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Numero do processo: 10850.900093/2006-11
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 31/08/2002
OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES. CONCEITO.
Na determinação da base de cálculo da Cofins, é permitida a dedução dos valores inerentes aos eventos listados no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei 9.718/98, visto a norma interpretativa § 9ª do art. 3ª da Lei 9.718/98 trazida pelo art. 19 da Lei 12.873/2013, esclarecendo que o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos compreende o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida.
Numero da decisão: 9303-007.698
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(Assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício
(Assinado digitalmente)
Tatiana Midori Migiyama Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: TATIANA MIDORI MIGIYAMA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Data do fato gerador: 31/08/2002 OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES. CONCEITO. Na determinação da base de cálculo da Cofins, é permitida a dedução dos valores inerentes aos eventos listados no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei 9.718/98, visto a norma interpretativa § 9ª do art. 3ª da Lei 9.718/98 trazida pelo art. 19 da Lei 12.873/2013, esclarecendo que o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos compreende o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindo-se neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello.
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DEDUÇÕES. CONCEITO. Na determinação da base de cálculo da Cofins, é permitida a dedução dos valores inerentes aos eventos listados no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei 9.718/98, visto a norma interpretativa § 9ª do art. 3ª da Lei 9.718/98 trazida pelo art. 19 da Lei 12.873/2013, esclarecendo que o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos compreende o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. (Assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas – Presidente em exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 00 93 /2 00 6- 11 Fl. 333DF CARF MF 2 (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama – Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em Exercício), Andrada Márcio Canuto Natal, Tatiana Midori Migiyama (Relatora), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Demes Brito, Jorge Olmiro Lock Freire, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão nº 3302002.012, da 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, que, por maioria de votos, deu provimento parcial ao recurso voluntário, consignando a seguinte ementa: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 31/08/2002 OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. DEDUÇÕES. CONCEITO. É permitida a dedução dos valores da base de cálculo das contribuições dos eventos listados no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, assim considerados, entre outros, os pagamentos de médicos, hospitais, laboratórios, clinicas. ” Insatisfeita, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial contra o r. acórdão, trazendo, entre outros, que não podem ser deduzidas da base de cálculo do PIS e da COFINS as despesas com os seus clientes, pois o inciso III do § 9º do art. 3° da Lei n° 9.718/98 não contempla custos e despesas relativos aos eventos com os associados da recorrida, mas sim com associados de outras operadoras. Em Despacho às fls. 268 a 271, foi dado seguimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Fl. 334DF CARF MF Processo nº 10850.900093/200611 Acórdão n.º 9303007.698 CSRFT3 Fl. 565 3 Contrarrazões ao recurso foram apresentadas pelo sujeito passivo, trazendo, entre outros, que o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional não merece conhecimento, por manifesta improcedência, uma vez que o mérito está fadado ao insucesso, pois as razões contrariam o § 9ºA da Lei 9.718/98 – redação dada pela Lei 12.873/13. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Midori Migiyama. Depreendendose da análise do Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional e do Despacho de Admissibilidade é de se conhecêlo, considerando ser tempestivo e por atender aos demais requisitos de admissibilidade, vez que o confronto das decisões comprova a divergência. Das ementas dos acórdãos paradigmas, constatase que neles não se permitiu as deduções de custos e despesas decorrentes de pagamentos à própria rede credenciada. Já, no acórdão recorrido, houve a conclusão em sentido oposto. Ainda que a matéria esteja superada pelo dispositivo interpretativo trazido pela Lei 12.973/13, vêse que não há previsão constante do art. 67 do RICARF/2015, para se deixar de conhecer o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Nesse sentido, conheço o Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. Ventiladas tais considerações, passo a analisar o cerne da lide – qual seja, sobre a dedução da base de cálculo das contribuições dos valores inerentes aos eventos listados no inciso III do § 9º do art. 3º da Lei 9.718/98. Fl. 335DF CARF MF 4 O entendimento da Fazenda Nacional lastreouse somente no art. 3º, § 9º, inciso III, da Lei 9.718/98: “Art. 3º....................... § 9º Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: (Incluído pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) I coresponsabilidades cedidas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; (Incluído pela Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades.” Não obstante, a MP 619/13, convertida na Lei 12.873/2013, trouxe o § 9A ao art. 3º da Lei 9.718/98, in verbis (Grifos meus): “Art. 19. A Lei no 9.718, de 27 de novembro de 1998, passa a vigorar com as seguintes alterações: “Art. 3º. .........………………….................................... ...................................................................................…..... § 9ºA. Para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9o entendese o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. ...................................................................................” (NR) Com tal dispositivo, houve esclarecimento normativo de que, para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos compreende o total dos custos assistenciais decorrentes da Fl. 336DF CARF MF Processo nº 10850.900093/200611 Acórdão n.º 9303007.698 CSRFT3 Fl. 566 5 utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. Eis que, tais custos assistenciais compreendem despesas com hospitais, exames laboratoriais, honorários médicos, dentre outros norma interpretativa § 9A do art. 3ª da Lei 9.718/98 trazida pelo art. 19 da Lei 12.873/2013, esclarecendo que o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos compreende o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. Em vista de todo o exposto, voto por negar provimento ao Recurso Especial interposto pela Fazenda Nacional. É como voto. (Assinado digitalmente) Tatiana Midori Migiyama Fl. 337DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10183.001735/94-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1994
MULTA DE 300% POR NÃO EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS. REVOGAÇÃO DA DETERMINAÇÃO LEGAL
A multa de 300% pela falta de emissão de notas fiscais, instituída pelos art. 3o. e 4o. da Lei nr. 8.846/94 foi revogada pela Lei nr. 9.542/97, cabendo a aplicação retroativa do dispositivo, com base no art. 106, inc. II, alínea "a" do CTN.
Numero da decisão: 1302-003.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Tadeu Matosinho Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Rogério Aparecido Gil - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente).
Nome do relator: ROGERIO APARECIDO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1994 MULTA DE 300% POR NÃO EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS. REVOGAÇÃO DA DETERMINAÇÃO LEGAL A multa de 300% pela falta de emissão de notas fiscais, instituída pelos art. 3o. e 4o. da Lei nr. 8.846/94 foi revogada pela Lei nr. 9.542/97, cabendo a aplicação retroativa do dispositivo, com base no art. 106, inc. II, alínea "a" do CTN.
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MULTA ISOLADA Recorrente MURICI COMÉRCIO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1994 MULTA DE 300% POR NÃO EMISSÃO DE NOTAS FISCAIS. REVOGAÇÃO DA DETERMINAÇÃO LEGAL A multa de 300% pela falta de emissão de notas fiscais, instituída pelos art. 3o. e 4o. da Lei nr. 8.846/94 foi revogada pela Lei nr. 9.542/97, cabendo a aplicação retroativa do dispositivo, com base no art. 106, inc. II, alínea "a" do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto do relator. (assinado digitalmente) Luiz Tadeu Matosinho Machado Presidente (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Carlos Cesar Candal Moreira Filho, Marcos Antonio Nepomuceno Feitosa, Paulo Henrique Silva Figueiredo, Rogério Aparecido Gil, Maria Lucia Miceli, Gustavo Guimarães da Fonseca, Flávio Machado Vilhena Dias, Luiz Tadeu Matosinho Machado (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 18 3. 00 17 35 /9 4- 11 Fl. 334DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 3 2 Tratase de Recurso Voluntário, protocolado em 19/05/1997, interposto face ao Acórdão nº 0.191/97, da DRJ de Campo Grande (MS) (Vol. II, fls. 168/177) que, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a Impugnação, registrandose a seguinte ementa: ANO CALENDÁRIO DE 1994 MULTA FALTA DE EMISSÃO DE NOTA FISCAL A falta de emissão de nota fiscal, recibo ou documento equivalente, no momento da efetivação das operações, caracteriza omissão de receita ou de rendimentos, sujeita à multa de 300% sobre o valor do bem objeto da operação ou do serviço prestado, nos termos dos arts. 1o, 2o e 3o da Lei 8.846/94, não contemplando esta lei a falta de escrituração ou seu atraso. IMPUGNAÇÃO PROCEDENTE EM PARTE Face à exoneração de valor superior a R$500.000,00, a DRJ interpôs Recurso de Ofício Os autos foram inicialmente encaminhados ao Primeiro Conselho de Contribuintes para julgamento do Recurso de Ofício e do Recurso Voluntário. Todavia, julgou se somente o Recurso de Ofício, negandolhe provimento (Vol. II, fls. 217/221). Isso ocorreu, pelo fato de que, por equívoco a Recorrente informou em seu Recurso Voluntário o número do processo que considera conexo a este. Assim, informou Proc. 10183001.736/9484, sendo que o correto seria indicar o número do processo em questão: Proc. 10183.001735/9411 9 (183/192). Ao certificarse de que o Recurso Voluntário referiase a esse processo (Despachos, fls. 228, 236, 237, 340), a DRF determinou o cancelamento da inscrição da Recorrente em Dívida Ativa da União e a remessa dos autos ao Carf para julgamento do Recurso Voluntário. Adotaramse as providências em sistemas para que passasse a representar a real situação do caso. Alegação de que a Fiscalização não Avaliou os Livros Apreendidos Em suas razões a Recorrente alega, preliminarmente, que o auto de infração seria nulo pelo fato de que a fiscalização não teria juntado aos autos os documentos que comprovariam o alegado ilícito fiscal consubstanciado na falta de emissão de notas fiscais que teria ensejado a imposição de multa de 645.712,51 UFIR, reduzida para 124.357,92 UFIR nos termos do Acórdão da DRJ (objeto do Recurso de Ofício). A Recorrente salientou que, de fato, nos termos da Lei nr. 8.846 de 21/01/94, a aplicação da multa se dá ao ser provada a ocorrência da venda ou prestação de serviços sem a correspondente emissão de Notas Fiscais ou de documentação equivalente. Todavia, registrou que a existência de recursos financeiros na empresa, utilizado para depósito em contas correntes bancárias em seu próprio nome, por si, não poderia ser interpretado como originários única e exclusivamente da venda de mercadorias. Fl. 335DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 4 3 Afirma que a fiscalização teria deixado de cumprir na íntegra, o pedido de diligência formulado pela DRJ, conforme ato de folhas 126/127. Alega que, caso as providência houvessem sido realizadas corretamente, teria resultado na constatação de que o presente lançamento é nulo desde o seu início, por absoluta falta de objeto, isto é, por não existir, no período considerado pela fiscalização, a alegada falta de emissão de Notas Fiscais ou documentos equivalentes. Frisa que, o presente processo seria extensão daquele protocolado sob nr. 10183001.736/9484, referente a mesma matéria tributável, com a imposição de multa equivalente a 207.630,87 UFIR pela pretensa falta de emissão de Notas Fiscais ou do documento fiscal equivalente, relativo ao período de 01/03/94 a 04/03/94, razão pela qual sustenta que deveria ter sido objeto de análise conjunta, para melhor compreensão da efetiva situação descrita nas impugnações. Pede a nulidade dos autos de infração. No Mérito Alega que a origem dos recursos financeiros utilizados pela empresa para depósito em suas contas correntes bancárias estaria comprovada, conforme documentação base arquivada na empresa, utilizada para escrituração dos livros comerciais e fiscais do período correspondente. Inicialmente, a empresa questiona a validade do documento apócrifo denominado Termo de Declaração (fl. 02), instrumento pelo qual o Sr. Carlos Alberto Galante, brasileiro, casado, contabilista, portador do CPF,. 059.404.38830 declara que a empresa "sem denominação" procedeu à venda de mercadorias e/ou prestação de serviços, recebendo Cr$ 93.684.660,18 no mês de março/94 e de Cr$21.079.520,00 no mês de abril/94 de empresas e/ou de pessoas físicas sem a emissão de Notas Fiscais e de documentos fiscais equivalentes e que as referidas operações foram feitas através de depósitos bancários (na data de 03/05/94). Alega que, o auxiliar contábil, Sr. Carlos Alberto Galante, não pertencendo ao quadro societário da empresa MURICI COMERCIO DE GÊNEROS ALIMENTÍCIOS LTDA., conforme cópia do Contrato Social e suas alterações, e nem possuindo a qualidade de representante legal da empresa, e ainda sem ter acesso aos termos dos compromissos negociais da empresa, não tinha a mínima possibilidade de fazer avaliação e julgamento sobre a real situação das origens dos recursos depositados no momento da Fiscalização, a despeito da informação contida na Decisão de primeira instância sobre o assunto. Ressalta que, a fiscalização constatando a ausência do administrador da empresa (fato este não comprovado no processo), deveria aguardar o seu retorno ou até mesmo obter as informações com o respectivo representante legal, e não tentar obter a assinatura da primeira pessoa encontrada no local da verificação fiscal. Informou, ainda, que o valor dos depósitos considerados pela Fiscalização no montante de Cr$ 93.684.660,18 no mês de março de 1.994 e de Cr$21.079.520,00 no mês de abril/94, somando Cr$114.764.180,18 não compreende todos os depósitos efetuados pela empresa, pois o valor real atinge a soma de Cr$ 187.432.612,91 no período de 07 de março a 11 de abril de 1.9 conforme demonstrado nos DEMONSTRATIVOS DE DEPÓSITOS em anexo. Fl. 336DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 5 4 A recorrente informou que possuía dois estabelecimentos na cidade de Várzea Grande (MT). O primeiro constituíase no estabelecimento Matriz e o outro, estabelecimento Filial. No final de cada dia, os recursos recebidos pelo estabelecimento Filial eram transferidos para o estabelecimento Matriz, possuindo, desta forma, uma administração financeira centralizada no estabelecimento Matriz. Salientou que, o valor das vendas efetuadas pela empresa no período de 01/02/94 a 28/02/94 alcançava a importância de Cr$ 227.471.874,42 e no período de 01/03 a 04/03/94 alcança o montante de Cr$ 39.105.151,20 e tais importâncias teriam sido objeto de emissão de cupons de caixa registradora, que deveriam ser considerados como documentos equivalentes a notas fiscais. Com esse entendimento, sustenta que não haveria fundamento para a fiscalização concluir que teria ocorrido a falta de emissão de Notas Fiscais ou do documento fiscal equivalente para esta parte dos recursos com origem identificada no período. Considerando que o valor dos depósitos efetuados pela empresa no período de 07 de março a 11 de abril 1.994 teria atingido a importância de Cr$ 187.432.612,91 e o valor das receitas de venda de mercadorias do estabelecimento Matriz e do estabelecimento Filial conjuntamente atingiram o montante de Cr$ 130.000.000,00 (na data de 07/03/94), a Recorrente alega que, caberia à fiscalização indagar, investigar, comprovar a origem dos recursos correspondentes à diferença entre os dois valores para então concluir, tecnicamente, sobre a existência ou não da irregularidade fiscal no que diz respeito a falta ou não de emissão de Notas Fiscais ou documentação equivalente. Ressalta que, esses procedimentos não teriam sido adotados pela fiscalização e o montante dos depósitos efetuados teria sido considerado como originário de venda de mercadorias e/ou de serviços sem a emissão de Notas Fiscais ou de documentação Fiscal equivalente . Para as empresas que exploram este tipo de atividade, várias situações peculiares são observadas, e no caso específico da Recorrente, destacou as seguintes condições: a) as vendas seriam realizadas em sua grande maioria para as pessoas físicas; b) os clientes dessa natureza liquidam a compra com cheques, valesalimentações, ou cartões de crédito; c) nos casos de pagamento em cheques, estes são destinados para o imediato depósito (cheque à vista) ou para depósito após transcorrido determinado prazo a partir da data da compra (cheque prédatado); d) os valores dos cheques denominados prédatados e mantidos em tesouraria são classificados na escrituração comercial como parte integrante do "saldo de caixa", razão pela qual este saldo permanece apresentando saldos relevantes ao longo do período; e) parte dos cheques depositados, sejam eles à vista ou prédatados são devolvidos por insuficiência de fundos, sendo considerados pela instituição financeira como estornos de depósitos. A Recorrente ainda procedeu à alienação do saldo de estoques, em 04/03/1994 para a empresa GIRUS MERCANTIL DE ALIMENTOS LTDA., empresa cadastrada no CNPJ nr. 73.709.400/000198 que teria passado a administrar o estabelecimento sede da Recorrente, a partir de 07/03/1994, pelo valor de Cr$130.000.000,00, cujo pagamento Fl. 337DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 6 5 darseia de acordo com o cronograma de desembolso dos compromissos referentes às obrigações tributária, mercantil, trabalhista e previdenciária, dentro do prazo de 90 dias a contar da data da assinatura do contrato, fls. 44 e 45. A fiscalização ao proceder o exame da escrituração fiscal da empresa teria deixado de analisar os talonários de Notas Fiscais de Vendas série "B", referente às Notas Fiscais nº 1.601 e 1.602 (Matriz) e 201 e 202 (Filial), totalizando Cr$130.000.000,00, cujas cópias também integram o presente processo, fls. 47 a 50. Sustenta, ainda, que a empresa teria emitido, antes da alienação acima mencionada, por meio de cupons de caixa, denominados cupons PDV, emitidos pelas caixas registradoras devidamente autenticadas e autorizadas pela Secretaria de Fazenda do Estado de Mato Grosso, cujos valores ainda não depositados, estariam registrados na conta Caixa na sua escrituração comercial, conforme demonstrado pelas cópias das fichas "razão"anexas à Impugnação. Assim, a Recorrente buscou demonstrar que, constatado que o valor das vendas efetuadas pela empresa no período de 01/02/94 a 28/02/94 teria alcançado a importância de Cr$ 227.471.874,42 e no período de 01/03 a 04/03/94, o montante de Cr$39.105.151,20 e que as mesmas importâncias teriam sido objeto de emissão de cupons de caixa registradora (PDV), considerados equivalentes a Notas Fiscais, estaria, por conseguinte, afastada a conclusão da fiscalização de que teria ocorrido a falta de emissão de Notas Fiscais ou do documento fiscal equivalente para esta parte dos recursos com origem identificada no período. Considerando que o valor dos depósitos efetuados pela empresa no período de 07 de março a 11 de abril 1994 teria atingido a importância de Cr$ 187.432.612,91 e o valor das receitas de venda de mercadorias do estabelecimento Matriz e do estabelecimento Filial conjuntamente teriam atingido o montante de Cr$ 130.000.000,00 (na data de 07/03/94), a Recorrente salienta que caberia à fiscalização, indagar, investigar, comprovar a origem dos recursos correspondentes à diferença entre os dois valores para então concluir, tecnicamente, sobre a existência ou não da irregularidade fiscal no que diz respeito a falta ou não de emissão de Notas Fiscais ou documentação equivalente. Mais uma vez, a Recorrente registra que tais procedimentos deveriam ter sido adotados pela Fiscalização (e não foram) e o montante dos depósitos efetuados não poderia ser considerado, por si, como originário de venda de mercadorias e/ou de serviços sem a emissão de Notas Fiscais ou de documentação Fiscal equivalente. Ressalta que, do total depositado, Cr$ 32.400.000,00 corresponde a transferências de saldos de uma conta para outra. Desta forma, considerando que o valor total do depósito foi de Cr$187.432.612,91 e as operações de simples transferências de saldos de uma conta corrente bancária para outra da mesma empresa atingindo Cr$ 50.400.000,00 constatase que a diferença entre os valores, teoricamente originárias de vendas de mercadorias e/ou de serviços atinge o valor calculado de Cr$ 137.232.612,91 em comparação com a receita reconhecida de Cr$130.000.000,00. O saldo de caixa, por sua vez apresentava o saldo de Cr$119.415.628,50 na data de 28 de fevereiro de 1.994, de Cr$115.608.288,14 na data de 04 de março de 1.994, de Fl. 338DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 7 6 Cr$ 109.272.390,84 em 30 de março de 1.994 e de Cr$109.459.603,22 na data de 11 de abril de 1.994, total e completamente suficiente para possibilitar o depósito dos cheques prédatados nas contas correntes bancárias. O saldo da conta caixa do estabelecimento Matriz, é considerada conjuntamente com as disponibilidades do estabelecimento Filial atingia, na data de 28/02/94 a importância de Cr$119.415.628,50 e Cr$109.459.603,22 na data de 11/04/94 conforme cópia da ficha do razão contábil, anexado a presente impugnação, ressaltando novamente que este saldo é relativamente elevado em razão da existência de cheques prédatados e cheques sem provisão de fundos. Esclareceu que anexou demonstrativos que incluem os valores acumulados relativos ao período de 01/03/1994 a 11/04/1994. Assim, resumiu suas razões de recurso, nos seguintes termos: Considerando que a Recorrente comprovou a existência do saldo de caixa, por meio da escrituração comercial regular e que este saldo decorre de venda de mercadorias por meio de cheques prédatados e de tickets alimentação, conforme descrição apresentada em seu extrato de contacorrente do Banco do Brasil S.A.; Considerando que parte significativa dos depósitos bancários é originária de operações de transferência de saldos bancários de uma conta para outra, e que este tem origem em receitas operacionais anteriormente reconhecidas; Considerando que o valor remanescente, após o ajuste efetuado sobre o montante dos depósitos de Cr$187.432.612,91 é igual a Cr$137.232.612,90 a qual a fiscalização é que deveria comprovar a sua origem; Considerando que a empresa comprova ter emitido Notas Fiscais ou documentação fiscal equivalente (cupon de caixa PDV) no valor de Cr$100.000.000,00 no estabelecimento Matriz e de Cr$30.000.000,00 no estabelecimento Filial, totalizando Cr$130.000.000,00; Considerando que a empresa recebeu da empresa compradora GIRUS COMERCIAL DE ALIMENTOS LTDA., a importância de Cr$ 120.498.320,95, conforme demonstrativos anexos e comprovados por meio dos recibos acostados ao processo e devidamente objeto de registro na escrituração comercial; Considerando que a empresa comprovou ter saldo de caixa anterior, isto é, em 28 de fevereiro de 1994, por meio da escrituração comercial regular no valor de Cr$ 119.415.628,50 e de Cr$ 115.608.288,14 na data de 04 de março de 1994 e de Cr$ 109.459.603,22 em 11 de abril de 1994 quando se encerra este período de verificação fiscal; Considerando que a fiscalização deixou de atender ao pedido de diligência formulado pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento para esclarecimento de dúvidas relativas a origem dos recursos depositados em ambos os processos; Considerando que a falta daquela informação na diligência resultou na decisão ora contestada, que concluiu, por falta de elementos esclarecedores que parte relevante dos depósitos se referiam a simples transferências de recursos de uma conta bancária para outra do mesmo titular, decidindo pela procedência parcial do presente Auto de Infração; Fl. 339DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 8 7 Considerando que foram juntados ao presente processo todos os elementos comprobatórios necessários para o exame da regularidade na operações de venda de mercadorias por parte da empresa ora Recorrente; Constatase que após análise da origem de cada um dos recursos depositados em contas correntes bancárias pela empresa no período de 01 de março de 1994 a 11 de abril de 1994 restou comprovado que a empresa não procedeu a venda de mercadorias e/ou prestação de serviços sem a emissão de Notas Fiscais ou documentação fiscal equivalente, na análise conjunta dos processos protocolados sob nrs. 10183001.735/9411 e 10183001.736/9484. Razão pela qual vem mui respeitosamente à presença deste Egrégio Primeiro Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda para requerer seja homologada a decisão de primeira instância e julgado improcedente o presente Auto de Infração na parte remanescente, equivalente a 124.357,92 UFIR. É o relatório. Voto Conselheiro Rogério Aparecido Gil Relator Na forma relatada, não foi apreciado o Recurso Voluntário (fls. 89/98) omissão de receita para fins de IRPJ, caracterizada pela falta de emissão de notas fiscais março e abril de 1994. Não consta dos autos o comprovante de intimação da Recorrente para ciência do Acórdão recorrido. O Recurso Voluntário foi protocolado em 19/05/1997. Não havendo meios para não se atestar a tempestividade (art. 33, Dec. nº 70.235/72), conheço o recurso. À época, o Primeiro Conselho de Contribuintes entendeu que o recurso referiase a outro processo, devido ao equívoco cometido pela Recorrente que indicou Proc. 10183001.736/9484, sendo que o correto seria indicar o número do processo em questão: Proc. 10183.001735/9411 9 (183/192). Apreciouse somente o Recurso de Ofício, negandolhe provimento (revogação dos arts. 3º e 4º da Lei nº 8.846/96, pela Lei nº 9.532/97 Multa de 300% pela falta de emissão de nota fiscal nas operações de venda ou de prestação de serviços). Posteriormente, certificouse que o Recurso Voluntário referiase a esse processo (Despachos, fls. 228, 236, 237, 340), a DRF determinou o cancelamento da inscrição da Recorrente em Dívida Ativa da União e a remessa dos autos ao Carf para julgamento do Recurso Voluntário. Adotaramse as providências em sistemas para que passasse a representar a real situação do caso. Da Preliminar de Nulidade do Auto de Infração Fl. 340DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 9 8 A DRJ apresentou as seguintes razões para rejeitar as alegações preliminares da Recorrente: As preliminares arguidas pela Recorrente não procedem porque os documentos que comprovam o ilícito fiscal foram juntados às fls. 05/28 e demonstrados às fls. 03/04, correspondendo a livros fiscais (Caixa e Registro de Saídas) emitidos pela própria contribuinte, extratos e depósitos dos bancos nos quais mantém contas correntes. Além disso, a comprovação da natureza das operações comerciais deve ser feita pela empresa, emitindo as notas fiscais, faturas, duplicatas, notas promissórias, recibos, contratos etc., para fazer prova de cada operação realizada. Na falta destes documentos, os recursos existentes em caixa ou bancos, salvo prova em contrário pela contribuinte, traduzem o produto das operações comerciais tributáveis realizadas nos dias dos respectivos depósitos ou aplicações. Assim, os cuidados para a identificação da origem dos valores depositados em instituições financeiras é atividade de responsabilidade da contribuinte e não do Fisco que tem a competência legal para examinar livros, documentos e papéis etc. emitidos por ela e por terceiros e confrontálos com os registros contábeis e fiscais, objetivando apurar os tributos e contribuições devidos. Ressaltese, inclusive, que estes argumentos da Recorrente não podem prosperar, visto que todos os depósitos efetuados em banco tiveram origem no recebimento das parcelas devidas pela empresa GIRUS (adquirente da recorrente), única cliente com quem demonstrou ter realizado negócios conforme contrato de venda do estoque existente em 04/03/94 (fls. 44/45), como comprovam os recibos de fls. 52/63 cujos valores coincidem com aqueles constantes nos extratos bancários juntados aos autos, não havendo nestes últimos outro tipo de depósito. Além disto, as preliminares arguidas não guardam relação com as disposições de nulidade do lançamento previstas no art. 59 do Decreto 70.235/72. Analisandose as razões da Recorrente e os fundamentos do Acórdão recorrido, entendo que não há como acolher a alegação de nulidade do auto de infração, por falta de comprovação dos fatos que ensejaram a multa por falta de emissão de notas fiscais, nos termos da Lei nº 8.846/94, vigente à época. Assim, voto por rejeitar a preliminar. Do Mérito Destacamse as seguintes razões extraídas do Acórdão recorrido, relativas ao mérito do caso: A fiscalização utilizouse da movimentação financeira junto aos bancos (fls. 05/28) nos períodos de 01 a 23 de março e 08 e 11 de abril/94 em confronto com as notas fiscais escrituradas no Livro de Saídas no período de 01 a 04 de março de 1994. Verificou que não foram emitidas as notas fiscais relativas a todos os recursos ingressados em banco no mesmo período. As alegações de que os depósitos efetuados em dado período de tempo nas suas contas correntes bancárias não são originários de vendas efetuadas no próprio período considerado, porque parte das vendas é efetuada através de "tickets alimentação", cujo recebimento se dá na quinzena seguinte, não podem ser aceitas, visto que a Recorrente não fez qualquer prova a este respeito, como também não procedem suas alegações a respeito de desvios de cálculo causados pela devolução Fl. 341DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 10 9 de cheques, porque não provou que tenha depositado cheques já apresentados anteriormente. Aliás, os únicos cheques devolvidos que relacionou nos demonstrativos de fls. 05/13, e que estão identificados nos extratos bancários anexos, não foram considerados pela própria Recorrente como redução do pagamento na elaboração do demonstrativo de amortização do contrato de compra e venda (fl. 81), onde todos os depósitos foram considerados integrais para quitação das parcelas devidas pela GIRUS, revelando que os cheques devolvidos foram honrados à parte, não tendo sido reapresentados. Consequentemente, os cheques devolvidos a partir de 08 de março de 1994 não podem ser excluídos da base de cálculo da multa. O movimento financeiro examinado pela fiscalização referese aos períodos de 01 a 23 de março de 1994, para os Bancos do Brasil e Bandeirantes, e 08 e 11/04/94, para os Bancos Bamerindus e Bandeirantes. De posse dos extratos bancários, os Auditores autuantes compararam os valores depositados nos referidos bancos com os constantes nas notas fiscais/cupons de caixa registrados no Livro de Saídas. A diferença assim apurada foi considerada venda sem a emissão de nota fiscal ou documento equivalente. Contudo, o movimento financeiro em exame neste processo devese limitar aos períodos de 07 a 23 de março e 08 a 11 de abril de 1994, face a primeira autuação (processo n° 10183.001736/9484) ter considerado o período de 01 a 04 de março/94 e a comparação entre os valores depositados em bancos e os registrados no Livro de Saídas não podem compreender períodos diferentes, já que a fiscalização não fez o trancamento dos talonários de notas fiscais existentes para se saber se houve ou não regularização posterior. Se houve origem de recursos depositados nas contas correntes relativas a períodos anteriores, caberia à Recorrente demonstrar e comprovar, e isto não o fez. Verificase que a fiscalização não fez o trancamento dos talonários de notas fiscais existentes no estabelecimento comercial da fiscalizada na data da autuação. A falta deste procedimento não permite que se afirme com segurança que houve regularização posterior ao lançamento, diante dos elementos de prova apresentados na defesa pela Recorrente, especialmente as Notas Fiscais séries B n°s 1.601 e 1602 e Bl n°s 201 e 202, todas emitidas em 07/03/94, que somaram CR$130.000.000,00, destinadas à empresa GIRUS MERCANTIL DE ALIMENTOS LTDA (fls. 47/50), conforme contrato de compra e venda (fls. 44/45), para recebimento no prazo de 90 (noventa) dias, embora tenham sido emitidas sem as formalidades de descrição de unidade, quantidade e preço unitário, o que permitiria presumir tratarse de regularização posterior. Entretanto, a operação de compra e venda de mercadorias à empresa GIRUS MERCANTIL DE ALIMENTOS LTDA., por alegar a Recorrente tratarse de venda realizada em 07 de março de 1994 e que daria suporte aos depósitos bancários utilizados pela fiscalização para a lavratura da multa, deveria ter sido melhor investigada pela fiscalização. Para isto foi o processo baixado em diligência (fls. 126/127), objetivando verificar a forma de pagamento diário à contribuinte autuada, inclusive quanto à validade dos documentos apresentados, como as notas fiscais séries "B" n°s 1601 e 1602 e Bl n°s 201 e 202, no valor total de CR$130.000.000,00, a sua idoneidade, a efetiva entrega do numerário e demais aspectos legais e processuais, uma vez que os valores ditos Fl. 342DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 11 10 pagos pela referida empresa à Recorrente influenciariam o fluxo de caixa a partir do dia 07 de março/94. A resposta formulada à fl. 166 pelo Auditor responsável pela diligência realizada e participante do procedimento fiscal, acompanhada dos documentos juntados às fls. 128/165, propõe a manutenção da autuação porque constatou a adulteração do valor constante no Livro de Saídas xerocopiado em 02/05/94 (fl.16), onde o valor total escriturado era de CR$31.264.422,40, enquanto que, na cópia extraída em 11/12/95 (fl. 152), já consta o valor de CR$131.264.422,40. Informa, ainda, que, em 02/05/94, não existia nenhuma nota fiscal lançada no Livro de Saídas (ICMS) e que os valores encontrados referemse a depósitos bancários efetuados até 11/04/1994 enquanto que os recibos que "justificariam" estes depósitos vão de 08/03/1994 a 17/05/1994. Ressaltese que a adulteração do valor registrado no Livro Registro de Saídas (fl. 152) em nada altera o julgamento deste processo, pois os autores do procedimento fiscal, repitase, não "trancaram" os talões de notas fiscais em utilização no estabelecimento comercial, mas apenas o Livro de Saídas, em 18/04/96 (fl. 153), data da constatação das irregularidades e da lavratura da primeira autuação, ensejando, inclusive, a possível regularização da falta de emissão de notas fiscais pela contribuinte, pois as notas fiscais séries "B" n°s 1601 e 1602 e "Bl" n°s 201 e 202, embora emitidas com data anterior à da primeira autuação e não registradas no livro de saídas até a data da segunda autuação, foram nele incluídas dentro do direito de regularização espontânea da sua escrituração, já que a falta desta não implica a penalidade prevista nas normas da Lei 8.846/94, mas apenas a falta da emissão da nota fiscal. Mesmo que a contribuinte tivesse a intenção de adulterar o Livro de Saídas para incluir um valor que não estivesse acobertado por nota fiscal na data da verificação da falta, este fato não se pode provar agora por falta do "trancamento" dos blocos de notas fiscais em utilização no estabelecimento comercial no dia de início da ação fiscal, bem como a falta da declaração da contribuinte de que não existiam outros em uso. O que se pode inferir dos fatos autuados, nesta fase, fica apenas no campo das presunções de que a contribuinte tenha regularizado a emissão das notas fiscais "a posteriori" ao primeiro lançamento. Destarte, a rasura da folha 43 do Livro de Saídas (fl. 152) não pode ser agora considerada como ilícito fiscal e/ou penal, visto que, já tendo sido encerrada a fiscalização, se realmente houve a omissão na escrituração do referido livro, estaria no seu direito de regularizar a sua escrituração fiscal, o que poderia ter sido feito de forma mais adequada, sem necessidade de rasurar a folha para incluir outras notas fiscais. Neste caso houve uma irregularidade formal, sem conseqüência tributária, haja vista que a fiscalização não tomou os cuidados acima apontados para evitar que houvesse regularização posterior à primeira autuação. Embora a diligência tenha constatado que a contribuinte regularizou a escrituração do Livro de Saídas após a data de 03/05/94, não comprovou que isto foi em conseqüência da emissão das referidas notas fiscais, também após esta data, com a finalidade de acobertar omissões de receitas porventura existentes. Esclareçase, também, que a falta de escrituração das notas fiscais emitidas em Livro de Saídas ou de apuração de ICMS não constitui fato gerador da multa instituída Fl. 343DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 12 11 pela Lei 8.846/94. Esta decorre tãosomente da falta de emissão de nota fiscal ou documento equivalente no momento da operação. Na realidade, a diligência realizada não cumpriu adequadamente o que foi solicitado, pois não falou sobre a forma de pagamento efetuado pela empresa GIRUS à contribuinte, não informou sobre a existência de disponibilidade financeira da cliente para efetuar os pagamentos em questão e nada falou sobre a idoneidade das notas fiscais de fls. 47/50 e dos recibos de fls. 52/79, questionando apenas se os depósitos efetuados até 11/04/94 poderiam ser oriundos dos recibos datados de 08/03 a 17/05/94. Este questionamento poderia ser respondido com a realização da diligência solicitada e que não foi feita a contento. Na falta de manifestação daquela autoridade, considerase como regulares as operações de compra e venda realizadas entre a contribuinte e a empresa GIRUS MERCANTIL DE ALIMENTOS LTDA, bem como as notas fiscais de fls. 47/50, os recibos de fls. 52/79 e demais documentos apresentados relativos à escrituração da fiscalizada, ressalvandose que os documentos da escrituração da cliente da contribuinte foram apresentados parcialmente (fls. 156/158), onde se pode observar a escrituração dos pagamentos efetuados em 09 e 10/03/94 (fl. 158), faltando, portanto, as folhas seguintes que poderiam mostrar se houve ou não a escrituração dos pagamentos referentes aos demais recibos acima mencionados. Convém esclarecer que os depósitos efetuados no Banco do Brasil em 08/03/94 foram de CR$6.119.638,96 e não CR$4.502.932,61, conforme indicado à fl. 06 e relacionado pelos autuantes à fl. 04. Este equívoco pode ser verificado ao se analisar as informações da fl. 84, que mostram que o valor de CR$1.616.706,35 foi depositado mesmo no dia 08/03 e não no dia 09/03, como consta à fl. 06. O valor total de CR$6.119.638,96 é a soma do valor constante no recibo de fl. 52, recebido da empresa GIRUS, e mais CR$ 1.000.000,00 cuja origem não foi esclarecida pela Recorrente. Embora tenha havido este equívoco, o total dos valores relacionados à fl. 04 relativos aos depósitos efetuados no Banco do Brasil no período de 01 a 23/03/94 continua sendo CR$54.010.933,09. Deste valor devese excluir o total dos cheques devolvidos no período de 01 a 04/03 de CR$58.000,00 e o valor de CRS30.995.987,54 recebido da empresa GIRUS no período de 08 a 23/03/94, conforme recibos de fls. 52/63, resultando um saldo de depósitos não justificado ajustado de CR$22.956.945,55. Deste valor já foi autuada a parcela de CR$13.992,210,68, conforme processo n° 10183.001736/9484, restando o saldo líquido de CR$8.964.734,87 desacobertado de documento fiscal. Os depósitos efetuados no Banco Bandeirantes no período de 01 a 23/03/94 foram de CRS99.125.296,33. Deste total devese excluir o valor de CR$ 61.404.911,58 recebido da empresa GIRUS no período de 08 a 23/03/94, conforme recibos de fls. 52/63, resultando um saldo de depósitos de CR$ 37.720.384,75. Deste valor já foi autuada a parcela de CR$27.750.827,63, conforme processo n° 10183.001736/94 84, restando o saldo líquido de CR$9.969.557,12 desacobertado de documento fiscal. O depósito efetuado em 08/04/94 no valor de CR$ 79.520,00 também não teve a comprovação da emissão da nota fiscal ou documento equivalente. Apesar de não ter sido arguido pela Recorrente, verificase que o depósito de CR$ 18.000.000,00 efetuado no Banco Bamerindus em 11/04/94 referese a transferência do Banco Bandeirantes (fl. 105), não constituindo, por si só, operação comercial sujeita à emissão de nota fiscal neste caso, devendose Fl. 344DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 13 12 excluir este montante da base de cálculo da multa, restando nesta data o depósito de CR$ 3.000.000,00 sem comprovação de ter sido emitida a nota fiscal ou documento equivalente. Destarte, após os ajustes dos valores acima demonstrados, e considerando que o movimento financeiro da matriz e da filial é centralizado nas mesmas instituições financeiras, o saldo de recursos depositados nestas instituições sem que tenha havido a emissão das respectivas notas fiscais fica assim demonstrado por banco: O valor dos recursos depositados nos bancos acima identificados caracteriza falta de emissão de notas fiscais no momento da efetivação da operação, nos termos do art. 1º da Lei 8.846/94, sujeitando a contribuinte à multa prevista no art. 3º da mesma Lei, correspondente a 300 % do valor da omissão. Assim sendo, o valor da multa fica alterado para 124.357,92 UFIRs, conforme a seguir demonstrado: Constatase que, embora tenha a contribuinte escriturado o movimento financeiro no razão e no Livro Diário (fls. 109/123 e 128/145), nos períodos examinados de 07 a 23/03/94 e 08 a 11/04/94 foram efetuados depósitos bancários não identificados com as notas fiscais emitidas e escrituradas pela contribuinte nos valores e períodos acima indicados, significando que não foram todas as operações lastreadas em Notas Fiscais regularmente emitidas, como alega a Recorrente. Os depósitos efetuados no Banco do Brasil nos valores de CR$ 7.964.734,87 e CR$ 1.000.000,00 (fl. 83), em 07/03/94 e 08/03/94, respectivamente, e no Banco Bandeirantes, nos valores de CR$7.569.557,09 (fl. 94), CR$1.800.000,00 (fl. 95) e CR$600.000,00 (fl. 99), em 07/03/94, 09/03/94 e 17/03/94, respectivamente, não tiveram a comprovação de que estejam acobertados por nota fiscal ou documento equivalente, daí as diferenças acima apuradas, sujeitas à multa por falta de emissão de nota fiscal, recibo ou documento equivalente. A afirmação constante no Termo de Declaração datado de 03/05/1994, pelo Auxiliar Contábil Carlos Alberto Galante, pode não produzir todos os efeitos legais, mas, embora o declarante não faça parte da administração da empresa e não tenha acesso aos termos dos compromissos negociais, tem muita importância na avaliação da situação fiscal da contribuinte, visto que, sendo funcionário do escritório contábil responsável pela sua escrituração, tem acesso aos documentos contábilfiscais em Fl. 345DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 14 13 condições mínimas de saber se a empresa contratada emite ou não as notas fiscais no momento da efetiva operação comercial. No presente caso, a contribuinte comprovou a emissão de notas fiscais em data anterior à da autuação, mesmo que tenha havido a regularização de sua situação fiscal, mas isto ocorreu antes desta autuação. O que não se pode aceitar é que o declarante tenha assinado a declaração por pressão da fiscalização no momento da ciência do Auto de Infração, como afirma a Recorrente, pois atitude assim não faz parte dos padrões de fiscalização da Receita Federal. Assiste razão à Recorrente quando afirma ter a fiscalização deixado de examinar a origem de todos os recursos financeiros movimentados pela empresa nos meses de março e abril/94, visto que o exame limitouse a comparar os valores dos depósitos bancários de um período superior ao constante na escrituração, sem investigar a existência de notas fiscais e/ou cupons fiscais a que estava obrigada a emitilos no momento da realização das operações de venda, não exigindo a Lei 8.846/94 a escrituração em livros fiscais no mesmo momento da emissão das notas fiscais ou documento equivalente. Neste sentido, a fiscalização realizou um exame parcial, e, por isso, o lançamento é aqui alterado para adequálo ao critério utilizado para comparar depósitos bancários com as notas fiscais já escrituradas no Livro de Saídas de Mercadorias da matriz, considerandose, também, que os depósitos bancários da filial e da matriz são centralizados nas mesmas instituições financeiras. A procedência parcial da impugnação significa que a contribuinte não justificou a falta de emissão de nota fiscal e/ou cupom fiscal correspondentes a toda movimentação dos recursos depositados em bancos, por isso restou mantido o Auto de Infração sobre a parcela por ela não esclarecida. Face ao exposto, concluise pela procedência parcial da impugnação, devendose manter o Auto de Infração no valor de 124.357,92 UFIRs acima demonstrado, porque ficou provado nos autos que não houve o regular cumprimento das exigências fiscais estabelecidas na Lei 8.846/94, quanto à obrigação de emissão de documentos fiscais pela contribuinte no momento da efetiva operação. Isto posto, e considerando tudo mais que dos autos consta, conheço da impugnação por tempestiva e na forma da lei, para, no mérito, julgála procedente em parte e determino a alteração do crédito tributário constante do auto de infração de fl. 01, para 124.357,92 UFIRS, conforme acima demonstrado. Da presente decisão recorro de ofício ao e. Primeiro Conselho de Contribuintes. Conforme relatado, o Primeiro Conselho de Contribuintes negou provimento ao Recurso de Ofício (Acórdão 10243.145, 25/07/1998), registrandose a seguinte ementa: MULTA POR FALTA DE EMISSÃO DE NOTA FISCAL IRPJ Tendo a Lei n.° 9.532/97 revogado o artigo 3º da Lei n.° 8.846/94 instituidora da multa de 300%, aplicase a legislação nova ao fato pretérito na forma do artigo 106, inciso II, letra "a" da Lei Complementar n.° 5.172/66 (CTN). Recurso de ofício negado. Diante de todo o exposto, dois pontos principais se sobressaem: Fl. 346DF CARF MF Processo nº 10183.001735/9411 Acórdão n.º 1302003.168 S1C3T2 Fl. 15 14 a) a DRJ manteve a multa de 300%, prevista no revogado art. 3º da Lei nº 8.846/94, em relação aos valores específicos retro indicados, depositados em contas bancárias. Considerou que, em tais casos, a Recorrente estava obrigada a emitir notas fiscais. A exoneração de créditos tributários (Impugnação Parcialmente Procedente) referiuse aos valores, sobre os quais a DRJ entendeu que a Recorrente demonstrou que não caberia a emissão de notas fiscais, bem assim aos valores que a fiscalização não evidenciou tal obrigatoriedade. b) o Primeiro Conselho de Contribuintes afastou a referida multa de 300% (arts. 3º e 4º, Lei nº 8.846/94), à vista da sua revogação pela Lei nº 9.532/97. Fundamentou que a lei aplicase ao fato pretérito, tratandose de ato não definitivamente julgado, quando deixe de definilo como infração (CTN, art. 106, inc. II, alínea "a"). Todavia, cingiuse a negar provimento ao Recurso de Ofício e não apreciou o Recurso Voluntário, entendendo referirse a outro processo. Sabese que, a intenção da Lei nº 8.846/94 foi coibir a sonegação fiscal, via falta de emissão de notas fiscais, porém a multa foi instituída não para ser aplicada em auditorias em livros e documentos de datas pretéritas, mas em faltas constatadas em auditorias de caixa, no estabelecimento onde o fiscal procederia à conferência do numerário em caixa e o compararia com os documentos que o lastreavam. As faltas de outra natureza deveria ser tratadas como omissão de receitas quando possíveis de enquadramento nos artigos 180 e 181 do antigo RIR/80. De todo modo, a Lei nº 9.532/97 revogou, por meio do art. 82, inc. I, alínea "m", os artigos 3º e 4º da Lei nº 8.846/94, que constituise na base do presente processo, logo por força do art. 106, inc. II, alínea "a" do CTN, deixando a nova lei de tratar o fato como infração em face da revogação, cumpre aplicála retroativamente. Sendo assim, não há mais sustentação para a aplicação da multa na forma concluída pela DRJ. Por todo o exposto, voto por dar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Rogério Aparecido Gil Fl. 347DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.911230/2008-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2001
COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. DCOMP. AFASTAMENTO DO ÓBICE DO ART. 10 DA IN SRF Nº 460/04 E REITERADO PELA IN SRF Nº 600/05. SÚMULA CARF Nº 84.
Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato e desde que não utilizado no ajuste anual.
Não comprovado o erro de fato, mas existindo eventualmente pagamento a maior de estimativa mensal em relação ao valor do débito apurado no encerramento do respectivo ano-calendário, cabível a devolução do saldo negativo no ajuste anual.
Numero da decisão: 1401-002.910
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Angelo Abrantes Nunes, Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano e Letícia Domingues Costa Braga.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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DCOMP. AFASTAMENTO DO ÓBICE DO ART. 10 DA IN SRF Nº 460/04 E REITERADO PELA IN SRF Nº 600/05. SÚMULA CARF Nº 84. Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação, desde que comprovado o erro de fato e desde que não utilizado no ajuste anual. Não comprovado o erro de fato, mas existindo eventualmente pagamento a maior de estimativa mensal em relação ao valor do débito apurado no encerramento do respectivo anocalendário, cabível a devolução do saldo negativo no ajuste anual. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Angelo Abrantes Nunes, Lívia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Cláudio de Andrade Camerano e Letícia Domingues Costa Braga. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 91 12 30 /2 00 8- 57 Fl. 89DF CARF MF Processo nº 10880.911230/200857 Acórdão n.º 1401002.910 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Cuidam os autos de reconhecimento de direito creditório da recorrente que não foi homologado pela DRJ tendo em vista que o pagamento indicado como crédito compensado tinha sido integralmente utilizado pela quitação de débito da contribuinte confessado em DCTF e que não restaria crédito disponível para compensação. Por outro lado, o pagamento indevido a título de estimativa deveriam ter sido deduzidas da contribuição devida para compor eventual saldo negativo de contribuição social, esse sim passível de restituição ou compensação com débitos da contribuinte. Inconformada com a decisão de primeira instância, interpôs o contribuinte recurso voluntário, alegando as mesmas razões de sua manifestação de inconformidade e, ainda, que a legislação utilizada para vedar o aproveitamento do crédito pretendido pelo contribuinte, qual seja, o art. 10 da IN 600/2005 é posterior à compensação realizada. Portanto, não poderia ter tal legislação maculado a compensação pleiteada, tendo em vista que ela é posterior ao fato. Este é o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.905, de 20/09/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.904190/2008 97, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.905): "O recurso é tempestivo e preenche os requisitos legais, assim dele tomo conhecimento. A Recorrente rebelase contra a decisão recorrida que denegou o direito creditório pleiteado e não homologou a DCOMP objeto dos autos. Inexistindo preliminar a ser enfrentada, passo diretamente à análise do mérito. Fl. 90DF CARF MF Processo nº 10880.911230/200857 Acórdão n.º 1401002.910 S1C4T1 Fl. 4 3 Direito de repetição do indébito tributário (crédito). Compensação tributária de débitos próprios, vencidos ou vincendos: O sujeito passivo tem direito à restituição total ou parcial do tributo, no caso de pagamento indevido ou a maior (CTN, art. 165). O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão (Lei 9.430/96, art. 74). Ônus probatório: No processo de compensação tributária, a Contribuinte é autora do pedido de aproveitamento de crédito contra a Fazenda Nacional para encontro de contas informado na declaração de compensação informada. À luz do artigo 373, I, do CPC (Lei nº 13.105, de 2015), de aplicação subsidiária no processo administrativo tributário federal (processo de compensação tributária), compete ao autor do pedido de crédito o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito de crédito alegado, mediante apresentação de elementos de prova hábeis e idôneos da existência do crédito contra a Fazenda Nacional, utilizado para encontro de conta com débitos próprios vencidos ou vincendos objeto da DCOMP, para que seja aferida a liquidez e certeza, nos termos do art. 170 do Código Tributário Nacional. O momento da apresentação das provas, sua produção, está previsto nos arts. 15 e 16 do Decreto nº 70.235/72. A decisão da DRJ apenas apresentou um erro de fato e a formação do direito creditório, bem como sua liquidez e certeza para encontro de contas com débitos confessados na DCOMP objeto dos autos, pois se limitaram a denegar o direito creditório com base no óbice do art. 10 da IN SRF 460/04, reiterado pela IN SRF nº 460/05. Ocorre que o óbice do art. 10 da Instrução Normativa SRF n° 460/04, reiterado na IN SRFnº 600/05, ficou superado a partir da edição da IN SRF 900/2008 que suprimiu a vedação da repetição imediata, aproveitamento ou utilização em compensação tributária de pagamento a maior ou indevido de estimativas mensais do IRPJ ou da CSLL antes de findo o período de apuração, ou depois, desde que reste comprovado, de forma cabal, o erro de fato na apuração da base de cálculo ou pagamento totalmente desvinculado da base de cálculo que deu origem ao crédito pleiteado. Fl. 91DF CARF MF Processo nº 10880.911230/200857 Acórdão n.º 1401002.910 S1C4T1 Fl. 5 4 No mesmo sentido, a Súmula CARF nº 84, cujo verbete transcrevo, in verbis: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Portanto, afastado o óbice, ou seja, é possível a devolução de pagamento indevido de estimativa mensal desde que comprovado o alegado erro de fato e desde que não utilizado ou computado o respectivo valor no saldo negativo do imposto (ajuste anual). Por todo exposto, voto por DAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, reformando a decisão da DRJ e reconhecer o direito creditório pleiteado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto acima transcrito. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 92DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.937247/2011-30
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2005
FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO.
Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior.
Numero da decisão: 1402-003.166
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone.
Nome do relator: PAULO MATEUS CICCONE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 FALTA DE COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. INEXISTÊNCIA DE DIREITO CREDITÓRIO. Inexiste direito creditório quando o contribuinte deixa de comprovar a ocorrência de pagamento indevido ou a maior. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: conselheiros Marco Rogério Borges, Caio Cesar Nader Quintella, Ailton Neves da Silva, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Evandro Correa Dias, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei, Paulo Mateus Ciccone. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 93 72 47 /2 01 1- 30 Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10880.937247/201130 Acórdão n.º 1402003.166 S1C4T2 Fl. 3 2 Relatório Adoto o bem elaborado relatório do v. acórdão recorrido: O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório [...] emitido eletronicamente [...] referente ao PER/DCOMP [...]. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de ter reconhecido o direito creditório correspondente a SIMPLES – Código de Receita 6106, no valor original na data de transmissão de R$ 325,51, representado por Darf recolhido em 07/11/2005 e de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP. De acordo com o Despacho Decisório a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade alegando que o Despacho Decisório foi recebido e assinado por pessoa não habilitada para receber tal correspondência, que o assinante não é sócio e não representa legalmente a requerente; que a intimação não é válida, porque não esta formalmente revestida dos requisitos da lei e que dessa forma trás consigo a nulidade do ato praticado e conseqüentemente a nulidade do processo; pede que em preliminares seja declarada a nulidade da notificação do Despacho Decisório, entregue sem a observância dos ditames da lei, contrariando os dispostos nos art. 214,215,247 do Código de Processo Civil; que efetuou a compensação conforme art. 66, da Lei 8383/91; que a partir de 30/09/2003, foi instituído o processo eletrônico de pedido de compensação, o qual o contribuinte não tem como esclarecer a origem do crédito; que a Constituição Federal em seu art. 195 explicita que o PIS irá incidir sobre o faturamento obtido pelas empresas; que o fato gerador do PIS/Cofins é o faturamento, não podendo ampliar tal conceito para o ICMS que é faturado pelo Estado; que o valor do ICMS destacado na nota fiscal da manifestante é para simples registro contábil fiscal, sendo que em hipótese alguma deve ser Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10880.937247/201130 Acórdão n.º 1402003.166 S1C4T2 Fl. 4 3 incluído na base de cálculo do PIS; Pede a reforma do despacho decisório e a homologação da compensação. Em seguida, a DRJ proferiu v. acórdão negando provimento a impugnação. ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 2005 PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. CRÉDITO NÃO COMPROVADO. Na falta de comprovação do pagamento indevido ou a maior, não há que se falar de crédito passível de compensação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Inconformada, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Mateus Ciccone Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402003.165, de 16/05/2018, proferido no julgamento do Processo nº 10880.937246/2011 95, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402003.165): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria de competência desta Corte Administrativa e preenche todos os demais requisitos de admissibilidade previstos em lei, portanto, dele tomo conhecimento. Da nulidade da citação do r. Despacho Decisório: Em relação a nulidade da citação por não ter sido recebida pelo representante legal da empresa, entendo que não deve ser acolhida. Em relação a esta matéria, este E. Tribunal já pacificou seu entendimento e editou a Súmula CAR 9, com o texto abaixo colacionado. SÚMULA CARF N.o 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10880.937247/201130 Acórdão n.º 1402003.166 S1C4T2 Fl. 5 4 eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. De acordo com a cópia do AR (fl. 9), a Recorrente foi devidamente notificada. Sendo assim, afasto a preliminar relativa a nulidade da citação do r. Despacho Decisório. Da nulidade do r. Despacho Decisório: Em relação a nulidade alegada pela Recorrente de que o r. Despacho Decisório é confuso, não determina claramente a matéria, bem como não fundamenta adequadamente a não homologação da compensação dos créditos, entendo que não merece ser acolhida. A Recorrente conseguiu entender perfeitamente os motivos pela qual seu pedido de compensação não foram homologados. Tanto foi assim, que apresentou manifestação de inconformidade e Recurso Voluntário apresentando argumentos de defesa contra a não homologação da compensação do crédito. Ademais, a matéria relativa a nulidade no processo administrativo tributário é regida exclusivamente pelos arts. 59 e 60 do Dec. n.º 70.235, de 1972, abaixo transcritos: "Art. 59 São nulos: I os atos e termos lavrados por pessoa incompetente; II os despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. ................................................... Art. 60 As irregularidades, incorreções e omissões diferentes das referidas no artigo anterior não importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio." O despacho contestado não é nulo eis que não afrontou nenhuma das hipóteses do inciso II do art. 59 acima transcrito e foi lavrado por autoridade competente, sendo que não houve preterição do direito de defesa. Desta forma, nega provimento a esta preliminar de nulidade. Mérito: Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10880.937247/201130 Acórdão n.º 1402003.166 S1C4T2 Fl. 6 5 Conforme r. Despacho Decisório a compensação do crédito não foi homologada devido ao fato de o valor de R$ 325,51 constante no DARF ter sido integralmente alocado para a quitação de outros débito do contribuinte. A Recorrente apresenta alegação em sua manifestação de inconformidade e Recurso Voluntário, mas não traz aos autos nenhuma prova ou fato que possa modificar tanto o r. Despacho Decisório, como o v. acórdão recorrido. O Darf foi integralmente utilizado para o pagamento do débito declarado pelo contribuinte, não restando saldo para operar a compensação, inexistindo provas ou argumentos que provem situação diferente da que foi apontada no r. Despacho Decisório. A Recorrente também questiona a legalidade da legislação que regula o instituto da compensação defendendo a exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais, porém não traz aos autos nenhum documento que relacione que os créditos objeto da compensação se referem a tal exclusão do ICMS da base de cálculo das contribuições sociais. Assim, ainda que o alegado direito existisse, a Recorrente não faria jus à compensação, pois não apresenta sequer um documento fiscal que confirme a necessária liquidez ao crédito pleiteado. Desta forma, afasta a alegação da Recorrente relativa exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS/COFINS, eis que não verifiquei ser matéria versada nos autos. De resto, colaciono a parte do v. acórdão recorrido relativa a esta matéria para fundamentar meu voto. EXCLUSÃO DE ICMS A base de cálculo das Contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PIS/ PASEP e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS é o faturamento. Somente a lei pode modificar a base de cálculo do tributo. A legislação do PIS/PASEP e da COFINS prevê exclusões da base de cálculo. Especificamente quanto ao Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, excluemse da receita bruta o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário, no regime cumulativo, e a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação em ambos regimes. Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10880.937247/201130 Acórdão n.º 1402003.166 S1C4T2 Fl. 7 6 Da mesma forma, também não acato a alegação da Recorrente relativa a ilegalidade da Instrução Normativa que tornou o procedimento de compensação e restituição de seus créditos por meio de mecanismo eletrônico denominado PER/DCOMP. Até o presente momento não existe qualquer manifestação do judiciário relativa a ilegalidade da IN 320/2003 que regulamentou o procedimento da PER/DCOMP. De resto, em relação a esta alegação da Recorrente utilizo os fundamentos do v. acórdão recorrido para fundamento meu voto. ARGÜIÇÃO DE ILEGALIDADE DA INSTRUÇÃO NORMATIVA Não se acolhem as alegações de ilegalidade da Instrução Normativa que regulamenta a compensação. Ao contrário do alegado, as condições para o contribuinte efetuar compensação podem ser estabelecidas por atos normativos. O art. 170 do CTN, assim disciplina: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. De acordo com o dispositivo transcrito, a lei pode autorizar a compensação sob determinadas condições e garantias. Ainda conforme art. 170 do CTN, a lei que autorizar a compensação pode estipular referidas condições e garantias ou pode atribuir à autoridade administrativa o poder de as estipular. Na espécie, a autorização da compensação foi dada pelo art. 74 da Lei n.º 9.740, de 1996. Seu § 14, incluído pela Lei nº 11.051, de 2004, autoriza, expressamente, a Secretaria da Receita Federal a disciplinar o que dispõe o artigo. Portanto, as instruções normativas expedidas pela Receita Federal são instrumentos legítimos para estipular condições não expressamente previstas em lei. Ainda que assim não fosse, os argumentos do contribuinte não teriam proveito neste foro. Os atos normativos expedidos pela Receita Federal compõem a legislação tributária e a todos vinculam (art. 96 e art. 100 do CTN). A autoridade fiscal não se pode furtar ao cumprimento da legislação vigente, pois sua atividade é plenamente vinculada, sob pena de responsabilidade funcional (parágrafo único do art. 142 do CTN). De acordo como o inciso V do art. 7º da Portaria do Ministro da Fazenda n.º 341, de 12 de julho de 2011, “são deveres do julgador observar o disposto no art. Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10880.937247/201130 Acórdão n.º 1402003.166 S1C4T2 Fl. 8 7 116, III, da Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, bem como da RFB expresso em atos normativos”. Por fim, o que a impugnante alega ser entendimento do Judiciário não pode ser imposto ao fisco. Via de regra, entendimentos expressos em decisões judiciais ficam restritos às partes integrantes do processo, não cabendo a extensão dos seus efeitos jurídicos a terceiros. Conseqüentemente, não se estende à impugnante a jurisprudência por ela invocada. Pelo exposto e por tudo que consta processado nos autos, conheço do Recurso Voluntário e nego provimento, mantendo o v. acórdão recorrido. " Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Mateus Ciccone Fl. 73DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10907.720384/2013-53
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2009
DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA nº 126. APLICABILIDADE.
A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010.
Numero da decisão: 3002-000.407
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votaram pelas conclusões as conselheiras Larissa Nunes Girard e Maria Eduarda Câmara Simões.
(assinado digitalmente).
Larissa Nunes Girard - Presidente.
(assinado digitalmente).
Alan Tavora Nem - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator).
Nome do relator: ALAN TAVORA NEM
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2009 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA nº 126. APLICABILIDADE. A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do Decreto-Lei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votaram pelas conclusões as conselheiras Larissa Nunes Girard e Maria Eduarda Câmara Simões. (assinado digitalmente). Larissa Nunes Girard - Presidente. (assinado digitalmente). Alan Tavora Nem - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator).
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IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA nº 126. APLICABILIDADE. A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. Votaram pelas conclusões as conselheiras Larissa Nunes Girard e Maria Eduarda Câmara Simões. (assinado digitalmente). Larissa Nunes Girard Presidente. (assinado digitalmente). Alan Tavora Nem Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Larissa Nunes Girard (Presidente), Maria Eduarda Alencar Câmara Simões e Carlos Alberto da Silva Esteves e Alan Tavora Nem (Relator). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 90 7. 72 03 84 /2 01 3- 53 Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10907.720384/201353 Acórdão n.º 3002000.407 S3C0T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão nº 1294.803 da DRJ/RJO, que manteve integralmente o Crédito Tributário lançado pelo Auto de Infração, que exige do contribuinte a multa em razão de deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute, penalidade prevista no art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966, cuja redação foi dada pelo art. 77 da Lei nº 10.833, de 2003, conforme relatório da 4ª Turma da DRJ/RJO (fls. 48/52), exarado nos seguintes termos: "Versa o processo sobre a controvérsia instaurada em razão da lavratura pelo fisco de auto de infração para exigência de penalidade prevista no artigo 107, inciso IV, alínea “e” do Decretolei nº 37/1966, com a redação dada pela Lei nº 10.833/2003. Os fundamentos para esse tipo de autuação nesse conjunto de processos administrativos fiscais são os seguintes: As empresas responsáveis pela desconsolidação da carga lançaram a destempo o conhecimento eletrônico, pois segundo a IN SRF nº 800/2007 (artigo 22), o prazo mínimo para a prestação de informação acerca da conclusão da desconsolidação é de 48 horas antes da chegada da embarcação no porto de destino do conhecimento genérico. Caso não se concluindo nesse prazo é aplicável a multa. Devidamente cientificada, a interessada traz como alegações, além das preliminares de praxe, acerca de infringência a princípios constitucionais, prática de denúncia espontânea, ilegitimidade passiva, ausência de motivação, tipicidade, e que tragam ao auto de infração a ineficiência e a desconstrução do verdadeiro cerne da autuação que foi o descumprimento dos prazos estabelecidos em legislação norteadora acerca do controle das importações, a argumentação de que de fato as informações constam do sistema, mesmo que inseridas, independente da motivação, após o momento estabelecido no diploma legal pautado pela autoridade aduaneira.". Analisando os argumentos do contribuinte, a DRJ/RJO julgou improcedente a Impugnação (fls. 21/29), considerando que "o lançamento extemporâneo do conhecimento eletrônico, fora do prazo estabelecido na IN SRF nº 800/2007, por causar transtornos ao controle aduaneiro, deve ser mantido". e, ainda, que "sequer se pode imaginar a ocorrência de denúncia espontânea, que justamente é regulada no artigo 138 do CTN e tem seu escopo na infração que enseja o pagamento de tributo, não se aplicando esse instituto ao caso concreto.", conforme sintetizados em seu voto exarado (fls. 51/52). Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10907.720384/201353 Acórdão n.º 3002000.407 S3C0T2 Fl. 4 3 O contribuinte cientificado da decisão, ingressou com Recurso Voluntário (fls. 59/74) requerendo a reforma do Acórdão recorrido, tendo em vista: a) a denúncia espontânea e b) a inaplicabilidade da sanção em razão da norma não conter intempestividade. É o relatório Voto Conselheiro Alan Tavora Nem Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo, preenche os requisitos formais de admissibilidade, inclusive quanto à competência das Turmas Extraordinárias e, portanto, dele tomo conhecimento. A discussão em análise consiste em saber se o contribuinte poderia sofrer a penalidade aplicada pela fiscalização em razão de deixar de prestar informação sobre veículo ou carga nele transportada, ou sobre as operações que execute de acordo com o art. 107, inciso IV, alínea "e", do DecretoLei nº 37, de 1966. Mérito A presente demanda versa sobre a imposição de multa em razão do cumprimento a destempo da obrigação de registrar no SISCOMEX os dados pertinentes. Requer o contribuinte a aplicação da denúncia espontânea considerando que "a Recorrente destaca que prestou a informação correspondente no ano de 2008, e o auto de infração foi lavrado somente em 14/03/2013, ou seja a informação foi prestada anteriormente ao Auto de Infração". Entendo que não assiste razão ao contribuinte em seu pleito, senão vejamos. O instituto da denúncia espontânea prevista no art. 138 do CTN, muito menos, a norma específica relativa à infração à legislação aduaneira, conforme expressamente determina o art. 102 do Decretolei nº 37/1966, a seguir reproduzido: "Art. 102 A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. (Redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 01/09/1988) § 1º (...) § 2º A denúncia espontânea exclui a aplicação de penalidades de natureza tributária ou administrativa, com exceção das penalidades aplicáveis na hipótese de mercadoria sujeita a pena de perdimento. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)." (grifo nossos). O objetivo da denúncia espontânea, evidentemente, é estimular que o infrator informe espontaneamente à Administração aduaneira a prática das infrações de natureza Fl. 84DF CARF MF Processo nº 10907.720384/201353 Acórdão n.º 3002000.407 S3C0T2 Fl. 5 4 tributária e administrativa instituídas na legislação aduaneira. Nesta última, incluída todas as obrigações acessórias que tenham por objeto as prestações positivas (fazer ou tolerar) ou negativas (não fazer) instituídas no interesse fiscalização das operações de comércio exterior. Importante ressaltar que, para aplicação do instituto da denúncia espontânea, é condição necessária que a infração de natureza tributária ou administrativa seja passível de denunciação à fiscalização pelo infrator. Sendo assim, a denúncia espontânea, não tem o condão de desfazer ou paralisar o fluxo inevitável do tempo, para as infrações que têm por objeto as condutas extemporâneas do sujeito passivo, caracterizadas pelo cumprimento da obrigação após o prazo estabelecido na legislação. No mesmo sentido, tem se firmado a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ), conforme enunciados das ementas a seguir transcritas: "TRIBUTÁRIO. PRÁTICA DE ATO MERAMENTE FORMAL. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DCTF. MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. A inobservância da prática de ato formal não pode ser considerada como infração de natureza tributária. De acordo com a moldura fática delineada no acórdão recorrido, deixou a agravante de cumprir obrigação acessória, razão pela qual não se aplica o benefício da denúncia espontânea e não se exclui a multa moratória. "As responsabilidades acessórias autônomas, sem qualquer vínculo direto com a existência do fato gerador do tributo, não estão alcançadas pelo art. 138, do CTN" (AgRg no AG n° 490.441/PR, Relator Ministro LUIZ FUX, DJ de 21/06/2004, p. 164) Agravo regimental improvido. (STJ, ADRESP 885259/ MG, Primeira Turma, Rel. Min Francisco Falcão, pub. no DJU de 12/04/2007) PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO. SUBMISSÃO À REGRA PREVISTA NO ENUNCIADO ADMINISTRATIVO 03/STJ. SUPOSTA OFENSA AO ART. 535 DO CPC/73. AUSÊNCIA DE VÍCIOS NO ACÓRDÃO. EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSTO DE RENDA. MULTA.ATRASO NA ENTREGA. LEGALIDADE. REQUISITOS DE VALIDADE DA CDA. ÓBICE DA SÚMULA 7/STJ. ARESTO ATACADO QUE CONTÉM FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS SUFICIENTES PARA MANTÊLO. ÓBICE DA SÚMULA 126/STJ. 1. (...) 2 (...) 3 (...) 4. É cediço o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido da legalidade da cobrança de multa pelo atraso na entrega da declaração de rendimentos, inclusive quando há denúncia espontânea, pois esta "não tem o condão de afastar a Fl. 85DF CARF MF Processo nº 10907.720384/201353 Acórdão n.º 3002000.407 S3C0T2 Fl. 6 5 multa decorrente do atraso na entrega da declaração de rendimentos, uma vez que os efeitos do artigo 138 do CTN não se estendem às obrigações acessórias autônomas" (AgRg no AREsp 1022862/SP, Rel. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES SEGUNDA TURMA, julgado em 13/06/2017, DJe 21/06/2017). Portanto, segundo o entendimento do STJ (1ª e 2ª Turma), o cumprimento extemporânea de qualquer tipo de obrigação acessória configura infração formal, não passível do benefício do instituto da denúncia espontânea da infração, previsto no art. 138 do CTN. Por fim, em face das disposições do art. 72 do Regimento Interno do CARF de observância obrigatória aplico a Súmula nº 126 "A denúncia espontânea não alcança as penalidades infligidas pelo descumprimento dos deveres instrumentais decorrentes da inobservância dos prazos fixados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil para prestação de informações à administração aduaneira, mesmo após o advento da nova redação do art. 102 do DecretoLei nº 37, de 1966, dada pelo art. 40 da Lei nº 12.350, de 2010.". Princípio da Proporcionalidade Em relação ao ferimento ao Princípio da Proporcionalidade, deixo de apreciar, em razão da Súmula nº 2, do CARF, que assim dispõe: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Interpretação mais favorável ao contribuinte O contribuinte se insurge contra a penalidade aplicada, alegando que "que a intempestividade referida no BL acima citada está fora do campo da aplicabilidade da sanção" uma vez que "não exime a prestação de informações que pode obviamente ser a destempo" e, por fim, argumenta que "a informação da carga com breve retardo, que por sinal não gera nenhum prejuízo ao controle aduaneiro, por certo não pode desencadear uma pena tão gravosa". Entendo que não assiste razão o contribuinte neste ponto, pois como se depreende do art. 22 da IN/RFB nº 800/2007 alterada pelas IN RFB nº 899/2008 e nº 1.372/2013 que dispõe sobre o controle aduaneiro, a seguir reproduzido: Art. 22. São os seguintes os prazos mínimos para a prestação das informações à RFB: (...) II as correspondentes ao manifesto e seus CE, bem como para toda associação de CE a manifesto e de manifesto a escala: (...) d) quarenta e oito horas antes da chegada da embarcação, para os manifestos e respectivos CE a descarregar em porto nacional, ou que permaneçam a bordo; e (grifos nossos) Contudo, considerando que a operação se deu em 15/11/2008 e as informações só foram prestadas em 24/11/2008 e 25/11/2008 (fls. 17), ou seja, após o período Fl. 86DF CARF MF Processo nº 10907.720384/201353 Acórdão n.º 3002000.407 S3C0T2 Fl. 7 6 de 48 horas determinado pela legislação não se pode portanto, como quer o contribuinte se valer da aplicabilidade do art. 112 CTN. Pelo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente). Alan Tavora Nem Fl. 87DF CARF MF
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Numero do processo: 13338.000011/2005-42
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3201-001.452
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência.
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente.
Tatiana Josefovicz Belisário - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: TATIANA JOSEFOVICZ BELISARIO
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do Recurso em diligência. Charles Mayer de Castro Souza Presidente. Tatiana Josefovicz Belisário Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisário, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. Relatório Inicialmente é necessário esclarecer que o presente feito compreende um lote de 36 processos conexos, todos eles relativos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS apurados pelo regime da nãocumulatividade nos anos calendários de 2003 a 2008. Tratamse dos seguintes processos: PROCESSO ACÓRDÃO DRJ TRIBUTO PERÍODO 10320.720149/201020 0830.513 PIS 2ª Trim 2003 10320.720150/201054 0831.407 PIS 3ª Trim 2003 13338.000103/200441 0831.247 PIS 1ª Trim 2004 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 33 38 .0 00 01 1/ 20 05 -4 2 Fl. 1729DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 3 2 10320.720152/201043 0830.749 PIS 2ª Trim 2004 13338.000011/200542 0831.246 PIS 3ª Trim 2004 10320.720169/201009 0831.237 COFINS 4ª Trim 2004 10320.720047/201012 0830.748 COFINS 1ª Trim 2005 10320.720155/201087 0830.750 PIS 1º Trim 2005 19647.012516/200542 0825.611 COFINS Abril/2005 13338.000155/200680 0830.757 COFINS 2ª Trim 2005 10320.720156/201021 0830.751 PIS 2º Trim 2005 19647.007420/200562 0822.687 PIS 3ª Trim 2005 10320.720157/201076 0830.752 PIS 3º Trim 2005 10320.720170/201025 0830.755 COFINS 3º Trim 2005 10320.720158/201011 0830.753 PIS 4ª Trim 2005 10320.720171/201070 0830.931 COFINS 4º Trim 2005 10320.720159/201065 0830.936 PIS 1º Trim 2006 10320.720172/201014 0831.238 COFINS 1º Trim 2006 10320.720160/201090 0830.927 PIS 2º Trim 2006 10320.720161/201034 0830.928 PIS 3ª Trim 2006 10320.720174/201011 0830.933 COFINS 3º Trim 2006 10320.720162/201089 0830.929 PIS 4º Trim 2006 10320.720175/201058 0830.934 COFINS 4º Trim 2006 10320.720163/201023 0830.930 PIS 1º Trim 2007 10320.720164/201078 0830.937 PIS 2º Trim 2007 10320.720177/201047 0830.938 COFINS 2º Trim 2007 10320.720165/201012 0831.233 PIS 3º Trim 2007 10320.720178/201091 0831.239 COFINS 3º Trim 2007 10320.720166/201067 0831.234 PIS 4º Trim 2007 10320.720179/201036 0831.240 COFINS 4º Trim 2007 10320.720167/201010 0831.235 PIS 1º Trim 2008 10320.720180/201061 0831.241 COFINS 1º Trim 2008 10320.720168/201056 0831.236 PIS 2º Trim 2008 10320.720181/201013 0831.242 COFINS 2º Trim 2008 10320.720182/201050 0831.243 COFINS 3º Trim 2008 10320.720183/201002 0831.408 COFINS 4ª Trim 2008 Desse modo, a presente Resolução será replicada em todos os processos acima referidos, devendose, na execução do julgado, observarse aquilo que se aplica a cada um dos fatos geradores abrangidos. Como dito, tratamse de diversos Pedidos de Ressarcimento de créditos de PIS e COFINS oriundos da aquisição de bens e serviços utilizados na fabricação de bens exportados para o mercado externo, apurados trimestralmente, além de um Auto de Infração. Conforme Relatório Fiscal integrante do Despacho Decisório: (...) o não reconhecimento do crédito se deu em virtude de vários fatores, compreendendo cômputo de outras receitas registradas na escrituração contábil (livro razão) e fiscal (livros registro de entrada, registro de saída, apuração de IPI, inventário etc) não informadas pelo Fl. 1730DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 4 3 contribuinte no Dacon, bem como glosa de créditos informados no Dacon, mas não respaldados na contabilidade, incidentes sobre gastos ou despesas: Fl. 1731DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 5 4 A Recorrente apresentou Manifestações de Inconformidade e Impugnação solicitando o reconhecimento integral do crédito postulado. Após exame, a DRJ proferiu acórdão assim ementado (ajustandose, apenas, para cada processo, o tributo PIS ou COFINS e o período de apuração): ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 PEDIDO DE PERÍCIA. CARÁTER TÉCNICO DA PROVA. A perícia é meio de prova destinado a exames que requeiram conhecimento técnico específico. PROVA DOCUMENTAL. MOMENTO DE APRESENTAÇÃO. A prova documental deve ser apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento Fl. 1732DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 6 5 processual, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior, refirase a fato ou a direito superveniente ou destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas os autos. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. BASE DE CÁLCULO. A partir de dezembro de 2002, a base de cálculo da contribuição é o faturamento, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. RECEITA FINANCEIRA. ALÍQUOTA ZERO. EXCLUSÃO DA BASE DE CÁLCULO. A partir de agosto de 2004, estão sujeitas à alíquota zero as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas submetidas ao regime nãocumulativo. As receitas submetidas à alíquota zero não integram a base de cálculo da contribuição. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. INSUMOS. CRÉDITOS NA AQUISIÇÃO. Quando adquiridos, os bens e serviços utilizados como insumo geram direito ao crédito na incidência nãocumulativa da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OPTANTE PELO SIMPLES. O fato de a pessoa jurídica fornecedora do bem enquadrado como insumo ser optante pelo Simples não obsta o direito de crédito do adquirente, relativamente ao valor pago. INSUMO. FORNECEDOR PESSOA FÍSICA. Não dará direito a crédito o valor da aquisição de bens ou serviços não sujeitos ao pagamento da contribuição. INSUMO. FORNECEDOR OU PRESTADOR. SITUAÇÃO FISCAL IRREGULAR. A situação fiscal irregular do fornecedor ou prestador não constitui obstáculo ao creditamento sobre o valor de bens e serviços. FALTA DE PROVA. UTILIZAÇÃO COMO INSUMO. Incumbe ao manifestante comprovar que determinado bem ou serviço, sobre o qual pleiteia creditamento, foi utilizado como insumo na fabricação de produtos destinados à venda. Fl. 1733DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 7 6 RESSARCIMENTO. INSUMO CORPÓREO. Para configurar insumos para os fins de creditamento na forma do disposto no art. 3º, II, da Lei nº 10.637, de 2002, e do art. 3º, II, da Lei nº 10.833, de 2003, as matérias primas, os produtos intermediários e o material de embalagem, utilizados na fabricação de bens destinados à venda, devem sofrer alterações, tais como o desgaste, o dano, ou a perda de propriedades físicas ou químicas, em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação, e, ainda, não podem representar acréscimo de vida útil superior a um ano ao bem em que forem aplicadas. RESSARCIMENTO. SERVIÇO. INSUMO. Na apuração do PIS/Pasep e da Cofins, a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados sobre gastos incorridos com serviços utilizados como insumo, desde que pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade da empresa, ou implica substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. RESSARCIMENTO. ENERGIA ELÉTRICA. Podem ser descontados créditos da Cofins e do PIS/Pasep Nãocumulativos sobre os gastos totais com a energia elétrica consumida nos estabelecimentos da pessoa jurídica. RESSARCIMENTO. COMBUSTÍVEIS. O gasto com combustíveis utilizados como insumos na fabricação de produtos gera crédito na apuração da Cofins e do PIS/Pasep Não Cumulativos, ainda que submetidos à tributação monofásica com base em alíquota diferenciada, sendo os créditos calculados, todavia, com base nas alíquotas padrões. FRETE NA COMPRA DE INSUMOS. Não há previsão legal para apurar créditos de frete nas operações de compra. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Reconhecido em ParteA O acórdão recorrido, portanto, afastou as seguintes glosas: (i) receitas financeiras (determinou a exclusão das receitas financeiras da base de cálculo das contribuições); (ii) bens adquiridos e não integralmente pagos aos fornecedores no mesmo trimestre de apuração (aplicação do regime de competência); (iii) bens adquiridos de pessoas jurídicas optantes pelo SIMPLES; Fl. 1734DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 8 7 (iv) créditos adquiridos de pessoas jurídicas com irregularidades, posto que não comprovado pela Fiscalização a inaptidão do respectivos CNPJs; As glosas mantidas foram as seguintes: (v) receitas de recuperação de despesas (manteve as receitas de recuperação de despesas na base de cálculo das contribuições) (vi) carvão adquirido de produtores rurais pessoas físicas, portanto, não sujeitos à incidência do PIS e da COFINS; (vii) serviços utilizados como insumos, em razão destes não estarem devidamente escriturados em DACON e, também, pela ausência de demonstração da sua inserção no "conceito funcional de insumo"; (viii) aquisição de energia elétrica em razão de divergências entre os livros fiscais e os balancetes de verificação; (ix) frete sobre operações de compra, por ausência de previsão legal; (x) "outros valores com direito a crédito", por ausência de comprovação da natureza de tais créditos Inconformado, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário reiterando os argumentos de defesa apresentados quanto ao crédito tributário mantido, requerendo: (a) o afastamento da declaração de preclusão do direito à apresentação de documentos probatórios; (b) o afastamento do critério físico na apuração do PIS e da COFINS não cumulativos, com a utilização dos conceitos de custos necessários à obtenção de receita, conforme legislação do Imposto de Renda; (c) a autorização para a apropriação de créditos sobre a aquisição de carvão de pessoas físicas, nos termos do art. 8º da Lei nº 10.925/2004; (d) a autorização para apropriação de créditos decorrentes da aquisição de insumos, ainda que não escriturados corretamente em DACON (erro material), bem como pela negativa imposta de comprovação da sua essencialidade; (e) a autorização para apropriação de créditos em decorrência da aquisição de energia elétrica, consumida no processo produtivo, devendo ser afastadas eventuais inconsistências verificadas em DACON; (f) a legitimidade da apropriação de créditos sobre quisição de fretes, seja nas operações de venda, seja nas aquisições; (g) autorização para a apropriação de créditos diversos decorrentes da aquisição de insumos (bens ou serviços) essenciais ao seu processo produtivo; Fl. 1735DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 9 8 (h) requer a conversão do feito em diligência para a realização de perícia contábil para a verificação dos alegados erros de declaração e, também, da essencialidade dos insumos adquiridos; (i) por fim, requer seja determinada a aplicação da correção monetária sobre o crédito tributário a ser ressarcido. Após os autos foram remetidos a este CARF e a mim distribuídos por sorteio ou por redistribuição em razão de conexão. É o relatório. Voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Relatora Conforme se verifica pelo relato dos fatos, o presente feito abrange tanto discussões exclusivamente de direito, como aspectos relacionados à materialidade do crédito tributário, quanto questões relativas aos cálculos de apuração do crédito tributário. Nesse aspecto, 2 (duas) questões sobressaltam e, a meu ver, demandam melhor análise dos fatos: (i) existência de divergências entre valores declarados em DACON e escriturados em documentos contábeis; (ii) essencialidade de itens ao processo produtivo da Recorrente. Quanto ao primeiro, tenho que deve se observar, na hipótese dos autos, o princípio da verdade material a ser perseguido no curso do procedimento administrativo de constituição do crédito tributário. Por óbvio, a aplicação de tal princípio deve estar calcada na necessária observância ao ônus da prova. Tratandose de apuração de créditos de PIS e COFINS, cabe ao contribuinte demonstrar a existência do seu direito. Verifico que a Recorrente, em sua defesa e em seu Recurso Voluntário, apresentou alegações e documentos pelos quais busca legitimar os valores dos créditos considerados em sua apuração, especialmente com relação aos seguintes pontos, conforme redação utilizada pelo Acórdão recorrido: "(...)despesas incorridas com serviços prestados por pessoa jurídica, declaradas pelo contribuinte no Dacon como utilizados como insumo, mas não verificadas na sua escrituração (...)". "(...) despesas com energia elétrica, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas não integralmente comprovadas na escrituração (...)" Fl. 1736DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 10 9 "(...) despesas com armazenagem e frete, declaradas pelo contribuinte no Dacon, mas em valores significativamente inferiores aos comprovados na escrituração (...)" "(...) crédito relativo a outras operações com direito a crédito, identificada na linha 13 da ficha 6 do Dacon (...)" Embora o acórdão proferido tenha se manifestado acerca das alegações de erros cometidos pela Recorrente, não adentrou acerca da análise específica dos documentos apresentados, limitandose a concluir que competia ao contribuinte, ao prestar suas informações, trazer maiores especificações e detalhamentos. Assim, ainda sem concluir pela prestabilidade ou não dos esclarecimentos e documentos apresentados pela Recorrente, entendo que tais demonstrações não restaram devidamente examinadas pelo acórdão recorrido, merecendo melhor análise. Quanto ao segundo aspecto, atinente aos insumos aplicados ao processo produtivo da Recorrente, sabese que, há muito, a jurisprudência deste CARF vinha se firmando no conceito da essencialidade como critério autorizador à tomada de créditos no regime não cumulativo do PIS e da COFINS. Tal entendimento foi recentemente chancelado pelo Superior Tribunal de Justiça, em sede de Recurso Representativo de controvérsia, portanto, de observância obrigatória por este órgão julgador: TRIBUTÁRIO. PIS E COFINS. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. NÃO CUMULATIVIDADE. CREDITAMENTO. CONCEITO DE INSUMOS. DEFINIÇÃO ADMINISTRATIVA PELAS INSTRUÇÕES NORMATIVAS 247/2002 E 404/2004, DA SRF, QUE TRADUZ PROPÓSITO RESTRITIVO E DESVIRTUADOR DO SEU ALCANCE LEGAL. DESCABIMENTO. DEFINIÇÃO DO CONCEITO DE INSUMOS À LUZ DOS CRITÉRIOS DA ESSENCIALIDADE OU RELEVÂNCIA. RECURSO ESPECIAL DA CONTRIBUINTE PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESTA EXTENSÃO, PARCIALMENTE PROVIDO, SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC/1973 (ARTS. 1.036 E SEGUINTES DO CPC/2015). 1. Para efeito do creditamento relativo às contribuições denominadas PIS e COFINS, a definição restritiva da compreensão de insumo, proposta na IN 247/2002 e na IN 404/2004, ambas da SRF, efetivamente desrespeita o comando contido no art. 3o., II, da Lei 10.637/2002 e da Lei 10.833/2003, que contém rol exemplificativo. 2. O conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios da essencialidade ou relevância, vale dizer, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de determinado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo contribuinte. 3. Recurso Especial representativo da controvérsia parcialmente conhecido e, nesta extensão, parcialmente provido, para determinar o retorno dos autos à instância de origem, a fim de que se aprecie, em cotejo com o objeto social da empresa, a possibilidade de dedução dos créditos realtivos a custo e despesas com: água, combustíveis e Fl. 1737DF CARF MF Processo nº 13338.000011/200542 Resolução nº 3201001.452 S3C2T1 Fl. 11 10 lubrificantes, materiais e exames laboratoriais, materiais de limpeza e equipamentos de proteção individualEPI. 4. Sob o rito do art. 543C do CPC/1973 (arts. 1.036 e seguintes do CPC/2015), assentamse as seguintes teses: (a) é ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e 404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de nãocumulatividade da contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis 10.637/2002 e 10.833/2003; e (b) o conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou seja, considerandose a imprescindibilidade ou a importância de terminado item bem ou serviço para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte. (REsp 1221170/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 22/02/2018, DJe 24/04/2018) Assim, para a análise acerca da legitimidade das glosas efetuadas pela Fiscalização, necessário perquirir acerca da natureza de tais insumos e a sua essencialidade ao processo produtivo, aspecto não adentrado, seja em sede de lançamento, seja pela decisão de primeiro grau. Pelo exposto, voto por converter o feito em diligência para que a Autoridade Lançadora intime o contribuinte para, no prazo de 60 (sessenta) dias, prorrogável por mais 30 (trinta) dias: (i) apresentar, de forma detalhada, quais os erros de declaração existentes em suas DACONs, indicando, com o devido lastro probatório, os corretos valores a serem observado, podendo a Autoridade lançadora solicitar especificamente os documentos que entenda necessários para tal comprovação; (ii) apresentar laudo descritivo da sua atividade operacional, indicando, para cada um dos itens (insumos) objeto de glosa, sua aplicação e essencialidade ao seu processo produtivo. Após, deverá a Autoridade Lançadora se manifestar acerca das informações e documentos apresentados pela Contribuinte, notadamente no que se refere aos alegados erros de preenchimento das DACONs e respectivos documentos probatórios, apresentando relatório conclusivo. Concluído, abrase novo prazo de (30) trinta dias para que a Recorrente se manifeste acerca do Relatório Fiscal. Ao final, retornemse os autos para julgamento. Esclareço que o prazo concedido é único e aplicase a todos os processos objeto da presente Resolução. Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 1738DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.922908/2009-80
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/09/2003 a 30/09/2003
PRELIMINAR DE NULIDADE POR AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA.
Não se aplicam os artigos 31 e 59, inciso II do Decreto nº 70.235/1972 quando são analisadas as questões postas pela Recorrente em manifestação de inconformidade. Ausência de preterição do direito de defesa.
BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF.
Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF.
Recurso Voluntário provido em Parte.
Direito Creditório Reconhecido.
Numero da decisão: 3402-005.688
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar a preliminar de conversão do julgamento do recurso em diligência, para apurar o quantum do direito creditório, vencida a conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, que suscitou a diligência e os conselheiros Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Waldir Navarro Bezerra. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento da decisão recorrida quanto à inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei n. 9.718/98, o processo retorne à unidade de origem para apurar o quantum e eventual direito creditório do contribuinte.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, que foi substituída pelo Suplente convocado.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
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INOCORRÊNCIA. Não se aplicam os artigos 31 e 59, inciso II do Decreto nº 70.235/1972 quando são analisadas as questões postas pela Recorrente em manifestação de inconformidade. Ausência de preterição do direito de defesa. BASE DE CÁLCULO. LEI Nº 9.718 DE 1998. INCONSTITUCIONALIDADE DO ALARGAMENTO. DECISÃO PLENÁRIA DEFINITIVA DO STF. Através do julgamento do Recurso Extraordinário nº 585.235/MG o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional o alargamento da base de cálculo do PIS e da COFINS, promovido pelo § 1º do art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998. Incidência do artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997. Decisões definitivas de mérito, proferidas em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Artigo 62, § 2º do Regimento Interno do CARF. Recurso Voluntário provido em Parte. Direito Creditório Reconhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em rejeitar a preliminar de conversão do julgamento do recurso em diligência, para apurar o quantum do direito creditório, vencida a conselheira Maria Aparecida Martins de Paula, que suscitou a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 92 29 08 /2 00 9- 80 Fl. 47DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 2 diligência e os conselheiros Renato Vieira de Avila (suplente convocado) e Waldir Navarro Bezerra. Acordam, ainda, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário para que, afastado o fundamento da decisão recorrida quanto à inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei n. 9.718/98, o processo retorne à unidade de origem para apurar o quantum e eventual direito creditório do contribuinte. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Cynthia Elena de Campos, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Renato Vieira de Ávila (Suplente convocado). Ausente justificadamente a Conselheira Thais De Laurentiis Galkowicz, que foi substituída pelo Suplente convocado. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra o Acórdão nº 06 036.897proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba/PR, que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, mantendo a negativa de homologação da compensação. O Despacho Decisório que não homologou a compensação pleiteada, alegou inexistência de saldo de crédito para a compensação requerida. Na manifestação apresentada, a interessada diz que o crédito decorre da declaração de inconstitucionalidade pelo STF do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 1998 no RE 357950, e que aproveitou o referido crédito nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Demonstra numericamente a origem do crédito e diz estar amparada pelo art. 170 do CTN. Cita e transcreve jurisprudência administrativa e, ressaltando o contido no art. 165 do CTN, insiste no direito à restituição. Ao final, pede a homologação da compensação. Regularmente cientificada da decisão do colegiado a quo a Contribuinte tempestivamente interpôs o Recurso Voluntário com os seguintes argumentos: PRELIMINARMENTE: NULIDADE DO ACÓRDÃO COM BASE NO ARTIGO 59, II, DO DECRETO Nº 70.235/1972, EM RAZÃO DE NEGATIVA DE VIGÊNCIA AO ARTIGO 31 DO MESMO DIPLOMA LEGAL. MÉRITO: INCONSTITUCIONALIDADE DA ALTERAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA COFINS PELA LEI Nº 9.718/98 E DA APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. É o relatório. Fl. 48DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402005.686, de 23 de outubro de 2018, proferido no julgamento do processo 10980.922906/200991, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402005.686): "Pressupostos legais de admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, devendo ser conhecido por este Colegiado. Preliminar A Recorrente invoca os Artigos 31 e 59 do Decreto nº 70.235/1972, arguindo a nulidade do Acórdão recorrido em razão de ausência de análise dos argumentos expostos em manifestação de inconformidade, sob alegação de falta de competência para analisar a inconstitucionalidade de lei. Sem razão. A Contribuinte havia alegado em manifestação de inconformidade (fls.12 a 17) que apurou crédito tributário de PIS e COFINS com base na declaração de inconstitucionalidade do art. 3°, parágrafo 1°, da Lei n° 9.718/98, proferida pelo Supremo Tribunal Federal no RE 357950, aproveitando parte do referido crédito para compensar com débitos de natureza tributária, nos termos do artigo 74 da Lei n° 9.430/96. Alegou que extinguiu o débito da COFINS, conforme declarado em DCTF, com DARF referente ao período de apuração 31/12/2002 (código de receita 2172) recolhido em 15/01/2003 e, posteriormente, utilizou o crédito tributário referente à COFINS incidente sobre as receitas financeiras no valor de R$ 746,94, sendo indicado no preenchimento do PERD/COMP que o crédito estava vinculado ao DARF em que deu origem ao recolhimento. Invocou o artigos 165 e 170 do Código Tributário Nacional, bem como o artigo 74 da Lei nº 9.430/96. A 3ª Turma da DRJ/CTA julgou improcedente a manifestação de inconformidade e não reconheceu o direito creditório por concluir que não foi apresentada prova documental sobre a origem do crédito em referência, não Fl. 49DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 4 cabendo à autoridade administrativa reconhecer a inconstitucionalidade de dispositivos legais, uma vez não se enquadrar nas hipóteses previstas nos Artigos 1º e 4º, Incisos I, II, III, IV e Parágrafo Único do Decreto nº 2.346/1997. Neste caso, não se aplicam os artigos 31 e 59, inciso II do decreto nº 70.235/1972, considerando que foram analisadas as questões postas pela Recorrente em manifestação de inconformidade, além de não restar configurada a alegada preterição do direito de defesa. Portanto, afasto a preliminar invocada no recurso em análise e passo à análise das razões de mérito invocadas pela defesa. Mérito A Recorrente invoca o reconhecimento da inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo da COFINS pela Lei nº 9.718/98 e aplicação do artigo 62A do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Para tanto, fundamenta pela repercussão geral conferida ao RE nº 585.235 do Supremo Tribunal Federal, que declarou a inconstitucionalidade do § 1º, do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998. Com razão. O PER/DCOMP n° 33473.53599.130706.1.7.041974 (FLS. 6 a 11), com Código da Receita 585601 (Cofins não Cumulativa), transmitido em data de 13/07/2006 em retificação ao PERD/COMP nº 26378.85333.130706.1.3.044105, teve origem no pagamento indevido ou a maior de COFINS (Código da Receita: 2172), realizado em 15/01/2003 no valor de R$ 71.869,87 (setenta e um mil, oitocentos e sessenta e nove reais e oitenta e sete centavos). O crédito indicado se refere a R$ 746,94 (que corresponde a uma parte deste pagamento efetuado em 15/01/2003), e um débito de Cofins, do período de apuração 06/2006, vencido em 14/07/2006, no valor original de R$ 74,99. Considerando o vencimento do tributo em data de 14/07/2006 e a transmissão do PER/DCOMP em data de 13/07/2006, considerase tempestivo o pedido, afastando a incidência da mora. O despacho decisório (Rastreamento nº 842579517) de fls. 2 a 5, não homologou a compensação declarada por concluir pela localização de um ou mais pagamentos, integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. A Manifestação de Inconformidade (fls. 1217) demonstrou a origem do crédito com base na declaração de Fl. 50DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 5 inconstitucionalidade do art. 3°, parágrafo 1°, da Lei n° 9.718/98, proferida pelo Supremo Tribunal Federal no RE 357950, em Sessão Plenária de 09/11/05, apontando a base de cálculo utilizada para apuração deste crédito. Cabe consignar que o RE 357.950/RS foi precedente reconhecido em Plenário para julgamento do RE 585235RG QO, com repercussão geral (TEMA 110) e cuja Ementa se transcreve: EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (RERGQO 585235, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, julgado em 10/09/2008, publicado em 28/11/2008) Ao que pese o precedente reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal e vinculado ao RE 585235, a 3ª Turma da DRJ/CTA embasou a decisão por não atribuir o efeito erga omnes ao 357.950/RS. Vejamos o texto extraído da decisão recorrida: Ou seja, apesar de não ser esse o entendimento da contribuinte, claro está que a atribuição dos julgadores está limitada a afastar a aplicação apenas de leis declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal (STF), de forma inequívoca e definitiva, atendendo ainda a determinação do Secretário da Receita Federal. É de se ressaltar contudo que, no caso em análise, apesar da existência de entendimentos do STF, expressos em julgamentos proferidos, não foram comprovadas as condições descritas no citado decreto para a sua aplicação, afinal, as decisões mencionadas foram proferidas apenas em relação a casos específicos envolvendo, também, partes específicas (que não a contribuinte). Sobre o assunto, aliás, é oportuno mencionar também o que dispõe o enunciado nº 2 do CARF do MF: Súmula CARF nº 2 O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Este, a propósito, também é o comando contido no art. 26A do Decreto nº 70.235, de 1972: Fl. 51DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 6 Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Desse modo, e não cabendo à autoridade administrativa de julgamento acatar as alegações da impugnante, já que a exigência em questão encontra respaldo em leis válidas e vigentes cuja inconstitucionalidade não foi declarada – com os efeitos erga omnes – pelo STF, não deve ser reconhecido o direito creditório pleiteado (pois não restou caracterizado o pagamento a maior). Quanto à jurisprudência apresentada, não há como considerálas, seja pela inexistência de norma legal para lhes conferir eficácia normativa, seja pelo seu caráter inter partes. Da análise dos autos, verificase que o ponto controvertido invocado pela DRJ/CTA para negar o crédito requerido pela Contribuinte cingese à produção de efeitos do RE 357950, não havendo dúvidas levantadas quanto à origem e valores lançados na declaração de compensação. Considerando que a matéria suscitada versa sobre declaração de inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, o que é questão decidida em repercussão geral pelo Supremo Tribunal Federal através do RE 585235, já citado, deveria a autoridade julgadora a quo aplicar o artigo 4º, parágrafo único do Decreto nº 2.346/1997, afastando o § 1º, do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 e, por sua vez, reconhecendo o direito ao crédito tempestivamente informado em PERD/COMP. De outro turno, igualmente por se tratar de decisão definitiva e vinculante do Supremo Tribunal Federal, não incide a Súmula CARF nº 2 e artigo 26A do Decreto nº 70.235/72. Está correta a Recorrente ao afirmar pela aplicação do artigo 62, § 2do Regimento Interno deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, que assim dispõe: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou do s arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Fl. 52DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 7 Neste sentido, colacionase precedente da 3ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais em julgamento ao Recurso Especial nº 137.866 (PAF: 13808.005507/200103): Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/03/1996 a 31/08/1998, 01/11/1998 a 30/11/1998, 01/01/1999 a 31/01/1999, 01/06/1999 a 30/06/1999, 01/08/1999 a 31/08/1999, 01/05/2000 a 31/08/2000, 01/01/2001 a 28/02/2001 Ementa: PIS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. DECISÃO DEFINITIVA DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O Supremo Tribunal Federal, através do seu órgão plenário, já se posicionou de forma definitiva quanto à inconstitucionalidade do disposto no § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, com a reafirmação da sua jurisprudência, no julgamento do RE nº 582.235/MG, reconhecido como de repercussão geral, tendo se deliberado, ainda, neste caso, pela edição de súmula vinculante. APLICAÇÃO DO DISPOSTO NO PARÁGRAFO ÚNICO DO ARTIGO 4º DO DECRETO Nº 2.346/1997 E DO ARTIGO 62 DO RICARF. Nos termos do parágrafo único do artigo 4º do Decreto nº 2.346/1997, na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Recurso Especial do Procurador Negado (Acórdão nº 9303002.859 – 3ª Turma) Por tais razões, deve ser reconhecido o direito creditório da Contribuinte, para que seja analisado o PERD/COMP afastando a inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal e, após a devida apuração, proceda à compensação para fins de extinção do crédito tributário, nos termos previstos pelo artigo 156, inciso II do Código Tributário Nacional cumulado com artigo 74, § 2º da Lei nº 9.430/96. Dispositivo Ante o exposto, conheço o Recurso Voluntário e julgo parcialmente provido, afastando a preliminar de nulidade e, no mérito, reconheço a injuridicidade do fundamento adotado pela decisão recorrida, afastando o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, devendo o processo retornar à Unidade de Origem para que proceda à análise da declaração de compensação, com Fl. 53DF CARF MF Processo nº 10980.922908/200980 Acórdão n.º 3402005.688 S3C4T2 Fl. 0 8 apuração do quantum e eventual direito creditório da Contribuinte." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu conhecer o Recurso Voluntário e julgálo parcialmente provido, para afastar a preliminar de nulidade e, no mérito, reconhecer a injuridicidade do fundamento adotado pela decisão recorrida, afastando o §1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/1998, devendo o processo retornar à Unidade de Origem para que proceda à análise da declaração de compensação, com apuração do quantum e eventual direito creditório da Contribuinte. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 54DF CARF MF
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Numero do processo: 10860.001433/2005-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Dec 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004
CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO.
Os valores correspondentes ao PIS/Cofins retidos na fonte devem ser utilizados para dedução do que for devido a título dessa contribuição. Até a publicação da Medida Provisória nº 413/2008, não havia possibilidade de restituição, por falta de previsão legal, do PIS/Cofins retidos na fonte, tampouco era legalmente admitida a sua compensação.
Numero da decisão: 3201-004.274
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Tatiana Josefovicz Belisario que lhe deu provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Josefovicz Belisario.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. Os valores correspondentes ao PIS/Cofins retidos na fonte devem ser utilizados para dedução do que for devido a título dessa contribuição. Até a publicação da Medida Provisória nº 413/2008, não havia possibilidade de restituição, por falta de previsão legal, do PIS/Cofins retidos na fonte, tampouco era legalmente admitida a sua compensação.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Tatiana Josefovicz Belisario que lhe deu provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Josefovicz Belisario. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
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RESTITUIÇÃO Recorrente S M SISTEMAS MODULARES LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004 CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. Os valores correspondentes ao PIS/Cofins retidos na fonte devem ser utilizados para dedução do que for devido a título dessa contribuição. Até a publicação da Medida Provisória nº 413/2008, não havia possibilidade de restituição, por falta de previsão legal, do PIS/Cofins retidos na fonte, tampouco era legalmente admitida a sua compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário, vencida a conselheira Tatiana Josefovicz Belisario que lhe deu provimento. Manifestou intenção de apresentar declaração de voto a conselheira Tatiana Josefovicz Belisario. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 0. 00 14 33 /2 00 5- 29 Fl. 188DF CARF MF 2 A interessada apresentou pedido de restituição de PIS, com origem nos meses de novembro e dezembro de 2004. Por bem retratar os fatos constatados nos autos, passamos a transcrever o Relatório da decisão de primeira instância administrativa: A contribuinte protocolou o pedido de restituição, pleiteando reaver valores retidos no período de apuração em questão, nos termos do §4° do art. 3° da Lei n° 10.485, de 2002, alterado pela Lei n° 10.865, de 2004, a título de antecipação da contribuição social devida. Ao crédito pleiteado foi vinculada a declaração de compensação. Mediante o Despacho Decisório, o titular da unidade local indeferiu o Pedido de Restituição e não homologou as compensações declaradas. Como fundamento à decisão, a autoridade registrou que os valores retidos na fonte não são passíveis de enquadramento nas regras de compensação do art. 74 da Lei n° 9.430, de 1996, uma vez que não se tratam de créditos passíveis de restituição ou ressarcimento, como expressamente diz o artigo. Disse ainda, citando a Solução de Divergência Cosit n° 8, de 2007, que se o valor da retenção foi calculado corretamente não há pagamento indevido ou a maior. Acrescentou que somente a partir da vigência da Medida Provisória n° 413, de 2008, alterada pela MP n'425 do mesmo ano, e posteriormente convertida na Lei n° 11.727, de 2008, é que se abriu a possibilidade de restituição ou compensação do valor retido a título de PIS e Cofins que superasse o montante devido no encerramento do período de apuração. Até então, o saldo negativo de retenção somente poderia ser deduzido das contribuições devidas nos períodos de apuração seguintes. Cientificada do teor da decisão, alegou em síntese que: a) o pedido de restituição é decorrente das normas de retenção constantes dos §§3° e 4° do artigo 3° da Lei n° 10.485, de 2002, alterado pelo artigo 36 da Lei n° 10.865, de 2004; após o cálculo dos valores devidos da contribuição, apurouse excesso de retenção, daí o surgimento de direito de crédito da contribuinte; b) a possibilidade de restituição ou compensação do excesso de retenção da Cofins e do PIS prevista no art. 5° da Lei d 11.727, de 2008, resultado da conversão da MP n° 413 do mesmo ano, não se trata de introdução de direito novo aos contribuintes, mas de reconhecimento de um direito que já existia; C) a Solução de Divergência Cosit n° 8, de 2007, dirigese aos casos em que as retenções se deram por órgãos públicos, no contexto do art. 64 da Lei n° 9.430, de 1996, não se estendendo à situação da interessada, em que as retenções foram feitas no âmbito de regulação própria para o setor automotivo, conforme Lei n° 10.485, de 2002; para essas situações havia também soluções de consulta da Receita Federal (..) que confirmavam o direito à restituição ou compensação com outros tributos; a Fl. 189DF CARF MF Processo nº 10860.001433/200529 Acórdão n.º 3201004.272 S3C2T1 Fl. 189 3 diferença de tratamento se justifica: no caso das retenções feitas por órgãos públicos há restrição expressa da legislação pertinente (o artigo 64 da Lei n° 9.430) determinando que os valores retidos somente pudessem ser compensados com tributos da mesma espécie. Inexiste tal obstáculo nas outras formas de retenção, não havendo motivo para negar direito à recuperação dos valores antecipados de PIS e Cofins que se revelavam indevidos. Reitera, por fim, a legitimidade de seu procedimento e pleiteia o deferimento do pedido de restituição e a homologação das declarações de compensação. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas julgou improcedente a manifestação de inconformidade, proferindo o Acórdão DRJ/CPS n.º 0530.077, de 23/08/2010 (fls. 168 e ss.), assim ementado: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/11/2004 a 31/12/2004 REGIME NÃOCUMULATIVO. CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. SALDO NEGATIVO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO OU RESTITUIÇÃO. Os valores correspondentes à contribuição social retidos na fonte somente podem ser utilizados como dedução do que for devido a título dessa contribuição. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Irresignada, a contribuinte apresentou, no prazo legal, recurso voluntário de fls. 178 e ss., por meio do qual repete, basicamente, os mesmos argumentos já delineados em sua manifestação de inconformidade. O processo foi distribuído a este Conselheiro Relator, na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou pedidos de restituição de contribuições retidas na fonte. A unidade de origem, contudo, indeferiuos, ao fundamento de inexistir, no caso, por falta de previsão legal, o direito reclamado, tal como preconiza a Solução de Divergência Cosit nº 8, de 24/07/2007: Fl. 190DF CARF MF 4 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP REGIME NÃOCUMULATIVO. CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. EXCESSO DE RETENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO/RESTITUIÇÃO. Rubrica Os valores correspondentes à Contribuição para o PIS/Pasep retidos na fonte somente podem ser utilizados como dedução do que for devido a título dessa contribuição. O excesso de retenção não configura pagamento indevido ou a maior. Não é possível, por falta de previsão legal, a compensação com outros tributos e contribuições administrados pela RFB ou a restituição em dinheiro. Dispositivos Legais: Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; arts. 64 e 74; Lei nº 11.116, de 18 de maio de 2005; art. 16, incisos I e II; Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002; art. 3º, §§ 10 e 20 do art. 50; Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, • art. 15; Instrução Normativa SRF nA 460, de 18 de outubro de 2004; Instrução Normativa SRF nº 517, de 22 de fevereiro de 2005; Instrução Normativa SRF nº 598, de 28 de dezembro de 2005; Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS REGIME NÃOCUMULATIVO. CONTRIBUIÇÃO RETIDA NA FONTE. EXCESSO DE RETENÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO/RESTITUIÇÃO. Rubrica Os valores correspondentes à Contribuição para o PIS/Pasep retidos na fonte somente podem ser utilizados como dedução do que for devido a título dessa contribuição. O excesso de retenção não configura pagamento indevido ou a maior. Não é possível, por falta de previsão legal, a compensação com outros tributos e contribuições administrados pela RFB ou a restituição em dinheiro. Dispositivos Legais: Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; arts. 64 e 74; Lei nº 11.116, de 18 de maio de 2005; art. 16, incisos I e II; Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002; art. 3º, §§ 10 e 20 do art. 50; Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004, • art. 15; Instrução Normativa SRF nA 460, de 18 de outubro de 2004; Instrução Normativa SRF nº 517, de 22 de fevereiro de 2005; Instrução Normativa SRF nº 598, de 28 de dezembro de 2005; Instrução Normativa SRF nº 600, de 28 de dezembro de 2005. Outros processos apresentados pela Recorrente, envolvendo idêntico tema, já foram julgados por este mesmo Conselho Administrativo. Porque concordamos com os seus fundamentos, passamos a reproduzir o voto proferido no processo administrativo nº 10860.001434/200573, relatado pelo Conselheiro Marcos Antonio Borges (Acórdão nº 3801 001.872, de 21/05/2013), adotandoo, também aqui, como razão de decidir: Fl. 191DF CARF MF Processo nº 10860.001433/200529 Acórdão n.º 3201004.272 S3C2T1 Fl. 190 5 A recorrente sustenta que o seu direito creditório decorre do excesso de retenção na fonte apurados após o cálculo dos valores devidos da contribuição para a Cofins, conforme as normas de retenção constantes dos §§3° e 4º do artigo 3° da Lei n° 10.485, de 2002, alterado pelo artigo 36 da Lei n° 10.865, de 2004. A decisão recorrida foi no sentido da impossibilidade da compensação ou restituição desses valores por falta de previsão legal. Com efeito, não assiste razão à recorrente, como veremos. Assim dispunham o citado artigo da Lei n° 10.485, de 2002, com a redação vigente á época: Art. 3° As pessoas jurídicas fabricantes e os importadores, relativamente às vendas dos produtos relacionados nos Anexos I e II desta Lei, ficam sujeitos à • incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS às alíquotas de: (Redação dada pela Lei n'10.865, de 2004) (...) § 3° Os pagamentos efetuados pela pessoa jurídica fabricante dos produtos relacionados no art. 1º desta Lei a pessoa jurídica fornecedora de autopeças, exceto pneumáticos e câmarasdear, estão sujeitos à retenção na fonte da contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS. (Incluído pela Lei n° 10.865, de 2004) § 4º O valor a ser retido na forma do § 3 ° deste artigo constitui antecipação das contribuições devidas pelas pessoas jurídicas fornecedoras e será determinado mediante a aplicação, sobre a importância a pagar, do percentual de 0,5% (cinco décimos por cento) para a contribuição para o PIS/PASEP e 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) para a COFINS. (Incluído pela Lei n° 10.865, de 2004) § 5° Os valores retidos na quinzena deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional até o último dia útil da semana subseqüente àquela quinzena em que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora de autopeças. (Redação dada pela Lei n° 10.925, de 2004) (...) Ou seja, os valores retidos nas hipóteses da retrocitada lei seriam considerados como antecipação do que for devido pelo contribuinte que sofreu a retenção, em relação as respectivas contribuições, podendo ser deduzidos, pelo contribuinte, das contribuições de mesma espécie, devidas relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês de retenção. É o que dispõe ainda a norma regulamentadora IN SRF n° 594, de 2005: Art. 1 º.. Fl. 192DF CARF MF 6 (...) XI autopeças relacionadas nos Anexos I e II da Lei n o 10.485, de 2002, e alterações posteriores. (...) Art. 45. Está sujeito à retenção na fonte da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins o pagamento referente à aquisição das autopeças de que trata o inciso XI do art. 1 ° , quando efetuado por pessoa jurídica fabricante: I de peças, componentes ou conjuntos destinados aos produtos de que trata o inciso IX do art. 1 ° ; e II de produtos de que trata o inciso IX do art. 1 ° (...) Art. 46. Os valores retidos na forma do art. 45 constituem antecipação das contribuições devidas pela pessoa jurídica beneficiária dos pagamentos no encerramento do respectivo período de apuração. § 1 ° A pessoa jurídica beneficiária pode deduzir, do valor da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins devidas, os valores retidos na forma do art. 45. § 2 ° A dedução de que trata o § 1 ° pode ser efetuada em relação às contribuições decorrentes de fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção. Conforme se verifica a contribuição retida na fonte (PIS e Cofins), calculada conforme a hipótese acima prevista, é considerada como antecipação do devido, não se caracterizando como um pagamento indevido ou a maior de tributo, o qual daria ensejo à restituição ou compensação. Ocorrendo, portanto, um valor de retenção superior ao valor efetivamente devido pelo contribuinte, calculado ao final do período de apuração, entendese que apenas se antecipou mais do que o valor devido no final de apuração. Entretanto, a Medida Provisória nº 413, de 3 de janeiro de 2008 (convertida na Lei nº 11.727, de 2 de junho de 2008), em seu art. 5º, inovou por completo, estabelecendo um novo tratamento a ser dado aos excessos de retenção na fonte, nos seguintes termos: “Art. 5º Os valores retidos na fonte a título da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, quando não for possível sua dedução dos valores a pagar das respectivas contribuições no mês de apuração, poderão ser restituídos ou compensados com débitos relativos a outros tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria. § 1º Fica configurada a impossibilidade da dedução de que trata o caput quando o montante retido no mês exceder o valor da respectiva contribuição a pagar no mesmo mês. § 2º Para efeito da determinação do excesso de que trata o § 1º, considerase contribuição a pagar no mês da retenção o valor da contribuição devida descontada dos créditos apurados naquele mês. Fl. 193DF CARF MF Processo nº 10860.001433/200529 Acórdão n.º 3201004.272 S3C2T1 Fl. 191 7 § 3o A partir da publicação desta Medida Provisória, o saldo dos valores retidos na fonte a título da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, apurados em períodos anteriores, poderá também ser restituído ou compensado com débitos relativos a outros tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal Brasil, na forma a ser regulamentada pelo Poder Executivo.”(negritos nossos) Sendo assim, a partir da publicação da MP nº 413, de 2008, quando não for possível sua dedução dos valores a pagar a título de contribuição para o PIS/Pasep e de Cofins no mês de apuração, ou seja, quando o montante retido no mês exceder o valor da respectiva contribuição a pagar no mesmo mês, os valores retidos na fonte a título de contribuição para o PIS/Pasep e de Cofins poderão ser restituídos ou compensados com débitos relativos a outros tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, observada a legislação específica aplicável à matéria. Anotese que o citado dispositivo foi regulamentado pelo Decreto nº 6.662, de 25 de novembro de 2008, que no seu art. 2º dispõe: (...) Art. 2º A partir de 4 de janeiro de 2008, o saldo dos valores retidos na fonte a título da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS apurados em períodos anteriores poderá também ser restituído ou compensado com débitos relativos a outros tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Desta feita, resta muito claro, que na época em que foi protocolado o pedido de restituição e transmitidas as DCOMPs tratadas no presente processo (26/04/2005), não era possível, em conformidade com a legislação acima transcrita (§§3° e 4º do artigo 3° da Lei n° 10.485, de 2002 e art. 46 da IN SRF n° 594, de 2005,), a restituição ou compensação tributária (nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430/1996 e alterações) dos possíveis saldos relativos aos valores retidos na fonte a título da Contribuição da Cofins. Com efeito, antes da MP nº 413, de 2008, alterada pela MP nº 425, de 30 de abril de 2008, e posteriormente convertida na i n° 11.727, de 23 de junho de 2008, não havia a menor possibilidade de restituirse a contribuição retida na fonte. Isso porque, é até desnecessário ressaltar, o valor a restituir era disciplinado apenas no art. 165 do CTN, de forma que somente o tributo indevido ou maior que o devido, assim considerado na data do seu pagamento, é que poderia ser objeto de restituição. Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 194DF CARF MF 8 Declaração de Voto Conselheira Tatiana Josefovicz Belisário Em que pese as bem fundamentadas razões do Relator, ouso divergir. O fundamento central do voto condutor é no sentido de que não seria possível a restituição de valores retidos na fonte a título de PIS e COFINS por inexistência de legislação que a autorize. Todavia, entendo que a inexistência de previsão de procedimento específico para a restituição pretendida não configura vedação para tanto. Até porque, é sabido, o direito à restituição de valores recolhidos indevidamente ou a maior a título de tributos decorre de previsão geral constante do próprio art. 165 do Código Tributário Nacional e do art. 74 da Lei nº 9.430/98. A presente Declaração de Voto tem por objetivo salientar que não se trata aqui de negar vigência à texto de lei ou reconhecimento de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo. Até porque, como dito, a negativa do direito postulado pelo contribuinte não decorre de expressa vedação legal, mas, sim, de inexistência de autorização legal. Logo, o presente entendimento se funda na existência de norma geral autorizadora de aplicabilidade imediata, a meu ver, violada com a negativa proposta pela autoridade fiscal. Uma vez comprovado que os valores retidos à título de PIS e COFINS foram superiores ao efetivamente devido pelo contribuinte, é de se autorizar o direito à sua restituição, condicionado, por evidente, à comprovação de existência do crédito. (assinado digitalmente) Tatiana Josefovicz Belisário Fl. 195DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16561.000024/2007-28
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Oct 03 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2001
IRPJ. PRELIMINAR DE NULIDADE. ERRO DE INDICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO
Incabível a preliminar de nulidade de erro de identificação do sujeito passivo, pois o processo administrativo fiscal seguiu plenamente seu curso procedimental, tendo a recorrente, no caso concreto, todas as oportunidades cabíveis para argumentar, como de fato o fez, não se vislumbrando qualquer prejuízo aparente.
Numero da decisão: 9101-003.838
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Gerson Macedo Guerra e José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado).
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rego - Presidente.
(assinado digitalmente)
Demetrius Nichele Macei - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado) e Adriana Gomes Rego (Presidente).
Nome do relator: DEMETRIUS NICHELE MACEI
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2001 IRPJ. PRELIMINAR DE NULIDADE. ERRO DE INDICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Incabível a preliminar de nulidade de erro de identificação do sujeito passivo, pois o processo administrativo fiscal seguiu plenamente seu curso procedimental, tendo a recorrente, no caso concreto, todas as oportunidades cabíveis para argumentar, como de fato o fez, não se vislumbrando qualquer prejuízo aparente.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Gerson Macedo Guerra e José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado). (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego - Presidente. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado) e Adriana Gomes Rego (Presidente).
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001 IRPJ. PRELIMINAR DE NULIDADE. ERRO DE INDICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Incabível a preliminar de nulidade de erro de identificação do sujeito passivo, pois o processo administrativo fiscal seguiu plenamente seu curso procedimental, tendo a recorrente, no caso concreto, todas as oportunidades cabíveis para argumentar, como de fato o fez, não se vislumbrando qualquer prejuízo aparente. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, com retorno dos autos ao colegiado de origem. Votaram pelas conclusões os conselheiros Cristiane Silva Costa, Luís Flávio Neto, Gerson Macedo Guerra e José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado). (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rego Presidente. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Flávio Franco Corrêa, Luis Flávio Neto, Viviane Vidal Wagner, Gerson Macedo Guerra, Rafael Vidal de Araújo, Demetrius Nichele Macei, José Eduardo Dornelas Souza (suplente convocado) e Adriana Gomes Rego (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 56 1. 00 00 24 /2 00 7- 28 Fl. 1349DF CARF MF 2 Relatório Trata o presente feito de lançamento de IRPJ e CSLL relacionados à aplicação de normas de preço de transferência e de mútuo entre pessoas ligadas. A FAZENDA NACIONAL recorre a este Colegiado, por meio de Recurso Especial (efls. 1245 a 1261), contra o Acórdão nº 1401001.190, proferido pela Primeira Turma da Quarta Câmara da Primeira Seção de Julgamento do CARF, de 7 de maio de 2014, que, por unanimidade de votos, deu provimento ao recurso voluntário para cancelar o auto de infração, ficando prejudicado o recurso do ofício. Transcrevese a ementa e a decisão do acórdão recorrido: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2001 RECURSO VOLUNTÁRIO. NULIDADE CONFIGURADA POR ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO. PESSOA JURÍDICA EXTINTA POR INCORPORAÇÃO. SUCESSÃO TRIBUTÁRIA PELA INCORPORADORA. PREJUDICIALIDADE DO RECURSO DE OFÍCIO. Extinguindose a incorporada, responde a incorporadora, na qualidade de sucessora, pelos tributos devidos pela sucedida, fato que impõe seja aquela identificada como sujeito passivo na condição de responsável tributário. Portanto, é inadmissível a lavratura de auto de infração contra pessoa jurídica regularmente extinta por incorporação à data da ciência do lançamento. Nulidade reconhecida. Consequente cancelamento do Auto de Infração lavrado pela Receita Federal. Recurso Voluntário Provido. Recurso de Ofício prejudicado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário para cancelar o auto de infração, ficando prejudicado o recurso de ofício. A Recorrente, em síntese, alega que a decisão recorrida diverge do entendimento esposado nos arestos paradigmas seguintes: Acórdão nº 10194.717, de 20/10/2004, proferido pela 1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes e do Acórdão nº 105 13.732, de 21/02/2002 proferido pela 5ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes. Os acórdãos paradigmas estão assim ementados: Acórdão nº 10194.717, de 20/10/2004 ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO —INEXISTÊNCIA A indicação da pessoa jurídica constituída à época dos fatos, com a ciência do lançamento para a sua responsável sucessora, é procedimento regular, que não pode provocar nulidade, pois ausente qualquer prejuízo para o Fl. 1350DF CARF MF Processo nº 16561.000024/200728 Acórdão n.º 9101003.838 CSRFT1 Fl. 1.350 3 contribuinte, haja vista inexistir cerceamento de defesa Nesses casos, o formalismo não pode prevalecer. NULIDADE DA INTIMAÇÃO — INEXISTÊNCIA — Valida a ciência tomada por pessoa com vinculação notória tanto com a incorporada quanto com a incorporadora, além de procurador da holding NULIDADE — COMPETÊNCIA DA FISCALIZAÇÃO —VALIDADE — A teor do disposto no artigo 9°, §§ 2° e 3°, do Decreto 70.235/72, os procedimentos quanto ao lançamento serão válidos, mesmo que formalizados por servidor competente de jurisdição diversa da do domicílio tributário do sujeito passivo. A formalização da exigência previne a jurisdição e prorroga a competência da autoridade que dela primeiro conhecer. OPERAÇÕES EM BOLSA — ARTIFICIALISMO — GERAÇÃO DE PREJUÍZO — INDEDUTIBILIDADE — Comprova o artificialismo das operações de venda com posterior recompra de ações mutuadas, em conjunto: 1) a coincidência de pessoas diretoras das pessoas jurídicas envolvidas, bem como da corretora única intermediadora; 2) a pouca liquidez das ações, praticamente negociadas somente pelas pessoas jurídicas envolvidas: 3) o preço de negociação bastante superior ao valor patrimonial das ações; 4) o notório conhecimento, pelos diretores comuns das empresas envolvidas, das condições patrimoniais das empresas cujas ações foram negociadas,: 5) a drástica redução das cotações das ações após a realização das operações destacadas pela fiscalização; e 6) a não tributação do ganho obtido pelos fundos estrangeiros, administrados pelo mesmo grupo societário da recorrente, posicionados na ponta lucrativa, e que constituíam a vasta maioria dos vendedores das ações, com exceção de um único fundo nacional. O prejuízo gerado artificialmente não obedece aos requisitos de normalidade e ususalidade necessários à dedutibilidade do mesmo. Legítimo o custo referente ao mútuo de ações, pois sob esta operação, isoladamente, não se pode argüir qualquer irregularidade. MULTA — INAPLICABILIDADE — SUCESSÃO —AUTORIZAÇÃO DO BACEN — EFEITOS — A incorporação opera seus efeitos na data da assembléia, conforme a Lei das Sociedades Anônimas. A autorização do Banco Central regula apenas efeitos futuros, a saber, "(a) reconhecer que as exigências ligadas à saúde da incorporadora estão atendidas e aprovar o que foi feito; (b) exigir que sejam promovidas medidas de regularização da situação em dimensão e prazo a ser fixadas; e (c) caso não sejam promovidas tais medidas, decretar a liquidação extrajudicial da pessoa jurídica incorporadora. SELIC — JUROS DE MORA — A aplicação dos juros de mora pela taxa Selic está ancorada em norma legal, sendo vedado a este Conselho negarlhe validade em face de argumentos de sua inconstitucionalidade. Recurso voluntário parcialmente provido. Acórdão nº 10513.732, de 21/02/2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL RECURSO DE OFICIO NULIDADE DO LANÇAMENTO POR ERRO NA IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO INCORPORAÇÃO RESPONSABILIDADE NA Fl. 1351DF CARF MF 4 SUCESSÃO Não configura erro na eleição do sujeito passivo da obrigação principal, suscitado de oficio pelo julgador singular, a hipótese em que, embora formalizado em nome da incorporada, o instrumento de constituição do crédito tributário menciona, expressamente, a pessoa jurídica incorporadora, a qual sucede a primeira, nos termos do artigo 132, do CTN. Recurso de oficio a que se dá provimento. ACORDAM os Membros da Quinta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, DAR provimento ao recurso de oficio, para afastar a preliminar de erro na identificação do sujeito passivo, suscitada de oficio pela autoridade julgadora monocrática, devendo o processo retornar ao órgão julgador de primeiro grau, para fins de apreciação do mérito do presente litígio, não analisado naquela instância, por incompatibilidade com a preliminar argüida, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. O recurso foi admitido por meio do Despacho de efls. 1264 a 1270, que entendeu que os paradigmas apresentados como divergentes foram proferidos por colegiados distintos dos acórdão recorrido e restou demonstrada a divergência apontada pela Recorrente. Em suas razões recursais, a Recorrente argui que diferente ao acórdão recorrido, os acórdãos paradigmas entenderam inexistir em tais hipóteses quaisquer vícios aptos a ensejar a decretação de nulidade, devendo prevalecer o lançamento realizado em nome da sociedade incorporada se essa existia à época dos fatos geradores, sobretudo se a empresa incorporadora foi intimada do Auto de Infração. Acrescenta que o acórdão 10194717 afirma textualmente que "a indicação da pessoa jurídica constituída à época dos fatos, com a ciência do lançamento para a sua responsável, é procedimento regular, que não pode provocar nulidade, pois ausente qualquer prejuízo para o contribuinte, haja vista inexistir cerceamento de defesa. E que, nesses casos, o fundamento não pode prevalecer." Cientificada, a Contribuinte não apresentou Contrarrazões. É o Relatório. Fl. 1352DF CARF MF Processo nº 16561.000024/200728 Acórdão n.º 9101003.838 CSRFT1 Fl. 1.351 5 Voto Conselheiro Demetrius Nichele Macei Relator Conhecimento O recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional é tempestivo, tendo sido indicados dois acórdãos paradigmas, considerados no despacho de admissibilidade para fins de comprovação da divergência: 10194.717, da 1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes; e, 10513.732, da 5ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes. O contribuinte não apresentou contrarrazões. Desta forma, em não se tratando de ponto controvertido, concordo e adoto as razões do Presidente da Quarta Câmara da 1ª Seção do CARF para conhecimento do recurso especial, nos termos do permissivo do art. 50, § 1º, da Lei 9.784/99. Em síntese, a questão posta para análise deste Colegiado é se a indicação de sujeito passivo extinto por incorporação no pólo passivo da obrigação tributária configura, por si só, motivo de nulidade do ato administrativo de constituição do respectivo crédito tributário. No acórdão recorrido firmouse o posicionamento que "é a pessoa jurídica incorporadora a responsável pelos tributos devidos pela empresa incorporada, sendo nulo o lançamento efetuado contra a pessoa jurídica extinta por incorporação antes da lavratura do auto de infração, haja vista o erro na identificação do sujeito passivo da obrigação tributária". Nos paradigmas, ao contrário, consignouse que "a indicação da pessoa jurídica constituída à época dos fatos, com a ciência do lançamento para a sua responsável sucessora, é procedimento regular, que não pode provocar nulidade, pois ausente qualquer prejuízo para o contribuinte, haja vista inexistir cerceamento de defesa. Nesses casos, o formalismo não pode prevalecer" (10194.717), bem como que 'não configura erro na eleição do sujeito passivo da obrigação principal, suscitado de ofício pelo julgador singular, a hipótese em que, embora formalizado em nome da incorporada, o instrumento de constituição do crédito tributário menciona, expressamente, a pessoa jurídica incorporadora, a qual sucede a primeira, nos termos do art. 132, do CTN" (10513.732) Antes de se adentrar ao objeto do recurso especial em exame (ilegitimidade passiva), importante pontuar que, tanto no auto de infração de p. 118 e seguintes, como nos termos de constatação firmados pela fiscalização (p. 14 e 122), a fiscalização identificou o contribuinte da seguinte forma: “POLIBRASIL RESINAS S/A sucedida pela Suzano Petroquímica S/A”, ressaltando, inclusive, a condição da sucessão na p. 124. O contribuinte e o sucessor, por fim, foram devidamente notificados da lavratura da autuação com a observação em questão (p. 134). Esclarecese, ainda, que em todos os atos praticados pelo contribuinte e seu sucessor, no decorrer do processo administrativo, inclusive impugnação e recurso voluntário, foi apontado o óbice da ilegitimidade passiva como matéria de defesa para afastar os autos de infração lavrados. Fl. 1353DF CARF MF 6 O Colegiado de origem, à vista do recurso voluntário do contribuinte, através do v. acórdão recorrido, reconheceu a ilegitimidade passiva do contribuinte indicado no auto de infração, uma vez que foi extinto por incorporação em 30.11.2005 e a cientificação dos autos de infração, em nome do contribuinte extinto, deuse em 30.03.2007, o que, nos termos do v. acórdão recorrido, justifica a nulidade: “é a pessoa jurídica incorporadora a responsável pelos tributos devidos pela empresa incorporada, sendo nulo o lançamento efetuado contra pessoa jurídica extinta por incorporação antes da lavratura do auto de infração, haja vista o erro na identificação do sujeito passivo da obrigação tributária”. Com a devida vênia, não é o entendimento deste Julgador em análise do caso concreto. Verificase, compulsandose os autos, que desde a autuação e o respectivo termo de encerramento da fiscalização, os agentes autuantes indicaram como contribuinte a Polibrasil Resinas S/A sucedida por Suzano Petroquímica S/A. Não há erro na identificação do contribuinte, nem do responsável tributário, por sucessão. Em outras palavras, não há outra atitude a ser exigida da fiscalização para identificar o sujeito passivo no caso concreto. Não há qualquer prejuízo ao contribuinte/sucessor sob o ponto de vista material, pois, ao ver deste Julgador, não há vícios que possam resultar na nulidade do auto de infração. De se observar que, além da defesa sob o aspecto formal, a defesa de mérito foi regularmente desenvolvida pela sucessora do contribuinte, em todas as fases do processo administrativo, na medida em que foi sendo intimada, como para a apresentação da impugnação e recurso voluntário. Sob o ponto de vista formal, não se pode exigir nada diferente do que a fiscalização já fez: indicou o contribuinte e o responsável por sucessão no momento de lavratura do auto de infração. O paradigma trazido pela Recorrente – Acórdão 10513.732 – encaixase à perfeição ao caso concreto, e deve prevalecer, uma vez que desde a autuação foi feita a indicação do responsável pelos tributos constituídos, qual seja, a sucessora Suzano Petroquímica S/A. Concluo que, não havendo supressão de qualquer aspecto importante para a constituição do crédito tributário, nem prejuízo ao exercício do direito de defesa do contribuinte e sua sucessora, não se verifica nulidade no lançamento, devendo ser reformado o v. acórdão recorrido, conforme fundamentos trazidos nos acórdãos paradigmas e pelos argumentos acima despendidos. Ante o exposto, voto no sentido de DAR provimento ao recurso especial da Procuradoria da Fazenda Nacional, reformando o v. acórdão recorrido, bem como determinando o retorno dos autos ao Colegiado a quo para julgar o Recurso Voluntário para que, afastada a nulidade apontada, possam adentrar ao julgamento de mérito do recurso apresentado pelo contribuinte, bem como do recurso de ofício interposto pela DRJ de origem. É o voto. (assinado digitalmente) Demetrius Nichele Macei Fl. 1354DF CARF MF Processo nº 16561.000024/200728 Acórdão n.º 9101003.838 CSRFT1 Fl. 1.352 7 Fl. 1355DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13617.720232/2017-38
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 29 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2013
ISENÇAO POR MOLÉSTIA GRAVE.
Documentos apresentados pelo recorrente não coadunam com a data do ano-calendário, não faz jus a isenção requerida.
Numero da decisão: 2002-000.576
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2013 ISENÇAO POR MOLÉSTIA GRAVE. Documentos apresentados pelo recorrente não coadunam com a data do ano-calendário, não faz jus a isenção requerida.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1161; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C0T2 Fl. 2 1 1 S2C0T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13617.720232/201738 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2002000.576 – Turma Extraordinária / 2ª Turma Sessão de 29 de novembro de 2018 Matéria IRPF Recorrente VALDIVINO ALVES PEREIRA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2013 ISENÇAO POR MOLÉSTIA GRAVE. Documentos apresentados pelo recorrente não coadunam com a data do ano calendário, não faz jus a isenção requerida. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Mônica Renata Mello Ferreira Stoll. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 61 7. 72 02 32 /2 01 7- 38 Fl. 59DF CARF MF Processo nº 13617.720232/201738 Acórdão n.º 2002000.576 S2C0T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fl. 44) contra decisão de primeira instância (fls. 24/29), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da r. DRJ, que assim diz: Contra o contribuinte qualificado nos autos foi emitida a notificação de lançamento, referente ao imposto de renda de pessoa física, exercício 2014, anocalendário 2013. O crédito tributário apurado está assim constituído: Imposto Suplementar 1.124,07 Multa de Ofício (passível de redução) 843,05 Juros de Mora (cálculo até 07/2017) 434,44 Total do Crédito Tributário 2.410,56 A notificação de lançamento teve origem na constatação das seguintes infrações, conforme demonstrativos de descrição dos fatos e enquadramento legal. Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave. Da análise dos documentos apresentados pela contribuinte e informações constantes dos Sistemas da Receita Federal, a fiscalização constatou omissão de rendimentos no valor de R$167.007,08, da Polícia Militar do Estado de Minas Gerais. “Consta na descrição da infração, que o contribuinte é Militar reformado desde 2008 e que apresentou dois Laudos Médicos. Destacase que por força legal apenas Laudos emitidos por órgão oficial da União, Estados ou Municípios são válidos para efeito de isenção. Desse modo, esta fiscalização considera como inicio da fruição de benefício a data constante do Laudo Oficial da PMMG, ou seja, desde 2015”. Na impugnação apresentada, o contribuinte, faz em síntese as seguintes alegações. Que o valor contestado é isento por se tratar de proventos de aposentadoria, reforma ou pensão recebidos por portador de moléstia grave; Que o valor do imposto já foi pago em quotas na data certa, conforme declaração original. Entende que o valor foi gerado pela apuração da declaração retificadora, devendose assim conferir as duas declarações; Que é portador de Moléstia Grave atestada desde fevereiro de 2008; Fl. 60DF CARF MF Processo nº 13617.720232/201738 Acórdão n.º 2002000.576 S2C0T2 Fl. 4 3 Que não houve assinatura do médico oficial da PM, pois não dispõe dos exames feitos em 2008 e estes são exigidos pelo médico oficial; Que o profissional, Dr. Eduardo Almeida Orlando, CRM/MG 22.895, atesta o inicio da moléstia e agravamento da mesma em maio do corrente ano através de exames feitos. Que o Laudo Oficial atesta a doença a partir de 2015 com a apresentação dos mesmos exames e se refere à doença como de longa data com agravamento. Ao final, requer a improcedência do lançamento. O resumo da decisão revisanda está condensada na seguinte ementa do julgamento: PROVENTOS DE APOSENTADORIA, REFORMA OU PENSÃO MOLÉSTIA GRAVE. São isentos do imposto de renda os proventos de aposentadoria, reforma ou pensão percebidos pelos portadores das moléstias enumeradas no inciso XIV do artigo 6º da Lei 7.713/1988 e alterações. Tal isenção está condicionada a comprovação da doença mediante laudo pericial emitido de modo conclusivo por serviço médico oficial da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e se aplica aos rendimentos recebidos a partir do mês da emissão do laudo ou parecer que reconhecer a moléstia ou da data em que a doença foi contraída, quando identificada no laudo ou parecer, quando a moléstia for contraída após a aposentadoria, reforma ou pensão. Inconformado, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando as alegações da impugnação e, juntando documentos. É o relatório. Passo ao voto. Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. O contribuinte foi cientificado em 29/11/2017 (fl. 40); Recurso Voluntário protocolado em 11/12/2017 (fl. 44), assinado por procurador legalmente constituído (fls. 13 e 36). Responde o autuado nestes autos, pela seguinte infração: Fl. 61DF CARF MF Processo nº 13617.720232/201738 Acórdão n.º 2002000.576 S2C0T2 Fl. 5 4 a) Rendimentos Indevidamente Considerados como Isentos por Moléstia Grave – Não Comprovação da Moléstia ou sua Condição de Aposentado, Pensionista ou Reformado. Diz o AFR, “que o contribuinte é Militar Reformado desde 2008 e apresenta dois laudos médicos. Destacase que por força legal apenas laudos emitidos por órgão oficial da União, Estados ou Municípios são válidos para efeitos de isenção. Desse modo, esta fiscalização considera como início de fruição do benefício a data constante do Laudo Oficial da PMMG, ou seja 2015”. A r. decisão primeira, confirma o que foi dito pelo Sr. ARF e julga pela improcedência da impugnação. Irresignado o recorrente maneja recurso próprio, alegando que o imposto já foi pago e que “o que pode ser feito, é que a receita Federal do Brasil, através dos senhores me oriente como refazer esta retificadora com os lançamentos dos valores da declaração original já pagos”. Pois bem, não assiste razão ao recorrente, até porque o mesmo não ataca o mérito da r. decisão. Quanto ao pedido de orientação que o recorrente faz, este CARF não tem competência para fazêlo. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito negase provimento. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 62DF CARF MF
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