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Numero do processo: 11080.722097/2014-92
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 2401-000.711
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o feito em diligência, para que a fiscalização esclareça as diferenças apontadas nas planilhas listadas, e, caso necessário, elabore nova planilha da base de cálculo da contribuição.
(assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier Lazarini - Presidente
(assinado digitalmente)
Luciana Matos Pereira Barbosa - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente convocada) e Miriam Denise Xavier (Presidente).
Nome do relator: LUCIANA MATOS PEREIRA BARBOSA
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o feito em diligência, para que a fiscalização esclareça as diferenças apontadas nas planilhas listadas, e, caso necessário, elabore nova planilha da base de cálculo da contribuição. (assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Lazarini Presidente (assinado digitalmente) Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Cleberson Alex Friess, Andrea Viana Arrais Egypto, Rayd Santana Ferreira, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Luciana Matos Pereira Barbosa, Matheus Soares Leite, Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Suplente convocada) e Miriam Denise Xavier (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 80 .7 22 09 7/ 20 14 -9 2 Fl. 717DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 3 2 RELATÓRIO Contra o contribuinte acima qualificado foram lavrados os seguintes Autos de Infrações a seguir: DEBACD 51.057.4343 – EMPRESA (fl. 4) Contribuições da empresa, parcela patronal de 20% e contribuição da empresa para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientas do trabalho RAT. Valor do Crédito Apurado R$ 757.611,01 (setecentos e cinquenta e sete mil, seiscentos e onze reais e um centavo), já incluídos aí os juros e as multas de mora e de ofício incidentes sobre o débito originário. DEBACD 51.057.4335 – SEGURADOS EMPREGADOS (fl. 3) Contribuições dos segurados empregados, calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota, observado o limite máximo do salário de contribuição. Valor do crédito apurado R$ 19.573,36 (dezenove mil, quinhentos e setenta e três reais e trinta e seis centavos), já incluídos aí os juros e as multas de mora e de ofício incidentes sobre o débito originário. DEBACD 51.057.4351 – OUTRAS ENTIDADES E FUNDOS (fl. 5) Contribuições devidas pela empresa sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas aos segurados empregados, destinadas às Outras Entidades e Fundos. Valor do crédito apurado R$ 209.244,97 (duzentos e nove mil, duzentos e quarenta e quatro reais e noventa e sete centavos), já incluídos aí os juros e as multas de mora e de ofício incidentes sobre o débito originário. Consta do Relatório Fiscal (fls. 22/25), que em consulta ao Portal do Simples Nacional, foi constatado que a empresa não possuía opção pelo Simples Nacional no período de 01/01/2011 a 31/12/2011, porém, em Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP) o contribuinte se declarou como optante dessa modalidade de tributação, fato este que gerou recolhimento a menor de contribuições previdenciárias. As contribuições apuradas e lançadas nos Autos de Infração acima relacionados correspondem ao total das remunerações pagas aos segurados empregados informadas em GFIP, na condição de optante pelo Simples Nacional, e o total das remunerações não informadas em GFIP, mas que constam na folha de pagamento da empresa. Na apuração da base de cálculo das contribuições foram utilizadas as folhas de pagamento, em meio papel, e a contabilidade da empresa. Fl. 718DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 4 3 Por ter deixado de declarar em GFIP o total das remunerações pagas aos segurados empregados, o que configura, em tese, ilícito penal, foi efetuada Representação Fiscal Para Fins Penais (RFFP). Devidamente cientificado do lançamento em 30/04/2014 (fl. 02/05), o Interessado apresentou impugnação tempestiva em 29/05/2014 para cada Auto de Infração, da seguinte forma: Auto de Infração 51.057.4335 – (fls. 120/127); Auto de Infração 51.057.4343 – (fls. 132/139); e Auto de Infração 51.057.4351 – (fls. 144/151). O Impugnante requer, o acolhimento de suas razões julgandoas procedentes para anular o auto de infração que é objeto desta impugnação, uma vez que o crédito tributário encontrase extinto pelo pagamento conforme demonstra pelas GPS anexadas. A fiscalização apurou o crédito tributário que entendia devido, de acordo com o confronto realizado entre as folhas de pagamentos e os livros contábeis e abateu destes valores apenas algumas GPS recolhidas, não fazendo abatimento de todas as guias recolhidas pela Impugnante. Estas guias encontramse reconhecidas pelo sistema de arrecadação da Secretaria da Receita Federal. Assim, pela forma de apuração do crédito tributário, a fiscalização no período que corresponde o presente auto de infração, qual seja, ano de 2011, deixou de considerar o pagamento correspondente a R$ 340.082,59 (trezentos e quarenta mil, oitenta e dois reais e cinquenta e nove centavos) constante das guias e relatórios já se encontram anexados a impugnação do DEBCAD 51.057.4351, bem como deixou de considerar os valores pagos através de parcelamento destas competências. Cita o artigo 156 do Código Tributário Nacional que trata d exclusão do crédito tributário. Discorre acerca da possibilidade de compensação do crédito tributário e cita doutrina. Sendo assim, não há motivo plausível, para que a fiscalização não tenha considerado os pagamentos efetuados no período, a qualquer título que o sejam, pagamentos estes que constam de seus próprios registros. Feita a devida apropriação dos valores recolhidos, este crédito tributário será praticamente extinto, uma vez que o crédito tributário líquido apurado é de R$ 382.355,78, e as guias pagas que não foram consideradas atingem o montante de R$ 340.082,59, sem contar as guias de parcelamento. Observase que é incontroverso que existe um valor expressivo recolhido a título de retenção e através de parcelamentos, que se encontra nos cofres públicos. Se não for possível o desconto destes valores no crédito tributário, haverá um enriquecimento ilícito por parte da Administração. Fl. 719DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 5 4 Os valores pagos, seja a qualquer título, uma vez reconhecidos pela Receita Federal do Brasil devem ser utilizados para extinguir o crédito tributário, sob pena de em não o fazendo ferirmos o preconizado no art 156 do CTN, que dispõe sobre as modalidades de extinção do crédito tributário. O valor mais expressivo é o recolhido a título de retenção, nos códigos 2640 e 2631 que não foram batidos do valor devido. Acerca da retenção sobre prestação de serviços a título de contribuição destinada a seguridade social, assim dispõe a Lei nº 8.212/91 em seu art. 31: [...] Caso não seja este o entendimento e for apurado algum crédito tributário, deverá a Impugnada rever o percentual de multa e juros aplicado, pois não está de acordo com a legislação aplicada à época. Ao analisar as impugnações apresentadas, a DRJ/CTA converteu o julgamento em diligência para que a fiscalização confirme se as GPSs de fls. 154/254, em especial os valores constantes da planilha indicada às fls. 279/280, foram consideradas no procedimento fiscal (Despacho 791 – fls. 279/280). Em resposta ao solicitado, a Fiscalização informou o que segue (fls. 283/286): [...] 2. Consta no item 12 do ‘Relatório Fiscal’, que as GPSs recolhidas nos códigos 2100 e 2119, constantes no conta corrente na empresa, foram consideradas na apuração dos valores devidos, conforme demonstrado no ‘RDA – Relatório de Documentos Apresentados’. 2.1 A GPS de valor R% 7.063,73 (código 2100), competência 05/2011, que o relator menciona na planilha do item 4, do despacho acima citado, como não localizado no RDA, na realidade, o valor correto da mesma é de R$ 7.498,66 (Valor INSS = 7.063,73 + Terceiros = 434,93), exatamente como consta no RDA. 2.2 A GPS de valor R$ 800,01 (código 2119), competência 11/2011, que o relator menciona na planilha do item 4, do despacho acima citado, como não localizada no RDA, tratase de um equívoco do mesmo, pois a mesma está devidamente lançada no RDA, na última linha da primeira pagina do mesmo. 2.3 A GPS de valor R$ 1.253,21 (código 2640), competência 12/2011, que o relator menciona na planilha do item 4, do despacho acima citado, como não localizada no RDA, tratase de um equívoco do mesmo, pois esse valor consta na planilha ‘Valores Retidos nas Notas Fiscais’, competência 12/2011, integrando o valor ‘DNF’ que está lançado no RDA. Fl. 720DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 6 5 3. Quanto as demais GPSs citadas na planilha do item 4, do despacho acima citado, tratamse de GPSs com código de recolhimento 2631 e 2640, ou seja, recolhimento efetuados pelos tomadores de serviços. Tendo em vista a impossibilidade de identificar a que tomador de serviços e a que cada nota fiscal corresponde cada GPS recolhida (2631 e 2640), apurouse como crédito possível de dedução, o montante das retenções destacadas em nota fiscal, conforme demonstrado na planilha ‘Valores Retidos nas Notas Fiscais’. 3.1. Através do Termo de Intimação Fiscal nº 1 foram solicitadas todas as notas fiscais/faturas de serviços prestados pela empresa, que foram devidamente apresentadas e checadas contabilmente. 3.2. As retenções estão lançadas na conta ‘11080110000000 – INSS A COMPENSAR’, sendo que nesta conta só estão lançadas as retenções referentes às notas fiscais que constam na planilha ‘Valores Retidos nas Notas Fiscais’. Assim sendo, os recolhimentos (GPS 2631 e 2640) que o contribuinte apresenta na impugnação devem referirse a outras notas fiscais que não estão lançadas na contabilidade do período de 01/2011 a 12/2011. 3.3. Cabe salientar que só foram consideradas as notas fiscais que continham destaque da retenção de 11% e a competência considerada é a de emissão da nota fiscal. Na planilha apresentada pelo relator, no item 4 do Despacho 791, constam diversas GPSs que correspondem as notas fiscais que estão elencadas na planilha ‘Valores Retidos nas Notas Fiscais’, mas que foram recolhidas em outra competência que não a da emissão da nota fiscal. Abaixo demonstrativo das mesmas: [...] 3.4. Conforme consta no item 13 do ‘Relatório Fiscal’, foram analisadas todas as notas fiscais apresentadas e as retenções destacadas nas mesmas foram consideradas na apuração do valor devido. Os valores das retenções aparecem no ‘RDA – Relatório de Documentos Apresentados’ sob o código ‘DFN – Dedução em Nota Fiscal’, que é o tratamento dado às GPSs com código de pagamento de retenção (2631 e 2640). 4. Relativo as duas GPSs no valor de R$ 6.630,04, citadas no item 5 do Despacho 791, podese observar na planilha ‘Valores Retidos nas Notas Fiscais’, que uma delas realmente referese a competência 09/2011 (NF 14148 emitida em 26.09.2011), a outra (NF 14032 emitida em 25.08.2011) apesar de ter sido recolhida em 09/2011, foi lançada na competência correta que é 08/2011. 5. Quanto ao valor da retenção digitado na planilha ‘Valores Retidos nas Notas Fiscais’, referente à NF 13526, competência 03/2011, realmente ocorreu erro de digitação. O valor da retenção correto é R$ 8.689,44, como pode ser comprovado na cópia da nota fiscal e não R$ 9.689,44 como constou. Fl. 721DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 7 6 6. Na impugnação o contribuinte apresenta GPSs que não correspondem aos valores das retenções contidas nas notas fiscais apresentadas à fiscalização e os valores das retenções lançados na contabilidade referemse exclusivamente as notas fiscais apresentadas. Assim sendo, o contribuinte foi intimado através do Termo de Intimação Fiscal nº 1 (em anexo), com ciência em 13.10.2014, a apresentar planilha demonstrativa vinculando as GPSs com as respectivas notas fiscais que deram origem ao recolhimento. 7. Em 17.10.2014, o contribuinte solicitou prorrogação do prazo, documento em anexo. para atendimento do solicitado no TIF nº 1, alegando complexidade dos documentos solicitados. 8. Em 14/11/2014, o contribuinte apresentou por escrito, resposta ao TIF nº 1 (em anexo), esclarecendo que ‘Não temos como compor os valores recolhidos com as respectivas notas fiscais, pois, provavelmente estas referemse a exercícios anteriores, relativo a valores devidos por órgãos públicos que foram pagos com atraso. Esta discrepância ocorre, pois a contabilidade é feita pelo regime de competência e as retenções são recolhidas pelo regime de caixa, o que inviabiliza o controle’. 9. Assim sendo, ficou claro que os valores utilizados para abater o débito são exatamente as retenções contidas nas notas fiscais, sendo cada uma utilizada na competência da data de emissão da referida nota fiscal. Os demais recolhimentos existentes (GPSs 2631 e 2640), não foram utilizados pois conforme alega o próprio contribuinte, referemse a exercícios anteriores, portanto já utilizados como compensação na época própria. E, no caso de não terem sido utilizados, poderiam ser objeto de restituição. 10. Por todo o exposto, não há retificações a serem efetuadas nos DEBCAD’s Nº 51.057.4335, 51.057.4343 e 51.057.4351. Devidamente cientificado (fl. 300), o contribuinte rebateu a informação fiscal por intermédio da impugnação de fls. 302/309, reiterando os termos da sua defesa anteriormente apresentada. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) lavrou Decisão Administrativa contextualizada no Acórdão nº 0652.387 da 6ª Turma da DRJ/CTA, às fls. 324/328, julgando improcedente as impugnações apresentadas, mantendo o lançamento fiscal. Recorde se: “ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2011 a 31/12/2011 PROVA. PRESSUPOSTO DE FATO. É improcedente a impugnação quando o contribuinte não apresenta provas capazes de afastar os pressupostos de fato do lançamento. Fl. 722DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 8 7 APRESENTAÇÃO DE IMPUGNAÇÃO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. A apresentação de impugnação suspende a exigibilidade do crédito tributário. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido” Do resultado do julgamento acima transcrito, a empresa Recorrente foi intimada em 08/06/2015 (fl. 342). Inconformada com a decisão exarada pelo órgão julgador a quo, a Recorrente interpôs Recurso Voluntário em 06/07/2015 (fls. 344/364), argumentando o que segue, inclusive repisando argumentos já lançados em impugnação: A fiscalização cometeu uma série de erros que invalidam a constituição do crédito tributário, devendo, por este motivo, retornar o processo à fiscalização para correção dos erros e vícios que apontaremos a seguir. Erro da apuração da base de cálculo da contribuição Apesar da Recorrente, ter disponibilizado todas as folhas de pagamento do período, com os relatórios completos, mesmo assim, a fiscalização ao apurar a base de cálculo, em alguns meses cometeu equívocos, aumentando desta forma o crédito tributário. Nos meses de fevereiro, março, abril, agosto, outubro e dezembro de 2011 a apuração da base de cálculo está correta. No restante, confrontando as folhas de pagamento e a apuração efetuada pela fiscalização é possível verificar o erro e a apuração da base a maior no valor de R$ 4.382,07 (quatro mil, trezentos e oitenta e dois reais e sete centavos), gerando um crédito tributário maior, conforme demonstramos abaixo: Base de Cálculo Competência Folha de Pagamento Fiscalização jan/2011 124.301,50 124.307,28 fev/2011 124.546,24 124.546,24 mar/2011 126.371,80 126.371,80 abr/2011 125.370,18 125.370,18 Mai/2011 137.821,59 139.233,57 Jun/2011 141.320,83 142.196,93 Jul/2011 146.694,73 147.570,83 Ago/2011 149.081,43 149.081,43 Set/2011 150.047,76 150.049,61 Fl. 723DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 9 8 Out/2011 157.596,61 157.596,61 Nov/2011 160.206,14 160.266,14 Dez/2011 158.538,38 158.538,38 13/2011 114.486,44 115.636,69 Total 1.816.329,63 1.820.711,70 Apuração dos valores devidos Terceiros Terceiros Folha de Pagamento Fiscalização Janeiro11 7.209,48 7.209,49 Fevereiro11 7.223,66 7.223,68 Março11 7.372,49 7.372,52 Abril11 7.272,52 7.272,56 Maio11 7.993,63 8.075,56 Junho11 8.196,58 8.247,42 Julho11 8.508,27 8.559,11 Agosto11 8.647,05 8.646,72 Setembro11 8.702,77 8.702,77 Outubro11 8.141,69 9.140,60 Novembro11 9.291,96 9.295,44 Dezembro11 9.195,23 9.195,23 13/2011 6.640,21 6.706,93 Total 104.350,54 105.603,03 Além de ser lançado o valor de R$ 1.252,49 (hum mil duzentos e cinquenta e dois reais e quarenta e nove centavos), não foram apropriados os valores pagos em códigos de terceiros, conforme relatório RDA apresentado pela fiscalização, estes valores são: Terceiros Pagamentos Fl. 724DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 10 9 Janeiro11 303,24 Fevereiro11 438,33 Março11 470,68 Abril11 473,04 Maio11 706,87 Junho11 353,15 Julho11 305,27 Agosto11 628,70 Setembro11 627,46 Outubro11 676,40 Novembro11 965,22 Dezembro11 119,05 13/2011 Total 6.067,41 Portanto, sendo o valor devido de terceiros R$ 104.350,54 e tendo o contribuinte recolhido o valor de R$ 6.067,41 relativo a terceiros, o valor devido nesta rubrica é R$ 98.283,13 e não 105.603,03 como constou no Auto de Infração DEBCAD 51.057.4351. Segurados Competência Segurados Dedução Total Devido Janeiro11 11.246,18 1.570,28 9.675,90 Fevereiro11 11.119,13 164,84 11.031,29 Março11 11.472,38 136,81 11.290,57 Abril11 11.374,39 145,11 11.229,28 Maio11 12.987,21 82,92 12.904,29 Junho11 12.904,27 12.904,27 Julho11 13.475,88 62,19 13.413,69 Agosto11 13.776,43 62,22 13.714,20 Setembro11 13.572,51 62,22 13.510,29 Fl. 725DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 11 10 Outubro11 14.318,34 62,22 14.256,12 Novembro11 14.264,44 62,91 14.201,93 Dezembro11 13.973,66 82,96 13.890,70 13/2011 10.329,50 10.329,50 Total 164.846,31 394,72 162.351,63 O valor devido nesta rubrica é R$ 162.351,63. O valor total que a Recorrente possui recolhido neste período de acordo com o Extrato de Contribuições de Empresas e Equiparados, emitido pelo próprio sistema da Receita Federal do Brasil é de R$ 356.633,63, portanto os valores relativos a esta rubrica, encontramse quitados e ainda resta um valor a compensar em favor da Recorrente de R$ 194.282,00. Assim, incorreto o Auto de Infração DEBCAD 51.057.4335 que apresenta um valor de R$ 9.855,69 a recolher, pois nesta rubrica não existem valores a recolher, todos já se encontram satisfeitos. Empresa Empresa Folha de Pagamento Fiscalização Janeiro11 26.103,28 26.103,32 Fevereiro11 26.154,66 26.154,71 Março11 26.526,89 26.530,67 Abril11 26.327,90 26.331,67 Maio11 28.942,48 29.239,09 Junho11 29.677,33 29.861,36 Julho11 30.805,86 30.989,88 Agosto11 31.308,28 31.307,10 Setembro11 31.510,03 31.510,03 Outubro11 33.095,47 33.095,29 Novembro11 33.643,29 33.655,89 Dezembro11 33.293,06 33.293,06 13/2011 24.042,15 24.283,71 Total 381.430,68 382.355,78 Fl. 726DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 12 11 Verificase que nesta rubrica, foi lançado o valor de R$ 925,10 a mais do que o devido. O valor correto é R$ 381.430,68. O valor total que a Recorrente possui recolhido neste período de acordo com o Extrato de Contribuições de Empresas e Equiparados, emitido pelo próprio sistema da Receita Federal do Brasil é de R$ 356.633,63, destes R$ 162.351,63 já foram utilizados, resta um valor a compensar de R$ 194.282,00. Assim, o valor correto a recolher nesta rubrica é R$ 187,148,68 e não R$ 382.355,78 como constou no Auto de Infração DEBCAD 51.057.4343. Para comprovar o alegado acima, em anexo, as folhas de pagamentos dos meses em que há divergência e o Extrato de Contribuições de Empresas e Equiparados onde está demonstrado o valor recolhido de R$ 356.633,63 no período. É incontroverso que existe um valor expressivo recolhido a título de retenção e através de parcelamentos, que se encontra nos cofres públicos. Se não for possível o desconto destes valores no crédito tributário, haverá um enriquecimento ilícito por parte da Administração. Acerca da retenção sobre prestação de serviços a título de contribuição destinada a seguridade social, assim dispõe a Lei nº 8.212/91 em seu art. 31: [...] Os valores pagos, seja a qualquer título, uma vez reconhecidos pela Receita Federal do Brasil devem ser utilizados para extinguir o crédito tributário, sob pena de em não o fazendo ferirmos o preconizado no art 156 do CTN, que dispõe sobre as modalidades de extinção do crédito tributário, que transcrevemos a seguir: [...] O recolhimento feito na forma de retenção é idêntico a um pagamento, pois efetuado em guia própria com o CNPJ do contribuinte que irá se apropriar da retenção, a única diferença para o pagamento normal é que os valores são satisfeitos pelo tomador do serviço, porém em nome da empresa contratada. Assim, não há óbice a utilização dos valores que se encontram recolhidos aos cofres públicos, já reconhecidos, ou seja, incontroversos, para extinção do crédito tributário existente. Sendo assim, não há motivo plausível, para que a fiscalização não tenha considerado os pagamentos efetuados no período, seja em guias de retenção ou através de parcelamento, pagamentos estes que constam de seus próprios registros. Discorre acerca da possibilidade de compensação do crédito tributário e cita doutrina. Sendo assim, não há motivo plausível, para que a fiscalização não tenha considerado os pagamentos efetuados no período, a qualquer título que o sejam, pagamentos estes que constam de seus próprios registros. Fl. 727DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 13 12 O valor mais expressivo é o recolhido a título de retenção, nos códigos 2640 e 2631 que não foram batidos do valor devido, mesmo tendo sidos reconhecidos pela fiscalização como recolhidos e não compensados no crédito tributário apurado. É tão absurda a situação que, mesmo a fiscalização reconhecendo a não apropriação, a DRJ de Curitiba/PR no relatório de julgamento da impugnação no item 13, assim consigna: 13. Pois bem, em que pese o alegado, cotejandose as GPSs de fls. 154 a 245 com os recolhimentos considerados no lançamento (vide Relatório de Apropriação de Documentos Apresentados – RADA de fls. 9 a 11), constatase que as GPSs apontadas pelo contribuinte foram sim apropriadas na apuração do crédito exigido. Respeitando o nobre julgador da impugnação, mas não merece prosperar esta alegação, eis que totalmente equivocada, pois basta fazer apenas uma conta matemática, sem adentrar no cerne da questão para verificar que não foram apropriados todos os recolhimentos efetuados no período. Então vejamos: Valor toal da dívida apurado pela fiscalização sem considerar as compensações: R$ 648.132,85. Valor recolhido no período conforme Extrato de contribuições de empresas e Equiparados: R$ 356.633,63 Desta forma, descontado do valor devido, o valor recolhido teríamos: R$ 291.499,22 a recolher. Ocorre que o valor apurado como ainda devido é R$ 497.814,50, ou seja, a quem querem enganar afirmando que todos os valores recolhidos foram compensados? Por derradeiro, caso não seja este o entendimento e for apurado algum crédito tributário, deverá a Recorrida rever o percentual de multa e juros aplicado, pois não está de acordo com a legislação aplicada à época. Ao final requer: (A) Que seja recebido o presente Recurso Voluntário, com os documentos que o instruem, utilizando para análise do mérito todos os documentos que já se encontram no processo administrativo; (B) No mérito seja julgado procedente o presente Recurso Voluntário, para anular os autos de infração DEBCAD nºs 51.057.4335, 51.057.4351 e 51.057.4343 que são objeto deste Recurso, pois padecem de suporte jurídico, eis que estão eivados de erros e equívocos; (C) Caso não seja o entendimento de anulação dos autos de infração, que seja então revisto o crédito tributário de acordo com as considerações efetuadas acima; Fl. 728DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 14 13 (D) Apurado o crédito tributário devido corretamente, que dele seja compensado o valor de R$ 356.633,63, recolhido no período de 01/2011 à 12/2011 conforme extrato de contribuições de empresas e equiparados, anexo a presente; (E) Que seja revisto o percentual da multa e juros aplicado, eis que não retrata a legislação aplicável à época. Com o recurso vieram os documentos de fls. 365/706. É o relatório. Voto Conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa Relatora 1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE A Recorrente foi cientificada da r. decisão em debate no dia 08/06/2015 (fl. 342), e o presente Recurso Voluntário foi apresentado, TEMPESTIVAMENTE, no dia 06/07/2015, razão pela qual CONHEÇO DO RECURSO já que presentes os requisitos de admissibilidade. 2. DO MÉRITO 2.1 Da necessidade de diligência. A Recorrente sustenta que a fiscalização cometeu uma série de erros que invalidam a constituição do crédito tributário, devendo, por este motivo, retornar o processo à fiscalização para correção dos erros e vícios apontados por ela da seguinte forma: Erro da apuração da base de cálculo da contribuição. Alega que apesar da Recorrente ter disponibilizado todas as folhas de pagamento do período, com os relatórios completos, mesmo assim, a fiscalização ao apurar a base de cálculo, em alguns meses cometeu equívocos, aumentando desta forma o crédito tributário. Nos meses de fevereiro, março, abril, agosto, outubro e dezembro de 2011 a apuração da base de cálculo está correta. No restante, confrontando as folhas de pagamento e a apuração efetuada pela fiscalização é possível verificar o erro e a apuração da base a maior no valor de R$ 4.382,07 (quatro mil, trezentos e oitenta e dois reais e sete centavos), gerando um crédito tributário maior. Com efeito, ao compulsar os autos verificase que assiste razão parcial à Recorrente. Fl. 729DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 15 14 Cotejando a planilha apresentada no Recurso Voluntário com o Discriminativo do Débito – DD (fls. 07/08), temos o que segue: Base de Cálculo Competência Folha de Pagamento Folha Fiscalização Folha Jan/2011 124.301,50 60 124.301,50 7 Fev/2011 124.546,24 62 124.546,24 7 Mar/2011 126.336,50 64 126.336,50 7 Abr/2011 125.388,88 66 125.388,88 7 Mai/2011 137.821,59 68 139.233,76 7 Jun/2011 141.320,83 70 142.196,93 7 Jul/2011 146.694,73 72 147.570,83 7 Ago/2011 149.087,04 74 149.081,43 8 Set/2011 150.047,76 76 150.047,76 8 Out/2011 157.615,31 78 157.596,61 8 Nov/2011 160.206,14 80 160.266,14 8 Dez/2011 158.538,38 84 158.538,38 8 13/2011 114.486,44 86 115.636,69 8 Total 1.816.391,34 1.820.741,65 Ou seja, é possível identificar a diferença nos meses Maio, Junho, Julho, Agosto, Outubro, Novembro e 13 de 2011, que resultam em um valor a maios de R$ 4.350,31 (quatro mil trezentos e cinquenta reais e trinta e um centavos) na base de cálculos utilizados pela fiscalização. Além disso, observase que, ainda que com uma sutil diferença, há divergência dos próprios valores apontados pela fiscalização na planilha “REMUNERAÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS” de fls. 29/54. Quanto à apuração dos valores devidos a terceiros: Terceiros Folha de Pagamento Folha Fiscalização Folha Janeiro11 7.209,46 60 7.209,49 7 Fl. 730DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 16 15 Fevereiro11 7.223,66 62 7.223,68 7 Março11 7.372,49 64 7.327,52 7 Abril11 7.272,52 65 7.272,56 7 Maio11 7.993,63 68 8.075,56 7 Junho11 8.196,58 69 8.247,42 7 Julho11 8.508,27 72 8.559,11 7 Agosto11 8.647,05 74 8.646,72 8 Setembro11 8.702,77 76 8.702,77 8 Outubro11 9.141,67 78 9.140,60 8 Novembro11 9.291,96 80 9.295,44 8 Dezembro11 9.195,23 84 9.195,23 8 13/2011 6.640,21 86 6.706,93 8 Total 105.395,50 105.603,03 Embora a diferença acima identificada seja mínima, verificase que os valores são divergentes em toda a competência de 2011, apurandose o valor de R$ 207, 53 (duzentos e sete reais e cinquenta e três centavos) a maior encontrado pela Fiscalização. Dessa forma, e havendo divergência dos valores que compõe a base de cálculo, impõese como medida indispensável ao julgamento a sua conversão em diligência para que a fiscalização esclareça as diferenças apontadas nas planilhas acima, e, caso necessário, elabore nova planilha da base de cálculo da contribuição. Após, retornem os autos para inclusão em pauta de julgamento. É como voto. CONCLUSÃO: Pelos motivos expendidos, CONVERTO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, nos termos do relatório e voto. (assinado digitamente) Luciana Matos Pereira Barbosa. Fl. 731DF CARF MF Processo nº 11080.722097/201492 Resolução nº 2401000.711 S2C4T1 Fl. 17 16 Fl. 732DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10882.900032/2009-29
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 07 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 2004
RETIFICAÇÃO DO PER/DCOMP APÓS O DESPACHO DECISÓRIO. ERRO DE PREENCHIMENTO DO CÓDIGO DE ARRECADAÇÃO. POSSIBILIDADE.
Erro de preenchimento de Dcomp não possui o condão de gerar um impasse insuperável, uma situação em que o contribuinte não pode apresentar uma nova declaração, não pode retificar a declaração original, e nem pode ter o erro saneado no processo administrativo, sob pena de tal interpretação estabelecer uma preclusão que inviabiliza a busca da verdade material pelo processo administrativo fiscal, além de permitir um indevido enriquecimento ilícito por parte do Estado, ao auferir receita não prevista em lei.
Reconhece-se a possibilidade de corrigir o código de arrecadação, mas sem homologar a compensação, por ausência de certeza de que o pagamento indevido não foi aproveitado para quitação de outros débitos.
Numero da decisão: 1301-003.487
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para superar a questão retificação do código de arrecadação e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise a liquidez e certeza do crédito requerido e emita despacho decisório complementar, retomando-se, a partir daí, o rito processual de praxe, nos termos do voto da relatora.
(Assinado digitalmente)
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Giovana Pereira de Paiva Leite - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Bianca Felícia Rothschild, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Carlos Augusto Daniel Neto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto.
Nome do relator: GIOVANA PEREIRA DE PAIVA LEITE
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ERRO DE PREENCHIMENTO DO CÓDIGO DE ARRECADAÇÃO. POSSIBILIDADE. Erro de preenchimento de Dcomp não possui o condão de gerar um impasse insuperável, uma situação em que o contribuinte não pode apresentar uma nova declaração, não pode retificar a declaração original, e nem pode ter o erro saneado no processo administrativo, sob pena de tal interpretação estabelecer uma preclusão que inviabiliza a busca da verdade material pelo processo administrativo fiscal, além de permitir um indevido enriquecimento ilícito por parte do Estado, ao auferir receita não prevista em lei. Reconhecese a possibilidade de corrigir o código de arrecadação, mas sem homologar a compensação, por ausência de certeza de que o pagamento indevido não foi aproveitado para quitação de outros débitos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso para superar a questão retificação do código de arrecadação e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que analise a liquidez e certeza do crédito requerido e emita despacho decisório complementar, retomandose, a partir daí, o rito processual de praxe, nos termos do voto da relatora. (Assinado digitalmente) Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 90 00 32 /2 00 9- 29 Fl. 106DF CARF MF Processo nº 10882.900032/200929 Acórdão n.º 1301003.487 S1C3T1 Fl. 107 2 (Assinado digitalmente) Giovana Pereira de Paiva Leite Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Silva Júnior, José Eduardo Dornelas Souza, Nelso Kichel, Bianca Felícia Rothschild, Giovana Pereira de Paiva Leite, Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Carlos Augusto Daniel Neto e Fernando Brasil de Oliveira Pinto. Relatório Trata o presente processo de Pedido de Compensação protocolado através da DCOMP nº 21075.86982.120105.1.3.049945 (efls. 26), que pleiteia compensação do débito de IRPJ Lucro presumido do 4º trimestre de 2004 com pagamento indevido ou a maior também de IRPJ. O pedido de compensação foi indeferido através de Despacho Decisório Eletrônico (efl.7), em razão da não confirmação da existência do crédito informado, pois o DARF discriminado na DCOMP não foi localizado nos sistemas da Receita Federal. A empresa apresentou manifestação de inconformidade solicitando retificação da DCOMP uma vez que o pagamento não havia sido localizado nos sistemas da RFB posto que informou o código de arrecadação 2430, quando o correto seria 3551 e anexou documentos. A DRJ julgou improcedente a manifestação sob os seguintes argumentos: de que a responsabilidade pelas informações prestadas na DCOMP cabe ao contribuinte, cabendo à Administração sua verificação e validação; que não restou comprovada a existência de crédito, que não possui consistência a alegação que se trataria tão somente da correção do código do DARF; bem como que não é possível a retificação de DCOMP em sede de manifestação de inconformidade. Transcrevese ementa do acórdão da DRJ: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário:2003 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos cabais de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. RETIFICAÇÃO DE PER/DCOMP. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA. O procedimento de retificação de declaração de compensação está previsto na legislação de regência, sendo que tal procedimento não é cabível em sede de manifestação de inconformidade, tampouco está sua apreciação abrangida pela competência das DRJ. Ainda inconformado com a decisão da DRJ, a empresa apresentou Recurso Voluntário (efls. 7172), no qual alega que agiu de acordo com o art. 170 do Código Fl. 107DF CARF MF Processo nº 10882.900032/200929 Acórdão n.º 1301003.487 S1C3T1 Fl. 108 3 Tributário e apresenta documentos para provar a existência de seu crédito (cópia de páginas de livro razão e diário, pedido de revisão de débitos inscritos em Dívida Ativa da União, comprovante do DARF recolhido no código 3551, cópia da decisão da RFB propondo o cancelamento da inscrição, Requerimento de Compensação, Notificação da RFB aprovando a compensação e cópia da DCOMP). Acrescentou que "provavelmente" o código preenchido na PERD/DCOMP foi 2430 devido ao fato de o processo na dívida ativa ter sido iniciado com este código de (Lucro Real), o qual deu origem ao DARF com código 3551 emitido pela Receita Federal e não o código 2089 (Lucro Presumido) forma de tributação que a Atotech do Brasil se enquadrava na época em que a PERD/COMP foi transmitida, e que não procedeu à retificação via DCOMP Retificadora porque o erro não foi constatado antes do Despacho Decisório, e que tentou retificar posteriormente, o que não foi aceito pelo sistema. Por fim, a empresa requer o cancelamento e arquivamento do referido processo. É o relatório. Voto Conselheira Giovana Pereira de Paiva Leite, Relatora. O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. O contribuinte alega que possui crédito líquido e certo passível de compensação nos termos do art. 170 do Código Tributário. Alega que houve erro no preenchimento da DCOMP, e justifica que tal fato ocorreu provavelmente porque o alegado pagamento indevido teve origem numa inscrição indevida em Dívida Ativa efetivada sob o código de arrecadação 2430 (IRPJ Lucro Real), e que gerou um DARF para pagamento sob o código 3551 (Receita Dívida Ativa IRPJ). Também informa que o DARF sob o código 3551 foi gerado pela Receita Federal. Em sua DCOMP, o contribuinte informou pagamento indevido, código de receita 2430, recolhido em 02/07/2003, no valor de R$ 215.358,57, conforme tela abaixo: Fl. 108DF CARF MF Processo nº 10882.900032/200929 Acórdão n.º 1301003.487 S1C3T1 Fl. 109 4 À folha 20 do processo consta comprovante de recolhimento em DARF no código 3551, exatamente nos termos informados na DCOMP, no que se refere aos valores, data de vencimento, período de apuração e data de arrecadação: Diante desses documentos, é inegável que houve um erro de preenchimento da DCOMP, por parte do contribuinte, quando informou o código 2430 ao invés de 3551. Com efeito, tratase de mero erro formal e escusável, na medida em que tratam de mesmo tributo (IRPJ) e que o código 3551 é decorrente daquele que originou a inscrição em dívida ativa (2430). No que tange à possibilidade de retificação da DCOMP, adoto o posicionamento da Ilustre Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, proferido no processo nº 13005.901308/200912, que entendeu que o erro de preenchimento de Dcomp não possui o condão de gerar um impasse insuperável, uma situação em que o contribuinte não pode apresentar uma nova declaração, não pode retificar a declaração original, e nem pode ter o erro saneado no processo administrativo, sob pena de tal interpretação estabelecer uma preclusão que inviabiliza a busca da verdade material pelo processo administrativo fiscal, além de permitir um indevido enriquecimento ilícito por parte do Estado, ao auferir receita não prevista em lei. Isto porque é exatamente o que ocorreu no presente processo. O contribuinte só tomou conhecimento do erro do preenchimento ao ser cientificado do Despacho Decisório Eletrônico que indeferiu o pedido de compensação em razão de não ter sido localizado o DARF nos sistemas da RFB. E, após a emissão do Despacho Decisório não é mais possível que o contribuinte proceda à retificação através de DCOMP Retificadora. Logo, entendo que merece ser acolhido o pedido da empresa para retificação do código de arrecadação constante da DCOMP de 2430 para 3551. Não aceitar a retificação, seria criar o chamado impasse insuperável, em que o contribuinte não pode enviar DCOMP Retificadora, nem poderia mandar uma nova DCOMP sob o fundamento de que, passados mais de 05 anos do pagamento indevido, teria havido preclusão do direito. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 10882.900032/200929 Acórdão n.º 1301003.487 S1C3T1 Fl. 110 5 Veja que o pagamento indicado como indevido foi realizado em 02/07/2003 e que a transmissão da DCOMP ocorreu em 12/01/2005. Uma nova DCOMP seria certamente indeferida eletronicamente pelo sistema. Acrescentese que também não poderá ser objeto de Declaração de Compensação o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, nos termos do art. 74, §3º, inciso V da Lei nº 9.430/96, in verbis: Art.74. §3º Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pela sujeito passivo, da declaração referida no § 1o: (...) V o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa;(grifo nosso) Quanto à existência de crédito de pagamento indevido ou a maior realizado no código 3551, a empresa anexou o Pedido de Revisão de Débitos Inscritos em Dívida Ativa da União às efls.2124. À efl.25 consta despacho da Chefe da SAORT reconhecendo a inscrição indevida em Dívida Ativa e propondo seu cancelamento. Em seguida, o contribuinte anexou pedido de compensação em papel dirigido à PSFNOSASCO (efl.28). Em resposta, a SAORT o orientou a apresentar pedido de compensação eletrônico via PER/DCOMP. É de se observar que em consequência do cancelamento da inscrição em Dívida Ativa da União, a empresa demonstrou fazer jus a um crédito que pode ser objeto de compensação via DCOMP, ou seja, restou comprovado pagamento indevido ou a maior no valor original de R$ 215.358,57, mas não há certeza de que esse pagamento não tenha sido aproveitado para quitar outros débitos e que se encontre de fato disponível. Dessa forma, tendo em vista o princípio da busca da verdade material e da formalidade moderada, e considerando que a empresa procurou corrigir seu erro na primeira oportunidade que lhe foi oferecida, trazendo documentos que demonstraram o alegado erro no preenchimento do código de arrecadação, bem como a existência de pagamento indevido, em consequência do cancelamento da inscrição em Dívida Ativa a que se referia, voto no sentido de afastar o óbice da retificação da DCOMP apresentada. Nesse sentido, a Unidade de Origem poderá verificar o mérito do pedido, acerca da disponibilidade do crédito e da respectiva compensação, nos termos do art. 170 do CTN, considerando o correção do código de arrecadação do pagamento informado na DCOMP de 2430 para 3551. Posteriormente, podese seguir o rito processual habitual. Fl. 110DF CARF MF Processo nº 10882.900032/200929 Acórdão n.º 1301003.487 S1C3T1 Fl. 111 6 Diante de todo o acima exposto, voto por conhecer do Recurso Voluntário, e DARLHE PARCIAL PROVIMENTO para reconhecer a possibilidade de alterar o código de arrecadação informado de 2430 para 3551, mas sem homologar a compensação, por ausência de certeza de disponibilidade do crédito na Unidade de Origem, com o conseqüente retorno dos autos à jurisdição da contribuinte, para verificação da liquidez e certeza do crédito pretendido em compensação, analisando o pedido de compensação e emitindo despacho decisório complementar, prosseguindose assim, o processo de praxe. (Assinado digitalmente) Giovana Pereira de Paiva Leite Fl. 111DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.000248/2009-81
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Data do fato gerador: 31/01/2004
IPI. LANÇAMENTO DE OFÍCIO DECORRENTE.
A decisão proferida no processo decorrente deve seguir a mesmaorientação decisória prolatada no processo principal.
Numero da decisão: 3301-005.331
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Presidente
(assinado digitalmente)
Liziane Angelotti Meira - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Ari Vendramini , Salvador Candido Brandão Junior, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
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LANÇAMENTO DE OFÍCIO DECORRENTE. A decisão proferida no processo decorrente deve seguir a mesmaorientação decisória prolatada no processo principal. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Ari Vendramini , Salvador Candido Brandão Junior, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 02 48 /2 00 9- 81 Fl. 105DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 105 2 Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto (fls55/71): O processo administrativo, posteriormente ao seu protocolo, foi materializado na forma eletrônica, razão pela qual todas as referências a folhas dos autos irão pautarse na numeração estabelecida no processo eletrônico. Contra a contribuinte em epígrafe foi lavrado o Auto de Infração de fls. 08/13, totalizando o crédito tributário de R$ 1.378.042,53, inclusos multa de ofício e juros de mora. De acordo com o Termo de Verificação da Infração, fls. 14/17, configurouse infração pelo não recolhimento do valor correspondente ao crédito presumido do IPI, instituído pela Lei nº 9.363/96, apurado em valor negativo em janeiro de 2004 no montante de R$ 568.147,82, durante a análise do processo administrativo nº 13971.720012/200531, sem possibilidade de recuperação em períodos de apuração posteriores. Conforme itens 5 e 14 do Termo de Verificação da Infração, o presente processo foi apensado ao de nº 13971.720012/200531, pois o mesmo é decorrente daquele. Regularmente cientificada do auto de infração, a contribuinte apresentou a impugnação de fls. 21/47, a seguir sintetizada: 1. Alega que o presente auto de infração não procede, sendo indevido o valor cobrado, reiterando e ratificando os argumentos produzidos em manifestação de inconformidade no processo nº 13971.720012/200531, a seguir reproduzidos. 2. DCP Linha 24 Acréscimo no mês do valor excluído no ano anterior (Item 199 a 203): A Impugnante durante a fiscalização atendeu a determinação do mesmo (vide item 200, referente a Intimação n° 465/2008) e efetuou a retificação da DCP do 4o trimestre/2003 na Linha 23, da Ficha 4C, na medida que havia informado na DCP do 1o trimestre/2004, na Linha 24, da Ficha 4B o valor de R$ 473.314.409,03 correspondente ao valor excluído no último trimestre de 2003, e não como pretende que o valor da Linha 24 seja R$ '0,00'. Houve, reconhecidamente pelo Sr. AFRFB, a retificação da DCP do 4o trimestre/2003, inclusive sua determinação, e que contraditoriamente não aceita para cálculo do crédito em análise. Basta, para confirmar esta assertiva, a simples leitura dos Itens 37 e 38, confirmandose que aquele processo está em andamento e, no presente momento, em diligência determinada pela Relatora para reapreciar os cálculos. Neste novo procedimento já será considerada a retificação da DCP do 4o trimestre/2003, ocorrida em 03 e 16/12/2008, já com o valor de R$ 473.314.409,03 na Linha 23, da Ficha 4C. Fl. 106DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 106 3 Assim, o acréscimo realizado pela Impugnante na DCP do 1o trimestre/2004, na Linha 24, da Ficha 04B do valor de R$ 473.314.409,03 excluído no ano anterior está correto e deve ser considerado para o cálculo do crédito. 3. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês Compras com direito ao crédito no mês (1) Glosas dos bens que não constituem MP. PI ou ME (Item 46 a 55): Sobre as aquisições de combustíveis, produtos para tratamento de água e bens de manutenção, a requerente entende, com invocação do art. 82, I, do Regulamento do IPI, aprovado pelo Decreto no 87.981, de 23 de dezembro de 1982 (RIPI, de 1982), e do Parecer Normativo CST no 65, de 1979, que a glosa é indevida, porque tais itens são insumos, na qualidade de produtos intermediários, que são consumidos no processo de industrialização, mesmo que de forma indireta, portanto, perfeitamente enquadrados no art. 1o da Lei no 9.363, de 1996. Apresenta “Parecer Técnico sobre a industrialização do Óleo de Soja” para defender que há situações particulares e específicas em cada processo de industrialização, de forma que em alguns os combustíveis acabam por terem contato com o produto. Cita doutrina e jurisprudência, administrativa e judicial, em apoio à sua tese. 4. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês MP, PI e ME considerados na apuração dos "Utilizados na produção" (Item 56 a 80): No item 69, o Sr. AFRFB exclui da base de cálculo do crédito os bens identificados com indicadores 1Produto Acabado, 2MatériaPrima/Insumo e 4Consumo. Especificamente quanto ao indicador Produto Acabado, o mesmo não se caracteriza como bem para revenda e, por se tratar de produção da própria Impugnante, será utilizado como insumo nas etapas posteriores. Ademais, o produto acabado faz parte do 'estoque final' anterior excluído da base de cálculo, não originando crédito naquele período. Quanto ao indicador MatériaPrima/Insumo, afirmase que há ocorrência de registros no Estoque Inicial de bens produzidos pela empresa sem a respectiva compra. Entretanto, cabe lembrar que exatamente por estar no estoque inicial que não houve aquisição no período posterior, sendo que o valor correspondente faz parte da exclusão da DCP anterior. 5. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês Ajuste dos arquivos "Compras Totais", "Estoque Final" e "Revendas" (Item 81 a 87): As compras de sementes de girassol e caroço de algodão com CFOP 1102/2102 utilizadas por filiais de comércio e armazéns, na verdade por erro de preenchimento da NF deveria ter sido 1.101 ou 2.101, posto que essas matérias primas foram adquiridas para industrialização nas filiais de Bauru e Ourinhos. Fl. 107DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 107 4 Em relação ao Óleo degomado, não houve compras com fim específico de exportação ou para comercialização. Todas as entradas com qualquer CFOP foram realizadas por transferência de filiais da própria impugnante. Os CFOPs 1.501 ou 2.501 geraram engano para o fisco, porque os CNPJ dos fornecedores ou remetentes são os mesmos constantes na base do 84046101/. 6. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês Compras com direito ao crédito no mês (2) Glosas das aquisições sem incidência da Cofins (aquisições de Pessoas Físicas e Cooperativas não incidência de PIS e COFINS) (Item 129 a 138): Em relação às glosas das aquisições de insumos que não sofreram a incidência da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins (pessoas físicas e cooperativas), alega a requerente que a Lei no 9.363, de 1996, não previu expressamente a necessidade de o fornecedor dos insumos ser contribuinte dessas contribuições, além do que o objetivo do Processo 13971.000248/200981 crédito fiscal, por ela instituído, conforme Exposição de Motivos no 120, de 23 de março de 1995, da Medida Provisória no 948, de 23 de março de 1995, visava à redução do custo dos produtos brasileiros exportados, sob a premissa básica de que não se deve exportar tributos. Sobre esse assunto, a requerente também cita e transcreve jurisprudência, para embasar seu entendimento. 7. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês Compras com direito ao crédito no mês (3) Glosa por não comprovação das aquisições (Item 139 a 142): Anexa as anexas cópias das notas fiscais n° 010564, 001596, 000941, 000943, 000654, 024435, 024556, 024672, 024676, 0024680, 124788, não entregues por ocasião da fiscalização. 8. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês (Item 143 a 153): Reitera que a Impugnante não tem como 'admitido' nenhuma das glosas que lhe foram imputadas, e que constam dos quadros constantes dos itens 143 a 153. Muito pelo contrário, esta manifestação deixa evidenciado que os valores aplicados pelo Sr. AFRFB não são os corretos e deverão ser trazidos à realidade conforme pretendido. 9. DCP Linha 22 Utilizados na produção no mês Óleo de soja deqomado (Item 154 a 160): No Item 155, nas 'compras totais', há que se observar que as operações com valores de R$ 6.033.793,50 e 8.610.000,00 na verdade se refere a mútuo mercantil, e não compra. De outro lado, a operação no valor de R$ 19.914.705,16 foi uma transferência de outro estabelecimento da Impugnante com fim de exportação. O CFOP 1.501 ou 2.501 nem sempre representa Fl. 108DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 108 5 'compras'. Neste caso, os remetentes são filiais da Bunge CNPJ 84046101/. Na linha das 'revendas', a operação de valor R$ 64.458.788,83 se refere a óleo de soja recebido em transferência de outra filial. No caso o CFOP 7.102 está errado, mas nem por isso impede a adequada compreensão da operação. 10. Por último, requer o cancelamento da exigência do auto de infração. É o relatório. Voto Conselheira Liziane Angelotti Meira. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. A lide no presente caso relacionase ao processo no 13971.720012/2005 31, o qual foi decidido pela Resolução no. 3301005.330, da qual reproduzimos o voto. Cumpre colacionar trecho Resolução nº 3301000.162 (fls. 600 e seguintes), que converteu o julgamento da lide em diligência: É necessário confirmar se foi considerada alguma exclusão do valor utilizado em produtos em elaboração e acabados não vendidos, linha 23 da ficha 4B do DCP, no cálculo do crédito presumido de IPI relativo ao 4º trimestre de 2003 efetuado na diligência, para que tal valor possa ser acrescido no trimestre seguinte. Em face do exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência, a fim de que o processo seja encaminhado à DRF respectiva, para: a) Anexar o resultado da diligência elaborada no processo 13971.720011/200597; b) Informar se a “exclusão no mês do valor utilizado em produtos em elaboração e acabados não vendidos”, linha 23 da ficha 4B do Demonstrativo de Crédito PresumidoDCP do 4º trimestre de 2003, foi considerada no cálculo final elaborado na diligência acima referida em valor diferente do informado no DCP (“0,00”), e em caso afirmativo, informar tal valor. c) Apresentar demonstrativo do cálculo do crédito presumido de IPI relativo ao 1º trimestre de 2004, considerando a influência do resultado da diligência referida na alínea “a”. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 109 6 d) Cientificar a recorrente do resultado dessa diligência, para, querendo, apresentar manifestação no prazo de 30 (trinta) dias. f) Após, deve o presente processo retornar a este colegiado para dar prosseguimento no julgamento. Na diligência, conforme Informação Fiscal às fls. 688, as conclusões foram: Diante do despacho de fl. 6871, passo a informar o resultado da diligência solicitada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, às fls. 683 (último parágrafo) e 684: a) Resultado da diligência elaborada no processo 13971.720011/200597 anexado conforme requisitado; b) Conforme consta da TABELA 16 do termo anexo, verificase que não houve exclusão de valor utilizado em produtos em elaboração e acabados não vendidos. Foi aceito, assim, o valor informado pelo contribuinte no DCP, de zero (“0,00”) ao final do trimestre; c) Uma vez que não houve exclusão de valor utilizado em produtos em elaboração e acabados não vendidos no trimestre anterior, não há alteração na apuração do crédito presumido efetuada até o momento nos presentes autos, prevalecendo o cálculo de fls. 615617; d) Intimação da recorrente para se manifestar, no prazo de 30 (trinta) dias, acerca da conclusão da diligência a ser efetuada com ciência da presente peça; f) Retorno ao CARF para prosseguimento do julgamento após a providência do item “d”. A Recorrente afirma que houve erro no trabalho fiscal, nos seguintes termos: Fl. 110DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 110 7 . Explica a Recorrente: Fl. 111DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 111 8 Defende que (...) Fl. 112DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 112 9 Assevera a Recorrente que se trata de um erro material no preenchimento da DCP, possível de retificação e saneamento de ofício pela autoridade fiscal e requer que seja reconhecido seu crédito. Caso necessário, solicita nova diligência e o recálculo do crédito. Contudo, como se trata de pedido de ressarcimento, cabe ao Contribuinte comprovar seu crédito, no que não logrou êxito no presente processo. Dessa forma, a decisão de primeira instância não merece retoques e, desta forma, proponho manter a decisão por seus próprios fundamentos. Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Diante do exposto e considerando a decisão do Processo no 13971.720012/200531, proponho por manter integralmente a decisão recorrida e voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. Liziane Angelotti Meira Fl. 113DF CARF MF Processo nº 13971.000248/200981 Acórdão n.º 3301005.331 S3C3T1 Fl. 113 10 Fl. 114DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10380.900681/2012-86
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 03/07/2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO.
Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção.
Numero da decisão: 3201-004.618
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Roberto Duarte Moreira - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo.
Nome do relator: PAULO ROBERTO DUARTE MOREIRA
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INEXATIDÃO MATERIAL. CORREÇÃO. Verificada inexatidão material devida a erros de escrita no acórdão embargado, estes deverão ser admitidos para correção. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, para corrigir os erros materiais perpetrados no interior do voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Larissa Nunes Girard (suplente convocado para substituir o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo), Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Ausente, justificadamente, o conselheiro Leonardo Correia Lima Macedo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 90 06 81 /2 01 2- 86 Fl. 177DF CARF MF Processo nº 10380.900681/201286 Acórdão n.º 3201004.618 S3C2T1 Fl. 178 2 Trata o presente processo de embargos de declaração opostos pela contribuinte, em face do Acórdão 3201003.714, prolatado por esta Turma na sessão de 24/05/2018. O acórdão embargado negou provimento ao recurso voluntário, cuja ementa foi assim redigida: Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 03/07/2009 MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. MATÉRIAS NÃO ALEGADAS. APRESENTAÇÃO DE PROVAS. PRECLUSÃO. MOMENTO PROCESSUAL A prova documental deve ser produzida até o momento processual da reclamação, precluindo o direito da parte de fazê lo posteriormente, salvo prova da ocorrência de qualquer das hipóteses que justifiquem sua apresentação tardia. Consideramse preclusas as alegações não submetidas ao julgamento de primeira instância, apresentadas somente na fase recursal. DCTF. CONFISSÃO DE DÍVIDA. RETIFICAÇÃO. DESPACHO DECISÓRIO. DIREITO CREDITÓRIO A DCTF é instrumento formal de confissão de dívida, e sua retificação, posterior à emissão de despacho decisório, exige comprovação material a sustentar direito creditório alegado. VERDADE MATERIAL. ÔNUS DA PROVA. As alegações de verdade material devem ser acompanhadas dos respectivos elementos de prova. O ônus de prova é de quem alega. A busca da verdade material não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar, no momento processual apropriado, as provas necessárias à comprovação do crédito alegado. Cientificada da decisão, o contribuinte interpôs embargos de declaração sustentando: 1. Inexatidão material n voto quanto à repetição de expressões e incorreções em seu texto; 2. Omissão quanto às razões de decidir pela não apresentação de prova do direito alegado; 3. Contradição no enfrentamento da preclusão probatória no processo administrativo fiscal. No despacho de admissibilidade, o Presidente da Turma entendeu que a omissão e a contradição não foram comprovados; ademais, os vícios alegados caracterizamse Fl. 178DF CARF MF Processo nº 10380.900681/201286 Acórdão n.º 3201004.618 S3C2T1 Fl. 179 3 mero inconformismo do embargante, vez que expressamente enfrentado no acórdão embargado; assim, rejeitouos. Reconhecido, contudo, a inexatidão material consubstanciada nos erros de grafia no interior do voto, conforme demonstra: O erro material apontado pela Embargante procede, visto que há nos parágrafos destacados pela embargante um claro erro de digitação, conforme a seguir repisado: No caso dos autos, evidenciase que o recorrente não o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal2, o PAF e o CPC. (...)Destarte, mão é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação.(grifos não originis). É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Roberto Duarte Moreira, Relator Admitidos em parte os embargos, nos termos do relatado linhas acima, o processo foi a mim distribuído, o qual incluí em pauta de julgamento. Nos termos do art. 65 do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009 – RICARF, cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a Turma. No art. 66 do RICARF há disposição quanto à possibilidade da correção das inexatidões materiais devido a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão: Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Erro material de escrita ou de cálculo é o engano ou inexatidão da decisão na manifestação da expressa ou transmissão de palavras, que se percebe pela simples leitura do texto em que se insere. Caracterizase pela contradição entre o real conteúdo dos autos e o que resultou da transmissão do ato decisório. Fl. 179DF CARF MF Processo nº 10380.900681/201286 Acórdão n.º 3201004.618 S3C2T1 Fl. 180 4 Confirmado o erro de escrita na digitação do texto do voto, é de se corrigilo, que na passa a ter o seguinte conteúdo: "(...) No caso dos autos, evidenciase que o recorrente não se preocupou em produzir oportunamente os documentos que comprovariam suas alegações, ônus que lhe competia, segundo o sistema de distribuição da carga probatória adotado pelo Processo Administrativo Federal, o PAF e o CPC. (...) Destarte, não é aceitável que um pleito, onde se objetiva a restituição de um alegado crédito, seja proposto sem a devida e minuciosa demonstração e comprovação da efetiva existência do indébito e que posteriormente, também em sede de julgamento, se oportunize tais demonstração e comprovação." Assim, corrigido os erros de escrita no conteúdo do voto mantémse a decisão exarada no Acórdão nº 3201003.714 que negou provimento ao Recurso Voluntário Conclusão Por todo exposto, voto por acolher os Embargos de Declaração interpostos, sem efeitos infringentes, e corrigir os erros materiais no interior do voto. (assinado digitalmente) Paulo Roberto Duarte Moreira Fl. 180DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12466.722510/2014-57
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 27 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Data do fato gerador: 25/11/2014
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO.
A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação configura interposição fraudulenta presumida na importação consistindo em dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria.
Numero da decisão: 3301-005.117
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
Nome do relator: ANDRADA MÁRCIO CANUTO NATAL
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Data do fato gerador: 25/11/2014 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO. A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação configura interposição fraudulenta presumida na importação consistindo em dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente).
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DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO. A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação configura interposição fraudulenta presumida na importação consistindo em dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Winderley Morais Pereira (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 25 10 /2 01 4- 57 Fl. 35810DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a Impugnação apresentada, mantendo a exigência da multa substitutiva da pena de perdimento em razão da falta de comprovação da origem lícita, da disponibilidade e da transferência dos recursos empregados na operação de importação, tendo se por configurado dano ao Erário em razão da interposição fraudulenta presumida na importação. Em sua Impugnação, o contribuinte requereu a declaração de nulidade do auto de infração ou, alternativamente, o cancelamento da ação fiscal, em razão da ausência de provas da prática das infrações apontadas, cancelandose a pena de perdimento imposta e extinguindose, por conseguinte, o respectivo processo administrativo. Foram apresentados os seguintes argumentos de defesa (ora descritos de forma sintética); a) nulidade da autuação por vício no Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), em razão de ofensa aos princípios da legalidade, impessoalidade, isonomia, publicidade e quanto aos critérios norteadores da seleção para a nova fiscalização, bem como vício formal consistente na falta de autorização da autoridade competente para deflagrar o procedimento especial e vícios materiais decorrentes da imposição de restrições e exigências ao arrepio da lei; b) o auto de infração encontrase sedimentado em presunções, carregadas de subjetividade, devendo ser também no campo do provável que deveriam ser usados os argumentos da Impugnante, sempre em estrita obediência aos princípios da razoabilidade e proporcionalidade admitidas em direito; c) quem não importou nem adquiriu mercadorias estrangeiras não pode ser sujeito da aplicação da penalidade de perdimento; d) foram apresentados os documentos requeridos pela Fiscalização, ainda que não na forma e nos formatos digitais requeridos, o que por si só não configura interposição fraudulenta presumida; e) regularidade da empresa como importadora, licitude e legalidade das importações da forma realizadas; f) ofensa ao princípio da verdade material, dada a impropriedade da alegação de interposição fraudulenta presumida; g) inexistência de falsidade ideológica e inexistência de simulação de negócio jurídico; h) ausência de demonstração do dolo específico de fraudar e impossibilidade de caracterização da infração de interposição fraudulenta; Fl. 35811DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 4 3 i) ausência de dano ao erário em razão do não cometimento das alegadas infrações (presunção de inocência) e em face do recolhimento dos tributos incidentes. A Delegacia de Julgamento (DRJ), por meio do acórdão nº 16069.597, julgou improcedente a Impugnação, considerando configurado o dano ao erário e aplicável a pena de perdimento das mercadorias, comutada em multa equivalente ao seu valor aduaneiro. Afirmou, ainda, a autoridade julgadora que a presunção decorre de lei e implica na inversão do ônus da prova, atribuindose ao importador a responsabilidade da demonstração da forma de financiamento de suas importações; e que a incidência do art. 33 da Lei nº 11.488/2007 é específica para a prática efetiva da interposição fraudulenta de terceiros onde o importador de fato (sujeito passivo oculto/real comprador) encontrase identificado. Cientificado da decisão de primeira instância, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário, repisando os argumentos da Impugnação. Na análise do Recurso Voluntário, a 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 3ª Seção do CARF decidiu converter o julgamento da lide em diligência, com vistas a se verificar a existência de conexão entre este processo e outros processos administrativos. É o relatório. Fl. 35812DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão nº 3301005.088, de 25/09/2018, proferida no julgamento do processo nº 12466.720114/201576, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 3301005.088): O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade e deve ser conhecido. A primeira alegação preliminar feita pela recorrente foi quanto à nulidade da intimação do Auto de Infração por edital, uma vez que a recorrente possuía endereço certo e sabido. Conforme se consignou na decisão recorrida, houve mudança de endereço da Recorrente, mas a Fiscalização envidou esforços e logrou a efetiva intimação da contribuinte, conforme excerto abaixo (fl. 7201): A MULTIMEX recebeu sua correspondência no novo endereço em 15/05/2014. Nesse termo, intimouse a MULTIMEX a apresentar, em relação às importações por conta própria, os extratos originais das DIs e as vias originais dos documentos de instrução, no prazo de 5 (cinco) dias úteis. Também a empresa foi cientificada do indeferimento da prorrogação de prazo para entrega dos arquivos digitais, solicitada na resposta de 29/04/2014. Importante destacar que, em 16/05/2014, compareceu perante a fiscalização procurador com poderes substabelecidos, que tomou ciência do TERMO DE INTIMAÇÃO N° 201400040006, conforme TERMO DE CIÊNCIA PESSOAL (CIÊNCIA PESSOAL 2014 00040 006). Em 14/05/2014, a MULTIMEX apresentou resposta (RESPOSTA 14 05 2014) ao TERMO DE DILIGÊNCIA E INTIMAÇÃO 201400040005. Foi através desse termo que a fiscalização comunicou à MULTIMEX sua inclusão no procedimento previsto na 228/2002, e a intimamos a apresentar livros, documentos e informações relativas ao período de 2014 incluído na fiscalização. Portanto, a fiscalização observou à legislação aplicável. Dessa forma, mantémse o entendimento da decisão recorrida nessa preliminar. Alega adiante (item III.1) a preliminar de nulidade do procedimento de fiscalização porque o Fiscal teria aplicado o procedimento especial da IN 228/02 sem prévia autorização do inspetor da Alfândega ou da Coana. Cumpre anotar que o Mandado de Procedimento Fiscal é um instrumento administrativo, cujo eventual descumprimento poderia levar a efeitos administrativofuncionais, mas não é requisito essencial do lançamento, nem altera a competência do auditor fiscal para a realização da fiscalização, nem Fl. 35813DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 6 5 para a lavratura do Auto de Infração, cuja atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional, nos termos do parágrafo único do artigo 142 do CTN. Destacase ainda que a Lei nº 10.593/2002, em seu artigo 6º, dispõe sobre a competência do auditor fiscal, estabelecendo que o Poder Executivo poderia regulamentar as atribuições, o que foi efetivado pelo Decreto nº 6.641/2008, que em seu artigo 2º dispôs sobre a competência para constituir o crédito tributário e praticar os atos relacionados ao controle aduaneiro etc, abaixo transcrito: Art. 2º São atribuições dos ocupantes do cargo de AuditorFiscal da Receita Federal do Brasil: I no exercício da competência da Secretaria da Receita Federal do Brasil e em caráter privativo: a) constituir, mediante lançamento, o crédito tributário e de contribuições; [...] c) executar procedimentos de fiscalização, praticando os atos definidos na legislação específica, inclusive os relacionados com o controle aduaneiro, apreensão de mercadorias, livros, documentos, materiais, equipamentos e assemelhados; d) examinar a contabilidade de sociedades empresariais, empresários, órgãos, entidades, fundos e demais contribuintes, não se lhes aplicando as restrições previstas nos arts. 1.190 a 1,192 do Código Civil e observado o disposto no art. 1.193 do mesmo diploma legal; A recorrente alegou que a fiscalização não provou a imprestabilidade da contabilidade, nem a falta de origem lícita e disponibilidade dos recursos e presumiu que todas as importações foram fraudulentas. Neste ponto, conforme já informado na decisão recorrida, as alegações de falta de prova por parte da fiscalização a validar a presunção do § 2º do artigo 23 do Decreto nº 1.455/1976, e as alegações de ilegalidade, atipicidade e cerceamento de defesa estão ligadas à produção probatória confundemse com o mérito. Salientase que a descrição dos fatos foi clara no sentido de aplicação da multa prevista no § 3º do artigo 23 do Decreto nº 1.455/1976, transcrito abaixo, por presunção de interposição fraudulenta prevista em seu § 2º, abaixo transcrito, em decorrência da não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação. Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: [...] V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) [...] § 1º O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for Fl. 35814DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 7 6 localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) O mérito do litígio se concentra na comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos. Neste ponto, a recorrente arguiu que a fiscalização não provou que a contribuinte não possuía capacidade financeira, mas apenas presumiu, a partir da imprestabilidade da contabilidade mercantil, tal incapacidade. Alega a Recorrente que comprovou a origem lícita de recursos; demonstrando que obteve (fl. 7269): financiamento bancário efetivo, reiterado e contínuo ao longo dos anos para seu capital de giro; desconto de duplicatas em bancos de suas vendas no mercado nacional, gerando capital de giro; financiamento especial (FINIMP) na importação de máquinas e equipamentos para seu capital de giro; concessão de linha de crédito por seus fornecedores, de seus principais e maiores produtos, o que lhe permitiu fluxo de caixa com a origem de recursos dos seus próprios fornecedores no exterior. fluxo de caixa decorrente de suas vendas realizadas no mercado interno; fluxo de caixa decorrente dos recursos auferidos por meio das subvenções para investimento e/ou benefícios fiscais concedidas pelos Estados, especialmente de Rondônia e Espírito Santo, relativo ao ICMS; Ressaltese que a acusação fiscal é de que o importador MULTIMEX não comprovou a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência dos recursos empregados no comércio exterior. Tratandose de importação por encomenda, é o importador o responsável pela aquisição da mercadoria no exterior, efetuando o pacto de compra e venda e sendo o responsável pelo pagamento do preço da mercadoria e das despesas de sua nacionalização. Assim, deve dispor de capacidade econômicofinanceira para tanto. A partir de indícios de incompatibilidade entre o volume transacionado e a capacidade econômicofinanceira da recorrente, a fiscalização deu início ao procedimento especial da IN SRF 228/2002 tendente à verificação da comprovação da origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos necessários à prática das operações. Das intimações, restou evidenciado que a contabilidade era imprestável, pois não apresentava os lançamentos relativos às movimentações financeiras, inclusive bancárias. Após intimações e reintimações, a recorrente também não entregou os extratos bancários, informando que estariam representados nos demonstrativos contábeis, as planilhas de formação de preços que identificam os custos e despesas incorridos nas importações, alegou não possuir os DANFES das notas fiscais emitidas, conforme consta do Auto de Infração (fl. 12): Em 29/04/2014, a MULTIMEX apresentou nova resposta (RESPOSTA 29 04 2014), onde informou, em resumo: alegou não ter condições nem conhecimentos técnicos para corrigir os leiautes dos arquivos da IN 86/2001, e solicitou mais 30 dias de prazo, que indeferimos, haja vista a constante demora no atendimento às intimações; alegou não possuir os DANFEs das NFe emitidas, e que não tem condições de apresentálos; apresentou uma caixa de arquivo morto contendo contratos de câmbio Fl. 35815DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 8 7 e, posteriormente, em 05/05/2014, complementou o atendimento apresentando mais duas caixas de arquivo morto com outros contratos de câmbio. Em relação ao pedido do extrato original das DI relativas às importações por conta própria, a Recorrente respondeu, conforme fl. 26/27 do Auto de Infração: que, devido à instauração do procedimento especial previsto na IN SRF 228/2002, não tem condições de gerar faturamento e manter uma estrutura operacional mínima; que demitiu seus funcionários; e que não tem condições operacionais para separar os documentos e entregálos na forma solicitada, ou seja, agrupados por DI e em ordem cronológica. Requereu prorrogação de prazo até dia 06/06/2014. (...) Em 05/06/2014, intimamos a MULTIMEX a apresentar, em relação às importações por encomenda, os extratos originais das DIs e as vias originais dos documentos de instrução. A empresa não apresentou resposta e não prestou qualquer esclarecimento, razão pela qual foi autuada também em relação a esses documentos, através do Auto de Infração nº 0727600/00401/14, consubstanciado no Processo Digital nº 12466.722001/201424. Assim, ao longo dos trabalhos não foram disponibilizados os documentos solicitados ou o foram em desordem, com pedidos de prorrogação de prazos por vezes sem justificativa, pois que se referiam a documentos e arquivos aos quais a recorrente estava, legalmente, obrigada a mantêlos em perfeita ordem. Alegou, a recorrente, a falta de funcionários e conhecimentos técnicos para proceder ao atendimento de algumas entregas de documentos e arquivos digitais da contabilidade. A fiscalização concluiu que (fl. 22): A empresa não apresentou os documentos de instrução das DI, e nem dispõe de contabilidade idônea. Os documentos citados pela MULTIMEX nem sempre identificam a operação de importação, e a empresa sequer foi capaz de apresentar os documentos de instrução por DI, quanto mais os comprovantes de despesas e custos. A inexistência desses controles gerenciais é claro indício de interposição fraudulenta, onde a empresa que registra a Declaração de Importação em seu nome não é o verdadeiro responsável pela operação, mas uma mera mandatária, que não tem o total controle das operações e não pretende expor ao Fisco a forma que as operações são realizadas, para não revelar a fraude. (grifouse) De fato, a análise da ECD de 2010, 2011 e 2012 revelou as seguintes incorreções (fl. 45 e seguintes): 1. Com relação à escrituração de 2010, as contas do ativo circulante não foram adequadamente divididas no plano de contas, bem como não foram corretamente escrituradas, conforme explicitado abaixo: a. Todas as contas do ativo circulante, inclusive “Duplicatas a receber” (11104) e “Estoques” (11107), foram reunidas na conta sintética “Disponível” (111), sendo que apenas as contas de disponibilidades, como “Caixa” (111010001) e “Bancos Conta Movimento” (11102), devem estar nesse agrupamento; b. A conta “Caixa” (111010001) e “Bancos Conta Movimento” (111020025) só possuem dois lançamentos, no primeiro e último dia do ano, sem históricos ou contra partidas que evidenciem a natureza econômica do lançamento ou façam referência ao documento probante, conforme abaixo: Fl. 35816DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 9 8 c. As contas de “Aplicações Financeiras” (11103) só possuem lançamentos no último dia do ano, sem históricos ou contra partidas que evidenciem a natureza econômica do lançamento ou façam referência ao documento probante, conforme abaixo: 2. Com relação à escrituração do anocalendário 2011, as contas do Ativo Circulante não foram escrituradas. Há apenas um lançamento na conta “Caixa” (1.1.01.001.5), no primeiro dia do ano, conforme abaixo: Data Cód.Conta Conta D/C Valor Saldo D/C Histórico Fl. 35817DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 10 9 3. Com relação à escrituração de 2012, as contas do ativo circulante não foram adequadamente divididas no plano de contas, bem como não foram corretamente escrituradas, conforme explicitado abaixo: a. Todas as contas do ativo circulante, inclusive “Duplicatas a receber” (1.11.04.0000) e “Estoques” (1.11.07.0000), foram reunidas na conta sintética “Disponível” (1.11.00.0000), sendo que apenas as contas de disponibilidades, como “Caixa” (1.11.01.0001) e “Bancos Conta Movimento” (1.11.02.0000), devem estar nesse agrupamento; b. As contas do ativo circulante não foram escrituradas. Há apenas um lançamento na conta “Caixa” (1.11.01.0001), no primeiro dia do ano, cujo histórico aponta que não houve movimento, conforme abaixo: Verificouse que a contabilidade de fato era imprestável para comprovar a origem lícita, a transferência e a disponibilidade dos recursos utilizados nas operações de importação, pois não refletia as movimentações financeiras, especialmente as bancárias, efetuadas pela recorrente. Em resposta, a recorrente informou que tivera problemas com a contabilidade, que estaria empenhada em corrigila e solicitou prorrogações de prazo de 180 dias, embora tais problemas já eram de conhecimento da recorrente desde meados de 2012, quando já estava sendo fiscalizada em relação ao ano de 2008, cuja apresentação de ECD não fora cumprida. A fiscalização demonstrou que o Diário de 2010 possuía apenas 136 lançamentos, quase todos no primeiro e último dia do ano, sem qualquer vinculação com as operações efetuadas em cada DI, de modo a comprovar a disponibilidade dos recursos por ocasião do pagamento do preço e das despesas de tributos e outras aduaneiras. O Diário de 2011 possuía apenas um lançamento de Caixa a Capital Social e o de 2012, também um único lançamento de Caixa A Fornecedores. A fiscalização concedeu prazo até 28/05/2014 para apresentar a ECD de 2010 e até 28/07/2014 para apresentar as ECD de 2011, 2012 e 2013, mas a recorrente não cumpriu tais prazos e não prestou outros esclarecimentos. Posteriormente, apresentou a ECD de 2013, mas com apenas um lançamento de Caixa a Assistência Contábil de valor R$ 1,00 (cf. fl. 56). Está plenamente comprovada a imprestabilidade da contabilidade para comprovar a origem lícita, a transferência e a disponibilidade dos recurso utilizados nas operações de importação que giraram em torno de 2600 DI´s e R$ 33.423.039,79 no período de 2010 a 2014, sendo que deste montante, R$ 154.591.519,12 eram importações por conta própria. Sobre a exigência de se manter a escrituração contábil nas operações de importação e exportação está expressamente prevista no artigo 18 do Decreto nº 6.759/2009, assim como, de forma genérica, no artigo 251 do Decreto 3.000/1999 (RIR/99) e no artigo 509 do Decreto nº 7.212/2010 (RIPI/2010): Art. 18. O importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem têm a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial Fl. 35818DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 11 10 estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de apresentálos à fiscalização aduaneira quando exigidos (Lei nº 10.833, de 2003, art. 70, caput): § 1º Os documentos de que trata o caput compreendem os documentos de instrução das declarações aduaneiras, a correspondência comercial, incluídos os documentos de negociação e cotação de preços, os instrumentos de contrato comercial, financeiro e cambial, de transporte e seguro das mercadorias, os registros contábeis e os correspondentes documentos fiscais, bem como outros que a Secretaria da Receita Federal do Brasil venha a exigir em ato normativo (Lei no 10.833, de 2003, art. 70, § 1º).(Grifo nossos) Por seu turno, a recorrente juntou em impugnação contratos de empréstimo e financiamento à importação com diversos bancos, às fls. 911 e seguintes (BICBANCO, Banco do Brasil, Banco Santander, Banco Real, Banco Itaú); relação de faturas comerciais de importação (invoices), relação de DI´s, saldos de aplicação e empréstimos em 31/12/2010, 31/12/2011, 31/12/2012, relatório do Banco Central do Brasil indicando as operações com os bancos referidos, relação de extratos de descontos de títulos liquidados com extratos bancários, cópia dos termos de entrega dos arquivos SINTEGRA de 2012, 2013 e 2014; contratos de venda de máquinas, lubrificantes e outros produtos, notas fiscais de serviços tomados, notas fiscais de prestação de serviços de manutenção de máquinas, extratos de folhas de pagamento, contrato de representação comercial dos produtos da MULTIMEX, relação de clientes. As origens foram resumidas nas planilhas de fls. 1604/1605, e seriam decorrentes de descontos de duplicatas, empréstimos e capital de giro, financiamento de importações, recebimento de operações próprias e por encomenda, créditos de subvenções e créditos concedidos por exportadores. Segundo a Recorrente, os referidos documentos comprovariam a capacidade econômicofinanceira da recorrente e que o registro contábil não é o único meio de prova, conforme artigo 6º da IN SRF nº 228/2002. Realmente, referidos documentos são indicativos da origem de recursos lícita, conforme dispõe o artigo 4º e 6º da IN SRF nº 228/2002, abaixo reproduzidos: Art. 4º Durante o procedimento especial de fiscalização, a empresa será intimada a comprovar as seguintes informações, no prazo de 20 (vinte) dias:(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1678, de 22 de dezembro de 2016) I o seu efetivo funcionamento e a condição de real adquirente ou vendedor das mercadorias, mediante o comparecimento de sócio com poder de gerência ou diretor, acompanhado da pessoa responsável pelas transações internacionais e comerciais; e(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1678, de 22 de dezembro de 2016) II a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos necessários à prática das operações.(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1678, de 22 de dezembro de 2016) [...] Art. 6º Para efeito de cumprimento do disposto no inciso II do caput do art. 4º, além dos registros e demonstrações contábeis, poderão ser apresentados, dentre outros, elementos de prova de: I integralização do capital social; II transmissão de propriedade de bens e direitos que lhe pertenciam e do recebimento do correspondente preço; III financiamento de terceiros, por meio de instrumento de contrato de financiamento ou de empréstimo, contendo: Fl. 35819DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 12 11 a) identificação dos participantes da operação: devedor, fornecedor, financiador, garantidor e assemelhados; b) descrição das condições de financiamento: prazo de pagamento do principal, juros e encargos, margem adicional, valor de garantia, respectivos valoresbase para cálculo, e parcelas não financiadas; e c) forma de prestação e identificação dos bens oferecidos em garantia. § 1º Quando a origem dos recursos for justificada mediante a apresentação de instrumento de contrato de empréstimo firmado com pessoa física ou com pessoa jurídica que não tenha essa atividade como objeto societário, o provedor dos recursos também deverá justificar a sua origem, disponibilidade e, se for o caso, efetiva transferência. § 2º Os elementos de prova referentes a transações financeiras deverão estar em conformidade com as práticas comerciais. § 3º No caso de comprovação baseada em recursos provenientes do exterior, além dos elementos de prova previstos no caput, deverá ser apresentada cópia do respectivo contrato de câmbio. § 4º Na hipótese do § 3º, caso o remetente dos recursos seja pessoa jurídica, deverão ser também identificados os integrantes de seus quadros societário e gerencial. Porém, devese ter em mente que a comprovação deve ser da origem lícita, da transferência e da disponibilidade dos recursos empregados nas operações de importação. Como bem esclarecido na decisão recorrida, é um trinômio que se deve comprovar e não apenas a origem ou a transferência ou a disponibilidade. Se os contratos apresentados podem servir de comprovação de origem, certamente não são suficientes para comprovar a transferência ou a disponibilidade. Se os extratos comprovam a transferência da liquidação dos descontos de títulos, certamente não são suficientes para comprovar a disponibilidade para execução das operações. Do mesmo modo, apenas a escrituração contábil, desacompanhada dos referidos documentos, também não é suficiente para comprovar a origem lícita, a transferência e a disponibilidade dos recursos. Assim, é o conjunto probatório que deve se mostrar idôneo a comprovar o trinômio, ou seja, a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência dos recursos necessários à prática das operações. Tal distinção restou bem explanada no acórdão atacado, cujos fundamentos abaixo transcrevo (fl. 7397/7398): Há que se ter em mente que para fins de comprovação do financiamento de operações de comércio exterior o trinômio origem, disponibilidade e transferência deve ser interpretado como um critério indivisível. A comprovação da origem, da disponibilidade ou da transferência de recursos utilizados em operações de comércio exterior tomados de forma isolada, não atende o preceito da norma: possibilitar a completa ciência do fluxo de dinheiro de que se vale o importador. De outra forma, em não se adotando essa postura rígida, correse o sério risco de se deixar uma brecha que viabilize a utilização de transações com o exterior para operações destinadas à “lavagem de dinheiro”. Para a demonstração do grau desse risco, que é elevado, procedese primeiramente com a conceituação em separado de cada um dos três termos: Origem Diz respeito à gênese lícita do recurso. Deve ser demonstrada de onde o recurso provém – se decorrente de atividades lícitas ou não e se em sua obtenção foram observadas as normas de incidência tributária, quando for o caso. Fl. 35820DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 13 12 É muito comum que o importador intimado a fazer a comprovação dos recursos empregados em operações do comércio exterior exiba o saldo, ou até mesmo o extrato bancário, para demonstrar que possuía numerário suficiente para honrar a transação na data do fechamento do câmbio. Esse tipo de prova evidência apenas que no momento de honrar a transação o importador possuía aquela disponibilidade e que de fato a importação foi paga. Mas a fiscalização nunca põe em dúvida a existência do recurso para adimplemento da transação. Se não houvesse o recurso o contrato de câmbio não seria fechado. O depósito em conta corrente limitase a demonstrar que ocorreu o pagamento da mercadoria importada na data avençada. Nada mais. Outros se limitam a alegar a integração do Contrato Social. Mas a questão perdura: O recurso que integralizou o Contrato Social é de origem lícita? Ao se falar em origem se quer saber o que ocasionou o surgimento do recurso na conta bancária do importador. O que propiciou o depósito. Sua causa. De onde e quando adveio. Qual sua efetiva contrapartida lícita. Portanto, a comprovação origem lícita não é suficiente. É preciso que se demonstre a origem lícita do recurso e sua disponibilidade no momento de se honrar a operação de comércio exterior, coincidente em datas e valores, não só para fins de fechamento de câmbio, como também para suportar todo o encargo decorrente da nacionalização, circulação, distribuição e venda de bens importados. Disponibilidade É a demonstração que o importador possuía esse recurso disponível no exato momento de honrar a transação com o fornecedor externo (fechamento do câmbio). É a paridade entre a posse do numerário e o pagamento da obrigação na data em que ela ocorre. O importador intimado a fazer a comprovação dos recursos empregados em operações do comércio exterior demonstra que vendeu um imóvel registrado em seu nome e que com aquele dinheiro iniciou suas operações de comércio exterior. A origem lícita do recurso resta demonstrada, mas quem garante que efetivamente aquele recurso foi utilizado para honrar a transação com o exterior? É necessário que se demonstre a posse desse recurso no momento do pagamento da obrigação. De nada vale se demonstrar que a origem do recurso é lícita se no momento de honrar a transação não se prova que de fato se possuía aquele mesmo recurso. Ao se satisfazer com a origem lícita proveniente da venda de um imóvel, por exemplo, correse o sério risco de se permitir que recursos de origem ilícita financiem as operações de comércio exterior, tendo apenas por limite o valor da venda do imóvel. Quanto maior for o valor dessa venda, que serve para referendar a origem, mais quantidade de dinheiro se poderá “lavar”. Portanto, a comprovação origem lícita não é suficiente. É preciso que se demonstre a origem lícita do recurso e sua disponibilidade no momento de se honrar a operação de comércio exterior. Transferência É justamente a ligação entre a gênese e o destino do recurso. A demonstração de que o recurso permaneceu e migrou pelas vias regulares (legais) desde sua origem lícita até o adimplemento da obrigação com o fornecedor externo. É o que se denominou até então de seu “oferecimento a regular tributação”. Em outros termos, o recurso contabilizado à disposição da empresa para adimplir suas obrigações. Um exemplo que ilustra bem a interação dessas três condições é a situação em que determinada pessoa jurídica foi constituída com um capital totalmente integralizado em dinheiro. Para que esse valor seja admitido em operações de comércio exterior, é necessário: que os sócios possuam disponibilidade para realizar a integralização (rendimentos declarados tributáveis, isentos ou não tributados). Se o valor integralizado pelos sócios está justificado em suas declarações de imposto de renda, presumese tanto a origem licita quanto sua disponibilidade; e Fl. 35821DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 14 13 comprovar a efetiva transferência, que nesse caso se faz por meio de crédito em contacorrente da empresa, coincidindo em data e valor com a integralização de capital. Admitese também como prova o saque do valor correspondente nas contas correntes bancárias dos sócios. Ou seja, em pelo menos "uma das pontas" da cadeia, deve ficar demonstrada a movimentação do recurso. Se o importador não consegue efetuar a comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação, isso implica na sua impossibilidade de demonstrar o trânsito dos recursos pelas vias legais. De nada vale exibir o saldo em conta corrente, o volume de receitas, a quantidade de vendas, a margem de lucro praticada, se o importador nenhum demonstrar o trânsito regular do recurso, assim compreendido: A origem do recurso, sua disponibilidade no momento do fechamento do câmbio, e sobretudo, o seu trânsito pelas vias contábeis para honrar cada importação praticada. O impugnante empresa MULTMEX alega no item (74) da impugnação: 74. Com relação ao Demonstrativo de Fluxo Financeiro, período compreendido entre 2010 e 2014, verificase que a Impugnante possuía, no ano de 2010, saldo mensal positivo em média superior a R$ 1.500.000,00. No ano, perfazia um fluxo de caixa positivo de R$ 17.000.000,00 considerando apenas receitas e despesas operacionais e empréstimos contraídos. Descontadas as despesas administrativas, o resultado continua positivo, em torno de R$ 4.330.287,89. Nos anos posteriores do período submetido à fiscalização, o fluxo de caixa situase na faixa de RS 20.000.000,00 sem considerar as despesas administrativas. Isso é clara evidência que a empresa possuía recursos suficientes a sustentar suas atividades. Como dito, é comum que o importador intimado a fazer a comprovação dos recursos empregados em operações do comércio exterior exiba o saldo, ou até mesmo o extrato bancário, para demonstrar que possuía numerário suficiente para honrar a transação na data do fechamento do câmbio. É preciso que se demonstre a triangulação do recurso: origem lícita do recurso e sua disponibilidade no momento de se honrar a operação de comércio exterior, coincidente em datas e valores, não só para fins de fechamento de câmbio, como também para suportar todo o encargo decorrente da nacionalização, circulação, distribuição e venda de bens importados. De nada vale se demonstrar que a origem do recurso é lastreada no volume de transações da empresa importadora se no momento de honrar a transação não se prova que de fato se possuía o recurso. Quanto maior for esse volume, que serviria em princípio para referendar a origem, mais quantidade de dinheiro se poderá “lavar”. E é onde a argumentação do impugnante nos remete: apresenta como origem um capital de giro anual da ordem de anual total de RS 89.537.008,96, o que corresponde a uma média mensal de R$ 7.461.418,00, mas é incapaz de demonstrar a triangulação do recurso: origem lícita do recurso e sua disponibilidade no momento de se honrar a operação de comércio exterior, dada que sua contabilidade é imprestável como será visto a seguir. Sem a demonstração da triangulação do recurso, ou em outros termos, a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação, fica caracterizada a prática presumida de interposição fraudulenta de terceiros, nos moldes do §2º, do artigo 23 do Decreto Lei n° 1.455/76. O impugnante empresa MULTMEX alega nos itens (78) e (79) da impugnação: 78. Assim, a contribuinte tanto valese de recursos próprios para importar mercadorias e nacionalizálas, como importa por conta e ordem de terceiros. O rol de atividades da contribuinte é vastíssimo, inclusive exercendo atividades de industrialização, remanufatura e diversas exportações. 79. Muito embora não tenha apresentado as demonstrações contábeis referentes aos exercidos abrangidos pela ação fiscal, nos exatos termos Fl. 35822DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 15 14 requeridos pela Fiscalização, os documentos acima colacionados constituem provas de que a contribuinte desenvolve atividades empresariais de forma lícita, bem como que dispunha de recursos próprios para empregar nas atividades de comércio exterior, empréstimos e financiamentos bancários e de fornecedores estrangeiros. Finalizando, importa considerar ainda que o volume das operações praticado pela Impugnante por mais de uma década não permite que sem qualquer critério a Fiscalização Aduaneira simplesmente declare que não houve comprovação de origem de recursos. De modo algum, pois sem a apresentação das demonstrações contábeis é inviável a demonstração da triangulação do recurso, ou em outros termos, a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação, o que implica na prática presumida de interposição fraudulenta de terceiros, nos moldes do §2º, do artigo 23 do Decreto Lei n° 1.455/76. O impugnante empresa MULTMEX aborda esse assunto nos itens (97), (98) e (99) da impugnação: 97. Resta, porém, verificar se a imprestabilidade da contabilidade, poderia ser óbice insuperável, como quer a douta Fiscalização, à constatação que a contribuinte possuía condições econômicas, financeiras e operacionais para exercer suas atividades e realizar as operações de comércio exterior a que se propôs. 98. Na verdade, não poderia. Não poderia porque, como demonstrado, não há na legislação de regência norma jurídica que determine que somente os demonstrativos contábeis podem ser utilizados para fins de comprovar a origem, disponibilidade e transferência de recursos empregados em operações de comércio exterior. Na verdade, todos os meios admitidos em direito são válidos para se fazer a prova, ao contrário do que de forma subjetiva, discricionária, abusiva e arbitrária estabeleceu a Fiscalização. 99. Conforme demonstrado, a douta Fiscalização teve acesso aos dados de um auto de infração lavrado pela Delegada da Receita Federal em Vitória/ES, onde consta o balanço patrimonial de 2009 da MULTIMEX. Nesse balanço há provas suficientes que a Impugnante possuía recursos com origem lícita capaz de fazer frente às suas operações de comércio exterior (doc.2). Da análise das disponibilidades, do estoque declarado, do capital social e da reserva de lucro, bem como da capacidade de financiamento das operações, verificase facilmente a capacidade econômica e financeira da Impugnante. Ou seja, a referida demonstração contábil faz prova a favor da Impugnante. Não é possível atender o trinômio ORIGEM – DISPONIBILIDADE – TRANSFERÊNCIA a partir de um balanço patrimonial. Eventualmente, e vamos frisar que é uma situação bastante eventual, o importador até poderia identificar a origem dos recursos, mas jamais sua DISPONIBILIDADE e TRANSFERÊNCIA, pois como se sabe o balanço patrimonial reproduz uma situação estática, enquanto que as operações de importação são transações dinâmicas. De nada vale demonstrar que a empresa possuía o recurso no início do ano se não for comprovado que esse mesmo recurso financiou uma operação de importação em meados de setembro. Tal qual reproduzido no ‘ (74) da impugnação, é afirmado que ... a Impugnante possuía, no ano de 2010, saldo mensal positivo de origem de receitas e de recursos proveniente de descontos de duplicatas, empréstimos bancários para capital de giro, Finimp, valores recebidos de operações próprias e de encomenda e por créditos concedidos pelos exportadores, seja nas operações próprias, seja nas operações de encomenda,... E ainda destaque para o alegado pela empresa MULTMEX nos itens (148) e (149) da impugnação: 148. OS recursos utilizados para o pagamento das despesas com o fechamento do câmbio e com os tributos aduaneiros possuem como origem vendas de mercadorias no mercado interno. Fl. 35823DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 16 15 149. Frisese que as Notas Fiscais são consideradas documento idôneo para comprovar a origem de receita, consoante o posicionamento oficial do próprio Fisco, exemplificado pela seguinte decisão UNÂNIME proferida pela Delegada da Receita Federal de Julgamento no TJ, Acórdão n° 1221389, de 15/10/2008: O único mo do de se demonstrar que esses recursos ingressaram na empresa e serviram para financiar as operações de importação objeto do presente Auto de Infração, dentro do trinômio ORIGEM – DISPONIBILIDADE – TRANSFERÊNCIA, é através do registro das demonstrações contábeis. A ausência dos registro contábeis, além de não fazer prova que tais recursos ingressaram regularmente na empresa, implica na prática presumida de interposição fraudulenta de terceiros, nos moldes do §2º, do artigo 23 do Decreto Lei n° 1.455/76. Quanto à decisão UNÂNIME proferida pela Delegada da Receita Federal de Julgamento no TJ, Acórdão n° 1221389, de 15/10/2008, diz respeito a um outro contexto que não guarda relação com a prática presumida de interposição fraudulenta de terceiros em operações em comércio exterior." A contabilidade regular, suportada em documentos, é que faz a prova regular das operações e sua ausência impede que se confirme a comprovação do trinômio origem lícita, transferência e disponibilidade. A contabilidade, como os demais documentos apresentados, são necessários, mas não suficientes, isoladamente, para comprovação do que aqui se pretendeu. Assim, concluise que a recorrente não comprovou a origem lícita, a disponibilidade e a efetiva transferência dos recursos necessários à prática das operações, incidindo na presunção de que trata o §2º do artigo 23 do Decreto nº 1.455/1976, configurando a interposição fraudulenta na operação de comércio exterior, apenada com a multa equivalente ao valor aduaneiro, em razão de as mercadorias não terem localizadas ou terem sido consumidas ou revendidas. Em relação à argumentação de que a falsidade ideológica não está contemplada no inciso VI do artigo 105 do Decretolei nº 37/1966, sem razão a recorrente. A redação é a seguinte: Art.105 Aplicase a pena de perda da mercadoria: [...] VI estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver sido falsificado ou adulterado; Por sua vez o Decreto nº 6.759/2009 dispõe que: Art. 553. A declaração de importação será obrigatoriamente instruída com (Decreto Lei nº 37, de 1966, art. 46, caput, com a redação dada pelo DecretoLei nº 2.472, de 1988, art. 2º):(Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013) I a via original do conhecimento de carga ou documento de efeito equivalente; II a via original da fatura comercial, assinada pelo exportador; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013) III o comprovante de pagamento dos tributos, se exigível. (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013) [...] Art. 689. Aplicase a pena de perdimento da mercadoria nas seguintes hipóteses, por configurarem dano ao Erário (DecretoLei nº 37, de 1966, art. 105; e DecretoLei nº 1.455, de 1976, art. 23, caput e § 1º, este com a redação dada pela Lei no 10.637, de 2002, art. 59): Fl. 35824DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 17 16 [...] VI estrangeira ou nacional, na importação ou na exportação, se qualquer documento necessário ao seu embarque ou desembaraço tiver sido falsificado ou adulterado; [...] § 3ºA. O disposto no inciso VI do caput inclui os casos de falsidade material ou ideológica. (Redação dada pelo Decreto nº 8.010, de 2013) § 3ºB. Para os efeitos do inciso VI do caput, são necessários ao desembaraço aduaneiro, na importação, os documentos relacionados nos incisos I a III do caput do art. 553. (Incluído pelo Decreto nº 8.010, de 2013) Assim, a falsidade a que se refere o inciso VI do artigo 105 do Decretolei nº 37/1966 é dos documentos de instrução da DI, ou seja, do conhecimento de carga, da fatura comercial e dos comprovantes de pagamento dos tributos. A acusação da fiscalização recaiu na ocultação do responsável pela operação, a qual, uma vez comprovada, ainda que por presunção legal, torna os documentos emitidos para instrução da DI ideologicamente falsos. Tal conclusão está exposta no artigo 13 da IN SRF nº 228/2002: Art. 13. A prestação de informação ou a apresentação de documentos que não traduzam a realidade das operações comerciais ou dos verdadeiros vínculos das pessoas com a empresa caracteriza simulação e falsidade ideológica ou material dos documentos de instrução das declarações aduaneiras, sujeitando os responsáveis às sanções penais cabíveis, nos termos do Código Penal (Decretolei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940) ou da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, além da aplicação da pena de perdimento das mercadorias, nos termos do art. 105 do Decretolei nº 37, de 18 de novembro de 1966. Se há comprovação da interposição fraudulenta do responsável pela importação na condição de fornecedor dos recursos necessários à efetivação da importação, então tal ocultação somente é materializada na ausência de referido responsável nos documentos de importação, seja na condição de real importador seja na condição de real adquirente. Em qualquer dos casos, seu nome deveria constar nas faturas comercias ou no conhecimento de carga. Por fim, é preciso esclarecer que para efeitos de tipificação da interposição fraudulenta de terceiros, seja ela a EFETIVA (REAL) ou PRESUMIDA é absolutamente irrelevante que aquele que fornece o recurso seja denominado de importador, pois em nenhum dos dois tipos se exige a presença DO PEDIDO “importador”." No que tange à ausência de demonstração do dolo específico, não há que se exigir tal neste caso, pois estamos diante de uma presunção legal de interposição fraudulenta. Basta a não comprovação da origem lícita, transferência e disponibilidade dos recursos empregados na importação para se caracterizar a interposição fraudulenta nos termos do §2º do artigo 23 do Decreto nº 1.455/1976. Uma vez presumida, não há que se falar em demonstração de dolo por parte da fiscalização. Quanto ao dano ao erário, os artigos 23 e 24 do Decreto nº 1.455/1976 estipulam o que se considera dano ao erário: Art 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: I importadas, ao desamparo de guia de importação ou documento de efeito equivalente, quando a sua emissão estiver vedada ou suspensa na forma da legislação específica em vigor; Fl. 35825DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 18 17 II importadas e que forem consideradas abandonadas pelo decurso do prazo de permanência em recintos alfandegados nas seguintes condições: a) 90 (noventa) dias após a descarga, sem que tenh sido iniciado o seu despacho; ou b) 60 (sessenta) dias da data da interrupção do despacho por ação ou omissão do importador ou seu representante; ou c) 60 (sessenta) dias da data da notificação a que se refere o artigo 56 do DecretoIei número 37, de 18 de novembro de 1966, nos casos previstos no artigo 55 do mesmo Decretolei; ou d) 45 (quarenta e cinco) dias após esgotarse o prazo fixado para permanência em entreposto aduaneiro ou recinto alfandegado situado na zona secundária. III trazidas do exterior como bagagem, acompanhada ou desacompanhada e que permanecerem nos recintos alfandegados por prazo superior a 45 (quarenta e cinco) dias, sem que o passageiro inicie a promoção, do seu desembaraço; IV enquadradas nas hipóteses previstas nas alíneas " a " e " b " do parágrafo único do artigo 104 e nos incisos I a XIX do artigo 105, do Decretolei número 37, de 18 de novembro de 1966. V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) VI (Vide Medida Provisória nº 320, 2006) § 1º O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) § 3o As infrações previstas no caput serão punidas com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, na importação, ou ao preço constante da respectiva nota fiscal ou documento equivalente, na exportação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida, observados o rito e as competências estabelecidos no Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010) § 4o O disposto no § 3o não impede a apreensão da mercadoria nos casos previstos no inciso I ou quando for proibida sua importação, consumo ou circulação no território nacional.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002) Art 24. Consideramse igualmente dano ao Erário, punido com a pena prevista no parágrafo único do artigo 23, as infrações definidas nos incisos I a VI do artigo 104 do Decretolei numero 37, de 18 de novembro de 1966. Percebese que o dano ao erário configurase por uma determinação específica legal, tratase de uma presunção legal ou absoluta de dano ao erário nos casos enumerados. Embora a própria conduta configura o dano ao erário, podese enumerar vantagens em tese almejadas, mediante a interposição ilícita de pessoas como: burla ao controles da habilitação para operar no comércio exterior; blindagem do patrimônio do real adquirente ou encomendante, no caso de eventual lançamento de tributos ou infrações; quebra da cadeia do IPI; sonegação de PIS e Cofins, relativamente ao real adquirente, lavagem de dinheiro e ocultação da origem de bens e valores, aproveitamento indevido de incentivos fiscais do ICMS. Portanto, a alegação de que não houve dano efetivo ao erário, simplesmente pelo fato de não haver tributo a ser recolhido, não procede. Fl. 35826DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 19 18 Concernente à aplicação da multa de 10% por cessão de nome de que trata o artigo 33 da Lei nº 11.488/2007, salientase que sua aplicação é cabível no caso de interposição real e não no caso de interposição presumida de que trata o presente processo. Tal situação restou esclarecida na IN SRF 228/2002 em seu artigo 11: Art. 11. Concluído o procedimento especial, aplicarseá a pena de perdimento das mercadorias objeto das operações correspondentes, nos termos do art. 23, V do Decretolei nº 1.455, de 7 de abril de 1976, na hipótese de: I ocultação do verdadeiro responsável pelas operações, caso descaracterizada a condição de real adquirente ou vendedor das mercadorias; II interposição fraudulenta, nos termos do § 2º do art. 23 do Decretolei nº 1.455, de 1976, com a redação dada pela Medida Provisória nº 66, de 29 de agosto de 2002, em decorrência da não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados, inclusive na hipótese do art. 10. 1º Na hipótese prevista no inciso I do caput, será aplicada, além da pena de perdimento das mercadorias, a multa de que trata o art. 33 da Lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007.(Redação dada pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1678, de 22 de dezembro de 2016) § 2º Na hipótese prevista no inciso II do caput, além da aplicação da pena de perdimento das mercadorias, será instaurado procedimento para declaração de inaptidão da inscrição da empresa no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ). (Incluído(a) pelo(a) Instrução Normativa RFB nº 1678, de 22 de dezembro de 2016). De fato, com a edição do artigo 33 da Lei nº 11.488/2007, à hipótese de aplicação da multa por cessão de nome não se aplica a declaração de inaptidão de que trata o artigo 81 da Lei nº 9.430/1996, hipótese de que tratam estes autos: Lei nº 11.488/2007: Art. 33. A pessoa jurídica que ceder seu nome, inclusive ediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários fica sujeita a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, não podendo ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Parágrafo único. À hipótese prevista no caput deste artigo não se aplica o disposto no art. 81 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Lei nº 9.430/1996: Art. 81. Poderá ser declarada inapta, nos termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que, estando obrigada, deixar de apresentar declarações e demonstrativos em 2 (dois) exercícios consecutivos. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) § 1o Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior. (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) Destacase, ainda que esse entendimento é consolidado, inclusive nesta turma: APLICAÇÃO DA MULTA POR CESSÃO DE NOME. SUBSTITUIÇÃO DA MULTA DO PERDIMENTO DA MERCADORIA PELA MULTA DO ART. 33 DA LEI Nº 11.488/07. A multa do art. 33 da Lei nº 11.488/07 veio para substituir a pena de inaptidão do CNPJ da pessoa jurídica, quando houver cessão de nome para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários, e não prejudica e nem substitui a incidência da hipótese de dano ao erário, por ocultação do sujeito passivo, Fl. 35827DF CARF MF Processo nº 12466.722510/201457 Acórdão n.º 3301005.117 S3C3T1 Fl. 20 19 do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, prevista no art. 23, V, do DL nº 1.455/76, apenada com perdimento da mercadoria (Acórdão nº 3301 003.086 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária) Cumpre, por fim, citar decisão, cujos entendimentos foram adotados nesta decisão, com a mesma Recorrente, já decidido por este CARF, de relatoria do Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède (Acordão Acórdão nº 3302005.468 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária): ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 06/07/2011 a 24/10/2012 Ementa: INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. MULTA EQUIVALENTE AO VALOR ADUANEIRO. A falta de comprovação da origem lícita, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação de importação configura interposição fraudulenta presumida na importação consistindo em dano ao erário, sancionada com multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, se impossibilitada a aplicação da pena de perdimento da mercadoria. Recurso de Ofício Não Conhecido. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. Por todo o exposto, voto no sentido de manter integralmente a decisão recorrida e negar provimento ao Recurso Voluntário Importa registrar que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 35828DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11020.003343/2009-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Nov 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006
NÃO CUMULATIVIDADE DE PIS E COFINS. ESSENCIALIDADE NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
Devem ser revertidas as glosas de créditos das contribuições uma vez comprovadas a essencialidade dos gastos ao processo produtivo da pessoa jurídica.
DESPESAS COM MANUTENÇÃO PERIÓDICAS DE MÁQUINAS UTILIZADAS NO PROCESSO PRODUTIVO. POSSIBILIDADE. Possibilidade de crédito de COFINS para as despesas de partes e peças utilizadas na manutenção periódica dos equipamentos utilizados no setor produtivo, desde que esta manutenção não necessite ser ativada.
ALUGUEL. Possibilidade de crédito das despesa de aluguel e custos com armazém geral relacionados com receitas de exportação.
SERVIÇOS TOMADOS. CRÉDITO. Há possibilidade de créditos de COFINS sobre os serviços prestados por pessoas jurídicas uma vez demonstrada a essencialidade de tais serviços para seu processo produtivo, sem os quais, nem poderiam ser iniciados.
FRETE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO MESMO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. Cabe a constituição de crédito de PIS/Pasep sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, considerando sua essencialidade à atividade do sujeito passivo. Apesar de não ser um frete incorrido na venda do produto acabado, mas sim na operação de venda em si, pois restou comprovada a necessidade de remessa dos produtos já vendidos para suas filiais antes da remessa para os adquirentes localizados no exterior.
RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. PRODUTO ACABADO. REMESSA PARA FILIAL EXPORTADORA COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO.
Configura receitas de exportação da remetente a remessa de produtos acabados para comercial exportadora com o fim específico de exportação. Comprovada a efetiva exportação, não há como exigir as contribuições de PIS e COFINS nos termos do art. 6º, III da Lei nº 10.833/2003, por não representarem receitas no mercado interno.
Numero da decisão: 3301-005.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente.
(assinado digitalmente)
SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator.
(assinado digitalmente)
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
Nome do relator: SALVADOR CANDIDO BRANDAO JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2005 a 31/12/2006 NÃO CUMULATIVIDADE DE PIS E COFINS. ESSENCIALIDADE NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Devem ser revertidas as glosas de créditos das contribuições uma vez comprovadas a essencialidade dos gastos ao processo produtivo da pessoa jurídica. DESPESAS COM MANUTENÇÃO PERIÓDICAS DE MÁQUINAS UTILIZADAS NO PROCESSO PRODUTIVO. POSSIBILIDADE. Possibilidade de crédito de COFINS para as despesas de partes e peças utilizadas na manutenção periódica dos equipamentos utilizados no setor produtivo, desde que esta manutenção não necessite ser ativada. ALUGUEL. Possibilidade de crédito das despesa de aluguel e custos com armazém geral relacionados com receitas de exportação. SERVIÇOS TOMADOS. CRÉDITO. Há possibilidade de créditos de COFINS sobre os serviços prestados por pessoas jurídicas uma vez demonstrada a essencialidade de tais serviços para seu processo produtivo, sem os quais, nem poderiam ser iniciados. FRETE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO MESMO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. Cabe a constituição de crédito de PIS/Pasep sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, considerando sua essencialidade à atividade do sujeito passivo. Apesar de não ser um frete incorrido na venda do produto acabado, mas sim na operação de venda em si, pois restou comprovada a necessidade de remessa dos produtos já vendidos para suas filiais antes da remessa para os adquirentes localizados no exterior. RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. PRODUTO ACABADO. REMESSA PARA FILIAL EXPORTADORA COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Configura receitas de exportação da remetente a remessa de produtos acabados para comercial exportadora com o fim específico de exportação. Comprovada a efetiva exportação, não há como exigir as contribuições de PIS e COFINS nos termos do art. 6º, III da Lei nº 10.833/2003, por não representarem receitas no mercado interno.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA - Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR - Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior
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ESSENCIALIDADE NO PROCESSO PRODUTIVO OU NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Devem ser revertidas as glosas de créditos das contribuições uma vez comprovadas a essencialidade dos gastos ao processo produtivo da pessoa jurídica. DESPESAS COM MANUTENÇÃO PERIÓDICAS DE MÁQUINAS UTILIZADAS NO PROCESSO PRODUTIVO. POSSIBILIDADE. Possibilidade de crédito de COFINS para as despesas de partes e peças utilizadas na manutenção periódica dos equipamentos utilizados no setor produtivo, desde que esta manutenção não necessite ser ativada. ALUGUEL. Possibilidade de crédito das despesa de aluguel e custos com armazém geral relacionados com receitas de exportação. SERVIÇOS TOMADOS. CRÉDITO. Há possibilidade de créditos de COFINS sobre os serviços prestados por pessoas jurídicas uma vez demonstrada a essencialidade de tais serviços para seu processo produtivo, sem os quais, nem poderiam ser iniciados. FRETE DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DO MESMO CONTRIBUINTE. POSSIBILIDADE. Cabe a constituição de crédito de PIS/Pasep sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, considerando sua essencialidade à atividade do sujeito passivo. Apesar de não ser um frete incorrido na venda do produto acabado, mas sim na operação de venda em si, pois restou comprovada a necessidade de remessa dos produtos já vendidos para suas filiais antes da remessa para os adquirentes localizados no exterior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 00 33 43 /2 00 9- 51 Fl. 8033DF CARF MF 2 RECEITAS DE EXPORTAÇÃO. PRODUTO ACABADO. REMESSA PARA FILIAL EXPORTADORA COM FIM ESPECÍFICO DE EXPORTAÇÃO. Configura receitas de exportação da remetente a remessa de produtos acabados para comercial exportadora com o fim específico de exportação. Comprovada a efetiva exportação, não há como exigir as contribuições de PIS e COFINS nos termos do art. 6º, III da Lei nº 10.833/2003, por não representarem receitas no mercado interno. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. WINDERLEY MORAIS PEREIRA Presidente. (assinado digitalmente) SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator. (assinado digitalmente) Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (presidente da turma), Valcir Gassen (vicepresidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Semíramis de Oliveira Duro, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini, Salvador Cândido Brandão Junior Relatório O presente processo decorre de Auto de Infração (fls. 0121) para constituição do crédito tributário de PIS e COFINS não cumulativos sobre receitas no mercado interno (declaradas pela contribuinte como de exportação) e glosas de crédito que culminou na redução de saldo credor das contribuições. A contribuinte apresentou PER/DCOMPS com pedidos de ressarcimento de COFINS em razão de um acúmulo de créditos decorrentes de exportações (processos nºs 11020.002075/200879, 11020.002073/200880, 11020.002070/200846 e 11020.002074/200824), com fundamento no artigo 5º da Lei nº 10.637/2002 e artigo 6º da Lei nº 10.833/2003 que permitem o pedido de ressarcimento do saldo de crédito das contribuições ao fim do trimestre neste caso. Conforme se destaca do Relatório de Verificação Fiscal (fls. 2237), o período fiscalizado compreende os meses de janeiro/2005 até 12/2006. A fiscalização entendeu que as receitas no período de apuração não podem ser consideradas como de exportação, pois foram remetidas para empresas comerciais exportadoras e, ainda, a contribuinte incluiu como receitas de exportações os produtos adquiridos de terceiros com o fim específico de exportação. Assim, o auto de infração concentrase em dois aspectos: I) Glosas de créditos de PIS e COFINS não cumulativos sobre: Fl. 8034DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.034 3 a) combustíveis e lubrificantes, tanto para veículos, como para limpeza e lubrificação dos equipamentos ligados ao setor produtivo; b) partes e peças e despesas diversas, como material de construção, EPI, material de escritório e de consumo (postit, papel higiênico), além de aluguel e custos com serviço de armazém de comercial exportadora; c) serviços não utilizados no processo produtivo (serviços de roça, limpeza de floresta, extração de toras, carpintaria, manutenção de benfeitorias etc.). Há serviços que devem ser ativados, como os de construção civil para manutenção de casas e há serviços em que a nota fiscal foi emitida com irregularidade, sem indicação do CNPJ do emissor (Manoel Antônio Pereira & CIA LTDA); d) fretes de produtos acabados entre estabelecimentos e frete de bens do imobilizado (fornalhas, estufa e máquinas em março, maio e junho de 2006); e) aquisição de insumos sujeitos à alíquota zero (formicidas e defensivos agrícolas nos termos do art. 1º da Lei nº 10.925/2004). II) Receitas que não foram consideradas receitas de exportação a) vendas de produtos à comercial exportadora com fim específico de exportação, dando o tratamento de venda no mercado interno diante da insuficiência de provas de uma efetiva exportação e porque as mercadorias, em muitos casos, foram enviadas para armazéns privados e não para recintos alfandegados; b) inclusão de receitas de exportação de mercadorias recebidas com o fim específico de exportação nos cálculos do rateio proporcional. Com a autuação a fiscalização juntou diversos documentos elaborados por ela (demonstrativos) ou pela própria contribuinte em respostas às diversas intimações realizadas durante o procedimento de fiscalização, tais como contratos, memórias de cálculo, notas fiscais e demonstrativos contábeis (fls. 383.674). Cabe ressaltar que em período anterior, a autuada tinha a denominação social de J.N. Timber, o que justifica a existência de muitos contratos e notas fiscais de compras tendo esta denominação como parte. Notificada do auto de infração em 10/11/2009, a contribuinte apresentou tempestivamente uma impugnação para a COFINS (fls. 3.7653.789) e outra para o PIS (fls. 3.8683892), juntando os mesmos documentos. Informou que notificou extrajudicialmente as comerciais exportadoras para enviarem os comprovantes de exportação das mercadorias para elas remetidas com este fim específico. Posteriormente, juntou a petição de fls. 3.9753.977 com os comprovantes de exportação, tais como, memorando de exportação, registro de exportação no SISCOMEX e frete marítimo (Bill of Lading), conforme fls. 3.9797.697. Quanto aos bens adquiridos de terceiros com fim específico de exportação, afirma que não existiu operações desta natureza. Sobre os créditos, em breve síntese, defende um conceito mais alargado de insumos, devendose considerar despesa passível de crédito todos os gastos necessários para a obtenção da receita, sendo ilegal a instrução normativa SRF 404/2004: Fl. 8035DF CARF MF 4 a) combustível e lubrificante: afirmou que os combustíveis e lubrificantes são utilizados no processo produtivo. Embora admita a aquisição de combustível para uso em atividade alheia à produção, afirma que o volume para este fim alheio é ínfimo. Grande parte do consumo do combustível e lubrificante está relacionado com o processo produtivo. Todas as máquinas cortantes, tais como serrasfitas, motoserras, destopadeiras e plaina, requer a utilização de combustível e lubrificantes tanto para o funcionamento, quanto para limpeza e lubrificação. b) partes e peças: todos os itens relacionados pela fiscalização são onerados ao longo da cadeia produtiva pela COFINS, do que se conclui a possibilidade de crédito. As partes e peças são rolamentos, retentores, arroelas, parafusos, correntes, porcas, correias, arame farpado, pregos, e são itens obrigatórios e essenciais para o desenvolvimento de sua atividade produtiva. c) quanto aos serviços, argumenta que são atividades preparatórias para a produção e que, sem estes serviços, há inviabilidade de início do processo produtivo. Argumenta que as notas fiscais já juntadas com a autuação e juntadas novamente com a impugnação demonstram que os serviços são roçadas de campo, roçada para o plantio de pinus elliots, extração de toras, abertura de mata e roçadas para abrir caminho na floresta, arrasto e empilhamento de toras. Estes serviços são etapas de seu processo produtivo, merecendo ser admitido o crédito, pois insumos de sua produção. Quanto aos documentos que não constam CNPJ do prestador, ou mesmo número de autorização do fisco para confecção do bloco de notas, afirma que esse formalismo não pode prejudicar o adquirente de boafé, ora Recorrente, pois foi apresentado o contrato que subsidia a operação, bem como os pagamentos e lançamentos contábeis respectivos. A Recorrente é parte estranha na confecção e emissão da nota fiscal, faltandolhe poder de polícia para verificar a regularidade de tais documento. d) fretes de produtos acabados entre estabelecimentos e fretes de bens do imobilizado: estes fretes ocorrem como etapa precedente à exportação. É necessário enviar os produtos acabados para suas filiais localizadas nas proximidades dos portos de Itajaí, Paranaguá, Rio Grande e São Francisco. Assim, os fretes de transferência ocorriam unicamente por questão de logística, etapa essencial à atividade da impugnante. Defende que estes créditos são possíveis porque são insumos de sua atividade industrial. Transcreve algumas soluções de consulta da RFB autorizando o crédito. e) insumos adquiridos e sujeitos à alíquota zero: mesmo sujeitos à alíquota zero são insumos de sua produção. A não cumulatividade da COFINS é mais ampla e calculada sobre a base e não sobre o tributo que incidiu na etapa anterior. Em 20/09/2011, a 2ª Turma da DRJ/CGE proferiu o acórdão número 04 26.0023 (fls. 7.6997.714), julgando improcedente a impugnação para manter a totalidade do auto de infração. Em síntese, afirma que as exportações não foram suficientemente comprovadas, pois, os documentos trazidos pela contribuinte na impugnação não estabelecem um vínculo seguro entre as exportações consignadas nestes documentos e as mercadorias remetidas pela impugnante. Sobre este ponto, sublinhou: Ocorre que as operações foram realizadas com empresas que não revestiam a condição de comercial exportadora. Além disso, as mercadorias adquiridas por Prime Timber Indústria e Comércio de Madeiras S/A e Prime Lumber Indústria e Comércio de Madeiras Ltda. não foram remetidas a recinto alfandegado, mas a armazéns gerais, que são locais destinados à Fl. 8036DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.035 5 recepção, movimentação e guarda de mercadorias de terceiros, sobre os quais não há, em princípio, nenhum controle alfandegário. No que concerne às vendas para Lprado Indústria de Madeiras Ltda. e Lprado Comércio Exterior Ltda., observouse que nas respectivas notas fiscais foram consignados códigos de operação que não se refletiam remessas para exportação. A nota característica tanto da primeira, quanto da segunda situação são a obscuridade e a incerteza das circunstâncias que envolvem as operações. Quanto às aquisições de produtos de terceiros para fim específico de exportação, o v. acórdão consignou que a própria contribuinte admitiu a existência destas operações em demonstrativo de fls. 217219 apresentados como resposta às intimação realizada durante a fiscalização, segregando as receitas próprias das receitas de vendas de produtos adquiridos de terceiro. Quanto às glosas de crédito, o entendimento da r. decisão restou assim consignado, em síntese: a) Combustíveis e lubrificantes: falta de demonstração da quantidade efetivamente empregada no processo produtivo e de quanto foi utilizado em outras atividades de natureza administrativa, como veículo da diretoria e ônibus para transporte de empregados. A Recorrente foi intimada para fazer esta comprovação e separação, mas não apresentou resposta esclarecedora, afirmando que não possuía estes controles. b) Partes e peças: não se enquadram no conceito de insumos, devendo ser contabilizadas como ativo imobilizado. Afirma que o art. 3º, II, da Lei nº 10.833/2003 permite descontar créditos calculados sobre os bens e serviços utilizados como insumos na produção ou prestação de serviços. O conceito de insumos para fins tributários é aquele dado pela Instrução Normativa SRF nº 404/2004, isto é, devem ser consumidos no processo produtivo, sofrendo desgaste, alterações, dano ou perda de propriedades físicas ou químicas em função da ação diretamente exercida sobre o produto em fabricação. Com este raciocínio, estas partes e peças, por serem utilizadas na manutenção do ativo utilizados na produção, se incorporam ao bem e aumentam sua vida útil. Não sendo consumidos no processo produtivo, não podem ser classificados como insumos, mas sim como ativo imobilizado, sujeitandose à depreciação ao longo do seu período de vida útil. c) serviços não utilizados no processo produtivo: só pode ser calculado crédito sobre os serviços aplicados no processo produtivo. Nota fiscal que descreve de modo vago os serviços prestados não permite verificar se o serviço integra ou não o processo produtivo do tomador. Ainda, para gerar crédito, os serviços devem ser sujeitos à incidência das contribuições. Os documentos fiscais que representam as prestações de serviços são irregulares (sem número de autorização para impressão ou sem CNPJ do prestador) ou prestados por pessoas físicas, apenas formalmente constituídas como pessoa jurídica. Citando o doutrina de direito civil, afirma que toda atividade empresarial requer coordenação de fatores de produção, entre os quais a mãodeobra. Assim, se alguém dizendo ser empresário individual presta serviço com pessoalidade, sem emprego de trabalho alheio, esse serviço é de pessoa física e não de empresa. Diante desta ausência de um dos fatores de produção que Fl. 8037DF CARF MF 6 necessariamente integram a organização empresarial impede que se reconheça ali a existência de empresa. d) frete de produtos entre estabelecimentos do mesmo titular: impossibilidade de creditamento sobre as despesas de frete entre estabelecimentos do mesmo titular, tendo em vista que o art. 3º, IX da Lei nº 10.833/2003 apenas permite o crédito nos fretes contratados em operações de venda. as transferências de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo titular, não produzindo a mudança de titularidade dos bens, não permite o crédito. e) insumos sujeitos à alíquota zero: impossibilidade do crédito em aquisições de produtos sujeitos à alíquota zero nos termos do art. 3º, § 2º, II da Lei nº 10.833/2003. Inconformada da decisão, a contribuinte apresentou, no prazo, seu Recurso Voluntário (fls. 7.7217.747) repisando seus argumentos da impugnação, acrescentando alguns julgados do E. CARF que aplicou o conceito de despesa necessária do art. 299 do RIR para aplicação do conceito de insumos de PIS e COFINS e, ainda, acrescentou o que segue: sobre os combustíveis, apresenta demonstrativo e razão contábil (fls. 7.748 7.754) para fins de evidenciar que o combustível utilizado em veículos registrados no imobilizado para deslocamento dos diretores ou funcionários em serviço, no desempenho de tarefas administrativas, já estava separado das demais despesas de combustíveis e lubrificantes utilizados em equipamentos e veículos (tratores) ligados à produção. Afirma que o livro razão é forte para evidenciar que estes valores não foram utilizados como crédito pela Recorrente, e que a segregação já fora feita na contabilidade. sobre as prestações de serviço utilizadas na produção, contrapõe os argumentos da r. decisão recorrida sobre as prestadoras de serviço serem pessoas jurídicas apenas no aspecto formal, já que não possuem empregados. Afirma que a própria legislação prevê a possibilidade e o incentivo à formalização de pequenas empresas prestadoras de serviço, onde os próprios sócios desenvolvem a atividade sobre as receitas de exportação, afirma que há exaustiva prova nos autos aptas a demonstrar a efetividade da exportação, como memorando de exportação, registro de exportação no SISCOMEX e BL do navio, bem como um demonstrativo relacionando as notas fiscais de remessas e os registros de exportação. Afirma que caso o órgão julgador não entendesse suficientes esta prova, que realizasse perícia, mas a autoridade julgadora não se pronunciou sobre isso. Diante do grande volume do acervo probatório e diante das dúvidas sobre a essencialidade das despesas para o processo produtivo, o que poderia caracterizar insumos, em 24 de abril de 2013, a 1ª Turma Ordinária da 1ª Câmara da 3ª Seção deste E. CARF, proferiu Resolução nº 3101000.278 para converter o feito em diligência, requerendo a análise pela autoridade de origem dos seguintes aspectos: a) relacione as aquisições que entende não aparadas por documento válido, indicando: fornecedor, descrição do serviço ou bem, data do recibo/nota; valor e página do documento no processo, indicando se foram contabilizadas como ativo permanente ou custo de produção; b) relacione as aquisições registradas na contabilidade como ativo permanente e as contabilizadas no custo de produção, com as informações de: fornecedor, descrição do serviço ou bem, data do recibo/nota; valor e página do documento no processo, excluindo as indicado na alínea “a” acima; Fl. 8038DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.036 7 c) concluídas as planilhas previstas nos itens “a” e “b” acima, proceda a repartição de origem a elaboração de laudo técnico de descrição e avaliação do processo produtivo da empresa, subscrito por profissional habilitado e com anotação de responsabilidade técnica no CREA, no qual deverá descrever o processo produtivo e indicar em que fase da produção os insumos adquiridos são utilizados, a função de cada produto ou serviços dentro do processo. d) Especifique, em cada remessa para exportação em que tenham sido juntados pelo contribuinte os documentos mencionados (BL e Registro de Exportação), se as saídas se deram com suspensão dos tributos e com anotação de remessa para exportação; Para início da diligência fiscal, a autoridade administrativa intimou a Recorrente para cumprir o item "c" acima (fls. 7.8577.858), porém, não foi atendida. Ainda, em fls. 7.8627.863 intimou a Recorrente para apresentar algumas notas fiscais faltantes para comprovar a venda para fins específicos de exportação, atendida pela Recorrente em fls. 7.868 7.901. Em 06 de fevereiro de 2016 (três anos depois), a autoridade de origem apresentou seu relatório de diligência fiscal com as planilhas contendo as informações solicitadas pelo r. despacho de diligência nas alíneas "a", "b" e "d" acima (fls. 7.9027.944), explicando as informações que buscou evidenciar em cada coluna da planilha. A Recorrente apresentou sua resposta à diligência, informando que não apresentou o laudo elaborado por engenheiro conforme alínea "c" porque a empresa não se encontra mais em funcionamento há aproximadamente 05 anos. Quanto à planilha de exportações (alínea "d") afirmou que a autoridade não atendeu à diligência neste item pois ocultou a informação de que todas as notas fiscais ali discriminadas foram emitidas com o CFOP 5501 ou 6501 (remessa de produção do estabelecimento com o fim específico de exportação). Com isso, requer o complemento desta informação para atendimento da diligência. A autoridade fiscal apresentou o complemento da diligência fiscal em fls. 7.9668.024, repetindo todas as informações apresentadas, apenas adicionando na planilha referente à alínea "d" (receitas de exportação) as colunas com as informações dos CFOPs 5501 ou 6501 conforme argumentado pela Recorrente. É o relatório, passase ao mérito. Voto Conselheiro SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Inicialmente, o presente recurso voluntário merece ser conhecido, pois interposto no prazo legal e preenche os demais requisitos de admissibilidade. Destacase, por oportuno, que a autuação fiscal foi concluída com a notificação da Recorrente em 10/nov/2009, compreendendo os períodos de apuração de janeiro/2005 até dezembro/2006. Portanto, também não há período atingido pela decadência. Fl. 8039DF CARF MF 8 Outrossim, é importante destacar que o presente processo decorre de 04 PER/DCOMPs para ressarcimento de um suposto crédito acumulado em razão de receitas de exportação (processos nºs 11020.002075/200879, 11020.002073/200880, 11020.002070/200846 e 11020.002074/200824). Foi lavrado um auto de infração para constituir crédito tributário de PIS e COFINS sobre receitas escrituradas e declaradas ao Fisco como receitas de exportação, mas entendidas pela fiscalização como receitas de vendas no mercado interno. Referido auto de infração, ainda, glosou os créditos de COFINS não cumulativo pleiteados nos ressarcimentos pela Recorrente. A fiscalização partiu dos créditos informados nas DACONs e escrituração contábil da Recorrente, realizando diversas intimações para esclarecimentos e apresentação de documentos e, não concordando com a natureza ou com a comprovação dos créditos, efetuou as glosas. Assim, por tudo derivar de pedidos de ressarcimento, era dever da Recorrente apresentar em sua defesa o cotejo e explicação acerca da pertinência das notas fiscais de despesas carreadas aos autos com seu processo produtivo, relacionando e explicitando a essencialidade da despesa com cada etapa de seu processo produtivo. Não basta um acervo probatório, é preciso explicitálo para desvendar sua relação com o processo produtivo. PROVA. APRECIAÇÃO INICIAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. LIMITES. PRECLUSÃO. A apreciação de documentos não submetidos à autoridade julgadora de primeira instância é possível nas hipóteses previstas no art. 16, § 4º do Decreto nº 70.235/1972 e, excepcionalmente, quando visem à complementar instrução probatória já iniciada quando da interposição da manifestação de inconformidade. COMPENSAÇÃO. ÔNUS PROBATÓRIO DO CONTRIBUINTE. Pertence ao contribuinte o ônus de comprovar a certeza e a liquidez do crédito para o qual pleiteia compensação. (Número do Processo 10880.674831/200954. Relatora LARISSA NUNES GIRARD. Data da Sessão 13/06/2018. Nº Acórdão 3002000.234) (grifos não constam do original) Em alguns aspectos da defesa, o argumento pela pertinência do crédito foi genérico, sem demonstrar como utilizada uma dada despesa e sua pertinência ao processo produtivo, em outros momentos a defesa foi específica, mas também não conseguiu separar despesas essenciais para o processo produtivo das não essenciais e, por fim, em outros momentos, a defesa foi de direito, invocando uma concepção mais ampla do termo "insumos". Fixadas estas premissas, passase a analisar o mérito da demanda e evidenciar estes pontos, separadamente, por item de acusação fiscal conforme relatório adrede. I) Glosas de créditos de PIS e COFINS não cumulativos sobre: a) combustíveis e lubrificantes Em sua impugnação, a Recorrente afirmou que os combustíveis e lubrificantes eram utilizados para lubrificação e limpeza de máquinas cortantes utilizadas em seu processo produtivo, como serrasfitas, motoserra, destopadeira (para corte de galhos e da madeira), plaina (necessita de óleo diesel para manter a lubrificação e evitar o emperramento Fl. 8040DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.037 9 na passagem da madeira). Estes equipamentos, ademais, utilizam óleo diesel ou gasolina não só para limpeza e lubrificação, mas também para seu próprio funcionamento. A Recorrente afirmou também que utiliza combustível para utilização de tratores caterpilar (para abrir estradas e facilitar a extração de madeiras), tratores agrícolas utilizados na colheita e empilhadeira utilizada para empilhar toras de madeira. Ainda, a Recorrente afirma que utiliza óleo diesel na caminhonete Chevrolet, que serve para transportar ferramentas e comprar insumos. Tais utilizações de combustíveis e lubrificantes devem ser considerados insumos, pois, são essenciais para a limpeza, lubrificação e/ou funcionamento dos equipamentos utilizados em seu processo produtivo, além de essenciais para a atividade de abrir floresta e extrair a madeira. Porém, a Recorrente, no mesmo período, adquiriu óleo diesel para funcionamento de um ônibus utilizado no transporte de empregados, bem como gasolina nos demais veículos utilizados no deslocamento dos diretores ou empregados em serviço. A utilização do combustível para este fim não pode ser considerado insumo, pois não integra o seu processo produtivo, nos termos do art. 3º, II da Lei nº 10.833/2003. A Recorrente admite que estas despesas em veículos para transporte da diretoria e empregados não representa insumo, mas argumenta que este montante é ínfimo, pois a maior parte destas despesas se prestam à utilização em máquinas e equipamentos relacionados com a produção. Intimada para apresentar a separação destas despesas, a Recorrente afirmou em fls. 142143 inexistir a possibilidade de relacionar a quantidade de uso de combustíveis de cada máquina, ferramenta ou veículo porque não possui um centro de custos. Esta segregação nem mesmo a diligência fiscal pôde resolver, pois esta informação é do contribuinte, não podendo ser elaborada com base nas DACONs e notas fiscais apresentadas. Intimada para apresentar um laudo durante a diligência, a Recorrente não apresentou e afirmou que a empresa está inativa. Em sede de Recurso Voluntário, a Recorrente apresentou uma planilha com a segregação da utilização do combustível e lubrificante no setor produtivo e no setor administrativo (fls. 7.7487.749), juntando também o livro razão na parte em que escriturada estas despesas (fls. 7.7507.754) para argumentar que esta separação havia sido feita desde o início e não lançou créditos de PIS e COFINS sobre estas despesas para o setor administrativo. Em síntese, já havia feito a segregação desse valor antes mesmo de calcular o crédito. No entanto, analisando tais documentos, não é possível constatar esta afirmação. Primeiro porque o demonstrativo apresentado contendo a segregação dos valores por nota fiscal é uma planilha elaborada pela Recorrente e não foi apresentada para a autoridade durante a fiscalização, ao contrário, na época, a Recorrente informou que isso não poderia ser feito. Analisando o livro razão, foi contabilizado o valor integral da nota fiscal. Também não é possível saber se o total da nota fiscal fez parte do cálculo do montante de crédito levado à DACON. À título de exemplo, na planilha de fls. 7.748, a Recorrente busca segregar a nota fiscal nº 855 emitida pela "Revendedora de Combustíveis Serrano" em 16/11/2004 no valor total de R$ 8.658,11, sendo que R$ 8.518,38 foi destinado ao setor produtivo e R$ 139, Fl. 8041DF CARF MF 10 73 foi destinado ao setor administrativo. Como outro exemplo, a nota fiscal nº 45 emitida em 09/11/2004 pelo "Auto Posto Cristo Redentor" onde consta o valor total de R$ 1.978,75, sendo R$ 253,90 ao setor administrativo e R$ 1.725,05 ao setor produtivo. No entanto, analisando o livro razão, especificamente na fl. 7.750, verificase que foi realizado o registro integral desta nota fiscal na contabilidade, não havendo nenhum outro registro demonstrando esta segregação. Os documentos trazidos, portanto, nada resolvem para esclarecer a liquidez do crédito pleiteado. Como dito, por se tratar de pedido de ressarcimento, o ônus da prova é da Recorrente. O que poderia trazer um pouco de clareza neste caso seria a demonstração do montante de combustível gasto no período, destacando o valor destinado ao setor produtivo e demonstrando, por memórias de cálculo e no DACON, que o valor do combustível utilizado no setor administrativo não foi computado na base de cálculo dos créditos. Ademais, a Recorrente afirmou em seu recurso voluntário que o óleo diesel utilizado no ônibus para transporte de empregados fez parte da base de cálculo dos créditos, o que revela, por si só, a inaptidão do demonstrativo colacionado para comprovar a destinação de tais despesas ao setor produtivo. Por falta de demonstração, não da despesa em si, mas de sua utilização no processo produtivo, devese negar os créditos decorrentes das despesas com combustíveis e lubrificantes, mantendose a glosa. b) partes e peças com manutenção de equipamentos e despesas diversas A fiscalização glosou os créditos decorrentes de aquisição de material de construção, EPI, material de escritório e de consumo (postit, papelaria, papel higiênico), além de despesas com partes e peças para manutenção de máquinas utilizadas no processo produtivo e despesas com aluguel e custos com armazém geral para exportação. Quanto aos materiais de construção, a fiscalização afirmou que tais despesas devem ser ativadas, havendo o crédito de acordo com as despesas de depreciação. A Recorrente não apresentou defesa específica para este ponto, trazendo argumentos genéricos sobre a não cumulatividade e conceito de insumos. Devese, com isso, manter a glosa de créditos decorrentes das despesas com material de construção. Quanto ao aluguel e custos de armazém para exportação, a glosa foi levada a efeito porque a matriz escriturou os créditos destas despesas, mas foram contabilizadas como incorridas por sua filial em Itajaí. Segundo Relatório de Verificação Fiscal, o crédito foi negado porque a filial de Itajaí é uma comercial exportadora e, conforme art. 6º, § 4º da Lei 10.833/2003, não é permitido o crédito a empresa comercial exportadora que tenha adquirido mercadorias com o fim específico de exportação, ficando vedada, a apuração de créditos vinculados à receita de exportação. No entanto, esta redação da legislação tem uma razão de ser, evitandose crédito para comercial exportadora que adquire bens de terceiro com fim específico de exportação, porque a receita de exportação não é da comercial exportadora, mas sim da remetente. Não é o caso dos autos: matriz e filial são estabelecimentos da mesma pessoa jurídica e a apuração da COFINS não se faz por estabelecimento. Ademais, é de se ressaltar que, conforme inclusive o demonstrativo elaborado pela diligência fiscal, estas remessas para filial em Itajaí foram realizadas com CFOP 5501 ou 6501, com fim específico de exportação. Assim, a receita de exportação não é da filial, mas sim da matrizRecorrente, tanto que foi remetida com suspensão do IPI nos termos do art. 42, V do RIPI de 2002, merecendo a reversão da glosa e a manutenção do crédito nas despesas com aluguel e despesas com Fl. 8042DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.038 11 armazém nas operações de exportação, pois são despesas da operação de exportação praticada pela Recorrente. Quanto aos materiais de escritório, como canetas, lápis, postit e etc., tais despesas não podem ser consideradas insumos, pois, prima facie, não são bens utilizados no processo produtivo e a Recorrente não se desincumbiu de demonstrar o contrário. O argumento genérico de um conceito mais amplo de insumos de COFINS, dissociado do IPI, não se mostra adequado neste ponto. Assim, as notas fiscais elencadas pela diligência fiscal contendo estas despesas em sua descrição, não dão direito ao crédito de COFINS, mantendose as glosas (exemplo: Nota Fiscal 012322, fl. 273, fitas, bobinas fax, caneta bic, pincel p/ quadro, pincel branco, apagador, lápis de escrever, apontador, borracha branca, atilio, fitas durex, lápis de cor) Quanto às despesas com partes e peças de equipamentos, uma observação adicional merece ser realizada. Neste ponto, a Recorrente trouxe argumentos genéricos sobre a possibilidade de creditamento, discutindo o conceito de insumos adotado pela fiscalização e contestando a impossibilidade de utilizar o conceito restritivo de insumos apresentado pela IN SRF nº 404/2004 ao equiparar ao conceito de crédito físico do IPI. No relatório de verificação fiscal, a autoridade administrativa foi expressa em considerar neste tópico de partes e peças para manutenção as despesas com rolamentos, retentores, arroelas, parafusos, porcas, correntes e correias. A utilização na manutenção destes equipamentos foi atestada pela própria fiscalização, mas o fundamento da glosa reside na consideração de que tais dispêndios só podem ser considerados nos cálculos dos créditos quando tais partes e peças sofrem desgaste por ação direta no produto produzido, nos termos da IN SRF nº 247/2002 e 404/2004. No entanto, a Recorrente argumentou em sua defesa que estas despesas são incorridas rotineiramente para manter os equipamentos diretamente ligados à produção em perfeitas condições de funcionamento. Pelas notas fiscais carreadas aos autos, estas despesas são mensais. Assim, as notas fiscais relacionadas no relatório de diligência que contenham a descrição de rolamentos, retentores, arroelas, parafusos, porcas, correntes e correias, devem fazer parte da base de cálculo de créditos da COFINS, por representar despesas essenciais para a produção. A fiscalização ainda argumenta que, uma vez superada a questão de estas despesas de partes e peças serem insumos, há algumas despesas de partes e peças que não podem ser consideradas insumos, pois prolongam a vida útil do ativo em mais de 01 ano, tais como as despesas com reformas de motores, caixas de câmbio, motor de partida e pneus. Ainda, observo que tais despesas superam o valor mínimo previsto para contabilização como despesa nos termos do art. 301 do RIR/1999. Com isso, tais despesas devem ser ativadas, apurandose crédito sobre os encargos da depreciação. Neste ponto, para estas despesas, e que também estão relacionadas no relatório da diligência fiscal, assiste razão a autoridade fiscal, por isso, as glosas devem ser mantidas. Quanto aos equipamentos de proteção EPI, a Recorrente não se defendeu deste ponto, não trazendo à colação a segregação de quais despesas poderiam ser incluídas nesta rubrica. Assim, por não haver demonstração de quais eram despesas com EPI e sua utilização no processo produtivo, não há como conceder crédito para tanto. Mantémse a glosa, ainda, sobre todas as demais despesas relacionadas pela diligência fiscal como despesas gerais e de consumo, como por exemplo despesas com Fl. 8043DF CARF MF 12 fusíveis, luva, lixa, cola e etc., pois não defendidas especificamente pela Recorrente, não havendo demonstração de sua essencialidade no processo produtivo. c) serviços não utilizados no processo produtivo A fiscalização glosou, também, serviços tomados pela Recorrente e que foram considerados como não utilizados no processo produtivo (serviços de roça, limpeza de floresta, extração de toras, carpintaria, manutenção de benfeitorias etc.). Neste ponto, merece reforma a glosa efetuada em alguns pontos. Ao analisar a escrita contábil e fiscal, bem como contratos de prestação de serviços e notas fiscais, a fiscalização entendeu que os serviços de carpintaria, roçadas, limpeza e abertura de picadas na floresta para o trânsito máquinas, caminhões e a própria madeira extraída, bem como o serviço de extração, arrasto e empilhamento das toras, não geram créditos pois tais serviços não foram suficientemente comprovados, seja por conter uma informação genérica na nota fiscal, com notas fiscais sem descrição do serviço ou com descrição vaga, o que permitiu a glosa de todos os serviços, seja porque o contrato de serviço não foi registrado no cartório de registro de títulos, seja porque há documentos fiscais inábeis, com ausência de CNPJ do prestador. Neste ponto, a Recorrente esclareceu que tais serviços são essenciais para seu processo produtivo, pois são atividades preparatórias para a produção e que, sem estes serviços, resta inviável o início do processo produtivo. Salientese que o registro do contrato de prestação de serviço em cartório de registro de títulos não é requisito para o crédito de COFINS. Nos autos constam diversas notas fiscais relacionadas com estes serviços, sequencialmente agrupadas por mês de apuração (fls. 1.0131.192). Por exemplo, constam diversas notas fiscais de serviços de extração de tora prestados por Florestal Caraúno (fls. 1.0131.015), serviços de roçado de campo prestados por Empreiteira G.F. Velho (fls.1.0171.020), serviços de roçado para o plantio de pinus prestados por Agropecuária São Sebastião (fls. 1.023). A Recorrente também juntou notas fiscais em fls. 3.8133.846. A Recorrente, conforme cláusula 3ª de seu contrato social, desenvolve a atividade de reflorestamento, manejo de florestas, beneficiamento de madeiras, indústria e comercio de madeiras e móveis em geral, importação e exportação destes produtos, agropecuária e logística. Percebese que para o beneficiamento e industrialização da madeira, há de se concordar com a Recorrente quando alega que diversos serviços são necessários para que tais atividades sejam desenvolvidas, como serviços de roçadas de campo, extração de pinus elliots, extração de toras, abertura de mata e roçadas para abrir caminho na floresta, arrasto e empilhamento de toras e serviços de carpintaria. Estes serviços são etapas de seu processo produtivo, merecendo ser admitido o crédito. Nestes termos, e em análise das notas fiscais de fls. 1.0131.192, revertese a glosa realizada para a apuração de créditos de COFINS sobre os serviços de extração de toras de pinus, roçadas de campo, serviços de roçada para o plantio, prestados pelas empresas: Empreiteira Florestal Caraúno Ltda (CNPJ 02.524.096/000112), Irmãos Goes Ltda. (CNPJ 05.342.945/000195), Empreiteira J. R. da Silva (CNPJ 04.750.069/000193), Agropecuária São Sebastião (CNPJ 03.234.890/000194), Empreiteira G.F. Velho (CNPJ 05.478.260/0001 90), Ivonir Castanho da Silva (CNPJ 05.117.248/000150), Antônio Gari A Sales (CNPJ 00.474.601/000120). A fiscalização fundamentou sua glosa em razão da existência de algumas notas fiscais com descrição vaga do serviço prestado, estendendo a glosa para toda a gama de Fl. 8044DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.039 13 serviços tomados. Tratase dos serviços de carpintaria prestados por José Clair Padilha de Souza (CNPJ 03.149.092/000164), que também devem compor a base de cálculo dos créditos, no entanto, apenas para as notas fiscais nºs 58, 59, 62, 63 e 64, de fls. 1.125, 1.134, 1.162, 1.170 e 1.177. Para os demais documentos emitidos por esta pessoa jurídica, realmente, a descrição do serviço é confusa, constando, por exemplo, "serviço 20 dias", sendo impossível assegurar que se trata de serviço de carpintaria necessário para o processo produtivo da Recorrente. Nestes documentos onde contam informações vagas sobre o serviço prestado, assiste razão à fiscalização pela glosa do crédito. Assim, para este prestador, os serviços prestados que podem ser incluídos na base de cálculo dos créditos são aqueles evidenciados nas notas fiscais discriminadas neste parágrafo. Quantos aos serviços prestados por Manoel Antônio Pereira & CIA LTDA, apenas se admite o crédito em relação aos serviços prestados a partir de maio/2005 (fls. 1.101 e seguintes até 1.192). Isso porque os documentos emitidos para subsidiar estas prestações entre outubro/2004 até abril/2005 não contém a correta identificação do prestador do serviço, faltando, inclusive, o número do CNPJ (fls. 1.015, 1.016, 1.025, 1.026, 1.037, 1.038, 1.049, 1.050, 1.058, 1.059, 1.066, 1.067, 1.077, 1.078 e 1.079). Assim, para os documentos emitidos por este prestador entre outubro/2004 até abril/2005, assiste razão à fiscalização na glosa do crédito, mas para os documentos emitidos a partir de maio/2005, a glosa deve ser revertida. Não se trata de uma preocupação meramente formal, mas sim parte do requisito para a apuração do crédito da contribuição. Isso porque um documento onde consta o emitente "Manoel Antônio Pereira", sem a indicação do CNPJ, pode representar um mero recibo, indicando que o serviço foi prestado por pessoa física, o que não se admite como base de cálculo para o crédito das contribuições conforme art. 3º, § 2º, I da Lei 10.833/2003. Em relação aos serviços de construção civil prestados pela pessoa jurídica "Adão Carlos Monteiro Paim", tais serviços não merecem compor a base de cálculo dos créditos de COFINS, pois se tratam de serviços de construção civil para manutenção de casas na propriedade. Estas despesas devem ser ativadas, já que seu valor supera o mínimo previsto para contabilização como despesa nos termos do art. 301 do RIR/1999, não podendo compor a base de cálculo de insumos. Ainda, a fiscalização traz a informação em fl. 3.641 para demonstrar que esta pessoa jurídica foi declarada inapta desde julho/2004, não estando autorizada a emitir documentos fiscais. A glosa deve ser mantida para este serviço. Um ponto adicional merece reflexão. Embora não seja fundamento da autuação fiscal, a r. decisão recorrida utilizou como fundamento para sua decisão o argumento de que, grosso modo, estes prestadores de serviço são pessoas jurídicas de fachada, apenas existindo no aspecto formal. Dada a gravidade desta fundamentação da decisão recorrida, é necessária alguma consideração. Consta como fundamento da r. decisão que os documentos fiscais que subsidiam as prestações de serviços aqui discutidos foram emitidos por empresários individuais, por isso, na verdade, prestados por pessoas físicas, apenas formalmente constituídas como pessoas jurídicas. Esse entendimento pode ser destacado do seguinte trecho (fls. 7.7087.709): O entendimento predominante, no âmbito do Direito Empresarial, é no sentido de que empresa é atividade organizada para a produção e circulação de bens e serviços, Fl. 8045DF CARF MF 14 com fins econômicos, entre os quais se encontra a mãodeobra. (...) Dessa forma, se alguém, dizendose empresário individual, presta serviço pessoalmente, sem emprego de trabalho alheio, esse serviço é de pessoa física e não de empresa. (...) Ora, a ausência de um dos fatores de produção que necessariamente integram a organização empresarial impede que se reconheça ali a existência de empresa. Portanto, a despeito de ter sido formalizada a empresa individual, esta não existia e, assim, para fins tributários o serviço há de ser considerado como de pessoa física, insuscetível, pois, de gerar crédito de PIS e COFINS. (grifos não constam do original) Citando uma doutrina de direito civil comentando o conceito de atividade empresária e o conceito de empresário do art. 966 do Código Civil, afirma que toda atividade empresarial requer coordenação de fatores de produção, entre os quais a mãodeobra. Como no caso em análise estas pessoas jurídicas desenvolveram os serviços pessoalmente pelo titular da sociedade, estas pessoas jurídicas não desenvolvem atividade empresarial. Em outras palavras, se alguém dizendo ser empresário individual presta serviço com pessoalidade, sem emprego de trabalho alheio, esse serviço é de pessoa física e não de empresa, sendo pessoas jurídicas apenas sob o aspecto formal. Estes foram os fundamentos da r. decisão recorrida. Entretanto, além da afirmação de fraude, esta fundamentação confunde um aspecto fundamental do direito privado, qual seja, empresário individual é uma pessoa física exercendo empresa, portanto, empresário. Ademais, pessoa jurídica não se confunde com atividade empresarial. Para ser pessoa jurídica não é necessário ser uma sociedade empresária (aí sim organizada para produzir ou circular bens ou prestar serviços). Ao lado das sociedades empresárias e do empresário individual de responsabilidade limitada, também são pessoas jurídicas e dotadas de personalidade jurídica própria, outras entidades que não desenvolvem nenhuma atividade empresarial, tais como fundações, autarquias, Municípios, Estados, União, associações civis (ongs), partidos políticos, entidades religiosas e sociedades simples, dentre as quais estão as sociedades que desenvolvem profissão intelectual, atividade literária, científica ou artística, que expressamente são tratadas pelo código civil como entidades não empresariais e são também dotadas de personalidade jurídica própria. Não bastasse isso, destarte, a legislação tributária, a partir do conteúdo e alcance destes institutos do direito privado, pode atribuir efeitos diferentes e específicos para fins tributários, conforme art. 109 do CTN. Exemplo típico é o da pessoa jurídica: a legislação tributária federal atribui tratamento de pessoa jurídica, para fins fiscais, para o empresário individual. Esta equiparação não terá nenhum efeito civil, assim, não se está atribuindo personalidade jurídica para esta atividade empresária. O efeito é puramente tributário, conferindo tratamento tributário de pessoa jurídica para o empresário individual. Note, neste sentido, o art. 41 da Lei nº 4.506/1964: Art. 41. Constituirá lucro operacional o resultado das atividades normais da emprêsa com personalidade jurídica de direito privado, seja qual fôr a sua forma ou objeto, e das emprêsas individuais. § 1º São emprêsas individuais, para os efeitos desta lei: (...) b) as pessoas naturais que exploram em nome individual qualquer atividade econômica, mediante venda a terceiros de bens ou serviços, inclusive: Fl. 8046DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.040 15 Não foi trazido aos autos, pelo Fisco, nenhuma informação de que se tratam de empresários individuais equiparados à pessoa jurídica apenas para fins fiscais, consta, ao contrário, expressamente que são sociedades formalmente constituídas. Se formalmente constituídas nos termos do direito privado, são, pois, dotadas de personalidade jurídica própria e independente da personalidade jurídica da pessoa física. Se o próprio v. acórdão afirma que são pessoas jurídicas "apenas formalmente", não cabe ao julgador administrativo realizar a desconsideração da personalidade jurídica, tarefa reservada ao Poder Judiciário, sem provas do abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial. Ainda, conforme comprovante de recolhimento de contribuição previdenciária sobre cessão de mão de obra de fls. 3.8133.846 e conforme descrição nas notas fiscais de fls. 1.0131.192, percebese que foi realizada a retenção na fonte, 11%, pela cessão de mão de obra, nos termos do art. 31 da Lei 8.212/1991. Note, por oportuno, que a IN SRP nº 03/2005, vigente na época, previa em seu art. 148, II, a dispensa desta retenção na fonte caso o serviço fosse prestado pessoalmente pelo titular ou sócio da pessoa jurídica. Assim, só por esta razão, não se pode afirmar, categoricamente, como fez a r. decisão de piso, que o serviço foi prestado pessoalmente pelo sócio. Frisese, não há impedimento legal para que uma pessoa jurídica desenvolva suas atividades sem a contratação de empregados ou mãodeobra, como insinua a decisão. Tal fundamento não poderia fazer parte das razões de decidir, pois não faz parte da acusação fiscal. d) fretes de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo contribuinte Sobre este ponto, a questão não é fática, mas apenas de direito. É a própria fiscalização, no seu relatório de verificação fiscal, que afirma a impossibilidade de créditos sobre estas despesas sobre estas despesas. Não há controvérsia sobre a despesa em si, tanto que é a própria fiscalização quem discrimina todos estes valores de frete, bem como colaciona as notas fiscais correspondentes. A controvérsia reside no ponto sobre a natureza da despesa. Afirma a fiscalização que estas despesas não são insumos e que a legislação só autoriza o crédito do frete quando suportado pelo vendedor nas operações de venda, nos termos do art. 3º, IX da Lei 10.833/2003. A memória de cálculo consta de fls. 2830. Tal entendimento foi adotado pela autoridade administrativa, pois, na época da autuação vigorava o conceito de insumo mais próximo da concepção de crédito físico aplicada à não cumulatividade do IPI, nos termos das IN SRF nº 247/2002 e 404/2004. Em seu recurso a Recorrente afirmou que estas despesas com fretes de produtos acabados entre estabelecimentos ocorrem após a venda, mas como etapa precedente à exportação. É necessário enviar os produtos acabados para suas filiais localizadas nas proximidades dos portos de Itajaí, Paranaguá, Rio Grande e São Francisco, representando, assim, insumos de sua atividade industrial. Para esta matéria, a Câmara Superior de Recursos Fiscais deste Conselho, em recente julgado, entendeu por considerar como possíveis de gerar créditos as despesas de frente de insumos e de produtos acabados entre estabelecimentos da empresas. A decisão da CSRF no Acórdão 9303005.15 foi assim ementada: Fl. 8047DF CARF MF 16 CRÉDITO. FRETES NA TRANSFERÊNCIA DE PRODUTOS ACABADOS ENTRE ESTABELECIMENTOS DA MESMA EMPRESA. Cabe a constituição de crédito de PIS/Pasep sobre os valores relativos a fretes de produtos acabados realizados entre estabelecimentos da mesma empresa, considerando sua essencialidade à atividade do sujeito passivo. Não obstante à observância do critério da essencialidade, é de se considerar ainda tal possibilidade, invocando o art. 3º, inciso IX, da Lei 10.833/03 e art. 3º, inciso IX, da Lei 10.637/02 eis que a inteligência desses dispositivos considera para a r. constituição de crédito os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda quais sejam, os fretes na “operação” de venda. O que, por conseguinte, cabe refletir que tal entendimento se harmoniza com a intenção do legislador ao trazer o termo “frete na operação de venda”, e não “frete de venda” quando impôs dispositivo tratando da constituição de crédito das r. contribuições. Atualmente, percebese, a jurisprudência deste E. CARF adota uma concepção mais ampla para "operações de venda". Considerando a atividade do sujeito passivo, devese considerar os fretes como essenciais para a venda do produto acabado. Por não ser controverso de que se tratam de despesas com frete de produtos acabados entre estabelecimentos da Recorrente, devese reconhecer a legitimidade de tais créditos. Estas despesas de frete integram a base de cálculo dos créditos, merecendo provimento o recurso voluntário neste ponto, na medida em que a realização da venda envolve vários eventos e, por essa razão, o art. 3º, IX da Lei nº 10.833/2003 traz o termo “operação” de venda, e não frete de venda. Inclui, portanto, nesse dispositivo os serviços intermediários necessários para a efetivação da venda, dentre as quais o frete ora em discussão. Quanto ao frete de bens do imobilizado entre estabelecimentos do mesmo contribuinte (fornalhas, estufa e máquinas em março, maio e junho de 2006), o que também poderia fazer parte de seu processo produtivo, considerandose insumo para produção, agora no inciso II, a Recorrente não devolveu esta matéria em seu recurso voluntário, mantendose a decisão de piso neste ponto. e) aquisição de insumos sujeitos à alíquota zero Neste ponto, as despesas se referem à compra de defensivos agrícolas, inseticidas e etc. sujeitos à alíquota zero conforme art. 1º da Lei 10.925/2004. Assim, assiste razão à fiscalização, sendo de rigor a manutenção da glosa e da decisão recorrida. Não é possível o crédito de COFINS sobre as aquisições de produtos sujeitos à alíquota zero, nos termos do art. 3º, § 2º, II da Lei 10.833/2003. II) Receitas que não foram consideradas receitas de exportação Quanto às receitas de exportação, o relatório de diligência fiscal de fls. 7966 8024 relaciona em seu anexo III (fls. 79918.008) todas as notas fiscais com remessa de mercadorias com fim específico de exportação em que foram comprovadas a efetiva exportação pela Recorrente, conforme documentação de registro de exportação juntada aos autos. Percebese desta planilha que foi relacionada todas as notas fiscais com CFOP 6501 ou 5501 (remessa de produção do estabelecimento, com fim específico de Fl. 8048DF CARF MF Processo nº 11020.003343/200951 Acórdão n.º 3301005.168 S3C3T1 Fl. 8.041 17 exportação). Conforme solicitado pelo despacho de diligência, há também as descrições das informações complementares contidas nas notas fiscais, ora informando "IPI Imune art. 18 inciso II, Decreto 4544/02" ora "IPI Suspenso Art. 42 Inc. V, Dec. 4544/02", cuja redação era a que segue: Art. 42. Poderão sair com suspensão do imposto: (...) V os produtos, destinados à exportação, que saiam do estabelecimento industrial para (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39): a) empresas comerciais exportadoras, com o fim específico de exportação nos termos do parágrafo único deste artigo (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, inciso I); b) recintos alfandegados (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, inciso II); ou c) outros locais onde se processe o despacho aduaneiro de exportação (Lei nº 9.532, de 1997, art. 39, inciso II); Portanto, as remessas de produtos acabados para filial exportadora com fim específico de exportação representa receita de exportação da remetente, ora Recorrente. Entendese como suficientemente provadas que estas notas fiscais relacionadas no anexo III (fls. 79918.008) do relatório de diligência se referem à receitas de exportação, afastandose a exigência fiscal de PIS e COFINS para estas notas fiscais, pois representam receitas de exportação, imunes de tributação de contribuição nos termos do art. 149 da Constituição. Conclusão Isto posto, conheço do recurso voluntário para dar parcial provimento nos seguintes termos: reconhecimento das receitas relacionadas no anexo III do relatório de diligência fiscal (fls. 79918.008) como receitas de exportação, afastando a exigência de PIS e COFINS neste ponto; possibilidade de crédito de COFINS para as despesas de partes e peças utilizadas na manutenção periódica dos equipamentos utilizados no setor produtivo apenas para as notas fiscais que contenham a descrição de compras de rolamentos, retentores, arroelas, parafusos, porcas, correntes e correias, conforme relação da diligência fiscal de fls. 7.972 7990; possibilidade de crédito das despesa de aluguel e custos com armazém geral relacionados com receitas de exportação; possibilidade de créditos de COFINS sobre os serviços de extração de toras de pinus, roçadas de campo, serviços de roçada para o plantio, prestados pelas empresas: Empreiteira Florestal Caraúno Ltda (CNPJ 02.524.096/000112), Irmãos Goes Ltda. (CNPJ 05.342.945/000195), Empreiteira J. R. da Silva (CNPJ 04.750.069/000193), Agropecuária São Sebastião (CNPJ 03.234.890/000194), Empreiteira G.F. Velho (CNPJ 05.478.260/0001 90), Ivonir Castanho da Silva (CNPJ 05.117.248/000150), Antônio Gari A Sales (CNPJ 00.474.601/000120); Fl. 8049DF CARF MF 18 possibilidade de crédito sobre os serviços de carpintaria prestados por José Clair Padilha de Souza (CNPJ 03.149.092/000164) apenas para as notas fiscais nºs 58, 59, 62, 63 e 64, de fls. 1.125, 1.134, 1.162, 1.170 e 1.177; possibilidade de crédito sobre os serviços prestados por Manoel Antônio Pereira & CIA LTDA, apenas a partir de maio/2005 até 12/2006 (fls. 1.101 e seguintes até 1.192); possibilidade de crédito como despesas de venda de produto acabado sobre despesas com fretes de produtos acabados entre estabelecimentos do mesmo contribuinte. SALVADOR CÂNDIDO BRANDÃO JUNIOR Relator Fl. 8050DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.662598/2012-62
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jan 08 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 30/06/2009
COMPENSAÇÃO. REQUISITOS.
Somente são compensáveis os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública cujas liquidez e certeza sejam pelo interessado comprovadas.
Numero da decisão: 1003-000.315
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Abelson - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: SERGIO ABELSON
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
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REQUISITOS. Somente são compensáveis os créditos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública cujas liquidez e certeza sejam pelo interessado comprovadas. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 66 25 98 /2 01 2- 62 Fl. 77DF CARF MF Processo nº 10880.662598/201262 Acórdão n.º 1003000.315 S1C0T3 Fl. 78 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão de primeira instância (folhas 40/43) que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada contra o despacho decisório à folha 07, que não homologou a compensação constante da DCOMP 33122.16012.181110.1.3.040735 (folhas 02/06), de crédito correspondente a pagamento indevido ou a maior, por ausência de crédito disponível no DARF informado. A recorrente, às folhas 45/51, faz menção ao acórdão recorrido e repete, ipsis litteris, os argumentos de sua impugnação, razão pela qual transcrevese aqui a síntese constante do relatório do acórdão a quo: O manifestante fez uma síntese dos fatos, tendo salientado que vinha acumulando créditos decorrentes da retenção dos 11% a título de “antecipação”, instituída pela Lei nº 9.711, de 1998, cuja constitucionalidade foi proclamada pela Corte Suprema. Assevera que, com a mudança da legislação, foi possível ao sujeito passivo compensar, indiretamente, o seu crédito referente aos tributos da União com o seu débito referente à contribuição previdenciária, cujo titular é o INSS, e créditos desta com tributos administrados pela Receita Federal. Como se sabe, voluntariamente, não seria possível ao sujeito passivo compensar a contribuição previdenciária retida na fonte, nem obter seu parcelamento. Porém, aqui se trata de compensação por iniciativa oficial. Faz menção à legislação pertinente ao assunto em pauta, além de citar entendimentos doutrinários e jurisprudência. Conclui o manifestante destacando a perfeita condição fática e jurídica que permite a compensação de contribuições previdenciárias com os demais débitos tributários administrados pela Receita Federal. Ao final, requer seja "recebida o presente Recurso Voluntário, julgandoo procedente e homologando a compensação, procedendo a devida manutenção dos créditos requeridos nos processos de ressarcimento com o débitos já informados". É o relatório. Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10880.662598/201262 Acórdão n.º 1003000.315 S1C0T3 Fl. 79 3 Voto Conselheiro Sérgio Abelson, Relator Na ausência de qualquer informação no processo acerca da data de ciência do acórdão a quo e da apresentação do Recurso Voluntário (envelope de postagem à folha 74 sequer faz menção ao processo), considero, em benefício da contribuinte, ser este tempestivo, portanto dele conheço. Tendo a contribuinte repetido seus argumentos da impugnação, sem apresentar qualquer comprovação de suas alegações, resta, ao concordar com as razões de decidir do acórdão de piso, transcrevêlas no que se considera relevante e adotandoas no presente voto: Segundo o disposto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, o sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. Por outro lado, conforme disposto no art. 36 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, da mesma forma como incumbe ao autor o ônus da prova quanto ao fato constitutivo de seu direito, de acordo com o disposto no inciso I do art. 333 do Código de Processo Civil. Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que, se a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) resistir à pretensão do interessado, indeferindo o pedido ou não homologando a compensação, incumbirá a ele – o contribuinte – , na qualidade de autor, demonstrar seu direito. Levandose em conta que o crédito oferecido à compensação deve ser líquido e certo (art. 170 do CTN), concluise que deve a RFB não homologar a compensação se ficar configurada a falta de certeza e liquidez, notadamente com base em informações prestadas pelo próprio contribuinte em declarações ou demonstrativos por ele entregues. Esse entendimento aplicase também à restituição. Se o Darf indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10880.662598/201262 Acórdão n.º 1003000.315 S1C0T3 Fl. 80 4 RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. Assim, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Se não o fizer, o motivo do indeferimento permanece. No caso, o recorrente não comprova erro que possa alterar o fundamento do despacho decisório. A apuração de IRPJ é consolidada na Declaração de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). O valor apurado na declaração, apresentada antes da ciência do Despacho Decisório, não evidencia a existência de pagamento indevido ou a maior no valor postulado pelo contribuinte. Também a Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF) entregue antes do referido despacho não confirma o valor do crédito pretendido. Nesse ponto, cabe assinalar que a simples menção à existência de supostos créditos “relativos à retenção de 11% do INSS” (sic), não é suficiente para comprovar erro nas informações prestadas na DIPJ e DCTF pertinentes à apuração do IRPJ relativo ao período de apuração de 30/06/2009, de forma a evidenciar a existência de pagamento indevido ou a maior e atestar a certeza e liquidez do crédito. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Abelson Fl. 80DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13971.722241/2013-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Nov 12 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2009
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO APARENTE. CORREÇÃO DE ERRO FORMAL.
Comprovado o erro formal na emissão do acórdão do recurso voluntário acolhem-se os embargos apresentados para correção da falha e informação correta do método de tributação dos lucros realizado no lançamento.
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. SUPRIMENTO.
Constatando-se a omissão no acórdão embargado quanto à não análise do recurso de ofício, acolhem-se os embargos apresentados suprindo a omissão apontada.
Numero da decisão: 1401-002.989
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, dando-lhe provimento para corrigir o erro material constante do acórdão recorrido e suprir a omissão levantada, sem efeitos infringentes.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Abel Nunes de Oliveira Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente),
Nome do relator: ABEL NUNES DE OLIVEIRA NETO
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2009 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRADIÇÃO APARENTE. CORREÇÃO DE ERRO FORMAL. Comprovado o erro formal na emissão do acórdão do recurso voluntário acolhem-se os embargos apresentados para correção da falha e informação correta do método de tributação dos lucros realizado no lançamento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. SUPRIMENTO. Constatando-se a omissão no acórdão embargado quanto à não análise do recurso de ofício, acolhem-se os embargos apresentados suprindo a omissão apontada.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, dando-lhe provimento para corrigir o erro material constante do acórdão recorrido e suprir a omissão levantada, sem efeitos infringentes. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto - Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente),
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CONTRADIÇÃO APARENTE. CORREÇÃO DE ERRO FORMAL. Comprovado o erro formal na emissão do acórdão do recurso voluntário acolhemse os embargos apresentados para correção da falha e informação correta do método de tributação dos lucros realizado no lançamento. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. SUPRIMENTO. Constatandose a omissão no acórdão embargado quanto à não análise do recurso de ofício, acolhemse os embargos apresentados suprindo a omissão apontada. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os embargos, dandolhe provimento para corrigir o erro material constante do acórdão recorrido e suprir a omissão levantada, sem efeitos infringentes. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 72 22 41 /2 01 3- 09 Fl. 2257DF CARF MF Processo nº 13971.722241/201309 Acórdão n.º 1401002.989 S1C4T1 Fl. 2.257 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Abel Nunes de Oliveira Neto, Lívia De Carli Germano, Cláudio de Andrade Camerano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Sergio Abelson (suplente convocado), Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga e Luiz Augusto de Souza e Gonçalves (Presidente), Relatório Foram apresentados embargos por parte da Procuradoria da Fazenda Nacional em relação ao acórdão do recurso voluntário do processo em epígrafe em face de uma omissão e de uma contradição. Em relação à omissão foi alegado a ausência de pronunciamento no decisum relativamente à interposição do recurso de ofício por parte da delegacia de julgamento. Em relação à contradição, esta se referiria ao transcrito na ementa da decisão, conforme abaixo, mencionando a realização de tributação pelo lucro arbitrado quando toda a decisão trata no sentido contrário, qual seja, o de que foi desconsiderado o lucro arbitrado apurado e lançado o tributo pelo lucro real. ATIVIDADE DE SECURITIZAÇÃO, DESQUALIFICAÇÃO PARA ATIVIDADE DE FACTORING. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Comprovado que a securitização de créditos não era o objetivo principal da empresa dada a disparidade entre os valores de debêntures vendidos em mercado e os valores envolvidos nas operações da empresa, caracterizase a simulação com vistas a reduzir a incidência tributária. Correta a requalificação da atividade para a de factoring e o lançamento de autuação sob a forma de lucro arbitrado e seus reflexos. [...]. 2) Preliminar. Nulidade pela incorreta apuração dos valores devidos pelo cálculo na forma do Lucro Real, quando entende que deveria ter sido lançado pelo lucro arbitrado Nesta segunda preliminar, o recorrente entende que, com base na alegação da fiscalização que seria indevida a opção da empresa pelo lucro presumido, deveria ter a fiscalização realizado a apuração do IRPJ e CSLL pela sistemática do Lucro Arbitrado. [...]. [...]. Fl. 2258DF CARF MF Processo nº 13971.722241/201309 Acórdão n.º 1401002.989 S1C4T1 Fl. 2.258 3 Do acima transcrito, entendo não haver necessidade da adição de mais elementos. Existindo escrituração regular e sendo possível a apuração do lucro real, assim deve ser feita a tributação dos resultados. Do exposto, voto por rejeitar também esta preliminar. Os embargos foram acolhidos para o saneamento das duas irregularidades. É o breve relatório. Voto Conselheiro Abel Nunes de Oliveira Neto Relator O recurso é tempestivo e preenche os requisitos legais, assim dele tomo conhecimento. Da Contradição. Em relação à contradição apontada nos embargos, relativa à inclusão incorreta na ementa da informação " Correta a requalificação da atividade para a de factoring e o lançamento de autuação sob a forma de lucro arbitrado e seus reflexos.", entendo por corretos os embargos, merecendo o provimento. Toda a decisão foi centrada na desconsideração da tributação pelo lucro arbitrado escolhida pela empresa, em face de não existirem as condições que obrigassem à esta tributação, não haver permissão legal para a escolha do lucro arbitrado e existir escrituração suficiente para a apuração pelo lucro real. Assim, a decisão proferida ocorreu no sentido de acolher o lançamento realizado ob a sistemática do lucro real. Desta forma entendo necessário dar provimento aos embargos para corrigir a contradição e que a ementa, neste particular, fique assim redigida. ATIVIDADE DE SECURITIZAÇÃO, DESQUALIFICAÇÃO PARA ATIVIDADE DE FACTORING. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Comprovado que a securitização de créditos não era o objetivo principal da empresa dada a disparidade entre os valores de debêntures vendidos em mercado e os valores envolvidos nas operações da empresa, caracterizase a simulação com vistas a reduzir a incidência tributária. Correta a requalificação da atividade para a de factoring e o lançamento de autuação sob a forma de lucro real e seus reflexos. Fl. 2259DF CARF MF Processo nº 13971.722241/201309 Acórdão n.º 1401002.989 S1C4T1 Fl. 2.259 4 Da Omissão Quanto à parte dos embargos acolhidos relativos à omissão da decisão em razão do não pronunciamento acerca do recurso de ofício, é inconteste a omissão e, agora, passaremos a suprila, passando à análise do recurso de ofício manejado pela Delegacia de Julgamento. Vejamos as razões de acolhimento parcial da impugnação apresentadas pela Delegacia de Julgamento: 2.2. Do alegado erro na apuração das bases de cálculo dos tributos Assiste razão em parte, contudo, à impugnante quando assevera que a autoridade fiscal se equivocou na apuração das bases de cálculo das exações, pois, na determinação da sua receita operacional considerou apenas a diferença entre o valor de face do título e o desembolso, sem considerar outras rubricas. Durante a fase de auditoria, a contribuinte, intimada, apresentou planilha impressa, denominada “Negócios Realizados” (fls. 97/122), na qual constam 13 colunas, cujas rubricas mereceram os seguintes esclarecimentos por parte da fiscalizada: .............. A partir desses esclarecimentos e de outros elementos, a autoridade fiscal apurou a receita operacional da Z SECURITY S.A. no ano de 2009, considerando, nesse cálculo, a diferença entre o “Valor de Face” (coluna 4) e o “Desembolso” (coluna 11). Ocorre que a autuada, em sua peça de impugnação, asseverou que (1) parte do valor apontado pela Fiscalização como receita se refere a recompra e/ou subrogação de títulos que não passaria de "desfazimento" de um negócio anterior; (2) o auditor desconsiderou a existência de descontos/abatimentos/bonificações concedidos diretamente pelo cliente da impugnante, ao Sacado, “o que normalmente ocorre antes mesmo do aceite do titulo na operação, mas também pode ocorrer depois de a negociação ser concretizada.”; (3) sempre que um título é encaminhado para cobrança bancária, haverá cobrança de tarifas/taxas, restando ao fim e ao cabo que, essas despesas, embora debitadas nos extratos da impugnante, são efetivamente repassadas ao cliente, as quais são lançadas nos demonstrativos de operação como redução do valor final do desembolso da impugnante para com o seu cliente; (4) os valores retidos dos clientes para fazer frente a gastos de cobrança dos títulos, não são classificáveis como receita, visto que se tratam de reversão de custos/despesas vinculadas e incorridas no mesmo período de apuração; etc Para corroborar o alegado, a impugnante anexou planilhas, demonstrativos e relatórios da contabilidade (fls. 1.929/1.987). Examinandose a documentação anexada aos autos por ocasião da impugnação, bem como os documentos juntados pela fiscalização, concluise Fl. 2260DF CARF MF Processo nº 13971.722241/201309 Acórdão n.º 1401002.989 S1C4T1 Fl. 2.260 5 que, efetivamente, se afiguram verossímeis as alegações da suplicante, à exceção de sua argumentação acerca das recompras. .............. Assim, considerando que o trabalho fiscal teve como ponto de partida a aludida planilha de fls. 97/122, a apuração da receita operacional deve corresponder à soma algébrica dos montantes mensais das seguintes rubricas: (+ Valor de Face) + (Desembolso)+(Abatimentos)+ (Despesas)+ ( Débitos)+ (+ Créditos). Portanto, a Tabela 2 (fl. 1.771) elaborada pelo auditorfiscal passa a ter os seguintes valores de receita operacional mensal, no ano de 2009 (coluna 2): Assim, nossa análise prendese a verificar a correção da decisão de Piso neste ponto. Analisando o teor do decidido não havemos como discordar do posicionamento da parte que foi excluída da autuação por parte da DRJ. Efetivamente se a apuração é realizada pela sistemática do lucro real devem ser consideradas, como deduções da receita da empresa, todos os gastos necessários ao desenvolvimento das atividades e auferimento de receitas. Fl. 2261DF CARF MF Processo nº 13971.722241/201309 Acórdão n.º 1401002.989 S1C4T1 Fl. 2.261 6 Assim, a Delegacia de Julgamento apenas atuou no sentido de que se fossem considerados como dedução os gastos apresentados pela recorrente e que não foram considerados pela fiscalização durante o seu trabalho. À vista do exposto e suprindo a omissão do acórdão do recurso, voto no sentido de acolher os embargos para: 1) Corrigir o erro material do acórdão do recuso voluntário, conforme constante nesta decisão, e 2) Suprir a omissão para analisar e, em conclusão, negar provimento ao recurso de ofício manejado pela Delegacia de Julgamento. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Fl. 2262DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10680.910589/2015-92
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 25/10/2011
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRECLUSÃO.
Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazê-lo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3301-005.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.904943/2015-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 25/10/2011 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRECLUSÃO. Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazê-lo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 10680.904943/2015-40, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
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PRECLUSÃO. Argumento trazido em sede de recurso voluntário não foi colocado ao tempo da manifestação de inconformidade, precluindo o direto fazêlo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso voluntário. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 10680.904943/201540, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Winderley Morais Pereira (Presidente), Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D'Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Cândido Brandão Júnior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 91 05 89 /2 01 5- 92 Fl. 78DF CARF MF Processo nº 10680.910589/201592 Acórdão n.º 3301005.272 S3C3T1 Fl. 3 2 Relatório Trata o presente processo administrativo pedido de restituição formalizado por meio de PER/DCOMP para obter reconhecimento de direito creditório do tributo por suposto pagamento a maior ou indevido. Em análise ao referido documento, a autoridade tributária proferiu Despacho Decisório Eletrônico, formalizado no sentido do indeferimento da restituição pretendida pela interessada, explicando que o pagamento indicado já estava integralmente alocado, não restando, assim, crédito disponível para restituição e eventuais compensações vinculadas à esse crédito. Inconformado, o interessado apresentou manifestação de inconformidade tempestiva esclarecendo que durante procedimento de auditoria interna, realizada nas apurações dos tributos da companhia, foram identificados pagamentos a maior em determinados períodos e a menor em outros. Para regularizar a situação fiscal perante a Receita Federal do Brasil, providenciou a quitação dos débitos pagos a menor e solicitou a restituição dos pagamentos a maior, retificando as DCTF para informar os novos valores. Entende que a Per/Dcomp está em conformidade com o art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 e com a Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 2012, restando demonstrada a insubsistência e improcedência do despacho decisório. A DRJ julgou a manifestação de inconformidade improcedente, nos termos do Acórdão nº 06058.470. Inconformada com decisão de primeira instância, a contribuinte apresentou recurso voluntário, em síntese, trazendo argumento novo, de que o pagamento indevido seria da conta de Sociedades em Conta de Participação da qual é sócia ostensiva. É o relatório. Fl. 79DF CARF MF Processo nº 10680.910589/201592 Acórdão n.º 3301005.272 S3C3T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301005.223, de 27 de setembro de 2018, proferido no julgamento do processo 10680.904943/201540, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301005.223): "O recurso voluntário apresentado é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade1. A acórdão recorrido desce a detalhes do ocorrido: Segundo a versão apresentada pela defesa, o crédito apontado (R$ 275,20) decorreu da revisão da base de cálculo da COFINS de 31/03/2010, conforme informado na DCTF retificadora apresentada em 06/11/2014. Constatouse que o despacho decisório foi emitido levando em conta as informações contidas na DCTF retificadora, transmitida em 06/11/2014, a qual, como se vê, tratase da DCTF retificadora que a contribuinte alega conter as informações corretas correspondente ao débito do período. Nessa DCTF, o débito de COFINS confessado do período de apuração de 31/03/2010 é de R$ 1.134.352,27 – que foi quitado por meio de vários pagamentos (DARF) que totalizam R$ 871.733,98 e compensações no valor de R$ 696,80 – restando, saldo a pagar de R$ 261.921,49 – conforme a tela extraída do sistema de controle de declarações: 1 Ressaltese ser desnecessário responder todos as questões levantadas pelas partes, em já havendo motivo suficiente para decidir (Lei n° 13.105/15, art. 489, § 1o , IV. STJ, 1ª Seção, EDcl no MS 21.315DF, julgado de 8/6/2016, rel. Min. Diva Malerbi). Fl. 80DF CARF MF Processo nº 10680.910589/201592 Acórdão n.º 3301005.272 S3C3T1 Fl. 5 4 Essas mesmas informações constam da DCTF que está ativa no sistema de controle de declarações, transmitida em 08/01/2015. No sistema de controle de arrecadação, verificouse que os pagamentos apontados na DCTF retificadora – no valor total de R$ 871.733,98 – foram validados e vinculados ao débito de Cofins do período (código 2172). No entanto, tendo em vista que os pagamentos validados foram insuficientes para a extinção do débito e verificada a existência de outros pagamentos para o mesmo período de apuração, dentre os quais o pagamento pleiteado no PER em tela, o sistema informatizado alocou esses pagamentos para amortizar parte do saldo devedor confessado na DCTF, como se vislumbra nas telas copiadas a seguir: Fl. 81DF CARF MF Processo nº 10680.910589/201592 Acórdão n.º 3301005.272 S3C3T1 Fl. 6 5 Desse modo, o pagamento por meio do DARF discriminado no PER – de R$ 275,20 – foi integralmente utilizado para quitar o débito de COFINS de 31/03/2010, em face das informações prestadas pela própria contribuinte na DCTF retificadora apresentada à Receita Federal, não restando crédito para a restituição pretendida: [...] Destaca ainda a decisão de piso que "desde a constituição da DCTF pela Instrução Normativa SRF nº 126, de 30/10/1998, e suas alterações posteriores, e de acordo com o disposto no DecretoLei nº 2.124, de 13/06/1984", tal declaração constituise em confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário. A recorrente, alega que o pagamento indevido de R$275,20, seria provenientes e originário "de SCP’s (Sociedades em Conta de Participação), das quais" [...] "é sócia ostensiva". E acrescenta: O débito montante de R$ 1134352,27, declarado em DCTF, alberga valores devidos de Cofins de várias SCP’s que tem a Recorrente como sócia ostensiva e outras empresas como sócias participantes. A título de lembrete sabese que os sócios ostensivos de SCP’s são aquelas pessoas jurídicas que se obrigam perante terceiros, enquanto que os sócios participantes (antigos sócios ocultos), não têm essa obrigação. Em vista dessa situação, a Recorrente é responsável pelas obrigações acessórias tributárias, dentre elas, a apresentação de DCTF com os competentes recolhimentos tributários. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 10680.910589/201592 Acórdão n.º 3301005.272 S3C3T1 Fl. 7 6 No caso em questão, o valor recolhido, R$ 275,2 é proveniente da atividade da SCP, "Laguna Beach" contrato anexo, Doc. 1, que recolheu este valor. Contudo, como já informado, tinha como valor devido a quantia de R$ 0 Ao manter a decisão que indeferiu o crédito pleiteado, a Receita Federal acaba violando a individualidade de outra pessoa jurídica, uma vez que o crédito solicitado diz respeito a uma sociedade em conta de participação específica que tem a Recorrente como sócia ostensiva. O quadro abaixo, demonstra muito bem a composição deste crédito. Tanto que o código do imposto é o 217208, cujo dígito identifica ser o crédito decorrente de sociedade em conta de participação. Portanto, no caso da decisão ser mantida, permanecerseá uma verdadeira invasão no patrimônio da SCP Laguna Beach, visto o desrespeito à sua individualidade e atividade empresarial, pois está sendo punida por conta de débitos tributários que não são dela. “Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Anocalendário: 2008 SOCIEDADES EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO. SUJEIÇÃO TRIBUTÁRIA. Na apuração dos resultados da sociedade em conta de participação serão observadas as normas aplicáveis às demais pessoas jurídicas. Tendo em vista que a sociedade em conta de participação não se confunde com o sócio ostensivo, os resultados daquela não podem ser tributados diretamente neste mas apenas distribuídos na proporção da participação.” (CARF, Recurso Voluntário Recurso de Ofício, PTA 15504.724276/201314, Acórdão 1402 002.208. Relator Dr. Leonardo de Andrade Couto , DJ 27.06.2016) (destacouse) Diante do exposto, não há que se falar na aplicação da IN SRF 126/98, pois o saldo a pagar da Recorrente não pode prejudicar uma SCP em que ela é a sócia ostensiva e que, por isso, é obrigada ao cumprimento das obrigações acessórias, dentre elas, a entrega de DCTF. Ocorre, no entanto, que tal argumento de defesa não foi trazido em sede de manifestação de inconformidade, precluindo o direto de fazêlo em outro momento processual, nos termos do art. 17 do Decreto 70.235/72. Também não localizei a prova da liquidez e certeza do crédito em foco, que não a DCTF retificada e o DARF dado como pago indevidamente. Tal Fl. 83DF CARF MF Processo nº 10680.910589/201592 Acórdão n.º 3301005.272 S3C3T1 Fl. 8 7 comprovação é exigência do art. 170 do Código Tributário Nacional e ônus do peticionário, nos termos do art. 373 do Código do Processo Civil. Assim, por todo o exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário." Importa registrar que nos autos ora em apreço, a situação fática e jurídica encontra correspondência com a verificada no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Fl. 84DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10247.000096/2004-17
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1999
DECISÃO DEFINITIVA
É definitiva a decisão de primeira instância quando esgotado o prazo para o recurso voluntário sem que este tenha sido interposto.
Numero da decisão: 1003-000.293
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1999 DECISÃO DEFINITIVA É definitiva a decisão de primeira instância quando esgotado o prazo para o recurso voluntário sem que este tenha sido interposto.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999 DECISÃO DEFINITIVA É definitiva a decisão de primeira instância quando esgotado o prazo para o recurso voluntário sem que este tenha sido interposto. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório A Recorrente formalizou os Pedidos de Ressarcimento ou Restituição/Declarações de Compensação (Per/DComp), fls. 0125, utilizandose dos pagamentos a maior de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), apurados pelo regime do real anual no anocalendário de 1999, para compensação dos débitos ali confessados, conforme abaixo: AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 24 7. 00 00 96 /2 00 4- 17 Fl. 96DF CARF MF Processo nº 10247.000096/200417 Acórdão n.º 1003000.293 S1C0T3 Fl. 97 2 Per/DComp Crédito Código Data do Recolhimento Valor do Crédito R$ 36591.51843.220404.1.2.049803 CSLL 2372 30.04.1999 794,40 35029.64829.230404.1.2.047010 CSLL 2372 31.05.1999 789,12 06522.12602.230404.1.2.049583 CSLL 2372 30.06.1999 1.328,40 23053.33537.230404.1.2.042831 CSLL 2372 30.07.1999 351,22 04071.19257.300404.1.8.043596 CSLL 2372 29.10.1999 6.152,67 07404.94552.230404.1.2.044066 CSLL 2372 30.11.1999 1.666,67 38638.19272.230404.1.2.047303 CSLL 2372 30.12.1999 590,02 27071.12829.230404.1.2.047906 CSLL 2372 31.01.2000 2.225,79 Em conformidade com o Despacho Decisório DRF/Monte Dourado/PA, fls. 4245, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo indeferimento do pedido: Em consulta ao sistema Sinal 02, da Receita Federal, conforme folhas 26, 28, 30, 32, 34, 36, 38 e 40 dos autos, constatouse que os citados pagamentos foram efetuados pelo contribuinte. Em consulta ao sistema SIEFFISCEL da Receita Federal, constatouse que os pagamentos n° 1, 2, 4, 5, 6, 7 e 8, acima discriminados, foram 100% utilizados para pagamentos de débitos, do próprio contribuinte, indicados, pelo mesmo, em suas Declarações de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) do ano de 1999, conforme tela do sistema SIEF da Receita Federal, às folhas 27, 29, 31, 35, 37, 39 e 41. Já o pagamento n° 3, de CSLL, código de receita 2372, do período de apuração 30/03/1999, vencimento 30/04/1999, valor R$ 1.320,34, foi parcialmente utilizado (R$ 1.061,14) para pagamentos de débito, do próprio contribuinte, indicado em sua Declaração de Contribuições e Tributos Federais (DCTF) do 2º trim/1999, conforme tela do sistema SINCOR CONSPAGTO, da Receita Federal, à folha 33 dos autos, restando pagamento não utilizado pelo contribuinte, no valor de R$ 259,20, recolhido a maior, em 30/04/1999. Ocorre que o protocolo do pedido do contribuinte, na DRF Monte Dourado, é de 07/07/2004 e o crédito indicado para restituição foi pago a maior (R$ 259,20) em 30/04/1999, ou seja, é um crédito com mais de cinco anos de existência (5,3 anos). A este respeito vejamos o que dispõem o inciso I, do art 165, o art 168 e o inciso I, do art156, do Código Tributário Nacional, Lei n° 5.172, de 25 de Outubro de 1966: [...] Ou seja, o direito a restituição extinguese após 5 anos da extinção do crédito tributário, e o crédito em questão extinguise pelo pagamento feito à cerca de 5,3 anos atrás (pagamento feito em 30/04/1999). Observe que no caso em questão ocorreu subsunção do caso fático com a hipótese legal, isto é, o direito à restituição está extinto pelo tempo, na forma do mandamento legal acima. Do que consta nos autos parte dos supostos créditos indicados pelo contribuinte, não estão disponíveis, pois foram utilizados para quitar seus próprios débitos, informados em suas DCTF 1999 e apenas uma parte de um único pagamento informado, conforme acima descrevemos, é que não foi utilizado Fl. 97DF CARF MF Processo nº 10247.000096/200417 Acórdão n.º 1003000.293 S1C0T3 Fl. 98 3 integralmente para quitação de débito do contribuinte (restando valor de R$ 259,20), entretanto este, de acordo com o disposto no inciso I, do art 165, o art 168 e o inciso I, do art156, do Código Tributário Nacional, Lei n° 5.172, de 25 de Outubro de 1966, também não pode ser objeto de restituição, pois o direito à restituição extinguiuse pelo tempo, conforme informado. [...] Do que foi esclarecido e constatado, conforme a documentação apensa aos autos, e da competência prevista na PORTARIA SRF 4.980 de 04.10.1994, art. 1º , I, X, artigo 227, inciso XXI da Portaria MF 259/2001, e conforme a Lei 5.172/66 de 25/10/1966 (CTN), c/c a Lei 9.779/99 de 19/01/1999 e c/c INSRF n° 323/2002, de 24/04/2003, e INSRF n° 432/2004 de 22/07/2004, resolvo indeferir o pleito do contribuinte por inexistência de créditos com direito à restituição, conforme acima informado. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade. Está registrado no excerto do voto condutor do Acórdão da 1ª Turma/DRJ/BEL/PA nº 01 8.317, de 24.05.2007, fls. 6971: 10. De acordo com tudo o que consta nos autos e foi analisado, VOTO por deferir parcialmente a solicitação, reconhecendo o direito creditório a seguir indicado: R$2.381,48 (corrigido a partir de 1º de abril de 1999), R$2.516,24 (corrigido a partir de 1º de julho de 1999) e R$4.689,86 (corrigido a partir de 1º de janeiro de 2000). Notificada em 02.03.2010, fl. 84, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 18.04.2011, fls. 8687, esclarecendo que: POSTO CHICO MACHADO, vem, tempestivamente, por seu procurador infraassinado, ambos já devidamente identificados no processo (matriz) acima citado, apresentar sua Manifestação de Inconformidade quanto a homologação parcial das DCOMPs n° 07166.45416.311008.1.3.042028; 04822.29856.311008.1.3.04.2508 e 03770.36547.311008.1.3.04.9531 conforme parecer EAT/DRF/SAN n° 15/2011; n° 16/2011; n° 17/2011 e respectivos Despachos Decisórios do Sr Delegado da DRFB em SantarémPa, de 23/02/2011, recepcionados em 18/03/2011, pelas razões abaixo elencadas: 1 As DCOMPs em questão, tem como origem Pedidos de Restituição/Compensação de 23/04/2004, relativos a CSLL recolhida a maior no ano de 1999, cujo o crédito utilizado, nas mesmas, f o i concedido conforme Despacho Decisório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belém (PA), Acórdão n° 01.8317 I o Turma, em Sessão de 24/05/2007(doc.anexo). Conforme se observa, a Peticionária somente compensou o crédito após Decisão favorável da DRJ, sem questionar seu valor, muito embora este tenha sido superior ao seu pedido (PR) porquanto a decisão f o i taxativa, isto é, conforme Conclusão do retrocitado Acórdão, não lhe f o i oferecido o direito de qualquer manifestação. 2 Em 04/03/2010, decorrido 33 meses, a Peticionária foi surpreendida com novo Acórdão da DRJ/BLM (n° 0115860), de 17/12/2009, apontando inconsistência no Acórdão DRJ/BLM nr 8317 de 24/05/2007, modificando o valor do crédito concedido pelo Despacho Decisório deste. Ocorre que a Peticionária, desde 31/10/2008, já havia utilizado o crédito que lhe fora concedido pelo I o Despacho Decisório. Novamente a Requerente teve seu direito de defesa cerceado, porquanto no referido Despacho não lhe foi apontado o direito de interpor qualquer manifestação. Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10247.000096/200417 Acórdão n.º 1003000.293 S1C0T3 Fl. 99 4 3 Mais uma vez, surpreendese a Peticionária com os pareceres retrocitados da EAT/DRF/SAN (n° 15/2011, 16/2011 e 17/2011) questionando o valor do crédito concedido pelo Acórdão DRJ/BEL 8.317 e, legalmente, aproveitado por aquela. Os despachos decisórios anexados aos aludidos pareceres, tem como fundamento preceitos contidos no Regimento Interno da SRFB, aprovado pela Portaria MF n° 125, de 04 de março de 2009, como se vê, posterior à data da compensação. Concernente ao pedido expõe que: 4 Pelo exposto, e por medida de direito, a Peticionária REQUER a homologação total das DCOMPs referenciadas. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora Em preliminar tem cabimento o exame da tempestividade do recurso voluntário interposto. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes são asseguradas aos litigantes em processo administrativo. Por esta razão há previsão de que a pessoa jurídica seja intimada para apresentar sua defesa, inclusive, por via postal no domicílio fiscal constante nos registros internos da RFB, procedimento este que deve estar comprovado nos autos. Quando resultar improfícuo este meio, a intimação poderá ser feita por edital publicado na dependência, franqueada ao público, do órgão encarregado da intimação, caso em que se considera efetivada 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. No caso da emissão Notificação de Lançamento, a autoridade administrativa deve cientificar o sujeito passivo para apresentação de impugnação no prazo de 30 (trinta) dias, contado da sua notificação. No mesmo prazo de 30 (trinta) dias, contra a decisão de primeira instância, cabe recurso voluntário para reexame da sucumbência. O recurso, mesmo perempto, será encaminhado ao órgão de segunda instância, que julgará a perempção. Estes prazos legais são contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento e só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Outra característica é que também são peremptórios, já que não podem ser reduzidos ou prorrogados pela vontade das partes. Considerase definitivo o ato decisório de primeira instância, no caso de esgotado o prazo legal sem que a peça de defesa em instância recursal tenha sido interposta1. Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática. 1 Fundamentação legal: inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, art. 5º, art. 15, art. 16, art. 23, art. 33, art. 35 e art. 42 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e art. 2º e art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10247.000096/200417 Acórdão n.º 1003000.293 S1C0T3 Fl. 100 5 Verificase no presente caso que a Recorrente foi notificada em 02.03.2010, fl. 84, e apresentou o recurso voluntário em 18.04.2011, fls. 8687. Logo, restando evidenciada a apresentação intempestiva da petição, a decisão de primeira instância tornouse definitiva, caso em que o procedimento considerase findo na esfera administrativa. Em assim sucedendo, voto em não conhecer do recurso. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 100DF CARF MF
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