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Numero do processo: 36048.000018/2006-14
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Ementa: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/08/1999 a 28/02/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 150, §4º DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91. Incidência do preceito inscrito no art. 150, §4º do CTN. Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2302-001.902
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, conceder-lhe provimento, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: ARLINDO DA COSTA E SILVA
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PRAZO DECADENCIAL. CINCO ANOS. ART. 150, §4º DO CTN. O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, no julgamento proferido em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade do art. 45 da Lei nº 8.212/91. Incidência do preceito inscrito no art. 150, §4º do CTN. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do recurso e, na parte conhecida, concederlhe provimento, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Marco André Ramos Vieira Presidente. Arlindo da Costa e Silva Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marco André Ramos Vieira (Presidente de Turma), Manoel Coelho Arruda Junior (Vicepresidente de turma), Liége Lacroix Thomasi, Adriana Sato, Jhonatas Ribeiro da Silva e Arlindo da Costa e Silva. Ausência momentânea: Manoel Coelho Arruda Junior. Fl. 418DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 2 Relatório Período de apuração: 01/08/1999 a 28/02/2005 Data da lavratura da NFLD: 09/12/2005. Data da Ciência da NFLD: 16/12/2005. Tratase de crédito tributário lançado em desfavor da empresa em epígrafe, consistente em contribuições previdenciárias a cargo da empresa, destinadas ao custeio da seguridade social e ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre o pagamento de remunerações a dirigentes (diretores empregados e gerentes) e empregados, bem como as contribuições providenciarias (parte da empresa) incidentes sobre as remunerações dos diretores não empregados e trabalhadores autônomos, além daquelas incidentes sobre os pagamentos a cooperativas de trabalhadores autônomos, conforme descrito no Relatório Fiscal a fls. 185/189. Também constituem o presente crédito tributário as contribuições destinadas ao SEBRAE, não depositadas judicialmente, uma vez que a ação judicial nº 2000.81.00.0104901 – TRF 5ª Região, em que a empresa questionava a constitucionalidade de tal contribuição, foi julgada improcedente, tendo já transitado em julgado. Integram a presente notificação os seguintes levantamentos: Levantamento DDD – Referese a diferenças de contribuições destinadas ao SEBRAE no período de 06/2000 a 05/2004, incidentes sobre as bases de cálculo encontradas a partir das folhas de pagamento, espelhos de guia e GFIPs, e não depositadas judicialmente. Levantamento FPG – Referese a contribuições destinadas à Previdência Social decorrentes das importâncias declaradas em GFIP, relativamente a todos os estabelecimentos, com exceção da filial 0009. Levantamento FP – Referese a contribuições destinadas à Previdência Social decorrentes das importâncias não declaradas em GFIP, relativamente a todos os estabelecimentos, com exceção da filial 0009. Levantamento FSG – Referese a contribuições destinadas ao SEBRAE decorrentes das importâncias declaradas em GFIP, relativamente a todos os estabelecimentos, com exceção da filial 0009, no período fora daquele em que a empresa vinha realizando depósitos judiciais. Levantamento FG9 – Referese a contribuições destinadas à Previdência Social decorrentes das importâncias declaradas em GFIP, relativamente ao estabelecimento 0009. Levantamento FP9 – Referese a contribuições destinadas à Previdência Social decorrentes das importâncias não declaradas em GFIP, relativamente ao estabelecimento 0009. Informa a Autoridade Lançadora que os elementos que serviram de base ao presente lançamento foram as folhas de pagamento, planilhas contendo os espelhos das Guias Fl. 419DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36048.000018/200614 Acórdão n.º 230201.902 S2C3T2 Fl. 390 3 de Pagamento à Previdência GPS, Guias de Recolhimento de FGTS e de Informações à Previdência Social GFIP, bem como os relatórios "Resumo" e "Discriminativo Consolidado da Base de Cálculo DCBC" oriundos do sistema Cadastro Nacional de Informações Sociais Agregado CNISA, Recibos de Pagamentos a Autônomos do estabelecimento 0009, Guias de Pagamento da Previdência Social GPS, bem como as informações relativas às mesmas constantes nos sistemas da Secretaria da Receita Previdenciária. Irresignado com o supracitado lançamento tributário, o sujeito passivo apresentou impugnação a fls. 196/206. A Delegacia da Receita Previdenciária em Fortaleza/CE lavrou Decisão Notificação a fls. 224/233, julgando procedente e o lançamento e mantendo o crédito tributário em sua integralidade. O Sujeito Passivo foi cientificado da decisão de 1ª Instância no dia 12/06/2006, conforme documento de Intimação e Recibo a fl. 237. Inconformado com a decisão exarada pelo órgão administrativo julgador a quo, o ora Recorrente interpôs recurso voluntário, a fls. 242/270, requerendo, ao fim, a declaração de improcedência do lançamento. Contrarrazões pelo Órgão Fazendário a fls. 292/302. Em petição a fls. 333/338, a Companhia Energética do Ceará formulou pedido de desistência parcial do recurso ofertado, em relação a débitos cobrados referentes às competências dezembro/2000 a fevereiro/2005, os quais confessa como devidos para todos os fins de direito, tendo procedido à opção pelo seu recolhimento com os benefícios previstos pela Lei nº 11.941/2009 (REFIS IV), deixando de parcelar todos os débitos anteriores a dezembro/2000, conforme Súmula Vinculante nº 8 do STF, art. 150, §4º do CTN e Parecer Normativo PGFN nº 1.617/2008. Relatados sumariamente os fatos relevantes. Voto Conselheiro Arlindo da Costa e Silva, Relator. 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1. DA TEMPESTIVIDADE O sujeito passivo foi válida e eficazmente cientificado da decisão recorrida no dia 12/06/2006. Havendo sido o recurso voluntário protocolado no dia 12 de julho do mesmo ano, há que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto. Fl. 420DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 4 1.2. DO CONHECIMENTO DO RECURSO Inconformado com a decisão de 1ª instância administrativa, o sujeito passivo interpôs recurso voluntário, a fls. 242/270, requerendo a declaração de improcedência do lançamento. Em seguida, apresentou formalmente Pedido de Desistência Parcial a fls. 333/338, em relação ao crédito tributário lançado referente às competências dezembro/2000 a fevereiro/2005, o qual confessa como devido para todos os fins de direito, tendo procedido à opção pelo seu recolhimento com os benefícios previstos pela Lei nº 11.941/2009, controlado pelo processo nº 10380.724547/201191, restando à apreciação deste Sodalício a parcela do lançamento referente às competências agosto/1999 a novembro/2000. Nesses termos, deixamos de conhecer do Recurso na parte referente às obrigações tributárias ocorridas nas competências desde dezembro/2000, inclusive, até a competência fevereiro/2005, em razão do mencionado Pedido de Desistência Parcial. Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheço parcialmente. 2. DAS QUESTÕES PRELIMINARES 2.1. DA DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, conforme entendimento exarado na Súmula Vinculante nº 8, em julgamento realizado em 12 de junho de 2008, reconheceu a inconstitucionalidade dos artigos 45 e 46 da Lei n º 8.212/91, nos termos que se vos seguem: Súmula Vinculante nº 8 “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decretolei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Conforme estatuído no art. 103A da Constituição Federal, a Súmula Vinculante nº 8 é de observância obrigatória tanto pelos órgãos do Poder Judiciário quanto pela Administração Pública, devendo este Colegiado aplicála de imediato. Constituição Federal de 1988 Art. 103A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA Processo nº 36048.000018/200614 Acórdão n.º 230201.902 S2C3T2 Fl. 391 5 Afastada por inconstitucionalidade a eficácia das normas inscritas nos artigos 45 e 46 da Lei n º 8.212, urgem serem seguidas as disposições relativas à matéria em relevo inscritas no Código Tributário Nacional – CTN e nas demais leis de regência. O instituto da decadência no Direito Tributário, malgrado respeitadas posições em sentido diverso, encontrase regulamentado no art. 173 do Código Tributário Nacional CTN, que reza ipsis litteris: Código Tributário Nacional CTN Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. Conforme detalhadamente explicitado e fundamentado no Acórdão nº 2302 01.387 proferido nesta 2ª TO/3ª CÂMARA/2ª SEJUL/CARF/MF/DF, na Sessão de 26 de outubro de 2011, nos autos do Processo nº 10240.000230/200865, convicto encontrase este Conselheiro de que, após a implementação do sistema GFIP/SEFIP, o lançamento das contribuições previdenciárias não mais se enquadra na sistemática de lançamento por homologação, mas, sim, na de lançamento por declaração, nos termos do art. 147 do CTN. Com fulcro nos fundamentos expostos nessas breves digressões, deflui da análise da subsunção do fato in concreto à norma de regência que, ao caso sub examine, operarseia a incidência das disposições inscritas no inciso I do transcrito art. 173 do CTN. Ocorre, todavia, que o entendimento majoritário que permeia esta 2ª Turma Ordinária, em sua escalação titular, se inclina à tese de que, ao lançamento de contribuições previdenciárias cujas rubricas qualificadoras dos fatos geradores levantados tenham sido contempladas com recolhimentos antecipados das respectivas contribuições previdenciárias aplicase o regime assentado no §4º do art. 150 do CTN, excluindose o crédito tributário não pela decadência, mas, sim, pela homologação tácita. No caso presente, revelam o Discriminativo Analítico de Débito a fls. 04/13, o Relatório de Documentos Apresentados a fls. 25/34 e o Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados a fls. 35/44 que, em relação às rubricas lançadas no período de dezembro/1999 a novembro/2000, estão sendo lançadas apenas diferenças não recolhidas tempestivamente pelo contribuinte, existindo apropriação de valores previamente recolhidos para todas as rubricas lançadas. Por outro lado, mas vinho de outra pipa, pelas razões expendidas nos autos do Processo Administrativo Fiscal referido nos parágrafos anteriores, entende este relator que o lançamento tributário encontrase perfeito e acabado na data de sua lavratura, representada pela Fl. 422DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA 6 assinatura da Autoridade Fiscal lançadora, figurando a ciência do contribuinte como atributo de publicidade do ato e condição de eficácia do lançamento perante o sujeito passivo, mas, não, atributo de sua existência. Nada obstante, o entendimento dominante nesta 2ª Turma Ordinária, em sua composição permanente, esposa a concepção de que a data de ciência do contribuinte produz, como um de seus efeitos, a demarcação temporal do dies a quo do prazo decadencial. Diante de tal cenário, o entendimento deste que vos relata mostrase isolado perante o Colegiado. Dessarte, em atenção aos clamores da eficiência exigida pela Lex Excelsior, curvome ao entendimento majoritário desta Corte Administrativa, em respeito à opinio iuris dos demais Conselheiros. Nessas condições, tendo sido a ciência da NFLD em debate realizada aos 16 dias do mês de dezembro de 2005, do ponto vista majoritário deste Colegiado, mostrase imperativa a incidência do preceito inscrito no §4º do art. 150 do CTN, o que importa na homologação tácita do lançamento relativo às competências anteriores a dezembro/2000, exclusive. Pelo exposto, consoante o entendimento majoritário deste Sodalício, encontramse atingidas pela fluência do prazo de homologação previsto no §4º do art. 150 do CTN todas as obrigações tributárias relativas aos fatos geradores ocorridos nas competências anteriores a dezembro/2000, exclusive, circunstância que impede a Fazenda Pública de constituir o crédito tributário a elas correspondente. 3. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONHEÇO PARCIALMENTE do recurso voluntário para, na parte conhecida, DARLHE PROVIMENTO, devendo ser excluídos do lançamento todas as obrigações tributárias decorrentes dos fatos geradores ocorridos nas competências anteriores a dezembro/2000, exclusive. É como voto. Arlindo da Costa e Silva Fl. 423DF CARF MF Impresso em 16/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 27/06/2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 27/06/ 2012 por ARLINDO DA COSTA E SILVA, Assinado digitalmente em 11/07/2012 por MARCO ANDRE RAMOS VIEIRA
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Numero do processo: 10580.001333/2002-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 25 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 3201-000.303
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA
SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter os autos em resolução, nos termos do voto da relatora.
Nome do relator: MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1772; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.001333/200204 Recurso nº Resolução nº 3201000.303 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Data 25/01/2012 Assunto Solicitação de Diligência Recorrente J MACEDO ALIMENTOS NORDESTE SA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária da TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO, por unanimidade de votos, em converter os autos em resolução, nos termos do voto da relatora. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente. Mércia Helena Trajano DAmorim Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Aurélio Pereira Valadão, Mércia Helena Trajano D'Amorim, Judith do Amaral Marcondes Armando, Daniel Mariz Gudiño, Adriene Maria de Miranda Veras e Luciano Lopes de Almeida Moraes. Ausência justificada de Marcelo Ribeiro Nogueira. RELATÓRIO O interessado acima identificado recorre a este Conselho, de decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA. Por bem descrever os fatos ocorridos, até então, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo, a seguir: “Tratase o processo de Manifestação de Inconformidade (fls.38/53), contra o Parecer da DRF/Salvador nº332/2004, de 05/07/2004, e Despacho Decisório, de Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 2 2 fls.33/36, que indeferiu o Pedido de Ressarcimento de IPI, relativo ao crédito de IPI, com fundamento no art.11 da Lei nº9.779, de 19 de janeiro de 1999, relativamente ao 3º trimestre de 2001, em razão de não terem sido cumpridas as condições estabelecidas nos atos normativos e exigências previstas para escrituração dos alegados créditos. Consta no despacho que o processo não foi devidamente instruído e por esta razão foi o interessado intimado a apresentar documentos para sanear o pedido, não tendo este logrado atender as condições para usufruto dos créditos, nos termos do art.14 da IN SRF nº210, de 2002, e legislação específica, RIPI/2002, aprovado pelo Decreto nº4.544, de 2002, foi o pedido de ressarcimento indeferido. O despacho destaca as seguintes irregularidades: a contribuinte escriturou o Livro Registro de IPI com apuração mensal ao invés de decendial; o LRAIPI não foi escriturado corretamente, pois não consta na coluna “Imposto creditado” qualquer valor, tendo os créditos sido escriturados na coluna “Outros créditos”, não se tornando possível identificar a correta natureza da operação; na escrituração do LRAIPI é apresentado um saldo credor no período anterior de R$1.604.433,27 e no final do trimestrecalendário, um crédito total de R$1.720.133,53, que é divergente do Pedido de Ressarcimento, campo 2, linha 13, não foi informado qualquer valor no campo 1; solicitado na Intimação nº228/03 a apresentar o estorno do Pedido de ressarcimento e lançamento do valor solicitado no item 011 do quadro demonstrativo de débitos, indicação do número do processo, efetuado no decêndio imediatamente posterior à protocolização do pedido, conforme art.15 da IN SRF nº210, de 2002, não houve atendimento pelo contribuinte; tendo o contribuinte apresentado apenas certidão negativa da matriz, cabia a comprovação de regularidade de todos os estabelecimentos junto à SRF e SRP. Cientificado do despacho decisório em 19/07/2004, fl.37, o contribuinte apresentou sua contestação em 18/08/2004, alegando que não merece prosperar a decisão porque: é detentora de créditos de IPI para com a Fazenda Nacional, pois adquiriu nos anos calendários de 2000 e 2001, matériaprima, produtos intermediários e material de embalagem, nos termos da Lei nº9.779, de 1999 e por não poder compensar os créditos de IPI com o IPI devido na saída, eis que todos os seus insumos são tributados à alíquota zero, resolveu compensar tais créditos com outros tributos federais; o parecer, mesmo não negando a existência ou disponibilidade dos créditos de IPI, indeferiu o direito, sob o entendimento de que não foram cumpridas todas as condições estabelecidas pelas normas reguladoras do procedimento de escrituração, o que não pode prevalecer, pois afronta o direito da requerente; quanto a periodicidade da escrituração efetuada nos LRAIPI, a partir de 01/01/1993, mensal, ao invés de decendial, conforme art.182 da Lei nº8.850, de 1994, temse que apesar do equívoco cometido, a requerente não pode ser penalizada com o indeferimento do pedido de ressarcimento porque a adoção da Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 3 3 escrituração mensal dos valores em nada prejudica a correta análise dos Livros de Apuração ou dos pedidos de ressarcimento; todas as notas fiscais demonstram a titularidade dos créditos, não há recolhimento de IPI, a apuração mensal do crédito é simplificada, assim vem se posicionando o Conselho de Contribuintes, conforme Acórdão da 1ª Câmara nº20175384, em 19/09/2001; quanto à falta de lançamento dos créditos de IPI na coluna “Imposto Creditado”, entende que o fato de escriturar os créditos apurados mensalmente na linha 05 – “outros créditos” sob a designação “aquisição de insumos no mês”, não implica na impossibilidade de apuração da natureza do crédito, como alegou o fiscal julgador, pois as notas fiscais de compra da MP, PI, ME, antes postas a disposição da fiscalização, demonstram o crédito, doc.02, contudo, efetuou a inscrição no LAIPI conforme determina a legislação; quanto a divergência entre o valor do crédito indicado no pedido de ressarcimento e no saldo credor do LAIPI, o equívoco é do próprio fiscal, pois no período anterior, 2º trimestre/2001, teve crédito de R$1.604.433,27 e no final do trimestre seguinte, setembro/2001, apresentou crédito de R$1.720.133,53, portanto a diferença entre um e outro é exatamente o pedido de ressarcimento, R$115.700,26, não tendo sido evidenciada nenhuma divergência nem nos créditos e nem nos pedidos de ressarcimento; efetuou no anocalendário de 2002 o estorno dos valores objeto de pedido de ressarcimento de todo o ano calendário de 2001, no valor total de R$502.004,30, conforme LRAIPI, mês de janeiro de 2002, doc.03, concernente aos processos 10580.001331/200215, 10580.001332/200251; 10580.001333/200251 e 10580.001334/200241, relativos aos 1º, 2º 3º e 4º trimestres/2001, nos valores de R$86.597,29; R$124.755,80, R$115.700,16 e R$174.950,95, respectivamente, não procedendo a alegação de que estornou a sua escrita fiscal dos valores objeto dos pedidos de ressarcimento; inexiste na legislação qualquer disposição quanto a obrigatoriedade em apresentar certidão negativa de débitos de tributos e contribuições federais e da Previdência Social de todos os estabelecimentos da empresa junto a SRF e PFN, dispondo o art.18 da IN SRF nº210,2002, que transcreve que deve haver regularidade da pessoa jurídica cujo direito creditório foi reconhecido, e no presente caso, nem o foi, o que torna tal exigência totalmente improcedente; requer a reforma do Parecer nº332/2004, acolhimento do pleito. A DRJ/Recife através do Acórdão DRJ/Recife nº10.431, de 30 de novembro de 2004, fls.86/90, apesar de verificar que a interessada não instruiu corretamente o processo, ante o cometimento de vários equívocos na escrituração do RAIPI e nos procedimentos de solicitação dos créditos, anulou a decisão de fls.33/36, proferida pela DRF/Salvador, por afronta ao contraditório e ampla defesa, na medida em que o pedido foi indeferido exclusivamente por faltarem preenchidos todos os requisitos quanto a escrituração dos créditos do IPI ou desatendimento de questões de natureza procedimental, e devolveu o processo à unidade de origem para que a interessada seja intimada a apresentar informações/documentos necessários ao exame do mérito, prolatandose nova decisão, concedendo prazo para ampla defesa, na forma do art.3º, III, 28, 39 e 40 da Lei nº9.784, de 29/01/1999. Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 4 4 Cientificado do acórdão da DRJ/Recife em 05/01/2005, fl.91, a empresa foi intimada à fl.92 e 93, a sanear as irregularidades apontadas. A DRF/Salvador considerou a solicitação improcedente, mediante a Informação de fls.124/125, com ciência à fl.126, em razão de o pedido estar em desconformidade com o previsto na IN SRF nº21, de 1997, art.8º, §1º, que estabelece que o requerimento somente poderá ser apresentado pela pessoa jurídica, não podendo ser representada por suas filiais e sim apenas pela matriz. Em sua manifestação de inconformidade de fls.127/135, requer a reforma da decisão por entender que a interpretação dada ao supramencionado §1º constitui mero abuso de forma da autoridade administrativa, destacando que tão somente com a IN SRF nº210, de 2002, foi feita a obrigatoriedade de o pedido de ressarcimento ser feito pela matriz, na forma do §2º, do art.14, antes disso não há dispositivo que obrigue tal procedimento. E desta forma não há como deixar de anular a decisão por se verificar equivocado o procedimento fiscal, excesso de formalismo e falta de intimação ao contribuinte para correção, para garantia do direito material do contribuinte que se encontra lastreada em documentos anexados ao pedido de ressarcimento. Em análise da manifestação de inconformidade, mediante o Acórdão nº1117.000, de 09/10/2006, fls.161/166, a DRJ/Recife reconheceu a legitimidade da contribuinte, filial para pleitear o ressarcimento pretendido e devolveu o processo à unidade de origem para que se realizem pela fiscalização diligências necessárias ao exame do mérito, evitando a supressão de instância, haja vista que o Despacho Decisório foi proferido sem apreciação da certeza e liquidez do direito creditório, proferindose posteriormente novo despacho e concessão de prazo para oferecimento das razões de defesa. O relator do acórdão menciona que o litígio estabelecido não está ligado à norma jurídica concessiva do benefício, art.11 da Lei nº9.779/99, tampouco à IN SRF nº33/99, que o regulamentou, mas à possibilidade de o pedido ser formulado pela filial que apurou os créditos, o que é admitido, uma vez que é descabido restringir a formulação do pedido de ressarcimento ao estabelecimento matriz, por aplicação do §1º do art 8º da IN SRF nº21/97, cabendo a exceção do art.15 da Lei nº9.779, de 1999, que centralizou no estabelecimento matriz da pessoa jurídica, somente para a apuração do crédito presumido de IPI. Ressalva, que somente na sistemática da PER/DCOMP, surgida em 11/04/2003, com a IN SRF nº320/03, é que o pedido eletrônico de ressarcimento passou a ser obrigatoriamente formulado pela matriz da pessoa jurídica, mas o pedido ora sob análise é bem anterior, data de 30/01/2002, razão pela qual se afasta tal fundamento para negativa do pedido. Além disso, destaca que, apesar de haver referências a uma suposta compensação de débitos, tanto no despacho anulado, fls.35/36, quanto nos requerimentos da interessada, ao cabo das manifestações de inconformidade de fls.53 e 135, não encontrou documento que denote terem sido apresentados débitos a compensar, tratandose o litígio somente de pedido de ressarcimento. Foi realizada diligência ao estabelecimento em 14/12/07, MPF nº2007003728, tendo o auditor diligente verificado, conforme Termo de Encerramento de Diligência de fls.213/215, os saldos credores a que fazia jus o interessado, em diversos períodos, destacandose, por ser este o período diretamente relacionado ao litígio, que em janeiro/2002 o saldo credor inicial era de R$1.148.300,76, ressarcimento dos processos 10580.1331 a 1334 no valor de R$502.004,30 e saldo credor final de R$646.296,46. Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 5 5 Em 25/03/2009, o interessado foi novamente intimado pelo SEORT da DRF/Salvador, Intimação nº0186/2009, a apresentar os livros de registro de entrada, de saída e de apuração do IPI, escrituração por períodos decendiais, e não, mensais; relação dos produtos fabricados pelo estabelecimento, classificação fiscal e alíquota, descrição dos processos produtivos realizados e finalidade de cada consumo, notas ficais originais referentes à totalidade do crédito solicitado em cada trimestre, comprovação do estorno do crédito solicitado no livro RAIPI, apresentação de documento de “pedido de compensação” ou “declaração de compensação” vinculado ao crédito pleiteado, se houver. Em 29/06/2009, o SEORT/DRF/Salvador proferiu o Despacho Decisório nº830 indeferindo o pedido de ressarcimento do 3º trimestre/2001, em razão de o contribuinte não ter apresentado os documentos solicitados para comprovar o direito ao crédito alegado no prazo fixado na intimação até aquela data, não tendo sido apresentado qualquer livro ou documento pela contribuinte. Na fundamentação, desconsiderou as informações constantes do Termo de Encerramento de Diligência de fls.213/215, que solicitou o LRAIPI a partir de 1997 e decisões judiciais, conforme termo de fl.170. Além disso, verificou que o livro apresentavase escriturado em períodos mensais, fls.171/212, e, ainda que intimada a apresentar as notas fiscais comprovando o crédito não logrou trazer aos autos qualquer elemento de prova, sendo a juntada dos documentos que demonstram a efetividade e liquidez do crédito, obrigação da requerente, na forma do art.333 do Código de Processo Civil, aplicando subsidiariamente a Lei nº9.784, de 1999, reguladora do processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, e a teor do art.69, 39 e 40, o não atendimento às intimações implicam no arquivamento do processo. Não foram localizados pedidos de compensação ou declaração de compensação vinculados ao crédito pleiteado. Cientificado do indeferimento do seu pleito em 16/07/2009. fl.227, o contribuinte apresentou manifestação de inconformidade, fls.259/271, e os documentos que ora compõem os volumes do processo sob litígio, alegando que à época da intimação se encontrava em período de reorganização de seus prédios e por isso acabou não tomando ciência da intimação, que ocorreu somente com a ciência do despacho nº830, doc.01, nesta oportunidade vem suprir a falta de documentos que supostamente impediram a apuração dos créditos pleiteados. Em obediência aos princípios da legalidade, razoabilidade, verdade material, a Administração tem por finalidade alcançar o interesse público fixado na lei, e mesmo que os documentos não tenham sido apresentados em tempo hábil quando solicitados pela fiscalização, ora estão sendo apresentados, e provado o direito material não é possível desconhecer o crédito a que faz jus, conforme diversas ementas dos Conselhos de Contribuintes que anexa. Anexa a cópia idêntica à original dos Livros de Apuração, Entrada, Saída e de IPI, docs.02, 03 e 04; relação dos produtos fabricados, com classificação fiscal e alíquota, doc.05; descrição do processo produtivo dos produtos com a classificação fiscal, alíquota e finalidade de cada insumo utilizado, doc.06; notas fiscais originais referentes à totalidade do crédito solicitado em cada trimestre, doc.07; comprovação do estorno do crédito solicitado no LRAIPI. Doc.08 e cópia do Pedido de Ressarcimento, doc.09. Requer que os autos sejam encaminhados ao SEORT da DRF/Salvador para que seja apreciado o mérito do pedido de ressarcimento, por ser medida de justiça.” Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 6 6 O pleito foi indeferido, no julgamento de primeira instância, nos termos do acórdão DRJ/SDR no 1523.184, de 24/03/2010, proferida pelos membros da 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Salvador/BA, cuja ementa dispõe, verbis: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/2001 a 30/09/2001 PEDIDO DE RESSARCIMENTO. CRÉDITO BÁSICO. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Os créditos são escriturados pelo beneficiário, em seus livros fiscais, à vista do documento que lhes confira legitimidade. À falta de apresentação dos documentos fiscais, não pode o interessado pretender que a sua escrita fiscal por si só demonstre a veracidade e legalidade dos créditos de IPI, restando não comprovados os créditos alegados. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido.” O julgamento foi no sentido de considerar improcedente a manifestação de inconformidade e por indeferir o direito ao ressarcimento do crédito do IPI relativo ao 3º trimestre de 2001 pleiteado. Regularmente cientificado do Acórdão proferido, o Contribuinte, tempestivamente, protocolizou o Recurso Voluntário, no qual, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. Insiste, em sede de recurso voluntário, para que seja verificada a ocorrência de troca de documentos analisados entre este processo e o de n° 10580.001332/200251. O processo digitalizado foi distribuído e encaminhado a esta Conselheira. É o relatório. VOTO Conselheiro Mércia Helena Trajano D'Amorim O presente recurso é tempestivo e atende aos requisitos de admissibilidade, razão por que dele tomo conhecimento. Antes de adentrar no mérito, curvome perante a decisão do Colegiado para baixar os autos em resolução. Trata o presente processo de pedido de ressarcimento de IPI, com base no art. 11° da Lei de n° 9.779/99, referente ao 3° trimestre de 2001. A empresa insiste, em sede de recurso voluntário, para que seja verificada a ocorrência de troca de documentos analisados entre este processo e o de n° 10580.001332/200251. Dessa forma, voto por que se CONVERTA O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para: Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO Processo nº 10580.001333/200204 Resolução n.º 3201000.303 S3C2T1 Fl. 7 7 ao órgão de origem, para que a autoridade competente atenda a demanda acima, ou seja, se da análise da documentação; houve equívoco entre este processo e o de n° 10580.001332/200251. bem como, a empresa preste todas as informações necessárias para a conclusão deste. outras, informações adicionais/necessárias, caso sejam complementares ao julgamento deste. Realizada a diligência, deverá ser dado vista ao recorrente para se manifestar. Após, devem ser encaminhados os autos para vista à PGFN da diligência realizada. Por fim, devem os autos retornar a esta Conselheira para prosseguimento no julgamento. Mércia Helena Trajano D'Amorim Relator Fl. 1253DF CARF MF Impresso em 20/06/2012 por NALI DA COSTA RODRIGUES - VERSO EM BRANCO CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 3 1/05/2012 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM, Assinado digitalmente em 19/06/2012 por MARCOS AURELIO PEREIRA VALADAO
score : 1.0
Numero do processo: 13819.003196/2001-19
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 27 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS - IPI Período: 01-12/1997 Ementa: ENQUADRAMENTO LEGAL. INDICAÇÃO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RFB. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Não se constitui em nulidade do auto de infração a indicação de atos normativos no enquadramento legal do lançamento, mormente quando no mesmo conste a lei instituidora da obrigação tributária. COMPENSAÇÃO NÃO CONFIRMADA – AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. Compensação informada na DCTF não pode ser considerada válida, posto que o processo administrativo indicado como originário do crédito não se refere a pagamento a maior ou indevido de tributo, mas sim de revisão de pedido de parcelamento que não foi reconhecida pela SRF – crédito não confirmado. Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3403-001.679
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
Matéria: DCTF_IPI - Auto eletronico (AE) lancamento de tributos e multa isolada (IPI)
Nome do relator: RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL
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Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período: 0112/1997 Ementa: ENQUADRAMENTO LEGAL. INDICAÇÃO DE INSTRUÇÃO NORMATIVA DA RFB. NULIDADE DO LANÇAMENTO. Não se constitui em nulidade do auto de infração a indicação de atos normativos no enquadramento legal do lançamento, mormente quando no mesmo conste a lei instituidora da obrigação tributária. COMPENSAÇÃO NÃO CONFIRMADA – AUTO DE INFRAÇÃO ELETRÔNICO. Compensação informada na DCTF não pode ser considerada válida, posto que o processo administrativo indicado como originário do crédito não se refere a pagamento a maior ou indevido de tributo, mas sim de revisão de pedido de parcelamento que não foi reconhecida pela SRF – crédito não confirmado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Antonio Carlos Atulim – Presidente Raquel Motta Brandão Minatel – Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros, Antonio Carlos Atulim (Presidente), Raquel Motta Brandao Minatel, Marcos Tranchesi Ortiz, Robson Jose Bayerl, Adriana Oliveira E Ribeiro e Rosaldo Trevisan. Fl. 198DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 27 /08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MIN ATEL 2 Relatório Tratase de Auto de Infração eletrônico (fls. 25/26), lavrado em 01/11/2001, referente ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), relativo ao período de apuração 11 01/97, cuja descrição dos fatos indica “falta de recolhimento ou pagamento do principal ou declaração inexata”, e no Anexo I – consta que o crédito vinculado ao débito em DCTF não estaria confirmado, pois o Processo 13819.00002/9524 indicado como crédito não teria sido localizado no sistema, constando do auto a seguinte descrição: “Proc inexist no Profisc”. O lançamento de ofício é no valor total de R$ 19.755,44, sendo o principal no valor de R$ 7.191,38, e R$ 12.564,06, referentes a juros moratórios e à multa de ofício. O Auto de Infração foi cientificado ao contribuinte em 04/12/2001, conforme se constata no Aviso de Recebimento (AR) de fls. 62 e certidões de fls. 63 e 133. A Impugnação foi apresentada em 28/12/2001, (fls. 1/8), e tida como tempestiva. Em suas razões de impugnação, alegou, preliminarmente, que o Auto de Infração seria nulo, tendo em vista seu lastro em Instrução Normativa sem fundamento em texto legal hierarquicamente superior (IN 77, de 24 de julho de 1998). Ressaltou também desobediência aos requisitos estatuídos pelo artigo 9º do Decreto 70.235/72, de modo que não teria ocorrido a “formação de todos os elementos de prova para comprovação do afirmado ilícito fiscal”, e por esse motivo não deveria ser aplicada qualquer multa. No mérito, alegou que o débito de IPI lançado por meio do Auto de Infração fora por ela compensado com créditos decorrentes do Processo de Parcelamento Administrativo nº 13819.000002/9524, conforme se pode verificar da DCTF (fls.138 dos autos), e que a compensação por ela realizada teria extinguido o crédito tributário, nos moldes do artigo 156, inciso II, do Código Tributário Nacional (CTN) e 1.009 do antigo Código Civil. Segundo consta ainda da impugnação, esse crédito seria decorrente da inclusão indevida de valores em parcelamento formalizado pela contribuinte, relativos à correção monetária pela UFIR exigida à época (1993), entre a data do fato gerador e a data do pagamento, e que tal direito teria sido reconhecido por meio da Ação Declaratória de Inexistência de Relação JurídicoTributária, nº 92.00836267 (fls. 64/102), interposta pela contribuinte. Verificase dos autos que o contribuinte efetuou na referida ação judicial depósitos das parcelas controversas, documentos de fls. 11/12, o que culminou com a suspensão da exigibilidade do crédito tributário discutido à época. Não obstante, informou o contribuinte na impugnação, que, por equívoco, incluiu os valores sub judice em parcelamento. Ademais, discorreu sobre o regramento da compensação, citando o artigo 165 e 170 do CTN, bem como o artigo 150, inciso IV, do texto Constitucional, ressaltando que “o direito à compensação é livre, à guisa do disposto no artigo 14 e seguintes da Instrução Normativa SRF n.º 21, de 21 de março de 1997”. Outrossim, arrazoou pela improcedência da multa de ofício, tendo em vista sua inaplicabilidade mediante a confissão espontânea e em tributos sujeitos a lançamento por homologação. Fl. 199DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 27 /08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MIN ATEL Processo nº 13819.003196/200119 Acórdão n.º 340301.679 S3C4T3 Fl. 2 3 Em seus pedidos, postulou pelo provimento da Impugnação apresentada, para que, assim, fosse declarado nulo o Auto de Infração, ou, subsidiariamente, que fosse declarado improcedente o lançamento, por exigir crédito tributário extinto por compensação regular, devidamente comprovada. Inobstante as razões de impugnação, a DRJ de Ribeirão Preto (SP) julgoua parcialmente procedente, conforme Acórdão n.º 1418.311, fls. 150/151 verso, de 08/02/2008. A DRJ/RPO entendeu que o processo administrativo (13819.000002/9524) informado na DCTF como originário do crédito, não poderia ter sido objeto de compensação, pois se tratava de pedido restituição de valores incluídos parcelamento, cujo pleito teria sido indeferido (fls. 142/145) – e, por isso, “o suposto direito creditório para tal compensação não foi reconhecido pela SRF”, o que legitimaria o Auto de Infração. Por outro lado, no que concerne a aplicação da multa de ofício, entendeu o colegiado de primeira instância que se tratava de medida inaplicável ao caso, já que tal reprimenda seria prevista apenas para casos em que “tenha ficado caracterizada a falsidade da declaração e naqueles em que a compensação for considerada não declarada”. Invocou o Acórdão recorrido o instituto da retroatividade benigna contemplado no artigo 106, inciso II, do CTN, excluiu a multa de ofício imposta, por entender que a compensação alegada pela Recorrente não era falsa e, portanto, não era merecedora de tal punição. O contribuinte, por sua vez, tomou ciência do Acórdão da DRJ/RPO em 15/05/2008, conforme Aviso de Recebimento (AR) de fls. 157, e, irresignado, interpôs Recurso Voluntário (fls. 164/171). Importante ressaltar que a digitalização da página 164 dos presentes autos impossibilitou a precisa constatação da data de apresentação do Recurso Voluntário. No entanto, percebese, pelo despacho de fls. 187, que tal peça recursal é tempestiva. Ressalva registrada. Prossigo. A Recorrente ratificou sua alegação feita na impugnação de que o Auto de Infração era nulo, tendo em vista seu lastro em Instrução Normativa sem fundamento em texto legal hierarquicamente superior (IN 77, de 24 de julho de 1998). Mais uma vez ressaltou seu entendimento de que ocorrera a desobediência aos requisitos estatuídos pelo artigo 9º do Decreto 70.235/72, de modo que não teria ocorrido a “formação de todos os elementos de prova para comprovação do afirmado ilícito fiscal”, e por esse motivo não deveria ser aplicada qualquer multa. Repisou todos os argumentos relativos à motivação do pedido de revisão do parcelamento, que teria, no seu entender, originado o direito creditório. Além disso, novamente argumentou que com a compensação por ela realizada promoveu a extinção do crédito tributário, nos moldes do artigo 156, inciso II, do Código Tributário Nacional (CTN) e 1.009 do antigo Código Civil. Fl. 200DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 27 /08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MIN ATEL 4 Em seus pedidos, postulou pelo integral provimento do Recurso Voluntário apresentado, com fito de se cancelar a exigência fiscal constituída pelo Auto de Infração imposto em seu desfavor. Em suma, é o relatório. Voto Conselheira Raquel Motta Brandão Minatel, Relatora. Admissibilidade O recurso merece conhecimento, posto que preenche os requisitos de tempestividade e legitimidade. Análise da Preliminar Concordo com a decisão recorrida de que não se vislumbra nulidade no lançamento. A base legal para a exigência do tributo e acréscimos legais está perfeitamente descrita no quadro 10 do auto de infração (fl. 26), e tem por fundamento os dispositivos legais lá mencionados. O procedimento administrativo de revisão das DCTF é que foi regulamentado pela Instrução Normativa referida pela Recorrente, e está sim amparada na competência administrativa conferida ao Secretário da Receita Federal pelo Regimento Interno da SRF, aprovado por Portaria do Ministro da Fazenda, que por sua vez estava amparado em Decreto Presidencial, em consonância com as leis tributárias, Código Tributário Nacional e a própria Constituição Federal. Rejeitamse, pois, a preliminar de nulidade arguida. No mérito No mérito, é possível verificar que a contribuinte informou na DCTF, apresentada em 21/05/1998, que o débito relativo ao período lançado por meio de auto de infração fora compensado com o crédito relativo ao Processo Administrativo nº 13819.000002/9524, contudo, conforme alega e demonstra a própria Recorrente, verificase que referido processo é de parcelamento de débitos, no qual foi solicitada revisão e restituição de valores tidos pela contribuinte como indevidamente incluídos (fl. 141). Tal pedido de revisão do parcelamento teria sido motivado pela Ação Declaratória n° 92.00836267 (fl. 94/132), interposta pela contribuinte para tratar da atualização monetária de débitos do IPI apurados em UFIR (fls. 20/25). Resumindo o fundamento da referida ação: os débitos de IPI estavam sujeitos, em 1993, ao recolhimento em cruzeiros, atualizados monetariamente, obtendose o valor a recolher pela multiplicação da quantidade de UFIR apurada no encerramento do período de apuração pelo valor desta na data do pagamento. Este procedimento era previsto na Lei 8.383/91, art. 53, inciso I, combinado com o parágrafo 2°, posteriormente alterado para parágrafo único, com redação dada pela Lei n° 8.850, de 1994. Inconformada com a referida atualização monetária, a contribuinte interpôs a e realizou o depósito judicial das diferenças decorrentes da variação da UFIR entre a data de apuração e a data de pagamento. Referida ação foi julgada improcedente em primeiro grau de julgamento (fl. 156), subiu ao TRF da 3ª Região após apelação do autor e, em consulta ao site Fl. 201DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 27 /08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MIN ATEL Processo nº 13819.003196/200119 Acórdão n.º 340301.679 S3C4T3 Fl. 3 5 do referido tribunal pude verificar que o processo foi extinto sem julgamento de mérito em virtude de pedido de desistência do autor da ação, pedido esse homologado em 02.12.2008. Também se pode verificar dos autos, que o pedido de revisão dos referidos valores incluídos no parcelamento foi indeferido pela Delegacia da Receita Federal de São Bernardo do Campo, nos termos do despacho decisório juntado por cópia às fls. 142/145. Constatase, em suma, que a compensação informada na DCTF não pode ser considerada válida, posto que o processo administrativo indicado como originário do crédito não se refere a pagamento a maior ou indevido de tributo, mas sim de revisão de pedido de parcelamento que não foi sequer reconhecida pela SRF e que o suposto direito creditório dele decorrente ao se confirmou. Assim, não há como validar a compensação informada pela Recorrente na DCTF. Por todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Voluntário. Raquel Motta Brandão Minatel Fl. 202DF CARF MF Impresso em 30/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MINATEL, Assinado digitalmente em 27 /08/2012 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 23/08/2012 por RAQUEL MOTTA BRANDAO MIN ATEL
score : 1.0
Numero do processo: 10855.001725/00-37
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 29 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu May 02 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições
Ano-calendário: 1990, 1991
FINSOCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, § 4º, DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I, DO CTN). IRRETROATIVIDADE DO ARTIGO 3º DA LC 118/2005. ARTIGO 65-A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF.
Este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932 (tese dos 5 + 5), para pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação que tenham sido protocolados antes da aplicação, em 09/06/2005, da Lei Complementar 118, a qual não é interpretativa, conforme entendimento do STF. Em se tratando a contribuição para o FINSOCIAL de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado em 11/08/2000, antes de ser aplicada a Lei Complementar 118/2005, plenamente cabível a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo diploma legal para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Assim, afasto a prescrição do pedido de restituição/compensação da totalidade dos valores de FINSOCIAL objeto dos presentes autos, os quais se referem ao período de apuração de julho de 1990 a setembro de 1991.
Recurso Extraordinário Negado.
Numero da decisão: 9900-000.760
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso extraordinário.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
Nanci Gama - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martínez López, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Mércia Helena Trajano DAmorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão.
Nome do relator: NANCI GAMA
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ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES Anocalendário: 1990, 1991 FINSOCIAL. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO PARA RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. 5 (CINCO) ANOS PARA HOMOLOGAR (ARTIGO 150, § 4º, DO CTN) MAIS 5 (CINCO) ANOS PARA PROTOCOLAR O PEDIDO DE RESTITUIÇÃO (ARTIGO 168, I, DO CTN). IRRETROATIVIDADE DO ARTIGO 3º DA LC 118/2005. ARTIGO 65A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. Este Conselho está vinculado às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em recurso especial repetitivo. Com efeito, cabe a aplicação simultânea dos entendimentos proferidos pelo STF no julgamento do RE nº 566.621, bem como aquele proferido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.002.932 (tese dos 5 + 5), para pedidos de restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação que tenham sido protocolados antes da aplicação, em 09/06/2005, da Lei Complementar 118, a qual não é interpretativa, conforme entendimento do STF. Em se tratando a contribuição para o FINSOCIAL de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado em 11/08/2000, antes de ser aplicada a Lei Complementar 118/2005, plenamente cabível a aplicação do prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 150, § 4º, do CTN somado ao de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168, I, desse mesmo diploma legal para o contribuinte pleitear restituição/compensação. Assim, afasto a prescrição do pedido de restituição/compensação da totalidade dos valores de FINSOCIAL objeto dos presentes autos, os quais se referem ao período de apuração de julho de 1990 a setembro de 1991. Recurso Extraordinário Negado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 17 25 /0 0- 37 Fl. 419DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACI LIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso extraordinário. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Nanci Gama Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo, Marcos Tranchesi Ortiz que substituiu Susy Gomes Hoffmann, Valmar Fonseca de Menezes, Alberto Pinto Souza Júnior, Francisco de Sales Ribeiro de Queiroz, João Carlos de Lima Júnior, Jorge Celso Freire da Silva, José Ricardo da Silva, Karem Jureidini Dias,Valmir Sandri, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Elias Sampaio Freire, Gonçalo Bonet Allage, Gustavo Lian Haddad, Manoel Coelho Arruda Junior, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Júlio César Alves Ramos, Maria Teresa Martínez López, Nanci Gama, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Mércia Helena Trajano D’Amorim que substituiu Marcos Aurélio Pereira Valadão. Relatório Tratase de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional em face do acórdão de nº 0305.713, proferido pela Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, que, por maioria de votos, negou provimento ao recurso especial interposto pela Fazenda Nacional para reconhecer o direito de o contribuinte pleitear, em 11/08/2000, restituição/compensação de valores de FINSOCIAL relativos aos períodos de apuração compreendidos entre julho de 1990 e setembro de 1991. Para tanto, a Terceira Turma considerou que o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de valores de FINSOCIAL nos presentes autos seria de 5 (cinco) anos contados a partir da publicação da MP 1.110/95, conforme ementa a seguir: “FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO O direito de se pleitear o reconhecimento de crédito com o consequente pedido de restituição/compensação, perante a autoridade administrativa, de tributo pago em virtude de lei que tenha sido declarada inconstitucional, somente surge com a declaração de inconstitucionalidade pelo STF, em ação direta, ou com a suspensão, pelo Senado Federal, da lei declarada inconstitucional, na via indireta. Por esta via, o termo a quo para o pedido de restituição começa a contar da data da publicação da MP nº 1.110 em 31/08/95 – p. 013397, posto que foi o primeiro ato emanado do Poder Executivo a reconhecer o caráter indevido do recolhimento do Finsocial à alíquota Fl. 420DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACI LIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA Processo nº 10855.001725/0037 Acórdão n.º 9900000.760 CSRFPL Fl. 420 3 superior a 0,5%. PRECEDENTES: AC. CSRF/0304.227, 301 31.406, 30131.404 e 30131.321. Recurso especial negado.” Inconformada, a Fazenda Nacional, com fulcro nos artigos 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 147/2007, interpôs recurso extraordinário com base no acórdão da Câmara Superior de Recursos Fiscais utilizado como paradigma, qual seja, o de nº 0400.810, para aduzir que o prazo para pleitear restituição/compensação é de 5 (cinco) anos contados a partir da data de extinção do crédito tributário conforme previsão dos artigos 165 e 168, I, do CTN. O acórdão paradigma restouse assim ementado: “PEDIDO DE RESTITUIÇÃO – ILL – O direito de pleitear restituição de tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o decurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de Justiça). Recurso Especial do Procurador Provido.” A Recorrente complementa, ainda, que o advento da Lei Complementar 118/2005 teria encerrado definitivamente a controvérsia sobre o tema, tendo em vista que o seu artigo 3º prevê que “para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da referida Lei”. E, entendendo que aludido dispositivo deteria caráter interpretativo, a Fazenda Nacional alega que caberia a sua aplicação retroativa nos presentes autos, conforme previsão do artigo 106, I, do CTN. A Recorrente alega, também, a necessidade de observância ao disposto no Ato Declaratório SRF nº 96, de 1999, o qual considera que “o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário”. O i. Presidente Substituto do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais reconheceu o dissídio jurisprudencial e deu seguimento ao recurso extraordinário. É o relatório. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACI LIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA 4 Voto Conselheira Nanci Gama, Relatora O recurso extraordinário é tempestivo, razão pela qual passo a analisar seus pressupostos de admissibilidade em conformidade ao Regimento Interno aprovado pela Portaria MF nº 147/2007. Primeiramente, quanto à divergência entre acórdãos recorrido e paradigma, entendo ter a mesma sido devidamente demonstrada. Isso porquê ao passo que o acórdão recorrido respaldou o entendimento de que o prazo de 5 (cinco) anos, para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação (FINSOCIAL), se inicia a partir da edição do ato normativo que dispensa o pagamento desse tributo, o acórdão paradigma respaldou entendimento de que o prazo de 5 (cinco) anos, para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributo sujeito a lançamento por homologação (ILL), se inicia a partir da data da extinção do crédito tributário “sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro”. Quanto aos demais pressupostos de admissibilidade previstos nos artigos 9º e 43 do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 147/20071, o qual é aplicado por força do artigo 4º do atual Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais aprovado pela Portaria MF nº 256/20092, também entendo terem os mesmos sido devidamente demonstrados, razão pela qual conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional. A controvérsia aduzida nos presentes autos cingese, basicamente, em determinar o prazo para o contribuinte pleitear restituição dos valores de FINSOCIAL recolhidos com base nas alíquotas instituídas pelas Leis nºs 7.787/89, 7.894/89 e 8.147/90. Conforme se infere do relatório, o acórdão recorrido entendeu que o prazo para pleitear restituição deve ser de 5 (cinco) anos contados a partir da data da publicação da MP 1.110/95, a qual, em seu artigo 17 previu que estariam os contribuintes dispensados de recolher a contribuição para o FINSOCIAL com base nas alíquotas instituídas pelas Leis nºs 7.787/89, 7.894/89 e 8.147/90, ou seja, a partir de 31/08/1995. Em contrapartida, a Fazenda Nacional entende que o prazo para pleitear restituição é de 5 (cinco) anos contados a partir das datas de extinção do crédito tributário, ocorridas entre julho de 1990 e setembro de 1991, e que, portanto, o pedido de restituição, protocolado em 11/08/2000, já estaria prescrito. 1 “Art. 9º Compete ao Pleno julgar recurso extraordinário de decisão de Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Turma ou o Pleno da Câmara Superior de Recursos Fiscais.” 2 “Art. 4º Os recursos com base no inciso I do art. 7º, no art. 8º e no art. 9º do Regimento Interno da Câmara Superior de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 147, de 25 de junho de 2007, interpostos contra os acórdãos proferidos nas sessões de julgamento ocorridas em data anterior à vigência do Anexo II desta Portaria, serão processados de acordo com o rito previsto nos artigos 15 e 16, no art. 18 e nos artigos 43 e 44 daquele Regimento. (Redação dada pela Portaria MF nº 446, de 27 de agosto de 2009).” Fl. 422DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACI LIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA Processo nº 10855.001725/0037 Acórdão n.º 9900000.760 CSRFPL Fl. 421 5 Considerando que o artigo 62A3 do atual Regimento Interno do CARF, qual seja, o aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, vincula os Conselheiros do CARF às decisões definitivas de mérito proferidas pelo STF, bem como àquelas proferidas pelo STJ em sede de recurso especial repetitivo, cabe a esta Relatora aplicar ao presente caso o entendimento do STF consubstanciado no julgamento do RE nº 566.621, bem como o entendimento do STJ objeto do julgamento do REsp nº 1.002.932. De acordo com referida jurisprudência, o prazo para o contribuinte pleitear restituição/compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação será, para os pedidos de compensação protocolados antes da vigência da Lei Complementar 118 ocorrida em 09/06/2005, o de 10 (dez) anos, ou seja, 5 (cinco) anos para homologar (artigo 150, § 4º, do CTN) mais 5 (cinco) anos, a partir dessa homologação, para pleitear restituição (artigo 168, I do CTN). E, em se tratando a contribuição para o FINSOCIAL de tributo sujeito a lançamento por homologação, bem como do fato de o pedido de restituição/compensação ter sido protocolado antes do dia 09/06/2005 (vigência da LC 118/05), plenamente aplicável ao presente caso a tese dos 5 (cinco) anos mais 5 (cinco) anos objeto do REsp nº 1.002.932, por força da decisão do STF objeto do RE nº 566.621. O acórdão do Supremo Tribunal Federal restou assim ementado: “DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também 3 “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” Fl. 423DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACI LIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA 6 se submete, como qualquer outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao princípio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à Justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vacatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. Inaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade do art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, §3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido.” Em face do exposto, conheço do recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, voto no sentido de lhe negar provimento para afastar a prescrição do pedido, protocolado em 11/08/2000, de restituição/compensação da totalidade dos valores de FINSOCIAL, os quais se referem ao período de apuração de julho de 1990 a setembro de 1991. Nanci Gama Fl. 424DF CARF MF Impresso em 02/05/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA, Assinado digitalmente em 26/04/2013 por OTACI LIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 24/04/2013 por NANCI GAMA
score : 1.0
Numero do processo: 10825.000413/00-81
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2012
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Período de apuração: 01/09/1989 a 31/07/1991
Ementa Restituição/Compensação de Créditos Reconhecidos
Judicialmente.Condições.
Comprovado, por meio de manifestação do Poder Judiciário, que o
contribuinte pleiteou desistência da execução de honorários advocatícios e custas judiciais e que tal pedido não foi homologado em razão de que não haveria verbas a executar, não há como denegar a restituição ou compensação com fundamento na ausência de homologação da desistência.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3102-001.328
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar
provimento ao recurso voluntário.
Matéria: Finsocial -proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
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ementa_s : NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1989 a 31/07/1991 Ementa Restituição/Compensação de Créditos Reconhecidos Judicialmente.Condições. Comprovado, por meio de manifestação do Poder Judiciário, que o contribuinte pleiteou desistência da execução de honorários advocatícios e custas judiciais e que tal pedido não foi homologado em razão de que não haveria verbas a executar, não há como denegar a restituição ou compensação com fundamento na ausência de homologação da desistência. Recurso Voluntário Provido
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Comprovado, por meio de manifestação do Poder Judiciário, que o contribuinte pleiteou desistência da execução de honorários advocatícios e custas judiciais e que tal pedido não foi homologado em razão de que não haveria verbas a executar, não há como denegar a restituição ou compensação com fundamento na ausência de homologação da desistência. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ricardo Rosa, Álvaro Almeida Filho, Winderley Morais Pereira, Luciano Pontes de Maya Gomes, Leonardo Mussi e Luis Marcelo Guerra de Castro. Ausente, justificadamente, a Conselheira Nanci Gama. Relatório Tratase de retorno de diligência determinada nos termos da Resolução nº 310200.112, de 18 de março de 2010, realizada no intuito de esclarecer a data em que o Fl. 302DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10825.000413/0081 Acórdão n.º 310201.328 S3C1T2 Fl. 275 2 recorrente tomou ciência da decisão que denegou o pedido de restituição/compensação e, consequentemente, de aferir a tempestividade do recurso voluntário. O litígio, recordese, tem como ponto fulcral o cumprimento das condições para deferimento de pedido de compensação fundado em crédito reconhecido judicialmente, mais especificamente a comprovação da renúncia ao direito de executar os honorários advocatícios e as custas processuais. Com efeito, por meio do despacho de fl. 91, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em BauruSP promoveu a apuração dos valores a restituir/compensar, mas indeferiu o pedido por considerar que o sujeito passivo não comprovara o cumprimento de tais condições. Em linha análoga, decidiu o órgão julgador de primeira instância, que reconheceu a iniciativa da recorrente, mas considerou que não foi trazida ao processo prova de que o Poder Judiciário homologara o pedido formulado. Confirase a ementa do acórdão recorrido. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/09/1989 a 31/07/1991 Finsocial. Restituição e Compensação. Ação Judicial. Execução. Na hipótese de título judicial, a restituição e a compensação somente poderão ser efetuadas se o requerente comprovar a homologação, pelo Poder Judiciário, da desistência da execução do título judicial ou da renúncia a sua execução, bem como a assunção de todas as custas do processo de execução, inclusive os honorários advocatícios. Já no entendimento do sujeito passivo, não seria possível comprovar tal desistência em razão de que não ajuizara a referida execução e, por tal razão, não haveria que se falar em desistência. De se registrar que, após o encaminhamento dos autos ao extinto Terceiro Conselho de Contribuintes, foram juntados aos autos os documentos de fls. 250 a 262, dentre os quais se destacam pedido de desistência de execução de honorários e custas judiciais, e despacho da MM Juíza da 7ª Vara da Justiça Federal em São Paulo, expedido em data posterior a decisão recorrida, dando notícia de que, em face da condenação em sucumbência recíproca, não haveria honorários ou custas a executar. É o Relatório. Voto Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro, Relator Tomo conhecimento do presente recurso, que foi tempestivamente apresentado e trata de matéria afeta à competência desta Terceira Seção Fl. 303DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10825.000413/0081 Acórdão n.º 310201.328 S3C1T2 Fl. 276 3 No mérito, após a juntada dos documentos de fls. 250 a 226, que acolho em observância ao § 4º, “b” e “c” do art. 16 do decreto 70.235, de 19721, entendo que não mais existe fundamento para o indeferimento do pedido. Com efeito, como já destacado anteriormente, o despacho da MM Juíza da 7ª Vara da Justiça Federal à fl. 257, com suporte no art. 21 do CPC2, nega a homologação da desistência da execução de verbas sucumbenciais, em razão da ausência de objeto a executar. Da mesma forma, a certidão à fl. 262 confirma a condenação em sucumbência recíproca. Assim, se não existem verbas sucumbenciais a executar, com efeito, não se pode obstaculizar o pedido de restituição/compensação em face da ausência desistência, na medida em que, de fato, tais verbas jamais poderão ser executadas. Com essas considerações, dou provimento ao recurso voluntário. Sala das Sessões, em 24 de janeiro de 2012 (assinado digitalmente) Luis Marcelo Guerra de Castro 1 § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (...) b) refirase a fato ou a direito superveniente; c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos; 2 Art. 21. Se cada litigante for em parte vencedor e vencido, serão recíproca e proporcionalmente distribuídos e compensados entre eles os honorários e as despesas. Parágrafo único. Se um litigante decair de parte mínima do pedido, o outro responderá, por inteiro, pelas despesas e honorários. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 22/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO, Assinado digitalmente em 2 2/03/2012 por LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 18471.002127/2004-14
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 09 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA-IRPF
Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003
CONTA CONJUNTA. AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO. CO-TITULAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N° 29 DO CARF.
Conforme a súmula n° 29 do CARF, “todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento”
Numero da decisão: 9202-002.307
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos
FISCAIS, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a).
Matéria: IRPF- ação fiscal - Ac.Patrim.Descoberto/Sinais Ext.Riqueza
Nome do relator: SUSY GOMES HOFFMANN
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AUSÊNCIA DE INTIMAÇÃO. COTITULAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N° 29 DO CARF. Conforme a súmula n° 29 do CARF, “todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento” Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma da Câmara Superior de Recursos FFIISSCCAAIISS, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do voto do(a) relator(a). (assinado digitalmente) Henrique Pinheiro Torres Presidente (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 652DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 18471.002127/200414 Acórdão n.º 9202002.307 CSRFT2 Fl. 2 2 Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Susy Gomes Hoffmann, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pelo contribuinte. Lavrouse auto de infração contra o contribuinte, conforme o Termo de Verificação Fiscal presente às fls. 438/439. Apurouse a ocorrência de omissão de rendimentos decorrente de depósitos de origem não comprovada (anoscalendário 1999 a 2002) e caracterizada por acréscimo patrimonial a descoberto (anoscalendário 1999 a 2001). O contribuinte apresentou impugnação (fls. 463/474). A Delegacia da Receita Federal de Julgamento (fls. 499/506) julgou o lançamento procedente em parte, nos termos da seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2000, 2001, 2002, 2003 Ementa: OMISSÃO DE RENDIMENTOS. LANÇAMENTOS COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. A presunção legal de omissão de rendimentos, prevista no art. 42, da Lei n° 9.430, de 1996, autoriza o lançamento com base em depósitos bancários de origem não comprovada pelo sujeito passivo. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. TRIBUTAÇÃO. LIMITES. Não configura omissão de rendimentos, nos termos do art. 42 da Lei 9.430/1996, quando todos os depósitos bancários de origem não comprovada ao longo do anocalendário foram iguais ou inferiores a R$12.000,00 e o total não ultrapassar o valor de R$80.000,00. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Sujeitase à tributação o acr6scimo patrimonial não justificado pelos rendimentos tributáveis na declaração, por rendimentos isentos, não tributáveis e tributados exclusivamente na fonte. A variação é apurada com relação ao cônjuge sob fiscalização, devendose computar os rendimentos líquidos, as aquisições e aplicações financeiras do outro cônjuge. Lançamento Procedente em Parte O contribuinte interpôs recurso voluntário (fls. 517/533). Fl. 653DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 18471.002127/200414 Acórdão n.º 9202002.307 CSRFT2 Fl. 3 3 A antiga Sexta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes (fls. 571/578) deu parcial provimento ao recurso voluntário do contribuinte, conforme a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA — IRPF Exercício: 2000, 2001,2002, 2003 IRPF ACRÉSCIMO PATRIMONIAL FORMA DE APURAÇÃO Está correta a apuração do acréscimo patrimonial a descoberto quando considerou os dispêndios efetuados pelo cônjuge do Recorrente, na medida em que também levou em consideração, na apuração deste, o valor dos rendimentos do mesmo. IRPF ACRÉSCIMO PATRIMONIAL PROVA Deve prevalecer o lançamento relativo a presunção de omissão por acréscimo patrimonial a descoberto quando o contribuinte não comprovar que o valor constante de alteração contratual não correspondia à realidade dos fatos. DEPÓSITOS BANCÁRIOS. PRESUNÇÃO DE OMISSÃO DE RENDIMENTOS Para os fatos geradores ocorridos a partir de 01/01/97, a Lei n° 9430/96, em seu art. 42; autoriza a presunção de omissão de rendimentos com base nos valores depositados em conta bancária para os quais o titular, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. IRPF OMISSÃO DE RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM COMPROVADA Restando comprovada a origem de parte dos depósitos que ensejaram o lançamento, devem os mesmos ser excluídos da base de cálculo do mesmo, ainda que não haja coincidência exata de datas. OMISSÃO DE, RENDIMENTOS DEPÓSITOS BANCÁRIOS DE ORIGEM NÃO COMPROVADA CONTACONJUNTA De acordo com o que determina o § 6° do art. 42 da Lei n° 9.430/96, sendo comprovado que a conta cujos depósitos não se comprovou a origem era conjunta e mantida entre o contribuinte e sua esposa que declaravam em separado deve ser a omissão imputada a ambos, dividindose o valor dos rendimentos omitidos por dois. TAXA SELIC Em atenção à Súmula n° 04 deste Primeiro Conselho, é aplicável a variação da taxa Selic como juros moratórios incidentes sobre créditos tributários. Fl. 654DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 18471.002127/200414 Acórdão n.º 9202002.307 CSRFT2 Fl. 4 4 Recurso voluntário parcialmente provido. O contribuinte opôs embargos de declaração (fls. 591/593), os quais foram rejeitados (fls. 597). Às fls. 600/605, o contribuinte interpôs recurso especial de divergência, argumentando o seguinte: “A divergência entre o venerável Acórdão recorrido e os dois arestos trazidos à colação é evidente. Nas três hipóteses, um dos cotitulares de uma conta corrente bancária conjunta, foi autuado, com fundamento na presunção legal contida no artigo 42 da Lei n° 9.430, de 1.996. Nas três hipóteses, o outro co titular não foi intimado para comprovar a origem dos depósitos bancários. Na hipótese dos autos, decidiu simplesmente dividir o valor do lançamento pelo número de cotitulares. Nos dois arestos trazidos à colação, este Egrégio Conselho entendeu que o lançamento deveria ser anulado.” A Fazenda Nacional apresentou suas contrarrazões (fls. 610/620). Argumentou, em síntese, que o recurso especial não pode ser conhecido, na medida em que o seu objeto não fora antes debatido nos autos. Sustentou, também, não configurada a divergência jurisprudencial. Voto Conselheira Susy Gomes Hoffmann, Relatora O presente recurso especial é tempestivo. No que tange à sua admissibilidade, a Fazenda Nacional, em contrarrazões, sustenta, em primeiro lugar, que a recorrente inovou na matéria, trazendo à tona discussão jurídica que, até então, não havia sido ventilada nos autos. Sustentou, por outro lado, que a divergência jurisprudencial não se caracterizou, uma vez que o que se decidiu nos acórdãos paradigmas, não foi enfrentado no acórdão recorrido: a necessidade, para a legitimidade do auto de infração, de intimação de ambos os titulares da contaconjunta. Considero, no entanto, que o presente recurso especial preenche todos os seus requisitos de admissibilidade. Fl. 655DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 18471.002127/200414 Acórdão n.º 9202002.307 CSRFT2 Fl. 5 5 Primeiramente, não há que se falar em indevida inovação, perante esta CSRF, da matéria em discussão. Com efeito, o contribuinte, em face do acórdão de segundo grau, opôs Embargos de Declaração, visando o enfrentamento da matéria debatida no presente recurso pelo órgão a quo. Isto, por si só, já caracteriza o necessário prequestionamento. Ademais, no acórdão recorrido, o órgão a quo, ao analisar a questão da conta conjunta, expressamente, ratifica a autuação, pois que “nos termos do disposto no §6° do art. 42 da Lei n° 9.430/96, a omissão apurada com base na referida conta deve ser dividida entre o Recorrente e sua esposa. Assim, a base de cálculo do lançamento, no que se refere à referida conta, deverá ser reduzida à metade”. No acórdão paradigma (ac. n° 10617.009), a seu turno, enfrentase situação fática semelhante. Contudo, a solução jurídica dada é diversa daquela fixada no acórdão recorrido, o que resta demonstrado, sobretudo, quando o respectivo relator (do acórdão paradigma) aponta para a sua mudança de entendimento acerca da matéria, explicitando que, anteriormente, posicionavase no mesmo sentido do quando decidido no julgado ora combatido. Transcrevo a seguinte passagem: “Embora em casos anteriores que envolviam a situação em apreço este julgador tenha votado no sentido de apenas dividir a base de cálculo apurada pela fiscalização pelo número de titulares das contas fiscalizadas, analisando a jurisprudência do Egrégio Conselho de Contribuintes passei a entender que a ausência de intimação do cotitular durante a ação e fiscal dá ensejo ao cancelamento do lançamento, quanto às contas conjuntas.” Desta forma, revelase claramente caracterizada a divergência jurisprudencial alegada. Ademais, a questão, nos moldes do enfrentado e consolidado pelo CARF, concerne a matéria de ordem de pública, relativa à higidez da autuação. Neste sentido, passo à análise do mérito. Incontroverso que, no que se refere à conta mantida no Banco de Boston, esta é conjunta do recorrente com sua esposa, conforme mencionado expressamente no acórdão recorrido. A cotitular da conta corrente, contudo, não fora intimada para a comprovação da origem dos recursos, contrariando o que dispõe o artigo 42 da Lei n° 9.430/96: Art. 42. Caracterizamse também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações. Sobre o tema, o CARF já consolidou o seu entendimento, condensado no enunciado n° 29 da sua súmula jurisprudencial, redigida nos seguintes termos. Fl. 656DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN Processo nº 18471.002127/200414 Acórdão n.º 9202002.307 CSRFT2 Fl. 6 6 Súmula CARF n° 29: Todos os cotitulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. Com base nesse entendimento, devese acolher o recurso do contribuinte, para declarar a nulidade do auto de infração, em relação às contascorrentes conjuntas. Diante do exposto, dou provimento ao recurso do contribuinte, para declarar a nulidade do auto de infração, relativamente à contaconjunta. Sala das Sessões, em 09 de agosto de 201209 de agosto de 2012 (assinado digitalmente) Susy Gomes Hoffmann Fl. 657DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 17/08/2012 por SUSY GOMES HOFFMANN
score : 1.0
Numero do processo: 10280.900367/2008-45
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 06 00:00:00 UTC 2011
Ementa: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2004
Ementa:
APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA
APÓS DESPACHO
HOMOLOGATÓRIO POSSIBILIDADE
DO RECONHECIMENTO DO
CRÉDITO. A declaração retificadora possui a mesma natureza e substitui
integralmente a declaração retificada. Descaracterizadas às hipóteses em que
a retificadora não produz efeitos. 1. Saldos enviados à PGFN para inscrição
em DAU. 2. Valores apurados em procedimentos de auditoria interna já
enviados a PGFN. 3. Intimação de início de procedimento fiscal.
Recurso Conhecido e parcialmente provido. Retorno dos autos a unidade de
jurisdição para apuração do crédito
Numero da decisão: 3102-001.236
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA FILHO
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ementa_s : Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2004 Ementa: APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS DESPACHO HOMOLOGATÓRIO POSSIBILIDADE DO RECONHECIMENTO DO CRÉDITO. A declaração retificadora possui a mesma natureza e substitui integralmente a declaração retificada. Descaracterizadas às hipóteses em que a retificadora não produz efeitos. 1. Saldos enviados à PGFN para inscrição em DAU. 2. Valores apurados em procedimentos de auditoria interna já enviados a PGFN. 3. Intimação de início de procedimento fiscal. Recurso Conhecido e parcialmente provido. Retorno dos autos a unidade de jurisdição para apuração do crédito
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1814; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; access_permission:can_modify: true; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C1T2 Fl. 135 1 134 S3C1T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10280.900367/200845 Recurso nº 868.598 Voluntário Acórdão nº 3102001.236 – 1ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 06 de outubro de 2011 Matéria Declaração de Compensação Recorrente Cikel Brasil Verde Madeiras Ltda Recorrida Fazenda Nacional Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2004 Ementa: APRESENTAÇÃO DE DCTF RETIFICADORA APÓS DESPACHO HOMOLOGATÓRIO POSSIBILIDADE DO RECONHECIMENTO DO CRÉDITO. A declaração retificadora possui a mesma natureza e substitui integralmente a declaração retificada. Descaracterizadas às hipóteses em que a retificadora não produz efeitos. 1. Saldos enviados à PGFN para inscrição em DAU. 2. Valores apurados em procedimentos de auditoria interna já enviados a PGFN. 3. Intimação de início de procedimento fiscal. Recurso Conhecido e parcialmente provido. Retorno dos autos a unidade de jurisdição para apuração do crédito. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) LUIS MARCELO GUERRA DE CASTRO Presidente. (assinado digitalmente) ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA FILHO Relator. EDITADO EM: 14/02/2012 Fl. 139DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luis Marcelo Guerra de Castro, Nanci Gama, Ricardo Paulo Rosa, Álvaro Almeida Filho e Mara Cristina Sifuentes. Relatório Tratase de recurso voluntário visando a reforma do acórdão nº 0117.120 – 3ª Turma da DRJ/BEL, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade. De acordo com o relato da decisão recorrida é possível identificar que: Trata o presente processo de PER/DCOMP transmitido em 07.07.2004, através do qual foi efetivada a compensação de débitos da interessada acima identificada, com crédito de PIS/Pasep referente a pagamento indevido, no valor de R$ 857,69, recolhido através de DARF em 13.02.2004. 2. A DRF/Belém, através de despacho decisório eletrônico (fl.15), considerou "não homologada" a referida compensação, em virtude do DARF apontado haver sido integralmente utilizado na quitação de débito da empresa. 3. Cientificada em 05.05.2008 (fl. 17) a interessada apresentou, tempestivamente, em 04.06.2008, manifestação de inconformidade (fls. 01/02) na qual informa que, após haver confessado em DCTF e quitado o débito, constatou que o valor real a ser pago seria menor, motivo pelo qual efetuou a retificação de sua declaração e de seu Dacon, utilizando o crédito resultante no PER/DCOMP ora em análise. Após analisar a manifestação de inconformidade, decidiu a 3ª Turma da DRJ/BEL, pela improcedência não reconhecendo o direito creditório nos termos da ementa do voto abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2004 a 31/01/2004 DÉBITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO. ERRO. ÔNUS DA PROVA. 0 crédito tributário também resulta constituído nas hipóteses de confissão de divida previstas pela legislação tributária, como é o caso da DCTF. Tratandose de suposto erro de fato que aponta para a inexistência do débito declarado, o contribuinte possui o ônus de prova do direito invocado. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada com a decisão acima, a contribuinte apresenta recurso voluntário alegando em síntese que: Fl. 140DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10280.900367/200845 Acórdão n.º 3102001.236 S3C1T2 Fl. 136 3 1 – Não foi homologada a declaração de compensação apresentada em 07.07.2004, na qual foi utilizado o crédito de PIS recolhimento a maior em 13/02/2004 no valor de R$ 34.957,90(trinta e quatro mil, novecentos e cinquenta e sete reais e noventa centavos), para compensação de débitos. 2 – A homologação não foi efetivada em razão do erro quando do preenchimento da DCTF relativo ao 1º Trimestre de 2004, oportunidade em que foi informado com débito de PIS o valor de R$ 34.957,90 e seu respectivo pagamento em 13/02/2004. 3 – O valor foi recolhido indevidamente, pois já havia sido apurado o crédito de PIS, o motivou a retificação da DCTF. 4 – A manifestação de inconformidade não foi procedente por não terem sido apresentados os documentos para constatação do crédito, os quais estão anexos ao recurso É o relatório. Voto Conselheiro Álvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Conheço do presente recurso por ser tempestivo e por tratar de matéria de competência da terceira sessão. Busca a recorrente em suas razões demonstrar a existência do crédito de PIS a ser compensado com débitos declarados, decorrente do pagamento a maior só constatados após a entrega da DCTF original e posteriormente incluídos na DCTF retificadora. Ora, de acordo o art. 741 da lei nº 9.430/96 com redação dada pela lei nº 10.637/2002, caberá a Secretaria da Receita Federal autorizar a utilização de créditos a serem restituídos ou ressarcidos para tributos e contribuições sob sua administração, já o decreto nº 2.138 de janeiro de 1997, disciplina que o pedido de compensação atenderá procedimento interno, podendo ser a requerimento do contribuinte ou de ofício, nos termos do parágrafo único do art. 1º, in verbis: Decreto n°2.138, de 29 de janeiro de 1997 Art. 1° É admitida a compensação de créditos do sujeito passivo perante a Secretaria da Receita Federal, decorrentes de restituição ou ressarcimento, com seus débitos tributários relativos a quaisquer tributos ou contribuições sob administração da mesma Secretaria, ainda que não sejam da mesma espécie nem tenham a mesma destinação constitucional. Parágrafo único. A compensação será efetuada pela Secretaria da Receita Federal, a requerimento do contribuinte ou de oficio, mediante procedimento interno, observado o disposto neste Decreto. 1 Art. 74. Observado o disposto no artigo anterior, a Secretaria da Receita Federal, atendendo a requerimento do contribuinte, poderá autorizar a utilização de créditos a serem a ele restituidos ou ressarcidos para a quitação de quaisquer tributos e contribuições sob sua administração Fl. 141DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO 4 Apresentada a DCOMP, a receita federal, possui um prazo de 05(cinco) anos para homologar ou não as compensações nos termos do § 5º art. 74 da lei nº 9.430/96, assim decorrido o período “contado da data da entrega da declaração de compensação” 2 , se não ocorrer nenhuma apreciação da autoridade administrativa, restará tacitamente homologado o pedido, o que de fato não ocorreu no caso dos autos ao ser proferido o despacho decisório. De acordo com o despacho decisório(fls.04) de 24/04/2008, quando da transmissão do PER/DCOMP no valor de R$ 857,69, observando o DARF discriminado foi identificado um ou mais pagamentos “mas integralmente utilizados para a quitação de débitos do contribuinte, restando saldo disponível inferior ao crédito pretendido, insuficente para compensação dos débitos informados no PER/COMP”. Acontece que após o despacho decisório, foi realizada a retificação da DCTF, apresentada em 30/05/2008, conforme demonstra recibo de entrega fls. 05, oportunidade em que foram declarados com débitos apurados no 1º trimestre de 2004 os seguintes valores: R$ 408.349,91 (IRPJ), R$ 63.702,04(IRRF), 155.672,75(CSLL) e R$ 16.680,86 (PIS/PASEP). Assim resta analisar a possibilidade de compensar crédito acrescidos em DCTF retificadora mesmo após ciência do despacho decisório que indeferiu o pedido de compensação. O decretolei nº 2.124 de 1984 autorizou, em seu art. 5º3, o Ministro da Fazenda instituir obrigações acessórias relativas a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal, sob esse contexto o Ministro delegou sua competência ao Secretário da Receita Federal através da portaria nº 118 de 1984, esse, por sua vez instituiu a Declaração de Contribuições e Tributos Federais – DCTF, através da instrução normativa nº 129/1986, a qual vem sendo modificada ao longo do tempo. No caso dos autos quando da apresentação da DCTF retificadora, estava em vigor a IN/RFB nº 786/2007, estabelecendo as diretrizes a serem seguidas pelas pessoas jurídicas para apresentarem a DCTF e suas retificadoras. Essa instrução definiu em seu art. 11 caput que a retificadora obedecerá as mesmas normas da declaração retificada e a substituirá integralmente, nos termos do § 1º, “e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados”. Ressaltese ainda que o art. 18 da medida provisória nº 218949, também estabelece que a retificação terá a mesma natureza da declaração original, in verbis: Art.18.A retificação de declaração de impostos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, nas hipóteses em que admitida, terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada, independentemente de autorização pela autoridade administrativa. Percebese a princípio a inexistência de óbices para alterar débitos e créditos, entretanto a mesma instrução, logo em seguida, estabelece as hipóteses em que a retificação, não produzirá efeitos, nos termos do § 2º do art. 11 in verbis: §2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar os débitos relativos a impostos e contribuições: 2 Lei nº 9.430/96 art. 74 § 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação 3 Decretolei nº 2.124/1984 Art. 5º O Ministro da Fazenda poderá eliminar ou instituir obrigações acessórias relativas a tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal. Fl. 142DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO Processo nº 10280.900367/200845 Acórdão n.º 3102001.236 S3C1T2 Fl. 137 5 I cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; II cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU; ou III em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada sobre o início de procedimento fiscal. De acordo a norma acima, no caso em liça, não existe impedimento para a retificação produzir seus efeitos, pois não há débitos enviados à PGFN e inscritos em dívida ativa, com também não houve procedimento de auditoria ou início de procedimento fiscal e sim indeferimento ao pedido de compensação, assim a DCTF retificadora passa a substituir integralmente a DCTF original, produzindo seus efeitos. Caso as informações retificadas, possuam incorreções cabe a fiscalização realizar o lançamento de ofício visando as diferenças apuradas, nos termos do art. 904 da medida provisória nº 2.15835 de 24/08/2001. Diante do exposto, dou parcial provimento ao recurso voluntário para afastar o impedimento ao conhecimento da DCTFreticadora, apresentada posteriormente a intimação do despacho decisório, determinando, ainda, o retorno do processo a unidade da jurisdição para apuração do crédito pretendido. Sala de sessões 06 de outubro de 2011. (assinado digitalmente) Alvaro Arthur Lopes de Almeida Filho Relator 4 MP 2.15835/2001 Art. 90. Serão objeto de lançamento de ofício as diferenças apuradas, em declaração prestada pelo sujeito passivo, decorrentes de pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, indevidos ou não comprovados, relativamente aos tributos e às contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 23/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente e m 14/02/2012 por ALVARO ARTHUR LOPES DE ALMEIDA F, Assinado digitalmente em 14/03/2012 por LUIS MARC ELO GUERRA DE CASTRO
score : 1.0
Numero do processo: 10980.007065/2007-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ
Anos-calendários: 2002 e 2003
PRELIMINAR DE NULIDADE Há de se rejeitar a preliminar de nulidade quando comprovado que a autoridade fiscal cumpriu todos os requisitos pertinentes à formalização do lançamento, observando também os trâmites legais previstos no processo administrativo fiscal.
RADIODIFUSÃO SONORA LUCRO PRESUMIDO COEFICIENTE APLICÁVEL Nos
termos da legislação aplicável à matéria de radiodifusão, trata-se de prestação de serviços de radiodifusão e, não transporte de carga, portanto, aplica-se o percentual de 32%.
Numero da decisão: 1202-000.779
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Nome do relator: NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORTA
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RADIODIFUSÃO SONORA LUCRO PRESUMIDO COEFICIENTE APLICÁVEL Nos termos da legislação aplicável à matéria de radiodifusão, tratase de prestação de serviços de radiodifusão e, não transporte de carga, portanto, aplicase o percentual de 32%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (documento assinado digitalmente) Nelson Lósso Filho Presidente. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta Relatora Fl. 160DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Nelson Lósso Filho, Carlos Alberto Donassolo, Viviane Vidal Wagner, Nereida de Miranda Finamore Horta, Geraldo Valentim Neto e Meigan Sack Rodrigues. Relatório Cuidase de procedimento fiscal iniciado contra a contribuinte Rede Curitibana de Rádio Difusão Ltda. (CNPJ 78.461.241/000125). Em 19 de junho de 2007, foi lavrado o Auto de Infração contido às fls. 88/98, exigindo Imposto de Renda Pessoa Jurídica – IRPJ, relativamente a fatos geradores ocorridos nos anoscalendários de 2002 e 2003, no montante de R$ 677.956,85, já acrescidos dos juros de mora e multa de ofício. As irregularidades apontadas no Auto, em resumo, referemse à aplicação indevida de coeficiente na determinação de lucro presumido, já que fora aplicado o percentual de 8% sobre a receita bruta auferida na determinação do lucro presumido; rendimentos de aplicações de renda fixa e outras receitas, enquanto que o correto seria 32%. Intimada da lavratura do auto em 22 de junho de 2007 (fl.100), apresentou Impugnação (fls. 101/104). Em breve síntese, alega em matéria preliminar, a nulidade do lançamento por entender que a autoridade impediu sua opção pelo lucro presumido, já que ao lavrar o auto de infração procedeu a uma “regularização de ofício”, onde formulou outra opção, diversa da feita pelo contribuinte, o que implicou na adoção impositiva do lançamento de ofício. Alega ainda que as receitas tributadas não são oriundas de prestação de serviços, mas de “vendas em espaços publicitários em rádio” conforme a classificação da CONCLA — Comissão Nacional de Classificação, manifestada na subclasse 60101/00 — ATIVIDADE DE RADIO. Argumenta que, ainda que se fossem classificados como serviços, não caberia a aplicação do artigo 519, §1º, III, do RIR/99. Colaciona decisão em consulta (Sol. 9ª. RF 149/02), informando que seus serviços poderiam ser classificados como transporte de carga (transmissão de energia), portanto o percentual seria de 16% segundo o artigo 519, §1º, II, do RIR/99, o qual trata de serviço de transporte, exceto o de carga, Requer ainda a adequação das deduções da base de cálculo em relação à transmissão de propaganda partidária e eleitoral gratuita, já que sua declaração dos valores sempre foi a menor das realmente existentes, requerendo que, se mantido o lançamento de ofício, sejam diminuídos os valores não deduzidos. Acresce que há “inexplicável paradoxo” em relação à tributação do Simples Nacional e do lucro presumido. Informa que, na opção do Simples, o percentual do IRPJ a ser pago é de 0,81% da receita bruta, no lucro presumido, com base de cálculo a 8% referido percentual é de 1,20% da receita e que, se tributado no lucro presumido com base de cálculo no fator de 32%, o percentual a ser pago a título de IRPJ importa a 4,80% da receita, o que em seu entender implica em desacerto na tese fiscal, a merecer cuidadosa apreciação. Fl. 161DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 10980.007065/200728 Acórdão n.º 120200.779 S1C2T2 Fl. 158 3 A 2ª Turma da DRJ/BHE, no Acórdão n. 0227.472 (fl. 135, 145), julgou improcedente a impugnação. Analisando as preliminares argüidas, destaca a regularidade do processo, afirmando a observação da formalização da exigência fiscal consubstanciada no Auto de Infração, ante a adequação aos requisitos previstos no artigo 10 do Decreto nº 70.235/72, indicando a intimação da contribuinte para que justificasse a aplicação do coeficiente de 8% na determinação da base de cálculo para apuração do lucro presumido. Indica que os procedimentos de revisão sistemática e a lavratura do Auto de Infração foram feitos de acordo com a previsão contida no artigo 926 do RIR/99. Aponta para a obrigatoriedade da autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, nos termos do artigo 142 do CTN – Código Tributário Nacional. Explica que a situação indicada pela impugnante não se coaduna com os casos de nulidade previstos no artigo 59 do Decreto 70.235/72, já que os atos e termos foram lavrados por autoridade competente, em atenção à legalidade e em respeito ao direito de defesa, afastandose a alegação de nulidade de lançamento. Acrescenta ainda que a adoção do percentual de presunção de lucro não é opção da contribuinte, como inferiu a impugnante, mas imposição legal, estipulado de acordo com a sua atividade desempenhada. No que tange ao mérito, informa não ter sido apresentado pela impugnante justificativa satisfatória para a adoção do percentual de 8% na determinação do lucro presumido, o que motivou a reconstituição da base de cálculo do IRPJ pela autoridade no importe de 32%. De modo a resolver as questões do processo, utilizase como parâmetro o Acórdão DRJ/RPO n. 25.971 (03.09.09), que caracteriza a radiodifusão como atividade própria de serviços: “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 RADIODIFUSÃO SONORA. LUCRO PRESUMIDO. COEFICIENTE APLICÁVEL A Radiodifusão Sonora é considerada atividade de prestação de serviço em geral, sujeitandose, portanto, a aplicação do percentual de 32% sobre a receita bruta mensal na determinação da base de cálculo do Lucro Presumido. Transcreve também trecho de texto extraído do site do Ministério das Comunicações (cuja íntegra se encontra às fls. 128/133) que representa a natureza de prestação de serviços da atividade discutida, que transcrevo abaixo em partes: “RADIODIFUSÃO INTRODUÇÃO Fl. 162DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 4 SERVIÇOS DE RADIODIFUSÃO Código Brasileiro de Telecomunicações (CBT), aprovado pela Lei 4.117, de 27 de agosto de 1967, estabeleceu que os serviços de telecomunicações, em todo o território do pais, inclusive águas territoriais e espaço aéreo, obedeceriam aos "preceitos desta lei e aos regulamentos baixados para a sua execução e, ao mesmo tempo, classificou os serviços de telecomunicações, quanto aos fins a que se destinam, como: a) serviço público; b) serviço público restrito; c) serviço limitado; d) serviço de radiodifusão; e) serviço de radioamador; e f) serviço especial". Os Serviços de Telecomunicações e de Radiodifusão, no Brasil, tem ordenamento jurídico próprio, com suporte na Constituição Federal, que os define tal como `serviços públicos'. ........... De acordo com o código, a radiodifusão é um serviço "destinado a ser recebido direta e livremente pelo público em geral, compreendendo a radiodifusão sonora — popularmente conhecido como 'rádio' — e a televisão. A definição indica que os serviços de radiodifusão — rádio e televisão — estão disponíveis a qualquer pessoa do povo, livre e gratuitamente, bastando, para recebêlos, que o interessado adquira, em lojas especializadas, os aparelhos próprios à sua recepção, para utilização em residências, carros ou mesmo a mão, sem ter que pagar pelo acesso a programação. Os serviços de radiodifusão, como definidos na Constituição, tem por fundamento filosófico a finalidade educativa e cultural, a promoção da cultura nacional e regional e o estimulo a produção independente que objetive sua divulgação, a regionalização da produção cultura, artística e jornalística e o respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família, sendo permitida a exploração comercial desses serviços, na medida em que não prejudique esse interesse e aquela finalidade. 0 texto original da Constituição Federal de 1988 estabelecia no art. 21, incisos, XI e XII que, compete a União: ................ XII explorar, diretamente ou mediantes autorização, concessão ou permissão: Fl. 163DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 10980.007065/200728 Acórdão n.º 120200.779 S1C2T2 Fl. 159 5 os serviços de radiodifusão sonora, de sons e imagens e demais serviços de telecomunicações;” Prossegue, explicitando o conceito legal de radiodifusão, contido no Código Brasileiro de Comunicações, artigo 6º, alínea “d”, mantidos em vigor pela Lei Geral das Telecomunicações – LGT – Lei 9472/1997, artigo 215, I, a saber: Art. 6º Quanto aos fins que se destinam, as telecomunicações assim se classificam: ........ d) serviço de radiodifusão, destinado a ser recebido direta e livremente pelo público em geral, compreendendo radiodifusão sonora e televisão;” Indica que o Regulamento Geral do Código Brasileiro de Comunicações (Decreto nº 52.026/63), possui o mesmo entendimento em seu artigo 6º, 83º: “Art. 6° Para os efeitos deste Regulamento Geral, dos Regulamentos Específicos e das normas complementares, os termos adiante enumerados têm o seguinte significado: .......... 83° Serviço de Radiodifusão: modalidade de serviço de telecomunicações destinado à transmissão, de sons (radiodifusão de sons, radiofonia, ou radiodifusão sonora) ou de sons e imagens (radiodifusão de sons e imagens, radio televisão, ou radiodifusão de televisão), por ondas radioelétricas, para serem direta e livremente recebidos pelo público em geral;” Assim, ante aos conceitos descritos pela legislação mencionada, entende não haver dúvidas quanto à natureza jurídica de serviço da atividade de radiodifusão. Informa que a alegação da impugnante de atuar na “venda de bens nas operações por conta própria” não guarda relação com a definição legal da atividade. Ainda, diz que o fato do sujeito passivo vender espaços publicitários em rádio não se presta a alterar a natureza jurídica de sua atividade, própria da prestação de serviços de radiodifusão. Explica que: “Ora, a natureza jurídica do serviço é dada pela obrigação de fazer, no caso, a obrigação de transmitir sons (radiodifusão de sons, radiofonia ou radiodifusão sonora), por ondas radioelétricas, para serem direta e livremente recebidos pelo público em geral. As inserções publicitárias se apresentam nesse contexto não como o elemento essencial da atividade, mas pelo seu caráter de viabilização econômica da execução do serviço de radiodifusão outorgada pelo Poder Público. Destarte, nos termos do art. 4° do CTN, sendo a natureza jurídica da radiodifusão sonora tipicamente de serviço, como tal deverá ser determinado o fato gerador da respectiva obrigação.” (fl.144). Fl. 164DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 6 Por todo o disposto, entende que a radiodifusão sonora é uma prestação de serviços em geral, e que, em relação à apuração do Imposto de Renda, indica que nos termos do artigo 15,§ 1º, inciso III, “a”, da Lei nº 9249/95, as atividades de serviços em geral, terão a base de cálculo determinada mediante a aplicação de 32% sobre a receita bruta auferida mensalmente. Ainda, em atenção às alegações trazidas na impugnação, especialmente sobre o “inexplicável paradoxo” levantado pela comparação dos percentuais de imposto previsto para a atividade exercida em comparação com o Simples Nacional e as regras do IRPJLucro Presumido, entende serem os argumentos frágeis e insertos no campo da subjetividade, e mais, entende perderem sustentação ao analisar que o tratamento fiscal dado às empresas que optam pelo Simples Nacional segue parâmetros especiais previstos na Lei Complementar nº123/2006, ante o tratamento diferenciado e favorecido dado às microempresas e empresas de pequeno porte. Em relação às deduções cabíveis por serviço de “Divulgação Eleitoral e Partidária Gratuita”, há previsão legal que foi regularmente considerada na autuação, a partir das informações prestadas pelo próprio contribuinte nas DIPJ dos anoscalendários pertinentes, conforme “Demonstrativo de Recomposição da Base de Cálculo do IR – Lucro Presumido” (fl. 87). Assim, ainda que admitida a retificação nas DIPJ após o início do procedimento fiscal, como pretendido pela impugnante, a correção em relação ao serviço de “Divulgação Eleitoral e Partidária Gratuita”, bem como as deduções pretendidas, dependeriam de comprovação inequívoca do erro cometido no preenchimento da declaração, não se prestando para referida comprovação o levantamento contido à fls. 125, eis que desacompanhado de documentos que atestem os dados ali contidos, observando também a insuficiência para tal fim de cópias de balanços patrimoniais. Assim, o Acórdão decidiu pela improcedência da impugnação, rejeitando a preliminar de nulidade e mantendo integralmente a exigência do IRPJ consubstanciado no auto de infração. Ciente a contribuinte em 20 de setembro de 2010 (fl.148), apresentou Recurso Voluntário (fls. 49/155) em 8 de outubro do mesmo ano, reiterando as alegações trazidas com sua impugnação. Requer ainda, a intimação pessoal do subscritor do recurso, quando do julgamento do mesmo, para realização de sustentAção oral. É o relatório Fl. 165DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 10980.007065/200728 Acórdão n.º 120200.779 S1C2T2 Fl. 160 7 Voto Consedheira Nereida de Miranda Finamore Horta O Recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 1972, assim sendo, dele tomo conhecimento. Tratamse os autos de exigência de IRPJ motivada pela aplicação indevida de coeficiente de 8% na determinação do cálculo do lucro presumido, sendo que o correto deveria ser 32%. Preliminarmente, a Recorrente alega a nulidade do lançamento, por entender que a autoridade modificou de ofício a natureza da sua receita, classificandoa como serviços e, com isso elevou o percentual de 8% para 32%, impedindo sua opção pelo lucro presumido. Em se falando de nulidade, devemos nos ater às hipóteses previstas no artigo 59 do Decreto nº 70.235/72, quais sejam: “ Art. 59. São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.” Para o caso, não se verifica nenhuma das hipóteses, tendo sido o Auto lavrado por pessoa competente e em nenhum momento houve cerceamento ao direito de defesa da Recorrente ou da sua opção pelo Lucro Presumido. Assim, não há o que se falar em nulidade da autuação ou da decisão recorrida, portanto, rejeito a preliminar. No mérito, a recorrente alega que as receitas de suas atividades não são prestações de serviços, mas de “vendas em espaços publicitários em rádio” conforme a classificação da CONCLA — Comissão Nacional de Classificação, manifestada na subclasse 60101/00 ATIVIDADE DE RADIO, cuja nota explicativa para esse item constante no site do próprio CONCLA é: “Esta classe compreende: as atividades de difusão de sinais de áudio (broadcasting) através de instalações e estúdios de rádio e a transmissão de programas de rádio para o público em geral, para emissoras de rádio afiliadas ou para assinantes; a receita das unidades nesta categoria provém da venda de espaço publicitário, de programas, doações e subsídios Esta classe compreende também: as atividades de cadeias radiofônicas, isto é, a montagem e transmissão de programas de áudio para assinantes, com o uso de tecnologia por microondas, cabo ou satélite Fl. 166DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 8 as atividades de difusão de programas de rádio via internet (emissoras de rádio na internet) a difusão de dados integrada com a difusão de sinais de áudio Esta classe não compreende: as atividades de produção de programas de rádio gravados em estúdios de som (59.201)” Verifiquei que o seu código de atividade econômica ( CNAE –Fiscal) registrado em sua DIPJ é 92.215/00 – “Atividades de rádio”, o que não nos esclarece muito sobre sua atividade. Consoante o trecho do texto extraído do site do Ministério das Comunicações (fls. 128/133 e transcrito no relatório em partes), consoante o Código Brasileiro de Comunicações, artigo 6º, alínea “d”, mantidos em vigor pela Lei Geral das Telecomunicações – LGT – Lei 9472/1997, artigo 215, I, e o artigo 6º, 83º, do Regulamento Geral do Código Brasileiro de Comunicações, temos sempre a expressão “prestação de serviços”, o que me leva a entender que tanto na semântica como no conceito estamos diante de atividade de prestação de serviços. A palavra radiodifusão vem sempre acompanhada de serviços, ou seja, sempre que estiver diante de atividade de radiodifusão, perante a legislação aplicável à matéria, estaremos diante de uma prestação de serviços. Como a recorrente fez sua opção ao lucro presumido, deveria observar as regras aplicáveis a esse regime para essa atividade. No meu entender, está correta a decisão da DRJ e da autoridade lançadora, ao concluir que, dentro dos percentuais dispostos no artigo 519 do RIR/99, o que melhor se aplica ao caso em tela é o de 32%, a saber: “Art. 519. Para efeitos do disposto no artigo anterior, considera se receita bruta a definida no art. 224 e seu parágrafo único. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: ........... III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares;” A recorrente alega que não se trata de prestação de serviços, mas de “vendas em espaços publicitários em rádio”, que está inserido no item do CONCLA a que se referiu. Todavia, não traz nenhum documento comprovando tal alegação. Ademais, se, de fato, fosse “vendas de espaços publicitários em rádio”, poderseia caracterizar como locação de bens móveis, se a recorrente for a proprietária do espaço que está locando, ou seja, estaria sujeita também ao percentual de 32%, consoante artigo 519, § 1º, III, “c”. Se a recorrente não for a proprietária do espaço que está sendo locado, estaria atuando como intermediadora entre o proprietário do espaço e o cliente interessado, quando também teríamos aplicado o de 32% e , não, de 8%. Ou seja, mesmo que concordasse com o que foi alegado pela recorrente, estaria diante da aplicação de percentual de 32% sobre o total das receitas. Ainda, alega que sua atividade se equipara à atividade de transporte de carga consoante Solução de Consulta nº 149/2002, da 9ª Região, a saber: Fl. 167DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT Processo nº 10980.007065/200728 Acórdão n.º 120200.779 S1C2T2 Fl. 161 9 "TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA — A atividade de transmissão de energia elétrica explorada por meio de concessão do Poder público, 'considerase transporte de carga, para fins de aplicação do percentual de 8% sobre a receita bruta correspondente, na determinação do lucro presumido, base de cálculo do IRPJ." Da mesma forma que a alegação anterior, a recorrente não junta aos autos qualquer documentação que comprove que estamos diante de atividade semelhante, simplesmente alega, não comprova. Desse modo, enquanto optante do lucro presumido, deve aplicar o percentual de 32% sobre a receita bruta da sua atividade, tendo em vista que é o que melhor se aplica perante a legislação corrente. Em relação à dedução dos valores referentes à transmissão de propaganda partidária e eleitoral gratuita de que trata o Decreto nº 5331/2005, artigo 1º, §6º, a recorrente discorda do entendimento da DRJ, alegando que as bases de cálculo não foram reconstituídas conforme planilha que anexou à impugnação, mas foram mantidos os valores declarados pela recorrente, para fins de dedução, em cada trimestre, portanto está incorreto. Explicou a recorrente que, em cada trimestre, registrou os montantes até o limite das bases de cálculo apuradas com o percentual de 8%, enquanto que os montantes efetivos sempre foram expressivamente superiores, conforme consta no demonstrativo anexo à impugnação e ao Recurso Voluntário. A autoridade lançadora, para o lançamento, partiu dos valores que foram computados na DIPJ da empresa entregue à Secretaria da Receita Federal, conforme fls. 87. A planilha anexa à impugnação, fls 125, traz valores discrepantes da planilha entregue à autoridade fiscalizadora durante o processo de fiscalização, que não foram verificados ou fiscalizados. Ademais, essa planilha de fls 125 foi apresentada junto à impugnação sem qualquer documentação hábil que a comprovasse, temse apenas uma planilha, a qual não é um documento comprobatório e suporte para que seja utilizado como prova, portanto, não pode ser considerado e concordo com a DRJ que deve se manter o valor como consta do lançamento. A recorrente solicita também que seu subscritor seja intimado do julgamento do referido Recurso Voluntário para que possa comparecer para fazer sua sustentação oral. A intimação das pautas de julgamento é feita nos termos do disposto no artigo 55, parágrafo único, do Regimento Interno do CARF – Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (PORTARIA Nº 256, DE 22 DE JUNHO DE 2009 e alterações posteriores). Esse artigo preconiza que a pauta será publicada no Diário Oficial da União com 10 (dez) dias de antecedência e divulgada no sítio do CARF na Internet, o que foi prontamente seguido, não cabendo intimação pessoal do subscritor. Assim, não há o que se fazer em relação à tal solicitação. Por todo o exposto, meu voto é no sentido de rejeitar a preliminar de nulidade e, no mérito, manter a decisão da DRJ, negando, portanto, provimento ao Recurso Voluntário. (documento assinado digitalmente) Nereida de Miranda Finamore Horta, relatora Fl. 168DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT 10 Fl. 169DF CARF MF Impresso em 14/08/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINAMORE HORT, Assinado digitalmente e m 13/08/2012 por NELSON LOSSO FILHO, Assinado digitalmente em 04/07/2012 por NEREIDA DE MIRANDA FINA MORE HORT
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Numero do processo: 10825.003123/2005-75
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL Ano-calendário: 2001, 2002, 2003 Ementa: SOCIEDADES COOPERATIVAS. CSLL. Apenas os atos puramente cooperativos são alcançados pela não incidência tributária. PRÁTICA REITERADA DE ATOS NÃO COOPERATIVOS - UNIMED - DESCARACTERIZAÇÃO DA COOPERATIVA – FALTA DE PREVISÃO LEGAL – CSLL - Inexiste previsão legal para descaracterizar a natureza jurídica das sociedades cooperativas pela prática reiterada de atos não- cooperativos. Contudo, a não incidência tributária alcança apenas os atos cooperativos, devendo ser tributado o resultado positivo dos atos não cooperativos. HIPÓTESE DE TRIBUTAÇÃO DO RESULTADO GLOBAL DA COOPERATIVA - Se a escrituração da sociedade, ainda que lastreada em documentação hábil, não especifica quais as receitas, despesas, custos e resultados se referem aos atos cooperados e quais se referem aos atos não cooperados, ter-se-á como integralmente tributado o resultado global da cooperativa, dada a impossibilidade da determinação da parcela não alcançada pela não incidência tributária. MULTA ISOLADA – FALTA OU INSUFICIÊNCIA DO RECOLHIMENTO DEVIDO POR ESTIMATIVA – CSLL - A falta ou o recolhimento a menor da CSLL calculada sobre a base de cálculo estimada, acarreta a exigência de multa de ofício isolada sobre a CSLL indevidamente suspensa/reduzida, com fundamento no artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96, ainda que a contribuinte tenha apurado base de cálculo negativa em 31 de dezembro do ano calendário.
Numero da decisão: 1802-001.289
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar suscitada e, no mérito, por voto de qualidade, NEGAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Marciel Eder Costa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho, que davam provimento ao recurso para afastar a multa isolada.
Nome do relator: ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Recorrente UNIMED BAURU COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO Recorrida FAZENDA NACIONAL Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 Ementa: SOCIEDADES COOPERATIVAS. CSLL. Apenas os atos puramente cooperativos são alcançados pela não incidência tributária. PRÁTICA REITERADA DE ATOS NÃO COOPERATIVOS UNIMED DESCARACTERIZAÇÃO DA COOPERATIVA – FALTA DE PREVISÃO LEGAL – CSLL Inexiste previsão legal para descaracterizar a natureza jurídica das sociedades cooperativas pela prática reiterada de atos não cooperativos. Contudo, a não incidência tributária alcança apenas os atos cooperativos, devendo ser tributado o resultado positivo dos atos não cooperativos. HIPÓTESE DE TRIBUTAÇÃO DO RESULTADO GLOBAL DA COOPERATIVA Se a escrituração da sociedade, ainda que lastreada em documentação hábil, não especifica quais as receitas, despesas, custos e resultados se referem aos atos cooperados e quais se referem aos atos não cooperados, terseá como integralmente tributado o resultado global da cooperativa, dada a impossibilidade da determinação da parcela não alcançada pela não incidência tributária. MULTA ISOLADA – FALTA OU INSUFICIÊNCIA DO RECOLHIMENTO DEVIDO POR ESTIMATIVA – CSLL A falta ou o recolhimento a menor da CSLL calculada sobre a base de cálculo estimada, acarreta a exigência de multa de ofício isolada sobre a CSLL indevidamente suspensa/reduzida, com fundamento no artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96, ainda que a contribuinte tenha apurado base de cálculo negativa em 31 de dezembro do ano calendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 759DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em REJEITAR a preliminar suscitada e, no mérito, por voto de qualidade, NEGAR provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Marciel Eder Costa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão e Marco Antonio Nunes Castilho, que davam provimento ao recurso para afastar a multa isolada. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa Presidente e Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa, José de Oliveira Ferraz Corrêa, Gustavo Junqueira Carneiro Leão, Nelso Kichel, Marciel Eder Costa e Marco Antonio Nunes Castilho. Fl. 760DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 2 3 Relatório Por economia processual e bem descrever os fatos adoto o Relatório da decisão recorrida (fls.543/544) que a seguir transcrevo: Em procedimento de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pela contribuinte em epígrafe, relativo aos anos calendário de 2001 a 2003, foi efetuado lançamento para exigência de crédito tributário no valor total de R$ 247.814,49 (duzentos e quarenta e sete mil e oitocentos e quatorze reais e quarenta e nove centavos),conforme demonstrativo de fl.3. 0 lançamento resultou na lavratura do auto de infração de fls.4/8, que exigiu multa isolada por falta de recolhimento da Contribuição Social sobre o Lucro Liquido (CSLL) sobre base de cálculo estimada dos meses de janeiro, julho e outubro de 2001, janeiro, fevereiro e agosto de 2002 e janeiro e setembro a novembro de 2003, com enquadramento legal na Lei n° 9.430, de 27 de dezembro de 1996, art. 44, § 1º, IV. Segundo consta do Termo de Verificação Fiscal (TVF) de fls. 9/17, a fiscalizada auferiu no período de janeiro a dezembro de 2003 receitas financeiras e as classificou genérica e indevidamente como receitas de atos cooperativos, subtraindoas da devida tributação; embora revestida sob o manto de cooperativa, praticou com habitualidade a atividade de mercancia de planos de saúde, constituída na venda de bens e serviços de terceiros, com assunção dos resultados econômicos (risco), com fins lucrativos e habitualidade, o que a descaracterizaria como sociedade cooperativa para fins fiscais. Constatouse que a contribuinte contrata com a clientela, conjuntamente com os serviços médicos dos sócios (atos cooperativos), a preço global não discriminativo, o fornecimento de bens ou serviços de terceiros e/ou cobertura de despesas com diária e serviços hospitalares, de laboratórios, odontológicos, venda de medicamentos, transporte terrestre e aéreo e outros serviços, por não associados, que não estariam compreendidos nem entre atos cooperativos nem entre os excepcionalmente facultados pela lei, o que caracterizaria modalidade contratual com traços de segurosaúde, sujeita a incidência tributária. As receitas auferidas correspondentes ao comércio desses planos de segurosaúde e as demais atividades operacionais da fiscalizada teriam sido indevidamente classificadas e englobadas sob o titulo "ATOS COOPERATIVOS" nas mais variadas rubricas. Fl. 761DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 4 A contribuinte distribuiu irregularmente o resultado positivo (sobras), incluindo os resultados com atos nãocooperativos, contrariando o art. 87 da Lei n° 5.764, de 1971, e infringindo o § 3° do art. 24 da mesma lei e o art. 182 do RIR/1999. A análise dos demonstrativos contábeis e fiscais da fiscalizada revela que ela não segrega a receita dos atos cooperativos das dos atos nãocooperativos, conforme exige a legislação em vigor, nem o fez após devidamente intimada. Notificada do lançamento em 22/11/2005, conforme auto de infração, a interessada, representada pelo advogado Fábio Esteves Pedraza (procuração de fl. 421) ingressou, em 16/12/2005, com a impugnação de fls. 397/420, na qual alegou, em suma: • Nulidade do lançamento — a afirmação de que a impugnante não apresentou elementos que permitissem à autoridade fiscal identificar as receitas decorrentes de ato cooperativo e não cooperativo é inverídica; • Junta à impugnação balancete contábil analítico do período de 2003, destacando as contas de receitas, custos e despesas, nas quais se identifica a segregação de atos cooperativos e não cooperativos; • Interpretou equivocadamente a autoridade fiscal que as atividades de operação de plano de saúde ou atendimento hospitalar não se relacionam ou não estão compreendidas no objeto de uma sociedade cooperativa de serviços médicos; •A impugnante utilizase das operações de plano de saúde, bem assim de serviços hospitalares, para permitir e garantir a seus cooperados a execução de suas atividades médicas; • 0 ato de fornecimento de planos de saúde pela impugnante a terceiros não cooperados tratase de ato cooperativo, pois essa atividade visa ao auxilio à consecução da prestação de serviço aos associados (intermediação e captação de clientela); • A alegação de que a impugnante distribuiu indevidamente resultados provenientes de atos não cooperativos não prospera, pois as sobras distribuídas a cooperados são provenientes de atos cooperativos; • As receitas financeiras são sobras oriundas de receitas de atos cooperativos e não podem ser classificadas, na sua totalidade, como receitas tributáveis; •Apenas o rendimento liquido auferido nas aplicações financeiras pode ser tributado, e não a receita financeira total. Requereu: seja determinada diligência para sanar a irregularidade na ação fiscal representada por vicio formal, passível de nulidade, caracterizado pela omissão na análise dos demonstrativos contábeis e fiscais da impugnante; alternativamente, a nulidade do lançamento por vicio irreparável ou a declaração de sua improcedência. Fl. 762DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 3 5 A Delegacia da Receita Federal de Julgamento (DRJ/Ribeirão Preto/SP) julgou procedente em parte o lançamento da multa isolada, reduzindo o percentual de 75 % para 50%, em decisão proferida no venerando Acórdão nº 1435.979, de 29/11/2011 (fls.542/548), cuja ementa transcrevo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE 0 LUCRO LIQUIDO CSLL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 MULTA ISOLADA. ESTIMATIVA. FALTA DE RECOLHIMENTO. Comprovada a falta de recolhimento da CSLL, com base em estimativa, correta a exigência de multa isolada. ATOS COOPERATIVOS. TRIBUTAÇÃO. Inexistindo previsão legal de isenção de tributação dos atos cooperativos pela CSLL, tributase a totalidade das receitas auferidas pela cooperativa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001, 2002, 2003 MULTA ISOLADA. RETROATIVIDADE BENIGNA. Impõese a redução de 75% para 50% do percentual da multa em face de legislação superveniente do fato gerador, por força do princípio da retroatividade benigna. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2001, 2002, 2003 IMPUGNAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. As alegações apresentadas na impugnação devem vir acompanhadas das provas documentais correspondentes, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. A autuada tomou ciência da mencionada decisão em 06/03/2012, conforme Aviso de Recebimento (AR), e, interpôs Recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF em 04/04/2012, conforme extrato do processo juntado aos autos. A Recorrente, alega, inicialmente que, há equívoco na assertiva, de que as receitas auferidas pelo contribuinte na exploração de operação de plano de saúde não se classificam como receitas decorrentes de atos cooperativos, pois, as mesmas somente poderiam ser consideradas receitas de atos cooperativos, caso os beneficiários, pagadores do plano de saúde, fossem seus próprios associados, ou seja, somente haveria ato cooperativo na operacionalização de planos de saúde, se o beneficiário do plano fosse também médico associado. A recorrente aduz que há omissão do acórdão recorrido em relação à controvérsia em debate, haja vista que o pedido de perícia “justificado, motivado, demonstrado pelo contribuinte, sequer foi examinado”. Fl. 763DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 6 Também discorda da decisão recorrida que em seu fundamento concluiu que não há previsão legal à isenção ou não incidência dos atos cooperativos pela contribuição social sobre o lucro que isso, por si só basta para a manutenção do crédito tributário. Argúi que há prova inequívoca nos autos de que a documentação juntada pelo contribuinte no curso do processo de fiscalização, a exemplo do balancete findo em 31.12.2004 e da DIPJ deste mesmo período, demonstra a evidente segregação de receitas de atos cooperativos e não cooperativos, ao contrário do que afirmado pela autoridade fiscal. Afirma que, se dúvida havia em relação à forma de escrituração ou sua legitimidade, no tocante aos critérios utilizados à segregação desse resultado, cabia à autoridade administrativa ou à DRJ, como órgão revisor do lançamento tributário, identificálo, permitindo ao Contribuinte, mediante diligência , o direito ao contraditório. Insiste que desde sua impugnação reclamou a necessidade de realização de diligência, a fim de que a autoridade administrativa identificasse, com clareza, o objeto de sua negativa à escrituração apresentada pelo contribuinte, uma vez que a segregação de atos cooperativos e não cooperativos, ao contrário do que alegado pela autoridade administrativa foi suficientemente demonstrada, inclusive, anteriormente à formalização do lançamento. Argúi a defesa que, se a autoridade administrativa entende que aquilo que o contribuinte classifica como ato cooperativo não o é, a exemplo das operações de plano de saúde, deveria identificar quais são esses atos, em face do artigo 142 do CTN e recompor a base de cálculo do tributo, uma vez que possuía condições de assim fazêlo, em vista da escrituração fiscal e segregação de contas adotadas pelo contribuinte. Ao não fazêlo, a autoridade expõe a precariedade de seu trabalho e sua inocuidade para fins de determinação do crédito tributário. Aduz que, as operações de plano de saúde prestamse a tornar eficiente o ato médico cooperado e a elas são necessariamente vinculadas e dependentes. A exemplo disso, os serviços de operação de plano de saúde, os serviços de transporte de pacientes, serviços hospitalares, de enfermagem e outros, são imprescindíveis à plena realização do ato médico e, por estarem subordinados e dependentes a este, são considerados também atos cooperados. Sobre a segregação das receitas, destaca que grande parte da totalidade das receitas da Recorrente advém da operacionalização de plano de saúde. E, nesse contexto, no reconhecimento contábil dessas receitas não se faz possível segregar se tais receitas irão corresponder a custos ou despesas de serviços médicos prestados por médicos cooperados. O que é possível fazer, a exemplo do que faz a Recorrente, é segregar o resultado de atos cooperados e não cooperados com base na apropriação dos custos e despesas relacionados ao ato médico cooperado. Diz a recorrente que, tem caráter confiscatório o ônus da prova determinado ao contribuinte, em segregar como atos não cooperativos, em sua escrituração fiscal, aquilo que entende de maneira diametralmente oposta, ser inequivocamente ato cooperativo. Sobre as aplicações financeiras, a recorrente repete que, apenas o rendimento líquido auferido nas aplicações financeiras pode ser tributado e não a receita financeira total. E que, a autoridade administrativa tem o dever de ofício de considerar a lei, pouco importando a conduta do contribuinte, ou a demonstração do contribuinte, em relação ao rendimento líquido. Assim, somente o rendimento líquido auferido nas aplicações financeiras pode ser utilizado como base para o cálculo da multa isolada. Sintetizando o seu pleito, a recorrente requer: Fl. 764DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 4 7 (i)a procedência do presente recurso, julgando, em preliminar, a nulidadedo processo administrativo, em face do cerceamento ao direito de defesa, por desprezo ao contraditório; (ii)alternativamente, no mérito, a insubsistência do crédito tributário,tendo em vista a natureza não mercantil e não lucrativa do ato cooperado e,logo, a impossibilidade de seu resultado ser alcançado pela contribuição social sobre o lucro; (iii)requer ainda, o direito de sustentação oral das razões de defesa ora apresentadas no presente recurso, na oportunidade de seu julgamento, em razão do que deve ser determinada ainda a intimação do contribuinte para o exercício desse direito. É o relatório. Fl. 765DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 8 Voto Conselheira Ester Marques Lins de Sousa O recurso é tempestivo, atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, Processo Administrativo Fiscal (PAF). Dele conheço. Conforme relatado, o presente processo trata de Auto de Infração no qual se exige a multa isolada por falta de recolhimento da CSLL sobre a base de cálculo estimada, nos anos de 2001 a 2003. A recorrente aduz que há omissão no acórdão recorrido em relação à controvérsia em debate, haja vista que o pedido de perícia “justificado, motivado, demonstrado pelo contribuinte, sequer foi examinado”. Afirma que, se dúvida havia em relação à forma de escrituração ou sua legitimidade, no tocante aos critérios utilizados à segregação desse resultado, cabia à autoridade administrativa ou à DRJ, como órgão revisor do lançamento tributário, identificálo, permitindo ao Contribuinte, mediante diligência , o direito ao contraditório. Insiste que desde sua impugnação reclamou a necessidade de realização de diligência, a fim de que a autoridade administrativa identificasse, com clareza, o objeto de sua negativa à escrituração apresentada pelo contribuinte, uma vez que a segregação de atos cooperativos e não cooperativos, ao contrário do que alegado pela autoridade administrativa foi suficientemente demonstrada, inclusive, anteriormente à formalização do lançamento. Por óbvio, a diligência requerida pela autuada no sentido de ratificar que os resultados dos atos cooperativos e não cooperativos se encontravam segregados, tornouse despicienda haja vista que a decisão recorrida para a manutenção do auto de infração não leva em consideração a natureza das receitas da fiscalizada, ou seja, se decorrentes de ato cooperativo e/ou não cooperativo, pois, no seu entendimento tributase a totalidade das receitas auferidas pela cooperativa, conforme se depreende dos fundamentos a seguir alinhados à fl.546, vejamos: A Lei n° 7.689, de 15 de dezembro de 1988, instituidora da CSLL, definiu, em seu art. 4°, que são contribuintes as pessoas jurídicas domiciliadas no Pais e as que lhes são equiparadas pela legislação tributária, não conferindo nenhuma forma de isenção ou não incidência que aproveite as sociedades cooperativas. — 0 art. 2°, § 1°, "c", da citada lei, com redação dada pela Lei n° 8.034, de 12, de abril de 1990, art. 2°, relaciona os valores que devem ser adicionados e excluídos do resultado do período base, na obtenção da base de calculo da CSLL, e não prevê exclusão dos resultados das sociedades cooperativas decorrentes da prática de atos cooperativos. Dessa forma, não cabe discutir neste processo se houve ou não segregação pela contribuinte em sua contabilidade das receitas Fl. 766DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 5 9 decorrentes de atos cooperativos e não cooperativos, uma vez que a totalidade de suas receitas é tributável. O Recorrente alega que há prova inequívoca nos autos de que a documentação juntada pelo contribuinte no curso do processo de fiscalização, a exemplo do balancete findo em 31.12.2004 e da DIPJ deste mesmo período, demonstra a evidente segregação de receitas de atos cooperativos e não cooperativos, ao contrário do que afirmado pela autoridade fiscal. O elemento de prova apontado pela defesa, ou seja, o balancete findo em 31/12/2004 e da DIPJ deste mesmo período, é inconsistente na medida em que a irregularidade tratada no auto de infração não se refere ao ano calendário de 2004 e sim, aos anos calendário de 2001 a 2003. Afastada a nulidade suscitada por cerceamento ao direito de defesa, passemos pois, a análise da lide, tendo que se verificar os pontos levantados pela autoridade administrativa e combatidos pela recorrente. Consta do Termo de Verificação Fiscal (TVF), fl/17, que o resultado total referente aos atos cooperativos e aos atos nãocooperativos, será integralmente tributado por três razões: a) por ter a sociedade cooperativa praticado, em caráter habitual, atos não cooperativos previstos na legislação própria — habitualismo na mercantilização de planos de saúde descaracterizandose como tal e sujeitandose todos os resultados às normas que regem a tributação das operações das demais sociedades civis e comerciais, como já decidiu o Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes em seus Acórdãos n.° 101 79.879/90DO 05/06/90, 10226.948/92DO 22/09/92, 105 12.817/99; b) a inexistência da segregação da receita obtida com a prestação de serviços ( atos cooperativos e nãocooperativos) não estar apoiada em documentação hábil que a legitime, não obedecendo as disposições contidas na Lei n.° 5.764/71, infringindo o artigo 182 do RIR/99. 0 Primeiro Conselho de Contribuintes, através de seu Acórdão n.° 10192.455, de 08.12.98, entendeu que se a segregação da receita feita pela sociedade não estiver apoiada em documentação hábil que a legitime, o resultado global será tributado, por ser impossível a determinação da parcela não alcançada pela não incidência tributária; c) ter distribuído o resultados apurados aos cooperados, no ano calendário de 2003, quando se sabe que parte dos mesmos, conforme demonstrado, corresponde a lucro obtido com atos não cooperativos e relacionado com receitas de serviços prestados por terceiros não associados, infringindo os parágrafos 1º e 2.° do art.182 do RIR/99 e § 3.° do art. 24 da Lei 5.764, de 197 Para melhor compreensão do que se pretende afirmar adiante, fazse necessária à reprodução de alguns dispositivos da Lei nº 5.764, de 1971 que dispõe sobre o regime tributário das sociedades cooperativas: (...) Fl. 767DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 10 Art. 3 º Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro Art. 4º as cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência, constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindose das demais sociedades pelas seguintes características : (Grifei) (...) VI – retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da assembléia geral; (...) Art. 5° As sociedades cooperativas poderão adotar por objeto qualquer gênero de serviço, operação ou atividade, assegurandoselhes o direito exclusivo e exigindoselhes a obrigação do uso da expressão "cooperativa" em sua denominação (...) Art. 79 – Denominamse atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associadas, para a consecução dos objetivos sociais. Parágrafo único – O ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. (...) Art. 85 – As cooperativas agropecuárias e de pesca poderão adquirir produtos de não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados ao cumprimento de contratos ou suprir capacidade ociosa de instalações industriais das cooperativas que as possuem. Art. 86 – As cooperativas poderão fornecer bens e serviços a não associados, desde que tal faculdade atenda aos objetivos sociais e esteja de conformidade com a presente Lei. Parágrafo único – No caso das cooperativas de crédito e das seções de crédito das cooperativas agrícolas mistas, o disposto neste artigo só se aplicará com base em regras a serem estabelecidas pelo órgão administrativo. Art. 87 – Os resultados das operações das cooperativas com não associados mencionados nos artigos 85 e 86, serão levados à conta de Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social e serão contabilizados em separado, de modo a permitir cálculo para a incidência de tributos.(Grifado) (...) Fl. 768DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 6 11 Art. 111 – Serão considerados como renda tributável os resultados positivos obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os artigos 85 e 86 desta Lei. (Grifado) Consta do mencionado TVF que, a fiscalizada embora revestida sob o manto de cooperativa, praticou com habitualidade a atividade de mercancia de planos de saúde, constituída na venda de bens e serviços de terceiros, com assunção dos resultados econômicos (risco), com fins lucrativos e habitualidade, o que a descaracterizaria como sociedade cooperativa para fins fiscais; e que, a autuada auferiu no período de janeiro a dezembro de 2003 receitas financeiras e as classificou genérica e indevidamente como receitas de atos cooperativos, subtraindoas da devida tributação. Da leitura dos dispositivos legais acima reproduzidos, notadamente dos artigos 85 e 86 c/c com o artigo 111, depreendese que não há impedimento para que a sociedade cooperativa possa atuar na modalidade operacional de outras pessoas jurídicas, e que, tal atuação resulte em descaracterização da sociedade cooperativa. Por outro lado, a não incidência alcança apenas os atos cooperativos, devendo ser tributado o que extrapola desse campo, ou seja, os não cooperativos. A situação está bem delimitada no Acórdão nº 10514.269, em 03/12/2003, do então 1º Conselho de Contribuintes/5ª Câmara, assim ementado: PRÁTICA REITERADA DE ATOS NÃO COOPERATIVOS UNIMED DESCARACTERIZAÇÃO DA COOPERATIVA IMPOSSIBILIDADE A prática habitual de atos não cooperativos não autoriza a desclassificação da sociedade como cooperativa (a não incidência é objetiva, e não subjetiva), devendo ser tributado o resultado positivo dos atos não cooperativos. MULTA ISOLADA ART. 44, § 1º, INC IV, DA LEI N° 9.430/96 NATUREZA CONFISCATÓRIA NÃO COMPROVADA Limitandose a discussão à natureza confiscatória da multa isolada, o que não ficou caracterizado, ela deve ser mantida. Assim, se a interessada na qualidade de cooperativa, com a receita bruta da atividade resultante de ato cooperativo e também de ato nãocooperativo seria contribuinte da CSLL e, por decorrência estaria obrigada ao recolhimento mensal por estimativa apenas em relação ao resultado dos atos nãocooperativos. Para tanto, os atos não cooperativos devem ser segregados e tributados separadamente. Nos termos da Lei nº 5.764/71, denominamse atos cooperativos “os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para consecução dos objetivos sociais”, não implicando “operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadorias (art. 79 e parágrafo único). A teor do art. 79 e parágrafo único, o objeto da cooperativa consiste na prestação direta de serviços aos seus associados. Entretanto, de acordo com o art.86, há situações em que, pode a cooperativa contratar com terceiros pessoas físicas ou jurídicas não associadas a prestação de determinados serviços, visando ao cumprimento de cláusulas contratuais. Nesses casos, resta caracterizada a prática de atos não cooperativos pela pessoa jurídica contratada, sendo irrelevante o uso da denominação "atos cooperativos auxiliares". Fl. 769DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 12 Os resultados dessas operações das cooperativas com não associados, na forma do artigo 87, “serão levados à conta do Fundo de Assistência Técnica e Social e serão contabilizados em separado, de modo a permitir cálculo para incidência de tributos”. E o art. 111 da mesma lei afirma que, “serão considerados como renda tributável os resultados obtidos pelas cooperativas nas operações de que tratam os artigos 85 e 86 desta Lei”, o que significa dizer, atos com não associados. Portanto, à luz dos artigos 79, 86 e 111 acima transcritos, não estão alcançados pela não incidência os resultados dos serviços prestados aos consumidores (pessoas estranhas à cooperativa) por pessoas físicas não associadas ou pessoas jurídicas (também estranhas à cooperativa), em nada importando sejam eles classificados como negócios auxiliares. As chamadas “sobras” estão disciplinadas no art. 4º da Lei e devem ser objeto de deliberação da Assembléia Geral Ordinária das Cooperativas. Feita a prestação de contas, verificarseá se houve insuficiência ou excesso nas contribuições dos associados para cobertura das despesas da sociedade. Na hipótese da existência de “sobras”, estas serão devolvidas aos associados, proporcionalmente às operações que realizaram com a Cooperativa. Não se podendo assim, equiparálas a lucro. Não configurando lucro, o resultado positivo apurado nos atos com cooperados, pelas sociedades cooperativas em geral, não está abrangido no campo de incidência da contribuição instituída pela Lei nº 7.689/88, cujo artigo primeiro é claro: “Art. 1º Fica instituída contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas, destinada ao financiamento da seguridade social.” (Grifado) Desta forma, somente os resultados obtidos com a prática de operações que não envolvam atos cooperativos estão sujeitos ao pagamento de tributo, em virtude de não estarem amparados por regra isentiva. A interpretação dos dispositivos legais deixa claro que todas as receitas geradas pela cooperativa através das práticas de atos cooperativos são isentas de qualquer tributo – e a contribuição social sobre o lucro tem natureza tributária. Dos dispositivos acima reproduzidos depreendese que as cooperativas, quando atuam praticando atos cooperativos não auferem lucros, em consonância com as definições da Lei das S.A.. Vale exalçar, que a própria lei que rege as cooperativas dita que dos atos cooperativos não são produzidos lucros, pois, como se disse, antes, classifica os resultados de tais atos de “sobras líquidas”. Tanto assim, que o art. 87 da Lei nº 5.764, de 1971, expressamente estabelece a incidência de tributos tão somente sobre o resultado que a cooperativa apure relativamente aos chamados atos não cooperados. Deduzse, portanto, que somente quanto ao resultado ajustado de tais atos incide a CSLL. Quando se trata de incidência ou não de CSLL sobre o resultado decorrente de atos cooperados, não se pode desconhecer a existência de entendimentos divergentes quanto à sua tributação, antes da Lei nº 10.865, de 30/04/2004, mas o que está predominando, tanto nos julgamentos administrativos de instâncias superiores, como também em decisões judiciais, é que os resultados positivos obtidos em relação aos atos com associados regulares das cooperativas não são alcançados pela incidência dessa contribuição. Como exemplos, temse os seguintes julgados: Fl. 770DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 7 13 CSLL – SOCIEDADES COOPERATIVAS – O regime tributário determinado na Lei nº 5.764/71 implica no reconhecimento da não incidência exclusivamente sobre atos cooperativos, recaindo a exigência da Contribuição Social somente em relação aos atos não cooperativos e às receitas financeiras. (Ac. nº 10321599, Sessão de 15/04/2004, da 3ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes do MF) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – SOCIEDADES COOPERATIVAS – O resultado positivo obtido pelas Sociedades Cooperativas nas operações realizadas com seus associados, os chamados atos cooperados, não integra a base de cálculo da Contribuição Social. Exegese do art. 111 da Lei nº 5.764/71 e artigos 1º e 2º da lei nº 7.689/88 (CSRF/011.734). (Ac. nº 10806091, Sessão de 13/04/2000, da 8ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes). CSLL Sobre o resultado positivo apurado pelas sociedades cooperativas nas operações realizadas com seus associados, não incide a contribuição social sobre o lucro. (Ac. nº 10320973, Sessão de 09/07/2002, da 3ª Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes) De acordo com o art.39 da Lei nº 10.865, de 30/04/2004, as sociedades cooperativas que obedecerem ao disposto na legislação específica, relativamente aos atos cooperativos, ficam isentas da CSLL. A isenção abrange apenas os resultados daqueles atos definidos em Lei como cooperativos, e a sua interpretação restritiva é reforçada pelo art. 111 do CTN, de modo que não há como alargar o benefício fiscal para alcançar também os atos não cooperados. Vale registrar que, desde o comando legal prescrito na Lei nº 5.764/71, há de se inferir que não são passíveis de tributação os resultados que decorrem de Ato Cooperativo tal qual definido no art. 79 da mencionada lei. Tanto que o disposto no art.182 do Decreto nº 3000/99 (RIR/99), regulamentando a não incidência do imposto de renda sobre as “atividades econômicas, de proveito comum , sem objetivo de lucro”, das sociedades cooperativas, tem como suporte legal o artigo 3º da Lei nº 5.764/71 e, não, qualquer outra lei isentiva do imposto de renda. As operações realizadas pela sociedade cooperativa com seus associados não se tratam de operações mercantis, mas tão somente de transferências de mercadorias e recursos entre eles. Portanto, sobre tais resultados não incide o IRPJ e a CSLL, em consonância com o art. 111, da Lei 5.764/71, combinado com o art.39. da Lei nº 10.865/2004 e o artigo 182 do Decreto nº 3000/99 (RIR/99). Eis a divergência entre o presente voto e a decisão recorrida. No presente caso, a fiscalização adotou como argumento para tributar integralmente o resultado da sociedade cooperativa a sua reiterada atividade na prática de atos não Fl. 771DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 14 cooperativos, bem como em razão da impossibilidade de segregação das despesas para fins de proporcionalização das receitas do ato cooperativo ou de sua apuração objetiva e matemática. Concluído acima que a prática habitual de atos nãocooperativos não autoriza a desclassificação da sociedade como cooperativa, resta analisar se a autuada procedeu a segregação da receita obtida com a prestação de serviços acima explicitados, para atos cooperativos e nãocooperativos. Sobre o assunto, questão relevante é o processo de escrituração (registro das operações) e elaboração das demonstrações contábeis em cooperativas que se diferencia do aplicado a outros tipos de empresas. Essa diferenciação é originada da característica básica do empreendimento cooperativo, qual seja, a sua não finalidade de lucro. De acordo com o § único do artigo 79 da mencionada lei, o ato cooperativo “não implica na operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria”. Todas as atividades desenvolvidas pelas cooperativas visam, única e exclusivamente, garantir o desenvolvimento de seus associados. Assim, suas operações devem ser registradas de acordo com essa peculiaridade e para atendimento ao disposto no artigo 87 da Lei nº 5.764/71 acima transcrito, no caso da prática de atos não cooperativos. Gizse, os resultados das operações das cooperativas com não associados, na forma do art. 87, “serão levados à conta do Fundo de Assistência Técnica e Social e serão contabilizados em separado, “de modo a permitir cálculo para incidência de tributos”. A Recorrente, alega que, há equívoco na assertiva, de que as receitas auferidas pelo contribuinte na exploração de operação de plano de saúde não se classificam como receitas decorrentes de atos cooperativos, pois, as mesmas somente poderiam ser consideradas receitas de atos cooperativos, caso os beneficiários, pagadores do plano de saúde, fossem seus próprios associados, ou seja, somente haveria ato cooperativo na operacionalização de planos de saúde, se o beneficiário do plano fosse também médico associado. Aduz que, as operações de plano de saúde prestamse a tornar eficiente o ato médico cooperado e a elas são necessariamente vinculadas e dependentes. A exemplo disso, os serviços de operação de plano de saúde, os serviços de transporte de pacientes, serviços hospitalares, de enfermagem e outros, são imprescindíveis à plena realização do ato médico e, por estarem subordinados e dependentes a este, são considerados também atos cooperados. A argumentação da recorrente não se sustenta, pois, no caso do plano de saúde, o usuário paga a mensalidade independente de usar ou não de serviços médicos. E, o valor pago para o médico associado pela cooperativa não tem qualquer relação com o valor da mensalidade paga pelo usuário. Restou claro no Termo de Verificação Fiscal (TVF) fls. 9/17, que, quando a sociedade cooperativa obedecer ao disposto na legislação especifica sobre os resultados de atos cooperativos (resultado positivo da prestação de serviços médicos pelos associados), não haverá incidência de tributo, diferentemente de quando, por exemplo, a cooperativa prestar outros serviços ou comercializar produtos adquiridos de terceiros (internações hospitalares, exames e serviços laboratoriais, venda de medicamentos, comercialização de planos seguro saúde, etc), caso em que o resultado destes atos nãocooperativos será alcançado pela tributação do imposto de renda da pessoa jurídica e da CSLL. Ainda que tais atividades venham auxiliar os serviços prestados pelos médicos associados de uma cooperativa, não resultam do trabalho médico profissional prestado pela cooperativa de serviços médicos, haja vista que seu objetivo específico é a prestação dos Fl. 772DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 8 15 serviços médicos de seus associados e não a venda de remédios, de exames laboratoriais, de internações, etc. Como afirmado acima, a teor do art. 79 e parágrafo único, o objeto da cooperativa de trabalho de médico, consiste na prestação direta de serviços aos seus associados. No caso especifico das cooperativas de trabalho médico, operadoras de plano de saúde, a contratação de terceiro, visa o cumprimento de um contrato de plano de saúde, realizado com cliente/usuário da cooperativa e não, a prestação de serviço ao associado da cooperativa. Assim, o objeto da cooperativa em vez do serviço contratado com o associado passa a ser o serviço contratado com o cliente. Sobre os atos da autuada não serem considerados atos cooperativos, vale transcrever a informação trazida no bojo do Termo de Verificação (fl.14): Registrese que o Superior Tribunal de Justiça em acórdão proferido recentemente em 17/02/2004, em ação interposta por contribuinte em situação semelhante à da cooperativa de trabalho medico ora fiscalizada, também entendeu dessa forma: Recurso Especial n." 237.348SC "TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA.COOPERATIVA MÉDICA. ATOS NÃOCOOPERADOS 1. A UNIMED presta serviços privados de saúde, ficando evidenciada, assim, sua natureza mercantil na relação com seus associados, ou seja, vende, por meio de intermediação de terceiros, serviços de assistência médica aos seus associados. 2. 0 fornecimento de serviços a terceiros e de terceiros não associados, caracterizase como atos nãocooperativos, sujeitando se, portanto, à incidência do Imposto de Renda." Depreendese da decisão judicial de que as cooperativas UNIMED que administram Plano de Saúde não são cooperativas de trabalho mas sim, operadoras de planos de saúde, portanto exercem atividade comercial ou civil. Portanto, tal como asseverado na decisão judicial a autuada não exerce atos cooperativos quando realiza operações, presta serviços com terceiros, a exemplo, da operação de plano de saúde e serviços hospitalares a pacientes. O encaminhamento de usuários a terceiros não associados, como hospitais, clinicas ou laboratórios, ainda que complementar à excelência da prestação do serviço profissional médico, constitui ato não cooperado. Consta do TVF que esses serviços são fornecidos pela UNIMED BAURU em forma de plano de saúde e são classificados em duas modalidades: a) contratos de "Valor Determinado", também denominados de "prépagamento", em que o contratante — pessoa física ou jurídica paga a mensalidade fixa para ter disposição os serviços abrangidos na forma de cobertura contratada, conforme modelos de contratos anexos, ocorrendo o pagamento das mensalidades independente da utilização dos serviços;(g.n.) b) contrato de "Custo Operacional", relativos aos planos de "póspagamento", compreendendo os contratos firmados com Fl. 773DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 16 empresas em benefícios de seus funcionários, para utilização de serviços, que serão cobrados acrescidos de taxa de administração. É possível afirmar, que a receita das mensalidades pagas pelos usuários de planos de saúde se destina, em parte, a cobrir os custos/despesas diretas ou indiretas dos serviços prestados pelos cooperados (atos cooperativos), e em parte, a cobrir os custos dos serviços prestados por terceiros não associados (atos não cooperativos). O preço cobrado dos clientes tem de ser estimado para cobrir também os custos representados pelo valor cobrado pelos prestadores de serviços. Há, portanto, mercancia de serviço, pela contratação de serviço de terceiro para cumprimento de contrato com cliente. Nessa ordem de idéia, cada operação que a sociedade cooperativa realizar que resulte em um ato nãocooperativo, precisa ser escriturado separadamente dos atos cooperativos. Pois os atos nãocooperativos por não fazerem parte da legislação cooperativista, não podem ser distribuídos, e obrigatoriamente integram o Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social (FATES), e são tributados pelo Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), Contribuição Social do Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (COFINS). Registrese que, a escrituração realizada pelo sistema cooperativo deverá ser uniforme dos atos e fatos administrativos, observando a terminologia aplicada as entidades cooperativas. Sabendose que, no momento do registro dos atos cooperativos, as entradas denominamse ingressos, enquanto que as saídas são consideradas como dispêndios. No caso de atos não cooperativos registrase como receita, custos e despesas. No tocante a NÃO SEGREGAÇÃO DAS RECEITAS ENTRE ATOS COOPERATIVOS E NÃOCOOPERATIVOS, consta do TVF o seguinte: Uma vez que a escrituração contábilfiscal procedida pela contribuinte, não traz a segregação da receita obtida com a prestação de serviços acima explicitados, para atos cooperativos e nãocooperativos, procedeuse á intimação da contribuinte, em 29/08/2005, fazendo constar naquele Termo de Intimação : "Uma vez que, conforme análise dos livros e demais registros da entidade, constatase que escrituração contábil fiscal da contribuinte não permite a segregação das receitas dos atos cooperativos das receitas dos atos nãocooperativos( exceção feita as receitas já declaradas de Transporte UTI Móvel Particular e As Comissões s/ Planos Uniodontos),comprovar explicitamente, mediante documentação hábil, idônea e através de critérios claros e compatíveis com as regras contábeis e fiscais, a legal segregação das receitas oriunda de atos cooperativos, quais sejam do trabalho medico prestados pelos associados, das demais receitas oriundas dos atos não cooperativos, quais sejam, (a) diária e serviços hospitalares, (b) serviços de laboratórios e institutos, (c) serviços odontológicos, (d) venda de medicamentos(farmácia); (e) transporte terrestre e aéreo, (f) seguro saúde cobrado conjuntamente com os planos prépagos e (g) outros serviços especializados ou não, prestados por não associados, pessoas físicas ou jurídicas. Em resposta a esta Intimação, a contribuinte, após arrazoado, afirma que "Em consonância com esta determinação fiscal, a sociedade segrega em seus demonstrativos contábeis e fiscais, Fl. 774DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 9 17 como inclusive já apresentado a fiscalização, as receitas de suas atividades próprias ,atos cooperativos, ou seja, identificados em suas atividades fins, de acordo com seu objetivo social e de estrutura organizacional, através de seus associados cooperados, e outras receitas, em que se utiliza de terceiros, não associados, ao desenvolvimento de sua atividade econômica," Como já fartamente demonstrado, basta uma análise dos demonstrativos contábeis e fiscais da fiscalizada para se constatar claramente a total inconsistência de suas alegações, e que esta não segrega as receitas dos atos cooperativos das dos atos não cooperativos conforme exige a legislação em vigor, e nem o fez após devidamente intimada. Sobre a segregação necessária em comento temse como esclarecedor o voto condutor do Acórdão nº 10192897 de 11/11/1999, 1ª Câmara/1º Conselho de Contribuintes, da então conselheira e Relatora : Sandra Maria Faroni, no julgamento de igual situação da autuada onde se encontrava na condição de Recorrente a SOCIEDADE COOPERATIVA DE SERVIÇOS MÉDICOS E HOSPITALARES DE CURITIBA LTDA. UNIMED CURITIBA, verbis: ... Se escrituração contábil da sociedade segrega as receitas e correspondentes custos, despesas e encargos segundo sua origem ( atos cooperativos e demais atos ), serão excluídos da tributação os resultados dos atos cooperativos Todavia, se a escrita ( acompanhada de documentação hábil que a lastreie) não especificar com clareza quais as receitas dos atos cooperativos e quais as dos atos não cooperativos, terseá como integralmente tributado o resultado da sociedade. É que, nesse caso, impossível será a determinação da parcela não alcançada pela não incidência tributária. Nos casos em que a cooperativa de trabalho médico recebe mensalidades dos usuários e, como contraprestação, se compromete a fornecer, além dos serviços médicos dos associados, serviços de terceiros, tais como exames laboratoriais e exames complementares de diagnose e terapia, diárias hospitalares, etc., a receita das mensalidades pagas pelos usuários se destina, em parte, a cobrir os custos/despesas diretas ou indiretas dos serviços prestados pelos cooperados, e em parte, a cobrir os custos dos serviços prestados por terceiros não associados. Esses serviços prestados por não associados não se classificam como atos cooperativos. Nesses casos, a cooperativa deve ratear a receita das mensalidades entre receitas de atos cooperativos e receita de outros atos segundo critério razoável, a ser justificado perante a fiscalização ... Eis, a ementa do mencionado acórdão: Ementa:SOCIEDADE COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO Ao contratar com os consumidores a prestação de serviços por não associado, a sociedade está praticando ato não cooperativo. Fl. 775DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 18 DESCARACTERIZAÇÃO DA COOPERATIVA IMPOSSIBILIDADE A prática habitual de atos não cooperativos não autoriza a desclassificação da sociedade como cooperativa (a não incidência é objetiva, e não subjetiva), devendo ser tributado o resultado positivo dos atos não cooperativos. HIPÓTESE DE TRIBUTAÇÃO DO RESULTADO GLOBAL DA COOPERATIVA Se a escrituração da sociedade não segregar as receitas e despesas/custos segundo sua origem ( atos cooperativos e não cooperativos), ou, ainda, se a segregação feita pela sociedade não estiver apoiada em documentação hábil que a legitime, o resultado global da cooperativa será tributado, por ser impossível a determinação da parcela não alcançada pela não incidência tributária. Recurso não provido Dúvida não há de que a Recorrente não apresentou elementos que permitissem à autoridade fiscal identificar as receitas decorrentes de ato cooperativo. Pois, como bem destacado pela interessada, em sua defesa: grande parte da totalidade das receitas da Recorrente advém da operacionalização de plano de saúde e não se faz possível segregar dos atos cooperados. Afirma ainda a Recorrente que, o que é possível fazer, é segregar o resultado de atos cooperados e não cooperados com base na apropriação dos custos e despesas relacionados ao ato médico cooperado. Ora, a segregação exigida pela legislação, deve se dá em toda a escrituração das receitas e correspondentes custos, despesas e encargos, segundo sua origem (atos cooperados e não cooperados). Não se compreendendo, pois, como a autuada chega a resultado segregado sem que possua a segregação antecedente de receitas, custo e despesas, tendo em vista que o resultado nada mais é do que a diferença entre tais elementos (receitas, custos e despesas). Enfim, a “Demonstração de Sobras ou Perdas”, deve evidenciar, separadamente, a composição do resultado de determinado período, considerando os ingressos diminuídos dos dispêndios do ato cooperativo, e das receitas, custos e despesas do ato nãocooperativo, demonstrados segregadamente por produtos, serviços e atividades desenvolvidas pela Entidade Cooperativa. O resultado líquido decorrente do ato nãocooperativo, quando positivo, deve ser destinado para a Reserva de Assistência Técnica, Educacional e Social, não podendo ser objeto de rateio entre os associados. Quando negativo, deve ser levado à Reserva Legal e, se insuficiente sua cobertura, será rateado entre os associados. Repetese, sobre a segregação das receitas, a Recorrente destaca que grande parte da totalidade das receitas da Recorrente advém da operacionalização de plano de saúde. E, nesse contexto, no reconhecimento contábil dessas receitas não se faz possível segregar se tais receitas irão corresponder a custos ou despesas de serviços médicos prestados por médicos cooperados. Como visto a própria pessoa jurídica afirma que grande parte da totalidade das receitas da Recorrente advém da operacionalização de plano de saúde e não se faz possível segregar dos atos cooperados. Fl. 776DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 10 19 O Termo de Verificação Fiscal (TVF) também destaca o seguinte: Constatouse que a contribuinte contrata com a clientela, conjuntamente com os serviços médicos dos sócios (atos cooperativos), a preço global não discriminativo, o fornecimento de bens ou serviços de terceiros e/ou cobertura de despesas com diária e serviços hospitalares, de laboratórios, odontológicos, venda de medicamentos, transporte terrestre e aéreo e outros serviços, por não associados, que não estariam compreendidos nem entre atos cooperativos nem entre os excepcionalmente facultados pela lei, o que caracterizaria modalidade contratual com traços de segurosaúde, sujeita a incidência tributária. As receitas auferidas correspondentes ao comércio desses planos de segurosaúde e as demais atividades operacionais da fiscalizada teriam sido indevidamente classificadas e englobadas sob o titulo "ATOS COOPERATIVOS" nas mais variadas rubricas. Indubitavelmente, a separação se faz a partir das receitas por vendas a cooperados e a terceiros, daí propiciandose o rateio dos custos e despesas na formação dos resultados próprios ou com terceiros, e não há como impor ao Fisco a reconstituição integral das demonstrações financeiras para separar os valores atinentes a uma e a outra classificação segundo a sua natureza e origem. O entendimento contido no seguinte julgado administrativo, que também adoto como razão de decidir, é que nas condições acima os resultados obtidos por sociedades cooperativas em operações diversas de ato cooperativo não estão encobertos pela não incidência, vejamos: Número do Recurso:119735 Câmara:TERCEIRA CÂMARA Número do Processo:10380.008329/9797 Tipo do Recurso:VOLUNTÁRIO Matéria:IRPJ E OUTROS Recorrente:UNIMED DE FORTALEZA COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO Recorrida/Interessado:DRJFORTALEZA/CE Data da Sessão:09/11/1999 01:00:00 Relator:Lúcia Rosa Silva Santos Decisão:Acórdão 10320139 Resultado:RPU REJEITAR PRELIMINAR POR UNANIMIDADE Texto da Decisão:POR UNANIMIDADE DE VOTOS, REJEITAR AS PRELIMINARES SUSCITADAS E, NO MÉRITO, NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. Ementa:PRELIMINAR DE NULIDADE CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA Não procede argüição de nulidade por cerceamento do direito de defesa, o auto de infração que atende aos requisitos estabelecidos no art. 10 do Decreto nº 70235/72. O auto de infração que descreve detalhadamente os fatos que caracterizam a infração acompanhada de todos os elementos que o fundamentaram cientificado o sujeito passivo de todos os atos e termos lavrados, cedendolhe prazo para contestar o feito e decisão perfeitamente motivada, proferida pela autoridade Fl. 777DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 20 competente que minuciosamente examinou os argumentos de defesa apresentados , não dão causa a nulidade. IRPJ SOCIEDADES COOPERATIVAS Não estão encobertos pela não incidência os resultados obtidos por sociedades cooperativas em operações diversas de ato cooperativo. Se, conjuntamente com os serviços de sócios, a cooperativa contrata com a clientela, a preço global não discriminativo, o fornecimento de bens ou serviços de terceiros e/ou cobertura de despesas com diárias e serviços hospitalares, serviços de laboratórios e outros serviços, especializados ou não, prestados por não associados, pessoas físicas ou jurídicas, estas operações não se compreendem entre os atos cooperativos e estão sujeitas à incidência tributária. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO PISREPIQUE DECORRÊNCIA A decisão aplicada à exigência principal deve, no que couber, ser levada às exigências reflexas. Recurso não provido. Publicado no D.O.U, de 17/12/99 nº 241E. (G.N) Diante da impossibilidade de segregação constatada pela fiscalização, e confessada pela Recorrente não há como a Autoridade Fiscal deixar de considerar a totalidade das receitas auferidas pela contribuinte como sendo derivadas de atos não cooperativos e, em razão disso, recompor a base de cálculo da CSLL, adicionando estas receitas, a fim de determinar a Contribuição Social Sobre o Lucro — CSL, não recolhida na sistemática de estimativa mensal. Sobre as aplicações financeiras, a recorrente não se insurge quanto à incidência tributária.Repete que, apenas o rendimento líquido auferido nas aplicações financeiras pode ser tributado e não a receita financeira total. E que, a autoridade administrativa tem o dever de ofício de considerar a lei, pouco importando a conduta do contribuinte, ou a demonstração do contribuinte, em relação ao rendimento líquido. Assim, somente o rendimento líquido auferido nas aplicações financeiras pode ser utilizado como base para o cálculo da multa isolada. Consta do TVF à fl.13 que, a contribuinte auferiu no período de janeiro de 2001 a dezembro de 2003, receitas financeiras nos valores ali discriminados, classificandoas genérica e indevidamente como receitas de atos cooperativos e, portanto, subtraindoas da devida tributação. A recorrente rebate genericamente a irregularidade apurada pelo Fisco, porém não traz nos termos do Decreto nº 70.235, de 1972, artigo 15, provas capazes de infirmar aqueles valores relacionados \á fl.13, de sorte a demonstrar que representam aplicações financeiras e não, os rendimentos líquidos como relacionados. Acerca do ônus probatório no processo administrativo tributário é importante observar que ele incumbe a quem tem interesse em provar o seu direito. Portanto, salvo nos casos de presunções legais, ele recai inicialmente à autoridade administrativa lançadora, no sentido de provar a prática das irregularidades imputadas ao sujeito passivo. Entretanto, igualmente, ao sujeito passivo da relação jurídicotributária, no exercício do seu amplo direito de defesa, incumbe apresentar provas irrefutáveis e inequívocas suficientes a elidir a imputação. À míngua de prova contrária ao apurado na ação fiscal mantémse os valores indicados no relatório da fiscalização. Após essas considerações, e, concluindo que a CSLL incide sobre o resultado positivo decorrente de atos não cooperados, por guardar relação de causa e efeito, tomase como devida a aplicação da multa de ofício pela falta do recolhimento mensal por estimativa quando resta Fl. 778DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA Processo nº 10825.003123/200575 Acórdão n.º 1802001.289 S1TE02 Fl. 11 21 inequívoco nos autos que o lançamento tem por base a incidência da CSLL sobre o resultado econômico decorrente de atos não cooperativos. A cobrança da mencionada multa isolada tem como supedâneo legal o art. 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96. Cabe notar, contudo, que, com as alterações implementadas na Lei nº 9.430, de 1996, pela Lei nº 11.488, de 2007, o lançamento de multa, no caso da pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da CSLL, por estimativa, passou a ter o seguinte tratamento, verbis: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: ......................................................................................................... .......... b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no anocalendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. Com efeito, a hipótese descrita pela fiscalização para a aplicação da multa de ofício – falta de recolhimento de CSLL sobre a base estimada, é situação para a qual a lei prevê a multa de 50%, razão pela qual a decisão de primeira instância, adotando a retroatividade benigna (art. 106, II, ‘c’ do CTN) reduziu a multa aplicada de 75% para 50% no que não merece reparo. Assim, a falta ou o recolhimento a menor da CSLL calculada sobre a base de cálculo estimada, acarreta a exigência de multa de ofício isolada sobre a CSLL indevidamente suspensa/reduzida, com fundamento no artigo 44, inciso II, da Lei nº 9.430/96, ainda que a contribuinte tenha apurado base de cálculo negativa em 31 de dezembro dos anos calendário de 2001 a 2003. Diante do exposto, voto no sentido de afastar a preliminar de nulidade suscitada e, no mérito, NEGAR provimento ao recurso. (documento assinado digitalmente) Ester Marques Lins de Sousa. Fl. 779DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA 22 Fl. 780DF CARF MF Impresso em 23/07/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA, Assinado digitalmente em 20/ 07/2012 por ESTER MARQUES LINS DE SOUSA
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Numero do processo: 13558.000248/2006-10
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Aug 08 00:00:00 UTC 2012
Ementa: Imposto sobre a Renda Retido na Fonte
Exercício: 2002
FONTE PAGADORA. AUSÊNCIA DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO. SUPERVENIÊNCIA DA LEI N° 11.488/2007. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXCLUSÃO DA MULTA PREVISTA NO INCISO II DO ARTIGO 44 DA LEI N° 9430/96.
A multa isolada prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei n° 9430/96, foi expressamente excluída, relativamente à fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, com fundamento na Lei n° 11.488/2007. Aplicação do artigo 106, inciso II, “c”, do CTN. FONTE PAGADORA. NÃO EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO. PARECER NORMATIVO COSIT n° 01/2002. CONSEQUENTE NÃO INCIDÊNCIA DA MULTA PREVISTA NO INCISO 44, INCISO I, DA LEI N° 9.430/96.
Não mais sendo exigível da fonte pagadora a imposto não recolhido, não há respaldo para incidência, consequentemente, da respectiva multa.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-002.288
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo e Otacílio Dantas Cartaxo.
Matéria: IRF- ação fiscal- ñ retenção/recolhim. (rend.trib.exclusiva)
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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AUSÊNCIA DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO. SUPERVENIÊNCIA DA LEI N° 11.488/2007. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXCLUSÃO DA MULTA PREVISTA NO INCISO II DO ARTIGO 44 DA LEI N° 9430/96. A multa isolada prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei n° 9430/96, foi expressamente excluída, relativamente à fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, com fundamento na Lei n° 11.488/2007. Aplicação do artigo 106, inciso II, “c”, do CTN. FONTE PAGADORA. NÃO EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO. PARECER NORMATIVO COSIT n° 01/2002. CONSEQUENTE NÃO INCIDÊNCIA DA MULTA PREVISTA NO INCISO 44, INCISO I, DA LEI N° 9.430/96. Não mais sendo exigível da fonte pagadora a imposto não recolhido, não há respaldo para incidência, consequentemente, da respectiva multa. Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Marcelo Oliveira, Maria Helena Cotta Cardozo e Otacílio Dantas Cartaxo. Fl. 401DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 2 (Assinado digitalmente) Otacílio Dantas Cartaxo Presidente (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Junior – Relator EDITADO EM: 14/08/2012 Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente), Susy Gomes Hoffmann (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Gonçalo Bonet Allage, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elias Sampaio Freire. Relatório Tratase de Recurso Especial (fls. 166180), interposto pela r. Procuradoria da Fazenda Nacional, em face do acórdão nº 2802.00.184 (fls. 158163) da 2ª Turma Especial da Segunda Secção de Julgamento, proferido em 30/11/2009, que, por unanimidade, deu provimento parcial ao recurso para excluir, tãosó, a exigência da multa isolada, no valor de R$ 17685,79. O sujeito passivo teve contra si lavrado auto de infração relativo ao Imposto de Renda sobre Pessoa Física – IRPF, anocalendário 2002 por meio do qual foi apurado crédito tributário no montante de R$ 26.745,69. Conforme descrição dos fatos constantes do auto de infração, foram constatadas as seguintes infrações: 1. Falta de recolhimento de IRPF escriturado incidente sobre pagamentos de rendimentos de trabalho assalariado. Em decorrência, foi lançado o imposto no valor de R$ 1.670,41, acompanhada de multa de ofício qualificada no percentual de 150%. 2. Falta de retenção ou recolhimento do IRPF incidentes sobre pagamentos de rendimentos de trabalho assalariado/ sem vínculo empregatício. Em decorrência foi lançada multa isolada no valor de R$ 17. 685,79. 3. Falta de retenção ou recolhimento do IRPF nos prazos fixados, sem acréscimos de juros de mora. Em decorrência, foram lançados juros de mora no valor de R$ 3.902,05. Em sua impugnação, o contribuinte alegou que não é contribuinte obrigatório ao recolhimento de IRPF por encontrase ampara pela imunidade tributária perfeita, que alegação de que a Fundação havia remunerado seu presidente na condição de dirigente não era verídica, que a fiscalização tributária procedeu ao lançamento com base em presunções, não havendo qualquer indício de fraude. Fl. 402DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13558.000248/200610 Acórdão n.º 920202.288 CSRFT2 Fl. 2 3 Em outubro de 2006, a Terceira Turma da Delegacia de Julgamento da Receita Federal em Salvador considerou procedente em parte o lançamento, conforme o teor do Acórdão nº 15.11466: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA – IRPF Anocalendário: 2002. .IRPF LANÇAMENTO É cabível lançamento fiscal para a constituição de crédito tributário relativo à IRPF efetivamente retido, mas não recolhido. MULTA DE OFÍCIO. LANÇAMENTO É cabível lançamento de multa e ofício isoladamente ante a verificação a falta de retenção do IRPF devido. Interposto Recurso Voluntário (fls. 135/ss), o contribuinte reiterou as alegações apresentadas na primeira instância, alegando que a multa isoladamente aplicada é desproporcional, tendo unicamente o efeito confiscatório. Em outubro de 2009, ao analisar o recurso interposto pelo contribuinte a 2ª Turma Especial da Segunda Seção de Julgamento resolveu, por maioria de votos, dar provimento parcial ao recurso para excluir, tãosó, a exigência da multa isolada, no valor de R$ 17.685,79: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE IRRF Exercício: 2002 IRPF TRIBUTAÇÃO NA FONTE A TÍTULO DE ANTECIPAÇÃO FALTA DE RETENÇÃO PELA FONTE PAGADORA PROCEDIMENTO. Nos rendimentos tributados na fonte a título de antecipação, se a fonte pagadora não proceder à retenção e a omissão for constatada somente após o prazo de entrega da declaração de rendimentos o imposto não é mais exigível da fonte pagadora, mas do beneficiário. Descabe, neste caso, aplicação de multa de oficio, isoladamente, Pela falta de retenção e recolhimento do imposto, entretanto, a fonte pagadora fica sujéita a penalidade específica e aos juros de mora devidos desde o término do prazo em que o imposto deveria ter sido recolhimento. FALTA DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO DO IRRF MULTA EXIGIDA ISOLADAMENTE FALTA DE PREVISÃO LEGAL. A multa pela falta de retenção e recolhimento do imposto de renda na fonte, prevista no art. 90 da Lei n° 10.426, de 2002, Fl. 403DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 4 com redação data pela Lei n° 11.488, de 2007, não pode ser aplicada isoladamente nos casos em que o imposto não mais é exigível da fonte pagadora. IRRF. FALTA DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO. MULTA DE OFÍCIO E JUROS DE MORA. É cabível lançamento fisca. 1 de multa de oficio isolada e dos correspondentes juros moratórios ante a verificação de falta de retenção de IRRF devido (Lei n° 10.406/2002, art. 9'; e art. 61, § 3°, da Lei n° 9.430/1996). Recurso parcialmente provido.. O que se observa do acórdão combatido é que, segundo o voto vencedor, o cerne da questão é se a multa prevista no art. 9º da Lei nº 10.426/2001 pode ser aplicada isoladamente em situações que o imposto retido não é mais exigível da fonte pagadora. Segundo o julgado, não. O inciso I do art. 44 da Lei nº 9.430/1996 trata de multa exigida juntamente com imposto que deixou de ser pago ou recolhido e, portanto, não há mais imposto a ser exigido da fonte pagadora, se a responsabilidade desta cessou no momento em que o beneficiário passou a ter que declarar os rendimentos, não há multa de ofício a ser aplicada à fonte pagadora. De acordo com as informações trazidas na decisão, não há previsão legal para a incidência da multa isolada pela falta de imposto de renda retido na fonte sobre rendimentos sujeitos ao ajuste anual. Inconformada, a PGFN interpôs Recurso Especial com o fundamento no art. 67 do Regimento Interno do Carf. Sustenta a recorrente, a existência de divergência jurisprudencial no âmbito do conselho, de modo que apresenta os Acórdãos n° 106 16.712 e 10421.857, respectivamente, como paradigmas: RECURSO VOLUNTÁRIO – TEMPESTIVIDADE – O prazo para a interposição de Recurso Voluntário deve ser contado a partir da data em que o contribuinte tem a ciência da decisão de primeira instância. Quando comprovado que a intimação foi equivocadamente enviada ao endereço antigo da Recorrente, deve prevalecer – para fins de cômputo do prazo recursal, a data em que o contribuinte se manifestou nos autos. IRRF – FALTA DE RETENÇÃO – MULTA – A multa aplicável à fonte pagadora pela falta de retenção do IRRF somente passou a ser exigível após o advento da Medida Provisória nº 16, de 27.12.2001, a qual foi posteriormente convertida na lei nº 10.426/02. Por isso, a referida multa somente é exigível para pagamentos efetuados após 28.12.2001. Recurso voluntário provido.. FALTA DE RETENÇÃO OU RECOLHIMENTO DE IMPOSTO DE RENDA PELA FONTE PAGADORA IMPOSTO POR ANTECIPAÇÃO MOMENTO DE VERIFICAÇÃO DA FALTA MULTA EXIGIDA DE FORMA ISOLADA PREVISÃO LEGAL Somente com a edição da Medida Provisória nº. 16, de 27/12/2001, publicada no D.O.U de 28/12/2001, convertida na Lei nº. 10.426, de 2002, é que passou a existir previsão legal para a cobrança de multa isolada da fonte pagadora, pela falta de retenção ou recolhimento de imposto de renda sob a sua responsabilidade, quando a constatação da falta ocorre após o encerramento do período de apuração no qual o beneficiário deveria oferecer os rendimentos à tributação. Recurso provido. Fl. 404DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13558.000248/200610 Acórdão n.º 920202.288 CSRFT2 Fl. 3 5 Aponta a PGFN que os acórdãos paradigmas e o recorrido partem de premissas fáticas idênticas, tendo em vista que todos discutem a incidência da multa isolada da fonte pagadora, pela falta de retenção ou recolhimento do imposto de renda, para chegar a conclusões distintas. Segundo a recorrente, enquanto o acórdão impugnado entende pela impossibilidade de aplicação isolada da multa nos casos em que o imposto não mais pode ser exigido da fonte pagadora, os acórdãos paradigmas não dispensam a exigência a partir do advento da Medida Provisória nº 16/2001, independentemente se antes ou depois do prazo de entrega da declaração de rendimentos. Em Despacho exarado às fls. 166 e ss, o Presidente da Segunda Câmara da Segunda Seção de Julgamento deu seguimento ao Recurso Especial por entender que da leitura dos acórdãos recorrido e paradigma permitese concluir que são acórdãos divergentes, pois tratam de matérias tributárias iguais, de fato e de direito, de forma diferente. É o que tenho a relatar. Voto Conselheiro Manoel Coelho Arruda Júnior, Relator Atendidos os pressupostos de admissibilidade, passo ao exame do mérito. O objeto do recurso interposto pela Fazenda Nacional trata especificamente quanto à possibilidade, ou não, de aplicação da multa isolada quando dos casos em que o imposto não mais pode ser exigido da fonte pagadora. Não obstante o arrazoado colacionado pela Fazenda Nacional, importa apresentar o disposto no art. 44, da Lei n. 9.430/96, verbis: Art.44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas, calculadas sobre a totalidade ou diferença de tributo ou contribuição: I de setenta e cinco por cento, nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, pagamento ou recolhimento após o vencimento do prazo, sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração inexata, excetuada a hipótese do inciso seguinte; II cento e cinqüenta por cento, nos casos de evidente intuito de fraude, definido nos arts. 71, 72 e 73 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. §1º As multas de que trata este artigo serão exigidas: I juntamente com o tributo ou a contribuição, quando não houverem sido anteriormente pagos; Fl. 405DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 6 II isoladamente, quando o tributo ou a contribuição houver sido pago após o vencimento do prazo previsto, mas sem o acréscimo de multa de mora; III isoladamente, no caso de pessoa física sujeita ao pagamento mensal do imposto (carnêleão)na forma do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de fazêlo, ainda que não tenha apurado imposto a pagar na declaração de ajuste; IV isoladamente, no caso de pessoa jurídica sujeita ao pagamento do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido, na forma do art. 2º, que deixar de fazêlo, ainda que tenha apurado prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no ano calendário correspondente; A respeito da multa aplicada no caso de lançamento de ofício, a Lei n° 11.488/2007 modificou o teor do at. 9º da Lei 10.426/2002. Senão Vejamos: Art. 9o Sujeitase à multa de que trata o inciso I do caput do art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, duplicada na forma de seu § 1o, quando for o caso, a fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis Da simples leitura do disposto no art. 9º da Lei n° 10.426/2002 notase que o legislador escolheu apenas a aplicação multa a que se refere o inciso I do art. 44 da Lei n° 9.430/1996, por ocasião falta de retenção ou recolhimento do IRPF. Por conseguinte, com a alteração legislativa que excluiu a aplicação do inciso II daquele mesmo art. 44, há se concluir que a multa isolada perdeu a sua sustentação legal. A recorrente defende a permanência da multa isolada, aplicável na hipótese de falta de retenção ou recolhimento, ou de recolhimento extemporâneo, por parte da fonte pagadora. Não procedem, contudo, suas alegações. Com efeito, o artigo 106 do CTN dispõe expressamente no seguinte sentido: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. Desta forma, vêse que, em tema de penalidade, aplicase ao direito tributário o mesmo tratamento que se aplica no Direito Penal: a retroatividade da norma mais benigna. Fl. 406DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR Processo nº 13558.000248/200610 Acórdão n.º 920202.288 CSRFT2 Fl. 4 7 Na hipótese, temse que a Lei n° 11.488/2007 deu nova redação ao artigo 9° da Lei n° 10.426/2002, que antes previa a aplicabilidade das multas previstas nos incisos I e II da Lei n° 9.430/96, no caso da fonte pagadora que, obrigada a reter tributo ou contribuição, deixa de fazêlo ou de recolhêlos, ou os recolhe fora do respectivo prazo. Com a redação determinada pela Lei n° 11.488/2007, a multa prevista no inciso II da Lei n° 9.430/96 deixou de ser, expressamente, aplicável ao caso. Pois bem, inequívoco o tratamento mais benigno conferido pela Lei n° 11.488/2007, à fonte pagadora do IRRF. E, em se tratando de ato não definitivamente julgado, indubitável, também, a necessária incidência da norma prevista no artigo 106 do CTN, sob pena de se negar a aplicação do princípio da retroatividade da norma penal tributária mais benigna. Por outro lado, relativamente à multa prevista no inciso I do artigo 44 da Lei n° 9.430/96, entendeuse, no acórdão recorrido, que, conforme entendimento da própria autoridade lançadora, exposto no Parecer Normativo COSIT n° 01/2002, “após o prazo de entrega da declaração de rendimentos pelo beneficiário dos rendimentos, não mais é exigível o imposto incidente sobre rendimentos sujeitos ao ajuste anual, que deixou de ser retido”. A propósito, essa 2ª Turma da CSRF proferiu acórdão n. 9202001.886, em 29/11/2011, situação idêntica: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA RETIDO NA FONTE. IRRF. Anocalendário:2000, 2001, 2002, 2003, 2004 FONTE PAGADORA. AUSÊNCIA DE RETENÇÃO E RECOLHIMENTO. SUPERVENIÊNCIA DA LEI N° 11.488/2007. RETROATIVIDADE BENIGNA. EXCLUSÃO DA MULTA PREVISTA NO INCISO II DO ARTIGO 44 DA LEI N° 9430/96. A multa isolada prevista no inciso II, do artigo 44, da Lei n° 9430/96, foi expressamente excluída, relativamente à fonte pagadora obrigada a reter imposto ou contribuição no caso de falta de retenção ou recolhimento, com fundamento na Lei n° 11.488/2007. Aplicação do artigo 106, inciso II, “c”, do CTN. FONTE PAGADORA. NÃO EXIGIBILIDADE DO IMPOSTO. PARECER NORMATIVO COSIT n° 01/2002. CONSEQUENTE NÃO INCIDÊNCIA DA MULTA PREVISTA NO INCISO 44, INCISO I, DA LEI N° 9.430/96. Não mais sendo exigível da fonte pagadora a imposto não recolhido, não há respaldo para incidência, consequentemente, da respectiva multa. Ora, deste modo, é de se manter o entendimento fixado no acórdão recorrido, até por uma questão lógica: se não é mais exigível o imposto da fonte pagadora, sobre ela também não deve incidir a multa prevista no artigo 44, inciso I , da Lei n° 9.430/96. Até porque, a multa deveria ser exigida juntamente com o imposto propriamente dito. Se da fonte Fl. 407DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR 8 pagadora não mais se exige o imposto pela falta de recolhimento, a respectiva penalidade também não deve ser aplicada. DISPOSITIVO Por todo o exposto, voto em NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Especial da Procuradoria da Fazenda, mantendo intacto o Acórdão da 2ª Turma Especial. É como voto. (Assinado digitalmente) Manoel Coelho Arruda Júnior Fl. 408DF CARF MF Impresso em 13/09/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/08/2012 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 11/09/2 012 por OTACILIO DANTAS CARTAXO, Assinado digitalmente em 22/08/2012 por MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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