Busca Facetada
Turma- Segunda Turma Ordinária d (13,751)
- Primeira Turma Ordinária (12,600)
- Primeira Turma Ordinária (11,657)
- Segunda Turma Ordinária d (11,624)
- Primeira Turma Ordinária (10,841)
- Segunda Turma Extraordiná (9,729)
- Primeira Turma Extraordin (7,967)
- Terceira Turma Extraordin (6,841)
- Terceira Turma Especial d (3,734)
- Primeira Turma Especial d (3,515)
- Segunda Turma Ordinária d (3,369)
- Terceira Turma Ordinária (2,929)
- Segunda Turma Ordinária d (2,927)
- Segunda Turma Especial da (2,895)
- Primeira Turma Ordinária (2,490)
- Quarta Câmara (29,280)
- Segunda Câmara (23,281)
- Terceira Câmara (14,210)
- Primeira Câmara (5,417)
- Segunda Seção de Julgamen (107,512)
- Outros imposto e contrib (2,855)
- IRPF- auto de infração el (1,839)
- Outras penalidades (ex.MU (724)
- CPSS - Contribuições para (507)
- IRPF- ação fiscal - outro (390)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (387)
- IRPF- ação fiscal - omis. (340)
- ITR - ação fiscal - outro (216)
- ITR - notific./auto de in (171)
- IRPF- restituição - rendi (163)
- IRPF- auto infração - mul (142)
- IRPF- ação fiscal - Ac.Pa (136)
- ITR - notific./auto de in (91)
- ITR - ação fiscal (AF) - (89)
- Outros proc. que não vers (74)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,473)
- WILDERSON BOTTO (2,424)
- CARLOS ALBERTO DO AMARAL (2,039)
- THIAGO DUCA AMONI (1,918)
- RONNIE SOARES ANDERSON (1,899)
- MIRIAM DENISE XAVIER (1,765)
- RAIMUNDO CASSIO GONCALVES (1,738)
- RICARDO CHIAVEGATTO DE LI (1,506)
- THIAGO BUSCHINELLI SORREN (1,314)
- MARCELO ROCHA PAURA (1,290)
- FERNANDA MELO LEAL (1,160)
- KLEBER FERREIRA DE ARAUJO (1,147)
- RONALDO DE LIMA MACEDO (1,114)
- MARTIN DA SILVA GESTO (1,095)
- 2020 (18,040)
- 2021 (9,912)
- 2023 (9,297)
- 2012 (8,637)
- 2019 (8,201)
- 2011 (7,622)
- 2014 (6,690)
- 2024 (6,239)
- 2013 (6,226)
- 2018 (5,264)
- 2010 (4,255)
- 2022 (4,155)
- 2017 (3,360)
- 2016 (3,173)
- 2015 (2,048)
- 2020 (17,444)
- 2023 (10,850)
- 2021 (10,346)
- 2019 (7,770)
- 2014 (6,993)
- 2024 (6,375)
- 2011 (5,464)
- 2013 (4,856)
- 2018 (4,742)
- 2016 (3,545)
- 2022 (3,174)
- 2017 (3,152)
- 2010 (3,142)
- 2015 (3,123)
- 2012 (2,858)
- os (106,653)
- por (106,499)
- de (106,491)
- membros (106,203)
- do (105,581)
- votos (102,427)
- acordam (100,032)
- colegiado (100,013)
- recurso (97,010)
- unanimidade (95,491)
- e (92,719)
- provimento (89,943)
- julgamento (88,309)
- conselheiros (85,660)
- presidente (85,424)
Numero do processo: 19515.002199/2010-19
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998
RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF.
A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento.
Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
Numero da decisão: 2201-004.209
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201803
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 18 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 19515.002199/2010-19
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5862492
dt_registro_atualizacao_tdt : Sat May 19 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2201-004.209
nome_arquivo_s : Decisao_19515002199201019.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA
nome_arquivo_pdf_s : 19515002199201019_5862492.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
dt_sessao_tdt : Tue Mar 06 00:00:00 UTC 2018
id : 7285815
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:18:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050305510244352
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1576; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2 1 1 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.002199/201019 Recurso nº 1 De Ofício Acórdão nº 2201004.209 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 06 de março de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado CONTAXMOBITEL S.A ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/03/1996 a 30/11/1998 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. ENUNCIADO Nº 103 DA SÚMULA CARF. A norma que fixa o limite de alçada para fins de recurso de ofício tem natureza processual, razão pela qual deve ser aplicada imediatamente aos processos pendentes de julgamento. Não deve ser conhecido o recurso de ofício de decisão que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa de valor inferior ao limite de alçada em vigor na data do exame de sua admissibilidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, José Alfredo Duarte Filho, Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 21 99 /2 01 0- 19 Fl. 201DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 19515.002149/201031, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária "Tratase de recurso de ofício apresentado em face da decisão de primeiro grau, pela qual se deu integral provimento à impugnação do sujeito passivo ao auto de infração que constituiu crédito tributário relativo à contribuição a cargo da empresa e à contribuição para o financiamento da complementação das prestações por acidente de trabalho (SAT) apuradas com base nas remunerações paga aos segurados empregados de empresa prestadora de serviços. De acordo com o relatório da fiscalização, tratase de constituição de crédito tributário visando restabelecer a exigência realizada anteriormente através de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD, referente a contribuições apuradas com base no instituto da solidariedade, que foi anulada por vício formal. A exigência foi impugnada pelo sujeito passivo, o que rendeu ensejo ao Acórdão recorrido, pelo qual se reconheceu a decadência do direito de lançar do fisco, uma vez que entre a data que declarou a nulidade por vício formal do lançamento anterior e aquela em que o novo crédito foi constituído transcorreuse prazo superior a cinco anos. Segundo a decisão recorrida, o valor total do crédito constituído na ação fiscal superou o limite de alçada previsto na Portaria MF nº 3, de 2008, de RS 1.000.000,00. Considerando esse somatório, foi apresentado recurso de ofício para este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF. Neste colegiado, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta conselheira. É o que havia para ser relatado." Fl. 202DF CARF MF Processo nº 19515.002199/201019 Acórdão n.º 2201004.209 S2C2T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018, proferido no julgamento do processo n° 19515.002149/201031, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária, de 06 de março de 2018: Acórdão nº 2201004.162 2ª Câmara/1ª Turma Ordinária “Conforme se extrai do relatório, este processo compõe um conjunto de processos decorrentes da mesma ação fiscal e julgados na mesma sessão, com um total de crédito tributário afastado superior a R$ 1.000.000,00, limite previsto na Portaria MF nº 03, de 2008, o que justificou que a autoridade julgadora de primeira instância administrativa recorresse de ofício. Ocorre, porém, que a análise da admissibilidade do recurso de ofício deve ser realizada em vista do limite de alçada vigente na data em que ele é apreciado. É o que preceitua, sem embargo, o enunciado nº 103 da Súmula de jurisprudência deste CARF: Para fins de conhecimento de recurso de ofício, aplicase o limite de alçada vigente na data de sua apreciação em segunda instância. Os fundamentos das decisões que serviram de paradigma para este enunciado são bem explicitados pelo trecho que abaixo se transcreve do Acórdão nº 9202003.027, relator o Conselheiro Marcelo Oliveira: Em síntese, o cerne da questão versa sobre o conhecimento, ou não, de recurso de ofício quando há elevação do valor de alçada, entre o julgamento em primeira instância e o julgamento pelo CARF. Como é cediço, as normas processuais têm aplicação imediata, conforme determinação o Código de Processo Civil (CPC): CPC: “Art. 1.211. Este Código regerá o processo civil em todo o território brasileiro. Ao entrar em vigor, suas disposições aplicarseão desde logo aos processos pendentes.” Fl. 203DF CARF MF 4 Para a recorrente, entretanto, a norma posterior não pode prejudicar seu direito ao recurso, pois, em síntese, cercearia seu direito à defesa. Com todo respeito, não concordamos com a recorrente. Há uma diferença, relevante, que não pode ser deixada de lado nesta análise: uma das partes (União) foi quem emitiu a norma posterior que fundamentou o não conhecimento do recurso de ofício. No processo civil as norma processuais não são de iniciativa das partes. Ao contrário, a eventual norma processual atinge ambas as partes, beneficiandoas ou as prejudicando, a depender da fase em que se encontre o processo, daí a necessidade de garantia de direitos. Já no processo administrativo fiscal a norma é conseqüência do poder que goza a Administração Pública, o que permite que esta enquanto sujeito processual representado pela Fazenda Nacional, possa criar normas abrindo mão de seus próprios direitos. Esse é o raciocínio presente em acórdãos já proferidos por este Conselho: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL ITR Exercício: 2002 RECURSO DE OFÍCIO. NÃO CONHECIMENTO. LIMITE DE ALÇADA. NORMA PROCESSUAL. APLICAÇÃO IMEDIATA. Não deve ser conhecido o recurso de ofício contra decisão de primeira instância que exonerou o contribuinte do pagamento de tributo e/ou multa no valor inferior a R$ 1.000.000,00 (Um milhão de reais), nos termos do artigo 34, inciso I, do Decreto nº 70.235/72, c/c o artigo 1º da Portaria MF nº 03/2008, a qual, por tratarse norma processual, é aplicada imediatamente, em detrimento à legislação vigente à época da interposição do recurso, que estabelecia limite de alçada inferior ao hodierno. (Acórdão: 9202002.652 – CSRF. Relator: Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira). ... ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/1997 a 30/06/1997 RECURSO DE OFÍCIO. ALTERAÇÃO DO LIMITE DE ALÇADA. CONHECIMENTO EQUIVOCADO NULIDADE. Fl. 204DF CARF MF Processo nº 19515.002199/201019 Acórdão n.º 2201004.209 S2C2T1 Fl. 4 5 A verificação do limite de alçada, para efeitos de conhecimento do recurso de ofício pelo Colegiado ad quem, é levada a efeito com base nas normas jurídicas vigentes na data do julgamento desse recurso. Não tendo o Colegiado ad quem observado o novo limite de alçada para o recurso de ofício. Tal julgamento é nulo, de pleno direito, visto que, a competência do órgão julgador, no caso concreto, é conferida pela devolutividade do recurso. Processo Anulado. (Acórdão: 9303002.165 – CSRF. Relator: Henrique Pinheiro Torres). ... REEXAME NECESSÁRIO — LIMITE DE ALÇADA — AMPLIAÇÃO — CASOS PENDENTES Aplicase aos casos não definitivamente julgados o novo limite de alçada para reexame necessário, estabelecido pela Portaria MF n° 03, de 03/01/2008 (DOU de 07/01/2008). (Acórdão: CSRF/0400.965. Relatora: Maria Helena Cotta Cardozo) A criação e elevação do limite de alçada para recursos de ofício tem como um de seus objetivos dar celeridade à solução do processo no âmbito administrativo fiscal, pela diminuição de julgamentos pela segunda instância em processos em que a própria parte (União) demonstra ausência de interesse na continuidade do litígio. Atualmente, o limite de alçada se encontra fixado pelo art. 1º da Portaria MF nº 63, de 09 de fevereiro de 2017, in verbis: Art. 1º O Presidente de Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais). § 1º O valor da exoneração deverá ser verificado por processo. § 2º Aplicase o disposto no caput quando a decisão excluir sujeito passivo da lide, ainda que mantida a totalidade da exigência do crédito tributário. Pelos parâmetros estabelecidos nesta Portaria, o recurso de ofício será cabível sempre que a decisão exonerar sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa, em valor total superior a R$ 2.500.000,00 (dois milhões e quinhentos mil reais), valor este que deverá ser verificado por processo. Fl. 205DF CARF MF 6 O crédito tributário exonerado no processo em análise não atende a esses pressupostos, de forma que o recurso de ofício não preenche os requisitos necessários para que seja conhecido. Conclusão Com base no exposto, voto por não conhecer do recurso de ofício. Dione Jesabel Wasilewski – Relatora" Pelo exposto, voto por NÃO CONHECER do Recurso de Ofício. (assinado digitalmente) Conselheiro Carlos Henrique de Oliveira Fl. 206DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11052.000578/2010-57
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
Ementa:
OMISSÃO. DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO. LEITURA DO VOTO.
É necessário sanear a omissão constante no dispositivo do acórdão, sendo possível fazê-lo pela leitura dos termos dos votos. O voto "vencido" só o é na parte em que há divergência, sendo integralizado pelo voto vencedor. Ali onde o voto vencedor não se pronuncia diferentemente, é válido o voto "vencido".
Numero da decisão: 2202-004.533
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para que, sanando a obscuridade apontada, o dispositivo do acórdão embargado passe a ter a redação proposta nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Ronnie Sores Anderson - Presidente.
(assinado digitalmente)
Dilson Jatahy Fonseca Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson.
Nome do relator: DILSON JATAHY FONSECA NETO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201806
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 Ementa: OMISSÃO. DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO. LEITURA DO VOTO. É necessário sanear a omissão constante no dispositivo do acórdão, sendo possível fazê-lo pela leitura dos termos dos votos. O voto "vencido" só o é na parte em que há divergência, sendo integralizado pelo voto vencedor. Ali onde o voto vencedor não se pronuncia diferentemente, é válido o voto "vencido".
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11052.000578/2010-57
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5872529
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Jun 28 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2202-004.533
nome_arquivo_s : Decisao_11052000578201057.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : DILSON JATAHY FONSECA NETO
nome_arquivo_pdf_s : 11052000578201057_5872529.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para que, sanando a obscuridade apontada, o dispositivo do acórdão embargado passe a ter a redação proposta nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ronnie Sores Anderson - Presidente. (assinado digitalmente) Dilson Jatahy Fonseca Neto - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson.
dt_sessao_tdt : Tue Jun 05 00:00:00 UTC 2018
id : 7338885
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:20:49 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050307398729728
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1342; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 4.192 1 4.191 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11052.000578/201057 Recurso nº Embargos Acórdão nº 2202004.533 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 5 de junho de 2018 Matéria OMISSÃO Embargante SERES SERVIÇOS DE RECRUTAMENTO E SELEÇÃO PESSOAL LTDA. Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 Ementa: OMISSÃO. DISPOSITIVO DO ACÓRDÃO. LEITURA DO VOTO. É necessário sanear a omissão constante no dispositivo do acórdão, sendo possível fazêlo pela leitura dos termos dos votos. O voto "vencido" só o é na parte em que há divergência, sendo integralizado pelo voto vencedor. Ali onde o voto vencedor não se pronuncia diferentemente, é válido o voto "vencido". Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração para que, sanando a obscuridade apontada, o dispositivo do acórdão embargado passe a ter a redação proposta nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Ronnie Sores Anderson Presidente. (assinado digitalmente) Dilson Jatahy Fonseca Neto Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 2. 00 05 78 /2 01 0- 57 Fl. 4192DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.193 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Reginaldo Paixão Emos (suplente convocado) e Ronnie Soares Anderson. Relatório Tratase, em breves linhas, de auto de infração lavrado em desfavor da Contribuinte para constituir crédito tributário referente a Contribuições Sociais Previdenciárias. Tendo a Contribuinte impugnado, a DRJ manteve integralmente o lançamento. Inconformada, a Contribuinte interpôs recurso voluntário, que foi julgado parcialmente procedente. Retornam os autos diante da oposição de embargos de declaração, pelo Contribuinte, no qual se alega omissão e obscuridade. Feito o breve resumo da lide, passo ao relatório pormenorizado dos autos. Em 30/08/2010 foi lavrado o AI DEBCAD nº 37.285.9505 (fls. 2/35) para constituir crédito tributário referente a Contribuições Sociais Previdenciárias. Conforme o relatório fiscal (fls. 59/69 e docs. anexos fls. 70/644), "6. Com fulcro nas folhas de pagamento, Guias de Recolhimento do FGTS e Informações a Previdencia Social GFIP , e escrituração contábil, os fatos geradores das contribuições lançadas neste AI ocorreram com os pagamentos de remunerações, destinadas a retribuir o trabalho, efetuados pela autuada a empregados, que lhe prestaram serviços, não oferecidas à tributação previdenciária, e não declaradas em GFIP V DAS UTILIDADES PAGAS EM PECÚNIA. 7. Conforme dispõe a Lei 8.212/91, entendese como remuneração de empregados, e, portanto, na esfera de incidência das contribuições sociais, a totalidade dos rendimentos destinados a retribuir o trabalho, pagos a qualquer título. Ou seja, independente do nome atribuído ao rendimento (rubrica), este incorpora à remuneração se sua natureza for remuneratória, não podendo o contribuinte eximirse das contribuições sociais incidentes. 8. A existência de institutos que disciplinam algumas conquistas sociais, tais como a Instituição do ValeTransporte e o Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, não descaracteriza a natureza remuneratória de rubricas pagas em pecúnia sob o título de transporte ou alimentação. Ou seja, estes institutos não transfiguram suas naturezas remuneratórias em indenizatórias, e, por conseguinte, não as afastam da incidência das contribuições sociais. 9. Prova disso é qe as utilidades Transporte e Alimentação só deixam de incorporar à remuneração, e, portanto, não constituem base de incidência das contribuições sociais, se forem concedidos nas condições definidas nas respectivas leis que as disciplinam. Fl. 4193DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.194 3 10. Neste procedimento fiscal, verificamos que os pagamentos em pecúnia efetuados pela autuada a seus empregados, a título de transporte e alimentação não se enquadram nestas condições, como veremos adiante." fl. 60 (grifos no original); Intimada, a Contribuinte protocolou impugnação (fls. 653/718 e docs. anexos fls. 719/4.011). A DRJ então proferiu o acórdão nº 1236.469, de 31/03/2011 (fls. 4.018/4.032), que manteve integralmente o lançamento. Cientificada do resultado em 27/09/2011 (fl. 4.035), a Contribuinte protocolou recurso voluntário em 26/10/2011 (fls. 4.036/4.082). Chegando ao CARF, foi proferido o acórdão nº 2302003.619, de 10/02/2015 (fls. 4.098/4.115), que deu provimento parcial ao recurso, e restou assim ementado e acordado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 CO RESPONSÁVEIS Os relatórios de co responsáveis e de vínculos são partes integrantes dos processos de Auto de Infração e tem por finalidade esclarecer a composição societária da empresa no período do débito e subsidiar a Procuradoria por ocasião do ajuizamento das futuras ações executivas. VALE TRANSPORTE. PAGAMENTO EM PECÚNIA E TICKET. Em relação ao montante gasto pela empresa como despesa do vale transporte quer seja mediante cartão ou dinheiro, o montante não será base de cálculo das contribuições previdenciárias por força da aplicação da Súmula nº 60, publicada no DOU em 09/12/2011, pág.32, da Advocacia Geral da União AGU. ALIMENTAÇÃO. PAGAMENTO EM PECÚNIA. A não incidência da contribuição previdenciária sobre alimentação restringe se à distribuição in natura ou, no caso de fornecimento em ticket, à hipótese de inscrição no PAT. A “alimentação” fornecida em pecúnia ou em ticket sem a devida inscrição no PAT sofre a incidência da contribuição previdenciária. Inteligência do Parecer PGFN/CRJ/Nº 2.117/2011. MULTA DE OFÍCIO. ART. 35A DA LEI Nº 8.212/91. As multas previstas anteriormente no artigo 35 da Lei n° 8.212/91 ostentavam natureza mista, punindo a mora e a necessidade de atuação de ofício do aparato estatal (multa de ofício), de sorte que aqueles percentuais devem ser comparados com as disposições hoje contidas no artigo 35A da Lei n° 8.212/91, para fins de apuração da multa mais benéfica (art. 106, II, c do CTN). Para fatos geradores ocorridos antes da alteração legislativa, aplicam se as multas então estipuladas no artigo 35 da Lei n° 8.212/91, observado o limite máximo de 75%. Fl. 4194DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.195 4 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para excluir do lançamento as contribuições previdenciárias incidentes sobre os valores pagos a título de valetransporte, nos termos da Súmula n.º 60 da AGU e para excluir do lançamento as contribuições previdenciárias sobre os valores de alimentação fornecida in natura/tickets, frente à comprovação de que o recorrente estava inscrito no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, devendo, ainda, nos lançamentos remanescentes, ser recalculada a multa aplicada, considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória nº 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008. Vencidos na votação a Conselheira Relatora e os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Leonardo Henrique Pires Lopes por entenderem que os valores pagos a titulo de alimentação em pecúnia não integram o salário de contribuição, votando pelo provimento do Recurso. O Conselheiro André Luís Mársico Lombardi fará o voto divergente vencedor. Intimada da decisão, a Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial (fls. 4.117/4.128). A Contribuinte, intimada em 07/06/2016 (fls. 4.137/4.138), por sua vez solicitou em 13/06/2016 (fl. 4.139) a juntada de Embargos de Declaração (fls. 4.140/4.145, além de arquivos não pagináveis, e repetido às fls. 4.149/4.154), argumentando, em síntese: "Pela leitura do v. Acórdão ora embargado, se verifica que o provimento parcial do Recurso Voluntário teve como conclusão (em sua parte dispositiva, proferida pelo voto vencedor) a manutenção da exigência das contribuições previdenciárias devidas pela ora Embargante apenas sobre os valores pagos em pecúnia aos trabalhadores a título de “alimentação”. Contudo, nesse ponto, incorreu o v. acórdão em obscuridade/omissão, na medida em que, na parte dispositiva do voto vencedor, não discriminou/reconheceu o quantum em pecúnia que foi efetivamente pago pela Embargante aos seus trabalhadores a título de alimentação." fl. 4.141; (...) "Outrossim, o v. acórdão embargado concluiu pela necessidade de redução da multa de ofício aplicada a título de descumprimento de obrigação principal quando da lavratura do Auto de Infração, para reconhecer que a multa mais benéfica à Embargante é a aplicável sob a égide da legislação anterior, cuja redação era conferida pela Lei nº 9.876/99 à Lei nº 8.212/91 (art. 35), ou seja, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória nº 449/2008, no que tange à competência de até nov/2008." fl. 4.142; "No entanto, em que pese o v. acórdão ter reconhecido que a Fiscalização não comparou isoladamente, a (i) multa de mora antiga com a multa de ofício atual; e as (ii) multas por Fl. 4195DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.196 5 descumprimento de obrigações acessórias hoje vigentes e àquelas válidas à época do fato gerador, e que, na verdade, causou um verdadeiro “mix” errôneo na aplicação da legislação anterior e atual com a soma das multas de natureza distintas, previstas na legislação anterior (para acessório e principal), comparandoas com aquelas atualmente vigentes nas duas situações, cumpre ressaltar que, neste ponto, também restou em obscuridade/omissão o voto vencedor, na medida em que não restou claro quais os percentuais que devem ser aplicados na imposição das multas/penalidades ora reconhecidas, por descumprimento de obrigação principal." fl. 4.143. Solicitou também, em 21/06/2016 (fl. 4.158), a juntada de contrarrazões ao recurso especial da fazenda (fls. 4.159/4.178). Os embargos foram admitidos pela presidência da 2ª SEJUL (fls. 4.184/4.190) ante a extinção da turma e do mandato do conselheiro de origem. Admitiuo nos seguintes termos: (a) Das omissões e obscuridades quanto ao valor a ser excluído da base de cálculo de incidência da Contribuição Previdenciária a título de alimentação Segundo o embargante, pela leitura do Acórdão ora embargado, se verifica que o provimento parcial do Recurso Voluntário teve como conclusão (em sua parte dispositiva, proferida pelo voto vencedor) a manutenção da exigência das contribuições previdenciárias devidas apenas sobre os valores pagos em pecúnia aos trabalhadores a título de “alimentação”. (grifos do embargante) em pecúnia que foi efetivamente pago pela Embargante aos seus trabalhadores a título de alimentação. (grifos do embargante) (...) Conclui que, merece reparo o acórdão embargado, a fim de sanar a omissão/obscuridade no que concerne à parte dispositiva do mesmo, proferida em sede de voto vencedor, de modo que passe a constar o quantum que deverá ser mantido a título de base de cálculo de contribuição previdenciária devida, ou seja, o valor de R$ 85.298,97 – realmente pago – em pecúnia a título de “alimentação” pela Embargante. (b) Das omissões e obscuridades quanto ao cálculo das multas aplicáveis com base no princípio da retroatividade benigna Neste ponto, o embargante alega que não restou claro quais os percentuais que devem ser aplicados na imposição das multas/penalidades, por descumprimento de obrigação principal. (...) Fl. 4196DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.197 6 Com relação a omissão/obscuridade apontada no item (a), de fato assiste razão à Embargante. Em que pese a decisão ter sido clara ao determinar que fossem excluídas da base de cálculo os valores pagos a título de alimentação na forma de ticketrefeição, uma vez que o contribuinte comprovou a sua inscrição no PAT (Programa de Alimentação do Trabalhador), os valores pagos em Pecúnia não foram quantificados no voto vencedor, na ementa e nem no dispositivo que registrou a decisão. E essa quantificação é primordial para o entendimento do que foi decidido pelo colegiado, tendo em vista que o quantitativo em espécie que foi pago aos empregados do contribuinte é motivo de discussão desde a fase impugnatória em sede de 1ª instância. Enquanto o contribuinte afirma que o valor pago em pecúnia é de R$ 85.298,97, a fiscalização concluiu que este valor seria de R$ 575.203,11, Portanto, é necessário suprir a omissão/obscuridade, que restou constatada, mediante a prolatação de novo Acórdão. Já, referente a 2ª omissão/obscuridade alegada, não assiste razão ao embargante. (...) Diante do exposto, devese acolher parcialmente os Embargos de Declaração e, conseqüentemente, submeter os autos novamente à apreciação do Colegiado, com vistas a sanar o vício apontado pelo Embargante no item (a). É o relatório. Voto Conselheiro Dilson Jatahy Fonseca Neto Relator Os Embargos de Declaração são tempestivos e preenchem os demais requisitos de admissibilidade, portanto deles conheço. Observase, outrossim, que a presidência da 2ª SEJUL admitiu os Embargos apenas parcialmente. Nos termos do art. 65, § 3º, do Anexo II ao RICARF, a rejeição é definitiva, razão pela qual não retorna para julgamento os argumentos levantados pela Contribuinte em relação à multa. A lide limitase, portanto, à definição do montantes pago em pecúnia a título de alimentos. Do valor dos alimentos pagos em pecúnia Como bem anotou a Contribuinte, o acórdão embargado excluiu da base de cálculo os valores pagos a título de valetransporte e, em relação aos valores pagos a título de Fl. 4197DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.198 7 alimentos, excluiu especificamente o montante fornecido in natura ou em tickets. Manteve, entretanto, os valores de alimentos pagos em pecúnia. É o que se extrai do dispositivo do acórdão, que merece ser transcrito novamente: "Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para excluir do lançamento as contribuições previdenciárias incidentes sobre os valores pagos a título de valetransporte, nos termos da Súmula n.º 60 da AGU e para excluir do lançamento as contribuições previdenciárias sobre os valores de alimentação fornecida in natura/tickets, frente à comprovação de que o recorrente estava inscrito no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, devendo, ainda, nos lançamentos remanescentes, ser recalculada a multa aplicada, considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória nº 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008. Vencidos na votação a Conselheira Relatora e os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Leonardo Henrique Pires Lopes por entenderem que os valores pagos a titulo de alimentação em pecúnia não integram o salário de contribuição, votando pelo provimento do Recurso. O Conselheiro André Luís Mársico Lombardi fará o voto divergente vencedor." fl. 4.099. Em linha direta, foi o quanto concluiu o voto condutor, conforme o seu dispositivo: "Pelos motivos expendidos, CONHEÇO do recurso voluntário para, no mérito, DAR LHE PROVIMENTO PARCIAL para que sejam mantidos, exclusivamente, os valores pagos em pecúnia aos trabalhadores a título de “alimentação”. Quanto à multa pelo descumprimento de obrigação principal, devem ser aplicadas as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória n. 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008, inclusive." fl. 4.115. Conforme a Contribuinte, ficou omissa ou, ao menos, obscura, a questão da definição do quantum desse valor de alimentos pagos em pecúnia. Efetivamente, a fiscalização afirmou que havia sido no valor de R$ 575.203,11 (fl. 484), mas tanto na sua impugnação (fl. 694/701) quanto em seu recurso voluntário (fl. 4.062/4.076), a Contribuinte afirmou que o valor de alimentos pagos em pecúnia foi no montante de R$ 85.298,97. Pois bem. Uma vez que a Contribuinte expressamente suscitou tal questão no seu Recurso Voluntário, a matéria realmente foi objeto de litígio. Outrossim, observase que no dispositivo do acórdão efetivamente não consta qual a solução alcançada pela turma no acórdão embargado. Fl. 4198DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.199 8 Retornando aos votos que compõem o acórdão, percebese que o voto vencido atestava: "Desse modo, do montante realmente concedido pela Recorrente a seus empregados a título de alimentação, no ano de 2006 (R$ 2.298821,43), menos de 4% foi realmente pago em pecúnia (R$ 85.298,97). Não existiu fornecimento de auxílioalimentação em pecúnia no patamar de R$ 575.203,11." fl. 4.110. Já o voto vencedor não discorda da análise dos fatos, mas apenas da conclusão de direito. Entende que, a despeito do montante do valor pago em pecúnia, o simples fato de ser pago em pecúnia é suficiente para enquadrálo no conceito de saláriode contribuição. É o que se extrai do seguinte trecho: "A discordância quanto ao entendimento da ilustre Relatora restringe se à parte do lançamento referente à 'alimentação' fornecida em pecúnia. Levando se em conta o campo de incidência das contribuições previdenciárias, que se extrai da conjugação do artigo 195, I, a, com os artigos 11, 22 e 28 da Lei nº 8.212/91, depreende se que os pagamento a título de fornecimento de alimentação são fatos geradores de contribuição previdenciária. No entanto, a norma inscrita no art. 28, § 9º, alínea 'c' estabelece que não integra o salário de contribuição 'a parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social, nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de abril de 1976'. (...) (...) Assim, a não incidência da contribuição previdenciária sobre alimentação restringe se à distribuição in natura ou, no caso de fornecimento em ticket, à hipótese de inscrição no PAT. A 'alimentação' fornecida em pecúnia ou em ticket sem a devida inscrição no PAT sobre a incidência da contribuição previdenciária. No caso sob exame, portanto, a despeito de sua inscrição no PAT (fls. 3.899), entendo que o lançamento deve ser mantido quanto aos valores pagos em pecúnia aos trabalhadores a título de 'alimentação'." fls. 4.112/4.113. Portanto, entendo que o voto vencedor apenas divergiu do voto vencido quanto à questão de direito, mas não quanto à análise dos fatos. Em consequência, entendo que não houve verdadeira omissão que seja saneada, mas mera obscuridade. A turma efetivamente decidiu sobre a questão do montante de alimentos pagos em espécie, tal como também decidiu sobre a questão do valetransporte. Tendo o voto vencedor divergido tão somente quanto à questão de direito em relação aos alimentos, o voto "vencido" o é apenas nessa questão. É valido em relação ao restante. Tanto assim que o voto vencedor não se pronunciou sobre a questão do vale transporte, vez que o voto "vencido" já havia se pronunciado sobre esse ponto. Igualmente, não Fl. 4199DF CARF MF Processo nº 11052.000578/201057 Acórdão n.º 2202004.533 S2C2T2 Fl. 4.200 9 se pronunciou sobre o montante dos valores de alimentos pagos em pecúnia, vez que o voto "vencido" já havia se pronunciado sobre esse ponto. Ainda assim, para que não surjam dúvidas no momento da execução da decisão, é conveniente retificar o referido dispositivo, para que conste a solução. Dispositivo Diante de tudo quanto exposto, voto por conhecer dos Embargos de Declaração para que, sanando a obscuridade apontada, o dispositivo do acórdão embargado passe a ter a seguinte redação: "Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para excluir do lançamento as contribuições previdenciárias incidentes sobre os valores pagos a título de valetransporte, nos termos da Súmula n.º 60 da AGU e para excluir do lançamento as contribuições previdenciárias sobre os valores de alimentação fornecida in natura/tickets, frente à comprovação de que o recorrente estava inscrito no Programa de Alimentação do Trabalhador PAT, mantendo a incidência sobre o valor de alimentos pago em espécie no montante de R$ 85.298,97 devendo, ainda, nos lançamentos remanescentes, ser recalculada a multa aplicada, considerando as disposições do art. 35, II, da Lei nº. 8.212/91, na redação dada pela Lei n.º 9.876/99, para o período anterior à entrada em vigor da Medida Provisória nº 449 de 2008, ou seja, até a competência 11/2008. Vencidos na votação a Conselheira Relatora e os Conselheiros Leo Meirelles do Amaral e Leonardo Henrique Pires Lopes por entenderem que os valores pagos a titulo de alimentação em pecúnia não integram o salário de contribuição, votando pelo provimento do Recurso. O Conselheiro André Luís Mársico Lombardi fará o voto divergente vencedor." (assinado digitalmente) Dilson Jatahy Fonseca Neto Relator Fl. 4200DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16327.901200/2009-85
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2010
MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO.
A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material.
Numero da decisão: 2201-004.439
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente
(assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201804
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF Exercício: 2010 MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO - DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 14 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 16327.901200/2009-85
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5861583
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 15 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2201-004.439
nome_arquivo_s : Decisao_16327901200200985.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : DANIEL MELO MENDES BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 16327901200200985_5861583.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira - Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 04 00:00:00 UTC 2018
id : 7279815
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:18:03 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050307903094784
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1725; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 140 1 139 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16327.901200/200985 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.439 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 04 de abril de 2018 Matéria DCOMP ELETRÔNICO Recorrente BANCO NOSSA CAIXA S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2010 MERA ALEGAÇÃO DE ERRO MATERIAL. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A alegação de que houve erro material no preenchimento da DCTF, mesmo que posteriormente retificada, e que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de prova cabal e inconteste do alegado erro material. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares arguidas e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira (Presidente), José Alfredo Duarte Filho (Suplente Convocado), Douglas Kakazu Kushiyama, Marcelo Milton da Silva Risso, Dione Jesabel Wasilewski, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 90 12 00 /2 00 9- 85 Fl. 143DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 141 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face do Acórdão nº 1632.322 8a Turma da DRJ/SP1, o qual julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada em face da não homologação da DCOMP nº 26189.61355.230806.1.3.041505, protocolizada em 03/04/2009. A manifestação de inconformidade (fls. 01 a 03), em face do Despacho Decisório eletrônico n° (de Rastreamento) 821097094 (fl. 04), de 18/02/2009, no qual a autoridade não homologou, por inexistência de direito creditório, a compensação declarada na DCOMP. Na Fundamentação da decisão, a autoridade informa que, consoante os sistemas de controle da RFB, o valor recolhido em DARF, em 28/12/2005, de R$ 461.788,80, código de receita 5706, relativo ao período de apuração de 24/12/2005, declarado na DCOMP como indevido ou a maior, teria sido integralmente utilizado na quitação de débito do interessado (mesmo tributo, valor e período de apuração mencionados), não restando, assim, crédito disponível para compensação. Em conseqüência, apurou valor devedor consolidado para pagamento até 27/02/2009, referente ao débito indevidamente compensado mediante a referida DCOMP, de R$ 218.892,21, de principal, R$ 64.091,63, de juros, e de R$ 43.778,44, de multa. Cientificado da decisão, em 04/03/2009, o interessado apresentou manifestação de inconformidade, em 03/04/2009 (fl. 01), oferecendo, em síntese, as seguintes informações e razões: i) o direito creditório invocado, de R$ 199.518,92, seria líquido e certo porque integraria o pagamento a maior de IRRF Juros Sobre o Capital Próprio, código 5706, efetuado mediante recolhimentos que totalizariam R$ 461.788,80, referentes ao período de apuração da 4a semana de 12/2005, em lugar do total correto, de R$ 262.269,88 (R$ 199.518,92 = R$ 461.788,80 R$ 262.269,88); ii) declarado, equivocadamente, o débito de R$ R$ 461.788,80 na DCTF de 12/2005 (fl. 09), esta teria sido retificada em 20/03/2009 (fl. 10) para conter o valor correto (fl. 11); iii) considerando seu direito à compensação assegurado pelo artigo 74 da Lei n° 9.430/96 e pelos artigos 165 e 170 do CTN, requer seja revisto o Despacho Decisório, homologandose a compensação declarada. Foi prolatado o Acórdão nº 1632.322 8a Turma da DRJ/SP1 (fls. 63/67), que julgou manifestação de inconformidade improcedente, nos termos da seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Data do fato gerador: 28/12/2005 Fl. 144DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 142 3 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO DCOMP. CRÉDITO DE PAGAMENTO ALEGADAMENTE A MAIOR. ERRO DE PREENCHIMENTO DA DCTF. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO POR FALTA DE COMPROVAÇÃO DO ERRO. A mera alegação de que determinado débito de IRRF teria sido pago a maior, como também declarado a maior em DCTF, mesmo posteriormente retificada, não é suficiente para assegurar que tenha sido, de fato, maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, de modo a justificar a existência de direito creditório. É imprescindível a apresentação de documentos, registros e demonstrativos que evidenciem, de forma cabal, a efetiva ocorrência de erro na apuração que ensejou o pagamento e o preenchimento da DCTF. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido. Em face dessa decisão, cuja ciência se deu em 14/07/2011 (fl.71) e o recurso voluntário foi protocolado tempestivamente em 15/08/2011 (fls. 72/84), tendo apresentado as razões recursais, a seguir sintetizadas: 1) A tempestividade do recurso voluntário; 2) Que o presente recurso seja recebido com efeito suspensivo. O art. 151, III, do CTN prevê que as reclamações e recursos suspendem a exigibilidade do crédito tributário; 3) No caso concreto, o recorrente efetuou recolhimentos a maior de IRRF e, posteriormente, apresentou a declaração por meio da DCTF. 4) Ocorre que, nos referidos atos ocorreu erro material, o que resultou em recolhimento indevido, surgindo o direito da recorrente à restituição do valor recolhido a maior. 5) A não homologação do crédito compensado inaugura uma nova fase procedimental, representada pelo lançamento do crédito não homologado, consistindo em ato privativo da autoridade administrativa, com base no art. 142 do CTN, cabendo à autoridade administrativa apurar que o valor recolhido foi indevido. 6) Aduz que a postura adotada pela autoridade administrativa viola os princípios da publicidade, motivação e vinculação. Deve, também, prevalecer o princípio da verdade material, por ser dever do ente tributante demonstrar de maneira inequívoca a ocorrência do fato gerador. 7) Os fundamentos apresentados demonstram a improcedência do lançamento decorrente da não homologação da compensação tributária, especialmente porque o ora recorrente apresentou manifestação de inconformidade e demonstrou a ocorrência de recolhimento indevido, que inclusive constou em DCTF retificadora. Fl. 145DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 143 4 Por fim, requer seja provido o recurso voluntário para que seja anulado o acórdão recorrido. É relatório. Voto Conselheiro Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Admissibilidade O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Considerações iniciais Suspensão da exigibilidade do crédito tributário Requer o recorrente que o voluntário seja recebido com efeito suspensivo, para sustar quaisquer atos de cobrança. O tema não comporta maiores digressões, uma vez que não há interesse processual nesse aspecto do apelo, sendo certo que não há atos de cobrança em andamento e a suspensão da exigibilidade do crédito é decorrente do protocolo de reclamações e recursos, nos termos do art, 151, III, do CTN, dispositivo legal mencionado no próprio recurso voluntário. Destarte, não há controvérsia a ser dirimida quanto a este aspecto. No mérito Sustenta o recorrente que houve erro material no preenchimento da DCTF, a qual foi posteriormente retificada, fato que o fez recolher valor maior do que o devido. Com base no crédito que entendeu fazer jus, apresentou a DCOMP em referência objetivando quitar outros débitos tributários. Em face da não homologação de sua Declaração de Compensação, entende que se inaugura uma nova fase, que seria o lançamento do crédito tributário do valor não homologado, cabendo à autoridade administrativa observar os ditames traçados pelo art. 142 do CTN. Verificase, pois, que o recorrente, além de não demonstrar em que consistiu o erro material alegado, ainda tenta alterar a distribuição do ônus probatório, transferindo ao Fisco a obrigação que lhe cabia de demonstrar cabalmente que o valor não homologado efetivamente decorreu de um erro, e de teria crédito passível de ser compensado através de DCOMP. Vejamos o que preceitua a Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil): Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Fl. 146DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 144 5 II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Essa Turma julgadora já teve a oportunidade de se debruçar acerca do tema em caso análogo ao dos autos, em sessão realizada no dia 07/03/2018, no julgamento do processo nº 10880.920504/200980, da lavra do nobre Conselheiro Carlos Alberto do Amaral Azeredo, a quem peço vênia para transcrever excertos do seu voto proferido naquela ocasião, utilizandoos como minha razão de decidir, pelo brilhantismo e capacidade de elucidação da matéria submetida a julgamento: “(...) Como é de elementar sabença, no exercício de seu mister, este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais promove a verificação da legalidade dos atos administrativos produzidos no curso do procedimento fiscal e do julgamento em primeira instância, cotejando os fatos identificados e os efetivamente ocorridos com a legislação tributária correspondente. No caso ora sob análise, temos que o contribuinte, utilizando de indébito tributário decorrente de pagamento a maior ou indevido, extinguiu débitos de sua responsabilidade, nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados.. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (...) § 5° O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. Dentro do lapso temporal legal, a Autoridade Administrativa emitiu o Despacho Decisório, por identificar que o pagamento que lastreava o crédito utilizado na compensação estaria integralmente comprometido com a liquidação de débito confessado pelo contribuinte em DCTF. Por sua vez, o recorrente reconhece que houve erro nas informações prestadas na DCTF ativa na data análise da DCOMP, tendo apresentado a impugnação alegando que estaria levantando internamente toda a documentação probante do seu direito creditório e providenciando a retificação da DCTF. Fl. 147DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 145 6 A criação do Sistema de Controle de CréditosSCC objetivou dar maior celeridade e segurança à necessária conferência dos pedidos de restituição, ressarcimentos e declarações de compensação formalizados pelos contribuintes. Naturalmente, tratase de ferramenta de extrema utilidade e eficiência quando batimentos de sistemas podem indicar a existência dos direitos pleiteados. Por outro lado, quando a complexidade da demanda exige, remanesce a necessidade de análise manual dos créditos pleiteados. Das situações possíveis de serem tratadas eletronicamente, sem sombra de dúvida, os indébitos tributários decorrentes de pagamentos indevidos ou a maior são, como regra, os que apresentam menor complexidade de análise, já que basta o SCC localizar o pagamento, identificar suas características e verificar, no sistema próprio, se há débitos compatíveis que demonstrem, no todo ou em parte, a ocorrência de um pagamento indevido ou a maior. Assim, não merece prosperar a alegação da defesa sobre a suposta incapacidade dos sistemas da RFB em cruzar informações. Ora, o sistema foi preciso em suas verificações e as alegações recursais sobre o erro no preenchimento da DCTF apenas corroboram a excelência do trabalho efetuado pelos sistemas da RFB. Afinal, nem mesmo o contribuinte havia apurado a efetiva existência do seu direito creditório quando da apresentação da DCOMP ou da impugnação. Menos procedente ainda é a argumentação recursal de que o contribuinte deveria ter sido instado a apresentar explicações à Fazenda Nacional. Se assim fosse, em particular nestes casos mais simples, do que teria adiantado a construção de um sistema eletrônico para tratamento de demandas dessa natureza, já que um simples cotejo de informações declaradas daria lugar a um lento e manual procedimento fiscal? Portando, em uma análise primária, notase que a não homologação em discussão é procedente, o que não impede que se reconheça, em respeito à verdade material, que tenha havido algum erro de fato que justifique sua revisão. Contudo, para tanto, necessário que sejam apresentados os elementos que comprovem a ocorrência de tal erro. Veja o que preceitua a Lei 13.105/2015 (Código de Processo Civil): Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Assim, caso a retificação tivesse ocorrido antes do procedimento de homologação, decerto que caberia ao Fisco buscar elementos Fl. 148DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 146 7 que apontassem eventual impropriedade na alteração para menor do débito anteriormente declarado. Contudo, efetuada a retificação em momento posterior àquele em que o Fisco exerce com precisão o seu direito, passa ser do contribuinte o ônus de provar a existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito da Fazenda. Ocorre que o contribuinte limitase a contestar a Decisão recorrida afirmando a ocorrência de mero erro de informação e que estaria providenciando o levantamento do seu crédito e a retificação da DCTF. Ora, não merece prosperar tais conclusões. Não foi trazida aos autos nenhuma documentação que tenha sido produzida em tal levantamento e que pudesse lastrear a alegação de erro. Por outro lado, a DCTF retificadora, ainda que não haja impedimento para que seja apresentada após a não homologação de uma compensação, por si só não se constituiu em elemento capaz de confirmar a correção dos dados nela inseridos. As manifestações doutrinárias e os precedentes administrativos colacionados no recurso não vinculam a presente análise, sendo certo que tantas outras decisões em sentido oposto poderiam ser citadas, com se verifica no Acórdão n° 3201001.713 da 2a Câmara/1a Turma Ordinária: DÉBITO INFORMADO EM DCTF. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DO ERRO A simples retificação de DCTF para alterar valores originalmente declarados, desacompanhada de documentação hábil e idônea, não pode ser admitida para modificar Despacho Decisório. COMPENSAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA Constatada a inexistência do direito creditório por meio de informações prestadas pelo interessado à época da transmissão da Declaração de Compensação, cabe a este o ônus de comprovar que o crédito pretendido já existia naquela ocasião. Notase que, mesmo sabendo da necessidade de apresentação de elementos probatórios, do mesmo modo agiu o recorrente ao apresentar seu recurso voluntário, lastreando o suposto direito ao crédito unicamente no erro que teria levado à retificação da DCTF levada a termo após o Despacho Decisório de não homologação, quando já decorridos quase 5 anos do fato gerador que pretende ver alterado. É inegável que, comprovada a ocorrência de erro que justifique a alteração de ato administrativo que tenha constituído crédito tributário em razão de infração à legislação tributária, ou mesmo negado direito pleiteado pelo contribuinte, pode a Administração, diante do seu dever de auto tutela, reconhecer efeitos de ofício. Contudo, não há nos autos nenhuma evidência Fl. 149DF CARF MF Processo nº 16327.901200/200985 Acórdão n.º 2201004.439 S2C2T1 Fl. 147 8 da ocorrência de tal erro, que se mostra presente apenas nas alegações do recorrente. Assim, não tendo sido apresentado pelo recorrente elementos que justificassem a conversão do julgamento em diligência ou que comprovassem os supostos erros de fato que levaram à retificação da DCTF em momento posterior à Decisão administrativa, correta a decisão recorrida ao negar a conversão do julgamento em diligência e ao entender improcedente a manifestação de inconformidade (...)”. Por derradeiro, temos que não merece prosperar o inconformismo recursal ao alegar ofensa aos Princípios da Publicidade, da Motivação, da Vinculação e da Verdade Material. Todo o procedimento fiscal, inaugurado com a apresentação da DCOMP e o Despacho Decisório, bem como o processo administrativo fiscal, iniciado com o protocoloco da manifestação de inconformidade, até o julgamento do presente recurso voluntário estão estritamente balizados pela legislação que rege a matéria, não havendo que se falar em violação a qualquer norma ou princípio normativo. O recurso voluntário, podemos concluir, trouxe alegações genéricas e evasivas desacompanhadas do indispensável e necessário arrimo probatório. Assim o fez em relação ao ponto nodal da controvérsia, que seria o alegado erro material no preenchimento da DCTF, em que não se teceu nenhuma consideração relacionada às circunstâncias em que se deu esse erro, nem muito menos foi colacionado documentação comprobatória do alegado. Conclusão Diante do exposto, voto por conhecer do recurso voluntário apresentado para, no mérito, negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Fl. 150DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10552.000009/2007-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 02 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/12/2005 a 31/12/2005
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS.
De conformidade com a jurisprudência dominante neste Colegiado, tratando-se de auto de infração decorrente de descumprimento de obrigação acessória, onde o contribuinte omitiu informações e/ou documentos solicitados pela fiscalização, caracterizando o lançamento de ofício, o prazo decadencial para a constituição do crédito previdenciário é de 05 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos REs nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria.
In casu, a contribuinte tem o dever de manter em sua guarda toda a documentação pelo prazo de 5 anos, de acordo com a fundamentação acima. Ou seja, qualquer documentação que não obedeça esse prazo, não pode ser exigida.
Numero da decisão: 2401-005.580
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201806
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/12/2005 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS. De conformidade com a jurisprudência dominante neste Colegiado, tratando-se de auto de infração decorrente de descumprimento de obrigação acessória, onde o contribuinte omitiu informações e/ou documentos solicitados pela fiscalização, caracterizando o lançamento de ofício, o prazo decadencial para a constituição do crédito previdenciário é de 05 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos REs nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. In casu, a contribuinte tem o dever de manter em sua guarda toda a documentação pelo prazo de 5 anos, de acordo com a fundamentação acima. Ou seja, qualquer documentação que não obedeça esse prazo, não pode ser exigida.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jul 02 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10552.000009/2007-11
anomes_publicacao_s : 201807
conteudo_id_s : 5873052
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jul 03 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2401-005.580
nome_arquivo_s : Decisao_10552000009200711.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : RAYD SANTANA FERREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 10552000009200711_5873052.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, dar-lhe provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier.
dt_sessao_tdt : Thu Jun 07 00:00:00 UTC 2018
id : 7344756
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:21:01 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050307915677696
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 11; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1769; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10552.000009/200711 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401005.580 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 07 de junho de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente AVIPAL S.A. AVICULTURA E AGROPECUÁRIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/12/2005 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL DE 5 ANOS. De conformidade com a jurisprudência dominante neste Colegiado, tratando se de auto de infração decorrente de descumprimento de obrigação acessória, onde o contribuinte omitiu informações e/ou documentos solicitados pela fiscalização, caracterizando o lançamento de ofício, o prazo decadencial para a constituição do crédito previdenciário é de 05 (cinco) anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos termos do 173, inciso I, do Código Tributário Nacional, tendo em vista a declaração da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal, nos autos dos RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, oportunidade em que fora aprovada Súmula Vinculante nº 08, disciplinando a matéria. In casu, a contribuinte tem o dever de manter em sua guarda toda a documentação pelo prazo de 5 anos, de acordo com a fundamentação acima. Ou seja, qualquer documentação que não obedeça esse prazo, não pode ser exigida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 55 2. 00 00 09 /2 00 7- 11 Fl. 266DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e, no mérito, darlhe provimento. Votou pelas conclusões o conselheiro José Luiz Hentsch Benjamin Pinheiro (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Matheus Soares Leite, Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. Fl. 267DF CARF MF Processo nº 10552.000009/200711 Acórdão n.º 2401005.580 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório AVIPAL S.A. AVICULTURA E AGROPECUÁRIA, contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho do Acórdão n° 11.811/2007 da 6° Turma da DRJ em Porto Alegre/RS, às efls. 155/163, que julgou procedente o lançamento fiscal, decorrente do descumprimento da obrigação acessória em razão da contribuinte não ter exibido à fiscalização documentos relacionados com às contribuições previstas na Lei n° 8.212/91, infringindo o disposto no art. 33, § 2° e 3° do mesmo diploma legal (CFL 38), em relação ao período de junho/1995 a dezembro/1995, conforme consta no Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD, que se lê á efl. 11. Conforme descrito no Relatório Fiscal da Infração, de fls. 08, a infração foi consolidada pela não apresentação dos seguintes documentos: (a) Contratos de empreitada e subempreitadas de obras de construção civil; (b) notas fiscais de empresas construtoras que participaram das obras; (c)contratos com prestadores de serviços com cessão de mãodeobra; (d)guias de recolhimento da Previdência Social;(e) Relação Anual de Informações Sociais RAIS; (Í) tabela de incidência gerada pelo sistema de folhadepagamento. O “Relatório Fiscal da Infração” registra a inexistência tanto de circunstâncias agravantes quanto de circunstância atenuante, previstas nos artigos 290 e 291 do RPS. Pela infração incorrida, foi aplicada a multa prevista no art. 283, inciso II, alínea “j”, do Regulamento da Previdência Social RPS, combinado com os artigos 92 e 102, da Lei n° 8.212/91 e 373, do RPS, atualizada pela Portaria MPS/GM n.” 822, de 11 de maio de 2005, no valor de R$ 11.017,46 (onze mil, dezessete reais e quarenta e seis centavos). Cientificada pessoalmente da lavratura do Auto de Infração, em 29/12/2005, conforme folha inicial, a autuada apresentou impugnação tempestiva, protocolizada sob n° 35239.000065/200640 em 11/01/2006, conforme documentos de fls. 22/36. Os autos foram encaminhados ao Auditor Fiscal responsável pelo procedimento, a fim de que este, primeiro, fizesse a anexação de cópia do Mandado de Procedimento Fiscal MPFF, de 30 de maio de 2005, bem como dos respectivos MPF Complementares; e, segundo, se manifestasse acerca das alegações da empresa recorrente. Em continuidade, o Auditor Fiscal emitiu Relatório Fiscal Complementar, conforme se lê à fl. 93, esclarecendo que os documentos não apresentados referemse à empresa incorporada Elegê Alimentos S/A, bem como acrescentou informações sobre os documentos não apresentados e que ensejaram a lavratura do AutodeInfração. Também abriu prazo para impugnação por parte do contribuinte em relação aos termos do Relatório Fiscal Complementar. Inconformada com a Decisão recorrida, autuada apresentou Recurso Voluntário, às efls. 170/187, procurando demonstrar sua improcedência, repisando em Fl. 268DF CARF MF 4 número, grau e gênero as razões da impugnação, motivo pelo qual, neste aspecto, adoto o relatório da DRJ, em síntese as seguintes razões. Preliminarmente, suscita o que segue: a) A impropriedade, segundo o impugnante, de dar o número 38 como fundamento legal do autodeinfração, pois isto trouxe prejuizo para a defesa. b) Que já havia sido fiscalizada pelo fisco previdenciário até a competência 07/2001. A nova ação fiscal não foi justificada, conforme artigo 149 do Código Tributário Nacional CTN. Assim, houve vício de nulidade em relação ao Mandado de Procedimento Fiscal MPF, complementar, emitido em 10/08/2005, com vencimento em 27/10/2005. Este MPF foi prorrogado em 26/10/2005, mas somente foi apresentado ao impugnante após 27/ 10/2005. Por conseguinte, quando da apresentação do MPF complementar n° 03, de 26/10/2005, o procedimento fiscal já estava extinto pelo decurso do prazo a que se referem os artigos 12 e 13 do Decreto n° 3.969, de 15 de outubro de 2001. c) Que não existe Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD, requerendo a apresentação de folhasde pagamento das competências novembro e dezembro de 2005, da empresa Elegê Alimentos S/A. Menciona, igualmente, que não é informado se os documentos não apresentados referemse a ela própria ou a empresa incorporada Elegê Alimentos S/A. d) Na sequência, o contribuinte autuado passa a tratar sobre decadência. Antes, menciona que atendeu aos documentos solicitados em sua plenitude, com exceção a apresentação de dados em meios magnéticos, uma vez que somente a partir da Lei n° 10.666/2003, foi introduzida possibilidade de requerimento pelo fisco. Assim, a mencionada obrigação acessória sequer poderia ter sido objeto de Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD. Após, acrescenta: I) Em relação a instituto da decadência, remete ao artigo 173, do CTN para afirmar que o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito Tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, pelo que eventual contribuição anterior a 1° de janeiro de 1999 está definitivamente alcançada pelo instituto decadencial. II) Que nem pode ser alegado o artigo 46, da Lei n° 8.212/91, para ser dito que não teria acontecido a decadência, pois isto conflitaria com o comando constante no artigo 146, da Constituição Federal, que preceitua a decadência como matéria reservada exclusivamente à Lei Complementar. Afirma que neste diapasão é a jurisprudência de nossos Tribunais Superiores, bem como do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS. Embora a empresa cite o artigo 46, da Lei 8.212/91, conforme se lê à fl. 32, entendemos que se refere, na verdade, ao artigo 45 da citada Lei, que trata do instituto da Decadência. Fl. 269DF CARF MF Processo nº 10552.000009/200711 Acórdão n.º 2401005.580 S2C4T1 Fl. 4 5 Ao final, tece considerações sobre a autuação, ressaltando alguns pontos de sua impugnação. Acrescenta que 0 lançamento deve ser declarado nulo, tendo em vista a ausência de fundamentos legais relativo a arbitramento de contribuições previdenciárias na notificação número 35.839.6824. Transcritas as preliminares argüidas, passaremos a dispor sobre os fundamentos de mérito, senão vejamos: a) Que o autodeinfração e descabido em relação aos documentos que não teriam sido exibidos ao fisco previdenciário. Não teria o impugnante a obrigação de apresentar contratos que não existem, pois tratase de serviços de construção civil de pequeno valor, como repinturas, instalação de caldeira, serviços de terraplenagem, em que o serviço é contratado informalmente, não existindo contrato formal. Afirma que o único serviço existente de cessão de mão deobra foi com a empresa Vigimax Segurança, mas também não existia contrato escrito,o qual não é obrigatório. b) No que pertine à tabela de incidência gerada pelo sistema de folhadepagamento, menciona que ela não è obrigação acessória que conste de decreto ou instrução normativa, sendo que o histórico das verbas deve ser confrontado com o artigo 28, inciso IV, parágrafo 9° da Lei de Custeio. c) Já em relação às guias de recolhimento vinculadas a cessão de mãodeobra em construção civil, não poderiam existir, posto que não trata de serviços sujeitos ao cadastramento de matrícula de obra de construção civil, não havendo cessão de mãode obra, mas apenas a execução de pequenas empreitadas de serviços de menor valor. d) Quanto a Relação Anual de Informações Sociais A RAIS, não existe qualquer embasamento legal, segundo a impugnante, para sua apresentação em período superior a 05 (cinco) anos, uma vez que, tratandose de documento exigido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, o referido documento somente pode ser requerido nos últimos 5 (cinco) exercícios. Aduz que existem portarias do Ministério do Trabalho dispondo que a obrigação da empresa em manter a RAIS à disposição da fiscalização do trabalho e de S (cinco) anos. Assim, não estava obrigada a entregar RAIS anteriores ao exercício de 2000. Insurgese também quanto a relação de CoResponsáveis que integra o Auto, sendo inadmissível no teor da legislação. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para decretar o cancelamento do Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. É o relatório. Fl. 270DF CARF MF 6 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso voluntário e passo a análise das alegações recursais. PRELIMINAR DA DECADÊNCIA PRAZO PARA GUARDA DE DOCUMENTOS (MÉRITO) A contribuinte, em relação a instituto da decadência, remete ao artigo 173, do CTN para afirmar que o direito de a Fazenda Nacional constituir o crédito Tributário extingue se após 5 (cinco) anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, pelo que eventual contribuição anterior a 1° de janeiro de 1999 está definitivamente alcançada pelo instituto decadencial. Que nem pode ser alegado o artigo 46, da Lei n° 8.212/91, para ser dito que não teria acontecido a decadência, pois isto conflitaria com o comando constante no artigo 146, da Constituição Federal, que preceitua a decadência como matéria reservada exclusivamente à Lei Complementar. Afirma que neste diapasão é a jurisprudência de nossos Tribunais Superiores, bem como do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS. Embora a empresa cite o artigo 46, da Lei 8.212/91, conforme se lê à fl. 32, entendemos que se refere, na verdade, ao artigo 45 da citada Lei, que trata do instituto da Decadência. O exame dessa matéria impõe sejam levadas a efeito algumas considerações, senão vejamos. O artigo 45, inciso I, da Lei nº 8.212/91, estabelece prazo decadencial de 10 (dez) anos para a apuração e constituição das contribuições previdenciárias, como segue: Art. 45 – O direito da Seguridade Social apurar e constituir seus créditos extinguese após 10 (dez) anos contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; [...] Por outro lado, o Código Tributário Nacional em seu artigo 173, caput, determina que o prazo para se constituir crédito tributário é de 05 (cinco) anos, contados do exercício seguinte àquele em que poderia ter sido lançado, in verbis: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I – do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; [...] Fl. 271DF CARF MF Processo nº 10552.000009/200711 Acórdão n.º 2401005.580 S2C4T1 Fl. 5 7 Com mais especificidade, o artigo 150, § 4º, do CTN, contempla a decadência para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação, nos seguintes termos: Art. 150 O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. [...] § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. O núcleo da questão reside exatamente nesses três artigos, ou seja, qual deles deve prevalecer para as contribuições previdenciárias, tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Ocorre que, após muitas discussões a respeito do tema, o Supremo Tribunal Federal, em 11/06/2008, ao julgar os RE’s nºs 556664, 559882 e 560626, por unanimidade de votos, declarou a inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, oportunidade em que aprovou a Súmula Vinculante nº 08, abaixo transcrita, rechaçando de uma vez por todas a pretensão do Fisco: Súmula nº 08: São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário. Registrese, ainda, que na mesma Sessão Plenária, o STF achou por bem modular os efeitos da declaração de inconstitucionalidade em comento, estabelecendo, em suma, que somente não retroagem à data da edição da Lei em relação a pedido de restituição judicial ou administrativo formulado posteriormente à 11/06/2008, concedendo, por conseguinte, efeito ex tunc para os créditos pendentes de julgamentos e/ou que não tenham sido objeto de execução fiscal. Consoante se positiva da análise dos autos, a controvérsia a respeito do prazo decadencial para as contribuições previdenciárias, após a aprovação/edição da Súmula Vinculante nº 08, passou a se limitar a aplicação dos artigos 150, § 4º, ou 173, inciso I, do Código Tributário Nacional. Indispensável ao deslinde da controvérsia, mister se faz elucidar, resumidamente, as espécies de lançamento tributário que nosso ordenamento jurídico contempla, como segue. Primeiramente destacase o lançamento de ofício ou direto, previsto no artigo 149 do CTN, onde o fisco toma a iniciativa de sua prática, por razões inerentes a natureza do tributo ou quando o contribuinte deixa de cumprir suas obrigações legais. Já o Fl. 272DF CARF MF 8 lançamento por declaração ou misto, contemplado no artigo 147 do mesmo Diploma Legal, é aquele em que o contribuinte toma a iniciativa do procedimento, ofertando sua declaração tributária, colaborando ativamente. Alfim, o lançamento por homologação, inscrito no artigo 150 do Códex Tributário, em que o contribuinte presta as informações, calcula o tributo devido e promove o pagamento, ficando sujeito a eventual homologação por parte das autoridades fazendárias. Dessa forma, estando às contribuições previdenciárias sujeitas ao lançamento por homologação, defende parte dos julgadores e doutrinadores que a decadência a ser aplicada seria aquela constante do artigo 150, § 4º, do CTN, levandose em consideração a natureza do tributo atribuída por lei, independentemente da ocorrência de pagamento, entendimento compartilhado por este conselheiro. Ou seja, a regra para os tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o artigo 150, § 4º, do Código Tributário, o qual somente não prevalecerá nas hipóteses de ocorrência de dolo, fraude ou conluio, o que ensejaria o deslocamento do prazo decadencial para o artigo 173, inciso I, do mesmo Diploma Legal. Não é demais lembrar que o lançamento por homologação não se caracteriza tão somente pelo pagamento. Ao contrário, tratase, em verdade, de um procedimento complexo, constituído de vários atos independentes, culminando com o pagamento ou não. Observese, pois, que a ausência de pagamento não desnatura o lançamento por homologação, especialmente quando a sujeição dos tributos àquele lançamento é conferida por lei. E, esta, em momento algum afirma que assim o é tão somente quando houver pagamento. Não fosse assim, o que se diria quando o contribuinte apura prejuízos e não tem nada a recolher, ou mesmo quando encontrase beneficiado por isenções e/ou imunidades, onde, em que pese haver o dever de elaborar declarações pertinentes, informando os fatos geradores dos tributos dentre outras obrigações tributárias, deixa de promover o pagamento do tributo em razão de uma benesse fiscal? Cabe ao Fisco, porém, no decorrer do prazo de 05 (cinco) anos, contados do fato gerador do tributo, nos termos do artigo 150, § 4º, do CTN, proceder à análise das informações prestadas pelo contribuinte homologandoas ou não, quando inexistir concordância. Neste último caso, promover o lançamento de ofício da importância que imputar devida. Aliás, como afirmado alhures, a regra nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação é o prazo decadencial insculpido no artigo 150, § 4º, do CTN, o qual dispôs expressamente os casos em que referido prazo deslocarseá para o artigo 173, inciso I, na ocorrência de dolo, fraude ou simulação comprovados. Somente nessas hipóteses a legislação específica contempla a aplicação de outro prazo decadencial, afastandose a regra do artigo 150, § 4º. Como se constata, a toda evidência, a contagem do lapso temporal em comento independe de pagamento. Ou seja, comprovandose que o contribuinte deixou efetuar o recolhimento dos tributos devidos e/ou promover o autolançamento com dolo, utilizandose de instrumentos ardilosos (fraude e/ou simulação), o prazo decadencial será aquele inscrito no artigo 173, inciso I, do CTN. Afora essa situação, não se cogita na aplicação daquele dispositivo legal. É o que se extrai da perfunctória leitura das normas legais que regulamentam o tema. Fl. 273DF CARF MF Processo nº 10552.000009/200711 Acórdão n.º 2401005.580 S2C4T1 Fl. 6 9 Por outro lado, alguns julgadores e doutrinadores entendem que somente aplicarseia o artigo 150, § 4º, do CTN quando comprovada a ocorrência de recolhimentos relativamente ao fato gerador lançado, seja qual for o valor. Em outras palavras, a homologação dependeria de antecipação de pagamento para se caracterizar, e a sua ausência daria ensejo ao lançamento de ofício, com observância do prazo decadencial do artigo 173, inciso I. Ressaltase, ainda, o entendimento de outra parte dos juristas, suscitando que o artigo 150, 4º, do Código Tributário Nacional, prevalecerá quando o contribuinte promover qualquer ato tendente a apuração da base de cálculo do tributo devido, seja pelo pagamento, escrituração contábil, declaração do imposto em documento próprio, etc. Melhor elucidando, o contribuinte deverá adotar algum procedimento com o fito de apurar o tributo para que pudesse se cogitar em “homologação”. Afora posicionamento pessoal a propósito da matéria, por entender que as contribuições previdenciárias devem observância ao prazo decadencial do artigo 150, § 4°, do Códex Tributário, independentemente de antecipação de pagamento, salvo quando comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o certo é que a partir da alteração do Regimento Interno do CARF (artigo 62A), introduzida pela Portaria MF nº 586/2010, os julgadores deste Colegiado estão obrigados a “reproduzir” as decisões do STJ tomadas por recurso repetitivo, razão pela qual deixaremos de abordar aludida discussão, mantendo o entendimento que a aplicação do dispositivo legal retro depende da existência de recolhimentos do mesmo tributo no período objeto do lançamento, na forma decidida por aquele Tribunal Superior nos autos do Resp n° 973.733/SC, assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco Fl. 274DF CARF MF 10 regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Na esteira desse raciocínio, uma vez delimitado pelo STJ e, bem assim, pelo Regimento Interno do CARF que nos lançamentos por homologação a antecipação de pagamento é indispensável à aplicação do instituto da decadência, nos cabe tão somente nos quedar a aludida conclusão e constatar ou não a sua ocorrência. Entrementes, a controvérsia em relação a referido tema encontrase distante de remansoso desfecho, se fixando agora em determinar o que pode ser considerado como antecipação de pagamento no Imposto de Renda Pessoa Física, sobretudo em face das diversas modalidades e/ou procedimentos adotados por ocasião do lançamento fiscal. Na hipótese dos autos, o que torna digno de realce é que a presente autuação decorre do descumprimento de obrigações acessórias, caracterizando, portanto, lançamento de ofício, não se cogitando em antecipação de pagamentos, o que faz florescer, via de regra, a adoção do prazo decadencial inscrito no artigo 173, inciso I, do CTN, na linha inclusive que a jurisprudência dominante no Judiciário e neste Colegiado vem firmando entendimento. Fl. 275DF CARF MF Processo nº 10552.000009/200711 Acórdão n.º 2401005.580 S2C4T1 Fl. 7 11 Ou seja, o simples fato de se tratar de auto de infração por descumprimento de obrigações acessórias, na maioria absoluta dos casos, impede a aplicação do prazo decadencial contemplado no artigo 150, § 4°, do Códex Tributário, uma vez não haver se falar em lançamento por homologação, inexistindo, em verdade, qualquer atividade do contribuinte a ser homologada, razão do próprio lançamento. A infração em debate diz respeito a "não apresentação de documentos" CFL 38, ou seja, o termo inicial para contagem da decadência é a data do fato gerador, ou seja, a não apresentação da documentação. No entanto, de acordo como toda a fundamentação encimada, especialmente no que tange a inconstitucionalidade declarada pelo STF, não caberia a contribuinte apresentar, ter em guarda, documentação de período fora do prazo decadencial retro mencionado. Assim, tendo a fiscalização solicitado em 29/12/2005 com a devida ciência da contribuinte, e que a documentação não exibida referese ao período de 06/1995 à 12/1995, conforme Termo de Intimação para Apresentação de Documentos TIAD de efl. 12, a exigência fiscal não pode prosperar. Por todo o exposto, estando o Auto de Infração sub examine em dissonância com as normas legais que regulamentam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO RECURSO VOLUNTÁRIO e DARLHE PROVIMENTO, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. Rayd Santana Ferreira Fl. 276DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.728919/2014-49
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 25 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
NÃO CONHECIMENTO DE DOCUMENTOS CONTIDOS NOS AUTOS. POSSIBILIDADE DE VISTAS DO PROCESSO OU OBTENÇÃO DE CÓPIAS DOS DOCUMENTOS QUE O COMPÕEM. PRELIMINAR AFASTADA.
É facultado ao administrado ter vista ou obter cópia de processo administrativo de que seja parte, mediante solicitação junto ao órgão responsável, não havendo justificativa para que o contribuinte alegue desconhecimento dos documentos que o compõem.
INFORMAÇÃO FISCAL. MANIFESTAÇÃO FORA DE PRAZO. NÃO CONHECIMENTO.
Não se conhece de manifestação acerca de informação fiscal emitida pelo órgão preparador apresentada fora do prazo estabelecido na legislação correlata.
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E COM PLANO DE SAÚDE. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE.
Somente são dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos, dentistas e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, efetuados pelo contribuinte, e relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Inteligência da Lei 9.250/1995, art. 8°, inciso II, alínea a e § 2º, incisos II e III e do Decreto nº 3.000/1999, art. 73, caput e §§ 1º e 2º.
Numero da decisão: 2402-006.093
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais).
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente e Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Gregorio Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, e Renata Toratti Cassini.
Nome do relator: MARIO PEREIRA DE PINHO FILHO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201804
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2012 NÃO CONHECIMENTO DE DOCUMENTOS CONTIDOS NOS AUTOS. POSSIBILIDADE DE VISTAS DO PROCESSO OU OBTENÇÃO DE CÓPIAS DOS DOCUMENTOS QUE O COMPÕEM. PRELIMINAR AFASTADA. É facultado ao administrado ter vista ou obter cópia de processo administrativo de que seja parte, mediante solicitação junto ao órgão responsável, não havendo justificativa para que o contribuinte alegue desconhecimento dos documentos que o compõem. INFORMAÇÃO FISCAL. MANIFESTAÇÃO FORA DE PRAZO. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de manifestação acerca de informação fiscal emitida pelo órgão preparador apresentada fora do prazo estabelecido na legislação correlata. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E COM PLANO DE SAÚDE. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. Somente são dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos, dentistas e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, efetuados pelo contribuinte, e relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Inteligência da Lei 9.250/1995, art. 8°, inciso II, alínea a e § 2º, incisos II e III e do Decreto nº 3.000/1999, art. 73, caput e §§ 1º e 2º.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Apr 25 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11080.728919/2014-49
anomes_publicacao_s : 201804
conteudo_id_s : 5857041
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu Apr 26 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2402-006.093
nome_arquivo_s : Decisao_11080728919201449.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : MARIO PEREIRA DE PINHO FILHO
nome_arquivo_pdf_s : 11080728919201449_5857041.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais). (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente e Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Gregorio Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, e Renata Toratti Cassini.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
id : 7247994
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:16:46 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050307982786560
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 8; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1670; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.728919/201449 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402006.093 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 3 de abril de 2018 Matéria IRPF: DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS Recorrente AIRTON FERNANDO TEIXEIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2012 NÃO CONHECIMENTO DE DOCUMENTOS CONTIDOS NOS AUTOS. POSSIBILIDADE DE VISTAS DO PROCESSO OU OBTENÇÃO DE CÓPIAS DOS DOCUMENTOS QUE O COMPÕEM. PRELIMINAR AFASTADA. É facultado ao administrado ter vista ou obter cópia de processo administrativo de que seja parte, mediante solicitação junto ao órgão responsável, não havendo justificativa para que o contribuinte alegue desconhecimento dos documentos que o compõem. INFORMAÇÃO FISCAL. MANIFESTAÇÃO FORA DE PRAZO. NÃO CONHECIMENTO. Não se conhece de manifestação acerca de informação fiscal emitida pelo órgão preparador apresentada fora do prazo estabelecido na legislação correlata. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS, ODONTOLÓGICAS E COM PLANO DE SAÚDE. COMPROVAÇÃO. DEDUTIBILIDADE. Somente são dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos, dentistas e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, efetuados pelo contribuinte, e relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes. Inteligência da Lei 9.250/1995, art. 8°, inciso II, alínea “a” e § 2º, incisos II e III e do Decreto nº 3.000/1999, art. 73, caput e §§ 1º e 2º. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 72 89 19 /2 01 4- 49 Fl. 250DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, dar provimento parcial ao recurso voluntário para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais). (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente e Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Mário Pereira de Pinho Filho, Ronnie Soares Anderson, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Gregorio Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, e Renata Toratti Cassini. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador (BA) – DRJ/SDR, que julgou procedente Notificação de Lançamento de Imposto sobre a Renda de Pessoa Física (IRPF), relativa ao ano calendário 2011 / exercício 2012, alterando o valor do imposto a restituir de R$ 4.492,61 (quatro mil, quatrocentos e noventa e dois reais e sessenta e um centavos) para R$ 2.893,21 (dois mil, oitocentos e noventa e três reais e vinte e um centavos) O crédito foi constituído em razão da glosa de despesas com pensão alimentícia, R$ 10.971,62 (dez mil, novecentos e cinquenta e oito reais e setenta e dois centavos), e com serviços de saúde, R$ 4.875,79 (quatro mil, oitocentos e setenta e cinco reais e setenta e nove centavos), por falta de previsão legal ou por falta comprovação. O contribuinte contestou o lançamento por meio da impugnação de fls. 64/73, alegando, em síntese que, quanto à pensão alimentícia, o acordo homologado judicialmente referese a pensão de 1/3 do seu salário líquido, ou seja 33% (trinta e três por cento) e não 18% (dezoito por cento), como entendera a autoridade autuante. Alegou ainda ser portador de moléstia, o que lhe daria direito à isenção do IRPF. Apresentou documentos no intento de comprovar as despesas médicas deduzidas na Declaração de Ajuste Anual DAA. A DRJ/SDR julgou a impugnação improcedente (Acórdão de Impugnação de fls. 128/130), por entender que: a) o contribuinte não comprovou ter o direito de deduzir valor superior ao já acatado pela Fiscalização a título de pensão alimentícia; b) um dos comprovantes de despesas médicas traz como beneficiário dos serviços pessoa não incluída como dependente na DAA; c) os comprovantes de pagamentos para a Unimed Centro Sul já foram aceitos pela autoridade autuante; d) o recorrente não apresentou recibo relativo ao pagamento feito para a Unimed Porto Alegre; e d) o relatório de consultas realizadas em 2011, tratase de serviços cobertos por plano de saúde. Fl. 251DF CARF MF Processo nº 11080.728919/201449 Acórdão n.º 2402006.093 S2C4T2 Fl. 3 3 Por ocasião do recurso voluntário, o Recorrente informa não ter conhecimento de todos os documentos constantes dos autos do processo, eis que esses não lhe teriam sido remetidos, tendo tomado conhecimento apenas da Notificação de Lançamento, que contém resumidamente os dados da autuação. Alega que: a) todos os documentos apresentados foram hábeis e idôneos; b) o documento denominado “relatório de consultas”, não se trata de um simples relatório e sim de “Histórico” de consultas, exames laboratoriais, atendimentos de urgências e hospitalizações realizados pelo próprio contribuinte e que, nesse documento, constam os valores por ele pagos, na COLUNA FRANQUIA, eis que não mais são emitidos recibos de pagamento em consultórios médicos, após a implantação do cartão magnético com senha pessoal pelo órgão de previdência a que está submetido, no caso, o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS); c) atualmente quem fornece recibo é o Pronto Atendimento da UNIMED Porto Alegre (instituição médica conveniada com o IPERGS), que apresenta junto a Nota Fiscal de serviço; d) há laboratórios de análises clínicas e de imagem que fornecem recibos, mas seriam raros. Não faz referência no recurso a eventual direito à isenção do IRPF pelo fato de ser portador de moléstia grave, tampouco à glosa dos valores deduzidos a título de pensão alimentícia. O julgamento foi convertido em diligência para que o Fisco verificasse junto ao IPERGS de quem teria sido a responsabilidade pelo pagamento dos valores relacionados na coluna “Valor da Franquia” do documento denominado “Histórico de beneficiários – consultas realizadas” (fls. 69/70), se do Instituto ou do próprio contribuinte por ocasião da prestação dos serviços. Na Informação Fiscal de fl. 232, a Unidade Preparadora apresentou o seguinte posicionamento: Em cumprimento da diligência determinada na fl. 229, informamos que, conforme já é de conhecimento desta equipe, em decorrência da reiterada análise desse tipo de comprovante, os valores descritos como “valor franquia” no documento das fls. 69 e 70 se referem ao ônus financeiro do titular do plano de assistência médica, cujo valor foi presumivelmente pago por esse titular ou por seu agregado diretamente ao prestador do serviço de saúde, enquanto os valores constantes da coluna “valor IPE” se referem aos valores pagos pelo IPERGS diretamente ao prestador do serviço. (Grifei) Intimado da Informação Fiscal, o recorrente apresentou manifestação, porém fora do prazo estabelecido na intimação de fl. 233. É o relatório. Fl. 252DF CARF MF 4 Voto Conselheiro Mário Pereira de Pinho Filho – Relator O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade, portanto, dele conheço. RAZÕES TRAZIDAS NA RESPOSTA À INTIMAÇÃO DECORRENTE DE INFORMAÇÃO FISCAL Cientificado da Informação Fiscal produzida pelo órgão preparador em atendimento à diligência demandada por esta Turma de Julgamento em 10/07/2017 (Vide Aviso de Recebimento AR emitido pelos Correios fl. 234), o sujeito passivo apresentou manifestação somente em 23/09/2017 (doc. de fls. 241/244), sob a alegação de ter requerido prorrogação de prazo para se manifestar. Nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011, cientificado do resultado de diligências realizadas em razão de processo administrativo de seu interesse, ao contribuinte será concedido prazo de trinta dias para manifestação. Vejamos o que dispõe o dispositivo: Art.35. A realização de diligências e de perícias será determinada pela autoridade julgadora de primeira instância, de ofício ou a pedido do impugnante, quando entendêlas necessárias para a apreciação da matéria litigada (Decreto no70.235, de 1972, art. 18, com a redação dada pela Lei no8.748, de 9 de dezembro de 1993, art. 1o). Parágrafo único. O sujeito passivo deverá ser cientificado do resultado da realização de diligências e perícias, sempre que novos fatos ou documentos sejam trazidos ao processo, hipótese na qual deverá ser concedido prazo de trinta dias para manifestação (Lei nº 9.784, de 1999, art. 28). Embora tenha solicitado prorrogação de prazo para se pronunciar sobre o resultado da diligência, não há nos autos qualquer documento que dê conta do deferimento dessa solicitação, motivo pelo qual não se conhece da manifestação apresentada pelo contribuinte em face da Informação Fiscal elaborada pelo Fisco, o que significa dizer que os argumentos contidos em tal documento não serão apreciados no presente voto. MATÉRIAS NÃO ABORDADAS NO RECURSO VOLUNTÁRIO Examinandose o recurso apresentado pelo sujeito passivo, constatase que não houve qualquer manifestação em relação à propalada isenção em decorrência de moléstia grave ou quanto à pensão alimentícia glosada pela Fiscalização e cuja glosa foi mantida pela decisão recorrida. A respeito do recurso voluntário, o art. 33 do Decreto nº 70.235/1972 dispõe: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão Fl. 253DF CARF MF Processo nº 11080.728919/201449 Acórdão n.º 2402006.093 S2C4T2 Fl. 4 5 De acordo com o citado art. 33, uma vez proferida a decisão da Delegacia da Receita Federal e julgamento, o contribuinte poderá interpor, dentro do prazo de trinta dias recurso voluntário contestando os pontos da decisão com os quais não tenha concordância. Assim, relativamente aos pontos não contestados, a decisão de primeira instância administrativa faz coisa julgada em âmbito administrativo, sendo incabível a contestação da decisão senão no prazo deferido por lei para a apresentação de recurso voluntário Dito isso, há que se esclarecer que mesmo que a manifestação apresentada em virtude da Informação Fiscal emitida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre o fosse dentro do prazo estabelecido no art. 35 do Decreto nº 7.574/2011, as matérias alheias ao recurso voluntário não seriam conhecidas e conseqeentemente não seriam analisadas em julgamento empreendido por este Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Pelos motivos aqui expostos o presente acórdão não se deterá a análises a respeito de matérias que, mesmo abordadas na impugnação, não tenham sido objeto do recurso voluntário, como isenção por moléstia grave ou pensão alimentícia. DA PRELIMINAR Em sede de preliminar o Recorrente informa não ter conhecimento de todos os documentos dos autos do processo, eis que esses não lhe teriam sido remetido, tendo tomado conhecimento apenas da Notificação de Lançamento, que contém resumidamente os dados. Embora não tenha o Recorrente manifestado sua intenção com relação a essa preliminar, convém salientar que requisitos necessários ao lançamento são aqueles relacionados no art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. In verbis: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Examinando a Notificação de Lançamento verificase que todos os elementos indicados no citado art. 10 encontramse presentes na referida Notificação, não se vislumbrando qualquer irregularidade no lançamento efetuado. Além disso, o inciso II do art. 3º Lei nº 9.784 , de 29 de janeiro de 1999, faculta aos administrados, caso seja de seu interesse, ter vistas de processos de seja parte, bem assim obter cópias dos documentos nele contidos. Fl. 254DF CARF MF 6 Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados: [...] II ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas; Assim, não assiste razão ao contribuinte quanto a alegação apresentada, visto que esse foi informado do procedimento fiscal mediante Notificação de Lançamento da qual constam todos os elementos previstos para a lavratura do Auto de Infração. Além disso, não há qualquer registro quanto a manifestação acerca de pedido de vista ou solicitação de documentos que sujeito passivo julgasse necessário à sua defesa. Em vista disso, afasto a preliminar. DO MÉRITO Com relação ao objeto do apelo recursal, a definição da base de cálculo do Imposto de Renda das Pessoas Físicas IRPF, bem assim a possibilidade de dedução de despesas relativa à prestação de serviços médicos, odontológicos e com planos de saúde têm como base o inciso I, a alínea “a” do inciso II e os incisos I a III do § 2º do art. 8º da Lei nº 9.250, de 26 de dezembro de 1995, abaixo transcritos: Art. 8º A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; [...] § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; [...] (Grifei) Fl. 255DF CARF MF Processo nº 11080.728919/201449 Acórdão n.º 2402006.093 S2C4T2 Fl. 5 7 De acordo com as disposições normativas reproduzidas acima, para que seja lícita a dedução de despesas médicas da base de cálculo do imposto essas têm de dizer respeito a pagamentos especificados, comprovados e efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento ou ao de seus dependentes legais. Ainda de acordo com os normativos cotejados, a autoridade administrativa pode, a seu juízo, exigir a comprovação ou justificação das despesas objeto de dedução com o fim de verificar sua efetiva ocorrência e o atendimento dos requisitos prescritos em lei e, caso o pagamento dessas despesas não restem comprovados ou verifiquemse ausentes outras condições legalmente estabelecidas, as deduções serão glosadas por meio do lançamento respectivo. No presente caso, os únicos documentos apresentados por ocasião da impugnação foram i) comprovante de despesa médica paga a Rafael Antônio Widholzer Rey (fl. 71), referente a tratamento de Anita Gonçalves da Costa, pessoa não incluída como dependente do Recorrente; ii) comprovantes de pagamentos para a Unimed Centro Sul, já aceitos pelo Fiscalização por ocasião do lançamento; e iii) relatório de consultas realizadas em 2011 (fls. 69/70). Por certo, não há como acolher a alegação do sujeito passivo de que a maioria dos laboratórios de análises clínicas e de imagem não fornecem recibos relativos aos serviços por eles prestados e, muito menos, que isso justificaria a não apresentação desses documentos para fins de dedução. Reiterase que o inciso III do § 2º do art. 8º da Lei nº 9.250/1995 é expresso no sentido de que as deduções de despesas com serviços de saúde limitamse a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no CPF ou no CNPJ de quem os recebeu. Com relação a tais despesas, o Recorrente sequer logrou apresentar documentos que pudessem sugerir sua ocorrência, motivo pelo qual a glosa deve ser mantida. Do mesmo modo, os dispositivos legais acima reproduzidos indicam que somente são passíveis de dedução as despesas havidas com o contribuinte e seus dependentes legais, logo, não há como considerar o recibo emitido por Rafael Antônio Widholzer Rey, pois o destinatário dos serviços não se trata de dependente do sujeito passivo. Quanto ao relatório expedido pelo o Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul (IPERGS), verificase que do documento, além do que foi pago pelo próprio Instituto, constam desembolsos feitos a título de franquia, que, de acordo com a Informação Fiscal emitida pelo órgão preparador, referem ao ônus financeiro do titular do plano de assistência médica, cujo valor foi presumivelmente pago por esse titular ou por seu agregado. Os valores despendidos a título de franquia encontramse discriminados no quadro a seguir: Seq CPF/CNPJ NOME/NOME EMPRESARIAL Cód Dedução Restabelecida 01 92.815.000/000168 IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISE 021 15,00 02 106.354.59000 MARCO ANTONIO TAVARES DA SILVA 010 111,00 03 823.276.80530 CARLOS ROBERTO BAILON 010 45,00 04 136.406.23053 NILO BRAUWERS 010 87,00 05 315.520.05020 SILVIO LUIZ CECIN 010 15,00 06 316.280.44004 JOSE HENRIQUE CORREA RODRIGUES 010 15,00 Fl. 256DF CARF MF 8 07 435.122.40020 ADRIANA MARIA KORENOWSKI URANGA 010 30,00 08 390.722.90020 EDUARDO FERLA CAMPOS 010 30,00 09 806.469.48091 FABIANA SPILLARI VIOLA 010 15,00 10 625.981.98034 JOSE CARLOS DE MOURA JARDIM NETO 010 15,00 11 198.596.00015 VILSON OCHMAN 010 30,00 TOTAL 408,00 Assim, entendo que se deva restabelecer a deduções em relação aos prestadores de serviço acima relacionados, em um total de R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais), conforme declarado na DAA. CONCLUSÃO Ante o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER da manifestação intempestiva apresentada em face da Informação Fiscal emitida em razão de diligência fiscal demandada pelo órgão julgador, CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao recurso voluntário, para restabelecer deduções com despesas médicas no valor de R$ 408,00 (quatrocentos e oito reais). (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Fl. 257DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35403.001016/2005-02
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jun 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Data do fato gerador: 31/05/2005
PENALIDADE. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS À FISCALIZAÇÃO.
Mantém-se a aplicação de penalidade quando evidenciado que a empresa deixou de apresentar documento obrigatório à fiscalização.
Numero da decisão: 2201-004.560
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente.
(assinado digitalmente)
Dione Jesabel Wasilewski - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DIONE JESABEL WASILEWSKI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201806
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Data do fato gerador: 31/05/2005 PENALIDADE. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS À FISCALIZAÇÃO. Mantém-se a aplicação de penalidade quando evidenciado que a empresa deixou de apresentar documento obrigatório à fiscalização.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Jun 29 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 35403.001016/2005-02
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5872829
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Jun 29 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2201-004.560
nome_arquivo_s : Decisao_35403001016200502.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : DIONE JESABEL WASILEWSKI
nome_arquivo_pdf_s : 35403001016200502_5872829.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente. (assinado digitalmente) Dione Jesabel Wasilewski - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
id : 7341243
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:21:00 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050308110712832
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1276; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 174 1 173 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 35403.001016/200502 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.560 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 06 de junho de 2018 Matéria Multa Obrigação Acessória Recorrente MICRO JACAREÍ EDIÇÕES CULTURAIS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 31/05/2005 PENALIDADE. FALTA DE APRESENTAÇÃO DE DOCUMENTOS À FISCALIZAÇÃO. Mantémse a aplicação de penalidade quando evidenciado que a empresa deixou de apresentar documento obrigatório à fiscalização. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente. (assinado digitalmente) Dione Jesabel Wasilewski Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Dione Jesabel Wasilewski, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Daniel Melo Mendes Bezerra, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 40 3. 00 10 16 /2 00 5- 02 Fl. 174DF CARF MF 2 Tratase de auto de infração por inobservância do comando contido no art. 33, § 2º da Lei nº 8.212, de 1991, uma vez que a empresa teria deixado de apresentar à Fiscalização a folha de pagamento e respectiva GFIP relativas ao mês de maio de 2004, bem como a alteração contratual relativa à mudança de endereço. A impugnou à autuação (fls. 18/22) deu origem à DecisãoNotificação nº 21.437.4/0159/2005 (fls. 61/64), que considerou corrigidas as falhas relativas à alteração de endereço e à entrega da GFIP, contudo manteve o auto de infração pela falta de apresentação da folha de pagamento. Inconformada com essa decisão, a empresa interpôs recurso tempestivo (fls. 78/82 e 89), alegando, em síntese, que: 1. Os documentos não foram entregues porque a empresa estava inativa. 2. Na defesa apresentada as falhas foram corrigidas, já que teria apresentado a folha de pagamento e GFIP sem empregados, bem como a cópia da alteração do contrato social com mudança de endereço. 3. O valor da multa foi incorretamente calculado. A fiscalização apresentou contrarazões (fls. 122/125), alegando a existência de inconsistências nas informações prestadas pela empresa. De acordo com a autoridade fiscal: 1. A empresa comprovou a entrega da GFIP referente ao mês de maio/2004, mas ela foi preenchida "sem movimento" porque os empregados teriam sido transferidos para outra empresa. Essa informação, contudo, não foi confirmada pelo sistema CAGED, que informa como último movimento para a empresa receptora 09/2003. 2. Embora tenha apresentado GFIP sem movimento em maio de 2004, não declarou os afastamentos em 04/2004, de forma que os vínculos remanesceram em aberto. 3. Embora os segurados tenham sido declarados na GFIP de 05/2004 por uma terceira empresa, os recolhimentos foram realizados no CNPJ da autuada. 4. Mesmo que os empregados tivessem sido transferidos para outra empresa, persistiria a obrigatoriedade da elaboração da Folha de Pagamentos referente aos contribuintes individuais. Neste CARF, o julgamento do processo foi convertido em diligência pela Resolução nº 20600.021 (fls. 126/130). Desse ato, destaco: Também entendo necessário que se verifique se a recorrente teve movimento, ainda que tenha transferido seus empregados, na competência 05/2004, hipótese em que estaria obrigada a efetuar o pagamento de prólabore aos sócios e elaborar folha para esses segurados. Não obstante o vício verificado antes da decisão de primeira instância, vislumbro a possibilidade de decidir o mérito em favor do sujeito passivo, se restar comprovado após diligência que os empregados foram efetivamente transferidos em abril/2004 e que a empresa não teve movimento em maio/2004. Fl. 175DF CARF MF Processo nº 35403.001016/200502 Acórdão n.º 2201004.560 S2C2T1 Fl. 175 3 O relatório de diligência fiscal apresenta constatações que podem ser assim sumariadas (fl. 134): 1. Constam recolhimentos de contribuições previdenciárias nas competências 05 e 06/2004 no conta corrente da empresa autuada. 2. Consta da RAIS/2004 que os últimos empregados foram transferidos em 01/05/2004, e esta informação foi prestada após o auto de infração. 3. A contribuinte declarou (DIPJ) receita de revenda e serviços no período de maio/2004 a setembro/2004. 4. A GFIP sem movimento foi entregue em 14/03/2006, data posterior à lavratura do auto de infração. Intimada acerca do conteúdo desse relatório (fl. 160), a empresa autuada deixou transcorrer in albis o prazo para manifestação (fl. 162). Novamente neste Conselho, o processo em análise compôs lote sorteado em sessão pública para esta relatora. É o que havia para ser relatado. Voto Conselheira Dione Jesabel Wasilewski Relatora O recurso apresentado preenche os requisitos de admissibilidade e dele conheço. Inicialmente, a recorrente alega que os documentos não foram entregues porque ela estava inativa. Conforme foi atestado pelo Relatório de Diligência (fl. 134), a empresa apresentou receita no período, declarada em DIPJ, o que contraria sua alegação. Além disso, no seu conta corrente haveria recolhimentos de contribuições previdenciárias nas competências 05 e 06/2004. Aduz, ainda, que as falhas foram corrigidas na defesa apresentada, já que teria entregue a folha de pagamento e GFIP sem empregados, bem como a cópia da alteração contratual com mudança de endereço. Também essa informação é contrariada por manifestação fiscal, desta feita a DecisãoNotificação nº 21.437.4/0159/2005 (fls. 61/64), que atesta a não apresentação da folha de pagamento, documento obrigatório, já que esteve em atividade no período. Por fim, ao afirmar que o valor da multa foi incorretamente calculado, faz remissão ao art. 32, §§ 4º a 9º da Lei nº 8.212, de 1991, quando a multa de que trata esse Fl. 176DF CARF MF 4 processo tem por base o art. 33, § 2º. Em face do flagrante erro cometido, não há razões para acolher suas alegações. Conclusão Pelas razões expostas, voto por conhecer do recurso apresentado e lhe negar provimento. Dione Jesabel Wasilewski Fl. 177DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.732846/2011-47
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2007
MANIFESTAÇÃO DA UNIÃO EM SEDE JUDICIAL. CONCORDÂNCIA. CÁLCULOS DO CONTRIBUINTE. RENOVAÇÃO DA DISCUSSÃO EM SEDE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE.
Assentindo a União, após intimação do juízo competente, quanto aos cálculos efetuados pelo contribuinte relativamente à direito postulado e obtido em definitivo no curso de processo judicial, não cabe, por via transversa, ser renovado seu questionamento em sede administrativa.
Numero da decisão: 2202-004.503
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronnie Soares Anderson, Waltir de Carvalho, Martin da Silva Gesto, Reginaldo Paixão Emos, Júnia Roberta Gouveia e Dilson Jatahy Fonseca Neto.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201806
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2007 MANIFESTAÇÃO DA UNIÃO EM SEDE JUDICIAL. CONCORDÂNCIA. CÁLCULOS DO CONTRIBUINTE. RENOVAÇÃO DA DISCUSSÃO EM SEDE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Assentindo a União, após intimação do juízo competente, quanto aos cálculos efetuados pelo contribuinte relativamente à direito postulado e obtido em definitivo no curso de processo judicial, não cabe, por via transversa, ser renovado seu questionamento em sede administrativa.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11080.732846/2011-47
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5871885
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 26 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2202-004.503
nome_arquivo_s : Decisao_11080732846201147.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : RONNIE SOARES ANDERSON
nome_arquivo_pdf_s : 11080732846201147_5871885.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson - Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronnie Soares Anderson, Waltir de Carvalho, Martin da Silva Gesto, Reginaldo Paixão Emos, Júnia Roberta Gouveia e Dilson Jatahy Fonseca Neto.
dt_sessao_tdt : Wed Jun 06 00:00:00 UTC 2018
id : 7335112
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:20:43 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050308130635776
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1381; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 644 1 643 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.732846/201147 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202004.503 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 06 de junho de 2018 Matéria GANHO DE CAPITAL. RENDA VARIÁVEL. Recorrente FERNANDO FABRÍCIO DE FARIA CORREA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2007 MANIFESTAÇÃO DA UNIÃO EM SEDE JUDICIAL. CONCORDÂNCIA. CÁLCULOS DO CONTRIBUINTE. RENOVAÇÃO DA DISCUSSÃO EM SEDE ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Assentindo a União, após intimação do juízo competente, quanto aos cálculos efetuados pelo contribuinte relativamente à direito postulado e obtido em definitivo no curso de processo judicial, não cabe, por via transversa, ser renovado seu questionamento em sede administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronnie Soares Anderson, Waltir de Carvalho, Martin da Silva Gesto, Reginaldo Paixão Emos, Júnia Roberta Gouveia e Dilson Jatahy Fonseca Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 73 28 46 /2 01 1- 47 Fl. 645DF CARF MF 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Belo Horizonte (MG) DRJ/BHE, que julgou procedente lançamento de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) relativo ao exercício 2008 (fls. 494/522), face à apuração de omissão de ganhos líquidos em renda variável, auferido na alienação de ações da Refinaria de Petróleo Ipiranga (RPI), da Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga (DPPI) e da Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga (CBPI), para a sociedade Ultrapar Participações S/A, conforme contrato de compra e venda de ações de fls. 163/201 celebrado em 18/03/2007, não abrangidas pela ação em Mandado de Segurança (MS) nº 2007.71.00.0214850/RS. O Gcap (Ganho de capital) apurado pela fiscalização, decorrente da alienação dessas ações, não abrangidas pelo citado mandamus, foi de R$ 8.287.427,67. No entanto, o contribuinte, ao apurar o Gcap referente a essas ações, declarou o valor de R$ 8.279.825,67. Desse modo, a auditoria concluiu que o fiscalizado fez uma apuração a menor do Gcap no valor de R$ 7.602,00 e efetuou o lançamento de ofício do imposto de renda no valor de R$ 1.140,30, acrescido de multa de ofício de 75% e juros. No Termo de Verificação Fiscal (fls. 505/515), a auditoria apresenta a motivação do lançamento. O autuado impetrou o MS em 31/05/2007, perante a 1ª Vara Federal Tributária de Porto Alegre, sob o argumento de que o DecretoLei nº 1.510/76, art. 4º, alínea 'd', estabeleceu a não incidência do imposto de renda sobre os ganhos obtidos em alienações de participações societárias após decorrido o período de cinco anos da data de subscrição, aquisição ou recebimento de bonificações, relativamente àquelas adquiridas até 12/1983. A segurança foi concedida em primeira instância, reconhecendo o direito à isenção do imposto de renda sobre o Gcap apurado na alienação de ações, incluídas as bonificações (filhotes), relativamente àquelas adquiridas até 12/1983 e mantidas em seu patrimônio até a data da revogação da isenção pela Lei nº 7.713/88, em decisão confirmada pelo TRF da 4ª Região. O contribuinte foi selecionado pela administração tributária para que se verificasse se a apuração do imposto de renda relativo ao Gcap tributável estava correto e, se fosse o caso, se efetuasse lançamento suplementar, além de se efetuar o lançamento do imposto de renda sobre o Gcap objeto da ação judicial, visando a prevenir a decadência. Foram alienadas 207.420 ações, das quais 94.344 foram submetidas à apuração de ganho de capital no Demonstrativo declarado pelo autuado, sendo que em 30/05/2007 ele recolheu o imposto de renda no valor de R$ 1.241.970,90, baseado nessa apuração. Quanto à parte que considerava isenta, fez o recolhimento, em 31/05/2007, no valor de R$ 1.563.592,83, no código 7416, via depósito judicial (fls. 321), e impetrou, como litisconsorte ativo, a ação em MS nº 2007.71.00.0214850/RS Não obstante, a fiscalização considerou haver diferenças quanto à quantidade de ações abrangidas por dito MS, pois verificou que ao determinar a quantidade de ações denominadas isentas, objeto do MS, o contribuinte limitouse a apurar a quantidade de ações havidas em 31/12/1983 e os seus desdobramentos. Ele considerou, como sendo do tipo “tributadas”, as 340 ações PN da RPI que saíram do Livro de Registro de Ações para serem depositadas em custódia e vendidas em 2005 na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Fl. 646DF CARF MF Processo nº 11080.732846/201147 Acórdão n.º 2202004.503 S2C2T2 Fl. 645 3 Conforme resumido pela instância recorrida (fls. 615/616), com base em passagens do Relatório Fiscal (fls. 510/513): Apesar de o fiscalizado ter informado que fez a movimentação dessas 340 ações PN para a custódia com o objetivo de vender na bolsa e que o custo das ações “isentas” influenciaram o custo de venda dessas ações, no caso de uma possível apuração de imposto de renda, uma vez que foi utilizado o custo médio ponderado, ele está considerando que as ações depositadas em custódia são do tipo “tributáveis”. A fiscalização entende que, ao dar baixa no Livro para fazer o depósito em custódia, o fiscalizado está utilizando o método UEPS (“últimas a entrar, primeiras a sair”), metodologia não admitida pela legislação do imposto de renda, já que nesse caso há uma tendência de subavaliação dos estoques. O art. 5º do DecretoLei nº 1.510/1976 estabeleceu a presunção de que as alienações se referiam às participações subscritas ou adquiridas mais recentemente. No entanto, esse art. foi revogado pela Lei nº 7.713/1988, com vigência a partir de 01/01/1989. O art. 16 dessa mesma lei dispõe que o custo de aquisição de título e valores imobiliários a ser considerado no momento da alienação é a média ponderada dos custos unitários. Nesse mesmo sentido dispôs o art. 72 da Lei nº 8.981/1995, o art. 16 da IN RFB 84/2001 e o art. 47 da IN RFB 1.022/2010. No método UEPS, o custo das ações alienadas é representado pelas últimas ações adquiridas, sendo o estoque final representados pelo valor das ações mais antigas. No método da média ponderada, o custo das ações que foram depositadas em custódia corresponde à média aritmética dos custos de aquisição das ações existentes em estoque, sendo consideradas todas as ações existentes no Livro. Quando há depósito em custódia (), há uma saída proporcional de ações tributáveis e isentas. Desse modo, a determinação do quantitativo de ações isentas e tributáveis, nessa situação, deve ser feita de acordo com a proporção existente dessas ações, na data da saída, no Livro de Registro de Ações. Assim, com base nos demonstrativos encaminhados pela Ultrapar e no disposto nos itens 19 a 33 do Termo de Verificação Fiscal, a fiscalização obteve o quantitativo de ações tributáveis e isentas por empresa e por espécie, que se encontra demonstrado nos anexos 1 a 6, que são parte integrante do Termo de Verificação Fiscal (fls. 516/521). Quanto às 1.000 ações DPPI ON retiradas de custódia (+), concluiu que essas ações, conforme também informado pelo fiscalizado, são tributáveis, pois se referem às 500 ações adquiridas em 29/03/2005 e a seus desdobramentos. (...) Desse modo, apurouse ganho de capital, decorrente da alienação das ações DPPI, RPI e CBPI à Ultrapar Participações, não abrangidas pela ação em MS nº 2007.71.00.0214850/RS, no montante de R$ 8.287.427,67 (Anexo 7, fls. 522). Tendo o fiscalizado informado um ganho de capital no valor de R$ 8.279.825,67, constatouse que houve uma apuração a menor de R$ 7.602,00, o que implicou em lançamento de ofício de imposto de renda no valor de R$ 1.140,30, acrescido de multa de 75% e juros. Este Auto de Infração restringese ao lançamento do imposto de renda suplementar decorrente da apuração a menor do ganho de capital que não foi objeto da ação em MS nº 2007.71.00.0214850/RS. O imposto de renda sobre o ganho de Fl. 647DF CARF MF 4 capital objeto da ação judicial foi lançado em outro Auto de Infração, de modo a prevenir a decadência, e está com a exigibilidade suspensa. Apesar de impugnada (fls. 532/608), a exigência foi mantida no julgamento de primeiro grau (fls. 611/624), ensejando a interposição de recurso voluntário em 08/01/2013 (fls. 630/641), no qual é alegado, em síntese, que: há nulidade da infração por ter sido efetuado depósito integral e em dinheiro nos autos do MS nº 2007.71.00.0214850; referida ação já havia reconhecido serem isentas de pagamento de imposto de renda todas as ações adquiridas sob a égide do DecretoLei nº 1.510/76; a petição da União manifestandose pelo levantamento do depósito judicial indica que não há divergência quanto à quantidade de ações abrangida pelo MS, não competindo ao Conselho descumprir a coisa julgada. É o relatório. Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Conforme relatado, a defesa tem seu âmago na narrativa de que teria havido violação à coisa julgada na atuação da autoridade lançadora. A despeito de ter sido cogitada como nulidade, na espécie revelase o argumento como matéria de mérito, sendo assim doravante analisada. A segurança concedida no MS nº 2007.71.00.0214850 foi vertida nos seguintes termos: CONCEDO A SEGURANÇA para reconhecer o direito à isenção de imposto de renda sobre o ganho de capital apurado na alienação de ações das empresas Refinaria de Petróleo Ipiranga S/A, Distribuidora de Produtos de Petróleo Ipiranga S/A e Companhia Brasileira de Petróleo Ipiranga S/A, relativamente às ações adquiridas até dezembro de 1983, e mantidas em seus patrimônios até a data da revogação da isenção, pela Lei nº. 7.713/88. (destaque do original) Temse, nesse passo, que o contribuinte recolheu R$ 1.241.970,90 de imposto de renda sobre parte das alienações realizadas em 2007, que entendeu não estarem abarcadas por tal julgado, e efetuou o depósito judicial, vinculado ao citado MS, no valor de Fl. 648DF CARF MF Processo nº 11080.732846/201147 Acórdão n.º 2202004.503 S2C2T2 Fl. 646 5 R$ 1.563.592,83, pertinente ao ganho de capital auferido com o restante das ações vendidas, as quais já teriam incorporado o direito à isenção. Confirmada a decisão em tela nas instâncias superiores, foram as partes intimadas em 29/06/2012 a "requerer o que entenderem de direito, inclusive em relação a eventuais depósitos judiciais realizados". No dia 27/08/2012, o juízo competente despachou: (...) 2. Comprovados os depósitos, dêse vista à União do pedido de levantamento integral, a ser analisado em cotejo com a documentação acostada à inicial, visto que os valores depositados que eventualmente se refiram ao IR incidente sobre alienação de ações adquiridas após dezembro de 1983, nos termos da decisão transitada em julgado, são devidos e, portanto, devem ser transformados em pagamento definitivo, liberandose aos impetrantes apenas aqueles abrangidos pela coisa julgada no presente feito. Prazo de 15(quinze) dias. E, em 27/11/2012, foi exarado o seguinte Despacho/Decisão do magistrado1: Diante da concordância expressamente manifestada pela União Federal à fl. 994 e, em especial, levando em conta as informações prestadas pela Receita Federal do Brasil nas fls. 988989 e 995, expeçamse em favor das impetrantes, excetuando se a impetrante Eneida Maria Ormazabal Sastre, os devidos alvarás de levantamento, referentes à integralidade dos depósitos vinculados ao feito. Expedidos, intimemse para retirada dos alvarás. Pois bem, lembrese que a ação fiscal concluiu que o montante tributável, associado às alienações de ações efetuadas em 2007, seria na realidade ligeiramente maior (implicando acréscimo no imposto devido na cifra de R$ 1.140,30), pois àquela ocasião parte das ações que existiam em 1983 já haviam sido vendidas em 2005. Ora, a partir dessa conclusão, a consequência lógica é que os valores depositados em juízo estariam proporcionalmente subestimados, implicando que o contribuinte não pudesse levantar toda quantia vinculada ao mandamus. Ou seja, parte dessa quantia deveria ficar retida em benefício da União para o pagamento da mencionada diferença. Mister ressaltar, porém, que a Fazenda Pública manifestou expressamente perante o juízo concordância com o levantamento integral dos depósitos vinculados ao feito, inclusive valendose de informações da própria RFB, conforme asseverado no Despacho mais acima reportado. Naquela oportunidade aquiesceu, portanto, com os cálculos efetuados pelo contribuinte, quanto ao montante tributável decorrente das operações de alienação de ações à sociedade Ultrapar Participações S/A., efetuadas em 2007. 1 Os documentos mencionados neste Voto, relativos ao MS nº 2007.71.00.0214850, estão todos disponíveis para consulta pública no site do TRF da 4ª Região, www.trf4.jus.br (acesso em 26/10/2017). Fl. 649DF CARF MF 6 Assim sendo, prevalece essa manifestação, realizada em sede judicial e com caráter definitivo, sobre eventuais ponderações de âmbito administrativo acerca da situação em apreço, as quais restam preclusas e ineficazes. Improcedente, assim, a autuação fiscal. Ante o exposto, voto por dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Fl. 650DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 35570.005723/2006-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/2003 a 31/08/2003
PRELIMINAR. INCLUSÃO DOS DIREITOS NA RELAÇÃO DE CO-RESPONSÁVEIS - CORESP
A Relação de Co-Responsáveis - CORESP, o Relatório de Representantes Legais - RepLeg e a Relação de Vínculos - VÍNCULOS, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. (Súmula CARF nº 88).
APLICAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP Nº 03/05. RETROATIVIDADE. INOCORRÊNCIA
Os documentos constantes dos incisos I a V do art. 381 da IN SRP 03/2005, também já haviam sido previstos igualmente nos incisos I a V do art. 404 da IN INSS/DC 100/2003, e, ainda, nos incisos IX e VIII do art. 234 da IN INSS/DC 70/2002. Não ocorre, portanto, a alegada retroatividade.
NULIDADE. BASE DE CÁLCULO. ARBITRAMENTO
Correto o arbitramento quando demonstrado que a empresa não cumpriu a sua obrigação de fornecer a documentação necessária à elaboração e implementação do PCMSO da contratada, relativamente aos locais de prestação de serviços.
COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE FISCAL PARA DESCONSIDERAR OS PROGRAMAS APRESENTADOS PELA EMPRESA
Dentre as atribuições dos auditores fiscais previstas na Lei nº 10.593/2002 está a execução de auditoria e de fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançamento e constituição dos correspondentes créditos apurados.
CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO - SAT. ADICIONAL
Estando provada a presença de agentes nocivos no ambiente de trabalho, a incidência do adicional ao SAT somente será elidida se a empresa demonstrar que o fornecimento de tecnologia de proteção coletiva ou individual aos empregados é eficaz na eliminação ou na redução da intensidade do agente nocivo a patamares legalmente aceitáveis
Numero da decisão: 2202-004.363
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso.
(Assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Júnia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil, Ronnie Soares Anderson.
Nome do relator: JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201805
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/04/2003 a 31/08/2003 PRELIMINAR. INCLUSÃO DOS DIREITOS NA RELAÇÃO DE CO-RESPONSÁVEIS - CORESP A Relação de Co-Responsáveis - CORESP, o Relatório de Representantes Legais - RepLeg e a Relação de Vínculos - VÍNCULOS, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. (Súmula CARF nº 88). APLICAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP Nº 03/05. RETROATIVIDADE. INOCORRÊNCIA Os documentos constantes dos incisos I a V do art. 381 da IN SRP 03/2005, também já haviam sido previstos igualmente nos incisos I a V do art. 404 da IN INSS/DC 100/2003, e, ainda, nos incisos IX e VIII do art. 234 da IN INSS/DC 70/2002. Não ocorre, portanto, a alegada retroatividade. NULIDADE. BASE DE CÁLCULO. ARBITRAMENTO Correto o arbitramento quando demonstrado que a empresa não cumpriu a sua obrigação de fornecer a documentação necessária à elaboração e implementação do PCMSO da contratada, relativamente aos locais de prestação de serviços. COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE FISCAL PARA DESCONSIDERAR OS PROGRAMAS APRESENTADOS PELA EMPRESA Dentre as atribuições dos auditores fiscais previstas na Lei nº 10.593/2002 está a execução de auditoria e de fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançamento e constituição dos correspondentes créditos apurados. CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO - SAT. ADICIONAL Estando provada a presença de agentes nocivos no ambiente de trabalho, a incidência do adicional ao SAT somente será elidida se a empresa demonstrar que o fornecimento de tecnologia de proteção coletiva ou individual aos empregados é eficaz na eliminação ou na redução da intensidade do agente nocivo a patamares legalmente aceitáveis
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 18 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 35570.005723/2006-19
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5869651
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jun 18 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2202-004.363
nome_arquivo_s : Decisao_35570005723200619.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : JUNIA ROBERTA GOUVEIA SAMPAIO
nome_arquivo_pdf_s : 35570005723200619_5869651.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson - Presidente. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil, Ronnie Soares Anderson.
dt_sessao_tdt : Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
id : 7323963
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:20:06 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050308158947328
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2088; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T2 Fl. 515 1 514 S2C2T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 35570.005723/200619 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2202004.363 – 2ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 08 de maio de 2018 Matéria Contribuições Sociais Previdenciárias Recorrente CSN COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONAL Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/04/2003 a 31/08/2003 PRELIMINAR. INCLUSÃO DOS DIREITOS NA RELAÇÃO DE CO RESPONSÁVEIS CORESP A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais RepLeg” e a “Relação de Vínculos VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. (Súmula CARF nº 88). APLICAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP Nº 03/05. RETROATIVIDADE. INOCORRÊNCIA Os documentos constantes dos incisos I a V do art. 381 da IN SRP 03/2005, também já haviam sido previstos igualmente nos incisos I a V do art. 404 da IN INSS/DC 100/2003, e, ainda, nos incisos IX e VIII do art. 234 da IN INSS/DC 70/2002. Não ocorre, portanto, a alegada retroatividade. NULIDADE. BASE DE CÁLCULO. ARBITRAMENTO Correto o arbitramento quando demonstrado que a empresa não cumpriu a sua obrigação de fornecer a documentação necessária à elaboração e implementação do PCMSO da contratada, relativamente aos locais de prestação de serviços. COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE FISCAL PARA DESCONSIDERAR OS PROGRAMAS APRESENTADOS PELA EMPRESA Dentre as atribuições dos auditores fiscais previstas na Lei nº 10.593/2002 está a execução de auditoria e de fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançamento e constituição dos correspondentes créditos apurados. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 57 0. 00 57 23 /2 00 6- 19 Fl. 515DF CARF MF 2 CONTRIBUIÇÃO AO SEGURO DE ACIDENTE DO TRABALHO SAT. ADICIONAL Estando provada a presença de agentes nocivos no ambiente de trabalho, a incidência do adicional ao SAT somente será elidida se a empresa demonstrar que o fornecimento de tecnologia de proteção coletiva ou individual aos empregados é eficaz na eliminação ou na redução da intensidade do agente nocivo a patamares legalmente aceitáveis Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares e, no mérito, em negar provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson Presidente. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo, Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil, Ronnie Soares Anderson. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Decisão/Notificação elaborado pela Delegacia da Receita Previdenciária RJ Duque de Caxias (fls. 456/458 numeração do eprocesso): DA NOTIFICAÇAO Tratase de crédito previdenciário no montante de R$ 206.813,90 (duzentos e seis mil oitocentos e treze reais e noventa centavos), consolidado em 13/12/2005, que, de acordo com o Relatório Fiscal de folhas 64/76, referese ao adicional à retenção de 11% aplicada ao valor bruto de notas fiscais e faturas de serviço emitidas por empresas prestadoras de serviços em cessão de mãodeobra, a teor do art. 6 ° da Lei 10.666/2003, exigível a partir de 04/2003. 2. No caso em questão, o referido adicional está previsto em 2%, para financiamento concessão da de aposentadoria especial após vinte e cinco anos de contribuição e exercício contínuo de atividades laborais em condições especiais nocivas à saúde/ integridade física do trabalhador, por exposiçao a agentes químicos, físicos e biológicos, ou sua associaçao, os quais, nos termos do art. 58 da Lei 8.213/91, estão relacionados no Anexo Fl. 516DF CARF MF Processo nº 35570.005723/200619 Acórdão n.º 2202004.363 S2C2T2 Fl. 516 3 IV do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/99 . 3. O crédito previdenciário foi constituído tendo em vista que a fiscalização constatou que a empresa não faz o eficaz gerenciamento do ambiente de trabalho, deixando de controlar os riscos ocupacionais existentes e, por fim, por ter ficado evidenciada a presença de agentes nocivos, os quais estão trazendo prejuízos à saúde ou à integridade física dos trabalhadores terceirizados, que prestam à CSN, nos termos dos contratos com a empresa ABB LTDA, respectivamente nos CNPJ 61.074.829/007136 e 000123: S10295388, com vigência de 01/02/2003 a 15/02/20030, de serviços de “reparo geral no Iaminador de tiras a quente"; e S10202543, vigendo de 03/06/2002 a 02/06/2005, de serviços de “manutenção mecânica, elétrica e hidráulica, montagem de tubulação, caldeiraria, lubrificação, instrumentação e reparos gerais, paradas preventivas e serviços gerais nos equipamentos como da laminação e revestidos, bem a operação das oficinas de usinagem" 4. Foi solicitada da empresa notificada, CSN, atraves de TIAD, os seguintes documentos referentes à empresa prestadora dos serviços: contrato de serviços, PPRA/PGR/PCMAT, PCMSO e LTCAT. Dos documentos solicitados, apenas os contratos de serviços, o PPRA de 2002 e o PCMSO de 2002 forarn apresentados à fiscalização. 5. Tendo em vista que restou claro que a CSN não participou na elaboração e implementação do PCMSO e PPRA da contratada (os dados do PPRA da CSN não coincidem com os da contratada, as deficiências apresentadas no PPRA e no PCMSO da contratada para o exercício de 2002 conduzem à constatação de que existem trabalhadores cuja exposição a agentes nocivos geram a concessão de aposentadoria especial e, principalmente, não foram apresentados os PPRA e PCMSO da contratada para o exercício de 2003; nem LTCAT da contratada), ficou clara a obrigação da CSN pelo acréscimo da retenção, sendo assim constituído o credito previdenciário. 6. Consta no item 2 do relatório fiscal que, como não houve retenção pela empresa contratante das contribuições consideradas nesta NFLD, não ficou configurado o tipo penal previsto no art. 168A, §1°, inciso l do Código Penal, introduzido pela Lei 9.983/2000. 7. O lançamento foi efetuado em periodo acobertado pelo competente Mandado de Procedimento Fiscal MPF, com recebimento pela empresa às fls. 18/23, e emissão de TlAD e TEAF, fls. 24/54. DA IMPUGNAÇÃO 8. Tempestivamente, a empresa apresentou defesa as fls. 412/441, juntando prova da capacidade postulatória dos signatários. Em síntese, apresenta como razões: Fl. 517DF CARF MF 4 Das Preliminares 8.1. Protesta pela nulidade do lançamento, em decorrência de terem sido incluídos seus diretores no relatório de co responsáveis, sem que fosse apresentada a capitulação legal para tal procedimento, entendendo por isso que lhes foi cerceado o direito à ampla defesa, garantido pelo art. 5 °, LV da Constituição Federal. Apresenta excerto doutrinário. 8.2. Invoca o art. 689 da Instrução Normativa 100/2003, para protestar contra a falta de clareza e precisão do relatório fiscal, por faltar na NFLD a identificação dos trabalhadores que seriam beneficiados futuramente com a aposentadoria especial e o periodo em que teriam exercido suas atividades sob as condições nocivas à sua saúde/ integridade física. 8.3. Alega que a apresentação dos documentos solicitados pela fiscalização impede a aplicação do arbitramento, que é instrumento de caráter excepcional, aplicável apenas caso o sujeito passivo não mantenha escrituração contábil e fiscal regulares ou se não houver documentos avaliadores dos riscos ambientais do trabalho, que não seria o caso, uma vez que foram apresentados o PPRA e o PCMSO, discriminando as tarefas exercidas e os agentes nocivos, bem como a utilização de equipamento de proteção individual e coletiva, que mitigariam o prejuízo à saúde e à integridade físicado trabalhador. 8.4. Protesta que os AuditoresFiscais não têm competência técnica para desconsiderar os programas apresentados pela empresa (PPRA e PCl\/ISO), que são privativos de profissão regulamentada por lei federal. Além disso, a informação constante do relatório de que há divergências entre os documentos apresentados, sem as relacionar, impossibilitaria sua analise. 8.5. Defende a tese de afronta ao Princípio da Irretroatividadeda Lei, uma vez que foi aplicada como fundamentação legal do lançamento a Instrução Normativa SRP 03/2005, que só entrou em vigência em 01/08/2005, enquanto o periodo lançado vai de 04/2003 a 04/2005. Do Mérito 8.6. Entende que os valores lançados estão em desacordo com a efetiva prestação dos serviços, sendo errado o emprego do valor bruto das notas fiscais, sem que sejam individualizados os segurados envolvidos na prestação dos serviços. Alem disso, o lançamento não teria qualquer repercussão no bem a ser protegido, que é a saúde/integridade fisica do trabalhador, com a concessão de aposentadoria com tempo de contribuição diminuído. A Delegacia da Receita Previdenciária RJ Duque de Caxias negou provimento à impugnação em decisão cuja ementa é a seguinte (fls. fls 456 eprocesso): CONTRIBUIÇAO PREVIDENCIÁRIA. ACRÉSCIMO DE ALÍQUOTA NA RETENÇÃO PARA FINANCIAMENTO DE APOSENTADORIA ESPECIAL. Fl. 518DF CARF MF Processo nº 35570.005723/200619 Acórdão n.º 2202004.363 S2C2T2 Fl. 517 5 A partir de 04/2003, por determinação do art. 6 ° da Lei 10.666/2003, o percentual previsto no art. 31 da Lei 8.212/91 (redação alterada pela Lei 9.711/98), a cargo da contratante, de retenção do valor bruto da nota fiscal de prestação de serviços mediante cessão de mãodeobra, é acrescido de 2 pontos percentuais, relativamente aos serviços prestados por segurado em atividade que permita a concessão de aposentadoria especial após 25 anos de contribuição. PEÇAS QUE INSTRUEM O PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PREVIDENCIÁRIO. RELAÇÃO DE CO RESPONSÁVEIS. A relação de coresponsáveis é anexo obrigatoriamente integrante da Notificação Fiscal de Débito NFLD, e apenas lista todas as pessoas físicas e jurídicas representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e periodo de atuação, conforme artigo 660, inciso X da Instrução Normativa SRP nº 03/2005 A Companhia Siderúrgica Nacional foi cientificada (AR fls. 467) em 13/10/2006 .Em 09/11/2006 apresentou o recurso de fls. 469/485 no qual reitera as alegações já suscitadas quando da impugnação. É o relatório Voto Conselheira Júnia Roberta Gouveia Sampaio Relatora O recurso preenche os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual, dele conheço. 1.) PRELIMINARES 1.1) DA INDEVIDA INCLUSÃO DOS DIRETORES COMO CORESPONSÁVEIS Alega a Recorrente, preliminarmente, que seria indevida a inclusão dos diretores como coresponsáveis pelas pretensas infrações da empresa, uma vez que para que tal responsabilidade se efetivasse, seria indispensável a menção ao preceito legal que, no entendimento das autoridades fiscais, sustenta a referida inclusão. De acordo com a Recorrente não foi feita a exposição pormenorizada dos atos de gestão que comprovasse a conduta acarretaria a infração apontada no lançamento. Quanto à exclusão dos coresponsáveis, cabe esclarecer que as pessoas constantes da Relação de CoResponsáveis – CORESP não foram arroladas como sujeitos passivos da NFLD, servindo o documento apenas como subsídio à Procuradoria da Fazenda Nacional, caso haja a necessidade de execução judicial do crédito previdenciário, após a Fl. 519DF CARF MF 6 conclusão do contencioso administrativo. É o que dispõe a Súmula CARF nº 88, de observância obrigatória pelos conselheiros deste órgão administrativo: Súmula CARF nº 88: A Relação de CoResponsáveis CORESP”, o “Relatório de Representantes Legais – RepLeg” e a “Relação de Vínculos – VÍNCULOS”, anexos a auto de infração previdenciário lavrado unicamente contra pessoa jurídica, não atribuem responsabilidade tributária às pessoas ali indicadas nem comportam discussão no âmbito do contencioso administrativo fiscal federal, tendo finalidade meramente informativa. Em face do exposto, rejeito a preliminar suscitada. 1.2) AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE DAS NORMAS INDEVIDA APLICAÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA SRP Nº 03/05 Alega também a Recorrente nulidade do lançamento, uma vez que a autoridade fiscal utilizou como fundamentação legal da autuação a Instrução Normativa SRP nº 03, de 14 de julho de 2005, a qual somente entrou em vigor em 1º de agosto de 2005. Diante desse fato, a autoridade fiscal não poderia retroceder a aplicação da referida IN, uma vez que o período fiscalizado corresponde aos meses de abril a agosto de 2003. Incorretas as alegações do Recorrente. Como bem apontado pela decisão recorrida, não foi feita qualquer exigência a empresa que não constasse da legislação vigente à época dos fatos geradores. Não há que se falar em ofensa ao princípio da irretroatividade, uma vez que as obrigações já existiam. Como esclarece a decisão recorrida: "Assim, quando, por exemplo, no item 9 do relatório fiscal, os Auditores informam que emitiram TIAD solicitando PPRA, PGR, PCMAT, PCMSO e LTCAT, de acordo com os incisos I a V do art. 381 da IN SRP 03/2005, constatase que tais documentos também já haviam sido previstos igualmente nos incisos I a V do art. 404 da IN INSS/DC 100/2003, e, ainda, nos incisos IX e VIII do art. 234 da IN INSS/DC 70/2002. Em outro exemplo, vemos que o mesmo ocorre quando os notificantes citam o art. 749 da IN SRP 03/2005, ao se referirem a cientificação das empresas componentes do grupo econômico, uma vez que o mesmo procedimento é determinado no art. 779 da IN INSS/DC 100/2003 e, ainda, no art. 175 da IN INSS/DC 70/2002. Em face do exposto, rejeito a preliminar. 1.3) NULIDADE DO LANÇAMENTO EM VIRTUDE DA IMPOSSIBILIDADE DE IDENTIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO UTILIZADA. Alega a Recorrente que o Auto de Infração é nulo, uma vez que os requisitos de clareza e liquidez, previstos no art. 689 da Instrução Normativa 100 de 18 de dezembro de 2003, não foram alcançados. Isso porque não foram identificados os trabalhadores que exercem atividade em condições especiais. Quanto ao requisito da liquidez, alega a Recorrente que não existe nos autos a comprovação da remuneração individualizada e apurada mensalmente. Finalmente, alega a Recorrente que o arbitramento adotado pelas autoridades fiscais é instrumento que só deve ser utilizado nas hipóteses em que o sujeito passivo não mantenha escrituração contábil e fiscal regulares e pela inexistência de documentos que possibilitem a avaliação dos riscos ambientais do trabalho. Fl. 520DF CARF MF Processo nº 35570.005723/200619 Acórdão n.º 2202004.363 S2C2T2 Fl. 518 7 Incorretas as alegações do Recorrente. Isso porque, o arbitramento se deu em razão de não ter a empresa cumprido a sua obrigação de fornecer a documentação necessária à elaboração e implementação do PCMSO da contratada, relativamente aos locais de prestação de serviços. Tal fato evidencia a responsabilidade da CSN, uma vez que, conforme disposto no subitem 7.1.3 da NR 07 "caberá à empresa contratante de mão de obra prestadora de serviços informar a empresa contratada dos riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO os locais de trabalho onde os serviços estão sendo prestados" Sendo assim, como não foram apresentados pela Recorrente os documentos regularmente solicitados no TIAD emitidos na ação fiscal e tendo em vista o fato de que a fiscalização concluiu que todos os segurados cedidos nos termos dos contratos S10295388 e S10202543 submetiamse aos riscos ocupacionais, correto o procedimento utilizado do lançamento. Dessa forma, não há que se falar em falta de clareza ou liquidez do lançamento, uma vez que da NFLD consta, de forma clara, o fundamento legal e a indicação dos valores apontados, possibilitando à Recorrente entender o procedimento utilizado para apuração do quantum devido. Os fatos geradores foram devidamente identificados e motivados, não havendo que se falar em nulidade por falta de clareza e certeza. 1.4) DA FALTA DE COMPETÊNCIA DA AUTORIDADE FISCAL PARA DESCONSIDERAR OS PROGRAMAS APRESENTADOS PELA EMPRESA CONTRATADA. Por fim, alega a Recorrente que a autoridade fiscal não tem competência para desconsiderar os programas apresentados pela empresa contratada, uma vez que tais documentos são privativos de profissionais de profissão regulamentada por lei federal. Quanto à falta de demonstração da capacitação profissional da fiscalização para dissertar sobre questões relacionadas à segurança do trabalho, é preciso considerar que as atribuições para o exercício do cargo público são fixadas por lei, em especial a que cria o cargo público. As valorações acerca do grau de especialização para exercício das funções são feitas. pelo legislador e não pela Administração Pública ou pelos agentes públicos ou privados. No caso dos auditores fiscais, suas atribuições constam da Lei nº 10.593/2002, merecendo destacar a execução de auditoria e de fiscalização, objetivando o cumprimento da legislação da Previdência Social relativa às contribuições administradas pelo INSS, lançamento e constituição dos correspondentes créditos apurados. Eventual assistência de outros profissionais (médicos e engenheiros do trabalho) para subsidiar eficazmente as conclusões do auditor fiscal é possível, embora não seja obrigatória, em virtude das prerrogativas asseguradas e das funções atribuídas legalmente Em face do exposto, rejeito a preliminar. 2) MÉRITO Quanto ao mérito, a Recorrente reitera as alegações no sentido de que apuração da base de cálculo, ao eleger como critério o valor bruto das notas fiscais, sem individualizar os segurados apresenta grande distorção, motivo pelo qual, requer diligência fiscal. A discussão sobre os critérios adotados pela autoridade fiscal para determinar a base de cálculo já foram detalhadas no item 1.3 da presente decisão. Fl. 521DF CARF MF 8 Quanto ao pedido de conversão do julgamento em diligência para realização de prova pericial, não há dúvida de que o ordenamento jurídico brasileiro, a começar pela Constituição Federal de 1988, consagra o respeito ao contraditório e à ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes, aos litigantes em processo judicial ou administrativo. Isso não significa, entretanto, que toda e qualquer diligência requerida pela parte deva ser deferida pelo julgador. Nos termos do art. 18 do Decreto nº 70.235/72, a possibilidade de realização de diligências para apuração dos fatos é uma faculdade do julgador, devendo ser exercida quando houver dúvida acerca dos aspectos fáticos constantes nos autos, sem violação de qualquer direito constitucionalmente assegurado. É importante enfatizar que a cobrança do adicional ao SAT está associada ao desempenho de atividades que exponham segurados a riscos ambientais do trabalho, os quais produzem prejuízos presumidos à higidez física e mental do trabalhador. Isso significa que, para a cobrança do adicional ao SAT, a exposição ao agente nocivo acima dos limites regulamentares deve ser contínua e efetiva, embora os prejuízos ao empregado sejam presumidos. Ou seja, o fato de o empregado eventualmente não obter a concessão de aposentadoria especial (por exemplo, porque o tempo de exposição ao agente nocivo foi inferior ao patamar legal) não exime a empresa de contribuir com o adicional ao SAT. Os art. 57 e 58 da Lei nº 8.213/91 constituem o fundamento legal do adicional ao SAT (grifos nossos): Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do saláriodebenefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 2º A data de início do benefício será fixada da mesma forma que a da aposentadoria por idade, conforme o disposto no art. 49. § 3º A concessão da aposentadoria especial dependerá de comprovação pelo segurado, perante o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, do tempo de trabalho permanente, não ocasional nem intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o período mínimo fixado. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 4º O segurado deverá comprovar, além do tempo de trabalho, exposição aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995) § 5º O tempo de trabalho exercido sob condições especiais que sejam ou venham a ser consideradas prejudiciais à saúde ou à integridade física será somado, após a respectiva conversão ao tempo de trabalho exercido em atividade comum, segundo Fl. 522DF CARF MF Processo nº 35570.005723/200619 Acórdão n.º 2202004.363 S2C2T2 Fl. 519 9 critérios estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social, para efeito de concessão de qualquer benefício. (Incluído pela Lei nº 9.032, de 1995) § 6º O benefício previsto neste artigo será financiado com os recursos provenientes da contribuição de que trata o inciso II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, cujas alíquotas serão acrescidas de doze, nove ou seis pontos percentuais, conforme a atividade exercida pelo segurado a serviço da empresa permita a concessão de aposentadoria especial após quinze, vinte ou vinte e cinco anos de contribuição, respectivamente. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) § 7º O acréscimo de que trata o parágrafo anterior incide exclusivamente sobre a remuneração do segurado sujeito às condições especiais referidas no caput. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) § 8º Aplicase o disposto no art. 46 ao segurado aposentado nos termos deste artigo que continuar no exercício de atividade ou operação que o sujeite aos agentes nocivos constantes da relação referida no art. 58 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) Art. 58. A relação dos agentes nocivos químicos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade física considerados para fins de concessão da aposentadoria especial de que trata o artigo anterior será definida pelo Poder Executivo. (Redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997) § 1º A comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos será feita mediante formulário, na forma estabelecida pelo Instituto Nacional do Seguro Social INSS, emitido pela empresa ou seu preposto, com base em laudo técnico de condições ambientais do trabalho expedido por médico do trabalho ou engenheiro de segurança do trabalho nos termos da legislação trabalhista. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) § 2º Do laudo técnico referido no parágrafo anterior deverão constar informação sobre a existência de tecnologia de proteção coletiva ou individual que diminua a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo. (Redação dada pela Lei nº 9.732, de 11.12.98) § 3º A empresa que não mantiver laudo técnico atualizado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em desacordo com o respectivo laudo estará sujeita à penalidade prevista no art. 133 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) § 4º A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico abrangendo as atividades desenvolvidas pelo Fl. 523DF CARF MF 10 trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho, cópia autêntica desse documento. (Incluído pela Lei nº 9.528, de 1997) Estando provada a presença de agentes nocivos no ambiente de trabalho, a incidência do adicional ao SAT somente será elidida se a empresa demonstrar que o fornecimento de tecnologia de proteção coletiva ou individual aos empregados é eficaz na eliminação ou na redução da intensidade do agente nocivo a patamares legalmente aceitáveis. Tratase de ônus imposto à empresa. Por isso, a pertinência do art. 410 da Instrução Normativa INSS/DC nº 100/2003, que nada mais faz do que esclarecer e regulamentar o papel do laudo técnico mencionado nos parágrafos 1º e 2º do art. 58 da Lei nº 8.213/91: Art. 410. Em procedimento fiscal que for constatada a falta do PPRA, PGR, PCMAT, PCMSO, LTCAT ou PPP, quando exigíveis ou a incompatibilidade entre esses documentos, o AFPS fará, sem prejuízo das autuações cabíveis, o lançamento arbitrado da contribuição adicional, com fundamento legal previsto no § 3º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991, combinado com o art. 233 do RPS, cabendo à empresa o ônus da prova em contrário O art. 410, acima transcrito, prescreve o arbitramento do adicional ao SAT aos casos de falta ou incompatibilidade entre as demonstrações ambientais, como é a hipótese dos autos. 3) CONCLUSÃO Em face do exposto, rejeito as preliminares e, no mérito, nego provimento ao recurso. (Assinado digitalmente) Júnia Roberta Gouveia Sampaio. Fl. 524DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10945.721075/2014-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009, 2010, 2011, 2012
GANHO DE CAPITAL. TRANSFERÊNCIA A HERDEIROS. VALOR DE MERCADO.
Se a transferência for efetuada a valor de mercado, a diferença a maior entre esse e o valor pelo qual constavam da declaração de bens do de cujus sujeitar-se-á à incidência de imposto de renda à alíquota de quinze por cento.
O imposto deverá ser pago pelo inventariante até a data prevista para entrega da declaração final de espólio, nas transmissões mortis causa, observado que, no caso de feita a adjudicação dos bens, deverá ser apresentada pelo inventariante, dentro de trinta dias contados da data em que transitar em julgado a sentença respectiva, declaração dos rendimentos correspondentes ao período de 1º de janeiro até a data da homologação ou adjudicação.
MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ LEÃO. COMPROVAÇÃO DE DEDUÇÃO LEGAL.
Comprovada a obrigatoriedade e o pagamento de pensão alimentícia, o valor a ela correspondente pode ser utilizado como dedução na apuração do carnê leão.
Numero da decisão: 2402-006.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a multa isolada de 50% incidente em relação ao imposto calculado sobre o valor de R$ 58.800,00, relativo aos recibos de pagamento vinculados à pensão paga a Melissa Rogick.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Mauricio Nogueira Righetti - Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Gregorio Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Ronnie Soares Anderson.
Nome do relator: MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201804
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2009, 2010, 2011, 2012 GANHO DE CAPITAL. TRANSFERÊNCIA A HERDEIROS. VALOR DE MERCADO. Se a transferência for efetuada a valor de mercado, a diferença a maior entre esse e o valor pelo qual constavam da declaração de bens do de cujus sujeitar-se-á à incidência de imposto de renda à alíquota de quinze por cento. O imposto deverá ser pago pelo inventariante até a data prevista para entrega da declaração final de espólio, nas transmissões mortis causa, observado que, no caso de feita a adjudicação dos bens, deverá ser apresentada pelo inventariante, dentro de trinta dias contados da data em que transitar em julgado a sentença respectiva, declaração dos rendimentos correspondentes ao período de 1º de janeiro até a data da homologação ou adjudicação. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ LEÃO. COMPROVAÇÃO DE DEDUÇÃO LEGAL. Comprovada a obrigatoriedade e o pagamento de pensão alimentícia, o valor a ela correspondente pode ser utilizado como dedução na apuração do carnê leão.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 07 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 10945.721075/2014-25
anomes_publicacao_s : 201805
conteudo_id_s : 5860099
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2402-006.089
nome_arquivo_s : Decisao_10945721075201425.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : MAURICIO NOGUEIRA RIGHETTI
nome_arquivo_pdf_s : 10945721075201425_5860099.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a multa isolada de 50% incidente em relação ao imposto calculado sobre o valor de R$ 58.800,00, relativo aos recibos de pagamento vinculados à pensão paga a Melissa Rogick. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti - Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Gregorio Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Ronnie Soares Anderson.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
id : 7268702
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:17:26 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050308256464896
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1553; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T2 Fl. 2 1 1 S2C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10945.721075/201425 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2402006.089 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 03 de abril de 2018 Matéria IRPF Recorrente OTAVIO JOSE GUZZI TAURISANO Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2009, 2010, 2011, 2012 GANHO DE CAPITAL. TRANSFERÊNCIA A HERDEIROS. VALOR DE MERCADO. Se a transferência for efetuada a valor de mercado, a diferença a maior entre esse e o valor pelo qual constavam da declaração de bens do de cujus sujeitarseá à incidência de imposto de renda à alíquota de quinze por cento. O imposto deverá ser pago pelo inventariante até a data prevista para entrega da declaração final de espólio, nas transmissões mortis causa, observado que, no caso de feita a adjudicação dos bens, deverá ser apresentada pelo inventariante, dentro de trinta dias contados da data em que transitar em julgado a sentença respectiva, declaração dos rendimentos correspondentes ao período de 1º de janeiro até a data da homologação ou adjudicação. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ LEÃO. COMPROVAÇÃO DE DEDUÇÃO LEGAL. Comprovada a obrigatoriedade e o pagamento de pensão alimentícia, o valor a ela correspondente pode ser utilizado como dedução na apuração do carnê leão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 94 5. 72 10 75 /2 01 4- 25 Fl. 226DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso voluntário para afastar a multa isolada de 50% incidente em relação ao imposto calculado sobre o valor de R$ 58.800,00, relativo aos recibos de pagamento vinculados à pensão paga a Melissa Rogick. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, João Victor Ribeiro Aldinucci, Mauricio Nogueira Righetti, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Gregorio Rechmann Junior, Luis Henrique Dias Lima, Renata Toratti Cassini e Ronnie Soares Anderson. Fl. 227DF CARF MF Processo nº 10945.721075/201425 Acórdão n.º 2402006.089 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Cuida o presente de Recurso Voluntário em face do Acórdão da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ, que entendeu por considerar improcedente a Impugnação apresentada pelo sujeito passivo. Contra a contribuinte foi lavrado Auto de Infração em 06.08.2014 para constituição de IRPF no valor principal de R$ 73.268,55, acrescido da multa de ofício (75%) e dos juros legais Selic, além de multa isolada no montante de R$ 100.012,48. A autuação decorre da constatação das infrações a seguir: 1 Ganhos de Capital na Alienação de Bens e Direitos Omissão de ganhos de capital na transmissão "mortis causa"; e 2 Multas Aplicáveis à Pessoa Física Falta de recolhimento do IRPF devido a título de Carnê Leão. Para o relato dos fatos e constatações, sirvome do relatório do acórdão recorrido, por bem retratar o caso: Relata a autoridade fiscal que os bens havidos por herança com o falecimento da mãe, Bertina Carmen Guzzi, CPF n.º 084.145.13891, ocorrido em 16/11/1997, cujo inventário foi encerrado por sentença judicial em 07/08/2009, foram transferidos ao único herdeiro Otávio José Guzzi Taurisano por valor superior àquele que constava na declaração do de cujus, conforme demonstrado no quadro abaixo: Informa a fiscalização que a Declaração Final de Espólio foi apresentada em 29/04/2010, referente ao anocalendário 2009, ano em que se deu o encerramento do inventário. Segue relatando a fiscalização que os imóveis recebidos por herança foram incluídos na Declaração de Ajuste Anual do herdeiro, do anocalendário 2009, por valor superior ao constante da declaração do de cujus, e que intimado para comprovar o pagamento do imposto incidente sobre o ganho de capital apurado na transferência desses bens, o inventariante e herdeiro nada comprovou. Fl. 228DF CARF MF 4 Que a opção exercida pelo herdeiro em transferir os imóveis por valor superior ao que constava na ultima declaração do de cujus, consubstanciada na Declaração Final de Espólio entregue pelo inventariante sem que houvesse o respectivo pagamento do imposto, caracteriza a omissão de ganho de capital na transmissão de bens causa mortis. Esclarece a fiscalização quanto à aplicação do redutor do ganho de capital previsto na Lei n.º 7.713, de 1988, que foi considerada a data de aquisição consignada na certidão da matricula imobiliária de cada imóvel e como data de transmissão a data do óbito da autora da herança, em conformidade com o que dispõe o artigo 1.784 do Código Civil Brasileiro, calculado conforme demonstrativo abaixo: Esclarece ainda que, em razão do lançamento ter sido constituído após o encerramento do espólio, ocorrido em 07/08/2009, e sendo o crédito tributário apurado inferior ao montante recebido por herança, o mesmo está sendo constituído em nome do contribuinte supracitado, por força dos art. 119 e 142 do Decreto n.º 3.000, de 1999 – RIR/99, destacando que o sucessor a qualquer título é responsável pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão, legado ou da meação, nos termos do inciso II do art. 131 do Código Tributário Brasileiro – CTN. Multa aplicada à Pessoa Física – Falta de recolhimento do IRPF devido a titulo de CarnêLeão – Em razão do contribuinte ter deixado de efetuar o recolhimento mensal obrigatório (carnê leão) incidente sobre os rendimentos declarados, foi aplicada a multa exigida isoladamente correspondente a 50% do imposto devido mensalmente e não recolhido, conforme Demonstrativo de Multa Exigida Isoladamente de fls. 135 a 138, totalizando R$ 100.012,48. Regularmente intimado, apresentou Impugnação, que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal do Brasil DRJ, às fls. 166/174. Fl. 229DF CARF MF Processo nº 10945.721075/201425 Acórdão n.º 2402006.089 S2C4T2 Fl. 4 5 Em seu Recurso Voluntário às fls. 206/211 aduz, em síntese: Que o fato gerador se deu em 1997, com o falecimento da mãe do recorrente, e não em 2009; Que os imóveis da Al Min Rocha Azevedo SP foram adquiridos pela autora da herança em 16.12.1989. Que além da redução de ganho da Lei 7.713/88, haveria outros redutores, como a depreciação pelo tempo em que o imóvel ficou com a contribuinte; Que sobre a diferença de R$ 51.932,90 (R$ 329.522,00 R$ 277.589,10) devem ser aplicados os seguintes redutores: 5% da Lei 7.713/88 e 50,92% e 14,84% da Lei 11.196/2005. Assim, o ganho seria de apenas R$ 20.620,85; Que o imóvel da Av. Angélica foi adquirido pela de cujus em 28.07.1981; Que sobre a diferença de R$ 18.241,54 (R$ 184.795,00 R$ 166.553,46) devem ser aplicados os seguintes redutores: 50% da Lei 7.713/88 e 50,92% e 14,84% da Lei 11.196/2005. Assim, o ganho seria de apenas R$ 3.812,18; Que quanto às multas isoladas, as declarações do recorrente, ladeadas às de sua exesposa, comprovariam os pagamentos da pensão. Estaria juntando documentos que comprovariam esses pagamentos de deduções quanto a dependente. (partilha de divórcio, homologação, recibo, declarações de imposto de renda do recorrente e de Flávia Rogick). Que a multa aplicada de 50% deve ser reduzida para 20%. Cita Jurisprudência. É o relatório. Fl. 230DF CARF MF 6 Voto Conselheiro Mauricio Nogueira Righetti, Relator O contribuinte tomou ciência do Acórdão recorrido em 27.02.2015 e apresentou tempestivamente seu Recurso Voluntário em 27.03.2015. Observados os demais requisitos de admissibilidade, dele passo a conhecer. No que toca à sustentação de que o fato gerador teria se dado com o falecimento de sua genitora em 1997, dela não compartilho. Vejamos: O procedimento preconizado pelo artigo 23 da Lei 9.532/97 traz a possibilidade de, com a adjudicação ou com o formal de partilha, os valores serem transferidos aos herdeiros pelos valores que constaram na última declaração de bens do de cujus, não havendo qualquer imposto no ato da transferência, mitigando, nesse aspecto, a isenção imposta pelo inciso XVI do artigo 6º da Lei 7.713/88 1. Referida opção tem razão de ser pelo fato de nos processos de inventário ou arrolamento, os bens serem, a rigor, avaliados a valor de mercado, assim repercutindo na adjudicação/partilha. Por outro lado, há a possibilidade de os bens serem transferidos a valores de mercado, que, a rigor, constaram da partilha ou da adjudicação, ocasião em que, doravante, deverá ser apurado o ganho de capital na transferência do bem do espólio para o sucessor. Assim, é com a definição desse valor de mercado, que, em tese, se determinou com o trânsito em julgado da sentença (não raras as vezes se dá após cinco anos da abertura da sucessão), ladeada à manifesta opção do inventariante pela transferência dos bens por aquele valor de mercado 2 é que se tem, a meu ver, o momento de incidência do tributo, e não no falecimento de sua genitora em 1997. Corrobora o entendimento acima, o que consta no § 2º do mesmo diploma, ao estipular, como data do vencimento do imposto, a data prevista para a entrega da declaração final de espólio, quando se tratar de transmissão causa mortis, observadas às determinações do § 4º do artigo 7º da Lei 9.250/95, verbis. § 4º Homologada a partilha ou feita a adjudicação dos bens, deverá ser apresentada pelo inventariante, dentro de trinta dias contados da data em que transitar em julgado a sentença respectiva, declaração dos rendimentos correspondentes ao período de 1º de janeiro até a data da homologação ou adjudicação. A seu turno, na forma do artigo 6º da IN RFB nº 81/2001, com a redação dada pela IN RFB nº 897/2008, a Declaração Final de Espólio deve ser apresentada até o último dia útil do mês de abril do anocalendário subseqüente ao da decisão judicial da adjudicação dos bens inventariados, que tenha transitado em julgado (27.08.2009) até o último dia do mês de fevereiro do anocalendário subseqüente ao da decisão judicial (07.08.2009). 1 Art. 6º Ficam isentos do imposto de renda os seguinte rendimentos percebidos por pessoas físicas: (...) XVI o valor dos bens adquiridos por doação ou herança; 2 Por força da exigência contida no § 3º daquele artigo 23, caso não conste o valor da transferência na declaração final do espólio, tenho que a manifestação pela opção do valor de transferência deuse na declaração do sucessor, com a entrada do bem, em seu patrimônio, por valor superior ao da última declaração do de cujos Fl. 231DF CARF MF Processo nº 10945.721075/201425 Acórdão n.º 2402006.089 S2C4T2 Fl. 5 7 A razão de ser dessa inovação legislativa está expressamente consignada na exposição de motivos da MP 1.602/97, convertida na Lei 9.532/97. Confirase: Nesse sentido, não merece acolhida a tese defendida, neste ponto. E prossegue o recorrente, valendose do princípio da eventualidade, ao questionar a apuração dos ganhos de capital, em especial, a aplicação dos fatores de redução da Lei 7.713/88 e 11.196/2005. A Declaração Final de Espólio acostada às fls. 90/96, apresenta valores de transferência zerados na Declaração de Bens e Direitos, embora tenham constados, na mesma declaração, os valores R$ 166.553,46, R$ 220.000,00 e R$ 277.589,10 na coluna "Situação na Data da Partilha". Não obstante, o recorrente entrou com tais bens em seu patrimônio pelos valores, respectivamente, de R$ 184.795,00, R$ 650.000,00 e R$ 329.522,00, implicando fosse admitido que, de fato, houvera a transferência dos bens, nesses valores, a ensejar a apuração do ganho de capital que deveria ter sido apurado pelo inventariante. Em função da não apuração pelo inventariante, a Fiscalização promoveu, de ofício, o levantamento do ganho da seguinte forma: Considerou, como custo de aquisição, os valores que constavam na declaração do espólio e, como data de aquisição, as consignadas nas escrituras de aquisição, a saber: 16.12.1988, 13.08.1979 e 20.12.1996. Considerou, como valor de transmissão, os que ingressaram no patrimônio do recorrente e que representariam os valores de transferência da Declaração Final de Espólio; como data da transferência, a do óbito de sua genitora (16.11.1997). Nesse contexto, após apurar o ganho de capital, a Fiscalização aplicou os percentuais de redução previstos na Lei 7.713/88, bem como requereu o recorrente. Não aplicou, contudo, os fatores de redução da Lei 11.196/2005, na medida em que muito embora a transferência a ensejar a apuração do ganho tenha se dado em 2009, a transmissão da propriedade, segundo a lei civil, derase com a abertura da sucessão, com o Fl. 232DF CARF MF 8 óbito. Ademais, aqueles fatores de redução aplicamse aos ganhos de capital decorrente de "alienações", o que, a meu ver, não se amolda ao caso, onde o ganho foi apurado em função de circunstância diversa, é dizer, da transferência causa mortis. Veja, nesse aspecto, não haverá qualquer prejuízo ao contribuinte, que, quando alienar referidos bens herdados, poderá se valer daqueles fatores de redução acima mencionados, caso, por óbvio, vigente a norma à época da alienação, a contar da data do falecimento de sua mãe. Não é outro o texto do inciso I do artigo 21 da Instrução Normativa SRF nº 84/2001, ao definir a data de aquisição, na transferência causa mortis, como sendo a da abertura da sucessão. Destarte, quanto à apuração dos ganhos, não vejo reparos a considerar no lançamento. No que toca às multas isoladas constituídas, requer o recorrente sejam consideradas as deduções com dependentes e pensão, muito embora não tivesse delas se aproveitado em suas DIRPF, quando da informação de rendimentos recebidos de pessoa física. (fls. 8 ac 2009; fls.18 ac 2010; fls. 31 ac 2011; e fls. 43 ac 2012). Todavia, apresentou, no recurso voluntário, o recibo de R$ 58.800,00, às fls. 203, subscrito por Flávia Rogick, vinculado à filha Melissa Rogick e relativo ao período de janeiro a dezembro de 2011 a valores mensais de R$ 4.900,00. Na ação de divórcio direto, transitada em julgado em 21.01.2011, constou o pagamento de pensão alimentícia aos filhos, dentre eles, Melissa, no valor de R$ 4.900,00. Tais valores foram oportunamente declarados pelo excônjuge em sua DIRPF/2012. Nesse sentido, concluo pela dedutibilidade desses valores na apuração mensal do carnê leão nos meses de janeiro a dezembro de 2011. Quanto às demais deduções pleiteadas, cumpre observar que além de não ter se valido delas na apuração mensal do tributo, nada apresentou que as comprovasse. No que toca à redução do percentual da multa isolada, tenho que inexiste amparo normativo para tanto, ressaltando que o percentual de 50% tem assento legal na alínea "a" do inciso II do artigo 44 da Lei 9.430/96, que dele não se deve afastar este colegiado, por força do artigo 62 do RICARF. Ante o exposto, CONHEÇO do recurso apresentado, para, no mérito, DAR LHE PARCIAL provimento, para afastar a multa isolada correspondente à redução do valor a título de carnê leão, em função das deduções aqui autorizadas para o no 2011. (Assinado digitalmente) Mauricio Nogueira Righetti Fl. 233DF CARF MF Processo nº 10945.721075/201425 Acórdão n.º 2402006.089 S2C4T2 Fl. 6 9 Fl. 234DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 19515.001775/2008-96
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTUAÇÃO DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DECLARADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. MANUTENÇÃO PARCIAL DA MULTA PELA FALTA DE DECLARAÇÃO DOS MESMOS FATOS GERADORES.
Sendo declarada a procedência parcial do crédito relativo à exigência da obrigação principal, deve seguir o mesmo destino a lavratura decorrente da falta de declaração dos fatos geradores correspondentes na GFIP.
Numero da decisão: 2401-005.516
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para excluir da base de cálculo da multa aplicada os valores relativos à previdência complementar privada.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente
(assinado digitalmente)
Rayd Santana Ferreira - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal (suplente convocada), Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. Declarou-se impedido o Conselheiro Matheus Soares Leite
Nome do relator: RAYD SANTANA FERREIRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201805
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTUAÇÃO DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DECLARADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. MANUTENÇÃO PARCIAL DA MULTA PELA FALTA DE DECLARAÇÃO DOS MESMOS FATOS GERADORES. Sendo declarada a procedência parcial do crédito relativo à exigência da obrigação principal, deve seguir o mesmo destino a lavratura decorrente da falta de declaração dos fatos geradores correspondentes na GFIP.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jun 11 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 19515.001775/2008-96
anomes_publicacao_s : 201806
conteudo_id_s : 5868335
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 12 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 2401-005.516
nome_arquivo_s : Decisao_19515001775200896.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : RAYD SANTANA FERREIRA
nome_arquivo_pdf_s : 19515001775200896_5868335.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, dar-lhe provimento parcial para excluir da base de cálculo da multa aplicada os valores relativos à previdência complementar privada. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal (suplente convocada), Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. Declarou-se impedido o Conselheiro Matheus Soares Leite
dt_sessao_tdt : Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
id : 7316165
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:19:42 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713050308413751296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 6; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1018; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 19515.001775/200896 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401005.516 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 10 de maio de 2018 Matéria CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Recorrente HAMBURG SUD BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2004 OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. AUTUAÇÃO DECORRENTE DO DESCUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL DECLARADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. MANUTENÇÃO PARCIAL DA MULTA PELA FALTA DE DECLARAÇÃO DOS MESMOS FATOS GERADORES. Sendo declarada a procedência parcial do crédito relativo à exigência da obrigação principal, deve seguir o mesmo destino a lavratura decorrente da falta de declaração dos fatos geradores correspondentes na GFIP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 17 75 /2 00 8- 96 Fl. 204DF CARF MF 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, darlhe provimento parcial para excluir da base de cálculo da multa aplicada os valores relativos à previdência complementar privada. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente (assinado digitalmente) Rayd Santana Ferreira Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Francisco Ricardo Gouveia Coutinho, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Fernanda Melo Leal (suplente convocada), Luciana Matos Pereira Barbosa e Miriam Denise Xavier. Declarouse impedido o Conselheiro Matheus Soares Leite Fl. 205DF CARF MF Processo nº 19515.001775/200896 Acórdão n.º 2401005.516 S2C4T1 Fl. 3 3 Relatório HAMBURG SUD BRASIL LTDA, contribuinte, pessoa jurídica de direito privado, já qualificada nos autos do processo em referência, recorre a este Conselho do Acórdão n° 1623.495/2009 da 5° Turma da DRJ em São Paulo/SP, às efls. 138/151, que julgou parcialmente procedente o lançamento fiscal, decorrente do descumprimento da obrigação acessória por ter apresentado as Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social GFIP, com os dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias, conforme previsto na Lei 8.212, de 24.07.91, art. 32, inciso IV,§ 5°, nas competências de janeiro/2004 a dezembro/2004. O Relatório Fiscal da Infração, de fls. 14, informa, ainda, que não foram informados cm GFIP, e não sofreram a incidência as contribuições previdenciárias, os valores pagos pela empresa a seus empregados a titulo de participação nos resultados (contabilizados como gratificação a funcionários), bem como os valores por ela dispendidos com o programa de previdência privada, sendo que tais valores, por terem sido pagos cm desacordo com as legislações pertinentes, foram considerados pela fiscalização como sujeitos incidência das contribuições para a seguridade social e serviram de base de cálculo para o débito lançado nos Autos de Infração 37.163.3400, 37.163.3419, 37.163.3443, 37.163.3451 e 37.163.3460. Em decorrência da infração encimada, foi aplicada a multa de R$ 81.725,99 (oitenta e um mil e setecentos e vinte e cinco reais e noventa e nove centavos) com base nos dispositivos legais citados no tópico do AI denominado Dispositivo Legal da Multa Aplicada artigo 32, parágrafo 5° da Lei n.° 8.212/91, acrescentado pela Lei n.° 9.528/97, e artigos 284, inciso II (com a redação dada pelo Decreto n.° 4.729/03) e 373 do Regulamento da Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto n.° 3.048/99. Regularmente intimada e inconformada com a Decisão encimada, a autuada apresentou Recurso Voluntário, às efls. 155/161, procurando demonstrar sua improcedência, desenvolvendo em síntese as seguintes razões: Após breve relato das fases processuais, bem como dos fatos que permeiam o lançamento, reitera as razões da impugnação, arguindo que os valores de participação nos resultados não integram o salário de contribuição; que não são fatos geradores de contribuição previdenciária e por isso não devem ser declarados em GFIP. Por fim, requer o conhecimento e provimento do seu recurso, para decretar o cancelamento do Auto de Infração, tornandoo sem efeito e, no mérito, sua absoluta improcedência. Não houve apresentação de contrarrazões. Após, regular processamento do feito, em 17 de janeiro de 2012, foi proposta resolução pela Nobre Conselheira Relatora Dra. Liege Lacroix Thomasi, acatada pela unanimidade do Colegiado, às efls 187/188, in verbis: (...) Fl. 206DF CARF MF 4 O recurso cumpriu com o requisito de admissibilidade devendo ser conhecido. Entretanto, é de se notar que a obrigação principal, relativa ao pagamento de participação nos lucros e resultados aos segurados está sendo discutida em outro processo e somente após o julgamento do mesmo é que se poderá julgar este auto de infração que trata do descumprimento de obrigação acessória decorrente daquela obrigação principal. Assim, entendo que este processo deve ser convertido em diligência para que seja julgado conjuntamente com o processo que trata da obrigação principal conexa a este auto de infração. Em resposta a diligência acima transcrita, a autoridade administrativa (segunda seção do CARF) elaborou despacho à efls. 199, expondo o seguinte: A Resolução 2302000.130 (Relatora: Liége Lacroix Thomasi – 2ª Turma Ordinária/3ª Câmara), fls.187/188, em rápida conclusão vota no sentido de apensar o processo indicado acima aos processos 19515.001769/200839, 19515.001770/200863, 19515.001771/200816, 19515.001772/200852 e 19515.001773/200805. Os processos 19515.001769/200839, 19515.001770/200863 e 19515.001771/200816 encontramse, nesta data, na unidade de origem da Receita Federal do Brasil, após desistência do sujeito passivo. Já os processos 19515.001772/200852 e 19515.001773/200805 encontramse, também nesta data, aguardando distribuição e sorteio na Secam 4ª Câmara/2ª Seção de Julgamento. (...) Defiro a conexão proposta na Resolução 2302000.130 (Relatora: Liége Lacroix Thomasi – 2ª Turma Ordinária/3ª Câmara) entre os processos 19515.001775/200896, 19515.001772/200852 e 19515.001773/200805 e distribuase conforme o Regimento Interno do Carf. Os autos foram sorteados para minha relatoria e conseguinte inclusão em pauta. É o relatório. Fl. 207DF CARF MF Processo nº 19515.001775/200896 Acórdão n.º 2401005.516 S2C4T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Rayd Santana Ferreira Relator Presente o pressuposto de admissibilidade, por ser tempestivo, conheço do recurso e passo ao exame das alegações recursais. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA Inicialmente saliento que em nenhum momento a contribuinte insurgese quanto ao "mérito", propriamente dito da obrigação acessória, apenas mencionando alguns princípios norteadores do direito. A recorrente manifestase apenas quanto ao mérito das contribuições previdenciárias (obrigação principal). Conforme se depreende do relatório, após a realização de diligência, restou demonstrado que os autos de infração de obrigação principal (PLR), aos quais o presente lançamento está relacionado, não houve julgamento de mérito, por desistência do sujeito passivo. Já os autos de infração principal (PREVIDÊNCIA PRIVADA), foram anexados ao AIOA em questão, pois encontravamse aguardando distribuição e sorteio. Dessa forma, resta a análise do presente auto de infração por descumprimento de obrigação acessória, agora com ciência da informação acerca do andamento dos autos de infração de obrigação principal. O entendimento deste Relator é que o julgamento dos AI decorrentes de aplicação de multa por omissão de fatos geradores na GFIP deve levar em consideração o que ficou decidido nos AI para exigência da obrigação principal. Assim, os resultados dos julgamentos das lavraturas para cobrança das contribuições tem sido aplicados automaticamente nas demandas em que é discutida a exigência de declaração dos fatos geradores correspondentes na GFIP. Vejam esse julgado da Câmara Superior de Recursos Fiscais do CARF: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROCESSOS CONEXOS. O presente auto de infração diz respeito à infringência ao art. 32, inciso IV, § 5° da Lei n° 8.212/91, por ter o contribuinte apresentado Guia de Recolhimento de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e informações à Previdência Social em GFIP, com dados não correspondentes aos fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias. Provido o recurso especial da Fazenda Nacional, no sentido de se afastar a nulidade por vício formal apontada no processo nº 35554.005633/200626. Em virtude da existência de conexão entre os processos, igual sorte merece o presente auto de infração. Foi declarado nulo em virtude da declaração da nulidade, por vício formal, da NFLD (processo nº Fl. 208DF CARF MF 6 35554.005633/200626) que continha os lançamentos referentes aos fatos geradores tidos como não declarados, em decorrência da conexão existente entre o presente auto de infração e a referida NFLD. Provido o recurso especial da Fazenda Nacional, no sentido de se afastar a nulidade por vício formal apontada no processo nº 35554.005633/200626. Em virtude da existência de conexão entre os processos, igual sorte merece o presente auto de infração. Nos termos em que disciplina o art. 49, § 7º do anexo II da Portaria MF nº 256/2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, os processos conexos, decorrentes ou reflexos serão distribuídos ao mesmo relator, independentemente de sorteio. (Acórdão 9202001.244, Rel Conselheiro Elias Sampaio Freire, 08/02/2011) Entrementes, como circunstanciadamente demonstrado nos PAF n° 19515.001772/200852 e 19515.001773/200805, no entendimento deste Colegiado, às contribuições previdenciárias incidentes sobre as verbas em comento não se sustentam, o que, ensejou a improcedência parcial dos autos de infrações pertinentes à obrigação principal. Dessa forma, no julgamento do presente Auto de Infração impõese à observância à decisão levada a efeito nas autuações retromencionadas, em face da íntima relação de causa e efeito que os vincula. Na esteira desse entendimento, uma vez rechaçada parte da exigência fiscal consubstanciada nos Autos de Infração retro (obrigação principal relativas a Previdência Privada), aludida decisão deve, igualmente, ser adotada nesta autuação, afastando, por conseguinte, a penalidade aplicada, na linha do decidido no processo principal. Por todo o exposto, estando os Autos de Infração sub examine parcialmente em dissonância com os dispositivos legais que regulam a matéria, VOTO NO SENTIDO DE CONHECER DO VOLUNTÁRIO e, no mérito, DARLHE PROVIMENTO PARCIAL, para afastar a multa acerca dos fatos geradores decorrentes da Previdência Privada, pelas razões de fato e de direito acima esposadas. É como voto. Rayd Santana Ferreira Fl. 209DF CARF MF
score : 1.0