Busca Facetada
Turma- Terceira Câmara (28,899)
- Segunda Câmara (27,777)
- Primeira Câmara (25,077)
- Segunda Turma Ordinária d (16,594)
- 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (15,671)
- Primeira Turma Ordinária (15,251)
- Segunda Turma Ordinária d (15,173)
- Primeira Turma Ordinária (15,154)
- Primeira Turma Ordinária (15,001)
- Segunda Turma Ordinária d (13,782)
- Primeira Turma Ordinária (12,673)
- Primeira Turma Ordinária (11,721)
- Segunda Turma Ordinária d (11,695)
- Quarta Câmara (11,510)
- 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR (11,138)
- Quarta Câmara (81,380)
- Terceira Câmara (63,185)
- Segunda Câmara (50,669)
- Primeira Câmara (16,202)
- 3ª SEÇÃO (15,671)
- 2ª SEÇÃO (11,138)
- 1ª SEÇÃO (6,624)
- Pleno (786)
- Sexta Câmara (302)
- Sétima Câmara (172)
- Quinta Câmara (133)
- Oitava Câmara (123)
- Terceira Seção De Julgame (114,979)
- Segunda Seção de Julgamen (108,014)
- Primeira Seção de Julgame (70,951)
- Primeiro Conselho de Cont (49,037)
- Segundo Conselho de Contr (48,602)
- Câmara Superior de Recurs (37,027)
- Terceiro Conselho de Cont (25,920)
- IPI- processos NT - ressa (4,985)
- Outros imposto e contrib (4,458)
- PIS - ação fiscal (todas) (4,037)
- IRPF- auto de infração el (3,972)
- PIS - proc. que não vers (3,957)
- IRPJ - AF - lucro real (e (3,943)
- Cofins - ação fiscal (tod (3,829)
- Simples- proc. que não ve (3,681)
- IRPF- ação fiscal - Dep.B (3,040)
- IPI- processos NT- créd.p (2,235)
- IRPF- ação fiscal - omis. (2,215)
- Cofins- proc. que não ver (2,098)
- IRPJ - restituição e comp (2,087)
- Finsocial -proc. que não (1,996)
- IRPF- restituição - rendi (1,990)
- Não Informado (56,831)
- GILSON MACEDO ROSENBURG F (4,955)
- RODRIGO DA COSTA POSSAS (4,442)
- WINDERLEY MORAIS PEREIRA (4,269)
- CLAUDIA CRISTINA NOIRA PA (4,256)
- PEDRO SOUSA BISPO (3,270)
- CHARLES MAYER DE CASTRO S (3,219)
- HELCIO LAFETA REIS (3,172)
- ROSALDO TREVISAN (3,165)
- MARCOS ROBERTO DA SILVA (3,146)
- Não se aplica (2,782)
- LIZIANE ANGELOTTI MEIRA (2,594)
- HONORIO ALBUQUERQUE DE BR (2,474)
- WILDERSON BOTTO (2,439)
- PAULO GUILHERME DEROULEDE (2,330)
- 2020 (41,074)
- 2021 (35,801)
- 2019 (30,944)
- 2018 (26,036)
- 2024 (25,832)
- 2012 (23,620)
- 2023 (22,452)
- 2014 (22,372)
- 2013 (21,085)
- 2011 (20,979)
- 2010 (18,056)
- 2008 (17,072)
- 2017 (16,838)
- 2009 (15,828)
- 2006 (15,269)
- 2009 (69,607)
- 2020 (39,854)
- 2021 (34,153)
- 2019 (30,464)
- 2023 (25,918)
- 2024 (23,874)
- 2014 (23,412)
- 2018 (23,139)
- 2013 (16,584)
- 2017 (16,398)
- 2008 (15,518)
- 2006 (14,849)
- 2022 (13,226)
- 2007 (13,013)
- 2005 (12,075)
Numero do processo: 10935.002018/2008-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007
PIS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação.
Numero da decisão: 3201-004.285
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201810
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 PIS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10935.002018/2008-14
anomes_publicacao_s : 201901
conteudo_id_s : 5944533
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3201-004.285
nome_arquivo_s : Decisao_10935002018200814.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
nome_arquivo_pdf_s : 10935002018200814_5944533.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
dt_sessao_tdt : Tue Oct 23 00:00:00 UTC 2018
id : 7560699
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:34:15 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051151332540416
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1524; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C2T1 Fl. 2 1 1 S3C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10935.002018/200814 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3201004.285 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 23 de outubro de 2018 Matéria COMPENSAÇÃO. PROVA DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. Recorrente COOPAVEL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 PIS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso de Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza, Marcelo Giovani Vieira, Tatiana Josefovicz Belisario, Paulo Roberto Duarte Moreira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o Acórdão n.º 06049.856 3ª Turma da DRJ/CTA, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade mantendo o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 5. 00 20 18 /2 00 8- 14 Fl. 222DF CARF MF Processo nº 10935.002018/200814 Acórdão n.º 3201004.285 S3C2T1 Fl. 3 2 Em seu pedido de restituição, a contribuinte alega que sofreu a retenção do PIS e da Cofins (no percentual de 3,65%) sobre as operações de comercialização de produtos rurais e prestações de serviço de armazenamento que realizou com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), e que não conseguiu realizar a dedução dos valores retidos na contribuição devida, uma vez que, estando submetida a apuração da contribuição na modalidade não cumulativa, não apurou valor a pagar da contribuição no período, em face de os créditos gerados terem sido superiores ao valor do débito da contribuição. Por sua vez, a SAORT, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Cascavel – PR, após analisar o pleito constante do presente processo, emitiu Despacho Decisório indeferindo o pedido de restituição formulado pela interessada. Sustenta a autoridade administrativa, em resumo, que a interessada não logrou êxito na comprovação do direito creditório solicitado, uma vez que não foi possível, com base nos documentos apresentados (arquivos digitais), confirmar se as Notas Fiscais emitidas para a Conab constam declaradas nas receitas que compõem as bases de cálculo das contribuições que foram informadas no Dacon. Diante do indeferimento do pedido de restituição, as compensações declaradas com lastro no pedido de restituição em comento não foram homologadas. A DRJ julgou improcedente a manifestação de inconformidade. O Acórdão n.º 06049.856 3ª Turma da DRJ/CTA, está assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/10/2007 a 31/12/2007 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FALTA DE COMPROVAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO. Inexistindo comprovação do direito creditório informado em Pedido de Restituição ou em Declaração de Compensação DCOMP, é de se indeferir o crédito solicitado e de considerar não homologada a compensação declarada. Inconformada, a ora Recorrente apresentou, no prazo legal, Recurso Voluntário, por meio do qual requer que a decisão da DRJ seja reformada, alegando, em síntese: Dos Fatos Inicialmente a Recorrente argui que a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Cascavel equivocouse ao analisar o pedido, fazendo confusão com isenções, não incidências e imunidades, e análises que não tem qualquer relação com o pedido formulado, como se o pedido de restituição tivesse sido realizado com base e fundamento no artigo 27 da Instrução Normativa 900 de 2008. A Recorrente argumenta que o pedido de restituição se refere a créditos retidos de PIS, pela prestação de serviços da ora Recorrente à CONAB. Alega ainda que o pedido restituição não se encontra prescrito. Fl. 223DF CARF MF Processo nº 10935.002018/200814 Acórdão n.º 3201004.285 S3C2T1 Fl. 4 3 Do Direito A Recorrente sustenta ter havido pagamento a maior do que o valor devido de PIS para o período em análise (retenção indevida). Fundamenta o pedido restituição no artigo 12, da Instrução Normativa SRF 900/2008. Informa não haver conseguido utilizar os valores retidos na fonte a título de PIS para pagar débitos da mesma espécie no mesmo mês. Assim, adotou o procedimento constante do artigo 34 da IN RFB 900/2008, que trata da compensação de débitos próprios de tributos administrados pela RFB. Sustenta que a única prova necessária para fazer valer o seu direito ao crédito seria da existência da retenção e da quitação dos tributos quando for positiva a sua apuração, o que, segundo a mesma, ocorrera no presente processo. Argumenta quando a suspensão da exigibilidade do crédito nos termos do inciso III, do artigo 151, do Código Tributário Nacional (Lei n° 5.172/1966). Do Pedido Ao final do RV a Recorrente pede que seja dado provimento ao recurso a fim de reformar o acórdão da DRJ com a restituição/compensação das contribuições devidamente acrescida de juros pela taxa acumulada da Selic. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3201004.280, de 23/10/2018, proferido no julgamento do processo 10935.000340/200817, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201004.280): "O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A seguir passo a análise de cada um dos pontos do Recurso Voluntário. De forma objetiva, a lide cingese quanto a certeza e liquidez do crédito. No julgamento de primeira instância consta exatamente que a Recorrente não conseguiu comprovar tais créditos. Fl. 224DF CARF MF Processo nº 10935.002018/200814 Acórdão n.º 3201004.285 S3C2T1 Fl. 5 4 Sustenta a autoridade administrativa, em resumo, que a interessada não logrou êxito na comprovação do direito creditório solicitado, uma vez que não foi possível, com base nos documentos apresentados (arquivos digitais), confirmar se as Notas Fiscais emitidas para a Conab constam declaradas nas receitas que compõem as bases de cálculo das contribuições que foram informadas no Dacon. (Acórdão DRJ, efl. 206) As manifestações de inconformidade da Recorrente não colaboraram para o esclarecimento da dúvida da autoridade administrativa. Ao contrário, parecem enveredar por caminhos diversos da comprovação fática de retenção nas Notas Fiscais emitidas pela Conab. Sobre a necessidade de comprovação, cito trecho do Acórdão de primeira instância. Entendeu a autoridade fiscal que para se usufruir do direito à restituição/compensação previsto na legislação acima, é necessário que se comprove: (i) a retenção realizada; e (ii) o valor da contribuição devida no mês, a qual deve ser realizada pela demonstração da respectiva base de cálculo, composta por todas as receitas tributáveis e as possíveis exclusões (receitas isentas, não tributáveis, suspensões, imunidades e, no caso, receitas decorrentes de atos cooperativos), bem como dos créditos da não cumulatividade. No entanto, conforme se observa pela leitura do despacho decisório, a auditoria realizada pela fiscalização não conseguiu firmar convicção sobre o direito creditório requerido, uma vez que os documentos apresentados (arquivos digitais) não espelham (ou confirmam) as receitas de bens e serviços declaradas no Dacon, não se podendo afirmar com certeza se os valores das Notas fiscais emitidas para a CONAB constam dentro das receitas tributadas que compõem a base de cálculo da contribuição, e, por conseqüência, se houve a configuração da hipótese de restituição/compensação acima tratada. Ou seja, a autoridade a quo concluiu que o direito à restituição/compensação restou prejudicado, posto que não houve a comprovação material do mesmo. (Acórdão DRJ, efl. 209) O juízo a quo entendeu que a Recorrente pouco colaborou para esclarecer a certeza e liquidez. Cito trecho e uso como razão de fundamentar como se meu fosse: Nesse ponto, é bom que se lembre, que a autoridade a quo não mediu esforços para seu intento, mas, infelizmente, a contribuinte pouco colaborou. Talvez, digase, em face de um entendimento equivocado. E assim dessa mesma forma, como se vê na manifestação de inconformidade, a interessada prossegue insistindo em sua tese. Inverte os papéis, age como se não precisasse provar nada e, também, como se autoridade tributária fosse obrigada a reconhecer o seu suposto direito creditório sem a necessidade de qualquer verificação documental (ou de arquivos eletrônicos). Ora, a interessada esquece, ou simplesmente ignora, que a administração pública tem a sua atividade vinculada à lei e que, no presente caso, a legislação é clara no sentido de que o direito creditório (com direito à restituição ou compensação) somente é devido quando se comprove a impossibilidade de dedução dos valores retidos dos valores a pagar da contribuição no período, consubstanciada, em síntese, na demonstração da base de cálculo e na inexistência da contribuição. Fl. 225DF CARF MF Processo nº 10935.002018/200814 Acórdão n.º 3201004.285 S3C2T1 Fl. 6 5 Com efeito, é de se dizer que a comprovação da existência de crédito junto à Fazenda Nacional é atribuição da contribuinte, cabendo à autoridade administrativa, por sua vez, examinar a liquidez e certeza de que teriam sido repassadas aos cofres públicos importâncias superiores àquelas devidas pela contribuinte de acordo com a legislação pertinente, autorizando, após confirmação de sua regularidade, a restituição ou compensação do crédito conforme vontade expressa da contribuinte. (Acórdão DRJ, efl. 209) Sobre a necessidade de certeza e liquidez, há farta jurisprudência deste órgão de julgamento. CARF Acórdão nº 3403001.477 do Processo 13882.000037/200271 – Data: 20/03/2012 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. ORIGEM CERTEZA. LIQUIDEZ. Compensação de crédito independe de autorização, entretanto, deve ser certo e liquido, constatado por meio de diligência fiscal a certeza, a liquidez decorre do próprio procedimento fiscal, impõe reconhecer o crédito e homologar as compensações efetivadas até o limite dos créditos apurados. CARF Acórdão nº 3403002.579 do Processo 10983.902416/200867 – Data: 24/10/2013 COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da certeza e da liquidez do crédito constitui requisito essencial à acolhida de pedidos de compensação. Conclusão Por todo o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, de forma a manter o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas na Dcomp nº 25265.65884.020408.1.3.046583." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado NEGOU PROVIMENTO ao Recurso Voluntário, de forma a manter o indeferimento da restituição pleiteada, bem como a não homologação das compensações declaradas. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 226DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11080.910641/2011-17
Turma: Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2006
PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA.
O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
Numero da decisão: 1003-000.306
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
Nome do relator: CARMEN FERREIRA SARAIVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201812
ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2006 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado.
turma_s : Terceira Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11080.910641/2011-17
anomes_publicacao_s : 201812
conteudo_id_s : 5940474
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Dec 21 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 1003-000.306
nome_arquivo_s : Decisao_11080910641201117.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : CARMEN FERREIRA SARAIVA
nome_arquivo_pdf_s : 11080910641201117_5940474.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente).
dt_sessao_tdt : Wed Dec 05 00:00:00 UTC 2018
id : 7552028
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:33:47 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051151337783296
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 13; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1498; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T3 Fl. 115 1 114 S1C0T3 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 11080.910641/201117 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1003000.306 – Turma Extraordinária / 3ª Turma Sessão de 05 de dezembro de 2018 Matéria PER/DCOMP Recorrente RUDDER SERVIÇOS GERAIS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2006 PER/DCOMP. COMPROVAÇÃO DA LIQUIDEZ E CERTEZA. O procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva – Relatora e Presidente Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sérgio Abelson, Bárbara Santos Guedes, Mauritânia Elvira de Sousa Mendonça e Carmen Ferreira Saraiva (Presidente). Relatório A Recorrente formalizou o Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) nº 07633.42816.301106.1.2.038114 em 30.11.2006, efls. 5569, utilizandose do saldo negativo de Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no valor original de R$40.609,84 apurado pelo regime de tributação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 08 0. 91 06 41 /2 01 1- 17 Fl. 115DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 116 2 com base no lucro real do 2º trimestre do anocalendário de 2006, para compensação dos débitos ali confessados. Em conformidade com o Despacho Decisório Eletrônico, efl. 14, cientificado a Recorrente em 16.08.2011, efl. 70, as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo deferimento parcial do pedido: Analisadas as informações prestadas no documento acima identificado e considerando que a soma das parcelas de composição do crédito informadas no PER/DCOMP deve ser suficiente para comprovar a quitação da contribuição social devida e a apuração do saldo negativo, verificouse: PARCELAS DE COMPOSIÇÃO DO CRÉDITO INFORMADAS NO PER/DCOMP PARC. CREDITO [...] RETENÇÕES FONTE [...] SOMA PARC. CRED. PER/DCOMP [...] 49.989,45 [...] 49.989,45 CONFIRMADAS [...] 40.383,24 [...] 40.383,24 [...] Enquadramento Legal: Art. 168 da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional). Inciso II do Parágrafo 1º do art. 6° e art. 28 da Lei 9.430, de 1996. Art. 4º da IN SRF 900, de 2008. Art. 74 da Lei 9.430, de 27 de dezembro de 1996. Art. 36 da Instrução Normativa RFB n° 900, de 2008. Cientificada, a Recorrente apresentou a manifestação de inconformidade. Está registrado na ementa do Acórdão da 3ª Turma/DRJ/REC/PE nº 1145.198, de 27.02.2014, efls. 7886: COMPENSAÇÃO. REQUISITOS. A certeza e a liquidez dos créditos são requisitos indispensáveis para a compensação autorizada por lei. É reconhecido o direito creditório até o limite das retenções comprovadas. Carece de certeza e liquidez a parcela do crédito pleiteado utilizada para compor o saldo negativo da CSLL que não teve sua retenção na fonte comprovada. RETENÇÃO NA FONTE. COMPROVAÇÃO. A contribuição retida na fonte sobre quaisquer rendimentos somente poderá ser compensada se o contribuinte possuir comprovante hábil da retenção em seu nome. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte [...] Acordam os membros da 3ª Turma de Julgamento, por unanimidade de votos, julgar procedente em parte a manifestação de inconformidade, para reconhecer, adicionalmente ao despacho, o direito creditório no montante de R$ R$ 3.412,39. Fl. 116DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 117 3 Notificada em 21.05.2014, efl. 92, a Recorrente apresentou o recurso voluntário em 20.06.2014, efls. 94112, esclarecendo a peça atende aos pressupostos de admissibilidade. Discorre sobre o procedimento fiscal contra o qual se insurge. Relativamente aos fatos expõe que: DA DECADÊNCIA Se extrai dos documentos já anexados, que se está diante de pedidos de compensação formulados no segundo trimestre de 2006, decididos e cientificados ao recorrente em 16 de agosto de 2011, ou seja, fora do prazo quinquenal previsto na Lei 9.430/96, [...] Há, portanto, decadência a atingir o pretenso crédito tributário em debate. DO MÉRITO A controvérsia cingese em torno dos comprovantes de retenção na fonte e demais documentos anexados na manifestação de inconformidade (Comprovantes de rendimentos, Notas fiscais e Livro Razão). A fundamentação invocada pelo Fisco para as glosas consistiu na não confirmação da retenção na fonte de várias das parcelas de composição do crédito informadas pela recorrente nas PER/DCOMP. O Fisco, no Acórdão que julgou a manifestação de inconformidade, opõese à possibilidade de comprovação das retenções na fonte por meio de documentação outra, que não DIRFs de recolhimento, manifestandose nestes termos: [...] Em diversas demandas que espelham situação idêntica a presente, ou seja, pedido de compensação de CSLL e admissibilidade dos registros contábeis do prestador de serviços/recorrente, como meio de prova das retenções, têmse dado acolhimento à pretensão na via judicial. [...] Portanto, a exigência de que a empresa recorrente prove a retenção exclusivamente por meio de um documento, cuja produção cabe ao terceiro é no mínimo teratológica, contrária aos princípios mais elementares, norteadores da nossa Carta Maior. Evidente assim, tratarse de previsão não sistemática, porque proíbe a compensação do imposto/contribuição, legalmente hábil a compensar. Insofismável que o critério utilizado pelo Fisco revelase, não só, ato de intransigência, de medida extrema, como também, implica tratamento muito mais rigoroso para as empresas cumpridoras de suas obrigações ficais e tributárias, como a ora recorrente, prejudicadas por uma gama imensa de outras empresas que, por inúmeras razões, não logram uma administração fiscal bem sucedida e regular perante o Fisco. [...] Portanto, pelo retro asseverado, deve o Fisco, ante aos atuais posicionamentos jurisprudenciais, bem como pelo já declinado na manifestação de inconformidade, não limitar à utilização de outros documentos ou provas que não o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte. Fl. 117DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 118 4 E, com o devido acolhimento dos demais documentos (Notas fiscais e Livro Razão, etc), fazendose uma análise percuciente, bem como, com o cotejamento destes com a tabela elaborada, trazidos na manifestação de inconformidade, Vossas Excelências verão que o saldo de R$6.352,27 (R$9.765,09 R$3.412,39), deverá também ser reconhecido como direito creditório. Com o objetivo de fundamentar as razões apresentadas na peça de defesa, interpreta a legislação pertinente, indica princípios constitucionais que supostamente foram violados e faz referência a entendimentos doutrinários e jurisprudenciais em seu favor. Concernente ao pedido expõe que: Ante ao todo exposto, a recorrente requer dignese Preclaro Julgador em julgar procedente o Recurso Voluntário para reconhecer a decadência e, se este não for o entendimento, que seja reconhecido o direito creditório postulado, comprovado através de outros documentos que não exclusivamente o Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção do Imposto de Renda na Fonte. É o Relatório. Voto Conselheira Carmen Ferreira Saraiva, Relatora O recurso voluntário apresentado pela Recorrente atende aos requisitos de admissibilidade previstos nas normas de regência, em especial no Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972. Assim, dele tomo conhecimento. A Recorrente alega que os atos administrativos são nulos. O Per/DComp e revestido das formalidades legais com a regular intimação para que a Recorrente pudesse cumprilo ou impugnálo no prazo legal. A decisão de primeira instância está motivada de forma explícita, clara e congruente e da qual a pessoa jurídica foi regularmente cientificada. Assim, estes atos contêm todos os requisitos legais, o que lhes conferem existência, validade e eficácia. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas. Ademais os atos administrativos estão motivados, com indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos decidam recursos administrativos. O enfrentamento das questões na peça de defesa denota perfeita compreensão da descrição dos fatos e dos enquadramentos legais que ensejaram os procedimentos de ofício, que foi regularmente analisado pela autoridade de primeira instância. Ademais, a decisão administrativa não precisa enfrentar todos os argumentos trazidos na peça recursal sobre a mesma matéria, principalmente quando os fundamentos expressamente adotados são suficientes para afastar a pretensão da Recorrente e arrimar juridicamente o posicionamento adotado. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 119 5 Sobre a matéria, cabe indicar o entendimento emanado em algumas oportunidade pelo Supremo Tribunal Federal1: Não há falar em negativa de prestação jurisdicional quando, como ocorre na espécie vertente, "a parte teve acesso aos recursos cabíveis na espécie e a jurisdição foi prestada (...) mediante decisão suficientemente motivada, não obstante contrária à pretensão do recorrente" (AI 650.375 AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1082007), e "o órgão judicante não é obrigado a se manifestar sobre todas as teses apresentadas pela defesa, bastando que aponte fundamentadamente as razões de seu convencimento" (AI 690.504 AgR, rel. min. Joaquim Barbosa, DJE de 2352008).[AI 747.611 AgR, rel. min. Cármen Lúcia, j. 13102009,1ª T, DJE de 13112009.] =AI 811.144 AgR, rel. min. Rosa Weber, j. 2822012, 1ª T, DJE de 1532012 = AI 791.149 ED, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. 1782010, 1ª T, DJE de 2492010 (grifos do original) As formas instrumentais adequadas foram respeitadas, os documentos foram reunidos nos autos do processo, que estão instruídos com as provas produzidas por meios lícitos. As garantias ao devido processo legal, ao contraditório e à ampla defesa com os meios e recursos a ela inerentes foram observadas2. O de o enfrentamento das questões na peça de defesa denotar perfeita compreensão da descrição dos fatos que ensejaram o procedimento e estando a decisão motivada de forma explícita, clara e congruente, não há que se falar em nulidade dos atos em litígio. A proposição afirmada na peça recursal, desse modo, não tem cabimento. A Recorrente diz que tem direito ao reconhecimento da decadência do direito de lançar. A objeção de decadência por ser matéria de ordem pública pode ser conhecida a requerimento da parte ou de ofício e a qualquer tempo e em qualquer instância de julgamento. Este instituto pode ser definido como a perda do direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário pelo lançamento, tendo em vista decurso do lapso temporal de cinco anos previsto em lei. Em se tratando de tributo sujeito ao lançamento por homologação, no caso em que o sujeito passivo efetue o pagamento antecipado sem a necessidade do exame prévio por parte da Administração Pública, o prazo decadencial começa a fluir da ocorrência do fato gerador. Por seu turno, comprovada a conduta dolosa qualificada pela sonegação, pela fraude ou pela simulação, bem como se verificada a inexistência do pagamento antecipado, o prazo de cinco anos se inicia a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Este é o entendimento constante na decisão definitiva de mérito proferida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em recurso especial representativo da 1 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. A constituição e o supremo do art. 93. Disponível em: <http://www.stf.jus.br/portal/constituicao/artigoBd.asp#visualizar>. Acesso em: 30 mai. 2018. 2 Fundamentação legal: inciso LIV e inciso LV do art. 5º da Constituição Federal, Lei nº 9.317, de 05 de dezembro de 1996, art 6º da Lei nº 10.593, de 06 de dezembro de 2001, art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999 e art. 10 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Fl. 119DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 120 6 controvérsia nº 973.733/SC3, cujo trânsito em julgado ocorreu em 29.10.2009 e que deve ser reproduzido pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF4. No presente caso, tratase de exame de Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) (art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996) e não de constituição de crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível (art. 142 do Código Tributário Nacional). Por conseguinte, no contexto do trâmite do contencioso administrativo, ou seja, na fase litigiosa do procedimento, instaurada pela regular apresentação da manifestação de inconformidade, não tem aplicação as determinações do §4º do art. 150 e inciso I do art. 170 do Código Tributário Nacional (art. 14 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972). A instauração na fase litigiosa no procedimento implementase plenamente as garantias do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório com a citação válida para o aperfeiçoamento da relação processual e com a observância de todos os requisitos legais que conferem existência, validade e eficácia ao ato administrativo. A partir da notificação, de acordo com as formalidades legais, o crédito tributário já existe não podendo se cogitar do transcurso da decadência. A contestação aduzida na peça recursal, por isso, não pode ser ratificada. A Recorrente suscita que o direito creditório deve ser reconhecido. O sujeito passivo que apurar crédito relativo a tributo administrado pela RFB, passível de restituição, pode utilizálo na compensação de débitos. A partir de 01.10.2002, a compensação somente pode ser efetivada por meio de declaração e com créditos e débitos próprios, que ficam extintos sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Também os pedidos pendentes de apreciação foram equiparados a declaração de compensação, retroagindo à data do protocolo. Posteriormente, ou seja, em de 30.12.2003, ficou estabelecido que a Per/DComp constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados, bem como que o prazo para homologação tácita da compensação declarada é de cinco anos, contados da data da sua entrega. Ademais, o procedimento se submete ao rito do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, inclusive para os efeitos do inciso III do art. 151 do Código Tributário Nacional. 5. 3 BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial Repetitivo nº 973733/SC. Ministro Relator: Luiz Fux, Primeira Seção, Brasília, DF, 12 de agosto de 2009. Dsponível em: <https://www.conjur.com.br/dl/relatoriovoto resp973733stjrecurso.pdf> .Acesso em: 26 nov. 2018. 4 Fundamentação Legal: § 4° do art. 150 e inciso I do art. 173 do Código Tributário Nacional. 5 Fundamentação legal: art. 165, art. 168, art. 170 e art. 170A do Códido Tributário Nacional, art. 9º do Decreto Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, 1º e art. 2º, art. 51 e art. 74 da Lei nº 9.430, de 26 de dezembro de 1996, art. 49 da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002 e art. 17 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 121 7 O pressuposto é de que a pessoa jurídica deve manter os registros de todos os ganhos e rendimentos, qualquer que seja a denominação que lhes seja dada independentemente da natureza, da espécie ou da existência de título ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negócio. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor dela dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais6. Instaurada a fase litigiosa do procedimento, cabe à Recorrente detalhar os motivos de fato e de direito em que se basear expondo de forma minuciosa os pontos de discordância e suas razões e instruindo a peça de defesa com prova documental préconstituída imprescindível à comprovação das matérias suscitadas. Por seu turno, a autoridade julgadora, orientandose pelo princípio da verdade material na apreciação da prova, deve formar livremente sua convicção mediante a persuasão racional decidindo com base nos elementos existentes no processo e nos meios de prova em direito admitidos. Cabe à Recorrente produzir o conjunto probatório nos autos de suas alegações, já que o procedimento de apuração do direito creditório não prescinde comprovação inequívoca da liquidez e da certeza do valor de direito creditório pleiteado. Para que haja o reconhecimento do direito creditório é necessário um cuidadoso exame do pagamento a maior de tributo, uma vez que é absolutamente essencial verificar a precisão dos dados informados em todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal7. A pessoa jurídica pode deduzir do tributo devido o valor dos incentivos fiscais previstos na legislação de regência, do tributo pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na determinação do lucro real, bem como a CSLL determinada sobre a base de cálculo estimada no caso utilização do regime com base no lucro real anual, para efeito de determinação do saldo de CSLL a pagar ou a ser compensado no encerramento do ano calendário, ocasião em que se verifica a sua liquidez e certeza8. Apenas nas situações comprovadas de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e erros de escrita ou de cálculos existentes no Per/DComp podem ser corrigidos de ofício ou a requerimento da Requerente. O erro de fato é aquele que se situa no conhecimento e compreensão das características da situação fática tais como inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculos. A Administração Tributária tem o poder/dever de revisar de ofício o procedimento quando se comprove erro de fato quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória. A este poder/dever corresponde o direito de a Recorrente retificar e ver retificada de ofício a informação fornecida com erro de fato, desde que devidamente comprovado (art. 32 do 6 Fundamentação legal : art. 195 do Código Tributário Nacional, art. 51 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985, art. 6º e art. 9º do DecretoLei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 37 da Lei nº 8.981, de 20 de novembro de 1995, art. 6º e art. 24 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995 e art. 1º e art. 2º da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. 7 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. 8 Fundamentação legal: art. 170 do Código Tributário Nacional, art. 34 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995 e art. 2º da Lei nº 9.430, 27 de dezembro de 1996. Fl. 121DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 122 8 Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e incisos I e III do art. 145 e inciso IV do art. 149 do Código Tributário Nacional). Em relação à dedução do valor de tributo retido na fonte, a legislação prevê que no regime de tributação com base no lucro real a pessoa jurídica pode deduzir do valor apurado no encerramento do período, o valor retido na fonte sobre as receitas que integraram a base de cálculo correspondente9. Para tanto, as pessoas jurídicas são obrigadas a prestar aos órgãos da RFB, no prazo legal, informações sobre os rendimentos que pagaram ou creditaram no anocalendário anterior, por si ou como representantes de terceiros, com indicação da natureza das respectivas importâncias, do nome, endereço e número de inscrição no CNPJ, das pessoas que o receberam, bem como o imposto de renda retido da fonte, mediante a Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (DIRF). Também as pessoas jurídicas que efetuarem pagamentos com retenção do imposto na fonte devem fornecer à pessoa jurídica beneficiária, até o dia 31 de janeiro, documento comprobatório, em duas vias, com indicação da natureza e do montante do pagamento, das deduções e do imposto retido no anocalendário anterior, que no caso é o Informe de Rendimentos. Assim, o valor retido na fonte somente pode ser compensado se a pessoa jurídica possuir comprovante de retenção emitido em seu nome pela fonte pagadora para fins de apuração do saldo negativo de CSLL no encerramento do período10. A legislação expressamente permite a dedução dos valores de retenção conjunta da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mãodeobra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, e pela remuneração de serviços profissionais referentes ao código de arrecadação nº 5952 a título de remuneração de serviços profissionais prestados por pessoa jurídica (art. 30, art. 31, art. 32, art. 35 e art. 36 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, Instrução Normativa SRF nº 459, de 18 de outubro de 2004). O valor da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, código ser determinado mediante a aplicação, sobre o montante a ser pago, do percentual de 4,65% (quatro inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento), correspondente à soma das seguintes alíquotas: a) 1% (um por cento), a título de CSLL; b) 3% (três por cento), a título de Cofins; e c) 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), a título de PIS/Pasep. 9 Fundamentação legal: Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003. 10 Fundamentação Legal: art. 86 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, art. 11 do DecretoLei nº 1.968, de 23 de novembro de 1982 e art. 10 do DecretoLei nº 2.065, de 26 de outubro de 1983. Fl. 122DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 123 9 Os valores retidos devem ser considerados como antecipação do que for devido pelo sujeito passivo que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições. Os valores retidos podem ser deduzidos, pelo sujeito passivo, das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção. Ademais, na apuração da CSLL, a pessoa jurídica poderá deduzir da CSLL devida o valor retido na fonte, desde que comprovada a retenção e o cômputo das receitas correspondentes na base de cálculo do tributo (Súmula CARF nº 80). Feitas essas considerações normativas, tem cabimento a análise da situação fática tendo em vista os documentos já analisados pela autoridade de primeira instância de julgamento e aqueles produzidos em sede de recurso voluntário. Sobre a alegação de que os débitos foram alcançados pela homologação tácita, temse que a Recorrente formalizou o Per/DComp nº 07633.42816.301106.1.2.038114 em 30.11.2006, efls. 5569 e foi cientificada do Despacho Decisório Eletrônico, efl. 14, em 16.08.2011, efl. 70, com as informações relativas ao reconhecimento do direito creditório foram analisadas das quais se concluiu pelo deferimento parcial do pedido. Logo não se verifica o interregno no cinco anos entre a apresentação do Per/DComp e a notificação do Despacho Decisório. O código 5952 está regulamentado pela Instrução Normativa SRF nº 459, de 17 de outubro de 2004, e versa sobre os pagamentos efetuados pelas pessoas jurídicas de direito privado a outras pessoas jurídicas de direito privado, pela prestação de serviços de limpeza, conservação, manutenção, segurança, vigilância, transporte de valores e locação de mãodeobra, pela prestação de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, bem como pela remuneração de serviços profissionais, estão sujeitos à retenção na fonte da CSLL, da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep (art. 30 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003). Neste caso, o regime de tributação previsto é no sentido de que os valores retidos serão considerados como antecipação do que for devido pela pessoa jurídica que sofreu a retenção, em relação às respectivas contribuições em separado, bem como podem ser deduzidos das contribuições devidas de mesma espécie, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da retenção (art. 7º da Instrução Normativa SRF nº 459, de 17 de outubro de 2004). Assim, o Per/DComp previsto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, deve ter como direito creditório a identificação discriminada de cada contribuição (CSLL, Cofins e Contribuição para o PIS/Pasep), no caso em que a antecipação superar o valor devido. Na Análise das Parcelas de Crédito Contribuição Social Retida na Fonte, e fls. 1518, estão discriminadas as parcelas confirmadas, confirmadas parcialmente e não confirmadas em conformidade com as informações constantes nos registros internos da RFB apresentadas pelas fontes pagadoras. A Recorrente procura demonstrar a tese de defesa apresentando planilha de lançamentos contábeis, Notas Fiscais e os Informes de Rendimentos efls. 1952. Estes documentos foram correta e devidamente considerados pela autoridade julgadora de primeira instância, que na apreciação dessas provas formou livremente sua Fl. 123DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 124 10 convicção, conforme o regime de tributação previsto (art. 7º da Instrução Normativa SRF nº 459, de 17 de outubro de 2004 e art. 29 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972). Assim, as alegadas diferenças apontadas pela Recorrente na peça recursal não foram demonstradas de modo que os fundamentos de fato e direito constantes no Acórdão da 3ª Turma/DRJ/REC/PE nº 1145.198, de 27.02.2014, efls. 7886, são acolhidos de plano nessa segunda instância de julgamento (art. 50 da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999): Nos termos do art. 170 do CTN, para que o sujeito passivo postule a restituição/compensação de tributos é necessário que seu direito seja líquido e certo. Assim é que, em se tratando de restituição ou compensação, é dever da Administração investigar a certeza e liquidez do crédito suplicado, independentemente de estar ele consignado em declaração apresentada pelo contribuinte. Assim, compete ao interessado na restituição/compensação, como se apresenta o presente pleito, fazer prova da efetiva apuração de saldo negativo do tributo, mediante comprovação de todas as parcelas que lhe deram origem, além de evidenciar sua efetiva disponibilidade para a aspirada utilização. No caso concreto, conforme se relatou, o saldo negativo da CSLL informado no PER/DCOMP foi formado em sua totalidade por retenções na fonte desse tributo, no código 59523, num montante de R$ 49.989,45, tendo sido confirmado, no procedimento eletrônico de investigação dos atributos do crédito, apenas, um total de R$ 40.383,24, razão pela qual não se reconheceu, relativamente à parcela de R$ 9.606,21, a certeza e liquidez necessárias à pretendida compensação. Nesse procedimento eletrônico de reconhecimento do direito creditório e a consequente homologação (total ou parcial) ou não de uma compensação, a Receita Federal, através de uma seqüência contínua de operações, cruza dados dos diversos sistemas da RFB, informações prestadas através das diversas declarações do contribuinte ou de terceiros (DCOMP, DIPJ, DCTF, DIRF etc.), além das próprias retenções (Sistemas Sinal 04, 1RPE e SIEF Pagamentos), procedimento cuja participação da postulante é primordial, materializandose através da correção dos valores informados no PER/DCOMP e nos diversos sistemas envolvidos, além do atendimento às intimações, quando necessárias, no intuito de comprovar o pretendido direito. De acordo com a manifestante, a desconsideração da parcela acima não pode prosperar por se tratar de CSLL retida na fonte pelas tomadoras do serviço, consoante comprovação nos autos através de Cartas de Rendimentos Pagos e/ou creditados (Comprovante de Rendimentos), Notas Fiscais e Livro Razão, cabendo a si utilizar os referidos créditos, pois já laborou, sofreu retenções e cumpriu com todos os seus deveres. Quanto à prova das retenções, há de observar legislação própria, [...]. Vêse, portanto, que a compensação do imposto/contribuição na fonte está condicionada à existência do respectivo comprovante de retenção, cujo modelo é aprovado mediante ato normativo baixado pela Administração Tributária. Logo, os demais documentos anexados pela defesa (Notas Fiscais e Livro Razão) não constituem comprovantes de retenção do imposto na fonte, nos termos da legislação de regência. Fl. 124DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 125 11 Ademais, no que concerne à legislação dos elementos envolvidos na presente análise: Comprovantes de retenção, DIRF e DIPJ, de acordo com a Instrução Normativa SRF nº 127, de 30 de outubro de 1998, que instituiu a Declaração Integrada de Informações EconômicoFiscais da Pessoa Jurídica DIPJ e estabeleceu normas para a sua apresentação, A partir do anocalendário de 1999, todas as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar a DIPJ, centralizada pela matriz. (Art. 2º), entendimento este seguido pela IN RFB nº 1.028, de 30 de abril de 20107, que revogou a primeira. Nesse mesmo diapasão, dispõe a legislação sobre a Declaração do Imposto de Renda Retido na Fonte – DIRF, desde sua criação (IN SRF nº 3, de 2 de janeiro de 2001): [...] Quanto ao comprovante de retenção, a Instrução Normativa SRF n.º 119, de 28 de dezembro de 2000, ao aprovar o modelo de Comprovante Anual de Rendimentos Pagos ou Creditados e de Retenção de Imposto de Renda na Fonte, relativo a rendimentos pagos ou creditados por pessoas jurídicas a outras pessoas jurídicas, sujeitas à retenção na fonte, assim determinou: [...] Dessa forma, verificase que, no comprovante de retenção, deve constar, entre elementos, as informações relativas ao nome empresarial e ao Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do estabelecimento matriz, tanto da fonte pagadora quanto da que prestou o serviço. Logo, informações dos comprovantes de rendimento relativas às filiais das empresas envolvidas serão consideradas como concernentes às matrizes. De acordo com a planilha de cálculo elaborada pelo próprio contribuinte foram observadas, em alguns situações a seguir transcritas, retenções de CSLL na fonte de determinadas fontes pagadoras, informadas no PER/DCOMP, não consideradas no procedimento de análise do crédito, que resultou no despacho decisório em litígio, quando comparadas aos comprovantes de rendimentos anexados: CNPJ PROVA VALOR NO PER/DCOMP VALOR CONFIRMADO CARTA DE RENDIMENTO DIFERENÇA A SER CONSIDERADA 05.521.047/000114 FL.22 168,53 0,00 168,54 168,53 06.198.929/000153 FL.26 162,29 0,00 163,29 162,29 07.117.761/000177 FL.27 172,06 172,05 172,06 0,01 61.082.822/002016 FL.29 3.028,88 0,00 3.084,22 3.028,88 74.109.828/000208 FL.30 52,67 0,00 105,36 52,67 92.959.006/000885 FL.47 157,75 157,74 157,75 0,01 TOTAL 3.412,39 Quanto à solicitação de prorrogação do prazo, por mais 15 dias, para juntada de novas provas, o pleito perdeu o seu objeto, tendo em vista a ausência nos autos de novos documentos para análise e o transcurso de prazo já ocorrido entre a apresentação da manifestação e o presente julgamento. Fl. 125DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 126 12 Quanto à não apresentação de documentos comprovadores destaco, em função do Princípio da Verdade Material, regulador do Processo Administrativo Fiscal (Decreto nº 70.235/72), além dos próprios comandos ali existentes, dos quais destaco o art. 16, que a manifestação de inconformidade deverá vir acompanhada com os elementos de prova que possuir, sob risco de impedir sua apreciação pelo julgador administrativo. [...] O dispositivo acima, é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. Esta formulação foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída tanto ao autor do procedimento, a autoridade fiscal, quanto ao contribuinte que contesta. Prevalecendo, sempre, no processo administrativotributário, a máxima ônus probandi incumbit ei qui dicit. Portanto, aquele que argúi direito em seu favor deverá demonstrar e provar esse direito, seja ele o sujeito ativo ou o sujeito passivo da relação jurídicotributária. Esclarecese, por fim, quanto à alegada prescrição dos débitos, que não é da competência dos órgãos da RFB ligados ao julgamento (DRJ e CARF) qualquer referência ao débito relativamente a sua cobrança – fase posterior ao julgamento. É da competência dos órgãos ligados ao julgamento apenas investigar os atributos do direito creditório (certeza e liquidez). Quanto à exigibilidade do débito cuja compensação não foi homologada, ela permanecerá suspensa no curso da discussão administrativa, à vista do que prescreve o § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, incluído pela Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. Logo, carecendo de certeza e liquidez a maior parcela do crédito pleiteado utilizada para compor o saldo negativo da CSLL cuja retenção na fonte não ficou comprovada, não há como postular a sua restituição, em função do que dispõe o art. 170 do CTN. Ante o exposto, voto no sentido de julgar procedente em parte a manifestação de inconformidade, para reconhecer, adicionalmente ao despacho, o direito creditório no montante de R$ 3.412,39. No que concerne à interpretação da legislação e aos entendimentos doutrinários e jurisprudenciais, cabe esclarecer que somente devem ser observados os atos para os quais a lei atribua eficácia normativa, o que não se aplica ao presente caso, nos termos do art. 100 do Código Tributário Nacional. Atinente aos princípios constitucionais, cabe ressaltar que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, uma vez que no âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade11. Temse que nos estritos termos legais o procedimento fiscal está correto, conforme o princípio da legalidade a que o agente público está vinculado (art. 37 da Constituição Federal, art. 116 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, art. 2º da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, art. 26A do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972 e art. 11 Fundamentação legal: art. 26A do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF e Súmula CARF nº 2. Fl. 126DF CARF MF Processo nº 11080.910641/201117 Acórdão n.º 1003000.306 S1C0T3 Fl. 127 13 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de julho de 2015). Em assim sucedendo, voto em rejeitar a preliminar suscitada no recurso e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carmen Ferreira Saraiva Fl. 127DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10540.721182/2016-78
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/01/2012, 28/02/2012, 31/03/2012, 30/04/2012, 31/07/2012, 31/08/2012, 30/09/2012, 31/10/2012, 31/12/2012, 31/01/2013, 28/02/2013, 31/03/2013, 30/04/2013, 31/05/2013, 30/06/2013, 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 31/03/2014, 31/05/2014, 30/06/2014, 31/07/2014, 31/08/2014, 30/09/2014
IMPUGNAÇÃO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. SANEAMENTO. POSSIBILIDADE.
Considerando a apresentação da peça impugnatória por intermédio de processo eletrônico é possível sanar a irregularidade da representação processual.
Recurso Voluntário provido em parte
Numero da decisão: 3301-005.414
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, para realização de um novo julgamento pela primeira instância.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira - Presidente.
(assinado digitalmente)
Valcir Gassen - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcos Roberto da Silva, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: VALCIR GASSEN
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201810
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 31/01/2012, 28/02/2012, 31/03/2012, 30/04/2012, 31/07/2012, 31/08/2012, 30/09/2012, 31/10/2012, 31/12/2012, 31/01/2013, 28/02/2013, 31/03/2013, 30/04/2013, 31/05/2013, 30/06/2013, 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 31/03/2014, 31/05/2014, 30/06/2014, 31/07/2014, 31/08/2014, 30/09/2014 IMPUGNAÇÃO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. SANEAMENTO. POSSIBILIDADE. Considerando a apresentação da peça impugnatória por intermédio de processo eletrônico é possível sanar a irregularidade da representação processual. Recurso Voluntário provido em parte
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10540.721182/2016-78
anomes_publicacao_s : 201901
conteudo_id_s : 5944477
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon Jan 07 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3301-005.414
nome_arquivo_s : Decisao_10540721182201678.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : VALCIR GASSEN
nome_arquivo_pdf_s : 10540721182201678_5944477.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, para realização de um novo julgamento pela primeira instância. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira - Presidente. (assinado digitalmente) Valcir Gassen - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcos Roberto da Silva, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
dt_sessao_tdt : Thu Oct 25 00:00:00 UTC 2018
id : 7560322
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:34:13 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051151371337728
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 15; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1454; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 5.270 1 5.269 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10540.721182/201678 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301005.414 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 25 de outubro de 2018 Matéria PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Recorrente LOJAS INSINUANTES S.A. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/01/2012, 28/02/2012, 31/03/2012, 30/04/2012, 31/07/2012, 31/08/2012, 30/09/2012, 31/10/2012, 31/12/2012, 31/01/2013, 28/02/2013, 31/03/2013, 30/04/2013, 31/05/2013, 30/06/2013, 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 31/03/2014, 31/05/2014, 30/06/2014, 31/07/2014, 31/08/2014, 30/09/2014 IMPUGNAÇÃO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. SANEAMENTO. POSSIBILIDADE. Considerando a apresentação da peça impugnatória por intermédio de processo eletrônico é possível sanar a irregularidade da representação processual. Recurso Voluntário provido em parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso voluntário, para realização de um novo julgamento pela primeira instância. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente. (assinado digitalmente) Valcir Gassen Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 54 0. 72 11 82 /2 01 6- 78 Fl. 5283DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.271 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Winderley Morais Pereira, Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Marcos Roberto da Silva, Salvador Cândido Brandão Junior, Ari Vendramini, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. Relatório Tratase de Recurso Voluntário (fls. 5239 a 5279) interposto pelo Contribuinte, em 5 de outubro de 2017, contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 09 65.514 (fls. 5213 a 5224), de 14 de setembro de 2017, proferido pela 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora (MG) – DRJ/JFA – que decidiu, por unanimidade de votos, não conhecer da Impugnação. Visando a elucidação do caso e a economia processual adoto e cito o relatório do referido Acórdão: Contra a pessoa jurídica acima qualificada foram lavrados dois Autos de Infração, sendo o primeiro deles de CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP PIS e o segundo de CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS (fls. 04/82), em decorrência da constituição indevida de créditos da não cumulatividade, tudo conforme Termo de Verificação de Fiscalização (fls. 84/98). Os fatos geradores das infrações apuradas se encontram nos Autos de Infração de cada uma das contribuições (PIS e COFINS). Depois de formalizados, cada um dos autos totalizou, respectivamente o montante a pagar de R$ 73.426.346,96 (R$ 25.345.107,97 de PIS; R$ 10.063.577,09 de juros de mora e R$ 38.017.661,90 de multa proporcional) e R$ 185.230.806,91 (R$ 63.865.059,75 de COFINS; R$ 25.568.157,59 de juros de mora e R$ 95.797.589,57 de multa proporcional). A autoridade fiscal, além de relacionar os fatos geradores correspondentes às infrações apuradas no corpo dos autos de infração, pormenorizouas no Termo de Verificação de Fiscalização ( fls. 84/98), que pode ser assim resumido: 2 Resumo da irregularidade apurada ... omitiu rendimentos na apuração da base de cálculo reduzindo indevidamente a determinação da base de cálculo ... PIS e ... COFINS. Bem como se creditou indevidamente de créditos do PIS e da COFINS. 4 Das receitas de VPC e Outras Congêneres ... Da leitura de vários contratos ... e dos esclarecimentos prestados ..., depreendese que ... além do fornecimento das mercadorias para a sua revenda possuem cláusulas que estabelecem outras formas de remuneração ..., como podemos destacar no contrato firmado com a LG : Destacamse, a VPC Verba de Propaganda/Publicidade Cooperada, a Equalização, o Rebate, o Bônus Performace, as Ações de Saldão, as Verbas Extras e Aniversários, os Mostruários, as Verbas para Ações Diversas, a Fl. 5284DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.272 3 Verba Trade, a Verba Extra e outras. Na sua totalidade é pré estabelecida em uma percentagem do faturamento das vendas das referidas mercadorias ... I) VPC Verba de Propaganda/Publicidade Cooperada ... II) EQUALIZAÇÃO ... III) BÔNUS ... IV) VERBA EXTRA ... V) OUTROS ... Intimada a apresentar planilha referente a contabilização do VPC, a fiscalizada entregou, tendo como resumo os seguinte valores, que foram corroborados pelos valores escriturados em sua contabilidade: No Ano de 2012 ... No Ano de 2013 ... No Ano de 2014 ... Na mesma intimação foi solicitada planilha sobre a contabilização dos Descontos Obtidos a Posteriori ... Esses valores acima, não foram levados para a apuração de receita operacional pelo contribuinte, configurando Omissão de Receitas. Essa falta de apuração infringiu o disposto na Lei no 10.637/2002 (PIS) e Lei no 10.833/2003 (COFINS). Essas receitas omitidas serão lavradas de ofício por esta equipe de fiscalização através da recomposição da apuração do PIS e da COFINS com base na planilha de Apuração entregue pela fiscalizada. 5 Dos Créditos tomados sobre despesas de propaganda e publicidade sem amparo legal A fiscalizada tomou créditos do PIS e COFINS sobre aquisição/despesas de serviços de propaganda sem ... legislação que dê amparo legal ..., pois ... exerce de forma preponderante a atividade comercial de vendas de mercadorias no atacado e no varejo. Tanto a Lei no 10.637/2002 (PIS) quanto a Lei no 10.833/2003 (COFINS) estabelecem quais as atividades são sujeitas a créditos, bem como as ... IN SRF no 358/03 e 404/04. ... estabelecem que não será possível a geração de créditos oriundos de serviços contratados de terceiros, mesmo de pessoa jurídica, se destinem a atividademeio do contratante. Assim, são excluídas do conceito de insumo, isto é, essas despesas de propaganda/publicidade não foram aplicados ou consumidos na produção de bens ou prestação de serviços ... Fl. 5285DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.273 4 ... consideramse descontados indevidamente os créditos referentes a despesas de propaganda/publicidade abaixo listadas, cabendo ... desconsiderar/excluir de oficio esses descontos realizados indevidamente. 6 Dos créditos do PIS e COFINS tomados sobre as despesas diretas com vendas comissão de administradores de cartões A fiscalizada incluiu como créditos do PIS e COFINS o valores de comissão de taxa de cartões de créditos sem ... amparo legal ..., pois ... exerce de forma preponderante a atividade comercial de vendas de mercadorias no atacado e no varejo. Conforme planilha explicativa da apuração do PIS/COFINS entregue, especificamente na coluna de créditos, no item 13. Outras Operações com Direito a Crédito ( contas contábeis 331107005/06/07/08/09/13/16/21). Tanto a Lei no 10.637/2002 (PIS) quanto a Lei no 10.833/2003 (COFINS) estabelecem quais as atividades são sujeitas a créditos, bem como as ... IN SRF no 358/03 e 404/04. ... estabelecem que não será possível a geração de créditos oriundos de serviços contratados de terceiros, mesmo de pessoa jurídica, se destinem a atividademeio do contratante. Assim, são excluídas do conceito de insumo, isto é, essas despesas de taxas de cartão de crédito não foram aplicados ou consumidos na produção de bens ou prestação de serviços ... ... consideramse descontados indevidamente os créditos referentes a despesas de comissão referentes a taxas de administração de cartões de créditos escrituradas nas seguintes contas 331107005 /06/07/08/09/13/16/21/28/29/31, cabendo à Fiscalização recompor a base de calculo do PIS e da COFINS para incluir de oficio esses descontos realizados indevidamente. ... a Equipe de Fiscalização, efetuará o lançamento de ofício, glosando os valores referentes a essa infração (CRÉDITOS INDEVIDOS), correspondentes aos anos calendários de 2012, 2013 e 2014, conforme os valores da planilha de APURAÇÃO DO PIS E COFINS apresentada pelo contribuinte ... 7 Da infração Apurada ... a equipe de fiscalização procedeu em relação a apuração do PIS e COFINS, tomando como base a planilha entregue pela fiscalizada a APURAÇÃO DE OFICIO, retificando valores na apuração dos CRÉDITOS E DEBITOS, detalhando essa apuração desses tributos os rendimentos omitidos consignados nas tabelas anexas adicionados e expurgados de oficio na apuração do PIS ... e da COFINS ... Não Cumulativo. Também realizou a glosa dos valores de créditos indevidos constantes em sua contabilidade. 8 – Da Multa Qualificada A fiscalizada ao realizar uma série de atos descritos nos parágrafos anteriores teve clara a intenção de fugir da oneração tributária real buscando a evasão tributária. Por meio de um 'planejamento tributário' tal Fl. 5286DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.274 5 como concebido, buscou tributação mais benéfica. Buscouse o máximo lucro em detrimento da legalidade do ato, pois parte das suas receitas foi escriturada como recuperação de custos, contabilmente sendo uma conta retificadora de despesas, não influenciando na apuração do LUCRO REAL (se fosse optante do Lucro Presumido haveria a influencia na apuração do IRPJ e CSLL), mas de forma consciente e direcionada influenciou na apuração do PIS e COFINS, pois a sua forma de contabilização não a classificava como Receita, não constituindo em elemento na apuração do PIS e da COFINS. Outra ação indevida foi a classificação errônea e consciente de Descontos a Posteriori como descontos financeiros, com a atecnia contábil, apesar da legislação clara sobre o que seriam despesas financeiras e também a existência de consultas legislativas públicas da RFB (publicadas em Diário Oficial da União). De todas essas ações da fiscalizada se buscou uma tributação bem mais favorecida do PIS e COFINS. A qualificação da multa de ofício está baseada principalmente pelo artifício de escriturar parte em valores menores das receitas do VPC e também por não escriturar parte das receitas próprias na sua contabilidade de forma clara e devida, seguindo os padrões contábeis usuais, mas criando contas retificadoras indevidas, que não influenciavam a apuração do LUCRO REAL, mas sim a do PIS e COFINS. Realizou ação deliberada para não destacar as evidências, pois em alguns meses reconheceu parte dos valores. E classificando Receitas que não eram financeiras. Pois, se a equipe de Fiscalização não se ativesse à técnica contábil, se não procedesse à analise da forma e a sua repercussão na apuração dos tributos federais em função do modo que foi escriturado, seria difícil descobrir que parte das suas receitas foram omitidas na apuração do PIS e COFINS, seria de grande obstáculo perceber o desvio. O resultado das condutas realizadas foi a artificialidade de faturamento ... com conseqüentemente camuflagem/desvirtuamento de receitas e o recolhimento a menor do PIS e da COFINS calculados sobre uma base de cálculo indevida, resultando em um recolhimento inferior ao efetivamente devido. A Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964, define a fraude tributária: Art . 72. Fraude é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, ou a excluir ou modificar as suas características essenciais, de modo a reduzir o montante do imposto devido a evitar ou diferir o seu pagamento. Desta forma, a multa de ofício será aplicada no percentual de 150%, de acordo com as legislações acima dispostas e com o Inciso II do art. 957 do RIR/99 ... 10 Do lançamento ... 11 Dos processos administrativos – fiscais O Auto de Infração lavrado foi formalizado sob o Processo Administrativo Fiscal no 10540.721.180/201689. Fl. 5287DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.275 6 Foi formalizada a Representação Fiscal Para Fins Penais sob o Processo Administrativo Fiscal. Cientificada dos Autos de Infração e do Termo de Verificação de Fiscalização, a empresa apresentou impugnação, alegando: II – FUNDAMENTOS DA IMPROCEDÊNCIA DOS LANÇAMENTOS CONSTANTES NO AUTO DE INFRAÇÃO II.1 – ERROS NA PLANILHA DE CÁLCULO DO AUTO DE INFRAÇÃO O estudo colacionado a este auto de infração demonstra a existência de erro de cálculo nas planilhas que subsidiaram o lançamento. II.2 – LANÇAMENTOS BASEADOS NA SUPOSTA INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO POR OMISSÃO DE RECEITAS A) VERBA DE PROPAGANDA E PUBLICIDADE COOPERADA – VALORES UTILIZADOS NITIDAMENTE PARA RECUPERAÇÃO/RESTITUIÇÃO DE GASTOS COM PROPRAGANDA E PUBLICIDADE – IMPOSSIBILIDADE DE CARACTERIZAÇÃO COMO RECEITA ... a Verba de Propaganda e Publicidade Cooperada (VPC) é uma verba recebida dos fornecedores/indústrias para restituir parte dos gastos que a Impugnante teve com a publicidade dos produtos fabricados por aqueles e revendidos por esta. A presença de grandes players como Casas Bahia, Ponto Frio e Magazine Luiza e a pouca ou nenhuma diferença nos valores dos produtos que são por eles comercializados torna a estratégia de marketing, incluindose aí a propaganda e publicidade, vital para a captação do consumidor e, conseqüentemente, para o incremento das vendas da Impugnante. Assim, ao se considerar como beneficiário da ação de publicidade realizada pela Impugnante, o fornecedor/indústria se predispõe a restituir parte destas despesas, almejando, obviamente, colher benefícios futuros atrelados ao aumento de vendas dos seus produtos. Neste contexto, indagase: como poderia uma verba que visa a restituição de valores gastos com uma publicidade conjunta ser considerada como receita da Impugnante? A Impugnante não realiza serviço de marketing ou de publicidade e propaganda para o fornecedor/indústria! Obviamente, as publicidades e propagandas veiculadas sem a marca da mercadoria não são objeto de qualquer restituição por parte dos fornecedores/indústrias, sendo inteiramente arcadas pela Impugnante. Seguindo esta linha de intelecção, constatase que os valores relacionados à VPC constituem meros ingressos de numerários no caixa da Impugnante visando a restituição de gastos/despesas conjuntas e, portanto, não poderiam integrar a base de cálculo do PIS e da COFINS. Fl. 5288DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.276 7 Vejamos, neste ínterim, o que dispõem os parágrafos 1o e 2o do artigo 1o da Lei Federal no 10.637/02 e também da Lei Federal no 10.833/03 acerca, respectivamente, da base de cálculo do PIS e da COFINS: ... A leitura dos dispositivos demonstra que a base de cálculo de ambos os tributos é o valor do faturamento mensal, o que, na visão do legislador, seria “[...] o total das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente de sua denominação ou classificação contábil”. Agora, vejamos a regra matriz das contribuições sociais a cargo das pessoas jurídicas, no qual se enquadram o PIS e a COFINS, encontrase no inciso I do artigo 195 da Constituição da República, o qual se transcreve a seguir: ... Analisando as alíneas do dispositivo constitucional, constatase que todas as possíveis bases de cálculo para as contribuições sociais incidem em elementos que, de uma forma de outra, representam medidas de riqueza do contribuinte e, em consonância com o parágrafo 1o do artigo 145 da Constituição da República, a exprimir a sua capacidade econômica. Ora, se os valores da VPC não são incorporados ao patrimônio da Impugnante, eles não podem ser considerados como receita e faturamento e muito menos reveladores da medida de riqueza ou exprimir a capacidade econômica daquela. Ao analisar a questão inerente a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da COFINS, o Ministro Marco Aurélio, que é o Relator do Recurso Extraordinário n' 240.7852, com mestria arrematou acerca do conceito de faturamento/receita: ... Em seu voto, como se denota, o Ministro Marco Aurélio deixa claro que faturamento/receita deve representar medida de riqueza e acaba indo além, pois assevera que o conteúdo e o alcance do “faturamento” e “receita” utilizados como base de cálculo do PIS e da COFINS encontramse implicitamente deduzidos na Constituição da República, motivo pelo qual o legislador ordinário e o órgão arrecadador não podem realizar alterações em tais atributos ao seu bel prazer. A.1) VERBA DE PROPAGANDA E PUBLICIDADE COOPERADA – VALORES UTILIZADOS NITIDAMENTE PARA RECUPERAÇÃO/RESTITUIÇÃO DE GASTOS COM PROPRAGANDA E PUBLICIDADE – PERSISTÊNCIA DA NATUREZA DE RECEITA – UTILIZAÇÃO DAS DESPESAS COMO SE AGÊNCIA DE PUBLICIDADE FOSSE – ARTIGO 13 DA LEI FEDERAL No 10.925/2004 E O ARTIGO 53 DA LEI FEDERAL No 7.450/1985 Caso persista, embora seja clara a natureza de recuperação de gastos, o entendimento presente no auto de infração de que a VPC é uma receita da Impugnante, a premissa utilizada pelos Auditores Fiscais de que esta teria prestado um serviço de publicidade e propaganda para o Fl. 5289DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.277 8 fornecedor/indústria leva a possibilidade de tal receita ser inteiramente deduzida da base de cálculo do PIS e da COFINS. ... se a Impugnante, imiscuindose em uma atividade de publicidade e propaganda, prestou tal serviço ao fornecedor/indústria, o “insumo”, para se utilizar do termo equivocado previsto no inciso II do artigo 3o das Leis Federais no 10.637/2002 e no 10.833/2003, necessário a prestação de tal atividade é, como não poderia deixar de ser, as despesas com a própria publicidade, principalmente os valores despendidos com os veículos de divulgação e estes, consoante o artigo 13 da Lei Federal no 10.925/2004 e o artigo 53 da Lei Federal no 7.450/1985 podem ser utilizados para fins de dedução. B) DESCONTOS PARA EQUALIZAÇÃO DE MARGEM OU DESCONTOS A POSTERIORI CONCEDIDOS PELO FORNECEDOR – VALORES UTILIZADOS PARA RECUPERAÇÃO/RESTITUIÇÃO DOS VALORES QUA FORAM PAGOS A MAIOR PELA IMPUGNANTE EM COMPARAÇÃO COM A CONCORRÊNCIA – IMPOSSIBILIDADE DE CARACTERIZAÇÃO COMO RECEITA Os descontos a posteriori ou descontos para equalização de margem concedidos pelos fornecedores/indústrias surgem da necessidade de se recompor a margem bruta de determinados produtos que, após a compra pela Impugnante, tiveram uma redução em seu preço de venda quando comprados com o custo da aquisição. Em outros dizeres, visando permitir que a Impugnante possa, por exemplo, reduzir o preço da mercadoria ao consumidor final sem que a margem dela diminua, os fornecedores/indústrias concedem descontos na aquisição de outras mercadorias, recompondo a margem e girando o estoque daquela. ... os descontos a posteriori são analisados caso a caso de acordo com o giro das mercadorias e tem o fim precípuo de recompor a margem da Impugnante em determinada mercadoria pela redução do seu preço de venda ao consumidor final quando comparado com o valor da aquisição ou, até mesmo, pelo fato do player concorrente ter adquirido o produto junto ao fornecedor/indústria com um preço muito inferior. ... não configurando receita ..., mas tão somente um desconto incondicionado que visa recompor os custos, os descontos a posteriori não integram a base de cálculo do PIS e da COFINS, ... II.3 – LANÇAMENTOS BASEADOS NA GLOSA DE CRÉDITOS UTILIZADOS PARA DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULOS DO PIS E DA COFINS A) COMISSÕES DE ADMINISTRAÇÃO RELACIONADAS ÀS VENDAS ATRAVÉS DE CARTÃO DE CRÉDITO – VALORES DESCONTADOS ANTES DO REPASSE – DESPESAS ESSENCIAIS À ATIVIDADE DA EMPRESA – POSSIBILIDADE DE DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS E DO PIS As operações de venda por intermédio de cartão de crédito envolvem 05 (cinco) personagens principais: a) os consumidores: são os portadores do cartão; Fl. 5290DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.278 9 b) os estabelecimentos comerciais: são os lojistas que aceitam o cartão de crédito como forma de pagamento, pagando comissões de administração ou tarifas de desconto às credenciadoras por cada venda realizada naquela modalidade, variando o percentual de acordo com a bandeira do cartão de crédito; c) as administradoras ou emissoras: são tidas como empresas, na sua grande maioria instituições bancárias (BANCO DO BRASIL, BRADESCO, ITAÚ, SANTANDER, dentre outras), que emitem e gerenciam os cartões de crédito, mantendo relacionamento com o consumidor para qualquer questão decorrente da posse e do uso dos mesmos, recebendo a tarifa de intercâmbio do credenciador que, obviamente, é um percentual sobre a comissão de administração ou tarifa de desconto paga pelo estabelecimento comercial; d) o credenciador: é a empresa que se relaciona diretamente com os estabelecimentos comerciais, cedendo ou locando as máquinas para estes se habilitarem a fazer as vendas por meio do cartão de crédito (CIELO, REDECARD, GETNET, ELAVON, BIN, dentre outras), descontando de cada uma destas a comissão de administração; e) bandeira: é a “marca” do cartão de crédito, definindo políticas e estratégias de utilização (VISA, MASTERCARD, AMERICAN EXPRESS, ELO, dentre outras). O fluxo de uma operação de venda por intermédio do cartão de crédito, portanto, é o seguinte: Diante deste fluxo, podemos afirmar que: a) as credenciadoras não repassam o valor integral das vendas realizadas por meio do cartão de crédito para os estabelecimentos comerciais, uma vez que, de antemão, descontam a comissão de administração; b) os estabelecimentos comerciais são obrigados a registrar, até por conta do Emissor de Cupom Fiscal, o valor da venda de forma integral sem qualquer desconto. ... indagase: se a Impugnante é obrigada, por conta da intrincada legislação tributária nacional, mais precisamente aquela inerente ao ICMS, a lançar contabilmente o valor integral da venda de um produto através do cartão de crédito como faturamento, mas efetivamente não aufere, ante ao desconto realizado pela administradora do cartão de crédito, a receita daquele valor integralmente, a utilização dessa despesa de comissão como crédito na Fl. 5291DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.279 10 receita tributável pelo PIS e pela COFINS seria contrária ao princípio da não cumulatividade? Evidentemente que não! Logo, se o princípio da não cumulatividade visa a desoneração e, no caso específico do PIS e da COFINS, as receitas são o alvo da desoneração, torna se evidente a necessidade de se permitir que a comissão descontada pela administradora do valor do produto vendido através do cartão de crédito seja dedutível da base de cálculo dos tributos para que a Impugnante venha a ser tributada sobre a receita efetivamente auferida pela venda do produto. ... não existindo dúvidas quanto à essencialidade da despesa de comissão da administradora do cartão de crédito para a atividade financeira da Impetrante, vejamos o que dispõe o inciso II do artigo 3' das Leis Federais n' 10.637/2002 e n' 10.833/2003: LEI FEDERAL No 10.637/2002 Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: [...] II bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda, inclusive combustíveis e lubrificantes ... ... constatase que o entendimento de que o inciso II do artigo 3o das Leis Federais no 10.637/2002 e no 10.833/2003 traria um rol taxativo e não exemplificativo quanto aos insumos passíveis de crédito acabaria indo de encontro a mens constitucional do princípio da não cumulatividade. Portanto, o crédito das despesas com as comissões das administradoras decorrentes das vendas realizadas por meio de cartão de crédito deduzido da base de cálculo da COFINS e do PIS deverá ser restabelecido ... B) PROPAGANDA E PUBLICIDADE – DESPESA ESSENCIAL À ATIVIDADE DA EMPRESA – POSSIBILIDADE DE DEDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DO COFINS E DO PIS ... as despesas com publicidade e propaganda, em um segmento altamente agressivo e competitivo como a que Impugnante atua, tornase essencial, não só a sua atividade, como a sua própria sobrevivência. ... não é outro o motivo pelo qual os próprios fornecedores/indústrias “repartem” as despesas com publicidade e propaganda com a Impugnante, restituindolhes, através da VPC, parte dos valores desembolsados. ... se a despesa com publicidade e propaganda é essencial a atividade da Impugnante, mormente diante do seu segmento de atuação, dúvidas não há que o crédito de tais despesas deduzido da base de cálculo da COFINS e do PIS deverá ser restabelecido ... Fl. 5292DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.280 11 II.3 – MULTA DE OFÍCIO QUALIFICADA A) INEXISTÊNCIA DE CONDUTA COMISSIVA OU OMISSIVA DOLOSA – SÚMULA 14 DO CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Entendendo que a Impugnante teria se utilizado de artifícios para camuflar/desvirtuar receitas e recolher o PIS e a COFINS sobre uma base de cálculo indevida, os Auditores Fiscais aplicaram a multa de ofício no percentual de 150% ... A inexistência de fraude ou qualquer atitude dolosa em situações como esta já foi, inclusive, alvo de consolidação pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais por meio da Súmula 14, a qual se transcreve a seguir: Súmula 14: A simples apuração de omissão de receita ou de rendimentos, por si só, não autoriza a qualificação da multa de oficio, sendo necessária a comprovação do evidente intuito defraude do sujeito passivo. III – PEDIDOS IV – REQUERIMENTOS Para tanto, pugna: a) pela juntada da cópia do contrato social, dos documentos pessoais do representante legal da empresa e dos signatários da presente impugnação e dos documentos que comprovam as despesas dedutíveis; b) pela juntada de outros documentos durante o transcorrer do processo tributário administrativo. A interessada foi intimada através da Intimação no 029/2017, expedida pela DRF/Vitória da Conquista/BA, com o seguinte teor (fl. 5.193): Tendo em vista a necessidade de saneamento do processo no 10540.721182/2016 78, do contribuinte LOJAS INSINUANTE SA, por motivo da inexistência da procuração outorgando poderes para representação junto à Receita Federal do Brasil ao procurador, o Sr. Leonardo de Lima Naves, OAB/MG no 91.166, que assina a Impugnação aos Auto de Infração da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social, e Auto de Infração da Contribuição para o PIS/PASEP, fica o contribuinte LOJAS INSINUANTE SA, CNPJ No 16.182.834/000103, INTIMADO a apresentar os seguintes documentos: procuração outorgando poderes ao Sr. Leonardo de Lima Naves, OAB/MG no 91.166, que assina a Impugnação, para representar o contribuinte LOJAS INSINUANTE SA, CNPJ No 16.182.834/000103, junto à Receita Federal do Brasil. O prazo para atendimento da presente intimação será de 15 (quinze) dias contados a partir da data da ciência. A empresa teve ciência da Intimação no 029/2017 em seu Domicílio Tributário Eletrônico segundo informam o Termo de Registro de Mensagem de Ato Oficial na Fl. 5293DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.281 12 Caixa Postal DTE fl. 5.194, o Termo de Ciência por Abertura de Mensagem fl. 5.195 e o Termo de Abertura de Documento de fl. 5.196. O despacho de fl 5.198 destaca: ... constatei que inexiste, no processo, prova de identidade do signatário da impugnação, além do instrumento de mandato (procuração), o que impossibilita a análise de legitimidade. O contribuinte, intimado, não atendeu à solicitação para saneamento como informa o despacho de página no 5197. O processo, então, veio a julgamento. Diante da decisão proferida de não conhecimento da impugnação o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário visando reformar o referido Acórdão. É o relatório. Voto Conselheiro Valcir Gassen Relator O Recurso Voluntário interposto em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 0965.514 é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O Recurso Voluntário visa reformar a decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/01/2012, 28/02/2012, 31/03/2012, 30/04/2012, 31/07/2012, 31/08/2012, 30/09/2012, 31/10/2012, 31/12/2012, 31/01/2013, 28/02/2013, 31/03/2013, 30/04/2013, 31/05/2013, 30/06/2013, 31/07/2013, 31/08/2013, 30/09/2013, 31/10/2013, 30/11/2013, 31/12/2013, 31/01/2014, 31/03/2014, 31/05/2014, 30/06/2014, 31/07/2014, 31/08/2014, 30/09/2014 ILEGITIMIDADE. IMPUGNAÇÃO. NÃO CABIMENTO. Não se conhece de recurso interposto por quem não comprova sua legitimidade processual, mesmo após regularmente intimado para tanto. Impugnação Não Conhecida Crédito Tributário Mantido O voto na decisão ora recorrida ficou assim consignado às fls. 5223 e 5224: A impugnação apresentada não merece ser conhecida, conforme adiante se verá. As razões de defesa de fls. 5.153/5.186 foram apresentadas, porém, a assinatura de LEONARDO DE LIMA NAVES aposta naquela peça se encontra desacompanhada dos documentos pertencentes ao signatário da impugnação, bem como não foi Fl. 5294DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.282 13 juntada aos autos a procuração outorgando poderes para representação da empresa junto a RFB. A interessada não regularizou sua impugnação, uma vez que não foi juntada cópia dos "documentos pessoais do representante legal da empresa e dos signatários da presente impugnação" e também não houve resposta à intimação da Unidade de preparo solicitando o saneamento do processo fls. 5.193 a 5.198. Desta forma, não consta do processo qualquer documento em que possa ser confirmada a identidade do signatário da impugnação, além do instrumento de mandato (procuração) de LEONARDO DE LIMA NAVES. Assim, mesmo após intimação na tentativa de sanear o processo, restou ausente dos autos a comprovação da legitimidade do signatário da impugnação, não tendo a interessada se desincumbido de seu ônus processual. Importa ressaltar que a legitimidade é pressuposto processual, tendo no âmbito do processo administrativo, a Lei no 9.784, de 1999, em seu art. 63, inciso III, assim disposto: Art. 63. O recurso não será conhecido quando interposto: [...] III por quem não seja legitimado; [...] Por todo o exposto, voto por NÃO CONHECER a impugnação para MANTER o crédito tributário consubstanciado nos Autos de Infração constantes do presente processo. Diante desta decisão o Contribuinte apresentou ser Recurso Voluntário em que pede a reforma do acórdão pelas seguintes razões: A) IRREGULARIDADE PROCESSUAL – INEXISTÊNCIA – IMPUGNAÇÃO ELABORADA E ASSINADA POR ADVOGADOS MAS TRANSMITIDA ELETRONICAMENTE ATRAVÉS DE CERTIFICADO DIGITAL DA CONTRIBUINTE NO AMBIENTE DO eCAC – INSTRUMENTO DE PROCURAÇÃO TÁCITO – ARTIGO 22 DA LEI FEDERAL No 9.784/1999 – PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS Embora não fosse nem mesmo necessário, a Recorrente, após o acórdão e para evitar mais celeumas, outorgou poderes por meio de procuração eletrônica e física para que os advogados que subscreveram a impugnação e subscrevem este recurso possam atuar nesta demanda. A desnecessidade da outorga de poderes aos advogados que subscreveram a impugnação e subscrevem este recurso decorre do fato do protocolo ou transmissão das peças terem sido todas realizadas por meio do certificado digital da Recorrente no ambiente do eCAC, de modo tal que não existia e não existe qualquer dúvida que tais advogados, mesmo que tacitamente, possuíam e possuem procuração com amplos poderes para representar a Lojas Fl. 5295DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.283 14 Insinuante S/A neste processo administrativo fiscal. Neste ínterim, vejamos o que dispõe o caput do artigo 22 da Lei Federal no 9.784/99, o qual se transcreve a seguir: Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir. Em outros dizeres, o processo administrativo fiscal é regido por um formalismo moderado capitaneado no princípio processual da instrumentalidade das formas. Dissertando sobre o princípio da instrumentalidade das formas, o doutrinador Ovídio Baptista da Silva nos ensina: [...] Nos sistemas jurídicos rudimentares, como se verificava no direito primitivo, as solenidades processuais e a rigidez formal eram absolutas. A mais insignificante inobservância dos ritos impostos por lei era motivo suficiente para causar a nulidade do processo. Contudo, no direito moderno tal não ocorre. Precisamente por sua natureza eminentemente instrumental, domina no Direito Processual o princípio da liberdade das formas, consagrado pelo art. 154 do Código, segundo o qual os atos e termos processuais não dependem de forma determinada, senão quando a lei expressamente exigir, reputandose válidos os que, realizados de modo diverso, hajam preenchidos a finalidade essencial que a lei lhe atribuir (SILVA, OVÍDIO Curso de processo civil. 1998, p. 204). Seguindo o mesmo raciocínio, Cândido Rangel Dinamarco assevera: Não basta afirmar o caráter instrumental do processo sem praticálo, ou seja, sem extrair desse princípio fundamental e da sua afirmação os desdobramentos teóricos e práticos convenientes. Pretendese que em torno do princípio da instrumentalidade do processo se estabeleça um novo método do pensamento do processualista e do profissional do foro. O que importa acima de tudo é colocar o processo no seu devido lugar, evitando os males do exagerado processualismo e ao mesmo tempo cuidar de predispor o processo e o seu uso de modo tal que os objetivos sejam convenientemente conciliados e realizados tanto quanto possível. O processo há de ser, nesse contexto, instrumento eficaz para o acesso à ordem jurídica justa. (DINAMARCO, Cândido Rangel A instrumentalidade do processo, Malheiros, 2001). Nesta linha de intelecção, constatase que o princípio da instrumentalidade das formas tem como escopo obter um resultado prático e efetivo na satisfação do direito pleiteado pelo jurisdicionado e, para tanto, o processo não pode ser um fim em si mesmo, mas sim um instrumento de solução das crises. Baseado neste pensamento, o Egrégio Tribunal Regional Federal da 1a Região, com maestria, arremata: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À EXECUÇÃO. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL. IRREGULARIDADE. EXTINÇÃO DO PROCESSO, SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. PROCURAÇÃO JUNTADA NO ATO DE INTERPOSIÇÃO DA APELAÇÃO. POSSIBILIDADE. VÍCIO SANÁVEL. OBSERVÂNCIA AOS PRINCÍPIOS DA ECONOMIA E CELERIDADE PROCESSUAL Fl. 5296DF CARF MF Processo nº 10540.721182/201678 Acórdão n.º 3301005.414 S3C3T1 Fl. 5.284 15 E DA INSTRUMENTALIDADE DAS FORMAS. SENTENÇA ANULADA. I Sanada a irregularidade da representação processual, ainda que somente no ato de interposição do recurso de apelação, em homenagem aos princípios da economia e celeridade processual, bem como da instrumentalidade das formas, temse por sanado o defeito verificado, na espécie dos autos, a impor, assim, o regular processamento do feito. Precedentes deste Tribunal e do STJ. II Apelação provida. Sentença anulada, para determinar o regular processamento do feito. (TRF1 AC: 25779 MG 0025779 69.2002.4.01.9199, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE, Data de Julgamento: 01/06/2010, OITAVA TURMA, Data de Publicação: 18/06/2010 eDJF1 p.486) Neste contexto, como se observa, o princípio da instrumentalidade das formas pode e deve ser invocado para admitir, no âmbito do processo administrativo, atos processuais que, embora não sigam o procedimento formalmente previsto, não tragam prejuízos às partes envolvidas. Logo, o acórdão que não conheceu a impugnação por irregularidade processual deverá ser reformado, uma vez que, ao ser transmitida via eCAC por meio do seu certificado digital, a Recorrente, mesmo que tacitamente, deixou claro que os advogados que a subscreveram possuíam procuração para tanto e, como se isso não bastasse, outorgou, antes da interposição do presente recurso, poderes por meio de procuração eletrônica e física para que tais advogados possam atuar regularmente nesta demanda. Por fim, de modo a se evitar a supressão de instância, deverá o presente processo administrativo fiscal ser devolvido à Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora para que esta possa analisar todos os argumentos que foram delineados na impugnação e que visam a improcedência dos lançamentos de PIS e COFINS constantes no auto de infração. Diante desses argumentos, do entendimento da doutrina acerca da formalidade moderada no âmbito do processo administrativo fiscal e da legislação aplicável, voto por dar provimento parcial ao recurso do Contribuinte para que o presente processo seja devolvido à Delegacia Regional de Julgamento para novo julgamento pela 1ª Instância. (assinado digitalmente) Valcir Gassen Fl. 5297DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.003061/2007-10
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2006
ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. DINHEIRO EM ESPÉCIE.
Devem ser aceitos como origem de recursos aptos a justificar acréscimos patrimoniais os valores informados a título de dinheiro em espécie, em declarações de ajuste anual entregues tempestivamente, salvo prova inconteste em contrário, produzida pela autoridade lançadora.
Numero da decisão: 9202-007.224
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
Assinado digitalmente
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício.
Assinado digitalmente
Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201809
camara_s : 2ª SEÇÃO
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2006 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. DINHEIRO EM ESPÉCIE. Devem ser aceitos como origem de recursos aptos a justificar acréscimos patrimoniais os valores informados a título de dinheiro em espécie, em declarações de ajuste anual entregues tempestivamente, salvo prova inconteste em contrário, produzida pela autoridade lançadora.
turma_s : 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
dt_publicacao_tdt : Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
numero_processo_s : 11516.003061/2007-10
anomes_publicacao_s : 201811
conteudo_id_s : 5924837
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri Nov 09 00:00:00 UTC 2018
numero_decisao_s : 9202-007.224
nome_arquivo_s : Decisao_11516003061200710.PDF
ano_publicacao_s : 2018
nome_relator_s : PEDRO PAULO PEREIRA BARBOSA
nome_arquivo_pdf_s : 11516003061200710_5924837.pdf
secao_s : Câmara Superior de Recursos Fiscais
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
dt_sessao_tdt : Wed Sep 26 00:00:00 UTC 2018
id : 7506538
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:30:56 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051151387066368
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1534; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => CSRFT2 Fl. 2 1 1 CSRFT2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS CÂMARA SUPERIOR DE RECURSOS FISCAIS Processo nº 11516.003061/200710 Recurso nº Especial do Procurador Acórdão nº 9202007.224 – 2ª Turma Sessão de 26 de setembro de 2018 Matéria IRPF Acréscimo Patrimonial a Descoberto Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado ARISTOCLIDES VIEIRA STADLER ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. DINHEIRO EM ESPÉCIE. Devem ser aceitos como origem de recursos aptos a justificar acréscimos patrimoniais os valores informados a título de dinheiro em espécie, em declarações de ajuste anual entregues tempestivamente, salvo prova inconteste em contrário, produzida pela autoridade lançadora. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. Assinado digitalmente Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em exercício. Assinado digitalmente Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 51 6. 00 30 61 /2 00 7- 10 Fl. 285DF CARF MF 2 Relatório Cuidase de recurso especial interposto pela Fazenda Nacional em face do Acórdão nº 2201001.596, proferido na sessão de 15 de maio de 2012, assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2006 Ementa: ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. DISPONIBILIDADE. Na apuração de eventual variação patrimonial do contribuinte, deve ser considerada a disponibilidade advinda de recursos previamente consignados na Declaração de Ajuste, apresentada tempestivamente. A decisão foi assim registrada: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso para afastar a exigência relativa ao Acréscimo Patrimonial a Descoberto relativo ao ano calendário de 2005. O recurso visa rediscutir a seguinte matéria: inclusão, como origens, no fluxo de caixa, dos recursos em moeda corrente registrados na Declaração de Bens constante da Declaração de Ajuste do anocalendário anterior. Em exame preliminar de admissibilidade, a Presidente da Segunda Câmara, da Segunda Seção do CARF deu seguimento ao apelo da Fazenda Nacional, nos termos do Despacho de efls. 265 a 267. Em suas razões recursais a Fazenda Nacional aduz, em síntese, que só o fato de ter sido informado dinheiro em espécie na declaração de ajuste não permite a passagem desses recursos de um exercício financeiro para o outro; que a transposição de saldo positivo e um exercício para outro só é válida se amparada em prova robusta da existência efetiva dos ditos valores, a cargo do contribuinte. Cientificado do Acórdão de Recurso Voluntário, do Recurso Especial e do Despacho que lhe deu seguimento em 11/01/2016 (AR, efls. 271), o Contribuinte apresentou, em 26/01/2016, tempestivamente, as contrarrazões de efls. 273 a 280, em que reitera as alegações do Recurso Voluntário e, especificamente quanto ao Recurso Especial da Fazenda Nacional sustenta que o mesmo não preenche os requisitos de admissibilidade, pois a simples juntada de decisão sem a identificação da legislação discordante não atende ao requisito previsto no art. 67, § 1º do RICARF; que também não foi juntado o inteiro teor dos paradigma, mas apenas sua ementa, o que está em desacordo com o § 9º do mesmo artigo. É o relatório. Voto Fl. 286DF CARF MF Processo nº 11516.003061/200710 Acórdão n.º 9202007.224 CSRFT2 Fl. 3 3 Conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator O Recurso é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade. As objeções levantadas pelo Contribuinte em suas contrarrazões não merecem prosperar. Ao demonstrar a divergência de interpretação a peça recursal não deixou margem a dúvida quanto à matéria em relação qual há o dissídio jurisprudencial: a possibilidade de aproveitamento de saldo positivo, apurado em apuração de acréscimo patrimonial, como origem na apuração no exercício seguinte; também quanto à necessidade de juntada do interiro teor do acórdão paradigma, o § 9º, do art. 67 contempla a possibilidade de apresentação apenas de cópia de publicação das ementas, como fez a Fazenda Nacional neste caso ao reproduzir no corpo do recurso a ementa publicado na sítio do CARF. Eis o teor do referido § 9º: § 9º O recurso deverá ser instruído com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas. Conheço, portanto, do recurso. Quanto ao mérito, a matéria cingese à definição da possibilidade ou não de se admitir como origem, na apuração de acréscimo patrimonial a descoberto, de valores declarados como disponibilidade em espécie na declaração de bens do exercício anterior, independentemente de prova da efetividade dessa disponibilidade. Penso que sim. Ao elaborar a declaração de rendimentos os contribuinte devem declaram o seu patrimônio, na forma de bens e direitos, créditos, etc, o que inclui a disponibilidade financeira, em moeda nacional ou estrangeira. Ao se apurar acréscimo patrimonial se compara a magnitude do patrimônio havido em um exercício com o do outro e esse cotejo deve incluir todo o patrimônio, seja em bens, em direitos ou em dinheiro em espécie. Este entra como aplicação no exercício em que declarado e como origem, se declarado no exercício anterior. A exigência de prova da efetividade da disponibilidade financeira, mormente tratandose de exercícios referentes a anos anteriores, se constitui, a meu juízo, em exigência descabida, pois não há outro meio de comprovar a existência de dinheiro em espécie que não a apresentação do próprio dinheiro, e isso não é mais possível quando este não está mais disponível. Por outro lado, quando o contribuinte declara a disponibilidade de dinheiro em espécie poderá ser confrontado pelo Fisco com a demonstração de que não obteve rendimentos suficientes para ter tais disponibilidades. Nessas condições, caberia o Fisco, para infirmar a declaração do Contribuinte, demonstrar que o contribuinte não teria lastro financeiro para ter essas disponibilidades. Ante o exposto, conheço do Recurso da Fazenda Nacional, e, no mérito, negolhe provimento. Assinado digitalmente Fl. 287DF CARF MF 4 Pedro Paulo Pereira Barbosa Relator Fl. 288DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14485.001823/2007-46
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 30/01/2006
CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SEGURO DE VIDA COLETIVO. AUSÊNCIA DE ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. PARECER PGFN/CRJ N° 2119/2011 APROVADO PELO MINISTRO DA FAZENDA. ART. 62, §1°, II, C, DO RICARF.
Não incide contribuição previdenciária sobre valor pago a título de seguro de vida em grupo, independentemente da existência ou não de convenção ou acordo coletivo de trabalho.
Nos termos do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria/MF 343, de 2015, art. 62 §1°, inciso II, os membros das turmas de julgamento do CARF devem observar em suas decisões a existência de dispensa legal de constituição ou Ato Declaratório da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos artigos 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002.
Numero da decisão: 2201-004.797
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente
(assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
Nome do relator: DANIEL MELO MENDES BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201812
camara_s : Segunda Câmara
ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 30/01/2006 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SEGURO DE VIDA COLETIVO. AUSÊNCIA DE ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. PARECER PGFN/CRJ N° 2119/2011 APROVADO PELO MINISTRO DA FAZENDA. ART. 62, §1°, II, C, DO RICARF. Não incide contribuição previdenciária sobre valor pago a título de seguro de vida em grupo, independentemente da existência ou não de convenção ou acordo coletivo de trabalho. Nos termos do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria/MF 343, de 2015, art. 62 §1°, inciso II, os membros das turmas de julgamento do CARF devem observar em suas decisões a existência de dispensa legal de constituição ou Ato Declaratório da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos artigos 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 14485.001823/2007-46
anomes_publicacao_s : 201901
conteudo_id_s : 5945996
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed Jan 09 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2201-004.797
nome_arquivo_s : Decisao_14485001823200746.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : DANIEL MELO MENDES BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 14485001823200746_5945996.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo - Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente).
dt_sessao_tdt : Tue Dec 04 00:00:00 UTC 2018
id : 7561912
ano_sessao_s : 2018
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:34:36 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051151401746432
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1668; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C2T1 Fl. 2.862 1 2.861 S2C2T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14485.001823/200746 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2201004.797 – 2ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 04 de dezembro de 2018 Matéria Contribuições Sociais Previdenciárias Recorrente BV FINANCEIRA SA CREDITO FINANC E INVEST Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 30/01/2006 CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SEGURO DE VIDA COLETIVO. AUSÊNCIA DE ACORDO OU CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO. PARECER PGFN/CRJ N° 2119/2011 APROVADO PELO MINISTRO DA FAZENDA. ART. 62, §1°, II, C, DO RICARF. Não incide contribuição previdenciária sobre valor pago a título de seguro de vida em grupo, independentemente da existência ou não de convenção ou acordo coletivo de trabalho. Nos termos do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria/MF 343, de 2015, art. 62 §1°, inciso II, os membros das turmas de julgamento do CARF devem observar em suas decisões a existência de dispensa legal de constituição ou Ato Declaratório da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos artigos 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Carlos Alberto do Amaral Azeredo Presidente (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 48 5. 00 18 23 /2 00 7- 46 Fl. 2862DF CARF MF Processo nº 14485.001823/200746 Acórdão n.º 2201004.797 S2C2T1 Fl. 2.863 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Daniel Melo Mendes Bezerra, Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim, Douglas Kakazu Kushiyama, Debora Fofano, Marcelo Milton da Silva Risso e Carlos Alberto do Amaral Azeredo (Presidente). Relatório Tratase de Recurso Voluntário contra o acórdão nº 1622.003 11a Turma da DRJ/SP1, que julgou procedente em parte a impugnação apresentada pelo sujeito passivo. O crédito tributário corresponde à Notificação Fiscal de Lançamento de Débito NFLD n° 37.049.0495, de 18/12/2006, relativa às contribuições sociais a parte do segurado, parte da empresa, a destinada ao financiamento da complementação das prestações por acidente do trabalho – SAT (período até 06/1997), a destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em ração do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (período a partir de 07/1997) e as destinadas a terceiros, incidentes sobre pagamentos de prêmios de seguro de vida em grupo em favor de segurados empregados, no período de 06/1996 a 01/2006, de acordo com o Relatório Fiscal de fl. 139/142, vol. 1. Informa o Relatório Fiscal que as contribuições apuradas são devidas pelas empresas BV Serviços Ltda CNPJ 01219.624/000167, BV Promotora de Vendas Ltda. CNPJ. 04.507.767/000162 e BV Financeira S/A Crédito, Financiamento e Investimento, CNPJ. 01.149.95389. As duas primeiras foram incorporadas pela terceira em 30/06/2004, o que a torna responsável pelas obrigações tributárias das empresas incorporadas, nos termos do art.132 da Lei n.° 5172/66. O valor lançado atinge o montante de R$ 770.677,63 (setecentos e setenta mil e seiscentos e setenta e sete reais e sessenta e três centavos), consolidado em 18/12/2006. O lançamento é fundamentado no art. 28 da Lei n.° 8.212/91, que determina que o saláriodecontribuição do segurado empregado compreende o total da remuneração auferida no mês, com as exceções exclusivas relacionadas no parágrafo 9º desse artigo. O Relatório Fiscal informa que, para que os valores de prêmios de seguro de vida em grupo não integrassem o saláriodecontribuição, deveriam ter sido cumpridas as condições previstas no Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, na redação dada pelo Decreto n.° 265/99, que são: previsão em acordo ou convenção coletiva e disponibilidade para todos os empregados e dirigentes. Não está previsto nas convenções coletivas de trabalho o pagamento desse benefício. As empresas BV Serviços e BV Promotora pagaram prêmio de seguro de vida em grupo a seus empregados até 06/2004, quando incorporadas pela BV Financeira. A BV Financeira pagou o prêmio a partir de 07/2004. A decisão de primeira instância restou ementada nos termos abaixo (fls. 2769/2792): Fl. 2863DF CARF MF Processo nº 14485.001823/200746 Acórdão n.º 2201004.797 S2C2T1 Fl. 2.864 3 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. PARCELAS INTEGRANTES. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. Considerase saláriodecontribuição, para o empregado, a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma. Integra o saláriodecontribuição o valor pago relativo a prêmio de seguro de vida em grupo que não está previsto em convenção ou acordo coletivo. MANDADO DE PROCEDIMENTO FISCAL MPF. CIÊNCIA. PRORROGAÇÃO. O MPF Mandado de Procedimento Fiscal será emitido por ocasião do início do procedimento fiscal e tem por objetivo informar ao sujeito passivo que está sujeito a verificações fiscais e que o agente fiscal indicado recebeu do Fisco a incumbência para executar a ação fiscal. Do MPF será dada ciência ao representante legal, ao mandatário, ou ao preposto do sujeito passivo. O MPF pode ser prorrogado. A ciência da Notificação depois de expirado o prazo do MPF não implica nulidade do lançamento que atendeu aos ditames do art 142 do CTN. DECADÊNCIA. SÚMULA VINCULANTE. STF. Com a declaração de inconstitucionalidade do art. 45 da Lei n.° 8.212/91, pelo Supremo Tribunal Federal STF, por meio da Súmula Vinculante n.° 8, publicada no Diário Oficial da União em 20/06/2008, o lapso de tempo de que dispõe a Secretaria da Receita Federal do Brasil para constituir os créditos relativos às contribuições previdenciárias, mencionadas nos artigos 2o e 3o da Lei n° 11.457/07, será regido pelo Código Tributário Nacional Lei n.° 5.172/66. RELATÓRIO DE CORESPONSÁVEIS. O Relatório de Co responsáveis não tem como escopo incluir os diretores da empresa no pólo passivo da obrigação tributária, mas sim listar todas as pessoas físicas e jurídicas representantes legais do sujeito passivo, indicando sua qualificação e período de atuação, que, eventualmente, poderão ser responsabilizados na esfera judicial, nas hipóteses previstas em lei e após o devido processo legal. LEGALIDADE. CONSTTTUCIONALIDADE. Fl. 2864DF CARF MF Processo nº 14485.001823/200746 Acórdão n.º 2201004.797 S2C2T1 Fl. 2.865 4 A declaração de inconstitucionalidade de lei ou atos normativos federais, bem como de ilegalidade destes últimos, é prerrogativa outorgada pela Constituição Federal ao Poder Judiciário. MULTA. JUROS. TAXA SELIC. Sobre as contribuições sociais pagas com atraso incidem, a partir de 01,04,1997, juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC e multa de mora, todos de caráter irrelevável. O Código Tributário Nacional autoriza a fixação de percentual de juros de mora diverso daquele previsto no §1° do art. 161. Em face da referida decisão, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, alegando que incorreu em equívoco a autoridade fiscal e a decisão recorrida, uma vez que há a previsão de seguro de vida em grupo na Convenção Coletiva de Trabalho. Na hipótese de não acolhimento de sua tese, roga pela redução da multa de mora dos atuais 30% para o percentual de 2%. É o Relatório. Voto Daniel Melo Mendes Bezerra, Conselheiro Relator Admissibilidade O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Do mérito De acordo com o Relatório Fiscal, os valores de prêmios de seguro de vida em grupo para que não integrassem o saláriodecontribuição, deveriam cumprir as condições previstas no Regulamento da Previdência Social aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, na redação dada pelo Decreto n° 3265/99, que são: previsão em acordo ou convenção coletiva e disponibilidade para todos os empregados e dirigentes. No caso que se cuida, a Fiscalização assinalou que o pagamento do seguro de vida em grupo não está previsto nas respectivas Convenções Coletivas de Trabalho (CCT), sendo o pagamento desse benefício parcela integrante do saláriodecontribuição para fins de incidência da contribuição previdenciária. Entretanto, restou sobejamente comprovado nos autos que há na CCT, cláusula no sentido de que fica dispensada de conceder auxílio funeral a empresa que mantiver seguro de vida em grupo em favor do empregado. Apesar de a referida cláusula não obrigar a recorrente a contratar seguro de vida em grupo, ao menos faculta a sua instituição, a fim de que as empresas se desobriguem da concessão do auxílio funeral. Fl. 2865DF CARF MF Processo nº 14485.001823/200746 Acórdão n.º 2201004.797 S2C2T1 Fl. 2.866 5 Todavia, a constatação acima não merece maiores digressões, tendo em vista a existência do Parecer PGFN/CRJ n° 2.119/11. Quanto a essa matéria, a Procuradoria da Fazenda Nacional emitiu o referido parecer, que tem a seguinte ementa: Contribuição Previdenciária. Seguro de Vida em Grupo. O seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles não se inclui no conceito de salário, afastandose, assim a incidência da contribuição previdenciária sobre a referida verba. Jurisprudência pacífica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto n° 2.346, de 10 de outubro de 1997. Possibilidade de a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional não contestar, não interpor recursos e desistir dos já interpostos, quanto à matéria sob análise. Necessidade de autorização da Sra. Procuradora Geral da Fazenda Nacional e aprovação do Sr. Ministro de Estado da Fazenda As razões que justificaram o Parecer podem ser resumidas em seus seguintes trechos: Convém esclarecer, demais disso, que os valores pagos a título de seguro de vida em grupo não integravam o rol de exceções ao conceito de saláriodecontribuição previsto originalmente no §9° do art 28 da Lei n° 8.212/91. Todavia, com a Lei n° 9.528/97, tal verba foi incluída dentro das exceções legais. Deste modo, a Fazenda Nacional tem alegado, relativamente a esse período o qual antecede a edição da Lei n° 9.528/97, que a redação original do §9° do art 28 da Lei n° 8.212/91 não previa o seguro de vida pago em grupo por empresa como exceção ao conceito de saláriodecontribuição em virtude, justamente, de sua natureza salarial. Todavia, o Poder Judiciário tem entendido em sentido contrário, restando assente no âmbito do Superior Tribunal de Justiça que o seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor de um grupo de empregados, sem haver individualização do montante que beneficia a cada um deles, não se inclui no conceito de salário. Tal entendimento do STJ tem sido aplicado, inclusive, para o período anterior às modificações promovidas pela Lei n° 9.528/97, fundamentandose que a interpretação teleológica do dispositivo conduziria a tal ilação, porque o empregado não usufruiria, individualmente, o valor pago pelo prêmio. Em virtude desse parecer foi editado o Ato Declaratório n° 12/2011 da Procuradora Geral da Fazenda Nacional o qual autoriza a dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e a desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante: "nas ações judiciais que discutam a incidência de contribuição previdenciária quanto ao seguro de vida em grupo contratado pelo empregador em favor do grupo de empregados, sem que haja a individualização do montante que beneficia a cada um deles". Fl. 2866DF CARF MF Processo nº 14485.001823/200746 Acórdão n.º 2201004.797 S2C2T1 Fl. 2.867 6 O despacho do Ministro da Fazenda, publicado em 09.12.2011, ratificou esse Ato Declaratório, que vincula os integrantes deste Colegiado, por força do art. 62, §1°, II, c, da Portaria MF n° 343/15, que aprovou o Regimento Interno deste CARF: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 1o O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: [...] II que fundamente crédito tributário objeto de: [...] c) Dispensa legal de constituição ou Ato Declaratório da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional (PGFN) aprovado pelo Ministro de Estado da Fazenda, nos termos dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; Como relatado, depreendese do relatório fiscal, que o lançamento referente a seguro de vida foi efetuado porque não constava em acordo ou convenção coletiva de trabalho, nos termos do § 9° do art. 214 do Decreto n° 3.048/99. Não foi levantado pela auditoria se o seguro contratado pelo recorrente era seguro de vida na modalidade coletiva/grupo e estava disponível à totalidade dos empregados. Como o Parecer da PGFN foi emitido tendo por razão as decisões do Superior Tribunal de Justiça que entendeu que a exceção da incidência de contribuições previdenciárias do seguro de vida abarcava inclusive os fatos geradores ocorridos antes da edição da Lei n° 9.528/97, e essa exceção não está condicionada à previsão em acordo coletivo ou convenção coletiva de trabalho, entendo que o parecer da PGFN se amolda ao caso em questão. Assim, por força do Parecer PGFN/CRJ n° 2.119/11 c/c art. 62, 'c' do RICARF deve ser provido o presente recurso. Conclusão Diante de todo o exposto, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Fl. 2867DF CARF MF Processo nº 14485.001823/200746 Acórdão n.º 2201004.797 S2C2T1 Fl. 2.868 7 Fl. 2868DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.900725/2012-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3402-001.960
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator
Participaram do julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Cynthia Elena de Campos.
Nome do relator: WALDIR NAVARRO BEZERRA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
camara_s : Quarta Câmara
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10880.900725/2012-37
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6007326
dt_registro_atualizacao_tdt : Thu May 16 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3402-001.960
nome_arquivo_s : Decisao_10880900725201237.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALDIR NAVARRO BEZERRA
nome_arquivo_pdf_s : 10880900725201237_6007326.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra - Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Cynthia Elena de Campos.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
id : 7738657
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:44:33 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051905246101504
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 4; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1834; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10880.900725/201237 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3402001.960 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Data 24 de abril de 2019 Assunto DILIGÊNCIA Recorrente GRIMALDI COMPAGNIA DI NAVIGAZIONE DO BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência, nos termos do voto do relator. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Presidente e Relator Participaram do julgamento os Conselheiros: Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Pedro Sousa Bispo, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Rodrigo Mineiro Fernandes e Cynthia Elena de Campos. Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia de Julgamento em Ribeirão Preto que julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte. Versa o processo sobre Pedido de Restituição de crédito de contribuição não cumulativa, relativamente a alegado pagamento, transmitido através do PER/Dcomp. O referido pleito foi indeferido por despacho decisório eletrônico, sob o seguinte fundamento: "A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição". A interessada apresentou manifestação de inconformidade, sustentando seu direito creditório no fato de que as receitas auferidas pela contribuinte seriam referentes a RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 80 .9 00 72 5/ 20 12 -3 7 Fl. 98DF CARF MF Processo nº 10880.900725/201237 Resolução nº 3402001.960 S3C4T2 Fl. 3 2 serviços prestados para empresa residente no exterior, e, portanto, estariam fora do campo de incidência do PIS e da Cofins, nos termos do inciso I, §1º do art. 149 da Constituição Federal ou do inciso II do art. 6º da lei nº 10.833/2003. A Delegacia de Julgamento não acatou os argumentos da impugnante, sob os seguintes fundamentos principais: A nota fiscal juntada não comprova uma transação internacional, já que nas operações comerciais com partes domiciliadas no exterior, o documento comprobatório é a fatura/invoice. Nos contratos de câmbio apresentados, não há qualquer referência a fatura ou nota fiscal. A interessada não retificou a DCTF, e mesmo que o tivesse feito, a mera retificação não poderia ser aceita como prova. A fim de comprovar a efetiva prestação de serviços para o exterior, ela deveria ter apresentado: fatura de prestação de serviços no exterior (commercial invoice), contrato de prestação de serviços firmado entre ele e a empresa, livros fiscais e contábeis que discriminassem as receitas auferidas pelo contribuinte e os pagamentos recebidos. Cientificada dessa decisão, a interessada apresentou recurso voluntário, repisando que o pagamento foi indevido eis que se trataria de efetiva exportação de serviços, sujeita à imunidade/não incidência das contribuições ao PIS e da Cofins. A fim de esclarecer qualquer dúvida acerca da contratação envolvida, a recorrente acostou o contrato de prestação de serviço, bem como todos os extratos bancários dos períodos objeto dos pedidos de restituição. Subsidiariamente, requereu a recorrente a conversão do julgamento em diligência para que fossem apresentados os documentos julgados necessários à comprovação da prestação do serviço e pagamento indevido. É o relatório. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido na Resolução 3402001.939, de 24 de abril de 2019, proferido no julgamento do processo 10880.900705/201266, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevemse, como solução deste litígio, nos termos regimentais, os entendimentos que prevaleceram naquela decisão (Resolução 3402001.939): "Atendidos aos requisitos de admissibilidade tomase conhecimento do recurso voluntário. Não obstante a recorrente não tenha retificado a DCTF relativamente ao débito que originaria o alegado pagamento indevido, este CARF tem entendido que: "Nos pedidos de restituição e compensação PER/DCOMP, a falta de retificação da DCTF do período em análise não é impedimento para deferimento do pedido, desde que o contribuinte demonstre no processo administrativo fiscal, Fl. 99DF CARF MF Processo nº 10880.900725/201237 Resolução nº 3402001.960 S3C4T2 Fl. 4 3 por meio de prova idônea, contábil e fiscal, a existência da liquidez e certeza do crédito pleiteado" (Acórdão nº 3301005.595, de 13 de dezembro de 2018, Rel. Salvador Cândido Brandão Junior). Nos termos do art. 16, §4º, "c" do Decreto nº 70.235/761, a recorrente apresentou o contrato de prestação de serviço com a empresa estrangeira reclamado na decisão recorrida e comprovantes dos pagamentos correspondentes. Esses documentos, juntamente com outros que constam nos autos, podem representar um indício de que as receitas tributadas seriam decorrentes de "serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas"; e, consequentemente, estariam beneficiadas pela isenção das contribuições de PIS/Cofins, nos termos do art. 14 da Medida Provisória nº 2.15835 ou do art. 6º, inciso II da Lei nº 10.833/2003 e do art. 5º, inciso II da Lei nº 10.637/2002. Conforme assentado na Resolução nº 3401000.737, da 4ª Câmara/ 1ª Turma Ordinária, em sessão de 24/07/2013, esta 3ª Seção de Julgamento do CARF tem orientado sua jurisprudência no sentido de que, em situações em que há alguns indícios de provas, o julgamento pode ser convertido em diligência para análise da documentação acostada. Ademais, a fiscalização pode, caso entenda necessário, proceder ao exame de livros de escrituração comercial e fiscal e os comprovantes de lançamentos neles efetuados, bem como efetuar intimações à recorrente para apresentação de esclarecimentos e documentos, no intuito de apurar se efetivamente houve erro na DCTF transmitida para o período e o alegado pagamento indevido decorrente da isenção das receitas tributadas. Nessa esteira, com fundamento no art. 18 do Decreto nº 70.235/72 e nos arts. 35 a 37 e 63 do Decreto nº 7.574/2011, voto no sentido de determinar a realização de diligência para que a Unidade de Origem, independentemente de retificação da DCTF do período de apuração: a) Analise a suficiência da documentação acostada aos autos para comprovar o direito creditório alegado e, sendo o caso, intime a recorrente a apresentar, dentro de prazo razoável, os documentos e esclarecimentos que, conforme entendimento da fiscalização, falte para a referida comprovação; b) Elabore Relatório Conclusivo acerca da verificação de toda a documentação juntada aos autos pela recorrente e sua habilidade para 1 Art. 16. A impugnação mencionará: (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) (...) Fl. 100DF CARF MF Processo nº 10880.900725/201237 Resolução nº 3402001.960 S3C4T2 Fl. 5 4 comprovar ou não a legitimidade do direito creditório pleiteado e em que medida; c) Intime a recorrente do resultado da diligência, concedendolhe o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011; e d) Por fim, devolva os autos a este Colegiado para prosseguimento no julgamento." Importante frisar que as situações fática e jurídica presentes no processo paradigma encontram correspondência nos autos ora em análise. Desta forma, os elementos que justificaram a conversão do julgamento em diligência no caso do paradigma também a justificam no presente caso. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu por converter o julgamento em diligência, para que a Unidade de Origem, independentemente de retificação da DCTF do período de apuração: a) Analise a suficiência da documentação acostada aos autos para comprovar o direito creditório alegado e, sendo o caso, intime a recorrente a apresentar, dentro de prazo razoável, os documentos e esclarecimentos que, conforme entendimento da fiscalização, falte para a referida comprovação; b) Elabore Relatório Conclusivo acerca da verificação de toda a documentação juntada aos autos pela recorrente e sua habilidade para comprovar ou não a legitimidade do direito creditório pleiteado e em que medida; c) Intime a recorrente do resultado da diligência, concedendolhe o prazo de 30 (trinta) dias para manifestação, nos termos do art. 35 do Decreto nº 7.574/2011; e d) Por fim, devolva os autos a este Colegiado para prosseguimento no julgamento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 101DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.001338/2007-77
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2002
NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA.
Não há que se falar em nulidade quando procedimento fiscalizatório foi efetuado dentro dos preceitos normativos atinentes à matéria, o sujeito passivo foi devidamente intimado para apresentação de documentos de seu interesse e defesa, e o lançamento foi fundamentado nas razões de fato e de direito apresentadas pelo Auditor Fiscal e apurado da forma como determina o artigo 142 do CTN.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. NECESSIDADE DE EFETIVA COMPROVAÇÃO.
Tributam-se, mensalmente, como rendimentos omitidos, os acréscimos patrimoniais a descoberto, caracterizados por sinais exteriores de riqueza, que evidenciam a renda auferida e não declarada, não justificados pelos rendimentos declarados, tributáveis, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte.
APLICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO
O lançamento foi realizado com a aplicação da multa de ofício, nos termos do artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, de forma correta, não havendo, portanto, qualquer insubsistência quanto à incidência da multa aplicada.
Consoante os termos da Súmula CARF nº 2:O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
Numero da decisão: 2401-006.168
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado digitalmente)
Miriam Denise Xavier - Presidente.
(Assinado digitalmente)
Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
Nome do relator: ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
camara_s : Quarta Câmara
ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Ano-calendário: 2002 NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar em nulidade quando procedimento fiscalizatório foi efetuado dentro dos preceitos normativos atinentes à matéria, o sujeito passivo foi devidamente intimado para apresentação de documentos de seu interesse e defesa, e o lançamento foi fundamentado nas razões de fato e de direito apresentadas pelo Auditor Fiscal e apurado da forma como determina o artigo 142 do CTN. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. NECESSIDADE DE EFETIVA COMPROVAÇÃO. Tributam-se, mensalmente, como rendimentos omitidos, os acréscimos patrimoniais a descoberto, caracterizados por sinais exteriores de riqueza, que evidenciam a renda auferida e não declarada, não justificados pelos rendimentos declarados, tributáveis, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte. APLICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO O lançamento foi realizado com a aplicação da multa de ofício, nos termos do artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, de forma correta, não havendo, portanto, qualquer insubsistência quanto à incidência da multa aplicada. Consoante os termos da Súmula CARF nº 2:O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.
turma_s : Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
dt_publicacao_tdt : Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13888.001338/2007-77
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6004653
dt_registro_atualizacao_tdt : Fri May 10 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 2401-006.168
nome_arquivo_s : Decisao_13888001338200777.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : ANDREA VIANA ARRAIS EGYPTO
nome_arquivo_pdf_s : 13888001338200777_6004653.pdf
secao_s : Segunda Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier - Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa.
dt_sessao_tdt : Wed Apr 10 00:00:00 UTC 2019
id : 7735331
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:44:02 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051905415970816
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1823; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S2C4T1 Fl. 2 1 1 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.001338/200777 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401006.168 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 10 de abril de 2019 Matéria IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Recorrente MAKS WEISER Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 NULIDADE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. Não há que se falar em nulidade quando procedimento fiscalizatório foi efetuado dentro dos preceitos normativos atinentes à matéria, o sujeito passivo foi devidamente intimado para apresentação de documentos de seu interesse e defesa, e o lançamento foi fundamentado nas razões de fato e de direito apresentadas pelo Auditor Fiscal e apurado da forma como determina o artigo 142 do CTN. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. NECESSIDADE DE EFETIVA COMPROVAÇÃO. Tributamse, mensalmente, como rendimentos omitidos, os acréscimos patrimoniais a descoberto, caracterizados por sinais exteriores de riqueza, que evidenciam a renda auferida e não declarada, não justificados pelos rendimentos declarados, tributáveis, não tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte. APLICAÇÃO DA MULTA DE OFÍCIO O lançamento foi realizado com a aplicação da multa de ofício, nos termos do artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, de forma correta, não havendo, portanto, qualquer insubsistência quanto à incidência da multa aplicada. Consoante os termos da Súmula CARF nº 2:“O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 00 13 38 /2 00 7- 77 Fl. 422DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar a preliminar e, no mérito, negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado digitalmente) Miriam Denise Xavier Presidente. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Cleberson Alex Friess, Matheus Soares Leite, Jose Luis Hentsch Benjamin Pinheiro, Rayd Santana Ferreira, Marialva de Castro Calabrich Schlucking, Andréa Viana Arrais Egypto e Miriam Denise Xavier (Presidente). Ausente a conselheira Luciana Matos Pereira Barbosa. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face da decisão da 11ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo II – SP (DRJ/SPOII) que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação, mantendo o Crédito Tributário exigido, conforme ementa do Acórdão nº 1730.565 (fls. 388/399): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. CLAREZA DO AUTO DE INFRAÇÃO Somente ensejam a nulidade os atos e termos lavrados por pessoa incompetente e os despachos e decisões proferidas por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. Não existe obscuridade no procedimento fiscal, que foi devidamente fundamentado, houve descrição detalhada do fato gerador do imposto de renda da pessoa física, estando os autos acompanhados de todos os elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. ACRÉSCIMO PATRIMONIAL A DESCOBERTO. Somente a apresentação de provas inequívocas é capaz de elidir uma presunção legal de omissão de rendimentos invocada pela autoridade fiscal. DIREITO CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PRINCIPIO DO NÃO CONFISCO. Fl. 423DF CARF MF Processo nº 13888.001338/200777 Acórdão n.º 2401006.168 S2C4T1 Fl. 3 3 A vedação quanto à instituição de tributo com efeito de confisco é dirigida ao legislador e não ao aplicador da lei. Lançamento Procedente O presente processo trata de Auto de Infração (fls. 348/349), lavrado contra o Contribuinte em 04/06/2007, relativo ao exercício 2003, decorrente da omissão de rendimentos tendo em vista a variação patrimonial a descoberto, no qual é exigido a título de Imposto de Renda Pessoa Física IRPF o valor de R$ 41.603,87, Multa Proporcional, passível de redução, no valor de R$ 31.202,90 e Juros de Mora, calculados até 05/2007, no valor de R$ 27.254,69, ficando o Crédito Tributário exigido no montante total de R$ 100.061,46. De acordo com o Termo de Constatação Fiscal (fls. 341/345): 1. Analisando todos os documentos, a fiscalização constatou que neles constava todo um histórico de abertura e movimentação das contas de n° 605.796 e 605.606 no Delta National Bank Florida, com cadastro, relatórios de gerentes, cartões de assinatura e extratos de movimentação financeira, em nome do Sr. Maks Weiser, sua esposa Celina Weiser e sua filha Carla Weiser; 2. Podese observar que no encerramento das atividades da empresa Transocean, aberta apenas para intermediar compra e venda de veículos, conforme afirmou o declarante, restaram saldos positivos de numerário nas duas contas correntes mantidas em Miami, Estados Unidos, cujos titulares eram Maks Weiser, Celina Weiser e Carla Weiser Chaim, e que evidentemente foram movimentados pelos seus titulares, e segundo o Sr. Maks Weiser, em razão do encerramento da empresa Transocean. É certo que as contas bancárias foram definitivamente encerradas em 31 de outubro de 2002, conforme consta de documento bancário interno do Delta Bank anexado aos autos. Estes mesmos documentos internos do Delta Bank informam a razão do encerramento das contas: “Cliente solicitou resgate de fundos pois suas vendas caíram 50% e ela tem compromissos no Brasil para honrar" 3. Esses recursos, conforme documento apresentado pelo Sr. Maks Weiser em 8 de março de 2007, foram usados para amortizar dívida da União de Veículos S/A, empresa da qual o Sr. Maks Weiser é o principal sócio e por consequência sua cônjuge meeira, Celina Weiser, e também sua filha Carla Weiser, que é sócia da Mackel Participações S/A, controladora da União de Veículos. 4. Portanto, os recursos originários do encerramento das contas transitaram, segundo o contribuinte, da Pessoa Física para a conta Transunion, e em seguida para a conta do Banco de Boston. São recursos que restaram do encerramento da empresa Transunion e portanto destinado às pessoas físicas que ficaram com o resultado líquido do encerramento da empresa. Fl. 424DF CARF MF 4 5. Esses recursos de pessoas físicas foram, segundo o Sr. Maks Weiser, em documento de 08/03/2007, aportados na empresa em que eles são sócios, União de Veículos S/A, através de amortização de dívida da empresa no exterior. Tais recursos não constaram das respectivas declarações de ajuste anual de imposto de renda da pessoa física de nenhum deles. 6. Caracterizada a omissão de rendimentos decorrentes de créditos em contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja declaração de rendimentos dos titulares tenha sido apresentada em separado, o valor dos rendimentos é imputado a cada a titular mediante a divisão do total dos rendimentos pela quantidade de titulares (Lei n° 9.430/96, art. 42, § 6°, Lei n° 10.637/02, art. 58 e IN 246/02, art. 1°, § 2°). 7. Incluindose nas declarações de bens dos contribuintes os créditos disponíveis como consequência do encerramento das atividades da empresa Transocean, em julho de 2.002, apuramos acréscimo patrimonial a descoberto, conforme demonstrativo anexo. O Contribuinte foi cientificado do Auto de Infração, via Correio, em 14/06/2007 (AR fl. 354) e, em 06/07/2007, apresentou sua Impugnação de fls. 356/371, instruída com os documentos de fls. 372 a 385. O Processo foi encaminhado à DRJ/SPOII para julgamento, onde, através do Acórdão nº 1730.565, em 17/03/2009 a 11ª Turma resolveu, por unanimidade de votos, julgar improcedente a impugnação apresentada, mantendo em parte o lançamento. O Contribuinte tomou ciência do Acórdão da DRJ/SPOII, via Correio (AR fl. 402), em 13/04/2009 e, inconformado com a decisão prolatada, em 06/05/2009, tempestivamente, apresentou seu RECURSO VOLUNTÁRIO de fls. 403/420, por meio do qual contesta o lançamento e, em síntese, argumenta que: 1. O Auto de infração foi lavrado, promovendose o enquadramento do requerente de forma genérica, haja vista que a sua descrição quanto ao enquadramento apontam para duas tipificações, sem que ficasse delineado por qual delas se deu a autuação.; 2. Embora se alegue a existência de valores em conta no exterior, não houve, conforme consta dos argumentos utilizados no termo de encerramento de diligências creditamento de valores por parte do recorrente, mas sim, a mantença de valores já existentes na conta bancária, que pertencia a empresa. Não houve disponibilidade econômica dos valores pelo recorrente pessoa física, pois se tratava de valores oriundos de saldos positivos da empresa, pessoa jurídica, que serviu, apenas, para quitar obrigações com o Banco de Boston. O certo é que, sem aquisição de disponibilidade econômica (fática) ou jurídica (documental) e sem acréscimo patrimonial, não há possibilidade de ocorrência da hipótese de imposição do imposto sobre a renda; Fl. 425DF CARF MF Processo nº 13888.001338/200777 Acórdão n.º 2401006.168 S2C4T1 Fl. 4 5 3. A multa de 75% é considerada excessiva. Se mantida a exigência fiscal principal, deve a multa imposta ser reduzida para percentagem condizente com a realidade dos fatos e que não caracterize confisco do patrimônio do contribuinte.; Finaliza seu RV requerendo seja acolhida a preliminar suscitada, decretando se a nulidade e se dissidente o entendimento, que seja, no mérito, julgado procedente o Recurso, cancelandose o Auto de Infração lavrado. É o relatório. Voto Conselheiro Andréa Viana Arrais Egypto Relatora Juízo de admissibilidade O Recurso Voluntário foi apresentado dentro do prazo legal e atende aos requisitos de admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Nulidade do Auto de Infração – cerceamento do direito de defesa O Recorrente alega nulidade do Auto de Infração por haver sido o mesmo supostamente lavrado de maneira genérica, não tornando claro ao contribuinte se a autuação havia decorrido de ganho de capital ou acréscimo patrimonial a descoberto, impossibilitando, assim, o exercício de seu direito de defesa, o que acarretaria a nulidade do procedimento administrativo em questão. Entretanto, diferente do que alega o Recorrente, não há que se falar em cerceamento do direito de defesa. Basta simples leitura do Termo de Verificação Fiscal para se constatar que a autoridade autuante foi clara ao descrever a infração perpetrada pelo contribuinte. É o que se verifica do trecho que se segue: Deste modo, os contribuintes ficaram sujeitos ao lançamento de ofício através de auto de infração, do Imposto de Renda da Pessoa Física, pelo aferimento de rendimentos constituídos por acréscimos patrimoniais não correspondentes a rendimentos declarados, conforme prevê o art. 3°, § l° da Lei n° 7.713/88. (fls. 345) É de se ressaltar, outrossim, que durante o procedimento fiscal o contribuinte foi notificado para apresentar esclarecimentos, sempre acerca de acréscimos patrimoniais, o que já denota que, desde o início, o mesmo já sabia qual o teor do procedimento administrativo em questão, não se afigurando sequer razoável sua alegação de impossibilidade de defenderse. Vislumbrase ainda que o agente autuante ao lavrar o Auto de Infração (fls. 349), no campo concernente ao “Enquadramento Legal” apresentou o embasamento jurídico da autuação de maneira explícita, apontando para tal unicamente os artigos Arts. 1°, 2°, 3°, e §§, da Lei n°7.713/88, arts. 1° e 2°, da Lei n°8.l34/90, Arts. 55, inciso XIII, e parágrafo único, 806 Fl. 426DF CARF MF 6 e 807 do RIR/99, os quais, como é sabido, contemplam a caracterização de omissão de rendimentos com base em acréscimo patrimonial a descoberto. Não houve, portanto, qualquer utilização de fundamentação legal caracterizadora do ganho de capital. Portanto, conforme se verifica dos documentos supramencionados, restou plenamente demonstrado que o lançamento do crédito tributário se deu de maneira clara e precisa, especificando de maneira satisfatória os fatos que lhe deram origem, ou seja, apontaram incisivamente o fato gerador da obrigação tributária exigida. Ademais, a ausência de prejuízo ao direito à ampla defesa do contribuinte se corrobora inclusive pela apresentação de Impugnação apresentada à DRJ e de seu Recurso Voluntário ora em análise, ocasião em que teve a oportunidade de rebater todas as infrações que lhe foram imputadas. Não vislumbro, pois, qualquer prejuízo ao Recorrente em seu direito à ampla defesa. Conforme se verifica dos autos, foi devidamente instaurado o procedimento administrativo, com a devida identificação do Auditor Fiscal responsável, realização de intimações necessárias objetivando os esclarecimentos dos fatos analisados. O Auto de infração foi lavrado por autoridade competente, com observância aos requisitos previstos no art. 142, do Código Tributário Nacional, com clareza na motivação, e o contribuinte teve ampla oportunidade de defesa, tanto por ocasião da impugnação, como do Recurso Voluntário. Dessa forma, não há que se falar em nulidade quando estão explicitados todos os elementos concernentes ao lançamento e o auditor fiscal agiu de forma regular e balizou sua conduta dentro das provas obtidas e carreadas ao processo. Dessa forma, afasto a preliminar de nulidade suscitada. Mérito Do Acréscimo Patrimonial a descoberto O contribuinte questiona o lançamento fiscal sob a alegativa de inexistência de demonstração pela autoridade fiscal do nexo causal entre os valores havidos em conta no exterior e a omissão de receita apontada. Atesta não ter havido disponibilidade econômica ao contribuinte pessoa física dos valores creditados decorrentes do saldo positivo da empresa proveniente do exterior, uma vez que tais valores foram exclusivamente empregados na quitação de dívidas que a mesma mantinha junto a outra instituição financeira. Reverbera que a ausência de disponibilidade econômica dos valores impede a subsunção do fato à norma, não tendo, portanto, havido fato gerador autorizador da cobrança do tributo, uma vez que não representaram um acréscimo patrimonial. Aponta ainda que a mera existência de depósitos bancários não são capazes de configurar o auferimento de renda, devendo haver nexo de causalidade entre aqueles e a omissão de rendimentos apontada, não podendo o Fisco se utilizar de presunções. Finaliza alegando que em momento algum a fiscalização logrou êxito em comprovar que os depósitos existentes caracterizaram aumento do patrimônio do Recorrente. Fl. 427DF CARF MF Processo nº 13888.001338/200777 Acórdão n.º 2401006.168 S2C4T1 Fl. 5 7 Entretanto, basta simples análise da documentação carreada a estes autos para cristalinamente chegarse à conclusão de que os valores apontados como omitidos pelo Recorrente em sua DIRPF são exatamente aqueles o saldo remanescente na conta existente no exterior, após o encerramento da empresa da qual era sócio. Ora, o artigo 43 do Código Tributário Nacional é categórico: Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior. § 1o A incidência do imposto independe da denominação da receita ou do rendimento, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem e da forma de percepção. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) § 2o Na hipótese de receita ou de rendimento oriundos do exterior, a lei estabelecerá as condições e o momento em que se dará sua disponibilidade, para fins de incidência do imposto referido neste artigo. (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001) (Grifei) No mesmo sentido temos o artigo 3º da Lei nº 7.713 de 1988 que dispõe, in verbis: Art. 3º O imposto incidirá sobre o rendimento bruto, sem qualquer dedução, ressalvado o disposto nos arts. 9º a 14 desta Lei. [...] § 1º Constituem rendimento bruto todo o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos, os alimentos e pensões percebidos em dinheiro, e ainda os proventos de qualquer natureza, assim também entendidos os acréscimos patrimoniais não correspondentes aos rendimentos declarados. […] § 4º A tributação independe da denominação dos rendimentos, títulos ou direitos, da localização, condição jurídica ou nacionalidade da fonte, da origem dos bens produtores da renda, e da forma de percepção das rendas ou proventos, bastando, para a incidência do imposto, o benefício do contribuinte por qualquer forma e a qualquer título. (Grifei) Do presente se extrai que para a incidência do imposto sobre a renda basta que a mesma tenha sido percebida pelo contribuinte a qualquer título. No presente caso não restam dúvidas de que o foi, tendo ocorrido, de fato, o acréscimo patrimonial o qual não foi declarado. Fl. 428DF CARF MF 8 É de bom alvitre lembrar que acréscimo patrimonial a descoberto caracteriza se pela existência de numerários existentes à disposição do contribuinte superior à soma dos rendimentos, tributáveis ou não, às outras receitas declarados por aquele. Conforme dispunha o Regulamento do Imposto de Renda (Decreto no 3.000/1.999) são tributáveis o acréscimo patrimonial da pessoa física quando não estiver justificado, podendo a autoridade fiscal exigir do contribuinte os esclarecimentos que se fizerem necessários para justificar a origem dos recursos e o destino dos dispêndios. Vejamos: Art. 55. São também tributáveis: [...] XIII as quantias correspondentes ao acréscimo patrimonial da pessoa física, apurado mensalmente, quando esse acréscimo não for justificado pelos rendimentos tributáveis, não tributáveis, tributados exclusivamente na fonte ou objeto de tributação definitiva; Art. 806. A autoridade fiscal poderá exigir do contribuinte os esclarecimentos que julgar necessários acerca da origem dos recursos e do destino dos dispêndios ou aplicações, sempre que as alterações declaradas importarem em aumento ou diminuição do patrimônio (Lei no 4.069, de 1962, art. 51, § 1º). Art. 807. O acréscimo do patrimônio da pessoa física está sujeito à tributação quando a autoridade lançadora comprovar, à vista das declarações de rendimentos e de bens, não corresponder esse aumento aos rendimentos declarados, salvo se o contribuinte provar que aquele acréscimo teve origem em rendimentos não tributáveis, sujeitos à tributação definitiva ou já tributados exclusivamente na fonte. (Grifamos). E foi, de fato, o que ocorreu, apurouse na conta do Recorrente a existência de numerário superior àquele por ele declarado em sua declaração de ajuste, restando patente a existência de um patrimônio não justificado por rendimentos declarados. Perfeita, portanto, a subsunção do fato à norma, ensejando a incidência do imposto sobre a renda nos moldes realizados. Destaquese também que o acréscimo patrimonial comprovadamente pelo Fisco como a descoberto, passou a ser presumidamente considerado omissão de rendimentos se o contribuinte não comprovar a origem dos acréscimos com rendimentos já tributados, isentos, não tributáveis ou de tributação exclusiva, declarados em sua DIRF. Ademais, a autuação foi fartamente corroborada por meio de documentação obtida através de procedimento de investigação da Policia Federal com autorização judicial para sua obtenção. Dessa forma, restou plenamente demonstrada a existência do acréscimo patrimonial a descoberto que deu causa à autuação ora combatida, não havendo que se falar em descaracterização da infração como pretendido pelo Recorrente. Súmula CARF nº 32: A titularidade dos depósitos bancários pertence às pessoas indicadas nos dados cadastrais, salvo quando comprovado com documentação hábil e idônea o uso da conta por terceiros. (Vinculante, conforme Portaria MF nº 277, de 07/06/2018, DOU de 08/06/2018). Fl. 429DF CARF MF Processo nº 13888.001338/200777 Acórdão n.º 2401006.168 S2C4T1 Fl. 6 9 Da multa de ofício Ao final considera o recorrente ser a multa de 75% excessiva, dotada de efeito confiscatório, uma vez que não houve máfé do contribuinte, requerendo que em caso de manutenção da exigência fiscal principal, deve a multa imposta ser reduzida para percentagem condizente com a realidade dos fatos. O lançamento foi realizado com a aplicação da multa de ofício, nos termos do artigo 44, inciso I, da Lei nº 9.430/1996, de forma correta, não havendo, portanto, qualquer insubsistência quanto à incidência da multa aplicada, conforme disposição legal: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Vide Lei nº 10.892, de 2004) (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) As considerações acerca da razoabilidade e proporcionalidade, não podem estar no âmbito de avaliação discricionária da autoridade fiscal que deve cumprir as determinações estabelecidas na legislação tributária. Ressaltese ainda os termos da Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.” Dessa forma, resta incólume o lançamento e a decisão recorrida. Conclusão Ante o exposto, voto por CONHECER do Recurso Voluntário, rejeitar a preliminar alegada e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (Assinado digitalmente) Andréa Viana Arrais Egypto. Fl. 430DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13706.000898/99-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Ano-calendário: 1998
COMPENSAÇÃO. TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos termos do Código Tributário Nacional, somente são compensáveis os créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, sendo vedada a compensação e/ou pagamento de débitos tributários com Apólices da Divida Pública.
Numero da decisão: 3302-006.812
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Muller Nonato Cavalcanti Silva (suplente convocado).
Nome do relator: WALKER ARAUJO
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
camara_s : Terceira Câmara
ementa_s : Assunto: Normas de Administração Tributária Ano-calendário: 1998 COMPENSAÇÃO. TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do Código Tributário Nacional, somente são compensáveis os créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, sendo vedada a compensação e/ou pagamento de débitos tributários com Apólices da Divida Pública.
turma_s : Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13706.000898/99-70
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6005431
dt_registro_atualizacao_tdt : Mon May 13 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3302-006.812
nome_arquivo_s : Decisao_137060008989970.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : WALKER ARAUJO
nome_arquivo_pdf_s : 137060008989970_6005431.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Muller Nonato Cavalcanti Silva (suplente convocado).
dt_sessao_tdt : Wed Apr 24 00:00:00 UTC 2019
id : 7736478
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:44:09 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051905621491712
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1382; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 184 1 183 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13706.000898/9970 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3302006.812 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 24 de abril de 2019 Matéria COMPENSAÇÃO Recorrente ALLIANCO INVESTIMENTOS E PARTICIPAÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1998 COMPENSAÇÃO. TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do Código Tributário Nacional, somente são compensáveis os créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, sendo vedada a compensação e/ou pagamento de débitos tributários com Apólices da Divida Pública. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Corintho Oliveira Machado, Jorge Lima Abud, Gilson Macedo Rosenburg Filho, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato de Deus e Muller Nonato Cavalcanti Silva (suplente convocado). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 08 98 /9 9- 70 Fl. 184DF CARF MF Processo nº 13706.000898/9970 Acórdão n.º 3302006.812 S3C3T2 Fl. 185 2 Relatório Por bem retratar os fatos, adoto e transcrevo o relatório da decisão de piso de fls. 170173: Trata o presente processo de pedido de compensação, fl. 01/03, com débitos de PIS e COFINS relativos aos anoscalendário 1997 e 1998, fls. 13/14 no valor de R$ 180.356,58, mediante direitos creditórios adquiridos por Instrumento Particular de Contrato de Cessão Parcial de Direitosde EARTH INVEST ECONOMIA AUXILIAR DE RECURSOS TECNOLOGIA, HABITAÇÃO LTDA., apólices custodiadas na CEF, relativos ao processo n° 97.00621421 da 12 Vara Federal de Sao Paulo, com valor de face de R$ 150.000,00, na qual a cedente pretende que títulos emitidos entre 1902 e 1926 — Apólices Divida Pública Federal sejam utilizados para compensação com tributos federais e/ou pagamento de aquisição de ações de empresas estatais em leilões de privatização. O pedido foi indeferido em 17/04/2009, fl. 94, através de Despacho Decisório da SEORT — DRF/Nova IguaçuRJ, face A inexistência de previsão legal da hipótese pretendida, conforme Solução de Consulta SRRF8aRF/Disit n° 109/2001, esclarecendo que o crédito é de natureza nãotributária. A interessada alegou que a ação judicial teve tutela antecipada, mas conforme consulta de fls. 91/92, a ação ainda não transitou em julgado. Conclui que o crédito pleiteado não se enquadrou na legislação que disciplinava a matéria A época da protocolização do processo, inexistindo o direito credit6rio reivindicado pela interessada. Cientificada em 19/05/2009, fl. 100, a interessada apresentou manifestação de inconformidade em 10/06/2009, fls. 103/104, onde alega, em síntese, que obteve os direitos creditórios através de tutela antecipada adquirida pela Cedente na ação judicial, que, embora não tenha transitado em julgado, está pendente de julgamento, estando mantida a antecipação de tutela, requer reforma da decisão para homologar a compensação com base no art. 156,11 do CTN. É o relatório. 0 presente processo somente agora está sendo analisado, em face do volume e das condições dos serviços. A DRJ/RJ, julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1998 COMPENSAÇÃO. TÍTULOS DA DÍVIDA PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE. Nos termos do Código Tributário Nacional, somente são compensáveis os créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública, sendo vedada a compensação e/ou pagamento de débitos tributários com Apólices da Divida Pública. Cientificado da decisão recorrida em 11.09.2009 (fls.183), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 09.10.2009, reproduzindo suas alegações de defesa (fls.177 179). Fl. 185DF CARF MF Processo nº 13706.000898/9970 Acórdão n.º 3302006.812 S3C3T2 Fl. 186 3 É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, dele tomo conhecimento. A demanda cingese na análise da liquidez e certeza do crédito apresentado pela Recorrente objeto do pedido de compensação carreado às fls.0204, para pagamento de débitos de PIS e COFINS relativos aos anoscalendário 1997 e 1998. Segundo a Recorrente, a origem do crédito apurado decorre dos seguintes fatos: 2 A Requerente ingressou a compensação de seus débitos fiscais referentes aos tributos PIS e COFINS apurados nos anoscalendário 1997 e 1998 com um crédito tributário de R$ .150.000,00 ( cento e cinqüenta mil reais ) com apólices custodiadas na Caixa Econômica Federal de Títulos da Divida Pública emitidos no inicio do século passado. 3 Tais direitos foram cedidos pela empresa EARTH INVEST — ECONOMIA AUXILIAR DE RECURSOS TECNOLOGIA HABITAÇÃO LTDA —CNPJ n°31.399.470/000101, conforme instrumento de fls. 15 a 18. 4 A Requerente obteve os direitos creditórios dos referidos Títulos, através de Tutela Antecipada adquirida pela Cedente em Ação que moveu em face da Unido Federal — processo n° 97.00621421, perante a 12a Vara Federal de São Paulo, a qual lhe permitiu utilizar os créditos para compensação de tributos federais. 5 A referida Ação ainda não transitou em julgado, porém ainda está pendente de julgamento, estando mantida por ora, a antecipação de tutela anteriormente concedida. A DRJ afastou as alegações da Recorrente com base nas seguintes razões: Preliminarmente, cabe de pronto afastar o entendimento de que a compensação pleiteada pela interessada decorre de ação judicial, pois na verdade a cedente detentora de direitos contra a Unido Federal por conta de Apólices da Divida Pública é a empresa EARTH INVEST ECONOMIA AUXILIAR DE RECURSOS TECNOLOGIA, HABITAÇÃO LTDA é que é a potencial beneficiária da ação judicial, nos termos da Decisão de fl. 71, da 12 Vara Federal: " para que os autores possam, afastadas as alegações de prescrição, usufruir dos seus direitos, seja para pagamento por precatório ou como compensacão por tributos devidos ou outras dividas eventualmente existentes com a União, ou ainda, como privatização, ou ainda, que sejam autorizados a utilizar os presentes títulos como garantia de divida contra a União Federal, pelo seu valor de face devidamente atualizado." (negritei). A interessada Allianco Investimentos e Participações somente adquiriu parte das Apólices através de "Instrumento Particular de Contrato de Cessão Parcial de Fl. 186DF CARF MF Processo nº 13706.000898/9970 Acórdão n.º 3302006.812 S3C3T2 Fl. 187 4 Direitos", em 04/11/1998, e se apresenta como titular dos referidos direitos credit6rios, fls. 15/17 e anexo I, fl. 18. Portanto, não se trata de créditos decorrentes de ação judicial e sim de créditos adquiridos de terceiros, da Earth Invest. A fl. 19 consta a juntada dos instrumentos particulares pela Earth Invest A ação judicial, com o esclarecimento de "que as cessões noticiadas nestes autos não alteram a legitimidade ativa das partes, (art. 42 do CPC)". De todo modo, cabe observar que a mencionada ação ainda não transitou em julgado, portanto, não consubstanciou nenhum crédito liquido e certo, seja dos autores, seja da interessada, passível de ser analisado. A questão de mérito, por sua vez, se resume a possibilidade ou não de compensação de débitos tributários com alegados direitos credit6rios oriundos de Títulos da Divida Pública. Quanto ao tema, cabe registrar que referidos créditos não possuem natureza tributária, estando excluídas da possibilidade de serem compensáveis, porquanto inexistente a necessária lei autorizativa da referida compensação. Senão, vejamos, o art. 170 do CTN claramente expõe que os créditos passíveis de compensação são exclusivamente os "tributários".: Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensa cão de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Frisese, ainda, que, relativamente a compensação, o CTN, nesse artigo, permite a compensação de débitos tributários apenas com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda Pública e desde que haja prévia autorização legal que estipule garantias e condições para essa compensação, o que não se configurou no presente caso. O Parecer PGFN/CAT n° 432, de 2001 tem o seguinte enunciado: " Não cabe o pagamento ou a compensação de tributos de competência da Unido com Apólices da Divida Pública ou Títulos da Divida Agrária — TDA por falta de expressa previsão legal, exceto em relação a utilização de TDAs para pagamento de 50% do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural — ITR, em conformidade com o art. 105 da Lei n°4.504/64" Por falta de permissivo legal, não se admite a compensação de Títulos da Divida Pública, que têm caráter financeiro, com tributos e contribuições de competência da Unido Federal. Não vejo reparos à fazer na decisão recorrida. Com efeito, não obstante a Recorrente tenha demonstrado por meio do documento juntado às fls. 2125, a ocorrência de cessão de créditos transacionados com a empresa Earth, autora da ação judicial noticiada no pedido de compensação, não há decisão judicial admitindo sua inclusão como assistência litisconsorcial. Logo, não sendo parte na ação, qualquer decisão judicial proferida nos autos restringese à parte autora. Fl. 187DF CARF MF Processo nº 13706.000898/9970 Acórdão n.º 3302006.812 S3C3T2 Fl. 188 5 Portanto, correta a decisão de piso que limitou o direito da Recorrente ao crédito em sí e, não aos efeitos da decisão que admitiu a possibilidade de realizarse compensação entre tributos administrados pela Receita Federal com títulos da dívida Pública. Além disso,a Recorrente não contesta a decisão recorrida quanto a extensão dos efeitos da decisão de judicial, simplesmente, repetiu seus argumentos, sem observar o fundamento utilizado pela julgadora "a quo" para afastar seu direito, tornandose, ao meu ver, definitiva está questão. Correta também a decisão que manteve o despacho decisório, por entender inexistir no ordenamento jurídico possibilidade de compensar tributos administrados pela Receita Federal com títulos da dívida Pública, posto que estes créditos não possuem natureza tributária. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Fl. 188DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.903089/2008-01
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 1001-001.247
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Sergio Abelson- Presidente
(assinado digitalmente)
José Roberto Adelino da Silva - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sergio Abelson (presidente), Andrea Machado Millan e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201905
ementa_s :
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
dt_publicacao_tdt : Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 10580.903089/2008-01
anomes_publicacao_s : 201906
conteudo_id_s : 6017695
dt_registro_atualizacao_tdt : Tue Jun 04 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 1001-001.247
nome_arquivo_s : Decisao_10580903089200801.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : JOSE ROBERTO ADELINO DA SILVA
nome_arquivo_pdf_s : 10580903089200801_6017695.pdf
secao_s : Primeira Seção de Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Sergio Abelson- Presidente (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sergio Abelson (presidente), Andrea Machado Millan e Jose Roberto Adelino da Silva.
dt_sessao_tdt : Wed May 08 00:00:00 UTC 2019
id : 7771533
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:46:25 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051905692794880
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 10; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1318; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S1C0T1 Fl. 2 1 1 S1C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS PRIMEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10580.903089/200801 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 1001001.247 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Sessão de 8 de maio de 2019 Matéria IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Recorrente CLÍNICA DRA. LAILA TUFFI HASSAN ARRUDA LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL RETIFICAÇÃO DE DCTF PRAZO. ANOCALENDÁRIO 2000 RETIFICAÇÃO DE DCTF. POSSIBILIDADE. PRAZO. Só é possível a retificação da DCTF enquanto ainda não homologados os lançamentos originais, ou seja, dentro do prazo de 05 anos contados da ocorrência do fato gerador, ou do ano seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado, observado a existência ou não de pagamentos por parte do sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Sergio Abelson Presidente (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Sergio Abelson (presidente), Andrea Machado Millan e Jose Roberto Adelino da Silva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 90 30 89 /2 00 8- 01 Fl. 115DF CARF MF 2 Trata o presente processo de recurso voluntário, contra o acórdão número 06 53.549, da 1ª Turma da DRJ/, que considerou improcedente a manifestação de inconformidade contra o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação feito através da Declaração de Compensação (PER/DCOMP). Transcrevo, a seguir, o relatório: A compensação declarada por meio do PER/DCOMP nº 18766.61324.020806.1.7.040606 (fls. 0206), relativa à compensação do débito de R$ 1.717,48 de IRPJ com base no lucro presumido do 3º trimestre/2004, com utilização da parcela de R$ 1.013,14 do direito creditório de R$ 5.402,12 oriundo do pagamento indevido ou a maior, em 30/10/2000, do débito de IRPJ com base no lucro presumido do 3º trimestre/2000 (R$ 5.812,37). 2. A DRF/Salvador por meio do Despacho Decisório proferido em 09/05/2008, rastreamento nº 759920705 (fls. 0709), não homologou a compensação declarada nos autos em face da inexistência do direito creditório indicado, haja vista o recolhimento efetuado em 30/10/2000 ter sido integralmente alocado ao débito, regularmente confessado em DCTF, de IRPJ com base no lucro presumido do período de apuração 30/09/2000. 3. A interessada foi cientificada do despacho decisório por via postal em 20/05/2008 (fl. 10) e apresentou contestação em 28/05/2008 (fl. 11), mas por problemas de ordem processual houve necessidade de reintimála, em 19/09/2014, a apresentar a segunda via da manifestação de inconformidade, acompanhada dos documentos de praxe de identificação do representante legal que assina o recurso (fls. 1115). 4. Assim, na manifestação de inconformidade reapresentada em 09/10/2014 (fls. 1821), a interessada apresentou as alegações a seguir sintetizadas: a) a requerente exerce a atividade de prestação de serviços de imagenologia ligada à atenção e assistência à saúde, decorrentes de prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia; b) o débito objeto da compensação, o IRPJ do 3º trimestre/2004, não foi corretamente calculado, pois, posteriormente ao envio da DCOMP, se constatou erro na imputação do percentual de determinação da base de cálculo do imposto no lucro presumido; c) apurouse saldo negativo de IRPJ; observese, nesse sentido, a DIPJ 2005 e a DCTF relativa ao 3º trimestre/2004; d) por um lapso, a recorrente não se atentou para a necessidade de cancelar a respectiva DCOMP, bem como para providenciar a correspondente retificação da DCTF à época, o que somente se deu agora em razão da identificação da inconsistência verificada pelo despacho decisório em questão; e) a retificação da DIPJ e da DCTF se deu pelo fato de a requerente ter reconhecido o direito de se enquadrar no conceito de serviços hospitalares, para fins de apuração do IRPJ e da CSLL, utilizandose de forma retroativa os percentuais de 8% e 12%, respectivamente, ao invés do percentual de 32% originalmente imputado – processo de consulta nº 10580.001100/200465. Cientificada em 06/01/2016 (fl 89), a recorrente apresentou o recurso voluntário em 01/02/2016 (fl 91). Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10580.903089/200801 Acórdão n.º 1001001.247 S1C0T1 Fl. 3 3 Voto Conselheiro José Roberto Adelino da Silva Relator Inconformada, a recorrente apresentou o Recurso Voluntário, tempestivo, que apresenta os demais pressupostos de admissibilidade, previstos no Decreto 70.235/72, e, portanto, dele eu conheço. A DRJ, proferiu o seguinte acórdão: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 LUCRO PRESUMIDO. SERVIÇOS HOSPITALARES. CONCEITO. Aplicase o percentual de 32% de determinação da base de cálculo do imposto de renda com base no lucro presumido porquanto à época da ocorrência dos fatos geradores em análise, no anocalendário de 2000, predominava o entendimento de que serviços hospitalares eram aqueles em que o estabelecimento prestador promove a internação e hospedagem do paciente para aplicarlhe tratamento, com acompanhamento ininterrupto de médicos e enfermeiros, entre outros, com assunção de todos os custos de atividades classificadas como auxiliares (serviços de hotelaria, lavanderia, culinária, segurança, transporte de pacientes, etc). SOLUÇÃO DE CONSULTA. ENTENDIMENTO INAPLICÁVEL A SITUAÇÕES ANTERIORES À EDIÇÃO DA INSTRUÇÃO NORMATIVA COM BASE NA QUAL FOI PROFERIDA. Inaplicável ao presente caso o entendimento contido na Solução de Consulta SRRF/5ª RF/DISIT nº 24, de 2005, com fundamento na IN SRF nº 480, de 2004, que estabeleceu novos requisitos para enquadramento da atividade como serviços hospitalares, porquanto não alcança as situações anteriores à edição de referida instrução normativa. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INEXISTÊNCIA DO DIREITO CREDITÓRIO INFORMADO NO PER/DCOMP. Inexistindo comprovação do direito creditório informado no PER/DCOMP, é de se confirmar a não homologação da compensação declarada nos autos. Continuando, a DRJ argumenta: 8. Assim, verificase que na DIPJ 2001 original (fls. 3454) a contribuinte declarou R$ 5.812,38 de IRPJ a pagar no 3º trimestre/2000, cujo valor foi alterado para R$ 410,27 na DIPJ 2000 retificadora apresentada em 22/06/2004 (fls. 5575). Contudo, em 10/05/2008 a interessada apresentou DCTF retificadora do 2º trimestre/2000 para zerar do débito de IRPJ, de R$ 5.812,38, confessado na DCTF original (fls. 7880). ... 11. No caso em análise, a contribuinte formulou consulta, nos autos do processo nº 10580.001100/200465, acerca do percentual de determinação da base Fl. 117DF CARF MF 4 de cálculo do imposto com base no lucro presumido para a atividade, por ela exercida, de serviços de imagenologia ligada à atenção e assistência à saúde. 12. A Solução de Consulta SRRF/5ª RF/DISIT nº 24, de 17 de novembro de 2005, orientou que a pessoa jurídica que exerça a atividade de prestação de serviços de imagenologia ligada à atenção e assistência à saúde, decorrentes de prestação de apoio ao diagnóstico e terapia, somente terá sua atividade considerada como serviço hospitalar, para os efeitos do § 1º, inciso III, alínea “a”, do artigo 15 da Lei nº 9.249, de 1995, se atender aos requisitos normativos: Diante do exposto, soluciono a presente consulta informando à consulente que a pessoa jurídica que exerça a atividade de prestação de serviços de imagenologia ligada à atenção e assistência à saúde, decorrentes de prestação de apoio ao diagnóstico e terapia (atribuição 4), de que trata a Parte II da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, alterada pela RDC nº 307, de 14 de novembro de 2002, e pela RDC nº 189, de 18 de julho de 2003, somente terá sua atividade considerada como serviço hospitalar, para os efeitos do artigo 15 da Lei nº 9.249, de 1995, se atender aos requisitos normativos. Consideramse não atendidos esses requisitos quando a pessoa jurídica enquadrarse nas exceções veiculadas no parágrafo único do artigo 966 do Código Civil e/ou no parágrafo primeiro do artigo 27 da IN SRF nº 480, de 2004. (Grifouse) 13. Referida Solução de Consulta fundamentouse no conceito de serviços hospitalares à época constante do artigo 27 da IN SRF nº 480, de 15 de dezembro de 2004 (revogada pela IN RFB nº 1.234, de 2012), que definiu que são assim considerados aqueles diretamente ligados à atenção e assistência à saúde prestados por empresário ou sociedade empresária, que exerça uma ou mais das atribuições elencadas nos incisos I (atribuições 1, 2 e 3) e II (atribuição 4, relativa às atividades fins da prestação de atendimento de apoio ao diagnóstico e terapia) da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) da Agência Nacional de Vigilância Sanitária nº 50, de 21 de fevereiro de 2002, alterada pela RDC nº 307, de 2002, e pela RDC nº 189, de 2003: ... 14. Consta da conclusão da Solução de Consulta SRRF/5ª RF/DISIT nº 24, de 2005, ressalva no sentido de que são considerados não atendidos os requisitos normativos relativos ao enquadramento da atividade como serviço hospitalar se a pessoa jurídica incorrer nas exceções veiculadas no parágrafo único do artigo 966 do Código Civil e/ou no parágrafo primeiro do artigo 27 da IN SRF nº 480, de 2004. 15. O parágrafo único do artigo 966 do Código Civil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002, estabeleceu que não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa: ... 16. Já o parágrafo 1º do artigo 27 da IN SRF nº 480, de 2004, determina que a estrutura física do estabelecimento assistencial de saúde deverá atender ao disposto no item 3 (Dimensionamento, Quantificação e Instalações Prediais dos Ambientes) da Parte II (Programação Físico Funcional dos Estabelecimentos de Saúde) da RDC da Anvisa nº 50, de 2002, conforme comprovação por meio de documento Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10580.903089/200801 Acórdão n.º 1001001.247 S1C0T1 Fl. 4 5 competente expedido pela vigilância sanitária estadual ou municipal (comprovação não juntada aos autos pela reclamante). 17. Contudo, a orientação dada pela Solução de Consulta SRRF/5ª RF/DISIT nº 24, de 2005, é inaplicável ao presente caso em face de não alcançar as situações anteriores à edição da IN SRF nº 480, de 2004. ... 19. Para solução do litígio importa apenas que à época da ocorrência dos fatos em análise, no anocalendário de 2000, predominava o entendimento de que serviços hospitalares eram aqueles em que o estabelecimento prestador promove internação e hospedagem do paciente para aplicarlhe o tratamento, com acompanhamento ininterrupto de médicos e enfermeiros, entre outros, com assunção de todos os custos de atividades classificadas como auxiliares (serviços de hotelaria, lavanderia, culinária, segurança, transporte de pacientes, etc). Cita doutrina e continua: 21. A Portaria nº 30BSB do Ministério da Saúde, de 11 de fevereiro de 1977, que aprova conceitos e definições de que trata o inciso I do artigo 2º do Decreto nº 76.973, de 31 de dezembro de 1975, no item I – Terminologia Geral – subitem 7, indica que hospital: 07. HOSPITAL É parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive o domiciliar, constituindose também em centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas, em saúde, bem como de encaminhamentos de pacientes, cabendolhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente. (Grifouse) 22. O Manual Brasileiro de Acreditação Hospitalar, 2ª edição, 1999, editado pela Secretaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde, nas páginas 8 e 9, apresenta o conceito de hospital sugerido pela Organização PanAmericana da Saúde (OPAS): São todos os estabelecimentos com pelo menos 5 leitos, para internação de pacientes, que garantem um atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos. Além disso, considerase a existência de serviço de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente, durante 24 horas, com disponibilidade de serviços de laboratório e radiologia, serviço de cirurgia e/ou parto, bem como registros médicos organizados para a rápida observação e acompanhamento dos casos. (Grifouse) 23. Outros subsídios podem ser buscados em diplomas administrativos como o Parecer Normativo COSIT n° 36, de 30 de maio de 1977 que, se referindo a despesas médicas e hospitalares a título de dedução do Imposto de Renda da Pessoa Física, determina que podem ser considerados como despesas de hospitalização Fl. 119DF CARF MF 6 todas aquelas diretamente relacionadas com o tratamento e recuperação do paciente durante o período de internação em hospital ou casa de saúde: 24. Logo, podiase caracterizar um estabelecimento hospitalar como sendo uma estrutura organizada com instalações físicas, equipamentos e recursos humanos, que apresentasse condições apropriadas para assistência e internação de pacientes, visando garantirlhes um atendimento básico de diagnóstico e tratamento de saúde, com equipe de profissionais qualificados nas mais diversas áreas e que funciona de forma ininterrupta. 25. Dessa forma, a base de cálculo do imposto de renda do 2º trimestre/2000 deve ser apurada mediante aplicação do percentual de 32% de determinação do lucro presumido. Em seu recurso, a recorrente tece considerações sobre o Código Civil e que a sociedade está registrada na Junta Comercial, sendo descabido o argumento de que não é sociedade empresária, cita doutrina e argumenta: A Recorrente, que possuía, à época, como ainda possui, a atividade de Serviços Médicos na área de imagenologia de apoio ao diagnóstico e terapia, e as exerce de forma organizada e evidenciada pela circulação de serviços, necessária para a definição do conceito de "empresário", além do aspecto da mãodeobra especializada e do fator tecnológico (equipamentos modernos, muitos deles importados). A circulação dos serviços se constata também pela necessidade de contratação de diversos profissionais qualificados (ginecologistas, obstetras, radiologistas, etc.) para a perfeita prestação dos seus serviços. Os sócios, ainda que sejam profissionais, não poderiam, sozinhos, dar conta da demanda de clínica médica com especialidades diversas. Concluise, portanto, que em que pese se tratar a atividade da Recorrente atividade de natureza científica, há de se admitir que estando, de fato, presente o chamado "elemento de empresa" estará ela, como de fato foi, enquadrada como sociedade empresária. Apresenta a prova do registro na JUCEB (fl 96). Quanto ao segundo posicionamento da DRJ, a recorrente argumenta que a solução de consulta assim se deu: SOLUÇÃO DE CONSULTA 24 de 06 de Maio de 2004 ASSUNTO: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL EMENTA:SERVIÇOS DE RADIOD1AGNÓSTICO. ENQUADRAMENTO COMO SERVIÇO HOSPITALAR. A atividade de radiodiagnóstico em ações de apoio direto ao reconhecimento e recuperação do estado de saúde, exercida nas condições previstas no art. 23 do IN SRF n? 306, de 2003, poderá se enquadrar como serviço hospitalar prestado por estabelecimento assistencial de saúde, sujeitando se a receita bruta decorrente dessa atividade ã aplicação do percentual de 12% (doze por cento), para fins de determinação da base de cálculo da Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido, desde que a pessoa jurídica seja constituída por empresários ou sociedades empresárias Ressaltese que a aplicação do entendimento acima esposado se deu de forma retroativa, em observância ao art. 106 do CTN. Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10580.903089/200801 Acórdão n.º 1001001.247 S1C0T1 Fl. 5 7 Como se trata de uma nova interpretação dada através de um mero ato normativo, há de se conceber que tal entendimento deverá ser aplicado de forma retroativa. Nesse contexto, assim dispõe do artigo 106 do Código Tributário Nacional CTN, in verbis: "Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em Qualquer caso quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados:" Portanto, os efeitos da norma interpretada hão de ser estendidos retroativamente ao início de vigência da referida norma, nesse sentido, a LEI 9.249/95. Cita outras respostas a consulta a seu favor decisão judicial (não vinculante): "PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. BASE DE CÁLCULO. PESSOA JURÍDICA. SERVIÇOS HOSPITALARES. CONCEITO. ART. 15, § 1*, III, "A", DA LEI 9.249/1995. NOVEL ENTENDIMENTO DA PRIMEIRA SEÇÃO. l. A Primeira Secõo pacificou O entendimento de aue a) "devese entender como 'serviços hospitalares' aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde. Em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos"; e b) "duas situações convergem para a concessão do benefício: a prestação de serviços hospitalares e que esta seja realizada por instituição que, no desenvolvimento de sua atividade, possua custos diferenciados do simples atendimento médico, sem, contudo, decorrerem estes necessariamente da internação de pacientes" (REsp 951.251.PR, Relator Ministro Castro Meira, DJ de 3.6.2009). 2. No caso, a redução da base de cálculo deve atingir os serviços de apoio ao diagnóstico e terapia na atividade de imagenologia, excluídas as simples consultas e atividades de cunho administrativo. 3. Agravo Regimental provido. (AGRESP 200602274506 AGRESP AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL 893835 ReL. HERMAN BENJAMIN) A seguir, argumenta: Embora não tenha sido o cerne da questão suscitada no acórdão ora atacado, é importante evidenciar que um dos motivos que gerou a presente demanda se deu pelo fato da Recorrente ter transmitida a DCTF retificadora após ter sido transmitido o respectivo PERDCOMP. Apenas para deixar registrado, é importante evidenciar as disposições do PARECER NORMATIVO 2 COSITRFB, de 2882015, assim resumido: "22. Por todo o exposto, concLuise: ... b) não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda gue a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB ns 1.110, de 2010: ... Fl. 121DF CARF MF 8 Inferese, portanto, que o caso da Recorrente se amolda ao item "b" acima destacado, não havendo justa razão para que essa questão seja novamente suscitada no julgamento do presente Recurso. Culmina, requerendo: 4. Do Pedido Pelos fatos acima expostos e em razão da pacífica jurisprudência administrativa, bem como reiterando todos os argumentos das suas manifestações no processo e somandose aos que ora se apresenta, requer aos ilustres Conselheiros que conheçam o presente Recurso Voluntário, para lhe dar provimento, bem como: (i) que sejam rechaçados os argumentos no sentido de que a Recorrente não possuía, na época do crédito, a natureza de sociedade empresária, se afastando, por via de consequência, a incidência do parágrafo único do art. 966 do Código Civil; (ii) que as disposições contidas na IN SRF 480/2004, especialmente em seu artigo 27, sejam aplicadas retroativamente ao período do crédito em questão, ou seja, 3s trimestre de 1999, por força do art. 106 do CTN; (iii) que seja admitido que a Recorrente exercia, de fato e de direito, a atividade de prestação dos serviços hospitalares, consoante às normas aplicáveis à época e os documentos ora apresentados; e, (iv) por fim, o acolhimento do presente RECURSO VOLUNTÁRIO pela sua totalidade. Pareceme que os argumentos da recorrente contra a decisão da DRJ encontram o devido respaldo legal. Tratase de uma sociedade empresária, não parecendo restar qualquer dúvida quanto a este aspecto, tendo em vista, até mesmo, o seu registro na Junta Comercial. Quanto aos efeitos da consulta, entendo não caber razão à DRJ na medida em que, como sustenta a recorrente, tem caráter interpretativo, sanando a dúvida colocada pelo contribuinte. Entretanto, pareceme desnecessário tecer maiores considerações a respeito, posto que, não se pode negar, que a retificação da DCTF deuse após o período decadencial, conforme se observa na decisão da DRJ, aqui reproduzido:: Contudo, em 10/05/2008 a interessada apresentou DCTF retificadora do 2º trimestre/2000 para zerar do débito de IRPJ, de R$ 6.590,03, confessado na DCTF original (fls. 77 e 79 80).(grifei) Neste momento, entretanto, já decaíra o direito da pessoa jurídica de retificar sua declaração em face de já estar tacitamente homologado o lançamento que ocorreu nos no ano de 2000. Assim dispõe o Código Tributário Nacional CTN. Art. 150. O, lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação, atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, .operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10580.903089/200801 Acórdão n.º 1001001.247 S1C0T1 Fl. 6 9 ... § 4° Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Impossível assim a retificação de um crédito extinto. Neste adiantado de tempo, nem o Fisco pode modificar o lançamento original para cobrar mais tributo e nem a pessoa jurídica para diminuílo. A própria recorrente menciona que: não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda gue a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB ns 1.110, de 2010: Esta é, exatamente, uma das restrições impostas pela referida IN RFB 1.110/2010, como segue: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração.(grifei). Tal fato foi corroborado através do item 3 do Parecer Normativo COSIT n° 2/2015: 3 É possível o reconhecimento do crédito com base em provas ou indícios sem a retificação da DCTF? Não. A DCTF é confissão de dívida, portanto sua retificação é imprescindível para o reconhecimento do crédito. A existência de crédito líquido e certo é requisito legal para a concessão da compensação (CTN, art. 170). A divergência entre os valores informados na DCTF afasta a certeza do crédito e é razão suficiente para o indeferimento do pedido. (grifei). Assim, nego provimento ao presente recurso. É como voto. (assinado digitalmente) José Roberto Adelino da Silva Fl. 123DF CARF MF 10 Fl. 124DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.908288/2012-18
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
Data da publicação: Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
Numero da decisão: 3001-000.204
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para tomar conhecimento dos documentos (e argumentos) carreados aos autos após a prolação do v. Acórdão recorrido, nos termos do voto do Relator. Vencido o conselheiro Luis Felipe de Barros Reche que rejeitou o pedido de diligência.
(assinado digitalmente)
Marcos Roberto da Silva - Presidente
(assinado digitalmente)
Francisco Martins Leite Cavalcante - Relator.
- Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva, Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche.
Nome do relator: FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE
1.0 = *:*toggle all fields
dt_index_tdt : Fri Oct 08 01:09:55 UTC 2021
anomes_sessao_s : 201904
turma_s : Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
dt_publicacao_tdt : Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
numero_processo_s : 13888.908288/2012-18
anomes_publicacao_s : 201905
conteudo_id_s : 6009717
dt_registro_atualizacao_tdt : Wed May 22 00:00:00 UTC 2019
numero_decisao_s : 3001-000.204
nome_arquivo_s : Decisao_13888908288201218.PDF
ano_publicacao_s : 2019
nome_relator_s : FRANCISCO MARTINS LEITE CAVALCANTE
nome_arquivo_pdf_s : 13888908288201218_6009717.pdf
secao_s : Terceira Seção De Julgamento
arquivo_indexado_s : S
decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para tomar conhecimento dos documentos (e argumentos) carreados aos autos após a prolação do v. Acórdão recorrido, nos termos do voto do Relator. Vencido o conselheiro Luis Felipe de Barros Reche que rejeitou o pedido de diligência. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva - Presidente (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante - Relator. - Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva, Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche.
dt_sessao_tdt : Tue Apr 16 00:00:00 UTC 2019
id : 7750024
ano_sessao_s : 2019
atualizado_anexos_dt : Fri Oct 08 11:45:11 UTC 2021
sem_conteudo_s : N
_version_ : 1713051905751515136
conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1293; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C0T1 Fl. 2 1 1 S3C0T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.908288/201218 Recurso nº Voluntário Resolução nº 3001000.204 – Turma Extraordinária / 1ª Turma Ordinária Data 16 de abril de 2019 Assunto Recorrente ELRING KLINGER DO BRASIL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por maioria de votos, em converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para tomar conhecimento dos documentos (e argumentos) carreados aos autos após a prolação do v. Acórdão recorrido, nos termos do voto do Relator. Vencido o conselheiro Luis Felipe de Barros Reche que rejeitou o pedido de diligência. (assinado digitalmente) Marcos Roberto da Silva Presidente (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcos Roberto da Silva, Francisco Martins Leite Cavalcante e Luis Felipe de Barros Reche. RELATÓRIO Por bem resumir os fatos, adoto por transcrição o suscinto relatório do v. Acórdão Recorrido (fls. 102/104), verbis. DESPACHO DECISÓRIO RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .9 08 28 8/ 20 12 -1 8 Fl. 1160DF CARF MF Processo nº 13888.908288/201218 Resolução nº 3001000.204 S3C0T1 Fl. 3 2 O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório nº rastreamento 41035358 emitido eletronicamente em 05/12/2012, referente ao PER/DCOMP nº 14361.18721.201211.1.3.040264. A Declaração de Compensação gerada pelo programa PER/DCOMP foi transmitida com o objetivo de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP com crédito de PIS/PASEP, Código de Receita 6912, no valor original na data de transmissão de R$338,96, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 25/07/2011. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório em 17/12/2012, o interessado apresentou a manifestação de inconformidade em 16/01/2013, ressaltando a tempestividade do contraditório e fazendo um resumo dos fatos. Em preliminar, argui a nulidade do despacho decisório, ante a aplicação de decisão genérica, por cerceamento do direito de defesa e do exercício do contraditório, haja vista a insuficiente motivação para a nãohomologação da compensação declarada. No mérito, destaca os procedimentos administrativos motivadores do PER/DCOMP, tendo ressaltado que a empresa está submetida à incidência não cumulativa do PIS e da Cofins, nos termos das Leis 10.637/02 e 10.833/03, tendo procedido à revisão dos créditos da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins, do período de agosto/2006 a junho/2011, verificando que pagou de forma indevida e a maior. No presente caso, assevera que apurou pagamento indevido e a maior de PIS/PASEP, com base no Dacon original, tendo o débito sido reduzido com a retificação do Dacon, daí decorrendo o crédito apurado. Passa então a discorrer sobre a compensação com o débito especificado no PER/DCOMP. Destaca que procedeu de acordo com as disposições legais, art.165, I do CTN e art. 74 da Lei 9.430/96, apurando crédito passível de restituição, o qual pode ser compensado com débitos próprios do contribuinte, não havendo razão justificável para a não homologação da compensação declarada. Fl. 1161DF CARF MF Processo nº 13888.908288/201218 Resolução nº 3001000.204 S3C0T1 Fl. 4 3 Ao final, requer, preliminarmente, o reconhecimento da nulidade do despacho decisório e, caso não acolhida a preliminar, que a presente manifestação de inconformidade seja provida, culminando no reconhecimento integral da compensação. A DRF de origem se manifestou pela tempestividade da manifestação de inconformidade, consoante documentos anexados. No mérito, destaca os procedimentos administrativos motivadores do PER/DCOMP, tendo ressaltado que a empresa está submetida à incidência não cumulativa do PIS e da Cofins, nos termos das Leis 10.637/02 e 10.833/03, tendo procedido à revisão dos créditos da contribuição ao PIS/Pasep e da Cofins, do período de agosto/2006 a junho/2011, verificando que pagou de forma indevida e a maior.Regularmente cientificada do teor do v. Acórdão recorrido, a empresa ingressou com Recurso Voluntário instruído com centena de documentos, reiterando suas razões impugnatórias e sustentando mais que: (a) o Fisco laborou realmente em nulidade ao não atentar para as normas adequadas de regência; (b) houve cerceamento ao direito de defesa do contribuinte pela falta de análise das provas apresentadas pela empresa, afrontando e desrespeitando o princípio de que se deve perseguir a verdade material nos processos administrativos; (c) de fato laborou a empresa em erro material, o qual foi materialmente corrigido através de DACON; (d) o simples fato de a DCTF não ter sido retificada pelo contribuinte, e portanto estar divergente do DACON, não poderia ser suficiente para indeferir o pedido da empresa, visto que a mesma (DCTF) por si só, não é garantia de liquidez ou certeza da compensação, consoante já decidido através do Acórdão 3302002.224, da 2ª Turma da 3ª Cârama do CARF. Arrimado na doutrina de Alexandre Gomes e em julgados deste Conselho, argumentou que não pode o julgador simplesmente alegar a inexistência do crédito com simples base na conferência da DCTF, sem analisar os demais documentos pertinentes à operação. A própria 2ª Turma da DRJ/BH deveria ter se manifestado sobre o conteúdo do DACON retificador e solicitado diligência para apurar as divergências entre o DACON e a DCTF, para obter a chamada “verdade material” intrínseca ao processo administrativo. Prossegue sustentando que a apontada divergência se deu em razão de, no mês de julho de 2011, a Recorrente ter realizado uma revisão dos seus créditos da contribuição PIS/PASEP e da COFINS tomados no período de agosto de 2006 a junho de 2011, quando ficou constatado que a empresa "deixou de tomar crédito das referidas contribuições sobre serviços de ferramentaria, usinagem de peças e de manutenção de máquinas; armazenagem de mercadorias; serviços de transporte (frete) e aquisições de materiais e peças para a manutenção de máquinas e equipamentos e outros insumos, o que resultou no seu pagamento da contribuição PIS/Pasep e da COFINS a maior durante todo o período revisado". Transcreve ementa do Acõrdão 3302002.224, da 2ª Turma, da 3ª Câmara, do CARF, no sentido de que "o direito à repetição de indébito não está condicionado à prévia retificação de DCTF ou de DACON, que contenham erro material.; a DCTF (retificadora ou original) e a DACON não fazem prova da liquidez e certeza do cfédito a restituir; e na apuração da liquidez e certeza do crédito pleiteado, devese apreciar as provas trazidas pelo contribuinte e solicityar outras sempre que necessário" Após sustentar que não pode o julgador simplesmente alegar a inexistência do crédito com simples base na conferência da DCTF, sem analisar os demais documentos pertinentes à operação, prosseguiu o recorrente argumentando que a própria 2ª Turma da DRJ/BH deveria ter se manifestado sobre o conteúdo do DACON retificador e solicitado diligência para apurar as divergências entre o DACON e a DCTF, para Fl. 1162DF CARF MF Processo nº 13888.908288/201218 Resolução nº 3001000.204 S3C0T1 Fl. 5 4 obter a chamada “verdade material” intrínseca ao processo administrativo; e não simplesmente negar o direito certo da empresa pela só divergência nos dados da DCTF e da DACON.. Finaliza argumentando que o art. 3º das Leis 10.637/2002 e 10.833/2003 garante aos contribuintes optante pelo regime não cumulativo da contribuição ao PIS/PASEP e COFINS a apropriação dos créditos decorrentes da aquisição de bens e serviços, utilizados como insumo na prestação de serviços e na produção ou fabricação de bens ou produtos destinados à venda. Entende que insumo e custo de produção, na prática, são a mesma coisa., podendose observar que "insumo" e "custo" possuem o mesmo significado, representam a mesma realidade, a dos gastos realizados pela empresa na aquisição de bens e serviços utilizados na produção de outros bens e serviços Na sequêncvia, foi exarado despacho pela DRF/Piracicaba, encaminhando o Processo para o CARF e atestando a tempestividade do Recurso Voluntário (fls. 1200). É o relatório. VOTO Francisco Martins Leite Cavalcante Relator A tempestividade do Recurso Voluntário já foi reconhecida pelos órgãos de origem, consoante informação acima referida, pelo que conheço do apelo. Como se verifica do relatório, a divergência reside no fato de que (a) a empresa entende que fez a retificação dos dados primitivos da DCTF através de DACON e, mesmo diante do erro material, comprovou a existência do apontado crédito que pretende lhe seja restituído, conforme documentos exibidos com sua impugnação/manifestação de inconformidade e, principalmente, no seu Recurso Voluntário; e, (b) por sua vez, sustenta o Fisco a tese de que não tendo sido retificada a DCTF por outra DCTF, a retificação de DCTF por DACON não caracteriza a liquidez e A certeza legalmente necessáriaS para a restituição pretendida. Registrese que após a Manifestação de Inconformidade, e até a prolação do Acórdão recorrido, a discussão girou em torno da alegada intempestividade da impugnação, culminando com o reconhecimento da tempestividade da defesa da empresa e o consequente julgamento que resultou no v. Acórdão recorrido. Com o recurso voluntário, porém, vieram aos autos centenas de outros documentos exibidos pela empresa, com o objetivo de comprovar suas alegações formalizadas na impugnação e reiteradas nas razões recursais, referentes (a) à retificação da DCTF, embora que através da DACON; corroborar o seu alegado erro material; (b) demonstrar a legitimidade do perseguido crédito tributário cuja restituição cuidase neste processo; (c) insistir com os argumentos no sentido de que a autoridade recorrida cerceou o seu direito de defesa ao não analisar adequadamente os seus documentos comprobatório de seu direito à restituição; e, (d) reiterar que não pode o julgador simplesmente alegar a inexistência do crédito com simples base na conferência da DCTF, sem analisar os demais documentos pertinentes à operação. Entre outros documentos exibidos com o Recurso Voluntário, o contribuinte trouxe aos autos demonstrativos de apuração de contribuição social; notas fiscais de diferentes Fl. 1163DF CARF MF Processo nº 13888.908288/201218 Resolução nº 3001000.204 S3C0T1 Fl. 6 5 empresas; e, cópias do livro diário, documentos estes que, no dizer do recorrente, corroboram a existência do seu crédito, com a liquidez e a certeza capaz de lhe garantir o direito a restituição pretendida nos termos da legislação de regência. Relevante salientar que os chamados documentos novos, trazidos com o Recurso Voluntário, não foram analisados pelos ilustres membros do Colegiado autor do v. Acórdão recorrido, posto que exibidos somente em grau de recurso. A propósito, é relevante ressaltar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais já se pronunciou sobre situação semelhante àquela objeto destes autos, em julgamento proferido em 16 de maio de 2017, quando emitiu o Acórdão nº 9303005.065, cuja parte da ementa pertinente ao assunto, foi assim redigida, verbis. ............................................(omissis)........................................................ PROVAS DOCUMENTAIS NÃO CONHECIDAS. REVERSÃO DA DECISÃO NA INSTÂNCIA SUPERIOR. RETORNO DOS AUTOS PARA APRECIAÇÃO E PROLAÇÃO DE NOVA DECISÃO. Considerado equivocado o acórdão recorrido ao entender pelo não conhecimento de provas documentais somente carreadas aos autos após o prazo para apresentação da impugnação, estes devem retornar à instância inferior para a sua apreciação e prolação de novo Acórdão. Com arrimo no Acórdão CSRF 9303005.065 acima mencionado, diversos processos da empresa Autotrac Comércio e Telecomunicações Ltda. foram baixados em Diligência à Unidade de Origem, por esta 1ª TE/3ª SE, a partir da Resolução nº 3001000.085, de 10 de julho de 2018 (do qual fui o Relator), para que a Unidade de Origem tome conhecimento dos documentos (e argumentos) carreados aos autos após o Acórdão daquele órgão julgador de 1ª instância, nos termos determinados pela E. Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF. Do meu voto que resultou na mencionada Resolução nº 3001000.085, constou, entre outros, os seguintes argumentos principais, verbis. Verificase, porém, que a documentação e os fundamentos que foram trazidos com o apelo a este Colegiado e posteriormente reiterados e complementados nos Embargos Declaratórios subsequentes não passaram pelo crivo e apreciação da 2ª Turma de Julgamento da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento de Brasília Distrito Federal, prolatora da primitiva decisão colegiada proferida através do v. Acórdão 0330.127, da 2ª Turma da DRJ/BSB, de 30 de março de 2009 (fls. 342/346). ............................................(omissis)............................................ Registrese, por outro lado, que o Recurso Especial do contribuinte recorrente foi provido, à unanimidade, pela CSRF, determinandose o "retorno dos autos ao colegiado de origem para análise de novos documentos juntados pelo sujeito passivo" (fls. 655); e, no voto vencido, o relator aderiu à decisão da maioria, e, assim, concluiu o seu voto (fls. 659) : "Donde o necessário envio dos autos à Câmara baixa para apreciação das provas carreadas aos autos, ainda que em sede de recurso voluntário.". Fl. 1164DF CARF MF Processo nº 13888.908288/201218 Resolução nº 3001000.204 S3C0T1 Fl. 7 6 Diante do exposto, coerente com o voto condutor do v. Acórdão da CSRF acima citado, tendo em conta principalmente a parte final da ementa do mencionado Acórdão, e para que não se alegue futuramente que houve supressão de instância, VOTO pela conversão do julgamento em Diligência para que o órgão julgador de 1ª instância, no caso a DRJ/BSA, tome conhecimento dos documentos (e argumentos) carreados aos autos após o Acórdão por ele proferido, nos termos determinados pela E. Câmara Superior de Recursos Fiscais CSRF, através do Acórdão 9303005.065 3ª Turma.. Acrescentese mais que, na esteira do que vem decidindo a Câmara Superior de Recursos Fiscais, esta 1ª Turma Extraordinária e diversas outras Turmas e Câmaras julgadoras do CARF, têm entendido que os documentos novos exibidos com o recurso voluntário assim entendido aqueles que não foram exibidos e/ou apreciados pela turma julgadora singular devem ser recebidos e considerados em prol da defesa do contribuinte, buscandose, assim, a verdade material. Ressaltese, ademais, que tenho proferido diversos votos nesta Turma no sentido de que os órgãos julgadores, na esfera administrativa sejam as Delegacias da Receita Federal de Julgamento, sejam as diversas Turmas e Sessões deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais devem balizar seus posicionamentos sempre tendo em mira a busca, em primeiro lugar, da verdade material, da verdade real, sem os excessos de formalismos, ou mesmo, sem os rigores exagerados do chamado legalismo. Neste sentido, tenho entendido que os cognominados 'erros materiais escusáveis' são perfeitamente passíveis de serem supridos, através da comprovação de sua existência, mas sempre tendo como objetivo maior a busca da verdade material. Diante do exposto, tendo em vista o já decidido pela E. CSRF, e coerente com meus pronunciamentos anteriores, VOTO no sentido de tomar conhecimento do Recurso do Contribuinte para converter o julgamento em DILIGÊNCIA à Unidade de Origem com vista a adotar as seguintes providências : 01) Analisar os documentos (e argumentos) carreados aos autos por ocasião do Recurso Voluntário do contribuinte; 02) Confirmar se os documentos conferem com as informações constantes no DACON/DCTF; 03) Caso entenda necessário, intimar a empresa para apresentar outros documentos que julgar pertinentes; 04) Elaborar relatório conclusivo e circunstanciado sobre os procedimentos adotados; e, 05) Dar ciência do relatório à recorrente, concedendolhe prazo de 30 dias para, querendo, se manifestar. Para tanto, devem os presentes autos retornarem para a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Piraciba São Paulo, para atendimento da diligência. Ao final, os presentes autos deverão ser devolvidos a este CARF, para prosseguimento do feito. Fl. 1165DF CARF MF Processo nº 13888.908288/201218 Resolução nº 3001000.204 S3C0T1 Fl. 8 7 (assinado digitalmente) Francisco Martins Leite Cavalcante Relator Fl. 1166DF CARF MF
score : 1.0