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Numero do processo: 10925.001952/2006-76
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Apr 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR
Exercício: 2005
OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO - DITR.
A entrega Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita o contribuinte à incidência da multa correspondente.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. SÚMULA CARF Nº 49.
O instituto da denúncia espontânea não alcança a prática de ato puramente formal do contribuinte, consistente na entrega, com atraso, da declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR). Aplicação da Súmula Carf nº 49.
Numero da decisão: 2301-005.956
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso.
João Maurício Vital - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Antônio Savio Nastureles e João Maurício Vital (Presidente), ausente a conselheira Juliana Marteli Fais Feriato.
Nome do relator: JOAO MAURICIO VITAL
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MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DITR. A entrega Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR) após o prazo previsto pela legislação tributária sujeita o contribuinte à incidência da multa correspondente. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. SÚMULA CARF Nº 49. O instituto da denúncia espontânea não alcança a prática de ato puramente formal do contribuinte, consistente na entrega, com atraso, da declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR). Aplicação da Súmula Carf nº 49. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, NEGAR PROVIMENTO ao recurso. João Maurício Vital Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Reginaldo Paixão Emos, Wesley Rocha, Cleber Ferreira Nunes Leite, Marcelo Freitas de Souza Costa, Antônio Savio Nastureles e João Maurício Vital (Presidente), ausente a conselheira Juliana Marteli Fais Feriato. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 5. 00 19 52 /2 00 6- 76 Fl. 29DF CARF MF Processo nº 10925.001952/200676 Acórdão n.º 2301005.956 S2C3T1 Fl. 3 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2301005.953, de 08 de abril de 2019 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10925.001941/200696, paradigma deste julgamento, com adaptações na forma a seguir apresentada. Tratase de Auto de Infração de Multa Por Atraso na Entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2005. Contra a Notificação de Lançamento, foi apresentada impugnação tempestiva, limitandose a impugnante a relatar a situação crítica da arrecadação municipal e a solicitar a relevação da multa aplicada. Em seguida, a 1ª Turma de julgamento da DRJ Campo Grande (MS) proferiu o acórdão de 1ª instância, considerando o lançamento procedente e mantendo o crédito tributário. Nessa decisão foi consignado que a apresentação anual da DITR é uma obrigação acessória prevista em lei, cujo prazo foi fixado por norma infralegal, sujeitando o contribuinte à multa pelo descumprimento desse prazo, e que não há hipótese legal para relevação da penalidade. Inconformada, a recorrente apresentou Recurso Voluntário, reproduzindo os argumentos da impugnação e acrescentando seu entendimento de que o art. 138 do CTN ampara sua pretensão, na medida em que a situação caracteriza denúncia espontânea, citando jurisprudências. É o relatório. Voto Conselheiro João Maurício Vital. Este processo foi julgado na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2301005.953, de 08 de abril de 2019 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária, proferido no âmbito do processo n° 10925.001941/200696, paradigma deste julgamento. Apresentase, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o teor do voto proferido na susodita decisão paradigma, a saber, Acórdão nº 2301005. 953, de 08 de abril de 2019 3ª Câmara/1ª Turma Ordinária, na forma descrita a seguir. O recurso é tempestivo. Presentes os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso interposto e passo a julgálo. Verificase, no Auto de Infração, que a DITR foi apresentada no dia 28/03/2006, caracterizando o atraso, pois o prazo para apresentação da DITR 2005 era o Fl. 30DF CARF MF Processo nº 10925.001952/200676 Acórdão n.º 2301005.956 S2C3T1 Fl. 4 3 previsto no art. 3º da Instrução Normativa SRF nº 554/2005, ou seja, de 08/08/2005 a 30/09/2005. Como dito na decisão da DRJ, a obrigatoriedade de apresentação anual da DITR e a exigência da multa por atraso na sua apresentação têm previsão legal nos artigos 7º, 8º e 9º da lei 9.393/1996. Nos termos do art. 142 do Código Tributário Nacional, o lançamento do tributo é atividade administrativa plenamente vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Ou seja, constatado o atraso na apresentação da declaração o lançamento da multa é obrigatório, por determinação legal. Quanto à possibilidade de relevação da multa aplicada, esta somente poderia ser efetuada por meio anistia concedida por lei, nos termos dos artigos 180 a 182 do CTN. A autoridade administrativa não detém essa competência. Portanto, é impossível o atendimento dessa solicitação por absoluta falta de previsão legal. Quanto ao pedido para aplicação do instituto da denúncia espontânea ao presente caso, é forçoso também refutar tal solicitação. Isto por que a penalidade por infração formal, decorrente de obrigação acessória, não é passível de ser afastada pela denúncia espontânea. Tal entendimento encontrase pacificado no âmbito do STJ, conforme AIRESP 1613696 (Relator Ministro Herman Benjamin; DJE 24/04/2017). Por sua vez, no âmbito do CARF, foi editada Súmula de caráter vinculante no mesmo sentido, conforme abaixo: Súmula CARF nº 49 A denúncia espontânea (art. 138 do Código Tributário Nacional) não alcança a penalidade decorrente do atraso na entrega de declaração. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Em suma, restam afastadas todas as pretensões da recorrente. Conclusão Pelo exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. João Maurício Vital Relator Fl. 31DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.901983/2013-51
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 21 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
DCOMP. ERRO NO PREENCHIMENTO. EXISTÊNCIA DE SALDO NEGATIVO E NÃO PAGAMENTO A MAIOR. FALTA DE COMPROVAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO.
A alegação de que teria havido equívoco no preenchimento da DCOMP (indicação de que teria sido pagamento indevido ou a maior ao invés de Saldo Negativo), não elide a necessidade de comprovação do crédito, por meio de documentos hábeis e idôneos. Embora a jurisprudência deste Conselho, venha admitindo a convolação do pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior em pedido de restituição de saldo negativo, incumbe à interessada a comprovação do erro de fato. À míngua de tal comprovação não há como reconhecer o direito creditório.
Numero da decisão: 1302-003.457
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. A conselheira Maria Lúcia Miceli votou pelas conclusões do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo nº 10283.901232/2015-04, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: LUIZ TADEU MATOSINHO MACHADO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2007 DCOMP. ERRO NO PREENCHIMENTO. EXISTÊNCIA DE SALDO NEGATIVO E NÃO PAGAMENTO A MAIOR. FALTA DE COMPROVAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. A alegação de que teria havido equívoco no preenchimento da DCOMP (indicação de que teria sido pagamento indevido ou a maior ao invés de Saldo Negativo), não elide a necessidade de comprovação do crédito, por meio de documentos hábeis e idôneos. Embora a jurisprudência deste Conselho, venha admitindo a convolação do pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior em pedido de restituição de saldo negativo, incumbe à interessada a comprovação do erro de fato. À míngua de tal comprovação não há como reconhecer o direito creditório.
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DCOMP. RETIFICADORA Recorrente ORIENT RELÓGIOS DA AMAZÔNIA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 DCOMP. ERRO NO PREENCHIMENTO. EXISTÊNCIA DE SALDO NEGATIVO E NÃO PAGAMENTO A MAIOR. FALTA DE COMPROVAÇÃO. DIREITO CREDITÓRIO NÃO RECONHECIDO. A alegação de que teria havido equívoco no preenchimento da DCOMP (indicação de que teria sido pagamento indevido ou a maior ao invés de Saldo Negativo), não elide a necessidade de comprovação do crédito, por meio de documentos hábeis e idôneos. Embora a jurisprudência deste Conselho, venha admitindo a convolação do pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior em pedido de restituição de saldo negativo, incumbe à interessada a comprovação do erro de fato. À míngua de tal comprovação não há como reconhecer o direito creditório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. A conselheira Maria Lúcia Miceli votou pelas conclusões do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo nº 10283.901232/201504, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 90 19 83 /2 01 3- 51 Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10283.901983/201351 Acórdão n.º 1302003.457 S1C3T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto face ao Acórdão nº 1152.280, de 22/03/2016, da 4ª Turma da DRJ de Recife que, por unanimidade de votos, não conheceram da manifestação de inconformidade, registrandose a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 DCOMP. PEDIDO DE RETIFICAÇÃO. INCOMPETÊNCIA O julgador administrativo não é competente para apreciar pedido de retificação de crédito informado na Declaração de Compensação. Manifestação de Inconformidade Não Conhecida Direito Creditório Não Reconhecido A recorrente dedicase à fabricação, ao comércio e à reparação de cronômetros e relógios. É optante do regime de tributação com base lucro real, com pagamentos por estimativas mensais. Sustenta que, em conformidade com sua DIPJ, teria efetuado pagamento indevido ou a maior de estimativa, o que teria resultado em saldo negativo de IRPJ. A recorrente apresentou DCOMP para compensar débito de CSLL. A DCOMP não foi homologada, nos termos do Despacho Decisório eletrônico. A recorrente alega que teria incorrido em equívoco no momento do preenchimento da DCOMP. Pois, informou que o crédito seria decorrente de "Pagamento Indevido ou a Maior", ao passo que deveria ter sido indicado "Saldo Negativo de IRPJ. Sustenta que teria sido esse o motivo da não localização de pagamento a maior. O DARF indicado na DCOMP, correspondia exatamente aos débitos declarados em DCTF. Apresentou manifestação de inconformidade tempestivamente demonstrando o referido erro de preenchimento que inviabilizou a DCOMP. A DRJ/REC concluiu que "o julgador administrativo não é competente para apreciar pedido de retificação de crédito informado na Declaração de Compensação". A recorrente foi intimada do acórdão de manifestação de inconformidade e protocolou recurso voluntário tempestivamente. Em suas razões, a recorrente sustenta: · reportase à Ficha 12A de sua DIPJ, em que registra saldo negativo de IRPJ de R$ R$ 121.477,93 e afirma que a empresa recorrente dispunha de saldo negativo de IRPJ apto a alicerçar sua pretensão de compensação; Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10283.901983/201351 Acórdão n.º 1302003.457 S1C3T2 Fl. 4 3 · em função do equívoco ocorrido em relação à indicação da origem do referido crédito "Pagamento Indevido ou a Maior" ao invés de "Saldo Negativo de IRPJ" a delegacia responsável pelo exame da DCOMP não detectou o direito creditório postulado; · não obstante o fato de que havia a possibilidade de retificar a DCOMP, a recorrente só tomou ciência do equívoco cometido no momento em que recebeu o Despacho Decisório informandoa sobre a não homologação de sua compensação; · a Delegacia de Julgamentos, ao invés de adotar conduta proativa e que promovesse a busca da verdade material, declarouse incompetente para proceder a retificação das declarações apresentadas pelo contribuinte; · ciente da existência de fortes indícios de que efetivamente a empresa recorrente teria cometido erros de preenchimento na documentação creditícia, caberia a essa autoridade julgadora, determinar o retorno do processo à origem para que a delegacia competente reapreciasse o pedido de compensação, desconsiderando o aludido erro de preenchimento da DCOMP; · a existência do direito de crédito do contribuinte advém de apuração contábil e não pode ser obstado em razão de meros erros no preenchimento do respectivo documento de compensação; · se assim fosse, haveria inaceitável sobreposição da forma administrativa ao direito material legalmente assegurado ao cidadão administrado. E, como consequência desse fato, haveria o risco de locupletamento do Fisco Federal, mediante o recebimento de receitas não previstas em lei; · os equívocos nos quais incorreu a empresa recorrente no momento de formalização da DCOMP, não tornam inexistente o seu direito creditório liquido, certo e amplamente embasado em documentação fiscal e contábil; · citou acórdãos do Carf que concluíram pelo baixa dos autos à DRF para que fosse apreciado o alegado direito creditório e o alegado erro de preenchimento, à vista das evidências e especificidades dos casos examinados; · requereu que esta Turma determinasse a remessa do feito à delegacia de origem para que lá a DCOMP seja reprocessada. Fundamentou o pedido nos acórdãos citados e nas disposições do art. 147, CTN; · invoca o princípio da verdade material; É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10283.901983/201351 Acórdão n.º 1302003.457 S1C3T2 Fl. 5 4 1302003.451, de 21/03/2019, proferido no julgamento do Processo nº 10283.901232/2015 04, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº1302003.451): Conheço do recurso voluntário, à vista de sua interposição tempestiva e do atendimento aos demais requisitos de admissibilidade. Verificase que a recorrente enviou a DCOMP n° 02826.34969.110311.1.3.048788, em 11 de março de 2011, para compensar débito de IRPJ (cód. rec. 2362) no montante de R$ 124.097,15, com crédito de R$ 326.819,73. Por equívoco, indicou que o crédito seria originário de pagamento a maior de IRPJ, por estimativa apurada no exercício findo em 31/12/2010. Na tentativa de demonstrar o equívoco, esclareceu que o crédito indicado referiase ao DARF, período de apuração de 30/10/2010, código da Receita Federal 2362, no valor de R$ 759.616,05, arrecadado em 30/12/2010. Alega que esse pagamento, em realidade, teria sido destinado à liquidação do débito confessado em DCTF. Para ilustrar suas alegações, quanto à sucessão de acontecimentos e comprovar a existência de direito creditório, a recorrente apresentou os seguintes quadros: Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10283.901983/201351 Acórdão n.º 1302003.457 S1C3T2 Fl. 6 5 Em que pese o esforço da recorrente, as informações apresentadas não são suficientes para evidenciar a real existência do direito creditório invocado. A alegação de que teria havido equívoco no preenchimento da DCOMP (indicação de que teria sido pagamento indevido ou a maior ao invés de Saldo Negativo), não elide a necessidade de comprovação do crédito, por meio de documentos hábeis e idôneos. Embora a jurisprudência deste Conselho, venha admitindo a convolação do pedido de restituição de pagamento indevido ou a maior em pedido de restituição de saldo negativo, quando devidamente demonstrado, a recorrente não trouxe a comprovação do erro de fato. O próprio valor informado na DIPJ não corresponde ao saldo pleiteado, o que, com mais razão, exigiria a comprovação documental. A recorrente teve a oportunidade para apresentar escrita contábil e respectivo suporte para se concluir, com certeza e precisão, sobre o valor do alegado saldo negativo e a sua disponibilidade para a utilização na DCOMP em questão. Todavia, não se desincumbiu de tal providência. Assim, à mingua da comprovação do alegado crédito, não vejo como acolher as pretensões da recorrente. Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10283.901983/201351 Acórdão n.º 1302003.457 S1C3T2 Fl. 7 6 Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Fl. 140DF CARF MF
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Numero do processo: 11516.002668/2009-44
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Apr 09 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2005, 2006
CONHECIMENTO. PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIAL. PROCURADORIA.
O RICARF não exige, expressamente, prequestionamento pela Procuradoria.
CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. RICARF. ART. 67, § 2º. MANUAL DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL. PORTARIA CARF 56/2016. SÚMULA CARF 14.
Enunciado de Súmula CARF não impede o conhecimento do recurso especial se a parte expressamente questiona a aplicação da Súmula ao caso dos autos. Nesse sentido, é o teor do Manual de Admissibilidade do Recurso Especial, veiculado pela Portaria CARF 56/2016. Assim, a Súmula CARF não impede o conhecimento do recurso especial.
CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. SIMILITUDE FÁTICA E DIVERGÊNCIA NA INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA.
Diante da divergência na interpretação da lei tributária e similitude entre acórdão recorrido e paradigmas, é conhecido o recurso especial.
MULTA QUALIFICADA. LEI 9.430, ART. 44. OMISSÃO SUBSTANCIAL. SÚMULA CARF 25.
A omissão substancial de receita, sem que sejam justificados a quase totalidade dos depósitos bancários, legitima a aplicação de multa qualificada. Ademais, há que se considerar a apresentação de declarações zeradas, falta de livros fiscais, dentre outros elementos descritos no lançamento tributário.
A Súmula CARF nº 25 trata da presunção legal de omissão de receita, impedindo a aplicação de multa qualificada quando não comprovado o dolo do contribuinte, na forma dos artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/1964.
O lançamento tributário demonstra o dolo do contribuinte, com a substancial omissão de rendimentos e demais elementos descritos, aplicando-se o racional da Súmula CARF 25 para manutenção da multa.
Numero da decisão: 9101-004.104
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente
(assinado digitalmente)
Cristiane Silva Costa - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano e Adriana Gomes Rêgo (Presidente).
Nome do relator: CRISTIANE SILVA COSTA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2005, 2006 CONHECIMENTO. PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIAL. PROCURADORIA. O RICARF não exige, expressamente, prequestionamento pela Procuradoria. CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. RICARF. ART. 67, § 2º. MANUAL DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL. PORTARIA CARF 56/2016. SÚMULA CARF 14. Enunciado de Súmula CARF não impede o conhecimento do recurso especial se a parte expressamente questiona a aplicação da Súmula ao caso dos autos. Nesse sentido, é o teor do Manual de Admissibilidade do Recurso Especial, veiculado pela Portaria CARF 56/2016. Assim, a Súmula CARF não impede o conhecimento do recurso especial. CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. SIMILITUDE FÁTICA E DIVERGÊNCIA NA INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA. Diante da divergência na interpretação da lei tributária e similitude entre acórdão recorrido e paradigmas, é conhecido o recurso especial. MULTA QUALIFICADA. LEI 9.430, ART. 44. OMISSÃO SUBSTANCIAL. SÚMULA CARF 25. A omissão substancial de receita, sem que sejam justificados a quase totalidade dos depósitos bancários, legitima a aplicação de multa qualificada. Ademais, há que se considerar a apresentação de declarações zeradas, falta de livros fiscais, dentre outros elementos descritos no lançamento tributário. A Súmula CARF nº 25 trata da presunção legal de omissão de receita, impedindo a aplicação de multa qualificada quando não comprovado o dolo do contribuinte, na forma dos artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/1964. O lançamento tributário demonstra o dolo do contribuinte, com a substancial omissão de rendimentos e demais elementos descritos, aplicando-se o racional da Súmula CARF 25 para manutenção da multa.
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ME ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006 CONHECIMENTO. PREQUESTIONAMENTO. RECURSO ESPECIAL. PROCURADORIA. O RICARF não exige, expressamente, prequestionamento pela Procuradoria. CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. RICARF. ART. 67, § 2º. MANUAL DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL. PORTARIA CARF 56/2016. SÚMULA CARF 14. Enunciado de Súmula CARF não impede o conhecimento do recurso especial se a parte expressamente questiona a aplicação da Súmula ao caso dos autos. Nesse sentido, é o teor do Manual de Admissibilidade do Recurso Especial, veiculado pela Portaria CARF 56/2016. Assim, a Súmula CARF não impede o conhecimento do recurso especial. CONHECIMENTO. RECURSO ESPECIAL. SIMILITUDE FÁTICA E DIVERGÊNCIA NA INTERPRETAÇÃO DA LEI TRIBUTÁRIA. Diante da divergência na interpretação da lei tributária e similitude entre acórdão recorrido e paradigmas, é conhecido o recurso especial. MULTA QUALIFICADA. LEI 9.430, ART. 44. OMISSÃO SUBSTANCIAL. SÚMULA CARF 25. A omissão substancial de receita, sem que sejam justificados a quase totalidade dos depósitos bancários, legitima a aplicação de multa qualificada. Ademais, há que se considerar a apresentação de declarações zeradas, falta de livros fiscais, dentre outros elementos descritos no lançamento tributário. A Súmula CARF nº 25 trata da presunção legal de omissão de receita, impedindo a aplicação de multa qualificada quando não comprovado o dolo do contribuinte, na forma dos artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/1964. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 26 68 /2 00 9- 44 Fl. 637DF CARF MF 2 O lançamento tributário demonstra o dolo do contribuinte, com a substancial omissão de rendimentos e demais elementos descritos, aplicandose o racional da Súmula CARF 25 para manutenção da multa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, Viviane Vidal Wagner, Luis Fabiano Alves Penteado, Lívia De Carli Germano e Adriana Gomes Rêgo (Presidente). Relatório Tratase de processo originado pela lavratura de Auto de Infração de IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, com imposição de multa qualificada e 150% (auto de infração às fls. 305, volume 2, pdf. 105). A fiscalização identificou depósitos bancários de origem não comprovada quanto aos anos de 2005 e 2006. Transcrevese trecho do Termo de Verificação, Constatação e Encerramento da Ação Fiscal (fls. 279, volume 2, pdf. 79) justificando a imposição de multa qualificada: A fiscalizada omitiu receita conforme está provado neste termo. Não registrou a sua real movimentação financeira. Assim, a sua conduta denota o elemento subjetivo da prática dolosa de enganar o fisco, portanto enseja a aplicação da MULTA QUALIFICADA, conforme o artigo 44, inciso II e § 1º da Lei 9.430/96. O contribuinte apresentou impugnação administrativa (fls. 348, volume 2, pdf. 149), que foi julgada improcedente pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Florianópolis (fls. 389). A multa qualificada foi assim expressa na ementa do citado acórdão: INTUITO DOLOSO. CARACTERIZAÇÃO. Fl. 638DF CARF MF Processo nº 11516.002668/200944 Acórdão n.º 9101004.104 CSRFT1 Fl. 638 3 O reiteramento da conduta ilícita ao longo do tempo e a expressividade dos valores envolvidos, descaracterizam o caráter fortuito do procedimento, evidenciando o intuito doloso tendente à sonegação. O contribuinte apresentou recurso voluntário (fls. 424, volume 3), ao qual a 1ª Turma Ordinária da 2ª Câmara deu provimento parcial (acórdão 1201000.757): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2005, 2006 EXTRATOS BANCÁRIOS EM FORMATO DIGITAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. O levantamento de depósitos bancários feito pela autoridade fiscal a partir de arquivo em formato digital fornecido pelas instituições bancárias não caracteriza o cerceamento do direito de defesa da empresa contribuinte. MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA. REQUISIÇÃO ÀS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. HIPÓTESE. As informações referentes à movimentação bancária do contribuinte, podem ser obtidas pelo fisco junto as instituições financeiras, no âmbito de procedimento de fiscalização em curso, quando ocorrer embaraço fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de livros e documentos em que se assente a escrituração das atividades do sujeito passivo, bem como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou atividade, próprios ou de terceiros. ARGUIÇÃO DE ILEGALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAÇÃO. Aplicação da Súmula n° 2 do CARF. MULTA QUALIFICADA DE 150%. AFASTABILIDADE. Aplicação da Súmula n° 14 do CARF. JUROS SELIC. LEGALIDADE. Aplicação da Súmula n° 4 do CARF. Os autos foram remetidos à Procuradoria em 25/01/2013 (fls. 483) que interpôs recurso especial em 11/03/2013 (fls. 484). Em citado recurso, sustenta a divergência na interpretação da lei tributária a respeito da qualificação de multa de ofício, sendo identificados os acórdãos paradigmas 10196908 e 10517107. Além destes acórdãos, a Recorrente identificou outros que teriam o mesmo entendimento (10709207, 10707658, 101 94095, 20214723, 10196446, 10423244, 10517034 e CSRF 0400.759) Fl. 639DF CARF MF 4 O então Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção admitiu o recurso especial, quanto ao acórdão paradigma 10196.908: Pois bem, enquanto no acórdão recorrido entendeuse que não constitui o evidente intuito de fraude, o fato de o contribuinte haver nos anos calendários de 2005 e 2006 (de forma reiterada) declarado zero de Receita Bruta auferida; no acórdão paradigma nº 10196.908, de 18/09/2008 restou o entendimento de que a prática reiterada da contribuinte, por sucessivos exercícios, em omitir receitas, mediante declaração falsa de inatividade, e em declarar de maneira significantemente reduzida a receita auferida, caracterizam sua intenção fraudulenta e, por conseguinte, justificam a aplicação da multa qualificada de 150%. Em relação ao outro paradigma 10517.107, de 26/06/2008 não se pode confirmar a divergência arguida pela Recorrente, na medida em que de acordo com o voto condutor do referido acórdão, para manutenção da multa qualificada levouse em consideração determinada situação fática em que verificada uma montagem de esquema fraudulento, um sistema paralelo de remessas, mantido à margem de qualquer controle oficial, constituindo, assim, ambiente propício à sonegação fiscal, evasão de divisas e ainda lavagem de dinheiro. Portanto, situação fática distinta da tratada nos presentes autos. (...) Do exame dos requisitos de admissibilidade, verifico que o acórdão paradigma 10196.908, de 18/09/2008 apresentado como divergente fora proferido por colegiado distinto do acórdão recorrido, e restou demonstrada a divergência apontada pela Recorrente, Assim, nos termos da competência que me foi atribuída pelo art. 68, § 1º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº. 343, de 09/06/2015, e alterações posteriores, decido DAR SEGUIMENTO ao Recurso Especial da PFN em relação à matéria: Desqualificação da multa lançada de ofício. O contribuinte foi intimado quanto ao acórdão recorrido, recurso especial e decisão sobre a admissibilidade do recurso em 12/08/2016 (fls. 524), apresentando contrarrazões ao recurso em 25/08/2015. Em síntese, sustenta: (i) Não deveria ser conhecido o recurso especial pois não demonstrado o prequestionamento, como exigiria o artigo 67, §5º, do RICARF; (ii) Não cabimento do recurso pois o acórdão recorrido estaria fundamentado em Súmula CARF; (iii) A divergência fática entre o paradigma e o acórdão recorrido, que também impediria o conhecimento do recurso; (iv) No mérito, pede manutenção do acórdão recorrido, pleiteando a aplicação da Súmula CARF 14. Ademais, o contribuinte apresentou recurso especial (fls. 540) alegando a existência de divergência na interpretação da lei tributária a respeito: (i) a respeito das provas para fins de aplicação do artigo 42, da Lei nº 9.430/1996, identificando como paradigma o Fl. 640DF CARF MF Processo nº 11516.002668/200944 Acórdão n.º 9101004.104 CSRFT1 Fl. 639 5 acórdão 10807.989 e (ii) sobre os valores utilizados como base de cálculo, na forma do artigo 42, da mesma Lei, confrontando a interpretação com o acórdão paradigma nº 10419.482. O recurso especial do contribuinte teve conhecimento negado pelo Presidente de Câmara (fls. 599), com a intimação do contribuinte em 23/11/2016 (fls. 634), sem que tenha se manifestado posteriormente à sua ciência. Assim, a unidade de origem transferiu o crédito tributário definitivo para o Processo Administrativo nº 11516720003/201726. É o relatório. Voto Conselheira Cristiane Silva Costa, Relatora Conhecimento O contribuinte questiona o conhecimento do recurso especial por 3 (três) razões principais, que serão analisadas a seguir: (i) Prequestionamento; (ii) Não cabimento do recurso pois o acórdão recorrido estaria fundamentado em Súmula CARF; (iii) A divergência fática entre o paradigma e o acórdão recorrido. Conhecimento: Prequestionamento O RICARF (Portaria nº 343/2015) não é expresso para a exigência de prequestionamento quanto à Procuradoria da Fazenda Nacional, a despeito da expressa exigência quanto aos contribuintes, verbis: Art. 67. Compete à CSRF, por suas turmas, julgar recurso especial interposto contra decisão que der à legislação tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra câmara, turma de câmara, turma especial ou a própria CSRF. (...) § 5º O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria prequestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais. (grifo noss) O RICARF anterior (Portaria MF 256/2009), vigente ao tempo da interposição do recurso, tampouco exigia expressamente o prequestionamento pela Procuradoria. Nesse sentido, o artigo 67, §3º: Fl. 641DF CARF MF 6 Art. 67 (...) § 3° O recurso especial interposto pelo contribuinte somente terá seguimento quanto à matéria prequestionada, cabendo sua demonstração, com precisa indicação, nas peças processuais. Nesse contexto, rejeito o pedido para não conhecimento do recurso por falta de prequestionamento. Conhecimento: Súmula CARF 14 O contribuinte ainda pede o não conhecimento do recurso, considerando que o Colegiado a quo aplicou súmula CARF. Com efeito, o RICARF anterior (Portaria MF 256/2009) previa que não deveria ser conhecido recurso especial, quando o acórdão recorrido aplicasse súmula CARF: Art. 67 (...) § 2° Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que aplique súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da Câmara Superior de Recursos Fiscais ou do CARF, ou que, na apreciação de matéria preliminar, decida pela anulação da decisão de primeira instância. No mesmo sentido, o RICARF atual (Portaria MF 343/2015) impede o conhecimento de recurso especial caso o acórdão recorrido adote entendimento consolidado em Súmula do CARF: Art. 67. (...) §3º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso. A Súmula CARF referida pelo acórdão recorrido trata do tema em discussão no recurso, verbis: Súmula CARF nº 14 A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Não obstante, na hipótese de questionamento, pela parte, da aplicação da Súmula ao caso concreto, há de ser conhecido o recurso especial, desde que cumpridos os demais requisitos regimentais. No caso dos autos, o recurso especial da Procuradoria questiona a aplicação da Súmula CARF 14, verbis: Ressaltese que, por fim, apesar de a Turma Recorrida ter aplicado ao caso a Súmula 14 do CARF no que se refere à multa qualificada, demonstrarseá que sua utilização foi equivocada, não podendo ser utilizada para a situação debatida nos autos. Fl. 642DF CARF MF Processo nº 11516.002668/200944 Acórdão n.º 9101004.104 CSRFT1 Fl. 640 7 O Manual de Admissibilidade do Recurso Especial, aprovado pela Portaria CARF 56/2016, trata exatamente da hipótese dos autos, esclarecendo: Pode ocorrer, no entanto, de o recorrente questionar a aplicabilidade da súmula ao caso do acórdão recorrido. Nesta situação, o recurso pode ser admitido, desde que o paradigma, posterior à edição da súmula e tratando de situação similar à do recorrido, deixe de aplicar o entendimento nela veiculado, justificando tal posicionamento. Isto porque, se o paradigma não veicula justificativa para a adoção de entendimento contrário a Súmula CARF, sujeitase à vedação contida no art. 67, §12, inciso III, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 2015. Esta problemática ocorre com súmulas por demais genéricas, de sorte que sua aplicação acaba por extrapolar o conteúdo dos precedentes que lhe deram fundamento, como é o caso da Súmula CARF nº 14 "A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo". Ora, ao mencionar “simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos”, sem especificar a situação dos precedentes, considerada como enquadrada nesse conceito, a súmula suscita aplicações sob diferentes conceitos do que seja “simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos”. Portanto, a Súmula CARF 14 não impede o conhecimento do recurso especial da Procuradoria, desde que cumpridos demais requisitos regimentais. Diante disso, rejeito pedido do contribuinte de não conhecimento do recurso especial com fundamento no artigo 67, §3º, do RICARF, passando à análise do último requisito questionado pelo contribuinte. Conhecimento: similitude fática com acórdão paradigma O então Presidente da 2ª Câmara da 1ª Seção admitiu o recurso especial, apenas quanto a um dos acórdãos paradigmas: 10196.908. Passo, assim, a apreciar a similitude dos fatos apreciados em tal paradigma com os fatos tratados nos presentes autos. O acórdão paradigma 10196.908 tem o contexto fático descrito em seu relatório: O crédito tributário objeto do presente processo administrativo foi apurado no valor de R$ 3.467.671,00, já inclusos juros e multa de oficio de 150%, e tem origem na omissão de rendimentos da contribuinte nos anos 2000 a 2004. Conforme Descrição dos Fatos, de fls. 171/174, a contribuinte apresentou Declaração Simplificada — Inativa nos anos 2000 a Fl. 643DF CARF MF 8 2002 e Declaração Simplificada — Simples nos anos 2003 e 2004. A contribuinte efetuou a opção pelo Simples em 03.07.2003, com efeitos a partir de 01.01.2004. No entanto, a contribuinte passou a efetuar, indevidamente, os recolhimentos relativos ao Simples desde janeiro de 2003. Segundo a Fiscalização, a contribuinte, embora intimada, não apresentou os Livros Diário e Razão, mas tão somente os Livros de Registro de Apuração de ICMS, por meio do qual constatou que a contribuinte auferiu receitas em todo o período fiscalizado, o que foi confirmado pela contribuinte por meio da documentação de fls. 16/27, 38/40, 85/98 e 165/166. Ademais, a receita bruta auferida é superior ao limite de R$ 1.200.000,00, sendo vedada a sua opção pela Simples. Em decorrência, diante falta de apresentação da escrituração fiscal pela contribuinte, a Fiscalização procedeu ao arbitramento da receita bruta da contribuinte, com base nos livros de apuração do ICMS, conforme demonstrativo de fls. 163/167, com a indicação da base de cálculo do IRPJ e os respectivos valores devidos mensalmente. Por fim, aplicou a multa de oficio qualificada, sob o fundamento de que a prática reiterada da contribuinte de omitir a totalidade ou extensa parcela do faturamento evidencia o intuito da contribuinte em retardar o conhecimento por parte da autoridade fazendária da ocorrência do fato gerador, configurandose sonegação. A contribuinte utilizouse de declarações falsas, posto que, em relação aos anos 2000 a 2002, informou a condição de inativa; e, nos anos 2003 e 2004, escriturou receitas de vendas nos livros de apuração do ICMS não informadas nas Declarações Simplificadas apresentadas nem nas DCTFs, demonstrando a consciência da conduta da contribuinte. Diante deste quadro fático, decidiu o Colegiado prolator do acórdão paradigma 10196.908, conforme voto do Relator: A prática reiterada da contribuinte em omitir, mediante declaração falsa de inatividade, nos anos 2000 a 2002, e em reduzir, nos anos seguintes, consideravelmente o montante das receitas auferidas, a percentual inferior a 2% da receita auferida, caracterizam a intenção fraudulenta do sujeito passivo e, por conseguinte, a aplicação da multa qualificada de 150%. Eventual retificação das declarações prestadas ao fisco, posteriormente ao inicio de qualquer procedimento de oficio de fiscalização, não tem o condão de descaracterizar a conduta fraudulenta da contribuinte. Por fim, esclareçase que a multa de 150% aplicada no presente caso tem fundamento na conduta dolosa do sujeito passivo, não se confundido com a penalidade aplicável, agravada, resultante de falta de atendimento para prestar esclarecimentos ou apresentar documentos, prevista no § 2° do art. 44 da Lei n° 9.430/96. Ainda que a contribuinte apresentasse toda a documentação solicitada, o que não ocorreu (tendo, inclusive, Fl. 644DF CARF MF Processo nº 11516.002668/200944 Acórdão n.º 9101004.104 CSRFT1 Fl. 641 9 havido o arbitramento das receitas), tal fato não é o caracterizador da conduta dolosa praticada pela contribuinte, que deu fundamento à aplicação da multa qualificada. No caso destes autos, houve substancial omissão de rendimentos em todo o período fiscalizado (4 trimestres de 2005 e 2006), com a apresentação de DIPJs zeradas no período. Diante disso, entendo similares os casos para admissibilidade do recurso especial. Concluo, assim, por conhecer o recurso especial da Procuradoria já pelo primeiro acórdão paradigma. Mérito: multa qualificada O acórdão recorrido aplicou a Súmula CARF 14, entendendo pela desqualificação da multa de ofício, pelas razões seguintes: Quanto à multa de 150%, entendemos que é caso de se dar provimento ao Recurso, considerando o fato de que não é a mera omissão de informações de receita em declarações exigidas pela Receita Federal que configura dolo do contribuinte, devendo a fiscalização investigar melhor para o fim de aplicar a qualificação da multa quanto ao disposto no artigo 44, inciso II, e § 1°, da Lei n° 9.430/96. Vejamos o que dispõe a Súmula n° 14 do CARF: Súmula CARF nº 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo. Observase que faltou ao ilustre auditor colher outros elementos de prova para considerar o dolo do contribuinte quanto à omissão, não podendo sustentar a referida imputação qualificada apenas na apuração da omissão de receita. Lembro que a autuação fiscal teve o seguinte fundamento para qualificação da multa (TVF às fls. 279, volume 2, pdf. 79): 2.3. ARBITRAMENTEO A fiscalizada omitiu contabilmente as informações sobre a movimentação financeira, não as registrando nos livros obrigatórios (caixa). Não tendo apresentado qualquer livro que pudesse oferecer as receitas a tributação pelo lucro real, resta a tributação pelo arbitramento.. 2.4. QUALIFICAÇÃO DA MULTA A fiscalizada omitiu receita conforme está provado neste termo. Não registrou a sua real movimentação financeira. Assim, a sua conduta denota o elemento subjetivo da prática dolosa de enganar o fisco, portanto enseja a aplicação da Fl. 645DF CARF MF 10 MULTA QUALIFICADA, conforme o artigo 44, inciso II e § 1º da Lei 9.430/96. (...) 3.2. OS FATOS: OS CRÉDITOS BANCÁRIOS NÃO CONTABILIZADOS SÃO PARTE DA MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA PARALELA — "CAIXA 2" Considerando que a empresa fiscalizada teve todas as oportunidades de comprovar a origem dos depósitos/créditos em sua contacorrente bancária e não o fez totalmente com documentos hábeis e idôneos; Considerando que cabe ao contribuinte comprovar a origem, com documentos hábeis e idôneos, de depósitos relacionados pela fiscalização, sob pena de serem considerados tais valores omissão de receita, por expressa presunção legal (art. 42 da Lei 9.430/96); Considerando que as suas DIPJs de 2006 e 2007 (fls.236/257), correspondentes aos anoscalendário de 2005 e 2006 foram apresentadas com valores zero para toda a receita em todos os meses; e, Considerando que não é ônus da fiscalização promover cruzamento de depósitos bancários e operações que não estejam reportadas nos livros contábeis e fiscais; Assim, os depósitos/créditos bancários cujas origens não foram comprovadas, por presunção legal, é sua receita e a diferença para o valor declarado é considerada omissão. A autuação tratou de 2 (dois) anos, 2005 e 2006, com arbitramento do lucro considerando que o contribuinte não possuía “escrituração na forma das leis comerciais e fiscais”, com fulcro no artigo 530, I, do RIR/1999 (Decreto n. 3.000/1999). Ademais, consta do TVF informação sobre a substancial omissão de rendimentos, como também sobre a apresentação de DIPJs zeradas. Os Autos de Infração identificam como fundamento para a imposição de multa qualificada o disposto no artigo 44, II. da Lei nº 9430/1996. O citado dispositivo tinha a seguinte redação ao tempo dos fatos em debate nos autos: Art. 44 (...) II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. O acórdão recorrido merece reforma, eis que os fatos descritos pelo Termo de Verificação Fiscal – inclusive para justificar a qualificação da multa de ofício – atestam que houve substancial omissão pelo contribuinte e, assim, o dolo na sua conduta. Com efeito, a omissão substancial de receita, sem que sejam justificados cerca de 70% dos depósitos bancários, legitima a aplicação de multa qualificada. Não há mero erro do contribuinte, mas conduta evidente de sonegação fiscal. Lembro que a Súmula CARF nº 25 trata da presunção legal de omissão de receita, impedindo a aplicação de multa qualificada sem a comprovação do dolo do contribuinte, na forma dos artigos 71, 72 e 73, da Lei nº 4.502/1964: Fl. 646DF CARF MF Processo nº 11516.002668/200944 Acórdão n.º 9101004.104 CSRFT1 Fl. 642 11 Súmula CARF nº 25 A presunção legal de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação de uma das hipóteses dos arts. 71, 72 e 73 da Lei n° 4.502/64. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 383, de 12/07/2010, DOU de 14/07/2010). Não obstante o teor da Súmula CARF 25, o caso dos autos não é de mera presunção legal de omissão de rendimentos, pois o contribuinte apresentou DIPJs zeradas, sem que tenha apresentado livros fiscais, tendo substancial valor apurado pela fiscalização (chegando a R$ 1.878.756,30 nos 4 trimestres de 2005 e R$ 1.450.628,76 nos 4 trimestres de 2006). Tais fatos atestam o dolo na conduta do contribuinte, caracterizando a sonegação fiscal, na forma do artigo 71, da Lei n. 4.502/1964. Tampouco aplicável a Súmula CARF 14, na medida em que não se vislumbra “simples omissão de receita”, tendo sido comprovado o evidente intuito de fraude pela fiscalização. Conclusão Pelas razões expostas, voto por conhecer e dar provimento ao recurso especial da Procuradoria. (assinado digitalmente) Cristiane Silva Costa Fl. 647DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.901788/2008-42
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 23 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. INEXATIDÃO MATERIAL.
O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB.
Numero da decisão: 1003-000.644
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama.
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. INEXATIDÃO MATERIAL. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carmen Ferreira Saraiva (Presidente), Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Wilson Kazumi Nakayama. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 17 88 /2 00 8- 42 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 107 2 A Recorrente formalizou o Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nº 06412.27753.211004.1.3.043000, em 21.10.2004, fls. 0308, utilizandose do crédito relativo ao pagamento a maior efetuado pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples, código 6106, do mês de junho do anocalendário de 2004 no valor de R$2.984,98 contido no DARF de R$4.217,85 arrecadado em 31.08.2004, para compensação dos débitos ali confessados. Consta no Despacho Decisório Eletrônico, fl. 02, que as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido: Limite do crédito analisado, correspondente ao valor do crédito original na data de transmissão informado no PER/DCOMP: 2.984,98 A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. [...] Diante da inexistência do crédito, NÃO HOMOLOGO a compensação declarada. [...] Enquadramento legal: Arts. 165 e 170 da Lei n° 5.172. de 25 de outubro de 1956 (CTN). Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade. Está registrado na ementa do Acórdão da 5ª Turma/DRJ/RPO/SP nº 1438.839, de 28.09.2012, efls. 2326: DCOMP. CRÉDITO. INDEFERIMENTO. Pendente, nos autos, a comprovação do crédito indicado na declaração de compensação formalizada, impõese o seu indeferimento. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Manifestação de Inconformidade Improcedente Notificada em 14.12.2012, efl. 28, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 14.01.2013, efls. 31104, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Relativamente aos fundamentos de fato e de direito aduz que: Fl. 107DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 108 3 Inconformada com o despacho decisório de primeira instância, que não homologou a compensação requerida através de PER/DCOMP, cujo crédito provém de pagamento em duplicidade do SIMPLES FEDERAL referente a JUNHO de 2004, a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade a fim de demonstrar que houve equívoco no período de apuração do DARF utilizado para quitação do débito em questão, pois a empresa recolheu em 20/08/2004 o DARF 6106 com período incorreto de 31/05/2004, para quitar o débito de 30/06/2004, problema este sanado pela empresa, assim que tomou ciência através do despacho decisório, conforme demonstram os comprovantes de arrecadação em anexo. O crédito informado na PER/DCOMP em debate está plenamente correto, porém em razão do equívoco na inserção do período de apuração no DARF utilizado para quitação do mesmo, a Delegacia da Receita Federal de Piracicaba/SP não encontrou crédito disponível para quitação da PER/DCOMP [...], uma vez que o DARF estava alocado para quitação do débito do período do próprio mês de apuração. Diante disso, para melhor compreensão do fato sucedido apresentamos em anexo os documentos probatórios hábeis a demonstrar a origem do valor apurado e recolhido. Além disso, com o propósito de comprovar o direito creditório da Recorrente, confrontase a seguir os registros contábeis necessários e pertinentes ao reconhecimento do indébito pleiteado. Conforme se infere dos registros efetuados na página 032 do Livro Diário n° 03, registrado em cartório em 28/02/2005, demonstramos que a provisão efetuada em 30/06/2004 referente ao valor do débito do Simples deste período é de R$ 3.589,66, sendo que este valor pode ser verificado através da PSJI 2005 SIMPLES entregue em 01/06/2005, bem como pelos DARFs recolhidos em 20/08/2004 (página 56 do mesmo livro) e em 31/08/2004 (página 60). O faturamento que reflete a base de cálculo para apuração do tributo em questão também é comprovado nas folhas 148/149 do Livro Razão n° 03 e pela PSJI 2005 SIMPLES entregue em 01/06/2005. No mesmo livro podese comprovar, ainda, nas folhas 092 e 152 o valor da provisão do débito do Simples para o período de junho de 2006 e nas folhas 015, 055 e 093, os pagamentos realizados. No que concerne ao pedido conclui que: Ante o exposto, requerer nos termos do art. 151, inc. III, da Lei 5.172/1966 CTN, a suspensão da exigibilidade do crédito tributário ora pretendido, bem como o PROVIMENTO do presente recurso a fim de que seja homologada definitivamente a compensação realizada e ora debatida. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora Fl. 108DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 109 4 O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. A Recorrente diz demonstrar que houve equívoco no período de apuração do DARF utilizado para quitação do débito em questão, pois recolheu em 20/08/2004 com período incorreto de 31/05/2004, para quitar o débito de 30/06/2004. O Parecer Normativo Cosit nº 08, de 03 de setembro de 2014, prevê: Conclusão 81. Em face do exposto, concluise que: [...] b) a retificação de ofício de débito confessado em declaração, para reduzir o saldo a pagar a ser encaminhado à PGFN para inscrição na Dívida Ativa, pode ser efetuada pela autoridade administrativa local para crédito tributário não extinto e indevido, na hipótese da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração; Por seu turno, o Anexo I do Regimento Interno da Receita Federal do Brasil (RFB), aprovado pela Portaria MF nº 430, de 09 de outubro de 2017, determina: Art. 270. Às Delegacias da Receita Federal do Brasil (DRF), à Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Maiores Contribuintes do Rio de Janeiro (Demac/RJO), à Delegacia Especial da Receita Federal do Brasil de Pessoas Físicas (Derpf) e às Alfândegas da Receita Federal do Brasil (ALF) compete, no âmbito da respectiva jurisdição, no que couber, gerir e executar as atividades de cadastros, de arrecadação, de controle, de cobrança, de recuperação e garantia do crédito tributário, de direitos creditórios, de benefícios fiscais, de atendimento e orientação ao cidadão, de comunicação social, de fiscalização, de controle aduaneiro, de tecnologia e segurança da informação, de programação e logística, de gestão de pessoas e de planejamento, avaliação, organização e modernização. [...] § 6º As atividades de prestação de informações ao contribuinte, excetuandose as que envolverem a interpretação da legislação tributária, aduaneira e correlata, de recepção de documentos, de alteração cadastral e de retificação de documentos de arrecadação deverão ser executadas por qualquer Delegacia ou Alfândega, independentemente da sua jurisdição. A atividade de retificação de documentos de arrecadação e a revisão de ofício do débito tributário confessado cabe a autoridade administrativa, nos termos do art. 149 do Código Tributário Nacional. A Recorrente discorda do procedimento fiscal. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a Fl. 109DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 110 5 compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em 31.10.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional (§1º do art. 5º do DecretoLei nº 2.124, de 13 de junho de 1984, art. 17 da Medida Provisória nº 135, de 30 de outubro de 2003 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003). O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977 e art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995). Instaurada a fase litigiosa do procedimento, a Recorrente deve detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Os diplomas normativos de regências da matéria, quais sejam o art. 170 do Código Tributário Nacional e o art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deixam clara a necessidade da existência de direto creditório líquido e certo no momento da apresentação do Per/DComp, hipótese em que o débito confessado encontrarseia extinto sob condição resolutória da ulterior homologação. O Per/DComp delimita a amplitude de exame do direito creditório alegado pela Recorrente quanto ao preenchimento dos requisitos de liquidez e de certeza necessários à extinção de débitos tributários. Apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos podem ser corrigidas de ofício ou a requerimento da Requerente. O erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado. Fl. 110DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 111 6 O conceito de erro material apenas abrange a inexatidão quanto a aspectos objetivos, não resultantes de entendimento jurídico, como um cálculo errado, a ausência de palavras, a digitação errônea, e hipóteses similares. Somente podem ser corrigidas de ofício ou a pedido as informações declaradas no caso de verificada a circunstância objetiva de inexatidão material e congruentes com os demais dados constantes nos registros internos da RFB (art. 32 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e incisos I e III do art. 145 e inciso IV do art. 149 do Código Tributário Nacional). Por inexatidão material entendemse os pequenos erros involuntários, desvinculados da vontade do agente, cuja correção não inove o teor do ato formalizado, tais como a escrita errônea, o equívoco de datas, os erros ortográficos e de digitação. Diferentemente o erro de direito, que não é escusável, diz respeito à norma jurídica disciplinadora e aos parâmetros previstos nas normas de regência da matéria. Cabe a Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal (art. 170 do Código Tributário Nacional). Conforme determinam os §§ 1º e 3º do art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais, exceto nos casos em que a lei, por disposição especial, atribua a ele o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração. A Recorrente tem o ônus de instruir os autos com documentos hábeis e idôneos que justifiquem a retificação das informações. Nesse sentido também vale ressaltar o disposto no art. o art. 195 do Código Tributário Nacional e o art. 4º do DecretoLei nº 486, de 03 de março de 1969, que preveem, em última análise, "que os livros obrigatórios de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes dos lançamentos neles efetuados serão conservados até que ocorra a prescrição dos créditos tributários decorrentes das operações a que se refiram." O suposto direito creditório pleiteado foi integralmente utilizado para quitação de débito relativo ao mês de junho do anocalendário de 2004 no valor de R$2.984,98 arrecadado em 31.08.2004. Tendo em vista as normas, o pagamento unificado de impostos e contribuições, devidos pela microempresa e pela empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES, será feito de forma centralizada, até o décimo dia do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a receita bruta, sob pena de incorrer em acréscimos moratórios (art. 6º da Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996 e art. 61 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996). O valor do Simples devido no mês de junho de 2004 informado na Declaração Anual Simplificada PJSI é no valor de R$3.589,66, que foi arrecadado em atraso e não há registro correspondente no Livro Razão, conta Caixa, do anocalendário de 2004, e fls. 76 e 92 do pagamento correspondente em 20.08.2004, conforme os registros internos da RFB e o comprovante de efl. 62. Fl. 111DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 112 7 Conforme o Livro Razão, conta Caixa, do anocalendário de 2004, efl. 76, houve o registro do pagamento efetuado em 31.08.2004, cujo somatório é R$4.217,85 atinente ao débito do Simples de junho do anocalendário de 2004: [...]DATA C/PART [...] HISTÓRICO DÉBITO CRÉDITO 31/08 114641 PGTO SIMPLES REF.06/04, EFETUADO EM DUPLICIDADE 3.589,66 31/08 114641 PGTO MULTA S/ SIMPLES REF.06/04, EFETUADO EM DUPLICIDADE 592,29 31/08 114641 PGTO JUROS S/ SIMPLES REF.06/04, EFETUADO EM DUPLICIDADE 35,90 A indicação de que houve pagamento do valor de R$2.984,98 em 31.08.2004 presumidamente em duplicidade não pode ser confirmada. No presente caso, a partir das características do DARF discriminado no Per/DComp foi identificada a alocação para quitação de débitos da Recorrente, não restando crédito disponível para compensação. Verificase que todos os documentos constantes nos autos foram analisados. As informações constantes na peça de defesa não podem ser consideradas, pois não foram produzidos no processo elementos de prova mediante assentos contábeis e fiscais que evidenciem as alegações ali constantes, nos termos do art. 145 e art. 147 do Código Tributário Nacional, bem como art. 15, art. 16 e art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, que estabelecem critérios de adoção do princípio da verdade material. Observese que não foram carreados aos autos pela Recorrente os dados essenciais a produzir um conjunto probatório robusto da liquidez e certeza do direito creditório pleiteado. Consta no Acórdão da 5ª Turma/DRJ/RPO/SP nº 1438.839, de 28.09.2012, efls. 2326, cujos fundamentos de fato e direito são acolhidos de plano nessa segunda instância de julgamento (art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999): Nesse sentido, cabe perquirir, à luz do disposto na legislação de regência, se o pedido de restituição/compensação ora em exame encontrase devidamente instruído, especialmente no que concerne à comprovação de liquidez e certeza dos créditos pleiteados. No caso em tela, a interessada alega que o suposto crédito a compensar decorreria de recolhimento a maior no período de apuração 06/2004, suficiente para quitar o débito indicado no PER/DCOMP, sendo indevidas as alocações de pagamento que constam do despacho decisório. Todavia, a contribuinte não apresentou, no processo, elementos probatórios hábeis a comprovar a origem e aproveitamento do suposto indébito. Intimada pela autoridade preparadora a prestar os esclarecimentos pertinentes, conforme documentos de fls. 20/22, mantevese silente. Com efeito, a interessada não fez juntar aos autos registros contábeis e respectivos documentos fiscais capazes de demonstrar a origem e forma de aproveitamento do suposto crédito, e evidenciar recolhimento indevido ou a maior Fl. 112DF CARF MF Processo nº 13888.901788/200842 Acórdão n.º 1003000.644 S1C0T3 Fl. 113 8 no período 06/2004 resultante do confronto entre pagamentos alocados e/ou compensações realizadas naquele PA, e o débito apurado. [...] O artigo 923 do RIR/1999, por seu turno, estabelece que “a escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais”. Nesse sentido, concluise não ter sido comprovada, nos autos, a existência de direito creditório líquido e certo, do contribuinte contra a Fazenda Pública, passível de compensação, nos termos do art. 170 do CTN, pelo que não se há de cogitar reparos no despacho decisório recorrido. Temse que nos estritos termos legais este entendimento está de acordo com o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). Em assim sucedendo, voto em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 113DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11065.723885/2015-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012
INADIMPLEMENTO. DIFERENÇA APURADA ENTRE AS NOTAS FISCAIS E DCTF. POSSIBILIDADE.
É perfeitamente válida a apuração fiscal do imposto devido pelo confronto entre as notas fiscais registradas no ambiente SPED e as DCTFs transmitidas pelo contribuinte. A ausência de prova em sentido contrário confirma a higidez do procedimento fiscal e do lançamento efetuado.
Numero da decisão: 3402-006.581
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente.
(assinado digitalmente)
Rodrigo Mineiro Fernandes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente).
Nome do relator: RODRIGO MINEIRO FERNANDES
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DIFERENÇA APURADA ENTRE AS NOTAS FISCAIS E DCTF. POSSIBILIDADE. É perfeitamente válida a apuração fiscal do imposto devido pelo confronto entre as notas fiscais registradas no ambiente SPED e as DCTFs transmitidas pelo contribuinte. A ausência de prova em sentido contrário confirma a higidez do procedimento fiscal e do lançamento efetuado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente. (assinado digitalmente) Rodrigo Mineiro Fernandes Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Cynthia Elena de Campos, Thais de Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Waldir Navarro Bezerra (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 06 5. 72 38 85 /2 01 5- 75 Fl. 311DF CARF MF Processo nº 11065.723885/201575 Acórdão n.º 3402006.581 S3C4T2 Fl. 312 2 Relatório Trata o presente processo de Ação Fiscal realizada no estabelecimento 96.198.239/000430 da empresa VIP INDUSTRIA E COMERCIO DE CAIXAS E PAPELAO ONDULADO LTDA, com o objetivo de verificar a incompatibilidade existente entre os valores do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI apurados pela autoridade fiscal através das Notas Fiscais Eletrônicas (NFe) e os débitos declarados pelo contribuinte na DCTF (Relatório Fiscal às fls. 127 a 139). A Ação Fiscal resultou na lavratura de Auto de Infração pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em Novo Hamburgo/RS, para cobrança de crédito tributário referente a diferença de Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, multa de ofício majorada e juros moratórios. A autorização para abertura de procedimento fiscal em outra jurisdição foi autorizada pelo CoordenadorGeral de Fiscalização através da Ordem de Serviço Cofis n.36, de 01/04/2015 (fls.49). A recorrente foi autuada em face da infração capitulada no artigo 24, inciso III, do Decreto nº 7.212/10 (RIPI/10), e nos arts. 181, 183, 186, §§ 2º e 3º, 259, 260, inciso IV, 262, inciso III, 383, 459, 460, 477, e parágrafo único, do Decreto nº 7.212/10 (RIPI/10), pela suposta falta de declaração e recolhimento dos saldos devedores de IPI, apurados nas saídas de produtos industrializados, nos anos de 2011 e 2012 (Auto de Infração às fls. 115 a 126). A autoridade fiscal alega que foram apuradas divergências entre os débitos declarados à Fazenda e os valores levantados através de notas fiscais eletrônicas (NFe), as quais foram reiteradamente apontadas para a contribuinte, que optou por não apresentar qualquer elemento probatório que lhe fosse favorável. Foram lavrados os seguintes termos de intimação, com a informação da diferença apurada pela autoridade fiscal, sem resposta satisfatória do contribuinte: TERMO DE CONSTATAÇÃO E INTIMAÇÃO FISCAL N° 01 (fls. 5 a 9); TERMO DE CONSTATAÇÃO E REINTIMAÇÃO FISCAL N° 02 (fls. 23 a 26); TERMO DE CONSTATAÇÃO E REINTIMAÇÃO FISCAL N° 03 (fls. 30 a 31); TERMO DE CONSTATAÇÃO E REINTIMAÇÃO FISCAL N° 04 (fls. 44 a 46); e TERMO DE CONSTATAÇÃO E REINTIMAÇÃO FISCAL N° 05 (fls. 57 a 59). A fiscalização, diante da negativa da contribuinte em apresentar o livro RAIPI e demais respostas solicitadas para averiguar as divergências no âmbito do IPI, apurou os saldos do imposto conforme dados das notas fiscais eletrônicas (NFe) encontradas no ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital Sped, e demonstrado no Relatório Fiscal (fls.134 a 136). Cientificada da lavratura do Auto de Infração, a ora recorrente apresentou sua impugnação, contestando o lançamento efetuado com as seguintes alegações (Impugnação às fls. 148 a 204): (i) vício material, pela ausência de motivação do Auto de Infração, pela dificuldade na execução de procedimento fiscal em jurisdição distinta, pela reapuração e não arbitramento de valores devidos, e pela ausência de demonstração do procedimento utilizado e composição do montante autuado; Fl. 312DF CARF MF Processo nº 11065.723885/201575 Acórdão n.º 3402006.581 S3C4T2 Fl. 313 3 (ii) irregularidade na apuração da base de cálculo do IPI, divergentes dos critérios determinados pela legislação; (iii) não ocorrência de embaraço à fiscalização em Novo Hamburgo; e (iv) ilegalidade das multas impostas A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG), em sessão de julgamento ocorrida em 13 de maio de 2016, considerou improcedente a impugnação apresentada, com a lavratura do Acórdão 0959.691, cuja ementa foi vazada nos seguintes termos (fl. 212): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2012 NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. TERMO DE DISTRIBUIÇÃO DE PROCEDIMENTO FISCAL. VALIDADE. Constatada a validade do TDPF por meio do código de acesso fornecido ao contribuinte, cumpre ao intimado fornecer as informações exigidas pelo Fisco sob pena de agravamento da pena básica por inadimplemento do imposto, nos termos do §2º do artigo 44 da Lei nº 9.430/96. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. INADIMPLEMENTO. CONFRONTO ENTRE NOTAS FISCAIS E DCTF. LEGITIMIDADE ASSEGURADA. Legítimo, para apuração do imposto devido e possíveis inadimplementos, o procedimento de confronto comparativo entre as notas fiscais registradas no ambiente SPED e as DCTFs transmitidas pelo contribuinte. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada da decisão em 10/06/2016 (AR à fl. 231) e, não concordando com a decisão de primeira instância, a Recorrente apresentou em 01/07/2016 (Termo de Solicitação de juntada à fl. 233), Recurso Voluntário, alegando, em síntese o que segue (fls. 234 a 278): (i) Em preliminar, a decadência; (ii) no mérito, vício material, pela ausência de motivação do Auto de Infração, pela dificuldade na execução de procedimento fiscal em jurisdição distinta, pela reapuração e não arbitramento de valores devidos, e pela ausência de demonstração do procedimento utilizado e composição do montante autuado; (iii) irregularidade na apuração da base de cálculo do IPI, divergentes dos critérios determinados pela legislação; (iv) não ocorrência de embaraço à fiscalização em Novo Hamburgo; e (v) ilegalidade das multas impostas Fl. 313DF CARF MF Processo nº 11065.723885/201575 Acórdão n.º 3402006.581 S3C4T2 Fl. 314 4 O processo foi encaminhado a este Conselho para julgamento e posteriormente distribuído a este Relator. Em 21 de junho de 2018, este colegiado resolveu baixar o processo em diligência à repartição de origem para que a autoridade preparadora apresente demonstrativo individualizado para cada estabelecimento, discriminando a fonte dos valores considerados na coluna “b” da Tabela 3.1 do Relatório Fiscal (fls. 134 a 135) por período de apuração, manifestandose se foram considerados no demonstrativo os créditos decorrentes de entradas do mercado interno, do desembaraço aduaneiro e das devoluções de vendas. A Autoridade Fiscal elaborou o Relatório de Diligência à fl.302, e anexou planilha de cálculo com a identificação das notas fiscais utilizadas na apuração dos créditos de IPI considerados por ocasião do lançamento de ofício efetuado. O processo foi novamente movimentado a este Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo Mineiro Fernandes, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, devendo ser conhecido. Preliminarmente, a recorrente alega que o período compreendido entre janeiro/2011 a dezembro/2011 estaria fulminado pela decadência, por ser superior a 05 (cinco) anos o lapso temporal transcorrido entre o fato gerador do imposto até a ciência da Recorrente do Auto de Infração, 23/12/2015, pela aplicação da regra contida no § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional. Entretanto, pela simples contagem do prazo de 5 (cinco) anos da ocorrência do fato gerador do IPI para os períodos de apuração compreendidos entre janeiro/2011 a dezembro/2011, pela regra contida no § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional, os termos finais da decadência ocorreriam apenas durante o ano de 2016, posterior à data de ciência do Auto de Infração. Dessa forma, rejeito a preliminar de decadência. Quanto à alegação de vício material, pela ausência de motivação do Auto de Infração e por vícios na execução de procedimento fiscal em jurisdição distinta, não assiste razão à recorrente. O Auto de Infração e seu Relatório Fiscal é claro quanto à motivação do lançamento efetuado: falta de declaração e recolhimento dos saldos devedores de IPI, apurados nas saídas de produtos industrializados. Todos os demonstrativos necessários constam do lançamento fiscal efetuado e de seu Relatório correspondente, permitindo o pleno conhecimento do sujeito passivo quanto às infrações a ele imputadas, e sua ampla defesa, não configurando qualquer vício. Fl. 314DF CARF MF Processo nº 11065.723885/201575 Acórdão n.º 3402006.581 S3C4T2 Fl. 315 5 O procedimento fiscal realizado em outra jurisdição atendeu à disposição regulamentar que condicionava sua realização à autorização expressa da Coordenadoria Geral de FiscalizaçãoCOFIS, ouvida previamente a Superintendência que jurisdiciona a empresa objeto da auditoria, conforme disposto na Portaria RFB 1687/2014: Art.7º (...) § 5º A realização de procedimentos de fiscalização em uma região fiscal, por AuditoresFiscais da Receita Federal do Brasil em exercício em unidades de região fiscal diversa, será precedida de Ordem de Serviço ou documento equivalente do CoordenadorGeral de Fiscalização, do CoordenadorGeral de Administração Aduaneira ou do Coordenador Especial de Ressarcimento, Compensação e Restituição, após manifestação da Superintendência que jurisdiciona o contribuinte. (Redação dada pelo(a) Portaria RFB nº 1949, de 07 de novembro de 2014) A autorização aconteceu em 01/04/2015, através da Ordem de Serviço COFINS n.36 (fl.49), a seguir reproduzida: Ordem de Serviço Cofis na 36 de 01 de abril de 2015. Autoriza a realização de procedimento fiscal na jurisdição da 8 Região Fiscal. O CoordenadorGeral de Fiscalização, no uso de suas atribuições previstas no artigo 312, inciso III, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, aprovado pela Portaria MF n° 203, de 14 de maio de 2012, e tendo em vista o disposto nos §§ 5º e 6º do artigo 7o da Portaria RFB n2 1.687, de 17 de setembro de 2014, RESOLVE: Autorizar a realização de procedimento de Fiscalização junto ao sujeito passivo VIP INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE CAIXAS E PAPELÃO ONDULADO LTDA, CPF/CNPJ 96.198.239/000430, jurisdicionado, conforme cadastro da Secretaria da Receita Federal do Brasil, pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em CAMPINAS/SP, na 8ª Região Fiscal, a ser executado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil em NOVO HAMBURGO/RS, na 10ª Região Fiscal. ' Assinado Digitalmente KLEBER GIL ZECA CoordenadorGeral de Fiscalização Presente a autorização, desfazse o argumento de ilegalidade procedimental. Quanto à alegação de vício material, pela reapuração e não arbitramento de valores devidos, e pela ausência de demonstração do procedimento utilizado e composição do montante autuado, também não assiste razão à recorrente. É incontroverso que o sujeito passivo não apresentou os elementos necessários para a plena apuração fiscal. Não foram apresentados o livro RAIPI e demais respostas solicitadas para averiguar as divergências no âmbito do IPI. Dessa forma, a Autoridade Fiscal corretamente apurou os saldos do imposto conforme dados das notas fiscais eletrônicas (NFe) encontradas no ambiente do Sistema Público de Escrituração Digital Sped, e demonstrado no Relatório Fiscal (fls.134 a 136). O procedimento adotado foi plenamente demonstrado no Relatório Fiscal. Dessa forma, constatase a inexistência de qualquer vício quanto à apuração dos valores a partir das informações disponíveis. Destacase que nenhuma prova em contrário foi apresentada pela recorrente de forma a afastar os valores lançados. Fl. 315DF CARF MF Processo nº 11065.723885/201575 Acórdão n.º 3402006.581 S3C4T2 Fl. 316 6 Também não procede a alegação de irregularidade na apuração da base de cálculo do IPI, divergentes dos critérios determinados pela legislação. Pela impossibilidade de analisar o RAIPI, a Autoridade Fiscal apurou os valores devidos a partir das informações constantes do Sistema Público de Escrituração Digital, com o levantamento dos créditos. Mais uma vez destacase que nenhuma prova em contrário foi apresentada pela recorrente para refutar o lançamento. A Autoridade Fiscal, em cumprimento da Resolução 3402001.382 de 21 de junho de 2018, anexou ao processo eletrônico planilha de cálculo com a identificação das notas fiscais utilizadas na apuração dos créditos de IPI considerados por ocasião do lançamento de ofício efetuado. Informou, ainda, que os saldos foram apurados com as notas fiscais eletrônicas (NFe) emitidas em nome da contribuinte, localizadas no banco de dados do Sped, diante da negativa da contribuinte em apresentar qualquer informação. Portanto, a Recorrente, mais uma vez, não fez prova de suas alegações. Quanto ao embaraço à fiscalização, claro está sua ocorrência, sendo legítima a aplicação do percentual de 50% sobre a pena básica de 75%, o que resulta no percentual final de 112,5% a ser aplicado sobre o valor do imposto inadimplido, na esteira do disposto no artigo 44, §2º, da Lei nº 9.430/96. É incontroverso que o sujeito passivo não apresentou os elementos solicitados pela fiscalização de escrituração obrigatória e diretamente relacionado à apuração do imposto devido, embaraçando o procedimento fiscal em curso, dificultando a apuração dos valores. Também não procede a alegação de ilegalidade das multas impostas. A aplicação da multa majorada em 50%, de 75% para 112,5%, pressupõe a negativa em apresentar esclarecimentos imprescindíveis ao fisco. No caso específico do RIPI, o § 7° do art. 569 é claro ao afirmar que os percentuais de multa a que se referem o caput e o §6° serão aumentados de metade nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário do sujeito passivo. É como voto. (assinado com certificado digital) Rodrigo Mineiro Fernandes Fl. 316DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.909485/2008-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 23 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.884
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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decisao_txt : Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz.
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DILIGÊNCIA. Recorrente BLUE ANGELS SEGURANCA PRIVADA E TRANSPOR Recorrida FAZENDA NACIONAL Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto da relatora. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Cynthia Elena de Campos e Thais De Laurentiis Galkowicz. Relatório Tratase de Declaração de Compensação na qual a empresa declara a existência de crédito de PIS recolhido a maior. Uma vez que o valor do crédito declarado teria sido utilizado para quitar o valor do PIS do período, foi transmitido despacho decisório eletrônico não homologando a compensação declarada. Inconformada, a empresa apresentou Manifestação de Inconformidade alegando que, em conformidade com a DIPJ do período, o valor devido de PIS para o período em análise foi inferior ao valor recolhido em DARF. A defesa apresentada foi negada por ausência de provas do crédito. Intimada desta decisão, a empresa apresentou o Recurso Voluntário ora em apreço, no qual complementaria as informações apresentadas com documentos que respaldariam seu direito ao crédito e os valores declarados na DIPJ, que estariam corretos. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 09 48 5/ 20 08 -5 0 Fl. 212DF CARF MF Processo nº 10880.909485/200850 Resolução nº 3402001.884 S3C4T2 Fl. 3 2 É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3402001.875, de 23 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.907293/200817, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402001.874): "O Recurso Voluntário é tempestivo e merece ser conhecido. Considerando as informações acostadas aos autos na Manifestação de Inconformidade e no Recurso Voluntário, entendo que há elementos que apontam para uma possível existência de direito creditório em favor do contribuinte sendo necessário, contudo, levantamento documental adicional para confirmar os fatos depreendidos destes autos. Senão vejamos. Como se depreende do Pedido de Compensação formulado, o crédito seria decorrente do pagamento a maior em DARF de PIS, de R$ 15.395,32 que, como indicado no pedido, seria relativo ao código de receita 6912 (PIS NÃO CUMULATIVO LEI 10.637/02). Contudo, observase que o DARF anexado aos autos, à efl. 101, do valor indicado no PER/DCOMP, tem o código de receita 8109 (PIS FATURAMENTO): Vejamse que o DARF traz como informação o valor da base de cálculo de R$ 931.231,75, alcançando um valor de PIS devido de R$ 15.365,32 pela aplicação de uma alíquota de 1,65%. Contudo, como indicado em seu contrato social, anexado aos autos (efl. 15) e na DIPJ 2003 retificadora (efl. 111), a Recorrente é pessoa jurídica que se dedica a atividade de transporte de valores, vigilância e segurança privada. Vejamos pela cláusula terceira do contrato social da pessoa jurídica (efl. 15): Fl. 213DF CARF MF Processo nº 10880.909485/200850 Resolução nº 3402001.884 S3C4T2 Fl. 4 3 Essas atividades são referenciadas no art. 10 da Lei n.º 7.102/1983 e expressamente excepcionadas da apuração do PIS pela sistemática não cumulativa, na forma do art. 8º, I, da Lei n.º 10.637/2002: Lei n.º 10.637/2002 "Art. 8o Permanecem sujeitas às normas da legislação da contribuição para o PIS/Pasep, vigentes anteriormente a esta Lei, não se lhes aplicando as disposições dos arts. 1o a 6o: I – as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6o, 8o e 9o do art. 3o da Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998 (parágrafos introduzidos pela Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001), e Lei no 7.102, de 20 de junho de 1983;" (grifei) Lei n.º 7.102/1983 "Art. 10. São considerados como segurança privada as atividades desenvolvidas em prestação de serviços com a finalidade de: (Redação dada pela Lei nº 8.863, de 1994) I proceder à vigilância patrimonial das instituições financeiras e de outros estabelecimentos, públicos ou privados, bem como a segurança de pessoas físicas; (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994) II realizar o transporte de valores ou garantir o transporte de qualquer outro tipo de carga. (Incluído pela Lei nº 8.863, de 1994)" (grifei) A manutenção do regime cumulativo para as pessoas jurídicas que se dedicam ao menos a uma das atividade identificadas na Lei n.º 7.102/1983 é indicada na solução de consulta COSIT n.º 345/2017: "14. Em face do exposto, concluise que: • a pessoa jurídica que realizar ao menos uma das atividades referidas na Lei nº 7.102, de 1983, com alterações, estará excluída do regime não cumulativo e terá todas as suas receitas sujeitas a cumulatividade da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, submetendose às alíquotas de 3% (três por cento) e 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), respectivamente; • considerase serviço de segurança, conforme o art. 10, II, da Lei nº 7.102, de 1983, com alterações, o monitoramento à distância de veículos de carga." Fl. 214DF CARF MF Processo nº 10880.909485/200850 Resolução nº 3402001.884 S3C4T2 Fl. 5 4 Portanto, a Recorrente, como empresa de segurança privada e vigilância está sujeita ao recolhimento do PIS na sistemática cumulativa (DARF no código de receita 8109) e não na sistemática não cumulativa da Lei n.º 10.637/2002 (DARF no código de receita 6912). Pela planilha acostada aos autos às efl. 100, a empresa busca evidenciar que a sistemática que teria adotado para apurar o valor de PIS devido em dezembro/2002 de R$ 15.395,32, na base de cálculo informada no DARF de R$ 931.231,75, foi a sistemática não cumulativa, ainda que tenha recolhido com o código DARF correto (8109). Vejamos o teor da planilha da efl. 100. Cumpre vislumbrar que o valor de faturamento indicado na planilha é o mesmo indicado na DIPJ retificadora apresentada. A empresa procedeu com as exclusões previstas para a sistemática não cumulativa e aplicou a alíquota de 1,65%. Contudo, sujeita à sistemática cumulativa, bastaria aplicar a alíquota de 0,65% sobre a receita bruta aferida, em conformidade com a Lei n.º 9.718/98. E essa foi a sistemática adotada na DIPJ 2003, na qual a Recorrente informa as receitas aferidas no campo "BASE DE CÁLCULO DA Fl. 215DF CARF MF Processo nº 10880.909485/200850 Resolução nº 3402001.884 S3C4T2 Fl. 6 5 CONTRIBUIÇÃO PIS/PASEP FATURAMENTO", alcançando um valor de PIS devido de R$ 6.146,95 pela aplicação da alíquota da sistemática Cumulativa (0,65%), sobre a base de cálculo por ela informada (R$ 945.683,97). Vejamos o teor da DIPJ 2003 retificadora do mês de dezembro/2002 (efl. 139) Assim, vislumbrase que a documentação acostada pela empresa aos autos aponta uma possível existência de equívoco cometido quando da edificação do valor de PIS devido na competência de dezembro/2002, apurando pela sistemática não cumulativa (com a aplicação da alíquota de 1,65%) e não pela sistemática cumulativa a qual se sujeita. Em seu pedido de compensação, a empresa aparentemente buscou evidenciar o equívoco cometido ao indicar que o crédito seria decorrente de DARF com o código de receita da sistemática não cumulativa (6912). Contudo, observase que constam dos autos apenas planilha elaborada pela empresa e a DIPJ retificadora apresentada após o recebimento do despacho decisório. Não obstante esteja claro o equívoco cometido, não é possível identificar se o valor de PIS a pagar indicado na DIPJ retificadora está correto, sendo certo que não constam dos autos DACON do período, DCTF do período e documentos contábeis que respaldam os valores declarados. Ora, como bem salientado pela Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz no Acórdão 3402005.034 "este Conselho possui pacífica jurisprudência, tanto nas turmas ordinárias (e.g. Acórdãos 3801004.289, 3801004.079, 3803003.964) como na Câmara Superior de Recursos Fiscais (e.g. Acórdão 9303005.519), no sentido de que a retificação posterior ao Despacho Decisório não impediria o deferimento do crédito quando acompanhada de provas documentais comprovando o erro cometido no preenchimento da declaração original". No presente caso, o erro cometido pelo sujeito passivo pode ser evidenciado pela planilha e pelo DARF acostado aos autos não sendo possível, contudo, atestar o direito creditório sem o respaldo das informações na documentação fiscal e contábil. Para confirmar a efetiva existência de recolhimento à maior, essencial que seja confirmado se o valor indicado de PIS devido na DIPJ retificadora (R$ 6.146,95) está correto para que seja confirmada o pagamento indevido originário de R$ 9.248,37, informado na DCOMP objeto do presente processo (R$ 9.218,37 efl. 8). Fl. 216DF CARF MF Processo nº 10880.909485/200850 Resolução nº 3402001.884 S3C4T2 Fl. 7 6 Diante dessas considerações, à luz do art. 29 do Decreto n.º 70.235/721, proponho a conversão do presente processo em diligência para que a autoridade fiscal de origem (DERAT São Paulo/SP): (i) intime a Recorrente para apresentar cópia dos documentos fiscais e contábeis entendidos como necessários para que a fiscalização possa confirmar o crédito tomado pelo contribuinte informado em sua DIPJ retificadora (notas fiscais emitidas, as escritas contábil e fiscal, DACON do período, DCTF do período e outros documentos que considerar pertinentes). Importante que sejam anexados aos autos a DIPJ, o DACON e a DCTF originais, com os esclarecimentos pela empresa de quais informações foram modificadas na apuração do PIS devido no mês (comparação entre a declaração original e a declaração retificadora). (ii) elaborar relatório fiscal conclusivo considerando os documentos e esclarecimentos apresentados, informando se os dados trazidos pelo contribuinte na DIPJ retificadora estão de acordo com sua contabilidade, veiculando análise quanto à validade do crédito informado pelo contribuinte e a possibilidade de seu reconhecimento no presente processo. Concluída a diligência e antes do retorno do processo a este CARF, intimar a Recorrente do resultado da diligência para, se for de seu interesse, se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a autoridade fiscal de origem: (i) intime a Recorrente para apresentar cópia dos documentos fiscais e contábeis entendidos como necessários para que a fiscalização possa confirmar o crédito tomado pelo contribuinte informado em sua DIPJ retificadora (notas fiscais emitidas, as escritas contábil e fiscal, DACON do período, DCTF do período e outros documentos que considerar pertinentes). Importante que sejam anexados aos autos a DIPJ, o DACON e a DCTF originais, com os esclarecimentos pela empresa de quais informações foram modificadas na apuração do PIS devido no mês (comparação entre a declaração original e a declaração retificadora). (ii) elaborar relatório fiscal conclusivo considerando os documentos e esclarecimentos apresentados, informando se os dados trazidos pelo contribuinte na DIPJ retificadora estão de acordo com sua contabilidade, veiculando análise quanto à validade do crédito informado pelo contribuinte e a possibilidade de seu reconhecimento no presente processo. 1 "Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias." Fl. 217DF CARF MF Processo nº 10880.909485/200850 Resolução nº 3402001.884 S3C4T2 Fl. 8 7 Concluída a diligência e antes do retorno do processo a este CARF, intimar a Recorrente do resultado da diligência para, se for de seu interesse, se manifestar no prazo de 30 (trinta) dias (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra. Fl. 218DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.905692/2011-32
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 07 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 29 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2003
RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO.
É assegurado ao contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da ciência da decisão recorrida. Demonstrada nos autos a intempestividade do recurso voluntário, não se conhece das razões de mérito.
Numero da decisão: 1002-000.655
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Aílton Neves da Silva - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo.
Nome do relator: AILTON NEVES DA SILVA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2003 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. É assegurado ao contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da ciência da decisão recorrida. Demonstrada nos autos a intempestividade do recurso voluntário, não se conhece das razões de mérito.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1224; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T2 Fl. 457 1 456 S1C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10120.905692/201132 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1002000.655 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 07 de maio de 2019 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente CONVIG VIGILANCIA E SEGURANÇA LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 RECURSO VOLUNTÁRIO. INTEMPESTIVIDADE. NÃO CONHECIMENTO. É assegurado ao contribuinte a interposição de Recurso Voluntário no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data da ciência da decisão recorrida. Demonstrada nos autos a intempestividade do recurso voluntário, não se conhece das razões de mérito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Aílton Neves da Silva (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Rafael Zedral e Marcelo José Luz de Macedo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 56 92 /2 01 1- 32 Fl. 457DF CARF MF Processo nº 10120.905692/201132 Acórdão n.º 1002000.655 S1C0T2 Fl. 458 2 Por retratar os fatos com propriedade até o momento processual anterior ao do julgamento da Manifestação de Inconformidade contra a não homologação da compensação, transcrevo e adoto o relatório produzido pela DRJ/REC: Trata o presente processo de PER/DCOMP eletrônica (nº 37383.57390.251106.1.2.020820) na qual se indicou, como origem de crédito, saldo negativo de IRPJ , referente ao período de apuração 31/12/2003. Através do despacho decisório eletrônico (fl. 394) a autoridade de primeira instância, DRF/GOIANIA, assim decidiu: Cientificada, a contribuinte apresentou manifestação de inconformidade (fls. 02/03) argumentando que no ano calendário de 2003 havia sido retido na fonte pelos tomadores de serviços o IRF no valor total de R$13.022,53, anexando como prova cópias das notas fiscais. No que tange ao saldo negativo do ano calendário de 2002 (parcela de composição do saldo negativo de 2003) junta como prova cópias de notas fiscais . Aduz que por ter tido no período IRPJ devido no montante de R$12.711,80, havia ficado com crédito em seu favor no mesmo montante de R$9.499,21. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela DRJ/REC, conforme acórdão n. 1152.393, de 30 de março de 2016 (efl. 411), que recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2003 RETENÇÃO NA FONTE. COMPROVAÇÃO. Fl. 458DF CARF MF Processo nº 10120.905692/201132 Acórdão n.º 1002000.655 S1C0T2 Fl. 459 3 O imposto de renda retido na fonte sobre quaisquer rendimentos somente poderá ser compensado se o contribuinte possuir comprovante hábil de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora dos rendimentos, o qual deve vir junto com a impugnação. Irresignado, o Recorrente apresenta Recurso Voluntário de efls. 434. É o relatório do necessário. Voto Conselheiro Aílton Neves da Silva Relator Conforme se demonstrará a seguir, o Recurso é manifestamente intempestivo, e, portanto, dele não se toma conhecimento. Nos termos do art. 33 do Decreto 70.235/72, é de 30 dias o prazo para interposição do Recurso Voluntário contra decisão de DRJ Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, a contar da ciência da decisão: Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. A Regra Geral de contagem de prazos no Processo Administrativo Fiscal Federal é estabelecida pelo art. 5º, do Decreto nº 70.235/72: Art. 5º: Os prazos serão contínuos, excluindose, na sua contagem, o dia de início e incluindose o dia do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Considerando que o Recorrente tomou ciência do acórdão de Manifestação de Inconformidade na quartafeira, dia 20/04/2016 (efl. 426), e apresentou seu recurso voluntário somente na quartafeira, dia 25/05/2016 (efl. 433/456), portanto, dois (02) dias após o vencimento do prazo ocorrido em 23/05/2016, o Recurso Voluntário é manifestamente intempestivo e não deve ser conhecido por este colegiado, tornandose definitiva a decisão de primeira instância no âmbito administrativo, a teor do que dispõe o artigo 42 do Decreto n° 70.235/1972: Art. 42. São definitivas as decisões: I de primeira instância esgotado o prazo para recurso voluntário sem que este tenha sido interposto; Fl. 459DF CARF MF Processo nº 10120.905692/201132 Acórdão n.º 1002000.655 S1C0T2 Fl. 460 4 [...] Sobre a tempestividade do Recurso Voluntário o Recorrente assim se manifestou: DA TEMPESTIVIDADE A interessada tomou ciência do Acórdão da DRJ dentro do prazo de 30(trinta) dias de que trata o artigo 77, da Instrução Normativa n° 1.300, de 20 de novembro de 2.012. Convém destacar o feriado municipal local decretado para o dia 24 de maio de 2.016. Portanto, é tempestiva a presente manifestação de inconformidade. Não procede a alegação do Recorrente. O feriado municipal do dia 24/05/2016 não interfere no deslinde dessa lide porque a data de 23/05/2016 vencimento do prazo para apresentação do Recurso foi dia útil. Logo, o feriado não foi levado em conta na caracterização da intempestividade porque naquela data o prazo legal já estava esgotado. Assim, descumprido o pressuposto de admissibilidade previsto no art. 33 do Decreto 70.235/72, voto no sentido de não conhecer do recurso voluntário por considerálo intempestivo. (assinado digitalmente) Aílton Neves da Silva Fl. 460DF CARF MF
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Numero do processo: 10675.721289/2017-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2012, 2013
DECADÊNCIA
O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito Tributário, relativamente ao imposto de renda, sujeito ao lançamento por homologação, extingue-se em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional - CTN. Na ausência de pagamento ou ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial do imposto rege-se pela regra do art. 173, inciso I, do CTN, segundo o qual a contagem do prazo de cinco anos inicia-se a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Lançamentos efetuados cientificados antes destas datas não são alcançados pela decadência.
NULIDADE.
Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais e não havendo prova de violação das disposições contidas no artigo. 142 do CTN e artigos 10 e 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se falar em nulidade do lançamento em questão. É incabível a alegação de cerceamento ao direito de defesa, quando as infrações apuradas estiverem identificadas e os elementos dos autos demonstrarem a que se refere a autuação, dando-lhe suporte material suficiente para que o sujeito passivo possa conhecê-los e apresentar sua defesa.
INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS - SUMULA/CARF DE Nº 2
Aos membros componentes deste órgão julgador é vedado se pronunciar sobre alegações de inconstitucionalidade da legislação tributária, a teor do preceitos da Súmula 2 deste CARF.
QUESTIONAMENTO QUANTO A LAVRATURA DE TERMO DE REPRESENTAÇÃO PARA FINS PENAIS - SUMULA/CARF DE Nº 28
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a validade ou legalidade do termo de representação para fins penais, consoante preconiza a Súmula 28 deste órgão.
Numero da decisão: 1302-003.488
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, em rejeitar as preliminares de nulidade e de decadência do lançamento e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Gustavo Guimarães da Fonseca - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca.
Nome do relator: GUSTAVO GUIMARAES DA FONSECA
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ementa_s : Assunto: Simples Nacional Ano-calendário: 2012, 2013 DECADÊNCIA O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito Tributário, relativamente ao imposto de renda, sujeito ao lançamento por homologação, extingue-se em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional - CTN. Na ausência de pagamento ou ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial do imposto rege-se pela regra do art. 173, inciso I, do CTN, segundo o qual a contagem do prazo de cinco anos inicia-se a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Lançamentos efetuados cientificados antes destas datas não são alcançados pela decadência. NULIDADE. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais e não havendo prova de violação das disposições contidas no artigo. 142 do CTN e artigos 10 e 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se falar em nulidade do lançamento em questão. É incabível a alegação de cerceamento ao direito de defesa, quando as infrações apuradas estiverem identificadas e os elementos dos autos demonstrarem a que se refere a autuação, dando-lhe suporte material suficiente para que o sujeito passivo possa conhecê-los e apresentar sua defesa. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS - SUMULA/CARF DE Nº 2 Aos membros componentes deste órgão julgador é vedado se pronunciar sobre alegações de inconstitucionalidade da legislação tributária, a teor do preceitos da Súmula 2 deste CARF. QUESTIONAMENTO QUANTO A LAVRATURA DE TERMO DE REPRESENTAÇÃO PARA FINS PENAIS - SUMULA/CARF DE Nº 28 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a validade ou legalidade do termo de representação para fins penais, consoante preconiza a Súmula 28 deste órgão.
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Na ausência de pagamento ou ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial do imposto regese pela regra do art. 173, inciso I, do CTN, segundo o qual a contagem do prazo de cinco anos iniciase a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Lançamentos efetuados cientificados antes destas datas não são alcançados pela decadência. NULIDADE. Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais e não havendo prova de violação das disposições contidas no artigo. 142 do CTN e artigos 10 e 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se falar em nulidade do lançamento em questão. É incabível a alegação de cerceamento ao direito de defesa, quando as infrações apuradas estiverem identificadas e os elementos dos autos demonstrarem a que se refere a autuação, dandolhe suporte material suficiente para que o sujeito passivo possa conhecêlos e apresentar sua defesa. INCONSTITUCIONALIDADE DE NORMAS SUMULA/CARF DE Nº 2 Aos membros componentes deste órgão julgador é vedado se pronunciar sobre alegações de inconstitucionalidade da legislação tributária, a teor do preceitos da Súmula 2 deste CARF. QUESTIONAMENTO QUANTO A LAVRATURA DE TERMO DE REPRESENTAÇÃO PARA FINS PENAIS SUMULA/CARF DE Nº 28 AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 5. 72 12 89 /2 01 7- 71 Fl. 392DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 393 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a validade ou legalidade do termo de representação para fins penais, consoante preconiza a Súmula 28 deste órgão. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso voluntário, em rejeitar as preliminares de nulidade e de decadência do lançamento e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente), Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Flávio Machado Vilhena Dias e Gustavo Guimarães da Fonseca. Relatório Cuida o feito de auto de infração lavrado contra a recorrente para se lhe exigir, dentro da Sistemática do Simples Nacional, créditos tributários concernentes ao IRPJ, CSLL, PIS e COFINS, ante a constatação de insuficiência/falta de recolhimento de parcelas do tributos calculados na forma da Lei Complementar 123/06. De acordo com o relato fiscal, iniciado o procedimento investigatório após a constatação da inexistência de recolhimentos ao longo do período fiscalizado, foram enviadas sucessivas intimações ao domicilio fiscal da empresa, por meio postal, sem sucesso. Ao fim, procedeuse a intimação do contribuinte por meio edital. Esclarece, por oportuno, que insurgente havia apresentado, originariamente, PGDASDs relativas aos anos 2011 a 2013, fazendo constar, das mesmas, informações concernentes a percepção de receitas sem que, contudo, tivesse efetuado qualquer recolhimento. Posteriormente, a D. Auditoria informa que a empresa transmitiu PGDASDs retificadoras "zerando" a sua movimentação. A mingua de quaisquer respostas e constatadas a existência de informações obtidas juntamente à tomadores de serviços do recorrente (a partir, especificamente de GFIPs e GPS que davam conta destes serviços tomados), além de notas fiscais emitidas pela própria empresa contribuinte, desconsiderouse as declarações retificadoras e lavrouse o auto de infração em análise para exigir o recolhimento das exações com base na receita declarada na PGDASDs originais. Fl. 393DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 394 3 Além disso, a D. Autoridade Lançadora qualificou a multa de ofício, nos termos do art. 44, I e § 1º, da Lei 9.430/96 e, ainda lavrou termo de Responsabilidade Solidária em face da, até então, sócia da empresa autuada com espeque nos preceitos dos arts. 124, I e 135, III, do CTN. Regularmente intimados dos termos da autuação (por meio postal), a empresa e a devedora solidária opuseram a suas impugnações administrativas, sustentando, em apertada síntese, a) a decadência do direito do fisco de constituir o crédito tributário b) a nulidade do Auto de Infração por vício de intimação, mormente por ter sido promovida, segundo alegam, por meio de edital, sem se esgotar os demais meios processualmente admitidos; c) a extinção da responsabilidade por força da apresentação de declarações retificadoras que atrairiam para o caso a aplicação dos preceitos do art. 138 do CTN; d) a falta de obediência pela D. Auditoria aos preceitos do art. 55 da LC 123/06 (a fiscalização das micro e pequenas empresas deve ter caráter orientador e não punitivo), havendo, igualmente, desrespeito aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade; e) a inconstitucionalidade da multa de ofício, tal como aplicada, por violação ao princípio do nãoconfisco; f) e, por fim, a nulidade do auto de infração por falta de individualização dos serviços prestados para fins de incidência de ISSQN (?!?). A devedora solidária, por sua vez, além de reprisar os argumentos descritos em "a" e "c" a "f", alega, outrossim, a sua irresponsabilidade, seja pela ocorrência de sucessão tributária na forma do art. 133 do CTN (teria se retirado da sociedade em 2014), seja pelo não preenchimento dos pressupostos do art. 135, III, do CTN (alega que o simples não pagamento de tributo não tipifica a hipótese tratada pelo precitado art. 135). Instada a ser pronunciar sobre o caso, a DRJ de Campo Grande houve por bem julgar improcedentes as impugnações por meio dos argumentos resumidamente apresentados na ementa abaixo reproduzida: NULIDADE Tendo sido o lançamento efetuado com observância dos pressupostos legais e não havendo prova de violação das disposições contidas no artigo. 142 do CTN e artigos 10 e 59 do Decreto nº 70.235, de 1972, não há que se falar em nulidade do lançamento em questão. É incabível a alegação de cerceamento ao direito de defesa, quando as infrações apuradas estiverem identificadas e os elementos dos autos demonstrarem a que se refere a autuação, dandolhe suporte material suficiente para que o sujeito passivo possa conhecêlos e apresentar sua defesa. DECADÊNCIA Fl. 394DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 395 4 O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito Tributário, relativamente ao imposto de renda, sujeito ao lançamento por homologação, extinguese em cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador, nos termos do § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional CTN. Na ausência de pagamento ou ocorrência de dolo, fraude ou simulação, o prazo decadencial do imposto regese pela regra do art. 173, inciso I, do CTN, segundo o qual a contagem do prazo de cinco anos iniciase a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Lançamentos efetuados cientificados antes destas datas não são alcançados pela decadência. MULTA QUALIFICADA A conduta do sujeito passivo de apresentar declaração retificadora zerada apesar de ter expressivo faturamento evidencia a intenção de impedir ou retardar o conhecimento, por parte da autoridade fazendária, dos respectivos fatos geradores e, portanto, o evidente intuito de sonegação que tipifica a multa qualificada. ESPONTANEIDADE Considerase espontânea a confissão de débito antes do primeiro ato de ofício, escrito, cientificando o sujeito passivo da obrigação tributária. O contribuinte foi intimado por meio eletrônico em 24/10/2017 (efl. 364), tendo a devedora solidária, outrossim, sido cientificada por meio postal em 20/10/2017 (efl. 365). Nada obstante, apenas a empresa interpôs recurso voluntário, por meio do qual, aparentemente, argui a possibilidade deste Conselho de afastar a aplicação de preceitos inconstitucionais. Passo seguinte: a) reprisa a prejudicial de decadência; b) questiona o termo a quo da aplicação dos juros cominados (só poderia incidir após a lavratura do auto de infração); c) sustenta a nulidade do auto de infração por falta de identificação e individualização dos serviços prestados; d) argui a inconstitucionaliadde da multa de ofício, premendo pela sua redução ao patamar de 50%; e) e, finalmente, questiona a legalidade da lavratura do Termo de Representação para Fins Penais. Os autos, então, foram encaminhados à este Conselho para análise e julgamento. Este é o relatório. Voto Fl. 395DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 396 5 Conselheiro Gustavo Guimarães da Fonseca Relator O recurso voluntário é tempestivo. Nada obstante, conheço do apelo apenas em parte. Isto porque, notadamente porque o questionamento proposto quanto ao termo para incidência dos juros de mora cominados pelo Auto de Infração foi trazido, apenas, quando da interposição do presente recurso voluntário, não tendo sido aventado nas razões de impugnação. Neste particular, e com espeque nos preceitos do art. 16, § 4º, 17, e 33, todos do Decreto 70.235/72, sobre esta matéria especificamente já teria operado preclusão consumativa, não nos sendo permitido dela tomar conhecimento nesta fase processual. I Prefacialmente. Especificamente sobre os confusos argumentos trazidos pelo recorrente em que, pelo que pude depreender do apelo, sustenta a possibilidade deste órgão administrativo afastar a aplicação de preceitos de lei ou de atos normativos ante a sua aparente inconstitucioanlidade/ilegalidade, vale reprisar o que a própria DRJ já prontificou: não só o próprio Decreto 70.235 veda, expressamente, semelhante conduta por parte dos órgãos julgadores, como, também, a Sumula/CARF de nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. O processo administrativo não é o foro próprio para questionarse a validade de preceitos normativos, mister que deve recair, exclusivamente, sobre os ombros do Poder Judiciário. II Decadência. Como muito bem anotado pela Turma a quo, ao caso vertente não se aplicam as regras de contagem de prazo decadencial preconizadas pelo art. 150, § 4º, do CTN, especificamente, por dois motivos autônomos: a) não houve recolhimento de tributos durante o período fiscalizado; b) houve qualificação da multa de ofício pela prática de atos dolosos ou fraudulentos sem que semelhante acusação tenha sido, em qualquer momento, questionada. Assim, ao feito se, de forma substancialmente clara, o entendimento firmado no Recurso Especial de nº 973.733/SC, julgado sob o regime do art. 543B, do antigo CPC, e cuja observância por esse colegiado se impõe por força do mencionado art. 65: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. Fl. 396DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 397 6 ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 163/210). 3. O dies a quo do prazo quinquenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs.. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs.. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs.. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. Fl. 397DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 398 7 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial quinquenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008 (REsp 973733/SC; Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Seção, julgado em 12/08/2009 e publicado em no DJe de 18/09/2009, RDTAPET vol. 24 p. 184). A contagem do prazo decadencial, portanto, na espécie, seguirá os preceitos do art. 173, I, do CTN. Neste passo, particularmente quanto ao ano de 2012 (período mais antigo), o prazo decadencial teria o seu decurso em 2018; a se considerar que a empresa foi cientificada da autuação em 14 de junho de 2017 (AR de efl. 156), descabe sustentar a extinção do crédito tributário por força dos preceitos do art. 156, V, do CTN. III Pretensa nulidade por falta de individualização dos serviços prestados. Sem me alongar demais sobre este argumento, basta dizerse que autuação levou em consideração as receitas declaradas pelo próprio contribuinte, em suas PGDASD. Ou seja, a individualização dos serviços prestados foi feita pelo próprio recorrente. Descabida, portanto. semelhante preliminar. IV Multa de ofício Violação ao princípio do não confisco. Tal como destaquei anteriormente, não cabe a este Colegiado se pronunciar sobre a constitucionalidade de dispositivos legais, mormente a luz dos preceitos da Sumula 2 deste CARF, cuja observância nos é impositiva por força do art. 45, VI, do anexo II, do RICARF, restandome, neste passo, apenas, negar provimento ao apelo neste ponto. V Do questionamento afeito ao Termo de Representação para Fins Penais. Reprisandose o que já foi dito pela DRJ, conforme o enunciado da Súmula 28 do CARF, este órgão "não é competente para se pronunciar sobre controvérsias referentes a Processo Administrativo de Representação Fiscal para Fins Penais". Mais uma vez, vale reprisar, a obediência à súmula acima invocada é mandatória aos Conselheiros componentes desta Turma. VI Conclusão. Ante o exposto, conheço parcialmente do recurso voluntário (deixando de o admitir quanto ao argumento relativo ao termo a quo para incidência de juros) e voto por AFASTAR AS PRELIMINARES suscitadas e, no mérito, por NEGAR PROVIMENTO ao apelo. (assinado digitalmente) Gustavo Guimarães da Fonseca Fl. 398DF CARF MF Processo nº 10675.721289/201771 Acórdão n.º 1302003.488 S1C3T2 Fl. 399 8 Fl. 399DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13005.002190/2008-67
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/04/2006
INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA DO CARF.
O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2).
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE TERCEIROS. CRÉDITOS QUE NÃO SE REFEREM A TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES ADMINISTRADOS PELA RECEITA FEDERAL. CRÉDITOS DE DECISÃO JUDICIAL SEM A PARTICIPAÇÃO DA UNIÃO E QUE NÃO RECONHECEU CRÉDITOS. INFORMAÇÕES FALSAS. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA QUALIFICADA
Cabível a imposição da multa isolada qualificada em virtude da apresentação de Declaração de Compensação, quando comprovada a conduta dolosa, mediante fraude, por parte da pessoa jurídica, consistente na compensação de créditos de terceiros, não relacionados com tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, oriundos de decisão judicial que não envolve a União e sequer reconheceu direito creditório, e por meio da inserção de informações falsas.
Numero da decisão: 1302-003.499
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Henrique Silva Figueiredo - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Nome do relator: PAULO HENRIQUE SILVA FIGUEIREDO
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INCOMPETÊNCIA DO CARF. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITOS DE TERCEIROS. CRÉDITOS QUE NÃO SE REFEREM A TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES ADMINISTRADOS PELA RECEITA FEDERAL. CRÉDITOS DE DECISÃO JUDICIAL SEM A PARTICIPAÇÃO DA UNIÃO E QUE NÃO RECONHECEU CRÉDITOS. INFORMAÇÕES FALSAS. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA QUALIFICADA Cabível a imposição da multa isolada qualificada em virtude da apresentação de Declaração de Compensação, quando comprovada a conduta dolosa, mediante fraude, por parte da pessoa jurídica, consistente na compensação de créditos de terceiros, não relacionados com tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, oriundos de decisão judicial que não envolve a União e sequer reconheceu direito creditório, e por meio da inserção de informações falsas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 00 5. 00 21 90 /2 00 8- 67 Fl. 184DF CARF MF 2 Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Henrique Silva Figueiredo, Marcos Antônio Nepomuceno Feitosa, Ricardo Marozzi Gregório, Rogério Aparecido Gil, Maria Lúcia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias e Luiz Tadeu Matosinho Machado. Relatório Tratase de Recurso Voluntário apresentado em relação ao Acórdão nº 18 11.031, de 10 de julho de 2009, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Santa Maria/RS (fls. 125 a 133), que julgou improcedente a Impugnação apresentada pelo sujeito passivo, e cuja ementa é a seguinte: "ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/04/2006 COMPENSAÇÃO CONSIDERADA NÃO DECLARADA. MULTA DE OFÍCIO ISOLADA QUALIFICADA. APLICAÇÃO. A prestação de informação falsa no preenchimento de PER/DCOMP eletrônico, visando forçar sua transmissão, caracteriza situação fraudulenta, ensejando a aplicação de multa de ofício isolada qualificada, tomando por base o débito indevidamente compensado." O presente processo diz respeito a auto de infração lavrado contra a Recorrente (fls. 17 a 19), para a imposição de multa isolada pela realização de compensação indevida, com fulcro no art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, com a redação dada pela Lei n° 11.051, de 2004. Conforme descrição contida no Relatório de Ação Fiscal de fls. 11 a 15, o sujeito passivo apresentou Declaração de Compensação (DComp), por meio da qual compensava débitos de sua responsabilidade com créditos de terceiros, de natureza não tributária, de modo que as referidas compensações foram consideradas como não declaradas, nos autos do processo administrativo nº 13005.000624/200541. Deste modo, foi lançada a referida penalidade, no percentual de 150%, uma vez que teria ficado configurado o evidente intuito de fraude. Cientificado do lançamento, o sujeito passivo apresentou a Impugnação de fls. 54 a 83, na qual, essencialmente, sustenta que: (i) não compensou débitos tributários com créditos fiscais de terceiros, apenas requereu a compensação por meio da DComp nº 07524.61139.280205.1.3.570086, a qual foi negada pela autoridade fiscal que a considerou não declarada na forma da lei; (ii) declarou corretamente o débito à Receita Federal, por meio de suas declarações, não negando a existência dos mesmos, cujo parcelamento, inclusive, foi formalizado; Fl. 185DF CARF MF Processo nº 13005.002190/200867 Acórdão n.º 1302003.499 S1C3T2 Fl. 185 3 (iii) à data da lavratura do auto de infração, os referidos débitos estavam com a exigibilidade suspensa, na forma do art. 151 do CTN, descabendo a imputação da penalidade em questão, sob pena de ser aplicada em duplicidade com a multa aplicada no parcelamento; (iv) não procede a aplicação da multa no percentual de 150%, que feriria os princípios constitucionais da proporcionalidade e razoabilidade; (v) não teria havido dolo, já que não teria omitido receitas, não alterou a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), não compensou (apenas requereu a compensação) e, logo após a negativa do pedido de compensação, parcelou o débito com os acréscimos legais. Requer, portanto, a desconstituição da multa aplicada ou, subsidiariamente, a redução ao patamar de 20% ou 75%. A decisão de primeira instância registrou a incompetência da autoridade administrativa para o exame de questões de inconstitucionalidade, ilegalidade ou ofensa a princípios constitucionais. Considerou comprovado que o sujeito passivo tentou burlar os sistemas de controle da Receita Federal, inserindo informações falsas da DComp, com o propósito de diferir ou evitar o pagamento de tributos. Concluiu, ainda, que não há nenhum proveito à contribuinte no fato de haver parcelado os débitos inseridos na DComp, uma vez que a aplicação da penalidade não tem por fundamento a falta de recolhimento, mas a apresentação da DComp. Por fim, julgou inexistir concomitância de penalidades, uma vez que a multa de mora decorrente do pagamento não efetuado no prazo de vencimento não afasta a aplicação da multa isolada pela utilização indevida do instrumento que a lei institui para efetuar compensações. Após a ciência da decisão, o sujeito passivo apresentou o Recurso Voluntário de fls. 139 a 179, no qual alega que, em nenhum momento, praticou ato fraudulento, tendo apresentado pedido de compensação, na forma prescrita na legislação, e desistido dele e parcelado os débitos de sua responsabilidade, tão logo verificou que não seria homologado pela autoridade tributária. Não teria havido ato ilegal, declaração falsa, nem dano. O fato de ter buscado, pela via administrativa, protocolar pedido de compensação não denotaria qualquer ilegalidade, nem pretensão de burlar o Fisco. Alega que teria desistido do pedido, antes da decisão da autoridade administrativa. Repisa, então, as alegações já trazidas na Impugnação. É o Relatório. Voto Fl. 186DF CARF MF 4 Conselheiro Paulo Henrique Silva Figueiredo Relator 1. Da admissibilidade do Recurso O sujeito passivo foi cientificado, por via postal, em 17 de agosto de 2009 (fl. 134), tendo apresentado Recurso Voluntário em 11 de setembro de 2009, dentro, portanto, do prazo de 30 (trinta) dias previsto no art. 33 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. O Recurso é assinado pelo responsável legal pela pessoa jurídica. A matéria objeto do Recurso está contida na competência da 1ª Seção de Julgamento do CARF, conforme Arts. 2º e 7º do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RI/CARF), aprovado pela Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015. Isto posto, o Recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. 2. Da sistemática aplicável à compensação Antes de se adentrar ao exame do mérito da penalidade aplicável, cabe breve histórico da legislação e sistemática regente da compensação de tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. É que a Recorrente sustenta a tese de defesa de que não realizou a compensação de débitos de sua responsabilidade, mas apenas apresentou pedido de compensação, que dependeria da homologação da autoridade fiscal. Ocorre que, com a edição da Medida Provisória nº 66, de 29 de agosto de 2002 (posteriormente, convertida na Lei nº 10.637, de 2002), houve profunda modificação na sistemática de compensação: se, anteriormente, a compensação era realizada por autorização da Receita Federal, atendendo requerimento do contribuinte; após a referida inovação legislação, a compensação passou a ser realizada por meio da Declaração de Compensação. Eis o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, na redação original e alterada: "Art.74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituídos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração. Art.74.O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Medida Provisória nº 66, de 2002) Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002)" Fl. 187DF CARF MF Processo nº 13005.002190/200867 Acórdão n.º 1302003.499 S1C3T2 Fl. 186 5 Com a nova redação do referido dispositivo legal, deixou de existir Pedido de Compensação, sendo a compensação realizada pelo próprio sujeito passivo, inclusive, extinguindo o crédito tributário, sob condição da sua ulterior homologação. Frisese que a autoridade administrativa dispõe do prazo de cinco anos, contado da apresentação da DComp para realizar a referida homologação, findo o qual esta será considerada realizada tacitamente. É essa a disposição expressa dos §§1º, 2º e 5º do citado art. 74: "Art. 74 (...) § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pela sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)" § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pela sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)" (Destacouse) É absolutamente desprovida de fundamento, portanto, a tese da Recorrente. Ao apresentar a DComp que embasou a aplicação da penalidade sob exame, efetivamente, compensou e extinguiu os débitos, sob condição resolutória da atividade da Administração Tributária. Foi apenas a atuação da autoridade fiscal, examinando e considerando não declarada a compensação que impediu que os débitos indevidamente compensados estivessem definitivamente extintos. O que se pune com a multa isolada constituída pelo auto de infração sob apreciação não é uma tentativa do sujeito passivo de compensar um crédito, mas, como se verá, a utilização, por meio de fraude, da Declaração de Compensação em violação a expressa disposição legal. 3. Da multa isolada pela compensação considerada nãodeclarada, com fraude, sonegação ou conluio A multa aplicada no auto de infração de fls. 17 a 19 tem por base legal o art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, com a redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004: "Art. 18. O lançamento de ofício de que trata o art. 90 da Medida Provisória no 2.15835, de 24 de agosto de 2001, limitarseá à imposição de multa isolada em razão da não homologação de compensação declarada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que ficar caracterizada a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) Fl. 188DF CARF MF 6 (...) § 2o A multa isolada a que se refere o caput deste artigo será aplicada no percentual previsto no inciso II do caput ou no § 2o do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, conforme o caso, e terá como base de cálculo o valor total do débito indevidamente compensado. (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) § 4o A multa prevista no caput deste artigo também será aplicada quando a compensação for considerada não declarada nas hipóteses do inciso II do § 12 do art. 74 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) " Os dispositivos acima ganharam novas redações, por meio das Leis nº 11.196, de 2005, e 11.488, de 2007, mas que em nada impactaram a fundamentação da penalidade aplicável. Já o art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, referido na norma acima transcrita, por sua vez, possui o seguinte conteúdo: "Art.90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal." Por fim, as hipóteses em que a compensação deve ser considerada não declarada são trazidas pelo §12 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996: "Art. 74 (...) § 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) II em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004) a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004) (...) e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)" (Destacouse) Como se percebe, ao contrário do alegado pela Recorrente, há expressa previsão da cominação da multa isolada, inclusive no percentual qualificado, para as compensações consideradas não declaradas. No caso sob análise, o Relatório de Ação Fiscal justifica a aplicação da penalidade, nos seguintes termos: "2.2 Para a compensação dos débitos foi apresentado crédito oriundo de cessão de crédito da ação reivindicatória de terras Fl. 189DF CARF MF Processo nº 13005.002190/200867 Acórdão n.º 1302003.499 S1C3T2 Fl. 187 7 aforadas pelo estado do Paraná. A ação judicial tramitou na 1° Vara da Fazenda Pública do Estado do Paraná, decorrente do processo n° “1.059/1957" e Recurso Especial n° 37.056 Paraná (93/00203169), identificado como “Resp 037056/PR” no STJ. A data do trânsito em julgado foi em 09/06/1999. 2.3 É ressaltado no parecer DRF/SCS/RS/Sacat n° 44/2006 ,que a empresa Real Tabacos não é pólo ativo (parte legítima) dessa ação judicial e, além disso, inexiste previsão legal para restituição/compensação com créditos de natureza não tributária, como é o caso. 2.4 O contribuinte, ao ser intimado em 20/07/2005 para. apresentar cópia da sentença do processo judicial, do trânsito em julgado e dos documentos de cessões de crédito de terceiros, apresentou carta de encaminhamento. assinada pelo sócio na qual responde que faz juntar as certidões do trânsito em julgado, os contratos pelos quais adquiriu o direito de utilizar a importância de R$ 3.000.000,00 dos créditos, o documento comprobatório do processo administrativo que tramita perante a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional e outros documentos. 2.5 Em resumo, a empresa adquiriu direitos creditórios no valor de R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais) da empresa P&P Porciúncula Ltda, CNPJ n° 04.888.139/000174, por meio de Contrato Particular de Cessão emitido em 06/01/2005. A empresa P&P Porciúncula Ltda, por sua vez, havia adquirido direitos creditórios no valor de R$ 896.000.000,00 (oitocentos e noventa e seis milhões de reais) da empresa Solução e Representações e Consultoria Ltda, CNPJ n° 02.125.836/0001 48. 2.7 Diante dos fatos, o Delegado Da Receita Federal do Brasil em Santa Cruz do Sul, Antônio Facchi, solicitou esclarecimentos do referido processo à procuradoria da Fazenda Nacional através do Oficio n° 01/246/05/DRF/SCS/Gabinete. 2.8 Em resposta, através Oficio PSFN/SCS/RS encaminha a Nº 542/05, a Procuradoria cópia da NOTA/PGFN/CRJ/N°734/2005 que trata das Apelações Cíveis n°s 28.632 e 35.521, consubstanciadas no processo administrativo n° 10168.001790/200261 na qual esclarece que: “4. Com efeito, o Processo Administrativo n° 10168001790/200261 diz respeito ao requerimento formulado por Edílson De Figueiredo de Souza relativamente à conversão de suposto e inexistente débito judicial que a União teria sido condenada a pagar, em títulos públicos, utilizáveis no âmbito do Programa Nacional de Desestatização 5. Inicialmente, cumpre esclarecer que a União não foi condenada ao pagamento de crédito algum, sendo bem de ver que o pedido contido no mencionado expediente, aparentemente comporta tentativa de estelionato, cuja Fl. 190DF CARF MF 8 apuração encontra se a cargo do Departamento da Polícia Federal PDF e do Ministério Público. 6. Ademais, conforme consta do expediente endereçado ao Exmo. Sr. Ministro de Estado da Fazenda pelo Exmo. Juiz de Direito da 1º Vara da Fazenda Pública do Estado do Paraná, não há crédito algum em favor de quem quer que seja, tampouco do requerente Edílson Figueiredo de Souza, sendo bem dever que a ação na qual o requerente alega a existência de crédito foi julgada improcedente, com trânsito em julgado. (doc. anexo)" 2.9 Assim sendo, é notório que a empresa Real Tabacos tinha ou, pelo menos, deveria' ter conhecimento_da situação dos créditos pleiteados, uma vez que a origem destes consta no contrato de cessões de crédito com a empresa P&P Porciúncula Ltda. A existência destes créditos, como visto, foi julgada improcedente, com trânsito em julgado e, por conseguinte, a União não foi condenada ao pagamento de crédito algum. (...) 3.7 Seguindo as normas da RFB, especialmente o art. 30 da IN SRF n° 460/2004 e o Ato Declaratório Interpretativo SRF n° 17, de 02/10/2002, considerase evidente intuito de fraude a feitura de pedidos ou declarações de compensação nas hipóteses em que o crédito oferecido à compensação seja de natureza não tributária ou inexistente de fato, a não ser que tenham sido apresentados com base em decisão judicial. 3.8 Diante do exposto, com base no Art. 18 da Lei n° 10.833/03, com redação dada pelas Leis n°s 11.051/04 e 11.196/05, efetuamos o lançamento da multa isolada de 150% calculada sobre o valor total do débito tributário indevidamente compensado, declarada não, homologada. (...) 4.1 Da análise do processo administrativo n° 13005.000624/200541, em especial do Parecer DRF/SCS/RS/Sacat n° 44/2006, e da legislação pertinente, chegamos à conclusão de que as compensaçõesƒnão homologadas neste processo, além de ensejarem a multa isolada definida no § 4° do artigo 18 da Lei n° 10.833/2003, em tese, caracterizam a prática das infrações previstas nos arts. 71 a 73 da Lei n° 4.502, de 30 de novembro de 1964 porque o contribuinte tinha conhecimento de que os créditos utilizados na compensação eram de terceiros, de natureza não tributária e acima de tudo inexistentes, posto que o pleito judicial já havia sido indeferido, e transitado em julgado e ainda assim, tentou obter vantagem indevida para deixar de recolher tributos de sua responsabilidade." De fato, o exame dos autos revela que as condutas praticadas pela Recorrente, conforme a descrição realizada pela autoridade fiscal, se enquadram na redação do art. 18 da Lei nº 10.833, de 2003, e do art. 72 da Lei nº 4.502, de 1964: "Art . 72. Fraude é tôda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato Fl. 191DF CARF MF Processo nº 13005.002190/200867 Acórdão n.º 1302003.499 S1C3T2 Fl. 188 9 gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do impôsto devido a evitar ou diferir o seu pagamento." A fraude por parte do Recorrente restou caracterizada pelas condutas de protocolar processo com supostos crédito sabidamente inadmissível para a compensação de tributos perante a Receita Federal, seja pela expressa vedação legal à compensação com créditos de terceiros e com créditos que não sejam relativos a tributos e contribuições administrados pela RFB; seja porque a decisão judicial em que se embasavam os supostos créditos adquiridos pela Recorrente não envolvia a União, o que, obviamente, não geraria qualquer direito de compensação contra esta; seja, por fim, porque sequer havia qualquer crédito reconhecido no referido processo judicial. As alegações e jurisprudência trazidas pela Recorrente, para afastar a penalidade, ou defender a aplicação da multa no percentual de 20% ou 75%, não lhe socorrem. No caso, como fartamente narrado, as condutas do contribuinte estão muito além da mera falta de pagamento, merecendo a reprimenda prevista para a hipótese de fraude. Não há, ainda, como bem apontado pela decisão recorrida, qualquer concomitância entre a multa de mora incidente sobre os débitos que seriam compensados na DComp e a multa isolada constituída nos presentes autos. Naquele caso, o fato gerador é o atraso no recolhimento dos débitos no vencimento; aqui, a apresentação de DComp com créditos cuja compensação é vedada por expresso dispositivo legal. Por tal razão, também, não procedem as alegações de que a multa isolada não poderia ser aplicada, uma vez que teria realizado o parcelamento dos débitos incluídos na DComp, e, na data da lavratura do auto de infração, os referidos débitos estariam com a exigibilidade suspensa. A exigência da multa isolada não guarda qualquer correlação com a cobrança dos débitos em questão. Tão somente, a base de cálculo eleita pelo legislador para a penalidade leva em conta o valor dos débitos cuja compensação se tentou, indevidamente, realizar. É inverídica a afirmação da Recorrente de que teria desistido da compensação antes de qualquer decisão administrativa. Não houve pedido de desistência formalizado em relação à DComp e a compensação que, por meio dela, intentavase somente não sofreu a homologação tácita, em decorrência da atuação administrativa. Somente após o Despacho Decisório exarado em 06 de abril de 2006 (fl. 47), é que o sujeito passivo realizou o parcelamento dos débitos (08/07/2006, conforme afirma na Impugnação). Tanto é assim que o referido Despacho Decisório considerou não declarada a compensação intentada por meio da DComp. Ou seja, a DComp continuava válida, àquela data. Por fim, em relação às alegações de violação aos princípios constitucionais da proporcionalidade e razoabilidade, cabe, apenas, registrar a incompetência do CARF, para o exame de tais matérias, conforme entendimento registrado na Súmula CARF nº 2: "O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária." Fl. 192DF CARF MF 10 Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, mantendo integralmente a penalidade aplicada. (assinado digitalmente) Paulo Henrique Silva Figueiredo Fl. 193DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.904528/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 25 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 20 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/03/2004 a 31/03/2004
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA.
As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não tendo sido apresentada documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida.
DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO.EFEITOS.
A DCTF retificadora apresentada após a ciência da contribuinte do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável à comprovação do erro em que se funde, nos moldes do artigo 147, §1º do Código Tributário Nacional.
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARADO E NÃO RECOLHIDO.
A denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados e não recolhidos pelo sujeito passivo.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-006.557
Decisão:
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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PERD/COMP. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO. ÔNUS DA PROVA DO CONTRIBUINTE. INSUFICIÊNCIA. As alegações constantes da manifestação de inconformidade devem ser acompanhadas de provas suficientes que confirmem a liquidez e certeza do crédito pleiteado. Não tendo sido apresentada documentação apta a embasar a existência e suficiência crédito alegado pela Recorrente, não é possível o reconhecimento do direito a acarretar em qualquer imprecisão do trabalho fiscal na não homologação da compensação requerida. DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO.EFEITOS. A DCTF retificadora apresentada após a ciência da contribuinte do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação não é suficiente para a comprovação do crédito tributário pretendido, sendo indispensável à comprovação do erro em que se funde, nos moldes do artigo 147, §1º do Código Tributário Nacional. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. DECLARADO E NÃO RECOLHIDO. A denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados e não recolhidos pelo sujeito passivo. Recurso Voluntário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 45 28 /2 00 9- 71 Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 3 2 Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Rodrigo Mineiro Fernandes, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo, Thais De Laurentiis Galkowicz e Cynthia Elena de Campos. Relatório Tratase de Pedido de Compensação formulado para o aproveitamento de crédito de contribuição não cumulativa decorrente de pagamento indevido ou a maior, que restou não homologado, conforme Despacho Decisório carreado aos autos. Inconformada, a empresa apresentou Manifestação de Inconformidade, oportunidade na qual anexou aos autos a DCTF retificadora transmitida após a prolação do despacho decisório, para indicar que o valor correto de PIS devido no período. Acostou aos autos, ainda, o DACON retificador com o mesmo valor. A defesa interposta foi julgada improcedente pela DRJ, nos termos do Acórdão nº 05039.429. Intimada desta decisão, a empresa apresentou o Recurso Voluntário ora em apreço, alegando "a existência líquida e certa do crédito". Traz a legislação tributária referente à compensação e sustenta adiante que o recolhimento a maior teria ocorrido por um lapso, por ter deixado de retificar as DCTFs da época, retificação realizada após o despacho decisório em conformidade com a Instrução Normativa n. 903/2008. Sustenta, ainda, a impossibilidade de cobrança de multa na compensação pela aplicação do instituto da denúncia espontânea. Pleiteia, ainda, a realização de novas diligências para confirmar a validade dos valores indicados no DACON e na DCTF retificadores. Em seguida, os autos foram direcionados a esse Conselho para julgamento. É o relatório. Voto Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 4 3 Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402006.556, de 25 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 10882.904527/200927, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Acórdão 3402006.556): "O Recurso Voluntário é tempestivo e deve ser conhecido. Contudo, atentandose para o presente caso, observase que a Recorrente se preocupa em evidenciar, apenas, a retificação do DACON e da DCTF realizada após o recebimento do despacho decisório, sem buscar demonstrar a origem e validade do crédito pleiteado, sequer mencionando qual o erro cometido em sua apuração da COFINS de janeiro/2006. Primeiramente, essencial novamente1 firmar o contribuinte figura como titular da pretensão nas Declarações de ressarcimento e de compensação e, como tal, possui o ônus de prova quanto ao fato constitutivo de seu direito. Em outras palavras, o sujeito passivo possui o encargo de comprovar, por meio de documentos hábeis e idôneos, a existência do direito creditório, demonstrando que o direito invocado existe. Assim, caberia ao sujeito passivo trazer aos autos os elementos aptos a comprovar a existência de direito creditório, capazes de demonstrar, de forma cabal, que a Fiscalização incorreu em erro ao não homologar a compensação pleiteada, em conformidade com os arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/19722. Com efeito, o ônus probatório nos processos de compensação é do postulante ao crédito, tendo este o dever de apresentar todos os elementos necessários à prova de seu direito, no entendimento reiterado desse Conselho. A título de exemplo: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a 1 Como já consigando por esta Turma em outras oportunidade como, por exemplo, no Acórdão n.º 3402004.763, de 25/10/2017, de minha relatoria. 2 “Art. 15. A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de 30 (trinta) dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Art. 16. A impugnação mencionará: (...) III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir;" Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 5 4 aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) Atentandose para o presente caso, observase que os únicos elementos de prova trazidos pelo Recorrente para respaldar seu crédito foram a DCTF e o DACON retificadores referentes à competência de janeiro/2006, que passaram a indicar o valor devido de COFINS de R$ 32.777,61. Uma vez que a empresa procedeu com o recolhimento em DARF do valor de R$ 35.500,58, haveria exatamente a diferença de R$ 2.722,97, pleiteada no pedido de compensação. Contudo, observase que a Recorrente não anexou aos autos qualquer documento fiscal ou contábil suscetível à demonstrar qual o equívoco que foi cometido na sua apuração, de forma a evidenciar a razão pela qual procedeu com a retificação de seus documentos fiscais. Ordinariamente, em casos como esses, esta relatora propõe a conversão do processo em diligência para que seja oportunizada a apresentação, pelo sujeito passivo, dos documentos. Contudo, no presente caso, observase que a r. decisão recorrida expressamente indicou a deficiência na instrução probatória, apontando quais os documentos que deveriam ser apresentados para demonstrar os valores retificados na DACON e na DCTF: "Deveria a manifestante ter juntado aos autos documentos que demonstrassem que as declarações inicialmente transmitidas estavam erradas. Esta prova se dá mediante a apresentação dos registros contábeis e demais documentos fiscais que efetivamente comprovem quais os fatos geradores ocorridos no período de apuração e qual a base de cálculo apurada. O erro deve ser evidenciado, não bastando a simples alegação de sua existência." (efl. 141 grifei). Observase, portanto, que no presente caso a r. decisão recorrida não desconsiderou a retificação realizada pelo sujeito passivo, evidenciando a necessidade da empresa demonstrar as razões pelas quais procedeu com a retificação das declarações para indicar valor devido à menor de COFINS. Este entendimento, frisese, está em conformidade com as manifestações deste Conselho, consoante bem explanado pela Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz no Acórdão 3402 005.034: Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 6 5 "Muito embora a falta de prova sobre a existência e suficiência do crédito tenha sido o motivo tanto da não homologação da compensação por despacho decisório, como da negativa de provimento à manifestação de inconformidade, a Recorrente permanece sem se desincumbir do seu ônus probatório, insistindo que efetuou a retificação do Dacon e da DCTF, o que demonstraria seu direito ao crédito. Ocorre que o Dacon constitui demonstrativo por meio do qual a empresa apura as contribuições devidas. Com efeito, o Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON), instituído pela Instrução Normativa SRF nº 387, de 20 de janeiro de 2004, é uma declaração acessória obrigatória em que as pessoas jurídicas informavam a Receita Federal do Brasil sobre a apuração da Contribuição ao PIS e da COFINS. Em outros termos, sua função é de refletir a situação do recolhimento das contribuições da empresa, sendo os créditos autorizados por lei e com substrato nos documentos contábeis da empresa, basicamente notas fiscais os livros fiscais onde estão registradas as referidas notas, além da própria DCTF. Assim, são esses últimos documentos que possuem aptidão para comprovar o crédito. Ademais, a Instrução Normativa n. 1.015, de 05 de março de 2010, vigente à época dos fatos [redação semelhante ao do art. 11, da Instrução Normativa n.º 590/2005, vigente à época dos fatos do presente processo3], estabelece que: Art. 10. A alteração das informações prestadas em Dacon, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de demonstrativo retificador, elaborado com observância das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado. 3 Art. 11. Os pedidos de alteração nas informações prestadas no Dacon serão formalizados por meio de Dacon retificador, mediante a apresentação de novo demonstrativo elaborado com observância das mesmas normas estabelecidas para o demonstrativo retificado. § 1º O Dacon retificador terá a mesma natureza do demonstrativo originariamente apresentado, substituindoo integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos informados em demonstrativos anteriores. § 2º Não será aceita a retificação que tenha por objeto alterar os débitos relativos à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins: I que já tenham sido enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, nos casos em que o pleito importe alteração desses débitos; II em relação aos quais já tenham sido apuradas diferenças em procedimento de ofício, relativas às informações, indevidas ou não comprovadas, prestadas no Dacon original e que tenham sido enviados à Procuradoria da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União; ou III em relação aos quais o sujeito passivo tenha sido intimado do início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados no Dacon, que resulte em alteração do montante do débito já inscrito em Dívida Ativa da União, somente poderá ser efetuada, pela Secretaria da Receita Federal, nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento do demonstrativo. § 4º A pessoa jurídica que entregar o Dacon retificador, alterando valores que tenham sido informados em DCTF, deverá apresentar, também, DCTF retificadora. § 5º A retificação de Dacon não será admitida com o objetivo de alterar a periodicidade, mensal ou semestral, de demonstrativo anteriormente apresentado. Fl. 141DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 7 6 § 1º O Dacon retificador terá a mesma natureza do demonstrativo originariamente apresentado, substituindoo integralmente, e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar alteração nos créditos e retenções na fonte informados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins: a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida Ativa da União (DAU), nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas no demonstrativo original, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização; e II alterar débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. (...) § 5º A pessoa jurídica que entregar Dacon retificador, alterando valores que tenham sido informados na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), deverá apresentar, também, DCTF retificadora. Quanto à DCTF, cuja retificação foi feita posteriormente à prolação do despacho decisório, tampouco salvaguarda o pleito da Recorrente. Explico. Este Conselho possui pacífica jurisprudência, tanto nas turmas ordinárias (e.g. Acórdãos 3801004.289, 3801004.079, 3803003.964) como na Câmara Superior de Recursos Fiscais (e.g. Acórdão 9303005.519), no sentido de que a retificação posterior ao Despacho Decisório não impediria o deferimento do crédito quando acompanhada de provas documentais comprovando o erro cometido no preenchimento da declaração original. Tal entendimento fundase na letra do artigo 147, § 1º do Código Tributário Nacional, a seguir transcrito: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade Fl. 142DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 8 7 administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Portanto, a DCTF retificadora apresentada após a ciência do Despacho Decisório não é suficiente para a demonstração do crédito pleiteado em PER/DCOMP, sendo imprescindível que a Contribuinte faça prova do erro em que se fundou a retificação. Nesse sentido, destaco a ementa do Acórdão nº 9303005.708, cujo julgamento na CSRF, por unanimidade, ocorreu em 19 de setembro de 2017: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 30/04/2001 DCTF RETIFICADORA APRESENTADA APÓS CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. EFEITOS. A retificação da DCTF após a ciência do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição não é suficiente para a comprovação do crédito, sendo indispensável a comprovação do erro em que se funde. Recurso Especial do Contribuinte negado.) Com relação a prova dos fatos e o ônus da prova, dispõem o artigo 36, caput, da Lei nº 9.784/99 e o artigo 373, inciso I, do Código de Processo Civil, abaixo transcritos, que caberia à Recorrente, autora do presente processo administrativo, o ônus de demonstrar o direito que pleiteia: Art. 36 da Lei nº 9.784/99. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução e do disposto no art. 37 desta Lei. Art. 373 do Código de Processo Civil. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; Peço vênia para destacar as palavras do Conselheiro relator Antonio Carlos Atulim, plenamente aplicáveis ao caso sub judice: “É certo que a distribuição do ônus da prova no âmbito do processo administrativo deve ser efetuada levandose em conta a iniciativa do processo. Em processos de repetição Fl. 143DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 9 8 de indébito ou de ressarcimento, onde a iniciativa do pedido cabe ao contribuinte, é óbvio que o ônus de provar o direito de crédito oposto à Administração cabe ao contribuinte. Já nos processos que versam sobre a determinação e exigência de créditos tributários (autos de infração), tratandose de processos de iniciativa do fisco, o ônus da prova dos fatos jurígenos da pretensão fazendária cabe à fiscalização (art. 142 do CTN e art. 9º do PAF). Assim, realmente andou mal a turma de julgamento da DRJ, pois o ônus da prova incumbe a quem alega o fato probando. Se a fiscalização não provar os fatos alegados, a consequência jurídica disso será a improcedência do lançamento em relação ao que não tiver sido provado e não a sua nulidade. No caso em análise, a Contribuinte esclarece que teria apurado créditos de PIS, contudo, para comprovar a liquidez e certeza do crédito informado nas declarações (DCTF e DACON) é imprescindível que seja demonstrada através da escrituração contábil e fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, a diminuição do valor do débito correspondente a cada período de apuração." (grifei) E, diferentemente dos casos anteriores nos quais entendeu se pela conversão do processo em diligência, foi com fulcro nesse entendimento que a r. decisão recorrida expressamente apontou a necessidade de serem trazidos aos autos novos elementos de prova além da retificação da DCTF e do DACON. Contudo, a Recorrente não apresentou quaisquer documentos adicionais no Recurso Voluntário. Com efeito, na peça recursal, a empresa se pautou a anexar os mesmos documentos já apresentados em sede de manifestação de inconformidade. Ademais, observase que a Recorrente em qualquer momento sequer menciona qual o erro que supostamente teria sido cometido na apuração. Neste aspecto, importante inclusive apontar a inconsistência da peça recursal da empresa, que ora afirma que o crédito seria decorrente de ressarcimento de IRPJ, ora afirma que seria crédito de PIS, sendo que, como trazido no pedido de compensação, o presente processo se refere à crédito de COFINS. Assim, no presente caso, entendo ser prescindível a diligência, vez que a Recorrente não trouxe qualquer elemento de prova diferente do DACON e da DCTF retificadores, não obstante essa falta probatória já tivesse sido apontada pela r. decisão recorrida. Face a ausência de provas da liquidez e certeza do crédito, entendo que deve ser negado provimento ao recurso. Por fim, insta mencionar que o argumento da denúncia espontânea somente seria passível de ser analisado nessa seara caso o crédito pleiteado tivesse sido reconhecido. Isso porque, a denúncia espontânea do art. 138, do Código Tributário Nacional Fl. 144DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 10 9 ocorre quando o contribuinte "após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente" (Recurso Especial 1.149.022/SP4 grifei). No presente caso, ainda que se entenda pelo cabimento do instituto da denúncia espontânea por meio de compensação (entendimento desta Relatora, com fulcro, dentre outros, no acórdão n. 3402.003.486, de 29/11/20165 e no Acórdão nº 4 "1 A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retificaa (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente. 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a consequente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). (…) 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008." (REsp 1149022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 09/06/2010, DJe 24/06/2010 grifei) 5 "COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. PER/DCOMP. CONFIGURAÇÃO DE PAGAMENTO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXONERAÇÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. A compensação tributária, efetivada pelo contribuinte por meio de PER/DCOMP, constitui sistemática que acarreta num encontro de contas, tendo como resultado a extinção de duas obrigações contrapostas: relação jurídica tributária, em que o contribuinte tem débito perante o Fisco; e relação jurídica de restituição de indébito ou ressarcimento, na qual o contribuinte tem direito a crédito a ser pago pelo Fisco (artigo 170, CTN e artigo 74 da Lei n. 9.430/96). Há, portanto, concomitante pagamento de tributo e restituição do indébito ou Fl. 145DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 11 10 9101003.689, de 07/08/20186), o débito declarado na compensação de IRPJ estimativa não foi extinto, vez que o crédito declarado não foi reconhecido e a compensação pleiteada não foi homologada. Assim, o débito declarado na compensação não foi quitado, inexistindo os elementos necessários para atrair o instituto da denúncia espontânea. Nesse sentido, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra ressarcimento do tributo. Ou seja, na compensação tributária há sim pagamento, de modo que é figura passível de ser abrangida pelo benefício da denúncia espontânea, com a consequente exclusão da multa moratória, nos termos do artigo 138 do CTN." (Processo 10675.003602/200391 Sessão 29/11/2016 Redatora desiganda Thais de Laurentiis Galkowicz Nº Acórdão 3402003.486 grifei) 6 "COMPENSAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. COMPENSAÇÃO. A regular compensação realizada pelo contribuinte é meio hábil para a caracterização de denúncia espontânea, nos termos do art. 138 do CTN, cuja eficácia normativa não se restringe ao adimplemento em dinheiro do débito tributário." (Processo 10380.721163/201036 Sessão 07/08/2018 Relator Luís Flávio Neto Nº Acórdão 9101003.689 grifei) Fl. 146DF CARF MF Processo nº 10882.904528/200971 Acórdão n.º 3402006.557 S3C4T2 Fl. 12 11 Fl. 147DF CARF MF
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