida, e já foi objeto de apreciação por este colegiado, embora com diversa composição, quando do julgamento dos processos nº 16327.000028/200517, nº 16327.001299/200671, e nº 16643.000087/200936, também sob minha relatoria, resultando, respectivamente, os acórdãos nº 130100.275, de 09/03/2010, nº 130100.642, de 04/08/2011 e nº 130100.794, de 17/01/2012. Por bem refletir meu entendimento sobre o assunto, transcrevo, a seguir, excerto do voto proferido no primeiro processo e reproduzido no segundo e terceiro, tendo sido acompanhado à unanimidade pela Turma na primeira e segunda ocasiões, e por maioria de votos na terceira. [...] Com efeito, as despesas com tributos, na situação em que estes estão submetidos ao crivo do Poder Judiciário e com exigibilidade suspensa, não se revestem da certeza e da liquidez indispensáveis a que sejam consideradas despesas incorridas a pagar. Em conseqüência, suas contrapartidas, registradas no passivo, se caracterizam como provisões para fazer face a evento futuro e incerto. Não se discute a correção do registro contábil, pertinente à luz dos princípios e convenções da contabilidade, especialmente aquele do conservadorismo. Também não se trata de glosa de despesas tidas por desnecessárias ou não usuais. O ponto Fl. 803DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 802 12 central é que as despesas discutidas são incertas tanto para o contribuinte, que as considera indevidas e as discute judicialmente, quanto para o ente tributante, que se vê na dependência de manifestação do Poder Judiciário para que possa exigir o tributo. Isso ficou bem claro no voto condutor do acórdão recorrido, no trecho a seguir transcrito: 13 A obrigatoriedade de pagar os valores dependem de eventos futuros e incertos, ou seja, dependem de decisão judicial. Se for incerto, não pode ser classificado como contas a pagar, que por sua natureza, impõe liquidez e certeza. A provisão, por sua vez, não possui um dos elementos, quais sejam liquidez e certeza, pois se assim fosse, um termo seria sinônimo do outro. 14 Ao interpor a ação judicial o interessado pretende ver dispensado do recolhimento do tributo. Para a administração tributária demonstra que, segundo seu entendimento, o valor não é devido, como também demonstra para seus sócios e terceiros que luta para não recolher o tributo. Em suma, tanto o interessado, quanto a administração tributária, não têm certeza sobre seus direitos. Ambos aguardam o pronunciamento do poder judiciário. Demonstrada a natureza de provisão dos valores ora discutidos, impõese sua adição para fins de apuração da base de cálculo da CSLL, ex vi do art. 13, inciso I, da Lei nº 9.249/1995. Tal foi exatamente o procedimento do Fisco, o qual reputo correto. [...] A jurisprudência administrativa é farta nessa linha, como se verifica das ementas a seguir transcritas, a título exemplificativo: CSLL — PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS — TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA — Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos ou contribuições cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por traduzirse em nítido caráter de provisão. (Ac. 10194.491, de 29/01/2004. Rec. 136.214. Rel. Cons. Valmir Sandri) (No mesmo sentido, Ac. 10323.053, de 13/06/2007, Rec. 156.141. Rel. Cons. Leonardo de Andrade Couto) (No mesmo sentido, Ac. 10517.358, de 17/12/2008. Rec. 164.752. Rel. Cons. Marcos Rodrigues de Mello) CSLL — PROVISÕES NÃO DEDUTIVEIS — TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA — Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos ou contribuições cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, por traduzirse em nítido caráter de provisão. Fl. 804DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 803 13 JUROS DE MORA SOBRE TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA POR FORÇA DE MEDIDAS JUDICIAIS — Por constituírem acessório dos tributos sobre os quais incidem, os juros de mora sobre tributos cuja exigibilidade esteja suspensa por força de medidas judiciais seguem a norma de dedutibilidade do principal. (Ac. 10195.727, de 20/09/2006. Rec. 135.395. Rel. Cons. Paulo Roberto Cortez) IRPJ — CSLL — PROVISÕES NÃO DEDUTIVEIS —TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA — Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos ou contribuições cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, por traduzirse em nítido caráter de provisão. Assim, a dedutibilidade de tais rubricas somente ocorrerá por ocasião de decisão final da justiça, desfavorável à pessoa jurídica. JUROS DE MORA SOBRE TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA POR FORÇA DE MEDIDAS JUDICIAIS — Por constituírem acessório dos tributos sobre os quais incidem, os juros de mora sobre tributos cuja exigibilidade esteja suspensa por força de medidas judiciais a seguem a norma de dedutibilidade do principal. (Ac. 10196.008, de 01/03/2007. Rec. 151.401. Rel. Cons. Paulo Roberto Cortez) CSLL. DEDUTIBILIDADE DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. ANOCALENDÁRIO 1998. Os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, II a IV, do CTN, constituem provisões e não despesas incorridas, estando vedada sua dedução para apuração da base de cálculo da CSLL. (Ac. 103 23.031, de 24/05/2007. Rec. 156.083. Rel. Cons. Aloysio José Percínio da Silva) PROVISÕES — provisões somente podem ser deduzidas das bases de cálculo da CSSL se assim a lei expressamente autorizar. Classificamse como tais, os elementos do passivo, cuja exigibilidade, montante ou data de liquidação, isolada ou conjuntamente, não são certos e determináveis no período de apuração. Assim, valores registrados como tributos, contribuições e demais acréscimos, não passíveis de serem exigidos por força de medida judicial, quadramse nesta classificação e devem ser adicionados à base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, se seu registro contábil reduziu o resultado do exercício. (Ac. 10323.037, de 24/05/2007. Rec. 156.322. Rel. Cons. Guilherme Adolfo dos Santos Mendes) CSLL — BASE DE CÁLCULO — DEDUTIBILIDADE DE TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA — Os tributos e contribuições que estejam com exigibilidade suspensa, nos termos do art. 151, inciso II do CTN, constituem provisões e não despesas incorridas, estando vedada sua dedução para apuração da base de cálculo da CSLL, Fl. 805DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES Processo nº 16682.721464/201394 Acórdão n.º 1301002.021 S1C3T1 Fl. 804 14 conforme regra do art. 13, inciso I, da Lei 9.249/95. (Ac. 108 08.126, de 02/12/2004. Rec. 139.544. Rel. Cons. Luiz Alberto Cava Macieira) Finalmente, acrescento que também a Câmara Superior de Recursos Fiscais já analisou a matéria, concluindo, por unanimidade, da mesma forma: CSLL. PROVISÕES NÃO DEDUTÍVEIS. TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. Por configurar uma situação de solução indefinida, que poderá resultar em efeitos futuros favoráveis ou desfavoráveis à pessoa jurídica, os tributos ou contribuições cuja exigibilidade estiver suspensa nos termos do art. 151 do Código Tributário Nacional, são indedutíveis para efeito de determinação da base de cálculo do IRPJ e da CSLL, por traduzirse em nítido caráter de provisão. Assim, a dedutibilidade de tais rubricas somente ocorrerá por ocasião de decisão final da justiça, desfavorável à pessoa jurídica. (Ac. 910100.592, de 18/05/2010, Rel. Cons. Claudemir Rodrigues Malaquias) Quanto a esta matéria, pois, os argumentos da recorrente devem ser rejeitados. Em conclusão, por todo o exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade do acórdão recorrido, rejeitar o pedido de diligência e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 806DF CARF MF Impresso em 11/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/05/2016 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 10/05/2016 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 11/05/2016 por WILSON FERNANDES GUIMARAES
score : 1.0
Numero do processo: 18088.000384/2008-79
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 20/03/2007
OMISSÃO DO JULGAMENTO. PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE.
É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre matéria impugnada capaz de, em tese, culminar no cancelamento do auto de infração
Numero da decisão: 3402-003.029
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o julgamento de primeira instância por cerceamento do direito de defesa. Ausente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, em virtude de convocação para participar de julgamento na CSRF.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 20/03/2007 OMISSÃO DO JULGAMENTO. PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre matéria impugnada capaz de, em tese, culminar no cancelamento do auto de infração
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o julgamento de primeira instância por cerceamento do direito de defesa. Ausente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, em virtude de convocação para participar de julgamento na CSRF. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
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PRETERIÇÃO DO DIREITO DE DEFESA. NULIDADE. É nulo, por preterição do direito de defesa, o Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que deixa de se manifestar sobre matéria impugnada capaz de, em tese, culminar no cancelamento do auto de infração Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso para anular o julgamento de primeira instância por cerceamento do direito de defesa. Ausente o Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto, em virtude de convocação para participar de julgamento na CSRF. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Valdete Aparecida Marinheiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 08 8. 00 03 84 /2 00 8- 79 Fl. 2007DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 2 Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente a impugnação apresentada pela Contribuinte sobre a cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (“IPI”), consubstanciada no auto de infração em questão. Tal autuação versa, em apertada síntese, sobre a fruição indevida de benefício fiscal referente ao exercício da função de taxista, no importe de R$ 15.165,04 a título de imposto, de juros de mora, bem como multa de ofício qualificada em 150%, uma vez que a Fiscalização entendeu que o Contribuinte se utilizou de artifício dolosos para impedir o retardar o conhecimento dos fatos. Por bem consolidar os fatos ocorridos até a decisão da DRJ, com riqueza de detalhes, colaciono os principais trechos do acórdão recorrido in verbis: Trata o presente de Auto de Infração lavrado para exigir do contribuinte em epígrafe o IPI que deixou de ser cobrado pela isenção concedida à taxista. Segundo a fiscalização, conforme relatório de fls. 12/27, a vigilância, diligências e declarações juntadas aos autos comprovariam que o contribuinte jamais teria exercido a atividade de taxista, sendo que só exerceria a de dentista, tendo, portanto, obtido o beneficio fiscal mediante fraude. Assim, foi constituído, de oficio, o crédito tributário montante em R$15.165,04, inclusos juros de mora e a multa de oficio qualificada (150%), conforme capitulação legal Em sua defesa a impugnante alega que eventuais declarações contraditórias decorreriam de erros materiais e que as provas juntadas às fls. 337/655 comprovariam o exercício da profissão. Confrontando as fortes evidências levantadas pela fiscalização com o que apresenta a defesa e sendo matéria com conseqüências penais, não seria possível tratar superficialmente as declarações, de fls. 407/480, apresentada por terceiros que afirmam ter utilizado os serviços de taxista do contribuinte, desconsiderálas significaria presumilas inverídicas. Assim, em homenagem ao princípio da ampla defesa, bem como para a formação da convicção necessária ao pleno exercício do determinado pelo artigo 29 do Decreto n° 70.235/72, o processo foi convertido em diligência para que a fiscalização intimasse os declarantes acima citados, sob as penas da lei, a confirmarem suas afirmações. O processo retomou com o relatório de fls. 669/761, acompanhado da documentação juntada nos anexos I e II, com as seguintes conclusões da fiscalização: 1.. Os recibos emitidos seriam falsos, pois, conforme análise do design e diligências nas gráficas (fls. 665/669), só foram confeccionados a partir de 29/08/2007, sendo que o taxista apresentou tais documentos preenchidos com datas entre 31/01/2005 e 14/08/2007; 2. O recibo da página 620, no valor de R$20,00, com data de 29/08/2006, conforme análise de fls. 670/671, é falso, pois, Fl. 2008DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 18088.000384/200879 Acórdão n.º 3402003.029 S3C4T2 Fl. 112 3 indica um veículo de placa CZB1900 que só foi adquirido (zero km) em 16/03/2007; 3. De acordo com a auditoria de fls. 672/675, os cartões de visita também foram confeccionados em data posterior a que o taxista alegou distribuilos, sendo que segundo a proprietária da Gráfica São Judas Tadeu, o funcionário preencheu com erro o recibo de pagamento, erro aproveitado pelo acusado; 4. Conforme consta à fl. 676, em datas e horários que o taxista declarou estar no ponto estava, na verdade, no Clube Araraquarense, conforme listagem fornecida pela entidade; 5. Às fls 677/685 são expostos os fatos que demonstrariam o acompanhamento e dolosa orientação do autuado junto aos depoentes, particularmente do Sr. Luiz Henrique Carrascosa, evidenciando a falsidade das declarações; 6. A fiscalização, às fls. 685/688 evidencia que os livroscaixa dos anos de 2005 e 2006, em confronto com os recibos do item 1, demonstrariam que estes foram escriturados e/ou reescriturados em função destes, pelo escritório contábil da Srta Maria Odila Griffi, o que permitiria concluir que esta também prestou falsas declarações; 7. Também com base nos já citados recibos, teriam prestado falsa declarações as pessoas identificadas nas fls. 689/703; 8. Com relação às pessoas jurídicas que declararam ter utilizado os serviços do taxista, nada consta na escrituração, nem nas DIRF/2007 e DIRF/2008 do autuado; 9. Tampouco os serviços prestadas à SICREDI seriam de taxista, pois, como demonstrado às fls. 710/712, tratou de reembolso ao atuado na condição de membro da entidade que se deslocou para curso de capacitação para a função de conselheiro fiscal; 10. Às fls. 712/718 segue a lista de depoimentos que ou não comprovam a profissão de taxista, ou não são suficientes para provála; 11. Segue lista de inconsistências nas declarações firmadas e depoimentos prestados, às fls. 718/733; 12. Há nos depoimentos listados às fls. 733/735 situações incomuns que os comprometetiam; 13. Às fls. 736/739 demonstra que o autuado não poderia ter exercido a profissão no período em questão, tanto pelos recibos emitidos posteriormente, inexistência de veículo habilitado, como pela relação de pessoa que o conhecem a vários (de 4 a 40 anos) anos e não conseguiram afirmar que o Sr. Reinolds Frais seria motorista de táxi; 14. Considerando que os cartões de visita do taxista foram confeccionados a partir de 11/09/2007 e 07/07/2008, as Fl. 2009DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 4 declarações de quem os recebeu não comprovam o exercício da profissão no período de 18/11/2004 a 1/03/2007; 15. Lista, à fl. 740, as pessoas que declararam ter visto o autuado transportando pessoas, ou estacionado no ponto de táxi, contudo nenhuma especificou a data 'ou' a hora, assim impossibilitando as diligências que poderiam confirmar as declarações; 16. Às fls 741/748 trata especificamente das informações prestadas pelo Sr. Luis Carlos de Andrade e demais atos, apontando as circunstâncias e inconsistências dos mesmos; 17. Encerrou com a conclusão de que o autuado não exerceu a profissão de taxista no período de 18/ 1 1/204 até 23/06/2008. Intimado a se manifestar sobre a diligência, a impugnante argüiu que a acusação não merece prosperar pelo seguinte: 1. Explica que os recibos antigos foram substituídos pelos novos para que o Sr. Reinolds Frais tivesse um melhor controle de seus rendimentos, de modo a não se misturar com os emitidos na atividade de dentista, dessa forma preencheu os novos recibos de forma contínua, mas fiel aos dados originais (salvo algum engano), conforme cópias juntadas e depoimentos. Inexistindo qualquer ilicitude no ato; 2. Quanto aos recibos emitidos com data de 2006 contendo a placa CZB1900 (veículo adquirido em 2007), alega que houve equívoco na transcrição dos antigos recibos para os novos e que as incongruências relativas aos tipos de papel carbono usados nada provam, pois, é natural este se desgastar e nada há de irregular quanto à troca de cor; 3. Alega que as pessoas que declararam receber seu cartão de taxista em data anterior aos cartões apontados pela fiscalização não cometeram equívoco, pois seriam outros modelos, confeccionados em datas anteriores, conforme exemplos juntados e declarações; 4. Sobre as divergências de horários entre estar no ponto de táxi e no clube Araraquarense, algumas se devem a erro material e que o clube também seria um ponto de captação de clientela, conforme depoimentos; 5. Contesta as declarações do Sr. Luiz Henrique Carrascosa apontando inconsistência e concluindo que o mesmo não é digno de fé; 6. Quanto aos valores escriturados no livrocaixa, reitera a explicação sobre a troca de recibo, ressaltando que seria impossível aos depoentes se lembrarem, após quase três anos, de modelos do recibos, apenas dos dados neles constantes, e que qualquer erro na escrituração se deu por culpa exclusiva do escritório contábil; 7. O mesmo se diga com relação às pessoas jurídicas que deixaram de escriturar seus serviços, não sendo da responsabilidade da impugnante os atos e omissões destas; Fl. 2010DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 18088.000384/200879 Acórdão n.º 3402003.029 S3C4T2 Fl. 113 5 8. Com relação ao serviço prestado ao SICREDI alega que a denominação reembolso é utilizada no pagamento de qualquer serviço de deslocamento, inclusive táxi, como foi seu caso, tendo ocorrido equívocos de datas nas informações prestadas pelo presidente da SICREDI; 9. Sobre a afirmação da fiscalização de que os depoimentos não teriam informações suficientes que comprovassem sua atividade de taxista, ainda que não comprovem a prestação de serviços no período de 11/2004 06/200, comprovariam a prestação em período posterior, sendo que as inconsistências apontadas, conforme analisa às fls. 788/811, devemse ao lapso temporal, falhas de memória, equívocos naturais e que existiram inconsistências opostas, ou seja, que apontariam tais falhas quando não reconhecessem seus serviços, como já demonstrado na impugnação; 10. Com relação as chamadas “situações nada comuns” nos depoimentos, não vê nenhuma anormalidade nas pessoas quererem caminhar, utilizar um celular emprestado, aceitar qualquer quantia da sogra, etc; 11. Esclarece que, ainda que no período entre 07/02/2007 a 16/03/200 tenha estado sem veículo, não deixou de exercer a atividade de taxista, tenso ara (sic) tanto usado seu veículo particular Modelo Picxasso Xsara, ano 2005, placa DQG 6677; 12. Enfatiza que, ainda que pessoas não soubessem informar se ele exercia a atividade profissional de taxista, todas ou disseram que exercia a atividade, ou que tinha um serviço de táxi, ou que dele se utilizaram, não sendo de estranhar que se algumas omitissem datas e horários, por ser situação corriqueira que ninguém guarda em detalhes na memória. Ademais, as pessoas que forneceram tais informações não estão em concluiu com a impugnante e são pessoas honestas, profissionais das mais variadas áreas, como: Delegado de Polícia, VicePrefeito, empresários, funcionários públicos, engenheiros, etc... 13. Encerrou afirmando que para sua manifestação teve apenas dez dias (sendo cinco apenas para obter cópias do processo) contra o relatório das diligências que perdurou por mais de oito meses e que, com exceção do Sr. Luiz Henrique Carrascosa, ninguém mais prestou falsa declaração, sendo que sua defesa e provas juntadas comprovariam o exercício da atividade de taxista e a anulação do Auto de Infração com a manutenção do benefício fiscal. Sobreveio então o Acórdão 1427.952, da 2ª Turma da DRJ/RPO, negando provimento à impugnação do contribuinte, cuja ementa foi lavrada nos seguintes termos: Assunto: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Data do fato gerador: 20/03/2007 TAXI. ISENÇAO. LANÇAMENTO DO IPI. MULTA QUALIFICADA Fl. 2011DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 6 Comprovado que o interessado obteve o benefício fiscal sem estar exercendo, comprovadamente, a profissão de taxista e que serviuse (sic) de expedientes dolosos com o propósito deliberado de impedir ou retardar o conhecimento deste fato, é de se manter o lançamento e a multa aplicada Irresignado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário (fls 999/1007) a este Conselho, em que argúi: i) preliminarmente, a ilegitimidade da Secretaria da Receita Federal para fiscalizar o exercício da atividade de taxista. Nesse ponto, discorre sobre a distribuição de competência dos entes federados estabelecida na Constituição de 1988, concluindo que a fiscalizar a isenção do IPI para taxis a União estaria invadindo a competência do Município. Para sustentar sua tese, cita os artigos 153, 155 e 156, inciso III da Constituição1 e o artigo 34 do Decreto do Município de Araraquara/SP n. 8.004, de 23 de março de 2004, que dispõe que “a fiscalização dos serviços de taxi é de competência da Prefeitura Municipal através da Coordenadoria de trânsito e Transporte e Guarda Municipal, em ação conjunta com a Polícia Militar mediante convênio próprio”. Pede, então, a decretação de nulidade do auto de infração. ii) No mérito, repisando os argumentos apresentados em sua impugnação, que as provas e informações apresentadas são hábeis a comprovar o exercício da profissão de taxista. Reclama então que a DRJ, aplicando o princípio da livre convicção na apreciação das provas, teria considerado apenas as provas indiciárias contrárias ao Contribuinte, mas não as que lhe são favoráveis. Dessa forma, conclui pela necessidade de revisão do julgamento de mérito proferido pela primeira instância. É o relatório. 1 Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: (...) III serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementa Voto Conselheira Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz O Contribuinte teve ciência do Acórdão proferido pela DRJ em 22/04/2010, conforme AR de fls. 998 e apresentou em 17/05/2010 o recurso voluntário de fls. 999/1007, conforme o artigo 33 do Decreto 70.235/72. Assim, o recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. Pelo relato acima, de pronto constatase que o Acórdão recorrido não analisou o argumento preliminar apresentado pelo Contribuinte em sua Impugnação ao lançamento tributário (fls 351 a 362), qual seja, a ilegitimidade da Receita Federal para fiscalizar a profissão de taxista. Com efeito, o voto foi conduzido em torno das provas apresentadas nos autos e sua valoração, sem mencionar, seja no relatório, na motivação, ou no seu dispositivo, a Fl. 2012DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 18088.000384/200879 Acórdão n.º 3402003.029 S3C4T2 Fl. 114 7 preliminar suscitada expressamente pelo Contribuinte no tópico I.1 de sua Impugnação (fls 351). A ausência de análise do citado item da impugnação, nesse contexto, ocasiona cerceamento do direito de defesa no processo administrativo e caso fosse proferido julgamento inaugural da matéria por este Conselho, estarseia atuando como instância única. Tal situação não é permitida pelo sistema jurídico brasileiro, uma vez que o artigo 5º, inciso LV da Constituição confere aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Cumpre destacar a lição de James Marins2 sobre o tema: “Não podem, União, Estado, Distrito Federal ou Municípios, instituir no âmbito de sua competência, a denominada “instância única” para o julgamento das lides tributárias deduzidas administrativamente, sob pena de irremediável mutilação da regra constitucional e consequente imprestabilidade do sistema administrativo processual que, por falta de tal requisito constitucional de validade, não servirá para aperfeiçoar a pretensão fiscal impugnada, remanescendo carente de exigibilidade. ” No mesmo sentido é a lição de Marcos Vinícius Neder e Maria Teresa López:3 No processo administrativo fiscal, dentre as nulidade mais comuns podemse destacar: os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente; ou com preterição do direito de defesa; a ilegitimidade de partes; omissão do julgador no enfrentamento das questões de defesa e o não atendimento aos requisitos formais do lançamento. Algumas dessas questões arguidas em preliminar são suficientes para a nulidade dos atos correspondentes e para a extinção de todo o processo administrativo, como a questão da ilegitimidade das partes; outras permitem o saneamento da irregularidade, como é o caso de cerceamento de defesa gerada pela falta indispensável da análise de uma tese arguida pelo contribuinte, ocasionando apenas a nulidade da decisão de primeira instância e o seu saneamento com a prática de ato novo Nesse sentido o artigo 59, inciso II do Decreto no 70.235/1972 confere efetividade ao texto constitucional ao determinar que: Art. 59. São nulos (...) II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Por fim, destaco que foi no intuito de coibir tal sorte de problema que o Novo Código de Processo Civil, o qual deve ser aplicado subsidiariamente ao Processo 2 Direito Processual Tributário Brasileiro (Administrativo e Judicial). São Paulo: Dialética, 20105ªed 3 Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado. 3 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, p. 558559. Fl. 2013DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ 8 Administrativo Fiscal, estabelece os requisitos essenciais da sentença, bem como as situações em que considera não fundamentada a decisão: Art. 489. São elementos essenciais da sentença: I o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. § 1o Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória, sentença ou acórdão, que: I se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; II empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; III invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; IV não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; V se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; (grifei) Resta a este Colegiado, assim, declarar a nulidade do Acórdão referente ao julgamento de primeira instância que pode ser percebido como supressão de instância administrativa, culminando em preterição do direito de defesa. CONCLUSÃO Diante do exposto, voto por declarar a nulidade do Acórdão n. 1427.952, da 2ª Turma da DRJ/RPO, exarado no presente processo, afetando as peças processuais que lhe sucederam. Objetivando considerações úteis ao prosseguimento e à solução do processo, com base no artigo 59, §2º do Decreto no 70.235/1972,4 destaco que deve a DRJ, em seu novo julgamento, manifestarse expressamente sobre a questão preliminar apresentada pelo Contribuinte, qual seja a ilegitimidade da Receita Federal para fiscalizar a profissão de taxista. 4 § 2º Na declaração de nulidade, a autoridade dirá os atos alcançados, e determinará as providências necessárias ao prosseguimento ou solução do processo. Fl. 2014DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 18088.000384/200879 Acórdão n.º 3402003.029 S3C4T2 Fl. 115 9 Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz Fl. 2015DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 1 1/05/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 04/05/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ
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Numero do processo: 10932.000328/2007-43
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 05 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Apr 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2004
EMBARGOS.
OBSCURIDADE. São acolhidos sem efeitos infringentes os embargos para esclarecer aspectos que, embora abordados no voto condutor do julgado, demandavam melhor estruturação argumentativa em face do litígio presente nos autos.
Numero da decisão: 1302-001.822
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONHECER e ACOLHER os embargos, sem efeitos infringentes, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
(documento assinado digitalmente)
EDELI PEREIRA BESSA - Presidente e Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Edeli Pereira Bessa (presidente da turma), Alberto Pinto Souza Júnior, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix.
Nome do relator: EDELI PEREIRA BESSA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/12/2002 a 31/12/2004 EMBARGOS. OBSCURIDADE. São acolhidos sem efeitos infringentes os embargos para esclarecer aspectos que, embora abordados no voto condutor do julgado, demandavam melhor estruturação argumentativa em face do litígio presente nos autos.
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OBSCURIDADE. São acolhidos sem efeitos infringentes os embargos para esclarecer aspectos que, embora abordados no voto condutor do julgado, demandavam melhor estruturação argumentativa em face do litígio presente nos autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em CONHECER e ACOLHER os embargos, sem efeitos infringentes, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA Presidente e Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Edeli Pereira Bessa (presidente da turma), Alberto Pinto Souza Júnior, Ana de Barros Fernandes Wipprich, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Rogério Aparecido Gil e Talita Pimenta Félix. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 00 03 28 /2 00 7- 43 Fl. 1049DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Na sessão plenária de 09 de julho de 2013, a 2ª Turma da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento deste Conselho julgou recurso voluntário interposto nestes autos. O lançamento questionado em recurso voluntário formalizou créditos tributários referentes à COFINS devida de junho/97 a dezembro/2006 porque a contribuinte, embora descrita em seus estatutos como entidade sem fins lucrativos, apresentou DIPJ na sistemática do lucro real anual, tendo aderido ao PROUNI somente a partir do anocalendário 2005. Descrevendo a legislação de regência, a autoridade fiscal fundamentou a exigência de COFINS nos seguintes termos: [...] Face ao exposto, concluímos que para o período de janeiro/1997 a dezembro/2004, a Entidade ora fiscalizada não gozava de nenhum benefício que desse respaldo à Imunidade ou Isenção da Cofins, pois, não se trata de entidade beneficente de assistência social, portanto, não atende às exigências contidas no artigo 55 da Lei 8212/91, tampouco as disposições da Medida Provisória 18586 de 29/02/99, atual Medida Provisória 215835 de 24/08/2001, regulamentada pela Instrução Normativa 247 de 21/11/2002. [...] Constatamos que o Contribuinte não recolheu a Cofins nos anoscalendário 2005 e 2006, referente aos rendimentos decorrentes de aplicações financeiras, visto que a isenção acima referida incide somente sobre as receitas decorrentes de realização de ensino superior, proveniente de cursos de graduação ou cursos sequenciais de formação específica. [...] Relatando que a contribuinte apurava a Contribuição ao PIS com base na folha de salários, a autoridade fiscal também constituiu créditos tributários referentes àquela contribuição de dezembro/2002 a dezembro/2004 em razão da seguinte conclusão extraída da legislação de regência: Face ao exposto, concluímos que a Entidade poderia apurar o Pis com base na folha de salário até 26/11/2002 data de início da vigência da IN 247/02, ratificada pelo Decreto 4524/02, e a partir daquela data, deveria apurar o PIS com base no faturamento, pois, a partir daí passou a ser exigido das instituições sem fins lucrativos a comprovação da condição de entidade beneficente de assistência através do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. [...] Obs: Nos períodos de apuração de dezembro/2002, dezembro/2003 e dezembro/2004, os valores pagos/declarados com base na folha de salários, foram superiores aos apurados com base no faturamento, por esse motivo o excedente foi compensado nos meses subsequentes. A partir de janeiro de 2005, os valores apurados são irrelevantes e sua somatória é inferior ao excedente do valor apurado em dezembro/2005. Fl. 1050DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 4 3 Foram lançadas, ainda, multas isoladas por recolhimento a menor de estimativas de CSLL de janeiro/2002 a agosto/2003. A Turma Julgadora de 1ª instância cancelou, apenas, as exigências de COFINS pertinentes aos períodos de apuração de junho/97 a dezembro/2001, acolhendo arguição de decadência. Com referência à manutenção das demais exigências, a contribuinte apresentou os seguintes questionamentos em recurso voluntário, consoante relatório do acórdão embargado: que a Medida Provisória nº 2.15835/2001, dispõe em seu artigo 14 que em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1° de fevereiro de 1999 são isentas da COFINS as receitas relativas às atividades próprias das entidades a que se refere, o artigo 13 do mesmo diploma. que as condições estabelecidas para o gozo da imunidade nos termos da lei ordinária (artigo 12, parágrafo 2º, da Lei nº 9.532, de 1997) e da MP supra, constituem mera repetição do que já está estabelecido no artigo 14 do CTN, sendo de igual forma reprodução da norma previdenciária que regula o artigo 195, parágrafo 7º, da Constituição da República. que o Parecer CST n° 05/92 que baseou a IN nº 247/2002 não pode ser considerado porque em verdade alterou/restringiu isenção tributária, contrariando o art. 111, inciso II do CTN. que toda a receita da recorrente passa a integrar seu patrimônio e é destinada ao desenvolvimento de suas atividades o que implica no reconhecimento de seu direito a isenção da COFINS. que tal entendimento é ratificado no julgamento do recurso n.o 130.378. (acórdão 20180.173) pela i. Relatora Dra. Fabíola Cassiano Keramidas, que assim entendeu: [...] que cabe transcrever trecho do voto da Relatora Maria Teresa Martinez. Lopez, nos autos do recurso nº 133.216, (acórdão 20219.348), na sessão de 7/10/2.008, no qual resta evidente que atividade própria é toda aquela decorrente do estatuto social: [...] desta forma evidente é a necessidade de serem anulados os créditos tributários relativos a COFINS, já que as receitas próprias das associações sem fins lucrativos, como no caso, são isentas. concluise, portanto, que o artigo 47 da IN/SRF nº 247, de 2002, que embasou o Acórdão, não se aplica à recorrente, não havendo que se falar em benefício fiscal, mas de hipótese de incidência tributária distinta em se tratando de entidade de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, razão pela qual o fato gerador do PIS ocorre sobre a folha de salários, conforme recolhimentos já realizados e certificados pela fiscalização. esse é o entendimento firmado no Egrégio Conselho de Contribuintes, conforme amostra abaixo de seus reiterados julgados manifestando acerca do recolhimento do PIS sobre a folha de salários, no caso de entidade sem fins lucrativos, verbis: [...] e ainda, em Solução de Consulta nº 18, de 11 de fevereiro de 2004, a Superintendência Regional da Receita Federal da 2ª Região, assim decidiu: "EMENTA ASSOCIAÇÃO CIVIL SEM FINS LUCRATIVOS Fl. 1051DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 5 4 As associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloque à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos, somente poderão calcular o PIS/Pasep com base na folha de salários quando cumprirem todos os requisitos legais para gozo da isenção do imposto de renda das pessoas jurídicas (IRPJ) e da contribuição social sobre o lucro liquido (CSLL), a qual independe de prévio reconhecimento pela Secretaria da Receita Federal. Compete ao próprio contribuinte verificar o seu efetivo enquadramento. nos ditames da norma isentiva, não constituindo solução de consulta instrumento declaratório dessa condição. portanto, clara a legislação acerca da hipótese de .incidência tributária do PIS sobre a folha de salários das entidades sem fins lucrativos (artigo 2° da IN 247, de 2002), tais como a recorrente, bem como a norma isencional a qual faz jus, nos mesmos moldes do discorrido acerca COFINS, qual seja aquela inserta no parágrafo 1º do. inciso X, artigo da MP nº 2.15835. que a recorrente é instituição de educação sem fins lucrativos, não existe lucro e consequentemente base de cálculo da CSLL e incidência do tributo. o conselho também já pacificou a matéria, senão vejamos: [...] verificase, que quando se tratar de instituição de ensino, sem fins lucrativos, não há que se falar em "lucros", portanto inexistente a hipótese de incidência do, IRPJ, porquanto a tributação reflexa (CSLL) também resta prejudicada. além de indevida a incidência do IRPJ e da CSLL, por se tratar de entidade sem finalidade lucrativa, a alíquota de 32% (trinta dois por cento) por estimativa é totalmente abusiva, e fere claramente o princípio do nãoconfisco . O Colegiado embargado acordou: a) pelo voto de qualidade, em manter a multa isolada por falta de recolhimento de estimativas (CSLL), vencidos os conselheiros Mauricio Faro, Cristiane Silva Costa e Guilherme Pollastri Gomes da Silva; b) por unanimidade, em exonerar os lançamentos de PIS e COFINS. O conselheiro Mauricio Faro acompanhou o relator pelas conclusões. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Eduardo de Andrade. A decisão foi formalizada no Acórdão nº 1302001.144, assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO SEGURIDADE SOCIAL COFINS. Período de apuração: 01/06/1997 a 31/12/2001 IMUNIDADE. ENTIDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. A imunidade prevista no art. 195, §7º da Constituição Federal contempla apenas as instituições beneficentes de assistência social que possuírem o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social. COFINS. ADIN STF. Diante da análise dos dispositivos, observase que não cabe .a cobrança da COFINS sobre as receitas financeiras, diante da insonstitucionalidade do art. 3° da Lei nº 9.718. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP ENTlDADES BENEFICENTES DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. Restou comprovado que os recolhimentos foram realizados pela Contribuinte com base na folha de salários, de modo que, ainda que se desconsiderasse a isenção a que faz jus, ante o pagamento, na forma do art.156, inciso I do CTN.. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL MULTA ISOLADA. CSLL. MULTA PROPORCIONAL. INDEPENDÊNCIA. Fl. 1052DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 6 5 São independentes a multa isolada, decorrente do não recolhimento de estimativas, e a multa proporcional, decorrente do não recolhimento do tributo devido ao final do anocalendário. A Procuradoria da Fazenda Nacional embargou a decisão conforme descrito no despacho de admissibilidade, lavrado por esta Conselheira na condição de Presidente deste Colegiado, depois de receber, em sorteio, o presente processo para relatoria (fls. 1046/1048): Os autos foram remetidos à Procuradoria da Fazenda Nacional em 01/09/2015, e de acordo com o disposto no art. 7º, §§ 3º e 5º, da Portaria MF nº 527/2010, os Procuradores da Fazenda Nacional são considerados intimados com o término do prazo de 30 (trinta) dias contados da data em que os autos lhes foram entregues. Em 28/09/2015 a Fazenda Nacional restituiu os autos com a oposição tempestiva de embargos às fls. 1038/1041, apontando obscuridade acerca da exoneração da exigência de Contribuição ao PIS, vez que o voto condutor do acórdão embargado invocou a isenção prevista no art. 14, inciso X, §1º da Medida Provisória nº 2.158 35/2001 para afirmar a extinção do crédito tributário em razão de pagamentos realizados com base na folha de salários, sem esclarecer porque as receitas próprias da entidade estariam incluídas na isenção prevista no dispositivo legal referido. Considerando que o Conselheiro Relator não mais integra o Colegiado embargado, na forma do art. 49, §5º do Anexo II do Regimento Interno do CARF os autos foram atribuídos por meio de sorteio a esta Conselheira, atualmente Presidente da 2ª Turma da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento. De fato, consta do voto condutor do acórdão que: A norma isencional relativa ao PIS encontrase na mesma MP notadamente, no artigo 14, inciso X, parágrafo 1º, o que cria barreira a norma de incidência deste tributo, da mesma maneira que ocorre com a COFINS. Por sua vez, a Medida Provisória nº 2.15835/2001 não isenta da Contribuição ao PIS as receitas previstas no inciso X do seu art. 14: Art.14.Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e Fl. 1053DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 7 6 alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. §1º São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. Demonstrada objetivamente a obscuridade presente no acórdão embargado, neste juízo de cognição sumária, com fundamento no art. 65, §7o, do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, são ADMITIDOS os embargos de declaração opostos pela Fazenda Nacional, com sua consequente distribuição para relatoria por esta Conselheira, em observância ao sorteio antes promovido. Fl. 1054DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 8 7 Voto Conselheira EDELI PEREIRA BESSA Os embargos foram opostos tempestivamente, e a embargante demonstrou obscuridade que demandava saneamento, nos termos expostos no despacho de admissibilidade. Por tais razões, os embargos são CONHECIDOS. Passase, assim, ao exame das alegações da embargante. No voto condutor do julgado, o Conselheiro Guilherme Pollastri Gomes da Silva inicialmente faz referência ao art. 9º, alínea IV, letra "c" do CTN e ao art. 12 da Lei nº 9.532/97, e firma a necessária observância do art. 14 do CTN e do art. 55 da Lei nº 8.212/91 para que a entidade goze de imunidade, concluindo que, como a contribuinte, embora intimada, não logrou apresentar os comprovantes de reconhecimento da condição de utilidade pública federal e estadual e municipal, o Registro e Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social ou Registro e Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos e o Comprovante de Isenção fornecido pelo INSS, não estaria ela enquadrada como entidade beneficente de assistência social, a quem se destina a imunidade em foco. Contudo, afastada a possibilidade de a autuada gozar da imunidade constitucional, o Conselheiro Relator aborda a alegação da contribuinte de que pela via da isenção também estaria desobrigada ao recolhimento de PIS e Cofins a teor do disposto nos arts. 13, III e IV e 14, X, da MP n° 2.15835 de 2001. Abordando a incidência da COFINS, o Conselheiro Relator observou que a exigência teve por referência receitas de atividade própria da recorrente (mensalidades) e receitas financeiras, sendo que a Medida Provisória nº 2.15835/2001 dispôs em seu art. 14 que, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o artigo 13 do mesmo diploma legal, ali incluídas as instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei nº 9.532/97 e as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532/97. Anotando que as condições estabelecidas para gozo da imunidade pela Lei nº 9.532/97 são as mesmas contidas no art. 14 do CTN, e reportandose à restrição imposta pela Instrução Normativa SRF nº 247/2002, o Conselheiro Relator asseverou que a Fiscalização alterou o benefício da isenção, afastandose da interpretação literal, e concluiu que toda receita obtida pela recorrente passa a integrar seu patrimônio e é destinada ao desenvolvimento das atividades para as quais foi criada, integrando sua atividade própria, o que implica o reconhecimento de seu direito à isenção da COFINS. Acrescentou, ao final que, que a inconstitucional ampliação da base de cálculo da COFINS pelo art. 3º da Lei nº 9.718/98 também afastaria a incidência sobre as receitas financeiras. Na sequência, abordando a incidência da Contribuição ao PIS, o Conselheiro Relator observou que o art. 2º da Lei nº 9.715/98 estabelecia a apuração dessa contribuição com base no faturamento ou na folha de salários, esta última referencial para as entidades sem fins lucrativos. E, reportandose ao Decreto nº 4.524/2002, destacou que seu art. 2º, inciso I, alínea "a", incorporando o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835/2001, fixa a Fl. 1055DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 9 8 alíquota de 1% sobre a folha de salário, para o recolhimento do PIS por instituições de mesma natureza da recorrente. Assim, frente ao art. 2º, inciso III da Lei nº 9.715/98, que firma a Contribuição ao PIS pelas entidades sem fins lucrativas, definidas como empregadoras pela legislação trabalhista e as fundações, com base na folha de salários, e o art. 2º, inciso I, alínea "a" do Decreto nº 4.524/2002, que também indica a incidência da Contribuição ao PIS sobre folha de salários, tomando por referência o art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835/2001, o Conselheiro Relator já havia adotado fundamento suficiente para afastar a exigência da Contribuição ao PIS, vez que houve pagamento de Contribuição ao PIS sobre folha de salários, como por ele destacado mais à frente: Restou comprovado que os recolhimentos foram realizados pela recorrente com base na folha de salários, de modo que, ainda, que se desconsiderasse a isenção a que faz jus, deve ser extinto o crédito tributário relativo ao PIS ante o pagamento na forma do artigo 156, inciso I, do CTN. Apesar disso, o Conselheiro Relator complementou equivocadamente que: a norma isencional relativa ao PIS encontrase na mesma MP, notadamente, no artigo 14, inciso X, parágrafo 1°, o que cria barreira a norma de incidência deste tributo da mesma maneira que ocorre com a COFINS. Em verdade, a Medida Provisória nº 2.15835/2001 não estabelece isenção da Contribuição ao PIS em favor das entidades de educação e assistência social, mas sim determina seu cálculo sobre a folhas de salário, nos seguintes termos: Art.13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Xa Organização das Cooperativas BrasileirasOCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. Art.14. Em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1o de fevereiro de 1999, são isentas da COFINS as receitas: Fl. 1056DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 10 9 I dos recursos recebidos a título de repasse, oriundos do Orçamento Geral da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, pelas empresas públicas e sociedades de economia mista; II da exportação de mercadorias para o exterior; III dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; IV do fornecimento de mercadorias ou serviços para uso ou consumo de bordo em embarcações e aeronaves em tráfego internacional, quando o pagamento for efetuado em moeda conversível; V do transporte internacional de cargas ou passageiros; VI auferidas pelos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação modernização, conversão e reparo de embarcações préregistradas ou registradas no Registro Especial BrasileiroREB, instituído pela Lei no 9.432, de 8 de janeiro de 1997; VII de frete de mercadorias transportadas entre o País e o exterior pelas embarcações registradas no REB, de que trata o art. 11 da Lei no 9.432, de 1997; VIII de vendas realizadas pelo produtorvendedor às empresas comerciais exportadoras nos termos do DecretoLei no 1.248, de 29 de novembro de 1972, e alterações posteriores, desde que destinadas ao fim específico de exportação para o exterior; IX de vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; X relativas às atividades próprias das entidades a que se refere o art. 13. §1º São isentas da contribuição para o PIS/PASEP as receitas referidas nos incisos I a IX do caput. [...] Nestes termos, a lei, ao estabelecer que as entidades descritas no art. 13 calculam a Contribuição ao PIS sobre a folha de salários, necessariamente exclui a outra forma de incidência, que tem por referência o faturamento. Daí porque o art. 14, §1º da Medida Provisória nº 2.15835/2001, como acertadamente apontado pela embargante, não veicula isenção da Contribuição ao PIS sobre receitas de atividades próprias das entidades de educação e assistência social, mas apenas sobre as demais receitas relacionadas no referido art. 14, que também são isentas da COFINS. De toda sorte, apesar da equivocada referência questionada pela embargante, o voto condutor do julgado traz várias outras referências convergentes no sentido de que a exigência fiscal de Contribuição ao PIS foi cancelada porque a contribuinte, classificada como entidade de educação e assistência social, calculou corretamente a contribuição sobre a folha de salários. No mesmo sentido, a exigência de COFINS também foi exonerada sob o pressuposto de que a contribuinte estaria classificada como entidade de educação e assistência social, cujas atividades próprias estão isentas dessa contribuição. Em ambos os casos foi afastada a aplicação da Instrução Normativa SRF nº 247/2002 que, apesar de ter fundamentado a Fl. 1057DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10932.000328/200743 Acórdão n.º 1302001.822 S1C3T2 Fl. 11 10 manutenção das exigências em 1ª instância, acabou por restringir a aplicabilidade da norma isencional, ao assim dispor: Art. 47. As entidades relacionadas no art. 9º desta Instrução Normativa: I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e II são isentas da Cofins em relação às receitas derivadas de suas atividades próprias. § 1º Para efeito de fruição dos benefícios fiscais previstos neste artigo, as entidades de educação, assistência social e de caráter filantrópico devem possuir o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social expedido pelo Conselho Nacional de Assistência Social, renovado a cada três anos, de acordo com o disposto no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991. § 2º Consideramse receitas derivadas das atividades próprias somente aquelas decorrentes de contribuições, doações, anuidades ou mensalidades fixadas por lei, assembléia ou estatuto, recebidas de associados ou mantenedores, sem caráter contraprestacional direto, destinadas ao seu custeio e ao desenvolvimento dos seus objetivos sociais. Com tais esclarecimentos, os embargos devem ser ACOLHIDOS, sem efeitos infringentes, para sanar a obscuridade apontada pela Procuradoria da Fazenda Nacional. (documento assinado digitalmente) EDELI PEREIRA BESSA – Relatora Fl. 1058DF CARF MF Impresso em 15/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA, Assinado digitalmente em 15/04/2016 por EDELI PEREIRA BESSA
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Numero do processo: 10073.721062/2013-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 15 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jul 04 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2009
ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. DIVERGÊNCIA ENTRE ÁREA DECLARADA NO ADA E A CONSTANTE DO LAUDO TÉCNICO.
O Laudo de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de maneira inequívoca, o valor fundiário do imóvel, a preço de mercado, e esteja acompanhado da necessária Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é prova suficiente para dedução da Área de Preservação Permanente.
Numero da decisão: 2202-003.464
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, quanto ao Recurso de Ofício, por unanimidade de votos, negar provimento. Quanto ao Recurso Voluntário, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, para acrescentar a área de 298,7 ha na Área de Preservação Permanente (APP), vencidos os Conselheiros Marcio Henrique Sales Parada e Rosemary Figueiroa Augusto (Suplente convocada), que negaram provimento. O Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa votou pelas conclusões.
(Assinado digitalmente)
MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA - Presidente.
(Assinado digitalmente)
JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO- Relatora.
EDITADO EM: 24/06/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto (suplente convocada), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
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DIVERGÊNCIA ENTRE ÁREA DECLARADA NO ADA E A CONSTANTE DO LAUDO TÉCNICO. O Laudo de Avaliação, emitido por profissional habilitado, atenda aos requisitos das Normas da ABNT, demonstrando, de maneira inequívoca, o valor fundiário do imóvel, a preço de mercado, e esteja acompanhado da necessária Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é prova suficiente para dedução da Área de Preservação Permanente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, quanto ao Recurso de Ofício, por unanimidade de votos, negar provimento. Quanto ao Recurso Voluntário, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, para acrescentar a área de 298,7 ha na Área de Preservação Permanente (APP), vencidos os Conselheiros Marcio Henrique Sales Parada e Rosemary Figueiroa Augusto (Suplente convocada), que negaram provimento. O Conselheiro Marco Aurélio de Oliveira Barbosa votou pelas conclusões. (Assinado digitalmente) MARCO AURÉLIO DE OLIVEIRA BARBOSA Presidente. (Assinado digitalmente) JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO Relatora. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 07 3. 72 10 62 /2 01 3- 81 Fl. 798DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 2 EDITADO EM: 24/06/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marco Aurélio de Oliveira Barbosa (presidente), Júnia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Rosemary Figueiroa Augusto (suplente convocada), Martin da Silva Gesto, Márcio Henrique Sales Parada Relatório Adoto, no que couber, o relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Brasília (DF) Por meio da Notificação de Lançamento nº 07105/00017/2013 de fls.625/629, emitida em 08.07.2013, a contribuinte identificada no preâmbulo foi intimada a recolher o crédito tributário, no montante de R$52.320.695,78, referente ao Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR), exercício de 2009, acrescido de multa lançada (75%) e juros de mora, tendo como objeto o imóvel denominado “Fazenda São Gonçalo”, cadastrado na RFB sob o nº 4.726.7020, com área declarada de 10.783,1 ha, localizado no Município de Parati/RJ. A ação fiscal proveniente dos trabalhos de revisão das DITR/2009 incidentes em malha valor, iniciouse com o Termo de Intimação Fiscal nº 07105/00011/2013,às fls. 03/04, para a contribuinte apresentar os seguintes documentos de prova: 1º Ato Declaratório Ambiental (ADA) requerido dentro de prazo junto ao IBAMA; 2º documentos, tais como Laudo Técnico emitido por engenheiro agrônomo/florestal, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) registrada no CREA, que comprovem as áreas de preservação permanente declaradas, identificando o imóvel rural e detalhando a localização e dimensão das áreas declaradas a esse título, previstas nos termos das alíneas “a” até “h” do art. 2º da Lei nº 4.771/1965, que identifique a localização do imóvel rural através de um conjunto de coordenadas geográficas definidores dos vértices de seu perímetro, preferivelmente georeferenciadas ao sistema geodésico brasileiro; 3º Certidão do órgão público competente, caso o imóvel ou parte dele esteja inserido em área declarada como de preservação permanente, nos termos do art. 3º da Lei nº 4.771/1965, acompanhado do ato do poder público que assim a declarou; 4º Para comprovar o Valor da Terra Nua (VTN) declarado: Laudo de Avaliação do Valor da Terra Nua emitido por Fl. 799DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10073.721062/201381 Acórdão n.º 2202003.464 S2C2T2 Fl. 774 3 engenheiro agrônomo/florestal, conforme estabelecido na NBR 14.653 da ABNT com grau de fundamentação e de precisão II, com Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) registrada no CREA, contendo todos os elementos de pesquisa identificados e planilhas de cálculo e preferivelmente pelo método comparativo direto de dados do mercado. Alternativamente, o contribuinte poderá se valer de avaliação efetuada pelas Fazendas Públicas Estaduais (exatorias) ou Municipais, assim como aquelas efetuadas pela Emater, apresentando os métodos de avaliação e as fontes pesquisadas que levaram à convicção do valor atribuído ao imóvel. Tais documentos devem comprovar o VTN na data de 1º de janeiro de 2009, a preço de mercado. A falta de comprovação do VTN declarado ensejará o arbitramento do VTN, com base nas informações do SIPT, nos termos do art. 14 da Lei nº 9.393/96, pelo VTN/ha do município de localização do imóvel para 1º de janeiro de 2009 no valor de R$11.554,04. Em resposta à intimação inicial, a contribuinte apresentou a correspondência de fls. 14, acompanhada dos documentos de fls. 15/624. No procedimento de análise e verificação da documentação apresentada e das informações constantes da DITR/2009, a fiscalização resolveu glosar, integralmente, a área de preservação permanente de 10.006,3 ha, glosar, integralmente, a área de servidão florestal de 508,0 ha, além de alterar o Valor da Terra Nua (VTN) declarado de R$10.846.820,00 (R$1.005,91/ha), arbitrando o valor de R$124.588.368,72 (R$11.554,04/ha), com base no Sistema de Preços de Terras (SIPT), instituído pela Receita Federal, com consequente redução da área tributável e aproveitável, do Grau de Utilização de 52,1% para 1,3%, aumento do VTN tributável e da alíquota aplicada de 6,40% para 20,00%, e disto resultando o imposto suplementar de R$24.900.388,25, conforme demonstrado às fls. 628. A descrição dos fatos e os enquadramentos legais das infrações, da multa de ofício e dos juros de mora constam às fls. 626/627 e 629. Da Impugnação Cientificada do lançamento, em 17.07.2013, às fls. 630, ingressou a contribuinte, em 15.08.2013, às fls. 686, com sua impugnação de fls. 686/701, alegando e solicitando o seguinte, em síntese: entende que o lançamento decorreu de ato arbitrário da fiscalização que, desconsiderando todo o histórico da área, bem como as informações e documentos apresentados, procedeu a glosa integral das áreas de preservação permanente e de servidão florestal e arbitrou um valor abusivo para o VTN; transcreve o art. 10, § 1º, I, alíneas “a”, “b” e “d”, da Lei nº 9.393/1996, para dizer que é inquestionável a legitimidade da Fl. 800DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 4 exclusão, da área total do imóvel, das áreas de preservação permanente, de interesse ecológico para proteção de ecossistemas e das áreas sob regime de servidão florestal ou ambiental, para fins de apuração da área tributável do ITR; afirma que o imóvel possui 10.006,3 ha de área de preservação permanente e 508,0 ha de área de servidão florestal, esclarecendo que a maior parte da área de preservação permanente, especificamente 9.694,9831 ha, compõem o Parque Nacional da Serra da Bocaina, que foi criado há mais de 40 anos, por meio do Decreto nº 68.172/71 e alterado pelo Decreto nº 70.694/72, ambos do Governo Federal (doc. 5); expõe que os Parques Nacionais estão previstos na Lei nº 9.985/2000, que regulamenta o art. 225 da Constituição da República e institui o “Sistema Nacional das Unidades de Conservação da Natureza (SNUC)”, e pertencem ao Grupo das Unidades de Conservação de Proteção Integral e, portanto, estão sujeitos a um regime especial de proteção, em virtude de sua grande relevância ecológica e beleza cênica; diz que não há dúvida de que tal área do Parque, que integra o imóvel, é absolutamente inaproveitável e inutilizável por parte da impugnante, não devendo ser passível de ITR e cita e transcreve Ementa de Decisão do CARF para referendar seu argumento; ressalta que há vários anos declara essa área de preservação permanente sendo que, nos anos em que o fisco procedeu, tal como fez recentemente, a revisão de ofício na DIAT, sempre foi reconhecida pela própria fiscalização a sua existência, não tendo sido questionado tal fato e muito pelo contrário, posto que no ano de 2008, após revisão do lançamento do imóvel, exercício 2004, que culminou na Notificação de Lançamento nº 07105/00221/2008 (doc. 06), a Autoridade Fiscal efetuou a retificação de ofício da área de preservação permanente declarada à época (que era de 3.360,0 ha) para uma área maior de preservação permanente de 9.679,6 ha; considera estranho o próprio fisco, em notória contradição aos seus atos anteriores, que reconheceram expressamente a existência dessa área de preservação permanente, ter, agora, ignorado esse fato e os documentos apresentados e procedido a glosa dessa área; salienta que a existência do Parque Nacional ocupando praticamente 90% do imóvel e tão evidente que é absurdo ignorar tal fato e os anos de reconhecimento pelo fisco e mesmo assim contratou estudo do Emérito Professor João Gonçalves Bahia (Coordenador do Curso de Engenharia de Agrimensura da UFRJ), que preparou Laudo, com a devida ART (doc. 07), que atesta que 9.694,9831 ha do imóvel estão localizados no Parque Nacional da Serra da Bocaina, área essa de preservação permanente, que deve ser excluída do ITR; esclarece que já apresentou à fiscalização a cópia do ADA, transmitido em 03.09.2009, exercício 2009, em que a área de preservação permanente foi declarada, sendo tal requisito Fl. 801DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10073.721062/201381 Acórdão n.º 2202003.464 S2C2T2 Fl. 775 5 devidamente cumprido, fato esse reconhecido pela Autoridade Fiscal; informa que apresentou à fiscalização cópia da Certidão do IBAMA, emitida em 2006, que expressamente reconhecia, em relação à área da Fazenda São Gonçalo, que constava no registro à época dessa Certidão (4.366,5 ha), que 3.360,0 ha correspondiam à área de preservação permanente pertencente ao Parque e 508,0 ha eram áreas de interesse ecológico e servidão florestal e que essa Certidão foi ignorada pela fiscalização; expõe que declarou que no imóvel existia uma área de preservação permanente de 10.006,3 ha e 508,0 ha de servidão florestal, no entanto, reconhece que houve um equívoco na nomenclatura utilizada na DITR, pois, a área de 508,0 ha declarada como servidão florestal, em verdade, é uma área de preservação permanente, conforme atestado pelo Laudo ora apresentado com ART (doc. 07); ressalta que, além dos 9.694,9831 ha inseridos no Parque, no imóvel existem áreas situadas ao longo de rios e/ou cursos d’água, topos de morro, florestas nativas, encostas com inclinação maior que 45º e nascentes, que estão abrangidas nas hipóteses do art. 2º do Código Florestal (Lei nº 4.771/65) e que são, portanto, áreas de preservação permanente que, também, devem ser excluídas do ITR; considera que somando todas as áreas de preservação permanente ora atestada na página 07 do Laudo, o total de área de preservação permanente seria de 10.514,2388 ha, sendo tal soma, portanto, equivalente à soma das áreas de preservação permanente e servidão florestal que foram declaradas; entende, pelo princípio da verdade material e da estrita legalidade, pilares do processo administrativo fiscal, e verificada a existência de áreas de preservação permanente, independente de outras formalidades, tais áreas devem ser excluídas da área tributável do ITR, nos estritos termos da Lei nº 9.393/1996; considera que as características do imóvel evidenciam que o valor arbitrado pela fiscalização dista muito do seu valor real, posto que a aplicação do preço médio da terra apurado pelo SIPT foi feita sobre a área total, como se a terra disponível fosse, sendo esta situação injusta, pois o imóvel, a despeito de possuir uma área total de 10.783,1 ha, tem 9.694,9831 ha inseridos no citado Parque, área essa que, por ser de proteção integral, é absolutamente, inaproveitável à exploração; ressalta que a área em questão é objeto de Ação Discriminatória de Terras Devolutas (Processo nº 2003.041.0014339 – Vara Única de Paraty) proposta pelo Estado do Rio de Janeiro, sendo de conhecimento público, portanto, o fato de que a propriedade sobre essa área é objeto de discussão judicial que já se prolonga há mais de 10 anos e que, Fl. 802DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 6 sem dúvida, reflete negativamente no seu valor de marcado em comparação a outras propriedades da região, que supostamente teriam embasado a fixação do VTN; reitera sobre as particularidades do imóvel que não foram observadas quando do arbitramento do VTN, transcrevendo Ementa de Acórdão do CARF com relação à desconsideração de áreas inaproveitáveis para fins do valor da terra, para embasar sua tese; diz que seguindo a mesma linha do referido julgado, ainda que se considere, por hipótese, o valor do SIPT para essa região (R$11.554,04/ha), tendo em vista que quase 90% do imóvel pertence a uma área de proteção integral de Parque, inaproveitável para fins de exploração, podese concluir que o valor total do imóvel declarado de R$11.099.520,00, também, está em consonância com esse critério de valor médio da terra para a região; pelo o exposto, requer seja recebida a impugnação, em seu efeito suspensivo, para que seja julgado improcedente o lançamento, uma vez ter sido demonstrado que as áreas glosadas são efetivamente áreas que devem ser excluídas da base de cálculo do ITR, por serem áreas de preservação permanente, que se encontram atestadas em laudo técnico de especialista com a devida ART, ora juntada; requer, também, seja mantido o valor total do imóvel declarado, considerando o fato de que a fiscalização, ao aplicar indiscriminadamente o valor do SIPT sobre toda a área, ignorou por completo as suas particularidades, especialmente o fato de que praticamente 90% da área do imóvel integra o Parque Nacional da Serra da Bocaina, área essa de Proteção Integral, sendo, portanto, absolutamente inaproveitável; protesta, por fim, pela juntada de documentos complementares, requerendo a conversão do julgamento em diligência, caso entenda necessária, sobretudo para confirmação in loco da existência das áreas de preservação permanente. Também consta dos autos que o débito formalizado por meio do presente processo foi inscrito em Dívida Ativa da União (às fls. 637/639) e, após a constatação da interposição de impugnação tempestiva nos autos do Processo nº 10010.001692/081375,contudo, não copiado integralmente nos autos do presente Processo, foi providenciado junto a PFN/BA o cancelamento dessa inscrição (às fls. 705 e 707). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento deu parcial provimento a impugnação acatar uma área de preservação permanente de 10.215,6 ha, comprovada com documentos hábeis, com redução do imposto suplementar apurado pela fiscalização, de R$24.900.388,25 para R$1.311.383,54. A decisão recebeu a seguinte ementa: "ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2009 DA REVISÃO DE OFÍCIO ERRO DE FATO Fl. 803DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10073.721062/201381 Acórdão n.º 2202003.464 S2C2T2 Fl. 776 7 A revisão de ofício de dados informados pelo contribuinte na sua DITR somente cabe ser acatada quando comprovada nos autos, com documentos hábeis, a hipótese de erro de fato, observada a legislação aplicada a cada matéria. DA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE Cabe acatar a área de preservação permanente comprovada com documentos hábeis, para efeito de exclusão do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR). DO VALOR DA TERRA NUA (VTN) SUBAVALIAÇÃO Deve ser mantido o VTN por hectare arbitrado pela fiscalização, caracterizada a subavaliação do VTN, com base no SIPT, posto que os Laudos de Avaliação apresentados pela contribuinte possuem um VTN por hectare maior que o arbitrado pela fiscalização, e o seu acatamento implicaria no agravamento da exigência. DA PROVA PERICIAL A perícia técnica destinase a subsidiar a formação da convicção do julgador, limitandose ao aprofundamento de questões sobre provas e elementos incluídos nos autos, não podendo ser utilizada para suprir o descumprimento de uma obrigação prevista na legislação. DA INSTRUÇÃO DA PEÇA IMPUGNATÓRIA A impugnação deve ser instruída com os documentos em que se fundamentar e que comprovem as alegações de defesa, precluindo o direito de a contribuinte fazêlo em outro momento processual. Impugnação procedente em parte. Em seu voto, a DRJ acatou a alegação de erro de fato constante da DITR na qual tinha sido declarado área de preservação permanente de 10.006,3 ha e área de servidão florestal de 508,0 ha, quando, na realidade, conforme comprovado pelo laudo técnico, a área de 508,0 ha era também área de preservação permanente a qual totalizaria uma área de 10.514,2 ha que corresponde a área declarada na DITR. No entanto, entendeu a DRJ que "não obstante o Parecer Técnico, com ART, trazer a informação de uma área de preservação permanente de 10.514,2 ha, no ADA Exercício /2009 consta a informação de uma área de preservação permanente de 9.707,6 ha e uma área de servidão florestal de 508,0 de ha, essa última acatada como APP neste voto e que totalizam uma área ambiental no imóvel de 10.215,2 ha, área essa, portanto, menor que a constante no Parecer e que deve ser acatada por estar contida nos dois documentos comprobatórios. Fl. 804DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 8 Em relação ao arbitramento do VTN promovido pela fiscalização em razão da subavaliação é importante destacar que, embora não conste dos autos a tela com o extrato do SIPT a própria DRJ reconhece que o critério utilizado para o arbitramento foi (fls. 721) VTN médio por hectare, apurado no universo das DITRs do exercício de 2009, referentes aos imóveis rurais localizados no município de Paratí/RJ, consoante informação do Termo de Intimação Fiscal, às fls. 03/04. Cientificado (AR de fls. 729), o contribuinte apresentou o Recurso Voluntário de fls. 733 a 747, no qual alega, resumidamente, que: a) somandose todas as Áreas de Preservação Permanente atestadas no Laudo Técnico, o total de área a esse título seria de 10.514,2388 ha e não apenas 10.215,6 hectares como reconhecido pela DRJ; b) que a informação constante do Laudo Técnico acompanhado da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) deve prevalecer sobre o ADA, cujo preenchimento se deu com erro formal. c) que embora o ADA que serviu de fundamento a decisão da DRJ tenha indicado uma área de interesse ambiental não tributável de 10.215,6 hectares (9.707,60 hectares a título de APP e 508,00 hectares a título de servidão florestal), também consta nesse mesmo documento uma área utilizada na atividade rural de produtos vegetais de 496,5 hectares que foi ignorada e, caso tivesse sido considerada, reduziria substancialmente o valor do ITR devido no período por afetar o grau de utilização da terra. d) Pede, ao final, que sejam os 298,7 hectares da propriedade da Recorrente como Área de Preservação Permanente, ou, subsidiariamente, que seja considerada a área de 496,5 hectares, que consta declarada no ADA de 2009. Finalmente, é importante registrar que a Recorrente não questionou em seu recurso o critério utilizado pela autoridade fiscal para arbitramento do VTN, o qual utilizou como parâmetro o VTN médio por hectare, apurado no universo das DITR´s. É o relatório. Voto Conselheiro Relator JÚNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO O recurso está dotado dos pressupostos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Conforme demonstrado no Relatório, a DRJ reconheceu que a maior parte do área declarada pela Recorrente era, de fato, Área de Preservação Permanente. No entanto, para dimensionar a referida área, a DRJ se utilizou da informações constante do ADA 2009 juntado às fls. 31. No referido documento, foram declarados 9.707,6 ha de Área de Preservação Permanente e 508,00 de Servidão Florestal. Verificase ainda a declaração de uma área de 496,5 de Produção Vegetal. Assim, somandose as áreas declaradas como APP e Servidão Florestal chegou a uma área de 10.215,6 he ao invés da área de 10.514,33 apontada no Laudo de Avaliação. Fl. 805DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA Processo nº 10073.721062/201381 Acórdão n.º 2202003.464 S2C2T2 Fl. 777 9 Assim, a questão que se coloca no presente recurso é a seguinte. As informações constantes do ADA devem prevalecer sobre as informações constantes do Parecer Técnico com Anotação de Responsabilidade Técnica ART? Em primeiro lugar, é importante destacar que DRJ reconhece a existência e a legitimidade do Parecer Técnico apresentado elaborado pelo Engenheiro Cartógrafo João Gonçalves Bahia, contaste do Processo nº 10010 .001692/08375. Por outro lado, verificase que a DRJ admite erros materiais no ADA, assim como na DITR, uma vez que, em ambos os documentos, foi declarada a área de 508,00 ha como Servidão Florestal, a qual foi retificada de ofício pela DRJ por reconhecer o erro material. Além disso, a Câmara Superior de Recursos Fiscais no Acórdão nº 9202 002.818, já decidiu que a apresentação intempestiva do ADA não é motivo para desconsiderar a dedução das Áreas de Preservação Permanente, desde que essas estão comprovadas por outros meios, conforme ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2007 ITR. ISENÇÃO. ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E DE RESERVA LEGAL. ATO DECLARATÓRIO AMBIENTAL (ADA).OBRIGATORIEDADE A PARTIR DE LEI 10.165/00. A apresentação do ADA, a partir do exercício de 2001, tornouse requisito para a fruição da redução da base de cálculo do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural, passando a ser, regra geral, uma isenção condicionada, tendo em vista a promulgação da Lei n.º 10.165/00, que alterou o conteúdo do art. 17O, §1º, da Lei n.º 6.938/81. A partir do exercício de 2.002, regra geral, a localização da reserva legal deve ser aprovada pelo órgão ambiental competente, observandose a função social da propriedade e os critérios previstos no §4º do art. 16 do Código Florestal. A averbação da área de reserva legal à margem da matrícula do imóvel é, regra geral, necessária para sua exclusão da base de cálculo do imposto. A jurisprudência do CARF tem entendido que documentos emitidos por órgãos ambientais e a averbação da área de reserva legal à margem da matrícula do imóvel suprem referida exigência. Hipótese em que a Recorrida apresentou o ADA e averbou na matrícula do imóvel área de reserva legal antes da data da ocorrência do fato gerador, bem como comprovou a área de preservação permanente mediante apresentação de laudos técnicos, devidamente acompanhados de ARTs. ITR. VALOR DA TERRA NUA VTN.ARBITRAMENTO. Fl. 806DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA 10 Nos termos do artigo 14, §1o., da Lei 9.393/96, combinado com o artigo 12 da Lei n. 8.629/93, o arbitramento do VTN, apurado com base nos valores do Sistema de Preços de Terra (SIPT), deve observar, dentre outros critérios, o VTN médio por aptidão agrícola. (grifamos) Assim, entendo que os dados declarados no ADA não devem prevalecer sobre aqueles constates do Parecer Técnico que, ao meu ver, atende ao princípio da verdade material. A prova disso, é que a própria DRJ desconsiderou, por erro material, parte da área declarada a título de Servidão Florestal. Em face do exposto, nego provimento ao Recurso de Ofício e dou provimento ao recurso voluntário para reconhecer a Área de Preservação Permanente de 298,7 ha. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 807DF CARF MF Impresso em 04/07/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 2 8/06/2016 por JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO, Assinado digitalmente em 29/06/2016 por MARCO AURELIO D E OLIVEIRA BARBOSA
score : 1.0
Numero do processo: 10730.728818/2013-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 12 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Aug 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2011
COMPROVAÇÃO DE PAGAMENTO. Aceita-se deduções de despesas de intermediação de imóveis comprovadas com declaração de recebimento dos valores e com procuração de intermediação de aluguéis de imóveis para corretor credenciado.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 2401-004.444
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, por maioria, dar-lhe provimento parcial, para excluir do lançamento o valor de R$ 1.173,41. Vencido o conselheiro Carlos Alexandre Tortato.
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
Maria Cleci Coti Martins - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Carlos Alexandre Tortato, Luciana Matos Pereira Barbosa, Cleberson Alex Friess e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: MARIA CLECI COTI MARTINS
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Aceitase deduções de despesas de intermediação de imóveis comprovadas com declaração de recebimento dos valores e com procuração de intermediação de aluguéis de imóveis para corretor credenciado. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 88 18 /2 01 3- 22 Fl. 94DF CARF MF Impresso em 09/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, por maioria, darlhe provimento parcial, para excluir do lançamento o valor de R$ 1.173,41. Vencido o conselheiro Carlos Alexandre Tortato. Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente Maria Cleci Coti Martins Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Miriam Denise Xavier Lazarini, Maria Cleci Coti Martins, Marcio de Lacerda Martins, Andréa Viana Arrais Egypto, Carlos Alexandre Tortato, Luciana Matos Pereira Barbosa, Cleberson Alex Friess e Rayd Santana Ferreira. Fl. 95DF CARF MF Impresso em 09/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI Processo nº 10730.728818/201322 Acórdão n.º 2401004.444 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório Recurso voluntário interposto em 01/07/2014 em face do Acórdão 0252.891 9a. Turma da DRJ/BHE, que considerou improcedente a impugnação do contribuinte para o crédito tributário objeto deste processo. A ciência da decisão recorrido deuse em 09/06/2014. O lançamento se refere a omissão de rendimentos de R$ 3.266,66 e R$ 11.007,03, referentes à aluguéis recebidos de Sandex Comércio de Móveis LtdaEPP e Parco Papelaria Ltda., respectivamente. A decisão recorrida está assim ementada. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2011 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DE ALUGUÉIS. Configurada a omissão de rendimentos de aluguéis recebidos de pessoa jurídica, mantémse o imposto lançado, com os acréscimos e as penalidades legais, considerando como base de cálculo o valor da renda omitida. O contribuinte alega que teria se equivocado ao juntar documentos probatórios que se referiam a outros anos relativamente aos corretores Antonio de Souza Dias e Vitor Franzotti Branco. Considera que, como os contratos de locação são antigos, juntou uma procuração datada de maio de 1997, da proprietária, dando plenos poderes sobre os recebimentos dos aluguéis dos imóveis, ao sr. Antonio de Souza. A partir de 2011, a responsabilidade pelo recebimento dos aluguéis dos imóveis ocupados pela PARCO e pela SANDEX passou para o sr. Vitor Franzotti, conforme contrato de prestação de serviços. É o relatório. Fl. 96DF CARF MF Impresso em 09/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI 4 Voto Conselheira Maria Cleci Coti Martins Relatora O recurso é tempestivo, atende aos requisitos legais e dele conheço. A decisão recorrida considerou improcedente a impugnação da contribuinte porque não foram apresentados documentos comprobatórios das despesas consideradas dedutíveis pela mesma, quais sejam contrato de prestação de serviço devidamente formalizado e dos comprovantes de pagamento da taxa de administração. A contribuinte reapresentou declarações do sr. Victor Franzotti Branco (Creci RJ 047230), nos valores de R$ 10.089,78 e R$ 2.994,44, referentes à recebimento de comissões do aluguéis de imóvel à Parco Papelaria Ltda.(efl. 83) e Sandex Comércio de Móveis Ltda (efl. 82) para o ano 2011. Anexou também declaração de Antonio de Souza Dias referente a recebimento de comissão de aluguéis de no valor de R$ 906,75 e R$ 266,66, de Parco Papelaria Ltda. (efl. 81) e Sandex Comércio de Móveis Ltda. (efl. 80), respectivamente. Tais declarações datam de 2013 e se referem a 2011, mas sem qualquer indicação oficial da data em que teriam sido produzidas. Não foram anexados contratos de prestação de serviços de intermediação de imóveis. No entanto, foi juntada procuração particular dada pela contribuinte ao corretor de imóveis Antonio de Souza Dias, feita em 13/04/1997, aonde lhe dava poderes para intermediação dos imóveis dos quais era proprietária. Não encontrei no processo documento que se assemelhe a contrato de prestação de serviços de intermediação de imóveis da fiscalizada com o sr. Victor Franzotti Branco, apesar da informação contida no recurso voluntário sobre o assunto. Considerando que só foi anexada procuração para intermediação de imóveis para o sr. Antonio de Souza Dias, entendo que podem ser considerados comprovados apenas os valores contidos nos recibos de efls. 80 e 81, no valor total de R$ 1.173,41. Recurso voluntário provido em parte. Maria Cleci Coti Martins. Fl. 97DF CARF MF Impresso em 09/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/07/2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/ 2016 por MARIA CLECI COTI MARTINS, Assinado digitalmente em 29/07/2016 por MIRIAM DENISE XAVIER LAZA RINI
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Numero do processo: 16682.720136/2014-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri May 13 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1401-000.375
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernando Luiz Gomes de Mattos - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio e Aurora Tomazini Carvalho.
Nome do relator: FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, CONVERTER o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Presidente (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio e Aurora Tomazini Carvalho. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 66 82 .7 20 13 6/ 20 14 -5 1 Fl. 1015DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto parcialmente o relatório que integra o Acórdão recorrido (fls. 544547): Tratam os presentes autos de exigências de ofício do imposto de renda de pessoa jurídica, R$ 8.825.748,81, fls. 175, e da CSLL, R$ 17.927.506,24, fls. 187, atinentes ao ano calendário de 2009, acrescidas de penalidade de 75% e encargos moratórios, de pessoa jurídica tributada com base no lucro real anual, com balancetes mensais transcritos no LALUR. 2.De acordo com o Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 150/173, fundamentaram as exações, cujas bases imponíveis são discriminadas às fls. 172 e sintetizadas a seguir: 2.1.do IRPJ, adição ao LALUR: 2.1.1.diferença entre o valor dos tributos com exigibilidade suspensa, contabilmente revertida, constante da DCTF, e o montante adicionado no LALUR, R$ 903.403,84; 2.1.2.atualizações dos depósitos judiciais despesas financeiras – decorrentes da provisão para o FUST, com exigibilidade suspensa, em contrapartida da exclusão apenas das respectivas receitas efetuadas pelo sujeito passivo nos seguintes meses calendário: janeiro a julho: R$ 5.367.893,28; agosto/setembro: R$ 1.369.646,10; outubro/dezembro: R$ 1.978.448,36; 2.1.3.despesas de atualização monetária dos depósitos judiciais do ICMS com exigibilidade suspensa, havendo o contribuinte excluído apenas as respectivas receitas, nos seguintes períodos: janeiro a julho: R$ 4.706.493,27; agosto/setembro: R$ 1.332.593,54; outubro/dezembro: R$ 2.304.183,19; 2.1.4.insuficiência de adição de outras provisões não dedutíveis: R$ 18.713.217,95 (item 4.3 do TVF). 2.1.5.tributos pagos em duplicidade: R$ 2.906.747,28; 2.2.da CSLL, não adição à base de calculo: 2.2.1.tributos com exigibilidade suspensa, constante de DCTF, para os seguintes períodos: Fl. 1016DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 4 3 janeiro a julho: R$ 107.288.763,28; agosto/setembro: R$ 30.937.948,47; 2.2.1.3.provisões para o FUST, com exigibilidade suspensa: janeiro/julho: R$ 11.698.717,22: agosto/setembro: 3.368.643,16: outubro/dezembro: R$ 7.527.354,50; 2.2.2.provisão para ICMS com exigibilidade suspensa: janeiro/julho: R$ 7.475.539,39; agosto/setembro: R$ 40.26.088,61; outubro/dezembro: R$ 6.617.352,24; 2.2.3.demais valores referenciados nos itens 2.1.2 a 2.15, anteriores. 3.Ciente das exigências em 18/07/2014, fls. 175, o sujeito passivo acostou aos autos a impugnação de fls. 395/337, e documentação de fls. 384/462 – LALUR de 2009 e de 2004, protocolada em 19/08/2104, fls. 463, através da qual alega, em síntese: 3.1.da nulidade das autuações por ausência de comprovação da inexatidão do contribuinte e cerceamento do direito de defesa, dado que não há prova contábil ou no LALUR da insuficiência de adição de R$ 903.403,84, conforme atestado às fls. 4 do TVF; 3.2.da preterição do direito de defesa quanto às atualizações monetárias de valores de tributos com exigibilidade suspensa, por falta de motivação dos lançamentos; 3.2.1.que a atualização monetária possui natureza distinta dos tributos, sendo classificadas como receitas financeiras e podem ser exigidas isoladamente, conforme art. 374 do RIR/99 c/c art. 43 da Lei n° 9.430/96; 3.2.2.especificamente, quanto ao FUST, ocorreu Mandado de Segurança Coletivo pelo Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia Móvel Celular e Pessoal – SINDITELEBRASIL, discussão proposta por terceiro, o que não teria o condão de transformar a contribuição devida em provisão não dedutível; 3.2.2.1.que os depósitos judiciais efetuados, consoante dispõe a Lei n° 9703/98 devem ser encarados como pagamento para fins de extinção do crédito, visto que os valores são transferidos ao Tesouro Nacional. 4.No mérito, quanto a CSLL alega inexistir norma legal que trate especificamente da dedutibilidade de tributos com exigibilidade suspensa, razão pela qual sempre se respeitou a regra comercial/contábil do princípio da competência, conforme legislação comercial, tributária, jurisprudência administrativa e Parecer Normativo CST n° 26/82, ementas reproduzidas às fls. 305/317; alega, ainda, que: Fl. 1017DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 5 4 4.1.as circunstâncias que afetem ao crédito tributário não afetam a respectiva obrigação, conforme dispõe o artigo 140 do CTN; ocorrido o fato gerador não há expectativa de uma obrigação se enquadrar no conceito de provisão; 4.2.a obrigação tributária e os juros constituem uma obrigação legal, devendo ser reconhecidas como despesa; não como provisão, conforme Deliberação CVM 489/05; 4.2.1.no ordenamento jurídicos juros se qualificam como despesa financeira e possuem fato gerador próprio, independente do fato gerador do tributo, conforme artigo 161 do CTN, 43 da Lei n° 9.430/96 e 5 do DecretoLei n° 1.736/79; 4.2.2.não há norma legal que determine a não dedutibilidade dos juros de mora sobre tributos com exigibilidade suspensa, conforme reconhecido pelo CARF, ementa às fls. 322; 4.2.3.o reconhecimento do diferimento das receitas de atualização monetária de depósitos é reconhecido pela própria Receita Federal, conforme Solução de Consulta n° 107/2012, fls. 323; 4.3.quanto aos valores de R$ 107.288.763,28 e de R$ 30.937.948,47, teria ocorrido ofensa ao art. 6° e §§ 4º e 6º do Decretolei n° 1598/77 e ao Parecer Normativo COSIT 02/96, dado que a auditoria não considerou o valor objeto de parcelamento, R$ 181.874.581,47 que reduziu o montante em litígio contabilizado a esse título (TVF, fls. 6 e LALUR, fls. 60); 4.3.1.o TVF reconhece, inclusive, que a impugnante faz jus a uma exclusão de R$ 46.376.116,66 no período de 01/10/09 a 31/12/09 (TVF fls. 6); 4.3.2.quanto ao valor de R$ 968.602,92, foi procedido, tanto na contabilidade, como no LALUR, a reversão de R$ 24.467.449,06. Segundo o TVF apenas aquele valor corresponderia ao período de 2009, quando a fiscalização, de ofício, adicionou R$ 3.172.825,25 correspondentes ao ano calendário de 2008. 4.4.Por não serem identificadas as origens das reversões procedidas, em vista de êxito em decisões judiciais, foram adicionados de ofício os valores de atualizações monetárias desses depósitos. Entretanto: 4.4.1.conforme fls. 53 do LALUR, em junho/09 foram revertidos R$ 8.340.923,09, a título de atualização monetária, valor intrinsecamente ligado à reversão do ICMS com exigibilidade suspensa, de R$ 24.467.449,06; 4.4.2.o fisco deveria ter comparado valores revertidos em todos os anos calendários anteriores, e anular os efeitos relativos a valores que constituem meras “diferenças temporárias”; 5.idêntica situação se aplica à diferença, correspondente a R$ 2.004.843,123,99 que deveria ser adicionada no período (R$ 1.999.825.713,60 comprovadamente adicionados pela impugnante); Fl. 1018DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 6 5 6.os fatos antes descritos ratificariam da mera postergação de tributo, conforme §§ 4º e 6º, art. 6º, do DecretoLei n° 1.598/77 e Parecer Normativo COSIT 02/96; 7.Quanto à atualização das provisões relativas ao ICMS com exigibilidade suspensa, período de janeiro/julho, simples leitura do LALUR constata uma adição líquida de R$ 3.695.731,94 (adição de R$ 45.654.733,77 deduzida da exclusão de R$ 41.959.001,83 (LALUR, fls. 28); 8.O valor de R$ 18.713.217,96, adicionado exofício, é composto de R$ 13.889.128,53, supostamente duplicado no cálculo do valor líquido adicionado. Tal valor foi adicionado de forma destacada nas adições efetuadas, conforme o demonstra o LALUR, fls. 26, parcialmente reproduzido às fls. 331/332. Não integra o montante de R$ 1.973.802.744,57, onde estaria consignada, segundo a fiscalização, a duplicidade de adição; 9.inexistência de exclusão indevida de tributos pagos em duplicidade, dado que até o início do ano calendário de 2008 o contribuinte não reverteu a provisão, conforme LALUR 2004, fls. 37 e parte B. O saldo excluído (R$ 2.906.747,28) representa a exclusão parcial da provisão constituída (R$ 5.512.150,48). 10.Finalmente, requer diligência ou perícia acaso a documentação acostada aos autos não seja suficiente com relação, especificamente, à falta de adição de despesas com provisão, R$ 18.171.217,95 e tributos pagos em duplicidade. Para tanto indica seu perito e os quesitos que julga devam ser esclarecidos. A 2ª Turma da DRJ Rio de Janeiro, por unanimidade, deu provimento parcial à impugnação, para reduzir o IRPJ devido para R$ 4.400.178,90 e a CSLL para R$ 16.334.371,07, acrescidos de penalidade 75% e encargos moratórios, por meio de Acórdão assim ementado (fls. 543544): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2009 PERÍCIA. CONDIÇÃO DE NÃO ADMISSIBILIDADE. Descartável a perícia quando os documentos acostados aos autos a torna desnecessária. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. OBJETIVIDADE DOS FUNDAMENTOS DA AUTUAÇÃO. INSUSTENTABILIDADE. Se os fundamentos materiais da autuação evidenciam o equívoco incidido pelo sujeito passivo, insustentável alegação de cerceamento do direito de defesa. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2009 ESCRITURAÇÃO. COMPROVAÇÃO DOCUMENTAL. Fl. 1019DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 7 6 As apropriações contábeis/fiscais devem ser necessariamente amparadas em documentação hábil, não se prestando à sua justificativa a falência de documentos que justifiquem valores apropriados. DESPESAS OPERACIONAIS. ATUALIZAÇOES MONETÁRIAS DE TRIBUTOS COM EXIGIBILIDADE SUSPENSA. ADIÇÃO. Por se vincularem íntima e diretamente com a questão subjudice devem ser adicionados ao lucro líquido acréscimos despesas e encargos por atualizações monetárias e/ou juros de tributos com exigibilidade suspensa. DESPESAS OPERACIONAIS. INDEDUTIBILIDADE DE PROVISÕES LEGALMENTE NÃO AUTORIZADAS. Na apuração da base de cálculo do IRPJ são indedutíveis quaisquer outras provisões que não as expressa e legalmente autorizadas. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2009 PROVISÕES LEGALMENTE NÃO AUTORIZADAS. INDEDUTIBILIDADE. Injustificável a não adição à base de cálculo da CSLL de provisões de tributos e outros questionamentos judiciais e seus encargos à alegação de ausência de dispositivo legal que a determine. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte A Presidente da Turma, em obediência à legislação de regência, recorreu de ofício a este CARF. Devidamente cientificada desse Acórdão em 15/11/2014 (fls. 571), a contribuinte apresentou em 02/12/2014 o recurso voluntário de fls. 575616, com base nos seguintes argumentos: a) houve um fato superveniente prejudicial à discussão do item 4.1.1 do TVF, qual seja o parcelamento dos débitos de PIS e COFINS do ano de 2009, que estavam com sua exigibilidade suspensa. Referido parcelamente foi feito com base na Lei 12.996/2014. Assim, entende a recorrente que não mais se justifica a adição dos valores de PIS e COFINS, razão pela qual o auto de infração deve ser julgado insubsistente quanto a este ponto; b) nulidade da decisão de piso, que não enfrentou a arguição de nulidade do auto de infração ante a preterição do direito de defesa da recorrente – art. 59, II do Decreto nº 70.235/72. No seu entender, a decisão DRJ não se posicionou sobre os seguintes itens: b.1) falta de motivação do lançamento, por não ter apontado a razão jurídica do lançamento a título de juros sobre tributos com exigibilidade suspensa (atualização monetária de provisões indedutíveis); b.2) indedutibilidade de tributos com exigibilidade suspensa por força de Fl. 1020DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 8 7 mandado de segurança coletivo; b.3) indedutibilidade de tributos com exigibilidade suspensa cujos valores tenham sido objeto de depósito judicial. c) no mérito, defendeu a ausência de fundamento legal para a adição de despesas com tributos com exigibilidade suspensa à base de cálculo da CSLL; d) arguiu a imprestabilidade do lançamento por suposta ofensa aos art. 6º, §§ 4º e 6º do DecretoLei nº 1.598/77 e Parecer Normativo COSIT 02/96; e) inexistência de falta de adição à base de cálculo do IRPJ e CSLL de despesas de atualização de débitos de ICMS com exigibilidade suspensa; f) na hipótese de os documentos acostados ao recurso não serem suficientes, requereu a realização de diligência ou perícia, formulando quesitos e nomeando seu perito assistente. É o relatório. Fl. 1021DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 16682.720136/201451 Resolução nº 1401000.375 S1C4T1 Fl. 9 8 Voto Conselheiro Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Os recursos atendem aos requisitos legais, razão pela qual devem ser conhecido. Inicialmente apresentei extenso voto, por meio do qual propus: a) negar provimento ao recurso de ofício; b) rejeitar as preliminares, indeferir o pedido de diligência/perícia e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. No entanto, após ouvir a sustentação oral realizada pelo ilustre patrono da recorrente, bem como as ponderações dos meus pares, sensibilizeime pela necessidade de deferimento da perícia requerida pela recorrente. Conclusão Diante do exposto, voto pela conversão do julgamento em diligência, para realização da perícia requerida pela recorrente. Os quesitos a serem respondidos, bem como os dados do assistente técnico indicado pela recorrente constam às fls. 42 da peça recursal (fls. 615 dos autos). (assinado digitalmente) Fernando Luiz Gomes de Mattos Relator Fl. 1022DF CARF MF Impresso em 13/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 0 3/05/2016 por FERNANDO LUIZ GOMES DE MATTOS, Assinado digitalmente em 12/05/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 13807.005409/2010-69
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Apr 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2007
DEDUÇÕES. DESPESAS MÉDICAS.
É passível de dedução da base de cálculo do Imposto de Renda a despesa médica declarada e devidamente comprovada por documentação hábil e idônea.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2201-002.781
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$ 3.463,52, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Marcio de Lacerda Martins, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Eduardo Tadeu Farah, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ana Cecília Lustosa da Cruz.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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DESPESAS MÉDICAS. É passível de dedução da base de cálculo do Imposto de Renda a despesa médica declarada e devidamente comprovada por documentação hábil e idônea. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$ 3.463,52, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Carlos Alberto Mees Stringari Presidente em exercício. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Mees Stringari, Marcio de Lacerda Martins, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos, Eduardo Tadeu Farah, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Ana Cecília Lustosa da Cruz. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 7. 00 54 09 /2 01 0- 69 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/ 02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 13807.005409/201069 Acórdão n.º 2201002.781 S2C2T1 Fl. 74 2 Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 7ª Turma da DRJ/SP2(Fls. 40), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: Em procedimento de revisão da Declaração de Imposto de Renda Pessoa Física, referente ao anocalendário de 2006, em nome da contribuinte acima qualificada, foram glosados R$ 1.182,00, a título de dedução com Previdência Privada/F API (fl. 06); R$ 22.841,14, deduzidos como Despesas Médicas (fl. 27) e R$ 121,50, declarados como Dedução de Incentivo (fl. 07). Devidamente intimada, pelo setor de Malha/Pessoa Física (fl. 08), a reclamante não compareceu (fls. 06/07 e 27). Desta feita, foi cientificada da presente Notificação (fls. 04/07 e 27/28), tendo apresentado impugnação em 16.07.2010 (fl. 01). Alega, em síntese que conta com 78 anos de idade e por ser leiga no que tange às Declarações IRPF, pediu a uma pessoa para preencher sua Declaração IRPF EX 2007/ANO BASE 2006, sendo que esta informou diversos gastos indevidamente, bem como declarou seus bens erroneamente. Acrescenta que "por ser uma pessoa de idade avançada, dependo das minhas economias para eventuais gastos médicos e não tenho a mínima condição de pagar os valores ora apresentados, por isso peço uma atenção especial na análise dos documentos anexos.". Juntou à fl. 14, Informe de Rendimentos Financeiros de 2007, emitido pelo Santander Banespa, para comprovação da contribuição à Previdência Privada (PGBL) e às fls. 15/22, diversos documentos pertinentes a despesas médicas. Solicita que seja acolhida a presente impugnação com conseqüente cancelamento do débito fiscal. Passo adiante, a 7ª Turma da DRJ/SP2 entendeu por bem julgar a impugnação procedente em parte, em decisão que restou assim ementada: GLOSA DE DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. A parcela comprovada das despesas médicas informadas na Declaração de rendimentos do exercício fiscalizado, deve ser restabelecida como dedução. GLOSA DE DEDUÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA E FAPI. MANTIDA POR FALTA DE COMPROVAÇÃO. INCABÍVEL A DEDUÇÃO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA DE OUTRA ENTIDADE, NÃO PLEITEADA NA DIRPF. A dedução com Contribuição à Previdência Privada efetuada para uma entidade (GBOEX PREVIDÊNCIA PRIVADA), informada na DIRPF e não comprovada, não poderá ser Fl. 74DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/ 02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 13807.005409/201069 Acórdão n.º 2201002.781 S2C2T1 Fl. 75 3 substituída por outra, não declarada (PGBL SANTANDER BANESPA), após a ciência da Notificação de Lançamento. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. GLOSA DE DEDUÇÃO DE INCENTIVO. A matéria não contestada expressamente na impugnação é considerada incontroversa e o crédito tributário, a ela correspondente, definitivamente consolidado na esfera administrativa. Mantida a glosa efetuada. Cientificada em 05/05/2011 (Fls. 47), a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 20/05/2011 (fls. 51), argumentando: (...) Pertinente aos gastos efetuados com o plano de saúde TRANSMONTANO, foram apresentados todos os comprovantes pagos durante o ano base 2006, hum total de R$ 3.340,48 (três mil, trezentos e quarenta reais e quarenta e oito centavos), mesmo porque a falta de pagamento de qualquer das mensalidades, impediria o contribuinte de utilizar o plano de saúde em caso de necessidade. Cumpre esclarecer que foi anexado também, comprovante de rendimentos da Prefeitura de São Paulo, discriminando no campo 6, item 01 Despesas médica, odontológica e hospitalar num total de R$ 1.045,12 (um mil, quarenta e cinco reais e doze centavos), que não foi considerado pelos membros da turma de julgamento. (...) Como prova dos fatos, anexo todos os comprovantes pagos da empresa TRANSMONTANO, bem como, o comprovante de rendimentos emitido pela Prefeitura do Município de São Paulo, ano base 2006. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. De início, verifico que a contribuinte recorre apenas contra a manutenção da glosa de despesas médicas com a parte que restou do plano de saúde Transmontano, no valor de R$2.418,40, e Prefeitura do Município de São Paulo, no valor de R$1.045,12. Fl. 75DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/ 02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 13807.005409/201069 Acórdão n.º 2201002.781 S2C2T1 Fl. 76 4 Em relação às glosas acima referidas, esclareceu que a 7a Turma da DRJ/SP2 que: No que tange às despesas médicas, para as quais foram anexados os documentos de fls. 15/22, foram aceitos os recibos de pagamentos pertinentes à CLÍNICA DE GINECOLOGIA OBSTETRÍCIA E MASTOLOGIA LUIZ ANCHIETA S/C LTDA, CNPJ: 01.396.247/000131 (fl. 15 total de R$ 240,00), BENEFICÊNCIA NIPOBRASILEIRA DE SÃO PAULO HOSPITAL NIPO BRASILEIRO, CNPJ: 60.992.427/000650 (fl. 16 R$ 50,00). Pertinentemente aos gastos efetuados com o plano de saúde TRANSMONTANO, somente foram considerados os boletos para os quais foi apresentada prova inequívoca de efetivo pagamento, no presente caso, chancela bancária (fls. 17 e 19/20 — total de R$ 922,08). Assim sendo, fica restabelecido, como dedução de despesas médicas, o montante de R$ 1.212,08 (R$ 240,00 + R$ 50,00 + R$ 922,08).(doc. pág. 44 dos autos) Observo ainda que, após ser alertada pela DRJ, a Recorrente anexou Declaração para fins de Imposto de Renda às Fls. 52 e 53 onde se verificam os valores pagos, R$3.340,48, ao CENTRO TRASMONTANO DE SÃO PAULO, no ano de 2006. Em relação aos valores glosados da Prefeitura do Município de São Paulo, a Recorrente anexou às fls 55 o comprovante de rendimentos da Prefeitura de São Paulo, ano base 2006, que discrimina como Despesas médica, odontológica e hospitalar, o valor de R$ 1.054,12, portanto o mesmo declarado na Declaração de Ajuste anual (Fls. 11). É de se observar que a declaração do plano de saúde TRANSMONTANO, bem como, o comprovante de rendimentos emitido pela Prefeitura do Município de São Paulo, ano base 2006, são documentos hábeis e suficientes para comprovar o pagamento as despesas médicas declaradas pela Recorrente. Assim, entendo que a contribuinte supriu as lacunas apontadas pela DRJ; razão pela devem ser restabelecidas as deduções recorridas. Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por dar provimento ao recurso, para restabelecer a dedução com despesas médicas no valor de R$3.463,52. . Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 76DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/ 02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE Processo nº 13807.005409/201069 Acórdão n.º 2201002.781 S2C2T1 Fl. 77 5 Fl. 77DF CARF MF Impresso em 11/04/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 19/ 02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 01/04/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 19/02/2016 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
score : 1.0
Numero do processo: 13984.902620/2009-47
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue May 03 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 15/01/2008
INOVAÇÃO DOS ARGUMENTOS DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO.
Os argumentos novos não apreciados pela primeira instância, trazidos apenas em sede de recurso voluntário, não podem ser conhecidos.
Numero da decisão: 3803-004.175
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da 3ª Turma Especial da 3ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente da Câmara.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator ad hoc.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira (Relator), Hélcio Lafetá Reis, Juliano Eduardo Lirani, Paulo Guilherme Deroulede e Adriana Oliveira e Ribeiro.
Nome do relator: JOAO ALFREDO EDUAO FERREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 15/01/2008 INOVAÇÃO DOS ARGUMENTOS DE DEFESA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. Os argumentos novos não apreciados pela primeira instância, trazidos apenas em sede de recurso voluntário, não podem ser conhecidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da 3ª Turma Especial da 3ª Turma Especial da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente da Câmara. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Belchior Melo de Sousa (Presidente), João Alfredo Eduão Ferreira (Relator), Hélcio Lafetá Reis, Juliano Eduardo Lirani, Paulo Guilherme Deroulede e Adriana Oliveira e Ribeiro. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 4. 90 26 20 /2 00 9- 47 Fl. 82DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2016 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 28/03/2016 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/05/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13984.902620/200947 Acórdão n.º 3803004.175 S3‐TE03 Fl. 83 2 Tendo sido designado como relator ad hoc neste processo, reproduzo o relatório e o voto elaborados pelo relator, bem como a ementa, em conformidade com os termos constantes da ata de julgamento: Tratase de PER/DCOMP transmitido em 15/01/2008, relativo à compensação de créditos de COFINS oriundos de pagamento alegadamente indevido ou a maior, do período de apuração agosto de 2007, com débitos da mesma contribuição de competência dezembro de 2007, no valor total de R$ 22.839,28. Por meio de despacho decisório eletrônico, a DRF Lages/SC não homologou o pedido do contribuinte, fundamentando sua decisão na ausência de crédito, pois, haviam sido encontrados pagamentos, mas totalmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte. Irresignado, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, onde, resumidamente, admitiu ter cometido um equívoco no DACON, não registrando os créditos devidos para o tributo COFINS. Para comprovar os créditos devidos, anexou cópia dos DACONs retificadores e relação nominal de notas fiscais. Ao final pediu que fosse homologado o PER/DCOMP. A DRJ Florianópolis/SC julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada. Em seu acórdão, destacou que a compensação tinha como requisito primeiro e essencial a existência de créditos líquidos e certos contra a Fazenda Nacional, sendo que, à época do encontro de contas, o crédito não existia. Salientou que os créditos e os débitos informados em PER/DCOMP não são confrontados com os valores informados em DACON, mas com os valores declarados por meio da DCTF, instrumento através do qual o contribuinte confessa os seus débitos. Inconformado, o contribuinte protocolizou recurso voluntário. Argumentou que a declaração foi um erro, pois, inexistia débito de COFINS em aberto na competência de dezembro de 2007, não podendo a recorrente ser obrigada a um pagamento de débito pelo simples fato de ter apresentado uma declaração de compensação equivocada. Recorre ao Princípio da Verdade Material e quer reconhecida a ilegalidade da cobrança da COFINS relativa à competência de dez/2007. Anexa recibo de entrega de DACON retificador, extrato de DCTF, extrato bancário sem assinatura, agendamento de pagamento e comprovante de arrecadação. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis Relator ad hoc Conforme consta do relatório supra, tendo sido designado como relator ad hoc neste processo, adoto o voto redigido pelo Relator, bem como a ementa, em conformidade com os termos constantes da ata de julgamento: Fl. 83DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2016 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 28/03/2016 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/05/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 13984.902620/200947 Acórdão n.º 3803004.175 S3‐TE03 Fl. 84 3 O recurso é tempestivo, porém dele não tomo conhecimento em razão dos fatos a seguir expostos. Em sede de manifestação de inconformidade o contribuinte buscou provar a existência de créditos à época do encontro de contas, alegando erro no preenchimento do DACON, tendo se pronunciado nos seguintes termos: “A contribuinte admite ter cometido um equívoco na Declaração da DACON, não registrando os créditos devidos no valor de R$ 22.658,02 para o tributo COFINS. E para comprovar os créditos devidos, está anexada à presente manifestação cópia das DACON retificadoras, mais demonstrações das notas fiscais que não foram efetuados aos créditos nos devidos períodos. (fl. 3). Porém, em sede de recurso voluntário, o sujeito passivo passa a alegar a inexistência do débito indicado em PER/DCOMP, da seguinte forma: “No entanto, não existe novo débito da COFINS para a competência dezembro de 2007, mas apenas o que foi efetivamente recolhido mediante DARF de pagamento em 18.01.2008. Essa informação é comprovada pela DCTF e DACON entregues pela recorrente à administração fiscal, que dão conta de que o valor total devido a título de COFINS para o período de dezembro de 2007 é R$ 72.988,61, que foi integralmente pago mediante DARF. Evidente, portanto, que a declaração de compensação apresentada pela recorrente é um equívoco, não havendo débito em aberto objeto de compensação.” (fl. 55) Observase claramente que o recurso interposto suscita um novo argumento e, portanto, inova quanto a sua defesa. Está claro que a tese defendida neste momento processual não foi objeto de exame da DRJ, restando impossível a sua apreciação nos termos em que foi constituída, sob pena desta turma incorrer em vedada supressão de instância na apreciação do argumento. Mesmo se o contribuinte não tivesse inovado em seus argumentos, para se comprovar o crédito, ou inexistência de débito, deveria ter carreado aos autos toda a documentação contábil e fiscal necessária à comprovação do alegado, o que não o fez. Em face do exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis – Relator ad hoc Fl. 84DF CARF MF Impresso em 03/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 28/03/2016 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 28/03/2016 p or HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/05/2016 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
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Numero do processo: 10680.011255/98-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 07 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu May 12 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1990, 1991
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. PRESCRIÇÃO.
O regramento estabelecido pela Lei Complementar 118/2005, de 09/02/2005, é aplicável aos pedidos de restituição formalizados após o decurso do vacatio legis, ou seja, a partir de 09/06/2005. Para solicitações formalizadas em data anterior, a contagem do prazo prescricional segue a regra decenal com termo inicial na data do fato gerador, conforme entendimento consolidado no STJ. No caso, formalizada a solicitação em 28/09/1998, aplica-se o prazo de dez anos. (STF/RE 566621/RS, sessão de 04/08/2011, DJ 11/10/2011)
Numero da decisão: 1402-002.170
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a inexistência de prescrição do direito de pleitear a restituição e determinar o retorno dos autos à Unidade Local da RFB para que seja prolatado despacho decisório complementar com análise do mérito do pedido, retomando-se o rito processual a partir daí.
Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto.
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1990, 1991 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. PRESCRIÇÃO. O regramento estabelecido pela Lei Complementar 118/2005, de 09/02/2005, é aplicável aos pedidos de restituição formalizados após o decurso do vacatio legis, ou seja, a partir de 09/06/2005. Para solicitações formalizadas em data anterior, a contagem do prazo prescricional segue a regra decenal com termo inicial na data do fato gerador, conforme entendimento consolidado no STJ. No caso, formalizada a solicitação em 28/09/1998, aplica-se o prazo de dez anos. (STF/RE 566621/RS, sessão de 04/08/2011, DJ 11/10/2011)
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2108; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C4T2 Fl. 155 1 154 S1C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10680.011255/9881 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1402002.170 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 07 de abril de 2016 Matéria RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Recorrente TRAÇÃO S/A sucessora de SOGESTA S/A SOCIEDADE DE GESTÃO AGROPECUÁRIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1990, 1991 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. PRESCRIÇÃO. O regramento estabelecido pela Lei Complementar 118/2005, de 09/02/2005, é aplicável aos pedidos de restituição formalizados após o decurso do vacatio legis, ou seja, a partir de 09/06/2005. Para solicitações formalizadas em data anterior, a contagem do prazo prescricional segue a regra decenal com termo inicial na data do fato gerador, conforme entendimento consolidado no STJ. No caso, formalizada a solicitação em 28/09/1998, aplicase o prazo de dez anos. (STF/RE 566621/RS, sessão de 04/08/2011, DJ 11/10/2011) Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para reconhecer a inexistência de prescrição do direito de pleitear a restituição e determinar o retorno dos autos à Unidade Local da RFB para que seja prolatado despacho decisório complementar com análise do mérito do pedido, retomandose o rito processual a partir daí. Leonardo de Andrade Couto – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Frederico Augusto Gomes de Alencar, Gilberto Baptista, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 12 55 /9 8- 81 Fl. 155DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 2 Relatório Por bem resumir a controvérsia, adoto o relatório da decisão recorrida que abaixo transcrevo: Pedido de restituição Em 28/09/1998, a interessada protocolizou o pedido de restituição a fls. 03, instruído com os documentos a fls. 04/37. Despacho decisório de indeferimento Em 29/03/2012, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Sete Lagoas proferiu o despacho decisório a fls. 51/52, cujo teor a seguir se sintetiza: · A interessada solicita restituição de crédito de Contribuição Social sobre o Lucro – CSLL (antecipações e duodécimos – código de receita 2372) no valor original, em setembro de 1998, de R$ 17.627,56, segundo os cálculos de atualização por ela efetuados. · O crédito decorre dos valores pagos, entre setembro de 1990 e março de 1991, mediante os sete documentos de arrecadação (DARFs) a fls. 06/08. · A análise quanto à admissibilidade do pedido se faz com base no disposto nos arts. 156, I, 165, I, e 168, I, todos do Código Tributário Nacional (CTN). · Citase ainda o disposto no Ato Declaratório SRF n° 096, de 1999, segundo o qual o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário. · As antecipações e duodécimos em questão foram pagos em 28/09/1990, 31/10/1990, 30/11/1990, 20/12/1990, 31/01/1991, 28/02/1991 e 27/03/1991. · Já o direito de pleitear a restituição expirou, respectivamente, em 28/09/1995, 31/10/1995, 30/11/1995, 20/12/1995, 31/01/1996, 28/02/1996 e 27/03/1996. · Desse modo, em 28/09/1998, data do pedido de restituição, já havia transcorrido o prazo decadencial de cinco anos previsto no CTN. Ciência do despacho decisório Em 03/04/2012, a interessada foi cientificada, por via postal, do referido despacho decisório (fls. 56). Manifestação de inconformidade Em 02/05/2012, apresentouse, por via postal, manifestação de inconformidade, cujo conteúdo pode ser assim resumido (fls. 64/70): a) É tempestiva a manifestação de inconformidade. Fl. 156DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10680.011255/9881 Acórdão n.º 1402002.170 S1C4T2 Fl. 156 3 b) O pedido de restituição foi protocolizado em 28/09/1998, muito antes da eficácia da Lei Complementar n° 118, de 2005, não se lhe aplicando, pois, a nova regra segundo a qual o prazo prescricional de cinco anos será contado da data do pagamento antecipado. c) O Superior Tribunal de Justiça (STJ) já firmou o entendimento de que tal regra somente se aplica para as ações administrativas e judiciais protocoladas a partir de 09/06/2005, ou seja, cento e vinte dias após a publicação da Lei Complementar n° 118, de 2005. d) Assim, para aos pleitos anteriores à vigência da referida lei complementar, aplicase o entendimento do STJ de que a prescrição ocorre levandose em consideração os cinco anos para homologação nos moldes do art. 150, § 4º, do CTN mais os cinco anos da contagem do período prescricional propriamente dito, sendo ao todo dez anos. e) No presente caso, como os pagamentos a maior foram efetuados com base na declaração de rendimentos entregue em 25/09/1995, o direito somente decai após decorridos dez anos desta data, ou seja, em 25/09/2005. f) O pedido de restituição ocorreu em 28/09/1998, bem antes de 25/09/2005, não havendo que se falar em perda do direito por prescrição. g) A interessada invoca em seu favor diversas decisões do STJ e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). h) Por outro lado, mesmo desconsiderando a prescrição de dez anos, aplicável ao caso, há que se ter em vista que a declaração do IRPJ do exercício 1991, anobase 1990, que deu origem ao valor recolhido a maior, foi retificada em 25/09/1995, ainda dentro dos cinco anos admitidos nas normas regulamentares. i) Como defende o fisco, qualquer retificação dá ensejo ao reinício da contagem do prazo prescricional, entendimento este que deve ser aplicado tanto em prol do fisco como do contribuinte. j) Contado da data da entrega da retificadora, ocorrida em 25/09/1995, o prazo prescricional estaria encerrado somente em 25/09/2000. k) Também sob esta ótica, considerando que o pedido de restituição foi formalizado em 28/09/1998, não há que se falar em decadência do direito à restituição. l) Requerse seja a manifestação de inconformidade recebida, processada e provida, reformandose o despacho decisório e garantidose o direito pleiteado. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte – MG, prolatou o Acórdão 0241.365 mantendo o entendimento do despacho decisório no sentido de que teria ocorrido a prescrição do direito de pleitear a restituição. Devidamente cientificada, a interessada apresentou recurso voluntário a esta Corte, ratificando as razões expedidas na peça impugnatória. É o relatório. Fl. 157DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 4 Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto O cerne da querela cingese à definição da contagem do prazo prescricional para solicitar a restituição de valores do tributo indevidamente recolhidos. Com o advento da Lei Complementar nº 118/2005, a questão teria ficado decidida pelo texto do art. 3º da referida norma ao estabelecer que, para efeito de interpretação do inciso I, do art. 168, do CTN, a extinção do crédito tributário no caso de tributos sujeitos ao lançamento por homologação ocorreria no momento do pagamento antecipado. Assim, nos termos dos dispositivos legais mencionados, o direito de pleitear a restituição extinguese com o decurso do prazo qüinqüenal contado a partir do pagamento indevido. Dirimido o tema quanto à contagem do prazo, restou a discussão quanto à aplicabilidade da Lei Complementar aos fatos ocorridos anteriormente a sua vigência, tendo em vista o caráter interpretativo que lhe foi dado pelo art. 4º, o que implicaria a retroatividade da norma. Essa aplicação das norma a fatos anteriores foi questionada judicialmente e gerou manifestação do STJ no sentido da irretroatividade do dispositivo. Após o STF manifestar entendimento de que a decisão do STJ violaria cláusula de reserva de Plenário, caberia então o aguardo da decisão do Pretório Excelso quanto ao tema, o que já ocorreu (STF/RE 566621/RS, sessão de 04/08/2011, DJ 11/10/2011). (Destaques acrescidos): DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, Fl. 158DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO Processo nº 10680.011255/9881 Acórdão n.º 1402002.170 S1C4T2 Fl. 157 5 conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Considerando que ao Acórdão em comento aplicase o art. 543B, § 3º, do CPC; o entendimento nele esposado deve ser reproduzido nos julgados deste Colegiado, nos termos do § 2º, do art. 62 do Anexo II, da Portaria MF nº 343/2015, que aprovou o gimento Interno do CARF. Sob esse prisma, a decisão deixa claro que a regra a ser utilizada é definida pela data em que foi interposta a ação ou, no caso, o pedido administrativo. Se o pleito foi formalizado após 09/06/2005, a LC 118/2005 é aplicável em sua plenitude. Caso contrário, o prazo prescricional deve seguir a regra decenal com termo inicial na data do fato gerador, nos termos definidos pelo STJ. A questão foi consolidada no âmbito administrativo através da Súmula CARF nº 91 de Enunciado: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. Na presente situação o pedido foi formalizado em 28/09/1998, data anterior a 09/06/2005. Aplicarseá, portanto, o prazo decenal definido pelo STJ. Sob esse prisma, considerando que as antecipações e duodécimos foram pagos em 28/09/1990, 31/10/1990, 30/11/1990, 20/12/1990, 31/01/1991, 28/02/1991 e 27/03/1991, o termo inicial a ser considerado para o pagamento mais antigo é 30/11/1990 (data do pagamento indevido) e o termo final seria 30/11/2000. Como o pedido for formalizado em data anterior (28/09/1998) não se caracterizou a caducidade. Do exposto, voto por dar provimento ao recurso e reconhecer a tempestividade integral do pedido de restituição. Os autos devem retornar à Unidade de origem para apreciação do mérito da solicitação. LEONARDO DE ANDRADE COUTO Relator Fl. 159DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO 6 Fl. 160DF CARF MF Impresso em 12/05/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/05/2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO, Assinado digitalmente em 11/05 /2016 por LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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