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Numero do processo: 13909.000177/99-92
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 11/10/1988 a 03/01/1990
COTA DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE EXPORTAÇÃO DE CAFÉ (DECRETO-LEI 2.295/86) - INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Diante da inequívoca inconstitucionalidade da cota café, imperioso dar provimento ao recurso especial do contribuinte nos presentes autos para reconhecer como indevidas as contribuições recolhidas a titulo de cota café, em razão do disposto no artigo 62-A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo.
Recurso Especial do Contribuinte Provido
Numero da decisão: 9303-003.200
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciar as demais questões de mérito. Ausente o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Júlio César Alves Ramos, Redator ad hoc
Participaram do presente julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabíola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Nome do relator: NANCI GAMA
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 11/10/1988 a 03/01/1990 COTA DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE EXPORTAÇÃO DE CAFÉ (DECRETO-LEI 2.295/86) - INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. Diante da inequívoca inconstitucionalidade da cota café, imperioso dar provimento ao recurso especial do contribuinte nos presentes autos para reconhecer como indevidas as contribuições recolhidas a titulo de cota café, em razão do disposto no artigo 62-A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo. Recurso Especial do Contribuinte Provido
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IGUAÇU DE CAFÉ SOLÚVEL Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 11/10/1988 a 03/01/1990 “COTA DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE EXPORTAÇÃO DE CAFÉ (DECRETOLEI 2.295/86) INCONSTITUCIONALIDADE RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.” Diante da inequívoca inconstitucionalidade da cota café, imperioso dar provimento ao recurso especial do contribuinte nos presentes autos para reconhecer como indevidas as contribuições recolhidas a titulo de cota café, em razão do disposto no artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo. Recurso Especial do Contribuinte Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciar as demais questões de mérito. Ausente o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Júlio César Alves Ramos, Redator ad hoc Participaram do presente julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 90 9. 00 01 77 /9 9- 92 Fl. 880DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13909.000177/9992 Acórdão n.º 9303003.200 CSRFT3 Fl. 881 2 Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabíola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte em face do acórdão de número 30130.210 (fls. 741/7531), rerratificado pelo Acórdão 30133.524 (fls. 790/793), proferido pela Primeira Câmara do extinto Terceiro Conselho de Contribuintes, que, por unanimidade de votos, deixou de conhecer o recurso voluntário do contribuinte com fundamento no disposto no artigo 22A da Portaria Ministerial 103 de 2002, segundo a qual é defeso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a época Conselho de Contribuintes, e a Câmara Superior de Recursos Fiscais, afastar a aplicação de lei ou decreto, sob alegação de inconstitucionalidade. Inconformado, o contribuinte em seu recurso especial aponta entendimentos diversos ao do acórdão recorrido, a justificar o cabimento do mesmo (Acórdãos nºs 30331.593, 30330.959, 30331.188 e 30331.598), como se pode ilustrar da ementa a seguir transcrita do Acórdão 30331.593: “COTA DE CONTRIBUIÇÃO SOBRE EXPORTAÇÃO DE CAFÉ (DECRETO–LEI 2.295/86) PEDIDO DE RESTITUIÇÃO RECONHECIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – INADMISSIBILIDADE DA PRESCRIÇÃO DO DIREITO À RESTITUIÇÃO DIES A QUO – DEVIDO PROCESSO LEGAL E DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO – CONHECIMENTO DA QUESTÃO DE FUNDO – Direito à restituição do que indevidamente recolhido a título da inconstitucional contribuição sobre operações de exportação de café – Portaria Ministerial 103/2002 – Hipótese de não aplicação – expurgos inflacionários – Taxa selic – Matéria compreendida na competência deste Conselho. Recurso Voluntário Provido.” O recurso foi admitido conforme despacho de fls. 842/844 e, devidamente intimada, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões requerendo a manutenção do acórdão, mas considerando que caso reformado, diante da Lei nº 11.051/04 e da Resolução nº 28/2005, seja declarada a prescrição do direito do contribuinte em pleitear a restituição do indébito nos termos do artigo 168, caput, combinado com o inciso I do artigo 165, ambos do CTN. É o relatório. 1 Todas referência à folhas do processo dizem respeito à numeração atribuída digitalmente Voto Fl. 881DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13909.000177/9992 Acórdão n.º 9303003.200 CSRFT3 Fl. 882 3 Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Redator ad hoc Por intermédio do despacho de fl. 879, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, incumbiume, o Presidente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, de redigir o presente acórdão. Ressaltese que a relatora original disponibilizou à secretaria da Câmara Superior o relatório e a ementa acima transcritos, bem como o voto que será aqui igualmente aproveitado. Contudo, em virtude de sua renúncia ao mandato, não foi possível concluir a formalização da citada decisão. Dessa forma, adoto o voto entregue pela relatora original, Conselheira Nanci Gama, vazado nos seguintes termos: O recurso especial interposto pelo contribuinte é tempestivo e preenche os requisitos necessários à sua admissibilidade, portanto dele conheço. O cerne da questão consiste em saber se a Portaria Ministerial nº 103/02, especialmente em seu artigo 22A, de fato impedia que o pedido de restituição de cota de exportação de café, uma vez suportado na inconstitucionalidade de referida exação, fosse apreciado em sede de processo administrativo. Encontrase consignado no acórdão recorrido o seguinte: “O referido dispositivo dispõe que fica vedado aos Conselhos de Contribuintes a à CSRF afastar a aplicação, em virtude de inconstitucionalidade, de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo em vigor (destaquei). No seu parágrafo único, registra que o disposto neste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional,lei ou ato normativo, que embase a exigência de crédito tributário cuja constituição tenha sido dispensada por ato do Secretário da Receita Federal ou, objeto de determinação, pelo Procurador Geral da Fazenda Nacional, de desistência de ação de execução fiscal. (Parágrafo único,caput e inciso III), embora o parágrafo único do art. 4° do Dec. 2.346/97, já mencionado neste voto, determine o afastamento da aplicação da lei tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal” O que se verifica é que, a época em que proferida referida decisão, 21 de maio de 2002, a inconstitucionalidade da contribuição da cota de exportação do café não havia sido declarada pelo Supremo Tribunal Federal, eis que a época o RE nº 191.0445/SP somente havia deixado de conhecer o recurso interposto pela Fazenda Nacional, ratificando, reflexamente, decisão prolatada pelo TRF no sentido de que o referido DecretoLei 2.295/86 não fora recepcionado pela Constituição Federal de 1988. No entanto, antes mesmo da interposição do presente recurso especial, que foi protocolizado em 06 de dezembro de 2007, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o RE 408.8304/ES, finalmente declarou, incidenter tantum, a inconstitucionalidade dos artigos 2º e 4º do DecretoLei nº 2.295/86 frente à Constituição, o que ensejou mensagem ao Senado Federal, reconhecendose em definitivo a inconstitucionalidade da denominada cotacafé. Fl. 882DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13909.000177/9992 Acórdão n.º 9303003.200 CSRFT3 Fl. 883 4 Ademais, antes do Senado editar a Resolução 28/2005, foi editada a Medida Provisória nº 219, posteriormente convertida na Lei 11.051, de 29 de dezembro de 2004, que em seu artigo 3º, alterando o artigo 18 da Lei 10.522/2002, dispensou a Fazenda Nacional de constituir créditos, inscrever na Dívida Ativa, ajuizar execução fiscal, bem como autorizar o cancelamento e a inscrição da cota de contribuição prevista no DecretoLei nº 2.295/86. Assim, diante da inequívoca inconstitucionalidade da cota café, não vejo como não dar provimento ao recurso especial do contribuinte nos presentes autos para reconhecer como indevida as contribuições por ele recolhidas a titulo de cota café, por conseguinte, passíveis de serem objeto de pedido de restituição, inclusive em razão do disposto no artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo. No entanto, com relação às demais questões de mérito, entendo que o processo deva retornar à instância a quo, não apreciadas nos presentes autos. Em face do exposto, conheço do recurso especial interposto pelo contribuinte para, em observância ao disposto no artigo 62A, reconhecer o direito do contribuinte à restituição da cota café. Entretanto, entendo que minha decisão não afasta o exame das demais questões de mérito acerca da prescrição, do efetivo recolhimento, correção monetária, entre outras não apreciadas nestes autos. Com base nesses fundamentos a relatora conheceu do recurso especial interposto pelo contribuinte, e no mérito, votou no sentido de lhe dar provimento, determinando o retorno dos autos à instância a quo para apreciar as demais questões de mérito, sendo acompanhada pela unanimidade do Colegiado, e esse é o acórdão que me coube redigir. Júlio César Alves Ramos Fl. 883DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS
score : 1.0
Numero do processo: 10909.002439/2005-10
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Nov 25 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Sep 21 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Data do Fato Gerador: 11/08/2005
PIS E COFINS NA IMPORTAÇÃO.
Constatado que, quando da entrada dos bens estrangeiros no território nacional, não havia lei instituindo o PIS e a COFINS na importação, inexistente será o fato gerador, e consequentemente, será incabível a sua exigência, bem como o ressarcimento no mesmo valor, ainda que a falta da mercadoria venha a ser apurada após vigente lei nesse sentido.
Recurso Especial do Procurador Negado
Numero da decisão: 9303-003.172
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado para, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Henrique Pinheiro Torres. Ausente o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial do Procurador
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente Substituto
Júlio César Alves Ramos - Redator para o acórdão
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto) e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Este recurso especial foi julgado em sessão de novembro do ano passado, sob relatoria da Conselheira Nanci Gama, que, após apresentar o relatório e o voto à Secretaria, viu-se obrigada a renunciar ao mandato em face das novas disposições regimentais, antes de poder assiná-lo. Designou-me por isso o Presidente da CSRF para sua redação, o que faço adotando o Relatório, Voto e ementa por ela preparados e aqui reproduzidos.
Nome do relator: NANCI GAMA
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ementa_s : Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Data do Fato Gerador: 11/08/2005 PIS E COFINS NA IMPORTAÇÃO. Constatado que, quando da entrada dos bens estrangeiros no território nacional, não havia lei instituindo o PIS e a COFINS na importação, inexistente será o fato gerador, e consequentemente, será incabível a sua exigência, bem como o ressarcimento no mesmo valor, ainda que a falta da mercadoria venha a ser apurada após vigente lei nesse sentido. Recurso Especial do Procurador Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado para, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Henrique Pinheiro Torres. Ausente o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial do Procurador Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente Substituto Júlio César Alves Ramos - Redator para o acórdão Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto) e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Este recurso especial foi julgado em sessão de novembro do ano passado, sob relatoria da Conselheira Nanci Gama, que, após apresentar o relatório e o voto à Secretaria, viu-se obrigada a renunciar ao mandato em face das novas disposições regimentais, antes de poder assiná-lo. Designou-me por isso o Presidente da CSRF para sua redação, o que faço adotando o Relatório, Voto e ementa por ela preparados e aqui reproduzidos.
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ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Data do Fato Gerador: 11/08/2005 PIS E COFINS NA IMPORTAÇÃO. Constatado que, quando da entrada dos bens estrangeiros no território nacional, não havia lei instituindo o PIS e a COFINS na importação, inexistente será o fato gerador, e consequentemente, será incabível a sua exigência, bem como o ressarcimento no mesmo valor, ainda que a falta da mercadoria venha a ser apurada após vigente lei nesse sentido. Recurso Especial do Procurador Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado para, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. Ausente, momentaneamente, o Conselheiro Henrique Pinheiro Torres. Ausente o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial do Procurador Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente Substituto Júlio César Alves Ramos Redator para o acórdão Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López, Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente Substituto) e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Este recurso especial foi julgado em sessão de novembro do ano passado, sob relatoria da Conselheira Nanci Gama, que, após apresentar o relatório e o voto à Secretaria, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 9. 00 24 39 /2 00 5- 10 Fl. 275DF CARF MF Impresso em 21/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 07/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Ass inado digitalmente em 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10909.002439/200510 Acórdão n.º 9303003.172 CSRFT3 Fl. 276 2 viuse obrigada a renunciar ao mandato em face das novas disposições regimentais, antes de poder assinálo. Designoume por isso o Presidente da CSRF para sua redação, o que faço adotando o Relatório, Voto e ementa por ela preparados e aqui reproduzidos. Relatório Assim o relatou a Dra. Nanci: Tratase de recurso especial interposto pela procuradoria da Fazenda Nacional em face do acórdão 30335.123, sob a alegação de que referida decisão, na parte recorrida, proferida por maioria de votos, teria incorrido em contrariedade à lei, especialmente aos artigos 114 do CTN e art. 4º da Lei nº 10.865/04. O trecho da ementa do acórdão na parte objeto do recurso especial em exame possuiu a seguinte redação: “PIS E COFINS NA IMPORTAÇÃO. Constatado que, quando da entrada dos bens estrangeiros no território nacional, não havia lei instituindo o PIS e o COFINS na importação, inexistente será o fato gerador, e consequentemente, será incabível a sua exigência, bem como o ressarcimento no mesmo valor, ainda que a falta da mercadoria venha a ser apurada após vigente lei nesse sentido.” Com apoio no voto vencido, a Fazenda Nacional sustenta em seu recurso que a decisão vencedora contrariou o disposto no artigo 4º da Lei 10.865/04 e o artigo 114 do CTN segundo os quais: “Art. 4º Para efeito de cálculo das contribuições, considerase ocorrido o fato gerador: (...) II – no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria for apurado pela autoridade aduaneira.” “Art. 114 – Fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente a sua ocorrência.” No voto vencido, o Conselheiro prolator defendeu o seu posicionamento, e da mesma forma assim a Fazenda Nacional em seu recurso especial, sustentando que: “Também é certo que, efetivamente, a descarga da mercadoria proveniente do exterior ocorrera em data anterior à lei que instituiu a cobrança das contribuições (Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004). Fl. 276DF CARF MF Impresso em 21/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 07/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Ass inado digitalmente em 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10909.002439/200510 Acórdão n.º 9303003.172 CSRFT3 Fl. 277 3 Com efeito, a entrada das mercadorias objeto do presente processo ocorrera em 10/08/2003. Ocorre que, assim como se verifica com relação à incidência do Imposto de Importação sobre a mercadoria extraviada, o fato gerador das contribuições não se aperfeiçoa até a finalização do correspondente lançamento. (...) Ou seja, no caso da mercadoria manifestada e extraviada, pouco importa o momento de sua entrada da mercadoria no Território Nacional, enquanto não concluído o correspondente lançamento, não se completou o fato gerador.” Conforme despacho de fls.234 o recurso foi admitido sob a alegação de que “quanto à contrariedade à lei tributária, o recurso merece acolhida, haja vista que a decisão foi prolatada por maioria de votos’. O contribuinte por sua vez apresentou contrarrazões aduzindo o seguinte: “Tendo em vista os fatos constantes e os documentos apresentados identificou em 22.08.2003 (descarga mercadoria em 10.08.2003) a fiscalização aduaneira o Transportador Zim Israel Navigation Company Ltd. Como responsável pelo extravio da mercadoria contida no container nº FSCU 6078540, acobertada pelo BL n] ZIMCOL214. Neste sentido, não se pode instituir obrigação ributária principal sem ocorrência do fato gerador que a define, sendo que houve entrada da mercadoria estrangeira no território nacional em 10.08.2003 e a conferência física da mesma em 22.08.2003, restando devidamente comprovado que em ambas as hipóteses foram anteriores ao advento da Lei 10.865/2004 que instituiu o PIS e a COFINS na importação de bens. A Lei 10.865/2004 que instituiu o PIS/importação e a COFINS/importação – somente teve sua aplicação a partir de 30 de abril de 2004 – e a entrada dos bens em território nacional se dei em 10.08.2003, bem como a Vistoria Aduaneira que consolidou a falta da carga no container foi procedida em 22.08.2003, sendo certo que o fato gerador para instituição dos tributos, conforme depreende o artigo 3º da Lei 10.865/04, é a entrada dos bens estrangeiros no território nacional, que no presente se deu antes da instituição da Lei em referência.” O contribuinte também apresentou recurso especial na parte em que vencido, sendo que o mesmo não foi admitido, uma vez que fundamentado no artigo 7, inciso I, do Regimento Interno vigente a época, que no entanto assegurava somente a Procuradoria da Fazenda Nacional recurso especial sob alegação de violação a lei ou a prova dos auto. É o relatório. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 21/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 07/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Ass inado digitalmente em 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10909.002439/200510 Acórdão n.º 9303003.172 CSRFT3 Fl. 278 4 Voto Na seqüência, suas considerações, acompanhadas pelo colegiado Conselheira Nanci Gama, Relatora. Conheço do recurso especial da Fazenda Nacional por entender que se encontram atendidos os pressupostos de seu cabimento. No entanto, quanto ao mérito, entendo que o voto vencedor não merece reparo. Em que pese o artigo 4º da Lei 10.865/04 dispor que para efeito de cálculo das contribuições, considerase ocorrido o fato gerador, “no dia do lançamento do correspondente crédito tributário, quando se tratar de bens constantes de manifesto ou de outras declarações de efeito equivalente, cujo extravio ou avaria for apurado pela autoridade aduaneira.”, não se pode perder de vista que o dispositivo tem por finalidade não definir o fato gerador em si da contribuição, mas para efeito de base de cálculo da contribuição a ser exigida, na hipótese de mercadoria extraviada ou avariada, considerar o fato gerador ocorrido no dia do lançamento. Tanto é assim que o artigo 3º do mesmo diploma legal, Lei 10.865/04, prescreve: “Art. 3º O fato gerador será: I – a entrada de bens estrangeiros no território nacional; ou II – o pagamento, o crédito, a entrega, o emprego ou a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação por serviço prestado”. O que importa, todavia, é que no momento da importação, do seu ingresso no território nacional que se deu em 10.08.2014 e a conferência física em 22.08.2014 é que a Lei nº 10.865/04 se quer havia sido editada. Logo, como bem consignado no voto vencedor, “ Ora, se sequer existia a referida Lei quando da entrada dos bens estrangeiros no território nacional (fato gerador), em observância aos princípios da legalidade e da anterioridade, não há que se falar em exigência de ressarcimento de PIS/Cofins em razão de falta de mercadoria objeto de importação, até mesmo porque sequer houve fato gerador”. Ante o exposto, conheço do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional e no mérito negolhe provimento. Sala das Sessões, em 25 de novembro de 2014. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 21/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 07/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Ass inado digitalmente em 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10909.002439/200510 Acórdão n.º 9303003.172 CSRFT3 Fl. 279 5 Nanci Gama Esse o acórdão que me coube redigir. CONSELHEIRO JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Redator para o acórdão Fl. 279DF CARF MF Impresso em 21/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 07/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 16/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Ass inado digitalmente em 10/09/2015 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 13002.000643/2005-06
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Jan 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/05/2000 a 30/09/2000
COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO.
Por força do §2º do art. 62 do RICARF/2015, devem ser reproduzidas pelos conselheiros, nos julgamentos deste Tribunal Administrativo, as decisões do Supremo Tribunal Federal proferidas em sede de recursos com repercussão geral reconhecida.
O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, é de 10 anos, contados da data da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5). A partir de 9 de junho de 2005, com a vigência do art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado.
Recurso Especial do contribuinte negado.
Numero da decisão: 9303-003.321
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso nos termos do voto do relator.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Joel Miyazaki - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Gilson Macedo Rosenburg, Demes Brito, Rodrigo da Costa Pôssas, Valcir Gassen (substituto convocado), Joel Miyazaki, Vanessa Cecconello, Maria Tereza Martínez Lopez e Carlos Alberto Freitas Barreto (presidente).
Nome do relator: JOEL MIYAZAKI
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RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO Recorrente HOSPITAL E MATERNIDADE CENTRO CLÍNICO LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/2000 a 30/09/2000 COFINS. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO. Por força do §2º do art. 62 do RICARF/2015, devem ser reproduzidas pelos conselheiros, nos julgamentos deste Tribunal Administrativo, as decisões do Supremo Tribunal Federal proferidas em sede de recursos com repercussão geral reconhecida. O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, é de 10 anos, contados da data da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5). A partir de 9 de junho de 2005, com a vigência do art. 3º da Lei Complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Recurso Especial do contribuinte negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso nos termos do voto do relator. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Joel Miyazaki Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Gilson Macedo Rosenburg, Demes Brito, Rodrigo da Costa Pôssas, Valcir Gassen (substituto convocado), Joel Miyazaki, Vanessa Cecconello, Maria Tereza Martínez Lopez e Carlos Alberto Freitas Barreto (presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 2. 00 06 43 /2 00 5- 06 Fl. 282DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CA RLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI 2 Relatório Tratase de recurso especial interposto pela contribuinte (efls. 211/223) contra decisão proferida no Acórdão nº. 340100.962 (efls. 202/205), de 27/08/2010, que negou provimento ao recurso voluntário oferecido pela contribuinte, nos termos da ementa adiante transcrita: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/2000 a 30/09/2000 REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRAZO DECADENCIAL. PAGAMENTOS SUPOSTAMENTE INDEVIDOS OU A MAIOR. Nos termos dos arts. 168, I, e 150, § 1º , do CTN, o direito de pleitear a repetição de indébito tributário oriundo de pagamentos supostamente indevidos ou a maior extinguese em cinco anos, a contar do pagamento. Recurso negado. Em seu recurso, a contribuinte requer que o prazo prescricional para repetição do indébito seja de 5 anos para homologação tácita do lançamento, contados a partir da data do pagamento, acrescidos, a partir daí, de mais 5 anos para pleitear a restituição; ou seja, pleiteia o prazo de 10 anos, a contar da data da ocorrência do fato gerador. O recurso especial apresentado pela contribuinte foi admitido, nos termos do Despacho constante às efls. 266/267. Contrarrazões da Fazenda Nacional às efls. 269/278. É o Relatório. Voto Conselheiro Joel Miyazaki, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, razões pelas quais dele conheço. Conforme relatado, a matéria posta em debate cingese à questão do termo inicial da prescrição para fins de repetição de indébito referente a recolhimentos efetuados a título de COFINS. O Colegiado entendeu ter ocorrido a prescrição/decadência, sob o entendimento de que o prazo para postular a repetição de indébito relativo ao PIS pago a maior seria de 5 anos contados da data da extinção do crédito tributário, no caso, da data do pagamento. Por outro, pretende a recorrente sejalhe aplicado o prazo decenal de prescrição, contados os 10 anos da data da ocorrência do fato gerador (a chamada tese dos 5 + 5). Fl. 283DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CA RLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13002.000643/200506 Acórdão n.º 9303003.321 CSRFT3 Fl. 283 3 Por força do §2º do art. 62 do RICARF/2015, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal na sistemática prevista pelo art. 543B (com repercussão geral reconhecida) da Lei nº. 5.869/73 (CPC/1973), devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF Desta feita, a matéria referente à prescrição da pretensão de repetição de indébito tributário já foi julgada pelo STF, em sede de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, no RE nº. 566.621, cujo julgado possui a seguinte ementa (grifos meus): DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. Fl. 284DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CA RLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI 4 O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/08, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. (RE 566.621. Relatora Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/08/2011, REPERCUSSÃO GERAL. DjE195 DIVULG. 10102011 PUBLIC.. 11102011) De acordo com o referido julgamento, o prazo para o contribuinte pleitear a restituição de pagamentos indevidos, referentes aos tributos sujeitos a lançamento por homologação, é de 10 anos, estes aplicados tãosomente para os pedidos que tenham sido protocolizados/ajuizados antes da vigência da Lei Complementar nº. 118/2005, em 09/06/2005. Assim, até 08/06/2005, vale a chamada tese dos 5 + 5: corre o prazo de 5 anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, para homologação tácita do lançamento (na forma do artigo 150, §4º do CTN); a partir daí, quando se tem por extinto o crédito tributário, passase a contar mais 5 anos para pleitear a restituição (na forma do artigo 168, I do CTN). Referida decisão não deixa margem a dúvida de que o artigo 3º da Lei Complementar nº 118/2005 só produziu efeitos a partir de 9 de junho de 2005, de forma que, ao contribuinte que protocolizou pedido de repetição de indébito em período anterior a essa data – isto é, até 08/06/2005, inclusive goza do prazo de 10 anos para pleitear a repetição do indébito, contados a partir da data da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. No caso ora sub judice, tendo sido o pedido administrativo de repetição de indébito protocolizado em 15/12/2005, temse que o prazo prescricional a ser aplicado é de cinco anos, a contar da data dos alegados pagamentos indevidos, vez que o artigo 3º da Lei Complementar nº 118/2005 passou a produzir efeitos a partir de 9 de junho de 2005. Visto que, conforme informa a própria contribuinte (efl. 218) os indébitos têm data de 15/06/2000, 14/07/2000, 15/08/2000, 15/09/2000 e 15/10/2000, é de se reconhecer a prescrição referente à restituição pretendida. Pelo exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso especial interposto pela contribuinte. É como voto. Joel Miyazaki Fl. 285DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CA RLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 13002.000643/200506 Acórdão n.º 9303003.321 CSRFT3 Fl. 284 5 Fl. 286DF CARF MF Impresso em 18/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 12/01/2016 por CA RLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por JOEL MIYAZAKI
score : 1.0
Numero do processo: 13204.000031/2003-77
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Nov 05 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/02/1990 a 30/11/1991
FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO. ART. 62-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, §4º DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I DO CTN). LEI COMPLEMENTAR 118/2005.
Esta Corte Administrativa está vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº. 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932. Nesse sentido, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, será, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118/2005, ou seja, antes do dia 09/06/2005, o de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, §4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo código. Assim, inequívoco que o direito do contribuinte pleitear, em 11/06/2003, restituição/compensação dos valores recolhidos a título Finsocial no período de fevereiro de 1990 a junho de 1991 encontram-se prescritos.
Recurso Especial do Contribuinte Negado
Numero da decisão: 9303-003.207
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso especial. Ausente o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Júlio César Alves Ramos - Redator ad hoc
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Nome do relator: NANCI GAMA
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RESTITUIÇÃO. ART. 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, §4º DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I DO CTN). LEI COMPLEMENTAR 118/2005. Esta Corte Administrativa está vinculada às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº. 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932. Nesse sentido, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação, será, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118/2005, ou seja, antes do dia 09/06/2005, o de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, §4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo código. 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AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 20 4. 00 00 31 /2 00 3- 77 Fl. 241DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13204.000031/200377 Acórdão n.º 9303003.207 CSRFT3 Fl. 242 2 Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Júlio César Alves Ramos Redator ad hoc Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabiola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte em face do acórdão de nº 3101000.949, o qual, por unanimidade de votos, negou provimento ao recurso voluntário por entender que ultrapassados os 10 (dez) anos a partir do fato gerador, ocorreu a prescrição do direito do contribuinte ao ressarcimento pretendido, conforme ementa a seguir: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/02/1990 a 30/11/1991 Ementa: TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. FINSOCIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRAZO PRESCRICIONAL. Apesar de o pedido administrativo ter sido feito antes da vigência da Lei Complementar nº. 118/2005, foi protocolizado após o prazo de cinco anos para a homologação, a partir da ocorrência do fato gerador, acrescido dos outros cinco anos, para o sujeito passivo pleitear a repetição do indébito. Inconformado, o contribuinte, com apoio em decisões da CSRF, interpôs recurso especial de divergência, alegando, em síntese, que, ao contrário do entendido pelo acórdão a quo, o prazo para o contribuinte pleitear restituição é de 5 (cinco) anos contados da edição da Medida Provisória 1.62136/98, que, segundo as decisões divergentes, “de forma definitiva, trouxe a manifestação do Poder Executivo no sentido de possibilitar ao contribuinte fazer a correspondente solicitação.” Em despacho de fls. 231/232, o Presidente da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento do CARF deu seguimento ao recurso especial do contribuinte. Regularmente intimada, a Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões às fls. 234/237, requerendo seja integralmente mantido o acórdão a quo. É o relatório. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13204.000031/200377 Acórdão n.º 9303003.207 CSRFT3 Fl. 243 3 Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos, Redator ad hoc Por intermédio do Despacho de fl. 240, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, incumbiume o Presidente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais de redigir o presente acórdão. Ressaltese que a relatora original disponibilizou à secretaria da Câmara Superior o relatório e a ementa acima transcritos, bem como o voto que será aqui igualmente aproveitado. Contudo, em virtude de sua renúncia ao mandato, não foi possível concluir a formalização da citada decisão. Dessa forma, adoto o voto entregue pela relatora original, Conselheira Nanci Gama, vazado nos seguintes termos: Conheço o recurso especial do contribuinte por entender encontrarem atendidos os requisitos para sua admissibilidade. Considerando que segundo o artigo 62A1 do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, os membros deste Conselho devem reproduzir as decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, no caso, o teor do julgamento do Recurso Extraordinário de nº 566.621, o qual foi realizado na Sessão Plenária de 04/08/2011, no sentido de entender que a Lei Complementar 118/2005 se tratou de lei nova e não de lei interpretativa, cabendo a sua aplicação a partir de 09/06/2005, ou seja, apenas a partir da vacacio legis de 120 dias somada à data da sua publicação dada em 09/02/2005. Entendeu aludida decisão, ainda, que o prazo para repetição ou compensação de indébitos relativos a tributos sujeitos a lançamento por homologação, anteriormente à vigência de aludida Lei Complementar, deveria ser de 10 (dez) anos contados a partir do fato gerador, tendo em vista a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, c/c artigo 156, VII, somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, do CTN, conforme entendimento do STJ respaldado no julgamento do recurso especial repetitivo de nº 1.002.932. O acórdão do STF restou assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº. 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os 1 “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” Fl. 243DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13204.000031/200377 Acórdão n.º 9303003.207 CSRFT3 Fl. 244 4 tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” Assim, sendo certo que o contribuinte protocolou seus pedidos de restituição/compensação no dia 11 de junho de 2003, e que os fatos geradores ora questionados ocorreram entre fevereiro de 1990 e novembro de 1991, entendo que o pedido de ressarcimento, tal como o v. acórdão recorrido, encontrase prescrito. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS Processo nº 13204.000031/200377 Acórdão n.º 9303003.207 CSRFT3 Fl. 245 5 Com base nesses fundamentos, a relatora conheceu do recurso especial interposto pelo contribuinte e, no mérito, votou no sentido de lhe negar provimento, sendo acompanhada pela unanimidade do Colegiado, e esse é o acórdão que me coube redigir. Júlio César Alves Ramos Fl. 245DF CARF MF Impresso em 05/11/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 03/11/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 03/11/2015 por JULIO CESAR ALVES RA MOS
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Numero do processo: 11065.005554/2003-16
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003
Crédito Presumido de IPI. Natureza Jurídica. Não Inclusão na Base de Cálculo do PIS e da Cofins.
O crédito presumido do IPI tem natureza jurídica de benefício fiscal, não se constituindo em receita, seja do ponto de vista econômico-financeiro, seja do ponto de vista contábil, devendo ser contabilizado como "Recuperação de Custos". Portanto, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins. Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido.
Embargos Providos.
Numero da decisão: 9303-003.405
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento aos embargos inominados, sem efeitos infringentes, para retificar o Acórdão embargado, de modo a fazer constar os fundamentos do voto vencedor, e determinar que se altere na ementa a expressão: Recurso Especial do Contribuinte Provido para Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente.
Henrique Pinheiro Torres Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 Crédito Presumido de IPI. Natureza Jurídica. Não Inclusão na Base de Cálculo do PIS e da Cofins. O crédito presumido do IPI tem natureza jurídica de benefício fiscal, não se constituindo em receita, seja do ponto de vista econômico-financeiro, seja do ponto de vista contábil, devendo ser contabilizado como "Recuperação de Custos". Portanto, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins. Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido. Embargos Providos.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento aos embargos inominados, sem efeitos infringentes, para retificar o Acórdão embargado, de modo a fazer constar os fundamentos do voto vencedor, e determinar que se altere na ementa a expressão: Recurso Especial do Contribuinte Provido para Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido. Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente. Henrique Pinheiro Torres Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2263; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT3 Fl. 283 1 282 CSRFT3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11065.005554/200316 Recurso nº Embargos Acórdão nº 9303003.405 – 3ª Turma Sessão de 26 de janeiro de 2016 Matéria Embargos inominados erro material voto vencedor versando sobre matéria estranha aos autos. Recorrente Delegacia da Receita Federal do Brasil em Novo Hamburgo Interessado Indústria de Peles Minuano Ltda ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 Embargos Inominados. Inexatidões Materiais. Constatado erro material no Acórdão, são cabíveis embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 Crédito Presumido de IPI. Natureza Jurídica. Não Inclusão na Base de Cálculo do PIS e da Cofins. O crédito presumido do IPI tem natureza jurídica de benefício fiscal, não se constituindo em receita, seja do ponto de vista econômicofinanceiro, seja do ponto de vista contábil, devendo ser contabilizado como "Recuperação de Custos". Portanto, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da Cofins. Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido. Embargos Providos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em dar provimento aos embargos inominados, sem efeitos infringentes, para retificar o Acórdão embargado, de modo a fazer constar os fundamentos do voto vencedor, e determinar que se altere na ementa a expressão: Recurso Especial do Contribuinte Provido para Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente. Henrique Pinheiro Torres – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 55 54 /2 00 3- 16 Fl. 283DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de processo devolvido pela DRF NHORS, mediante despacho de fls. 278, em que aponta divergência entre o pedido formulado no Recurso Especial do contribuinte e o teor da ementa e do voto vencedor do Acórdão 930300.140. A referida decisão foi assim ementada: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/03/2003 a 31/03/2003 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. AQUISIÇÕES FEITAS À PESSOAS FÍSICAS. As aquisições de insumos feitas a pessoas físicas se incluem na base de cálculo do crédito presumido do IPI, desde que consumidos no processo produtivo, nos termos da legislação do IPI. TAXA SELIC. É imprestável como instrumento de correção monetária, não justificando a sua adoção, por analogia, em processos de ressarcimento de créditos incentivados, por implicar na concessão de um "plus" sem expressa previsão legal. O ressarcimento não e espécie do gênero restituição, portanto inexiste previsão legal para atualização dos valores objeto deste instituto. Recurso Especial do Contribuinte Provido. No despacho de admissibilidade dos Embargos de Declaração, o i. Senhor Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais admitiu os embargos e reconheceu a existência de vícios do Acórdão nº 930300.140 (despacho às fls.280 a 281). Constatouse que o voto vencedor do referido Acórdão não tratou da matéria meritória do Recurso Especial do contribuinte: inclusão na base de cálculo da contribuição para o PIS/Pasep dos valores recebidos a título de crédito presumido do IPI, apesar de constar expressamente do voto vencido. Inexplicavelmente, o voto vencedor abordou exclusivamente a questão da inclusão, na base de cálculo do crédito presumido do IPI, do valor das aquisições de insumos a pessoas físicas e cooperativas, matéria estranha às recorridas. É o relatório. Voto Conselheiro HENRIQUE PINHEIRO TORRES Fl. 284DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES Processo nº 11065.005554/200316 Acórdão n.º 9303003.405 CSRFT3 Fl. 284 3 Conheço dos embargos interpostos recepcionados como embargos inominados de que trata o art. 66 do RICARF/2015. Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Conforme acima relatado, constatase nos presentes autos erro material, passível de correção pela via dos presentes embargos. Constatase na decisão errônea (Acórdão nº 930300.140) um equívoco na redação do voto vencedor: ao invés de referirse à questão meritória (exigibilidade de PIS sobre os valores referentes a créditos presumido de IPI), em oposição ao voto vencido que tratou do assunto, a redatora designada para o voto vencedor consignou sua posição acerca do direito ao crédito presumido de IPI de insumos adquiridos de pessoas físicas, matéria estranha aos autos. Como o tema foi objeto do voto vencido, e a decisão do colegiado foi no sentido de dar provimento quanto ao ressarcimento, impõenos apenas suprir a omissão do voto vencedor quanto aos fundamentos daquela decisão, não em julgar novamente a matéria. Tratase da exigibilidade ou não de PIS sobre os valores referentes a créditos presumido de IPI, oriundo de aquisição de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem de empresa exportadora, de que trata a Lei nº 9.363/96. Segundo a alegação da então recorrente, o valor do crédito presumido do IPI se constitui em parcela a ser deduzida do custo dos insumos utilizados no processo de industrialização dos produtos exportados, não em receita tributável, como entende a autoridade fiscal. Inicialmente, registrese em letras garrafais QUE ESTE CONSELHEIRO NÃO COMUNGA COM A POSIÇÃO QUE SERÁ EXPOSTA A SEGUIR, INCLUSIVE FOI VOTO VENCIDO NO JULGAMENTO QUE DEU ORIGEM AO ACÓRDÃO EMBARGADO. Feito esse registro, passase à supressão do vício existente nesse malfadado acórdão. O colegiado entendeu que assistia razão à recorrente, seguindo a jurisprudência do STJ, que reproduzo nas ementas a seguir: REsp 807130 / SC Relatora Ministra ELIANA CALMON TRIBUTÁRIO – CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI – LEIS 9.363/96 E 10.276/2001 – NATUREZA JURÍDICA – NÃO INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E COFINS. [...] Fl. 285DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES 4 2. O legislador, com o crédito presumido do IPI, buscou incentivar as exportações, ressarcindo as contribuições de PIS e de COFINS embutidas no preço das matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos pelo fabricante para a industrialização de produtos exportados. O produtorexportador apropriase de créditos do IPI que serão descontados, na conta gráfica da empresa, dos valores devidos a título de IPI. 3. O crédito presumido do IPI tem natureza jurídica de benefício fiscal, não se constituindo receita, seja do ponto de vista econômicofinanceiro, seja do ponto de vista contábil, devendo ser contabilizado como "Recuperação de Custos". Portanto, não pode integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. 3. Ainda que se considerasse receita, incabível a inclusão do crédito presumido do IPI na base de cálculo do PIS e da COFINS porque as receitas decorrentes de exportações são isentas dessas contribuições. 4. Recurso especial não provido. REsp 1130033 / SC Relator Ministro CASTRO MEIRA TRIBUTÁRIO. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI DECORRENTE DE EXPORTAÇÕES. NÃO INCLUSÃO NA BASE DE CÁLCULO DO PIS E DA COFINS. REGRAS DO CÓDIGO CIVIL SOBRE IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. [...] 2. É pacífico o entendimento do STJ sobre a não incidência de COFINS/PIS tanto sobre o crédito presumido do IPI quanto sobre os insumos empregados na industrialização de produtos exportados. Precedentes. 3. Recursos especiais não providos. Segundo o entendimento majoritário da turma de julgamento em 11/08/2009, o crédito presumido previsto na Lei nº 9.363/96 não representa nova receita, passível de tributação pelo PIS e COFINS, mas sim recuperação de custo. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento aos embargos inominados, sem efeitos infringentes, para retificar o Acórdão recorrido, de modo a fazer constar os fundamentos do voto vencedor, e determinar que se altere na ementa a expressão: Recurso Especial do Contribuinte Provido para Recurso Especial da Contribuinte Parcialmente Provido. Henrique Pinheiro Torres Relator Fl. 286DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES Processo nº 11065.005554/200316 Acórdão n.º 9303003.405 CSRFT3 Fl. 285 5 Fl. 287DF CARF MF Impresso em 18/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES
score : 1.0
Numero do processo: 13982.000875/2005-60
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Dec 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Feb 29 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/02/2001 a 31/07/2004
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA. INCABÍVEL. ART. 138 do CTN.
A denúncia espontânea da infração acompanhada do pagamento do tributo acrescido dos juros moratórios, antes do início do procedimento de fiscalização, afasta a aplicação de multa, inclusive a de mora. Precedentes jurisprudenciais.
Recurso Especial da Contribuinte Provido.
Numero da decisão: 9303-003.365
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial.
Carlos Alberto Barreto - Presidente
Maria Teresa Martínez López - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Demes Brito, Rodrigo da Costa Pôssas, Valcir Gassen, Joel Miyazaki, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ
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E TRANSPORTE DE MADEIRAS LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/02/2001 a 31/07/2004 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA. INCABÍVEL. ART. 138 do CTN. A denúncia espontânea da infração acompanhada do pagamento do tributo acrescido dos juros moratórios, antes do início do procedimento de fiscalização, afasta a aplicação de multa, inclusive a de mora. Precedentes jurisprudenciais. Recurso Especial da Contribuinte Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso especial. Carlos Alberto Barreto Presidente Maria Teresa Martínez López Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Demes Brito, Rodrigo da Costa Pôssas, Valcir Gassen, Joel Miyazaki, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 2. 00 08 75 /2 00 5- 60 Fl. 729DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 730 2 Relatório Tratase de recurso especial de divergência tempestivo, interposto pela contribuinte ao amparo do art. 72, II, do antigo Regimento Interno da CSRF, em face do Acórdão nº. 20218.737, por meio do qual deuse provimento parcial ao recurso voluntário. A ementa dessa decisão, na parte objeto de recurso, está assim redigida: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/02/2001 a 31/07/2004 Ementa: PROCEDIMENTO FISCAL. NULIDADES. Não é nulo o auto de infração originado de procedimento fiscal que não violou as disposições contidas no art. 142 do CTN, nem as do art. 10 do Decreto nº. 70.235/72. NORMAS PROCESSUAIS. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. ART. 138 DO CTN. Entre as penalidades excluídas pela denúncia espontânea não se inclui a multa moratória, não apenas porque inadimplemento não é infração tributária, mas também em razão da interpretação sistemática do Código Tributário Nacional que, a par de prever o instituto da denúncia espontânea em seu art. 138, determina, em seu art. 161, a imposição de penalidades cabíveis para as hipóteses de crédito tributário não integralmente pago no vencimento. RECOLHIMENTO APÓS 0 PRAZO DE VENCIMENTO, SEM INCLUSÃO DA MULTA DE MORA. IMPUTAÇÃO AOS VALORES DEVIDOS. EXIGÊNCIA DA DIFERENÇA NÃO PAGA COM MULTA DE OFÍCIO. A imputação de pagamentos é a única forma de amortização proporcional de débitos admitida pelo Código Tributário Nacional (art. 163, c/c o art. 167). (...) MULTA DE OFÍCIO DECORRENTE DA IMPUTAÇÃO DE PAGAMENTO. PERCENTUAL CABÍVEL. Sobre a parte do crédito tributário decorrente da imputação de pagamentos a multa exigida deve ser de 75%. A controvérsia suscitada cingese à questão da exigibilidade da multa de mora quando do recolhimento espontâneo de tributo após vencimento legal da obrigação. Como paradigmas da divergência, reportase a recorrente aos Acórdãos nºs. 10421.264 e 10420.653, cujas comprovações foram feitas às fls. 656 e seguintes. Fl. 730DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 731 3 Por meio do Despacho nº 34001321, sob o entendimento de terem sido observados os requisitos legais, o recurso foi admitido. Nas contrarrazões apresentadas, a D. Procuradoria da Fazenda Nacional pede para que seja negado provimento ao recurso especial da contribuinte. Alega que “a toda evidência, a norma do art. 138 do CTN não exonera o contribuinte do pagamento da multa de mora nos casos de pagamento do tributo fora do seu prazo de vencimento.” É o relatório. Voto Conselheira Maria Teresa Martínez López, Relatora ADMISSIBILIDADE Do exame dos Acórdãos confrontados, verificase que restou efetivamente comprovada e demonstrada a divergência quanto à questão da exigibilidade da multa de mora nos casos de denúncia espontânea. Isto porque, enquanto no acórdão recorrido o Colegiado entendeu cabível a exigência daquele consectário legal, nos paradigmas colacionados, em situações fáticas semelhantes, entendeuse que nos casos de denúncia espontânea não é cabível a exigência da multa de mora. Presentes os pressupostos legais para admissibilidade do recurso, dele tomo conhecimento. DENÚNCIA ESPONTÂNEA MULTA A controvérsia suscitada cingese à questão da exigibilidade da multa de mora quando do recolhimento espontâneo de tributo após vencimento legal da obrigação. Tratase de auto de infração, cuja motivação deuse à constatação de "notas fiscais calçadas", ou seja, notas fiscais cujos valores lançados no seu livro razão não correspondem à totalidade do valor destacado nas notas fiscais disponibilizadas pelas empresas compradoras. Foi elaborado demonstrativo que relaciona as notas fiscais em que se observou tais acontecimentos. Ocorre que anteriormente a qualquer medida de fiscalização, a empresa havia efetuado alguns pagamentos espontâneos acompanhado de juros, justamente aos fatos narrados no Termo de Verificação. Os referidos pagamentos foram reconhecidos pela autoridade fiscal, que, todavia afastou os efeitos da denúncia espontânea (art. 138 do CTN), efetuando o cálculo do tributo com lançamento de multa equivalente a 150%, e lançando a diferença entre os valores recolhidos e os valores levantados já com a incidência da multa. A então Segunda Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, deu apenas parcial provimento ao recurso, reduzindo a multa de oficio, de 150 % para 75%, relativamente à parte do crédito tributário decorrente da imputação de pagamento (valores pagos anteriormente à fiscalização). Fl. 731DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 732 4 Consta do voto da decisão recorrida no que diz respeito à denúncia espontânea: 2 – Da preliminar de nulidade do lançamento decorrente do pagamento fora do prazo sem a inclusão da multa de mora – imputação de pagamento Alega a recorrente que o auto de infração deve ser anulado porque nele são exigidos valores que já foram pagos espontaneamente. Não há qualquer questionamento em relação aos valores do imposto nãolançado e tampouco contestação dos fatos narrados, de que haveria discrepâncias entre os valores consignados nas notas fiscais de vendas destinadas aos seus clientes e os valores escriturados em sua escrita fiscal. Sendo assim, a questão aqui se resume a avaliar se os recolhimentos efetuados pela empresa foram suficientes para quitar os débitos relativos aos períodos de apuração pretendidos (indicados no Darf). O AuditorFiscal reconheceu e admitiu todos os recolhimentos espontâneos, excluindoos do lançamento. Entretanto, os valores excluídos foram os decorrentes do procedimento conhecido como de imputação de pagamentos e não os valores originários constantes dos Darfs. Na imputação de pagamentos, constante do demonstrativo de fls. 129/149, não se questiona a espontaneidade dos recolhimentos mas sim o fato de que eles, por não incluir a multa de mora, não foram suficientes para quitar integralmente os respectivos débitos. A recorrente, centrada no art. 138 do CTN, entende que a denúncia espontânea da infração, acompanhada do pagamento do tributo, exclui a aplicação da multa de mora. Entretanto, as penalidades excluídas pela denúncia espontânea são aquelas referidas no art. 137 do CTN, não se inserindo entre elas a multa de mora, como já concluiu este Colegiado no julgamento do Recurso nº 128.820, do qual adoto, e abaixo transcrevo, o seguinte trecho do voto vencedor, proferido pelo ilustre Conselheiro Marcelo Marcondes MeyerKozlowski: (...) Definida a questão do cabimento da multa de mora nos pagamentos espontâneos efetuados fora do prazo pela empresa, é certo que eles não foram capazes de extinguir a integralidade dos débitos que se pretendeu quitar. Para determinar o quantum quitado de cada débito, a fiscalização, como já se disse, realizou a imputação de pagamentos, objeto do demonstrativo de fls. 129/149. Na imputação de pagamentos, apurase, primeiramente, o valor devido com todos,os acréscimos legais, inclusive a multa de mora. Depois disto, por meio de uma regra de três simples, em que o total devido corresponde a 100% e o valor pago corresponde ao percentual visado, apurase o Percentual de Fl. 732DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 733 5 quitação do débito. Multiplicandose o percentual assim obtido pelo valor original do débito, obtémse a parcela do valor original quitada com o pagamento em foco. Por último, excluindose a parcela assim encontrada do valor original do débito, encontraSe a parte que restou em aberto. Todo este procedimento recebe o nome de imputação de pagamentos ou método de amortização proporcional de débitos e se fundamenta no art. 163, c/c art. 167, do CTN. (...) Portanto, agiu acertadamente a fiscalização, ao efetuar a imputação proporcional dos recolhimentos espontâneos da contribuinte, realizados sem a multa de mora, aos valores devidos na data de cada pagamento, exigindo no auto de infração as diferenças não pagas. Se o lançamento, nos moldes em que foi efetuado, é perfeitamente legal e não se questiona a exatidão dos valores exigidos, há de ser rejeitada a preliminar de nulidade do lançamento dessas quantias, em face da existência de denúncia espontânea. (...) Não se contesta, nos autos, a ocorrência da infração imputada pelo Fisco. Entende a autuada que não cabe o agravamento da multa porque os débitos foram confessados antes do procedimento de oficio, quando efetuou' os pagamentos espontâneos. De fato, se a contribuinte denunciou espontaneamente a infração mediante o recolhimento do que entendia ser devido (principal e juros de mora), não se pode qualificar a multa de oficio, porque a confissão da infração aliada ao pagamento do tributo ilide a aplicação deste tipo de penalidade, a teor do disposto no art. 138 do CTN. No entanto, a denúncia espontânea afasta a ,incidência da multa de oficio mas não a da multa de mora. Sendo assim, os pagamentos efetuados pela empresa não foram suficientes para quitar os respectivos débitos, restando em aberto as parcelas resultantes da imputação realizada pela fiscalização. Sobre estas parcelas em aberto, se quitadas espontaneamente e antes do inicio do procedimento fiscal, incidiria a multa de mora. Como este pagamento não foi efetuado, cabível o lançamento de oficio para exigir tais parcelas. E neste tipo de lançamento, a multa a ser aplicada é de 75%, se a infração decorrer de simples inadimplência, e de 150% nos casos em que a falta de pagamento decorrer de qualquer das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei nº. 4.502/64. Portanto, no caso em que as parcelas exigidas decorrem da imputação de pagamentos, que se caracteriza com simples inadimplência, deve a multa lançada ser reduzida para 75%. Fl. 733DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 734 6 As demais parcelas, não confessadas espontaneamente pela empresa, devem ser exigidas com a multa qualificada de 150%, uma vez que decorrem da utilização do artifício conhecido como notas calçadas, ou seja, a declaração de valores diferentes nas diversas vias de cada nota fiscal de venda. As parcelas sobre as quais mantémse a multa qualificada estão discriminadas no quadro abaixo: (...) MINHAS CONSIDERAÇÕES: Quanto à espontaneidade dos pagamentos, assim dispõe o artigo 138 do Código Tributário Nacional: “Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração” A jurisprudência de nossos tribunais já assentou em reiteradas oportunidades que o Código Tributário Nacional não distingue entre multa moratória e multa punitiva, de modo que na denúncia espontânea nenhuma delas pode ser exigida da contribuinte, mas apenas correção monetária e juros de mora. Neste sentido, o próprio Supremo Tribunal Federal, quando do julgamento do RE n° 106.068SP (relator, o Ministro Rafael Mayer), assim decidiu: “ISS. INFRAÇÃO. MORADENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA MORATÓRIA . EXONERAÇÃO . ART. 138 DO CTN. O contribuinte do ISS, que denuncia espontaneamente, ao Fisco, o seu débito em atraso, recolhendo o montante devido, com juros de mora e correção monetária, está exonerado da multa moratória, nos termos do art. 138 do CTN. Recurso extraordinário não conhecido” – (RTJ 115/453). Também o STJ, em reiterados julgados, manteve este entendimento, como se verifica exemplificativamente através do teor da ementa do acórdão proferido nos autos do RESP n° 16.672SP, cujo relator foi o Ministro Ari Pargendler: “TRIBUTÁRIO – ICM – DENÚNCIA ESPONTÂNEA – INEXIGIBILIDADE DA MULTA DE MORA. O Código Tributário Nacional não distingue entre multa punitiva e multa simplesmente moratória, no respectivo sistema, a multa moratória constitui penalidade resultante de infração legal, sendo inexigível no caso de denúncia espontânea, por força do Fl. 734DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 735 7 art. 138 Recurso especial conhecido e provido.” Acórdão RESP 169877/SP (98/00239561) DJ 24.08.98 – PG 064 Em face da jurisprudência de nossos Tribunais, foi editada a Súmula nº 360 ,do Superior Tribunal de Justiça, publicada em 08/09/2008, assim enunciada: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. Vale dizer que apenas (pagamento) após a informação em declaração (DCTF) não mais se aplica a espontaneidade do art. 138 do CTN. O Superior Tribunal de Justiça já se posicionou, em sede de procedimento repetitivo, conforme art. 543C do CPC, no sentido do descabimento da exigência da multa nos casos de denúncia espontânea (Resp nº 1.149.022SP – DJE 09/06/10). No caso dos autos, extraise as seguintes informações: fl. 36 D – relação de pagamentos efetuados em 27/06/2005 reconhecidos pela DRF em Joaçaba; fls 97 a 130 D – DARF – pagamentos efetuados sem a multa, mas com juros de mora; início da fiscalização: 03/11/2005 (fl. 32D); DCTF retificadoras: ver fl. 84 D e seguintes. Foram juntadas pela fiscalização, sem a data da transmissão. Pelos fatos constantes no processo, (*) supostamente comprovam o requisito da espontaneidade, quais sejam, ser anterior ao início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração e não declarado por ocasião do seu recolhimento. (*) No entanto, a conferência da documentação deve ficar a encargo final da própria Delegacia da Receita Federal, principalmente no que diz respeito às DCTFs. CONCLUSÃO: Pelo exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso especial interposto pela contribuinte, de forma a permitir a exclusão da multa de ofício apenas sobre os pagamentos ocorridos antes da prática de qualquer ato de fiscalização por parte da Receita Federal do Brasil, e que tenham sido declarados ou não (DCTF) somente após o pagamento. Maria Teresa Martínez López Fl. 735DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13982.000875/200560 Acórdão n.º 9303003.365 CSRFT3 Fl. 736 8 Fl. 736DF CARF MF Impresso em 29/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 18/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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Numero do processo: 10980.007223/98-51
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/07/1988 a 31/08/1994
PIS/PASEP. DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR A RESTITUIÇÃO.
PIS-RESTITUIÇÃO-543-C do CPC
Recolhimentos indevidos e pleito de restituição efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação compreende o período de dez anos.
No caso vertente, o pedido de restituição foi formulado em 5.6.98 relativo ao PIS dos períodos de apuração de 07/1988 a 08/1994. O que, aplicando-se o decidido pelo Tribunal Superior no RE 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, tem-se que não estariam alcançados pela decadência os valores cujos fatos geradores ocorreram posteriormente a 5.6.88.
Recurso Especial do Procurador negado
Numero da decisão: 9303-003.454
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Tatiana Midori Migiyama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR A RESTITUIÇÃO. PISRESTITUIÇÃO543C do CPC Recolhimentos indevidos e pleito de restituição efetuados antes da entrada em vigor da LC 118/05 (09.06.2005), o prazo prescricional para o contribuinte pleitear a restituição do indébito, nos casos dos tributos sujeitos a lançamento por homologação compreende o período de dez anos. No caso vertente, o pedido de restituição foi formulado em 5.6.98 relativo ao PIS dos períodos de apuração de 07/1988 a 08/1994. O que, aplicandose o decidido pelo Tribunal Superior no RE 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, temse que não estariam alcançados pela decadência os valores cujos fatos geradores ocorreram posteriormente a 5.6.88. Recurso Especial do Procurador negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso especial. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 72 23 /9 8- 51 Fl. 295DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 2 Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Tatiana Midori Migiyama Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de Recursos Especial apresentado pela Fazenda Nacional contra Acórdão nº 20178.523, do 2º Conselho de Contribuintes que, por maioria de de votos, deu provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, conforme decisão proferida com a seguinte ementa: "PIS/PASEP. DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR A RESTITUIÇÃO. O direito de pleitear a restituição do PIS/Pasep recolhido com base nos DecretosLeis nºs 2.445/88 e 2.449/88 tem como termo a quo a data da publicação da Resolução n 249 do Senado Federal, ocorrida em 09/10/95. Precedentes. Recurso provido." O Colegiado, em síntese, depreendendose da leitura do voto constante do acórdão recorrido, acordou que o prazo decadencial para repetir ou compensar o PIS recolhido com base nos malsinados decretosleis iniciouse com a publicação da Resolução do Senado acima mencionada e que o prazo para a interposição dos pedidos de restituição/compensação deveriam obedecer o lapso de 05 (cinco) anos a contar de tal evento. Como a referida resolução foi publicada em 09 de outubro de 1995, os processos protocolados até tal data, cinco anos depois, estão dentro do prazo. Insatisfeita, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial, requerendo a reforma do acórdão recorrido, no sentido de se restabelecer o prazo de cinco anos de restituição e/ou compensação para o PIS a partir de recolhimento, consagrado pela primeira instância administrativa. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10980.007223/9851 Acórdão n.º 9303003.454 CSRFT3 Fl. 565 3 O apelo da Fazenda Nacional foi admitido em sua integralidade nos termos do Despacho de fls. 260/261 apreciado pelo Presidente da Primeira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes em exercício à época. O sujeito passivo tomou conhecimento do Recurso Especial apresentado pela Fazenda Nacional, apresentando Contrarrazões às fls. 266 a 273, requerendo que seja negado provimento ao Recurso Especial. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama. Depreendendose da análise dos autos, o Recurso é tempestivo e deve ser admitido. O que concordo integralmente com a análise feita em Despacho de fls. 260/261, eis que se trata de decisão não unânime e restou demonstrada a contrariedade à lei. Vêse, então, que única questão a ser considerada no presente processo é a da decadência do direito de se pleitear a restituição/compensação do PIS relativo aos recolhimentos efetuados sob a égide dos DecretosLeis nºs 2.445/88 e 2.449/88, cuja suspensão da eficácia foi declarada por resolução do Senado Federal. Para melhor elucidar, importante transcrever o relatório constante do acórdão recorrido (Grifos Meus): "A contribuinte em epígrafe pleiteou a restituição/compensação do PIS relativo aos valores recolhidos indevidamente em face da inconstitucionalidade declarada dos DecretosLeis nas 2.445/88 e 2.449/88. O pedido foi deferido parcialmente para reconhecer o direito creditório, salvo em relação aos recolhimentos anteriores a maio de 1993, alcançados pela decadência. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 4 Relativamente aos valores concedidos, houve cálculo com base nos débitos devidos pela sistemática do PIS/Repique e os recolhidos com base na receita operacional. A contribuinte recorreu para a DRF em Curitiba PR pedindo a integralidade do período relativo ao direito pretendido, bem como repeliu os cálculos efetuados, que lhe negaram o direito em valores versados em períodos não decaídos. A decisão manteve o entendimento da Delegacia da Receita Federal em Curitiba PR exarado no despacho decisório objeto da manifestação de inconformidade, mencionando não ter havido a recusa da compensação relativa aos exercícios de 1993 e 1994. A contribuinte interpõe, então, o presente recurso voluntário; onde resume a sua inconformidade somente quanto à decadência atacada. É o relatório." Não obstante, no que tange à discussão acerca do termo inicial a ser considerado para a contagem do prazo prescricional/decadencial, importante trazer que, com a alteração promovida pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, que introduziu o art. 62A ao Regimento Interno do CARF, determinando que as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF (dispositivo atual – art. 62, § 2º, Anexo I, do RICARF/15 – Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015)), essa questão não mais comportaria debates. Vêse que tal matéria foi objeto de decisão do STJ em sede de recursos repetitivos, na apreciação do REsp nº 1110578/SP, de relatoria do Ministro Luiz Fux (data do julgamento 12/05/2010). O que peço licença para transcrever a ementa (Grifos meus): “Ementa: TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. TRIBUTO DECLARADO INCONSTITUCIONAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. TERMO INICIAL. PAGAMENTO INDEVIDO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO DE OFÍCIO Fl. 298DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10980.007223/9851 Acórdão n.º 9303003.454 CSRFT3 Fl. 566 5 1. O prazo de prescrição quinquenal para pleitear a repetição tributária, nos tributos sujeitos ao lançamento de ofício, é contado da data em que se considera extinto o crédito tributário, qual seja, a data do efetivo pagamento do tributo, a teor do disposto no artigo 168, inciso I, c.c artigo 156, inciso I, do CTN. (Precedentes: REsp 947.233/RJ, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 10/08/2009 AgRg no REsp 759.776/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 17/03/2009, DJe 20/04/2009; REsp 857.464/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 17/02/2009, DJe 02/03/2009; AgRg no REsp 1072339/SP, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 03/02/2009, DJe 17/02/2009; AgRg no REsp. 404.073/SP, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, DJU 31.05.07; AgRg no REsp. 732.726/RJ, Rel. Min. FRANCISCO FALCÃO, Primeira Turma, DJU 21.11.05) 2. A declaração de inconstitucionalidade da lei instituidora do tributo em controle concentrado, pelo STF, ou a Resolução do Senado (declaração de inconstitucionalidade em controle difuso) é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional tanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, quanto em relação aos tributos sujeitos ao lançamento de ofício. (Precedentes: EREsp 435835/SC, Rel. Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Rel. p/ Acórdão Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/03/2004, DJ 04/06/2007; AgRg no Ag 803.662/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 27/02/2007, DJ 19/12/2007) 3. In casu, os autores, ora recorrentes, ajuizaram ação em 04/04/2000, pleiteando a repetição de tributo indevidamente recolhido referente aos exercícios de 1990 a 1994, ressoando inequívoca a ocorrência da prescrição, porquanto transcorrido o lapso temporal quinquenal entre a data do efetivo pagamento do tributo e a da propositura da ação. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 6 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C do CPC e da Resolução STJ 08/2008". (Resp nº 1110578/SP, Rel. Min. Luiz Fux, data do julgamento 12052010, DJe de 21/05/2010; RT vol. 900 p. 204) (Negritos acrescentados)” Portanto, quanto ao termo inicial para a contagem do prazo prescricional/decadência, notase que assiste razão à Fazenda Nacional, vez que não se deve considerar como termo a quo a data de 10.10.95 – data da publicação da Resolução do Senado n° 49/95. Não obstante ao termo inicial, vêse que há outra questão sob lide, qual seja, o prazo para se pleitear a repetição de indébito – que, por sua vez, também tratou da definição do termo a quo para a aplicação do prazo decadencial – na discussão acerca do prazo de 5 anos ou 10 anos Nesse ponto, a matéria também foi decidida pelo STJ sob procedimento de recursos repetitivos, no julgamento do Recurso Especial n°1.002.932 SP, ao apreciar o texto trazido pela Lei Complementar n° 118/05. Após apreciação da matéria, o STJ firmou o entendimento de que, relativamente aos pagamentos indevidos efetuados anteriormente à Lei Complementar n° 118/05, o prazo prescricional para a restituição do indébito permaneceria regido pela tese dos “cinco mais cinco”, isto é, pelo prazo de dez anos, limitado, porém, a cinco anos contados a partir da vigência daquela lei. O Supremo Tribunal Federal, por conseguinte, enfrentando o tema, decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário 566.621RS (04/08/2011), ser aplicável o novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Ou seja, para os pedidos de repetição de indébito apresentados anteriormente a 9 de junho de 2005, poderseia considerar o prazo prescricional/decadencial de 10 anos. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 10980.007223/9851 Acórdão n.º 9303003.454 CSRFT3 Fl. 567 7 Para melhor compreensão, transcrevo a ementa do referido acórdão: “PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621 Rio GRANDE DO Sul. RELATORA: MIN. ELLEN GRACIE DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE '9 DE JUNHO DE 2005. O que resta reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. No caso vertente, temse que, em 5.6.98, o sujeito passivo protocolou pedido de restituição de PIS relativo ao período compreendido entre julho de 1988 a agosto de 1994. Em respeito ao o decidido pelo STF, no RE nº 566.621, e pelo STJ, no REsp nº 1.002.932, segundo o que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de 10 (dez) anos, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar nº 118, de fevereiro de 2005, ocorrida em 09/06/2005; ou seja, de 5 (cinco) anos para homologar (artigo 150, § 4° do CTN) mais 5 (cinco) anos, a partir dessa homologação, para pleitear restituição (artigo 168, inc. I, do CTN), inevitável afastar a decadência. Eis que o pedido de restituição foi formulado em 5.6.98 relativo ao PIS dos períodos de apuração de julho/1988 a agosto/1994. O que, aplicandose o decidido pelo Tribunal Superior no RE 566.621/RS, em repercussão geral reconhecida no RE nº 561.9087/RS, temse que Fl. 301DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 8 não estariam alcançados pela decadência os valores cujos fatos geradores ocorreram posteriomente a 5.6.88. Dessa forma, admito o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, negandolhe provimento. Tatiana Midori Migiyama Relatora Fl. 302DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO
score : 1.0
Numero do processo: 10380.006014/2004-03
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jan 26 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Feb 22 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004
Embargos Inominados. Inexatidões Materiais. Inocorrência.
A inexistência do vício (erro material) apontado pela embargante, implica em improvimento dos embargos por ela manejados.
Embargos Negados
Numero da decisão: 9303-003.409
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos inominados apresentados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza - CE.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente.
Henrique Pinheiro Torres Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto.
Nome do relator: HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Recorrente Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza CE Interessado Nufarm Indústria Química e Farmacêutica S.A. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004 Embargos Inominados. Inexatidões Materiais. Inocorrência. A inexistência do vício (erro material) apontado pela embargante, implica em improvimento dos embargos por ela manejados. Embargos Negados Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, por unanimidade de votos, em negar provimento aos embargos inominados apresentados pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fortaleza CE. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente. Henrique Pinheiro Torres – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto. Relatório Tratase de processo devolvido pela DRF Fortaleza, mediante Informação Fiscal e despacho de fls.436 e 437, em que aponta empecilho na intelecção da decisão, a impedir a perfeita execução do Acórdão 9303002.182. A referida decisão foi assim ementada: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 00 60 14 /2 00 4- 03 Fl. 440DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES 2 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/03/1999 a 31/03/2004 Base de Cálculo. Alargamento. Aplicação de Decisão Inequívoca do STF. Possibilidade. Nos termos regimentais, podese afastar aplicação de dispositivo de lei que tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária do Supremo Tribunal Federal. Afastado o disposto no § 1° do art. 3° da Lei n° 9.718/98 por sentença proferida pelo plenário do Supremo Tribunal Federal, com trânsito em julgado, a base de cálculo da contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, até a vigência da Lei 10.833/2003, voltou a ser o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e de mercadorias e de serviços. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte. Esta turma julgadora deu provimento parcial ao recurso especial para determinar a exclusão da base de cálculo da COFINS dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente a recuperações de despesas, relativo a períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e incluir para os períodos iniciados a partir desse mês, inclusive. Segundo o entendimento da unidade preparadora, para determinar as parcelas a serem excluídas das bases de cálculo mensais da COFINS, seria necessário o esclarecimento da dúvida levantada pelo SECAT da DRF Fortaleza, constante da Informação Fiscal de fls. 405 e 406. A dúvida residiria no fato de que a decisão de primeira instância determinou a dedução de indenização de seguro por reparação, até os montantes dos bens sinistrados, conforme registrado no ativo, deduzidos os valores de depreciação. Entretanto, os valores que foram incluídos na base de cálculo seriam sinistros de mercadorias e não de bens do ativo permanente, sujeitos depreciação. O processo retornou ao Conselho, por conta do Recurso Especial, mas a dúvida levantada pelo SECAT não teria sido esclarecida. A unidade preparadora questiona também o fato de a decisão ter tratado a decadência com base em dispositivo tachado pelo STF como inconstitucional. No despacho de admissibilidade dos Embargos de Declaração, o i. Senhor Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais acolheu parcialmente a manifestação da DRFFORCE como embargos inominados, provocando a 3ª Turma da CSRF a se pronunciar sobre a exclusão da base de cálculo de COFINS dos valores correspondentes à recuperação de despesas, referente a sinistros de mercadorias, de forma a permitir a perfeita execução do decidido pelo acórdão ora embargado (despacho às fls.438 a 439). Por outro lado, não foi admitido como embargos o óbice levantado pela autoridade preparadora quanto ao decidido a respeito da decadência, por não se tratar de qualquer vício ensejador de embargos. É o relatório. Voto Fl. 441DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES Processo nº 10380.006014/200403 Acórdão n.º 9303003.409 CSRFT3 Fl. 441 3 Conselheiro HENRIQUE PINHEIRO TORRES Conheço parcialmente dos embargos interpostos recepcionados como embargos inominados de que trata o art. 66 do RICARF/2015, na parte que trata sobre a exclusão da base de cálculo de COFINS dos valores correspondentes à recuperação de despesas, referente a sinistros de mercadorias. O Acórdão n° 9303002.182, de 5 de fevereiro de 2013, deu provimento parcial ao recurso especial para determinar a exclusão da base de cálculo da COFINS, dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente a recuperações de despesas, relativo a períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e incluir para os períodos iniciados a partir desse mês, inclusive. Transcrevo trecho do voto condutor do Acórdão, de minha lavra, na parte em que delimito a lide e fundamento meu voto: A questão posta em debate cingese a decidir se os valores relativos à denominada recuperação de despesas devem ser excluídos da base de cálculo da COFINS, como defende o Sujeito Passivo em seu recurso especial ou se deve ser mantido, como postula a Fazenda Nacional em suas contrarrazões. [...] De todo o exposto, podese concluir que, anteriormente a 1º de fevereiro de 2004, data de vigência dos arts. 1º a 15 e 25 da Lei nº 10.833/2003, a base de cálculo da Cofins era o faturamento, assim entendido a receita bruta correspondente ao produto da venda de bens, serviços ou de bens e de serviços relacionados à atividade operacional da pessoa jurídica. Neste período as receitas correspondentes às recuperações de custos (de despesas), não integravam a base de cálculo da contribuição. A partir dessa data, por força do art. 1º desse diploma legal, as sociedades empresárias sujeitas à incidência nãocumulativa da Cofins estavam sujeitas ao pagamento da contribuição em comento sobre o total das receitas auferidas (receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica), independentemente de sua denominação ou classificação contábil. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso apresentado pelo sujeito passivo para determinar a exclusão da base de cálculo da COFINS, dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente às recuperações de despesas, relativo a períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e incluir para os períodos iniciados a partir desse mês, inclusive. A unidade preparadora alega que, para determinar as parcelas a serem excluídas das bases de cálculo mensais da COFINS, seria necessário o esclarecimento da dúvida levantada pelo SECAT da DRF Fortaleza, constante da Informação Fiscal de fls. 396 e 397: a dúvida residiria no fato de que a decisão de primeira instância teria determinado a dedução de indenização de seguro por reparação, até os montantes dos bens sinistrados, conforme registrado no ativo, deduzidos os valores de depreciação; entretanto, os valores que Fl. 442DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES 4 foram incluídos na base de cálculo seriam sinistros de mercadorias e não de bens do ativo permanente, sujeitos depreciação. Apreciando as alegações da DRF Fortaleza, entendo que a decisão não padece de omissão ou erro. O Acórdão 9303002.182 deu provimento parcial ao recurso especial apresentado pelo sujeito passivo, determinando a exclusão da base de cálculo da COFINS dos valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente às recuperações de despesas, na qual os valores relativos a sinistros de mercadorias estavam incluídos, para os períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, e a inclusão para os períodos iniciados a partir do referido mês, inclusive. Esta foi a decisão que deverá ser executada, e não o Acórdão 20311.769, da Terceira Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes, que foi reformado. Tanto a decisão embargada quanto aquela referida pela DRJ Fortaleza (Acórdão 20311.769, de 25 de janeiro de 2007), foi no sentido de se excluir da base de cálculo da COFINS os valores referentes às indenizações por ativos sinistrados, configurados como recuperação de despesas. A questão acerca da classificação contábil dos ativos sinistrados, se deveriam ser classificados no ativo circulante (o que foi o caso, por se tratarem de sinistros de mercadorias), ou classificados no ativo permanente, sujeitos à depreciação, não impede a perfeita execução do acórdão, nem tem o condão de viciar a decisão ora embargada. A decisão reformada (Acórdão 20311.769) tratou da questão das indenizações de seguro tanto para aqueles sinistros ocorridos com bens do ativo permanente quanto para sinistros ocorridos com bens do ativo circulante. Reproduzo trecho do voto condutor do referido julgado (fls.244 e 245): No tocante às indenizações de seguro, relativas a reparações de dano em virtude de sinistros ocorridos com bens do ativo permanente ou do ativo circulante, considero que estão excluídas da base de cálculo do PIS Faturamento e da COFINS, mesmo após a Lei n° 9.718/98. [...] Como as indenizações em tela se enquadram como reparat6rias, posto que recebidas em função de sinistro de bens registrados no ativo circulante ou no permanente, devem ser excluídas da base de cálculo da Contribuição. Tal exclusão fica limitada ao valor escriturado do bem reparado, no momento do sinistro. Assim, do valor total de aquisição devem ser deduzidas as depreciações já realizadas, de modo a limitar a exclusão da base de cálculo da Contribuição ao montante residual do bem sinistrado. A constatação de que o bem não estava sujeito à depreciação, por se tratar de bem do ativo circulante, não impede a exclusão determinada pelo Acórdão 9303002.182, nem impedia a exclusão determinada pelo Acórdão 20311.769 posteriormente reformado. O limite seria o valor escriturado do bem: o valor de aquisição, deduzidas as depreciações, caso existentes. Dessa forma, a unidade preparadora deverá executar o Acórdão 9303 002.182 excluindo da base de cálculo da COFINS aqueles valores correspondentes à conta 325 (outras receitas) referente às recuperações de despesas, na qual os valores relativos a sinistros Fl. 443DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES Processo nº 10380.006014/200403 Acórdão n.º 9303003.409 CSRFT3 Fl. 442 5 de mercadorias estão incluídos, para os períodos de apuração anteriores a fevereiro de 2004, observando o limite do valor escriturado do bem, ou seja, o seu valor de custo, com base nos registros contábeis da interessada e/ou notas fiscais de aquisição das mercadorias sinistradas. Com essas considerações, voto no sentido de negar provimento aos embargos inominados, mantendo integralmente a decisão recorrida. Henrique Pinheiro Torres Relator Fl. 444DF CARF MF Impresso em 22/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 12/02/ 2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 06/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO T ORRES
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Numero do processo: 13805.002531/97-56
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Feb 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/11/1991 a 31/03/1992
OMISSÃO, CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
Rejeitam-se os embargos de declaração quando não caracterizada a aduzida omissão e contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso.
Embargos conhecidos e rejeitados.
Numero da decisão: 9303-003.483
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora.
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente.
Tatiana Midori Migiyama Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/11/1991 a 31/03/1992 OMISSÃO, CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Rejeitam-se os embargos de declaração quando não caracterizada a aduzida omissão e contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso. Embargos conhecidos e rejeitados.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO - Presidente. Tatiana Midori Migiyama Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/1991 a 31/03/1992 OMISSÃO, CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Rejeitamse os embargos de declaração quando não caracterizada a aduzida omissão e contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso. Embargos conhecidos e rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento aos embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora. CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente. Tatiana Midori Migiyama – Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Henrique Pinheiro Torres, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Valcir Gassen, Rodrigo da Costa Pôssas, Vanessa Marini Cecconello, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 80 5. 00 25 31 /9 7- 56 Fl. 293DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 2 Relatório Tratase de embargos opostos pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 9303001.638 de fls. 266 a 268, por meio do qual, por unanimidade de votos, não se conheceu do recurso especial, por se tratar de matéria sumulada, conforme se verifica da sua ementa (Grifos meus): “ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/11/1991 a31/03/1992 RECURSO ESPECIAL. FINSOCIAL. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE N° 8. Questão referente ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o credito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei n° 8.212/91. Aplicação do disposto na Súmula Vinculante n° 08: "são inconstitucionais o parágrafo (mico do artigo 5° do DecretoLei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Recurso Especial do Procurador Não Conhecido” Para melhor compreensão dos pontos destacados pela embargante, trago a manifestação dada em Despacho de fls. 284 a 288 pelo ilustre Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, a qual, peço vênia, para transcrevêla (Grifos meus): “Em sessão de julgamento realizada em 3 de outubro de 2011, a 3ª Turma da CSRF julgou o recurso especial interposto pela FAZENDA NACIONAL, exarando o Acórdão nº 9303001.638, fls. 266 a 2681, em decisão assim ementada: 1 Todas as referências às folhas do processo dizem respeito à numeração atribuída digitalmente. ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Período de apuração: 01/11/1991 a31/03/1992 RECURSO ESPECIAL. FINSOCIAL. PRAZO DECADENCIAL. SÚMULA VINCULANTE N° 8. Questão referente ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda Nacional apurar e constituir o Fl. 294DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 293 3 credito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei n° 8.212/91. Aplicação do disposto na Súmula Vinculante n° 08: "são inconstitucionais o parágrafo (mico do artigo 5° do DecretoLei n° 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei n° 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário". Recurso Especial do Procurador Não Conhecido. A Fazenda Nacional volta aos autos, desta feita para interpor embargos de declaração, fls. 275 a 277, acusando a decisão de conter o vício de contradição entre a fundamentação e o dispositivo do voto, e de omissão ao não explicitar a regra que aplicou na contagem do prazo decadencial Conclui, requerendo o saneamento dos vícios apontados, conferindo efeitos infringentes ao recurso. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, repetidos pelo art. 65 do novel Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF n° 343, de 9 de junho de 2015 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma, e poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada, no prazo de 5 (cinco) dias contados da ciência do acórdão. Intimado da decisão embargada, em 06/02/2013 (cfe. Termo de Intimação, fl. 273, o recurso, interposto na mesma data (cfe. RM nº 10692, fl. 278), é francamente tempestivo. A propósito dos vícios apontados, recorro à doutrina de Moacyr Amaral dos Santos (1998, p. 146 a 148) para lembrar que se dá omissão quando o julgado não se pronuncia sobre ponto, ou questão, suscitado pelas partes, ou que os julgadores deveriam pronunciarse de ofício. Humberto Theodoro Junior (2004, p. 560), a seu turno, leciona que os Embargos de Declaração têm como pressuposto de admissibilidade a existência de obscuridade, contradição ou omissão na sentença produzida. E que, em Fl. 295DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 4 qualquer caso, a substância da sentença será mantida, uma vez que tais embargos não visam a reforma do acórdão ou da sentença. Admitese a hipótese de alguma alteração no conteúdo do julgado, sem, entretanto, ocasionar um novo julgamento da causa, haja vista não ser esta a função desse remédio recursal. A jurisprudência não destoa: A omissão e a contradição que autorizam a oposição de embargos de declaração têm conotação precisa: a primeira ocorre quando, devendo se pronunciar sobre determinado ponto, o julgado deixa de fazêlo, e a segunda, quando o acórdão manifesta incoerência interna, prejudicandolhe a racionalidade. Não constitui omissão o modo como, do ponto de vista da parte, o acórdão deveria ter decidido, nem contradição o que, no julgado, lhe contraria os interesses.” [Edcl em REsp 56.201BA, Rel. Min. Ari Pargendler, DJU de 09.09.96, p. 32346] A existência dos vícios de obscuridade, contradição ou omissão, pressupostos dos aclaratórios, deve ser cabalmente demonstrada pela parte quando avia esse remédio recursal, oportunizando ao próprio órgão julgador suprir deficiência no julgamento da causa, sob pena de ofensa ao dever da entrega da prestação jurisdicional a que todo o Juiz está obrigado diante da indeclinável função de dizer o direito. Detectado vício de intelecção no julgado deve a parte lançar mão do remédio apropriado, obtendo do órgão jurisdicional esclarecimento, "(...) tornando claro aquilo que nele é obscuro, certo aquilo que nele se ressente de dúvida, desfaça a contradição nele existente, supra ponto omisso (...)" (SANTOS, p. 151). Fl. 296DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 294 5 Manoel Antonio Teixeira Filho4 leciona que: 4 TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. A Sentença no Processo do Trabalho. 2ª ed. São Paulo: LTr, 1996. p. 427428. “ (...) enquanto a finalidade dos recursos típicos reside na modificação ("reforma") da sentença, do acórdão ou do despacho (agravo de instrumento), ou, até mesmo, em sua invalidação (em decorrência de nulidade não suprível), a dos embargos declaratórios, em princípio, não vai além da sanação de falhas da dicção jurisdicional, que se apresenta obscura, omissa, contraditória ou anfibológica. Insistamos: nos recursos, o que se visa é impugnar o raciocínio do magistrado, o seu convencimento jurídico, e, em consequência, o resultado do julgamento; em sede de embargos de declaração , entrementes, nada mais se pede ao juízo proferidor da sentença que aclare o que pretendeu dizer (obscuridade); que defina qual, dentre dois ou mais sentidos que a sua dicção comporta, aquele que reflete, enfim, a sua vontade (obscuridade); que diga por qual das proposições, entre si inconciliáveis, optou (contraditoriedade) ou complemente a entrega da prestação jurisdicional (omissão).” Com o norte desses ensinamentos, passo a examinar os vícios apontados: Contradição A embargante acusa a decisão recorrida de ser contraditória. Explica que o dispositivo do voto não conheceu do recurso, em se tratando de recurso contra decisão apoiada na Súmula Vinculante STF nº 8, quando, à época da interposição do recurso especial, em 08/05/2008, a referida súmula ainda não havia sido editada. Esclarece ainda que não se opõe à aplicação da Súmula, mas requer o conhecimento do recurso, posto que inexistia a restrição vislumbrada no decisão embargada. Ab initio, cumpre gizar que a contradição que “autoriza os embargos de declaração é aquela interna ao acórdão, verificada entre a fundamentação do julgado e a sua conclusão, e não aquela que possa existir, por exemplo, com a prova dos autos” (STJ, REsp 322056), nem “a que porventura exista entre a decisão e o ordenamento jurídico; menos ainda a que se manifeste entre o acórdão e a opinião da parte vencida” (STF, Emb Decl RHC 79785). Fl. 297DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 6 Assim, no caso, não vislumbro a contradição alegada pelo embargante, na medida em que, conforme consignado, o aludido vício de intelecção deve ser interno, aquilatável entre as proposições manifestadas pelo juízo naquele mesmo julgado. Ora, o dispositivo do voto é consistente com o fundamento, no sentido de que, em se tratando de matéria sumulada, não se deve conhecer do recurso. No entanto, se inexiste a tensão entre o dispositivo e o fundamento do voto, inquinada pela PGFN, detecto dois outros vícios na decisão recorrida. O primeiro é a obscuridade decorrente da adoção de falsa premissa, apontada pela Douta Representação Jurídica da Fazenda Nacional, ao lembrar que, à época da interposição do recurso, em 08/05/2008, a matéria ainda não estava sumulada, já que a referida Súmula só foi publicada no DJe nº 112 de 20/6/2008, p. 1. e no DOU de 20/6/2008, p. 1. O outro vício diz respeito ao § 3° do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, que só restringia o acesso à via recursal especial em se tratando da aplicação de súmulas de jurisprudência do Conselho de Contribuintes, da CSRF e do CARF, silenciando quanto às súmulas editadas pelo Poder Judiciário. A decisão embargada, no entanto, omitiuse em explicar porque estendeu essa restrição à matéria sumulada pelo STF. A decisão merece ser saneada desses vícios. Omissão A propósito da omissão pretextada, transcrevo o voto condutor da decisão embargada, para maior clareza: Voto Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda, Relator Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o presente recurso especial da Fazenda Nacional não merece ser conhecido. Com efeito, segundo já apontado no relatório, a matéria ora controvertida diz respeito, apenas, ao prazo decadencial ser de 5 (cinco) ou 10 (dez) anos para a Fazenda acional apurar e constituir o crédito tributário de PIS, notadamente em face do disposto no artigo 45 da Lei n° 8.212/91. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 295 7 Ocorre que o Egrégio Supremo Tribunal Federal já dirimiu definitivamente a controvérsia, inclusive através da edição da Súmula Vinculante n° 8. cujo teor é o seguinte: SÃO INCONSTITUCIONAIS O PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 5" DO DECRETOLEI N" 1.569/1977 E OS ARTIGOS 45 E 46 DA LEI N° 8.212/1991, QUE TRATAM DE PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DE CREDITO TRIBUTÁRIO. Por conseguinte, em face de todo o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional. Rodrigo Cardozo Miranda Não se pode falar que a decisão se omitiu em declinar qual regra empregou na decretação da decadência, em se tratando de recurso não conhecido. Nada obstante, caso se conheça do recurso especial no julgamento dos presentes embargos, a questão, eventualmente, poderá ser apreciada pela 3ª Turma da CSRF. Conclusão Com essas considerações, acolho parcialmente, os embargos de declaração interpostos pela PGFN. Nos termos do § 4º do art. 65 do RICARF, dêse ciência deste despacho ao Embargante. Em seguida, devolva se o processo à Secretaria da 3ª Turma da CSRF, para incluílo em lote de sorteio a um dos conselheiros da 3ª Turma. Assinado digitalmente CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais” É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama Depreendendose da análise dos autos do processo, ainda que tempestivos, impõese conhecer e rejeitar os embargos interpostos pela Fazenda Nacional contra acórdão CSRF Fl. 299DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 8 9303001.638, pois entendo, diferentemente da embargante, que não houve a contradição, tampouco a omissão alegada pela parte. Em relação à alegação de contradição, recordo que a Fazenda Nacional entende que a decisão recorrida é contraditória, pois o Colegiado da CSRF não havia conhecido o recurso especial, considerando que a matéria controvertida já havia sido aclarada pelo STF através da Súmula Vinculante STF nº 8. O que, não obstante à observância da referida súmula, haja vista que à época da interposição do recurso especial – 8.5.2008 a súmula ainda não havia sido editada, o recurso especial interposto pela Fazenda deveria ter sido conhecido. Nessa parte, da mesma forma considerada pelo ilustre Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, entendo que não houve a contradição alegada pela embargante, vez que o dispositivo do voto é consistente com o fundamento, no sentido de que, em se tratando de matéria sumulada, não se deve conhecer do recurso. Ademais, o julgamento da CSRF, que ocorreu em 3.11.2011, se deu posteriormente à edição da Súmula. Impossível, portanto, desconsiderála na apreciação da admissibilidade do Recurso Especial. E, quanto à alegação de omissão, vêse que não se pode falar que a decisão se omitiu em declinar qual regra empregou na decretação da decadência, em se tratando de recurso não conhecido. Não obstante à essas ponderações frente às alegações de omissão e contradição trazidas em embargos, vêse que o Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais em seu despacho de exame de admissibilidade, trouxe que há dois outros supostos vícios na decisão recorrida – quais sejam: · Obscuridade decorrente da adoção de falsa premissa, apontada pela Douta Representação Jurídica da Fazenda Nacional, ao lembrar que, à época da interposição do recurso, em 8.5.2008, a matéria ainda não estava sumulada, já que a referida Súmula só foi publicada no DJe nº 112 de 20/6/2008, p. 1. e no DOU de 20/6/2008, p. 1.; · Vício em relação ao disposto no art. 67, § 3º do art. 67 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, que só restringia o acesso à via recursal especial em se tratando da aplicação de súmulas de jurisprudência do Conselho de Contribuintes, da CSRF e do CARF, silenciando quanto às súmulas editadas pelo Poder Judiciário. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 296 9 A decisão embargada, no entanto, omitiuse em explicar porque estendeu essa restrição à matéria sumulada pelo STF. Em relação à esses dois pontos trazidos pelo Presidente da Câmara Superior, importante elucidar que, independentemente de o art. 67 da Portaria MF 256/09, vigente à época do julgamento, não ter previsto dispositivo esclarecendo que não será conhecido recurso especial de decisão de qualquer das turmas que contrariar que contrariar Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal importante trazer dispositivo da Portaria MF 343/2015, in verbis (Grifos meus): “Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. § 1º Não será conhecido o recurso que não demonstrar de forma objetiva qual a legislação que está sendo interpretada de forma divergente. [...] § 3º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso. [...] § 9º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. [...] § 12. Não servirá como paradigma o acórdão que, na data da análise da admissibilidade do recurso especial, contrariar: I Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; II decisão judicial transitada em julgado, nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC); e III Súmula ou Resolução do Pleno do CARF. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 10 [...]” Cabe ainda trazer à baila os arts. 7º, 8º e 9 º da Lei 11.417/06, vigentes à época, que alterou os dispositivos da Lei 9.784/99 que, por sua vez, regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal (Grifos meus): “Art. 7o Da decisão judicial ou do ato administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negarlhe vigência ou aplicálo indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios admissíveis de impugnação. § 1o Contra omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgotamento das vias administrativas. § 2o Ao julgar procedente a reclamação, o Supremo Tribunal Federal anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, determinando que outra seja proferida com ou sem aplicação da súmula, conforme o caso. Art. 8o O art. 56 da Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescido do seguinte § 3o: “Art. 56. ............................ ........................................ § 3o Se o recorrente alegar que a decisão administrativa contraria enunciado da súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” (NR Art. 9o A Lei no 9.784, de 29 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 64A e 64B: “Art. 64A. Se o recorrente alegar violação de enunciado da súmula vinculante, o órgão competente para decidir o recurso explicitará as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade da súmula, conforme o caso.” “Art. 64B. Acolhida pelo Supremo Tribunal Federal a reclamação fundada em violação de enunciado da súmula vinculante, darseá ciência à autoridade prolatora e ao órgão competente para o julgamento do recurso, que deverão adequar as futuras decisões administrativas em casos Fl. 302DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO Processo nº 13805.002531/9756 Acórdão n.º 9303003.483 CSRFT3 Fl. 297 11 semelhantes, sob pena de responsabilização pessoal nas esferas cível, administrativa e penal.” Nos termos dos dispositivos transcritos acima, ainda que não haja expressamente no RICARF/2013 que a referida previsão de não conhecimento do recurso especial na hipótese aventada, importante destacar que o julgador do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais não poderia deixar de observar as Súmulas Vinculantes publicadas pelo Supremo Tribunal Federal quando da apreciação da admissibilidade do Recurso Especial que, por sua vez, também é realizado pelo Colegiado, sob pena de nulidade do próprio acórdão e confronto a própria lei 9.784/99. Dessa forma, vêse que o relator, ainda que não tenha se pronunciado acerca da Portaria MF 256/09 para se manifestar pelo não conhecimento do recurso, o fez de forma correta ao expor o motivo que o direcionou para tal conclusão – qual seja, a edição da Súmula Vinculante nº 8. Sendo assim, considerando os dispositivos trazidos pela Lei 11.417/06 – que alterou a Lei 9.784/99, as Súmulas Vinculantes editadas pelo STF não podem ser desconsideradas nas análises feitas pelos julgadores administrativos em qualquer momento do processo administrativo (análise do exame de admissibilidade, bem como na apreciação da lide). Em vista do exposto, voto por conhecer e rejeitar os embargos opostos pela Fazenda Nacional, vez que o acórdão embargado não estava contaminado por vícios contradições e omissões tampouco obscuridade alegada posteriormente. É o meu voto. Tatiana Midori Migiyama Relatora Fl. 303DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO 12 Fl. 304DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/03/2016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2 016 por TATIANA MIDORI MIGIYAMA, Assinado digitalmente em 08/03/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARR ETO
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Numero do processo: 11065.001096/00-13
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Feb 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Sep 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000
CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. MATÉRIA-PRIMA. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. BENEFICIAMENTO POR TERCEIROS. CRÉDITOS ESCRITURAIS. PRECEDENTES DO STJ.
Podem ser incluídos, na apuração do crédito presumido do IPI, os serviços de industrialização por encomenda pagos pelo estabelecimento industrial que adquire insumos e os repassa a terceiros para beneficiá-los, por encomenda, para posteriormente empregá-los, como matéria-prima, produto intermediário ou material de embalagem, na industrialização dos produtos exportados.
Recurso Especial do Procurador Negado.
Numero da decisão: 9303-003.235
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencido o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que dava provimento.
assinado digitalmente
CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Presidente
assinado digitalmente
JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS - Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabíola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO CARDOZO MIRANDA
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. MATÉRIAPRIMA. INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. BENEFICIAMENTO POR TERCEIROS. CRÉDITOS ESCRITURAIS. PRECEDENTES DO STJ. Podem ser incluídos, na apuração do crédito presumido do IPI, os serviços de industrialização por encomenda pagos pelo estabelecimento industrial que adquire insumos e os repassa a terceiros para beneficiálos, por encomenda, para posteriormente empregálos, como matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, na industrialização dos produtos exportados. Recurso Especial do Procurador Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso especial. Vencido o Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que dava provimento. assinado digitalmente CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO – Presidente assinado digitalmente JÚLIO CÉSAR ALVES RAMOS Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Fabíola Cassiano Keramidas, Maria Teresa Martínez López e Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 00 10 96 /0 0- 13 Fl. 304DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11065.001096/0013 Acórdão n.º 9303003.235 CSRFT3 Fl. 305 2 Relatório Cuidase de recurso especial interposto pela FAZENDA NACIONAL (fls. 211 a 219) contra o v. acórdão proferido pela Colenda Quarta Câmara do Segundo Conselho de Contribuintes (fls. 200 a 206) que, por maioria de votos, I) não conheceu do recurso quanto à matéria preclusa, atualização com base na taxa SELIC; e II) deu provimento parcial ao recurso para reconhecer o direito ao ressarcimento relativo à industrialização por encomenda. A ementa do v. acórdão recorrido, que bem resume os seus fundamentos, é a seguinte: NORMAS PROCESSUAIS: PRECLUSÃO – Inadmissível a apreciação em grau de recurso, da pretensão do reclamante no que pertine à correção dos créditos a serem ressarcidos, com base na taxa Selic, visto que tal matéria não foi suscitada na manifestação de inconformidade apresentada à instância a quo. Recurso não conhecido. IPI. CRÉDITO PRESUMIDO INDUSTRIALIZAÇÃO POR ENCOMENDA. O benefício deve ser calculado incluindose os valores referentes à operação de beneficiamento do couro semi acabado na industrialização por encomenda. Recurso provido em parte. (grifos nossos) O recurso especial da Fazenda Nacional, em síntese, com base em violação ao artigo 1º da Lei nº 9.363/96, buscou o reconhecimento de que o “serviço” de industrialização por encomenda não pode ser incluído na base de cálculo do benefício fiscal por ausência de previsão legal. O recurso especial foi admitido através do r. despacho de fls. 224 a 225 apenas quanto à industrialização por encomenda. Contrarrazões do contribuinte às fls. 258 a 273. É o relatório. Voto Conselheiro Júlio César Alves Ramos Redator ad hoc Por intermédio do Despacho de fl. 303, nos termos do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015, incumbiume o Presidente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais da redação do acórdão por meio do qual o Colegiado negou provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional. Fl. 305DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11065.001096/0013 Acórdão n.º 9303003.235 CSRFT3 Fl. 306 3 Ressaltese que o relator original entregou à secretaria da Câmara Superior, a tempo e hora, o relatório, o voto e a ementa aqui reproduzidos. Contudo, em virtude de sua renúncia ao mandato, não foi possível concluir a formalização da citada decisão. Disse, com a precisão costumeira, o Conselheiro Rodrigo Cardozo Miranda: "Presentes os requisitos de admissibilidade, entendo que o recurso merece ser conhecido. Conforme se depreende dos autos, a questão a ser dirimida diz respeito à inclusão dos valores dos "serviços de industrialização por encomenda" no cálculo do crédito presumido previsto na Lei nº 9.363/96. No tocante à possibilidade de se incluir ou não na base de cálculo do crédito presumido do IPI os valores referentes à industrialização por encomenda, e ao se analisar o artigo 1º da Lei nº 9.363/96, identificase que a finalidade do incentivo à exportação é o ressarcimento das contribuições ao PIS e à COFINS incidentes sobre as aquisições no mercado interno de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem. Por sua vez, o artigo 2º desta mesma Lei identifica a base de cálculo do ressarcimento, determinando o cálculo do crédito presumido sobre as aquisições totais de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, aplicandose a essa base de cálculo o percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produto exportado. Em seguida, o parágrafo único do artigo 3º determina o uso dos conceitos de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem existente na legislação do IPI para determinação daquela base de cálculo. Efetivamente, a criação do incentivo teve por finalidade a desoneração tributária dos produtos nacionais exportados, proporcionando uma maior competitividade no âmbito internacional. O processo industrial pode ser todo executado em um só estabelecimento, mas certas etapas desse processo podem ser transferidas a terceiros. Isso gera a necessidade de se transferir a terceiros as etapas que não podem ser desenvolvidas pelo estabelecimento industrial ou comercial autor da encomenda, interpondose um industrializador, que exercerá atividademeio, adicionando valor ao produto industrializado e retornandoo ao autor da encomenda. Poderá ainda o estabelecimento autor da encomenda, por sua conta e ordem, remeter diretamente ao industrializador matériasprimas para serem industrializadas. Essa é a inteligência da industrialização por conta e ordem, operação tipificada no artigo 414 e seguintes do Decreto nº 7.212, de 15 de junho de 2012 – Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (RIPI). Fl. 306DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11065.001096/0013 Acórdão n.º 9303003.235 CSRFT3 Fl. 307 4 A remessa a terceiros de produtos industrializados semi elaborados ou matériasprimas pelo estabelecimento autor da encomenda são recebidos pelo industrializador que a eles adicionará valor. Poderá o industrializador adicionar valor através da incorporação de outras matériasprimas, produtos intermediários, embalagens e mãodeobra, retornandoo novamente semielaborado ou pronto para comercialização para o autor da encomenda. Tanto a Lei nº 9.363/96 quanto o RIPI não fixam definição fiscal para a expressão matériaprima. Segundo a versão eletrônica do Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa (http://houaiss.uol.com.br), o verbete matériaprima pode ser colhido nas seguintes acepções: (i) a substância principal que se utiliza no fabrico de alguma coisa; (ii) qualidade do que está em estado bruto, que precisa ser trabalhado, lapidado; base, fundamento. Ora, se é assim, o produto retornado do industrializador ao encomendante não pode sofrer interpretação restritiva que o ponha fora do campo de incidência do artigo 1º da Lei nº 9.430/96, uma vez que o produto retornado ao encomendante é, na essência, o produto semiindustrializado ou a matériaprima modificada. Sua essência pode terse preservado, retornando aprimorado para nova industrialização ou consumo. Desse modo, o produto semiindutrializado pelo autor da encomenda, remetido para o industrializador, quando retornado ao autor da encomenda, embora semielaborado, é matériaprima para o recebedor, uma vez que passará a nova etapa de industrialização. Nessa hipótese, a mãodeobra incorporada ao produto semi elaborado fará parte de seu custo de produção, percebendo o autor da encomenda o preço do produto semiindustrializado. Tenho que, juridicamente, o autor da encomenda paga preço pelo produto semielaborado, não paga a mãodeobra, que é custo de produção do industrializador. Se é assim, retornando matériaprima beneficiada ao estabelecimendo sob as vestes de produto semielaborado e pagando o autor da encomenda o preço desse produto, onde a mãodeobra é um custo de produção do industrializador, não faz sentido e não se molda ao arranjo do artigo 1º da Lei nº 9.363/96 segregar dele a mãodeobra, buscandose assim segregar do preço do produto semielaborado a parcela correspondente a mãodeobra. Mesmo a formação do preço da matériaprima em seu estado mais bruto pode ter sido influenciado pelo acréscimo de mãode obra (via de regra o é, pois não se tem notícia de matériaprima que chegue à indústria sem intervenção humana), nem por isso a legislação do IPI, ao permitir o crédito do imposto sobre matériaprima, determina seja ela expurgada do preço de venda, colhendo apenas a matéria em si, como se isso fosse possível. Vêse, assim, que o conceito fiscal de matériaprima da legislação do IPI convive harmonicamente com a mãodeobra Fl. 307DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11065.001096/0013 Acórdão n.º 9303003.235 CSRFT3 Fl. 308 5 que lhe foi acrescida, custo de produção para o vendedor e preço para o adquirente, estendendose tal conceito, portanto, à industrialização por encomenda. Resta assim permitida a inclusão na base de cálculo do crédito presumido do IPI a mãodeobra que participe do custo de produção na industrialização efetuada por terceiros (industrialização por encomenda), quando agregada à matéria prima, produto intermediário ou material de embalagem na fabricação de produtos posteriormente exportados pelo autor da encomenda. No tocante à industrialização por encomenda, por conseguinte, meu entendimento coincide com o do seguinte precedente: Processo nº 11065.001121/0069 ACÓRDÃO 202 17563, de 05/12/2006 Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/01/2000 a 31/03/2000 RESSARCIMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI RELATIVO AO PIS/COFINS. INDUSTRIALIZAÇÃO POR TERCEIROS. A industrialização efetuada por terceiros, visando aperfeiçoar, para o uso ao qual se destina, matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem utilizados nos produtos exportados pelo encomendante, agregase ao seu custo de aquisição para o efeito de gozo e fruição do crédito presumido do IPI relativo ao PIS e à Cofins, previsto na Lei nº 9.363/96. PRECLUSÃO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. Incabível a apreciação na fase recursal de matéria não questionada na fase impugnatória. Recurso provido em parte. D.O.U. de 16/12/2008, Seção 1, pág. 42 Esse entendimento, a propósito, também já foi acolhido pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, sendo de se destacar o seguinte precedente, lastreado na jurisprudência consolidada de ambas as Turmas de Direito Público daquele Egrégio Tribunal: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. MATÉRIAPRIMA. BENEFICIAMENTO POR TERCEIROS. CRÉDITOS ESCRITURAIS. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª SEÇÃO, NO RESP 1.035.847/RS, DJE 03.08.2009, SOB O REGIME DO ART. 543C DO CPC. ESPECIAL EFICÁCIA VINCULATIVA DESSE PRECEDENTE (CPC, ART. 543C, § 7º), QUE IMPÕE SUA ADOÇÃO EM CASOS ANÁLOGOS. HONORÁRIOS Fl. 308DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 11065.001096/0013 Acórdão n.º 9303003.235 CSRFT3 Fl. 309 6 ADVOCATÍCIOS. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA. IMPOSSIBILIDADE. 1. Em recurso especial, não se conhece de matéria não prequestionada. 2. Faz jus ao crédito presumido do IPI o estabelecimento comercial que adquire insumos e os repassa a terceiros para beneficiálos, por encomenda, para posteriormente exportar os produtos. Precedentes. 3. É devida a correção monetária de créditos escriturais quando o seu aproveitamento, pelo contribuinte, sofre demora em virtude de resistência oposta por ilegítimo ato administrativo ou normativo do Fisco. Precedentes. 4. A Primeira Seção, ao julgar o REsp 1.035.847/PR, Min. Luiz Fux, DJe 03/08/2009, sob o regime do art. 543C do CPC, reafirmou o entendimento, que já adotara em outros precedentes sobre o mesmo tema, no sentido de que ocorrendo oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, postergando o exercício do direito de crédito, exsurge legítima a necessidade de atualização monetária. 5. Não é cabível, em recurso especial, examinar a justiça do valor fixado a título de honorários, já que o exame das circunstâncias previstas nas alíneas do § 3º do art. 20 do CPC impõe, necessariamente, incursão à seara fático probatória dos autos, atraindo a incidência da Súmula 7/STJ e, por analogia, da Súmula 389/STF. 6. Recurso especial parcialmente conhecido e, nesta parte, desprovido. (REsp 752888/RS, Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em 15/09/2009, DJe 25/09/2009) (grifos e destaques nossos) Com base nesses fundamentos o relator original negou provimento ao recurso especial da Fazenda Nacional, sendo acompanhado pela maioria do Colegiado. E é esse o acórdão que me coube redigir. assinado digitalmente Júlio César Alves Ramos redator ad hoc Fl. 309DF CARF MF Impresso em 29/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/09/2015 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por JULIO CESAR ALVES RAMOS, Assinado digitalmente em 28/09/2015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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