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Numero do processo: 10120.900443/2008-55
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 30 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 24/04/2008
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO.
As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO.
Numero da decisão: 3101-001.313
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
HENRIQUE PINHEIRO TORRES
Presidente
VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
Relatora
Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira.
Nome do relator: VALDETE APARECIDA MARINHEIRO
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EXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Leonardo Mussi da Silva, Luiz Roberto Domingo e José Luiz Feistauer de Oliveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 04 43 /2 00 8- 55 Fl. 159DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 3 2 Relatório Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 46 e 47 dos autos emanados da decisão DRJ/BSB, por meio do voto da relatora Andreia Lucia Machado Mourao, nos seguintes termos: “Tratam os autos da Declaração de Compensação (DCOMP) de nº 05910. 12988.141103.1.3.041992 (fls. 01/05), transmitida eletronicamente em 14/11/2003, com base no aproveitamento de créditos relativos à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins. A contribuinte declarou no PER/DCOMP a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior referente à Cofins que teria sido apurado no mês de fevereiro de 2003. Em 24/04/2008 foi emitido eletronicamente o Despacho Decisório (fl. 8), cuja decisão não homologou a compensação declarada, por não ter sido confirmada a existência do crédito informado, pois o DARF descriminado no referido instrumento não foi localizado nos sistemas da RFB. O valor atualizado do principal correspondente aos débitos informados, cuja compensação não foi homologada, totalizou R$ 371.712,88, conforme demonstrado no quadro a seguir: Detalhamento da Compensação e Valores Devedores VALOR UTILIZADO DO CRÉDITO NA DATA DA VALORAÇÃO VALOR DECLARADO NA DCOMP SALDO DEVEDOR APURADO PARA COMPENSAÇÃO (A) PRINC. MULTA JUROS VALOR AMORTIZADO DO DÉBITO (B) SALDO DEVEDOR (C = A B) 371.712,88 371.712,88 0,00 0,00 0,00 0,00 371.712,88 Cientificado, via postal, dessa decisão em 09/05/2008, bem como da cobrança dos débitos compensados na Dcomp, o sujeito passivo apresentou em 09/06/2008, manifestação de inconformidade às fls. 12/14, acrescida de documentação anexa. Para tentar reverter à decisão proferida no Despacho Decisório, a interessada relata a ocorrência de erro no preenchimento do PER/DCOMP, quanto às informações contidas no DARF que teria gerado o crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, conforme relação a seguir: a) informou erroneamente a data de arrecadação como 14/11/2003, ao passo que a data correta seria 15/04/2003; b) informou erroneamente o período de apuração como sendo fevereiro/2003, quando, na verdade, o período correto seria março/2003; c) informou erroneamente a data do vencimento como 14/03/2003, ao passo que a data correta seria 15/04/2003; Fl. 160DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 4 3 Apresenta cópia do DARF (Comprovante de Arrecadação) no valor de R$ 553.390,00 para comprovar as alegações feitas (fl. 34). Ao final requer que seja julgada procedente a presente Manifestação de Inconformidade, com a consequente reforma do despacho decisório em tela, a fim de que seja homologada a declaração de compensação objeto dos presentes autos. Face à ausência de elementos suficientes, nos autos, que possibilitassem a formação de convicção do julgador, os autos foram baixados em diligência (fls. 40/41), a fim de responder aos seguintes quesitos: a) verificar a existência de crédito indevido ou a maior referente ao comprovante de pagamento acostado à fl. 34 (pagamento de contribuição para a Cofins, código 2172, efetuado em 15/04/2003); b) caso haja disponibilidade, fazer a alocação do referido crédito ao débito informado no presente processo, conforme solicitado pela contribuinte; c) refazer os cálculos, elaborando novo demonstrativo de compensação. Ressaltese que, para fins de cálculos, cada débito deverá estar acrescido de juros e multa de mora, quando cabíveis; d) retornar os autos para essa DRJ para fins de dar prosseguimento ao julgamento. Conforme Relatório juntado à fl. 44, a Fiscalização respondeu aos quesitos acima listados, afirmando que conforme pesquisa realizada (fls. 42/43), o pagamento de fl. 34 encontrase indisponível nos sistemas da RFB.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 0333.944 de fls. 45 traz a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 24/04/2008 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DISPONIBILIDADE DE CRÉDITO. As provas apresentadas não comprovaram a existência de crédito disponível para efetuar a compensação dos débitos confessados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF , em (fls. 55 a 61) onde resumidamente, faz as seguintes alegações: I – Tempestividade de seu Recurso Voluntário; Fl. 161DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 5 4 II – Do Acórdão ora recorrido; III – Dos Equivocos Cometidos Pela Companhia no Preenchimento do PER/DCOMP; a) afirmando que “não obstante os equívocos cometidos, para que se prevaleça a verdade material no processo administrativo, a Companhia argumenta, ao amparo da melhor jurisprudência, que erros de preenchimento não são óbice ao reconhecimento do direito creditório diante da comprovação do pagamento efetuado, a exemplo das decisões transcritas. IV – Comprovação do Crédito Por Meio do Comprovante de Arrecadação Extraído Dos Sistemas da Receita Federal do Brasil Por Meio do ECAC; a) Entendendo que o comprovante de Arrecadação de fls 34 atesta o pagamento efetuado pela Companhia, inclusive na forma correta, ou seja, aquela regulamentada pelo Ato Declaratório Executivo Conjunto Cotec/Corat nº 2, de 07/11/2006, como documento hábil e idôneo para a comprovação de que tal pagamento existe nos sistemas de controle da Receita Federal do Brasil porque não há como ser emitido Comprovante de Arrecadação para pagamento que não conste dos sistemas da Receita Federal do Brasil; V – Validade Jurídica do Comprovante De Arrecadação Emitido Por Meio Do ECAC; a) Da MP 2.2002/2001; b) Da InfraEstrutura de Chaves Públicas Brasileiras – IN nº 580 de 12/12/2005, restando fundamentado, no seu entendimento a b.1) autenticidade dos emissores e destinatários; b.2) segurança quanto à privacidade e inviolabilidade; b.3) integridade e b.4) validade jurídica. VI – Insuficiência Da Verificação Da Disponibilidade Do Pagamento Por Parte Da DRF Em Goiânia; Aqui a Recorrente requer que seja ampliada a pesquisa efetuada pelo órgão da DRF em Goiânia porque a pesquisa efetuada às fls.42 e 43 do presente processo foi insuficiente para identificar o pagamento efetuado pela Companhia, pelo fato de que não foi considerado a totalidade das informações pertinentes para a alocação do pagamento efetuado pela mesma ao débito declarado no PER/DCOMP, protestando por uma pesquisa mais extensa, utilizando parâmetros adicionais, em especial aqueles em relação as quais a Recorrente não se equivocou ao preencher o PER/DCOMP. VII – Pedido A Recorrente espera ter demonstrado que os equívocos cometidos no preenchimento do PER/DCOMP nº 05910.12988.141103.1.3.041992, não obstam o reconhecimento do seu direito creditório por ter a existência do pagamento que originou o Fl. 162DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 6 5 crédito compensado por meio do referido PER/DCOMP restado devidamente confirmada por meio do Comprovante de Arrecadação. Assim, requer seja julgado procedente o presente recurso voluntário com a consequente reforma do acórdão ora recorrido, a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório com base em documento emitido por sistema da RFB e, portanto, no seu entendimento, autêntico, seguro, integro e válido juridicamente, cabendo prevalecer sobre a informação equivocadamente declarada em PER/DCOMP. Em complemento ao relatório acima, fica registrado que o julgamento foi convertido em diligência para: “(...) que a repartição de origem informe detalhadamente as razões da indisponibilidade do pagamento apresentado pelo contribuinte, informando as alocações pertinentes a esse pagamento, dando ciência a Recorrente com abertura de prazos para sua manifestação quanto à diligência realizada”. Realizada a diligência em relação à Resolução 3101000.232 do CARF ha informação nos autos que o pagamento de R$ 553.390,00 pago no dia 15/04/2003, no código 2172, encontrase disponível, conforme folha 95, e que depois de cientificado o contribuinte esse apresentou tempestivamente sua manifestação, folhas 98 a 100. Definitivamente a Recorrente em sua manifestação requer e espera ter demonstrado que os equívocos cometidos no preenchimento do PER/DCOMP n° 05910.12988.141103.1.3.041992 não obstam o reconhecimento do seu direito creditório. Isto porque a existência do pagamento que originou o crédito compensado por meio do referido PER/DCOMP restou devidamente confirmada por meio do Comprovante de Arrecadação, Comprovante esse reconhecido agora em diligência como disponível. Assim, a Companhia requer ao órgão do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que julgue procedente o presente Recurso Voluntário, com a consequente reforma do acórdão ora recorrido, a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório, com base em Documento de Arrecadação emitido pelo sistema da Receita Federal do Brasil e ora reconhecido como disponível, cabendo prevalecer sobre a informação equivocadamente declarada em PER/DCOMP. Voto Conselheira Relatora Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Conforme podemos observar, já na decisão recorrida, já foi atendida e reconhecida os equívocos no preenchimento da PER/DCOMP pertinente aos autos, razão pelo qual foi baixado o presente processo em diligência na oportunidade do julgamento para confirmar o pagamento referido pela Recorrente. A diligência não foi extensa naquela oportunidade, pois, não considerou os equívocos confessados pelo Recorrente no preenchimento da referida PER/DCOMP e os argumentos da Recorrente foram desprezados quanto à veracidade do seu comprovante de pagamento, que agora são reconhecidamente verdadeiros pela disponibilidade do pagamento pela repartição de origem. Fl. 163DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10120.900443/200855 Acórdão n.º 3101001.313 S3C1T1 Fl. 7 6 Certo é que se as razões da indisponibilidade do pagamento não foram detalhadamente apresentadas pela repartição de origem, evidentemente por sua disponibilidade agora com a última diligência, as suas alocações pertinentes, também, por certo, são desnecessárias em razão dos valores exigidos e do pagamento localizado. Isto Posto, DOU PROVIMENTO AO RECURSO VOLUNTÁRIO do contribuinte a fim de que seja reconhecido o seu direito creditório, com base em Documento de Arrecadação emitido pelo sistema da Receita Federal do Brasil. É como voto. Relatora – VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Fl. 164DF CARF MF Impresso em 30/04/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 26 /02/2013 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 15/04/2013 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
score : 1.0
Numero do processo: 16682.900180/2010-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL
Ano-calendário: 2003
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO.
ÔNUS DA PROVA.
A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido.
COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõe-se a não homologação das compensações com ele pleiteadas.
Numero da decisão: 1102-000.719
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Antônio Carlos Guidoni Filho votou pelas conclusões.
Nome do relator: JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME
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ementa_s : CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Ano-calendário: 2003 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõe-se a não homologação das compensações com ele pleiteadas.
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Recorrente PETROBRAS DISTRIBUIDORA S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2003 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO / DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. COMPENSAÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Não tendo sido demonstrada pelo sujeito passivo a existência de crédito de saldo negativo de CSLL, impõese a não homologação das compensações com ele pleiteadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O Conselheiro Antônio Carlos Guidoni Filho votou pelas conclusões. Documento assinado digitalmente. Albertina Silva Santos de Lima Presidente. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator. Fl. 140DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 11 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Albertina Silva Santos de Lima, Antonio Carlos Guidoni Filho, João Otávio Oppermann Thomé, Silvana Rescigno Guerra Barretto, Plínio Rodrigues Lima, e Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo. Relatório No presente recurso insurgese a recorrente contra a decisão da 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RJ1 que não acolheu a solicitação de reforma do despacho eletrônico da Demac/RJ, o qual por sua vez, não homologara as compensações por ela pretendidas. Na Declaração de Compensação apresentada, foi informado como origem do crédito o saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor original de R$ 4.004.379,74. De acordo com o Despacho Decisório nº 863963237 (fls. 53 a 58), não foi confirmada a existência do crédito informado, pois, embora coincidente o mesmo com aquele informado na DIPJ/2004, nem todas as parcelas que compunham o crédito ali informado puderam ser confirmadas. Conforme as tabelas anexas ao Despacho, um total de R$ 4.036.159,13 informado como retenção de fonte sob o código 6150 não foi confirmado. Além disto, com relação às estimativas, apenas o montante de R$ 40.326.979,41 foi confirmado como o total de estimativas pagas ou compensadas com outros pagamentos indevidos ou a maior. Cientificada do despacho, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 62 a 67), argumentando, em síntese, o seguinte: • Foram formalizados quatro PER/DCOMP: A de número 31558.99246.211008.1.7.030874, retificadora da PERD/COMP nº 17574.80105.190204.1.3.038450, para a compensação do Saldo Negativo de CSLL do período 01/01/2003 a 31/12/2003 de R$ 4.004.379,74 conforme DIPJ/2004. Esta PER/DCOMP foi utilizada parcialmente para pagamento da CSLL Código 2484 de Janeiro/2004 no valor de R$ 3.805.106,71. Este valor foi informado na DCTF Retificadora do 1° Trim. de 2004 no mês de Janeiro/2004 como sendo o utilizado no PER/DCOMP 36922.23146.301107.1.7027407 (PERD/COMP informada ERRONEAMENTE). Solicitamos RETIFICAR a DCTF do 1° Trim. de 2004 no mês de Janeiro/2004, informando o número do PER/DCOMP correto:31558.99246.211008.1.7.030874. tendo vista que não foi possível retificar eletronicamente a DCTF em virtude da prescrição. • Parte do saldo restante da DCOMP 31558.99246.21108.1.7.030874 foi utilizada para pagamento da CSLL Código 2484 referente à competência de Fevereiro de 2004 no valor de R$ 143.140,09. Após análise, verificamos a existência de duas DCOMP de mesmo valor para quitação do mesmo débito, sendo que a correta é a DCOMP Fl. 141DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 12 3 08425.34643.301107.1.3.030369, portanto solicitamos o cancelamento do PER/DCOMP 23677.53089.240304.1.3.032684. • O saldo remanescente da DCOMP 31558.99246.21108.1.7.030874 foi utilizado para pagamento da CSLL Código 2484 referente a competência de Maio de 2004 no valor de R$ 155.600,93, através da DCOMP 41974.43653.301107.1.3.038638.Solicitamos retificar a DCTF do 2° Trim. de 2004 no mês de Maio/2004, informando o número da PERD/COMP correta:41974.43653.301107.1.3.038638 tendo vista que não foi possível retificar eletronicamente a DCTF em virtude da prescrição de prazo. • Em síntese: os valores recolhidos não se alteraram em momento algum, apenas houve imputação dos pagamentos por meio das PER/DCOMPs informadas (1a, 2a e 3a ) e retifícação das: DCTF do 1° Trim. 2004, nos meses de Janeiro e Fevereiro/2004 e DCTF do 2° Trim. 2004, no mês de Maio/04. Na fl. 65 consta o resumo das solicitações feitas, ratificando o que deverá constar nas DCTF do 1° e 2° Trim. de 2004. • Na decisão em tela negouse a homologação integral do pleito pelo fundamento da inexistência do crédito. Ora, como já se informou, a questão é de simples compreensão. O pagamento deuse tempestivamente através das PERD/COMPs relacionadas, conforme demonstrado acima. O que. ocorreu após foi apenas o uso dos PERD/COMPs para quitação de débitos com o crédito demonstrado. • Não houve pagamento novo ou intempestivo, apenas se procedeu a informação que viabilizava imputação de pagamento já efetuado. Todos os valores devidos já estavam nos cofres da Receita Federal desde o primeiro DARF. • Requer a homologação das compensações. A 8ª Turma de Julgamento da DRJ/RJ1 julgou improcedente a manifestação de inconformidade, e destacou que o contribuinte não acostou ao feito qualquer documento que comprovasse as retenções de CSLL no código 6150, nem apresentou qualquer argumento ou documento que comprovasse a existência de saldo negativo de CSLL do anocalendário de 2003, limitandose a solicitar retificações de DCTF relativas ao ano de 2004, e cancelamento de PER/DCOMP apresentado, itens que não fazem parte do litígio. Apesar disto, observou a DRJ que, em razão de duplicidade de declaração dos mesmos débitos em duas PER/DCOMP, de fato não deve ser objeto de cobrança o débito da PER/DCOMP 23667.53089.240304.1.3.03 2684, de estimativa de CSLL de 02/2004, no valor de R$ 143.140,09, e que, portanto, a mesma deve ser considerada como cancelada. O Acórdão 1234.979, fls. 89 a 93, está assim ementado: “MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. EFICÁCIA. Não há como abrigar manifestação de inconformidade que não logra desconstituir os fundamentos do despacho decisório. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 13 4 CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. A certeza e liquidez do crédito é requisito essencial para o deferimento da restituição/compensação, devendo o contribuinte comproválo.” Cientificada desta decisão em 30/12/2010, conforme AR de fls. 99, e com ela inconformada, a contribuinte interpôs recurso voluntário em 27/01/2011, fls. 100 a 106, no qual reprisa os argumentos já expostos por ocasião da inicial, e acrescenta, ainda, o seguinte: O fato é que os códigos na PER/DCOMP em litígio foram todos informados como sendo 6150 (COMBUSTÍVEIS — RETENÇÃO EM PAGAMENTO POR ÓRGÃO PÚBLICO) devido à impossibilidade sistêmica do Sistema Contábil utilizado na época, no qual não foi possível utilizar os códigos corretamente de acordo com a retenção feita. Ratificamos que todos os créditos informados referentes a impostos retidos na fonte são reais, relacionamos abaixo alguns de nossos principais clientes que juntos representam 90% (noventa por cento) do valor retido informado, com os códigos 8739, 8770 e 6147 e que tais informações são geradas pelo SIAFI (Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal), como Órgão da União, será possível (sic) confirmar tais retenções (apresenta tabela discriminando cinco retenções, totalizando R$ 3.629.687,48). Apesar de a RFB ter acolhido o pedido de cancelamento da PER/DCOMP n° 23667.53089.240304.1.3.032684, conforme voto da 8ª Turma da DRJ/RJ1, a mesma emitiu uma cobrança através do DARF nº de referência 16682900.303/201012 no valor total atualizado de R$ 293.594,63, do que decorrem a inexistência de valor cobrado e a improcedência da decisão no que se refere a tal quantia. Finaliza requerendo o provimento do recurso, o cancelamento da cobrança do DARF acima especificado, e o reconhecimento de que o presente feito nada tem a ver com a PETRÓLEO BRASILEIRO S/A — PETROBRAS, CNPJ 33.000.167/000101, razão pela qual não seria legitimo qualquer impacto a sua regularidade fiscal. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé. O recurso é tempestivo e preenche os requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. Cediço que o regime jurídico da compensação tributária, em vigor a partir da Lei nº 10.637, de 2002, e Lei nº 10.833, de 2003, as quais introduziram alterações no artigo 74 da Lei nº 9.430, de 1996, requisita a iniciativa do contribuinte, que, mediante a apresentação da Declaração de Compensação, informa ao Fisco que efetuou o encontro de contas entre seus débitos e créditos, o qual possui o efeito de extinção dos débitos fiscais ali indicados, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Ao fisco cabe verificar a consistência das Fl. 143DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 14 5 informações prestadas pelo contribuinte na Declaração de Compensação, em especial quanto ao crédito por ele alegado, posto que somente créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública podem ser compensados, conforme reza o artigo 170 do CTN. As informações prestadas no PER/DCOMP, portanto, situamse na esfera de responsabilidade do próprio contribuinte, a quem cabe demonstrar, mediante adequada instrução probatória dos autos, os fatos eventualmente favoráveis às suas pretensões. No caso concreto, o crédito alegado é de saldo negativo de CSLL do ano calendário 2003, no valor original de R$ 4.004.379,74. No Despacho Decisório, consta que o somatório das parcelas de composição do crédito informado na DIPJ é de R$ 57.839.042,52, e que a CSLL devida é R$ 53.834.662,78, do que decorreria, por subtração, o referido saldo negativo. Ocorre que, consoante o mesmo Despacho Decisório, das parcelas de composição do crédito, somente foi confirmado o montante de R$ 40.326.979,41, a título de estimativas pagas ou compensadas com outros pagamentos indevidos ou a maior. Por outro lado, nenhum dos valores informados a título de retenção de fonte, no total de R$ 4.036.159,13, foi confirmado. Em lugar de demonstrar, com provas consistentes, que efetivamente recolhera ou compensara estimativas em valor superior aos R$ 40.326.979,41 informado no Despacho, ou que efetivamente sofrera as retenções de fonte no valor de R$ 4.036.159,13, a defesa inicial do contribuinte apresentouse completamente desconexa dos fatos em litígio, posto que limitouse a apontar incorreções no preenchimento de várias DCTF relativas a trimestres do ano de 2004, enquanto o crédito em litígio é do ano calendário de 2003. Mesmo após ter tomado conhecimento, por meio do acórdão ora recorrido, de tais impropriedades, em sede recursal torna a recorrente a não apresentar um único documento comprobatório de seu pretenso crédito, e almeja repassar à administração tributária a responsabilidade por identificar as retenções alegadamente por ela sofridas, sob códigos distintos daqueles por ela apresentados no PER/DCOMP, o que se revela uma total impropriedade ante o ônus da prova que lhe compete. A simples alegação de impossibilidade técnica do sistema contábil utilizado na época para indicar o correto código de arrecadação sob o qual se fez a retenção tampouco pode ser acatada, posto que desacompanhada de qualquer prova de sua efetiva existência, além do que soa desarrazoada, ante o porte da empresa de que aqui se trata. Por fim, de se destacar também que, além da não comprovação da retenções de fonte no valor de R$ 4.036.159,13, tampouco houve qualquer contestação por parte da recorrente quanto ao fato de somente terem sido confirmadas estimativas pagas ou compensadas no montante de R$ 40.326.979,41, de sorte que, ainda que porventura viessem a ser comprovadas as referidas retenções, o somatório das parcelas de composição do crédito seria insuficiente para produzir saldo negativo, ante o valor da CSLL informada como devida na DIPJ. Assim, em face da inexistência do direito creditório alegado, a decorrência legalmente prevista é a não homologação das compensações com ele pleiteadas. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA Processo nº 16682.900180/201010 Acórdão n.º 110200.719 S1C1T2 Fl. 15 6 Quanto ao pedido de cancelamento da cobrança do DARF afeto à PER/DCOMP cujo cancelamento a DRJ reconhecera devido, observo que tal providência deve ser demandada junto à própria unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil que jurisdiciona o contribuinte, sendo matéria alheia ao presente litígio. Da mesma forma, não faz parte do presente litígio qualquer reconhecimento quanto à regularidade ou irregularidade fiscal da empresa mencionada pela recorrente, assim não há por que esta Turma julgadora pronunciarse a respeito. Pelo exposto, nego provimento ao recurso voluntário. É como voto. Documento assinado digitalmente. João Otávio Oppermann Thomé Relator Fl. 145DF CARF MF Impresso em 15/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 08/ 06/2012 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 09/06/2012 por ALBERTINA SILVA SAN TOS DE LIMA
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Numero do processo: 10920.000308/2003-88
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA - IRPF Exercício: 1999, 2000, 2001, 2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PAGAMENTO DO VALOR DEVIDO POR OCASIÃO DA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. PRECLUSÃO LÓGICA. NÃO CONHECIMENTO. PRECEDENTES. Em conformidade com precedentes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a realização de pagamento por ocasião da interposição de recurso é ato incompatível com o interesse recursal do contribuinte. Além disso, o pagamento é causa extintiva do crédito tributário, razão pela qual eventual irresignação não poderá ser resolvida pela via eleita. Recurso conhecido em parte. IRPF. DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. As despesas médicas são dedutíveis da base de cálculo do imposto sobre a renda, desde que comprovadas e justificadas. Hipótese em que a prova produzida pelo Recorrente não é suficiente para comprová-las totalmente. Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2101-001.647
Decisão: ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso voluntário e, na parte conhecida, dar-lhe parcial provimento para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 2.280,00, relativo ao ano-calendário de 1998.
Matéria: IRPF- ação fiscal - outros assuntos (ex.: glosas diversas)
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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PAGAMENTO DO VALOR DEVIDO POR OCASIÃO DA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO VOLUNTÁRIO. PRECLUSÃO LÓGICA. NÃO CONHECIMENTO. PRECEDENTES. Em conformidade com precedentes deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, a realização de pagamento por ocasião da interposição de recurso é ato incompatível com o interesse recursal do contribuinte. Além disso, o pagamento é causa extintiva do crédito tributário, razão pela qual eventual irresignação não poderá ser resolvida pela via eleita. Recurso conhecido em parte. IRPF. DESPESAS MÉDICAS. GLOSA. As despesas médicas são dedutíveis da base de cálculo do imposto sobre a renda, desde que comprovadas e justificadas. Hipótese em que a prova produzida pelo Recorrente não é suficiente para comproválas totalmente. Recurso provido em parte. Recurso a que se nega provimento. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer em parte do recurso voluntário e, na parte conhecida, darlhe parcial provimento para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 2.280,00, relativo ao anocalendário de 1998. Fl. 216DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10920.000308/200388 Acórdão n.º 210101.647 S2C1T1 Fl. 206 2 (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Raimundo Tosta Santos, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 187/193) interposto em 10 de julho de 2008 contra acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Florianópolis (SC) (fls. 179/183), do qual o Recorrente teve ciência em 11 de junho de 2008 (fl. 186), que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte o auto de infração de fls. 95/99, lavrado em 12 de fevereiro de 2003, em decorrência de (i) omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica, (ii) dedução indevida de previdência oficial, (iii) dedução indevida de dependente, (iv) dedução indevida de despesas médicas e (v) dedução indevida de pensão judicial, verificadas nos anoscalendário de 1998, 1999, 2000 e 2001. Não se conformando, o Recorrente interpôs o recurso voluntário (fls. 187/193), informando que pediu o parcelamento especial de parte do débito, insurgindose contra as glosas de despesas médicas relativas aos anoscalendário de 1998 e 1999 e apresentando alegações relativas a infrações verificadas no anocalendário de 2001. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche em parte os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço parcialmente. Fl. 217DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10920.000308/200388 Acórdão n.º 210101.647 S2C1T1 Fl. 207 3 Isto porque, compulsandose os autos, verificase, no recurso de fls. 187/193, que o Recorrente recolheu, integralmente, o crédito tributário relativo ao anocalendário de 2001 (fl. 202). Ora, como se sabe, o pagamento é causa extintiva do crédito tributário, em consonância com o que dispõe o art. 156, I, do CTN, razão pela qual o recolhimento do tributo no momento da interposição do recurso voluntário extingue o interesse recursal do contribuinte, não sendo esta a via competente para a realização de eventual pedido de compensação ou restituição de eventual indébito tributário. Por esta razão, conforme já se posicionou este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, na esteira do entendimento consubstanciado, inclusive, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1220327/MA, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, julgado em 16/08/2011, DJe 23/08/2011), o pagamento do montante devido é ato incompatível com o interesse em recorrer por parte do contribuinte, razão pela qual se opera a chamada preclusão lógica do interesse recursal. Na esteira do referido entendimento, cumpre trazer à baila o seguinte acórdão, in verbis: “EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PELO PAGAMENTO. PRECLUSÃO LÓGICA. O pagamento é definido como a satisfação, pelo sujeito passivo, do débito do tributo em face do sujeito ativo da obrigação, sendo causa de extinção do crédito tributário, nos termos do inciso I, do art. 156 do Código Tributário Nacional, sendo incompatível com a admissão do Recurso Voluntário. Perda da faculdade de praticar o ato processual pela prática de outro ato com ele incompatível.” (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, Segunda Seção, 1ª Turma Ordinária da Segunda Câmara, relatora Conselheira Ana Paula Locoselli Frichsen, Acórdão n.º 2802 00.163, sessão de 28/10/2009). Com fundamento no exposto, portanto, verificandose, na hipótese, a realização de ato incompatível com o interesse recursal, o recurso não deve ser conhecido relativamente ao anocalendário de 2001. Devem ser enfrentadas, no entanto, as alegações de mérito no que se refere aos anoscalendário de 1998 e 1999. Nesse sentido, compulsando os autos, verificase que, quanto ao exercício de 1999, foram glosadas as despesas médicas e odontológicas de que tratam os recibos emitidos pela clínica Assistência Odontológica Integrada Ltda. (R$ 2.000,00) e pelo KG Laboratório de Análises Clínicas (R$ 2.280,00); no que tange ao exercício de 2000, foi glosada dedução referente a despesa odontológica com tratamento realizado pela Sra. Bianca J. da Silva no valor de R$ 370,00. Tratandose o cerne do recurso voluntário de discussão acerca da efetividade das despesas médicas efetuadas, verificase, destarte, que a questão debatida gira em torno da necessidade ou não da comprovação da efetiva prestação de serviços, bem como do respectivo pagamento, no caso, efetuado em dinheiro, conforme afirma a Recorrente. Fl. 218DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10920.000308/200388 Acórdão n.º 210101.647 S2C1T1 Fl. 208 4 Em relação à glosa dessas despesas, a norma aplicável ao caso (Lei n. 9.250/95) determina o seguinte: “Art. 8º. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I – de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II – das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; ... §2º. O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: I – aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II – restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou Cadastro Geral de Contribuintes – CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” Já o Decreto 3.000/99, ao regulamentar o imposto de renda, introduziu o seguinte comando normativo: “Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei n.º 5.844, de 1.943, art. 11, § 3º). § 1º. Se foram pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei n.º 5.844, de 1943, art. 11, § 4º).” Em relação aos citados aspectos, cumpre mencionar que, uma vez apresentados recibos pelos contribuintes dotados dos requisitos preconizados pela legislação, deve a autoridade fiscalizadora demonstrar a inexistência do referido pagamento, bem como da inexistência de prestação dos serviços apontados. Não se pode, assim, simplesmente glosar as despesas médicas pelo fato de a fiscalizada não comprovar documentalmente o pagamento, já que o contribuinte, em relação a este ponto, não está obrigado a liquidar as obrigações representativas dos serviços por títulos de créditos, podendo fazer a liquidação em espécie. Fl. 219DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10920.000308/200388 Acórdão n.º 210101.647 S2C1T1 Fl. 209 5 Desta sorte, pois, salvo em casos excepcionais, quando a autoria do recibo for atribuída a profissional que tenha contra si súmula administrativa de documentação tributariamente ineficaz, devidamente homologada e com cópia nos autos para que o contribuinte possa exercer seu direito de defesa ou, quando efetivamente existirem nos autos elementos que possam afastar a presunção de veracidade de recibo, não se pode recusar recibos que preenchem os requisitos legais e que vêm acompanhados de declarações dos profissionais confirmando a prestação dos serviços, o respectivo recebimento, o beneficiário do tratamento e os dados completos do prestador. Nesse sentido a determinação contida no art. 845, § 1°, do Regulamento do Imposto de Renda, aprovado pelo Decreto 3.000/99, in verbis: "§ 1° Os esclarecimentos prestados só poderão ser impugnados pelos lançadores com elemento seguro de prova ou indicio veemente de falsidade ou inexatidão” (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 79, §12)." Feitos os esclarecimentos prévios, cumpre mover à análise específica dos documentos apresentados pela contribuinte, de maneira a aferir se, de fato, a glosa das despesas, tal como realizada, afigurase válida, ou, em sentido contrário, se os documentos apresentados seriam suficientes para o fim de demonstrar a legitimidade dos gastos apontados in casu. No que se refere às glosas impugnadas pelo Recorrente, a Recorrida manteve o auto de infração sob os seguintes fundamentos: “Assistência Odontológica Integrada Ltda. R$ 2.000,00. Com relação a esta glosa, temse que não procede a alegação do contribuinte. A despesa declarada, como pagamento a pessoa jurídica, não mantém correlação com o recibo apresentado, fl. 28 e constatase ainda que este não identifica de forma clara o contribuinte pois não apresenta o nome completo do mesmo. Desta forma fica mantida a glosa efetuada. ... KG Laboratório Análises Clínicas R$ 2.280,00. Com relação a este fato gerador, o contribuinte alega que foram despesas realizadas com o intuito de comprovação de dependência e legitimidade legal de um dos seus filhos. Entretanto, da análise dos documentos anexados, fls. 22 e 35, verificase que não existe qualquer comprovação que se trata de despesa efetuada com um dos seus dependentes. Fica mantida, portanto a glosa procedida. ... Dra. Bianca J da Silva R$ 370,00. O contribuinte não apresentou esclarecimento com relação aos recibos já examinados pela fiscalização, fl. 48, os quais não permitem verificar se os serviços foram efetuados por profissional habilitado, pois não consta destes documentos o número de inscrição deste no Conselho Regional de Odontologia CRO” (fl. 181, verso). Em seu recurso, o Recorrente traz aos autos recibo e declaração referente a tratamento odontológico (fls. 196/197) e laudo de investigação de paternidade (fls. 198/200). Informa ainda o número do CRO da Dra. Bianca da Silva, para suprir omissão constante do recibo apresentado (fl. 48). Fl. 220DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10920.000308/200388 Acórdão n.º 210101.647 S2C1T1 Fl. 210 6 Devese observar, no entanto, que o recibo e a declaração juntados pelo Recorrente são assinados pelo Dr. Lothário Thum, e não há, nos presentes autos, qualquer demonstração da ligação deste com a clínica Assistência Odontológica Integrada Ltda. No que atine à glosa referente à despesa odontológica por tratamento realizado pela Dra. Bianca da Silva, esta também deve ser mantida, pois não há nenhum documento que comprove o número do CRO da profissional. Já no que se refere ao KG Laboratório de Análises Clínicas, o Recorrente demonstra, por meio de laudo de investigação de paternidade, que as despesas foram sim realizadas com seu dependente (fls. 198/200). Eis os motivos pelos quais voto no sentido de conhecer em parte do recurso voluntário e, na parte conhecida, DARLHE PARCIAL provimento para excluir da base de cálculo do imposto o valor de R$ 2.280,00, relativo ao anocalendário de 1998. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 221DF CARF MF Impresso em 01/06/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/05/2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 22/05/ 2012 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 31/05/2012 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
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Numero do processo: 10314.007413/2007-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 22 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3102-000.201
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do Relator. Ricardo Paulo Rosa – Presidente Substituto e Relator. EDITADO EM: 07/06/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. RELATÓRIO Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. A interessada, através das declarações de importação constantes nas fls. 224 a 263, importou a mercadoria por ela descrita como ácido oléico a 70%, matériaprima utilizada na indústria de surfactantes, utilizando a classificação fiscal 2916.15.19, relativa a ácido oléico, outros sais e ésteres. A fiscalização entendeu que a classificação utilizada faz parte do Procedimento 6 do Anexo XLIV da Resolução (ANVISA)RDC 350/05, que entrou em vigor em 15/02/2006, necessitando de anuência da ANVISA, uma vez que a importação de mercadorias cuja finalidade indica exercício fiscal de outro órgão público anuente junto ao SISCOMEX, ainda que importado como remessa expressa ou postal, cuja classificação tarifária integre a listagem e os procedimentos previstos, deverá ter licenciamento de importação exercido em consonância com a autoridade da ANVISA, no local do desembaraço aduaneiro. Fl. 495DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 3 2 Em razão disso, a fiscalização entendeu que a mercadoria em questão necessitava de prévio licenciamento de importação, concedido pelo Ministério da Saúde, através da ANVISA. Dessa forma, a interessada foi autuada por falta de licenciamento de importação, sendo aplicada a penalidade prevista no artigo 169, I, b e § 2o , I do Decretolei 37/66, com a redação dada pelo art. 77 da Lei 10833/03. A interessada apresentou impugnação de fls. 275 a 299, alegando, em síntese, que: o produto importado não está sujeito à prévia anuência da ANVISA e à emissão de L.I. não automática. sem laudo técnico há vício formal insanável no auto de infração. deve ser declarada a nulidade em função de utilização de legislação já revogada, pois a RDC ANVISA 217/2006 revogou a RDC ANVISA 350/2005. não ficou comprovado que tratamse de produtos de origem animal, sujeitos à prévia anuência da ANVISA. quando muito, poderia ter ocorrido erro de classificação fiscal, podendo ser considerados os produtos importados como outros ácidos graxos monocarboxílicos industriais, passíveis de classificação 3823.12.00. não pode prosperar a multa por falta de licenciamento de importação em decorrência de reclassificação tarifária. a manterse a autuação violamse os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade. os juros de mora são ilegais. protesta por laudo técnico, sem o qual está prejudicado o seu direito de defesa. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Período de apuração: 20/02/2006 a 16/02/2007 FALTA DE LICENCIAMENTO DE IMPORTAÇÃO. Ao ácido oléico aplicase a legislação que prevê licença de importação anterior ao embarque, sujeitandose à fiscalização sanitária, antes do seu desembaraço aduaneiro, a ser realizada pela Autoridade Sanitária do Ministério da Saúde, que finalizará o processo de concessão da Licença de Importação. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa argumentos contidos na impugnação ao lançamento. Sustenta que “o produto importado do exterior e despachado pelas Declarações de Importação objeto do ato revisional (fls. 04/05 dos autos) NÃO ESTA SUJEITO A PREVIA ANUÊNCIA DA ANVISA, E TAMPOUCO, A EMISSÃO DE L.I. NÃO AUTOMÁTICA”. Fl. 496DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 4 3 Que é “imprescindível, no caso, a realização de exame laboratorial pelo LABANA/8a R.F., a fim de que se comprove, de forma inquestionável, tratarse de produto origem animal, o que comprovadamente não é o caso”. Ainda em “sede de preliminares, entende a ora Recorrente, que deve ser declarada a nulidade do Auto de Infração de que trata o Processo Administrativo em tela, vez que fundamentado em legislação já revogada”. No mérito, entende inaplicáveis as normas previstas na Resolução RDC ANVISA no 350/2.005 (Procedimento 6) para os produtos importados porque, “ao formular a consulta a ANVISA, previamente a lavratura do Auto de Infração, o ilustre AFRFB apenas mencionou a classificação tarifária dos produtos importados (TECNCM 2916.15.19), sem mencionar a descrição/finalidade/uso e emprego de tais produtos. Enfim, não restou comprovado que tratamse de produtos de origem animal, sujeitos a prévia anuência da AN VISA”. Não havendo na descrição dos produtos informada nas Declarações de Importação qualquer menção de que se tratam de produtos de origem animal e sendo o destaque NCM 030 previsto na TECNCM aplicável somente aos produtos de origem animal, especificados na Portaria SVS no 344/98, resta indevidamente imposta a pena contida nos autos. Considera ter havido apenas “erro de classificação tarifária pela ora Recorrente (TECNCM 2916.15.19 adotadas nas DI's objeto do Auto de Infração de que se cuida), vez que, de acordo com Literatura Técnica especifica, os produtos importados pela mesma do exterior, tratamse de "OUTROS ACIDOS GRAXOS MONOCARBOXÍLICOS INDUSTRIAIS", cuja correta classificação tarifária dáse no Código TECNCM 3823.12.00” e que os produtos classificados nesse código não estariam sujeitos a LI não automática e anuência da ANVISA. Considera que “jamais poderia a fiscalização fazendária aplicar a penalidade de multa do artigo 633, inciso II, letra "a", do Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto no 4.543/2.002, a pretexto de que em decorrência do não atendimento as normas prevista na Resolução RDC ANVISA No 350/2.001, as importações realizadas pela Requerente do exterior, passaram a ser consideradas como tendo sido realizadas ao desamparo de Licença de Importação”. Que, “a prevalecer a exigência penalidade de que trata o Auto de Infração ora impugnado (multa por falta de L.I.), restarão violados, também, os princípios da proporcionalidade e da razoabilidade”. Que o produto está corretamente descrito nas Declarações de Importação, com todos os elementos necessários a sua correta identificação, devendo ser aplicada a orientação contida no Ato Declaratório (Normativo) COSIT no 12/97. Considera ilegal a cobrança de juros de mora. Requer a produção oportuna de todos os meios de prova destinados comprovação dos fatos questionados nos autos. Apresenta quesitos. É o relatório. Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Fl. 497DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 5 4 Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Liminarmente, deve ser apreciado o pedido de perícia contido no corpo do Recurso Voluntário apresentado a este Colegiado. Segundo entendimento da recorrente, a mercadoria importada objeto do presente não está sujeita à previa anuência da ANVISA e tampouco à emissão de LI não automática, por não tratarse de produto de origem animal, condição essencial para exigência em foco. Considera também não ter sido esclarecida a finalidade na qual a mercadoria é empregada. A seguir a manifestação da ANVISA contida nos autos quanto à necessidade de anuência prévia dos produtos importados. "A importação de matériaprima, produto semielaborado, produto a granel ou produto acabado, vinculada a material de partida tecidos(s)/fluidos(s) de animais ruminantes, sob medida de prevenção e controle de modo a .evitarse a introdução no território nacional de ocorrências de encefalopatias espongiformes transmissíveis “vaca louca" , deverá ser submetida obrigatoriamente a licenciamento de importação no SISCOMEX. A classificação que vc faz referencia, 2916.15.19, faz parte do procedimento 6 da RDC 350/05 e suas alterações, portanto necessita de anuência ANVISA. A importação de mercadorias cuja finalidade indica exercício fiscal de outro órgão público anuente junto ao Sistema Integrado de Comércio Exterior SISCOMEX, ainda que importado por meio de outras modalidades, como remessa expressa e remessa postal, cuja classificação tarifária NCM/SH integrem a listagem e os procedimentos previstos no Anexo XLIV da RDC 350/05, deverá ter licenciamento de importação exercido em consonância com a autoridade ANVISA, no local do desembaraço aduaneiro." Salvo melhor juízo, não vejo como ter certeza quanto à necessidade de anuência prévia para as mercadorias importadas. O texto, tal como me parece, dá margem a mais do que uma interpretação. Explico. Inicialmente, lêse a informação de que a “importação de matériaprima (...) vinculada a material de partida tecidos(s)/fluidos(s) de animais ruminantes” deverá ser submetida obrigatoriamente a licenciamento de importação no SISCOMEX. Mais adiante, que classificação 2916.15.19, faz parte do procedimento 6 da RDC 350/05 e necessitando de anuência ANVISA. No parágrafo seguinte, informa que a “importação de mercadorias cuja finalidade indica exercício fiscal de outro órgão público anuente (...) cuja classificação tarifária NCM/SH integrem a listagem e os procedimentos previstos no Anexo XLIV da RDC 350/05, deverá ter licenciamento de importação (...)”. Restam dúvidas se todas as mercadorias classificadas na NCM 2916.15.19 fazem parte do procedimento 6 da RDC 350/05, como parece orientar o texto em um primeiro momento, ou se apenas as que se classificam nesse código e são originadas de animais ruminantes incluemse na exigência. Da mesma forma, não me parece claro se basta a mercadoria integrar a listagem do Anexo XLIV da RDC 350/05 para estar sujeita ao controle, ou se além disso sua finalidade precisa “indicar exercício fiscal” de outro órgão. Fl. 498DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 6 5 De se acrescentar que a classificação tarifária propriamente dita comporta mercadorias de todas as origens, já que integram o Capítulo 29 todos os Produtos Químicos Orgânicos, indistintamente. O texto da posição e desdobramentos são os seguinte. 2916ÁCIDOS MONOCARBOXÍLICOS ACÍCLICOS NÃO SATURADOS E ÁCIDOS MONOCARBOXÍLICOS CÍCLICOS, SEUS ANIDRIDOS, HALOGENETOS, PERÓXIDOS E PERÁCIDOS; SEUS DERIVADOS HALOGENADOS, SULFONADOS, NITRADOS OU NITROSADOS 2916.1Ácidos monocarboxílicos acíclicos não saturados, seus anidridos, halogenetos, peróxidos e perácidos e seus derivados 2916.15Ácidos oléico, linoléico ou linolênico, seus sais e seus ésteres 2916.15.1Ácido oléico, seus sais e seus ésteres 2916.15.11Oleato de manitol 2916.15.19Outros Ante tais circunstâncias, entendo prudente acolher o pedido de diligência apresentado pela recorrente, para que sejam esclarecidas as questões até aqui suscitadas. Neste ponto, deve ser levado em conta a alegação de equívoco na classificação fiscal das mercadorias importadas, circunstância que, sendo corretas as informações veiculadas no Recurso, afastaria a penalidade aplicada, já que a NCM correta não estaria sujeita a licenciamento não automática nem anuência prévia da ANVISA. No julgamento de piso, a Delegacia da Receita Federal entendeu que a classificação fiscal das mercadorias não era objeto do processo, afastando de plano a discussão sobre o tema. Embora possa compreender o entendimento do Órgão de primeira instância, já que a autuação não foi motivada por erro de classificação e o assunto sequer foi examinado na autuação, o fato é que, uma vez que a recorrente alega tal equívoco em sua defesa e apresenta provas de que lhe assiste razão, não vejo como esquivarse de enfrentar a questão, ainda mais se considerarmos que o processo ainda exige melhor instrução. Por todo o exposto, VOTO POR CONVERTER o julgamento em diligência para que seja realizado laudo técnico e respondidos os quesitos apresentados pela autuada no corpo do Recurso Voluntário. Antes disso, seja oferecida oportunidade à fiscalização para formulação de quesitos ao perito. Após, seja oficiada a ANVISA para, com base nos resultados técnicos obtidos, sejam esclarecidas as questões suscitadas no presente voto, especialmente se (i) todas as mercadorias classificadas na NCM 2916.15.19 fazem parte do procedimento 6 da RDC 350/05, ou se apenas as que se classificam nesse código e são originadas de animais ruminantes incluemse na exigência e (ii) se basta a mercadoria integrar a listagem do Anexo XLIV da RDC 350/05 para estar sujeita ao controle, ou se além disso sua finalidade precisa “indicar exercício fiscal”. Finalmente, se especificamente as mercadorias importadas pela recorrente estão sujeitas ao controle ao qual a empresa não se submeteu. Isto resolvido, abrase prazo de 10 (dez) dias para manifestação da Fiscalização Federal sobre os esclarecimentos técnicos e 10 (dez) dias para a contribuinte. Após, retorne a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais para decisão final. Sala de Sessões, 22 de março de 2012. Fl. 499DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10314.007413/200710 Resolução n.º 3102000.201 S3C1T2 Fl. 7 6 Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 500DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por EUNICE AUGUSTO MARIANO - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/06/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 07/06/2012 p or RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 12466.003494/2008-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 18 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II
Período de apuração: 20/10/2003 a 23/12/2003
IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA.
PENA DE PERDIMENTO PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO
V.
Ficam sujeitas a pena de perdimento as mercadorias importadas cuja
operação foi realizada por meio de interposição fraudulenta, conforme
previsto no art. 23, inciso V, do DecretoLei
nº 37/66, não sendo aplicável a
multa prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64:
Numero da decisão: 3102-001.559
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. PENA DE PERDIMENTO PREVISTA NO DL 1.455/76, ART. 23, INCISO V. Ficam sujeitas a pena de perdimento as mercadorias importadas cuja operação foi realizada por meio de interposição fraudulenta, conforme previsto no art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 37/66, não sendo aplicável a multa prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Fl. 591DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Helder Kanamura, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Relatório Trata o presente de Recurso de Ofício interposto pela turma julgadora da Delegacia da Receita Federal de Julgamento. Por bem descrever os fatos, adoto com as devidas adições, o relatório da autoridade de primeira instância. "Versa o presente processo sobre Auto de Infração (fls. 01 a 13) lavrado contra a empresa em epígrafe, com vistas à constituição de crédito tributário, no valor total de R$ 1.271.921,77 (um milhão, duzentos e setenta e um mil, novecentos e vinte e um reais e setenta e sete centavos), consistente nas multas aplicadas com base no inciso I do art. 83 da Lei n.° 4.502, de 1964, com redação dada pelo art. Io do DecretoLei n.° 400, de 1968, para os fatos geradores ocorridos em 20/10/2003 e 23/10/2003, e no mesmo dispositivo combinado com o inciso V do art. 65 da Medida Provisória n.° 135, de 2003, para os fatos geradores ocorridos entre 31/10/2003 e 23/12/2003, ambas em virtude da entrega a consumo de produtos de procedência estrangeira, que foram importados de forma fraudulenta. Segundo relata a fiscalização às fls. 03 a 12, as provas caracterizadoras da infração cominada pela presente penalidade são constituídas pela cópia de atos e elementos probatórios constantes do processo administrativo fiscal n.° 12466.003452/200811, onde foram identificadas as importações realizadas fraudulentamente (fls. 52 a 521), e pelas notas fiscais colacionadas às fls. 16 a 50 do processo. Relativamente ao procedimento que constituiu o objeto do PAF n.° 12466.003452/200811, a fiscalização descreveu, em síntese, as seguintes irregularidades: a) as empresas DARCK e TEMA COMERCIAL LTDA estão envolvidas nas importações relacionadas à fl. 54, tidas como simuladas, e realizadas com o objetivo de nacionalizar mercadorias com valores subfaturados, além da prática de utilização de documentos ideológico e/ou materialmente falsos e declarações ideologicamente falsas; b) as importações acobertadas pelas DI sob apreço foram registradas pela empresa TEMA por conta e risco próprio, sendo que, na realidade, quem financiava as operações de importação era a empresa DARCK, configurando um quadro de simulação e interposição fraudulenta; c) a DARCK foi identificada como real compradora das mercadorias no exterior, real importadora e como real adquirente no mercado nacional ao passo que a TEMA, ao Fl. 592DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 2 3 revestirse da qualidade di importadora, serviu de escudo e blindagem para a real importadora; d) os fornecedores e a DARCK (real importadora) foram os que acertaram as condições dos contratos de compra e venda, definindo mercadorias, preços efetivos, formas de pagamento, etc, que representa a operação real, aquela que os intervenientes colimaram ocultar; e) os valores de transação declarados nas DI analisadas são muito inferiores aos valores efetivamente praticados, havendo a empresa fiscalizada incorrido na prática de subfaturamento. A este quadro, acrescenta, ainda, a autoridade autuante que, apesar de não terem sido identificadas declarações de importação referentes a cinco notas fiscais listadas à fl. 04, tais mercadorias foram nacionalizadas fraudulentamente já que a empresa TEMA jamais atuou efetivamente no comércio exterior, servindo unicamente de "prestanome" para blindagem do real adquirente, e foi, ainda, considerada inapta perante o CNPJ, com efeito a partir de 13/09/2003, em virtude de sua inexistência de fato. Regularmente cientificado, em 30/09/2008 (fl. 02), o sujeito passivo, irresignado, apresentou, em 30/10/2008, os documentos de fls. 544 a 553 e a impugnação de fls. 522 a 543, onde, em síntese: Alega que não pode ser responsabilizado pela infração descrita no presente processo, ao argumento de que todos os tributos incidentes nas operações que praticou, inclusive aqueles que incidiram na venda a varejo das mercadorias adquiridas foram recolhidos, além do que pagou pela aquisição no mercado interno das mercadorias importadas, fato este que foi desconsiderado pela fiscalização; Considera descabidas as acusações que lhe foram imputadas, já que as empresas que lhe venderam as mercadorias estavam habilitadas no RADAR para efetivar suas atividades na qualidade de trading company, além do que reclama de estar sendo acusado por condutas que não lhe dizem respeito e que, ante a ausência de documentos, os valores aduaneiros arbitrados pelo Fisco encontramse fulcrados em suposições e ficções, em flagrante desatendimento ao princípio do ônus da prova; Nega ter assumido financeiramente os custos incorridos nas operações de importação, ao que aduz não ser da atividade da empresa desincumbirse de operações de logística atinentes ao comércio internacional e que o aspecto mais importante das operações realizadas pelas trading é a necessidade de recursos financeiros e fluxo de caixa para fazer frente aos tributos no momento da nacionalização das mercadorias importadas; Alega que, em razão de os tributos incidentes nas operações de importação serem pagos antecipadamente, a terceirização das Fl. 593DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 4 atividades de logística internacional tornase conveniente, não só do ponto de vista de custos e de estrutura organizacional, mas também em face do próprio aspecto econômicofinanceiro inerente às trading, como o financiamento de todos os custos e tributos até a entrega do bem no armazém do distribuidor e a possibilidade da redução de custos oriundos de benefícios e créditos fiscais das trading; Reclama que a autoridade autuante desbordou do que determinam as disposições contidas no art. 10 do Decreto n.° 70.235, de 1972, e no caput do art. 142 do Código Tributário Nacional (CTN), visto que trouxe para o feito, indevidamente, relatos e graves afirmações extraídos de procedimentos levados a efeito nas esferas policial e judicial, quando deveria limitarse aos fatos que ensejaram o ato do lançamento para a constituição do crédito tributário; Nesta mesma linha, reclama também ter sido violado o sigilo de seus dados, com a juntada de peças do processo de competência das autoridades policial e judicial, pelo que entende ter sido ofendido, na realização do feito ora atacado, o direito previsto no inciso XII do art. 5o da Constituição Federal; Insurgese contra a afirmação da autoridade autuante que se refere à prática de sonegação, fraude, conluio, falsificação de documentos, prestação de informações falsas e de benefícios obtidos com as ilegalidades praticadas, eis que jamais buscou o encerramento de suas atividades e ofereceu ao Fisco toda a documentação requerida, havendo, inclusive, incabível apreensão sem devolução de todos os documentos solicitados, em razão de que entende ter a presente autuação desrespeitado as disposições contidas nos artigos 2º e 3º da Lei n.° 9.784, de 1999, dentre os quais destaca a previsão de ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que devem facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; Nega ter participado do esquema fraudulento apontado pela fiscalização, ao argumento de que não é empresa de grande porte, seu faturamento é limitado, não movimenta grande soma de recursos financeiros, além do que não é detentor de informações de natureza fiscal e procedimental relacionadas às demais empresas citadas no relatório da autuação; Reclama não poder ser equiparado à empresa industrial para efeito de exigir o IPI, pois jamais desenvolveu atividade industrial ou a ela equiparada, nem é importador, pelo que entende não poder ser responsabilizado pela exigência do IPI, nos moldes estabelecidos na autuação, ao que noticia ter recolhido todos os tributos que incidiram nas operações realizadas com a aquisição das mercadorias em relevo no mercado interno e posterior venda a varejo das mercadorias adquiridas; Em outro plano, contesta a cobrança de juros de mora calculados à taxa referencial Selic, eis que eivada de incerteza e iliquidez, por entender ser referida cobrança ilegal e inconstitucional; Fl. 594DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 3 5 Quanto à aplicação da multa veiculada no auto de infração, alega não ter sido demonstrada ou comprovada a prática da infração cominada pela mencionada penalidade que reputa ser confiscatória, violando o preceito contido no inciso IV do art. 150 da Constituição Federal, ao que aduz não ter incorrido em qualquer fraude que desse azo a essa penalização; Finalmente, em face de tudo o quanto foi exposto, requer o cancelamento do auto de infração hostilizado." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento deu provimento parcial a impugnação para cancelar o lançamento referente a pena prevista no art. 83, inciso I da Lei nº 4.502/64, por entender que a tipificação dos fatos ensejaria a aplicação da penalidade prevista no art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76, por tratarse de penalidade mais específica. Por fim, entendeu a autoridade de piso em manter a penalidade para a mercadoria constante da nota fiscal nº 3480, por entender que nesta operação restou caracterizado a entrega a consumo de mercadoria importada de forma iregular, sendo aplicável o art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64. A decisão foi assim ementada. “Assunto : Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 20/10/2003 a 23/12/2003 MULTA REGULAMENTAR DO IPI. E incabível a aplicação da multa regulamentar do IPI por entrega a consumo de mercadoria estrangeira importada de forma irregular ou fraudulentamente, quando a fraude ou a irregularidade que macula a importação é definida legalmente de forma mais específica como dano ao Erário, porquanto, nesses casos, a não localização da mercadoria sujeita a perdimento em face da entrega a consumo é penalizada expressamente na forma de outra disposição legal. IMPORTAÇÃO CLANDESTINA. Incorrem em multa igual ao valor comercial da mercadoria ou ao que lhe é atribuído na nota fiscal, todos aqueles que entregarem ao consumo, ou consumirem produto de procedência estrangeira introduzido clandestinamente no País. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte" Diante da decisão da DRJ, cuja exoneração do sujeito passivo ultrapassou o limite de alçada, foi apresentado pela Turma Julgadora o competente recurso de ofício. Fl. 595DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 6 É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. Do Recurso de Ofício O recurso de ofício apresentado pela turma da DRJ, que por atender os requisitos de admissibilidade, merece ser conhecido. A autoridade de primeira instância decidiu exonerar parcialmente o lançamento por entender que identificado pela Fiscalização Aduaneira a interposição fraudulenta, caberia a aplicação da pena de perdimento e na sua impossibilidade a conversão em multa nos termos do art. 23, do DecretoLei nº 1.455/76. Ao analisar os autos e o trabalho fiscal, entendo estar caracterizado a ocorrência da interposição fraudulenta nas operação da Recorrente. Apesar do caráter irregular das operações, tenho o mesmo entendimento da autoridade da primeira instância. Identificada a ocorrência da interposição é obrigatória a aplicação da penalidade prevista no art. 23, do DecretoLei nº 1.455/76, por tratarse de penalidade mais específica. Para esclarecer este entendimento, faço a análise a seguir da interposição fraudulenta nas operações de comércio exterior e as penalidades aplicadas a estes casos. O controle aduaneiro e a interposição fraudulenta O controle aduaneiro é matéria relevante em todos os países e a comunidade internacional busca de forma incessante o controle das mercadorias importadas, de forma a garantir a segurança e a concorrência leal dentro das regras econômicas e tributárias.. Desde da edição do DecretoLei 37/66, o Brasil busca coibir as irregularidades na importação. Este diploma legal, determinava a conferência física e documental da totalidade das mercadorias importadas. Com o crescimento da economia nacional, a crescente integração do País no plano internacional e o aumento significativo das operações de comércio exterior. O Estado Brasileiro, decidiu modificar os controles que até então vinha exercendo sobre a importação, desenvolvendo controles específicos que se adequassem ao incremento das operações na área aduaneira. A solução veio com a entrada em produção do SiscomexImportação em janeiro de 1997. A partir deste sistema, os controles de despacho aduaneiro de importação passaram a utilizar canais de conferência, que determinaram níveis diferentes de controles aduaneiros. Desde um controle total durante o despacho aduaneiro, com conferência documental, física das mercadorias e avaliação do valor aduaneiro até a um nível mínimo de conferência. Fl. 596DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 4 7 Ao modernizar o seu sistema de controle aduaneiro o País flexibilizou o controle individual das mercadorias importadas, mas, dai nasceu a necessidade de também trabalhar o controle em nível de operadores de comércio exterior. A partir desta premissa foram definidos controles aduaneiros em dois momentos distintos. O primeiro, anterior a operação de importação, quando é exigido uma habilitação prévia da empresas interessada em operar no comércio exterior. Este controle busca avaliar a idoneidade daquelas empresas que pretendem operar no comércio, e atualmente esta disciplinado na Instrução Normativa da SRF nº 228/2002. Apesar deste controle ser preferencialmente em momento anterior as operações. Existem situações em que não é suficiente para impedir operações irregulares. Para coibir estas irregularidades a Fiscalização Aduaneira também atua em momento posterior ao desembaraço aduaneiro, buscando identificar irregularidades nas operações realizadas. O caminho adotado vem sendo o de confirmar a idoneidade das empresas envolvidas nas operações e investigar a origem do recursos utilizados. A identificação de ilícitos nas operações ou a falta de comprovação da origem dos recursos implica na aplicação da pena de perdimento das mercadorias importadas por operações irregulares. Por força legal, considerase dano ao erário, punível com a pena de perdimento das mercadorias, a ocultação do real adquirente das mercadorias importadas, mediante fraude ou simulação, conforme o art. 23, inciso V, do DecretoLei nº 1.455/76. " Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: ... V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) Fl. 597DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 8 § 4o O disposto no § 3o não impede a apreensão da mercadoria nos casos previstos no inciso I ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território nacional.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002)" É mister salientar que não são todas as operações por conta e ordem de terceiros são consideradas interposição fraudulenta. O art. 80 da Medida Provisória nº 2.158 35/01 estabeleceu a possibilidade de pessoas jurídicas importadoras atuarem em nome de terceiros por conta e ordem destes. Os procedimentos a serem seguidos nestas operações estão atualmente disciplinados nas IN SRF nº 225/02 e 247/02. Considerando a possibilidade de importações, com a intervenção de terceiros, fato previsto em lei e disciplinado pela Receita Federal, torna mais forte a pena a ser aplicada quando importador e real adquirente, utilizando de fraude ou simulação oculta esta operação do conhecimento dos órgãos de controle aduaneiro, visto que, o fato de não seguir as determinações normativas para as importações por conta e ordem, acarretam prejuízo aos controles aduaneiros, fiscais e tributários. Contudo, a matéria ainda não fica totalmente resolvida, visto que em determinadas situações, a pena de perdimento por diversos motivos não pode ser aplicada. Aqui temos um empecilho ao cumprimento da norma, já que impedida de aplicar o perdimento, se não existir outra pena possível, equivaleria a uma ausência de punibilidade, o que poderia além do prejuízo não ser ressarcido, estimular futuros atos ilícitos, diante da não aplicação da pena aos infratores. Tal fato não ficou desconhecida pelo legislador, que de forma lúcida, criou a possibilidade da conversão da pena de perdimento em multa, no valor de 100% do valor da mercadoria, conforme previsto art. 23, § 3º do DecretoLei nº 1.455/76. Diante do arcabouço legal que trata a matéria, fica cristalino a procedência da aplicação da pena de perdimento nas situações em que for comprovada ou presumida a interposição fraudulenta, bem como a conversão da pena de perdimento em multa. Tal posição já é matéria assentada neste Conselho, conforme se verifica nos acórdãos nº 9303001.632, 320100.837 e 310200.792. A penalidade aplicada pela Fiscalização Aduaneira esta prevista no art. 704 do regulamento Aduaneiro, aprovado pelo Decreto nº 6.579/2009. In verbis. "Art. 704. Sem prejuízo de outras sanções administrativas ou penais cabíveis, incorrerão na multa igual ao valor comercial da mercadoria os que entregarem a consumo, ou consumirem mercadoria de procedência estrangeira introduzida clandestinamente no País ou importada irregular ou fraudulentamente ou que tenha entrado no estabelecimento, dele saído ou nele permanecido sem que tenha havido registro da declaração da importação, ou desacompanhada de Guia de Licitação ou nota fiscal, conforme o caso (Lei no 4.502, de 1964, art. 83, inciso I; e DecretoLei no 400, de 30 de dezembro de 1968, art. 1o, alteração 2ª). Parágrafo único. A pena a que se refere o caput não se aplica quando houver tipificação mais específica neste Decreto. " Fl. 598DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 5 9 Conforme se depreende da leitura do Parágrafo único do artigo, a pena prevista no art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64 não se aplica quando houver tipificação mais específica. A penalidade prevista no art. 23 do DecretoLei nº 1.455/76 esta prevista no art. 689 do mesmo Regulamento Aduaneiro. "Art. 689. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (Decreto Lei no 37, de 1966, art. 105; e DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, caput e § 1o, este com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): I em operação de carga ou já carregada em qualquer veículo, ou dele descarregada ou em descarga, sem ordem, despacho ou licença, por escrito, da autoridade aduaneira, ou sem o cumprimento de outra formalidade essencial estabelecida em texto normativo; II incluída em listas de sobressalentes e de provisões de bordo quando em desacordo, quantitativo ou qualitativo, com as necessidades do serviço, do custeio do veículo e da manutenção de sua tripulação e de seus passageiros; III oculta, a bordo do veículo ou na zona primária, qualquer que seja o processo utilizado; IV existente a bordo do veículo, sem registro em manifesto, em documento de efeito equivalente ou em outras declarações; V nacional ou nacionalizada, em grande quantidade ou de vultoso valor, encontrada na zona de vigilância aduaneira, em circunstâncias que tornem evidente destinarse a exportação clandestina; VI estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver sido falsificado ou adulterado; VII nas condições do inciso VI, possuída a qualquer título ou para qualquer fim; VIII estrangeira, que apresente característica essencial falsificada ou adulterada, que impeça ou dificulte sua identificação, ainda que a falsificação ou a adulteração não influa no seu tratamento tributário ou cambial; IX estrangeira, encontrada ao abandono, desacompanhada de prova do pagamento dos tributos aduaneiros; X estrangeira, exposta à venda, depositada ou em circulação comercial no País, se não for feita prova de sua importação regular; XI estrangeira, já desembaraçada e cujos tributos aduaneiros tenham sido pagos apenas em parte, mediante artifício doloso; XII estrangeira, chegada ao País com falsa declaração de conteúdo; Fl. 599DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA 10 XIII transferida a terceiro, sem o pagamento dos tributos aduaneiros e de outros gravames, quando desembaraçada com a isenção referida nos arts. 142, 143, 162, 163 e 187; XIV encontrada em poder de pessoa física ou jurídica não habilitada, tratandose de papel com linha ou marca d'água, inclusive aparas; XV constante de remessa postal internacional com falsa declaração de conteúdo; XVI fracionada em duas ou mais remessas postais ou encomendas aéreas internacionais visando a iludir, no todo ou em parte, o pagamento dos tributos aduaneiros ou quaisquer normas estabelecidas para o controle das importações ou, ainda, a beneficiarse de regime de tributação simplificada (Decreto Lei no 37, de 1966, art. 105, inciso XVI, com a redação dada pelo DecretoLei no 1.804, de 1980, art. 3o); XVII estrangeira, em trânsito no território aduaneiro, quando o veículo terrestre que a conduzir for desviado de sua rota legal, sem motivo justificado; XVIII estrangeira, acondicionada sob fundo falso, ou de qualquer modo oculta; XIX estrangeira, atentatória à moral, aos bons costumes, à saúde ou à ordem públicas; XX importada ao desamparo de licença de importação ou documento de efeito equivalente, quando a sua emissão estiver vedada ou suspensa, na forma da legislação específica; XXI importada e que for considerada abandonada pelo decurso do prazo de permanência em recinto alfandegado, nas hipóteses referidas no art. 642; e XXII estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1o A pena de que trata este artigo convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 3o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). § 2o A aplicação da multa a que se refere o § 1o não impede a apreensão da mercadoria no caso referido no inciso XX, ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território aduaneiro (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 4o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). § 3o Na hipótese prevista no § 1o, após a instauração do processo administrativo para aplicação da multa, será extinto o processo administrativo para apuração da infração capitulada como dano ao Erário (Lei no 10.833, de 2003, art. 73, caput e § 1o). Fl. 600DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA Processo nº 12466.003494/200851 Acórdão n.º 3102001.559 S3C1T2 Fl. 6 11 § 3oA. O disposto no inciso VI do caput inclui os casos de falsidade ideológica na fatura comercial. § 4o Considerase falsa declaração de conteúdo, nos termos do inciso XII, aquela constante de documento emitido pelo exportador estrangeiro, ou pelo transportador, anteriormente ao despacho aduaneiro. § 5o Consideramse transferidos a terceiro, para os efeitos do inciso XIII, os bens, inclusive automóveis, objeto de: I transferência de propriedade ou cessão de uso, a qualquer título; II depósito para fins comerciais; ou III exposição para venda ou para qualquer outra modalidade de oferta pública. § 6o Para os efeitos do inciso XXII, presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados (DecretoLei no 1.455, de 1976, art. 23, § 2o, com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59). Ao ser comprovada a existência da interposição fraudulenta, o que se caracteriza como dano ao erário previsto no art. 23 do DecretoLei nº 1.455/76 e trazida no art. 689 do Regulamento Aduaneiro, não é aplicável nestes casos a penalidade prevista no art. 83, inciso I, da Lei nº 4.502/64. Diante do exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso de Ofício. Winderley Morais Pereira Fl. 601DF CARF MF Impresso em 17/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 30/08/ 2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 27/08/2012 por WINDERLEY MORAIS PER EIRA
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Numero do processo: 11030.002486/2004-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI
Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000
IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA
RESSARCIMENTO PIS-PASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO.
A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto.
“IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matérias-primas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere-se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam.
RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE.
Numero da decisão: 3101-000.776
Decisão: ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) afastar o impedimento ao uso do benefício em face da saída de produtos NT; 2) desconsiderar a vedação de se incluir na base de cálculo do crédito presumido as matérias-primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de cooperativas; e 3) determinar o retorno dos autos ao órgão julgador de primeira instância para apreciar as demais questões de mérito. Vencidos os conselheiros Corintho Oliveira Machado e Henrique Pinheiro Torres.
Nome do relator: Valdete Aparecida Marinheiro
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E EXPORTAÇÃO LTDA Recorrida DRJ PORTO ALEGRE/RS “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 IPI RESSARCIMENTO. EXPORTAÇÃO. CRÉDITO PRESUMIDO PARA RESSARCIMENTO PISPASEP E COFINS. CONCEITO DE RECEITA DE EXPORTAÇÃO. A norma jurídica instituidora do benefício fiscal atribui ao Ministro de Estado da Fazenda a competência para definir “receita de exportação” e para o período pleiteado a receita deve corresponder a venda para o exterior de produtos industrializados, conforme fato gerador do IPI, não sendo confundidos com produtos “NT” que se encontram apenas fora do campo abrangido pela tributação do imposto. “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada refere se a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam. RECURSO VOLUNTÁRIO PROVIDO EM PARTE Fl. 1DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 2 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 1ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Terceira Seção de Julgamento, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso voluntário para: 1) afastar o impedimento ao uso do benefício em face da saída de produtos NT; 2) desconsiderar a vedação de se incluir na base de cálculo do crédito presumido as matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de pessoas físicas ou de cooperativas; e 3) determinar o retorno dos autos ao órgão julgador de primeira instância para apreciar as demais questões de mérito. Vencidos os conselheiros Corintho Oliveira Machado e Henrique Pinheiro Torres. HENRIQUE PINHEIRO TORRES Presidente VALDETE APARECIDA MARINHEIRO Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado, Tarásio Campelo Borges e Vanessa Albuquerque Valente. Ausente momentaneamente, o Conselheiro Luiz Roberto Domingo. . Relatório Por bem relatar, adotase o Relatório de fls. 86 a 87 dos autos emanados da decisão DRJ/POA, por meio do voto do relator Carlos Alberto Donassolo, nos seguintes termos: “O estabelecimento acima qualificado formalizou pedido de ressarcimento do crédito presumido do IPI (CP), instituído pela Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, para se ressarcir das contribuições da Cofins e do PIS/PASEP, incidentes sobre as aquisições , no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, empregados na fabricação de produtos exportados durante o período de 01/07/2000 a 30/09/2000, no valor de R$ 22.530,75, conforme pedido de ressarcimento PER/DCOMP, de fls. 02 e 03. 1.1 A verificação prévia do pedido foi feita pela fiscalização que, de acordo com o Termo de Verificação Fiscal, de fls. 08 e 09, concluiu que o requerente não teria direito ao ressarcimento pleiteado, em razão de que as exportações efetuadas pelo requerente são referentes a produtos classificados no código 7103.10.00 da TIPI, com a notação NT (não tributável) e, portanto, ditos produtos se encontram fora do campo de incidência do IPI, desatendendo a condição para a fruição do benefício fiscal, prevista no art. 1º da Lei nº 9.363, de 1996, ou seja, de que o produto deve ser industrializado sujeito à incidência desse imposto. Não bastasse isso, prossegue o agente fiscal, a maior parte das matériasprima adquiridas são provenientes de pessoas físicas, que não sofreram o gravame das contribuições para o Fl. 2DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 3 3 PIS/PASEP e Cofins a que o benefício fiscal visa ressarcir e, dessa forma, essas aquisições também não dariam direito ao crédito presumido. 1.2 O Delegado da DRF/Passo Fundo, acolhendo a proposição da Fiscalização, indeferiu integralmente o pedido de ressarcimento, conforme teor do Despacho Decisório, de fls. 11. 2 Regularmente intimado do Despacho Decisório referido, mas discordando daquele entendimento, o requerente apresentou a manifestação de inconformidade, de fls. 16 a 31, alegando, em síntese, o que segue: a) que realiza uma operação de beneficiamento da pedra denominada “ametista”, caracterizada como sendo uma operação típica de industrialização, uma vez que a matéria prima adquirida (ametista) passa por todo um processo de tratamento/acabamento antes de ser comercializada, operação essa caracterizada como sendo de industrialização pelo Regulamento do IPI; b) que no caso da não admissão na base de cálculo das aquisições de insumos de pessoas físicas houve ofensa ao princípio da legalidade estrita, previsto no art. 150, I, da Constituição Federal/88, de forma que a fiscalização não poderia impor restrições na composição do cálculo com base em atos infralegais, posto que tanto o conceito insculpido na Lei nº 9.363, de 1996 quanto na Lei nº 10.276, de 10 de setembro de 2001, estendem o benefício para toda a cadeia produtiva e não somente para a última etapa desta. Transcreve jurisprudência administrativa em apoio à sua tese; 2.1. Finaliza, requerendo a procedência de sua manifestação de inconformidade para que seja reformado o Despacho Decisório e que se defira integralmente o crédito presumido do IPI pleiteado, acrescido de juros pela taxa Selic, desde a protocolização do pedido.” A decisão recorrida emanada do Acórdão nº. 1015.472 de fls. 85 traz a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2000 a 30/09/2000 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. RESSARCIMENTO. Inexiste direito ao crédito presumido do IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT (nãotributado). IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. Não se incluem na base de cálculo do benefício as aquisições de matérias primas de pessoas físicas, por não terem sofrido a incidência das contribuições para o PIS/PASEP e a Cofins. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 4 4 ABONO DE JUROS SELIC. DESCABIMENTO. Por falta de previsão legal, é incabível o abono de correção monetária e de juros Selic, aos ressarcimentos de créditos do IPI. Solicitação Indeferida “ Irresignado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho – CARF, onde faz as mesmas alegações antes apresentadas e finalmente requer: a) a reforma do acórdão recorrido, com escopo de que seja declarado o direito integral pleiteado, relativo ao crédito presumido do IPI; b) acrescido da respectiva correção monetária e, por conseguinte, homologada a compensação tributária levada a cabo pela Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Valdete Aparecida Marinheiro, O Recurso Voluntário é tempestivo e dele tomo conhecimento, por conter todos os requisitos de admissibilidade. Inicialmente, cabe destacar que o motivo principal de controvérsia no presente processo se deve ao fato da fiscalização ter considerado que os produtos exportados pelo interessado estariam classificados na TIPI com a notação “NT” (nãotributado), ou seja, são produtos que não são considerados industrializados pela legislação do IPI e, portanto, sem direito ao crédito presumido do IPI. Nesse sentido, a decisão recorrida, analisou a classificação fiscal dos produtos exportados e concluiu “... que se tratam de produtos que se encontram fora do campo de incidência do IPI, ou seja, indicação típica de produtos que não são considerados industrializados pela legislação do IPI e, por essa razão, sem direito ao crédito presumido do IPI pela legislação que trata do benefício fiscal”. Assim, não obstante, demais considerações é importante lembrar que o IPI é um imposto seletivo em virtude da essencialidade do produto, e não cumulativo conforme artigo 153 § 3º da CF/88, logo, por imposição constitucional, o IPI deve ser seletivo, não cumulativo e não poderá incidir sobre produtos industrializados, destinados ao exterior. Esses são os limites mínimos a serem respeitados pelo legislador infraconstitucional. Verificase na TIPI, que inumeros produtos ficaram sem tributação, outros tantos, reduzidos à alíquota zero, outros, ainda, tiveram isenções decretadas por leis específicas. No caso concreto, como o produto exportado está na TIPI como produto não tributado, significa que o objeto encontrase fora do campo abrangido pela tributação, isto é, é o fato de não estar contemplado na norma jurídica definidora do fato gerador da obrigação Fl. 4DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 5 5 tributária. Acontece que o fato gerador do IPI é a industrialização e a lei definiu o que seja produto industrializado (artigo 46 do CTN e art. 3º da Lei nº 4.502/64). Assim, uma tabela aprovada por mero decreto ao promover enumeração de produtos não tributados, motivados tãosomente pelo caráter da seletização gradual do imposto, não pode implicar em alteração do fato gerador, a ponto de excluir os produtos não tributados do rol de produtos industrializados, abrangidos pela definição do fato gerador do IPI. Logo, produto classificado na TIPI como NT, não significa necessáriamente tratarse de produto não industrializado. Portanto, o relevante é que a Recorrente tenha exportado produtos industrializados, ainda que esses produtos estejam classificados na TIPI como NT, nada considerável, também, que seus insumos sejam classificados como NT, pois, não estamos tratando de créditos normais de IPI, mas um crédito pressumido, uma ficção, onde as bases para sua apuração estão contempladas pela Lei 9.363/96. Também, a Recorrente pretende ver incluído no seu pedido de ressarcimento crédito referente a aquisições de pessoas físicas e cooperativa e nesse sentido discordando da decisão recorrida, corroboro com o entendimento exposto pelo nosso Presidente Dr. Henrique Pinheiros Torres no Recurso nº 201116199 da CSRF – 2º Turma nos seguintes termos: “IPI – CRÉDITO PRESUMIDO – RESSARCIMENTO – AQUISIÇÕES DE PESSOAS FÍSICAS E COOPERATIVAS – A base de cáculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários, e material de embalagem referidos no art. 1º da Lei nº 9.363, de 13.12.96, do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador (art. 2º da Lei nº 9.363/96). A lei citada referese a “valor total” e não prevê qualquer exclusão. As Instruções Normativas nºs 23/97 e 103/97 inovaram o texto da Lei nº 9.363, de 13.12.96, ao estabelecerem que o crédito presumido de IPI será calculado, exclusivamente, em relação às aquisições efetuadas de pessoas jurídicas, sujeitas à COFINS e às Contribuições ao PIS/PASEP (IN nº 23/97), bem como que as matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem adquiridos de cooperativas não geram direito ao crédito presumido (IN nº 103/97). Tais exclusões somente poderiam ser feitas mediante Lei ou Medida Provisória, visto que as Instruções Normativas são normas complementares das leis (art. 100 do CTN) e não podem transpor, inovar ou modificar o texto da norma que complementam.” Diante do todo o exposto, voto por DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO VOLUNTÁRIO determinando afastar a exclusão na receita bruta de exportação, os produtos exportados pela Recorrente, ainda que classificados como NT na TIPI, por estar afastados do campo de tributação, mas, não afastados do fato gerador do IPI; afastar a glosa dos créditos referentes a aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem de pessoa físicas e cooperativas e determinar o retorno do processo ao órgão julgador de primeira instância para análise dos demais pressupostos a garantir o crédito pleiteado. É como voto Relatora Valdete Aparecida Marinheiro Fl. 5DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 11030.002486/200411 Acórdão n.º 3101 000776 S3C1T1 Fl. 6 6 Fl. 6DF CARF MF Impresso em 04/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 30 /01/2012 por VALDETE APARECIDA MARINHEIRO, Assinado digitalmente em 01/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Numero do processo: 10580.002689/2008-42
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 08 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 PEDIDO DE COMPENSAÇÃO. PROCESSO JUDICIAL.CONDIÇÕES. A compensação com base em direito creditório obtido perante o Poder Judiciário depende da desistência de sua execução na via judicial. Não tendo o contribuinte demonstrado tal providência, indefere-se pedido. Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3102-001.124
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: RICARDO PAULO ROSA
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PROCESSO JUDICIAL.CONDIÇÕES. A compensação com base em direito creditório obtido perante o Poder Judiciário depende da desistência de sua execução na via judicial. Não tendo o contribuinte demonstrado tal providência, indeferese pedido. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente. Ricardo Paulo Rosa Relator. EDITADO EM: 30/03/2012 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Ricardo Paulo Rosa, Paulo Sergio Celani, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Ausente justificadamente o Conselheiro Luciano Pontes de Maya Gomes. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório que embasou a decisão de primeira instância, que passo a transcrever. Tratase de Manifestação de Inconformidade de fls.590/593, contra o Despacho Decisório n°603/2008, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Fl. 1DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA 2 Salvador/BA, fls.5801583, que indeferiu o direito de compensação de débitos declarados com os créditos da contribuição para o PIS/PASEP proveniente da Ação Ordinária 1997.33.5810, na qual se discute o direito ao PIS recolhido com base nos Decretoslei n°2.445 e 2.449, ambos de 1988, uma vez que este mesmo crédito já tinha sido objeto de análise no processo administrativo n°10580.000290/0017, Despacho Decisório DRF/SDR n°573, de 07/11/2008, ora transcrito, para indeferi lo, em razão da identidade entre os créditos pleiteados nas esferas judicial e administrativa, tendo o contribuinte optado em prosseguir com a execução. Por conseguinte, não homologa a compensação declarada dos débitos informados no Pedido de Compensação. Cientificada do indeferimento do direito, o interessado apresentou manifestação de inconformidade alegando que em virtude da revogação dos efeitos suspensivos relativos aos débitos do PAF ora discutido, com impedimento à emissão de CND, ingressou com medida liminar através do processo n°2002.33.00.0232244, na 1ª Vara da Justiça Federal, com objetivo de restaurar a suspensão, tendo sido concedida a segurança (documentos 03 e 04), mas cuja medida judicial o SEORT da DRF insiste em contrariar. Alega que o Principio da Verdade Material dos fatos é especifico do procedimento administrativo, especialmente o tributário, devendo ser sempre buscado pela fiscalização, conforme doutrina que transcreve, restando clara a afronta por parte da DRF ao disposto no art.151, IV do CTN. No presente caso, requer o imediato afastamento dos efeitos da exigibilidade do crédito tributário, objeto do presente pedido de compensação, sob pena de evidente infração ao principio da verdade material dos fatos, já que toda a documentação apresentada pela requerente é clara e eficiente. Assim a Delegacia da Receita Federal de Julgamento sintetizou, na ementa correspondente, a decisão proferida. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/08/1988 a 30/03/1996 Ementa: RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. Uma vez não reconhecido o direito creditório, não se homologam as compensações pleiteadas. Insatisfeita com a decisão de primeira instância, a recorrente apresenta recurso voluntário a este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, por meio do qual repisa argumentos contidos na Manifestação de Inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Paulo Rosa. Preenchidos os requisitos de admissibilidade, tomo conhecimento do recurso voluntário. Fl. 2DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10580.002689/200842 Acórdão n.º 310201.124 S3C1T2 Fl. 2 3 Embora de pouca clareza, é possível extrair do Recurso Voluntário apresentado pela empresa o desejo de que seja suspenso o crédito tributário em epígrafe, mediante reforma da decisão de piso, se não vejamos. 2.5. Esse atributo particular do procedimento administrativo permite a suspensão do crédito tributário ora exigido, ou seja, a suspensão da exigibilidade dos mesmos por determinação judicial, bem como a reforma do acórdão em tela. Nesse sentido, vejase a decisão abaixo transcrita: Ao final, requer também a extinção da exigência neste contida. Ex positis, requer seja dado integral provimento ao presente Recurso Voluntário, a fim de que seja extinto, totalmente, o crédito tributário ora exigido, devendo assim, ser reconsiderado o despacho proferido pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em epígrafe Contudo, a própria contribuinte esclarece que os débitos objeto da lide estão com sua exigibilidade suspensa, se não vejamos. 1.4. Em 17 de dezembro de 2008, o judiciário concedeu à segurança ao contribuinte, restaurando os efeitos suspensivos dos débitos relativos aos pedidos de compensação vinculados à lide. Assim sendo, não vejo motivos para que se requeira neste processo a suspensão já concedida pelo Poder Judiciário. Impertinente o pedido. Por outro lado, o fato de ter sido suspensa a exigibilidade do crédito tributário de maneira alguma justifica o pedido de que “seja extinto, totalmente, o crédito tributário ora exigido”. Destarte, o que se tem é apenas uma determinação judicial no sentido de que o crédito sub judice não seja exigido enquanto não proferida decisão final de mérito, fato que não tem qualquer efeito sobre a existência do crédito tributário, razão pela qual não há que se falar na possibilidade de que o mesmo seja extinto em face do mandado de segurança obtido pela recorrente. Pelo exposto, VOTO POR NEGAR provimento ao recurso voluntário apresentado. Sala de Sessões, 08 de julho de 2001. Ricardo Paulo Rosa – Relator. Fl. 3DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA 4 Fl. 4DF CARF MF Impresso em 12/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 13/04/2012 p or LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 30/03/2012 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 16098.000002/2008-62
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Outros Tributos ou Contribuições
Período de apuração: 01/09/1989 a 01/04/1992
Ementa: Prazo Para Restituir Tributos Declarados Inconstitucionais
Após a decretação da inconstitucionalidade da parte final do parte final do art. 4º da Lei Complementar nº 118, de 2005, em observância ao art. 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e à orientação jurisprudencial assentada no REsp. REsp 1002932 / SP, o prazo para pleitear a compensação ou restituição de tributos declarados inconstitucionais se extingue após o prazo de cinco anos, contados da homologação do lançamento.
Recurso Voluntário Parcialmente Provido
Numero da decisão: 3102-001.397
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
parcial provimento ao recurso voluntário para afastar prescrição do direto de pleitear a restituição/compensação relativa a pagamentos posteriores a 17/01/1992 e determinar o retorno do processo à DRJ de origem para apreciar os demais aspectos inerentes ao mérito do pedido.
Nome do relator: LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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ementa_s : Outros Tributos ou Contribuições Período de apuração: 01/09/1989 a 01/04/1992 Ementa: Prazo Para Restituir Tributos Declarados Inconstitucionais Após a decretação da inconstitucionalidade da parte final do parte final do art. 4º da Lei Complementar nº 118, de 2005, em observância ao art. 62-A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais e à orientação jurisprudencial assentada no REsp. REsp 1002932 / SP, o prazo para pleitear a compensação ou restituição de tributos declarados inconstitucionais se extingue após o prazo de cinco anos, contados da homologação do lançamento. Recurso Voluntário Parcialmente Provido
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REsp 1002932 / SP, o prazo para pleitear a compensação ou restituição de tributos declarados inconstitucionais se extingue após o prazo de cinco anos, contados da homologação do lançamento. Recurso Voluntário Parcialmente Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário para afastar prescrição do direto de pleitear a restituição/compensação relativa a pagamentos posteriores a 17/01/1992 e determinar o retorno do processo à DRJ de origem para apreciar os demais aspectos inerentes ao mérito do pedido (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Mara Cristina Sifuentes, Luciano Pontes de Maya Gomes, Álvaro Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Nanci Gama e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Ricardo Rosa. Relatório Fl. 103DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16098.000002/200862 Acórdão n.º 3102001.397 S3C1T2 Fl. 2 2 Tratase de Recurso Voluntário em desfavor do Acórdão 1615.183, da e. 6ª Turma da DRJ São Paulo, que indeferiu pedido de restituição/compensação de créditos do Finsocial e do PIS, em razão de que teria se operado a prescrição do direito de formular tal pleito. Sinteticamente, as razões de recorrer seria a mesma aduzida perante o órgão julgador a quo, quais seja: não se operara a decadência alegada. Cita jurisprudência que ampararia tal convicção e sustenta, ademais, que não pleiteara restituição dos tributos, mas simplesmente informara a realização de compensação, o que provocaria deslocamento do início da contagem do prazo decadencial. Como é possível observar compulsando os autos, o presente processo decorre de desmembramento do de nº 13804.000919/200260, procedido no intuito de permitir a manifestação concomitante do Segundo e do Terceiro Conselho de Contribuintes, à época incompetentes para julgamento de litígios que envolviam contribuições para o PIS e para o Finsocial. Considerando que não teria sido localizada a data em que o sujeito passivo tomou ciência da decisão recorrida e que, consequentemente, não seria possível apurar a tempestividade do recurso, decidiu a extinta Terceira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes pela conversão do julgamento em diligência, a fim de que fosse esclarecida tal dúvida. Cumprida tal diligência e, restando atestada a tempestividade do recurso, voltam os autos a julgamento. Tratandose de resolução julgada em data anterior à criação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em observância à regra de transição gizada no § 4º, do art.3º da Portaria MF nº 256, de 20091, retornaram os autos a este Conselheiro para prosseguimento do julgamento. É o Relatório. 1 § 4° Os processos que retornem de diligência e os com embargos de declaração interpostos em face de acórdãos exarados em sessões anteriores à vigência deste Regimento Interno serão distribuídos ao relator original do recurso, salvo quando estiver atuando em colegiado com especialização diversa da do anterior. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção No presente recurso, relembrese, discutese, até o presente momento, se restou superado o prazo para pleitear restituição e consequentemente, compensação de créditos decorrentes da decretação da inconstitucionalidade da majoração da contribuição para o Finsocial. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16098.000002/200862 Acórdão n.º 3102001.397 S3C1T2 Fl. 3 3 Quanto a esse aspecto, é preciso relembrar, inicialmente, o Regimento Interno do CARF, que, após sua alteração pela Portaria MF nº 586, de 2010, passou a prever, em seu art. 26A: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543 B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Ocorre que, até recentemente, a adoção da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça2 acerca do cômputo do prazo prescricional encontravase obstaculizada, em face de que essa reprodução só seria viável se afastada a aplicação do Art. 4º da Lei Complementar nº 1183, de 2005, que determinava a aplicação retroativa do art. 3º4 desse mesmo diploma. Tal dispositivo, relembrese, deu à contagem do prazo em questão contornos diversos do aplicado naquela corte superior, que pacificara a adoção da cognominada “tese dos cinco mais cinco”, atualmente adotada em sede de Recurso Repetitivo. Entretanto, como é de conhecimento geral, sobreveio o julgamento proferido nos autos do RE nº 566.621/RS5, onde o plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu, em sede de Repercussão Geral que a parte final do art. 4º da Lei Complementar nº 118, de 2005 seria inconstitucional. Determinouse, assim, que a lei complementar em questão só seria aplicada a pedidos formulados após a sua vacacio legis . Assim sendo, em face de que o pedido em análise é anterior a tal data, surge, a meu ver, a obrigatoriedade de se aplicar a orientação do Superior Tribunal de Justiça e considerar, para a fixação do prazo prescricional em dez anos, contados da data do pagamento. Consequentemente, tendo o pedido de compensação sido formulado em 17/01/2002, a prescrição (ou decadência) do direito de pleitear a restituição ou compensação atingiu exclusivamente os recolhimentos efetuados em data anterior a 17/01/1992. Cabe acrescentar que, a meu ver, não assiste razão ao sujeito passivo quando busca que se promova a contagem do prazo decadencial levandose em consideração a data das autocompensações que alega ter efetuado e não, como decidiram as autoridades preparadora e julgadoras de primeira instância, a data de apresentação do requerimento. Com efeito, basta que se analise a petição apresentada para que se conclua que a compensação, nos moldes em que foi realizada, seguiu os ditames do Decreto nº 2.138/97, que trata da compensação a requerimento e tinha como matriz legal a redação anterior do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (original não destacado): 2 REsp 1002932 / SP. Ministro Luiz Fux, julgado em 25/11/2009. 3 Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional. 4 Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei. 5 Ministra Ellen Gracie, julgado em 04/08/2011. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 16098.000002/200862 Acórdão n.º 3102001.397 S3C1T2 Fl. 4 4 Art.74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Na mesma linha, o Decreto regulamentador: Art. 1° É admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. Parágrafo único. A compensação será efetuada pela Secretaria da Receita Federal, a requerimento do contribuinte ou de ofício, mediante procedimento interno, observado o disposto neste Decreto. Ou seja,inobstante a convicção do sujeito passivo no sentido de que estaria comunicando a realização de compensação, de fato, a estava requerendo. Impende registrar, nessa senda, que tratandose de processo formulado em data anterior à Lei nº 10.637, de 2002, mas só analisado posteriormente ao início de sua vigência, em observância ao comando do § 4º do art. 74, da Lei nº 9.430, de 1996, introduzido por esta mesma Lei nº 10.637, de 20026, caberá promover a sua análise sob a regulamentação inerente à declaração de compensação. Diante do exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso, para afastar prescrição do direto de pleitear a restituição/compensação relativa a pagamentos posteriores a 17/01/1992 e determinar o retorno do processo à DRJ de origem para apreciar os demais aspectos inerentes ao mérito do pedido. Sala das Sessões, em 16 de fevereirode 2012 Luis Marcelo Guerra de Castro 6 § 4º Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 28/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 0 9/08/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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Numero do processo: 10880.012215/2001-58
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Ano-calendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.409
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1997 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. É nulo o auto de infração cuja motivação não foi confirmada pelos fatos apurados. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Ricardo Paulo Rosa Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa, Winderley Morais Pereira, Luciano Pontes de Maya Gomes, Mara Cristina Sifuentes, Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho e Nanci Gama. Fl. 379DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 2 Relatório Por bem descrever os fatos adoto o relatório da primeira instância, que passo a transcrever, com as devidas adições. " Contra a empresa qualificada em epígrafe foi lavrado auto de infração de fls. 18/27 em virtude da apuração de falta de recolhimento do IPI de períodos entre janeiro e dezembro de 1997, exigindoselhe o crédito tributário no valor total de R$ 265.306,11.0 enquadramento legal encontrase as fls. 21 e 24. Cientificada, a interessada apresentou a impugnação de fls. 1/6, na qual denunciou a arbitrariedade das autoridades responsáveis pelo lançamento, que deixaram de efetuar diligências para verificar, no período em questão, a existência de medida judicial suspensiva da exigibilidade do crédito tributário e optaram por lançar os valores, com a imposição de penalidade, por meio de peça fiscal genérica e imotivada, sem que a empresa fosse previamente intimada a apresentar documentos. Alegou que parte dos açúcares comercializados pela impugnante está abrangida pela Instrução Normativa SRF no 67, de 1998, que reconheceu serem isentas as saídas de determinados tipos de açúcar, no período de 06/07/1995 a 16/11/1997 (abrangendo todo o período objeto da autuação). Assim, sendo tal fato desconsiderado pelo auto de infração, ele é nulo. No que diz respeito aos demais açúcares, estaria a interessada amparada por liminares (posteriormente ratificadas por sentenças concessivas de segurança) nos autos dos Mandados de Segurança n° 96.00110018 e 97.00069729, o que implicaria na suspensão da ação fiscal e exclusão dos valores lançados a titulo de multa e juros, o que pleiteou nos termos da Lei n°9.430, de 1996, art. 63 e ADN CST n° 1/97. Em 27/06/2007, a impugnante apresentou o requerimento de fl. 173, acompanhado dos documentos de fls. 174/210, argumentando que, no período da autuação, ela dera saída apenas a açúcares a que se referem a Instrução Normativa, devendo ser cancelada a autuação. Encaminhado em diligência para se apurar os valores de IPI constantes do lançamento e que atendem ás condições da Instrução Normativa SRF n° 67, conforme despacho de fls. 221/222, o presente retornou com o despacho contido no "Termo de Encerramento de Diligencia Fiscal" de fls. 277/282. Nele, a fiscalização considerou como sujeito à referida Instrução Normativa apenas o açúcar refinado granulado — descrito pela Coopersucar como AC GR. Entendeu também que, apesar das saídas do açúcar denominado CRISTALÇUCAR conterem lançamento do IPI, ele não se enquadraria na Instrução Fl. 380DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 310201.409 S3C1T2 Fl. 2 3 Normativa por "falta de literalidade", ou seja, não estar descrito como um dos tipos de açúcar previstos em Resolução do IAA citada na Instrução. Assim, os valores correspondentes as saídas, que atendem o disposto na Instrução Normativa, seriam aqueles indicados no quadro de fl. 282." A Delegacia da Receita Federal de Julgamento decidiu pela procedência parcial da impugnação, cancelando a multa de ofício, mantendo o restante do lançamento. Entendendo não comprovado nos autos que a filial de n° 006896, estava contemplada nas ações judiciais impetradas. A decisão da DRJ foi assim ementada. “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Anocalendário: 1997 MEDIDA JUDICIAL. COMPROVAÇÃO. Cabe a impugnante fazer prova de que é beneficiária de medida judicial afastando a incidência de tributo. MULTA DE OFÍCIO. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXONERAÇÃO. Exonerase a multa de oficio imposta sobre diferença apurada em débito declarado na DCTF, tendo em vista a retroatividade benigna do art. 18 da Lei n° 10.833, de 2003, com a redação do art. 18 da Lei n° 11.488, de 2007. Lançamento Procedente em Parte” Cientificada da decisão, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando os argumentos já apresentados na impugnação. Reafirmando a existência da ação judicial que afastaria a incidência do tributo, inclusive para a filial de n° 006896. A embasar as alegações trouxe aos autos cópia da petição inicial, com anexo listando todos estabelecimentos abarcados pela ação judicial. É o Relatório. Voto Fl. 381DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA 4 Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O recurso é voluntário e tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, merecendo, por isto, ser conhecido. O lançamento (fls. 18 a 27) que foi realizado em auditoria eletrônica de DCTF, teve origem na localização do Processo Judicial informado, a Recorrente trouxe aos autos na manifestação de inconformidade cópia de ações judiciais que confirmariam a existências dos processos judiciais em questão, entretanto, a decisão de primeira instância entendeu, que os lançamentos referentes a filial de n° 006896 não estariam amparados na decisão judicial. Posteriormente, quando da apresentação do Recurso Voluntário a Recorrente trouxe aos autos cópia do Processo Judicial, onde consta a lista de estabelecimentos amparados no pedido inicial da ação (fls. 353 a 357) e dentre eles consta o estabelecimento de n° 006896. Quanto à matéria, cabe ressaltar, que entendo não ser obrigação da discussão administrativa e suas instâncias a investigação sobre os detalhes da ação judicial e o que acarretaria quanto aos tributos suspensos, a decisão do poder judiciário. Tal atividade equivaleria a um procedimento de fiscalização o que não se coaduna com a atividade de julgamento. O Auto de Infração é justificado no fato do processo judicial, informado na DCTF, não ser localizado pelos Sistemas Informatizados da Receita Federal. O Processo Administrativo Fiscal, por obrigação, regese pelo principio da vinculação legal. O art. 10 do Decreto nº 70.235/72 determina as exigências para formalização do Auto de Infração. “Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula.” O inciso IV, do art. 10 é claro ao exigir para a constituição do Auto de Infração a disposição legal infringida e a penalidade aplicável. O lançamento ora combatido, teve como base a não localização do Processo Judicial. Cientificado do lançamento a Recorrente trouxe cópia do Processo Judicial aos autos, confirmando a existência e procedência da Ação informada. Portanto é evidente a falta de correlação entre a motivação do lançamento e a situação fática apurada nos autos. Qualquer alterações promovida pela Unidade Preparadora ou na decisão a quo para justificar o lançamento não podem suprir as irregularidades praticadas quando da formalização da exigência fiscal. Fl. 382DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA Processo nº 10880.012215/200158 Acórdão n.º 310201.409 S3C1T2 Fl. 3 5 Diante do exposto voto no sentido de dar provimento ao Recurso para cancelar o lançamento. Winderley Morais Pereira Fl. 383DF CARF MF Impresso em 27/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 26/04/ 2012 por RICARDO PAULO ROSA, Assinado digitalmente em 17/04/2012 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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Numero do processo: 10680.019097/2007-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 16 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 Ementa: PERMUTA DE BENS E DIREITOS. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. PERMUTA DE COTAS E AÇÕES ENTRE EMPRESAS. EMPRESA LIMITADA ADREDE PREPARADA, COM INTEGRALIZAÇÃO EM ESPÉCIE DO PREÇO DA ALIENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DO TRATAMENTO COMO UMA PERMUTA ORDINÁRIA QUE NÃO GERA GANHO DE CAPITAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. A interpretação tributária que restringe à permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital. Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna em dinheiro. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Indo mais além, sempre que houver envolvimento de dinheiro em espécie na operação, forçoso reconhecer a eventual existência do ganho de capital. É o que ocorre com a alienação de ações de determinada companhia, detida por pessoa física, com utilização de veículo societário (empresa limitada) adrede preparado, no qual se integralizou como capital da limitada o preço da alienação, daí ocorrendo a permuta das ações por quotas. Claramente, não se pode permitir que uma empresa limitada criada pouco antes da operação de permuta, que funcionou apenas como repositório do preço, possa permitir a postergação do pagamento do imposto sobre o ganho de capital, porque aqui inegavelmente houve a disponibilidade financeira do recurso em prol do alienante pessoa física, devendo este pagar o imposto devido. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO BASEADA EM DISCREPÂNCIA NAS INFORMAÇÕES DA DIRPF. REDUÇÃO DA MULTA PARA O PERCENTUAL ORDINÁRIO DE 75% SOBRE O IMPOSTO LANÇADO. A autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150% sobre o imposto lançado. Recurso provido em parte.
Numero da decisão: 2102-001.909
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Fez a sustentação oral a Dra. Ana Cláudia Akie Utumi, advogada do recorrente, OAB-SP nº 138.911.
Nome do relator: GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2003 Ementa: PERMUTA DE BENS E DIREITOS. NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. PERMUTA DE COTAS E AÇÕES ENTRE EMPRESAS. EMPRESA LIMITADA ADREDE PREPARADA, COM INTEGRALIZAÇÃO EM ESPÉCIE DO PREÇO DA ALIENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DO TRATAMENTO COMO UMA PERMUTA ORDINÁRIA QUE NÃO GERA GANHO DE CAPITAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. A interpretação tributária que restringe à permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital. Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna em dinheiro. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Indo mais além, sempre que houver envolvimento de dinheiro em espécie na operação, forçoso reconhecer a eventual existência do ganho de capital. É o que ocorre com a alienação de ações de determinada companhia, detida por pessoa física, com utilização de veículo societário (empresa limitada) adrede preparado, no qual se integralizou como capital da limitada o preço da alienação, daí ocorrendo a permuta das ações por quotas. Claramente, não se pode permitir que uma empresa limitada criada pouco antes da operação de permuta, que funcionou apenas como repositório do preço, possa permitir a postergação do pagamento do imposto sobre o ganho de capital, porque aqui inegavelmente houve a disponibilidade financeira do recurso em prol do alienante pessoa física, devendo este pagar o imposto devido. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO BASEADA EM DISCREPÂNCIA NAS INFORMAÇÕES DA DIRPF. REDUÇÃO DA MULTA PARA O PERCENTUAL ORDINÁRIO DE 75% SOBRE O IMPOSTO LANÇADO. A autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150% sobre o imposto lançado. Recurso provido em parte.
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NÃO INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. PERMUTA DE COTAS E AÇÕES ENTRE EMPRESAS. EMPRESA LIMITADA ADREDE PREPARADA, COM INTEGRALIZAÇÃO EM ESPÉCIE DO PREÇO DA ALIENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DO TRATAMENTO COMO UMA PERMUTA ORDINÁRIA QUE NÃO GERA GANHO DE CAPITAL. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO DE RENDA. A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. A interpretação tributária que restringe à permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital. Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna em dinheiro. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Indo mais além, sempre que houver envolvimento de dinheiro em espécie na operação, forçoso reconhecer a eventual existência do ganho de capital. É o que ocorre com a alienação de ações de determinada companhia, detida por pessoa física, com utilização de veículo societário (empresa limitada) adrede preparado, no qual se integralizou como capital da limitada o preço da alienação, daí ocorrendo a permuta das ações por quotas. Claramente, não se pode permitir que uma empresa limitada criada pouco antes da operação de permuta, que funcionou apenas como repositório do preço, possa permitir a postergação do pagamento do imposto sobre o ganho de capital, porque aqui inegavelmente Fl. 1DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 2 houve a disponibilidade financeira do recurso em prol do alienante pessoa física, devendo este pagar o imposto devido. MULTA DE OFÍCIO. QUALIFICAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA MANUTENÇÃO DA QUALIFICAÇÃO BASEADA EM DISCREPÂNCIA NAS INFORMAÇÕES DA DIRPF. REDUÇÃO DA MULTA PARA O PERCENTUAL ORDINÁRIO DE 75% SOBRE O IMPOSTO LANÇADO. A autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150% sobre o imposto lançado. Recurso provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Fez a sustentação oral a Dra. Ana Cláudia Akie Utumi, advogada do recorrente, OABSP nº 138.911. Assinado digitalmente GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Relator e Presidente. EDITADO EM: 30/04/2012 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Atilio Pitarelli, Carlos André Rodrigues Pereira Lima, Giovanni Christian Nunes Campos, Núbia Matos Moura, Roberta de Azeredo Ferreira Pagetti e Rubens Maurício Carvalho. Relatório Em face do contribuinte WALFRIDO SILVINO DOS MARES GUIA NETO, CPF/MF nº 006.900.90668, já qualificado neste processo, foi lavrado, em 28/11/2007, auto de infração (fls. 03 e seguintes), com ciência pessoal em 28/11/2007 (fl. 03). Abaixo, discriminase o crédito tributário constituído pelo auto de infração, que sofre a incidência de juros de mora a partir do mês seguinte ao do vencimento do crédito: IMPOSTO R$ 1.894.507,50 MULTA DE OFÍCIO R$ 2.841.761,25 Fl. 2DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 2 3 Ao contribuinte foi imputada uma omissão de ganho de capital, no montante de R$ 12.630.050,00, com fato gerador ocorrido em 31/01/2002, conduta essa apenada com multa de ofício de 150%, com a seguinte motivação (fls. 08 a 18 – excertos do Termo de Verificação Fiscal): (...) 1.1. O contribuinte em epígrafe foi inicialmente selecionado para fiscalização, relativamente ao cumprimento de suas obrigações legais referentes ao imposto de renda pessoa física (IRPF) do anocalendário de 2002, em razão do fato de ter o mesmo realizado no mês de janeiro desse anocalendário operação com participações societárias, representada pela aquisição de quotas do capital social da empresa Samos Participações Ltda., CNPJ 04.852.164/000106, pelo valor declarado de R$ 3.346.359,00, mediante entrega de ações da empresa Biobrás S/A, CNPJ 16.921.603/000166, as quais, segundo informado pelo fiscalizado no item 36 do quadro 8 ("Declaração de Bens e Direitos") de sua Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda Pessoa Física referente ao mesmo anocalendário (DIRPF/2003 fls. 128 a 134), "... eram de propriedade do Sr. Walfrido dos Mares Guia Neto, por meio da holding Biopart Ltda., há mais de 15 anos ...". (...) 1.3.4. Tendo em vista constar do item IV da 1ª alteração do contrato social da empresa Boroserra do Brasil Participações Ltda. (razão social alterada para Samos Participações Ltda.), CNPJ 04.852.164/000106 (registrada na Junta Comercial do Estado de Minas Gerais em 27/03/2002, sob o número 31206462722), que a quotista NN Holding do Brasil Ltda., CNPJ 04.789.439/000104, detentora de 15.976.409 quotas do capital social da primeira empresa, no valor nominal de R$ 15.976.409,00, cedeu e transferiu para o contribuinte a totalidade de suas quotas, ao passo que este informa, no item 36 do Quadro 8 (Relação de Bens e Direitos) de sua DIRPF/2003, ter adquirido quotas da empresa Samos Participações Ltda. pelo valor de R$ 3.346.359,00; esclarecer e comprovar de que forma e em qual(is) data(s) foi paga à NN Holding do Brasil Ltda. a diferença entre o valor pelo qual as quotas da empresa Boroserra do Brasil Participações Ltda. foram transferidas ao contribuinte — R$ 15.976.409,00, e o valor do custo de aquisição das quotas da mesma empresa informado em sua DIRPF/2003 — R$ 3.346.359,00, diferença esta equivalente a R$ 12.630.050,00. 1.4. Aos 22/10/2007, o contribuinte entregou o termo de resposta de fls. 24 a 28, no qual alega que: (...) 1.4.2. Inicialmente, era quotista da sociedade Biopart Ltda. (Biopart), empresa que detinha ações do capital social da Biobrás S/A (Biobrás); Fl. 3DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 4 1.4.3. Em 2001, foi realizada redução do capital social da Biopart (doc. de fls. 60 a 64), por meio da qual recebeu, como contrapartida do capital reduzido, participação no capital social da Biobrás, tornandose, portanto, seu acionista direto, detentor de 918.880 (novecentas e dezoito mil e oitocentas e oitenta) ações ordinárias nominativas e 80.492 (oitenta mil e quatrocentas e noventa e duas) ações preferenciais (fls. 69 a 77); 1.4.4. No ano seguinte, permutou com a empresa NN Holding do Brasil Ltda. (NN Holding) as ações da Biobrás de sua propriedade pela participação que a NN Holding detinha no capital social da Boroserra do Brasil Participações Ltda. (Boroserra); 1.4.5. Foi por meio de permuta com a NN Holding que passou a deter 15.976.409 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentas e nove) quotas da Boroserra (fls. 84 a 93); 1.4.6. Posteriormente, em 30 de abril de 2002, a empresa Boroserra teve sua razão social alterada para Samos Participações Ltda. (fls. 94 a 98); (...) 1.4.9. A permuta em questão não foi acrescida do pagamento de torna, isto é, tãosomente houve a troca de participações societárias, sem o pagamento em dinheiro; (...) 1.5. Ao que parece, com as alegações apresentadas no termo de resposta de fls. 24 a 28, pretende o contribuinte defender a tese (a qual se demonstrará não ser correta) de que, como a alienação das ações da Biobrás de sua propriedade à NN Holding se deu através de uma operação de permuta das referidas ações por quotas do capital social da Boroserra (atual Samos), possuídas pela NN Holding, sem recebimento de torna em dinheiro, o valor de alienação das ações da Biobrás, e o conseqüente custo de aquisição das quotas da Boroserra, seria igual ao valor (contábil) pelo qual a sociedade Biopart avaliou as ações da Biobrás entregues ao contribuinte a título de devolução de sua participação no capital dessa sociedade, de modo que não haveria ganho de capital tributável na comentada alienação de ações. (...) 1.13. Resta, portanto, verificar se o contribuinte auferiu ganho de capital, sujeito à incidência do imposto, na operação de permuta de participações societárias sob investigação. 1.14. Com base nos documentos trazidos ao procedimento fiscal pelo contribuinte, constatouse que, no ano de 2002 (e não de 2001, como alegado pelo fiscalizado no termo de resposta de fls. 24 a 28), através de alteração contratual datada de 21/01/2002, (averbada no Registro Civil das Pessoas Jurídicas em 24/01/2002, sob número 23 do registro 56.805, no Livro A fls. 84 a 93), a Biopart Ltda. reduziu seu capital social de R$ 13.113.817,00 (treze milhões e cento e treze mil e oitocentos e Fl. 4DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 3 5 dezessete reais) para R$ 2.000.000,00 (dois milhões de reais), com a conseqüente extinção de 11.113.817 (onze milhões e cento e treze mil e oitocentas e dezessete) quotas do valor unitário de R$ 1,00 (um real), mediante restituição aos sócios, na proporção de suas participações, do ativo representado por 3.319.081 (três milhões e dezenove mil e oitenta e uma) ações de emissão da Biobrás S/A, avaliadas pelo valor contábil de R$ 11.113.817,00 (onze milhões e cento e treze mil e oitocentos e dezessete reais), distribuindose tais valores entre os quotistas nas seguintes proporções: (...) 1.15. Constatouse, também que a Boroserra do Brasil Participações Ltda. foi constituída em 21/12/2001, nos termos do contrato social de fls.78 a 83, tendo como quotistas as sociedades NN Holding do Brasil Ltda., CNPJ 04.789.439/0001 04, e Novo Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda. (Novo Nordisk), CNPJ 82.277.955/000155, as quais se comprometeram a integralizar em moeda corrente nacional, no prazo de 180 (cento e oitenta) dias contados da data de constituição da sociedade, um capital social de R$ 15.976.410,00 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentos e dez reais), dividido em 15.976.410 (quinze milhões e novecentas e setenta e seis mil e quatrocentas e dez reais) quotas de valor nominal de R$ 1,00 (um real) cada, assim distribuídas entre as quotistas: a) NN Holding do Brasil Ltda. com 15.976.409 quotas, no valor nominal total de R$ 15.976.409,00, e b) Nordisk Farmacêutica do Brasil Ltda. com 1 quota no valor nominal de R$ 1,00. 1.16. Constatouse ainda que, nos termos do item III da cláusula 1ª da 1ª alteração do contrato social da Boroserra, datada de 31/01/2002 (fls. 84 a 93), as quotistas NN Holding e Novo Nordisk consignaram que o capital social, no valor de R$ 15.976.410,00, representado por 15.976.410 quotas, fora por elas totalmente integralizado, em moeda corrente nacional. 1.17. E, como consignado no item IV da mesma cláusula mencionada acima, a quotista NN Holdinq cedeu e transferiu a totalidade de suas cotas, livres e desembaraçadas de qualquer ônus, dúvidas, dívidas, encargos ou gravames de qualquer natureza ao senhor Walfrido Silvino dos Mares Guia Neto. (...) 1.24. Na situação em tela, verificase que, na data de 31/01/2002, o contribuinte permutou ações de emissão da Biobrás S/A avaliadas pelo valor total de R$ 3.346.359,00, por quotas da sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), no valor nominal total de R$ 15.976.409,00 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentos e nove reais). Fl. 5DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 6 1.25. As quotas da Boroserra transferidas para o contribuinte representavam a quase totalidade do capital da sociedade, este no valor de R$ 15.976.410,00, totalmente integralizado em moeda corrente nacional na data da permuta. Destacamos que a sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. fora constituída no mês anterior ao da permuta, em 21/12/2001. Tem se, portanto, que o ativo representativo do capital social da Boroserra era totalmente constituído por dinheiro em espécie. 1.26. Vemonos, então, diante do seguinte fato: o contribuinte alienou suas 999.372 ações (918.880 ordinárias e 80.492 preferenciais) da Biobrás S/A, avaliadas pelo valor total de R$ 3.346.359 — que consiste no custo de aquisição das ações, recebendo em permuta 15.976.409 quotas do capital social da Boroserra do Brasil Participações Ltda., avaliadas pelo valor total de R$ 15.976.409,00 — que consiste no preço efetivo da operação, isto é, o quanto a aquisição das ações da Biobrás S/A custou efetivamente para a sociedade NN Holding do Brasil Ltda. (...) 1.33. Assim sendo, verificase que o contribuinte auferiu um ganho de capital na alienação (mediante operação de permuta, das ações da Biobrás S/A que possuía),correspondente à diferença positiva entre o valor de alienação das ações —R$ 15.976.409,00 — e o respectivo custo de aquisição — R$ 3.346.359 (valor contábil),diferença esta equivalente a R$ 12.630.050,00 (doze milhões e seiscentos e trinta mil e cinqüenta reais). 1.34. Além disso, ao registrar, em sua DIRPF do anocalendário de 2002, a aquisição das quotas do capital da sociedade Samos Participações Ltda. (antiga Boroserra do Brasil Participações Ltda.), CNPJ 04.852.164/000106, pelo valor de R$ 3.346.359 (valor este correspondente ao custo de aquisição das ações da Biobrás dadas em permuta pelas mencionadas quotas), e não pelo preço efetivo da operação, R$ 15.976.409,00 (valor das quotas da Boroserra entregues ao contribuinte pela NN Holding), o contribuinte praticou conduta definida como sonegação no art. 71 da Lei n°. 4.502, de 30 de novembro de 1964, reproduzido abaixo, a qual evidencia seu intuito de fraudar a legislação tributária, impedindo que a autoridade fazendária tivesse conhecimento da ocorrência de ganho de capital na operação de permuta em foco: (...) 1.35. E, presente o evidente intuito de fraude, definido no artigo 71 da Lei n°. 4.502 de 1964, sobre o imposto de renda decorrente da apuração de ganho de capital na alienação de participação societária foi aplicada a multa de ofício qualificada, no percentual de 150% (cento e cinqüenta por cento), conforme previsto no inciso I combinado com o parágrafo 1°, ambos do art. 44 da Lei n°. 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação dada pelo art. 14 da Medida Provisória n°. 351, de 22 de janeiro de 2007, convertida na Lei n°. 11.488, de 15 de junho de 2007. Fl. 6DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 4 7 1.36. E, havendo verificado a ocorrência de fatos que, em tese, configuram crime contra a ordem tributária, conforme definido nos artigos 1° e 2° da Lei n°. 8.137 de 27 de dezembro de 1990, cujo teor abaixo transcrevemos, formalizamos, mediante protocolização do processo administrativo n°. 10680.019098/200703 que deverá ser apensado ao processo através do qual foi constituído o crédito tributário a cabível representação fiscal para fins penais, nos moldes do Decreto n° 2.730, de 10 de agosto de 1998 e da Portaria SRF n.° 326, de 15 de março de 2005: (...) Inconformado com a autuação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, dirigida à Delegacia da Receita Federal de Julgamento. A 5ª Turma de Julgamento da DRJBelo Horizonte (MG), por unanimidade de votos, julgou procedente o lançamento, em decisão consubstanciada no Acórdão n° 02 17.271, de 22 de fevereiro de 2008 (fls. 178 e seguintes). O contribuinte foi intimado da decisão a quo em 14/03/2008 (fl. 185). Irresignado, interpôs recurso voluntário em 11/04/2008 (fl. 186). No voluntário, o recorrente alega, em síntese, que: I. a decisão recorrida é nula, por ofensa ao princípio da motivação dos atos administrativos, pois sequer rebateu a longa argumentação do impugnante, limitandose tãosomente a dizer que “legislação que rege a matéria não excetuou a permuta realizada pelo contribuinte para determinação do ganho de capital", sendo que sequer contra argumentou o tópico da impugnação relativo à exclusão de penalidade, juros e correção monetária, “no qual se evidenciou que o Recorrente agiu em conformidade com as normas complementares e não poderia ficar exposto à penalidades, juros moratórios, nem atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo, se interpretação diversa vier a ser adotada pelo Fisco”; II. a decadência fulminou o imposto lançado, por feito além do qüinqüênio do art. 150, § 4º, do CTN (fato gerador ocorrido em 31/01/2002 e ciência do lançamento em 28/11/2007), aqui ressaltando que o prazo decadencial do imposto referente ao ganho de capital contase na forma desse permissivo legal, independentemente da existência, ou não, de pagamento, conforme pacífica jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes; III. a simples permuta de bens, sem torna, não envolve apuração de ganho de capital, o qual ficará postergado para o momento da alienação do bem recebido na permuta, sendo certo que a dicção “permuta” no art. 3º, § 3º, da Lei nº 7.713, que trata da apuração do ganho de capital e foi invocado pelo Auditor Fiscal como fundamento de validade da autuação perpetrada, versa sobre apuração e não o ganho em si mesmo, o qual deve ser buscado na operação, verificando se Fl. 7DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 8 efetivamente houve a realização do ganho. “Ora, é forçoso concluir que nada disso ocorreu no caso dos autos, uma vez que, em razão da permuta realizada, o patrimônio do Recorrente não sofreu qualquer tipo de acréscimo. Houve tãosomente mera substituição de ativos, ou seja, ações de uma empresa por ações de outra empresa. Na NN HOLDING, as ações representativas do capital da BOROSERRA foram substituídas pelas ações do capital BIOBRÁS pelo mesmo custo de aquisição, o mesmo ocorrendo, ao reverso, no caso do Recorrente” (fl. 198); IV. “Tanto é assim que, a legislação tributária, no tocante à permuta imobiliária, entendeu por bem explicitar a neutralidade das operações de permuta de imóveis em que não houvesse a torna. E o fez apenas e tão somente por uma questão de conveniência, eis que nenhuma diferença faria a ausência desses dispositivos legais, justamente porque na permuta, não se verifica a ocorrência da hipótese de incidência do imposto de renda. A legislação tributária veio apenas esclarecer, tratase de legislação interpretativa, e não constitutiva” (fl. 198); V. outra demonstração de que não há ganho de capital em permuta pode ser encontrado nos arts. 137, 431 e 763 do Decreto nº 3.000/99, que trata do Programa Nacional de Desestatização PND, que manda tratar a troca dos créditos do arrematante contra a União em face das ações adquiridas como permuta, quer sequer expressamente isenta tais operações do imposto de renda, pois meras permutas não implicam em ganho de capital, entendimento expressamente chancelado pelos Pareceres PGFN/PGA nº 970/91 e PGFN/PGA nº 454/92, aprovados pelo Ministro da Fazenda, que, apesar de elaborados no bojo do PND, analisam amplamente o instituto da “permuta” e seu tratamento tributário, concluindo pela não incidência do imposto de renda na hipótese vertente, sendo verdadeira norma complementar tributária, na forma do art. 100 do CTN, o que justifica por si só a não imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo (art. 100, § único, do CTN); VI. a jurisprudência do Primeiro Conselho de Contribuintes corrobora a tese defensiva; acima VII. não se comprovou o evidente intuito de fraude a justificar a aplicação da penalidade qualificada. É o relatório. Voto Conselheiro Giovanni Christian Nunes Campos, Relator Fl. 8DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 5 9 Declarase a tempestividade do apelo, já que o contribuinte foi intimado da decisão recorrida em 14/03/2008 (fl. 185), sextafeira, e interpôs o recurso voluntário em 11/04/2008 (fl. 186), dentro do trintídio legal, este que teve seu termo final em 15/04/2008, terçafeira. Dessa forma, atendidos os demais requisitos legais, passase a apreciar o apelo, como discriminado no relatório. Em relação à nulidade aventada no item I do relatório, entendo que não assiste razão ao recorrente, pois não se pode confundir uma fundamentação sucinta com ausência de fundamentação, esta sim causa de nulidade (REsp 763.983/RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça STJ, DJ 28/11/05). Apreciando a decisão recorrida nas fls. 180 a 182, vêse que a relatora lançou lá suas razões para manter o lançamento, de forma de sucinta é verdade, mas adequadamente fundamentada, entendendo que a permuta poderia gerar ganho de capital, como se viu no caso em debate, afastando as exceções, como a permuta com torna de unidades imobiliárias e aquelas executadas no âmbito do PND, verbis: Tal tese foi detalhadamente analisada pela autoridade lançadora, a qual, com muita propriedade, rejeitoua com fundamentos destacados às fls. 11 a 17, os quais não merecem reparos. A legislação que rege a matéria não excetuou a permuta realizada pelo contribuinte para fins de determinação do ganho de capital. Portanto, invocar as exceções (permutas de unidades imobiliárias e de títulos de dívida pública por ações ou quotas leiloadas no âmbito de programas de desestatização) não socorre o impugnante, pois, como visto, a regra geral, que aqui se aplica, é que na apuração do ganho de capital serão consideradas as operações que importem alienação a qualquer título de bens e direitos, tais como as realizadas por permuta (§3°, do art. 3°, da Lei n° 7.713, de 1988). Ainda, se a autoridade julgadora rechaçou a possibilidade de aplicar o entendimento das permutas do PND ao caso aqui em discussão, por óbvio ficou prejudicado qualquer apreciação da aplicação do art. 100 do CTN à espécie. Com as razões acima, rejeitase a nulidade vindicada e passase a apreciar se a decadência fulminou o crédito tributário lançado, como pedido na defesa do item II do relatório. Primeiramente, fazse breve menção à tradicional jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes e do CARF sobre a matéria decadencial. Entendiase que a regra de incidência de cada tributo era que definia a sistemática de seu lançamento. Se a legislação atribuísse ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, o tributo amoldarseia à sistemática de lançamento denominada de homologação, onde a contagem do prazo decadencial darseia na forma disciplinada no art. 150, § 4º, do CTN, sendo irrelevante a existência, ou não, do pagamento, e, no caso de dolo, fraude ou simulação, a regra decadencial tinha assento no art. 173, I, do CTN . Este era o entendimento aplicado ao lançamento do imposto de renda da pessoa física e da pessoa jurídica sujeito ao ajuste anual. Fl. 9DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 10 Assim era pacífico no âmbito do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes que a contagem do prazo decadencial do imposto de renda da pessoa física e jurídica sujeito ao ajuste anual amoldarseia à dicção do art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, quando a contagem passa a ser feita na forma do art. 173, I, do Código Tributário Nacional. Como exemplo dessa jurisprudência, citamse os acórdãos nºs: 10195.026, relatora a Conselheira Sandra Maria Faroni, sessão de 16/06/2005; 10246.936, relator o Conselheiro Romeu Bueno de Camargo, sessão de 07/07/2005; 10323.170, relator o Conselheiro Leonardo de Andrade Couto, sessão de 10/08/2007; 10422.523, relator o Conselheiro Nelson Mallmann, sessão de 14 de junho de 2007; e 10615.958, relatora a Conselheira Ana Neyle Olímpio Holanda, sessão de 08/11/2006. O entendimento acima também veio a ser acolhido pelo CARF a partir de 2009, quando este Órgão substituiu os Conselhos de Contribuintes. Entretanto, veio a lume uma alteração no Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, através de alteração promovida pela Portaria do Ministro da Fazenda n.º 586, de 21.12.2010 (Publicada no DOU em 22.12.2010), que passou a fazer expressa previsão no sentido de que “As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF” (Art. 62A do anexo II do RICARF). E o Superior Tribunal de Justiça, no rito dos recursos repetitivos (art. 543C do CPC), confessou uma tese na matéria decadencial diversa do CARF, como abaixo se vê, sendo de rigor aplicála nos julgamentos da segunda instância administrativa. Dessa forma, no que diz respeito a decadência dos tributos lançados por homologação, apreciouse o Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o julgado submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008 (regime dos recursos repetitivos), assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL .ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). Fl. 10DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 6 11 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. No precedente acima do Superior Tribunal de Justiça, a existência, ou não, do pagamento passou a ser relevante para definir a regra decadencial. Para a hipótese de inocorrência de dolo, fraude ou simulação, a existência de pagamento antecipado leva a regra para as balizas do art. 150, § 4º, do CTN; já a inexistência, para o art. 173, I, do CTN. No caso destes autos, com fato gerador ocorrido em 31/01/2002, considerando que não houve pagamento de qualquer valor a título de ganho de capital na operação auditada, devese aplicar a regra decadencial na forma do art. 173, I, do CTN (isso sem sequer precisar apreciar a dilação decadencial em decorrência da aplicação da multa qualificada), ou seja, o termo de início decadencial começou a fluir em 1º/01/2003 (primeiro Fl. 11DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 12 dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ser efetuado), com término em 31/12/2007. Ora, como a ciência do lançamento ocorreu em 28/11/2007, inviável a decretação da decadência para o caso vertente. Superado o pedido decadencial, passase a apreciar as defesas dos itens III a VI, que versam sobre a impossibilidade da tributação do ganho de capital em permuta de ações (ou em qualquer permuta). Não tenho qualquer dúvida em asseverar que em permutas sem torna de dinheiro, entre quaisquer bens (diversos de dinheiro), não há apuração de ganho de capital. Já confessei este entendimento quando relatei o recurso nº 156.029, com prolação do Acórdão nº 10616.964, sessão de 26 de junho de 2008, que restou assim ementado (excerto): CUSTO DO BEM RECEBIDO EM PERMUTA —VALOR DO BEM OFERTADO NA PERMUTA CONSTANTE NA DECLARAÇÃO DE BENS E DIREITO IDENTIDADE —A permuta ou troca é o contrato pelo qual as partes se obrigam a dar uma coisa por outra que não seja dinheiro. Tudo que pode ser objeto de uma compra e venda pode ser trocado, não sendo necessário que os bens permutados sejam de igual espécie ou valor, sendo lícito, portanto, permutar um imóvel por uma coisa móvel, ou ainda um bem imóvel ou móvel por um direito. Apesar de as disposições civis referentes à compra e venda serem aplicadas à troca ou permuta (art. 533 do Código Civil), não se deve esquecer que o contrato de permuta antecedeu ao da compra e venda. A interpretação tributária que restringe a permuta a troca de bens imóveis não tem base na doutrina ou na própria legislação regente do ganho de capital Dessa forma, ao contrato de permuta, de forma geral, deve ser dado o mesmo tratamento atribuído ao de permuta de unidades imobiliárias, quando somente se pode falar em ganho de capital se houver torna. Inexistindo torna, não haverá ganho de capital, exceto se o permutante ativar em sua declaração de bens e direitos o bem recebido por um valor maior do que o dado na permuta. Assim, incabível a utilização do valor registrado na escritura de permuta como custo do bem recebido na permuta, devendo ser acatado como custo do bem recebido na permuta aquele do bem ofertado nesta avença. Entretanto, não se pode deixar de tributar uma permuta quando envolver a troca de bens por dinheiro, inclusive porque aí estaríamos já no terreno da compra e venda. Observe que, no caso destes autos, a autoridade fiscal asseverou que houve uma permuta das ações de emissão da Biobrás S/A, de propriedade do contribuinte, por quotas da Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), sendo que esta última empresa tinha sido constituída em 21/12/2001, com capital totalmente constituído por dinheiro em espécie por parte daquele que objetivava adquirir as ações da Biobrás, com operação de permuta ocorrida em 31/01/2002, ou seja, quarenta após a constituição da Boroserra. Eis as textuais palavras da autoridade autuante: 1.24. Na situação em tela, verificase que, na data de 31/01/2002, o contribuinte permutou ações de emissão da Biobrás S/A avaliadas pelo valor total de R$ 3.346.359,00, por quotas da sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), no valor nominal total de R$ 15.976.409,00 (quinze milhões e novecentos e setenta e seis mil e quatrocentos e nove reais). Fl. 12DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 7 13 1.25. As quotas da Boroserra transferidas para o contribuinte representavam a quase totalidade do capital da sociedade, este no valor de R$ 15.976.410,00, totalmente integralizado em moeda corrente nacional na data da permuta. Destacamos que a sociedade Boroserra do Brasil Participações Ltda. fora constituída no mês anterior ao da permuta, em 21/12/2001. Tem se, portanto, que o ativo representativo do capital social da Boroserra era totalmente constituído por dinheiro em espécie. Ora, será que a operação acima, com criação de uma empresa pelo adquirente em determinado momento logo anterior à data da permuta, com integralização das quotas dela em dinheiro poucos dias à frente, tudo para permitir a permuta das quotas da empresa recém criada com ações de outra companhia, esta o verdadeiro objeto a ser comprado e vendido, pode ser considerada como um típico contrato de permuta que afasta a tributação do imposto de renda sobre o eventual ganho de capital? A resposta é desenganadamente negativa. O contrato de permuta que afasta a tributação do imposto de renda é aquele em que as partes permutam bens diversos de dinheiro, postergando a apuração do ganho de capital, para quando houver a efetiva realização financeira do bem recebido na permuta. No caso trazido à baila acima, como paradigma (Acórdão nº 10616.964), tinhase a permuta de ações de uma empresa rural com um imóvel rural, sem envolvimento de dinheiro em espécie. Jamais poderseia aceitar que uma permuta entre as ações de determinada empresa com quotas de outra, esta constituída imediatamente antes do negócio jurídico, e com integralização das quotas dela em dinheiro, valor este que deveria ser utilizado para pagar o preço, possa ser encarada como uma permuta típica, a afastar a incidência do imposto de renda, pois aqui houve o envolvimento de dinheiro em espécie, havendo iniludivelmente a ocorrência de ganho de capital, a justificar a incidência do imposto de renda sobre tal ganho. Aceitar a operação descrita nestes autos como uma típica permuta que afasta a tributação do imposto de renda seria deferir ao contribuinte que auferiu o ganho de capital um absoluto poder de postergação do imposto respectivo, pois mesmo em uma operação de compra e venda, com pagamento do preço em dinheiro, poderseia criar uma empresa, ativando nela o preço, e aí postergando indefinidamente o imposto devido. Digo indefinidamente, pois nada impediria que os recursos permanecessem na empresa, passando por herança de pai para filho, levando a apuração do imposto devido para as calendas gregas, ou ainda que os recursos ativados na empresa sejam consumidos por seus acionistas, em pagamento até de despesas pessoais, o que levaria ao desaparecimento do dinheiro ativado e, por conseqüência, do imposto a ser recolhido à Fazenda Pública, pois, no futuro, não haveria qualquer recurso outrora ativado, com as quotas ou ações nada valendo. Claramente, no caso em discussão, não se pode aceitar que o preço em espécie da alienação seja integralizado em uma empresa constituída pelo comprador, adrede preparada, afastando o imposto devido. Inegavelmente, tratase de manobra abusiva, que não pode ser aceita no âmbito do direito tributário, pois houve o pagamento do preço em espécie, havendo a disponibilidade da renda, esta uma condição imperativa para a tributação no âmbito da pessoa física, que opera sob regime de caixa. Com as considerações acima, entendo que em operações de permutas como do caso vertente, em que a criação da empresa serviu apenas como meio para receber o preço, devese incidir a tributação do imposto de renda sobre o ganho de capital. Fl. 13DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS 14 Ainda, por óbvio, não se pode comparar a operação aqui em debate com aquelas do PND, que versavam sobre permuta entre títulos públicos e ações das companhias em processo de privatização, sem envolvimento de recursos em espécie, pois nestes autos houve de fato o pagamento do preço do bem alienado em espécie, servindo a empresa adrede criada apenas para funcionar como repositório do preço, o que não tem o condão de afastar a tributação do ganho de capital, sempre lembrando que o direito tributário não se condói com esquemas meramente formais, sem propósito econômico ou negocial. Observese que há um hiato a separar as operações do PND da destes autos, representado exatamente pelo dinheiro em espécie que permitiu a alienação das ações da Biobrás, hipótese diversa do que ocorreu nas operações do PND, nas quais havia apenas a permuta títulos públicos por ações. Ressaltese que aqui não se está a desconsiderar a existência jurídica da empresa Boroserra do Brasil Participações Ltda. (atual Samos Participações Ltda.), pois nada impede (ou impediria) de o autuado ter ativado os recursos recebidos na alienação das ações da Biobrás S/A na Boroserra, porém deveria antes ter pagado o imposto que incidiu sobre o ganho de capital auferido. Indo mais além, como não se vê semelhança entre as operações do PND como acima se demonstrou, não se pode utilizar a inteligência dos Pareceres PGFN/PGA nº 970/91 e PGFN/PGA nº 454/92 para afastar a incidência da imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo, na forma do art. 100, § único, do CTN. Por fim, passase a apreciar a multa qualificada que incidiu no imposto lançado (item VII do relatório). Aqui entendo que assiste razão ao recorrente. Inicialmente, vêse que a autoridade fiscal ancorou a qualificação da multa de ofício na desconformidade da informação registrada na DIRPF em decorrência das ações transacionadas, como se vê pelo excerto do relatório fiscal, abaixo transcrito: (...) 1.34. Além disso, ao registrar, em sua DIRPF do anocalendário de 2002, a aquisição das quotas do capital da sociedade Samos Participações Ltda. (antiga Boroserra do Brasil Participações Ltda.), CNPJ 04.852.164/000106, pelo valor de R$ 3.346.359 (valor este correspondente ao custo de aquisição das ações da Biobrás dadas em permuta pelas mencionadas quotas), e não pelo preço efetivo da operação, R$ 15.976.409,00 (valor das quotas da Boroserra entregues ao contribuinte pela NN Holding), o contribuinte praticou conduta definida como sonegação no art. 71 da Lei n°. 4.502, de 30 de novembro de 1964, reproduzido abaixo, a qual evidencia seu intuito de fraudar a legislação tributária, impedindo que a autoridade fazendária tivesse conhecimento da ocorrência de ganho de capital na operação de permuta em foco: (...) Ora, a autuação fiscal decorrente de ganhos de capital não oferecidos à tributação decorre, ordinariamente, da majoração de custo do bem alienado ou ainda de desconformidade na informação do preço da alienação prestadas na DIRPF, não sendo isso, por si só, uma motivação para a qualificação da multa de ofício, pois, se assim se procedesse, todo o lançamento de imposto decorrente de ganho de capital teria vinculado uma multa qualificada de 150%. Este raciocínio não pode ser acatado. Efetivamente, caberia a autoridade fiscal ter Fl. 14DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS Processo nº 10680.019097/200751 Acórdão n.º 2102001.909 S2C1T2 Fl. 8 15 motivado de forma diversa a aplicação da multa qualificada, demonstrando a ocorrência de uma conduta que superasse a mera discrepância de informação na DIRPF, pois tais discrepâncias, como regra, somente justificam a aplicação da multa ordinária no percentual de 75% sobre o imposto lançado. E de tal ônus não se desincumbiu a autoridade lançadora. Ademais, o que se viu nestes autos foi um planejamento fiscal mal sucedido, e a jurisprudência do CARF, como regra, vem rechaçando a qualificação da multa de ofício em planejamentos fiscais desconsiderados pelo fisco, como se pode ver no Acórdão nº 2102 00.447, sessão de 04 de dezembro de 2009, que restou assim ementado (excerto): MULTA QUALIFICADA EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO Na época da prática das condutas reputada qualificadas, somente era justificável a exigência da multa qualificada, então prevista no artigo art. 44, II, da Lei n 9.430/96, quando o contribuinte tivesse procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502/64. A constituição de empresa de prestação de serviço, por sócios ou controladores da empresa tomadora do serviço, para a venda de serviço de gestão administrativa unicamente à tomadora, objetivava unicamente reduzir a carga tributária incidente sobre os rendimentos do trabalho dos sócios, prática que foi rechaçada pela autoridade fiscal, não se podendo dizer, entretanto, que houve uma conduta dolosa para impedir a ocorrência do fato gerador ou o conhecimento desse por parte da autoridade fiscal. Assim, entendo que a multa de ofício deve ser reduzida do percentual de 150% para 75%. Ante o exposto, voto no sentido de REJEITAR a preliminar de nulidade e, no mérito, em DAR parcial provimento ao recurso para reduzir a multa de ofício do percentual de 150% para 75%. Assinado digitalmente Giovanni Christian Nunes Campos Fl. 15DF CARF MF Impresso em 24/05/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS, Assinado digitalmente em 30/04/2012 por GIOVANNI CHRISTIAN NUNES CAMPOS
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