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Numero do processo: 13888.910734/2012-54
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Jun 03 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 19/11/2008
COMPENSAÇÃO. PROVA SUFICIENTE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. DOCUMENTOS CONTÁBEIS E FISCAIS. HOMOLOGAÇÃO.
Deve ser homologada a compensação em que a declarante tenha comprovado suficientemente, mediante documentos contábeis e fiscais, a existência do direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 3401-006.023
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 19/11/2008 COMPENSAÇÃO. PROVA SUFICIENTE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. DOCUMENTOS CONTÁBEIS E FISCAIS. HOMOLOGAÇÃO. Deve ser homologada a compensação em que a declarante tenha comprovado suficientemente, mediante documentos contábeis e fiscais, a existência do direito creditório pleiteado.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 19/11/2008 COMPENSAÇÃO. PROVA SUFICIENTE DA EXISTÊNCIA DO CRÉDITO. DOCUMENTOS CONTÁBEIS E FISCAIS. HOMOLOGAÇÃO. Deve ser homologada a compensação em que a declarante tenha comprovado suficientemente, mediante documentos contábeis e fiscais, a existência do direito creditório pleiteado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rosaldo Trevisan (Presidente), Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lázaro Antonio Souza Soares, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 91 07 34 /2 01 2- 54 Fl. 248DF CARF MF Processo nº 13888.910734/201254 Acórdão n.º 3401006.023 S3C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Despacho Decisório eletrônico que não homologou a compensação declarada no PER/DCOMP, sob o fundamento da integral vinculação do crédito indicado a outro(s) débito(s) de titularidade do contribuinte. A decisão de 1ª instância julgou o recurso improcedente ao argumento de que não havia prova exaustiva da liquidez e certeza do crédito vindicado, pois não foram juntados os registros contábeis da operação, imputando ao recorrente o ônus da prova do direito requerido. O Recurso Voluntário sustentou a possibilidade de juntada de documentos nessa fase processual, em observância ao princípio da verdade material; pugnou pela devolução dos autos à unidade de origem para revisão do despacho eletrônico, por força do Parecer Normativo Cosit nº 02/2015; e ratificou as alegações já deduzidas em primeira instância quanto ao direito pleiteado. Foram anexados à peça recursal o ADE nº 53/06 (CARTEPILLAR BRASIL LTDA, admissão no RECOF), laudo técnico contábil e extrato do livro Registro de Saídas. Considerando a documentação carreada aos autos pela Recorrente no Recurso Voluntário, este Colegiado converteu o feito em diligência para que a unidade preparadora da RFB se manifestasse acerca da procedência e quantificação do direito creditório, bem como da disponibilidade e da suficiência do crédito para a compensação pretendida. O processo retornou para julgamento com Informação Fiscal no sentido da procedência, disponibilidade e suficiência do crédito para extinguir o débito declarado no PER/DCOMP. A Recorrente ratifica as razões recursais. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 3401006.017, de 23 de abril de 2019, proferido no julgamento do Processo nº 13888.910728/201205. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3401006.017): "A controvérsia posta nos autos cingiase à existência de crédito de COFINS decorrente de pagamento a maior no valor de R$ 36.019,17 (competência MAI/2008), recolhido mediante DARF, Fl. 249DF CARF MF Processo nº 13888.910734/201254 Acórdão n.º 3401006.023 S3C4T1 Fl. 4 3 hábil a ser compensado com débito do mesmo tributo no valor de R$ 19.860,91 (competência AGO/2012). O feito tramitou em 1ª instância sem que a Recorrente fizesse prova suficiente do indébito, posto que alegava ser beneficiária da suspensão do tributo por vender mercadorias à pessoa jurídica habilitada no RECOF sem juntar os respectivos documentos contábeis e fiscais que espelhassem as operações. Ocorre que, em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente supriu tal carência probatório, de modo que este Colegiado resolveu converter o feito em diligência para que a unidade preparadora da RFB se manifestasse conclusivamente acerca da procedência, disponibilidade e suficiência do direito creditório. Assento pois as informações apresentadas pela autoridade fiscal em sede de diligência: 3. Em nossa análise verificamos que o crédito alegado pelo contribuinte na Dcomp (R$ 36.019,17), encontrase disponível para compensação, em nossos sistemas, após as retificações efetuadas na DCTF e DACON, relativas ao período de apuração 05/2008. A emissão Despacho Decisório de nº de Rastreamento 042024158 foi realizada em 03/01/2013 e as retificações citadas foram realizadas em 29/01/2013 e 30/01/2013, respectivamente. Portanto, não havia saldo disponível quando da emissão do Despacho Decisório, o que motivou seu indeferimento inicial. 4. Ademais, da análise do Livro de Registro de Entradas e Saídas, do DACON, dos documentos fiscais apresentados pela recorrente e tendo em vista que as notas fiscais apresentadas são de venda de produtos a empresa beneficiária do RECOF e, por consequência, com benefício da suspensão do PIS/Pasep e Cofins em suas aquisições no mercado interno, dentro das condições previstas no ADE nº 53, de 24 de julho de 2006 e da IN SRF 417/2004 (alterada pela IN SRF 547/2005 e posteriores), concluímos que a manifestante faz jus a compensação dos créditos de R$ 36.019,17, de Cofins (cód. 5856), período de apuração 30/05/2008, demonstrados na Dcomp nº 28653.88994.190912.1.3.046142. Conforme verificamos nos relatórios do Sistema de Apoio Operacional (fls. 198 a 200), o crédito utilizado na Dcomp tratada nesse processo é suficiente para extinguir o débito declarado (R$ 19.860,91, Cofins (5856), vencido em 25/09/2012). O saldo do crédito não utilizado nessa Dcomp foi utilizado em outra Dcomp relacionada, de nº 04211.25185.270912.1.3.040704, tratada no processo nº 13888.910730/201276, sendo que também nessa Dcomp relacionada o crédito utilizado também foi suficiente para extinguir o débito declarado (R$ 30.778,44, CSLL (2484), vencido em 28/09/2012), conforme vemos no relatório de fls. 200. (grifo nosso) É de se concluir que, ante a informação de que o crédito existe, está disponível e é suficiente para se homologar a compensação pretendida, cai por terra a matéria antes controvertida, de modo Fl. 250DF CARF MF Processo nº 13888.910734/201254 Acórdão n.º 3401006.023 S3C4T1 Fl. 5 4 que deve ser acolhido o resultado da diligência para se reconhecer o direito creditório e homologar a compensação declarada no PER/DCOMP 28653.88994.190912.1.3.046142. Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO ao mesmo." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado decidiu por CONHECER do Recurso Voluntário e, no mérito, DAR PROVIMENTO ao mesmo. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 251DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.961016/2015-71
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 27 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 2010
COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE.
Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-005.919
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. COMPROVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. Para fazer jus à compensação pleiteada, o contribuinte deve comprovar a existência do crédito reclamado à Secretaria da Receita Federal do Brasil, sob pena de restar seu pedido indeferido. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os Conselheiros Winderley Morais Pereira (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior, Marco Antonio Marinho Nunes e Semíramis de Oliveira Duro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 96 10 16 /2 01 5- 71 Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10880.961016/201571 Acórdão n.º 3301005.919 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão que manteve a não homologação da compensação do débito declarada pela contribuinte, em virtude de constar nos sistemas da RFB que o alegado recolhimento indevido já tinha sido utilizado integralmente para quitação de outros débitos. Confirase o teor do Despacho Decisório na origem: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Em manifestação de inconformidade, sustentou a contribuinte que o Despacho Decisório não teria fundamentação, tampouco motivação. Por isso, teria havido cerceamento do seu direito de defesa. A DRJ/BHE, no acórdão n° 02072.973, negou provimento ao apelo. Em recurso voluntário, a Recorrente aduz que: a) A decisão de piso não levou em consideração a eficácia dos princípios constitucionais da motivação dos atos administrativos e da ampla defesa, o que impediu a empresa de se defender adequadamente, bem como demonstrar a existência do crédito; b) O princípio da motivação dos atos administrativos foi desrespeitado, uma vez que a autoridade indeferiu a homologação das compensações, utilizando como fundamento a inexistência do crédito, sem qualquer esclarecimento adicional; c) Restou violado o direito à ampla defesa, pois, como afirmado anteriormente, sem conhecer os motivos pelos quais sua compensação não foi homologada, a apresentação de qualquer defesa fica prejudicada. Ao final, defende a reforma da decisão de primeira instância, para declarar insubsistente o despacho decisório que não homologa a compensação e acolher o recurso para homologála. É o relatório. Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10880.961016/201571 Acórdão n.º 3301005.919 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.882, de 27 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.903814/201405, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.882): "O recurso voluntário reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Sustenta a empresa que o Despacho Decisório é nulo por ausência de motivação, o que lhe impede de fazer a comprovação do direito ao crédito, constituindo o cerceamento de defesa. Aduz: “como pode a recorrente argumentar e apresentar defesa sem saber ao certo por qual motivo sua compensação não foi homologada?”. A resposta a tal questão é límpida pelo teor do ato administrativo: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, a devida motivação reside no fato de que o alegado pagamento indevido não foi restituído, porque já tinha sido utilizado para quitar outros débitos. Por outro lado, não se observa as hipóteses do art. 59, II, do Decreto n° 70.235/72, sendo inexistente, por conseguinte, qualquer nulidade. Ademais, a Recorrente não traz apontamento da origem do indébito e tampouco qualquer elemento de prova. Limitouse em sede de manifestação de inconformidade apenas a afirmar que: A requerente, ao calcular o quantum debeatur da COFINS, utilizouse de base de cálculo com valores que indevidamente a integravam, ou seja, de base de cálculo ampliada. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10880.961016/201571 Acórdão n.º 3301005.919 S3C3T1 Fl. 5 4 Incluiu nesta base de cálculo, não só a receita decorrente de seu faturamento, ou seja, de suas vendas, mas sim as demais receitas que não devem compôlas. Para tanto, utilizouse de algumas teses tributárias já julgadas pelo Supremo Tribunal Federal de forma favorável aos contribuintes, a exemplo a ampliação da base de cálculo por alterar o conceito de faturamento, a exclusão da base de cálculo de determinadas despesas, entre outros. Por esta razão é que postulou a restituição/compensação do valor que pagou a maior desta exação. Tais afirmações sequer foram reiteradas no recurso voluntário. É sabido que a contribuinte tem direito subjetivo à compensação, desde que prove a liquidez e certeza de seu crédito. Entretanto, a Recorrente não demonstrou a base de cálculo utilizada para apurar a COFINS paga. Dessa forma, não houve demonstração da base de cálculo utilizada na apuração da COFINS, para a verificação de que os recolhimentos abrangeram receitas mensais que não faziam parte da atividade da empresa. Em pedido de iniciativa da contribuinte, cabialhe: a) Apresentar planilha com base de cálculo da COFINS, relativa ao valor da receita bruta mensal e o valor das receitas indevidamente incluídas na apuração; b) Apontar no livro razão/balancete os valores indicados; c) Exibir DIPJ, DCTF original e o DARF; d) Mostrar outros documentos fiscais e contábeis que permitissem afirmar que houve recolhimento sobre as outras receitas, que não compusessem o seu faturamento. Isso porque, dispõe o art. 170, do CTN que a compensação depende da comprovação da liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. Dessa forma, na ausência de documentação referente ao crédito, entendo que a pretensão da Recorrente não merece acolhida, uma vez que, regra geral, considerase que o ônus de provar recai a quem alega o fato ou o direito, nos termos do art. 373 do CPC/15. Logo, é da própria empresa o ônus de registrar, guardar e apresentar os documentos e demais elementos que testemunhem o seu direito ao creditamento. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10880.961016/201571 Acórdão n.º 3301005.919 S3C3T1 Fl. 6 5 Então, restou demonstrado que a interessada se omitiu em produzir a prova que lhe cabia, segundo as regras de distribuição do ônus probatório do processo administrativo fiscal. Não o fazendo, acertadamente, a compensação não foi homologada. Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 73DF CARF MF
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Numero do processo: 10840.720065/2018-74
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2014
NULIDADES. CERCEAMENTO DE DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL.
Para caracterização do cerceamento de defesa, o contraditório e o devido processo legal, seria necessário que a falta de entrega ao contribuinte de todos os demonstrativos, termos e esclarecimentos mencionados no lançamento, além da falta de intimação, para que o sujeito passivo possa defender-se, como também os requisitos do art. 10 do DC nº 70.235/72.
DAS PROVAS
Cabe à autoridade lançadora provar a ocorrência do fato constitutivo do direito de lançar do fisco. Comprovado o direito de lançar cabe ao sujeito passivo alegar fatos impeditivos, modificativos ou extintivos e além de alegá-los, comprová-los efetivamente, nos termos do Código de Processo Civil, que estabelece as regras de distribuição do ônus da prova aplicáveis ao PAF, subsidiariamente.
DOS JUROS DE MORA - TAXA SELIC.
A incidência dos juros de mora à taxa SELIC, já foi insistentemente combatida pelos contribuintes, tanto na esfera administrativa quanto em ações judiciais, sob o argumento principal de que a taxa SELIC é um indicador criado pelo mercado financeiro, inadequado para atendimento ao disposto no art. 161 do CTN. As decisões administrativas seguem a Súmula nº 4 deste Colendo CARF.
PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO.
Não configura confisco ou ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade a aplicação da lei tributária.
INCIDÊNCIA DOS JUROS SOBRE A MULTA LANÇADA DE OFÍCIO.
A multa não tem natureza de tributo, mas faz parte do crédito tributário, conforme dispositivos legais, fincados nos arts. 3º, 113º e 139º todos do CTN.
DA CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA.
Fica a critério da autoridade julgadora, a realização de diligências ou perícias, quando entende-las necessárias, indeferindo as que considerar desnecessárias.
DA JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL.
O julgador deve obediência as Súmulas do CARF e as do STF ou quando a existência de julgado for definitiva especificamente quanto à inconstitucionalidade.
Numero da decisão: 2002-001.040
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2014 NULIDADES. CERCEAMENTO DE DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. Para caracterização do cerceamento de defesa, o contraditório e o devido processo legal, seria necessário que a falta de entrega ao contribuinte de todos os demonstrativos, termos e esclarecimentos mencionados no lançamento, além da falta de intimação, para que o sujeito passivo possa defender-se, como também os requisitos do art. 10 do DC nº 70.235/72. DAS PROVAS Cabe à autoridade lançadora provar a ocorrência do fato constitutivo do direito de lançar do fisco. Comprovado o direito de lançar cabe ao sujeito passivo alegar fatos impeditivos, modificativos ou extintivos e além de alegá-los, comprová-los efetivamente, nos termos do Código de Processo Civil, que estabelece as regras de distribuição do ônus da prova aplicáveis ao PAF, subsidiariamente. DOS JUROS DE MORA - TAXA SELIC. A incidência dos juros de mora à taxa SELIC, já foi insistentemente combatida pelos contribuintes, tanto na esfera administrativa quanto em ações judiciais, sob o argumento principal de que a taxa SELIC é um indicador criado pelo mercado financeiro, inadequado para atendimento ao disposto no art. 161 do CTN. As decisões administrativas seguem a Súmula nº 4 deste Colendo CARF. PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO. Não configura confisco ou ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade a aplicação da lei tributária. INCIDÊNCIA DOS JUROS SOBRE A MULTA LANÇADA DE OFÍCIO. A multa não tem natureza de tributo, mas faz parte do crédito tributário, conforme dispositivos legais, fincados nos arts. 3º, 113º e 139º todos do CTN. DA CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. Fica a critério da autoridade julgadora, a realização de diligências ou perícias, quando entende-las necessárias, indeferindo as que considerar desnecessárias. DA JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. O julgador deve obediência as Súmulas do CARF e as do STF ou quando a existência de julgado for definitiva especificamente quanto à inconstitucionalidade.
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CERCEAMENTO DE DEFESA. DEVIDO PROCESSO LEGAL. Para caracterização do cerceamento de defesa, o contraditório e o devido processo legal, seria necessário que a falta de entrega ao contribuinte de todos os demonstrativos, termos e esclarecimentos mencionados no lançamento, além da falta de intimação, para que o sujeito passivo possa defenderse, como também os requisitos do art. 10 do DC nº 70.235/72. DAS PROVAS Cabe à autoridade lançadora provar a ocorrência do fato constitutivo do direito de lançar do fisco. Comprovado o direito de lançar cabe ao sujeito passivo alegar fatos impeditivos, modificativos ou extintivos e além de alegá los, comproválos efetivamente, nos termos do Código de Processo Civil, que estabelece as regras de distribuição do ônus da prova aplicáveis ao PAF, subsidiariamente. DOS JUROS DE MORA TAXA SELIC. A incidência dos juros de mora à taxa SELIC, já foi insistentemente combatida pelos contribuintes, tanto na esfera administrativa quanto em ações judiciais, sob o argumento principal de que a taxa SELIC é um indicador criado pelo mercado financeiro, inadequado para atendimento ao disposto no art. 161 do CTN. As decisões administrativas seguem a Súmula nº 4 deste Colendo CARF. PRINCÍPIO DO NÃO CONFISCO. Não configura confisco ou ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade a aplicação da lei tributária. INCIDÊNCIA DOS JUROS SOBRE A MULTA LANÇADA DE OFÍCIO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 72 00 65 /2 01 8- 74 Fl. 130DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 3 2 A multa não tem natureza de tributo, mas faz parte do crédito tributário, conforme dispositivos legais, fincados nos arts. 3º, 113º e 139º todos do CTN. DA CONVERSÃO DO JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA. Fica a critério da autoridade julgadora, a realização de diligências ou perícias, quando entendelas necessárias, indeferindo as que considerar desnecessárias. DA JURISPRUDÊNCIA ADMINISTRATIVA E JUDICIAL. O julgador deve obediência as Súmulas do CARF e as do STF ou quando a existência de julgado for definitiva especificamente quanto à inconstitucionalidade. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 101/122) contra decisão de primeira instância (fls. 82/95), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: Tratase de Notificação de Lançamento relativa a Imposto de Renda da Pessoa Física, lavrada em nome do sujeito passivo em epígrafe (fls 66/69), decorrente de procedimento de revisão de sua Declaração de Ajuste Anual do exercício 2015, anocalendário de 2014. Fl. 131DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 4 3 De acordo com o Relatório de Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal de fl 67, foi apurada a omissão dos rendimentos recebidos pelo contribuinte no valor total de R$ 8.520,46, conforme informado em Dirf pela fonte pagadora Caixa Econômica Federal (com correspondente IRRF no valor de R$ 255,61). Após a revisão, foi apurado o saldo de IRPF Suplementar de R$ 61,24, sujeito a juros de mora e multa de ofício de 75%. Regularmente cientificado da Notificação na data de 13/12/2017 (fl 70), o contribuinte apresentou impugnação administrativa ao lançamento fiscal na data de 10/01/2018 (fls 02/25), onde discorda da infração apontada e alega, em síntese, que : inicialmente, após longa explanação, postula a nulidade do lançamento, baseada no cerceamento de defesa, com consequente violação ao devido processo legal administrativo, tendo em vista a inexistência de qualquer identificação no Auto de Infração acerca da origem dos valores omitidos; informa que é advogado e patrocina diversas demandas, tendo recebido valores de terceiros. No entanto, sem a correta identificação da origem dos valores recebidos, tornase impossível ao mesmo exercer sua plena defesa e demonstrar a inexistência de omissão de renda; alega caber à fiscalização também verificar junto às fontes pagadoras qual a origem dos valores apontados, especificando um a um os recebimentos, o que não foi feito no caso concreto, tendo sido prejudicada sobremaneira sua defesa. Cita jurisprudência e doutrina sobre o tema. alega que a atuação ofende preceitos legais e constitucionais ao considerar como omissão de receitas os valores que o defendente recebeu para repasse a terceiros em razão de sua profissão. Alega que não se tributa qualquer aquisição de renda ou de proventos de qualquer natureza, mas apenas aquela que aumentar, acrescer algo ao patrimônio do adquirente; alega que, em diversas Ações em face da União Federal (CEF), PGE e Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto/SP, realizou diversos levantamentos de precatórios e requisições de pagamento em nome de terceiros, razão pela qual não os informou em sua Dirpf, tendo em vista trataremse de rendas de terceiros; alega que, para que possa efetuar a correta identificação dos reais beneficiários dos valores recebidos, é necessário ao menos que se informe o número do processo, a fim de que possa ser demonstrado o repasse dos valores a terceiros; defende não ser possível que a autuação encontre fundamento dos valores exigidos tão somente em mera presunção, utilizando se de Dirfs apresentadas por terceiros, sem qualquer outro elemento de Fl. 132DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 5 4 prova. Solicita a apresentação de elementos comprobatórios seguros da suposta omissão de receitas, o que não foi feito; alega a patente ofensa ao art 10 do Decreto n 70.235/72, devendo ser reconhecida a nulidade integral da autuação solicita a conversão do julgamento em diligência para que sejam intimadas as fontes pagadoras e especificadas pormenorizadamente os recebimentos no exercício, possibilitandose, assim, que o defendente apresente os documentos que demonstram a inexistência de omissão de receitas; alega que eventuais valores recebidos a título de honorários advocatícios em função do ajuizamento das referidas Ações, foram creditados diretamente na conta corrente da pessoa jurídica da qual o requerente faz parte, sendo que sequer transitaram por sua conta corrente (pessoa física), apesar das ordens de pagamentos estarem em seu nome. Alega que os comprovantes apresentados à fiscalização demonstram que os valores foram depositados diretamente na conta corrente da pessoa jurídica e oferecidos à tributação; defende a improcedência dos juros Selic aplicados sobre o valor do IRPF lançado na autuação; alega o caráter confiscatório da multa de ofício incidente sobre o IRPF lançado; alega a falta de previsão legal para se exigir juros Selic sobre o montante cobrado a título de multa de ofício; Por fim, requer a improcedência do lançamento tributário tendo em vista as razões expostas, com a consequente restituição do saldo de IRPF de R$ 2.026,27 que lhe é devido, devidamente corrigido, conforme informado em sua Dirpf/2016; Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 10/05/2018 (fl. 98); Recurso Voluntário protocolado em 11/06/2018 (fl. 101), assinado por procurador legalmente constituído (fl. 26). Responde o contribuinte nestes autos, pela seguinte infração: Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 6 5 a) Omissão de Rendimentos Recebidos de Pessoa Jurídica, Decorrentes de Ação da Justiça Federal. Relata o Sr. AFRF que: “Da análise das informações e documentos apresentados pelo contribuinte, e/ou das informações constantes dos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil, constatouse omissão de rendimentos tributáveis recebidos acumuladamente em virtude de ação judicial federal, no valor de R$ ********28.251,84, auferidos pelo titular e/ou dependentes. Na apuração do imposto devido, foi compensado o Imposto Retido na Fonte (IRRF) sobre os rendimentos omitidos no valor de R$ ***********847,54”. E complementa: “Os rendimentos considerados omitidos foram declarados em DIRF pela fonte pagadora 00.000.000/000191 BANCO DO BRASIL S/A, a título de rendimentos decorrentes de decisões da Justiça Federal. Intimado a apresentar documentos relacionados ao processo judicial para análise das informações divergentes, os documentos apresentados não foram suficientes para comprovar a exclusão o lançamento”. A r. decisão revisanda, entendeu que: não existe nos autos qualquer prova de que o interessado pudesse ter repassado ao seu cliente alguma quantia que tenha sido objeto da presente autuação. não tendo o contribuinte logrado êxito em refutar os dados contidos na DIRF de fl. 33, deve ser mantida a omissão de rendimentos, no montante de R$ 28.251,84, apurada pela fiscalização. Irresignado, o contribuinte maneja recurso próprio, atacando o mérito juntando documentos. Responde o contribuinte nestes autos, por Omissão de Rendimentos recebidos pelo contribuinte no valor de R$ 8.520,46, conforme informado em Dirf pela fonte pagadora Caixa Econômica Federal (com correspondente IRRF no valor de R$ 255,61). Após a revisão, foi apurado o saldo de IRRF suplementar de R$ 61,34, sujeito a juros de mora e multa de ofício de 75%. Em sua peça de resistência, o recorrente alega as seguintes preliminares de mérito: 1 Nulidade Integral do Auto de Infração, Cerceamento de Defesa. Devido Processo Legal Administrativo. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 7 6 Alega premissas fundamentais que servirão de norte para a solução do presente caso, vez que estamos diante de uma afronta a princípios constitucionais fundamentais. Discorre que houve ofensa ao art. 5º, incisos LIV e LV da Constituição Federal, que consagra o devido processo legal administrativo. Diz o art. 5º, inc. LIV da CF/88: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. E no inciso LV: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes”. Diz que no presente caso, há cerceamento de defesa do impugnante, com a consequente violação ao devido processo legal administrativo, uma vez que não há qualquer identificação no Auto de Infração qual origem dos valores omitidos, o que implica na impossibilidade de fato e de direito do pleno exercício do direito de defesa do impugnante. Por primeiro, o recorrente após regularmente intimado a comprovar os processos judiciais (nome, número, valor dos processos etc.) que deram origem aos rendimentos que lhe foram creditados no valor de R$ 8.520,46 pela Caixa Econômica Federal durante o anocalendário 2014, o interessado apresentou de forma espontânea sua resposta ao Termo em questão na data de 23/11/2017 (limitandose a informar que os valores que lhe foram creditados não se enquadram no conceito constitucional de renda, uma vez que não representam nenhum acréscimo patrimonial, tendo sido transferidos a terceiros), não tendo apresentado, em nenhum momento da fase inquisitória, elementos hábeis a afastar a omissão de rendimentos verificada pela autoridade lançadora. Relativamente ao conteúdo da infração apurada, o art. 10 do Decreto nº 70.235/72 estabelece os requisitos que deve conter no auto de infração. Conforme demonstrativo de fls. 66/69, a Notificação de Lançamento encaminhada ao contribuinte, traz os dispositivos legais da legislação tributária infringidos durante o ano de 2014, definindo com clareza os fatos que deram causa ao lançamento de ofício e a forma como não foi feita a apuração da omissão de rendimentos supramencionada, possibilitando ao mesmo defenderse adequadamente do lançamento, tal como previsto no art. 14 do Decreto nº 70.235/72. Nenhum processo administrativo dificultou ou o impediu de apresentar as comprovações dos recebimentos requeridos pela autoridade administrativa, além de não ter sido violado, qualquer direito assegurado pela Constituição Federal. O recorrente ofereceu sua defesa dentro do prazo legal, o mesmo teve a oportunidade de se defender, afastando assim todos os princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal, devendo ser afastadas todas as alegações do contribuinte no tocante às preliminares que eventualmente poderiam prejudicar seu direito a defenderse. 2 Das Provas Assim regra o art. 36 da Lei 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal: “Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei”. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 8 7 Destaco que o autuado não trouxe aos autos qualquer elemento de prova que contrariasse as informações apresentadas nas correspondentes DIRF de fls. 75/78. A responsabilidade pelas informações na DAA, do IR, é do próprio beneficiário dos rendimentos. 3 Dos Juros de Mora A matéria, já se encontra pacificada neste Colendo CARF pela Súmula nº 4 que assim dispõe: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. MANTENHO. 4 Princípio do Não Confisco. Multa de Ofício 75%. Não configura confisco ou ofensa aos princípios da proporcionalidade e da razoabilidade a aplicação da lei tributária. A obrigação principal de pagar tributo não se confunde com a multa pecuniária de caráter acessório, sendo que a vedação constitucional consiste na utilização do tributo e não da multa, com efeito de confisco tal qual asseverado pela doutrina de Hugo de Brito Machado. É vedado, à Administração pública se manifestar a respeito da constitucionalidade das normas. A matéria também já se encontra pacificada na Súmula nº 2 deste Colendo CARF: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. 5 Incidência de juros sobre a multa lançada de ofício. A multa, apesar de não ter natureza de tributo, faz parte do crédito tributário, conforme os dispositivos dos artigos 3º, 113º e 139º, todos do Código tributário Nacional. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 9 8 § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. Nesta quadra de entendimento, aplicase as multas de ofício o mesmo regime jurídico prescrito para a cobrança dos tributos, é o que conclui Celso Ribeiro Bastos. Ao crédito tributário não pago no vencimento, devem ser acrescidos os juros moratórios, inteligência do art. 161 do CTN. “O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária”. Ao existir previsão legal, a incidência de juros moratórios sobre a multa aplicada, esta deve compor o crédito tributário exigido. 6 Da conversão do julgamento e diligência Assim regra o art. 18 do Decreto 70.235/72 que regula o PAF: “A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine. (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993)” É dever do interessado, juntar, quando da impugnação, as provas necessárias à comprovação de suas alegações, a teor do que dispõe os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72. 7 Da Jurisprudência administrativa e judicial As decisões do CARF são vinculantes, quando se traduzirem em matéria sumulada e as decisões do Supremo Tribunal Federal, quando sua existência for definitiva e se refira especificamente à inconstitucionalidade da lei, do tratado ou do ato normativo federal que esteja em litígio. Sendo certo que não é o caso das citações feitas pelo recorrente. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, afasto as preliminares arguidas e quanto ao mérito negase provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10840.720065/201874 Acórdão n.º 2002001.040 S2C0T2 Fl. 10 9 Virgílio Cansino Gil Fl. 138DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10640.722872/2017-05
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon Apr 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2014
INTIMAÇÃO POR MEIO ELETRÔNICO. OPÇÃO DE DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO ELETRÔNICO NO CURSO DO PAF. MARCO INICIAL DO PRAZO RECURSAL. DATA DA ABERTURA DO ARQUIVO DIGITAL. TEMPESTIVIDADE.
A Portaria SRF nº 259/2006, com redação dada pela Portaria RFB nº 574/2009, prevê como ônus do Fisco informar ao contribuinte o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica. Considerando que todas as intimações anteriores entregues haviam ocorrido na forma postal e que a Receita não informou especificamente sobre o trâmite eletrônico do processo, é de se considerar tempestivo o recurso apresentado dentro do prazo de 30 dias contados da data da abertura dos arquivos digitais, nos termos do art. 23, §2º, III, c, do Decreto nº 70.235/72.
IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS. INDEVIDAMENTE DECLARADOS COMO ISENTOS OU NÃO TRIBUTÁVEIS. NÃO COMPROVAÇÃO DE MOLÉSTIA GRAVE OU CONDIÇÃO DE APOSENTADO, PENSIONISTA OU REFORMADO.
Para o gozo da isenção devem ser comprovados cumulativamente que os rendimentos decorrem de aposentadoria, pensão ou reforma; que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei; e que A moléstia esteja comprovada por laudo médico oficial. Desatendidas as exigências legais, impõe-se a glosa da dedução declarada.
COBRANÇA DE TRIBUTOS JÁ QUITADOS. RENDIMENTOS OFERTADOS À TRIBUTAÇÃO E RECOLHIDOS NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. BIS IN IDEM.
Restando demonstrado por documentos hábeis e idôneos que os rendimentos foram oferecidos à tributação e os tributos integralmente recolhidos, torna-se indevida nova exigência sobre o mesmo fato gerador e, por conseguinte, no particular, insubsistente o crédito tributário lançado.
Numero da decisão: 2003-000.037
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em dar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Sheila Aires Cartaxo Gomes Presidente
(assinado digitalmente)
Wilderson Botto Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz.
Nome do relator: WILDERSON BOTTO
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OPÇÃO DE DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO ELETRÔNICO NO CURSO DO PAF. MARCO INICIAL DO PRAZO RECURSAL. DATA DA ABERTURA DO ARQUIVO DIGITAL. TEMPESTIVIDADE. A Portaria SRF nº 259/2006, com redação dada pela Portaria RFB nº 574/2009, prevê como ônus do Fisco informar ao contribuinte o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica. Considerando que todas as intimações anteriores entregues haviam ocorrido na forma postal e que a Receita não informou especificamente sobre o trâmite eletrônico do processo, é de se considerar tempestivo o recurso apresentado dentro do prazo de 30 dias contados da data da abertura dos arquivos digitais, nos termos do art. 23, §2º, III, c, do Decreto nº 70.235/72. IRPF. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS. INDEVIDAMENTE DECLARADOS COMO ISENTOS OU NÃO TRIBUTÁVEIS. NÃO COMPROVAÇÃO DE MOLÉSTIA GRAVE OU CONDIÇÃO DE APOSENTADO, PENSIONISTA OU REFORMADO. Para o gozo da isenção devem ser comprovados cumulativamente que os rendimentos decorrem de aposentadoria, pensão ou reforma; que o contribuinte seja portador de moléstia grave prevista em lei; e que A moléstia esteja comprovada por laudo médico oficial. Desatendidas as exigências legais, impõese a glosa da dedução declarada. COBRANÇA DE TRIBUTOS JÁ QUITADOS. RENDIMENTOS OFERTADOS À TRIBUTAÇÃO E RECOLHIDOS NA DECLARAÇÃO ORIGINAL. BIS IN IDEM. Restando demonstrado por documentos hábeis e idôneos que os rendimentos foram oferecidos à tributação e os tributos integralmente recolhidos, tornase AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 64 0. 72 28 72 /2 01 7- 05 Fl. 206DF CARF MF 2 indevida nova exigência sobre o mesmo fato gerador e, por conseguinte, no particular, insubsistente o crédito tributário lançado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Sheila Aires Cartaxo Gomes – Presidente (assinado digitalmente) Wilderson Botto – Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Sheila Aires Cartaxo Gomes (Presidente), Wilderson Botto e Francisco Ibiapino Luz. Relatório Tratase de recurso voluntário (fls. 181/192 e docs. 160/180) contra o acórdão nº 0445.185 proferido pela 1ªTurma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campo Grande (MS) DRJ/CGE (fls. 145/149), que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo contribuinte (fls. 2/18) em face da lavratura da notificação de lançamento de IRPF (fls. 20/25) objeto do presente feito, cujas infrações podem assim ser descritas (fls. 21/23): Infração; OMISSÃO DE RENDIMENTOS DO TRABALHO COM VÍNCULO E/OU SEM VÍNCULO EMPREGATÍCIO Fonte Pagadora: 22.780.498/000195 CASA DE CARIDADE DE MURIAE HOSPITAL SAG PAULO (ATIVA). CPF Beneficiário: 330.798.54772 DAVID PASSY. Valor da infração: R$ 1.615,35. Infração: OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOA JURÍDICA, DECORRENTES DE AÇÃO TRABALHISTA Valor da infração: R$ 1.489,09. Infração: RENDIMENTOS INDEVIDAMENTE CONSIDERADOS COMO ISENTOS POR MOLÉSTIA GRAVE NÃO COMPROVAÇÃO DA MOLÉSTIA OU SUA CONDIÇÃO DE APOSENTADO, PENSIONISTA OU REFORMADO Fonte Pagadora: 29.979.036/009105 INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (ATIVA). CPF Beneficiário: 330.798.54772 DAVID PASSY. Valor da infração: R$ 199.198,59. Diante do apurado, a fiscalização promoveu o ajuste do imposto declarado, resultando da cobrança de imposto suplementar no valor de R$ 4.146,67 (fls. 24). Fl. 207DF CARF MF Processo nº 10640.722872/201705 Acórdão n.º 2003000.037 S2C0T3 Fl. 207 3 Cientificado, o contribuinte apresentou impugnação parcial tempestiva, traçando, em síntese, as seguintes ilações: o impugnando apresentou DAA retificadora, em 29/09/2016, solicitando a restituição do imposto recolhido indevidamente na DAA original do anocalendário de 2013, sobre os rendimentos recebidos da fonte pagadora INSS, no valor de R$ 199.198,59, por ser portador de Neoplasia Maligna, doença especificada na Lei nº 11.052/04 (moléstia grave). Contudo teve seu pedido glosado, em razão da não comprovação da condição de aposentado, uma vez que se tratava de rendimentos percebidos em atividade. ocorre que, ao invés de indeferir a declaração retificadora e não autorizar a restituição (que nunca foi realizada), o Auditor Fiscal exigiu novamente o IRPF que já havia sido recolhido sobre os rendimentos percebidos do INSS, sua fonte pagadora, no valor de R$ 3.529,29. o objeto da impugnação é, tão somente, a nova exigência de IRPF já integralmente recolhido (e não restituído), em outras palavras, o odioso bis in idem. Logo, o Fiscal Autuante acaba por exigir tributo já quitado, conforme comprovado na declaração original, o que não deve prosperar, pelo que se mostra improcedente a notificação de lançamento em epígrafe. Vale registar que a parte não impugnada foi transferida para o processo de nº 18183.720301/201774, conforme termo de transferência acostado aos autos (fls. 118/119), incluindose aí o imposto recolhido na DAA original, no valor de R$ 3.529,29. Atendendo a notificação postal recebida, o contribuinte comprovou o recolhimento tributário sobre os valores não impugnados (fls. 123). A DRJ/CGE, ao apreciar o feito, julgou improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário (fls. 145/149), por assim entender: O impugnante alega que já pagou o imposto de renda pessoa física objeto do lançamento, no valor de R$ 3.529,29. Em 23/04/2014, o contribuinte apresentou Declaração de Ajuste Anual (DAA) do Exercício 2014, oferecendo à tributação os rendimentos informados em Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF), a exceção dos rendimentos aqui lançados e não contestados, e compensando o imposto de renda retido na fonte correspondente aos rendimentos declarados, conforme tela abaixo, extraída dos bancos de dados da Receita Federal: Naquela ocasião, o contribuinte apurou imposto de renda a pagar no valor de R$ 3.529,29, conforme DAA Original às fls. 104. Em 29/09/2016, o contribuinte apresentou Declaração Retificadora, excluindo, da base de cálculo do IRPF o rendimento recebido do Instituto Nacional de Seguridade Social, Fl. 208DF CARF MF 4 apurando imposto a restituir de R$ 44.676,77, conforme DAA retificadora às fls. 106117. Não há controvérsia quanto à tributação dos rendimentos. A controvérsia recai sobre o valor do IRPF apurado pela fiscalização e a sua extinção ou não pelo pagamento. (...) Ao contrário do alegado, o contribuinte não efetuou o pagamento do IRPF apurado na DAA Original do Exercício 2014, no valor de R$ 3.529,29. Nos bancos de dados da Receita Federal não constam Documentos de Arrecadação (DARF) com código de recolhimento 0211 (IRPF Declaração de Ajuste Anual, Declaração de Saída Definitiva), referentes ao Exercício 2014. O IRPF apurado na DAA original não foi recolhido, sendo devida a sua exigência, assim como da multa de ofício e dos juros de mora. Após obter cópia integral dos autos (18/05/2018) (fls. 155), por procurador devidamente constituídos, apresentou (em 18/06/2018) Recurso Voluntário (fls. 181/192 e docs. 160/180), insurgindose contra a manutenção da autuação, repisando as alegações da impugnação e requerendo o cancelamento exigência reclamada. Este recurso compôs lote sorteado para este relator em Sessão Pública. É o relatório. Voto Conselheiro Wilderson Botto – Relator DA TEMPESTIVIDADE Assim dispõe os arts. 5º, parágrafo único, e 33 do Decreto nº 70.235/72: Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia de início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. (...) Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Da inteligência dos aludidos dispositivos transcritos, temse que o prazo para interposição recursal é de 30 (trinta) dias, contados da ciência da decisão de primeira instância administrativa proferida. Fl. 209DF CARF MF Processo nº 10640.722872/201705 Acórdão n.º 2003000.037 S2C0T3 Fl. 208 5 Por outro giro, quanto a data da ciência da decisão, o PAF estabelece que a intimação pode ser feita via postal ou por meio eletrônico. No presente feito, temse que a intimação do contribuinte da decisão proferida pela DRJ/CGE ocorreu por meio eletrônico (fls. 151/152). Nessa hipótese o Decreto nº 70.235/72, possui regramento próprio e específico: Art. 23. Farseá a intimação: III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) (...) § 2° Considerase feita a intimação: (...) III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; (Incluída pela Lei nº 12.844, de 2013) (...). No presente caso, o registro da intimação ocorreu em 05/03/2018 (segunda feira), ao teor do documento digital “Termo de Registro de Mensagem na Caixa Postal Comunicado” (fls. 151). Consta dos autos ainda o "Termo de Ciência por Decurso de Prazo – Comunicado” (fls. 152), considerando a data da ciência em 20/03/2018 (terçafeira), sendo esta, via de regra, a data inicial do curso do prazo recursal. Com efeito, o prazo de 30 dias para apresentação de recurso voluntário teria expirado em 19/04/2018 (quintafeira). A princípio, portanto, o recurso voluntário apresentado em 22/03/2018 é intempestivo. Ocorre que, no presente feito, até então, todas as notificações e/ou intimações endereçadas ao contribuinte foram efetivamente realizadas por “via postal”, e não há nos autos qualquer indício que ateste a opção do contribuinte pelo domicílio tributário eletrônico. Fl. 210DF CARF MF 6 Sobre o domicílio tributário eletrônico, o art. 23 do PAF assim estabelece: § 4º Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) § 5º O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção.(Incluído pela Lei nº 11.196, de 2005) Da inteligência dos dispositivos transcritos, temse que o domicílio fiscal somente poderá ser implementado mediante expressa autorização e consentimento do sujeito passivo. E contrariando a legislação de regência, não há nos autos a comprovação da opção da opção do contribuinte pelo DTE, autorizando à Administração Fazendária a enviar lhe comunicações de atos oficiais ao seu então domicílio tributário eletrônico. Tampouco há, mesmo que genérica, declaração expressa de que o contribuinte será considerado intimado após decorrido o prazo de 15 dias contados do registro da comunicação em sua caixa postal eletrônica ou na data em que efetuar a consulta, caso esta seja realizada antes dos 15 dias do envio da comunicação, nos termos do art. 23. Por seu turno, cabe também registrar que a Portaria SRF nº 259/2006 (com redação dada pela Portaria RFB nº 574/2009), prevê como ônus da Receita Federal informar o contribuinte especificamente o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica: Art. 1º O encaminhamento, de forma eletrônica, de atos e termos processuais pelo sujeito passivo ou pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) será realizado conforme o disposto nesta Portaria. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) § 3º Para efeito do disposto no caput, a RFB informará ao sujeito passivo o processo no qual será permitida a prática de atos de forma eletrônica.(Incluído(a) pelo(a) Portaria RFB nº 574, de 10 de fevereiro de 2009) Atentese, ainda, para o fato de que o procurador, regularmente constituído desde a apresentação da impugnação à notificação de lançamento – e não o contribuinte, obtive cópia integral dos autos, por mídia digital, na data de 18/05/2018 (fls. 155), presumindo se aí, a data da efetiva ciência da notificação do resultado do julgamento da impugnação apresentada, uma vez que, ao compulsar os documentos do processo, deparou com a decisão recorrida. Tal fato se corrobora, porquanto, conforme certificado pela própria Receita, o contribuinte, por sua vez, somente acessou sua caixa postal eletrônica em 01/06/2018, pela Fl. 211DF CARF MF Processo nº 10640.722872/201705 Acórdão n.º 2003000.037 S2C0T3 Fl. 209 7 abertura dos arquivos digitais, conforme se depreende do “Termo de Abertura de Documento – Comunicado” constante dos autos (fls. 157). Assim, considerando que no presente caso todas as notificações foram enviadas ao contribuinte “via postal” e ante a ausência de comprovação de que ele tenha sido informado sobre o trâmite eletrônico do processo, reputo tempestivo o recurso, apresentado dentro do prazo de 30 dias contados da data da abertura dos arquivos digitais (fls. 155), nos exatos termos do art. 23, §2º, III, c, do Decreto nº 70.235/72. Logo, dele conheço e passo a analisálo. DA PRELIMINAR Do alegado cerceamento de defesa – Da suposta violação ao direito de defesa e ao contraditório – Da não apresentação de comprovação da quitação dos rendimentos reconhecidos Alega o Recorrente que restou violado o seu direito de defesa, porquanto não foi juntado neste processo – e sim no processo desmembrado nº 18183.720301/201774 – a petição que noticiou o recolhimento do tributo recolhido relativo a parte incontroversa da notificação de lançamento expedida (fls. 123). Razão não lhe assiste. A pretensão recursal e a cobrança ainda subsistente, referemse unicamente ao IRPF não pago, apurado na DAA original, exercício de 2014 no valor de R$ 3.529,29 – decorrente dos rendimentos percebidos da fonte pagadora INSS (R$ R$ 199.198,59), onde se objetivou ver como dedutível, ante a moléstia grave que acometera o Recorrente – fazendo jus, no seu entender, a restituição do imposto recolhido indevidamente. Esse, aliás, é o relato/fundamento contido na decisão de piso (fls. 147 e 148): Remanescem, nesses autos, a exigência da multa de ofício e dos juros de mora incidentes sobre o IRPF de R$ 3.529,29. O IRPF apurado na DAA original não foi recolhido, sendo devida a sua exigência, assim como da multa de ofício e dos juros de mora. Como se pode ver, a informação de que houve a quitação integral dos tributos alusivos às parcelas não impugnadas, assim incontroversas, em nada influenciará no resultado do presente julgamento, cuja motivação cingese tão somente na ocorrência e apuração do pagamento, ou não, do imposto devido e declarado na DAA original, exercício de 2014. Por essa razão, rejeito a preliminar suscitada. MÉRITO Da quitação do imposto de renda apurado O Recorrente alega que em virtude de apuração na DAA original, exercício de 2014, promoveu regularmente, a tempo e modo, o pagamento do IRPF decorrente do rendimento percebido da fonte pagadora INSS, no valor de R$ 3.529,29, em 4 cotas de R$ Fl. 212DF CARF MF 8 882,32, com vencimentos em 30/04/2014, 30/05/2014, 30/06/2014 e 30/07/2014 (vide DARF, código de receita “0211” e comprovantes de pagamento – fls.164/173), sendo totalmente indevida a cobrança do mesmo tributo levado a termo no presente feito. A DRJ/CGE, por seu turno, não conseguiu localizar os pagamentos realizados, e face disso concluiu que o “IRPF apurado na DAA original não foi recolhido, sendo devida a sua exigência, assim como da multa de ofício e dos juros de mora” (fls. 148). Pois bem. Os documentos carreados aos autos – com especial destaque nas guias e arrecadação (DARF) e comprovantes de pagamento realizados (fls.164/173), na Declaração de Ajuste Anual original do contribuinte (fls. 27/38) e no relatório fiscal emitido pela Receita Federal (fls. 175/180) – não deixam margem dúvida a comprovar a ocorrência do recolhimento do imposto, ora novamente cobrado. Contatase, contudo, que os pagamentos realizados com código de receita “0211 – IRPF – DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL, DECLARAÇÃO DEFINITIVA” foram alocados no sistema de dados da Receita Federal com código de receita “2904 – IRPF – LANÇAMENTO DE OFÍCIO”. Daí a não localização pela DRJ/CGE dos aludidos pagamentos nos sistemas de dados da Receita Federal, que, digase novamente, foram efetivamente realizados. Portanto, resta evidenciado que o Recorrente promoveu os recolhimentos a seu cargo, não devendo assim ser responsabilizado por conduta que não deu causa, já que os aludidos recolhimentos, realizados a tempo e modo, não foram corretamente alocados, cabendo à unidade fiscal de origem, promover os respectivos acertos de forma a refletir a correta conduta fiscal adotada pelo Recorrente. Por fim, nunca é demais relembrar que a Administração tem o dever de zelar pelos interesses primários (os de toda sociedade) em detrimento aos interesses secundários (da arrecadação). E um dos interesses primários mais caros a ser preservado, é que somente se cobre do administrado aquilo que ele realmente deva, no montante em que se deva, sob pena de se configurar indevida invasão no direito de propriedade, resultando no enriquecimento sem causa da Fazenda Pública. CONCLUSÃO Em razão do exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, para rejeitar a preliminar de cerceamento de defesa, e no mérito DARLHE PROVIMENTO, nos termos do voto em epígrafe, para reconhecer o recolhimento realizado e, no particular, declarar a insubsistência do crédito tributário lançado. (assinado digitalmente) Wilderson Botto Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10640.722872/201705 Acórdão n.º 2003000.037 S2C0T3 Fl. 210 9 Fl. 214DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.662832/2012-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 28 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue May 28 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 15/12/2006
DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA.
Considera-se confissão de dívida os débitos declarados em DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos.
Nesses termos, não pode ser acatada a mera alegação de erro de preenchimento desacompanhada de elementos de prova que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF.
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA.
Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170, do Código Tributário Nacional.
ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL
PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO.
Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indefere-se, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia.
Numero da decisão: 3301-005.994
Decisão:
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade devotos, negar provimento ao recurso voluntário.
assinado digitalmente
Winderley Morais Pereira Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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CONFISSÃO DE DÍVIDA. Considerase confissão de dívida os débitos declarados em DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos. Nesses termos, não pode ser acatada a mera alegação de erro de preenchimento desacompanhada de elementos de prova que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170, do Código Tributário Nacional. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL PEDIDO DE DILIGÊNCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 66 28 32 /2 01 2- 51 Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 3 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade devotos, negar provimento ao recurso voluntário. assinado digitalmente Winderley Morais Pereira – Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo da Costa Marques D'Oliveira, Salvador Cândido Brandão Junior, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Marco Antonio Nunes Marinho e Ari Vendramini Relatório Tratase de processo formalizado para o tratamento manual da Declaração de Compensação onde se pleiteia a compensação de crédito oriundo de pagamento a maior de COFINS não cumulativa, com débitos tributários de sua titularidade. Em análise da Declaração de Compensação transmitida, a unidade de origem emitiu o Despacho Decisório, tendo como resultado a não homologação da compensação. Contra esta decisão a recorrente apresentou manifestação de inconformidade, onde alega, em síntese: Que após o pagamento da contribuição, verificou que não havia considerado em sua apuração o desconto de créditos que lhe são conferidos pelo art. 3º da Lei nº 10.833/03; Que seu crédito pode ser aferido pela análise do DACON Retificador, juntado ao presente, que comprova a correta apuração da COFINS sob o regime nãocumulativo; Que a falta de retificação da DCTF não é suficiente para negarlhe o crédito a quem tem direito; Que deve prevalecer o princípio da verdade material. Que o Parecer Normativa Cosit nº 02/2015 ampara seu pleito; Requer a realização de diligência bem como a juntada posterior de documentos; Anexa cópias da DACON original e retificadora e memória de cálculo de apuração da contribuição. 5. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente, nos termos do Acórdão nº 14067.483. Inconformado com tal decisão, o requerente apresentou Recurso Voluntário, onde traz, como razões de defesa os mesmos fundamentos e argumentos apresentados na Manifestação de Inconformidade dirigida á DRJ, requerendo in fine : Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 4 3 seja reconhecida a procedência integral dos argumentos narrados neste Recurso Voluntário, a fim de que, nos termos do Parecer Normativo COSIT nº 02/2015, seja reconhecida a totalidade do direito creditório pleiteado sob os auspícios da verdade material, com a sequente homologação das compensações declaradas e a respectiva extinção do crédito tributário nos termos do artigo 156, inciso II, do Código Tributário Nacional Subsidiariamente, na remota hipótese do não reconhecimento imediato do direito invocado, o que não se acredita, requer sejam considerados todos os elementos probatórios carreados aos autos – sobretudo a memória de cálculo de apuração da COFINS do período e respetiva Ficha 16A do DACON Retificador –como indícios suficientes à veracidade do crédito tributário para, novamente à luz do Parecer Normativo COSIT nº 02/2015, autorizar/determinar a realização de diligência fiscal para análise/validação da apuração do tributo efetivada pela Recorrente, em observância à necessária busca pela verdade material dos fatos e relativização de questões meramente formais / burocráticas (entre elas o erro de preenchimento da DCTF). É o relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.990, de 28 de março de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.662828/201293, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3301005.990): "8. O recurso voluntário é tempestivo, preenche os requisitos de admissibilidade, portanto dele conheço. 9. O próprio recurso voluntário traz a síntese fática base da discussão nestes autos que, em breve resumo, trata da não homologação de compensação declarada, diante da inexistência de crédito, pois o crédito pleiteado é oriundo de recolhimento efetuado por documento DARF totalmente vinculado a débito confessado em DCTF, ou seja, o débito confessado em DCTF foi totalmente liquidado pelo pagamento efetivado pelo DARF utilizado como argumento como nascedouro do crédito a ser utilizado na compensação. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 5 4 10. Assim se manifesta a recorrente, em sua tese recursal : I – SÍNTESE DOS FATOS Tratase de processo administrativo instaurado para controle e análise depedido de compensação de créditos de COFINS formulado pela Recorrente, devidamente declarado via sistema PER/DCOMP que, ao ser analisado pela Autoridade Fiscal, não foi homologado, com amparo na seguinte motivação: “[...] A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. [...] Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. [...]” (destacado e grifado) Como se verifica, o fundamento do r. despacho decisório em questão reside unicamente na suposta inexistência do crédito oriundo do pagamento a maior efetuado através do DARF indicado no PER/DCOMP, pois a integralidade do crédito pleiteado estaria vinculada a débito declarado pela Recorrente, ou seja, o DARF em referência teria quitado, sem qualquer saldo remanescente, o débito correspondente à COFINS apurada no período. No entanto, o crédito constante no PER/DCOMP transmitido decorre do indébito de COFINS, o qual pode ser aferido pela análise do DACON retificador que comprova a correta apuração da COFINS sob o regime da nãocumulatividade. Com efeito, o DARF vinculado no PER/DCOMP teve por base o valor indicado no primeiro DACON transmitido, cuja apuração, por equívoco da Recorrente, não considerou os créditos inerentes ao regime da nãocumulatividade, tais como (i) os valores pagos à pessoa jurídica, referentes a aluguéis de máquinas e equipamentos utilizados em suas atividades empresariais, (ii) as despesas incorridas na aquisição de bens e serviços caracterizados como insumos, (iii) custos com armazenagem de mercadoria e frete na operação de venda, (iv) encargos de depreciação e amortização de máquinas e equipamentos incorporados ao seu ativo imobilizado, (v) encargos de depreciação e amortização relativos a edificações e benfeitorias em imóveis próprios ou de terceiros, também utilizados nas atividades da Recorrente, entre outros. Desta forma, com a retificação da apuração da COFINS, a Recorrente verificou a existência de crédito tributário Fl. 180DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 6 5 decorrente do pagamento a maior praticado, com o consequente direito à compensação do indébito correlato, nos termos do art. 74, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, bem como da Instrução Normativa RFB nº 900/08, à época vigente, motivo pelo qual é medida imperiosa a homologação da compensação em tela, justamente diante da inequívoca existência do crédito regularmente compensado. Nesse sentido, a Recorrente apresentou tempestivamente sua Manifestação de Inconformidade, demonstrando e comprovando pelos diversos documentos juntados aos autos que o r. despacho decisório carece de reforma integral, tendo em vista a total e incontroversa existência do saldo credor de COFINS pleiteado, consoante detalhadamente exposto. 12. Ou seja, defende a recorrente que o crédito objeto de pretensa compensação teria origem em erro da recorrente, ao deixar de apurar créditos da não cumulatividade, por aquisições no mercado interno de insumos e serviços, o que teria a levado a recolher a maior o valor da COFINS. Ao refazer a apuração de tais créditos, a recorrente alega que os créditos apurados foram utilizados para dedução da COFINS devida, o que teria reduzido o valor da COFINS a pagar, sendo que o valor utilizado para tal pagamento teria se tornado, desta forma, maior do que o devido, gerando um crédito a seu favor, crédito este que a recorrente utilizou para quitação de débitos via compensação. 13. A rigor, pretende a recorrente que se reconheça o direito creditório originado desta apuração de créditos da não cumulatividade, e que se homologue a compensação pleiteada, para que seja autorizada a sua utilização para liquidação de débitos indicado na DCOMP. 14. Entretanto, negase a recorrente a proceder a correção da DCTF, para desvincular o pagamento do débito confessado, o que teria como consequencia, se aceito o pedido da recorrente (de se reconhecer o direito creditório oriundo de pagamento a maior), um débito confessado em DCTF, portanto auto lançado e exigível, em aberto, o que traria á recorrente um prejuízo de igual monta, diante da liquidação dos débitos declarados em DCOMP. 15. Temos ainda a alegação da recorrente que não é mais possível a retificação da DCTF, por ter decorrido o prazo de cinco anos, portanto o sistema eletrônico não admitiria mais nenhuma alteração no documento DCTF, o que obrigaria a recorrente a possuir, em sua integralidade, os documentos comprobatórios da origem dos créditos e sua apuração. 16. Em sua defesa, a recorrente alega que seria necessária diligência, por parte da Fiscalização da Secretaria da Receita Federal, uma vez que “ a realização de diligências teria o condão de afastar toda e qualquer dúvida acerca de seu direito creditório, prevalecendo a verdade material dos fatos em Fl. 181DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 7 6 face da existência de meros erros formais / obrigações acessórias.” . 17. Assim, o que deseja a recorrente não é comprovar o seu direito, e sim que a Fiscalização, através de diligências, apure o seu direito, uma vez que alega que retificou a DACON e apresentou planilhas demonstrando seu direito, o que seria suficiente para o reconhecimento do direito creditório. Desta forma, considero correta a decisão da DRJ, o que corroboro, em não ver necessidade de realização de diligências, uma vez que as provas apresentadas pela recorrente, como portadora do ônus da prova de demonstrar seu direito, são aquelas que a recorrente julgou aptas a tal demonstração, e são estas que devem ser a base do julgamento. 18. Diz a recorrente : “ Além do mais, relembrese o amplo acervo probatório juntado pela Recorrente nos presentes autos, especialmente a Memória de Cálculo (Doc. 05 da Manifestação de Inconformidade), que traz a abertura de todos os créditos utilizados na apuração da COFINS posteriormente retificada. Referido documento, em conjunto com a Ficha 16A, do DACON Retificador (Doc. 03 da manifestação de Inconformidade), demonstra especificamente cada uma das modalidades de crédito apuradas, a exemplo dos (i) bens e serviços utilizados como insumos, (ii) despesas de energia elétrica, (iii) armazenagem e frete, (iv) depreciação do ativo imobilizado e (v) devoluções de venda. Dessa forma, as referidas informações, com seus valores analiticamente expostos, comprovam a liquidez e validade dos créditos da COFINS apurados no período, afastando de plano qualquer alegação contrária da D. Autoridade Fiscal a esse respeito.' , reafirmando que julgue os elementos que trouxe aos autos suficientes para comprovar seu direito. 19. Aduz a recorrente que o despacho decisório estaria incorreto, pois carreou, como demonstrado, aos autos, as provas suficientes para que o seu direito creditório fosse reconhecido e que, em respeito ao princípio da verdade material, deveriam os julgadores terem buscado tal verdade, admitindo provas após a impugnação e solicitado diligências para apuração dos créditos. 20. Afirma a recorrente que “ sem prejuízo, a Recorrente reconhece que, por lapso, não adotou as providências adequadas relativas à retificação das informações sobre a apuração da contribuição e do recolhimento via código DARF errôneo (2172), pois deveria primeiramente promover a retificação do DARF recolhido (Redarf), nos termos do Anexo I, da Instrução Normativa SRF nº 672, de 30 de agosto de 2006, adequando o pagamento efetuado para o código de receita nº 5856 (COFINS NÃOCUMULATIVA), com a posterior retificação da DCTF correspondente. Todavia, o descumprimento destas obrigações acessórias não invalida a existência do crédito pleiteado, devidamente declarado no DACON retificador, sob pena de ofensa ao princípio da verdade material, o qual compele a Autoridade Fiscal à realização de todas a diligências Fl. 182DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 8 7 necessárias à efetiva verificação do crédito pleiteado pelo contribuinte, assim como exposto no tópico a seguir.” Tal afirmativa demonstra o reconhecimento da recorrente de que a vinculação do documento DARF ao débito confessado em DCTF deveria ter sido corrigida, para que restasse crédito disponível para reconhecimento do direito creditório, o que não foi feito. 21. Portanto, resta claro que, diante dos documentos carreados aos autos – DACON RETIFICADORA e planilhas de cálculo – o acervo probatório se mostrou insuficiente para comprovar o direito creditório, qual seja a origem documental dos créditos e a sua apuração registrada em documentos contábeis, devidamente conciliados, para tais créditos da não cumulatividade restassem indubitavelmente reconhecidos. Sem tais elementos, correta a decisão de piso em não reconhecer o direito creditório. 22. Quanto a considerarse como erro de fato o preenchimento da DCTF, tal argumento não socorre a recorrente, pois não há erro de fato na situação descrita, há sim uma nova apuração de valores que culminou, nas alegações da recorrente, em crédito a seu favor, e defende que as planilhas apresentadas demonstram tal crédito de forma inconteste, desta forma, realmente não se pode aceitar o argumento de erro de fato. 23. Defende ainda a recorrente que o seu descumprimento de suas obrigações – retificação do DARF e da DCTF – não ocasionaram dano ao erário, por tal razão, deve ser reconhecido o direito creditório. Assim se defende a recorrente: “ conquanto a necessária observância ao princípio da verdade material, por si só, resguarde o direito creditório da Recorrente, justamente pelo confronto do montante recolhido versus o valor declarado no DACON retificador, destacase que o não cumprimento das obrigações acessórias relativas ao Redarf (correção do código de recolhimento) e à consequente retificação da DCTF correspondente, também não seriam suficientes a não homologação da compensação em tela, quando analisadas sob a ótica da ausência de prejuízo ao Erário. Isto porque, se é verdade que a situação fática vivenciada pela Recorrente demonstra a regularidade da compensação praticada, pois não há dúvida quanto à existência do crédito tributário (apuração de créditos em decorrência da nãocumulatividade da contribuição recolhida), igualmente verdadeira é a completa ausência de prejuízo ao Erário advindo pelo não cumprimento das obrigações acessórias, principalmente diante da declaração idônea e devidamente entregue ao Fisco que permite a perfeita identificação da origem do crédito apurado (DACON Retificador). Neste sentido, o não cumprimento destas obrigações acessórias não apenas não seria idôneo para invalidar o crédito pleiteado (princípio da verdade material), como também não criou óbices à fiscalização ou, muito menos, resultou em prejuízos aos cofres públicos, o que impõe a conclusão pela absoluta ausência de prejuízos ao Erário, contexto este que da mesma maneira sinaliza a necessidade premente de homologação da compensação, seja pela Fl. 183DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 9 8 comprovação do crédito requerido, seja pela inexistência de desfalques financeiros à Autoridade Fiscal na conduta da Recorrente. Em relação às autuações fiscais que padecem deste tipo de vício, consistente na exigência de tributo devidamente pago, com inexistência de prejuízo do Erário, há vários precedentes jurisprudenciais, administrativos e judiciais, favoráveis sendo oportuno destacar os seguintes ….” (grifamos). 24. Portanto, a própria recorrente admite que o tributo foi devidamente pago, o que traz duas possibilidades : uma a compensação, no ver da recorrente, deve ser homologada, o que ensejaria a consideração de pagamento a maior e a abertura de débito confessado em DCTF, assim o débito confessado em DCOMP estaria liquidado e o débito confessado em DCTF restaria em aberto e exigível, duas o débito confessado em DCTF estaria liquidado pelo recolhimento efetuado em DARF e não restaria direito creditório, pois não haveria pagamento a maior, o que deixaria em aberto os débitos confessados em DCOMP. Pelas duas análises, não haveria possibilidade de reconhecimento do direito sem a retificação da DCTF , ou do DARF, ou comprovação do direito por elementos de prova mais consistentes. 25. Quanto á aplicação do Parecer COSIT nº 2/2015, utilizandose do formalismo moderado, como defende a recorrente, o próprio parecer esclarece que a DCTF pode ser retificada mesmo após a emissão do despacho decisório eletrônico, ou ainda pode ter sua retificação objeto de análise administrativa, abrindo uma única possibilidade quando do impedimento para tal retificação, diz o Parecer citado : “ a não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios”, o que obriga a recorrente a carrear aos autos todos os elementos que se façam necessários para a demonstração do seu direito ao reconhecimento dos créditos da não cumulatividade oriundos de aquisições no mercado interno, como já dito, por meio de documentos fiscais, notas fiscais de aquisição, demonstração da apuração dos créditos e sua devida conciliação na sua escrita contábil e fiscal, o que definitivamente não foi apresentado pela recorrente. 26. Por fim, quanto ao pedido subsidiário de ' realização de diligência fiscal para o levantamento e constatação in concreto de todo o conjunto de elementos fático jurídicos que dão suporte aos procedimentos realizados, levandose em consideração a realidade fática efetivamente vivenciada e devidamente comprovada.” , este mostrase completamente descabido, pois caberia á recorrente, que alega possuir o direito, carrear aos autos os elementos de prova, uma vez que confessou em Declaração de Compensação que os possuía, o que nos leva a concluir que a recorrente possuía, á época da transmissão da DCOMP, todos os elementos de prova já citados. O que propõe a recorrente, é que a Fiscalização da Secretaria da Receita Fl. 184DF CARF MF Processo nº 10880.662832/201251 Acórdão n.º 3301005.994 S3C3T1 Fl. 10 9 Federal atue como sua consultoria contábil para localizar, apurar e demonstrar os seus créditos da não cumulatividade. 27. Por todo o exposto, indefiro o pedido de diligência, por concordar com o julgador da DRJ, de que tal procedimento se mostra desnecessário, sendo suficientes os elementos trazidos aos autos pela recorrente para formar o convencimento deste relator. Conclusão 28. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário apresentado, não reconhecendo o direito creditório por não ter a recorrente retificado a DCTF, não ter retificado o documento DARF e não ter apresentado elementos comprobatórios suficientes para que se possa aferir o seu direito aos créditos da não cumulatividade pleiteados. " Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 185DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.015047/2003-71
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Mon Apr 15 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 17 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2002
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CONHECIMENTO DE RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE.
Não deve ser conhecido recurso especial em que não esteja comprovado que, frente a situações fáticas similares, os paradigmas tenham aplicado a legislação de regência, de forma diversa daquela aplicada pelo recorrido. Hipótese em que o paradigma tratou de situação fática bem como de legislação de regência distintas daquelas do acórdão recorrido.
Numero da decisão: 9303-008.437
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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CONHECIMENTO DE RECURSO ESPECIAL. IMPOSSIBILIDADE. Não deve ser conhecido recurso especial em que não esteja comprovado que, frente a situações fáticas similares, os paradigmas tenham aplicado a legislação de regência, de forma diversa daquela aplicada pelo recorrido. Hipótese em que o paradigma tratou de situação fática bem como de legislação de regência distintas daquelas do acórdão recorrido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 01 50 47 /2 00 3- 71 Fl. 1078DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.069 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello, Rodrigo da Costa Pôssas. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n.º 20218.177, de 18 de julho de 2007 (fls. 325 a 332 do processo eletrônico), proferido pela Segunda Câmara do Antigo Segundo Conselho de Contribuintes, decisão que por unanimidade de votos, deu provimento ao Recurso Voluntário. A discussão dos presentes autos tem origem no auto de infração lavrado contra o Contribuinte, relativo à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social — Cofins, correspondente a períodos compreendidos entre 01/02/1999 e 31/12/2002. Inconformado com a autuação, o Contribuinte apresentou impugnação, alegando, em síntese, que: Além do seu direito à incidência do PIS e da Cofins apenas na liquidação das obrigações ou no efetivo recebimento dos créditos, devem ser deduzidas da base de cálculo das contribuições as variações monetárias passivas, nos termos do art. 9° da Lei n° 9.718/98. Se assim não se proceder, haverá afronta ao art. 150, I, da CF/1988 e aos arts. 9°, I, 97, I e IV, e 142 do CTN, que impõe a atividade do lançamento nos estritos limites da lei. Acrescenta que, com o advento da Medida Provisória n° 1.85810/99, não houve revogação da vertente dedução, pois esta deveria ser expressa, de acordo com art. 9° da Lei Complementar n° 95/98. Conclui que tem direito, pelo exposto, a se ver desonerado da inclusão na base de cálculo das variações cambiais ativas em 1999, não ter a incidência das exações sobre as variações monetárias ativas durante o período da autuação, e ter assegurado a dedução das variações cambiais passivas. Considera ilegal a exigência da Cofins sobre os descontos percebidos na compra de chapas de aço da Usiminas S/A., de acordo com a Lei n° 9.718/98, no que concerne aos descontos incondicionais, mesmo que importem em ingresso de recursos ou de mercadorias, não há qualquer restrição A sua dedução da base de cálculo da contribuição, ao Fl. 1079DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.070 3 contrário das reversões de provisões e das recuperações de créditos baixados como perdas. Aduz que não cabe aos agentes fiscais criar requisitos para a dedução dos descontos que não aqueles preconizados pela referida lei. Cita entendimentos doutrinários sobre o conceito de descontos, explicando que desde que haja vantagem em prol do adquirente, implicando em menor ônus na compra de mercadorias e serviços, estarseá diante de desconto incondicional, não importando que sejam em dinheiro ou mercadorias ou o fato de registrálo em conta especifica da escrituração ou como redutora do custo de produtos vendidos. Afirma que os valores recebidos pela Usiminas consistem em descontos incondicionais, conforme a declaração dessa empresa que anexa. Assim, não estando as bonificações dadas pela Usiminas condicionadas a qualquer evento financeiro, tratase de descontos incondicionais que devem ser excluídos da base de cálculo da Cofins. Destaca, por fim, que as bonificações recebidas não se conformam As recuperações de despesas, pois estas são vinculadas ao ressarcimento de uma despesa já incursa. Insurge contra a possibilidade de aplicar a Selic como taxa de juros, pelo fato de ela possuir caráter estritamente remuneratório de capital, ferindo os mandamentos contidos no art. 161, §1°, do CTN. A instituição de juros de mora calculados com base na TJLP para optantes pelo Refis e Paes evidencia a natureza remuneratória da taxa Selic. Argumenta também ser inaplicável a regra consignada na parte inicial do §1° do art. 161 do CTN, porque a taxa Selic não é prevista em lei, e sim regida por Resoluções e atos administrativos do Banco Central. Assim, é improcedente a cobrança de juros de mora com esteio na taxa Selic, que deve ser substituída pelo percentual de 1% ao mês previsto no §1° do art. 161 do CTN. A DRJ em Belo Horizonte/MG julgou improcedente a impugnação apresentada pelo Contribuinte. Irresignado com a decisão contrária ao seu pleito, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, o Colegiado por unanimidade de votos, deu provimento conforme acórdão assim ementado in verbis: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Fl. 1080DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.071 4 Período de apuração: 01/02/1999 a 31/12/2002 Ementa: DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. INCONSTITUCIONALIDADE DECLARADA PELO STF. A decisão judicial transitada em julgado em favor do contribuinte a época do julgamento administrativo, versando sobre a matéria objeto da autuação, e a declaração de inconstitucionalidade do § 1 do art. 32 da Lei nº 9.718/98, pelo STF, impõem a exoneração do crédito tributário lançado de oficio. Recurso provido A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 354 a 362) em face do acordão recorrido que deu provimento ao recurso do Contribuinte, a divergência suscitada pela Fazenda Nacional diz respeito à valoração da prova do trânsito em julgado de decisão judicial final. Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, a Fazenda Nacional apresentou como paradigma o acórdão de nº 10193.399. A comprovação do julgado firmouse pela juntada de cópia de inteiro teor do acórdão paradigma – documento de fls. 363 a 380. O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi admitido, conforme despacho de fls. 385/386, sob o argumento que o paradigma apresentado comprova a suscitada divergência, pois diferente do acórdão recorrido, no acórdão paradigma se reconheceu que a simples juntada de certidão de trânsito em julgado de ação judicial, desacompanhada da petição inicial, no presente caso, a consulta ao site do Supremo Tribunal Federal, não permite aferir a matéria litigada. O Contribuinte apresentou contrarrazões às fls. 408 a 415, manifestando pelo não provimento do Recurso especial da Fazenda Nacional. As fls. 1064/1067 o Contribuinte apresenta uma petição juntando certidão, emitida pela Secretaria do Juízo Federal da 3ª Vara em Belo Horizonte, Seção Judiciária do Fl. 1081DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.072 5 Estado de Minas Gerais, a qual confirma o trânsito em julgado da apontada ação de mandado de segurança n.º 1999.38.00.0141453. É o relatório em síntese. Voto Conselheira Érika Costa Camargos Autran Relatora Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional, entendo que não deva ser admitido, ainda que o Recurso seja tempestivo, pelos motivos a seguir. O acórdão recorrido entendeu que: A matéria em foco resumese à exclusão da base de cálculo da contribuição de receitas que o Fisco, em razão do disposto no § 2 do art. 3 da Lei n 9.718/98, considera sujeita à tributação, tais como variação cambial ativa, descontosbônus obtidos, rendimento de aplicação financeira e estornos indevidos nas contas de receitas e despesas e outras conforme quadros de composição da base de cálculo de fls. 34 a 37. (...) Consultado o site do Supremo Tribunal Federal, nesta data, 23/06/2007, apurei a seguinte informação acerca do Recurso Extraordinário impetrado pela recorrente: "DJ Nr. 232 05/12/2005 Ata Nr. 186 Relação de Recursos Despachos dos Relatores RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nr. 401563 PROCED... MINAS GERAIS — RELATOR MIN CARLOS BRITT° RECTE.(S): FASAL S/A COMÉRCIO E INDÚSTRIA DE PRODUTOS SIDERÚRGICOS ADV.(A/S): WALTER IANNI NETTO E OUTRO(AIS) ADV.(A/S).. RODRIGO DE CASTRO LUCAS Fl. 1082DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.073 6 RECDO.(A/S).. UNIÃO ADV.(A/S).. PFN SÉRGIO MOACIR DE OLIVEIRA ESPiNDOLA. DECISÃO: Vistos, etc. Cuidase de recurso extraordinário, no qual se discute a constitucionalidade da contribuição social para o PIS/PASEP — Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público — e a COFINS — Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social. 2. Pois bem, a parte recorrente alega, em essência, violação ao inciso I e ao ,f 4 0 do art. 195, bem como ao inciso I do art. 154, todos da Magna Carta. Dai defender a inconstitucionalidade da exação, tal como disciplinada pela Lei n° 9.718/98. 3. Tenho que o recurso merece acolhida parcial. É que esta excelsa Corte, na Sessão Plenária de 09.11.2005, concluiu a análise do tema aqui discutido (RE 346.084, Relator o Ministro Ilmar Galviio; e REs 357.950, 358.273 e 390.840, Relator o Ministro Marco Aurélio). Ao faze1o, o Tribunal, por maioria de votos: declarou a inconstitucionalidade do ,f 1° do art. 3' da Lei le 9.718/98 (base de cálculo do PIS e da COFINS), para impedir a incidência do tributo sobre as receitas até então não compreendidas no conceito de faturamento da LC n° 70/91; e entendeu desnecessária, no caso especifico, lei complementar para a majora cão da alíquota da COFINS, cuja instituição se dera com base no inciso I do art. 195 da Lei das Leis. Isso posto, e considerando as disposições do ,f 1"A do art. 557 do CPC, aplico o novo entendimento Plenário e dou provimento parcial ao recurso. Publiquese. Brasília, 21 de novembro de 2005. Ministro CARLOS AYRES BRITT° Relator". Na informação relativa ao andamento do processo, consta o trânsito em julgado da decisão em 06/02/2006. Fl. 1083DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.074 7 Portanto, assiste razão A recorrente quando alega a existência de decisão transitada em julgado a época da prolação do acórdão pela DRJ, em 24/04/2006. Entretanto, a teor do § 3.º do art. 59 do Decreto n.º 70.235/72, descabe anular a decisão recorrida pela não verificação do andamento da ação judicial em mandado de segurança e a devida aplicação do decisum ao julgamento realizado. Os elementos que compõem a base de cálculo apurada pela fiscalização que deram origem A alegada insuficiência de recolhimento referemse exatamente àquelas receitas para as quais o STF declarou a inconstitucionalidade do § 1 º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 (base de cálculo do PIS e da Cofins), para impedir a incidência do tributo sobre as não compreendidas no conceito de faturamento da LC n.º 70/91 devendo, portanto, ser excluídas da base de cálculo dacontribuição ao PIS e da Cofins, a teor do comando judicial. Como é notório, o referido art. 3°, § 1º, da Lei n°. 9.718/98 foi julgado inconstitucional pelo PLENO do e. SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ao julgar os Recursos Extraordinários n.º 357950, 390840, 358273 e 346084. Diante disto, o acordão recorrido entendeu por bem aplicar a decisão favorável ao Contribuinte e a decisão definida pelo STF em sede de Repercussão Geral. A argumentação da Fazenda Nacional é que o Colegiado não poderia se valer apenas da consulta ao site STF para verificar o andamento do processo, sendo assim apresenta o acórdão paradigma 10193.399 que dispõe: A juntada de certidão de trânsito em julgado de ação judicial, desacompanhada da petição inicial, não permite aferir a matéria litigada e o pedido, prejudicando o exame da arguição de ofensa à coisa julgada material. Ou seja, ela entende que o mero informativo processual disponibilizado no sitio do Supremo Tribunal Federal não valeria como meio de prova do trânsito em julgado da ação judicial que afastou a cobrança da COFINS com esteio no malfadado art. 3°, § 1°, da Lei n.° 9.718/98. Fl. 1084DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.075 8 No entanto, o acordão paradigma trata de exigências de IRPJ, IRRF e CSLL e segundo o acordão as informações contidas nos autos não permitem acolher a inconformidade da Contribuinte, segundo a qual a lavratura do auto de infração relativo à CSLL desrespeitou a coisa julgada material. Isso porque a certidão colacionada por ele de fls. 281 certifica apenas que o processo n.º 90.35902, movido por ela contra a União Federal, transitou em julgado, com o reconhecimento da procedência do pedido A recorrente não juntou cópia da petição inicial da sua alegada ação de inexistência de relação jurídica para com a Fazenda Nacional. À mingua de provas que caracterizem inequivocamente a matéria litigada e o pedido, só me resta rejeitar a preliminar. No acordão paradigma a Contribuinte alegou que tinha uma ação e não comprovou. No presente caso, a Contribuinte tem uma ação que sequer foi questionada pela fiscalização e está comprovada. E não sendo somente isto, há uma decisão definida pelo STF em sede de Repercussão Geral declarando a inconstitucionalidade do § 1 º do art. 3º da Lei n.º 9.718/98 (base de cálculo do PIS e da Cofins), para impedir a incidência do tributo sobre as não compreendidas no conceito de faturamento da LC n.º 70/91. Evidentemente, a situação fática e jurídica do paradigma não pode ser apreciada como divergente daquela do acórdão a quo. Por essas razões, voto por não conhecer do Recurso Especial de divergência da Procuradoria da Fazenda Nacional. É como voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Fl. 1085DF CARF MF Processo nº 10680.015047/200371 Acórdão n.º 9303008.437 CSRFT3 Fl. 1.076 9 Fl. 1086DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16682.902796/2011-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 26 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Apr 30 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009
IPI. IMUNIDADE. DERIVADOS DE PETRÓLEO. TIPI.
Produtos relacionados na TIPI com alíquota positiva ou alíquota zero não estão abrangidos pela imunidade objetiva prevista aos derivados de petróleo no § 3º do art. 155 da Constituição Federal. Esses produtos estão dentro do campo de incidência do IPI em decorrência de decreto do poder executivo. Impossibilidade de afastar a sua aplicação por força da súmula CARF nº 2.
CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS IMUNES EM RAZÃO DO ART. 155, § 3º DA CF. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 20.
Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT.
Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2010
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO.
Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considera-se não impugnada matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Preclusão do direito de fazê-lo na segunda instância.
Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2009
LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA.
Por se tratar de matéria de ordem pública a decadência tributária do lançamento deve ser conhecida de ofício, quando não for objeto de impugnação.
DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS ESCRITURAIS DO IPI. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. PAGAMENTO.
Havendo pagamento antecipado, o prazo decadencial é contado de cinco anos a partir da ocorrência do fato gerador, ressalvado a prática de dolo, fraude ou simulação. A legislação do IPI, art. 183 do RIPI/2010, reconhece expressamente que os créditos escriturais do imposto é tratado com pagamento do imposto.
Numero da decisão: 3301-005.848
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para aplicar a decadência aos fatos geradores de 01/2008 a 11/2008.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Marco Antonio Marinho Nunes, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 IPI. IMUNIDADE. DERIVADOS DE PETRÓLEO. TIPI. Produtos relacionados na TIPI com alíquota positiva ou alíquota zero não estão abrangidos pela imunidade objetiva prevista aos derivados de petróleo no § 3º do art. 155 da Constituição Federal. Esses produtos estão dentro do campo de incidência do IPI em decorrência de decreto do poder executivo. Impossibilidade de afastar a sua aplicação por força da súmula CARF nº 2. CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS IMUNES EM RAZÃO DO ART. 155, § 3º DA CF. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 20. Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2010 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considera-se não impugnada matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Preclusão do direito de fazê-lo na segunda instância. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2009 LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. Por se tratar de matéria de ordem pública a decadência tributária do lançamento deve ser conhecida de ofício, quando não for objeto de impugnação. DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS ESCRITURAIS DO IPI. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. PAGAMENTO. Havendo pagamento antecipado, o prazo decadencial é contado de cinco anos a partir da ocorrência do fato gerador, ressalvado a prática de dolo, fraude ou simulação. A legislação do IPI, art. 183 do RIPI/2010, reconhece expressamente que os créditos escriturais do imposto é tratado com pagamento do imposto.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para aplicar a decadência aos fatos geradores de 01/2008 a 11/2008. WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vice-presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Marco Antonio Marinho Nunes, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 IPI. IMUNIDADE. DERIVADOS DE PETRÓLEO. TIPI. Produtos relacionados na TIPI com alíquota positiva ou alíquota zero não estão abrangidos pela imunidade objetiva prevista aos derivados de petróleo no § 3º do art. 155 da Constituição Federal. Esses produtos estão dentro do campo de incidência do IPI em decorrência de decreto do poder executivo. Impossibilidade de afastar a sua aplicação por força da súmula CARF nº 2. CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS IMUNES EM RAZÃO DO ART. 155, § 3º DA CF. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA CARF Nº 20. Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2010 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO. NÃO CONHECIMENTO. Nos termos do art. 17 do Decreto nº 70.235/72, considerase não impugnada matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Preclusão do direito de fazêlo na segunda instância. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2008 a 30/09/2009 LANÇAMENTO. DECADÊNCIA. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO. QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 90 27 96 /2 01 1- 14 Fl. 159DF CARF MF 2 Por se tratar de matéria de ordem pública a decadência tributária do lançamento deve ser conhecida de ofício, quando não for objeto de impugnação. DECADÊNCIA DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. CRÉDITOS ESCRITURAIS DO IPI. RECOLHIMENTO ANTECIPADO. PAGAMENTO. Havendo pagamento antecipado, o prazo decadencial é contado de cinco anos a partir da ocorrência do fato gerador, ressalvado a prática de dolo, fraude ou simulação. A legislação do IPI, art. 183 do RIPI/2010, reconhece expressamente que os créditos escriturais do imposto é tratado com pagamento do imposto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para aplicar a decadência aos fatos geradores de 01/2008 a 11/2008. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Marco Antonio Marinho Nunes, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório Tratase de pedido de ressarcimento de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados, apurados no 3º trimestre/2009, cumulado com declaração de compensação. Foi apresentado o PER/DCOMP n° 37969.27062.301210.1.3.013036 (fls. 97100), declarando a compensação por um crédito histórico no valor de R$ 3.321.216,02. A unidade de origem, após a realização de diligência destinada a apurar a liquidez e certeza do direito creditório, emitiu o Termo de Informação Fiscal de fls. 103105 e o despacho decisório de fl. 94, indeferindo o pedido de ressarcimento e não homologando a compensação correlata, tendo em vista que o resultado da diligência foi a lavratura de um auto de infração para constituir crédito tributário sobre algumas operações (débito) e, também, realizar glosas de crédito. O auto de infração recebeu o numero de processo 16095.720242/201374. Conforme referido TIF, o auto de infração teve, em síntese, as seguintes acusações: Fl. 160DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 160 3 Sobre os débitos, afirmou: Houve emissão de Notas Fiscais sem destaque do imposto na saída dos produtos classificados pela empresa na posição fiscal 2710.1992 e 2710.1999, relacionada na TIPI com alíquota de 8%. As saídas se referem a venda de mercadorias de produção do estabelecimento como também a revenda de mercadorias adquiridas ou recebida de terceiros, importadas; Neste contexto, afirmou a fiscalização que o parágrafo único do artigo 2° do Regulamento do IPI vigente na época dos fatos previa que o campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" ( não tributado). Sobre as glosas, afirmou. A empresa também produziu e promoveu saídas por vendas de produtos classificados na posição fiscal 2710.1931, 2710.1932, que também não tiveram destaque do imposto, esses relacionados na TIPI como não tributados (N/T). (...) O artigo 11 da Lei 9.779/99, possibilita a manutenção do crédito relativo à aquisições de insumos aplicados em produtos tributados à alíquota zero ou isento, imunes quando destinados à exportação. (...) O § 3° do artigo 2° da IN 33/99 dispõe que deverão ser estornados os créditos originários de aquisição de MP, PI e ME, quando destinados à fabricação de produtos não tributados (NT). Considerando esse ordenamento os créditos pelas aquisições das matérias primas, PI e ME aplicados nos produtos classificados nas posições 27.10.1931 e 2710. 1932, foram apurados e por não terem direito a manutenção, na reconstituição da escrita fiscal foram estornados. A fiscalização ainda apontou que o estabelecimento utiliza insumos comuns na fabricação de produtos tributados e produtos não tributados. Em vista disso, e com base em listas técnicas fornecidas pela Recorrente contendo a discriminação dos insumos aplicados nos produtos industrializados, com seus valores, características e NCM, a fiscalização adotou uma metodologia para a quantificação das glosas. Com isso, elaborou uma relação percentual entre a quantidade de cada matériaprima utilizada no produto tributado e a quantidade do produto não tributado. O percentual encontrado foi utilizado no total dos créditos, em cada mês, para fins de apuração dos créditos que deveriam ser estornados. Com base nestas conclusões da fiscalização e do auto de infração, foi proferido o Despacho decisório com o seguinte teor: Fl. 161DF CARF MF 4 Analisadas as informações prestadas no PER/DCOMP e período de apuração acima identificados, constatouse o seguinte: Valor do crédito solicitado/utilizado: R$ 3.321.216,02 Valor do crédito reconhecido: R$ 0,00 O valor do crédito reconhecido foi inferior ao solicitado/utilizado em razão do(s) seguinte(s) motivo(s): Constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento é inferior ao valor pleiteado. Ocorrência de glosa de créditos considerados indevidos, em procedimento fiscal. Redução do saldo credor do trimestre, passível de ressarcimento, resultante de débitos apurados em procedimento fiscal. Informações complementares da análise do crédito estão disponíveis na página internet da Receita Federal, e integram este despacho. Diante do exposto: NÃO HOMOLOGO a compensação declarada no(s) seguinte(s) PER/DCOMP: 37969.27062.301210.1.3.013036 INDEFIRO o pedido de restituição/ressarcimento apresentado no(s) PER/DCOMP: 11644.64570.141210.1.1.015846 Valor devedor consolidado, correspondente aos débitos indevidamente compensados, para pagamento até 28/02/2014. Inconformada, a Recorrente apresentou sua manifestação de inconformidade (fls. 0218), instaurando o contencioso administrativo, argumentando, em síntese: pugnou pela suspensão do presente processo, em razão do trâmite do processo relacionado ao auto de infração, nº 16095.720242/201374, por uma questão de segurança jurídica, razoabilidade e para fins de evitar decisões conflitantes, nos termos do art. 265 do CPC; afirmou que a fiscalização não se baseou em nenhum critério técnico para justificar a desclassificação dos produtos como derivados de petróleo; afirmou que não há incidência de IPI sobre derivados de petróleo, nos termos do art 155, § 3º da Constituição; a própria TIPI incorreu em total desrespeito à imunidade constitucional por pretender a tributação do IPI sobre os produtos mencionados no capítulo 27.10, reservados aos derivados de petróleo, ao prever, para determinados itens desse capitulo, alíquotas positivas do imposto; Fl. 162DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 161 5 afirmou que as notas explicativas sobre o capítulo 27.10, notadamente as Notas 2 e 3, não deixam dúvidas de que os produtos ali classificados são hidrocarbonetos. afirmou que nem mesmo o Decreto n° 4.544/02 (RIPI), determinou qualquer restrição ao conceito de derivados de petróleo, como pretende fazer crer o auto de infração; afirmou que os produtos que negocia possuem mais de 70% de hidrocarbonetos derivados de petróleo em sua composição, sendo o que basta para serem quimicamente considerados hidrocarbonetos (derivados de petróleo), classificados nas posições 2710.1932, 2710.1992 ou 2710.1999 segundo sua destinação, isto é, lubrificante com aditivos, líquido para transmissões hidráulicas, etc; o Art. 18, § 3º do RIPI/2002 não estabelece nenhuma restrição ao conceito de derivados de petróleo. A simples classificação química dos produtos como hidrocarbonetos os deveria enquadrar automaticamente no conceito de derivados de petróleo; é imprescindível que se reconheça a imunidade, e, por via de consequência, a ilegalidade da exigência de valores de IPI sobre tais produtos imunes; sobre as glosas dos créditos, afirmou que a não cumulatividade do IPI prevista na constituição prevê a possibilidade de abatimento dos débitos do imposto, com os créditos decorrentes de aquisição de matériaprima, material de embalagem e produto intermediário; se houve aquisição de bem gravado pelo imposto, é direito do contribuinte escriturar o crédito em sua contabilidade. Havendo saída isenta ou não tributada, inexistirá débito a ser compensado quando do cálculo do saldo do imposto a recolher do mês de competência, que poderá ser credor ou devedor. Contudo, em havendo saldo credor, é direito do contribuinte a manutenção dos créditos e a sua alocação para as competências seguintes; o art. 11 da Lei n° 9.779/99 apenas explicitou um direito preexistente dos contribuintes no tocante à legislação, sendo constitucionalmente garantido aos contribuintes a manutenção de seus créditos a despeito de haver saídas não tributadas ou imunes; somente a partir de Junho/2010, com o Decreto n° 7.212/2010 (novo RIPI), posterior aos fatos geradores em questão, é que a legislação regulamentadora passou a prever expressamente a vedação ao crédito decorrente da aquisição de insumos utilizados na produção de produtos imunes; Em 14/01/2015 foi proferido o Acórdão 0131.082 pela 3ª Turma da DRJ/BEL (fls. 112126), julgando improcedente a manifestação de inconformidade, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2009 a 30/09/2009 PAF. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. Fl. 163DF CARF MF 6 Considerase não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo contribuinte. PAF. ATO NORMATIVO. INCONSTITUCIONALIDADE. ILEGALIDADE. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE. A autoridade administrativa não possui atribuição para apreciar a argüição de inconstitucionalidade ou de ilegalidade de dispositivos que integram a legislação tributária. IPI. ALÍQUOTA. PRODUTOS DAS POSIÇÕES 2710.19.92 e 2710.19.99. A saída dos produtos classificados nas posições fiscais 2710.19.92 e 2710.19.99 da Tabela de Incidência do IPI TIPI submetese à alíquota de 8%. IPI. CRÉDITOS. MP, PI E ME EMPREGADOS EM PRODUTOS NT. Não podem ser escriturados créditos relativos a matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem que se destinem a emprego na industrialização de produtos não tributados, inclusive quando se trate de produtos alcançados por imunidade. RESSARCIMENTO. DIREITO CREDITÓRIO. REQUISITOS E CONDIÇÕES. O ressarcimento de IPI vinculase ao preenchimento das condições e requisitos determinados pela legislação tributária que rege a espécie, devendo ser indeferido quando sua existência não resulte demonstrada pelo contribuinte. DCOMP. DIREITO CREDITÓRIO INEXISTENTE. A declaração de compensação somente pode ser homologada quando o respectivo direito creditório resulte comprovado pelo sujeito passivo. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Como fundamento de decidir, a DRJ apresentou os seguintes argumentos: não há previsão na legislação específica previsão para o sobrestamento de processos administrativos, ainda que presente eventual conexão ou relação de prejudicialidade; a previsão existente é acerca da conexão de processos, contudo, como o processo administrativo do auto de infração se encontra em fase recursal diversa, não seria possível operacionalizar tal apensamento; há presunção de legalidade e constitucionalidade das leis e regulamentos. À autoridade administrativa não é dado apreciar questões que importem a negação de vigência e eficácia de preceitos normativos. Impõese ao agente da Administração Pública aplicálas; quanto aos débitos do imposto, relativos aos produtos das posições 2710.19.92 e 2710.19.99 da TIPI, a imunidade relativa a derivados do petróleo restringese aos Fl. 164DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 162 7 hidrocarbonetos decorrentes do refino, sendo que os produtos compostos de petróleo que não se beneficiam de imunidade encontramse relacionados na TIPI com alíquota positiva ou zero e, portanto, sujeitos ao pagamento do imposto; haver na TIPI produtos com notação "NT" não implica, necessariamente, que esta notação decorre de imunidade ou não incidência (pois se trata de produto natural), tendo em vista a existência de produtos industrializados que poderiam ser tributados pelo imposto, mas aos quais o legislador ordinário, por razões de ordem extrafiscal, optou por não tributar; a legislação tributária (art. 18, § 3º, do RIPI/2010) adota como critério para interpretação do alcance da imunidade constitucional conferida a derivados de petróleo o da imediatidade, pelo qual somente são imunes os produtos obtidos diretamente do refino (decomposição do petróleo bruto por intermédio de destilação fracionada), excluindose, por decorrência, os produtos ulteriormente colocados em circulação mercantil e aqueles que venham a ser obtidos por qualquer processo de industrialização subsequente (transformação ou beneficiamento ulteriores); os produtos do caso concreto, embora se tratem de óleo essencialmente constituído por hidrocarbonetos, classificase na subposição 2710.19.92 e outros 2710.19.99, ambos com alíquota de 8%; Quanto às glosas. não há autorização normativa para o aproveitamento de créditos decorrentes da nãocumulatividade do IPI quando se trate da industrialização de produtos NT, aí incluídos os imunes; o art. 11 da Lei n.º 9.779, de 11/01/1999, trouxe inovação na legislação do IPI, permitindo a manutenção dos créditos em situações específicas, mas a partir da vigência de tal disposição normativa; as saídas realizadas estão com notação NT (27.10.1931 e 2710. 1932), mas não porque são imunes, mas sem tributação porque o legislador ordinário, fundado em razões de ordem extrafiscal, não quis tributar; assim como os demais produtos que integram a posição 2710 que também não se encontram gravados por imunidade; com isso, para as saídas sem tributação (NT), os créditos devem ser estornados, e mesmo que fossem imunes, apenas a imunidade decorrente de exportação permite a manutenção dos créditos; esta disposição normativa somente pode ser afastada mediante a declaração de sua ilegalidade ou inconstitucionalidade, o que se encontra obstado, porém, ao julgador administrativo; ou seja, os produtos imunes a que se referem a IN SRF nº 33/1999 e o RIPI/2002, limitase àqueles imunes porque destinados à exportação (inciso III do §3° do art. 153 da CF/1988); cita o Ato Declaratório Interpretativo nº 5, de 17/04/2006; Fl. 165DF CARF MF 8 afirma haver matéria não impugnada e, portanto, preclusa, relativa à metodologia utilizada pela fiscalização para o cálculo da glosa, elaborando um cálculo proporcional entre os insumos utilizados em produtos tributados e produtos não tributados. Cientificada da decisão, a Recorrente apresentou, no prazo, seu recurso voluntário (fls. 135156), repisando os argumentos de sua manifestação de inconformidade, acrescentando apenas que, ao contrário do que foi alegado pela decisão de primeira instância, a Recorrente não pretende que seja julgada a inconstitucionalidade/ilegalidade de dispositivo legal na via administrativa, mas tão somente que o referido dispositivo legal seja interpretado e aplicado corretamente ao caso em questão. Isso porque, continua a Recorrente, a norma faz menção aos conceitos de “imediato e direto” como pretendeu fazer crer a decisão recorrida, estabelecendo apenas duas exigências, quais sejam: (i) seja o produto decorrente do refino de petróleo; e (ii) possa ele ser classificado quimicamente como hidrocarboneto. É a síntese do necessário. Voto Conselheiro Salvador Cândido Brandão Junior O recurso voluntário é tempestivo e por atender os demais requisitos da legislação será conhecido. O presente julgamento se reflete em todos os demais processos listados abaixo, todos incluídos no mesmo auto de infração 16095.720242/201374, pois representam a mesma discussão de PER/DCOMP, alterandose apenas o período de apuração. Assim, apenas será preciso verificar, em cada um deles, se há algum período atingido por decadência: 16682.902792/201128 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902793/201172 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902794/201117 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902795/201161 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902796/201114 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902797/201151 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902798/201103 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902799/201140 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902800/201136 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902801/201181 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. 16682.902802/201125 RAIZEN COMBUSTIVEIS S.A. Fl. 166DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 163 9 Preliminarmente, afastase a possibilidade de suspensão do feito, nos termos do art. 265 do CPC/1973, pois o processo administrativo relativo ao auto de infração, nº 16095.720242/201374, encontrase em momento processual muito mais avançado, tendo já o julgamento de seu recurso voluntário já efetuado por esta colenda 1ª turma ordinária, inclusive, com julgamento de Recurso Especial interposto pela Recorrente na Câmara Superior, aguardandose, neste momento, o juízo de admissibilidade de embargos de declaração opostos pela Recorrente. Com isso, afastase a possibilidade de suspensão do feito, nem mesmo de conexão, pois, além de em fases processuais distintas, o mérito do processo relativo ao auto de infração já foi julgado. Quanto ao mérito, a controvérsia se restringe ao débito de IPI, em razão da realização de operações com produtos industrializados sem destaque na nota fiscal e classificados na NCM 2710.1992 e 2710.1999, com alíquota de 8%. Há também controvérsia sobre as glosas de crédito diante da falta de estorno na escrituração decorrente de aquisições das matérias primas, PI e ME aplicados nos produtos classificados nas posições 27.10.1931 e 2710. 1932, os quais possuem notação "NT" na TIPI. Creio correta a autuação fiscal e a decorrente não homologação dos PER/DCOMPs, em razão da constituição do débito do imposto (crédito tributário), em virtude da falta de destaque do imposto nos documentos fiscais que representam a realização de operações com produtos industrializados classificados na NCM 2710.1992 e 2710.1999, cuja alíquota na TIPI era de 8%. Quanto às glosas de crédito de MP e PI utilizados na industrialização de produtos com notação NT, de fato, há ausência de previsão legal pela manutenção dos créditos de insumos utilizados em produtos industrializados, mas com notação NT. No entanto, a discussão deveria ter sido baseada em categorias tributárias, e não o foi, nem mesmo pela Recorrente em sua impugnação. A própria DRJ em sua respeitável decisão, traz argumentos que poderiam ser a solução do caso, com um arrazoado acerca das hipóteses de utilização da notação NT na TIPI: i) para casos de não incidência pura e simples, pois diante de um produto in natura ou não industrializado; ii) para casos de não incidência em razão de uma regra de imunidade que retira a competência tributária para uma dada situação ou objeto; iii) não incidência no exercício da competência tributária, pois, embora diante de um produto industrializado, o legislador pretende não tributar por razões extrafiscais. Esta última hipótese de não incidência, a meu ver, tem natureza jurídica de isenção, sendo, portanto, possível a manutenção do crédito da não cumulatividade decorrentes das aquisições de MP, PI e ME, nos termos do art. 11 da Lei nº 9.779/1999. Porém, não há clareza nos autos sobre qual é a natureza da notação NT para os produtos classificados nas posições 27.10.1931 e 2710. 1932, já que a Recorrente fincouse no argumento de que tais produtos são NT porque são derivados de petróleo e, portanto, Fl. 167DF CARF MF 10 imunes, enquanto que a fiscalização e a d. DRJ, diante destes argumentos, afirmam que apenas na imunidade decorrente de exportação há possibilidade de manutenção dos créditos. Ressaltese, no entanto, que esta colenda 1ª Turma Ordinária já julgou, em 2016, o auto de infração que realizou a constituição dos débitos e as glosas de crédito, no autos do processo nº 16095.720242/201374, também concordando in totum com a fiscalização e com a r. decisão de piso, mantendose as glosas e os lançamentos do débito, apenas reconhecendo, de ofício, um período de decadência do direito de lançar (decisão mantida pela CSRF). Na CSRF, em sede de Embargos no Recurso Especial, a discussão resumese à possibilidade de rediscussão da matéria não impugnada em primeira instância administrativa, relativo à metodologia do cálculo das glosas. Como o mérito do auto de infração já foi julgado e por concordar com os termos do v. acórdão proferido por esta turma no julgamento do recurso voluntário do auto de infração, peço vênia para transcrever seus fundamentos para adotálos como fundamentos desta decisão: Produtos das Posições 2710.19.92 e 2710.19.99 da TIPI Como visto a primeira controvérsia a ser debatida é quanto ao lançamento do IPI em relação aos produtos da posição fiscal 2710.19.92 e 2710.19.99. A fiscalização afirma que esses produtos estão relacionados na TIPI Tabela do IPI com aplicação de alíquota positiva de 8%. Que são produzidos e revendidos pelo contribuinte sem o lançamento do imposto nas notas fiscais de venda. No caso os produtos de revenda são importados, tendo sido pago o IPI correspondente por ocasião da importação. A recorrente entende que são produtos derivados de petróleo abrangidos pela imunidade constitucional. Alega que a decisão recorrida incorre em equívoco ao sustentar que a questão discutida seria de cunho eminentemente constitucional. Nesse sentido sustenta que o próprio RIPI/2002, em seu § 3º do art. 18, é que determinava a não incidência do IPI sobre derivados de petróleo. Portanto a discussão não é de âmbito constitucional, mas de aplicação incorreta da lei pela fiscalização. Ressaltese que não há controvérsia sobre referida classificação fiscal. Entendo que nesse caso a razão está com a fiscalização e com a decisão recorrida. É que a sistemática de tributação do IPI é efetuada com base na TIPI, nos termos do art. 2º, parágrafo único, do RIPI/2002: Art. 2º O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI (Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, e Decretolei nº 34, de 18 de novembro de 1966, art. 1º). Fl. 168DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 164 11 Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (nãotributado) (Lei nº 10.451,de 10 de maio de 2002, art. 6º). A leitura do dispositivo acima transcrito não deixa margem de dúvidas. O campo de incidência do IPI foi determinado por lei que estabeleceu competência à TIPI para definir os produtos com incidência ou não do IPI e suas respectivas alíquotas. É de conhecimento primário que os produtos atingidos por imunidade constitucional estão fora do campo de incidência do imposto. Portanto, se os produtos da posição fiscal 2710.1992 e 2710.1999, estão listados na TIPI com alíquota positiva, o legislador infraconstitucional entendeu que eles não são destinatários daquela imunidade. Portanto, se da TIPI consta alíquota positiva, tal fato não é controverso, tratase de produto industrializado abrangido no campo de incidência do IPI. Entendo desnecessária toda a discussão travada a respeito se é ou não hidrocarboneto ou se é ou não um derivado de petróleo. Na verdade assim está descrita a dita imunidade na CF: Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (...) § 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001) Por sua vez, coube ao Regulamento do IPI, limitar o vastíssimo termo "derivados de petróleo". Assim o fez no art. 18, § 3º do Decreto nº 4.544/2002, nos seguintes termos: Art. 18. São imunes da incidência do imposto: (...) IV a energia elétrica, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País (Constituição, art. 155, § 3º). (...) § 3º Para fins do disposto no inciso IV, entendese como derivados do petróleo os produtos decorrentes da transformação do petróleo, por meio de conjunto Fl. 169DF CARF MF 12 de processos genericamente denominado refino ou refinação, classificados quimicamente como hidrocarbonetos. (...) Como já dito, essas normas estão tratando de produtos industrializados que estão fora do campo de incidência do IPI. Tratase de uma imunidade objetiva que alcança o produto independente de sua destinação ou de quem o fabrica. O instrumento legal utilizado pela legislação do IPI, para identificar os produtos que estão fora de seu campo de incidência é a TIPI, conforme determinação do parágrafo único do art. 2º do RIPI/2002, acima transcrito. Nesse sentido assim consta da TIPI, para o período abrangido pelo lançamento, aprovada pelo Decreto nº 6006/2006: NCM Descrição Alíquota (%) 2710.19.92 Líquidos para Transmissões Hidráulicas 8 2710.19.99 Outros 8 Ressaltese que em várias posições consta a expressão NT (Não Tributado) que são utilizados para designar os produtos que estão fora do campo de incidência do IPI, ou por imunidades constitucionais ou até mesmo por determinação legal como bem apontou a decisão recorrida. Aliás, peço licença para transcrever trecho da citada decisão que ilustra bem a questão dos produtos NT da TIPI: (...) Em análise da legislação aplicável à espécie, notadamente da TIPI, aprovada pelo Decreto nº 7.660/2011, e das Notas Explicativas do Sistema Harmonizado de Designação e de Codificação de Mercadorias – NESH, aprovada pela IN RFB nº 807/2008, verificase, de pronto, que há três “espécies” de bens que se encontram fora do campo de incidência do IPI, que podem ser descritos como seguem: a) Produtos naturais ou em bruto que, em razão de sua própria natureza, encontramse fora do campo de incidência do imposto, já que não sofreram qualquer processo de industrialização, tais como os animais vivos classificados no Capítulo 1 da TIPI. Tais produtos possuem notação NT. b) Produtos abrangidos pela imunidade. Aqui, encontramse produtos alcançados por: b.1) imunidade objetiva, tais quais os livros, classificados na posição 49.01 da TIPI e com notação NT; e b.2) imunidade condicionada, relacionada a duas hipóteses: produtos industrializados destinados à exportação e papel para impressão de livro, jornais e periódicos, os quais não possuem notação NT na TIPI. c) Produtos retirados do conceito de industrialização sob determinadas condições, os quais não possuem a notação NT na TIPI (v.g., não se considera industrialização o preparo de refrigerantes, à base de extrato concentrado, por meio de máquinas, automáticas ou não, em restaurantes, bares e estabelecimentos similares, para venda direta a consumidor, nos termos do art. 5º, § 2º, do Decreto Lei nº 1.686/1979). Fl. 170DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 165 13 d) Produtos que poderiam ser tributados pelo imposto, mas aos quais o legislador ordinário, por razões de ordem extrafiscal, optou por não tributar, tal qual a farinha de trigo da posição 1101.11.10. Tais produtos também possuem a notação NT na TIPI. Acerca do tema, Raymundo Clovis do Valle Cabral Mascarenhas, em sua obra “Tudo sobre IPI”, vol. 1, 3ª edição, págs. 18 e 19, também conclui: “A Tabela de incidência do IPI – TIPI relaciona todas as coisas existentes, objeto de comercialização, quer sejam produtos naturais ou industrializados. Os produtos naturais evidentemente estão seguidos da notação NT (que significa não tributado), por força da norma constitucional básica que estabelece a incidência do imposto somente sobre os produtos industrializados. Os produtos industrializados, assim considerados também os produtos naturais que tenham sofrido um processo mínimo de elaboração ou beneficiamento, poderão constar da TIPI seguidos da alíquota de incidência, ainda que zero, ou da notação NT. Podemos dividir os produtos relacionados na TIPI com a notação NT em três categorias: a) Produtos naturais (animais, vegetais e minerais) em estado bruto, sem que tenham passado por qualquer processo de elaboração, para os quais a União não tem competência para instituir (e cobrar) o IPI. Neste caso, não há que se falar em imunidade, mas em falta de autorização constitucional para que seja cobrado o imposto sobre tais produtos. (...) b) Produtos industrializados que, por determinação da Constituição, não possam ser alcançados pela incidência do imposto. São os produtos imunes ao IPI (...). c) Produtos industrializados que o legislador ordinário não quis tributar. (...).” Deriva das constatações acima que nem todos os bens com notação NT na TIPI são “produtos naturais ou em bruto” ou “produtos imunes”. Logo, não é da simples notação utilizada pelo legislador ordinário que se poderá concluir, a priori, qual a natureza do bem ou produto, posto que, reafirmese, a referida notação não se encontra reservada exclusivamente a “produtos da natureza” ou “produtos imunes”. (...) Essa sistemática faz todo sentido na aplicação da legislação atinente ao IPI e também ao II. A imensa vastidão de produtos industrializados justifica a adoção da classificação dos produtos na NCM e a correspondente adoção da TIPI para determinar a incidência ou não de referidos tributos. No Fl. 171DF CARF MF 14 caso a fiscalização está vinculada sim à aplicação das alíquotas previstas na TIPI. Entender que essas alíquotas não obedecem o preceito constitucional da imunidade tributária aos derivados de petróleo, significa negar validade à TIPI que foi aprovada por Decreto do Poder Executivo. Ou seja, significa sim afastar a aplicação da Lei por eventual inconstitucionalidade. Se a tese do recorrente estiver correta, não acho que seja o caso, teríamos que declarar a inconstitucionalidade do decreto que aprovou a TIPI, situação não permitida aos julgadores do processo administrativo, nos termos da Súmula CARF nº 2 e art. 26 A do Decreto nº 70.235/72. “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)” Portanto nego provimento ao recurso voluntário nessa matéria. Crédito de Insumos Utilizados em Produtos NãoTributados A outra matéria controversa é quanto ao aproveitamento de crédito de IPI em relação à aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem quando destinados à industrialização de produtos não tributados ou imunes. Nessa questão o recurso voluntário repetiu exatamente os mesmos argumentos de sua impugnação. Não combateu, portanto, especificamente as razões de decidir utilizada na decisão recorrida. Por essa razão e por concordar com aquela decisão, utilizoa como fundamento para negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do § 1º do art. 50 da Lei nº 9.784/99. Assim transcrevo abaixo a parte do voto daquela decisão: (...) Sustenta o impugnante o direito à apropriação de créditos relativos à aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem quando destinados à industrialização de produtos não tributados ou imunes. É patente, contudo, a ausência de autorização normativa para o aproveitamento de créditos decorrentes da nãocumulatividade do IPI quando se trate da industrialização de produtos NT, aí incluídos os imunes. Nesse sentido, até o ano de 1998, a regra geral era no sentido da anulação do crédito relativo a insumos tributados utilizados na industrialização de produtos desonerados do imposto. Por tal razão, encontravase gravado no art. 174 do então vigente RIPI/1998: “Art. 174. Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do imposto (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 25, § 3º, Decretolei n.º 34, de 1966, art. 2º, alteração 8ª, e Lei n.º 7.798, de 1989, art. 12): I relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, que tenham sido: a) empregados na industrialização, ainda que para acondicionamento, de produtos isentos, não Fl. 172DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 166 15 tributados ou que tenham suas alíquotas reduzidas a zero, respeitadas as ressalvas admitidas;” Como exceção à regra, o vigente DecretoLei n° 491/1969, em seu art. 5° (restabelecido pelo art. 1º, II, da Lei nº 8.402/1992), prescrevia e prescreve: “Art. 5º É assegurada a manutenção e utilização do crédito do IPI relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem efetivamente utilizados na industrialização dos produtos exportados (restabelecido pelo art. 1° da Lei Ordinária n°8.402/1992). Conforme já explicitado, o referido dispositivo constitui exceção legal ao regramento da operacionalização do principio da nãocumulatividade. Por sua vez, o art. 11 da Lei n.º 9.779, de 11/01/1999, trouxe inovação na legislação do IPI, nos seguintes termos: “Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, do Ministério da Fazenda.” A partir da vigência de tal disposição normativa (a qual ampliou as hipóteses de utilização e aproveitamento dos créditos e saldos credores do imposto), tornou se possível a utilização dos créditos decorrentes da aquisição de produtos isentos e alíquota zero (produtos os quais, frisese, encontramse inclusos no campo de incidência do IPI). Foi mantida, porque não revogada, a exceção relativa a produtos exportados, os quais, não obstante haverem sido excluídos do campo de incidência do imposto pelo art. 153, § 3º, III, da Constituição Federal de 1988, obtiveram o favor fiscal de manutenção e utilização dos créditos correspondentes. Por decorrência, a IN SRF nº 33/1999 assim dispôs: “Art. 1º A apuração e a utilização de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, inclusive em relação ao saldo credor a que se refere o art. 11 da Lei n.º 9.779, de 1999, darseá de conformidade com esta Instrução Normativa. (...) Art. 4º O direito ao aproveitamento, nas condições estabelecidas no art. 11 da Lei no 9.779, de 1999, do saldo credor do IPI decorrente da aquisição de MP, PI e ME aplicados na industrialização de produtos, inclusive imunes, isentos ou tributados à Fl. 173DF CARF MF 16 alíquota zero, alcança, exclusivamente, os insumos recebidos no estabelecimento industrial ou equiparado a partir de 1º de janeiro de 1999.” Por sua vez, o Decreto nº 4.544/2002 – RIPI/2002 passou a dispor, em perfeita correspondência para com as disposições legais vigentes: “Art. 176. É admitido o crédito do imposto relativo às MP, PI e ME adquiridos para emprego na industrialização de produtos destinados à exportação para o exterior, saídos com imunidade (Decretolei n.º 491, de 1969, art. 5.º, e Lei n.º 8.402, de 1992, art. 1.º, inciso II). (...) Art. 190. (...) § 1.º Não deverão ser escriturados créditos relativos a MP, PI e ME que, sabidamente, se destinem a emprego na industrialização de produtos não tributados, ou saídos com suspensão cujo estorno seja determinado por disposição legal. (...) Art. 193. Será anulado, mediante estorno na escrita fiscal, o crédito do imposto (Lei n.º 4.502, de 1964, art. 25, § 3.º, Decretolei n.º 34, de 1966, art. 2.º, alteração 8.ª, Lei n.º 7.798, de 1989, art. 12, e Lei n.º 9.779, de 1999, art. 11): I relativo a MP, PI e ME , que tenham sido: a) empregados na industrialização, ainda que para acondicionamento, de produtos nãotributados; (...) § 2.º O disposto na alínea a do inciso I aplicase, inclusive, a produtos destinados ao exterior. (...) Art. 195. Os créditos do imposto escriturados pelos estabelecimentos industriais, ou equiparados a industrial, serão utilizados mediante dedução do imposto devido pelas saídas de produtos dos mesmos estabelecimentos (Constituição, art. 153, § 3º, inciso II, e Lei nº 5.172, de 1966, art. 49). § 1º Quando, do confronto dos débitos e créditos, num período de apuração do imposto, resultar saldo credor, será este transferido para o período seguinte, observado o disposto no § 2º (Lei nº 5.172, de 1996, art. 49, parágrafo único, e Lei nº 9.779, de 1999, art. 11). § 2º O saldo credor de que trata o § 1º, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de Fl. 174DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 167 17 aquisição de MP, PI e ME, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero ou imunes, que o contribuinte não puder deduzir do imposto devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 207 a 209, observadas as normas expedidas pela SRF (Lei nº 9.779, de 1999, art. 11).” Desta feita, resulta suficientemente óbvio que a disposições normativas constantes da IN SRF nº 33/1999 e do RIPI/2002, no sentido de que, a partir de 01/01/1999, os estabelecimentos industriais passaram a ter direito ao crédito do IPI relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem empregados na industrialização de produtos, inclusive imunes, isentos e tributados à alíquota zero, continuaram excluindo os produtos nãotributados, cujos créditos correspondentes devem ser estornados, posto que tais disposições, como assinala o próprio impugnante, não poderiam ou podem inovar o conteúdo das leis que lhes servem de suporte, as quais não autorizam o crédito relativo a MP, PI e ME empregados na industrialização de produtos nãotributados. Ou seja, os produtos imunes a que se referem a IN SRF nº 33/1999 e o RIPI/2002, limitase àqueles imunes porque destinados à exportação (inciso III do §3° do art. 153 da CF/1988). Tratase, pois, da imunidade condicionada à exportação, que encontra exceção legal à regra geral de anulação do crédito relativo a insumos tributados utilizados na industrialização de produtos desonerados do imposto, nos termos do art. 5° do DecretoLei nº 491/1969. Logo, não houve a extensão do beneficio, sem base legal, para os produtos alcançados por imunidade objetiva, como é o caso da energia elétrica, derivados de petróleo, minerais etc., excluídos do campo de incidência do IPI e, portanto, não tributados, nos termos da limitação constitucional. Não se está diante, assim, de interpretação extensiva da lei, inclusive em razão da constatação de que careceria de validade a disposição infralegal que extrapolasse o conteúdo da lei respectiva, conforme já referido. Finalmente, em 18/04/2006, foi publicado o Ato Declaratório Interpretativo n.º 5, de 17/04/2006, como segue: “Art. 1.º Os produtos a que se refere o art. 4.º da Instrução Normativa SRF n.º 33, de 4 de março de 1999, são aqueles aos quais a legislação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) garante o direito à manutenção e utilização dos créditos. Art. 2.º O disposto no art. 11 da Lei n.º 9.779, de 11 de janeiro de 1999, no art. 5.º do Decretolei n.º 491, de 5 de março de 1969, e no art. 4.º da Instrução Normativa SRF n.º 33, de 4 de março de 1999, não se aplica aos produtos: I com a notação "NT" (nãotributados, a exemplo dos produtos naturais ou em bruto) na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Fl. 175DF CARF MF 18 Industrializados (Tipi), aprovada pelo Decreto n.º 4.542, de 26 de dezembro de 2002; II amparados por imunidade; III excluídos do conceito de industrialização por força do disposto no art. 5.º do Decreto n.º 4.544, de 26 de dezembro de 2002 Regulamento do Imposto sobre Produtos Industrializados (Ripi). Parágrafo único. Excetuamse do disposto no inciso II os produtos tributados na Tipi que estejam amparados pela imunidade em decorrência de exportação para o exterior.” Em face das constatações anteriormente consignadas, resulta evidente que o Ato Declaratório Interpretativo nº 5, de 17/04/2006, ao referir que o disposto nas respectivas leis de incidência não se aplica aos produtos com a notação NT, amparados por imunidade e excluídos do conceito de industrialização, nada mais fez que elucidar que inexiste disposição legal que assegure o direito à manutenção do crédito de IPI quando o produto industrializado é imune (objetivamente) e, portanto, não tributado (uma vez que se encontra fora do campo de incidência do imposto). Em outros dizeres, o referido Ato Declaratório não inovou a ordem jurídica nem representou mudança de critério jurídico, haja vista que apenas explicitou o já contido na legislação tributária. No mais, reafirmese que as alegações acerca da (inexistente) inconstitucionalidade ou ilegalidade dos preceitos normativos em tela não podem ser opostas ao julgador administrativo. (...) Além disso referido tema já se encontra pacificado no Poder Judiciário. O Supremo Tribunal Federal através de seu Plenário, já teve a oportunidade de se pronunciar sobre a temática dos insumos tributados seguidos de saída desonerada, como constante no resultado do julgamento do Recurso Extraordinário 475.551/PR (DJe de 13/11/2009), assim ementado: “IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI. INSUMOS OU MATÉRIAS PRIMAS TRIBUTADOS. SAÍDA ISENTA OU SUJEITA À ALÍQUOTA ZERO. ART. 153, §3°, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ART. 11 DA LEI N. 9779/99. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. DIREITO AO CREDITAMENTO: INEXISTÊNCIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. Direito ao creditamento do montante de Imposto sobre Produtos Industrializados pago na aquisição de insumos ou matérias primas tributados e utilizados na industrialização de produtos cuja saída do estabelecimento industrial é isenta ou sujeita à alíquota zero. 2. A compensação prevista na Constituição da República, para fins da não cumulatividade, depende do cotejo de valores apurados entre o que foi cobrado na entrada e o que foi devido na saída: Fl. 176DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 168 19 o crédito do adquirente se dará em função do montante cobrado do vendedor do insumo e o débito do adquirente existirá quando o produto industrializado é vendido a terceiro, dentro da cadeia produtiva. 3. Embora a isenção e a alíquota zero tenham naturezas jurídicas diferentes, a conseqüência é a mesma, em razão da desoneração do tributo. 4. O regime constitucional do Imposto sobre Produtos Industrializados determina a compensação do que for devido em cada operação com o montante cobrado nas operações anteriores, esta a substância jurídica do princípio da não cumulatividade, não aperfeiçoada quando não houver produto onerado na saída, pois o ciclo não se completa. 5.Com o advento do art. 11 da Lei n. 9779/99 é que o regime jurídico do Imposto sobre Produtos Industrializados se completou, apenas a partir do início de sua vigência se tendo o direito ao crédito tributário decorrente da aquisição de insumos ou matérias primas tributadas e utilizadas na industrialização de produtos isentos ou submetidos à alíquota zero. Recurso extraordinário provido” (g.n.) Em consonância com esse entendimento, o Superior Tribunal de Justiça – STJ já havia decidido, nos autos do RESP nº 1.015.855/SP (DJe de 30/04/2008), que os casos de produtos com notação NT e imunes estão fora do alcance do previsto no art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999. Confirase: “TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. IPI. PRETENSÃO DE APROVEITAMENTO DE VALOR PAGO NA AQUISIÇÃO DE MATÉRIAS PRIMAS, INSUMOS E MATERIAIS DE EMBALAGENS EMPREGADOS NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE PRODUTOS ISENTOS, IMUNES, NÃO TRIBUTADOS OU SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO. PREVISÃO LEGAL QUE CONTEMPLA SOMENTE OS PRODUTOS FINAIS ISENTOS OU TRIBUTADOS À ALÍQUOTA ZERO. ART. 11 DA LEI 9.779/99. CONCESSÃO DE BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE ESTRITA. ARTS. 150, I, CF/88 E 97 DO CTN. INTERPRETAÇÃO LITERAL. ART. 111 DO CTN. ART. 49 DO CTN E ART. 153, IV, § 3o, DA CF/88. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO. PRESCRIÇÃO QÜINQÜENAL. DL 20.910/32. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS. INCIDÊNCIA. Fl. 177DF CARF MF 20 (...) 4. O art. 11 da Lei 9.779/99 prevê duas hipóteses para o creditamento do IPI: quando o produto final for isento ou tributado à alíquota zero. Os casos de não tributação e imunidade estão fora do alcance da norma, sendo vedada a sua interpretação extensiva. 5. O princípio da legalidade, insculpido no texto constitucional, exalta que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (art. 5o, II). No campo tributário significa que nenhum tributo pode ser criado, extinto, aumentado ou reduzido sem que o seja por lei (art. 150, I, CF/88 e 97 do CTN). É o princípio da legalidade estrita. Igual pensamento pode ser atribuído a benefício concedido ao contribuinte, como no presente caso. Não estando inscrito na regra beneficiadora que na saída dos produtos não tributados ou imunes podem ser aproveitados os créditos de IPI recolhidos na etapa antecessora, não se reconhece o direito do contribuinte nesse aspecto, sob pena de ser atribuída eficácia extensiva ao comando legal. (g.n.) A decisão recorrida, portanto, além de afinada com esse entendimento, está sintonizada com a jurisprudência iterativa desta Corte Administrativa. Exemplificativamente: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 CRÉDITO DE IPI. INSUMOS UTILIZADOS NA INDUSTRILIZAÇÃO DE PRODUTOS IMUNES EM RAZÃO DO ART. 150, INCISO III, alínea “d” da CF. IMPOSSIBILIDADE DE CRÉDITO. Não gera crédito de IPI a aquisição de insumos utilizados na industrialização de produtos cuja imunidade decorra do art. 150, inciso III, alínea “d” da Constituição Federal. A previsão para manutenção dos créditos previsto no art. 11, da Lei nº 9.779/99, alcança exclusivamente aqueles insumos utilizados na industrialização de produtos isentos, tributados à alíquota zero e imunes, caso a imunidade decorrer da exportação. (Acórdão nº 3201002.096 de 15/03/2016. Processo 11050.001316/200210). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 IPI. IMUNIDADE. DERIVADOS DE PETRÓLEO. Fl. 178DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 169 21 Não podem ser escriturados créditos relativos a matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem que se destinem a emprego na industrialização de produtos não tributados, inclusive quando se trate de produtos alcançados por imunidade objetiva.Aplicação da Súmula CARF n. 20. (Acórdão nº 3201001.866 de 28/01/2015. Processo nº 16682.720026/201228). Não bastasse isso essa matéria também é objeto da Súmula CARF nº 20, a qual vincula os julgadores desse colegiado. Súmula CARF nº 20: Não há direito aos créditos de IPI em relação às aquisições de insumos aplicados na fabricação de produtos classificados na TIPI como NT. Portanto nego provimento ao recurso voluntário também nessa matéria. Matérias Preclusas As duas matérias acima enfrentadas foram as únicas objeto da impugnação. Conforme relatado, o contribuinte em seu recurso voluntário apresentou matéria não impugnada a partir do item III.3 "DO ERRO DE APURAÇÃO DOS CRÉDITOS GLOSADOS". Nesse tópico o recorrente afirma que houve erros na metodologia de apuração da base de cálculo do IPI, sendo que, em nome do princípio da verdade material, não há que se falar em preclusão, citando jurisprudência do CARF e pedindo o conhecimento e acatamento do seu recurso voluntário. Pugna pela realização de diligência para confirmação dos erros apontados. Posteriormente, em 08/07/2015, cerca de um ano após a apresentação do recurso voluntário, o contribuinte apresentou o requerimento de efls. 617/627, por meio do qual inova praticamente todos os argumentos de defesa apresentando laudo técnico no qual apontaria uma série de erros na apuração do auto de infração, inclusive decadência parcial do lançamento. A possibilidade de conhecimento e apreciação dessas novas teses deve ser avaliada à luz dos princípios que regem o Processo Administrativo Fiscal, o Decreto n.º 70.235, de 6 de março de 1972 – PAF, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. (...) Art. 16. A impugnação mencionará: Fl. 179DF CARF MF 22 (...) III – os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei no 9.532, de 1997): b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997); c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997). Os textos legais acima colacionados são muito claros. A fase litigiosa somente se instaura se a matéria for expressamente contestada e seus argumentos submetidos à primeira instância, determinando os limites do litígio. Todas essas novas questões não tendo sido apontadas na impugnação, impedem o seu conhecimento por essa turma julgadora. Concluise que, não tendo sido objeto de impugnação, carece competência à autoridade de segunda instância para dela tomar conhecimento em sede de recurso voluntário. O direito da parte à produção de provas posteriores, até o momento da decisão administrativa comporta graduação, a critério da autoridade julgadora, com fulcro em seu juízo de valor acerca da utilidade e da necessidade, de modo a assegurar o equilíbrio entre a celeridade, a oficialidade, a segurança indispensável, a ampla defesa e a verdade material, para a consecução dos fins processuais. (A Prova no Processo Tributário, Coord. NEDER, Marcos Vinícius e outros – São Paulo : Dialética, 2010, p. 34 a 51) Tenho entendimento que determinados elementos possam ser sim apreciados, quando apresentados a destempo, afastando a preclusão em alguns casos excepcionais, os quais indicam trataremse daqueles que se referem a fatos notórios ou incontroversos, sobretudo em relação a documentos que permitem o rápido convencimento do julgador. O afastamento da preclusão em privilégio da verdade material pode se dar apenas diante de prova que se mostre inconteste para o julgador. Fl. 180DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 170 23 Não entendo que esse seja o caso dos autos. A matéria inovada no contexto do recurso voluntário, além de não apresentar qualquer demonstrativo está totalmente desacompanhada de elementos de prova, tanto é que o recorrente solicita a realização de diligências para sua comprovação. Quanto ao laudo técnico apresentado pelo contribuinte, cerca de um ano após a apresentação do recurso voluntário, embora elaborado com refinamento técnico não pode ser objeto de conhecimento por essa turma dada a sua clara intempestividade. Notório verificar que para confirmação dos elementos apresentados no laudo técnico, seria necessária a realização de diligência o que por si só afasta o caráter de prova incontestável. Nesse sentido, para contrapor a vasta jurisprudência apresentada pelo contribuinte que em tese, lhe seria favorável, transcrevo abaixo decisão da CSRF a respeito do acolhimento de provas após a impugnação: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 PRECLUSÃO APRESENTAÇÃO DE PROVA DOCUMENTAL RATEIO DE CUSTOS. Em que pese o princípio do formalismo moderado que informa o processo administrativo fiscal, não é razoável, depois da impugnação, a reabertura de oportunidade ao sujeito passivo para trazer a prova quando, sem qualquer justificativa aceitável, ele deixou de fazêlo em duas oportunidades anteriores (no curso da fiscalização e com a impugnação). Contudo, se aspectos específicos da prova a ser produzida demonstram que ela não se realizaria mediante a apresentação de planilhas e demonstrativos, e se os documentos trazidos posteriormente são suficientes a formação da convicção do julgador, não demandando diligências, o sopesamento dos princípios da verdade material, do formalismo moderado e do princípio finalístico do processo justificam o acolhimento das provas.(Acórdão nº 9101002.114, de 24/02/2015, da 1ª Turma da CSRF Processo nº 19740.000090/200605). Veja que embora tenha havido o acolhimento das provas, exaltouse o seu caráter de excepcionalidade. No presente caso a situação é ainda mais extrema, pois não estamos falando unicamente de provas, mas de novas matérias de defesa que sequer foram aduzidas na impugnação e a maior parte delas nem no recurso voluntário, somente em laudo técnico, o qual foi apresentado cerca de um ano após a apresentação do recurso voluntário. Assim, entendo que não estamos diante de um caso de excepcionalidade em que a norma processual deva ser abrandada em nome dos Fl. 181DF CARF MF 24 princípios da verdade material e do formalismo moderado que instruem o processo administrativo fiscal. O contribuinte nem sequer demonstrou qualquer impossibilidade ou justificativa plausível para que não tivesse submetido todas essas matérias em sua impugnação. Decadência Reconhecimento de Ofício Muito embora o contribuinte não tenha suscitado a decadência nem em sua impugnação e nem no recurso voluntário, entendo ser ela uma questão de ordem cogente, de análise obrigatória pelas autoridades lançadoras e julgadoras, e, em razão disto, analiso de ofício a questão decadencial no presente lançamento. Neste sentido transcrevo abaixo o art. 150 do CTN. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação.(grifei) De acordo com este dispositivo do CTN, se houver antecipação do pagamento, e não ocorrendo as situações de dolo, fraude ou simulação, o prazo para a fazenda pública efetuar o lançamento decai em cinco anos contados do fato gerador. O presente auto de infração foi cientificado ao contribuinte em 20/12/2013, fl. 245, e abrangeu fatos geradores desde janeiro/2008. Assim, na regra do § 4º do art. 150 do CTN, acima transcrito, com a antecipação do pagamento, só poderiam ser objetos de lançamento os fatos geradores ocorridos de dezembro/2008 em diante. No presente processo não constam provas de que tenha havido recolhimentos do IPI no período de 2008, porém na planilha de reconstituição da escrita fiscal do IPI, fl. 267, consta a informação da existência de créditos escriturais do IPI, os quais são considerados pagamentos para fins da legislação do IPI. Confira o disposto no art. 124 do RIPI/2002: Art. 124. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lançamento por homologação, aperfeiçoamse com o pagamento do imposto ou com a compensação do mesmo, nos termos dos arts. 207 e 208 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofício da autoridade administrativa (Lei nº 5.172, de 1966, Fl. 182DF CARF MF Processo nº 16682.902796/201114 Acórdão n.º 3301005.848 S3C3T1 Fl. 171 25 art. 150 e § 1º, Lei nº 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, e Medida Provisória nº 66, de 2002, art. 49). Parágrafo único. Considerase pagamento: I o recolhimento do saldo devedor, após serem deduzidos os créditos admitidos dos débitos, no período de apuração do imposto; II o recolhimento do imposto não sujeito a apuração por períodos, haja ou não créditos a deduzir; ou III a dedução dos débitos, no período de apuração do imposto, dos créditos admitidos, sem resultar saldo a recolher. Portanto, como houve antecipação de pagamentos, representados pela existência de créditos escriturais reconhecidos pela fiscalização, e não há acusação de dolo, fraude ou simulação, há que se reconhecer que para o presente caso, o prazo decadencial deve ser contado em cinco anos da ocorrência do fato gerador. Como o lançamento foi cientificado ao contribuinte em 20/12/2013, a fazenda pública somente poderia lançar no presente caso os fatos geradores ocorridos até 21/12/2008. Portanto há que se reconhecer o transcurso do prazo decadencial relativo aos fatos geradores de 01/2008 a 11/2008. Não foram atingidos pela decadência os períodos lançados a partir de 12/2008, pois para este mês o fato gerador mensal deuse em 31/12/2008. Conclusão Isto posto, conheço do recurso voluntário para lhe dar parcial provimento, reconhecendose decadência para os fatos geradores ocorridos entre 01/2008 até 11/2008. Salvador Cândido Brandão Junior Relator Fl. 183DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10855.001516/2005-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/09/1995 a 28/02/1999
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL.
De acordo com a Súmula CARF nº 91, de efeito vinculante em toda a Administração Tributária, ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 09 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplica-se o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária ao processo administrativo tributário, determina, em seu art. 373, inciso I, que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito.
O pedido de restituição ou compensação apresentado desacompanhado de provas deve ser indeferido.
Numero da decisão: 3401-006.152
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente.
(assinado digitalmente)
Lázaro Antônio Souza Soares - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, Rodolfo Tsuboi (Suplente convocado), Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente).
Nome do relator: LAZARO ANTONIO SOUZA SOARES
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PRAZO PRESCRICIONAL. De acordo com a Súmula CARF nº 91, de efeito vinculante em toda a Administração Tributária, ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 09 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária ao processo administrativo tributário, determina, em seu art. 373, inciso I, que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. O pedido de restituição ou compensação apresentado desacompanhado de provas deve ser indeferido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente. (assinado digitalmente) Lázaro Antônio Souza Soares Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Mara Cristina Sifuentes, Tiago Guerra Machado, Lazaro Antônio Souza Soares, Rodolfo Tsuboi (Suplente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 15 16 /2 00 5- 97 Fl. 498DF CARF MF Processo nº 10855.001516/200597 Acórdão n.º 3401006.152 S3C4T1 Fl. 499 2 convocado), Carlos Henrique de Seixas Pantarolli, Oswaldo Gonçalves de Castro Neto, Leonardo Ogassawara de Araújo Branco e Rosaldo Trevisan (Presidente). Relatório 1. Trata o presente processo, formalizado em 08/06/2005, de pedido de restituição de valor supostamente pago indevidamente, a título de PIS, sob código de receita 8109, relativamente ao período de apuração entre setembro de 1995 até fevereiro de 1999, no montante de R$3.078,321,34, crédito esse consolidado em maio/2005 com base na taxa SELIC, consoante "Pedido de Restituição", às fls. 02/08, planilha de cálculos, à fl. 09, e cópia dos DARFs, às fls. 65/82. 2. A base para o entendimento do contribuinte de que teria feito um recolhimento a maior é a inconstitucionalidade da retroatividade do fato gerador do PIS à data de 01/10/95, prevista no art. 18 da Lei 9.715, publicada em 25/11/98. A declaração de inconstitucionalidade teria sido sentenciada pelo Supremo Tribunal Federal — STF, em 24/06/2003, no Recurso Extraordinário n° 148.754/RJ, no julgamento da ADIN 14170. 3. Alega que a declaração de inconstitucionalidade proferida pelo STF suscitou a publicação, por parte do Senado Federal, da Resolução n° 49, de 09/10/1995, determinando a suspensão da execução dos Decretosleis nº 2.445/88 e 2.449/88, nos seguintes termos: A retroatividade do fato gerador do PIS â 01/10/95, prevista no artigo 18 da Lei 9.715/98, publicada em 25/11/98 foi considerada inconstitucional de acordo com a decisão unânime do STF na Ação Direta de Inconstitucionalidade n.° 14170, no plenário de 02/08/99, cuja ata n° 21/99 foi publicada no DJ extraordinário de 13/08/99, que circulou em 16/08/99, sendo já oficiado o Congresso Nacional e a Presidência da República, conforme movimentação processual. Não se trata de um julgamento vinculado, mas de uma decisão de inconstitucionalidade do artigo 17 da MP 1325/96, 1212/95, 1249/95, 1286/96 e posteriores reedições, que culminaram na Lei 9.715/98 (artigo 18). A MP 1212/95 e suas diversas republicações teve o objetivo de normatizar o PIS após a inconstitucionalidade dos Decretos Lei 2.445/88 e 2.449/88, cujo o efeito "erga omnes" foi determinado pela Resolução do Senado 49/95, passando a valer, então, para empresas prestadoras de serviço, a Lei Complementar 7/70. 4. A DRF Sorocaba (DRFSOR), através do Despacho Decisório nº 132/2008, às fls. 348/350, emitido em 26/02/2008, negou o pedido de restituição, com base no fundamento de que já havia decorrido o prazo decadencial de 05 anos do prazo para o contribuinte pleitear a restituição, uma vez que o Pedido de Restituição foi requerido em 08/06/2005, referente a pagamentos efetuados até 15/04/1999. 5. Irresignado com esta decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade em 09/04/2008, às fls. 393/417, alegando que, de acordo com entendimento Fl. 499DF CARF MF Processo nº 10855.001516/200597 Acórdão n.º 3401006.152 S3C4T1 Fl. 500 3 pacífico do Superior Tribunal de Justiça, o prazo para pleitear a restituição, que é de cinco anos, começa a contar somente após os cinco anos da homologação tácita, perfazendo o total de dez anos. 6. A 4ª Turma da DRJRibeirão Preto (DRJRPO), em sessão datada de 07/07/2011, decidiu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a Manifestação de Inconformidade. Foi exarado o Acórdão nº 1434.427, às fls. 448/454, assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1995 a 28/02/1999 RESTITUIÇÃO. COMPROVAÇÃO. A restituição de indébito fiscal relativo ao PIS está condicionada à comprovação da certeza e liquidez do respectivo indébito. PIS. ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. Em cumprimento ao princípio constitucional da anterioridade nonagesimal, as alterações introduzidas pela Medida Provisória n° 1.212, de 1995 e suas reedições, somente terão eficácia a partir do período de apuração de março de 1996. COMPENSAÇÃO. PIS. INDEFERIMENTO. DECADÊNCIA. O direito de pleitear a restituição/compensação extinguese com o decurso do prazo de cinco anos contados da data de extinção do crédito tributário, assim entendido o pagamento antecipado, nos casos de lançamento por homologação. MEDIDAS PROVISÓRIAS. REEDIÇÕES. PRAZO. OBSERVÂNCIA. O termo inicial para contagem do prazo constitucional de 30 dias para reedição de Medida Provisória é o de sua publicação, iniciandose sua contagem a partir do dia seguinte. 7. O contribuinte, tendo tomado ciência do Acórdão da DRJRPO em 26/08/2011 (conforme AR a fl. 456), apresentou Recurso Voluntário contra a decisão em 23/09/2011, às fls. 457/466, no qual, basicamente, repetiu os mesmos argumentos da Manifestação de Inconformidade. 8. É o relatório. Voto Conselheiro Lázaro Antônio Souza Soares, Relator. 9. O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche as demais condições de admissibilidade, por isso dele tomo conhecimento. Fl. 500DF CARF MF Processo nº 10855.001516/200597 Acórdão n.º 3401006.152 S3C4T1 Fl. 501 4 10. Em relação à alegação de prescrição do direito de pleitear restituição de tributo pago de forma indevida ou a maior, entendo que assiste razão ao recorrente. Com efeito, esta alegação fundamenta o Despacho Decisório e a decisão da DRJ, mas deve ser afastada, com base na Súmula CARF nº 91: Ao pedido de restituição pleiteado administrativamente antes de 9 de junho de 2005, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, aplicase o prazo prescricional de 10 (dez) anos, contado do fato gerador. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). 11. Superada esta questão preliminar, devese analisar, agora, o mérito do pedido. Conforme esclarecido nos autos, a Recorrente alega em seu favor a ocorrência de suposta vacatio legis em face da declaração de inconstitucionalidade da expressão "aplicandose aos fatos geradores ocorridos a partir de 1° de outubro de 1995", constante no art. 18 da Lei n° 9.715/98 (conversão da Medida Provisória nº 1.212/95), exarada pelo Supremo Tribunal Federal. Ocorre que, a meu ver, o entendimento da Recorrente a respeito dos efeitos da citada declaração de inconstitucionalidade está equivocado. Vejamos. 12. A Ação Direta de Inconstitucionalidade 14170 e a respectiva declaração de inconstitucionalidade dela resultante atingiu somente o dispositivo que tratava dos efeitos retroativos das disposições constantes da Medida Provisória nº 1.212/95, convertida na Lei nº 9.715/98, que pretendia a aplicação de suas disposições aos fatos geradores ocorridos a partir de 01/10/95. É pacífico em nossos tribunais superiores que a decisão do STF conferiu validade e aplicabilidade à Medida Provisória nº 1.212/95 após transcorrido o prazo de 90 dias de sua publicação. É o que verificamos da análise do julgamento do Recurso Especial 329.691, pelo Superior Tribunal de Justiça, no qual foi relator o Ministro Luiz Fux, e cuja publicação da decisão se deu em 29/04/2002, verbis: CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. COBRANÇA DO PIS. ALTERAÇÃO DA ALÍQUOTA E BASE DE CÁLCULO. DESNECESSIDADE DE LEI COMPLEMENTAR. MEDIDA PROVISÓRIA 1212/95 E SUCESSIVAS REEDIÇÕES. CONSTITUCIONALIDADE. PRAZO NONAGESIMAL. A Lei Complementar nº 07/70 tem status de lei ordinária, podendo ser alterada por medida provisória, que tem força de lei. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que medida provisória é instrumento legislativo passível de reedição e idôneo para instituir e modificar tributos. O prazo de noventa dias de que trata o § 6º, do art. 195, da CF deve ser contado a partir da publicação da primeira edição da Medida Provisória 1212/95, hoje convertida na Lei nº 9715/98. Recurso improvido. 13. Portanto, é incorreto o entendimento da Recorrente, de que não existiria previsão legal para a cobrança do PIS no período em questão. A jurisprudência reconheceu, e consolidou, a constitucionalidade das alterações normativas estabelecidas pela Fl. 501DF CARF MF Processo nº 10855.001516/200597 Acórdão n.º 3401006.152 S3C4T1 Fl. 502 5 Medida Provisória nº 1.212/95, com única ressalva em relação à data de início de sua validade – em razão da decisão do STJ – que foi firmada em 01/03/1996. 14. Acontece que, declarada a inconstitucionalidade da Medida Provisória conforme acima assinalado, tevese restaurada a eficácia da norma anterior, qual seja, a Lei Complementar nº 07/1970, que se encontrava vigente antes da edição da MP. Neste sentido, a Instrução Normativa SRF nº 6, de 19/01/2000: IN SRF nº 6, de 19 de janeiro de 2000 Veda a constituição de crédito tributário e determina o cancelamento de lançamento baseado na aplicação do disposto na Medida Provisória nº 1.212, de 1995 a fatos geradores ocorridos no período compreendido entre 1º de outubro de 1995 e 29 de fevereiro de 1996. O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL, no uso de suas atribuições e tendo em vista que o Supremo Tribunal Federal, no julgamento do Recurso Extraordinário nº 232.8963PA, declarou a inconstitucionalidade do art. 15, in fine, da Medida Provisória nº 1.212, de 28 de novembro de 1995, e suas reedições, e do art. 18, in fine, da Lei nº 9.715, de 25 de novembro de 1998, e, finalmente, considerando o que determina o art. 4º do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997, resolve: Art. 1º Fica vedada a constituição de crédito tributário referente à contribuição para o PIS/PASEP, baseado nas alterações introduzidas pela Medida Provisória nº 1.212, de 1995, no período compreendido entre 1º de outubro de 1995 e 29 de fevereiro de 1996, inclusive. Parágrafo único. Aos fatos geradores ocorridos no período compreendido entre 1º de outubro de 1995 e 29 de fevereiro de 1996 aplicase o disposto na Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e nº 8, de 3 de dezembro de 1970. Art. 2º Os Delegados e Inspetores da Receita Federal deverão rever, de ofício, os lançamentos referentes à matéria mencionada no artigo anterior, para fins de alterar, total ou parcialmente, o respectivo crédito tributário. Art. 3º Os Delegados da Receita Federal de Julgamento subtrairão a aplicação do disposto na Medida Provisória nº 1.212, de 1995, quando o crédito tributário tenha sido constituído com base em sua aplicação, no período referido no art. 1º, cujos processos estejam pendentes de julgamento. Art. 4º Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação. 15. Assim, a própria Receita Federal, regulamentando o entendimento exarado em julgados do STF e do STJ, editou a acima transcrita IN SRF nº 6/2000, aduzindo Fl. 502DF CARF MF Processo nº 10855.001516/200597 Acórdão n.º 3401006.152 S3C4T1 Fl. 503 6 no parágrafo único do art. 1º, que aos fatos geradores ocorridos no período compreendido entre 01/10/1995 e 29/02/1996 aplicase o disposto na Lei Complementar nº 7/70, e nº 8/70. 16. Assim, não há que se falar em inexistência de lei impositiva em face da declaração de inconstitucionalidade da parte final do art. 18 da Lei nº 9.715. O que ocorre é que, até o fim da fluência do prazo da anterioridade mitigada das contribuições sociais, continuava em vigência a forma anterior de cálculo da contribuição com base na lei que veio a ser modificada, qual seja, a da Lei Complementar nº 07/70, pois o efeito da declaração de inconstitucionalidade operase ex tunc. 17. O contribuinte, como se constata a partir de sua planilha de cálculo, à fl. 09, e dos DARFs anexados às fls. 65/82, pretende ser restituído do valor integral de seus recolhimentos, como se nada fosse devido, o que já se demonstrou ser incorreto. Deveria fazer os cálculos considerando o cotejo entre o que deveria ter pago, com base na Lei Complementar nº 07/70 e na Medida Provisória nº 1.212/95, e o que foi efetivamente recolhido, para assim verificar se houve excesso de pagamento. 18. Além disso, seria necessário, obviamente, apresentar sua escrituração contábilfiscal para que a Receita Federal pudesse comprovar a correção dos cálculos apresentados. Entretanto, como visto, não foi este o procedimento adotado pelo contribuinte. 19. O Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária ao processo administrativo tributário, determina, em seu art. 373, inciso I, que o ônus da prova incumbe ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito. O pedido de restituição ou compensação apresentado desacompanhado de provas deve ser indeferido. 20. Assim sendo, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Lázaro Antônio Souza Soares Relator Fl. 503DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10783.900527/2016-03
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri Apr 26 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2011
DCOMP. ANÁLISE MEDIANTE PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NOS BANCOS DE DADOS DA RECEITA FEDERAL. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DÉBITO INFORMADO EM DIPJ ANTES DA APRECIAÇÃO DA COMPENSAÇÃO.
Não subsiste o ato de não-homologação de compensação que deixa de ter em conta informações prestadas espontaneamente pelo sujeito passivo em DIPJ e que confirmam a existência do indébito informado na DCOMP.
Numero da decisão: 1402-003.825
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar provimento ao recurso voluntário, divergindo os Conselheiro Marco Rogério Borges, Paulo Mateus Ciccone, Leonardo Luis Pagano Gonçalves e Evandro Correa Dias.
(assinado digitalmente)
Edeli Pereira Bessa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Caio Cesar Nader Quintella - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogério Borges, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Edeli Pereira Bessa (Presidente).
Nome do relator: CAIO CESAR NADER QUINTELLA
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ANÁLISE MEDIANTE PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NOS BANCOS DE DADOS DA RECEITA FEDERAL. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DÉBITO INFORMADO EM DIPJ ANTES DA APRECIAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. Não subsiste o ato de nãohomologação de compensação que deixa de ter em conta informações prestadas espontaneamente pelo sujeito passivo em DIPJ e que confirmam a existência do indébito informado na DCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por voto de qualidade, dar provimento ao recurso voluntário, divergindo os Conselheiro Marco Rogério Borges, Paulo Mateus Ciccone, Leonardo Luis Pagano Gonçalves e Evandro Correa Dias. (assinado digitalmente) Edeli Pereira Bessa Presidente. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 78 3. 90 05 27 /2 01 6- 03 Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 161 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Marco Rogério Borges, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Junia Roberta Gouveia Sampaio e Edeli Pereira Bessa (Presidente). Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 162 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra v. Acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento a quo, que negou provimento à Manifestação de Inconformidade apresentada pela Contribuinte, mantendo o r. Despacho Decisório que expressamente deixou de reconhecer, integralmente, o suposto crédito de IRPJ, utilizado em DCOMP, por não ter se constatado qualquer monta de recolhimento a maior ou indevido, tendo o recolhimento do período sido totalmente aproveitado. Em sua Manifestação de Inconformidade, em suma, alega a ora Recorrente que houve preenchimento equivocado de DCTF, contudo, vez que o r. Despacho Decisório foi proferido posteriormente ao prazo quinquenal para a sua retificação, não foi possível assim se proceder. Desse modo, não seria detectável tal creditório em face desse erro escusável, apontando que o valor declarado na DIPJ que abrange o mesmo período estaria correto, evidenciando seu direito. Ao seu turno, a DRJ a quo proferiu o v. Acórdão, ora recorrido, negando provimento integral à Manifestação de Inconformidade, entendendo que, ainda que seja possível, neste processo administrativo, pela via impugnatória, se recorrer a presença de tal lapso, de modo a revelar o direito creditório pretendido, não teria a Contribuinte trazido os elementos probatórios necessários considerando seu ônus processual probatório para tal averiguação e constatação. Diante de tal revés, a Contribuinte interpôs o Recurso Voluntário, agora sob análise, primeiramente esclarecendo que em face da transmissão de EDC referente ao período analisado, a própria Receita Federal do Brasil já tinha elementos para apurar e confirmar a alegada existência de erro na DCTF e veracidade das informações da DIPJ, também demonstrando a possibilidade de comprovar, nesse momento tal lapso, inclusive passível de retificação, juntando, agora, cópias de Declarações fiscais e vasta documentação contábil, constante da ECD. Na sequência, os autos foram encaminhados para este Conselheiro relatar e votar. É o relatório. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 163 4 Voto Conselheiro Caio Cesar Nader Quintella Relator O Recurso Voluntário é manifestamente tempestivo e sua matéria se enquadra na competência desse N. Colegiado. Os demais pressupostos de admissibilidade igualmente foram atendidos. Conforme relatado, em r. Despacho Decisório eletrônico, o crédito pretendido foi rejeitado, posto que não houve a comprovação da sua existência, constandose que o pagamento fora integralmente utilizado anteriormente para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Por sua vez, mesmo tendo a Recorrente esclarecido em Manifestação de Inconformidade a presença de erro na DCTF, referente ao débito quitado pelo pagamento do período em questão, estando sua DIPJ transmitida regularmente preenchida, entendeu a DRJ a quo que não se procedeu à devida prova, pelos meios hábeis, além de tal Declaração, da existência de qual equívoco, que, ao seu turno, evidenciaria o crédito pretendido. Frisese que a transmissão da DCOMP deuse regularmente dentro do prazo legal, não havendo em se falar de caducidade do direito da Parte pleiteante. Contudo, o r. Despacho Decisório, que deu margem à inauguração do presente contencioso, ocorreu após 5 (cinco) anos após o prazo de entrega da DCTF sob debate, não podendo mais se proceder à sua retificação pelas vias formais ordinárias. Posto isso, sendo clara a matéria incontroversa do presente feito, cabe a este Conselheiro registrar que nos últimos anos veio se adotando entendimento de que, mesmo diante da apresentação prévia de DIPJ que corroborasse a existência do crédito pretendido em PER/DCOMP, tal Declaração não prestavase, isoladamente, como prova do direito do contribuinte, em razão da sua natureza informativa, sendo necessário, no curso do processo administrativo, a apresentação de provas hábil que corroborassem as informações lá constantes. Contudo, diante de recentes debates em sessões de julgamento, considerando as razões e a posição apresentadas pela I. Conselheira Edeli Pereira Bessa sobre o tema, restou claro que, à luz das normas, legais e infralegais, vigentes há mais de uma década, bem como da Fl. 163DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 164 5 dinâmica da análise administrativa da procedência dos créditos dos contribuinte, não pode ser simplesmente desconsiderado pela Administração Tributária federal, no momento da apreciação inicial dos PER/DCOMPs visando sua homologação, o teor da DIPJ correlata à formação dos créditos, espontaneamente transmitida pelo contribuinte. Nesse sentido, implementando as razões de decidir do presente julgamento, adotase o entendimento estampado no v. Acórdão nº 1402003.767, proferido por esta mesma C. Turma Ordinária, em sessão de 21/02/2019, no qual, por voto de qualidade, deuse provimento ao Apelo do contribuinte, para reconhecer seu direito creditório. Confirase a ementa e trechos de tal julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 DCOMP. ANÁLISE MEDIANTE PROCESSAMENTO ELETRÔNICO DE INFORMAÇÕES DISPONÍVEIS NOS BANCOS DE DADOS DA RECEITA FEDERAL. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. DARF VINCULADO A DÉBITO DECLARADO EM DCTF. DÉBITO MENOR INFORMADO EM DIPJ ANTES DA APRECIAÇÃO DA COMPENSAÇÃO. Não subsiste o ato de nãohomologação de compensação que deixa de ter em conta informações prestadas espontaneamente pelo sujeito passivo em DIPJ e que confirmam a existência do indébito informado na DCOMP. (...) O exame da DCOMP sob análise evidencia que o indébito utilizado em compensação, apesar de integrar pagamento totalmente vinculado a débito declarado em DCTF à época da edição do despacho decisório, é inferior à diferença entre o recolhimento indicado e o débito correspondente informado em DIPJ apresentada antes da edição do despacho decisório e contemporaneamente à transmissão da DCOMP. Confirmase, assim, a alegação da recorrente de que o indébito foi constatado por ocasião da apresentação da DIPJ, devendo apenas se ressalvar que tal se deu por ocasião da retificação da DIPJ original, mas ainda assim apresentada quase dois anos antes da análise pela autoridade fiscal que resultou no despacho decisório de não homologação sob debate. A autoridade julgadora de 1ª instância expressou o entendimento de que, nos termos dos arts. 26 e 27 do Decreto nº 7.574/20111, faz prova a favor do sujeito passivo a escrituração mantida com observância das disposições legais, contudo deve estar embasada em documentos hábeis, segundo sua natureza, e que, no caso, o contribuinte deveria fundamentar seus lançamentos Fl. 164DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 165 6 contábeis com o comprovante da retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora. Observou que a DCTF é instrumento de confissão de dívida e constituição definitiva do crédito tributário, e que, na forma do art. 147, §1º do Código Tributário Nacional, a retificação de declaração por iniciativa do próprio declarante depende da comprovação do erro em que se funde, e deve ser promovida antes da notificação do ato fiscal. Sob esta ótica, entendeu imprescindível que seja demonstrada na escrituração contábilfiscal da contribuinte, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração. Em recurso voluntário, a contribuinte apresenta cópia do Livro Diário no qual está reproduzida a demonstração de resultado do período, bem como os ajustes correspondentes no LALUR, dos quais resulta o lucro real que, informado na DIPJ retificadora, origina os tributos devidos em valor inferior aos recolhidos e informados em DCTF. Contudo, desnecessária se mostra a confirmação da regularidade da escrituração fiscal e contábil assim apresentada, dado que esta Conselheira já apreciou litígio semelhante, assim decidindo nos termos do voto condutor do Acórdão nº 110100.536: Isto porque estáse diante de uma DCOMP analisada mediante processamento eletrônico de informações disponíveis nos bancos de dados da Receita Federal, relativamente à qual se entendeu desnecessária uma apreciação mais aprofundada ou detalhada. E, em tais condições, não é possível, no contencioso administrativo, negar validade a outras informações, também constantes dos bancos de dados da Receita Federal antes da emissão do despacho decisório questionado. A autoridade preparadora certamente entendeu de forma diversa, adotando apenas as informações constantes da DCTF como referencial para verificação do débito apurado no período que ensejou o alegado recolhimento indevido. É possível inferir que assim o fez por considerar, como expresso desde a Instrução Normativa SRF nº 14/2000, que a informação de débitos em DIPJ não se presta a instrumentalizar inscrições em Dívida Ativa da União: Art. 1º . O art. 1º da Instrução Normativa SRF nº 077, de 24 de julho de 1998, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 1º Os saldos a pagar, relativos a tributos e contribuições, constantes da declaração de rendimentos das pessoas físicas e da declaração do ITR, quando não quitados nos prazos estabelecidos na legislação, e da DCTF, serão comunicados à Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de inscrição como Dívida Ativa da União.” [...] Fl. 165DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 166 7 Esta é a interpretação que se extrai destes dispositivo, pois, até então, a Instrução Normativa SRF nº 77/98 relacionava a declaração de rendimentos da pessoa jurídica dentre os documentos que poderiam servir de base para a inscrição, em Dívida Ativa da União, de saldos de tributos a pagar: Art. 1º Os saldos a pagar, relativos a tributos e contribuições , constantes das declarações de rendimentos das pessoas físicas e jurídicas e da declaração do ITR, quando não quitados nos prazos estabelecidos na legislação, e da DCTF, serão comunicados à Procuradoria da Fazenda Nacional para fins de inscrição como Dívida Ativa da União. Evidente, portanto, que um novo conceito foi atribuído à declaração de rendimentos da pessoa jurídica apresentada a partir do anocalendário 1999, a qual, inclusive, passou a denominarse Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ. Desta forma, tal característica pode ter influenciado a definição dos parâmetros de análise da DCOMP pela autoridade preparadora. Além disso, como a própria recorrente antecipa em sua defesa, a análise realizada pela autoridade preparadora poderia estar orientada pela obrigação imposta na Instrução Normativa SRF nº 166/99, editada com fundamento na Medida Provisória nº 2.18949/2001, nos termos a seguir transcritos: Medida Provisória nº 2.18949/2001, que convalida texto presente desde a Medida Provisória nº 1.99026, de 14 de dezembro de 1999: Art.18. A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal estabelecerá as hipóteses de admissibilidade e os procedimentos aplicáveis à retificação de declaração. Instrução Normativa SRF nº 166, de 23 de dezembro de 1999: Art. 1º A retificação da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ e da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – DITR anteriormente entregue, efetuada por pessoa jurídica, darseá mediante apresentação de nova declaração, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. [...] Art. 2º A pessoa jurídica que entregar declaração retificadora alterando valores que hajam sido informados na Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais – DCTF, deverá Fl. 166DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 167 8 apresentar DCTF Complementar ou pedido de alteração de valores, mediante processo administrativo, conforme o caso. [...] Nestes termos, se a contribuinte estava obrigada a retificar a DCTF quando retificasse a DIPJ, desnecessária seria a comparação de ambas as declarações para aferição da compatibilidade das informações ali constantes com o indébito utilizado em DCOMP. Esclareçase, apenas, que, com a edição da Instrução Normativa SRF nº 255/2002, deixou de existir DCTF Complementar, bem como a necessidade de solicitação de alteração de DCTF, bastando a apresentação de DCTF retificadora para alteração dos valores constantes da DCTF antes apresentada. Tal mudança, inclusive, operou efeitos retroativos, como expresso nos dispositivos da referida Instrução Normativa, a seguir transcritos: Da Retificação da DCTF Art. 9º Os pedidos de alteração nas informações prestadas em DCTF serão formalizados por meio de DCTF retificadora, mediante a apresentação de nova DCTF elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF mencionada no caput deste artigo terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados em declarações anteriores. § 2º Não será aceita a retificação que tenha por objeto alterar os débitos relativos a tributos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição como Dívida Ativa da União, nos casos em que o pleito importe alteração desse saldo; ou II em relação aos quais o sujeito passivo tenha sido intimado do início de procedimento fiscal. § 3º As DCTF retificadoras, que vierem a ser apresentadas a partir da publicação desta Instrução Normativa, deverão consolidar todas as informações prestadas na DCTF original ou retificadoras e complementares, já apresentadas, relativas ao mesmo trimestre de ocorrência dos fatos geradores. § 4º As disposições constantes deste artigo alcançam, inclusive, as retificações de informações já prestadas nas Declarações de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) referentes aos trimestres a partir do anocalendário de 1997 até 1998 que vierem a ser apresentadas a partir da data de publicação desta Instrução Normativa. Fl. 167DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 168 9 § 5º A pessoa jurídica que entregar DCTF retificadora, alterando valores que tenham sido informados na DIPJ, deverá apresentar, também, DIPJ retificadora. § 6º Verificandose a existência de imposto de renda postergado de períodos de apuração a partir do anocalendário de 1997, deverão ser apresentadas DCTF retificadoras referentes ao período em que o imposto era devido, caso as DCTF originais do mesmo período já tenham sido apresentadas. § 7º Fica extinta a DCTF complementar instituída pelo art. 5º da Instrução Normativa SRF nº 45, de 05 de maio de 1998. Das Disposições Finais Art. 10. Deverão ser arquivados os processos administrativos contendo as solicitações de alteração de informações já prestadas nas DCTF, apresentadas até a data da publicação desta Instrução Normativa e ainda pendentes de apreciação, aplicandose, às DCTF retificadoras respectivas, referentes aos anoscalendário de 1999 a 2002, o disposto nos §§ 1º a 3º do art. 9º desta Instrução Normativa. §1º O arquivamento dos processos, contendo as solicitações de alteração das informações já prestadas nas DCTF referentes aos anoscalendário de 1999 a 2002, somente deverá ocorrer após a confirmação, pela unidade da SRF, da entrega da correspondente declaração em meio magnético. § 2º O arquivamento dos processos, contendo as solicitações de alteração das informações já prestadas nas DCTF referentes aos anos calendário de 1997 e 1998, somente deverá ocorrer após os devidos acertos, pela unidade da SRF, nos Sistemas de Cobrança. Todavia, tem razão a recorrente quando afirma que o descumprimento daquela obrigação não enseja, como penalidade, a perda do crédito. A Instrução Normativa SRF nº 166/99 expressamente reconhece a produção de efeitos, por parte da DIPJ Retificadora, para fins de restituição ou compensação, e, embora firme ser dever da contribuinte também alterar o que antes informado em DCTF, em momento algum condiciona este direito à retificação da DCTF: Art. 1º A retificação da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ e da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural – DITR anteriormente entregue, efetuada por pessoa jurídica, darseá mediante apresentação de nova declaração, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. [...] § 2º A declaração retificadora referida neste artigo: I – terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente, inclusive para os Fl. 168DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 169 10 efeitos da revisão sistemática de que trata a Instrução Normativa SRF no 094, de 24 de dezembro de 1997; II – será processada, inclusive para fins de restituição, em função da data de sua entrega. [...] Art. 4º Quando a retificação da declaração apresentar imposto menor que o da declaração retificada, a diferença apurada, desde que paga, poderá ser compensada ou restituída. Parágrafo único. Sobre o montante a ser compensado ou restituído incidirão juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC, até o mês anterior ao da restituição ou compensação, adicionado de 1% no mês da restituição ou compensação, observado o disposto no art. 2º, inciso I, da Instrução Normativa SRF nº 22, de 18 de abril de 1996. Adaptando estas disposições ao novo regramento da compensação, vigente desde a edição da Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002, uma vez formalizada a retificação da DIPJ, apresentando tributo menor que o da declaração retificada, pode a contribuinte transmitir Pedido de Restituição – PER ou DCOMP para receber o indébito em espécie, ou utilizálo em compensação, podendo o Fisco indeferir o PER, se não confirmar a veracidade da retificação, ou não homologar a compensação, desde que o faça dentro dos 5 (cinco) anos que a lei lhe confere (art. 74, §5º, da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pela Medida Provisória nº 135/2003, convertida na Lei nº 10.833/2003). Logo, o fato de a contribuinte não ter retificado a DCTF para reduzir o tributo ali originalmente informado não pode obstar a utilização, em compensação, de indébito demonstrado em DIPJ retificadora apresentada antes da edição do despacho decisório que expressou a nãohomologação da compensação, especialmente porque a própria autoridade administrativa reputou desnecessária uma análise mais aprofundada ou detalhada da compensação, submetendoa ao processamento eletrônico de informações disponíveis nos bancos de dados da Receita Federal. Acrescentese, ainda, que a alteração das informações constantes em DCTF não se dá, apenas, por retificação de iniciativa do sujeito passivo. Desde a Instrução Normativa SRF nº 482/2004, que revogou a Instrução Normativa SRF nº 255/2002, antes citada, a revisão de ofício da DCTF passou a estar expressamente admitida, nos seguintes termos: Art. 10. Os pedidos de alteração nas informações prestadas em DCTF serão formalizados por meio de DCTF retificadora, mediante a apresentação de nova DCTF elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. Fl. 169DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 170 11 [...] § 2º Não será aceita a retificação que tenha por objeto alterar os débitos relativos a tributos e contribuições: I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição como Dívida Ativa da União, nos casos em que o pleito importe alteração desse saldo; ou [...] § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já inscrito em Dívida Ativa da União, somente poderá ser efetuada pela SRF nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração. [...] Observese, inclusive, que este dever de revisão pela autoridade administrativa ganhou maior relevo a partir do momento em que a interpretação quanto à impossibilidade de retificação da DCTF após o transcurso do prazo decadencial passou a ser cogente, no âmbito administrativo, a partir da edição da Instrução Normativa RFB nº 1.110/2010: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. [...] § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração. [...] Ultrapassado este limite, a observância do princípio da legalidade na exigência de tributos confessados em DCTF somente se efetiva mediante revisão de ofício, pela autoridade administrativa, do débito declarado a maior. Por todo o exposto, no presente caso, não poderia a autoridade administrativa ter limitado sua análise às informações prestadas na DCTF, se presentes evidências, nos bancos de dados da Receita Federal, de que outro seria o valor do tributo devido no período apontado na DCOMP, e, especialmente, mediante apresentação de DIPJ retificadora, da qual consta não apenas o valor do tributo devido, como também a demonstração da apuração das bases de cálculo mensais, trimestrais ou anuais da pessoa jurídica, conforme a sistemática de tributação adotada. Cabia à autoridade administrativa, minimamente, questionar a divergência existente entre ambas as declarações (DIPJ e DCTF) e, ainda que ultrapassado o prazo decadencial para retificação espontânea da declaração com erros em seu conteúdo, promover Fl. 170DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 171 12 a retificação de ofício, definindo qual informação deveria prevalecer para análise da compensação declarada. Considerando que as informações assim prestadas em DIPJ confirmam a existência do indébito utilizado em compensação, e que a autoridade preparadora não desenvolveu qualquer procedimento para desconstituir tal realidade, não há como deixar de reconhecer o pagamento a maior e, por conseqüência, admitir sua compensação. Assim, embora evidente que a decisão recorrida foi omissa quanto a argumento da defesa, deixase de declarar sua nulidade pois, no mérito, o presente voto é no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, e homologar a compensação declarada. É certo que o entendimento assim exposto foi reformado pela 1ª Turma da CSRF, por meio do Acórdão nº 9101002.766, que deu provimento a recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, consolidando seu entendimento na seguinte ementa: (...) Todavia, o fato é que, embora não retificada a DCTF antes do procedimento de análise da compensação, a DIPJ retificada contemporaneamente à apresentação da DCOMP evidenciava débito inferior ao recolhido, em medida suficiente para justificar o indébito utilizado em compensação, conduta esta que o Fisco não poderia alegar desconhecimento, e que assim se presta a exigir verificação antes de se negar a existência do indébito correspondente a tributo sujeito a demonstração em DIPJ. Por tais razões, o presente voto é no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Dessa forma, tendo em vista que no presente caso a Administração Tributária deixou que proceder à averiguação da DIPJ do Contribuinte, transmitida espontaneamente, antes da denegação de seu crédito, inclusive confirmando nas suas informações o direito crédito pretendido em DCOMP (independentemente das falhas de preenchimento de DCTF, que não mais poderia ser retificada), adotase e aplicase o entendimento acima exposto para dar provimento ao Recurso Voluntário. Diante de todo o exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário do Contribuinte, reconhecendo integralmente o seu direito creditório pleiteado, homologando a compensação estampada na DCOMP sob análise. (assinado digitalmente) Caio Cesar Nader Quintella Fl. 171DF CARF MF Processo nº 10783.900527/201603 Acórdão n.º 1402003.825 S1C4T2 Fl. 172 13 Fl. 172DF CARF MF
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Numero do processo: 16624.003144/2008-86
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 30 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS. NÃO COMPROVAÇÃO. NÃO DEDUTIBILIDADE.
São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda - RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo ano-calendário da obrigação tributária.
Numero da decisão: 2001-001.258
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que dava-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Honório Albuquerque de Brito - Presidente
(assinado digitalmente)
Fernanda Melo Leal - Relatora.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e Honório Albuquerque de Brito (Presidente).
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Nome do relator: FERNANDA MELO LEAL
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NÃO COMPROVAÇÃO. NÃO DEDUTIBILIDADE. São dedutíveis na declaração de ajuste anual, a título de despesas com médicos e planos de saúde, os pagamentos comprovados mediante documentos hábeis e idôneos, dentro dos limites previstos na lei. Inteligência do art. 80 do Decreto 3.000/1999 (Regulamento do Imposto de Renda RIR). A dedução de despesas médicas na declaração de ajuste anual do contribuinte está condicionada à comprovação hábil e idônea no mesmo anocalendário da obrigação tributária. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Vencido o Conselheiro José Alfredo Duarte Filho, que davalhe provimento. (assinado digitalmente) Honório Albuquerque de Brito Presidente (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal Relatora. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Fernanda Melo Leal, José Alfredo Duarte Filho e Honório Albuquerque de Brito (Presidente). . AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 62 4. 00 31 44 /2 00 8- 86 Fl. 64DF CARF MF 2 Relatório Contra o contribuinte acima identificado foi emitida Notificação de Lançamento, relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, exercício de 2006, anocalendário de 2005, que lhe exige o recolhimento de um crédito tributário no montante de R$6.192,95, calculado e atualizado até julho de 2010. Foram constatadas as seguintes irregularidades, conforme a Descrição dos Fatos: dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 11.170,00. O interessado foi cientificado da notificação e apresentou impugnação alegando, em síntese, que juntou todos os documentos comprobatórios de suas despesas médicas, para os quais afirma atenderem os requisitos legais e compareceu 4 vezes ao atendimento fiscal para esclarecer todas as dúvidas. A DRJ São Paulo, na análise da peça impugnatória, manifestou seu entendimento no sentido de que: => quando existe alguma duvida acerca da efetividade da despesa, cabe ao Fisco , por dever legal, tomar cautelas necessárias para preservar o interesse público implícito da defesa correta da apuração do tributo. Com base nisso, para formar a sua convicção, principalmente diante do elevado montante de despesa médica envolvida, solicitou a autoridade fiscal comprovação de pagamento de determinadas despesas. Cabe ressaltar que a despeito da alegação da Impugnante de que o fiscal estaria deixando de dar fé aos recibos médicos, sem fundamento para tal, a presunção de verdade alegada do conteúdo dos recibos pode até ser admitida, no entanto, apenas entre as partes ali consignadas; perante terceiros, contestado o fato ali relatado, cabe ao interessado na sua veracidade o ônus de provar a efetividade de sua ocorrência por meio de outras provas. => neste sentido, em virtude da não comprovação do pagamento, além do fato de vários recibos não atenderem os requisitos legais (seja por rasura, seja por falta de indicação do endereço profissional do médico), entende a DRJ que deve ser mantida a glosa das despesas médicas. Em sede de Recurso Voluntário, o contribuinte volta a apresentar suas razões para o reconhecimento das despesas médicas, sustenta que não tem plano de saúde e que passou por problemas sérios de saúde, motivos que influenciaram no alto gasto com despesas médicas.. É o relatório. Voto Conselheira Fernanda Melo Leal Relatora. Fl. 65DF CARF MF Processo nº 16624.003144/200886 Acórdão n.º 2001001.258 S2C0T1 Fl. 3 3 O recurso é tempestivo e atende às demais condições de admissibilidade. Portanto, merece ser conhecido. Mérito Glosa de despesas médicas Nos termos do artigo 8°, inciso II, alínea "a", da Lei 9.250/1995, com a redação vigente ao tempo dos fatos ora analisados, são dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda pessoa física as despesas a título de despesas médicas, psicológicas e dentárias, quando os pagamentos são especificados e comprovados. Lei 9.250/1995: Art. 8°. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias. (...) § 2º O disposto na alínea ‘a’ do inciso II: (...) II restringese aos pagamentos feitos pelo contribuinte, relativos ao seu próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro de Pessoas Jurídicas de quem recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento.” O Recorrente apresentou recibos com valores que somam uma quantia relevante, o que fez com que a autoridade fiscal, dentro do seu dever legal, solicitasse comprovação de pagamento. No entanto, não foi apresentada nenhuma comprovação de pagamento, nem ao menos extratos bancários que pudessem evidenciar a existência de saques em dinheiro em datas e valores aproximados dos recibos médicos apresentados. Ademais, aponta a DRJ que além da não comprovação do pagamento, vários recibos não atenderam os requisitos legais (seja por rasura, seja por falta de indicação do endereço profissional do médico). Fl. 66DF CARF MF 4 Neste diapasão, merece trazer à baila o princípio pela busca da verdade material. Sabemos que o processo administrativo sempre busca a descoberta da verdade material relativa aos fatos tributários. Tal princípio decorre do princípio da legalidade e, também, do princípio da igualdade. Busca, incessantemente, o convencimento da verdade que, hipoteticamente, esteja mais aproxima da realidade dos fatos. De acordo com o princípio são considerados todos os fatos e provas novos e lícitos, ainda que não tragam benefícios à Fazenda Pública ou que não tenham sido declarados. Essa verdade é apurada no julgamento dos processos, de acordo com a análise de documentos, oitiva das testemunhas, análise de perícias técnicas e, ainda, na investigação dos fatos. Através das provas, buscase a realidade dos fatos, desprezandose as presunções tributárias ou outros procedimentos que atentem apenas à verdade formal dos fatos. Neste sentido, deve a administração promover de oficio as investigações necessárias à elucidação da verdade material para que a partir dela, seja possível prolatar uma sentença justa. A verdade material é fundamentada no interesse público, logo, precisa respeitar a harmonia dos demais princípios do direito positivo. É possível, também, a busca e análise da verdade material, para melhorar a decisão sancionatória em fase revisional, mesmo porque no Direito Administrativo não podemos falar em coisa julgada material administrativa. A apresentação de provas e uma análise nos ditames do princípio da verdade material estão intrinsecamente relacionadas no processo administrativo, pois a verdade material apresentará a versão legítima dos fatos, independente da impressão que as partes tenham daquela. A prova há de ser considerada em toda a sua extensão, assegurando todas as garantias e prerrogativas constitucionais possíveis do contribuinte no Brasil, sempre observando os termos especificados pela lei tributária. A jurisdição administrativa tem uma dinâmica processual muito diferente do Poder Judiciário, portanto, quando nos depararmos com um Processo Administrativo Tributário, não se deve deixar de analisálo sob a égide do princípio da verdade material e da informalidade. No que se refere às provas, é necessário que sejam perquiridas à luz da verdade material, independente da intenção das partes, pois somente desta forma será possível garantir o um julgamento justo, desprovido de parcialidades. Somase ao mencionado princípio também o festejado princípio constitucional da celeridade processual, positivado no ordenamento jurídico no artigo 5º, inciso LXXVIII da Constituição Federal, o qual determina que os processos devem desenvolverse em tempo razoável, de modo a garantir a utilidade do resultado alcançado ao final da demanda. Ratifico, ademais, a necessidade de fundamento pela autoridade fiscal, dos fatos e do direito que consubstancia o lançamento. Tal obrigação, a motivação na edição dos atos administrativos, encontrase tanto em dispositivos de lei, como na Lei nº 9.784, de 1999, como talvez de maneira mais importante em disposições gerais em respeito ao Estado Democrático de Direito e aos princípios da moralidade, transparência, contraditório e controle jurisdicional. Assim sendo, com fulcro nos festejados princípios supracitados, e baseando se na fundamentação clara e objetiva apresentada tanto pelas autoridades fiscais como na Fl. 67DF CARF MF Processo nº 16624.003144/200886 Acórdão n.º 2001001.258 S2C0T1 Fl. 4 5 decisão da DRJ, somada com a ausência de prova de efetivo pagamento pelo Recorrente, entendo que deve ser negado provimento ao Recurso Voluntário e mantida a glosa das despesas médicas em análise. CONCLUSÃO: Diante tudo o quanto exposto, voto no sentido de CONHECER e NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, nos moldes acima expostos. (assinado digitalmente) Fernanda Melo Leal. Fl. 68DF CARF MF
score : 1.0