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Numero do processo: 10670.720073/2010-62
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 04 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 24 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005
DECADÊNCIA. DECISÃO DEFINITIVA DO STJ SOBRE A MATÉRIA. O Superior Tribunal de Justiça - STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543-C, do CPC (Recurso Especial nº 973.733 - SC) definiu que o prazo decadencial para o Fisco constituir o crédito tributário conta-se da data do fato gerador, quando a lei prevê o pagamento antecipado e este é efetuado (artigo 150, § 4º, do CTN).
DECISÃO DEFINITIVA DO STJ. APLICAÇÃO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Por força do art. 62-A, do Anexo II, do RICARF, as decisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C, do CPC, deverão ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
DECADÊNCIA. CARACTERIZAÇÃO DE PAGAMENTO ANTECIPADO. SÚMULA CARF Nº 99. Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.
Recurso especial negado.
Numero da decisão: 9202-003.618
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
(Assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo Relatora
EDITADO EM: 17/03/2015
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Tereza Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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DECISÃO DEFINITIVA DO STJ SOBRE A MATÉRIA. O Superior Tribunal de Justiça STJ, em acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC (Recurso Especial nº 973.733 SC) definiu que o prazo decadencial para o Fisco constituir o crédito tributário contase da data do fato gerador, quando a lei prevê o pagamento antecipado e este é efetuado (artigo 150, § 4º, do CTN). DECISÃO DEFINITIVA DO STJ. APLICAÇÃO AO PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. Por força do art. 62A, do Anexo II, do RICARF, as decisões definitivas proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C, do CPC, deverão ser reproduzidas pelos Conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. DECADÊNCIA. CARACTERIZAÇÃO DE PAGAMENTO ANTECIPADO. SÚMULA CARF Nº 99. “Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração.” Recurso especial negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 67 0. 72 00 73 /2 01 0- 62 Fl. 1148DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo – Relatora EDITADO EM: 17/03/2015 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Tereza Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Junior, Gustavo Lian Haddad, Maria Helena Cotta Cardozo, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira (suplente convocada). Relatório Tratase de Auto de Infração por meio do qual se exige contribuições devidas aos terceiros SESI, SENAI, SAL EDUCAÇÃO, INCRA e SEBRAE, incidentes sobre os valores de horas extras devidas pela empresa e de salário in natura (subsidio na compra em supermercados e de material escolar), no período de 01/01/2005 a 31/12/2005. A ciência do lançamento ocorreu em 13/12/2010 (AR de fls. 76). Em sessão plenária de 18/10/2012, foi julgado o Recurso Voluntário s/n, prolatandose o Acórdão nº 2401002.738 (fls. 1.063 a 1.076), assim ementado: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 VERBAS CONTROVERSAS. DISCUSSÃO NA JUSTIÇA DO TRABALHO. OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR. PRONUNCIAMENTO DEFINITIVO DO PODER JUDICIÁRIO. Somente consideramse ocorridos os fatos geradores de contribuições previdenciárias, para as verbas que estejam sobre discussão na Justiça do Trabalho, quando esta se pronunciar definitivamente sobre a lide. ALIMENTAÇÃO. PAGAMENTO PARCIAL PELO SUJEITO PASSIVO DE COMPRAS EFETUADAS PELOS EMPREGADOS. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Os valores pagos pela empresa para custear despesas com alimentação efetuadas pelo seus empregados em Fl. 1149DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO Processo nº 10670.720073/201062 Acórdão n.º 9202003.618 CSRFT2 Fl. 10 3 estabelecimentos conveniados sujeitamse à incidência de contribuições sociais, por não estar em consonância com a norma que prevê a exclusão desse tipo de parcela do salário de contribuição. MATERIAL ESCOLAR. DISPONIBILIZAÇÃO A PARTE DO QUADRO FUNCIONAL. INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÕES. Fornecimento de verba para compra de material escolar, não extensível a todos os empregados e diretores da empresa, é considerado base de cálculo para incidência de contribuições sociais. FALTA DE PAGAMENTO DO TRIBUTO E DECLARAÇÃO INCORRETA EM GFIP. MULTA MAIS BENÉFICA. AFERIÇÃO CONSIDERANDO TODOS AS LAVRATURAS EFETUADAS NA AÇÃO FISCAL. Nos casos em que tenha havido falta de recolhimento das contribuições e declaração incorreta dos fatos geradores em GFIP, para a aferição da multa mais benéfica, devese cotejar a soma da multa por inadimplemento da obrigação principal (art. 35 da Lei n.º 8.212/1991) e da multa por descumprimento da obrigação acessória (§ 5.º do art. 32 da Lei n.º 8.212/1991) com a atual multa de ofício (art. 35A da Lei n.º 8.212/1991), prevalecendo a que seja mais favorável ao contribuinte. MULTA. LIMITE DE 20% DA CONTRIBUIÇÃO DEVIDA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. IMPOSSIBILIDADE. O limite da multa previsto em 20% no art. 35 da Lei n.º 8.212/1991, com redação dada pela MP n.º 449/2008, somente é cabível para recolhimento espontâneo. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2005 PREVIDENCIÁRIO. PRAZO DECADENCIAL. PAGAMENTO ANTECIPADO. CONTAGEM A PARTIR DA OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR Constatandose a antecipação de pagamento parcial do tributo aplicase, para fins de contagem do prazo decadencial, o critério previsto no § 4.º do art. 150 do CTN, ou seja, cinco anos contados da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário Provido em Parte” A decisão foi assim registrada: “ACORDAM os membros do colegiado, I) por maioria de votos, declarar a decadência até a competência 11/2005, vencida a conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, que aplicava a regra do art. 173, I do CTN. II) Pelo voto de qualidade, no mérito, dar provimento parcial ao recurso, para excluir do lançamento as parcelas relativas a horas extras. Fl. 1150DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO 4 Vencidos os conselheiros Marcelo Freitas de Souza Costa, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira e Walter Murilo Melo de Andrade, que davam provimento parcial em maior extensão, para limitar, também, a multa ao patamar de 20%.” O processo foi encaminhado à PGFN em 03/12/2012 (Despacho de Encaminhamento de fls. 1.077) e, em 17/12/2012, foi interposto o Recurso Especial de fls. 2.755 a 2.771 (Despacho de Encaminhamento de fls. 1.119), com fundamento no artigo 67, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, visando rediscutir a decadência. Ao Recurso Especial foi dado seguimento, conforme o Despacho nº 2400 131/2013, de 08/02/2013 (fls. 1.121 a 1.123). Em seu apelo, a Fazenda Nacional alega, em síntese: é consenso na doutrina e jurisprudência pátrias que, em sede de tributo sujeito a lançamento por homologação, a aplicação do artigo 150, §4º somente é possível quando o contribuinte, reconhecendo a ocorrência do fato gerador de determinado tributo, efetua o pagamento, ainda que parcial, possibilitando ao Fisco a conferência posterior dos valores recolhidos, contrapondoos com os efetivamente devidos, efetuando o lançamento de ofício de eventuais diferenças; concluise, pois, que o pressuposto primordial para a aplicação da regra de decadência constante do artigo 150, §4º, do CTN, é o pagamento antecipado parcial do tributo exigido; noutro passo, diante da inexistência de qualquer pagamento, o prazo decadencial para a cobrança dos tributos sujeitos a lançamento por homologação é aquele constante do artigo 173, I, do CTN, conforme Enunciado n.º 219 da Súmula do extinto Tribunal Federal de Recursos; no Superior Tribunal de Justiça esse pensamento está sedimentado e não mais dá azo a quaisquer questionamentos (cita jurisprudência do STJ); nessa perspectiva, cumpre enfatizar que o cerne da questão aqui debatida reside na análise da existência de pagamento antecipado de parte da contribuição exigida, cujo reconhecimento tem a aptidão de atrair a incidência do art. 150, § 4º, do CTN, e em não havendo tal antecipação de pagamento, a aplicação do art. 173, I, do CTN é impositiva. ressaltese que não há que se falar em recolhimento das contribuições previdenciárias devidas pelo contribuinte como um todo, de modo que qualquer recolhimento efetuado, ainda que não se refira ao objeto do lançamento, possa influir na contagem do prazo decadencial deste de forma a ensejar a aplicação do art. 150, § 4º, do CTN; este raciocínio não pode prevalecer, sob pena de fulminar as normas legais de regência e abrir ensanchas para injustiças e inauditas lesões ao Erário; para o exame da ocorrência de pagamento antecipado parcial, para os fins ora colimados, afigurase óbvia a necessidade de se verificar se o contribuinte pagou parte do débito tributário objeto de cobrança, e não daqueles afetos a outros fatos; Fl. 1151DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO Processo nº 10670.720073/201062 Acórdão n.º 9202003.618 CSRFT2 Fl. 11 5 no caso em tela, tratase do lançamento de contribuições, cujos fatos geradores não são reconhecidos como tal pelo sujeito passivo, restando claro que, com relação aos mesmos, o contribuinte não efetuou qualquer antecipação; ora, não há como considerar que houve antecipação de pagamento de algo que o contribuinte nunca pretendeu recolher, nesse sentido, deve ser aplicado o art. 173, inciso I do CTN; ademais, afirmar que o recolhimento de contribuição incidente sobre outros fatos implica pagamento parcial do tributo aplicável sobre contribuição em cobrança no lançamento em comento afronta a própria natureza das coisas, inserindose situações fáticas absolutamente diversas sob o mesmo rótulo; aqui se afigura conveniente trazer à colação as lúcidas palavras da Conselheira Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, exaradas em seu voto no bojo do Acórdão nº 20601.033, que restou vencido na ocasião, in litteris: “Como considerar que houve antecipação de pagamento de algo que o contribuinte nunca pretendeu recolher (?). (...) A acepção do termo remuneração não pode ser, para fins de definição do salário de contribuição una, tanto o é, que a doutrina e jurisprudência trabalhistas não admitem o pagamento aglutinado das verbas trabalhistas, o denominado salário complexivo ou complessivo. Considerar que os fatos geradores são únicos, e, portanto, a remuneração deva ser considerada como algo global, é desconsiderar a complexidade das contribuições previdenciárias, bem como a natureza da relação laboral. Até poderíamos aceitar tal conclusão, em uma análise simplória, acerca do faturamento das empresas e as contribuições que incidam sobre esta base de cálculo, mas o mesmo raciocínio não pode ser atribuído às contribuições previdenciárias, onde existe até mesmo, documento próprio para que o contribuinte indique mensalmente e por empregado o que é devido e realize o recolhimento das contribuições correspondentes a estes fatos geradores.” o raciocínio exposto apresentase irretocável, pois a simples circunstância de integrarem a base de cálculo (remuneração) da contribuição previdenciária não tem o condão de conferir a fatos diversos e autônomos a mesma natureza jurídica; na rota desse pensamento, cumpre averbar que se determinado fato relevante ao direito tributário gera contribuição a cargo da empresa, nos termos da lei, o pagamento parcial antecipado estaria configurado tãosomente se houvesse recolhimento de valores atinentes àquele específico fato; caso contrário, se o pagamento referese a outras situações fáticas também previstas em lei como geradoras do tributo, temse hipótese diversa e não há como se sustentar a existência de antecipação de pagamento; no caso em apreço, os valores relativos aos levantamentos especificados no lançamento não foram adimplidos, sendo forçoso concluir que inexiste pagamento antecipado quanto às contribuições exigidas, devendo ser aplicada na espécie, para fins de contagem da decadência, a regra encartada no art. 173, I, do CTN; Fl. 1152DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO 6 além dos fundamentos até aqui expendidos, é preciso ter em mente que a indevida aplicação do art. 150, § 4º, do CTN, em detrimento da regra encartada no art. 173, I, daquele diploma legal, tem normalmente como efeito imediato a liberação de exações relativas a diversas competências, já que a decadência vai corroer créditos da União em interstícios nos quais não deveria operar nenhum efeito; assim, patente a necessidade de reforma do acórdão hostilizado, de forma que, para a contagem do prazo decadencial, deve ser aplicado o art. 173, do CTN. Ao final, a Fazenda Nacional pede o conhecimento e provimento do Recurso Especial, reformandose o acórdão recorrido, nos termos das razões recursais. Cientificada do acórdão, do Recurso Especial e do despacho que lhe deu seguimento em 19/06/2013 (AR de fls. 1.126/1.127), a Contribuinte ofereceu, por meio de correspondência postada em 04/07/2013 (envelope de fls. 1.145), as Contrarrazões de fls. 1.130 a 1.144, reiterando os argumentos do acórdão recorrido. Ao final, a Contribuinte pede que seja negado provimento ao Recurso Especial. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo, Relatora O Recurso Especial, interposto pela Fazenda Nacional é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, portanto deve ser conhecido. Tratase de Auto de Infração por meio do qual se exige contribuições devidas aos terceiros SESI, SENAI, SAL EDUCAÇÃO, INCRA e SEBRAE, incidentes sobre os valores de horas extras devidas pela empresa e de salário in natura (subsidio na compra em supermercados e de material escolar), no período de 01/01/2005 a 31/12/2005. A ciência do lançamento ocorreu em 13/12/2010 (AR de fls. 76). A matéria em discussão é a decadência relativa ao período de 01/01/2005 a 30/11/2005. Sobre o tema a jurisprudência já foi pacificada, no que diz respeito ao prazo de cinco anos para efetivação do lançamento, inclusive no que tange às contribuições previdenciárias. Nesse sentido, por imposição do artigo 62A, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 2009, o Colegiado deve aderir à tese esposada pelo STJ no Recurso Especial nº 973.733 SC (2007/01769940), julgado em 12 de agosto de 2009, sendo relator o Ministro Luiz Fux, que teve o acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC e da Resolução STJ 08/2008, assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS Fl. 1153DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO Processo nº 10670.720073/201062 Acórdão n.º 9202003.618 CSRFT2 Fl. 12 7 PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial quinquenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos o lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial Fl. 1154DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO 8 qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Assim, nos casos em que há pagamento antecipado, o termo inicial é a data do fato gerador, na forma do § 4º, do art. 150, do CTN. Por outro lado, na hipótese de não haver antecipação do pagamento, o dies a quo é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, conforme prevê o inciso I, do art. 173, do mesmo Código. Destarte, o deslinde da questão passa necessariamente pela verificação da existência ou não de pagamento e, mais especificamente, que tipo de recolhimento poderia ser considerado. Em relação a esse tema, foi aprovada, em 09/12/2013, a Súmula CARF nº 99, que assim dispõe: SÚMULA CARF Nº 99: Para fins de aplicação da regra decadencial prevista no art. 150, § 4°, do CTN, para as contribuições previdenciárias, caracteriza pagamento antecipado o recolhimento, ainda que parcial, do valor considerado como devido pelo contribuinte na competência do fato gerador a que se referir a autuação, mesmo que não tenha sido incluída, na base de cálculo deste recolhimento, parcela relativa a rubrica especificamente exigida no auto de infração. No presente caso, tendo em vista que foram efetuados pagamentos, conforme as GPS – Guias da Previdência Social, constantes do Anexo C, às fls. 165 em diante, citadas no acórdão recorrido e não contestadas pela Fazenda Nacional, deve ser aplicado o art. 150, § 4º, do CTN. Como a ciência ao sujeito passivo foi levada a cabo em 13/12/2010, e os fatos geradores dizem respeito às competências 01/2005 a 12/2005, constatase a ocorrência da decadência, no que tange às competências de 01/2005 a 11/2005. Diante do exposto, nego provimento ao Recurso Especial, interposto pela Fazenda Nacional. (Assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 1155DF CARF MF Impresso em 24/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 23/03/2 015 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO, Assinado digitalmente em 18/03/2015 por MARIA HELENA COTTA C ARDOZO
score : 1.0
Numero do processo: 13984.900116/2008-21
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Mar 12 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTERPOSIÇÃO. INCOMPETÊNCIA. ART. 65, RICARF.
Nos termos do art. 65§ 1º, V do RICARF, apenas o Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil da unidade administrativa do contribuinte possui competência para interposição de embargos de declaração, cuja peça deverá indicar a necessária obscuridade, omissão ou contradição.
Numero da decisão: 1801-002.309
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração, por interposto por autoridade incompetente, e ratificar o decidido no Acórdão nº 1801-001.744, proferido em sessão de 06 de novembro de 2013, nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Ana de Barros Fernandes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Alexandre Fernandes Limiro - Relator.
Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich
Nome do relator: ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INTERPOSIÇÃO. INCOMPETÊNCIA. ART. 65, RICARF. Nos termos do art. 65§ 1º, V do RICARF, apenas o Delegado da Delegacia da Receita Federal do Brasil da unidade administrativa do contribuinte possui competência para interposição de embargos de declaração, cuja peça deverá indicar a necessária obscuridade, omissão ou contradição. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os Embargos de Declaração, por interposto por autoridade incompetente, e ratificar o decidido no Acórdão nº 1801001.744, proferido em sessão de 06 de novembro de 2013, nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente. (assinado digitalmente) Alexandre Fernandes Limiro Relator. Participaram da sessão de julgamento, os conselheiros: Maria de Lourdes Ramirez, Fernando Daniel de Moura Fonseca, Neudson Cavalcante Albuquerque, Alexandre Fernandes Limiro, Rogério Aparecido Gil, Ana de Barros Fernandes Wipprich AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 98 4. 90 01 16 /2 00 8- 21 Fl. 75DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/0 3/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES 2 Relatório Tratase da PER/DCOMP n. 10328.30137.160104.1.3.040313 (efls. 11/15) que não foi homologada pela Secretaria da Receita Federal por meio do Despacho Decisório de efl. 05, que fundamentou: A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Intimado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade (efls. 02/04), onde requereu o cancelamento da citada PER/DCOMP em função de têla apresentado indevidamente, uma vez que optou pelo Simples Federal, tendo quitado valores devidos no referido regime mediante pagamento do DARF informado como crédito na PER/DCOMP em análise. Outrossim, também em função de ter optado pelo Simples Federal, os débitos lá informados não eram devidos. A DRJFlorianópolis/SC julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade (efls. 27/30). Na decisão restou consignada a impossibilidade de atender ao pleito da contribuinte, uma vez que o art. 62 da IN SRF n. 600/2005 – vigente na data do requerimento de cancelamento da DCOMP, o qual dispõe sobre tal cancelamento – impede o deferimento do pedido após proferida decisão administrativa acerca da compensação. Outrossim, não houve homologação da referida DCOMP porque na data de sua apresentação (16/01/2004) a contribuinte não poderia utilizar o pagamento do DARF como se indevido fosse, haja vista estar pendente decisão do CARF sobre sua exclusão do Simples Federal. Intimada em 08/11/11 (efl. 33), a empresa interpôs Recurso Voluntário (e fls. 35/38), onde alega que jamais foi excluída do Simples Federal, inexistindo, portanto, os débitos relativos ao regime das empresas em geral informados na DCOMP. Por esta razão, requereu o cancelamento da DCOMP e dos débitos lá informados. Juntou o Despacho Decisório n. 030/2009 – DRF/LAG (efls. 41/43). Posteriormente, foi proferido acórdão por esta 1ª Turma Especial da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (efls. 57/65), o qual deu parcial provimento ao Recurso Voluntário nos seguintes termos: Em assim sucedendo, voto por dar provimento em parte ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório referente ao pagamento a maior de Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) no valor original de R$2.134,90 efetuado em 12.08.2002, para fins de homologação da compensação pleiteada até o limite do crédito reconhecido. (efl. 65) Não obstante, após o retorno dos autos à delegacia de origem, esta se manifestou (efl. 73) afirmando a impossibilidade de homologar a compensação no SIEF PROCESSOS, pois não existiria saldo e/ou valor reservado no pagamento para o valor do crédito deferido. Ressaltou ainda que o voto prolatado não corresponderia ao pedido do interessado, que requereu apenas o cancelamento da DCOMP. Deste modo, requereu a revisão do acórdão. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/0 3/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES Processo nº 13984.900116/200821 Acórdão n.º 1801002.309 S1TE01 Fl. 76 3 Voto Conselheiro Alexandre Fernandes Limiro, Relator Trata o presente processo de Embargos de Declaração (efl. 73) interpostos pelo Chefe do Núcleo de Arrecadação e Cobrança (NURAC) da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Lages/SC (DRF/Lages) contra o Acórdão nº 1801001.744, exarado em 06 de novembro de 2013, por esta 1ª Turma Especial da 3ª Câmara da 1ª Seção de Julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (efls. 57/65). A decisão recorrida deu provimento em parte ao recurso voluntário para reconhecer o direito creditório referente ao pagamento a maior de Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples) no valor original de R$ 2.134,90, efetuado em 12/08/2002, para fins de homologação da compensação pleiteada até o limite do crédito reconhecido. Os embargos de declaração contra as decisões proferidas pelos colegiados do CARF são cabíveis nas situações previstas no artigo 65 do Regimento Interno do CARF, abaixo transcrito: Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciarse a turma. § 1° Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de cinco dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado; II pelo contribuinte, responsável ou preposto; III pelo Procurador da Fazenda Nacional; IV pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões; V pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. Os presentes embargos não foram interpostos pelo Delegado da DRF/Lages, mas por servidor a ele subordinado. Como não há, na peça recursal ou mesmo nos autos, qualquer indicação de delegação de competência, entendo que os embargos devem ser rejeitados por ilegitimidade do embargante. Mesmo que não houvesse a referida ilegitimidade, o supracitado dispositivo regulamentar prevê a interposição de embargos apenas nas situações em que o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/0 3/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES 4 O recorrente opõemse ao referido acórdão nos seguintes termos: Faço menção ao Acórdão 1801001.744 – 1ª Turma Especial, sessão de 06/11/2013, proferido nos autos em epígrafe para informar que não foi possível homologar a compensação no sistema SIEF PROCESSOS pois não existe saldo e/ou valor reservado no pagamento para o valor do crédito deferido. Observamos que, apesar de totalmente favorável ao contribuinte, o voto prolatado não corresponde ao pedido do interessado que requereu CANCELAMENTO da PER/DCOMP apresentada e não reconhecimento de direito creditório. Ante o exposto, encaminhamos o presente processo, para, s.m.j., revisão do Acórdão. Assim, o embargante não indica a necessária obscuridade, omissão ou contradição. Como se vê, o fundamento aduzido pelo recorrente é a inexistência de valor reservado no pagamento para o valor do crédito deferido, tendo ressaltado que o contribuinte não pleiteou crédito, mas requereu o cancelamento da PER/DCOMP. Portanto, a causa de pedir também não autoriza a interposição dos embargos. Outrossim, a título do esclarecimento ao autor do despacho de efl. 73, cumpre observar que o objeto da lide já foi apreciado, devendo a execução se dar nos exatos termos do acórdão. Portanto, os débitos indicados na PER/DCOMP (efls. 11/15) devem ser extintos no sistema com indicação do número do presente processo. Pelo exposto, voto por rejeitar os Embargos de Declaração, posto que interpostos por autoridade incompetente, e ratificar o decidido no Acórdão nº 1801001.744, proferido em sessão de 06 de novembro de 2013. (assinado digitalmente) Alexandre Fernandes Limiro Fl. 78DF CARF MF Impresso em 12/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/03/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/0 3/2015 por ALEXANDRE FERNANDES LIMIRO, Assinado digitalmente em 11/03/2015 por ANA DE BARROS FERNAND ES
score : 1.0
Numero do processo: 10850.909115/2011-75
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 28 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Feb 20 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 30/06/2002
COFINS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO - APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL - POSSIBILIDADE.
Nos termos regimentais, reproduzem-se as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 3801-004.927
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente.
(assinado digitalmente)
Marcos Antonio Borges - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Cássio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: MARCOS ANTONIO BORGES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Cássio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
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ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzemse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes (Presidente), Paulo Sérgio Celani, Cássio Schappo, Marcos Antonio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 91 15 /2 01 1- 75 Fl. 296DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.909115/201175 Acórdão n.º 3801004.927 S3TE01 Fl. 297 2 Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, que transcrevo a seguir: Trata o presente processo de Pedido de Restituição de créditos de Cofins, referentes a pagamento efetuado indevidamente ou ao maior no período de apuração junho de 2002, no valor de R$ 556,47.. O pedido foi transmitido através do PER nº 39994.07991.141206.1.2.040360, fls. 2/4, em 14/12/2006. O despacho decisório de fls. 5, indeferiu o pedido, pois o pagamento indicado no PER teria sido integralmente utilizado para quitar débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição. O despacho foi encaminhado para ciência do contribuinte, conforme comprovante constante à fl. 6. Irresignado, o recorrente apresentou, tempestivamente, a manifestação de inconformidade de fls. 7/15, para alegar que: I. O Despacho Decisório não teria examinado o motivo real dos recolhimentos a maior, por não ter aventado a possibilidade de que tais pagamentos seriam devido à ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins de que trata a Lei nº 9.718/98; dessa forma, deveria ser reformado, em desrespeito ao artigo 65 da IN RFB nº 900/2008, e ao artigo 142 do Código Tributário Nacional – CTN; II. O pagamento indevido, objeto da restituição, seria devido à inconstitucionalidade do parágrafo 1º, do artigo 3º, da Lei nº 9.718/98, que trata da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins; a discussão de tal matéria estaria superada pelo STF, pois já teria sido aplicada a repercussão geral no RE nº 585.235, de 10/09/2008; III. Outra prova da pacificação de tal entendimento seria a edição da Lei nº 11.941/2009, que teria revogado o parágrafo 1º, do artigo 3º, da Lei nº 9.718/98; IV. O entendimento do STF deveria ser aplicado às decisões administrativas, conforme os seguintes dispositivos: inciso I do parágrafo 6º, do artigo 26A, do Decreto nº 72.235/72 – PAF; inciso I, do artigo 59, do Decreto n° 7.574/2011; inciso I, parágrafo 1º, do artigo 62 e caput do artigo 62A., ambos do RICARF; Concluiu argumentando que na base de cálculo do PIS e da Cofins deveriam ser incluídos os valores correspondentes apenas às receitas de vendas de mercadorias e serviços. Solicitou Fl. 297DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.909115/201175 Acórdão n.º 3801004.927 S3TE01 Fl. 298 3 comprovar as alegações através da realização de diligência, perícia e juntada de documentos. Requereu ainda a reunião dos processos elencados na manifestação de inconformidade, já que teriam as mesmas partes e tratariam de matéria idêntica. Apensou planilha e balancete contendo as receitas financeiras da empresa (fls. 39/41). A Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) proferiu a seguinte decisão, nos termos da ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 30/06/2002 AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em recurso extraordinário, não gera efeitos erga omnes, sendo incabível sua aplicação a contribuintes que não façam parte da respectiva ação. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE SALDO A RESTITUIR. Verificado que o crédito pleiteado foi totalmente utilizado, em momento anterior, para quitação de débitos declarados em DCTF, resta impossibilitada, por falta de saldo, a restituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 30/06/2002 PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Fl. 298DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.909115/201175 Acórdão n.º 3801004.927 S3TE01 Fl. 299 4 Inconformada, a contribuinte recorreu a este Conselho reproduzindo, na essência, as razões apresentadas por ocasião da impugnação e juntando documentação comprobatória. Em face do bom direito da recorrente, o processo, em julgamento unânime, foi convertido em diligência para que a Delegacia de origem apurasse a composição da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) com base na documentação apresentada e na escrita fiscal e contábil, relativo aos períodos de apuração apontados nos pedidos de restituição, e a correção dos valores inicialmente pleiteados correspondentes à indevida ampliação da base de cálculo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. A DRF de origem em cumprimento ao solicitado na Resolução exarou a Informação Fiscal de fls. 197/199 na qual conclui que “Após, apuração da Contribuição da COFINS devida para o mês de Junho de 2002 no valor de R$.5.897,48, e observado que o valor recolhido foi de R$.6.456,68 (fls.196), concluímos que o valor recolhimento a maior é de R$.559,20.” A contribuinte foi devidamente cientificada do teor da diligência por via eletrônica e se manifestou concordando com o resultado da mesma. Assim, os autos administrativos retornaram a esse colegiado para julgamento. É o relatório. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.909115/201175 Acórdão n.º 3801004.927 S3TE01 Fl. 300 5 Voto Conselheiro Marcos Antonio Borges O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto dele tomase conhecimento. A questão posta em discussão cingese ao direito ao crédito de COFINS pago com base no art. 3º, § 1, da Lei n° 9.718, de 1998, que foram posteriormente declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. Preliminarmente, entendo que deve ser considerada a documentação comprobatória apresentada em sede de Recurso Voluntário, que, em tese, estaria atingida pela preclusão consumativa, em obediência ao princípio da verdade material, conforme entendimento prevalente nesse colegiado e que foram juntadas em complemento aos documentos comprobatórios apensados anteriormente, os quais, em tese, ratificam os argumentos apresentados. No mérito assiste razão à recorrente, senão vejamos: A Lei nº 9.718/98, conversão da Medida Provisória nº 1.724/98, estendeu o conceito de faturamento, base de cálculo das contribuições PIS e Cofins, definindoo no §1º do art. 3º como "receita bruta" da pessoa jurídica, e esta seria “a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas”. Ocorre, todavia, que o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento dos Recursos Extraordinários n.ºs 357.950/RS, 358.273/RS, 390840/MG, Relator Ministro Marco Aurélio, e n.º 346.0846/PR, do Ministro Ilmar Galvão, pacificou o entendimento da inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo das contribuições destinadas ao PIS e à Cofins, promovida pelo § 1º, do artigo 3º, da Lei n.º 9.718/98. Os aludidos acórdãos foram assim ementados: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do Fl. 300DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.909115/201175 Acórdão n.º 3801004.927 S3TE01 Fl. 301 6 artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. No mais, o STF, no julgamento do RE nº 585.235, publicado no DJ nº 227 do dia 28/11/2008, julgado no qual havia sido aplicada a repercussão geral da matéria em exame, reconheceu a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Segue a ementa, in verbis: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Neste sentido, há de se observar o artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria nº 256/2009 do Ministro da Fazenda, com alterações das Portarias 446/2009 e 586/2010, que dispõe que os Conselheiros têm que reproduzir as decisões do STF proferidas na sistemática da repercussão geral, in verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Outrossim, o Decreto nº 70.235/72, que rege o processo fiscal, estabelece: “Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade* (...) §6º O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:* I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;* (...)” Fl. 301DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10850.909115/201175 Acórdão n.º 3801004.927 S3TE01 Fl. 302 7 *Nova redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009 Além do mais, em consonância com o entendimento da Excelsa Corte, a Lei nº 11.941/09 revogou expressamente o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. Da análise dos demonstrativos e da Declaração de Informações Econômico Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), verificase que outras receitas compuseram a base de cálculo da contribuição COFINS em desacordo com o conceito de faturamento adotado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), qual seja, a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Conforme relatado, o presente processo foi convertido em diligência para que a Delegacia de origem apurasse a composição da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) com base na documentação apresentada e na escrita fiscal e contábil, relativo aos períodos de apuração apontados nos pedidos de restituição, e a correção dos valores inicialmente pleiteados correspondentes à indevida ampliação da base de cálculo do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98. A DRF de origem em cumprimento ao solicitado na Resolução exarou a Informação Fiscal de fls. 197/199 na qual conclui que “Após, apuração da Contribuição da COFINS devida para o mês de Junho de 2002 no valor de R$.5.897,48, e observado que o valor recolhido foi de R$.6.456,68 (fls.196), concluímos que o valor recolhimento a maior é de R$.559,20.” Assim sendo, pelos documentos comprobatórios colacionados aos autos, e em especial a diligência fiscal realizada pela Delegacia de origem, reconhecesse como legítimo o direito creditório pagamento indevido ou a maior da Contribuição da Cofins do mês de Junho de 2002, recolhido em 15/07/2002, no código 2172, no valor original de R$.556,47 (Quinhentos e Cinquenta e Seis Reais e Quarenta e Sete Centavos), requerido através do Pedido de Restituição na PERDCOMP de nº 39994.07991.141206.1.2.040360, transmitida em 14/12/2006. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário no sentido de reconhecer um crédito originário no valor pleiteado pela recorrente. (assinado digitalmente) Marcos Antonio Borges Fl. 302DF CARF MF Impresso em 20/02/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/02/2015 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 05/02/201 5 por MARCOS ANTONIO BORGES, Assinado digitalmente em 19/02/2015 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
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Numero do processo: 13839.004792/2006-84
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Apr 10 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1998, 01/04/2002 a 30/06/2002
IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO PRESUMIDO (DCP). PRAZO DE ENTREGA. MULTA.
A pessoa jurídica que faz jus ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode, respeitado o prazo prescricional, utilizar o crédito presumido em qualquer tempo, devendo observar, entretanto, que a partir do momento em que o utilize torna-se obrigada à apresentação do Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP), que deverá respeitar o prazo de entrega para o respectivo trimestre de utilização. A utilização do crédito presumido, por qualquer forma, sem que tenham sido observados o prazo e as condições de entrega do demonstrativo sujeita o infrator a multa calculada com base nesse marco temporal.
Numero da decisão: 3201-001.893
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
JOEL MIYAZAKI - Presidente.
CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1998, 01/04/2002 a 30/06/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO PRESUMIDO (DCP). PRAZO DE ENTREGA. MULTA. A pessoa jurídica que faz jus ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode, respeitado o prazo prescricional, utilizar o crédito presumido em qualquer tempo, devendo observar, entretanto, que a partir do momento em que o utilize torna-se obrigada à apresentação do Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP), que deverá respeitar o prazo de entrega para o respectivo trimestre de utilização. A utilização do crédito presumido, por qualquer forma, sem que tenham sido observados o prazo e as condições de entrega do demonstrativo sujeita o infrator a multa calculada com base nesse marco temporal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. JOEL MIYAZAKI - Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Erika Costa Camargos Autran.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2166; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 205 1 204 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13839.004792/200684 Recurso nº De Ofício Acórdão nº 3201001.893 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de fevereiro de 2015 Matéria INFRAÇÃO IPI Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado TAKATAPETRI S/A ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1998, 01/04/2002 a 30/06/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO PRESUMIDO (DCP). PRAZO DE ENTREGA. MULTA. A pessoa jurídica que faz jus ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode, respeitado o prazo prescricional, utilizar o crédito presumido em qualquer tempo, devendo observar, entretanto, que a partir do momento em que o utilize tornase obrigada à apresentação do Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP), que deverá respeitar o prazo de entrega para o respectivo trimestre de utilização. A utilização do crédito presumido, por qualquer forma, sem que tenham sido observados o prazo e as condições de entrega do demonstrativo sujeita o infrator a multa calculada com base nesse marco temporal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. JOEL MIYAZAKI Presidente. CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Joel Miyazaki (presidente), Winderley Morais Pereira, Daniel Mariz Gudino, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araújo e Erika Costa Camargos Autran. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 83 9. 00 47 92 /2 00 6- 84 Fl. 206DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 206 2 Relatório Por bem descrever a matéria de que trata este processo, adoto e transcrevo abaixo o relatório que compõe a Decisão Recorrida. Tratase de exigência de multa isolada, formalizada no Auto de Infração de fls. 051/053, cientificado em 10/11/2006 (fl. 051) totalizando o crédito tributário de R$ 1.093.233,58. O processo administrativo correspondente foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos pautarseão na numeração estabelecida no processo eletrônico. Segundo o exposto no Termo de Conclusão Fiscal (fls. 045/047), na execução de procedimento de fiscalização iniciado em 08/08/2006, foi identificada apresentação fora dos prazos de Demonstrativos de Crédito Presumido DCP no período do 3º trimestre de 1997 ao 2º trimestre de 2002, cujas multas correspondentes foram lançadas por meio do auto de infração originário do presente processo. A fundamentação legal para o lançamento consta dos autos à fl. 052. Inconformada com a autuação, a contribuinte, por intermédio de seu representante legal, protocolizou, em 12/12/2006, a impugnação de fls. 058/065 e documentos anexos aduzindo em sua defesa as razões que se seguem. 1. A contribuinte afirma que todos os programas DCP/IPI relativos aos períodos notificados foram entregues dentro do prazo legal, pois todos os DCPs foram entregues na mesma data do protocolo das compensações correspondentes, dia 11/10/2002, nos termos do ADI SRF nº 6, de 02/05/2006. 2. Cita também o art. 17 da IN SRF 210/2002, para apontar que as diligências necessárias foram realizadas pela RFB. 3. Contesta a afirmação da fiscalização de que a contribuinte não teria apresentado as informações referidas no art. 6º da Portaria MF nº 38, de 27/02/1997, pois a resposta apresentada ao Termo de Início de Fiscalização mostra o contrário. Finaliza pedindo o recebimento da impugnação e o cancelamento do Auto de Infração. Sobreveio decisão da 8ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, que julgou, por unanimidade de votos, procedente a impugnação, exonerando o crédito tributário. Os fundamentos do voto condutor do acórdão recorrido encontramse consubstanciados na ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Fl. 207DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 207 3 Período de apuração: 01/07/1997 a 31/12/1998, 01/04/2002 a 30/06/2002 IPI. CRÉDITO PRESUMIDO. DEMONSTRATIVO DO CRÉDITO PRESUMIDO (DCP). PRAZO DE ENTREGA. MULTA. A pessoa jurídica que faz jus ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) pode, respeitado o prazo prescricional, utilizar o crédito presumido em qualquer tempo, devendo observar, entretanto, que a partir do momento em que o utilize tornase obrigada à apresentação do Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP), que deverá respeitar o prazo de entrega para o respectivo trimestre de utilização. A utilização do crédito presumido, por qualquer forma, sem que tenham sido observados o prazo e as condições de entrega do demonstrativo sujeita o infrator a multa calculada com base nesse marco temporal. Esta decisão foi submetida à apreciação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, de acordo com o art. 34 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, e alterações introduzidas pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de1997, e Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, por força de recurso necessário É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto O recurso de ofício atende aos requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. Tratase o presente processo de auto de infração pelo qual foi formalizada a exigência de multa decorrente da conduta de apresentação intempestiva de Demonstrativos de Crédito Presumido de IPI – DCP, referentes aos períodos compreendidos entre o 3º trimestre de 1997 e o 2º trimestre de 2002. Acerca da infração em comento, tendo em vista a clareza e a propriedade com que foi descrita, transcrevo abaixo excerto do voto condutor do acórdão recorrido: Crédito presumido de IPI e entrega do demonstrativo O crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados tem sua origem no conceito de desoneração dos valores de contribuições incidentes sobre a receita obtida nas operações de exportação de produtos manufaturados nacionais. As primeiras medidas relativas ao tema sob a atual Constituição Federal foram no sentido de instituir incentivo fiscal na forma de exclusão das receitas de exportação da base de cálculo de contribuições devidas pelo próprio exportador, por meio da Lei nº 7.714/1988 e da Lei Complementar nº 70/1991. Fl. 208DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 208 4 Em seguida, o foco foi ampliado no sentido de compensar também o valor de contribuições arcadas pelos fornecedores e embutidas no custo dos insumos adquiridos pelo exportador. Com esse intuito foi publicada a Medida Provisória nº 674/1994, e suas reedições, que instituiu um crédito fiscal ressarcível em moeda corrente para compensar o valor de contribuições incidentes sobre o valor dos insumos utilizados na exportação. Esses dispositivos normativos já faziam referência à utilização subsidiária da legislação do IPI e apontavam o Ministro da Fazenda como autoridade competente para a edição de normas complementares. A partir da reedição dessa norma como a Medida Provisória nº 948, de 23 de março de 1995, o benefício fiscal, até então concedido sob a forma de ressarcimento, assumiu a natureza de crédito presumido de IPI, eventualmente ressarcível, nos termos do art. 1º dessa norma: Art. 1º O produtor exportador de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. (…) Art. 4º Em caso de comprovada impossibilidade de utilização do crédito presumido em compensação do Imposto sobre Produtos Industrializados devido, pelo produtor exportador, nas operações de venda no mercado interno, farseá o ressarcimento em moeda corrente. Art. 6º O Ministro de Estado da Fazenda expedirá as instruções necessárias ao cumprimento do disposto nesta medida provisória, inclusive quanto aos requisitos e periodicidade para apuração e para fruição do crédito presumido e respectivo ressarcimento, à definição de receita de exportação e aos documentos fiscais comprobatórios dos lançamentos, a esse título, efetuados pelo produtor exportador. A essa mudança conceitual, seguiuse a normatização complementar competente por meio da Portaria MF nº 129, de 06 de abril de 1995, que determinava a apuração anual do benefício com base nos dados do balanço do exercício e permitia a utilização antecipada no mês seguinte às exportações realizadas. Esse instrumento já estabelecia a obrigatoriedade de apresentação de demonstrativo anual e as sanções correspondentes: Art. 6º. O contribuinte beneficiado com o crédito presumido apresentará, anualmente, demonstrativo referente à fruição do benefício, no qual deverá constar: Fl. 209DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 209 5 (…) § 1º. A não apresentação do documento a que se refere este artigo caracteriza utilização indevida do crédito presumido, sujeitandose ao pagamento do IPI que deixou de ser recolhido, com os acréscimos previstos na legislação aplicável. § 2º. A omissão de informações ou a prestação de informações falsas no demonstrativo de que trata este artigo, bem assim a utilização do crédito presumido em desacordo com o previsto no art. 5º, acarretará a sujeição às sanções previstas no art. 1º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Art. 7º. A Secretaria da Receita Federal estabelecerá: I – normas relativas à utilização antecipada do crédito presumido de que trata esta Portaria; II – forma e prazos de apresentação do demonstrativo a que se refere o art. 6º desta Portaria. (grifouse) Ainda em caráter complementar, a SRF publicou a IN SRF nº 21, de 12 de abril de 1995, a qual dispõe sobre a escrituração do crédito e a entrega do demonstrativo: Art. 2º A escrituração do crédito, calculado na forma do artigo anterior, condicionase à entrega, até o quinto dia útil do mês seguinte àquele em que forem realizadas exportações para o exterior, à unidade da Secretaria da Receita Federal com jurisdição sobre o estabelecimento, de comunicação, na qual o interessado informará o valor do crédito e declarará a inexistência de débitos relativos a tributos e contribuições federais. Parágrafo único. O crédito presumido será escriturado no quadro "Demonstrativo de Créditos", no item 005: "Outros Créditos", do livro Registro de Apuração do IPI, modelo 8, com indicação de sua origem no quadro "Observações, na data da entrega da comunicação prevista neste artigo. Art. 3º O produtorexportador beneficiado com o crédito presumido a que se refere o art. 1º da Portaria nº 129, de 5 de abril de 1995, deverá apresentar, até o dia 31 de março de cada ano, Demonstrativo do Crédito Presumido conforme modelo aprovado pela CoordenaçãoGeral do Sistema de Fiscalização, no qual constará: Essa normatização mantevese em vigor por meio da edição e reedição de normas posteriores, até a conversão da última edição da MP na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, que dispôs da mesma forma acerca da sistemática do benefício. Em seguida, dentro da competência estabelecida pela normatização vigente, foi editada a Portaria MF nº 38, de 27 de fevereiro de 1997, a qual ratificou a obrigatoriedade do Demonstrativo do Crédito Presumido – DCP, mas alterou a Fl. 210DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 210 6 periodicidade para trimestral e o prazo para entrega desse documento, bem como dispôs acerca das penalidades aplicáveis em caso de descumprimento, tudo posteriormente ratificado nas Portarias 64/2003 e 93/2004: Art. 6º A empresa produtora e exportadora beneficiada com o crédito presumido deverá apresentar ao órgão da Secretaria da Receita Federal de seu domicílio fiscal, até o último dia útil dos meses de abril, julho, outubro e janeiro, demonstrativo referente à fruição do benefício nos trimestres encerrados, respectivamente, nos meses de março, junho, setembro e dezembro, imediatamente anteriores, em que deverá constar: I – relação das notas fiscais relativas às exportações diretas, com a indicação do destinatário e país de seu domicílio, do valor, da data do embarque e do respectivo número do despacho de exportação, correspondentes a cada nota fiscal; II – relação das notas fiscais relativas às vendas a empresa comercial exportadora, com indicação do nome da destinatária e de seu número de inscrição no CGCMF, do valor da nota fiscal e da data de sua emissão; III – a receita operacional bruta, acumulada desde o início do ano até o final do trimestre em que houver apurado crédito presumido; IV – a receita bruta de exportação, acumulada desde o início do ano até o final do trimestre em que houver apurado crédito presumido; V – o valor, acumulado desde o início do ano até o final do trimestre em que houver apurado crédito presumido, das matériasprimas, dos produtos intermediários e dos materiais de embalagem adquiridos; VI – relação das notas fiscais de transferências de créditos da matriz para outros estabelecimentos, com indicação da data de emissão e do valor do crédito transferido. (…) Art. 10. A omissão de informações ou a prestação de informações falsas, nos demonstrativos de que tratam os arts. 6º e 7º, bem assim a utilização do crédito presumido em desacordo com o previsto na Lei nº 9.363, de 1996, sujeitará a empresa às penalidades previstas no art. lº da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, sem prejuízo das demais sanções cabíveis. Art. 11. A não apresentação do demonstrativo a que se refere o art. 6º ou 7º, bem assim a sua apresentação após o prazo estabelecido, sujeitará a empresa à multa de que trata o art. 9º do Decretolei nº 2.303, de 21 de novembro de 1986. (grifouse) A subseqüente alteração normativa de relevância deveuse à MP nº 1.8072, de 1999, 25 de março de 1999, reeditada repetidamente até a MP nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001, Fl. 211DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 211 7 que suspendeu a aplicação da Lei nº 9.363/1996 no período de 01/04/1999 a 31/12/1999. Nesse meio tempo, em 26 de julho de 2001, havia sido publicada a Medida Provisória nº 2.2021, depois convertida na Lei nº 10.273, de 10 de setembro de 2001, que estabeleceu sistemática alternativa de cálculo do crédito presumido instituído pela Lei nº 9.363/1996, nos seguintes termos na redação definitiva da lei: Art. 1º Alternativamente ao disposto na Lei nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, a pessoa jurídica produtora e exportadora de mercadorias nacionais para o exterior poderá determinar o valor do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS), de conformidade com o disposto em regulamento. (…) § 4º A opção pela alternativa constante deste artigo será exercida de conformidade com normas estabelecidas pela Secretaria da Receita Federal e abrangerá, obrigatoriamente: I – o último trimestrecalendário de 2001, quando exercida neste ano; II – todo o anocalendário, quando exercida nos anos subseqüentes. § 5º Aplicamse ao crédito presumido determinado na forma deste artigo todas as demais normas estabelecidas na Lei no 9.363, de 1996. (grifouse) Em decorrência da referida MP nº 2.2021/ 2001, a SRF normatizou a sistemática do regime de cálculo alternativo para o crédito presumido por meio da IN nº 69, de 06 de agosto de 2001, na qual estabelecia que: Art. 2º A opção pelo regime alternativo de que trata esta Instrução Normativa abrangerá: I – o último trimestrecalendário do ano de 2001, se exercida neste ano; II – todo o anocalendário, se exercida nos anos subseqüentes; III – o período remanescente do anocalendário, na hipótese de exercício quando do início de atividades da pessoa jurídica. Art. 3º A opção de que trata o art. 2º será formalizada na Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), correspondente ao: I – último trimestrecalendário do ano de 2001, na hipótese do inciso I; Fl. 212DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 212 8 II – último trimestrecalendário do ano anterior, na hipótese do inciso II; III – primeiro trimestrecalendário de atividades, na hipótese do inciso III. (…) Art. 27. A pessoa jurídica sujeita a prestar, na DCTF, informações sobre o crédito presumido do IPI de que trata esta Instrução Normativa, deverá manter à disposição da SRF, conforme estabelecido no Manual de Preenchimento da DCTF, arquivos magnéticos contendo relação das notas fiscais, individualizada, referente às: (…) Art. 30. A empresa comercial exportadora que houver adquirido produtos industrializados de empresa industrial, com o fim específico de exportação, deverá apresentar à unidade da SRF de seu domicílio fiscal, até o último dia útil dos meses de abril, julho, outubro e janeiro, demonstrativo correspondente às exportações efetuadas nos trimestres encerrados, respectivamente, nos meses de março, junho, setembro e dezembro, em que deverá constar: (grifouse) A referida IN SRF nº 69/2001 foi revogada pela IN SRF nº 315, de 03 de abril de 2003, que trouxe uma informação específica acerca da aplicação de penalidade referente ao DCP, ratificada posteriormente pelas IN SRF nº 419/2004 e IN SRF nº 420/2004: Art. 34. A não apresentação dos demonstrativos pela pessoa jurídica beneficiada com o crédito presumido, a que se refere o art. 26, e pela empresa comercial exportadora, a que se refere o art. 27, e das informações a que se refere o art. 31, bem assim sua apresentação após os prazos estabelecidos, sujeitará a pessoa jurídica à penalidade estabelecida no inciso I do art. 57 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001. Parágrafo único. A penalidade de que trata o caput será devida, quanto ao DCP, a partir da utilização do crédito presumido, por qualquer forma, sem que tenham sido observados o prazo e as condições de entrega do demonstrativo. E, finalmente, cabe ainda mencionar o disposto no Ato Declaratório Interpretativo ADI SRF nº 6, de 02/05/2006, trazido também pela impugnante: Artigo único. A pessoa jurídica produtoraexportadora de produtos industrializados nacionais que faz jus ao crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de que tratam as Leis nº 9.363, de 13 de dezembro de 1996, e nº 10.276, de 10 de setembro de 2001, como ressarcimento relativo às Contribuições para o PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) pode, respeitado o prazo prescricional, utilizar o crédito presumido em qualquer Fl. 213DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO Processo nº 13839.004792/200684 Acórdão n.º 3201001.893 S3C2T1 Fl. 213 9 tempo, devendo observar, entretanto, que a partir do momento em que o utilize tornase obrigada à apresentação do Demonstrativo do Crédito Presumido (DCP), que deverá respeitar o prazo de entrega para o respectivo trimestre de utilização. Parágrafo único. A entrega da DCP em data posterior à prevista para o respectivo trimestre de utilização ensejará a cobrança de multa, conforme disciplinado no caput e parágrafo único do art. 30 da Instrução Normativa SRF nº 419, de 10 de maio de 2004, e no caput e parágrafo único do art. 34 da Instrução Normativa SRF nº 420, de 10 de maio de 2004. Conforme se verifica, o ADI vem interpretar a legislação no sentido de que a data da entrega do demonstrativo seria a partir do trimestre de utilização do crédito presumido, interpretação essa que retroage a favor da contribuinte. Pois bem, em sendo estes os dispositivos que regem a matéria, em especial o artigo 34, parágrafo único da IN SRF nº 315, de 03 de abril de 2003, resta claro que o prazo para a entrega do citado DCP encerrase no último dia útil do mês seguinte ao trimestre em que houve a utilização do benefício. A recorrente utilizou o crédito presumido por meio de pedidos de ressarcimento e declarações de compensação entregues em 11/10/2002, de forma que o prazo para a entrega dos DCP se encerrou em 31/01/2003. Verificase que a recorrente entregou os DCP também em 11/10/2002, e, desta forma, atendeu a legislação de regência, não restando caracterizada a infração imputada, mostrandose correta a decisão recorrida. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso de ofício. Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto Relator Fl. 214DF CARF MF Impresso em 10/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIMENTO E SILVA PINTO, Assinado digital mente em 09/04/2015 por JOEL MIYAZAKI, Assinado digitalmente em 24/03/2015 por CARLOS ALBERTO NASCIM ENTO E SILVA PINTO
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Numero do processo: 19515.001050/2009-89
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Apr 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - IRREGULARIDADE DA AUTUAÇÃO - INOCORRÊNCIA.
Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa a infração e as circunstâncias em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando local, data de sua lavratura, não há que se falar em nulidade da autuação fiscal posto ter sido elaborada nos termos do artigo 293, Decreto 3.048/1999.
PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - DEIXAR DE EXIBIR LIVRO OU DOCUMENTO RELACIONADO COM, CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS.
Constitui infração á legislação tributário-previdenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições previstas na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, ou apresentar documento ou livro que não atenda às formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2403-002.933
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos.
Nome do relator: PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2007 PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - IRREGULARIDADE DA AUTUAÇÃO - INOCORRÊNCIA. Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa a infração e as circunstâncias em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando local, data de sua lavratura, não há que se falar em nulidade da autuação fiscal posto ter sido elaborada nos termos do artigo 293, Decreto 3.048/1999. PREVIDENCIÁRIO - CUSTEIO - AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA - DEIXAR DE EXIBIR LIVRO OU DOCUMENTO RELACIONADO COM, CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. Constitui infração á legislação tributário-previdenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições previstas na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, ou apresentar documento ou livro que não atenda às formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro - Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos.
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Tendo o fiscal autuante demonstrado de forma clara e precisa a infração e as circunstâncias em que foi praticada, contendo o dispositivo legal infringido, a penalidade aplicada e os critérios de gradação, e indicando local, data de sua lavratura, não há que se falar em nulidade da autuação fiscal posto ter sido elaborada nos termos do artigo 293, Decreto 3.048/1999. PREVIDENCIÁRIO CUSTEIO AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA DEIXAR DE EXIBIR LIVRO OU DOCUMENTO RELACIONADO COM, CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS. Constitui infração á legislação tributárioprevidenciária deixar a empresa de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições previstas na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, ou apresentar documento ou livro que não atenda às formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 10 50 /2 00 9- 89 Fl. 282DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Relator Participaram do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Ivacir Júlio de Souza, Paulo Maurício Pinheiro Monteiro, Ewan Teles Aguiar, Marcelo Magalhães Peixoto e Maria Anselma Coscrato dos Santos. Fl. 283DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001050/200989 Acórdão n.º 2403002.933 S2C4T3 Fl. 283 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente – BTG PACTUAL WM GESTÃO DE RECURSOS LTDA contra Acórdão nº 1624.339 14ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I SP I que julgou procedente a autuação por descumprimento de obrigação acessória, Auto de Infração de Obrigação Acessória – AIOA nº. 37.205.0140, às fls. 01, com valor consolidado de R$ 13.291,66. Conforme o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 162, o Auto de Infração nº. 37.205.0140, Código de Fundamentação Legal – CFL 38 foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente, após solicitação no solicitados nos Termos de Intimação, por ter deixado de apresentar os Livros Diários com o devido registro em órgão competente: 1. DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO: Lei 8.212/91, art. 33 parágrafos 2° e 3 o , combinados com os art. 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. 2. DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO: a empresa deixou de apresentar os livros diários referentes ao período de 01/2004 a 12/2007 (livros de n° 12 a 48) com a devida formalidade legal, qual seja, neste caso, o devido registro em órgão competente. O Relatório Fiscal da Infração, às fls. 162, e o Termo de Antecedentes, às fls. 75, informa que não se caracterizou reincidência nem foi constatada a ocorrência de circunstância agravante da penalidade aplicada. Houve portanto o descumprimento da obrigação legal acessória, conforme previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 33, §§ 2° e 3°, com redação da MP 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, combinado com os arts. 232 e 233, parágrafo único, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. A multa a ser aplicada tem enquadramento legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, arts. 92 e 102 e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 283, inc. II, alínea "j" e art. 373. A Recorrente teve ciência do AIOA em 03.04.2009, conforme Aviso de recebimento AR às fls. 68. O período objeto do auto de infração, conforme o Relatório Fiscal da Infração, é de 01/2004 a 12/2007. A Recorrente apresentou Impugnação tempestiva, conforme o Relatório da decisão de primeira instância: Fl. 284DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 4 2.1. a autuação é nula pois não contém um de seu requisitos formais, qual seja, a descrição clara do fato que constitui a infração, inclusive com o supedâneo legal e documental; 2.2. a Impugnante foi autuada por deixar de exibir documento, mas não foi esclarecido qual seria o documento ou, ao menos, mencionar que intimação que teria solicitado a aludida documentação; 2.3. a autuação viola o disposto no art. 142, do CTN, 2.4. a Administração Pública tem o dever de provar o fato imponível; 2.5. tal imprecisão, por si só, tem o condão de anular o Auto de Infração; 2.6. transcreve jurisprudência; 2.7. não fosse suficiente a nulidade se traduz também na falta de motivação; 2.8. a motivação não se restringe apenas à indicação do dispositivo legal,mas evidenciase com a explicação dos fundamentos (razões) jurídicos; 3. Em face das razões expostas requer sejam acolhidos os argumentos argüidos com a conseqüente desconstituição do crédito tributário; A Recorrida analisou a autuação e a impugnação, julgando procedente a autuação, nos termos do Acórdão nº 1624.339 14ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I SP I, conforme Ementa a seguir: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 02/04/2009 AUTODEINFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. Constitui infração a apresentação de documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou omita informação verdadeira, conforme previsto no art. 33, §§ 2o e 3 o , da Lei n° 8.212/91 c/c o art. 233, parágrafo único, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Acórdão Acordam os membros da 14a Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Intimese para pagamento do crédito mantido no prazo de 30 dias da ciência, salvo interposição de recurso voluntário ao Fl. 285DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001050/200989 Acórdão n.º 2403002.933 S2C4T3 Fl. 284 5 Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, em igual prazo, conforme facultado pelo art. 33 do Decreto n.° 70.235, de 6 de março de 1972, alterado pelo art. I o da Lei n.° 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei 10.522, de 19 de julho de 2002.. observandose o disposto no art. 293, §2°, do Decreto n° 3.048/99, com a redação dada pelo Decreto n° 6.103/2007. Inconformada com a decisão de primeira instância, a Recorrente apresentou Recurso Voluntário, em apertada síntese: (i) Da nulidade do Auto de Infração; O AI ora debatido encontrase eivado de nulidade, na medida em que não aponta com precisão o amparo legal infringido pela Recorrente que ensejaria a presente autuação A autuação ora combatida decorre de suposto descumprimento de obrigação acessória relativamente à apresentação dos Livros Diários n°s 12 a 48, referentes ao período de 01/2004 a 12/2007, por alegada ausência de seu registro no órgão competente, aplicandose a penalidade prevista nos artigos 92 e 102, da Lei n° 8.212/91 c/c com o artigo 283, inciso II, "/' e artigo 373, do Decreto 3.048/99. Não obstante a D. Autoridade Fiscal ter indicado os dispositivos legais infringidos, os quais trazem a possibilidade de aplicação da multa por apresentação de documentos de forma deficiente, a mesma não faz menção ao dispositivo legal que exige o registro do Livro Diário perante o órgão competente. Ou seja, embora conste do Relatório de Fiscalização o fundamento legal imediato para aplicação da multa ora guerreada, a D. Autoridade Fiscal não indica, em momento algum, o fundamento legal mediato, ou seja, a norma que prevê uma conduta cujo descumprimento ensejaria a aplicação da sanção prevista nos arts. 92 e 102, da Lei n° 8.212/91 c/c com o artigo 283, inciso II, "y" e artigo 373, do Decreto 3.048/99. (ii) Do mérito. Do princípio da verdade material. a Recorrente em nenhum momento se recusou a apresentar qualquer documento exigido pelo Fisco, tampouco agiu de forma a prejudicar o procedimento de fiscalização, sendo certo que tal conduta descaracteriza totalmente a presente autuação. Ora, não pode a D. Autoridade Fiscal punir a Recorrente de forma equivalente àqueles em que agem com o intuito de prejudicar o procedimento fiscalizatório. Muito pelo contrário. A Recorrente auxiliou na fiscalização, apresentando todos os documentos exigidos através dos Termos de Intimação. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 6 Tanto assim o é que, na própria decisão exarada, a D. Autoridade Julgadora reconhece, com base no Relatório Fiscal da Infração (fls. 162) e Termo de Antecedentes (fls. 75) que a Recorrente apresentou todos os documentos solicitados nos Termos, não sendo caracterizada a reincidência, tampouco ocorreram outras circunstâncias agravantes da infração (...) Logo, a mera ausência do registro dos Livros Diários no órgão competente não pode ser considerada como suficiente à aplicação da multa ora guerreada (...). Os autos foram enviados ao Conselho, para análise e decisão. É o Relatório. Fl. 287DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001050/200989 Acórdão n.º 2403002.933 S2C4T3 Fl. 285 7 Voto Conselheiro Paulo Maurício Pinheiro Monteiro , Relator PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE O recurso foi interposto tempestivamente, conforme se depreende do encaminhamento ao CARF. Avaliados os pressupostos, passo para as Questões Preliminares e ao Mérito. DAS QUESTÕES PRELIMINARES (A) Da regularidade da autuação Não obstante a argumentação do Recorrente, não confiro razão ao mesmo pois, de plano, notase que o procedimento fiscal atendeu a todas as determinações legais, não havendo, pois, nulidade por vício insanável e tampouco cerceamento de defesa. Conforme o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 162, o Auto de Infração nº. 37.205.0140, Código de Fundamentação Legal – CFL 38 foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente, após solicitação no solicitados nos Termos de Intimação, por ter deixado de apresentar os Livros Diários com o devido registro em órgão competente. Desta forma, conforme o artigo 37 da Lei n° 8.212/91, foi lavrado AIOA nº 37.205.0140 que, conforme definido nos artigos 460, 467 e 468 da IN RFB n° 971/2009, é o documento constitutivo de crédito relativo às contribuições devidas à Previdência Social e a outras importâncias arrecadadas pela RFB, apuradas mediante procedimento fiscal: Lei n° 8.212/91 Art. 37. Constatado o nãorecolhimento total ou parcial das contribuições tratadas nesta Lei, não declaradas na forma do art. 32 desta Lei, a falta de pagamento de benefício reembolsado ou o descumprimento de obrigação acessória, será lavrado auto de infração ou notificação de lançamento. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). IN RFB n° 971/2009 Art. 460. São documentos de constituição do crédito tributário relativo às contribuições de que trata esta Instrução Normativa: Fl. 288DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 8 (...) III Auto de Infração (AI), é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à multa aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória, lavrado por AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscalização; Art. 467. Será lavrado Auto de Infração ou Notificação de Lançamento para constituir o crédito relativo às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de 2007. Art. 468. A autoridade administrativa competente para a lavratura do Auto de Infração pelo descumprimento de obrigação principal ou acessória, nos termos dos arts. 142 e 196 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), e art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de 2002, é o AFRFB que presidir e executar o procedimento fiscal. Parágrafo único. Considerase procedimento fiscal quaisquer das espécies elencadas no art. 7º e seguintes do Decreto nº 70.235, de 1972, observadas as normas específicas da RFB. Cumprenos esclarecer ainda, que o lançamento fiscal foi elaborado nos termos do artigo 33, §§ 2º, 3º da Lei 8.212/1991, os artigos 232 e 233 do decreto 3.048/1991, bem como dos artigos 113, 115 e 122 do Código Tributário Nacional. O artigo 33, §§ 2º, 3º da Lei 8.212/1991: Art. 33. À Secretaria da Receita Federal do Brasil compete planejar, executar, acompanhar e avaliar as atividades relativas à tributação, à fiscalização, à arrecadação, à cobrança e ao recolhimento das contribuições sociais previstas no parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições incidentes a título de substituição e das devidas a outras entidades e fundos.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). (...) § 2o A empresa, o segurado da Previdência Social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas nesta Lei.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, a Secretaria da Receita Federal do Brasil pode, sem prejuízo da penalidade cabível, lançar de ofício a importância devida.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Os arts. 232 e 233, Decreto 3.048/1999: Art. 232. A empresa, o servidor de órgão público da administração direta e indireta, o segurado da previdência social, o serventuário da Justiça, o síndico ou seu representante legal, o comissário e o liquidante de empresa em liquidação judicial ou extrajudicial são obrigados a exibir todos os documentos e livros relacionados com as contribuições previstas neste Regulamento. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001050/200989 Acórdão n.º 2403002.933 S2C4T3 Fl. 286 9 Art. 233. Ocorrendo recusa ou sonegação de qualquer documento ou informação, ou sua apresentação deficiente, o Instituto Nacional do Seguro Social e a Secretaria da Receita Federal podem, sem prejuízo da penalidade cabível nas esferas de sua competência, lançar de ofício importância que reputarem devida, cabendo à empresa, ao empregador doméstico ou ao segurado o ônus da prova em contrário. Parágrafo único. Considerase deficiente o documento ou informação apresentada que não preencha as formalidades legais, bem como aquele que contenha informação diversa da realidade, ou, ainda, que omita informação verdadeira. O art. 113, CTN, estabelece que: Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória. § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extinguese juntamente com o crédito dela decorrente. § 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, convertese em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. O art. 115, CTN, estabelece que: Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. O art. 122, CTN, estabelece que: Art. 122. Sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada às prestações que constituam o seu objeto. Podese elencar as etapas necessárias à realização do procedimento: A autorização por meio da emissão de TIPF – Termo de Início do Procedimento Fiscal, o qual contém o Mandado de Procedimento Fiscal – MPF F, com a competente designação do AuditorFiscal responsável pelo cumprimento do procedimento, bem como a intimação para que o contribuinte para que apresentasse todos os documentos capazes de comprovar o cumprimento da legislação previdenciária; A autuação dentro do prazo autorizado pelo referido Mandado, com a apresentação ao contribuinte dos fatos geradores e fundamentação legal que constituíram a lavratura do auto de infração ora contestado, com as informações necessárias para Fl. 290DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 10 que o autuado pudesse efetuar as impugnações que considerasse pertinentes: a. IPC Instrução para o Contribuinte, onde constam as instruções necessárias à empresa no tocante ao recolhimento, parcelamento, apresentação de defesa e demais informações; b. VÍNCULOS Relação de Vínculos, que relaciona todas as pessoas físicas ou jurídicas de interesse da administração previdenciária em razão do seu vínculo com o sujeito passivo, representantes legais ou não, indicando o tipo de vínculo existente e o período correspondente; c. REFISC – Relatório Fiscal da Infração e da Aplicação da Multa. Ademais, não compete ao AuditorFiscal agir de forma discricionária no exercício de suas atribuições. Desta forma, em constatando a falta de recolhimento, face a ocorrência do fato gerador, cumprilhe lavrar de imediato a notificação fiscal de lançamento de débito de forma vinculada, constituindo o crédito previdenciário. O art. 243 do Decreto 3.048/99, assim dispõe neste sentido: Art.243. Constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição ou outra importância devida nos termos deste Regulamento, a fiscalização lavrará, de imediato, notificação fiscal de lançamento com discriminação clara e precisa dos fatos geradores, das contribuições devidas e dos períodos a que se referem, de acordo com as normas estabelecidas pelos órgãos competentes. Desta forma, o procedimento fiscal atendeu todas as determinações legais, não prosperando as alegações da Recorrente. Diante do exposto, não prospera a alegação da Recorrente. (i) Da nulidade do Auto de Infração; O AI ora debatido encontrase eivado de nulidade, na medida em que não aponta com precisão o amparo legal infringido pela Recorrente que ensejaria a presente autuação A autuação ora combatida decorre de suposto descumprimento de obrigação acessória relativamente à apresentação dos Livros Diários n°s 12 a 48, referentes ao período de 01/2004 a 12/2007, por alegada ausência de seu registro no órgão competente, aplicandose a penalidade prevista nos artigos 92 e 102, da Lei n° 8.212/91 c/c com o artigo 283, inciso II, "/' e artigo 373, do Decreto 3.048/99. Não obstante a D. Autoridade Fiscal ter indicado os dispositivos legais infringidos, os quais trazem a possibilidade de aplicação da multa por apresentação de documentos de forma deficiente, a mesma não faz menção ao dispositivo legal que exige o registro do Livro Diário perante o órgão competente. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001050/200989 Acórdão n.º 2403002.933 S2C4T3 Fl. 287 11 Ou seja, embora conste do Relatório de Fiscalização o fundamento legal imediato para aplicação da multa ora guerreada, a D. Autoridade Fiscal não indica, em momento algum, o fundamento legal mediato, ou seja, a norma que prevê uma conduta cujo descumprimento ensejaria a aplicação da sanção prevista nos arts. 92 e 102, da Lei n° 8.212/91 c/c com o artigo 283, inciso II, "y" e artigo 373, do Decreto 3.048/99. Analisemos. Conforme o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 162, o Auto de Infração nº. 37.205.0140, Código de Fundamentação Legal – CFL 38 foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente, após solicitação no solicitados nos Termos de Intimação, por ter deixado de apresentar os Livros Diários com o devido registro em órgão competente: 1. DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO: Lei 8.212/91, art. 33 parágrafos 2° e 3 o , combinados com os art. 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. 2. DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO: a empresa deixou de apresentar os livros diários referentes ao período de 01/2004 a 12/2007 (livros de n° 12 a 48) com a devida formalidade legal, qual seja, neste caso, o devido registro em órgão competente. Houve portanto o descumprimento da obrigação legal acessória, conforme previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 33, §§ 2° e 3°, com redação da MP 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, combinado com os arts. 232 e 233, parágrafo único, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. A multa a ser aplicada tem enquadramento legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, arts. 92 e 102 e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 283, inc. II, alínea "j" e art. 373. Ora, conforme indicado na decisão de primeira instância, às fls. 214, é incontroverso que a Recorrente não apresentou os Livros Diários, de nos. 12 a 48, do período 01/2004 a 12/2007, devidamente registrados no órgão competente, conforme se depreende doso Termos de Abertura e de Encerramento, às fls. 76 a 161. Inclusive, na decisão de primeira instância, ás fls. 214, se observa que a argumentação da Recorrente na qual a autuação não esclareceu qual o documento que solicitou a documentação do contribuinte, foi afastada em tal decisão pela constatação de que a solicitação dos Livros Diários consta do termo de Início da Ação Fiscal TIAF, às fls. 09, com ciência do contribuinte em 26.06.2008, às fls. 10. Em outro aspecto, a Recorrente alega que não houve por parte da autuação a menção ao dispositivo legal que exige o registro do Livro Diário perante o órgão competente. Não concordo com tal afirmação pois a não apresentação dos Livros Diários com o devido registro ocasionou o descumprimento da obrigação legal acessória, conforme previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 33, §§ 2° e 3°, com redação da MP 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, combinado com os arts. 232 e 233, parágrafo único, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 12 Ademais, temse que a CRFB/1988, no art 5º, II, dispõe que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei, conquanto o Código Civil de 2002, nos arts. 1.180 e 1.181, dispõe ser indispensável a formalidade legal em relação ao Livro Diário: CRFB/1988: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindose aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...) II ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; Lei 10.406/2002 Código Civil Art. 1.180. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico. Art. 1.181. Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis. Parágrafo único. A autenticação não se fará sem que esteja inscrito o empresário, ou a sociedade empresária, que poderá fazer autenticar livros não obrigatórios. Neste diapasão, temse também o disposto no art. 225, § 13, Decreto 3.048/1999, na qual se determina o cumprimento das demais normas legais e regulamentares referentes à escrituração contábil: Art.225. A empresa é também obrigada a: (...) II lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições, o montante das quantias descontadas, as contribuições da empresa e os totais recolhidos; (...) §15. A exigência prevista no inciso II do caput não desobriga a empresa do cumprimento das demais normas legais e regulamentares referentes à escrituração contábil. Diante do exposto. não prospera a argumentação da Recorrente. DO MÉRITO (ii) Do mérito. Do princípio da verdade material. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI Processo nº 19515.001050/200989 Acórdão n.º 2403002.933 S2C4T3 Fl. 288 13 a Recorrente em nenhum momento se recusou a apresentar qualquer documento exigido pelo Fisco, tampouco agiu de forma a prejudicar o procedimento de fiscalização, sendo certo que tal conduta descaracteriza totalmente a presente autuação. Ora, não pode a D. Autoridade Fiscal punir a Recorrente de forma equivalente àqueles em que agem com o intuito de prejudicar o procedimento fiscalizatório. Muito pelo contrário. A Recorrente auxiliou na fiscalização, apresentando todos os documentos exigidos através dos Termos de Intimação. Tanto assim o é que, na própria decisão exarada, a D. Autoridade Julgadora reconhece, com base no Relatório Fiscal da Infração (fls. 162) e Termo de Antecedentes (fls. 75) que a Recorrente apresentou todos os documentos solicitados nos Termos, não sendo caracterizada a reincidência, tampouco ocorreram outras circunstâncias agravantes da infração (...) Logo, a mera ausência do registro dos Livros Diários no órgão competente não pode ser considerada como suficiente à aplicação da multa ora guerreada (...). Analisemos. Conforme já discutido no item (i) acima, conforme o Relatório Fiscal da Infração, às fls. 162, o Auto de Infração nº. 37.205.0140, Código de Fundamentação Legal – CFL 38 foi lavrado pela Fiscalização contra a Recorrente, após solicitação no solicitados nos Termos de Intimação, por ter deixado de apresentar os Livros Diários com o devido registro em órgão competente: 1. DISPOSITIVO LEGAL INFRINGIDO: Lei 8.212/91, art. 33 parágrafos 2° e 3 o , combinados com os art. 232 e 233, parágrafo único do Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto n° 3.048/99. 2. DESCRIÇÃO DA INFRAÇÃO: a empresa deixou de apresentar os livros diários referentes ao período de 01/2004 a 12/2007 (livros de n° 12 a 48) com a devida formalidade legal, qual seja, neste caso, o devido registro em órgão competente. Houve portanto o descumprimento da obrigação legal acessória, conforme previsto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 33, §§ 2° e 3°, com redação da MP 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, combinado com os arts. 232 e 233, parágrafo único, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999. A multa a ser aplicada tem enquadramento legal na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, arts. 92 e 102 e Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto n° 3.048, de 06/05/1999, art. 283, inc. II, alínea "j" e art. 373. De modo que o argumento da Recorrente, no sentido de não ter havido a recusa em apresentar documentos, deve ser afastado porque a autuação por descumprimento de obrigação acessória ocorreu pela apresentação dos Livros Diários sem os devidos registros em órgão competente, de modo que restou sim configurado o descumprimento de obrigação acessória. Fl. 294DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI 14 Diante do exposto. não prospera a argumentação da Recorrente. CONCLUSÃO Voto no sentido de CONHECER do Recurso e NEGARLHE provimento. É como voto. Paulo Maurício Pinheiro Monteiro Fl. 295DF CARF MF Impresso em 07/04/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente e m 31/03/2015 por PAULO MAURICIO PINHEIRO MONTEIRO, Assinado digitalmente em 01/04/2015 por CARLOS AL BERTO MEES STRINGARI
score : 1.0
Numero do processo: 44021.000005/2007-44
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 11 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Mon Mar 09 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1999 a 31/03/2006
PREVIDENCIÁRIO. NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO - NFLD. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. RELATÓRIO FISCAL QUE DESCREVE PORMENORIZADAMENTE A OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. ÔNUS DA PROVA. IN CASU, OBRIGAÇÃO DO CONTRIBUINTE.
Como se pode observar das informações contidas no Relatório Fiscal, a autoridade administrativa descreveu pormenorizadamente os fatos geradores e a fonte da qual extraiu as informações para realizar o lançamento, situação que não deixa margem para a hipótese de nulidade levantada pelo contribuinte.
No que diz respeito às exigências tributárias referentes às diferenças apuradas, restou evidenciado nestes autos que o contribuinte não se desincumbiu de provar o que alega em sua defesa.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-004.072
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
(Assinado digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima Presidente
(Assinado digitalmente)
Amílcar Barca Teixeira Júnior Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti.
Nome do relator: AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR
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NOTIFICAÇÃO FISCAL DE LANÇAMENTO DE DÉBITO NFLD. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. RELATÓRIO FISCAL QUE DESCREVE PORMENORIZADAMENTE A OCORRÊNCIA DOS FATOS GERADORES. ÔNUS DA PROVA. IN CASU, OBRIGAÇÃO DO CONTRIBUINTE. 1. Como se pode observar das informações contidas no Relatório Fiscal, a autoridade administrativa descreveu pormenorizadamente os fatos geradores e a fonte da qual extraiu as informações para realizar o lançamento, situação que não deixa margem para a hipótese de nulidade levantada pelo contribuinte. 2. No que diz respeito às exigências tributárias referentes às diferenças apuradas, restou evidenciado nestes autos que o contribuinte não se desincumbiu de provar o que alega em sua defesa. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. (Assinado digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima – Presidente (Assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 44 02 1. 00 00 05 /2 00 7- 44 Fl. 295DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 3 2 Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Helton Carlos Praia de Lima (Presidente), Oseas Coimbra Júnior, Eduardo de Oliveira, Amilcar Barca Teixeira Junior, Gustavo Vettorato e Ricardo Magaldi Messetti. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD lavrado em desfavor do contribuinte acima identificado, relativamente a contribuições devidas à Seguridade social, correspondentes à parte patronal, bem como as destinadas ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, e as destinadas a outras entidades (Terceiros) conveniados: (Salário Educação, INCRA, SESC, SENAC e SEBRAE), não recolhidas na forma da legislação em vigor. O Contribuinte devidamente notificado apresentou defesa tempestiva. A impugnação foi julgada em 28 de julho de 2010 e ementada nos seguintes termos: ASSUNTO: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/02/1999 a 31/03/2006 REVISÃO DE ACÓRDÃO. LAPSO MANIFESTO. RETIFICAÇÃO DE OFÍCIO. NOVO ACÓRDÃO. CORREÇÃO DO VALORE RELATIVO AO PERÍODO ALCANÇADO PELA DECADÊNCIA. As inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos existentes na decisão poderão ser corrigidos de ofício ou a requerimento do sujeito passivo. A fim de efetuar a correção, deve ser proferido novo acórdão, anulandose o anterior. Revisase de ofício o Acórdão nº 26.088, de 22 de julho de 2010, com fundamento na Súmula Vinculante nº 08 e art. 173, I do CTN para corrigir o valor do crédito mantido em decorrência de erro na consideração do período de decadência constante do Discriminativo Analítico do Débito Retificado. PARTE DA EMPRESA E DO FINANCIAMENTO DOS BENEFÍCIOS CONCEDIDOS EM DECORRÊNCIA DOS RISCOS AMBIENTAIS DO TRABALHO. A empresa é obrigada a contribuir para a Seguridade Social sobre a remuneração dos segurados empregados a seu serviço, tanto a parte a seu cargo, quanto a parte destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em decorrência dos riscos ambientais do trabalho. CONTRIBUIÇÃO A TERCEIROS. As contribuições destinadas a terceiros (Salário Educação, INCRA, SESC, e SEBRAE) possuem a mesma base de cálculo utilizada para o cálculo das contribuições incidentes sobre a remuneração de segurados empregados e sujeitamse aos mesmos prazos, condições, sanções e privilégios. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 5 4 RETENÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS. A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos segurados empregados a seu serviço, descontandoas da respectiva remuneração, e a recolher o produto arrecadado, nos prazos definidos em lei. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar em cerceamento do direito de defesa, quando o contribuinte em sua impugnação demonstra conhecer plenamente os fatos que lhe foram imputados, defendendose plenamente. DECADÊNCIA. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário deve seguir as regras previstas no Código Tributário Nacional, em face da inconstitucionalidade do artigo 45 da Lei nº 8.212/91, declarada pela Súmula Vinculante STF nº 08. AFERIÇÃO INDIRETA. É lícita a apuração por aferição indireta do débito quando a documentação comprobatória é apresentada de forma deficiente e/ou quando a contabilidade não registra o movimento real da empresa. NÃO DESINCUMBÊNCIA DO ÔNUS DA PROVA. O ato administrativo possui presunção de legalidade cujo efeito é inverter o õnus da prova. A impugnante não se desincumbiu do ônus de provar o tratamento contábil mensal e a destinação anula de conta de provisão. RESPONSABILIDADE DOS DIRETORES. A responsabilidade pelos débitos previdenciários em relação aos diretores é sempre subsidiária em relação à empresa e solidária entre os mesmos. Ademais, só será oportuno discutir a responsabilidade dos diretores no momento do redirecionamento da futura e eventual ação de execução fiscal. TAXA SELIC. Sobre as contribuições sociais e outras importâncias arrecadadas pela Receita Federal do Brasil que estejam em atraso incidem juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de liquidação e de Custódia – SELIC de caráter irrelevável. INCONSTITUCIONALIDADE / ILEGALIDADE. Compete exclusivamente ao Poder Judiciário decidir sobre matéria relativa a constitucionalidade / legalidade. LEGISLAÇÃO SUPERVENIENTE. ALTERAÇÃO NOS CÁLCULOS E LIMITES DA MULTA. APLICAÇÃO DA NORMA MAIS BENÉFICA. Tratandose de ato não definitivamente julgado, a Administração deve aplicar a lei nova a ato ou fato pretérito quando lhe comine penalidade menos severa que Fl. 298DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 6 5 a prevista na lei vigente ao tempo de sua prática, assim observando, quando da aplicação das alterações na legislação tributária referente às penalidades, a norma mais benéfica ao contribuinte (art. 106, II, “c”, do CTN). Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Inconformado com resultado do julgamento da primeira instância administrativa, o Contribuinte apresentou recurso tempestivo, onde alega, em síntese, o seguinte: Tratase de auto de infração e imposição de multa 37.009.4891, de 12/12/2006, referente ao período de 02/1999 a 03/2006. O relatório fiscal, de forma concisa, descreve que se trata de débito correspondente às contribuições incidentes sobre pagamento à título de diárias deslocamento, prêmios, abono especial, devolução de desconto de faltas, dia do comerciário, ajuda de custo e gratificação de publicidade, sem contudo, demonstrar a origem das diferenças entre os valores efetivamente recolhidos e os valores supostamente devidos. A afirmação de forma unilateral e genérica de que a notificada deixou de recolher valores devidos à Previdência Social, sem, contudo, demonstrar a origem e a natureza da contribuição, impede a perfeita identificação da obrigação inadimplida, constituindo cerceamento ao direito do exercício da ampla defesa. Deveria o Auditor Fiscal, ante aos princípios da legalidade, descrever com clareza a infração cometida e fundamentar juridicamente a base imponível de forma precisa, possibilitando com sua identificação o exercício da ampla defesa na esfera administrativa. A indicação precisa da infração cometida, nada mais é do que efetivação de uma obrigação da administração pública que deve motivar os seus atos. Urge ainda impugnar a pretensão da fiscalização em apontar nos relatórios CORESPE e VÍNCULOS os diretores da Notificada e sua Controladora como coresponsáveis pelo lançamento em apreço, vez que também indevida, pois a notificação de lançamento em comento não pode surtir efeitos quanto aos mesmos. Requer a retificação do domicílio tributário. Cumpre destacar que o relatório fiscal não descreve a base individual dos segurados empregados beneficiários de tais pagamentos, bem como, a proporcionalidade entre o valor do salário contratual e os valores das rubricas adicionais arroladas na inicial. Em nenhum momento houve pagamento de diárias deslocamento em valores superiores ao percentual de cinquenta por cento do salário contratual sendo, portanto, descabida quaisquer exigência de contribuições sociais sobre esta rubrica. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 7 6 Os abonos especiais não se constituem em base para exigência de contribuições sociais nos termos do artigo 28 da Lei 8.212/91. Houve equívoco na classificação da devolução de desconto de faltas como base de incidência, pois não se trata de remuneração, tão somente de ajuste contábil sem nenhum benefício especial ao segurado empregado. Quanto ao dia do comerciário, ou seja, 31 de outubro, por sua própria natureza, esta indenização está amparada pelo art. 28 da Lei 8.212/91, quando exclui da incidência da contribuição social os ganhos eventuais. Os pagamentos sob a rubrica de ajuda de custo está incorporado ao conceito de diárias, onde em nenhum momento foram superiores à cinquenta por cento do salário contratual. A gratificação de publicidade sequer encontrase especificada, bem como a forma de sua remuneração, impedindo por consequência o direito da ampla defesa. Devese aplicar multa, sendo o caso, observando a regra da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN. Diante de todo o exposto requer seja declarado nulo o presente lançamento de débito, por ser de direito. Não apresentadas as contrarrazões. É o relatório. Fl. 300DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 8 7 Voto Conselheiro Amílcar Barca Teixeira Júnior, Relator. O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Em seu recurso o contribuinte assevera que: O relatório fiscal, de forma concisa, descreve que se trata de débito correspondente às contribuições incidentes sobre pagamento a título de diárias deslocamento, prêmios, abono especial, devolução de desconto de faltas, dia do comerciário, ajuda de custo e gratificação de publicidade, sem, contudo, demonstrar a origem das diferenças entre os valores efetivamente recolhidos e os valores supostamente devidos. A afirmação de forma unilateral e genérica de que a notificada deixou de recolher valores devidos à Previdência Social, sem, contudo, demonstrar a origem e a natureza da contribuição, impede a perfeita identificação da obrigação inadimplida, constituindo cerceamento ao direito do exercício da ampla defesa. Deveria o Auditor Fiscal, ante aos princípios da legalidade, descrever com clareza a infração cometida e fundamentar juridicamente a base imponível de forma precisa, possibilitando com sua identificação o exercício da ampla defesa na esfera administrativa. A indicação precisa da infração cometida, nada mais é do que efetivação de uma obrigação da administração pública que deve motivar os seus atos. No Relatório Fiscal da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD (fls. 1/3), a autoridade administrativa lançadora afirma que: 1. O débito constante da presente Notificação Fiscal de Lançamento de Débito – NFLD são contribuições devidas à Seguridade Social correspondente à parte patronal, para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho e às destinadas a outras Entidades (Terceiros) conveniados: (Salário Educação, INCRA, SESC, SENAC e SEBRAE), não recolhidas na forma da legislação em vigor. Fl. 301DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 9 8 2. Serviram de base para a emissão da Notificação em referência, as folhas de pagamentos e os valores NÃO FORAM declarados mensalmente a este Instituto pela empresa, por intermédio da Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social – GFIP, como dados relacionados aos fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras informações de interesse do INSS. Como se pode observar das informações contidas no Relatório Fiscal, a autoridade administrativa descreveu pormenorizadamente os fatos geradores e a fonte da qual extraiu as informações para realizar o lançamento, situação que não deixa margem para a hipótese de nulidade levantada pelo contribuinte. No acórdão recorrido também restou claro o reconhecimento da decadência relativamente às competências de 12/1999 a 11/2000, nos termos da Súmula Vinculante nº 08 do STF. No que diz respeito às exigências tributárias referentes às diferenças apuradas, restou evidenciado nestes autos que o contribuinte não se desincumbiu de provar o que alega em sua defesa. No ponto, estou de pleno acordo com os argumentos contidos na decisão recorrida de que: 12. As alegações da Impugnante já mencionadas nos itens 5.7 a 5.7.6 não podem prosperar. Conforme aponta a Autoridade Fiscal, às fls. 168/169. 12.1. A rubrica diária de deslocamento foi paga a todos os segurados em valores que chegarar a superar o próprio salário. 12.2. Os abonos especiais foram pagos em decorrência do dissídio coletivo, consistindo em aumentos salariais obtidos pelo Sindicato da Categoria que integram o salário de contribuição, conforme a Lei nº 8.212/91, art. 28 inciso I e o R.P.S. aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, art. 214, inciso I. Assim, não se trata, no presente caso, de abono de férias (arts. 143 e 144 da CLT), de ganhos eventuais ou daqueles expressamente desvinculados do salário, contribuições não tributáveis, conforme artigo 28, parágrafo 9º, da Lei nº 8.212/91. 12.3. As devoluções de desconto de faltas constou das folhas de pagamento portanto não foram extraídas da contabilidade, por consequência não poderiam se constituir em ajustes contábeis. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 10 9 12.4. A rubrica dia do comerciário – dia 31 de outubro, constituise num abono salarial sem previsão legal para a sua exclusão da base de cálculo das contribuições previdenciárias. 12.5. Os pagamentos de ajuda de custo não se constituíram em parcela única, mas em parcelas concedidas mensalmente. Daí serem considerados salários de contribuição, não podendo ser confundido com o conceito de diária, conforme alegação, às fls. 131. 12.6. A complementação de gratificação de produtividade, conforme Relatório de Lançamento fls. 72 e 74 é mera consequência do pagamento de gratificação produtividade pela empresa aos segurados e, portanto, tributável. Ao contrário do alegado pela Defendente, não se trata de uma gratificação de publicidade não especificada pelo Auditor Fiscal que impediria, por consequência, o direito da ampla defesa. 12.7. A folha de pagamento é um documento de emissão obrigatória para efeito da fiscalização trabalhista e previdenciária. A empresa é obrigada a preparar a folha de pagamento da remuneração paga, devida ou creditada a todos os segurados a seu serviço. (...) 12.7. Ademais, a Impugnante não apresentou os documentos solicitados na ação fiscal, dentre eles livros contábeis e folhas de pagamento com todos os fatos geradores, o que ensejou a lavratura do Auto de Infração DEBCAD nº 37.009.4859 (julgado procedente em Decisão Notificação 21.003.0/0280/2007 da DRP São Paulo – Oeste/SP, em 10/04/2007). 12.8 Assim, conforme a Autoridade Fiscal notificante, às fls. 182, os lançamentos das referidas rubricas basearamse em informações extraídas das Folhas de pagamento do período, que no entanto, não observaram em sua confecção o disposto na legislação previdenciária. Dessa forma, diante da não reelaboração por parte do contribuinte das folhas de Pagamento contendo todas as rubricas identificadas como integrantes dos salários de contribuição, não restou outra alternativa ao AuditoFiscal senão a de aplicar alíquota mínima de 8% para cálculo das contribuições dos segurados. Portanto, não se poderia alegar que não foram observados os valores tetos das contribuições devidas pelos segurados empregados. Ademais, a Impugnante não juntou em sua defesa elementos Fl. 303DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR Processo nº 44021.000005/200744 Acórdão n.º 2803004.072 S2TE03 Fl. 11 10 comprobatórios da natureza indenizatória alegada para tais rubricas. Em razão da clareza contida no texto imediatamente acima, que adoto na íntegra, está mais do que evidenciado a correção dos procedimentos da fiscalização que ensejaram o lançamento. De igual modo, sem reparos a fazer no acórdão recorrido, que o mantenho em sua plenitude. Destarte, conheço do recurso aviado pelo contribuinte, mas negolhe provimento. CONCLUSÃO. Pelo exposto, voto por CONHECER do recurso para, no mérito, NEGAR LHE PROVIMENTO. É como voto. (Assinado digitalmente) Amílcar Barca Teixeira Júnior – Relator. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 09/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEIXEIRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 0 9/03/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 02/03/2015 por AMILCAR BARCA TEI XEIRA JUNIOR
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Numero do processo: 10650.001298/2005-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Mar 03 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Tue Mar 31 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte - Simples
Ano-calendário: 2000
EXCLUSÃO DO SIMPLES. CARACTERIZADA CIRCUNSTÂNCIAS IMPEDITIVAS DE INGRESSO E/OU PERMANÊNCIA NO SIMPLES. O exercício de atividade que pressupõe o domínio de conhecimento técnico-científico próprio de profissional da engenharia é circunstância que impede o ingresso ou a permanência no Simples.
Considerando os documentos a que teve acesso a Fiscalização, observa-se, sem grande esforço, que as atividades do contribuinte podem ser consideradas (no mínimo) como assemelhadas à atividade desenvolvida por engenheiro, que gera incompatibilidade com o SIMPLES.
Numero da decisão: 1101-001.271
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos dos votos que seguem em anexo.
(documento assinado digitalmente)
MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO - Presidente
(documento assinado digitalmente)
BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (relator e vice-presidente), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Antônio Lisboa Cardoso e Paulo Reynaldo Becari.
Nome do relator: BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2000 EXCLUSÃO DO SIMPLES. CARACTERIZADA CIRCUNSTÂNCIAS IMPEDITIVAS DE INGRESSO E/OU PERMANÊNCIA NO SIMPLES. O exercício de atividade que pressupõe o domínio de conhecimento técnico científico próprio de profissional da engenharia é circunstância que impede o ingresso ou a permanência no Simples. Considerando os documentos a que teve acesso a Fiscalização, observase, sem grande esforço, que as atividades do contribuinte podem ser consideradas (no mínimo) como assemelhadas à atividade desenvolvida por engenheiro, que gera incompatibilidade com o SIMPLES. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros da Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade, em NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos dos votos que seguem em anexo. (documento assinado digitalmente) MARCOS AURÉLIO PEREIRA VALADÃO Presidente (documento assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 65 0. 00 12 98 /2 00 5- 97 Fl. 88DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão (presidente), Benedicto Celso Benício Júnior (relator e vice presidente), Edeli Pereira Bessa, Paulo Mateus Ciccone, Antônio Lisboa Cardoso e Paulo Reynaldo Becari. Relatório Cuidase, na origem, de exclusão de ofício do sujeito passivo do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES por meio do Ato Declaratório Executivo DRF/UBB n. 25, de 08 de novembro de 2005, “em virtude de a mesma exercer atividade econômica que veda a opção pelo referido sistema nos termos do inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 05 de dezembro de 1996, com as alterações produzidas pela Lei 9.732/98”. O procedimento fiscal que culminou com referido ato de exclusão teve origem em análise “para fins de habilitação do responsável legal perante o Siscomex / Modalidade Ordinária, conforme determina a IN SRF 455, de 05 de outubro de 2004” (fl. 02) e resultou na determinação de exclusão do contribuinte “pelo fato de a empresa prestar e vender serviços relativos à profissão de engenheiro” e, como visto acima, entendeu a Fiscalização que “a empresa infringiu o inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317/1996 ao optar e permanecer no Simples até a presente data, sujeitandose à exclusão do Simples, conforme dispõe o art. 14, I, da Lei n° 9.317/1996” (fl. 04). Cientificado em 21/11/2005 (fl. 29), o contribuinte apresentou tempestiva manifestação de inconformidade em 20/12/2005 (fls. 33/34), defendendo, em síntese, que “a empresa não executa trabalhos profissionais de engenharia, contrariamente ao aposto na representação da Auditora Fiscal Sra. Nelsa Andrade Paiva, o que seria a violação do ‘Cap. V, art. 9, item XIII – que preste serviços profissionais de ... engenheiro ... e qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida’, sendo seu objetivo predominante o comércio de máquinas e equipamentos”. Outrossim, prossegue o contribuinte, “os contratos citados na representação (ARX70/2005 CAS005/2005) são contratos padrão da empresa contratante” e que, “na relação entre grandes empresas e pequenas empresas, sempre prevalecem os termos contratuais da empresa contratante, que tem contratos padrão e juridicamente fechados, e para tal não permitem aos proponentes sequer as discussões de termos contratuais que não o escopo do trabalho e o valor da remuneração”. Por conta disso, reconhece “que o referido contrato induz à interpretação errônea da realidade do escopo do trabalho” e, portanto, “não deveria ter sido aceito, mas entre a perda de um contrato de importância vital para a empresa e a desistência de aceitação do mesmo, a empresa se viu na situação de aceitar o contrato e se disponibilizar para realizar os trabalhos originalmente propostos e que, frisese, não são de exclusividade de profissionais de engenharia, e aceitos na certeza de não estar infringindo as normas legais, tampouco as do Sistema SIMPLES”. Por fim, afirma que, “no escopo dos contratos, não há exigência de Anotação de Responsabilidade Técnica ART para serviços profissionais de engenharia, o que Fl. 89DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 10650.001298/200597 Acórdão n.º 1101001.271 S1C1T1 Fl. 3 3 por lei está obrigada a empresa que executa serviços profissionais de engenharia corroborando assim nossa explicação de que os termos ‘engenheiro sênior e engenheiro pleno’ citados no contrato são apenas termos referenciais para valorização das tarefas no entendimento da contratante e não os executantes obrigatórios daqueles serviços. / A execução de serviços de consultoria não depende de formação técnica formal, mas apenas de conhecimento notório do assunto sobre o qual se emitem conceitos e recomendações”. Em sessão de julgamento realizada em 13/11/2008, a 1ª Turma da DRJ/JFA rejeitou a manifestação de inconformidade apresentada pelo sujeito passivo, nos termos do acórdão n. 0921.545 assim ementado, litteris: “ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2000 CIRCUNSTÂNCIAS IMPEDITIVAS DE INGRESSO E/OU PERMANÊNCIA NO SIMPLES. O exercício de atividade que pressupõe o domínio de conhecimento técnicocientífico próprio de profissional da engenharia é circunstância que impede o ingresso ou a permanência no Simples. Solicitação Indeferida. ” (fl. 36/38) Na ocasião, a argumentação do contribuinte não foi aceita pelo fato de que o contribuinte “não juntou provas que contrariem os documentos apresentados, quando da inscrição no Siscomex, limitandose a alegações: alegar e não comprovar é não comprovar”, de modo que restou mantida a premissa de que a pessoa jurídica presta serviços profissionais de engenharia, atividade essa vedada pelo art. 9°, inc. XIII, da Lei n. 9.317/96. Intimada do r. decisum em 28/11/2008 (fl. 39), o sujeito passivo apresentou recurso voluntário em 24/12/2008 (fls. 45/55), no qual afirmou que, de fato, ao apresentar sua defesa inicial, se ateve “somente à explicação de que o produto por ele comercializado era concernente apenas a serviços de consultoria, e não serviços de engenharia (...). No entanto, o mesmo por descuido não juntou à manifestação de inconformidade nenhum tipo de documento comprobatório que fundamentaria o que ali fora explanado. (...) Nessa esteira, é o presente recurso utilizado para que tudo o que antes fora alegado, às fls. 29/30, seja desta vez, devidamente comprovado, conforme faz prova extensa documentação que segue em anexo”. Os documentos existentes nos autos são: i. Contrato de prestação de serviços n. ARX00070/2005, o qual tem, como contratante, BUNGE FERTILIZANTES S/A e, como contratada, C.A.S. TECNOLOGIA LTDA. (fls. 07/11 e 57/61); ii. Contrato de fornecimento de materiais e de prestação de serviços CAS 005/2005, o qual tem, como prestadora, CASTECH CAS TECNOLOGIA LTDA e, como compradora, CERTRIM COOPERATIVA DOS EMPRESÁRIOS RURAIS DO TRIÂNGULO MINEIRO LTDA. (fls. 12/15); iii. Contrato social da Recorrente e suas alterações (fls. 17/22); iv. Pedido feito “em caráter de formalização da nf 102 ref. Contrato ARX070/2005” (fl. 62), sendo que referida nota fiscal repousa ao fólio 63; Fl. 90DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 4 v. Notas Fiscais referentes aos contratos acima mencionados (fls. 63/85). A partir dessa documentação colacionada nos autos, o contribuinte em seu recurso afirma que, “conforme cópias de notas fiscais (...) os produtos e serviços vendidos e entregues aos indigitados clientes do recorrente em nada necessitaram de serviços de engenharia, uma vez que o serviço de engenharia já é desenvolvido por departamentos especializados existentes na estrutura de funcionamento dos contratantes, ou seja, existe sim o aconselhamento técnico (consultoria), como se pode comprovar na leitura do próprio contrato e análise dos documentos fiscais ora juntados. / Fato que faz com que o ora recorrente fique apenas imbuído de realizar os serviços contratados, quais sejam: prestar consultoria, onde pesquisa e divulga tecnologias recémlançadas que trarão aos contratantes o resultado planejado” (fl. 47). Nesse sentido, afirma que “não há que se dizer que consultoria é uma atividade decorrente de formação técnica específica e profissional”, pois está “ligada à notória e reconhecida capacidade de conhecimento sobre o assunto, que dá a alguém a oportunidade de atuar como consultor”. Outrossim, “não se pode olvidar que, como se vê nos indigitados contratos, não há a exigência de apresentação de Anotação de Responsabilidade Técnica ART, o que configuraria o efetivo exercício da atividade de engenharia, sendo tal anotação exigível pela Lei 6496/77”. Após, reitera o argumento de que se cuida de “contratos préestipulados e juridicamente fechados, não exist[indo] a possibilidade de barganha ou modificação de termos” e, para além disso, “a regra insculpida no artigo 9°, inciso XIII, da Lei n° 9.317/96 (SIMPLES) foi espancada do ordenamento pátrio com a entrada em vigor da Lei Complementar n° 123/2006 (SIMPLES NACIONAL), fato que traz benefícios para os contribuintes, uma vez que serviços que eram defesos de inclusão junto ao SIMPLES, agora passaram a ser permitidos, dentre eles alguns serviços de engenharia (por exemplo: voltados à área de informática, na qual os serviços de automação da recorrente se enquadram)”, razão por que alega faria jus à aplicação do art. 106, inc. II, alínea ‘a’, do CTN (aplicação de lei a ato pretérito não definitivamente julgado e não mais definido legalmente como infração). Ao final, o sujeito passivo elabora o pedido nos seguintes termos, litteris: “Assim sendo, é o presente recurso, com fundamento em toda farta documentação ora juntada, para reformar a decisão proferida em 08/11/2005 e, mantida pelo acórdão (...), revertendo a presente situação de exclusão do (...) SIMPLES, já que como se deflui do que fora apresentado, o ora recorrente não desenvolveu serviços específicos de engenharia, por se referir a consultoria os serviços cobertos pelo citado contrato e que, nos demais serviços prestados a outros clientes, a recorrente somente executa a montagem de um projeto já acabado, desenvolvido previamente pela contratante, e em nenhum deles juntou Anotação de Responsabilidade Técnica ART que seria exigível em atividades de engenharia, ou mesmo os explicitou como serviços de engenharia em suas Notas Fiscais de prestação de serviços. E, em se mantendo as decisões anteriores, onde seja entendido que o recorrente manteve atividades de engenharia para o desenvolvimento de sua atividade empresarial, que seja o presente recurso julgado procedente com fundamento no artigo 106, inciso II, alínea ‘a’, do CTN, aplicandose assim o princípio da retroatividade da lei tributária mais benigna, qual seja, a Lei Complementa n° 123/2006 (SIMPLES NACIONAL), já que conforme explanado Fl. 91DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 10650.001298/200597 Acórdão n.º 1101001.271 S1C1T1 Fl. 4 5 anteriormente, o ora recorrente mantém seus débitos fiscais devidamente quitados. ” (fls. 54/55) É o relatório. Voto Conselheiro – BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR O recurso voluntário preenche os requisitos de admissibilidade ciência do v. acórdão recorrido em 28/11/2008 (fl. 39) e interposição de recurso voluntário em 24/12/2008 (fls. 45/55) , razão pela qual dele conheço. Conforme se depreende do relatório acima, a questão em julgamento cingese à correição (ou não) da exclusão de ofício do contribuinte do Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES por meio do Ato Declaratório Executivo DRF/UBB n. 25, de 08 de novembro de 2005, que teve lugar em razão de, no entendimento fiscal, “a empresa prestar e vender serviços relativos à profissão de engenheiro” e, dessa forma, “exercer atividade econômica que veda a opção pelo referido sistema nos termos do inciso XIII do art. 9° da Lei n° 9.317, de 05 de dezembro de 1996, com as alterações produzidas pela Lei 9.732/98”. Pois bem. É cediço que a Lei n. 9.317/1996 enumerou as atividades vedadas à sistemática do SIMPLES, sendo certo que, dentre as hipóteses impeditivas de enquadramento, o legislador ordinário elencou a prestação de determinados serviços profissionais. Na forma do inciso XIII do art. 9° da citada lei, não poderia optar ou permanecer no SIMPLES pessoa jurídica que prestasse serviços profissionais de engenheiro (ou assemelhados) e de outras profissões cujo exercício dependesse de habilitação profissional legalmente exigida. Nessa senda, entendo que o que verdadeiramente vai determinar se uma determinada sociedade empresária poderá ou não ser incluída ou permanecer no SIMPLES é a natureza da atividade desenvolvida, razão pela qual o deslinde do caso concreto passa pelo exame de todos os elementos colacionados aos autos que sejam relativos àquilo que a empresa realmente realiza. Teço tais considerações pelo fato de que, por vezes, a análise estreita de apenas certos elementos pode dar ao intérprete uma visão distorcida das atividades efetivamente realizadas: exempli gratia, tomo o caso da análise exclusiva dos objetos sociais definidos em atos constitutivos – que por vezes contemplam atividades que na prática não são desenvolvidas. Fl. 92DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 6 Nessa perspectiva holística de análise, devese iniciar a análise a partir do contrato social da empresa e ulteriores alterações contratuais apresentados, de que se extraem as seguintes informações relacionadas ao objetivo social da ora Recorrente, verbis: “(...) o objetivo social da firma continua sendo: Automação e Serviços, Comércio de Materiais Eletrônicos e Equipamentos, Manutenção e Reparação de Aparelhos Eletrônicos e Equipamentos, Manutenção e Reparação de Aparelhos Eletrônicos, Comércio e manutenção de equipamentos de informática. ” (fl. 17) “CLÁUSULA SEGUNDA: OBJETIVO SOCIAL O objetivo social da sociedade passa a ser: Automação e Serviços, Comércio de materiais eletrônicos e equipamentos, manutenção e reparação de aparelhos eletrônicos, comércio e manutenção de equipamentos de informática, importação e exportação de equipamentos eletro eletrônicos. ” (fl. 19) Em resposta ao Termo de Intimação Fiscal 01 RPF n. 06105002005.00244 2, o contribuinte descreveu suas atividades nos seguintes termos, verbis: “Nosso escopo de trabalho relacionado a serviços inclui os trabalhos de adequação de modelos produtivos, especialmente na automação de processos industriais. Assim, na identificação das necessidades do cliente, nosso trabalho inclui a determinação dos equipamentos e instrumentos necessários para a modernização do parque tecnológico do cliente, gerando assim um contrato de prestação de serviços e de fornecimento de equipamentos e instrumentos de controle. (...) Uma vez assinado o contrato, iniciamos os projetos detalhados para cada situação, compramos os itens necessários conforme o projeto e implantamos as soluções contratadas. Uma vez que somos considerados pelos fornecedores de equipamentos e instrumentos, uma empresa integradora de sistemas ou seja, adquirimos itens de sua fabricação para utilização em projetos de nossa própria competência técnica (...). Nosso fornecimento inclui a utilização de softwares aplicativos desenvolvidos por nossos técnicos para cada serviço baseados em softwares específicos, sua integração aos sistemas projetados e sua aderência aos padrões técnicos tanto nacionais quanto internacionais. ” (fls. 05/06) Os contratos de prestação de serviços acostados aos autos nos trazem os seguintes elementos, litteris: “1. OBJETO 1.1. A contratada obrigase a prestar à Contratante serviços de consultoria técnica em automação industrial. Os serviços poderão ser prestados e todas as unidades industriais da Contratante, conforme solicitação e de acordo com proposta anexa, que rubricada pelas partes integra o presente instrumento. 1.2. Os serviços objeto do presente contrato serão executados por empregados da Contratada, por ela devidamente registrados nos termos da Consolidação das Leis do Trabalho CLT. (...) 3. PREÇO E FORMA DE PAGAMENTO Fl. 93DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 10650.001298/200597 Acórdão n.º 1101001.271 S1C1T1 Fl. 5 7 3.1 Pela prestação dos serviços ora contratados, a Contratante pagará à Contratada os seguintes valores por hora efetivamente trabalhada, conforme medição mensal: Engenheiro Sênior: R$80,00 (oitenta reais) por hora efetivamente trabalhada Engenheiro Pleno: R$65,00 (sessenta e cinco reais) por hora efetivamente trabalhada. ” (Contrato de prestação de serviços n. ARX00070/2005 firmado entre a contratante Bunge Fertilizantes S/A e a contratada C.A.S. Tecnologia Ltda. fls. 07/11) “1. OBJETO Prestação de Serviços A prestadora obrigase a prestar à Compradora os serviços de: · Execução de projeto e montagem elétrica na Unidade de Recebimento, Limpeza, Secagem e Armazenamento de Cereais, localizada na unidade da COMPRADORA descrita no preâmbulo do presente. 2. ESCOPO DE FORNECIMENTO · Elaboração de projeto elétrico detalhado necessário a alimentação elétrica dos motores, bem como a iluminação interna e Sistema de Proteção de Descargas Atmosféricas e Aterramento das estruturas metálicas, com mão de obra especializada para montagem e partida. (...) 2.4 SERVIÇOS EXTRAESCOPO Para serviços extraescopo, serão devidos os seguintes valores de homenshora para horas normais de trabalho: Engenheiro R$65,00 Eletricista R$18,00 2.5 DOCUMENTAÇÃO DO PROJETO Os desenhos de todo o projeto detalhado, serão fornecidos em uma via sulfite e em disquetes com arquivos DWG para AutoCAD 2000. O padrão de normalização de desenhos, sistema de numeração e carimbo serão os da PRESTADORA. ” (Contrato de fornecimento de materiais e de prestação de serviços CAS 005/2005 firmado entre CASTech CAS Tecnologia Ltda. e CERTRIM Cooperativa dos Empresários Rurais do Triângulo Mineiro Ltda. fls. 12/15) A par disso, entendo que a Fiscalização se desincumbiu de seu ônus (inicial) de juntar elementos suficientes para formar convicção no sentido de que o sujeito passivo exerce atividade incompatível com o SIMPLES. Ou seja, para além de analisar as atividades descritas no contrato social da empresa, o Fisco carreou aos autos contratos firmados pela empresa ora Recorrente, que revelam o desenvolvimento de atividade incompatível com o SIMPLES. É dizer, no caso em apreço, considerando os documentos a que teve acesso a Fiscalização, observase, sem grande esforço, que as atividades do contribuinte podem ser Fl. 94DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 8 consideradas (no mínimo) como assemelhadas à atividade desenvolvida por engenheiro, que gera incompatibilidade com o SIMPLES. Nesse quadro, caberia ao ora Recorrente apresentar provas materiais de que realmente não teria exercido atividade vedada e de que as vítreas disposições contratuais supradiscutidas encerrariam equívocos materiais. Nesse desiderato, contudo, o sujeito passivo apenas acostou aos autos algumas poucas notas fiscais que, a meu sentir, são inservíveis para afastar as conclusões que se extraem a partir dos contratos de prestação de serviços apresentados. Com efeito, é inequívoco que “elaboração de projeto elétrico detalhado necessário a alimentação elétrica dos motores” e “serviços de consultoria técnica em automação industrial” indicam a necessidade de prestação de serviço por engenheiros, o que é corroborado pelo fato de que a remuneração da ora Recorrente pelos serviços prestados era visceral e exclusivamente atrelada à quantidade de horas efetivamente trabalhadas por Engenheiro – ao menos em relação ao contrato firmado com a Bunge. A meu ver, caberia à recorrente, exempli gratia, (i) demonstrar quem foram os profissionais que efetivamente prestaram os serviços avençados e a ausência de qualquer qualificação – o que poderia ser feito a partir de declarações negativas de Conselhos Regionais de Engenharia; (ii) carrear a folha de pagamento da empresa para demonstrar que não possuía engenheiros no seu quadro à época dos fatos aqui controvertidos; (iii) colacionar os próprios projetos, que alegadamente não teriam que ser assinados por engenheiros; (iv) apresentar declaração dos contratantes no sentido de que “o serviço de engenharia já é desenvolvido por departamentos especializados existentes na estrutura de funcionamento dos contratantes” (conforme afirmou o contribuinte). Esses são apenas exemplos de prova que poderiam ter sido carreados aos autos pelo sujeito passivo com vistas à demonstração de que os instrumentos contratuais acostados aos autos contemplariam equívocos materiais. Contudo, à míngua de elementos como esses citados (exemplificativamente) acima, entendo que o conjunto probatório existente nos autos aponta para o desenvolvimento, por parte da Recorrente, de atividade vedada pela legislação vigente à época para enquadramento no SIMPLES. Por fim, é mister salientar que, ao contrário do que assevera o contribuinte, os contratos acostados aos autos não aparentam de forma alguma ser contratospadrão a que a Recorrente simplesmente poderia aderir. Além disso, em relação ao argumento deduzido pelo contribuinte no sentido de que, “uma vez que a lei posterior beneficia o contribuinte, esta pode retroagir e alcançar situações passadas que ainda não foram devidamente julgadas”, entendo que também não tenha razão o contribuinte. Questão similar a essa, a propósito, foi submetida ao crivo da Col. Câmara Superior de Recursos Fiscais, que pacificou o entendimento de que “o direito à opção pelo SIMPLES com fundamento na Lei Complementar n° 123/2006 somente pode ser exercido a partir de sua vigência, vez que seus dispositivos não tem o condão de afastar restrição contemplada no regime jurídico da Lei n° 9.317/96”, cf. se denota do acórdão n. 9101001.219 assim ementado, verbis: Fl. 95DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO Processo nº 10650.001298/200597 Acórdão n.º 1101001.271 S1C1T1 Fl. 6 9 “ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Anocalendário: 2000 LEI COMPLEMENTAR N° 123/06. REDUÇÃO DO ROL DE ATIVIDADES VEDADAS AO SIMPLES. IRRETROATIVIDADE. NÃO CONFIGURAÇÃO DE NENHUMA DAS HIPÓTESES PREVISTAS NO ARTIGO 106 DO CTN. Não retroage a lei complementar n° 123, por não se enquadrar em nenhuma das hipóteses excepcionais de retroatividade previstas no artigo 106 do CTN. Primeiro porque não se constitui em lei interpretativa; segundo porque não pertence, a matéria, à seara das infrações tributárias. ” (P.A. 10830.009109/0058 Acórdão unânime n. 9101001.219 Sessão de 18/10/2011 Rel. Cons. Susy Gomes Hoffmann) Tecidas tais considerações, concluise que o contribuinte estava impedido de optar pelo SIMPLES até a edição da Lei Complementar nº 123/2006, não se vislumbrando qualquer possibilidade de retroação a situações ou atos concretizados em momento anterior à sua vigência. Outrossim, analisando questão análoga irretroatividade da Lei n. 10.034/2000, que alterava a Lei n. 9.317/1996, de modo a permitir que pessoas jurídicas que se dedicassem a outras atividades antes vedadas pudessem ingressar na sistemática do SIMPLES , o Col. Superior Tribunal de Justiça externou entendimento no seguinte sentido, verbis: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. OPÇÃO PELO SIMPLES. INSTITUIÇÕES DE ENSINO MÉDIO QUE SE DEDIQUEM EXCLUSIVAMENTE ÀS ATIVIDADES DE CRECHE, PRÉESCOLAS E ENSINO FUNDAMENTAL. ARTIGO 9º, XIII, DA LEI 9.317/96. ARTIGO 1º, DA LEI 10.034/2000. LEI 10.684/2003. (...) 4. A Lei 10.034, de 24 de outubro de 2000, alterou a norma inserta na Lei 9.317/96, determinando que: "Art. 1o Ficam excetuadas da restrição de que trata o inciso XIII do art. 9o da Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, as pessoas jurídicas que se dediquem às seguintes atividades: creches, préescolas e estabelecimentos de ensino fundamental." (...) 6. A irretroatividade da Lei 10.034/2000, que excluiu as pessoas jurídicas dedicadas às atividades de creche, préescola e ensino fundamental das restrições à opção pelo SIMPLES, impostas pelo artigo 9º, da Lei n.º 9.317/96, restou sedimentada pelas Turmas de Direito Público desta Corte consolidaram o entendimento da irretroatividade da Lei uma vez inexistente a subsunção a quaisquer das hipóteses previstas no artigo 106, do CTN, (...)” (REsp 1021263/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 25/11/2009, DJe 18/12/2009) Esse entendimento, a propósito, foi sumulado pelo Eg. STJ, litteris: Fl. 96DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO 10 “A opção pelo Simples de estabelecimentos dedicados às atividades de creche, préescola e ensino fundamental é admitida somente a partir de 24/10/2000, data de vigência da Lei n. 10.034/2000. ” (Súmula 448, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 28/04/2010, DJe 13/05/2010) Em suma, não se vislumbra in casu hipótese cabível de retroatividade da Lei Complementar n. 123/2006. Por tais razões, encaminho meu voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, nos termos da argumentação supra, mantendo in totum o quanto decidido pela d. DRJ. É como voto. (documento assinado digitalmente) BENEDICTO CELSO BENÍCIO JÚNIOR – Relator Fl. 97DF CARF MF Impresso em 31/03/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 17/03/2015 por BENEDICTO CELSO BENICIO JUNIOR, Assinado digitalmente em 20/03/2015 por MARCOS AURELI O PEREIRA VALADAO
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Numero do processo: 10783.004217/86-53
Turma: Primeira Câmara
Seção: Primeiro Conselho de Contribuintes
Data da sessão: Wed Aug 19 00:00:00 UTC 1987
Ementa: IRPF - Cédula F - Tributação decorrente. Exercícios de 1982 e 1983. Considera se lucro distribuído pela pessoa jurídica, classificável na cédula F da declaração do sócio pessoa física
na proporção de sua participação no capital social, o lucro imputado pessoa jurídica através de processo regular. - Recurso parcialmente provido.
Numero da decisão: 101-773.293
Decisão: ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, dar provimento em parte; ao recurso, para excluir da baseado de cálculo as importâncias de Cz$ 20.443,50 e Cz$ 13.656,81, nos exercícios de 1982 e 1983, respectivamente, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado
Nome do relator: Cristovão Anchieta de Paiva
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IRPF - Cédula F - Tributação decorren te. Exercícios de 1982 e 1983. Consi- dera-se lucro distribuído pela pes- soa jurídica, classificável na cédula F da declaração do sócio pessoa físi- ca na proporção de sua participação no capital social, o lucro imputado pessoa jurídica através de processo regular. - Recurso parcialmente provi — do. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por PEDRO ALCÂNTARA COSTA: ACORDAM os Membros da Primeira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, por unanimidade de votos, dar provimento em parte; ao recurso, para excluir da basd de cálculo as importâncias de Cz$ 20.443,50 e Cz$ 13.656,81, nos exercícios de 1982 e 1983, res- pectivamente, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. Sala das Sessões (DF), em 19 de agosto de 1987 URGEL\'-- IRfLOP,. - PRESIDENTE - / CRISTÓVÃO ANCHIE,A DE PAIVA - RELATOR r - •rap-VISTO EM L AGOSTINHO FLORES - PROCURADOR DA SESSÃO DE: 41 erT FAZENDA NACIONAL RECURSO DA DA ZábAlk, CIONAL N9 RP/101-0.073 Participaram, ainda, do presente julgamento, os seguintes Conselhei- v.v ros: CARLOS ALBERTO GONÇALVES NUNES, FRANCISCO DE ASSIS MIRANDA, CELSO ALVES FEITOSA, ALCEU DE AZEVEDO FONSECA PINTO, RAUL PIMENTEL e JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN. 2. SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL PROCESSO N° 10783-004.217/86-53 RECURSO N9: 48.872 ACÓRDÃON9: 101-77.293 RECORRENTE N9: PEDRO ALCÂNTARA COSTA RELATÓRIO Pedro Alcântara COsta, brasileiro, casado, resi- dente em Vitéria (ES), inscrito no CPF sob o n9 042.780.623-20,re corre (fls. 142) a este Conselho da decisão n9 100 (fls. 138) da Delegacia da Receita Federal de Vitéria (ES). Trata-se neste processo de exigência reflexa na pessoa física do sOciNdecorrente da inclusão f na cédula F de suas declaraç6es 4 de lucros tidos por distribuídos e que foram apura dos em ação fiscal direta na empresa Blokos Engenharia Ltda., em que o autuado e sua esposa, Maria Luzia S. Alcântara Costa, parti- cipam com 99% do capital social. de se esclarecer que ambos os s(Scios apresentam declaração em conjunto. O auto (fls. 1) tributa, com base no artigo 34 do RIR/80 (Decreto 85.450/80), os lucros não declarados correspon dentes a distribuição dos lucros apurados na ação fiscal contra Blokos Engenharia Ltda. (Processo 10.783-004,076/86-23), ou seja: 1. Exercício 1982, base 1981, cedula F: Cr$ 20.443.500, correspondentes a 99% de Cr$ ... 14.1000d0 (receita omitida apurada em inte- gralização de capital) e de Cr$ 6.550.000 (glosa de despesas/custos referentes a servi ços não comprovados de Penta Terraplenagem e Engenharia Ltda.). 4 .4) 10' DMF - DF/19 C-C - Secgiaf - 1600/15 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Processo n9 10783-004.217/86-53 3. AcOrdão 119 101-77.293 2. Exercício 1983 base 1982, cédula F: Cr$.... 35.822.916, correspondentes a 99% de Cr$ 22.390.000 (receita omitida apurada em inte- gralização de capital) e Cr$ 13.794.764 (glo sa de despesa/custo referente a serviços não comprovados de Penta Terraplenagem e Engenha ria Ltda. O credito tributário autuado perfaz o total de Cz$ 2.076.055,03, integrado por imposto, correção, multa e juros de mora (Wmonstrativo - fls. 3/4). Para fins de instrução, anexaram— se de fls. 5/31 as peças básicas de que resultou o auto contra a pessoa jurídica e de fls. 32/63 cOpias de declarações, anexos e ou tros elementos da pessoa física do sOcio. A notificação e de 11.07.86, sexta feira (fo- lhas 65). Em 12.08.86, e apresentada a defesa em que o autuado pede seja sobrestado o feito ate que se decida o processo matriz, oportu naraér--,e contestado conforme elementos que faz juntar de fls. 68/108. Na informação fiscal (fls. 110), os fiscais o- pinam no sentido de o feito ser julgado em consOnancia com o proces so principal, cuja decisão e anexada de fls. 113/137. A autoridade monocrãtica negou provimento (fls. 138) reclamação em conformidade com o decidido no processo ma- triz. A ciência ao contribuinte e de 25.04.87 (fls. 141) e o recur- so (fls. 143), de 21.05.87. Por ele o recorrente pede a revisão do julgado a fim de que o julgamento se harmonize com o acOrdão a ser prolatado no processo matriz, em face do recurso nele interposto. Acrescento, ainda, que, nesta Câmara, a cobran- ça do processo matriz foi julgada parcialmente procedente pelo accir dão n9 101-77.273, , já que por ele, e em relação às infrações dos exercícios de 1982 e 1983, bases 1981 e 1982 que refletem no feito ora sub-judice, foram excluídos da incidencia do imposto de 7 C • SERVIÇO PUBLICO FEDERAL Processo n9 10783-004.217/86-53 4. Acórdão n9 101-77.293 renda os seguintes valores expressos em cruzeiros: Infração Exercícios 1982 1983 .MISSÃO DE 14.100.000 RECEITA i• ENTA 6.550.000 13.794.764 OTAL 20.650.000 13.794.764 Este é o relatório. ji/r, SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Processo n9 13783-004.217/86-53 5. Acórdão n9 101-77.293' VOTO Conselheiro CRISTÓVÃO ANCHIETA DE PAIVA, Relator: O recurso é tempestivo. Trata-se, nestes autos, de tributação reflexa, na cédula F das Declarações de Rendimentos do sócio Pedro AlcãntaraCos ta e sua mulher (declarações em conjunto) referente aos exercícios de 1982 e 1983, de 99% (noventa e nove por cento) dos lucros apura dos em ação fiscal contra a pessoa Jurídica Blokos Engenharia Li- mitada, de cujo capital marido e esposa participam com 99%. A ação fiscal contra a pessoa jurídica processada sob o n9 10.783-004.076186-23, foi julgada em segundo grau pelo acór dão 101-77.273, desta Câmara, o qual, em relação à matéria fática que ensejou a tributação reflexa destes autos, entendeu comprovada a efetiva prestação dos serviços de Penta Terraplenagem e Engenharia Ltda. e, em conseqüência, excluiu a incidência sobre os valores cor- respondentes de Cr$ 6.550.000, no exercício de 1982, e de Cr$ 13.794.764, no exercício de 1983. Pelo mesmo acórdão, foi descaracte rizada a receita omitida em face da integralização de capital em 1981 no valor de Cr$ 14.100.000 (Ex. 1982, base 1981). Como, em conformidade com a jurisprudência deste Conselho, a decisão proferida no processo matriz faz, em princí- pio, coisa julgada na autuação reflexa e tendo em vista a inocor-- rencia, no caso concreto, de qualquer circunstância que implique afastamento desse princípio, voto, no sentido de, reformando a de cisão de 1Q. instância, dar provimento parcial ao recurso destes au tos, de modo a excluir a imposição sobre os valores de Cr$ 20.443.500 no exercício de 1982, base 1981, e de Cr$ 13.656.816 no exercício de 1983, base 1982, que correspondem a 99% das importãn cias que, referindo-se a este reflexo, foram excluídas de tributa ção pelo acórdão do processo matriz. , É o meu voto. - f-r-7 CRISTÓVÃO ANCHIETA DE PAIVA - RELATOR Page 1 _0000200.PDF Page 1 _0000300.PDF Page 1 _0000400.PDF Page 1 _0000500.PDF Page 1 _0000600.PDF Page 1
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Numero do processo: 19679.008309/2005-16
Turma: Primeira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 25 00:00:00 UTC 2011
Ementa: SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES
Exercício: 2003
NULIDADE.
O enfrentamento das questões na peça de defesa com a indicação dos enquadramentos legais denotando perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e sendo asseguradas as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, não tem cabimento a nulidade do ato administrativo.
ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA.
Toda obra de engenharia depende, para sua legalidade, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) correspondente ao registro do contrato de prestação de serviços, de acordo com a Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977.
OPÇÃO. ATIVIDADE VEDADA.
Não pode optar pelo Simples a pessoa jurídica que se dedica à decoração de interiores por prestar serviço profissional assemelhado à de engenheiro, quando o contrato de prestação de serviço exige a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
EXCLUSÃO DE OFÍCIO. EFEITOS.
No caso de contribuintes que fizeram a opção pelo SIMPLES Federal até 27 de julho de 2001, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9o da Lei n° 9.317, de 1996, os efeitos da exclusão dar-se-ão a partir de 1o de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de
2002.
Numero da decisão: 1801-000.581
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. A Conselheira Ana de Barros Fernandes apresentou a Declaração de Voto. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado.
Matéria: Simples- proc. que não versem s/exigências cred.tributario
Nome do relator: Carmen Ferreira Saraiva
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ementa_s : SISTEMA INTEGRADO DE PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE PEQUENO PORTE SIMPLES Exercício: 2003 NULIDADE. O enfrentamento das questões na peça de defesa com a indicação dos enquadramentos legais denotando perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e sendo asseguradas as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, não tem cabimento a nulidade do ato administrativo. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA. Toda obra de engenharia depende, para sua legalidade, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) correspondente ao registro do contrato de prestação de serviços, de acordo com a Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977. OPÇÃO. ATIVIDADE VEDADA. Não pode optar pelo Simples a pessoa jurídica que se dedica à decoração de interiores por prestar serviço profissional assemelhado à de engenheiro, quando o contrato de prestação de serviço exige a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). EXCLUSÃO DE OFÍCIO. EFEITOS. No caso de contribuintes que fizeram a opção pelo SIMPLES Federal até 27 de julho de 2001, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9o da Lei n° 9.317, de 1996, os efeitos da exclusão dar-se-ão a partir de 1o de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de 2002.
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O enfrentamento das questões na peça de defesa com a indicação dos enquadramentos legais denotando perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e sendo asseguradas as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa, não tem cabimento a nulidade do ato administrativo. ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA. Toda obra de engenharia depende, para sua legalidade, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) correspondente ao registro do contrato de prestação de serviços, de acordo com a Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977. OPÇÃO. ATIVIDADE VEDADA. Não pode optar pelo Simples a pessoa jurídica que se dedica à decoração de interiores por prestar serviço profissional assemelhado à de engenheiro, quando o contrato de prestação de serviço exige a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). EXCLUSÃO DE OFÍCIO. EFEITOS. No caso de contribuintes que fizeram a opção pelo SIMPLES Federal até 27 de julho de 2001, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9o da Lei n° 9.317, de 1996, os efeitos da exclusão darseão a partir de 1o de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de 2002. Fl. 1DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 419 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da Relatora. A Conselheira Ana de Barros Fernandes apresentou a Declaração de Voto. Ausente momentaneamente o Conselheiro Luiz Tadeu Matosinho Machado. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Presidente (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora Composição do Colegiado: Participaram do presente julgamento os Conselheiros Carmen Ferreira Saraiva, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Luiz Tadeu Matosinho Machado, Magda Azario Kanaan Polanczyk, Edgar Silva Vidal e Ana de Barros Fernandes. Relatório A Recorrente optante pelo Sistema Integrado de Pagamentos de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – Simples foi excluída de ofício pelo Ato Declaratório Executivo Derat/SPO/SP nº 571.704, de 02 de agosto de 2004, fl. 04, com efeitos a partir de 01/01/2002, com base nos fundamentos de fato e de direito indicados: Data da opção pelo Simples: 01/01/2001 Situação excludente: (evento 306): Descrição: atividade econômica vedada: 74993/06 Serviços de decoração de interiores. Data da ocorrência: 12/12/2002 Fundamentação legal: Lei nº 9.317, de 05/12/1996: art. 9º, XIII; art. 12; art. 14, I; art. 15, II. Medida Provisória nº 2.15834 , de 27/07/2001: art. 73. Instrução Normativa SRF nº 355, de 29/08/2003: art. 20, XII; art. 21; art. 23, I; art. 24, II, c/c parágrafo único. A Recorrente manifestouse contrariamente ao procedimento, apresentando a Solicitação de Revisão da Exclusão do Simples – SRS, fl. 01 e 05/29, com pedido de revisão do ato em rito sumário argumentado em síntese que o ato é nulo. Suscita que se dedica à “instalação, montagem e desmontagem de vitrines, cenários e elaboração de logomarcas”, em conformidade com os documentos que junta aos autos. Argúi que na prestação de serviço é desnecessária a cooperação de profissional de decorador, consultor ou assessor. Discorda dos Fl. 2DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 420 3 efeitos retroativos do procedimento fiscal. Indica a legislação que rege a matéria, princípios que alega foram violados ainda entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Conclui 62. Pelo exposto, após devidamente demonstrado que: (i) a classificação feita pela Receita Federal da Requerente no CNAEFiscal n° 74993/06, Como serviços de decoração de interiores, foi equivocada; (ii) os serviços prestados pela Requerente, em verdade, dizem respeito a instalação, montagem e desmontagem de cenários, mormente os relativos às festas de final de ano, como devidamente demonstrado pelo contrato social da Requerente, pelos contratos de prestação de serviços firmados com terceiros e pelas notas fiscais de prestações de serviços; (iii) em face da jurisprudência administrativa pacífica, os serviços de montagem de móveis não impedem a opção ao SIMPLES, como devidamente demonstrado; (iv) o desenquadramento do SIMPLES sem a devida verificação da efetiva prática da atividade supostamente vedada pela Requerente acarreta na afronta ao princípio da busca da verdade material, que rege todos os atos administrativos; (v) mesmo que a Requerente realizasse serviços de decoração, tais serviços não se encontram inseridos no rol taxativo que veda a opção para o SIMPLES, constante do artigo 9°, XIII da Lei n° 9.317/96, reiterado pelo artigo 20, XII da Instrução Normativa n° 355/ 03; (vi) os serviços prestados pela Requerente não necessitam de profissionais cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; (vii) é pacífico o entendimento da jurisprudência administrativa, no sentido de que a realização de serviços de decoração não veda a opção ao SIMPLES, desde que não necessite de profissionais que dependam de habilitação profissional legalmente exigida; (viii) fazer com que a exclusão do SIMPLES produza efeitos retroativos, a partir de janeiro de 2002, fere o princípio da segurança jurídica da Requerente, na medida em que somente após a notificação da suposta exclusão do SIMPLES é que o ato administrativo poderia produzir efeitos; requer a Requerente preliminarmente, à anulação do Ato Declaratório Executivo DRF/SPO n° 571.704, de 02 de agosto de 2004, na medida em que não se verificou, no caso em tela, nenhuma das hipóteses vedadas à opção ao SIMPLES, como robustamente demonstrado. 63. Caso assim não se entenda, no mérito, requer a Requerente à revogação do Ato Declaratório Executivo DRF/SPO n o 571.704, de 02 de agosto de 2004, a fim de que seja cancelada a sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples, como devidamente demonstrado nos presentes autos, por ser de merecida JUSTIÇA! Termos em que, Pede Deferimento. Fl. 3DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 421 4 Em conformidade com o Despacho Decisório, fl. 02, as informações relativas à opção pelo Simples foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido. Restou esclarecido Nenhum erro de fato foi detectado. Os documentos que instruíram esta solicitação demonstram que a principal atividade econômica exercida é fator de vedação à opção pelo Simples. Cientificada em 14/06/2005, fl. 157, ela apresentou a manifestação de inconformidade em 13/07/2005, fls. 122/146, com as alegações abaixo sintetizadas. Reitera todos os argumentos apresentados na SRS. Conclui 66. Pelo exposto, após devidamente demonstrado que: (i) a classificação feita pela Receita Federal da Impugnante no CNAEFiscal, 74993/06, como serviços de decoração de interiores, foi equivocada; (ii) os serviços prestados pela Impugnante, em verdade, dizem respeito instalação, montagem e desmontagem de cenários, mormente os relativos à festas de final de ano, como devidamente demonstrado pelo contrato social da Impugnante, pelos contratos de prestação de serviços firmados com terceiros pelas notas fiscais de prestações de serviços; (iii) em face da jurisprudência administrativa pacífica, os serviços de montagem de móveis não impedem a opção ao SIMPLES, como devidamente demonstrado; (iv) o desenquadramento do SIMPLES sem a devida verificação da efetiva prática Ia atividade supostamente vedada pela Impugnante acarreta na afronta ao princípio da busca da verdade material, que rege todos os atos administrativos; (v) mesmo que a Impugnante realizasse serviços de decoração, tais serviços não se encontram inseridos no rol taxativo que veda a opção para o SIMPLES, constante do artigo 9°, XIII da Lei n° 9.317/96, reiterado pelo artigo 20, XII da Instrução Normativa n° 355/03; (vi) os serviços prestados pela Impugnante não necessitam de profissionais cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; tal premissa também é válida, ainda na remota hipótese de se considerar os serviços prestados pela Impugnante como sendo de decoração; (vii) é pacífico o entendimento da jurisprudência administrativa, no sentido de que a realização de serviços de decoração não veda a opção ao SIMPLES, desde que não necessite de profissionais que dependam de habilitação profissional legalmente exigida; (viii) fazer com que a exclusão do SIMPLES produza efeitos retroativos, a partir de, janeiro de 2002, fere o princípio da segurança jurídica da Impugnante, na medida em que somente após a notificação da suposta exclusão do SIMPLES é que o ato administrativo poderia produzir efeitos; Fl. 4DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 422 5 Requer a Impugnante preliminarmente, à anulação do Ato Declaratório Executivo DRF/SPO n° 571.704, de 02 de agosto de 2004, na medida em que não se verificou, no 'caso em tela, nenhuma das hipóteses vedadas à opção ao SIMPLES, como robustamente demonstrado. 67. Caso assim não se entenda, no mérito, requer a Impugnante à revogação do Ato Declaratório Executivo DRF/SPO n° 571.704, de 02 de agosto de 2004, com a conseqüente reforma da decisão que julgou improcedente a Solicitação de Revisão de Exclusão do Simples, a fim de que seja cancelada e/ou reformada a sua exclusão do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte — Simples, como devidamente demonstrado nos presentes autos, por ser de merecida JUSTIÇA! Termos em que, Pede Deferimento. Está registrado como resultado do Acórdão da 1ª TURMA/DRJ/SPO I/SP nº 1617.966, de 01/08/2008, fls. 329/347: “Solicitação Indeferida”. Restou ementado ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 PRELIMINAR. NULIDADE. Não há que se cogitar de nulidade do ato de exclusão quando observados os requisito l previstos na legislação que rege o processO t administrativo fiscal. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se cogita em cerceamento de defesa quando a empresa exerce plenamente o seu direito! ao , contraditório e à ampla defesa, nos termos estabelecidos pela Constituição Federal e pelo Decreto regulador do processo administrativo i 1, tributário. ASSUNTO: SISTEMA INTEGRADO DE, PAGAMENTO DE IMPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES DAS MICROEMPRESAS E DAS EMPRESAS DE; PEQUENO PORTE SIMPLES! Anocalendário: 2002 EXCLUSÃO. ATIVIDADE VEDADA. As pessoas jurídicas cuja atividade seja prestação de serviços de arquiteto, diretor o produtor de espetáculo, consultor e administrador, estão impedidas de optar pe o / Simples, por vedação expressa na Lei criadora e a sistemática simplificada. EFEITOS DA EXCLUSÃO. EXCLUSÃO RETROATIVA. A pessoa jurídica que optou pelo SIMPLES até 27/07/2001, e foi excluída por atividade econômica vedada a partir de 2002, tem o efeito da exclusão retroagido para 01/01/2002, na hipótese de situação excludente ocorrida ,até 31/12/2001. ATO DE EXCLUSÃO X LANÇAMENTO. Fl. 5DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 423 6 Não há que se falar em lançamento de tributos, a teor do que dispõe o art. 142 do CTN. O caso idos autos é diverso, o que se discute restringese à exclusão da recorrente do regime simplificado; o lançamento futuro de tributos somente será efetuado caso se concretize a exclusão que se examina. DECISÕES ADMINISTRATIVAS OU JUDICIAIS. A eficácia de decisões administrativas ou judiciais alcança apenas aqueles ; que originalmente figuraram na contenda. Notificada em 18/03/2009, fl. 349, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 17/04/2009, fls. 363/399, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Reitera todos os argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Acrescenta a houve inovação nos motivos da exclusão em sede julgamento de primeira instância. Conclui 135. Pelo exposto, após devidamente demonstrado que (i) O próprio Acórdão recorrido reconheceu que o fundamento do desenquadramento não é procedente; (ii) O Acórdão, ao alterar o fundamento do desenquadrarnento é inválido; (iii) O desenquadramento da Recorrente dó SIMPLES sem a devida comprovação da .prática da atividade que lhe é atribuída, e vedada acarreta na afronta ao principio da busca da verdade material, que rege todos os atos administrativos; (iv) A motivação do, Ato Administrativo de exclusão, que consiste, no mero apontamento do CNAEFiscal que foi atribuído à Recorrente de ofício, invalida o ato em si; pois carente de seu elemento essencial (motivo, fundamento), além de impedir uma adequada defesa por parte da Recorrente; (v) A classificação feita pela Receita Federal da Recorrente no CNAE Fiscal n° 74993/06, como serviços de decoração .de ,interiores, foi totalmente equivocada, pois ela jamais prestou tais serviços e os serviços que efetivamente presta em nada se confundem'com estes; (vi) Os serviços prestados .pela Recorrente, em verdade, dizem respeito a instalação, montagem e desmontagem de cenários, vitrines e decorações temáticas em estabelecimentos comerciais, como devidamente demonstrado pelo contrato social da Recorrente, pelos contratos de prestação de serviços firmados com terceiros e pelas notas fiscais de prestações de serviços; (vii) Em face da jurisprudência administrativa pacífica, os serviços de vitrinação e montagem de decorações temáticas com móveis não impedem a opção ao SIMPLES; como devidamente demonstrado; (viii) Mesmo que a Recorrente realizasse serviços de decoração, tais serviços não se encontram inseridos no rol taxativo que vedação opção para o SIMPLES, constante do artigo 9º, XIII da Lei n° 9.317/96, e é pacífico entendimento da jurisprudência administrativa, no sentido de que a realização de serviços de Fl. 6DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 424 7 decoração não veda a opção ao SIMPLES, desde que não necessite de profissionais que dependam de habilitação profissional legalmente exigida; (ix) Os serviços prestados pela Recorrente não necessitam de profissionais. cujo exercício, dependa de habilitação profissional legalmente exigida; tal premissa também é válida, ainda na remota hipótese de se considerar os serviços prestados pela Recorrente corno sendo de decoração; (x) A Recorrente não presta, tampouco, os demais serviços que lhe foram atribuídos pela Delegada de Julgamento, como serviços de arquitetura pois não realiza qualquer edificação, construção, obra projeto técnico, ou qualquer outro serviço que possa ser confundido com serviço de arquitetura; (xi) Também não presta serviços de, direção produção de espetáculos mormente porque não realiza ou participa de qualquer espetáculo, na correta acepção da palavra, adotada pela legislação, não obstante a Delegacia tenha pretendido desvirtuar tal conceito; (xii) Tampouco presta serviços de consultoria e administração, já, que somente executa e gerencia seus próprios serviços, jamais é contratada para prestar serviços de consultoria ou administração para outrem não obstante o objetivo da Delegacia de Julgamento fosse classificar ao gerenciamento interno de suas atividades como "prestação de serviços de consultoria e administração"; (xiii) Fazer com , que a exclusão do SIMPLES produza efeitos retroativos, a partir de janeiro de 2002, fere ó princípio da segurança,jurídica da Recorrente,na medida em que somente após a notificação da suposta exclusão do SIMPLES é que o ato administrativo poderia produzir efeitos. 136. Assim, pugna a Recorrente, preliminarmente, pelo, reconhecimento da nulidade do Ato Declaratório Executivo DRF/SPO nº 571.704, de 02 de agosto de 2004, na medida em que não se verificou, no caso em tela,. nenhuma das hipóteses vedadas à opção ao SIMPLES, como robustamente demonstrado. Requer, ainda, que se reconheça a ilegalidade da decisão proferida pela Delegacia de Julgamento, ora recorrida, a qual manteve a exclusão da Recorrente com base em fundamentos distintos daquele apresentados no mencionado Ato Declaratório de exclusão. 137. Caso assim não se entenda, no mérito, REQUER REVOGAÇÃO DO ATO DECLARATÓRIO EXECUTIVO DRF/SPO N° 571.704, de 02 de agosto de 2004, bem como a conseqüente REFORMA DA DECISÃO RECORRIDA, QUE MANTEVE A EXCLUSÃO DA RECORRENTE DO SIMPLES, A FIM DE QUE SEJA CANCELADA E/ OU REFORMADA A SUA EXCLUSÃO DO REGIME SIMPLIFICADO EM QUESTÃO, DADA A INEXISTÊNCIA DE FUNDAMENTO JURÍDICO QUE SUPORTE TAL EXCLUSÃO, em, especial porque o Ato Declaratório de exclusão, assim como o Acórdão recorrido OFENDEM OS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, DA AMPLA DEFESA, DA VERDADE MATERIAL, DA MOTIVAÇÃO E DA EFICIÊNCIA, QUE REGEM O SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL E A ATUAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PUBLICA, COMO DEVIDAMENTE DEMONSTRADO NOS PRESENTES AUTOS. É o Relatório. Fl. 7DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 425 8 Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência. Assim, dele tomo conhecimento. A defesa alega que os atos administrativos são nulos. Ato Declaratório Executivo Derat/SPO/SP nº 571.704, de 02 de agosto de 2004, fl. 04, e o Acórdão da 1ª TURMA/DRJ/SPO I/SP nº 1617.966, de 01/08/2008, fls. 329/347, foram lavrados por servidor competente que regularmente intimou a Recorrente para cumprilo ou impugnálo no prazo legal. As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos. Foi oferecida à interessada a oportunidade de apresentar, no prazo legal, a peça de defesa acompanhada de todos os meios de prova a ela inerentes. O enfrentamento das questões nas peças de defesa denotam perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e a indicação dos enquadramentos legais não propiciam a nulidade dos atos em litígio. Os atos administrativos não são carecedores dos requisitos legais, uma vez que contêm expressamente os motivos de fato e de direito que ensejaram e mantiveram a exclusão (inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 1996), não havendo que se falar em inovação nos motivos da exclusão em sede julgamento de primeira instância. As provas do ilícito tributário constantes nos autos foram exaustivamente analisadas pelas autoridades fiscais. Partindo do pressuposto legal de que a defesa deve comprovar todas as suas alegações na oportunidade própria (art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1996), a Recorrente juntou provas aos autos mediante documentos hábeis e idôneos que demonstram que exerce atividade vedada. Por esta razão, as provas constantes nos autos, tais como contrato social e alterações, contratos de prestação de serviços e notas fiscais de prestação de serviços e dados constantes nos registros internos da RFB (CNAEFiscal) constituem um conjunto probatório robusto de que os atos administrativos lavrados de ofício não contêm incorreções. Além disso, foram asseguradas à Recorrente as garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa (inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição da República Federativa do Brasil CR e Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972). No exercício da função pública, as autoridades administrativas corretamente lavraram os atos administrativos com observância de todos os requisitos legais que lhes conferem existência, validade e eficácia. Logo, não cabem reparos aos procedimentos fiscais. A Recorrente discorda do procedimento de ofício. O tratamento diferenciado, simplificado e favorecido aplicável às microempresas e às empresas de pequeno porte relativo aos impostos e às contribuições estabelecido em cumprimento ao que determina o disposto no art. 179 da Constituição Federal de 1988 pode ser usufruído desde que as condições legais sejam preenchidas. A Lei nº 9.317, de 1996, fixa à época: Art. 9º Não poderá optar pelo SIMPLES, a pessoa jurídica: [...] XIII que preste serviços profissionais de corretor, representante comercial, despachante, ator, empresário, diretor Fl. 8DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 426 9 ou produtor de espetáculos, cantor, músico, dançarino, médico, dentista, enfermeiro, veterinário, engenheiro, arquiteto, físico, químico, economista, contador, auditor, consultor, estatístico, administrador, programador, analista de sistema, advogado, psicólogo, professor, jornalista, publicitário, fisicultor, ou assemelhados, e de qualquer outra profissão cujo exercício dependa de habilitação profissional legalmente exigida; O referido diploma legal impede a opção pelo Simples por parte das pessoas jurídicas: que prestem os serviços profissionais expressamente listados; que prestem os serviços profissionais assemelhados àqueles expressamente listados; que prestem serviços profissionais não expressamente listados, cujo exercício dependa de habilitação legalmente exigida. A hipótese de indeferimento da opção da Requerente pelo Simples com efeito desde 01/01/2002 fundamentada na prestação de serviço profissional de decoração de interiores assemelhada à de engenheiro, pressupõe a obtenção de receita proveniente de atividade vedada, qualquer que seja a sua proporção em relação à totalidade auferida pela pessoa jurídica. Para a solução do litígio, cabe buscar esclarecimentos na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO que determina (fonte: http://www.mtecbo.gov.br/cbosite/pages/pesquisas/BuscaPorTituloResultado.jsf, acesso em 06/12/2010): 2629 Designer de interiores de nível superior [...] Descrição Sumária Projetam e executam de forma criativa e científica soluções para espaços interiores residenciais, comerciais e institucionais, visando a estética, a eficiência, a segurança, a saúde e o conforto. Pesquisam produtos, materiais e equipamentos para elaboração e execução de projetos de interiores. [...] 3751 Designers de interiores, de vitrines e visual merchandiser (nível médio) [...] Descrição Sumária Projetam e executam soluções para espaços internos residenciais, comerciais e industriais visando a estética, o bemestar e o conforto. Criam e projetam vitrines, ambientes comerciais e industriais que destaquem e valorizem o produto; projetam programações visuais com os objetivos de estimular o consumo de produtos e de informar o consumidor. Fl. 9DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 427 10 Em relação à prestação de serviço profissional de engenheiro, o referido diploma legal impede a opção pelo Simples por parte das pessoas jurídicas: que prestem os serviços profissionais expressamente listados; que prestem os serviços profissionais assemelhados àqueles expressamente listados; que prestem serviços profissionais não expressamente listados, cujo exercício dependa de habilitação legalmente exigida. A norma de regência adota a interpretação analógica que abrange casos semelhantes por ela regulados. Por seu turno, a Lei nº 5.194, de 1996, prevê: Art. 7º As atividades e atribuições profissionais do engenheiro, do arquiteto e do engenheiroagrônomo consistem em: a) desempenho de cargos, funções e comissões em entidades estatais, paraestatais, autárquicas, de economia mista e privada; b) planejamento ou projeto, em geral, de regiões, zonas, cidades, obras, estruturas, transportes, explorações de recursos naturais e desenvolvimento da produção industrial e agropecuária; c) estudos, projetos, análises, avaliações, vistorias, perícias, pareceres e divulgação técnica; d) ensino, pesquisas, experimentação e ensaios; e ) fiscalização de obras e serviços técnicos; f) direção de obras e serviços técnicos; g) execução de obras e serviços técnicos; h) produção técnica especializada, industrial ou agropecuária. A Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977, que institui a Anotação de Responsabilidade Técnica na prestação de serviços de engenharia, de arquitetura e agronomia; autoriza a criação, pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia CONFEA, de uma Mútua de Assistência Profissional, prevê: Art 1º Todo contrato, escrito ou verbal, para a execução de obras ou prestação de quaisquer serviços profissionais referentes à Engenharia, à Arquitetura e à Agronomia fica sujeito à "Anotação de Responsabilidade Técnica" (ART). Art 2º A ART define para os efeitos legais os responsáveis técnicos pelo empreendimento de engenharia, arquitetura e agronomia. § 1º A ART será efetuada pelo profissional ou pela empresa no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia Fl. 10DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 428 11 (CREA), de acordo com Resolução própria do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (CONFEA). No Contrato Social e Alterações está registrado, fls. 149/155 e 292/301: VI o objeto social é de natureza civil e compreende a prestação de serviços visuais e de cenografia, serviços de modelagem, desenhos, elaboração de logomarcas, artes gráfiCas, vitrinação, intermediação de negócios, a participação como acionista ou quotista em outras sociedades com personalidade jurídica, comercial ou civil, congêneres ou não, a participação em empreendimentos de terceiros, inclusive através de uma sociedade em conta de participação e a administração de bens próprios. [...] 1. Acrescentar a atividade de "Locação de Bens Móveis" no objeto social da empresa. Nas Notas Fiscais estão discriminadas as seguintes prestações de serviços, fls. 39/41 e 291, [...] projeto [...] execução [...] desmontagem [...]. Nos Contratos de Prestação de Serviços constam como objeto, fls. 42/117: Constituise objeto do presente instrumento, a realização pela CONTRATADA da criação, administração, montagem e desmontagem da exposição denominada "NATAL DOS 4R's: Respeitar, Restaurar, Reaproveitar e Reciclar", a realizarse no período de 18 de Novembro de 2003 até 06 de Janeiro de 2004, na praça do Edifício Sede do Banco Real, na Av. Paulista, 1374, São Paulo — S.P. A realização da exposição e a prestação dos demais serviços serão executadas de acordo com o estabelecido no Anexo I, parte integrante deste instrumento. [...] Constituise objeto do presente instrumento, a realização pela CONTRATADA da criação, administração, montagem e desmontagem dos projetos de decoração de Natal para o Banco Real de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Sudameris que serão executadas de acordo com o estabelecido nos Anexos I, II e M parte integrante deste instrumento. [...] Constituise objeto do presente instrumento, a realização pela CONTRATADA da criação, administração, montagem e desmontagem da exposição denominada "PAPAI NOEL EXISTE", a realizarse no período de 27 de Novembro de 2001 até 04 de Janeiro de 2002, na praça do Edifício Sede do Banco Real, na Av. Paulista, 1374, São Paulo — S.P. e da criação e administração das intervenções com profissionais vestidos de Papai Noel na Av. Paulista em frente ao Edifício sede da CONTRATANTE. [...] A CONTRATADA, na qualidade de empresa prestadora de serviços visuais e de cenografia, e de produtos para decoração natalina, comprometese a elaborar e desenvolver o projeto, assessorar, executar e gerenciar bem como instalar a decoração de Nata1/2003 na Praça Central, Mall e fachada Faria Lima do CONTRATANTE. O escopo dos serviços inclui a preparação, a montagem, a Fl. 11DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 429 12 manutenção, a desmontagem, a armazenagem adequada, a organização e o inventário de todo material natalino utilizado, conforme especificado na proposta apresentada e aprovada em Julho/2003 e respectivo projeto, que, ora seguem anexos e devidamente rubricados pelas partes integram o presente instrumento, [...] [...] A CONTRATADA, na qualidade de empresa prestadora de serviços visuais e de cenografia, e de produtos para decoração natalina, comprometese a elaborar e desenvolver o projeto, assessorar, executar e gerenciar bem como instalar a 'decoração natalina aérea das praças (Crouton, Romana, Riachuelo e Expansão) e também decoração da aérea do Palco, 3° Piso Expansão e área da árvore e poltrona do Papai Noel, 1° Piso, expansão. O escopo dos serviços inclui a preparação, a montagem, a manutenção a desmontagem, a armazenagem adequada (dos itens pertencentes ao Shopping Center lguatemi Campinas conforme descritos na proposta anexa), a organização e o inventário de todo material natalino utilizado, conforme especificado na proposta apresentada e aprovada em Agosto/2003 e respectivo projeto, que, ora seguem anexos e devidamente rubricados pelas partes integram o presente instrumento, [...] [...] 1. O presente contrato tem por objetivos: a Coordenar o fornecimento de materiais e equipamentos, para a montagem de cenografia e decoração de Natal, descrita no memorial descritivo dos anexos que integram este instrumento. b Coordenar a prestação de serviços de decoração e cenografia, compreendendo a montagem, instalação e desmontagem, a serem prestados pela CONTRATADA à CONTRATANTE, no Shopping Center Iguatemi Porto Alegre. [...] 1.1. O objeto do presente contrato é a prestação de serviços especializados de criação e execução, conforme especificado na cláusula 2.1 deste Contrato, do Projeto de decoração com motivos natalinos para Agência Trianon do BankBoston, sito à Av. Paulista, 1.811, na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, no período de 7 de dezembro de 1998 a 6 de janeiro de 1999. Analisando as cláusulas contratuais verificase que a Recorrente se dedica à criação, administração, montagem e desmontagem de decorações de motivos natalinos em estabelecimentos comerciais tais como: instituições financeiras e shopping centers. Cabe ressaltar que toda obra de engenharia, arquitetura e agronomia depende, para sua legalidade, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) correspondente ao registro do contrato de prestação de serviços, de acordo com a Lei nº 6.496, de 07 de dezembro de 1977, fato que restou comprovado nos autos nos Contratos de Prestação de Serviços, fls. 42/117: Apresentar ao CONTRATANTE a "ART" — Anotação de Responsabilidade Técnica I, assinada pelo responsável pelo projeto, que deverá ser legalmente habilitado, e devidamente autenticada pelo Órgão competente; [...] Fl. 12DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 430 13 Apresentar ao CONTRATANTE, se necessário for, a "ART" Anotação de Responsabilidade Técnica assinada pelo responsável do projeto, que deverá ser legalmente habilitado, e devidamente autenticada pelo Órgão competente; [...] Apresentar ao CONTRATANTE, se necessário for, a "ART" Anotação de Responsabilidade Técnica assinada pelo responsável do projeto, que deverá ser legalmente habilitado, e devidamente autenticada pelo órgão competente; [...] 3.18 A CONTRATADA fornecerá à CONTRATANTE, até 26 de setembro de 2003 plantas detalhadas da decoração contendo indicações precisas quanto à dimensão, à altura e peso dos cenários em relação aos pisos nos quais estes serão instalados; bem como as ART's (anotação de responsabilidade técnica). [...] 10.2 A CONTRATADA se obriga a apresentar à CONTRATANTE a guia de ART (anotação de responsabilidade técnica) devidamente quitada, para registro no CREA da região da CONTRATANTE, até a data de início da montagem. Em conformidade com a legislação, toda obra de engenharia depende, para sua legalidade, da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Não pode optar pelo Simples a pessoa jurídica que se dedica à decoração de interiores por prestar serviço profissional assemelhado à de engenheiro, quando o contrato de prestação de serviço exige a ART. Examinado as cláusulas contratuais verificase que as contratantes obrigam que a Recorrente apresente a ART assinada pelo responsável do projeto, que deve estar legalmente habilitado, e devidamente autenticada pelo órgão competente Analisando todas estas informações trazidas aos autos pela própria Recorrente, inferese que o serviço por ela prestado depende da ART e por esta razão é assemelhado àquele que necessita de engenheiro, cujo exercício, depende de habilitação profissional legalmente exigida e expressamente listado no inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 1996. Por conseguinte, os argumentos da Recorrente não podem prosperar. Sobre o efeito retroativo do procedimento fiscal, a Lei nº 9.317, de 1996, determina: Art. 12. A exclusão do SIMPLES será feita mediante comunicação pela pessoa jurídica ou de ofício. Art. 13. A exclusão mediante comunicação da pessoa jurídica darseá: I por opção; II obrigatoriamente, quando: a) incorrer em qualquer das situações excludentes constantes do art. 9°; [...] § 1° A exclusão na forma deste artigo será formalizada mediante alteração cadastral. Fl. 13DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 431 14 [...] Art. 14. A exclusão darseá de ofício quando a pessoa jurídica incorrer em quaisquer das seguintes hipóteses: I exclusão obrigatória, nas formas do inciso II e § 2° do artigo anterior, quando não realizada por comunicação da pessoa jurídica; [...] Art. 16. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. A Instrução Normativa SRF nº 355, de 29 de agosto de 2003, que vigorava à época, previa: Art. 24. [...] Parágrafo único. Para as pessoas jurídicas enquadradas nas hipóteses dos incisos III a XVII do art. 20, que tenham optado pelo Simples até 27 de julho de 2001, o efeito da exclusão dar seá a partir: [...] II de 1º de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de 2002. Consta no Anexo II da Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, alterada pela Portaria MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – CARF: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543 B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, têm aplicação os entendimentos do STJ e do STJ em decisões definitivas de mérito proferidas em repercussão geral e em recurso repetitivo, respectivamente, cujas matérias vinculam esta segunda instância de julgamento. Em relação à matéria, cabe mencionar a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça – STJ proferida em recurso especial representativo da controvérsia, cujo trânsito em julgado ocorreu em 16/06//2010 (https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/Abre_Documento.asp?sLink=ATC&sSeq=9771400&s Reg=200900296277&sData=20100506&sTipo=5&formato=PDF, acesso em 01/02/2011): RECURSO ESPECIAL Nº 1.124.507 MG (2009/00296277) RELATOR : MINISTRO BENEDITO GONÇALVES RECORRENTE : FAZENDA NACIONAL PROCURADOR : Fl. 14DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 432 15 PROCURADORIAGERAL DA FAZENDA NACIONAL RECORRIDO : MADEPLACAS LTDA ADVOGADO : HÉLCIO GERALDO DE OLIVEIRA CORRÊA E OUTRO(S) EMENTA DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL.VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. ALEGAÇÕES GENÉRICAS. SÚMULA 284/STF. LEI 9.317/96. SIMPLES. EXCLUSÃO. ATO DECLARATÓRIO. EFEITOS RETROATIVOS. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 15, INCISO II, DA LEI 9.317/96. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a averiguação acerca da data em que começam a ser produzidos os efeitos do ato de exclusão do contribuinte do regime tributário denominado SIMPLES. Discutese se o ato de exclusão tem caráter meramente declaratório, de modo que seus efeitos retroagiriam à data da efetiva ocorrência da situação excludente; ou desconstitutivo, com efeitos gerados apenas após a notificação ao contribuinte a respeito da exclusão. [...] 5. O ato de exclusão de ofício, nas hipóteses previstas pela lei como impeditivas de ingresso ou permanência no sistema SIMPLES, em verdade, substitui obrigação do próprio contribuinte de comunicar ao fisco a superveniência de uma das situações excludentes. 6. Por se tratar de situação excludente, que já era ou deveria ser de conhecimento do contribuinte, é que a lei tratou o ato de exclusão como meramente declaratório, permitindo a retroação de seus efeitos à data de um mês após a ocorrência da circunstância ensejadora da exclusão. 7. No momento em que opta pela adesão ao sistema de recolhimento de tributos diferenciado pressupõese que o contribuinte tenha conhecimento das situações que impedem sua adesão ou permanência nesse regime. Assim, admitirse que o ato de exclusão em razão da ocorrência de uma das hipóteses que poderia ter sido comunicada ao fisco pelo próprio contribuinte apenas produza efeitos após a notificação da pessoa jurídica seria permitir que ela se beneficie da própria torpeza, mormente porque em nosso ordenamento jurídico não se admite descumprir o comando legal com base em alegação de seu desconhecimento. 8. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. A situação impeditiva da opção pelo Simples se encontra positivada no ordenamento jurídico e por esta razão o ato de exclusão tem natureza meramente declaratória e a legislação tributária permite a retroatividade de seus efeitos. Fl. 15DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 433 16 Ainda em relação à matéria, vale transcrever o enunciado da súmulas do CARF nº 56, a qual é de adoção obrigatória (art. 72 do Anexo II da Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais RICARF) que prevê: No caso de contribuintes que fizeram a opção pelo SIMPLES Federal até 27 de julho de 2001, constatada uma das hipóteses de que tratam os incisos III a XIV, XVII e XVIII do art. 9o da Lei n° 9.317, de 1996, os efeitos da exclusão darseão a partir de 1o de janeiro de 2002, quando a situação excludente tiver ocorrido até 31 de dezembro de 2001 e a exclusão for efetuada a partir de 2002. Neste sentido, cumpridos os requisitos normativos, os efeitos da exclusão darseão a partir de 1º de janeiro de 2002, uma vez que a Recorrente: fez a opção pelo Simples 01/01/2001; a situação excludente prevista no inciso XIII do art. 9º da Lei nº 9.317, de 1996, foi constatada até 31 de dezembro de 2001; a exclusão foi efetuada a partir de 2002. Cabe esclarecer que a opção pelo Simples é um direito da pessoa jurídica que preenche todos os requisitos legais. No presente caso a requerente incorreu em situação excludente e por esta razão estava obrigada a proceder à exclusão mediante comunicação à RFB. Como este procedimento não foi adotado voluntariamente, foi efetuada de forma regular a exclusão de ofício, no estrito cumprimento do dever legal (art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990). Além disso, a partir dos efeitos da exclusão, ou seja, 01/01/2002, a Recorrente fica sujeita às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas, inclusive às obrigações tributárias principais e acessórias. Logo os efeitos do ato de exclusão devem prevalecer. No que se refere à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais indicados na peça recursal, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso (art. 100 do Código Tributário Nacional). Em relação aos princípios constitucionais que a Recorrente entende que supostamente foram violados, cabe transcrever o enunciado da Súmula CARF n° 2, que é de adoção obrigatória (art. 72 do Anexo II da Portaria MF n° 256, de 22 de junho de 2009, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF), e que assim determina: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Logo, este argumento não pode prosperar. Em face do exposto voto, em preliminar, por afastar as nulidades suscitadas, e, no mérito, por negar provimento ao recurso voluntário. Fl. 16DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 434 17 (documento assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Declaração de Voto Conselheira Ana de Barros Fernandes, Redatora Em que pese o voto da Conselheira Relatora, peço vênia para divergir do entendimento esposado e registrar o meu entendimento sobre as empresas que optam por apurar os tributos federais pela sistemática diferenciada, favorecida e simplificada – Simples e as vedações impostas aos profissionais listados no inciso XIII do artigo 9º da Lei nº 9.317/96. O assunto é deveras polêmico, mas comungo da tese de que a vedação inserida no referido inciso XIII, do art. 9º, da Lei nº 9.317/96 – atividades vedadas aos profissionais prestadores de serviços – é para alcançar as associações destas pessoas, digo, escritórios, clínicas, cursos e assim por diante. No presente caso, a empresa pratica atividades vinculadas à decoração de shoppings, bancos e outra em datas festivas, tais como Natal. Não entendo que estas atividades forçosamente têm que ser praticadas por engenheiros ou arquitetos associados, embora, por questões óbvias de segurança, devam ter um engenheiro responsável pela montagem de cenários decorativos. Só que há uma diferença fundamental em ser uma sociedade civil, ou empresa de engenheiros/arquitetos, e contratarse pessoas qualificadas para desempenharem uma parcela que exija a tal qualificação. Daí que a apresentação de ART, em obras desta natureza – decorativas, no meu entendimento, não é suficiente para impedir a empresa de optar pelo Simples e qualificála como empresa que presta serviços de engenharia ou serviços próprios e exclusivos de arquitetos, quando flagrantemente depreendese dos contratos firmados entre a empresa e terceiros que a atividade principal é a decoração com peças e cenários temáticos. Defendo a tese, ainda, que, ao excluir o contribuinte do sistema por ele optado, o fisco deveria ter produzido a prova de que os sócios da empresa são os tais profissionais que alega, além do código CNAE e a mera vinculação à atividade vedada à adesão ao Simples, nos termos do citado artigo 9º, inciso XIII da Lei do Simples – 9.317/96. Afinal, o ônus da prova é de quem alega e a atividade da empresa, até prova em contrário, é a produção de cenários decorativos, atividade visivelmente conectada à arte e cultura..Assim dispõe o artigo 924 do Regulamento do Imposto de Renda vigente – RIR/99 (Decreto n 3000/99): Fl. 17DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA Processo nº 19679.008309/200516 Acórdão n.º 180100.581 S1TE01 Fl. 435 18 Art. 924. Cabe à autoridade administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no artigo anterior (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º). (aplicado por analogia) Como bem aventado pela recorrente a própria turma julgadora de primeira instância amoldou a motivação do ato administrativo de exclusão, inovandoa, atitude esta inconcebível consoante disposições do Decreto nº 70.235/72, que disciplina o processo administrativo fiscal – PAF. Concluo, pelo exposto, que as razões de recurso da recorrente merecem ser acolhidas e a recorrente deve ser reintegrada e mantida no Simples. (documento assinado digitalmente) Ana de Barros Fernandes Fl. 18DF CARF MF Emitido em 28/06/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES Assinado digitalmente em 22/06/2011 por ANA DE BARROS FERNANDES, 27/06/2011 por CARMEN FERREIRA SARA IVA
score : 1.0
Numero do processo: 10830.912127/2012-04
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Aug 15 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/10/2011
RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO.
Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009.
Recurso Voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-003.841
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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Ausência de certeza e liquidez do crédito pleiteado. Recorrente FUNDAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO DA UNICAMP FUNCAMP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/10/2011 RESTITUIÇÃO. IMUNIDADE. AUSÊNCIA DE CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO PLEITEADO. Para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez. No presente caso, não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Recurso Voluntário negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Antônio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas. Relatório Tratase de manifestação de inconformidade contra Despacho Decisório eletrônico que indeferiu Pedido de Restituição Eletrônico PER referente a alegado crédito de AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 83 0. 91 21 27 /2 01 2- 04 Fl. 189DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 3 2 pagamento indevido ou a maior efetuado por meio do DARF, código de receita 8301 (PIS – Folha de Pagamento). Segundo o Despacho Decisório, o DARF informado no PER foi integralmente utilizado na quitação do respectivo débito, não restando crédito disponível para restituição. Em sua manifestação de inconformidade a interessada argumentou, em resumo, que o pagamento indevido decorre de sua condição de imune às contribuições sociais, nos termos dos art. 150, inciso VI, alínea “c”, art. 195, § 7º, c/c art. 205, art. 6º, art. 203, inciso III, art. 145, § 1º, art. 146, II, todos da Constituição Federal, e do art. 14 do CTN. Discorre sobre sua condição de imune. Requer que seja declarada como Entidade Beneficente de Assistência Social. Ao analisar o caso, a DRJ em Juiz de Fora (MG), entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 09051.868, com base primordialmente nos seguintes fundamentos: (i) a imunidade das contribuições sociais está sujeita às exigências estabelecidas pela Lei 12.101/2009; (ii) a Recorrente não possui CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social); (iii) o PIS não está abrangido pela imunidade estabelecida no art. 195, § 7º da Constituição Federal; e (iv) a Recorrente está sujeita ao PIS sobre a Folha de Salários e não sobre o Faturamento. Intimado da decisão e insatisfeito com o seu conteúdo, o contribuinte interpôs, tempestivamente, Recurso Voluntário através do qual alegou, resumidamente: (i) que o STF já teria pacificado seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, que teve repercussão geral reconhecida; (ii) que a Recorrente atende a todos os requisitos da Lei 12.101/2009 para fins de usufruto da imunidade, conforme comprovado no pedido de emissão do CEBAS protocolizado (trata sobre cada um dos requisitos); (iii) que a emissão do CEBAS é um ato administrativo vinculado, constituindo obrigação legal uma vez constatado o atendimento dos requisitos legais para gozo da imunidade; (iv) que a emissão do CEBAS tem caráter declaratório, sendolhe conferidos efeitos retroativos. Requer, ao final, que seja dado provimento ao seu recurso, para fins de deferir o pedido de restituição, por se tratar de instituição imune às contribuições previdenciárias. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.674, de 27 de junho de 2017, proferido no julgamento do processo 10830.900254/201333, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.674): Fl. 190DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 4 3 "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Consoante acima narrado, tratase de Pedido de Restituição Eletrônico PER nº 23871.62072.130912.1.2.040241 referente a alegado crédito de pagamento indevido ou a maior da contribuição previdenciária sobre a folha de salários a cargo do empregador, efetuado por meio do DARF no valor original de R$ 42.011,75. Como é cediço, para fins de concessão de pedido de restituição e/ou compensação de indébito fiscal, é imprescindível que o crédito tributário pleiteado esteja munido de certeza e liquidez, cuja comprovação deve ser efetuada pelo contribuinte. No caso concreto ora analisado, portanto, há de se verificar se o crédito tributário alegado pelo contribuinte encontrase revestido de tais características, sem as quais o pleito não pode ser deferido. Alega o contribuinte que o seu pleito decorre do seu direito seria líquido e certo ao gozo da imunidade. A DRJ, por seu turno, entendeu de forma diversa, conforme se extrai da passagem do voto a seguir transcrita: A imunidade relativa às pessoas jurídicas que prestam assistência social está prevista nos seguintes dispositivos constitucionais: Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: [...] VI instituir impostos sobre:(Vide Emenda Constitucional nº 3, de 1993) a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [...] Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: [...] § 7º São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. A imunidade prevista no artigo 150 acima transcrito é especifica para impostos não abrangendo às contribuições sociais. Portanto, não alcança o PIS/PASEP –Folha de Salários. A imunidade prevista no artigo 195, § 7º, é específica para contribuições para seguridade social e depende da caracterização da entidade como beneficente Fl. 191DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 5 4 de assistência social que atenda às exigências estabelecidas em lei, entre elas a certificação de que trata a Lei 12.101/2009, conforme dispositivos transcritos a seguir: Art. 1o A certificação das entidades beneficentes de assistência social e a isenção de contribuições para a seguridade social serão concedidas às pessoas III do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, quanto às entidades de assistência social. (...) Art. 29. A entidade beneficente certificada na forma do Capítulo II fará jus à isenção do pagamento das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, desde que atenda, cumulativamente, aos seguintes requisitos (grifo não original) Com base nos atos acima transcritos, que vinculam este colegiado de 1ª instância administrativa, a contribuinte, por não ser detentora do certificado de entidade beneficente de assistência social, não faz jus à imunidade prevista no artigo 195, § 7º, da CF/88, por descumprir exigência contida em lei. Com lastro no artigo 21 supra, não compete à RFB decidir sobre a concessão de certificados de entidade beneficente de assistência social, não tendo força vinculante as decisões judiciais e o posicionamento da doutrina mencionados pela defesa. De modo que, o pedido, para que seja declarada como Entidade Beneficente da Assistência Social, com força substitutiva do registro e da certificação de que trata o art. 21 da Lei nº 12.101/2009, não pode ser atendido no âmbito desse colegiado. A contribuinte impetrou o mandado de segurança nº 2007.61.05.0129681, junto à 2ª Vara Federal de Campinas, que atualmente tramita no TRF 3º Região, com sentença proferida reconhecendo o direito à imunidade prevista no art. 195, 7º, da CF/88, no tocante à Cofins, desde que cumpridos os requisitos do art. 14 do CTN e os deveres instrumentais acessórios estabelecidos pela legislação fiscal. Portanto, mantida a exigência do certificado de entidade beneficente de assistência social para gozo da imunidade prevista no artigo 195, 7º, da CF/88. Concordo com a conclusão a que chegou a DRJ no trecho acima, por entender que não restou comprovada a certeza e liquidez do crédito pleiteado pelo contribuinte. Embora a Recorrente tenha protocolizado pedido de emissão do CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social) desde 18/12/2013, é certo que este pedido ainda não foi deferido, encontrandose atualmente na situação de "encaminhado". E sendo esta emissão um requisito essencial ao gozo da imunidade pleiteada, nos termos do que determina a Lei nº 12.101/2009, não há como se entender que o crédito tributário objeto da presente demanda seja líquido e certo. Notese que o art. 29 da referida lei dispõe que fará jus à isenção a entidade beneficente certificada. Ademais, como bem destacou a DRJ em sua decisão, a análise quanto ao atendimento dos requisitos dispostos na Lei n. 12.101/2009 e a consequente concessão do Fl. 192DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 6 5 CEBAS não é de competência da Receita Federal do Brasil, ou mesmo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Nesse contexto, ainda que o ato administrativo de concessão do CEBAS seja plenamente vinculado, e que os seus efeitos sejam declaratórios, conferindolhe aplicação retroativa, tais fatores não afastam a necessidade de que haja a análise quanto a tal pleito por parte da autoridade competente. Sendo assim, não há como se deferir o pleito do contribuinte de restituição apresentado, por faltarlhe certeza e liquidez. De outro norte, importante ainda que se analise o segundo fundamento da decisão recorrida, que assim dispôs: Ainda que a contribuinte fosse detentora de tal certificado, o entendimento da administração tributária é que o PIS/PASEP não está abrangido pelo artigo 195 da Carta Magna, sendo devido o seu recolhimento na forma da lei. No caso vertente, o crédito pretendido decorre de pagamento de PIS/PASEP – Folha de Salários. Cabe, então, observar o disposto no art. 13 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24 de agosto de 2001: Art. 13. A contribuição para o PIS/PASEP será determinada com base na folha de salários, à alíquota de um por cento, pelas seguintes entidades: I templos de qualquer culto; II partidos políticos; III instituições de educação e de assistência social a que se refere o art. 12 da Lei no 9.532, de 10 de dezembro de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, a que se refere o art. 15 da Lei no 9.532, de 1997; V sindicatos, federações e confederações; VI serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei; VII conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas; jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas como entidades beneficentes de assistência social com a finalidade de prestação de serviços nas áreas de assistência social, saúde ou educação, e que atendam ao disposto nesta Lei. (...) Art. 21. A análise e decisão dos requerimentos de concessão ou de renovação dos certificados das entidades beneficentes de assistência social serão apreciadas no âmbito dos seguintes Ministérios: I da Saúde, quanto às entidades da área de saúde; II da Educação, quanto às entidades educacionais; e VIII fundações de direito privado e fundações públicas instituídas ou mantidas pelo Poder Público; IX condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e Fl. 193DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 7 6 X a Organização das Cooperativas Brasileiras OCB e as Organizações Estaduais de Cooperativas previstas no art. 105 e seu § 1o da Lei no 5.764, de 16 de dezembro de 1971. [...].” [Grifei]. Por sua vez, os mencionados arts. 12 e 15 da Lei nº 9.532, de 1997, assim dispõem1: Art. 12. Para efeito do disposto no art. 150, inciso VI, alínea "c", da Constituição, considerase imune a instituição de educação ou de assistência social que preste os serviços para os quais houver sido instituída e os coloque à disposição da população em geral, em caráter complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos. (Vide artigos 1º e 2º da Mpv 2.18949, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º Não estão abrangidos pela imunidade os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável. § 2º Para o gozo da imunidade, as instituições a que se refere este artigo, estão obrigadas a atender aos seguintes requisitos: [...] Art. 15. Consideramse isentas as instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos. (Vide Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 1º A isenção a que se refere este artigo aplicase, exclusivamente, em relação ao imposto de renda da pessoa jurídica e à contribuição social sobre o lucro líquido, observado o disposto no parágrafo subseqüente. [...] § 3º Às instituições isentas aplicamse as disposições do art. 12, § 2°, alíneas "a" a "e" e § 3° e dos arts. 13 e 14. Nesse sentido, o Decreto nº 4.527, de 17 de dezembro de 2002, ao regulamentar a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado em geral, assim dispõe: Art. 9º São contribuintes do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários as seguintes entidades (Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13): [...] III instituições de educação e de assistência social que preencham as condições e requisitos do art. 12 da Lei nº 9.532, de 1997; IV instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e as associações, que preencham as condições e requisitos do art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997; [...] Fl. 194DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 8 7 Art. 46. As entidades relacionadas no art. 9º deste Decreto (Constituição Federal, art. 195, § 7º , e Medida Provisória nº 2.15835, de 2001, art. 13, art. 14, inciso X, e art. 17): I não contribuem para o PIS/Pasep incidente sobre o faturamento; e [...] Art. 50. A base de cálculo do PIS/Pasep incidente sobre a folha de salários mensal, das entidades relacionadas no art. 9º, corresponde à remuneração paga, devida ou creditada a empregados. [...].” [Grifei]. Portanto, considerando as normas legais supracitadas e que a contribuinte se declara imune em razão da atividade por ela exercida (atividades de apoio à educação – exceto caixas escolares), não há incidência da contribuição para o PIS/Pasep sobre o faturamento. Entretanto, é devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88. Assim, diante da ausência de certeza do crédito pleiteado, voto por considerar improcedente a manifestação de inconformidade, ratificando o Despacho Decisório que indeferiu a restituição pretendida. Sobre este ponto, o contribuinte alegou em seu recurso voluntário que o STF já pacificou seu entendimento quanto à submissão do PIS à imunidade tributária das contribuições previdenciárias fixada pelo art. 195, parágrafo 7º da Constituição Federal, conforme acórdão proferido no RE 636.941/RS, publicado em 04/04/2014, que teve repercussão geral reconhecida. Da análise do referido julgado, extraise que o STF chegou à seguinte conclusão: A pessoa jurídica para fazer jus à imunidade do art. 195, § 7º, CF/88, com relação às contribuições sociais, deve atender aos requisitos previstos nos artigos 9º e 14, do CTN, bem como no art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98 e Lei nº 12.101/2009, nos pontos onde não tiveram sua vigência suspensa liminarmente pelo STF nos autos da ADIN 2.2085. As entidades beneficentes de assistência social, como consequência, não se submetem ao regime tributário disposto no art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e no art. 13, IV, da MP nº 2.15835/2001, aplicáveis somente àquelas outras entidades (instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural e científico e as associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam, sem fins lucrativos) que não preencherem os requisitos do art. 55, da Lei nº 8.212/91, ou da legislação superveniente sobre a matéria, posto não abarcadas pela imunidade constitucional. A inaplicabilidade do art. 2º, II, da Lei nº 9.715/98, e do art. 13, IV, da MP º 2.15835/2001, às entidades que preenchem os requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212/91, e legislação superveniente, não decorre do vício da inconstitucionalidade desses dispositivos legais, mas da imunidade em relação à contribuição ao PIS como técnica de interpretação conforme à Constituição. Fl. 195DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 9 8 Ou seja, o STF concluiu que as entidades beneficentes de assistência social não se submetem ao regime tributário disposto no art. 13, IV da MP n. 2.15835/2001, por fazerem jus à imunidade do art. 150, § 7º, da CF/88. E como restou conferida à tese ali assentada repercussão geral e eficácia erga omnes e ex tunc, tal entendimento deverá ser observado por este Conselho, por força do que dispõe o Regimento Interno deste Conselho, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1º O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal; (Redação dada pela Portaria MF nº 39, de 2016) II que fundamente crédito tributário objeto de: a) Súmula Vinculante do Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 103A da Constituição Federal; b) Decisão do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos do art. 543B ou 543C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), na forma disciplinada pela Administração Tributária; b) Decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, em sede de julgamento realizado nos termos dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, na forma disciplinada pela Administração Tributária; (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverãoser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) Com base no entendimento do STF expresso no RE 636.941/RS, há de se reconhecer, portanto, a insubsistência da conclusão constante da decisão recorrida no sentido de seria "devida a contribuição para o PIS/Pasep calculada sobre a folha de salários, conforme definido no art. 13 da MP nº 2.15835, de 2001, independentemente de sua imunidade decorrer do disposto no artigo 150 ou 195 da CF/88". Contudo, para que se possa concluir pela aplicação do julgado do STF ao caso vertente, seria necessário verificar se a Recorrente se enquadra como entidade beneficente de assistência social e se atende os requisitos legais dispostos na legislação pertinente. Ocorre que, consoante anteriormente apontado, o pedido de concessão da CEBAS (Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social), um dos requisitos para o gozo da imunidade, ainda não foi deferido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, a Fl. 196DF CARF MF Processo nº 10830.912127/201204 Acórdão n.º 3301003.841 S3C3T1 Fl. 10 9 quem compete analisar o atendimento dos requisitos dispostos na legislação pertinente (art. 14 do CTN, art. 55, da Lei nº 8.212/91, alterada pelas Lei nº 9.732/98, e Lei nº 12.101/2009). É válido destacar, inclusive, que o STF, ao julgar o RE 636.941/RS tratou expressamente desta certificação, concluindo que "a definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade". É o que se infere da passagem a seguir transcrita, extraída do voto do Ministro Luiz Fux, relator do mencionado RE: Pela análise da legislação, percebese que se tem consagrado requisitos específicos mais rígidos para o reconhecimento da imunidade das entidades de assistência social (art. 195, § 7º, CF/88), se comparados com os critérios para a fruição da imunidade dos impostos (art. 150, VI, c, CF/88). Ilustrativamente, menciono aqueles exigidos para a emissão do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social – CEBAS, veiculados originariamente pelo art. 55 da Lei nº 8.212/91, ora regulados pela Lei nº 12. 101/2009. A definição dos limites objetivos ou materiais, bem como dos aspectos subjetivos ou formais, atende aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, não implicando significativa restrição do alcance do dispositivo interpretado, qual seja, o conceito de imunidade, e de redução das garantias dos contribuintes. Com efeito, a jurisprudência da Suprema Corte indicia a possibilidade de lei ordinária regulamentar os requisitos e normas sobre a constituição e o funcionamento das entidades de educação ou assistência (aspectos subjetivos ou formais). Diante do acima exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo não logrou o contribuinte comprovar que faria jus à imunidade alegada, em razão da ausência da Certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social (CEBAS), requisito este essencial ao gozo da imunidade, nos termos do que determina o art. 29 da Lei 12.101/2009. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário, mantendo o indeferimento do pedido de restituição, conforme fundamentos acima expostos, em razão da não comprovação da certeza e liquidez do crédito pleiteado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 197DF CARF MF
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