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Numero do processo: 10845.006424/94-07
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1992
PAF. RECURSO VOLUNTÁRIO DE PESSOA FÍSICA. PREJUDICIALIDADE COM JULGAMENTO DE PROCESSO DE COMPETÊNCIA DA 1ª SEÇÃO. NECESSIDADE DE APRECIAÇÃO CONJUNTA. COMPETÊNCIA DECLINADA.
Compete à Primeira Seção de Julgamento julgar recursos voluntários que versem sobre imposto sobre a renda de pessoa física, quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Hipótese em que o lançamento está lastreado na imprestabilidade da escrita fiscal de pessoa jurídica cujos resultados foram arbitrados, o mesmo acontecendo com os valores distribuídos aos sócios.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 2801-003.681
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso e declinar da competência para julgamento do feito em favor da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin - Presidente.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA
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RECURSO VOLUNTÁRIO DE PESSOA FÍSICA. PREJUDICIALIDADE COM JULGAMENTO DE PROCESSO DE COMPETÊNCIA DA 1ª SEÇÃO. NECESSIDADE DE APRECIAÇÃO CONJUNTA. COMPETÊNCIA DECLINADA. Compete à Primeira Seção de Julgamento julgar recursos voluntários que versem sobre imposto sobre a renda de pessoa física, quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Hipótese em que o lançamento está lastreado na imprestabilidade da escrita fiscal de pessoa jurídica cujos resultados foram arbitrados, o mesmo acontecendo com os valores distribuídos aos sócios. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso e declinar da competência para julgamento do feito em favor da Primeira Seção de Julgamento deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 5. 00 64 24 /9 4- 07 Fl. 377DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 381 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, José Valdemir da Silva, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. Relatório Por bem descrever os fatos, adotase o Relatório da decisão de 1ª instância administrativa (fls. 356/359 deste processo digital), reproduzido a seguir: Trata o presente processo de auto de infração lavrado para exigir o crédito tributário da pessoa física, RICARDO MENDES DE MELO, identificado em epígrafe, sóciogerente da pessoa jurídica, BRAZINTER COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA., CNPJ nº 59.664.862/000161, à época da ocorrência do fato gerador. 2. No TERMO DE VERIFICAÇÃO FISCAL consta o seguinte relato (fls. 05/06): 2.1. Foi efetuada a fiscalização relativa ao Imposto sobre a Renda da empresa, BRAZINTER COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA., CNPJ 59.664.862/000161. 2.2. Com relação ao exercício financeiro de 1992, anobase de 1991, foi arbitrado o lucro tendo em vista a desclassificação da escrita, por apresentar as seguintes irregularidades: Movimentação bancária contabilizada com base nos extratos bancários, sendo os créditos, pelos valores totais do dia, lançados a débito da conta "Bancos" e a crédito da conta "Caixa", sem a devida apropriação contábil que possibilite identificar a sua origem; Com relação aos débitos bancários ocorre o mesmo, ou seja, lançamento a débito da conta "Caixa" e a crédito de "Bancos", com o histórico "pagamentos n/ data", pelos valores totais diários constantes do extrato, ocorrendo, ainda, ausência de contabilização de alguns pagamentos; Lançamentos contábeis com erros, referentes a entradas de mercadorias importadas contabilizadas a débito de "Estoque de Mercadorias" e a crédito de "Caixa". Esses lançamentos não espelham a realidade, pois os pagamentos não foram efetuados no ato da compra, mas, em alguns casos, por meio de contratos de câmbio; Ausência de documentos que comprovem valores contabilizados como adiantamentos que teriam sido efetuados por Lúcia S. Neves e Arim Import. e Export., bem como suas liquidações; Não contabilização no livro Diário da devolução efetuada pela Arim Import. E Export. Ltda., através da nota fiscal série B1, de n° 062, de 16/07/1991, referente a 6 (seis) itens de peças para Fl. 378DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 382 3 vestuário, cuja operação foi registrada no livro de Registro de Entradas; Falta de apresentação da documentação referente ao empréstimo efetuado no BANESPA, creditado em conta corrente em 04/12/1991, no valor de Cr$ 1.575.000,00, e sua respectiva liquidação, em 19/12/1991, no valor de Cr$ 1.771.560,00, conforme consta do extrato bancário, não tendo sido esta operação contabilizada; Falta de comprovação do valor contabilizado como depósito bancário no valor de Cr$ 224.899,29, registrado no livro Diário em 28/06/1991. 2.3. Em decorrência do lançamento de ofício efetuado na pessoa jurídica, foram tributados os sócios para exigência do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física. 3. Foi lavrado o auto de infração exigindo o seguinte crédito tributário (fls. 01/04), tendo sido os valores expressos em UFIR: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF 6.152,07 Multa proporcional 6.152,07 Juros de mora (calculados até 29/07/1994) 1.599,54 Total 13.903,68 Enquadramento legal: arts. 403 e 404, parágrafo único, alíneas ‘a’ e ‘b’, do Regulamento do Imposto de Renda aprovado pelo Decreto n° 85.450, de 1980 (RIR/1980), e art. 7°, inciso II, da Lei n° 7.713, de 1988. 4. Tendo tomado ciência do auto de infração em 23/02/1995 (fls. 46/47), o contribuinte apresentou, em 24/03/1995, por meio de seu procurador (fl. 29), a impugnação anexada às fls. 30/42, com as alegações a seguir resumidas. 4.1. Preliminarmente, diz ser impossível formular uma defesa ampla e consistente em face da absoluta ausência dos documentos ou da cópia reprográfica dos lançamentos contábeis que ensejaram a autuação. Afirma que, tendo deixado os quadros societários da empresa no ano de 1992, não possuiria meios de consulta aos documentos fiscais da empresa da qual foi acionista no anobase de 1991. 4.2. Entende que, evidenciada a impossibilidade de oferecimento de defesa com a amplitude garantida pela Constituição da República, o auto de infração seria nulo. 4.3. Alternativamente, caso não sejam acolhidas as razões aduzidas, requer a realização de perícia contábil na empresa. 4.4. No mérito, afirma que houve uma perversa e terrível confusão ao se considerar omissão de receita como omissão de renda. Isso significaria que o contribuinte recebe mercadorias Fl. 379DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 383 4 "inteiramente grátis" para vendêlas a seus consumidores, auferindo renda consistente na totalidade de seu faturamento, contrariando o art. 400, § 6°, do RIR/1980, que determina que a base de cálculo do imposto corresponde a cinquenta por cento da receita. 5. Com a juntada da documentação de fls. 50/297, cópias reprográficas do processo de n° 10845.006419/9469, de interesse da BRAZINTER COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA., foi reaberto o prazo para que o contribuinte apresentasse aditamento à impugnação (fl. 298). 6. Cientificado em 25/06/2008, o contribuinte complementa a impugnação, em 25/07/2008, alegando, em síntese (fls. 306/327): 6.1. O exame da documentação trazida à colação revelou circunstâncias que tornam nula a imposição tributária levada a efeito, uma vez que as diligências efetuadas pelo Sr. Agente Fiscal não podiam alcançar tributos eventual e supostamente devidos pelo impugnante, já que todo o procedimento fiscal não lhe diz respeito, mas exclusivamente à pessoa jurídica da qual foi sócio. 6.2. À fl. 02 vêse claramente que a empresa autuada é a BRAZINTER COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA., tendo sido a fiscalização efetuada exclusivamente em relação à empresa, com base em sua movimentação bancária. 6.3. A fiscalização foi realizada deste modo porque a administração tributária determinou que o Sr. Agente Fiscal teria neste caso competência para efetuar a fiscalização exclusivamente em relação à empresa, não podendo extrapolá la, passando a levantar elementos e efetuar autuações em relação a outros fatos e outras pessoas. 6.4. Pelo exame do Termo de Início de Fiscalização, de fl. 08, que equivale ao Mandado de Procedimento Fiscal, resta claro que o contribuinte/responsável no presente procedimento é a empresa. 6.5. Se a fiscalização se depara com uma situação que revele infração à legislação tributária, deve comunicar o fato a seu superior hierárquico para que seja, por ordem escrita, aditado o termo de fiscalização e da intimação ao contribuinte, nos termos do art. 12 do Decreto n° 70.235, de 1972. 6.6. O procedimento adotado pelo Sr. Agente Fiscal é vedado pelo § 1° do art. 9º do Decreto n° 70.235, de 1972, com a redação que possuía em "27/09/2004", data da autuação conforme fls. 05/06, ou seja, verificada a prática de infrações a dispositivos legais referentes a determinado tributo, as exigências relativas a um mesmo sujeito passivo deveriam ser objeto de um só processo. Deveria ter havido desdobramento em outra ação fiscal, relacionada ao sócio da empresa, para apuração do tributo supostamente devido. Fl. 380DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 384 5 6.7. Houve violação da regra de competência imposta pela administração tributária, e dos artigos 12 e 9º, § 1°, do Decreto n° 70.235, de 1972, sendo nula a ação fiscal levada a efeito. 6.8. Prosseguindo, aduz a ilegalidade do arbitramento efetuado, e transcrevendo o art. 148 do CTN, afirma que não ocorreram omissões e, muito menos, máfé da empresa fiscalizada. 6.9. A desconsideração da escrita fiscal é medida extrema, que deve ser adotada quando evidenciada a imprestabilidade de toda a escrituração contábil da pessoa jurídica, mas não diante da presunção da desídia ou máfé criminosa em razão de diminutas omissões ou erros na escrituração. 6.10. No brevíssimo termo de verificação fiscal de fl. 05, a fiscalização encontra supostos erros na escrituração contábil que justificariam a desclassificação da escrita e arbitramento do lucro de um ano inteiro. 6.11. O Sr. Auditor Fiscal demonstra, sem a precisão exigível, ter verificado cada um dos supostos erros cometidos pela empresa fiscalizada, ter examinado profundamente a documentação disponível, consultado todos os livros da empresa, observado todas as situações possivelmente passíveis de tributação, e após essa verificação encontrou somente seis supostas irregularidades. 6.12. Se a fiscalização encontrou irregularidades tão precisas, específicas e perfeitamente identificadas, deveria ter apurado o impacto econômico das referidas irregularidades, calculado a diferença do tributo devido e efetuado o lançamento do referido montante, em vez de desclassificar toda a escrita fiscal e arbitrar seus resultados como bem entendesse. 6.13. A fiscalização subverteu os institutos de direito tributário, fazendo do arbitramento uma regra, quando não se discute que o arbitramento é uma exceção. 6.14. Demais disso, a maioria das supostas irregularidades apontadas decorre de movimentações financeiras apuradas na auditoria realizada e que não teriam sido escrituradas em sua totalidade, o que não se prestaria a caracterizar, por si só, a imprestabilidade da escrita fiscal. 6.15. A falta de contabilização de movimentações financeiras poderia até configurar omissão de receita, mas não é suficiente para permitir o arbitramento de lucros, sendo nesse sentido a jurisprudência sedimentada do Primeiro Conselho de Contribuintes. 6.16. Para que fosse efetuada a inclusão de referidas movimentações como receita omitida, necessário e indispensável seria que houvesse a fiscalização detectado sinais exteriores de riqueza, o que sequer foi cogitado no auto de infração. Fl. 381DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 385 6 6.17. Ainda que restem superadas as questões arguidas, a fiscalização equivocouse ao calcular os tributos considerando como base de cálculo a totalidade da receita omitida, quando o art. 400 do RIR/1980 prevê o percentual de 50%. 6.18. A multa aplicável à espécie é de 75%, conforme dispõe o art. 44, I, da Lei n° 9.430, de 1996, com fundamento no art. 106, II, 'c', do CTN. O lançamento foi julgado procedente em parte por intermédio do acórdão de fls. 355/361 deste processo digital, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 1992 LANÇAMENTO DECORRENTE. Mantida a tributação da pessoa jurídica, com base no lucro arbitrado, o lançamento decorrente, exigindo do sócio o Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), deve ser mantido. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. O percentual da multa de ofício exigida, de 100 % (cem por cento) do valor do imposto, fica reduzido para 75 % (setenta e cinco por cento), com base no art. 106, II, 'c', do CTN e ADN/COSIT n° 01, de 1997. Cientificado da decisão de primeira instância em 21/01/2009 (fl. 189), o contribuinte interpôs, em 20/02/2009, o recurso de fls. 365/378. Na peça recursal aduz, em síntese, que: PRELIMINARMENTE O crédito tributário está fulminado pela decadência. É que ao decidir pela devolução de prazo para a impugnação, conforme se vê na decisão de fls. 298 destes autos, a autoridade administrativa culminou por reconhecer a existência de nulidade que fulmina todo o procedimento, porquanto revela que não foi dada ao recorrente a possibilidade de efetuar sua defesa de forma minimamente satisfatória. Assim, temse a incidência da regra do art. 173, II do Código Tributário Nacional CTN, que determina que o direito de constituir o crédito tributário se extingue após cinco anos da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. E o que se vê é que foi encontrado vício formal apto a invalidar o lançamento ante o reconhecimento de nulidade. MÉRITO Em decorrência da desclassificação da escrita fiscal levada a efeito pelo Agente Fiscal, foi arbitrado o lucro da empresa e, com base no arbitramento do lucro, foi calculado o montante supostamente retirado pelo Recorrente a título de prólabore, com o que foi efetuado novo lançamento de IRPF em desfavor deste. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 386 7 A decisão que resolve pelo arbitramento deve se fundar em elementos seguros aptos a demonstrar uma realidade diversa da contabilizada. No brevíssimo termo de verificação fiscal a fiscalização encontra supostos erros na escrituração contábil que justificariam a desclassificação da escrita e arbitramento de lucros de um ano inteiro. A fiscalização relatou, no item 1, a existência de movimentação financeira que não foi "devidamente apropriada" pela escrituração contábil, sendo certo que, embora o Auditor tenha tido pleno conhecimento das movimentações efetuadas, porque fiscalizou todos os extratos do período aditado, preferiu não as relatar especificamente. A fiscalização detectou, mas não apontou onde e quando teria se dado (item 2) um suposto "erro" referente a contabilização de entrada de mercadorias em estoque, porque, segundo ela, pagamentos referentes a entrada destas mercadorias não teria se dado na data da compra, mas, alguns deles (não especifica quais, não especifica quantos), através de contratos de câmbio. Outra situação que merece repúdio, mas que foi considerada como válida para efeito de desclassificação da escrita contábil, é a do item 3, que relata a ausência de documentos que comprovem valores contabilizados como adiantamentos que teriam sido efetuados por duas pessoas, bem como a liquidação destes adiantamentos. No item 4, apontou a fiscalização que não teria sido registrado no Livro Diário a devolução de seis peças de vestuário, que não teriam constado do registro de inventário. O item 5 relata, por seu turno, que a empresa não teria apresentado documentação referente a um empréstimo de Cr$ 1.575.000,00, que creditado em sua conta corrente em 04/12/1991, e liquidado em 19/12/1991, não teria sido contabilizado. Finalmente, no item 6, asseverou a fiscalização que não teria o contribuinte comprovado, com documentação hábil, o valor de Cr$ 224.899,29, contabilizado como depósito bancário e registrado no Livro Diário em 28/06/1991. Se a fiscalização encontrou irregularidades tão precisas, específicas, e perfeitamente identificadas, cumpre fazer os seguintes questionamentos: a) porque não apurou o impacto econômico de referidas irregularidades, calculou a diferença do tributo devido e efetuou o lançamento de referido montante? b) porque ao invés de exigir a diferença supostamente encontrada, que foi precisamente identificada, escolheu que iria desclassificar toda a escrita fiscal da empresa autuada e arbitrar seus resultados como bem entendesse? Referidas irregularidades poderiam, ou não, restarem passíveis de tributação, mediante o acréscimo dos valores apurados ao lucro daquele exercício financeiro, o que seria perfeitamente possível, já que a fiscalização apontou precisamente para as situações que entendeu como erros na escrituração. Mas apontadas as situações, não poderiam, jamais, servir de fundamento para o arbitramento, porque tendo o fisco a possibilidade de aproveitar a escrita fiscal produzida pelo contribuinte, mesmo que se considere a suposta irregularidade das 6 situações Fl. 383DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 387 8 relatadas, era dever do Agente Fiscal aproveitar toda a escrita fiscal encontrada para a ela acrescer os valores que entendeu como omissão de receitas. A ação fiscal, tal qual levada a efeito, subverteu, como os institutos de direito tributário, porque a fiscalização fez do arbitramento uma regra, quando na verdade é uma exceção. A falta de contabilização de movimentações financeiras, ainda mais quando perfeitamente identificadas e por isso mesmo passíveis de serem objeto de tributação, poderiam até configurar omissão de receita, mas não são suficientes a permitir o arbitramento de lucros. Nesse sentido é inclusive a jurisprudência sedimentada do Primeiro Conselho de Contribuintes. As movimentações financeiras, por si sós, não configuram omissão de receita, mesmo que não contabilizadas, porque para que assim fossem consideradas deveriam ser observados os sinais exteriores de riqueza. Imperiosa é a constatação de que a desclassificação da escrita contábil da empresa fiscalizada não poderia ter sido levada a efeito, e desse modo, jamais poderia ter sido efetuado o arbitramento, razão pela qual, da mesma forma, não poderia ter sido calculado o IRPF do Recorrente com base nestes elementos. PEDIDO Ao final, requer o recorrente: Seja conhecida e provida a preliminar de decadência do direito da Fazenda Pública efetuar o lançamento ora exigido; No caso de não conhecimento da preliminar pleiteia, subsidiariamente, o cancelamento do lançamento em razão da impossibilidade de desclassificação da escrita fiscal e do arbitramento efetuados pela fiscalização. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital, que difere da numeração de folhas do processo físico. Tratase de crédito tributário de imposto sobre a renda de pessoa física relativo à distribuição de lucros e/ou prólabore decorrente de lançamento de ofício efetuado em face da pessoa jurídica BRAZINTER COMÉRCIO INTERNACIONAL LTDA, da qual o autuado era, à época dos fatos, um dos sócios. Optou a Autoridade lançadora, quando da fiscalização executada na pessoa jurídica, pela desclassificação da escrita contábil desta, arbitrando o lucro da empresa e, também, os valores que teriam sido pagos aos sócios, de modo que existe uma relação de prejudicialidade entre o julgamento do lançamento efetuado em face da pessoa jurídica e o julgamento do presente processo. Fl. 384DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN Processo nº 10845.006424/9407 Acórdão n.º 2801003.681 S2TE01 Fl. 388 9 Esmiuçando mais este entendimento: suponha que em um dos dois processos se chegue à conclusão de que a contabilidade da empresa não continha nenhuma mácula e que o arbitramento não deveria ter sido levado a efeito. Há que se admitir, por óbvio, a possibilidade ou o risco de que a decisão do outro processo, se proferida por órgão julgador diverso, seja conflitante, porquanto as duas autuações estão lastreadas no mesmo fato, vale dizer, na questionada desclassificação da escrita contábil da empresa. Nesse cenário, entendo que a competência para julgar o presente processo pertence a uma das Turmas de Julgamento da Primeira Seção deste Conselho, que apreciará, caso ainda não tenha sido apreciado, o recurso da pessoa jurídica (consta dos autos, às fls. 346/354, o acórdão de primeira instância que julgou procedente o lançamento efetuado contra a empresa). Tal entendimento encontra supedâneo no art. 2º, inciso IV, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que atribui à Primeira Seção de Julgamento a competência para julgar recursos voluntários que versem sobre os demais tributos, quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ. Confira: Art. 2° À Primeira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: (...) IV demais tributos e o Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), quando procedimentos conexos, decorrentes ou reflexos, assim compreendidos os referentes às exigências que estejam lastreadas em fatos cuja apuração serviu para configurar a prática de infração à legislação pertinente à tributação do IRPJ; Nesse contexto, voto por não conhecer do recurso e por declinar da competência para julgamento do feito em favor da Primeira Seção de Julgamento do CARF. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 385DF CARF MF Impresso em 02/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 17/09/2014 por TANIA MARA PA SCHOALIN
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Numero do processo: 19515.003629/2010-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2005
NULIDADE - MPF - INOCORRÊNCIA.
Descabe pretender discutir nulidade de auto de infração alegando suposto vício que não se concretizou.
DECADÊNCIA.
O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se, segundo o previsto pelo artigo 150 do CTN, em cinco anos contados da ocorrência do fato gerador do tributo, em razão da ocorrência de pagamento (recolhimento) efetuado por parte do contribuinte. No caso de não haver pagamento ou de haver a ocorrência de situação prevista para qualificação da multa de ofício, aplica-se o previsto no artigo 173 do CTN.
SIGILO BANCÁRIO - VIOLAÇÃO - NÃO OCORRÊNCIA.
É lícito ao Fisco requisitar dados bancários, sem autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar 105/2001), quando configurada situação definida como caracterizadora da indispensabilidade do respectivo exame.
MULTAS AGRAVADAS E QUALIFICADAS.
Não compete à instância administrativa negar aplicação à legislação tributária vigente sob a alegação de inconstitucionalidade e/ou ilegalidade, prerrogativa do Poder Judiciário.
MULTA QUALIFICADA.
Se a autoridade fiscal não aponta, objetivamente, qualquer motivação para a caracterização da fraude, que não seja a constatação de omissão de receita, não prevalece a qualificação da multa.
MULTA AGRAVADA - NÃO ATENDIMENTO A INTIMAÇÃO PARA APRESENTAR ARQUIVOS.
O não atendimento, no prazo marcado, para apresentação dos arquivos contábeis em meio magnético configura justificativa legal para agravamento da penalidade.
AUTOS REFLEXOS - PIS. COFINS. CSLL.
O decidido quanto ao IRPJ aplica- se à tributação dele decorrente.
Numero da decisão: 1301-001.427
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso.
(documento assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes
Presidente
(documento assinado digitalmente)
Valmir Sandri
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
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Nome do relator: VALMIR SANDRI
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Descabe pretender discutir nulidade de auto de infração alegando suposto vício que não se concretizou. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese, segundo o previsto pelo artigo 150 do CTN, em cinco anos contados da ocorrência do fato gerador do tributo, em razão da ocorrência de pagamento (recolhimento) efetuado por parte do contribuinte. No caso de não haver pagamento ou de haver a ocorrência de situação prevista para qualificação da multa de ofício, aplicase o previsto no artigo 173 do CTN. SIGILO BANCÁRIO VIOLAÇÃO NÃO OCORRÊNCIA. É lícito ao Fisco requisitar dados bancários, sem autorização judicial (art. 6º da Lei Complementar 105/2001), quando configurada situação definida como caracterizadora da indispensabilidade do respectivo exame. MULTAS AGRAVADAS E QUALIFICADAS. Não compete à instância administrativa negar aplicação à legislação tributária vigente sob a alegação de inconstitucionalidade e/ou ilegalidade, prerrogativa do Poder Judiciário. MULTA QUALIFICADA. Se a autoridade fiscal não aponta, objetivamente, qualquer motivação para a caracterização da fraude, que não seja a constatação de omissão de receita, não prevalece a qualificação da multa. MULTA AGRAVADA NÃO ATENDIMENTO A INTIMAÇÃO PARA APRESENTAR ARQUIVOS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 36 29 /2 01 0- 10 Fl. 760DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 3 2 O não atendimento, no prazo marcado, para apresentação dos arquivos contábeis em meio magnético configura justificativa legal para agravamento da penalidade. AUTOS REFLEXOS PIS. COFINS. CSLL. O decidido quanto ao IRPJ aplica se à tributação dele decorrente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da PRIMEIRA SSEEÇÇÃÃOO DDEE JJUULLGGAAMMEENNTTOO, por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso. (documento assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. . Relatório Em julgamento, recurso interposto em face da decisão da 4ª Turma de Julgamento da DRJ em São Paulo (SP1) que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação apresentada contra os autos de infração lavrados para exigir de Frigorífico Itapecerica S/A., créditos tributários referentes a IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, alcançando fatos geradores ocorridos no anocalendário de 2005. A infração apontada pela fiscalização é omissão de receitas apurada com base no art. 42 da Lei nº 9.430/1996. A decisão recorrida traz uma síntese do relatado no Termo de Verificação Fiscal, que tomo de empréstimo. 1 em 10/04/2008, foi encaminhado ao contribuinte, no endereço constante nos sistema da RFB, o Termo de Início de Fiscalização, cujo AR retornou em 18/04/2008, com Fl. 761DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 4 3 a informação do recebimento; sem resposta, Termo de Reintimação Fiscal, de 21/05/2008 foi entregue em 27/05/2008, conforme AR RC439580995BR, solicitando a apresentação da mesma documentação inicial, no prazo de 5 dias, tendo sido apresentados os seguintes documentos referentes ao ano calendário de 2005: a) Livro Diário n.º 38; b) Livro de Registro de Entradas n.º 38; c) Livro de Registro de Saídas n.º 38; d) Livro Registro de Inventário; e, e) Atas das Assembleias de 2003, 2005 e 2007; 2 a análise da documentação revelou a falta de diversos documentos, notadamente quanto aos arquivos digitais; 3 Termo de Intimação Fiscal 01, de 01/09/2008, foi entregue em 09/09/2008, conforme AR RO010441342BR, solicitando a complementação dos documentos, em 10 dias; sem resposta, foi emitido o Termo de Embaraço à Fiscalização, em 28/10/2008, entregue em 05/11/2008, conforme AR RO358463827BR; 4 em 10/03/2010 foi solicitada emissão de Requisição de Informação sobre a Movimentação Financeira (RMF), ao Banco Bradesco S/A, que foi emitida em 16/03/2010 (n.º 08.1.90.002010001769) e atendida em 03/05/2010; 5 em 10/03/2010 foi emitido o Termo de Intimação Fiscal 02, recebido em 16/03/2010, conforme AR RK913134513BR, para apresentar, em 20 dias, os extratos bancários da movimentação financeira junto aos bancos indicados; sem resposta, foi emitido em 12/04/2010 outro Termo de Embaraço à Fiscalização, recebido em 13/04/2010 (AR RJ283086395); 6 em 04/05/2010 foi solicitada emissão de RMFs ao Banco Itaú S/A., Banco Real S/A. e Caixa Econômica Federal, que foram emitidas em 17/05/2010, sendo a de n.º 08.1.90.002010003435, à Caixa Econômica Federal, atendida em 08/06/2010, a de n.º 08.1.90.002010003443, ao Banco Real S/A., atendida em 08/07/2010 e a de n.º 08.1.90.002010003427, ao Banco Itaú S/A., atendida em 02/06/2010; 7 em 21/07/2010 foi solicitada emissão de RMF, ao BRADESCO, para obter informações sobre a filial de CNPJ 49.655.780/000288; 8 em 16/08/2010 foi solicitada emissão da RMF n.º 08.1.90.00201000005675, ao Banco Bradesco S/A., atendida em 13/09/2010; 9 com as informações prestadas pelos bancos, foram levantados os depósitos efetuados nas contas do fiscalizada no ano de 2005; 10 em 17/09/2010 foi emitido o Termo de Constatação e Intimação Fiscal 03, recebido em 22/09/2010 (AR SK892746230BR) para apresentar em 20 dias a documentação bancária e documentação complementar hábil e idônea da comprovação da origem dos recursos creditados nas contas bancárias mantidas nos bancos em que o Fl. 762DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 5 4 contribuinte é ou foi correntista, constantes da planilha ANEXO I DO TERMO DE INTIMAÇÃO FISCAL 03, às fls. 2 a 50 do V, referentes às contas 12.8201 e 8.8773 mantidas na agência 1464 do BRADESCO; 11 a resposta foi a alegação de que "a empresa teve toda a documentação fiscal e contábil do período entre 2003 a agosto de 2008 perdida em incêndio", apresentada junto com a Certidão de Sinistro n.º 021/08 e o Laudo NR 01/040/55.662/08; portanto, não foi comprovada a origem dos recursos creditados nas contas bancárias relacionadas; 12 assim, tendo sido dadas oportunidades suficientes para a comprovação da origem de todos os depósitos/créditos em suas contas, a fiscalização findou a análise considerando os valores dos depósitos/créditos nas contas como não comprovados; 13 por meio dos históricos contidos nos extratos, foram relacionados os lançamentos descritos no referido ANEXO I DO TERMO E INTIMAÇÃO FISCAL 03, que foram agrupados, por competência/mês e tipo de histórico, excluindo os depósitos/créditos decorrentes de transferências de outras contas da própria empresa, originando a PLANILHA SINTÉTICA I, por totais mensais, à fl. 75 do Volume 3, cujos valores deduzidos dos valores contabilizados representam a totalidade da omissão de receitas, conforme PLANILHA SINTÉTICA II, que foi divida em duas planilhas, PLANILHAS III e IV (fls. 76 e 77 do Volume 3), para fins de aplicação de multas diferenciadas: a) prova direta: omissão de receitas caracterizada por receitas não contabilizadas, com base legal no art. 24 da Lei n° 9.249/95 e arts. 249, inciso II, 251 e parágrafo único, 278, 279, 280, 283 e 288, todos do RIR/99, e multa de 225,00%, com os respectivos lançamentos constantes do ANEXO II do auto de infração, às fls. 138 a 156 do Volume 3; b) presunção legal: omissão de receitas caracterizada por depósitos bancários não contabilizados, com base legal no art. 24 da Lei n° 9.249/95, art. 42 da Lei n° 9.430/96 e arts. 249, inciso II, 251 e parágrafo único, 279, 282, 287, e 288, todos do RIR/99, e multa de 112,50%, com os respectivos lançamentos constantes do ANEXO I do auto de infração, às fls. 82 a 137 do Volume 3; 14 detalha os procedimentos de segregação de valores que caracterizam a prova direta e a presunção legal de omissão de receitas, cujo resumo é o seguinte: ANEXO II MULTA 225% ANEXO I MULTA 112,5% COMPETÊNCIA OMISSÃO DE RECEITA LIQ. COBR. OMISSÃO DE RECEITA DEP. NÃO CONTAB. Jan/2005 527.533,84 1.025.321,05 Fev/2005 799.269,32 754.124,69 Mar/2005 490.501.92 1.079.296.80 Abr/2005 235.611,71 1.217.835,52 Mai/2005 288.539,39 957.096,19 Jun/2005 185.479,35 824.246,31 Jul/2005 15.930,32 855.250,55 Ago/2005 0,00 938.186,60 Set/2005 0,00 907.018,11 Out/2005 0,00 1.159.189,85 Nov/2005 137.989,49 989.414,30 Fl. 763DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 6 5 Dez/2005 0,00 1.104.400,68 TOTAL 2.680.855,34 11.811.380,65 Em impugnação tempestiva o interessado suscitou: (i) nulidade dos autos de infração por ausência, no MPF, de assinatura do fiscal competente; (ii) decadência, com fulcro no art. 150, § 4º, do CTN; (iii) inconstitucionalidade da quebra de sigilo bancário, por ausência de lei ordinária que a autorize; (iv) cerceamento de defesa por máculas na metodologia, que dificultou a assimilação da acusação; (v) imposição de multas de caráter confiscatório e, pois, inconstitucionais, não obstante a regularidade de seu procedimento, com colaboração à fiscalização, inclusive apresentando os documentos que não queimaram no incêndio. Sobre a metodologia utilizada na apuração da omissão de receitas, que alega conter “máculas”, diz ser equivocado relacionar todas as movimentações financeiras como omissão de receita, pois vários lançamentos são transferências interbancárias realizadas, citando como exemplo a pág. 01/56 do anexo I do auto de infração (documento 0001020591, de R$ 3.799,89) e pág. 02/56 do anexo I (documento 0001110591, de R$ 9.091,12), sustentando que os erros estão demonstrados por amostragem, sendo imperiosa a realização de perícia contábil para determinar eventuais omissões de receita pois, apesar de constar no TVF (fls. 04/10) que tal procedimento foi adotado, não é o que demonstra o histórico no Anexo I do auto. A 4ª Turma de Julgamento da DRJ em São Paulo (SP1), por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a impugnação, excluindo da exigência o valor correspondente a dois erros cometidos pela fiscalização, no Anexo I, ambos no mês de janeiro, no valor total de R$ 12.891,01. É a seguinte a ementa da decisão: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Anocalendário: 2005 NULIDADE. MPF. INOCORRÊNCIA. Não há o alegado vício de assinatura, mas, ainda que houvesse alguma falha na emissão do MPF, isso seria motivo apenas de procedimento administrativo interno, não sendo causa de nulidade. Preliminar indeferida. “QUEBRA” DE SIGILO BANCÁRIO. INCONSTITUCIONALIDADE. Argumentos que se apoiam em suposta inconstitucionalidade da legislação tributária não podem ser abrigados na instância administrativa. Preliminar indeferida. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. A crítica à metodologia é de caráter genérico e infundada. De resto, a impugnação evidencia a perfeita compreensão da autuação e seus motivos. Preliminar indeferida. PERÍCIA CONTÁBIL. Fl. 764DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 7 6 É desnecessária a realização de perícia contábil para determinar eventuais omissões de receita. Preliminar indeferida. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2005 DECADÊNCIA. INOCORRÊNCIA. Aplicase o art. 173, I, do CTN se não houve o pagamento antecipado e se houve fraude, dolo ou simulação. Preliminar indeferida. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Ano calendário: 2005 OMISSÃO DE RECEITAS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO LEGAL. A presunção legal admite prova em contrário, que neste caso só foi produzida em relação a dois fatos geradores. OMISSÃO DE RECEITAS. PROVA DIRETA. Matéria não impugnada. MULTAS AGRAVADAS E QUALIFICADAS. Não compete à instância administrativa negar aplicação à legislação tributária vigente sob a alegação de inconstitucionalidade e/ou ilegalidade, prerrogativa do Poder Judiciário. AUTOS REFLEXOS. PIS. COFINS. CSLL. O decidido quanto ao IRPJ aplica se à tributação dele decorrente. A ciência da decisão ocorreu em 05/12/2011 e o recurso foi protocolizado em 23 do mesmo mês, reeditando as razões declinadas na impugnação, inclusive nulidade por ausência de assinatura do auditor no MPF, aduzindo: i) quanto à decadência, que ocorreram pagamentos, e que não há nos autos nada que demonstre a ocorrência de dolo, fraude ou simulação; ii) quanto ao Boletim de Ocorrência para registro do incêndio, que o documento não tem caráter unilateral, e prova não apenas sua formação, mas também os fatos que o escrivão declara que ocorreram em sua presença; iii) quanto à quebra de sigilo bancário, que, conforme doutrina e jurisprudência mencionadas, não se trata de negar acesso às informações, mas apenas exigir observância dos preceitos constitucionais e legais, e que não há prova de que o auditor tenha requerido autorização para quebra do sigilo ao Poder Judiciário; Fl. 765DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 8 7 iv) quanto à alegação de falta de colaboração, que a empresa não se furtou a auxiliar a fiscalização, mas ao contrário, encaminhou vasta documentação, só não apresentado a que havia sido destruída pelo incêndio; v) quanto à multa exacerbada, diz que a autoridade arbitroua em percentual elevado, afrontando a legislação, que deixou de ser considerada a proporcionalidade entre o dano e o ressarcimento (cita doutrina de Sacha Calmon Navarro), que deixou de ser observada a proibição constitucional de utilizar o tributo com efeito confiscatório, que em atenção ao princípio da isonomia, e por analogia, deve ser aplicado o § 1º do art. 52 da Lei 9.298/1996, que limitou as multas em 2%. Requer, afinal, o provimento integral do recurso. É o relatório, Voto Conselheiro Valmir Sandri, Relator. Recurso tempestivo e assente em lei. Dele conheço. Quanto à alegação de nulidade do procedimento por ausência de assinatura do auditor fiscal no MPF, independentemente de o alegado vício poder ou não ser tido como causador de nulidade, ele não se concretizou, pois, como apontou a decisão recorrida, o MPF e suas prorrogações, que constam às fls. 2 e 3 do Volume 1, foram assinados eletronicamente conforme Portaria RFB, n° 11.371, de 12 de dezembro de 2007. Passo a analisar a decadência. A ciência dos autos de infração efetivouse em 10/11/2010, e as exigências alcançam fatos geradores que ocorreram no anocalendário de 2005, razão pela qual o Recorrente entende estarem às exigências alcançadas pela decadência, considerando como termo inicial da contagem o previsto no § 4º do art. 150 do CTN. A questão relativa ao termo inicial de contagem do prazo fatal para a constituição do crédito tributário em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação encontrase pacificada pela recente jurisprudência deste CARF que, em comprimento ao art. 62 A do Regimento, acolhe o entendimento expressado no item 1 da ementa da decisão do STJ, na apreciação do REsp nº 973.333SC, na sistemática de recursos repetitivos, no sentido de que “O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito”. Assim, nos termos da jurisprudência atual, o termo inicial para a contagem do prazo de decadência em relação aos tributos sujeitos a lançamento por homologação será: Fl. 766DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 9 8 I em caso de dolo, fraude ou simulação: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN); II nas demais situações: a) se houve pagamento antecipado ou declaração de débito: data do fato gerador (art. 150, § 4º, do CTN); b) se não houve pagamento antecipado ou declaração de débito: 1º dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado (art. 173, I, do CTN). A decisão recorrida acolhe esse entendimento, rejeitando a decadência por ausência de pagamento, motivo que seria suficiente para deslocar o termo inicial para o art. 173. Em seu recurso, o contribuinte contesta a inocorrência de pagamento antecipado. A autoridade fiscal não informa a inocorrência de pagamento. A decisão de primeira instância assim motivou sua conclusão sobre essa circunstância: O pagamento antecipado exige sua prévia apuração, ato não realizado pela impugnante, o que se prova pela falta da entrega da DIPJ do ano calendário de 2005, de forma que a decadência deve ser regida, neste caso, pelo art. 173, I, do CTN. A falta de entrega da DIPJ não está atestada nos autos. Além disso, tal omissão, se ocorreu, não comprova a ausência de pagamento. A DIPJ é declaração de informação, e o documento que se presta para a definição do termo inicial é o DARF ou a DCTF (que constitui confissão de dívida). O contribuinte, em grau de recurso, contesta a inocorrência de pagamento antecipado, mas também não traz prova de suas alegações. Consta, às fls. 17/42, cópia da DCTF juntada pelo auditor, com débitos declarados para o 1º e 2º trimestres de 2005, relativos ao IRPJ e CSLL (fls. 30, 19, 32 e 24, respectivamente) e para os meses de janeiro a dezembro de 2005, para o PIS (fls. 25, 33, 26, 27, 34, 28, 41, 37, 40, 42 e 39, respectivamente). A partir desses fatos, uma primeira conclusão que se tira é que, para esses tributos e esses períodos de apuração, a decadência só se regerá pelo art. 173, I, se caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o que seria poderseia inferir a partir da imposição da multa qualificada. O auditor assim motivou a qualificação da multa: b. As diferenças entre os valores dos faturamentos contabilizados e os respectivos valores constantes nos depósitos bancários caracterizam omissão de receitas, configurandose, assim, Crime contra a Ordem Tributária, definido pelo art. I o da Lei n° 8.137/90; Fl. 767DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 10 9 Observo que a Lei nº 8.137/1990 é de natureza penal, e a base legal para qualificação da penalidade administrativa (tributária) é o art. 44 da Lei 9.430/96, indicado c.c. arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64, que exigem a caracterização do dolo: Lei nº 9.430/96: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (...) § 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. Lei nº 4.502/64: Art . 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Art . 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Art . 73. Conluio é o ajuste doloso entre duas ou mais pessoas naturais ou jurídicas, visando qualquer dos efeitos referidos nos arts. 71 e 72. Para avaliar a incidência do art. 173, I, do CTN, fazse necessário analisar se a conduta do contribuinte se caracteriza como dolosa, o que, por consequência, implica também a qualificação da multa. Conforme consta dos autos, o contribuinte não atendeu completamente às intimações para apresentar livros e documentos fiscais, notadamente arquivos digitais, bem como extratos bancários. A partir dos extratos obtidos diretamente dos bancos, em atendimento a Requisição de Movimentação Financeira, a fiscalização elaborou planilhas dos créditos e Fl. 768DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 11 10 intimou o contribuinte a comprovar, com documentação hábil e idônea, a origem dos recursos depositados. Tendo o contribuinte alegado que "a empresa teve toda a documentação fiscal e contábil do período entre 2003 a agosto de 2008 perdida em incêndio", a fiscalização teve como não comprovada a origem dos recursos creditados nas contas bancárias relacionadas. A fiscalização elaborou duas planilhas distintas, numa delas identificando diferença entre os valores dos créditos levantados a partir dos extratos e a receita contabilizada, e na outra demonstrando a diferença entre os valores identificados nos extratos como oriundos de liquidação de cobrança e as receitas contabilizadas. Os valores levantados na primeira planilha foram considerados como omissão de receita (total), compreendendo parte levantada por prova direta (os apurados na segunda planilha) e parte por presunção, com base no art. 42 da Lei nº 9.430/96 (a diferença entre as duas planilhas). Para os valores apurados por prova direta (diferença entre os valores oriundos de liquidação de cobrança e os valores de receita contabilizados) foi aplicada a multa qualificada. Portanto, do que consta do TVF, temse que a caracterização da fraude, pela autoridade fiscal, teve como fundamento, exclusivamente, a constatação de omissão de receita. A Súmula CARF nº 14 enuncia: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Embora a súmula trate de qualificação da multa, por óbvio ela se presta para a averiguação da decadência. Assim, entendo inaplicáveis a qualificação da multa e o art. 173, I, do CTN, estando alcançados pela decadência todos os lançamentos de PIS e os lançamentos de IRPJ e CSLL relativos aos dois primeiros trimestres de 2005. O contribuinte alega ilegitimidade na obtenção das informações financeiras diretamente das instituições que as detêm, sem autorização judicial. Este tribunal administrativo não tem competência para analisar questões relacionadas à constitucionalidade, cabendolhe, exclusivamente, julgar a legalidade do lançamento. A requisição da movimentação financeira encontra respaldo legal inciso IV do § 3º do art. 1º da Lei Complementar nº 105, de 2001, que excepciona da caracterização de violação do dever de sigilo a prestação de informações nos termos e condições estabelecidos, entre outros, no artigo 6o, que autoriza o exame de registros referentes a contas de depósitos e aplicações financeiras pelos agentes fiscais, quando houver processo administrativo instaurado ou procedimento fiscal em curso, e tais exames sejam considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente. Fl. 769DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 12 11 O art. 6º da Lei Complementar nº 105/2001 foi disciplinado pelo Decreto no 3.724/2001, cujo art. 3º estabelece as hipóteses em que os exames serão considerados indispensáveis. A justificativa indicada pelo auditor fiscal para a Requisição de Movimentação Financeira está fundamentada no incisos VII (situação prevista no art. 33 da Lei nº 9.430/96 como passível de submeter o sujeito passivo a regime especial de fiscalização, no caso, embaraço à fiscalização) do art. 3º do Decreto. O inciso I do art. 33 da Lei nº 9.430/96 estabelece que caracteriza embaraço à fiscalização a negativa não justificada de exibição de livros e documentos em que se assente a escrituração das atividades do sujeito passivo, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade, próprios ou de terceiros, quando intimado. No caso concreto, pelo termo datado de 10/04/2008 (ciência em 18/04) o contribuinte foi intimado a apresentar contratos sociais, livros contábeis e fiscais, arquivos contábeis em meio magnético e relacionar as instituições financeiras com que transacionou no ano de 2005. Não atendida a intimação, em 21 de maio foi lavrada reintimação (ciência em 27/05). Em 04 de junho o contribuinte apresentou os contratos sociais, e Livros Diário, Registro de Entradas, Registro de Saídas, Registro de Inventário, e declarou transacionar com o Bradesco. Não apresentou os arquivos contábeis digitalizados. Em 01/09 foi lavrado termo reintimando para apresentação dos arquivos digitalizados e intimando para apresentar os extratos bancários (ciência em 09/09). Em 28/10 foi lavrado Termo de Embaraço à Fiscalização. Portanto, restou perfeitamente caracterizada a situação descrita na lei como ensejadora da lavratura do Termo de Embaraço à Fiscalização. Tendo o contribuinte incorrido em situação definida na lei como embaraço à fiscalização, não lhe assiste razão de ilegitimidade do fornecimento das informações sem autorização judicial. A Lei Complementar 105/2001 estabelece que não constitui violação de sigilo o acesso às informações pelas autoridades administrativas da Secretaria da Receita Federal, em caso de procedimento fiscal em curso, se tais exames forem considerados indispensáveis pela autoridade administrativa competente, e o Decreto nº 3.724/2001 estabelece que será considerado indispensável o exame, entre outras hipóteses, quando se caracterizar a situação de embaraço à fiscalização. Quanto à alegação de exacerbação da multa, por ter caráter confiscatório, cabe a este CARF apenas analisar se o percentual imposto está de acordo com a lei vigente aplicável, uma vez quem nos termos da Súmula CARF nº 2, “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” O dispositivo legal aplicável na imposição da multa de ofício é o art. 44 da Lei nº 9.430/96, que estabelece o percentual de 75%, sujeito a qualificação (exigível em dobro) ou agravamento (acrescido de 50%), nas hipóteses previstas na lei. Afastada, em momento precedente deste voto, a qualificação, passo a analisar o agravamento da penalidade. Fl. 770DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI Processo nº 19515.003629/201010 Acórdão n.º 1301001.427 S1C3T1 Fl. 13 12 À época dos fatos geradores (ano calendário de 2005) a tipificação legal para o agravamento da penalidade estava contida no §2º do art. 44 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 9.532/97, verbis: § 2º As multas a que se referem os incisos I e II do caput passarão a ser de cento e doze inteiros e cinco décimos por cento e duzentos e vinte e cinco por cento, respectivamente, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). a) prestar esclarecimentos; b) apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, com as alterações introduzidas pelo art. 62 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991; c) apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38. Portanto, restou perfeitamente caracterizada a hipótese para o agravamento da penalidade. Observo que não tem pertinência com a matéria em julgamento o § 1º do art. 52 da Lei nº 9.298/1996, que trata de multas de mora decorrentes do inadimplemento de obrigações no seu termo, em relações de consumo. Pelas razões expostas, dou provimento parcial ao recurso para: 1 Cancelar as exigências de IRPJ e CSLL do 1º e do 2º trimestres, bem como toda a exigência de PIS, por estarem os lançamentos alcançados pela decadência. 2 Afastar a qualificação da multa, reduzindo o percentual de 225% para 112,5%. É como voto. Sala das SessãoDF, em 11 de março de 2014. (documento assinado digitalmente) Valmir Sandri Fl. 771DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI, Assinado digitalmente em 22/10/2014 por VA LMAR FONSECA DE MENEZES, Assinado digitalmente em 27/06/2014 por VALMIR SANDRI
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Numero do processo: 10380.900757/2009-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 13 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2005
PREÇO PREDETERMINADO. REAJUSTE CONTRATUAL.
Constatado que a evolução acumulada do preço da energia elétrica se deu em proporção inferior à variação ponderada de seus insumos, não é descaracterizado o preço predeterminado, com a incidência cumulativa das contribuições de PIS e COFINS.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 3101-001.717
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para determinar que a apuração da contribuição, no período em questão, seja feita no regime cumulativo, com o retorno dos autos à unidade de origem, para a apuração do valor do indébito e o processamento da compensação até o limite do valor deferido. Fez sustentação oral o Dr. Luiz Felipe Krieger Moura Bueno, OAB/RJ nº 117.908, advogado do sujeito passivo.
Henrique Pinheiro Torres - Presidente
Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Amauri Amora Câmara Junior, Elias Fernandes Eufrásio, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2005 PREÇO PREDETERMINADO. REAJUSTE CONTRATUAL. Constatado que a evolução acumulada do preço da energia elétrica se deu em proporção inferior à variação ponderada de seus insumos, não é descaracterizado o preço predeterminado, com a incidência cumulativa das contribuições de PIS e COFINS. Recurso Voluntário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, para determinar que a apuração da contribuição, no período em questão, seja feita no regime cumulativo, com o retorno dos autos à unidade de origem, para a apuração do valor do indébito e o processamento da compensação até o limite do valor deferido. Fez sustentação oral o Dr. Luiz Felipe Krieger Moura Bueno, OAB/RJ nº 117.908, advogado do sujeito passivo. Henrique Pinheiro Torres Presidente Rodrigo Mineiro Fernandes Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 07 57 /2 00 9- 78 Fl. 555DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 556 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rodrigo Mineiro Fernandes, Valdete Aparecida Marinheiro, Amauri Amora Câmara Junior, Elias Fernandes Eufrásio, Luiz Roberto Domingo e Henrique Pinheiro Torres. Relatório Trata o presente processo de declaração de compensação (DCOMP) eletrônica na qual o interessado alega possuir crédito decorrente de pagamento a maior da contribuição que pretende utilizar para compensar com seus débitos. A análise do direito creditório concluiu que o pagamento informado como origem do crédito encontravase totalmente utilizado para quitação de débito do contribuinte da própria contribuição, não restando saldo disponível para ser utilizado para a compensação pretendida. Como resultado, o direito creditório não foi reconhecido, com a conseqüente não homologação da compensação, conforme Despacho Decisório e Detalhamento da Compensação. Regularmente cientificada, a interessada apresentou a manifestação de inconformidade, acompanhada de documentos ao seu ver probatórios de seus direitos, alegando, em síntese: que seu crédito decorre de pagamento a maior em virtude de ter calculado a contribuição indevidamente com alíquota de nãocumulatividade; que embora tenha concorrido involuntariamente para a conclusão do Despacho Decisório, seu crédito não pode ser aniquilado por erro de fato cometido no cumprimento de obrigação acessória; que seu objeto societário é a produção, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica e toda a sua energia fornecida no anocalendário 2005 foi adquirida pela Companhia Energética do Ceará, cujo contrato de compra e venda foi celebrado em 31/08/2001 (aditivos em 10/10/2001 e 22/11/2002), com prazo de 20 anos; que estava obrigada a pagar as contribuições calculadas exclusivamente de forma cumulativa, por força do disposto na alínea “b” do inciso XI do art. 10 da Lei nº 10.833/2003; que indicou indevidamente na DCTF o valor da contribuição devida no período, calculando e recolhendo com a alíquota prevista para a não cumulatividade; que percebendo o erro estornou a parcela da despesa que havia contabilizado a maior e a registrou no ativo; que apresentou o PER/DCOMP em tela declarando a compensação relativa à diferença acima apontada, mas se ouvidou de retificar a DCTF correspondente. Ao fim, pede a reforma do Despacho Decisório para homologar integralmente a compensação declarada. A DRJ em FORTALEZA/CE julgou improcedente a manifestação de inconformidade, mantendo a nãohomologação da compensação do débito fiscal declarado. Entendeu o órgão julgador de primeiro grau que, a partir de 31/10/03, para fins de apuração da Cofins, o preço predeterminado é descaracterizado após o 1º reajuste, salvo quando demonstrado que o reajuste de preços se dá em percentual não superior ao correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou à variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. Discordando da decisão de primeira instância, a interessada apresentou recurso voluntário onde basicamente reproduz o alegado em primeira instância, reforçando notadamente a importância do Ofício nº 1.431/2006SFF/ANEEL, que acredita fazer prova a Fl. 556DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 557 3 seu favor. Por fim, requereu a reforma do acórdão recorrido e a subsistência total da compensação efetivada. Em sessão de julgamento realizada em 10 de novembro de 2011, esta turma de julgamento, em sua composição anterior, determinou a conversão do julgamento em diligência para que a unidade preparadora jurisdicionante do domicílio tributário da recorrente intimasse a recorrente, para trazer aos autos, laudo de perito competente, com o detalhamento do processo de produção da energia elétrica fornecida no período em que a recorrente alega possuir crédito, indicação dos insumos utilizados, a variação dos preços dos respectivos insumos e a memória dos reajustes do preço da energia elétrica fornecida, bem como a conclusão acerca da questão controversa se os índices utilizados ultrapassaram, ou não, os custos de produção ou a variação ponderada dos custos dos insumos. Após ser regularmente intimada, a recorrente apresentou o Laudo Pericial solicitado, com o detalhamento do processo de produção de energia elétrica, indicação dos insumos utilizados, variação dos preços dos insumos e memória dos reajustes do preço da central geradora termelétrica FORTALEZA – CGTF, assinado pelos engenheiros José Mario Miranda Abdo e Eduardo Henrique Ellery Filho, sócios da empresa Abdo, Ellery & Associado Consultoria Empresarial em Energia e Regulação. Após o atendimento do disposto na Resolução, a unidade de origem encaminhou o os autos a esse órgão julgador de segunda instância para apreciação. Novamente em pauta para julgamento, esta turma determinou nova conversão do julgamento em diligência, para trazer aos autos complemento do laudo pericial, com a informação completa da composição final do preço de venda de energia para a COELCE, informando, de forma detalhada, a ponderação dos insumos gás natural e TUST na composição do preço final da energia vendida, com a correspondente relação insumo x produto da energia vendida para a COELCE no ano de 2005. Após ser regularmente intimada, a recorrente apresentou o complemento do Laudo Pericial Técnico elaborado pelos engenheiros José Mario Miranda Abdo e Eduardo Henrique Ellery Filho, sócios da empresa Abdo, Ellery & Associado Consultoria Empresarial em Energia e Regulação, contendo a composição final do preço de venda de energia para a COELCE, com o detalhamento da ponderação dos insumos na composição do preço final de energia. Após o atendimento do disposto na Resolução, a unidade de origem encaminhou o os autos a esse órgão julgador de segunda instância para apreciação. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator O recurso voluntário é tempestivo e, considerando o preenchimento dos requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Fl. 557DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 558 4 A questão meritória a ser apreciada por esse colegiado é a sujeição ou não das receitas da recorrente ao PIS e Cofins com incidência cumulativa. A recorrente alega ter apurado de forma equivoca a contribuição com incidência nãocumulativa, quando o correto seria a incidência cumulativa, existindo, segundo seu entendimento, saldo de contribuição recolhida indevidamente e passível de restituição e compensação. Entretanto, não foi esse o entendimento da unidade de origem e da autoridade julgadora de primeira instância, que não reconheceu o direito creditório, com a conseqüente não homologação da compensação, sob o fundamento de que a contribuição seria devida pelo regime nãocumulativo e inexistia o crédito declarado. A incidência nãocumulativa das contribuições de que tratam a Lei n° 10.637/2002 e a Lei nº 10.833/2003, encontra, entre as exceções legalmente previstas, aquela relativa às receitas originadas de contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003, com prazo superior a um ano de fornecimento de bens ou serviços a preço predeterminado (art. 10, XI, “b”, da Lei 10.833/2003), que estariam sujeitas às contribuições pela sistemática cumulativa. Regulamentando esse diploma legal e definindo preço predeterminado, foi editada a Instrução Normativa SRF n° 468, de 08/11/2004. A Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, de caráter interpretativa, esclareceu a questão do reajuste de preços para a caracterização ou não de preço predeterminado, para fins de incidência nãocumulativa das contribuições, assim dispondo: Art. 109. Para fins do disposto nas alíneas b e c do inciso XI do caput do art. 10 da Lei no 10.833, de 29 de dezembro de 2003, o reajuste de preços em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1o do art. 27 da Lei no 9.069, de 29 de junho de 1995, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado. Parágrafo único. O disposto neste artigo aplicase desde 1o de novembro de 2003. Posteriormente foi editada a Instrução Normativa SRF nº 658, de 4 de julho de 2006, dispondo sobre as contribuições incidente sobre as receitas decorrentes de contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003, com produção de efeitos a partir de 1° de fevereiro de 2004, nos seguintes termos: Art. 2° Permanecem tributadas no regime de cumulatividade, ainda que a pessoa jurídica esteja sujeita a incidência nãocumulativa da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, as receitas relativas a contratos firmados anteriormente a 31 de outubro de 2003: II com prazo superior a 1 (um) ano, de construção por empreitada ou de fornecimento, a preço predeterminado, de bens ou serviços; Art. 3° Para efeito desta Instrução Normativa, preço predeterminado é aquele fixado em moeda nacional como remuneração da totalidade do objeto do contrato. [...] Fl. 558DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 559 5 §2° Ressalvado o disposto no §3º, o caráter predeterminado do preço subsiste somente até a implementação, após a data mencionada no art. 2º, da primeira alteração de preços decorrente da aplicação: I de cláusula contratual de reajuste, periódico ou não; ou II de regra de ajuste para manutenção do equilíbrio §3° 0 reajuste de preços, efetivado após 31 de outubro de 2003, em percentual não superior àquele correspondente ao acréscimo dos custos de produção ou em variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, nos termos do inciso II do § 1º do art. 27 da Lei nº 9.069, de 29 de junho de 1995, não descaracteriza o prego predeterminado. Art. 5° Consideramse com prazo superior a 1 (um) ano os contratos com prazo indeterminado cuja vigência tenha se prolongado por mais de 1 (um) ano, contado da data em que foram firmados. Parágrafo único, Aplicase aos contratos mencionados no caput o disposto nos §§ 2°e 3° do art. 3°. Art. 7 Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: I a partir de 1° de fevereiro de 2004, em relação às receitas decorrentes dos contratos de que tratam os incisos I a III do art. 2º; Importanos, para a solução da questão em litígio, identificar se o reajuste de preços praticados pela recorrente à época dos fatos foi em função do custo de produção ou da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos dos insumos utilizados. Caso positivo, não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado, sujeitandose a recorrente à alíquota cumulativa das contribuições, subsistindo indébito tributário passível de repetição e compensação. Portanto, há duas possibilidades para a sujeição ao regime cumulativo de incidência das contribuições: (i) a adoção de um percentual que reflita o custo de produção (específico para cada contratante) ou (ii) da variação de índice que reflita a variação ponderada dos custos de insumos utilizados (índice setorial). O ponto principal para a sujeição ao regime cumulativo é a comprovação de que o reajuste praticado não foi superior à variação dos custos de produção. A recorrente celebrou, em 31 de agosto de 2001, contrato de compra e venda de energia elétrica com a Companhia Energética do Ceará – COELCE, por um prazo de 20 anos, contados a partir da data inicial de fornecimento, que foi devidamente aprovado pela ANEEL através do Ofício nº 243/2002SFF/ANEEL, de 09/04/2002. Conforme informado no Laudo Técnico, a recorrente, Central Geradora Termelétrica Fortaleza (CGTF) produzia energia via ciclo combinado de gás natural e vapor. Foi projetada a partir do Programa Prioritário de Termoeletricidade (PPT) do Governo Federal, com sede na cidade de Caucaia, Ceará, dentro do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. Foi concluída em 2003, com capacidade instalada de 326,60 MW e 318,5 MW de energia assegurada, contando com uma linha de transmissão de 1,2 km em altatensão. Fl. 559DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 560 6 A defesa da recorrente é toda calcada no esforço para provar que o índice previsto para reajuste do preço predeterminado, constante do contrato de fornecimento de energia elétrica para a Companhia Energética do Ceará – COELCE, não restou descaracterizado quando do primeiro reajuste, porquanto tal índice refletira os acréscimos dos custos de produção de energia elétrica, nos exatos termos condicionados pela legislação aplicável, tendo como consequência a tributação de suas receitas pelo PIS e COFINS no sistema cumulativo. Esta turma de julgamento, em sua composição anterior, em 10 de novembro de 2011, ao determinar a conversão do julgamento em diligência, assim se manifestou sobre o índice utilizado pela recorrente (por maioria de votos, vencido o Conselheiro Leonardo Mussi da Silva): Em que pese o alentado trabalho de convencimento do patrono da recorrente, que acredita firmemente ter trazido prova de que o pronunciamento da ANEEL certifica serem os índices de reajustamento de preços previstos no contrato de fornecimento de energia elétrica da recorrente, reflexo dos custos de produção ou variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, penso que não se pode, à luz do aludido Ofício, de fato, dizer que os índices utilizados pela recorrente (k1, k2 e k3, respectivamente fatores de ponderação dos índices IGPM, de combustíveis e de variação cambial) estão no formato previsto na legislação apontada, até porque o Ofício reportase explicitamente apenas ao IGPM, fazendo menção genérica aos “demais índices” no seu último parágrafo. Nesse sentido, concordo com o órgão judicante de primeiro grau, no sentido de que o Ofício da ANEEL trazido aos autos não se afeiçoa a laudo ou parecer para os fins do art. 30 do Decreto nº 70.235/72, que trata de peças técnicas com o escopo de identificar produtos para posterior classificação fiscal, as quais têm caráter específico e não genérico. A Cláusula 6.3 do Contrato de Fornecimento estabelece que a fórmula de reajuste dos preços seria determinada com base na Resolução ANEEL 22/2001, que previa, para aplicação do limite de repasse dos preços contratuais, o Valor Normativo estabelecido para cada contrato de compra de energia seria atualizado para o mês anterior à data de acordo com a seguinte fórmula: Onde: VNi Valor Normativo reajustado no mês do reajuste das tarifas de fornecimento do concessionário ou permissionário de distribuição; VNoi Valor Normativo vigente no mês de registro do contrato de compra de energia referido ao mês de publicação da resolução; K1 = fator de ponderação do índice IGPM; K2 = fator de ponderação do índice de combustíveis; Fl. 560DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 561 7 K3 = fator de ponderação do índice de variação cambial IGPMli valor do índice geral de preços ao mercado, estabelecido pela Fundação Getúlio Vargas FGV, no mês anterior a data de atualização do VN; IGPMOi valor do índice geral de preços ao mercado, estabelecido pela Fundação Getúlio Vargas FGV, no mês anterior à data de entrada em vigor da Resolução; COMBli valor do índice do combustível, no mês anterior a data de atualização do VN; COMBOi valor do índice do combustível, no mês anterior à data de entrada em vigor da Resolução; IVCli média da cotação de venda do dólar norteamericano, divulgada pelo Banco Central do Brasil, no mês anterior a data de atualização do VN; IVC0i = R$ 1,9633/US$. Já a variação do índice referente ao combustível, a ser utilizado na fórmula de atualização dos Valores Normativos, considera 80% da parcela do preço com reajuste estipulado pelas variações da taxa cambial e do índice de preços ao atacado no mercado dos Estados Unidos da América, e 20% restantes pela variação do IGPM. Portanto, a fórmula para reajustes de preço baseiase em índices que captam a variação geral de preços (IGPM), a variação cambial e a variação setorial (combustível), esse, por sua vez, também derivado da variação cambial. Dessa forma, a variação cambial entra duas vezes na composição da fórmula de reajuste de preços. Estes índices, apesar de contratualmente estipulados e aprovados pela agência reguladora, não representam necessariamente a variação dos custos da produção ou dos insumos utilizados, mas sim a recomposição de preços de mercado. Não foi comprovado que há uma correlação direta entre os componentes da fórmula de reajuste de preços e a variação dos custos de produção. A utilização dos fatores, mesmo ponderados, e dos índices geral, setorial e especialmente o cambial, tendem a restabelecer o preço de mercado, atualizando os custos para os novos empreendimento e não os custos da produção ou dos insumos efetivamente incorridos. Considerando que a fórmula de reajuste de preços não foi derivada de índice refletor da variação ponderada dos custos dos insumos utilizados, restanos analisála em função da variação do custo de produção. O Laudo apresentado, em atendimento ao determinado por essa turma de julgamento, foi dividido em duas partes: (i) a primeira fez uma contextualização da CGTF na recente história do setor elétrico brasileiro e no arcabouço legal e regulatório em que está inserida; (ii) a segunda parte fez um estudo da questão específica sobre os reajustes de preços da recorrente para a COELCE, e se esse reajuste ultrapassou ou não a variação dos preços dos insumos. Fl. 561DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 562 8 Questionados se os reajustes de preços no CGTFCOELCE ultrapassaram ou não a variação ponderada dos insumos, os peritos apresentaram a seguinte resposta: Nesse contexto de forte definição por parte do Estado, os reajustes aplicados desde o início do suprimento CGTFCOELCE não ultrapassaram os custos de produção ou a variação ponderada dos insumos pelas seguintes razões: · As Regras de Reajuste Contratual foram estabelecidas na legislação setorial; · O contrato foi analisado e aprovado pela ANEEL; · As regras de reajuste contratual definidas pela legislação setorial visam a variação ponderada dos custos de produção ou dos insumos, em consonância estrita com o princípio da legalidade, observado com todo o natural zelo pelo Regulador, em especial obedecendo o que dispõe o art. 27 da Lei nº 9.069/1995 no que diz respeito às condições necessárias para a utilização de índice diferente do IPC; e · A variação de preço de venda não foi superior à dos insumos. O Laudo apresentado definiu como insumos da produção de energia os seguintes itens: (i) gás natural e (ii) tarifa do uso do sistema de transmissão (TUST). O reajuste de preço relativo ao fornecimento para a COELCE foi efetuado em abril de 2004, no percentual de 34%, em relação à data de referencia contratual de 31/08/2002, considerando uma variação no preço do gás natural de 33,24%, portanto, em percentual maior do que seu principal insumo, mas inferior à variação da tarifa do uso do sistema de transmissão (TUST) de 312,88%. A recorrente apresentou, em atendimento à Resolução desta turma de julgamento, o complemento do Laudo Técnico, no qual consta a composição final do preço com base nos nesses insumos: Também foi apresentada a evolução ponderada dos insumos e produto: Fl. 562DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10380.900757/200978 Acórdão n.º 3101001.717 S3C1T1 Fl. 563 9 Constatase, que em todos os anos do período apresentado, a evolução acumulada do preço da energia elétrica se deu em proporção inferior à variação ponderada de seus insumos, ficando demonstrado que a correção no preço da energia elétrica praticada no período em questão (2005), não foi superior ao que ocorreu com seus insumos. Dessa forma, o reajuste praticado não será considerado para fins da descaracterização do preço predeterminado, sujeitandose a recorrente à alíquota cumulativa das contribuições, subsistindo indébito tributário passível de repetição e compensação. Diante dos fatos apurados, dou provimento parcial ao recurso voluntário, determinando que a apuração da contribuição, no período em questão, seja feita no regime cumulativo, com o retorno dos autos à Unidade de Origem, para apuração do valor do indébito e o processamento da compensação até o limite do valor deferido Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 563DF CARF MF Impresso em 13/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2014 por ANDRESSA GOMES MARTINS, Assinado digitalmente em 09/10/20 14 por RODRIGO MINEIRO FERNANDES, Assinado digitalmente em 10/10/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10850.902030/2011-66
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 18 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Oct 03 00:00:00 UTC 2014
Numero da decisão: 3801-000.813
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Sergio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Paulo Sergio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio De Castro Pontes (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 50 .9 02 03 0/ 20 11 -6 6 Fl. 129DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 130 2 Relatório Adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Trata o presente processo de Pedido de Restituição (PER) eletrônico, transmitido em 28 de outubro de 2005, por meio da qual a contribuinte solicita restituição de valor que teria sido indevidamente recolhido a título de Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, no valor de R$ 6.527,48, em 15 de janeiro de 2003, relativo ao período de apuração de dezembro de 2002. Na apreciação do pleito, manifestouse a Delegacia da Receita Federal do Brasil em São José do Rio Preto SP pelo indeferimento do pedido de restituição, mediante Despacho Decisório (DD), à folha 5, emitido em 6 de junho de 2011, fazendoo com base na constatação da inexistência do crédito informado, uma vez que o Darf discriminado no PER/Dcomp, não foi localizado nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Inconformada com o indeferimento do pedido de restituição, a contribuinte apresenta Manifestação de Inconformidade, na qual alega que o pagamento informado na ficha Darf do Pedido de Restituição foi realizado por meio de duas compensações, conforme comprova Declarações de Compensação nos processos administrativos nº 10850.000346/200310, no valor de R$ 6.161,25, e nº 10850.000092/200321, no valor de R$ 366,23, que junta aos autos. A contribuinte argumenta, ainda, que não obstante o erro de preenchimento, tal fato não prejudica seu direito creditório, em razão dos princípios da estrita legalidade e da verdade material, entre outros. Por fim, a contribuinte requer a produção de perícia, realização de diligência e juntada de documentos. Em 09 de agosto de 2013, esta Turma proferiu o Acórdão nº 0732.230 equivocadamente, uma vez que o Despacho Decisório em litígio se refere a Pedido de Restituição. Este voto, portanto, tem como objetivo retificar o citado Acórdão. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) julgou improcedente a manifestação de inconformidade com base na seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2005 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DARF NÃO LOCALIZADO. INDEFERIMENTO. Fl. 130DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 131 3 Não tendo sido localizado o Darf com as características indicadas pelo contribuinte como origem do crédito, ratificase o despacho decisório que indeferiu o pedido de restituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Ano calendário: 2005 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ESPÉCIE DE PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE DIREITO CREDITÓRIO. LIMITES DA APRECIAÇÃO EM SEDE ADMINISTRATIVA No âmbito dos pedidos de restituição, a apreciação administrativa da regularidade do procedimento do contribuinte se limita à aferição da existência de crédito contra a Fazenda Nacional estritamente informado no Pedido de Restituição (PER) eletrônico. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a contribuinte recorre a este Conselho alegando, na essência: · que o crédito pleiteado se refere à inclusão indevida, na base de cálculo da contribuição Cofins, de receitas estranhas ao conceito de faturamento dada a inconstitucionalidade do artigo 3o, parágrafo 1o, da Lei n. 9718/98; · pede vénia para que, em observância ao princípio da economia processual, seja determinada a reunião dos processos que versam sobre a mesma matéria; · que a não retificação do pedido de restituição não interfere na obrigação principal (recolhimento do imposto indevidamente) e, portanto, não impede o reconhecimento do direito creditório da recorrente; · que, por um escusável lapso por parte da ora Recorrente, deixou de ser informado no pedido de restituição em análise que o pagamento no qual se lastreia o crédito nele pleiteado não foi realizado por meio de recolhimento com guia DARF, mas através da declaração de compensação em discussão nos processos administrativos nº 10850.000346/200310 e nº 10850.000092/200321, cuja cópia foi oportunamente apresentada junto com sua manifestação de inconformidade; · que para corroborar os fatos já demonstrados pela documentação carreada à manifestação de inconformidade, e também com vistas a contrapor os argumentos aventados pelo acórdão recorrido, a recorrente requer, nos termos da alínea "c", do parágrafo 4o, do art. 16, do Decreto n. 70235/72, a juntada aos presentes autos do livro razão, o qual, por si só, tem o condão de comprovar o direito creditório ora postulado; Fl. 131DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 132 4 · que essa discussão se encontra totalmente superada na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que, em sessão plenária, declarou a inconstitucionalidade do parágrafo 1o, do art. 3o, da Lei n. 9718/98; bem como em recurso em que foi reconhecida a repercussão geral da matéria; · que a jurisprudência administrativa já se manifestou favoravelmente à aplicação, pelo fisco, das decisões que declararam a inconstitucionalidade do parágrafo 1o, do art. 3o, da Lei 9718/98, com fulcro no inciso I, do parágrafo 6o, do art. 26A, incluído no Decreto n. 70235, de 6.3.1972, pela Lei n. 11941, de 27.5.2009 e também no Regimento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (RICARF), no seu art. 62, parágrafo 1o, inciso I, aprovado pela Portaria MF n. 256, de 22.6.2009; Assim, requer, requer que o seu recurso seja conhecido e provido, reformando se o v. acórdão recorrido, com o reconhecimento do direito à plena restituição da COFINS calculada sobre receitas estranhas ao conceito de faturamento, diante da inconstitucionalidade do artigo 3o, parágrafo 1o, da Lei n. 9718/98, declarada pelo Supremo Tribunal Federal e já reconhecida pela jurisprudência administrativa. É o Relatório. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 133 5 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre valores de COFINS pagos com base no art. 3º, § 1, da Lei n° 9.718, de 1998, que foram posteriormente declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Todavia, nas PER/DCOMPs que utilizaram este crédito não houve pagamento no sentido estrito e sim compensação do débito informado como pagamento indevido. Diante disso, o pagamento não foi localizado, sendo exarado Despacho Decisório indeferindo a restituição pleiteada. Por certo, na sistemática da análise dos PERDCOMPs de pagamento indevido ou a maior, na qual é feito um batimento entre o pagamento informado como indevido e sua situação no conta corrente – disponível ou não, caso o contribuinte não informe corretamente os dados do pagamento ele efetivamente não será localizado, o que de fato ocorreu conforme consta no Despacho Decisório. Nesse procedimento não se está adentrando efetivamente no mérito da questão, cuja análise somente será viável a partir da manifestação de inconformidade apresentada pelo requerente, na qual, esperase, seja descrita a origem do direito creditório pleiteado e sua fundamentação legal. Não obstante os equívocos cometidos pela recorrente na formalização do pedido de restituição, o entendimento predominante deste Colegiado é no sentido da prevalência da verdade material, que ademais é um dos princípios que regem o processo administrativo, conforme ensina Marcos Vinicius Neder e Maria Tereza Martinez López: Em decorrência do princípio da legalidade, a autoridade administrativa tem o dever de buscar a verdade material. O processo fiscal tem por finalidade garantir a legalidade da apuração da ocorrência do fato gerador e a constituição do crédito tributário, devendo o julgador pesquisar, exaustivamente se, de fato, ocorreu a hipótese abstratamente prevista na norma e, em caso de impugnação do contribuinte, verificar aquilo que é realmente verdade, independente do alegado e provado, Odete Medauar preceitua que "o princípio da verdade material ou verdade real, vinculado ao princípio da oficialidade, exprime que a Administração deve tomar decisões com base nos fatos tais como se apresentam na realidade, não se satisfazendo com a versão oferecida pelos sujeitos Para tanto, tem o direito de carrear para o expediente todos os dados, informações, documentos a respeito da matéria tratada, sem estar jungida aos aspectos considerados pelos sujeitos. Segundo Alberto Xavier, a lei concede ao órgão fiscal meios instrutórios amplos para que venha formar sua livre convicção sobre os verdadeiros fatos praticados pelo contribuinte. Nesta perspectiva, é lícito ao órgão fiscal agir sponte sua com vistas a corrigir os fatos Fl. 133DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 134 6 inveridicamente postos ou suprir lacunas na matéria de fato, podendo ser obtidas novas provas por meio de diligências e perícias. 1 Para que se possa superar a questão de eventual erro de fato e analisar efetivamente o mérito da questão, deveriam estar presentes nos autos os elementos comprobatórios que pudéssemos considerar no mínimo como indícios de prova dos créditos alegados. Neste sentido, os documentos colacionados, em tese, ratificam os argumentos apresentados. Apesar da complementação das alegações da recorrente e a correspondente documentação comprobatória terem sido apresentadas apenas em sede de Recurso Voluntário, o que, em tese, estaria atingida pela preclusão consumativa, estes devem ser aceitos em obediência ao principio da verdade material, com respaldo ainda na alínea “c” do § 4º art. 16 do PAF (Decreto nº 70.235/1972), quando a juntada de provas destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidos aos autos, mormente quando a Turma de Julgamento de primeira instância manteve a decisão denegatória da restituição com base no argumento de que não foram apresentadas as provas adequadas e suficientes à demonstração e comprovação da existência do indébito, quando tal questão não fora abordada no âmbito do Despacho Decisório guerreado. No mérito, entendo que assiste razão à recorrente, senão vejamos: A Lei nº 9.718/98, conversão da Medida Provisória nº 1.724/98, estendeu o conceito de faturamento, base de cálculo das contribuições PIS e Cofins, definindoo no §1º do art. 3º como a receita bruta, assim entendida a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevante o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Todavia, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei 9.718/98, que instituiu nova base de cálculo para a incidência de PIS e da Cofins, no julgamento dos RE 357.950, 390.840, 358.273 e 346.084, conforme ementa abaixo: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e 1 NEDER, Marcos Vinicius; LOPEZ, Maria Tereza Martinez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, 3ª ed. São Paulo: Dialética, 2010, p. 78. Fl. 134DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 135 7 faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF, RE 390.840, j. em 09/11/2005) Destaquese que o STF, no julgamento do RE nº 585.235, publicado no DJE nº 227 do dia 28/11/2008, reconheceu a repercussão geral da questão constitucional e reafirmou a jurisprudência do Tribunal acerca da inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei 9.718/98. Segue a ementa, in verbis: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Neste sentido, entendo estarmos diante da hipótese prevista no artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria nº 256/2009 do Ministro da Fazenda, com alterações das Portarias 446/2009 e 586/2010, que dispõe que os Conselheiros têm que reproduzir as decisões do STF proferidas na sistemática da repercussão geral, conforme colacionado acima. Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF No mais, o artigo 26A do Decreto nº 70.235/72, na redação dada pela Lei nº 11.941 de 27/05/2009 e o artigo 62 do RICARF, estabelecem estar vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, com exceção dos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal, no que também se amolda o presente caso. Desta forma, deve ser reconhecido o direito creditório do Recorrente caso exista, em seu favor, crédito oriundo de recolhimentos efetuados a título de COFINS na forma da Lei nº 9.718/98, excluindose da sua base de cálculo as receitas não compreendidas no conceito de faturamento nos moldes da Lei Complementar nº 70/91, nos termos dos conceitos já firmados pelo Supremo Tribunal Federal. No entanto, no caso vertente a recorrente informa que o indébito no qual se lastreia o crédito nele pleiteado não foi realizado por meio de recolhimento com guia DARF, mas através de compensação, formalizada por meio da declaração de compensação apresentada Fl. 135DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.902030/201166 Resolução nº 3801000.813 S3TE01 Fl. 136 8 nos processos administrativos nº 10850.000346/200310 e nº 10850.000092/200321, cuja cópia foi oportunamente apresentada junto com sua manifestação de inconformidade. Não obstante a compensação declarada extinguir o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação, necessário se faz a verificação da liquidez e certeza do crédito a ser restituído ou compensado, nos termos do artigo 170 do CTN. Para que se possa verificar se houve a extinção do crédito tributário e o atendimento aos pressupostos de certeza e a liquidez do crédito pleiteado, que possam ensejar a repetição do indébito, devese solicitar que a Delegacia de origem informe qual a situação do débito compensado. Ante ao exposto, voto no sentido de converter o presente julgamento em diligência para que a Delegacia de origem: a) Informe qual a situação do débito compensado nos processos administrativos nº 10850.000346/200310 e nº 10850.000092/200321 e colacione cópia do Despacho Decisório homologando ou não a compensação, caso haja; b) Caso tenha sido interposto recurso, aguarde o encerramento do contencioso administrativo no âmbito dos processos administrativos nº 10850.000346/200310 e nº 10850.000092/200321 e após a liquidação da decisão definitiva informe qual a situação do débito compensado relativo a Cofins (2172), apurado no período de dezembro de 2002; c) cientifique a interessada quanto ao resultado da diligência para, desejando, manifestarse no prazo de 30(trinta) dias. Após a conclusão da diligência, retornar o processo a este CARF para julgamento. É assim que voto. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 136DF CARF MF Impresso em 03/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 29/09/201 4 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 10111.000356/2007-24
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Classificação de Mercadorias
Data do fato gerador: 20/04/2007
Ementa:
AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DO OBJETO.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3801-004.294
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos não conhecer do recurso em razão da concomitância. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr.Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Sidney Eduardo Stahl - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente).
Nome do relator: SIDNEY EDUARDO STAHL
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ementa_s : Assunto: Classificação de Mercadorias Data do fato gerador: 20/04/2007 Ementa: AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DO OBJETO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso Voluntário Não Conhecido.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 20/04/2007 Ementa: AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DO OBJETO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos não conhecer do recurso em razão da concomitância. Fez sustentação oral pela recorrente o Dr.Rafael de Paula Gomes, OAB/DF nº 26.345. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Sérgio Celani, Sidney Eduardo Stahl, Marcos Antonio Borges, Paulo Antonio Caliendo Velloso da Silveira, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Flávio de Castro Pontes (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 11 1. 00 03 56 /2 00 7- 24 Fl. 661DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 662 2 Relatório Tratamse de autos de infração referentes à multa específica pelo erro na classificação fiscal do equipamento descrito a seguir e às diferenças de tributos incidentes na importação (IPI, COFINS e PIS) decorrentes desse erro. Conforme consta no campo descrição dos fatos e enquadramento legal dos autos de infração o motivo do lançamento é o seguinte: O contribuinte, quando do registro da Declaração de Importação, classificou a mercadoria em tela na NCM 8525.20.13. Entretanto, considerando o Ato Declaratório Interpretativo n.º 22, de 20/08/2004, e levandose em conta também o Acórdão da 1ª Turma da DRJ n.º 6607, de 23/04/2004, a correta classificação na NCM para a mercadoria em tela é 8526.91.00. Portanto, considerando o erro na classificação fiscal, cobrase multa de 1% sobre o valor aduaneiro da mercadoria, de acordo com o artigo 84 da MP 245835/2001. A essa multa não se aplica a redução prevista no artigo 6° da Lei 8.218, de 29 de agosto de 1991, conforme previsto no artigo 81, inciso IV, da Lei n° 10.833/2003. Em sua impugnação a Recorrente aponta que o auto é nulo porque não contém a devida descrição dos fatos e a fundamentação legal da exigência, contrariando assim o disposto nos incisos III e IV, respectivamente, do art. 10 do Decreto n.º 70.235/1972. No tocante ao mérito, a impugnante aduz que o equipamento importado é utilizado exclusivamente integrado a um sistema denominado OmniSAT, tendo como função propiciar o envio e recebimento de mensagens de texto entre a administração de uma empresa ou entidade e seus veículos e considerando as regras do sistema harmonizado a classificação adotada está correta, ou seja, a impugnante informa que seguiu as orientações constantes na Seção XVI da NCM, em especial as Notas 3, 4 e 5, que dispõem sobre a classificação fiscal de combinação de máquinas e define o que deve ser considerado como tal. Conclui que, diante dessas regras e tendo em vista as características técnicas e a destinação funcional da máquina importada, está correta a classificação fiscal utilizada: 8525.20.13. Para reforçar seu entendimento, a impugnante apresenta a definição dada pela Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL aos serviços vinculados ao MCT, bem como as exigências feitas por esse órgão no tocante à homologação e ao funcionamento desse equipamento, inclusive o recolhimento da Taxa de Fiscalização de Instalação – TFI e da Taxa de Fiscalização de Funcionamento – TFF. Sustenta que essas circunstâncias são suficientes para afastar qualquer dúvida acerca da inaplicabilidade de norma legal direcionada à atividade de radionavegação, que não é mencionada em seu Estatuto Social, nem nos atos que autorizaram a prestação dos referidos serviços. Para comprovar suas afirmações a impugnante juntou laudo técnico emitido pela Universidade de Brasília (UnB), que traz informações que confirmam o enquadramento tarifário adotado pelo importador. Fl. 662DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 663 3 Apresentada a impugnação a DRJ converteu o julgamento em diligência para os fins de ser averiguada uma possível concomitância e para complementar as informações existentes, com base nas seguintes determinações: a) providenciar cópia da petição inicial e das decisões já proferidas, relativas aos processos judiciais supra indicados – MS nº 2004.34.00.0066088 e AO nº 005392661.2010.4.01.3400 (caso a Unidade não disponha desses documentos, verificar a possibilidade de obtêlos junto à PFN); b) trazer ao processo outros documentos ou esclarecimentos que a autoridade preparadora entenda necessários ou relevantes à instrução destes autos e ao consequente julgamento da presente lide; e c) cientificar o sujeito passivo da presente Resolução e de seu resultado, bem como do prazo de 30 (trinta) dias para se manifestar. A autoridade preparadora adotou as providências solicitadas e elaborou Informação Fiscal com cerca de 70 páginas na qual reitera os argumentos já apresentados pela fiscalização e traz ainda alguns esclarecimentos adicionais, especialmente sobre a definição da função principal desempenhada pelo MCT e sobre as regras de classificação fiscal aplicáveis ao caso. A impugnante tomou ciência da diligência e de seu resultado e apresentou sua manifestação sobre esses procedimentos apontando que as ações relacionadas não se referem à classificação, mas apenas o direito ao desembaraço do equipamento importado sem óbices das autoridades aduaneira; que os novos elementos trazidos pela fiscalização não devem ser levados em consideração, por sua juntada tardia, contrariando assim ao disposto no art. 16, § 4o, do Decreto no 70.235/1972 e art. 57, § 4o, do Decreto no 7.574/2011. Embora tais dispositivos sejam dirigidos à impugnação, seu conteúdo se aplica com maior razão à fiscalização, tendo em vista o disposto no art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN); que a matéria ora discutida foi objeto de análise por parte do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), antigo Conselho de Contribuintes, e pela Câmera Superior de Recursos Fiscais (CSRF). Ambos decidiram em favor da impugnante. Posteriormente, em face de quatro novas autuações, o CARF deu provimento, novamente à unanimidade e no mérito, aos recursos voluntários no 143.883;; 143.902;; 143.903 e 143.905 (processos no 10111.000538/200452;; 10111.000427/200446;; 10111.000462/200465 e 10111.000547/ 200447, respectivamente). Portanto, uma vez que o tema já foi apreciado pela instância máxima do contencioso administrativo, esperase a aplicação de referidos precedentes à hipótese dos presentes autos, de forma a respeitar a segurança jurídica; e, que a Solução de Consulta SRRF/9ª RF nº 361, de 2006, trata de equipamento distinto do MCT, motivo pelo qual não se presta para justificar a manutenção da autuação. A DRJ manteve o auto com base na seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 16/09/2005 INÉPCIA DO LANÇAMENTO. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. É válido o lançamento cuja descrição das ocorrências e enquadramento legal permitam a perfeita compreensão dos fatos Fl. 663DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 664 4 pelo autuado, mormente quando a realização de diligência oportuniza dirimir eventuais dúvidas. DILIGÊNCIA. JUNTADA DE DOCUMENTOS ANTERIORES AO LANÇAMENTO. POSSIBILIDADE. Quando da realização de diligência, é admissível que a fiscalização junte novos documentos para esclarecer os fatos em causa, ainda que tenham sido produzidos antes do lançamento. DOCUMENTO GRAFADO EM IDIOMA ESTRANGEIRO. AUSÊNCIA DE TRADUÇÃO JURAMENTADA. ADMISSIBILIDADE. A ausência de tradução juramentada de documento grafado em idioma estrangeiro não impede sua utilização nos autos, desde que fique demonstrada a ausência de prejuízo para as partes envolvidas. ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Data do fato gerador: 16/09/2005 TERMINAL MÓVEL DE COMUNICAÇÃO DO SISTEMA OMNISAT. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. O Terminal Móvel de Comunicação do Sistema OmniSAT se enquadra no código 8526.91.00 da Nomenclatura Comum do Mercosul, pois se trata de uma combinação de máquinas cuja função principal é desempenhada pelo receptor GPS nele inserido, que fornece as informações necessárias para a supervisão do deslocamento do veículo em que ele é instalado. ERRO NA CLASSIFICAÇÃO FISCAL DE PRODUTO IMPORTADO. MULTA ESPECÍFICA. DIFERENÇAS DE TRIBUTOS. O erro na classificação fiscal de mercadoria importada configura infração punível com multa específica, sem prejuízo da cobrança de ofício das MP nº 2.2002 de 24/08/2001 diferenças de tributos eventualmente apuradas, com os acréscimos legais. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Apresentou a Recorrente a presente manifestação de inconformidade com base nos mesmos argumentos anteriormente apontados. Após a indicação do presente processo para a pauta a recorrente informou a existência de concomitância com a Ação Ordinária n.º 004787847.2014.4.01.3400 em curso perante a Justiça Federal de Brasília para discutir o mérito dessa e das demais autuações, havendo inclusive obtido liminar favorável determinando a suspensão da exigibilidade dos créditos tributários. É o que importa relatar. Fl. 664DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 665 5 Voto Conselheiro Sidney Eduardo Stahl, O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele tomo conhecimento. Conforme informação trazida pela própria Recorrente em sede de Recurso Voluntário, há a existência de concomitância no presente caso, diante do ajuizamento da Ação Judicial n.º 004787847.2014.4.01.3400 em curso perante a Justiça Federal de Brasília. Naquele processo foi deferida tutela antecipada que tem o seguinte teor, conforme consta do site1 do tribunal: Tratase de pedido de antecipação de tutela em ação sob o rito ordinário, ajuizada por AUTOTRAC COMÉRCIO E TELECOMUNICAÇÕES S.A., em face da UNIÃO (FAZENDA NACIONAL), objetivando que a ré se abstenha de qualquer prática tendente a interromper ou suspender o despacho, o desembaraço aduaneiros ou a liberação do equipamento denominado Terminal Móvel de Comunicação MCT, importado pela Autora, ao fundamento de que a classificação fiscal correta seria a de aparelho de radionavegação, objeto da posição 8526.91.00, da Nomenclatura Comum do Mercosul – MCT, bem como seja determinado que a Ré se abstenha de adotar quaisquer atos de cobrança. Como pedido sucessivo, requer seja obstado a prática de quaisquer atos de cobrança, ao menos relativamente às penalidades, notadamente a multa do IPI supostamente recolhidos a menor. Relata que o NCT é um equipamento que permite a comunicação entre os ocupantes do veículo e a central de gestão da frota, normalmente a sede da empresa proprietária dos veículos. Narra que sempre classificou, em suas importações, o equipamento na posição relativa à comunicação, mas vem sendo autuada pela exigência da adoção da classificação fiscal do equipamento na posição de radionavegação, com a respectiva cobrança da diferença dos produtos devidos daí decorrentes, bem como das penalidades aplicadas. Juntamente com a inicial vieram os documentos de fls. 57/2.090. É o relatório. Decido. 1 file:///C:/Documents%20and%20Settings/hp/Meus%20documentos/Downloads/55896167f38310b927333f5c2a6e 6b52.pdf Fl. 665DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 666 6 O deferimento da tutela antecipada requer prova inequívoca, a ponto de convencer o juiz da verossimilhança das alegações, risco de dano irreparável, ou de difícil reparação, caso não concedida no início do processo, nos termos do art. 273 do CPC. De início, constato que o pedido relativo à abstenção de qualquer prática tendente a interromper ou suspender o despacho, o desembaraço aduaneiros ou a liberação do equipamento denominado Terminal Móvel de Comunicação – MCT, já foi apreciado no Processo nº 5392661.2010.4.01.3400, que tramitou perante a 17ª Vara Federal desta Seção Judiciária (fls.701/762), conforme reconhecido pela própria Autora, à fl. 51. Assim, houve confirmação em sentença da tutela antecipada deferida em sede de agravo de instrumento, sendo que os autos foram remetidos ao TRF 1ª Região, para análise do recurso da União (Fazenda Nacional), conforme movimentação processual. Em relação ao pedido de abstenção relativa aos atos de cobrança, tais como negativa de expedição de regularidade fiscal, inclusão da empresa no CADIN e ajuizamento de Execuções Fiscais dos débitos passados e futuros, verifico ser imprescindível a análise do acervo probatório colacionado pela Autora acerca da classificação fiscal do MCT, se trata de equipamento de comunicação ou de radionavegação. Nesse aspecto, a Autora demonstra que o referido equipamento já foi classificado como de comunicação pelo Conselho de Contribuintes, em acórdãos confirmados pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, reconhecendo que a classificação adotada pelo Fisco é incorreta (fls. 93/254). No mesmo sentido vão os Laudos Periciais da Universidade de Brasília e do Instituto Nacional de Tecnologia – INT (fls. 256/284 e 286/313), bem como as Soluções de Consulta da Receita Federal juntadas às fls. 315 e 317 e mesmo o Manual do Usuário juntado à fl.87. Vislumbro, portanto, a verossimilhança das alegações da parte Autora. Comprovado também o presente o perigo da demora, tendo em vista os prejuízos e constrangimentos decorrentes dos débitos decorrentes da classificação fiscal. Ante o exposto, DEFIRO EM PARTE O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA para suspender a exigibilidade do crédito tributário decorrentes da não adoção pela Autora da classificação fiscal do MCT na posição de aparelho de radionavegação, objeto da posição 8526.91.00 da NCM e determinar à Ré que se abstenha de adotar quaisquer atos de cobrança, tais como negativa de expedição de regularidade fiscal, inclusão da empresa no CADIN e ajuizamento de Execuções Fiscais dos respectivos débitos. Fl. 666DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 667 7 Para tanto, deverá haver substituição da referida posição pela 8525.20.13, referente à Resolução Camex nº 42/01; e 8517.62.71, referente às Resoluções Camex nº 43/06 e 94/11. Prejudicada análise, nesse momento processual, do pedido de abster a suspensão do despacho, do desembaraço aduaneiro ou a liberação do equipamento, pois já foram concedidas no Processo nº 5392661.2010.4.01.3400, que tramitou perante a 17ª Vara Federal desta Seção Judiciária. Intimese, nos termos do requerido no item a.4, à fl. 53 Após, citese. Brasília (DF), 31 de julho de 2014. CRISTIANE PEDERZOLLI RENTZSCH Juíza Federal em auxílio à 16ª Vara da SJDF Evidente que tal demanda tem o mesmo objeto do presente processo. Nos termos do art. 5°, XXXV, da Constituição Federal, é assegurado a todos o acesso ao Poder Judiciário para defesa de seus direitos, sendo que as decisões judiciais transitadas em julgado se revestem do caráter de definitividade e de imutabilidade, sendo, portanto, a ultima ratio na solução de conflitos. Submetida determinada matéria à apreciação do Poder Judiciário, cuja decisão se reveste do caráter definitivo e imutável prevalecendo na ordem jurídica, qualquer outra discussão paralela mostrase inoportuna e ineficiente, diante do fato de que prevalecerá a decisão judicial. O tema não merece maiores digressões e já se encontra sumulado (Súmula CARF n° 1), que tem o seguinte teor: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Diante do exposto, NÃO CONHEÇO do recurso voluntário, uma vez que a matéria já foi submetida ao crivo do Poder Judiciário, não cabendo a este órgão administrativo colegiado a sua apreciação, pois configurada a renúncia à via administrativa. É como voto. (assinado digitalmente) Sidney Eduardo Stahl Relator Fl. 667DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10111.000356/200724 Acórdão n.º 3801004.294 S3TE01 Fl. 668 8 Fl. 668DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 02/10/2014 por SIDNEY EDUARDO STAHL, Assinado digitalmente em 03/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 14041.000152/2009-87
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1996 a 31/12/1998
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração não se prestam para a rediscussão da matéria enfrentada no acórdão embargado.
Constatada a inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão embargado, rejeita-se a pretensão da embargante.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 2402-004.403
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos opostos.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana de Souza Espíndola Reais, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/1996 a 31/12/1998 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Os embargos de declaração não se prestam para a rediscussão da matéria enfrentada no acórdão embargado. Constatada a inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão embargado, rejeita-se a pretensão da embargante. Embargos rejeitados.
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1996 a 31/12/1998 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO Os embargos de declaração não se prestam para a rediscussão da matéria enfrentada no acórdão embargado. Constatada a inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão embargado, rejeitase a pretensão da embargante. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos opostos. Julio César Vieira Gomes Presidente Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Luciana de Souza Espíndola Reais, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo e Lourenço Ferreira do Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 04 1. 00 01 52 /2 00 9- 87 Fl. 151DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 2 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos em face do acórdão que reconheceu a nulidade material do lançamento, por ausência de comprovação da ciência do resultado do julgamento que declarou a nulidade formal do lançamento anterior, assim ementado: “LANÇAMENTO SUBSTITUTIVO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE QUE FOI REALIZADO DENTRO DO PRAZO DECADENCIAL. VÍCIO MATERIAL. Conforme previsto no art. 173, II, do CTN, o direito da Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 anos contados da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Não tendo o Fisco comprovado a expedição da intimação ou a data em que o sujeito passivo teve ciência da decisão que anulou o lançamento anterior, o lançamento é nulo por vício material, vez que não restou comprovado que o lançamento substituto foi realizado dentro do prazo decadencial. Recurso Voluntário Provido.” A Embargante sustenta que o acórdão foi omisso e contraditório em sua fundamentação, haja vista que: (i) é fato incontroverso que o contribuinte foi intimado em 18/02/2004 das decisões que anularam as NFLD’s por vício formal; (ii) de acordo com o próprio contribuinte, a notificação teria ocorrido em fevereiro de 2004; (iii) o contribuinte não se opôs à data da intimação, defendendo tão somente que o prazo decadencial de que trata o art. 173, inc. II do CTN deveria contar a partir da data da prolação dos acórdãos; (iv) nos termos do art. 334 do Código Civil, não depende de prova os fatos tidos no processo como incontroversos; (v) os atos administrativos estão revestidos de presunção de veracidade; e (vi) ainda que se entenda não existir prova do recebimento da intimação, devese reconhecer que o Embargado foi intimado quinze dias após a data da expedição da intimação, nos termos do Decreto nº 70.235/72, art. 23, § 2º, inciso II. É o relatório. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES Processo nº 14041.000152/200987 Acórdão n.º 2402004.403 S2C4T2 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Analisando os embargos opostos tempestivamente, constatase que os mesmos não atendem aos requisitos de admissibilidade previstos no art. 65 do Regimento Interno do CARF, conforme apreciação realizada abaixo. Como se verifica no presente caso, foi travada discussão acerca da data em que o contribuinte teria sido intimado das decisões que anularam os lançamentos paradigmas, de forma a possibilitar a correta contagem do prazo decadencial previsto no art. 173, inc. II do CTN. Diante das questões levadas à apreciação, este Conselho determinou que a fiscalização juntasse aos autos o documento que comprovasse a data em que o contribuinte foi notificado das decisões anuladas. Após a fiscalização ter informado que os documentos solicitados não foram localizados, este Conselho anulou o lançamento por vício material, sob o argumento de que a comprovação da data da intimação das decisões anuladas é condição material para o lançamento realizado sob a égide do art. 173, inc. II do CTN. Mesmo após as dúvidas levantadas no processo e a resposta dada pela fiscalização quando da realização da diligência, a Fazenda Nacional interpôs os presentes embargos sustentando que “é fato incontroverso neste feito que o Embargado foi intimado 18 de fevereiro de 2004, por via postal”. Contudo, vale reprisar que não há nos autos qualquer documento que ateste o recebimento da intimação pelo Embargado, para fins de contagem do prazo decadencial, não havendo que se falar em “fato incontroverso”. Como já exposto no v. acórdão embargado, a fiscalização não comprovou a data da intimação das decisões que anularam os lançamentos anteriores, não sendo possível realizar a contagem do prazo decadencial de que trata o art. 173, inc. II do CTN. Não é possível utilizarse de teses subjetivas para buscar suprir requisito inerente a qualquer lançamento realizado com suporte no art. 173, inc. II do CTN, qual seja, a data da intimação da decisão que anulou o lançamento anterior. Outrossim, o fato é tão controverso que a própria Embargante pontuou que, “ainda que se entenda não existir prova do recebimento da intimação”, deve ser considerado que o embargado foi intimado quinze dias após a data da expedição da intimação, nos termos do Decreto nº 70.235/72, art. 23, § 2º, inciso II, abaixo transcrito: “Art. 23. Farseá a intimação: (...) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário Fl. 153DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES 4 eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) § 2° Considerase feita a intimação: (...) II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)” Para a aplicação do dispositivo acima, é essencial que haja a comprovação do envio da intimação e a “prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo”, hipótese em que, sendo omitida a data do recebimento, serão considerados quinze dias após a data da expedição da intimação. Entretanto, não se verificam tais requisitos no processo, não havendo que se falar na aplicação da referida norma. Alega a Embargante também que o Embargado nunca arguiu que a intimação teria ocorrido em data diversa daquela apontada pelo Fisco, ou ainda que não teria sido intimado das referidas decisões, tornandose incontroversa a data da intimação. Contudo, independentemente de ter atacado os pontos acima, arguiu o Embargado a decadência do lançamento, a qual só pode ser devidamente analisada com a comprovação da data da intimação da decisão que anulou o lançamento anterior. Nesse sentido, caso não fosse esse o entendimento, estarseia convalidando um lançamento com fundamentação deficiente, possivelmente decaído, em patente ofensa ao art. 142 do CTN, o que não se admite. Por essas razões, concluise que não há contradição ou omissão no v. acórdão embargado, visando os presentes embargos apenas a rediscussão da matéria, o que não é possível nos termos do art. 65 do Regimento Interno do CARF. Ante o exposto, voto pela REJEIÇÃO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos pela Fazenda Nacional. É o voto. Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 154DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/11/2014 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 18/11/20 14 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 19/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GO MES
score : 1.0
Numero do processo: 10950.904953/2012-13
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/05/2004
CONTRIBUIÇÃO PIS/COFINS. EXCLUSÃO DOS VALORES DECORRENTES DE VENDAS INADIMPLIDAS. IMPOSSIBILIDADE.
Para as pessoas jurídicas em geral as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas em Lei, assim os valores decorrente de vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo.
CONTRIBUIÇÃO COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL.
Nos termos regimentais, reproduz-se as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. Assim sendo, não se pode equiparar as vendas inadimplidas com as hipótese de cancelamento de vendas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.499
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/05/2004 CONTRIBUIÇÃO PIS/COFINS. EXCLUSÃO DOS VALORES DECORRENTES DE VENDAS INADIMPLIDAS. IMPOSSIBILIDADE. Para as pessoas jurídicas em geral as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas em Lei, assim os valores decorrente de vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo. CONTRIBUIÇÃO COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. Nos termos regimentais, reproduz-se as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. Assim sendo, não se pode equiparar as vendas inadimplidas com as hipótese de cancelamento de vendas. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
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EXCLUSÃO DOS VALORES DECORRENTES DE VENDAS INADIMPLIDAS. IMPOSSIBILIDADE. Para as pessoas jurídicas em geral as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas em Lei, assim os valores decorrente de vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo. CONTRIBUIÇÃO COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. Nos termos regimentais, reproduzse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. Assim sendo, não se pode equiparar as vendas inadimplidas com as hipótese de cancelamento de vendas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 49 53 /2 01 2- 13 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Adotase, em regra, o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Tratase de Pedido de Restituição de pagamento que teria sido realizado a maior. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico indeferindo o pleito, tendo em vista que o pagamento apontado como origem do direito creditório estaria integralmente utilizado na quitação de débito do contribuinte. Em manifestação de inconformidade a contribuinte afirma que o direito de crédito tem origem no pagamento de contribuição sobre valores de vendas não recebidas que foram incluídos como receita na base de cálculo. Em resumo, argumenta que as cifras relativas às vendas não adimplidas não constituem receitas porque não representam acréscimo patrimonial, cabendo a correspondente exclusão da base de cálculo, nos mesmos moldes do tratamento dispensado às vendas canceladas, já que o inadimplemento do comprador implicaria verdadeiro cancelamento do contrato de venda. Ademais, prossegue, insistir na tributação de valores relativos às vendas não recebidas culmina por ofender o princípio da capacidade contributiva. Dessa forma, conclui, o pagamento da contribuição calculada sobre as vendas não quitadas é indevido e o direito de crédito deve ser restituído. Requer ainda a atualização do direito de crédito de acordo com a variação da taxa Selic. Pretende ainda que sejam examinadas as provas do direito de crédito conforme indica. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: BASE DE CÁLCULO. VENDAS INADIMPLIDAS. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O inadimplemento de clientes não se confunde com cancelamento de vendas, não podendo os valores correspondentes às vendas inadimplidas ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. O pagamento da contribuição calculada sobre os mencionados valores não é indevido sendo correto o indeferimento do correspondente pedido de restituição. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 5 4 Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário. Em síntese, apresentou as mesmas alegações suscitadas na manifestação de inconformidade em relação à ilegalidade da cobrança das contribuições PIS e Cofins sem a exclusão dos valores referentes às vendas não recebidas. Por fim, requereu que fosse conhecido e provido seu recurso voluntário. Outrossim, postulou que os créditos a serem por fim restituídos fossem acrescidos de juros remuneratórios a base da taxa selic, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Flávio de Castro Pontes O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto, dele tomase conhecimento. Como relatado, o litígio tem como controvérsia a exclusão da base de cálculo da contribuição dos valores relativos a vendas canceladas. Para o período de apuração em discussão, segundo o código de receita do pagamento a maior, 2172, 8109, 5856 ou 6912, aplicavamse os dispositivos das Leis 9.718, de 1998, 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003: Lei 9.718/98: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei Art. 3º "O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. Lei 10.637/02 Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. (grifouse) Lei 10.7637/2002 Lei 10.833/03 Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.(grifouse) Lei 10.833/2003 (...) Fl. 106DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 7 6 Como visto, as Leis citadas estabelecem a natureza das receitas, em regra, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Por outro lado, as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas nas respectivas leis e os valores decorrentes de vendas inadimplidas não fazem parte desse rol, logo não podem ser excluídas da base de cálculo da contribuição. Insistase que a norma estabelece a incidência da contribuição sobre a totalidade das receitas e não prevê estas exclusões. Tenhase presente que a discriminação das exclusões e deduções da base cálculo da contribuição foi uma opção do legislador no período em referência, não sendo a seara administrativa o fórum adequado para questionálo. Para por fim a discussão, como bem colocado pela decisão de primeira instância, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.ºs 586.482/RS, publicado no DJE no dia 19/06/2012, Relator Ministro Dias Toffoli, sistemática de repercussão geral, pacificou o entendimento de que não é permitido a exclusão das chamadas vendas inadimplidas da base de cálculo das contribuições PIS e Cofins Os aludido acórdão foi assim ementado: TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS. ASPECTO TEMPORAL DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA. REGIME DE COMPETÊNCIA. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO COM AS HIPÓTESES DE CANCELAMENTO DA VENDA. 1. O Sistema Tributário Nacional fixou o regime de competência como regra geral para a apuração dos resultados da empresa, e não o regime de caixa. (art. 177 da Lei nº 6.404/¨76). 2. Quanto ao aspecto temporal da hipótese de incidência da COFINS e da contribuição para o PIS, portanto, temos que o fato gerador da obrigação ocorre com o aperfeiçoamento do contrato de compra e venda (entrega do produto), e não com o recebimento do preço acordado. O resultado da venda, na esteira da jurisprudência da Corte, apurado segundo o regime legal de competência, constitui o faturamento da pessoa jurídica, compondo o aspecto material da hipótese de incidência da contribuição ao PIS e da COFINS, consistindo situação hábil ao nascimento da obrigação tributária. O inadimplemento é evento posterior que não compõe o critério material da hipótese de incidência das referidas contribuições. 3. No âmbito legislativo, não há disposição permitindo a exclusão das chamadas vendas inadimplidas da base de cálculo das contribuições em questão. As situações posteriores ao nascimento da obrigação tributária, que se constituem como excludentes do crédito tributário, contempladas na legislação do PIS e da COFINS, ocorrem apenas quando fato superveniente venha a anular o fato gerador do tributo, nunca quando o fato gerador subsista perfeito e acabado, como ocorre com as vendas inadimplidas. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 8 7 4. Nas hipóteses de cancelamento da venda, a própria lei exclui da tributação valores que, por não constituírem efetivos ingressos de novas receitas para a pessoa jurídica, não são dotados de capacidade contributiva. 5. As vendas canceladas não podem ser equiparadas às vendas inadimplidas porque, diferentemente dos casos de cancelamento de vendas, em que o negócio jurídico é desfeito, extinguindose, assim, as obrigações do credor e do devedor, as vendas inadimplidas a despeito de poderem resultar no cancelamento das vendas e na consequente devolução da mercadoria , enquanto não sejam efetivamente canceladas, importam em crédito para o vendedor oponível ao comprador. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento (grifouse). Destarte, são inúteis e desnecessárias eventuais discussões de outras teses sobre a possibilidade de se excluir da base de cálculo da contribuição as denominadas vendas inadimplidas. As autoridades administrativas têm que se submeter ao entendimento do Supremo Tribunal Federal e, de fato, atribuir eficácia em relação ao mérito. Neste sentido, alterouse o Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria nº 256/2009 do Ministro da Fazenda, com alterações das Portarias 446/2009 e 586/2010. O artigo 62A dispõe que os Conselheiros têm que reproduzir as decisões do STF proferidas na sistemárica da repercussão geral, in verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. {*} (...) {*} alteraçãos introduzida pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010 ( grifouse) Em remate, não é permitido excluir da base de cálculo da contribuição as vendas inadimplidas. Por óbvio, seu pedido e argumentação de atualização dos créditos pela taxa Selic ficam prejudicados Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 108DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904953/201213 Acórdão n.º 3801004.499 S3TE01 Fl. 9 8 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 35171.000741/2003-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Nov 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/1995 a 31/12/2002
ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL E LIVRO CAIXA SEM AS FORMALIDADES LEGAIS. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. NULIDADE.
É inválido o auto de infração lavrado sem especificar as formalidades legais não atendidas na escrituração contábil e no Livro Caixa apresentados à fiscalização e que motivaram a autuação.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.252
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para declarar a nulidade do auto de infração por vício material.
Julio Cesar Vieira Gomes - Presidente
Luciana de Souza Espíndola Reis - Relatora
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS
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AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO. NULIDADE. É inválido o auto de infração lavrado sem especificar as formalidades legais não atendidas na escrituração contábil e no Livro Caixa apresentados à fiscalização e que motivaram a autuação. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 17 1. 00 07 41 /2 00 3- 64 Fl. 101DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 12/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para declarar a nulidade do auto de infração por vício material. Julio Cesar Vieira Gomes Presidente Luciana de Souza Espíndola Reis Relatora Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Luciana de Souza Espíndola Reis, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Fl. 102DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 12/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 35171.000741/200364 Acórdão n.º 2402004.252 S2C4T2 Fl. 102 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão n.º 0123.356 da 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ BelémPA, fl. 66 69, com ciência ao sujeito passivo em 05/03/2012, fl. 73 que julgou improcedente a impugnação apresentada contra o Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA lavrado sob o Debcad no 35.526.1120, com ciência ao sujeito passivo em 20/06/2003, fl. 10. De acordo com o relatório fiscal de fl. 23, o AIOA trata de multa aplicada por infração ao art. 33 §§ 2o e 3o da Lei 8.212/91, na redação original, uma vez que “o contribuinte não apresenta livros contábeis, especificamente livro caixa, revestidos das formalidades legais no período fiscalizado de 1995 a 2002”. A multa foi aplicada em seu valor mínimo, nos termos do art. 283, inc. II, “j” c/c art. 292, inc. I, e art. 373, todos do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99. A autuada apresentou impugnação contestando as matérias abrangidas pelo auto de infração. A DRJ julgou a impugnação improcedente e manteve integralmente o crédito tributário lançado. O julgado restou assim ementado: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS. VERIFICAÇÃO DE OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. Para refutar o lançamento que relata o não cumprimento de obrigação acessória a interessada não deve se limitar ao campo das alegações, necessário a produção de provas no sentido de que a obrigação acessória foi tempestivamente cumprida. Em 03/04/2012, o sujeito passivo, representado por advogado qualificado nos autos, interpôs recurso tecendo suas alegações, fl. 7682, cujos pontos relevantes para a solução do litígio são, em síntese: Em preliminar alega decadência qüinqüenal. No mérito, sustenta que estava desobrigado a ter os documentos exigidos pela fiscalização porque era tributado pelo lucro presumido. Argumenta que o fisco dispunha de outros meios para apurar a quantidade de empregados e o valor da folha de pagamento e que não há motivo para aplicar a multa porque a falta de documentos fiscais não impediu o lançamento tributário. Alega que o INSS decidiu, em processos administrativos de restituição, que sua atividade estava enquadrada no FPAS 6040, cuja decisão entende ter efeito de consulta tributária, conforme art. 14 da IN SRF 230/2002, de modo que, havendo mudança da interpretação do Fisco, no sentido de enquadrar a atividade da recorrente no FPAS 787, ela não pode retroagir para alcançar o período de 1998, aplicandose o novo entendimento somente Fl. 103DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 12/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 após notificação ao sujeito passivo, que, no caso, ocorreu em 28/04/2004, data do encerramento da diligência fiscal. Em decorrência do exposto, conclui que é nula qualquer autuação anterior a 28/04/2004, com base no novo entendimento, nos termos do § 2° do art. 161 do CTN, e que é indevida a multa aplicada, dada a inexistência de culpa. Além disso, entende ser cabível a relevação da multa, nos termos do artigo 291 do Dec. 3.048/99. Sustenta que é vedada a criação de fato gerador através de instrução normativa ou ordem de serviço, nos termos dos arts. 150, I c/c art. 146 e 59, todos da Constituição Federal. Ao final, requer: 5.1 Em PRELIMINAR: 5.1.1 acatada a preliminar de decadência, item 2.0, para declarar nula a decisão de primeira instância e excluir a multa aplicada. 5.2 No mérito, caso transposta a preliminar acima, seja: 5.2.1 acatado o pedido de cancelamento da NFLD e considerada improcedente a ação fiscal, pelas razões expostas acima, sendo certo que a empresa apresentou e mantinha os documentos fiscais que a legislação determina, quanto ao seu regime tributário; 5.2.2 Ao final seja julgada totalmente improcedente a autuação efetivada para reconhecer correto o procedimento adotado pela recorrente, com base na consulta. 5.2.3 alternativamente, que sejam relevadas as multas, nos termos do artigo 291, do Dec. 3.048/99. 5.2.4 Que seja dado efeito suspensivo ao presente processo, a teor do disposto no artigo 151, III, do CTN, autorizandose a expedição de CND ou CNDCEN.(sic) Ao final, seja cassada a decisão de primeiro grau e julgado improcedente a ação fiscal, cancelandose o lançado convalidado pela decisão de primeira instância. Sem contrarrazões. É o relatório. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 12/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 35171.000741/200364 Acórdão n.º 2402004.252 S2C4T2 Fl. 103 5 Voto Conselheira Luciana de Souza Espíndola Reis Relatora Conheço do recurso por estarem presentes os requisitos de admissibilidade. Preliminar Validade do Auto de Infração Vislumbro questões processuais que devem ser analisadas em primeiro plano, para que seja assegurada a validade do processo. Consta dos autos que em 28/04/2004, antes da emissão da decisão de primeira instância, o julgamento foi convertido em diligência, fl. 3435, para que o órgão lançador emitisse relatório fiscal complementar sanando omissões apontadas no despacho de diligência, pois, segundo a autoridade julgadora, no auto de infração não foram identificados os livros contábeis que a empresa deixou de apresentar e não foram especificadas as formalidades legais que deixaram de ser observadas pelo contribuinte. Em seguida foram emitidas diversas informações do órgão lançador, fl. 36 62, mas nenhuma delas atendeu ao requerido na diligência e também não provocou inovação em relação aos fatos ou documentos citados no relatório fiscal inicial, mantendose o status quo ante do processo, de modo que decidiu com acerto o órgão julgador de primeira instância ao deixar de instaurar o contraditório com relação a esses atos, o que está em sintonia com o parágrafo único do art. 35 do Decreto 7.574/2011: Art. 35. A realização de diligências e de perícias será determinada pela autoridade julgadora de primeira instância, de ofício ou a pedido do impugnante, quando entendêlas necessárias para a apreciação da matéria litigada (Decreto no 70.235, de 1972, art. 18, com a redação dada pela Lei no 8.748, de 9 de dezembro de 1993, art. 1o). Parágrafo único. O sujeito passivo deverá ser cientificado do resultado da realização de diligências e perícias, sempre que novos fatos ou documentos sejam trazidos ao processo, hipótese na qual deverá ser concedido prazo de trinta dias para manifestação (Lei no 9.784, de 1999, art. 28). Superada essa questão, passo à análise da validade do auto de infração. De acordo com o Termo de Intimação para Apresentação de Documentos – TIAD, fl. 7, a empresa, em 18/02/2003, foi intimada a apresentar Livros Diário, Livros Razão e Livro Caixa do período de 01/1993 a 02/2003. Na folha de rosto do auto de infração consta que a empresa apresentou documento ou livro que não atendia as formalidades legais exigidas, que continha informação diversa da realidade ou omitia informação verdadeira. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 12/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 O relatório fiscal da infração, complementando a descrição sumária, explica que a empresa autuada não apresentou livros contábeis, especificamente os Livros Caixa, revestidos das formalidades legais, no período de 1995 a 2002. Os instrumentos de escrituração das sociedades empresariais, dentre eles o Livro Diário e Razão, devem observar os princípios de contabilidade e as formalidades intrínsecas e extrínsecas previstas na legislação de regência (Capítulo II do Título I do Código Comercial, DecretoLei nº 486/69), ou seja, encadernação, numeração das folhas, rubrica, termos de abertura e encerramento, ordem cronológica, sem intervalos em branco ou entrelinhas, autenticação no órgão competente do Registro do Comércio, no caso do Livro Diário, dentre outros. O livro Caixa deve ser formalizado com observância das formalidades intrínsecas. A descrição da infração não especificou os requisitos intrínsecos e extrínsecos não atendidos pela escrituração contábil da empresa autuada ou pelos Livros Caixa. A perfeita descrição dos fatos imputados ao infrator é fundamental, pois é dos fatos que o acusado se defende, além de permitir o controle da legalidade do ato administrativo. Tanto assim que a deficiente descrição dos fatos geradores macula o lançamento tributário por afronta ao art. 10 do Decreto 70.235/72, que dispõe que no auto de infração deve conter, obrigatoriamente, a descrição do fato, dentre outros elementos, cabendo ao Fisco o ônusdever de caracterizar a infração. Isso porque somente não há prejuízo quando assegurado o devido processo administrativo, permitindo ao sujeito passivo o exercício do contraditório e da ampla defesa, o que pressupõe o conhecimento prévio da motivação do lançamento pelo interessado e a garantia do seu direito ao reexame de decisão proferida em processo administrativo. Cabe ponderar que a deficiência da motivação não foi suprida em relatório fiscal complementar, apesar de ter sido determinada a sua emissão, em sede de diligência ordenada pela autoridade julgadora de primeira instância. Conclusão Com base no exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário, declarando a nulidade do lançamento em razão de deficiente motivação, vício de natureza material. Luciana de Souza Espíndola Reis Fl. 106DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 05/11/2014 por LUCIANA DE SOUZA ESPINDOLA REIS, Assinado digitalmente em 12/11/2014 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 10830.008272/2009-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 20 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
RECURSO VOLUNTÁRIO. CONHECIMENTO
Não se conhece de matéria ventilada no recurso voluntário que não foi objeto de impugnação.
PRELIMINAR - NULIDADE DA AUTUAÇÃO
Não há que se falar em nulidade quando o Auto de Infração cumpre os requisitos exigidos pela legislação de regência
NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. PROVA PERICIAL. NECESSIDADE DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ARTIGO 16 DO DECRETO 70.235/76
As diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito
DIVERGÊNCIAS GIPF E DIPJ.
Não demonstrado documentalmente que as divergências entre GFIP e DIPJ são decorrentes de custos que não integram a remuneração, é de se manter o lançamento.
MULTA. RETROATIVIDADE.
Incide na espécie a retroatividade prevista na alínea c, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte.
Numero da decisão: 2301-004.107
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a).
Marcelo Oliveira - Presidente.
Adriano Gonzales Silvério - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva, Daniel Melo Mendes Bezerra e Adriano Gonzales Silvério.
Nome do relator: ADRIANO GONZALES SILVERIO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 RECURSO VOLUNTÁRIO. CONHECIMENTO Não se conhece de matéria ventilada no recurso voluntário que não foi objeto de impugnação. PRELIMINAR NULIDADE DA AUTUAÇÃO Não há que se falar em nulidade quando o Auto de Infração cumpre os requisitos exigidos pela legislação de regência NULIDADE DA DECISÃO RECORRIDA. PROVA PERICIAL. NECESSIDADE DE CUMPRIMENTO DOS REQUISITOS DO ARTIGO 16 DO DECRETO 70.235/76 As diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito DIVERGÊNCIAS GIPF E DIPJ. Não demonstrado documentalmente que as divergências entre GFIP e DIPJ são decorrentes de custos que não integram a remuneração, é de se manter o lançamento. MULTA. RETROATIVIDADE. Incide na espécie a retroatividade prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 00 82 72 /2 00 9- 85 Fl. 25DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, I) Por maioria de votos: a) em dar provimento parcial ao Recurso, no mérito, para que seja aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Vencidos os Conselheiros Daniel Melo Mendes Bezerra e Marcelo Oliveira, que votaram em manter a multa aplicada; II) Por unanimidade de votos: a) em negar provimento ao Recurso nas demais alegações da Recorrente, nos termos do voto do(a) Relator(a). Marcelo Oliveira Presidente. Adriano Gonzales Silvério Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Oliveira (presidente da turma), Wilson Antonio de Souza Correa, Manoel Coelho Arruda Junior, Mauro José Silva, Daniel Melo Mendes Bezerra e Adriano Gonzales Silvério. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto pela empresa ABSA AEROLINHAS BRASILEIRA S.A. em face da decisão que julgou parcialmente procedente a impugnação apresentada pelo contribuinte, para reconhecer a decadência dos créditos tributários referentes às competências de janeiro/2004 a junho/2004. Narra o relatório fiscal que se constatou que, no período de 02/2004, 04/2004 e 05/2004, compuseram os proventos dos segurados empregados as rubricas 0571 – ABONO (CLAUS.CONVENÇÃO), 0575 – ABONO (CONVENÇÃO) RESC. COMPLE e 0576 – ABONO (CLAUS. CONV.), sem que integrassem a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Além disso, constatouse que não foram incluídos na GFIP remunerações referentes a aluguéis, taxas de uso de condomínio e seguro residencial pagas ao segurado Hernan Arturo Figueroa – CPF 214.358.03809/NIT 12761374896, empregado da empresa exercendo o cargo intitulado ‘Diretor Executivo’. Por fim, foi realizado levantamento que constatou divergência entre GFIP e DIPJ, no que diz respeito à DIPJ 2005, relativas ao ano calendário 2004, nos campos referentes a custo do pessoal aplicado na produção dos serviços, remuneração a dirigentes e a conselho de administração, bem como ordenados, salários, gratificações e outras remunerações a empregados. Não foram relacionados os segurados que receberam as remunerações apontadas neste levantamento, uma vez que a empresa deixou de apresentar os esclarecimentos necessários à fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil ensejando a lavratura do Auto de Infração – AI DEBCAD 37.235.9922. Em decorrência as contribuições previdenciárias foram apuradas por aferição indireta. Fl. 26DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 10830.008272/200985 Acórdão n.º 2301004.107 S2C3T1 Fl. 26 3 O acórdão da primeira instância restou ementado nos termos que transcrevo abaixo: “DECADÊNCIA. É de cinco anos o prazo de que a seguridade social dispõe para constituir os seus créditos, contados, no caso de ter havido recolhimento parcial, da data do fato gerador. ALEGAÇÃO. COMPROVAÇÃO. As alegações desacompanhadas de documentos comprobatórios, quando esse for o meio pelo qual sejam provados os fatos alegados, não têm valor.” (f. 907) Buscando a reforma da r. decisão, o contribuinte apresentou recurso voluntário aduzindo em síntese: a) preliminarmente, a nulidade do auto de infração, tendo em vista que o relatório fiscal não possui elementos que possam justificar o elevado valor da multa aplicada, o que fere ao direito a ampla defesa e ao contraditório, bem como pelo fato da prova pericial requerida pelo contribuinte não ter sido realizada; b) no mérito, alega que a moradia concedida ao Diretor da empresa jamais foi pelo trabalho deste, mas sim para o trabalho deste, eis que não possui residência na Comarca de Campinas; c) por fim, o fato de constar na DIPJ valores diferentes dos que foram lançados na GFIP, por si só, não seria suficiente para justificar o lançamento tributário, pois a fiscalização tem o dever moral e jurídico de comprovar que o lançamento tributário corresponde a uma hipótese de incidência tributária legalmente válida; Sem contrarrazões, os autos foram enviados para análise e julgamento por este Conselho. É o relatório. Voto Conselheiro Adriano Gonzales Silvério Conhecimento Conheço em parte o recurso, pois como bem aventado na decisão recorrida a impugnação não combateu o levantamento ACS – Aluguel, Condomínio e Seguro, não instaurando, assim, o contencioso na seara administrativa, a teor do que dispõe o artigo 14 do Decreto nº 70.235. Fl. 27DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 4 Ademais, esclareço que o levantamento abono foi fulminado pelo reconhecimento da decadência qüinqüenal pelo acórdão recorrido, nos termos do artigo 150, § 4º do CTN, razão pela qual não foi devolvida a matéria a esse Conselho. Preliminar – Nulidade Segundo consta dos autos a fiscalização apurou contribuições previdências sobre valores pagos a título de abono, aluguel e outras despesas com diretor da empresa e divergências entre GFIP e DIRF, motivando as razões que levaram a crer tratarem se de valores albergados pelo artigo 22, inciso I, da Lei 8.212/91. Em suma o presente lançamento apurou o fato tributável dentro do que determina a legislação de regência, identificando o contribuinte e dandolhe plena ciência da infração apurada. O direito à ampla defesa e, ao contraditório, assegurado pela Constituição Federal, não foram maculados em razão do lançamento ter sido efetuado através do exame dos documentos de posse da notificada, por ela elaborados, o que lhe permite contradizer e defenderse sem qualquer restrição, eis que forçosamente, é de seu conhecimento os elementos oferecidos para exame. Ademais, foram cumpridos todos os requisitos do artigo 11 do Decreto n° 70.235, de 06 de março de 1972, verbis: “Art. 11. 'A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” O recorrente foi devidamente intimado de todos os atos processuais, assegurandolhe a oportunidade de exercício da ampla defesa e do contraditório, nos termos do artigo 23 do mesmo Decreto. “Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, nó caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; (Redação dada pela Lei n° 9.532, de 10.12.1997) II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; (Redação dada pela Lei n° 9.532, de 10.12.1997)” Diante dessas considerações, rejeito a alegação de nulidade da autuação fiscal. Fl. 28DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO Processo nº 10830.008272/200985 Acórdão n.º 2301004.107 S2C3T1 Fl. 27 5 Quanto ao pedido de perícia, o Decreto nº 70.235/72 estabelece, em seu artigo 16, inciso IV, que: “Art. 16. A impugnação mencionará: IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. Assim, quando o sujeito passivo requer a perícia técnica deverá cumprir os requisitos acima elencados, ou seja, i) expor os motivos; ii) formular quesitos e iii) indicar a qualificação e endereço do seu perito. Caso contrário considerarseá como não formulado o pedido: § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. Verifico que os requisitos acima não foram atendidos, razão pela qual, acertadamente, a Turma julgadora a quo rejeitou o pedido. Divergências GFIP e DIPJ A Recorrente afirma que as divergências entre GFIP e DIPJ decorrem de custos não relacionados com remuneração. Assim, apoiada em laudo contábil, afirma que se referem a gastos com hotel, comissão por serviço de tripulantes, alimentação, transporte, passagem aérea, uniformes pagos diretamente a fornecedor, etc. Contudo, a Recorrente não demonstra documentalmente tais fatos e gastos, de modo que a mera alegação de não se tratarem de verbas sujeitas à contribuição previdenciária, não é suficiente para afastar a tributação de tais verbas, ante a ausência de prova documental. Nesse quesito importante registrar como fora efetuado o procedimento fiscal, assim resumido no acórdão recorrido: No caso tem tela, o auditor fiscal tãosomente considerou o declarado pela contribuinte em campos da DIPJ que devem ser preenchidos com valores referentes: (i) aos custos com mãode obra com vinculo empregaticio aplicada diretamente na produção dos serviços — Ficha 05A/Linha 27; (ii) ao valor total da despesa incorrida relativa à remuneração mensal e fixa atribuida ao titular de firma individual, aos sócios, diretores e administradores de sociedades, ou aos representante legais de sociedades estrangeiras, as despesas incorridas com os salários indiretos concedidos pela empresa a administradores, diretores, gerentes e seus assessores e o valor referente às remunerações atribuidas aos membros do conselho fiscal ou consultivo — Ficha 05A/Linha 01; e (iii) ao valor das despesas com ordenados, salários, gratificações e outras despesas com empregados tais como: comissões, moradia, seguro de vida, contribuições pagas ao plano Pait, despesas com programa de Fl. 29DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO 6 previdência privada, contribuições para os Fundos de Aposentadoria Programada Individual (Fapi), e outras de caráter remuneratório). Todos esses valores devem compor o saláriodecontribuição para apuração das contribuições previdenciárias objeto do auto de infração. Logo, não há nos autos elementos que possam infirmar os valores apurados nessa rubrica. Retroatividade da multa – artigo 106 do CTN. Em relação à multa há de se registrar que o dispositivo legal que lhe dá supedâneo foi alterado pela Lei 11.941, de 27 de maio de 2009, merecendo verificar a questão relativa à retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. Segundo as novas disposições legais, a multa de mora que antes respeitava a gradação prevista na redação original do artigo 35, da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, passou a ser prevista no caput desse mesmo artigo, mas agora limitada a 20% (vinte por cento), uma vez que submetida às disposições do artigo 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Incabível a comparação da multa prevista no artigo 35A da Lei nº 8.212/91, já que este dispositivo veicula multa de ofício, a qual não existia na legislação previdenciária à época do lançamento e, de acordo com o artigo 106 do Código Tributário Nacional deve ser verificado o fato punido. Ora se o fato “atraso” aqui apurado era punido com multa moratória, consequentemente, com a alteração da ordem jurídica, só pode lhe ser aplicada, se for o caso, a novel multa moratória, prevista no caput do artigo 35 acima citado. Incide na espécie a retroatividade prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Ante o exposto, VOTO no sentido de DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso voluntário para aplicar a multa prevista no artigo 35 caput da Lei nº 8.212/91, na redação conferida pela Lei nº 11.941/09. Adriano Gonzales Silvério Relator Fl. 30DF CARF MF Impresso em 20/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO, Assinado digitalmente em 20/11 /2014 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 10/09/2014 por ADRIANO GONZALES SILVERIO
score : 1.0
Numero do processo: 16327.000033/2008-72
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 29 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2003
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. VALORAÇÃO DAS PROVAS DOS AUTOS. REJEIÇÃO.
Rejeitam-se os embargos cuja omissão apontada reside em suposta falha na análise dos elementos dos autos pelo colegiado. O objetivo dos embargos é a revelação do verdadeiro sentido da decisão, não se prestando, a corrigir eventual decisão incorreta.
Numero da decisão: 1302-001.460
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
(assinado digitalmente)
ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR - Presidente.
(assinado digitalmente)
LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO - Relator.
Participaram do julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Eduardo de Andrade, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Luiz Tadeu Matosinho Machado e Helio Eduardo de Paiva Araújo. Ausente momentaneamente o Conselheiro Waldir Veiga Rocha.
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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OMISSÃO. VALORAÇÃO DAS PROVAS DOS AUTOS. REJEIÇÃO. Rejeitamse os embargos cuja omissão apontada reside em suposta falha na análise dos elementos dos autos pelo colegiado. O objetivo dos embargos é a revelação do verdadeiro sentido da decisão, não se prestando, a corrigir eventual decisão incorreta. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Presidente. (assinado digitalmente) LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO Relator. Participaram do julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Eduardo de Andrade, Marcio Rodrigo Frizzo, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Luiz Tadeu Matosinho Machado e Helio Eduardo de Paiva Araújo. Ausente momentaneamente o Conselheiro Waldir Veiga Rocha. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 00 00 33 /2 00 8- 72 Fl. 1318DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 12 /09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por ALBERTO PINTO SOU ZA JUNIOR Processo nº 16327.000033/200872 Acórdão n.º 1302001.460 S1C3T2 Fl. 1.310 2 Relatório Tratase de embargos de declaração opostos por ALVORADA CARTÕES, CRÉDITO, FINANCIAMENTO EINVESTIMENTO S/A, em face do Acórdão nº 130200.657 proferido por esta 2a. Turma Ordinária da 3a. Câmara, em 03/08/2011, com a seguinte ementa: LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. FILIAIS. Em consonância com o disposto no parágrafo 2º do art. 25 da Lei nº. 9.249, de 1995, os lucros auferidos por filiais, no exterior, de pessoas jurídicas domiciliadas no Brasil, deveriam ser adicionadas ao lucro líquido da matriz para apuração do lucro real. A Instrução Normativa SRF nº. 38, de 1996, ao deslocar a ocorrência do fato gerador para o momento em que os lucros fossem disponibilizados, atuou além do que lhe é autorizado pelo ordenamento jurídicotributário, vez que, ex vi do disposto no art. 97 do Código Tributário Nacional, somente a lei pode definir o elemento temporal da hipótese de incidência. A Lei nº. 9.532, de 1997, ao dispor que o momento da tributação corresponde ao da disponibilização dos lucros, estabeleceu que, no caso de filiais, os lucros são considerados disponibilizados na data do balanço no qual tiverem sido apurados. O art. 74 da Medida Provisória nº. 2.15835, de 2001, trata, apenas, de lucros auferidos, no exterior, por controladas ou coligadas. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. CONVERSÃO PARA REAIS. Os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais, sucursais, controladas ou coligadas serão convertidos em Reais pela taxa de câmbio, para venda, do dia das demonstrações financeiras em que tenham sido apurados. DECADÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. Nos tributos submetidos ao denominado lançamento por homologação, expirado o prazo previsto no parágrafo 4º do art. 150 do CTN sem que a Administração Tributária se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. CSLL. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. A tributação da CSLL em bases universais só se aplica aos lucros auferidos a partir de 1º de outubro de 1999. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. DISPONIBILIZAÇÃO. LEGISLAÇÃO ANTERIOR. Consoante o disposto no art. 1º da Lei nº 9.532, de 1997, para efeito de disponibilização de lucros de coligada/controlada sob a forma de pagamento, considerase como tal o emprego do valor, em favor da beneficiária, em qualquer praça. Fl. 1319DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 12 /09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por ALBERTO PINTO SOU ZA JUNIOR Processo nº 16327.000033/200872 Acórdão n.º 1302001.460 S1C3T2 Fl. 1.311 3 LANÇAMENTO. DUPLICIDADE. COMPROVAÇÃO. Insubsistente o crédito tributário quando se constata que a matéria de suporte já foi objeto de lançamento integral em outro feito administrativo. LUCROS NO EXTERIOR. DISPONIBILIZAÇÃO. CONCRETIZAÇÃO DE HIPÓTESE. COMPROVAÇÃO. A alegação de insubsistência de lançamento fundada no argumento de que a disponibilização dos lucros se deu em período precedente, face o emprego destes em subscrição de capital, exige que sejam aportados aos autos elementos de comprovação. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA DE SUCESSORES. A expressão “crédito tributário” contida no art. 129 do Código Tributário Nacional (CTN) alcança tanto o valor do tributo porventura devido, como os demais acréscimos incidentes sobre estes, incluídas aí as multas de ofício regularmente aplicadas. LUCROS AUFERIDOS NO EXTERIOR. MOMENTO DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. DECADÊNCIA. Tratandose de lucros auferidos no exterior por meio de coligadas, a lei introdutora da incidência tributária não especificou o momento da ocorrência do fato gerador. Não obstante, definida em norma posterior que a incidência se dá a partir da disponibilização dos resultados auferidos, a contagem do prazo decadencial deve ser feita levandose em consideração essa ocorrência (disponibilização). O colegiado, por unanimidade negou provimento ao recurso de ofício e, por maioria de votos deu provimento parcial ao recurso voluntário. Cientificada por via eletrônica, por decurso de prazo ocorrido em 12/04/2014, a interessada, com base no art. 65 do Regimento Interno do CARF aprovado pela Portaria MF. 256/2009, opôs embargos de declaração em 07/04/2014, sustentando que o acórdão embargado foi omisso na análise de alguns elementos apresentados pela embargante, sustentando, in verbis, que: A razão da. manutenção da autuação, neste ponto específico, decorreu do fato de que a ora embargante, supostamente, não teria comprovado que, em 27 de dezembro de 2.001, o Banco Mercantil de São Paulo S/A teria deixado de participar em 30,0% no capital social do Banco Mercantil de São Paulo Internacional S/A, conforme informados nas DIPJ's dos anos base de 1997 a 2000 (fls. 578,592, 618, 638 e 658), pelo fato de ter integralizado as ações que detinha no capital desta empresa para a formação do capital da sociedade Finasa Holding S.A., com participação total de 30,5%, conforme informado na DIPJ do ano base de 2001 (fl. 676). Ocorre, contudo, que o V. Acórdão de n° 130200.657 foi absolutamente omisso na análise de determinados documentos apresentados pela ora embargante, pois a extinção da participação societária acima noticiada encontrase cabalmente comprovada. O V. Acórdão embargado incide em erro de fato, pois, conforme Fl. 1320DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 12 /09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por ALBERTO PINTO SOU ZA JUNIOR Processo nº 16327.000033/200872 Acórdão n.º 1302001.460 S1C3T2 Fl. 1.312 4 muito bem analisado pela Ilustre Conselheira Lavíriia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, as alegações foram devidamente comprovadas, senão vejamos:. Às fls. 243 consta a demonstração de que a Finasa Holding foi constituída em 28/12/01 e que o Banco Mercantil de São, Paulo participou no capital social daquela empresa no percentual de 30,50%; já às fls. 81 dos autos, consta balancete, de onde se verifica a informação de que a integralização do capital social da Finasa Holding foi realizada mediante a entrega por parte do Banco Mercantil de São Paulo de ações do Banco Mercantil Internacional S/A Luxemburgo. Não fosse o bastante, às fls. 80/81 consta evidência de que essas informações foram encaminhadas à autoridade fiscal antes da lavratura dos autos. Da análise conjunta do balancete do Banco Mercantil de São Paulo de 28/12/01 e dos demais documentos societários constantes dos autos, evidenciase, sem sombra de dúvidas, o aumento do capital da Finasa Holding nesta data, com a conferência da participação que o Banco Mercantil de São Paulo tinha no Banco Mercantil Internacional S/A Luxemburgo. Finalmente, afirma o V. Acórdão, que em 31/12/02, o Banco Mercantil de São Paulo era titular integral Banco Mercantil Internacional S/A Luxemburgo, o que daria suporte à autuação, e corroboraria o argumento de que a alienação da participação societária para a Finasa Holding, em aumento de capital ocorrido em 2001, não teria sido comprovada. Contudo, às fls. 861, consta ato, societário que demonstra, conforme deliberação do Conselho de Administração da Finasa Holding de 30/12/02, que as ações do Banco Mercantil Internacional S/A Luxemburgo foram, por meio de dissolução parcial da Finasa Holding, devolvidas ao Banco Mercantil de São Paulo, razão pela qual, em 31/12/02, o Banco Mercantil de São Paulo era titular integral Banco Mercantil Internacional S/A Luxemburgo. Os vícios de obscuridade e omissão se materializam, no momento em que a citada documentação não foi analisada pelo V. Acórdão embargado, justificandose, assim, plenamente, a oposição dos presentes Embargos, nos termos do artigo 65 do Regimento Interno do CARF: [...] Ao final, a embargante requer que sejam “sanados os vícios de. obscuridade e omissão antes apontados, mediante a análise da documentação acima citada, conferindolhes excepcionais efeitos infringentes, para fins de se reconhecer a extinção da. participação societária do Banco Mercantil de São Paulo no Banco Mercantil Internacional S/ALuxemburgo em 27/12/01”. É o relatório. Fl. 1321DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 12 /09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por ALBERTO PINTO SOU ZA JUNIOR Processo nº 16327.000033/200872 Acórdão n.º 1302001.460 S1C3T2 Fl. 1.313 5 Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Os embargos interpostos são tempestivos e preenchem os requisitos de admissibilidade previsto no art. 65 do RICARF, assim, deles tomo conhecimento. Alega a embargante que o acórdão foi omisso na análise de alguns elementos apresentados que comprovariam a extinção de participação societária no Banco Mercantil de São Paulo Internacional S/a. Alega que o acórdão embargado incidiu em erro de fato, conforme analisado pela Ilustre Conselheira Lavíriia Moraes de Almeida Nogueira Junqueira, que considerou em seu voto vista que as alegações foram devidamente comprovadas. Verifico que, o colegiado, em sua maioria, entendeu que não restou comprovada a extinção da dita participação, acolhendo os argumentos e fundamentos trazidos pelo relator do acórdão, no sentido que os elementos trazidos aos autos não eram suficientes para comprovar a participação na coligada estava extinta quando da disponibilização dos lucros que foram tributados. Tratase, a toda evidência, de valoração das provas, pelo colegiado, apresentadas com vistas à formação da sua livre convicção. A própria declaração de votovista (vencido) pela ilustre Conselheira Lavínia Junqueira, demonstra que não houve omissão na apreciação dos elementos apresentados, mas sim que esta divergiu da maioria do colegiado no tocante à valoração das provas. Como cediço, “o objetivo dos embargos é a revelação do verdadeiro sentido da decisão. Não se presta, portanto, esse recurso, a corrigir uma decisão errada” 1. Desta feita, mesmo que o acórdão recorrido não tivesse adotado o melhor entendimento na análise dos elementos dos autos, como sustenta a embargante, não cabe em sede de recurso de embargos rediscutir a valoração dada pelo colegiado ao conjunto probatório apreciado. Por todo o exposto, voto no sentido de conhecer dos embargos para, no mérito rejeitálos. Sala das Sessões, em 29 de julho de 2014 (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado – Relator 1 WAMBIER, Luiz Rodrigues e TALAMINI, Eduardo. CURSO AVANÇADO DE PROCESSO CIVIL, volume I: Teoria Geral do Processo e Processo de Conhecimento. 12 ed. São Paulo Editora Revista dos Tribunais, 2011. p. 714.. Fl. 1322DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 12 /09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por ALBERTO PINTO SOU ZA JUNIOR Processo nº 16327.000033/200872 Acórdão n.º 1302001.460 S1C3T2 Fl. 1.314 6 Fl. 1323DF CARF MF Impresso em 06/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 12 /09/2014 por LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO, Assinado digitalmente em 27/10/2014 por ALBERTO PINTO SOU ZA JUNIOR
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