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Numero do processo: 10840.003047/2002-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 02 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002
Ementa:
PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL DO DIREITO AO CRÉDITO TRAZIDA EM SEDE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE - NORMA DO § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972.
O momento oportuno e derradeiro para o contribuinte trazer aos autos do processo administrativo provas de seu direito creditório se dá na apresentação da manifestação de inconformidade. Deixar de apreciar provas trazidas à baila nessa ocasião viola a norma regente do procedimento administrativo tributário.
Recurso Voluntário provido
Numero da decisão: 3301-002.529
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora.
RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Presidente.
FÁBIA REGINA FREITAS - Relatora.
EDITADO EM: 17/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Andrada Marcio Canuto Natal, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora).
Nome do relator: FABIA REGINA FREITAS
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 Ementa: PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO - PROVA MATERIAL DO DIREITO AO CRÉDITO TRAZIDA EM SEDE DE MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE - NORMA DO § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972. O momento oportuno e derradeiro para o contribuinte trazer aos autos do processo administrativo provas de seu direito creditório se dá na apresentação da manifestação de inconformidade. Deixar de apreciar provas trazidas à baila nessa ocasião viola a norma regente do procedimento administrativo tributário. Recurso Voluntário provido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS - Presidente. FÁBIA REGINA FREITAS - Relatora. EDITADO EM: 17/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Andrada Marcio Canuto Natal, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora).
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O momento oportuno e derradeiro para o contribuinte trazer aos autos do processo administrativo provas de seu direito creditório se dá na apresentação da manifestação de inconformidade. Deixar de apreciar provas trazidas à baila nessa ocasião viola a norma regente do procedimento administrativo tributário. Recurso Voluntário provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em DAR PROVIMENTO ao recurso, nos termos do voto da relatora. RODRIGO DA COSTA PÔSSAS Presidente. FÁBIA REGINA FREITAS Relatora. EDITADO EM: 17/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Andrada Marcio Canuto Natal, Maria Teresa Martinez Lopez e Fábia Regina Freitas (Relatora). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 0. 00 30 47 /2 00 2- 67 Fl. 586DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 2 Relatório Tratase, na origem, de pedido de ressarcimento, cumulado com declaração de compensação de créditos de Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI, com base no art. 11 da Lei 9.779. A declaração foi entregue para conhecimento e análise da Secretaria da Receita Federal em 14 de agosto de 2002. (fls. 05/07) O pedido foi encaminhado à Delegacia de Fiscalização em de Ribeirão Preto, que determinou a intimação do contribuinte para prestar esclarecimentos (fl. 47/49). Tal notificação, recebida pelo contribuinte, foi atendida às fls. 49/51. Novas intimações e reintimações para que o contribuinte apresentasse mais documentos foram feitas às fls. 53/58. O contribuinte buscou atendêlas, como se comprova do protocolo de fls. 59. O processo foi encaminhado à Secretaria de Orientação e Análise Tributária – SAORT – em Ribeirão Preto, que propôs o indeferimento do pleito da contribuinte (fls. 63/65). O fundamento para o indeferimento foi a ausência de comprovação do direito creditório, na medida em que o contribuinte teria deixado de apresentar os documentos solicitados ao contribuinte. Em face do mencionado despacho, o contribuinte, ora recorrente apresenta Manifestação de Inconformidade às fls. 70/72, mediante a qual alega que o direito creditório está amparado pela documentação anexada, tanto nas respostas à fiscalização, como naquelas anexadas à mencionada defesa. A DRJ, analisando as questões trazidas nos autos, entendeu por bem desprovêlos por meio de aresto de fls. 563/567, entendendo que não cabe à Delegacia de Julgamento a apreciação dos documentos que deixaram de ser apresentados por ocasião da intimação do contribuinte para a comprovação de seu crédito. Sem tecer qualquer menção à idoneidade dessa documentação, invoca normas processuais para deixar de analisar o pleito e manter o indeferimento do pedido. É a ementa do julgado, in verbis: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. É ônus processual da interessada fazer a prova dos fatos constitutivos de seu direito. FALTA DE ATENDIMENTO À INTIMAÇÃO. Quando documentos solicitados ao interessado forem necessários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administração para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo. Solicitação Indeferida. Em face do mencionado acórdão foi interposto recurso voluntário de fls. 576/583, mediante o qual o contribuinte, essencialmente, reiterou as razões expostas na manifestação de inconformidade, pugnando pela aplicação da verdade material ao caso em tela e pela consequente anulação do julgamento a quo. Trouxe à baila inúmeros julgados desse Eg. Conselho para corroborar seu posicionamento. É o relatório. Fl. 587DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS Processo nº 10840.003047/200267 Acórdão n.º 3301002.529 S3C3T1 Fl. 3 3 Voto Conselheira FÁBIA REGINA FREITAS O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235, de 06 de março de 1972, assim dele tomo conhecimento. A questão trazida nesses autos é simples e consiste em saber se a documentação comprobatória do crédito pleiteado, quando levada a conhecimento no procedimento administrativo, por ocasião da Manifestação de Inconformidade é válida e pode ser reconhecida para fins de comprovação do direito creditório pleiteado. A despeito de todo o informalismo que rege o processo administrativo tributário, há determinadas normas que devem ser observadas. Nesse contexto, quanto à comprovação do direito creditório, o § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, estabelece que a prova documental tem que ser apresentada na impugnação, salvo os casos expressos abaixo mencionados, verbis: § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) No caso dos autos foi precisamente isso que ocorreu: O contribuinte a despeito de não haver carreado aos autos a documentação que comprovava seu crédito no momento da resposta à intimação da SAORT de Osasco, trouxe essa mesma documentação quando da interposição da Manifestação de Inconformidade. Veja: O contribuinte trouxe os documentos necessários à comprovação do seu direito no momento da impugnação ao Despacho Decisório, o que revela evidente acerto de sua parte. Por outro lado, andou mal o v. aresto recorrido ao decidir, com base na Lei nº 9784, que a documentação trazida pelo contribuinte deveria ter sido apresentada anteriormente. Isso porque a Lei nº 9784 apenas seria aplicável ao procedimento administrativo tributário se o Decreto nº 70.235, de 1972 fosse omisso quanto ao aspecto atinente à apresentação da documentação, o que, como visto, não é. Diante desse fato, tendo o contribuinte trazido à baila toda a documentação pertinente no momento que a legislação específica aponta como momento oportuno para tanto, qual seja, na interposição da Manifestação de Inconformidade, que nada mais é que a Impugnação ao Despacho Decisório, encontrase equivocado o entendimento explicitado pela r. decisão recorrida. Fl. 588DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS 4 Essa, inclusive, a posição consolidada por esse Eg. CARF que, analisando casos em que a documentação comprobatória do crédito foi apresentada apenas por ocasião da interposição do Recurso Voluntário, assim se manifestou: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/04/2005 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. ÔNUS DA PROVA. CONTRIBUINTE. Cabe ao interessado o ônus da prova da certeza e liquidez do crédito utilizado na declaração de compensação. INOVAÇÃO NO ARGUMENTO DE DEFESA. PRECLUSÃO. O Interessado deve apresentar as questões de direito e de fato na manifestação de inconformidade, bem como anexar todos os documentos que provem os fatos constitutivos do seu direito, precluindo a faculdade de fazêlo em outro momento, ressalvadas as hipóteses constantes do mesmo dispositivo legal (PA 10510.903654/201151, Cons. Belchior Melo de Sousa, Julgado em 28/05/2014) Veja que nesse precedente, bem como em inúmeros outros, esse Eg. CARF é pacífico em afirmar que o direito de comprovar a liquidez do crédito pleiteado se dá no momento da interposição da Manifestação de Inconformidade. No caso dos autos a documentação foi apresentada exatamente nesse momento, donde deveria a Eg. Delegacia de Julgamento a quo ter se debruçado sobre os documentos e alegações e analisado o direito. Não o fazendo, aplicou mal a norma, tendo violado seus termos, bem como contrariado a jurisprudência desse Conselho. CONCLUSÃO Diante de todo o exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao presente Recurso Voluntário para anular a decisão a quo e, evitandose suprimir instância, determinar o retorno desses autos à DRJ para julgamento do mérito do direito creditório. FÁBIA REGINA FREITAS Relatora. Fl. 589DF CARF MF Impresso em 02/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por FABIA REGINA FREITAS, Assinado digitalmente em 25/03/2015 por RODRIGO DA COSTA POSSAS
score : 1.0
Numero do processo: 16327.721366/2012-15
Turma: Terceira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 31 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2008
RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. ADESÃO A PARCELAMENTO.
Não se conhece de recurso voluntário se a recorrente adere às regras da Lei nº 11.941/09, confessando o fato gerador estampado no lançamento de ofício.
Numero da decisão: 1103-001.171
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, não conhecer do recurso. Declarou-se impedido o Conselheiro Marcos Shigueo Takata.
Assinado digitalmente
Aloysio José Percínio da Silva - Presidente.
Assinado digitalmente
Fábio Nieves Barreira - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos e Aloysio José Percínio da Silva.
Nome do relator: FABIO NIEVES BARREIRA
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NÃO CONHECIMENTO. ADESÃO A PARCELAMENTO. Não se conhece de recurso voluntário se a recorrente adere às regras da Lei nº 11.941/09, confessando o fato gerador estampado no lançamento de ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade, não conhecer do recurso. Declarouse impedido o Conselheiro Marcos Shigueo Takata. Assinado digitalmente Aloysio José Percínio da Silva Presidente. Assinado digitalmente Fábio Nieves Barreira Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Martins Neiva Monteiro, Fábio Nieves Barreira, André Mendes de Moura, Breno Ferreira Martins Vasconcelos e Aloysio José Percínio da Silva. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 32 7. 72 13 66 /2 01 2- 15 Fl. 5966DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 16327.721366/201215 Acórdão n.º 1103001.171 S1C1T3 Fl. 3 2 Relatório Conforme o Termo de Verificação Fiscal de fls.5626/5656, teria sido constatado que nos termos da Ata da Assembléia Geral Extraordinária, ocorrida no dia 30/11/2011 (fls.5443/5444), deliberouse pela a incorporação da recorrente pelo BANCO ITAUCARD S.A. CNPJ n° 17.192.451/000170 (a cópia do Ofício n° 00745 do Banco Central do Brasil (fls.5445), protocolizado em 06/02/2012, prova a aprovação da operação). Seguindo na fiscalização, a autoridade fiscal haveria verificado que no ano calendário de 2008, a recorrente apurou o IRPJ e a CSLL pelo Lucro Real anual, e as estimativas mensais de IRPJ e CSLL com base na Receita Bruta mensal. Nos termos da ficha 06A Demonstração do Resultado – da DIPJ/2009, ano calendário de 2008 (fls.5491), a recorrente informou na LINHA 39 – DESPESAS DE JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO – o montante de R$413.544.700,52. O Demonstrativo de cálculo dos "Juros sobre o Capital Próprio JCP" pagos no anocalendário de 2008, apresentado pela recorrente, denuncia, no item “1” do expediente CRTUAF586/2011, às fls.8, e nas planilhas de fls.10/13, que houve deliberação para distribuições trimestrais na forma de juros a título de remuneração sobre o capital próprio, a serem pagas aos acionistas, como provam as Atas Sumárias de Reuniões do Conselho de Administração da UNIBANCO HOLDINGS S.A, realizadas em 27/03/2008, 21/07/2008, 25/09/2008, e 21/11/2008 (fls.51/53, 54/56, 57/58 e 59/60). Está expresso no item “8” do Demonstrativo de cálculo dos "Juros sobre o Capital Próprio JCP" que os juros sobre o capital próprio foram apropriados utilizando saldos de períodos pretéritos. Isto porque, no demonstrativo de fls.9, na coluna “estoque de juros para 2008”, havia o saldo de R$176.918.241,50, referente à competência de 2004, e R$437.628.743,42, referente à competência de 2005, totalizando o montante de R$614.546.984,92. Posteriormente, por ocasião da resposta de fls.5546/5547 (expediente CRT UAF522/2012) ao Termo de Intimação n° 07/2012 (fls.5545), datada de 20 de agosto de 2012, a recorrente retificou os valores acima, passando a informar um estoque final de juros de R$613.235.750,13. E, no mesmo expediente, a recorrente afirma que “não se observa a menção à possibilidade de pagamento em anos posteriores nas Atas das Assembléias Gerais relativas aos anoscalendário 2004 e 2005”. Observou o agente fiscal, porém, que ainda que os lucros acumulados e reservas de lucros tenham sido utilizados no cálculo dos limites de dedutibilidade dos JCP pagos em decorrência de levantamento de balanços intermediários, como fez a contribuinte UNIBANCO HOLDINGS S.A. ao longo de 2008, é ao final do anocalendário, em 31 de dezembro, que deverão ser estabelecidos os limites de dedutibilidade. Logo, para haver dedutibilidade das despesas de JCP, é necessário que se tenha materializado o fato gerador correspondente, isto é, a deliberação social tomada no devido tempo, e que a empresa tenha observado as condições previstas na lei 9.249/95, quais Fl. 5967DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 16327.721366/201215 Acórdão n.º 1103001.171 S1C1T3 Fl. 4 3 sejam, o pagamento ou crédito (no caso de pagamento futuro), em favor dos sócios/acionistas com o devido registro contábil no ano de competência, além de obedecer aos limites previstos na lei. Como conseqüência da inobservâncias dos requisitos para a materialização da opção do interessado no anocalendário de 2005, mediante a inexistência de deliberação social tomada no devido tempo quanto ao pagamento posterior de JCP e da falta de contabilização do pagamento ou do crédito aos sócios, não é possível validar a opção extemporânea pelo pagamento de juros sobre o capital próprio, uma vez que implicaria em decidir sobre fatos já levados ao poder deliberativo da Assembléia Geral de Acionistas. No presente, a recorrente pagou JCP no ano de 2008 em quatro parcelas, segundo deliberado por seus órgãos de direção, conforme atestam as supracitadas Atas Sumárias das Reuniões do Conselho de Administração da Unibanco Holdings S.A. Em 31 de março de 2008 foi efetuado o pagamento de R$54.851.523,33; em 31 de julho de 2008 foi efetuado o pagamento de R$222.103.777,33; em 30 de setembro de 2008 foi efetuado o pagamento de R$54.810.131,83; e em 30 de novembro de 2008 foi efetuado o pagamento de R$81.779.268,00. O total de pagamento de JCP, no ano de 2008, considerandose a soma das parcelas trimestrais acima descritas, resultou em R$413.544.700,49. A recorrente informou na resposta de fls.5407/5408 (expediente CRTUAF 98/2012), subitem “2a”, que, do total de JCP pagos em 2008, no valor de R$413.544.700,60, R$403.543.945,91 foram JCP do anocalendário 2008 e R$ 10.000.755,11 foram JCP do estoque de R$92.2689.807,14 referentes ao anocalendário 2005, isto é, valores que não tinham ainda sido pagos, mas se referiam a JCP calculados sobre o PL de 2005. Como a recorrente apurou o IRPJ pelo Lucro Real Anual, considerouse devida a obrigação na data do fato gerador do IRPJ para fins do cálculo dos limites de dedução das despesas havidas com o pagamento dos juros aos acionistas, submetidos aos limites legais. Procedendose ao cálculo do limite legal da despesa de JCP dedutível do Lucro Real e da Base de Cálculo da CSLL para o anocalendário 2008, para o Unibanco Holdings, apurado no montante de R$195.524.746,03, conforme o memorial de cálculos de fls.5561/5564, verificouse um excesso de dedução de despesas com JCP de R$218.019.954,19 (R$413.544.700,22 R$195.524.746,03). Aduziu a autoridade fiscal, ainda, que há outro fundamento pelo qual não se pode reconhecer como dedutível a parcela de R$ 10.000.755,11 de despesa de JCP (segundo a contribuinte, valor correspondente a JCP do anocalendário 2005): apenas a despesa paga ou incorrida no próprio anocalendário de 2008 e nos limites legalmente estabelecidos para aquele período é dedutível. Portanto, só poderiam ser consideradas para fins de dedução tributária no anocalendário de 2008 as distribuições de Juros sobre o Capital Próprio cujo cálculo se reportassem ao próprio ano de 2008 e que estivessem dentro dos limites impostos pelo art.9º da Lei n° 9.249/95, isto é, JCP no total de R$ 195.524.746,03. A conclusão final, na visão do Fisco, é que se impõe revisar o lançamento de IRPJ e CSLL efetuado pela contribuinte, a fim de recalcular a base tributável. O valor a ser Fl. 5968DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 16327.721366/201215 Acórdão n.º 1103001.171 S1C1T3 Fl. 5 4 tributado é, portanto, o representado pela dedução apenas do JCP calculado em 2008 e que atendeu aos limites legais, devendo ser adicionado o valor excedente de R$218.019.954,19 na determinação do Lucro Real e na base de Cálculo da CSLL. Daí porque foram lavrados Autos de Infração de IRPJ (fls.5579/5585) e CSLL (fls.5586/5591). Inconformada, a recorrente apresentou a impugnação de fls.5659/5671, protocolizada em 17/12/2012 e acompanhada dos documentos de fls.5672/5774, expondo, em síntese, que a autoridade fiscal considerou que o pagamento de JCP efetuado no ano de 2008 deveria ter como base somente os parâmetros do período em que a despesa foi apropriada (2008) e não o de anos anteriores. Assim, considerou que o valor de R$10.000.755,11, referente ao JCP remanescente do anocalendário de 2005, não poderia ter sido deduzido. Porém, não há, na legislação reguladora da matéria, um limite temporal para pagamento de JCP e, via de consequência, para a sua dedutibilidade da base de cálculo do IRPJ e da CSLL. O pagamento ou crédito de juros é uma faculdade que a sociedade pode exercer por meio de deliberação formal nesse sentido, tomada pelo órgão societário competente (Assembléia ou Conselho de Administração). Dessa forma, pode o contribuinte decidir sobre o momento adequado para realizar o crédito ou pagamento de JCP, nada impedindo que esse crédito ou pagamento se faça após o término do anocalendário a que o JCP se refere. Se a pessoa jurídica não exerceu o direito de pagar ou creditar o total de juros sobre o capital próprio pertinente a certo período, poderá fazêlo em período posterior. Dessa forma, deliberando a recorrente por efetuar o pagamento de JCP em 2008, com base no patrimônio líquido de 2005 e 2008 e, para tanto observando as condições e limites previstos na Lei n° 9.249/95, o pagamento e dedução em 2008 de JCP relativo ao ano de 2005 não representou postergação de imposto, nem redução indevida do lucro apurado no respectivo períodobase, não advindo, deste fato, nenhum prejuízo para o Fisco. Desta forma, a recorrente tinha o direito de, no ano de 2008, deduzir a despesa de JCP relativa a saldo remanescente do ano de 2005, em conformidade com a Lei nº 9.249/95 e com o Decretolei nº 1.598/77 (art.6º, §5º). Quanto à fundamentação da autuação de que as condições de dedutibilidade do JCP deveriam ser verificadas no final do ano, isto é, de que os lucros acumulados e reservas de lucros de períodos anteriores devem ser considerados nessa data para fins de determinação do limite de dedutibilidade dos JCP pagos ao longo do ano, articulou a recorrente no sentido de que declarou e pagou JCP em quatro ocasiões durante o anocalendário de 2008, atendendo, em cada uma delas, os parâmetros de dedutibilidade definidos em lei. Acrescentou a recorrente que no curso do ano de 2008, parte das reservas de lucros foi capitalizada e, ao final do exercício, houve apuração de prejuízo fiscal, motivo pelo qual a autoridade fiscal entendeu que, tendo havido apuração de prejuízo líquido (ficha 06, linha 64 da DIPJ/2009) ao final do anocalendário, os valores de JCP anteriormente pagos e que excederam o limite legal correspondente a 50% dos lucros acumulados mais reservas de lucros tornaramse indedutíveis e deveriam ter sido adicionados no LALUR. Fl. 5969DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 16327.721366/201215 Acórdão n.º 1103001.171 S1C1T3 Fl. 6 5 Todavia, não é requisito para o pagamento ou dedução dos JCP a apuração de lucro liquido contábil no período a que a dedução se reporte. Mesmo que haja prejuízo contábil, os JCP podem ser pagos e deduzidos fiscalmente. Também não é requisito para o pagamento ou dedução dos JCP a apuração de lucro fiscal no período. Por outro lado, também a lei não exige a manutenção de reservas de lucros após o pagamento ou crédito dos JCP. Vale dizer, a lei não impede que as reservas remanescentes (após o pagamento dos JCP) sejam capitalizadas ou distribuídas como dividendo. Não se exige que as reservas líquidas dos JCP pagos ou creditados permaneçam em contas de reservas. Podem permanecer, mas podem igualmente ser distribuídas como dividendos ou capitalizadas. Podem, também, eventualmente, ser absorvidas por prejuízos posteriores. Ou, ainda, parte do saldo das reservas pode ser capitalizada e parte ser distribuída como dividendo ou absorvida por prejuízo. Na situação extrema, pode ocorrer que resultados negativos posteriores, além de consumirem o saldo das reservas, acabem gerando prejuízo no balanço do período, tal como ocorreu com a recorrente. Mesmo nessa hipótese, se todas as condições para o pagamento e dedução de JCP tiverem sido atendidas na ocasião em que foram atribuídos aos sócios ou acionistas, o evento futuro (prejuízo) não compromete a dedução derivada de fato perfeito e acabado (e eficaz). A superveniência de resultados negativos que consomem o saldo de reservas e o próprio lucro intermediariamente apurado no exercício não desfazem a dedutibilidade em questão, uma vez que, como visto, a lei não exige, como requisito de dedutibilidade, a permanência de saldos positivos em contas de reservas ou a apuração de resultado positivo (contábil ou fiscal) no exercício. Considerandose que a recorrente observou os parâmetros legais para o cálculo dos JCP, quais sejam: TJLP sobre o patrimônio liquido e efetivo pagamento ou crédito de valor não superior a 50% das reservas de lucros ou dos lucros apurados em balanços intermediários do próprio exercício, resta demonstrado que foram preenchidas, em cada evento de distribuição de JCP, as exigências legais para legitimar a dedutibilidade dos juros. Além disso, o Fisco não poderia exigir juros de mora sobre o valor da multa de ofício. A Lei 9.430/96 prevê que os débitos de tributos e contribuições serão acrescidos de multa de mora (art. 61, caput), e que, sobre aqueles débitos, incidirão juros de mora (art. cit., §3º). Ou seja, os débitos de tributos e contribuições é que se sujeitam aos juros de mora, e não o valor da multa de mora. Se os juros de mora não incidem sobre a multa de mora, por iguais razões não cabe aplicar tais juros sobre a multa de ofício. O artigo 164 do CTN confirma essa conclusão quando, ao tratar de crédito tributário, separa os conceitos de crédito, juros de mora e penalidades. A mesma distinção ocorre no art. 161, caput, do CTN . Fl. 5970DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 16327.721366/201215 Acórdão n.º 1103001.171 S1C1T3 Fl. 7 6 Por consequência, também não são aplicáveis à multa de ofício os juros de 1% ao mês, referidos no §1º do art. 161 do CTN. Se juros sobre a multa fossem cabíveis, seriam aplicáveis apenas juros moratórios à taxa Selic, limitados a 1%. Sobreveio, em seguida, o julgamento da impugnação. O colegiado entendeu que não cabia razão à recorrente e manteve o lançamento de ofício, confirmando o trabalho fiscal, como se verifica a ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2008 JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO. LUCRO REAL. CÁLCULO DAS ESTIMATIVAS MENSAIS COM BASE NA RECEITA BRUTA. Ao optar pela cálculo das estimativas mensais com base na receita bruta, o contribuinte, explicitamente, abdica da dedução dos juros sobre o capital próprio no decorrer do anocalendário, só sendo possível efetuar tal dedução ao final do exercício, na apuração do lucro real em 31 de dezembro. JUROS SOBRE O CAPITAL PRÓPRIO. DEDUTIBILIDADE. REGIME DE COMPETÊNCIA. A contabilização no períodobase correspondente é condição para a dedutibilidade dos juros sobre o capital próprio por se tratar de opção do contribuinte. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2008 JUROS SOBRE MULTA DE OFÍCIO. A multa de ofício, sendo parte integrante do crédito tributário, está sujeita à incidência dos juros de mora a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao do vencimento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Inconformada a recorrente interpôs recurso voluntário, onde, em síntese, foram reiteradas as razões expostas na peça de impugnção. É o relatório. Fl. 5971DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA Processo nº 16327.721366/201215 Acórdão n.º 1103001.171 S1C1T3 Fl. 8 7 Voto Conselheiro Fábio Nieves Barreira Posteriormente à interposição do recurso voluntário, a recorrente protocolou petição de desistência da peça de irresignação (fls. 5921/5922 e fls. 5941/5942), por haver aderido às regras da Lei nº 11.941/09, resultando, consoante a recorrente, na extinção do débito tributário, nos termos do art. 151, I, do CTN. Diante do exposto, voto por deixar de conhecer o recurso voluntário interposto, confirmando, integralmente, o v. acórdão recorrido e, por conseqüência, determino a remessa dos autos à unidade de origem para verificação do efetivo pagamento do crédito tributário exigido e a declaração, se o caso, de sua extinção. Assinado digitalmente Fábio Nieves Barreira Relator Fl. 5972DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/03/2015 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 03/03/201 5 por FABIO NIEVES BARREIRA, Assinado digitalmente em 31/03/2015 por ALOYSIO JOSE PERCINIO DA SILVA
score : 1.0
Numero do processo: 10865.720289/2008-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 27 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003
IRPJ. ANTECIPAÇÕES DO TRIBUTO DEVIDO NO FINAL DO ANO-CALENDÁRIO. COMPENSAÇÃO.
Os recolhimentos mensais do IRPJ calculados sobre a receita bruta auferida nesses períodos, as denominadas estimativas, não caracterizam pagamentos do imposto a ser apurado com o balanço patrimonial levantado no final do ano-calendário, mas sim meras antecipações.
Numero da decisão: 1301-001.730
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Valmar Fonseca de Menezes
Presidente
(assinado digitalmente)
Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior
Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier.
Nome do relator: EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 IRPJ. ANTECIPAÇÕES DO TRIBUTO DEVIDO NO FINAL DO ANO CALENDÁRIO. COMPENSAÇÃO. Os recolhimentos mensais do IRPJ calculados sobre a receita bruta auferida nesses períodos, as denominadas estimativas, não caracterizam pagamentos do imposto a ser apurado com o balanço patrimonial levantado no final do anocalendário, mas sim meras antecipações. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Valmar Fonseca de Menezes Presidente (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Valmar Fonseca de Menezes, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Valmir Sandri, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 72 02 89 /2 00 8- 26 Fl. 201DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES 2 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte acima identificada, contra decisão proferida pela 5ª Turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP. Segundo depreendese do presente processo administrativo, a recorrente apresentou Declaração de Compensação (PER/DCOMP) em 12/03/2004, cadastrada sob o n° 14069.37496.120304.1.3.047013, pela qual a contribuinte assinala compensação de parcela da dívida do ajuste do Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) do anocalendário de 2003, código de receita n° 2430, vencida em 31/03/2004 e no valor de R$ 6.610.052,02, com apontando crédito perante a Fazenda Nacional na importância de R$ 5.764.173,16, em vista de considerado pagamento a maior que o devido quando da antecipação em base estimada desse mesmo tributo, havida em 30/04/2003, sob código de receita n° 2362 (fls. 01 – 05). Verificase ainda, que em 30/09/2008 foi entregue à recorrente o Termo de Intimação de folhas 06 a 07 para que fossem prestados esclarecimentos e apresentados demonstrativos do valor recolhido a maior, tendo juntado aos autos a resposta e documentos de folhas 08 a 69. A autoridade administrativa, em análise do pleito compensatório da contribuinte, proferiu o Despacho Decisório de folhas 89 a 94, não homologando a compensação declarada ao fundamento de inexistência de credito a favor da contribuinte. De acordo com o Despacho Decisório citado acima, no final do ano calendário 2003 o valor do IRPJ pago foi exatamente o que deveria ter sido recolhido, exceto em novembro e dezembro em que os pagamentos superaram o devido pelas importâncias de R$ 417.275,10 e R$ 30.998,23, respectivamente, de sorte que o recolhimento relativo ao mês de fevereiro, efetuado em março, não fora maior que o devido. Registrouse ainda, que a anotação feita pela contribuinte em seu próprio demonstrativo de fl. 32v. mostra que o valor anual do IRPJ ali constante, desconsiderados os excessos de novembro e dezembro, perfaz o montante de R$ 68.118.545,89, exatamente aquele feito constar na DIPJ (fls. 81/82), antes da dedução das estimativas mensais, asseverando que a entrega de declaração de compensação para compensar justamente o valor do IRPJ resultante do ajuste final constitui forma de planejamento tributário na medida em que dito procedimento intenta correção do valor que teria sido “recolhido a maior” (aspas do original) pela Selic e o montante assim obtido é suficiente não só para quitar o tributo obtido na apuração anual como outros tributos. Ao final reafirmou que não seria possível a homologação da compensação declarada pelo contribuinte porque não haveria crédito em seu favor nem crédito tributário em favor da União, pois o IRPJ apurado no anocalendário 2003 já teria sido extinto por pagamento. A recorrente apresentou Manifestação de Inconformidade (fls. 97 – 109), acompanhada dos documentos de folhas 110 a 126, solicitando a reforma do Despacho Fl. 202DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10865.720289/200826 Acórdão n.º 1301001.730 S1C3T1 Fl. 3 3 Decisório para que lhe seja reconhecido o direito creditório e homologada a compensação apresentada, argumentando que a decisão fora proferida em flagrante desrespeito à legislação tributária, especialmente a que trata da necessidade do lançamento (art. 142 do CTN), bem assim, que suportada apenas em planilhas e demonstrativos, desconsiderando todas as declarações (DCTF e DIPJ) entregues pela contribuinte, sem desqualificálas ou requalificálas. Aduziu que no contexto de tributo sujeito a “lançamento por homologação” a tarefa de constituição do crédito tributário é conferida ao sujeito passivo, conforme prescreve o artigo 150 do CTN, cabendo aos agentes fiscais tão somente a função de homologar, ou não, a atividade ultimada pela contribuinte, assinalando que até para retificação de prejuízos fiscais (que não enseja a exigência de crédito tributário) fazse necessária a figura do lançamento de oficio, através de suas espécies: auto de infração ou notificação de lançamento. Além disso a negativa do crédito não tem fundamento, tanto que no demonstrativo inserto no despacho decisório o IRPJ pago por estimativa é de R$ 25.723.044,81, mesmo valor informado pela contribuinte na DIPJ, reconhecendo, portanto, como sendo devidas e aproveitadas, e que confrontado com os recolhimentos em DARF s afiguram os valores excedentes (indébitos). Defendeu ser incoerente a decisão quando alega inexistência de débito (crédito tributário a favor da União) uma vez que a DIPJ registra o valor de R$ 42.395.501,08, o que comprovaria a existência de pagamento a maior. Insistiu ainda, que o Fisco não alterou de oficio o valor da estimativa de março (R$ 2.362.336,16) confessado na DCTF, restando evidenciada a existência de valor recolhido a maior na medida em que o efetivo pagamento foi de R$ 8.126.509,32. Asseverando que a opção pelo pagamento por estimativa é exercida com a entrega da DIPJ (esta nunca retificada) e que o código de receita (2362) é único, não havendo distinção entre a sua forma de apuração (via balancete ou receita bruta), as estimativas pagas que não observaram a forma prevista em lei (no caso o artigo 2° da lei n° 9.430/96) não podem ser informalmente alocados de oficio, para determinação do saldo de imposto de renda a pagar, apenas com o efeito de propiciar a negativa do direito à compensação, uma vez que o valor apurado a recolher na DIPJ ainda permaneceria inalterado. Por fim, realçou que sobre o indébito devem incidir juros Selic desde o mês subsequente ao do pagamento. A 5ª Turma da DRJ em Ribeirão Preto/SP, nos termos do acórdão e voto de folhas 132 a 139, indeferiu a solicitação assinalandose que não prosperaria a tese de ilegalidade da decisão ante a inocorrência de lançamento, porquanto em matéria de compensação cumpre ao Fisco, respeitado o prazo de cinco anos contados da data da entrega da declaração de compensação, homologar, ou não, o encontro de contas (Lei n° 9.430, de 1996, artigo 74, § 5°). Na hipótese de discordância, total ou parcial, incumbelhe tão somente exteriorizar o entendimento, fundamentandoo, e cientificar a declarante, porque de procedimento de constituição de direito fiscal não se trata, e nem poderia, pois com a declaração de não homologação deixase de reconhecer a legalidade do ato praticado pelo sujeito passivo, do que decorrerá os efeitos de direito, dentre os quais está a exigência do crédito tributário indevidamente compensado, já que a declaração de compensação foi aviada sob vigência da Medida Provisória nº 135/2003, convertida na Lei n° 10.833/2003, a qual lhe atribui o caráter de confissão de dívida, instrumento hábil e suficiente a tanto. Ou seja, concluiu a decisão recorrida que o direito da Fazenda ao crédito tributário sempre existiu e por isso não precisou nem precisa ser constituído pelo lançamento, Fl. 203DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES 4 revigorado (o direito) com o não implemento da condição resolutiva em face da declaração de imperfeição do encontro de contas (Lei n° 9.430, de 1996, artigo 74, § 2°). Seguiuse fundamentando que no caso dos autos até mesmo o direito à cobrança do crédito tributário foi afetado, ante a extinção pelo pagamento, e que ultrapassada esta questão, não há maiores entraves na compreensão de que a regra de apuração do IRPJ com base no lucro real se dá nos trimestres civis do anocalendário, mediante o levantamento de balanços patrimoniais e elaboração de demonstrativos de resultados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro, consoante dispõe o artigo 220 do Regulamento do Imposto de Renda RIR, aprovado pelo Decreto n° 3.000/99, sendo que a apuração anual é uma alternativa dada pelos artigos 222 e 223 do RIR/99 que, para o seu exercício, requer pagamentos mensais calculados sobre base de cálculo estimada, isto é, determinados mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, sendo certo que em determinados tipos de atividade econômica dito percentual poderá ser de um inteiro e seis décimos por cento; dezesseis por cento ou trinta e dois por cento. Relembrou a decisão recorrida que com base na receita, então, estimase o lucro, daí a denominação de pagamentos por estimativa e que exercida a opção, com o pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou do início de atividade, a pessoa jurídica somente poderá suspender ou reduzir os recolhimentos devidos em cada mês se demonstrar, através de balanços e balancetes mensais, que o valor acumulado já pago excede o valor do imposto, inclusive o adicional, calculado com base no lucro real do período em curso (RIR/99, art. 230), reprisando que a opção se dá com o pagamento do imposto relativo ao mês de janeiro ou do início da atividade, sendo de se incluir que, uma vez exercida, é de caráter irretratável (RIR/99, art. 232). Dito isso, assinalouse que as razões de defesa ancoramse numa premissa equivocada, qual seja, que a opção é exercida com a DIPJ, lá no ano seguinte, e isso talvez pode ter sido o núcleo do igualmente equivocado entendimento da contribuinte de que as estimativas podem ser alteradas, ou desnaturadas, a qualquer tempo, mencionandose que apurado o imposto devido no ano, mediante o levantamento do balanço em 31 de dezembro, dele deduzse, entre outros elementos, as antecipações efetuadas. Acaso a somatória dessas quantias ultrapassar aquele valor estará exteriorizada a figura do saldo de imposto a ser compensado (RIR, art. 231), também chamado de saldo negativo de IRPJ e, inversamente, afigurase o saldo de imposto a pagar. Concluiuse assim, que no caso dos autos encontrase demonstrado na ficha 09A da Declaração de Informações EconômicoFiscais (DIPJ), fl. 81, que o lucro real apurado em 31 de dezembro de 2003 foi da ordem de R$ 296.464.739,37, e, conforme também demonstrado na ficha 12A, fl. 82, referido lucro gerou o imposto (incluindo adicional) na quantia de R$ 74.092.184,85 que, deduzido dos valores dos incentivos fiscais e do imposto de renda retido por fontes pagadoras, resulta na importância de R$ 68.118.545,89. Para a decisão recorrida, sendo esse o quantum do imposto de renda da pessoa jurídica devido no anocalendário 2003, apurado pela própria contribuinte e não modificado pelo Fisco, volvendo à sistemática imposta pela lei, cumpria, então confrontar o tributo apurado em 31 de dezembro de 2003 com as estimativas (antecipações) recolhidas ao longo daquele ano, registrandose nesse propósito que o informe de pagamentos de fl. 87 da conta de que entre 28/02/2003 a 30/01/2004 a contribuinte recolheu (por doze recolhimentos mensais com o código de receita n° 2362, afeto a estimativas de pessoas jurídicas obrigadas ao lucro real), a quantia de R$ 68.566.819,22. Fl. 204DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10865.720289/200826 Acórdão n.º 1301001.730 S1C3T1 Fl. 4 5 Decorreria, pois, que uma vez confirmada pela contabilidade a importância do tributo (R$ 68.118.545,89) feita constar na DIPJ a contribuinte teria antecipado valor em monta superior àquele efetivamente devido no anocalendário na ordem de R$ 448.273,33 e que aflorada, então, a figura do saldo negativo do IRPJ, este sim é passível de restituição ou compensação com o próprio IRPJ ou outros tributos e sobre o qual incidirão juros à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, calculados entre janeiro de 2004 até o mês anterior ao da compensação ou restituição e de 1% relativamente ao mês em que for restituído ou em que estiver sendo efetuada a compensação (Instrução Normativa SRF n° 210, de 30 de setembro de 2002, artigo 38, I, “d”, c/c Instrução Normativa SRF n° 460, de 18 de outubro de 2004, artigo 51, § 1°, IV). Concluiuse assim, que no caso dos autos, porém, não há busca de compensação deste saldo negativo, mas sim dos “excessos” mensais, dentre os quais o do mês de fevereiro em análise. Para tanto a contribuinte engendrou, via declarações DIPJ e DCTF, dividir o valor do imposto anual, na ordem de R$ 68.118.545,89, em duas parcelas; uma de R$ 25.723.044,81 nominandoa de estimativas pagas e outra de R$ 42.395.501,08 a ser paga a título de ajuste anual, muito embora, reprisese, as estimativas efetivamente pagas ao longo do anocalendário foram de R$ 68.566.819,22, sendo que a entrega da PER/DCOMP, na qual está indicado compensação do alegado excesso do mês de fevereiro com parte da parcela do ajuste, complementou o engenho. Para a decisão recorrida, portanto, sob a ótica de cálculos percebiase que os apontados excessos mensais tendem a anular o ajuste anual, de sorte que nada remanesça a pagar em 31/03/2004, data de vencimento do IRPJ do anocalendário de 2003. Neste segundo aspecto também caminhou o Fisco, ou seja, não haveria exigência de IRPJ ao contribuinte (tanto que alertouo que o processo seria encaminhado ao arquivo), mas diverge da tese de existência de “excessos” mensais ante a possibilidade do pagamento de juros. Assim, o ponto da contribuinte se focaria no fato de que as receitas mensais auferidas importam estimativas de monta inferior àquelas efetivamente recolhidas, em contrariedade ao artigo 2° da Lei n° 9.430, de 1996, daí inservíveis os “excessos” à metodologia de antecipação. Após tecer outros tantos argumentos e expor seus fundamentos a decisão recorrida indeferiu a solicitação da contribuinte. Devidamente cientificada, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls. 147 – 163), reiterando os argumentos já relatados e pugnando por provimento. É o relatório. Fl. 205DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES 6 Voto Conselheiro Edwal Casoni de Paula Fernandes Jr., Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e dotado dos pressupostos de recorribilidade. Admitoo para julgamento. Tal como registrado no relatório acima circunstanciado, a recorrente apresentou PER/DCOMP, informando como origem do pretenso crédito, valores mensais pagos durante o anocalendário 2003, referentes ao IRPJ e à CSLL, para a compensação de débitos próprios, vencidos e vincendos. A recorrente sustenta, com já relatado, que a decisão recorrida mereceria reforma na medida em que não reformou o Despacho decisório primitivo, o qual teria modificado o critério de apuração das estimativas mensais do IRPJ, de oficio, com suporte apenas em planilhas e demonstrativos, desconsiderando todas as declarações (DCTF e DIPJ) entregues por ela recorrente, sem levar a efeito o necessário ato administrativo equivalente ao de lançamento para reconstituir a apuração do IRPJ realizada pelo contribuinte no ano de 2003. Verifico, contudo, que a decisão recorrida enfrentou corretamente este coincidente argumento ao apreciar a Manifestação de Inconformidade da contribuinte. Com efeito, não subsiste a alegação “ilegalidade” ante a não realização do ato de lançamento, imperioso para a exigência de crédito tributário, já que bem se reconheceu que tanto a confissão de dívida, como a consequente alteração de prejuízos fiscais, podem impactar no direito creditório que o contribuinte defende existir. A decisão recorrida proclamou com um acerto inarredável que se tratando de compensação, incumbe ao Fisco o ato de homologação, ou não, realizada a atividade à luz da legalidade e dos requisitos de certeza e liquidez. Nesse passo, assiste razão ao acórdão recorrido ao dispor que a exigência do crédito tributário indevidamente compensado, considera a natureza jurídica de confissão de dívida da Declaração de Compensação, não é senão direito da Fazenda, já que o crédito tributário sempre existiu (confessado) e não precisa de lançamento, sendo exigido em razão do não reconhecimento do direito creditório que lhe fora atrelado pelo contribuinte. Ou seja, é inegável a premissa de que não homologada a compensação pode se aferir o impacto que isso teve no período, contudo, como reconheceu a decisão recorrida, não houve qualquer censura nos tributos devidos no período em que a contribuinte se julgava credora do Fisco, logo, não subsistem tais argumentos. Quanto ao direito creditório, propriamente dito, entendo que decisão recorrida igualmente acertou em seu enfrentamento. Aliás, para além de acertar, cuidou a decisão recorrida de esquadrinhar a correta compreensão e impacto que o recolhimento das estimativas tem na apuração do eventual prejuízo fiscal. Com efeito, assinalouse que mediante a regra de apuração do IRPJ com base no lucro real, verificase que no caso dos autos encontrase demonstrado na ficha 09A da DIPJ de folha 81, que o lucro real apurado em 31 de dezembro de 2003 foi da ordem de R$ 296.464.739,37, sendo que a ficha 12A (fl. 82), estampa que o referido lucro gerou o imposto Fl. 206DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES Processo nº 10865.720289/200826 Acórdão n.º 1301001.730 S1C3T1 Fl. 5 7 (incluindo adicional) na quantia de R$ 74.092.184,85 que, deduzido dos valores dos incentivos fiscais e do imposto de renda retido por fontes pagadoras, resulta na importância de R$ 68.118.545,89. Adiante, vêse que a decisão recorrida já reconheceu que o montante do imposto de renda da pessoa jurídica devido no anocalendário 2003, apurado pela própria contribuinte e não modificado pelo Fisco, foi exatamente este indicado acima, de sorte que, na análise do direito creditório, confrontouse o tributo apurado em 31 de dezembro de 2003 com as estimativas (antecipações) recolhidas ao longo daquele ano, registrandose que o informe de pagamentos de folha 87, dá conta de que entre 28/02/2003 a 30/01/2004 a contribuinte recolheu, a título de estimativas, a quantia de R$ 68.566.819,22. Sendo assim, está correta a decisão recorrida ao verificar que o IRPJ declarado na DIPJ era R$ 68.118.545,89, o que torna inegável que a recorrente antecipou a maior a quantia de R$ 448.273,33, de sorte que somente após a verificação do saldo negativo do IRPJ, é que se poderia cogitar de valor passível de restituição ou compensação. De fato, na espécie, a contribuinte não pleiteia a compensação deste saldo negativo, mas sim dos valores que entende foram recolhidos em “excessos”, sobretudo o mês de fevereiro, eis que mediante as DIPJ e DCTF, dividiu o valor do imposto anual, na ordem de R$ 68.118.545,89, em duas parcelas; i) R$ 25.723.044,81, a qual reputou de estimativas pagas e outra: ii) R$ 42.395.501,08 a ser paga a título de ajuste anual, conquanto as estimativas efetivamente pagas ao longo do anocalendário tenham sido de R$ 68.566.819,22. Segundo o entendimento da recorrente, com a entrega da PER/DCOMP, na qual está indicado compensação do alegado excesso do mês de fevereiro com parte da parcela do ajuste, se justificaria seu direito creditório, ou seja, o entendimento da contribuinte é de que as receitas mensais efetivamente auferida foram inferiores àquelas efetivamente recolhidas. Contudo, a decisão recorrida refuta este argumento ao delinear que o artigo 230 do RIR/99, possibilita a interrupção das antecipações mensais através de balanço ou balancete que demonstrem que o valor até então pago já supera o valor do imposto no período, no entanto, isso não implica dizer que houve desvirtuamento do caráter de antecipação, eis que o fato gerador do IRPJ, para quem opta pelo regime de apuração anual, se aperfeiçoa em 31 de dezembro. Até essa data não há pagamento, modalidade extintiva de obrigação tributária, e sim recolhimentos, meras antecipações do tributo que vier a ser apurado, daí porque, inclusive, o marco inicial de contagem de decadência para repetição ou para o lançamento se dá no último dia do exercício e não nas datas em que realizadas as antecipações. Concluise assim, acertada a decisão recorrida, motivo pelo qual, encaminho meu voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. Sala das Sessões, em 26 de novembro de 2014. (assinado digitalmente) Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior. Fl. 207DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES 8 Fl. 208DF CARF MF Impresso em 25/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalm ente em 05/02/2015 por EDWAL CASONI DE PAULA FERNANDES JUNIOR, Assinado digitalmente em 24/03/2015 p or VALMAR FONSECA DE MENEZES
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Numero do processo: 10845.721474/2011-71
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Apr 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2008
DIRPF. RENDIMENTO BRUTO. DEDUÇÕES LIVRO CAIXA. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA- RIR/1999, ART. 76. LEI Nº 8.134, DE 1990, ART. 6º.
As deduções de despesas escrituradas em Livro Caixa, percebidas inclusive pelos titulares de serviços notariais e de registro, não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes, até dezembro. O excesso de deduções, porventura existente no final do ano-calendário, não será transposto para o ano seguinte. (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º).
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2801-004.034
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin Presidente.
Assinado digitalmente
Marcio Henrique Sales Parada - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: MARCIO HENRIQUE SALES PARADA
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1932; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2TE01 Fl. 339 1 338 S2TE01 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10845.721474/201171 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2801004.034 – 1ª Turma Especial Sessão de 11 de março de 2015 Matéria IRPF Recorrente EVILTON ROBERTO GARCIA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2008 DIRPF. RENDIMENTO BRUTO. DEDUÇÕES LIVRO CAIXA. REGULAMENTO DO IMPOSTO DE RENDA RIR/1999, ART. 76. LEI Nº 8.134, DE 1990, ART. 6º. As deduções de despesas escrituradas em Livro Caixa, percebidas inclusive pelos titulares de serviços notariais e de registro, não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, sendo permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes, até dezembro. O excesso de deduções, porventura existente no final do anocalendário, não será transposto para o ano seguinte. (Lei nº 8.134, de 1990, art. 6º, § 3º). Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida e Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 84 5. 72 14 74 /2 01 1- 71 Fl. 339DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10845.721474/201171 Acórdão n.º 2801004.034 S2TE01 Fl. 340 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto como relatório, em parte, aquele elaborado pela Autoridade Julgadora de 1ª instância (fl. 323, complementandoo ao final: Tratase de lançamento de crédito tributário de Imposto de Renda da Pessoa Física consubstanciado na Notificação de Lançamento, lavrada em 16/05/2011, relativa ao exercício 2008 – ano calendário 2007, tendo sido apurado o crédito tributário no montante de R$ 13.407,42. De acordo com o contido na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal, fl. 06, a autoridade fiscal procedeu ao lançamento da omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas, no valor de R$ 53.011,94. Consta na Complementação da Descrição dos Fatos que o contribuinte titular de Cartório efetuou indevidamente a dedução da base de cálculo do IR na DIRPF com despesas escrituradas em Livro Caixa, as quais já foram utilizadas na apuração da renda mensal líquida do mesmo, feita, portanto, à adição à base declarada (R$ 147.697,88) do valor indevidamente deduzido (R$ 53.011,94). Cientificado da notificação, o contribuinte apresentou impugnação ao lançamento, às fls. 02/03, na qual concorda com a exclusão das despesas constantes no seu Livro Caixa, nos valores de R$ 16.281,29 e R$ 12.225,24, referentes aos meses de setembro e novembro de 2007 e solicita seja mantido na DIRPF/08 o valor da despesa de R$ 24.505,41, realizada em dezembro de 2007, que teria como resultado final a devolução de R$ 251,94 e não qualquer tipo de imposto a recolher, devendo outro cálculo ser apresentado. Na análise da Impugnação, entendeu o Julgador recorrido, em suma, que preliminarmente, o Impugnante concordara com a exclusão das despesas constantes no seu Livro Caixa, nos valores de R$ 16.281,29 e R$ 12.225,24, referentes aos meses de setembro e novembro de 2007. Dessa forma, o lançamento sobre tais despesas tornouse incontroverso e definitivo, não se sujeitando a recurso na esfera administrativa. Entretanto, com referência à solicitação para que fosse mantido na DIRPF/08 o valor da despesa de R$ 24.505,41, realizada em dezembro de 2007, observou que tendo o contribuinte já informado na declaração em exame a renda mensal líquida (fl. 09), a manutenção requerida acarretaria a dedução em duplicidade da despesa. Decidiuse, então, por considerar improcedente a impugnação e manter o lançamento. Cientificado em 14/07/2012, conforme AR na folha 327, o Contribuinte, inconformado, apresentou recurso voluntário em 03/08/2012, com protocolo na folha 329, onde repisa, em resumo, seu direito a deduzir o valor em discussão, argumentando sobre: regime de Fl. 340DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10845.721474/201171 Acórdão n.º 2801004.034 S2TE01 Fl. 341 3 caixa e regime de competência; fato gerador do imposto sobre a renda; glosa de despesas e “criação de receitas imaginárias”. PEDE que seja reformada a decisão recorrida, para que sejam consideradas as despesas “realmente realizadas”, refazendose a apuração dom imposto, ou que lhe seja possibilitada a retificação da DIRPF. É o relatório. Voto Conselheiro Marcio Henrique Sales Parada, Relator. O recurso é tempestivo, conforme relatado, e, atendidas as demais formalidades legais, dele tomo conhecimento. A numeração de folhas a que me refiro a seguir é a identificada após a digitalização do processo, transformado em meio eletrônico (arquivo.pdf). Assim como já fizera o Julgamento recorrido, destaco que a matéria em discussão referese apenas aos R$ 24.505,41, que foram glosados no mês de dezembro de 2007, referentes à DIRPF/2008, uma vez que na peça de Impugnação o contribuinte concorda com as glosas referentes aos meses de setembro e novembro, dizendo que “foram lançadas pelo regime de competência” quando o certo seria o “regime de caixa”. Assim, a teor do artigo 17 do Decreto nº 70.235, de 1972, considerarseá não impugnada a matéria que o contribuinte não questione expressamente. Ademais: ...esclarece Alberto Xavier que “nos caos em que o ato do lançamento impugnável seja ‘cindível’, a impugnação pode ser apenas parcial, de tal modo que o impugnante poderá individualizar o objeto do processo, especificando as ‘questões ou pedidos parciais’ que pretende impugnar, ficando as demais, em virtude da renúncia á impugnação, sujeitas á preclusão”(XAVIER. Alberto. Do lançamento...2ª ed. Forense, São Paulo, 1997, p. 333, Apud NEDER, Marcos Vinícius e LOPEZ, Maria Teresa Martinez. Processo Administrativo Fiscal Comentado. 2ª ed,. Dialética, São Paulo, 2004, p. 265/266) (grifei) Bem, o Recorrente anexou aos autos cópias do seu Livro Caixa. Na folha 207/208, observo que no mês de dezembro de 2007, consta uma receita de R$ 76.627,38 e uma despesa de R$ 101.132,79. Na DIRPF, declarase o valor do “rendimento bruto” (CTN art. 43 e Lei nº 7.713, de 1988, art. 3º. RIR/1999 art. 37) e apresentase, então, os valores que a legislação permite deduzir, como é o caso das despesas escrituradas em Livro Caixa. Não foi isso que fez o interessado, como se pode observar da cópia de sua DIRPF, que consta da folha 23. Ante os valores apurados, conforme acima especificado, em seu Livro Caixa, declarou como receita, no mês de dezembro, “zero” e como despesa a diferença apurada, ou seja, os R$ 24.505,41, em discussão. Fl. 341DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10845.721474/201171 Acórdão n.º 2801004.034 S2TE01 Fl. 342 4 Entretanto, como determina a Lei nº 7.713, de 1988: Art. 1º Os rendimentos e ganhos de capital percebidos a partir de 1º de janeiro de 1989, por pessoas físicas residentes ou domiciliados no Brasil, serão tributados pelo imposto de renda na forma da legislação vigente, com as modificações introduzidas por esta Lei. Art. 2º O imposto de renda das pessoas físicas será devido, mensalmente, à medida em que os rendimentos e ganhos de capital forem percebidos.(grifei) Em consonância com o dispositivo acima grifado, traz a lei nº 8.134, de 1990: Art. 6° O contribuinte que perceber rendimentos do trabalho não assalariado, inclusive os titulares dos serviços notariais e de registro, a que se refere o art. 236 da Constituição, e os leiloeiros, poderão deduzir, da receita decorrente do exercício da respectiva atividade: I a remuneração paga a terceiros, desde que com vínculo empregatício, e os encargos trabalhistas e previdenciários; II os emolumentos pagos a terceiros; III as despesas de custeio pagas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. (...) § 3° As deduções de que trata este artigo não poderão exceder à receita mensal da respectiva atividade, permitido o cômputo do excesso de deduções nos meses seguintes, até dezembro, mas o excedente de deduções, porventura existente no final do ano base, não será transposto para o ano seguinte.(grifei) Assim, não poderia o contribuinte, no mês de dezembro, deduzir uma despesa em montante que excedesse a receita, como pretendeu. Essa “exclusão” de R$ 24.505,41 é, portanto, indevida. Deveria ter declarado a receita obtida e deduzido o valor da despesa até esse limite, não podendo o excedente passar para o ano seguinte. Em suma, existe um valor indevidamente reduzindo a base de cálculo do imposto, na apuração do ajuste anual, e que foi corrigido pela Notificação. Observese que o Auditor Fiscal não glosou despesas, mas lançou as receitas que deveriam estar na declaração e que o contribuinte "zerou" em face de entender, indevidamente, que naqueles meses, como teria despesas em montante superior, não deveria declarálas. Quanto ao pedido para retificar a declaração, o Código Tributário Nacional veda que após cientificado do lançamento, abraselhe essa possibilidade, e, no mesmo sentido, existe a regulamentação pelo Decreto nº 3.000, de 1999, que aprovou o RIR/1999: Art. 832. A autoridade administrativa poderá autorizar a retificação da declaração de rendimentos, quando comprovado erro nela contido, desde que sem interrupção do pagamento do Fl. 342DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN Processo nº 10845.721474/201171 Acórdão n.º 2801004.034 S2TE01 Fl. 343 5 saldo do imposto e antes de iniciado o processo de lançamento de ofício (DecretoLei nº 1.967, de 1982, art. 21, e DecretoLei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982, art. 6º). Pelo exposto, VOTO no sentido de negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcio Henrique Sales Parada Fl. 343DF CARF MF Impresso em 09/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 08/04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08 /04/2015 por MARCIO HENRIQUE SALES PARADA, Assinado digitalmente em 08/04/2015 por TANIA MARA PASCHO ALIN
score : 1.0
Numero do processo: 13971.001469/2001-10
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 18 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Apr 06 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003
IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES.
A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimento optantes pelo SIMPLES.
Recurso voluntário negado
Numero da decisão: 3202-001.592
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Júnior declarou-se impedido.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES. A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimento optantes pelo SIMPLES. Recurso voluntário negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Júnior declarou-se impedido. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama.
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CRÉDITO BÁSICO Recorrente KARSTEN S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES. A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimento optantes pelo SIMPLES. Recurso voluntário negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Gilberto de Castro Moreira Júnior declarou se impedido. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Thiago Moura de Albuquerque Alves, Charles Mayer de Castro Souza e Tatiana Midori Migiyama. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 14 69 /2 00 1- 10 Fl. 1592DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13971.001469/200110 Acórdão n.º 3202001.592 S3C2T2 Fl. 1.593 2 O presente litígio decorre de Pedido de Ressarcimento de créditos básicos do IPI (efls. 1/ss), com fundamento no artigo 11 da Lei nº 9.779/99, onde requer o ressarcimento do saldo credor do IPI acumulado para o período do 2° trimestre de 2001, no valor de R$ 216.844,31. Conforme consta do Despacho Decisório, datada de 25/10/2005 (efls. 1375/ss), foi reconhecido o direito creditório no valor de R$ 209.845,65. Para elucidar os fatos ocorridos transcrevese o relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Relatório Trata o presente de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório que concedeu parcialmente o pedido de ressarcimento do saldo credor do IPI, apurado no período em destaque, em razão da glosa do IPI destacado em notas fiscais emitidas por optantes do SIMPLES e das aquisições de produtos de limpeza e manutenção industrial que não se enquadram no conceito legal de produtos intermediários. Alega a manifestante que o principio da nãocumulatividade não permite que se crie qualquer restrição ao crédito, sendo que a nota fiscal do fornecedor destacava o IPI e não é possível ao adquirente, nem sua obrigação, verificar a forma de tributação escolhida por seus fornecedores, tampouco se poderia glosar o IPI pago na aquisição de insumos fundamentais para o processo produtivo, ainda que não participem diretamente na confecção do produto, tudo conforme legislação, doutrina e julgados que cita. A 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto proferiu o Acórdão n.º 1435.263 de 14 de fevereiro de 2011 (efolhas 1.511/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2003 a 31/03/2003 ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 IPI. CRÉDITOS. FORNECEDORES OPTANTES PELO SIMPLES. A legislação em vigor não permite o creditamento do IPI calculado pelo contribuinte sobre aquisições de estabelecimento optantes pelo SIMPLES. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A interessada regularmente cientificada do Acórdão proferido pela DRJ – Ribeirão Preto, em 17/10/2011 (efolha 1520), interpôs Recurso Voluntário em 16/11/2011 (e fls. 1134/ss), onde repisa os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade, acrescentando, ainda, que havia informado “na Manifestação de Inconformidade que nas notas fiscais emitidas pelos fornecedores (Litoplas e Habil) da Karsten, apontados pela RFB como supostamente optantes pelo SIMPLES, não há qualquer indicação da opção pelo regime de tributação simplificada e que, além disso, os valores de IPI restaram destacados no percentual de 10% e 15%, viabilizando o crédito à Recorrente”, sendo que estes argumentos não foram acatados pela decisão recorrida. Contudo, alega que em consulta aos optantes pelo Simples dos fornecedores Fl. 1593DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13971.001469/200110 Acórdão n.º 3202001.592 S3C2T2 Fl. 1.594 3 (doc. 2), retirado do próprio site da RFB, os mencionados fornecedores nunca foram optantes pelo citado Sistema de Tributação Simplificado, não havendo fundamento para a glosa fiscal. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. Nos termos da Resolução nº 3202000.097, de 23/04/2013 (efls. 1.564/ss), proferido por esta 2ª Turma da 2ª Câmara da 3ª Seção do CARF, o processo foi baixado em diligência para que a autoridade fiscal da unidade de origem verificasse se para o período de emissão das notas fiscais (3º trimestre de 2001) os fornecedores Litoplas Ind. e Com. de Embalagens Plásticas Ltda – CNPJ nº 79.845.574/000110 e Habil Tintas Ltda. – CNPJ nº 02.643.680/000197 eram efetivamente enquadrados no SIMPLES – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. A DRF – Blumenau SC efetuou a diligência solicitada, juntou telas de consulta aos sistemas informatizados da SRF (efls, 1570/1576) e ao término elaborou Relatório (efls. 1.577/1578), cujos trechos transcrevemos a seguir: Preliminarmente, cumpre destacar que a Consulta Optantes disponibilizada no endereço http://www8.receita.fazenda.gov.br/SimplesNacional se refere apenas ao SIMPLES NACIONAL, Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, com vigência a partir de 01/07/2007, de que trata a Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Com efeito, nem a informação quanto à condição atual de não optante pelo Simples Nacional, nem quanto ao registro de que não existem opções pelo Simples Nacional em períodos anteriores trazida nos extratos apresentados pela recorrente são relevantes para a questão posta em diligência, a saber, o esclarecimento acerca da condição de optante ou não optante pelo SIMPLES Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno instituído pela Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996 dos fornecedores LITOPLÁS IND E COM DE EMBALAGENS PLASTICAS LTDA ME (hoje denominada MIRO JOÃO DE OLIVEIRA – ME) CNPJ 79.845.574/000110 e HÁBIL TINTAS LTDA, CNPJ 02.643.680/000197 no período correspondente à emissão das notas fiscais em questão, a saber, no terceiro trimestre de 2001. A opção pelo SIMPLES Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno instituído pela Lei nº 9.317, de 05 dezembro de 1996 se dava, como regra, por meio de transmissão do Evento 301 através do Programa CNPJ e submissão do Documento Básico de Entrada – DBE – correspondente à apreciação da unidade jurisdicionante do contribuinte. Em consulta ao HISTÓRICO DAS ALTERAÇÕES CADASTRAIS PROCESSADAS A PARTIR DE 01/01/1994 relativo aos dois fornecedores, verificase o registro de que o Evento 301 foi transmitido por ambos os fornecedores, tendo sido deferido. Consta ainda no histórico o evento 321, evento de exclusão do SIMPLES transmitido automaticamente com efeitos na data de 30/06/2007, data em que terminou a vigência deste sistema simplificado de tributação. A empresa LITOPLÁS IND E COM DE EMBALAGENS PLASTICAS LTDA ME (hoje denominada MIRO JOÃO DE OLIVEIRA – ME) CNPJ 79.845.574/000110 figura como optante pelo SIMPLES entre 01/01/1997 e 30/06/2007. Esta informação consta no relatório de situação fiscal e cadastral do contribuinte; no histórico correspondente aos eventos junto ao CNPJ (Evento 301, datado de Fl. 1594DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13971.001469/200110 Acórdão n.º 3202001.592 S3C2T2 Fl. 1.595 4 01/01/1997 e 321 datado de 30/06/2007) e é corroborada pelas DSPJ SIMPLES transmitidas pelo contribuinte em relação ao período. A empresa HÁBIL TINTAS LTDA, CNPJ 02.643.680/000197 figura como optante pelo SIMPLES entre 24/07/1998 e 30/06/2007. Esta informação consta no relatório de situação fiscal e cadastral do contribuinte; no histórico correspondente aos eventos junto ao CNPJ (Evento 301, datado de 24/07/1998 e 321 datado de 30/06/2007) e é corroborada pelas DSPJ SIMPLES transmitidas pelo contribuinte em relação ao período. Com efeito, no período correspondente à emissão das notas fiscais em questão, a saber, no terceiro trimestre de 2001, os fornecedores LITOPLÁS IND E COM DE EMBALAGENS PLASTICAS LTDA ME (hoje denominada MIRO JOÃO DE OLIVEIRA – ME) CNPJ 79.845.574/000110 e HÁBIL TINTAS LTDA, CNPJ 02.643.680/000197 figuravam como optantes do SIMPLES Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno instituído pela Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996. A Recorrente devidamente cientificada do resultado da diligência efetuada manifestouse afirmando: que fez a consulta possível de ser feita no site da Receita; o Fisco não comprovou que os mencionados fornecedores seriam, de fato, optantes pelo SIMPLES. Apenas afirmou sem juntar qualquer documento que comprovasse tal situação. foi a Recorrente que arcou com o ônus financeiro do tributo destacado (indevidamente ou não). se os fornecedores eram de fato optantes pelo Simples, tal informação deveria constar dos documentos fiscais e não deveria haver o destaque do IPI. Os autos retornaram ao CARF e foram devidamente encaminhados a este Conselheiro Relator. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. Como visto, a solução do litígio decorria de um esclarecimento fático, qual seja, se os fornecedores Litoplas Ind. e Com. de Embalagens Plásticas Ltda. e Habil Tintas Ltda. eram efetivamente enquadrados no SIMPLES – Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. Pois bem. A autoridade fiscal comprovou, por meio da juntada de extratos de sistemas informatizados da RFB, que ambas as empresa eram optantes do SIMPLES instituído pela Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996. Fl. 1595DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13971.001469/200110 Acórdão n.º 3202001.592 S3C2T2 Fl. 1.596 5 Para questionar a informação trazida pela fiscalização, a Recorrente tece comentários genéricos, desacompanhados de quaisquer elementos probantes e sem qualquer respaldo na legislação de regência da matéria. Destarte as notas fiscais emitidas por estas empresas não poderiam dar origem a crédito básico do IPI, conforme prescreve o art. 5º da Lei nº 9.317, de 1996, vigente à época dos fatos, verbis: Art. 5º O valor devido mensalmente pela microempresa e empresa de pequeno porte, inscritas no SIMPLES, será determinado mediante a aplicação, sobre a receita bruta mensal auferida, dos seguintes percentuais: I – (...) Parágrafo 1º 0 percentual a ser aplicado em cada mês, na forma deste artigo, será o correspondente à receita bruta acumulada até o próprio mês. Parágrafo 2° No caso de pessoa jurídica contribuinte do IPI, os percentuais referidos neste artigo serão acrescidos de 0,5 (meio) ponto percentual. (...) Parágrafo 5º A inscrição no SIMPLES veda, para a microempresa ou empresa de pequeno porte, a utilização ou destinação de qualquer valor a titulo de incentivo fiscal, bem assim a apropriação ou a transferência de créditos ao IPI e ao ICMS. Parágrafo 6° O disposto no parágrafo anterior não se aplica relativamente ao ICMS, caso a Unidade Federada em que esteja localizada a microempresa ou empresa de pequeno porte não tenha aderido ao SIMPLES, nos termos do art. 4 0. (g.n). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 1596DF CARF MF Impresso em 06/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/03/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 06/04/2015 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003966/2008-92
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 27 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006, 01/08/2006 a 30/09/2006, 01/11/2006 a 30/11/2006, 01/01/2007 a 31/01/2007, 01/03/2007 a 31/12/2007
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS.
O processo administrativo fiscal decorrente de auto de infração e imposição de multa, que se inicia com a apresentação de impugnação, por parte do contribuinte, é regido pelo império dos fatos, cabendo ao contribuinte o ônus de provar o quanto alegado para desconstituir o auto de infração. Se o contribuinte não apresentar provas bastantes ou não contrariar faticamente o AIIM devidamente embasado, a sua ausência de provas determinará o destino do lançamento.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3403-003.495
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Relatório e do Voto que fazem parte integrante do presente.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Luiz Rogério Sawaya Batista - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan, Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista (relator).
Nome do relator: LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006, 01/08/2006 a 30/09/2006, 01/11/2006 a 30/11/2006, 01/01/2007 a 31/01/2007, 01/03/2007 a 31/12/2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS. O processo administrativo fiscal decorrente de auto de infração e imposição de multa, que se inicia com a apresentação de impugnação, por parte do contribuinte, é regido pelo império dos fatos, cabendo ao contribuinte o ônus de provar o quanto alegado para desconstituir o auto de infração. Se o contribuinte não apresentar provas bastantes ou não contrariar faticamente o AIIM devidamente embasado, a sua ausência de provas determinará o destino do lançamento. Recurso Voluntário Negado.
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Recorrente MITUTOYO SUL AMERICANA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2006 a 30/04/2006, 01/08/2006 a 30/09/2006, 01/11/2006 a 30/11/2006, 01/01/2007 a 31/01/2007, 01/03/2007 a 31/12/2007 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PROVAS. O processo administrativo fiscal decorrente de auto de infração e imposição de multa, que se inicia com a apresentação de impugnação, por parte do contribuinte, é regido pelo império dos fatos, cabendo ao contribuinte o ônus de provar o quanto alegado para desconstituir o auto de infração. Se o contribuinte não apresentar provas bastantes ou não contrariar faticamente o AIIM devidamente embasado, a sua ausência de provas determinará o destino do lançamento. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso Voluntário, nos termos do Relatório e do Voto que fazem parte integrante do presente. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 39 66 /2 00 8- 92 Fl. 620DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 11/ 03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 2 Luiz Rogério Sawaya Batista Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim (presidente da turma), Rosaldo Trevisan, Fenelon Moscoso de Almeida, Ivan Allegretti, Domingos de Sá Filho e Luiz Rogério Sawaya Batista (relator). Relatório A empresa Mitutoyo Sul Americana Ltda. teve contra si lavrado o Auto de Infração, cujo total do crédito tributário foi de R$ 451.468,65, relativo à contribuição para o PIS/Pasep. Os juros de mora foram calculados até 31 de julho de 2008, e aplicada multa de ofício, no percentual de 75%. O lançamento ocorreu em virtude de diferenças entre os valores escriturados e os informados em DCTF, conforme Termo de Verificação de Infração. A ciência, por via postal, ocorreu em 19 de agosto de 2008, conforme Aviso de Recebimento. Em 15 de setembro de 2008 foi apresentada a Impugnação, no qual é aduzido, em apertada síntese, que: 1. O autuante incidiu em erro técnico no procedimento fiscalizatório desenvolvido; 2. O mero cotejo entre os valores escriturados na contabilidade à data de encerramento de período de apuração (passivo) e os informados nas respectivas DCTF não autoriza que, tecnicamente, daí se extraia que houve falta de recolhimento de tributo devido; 3. A escrituração contábil está submetida ao dinamismo dos ajustes que se seguem e é sobre o resultado do cômputo desses ajustes que podem ocorrer até o dia de pagamento do tributo que se calcula o “quantum” deste, a ser lançado na DCTF, no DARF de arrecadação e, se for o caso, no DACON; 4. Só a escrituração ajustada indica qual a base tributável do período de referência; 5. São apresentados documentos e demonstrativos nos quais podese vislumbrar que as “diferenças” constatadas pelo auditorfiscal são anuladas por ajustes de idênticos valores; 6. A Impugnante reconhece que dos d. Julgadores desta Impugnação não se pode exigir que sejam detentores de conhecimentos avançados de contabilidade e/ou disponham de tempo suficiente para conferir os cálculos aqui apresentados, até concluírem pela efetiva invalidade da ‘metodologia’ adotada pelo d. Auditor Fiscal e pela plena correção dos procedimentos que se propõem como alternativa capaz de desnudar a situação de regularidade da Fiscalizada quanto ao PIS no período de abril/2006 a dezembro/2007, pelo que requer seja designado perito oficial para a análise tributária e contábil relativa ao presente processo, sendo disponibilizado tudo o que seja necessário para tanto. A Autoridade Fazendária em seu acórdão inicialmente, indefere o pedido de perícia, pois, no pedido não constam os quesitos nem a qualificação do perito; ainda cita o art. 15, 16 e 18 do Decreto nº 70.235/72, aonde é disposto que cabe a autoridade julgadora de primeira instância o poder para decidir sobre diligência e perícia. No mérito, aduz a impugnante, em resumo, que o autuante incidiu em erro técnico no procedimento fiscalizatório desenvolvido, uma vez que o mero cotejo entre os valores escriturados na contabilidade à data de encerramento de período de apuração (passivo) Fl. 621DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 11/ 03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA Processo nº 19515.003966/200892 Acórdão n.º 3403003.495 S3C4T3 Fl. 5 3 e os informados nas respectivas DCTFs não indica que houve falta de recolhimento de tributo devido, já que a escrituração contábil está sujeita a ajustes que, no presente caso, foram efetuados e estão justificados pelos documentos e demonstrativos juntados à impugnação. Contudo, de início, cabe esclarecer que, se erro ocorreu, o agente fiscal foi a ele induzido pela própria contribuinte. Como pode ser visto na fl. 193, a contribuinte foi intimada a “informar, por meio de planilhas, os valores contabilizados, no período compreendido entre 03/2006 a 04/2008, dos seguintes tributos: IRPJ, IRRF, CSLL, IPI, PIS e COFINS.” Ainda, que “as referidas planilhas deverão estar acompanhadas de cópias das folhas do livro razão correspondentes aos valores informados, as quais deverão estar autenticadas pelo representante legal da empresa.” A planilha foi apresentada por meio do expediente de fl. 196, de 7 de julho de 2008, firmado pelo Gerente Administrativo Financeiro, e foi juntada à fl. 197. Nela,constam, o valor do tributo segundo a contabilidade e o valor recolhido. Comparandose o quanto lançado no livro Razão com o demonstrativo de fl. 274, verificase uma incongruência no que se refere ao valor da diferença de R$ 102.672,76 entre os créditos e débitos da conta “PIS a Recolher” em comparação com os R$ 94.568,60 do demonstrativo. Além disso, pelo demonstrativo, os créditos deduzidos foram no valor de R$52.314,78. Se a dedução ocorreu extracontabilmente, a contribuinte não teria valor de PIS/Pasep a pagar nesse mês, uma vez o saldo da conta ser de R$ 44.437,36. Assim, mesmo que o valor probante dos livros contábeis seja relativo, ele prevalece em face de a contribuinte, que tem o ônus probatório, não ter logrado comprovar o erro ou a necessidade dos ajustes efetuados (Código Civil, art. 226). Conclui por fim, que a contribuinte não teve êxito em comprovar o erro ou a necessidade dos ajustes efetuados; a impugnação é julgada improcedente, e mantido o crédito tributário lançado. A Recorrente apresentou Recurso Voluntário, em que reitera o quanto deduzido em sua Impugnação, requerendo, alternativamente, a aplicação da multa de ofício de 50%. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Rogério Sawaya Batista O Recurso é tempestivo e dele tomo conhecimento. Fl. 622DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 11/ 03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA 4 A alegação relativa à multa constitui inovação por parte Recorrente, não podendo ser conhecida nessa fase processual, pois não passou sob o crivo da DRJ, quando do julgamento da primeira instância administrativa. A alegação da Recorrente reside basicamente no lapso temporal entre a contabilidade e a entrega da DCTF, defendendo que a Autoridade Fazendária adotou os valores de sua contabilidade, os quais ainda estavam sujeitos a ajustes. De qualquer maneira, a Recorrente não trouxe nenhum elemento aos autos capaz de afastar a pretensão fazendária, nem ao menos para confortar as suas alegações, pois, como apontado pela Decisão da DRJ, os próprios registros contábeis da Recorrente estampam situação diversa daquela por ela alegada. E considerando que no Auto de Infração a Autoridade Fazendária fundamentou o lançamento tanto fática como legalmente, caberia à Recorrente o ônus de prova o quanto alegado, não tendo, ao cabo do presente processo, se desincumbido de tal dever probatório. Ante o exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Luiz Rogério Sawaya Batista Relator Fl. 623DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATISTA, Assinado digitalmente em 11/ 03/2015 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 10/03/2015 por LUIZ ROGERIO SAWAYA BATIS TA
score : 1.0
Numero do processo: 10469.722778/2012-71
Turma: Primeira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Mar 27 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte - IRRF
Exercício: 2008
PROCESSO JUDICIAL ANTERIOR AO PROCESSO ADMINISTRATIVO. IDÊNTICO OBJETO. SÚMULA CARF Nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2801-004.046
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
Assinado digitalmente
Tânia Mara Paschoalin Presidente.
Assinado digitalmente
Carlos César Quadros Pierre - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Marcio Henrique Sales Parada.
Nome do relator: CARLOS CESAR QUADROS PIERRE
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IDÊNTICO OBJETO. SÚMULA CARF Nº 1. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. Assinado digitalmente Tânia Mara Paschoalin – Presidente. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Tânia Mara Paschoalin, Eivanice Canário da Silva, Adriano Keith Yjichi Haga, Carlos César Quadros Pierre, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Marcio Henrique Sales Parada. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 46 9. 72 27 78 /2 01 2- 71 Fl. 83DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 20/ 03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 10469.722778/201271 Acórdão n.º 2801004.046 S2TE01 Fl. 84 2 Relatório Adoto como relatório aquele utilizado pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, 1a Turma da DRJ/REC (Fls. 32), na decisão recorrida, que transcrevo abaixo: 1. Contra o contribuinte acima identificado foi lavrada a Notificação de Lançamento de fls. 21 a 24, na qual é cobrado o Imposto de Renda Pessoa Física Suplementar, relativamente ao anocalendário de 2007, exercício 2008, no valor de R$3.865,80, acrescido de multa de mora e juros de mora (calculados até 30/03/12), perfazendo um crédito tributário total de R$ 6.220,07. 2. A autoridade tributária expôs na Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal (fl. 22) o motivo que deu ensejo ao lançamento acima: 2.1. Compensação indevida de imposto de renda retido na fonte no valor de R$8.652,62. 3. O contribuinte apresentou Solicitação de Retificação de Lançamento – SRL, sendo a mesma deferida parcialmente, fl. 20. 4. O contribuinte apresentou tempestivamente, fl. 29, a impugnação de fl. 30 para alegar que: Infração: Compensação Indevida de Imposto de Renda Retido na Fonte / CNPJ:00.394.452/053304 Concordo com essa infração Não concordo com o imposto glosado, por ser idoso portador de moléstia grave nos termos da lei 7713/88 art 6 XVI, já reconhecido pela fonte pagadora via judicial que não retém IR na fonte e comprovando também via laudo médico, laudo médico pericial Por fim, solicita prioridade no julgamento com base no art. 71 da Lei nº 10.471/2003. Passo adiante, a 1ª Turma da DRJ/REC entendeu por bem não conhecer a impugnação, em decisão que restou assim ementada: COMPENSAÇÃO INDEVIDA DE IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE. CONCOMITÂNCIA ENTRE PROCESSO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL A propositura pelo contribuinte de ação judicial, antes ou posteriormente ao lançamento, com o mesmo objeto, importa renúncia às instâncias administrativas ou desistência de eventual recurso interposto, tornando definitivo o lançamento, razão pela qual não se aprecia o seu mérito, não conhecendo da impugnação apresentada. Fl. 84DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 20/ 03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 10469.722778/201271 Acórdão n.º 2801004.046 S2TE01 Fl. 85 3 Cientificado em 29/05/2012 (Fls. 39), o Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 21/06/2012 (fls. 43 a 45), argumentando em síntese: (...) DOS FATOS Eu tenho 76 anos de idade, sou reformado pelo Exercito Brasileiro, portador de doença grave desde 1997, mas o laudo da fonte pagadora não foi suficiente para interromper retenção na fonte o imposto de renda. Assim, em 2010 o advogado entrou com ação na justiça para resolver este problema, obtendo decisão em primeiro grau favorável em dez/11. O processo judicial é contra a União Federal para que o Exercito Brasileiro reconheça que sou portador de doença grave e que tenho direito a isenção do imposto de renda. Assim, após a sentença de primeiro grau fui com toda documentação ao plantão fiscal da Receita Federal buscar informações de como proceder com a restituição a que tenho direito. A orientação do auditor após analise da petição inicial e andamento do processo em anexo, foi que poderia fazer retificação das declarações dos últimos 5 anos e apresentar todos os documentos a Malha Fiscal. Informo ainda que, em todos os processos administrativos foram anexados copia da sentença judicial, demonstrando clareza e transparência nas ações do contribuinte. Tal procedimento foi realizado em 29/01/12, a documentação foi apresentada a Malha antecipadamente ao chamado da Receita Federal em Fev/12 Contudo, erroneamente o IMPOSTO DE RENDA RETIDO DA FONTE foi glosado. Pois o imposto de fato foi retido na fonte, não foi devolvido nem administrativamente nem judicial e consta a informação no sistema da receita federal. Porém, o resultado foi à cobrança do imposto objeto da notificação de lançamento. Novamente agindo de boa fé, fui a Receita Federal fazer impugnação da intimação fiscal demonstrando o fato de ser portador de doença GRAVE e não questionando claramente o erro do imposto retido na fonte ter sido glosado, motivo central da geração da cobrança fiscal. Na ocasião também não observei nem questionei a informação da notificação fiscal de que o processo judicial seria contra a fazenda publica, fato que procede. Porém, em 29/05/12 recebi o ACÓRDÃO Nr 1136906 Ia turma da DRJ/REC, ALEGANDO que minha ação judicial era contra a Fazenda Publica e que lá em 2010 no momento da ação judicial havia abdicado do direito administrativo relacionado ao processo. Contudo, mesmo que não pudesse pleitear nenhum direito administrativamente relacionado ao processo, o resultado máximo esperado seria: A Receita Federal NÃO ACEITAR A Fl. 85DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 20/ 03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 10469.722778/201271 Acórdão n.º 2801004.046 S2TE01 Fl. 86 4 RETIFICAÇÃO da declaração de imposto de renda 2008 realizada em 29/01/12 e manter a posição tributária da declaração anterior, apresentada em 06/03/08 (quadro abaixo) OU SEJA, PARA O CONTRIBUINTE NO MÁXIMO NÃO EXISTIRIA COBRANÇA NEM VALOR A RECEBER ATÉ QUE O PROCESSO JUDICIAL TIVESSE TRANSITO EM JULGADO. (...) DOCUMENTOS ANEXADOS Doe 1 Identidade do contribuinte; Doe 2 Comprovante de rendimento e retenção na fonte; Doe 3 Portaria de reforma (copia do diário oficial da união de 02/09/96); Doe 4 Extrato da declaração do imposto de renda 2008 entregue em 06/03/2008; Doe 5 Declaração Retifícadora do imposto de renda 2008 entregue em 29/01/12; Doe 6 Petição inicial do processo judicial N° 000.2727 24.2010.4.05.8400; Doe 7 Histórico atual do processo judicial N° 000.2727 24.2010.4.05.8400; Doe 8 Perícia Médica do processo judicial N° 000.2727 24.2010.4.05.8400; Doe 9 Atestado Médico, declarando as condições de saúde do contribuinte; Doe 10 parte da notificação de lançamento; Doe 11 copia da impugnação inicial da notificação de lançamento. É o Relatório. Voto Conselheiro Carlos César Quadros Pierre, Relator. Conheço do recurso, posto que tempestivo e com condições de admissibilidade. De início, verifico que em dois outros processos administrativos do mesmo recorrente, com o mesmo objeto mas com anos distintos, de relatoria do Conselheiro Marcelo Fl. 86DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 20/ 03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 10469.722778/201271 Acórdão n.º 2801004.046 S2TE01 Fl. 87 5 Vasconcelos de Almeida, esta turma decidiu, por unanimidade, manter a decisão da DRJ que reconhece a concomitância. Deste modo, tendo em vista que participei de ambos os julgamentos, adoto integralmente as razões de decidir do Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida. Foi juntada pelo Recorrente petição inicial da ação ordinária por ele ajuizada em face da União Federal na qual um dos pedidos é o seguinte: F) Que ao final seja julgado procedente o pedido para declarar que o REQUERENTE é portador de cardiopatia grave desde o dia 21/03/1995, data em que foi submetido à cirurgia cardíaca, devendo a REQUERIDA restituir os valores debitados indevidamente nos contracheques do Autor, devidamente corrigidos, obedecendo ao prazo prescricional. Também foi anexada sentença prolatada pelo Juízo de 1° grau cujo dispositivo, na parte que interessa, está vazado nos seguintes termos: Ante o exposto, julgo PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido, declarando que os proventos de reforma percebidos pelo autor estão isentos do imposto de renda a partir de outubro de 1997. Condeno a União à restituição dos valores recolhidos indevidamente, devidamente atualizados, a partir de cada recolhimento, apenas pela taxa SELIC, que já inclui juros de mora e correção monetária, observada, entretanto, a prescrição qüinqüenal (aplicação da LC n° 118/05). (...) Sentença sujeita ao duplo grau de jurisdição. A folha de rosto da "Notificação de Lançamento" e a "Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal" evidenciam que a Autoridade lançadora glosou o imposto de renda retido pela fonte pagadora e que fora compensado pelo Interessado em sua declaração de ajuste anual do exercício de 2008. Assim, correto o procedimento levado a cabo pela Autoridade fiscal, porquanto a inexistência da glosa pode acarretar a restituição do imposto retido em duplicidade, uma na instância administrativa e outra na ação judicial. Não restam dúvidas, portanto, que o objeto da ação judicial guarda identidade com o objeto do presente lançamento, sendo aplicável, à espécie, a Súmula CARF n° 1, de cujo teor se extrai a seguinte dicção: Súmula CARF n° 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Fl. 87DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 20/ 03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN Processo nº 10469.722778/201271 Acórdão n.º 2801004.046 S2TE01 Fl. 88 6 Ante tudo acima exposto e o que mais constam nos autos, voto por negar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Carlos César Quadros Pierre Fl. 88DF CARF MF Impresso em 30/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 20/ 03/2015 por CARLOS CESAR QUADROS PIERRE, Assinado digitalmente em 26/03/2015 por TANIA MARA PASCHOAL IN
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Numero do processo: 13888.720229/2013-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Feb 26 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008
AUTOPEÇAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. VENDAS A FABRICANTES DE MÁQUINAS E VEÍCULOS. ALÍQUOTAS.
O faturamento decorrente de vendas de pistões a adquirentes que empregam esses produtos na fabricação de motosserras e motocicletas sujeita-se à tributação à alíquota própria da sistemática da não cumulatividade.
ROYALTIES. REMUNERAÇÃO PELO DIREITO DE USO DE TECNOLOGIA. BEM MÓVEL. PROCESSO FABRIL. INSUMO.
Tratando-se os royalties de remuneração pelo direito pessoal de uso de tecnologia para permitir a fabricação de bens ou serviços, revestem-se da natureza jurídica de bens móveis (art. 83, III, da Lei n. 10.406, de 2002 - Código Civil), que são empregados, indispensáveis e essenciais a fabricação dos bens e serviços, de modo que, constatando-se que sofreram a incidência do PIS e COFINS na importação, concedem o direito ao desconto de crédito na forma do inciso II, dos arts. 3º, das Leis n. 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, e art. 15, da Lei n. 10.865, de 2004.
Recurso de Ofício Negado
Recurso Voluntário Provido
Crédito Tributário Exonerado
Numero da decisão: 3402-002.612
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Relator e a Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula. Designado para a redação do voto vencedor o Conselheiro João Carlos Cassuli Júnior.
(assinado digitalmente)
Gilson Macedo Rosenburg Filho Presidente
(assinado digitalmente)
Alexandre Kern Relator
(assinado digitalmente)
João Carlos Cassuli Junior Redator designado
Participaram do julgamento os conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo DEça, Maria Aparecida Martins de Paula, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva.
Nome do relator: ALEXANDRE KERN
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008 AUTOPEÇAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. VENDAS A FABRICANTES DE MÁQUINAS E VEÍCULOS. ALÍQUOTAS. O faturamento decorrente de vendas de pistões a adquirentes que empregam esses produtos na fabricação de motosserras e motocicletas sujeita-se à tributação à alíquota própria da sistemática da não cumulatividade. ROYALTIES. REMUNERAÇÃO PELO DIREITO DE USO DE TECNOLOGIA. BEM MÓVEL. PROCESSO FABRIL. INSUMO. Tratando-se os royalties de remuneração pelo direito pessoal de uso de tecnologia para permitir a fabricação de bens ou serviços, revestem-se da natureza jurídica de bens móveis (art. 83, III, da Lei n. 10.406, de 2002 - Código Civil), que são empregados, indispensáveis e essenciais a fabricação dos bens e serviços, de modo que, constatando-se que sofreram a incidência do PIS e COFINS na importação, concedem o direito ao desconto de crédito na forma do inciso II, dos arts. 3º, das Leis n. 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, e art. 15, da Lei n. 10.865, de 2004. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado
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FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ALEGAÇÕES APRESENTADAS SOMENTE NO RECURSO. PRECLUSÃO. Consideramse precluídos, deles não se tomando conhecimento, os argumentos não submetidos ao julgamento de primeira instância, apresentados somente na fase recursal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008 AUTOPEÇAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. VENDAS A FABRICANTES DE MÁQUINAS E VEÍCULOS. ALÍQUOTAS. O faturamento decorrente de vendas de pistões a adquirentes que empregam esses produtos na fabricação de motosserras e motocicletas sujeitase à tributação à alíquota própria da sistemática da não cumulatividade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008 AUTOPEÇAS. TRIBUTAÇÃO CONCENTRADA. VENDAS A FABRICANTES DE MÁQUINAS E VEÍCULOS. ALÍQUOTAS. O faturamento decorrente de vendas de pistões a adquirentes que empregam esses produtos na fabricação de motosserras e motocicletas sujeitase à tributação à alíquota própria da sistemática da não cumulatividade. ROYALTIES. REMUNERAÇÃO PELO DIREITO DE USO DE TECNOLOGIA. BEM MÓVEL. PROCESSO FABRIL. INSUMO. Tratandose os royalties de remuneração pelo direito pessoal de uso de tecnologia para permitir a fabricação de bens ou serviços, revestemse da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 72 02 29 /2 01 3- 09 Fl. 865DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 853 2 natureza jurídica de bens móveis (art. 83, III, da Lei n. 10.406, de 2002 Código Civil), que são empregados, indispensáveis e essenciais a fabricação dos bens e serviços, de modo que, constatandose que sofreram a incidência do PIS e COFINS na importação, concedem o direito ao desconto de crédito na forma do inciso II, dos arts. 3º, das Leis n. 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003, e art. 15, da Lei n. 10.865, de 2004. Recurso de Ofício Negado Recurso Voluntário Provido Crédito Tributário Exonerado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício e, por maioria de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Vencido o Relator e a Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula. Designado para a redação do voto vencedor o Conselheiro João Carlos Cassuli Júnior. (assinado digitalmente) Gilson Macedo Rosenburg Filho – Presidente (assinado digitalmente) Alexandre Kern – Relator (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior – Redator designado Participaram do julgamento os conselheiros Fernando Luiz da Gama Lobo D’Eça, Maria Aparecida Martins de Paula, João Carlos Cassuli Junior e Francisco Mauricio Rabelo de Albuquerque Silva. Relatório KSPG AUTOMOTIVE BRAZIL LTDA. teve lavrados contra si os autos de infração das 699 a 712, para formalização da determinação e da exigência de crédito tributário referente à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep dos períodos de janeiro a junho de 2008, no valor total de R$ 2.839.849,56. Conforme Termo de Verificação Fiscal de fls. 683 a 698, as diferenças apuradas são decorrentes da glosa dos créditos calculados sobre despesas de royalties pagos à matriz domiciliada na Alemanha, bem como da aplicação equivocada das alíquotas de 1,65% (PIS) e 7,6% (Cofins) sobre vendas de produtos tratados no art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho 2002, a pessoa jurídicas que não se enquadram no inciso I desse artigo, razão pela qual deveriam ser aplicadas as alíquotas concentradas de 2,3% e 10,8%, nos termos do seu inciso II. Em impugnação (fls. 722 a 748), o autuado alegou que a tecnologia transferida por sua matriz no exterior e remunerada com o pagamento de royalties é insumo necessário a seu processo produtivo de produção de pistões, ensejando direito a crédito das contribuições sociais. Rechaça a incidência das normas da Lei nº 10.485, de 2002, e insiste na Fl. 866DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 854 3 correção das alíquotas aplicadas, considerando que os adquirentes dos produtos que vendeu não podem ser considerados consumidores finais.” A 4ª Turma da DRJ/RPO julgou a impugnação parcialmente procedente, cancelando o lançamento das diferenças decorrentes da aplicação das alíquotas concentradas. O Acórdão nº 1449.521, de 27 de março de 2014, fls. 777 a 799, teve ementa vazada nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – COFINS Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008 CRÉDITOS. INSUMOS. ROYALTIES. Os valores pagos a título de royalties não se enquadram no conceito de insumo e não geram créditos a serem descontados das contribuições não cumulativas. AUTOPEÇAS. LEI 10.485/2002. A venda de produtos listados nos anexos I e II da Lei nº 10.485/2002, a fabricantes não enquadrados no seu art. 3º, I, sujeitamse à tributação pelas alíquotas gerais das contribuições 1,65% da Contribuição para o PIS/Pasep e 7,6% de Cofins, no caso do vendedor sujeitarse à não cumulatividade. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2008 a 30/06/2008 CONEXÃO. Por serem conexos, aplicase ao lançamento da Contribuição para o PIS/Pasep as mesmas conclusões referentes ao lançamento da Cofins. Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte O Presidente da 4ª Turma da DRJ/RPO recorreu de ofício da decisão, em cumprimento ao que dispõe o art. 34, inciso I, do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, com redação dada pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997, tendo em vista que crédito tributário exonerado excede o limite de R$ 1.000.000,00, definido na Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008. Cuidase também de recurso voluntário contra a decisão da 4ª Turma da DRJ/RPO. O arrazoado de fls. 810 a 828, após síntese dos fatos relacionados com a lide, retoma as alegações tendentes a afirmar seu direito ao crédito tomado sobre os pagamentos de roylaties, destacando a essencialidade da tecnologia transferida para o processo produtivo de pistões, conforme o descreve. Defende conceito amplo de insumo, associado à legislação do Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica. Invoca a Solução de Consulta nº 62, de 2009, da SRRF/10ª RF e jurisprudência administrativa, que amparariam suas teses. Conclui, requerendo o cancelamento do acréscimo de juros de mora sobre a multa de lançamento de ofício. Fl. 867DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 855 4 A numeração das folhas referese à atribuída pelo processo eletrônico. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Alexandre Kern, Relator ADMISSIBILIDADE Recurso de Ofício A decisão recorrida cancelou integralmente o lançamento referente ao PIS (R$ 71.454,85 de principal e R$ 54.340,50 de multa proporcional) e parcialmente à referente à Cofins (R$ 847.003,75 de principal e R$ 635.252,81 da multa proporcional). Exonerado o sujeito passivo em valores superiores ao definido na Portaria MF nº 03, de 03 de janeiro de 2008, conheço do Recurso de Ofício. Recurso Voluntário Presentes os pressupostos recursais, a petição de fls. 810 a 828 merece ser conhecida como recurso voluntário contra o Acórdão DRJRPO4ª Turma nº 1449.521, de 27 de março de 2014. MATÉRIAS CONTROVERTIDAS Recurso de Ofício Devolvese a instância recursal a discussão a respeito das alíquotas aplicáveis sobre o faturamento das vendas de determinados produtos da KSOG Automotive do Brasil. Recurso Voluntário O autuado controverte a glosa dos créditos tomados sobre o pagamento de royalties. O pleito de cancelamento do acréscimo de juros de mora sobre multa de lançamento de ofício não merece ser conhecido. O pleito é inédito, pois não foi ventilado na peça de impugnação. Por ser matéria preclusa, deixo de conhecêla, haja vista que em nenhum momento da peça de reclamação o impugnante contestara o acréscimo legal. Vejase, a propósito, o teor do artigo 473 do CPC, verbis: "é defeso à parte discutir, no curso do processo, as questões já decididas, a cujo respeito se operou a Fl. 868DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 856 5 preclusão." Na lição de Chiovenda, repetida por Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart, temse que:1 ... a preclusão consiste na perda, ou na extinção ou na consumação de uma faculdade processual. Isso pode ocorrer pelo fato: i) de não ter a parte observado a ordem assinalada pela lei ao exercício da faculdade, como os termos peremptórios ou a sucessão legal das atividades e das exceções; ii) de ter a parte realizado atividade incompatível com o exercício da faculdade, como a proposição de uma exceção incompatível com outra, ou a prática de ato incompatível com a intenção de impugnar uma decisão; iii) de ter a parte já exercitado validamente a faculdade.” A cada uma das situações acima corresponde, respectivamente, os três tipos de preclusão: a temporal, a lógica e a consumativa. No caso em tela ocorreu a preclusão temporal, consistente na perda da oportunidade que a recorrente teve para questionar os juros e a multa de ofício. Ultrapassada aquela etapa, extinguese o direito de levantála agora, nesta fase recursal. Ademais, a ratificar a extravagância do pleito, a matéria não foi abordada na decisão recorrida, fato que afasta definitivamente a possibilidade de ser conhecida por esta Turma Recursal, a teor do caput do artigo 1° combinado com o art. 4º, ambos do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RI/CARF, com as alterações introduzidas pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010: Art. 1° Compete aos órgãos julgadores do CARF o julgamento de recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. [...] Art. 4° À Terceira Seção cabe processar e julgar recursos de ofício e voluntário de decisão de primeira instância que versem sobre aplicação da legislação de: [...] Assim, não tendo sido abordada pela decisão recorrida e não se cuidando de matéria de ordem pública, a insurgência não pode ser conhecida. 1 MARINONI, Luiz Guilherme e ARENHART, Sérgio Cruz Arenhart. Manual do Processo do Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2004, p. 665, apud CHIOVENDA, Giuseppe. "Cosa giudicata e preclusione", in Saggi di diritto processuale civile. Milano: Giuffrè, 1993, vol. 3, p. 233. Fl. 869DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 857 6 MÉRITO Recurso de Ofício A Fiscalização entendeu que os produtos de que trata o art. 3º da Lei nº 10.485, de 2002, vendidos pela autuada, foram adquiridos por consumidores, pessoas jurídicas que não se enquadram no inciso I desse artigo, razão pela qual essas vendas deveriam ser tributadas pelas alíquotas concentradas de 2,3% e 10,8%, nos termos do seu inciso II. A decisão recorrida julgou que não se pode tratar como consumidor um fabricante que utiliza os produtos adquiridos como insumo na fabricação de seus próprios produtos e cancelou essa parcela do lançamento. Reproduzo a legislação referida: Art. 3° As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) I 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), respectivamente, nas vendas para fabricante: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) a) de veículos e máquinas relacionados no art. 1° desta Lei; ou (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) b) de autopeças constantes dos Anexos I e II desta Lei, quando destinadas à fabricação de produtos neles relacionados; (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), respectivamente, nas vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores. (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) § 1° Fica o Poder Executivo autorizado, mediante decreto, a alterar a relação de produtos discriminados nesta Lei, inclusive em decorrência de modificações na codificação da TIPI. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 10.865, de 2004) § 2° Ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, relativamente à receita bruta auferida por comerciante atacadista ou varejista, com a venda dos produtos de que trata: (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) I o caput deste artigo; e (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) II o caput do art. 1 desta Lei, exceto quando auferida pelas pessoas jurídicas a que se refere o art. 17, § 5°, da Medida Provisória nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001. (Redação dada pela Lei nº 10.925, de 2004) Fl. 870DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 858 7 § 3° Estão sujeitos à retenção na fonte da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins os pagamentos referentes à aquisição de autopeças constantes dos Anexos I e II desta Lei, exceto pneumáticos, quando efetuados por pessoa jurídica fabricante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) I de peças, componentes ou conjuntos destinados aos produtos relacionados no art. 1ºdesta Lei; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) II de produtos relacionados no art. 1° desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) § 4° O valor a ser retido na forma do § 3° deste artigo constitui antecipação das contribuições devidas pelas pessoas jurídicas fornecedoras e será determinado mediante a aplicação, sobre a importância a pagar, do percentual de 0,1% (um décimo por cento) para a Contribuição para o PIS/Pasep e 0,5% (cinco décimos por cento) para a Cofins. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) § 5° O valor retido na quinzena deverá ser recolhido até o último dia útil da quinzena subseqüente àquela em que tiver ocorrido o pagamento. (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) § 6° Na hipótese de a pessoa jurídica fabricante dos produtos relacionados no art. 1° desta Lei revender produtos constantes dos Anexos I e II desta Lei, serão aplicadas, sobre a receita auferida, as alíquotas previstas no inciso II do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 10.865, de 2004) § 7° A retenção na fonte de que trata o § 3° deste artigo: (Incluído pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) I não se aplica no caso de pagamento efetuado a pessoa jurídica optante pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples e a comerciante atacadista ou varejista; (Incluído pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) II alcança também os pagamentos efetuados por serviço de industrialização no caso de industrialização por encomenda. (Incluído pela Lei nº 11.196, de 21/11/2005) De acordo com o Termo de Verificação Fiscal, fls. 690, as vendas de que se trata referemse a produtos classificados na posição NCM 8409 Partes reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinadas aos motores das posições 84.07 ou 84.08 a STIHL FERRAMENTAS MOTORIZADAS LTDA (CNPJ 87.235.172/000122), HUSQVARNA BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE PRODUTOS PARA FLORESTA E JARDIM LTDA (CNPJ 04.098.470/000190) e YAMAHA MOTOR DO BRASIL LTDA (CNPJ 62.934.252/000145), as duas primeiras fabricantes de motosserras (NCM 8467) e a última fabricante de motocicletas (NCM 8711). Há de se reconhecer, os adquirentes das peças, fabricantes de motosserras e de motocicletas, nessas operações específicas, não se confundem com consumidores finais Fl. 871DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 859 8 daqueles produtos, única acepção plausível à locução consumidores, constante do inciso II do art. 3° da Lei nº 10.485, de 2002, a dar consistência para a sistemática de tributação concentrada, adotada para essa cadeia produtiva. A corroborar esse entendimento, a Instrução Normativa SRF nº 594, de 26 de dezembro de 2005, que regulamentou a essa sistemática, deu a seguinte redação ao seu art. 16: Art. 16. Na determinação do valor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, incidentes sobre a receita bruta auferida nas operações de venda das autopeças de que trata o inciso XI do art. 1º, na hipótese de: I venda efetuada por fabricante ou por importador das autopeças, aplicamse, respectivamente, as alíquotas de: a) 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento) e 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento), no caso de vendas efetuadas para fabricante de autopeças de que trata o inciso XI do art. 1º ou para fabricante de máquinas e veículos, relacionados no inciso IX do art. 1º; b) 2,3% (dois inteiros e três décimos por cento) e 10,8% (dez inteiros e oito décimos por cento), no caso de venda efetuada para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidor final; II revenda efetuada por fabricante das máquinas e dos veículos, de que trata o inciso IX do art. 1º, aplicamse as alíquotas previstas na alínea "b" do inciso I; e III venda efetuada por comerciante atacadista ou varejista, aplicase a alíquota de 0% (zero por cento). (...) Tais vendas estão sujeitas, portanto, à sistemática da não cumulatividade, nas alíquotas que lhe são próprias. Nego provimento ao Recurso de Ofício. Recurso Voluntário A controvérsia sub judice é a possibilidade de tomada de créditos a título de insumo sobre royalties pagos na importação de tecnologia. É sempre conveniente repisar, os incisos II dos artigos 3° das leis de regência da não cumulatividade das contribuições sociais admitem o desconto de créditos com relação a bens e serviços utilizados como insumo na fabricação de produtos destinados à venda ou à prestação de serviços. Royalty é uma categoria de rendimentos que representa a remuneração pelo uso, fruição ou exploração de determinados direitos, diferentemente dos aluguéis, que Fl. 872DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 860 9 representam a retribuição do capital aplicado em bens corpóreos, e dos juros, que exprimem a contrapartida do capital financeiro2. Portanto, enquanto remuneração pelo direito de uso de determinada tecnologia, os royalties escapam da autorização legal, haja vista não se tratar, nem de aquisição bem, nem de contratação de serviço. Com essas considerações, nego provimento ao Recurso Voluntário. CONCLUSÃO Nego provimento aos recursos. Sala de sessões, em 28 de janeiro de 2015 2 XAVIER, Alberto. “Direito Tributário Internacional do Brasil”, Editora Forense, Rio de Janeiro, 6ª edição, 2004. p. 765. Voto Vencedor Conselheiro João Carlos Cassuli Junior, Redator designado. Com todas as vênias de direito pelo entendimento esposado pelo Ilustre Relator, Conselheiro Alexandre Kern, no aspecto relativo ao direito a tomada de créditos sobre os pagamentos a título de royalties para uso de tecnologia inerente aos produtos fabricados pela Recorrente, não pude acompanhálo em suas conclusões, cabendome a honrosa e desafiadora tarefa de expressar o entendimento que acabou sendo agasalhado pela maioria da Turma, nesse aspecto. Analisando as razões que levaram o voto vencido a concluir pela inexistência ao direito de crédito sobre o pagamento de royalties para uso de tecnologia empregada nos produtos que vende no mercado nacional, a conclusão a que chegamos é que entendeu o Ilustre Conselheiro Relator que o direito ao crédito estaria circunscrito a aquisição de bens ou direitos, e que os royalties n’ao representariam nenhum dos dois institutos. Tenho, porém, que a transferência de direitos de uso de tecnologia, representadas muitas vezes como “patentes de invenção”, “desenhos industriais”, “modelos de utilidade” ou mesmo marcas industriais, ou congêneres, revestemse da natureza jurídica de direito, e como tal, nos termos da Lei Civil, constituemse em bens móveis por expressa Fl. 873DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 861 10 disposição legal. É o escólio extraído do art. 83, III, da Lei n. 10.406, de 10 de janeiro de 2002, que assim estabelece: Seção II Dos Bens Móveis Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômicosocial. Art. 83. Consideramse móveis para os efeitos legais: I as energias que tenham valor econômico; II os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. (grifouse) Com efeito, para os fins do Direito Privado, os direitos pessoais que concedem ao licenciado ou cessionário de uso de tecnologia de invenção, são bens móveis, valendo, então, reportamonos ao que preceituam os arts. 109 e 110, do CTN: Art. 109. Os princípios gerais de direito privado utilizamse para pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos respectivos efeitos tributários. Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. (grifouse) Portanto, se o Direito Privado definiu como bens móveis os direitos pessoais que concedem o direito de uso de tecnologia, assim deverá o Direito Tributário interpretálo para fins de delimitação das incidências tributárias, na qual por certo está abrangida a disciplina da tomada de créditos sobre a aquisição de tais bens. Exsurge a necessitada de revisitar o dispositivo que trata do que venham a ser insumos, enquanto concessores do direito ao desconto de créditos, nos seguintes termos: Art. 3° Do valor apurado na forma do art. 2° a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: ... II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes, exceto em relação ao pagamento de que trata o art. 2o da Lei no Fl. 874DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 862 11 10.485, de 3 de julho de 2002, devido pelo fabricante ou importador, ao concessionário, pela intermediação ou entrega dos veículos classificados nas posições 87.03 e 87.04 da Tipi; (Redação dada pela Lei nº 10.865, de 2004) Quanto ao fato de serem, os direitos de exploração ou uso de tecnologia, bens empregados na produção ou fabricação de bens, tenho que igualmente o nexo é inevitável, pois que sem pagar pelo uso deste direito, incidiria a Recorrente em crime de pirataria ou de contrafação, segundo a Lei nº 9.279, de 14 de maio de 1996 (Título V, Capítulos I, II e III) Assim, por certo que é indispensável que haja o contrato de transferência de tecnologia para que haja a produção, de modo que não se poderia sequer fabricar os produtos sem que houvesse expressa autorização do titular da patente, desenho industrial ou marca. Os royalties (que nada mais são que o nome dado aos valores pagos como contraprestação pelo direito de uso de tecnologia), mostramse essenciais e intrinsicamente relacionados a produção ou fabricação dos bens vendidos, sem os quais não se poderia auferir a receita, de modo que entendo preencher o conceito de insumo para os fins das Leis de Regência das contribuições. Em sendo insumos, a Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, expressamente concede o direito de crédito sobre os pagamentos pela aquisição de bens feitas a empresas sediadas no exterior, como é o caso dos autos: Art. 15. As pessoas jurídicas sujeitas à apuração da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, nos termos dos arts. 2º e 3º das Leis nos 10.637, de 30 de dezembro de 2002, e 10.833, de 29 de dezembro de 2003, poderão descontar crédito, para fins de determinação dessas contribuições, em relação às importações sujeitas ao pagamento das contribuições de que trata o art. 1º desta Lei, nas seguintes hipóteses: ... II – bens e serviços utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustível e lubrificantes; Com efeito, tratandose de bens, e sendo referidos bens empregados (enquanto direito de uso de tecnologia de fabricação), indispensáveis, essenciais para a fabricação de produtos desenvolvidos pela Recorrente, e, finalmente, tendo sofrido incidência nas contribuições ao PIS e a COFINS na importação de tais direitos, entendo inafastável o direito ao crédito de PIS e COFINS. Ante o exposto, voto no sentido de dar provimento ao recurso, para também conceder o direito ao desconto de créditos sobre os royalties pagos pelo direito de uso de tecnologia dos produtos em fabricação. Sala de sessões, em 28 de janeiro de 2015. (assinado digitalmente) João Carlos Cassuli Junior, redator designado. Fl. 875DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR Processo nº 13888.720229/201309 Acórdão n.º 3402002.629 S3C4T2 Fl. 863 12 Fl. 876DF CARF MF Impresso em 26/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Assinado digitalmente em 13/0 2/2015 por GILSON MACEDO ROSENBURG FILHO, Assinado digitalmente em 10/02/2015 por ALEXANDRE KERN, As sinado digitalmente em 10/02/2015 por JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 13710.000709/2006-44
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 24 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PEDIDO DE PARCELAMENTO. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Não deve ser conhecido recurso voluntário seguido de pedido de parcelamento do débito, que importa em confissão extrajudicial de dívida, nos termos do Código de Processo Civil.
Recurso não conhecido.
Numero da decisão: 2101-001.937
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
JOSÉ RAIMUNDO TOSTA SANTOS - Presidente Substituto
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros José Raimundo Tosta Santos (Presidente Substituto), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), José Evande Carvalho Araujo, Celia Maria de Souza Murphy, Gilvanci Antônio de Oliveira Sousa e Gonçalo Bonet Allage.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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score : 1.0
Numero do processo: 11080.016181/2002-30
Turma: Segunda Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 12 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1997
IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA.UTILIZAÇÃO DE REQUISIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA PELO FISCO. LEGALIDADE.
A utilização de RMFs pelo Fisco encontra hoje fundamento no art. 6º da Lei Complementar n. 105, de 10/01/2001, tendo antes fundamento no art.8 da Lei n.8.021, de 14 de abril de 1990, não cabendo o questionamento da constitucionalidade dos referidos dispositivos no presente administrativo, nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, Portaria MF n. 256/2009, e da Súmula CARF n.02.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS ANTERIORES Á VIGÊNCIA DA LEI N° 9.430/96. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO LANÇAMENTO.
Não se invocando no auto de infração a Lei n. 9430/96 não é possível que depósitos bancários, por si só constituam fato gerador do imposto de renda, sem a comprovação do nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão de rendimentos de forma inequívoca pelo fisco. Na falta da adequada fundamentação legal, estes valores somente poderiam ser computados no rol dos rendimentos omitidos se a autoridade autuante tivesse comprovado que tais valores tinham origem em rendimentos que deveriam ter sido tributados, ou que os dispêndios foram efetivamente consumidos pelo recorrente, a indicar sinais exteriores de riqueza incompatíveis com os rendimentos declarados.
Recurso provido.
Numero da decisão: 2802-003.011
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. O Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández acompanhou o relator pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Jorge Claudio Duarte Cardoso - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos André Ribas de Mello - Relator.
EDITADO EM: 21/01/2015
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Carlos André Ribas de Mello (Relator), Ronnie Soares Anderson, German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci de Assis Junior e Juliana Bandeira Toscano.
Nome do relator: CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 1997 IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA.UTILIZAÇÃO DE REQUISIÇÃO DE MOVIMENTAÇÃO FINANCEIRA PELO FISCO. LEGALIDADE. A utilização de RMFs pelo Fisco encontra hoje fundamento no art. 6º da Lei Complementar n. 105, de 10/01/2001, tendo antes fundamento no art.8 da Lei n.8.021, de 14 de abril de 1990, não cabendo o questionamento da constitucionalidade dos referidos dispositivos no presente administrativo, nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, Portaria MF n. 256/2009, e da Súmula CARF n.02. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS ANTERIORES Á VIGÊNCIA DA LEI N° 9.430/96. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO LANÇAMENTO. Não se invocando no auto de infração a Lei n. 9430/96 não é possível que depósitos bancários, por si só constituam fato gerador do imposto de renda, sem a comprovação do nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão de rendimentos de forma inequívoca pelo fisco. Na falta da adequada fundamentação legal, estes valores somente poderiam ser computados no rol dos rendimentos omitidos se a autoridade autuante tivesse comprovado que tais valores tinham origem em rendimentos que deveriam ter sido tributados, ou que os dispêndios foram efetivamente consumidos pelo recorrente, a indicar sinais exteriores de riqueza incompatíveis com os rendimentos declarados. Recurso provido.
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LEGALIDADE. A utilização de RMFs pelo Fisco encontra hoje fundamento no art. 6º da Lei Complementar n. 105, de 10/01/2001, tendo antes fundamento no art.8 da Lei n.8.021, de 14 de abril de 1990, não cabendo o questionamento da constitucionalidade dos referidos dispositivos no presente administrativo, nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, Portaria MF n. 256/2009, e da Súmula CARF n.02. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DEPÓSITOS BANCÁRIOS ANTERIORES Á VIGÊNCIA DA LEI N° 9.430/96. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL DO LANÇAMENTO. Não se invocando no auto de infração a Lei n. 9430/96 não é possível que depósitos bancários, por si só constituam fato gerador do imposto de renda, sem a comprovação do nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão de rendimentos de forma inequívoca pelo fisco. Na falta da adequada fundamentação legal, estes valores somente poderiam ser computados no rol dos rendimentos omitidos se a autoridade autuante tivesse comprovado que tais valores tinham origem em rendimentos que deveriam ter sido tributados, ou que os dispêndios foram efetivamente consumidos pelo recorrente, a indicar sinais exteriores de riqueza incompatíveis com os rendimentos declarados. Recurso provido. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 01 61 81 /2 00 2- 30 Fl. 162DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário nos termos do voto do relator. O Conselheiro German Alejandro San Martín Fernández acompanhou o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Jorge Claudio Duarte Cardoso Presidente. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello Relator. EDITADO EM: 21/01/2015 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Jorge Claudio Duarte Cardoso (Presidente), Carlos André Ribas de Mello (Relator), Ronnie Soares Anderson, German Alejandro San Martin Fernandez, Jaci de Assis Junior e Juliana Bandeira Toscano. Relatório Inicialmente, em se tratando de processo já submetido, por via de recurso voluntário ao CARF anteriormente, adoto como relatório, ao menos para retratar o contido nos autos até aquele momento, o relatório contido no voto adrede proferido, a fls.83 e ss: Tratase de auto de infração (fls. 04/11) lavrado contra a contribuinte ALBA VALÉRIA CARDOSO LEMOS, CPF/MF n° 421.507.95000, para exigir crédito tributário total de IRPF de R$ 43.513,98, em 25.11.2002, em virtude de omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas, no ano calendário de 1996. A fundamentação legal está amparada nos artigos 1°, 2°, 3° e §§ e 8°, da Lei n° 7713/88; artigos 1° a 4°, da Lei n° 8134/90; artigos3° e 11, da Lei n° 9250/95. Relatório de fiscalização, de fls. 06/08, descreve os fatos constatados que levaram à autuação, dentre os quais, destacamos os seguintes esclarecimentos: 'O presente lançamento de oficio é decorrente de auditoria fiscal realizada junto ao contribuinte Jacques Schwerdt, CPF ..., ainda em andamento... Em verificação realizada na documentação de movimentação bancária de Jacques Schwerdt, constatouse que o mesmo efetuou dois pagamentos em favor da contribuinte Alba Valéria Cardoso Lemos, através dos cheques nominais n°0304315, em 16/12/96, no valor de R$ 36.000,00, e n°0255055, em 23/12/1996, no valor de R$ 40.000,00, do Banco Industrial e Comercial S/A (BICBANCO), agencia 0015, conta corrente n° 07.0149495. Os citados cheques foram depositados em conta corrente de titularidade da fiscalizada, Alba Valéria Cardoso Fl. 163DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 11080.016181/200230 Acórdão n.º 2802003.011 S2TE02 Fl. 163 3 Lemos, de n° 08.027015.08, mantida na Agência 051 do BANRISUL. ... Isso posto, verificase que a contribuinte limitouse a alegar que não conseguiu lembrar de nada que pudesse esclarecer os referidos lançamentos, que no caso foi o recebimento de dois cheques, efetuados em seu nome, em um único mês, a saber dezembro de 1996, no valor total de R$ 76.000,00. Face ao valor significativo de tal ingresso em sua conta corrente, que sem dúvida deve ter sido utilizado pela mesma, é incabível crer que a contribuinte não se lembre de tais recebimentos. Padece de qualquer dose de razoabilidade as justificativas apresentadas para a não identcação da operação que deu origem aos mesmos, Cabendo ressaltar que em um dos cheques, o de n" 255055, seu nome bem corno a identificação de sua conta corrente, agencia e código de banco, foram apostos com carimbo. A contribuinte não apresentou declaração de rendimentos do exercício de 1997, relativa ao anocalendário de 1996. Os esclarecimentos prestados são insuficientes, com indícios de falsidade ou inexatidão. A contribuinte não negou tais recebimentos, apenas evitou informar a operação que deu origem aos mesmos. Portanto, as quantias recebidas mediante cheques emitidos em seu nome, por Jacques Schwerdt, no valor total de R$ 76.000,00, são passíveis de tributação corno omissão de rendimentos recebidos de pessoas físicas — outras origens, nos termos da legislação vigente.' Intimada em 03.12.2002, por AR (fls. 28), a contribuinte apresentou sua impugnação, em 30.12.2002 (fls. 29/37), cujos principais argumentos estão fielmente sintetizados pelo relatório do acórdão de primeira instância, o qual adoto, nessa parte (fls. 49): 'Na impugnação, fl. 29, o contribuinte invoca preliminarmente o instituto da decadência, baseado no art. 173 do Código Tributário Nacional CTN, Lei n° 5.172/1966. Alega também que não ocorreu o fato gerador do imposto de renda; que este não pode ser inferido de depósito bancário; que a legislação que define infrações interpretase da maneira mais favorável ao acusado; que autoridade responsável pelo lançament0 nõo teria agido dentro dos limites e meios autorizados por lei, utilizando se de presunções; que não agiu com a formalidade necessária; que se utilizou indevidamente da analogia; que, enfim, criou um fato gerador inexistente, presumindo culpa. O valor lançado pelo Auto de Infração foi de R$ 43.513,98. Examinando tais alegações, a Delegacia da Receita Federal de Julgamento de Porto Alegre, por intermédio da sua 4a Turma, à unanimidade de votos, rejeitou a preliminar de decadência e no mérito considerou o lançamento procedente. Tratase do acórdão n° 109.017, de 19.07.2006 (fls. 48/51), cujas razões de decidir estão consolidadas na sua ementa (fls. 48): Fl. 164DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 4 'Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 1997 Ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. COMPROVAÇÃO. O recebimento de cheque nominal, sem esclarecimentos após intimação regular, caracteriza fato gerador do imposto de renda, pelo beneficio do contribuinte por qualquer forma e a qualquer titulo, previsto em lei. Lançamento Procedente.' Intimada de tal conclusão em 21.09.2006, por AR (fls. 57), a contribuinte interpôs seu recurso voluntário em 19.10.2006 (fls. 58/77), repisando os mesmos argumentos da fase impugnatória, quais sejam: a) ocorrência dos efeitos da decadência do direito do Fisco lançar; b) ilegalidade e nulidade do lançamento em virtude de: b.1) origem viciada, pois as provas em que se fundamenta foram obtidas com base na CPMF, o que somente é admissivel para fatos geradores ocorridos após a vigência da Lei n° 10174/2001; b.2) a presunção de omissão de receitas não tem amparo legal, pois somente criada com a edição da Lei n° 9430, de 1996, artigo 42, posterior aos fatos autuados; b.3) a exigência fiscal extraída da movimentação financeira da recorrente somente seria admissivel se quebrado o seu sigilo bancário, o que não ocorreu. Informação fiscal de fls. 80 dá conta de que não foi feito o arrolamento de bens porque a contribuinte declara ser pobre e não possuir patrimônio.” Pois bem, reproduzido o relatório contido no acórdão de fls.83 e ss., passo a relatar os incidentes processuais ocorridos a partir daquele momento. A então Quarta Câmara do então Primeiro Conselho de Contribuintes, por meio do acórdão supracitado, reconheceu a ocorrência da decadência do direito da Fazenda Pública de efetuar o lançamento no caso presente nos termos do art. 150, §4o, do CTN, dando provimento ao recurso voluntário. Sendo assim, a Fazenda Nacional interpôs o Recurso Especial de fls.92 e ss., o qual, contraarrazoado pela contribuinte (fls.102 e ss.), foi submetido a julgamento perante a Segunda Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais deste CARF, a qual proferiu acórdão assim ementado (fls.107 e ss.): “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 1997 DECADÊNCIA. TRIBUTOS LANÇADOS POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA NO STJ NA SISTEMÁTICA DO ART. 543C DO CPC. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. REGRA DO ART. 173, I, DO CTN. O art. 62A do RICARF obriga a utilização da regra do REsp nº 973.733 SC, decidido na sistemática do art. 543C do Código de Processo Civil, o que faz com a ordem do art. 150, §4o, do CTN, só deva ser adotada nos casos em que o sujeito passivo antecipar o pagamento e não for comprovada a existência de dolo, fraude ou simulação, prevalecendo os ditames do art. 173, nas demais situações. Fl. 165DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 11080.016181/200230 Acórdão n.º 2802003.011 S2TE02 Fl. 164 5 No presente caso, não houve pagamento antecipado na forma de imposto de renda retido na fonte, carnêleão, imposto complementar, imposto pago no exterior ou recolhimento de saldo do imposto apurado, sendo obrigatória a utilização da regra de decadência do art. 173, inciso I, do CTN, que fixa o marco inicial no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Como o fato gerador do imposto de renda se completa no último instante do dia 31 de dezembro de um anocalendário, o lançamento de ofício somente pode ocorrer no instante seguinte, ou seja, no início do primeiro dia do anocalendário seguinte, e o termo inicial da contagem do prazo decadencial é o primeiro dia do segundo anocalendário a partir da ocorrência do fato gerador. No caso, como o lançamento em discussão se refere ao ano calendário de 1996, diante da ausência de antecipação de pagamento, o prazo decadencial se iniciou em 01/01/1998 e terminou em 31/12/2002. Como a ciência do lançamento se deu em 03/12/2002, o crédito tributário não havia sido fulminado pela decadência. Recurso especial provido.” Embora determinado pela Câmara Superior o encaminhamento dos autos à Turma Ordinária para prosseguimento, os autos seguiram indevidamente para inscrição na dívida ativa, gerando o requerimento da contribuinte de fls.134 e ss. à Procuradoria da Fazenda Nacional, dando conta do equívoco, requerimento este que demonstra que a contribuinte tomou ciência do acórdão proferido pela Câmara Superior e de seu conteúdo e que conduziu ao concelamento da inscrição do débito na dívida ativa, pelo despacho de fls.145. Superada, pois a preliminar de decadência, retornam os autos a esta Turma Ordinária, para prosseguimento, conforme determinado pela Câmara Superior, no acórdão supra. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos André Ribas de Mello, Relator. Em sede preliminar, o recurso voluntário já foi reconhecido tempestivo e cabível nos termos da decisão anteriormente proferida pelo então Primeiro Conselho de Contribuintes, cabendo analisar as alegações recursais da contribuinte, com exceção daquela referente à decadência, pelas razões contidas no relatório. Fl. 166DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO 6 Alega em seu recurso a contribuinte o seguinte: a) ilegalidade e nulidade do lançamento em virtude de: a.1) origem viciada, pois as provas em que se fundamenta foram obtidas com base na CPMF, o que somente é admissivel para fatos geradores ocorridos após a vigência da Lei n° 10.174/2001; a.2) a presunção de omissão de receitas não tem amparo legal, pois somente criada com a edição da Lei n° 9430, de 1996, artigo 42, posterior aos fatos autuados; a.3) a exigência fiscal extraída da movimentação financeira da recorrente somente seria admissível se quebrado o seu sigilo bancário, o que não ocorreu. Quanto à primeira alegação, a mesma não procede, de vez que a utilização de requisições de movimentação financeira pelo Fisco, embora encontre hoje fundamento no art. 6o da Lei Complementar n. 105, de 10/01/2001, teve antes fundamento no art.8 da Lei n.8.021, de 14 de abril de 1990, norma esta anterior ao anocalendário de que ora se trata, não cabendo o questionamento da constitucionalidade dos referidos dispositivos no presente administrativo, nos termos do artigo 62 do Regimento Interno do CARF, Portaria MF n. 256/2009, e da Súmula CARF n.02, que dispõe: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Quanto à segunda alegação da recorrente, os cheques objeto da autuação são datados de 16 e 23/12/1996. A Lei n. 9430 de 27 de dezembro de 1996 foi publicada no DOU do dia 30 do mesmo mês, produzindo efeitos a partir da data de sua publicação. Antes de sua vigência vigorava a sistemática da Lei n.8021/90 acerca da qual o CARF e o antigo Conselho de Contribuintes, em várias oportunidades decidiu que meros depósitos bancários não podiam ser tidos como fatos geradores do IRPF. Cito como exemplo o acórdão abaixo. “Primeiro Conselho de Contribuintes – 6a Câmara – Turma Ordinária Acórdão n. 10616905 do processo 137100004129754 de 28/05/2008 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 1993, 1994 OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITO BANCÁRIOS FATOS GERADORES SOB ÉGIDE DA LEI Nº 8.021/90 AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS SINAIS EXTERIORES DE RIQUEZA IMPOSSIBILIDADE DO LANÇAMENTO Depósitos bancários, por si só, não constituem fato gerador do imposto de renda, por não caracterizarem disponibilidade econômica de renda e proventos. Tal lançamento somente será possível quando comprovado o nexo causal entre cada depósito e o fato que represente omissão de rendimentos de forma inequívoca pelo fisco. A autoridade autuante, apenas, tomou por base representação fiscal que discriminou 03 cheques emitidos pelo recorrente arrolados em CPMI do Congresso Nacional, entendendo suficiente para comprovar a existência de rendimentos omitidos. Estes valores somente poderiam ser computados no rol dos rendimentos omitidos se a autoridade autuante tivesse comprovado que tais valores tinham origem em rendimentos que deveriam ter sido tributados, ou que os dispêndios foram efetivamente consumidos pelo recorrente, a indicar sinais exteriores de riqueza incompatível com os rendimentos declarados. RENDIMENTOS OMITIDOS COMPUTADOS EM DUPLICIDADE INOCORRÊNCIA A fiscalização computou rendimento omitido em duplicidade no exercício 1994, o que foi corrigido pela decisão de 1º grau. No ponto, hígida a decisão recorrida. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Exercício: 1992 IRPF LANÇAMENTO POR Fl. 167DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO Processo nº 11080.016181/200230 Acórdão n.º 2802003.011 S2TE02 Fl. 165 7 HOMOLOGAÇÃO AUSÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO PRAZO DECADENCIAL REGIDO PELO ART. 150, § 4º, DO CTN A regra de incidência prevista na lei é que define a modalidade do lançamento. O lançamento do imposto de renda da pessoa física é por homologação, com fato gerador complexivo, que se aperfeiçoa em 31/12 do anocalendário. Para esse tipo de lançamento, exceto no caso de dolo, fraude ou simulação, o qüinqüênio do prazo decadencial tem seu início na data do fato gerador. O lançamento que não respeita o prazo decadencial na forma antes exposta deve ser considerado extinto pela decadência. O auto de infração em debate, abrangendo os exercícios 1992 a 1996, foi cientificado ao contribuinte em 20/03/1997. Dessa forma, quando da ciência, havia fluído o qüinqüênio decadencial do lançamento em relação ao exercício 1992. Recurso voluntário parcialmente provido.” Porém, a não comprovação pelo Fisco de sinais exteriores de riqueza ou que foram os valores efetivamente consumidos pelo contribuinte poderiam ser irrelevantes se o fisco houvesse invocado no auto de infração a Lei n. 9430 de 27 de dezembro de 1996, o que não fez. É que é assente nessa Turma, que a referida Lei não criou novo fato gerador do tributo, apenas criando uma nova possibilidade de interpretação dos fatos da vida, para configuração dos fatos geradores antes já prescritos na lei tributária. Se os cheques foram depositados no ano de 1997, o fato gerador do imposto considerase ocorrido em 31/12/1996, dia seguinte à publicação da lei, com efeitos financeiros a partir de 1997, alcançando a contribuinte. Porém, dado o caráter vinculado do ato de lançamento, a não invocação no mesmo da Lei n. 9430 representa vício insanável a fundamentar o seu desfazimento. Demais disso, não se trata tão somente de ausência do fundamento legal adequado, mas ainda de atribuição ao contribuinte de infração baseada em presunções que somente autuação por fundamento diverso, ou seja, omissão de rendimentos por depósitos bancários de origem não comprovada, que não foi o que constou do auto de infração, poderia justificar. Isto posto, sou pela desconstituição integral do lançamento, dando provimento ao recurso voluntário interposto, pelas razões acima. É como voto. (assinado digitalmente) Carlos André Ribas de Mello. Fl. 168DF CARF MF Impresso em 04/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/ 01/2015 por CARLOS ANDRE RIBAS DE MELLO, Assinado digitalmente em 21/01/2015 por JORGE CLAUDIO DUART E CARDOSO
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