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Numero do processo: 11080.934227/2009-71
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jul 22 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 21 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/07/2006 a 30/09/2006
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. DESISTÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO.
Não se conhece o recurso interposto se a recorrente manifesta sua desistência.
Embargos Não Conhecidos.
Numero da decisão: 3801-003.554
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade não conhecer o recurso.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes - Presidente.
(assinado digitalmente)
Paulo Sergio Celani - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira.
Nome do relator: PAULO SERGIO CELANI
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DESISTÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. Não se conhece o recurso interposto se a recorrente manifesta sua desistência. Embargos Não Conhecidos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade não conhecer o recurso. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Sidney Eduardo Stahl, Paulo Sérgio Celani, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Marcos Antônio Borges e Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 93 42 27 /2 00 9- 71 Fl. 509DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.934227/200971 Acórdão n.º 3801003.554 S3TE01 Fl. 3 2 Relatório O contribuinte apresentou Pedido de Reconsideração em face do Acórdão n° 3801001.347, proferido por esta Turma Especial. Posteriormente apresentou petição na qual postula, com fundamento nos princípios da verdade material e da fungibilidade, que seu Pedido de Reconsideração seja conhecido e apreciado como Embargos de Declaração. Com base no princípio da fungibilidade dos recursos e com fulcro no art. 65, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, aprovado pela Portaria MF n.º 256, de 22 de junho de 2009, o Pedido de Reconsideração protocolado em 21/06/2013, foi conhecido como Embargos de Declaração. O contribuinte alega, com base no princípio da verdade material, que, havendo dúvidas quanto à veracidade dos acontecimentos, é facultado à administração proceder à produção de provas de ofício, determinando a realização de diligências. Colaciona doutrina e jurisprudência sobre o princípio da verdade material. Insiste que não há nos autos nada que comprove a negativa de seu direito aos créditos que postula. Por fim, requer: 1) o direto de prova à recorrente; 2) seja recebido o julgamento do CARF como análogo; 3) sejam analisadas as retificações e reprocessamento dos livros. O processo me foi distribuído para relatar, tendo em vista que redigi o voto vencedor do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Sergio Celani, Relator. O processo fora incluído na pauta de 29/5/2014 para julgamento, porém, a pedido da contribuinte, foi retirado de pauta e incluído na sessão de 21/7/2014. Compulsando os autos, verifiquei existir um requerimento, protocolado em 3/7/2014 na Delegacia da Receita Federal do Brasil em Porto Alegre, por meio do qual a representante da contribuinte solicita desistência do recurso interposto no processo, em decorrência de ajuizamento da Ação Anulatória nº 504161497.2014.404.7100/RS, distribuída perante a 14ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Porto Alegre, RS. O art. Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/7/2009, prevê a possibilidade de desistência nos seguintes termos: Fl. 510DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 11080.934227/200971 Acórdão n.º 3801003.554 S3TE01 Fl. 4 3 “Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. §1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. (...)” Com fundamento neste dispositivo regimental, tendo em vista pedido de desistência manifestado em petição assinada por representante da contribuinte, voto por não conhecer o “Pedido de Reconsideração” e a petição para que este pedido fosse recebido como embargos de declaração. (assinado digitalmente) Paulo Sergio Celani Fl. 511DF CARF MF Impresso em 21/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por PAULO SERGIO CELANI, Assinado digitalmente em 20/11/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 10314.007306/2008-72
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 20/06/2008
CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA.
É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial.
JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE.
Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial,.
Numero da decisão: 3803-006.546
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário; em não conhecer do recurso, quanto à alegação de alíquota zero, por inovação dos argumentos de defesa, e em negar provimento, quanto aos juros.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 20/06/2008 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial,.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário; em não conhecer do recurso, quanto à alegação de alíquota zero, por inovação dos argumentos de defesa, e em negar provimento, quanto aos juros. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa - Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes.
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RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. QUESTÕES APRESENTADAS NA IMPUGNAÇÃO. LIMITES OBJETIVOS DA LIDE. SUSCITADAS EM RECURSO VOLUNTÁRIO. ALÍQUOTA ZERO. INOVAÇÃO. PRECLUSÃO. Os motivos de fato e de direito em que se fundamenta a defesa e os pontos de discordância e as razões e provas que possuir devem ser apresentados na impugnação, conformando os limites objetivos da lide, precluindo o direito de fazêlo na fase recursal. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 20/06/2008 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontravase suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 73 06 /2 00 8- 72 Fl. 325DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial,. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário; em não conhecer do recurso, quanto à alegação de alíquota zero, por inovação dos argumentos de defesa, e em negar provimento, quanto aos juros. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes. Relatório O presente processo é constituído de autos de infração, lavrado para exigência de crédito tributário referente a Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, CofinsImportação e PISImportação, incidentes sobre a importação de equipamentos de procedência estrangeira destinados, conforme declarado pela Interessada, à utilização nas atividades essenciais da entidade. Conforme a descrição dos fatos, os desembaraços das Declarações de Importação (DIs), foram efetuados sem o recolhimento dos tributos incidentes na importação, em cumprimento da decisão nos autos do processo judicial 2004.61.00.0289717, aviado na 22ª Vara Federal de São Paulo, em que foi determinado que se procedesse ao desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas por esta pessoa jurídica. O objeto da ação judicial é a declaração da inexistência da relação jurídico tributária que a obrigue a recolher impostos e contribuições sociais federais devidos na importação, tendo como fundamento a imunidade de que goza em relação aos impostos e isenção às contribuições. Houve decisão favorável ao deferimento de tutela antecipada, e, posteriormente, a confirmação por meio de sentença, sem decisão definitiva transitada em julgado até a data das autuações. Ante este provimento, os autos de infração foram lavrados com o fito de prevenir a decadência, sendo informando que a exigibilidade estava suspensa até a decisão final. Em impugnação apresentada, a Autuada arrazoou, em síntese, que: Fl. 326DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.007306/200872 Acórdão n.º 3803006.546 S3TE03 Fl. 326 3 a) o Auto de Infração é meio que se configura inadequado à constituição do crédito tributário, nas circunstâncias do caso. Se não houve prática de infrações por parte do contribuinte, não se trata o caso de aplicação de penalidade, decorrendo disso que o instrumento jurídico correto é a Notificação de Lançamento; b) os juros moratórios devem ser afastados, pois inexistem os pressupostos de fato que autorizariam a sua imposição; c) é uma entidade de assistência social, que atua na área da saúde, tendo sido declarada de utilidade pública federal, fazendo jus, portanto, à imunidade prevista na Constituição Federal; d) o Ato Declaratório n° 9/06 do Procurador Geral da Fazenda Nacional reconhece a imunidade de entidades como a da Impugnante, encerrando qualquer discussão; Em julgamento da lide, a DRJ/Florianópolis assentou, em síntese, que: a) a interessada indicou na declaração de importação não haver valor de crédito tributário a ser recolhido. O benefício que pleiteou não foi reconhecido pela Autoridade Aduaneira; b) a lavratura de Auto de Infração não pode ser considerada inadequada, visto que sob a ótica da Fazenda a interessada deixou de recolher, por ocasião do registro da declaração de importação, os tributos em questão; c) dos dispositivos do art. 9º e 10º do Decreto n° 70.235/72 tanto a exigência do crédito tributário quanto a aplicação de penalidade isolada podem ser formalizados por Auto de Infração ou Notificação de Lançamento; visto que a redação do dispositivo legal não permite estabelecer limites ao alcance de cada espécie de instrumento para formalização; d) a formalização do presente crédito tributário mediante a lavratura de Auto de Infração assegura maior benefício ao exercício do direito de defesa e do contraditório à Interessada, pois este instrumento possui não apenas a Disposição Legal Infringida, mas a Descrição do Fato; Quanto ao mérito: a) da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade não conheceu do recurso, por ter sido a matéria levada à apreciação do Judiciário, o que implica em renúncia às instâncias administrativas. b) da incidência dos juros de mora no lançamento sustentou que mesmo inexigível o crédito tributário, o prazo de pagamento do tributo não é alterado, prevalecendo tal prazo para fins de sua incidência no caso de decisão judicial final desfavorável ao contribuinte. Considerou que, a rigor, os juros de mora não precisam ser indicados na autuação para serem exigidos, porque, como acessório, seguem o principal. O destaque dos juros de mora incidentes até a data da lavratura da autuação é apenas demonstrativo. A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Fl. 327DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 Data do fato gerador: 20/06/2008 AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. LANÇAMENTO DESTINADO A PREVENIR DECADÊNCIA. FORMALIZAÇÃO CABÍVEL. A discussão da matéria tributável na esfera judicial não elide o dever da autoridade administrativa de constituir o crédito tributário. A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto da autuação, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa, porém a matéria divergente terá prosseguimento normal. Cientificada da decisão em 08/10/2013, irresignada, a Interessada apresentou recurso voluntário, em 22/10/2013, em que reitera os termos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, dele conheço. Preliminar de Nulidade Auto de Infração como meio inadequado à constituição do crédito tributário A Recorrente apela para a nulidade da constituição do crédito tributário, em virtude de ter sido formalizada por meio de Auto de Infração e não Notificação de Lançamento, uma vez que o crédito constituído encontrase com a exigibilidade suspensa, não tendo cometido qualquer infração à legislação. Vista unicamente sob o seu ângulo, tem razão a Defendente quando afirma não ter cometido infração, considerando que se encontra amparada pelo provimento judicial provisório antecipatório da tutela, obtido em 29//11/2004. Sob o olhar do Fisco, porém, a subsistência da lide, o mérito da controvérsia em aberto e a possibilidade (não importa em que medida) de resultado favorável à Fazenda, são os eventos que motivaram a constituição do crédito tributário. Neste prisma, o campo Descrição dos Fatos do Auto de Infração consigna o registro tanto do fato jurídico tributário como do fato jurídico da ocorrência da infração consistente na falta de recolhimento, ao desamparo da imunidade invocada. 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE II 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE IPI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS IMPORTAÇÃO DI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS/PASEP IMPORTAÇÃO DI 0 importador submeteu a despacho aduaneiro de importação, pleiteando IMUNIDADE TRIBUTARIA para o Imposto de Fl. 328DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.007306/200872 Acórdão n.º 3803006.546 S3TE03 Fl. 327 5 Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e para as contribuições sociais (PIS e COFINS) incidentes na importação das mercadorias descritas e amparadas pelas declarações de importação no 09/02330394 e 10/12642404 (anexo I). Cumpre observar que a alegada imunidade abrange apenas os impostos sobre patrimônio, renda e serviços das entidades previstas na alínea "c", do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Este entendimento tem como fundamento o disposto na alínea "a" do inciso III do art. 146 da Constituição Federal, que remete a Lei Complementar a definição das diversas espécies de tributos. Esta definição, por sua vez, é tratada pelo Código Tributário Nacional (aprovado pela Lei no 5.172/66 e recepcionado pelo atual texto constitucional) em seu Titulo III. [...] Além de todo o exposto acerca da não extensão da imunidade constitucional, o importador ao pleitear a imunidade dos tributos não apresentou, no curso do despacho, documentação que atestasse o cumprimento dos requisitos necessários para obtenção da renuncia fiscal dos tributos bem como Certificado de Entidade de Assistência Social válido, documento que atesta seu caráter de assistência social, pleiteando a liberação das mercadorias com base na ação judicial preventiva supracitada. Portanto, entende esta fiscalização que o beneficio fiscal da imunidade não pode ser concedido à autuada. [...] A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei no 9.430/96 não foi aplicada em cumprimento ao disposto no § 1º do artigo 63 do mesmo dispositivo Legal (a Decisão Judicial suspendeu a exigibilidade do crédito tributário em 29/11/2004, anterior ao registro das DI's). O registro do fato jurídico tributário implicou no lançamento, que corresponde ao valor dos tributos que deveriam ter sido recolhidos no desembaraço aduaneiro. O registro do fato jurídico da ocorrência da infração, traz na esteira a sustação do seu efeito que corresponderia à imposição da multa de ofício, em face da tutela antecipada obtida na ação judicial aviada sob o nº 2004.61.00.0289717[1]. Assim, não obstante descrita a infração, o Auto de Infração deixa de fixar apenas a relação jurídica quanto à imposição da penalidade. Dado o contorno sob o qual se lavra Auto de Infração para prevenção de decadência quando sua materialidade encontrase em discussão na esfera judicial e presente a infração, ante o não reconhecimento do direito pleiteado, pela Autoridade aduaneira , podese sustentar que este instrumento não é impróprio para a constituição do crédito tributário, pelo fato de seu conteúdo estar adstrito unicamente ao lançamento. Este entendimento encontrase bem ajustado ao que dispõe o art. 9º do Decreto nº 70.235/72, que não distingue os usos do Auto de Infração e da Notificação de Lançamento seja para tributo ou penalidade, verbis: 1 Em cumprimento ao art. 63, § 1º, da Lei nº 9.430/96. Fl. 329DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. (Grifos acrescidos) Entre os requisitos obrigatórios do Auto de Infração está a descrição do fato, ausente das exigências para a Notificação de Lançamento, ao tempo em que o seu inciso III aponta para a necessidade de indicação da disposição legal infringida (ainda que na condição de "se for o caso"), denotando que este instrumento pode veicular também penalidade: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. A doutrina, por sua vez, apenas identifica o uso indistinto de um ou outro instrumento de que as Administrações Tributárias tem se servido para introduzir suas imposições, tanto tributárias como sancionatórias. Assim, esclarece James Marins: "O auto de infração, no âmbito da Receita Federal e a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD), utilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são espécies de documentos fiscais elaborados pela Administração para corporificar atos de imposição. O auto de infração ou a NFLD frequentemente engloba no mesmo suporte físico vários atos impositivos referentes a diversas relações jurídicas, ora não Fl. 330DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.007306/200872 Acórdão n.º 3803006.546 S3TE03 Fl. 328 7 sancionatórias, como o lançamento, ou relações jurídicas sancionatórias, como aplicação de multa por Paulo de Barros Carvalho, na mesma vertente, noticia o uso do auto de infração como peça portadora não só do ato de imposição de penalidade: Em súmula, dois atos administrativos, ambos introdutores de norma individual e concreta no ordenamento positivo: um, de lançamento, produzindo regra cujo antecedente é fato lícito e o consequente uma relação jurídica de tributo; outro, o auto de infração, veiculando u'a norma que tem, no suposto, a descrição de um delito e, no consequente, a instituição de liame jurídico sancionatório, cujo conteúdo da prestação tanto pode ser um valor pecuniário (multa) como uma conduta de fazer ou não fazer. Tudo seria simples, realmente, se o auto de infração apenas conduzisse para o ordenamento a mencionada regra individual e concreta que mencionei. Nem sempre é assim. Que, de vezes, sob a epígrafe "auto de infração", deparamonos com dois atos: um de lançamento, exigindo o tributo devido; outro, de aplicação de penalidade, pela circunstância de o sujeito passivo não ter recolhido, em tempo hábil, a quantia pretendida pela Fazenda. Dáse a conjunção, num único instrumento material, sugerindo até possibilidades híbridas. Mera aparência. Não deixam de ser normas jurídicas distintas postas por expedientes que, por motivos de comodidade administrativa estão reunidas no mesmo suporte físico. Pela frequência com que ocorrem essas conjunções, falam alguns, em "auto de infração" em sentido largo (dois atos no mesmo instante) e "auto de infração"stricto sensu", para denotar a peça portadora de norma individual e concreta de aplicação de penalidade a quem cometeu ilícito tributário. A lição acima destaca a natureza distinta dos atos administrativos do lançamento e da imposição sancionatória e a decorrente autonomia destes. Uma vez autônomos e, via de regra, postos no mesmo instrumento de constituição das exigências, o Auto de Infração, não se deve ver inadequação se vier veicular apenas um desses atos: a formalização da relação jurídica tributária tendente a prevenir decadência, mesmo que inexista a penalidade. Pelo exposto, rejeito a preliminar. Mérito Da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade Travase no processo judicial nº 2004.61.00.0289717 discussão sobre a in/existência de relação jurídica tributária que obrigue a Recorrente ao pagamento de tributos tais como os lançados no presente Auto de Infração , que não estejam classificados no rol dos impostos obre o patrimônio, na acepção restrita que dá a Fazenda a esta classe de tributos. Fl. 331DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 Corroboro o entendimento já assentado na decisão recorrida, segundo o que este debate não pode ser travado no âmbito deste processo administrativo. O provimento que aqui se der ou negar tornarseá sem efeito ante decisão superveniente em rumo diverso no aludido processo. Logo, de raso, devese aplicar a Súmula CARF nº 1, eis que presente a conexão de matérias[2]. Da incidência da alíquota zero sobre os produtos do código 9018.90.99 Como referido esta matéria não foi apresentada à apreciação do órgão de primeira instância. É consabido que a impugnação estabelece os limites objetivos da lide, de sorte que preclui a faculdade de o contribuinte defenderse quanto à matéria sobre as quais não fizer as alegações de fato de direito. Portanto, não há como conhecer deste mérito sem que sobre ele o órgão de primeira instância tenha se manifestado. Da incidência dos juros de mora no lançamento Cabe lembrar que o presente processo é dependente da ação nº 2004.61.00.0289717. O provimento judicial definitivo, a seu tempo, deitará por terra este processo. Alternativamente, o desprovimento referenderá a incidência prevenida, suscitará a mora e ensejará a cobrança dos tributos aqui lançados com a inclusão dos juros de mora, com amparo do art. 61, § 3º, cujo lapso de tempo de sua aplicação estenderseá até o mês do pagamento. Uma vez que é vedada a incidência somente da multa de ofício no lançamento para prevenir decadência, os juros podem ser incluídos no lançamento, sem o caráter de ser valor fixo, como o são o principal e a multa. Demais disso, considero que os juros não estão constituídos na data e na linguagem normativa do lançamento, distintamente do que se dá com o principal. Concebo que ao estarem presentes em todo e qualquer lançamento representam o conteúdo declaratório da mora até o momento em que não haja impugnação, para fins da incidência futura, na conformidade com o art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96, quando se tornar eficaz o lançamento, seja com o trânsito em julgado do desprovimento do pedido em ação judicial ou com a definitividade da decisão em processo administrativo. Os juros não estão a incidir (no que entendo ser o melhor sentido jurídico deste verbo), na composição do crédito tributário pelo lançamento, porquanto seu valor não é definitivo, na hipótese de suspensão de exigibilidade, vindo a sêlo somente quando, em tempo futuro, a então Contribuinte vier a ser chamada a efetuar a quitação do crédito lançado. Nesse diapasão, os juros no lançamento são mero indicativo de sua aderência ao principal e do dies a quo do intervalo de tempo até o mês do pagamento, na ocasião da cobrança. Se se pudesse dizer que os juros têm sua constituição efetivada no lançamento, como admitir a sua fluência protraindose no tempo até a quitação do crédito tributário? Por fim, mesmo não estando configurada a mora no momento do lançamento, em face da suspensão da exigibilidade, a presença dos juros no lançamento, pela razão supra, não representa prejuízo algum à Recorrente. Pedido de intimação no endereço do advogado 2 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Fl. 332DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.007306/200872 Acórdão n.º 3803006.546 S3TE03 Fl. 329 9 Quanto a este pedido, no rito do Processo Administrativo Fiscal não há respaldo legal para que a Administração Tributária efetue as intimações na pessoa e no domicílio do advogado constituído pelo contribuinte. Este entendimento é assente nos julgamentos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). O princípio do informalismo é próprio do processo administrativo, e nesse pressuposto os administrados detêm a capacidade de postular, sendo facultativa a representação por advogado. Em observância das disposições do art. art. 23 do Decreto nº 70.235/72, as intimações devem ser feitas diretamente ao administrado, em seu domicílio tributário, não implicando em nulidade do acórdão o desatendimento deste pleito da Contribuinte: Art. 23. Farseá a intimação: I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. [...] § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; III se por meio eletrônico: a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. Fl. 333DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. [grifos aqui] Pelo exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração; por não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Judiciário; por não conhecer do recurso, quanto à alegação de alíquota zero, por inovação dos argumentos de defesa, e por negar provimento, quanto à incidência dos juros no lançamento. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 334DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/10/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 24/10/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 30/10/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
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Numero do processo: 10950.904981/2012-22
Turma: Primeira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 16 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Oct 30 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do fato gerador: 30/09/2004
CONTRIBUIÇÃO PIS/COFINS. EXCLUSÃO DOS VALORES DECORRENTES DE VENDAS INADIMPLIDAS. IMPOSSIBILIDADE.
Para as pessoas jurídicas em geral as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas em Lei, assim os valores decorrente de vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo.
CONTRIBUIÇÃO COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL.
Nos termos regimentais, reproduz-se as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. Assim sendo, não se pode equiparar as vendas inadimplidas com as hipótese de cancelamento de vendas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3801-004.527
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
Nome do relator: FLAVIO DE CASTRO PONTES
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 30/09/2004 CONTRIBUIÇÃO PIS/COFINS. EXCLUSÃO DOS VALORES DECORRENTES DE VENDAS INADIMPLIDAS. IMPOSSIBILIDADE. Para as pessoas jurídicas em geral as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas em Lei, assim os valores decorrente de vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo. CONTRIBUIÇÃO COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. Nos termos regimentais, reproduz-se as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. Assim sendo, não se pode equiparar as vendas inadimplidas com as hipótese de cancelamento de vendas. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo.
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EXCLUSÃO DOS VALORES DECORRENTES DE VENDAS INADIMPLIDAS. IMPOSSIBILIDADE. Para as pessoas jurídicas em geral as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas em Lei, assim os valores decorrente de vendas inadimplidas não podem ser excluídas da base de cálculo. CONTRIBUIÇÃO COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. Nos termos regimentais, reproduzse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. Assim sendo, não se pode equiparar as vendas inadimplidas com as hipótese de cancelamento de vendas. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes – Presidente e Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 90 49 81 /2 01 2- 22 Fl. 102DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Flávio de Castro Pontes, Marcos Antônio Borges, Maria Inês Caldeira Pereira da Silva Murgel, Paulo Sérgio Celani, Paulo Antônio Caliendo Velloso da Silveira e Jacques Mauricio Ferreira Veloso de Melo. Fl. 103DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 4 3 Relatório Adotase, em regra, o relatório da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que narra bem os fatos: Tratase de Pedido de Restituição de pagamento que teria sido realizado a maior. A Delegacia da Receita Federal de origem emitiu Despacho Decisório Eletrônico indeferindo o pleito, tendo em vista que o pagamento apontado como origem do direito creditório estaria integralmente utilizado na quitação de débito do contribuinte. Em manifestação de inconformidade a contribuinte afirma que o direito de crédito tem origem no pagamento de contribuição sobre valores de vendas não recebidas que foram incluídos como receita na base de cálculo. Em resumo, argumenta que as cifras relativas às vendas não adimplidas não constituem receitas porque não representam acréscimo patrimonial, cabendo a correspondente exclusão da base de cálculo, nos mesmos moldes do tratamento dispensado às vendas canceladas, já que o inadimplemento do comprador implicaria verdadeiro cancelamento do contrato de venda. Ademais, prossegue, insistir na tributação de valores relativos às vendas não recebidas culmina por ofender o princípio da capacidade contributiva. Dessa forma, conclui, o pagamento da contribuição calculada sobre as vendas não quitadas é indevido e o direito de crédito deve ser restituído. Requer ainda a atualização do direito de crédito de acordo com a variação da taxa Selic. Pretende ainda que sejam examinadas as provas do direito de crédito conforme indica. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeirão Preto (SP) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo transcrita: BASE DE CÁLCULO. VENDAS INADIMPLIDAS. EXCLUSÃO. IMPOSSIBILIDADE. O inadimplemento de clientes não se confunde com cancelamento de vendas, não podendo os valores correspondentes às vendas inadimplidas ser excluídos da base de cálculo do PIS e da COFINS. O pagamento da contribuição calculada sobre os mencionados valores não é indevido sendo correto o indeferimento do correspondente pedido de restituição. Fl. 104DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 5 4 Discordando da decisão de primeira instância, a recorrente interpôs recurso voluntário. Em síntese, apresentou as mesmas alegações suscitadas na manifestação de inconformidade em relação à ilegalidade da cobrança das contribuições PIS e Cofins sem a exclusão dos valores referentes às vendas não recebidas. Por fim, requereu que fosse conhecido e provido seu recurso voluntário. Outrossim, postulou que os créditos a serem por fim restituídos fossem acrescidos de juros remuneratórios a base da taxa selic, desde seu pagamento indevido até a data da restituição/compensação. É o relatório. Fl. 105DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Flávio de Castro Pontes O recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos recursais, portanto, dele tomase conhecimento. Como relatado, o litígio tem como controvérsia a exclusão da base de cálculo da contribuição dos valores relativos a vendas canceladas. Para o período de apuração em discussão, segundo o código de receita do pagamento a maior, 2172, 8109, 5856 ou 6912, aplicavamse os dispositivos das Leis 9.718, de 1998, 10.637, de 2002 e 10.833, de 2003: Lei 9.718/98: Art. 2° As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei Art. 3º "O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. Lei 10.637/02 Art. 1o A contribuição para o PIS/Pasep tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. (grifouse) Lei 10.7637/2002 Lei 10.833/03 Art. 1o A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, com a incidência nãocumulativa, tem como fato gerador o faturamento mensal, assim entendido o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil. § 1o Para efeito do disposto neste artigo, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica.(grifouse) Lei 10.833/2003 (...) Fl. 106DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 7 6 Como visto, as Leis citadas estabelecem a natureza das receitas, em regra, o total das receitas compreende a receita bruta da venda de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica. Por outro lado, as exclusões da base de cálculo estão todas discriminadas nas respectivas leis e os valores decorrentes de vendas inadimplidas não fazem parte desse rol, logo não podem ser excluídas da base de cálculo da contribuição. Insistase que a norma estabelece a incidência da contribuição sobre a totalidade das receitas e não prevê estas exclusões. Tenhase presente que a discriminação das exclusões e deduções da base cálculo da contribuição foi uma opção do legislador no período em referência, não sendo a seara administrativa o fórum adequado para questionálo. Para por fim a discussão, como bem colocado pela decisão de primeira instância, o Pleno do Egrégio Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento do Recurso Extraordinário n.ºs 586.482/RS, publicado no DJE no dia 19/06/2012, Relator Ministro Dias Toffoli, sistemática de repercussão geral, pacificou o entendimento de que não é permitido a exclusão das chamadas vendas inadimplidas da base de cálculo das contribuições PIS e Cofins Os aludido acórdão foi assim ementado: TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. COFINS/PIS. VENDAS INADIMPLIDAS. ASPECTO TEMPORAL DA HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA. REGIME DE COMPETÊNCIA. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. IMPOSSIBILIDADE DE EQUIPARAÇÃO COM AS HIPÓTESES DE CANCELAMENTO DA VENDA. 1. O Sistema Tributário Nacional fixou o regime de competência como regra geral para a apuração dos resultados da empresa, e não o regime de caixa. (art. 177 da Lei nº 6.404/¨76). 2. Quanto ao aspecto temporal da hipótese de incidência da COFINS e da contribuição para o PIS, portanto, temos que o fato gerador da obrigação ocorre com o aperfeiçoamento do contrato de compra e venda (entrega do produto), e não com o recebimento do preço acordado. O resultado da venda, na esteira da jurisprudência da Corte, apurado segundo o regime legal de competência, constitui o faturamento da pessoa jurídica, compondo o aspecto material da hipótese de incidência da contribuição ao PIS e da COFINS, consistindo situação hábil ao nascimento da obrigação tributária. O inadimplemento é evento posterior que não compõe o critério material da hipótese de incidência das referidas contribuições. 3. No âmbito legislativo, não há disposição permitindo a exclusão das chamadas vendas inadimplidas da base de cálculo das contribuições em questão. As situações posteriores ao nascimento da obrigação tributária, que se constituem como excludentes do crédito tributário, contempladas na legislação do PIS e da COFINS, ocorrem apenas quando fato superveniente venha a anular o fato gerador do tributo, nunca quando o fato gerador subsista perfeito e acabado, como ocorre com as vendas inadimplidas. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 8 7 4. Nas hipóteses de cancelamento da venda, a própria lei exclui da tributação valores que, por não constituírem efetivos ingressos de novas receitas para a pessoa jurídica, não são dotados de capacidade contributiva. 5. As vendas canceladas não podem ser equiparadas às vendas inadimplidas porque, diferentemente dos casos de cancelamento de vendas, em que o negócio jurídico é desfeito, extinguindose, assim, as obrigações do credor e do devedor, as vendas inadimplidas a despeito de poderem resultar no cancelamento das vendas e na consequente devolução da mercadoria , enquanto não sejam efetivamente canceladas, importam em crédito para o vendedor oponível ao comprador. 6. Recurso extraordinário a que se nega provimento (grifouse). Destarte, são inúteis e desnecessárias eventuais discussões de outras teses sobre a possibilidade de se excluir da base de cálculo da contribuição as denominadas vendas inadimplidas. As autoridades administrativas têm que se submeter ao entendimento do Supremo Tribunal Federal e, de fato, atribuir eficácia em relação ao mérito. Neste sentido, alterouse o Regimento Interno do Conselho Administrativo Fiscais (CARF), aprovado pela Portaria nº 256/2009 do Ministro da Fazenda, com alterações das Portarias 446/2009 e 586/2010. O artigo 62A dispõe que os Conselheiros têm que reproduzir as decisões do STF proferidas na sistemárica da repercussão geral, in verbis: Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. {*} (...) {*} alteraçãos introduzida pela Port. MF nº 586, de 21 de dezembro de 2010–DOU de 22.12.2010 ( grifouse) Em remate, não é permitido excluir da base de cálculo da contribuição as vendas inadimplidas. Por óbvio, seu pedido e argumentação de atualização dos créditos pela taxa Selic ficam prejudicados Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Flávio de Castro Pontes Relator Fl. 108DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES Processo nº 10950.904981/201222 Acórdão n.º 3801004.527 S3TE01 Fl. 9 8 Fl. 109DF CARF MF Impresso em 30/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/10/2014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES, Assinado digitalmente em 29/10/2 014 por FLAVIO DE CASTRO PONTES
score : 1.0
Numero do processo: 11610.021222/2002-74
Turma: Terceira Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 30 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 2000
COMPENSAÇÃO. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA DE REVISÃO DE APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO DO IRPJ.
Não se pode confundir a decadência do direito de lançar tributo devido com a análise da certeza e liquidez de saldos negativos apurados na Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), utilizados para compensação, da qual não resulta qualquer exigência fiscal.
Numero da decisão: 1803-002.279
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Acompanharam pelas conclusões os Conselheiros Arthur José André Neto e Roberto Armond Ferreira da Silva. Ausente momentaneamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman.
(assinado digitalmente)
Cármen Ferreira Saraiva Presidente
(assinado digitalmente)
Sérgio Rodrigues Mendes - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Roberto Armond Ferreira da Silva e Ricardo Diefenthaeler.
Nome do relator: SERGIO RODRIGUES MENDES
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2000 COMPENSAÇÃO. PRELIMINAR DE DECADÊNCIA DE REVISÃO DE APURAÇÃO DE SALDO NEGATIVO DO IRPJ. Não se pode confundir a decadência do direito de lançar tributo devido com a análise da certeza e liquidez de saldos negativos apurados na Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), utilizados para compensação, da qual não resulta qualquer exigência fiscal. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 02 12 22 /2 00 2- 74 Fl. 919DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 459 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado. Acompanharam pelas conclusões os Conselheiros Arthur José André Neto e Roberto Armond Ferreira da Silva. Ausente momentaneamente o Conselheiro Victor Humberto da Silva Maizman. (assinado digitalmente) Cármen Ferreira Saraiva – Presidente (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Cármen Ferreira Saraiva, Victor Humberto da Silva Maizman, Sérgio Rodrigues Mendes, Arthur José André Neto, Roberto Armond Ferreira da Silva e Ricardo Diefenthaeler. Fl. 920DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 460 3 Relatório Por bem retratar os acontecimentos do presente processo, adoto o Relatório do acórdão recorrido, na parte ainda objeto de litígio (fls. 376 e 377): Tratase da Manifestação de Inconformidade, de fls. 309/319, apresentada contra o Despacho Decisório de fls. 257/268, da DIORT/DERAT/SPO, que homologou parcialmente as compensações declaradas, nos autos do presente e nos dos processos apensados, 11610.021998/200294 11610.022771/200266 11610.000684/200339 11610.001775/200391 11610.002387/200328 11610.003289/200316 11610.003645/200393 11610.004381/200395 11610.005950/200310 11610.005094/200301 11610.007440/200387 vinculadas a indébito tributário oriundo dos saldos negativos de IRPJ (R$ 586.336,88) apurado no anocalendário de 1999. Segundo o despacho decisório de fls. 309/319, a empresa sucedida apresentou as seguintes Declarações de Compensação – Formulários, vinculadas ao crédito em referência, apresentadas até a presente data: [...]. Além das DCOMPFormulários, a empresa sucedida também apresentou, até a presente data, as DCOMP Eletrônicas, vinculadas ao crédito em tela, extraídas do Sistema SIEFPER/DCOMP relacionadas na tabela a seguir. PER/DCOMP CNPJ TOTAL CRÉDITO CRÉDITO TRANSM. TOTAL DÉBITO DT TRANSM. 35196.91706.130603.1.3.025780 27.933.134/000111 586.336,88 363.103,34 10.273,37 13/6/2003 41769.18275.150703.1.3.026710 27.933.134/000111 586.337,88 356.696,50 45.376,25 15/7/2003 27882.84388.150803.1.3.020222 27.933.134/000111 586.338,88 328.722,73 93.137,33 15/8/2003 14050.70834.150903.1.3.025320 27.933.134/000111 586.339,88 272.031,92 98.962,51 15/9/2003 33688.05393.141003.1.3.029968 27.933.134/000111 586.340,88 212.437,49 93.747,38 14/10/2003 34364.29937.141103.1.3.020240 27.933.134/000111 586.341,88 156.548,98 97.919,56 14/11/2003 39708.21310.281103.1.3.022500 27.933.134/000111 586.342,88 98.738,40 167.243,10 28/11/2003 Por bem descrever os fatos, transcrevese abaixo excerto do despacho decisório guerreado, que deu margem ao litígio: No decurso de nossas análises, foi verificado que a composição do saldo credor do IRPJ do anobase de 1999 (objeto dos autos) reportouse a valores apurados no anobase de 1995. Diante disso, verificouse que os saldos negativos de IRPJ dos períodos–base de 1995 e 1996 foram integralmente consumidos (compensados) no decurso do tempo, compondo o saldo credor revisado IRPJ do PB 1997, no valor de R$ 996.729,42, disponível para compensações de débitos decorrentes de fatos geradores a partir do anobase de 1998. Prosseguindo, parcelas desse saldo credor IRPJ/PB1997 foram utilizadas como compensação de débitos IR p/ estimativa dos anosbase de 1998 e 1999 (Vol. 2. Planilhas de Cálculos, fls. 247/254), apurandose: a) saldo negativo revisado Fl. 921DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 461 4 IRPJ/PB 1997 remanescente de R$ 866.604,64, que não é objeto desses autos: b) saldo negativo revisado IRPJ/PB 1998 de R$ 277.345,10, que também não é objeto desses autos; c) saldo negativo revisado IRPJ/PB 1999 de R$ 273.972,24, cujo valor é objeto desses autos. Conclusão: Após nossas revisões, o saldo negativo IRPJ 1999 reduziu de R$ 586.336,88 para R$ 273.972,24, diante de ajustes no valor do IR/FONTE no encerramento do respectivo anobase (planilhas de cálculo supra), cujo valor representa o saldo credor revisado disponível para compensações com débitos próprios da empresa para fatos geradores ocorridos a partir do anobase de 2000. Contra o despacho decisório, cuja ciência foi dada em 06/06/2008 (fls. 365), a contribuinte interpôs, em 08/07/2008, manifestação de inconformidade de fls. 309/319 com as seguintes alegações: Teria havido cerceamento ao direito de defesa, pois o despacho decisório não teria discriminado quais as compensações que não foram homologadas; [...]. O crédito tributário referente ao anocalendário de 1999 deveria ser homologado pelo Fisco em 2005, como não o fez, teria sido homologado tacitamente. Assim, a revisão efetuada pela DIORT/DERAT limitando a homologação da compensação ao valor de R$ 273.972,24 seria ilegal, pois afrontaria o art. 149 do CTN, e iria de encontro ao princípio da segurança jurídica, uma vez que alteraria fatos pretéritos considerados líquidos e certos, mediante homologação tácita da DIPJ 2000. Requer seja acolhida a presente manifestação de inconformidade, a fim de que seja julgado improcedente o despacho decisório, reconhecendose o direito à compensação, utilizandose do credito indicado na DIPJ 2000 – ano calendário 1999. 2. A decisão da instância a quo foi assim ementada, na parte ainda objeto de litígio (fls. 374): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1999 [...]. DIREITO CREDITÓRIO. SALDO NEGATIVO DE IRPJ NA DECLARAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. AFERIÇÃO DE LIQUIDEZ E CERTEZA. O transcurso do prazo decadencial incide apenas sobre o dever/poder de constituição pelo Fisco de exigência tributária, uma vez que a decadência constitui modalidade de extinção do crédito tributário. O saldo negativo de IRPJ informado em declaração apresentada à RFB não se submete à homologação tácita, visto que a legislação que disciplina a restituição/compensação de tributos federais submete à autoridade administrativa a aferição de certeza e liquidez do crédito junto à Fazenda Pública. Solicitação Deferida em Parte Fl. 922DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 462 5 3. Cientificada da referida decisão em 08/07/2009 (fls. 383verso), a tempo, em 07/08/2009, apresenta a interessada Recurso de fls. 396 a 414, instruído com os documentos de fls. 415 a 454, nele reiterando os argumentos anteriormente expendidos. Em mesa para julgamento. Fl. 923DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 463 6 Voto Conselheiro Sérgio Rodrigues Mendes, Relator Atendidos os pressupostos formais e materiais, tomo conhecimento do Recurso. 4. Alega a Recorrente, preliminarmente, cerceamento ao direito de defesa, pois o despacho decisório não teria discriminado quais as compensações que não foram homologadas. 5. Sucede que o que está aqui em julgamento é o crédito pleiteado nos diversos Pedidos de Compensação/Declarações de Compensação, totalizando R$ 586.336,88, não sendo relevante por ora, enquanto ainda pendente de discussão a existência e a quantificação desse crédito, identificar, isoladamente, qual ou quais daqueles Pedidos/Declarações ficarão com débito em aberto. 6. De todo modo, se esse é o interesse da Recorrente, basta solicitar, à repartição de origem, a impressão dos dados constantes do sistema SIEF/PROCESSOS, conforme telas de fls. 366 a 371 e despacho de fls. 372: Tendo em vista o que deste processo consta e particularmente o reconhecimento de direito creditório de fls. 257/268, proponho autorizar a compensação via SIEF PROCESSOS, conforme demonstrativo de fls. 366/371, com observância das disposições pertinentes da IN/SRF 600/2005. Após, o processo será encaminhado à DRJ, considerando a Manifestação tempestiva de Inconformidade. 7. Não é correta, por outro lado, a afirmação da Recorrente de que “o crédito tributário referente ao anocalendário de 1999 deveria ser homologado pelo Fisco em 2005” (fls. 318 e 319). 8. Ocorre que referido crédito tributário somente foi utilizado pela Recorrente em Pedidos de Compensação/Declarações de Compensação entregues nos anos de 2002 e 2003, quando, então, na forma da lei, tem início o prazo para a homologação destes (art. 74, § 5º, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996). 9. E mais, referido crédito tributário, na realidade, é originário de valores atinentes aos anoscalendário de 1996 e 1995, o que – seguindose o esdrúxulo raciocínio da Recorrente – praticamente inviabilizaria qualquer verificação, ainda que superficial, por parte da autoridade administrativa, de Pedidos de Compensação/Declarações de Compensação por ela (Recorrente) apresentados – repitase somente nos anos de 2002 e 2003 (cf. Despacho Decisório, fls. 261): O saldo negativo IRPJ do anobase de 1999, no valor de R$ 586.336,88, pedido pela empresa, não foi pago por DARF, mas composto por valores de IR/Fonte do próprio anobase e por Fl. 924DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 464 7 valores de IR p/ Estimativa apurados no período (Vol. 1, DIPJ/2000, Ficha 12, fls. 173/180; Ficha 13 A, fls. 171/172). Entretanto, o IR p/ Estimativa do anobase 1999 foi compensado, sem processo, com o saldo credor IRPJ do anobase 1996 (DCTF/1999, Vol. 1, Extratos, fls. 183/184). E o saldo negativo do anobase 1996 reportouse ao saldo credor do anobase 1995, conforme expedientes anexos aos autos. Assim, para confirmação do saldo negativo do anobase 1999, objeto dos autos, fazse necessário reportar até o saldo negativo do anobase 1995. 10. Ressaltese, ainda, que a insuficiência de crédito por parte da Recorrente, deveuse, unicamente, a ajustes no valor do IR p/ estimativa e do IR/fonte, não se adentrando a aspectos outros dos quais também decorreriam a apuração do referido crédito (fls. 262 a 266): CONCLUSÃO: Após as revisões, confirmouse o valor do saldo negativo IRPF do anobase 1995, de R$ 404.142,89, valor disponível para compensações com débitos próprios da empresa para fatos geradores ocorridos a partir do anobase de 1996. [...]. CONCLUSÃO: Após as revisões, confirmouse o valor do saldo negativo IRPF do anobase 1996, no valor de R$ 111.654,00, valor disponível para compensações com débitos próprios da empresa para fatos geradores ocorridos a partir do anobase de 1997. [...]. CONCLUSÃO: Após as revisões, o valor do saldo negativo IRPF do anobase 1997 reduziu de R$ 1.893.442,42 para R$ 996.729,42, diante de erros de cálculos nas deduções do IR p/ Estimativa e do IR/Fonte (planilhas de cálculo supra), cujo valor representa o saldo credor revisado disponível para compensações com débitos próprios da empresa para fatos geradores ocorridos a partir do anobase de 1998. [...]. CONCLUSÃO: Após as revisões, o valor do saldo negativo IRPF do anobase 1998 reduziu de R$ 365.679,14 para R$ 277.345,10, diante de ajustes no valor do IR/Fonte pela dedução em excesso (planilhas de cálculo supra), cujo valor representa o saldo credor revisado disponível para compensações com débitos próprios da empresa para fatos geradores ocorridos a partir do anobase de 1999. [...]. CONCLUSÃO: Após as revisões, o valor do saldo negativo IRPF do anobase 1999 reduziu de R$ 586.336,88 para R$ 273.972 24, diante de ajustes no valor do IR/Fonte no encerramento do Fl. 925DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA Processo nº 11610.021222/200274 Acórdão n.º 1803002.279 S1TE03 Fl. 465 8 respectivo anobase (planilhas de cálculo supra), cujo valor representa o saldo credor revisado disponível para compensações com débitos próprios da empresa para fatos geradores ocorridos a partir do anobase de 2000. 11. Por fim, não se está tratando, aqui, de lavratura de auto de infração, mas de homologação de compensação pleiteada. 12. Em outras palavras, não se está diante de ação (pretensão) por parte do fisco; mas, sim, de exceção (oposição) deste a um suposto direito compensatório apontado pela Recorrente. 13. Dessa forma, o prazo extintivo da ação que poderia ser intentada pelo fisco não se confunde com o prazo extintivo da exceção por este interposta contra o alegado direito da contribuinte. 14. O prazo extintivo, nessa última hipótese – como já mencionado anteriormente , não obedece ao disposto no art. 150, § 4º, do Código Tributário Nacional – CTN (Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966) – como exaustivamente citado pela Recorrente senão ao previsto no art. 74, § 5º, da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 15. Não se pode, portanto, confundir a decadência do direito de lançar tributo devido com a análise da certeza e liquidez de saldos negativos apurados na Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), utilizados para compensação, da qual não resulta qualquer exigência fiscal. Conclusão Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO AO RECURSO. É como voto. (assinado digitalmente) Sérgio Rodrigues Mendes Fl. 926DF CARF MF Impresso em 18/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/08/2014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 07/08/2 014 por SERGIO RODRIGUES MENDES, Assinado digitalmente em 10/08/2014 por CARMEN FERREIRA SARAIVA
score : 1.0
Numero do processo: 10950.000098/2003-71
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Aug 15 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/1995 a 29/02/1996
PIS. RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA.
UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. TRIBUNAIS SUPERIORES. (ART. 543-B E 543-C DO CPC). NECESSIDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PELO CARF (ART. 62-A DO RI-CARF).
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. IRRETROATIVIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. PEDIDO FORMULADO ANTES DE 09/06/2005. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do pagamento. Aplicação do entendimento externado no RE 566.621.
Numero da decisão: 9303-002.411
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 3ª Turma do Câmara Superior de Recursos FISCAIS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
Otacílio Dantas Cartaxo - Presidente
Maria Teresa Martínez López - Relatora
Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Daniel Mariz Gudiño (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente).
Nome do relator: MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ
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ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/1995 a 29/02/1996 PIS. RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA. TRIBUNAIS SUPERIORES. (ART. 543B E 543C DO CPC). NECESSIDADE DE REPRODUÇÃO DAS DECISÕES PELO CARF (ART. 62A DO RICARF). RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. PRAZO PRESCRICIONAL. IRRETROATIVIDADE DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005. PEDIDO FORMULADO ANTES DE 09/06/2005. Para os pedidos de restituição protocolizados antes da vigência da Lei Complementar nº 118/2005, o prazo prescricional é de 10 anos a partir do pagamento. Aplicação do entendimento externado no RE 566.621. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 3ª Turma do Câmara Superior de Recursos FFIISSCCAAIISS, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. Otacílio Dantas Cartaxo Presidente Maria Teresa Martínez López Relatora Participaram, ainda, do presente julgamento, os Conselheiros Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Daniel Mariz Gudiño (Substituto convocado), Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 00 98 /2 00 3- 71 Fl. 219DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 13/ 05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO 2 Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Susy Gomes Hoffmann e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente). Relatório Tratase de pedido de restituição (protocolizado em 14/01/2003), por via de compensação, de valores pagos a maior pelo contribuinte a titulo da Contribuição ao PIS em decorrência da reconhecida inconstitucionalidade dos Decretosleis nºs 2.445/88 e 2447/88. A interessada pleiteia a restituição/compensação de valores pagos a maior relativo aos fatos geradores entre outubro de 1995 e fevereiro de 1996. Por meio do Acórdão nº 29300.048, de 20/11/2008, por unanimidade de votos, foi afastado a prescrição/decadência. A decisão guerreada possui a seguinte redação: DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PIS. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. O pleito de restituição/compensação de valores recolhidos a maior, a título de contribuição para o PIS, com base nas alterações introduzidas pela Medida Provisória n° 1.212, de 1995, extinguese em cinco anos, contados a partir da publicação do acórdão definitivo que julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade — ADIN. Recurso voluntário provido em parte Consta do voto da decisão guerreada (Acórdão nº 29300.048): Assim, resta patente o direito do contribuinte a restituição dos valores pagos à maior, com base na semestralidade do PIS, uma vez que o pedido de compensação foi formulado em 14 de janeiro de 2003, e a publicação do Acórdão da ADIn n°. 14170 foi em 23 de março de 2001, razão pela qual se observa que o pedido foi formulado dentro do prazo prescricional. A recorrente, para comprovar a divergência, apresentou as seguintes ementas de acórdãos paradigmas: Acórdão CSRF/0400.810 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO — ILL 0 direito de pleitear a restituição do tributo indevido, pago espontaneamente, perece com o recurso do prazo de cinco anos, contados da data de extinção do crédito tributário, sendo irrelevante que o indébito tenha por fundamento inconstitucionalidade ou simples erro (art. 165, incisos I e II, e 168, inciso I, do CTN, e entendimento do Superior Tribunal de justiça). Acórdão nº 30131.953 FINSOCIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PRAZO. O direito de Fl. 220DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 13/ 05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO Processo nº 10950.000098/200371 Acórdão n.º 9303002.411 CSRFT3 Fl. 220 3 pleitear a restituição, no caso de cobrança ou pagamento espontâneo de tributo indevido ou maior que o devido em face da legislação tributária aplicável, ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente, ocorrido extinguese com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados da data da extinção do crédito tributário. A Procuradoria da Fazenda Nacional interpôs recurso especial de divergência, alegando, em suma, que o termo inicial para a contagem do prazo decadencial de 5 anos, ocorre com o pagamento indevido, nos termos do art. 168, do CTN. Por meio do Despacho nº 400461/2009 (fl.105 D) e sob o entendimento de estarem presentes os requisitos de admissibilidade deuse seguimento ao recurso interpostos. É o relatório. Voto Conselheira MARIA TERESA MARTÍNEZ LÓPEZ, Relatora O recurso atende aos requisitos legais de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Tratase de pedido de restituição (protocolizado em 14/01/2003), por via de compensação, de valores pagos a maior pelo contribuinte a titulo da Contribuição ao PIS em decorrência da reconhecida inconstitucionalidade dos Decretosleis nºs 2.445/88 e 2447/88. A interessada pleiteia a restituição/compensação de valores pagos a maior relativo aos fatos geradores entre outubro de 1995 e fevereiro de 1996. A Procuradoria da Fazenda Nacional defende que o direito à repetição de indébito extinguese após cinco anos a contar da data do pagamento indevido, nos termos do artigo 168, I, c/c artigo 155, I, ambos do CTN, e também nos termos do artigo 3° da Lei Complementar 118, ao contrário do acórdão recorrido, que entendeu que no caso de pagamento de tributos cuja norma impositiva veio a ser declarada inconstitucional pelo STF, o termo a quo para contagem do prazo seria a data da publicação da ADIN. (... alterações introduzidas pela Medida Provisória n° 1.212, de 1995, extinguese em cinco anos, contados a partir da publicação do acórdão definitivo que julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade – ADIN). Passo à análise do recurso interposto. A matéria já se encontra pacificada neste Colegiado. De acordo com o art. 62A do RICARF, os Conselheiros deverão reproduzir as decisões do STF e STJ, que tenham sido objeto de uniformização de jurisprudência, em conformidade com a sistemática dos arts. 543B e 543C do CPC, in verbis: Fl. 221DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 13/ 05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO 4 “Art. 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.” Nesse sentido, peço vênia para transcrever a ementa do RE nº 566.621/RS, de relatoria da Min. Ellen Gracie: DIREITO TRIBUTÁRIO – LEI INTERPRETATIVA – APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 – DESCABIMENTO – VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA – NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACATIO LEGIS – APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE 9 DE JUNHO DE 2005. Portanto, a matéria não comporta mais dúvidas. A norma inserta no artigo 3º, da lei complementar 118/2005, indubitavelmente, cria direito novo, não configurando lei meramente interpretativa, cuja retroação é permitida, consoante apregoa doutrina abalizada: "Denominamse leis interpretativas as que têm por objeto determinar, em caso de dúvida, o sentido das leis existentes, sem introduzir disposições novas. {nota: A questão da caracterização da lei interpretativa tem sido objeto de não pequenas divergências, na doutrina. Há a corrente que exige uma declaração expressa do próprio legislador (ou do órgão de que emana a norma interpretativa), afirmando ter a lei (ou a norma jurídica, que não se apresente como lei) caráter interpretativo. Assim sendo, considerando que o pleito se refere aos valores pagos a maior relativo aos fatos geradores entre outubro de 1995 e fevereiro de 1996 e a data da protocolização do pedido de restituição na via administrativa se verificou em 14/01/2003, aplicandose a tese dos 10 anos retroativos ao pedido de restituição/compensação nenhum período encontrase decaído/prescrito. CONCLUSÃO Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso da Fazenda Nacional. Sala das Sessões, em 15 de agosto de 2013 Maria Teresa Martínez López Fl. 222DF CARF MF Impresso em 05/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 13/ 05/2014 por MARIA TERESA MARTINEZ LOPEZ, Assinado digitalmente em 01/08/2014 por OTACILIO DANTAS CAR TAXO
score : 1.0
Numero do processo: 12466.004560/2006-49
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Nov 04 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 14/08/2006
CONCOMITÂNCIA. AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA.
A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151 do CTN não obsta o lançamento de ofício.
Recurso Voluntário Não Conhecido
Numero da decisão: 3201-001.740
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não se conhecer do recurso voluntário.
Joel Miyazaki - Presidente.
Winderley Morais Pereira - Relator.
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino.
Nome do relator: WINDERLEY MORAIS PEREIRA
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AÇÃO JUDICIAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA Nº 1 DO CARF. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. MEDIDA JUDICIAL SUSPENSIVA. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151 do CTN não obsta o lançamento de ofício. Recurso Voluntário Não Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não se conhecer do recurso voluntário. Joel Miyazaki Presidente. Winderley Morais Pereira Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 00 45 60 /2 00 6- 49 Fl. 187DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 23/10/ 2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por JOEL MIYAZAKI 2 Participaram do presente julgamento, os Conselheiros: Joel Miyazaki, Carlos Alberto Nascimento e Silva Pinto, Ana Clarissa Masuko dos Santos Araujo, Winderley Morais Pereira, Luciano Lopes de Almeida Moraes e Daniel Mariz Gudino. Relatório Por bem descrever os fatos adoto, com as devidas adições, o relatório da primeira instância que passo a transcrever. "Referemse os autos ao litígio decorrente da exigência fiscal formalizada no auto de infração de fls. O1 a 05, para constituição do crédito tributário no valor de R$ 69.013,63, decorrente da aplicação da multa prevista no art. 84 da MP n° 2.15835/01, tendo em vista o descumprimento de obrigação acessória instituída pelo art. 69 da Lei n° 10.833/03, relativamente às operações de importação processadas pelas Declarações de Importação n° O6/09575389, O6/09575427 e O6/09575486, todas registradas em 14.08.2006. A presente lavratura de auto de infração tem por escopo prevenir o respectivo crédito tributário dos efeitos da decadência em atendimento ao disposto no art. 63 da Lei n° 9.430/96 O importador registrou as citadas DI's, na modalidade de despacho antecipado, para o fim de internar mercadoria classificada no código NCM 3104.20.90, próprio para Outros Cloretos de Potássio. Todavia, ainda que a infração tenha sido verificada no curso do despacho aduaneiro referentes às citadas DI's, respectivo crédito não foi objeto de recolhimento aos cofies da União, posto que a importadora obteve o deferimento parcial da medida liminar pleiteada para o fim de a autoridade impetrada proceder a liberação (desembaraço aduaneiro) das mercadorias em trato independentemente do pagamento da respectiva multa, é o que se depreende da decisão exarada nos autos do mandado de segurança, atinente ao processo n° 2006.50.01.0108474, com tramitação perante a 6ª Vara Federal Cível da Seção Judiciária do Estado do Espírito Santo (ver fls. 68 a 73). A autuada, cientificada do lançamento em apreço, apresentou a impugnação de fls. 76 a 91, instruída com os documentos de fls. 92 a 104, por meio da qual pugna, em apertada síntese, pela não prevalência da multa isolada em razão de mero erro formal, fundamentando sua defesa administrativa, no entanto, em idênticos argumentos levados à apreciação pelo Judiciário, conforme se observa da decisão judicial que deferiu a liminar. Ao final requerer a insubsistência do auto de inflação guerreado, bem como protesta pela produção de provas e a trazida de novos documentos." A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento negou provimento a impugnação, mantendo integralmente o lançamento. A decisão da DRJ foi assim ementada: Fl. 188DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 23/10/ 2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por JOEL MIYAZAKI Processo nº 12466.004560/200649 Acórdão n.º 3201001.740 S3C2T1 Fl. 188 3 “ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 14/08/2006 PRODUÇÃO DE PROVA. COMPLEMENTAÇÃO. Dispensável a complementação de provas quando os elementos que integram os autos revelamse suficientes para formação da convicção e conseqüente julgamento do feito. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA DE MATÉRIA. LIMINAR EM MANDADO DE SEGURANÇA. INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. RENÚNCIA. A opção pela via judicial importa em renúncia ao direito de litigar na esfera administrativa e desistência da impugnação interposta, impondose, assim, o cumprimento da decisão judicial prolatada na sentença de mérito. Ação mandamental impetrada pela contribuinte na qual obteve parcialmente a concessão de medida liminar, autorizando a liberação da mercadoria importada independentemente do pagamento da multa imposta pela autoridade lançadora competente importa na suspensão do crédito tributário formalizado em auto de infração até o trânsito em julgado da citada ação judicial. Impugnação não Conhecida.” Cientificada, a empresa interpôs recurso voluntário, repisando as alegações apresentadas na impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Winderley Morais Pereira, Relator. A teor do relatado, não cabe a discussão da matéria em sede administrativa, em razão da Recorrente discutir na Ação Judicial n.° 2006.50.0108474 a multa exigida pela Fiscalização, prevista no art. 69, § 2º da Lei nº 10.833/2003 c/c art. 84 da MP nº 2.158 35/2001. O código Tributário Nacional exclui da apreciação dos tribunais administrativos, a matéria objeto de ação judicial, em obediência ao principio da unidade de jurisdição, prevalente no País, em que decisões judiciais são soberanas e afastam a possibilidade de apreciação da mesma matéria pela via administrativa. Portanto, no caso em tela, tratandose da mesma matéria. A propositura de ação judicial afasta a apreciação pelos ritos do Processo Administrativo Fiscal. Tal entendimento foi objeto da Súmula nº 1 do CARF, publicada no DOU de 22/12/2009. Fl. 189DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 23/10/ 2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por JOEL MIYAZAKI 4 “Súmula CARF nº 1 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.” Diante do exposto, voto no sentido de não conhecer do recurso em razão da concomitância. Winderley Morais Pereira Fl. 190DF CARF MF Impresso em 04/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/10/2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 23/10/ 2014 por WINDERLEY MORAIS PEREIRA, Assinado digitalmente em 03/11/2014 por JOEL MIYAZAKI
score : 1.0
Numero do processo: 13864.720070/2011-21
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 15 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 03 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007
BASE DE CÁLCULO EXCLUSÕES. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.
A dedução prevista no art. 3º, § 9º, I, da Lei nº 9.718/98 só alcança os valores pagos a título de corresponsabilidades cedidas (transferência do risco), não se incluindo nesta dedução valores pagos a título de intercâmbio eventual.
BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE.
A teor do § 9º - A do art. 3º da Lei nº 9.718/98, introduzido pela Lei nº 12.873/2013, a exclusão prevista no § 9º, III, do art. 3º da Lei nº 9718/98 alcança não só os custos incorridos com beneficiários da cobertura oferecida pelos planos da própria operadora, mas também aqueles incorridos com beneficiários de outra operadora. Em hipótese alguma esta dedução inclui valores gastos com a rede própria.
BASE DE CÁLCULO. RECEITAS FINANCEIRAS. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS
Exclui-se da base de cálculo da contribuição as receitas distintas do faturamento proveniente da venda de bens e serviços, por extensão administrativa da decisão do STF proferida no RE nº 357.950.
SOBRAS LÍQUIDAS. ÔNUS DA PROVA.
Cabe à defesa o ônus dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos da pretensão fazendária.
JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO.
Não incidem juros de mora sobre a multa de ofício, por carência de fundamento legal expresso.
MULTA DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. INCONSTITUCIONALIDADE.
É vedado ao CARF afastar a aplicação de dispositivo legal, sob alegação de inconstitucionalidade.
Recurso voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3403-003.333
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para: a) reverter a glosa efetuada pela fiscalização na dedução prevista no art. 3ª, § 9º, III, da Lei nº 9.718/99, devendo prevalecer os valores apurados originariamente pelo contribuinte na planilha denominada pela fiscalização de DOC027, conforme citado no item 4.2.3.12 do Relatório Fiscal, zelando o fisco para que a dedução não inclua os valores despendidos com a rede própria; b) excluir das bases de cálculo apuradas pela fiscalização as receitas distintas do faturamento indicadas pela fiscalização no Anexo 2 (fl. 2628) na coluna "DACON - Ficha 08A/18a - Coluna RECEITA - Linha 02 Demais Receitas - Alíquota Cumulativa; e c) excluir a cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa do presente julgado. Esteve presente ao julgamento a Dra. Teresa Mourão Passos Coutinho, OAB/MG 98.760.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2007 BASE DE CÁLCULO EXCLUSÕES. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. A dedução prevista no art. 3º, § 9º, I, da Lei nº 9.718/98 só alcança os valores pagos a título de corresponsabilidades cedidas (transferência do risco), não se incluindo nesta dedução valores pagos a título de intercâmbio eventual. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. A teor do § 9º - A do art. 3º da Lei nº 9.718/98, introduzido pela Lei nº 12.873/2013, a exclusão prevista no § 9º, III, do art. 3º da Lei nº 9718/98 alcança não só os custos incorridos com beneficiários da cobertura oferecida pelos planos da própria operadora, mas também aqueles incorridos com beneficiários de outra operadora. Em hipótese alguma esta dedução inclui valores gastos com a rede própria. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS FINANCEIRAS. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS Exclui-se da base de cálculo da contribuição as receitas distintas do faturamento proveniente da venda de bens e serviços, por extensão administrativa da decisão do STF proferida no RE nº 357.950. SOBRAS LÍQUIDAS. ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos da pretensão fazendária. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. Não incidem juros de mora sobre a multa de ofício, por carência de fundamento legal expresso. MULTA DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao CARF afastar a aplicação de dispositivo legal, sob alegação de inconstitucionalidade. Recurso voluntário provido em parte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para: a) reverter a glosa efetuada pela fiscalização na dedução prevista no art. 3ª, § 9º, III, da Lei nº 9.718/99, devendo prevalecer os valores apurados originariamente pelo contribuinte na planilha denominada pela fiscalização de DOC027, conforme citado no item 4.2.3.12 do Relatório Fiscal, zelando o fisco para que a dedução não inclua os valores despendidos com a rede própria; b) excluir das bases de cálculo apuradas pela fiscalização as receitas distintas do faturamento indicadas pela fiscalização no Anexo 2 (fl. 2628) na coluna "DACON - Ficha 08A/18a - Coluna RECEITA - Linha 02 Demais Receitas - Alíquota Cumulativa; e c) excluir a cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa do presente julgado. Esteve presente ao julgamento a Dra. Teresa Mourão Passos Coutinho, OAB/MG 98.760. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti.
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OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. A dedução prevista no art. 3º, § 9º, I, da Lei nº 9.718/98 só alcança os valores pagos a título de corresponsabilidades cedidas (transferência do risco), não se incluindo nesta dedução valores pagos a título de intercâmbio eventual. BASE DE CÁLCULO. EXCLUSÕES. OPERADORA DE PLANO DE SAÚDE. A teor do § 9º A do art. 3º da Lei nº 9.718/98, introduzido pela Lei nº 12.873/2013, a exclusão prevista no § 9º, III, do art. 3º da Lei nº 9718/98 alcança não só os custos incorridos com beneficiários da cobertura oferecida pelos planos da própria operadora, mas também aqueles incorridos com beneficiários de outra operadora. Em hipótese alguma esta dedução inclui valores gastos com a rede própria. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS FINANCEIRAS. RECEITAS NÃO OPERACIONAIS Excluise da base de cálculo da contribuição as receitas distintas do faturamento proveniente da venda de bens e serviços, por extensão administrativa da decisão do STF proferida no RE nº 357.950. SOBRAS LÍQUIDAS. ÔNUS DA PROVA. Cabe à defesa o ônus dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos da pretensão fazendária. JUROS DE MORA SOBRE A MULTA DE OFÍCIO. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 86 4. 72 00 70 /2 01 1- 21 Fl. 3866DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 Não incidem juros de mora sobre a multa de ofício, por carência de fundamento legal expresso. MULTA DE OFÍCIO. PRINCÍPIO DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA. INCONSTITUCIONALIDADE. É vedado ao CARF afastar a aplicação de dispositivo legal, sob alegação de inconstitucionalidade. Recurso voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por maioria de votos, em dar provimento parcial ao recurso para: a) reverter a glosa efetuada pela fiscalização na dedução prevista no art. 3ª, § 9º, III, da Lei nº 9.718/99, devendo prevalecer os valores apurados originariamente pelo contribuinte na planilha denominada pela fiscalização de DOC027, conforme citado no item 4.2.3.12 do Relatório Fiscal, zelando o fisco para que a dedução não inclua os valores despendidos com a rede própria; b) excluir das bases de cálculo apuradas pela fiscalização as receitas distintas do faturamento indicadas pela fiscalização no Anexo 2 (fl. 2628) na coluna "DACON Ficha 08A/18a Coluna RECEITA Linha 02 Demais Receitas Alíquota Cumulativa; e c) excluir a cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa do presente julgado. Esteve presente ao julgamento a Dra. Teresa Mourão Passos Coutinho, OAB/MG 98.760. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Alexandre Kern, Domingos de Sá Filho, Rosaldo Trevisan, Luiz Rogério Sawaya Batista e Ivan Allegretti. Relatório Tratase de autos de infração relativos ao PIS e COFINS, com ciência do contribuinte por via postal em 06/07/2011, lavrados para exigir o crédito tributário devido pelos fatos geradores ocorridos durante o anocalendário de 2007, em razão de insuficiência no recolhimento das contribuições. No extenso e muito bem feito relatório fiscal de fls. 2609/2643, a fiscalização narra todas as verificações feitas, ora manifestando sua concordância com o entendimento do contribuinte, ora registrando sua discordância. Existem irregularidades que não alteraram numericamente a apuração do PIS e COFINS, as quais não serão mencionadas neste voto. Para o fim deste voto interessa narrar apenas as irregularidades que influenciaram a apuração das contribuições, as quais, em síntese, foram as seguintes: 1) Existem divergências em alguns meses entre os valores da receita bruta informados no DACON e os constantes na contabilidade. A fiscalização tomou como corretos Fl. 3867DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 6 3 os valores da contabilidade. Os valores lançados de ofício se referem à diferença entra o apurado pela fiscalização e o declarado em DCTF; 2) Em relação às deduções específicas das operadoras de planos de saúde, a fiscalização informa que apurou as corresponsabilidades cedidas na conta contábil "3117 Contraprestações de Corresponsabilidade Transferida de Assistência", que é uma conta redutora de receita Esta dedução tem amparo no art. 3º, § 9º, I, da Lei nº 9.718/98 e os valores adotados pela fiscalização como dedução estão no Anexo 4 do Relatório Fiscal. Quanto a esta dedução, a fiscalização constatou que a Unimed São José excluiu das bases de cálculo das contribuições as rubricas nomeadas pelas siglas UC, UT e UP. A fiscalizada esclareceu que as rubricas UC, UT e UP se referem a repasses realizados a outra Unimed do sistema, pelo atendimento a usuário contratante da Unimed São José dos Campos não na sua área de atuação, mas sim em área de atuação de outra operadora. Tais repasses têm sua dedução da base de cálculo respaldada pelo art. 3º, § 9º, I, da Lei n º 9.718/98. O contribuinte esclareceu o significado das siglas: UC Relatório Unimed Custo Intercâmbio Eventual nossos usuários utilizaram outras Unimeds. UT Relatório de Unimed Contestação e Recontestação Valor a pagar referente à glosa de outras Unimeds do Intercâmbio Eventual. UP Relatório de Unimed PréPagamento Intercâmbio Repassado Nossos usuários foram repassados para outras Unimeds. A fiscalização glosou da base de cálculo as deduções dos pagamentos UP Relatório de Unimed PréPagamento Intercâmbio Repassado (DOC034), pois o contribuinte já havia deduzido os valores das corresponsabilidades cedidas em sua receita bruta, ao abater os valores lançados na conta 3117 Contraprestações de Corresponsabilidade Transferida de Assistência. Já os pagamentos denominados UC Relatório de Unimed Custo Intercâmbio Eventual (DOC033) e UT Relatório de Unimed Contestação e Recontestação (DOC035), embora se refiram a intercâmbio, são relativos a intercâmbio eventual, ou seja, a usuários da Unimed São José dos Campos sendo atendidos por médicos, hospitais, clínicas e laboratórios conveniados de outras Unimeds quando estão em outras localidades, porém sem a cessão de corresponsabilidade, pois continuam sendo usuários da Unimed São José dos Campos. Sendo assim, entende a fiscalização que esses pagamentos não são caracterizados como corresponsabilidades cedidas, não sendo pagamentos referentes às despesas lançadas na conta 3117 Contraprestaçãos de Corresponsabilidade Transferida de Assistência. Só foram acatadas pela fiscalização as deduções apuradas através da conta 3117 Contraprestações de Corresponsabilidade Transferida de Assistência. 3) No que tange às provisões técnicas (art. 3º, § 9º, II, da Lei nº 9.718/98), a fiscalização relata que apurou os valores das contraprestações pecuniárias à formação das provisões a partir das contas contábeis "3121691000001Provisão para Remissão" e "3121190000001Provisão de Risco", que compõem o grupo de contas "312 Variação das Fl. 3868DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 Provisões Técnicas de Operações de Assistência à Saúde". A apuração do contribuinte nas planilhas apresentadas à fiscalização está diferente do que contém a contabilidade. A fiscalização considerou os valores contábeis e os valores por ela utilizados como dedução de provisões técnicas está no Anexo 6 do Relatório Fiscal; 4) Em relação às corresponsabilidades assumidas pela Unimed São José dos Campos (art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98), entendeu a fiscalização que o valor que pode ser deduzido é a diferença entre às indenizações pagas por eventos ocorridos e a quantia recebida a título de transferência de responsabilidades. O minuendo da subtração é o valor das indenizações pagas pela Unimed São José a hospitais, médicos, clínicas, laboratórios e outros profissionais de saúde conveniados por eventos realizados em usuários de outras operadoras. E o subtraendo representa as importâncias recebidas pela Unimed São José de outras operadoras, a quem caberia a responsabilidade pelos eventos que se transferiram, para ressarci la por aquelas indenizações. A fiscalização constatou que o contribuinte abateu todos os eventos/pagamentos ocorridos e não apenas os pagamentos relacionados a usuários de outras operadoras. Só foram acatados como dedução os valores pagos em relação a eventos realizados em usuários de outras operadoras. A fiscalização constatou, ainda, que no período fiscalizado não houve importâncias recebidas a serem subtraídas do valor das indenizações pagas. Os valores desta dedução apurados e utilizados pela fiscalização consta do Anexo 7 ao Relatório Fiscal; 4) Na apuração das bases de cálculo da COFINS o contribuinte efetuou deduções em seus DACON com amparo em medida liminar concedida no mandado de segurança 2003.61.03.0053124 (fls. 489/555). Tais deduções são relacionadas à diferença entre a base de cálculo estabelecida na Lei nº 9.718/98 e o faturamento no conceito da LC nº 70/91. A segurança foi concedida de modo a permitir que contribuinte se abstivesse de recolher a contribuição com base na receita bruta definida na Lei nº 9.718/98. O contribuinte deduziu da base de cálculo parte de suas receitas financeiras, as quais estão contidas no grupo de contas "34 Receitas Financeiras". Esses valores constam da planilha apresentada pelo contribuinte (DOC027), e foram totalizados mensalmente pela fiscalização no Anexo 8 do Relatório Fiscal. Informa a fiscalização que não abateu as receitas financeiras da base de cálculo da COFINS, glosando a dedução efetuada no DACON. Entretanto, como esses valores foram declarados em DCTF com exigibilidade suspensa, eles foram abatidos da contribuição devida calculada pela fiscalização. Assim, o auto de infração não engloba a COFINS devida sobre receitas financeiras com exigibilidade suspensa. 5) Informa a fiscalização que houve retenções na fonte, as quais foram abatidas das contribuições apuradas no auto de infração, conforme Anexos 11, 12 e 13 do Relatório Fiscal. Em sede de impugnação, a defesa alegou o seguinte: 1) Atua como operadora de planos de saúde e nessa atividade gerencia recursos pagos pelos contratantes de planos de saúde, repassando a terceiros prestadores de serviço os valores que lhes cabem, sempre na medida da utilização do plano pelo usuário; 2) Na qualidade de intermediária entre o usuário do plano e os profissionais de saúde, o serviço de administração dos planos de saúde se remunera não pela totalidade dos ingressos que são objeto da intermediação, mas sim pela comissão que extrai dos recursos intermediados; Fl. 3869DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 7 5 3) A fiscalização entendeu que da integralidade dos repasses efetuados pela impugnante, além das provisões técnicas, apenas seriam recursos pertencentes a terceiros, aqueles repassados na intermediação de recursos de usuários de outras operadoras; 4) Não é possível exigir PIS e COFINS sobre ingressos estranhos ao conceito de faturamento. A limitação da base de cálculo ao conceito de faturamento na sistemática da cumulatividade decorre das decisões do STF nos RE 357.950, 358.273 e 390.840. A fiscalização deveria ter retirado das bases de cálculo todos os ingressos que não se enquadram no faturamento da cooperativa, tal qual foi indicado nos DACON pela cooperativa na "Linha 2 Demais Receitas Alíquota Cumulativa", identificadas no Anexo 2 do auto de infração. Por tal razão, não podem ser tributados pelo PIS e COFINS os juros de aplicações financeiras, juros decorrentes de inadimplência, multas, aluguéis, rendimentos e participações societárias, venda de bens do ativo permanente e etc. Especificamente em relação à COFINS a Unimed possui decisão judicial transitada em julgado, dispensandoa desses recolhimentos, conforme documentação anexa. A fiscalização tomou a base tributável incluindo todas essas rubricas, conforme se depreende do Anexo 10 do Auto de Infração. Em relação a ingressos decorrentes de venda de bens do ativo permanente existe previsão de exclusão expressa no art. 3º, IV, da Lei nº 9.718/98; 5) A receita tributável da operadora se restringe ao valor recebido como contraprestação para intermediar o negócio. Ou seja, a base de cálculo do PIS e da COFINS é a diferença positiva entre os ingressos e os repasses aos efetivos prestadores de serviço. Portanto, devem ser excluídos da base de cálculo: a) os repasses a médicos (cooperados ou não), credenciados, assim entendidos hospitais, laboratórios, clínicas e home care (inclusive medicamentos e materiais), bem como psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, médicos ocupacionais, terapeutas, prestadores de serviço de resgate e remoção, enfermagem; os repasses relacionados a toda e qualquer utilização, pelo beneficiário, das coberturas proporcionadas pelo plano, contratualmente ou por imposição legal, inclusive quando decorrente de intercâmbio cedido e recebido entre operadoras; e, ainda, aqueles relacionados às sobras apuradas no período; e b) os valores transmitidos em linha direta para os custos de seus contratos destinados a assegurar a concretização da atividade de assistência à saúde, quais sejam, as provisões técnicas e demais garantias e seguros (prêmios e indenizações), sejam os beneficiários a operadora ou terceiros; o ressarcimento ao Sistema Único de Saúde, as glosas e contestações, a devolução de pagamentos indevidos e as provisões de devedores duvidosos; 154.632. 6) Discorreu sobre a interpretação das deduções permitidas pelo § 9º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 e a natureza dos repasses, intercâmbios e sobre as definições da Agência Nacional de Saúde no plano de contas das operadoras, concluindo que a fiscalização interpretou a lei de forma a frustrar a lógica existencial das operadoras de plano de saúde; 7) Discorreu sobre sua organização sob a forma de cooperativa e sustentou que só pode ser tributada em relação aos atos não cooperados. No seu entender, quando vende planos de saúde ou quando atende a usuários de outra cooperativa, está praticando um ato cooperativo, e como tal se sujeita à regra de não incidência tributária prevista no art. 79 da Lei nº 5.764/71; Fl. 3870DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 8) Contestou os consectários do lançamento de ofício. A multa de ofício é confiscatória quando incide em percentual tão elevado, além de violar o princípio da capacidade contributiva. Não é possível a incidência de juros de mora sobra multa de ofício. Só existe autorização para incidência de juros sobre a multa no caso de multa isolada. Solicitou diligência e apresentou quesitos a serem esclarecidos. Além disso, a fiscalização teria desconsiderado retenções na fonte efetuadas por fontes pagadoras. Por meio do Acórdão 39.103, de 15 de outubro de 2012, a 3ª Turma da DRJ Campinas julgou a impugnação improcedente. Ficou decidido que o art. 23 da MP nº 1.8786, de 29 de junho de 1999, revogou a isenção das cooperativas prevista no art. 6º, I, da LC 70/91. Com relação ao PIS, a tributação das cooperativas foi determinada pelo art. 2º da MP 1.212, de 1995, convertida na Lei nº 9.715/98. Com o advento do art. 15 da MP 1.8587, a base de cálculo do PIS passou a ser todas as receitas das cooperativas, com algumas exclusões legais. Sendo assim, perdeu sentido a discussão sobre ato cooperativo e ato não cooperativo, pois as cooperativas passaram a ser tributadas como as demais pessoas jurídicas em geral, observadas as deduções legais. Ficou decidido que as exclusões previstas nos incisos I a V do art. 15 da MP 2.15835 não se aplicam às cooperativas médicas de prestação de serviço, alcançando apenas as cooperativas de produção. Com a revogação do art. 3º, § 2º, inciso II, da Lei nº 9.718/98, pelo art. 93 da MP 2.15835/2001, as cooperativas não têm um tratamento específico e estão impedidas de excluir da base de cálculo do PIS e COFINS os valores repassados a associados a qualquer título, como quer a impugnante. No tocante à exclusão das sobras líquidas, para as cooperativas médicas o valor a ser excluído ficou restrito aos valores destinados à formação do Fundo de Reserva e do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social. Entretanto, a recorrente se limitou a pedir a referida exclusão e apresenta planilha de fl. 2.855. Não há qualquer comprovação ou demonstração dessa cifra nos autos, não se podendo acolher o pleito da interessada. Ficou decidido que os valores recebidos pela cooperativa pela venda dos planos de saúde não configuram recebimento por atos cooperados, mas sim contraprestação pela disponibilidade dos serviços de assistência. No que tange ao conceito de faturamento da cooperativa, a DRJ rechaçou as alegações do contribuinte, sob o argumento de que tributar apenas a diferença positiva entre os ingressos e os repasses desnatura a base de cálculo das contribuições que é o faturamento, assemelhandoa ao resultado ou ao lucro. Ficou decidido que a remuneração recebida pelos planos de saúde tem natureza contraprestacional pela disponibilização de serviços médicos e hospitalares e assim corresponde ao faturamento da cooperativa. No que concerne à inclusão na base de cálculo de juros de aplicações financeiras, juros decorrentes de inadimplência, multas, aluguéis, rendimentos, participações societárias e venda de bens do permanente, a DRJ considerou que a discussão só refere ao PIS porque em relação à COFINS a recorrente é beneficiária de ação judicial e já expurgou dos cálculos as receitas financeiras, declarandoas em DCTF na rubrica relativa a créditos com exigibilidade suspensa. No que tange ao PIS, apesar o art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98 ter sido declarado inconstitucional, a declaração do STF ocorreu em controle difuso e, sendo assim, aquelas decisões não se aplicam à recorrente. Ficou decidido que a contestação relativa à incidência sobre a venda de bens do ativo permanente não veio acompanhada de qualquer prova de que as receitas assim classificadas tenham sido incluídas pela fiscalização na base de cálculo. No que concerne à exclusão do art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98, decidiu a DRJ que o entendimento da impugnante não procede. Foi aplicada a Solução de Consulta SRRF/3ª RF nº 20, de 23 de outubro de 2003, transcrita no corpo do acórdão recorrido, cujo entendimento é idêntico ao da fiscalização. Foi mantida a multa de ofício no patamar de 75%, sob o argumento de que o percentual está previsto em lei, que não pode ser afastada na via administrativa ao argumento de inconstitucionalidade. No tocante aos juros de mora sobre a multa de ofício, a DRJ enfrentou a matéria e decidiu que há previsão legal para sua cobrança. O pedido de diligência foi rejeitado, pois a turma de julgamento considerou a providência desnecessária. Fl. 3871DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 8 7 Regularmente notificado do acórdão de primeira instância em 08/11/2012 (fl. 3681) o contribuinte apresentou recurso voluntário em 07/12/2012 (fls. 3705/3726), no qual reprisou e reforçou as alegações de impugnação, acrescentando as seguintes alegações: a) nulidade da decisão de primeira instância por cerceamento de defesa (indeferimento da diligência e não enfrentamento de alegação); b) aplicação dos RE RE 357.950, 358.273 e 390.840 com base no art. 62 do RICARF para exclusão dos valores do Anexo 2 do auto de infração; e c) a documentação relativa à exclusão da tributação de bens do ativo permanente foi anexada ao processo junto com a impugnação, mas não foi apreciada pela DRJ. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O recurso preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele tomo conhecimento. A defesa alegou a nulidade do acórdão de primeira instância por não ter se manifestado sobre todos os pontos da impugnação e por ter rejeitado o pedido de perícia. A leitura do inteiro teor do voto condutor do acórdão recorrido revela que a matéria foi devidamente enfrentada. A tese da recorrente consiste em considerar receita passível de tributação na cooperativa apenas a diferença entre os ingressos e os repasses aos contratados. A decisão recorrida rechaçou essa tese e considerou que a base de cálculo do PIS e da Cofins é a receita bruta, observadas as deduções legais para as operadoras de plano de saúde previstas no art. 3º, § 9º, da Lei nº 9.718/98. Desse modo, não se vislumbra no julgado recorrido a nulidade alegada. No caso concreto, o voto condutor do acórdão de primeira instância declinou claramente os argumentos necessários à rejeição do pleito da defesa com observância do princípio da persuasão racional do julgador, inexistindo no julgado omissão apta a render ensejo à decretação de sua nulidade. No que tange à rejeição do pedido de perícia, o art. 28, do Decreto nº 70.235/72, autoriza o julgador a rejeitar os pedidos de perícia e diligência, desde que fundamente sua decisão. Verificase que no caso concreto, a rejeição do pedido de perícia foi fundamentada na desnecessidade da providência requerida, inexistindo, portanto, a nulidade alegada. Preliminar de nulidade rejeitada. Com relação à renovação do pedido de perícia/diligência, formulado em sede de recurso voluntário, rejeitoo com fundamento do mesmo art. 28, do Decreto nº 70.235/72, uma vez que não existe matéria de fato a ser deslindada que requeira uma daquelas providências. DDAA UUNNIIMMEEDD CCOOMMOO CCOOOOPPEERRAATTIIVVAA Fl. 3872DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 8 No mérito, com a revogação da isenção das cooperativas, perdeu objeto a discussão sobre a tributação do ato cooperativo. A defesa alegou que a questão da intributabilidade do ato cooperativo encerra uma discussão sobre hipótese de nãoincidência e não de isenção. Com isso, entende que a revogação da isenção não afetaria a não sujeição dos atos cooperativos à tributação. Tal argumento só teria relevância se os atos tributados pela fiscalização nos autos de infração albergados neste processo se enquadrassem na categoria dos atos cooperativos, o que não é o caso, pois as operações tributadas pela fiscalização ocorreram entre a cooperativa e terceiros, caracterizandose inequivocamente como atos não cooperativos, por não se conformarem ao disposto no art. 79 da Lei nº 5.764/71. Essa questão, em relação à COFINS, já foi decidida desfavoravelmente à recorrente no mandado de segurança 2003.61.03.0053124 (fls. 489/555), verificandose, inclusive, desistência do processo judicial por parte da recorrente às fls. 519/520, para o fim de incluir os débitos da COFINS no parcelamento instituído pela MP nº 303/2006. O mandado de segurança prosseguiu apenas em relação à ampliação da base de cálculo da COFINS. No caso da Unimed São José dos Campos, a base de cálculo das contribuições ao PIS/COFINS é a receita proveniente das mensalidades pagas pelos beneficiários dos planos de saúde comercializados pela cooperativa, que nada mais é do que receita oriunda da prestação de serviço (art. 3º da Lei nº 9.718/98 combinado com o art. 1º, I e II da Lei nº 9.656/98, com a redação dada pela MP nº 2.17744/01). Desse modo, deve ser rejeitada a tese da recorrente no sentido de que a incidência recaia apenas sobre a diferença entre os ingressos e os repasses, pois só podem ser deduzidos da base de cálculo os valores expressamente contemplados no art. 3º, § 9º, da Lei nº 9.718/98, além das deduções típicas de uma cooperativa médica. Nunca houve previsão legal para a tributação nos moldes pretendidos pela recorrente não só pelo fato do art. 3º, § 2º, III da Lei nº 9.718/98 ter sido revogado, mas também porque esse dispositivo nunca chegou a ser regulamentado. No que concerne à dedução das sobras, andou bem a decisão de primeira instância, pois embora o contribuinte tenha apresentado a planilha de fl. 2.855, não trouxe aos autos nenhum documento contábil apto a dar suporte à sobra indicada no mês de março de 2007 no valor de R$ 74.390,00. Em sede de recuso o contribuinte, no intuito de comprovar o valor de sobras líquidas, trouxe a ata da assembléia geral ordinária realizada em 26 de maço de 2008, que aprovou as contas do exercício anterior (2007). Essa ata indica que no final do exercício de 2007 existia uma sobra do período de R$ 358.133,00 e uma sobra à disposição da assembléia geral ordinária de R$ 36.485,00 (fl. 3851). Não se pode aceitar a ata dessa reunião como prova do valor de R$ 74.390,00, relativo ao mês de março de 2007, indicado na planilha de fl. 2.855 porque a referida planilha demonstra que nos demais meses não houve sobras. Existe um descompasso entre ata e a planilha. Segundo a planilha do contribuinte o valor de sobras líquidas do ano de 2007 é somente R$ 74.390,00, enquanto que na ata foi apresentado um valor muito maior. Portanto, permanece não comprovado o valor da sobra alegada no mês de março de 2007. Fl. 3873DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 9 9 Tratandose de fato modificativo da pretensão fazendária, é ônus processual do contribuinte produzir os documentos hábeis à comprovação do alegado. DDAA UUNNIIMMEEDD CCOOMMOO OOPPEERRAADDOORRAA DDEE PPLLAANNOOSS DDEE SSAAÚÚDDEE Relativamente às corresponsabilidades cedidas (art. 3º , § 9º, I, da Lei nº 9,718/98), verificase que a fiscalização somente acatou como dedução os valores contabilizados na conta 3117. A fiscalização glosou os pagamentos efetuados sob as rubricas UC e UT por se referirem a intercâmbio eventual, onde não existe cessão do risco. Com razão a fiscalização, a jurisprudência administrativa vem entendendo que a dedução do § 9º, I, abrange apenas e tãosomente as corresponsabilidades cedidas, conforme restou decidido no Acórdão 320201.765, relatado pela ilustre Conselheira Fabíola Cassiano Keramidas, a quem peço licença para utilizar seus argumentos, in verbis: "(...) É de sumária nitidez a determinação contida na Lei nº 9.718/98 (introduzida pela Medida Provisória nº 2.15835), sobre a possibilidade de exclusão, da base de cálculo do PIS e Cofins das operadoras de saúde (OPS), dos valores referentes às coresponsabilidades cedidas. Neste ponto, crucial é saber o que são “coresponsabilidade cedidas”. Conforme esclarecido, as empresas que operam a saúde podem fazêlo por meio de sua rede própria e/ou com o auxílio de terceiros ou ainda cooperados. Ocorre que esses terceiros, também denominados de “credenciados” ou “congêneres” podem ser contratados de forma direta ou indireta. Os credenciados contratados de forma direta (ou simplesmente credenciados) prestam o serviço “em nome” e sob a responsabilidade da OPS contratante. Aqui, não há transferência de responsabilidade da cobertura de assistência à saúde dos beneficiários ou usuários dos planos de saúde. O credenciado é contratado para a prestação de serviços específicos a serem prestados consoante sua especialidade médica, trata da saúde dos beneficiários do plano por evento. Por exemplo, médicos cardiologistas que atendem os usuários do plano de saúde em seu consultórios particulares e são remunerados pelas OPS, em função da quantidade de horas dispendidas ou pela quantidade de consultas efetuadas. Já as congêneres credenciados contratados de forma indireta são outras OPS (denominadas de congêneres por serem do mesmo gênero da contratante) que são contratadas para assumir a responsabilidade pela cobertura de assistência à saúde de determinados grupos de beneficiários ou usuários dos planos de saúde da OPS contratante. Aqui se identifica a TRANSFERÊNCIA DE RESPONSABILIDADE ou TRANSFERÊNCIA DE RISCO. Essas congêneres prestam o serviço contratado em seu próprio nome e, por isso, respondem diretamente pelo serviço prestado. As congêneres obrigatoriamente devem ser OPS, porque apenas as operadoras registradas na ANS podem assumir riscos em saúde suplementar. Fl. 3874DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 10 A congênere assume o risco de tratar permanentemente da saúde dos usuários que assumiu de outra OPS, cobrando para tanto uma taxa mensal para “cuidar” dos beneficiários que foram “transferidos” aos seus cuidados. Portanto, recebe um valor fixo contratado entre as partes, sendo este valor devido ainda que o serviço não seja utilizado pelo beneficiário. De forma sumária temse que no primeiro caso (“credenciado”), a responsabilidade é da OPS contratante e o pagamento do serviço é feito mensalmente, pelos eventos ocorridos, enquanto no segundo caso (“congêneres”), a responsabilidade pelo atendimento médico é da OPS contratada e o pagamento é realizado mensalmente, apurado de acordo com a quantidade de beneficiários transferidos/cobertos pela congênere. Esta questão da responsabilidade é regulada pela própria ANS, que para garantir os beneficiários exige, cada vez que a OPS credencia um prestador de serviço, uma série de documentos/informações. (...) Toda esta introdução é necessária porque a redação do “inciso I” do citado §9º, menciona que serão excluídos da base os valores referentes à “coresponsabilidade cedida”. Trata, portanto, de responsabilidade e de cessão. Neste aspecto, o dispositivo legal mencionado permite que sejam excluídos da base de cálculo os valores pagos justamente para estas congêneres, que se responsabilizam por determinados beneficiários da OPS contratante, do que se conclui, por dedução lógica inversa, que os valores pagos aos credenciados (contratados de forma direta) não se enquadram neste “inciso I”..(...)" Desse modo devem ser mantidas as glosas efetuadas pela fiscalização na dedução prevista no § 9º, I. Relativamente às responsabilidades assumidas (art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98), a grande questão é saber o conteúdo dessa dedução. Em outras palavras: qual a abrangência da dedução que este inciso se refere. Com o advento da Lei nº 12.873/2013, foi introduzido o § 9ºA no art. 3º da Lei nº 9.718/98, com caráter interpretativo do antigo § 9º, III, do mesmo artigo. A partir da publicação da Lei nº 12.873/2013, a redação passou a ser a seguinte: § 9º Na determinação da base de cálculo da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, as operadoras de planos de assistência à saúde poderão deduzir: (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) I coresponsabilidades cedidas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) II a parcela das contraprestações pecuniárias destinada à constituição de provisões técnicas; (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) Fl. 3875DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 10 11 III o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pago, deduzido das importâncias recebidas a título de transferência de responsabilidades. (Incluído pela Medida Provisória nº 215835, de 2001) § 9ºA. Para efeito de interpretação, o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos de que trata o inciso III do § 9º entendese o total dos custos assistenciais decorrentes da utilização pelos beneficiários da cobertura oferecida pelos planos de saúde, incluindose neste total os custos de beneficiários da própria operadora e os beneficiários de outra operadora atendidos a título de transferência de responsabilidade assumida. (Incluído pela Lei nº 12.873, de 2013) (Grifei) No caso dos autos, a fiscalização acusou a Unimed de ter incluído nessa dedução valores desembolsados com seus próprios usuários e não apenas valores pagos a usuários de outras operadoras. Ou seja, a fiscalização entende que essa dedução não abrange gastos com usuários contratantes de planos da própria recorrente, somente abrange gastos da recorrente com usuários de outras operadoras. Como se viu, o § 9ºA resolveu a pendenga, pois estabelece expressamente que a dedução alcança tanto os custos com usuários da própria operadora como com usuários de outra operadora. Esse entendimento já vinha sendo adotado por este colegiado mesmo antes do advento da Lei nº 12.873/2013, com lastro no Acórdão 330201.765 da lavra da Conselheira Fabíola Cassiano Keramidas. Eis a ementa do Acórdão 3302001.765, na parte em que interessa ao presente julgado: "(...) COOPERATIVAS MÉDICAS PIS/ COFINS MEDIDA PROVISÓRIA Nº 2.15835 POSSIBILIDADES DE EXCLUSÃO INDENIZAÇÕES REFERENTES A EVENTOS OCORRIDOS CONCEITO Grande polêmica alcança a exclusão de base de cálculo prevista no inciso III, § 9º, artigo 2º da MP 2.15835, que assim determina: “III — o valor referente às indenizações correspondentes aos eventos ocorridos, efetivamente pagos, deduzido das importâncias recebidas a titulo de transferência de responsabilidades”. Este dispositivo diverge, por consectário lógico, não equivale ao inciso “I”, que possibilita a exclusão de valores repassados para as congêneres contratadas com transferência de responsabilidade. O inciso “III” permite a exclusão dos valores repassados aos credenciados, sem transferência de responsabilidade, que ao invés de receberem valores fixos mensais, recebem indenizações por eventos Fl. 3876DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 12 efetivamente ocorridos. Em nenhuma hipótese se permite a exclusão da base de cálculo de valores referentes à rede própria. Recurso parcialmente provido." E também o Acórdão 3403002.049 da lavra do ilustre Conselheiro Ivan Allegretti, in verbis: “(...)PIS/COFINS. COOPERATIVAS DE SERVIÇOS MÉDICOS. DEDUÇÕES DAS OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE. APLICAÇÃO. ART. 3º, § 9º, III, DA LEI 9.718/98. INDENIZAÇÕES CORRESPONDENTES AOS EVENTOS OCORRIDOS.. CONCEITO. ALCANCE. Configuram indenizações de eventos ocorridos, para o efeito da dedução da base de cálculo prevista no art. 3º, § 9º, III, da Lei nº 9.718/98, os pagamentos realizados pelas cooperativas para terceiros (tais como médicos, clínicas, hospitais e laboratórios credenciados), para suportar os atendimentos (tais como consultas médicas, exames laboratoriais, hospitalização, cirurgias, terapias etc), a que deram causa os usuários dos planos de saúde independente de se tratar de usuários da própria operadora ou de outras operadoras, desde que tenham sido efetivamente pagos, reduzidos dos valores reembolsados pelas outras operadoras. (...)” Desse modo, a teor do decidido no Acórdão 320201.675, cujos fundamentos são aqui adotados nos termos do art. 50, § 1º da Lei nº 9.784/99, deverá ser revertida a glosa efetuada pela fiscalização nesta dedução, devendo prevalecer os valores apurados originariamente pelo contribuinte na planilha denominada pela fiscalização de DOC027, conforme citado no item 4.2.3.12 do Relatório Fiscal, zelando o fisco para que a dedução não inclua os valores dispendidos com a rede própria. Relativamente às receitas financeiras e demais receitas distintas do faturamento, verificase que elas foram incluídas na planilha de apuração elaborada pela fiscalização, Anexo 2 (fl. 2628). A fiscalização reconstituiu a base de cálculo, apurou a contribuição devida, e, em seguida, subtraiu os valores que haviam sido apurados pelo contribuinte em DCTF, lançando apenas as diferenças encontradas. O Supremo Tribunal Federal ao julgar o Recurso Extraordinário nº 357.950, em 09/11/2005 (Diário da Justiça da União de 15/08/2006), declarou a inconstitucionalidade do art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 e a constitucionalidade do art. 8º da referida lei. A análise do inteiro teor daquela decisão revela que somente as receitas provenientes da venda de mercadorias e da prestação de serviços podem sofrer a incidência do PIS e da Cofins, uma vez que o Tribunal considerou que o art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 era incompatível com o art. 195, I, “b” da Constituição, em sua redação original, e que a mácula do dispositivo legal não desapareceu com a superveniência da EC nº 20/98. Existindo decisão definitiva do STF, proferida em sede de controle difuso, a questão que se coloca é a possibilidade de a Administração Pública estendêla aos demais contribuintes. Relativamente à extensão administrativa dos efeitos das decisões do STF em matéria tributária, o art. 77 da Lei nº 9.430/96 estabelece que: Fl. 3877DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 11 13 “Art. 77. Fica o Poder Executivo autorizado a disciplinar as hipóteses em que a administração tributária federal, relativamente aos créditos tributários baseados em dispositivo declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, possa: I absterse de constituílos; II retificar o seu valor ou declarálos extintos, de ofício, quando houverem sido constituídos anteriormente, ainda que inscritos em dívida ativa; III formular desistência de ações de execução fiscal já ajuizadas, bem como deixar de interpor recursos de decisões judiciais.” (Grifei) Em cumprimento a este enunciado legal foi baixado o Decreto nº 2.346/97, que assim dispôs em seu art. 4º e parágrafo único: “Art. 4º Ficam o Secretário da Receita Federal e o ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, relativamente aos créditos tributários, autorizados a determinar, no âmbito de suas competências e com base em decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal que declare a inconstitucionalidade de lei, tratado ou ato normativo, que: I não sejam constituídos ou que sejam retificados ou cancelados; II não sejam efetivadas inscrições de débitos em dívida ativa da União; III sejam revistos os valores já inscritos, para retificação ou cancelamento da respectiva inscrição; IV sejam formuladas desistências de ações de execução fiscal. Parágrafo único. Na hipótese de crédito tributário, quando houver impugnação ou recurso ainda não definitivamente julgado contra a sua constituição, devem os órgãos julgadores, singulares ou coletivos, da Administração Fazendária, afastar a aplicação da lei, tratado ou ato normativo federal, declarado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.” (Grifei) Tanto o art. 77 da Lei nº 9.430/96 quanto o caput do art. 4º do Decreto nº 2.346/97 exigiram apenas que a decisão proferida pelo STF seja definitiva, não havendo nenhuma ressalva quanto à necessidade de prévia Resolução do Senado em relação às declarações de inconstitucionalidade proferidas em sede de controle difuso. Em matéria tributária, portanto, por meio do caput do art. 4º do Decreto nº 2.346/97 a Administração Tributária Federal está autorizada pelo Presidente da República a aplicar a interpretação fixada pelo STF independentemente da publicação da Resolução do Senado, bastando, para tanto, a expedição de um ato administrativo do Secretário da Receita Federal ou do Procurador Geral da Fazenda Nacional, para que os órgãos da Administração Tributária ativa se abstenham de aplicar a lei inconstitucional. Se para os órgãos da Administração Tributária ativa o Presidente da República estabeleceu regra especial no caput do art. 4º do Decreto nº 2.346/97, para os órgãos da Administração Tributária judicante foi estabelecida regra específica no parágrafo único. Fl. 3878DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 14 Esta regra alcança não só as Turmas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, mas também as Turmas das Delegacias da Receita Federal de Julgamento, pois o parágrafo único se refere expressamente à impugnação ou recurso e à órgãos julgadores singulares ou coletivos, abrangendo tanto o julgamento em primeira, quanto em segunda instância e, também, o julgamento em instância especial. Tendo em vista que o parágrafo único do art. 4º estabeleceu uma regra de exceção em relação ao caput, é evidente que os órgãos da Administração Tributária judicante não precisam aguardar que sobrevenham atos administrativos do Secretário da Receita Federal ou do Procurador Geral, e, tampouco, a publicação da Resolução do Senado, suspendendo a eficácia da norma declarada inconstitucional em sede de controle difuso. Isto porque tal exigência foi estabelecida no art. 1º do Decreto nº 2.346/97 em caráter geral para os demais órgãos da Administração Pública e apenas em relação à matéria não tributária. Em outras palavras, o art. 1º do Decreto nº 2.346/97 trouxe uma disposição genérica em relação aos “Órgãos da Administração Pública Federal direta e indireta”, cuja incidência em matéria tributária é excluída pelas regras especiais criadas no art. 4º . Observese que o art. 77 da Lei nº 9.430/97 foi específico quando mencionou a “administração tributária federal”. Já o art. 1º do Decreto nº 2.346/97 se refere genericamente à “Administração Pública Federal direta e indireta”. É inequívoco que no Decreto nº 2.346/97 temos três regras distintas disciplinando a extensão dos efeitos das decisões do STF. Uma regra geral no art. 1º do Decreto, que serve genericamente para todos os órgãos da Administração Federal, no caso de declarações de inconstitucionalidade proferidas em ações diretas. Outra regra no caput do artigo 4º que é específica para a Administração Tributária ativa. E, por fim, a regra que se constitui na exceção da exceção, que se encontra no parágrafo único, cujos destinatários são os órgãos singulares e coletivos da Administração Tributária judicante. Portanto, é fácil concluir que o art. 77 da Lei nº 9.430/97 foi regulamentado pelo art. 4º do Decreto nº 2.346/97 e não pelo art. 1º que é uma regra geral. Se a Administração Tributária ativa ou judicante precisasse aguardar a publicação de Resolução do Senado nos casos de declaração de inconstitucionalidade em sede de controle difuso, a redação do Decreto nº 2.346/97 poderia ter parado no art. 2º. Aliás, caso se aceite tal interpretação, seria prescindível a própria expedição do Decreto, uma vez que é do conhecimento de todos que a Resolução do Senado suspende a execução da norma inconstitucional com força erga omnes, o que alcançaria também toda a Administração Pública Federal. Desse modo, nos casos de impugnação ou de recurso não definitivamente julgados, como se dá no caso presente, deve a Administração Tributária judicante adotar a interpretação fixada pelo Supremo Tribunal Federal e afastar a aplicação da lei declarada inconstitucional, independente da publicação de Resolução do Senado ou da manifestação de qualquer outra autoridade, pois está autorizada diretamente pelo Presidente da República a fazêlo. Esta interpretação foi chancelada por meio do art. 62, parágrafo único, inciso I, do Anexo II, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, aprovado pela Portaria MP nº 256, de 22 de junho de 2009. Desse modo, devem ser excluídas da base de cálculo utilizadas no auto de infração as receitas financeiras e todas as demais receitas discriminadas na coluna "DACON Ficha 08A/18a Coluna RECEITA Linha 02 Demais Receitas Alíquota Cumulativa, constante no Anexo 2 de fl. 2628. Fl. 3879DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 12 15 Especificamente quanto à incidência das contribuições sobre a receita de venda de bens do ativo permanente, a DRJ não acatou a alegação do contribuinte por falta de provas. Em sede de recurso o contribuinte complementou os balancetes de verificação apresentados com a impugnação, apresentando os documentos de fls. 3843/3847 (folha do livro razão e balancete de verificação) no intuito de comprovar os valores de vendas do ativo permanente. Analisando esses documentos, verificase que as operações com ativo permanente são escrituradas no grupo de contas "361 Receitas não operacionais", que compôs a apuração da fiscalização no Anexo 2. Sendo assim, o reconhecimento do direito do contribuinte à exclusão das receitas distintas do faturamento especificadas no Anexo 2, já contemplou a exclusão da receita de bens do ativo imobilizado. Insurgiuse a recorrente contra a exigência dos juros de mora sobre a multa de ofício, contida no demonstrativo que acompanhou a notificação do acórdão de primeira instância. A recorrente demonstrou por meio da planilha inserida no corpo do recurso que realmente a repartição fiscal calculou e exigiu os juros de mora sobre a soma do principal e da multa de ofício. Quanto à questão da incidência dos juros de mora sobre a multa de ofício, a Câmara Superior de Recursos Fiscais uniformizou o entendimento no sentido da ilegalidade dessa cobrança. Essa questão já foi enfrentada por este colegiado em inúmeros julgados, entre os quais o Acórdão 3403002.367, de 24 de julho de 2013, relatado pelo Conselheiro Rosaldo Trevisan, a quem peço licença para adotar seus fundamentos, in verbis: (...) O assunto seria aparentemente resolvido pela Súmula nº 4 do CARF: “Súmula CARF n° 4: A partir de 1o de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais” (grifo nosso) Contudo, resta a dúvida se a expressão “débitos tributários” abarca as penalidades, ou apenas os tributos. Verificando os acórdãos que serviram de fundamento à edição da Súmula, não se responde a questão, pois tais julgados se concentram na possibilidade de utilização da Taxa SELIC. Seguese então, para o art. 161 do Código Tributário Nacional, que dispõe: “Art. 161. O crédito não integralmente pago no vencimento é acrescido de juros de mora, seja qual for o motivo determinante da falta, sem prejuízo da Fl. 3880DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 16 imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de garantia previstas nesta Lei ou em lei tributária. § 1° Se a lei não dispuser de modo diverso, os juros de mora são calculados à taxa de um por cento ao mês. § 2º O disposto neste artigo não se aplica na pendência de consulta formulada pelo devedor dentro do prazo legal para pagamento do crédito.”(grifo nosso) As multas são inequivocamente penalidades. Assim, restaria ilógica a leitura de que a expressão créditos ao início do caput abarca as penalidades. Tal exegese equivaleria a sustentar que: “os tributos e multas cabíveis não integralmente pagos no vencimento serão acrescidos de juros, sem prejuízos da aplicação das multas cabíveis”. A Lei nº 9.430/1996, por sua vez, dispõe, em seu art. 61, que: “Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. Novamente ilógico interpretar que a expressão “débitos” ao início do caput abarca as multas de ofício. Se abarcasse, sobre elas deveria incidir a multa de mora, conforme o final do comando do caput. Mais recentemente tratouse do tema nos arts. 29 e 30 da Lei nº 10.522/2002: “Art. 29. Os débitos de qualquer natureza para com a Fazenda Nacional e os decorrentes de contribuições arrecadadas pela União, constituídos ou não, cujos fatos geradores tenham ocorrido até 31 de dezembro de 1994, que não hajam sido objeto de parcelamento requerido até 31 de agosto de 1995, expressos em quantidade de Ufir, serão reconvertidos para real, com base no valor daquela fixado para 1o de janeiro de 1997. Fl. 3881DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13864.720070/201121 Acórdão n.º 3403003.333 S3C4T3 Fl. 13 17 § 1° A partir de 1o de janeiro de 1997, os créditos apurados serão lançados em reais. § 2° Para fins de inscrição dos débitos referidos neste artigo em Dívida Ativa da União, deverá ser informado à ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional o valor originário dos mesmos, na moeda vigente à época da ocorrência do fato gerador da obrigação. § 3° Observado o disposto neste artigo, bem assim a atualização efetuada para o ano de 2000, nos termos do art. 75 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996, fica extinta a Unidade de Referência Fiscal – Ufir, instituída pelo art. 1o da Lei no 8.383, de 30 de dezembro de 1991. Art. 30. Em relação aos débitos referidos no art. 29, bem como aos inscritos em Dívida Ativa da União, passam a incidir, a partir de 1o de janeiro de 1997, juros de mora equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia – Selic para títulos federais, acumulada mensalmente, até o último dia do mês anterior ao do pagamento, e de 1% (um por cento) no mês de pagamento.” (grifo nosso) Vejase que ainda não se aclara a questão, pois se trata da aplicação de juros sobre os “débitos” referidos no art. 29, e a expressão designada para a apuração posterior a 1997 é "créditos". Bem parece que o legislador confundiu os termos, e quis empregar débito por crédito (e viceversa), mas tal raciocínio, ancorado em uma entre duas leituras possíveis do dispositivo, revelase insuficiente para impor o ônus ao contribuinte. Não se tem dúvidas que o valor das multas também deveria ser atualizado, sob pena de a penalidade tornarse pouco efetiva ou até inócua ao fim do processo. Mas o legislador não estabeleceu expressamente isso. Pela carência de base legal, então, entendese pelo não cabimento da aplicação de juros de mora sobre a multa de ofício, na linha que já vem sendo adotada por esta Turma. Pelo exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário apresentado, reconhecendo, para efeitos de execução do presente acórdão pela unidade local, que não incidem juros de mora sobre o valor da multa de ofício. Rosaldo Trevisan" Por fim, insurgiuse o contribuinte contra a exigência da multa de ofício por considerála confiscatória e violadora do princípio da capacidade contributiva. As questões levantadas em sede de recurso voluntário quanto à multa de ofício não podem ser enfrentadas por este colegiado, pois o art. 26A do Decreto nº 70.235/72 veda o afastamento de dispositivo legal de hierarquia igual ou superior a decreto, em razão de alegação de inconstitucionalidade. Não se olvide que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. Fl. 3882DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM 18 Em face do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso para: a) reverter a glosa efetuada pela fiscalização na dedução prevista no art. 3ª, § 9º, III, da Lei nº 9.718/99, devendo prevalecer os valores apurados originariamente pelo contribuinte na planilha denominada pela fiscalização de DOC027, conforme citado no item 4.2.3.12 do Relatório Fiscal, zelando o fisco para que a dedução não inclua os valores despendidos com a rede própria; b) excluir das bases de cálculo apuradas pela fiscalização as receitas distintas do faturamento indicadas pela fiscalização no Anexo 2 (fl. 2628) na coluna "DACON Ficha 08A/18a Coluna RECEITA Linha 02 Demais Receitas Alíquota Cumulativa; e c) excluir a cobrança de juros de mora sobre a multa de ofício na fase de liquidação administrativa do presente julgado. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 3883DF CARF MF Impresso em 03/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/10/2014 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 17/10/201 4 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 14489.000087/2007-79
Turma: Terceira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 10 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Nov 10 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/05/1996 a 30/06/2000
PREVIDENCIÁRIO. DECADÊNCIA
São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do decreto-lei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário, devendo ser aplicado o art. 150, parágrafo 4º ou Art. 173, I do CTN nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação.
Recurso de Ofício Negado.
Numero da decisão: 2403-002.708
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício.
Carlos Alberto Mees Stringari - Presidente
Marcelo Magalhães Peixoto - Relator
Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro.
Nome do relator: MARCELO MAGALHAES PEIXOTO
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DECADÊNCIA São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do decretolei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário, devendo ser aplicado o art. 150, parágrafo 4º ou Art. 173, I do CTN nos casos de tributos sujeitos ao lançamento por homologação. Recurso de Ofício Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Carlos Alberto Mees Stringari Presidente Marcelo Magalhães Peixoto Relator Participaram, do presente julgamento, os Conselheiros Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Magalhães Peixoto, Elfas Cavalcante Lustosa Aragão Elvas, Ivacir Julio de Souza, Daniele Souto Rodrigues e Paulo Maurício Pinheiro Monteiro. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 48 9. 00 00 87 /2 00 7- 79 Fl. 734DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 2 Relatório Cuidase de Recurso de Ofício em face de Acórdão que julgou improcedente o lançamento consubstanciado no DEBCAD 37.052.7712, referente ao período de 05/1996 a 06/2000, na qual pretende o recolhimento das contribuições previdenciárias correspondente à cota patronal e à parte dos segurados incidentes sobre as remunerações pagas aos contribuintes individuais. O Relatório Fiscal, fls. 124/128, consigna que através do exame da contabilidade da empresa, foi possível verificar a existência de remunerações a autônomos em contas diversas, a exemplo, “41021001 Serviços de Terceiros PF”, “41021004 Serviços de Informática”, “51101001 Comissões Para Representantes”, dentre outros. Apesar de intimados a apresentar os documentos que originaram tais escriturações no Livro Razão, a empresa quedouse inerte, autorizando, pois, a aferição indireta da base de cálculo, por parte da autoridade fiscalizatória. A autuação foi lavrada no importe de R$ 4.018.039,32 (quatro milhões dezoito mil trinta e nove reais e trinta e dois centavos), tendo a sua notificação ocorrido em 21/11/2006. DA IMPUGNAÇÃO Inconformada com o lançamento, a empresa ofertou sua impugnação por meio de instrumento de fls. 311/327. DO ACÓRDÃO DA DRJ Após analisar os argumentos da então Impugnante, a 14ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro I, DRJ/RJOI, prolatou o Acórdão nº 1219.872, fls. 643/647, para reconhecer a improcedência do lançamento em face da decadência, conforme ementa a seguir transcrita: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/1996 a 30/06/2000 Ementa: INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL É inconstitucional o artigo 45 da Lei nº 8.212/1991 que prevê o prazo de 10 anos para que a Seguridade Social apure e constitua seus créditos, por invadir área reservada à lei complementar, vulnerando, dessa forma, o artigo 146, III, b, da Constituição Federal. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. A decadência do direito de apurar e constituir o crédito tributário previdenciário, no lançamento por homologação, se dá em (05) cinco anos, a conta da ocorrência do fato gerador, nos termos do artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional – CTN. Fl. 735DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 14489.000087/200779 Acórdão n.º 2403002.708 S2C4T3 Fl. 3 3 LANÇAMENTO DIRETO SUBSTITUTIVO Se não houve pagamento antecipado pelo contribuinte, não há o que homologar nem se pode falar em lançamento por homologação. Surge a figura do lançamento direto substitutivo, previsto no artigo 149, V do CTN, cujo prazo decadencial rege se pela regra geral do artigo 173, I do CTN: cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o pagamento antecipado deveria ter sido realizado. Lançamento Improcedente DO RECURSO DE OFÍCIO Em razão da improcedência do lançamento para exonerar o crédito tributário, a decisão supra foi recorrida de ofício para que seja submetido ao reexame necessário, nos termos do art. 366, I, “a” do Regulamento da Previdência Social – RPS, aprovado pelo Decreto nº 3.048/99, c/c o art. 29 da Lei nº 11.457/2007 e Portaria MF nº 03/2008. O contribuinte, devidamente intimado do Acórdão da DRJ, apresentou suas contrarrazões às fls. 662/666. É o relatório. Fl. 736DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO 4 Voto Conselheiro Marcelo Magalhães Peixoto, Relator DA DECADÊNCIA O Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária de 12 de Junho de 2008, aprovou a Súmula Vinculante nº 8, nos seguintes termos: “São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do DecretoLei nº 1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”. Referida Súmula declara inconstitucionais os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que impõem o prazo decadencial e prescricional de 10 (dez) anos para as contribuições previdenciárias, o que significa que tais contribuições passam a ter seus respectivos prazos contados em consonância com os artigos 150, § 4º, 173 e 174, do Código Tributário Nacional: CTN Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. (...) § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (...) Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; De acordo com o art. 103A, da Constituição Federal, a Súmula Vinculante nº 8 vincula toda a Administração Pública, inclusive este Colegiado. In casu, como se trata de contribuições sociais previdenciárias que são tributos sujeitos a lançamento por homologação, contase o prazo decadencial nos termos do art. 150, § 4º do CTN, caso se verifique a antecipação de pagamento (mesmo que parcial) ou, nos termos do art. 173, I, do CTN, quando o pagamento não foi antecipado pelo contribuinte. Ocorre que o período de apuração compreendeu as competências 05/1996 a 06/2000 e a notificação ocorreu apenas em 2006, por essa razão, mesmo que se o prazo decadencial do fato gerador mais recente inicie nos moldes do art. 173, I, do CTN, verificase Fl. 737DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO Processo nº 14489.000087/200779 Acórdão n.º 2403002.708 S2C4T3 Fl. 4 5 que fora ultrapassado o prazo de cinco anos a contar do primeiro dia do exercício seguinte, a saber, 01/01/2001. Logo, o prazo decadencial ocorreu em relação a todo o período, por quaisquer dos critérios do Código Tributário Nacional, razão pela qual não há mais que se falar em crédito tributário, reputandose correta a decisão de primeira instância ao reconhecer a decadência total da autuação em epígrafe. CONCLUSÃO Do exposto, voto pelo não provimento do Recurso de Ofício, em face do reconhecimento da decadência total por quaisquer dos critérios do Código Tributário Nacional. Marcelo Magalhães Peixoto. Fl. 738DF CARF MF Impresso em 10/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES PEIXOTO, Assinado digitalmente em 06/11 /2014 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 21/10/2014 por MARCELO MAGALHAES P EIXOTO
score : 1.0
Numero do processo: 10980.005969/2008-08
Turma: Primeira Turma Ordinária da Primeira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Oct 06 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005
IMPOSTO DE RENDA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO ANTES DA CONVERSÃO DE DEPÓSITOS JUDICIAIS EM RENDA DA UNIÃO. INDEFERIMENTO.
O pressuposto do pedido de restituição é o pagamento indevido, nos termos do artigo 165 do CTN. Não existindo no direito brasileiro o pedido de restituição preventivo, este deve ser indeferido.
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO.
O prazo de 5 (cinco) anos de que trata o artigo 168 do CTN deve ser contado a partir da extinção do crédito tributário, que ocorrerá, no caso, na data da conversão dos depósitos judiciais em renda.
Recurso negado.
Numero da decisão: 2101-002.560
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Realizou sustentação oral o patrono do recorrente, Dr. Alexandre Bassi Borzani - OAB/DF 36458.
(assinado digitalmente)
LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS - Presidente
(assinado digitalmente)
ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA - Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Maria Cleci Coti Martins, Carlos André Rodrigues Pereira Lima e Heitor de Souza Lima Junior.
Nome do relator: ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002, 2003, 2004, 2005 IMPOSTO DE RENDA. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO ANTES DA CONVERSÃO DE DEPÓSITOS JUDICIAIS EM RENDA DA UNIÃO. INDEFERIMENTO. O pressuposto do pedido de restituição é o pagamento indevido, nos termos do artigo 165 do CTN. Não existindo no direito brasileiro o pedido de restituição preventivo, este deve ser indeferido. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. O prazo de 5 (cinco) anos de que trata o artigo 168 do CTN deve ser contado a partir da extinção do crédito tributário, que ocorrerá, no caso, na data da conversão dos depósitos judiciais em renda. Recurso negado.
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PEDIDO DE RESTITUIÇÃO FORMULADO ANTES DA CONVERSÃO DE DEPÓSITOS JUDICIAIS EM RENDA DA UNIÃO. INDEFERIMENTO. O pressuposto do pedido de restituição é o pagamento indevido, nos termos do artigo 165 do CTN. Não existindo no direito brasileiro o pedido de restituição preventivo, este deve ser indeferido. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. PRAZO. O prazo de 5 (cinco) anos de que trata o artigo 168 do CTN deve ser contado a partir da extinção do crédito tributário, que ocorrerá, no caso, na data da conversão dos depósitos judiciais em renda. Recurso negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os Membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Realizou sustentação oral o patrono do recorrente, Dr. Alexandre Bassi Borzani OAB/DF 36458. (assinado digitalmente) LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 00 59 69 /2 00 8- 08 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/10/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 2 (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Participaram do julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos (Presidente), Alexandre Naoki Nishioka (Relator), Maria Cleci Coti Martins, Carlos André Rodrigues Pereira Lima e Heitor de Souza Lima Junior. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em 31 de julho de 2013 (efls. 71/77) em face de acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) (efls. 57/60), do qual o Recorrente teve ciência em 01 de julho de 2013 (efl. 67), que, por unanimidade de votos, julgou improcedente manifestação de inconformidade apresentada em face do despacho decisório de fls. 13/14, que indeferiu pedido de restituição formulado pelo contribuinte (efl. 2), relativo aos anoscalendário de 2001 a 2004. O acórdão teve a seguinte ementa: “ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2001, 2002, 2003, 2004 SOBRESTAMENTO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO. Não há previsão legal para sobrestamento de processo administrativo, devendo o mesmo ser impulsionado de ofício pela Administração Pública, nos termos do art. 2º, inciso XI, da Lei nº 9.784/1999. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO. INEXISTÊNCIA. Cabe indeferir o pedido de restituição de imposto de renda quando não se verifica nos sistemas da RFB existência de valores pagos a maior ou indevidamente. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido” (efl. 57). Não se conformando, o Recorrente interpôs recurso voluntário, pedindo a reforma do acórdão recorrido, para deferir o pedido de restituição. É o relatório. Voto Conselheiro Alexandre Naoki Nishioka, Relator O recurso preenche os requisitos de admissibilidade, motivo pelo qual dele conheço. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/10/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS Processo nº 10980.005969/200808 Acórdão n.º 2101002.560 S2C1T1 Fl. 106 3 Tratase de pedido de restituição formulado pelo Recorrente, com fundamento na não incidência de imposto de renda sobre 13º. salário recebido nos anos calendário de 2001 a 2004, em virtude de moléstia grave. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade, sob o argumento de que o imposto objeto do pedido de restituição não foi recolhido, já que depositado judicialmente nos autos da Ação Declaratória nº 1999.70.00.0332651, ajuizada pelo Recorrente em face da União. Além disso, o pedido formulado em 07 de maio de 2008 não alcançaria os anoscalendário 2001 e 2002, tendo em vista o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o artigo 168 do CTN. Em seu recurso, pede o Recorrente o reconhecimento da não incidência do imposto, com o deferimento do pedido de restituição ou, ad argumentandum, o sobrestamento do feito até a execução da sentença proferida nos autos da referida ação judicial, que culminaria com a conversão em renda da União dos valores relativos ao tributo objeto do pedido de restituição. Entendo, todavia, que o recurso não deve ser provido, pois um dos pressupostos do pedido de restituição é o pagamento indevido, nos termos do artigo 165 do CTN. É fato incontroverso nos autos que, em virtude de ação ajuizada pelo Recorrente em face da União, o imposto objeto do pedido de restituição foi depositado judicialmente, não tendo sido recolhido, o que significa dizer que não houve sequer pagamento. Assim, não existindo no direito brasileiro o pedido de restituição preventivo, este deve ser indeferido. No que se refere ao prazo de 5 (cinco) anos previsto no artigo 168 do CTN, este somente terá início na data da extinção do crédito tributário, o que ocorrerá, nos termos do artigo 156, VI, do CTN, na data da “conversão de depósito em renda”. Eis os motivos pelos quais voto no sentido de NEGAR provimento ao recurso. (assinado digitalmente) ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA Relator Fl. 107DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/10/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS 4 Fl. 108DF CARF MF Impresso em 06/10/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 05/10/ 2014 por ALEXANDRE NAOKI NISHIOKA, Assinado digitalmente em 06/10/2014 por LUIZ EDUARDO DE OLIVEIRA SANTOS
score : 1.0
Numero do processo: 10855.002323/00-69
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jan 23 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Nov 14 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/09/1990 a 31/12/1991
FINSOCIAL RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO
O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado.
Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte.
Numero da decisão: 9303-002.836
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso especial, para afastar a prescrição do direito à repetição de eventuais indébitos relativos a fatos geradores ocorridos a partir de outubro de 1990, e determinar o retorno dos autos ao órgão de origem para examinar o pleito do sujeito passivo referente à parte remanescente.
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente Substituto
Henrique Pinheiro Torres - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente Substituto)
Nome do relator: HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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Interessado FAZENCA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/1990 a 31/12/1991 FINSOCIAL RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. PRESCRIÇÃO O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5), a partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte. Recurso Especial do Contribuinte Provido em Parte Aguardando Nova Decisão Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso especial, para afastar a prescrição do direito à repetição de eventuais indébitos relativos a fatos geradores ocorridos a partir de outubro de 1990, e determinar o retorno dos autos ao órgão de origem para examinar o pleito do sujeito passivo referente à parte remanescente. Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente Substituto Henrique Pinheiro Torres Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 5. 00 23 23 /0 0- 69 Fl. 301DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Júlio César Alves Ramos, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva, Joel Miyazaki, Maria Teresa Martínez López, Gileno Gurjão Barreto e Marcos Aurélio Pereira Valadão (Presidente Substituto) Relatório Por bem relatar os fatos, transcrevo o relatório do acórdão recorrido. Cuidase de recurso voluntário interposto por Center Comercial Moucachen Ltda. (fls. 102 a 124) contra acórdão da Colenda 4ª Turma de Julgamento da DRJ de Ribeirão Preto — SP, que, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação de restituição/compensação (fls. 93 a 99). Iniciado o julgamento nesta Primeira Câmara do Terceiro Conselho de Contribuintes, a Ilustre Relatora Atalina Rodrigues Alves assim relatou o presente processo, verbis: Trata o processo de pedido de restituição de valores que teriam sido indevidamente recolhidos a titulo de contribuições para o FINSOCIAL, no período de 01/10/90 a 05/09/91, em conformidade com leis posteriormente declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. 0 pleito, protocolizado em 10/10/2000, foi indeferido pela Delegacia da Receita Federal em Sorocaba, nos termos do Despacho Decisório de fl. 36, sob o fundamento de que já havia transcorrido o prazo de (cinco anos) contados desde a data da extinção do crédito tributário até a protocolização do pedido. Devidamente cientificada do despacho decisório, a interessada apresentou a impugna cão de fls. 41 a 51, alegando, em síntese, que o prazo de cinco anos para pleitear a restituição deve ser contado a partir da extinção do crédito, que no caso do FINSOCIAL ocorre com a homologação tácita que se opera em cinco anos contados da data do fato gerador, resultando em 10 anos o prazo prescricional. Trouxe à colaçâo jurisprudência nesse sentido. A 4ª Turma De Julgamento da DRJ/Ribeirão Preto/SP, indeferiu a solicitação da interessada por meio do Acórdão DRJ/RPO nº 6.742, de 10/12/2004, proferido as fls. 93/99, cuja fundamentação base encontrase consubstanciada na sua ementa, verbis: Assunto: Outros Tributos ou Contribuições Anocalendário: 1990, 1991, 1992 Ementa: FINSOCIAL. RESTITUIÇÃO O prazo de repetição de indébitos tributários é de cinco anos contados da data do recolhimento. Fl. 302DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.002323/0069 Acórdão n.º 9303002.836 CSRFT3 Fl. 284 3 JULGAMENTO. VINCULAÇÃO A autoridade julgadora de primeira instancia está vinculada ao entendimento da SRF, expresso em atos tributários, e aos Pareceres da PGFN aprovados pelo Ministro da Fazenda. INDÉBITO. COMPROVAÇÃ0. A comprovação dos créditos pleiteados incumbe ao contribuinte, por meio de prova documental apresentada na impugnação. Solicitação indeferida. Cientificada do Acórdão que lhe indeferiu o pleito, a interessada interpôs recurso voluntário a este Conselho (fls. 102/124), no qual reitera as razões e argumentos de defesa expendidos na impugnação, trazendo à colação jurisprudência no sentido de que no caso do FINSOCIAL, cujo lançamento é por homologação, a extinção do direito de pleitear a restituição ocorre após decorridos 05 anos, a contar da homologação tácita, não tendo havido homologação expressa. Esta Primeira Camara do Terceiro Conselho de Contribuintes, ao seu turno, através da Resolução n° 3011.575 (fls. 136 a 139), resolveu converter o julgamento em diligência à Repartição de Origem, na forma do voto da Ilustre Relatora Atalina Rodrigues Alves, a seguir transcrito: Conforme relatado, trata o processo de pedido de restituição de valores que teriam sido indevidamente recolhidos a titulo de contribuições para o FINSOCIAL, no período de 01/10/90 a 05/09/91, em conformidade com leis posteriormente declaradas inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal. No mérito, a solicitação da interessada foi indeferida por meio do Acórdão DRJRPO nº 6.742, de 10/12/2004, proferido ás fls. 93/99, ao fundamento de que "a comprovação dos créditos pleiteados incumbe ao contribuinte, por meio de prova documental apresentada na impugnação." Considerando que não há nos autos elementos suficientes para formar minha nº 70.235/72, voto no sentido de converter o julgamento em diligência à repartição de origem, para que sejam apurados junto à interessada, com base na documentação hábil, eventuais créditos de FINSOCIAL em razão de recolhimentos com alíquota superior a 0,5% no período de 01/10/90 a 05/09/91. Cumpre esclarecer que a interessada deverá ser cientificada do resultado da diligência, para fins de se manifestar e exercer seu pleno direito de defesa. (destaques nossos) Baixados os autos, e com base na documentação acostada pelo contribuinte, a autoridade fiscal apurou créditos de FINSOCIAL em razão de recolhimentos com alíquota superior a 0,5%, conforme Demonstrativo de Apuração de Débitos e Demonstrativo de Amortizações (fls. 206 a 225). Fl. 303DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 4 0 contribuinte, em seguida, através da Impugnação de fls. 227 a 232, manifestou a sua não concordância com os valores apurados, juntando novas planilhas de cálculo. Decidindo o feito, o Colegiado recorrido negou provimento ao recurso voluntário, em acórdão assim ementado: ASSUNTO: OUTROS TRIBUTOS OU CONTRIBUIÇÕES ANOCALENDÁRIO: 1990, 1991, 1992 FINSOCIAL PEDIDO DE RESTITUIÇÃO DECADÊNCIA Com arrimo em precedentes da CSRF, prevalece o entendimento que a contagem do prazo de 5 (cinco) anos para propor o pedido de restituição do Finsocial iniciouse em 31/08/1995, com a publicação da Medida Provisória n° 1.110 de 30/08/1995, sendo o seu termo final o dia 31/08/2000. RECURSO VOLUNTÁRIO NEGADO Inconformado, a o Sujeito Passivo apresentou recurso especial, fls. 248 a 267 (autos em papel), onde pugna pelo prazo prescricional de 10 anos (tese dos 5 mais 5). A esse recurso foi dado seguimento, nos termos do despacho de fl. 274 (autos em papel). Regularmente intimada da admissibilidade do apelo do Sujeito Passivo, a ilustre representante da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões, fls. 277 a 279, onde defende a manutenção do acórdão recorrido. É o relatório. Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Relator O recurso é tempestivo e atendem aos demais requisitos de admissibilidade, razão pela qual dele conheço. A teor do relatado, a matéria posta em debate cingese à questão do termo inicial da prescrição para repetição de indébito. Em seu especial a Fazenda Nacional defende a aplicação do art. 168 do CTN, com a interpretação dada pelo art. 3º da Lei Complementar 118/2005. A Câmara recorrida entendeu que o termo inicial para repetição de Finsocial seria a data da publicação da Medida Provisória nº 1.110, de 31 de agosto de 1995, enquanto o sujeito passivo reclama a aplicação do prazo decenal, tese dos 5 + 5, contado a partir do fato gerador do tributo, alegadamente, pago a maior que o devido. Analisando os autos, verificase que o crédito pleiteado referese a períodos de apuração compreendidos entre setembro de 1990 e dezembro de 1991, e que o pedido de restituição foi protocolado em 10 de outubro de 2.000. Feito esse esclarecimento, passemos, de imediato, ao enfrentamento da questão. Fl. 304DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.002323/0069 Acórdão n.º 9303002.836 CSRFT3 Fl. 285 5 Nesta matéria, já me pronunciei inúmeras vezes, entendendo que o termo inicial para repetir indébito é o previsto no artigo 168 do CTN, com a interpretação dada pelo art. 3º da Lei Complementar 118/2005, ou seja, o da extinção do crédito pelo pagamento indevido. Esse entendimento vinha prevalecendo neste Colegiado, quando se resolveu sobrestar a matéria até que o Supremo Tribunal Federal se pronunciasse sobre a constitucionalidade do art. 4º da Lei Complementar suso mencionada, que determinava a aplicação retroativa da interpretação autêntica dada pelo citado artigo 3º. A decisão do STF foi no sentido de que o termo inicial do prazo para repetição de indébito, a partir de 09/06/2005, vigência da Lei Complementar 118/2005, era a data da extinção do crédito pelo pagamento; já para as ações de restituição ingressadas até a vigência dessa lei, deverseia aplicar o prazo dos 10 anos, consubstanciado na tese dos 5 mais 5 (cinco anos para homologar e mais 5 para repetir), prevalente no Superior Tribunal de Justiça. Para melhor clareza do aqui exposto, transcrevese a ementa do acórdão pretoriano que decidiu a questão. 04/08/2011 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621 Rio GRANDE DO Sul. RELATORA : MIN. ELLEN GRACIE DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE '9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, 1, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer Outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por Fl. 305DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES 6 lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao Principio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vatatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. lnaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da vacacio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. ACORDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros do Supremo Tribunal Federal, em Sessão Plenária, sob a RE 66.621 / RS Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso, na conformidade da ata de julgamento e das notas taquigráficas, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso extraordinário, nos termos do voto da relatora. Essa decisão não deixa margem a dúvida de que o artigo 3º da Lei Complementar nº 118/2005 só produziu efeito a partir de 9 de junho de 2005, com isso, quem ajuizou ação judicial de repetição de indébito, em período anterior a essa data, gozava do prazo decenal (tese dos 5 + 5) para repetição de indébito, contado a partir do fato gerador da obrigação tributária. Ademais, não se pode olvidar que a Constituição é aquilo que o Supremo Tribunal Federal diz que ela é, com isso, em matéria de controle de constitucionalidade, a última palavra é do STF, por conseguinte, deve todos os demais tribunais e órgãos administrativos observarem suas decisões. D outro lado, não se alegue que predita decisão seria inaplicável ao CARF já que o acórdão do STF teria vedado a aplicação retroativa da lei aos casos de ação judicial impetradas até o início da vigência da lei interpretativa, pois o fundamento para declarar a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º acima citado, foi justamente a ofensa ao princípio da segurança jurídica e da confiança, o que se aplica, de igual modo, aos pedidos Fl. 306DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES Processo nº 10855.002323/0069 Acórdão n.º 9303002.836 CSRFT3 Fl. 286 7 administrativos, não havendo qualquer motivo, nesse quesito – segurança jurídica – para diferenciálos dos pedidos judiciais. De todo o exposto, temse que aos pedidos administrativos de repetição de indébito, formalizados até 8 de junho de 2005, aplicase o prazo decenal. Assim, no caso sob exame, temse que os créditos pleiteados, referentes a fatos geradores ocorridos a partir de outubro de 1990, na data em que efetuado o pedido de restituição/compensação – 110/10/2000 ainda não haviam sido alcançados pela prescrição. Com essas considerações, voto no sentido de dar provimento parcial ao recurso apresentado pelo sujeito passivo, para afastar a prescrição do direito à repetição de eventuais indébitos relativos a fatos geradores ocorridos a partir de outubro de 1990, e determinar o retorno dos autos ao órgão de origem para examinar o pleito do sujeito passivo referente à parte remanescente. Henrique Pinheiro Torres 1 O fato gerador do Finsocial era o faturamento mensal, que era apurada no último dia do mês. Fl. 307DF CARF MF Impresso em 17/11/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2014 por CLEIDE LEITE, Assinado digitalmente em 02/04/2014 por MAR COS AURELIO PEREIRA VALADAO, Assinado digitalmente em 13/03/2014 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES
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