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Numero do processo: 12971.003897/2009-71
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/09/2000 a 31/10/2001
CERCEAMENTO DE DEFESA - NULIDADE - INOCORRÊNCIA
Não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa se o Relatório Fiscal e as demais peças dos autos demonstram de forma clara e precisa a origem do lançamento e a fundamentação legal que o ampara
PERÍCIA - NECESSIDADE - COMPROVAÇÃO - REQUISITOS - CERCEAMENTO DE DEFESA - NÃO OCORRÊNCIA
Deverá restar demonstrada nos autos, a necessidade de perícia para o deslinde da questão, nos moldes estabelecidos pela legislação de regência. Não se verifica cerceamento de defesa pelo indeferimento de perícia, cuja necessidade não se comprova
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2402-003.296
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/09/2000 a 31/10/2001 CERCEAMENTO DE DEFESA - NULIDADE - INOCORRÊNCIA Não há que se falar em nulidade por cerceamento de defesa se o Relatório Fiscal e as demais peças dos autos demonstram de forma clara e precisa a origem do lançamento e a fundamentação legal que o ampara PERÍCIA - NECESSIDADE - COMPROVAÇÃO - REQUISITOS - CERCEAMENTO DE DEFESA - NÃO OCORRÊNCIA Deverá restar demonstrada nos autos, a necessidade de perícia para o deslinde da questão, nos moldes estabelecidos pela legislação de regência. Não se verifica cerceamento de defesa pelo indeferimento de perícia, cuja necessidade não se comprova Recurso Voluntário Negado
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Não se verifica cerceamento de defesa pelo indeferimento de perícia, cuja necessidade não se comprova Recurso Voluntário Negado AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 97 1. 00 38 97 /2 00 9- 71 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 12971.003897/200971 Acórdão n.º 2402003.296 S2C4T2 Fl. 106 3 Relatório Tratase de lançamento de contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição, da empresa, à destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho, as destinadas a terceiros (SalárioEducação, SEBRAE e INCRA). Segundo o Relatório Fiscal (fls.03/04), os fatos geradores das contribuições lançadas são as remunerações pagas a segurados empregados e contribuintes individuais apuradas em folhas de pagamento, rescisões de contrato de trabalho e GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. A autuada teve ciência do lançamento em 04/12/2001 e apresentou defesa (fls. 27/35), onde alega a falta de subsídios que demonstrem a origem do débito e que a auditoria fiscal auferiu valores aleatórios, razão pela qual entende necessária perícia contábil. Argumenta que os documentos gerados pela auditoria fiscal são incompatíveis e que seria impossível oferecer uma defesa utilizando da coerência e bom senso. Além disso, a auditoria fiscal teria inventado uma competência 13/2000, quando é sabido que um ano só possui doze meses. Aduz que a autuação seria nula pelo fato das importâncias contidas nos autos terem sido auferidas de forma aleatória sem os índices de atualização, em como os juros utilizados, o que torna o auto de infração incerto e duvidoso. Pela Decisão Notificação nº 214244/010/2002 (fls. 43/48), a autuação foi considerada procedente. Contra tal decisão, a autuada apresentou recurso tempestivo (fls. 53/59) onde efetua a repetição das alegações de defesa. É o relatório. Fl. 107DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora O recurso é tempestivo e não há óbice ao seu conhecimento. A recorrente apresenta uma série de argumentos com o objetivo de demonstrar que a autuação seria nula por não haver a descrição clara e precisa dos fatos geradores. A meu ver, os argumentos da recorrente são meramente protelatórios. Os elementos que compõem os autos são suficientes para a perfeita compreensão do lançamento, qual seja, contribuições da empresa e as destinadas a terceiros incidentes sobre valores pagos a segurados empregados e contribuintes individuais, verificados nas folhas de pagamento e GFIPs elaboradas pela própria empresa. Toda a fundamentação legal que amparou o lançamento foi disponibilizada ao contribuinte conforme se verifica no relatório FLD – Fundamentos Legais do Débito que contém todos os dispositivos legais por assunto e competência. Assim, não há que se falar em cerceamento de defesa e nulidade da notificação. O que se observa é que a recorrente não efetuou recolhimento algum que pudesse ser considerado para abater dos valores lançados, apesar do montante dos valores pagos aos seus segurados. Tampouco se pode acolher a alegação de que a auditoria fiscal teria inventado uma competência 13/2000. Ora, o que a auditoria fiscal lançou na competência denominada 13/2000 foram as contribuições incidentes sobre os valores pagos a título de décimo terceiro salário que não se confunde com o salário pago no mês de dezembro. Não havendo qualquer irregularidade, portanto. Cumpre afastar a alegação de cerceamento de defesa pelo indeferimento da perícia solicitada. A necessidade de perícia para o deslinde da questão tem que restar demonstrada nos autos. No que tange à perícia, o Decreto nº 70.235/1972 estabelece o seguinte: Art.16 A impugnação mencionará: .................................. IV as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação de quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional de seu perito; Fl. 108DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 12971.003897/200971 Acórdão n.º 2402003.296 S2C4T2 Fl. 107 5 § 1º Considerarseá não formulado o pedido de diligência ou perícia que deixar de atender aos requisitos previstos no inciso IV do art. 16. (...) Art.18 A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observado o disposto no art. 28, in fine. Da leitura do dispositivo, verificase que além de ser obrigada a cumprir requisitos para ter o pedido de perícia deferido, tal deferimento só ocorrerá diante do entendimento da autoridade administrativa no que concerne à necessidade da mesma. Nesse sentido, não basta que o sujeito passivo deseje a realização da perícia, esta tem que se considerada essencial para o deslinde da questão pela autoridade administrativa, nos termos da legislação aplicável. Não tendo sido demonstrada pela recorrente a necessidade da realização de perícia, não se pode acolher a alegação de cerceamento de defesa pelo seu indeferimento. Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER do recurso e NEGARLHE PROVIMENTO. É como voto. Ana Maria Bandeira Fl. 109DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 16095.000242/2009-78
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/04/2006 a 31/12/2006
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. TERCEIROS. AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. IN NATURA. INSCRIÇÃO NO PAT. DESNECESSIDADE. NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES STJ.
As verbas a título de auxílio-alimentação, ainda que não inscritas previamente no PAT, possuem natureza indenizatória. Por esta razão, tais verbas não devem compor a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Desta forma tem decidido o STJ.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-003.222
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Júlio César Vieira Gomes- Presidente
Thiago Taborda Simões Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes (presidente), Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: THIAGO TABORDA SIMOES
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TERCEIROS. AUXÍLIO ALIMENTAÇÃO. IN NATURA. INSCRIÇÃO NO PAT. DESNECESSIDADE. NÃO INCIDÊNCIA. PRECEDENTES STJ. As verbas a título de auxílioalimentação, ainda que não inscritas previamente no PAT, possuem natureza indenizatória. Por esta razão, tais verbas não devem compor a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Desta forma tem decidido o STJ. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Júlio César Vieira Gomes Presidente Thiago Taborda Simões – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 09 5. 00 02 42 /2 00 9- 78 Fl. 128DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2013 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 25/02/20 13 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes (presidente), Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Fl. 129DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2013 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 25/02/20 13 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 16095.000242/200978 Acórdão n.º 2402003.222 S2C4T2 Fl. 129 3 Relatório Tratase de AI DEBCAD n. 37.197.8831, consolidado em 15/06/2009, em que fora constituído crédito previdenciário no montante de R$ 43.818,50, relativo a contribuições devidas a outras entidades e fundos (Terceiros), incidentes sobre os valores localizados pelo Fisco na contabilidade da empresa como sendo pagos a título de lanches e refeições aos seus empregados segurados. Em relatório fiscal de fls. 39/41, a autoridade fiscal descreve a autuação informando ter encontrado na contabilidade da empresa lançamentos a título de lanches e refeições, salientando o fato de a empresa fiscalizada não estar previamente inscrita no PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador. Ainda em sede de relatório fiscal, a autoridade afirmou que, não estando a empresa inscrita no PAT, os pagamentos efetuados a esse título aos empregados são considerados salário “in natura” e, portanto, compõem a base de cálculo das contribuições previdenciárias. Informou, também, a fiscalização ter verificado no procedimento da empresa o custeio das prestações alimentares através de ticket refeição ou lanches e refeições in natura. Cientificada do lançamento, a empresa Recorrente apresentou impugnação (fls. 48/52), alegando, em síntese que: i) o entendimento que embasa o auto de infração não possui fundamento, eis que totalmente contrário ao pensamento do Governo Federal, que busca a melhoria de condições e qualidade de vida dos trabalhadores do país; ii) o ato praticando por ela nada mais é do que uma tentativa de propiciar aos seus empregados um benefício, concedendolhes alimentação sadia e de qualidade; iii) embora o processo tramite na esfera administrativa, necessário se ater ao entendimento vigente nos tribunais pátrios, que entende que a alimentação fornecida “in natura”não compõe a base de cálculo das contribuições, ainda que a empresa não esteja incluída em programas de alimentação aprovados pelo Ministério do Trabalho. Ante a impugnação apresentada, a Delegacia de Julgamento da Receita Federal de Campinas prolatou acórdão julgando improcedente a impugnação, vez que: i) descabida a alegação de nulidade do auto de infração por incompetência da autoridade, uma vez que ele foi todo lavrado e assinado por Auditor da Receita; ii) os pagamentos de despesas com tickets, lanches e refeições pela empresa aos seus empregados possuem natureza salarial, portanto, submetidos à incidência de contribuições previdenciárias, já que não inscritos no PAT; Fl. 130DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2013 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 25/02/20 13 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 iii) os pagamentos realizados pela empresa não se deram nos termos da Lei n. 6.321/76, já que a empresa não logrou êxito em comprovar que, à época, estava inscrita no PAT; iv) os julgados apresentados pela empresa não possuem efeitos erga omnes e, portanto, são irrelevantes ao julgamento em sede administrativa. Face ao acórdão proferido, a Recorrente interpôs o Recurso Voluntário sob análise (Fls. 96/101), reiterando, basicamente, os fundamentos apresentados em sede de impugnação. Os autos foram remetidos a este Conselho para julgamento. É o relatório. Fl. 131DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2013 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 25/02/20 13 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 16095.000242/200978 Acórdão n.º 2402003.222 S2C4T2 Fl. 130 5 Voto Conselheiro Thiago Taborda Simões Relator Em preliminar O recurso preenche a todos os requisitos de admissibilidade, inclusive quanto à tempestividade, portanto, dele conheço. No mérito Discutese a incidência de contribuições previdenciárias sobre despesas da empresa em razão de concessão de benefícios a título de lanches e refeições a seus empregados segurados. A lei n. 8.212/91, ao instituir a base de cálculo das contribuições previdenciárias a cargo do empregador prevê: “Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I – vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou ato do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (...)” Do dispositivo supra transcrito, extraise que a Lei restringiu a incidência de contribuições previdenciárias ao atendimento dos seguintes critérios: i) que a verba paga se refira a segurados empregados e trabalhadores avulsos; ii) que se tratem de rendimentos destinados a retribuir o trabalho; iii) que se tratem de rendimentos percebidos habitualmente. No caso em comento, necessária verificação enfatizada quanto ao segundo critério – retribuição do trabalho / natureza remuneratória. A concessão de benefícios na forma descrita pela própria autoridade fiscal, mediante tickets, lanches ou refeições, possui natureza estritamente indenizatória, ou seja, não remuneratória. Foi partindo desta premissa que o Superior Tribunal de Justiça, após a submissão de alguns processos à sua apreciação, analisando a hipótese de incidência das contribuições minuciosamente descrita pelo art. 22, I, da Lei n. 8.212/91, concluiu pela não incidência das contribuições sobre as despesas de auxílioalimentação concedido “in natura” pelo empregador aos empregados segurados, ainda que não inscritos no PAT. Fl. 132DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2013 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 25/02/20 13 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Exemplos de julgados do STJ neste sentido são os acórdãos abaixo: “(...) PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR. SALÁRIO IN NATURA. DESNECESSIDADE DE INSCRIÇÃO NO PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR PAT. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Nos termos da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, o pagamento efetuado in natura do salário alimentação aos empregados não sofre a incidência da contribuição previdenciária, sendo irrelevante estar a empresa inscrita ou não no Programa de Alimentação ao Trabalhador PAT. 2. Agravo regimental não provido.” 1 “CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. ALIMENTAÇÃO FORNECIDA PELO EMPREGADOR. PAGAMENTO IN NATURA. NÃO INCIDÊNCIA DA TRIBUTAÇÃO. INSCRIÇÃO NO PAT. DESNECESSIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA 83/STJ. 1. Caso em que se discute a incidência de contribuição previdenciária sobre as verbas recebidas a título de auxílioalimentação in natura, quando a empresa não está inscrita no Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. 2. A jurisprudência desta Corte pacificouse no sentido de que o auxílioalimentação in natura não sofre a incidência da contribuição previdenciária, por não possuir natureza salarial, esteja o empregador inscrito ou não no Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT. (...). Agravo regimental não provido.” 2 No mesmo sentido têm votado as turmas deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Acórdãos 2803001.772, 2803001.773, 2803001.768, 2804001.727). Conclusão Assim, diante da análise dos fundamentos acima expostos, bem como levando em conta o entendimento incisivo do Superior Tribunal de Justiça quanto ao afastamento das contribuições previdenciárias sobre o auxílioalimentação, ainda que não inscritos no PAT, voto pelo conhecimento e PROVIMENTO do recurso voluntário. É como voto. Thiago Taborda Simões 1 STJ, AgRg no Ag 1392454 / SC, Primeira Turma, Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, publ. 25/11/2011. 2 STJ, AgRg no AREsp 5810/SC, Primeira Turma, Rel. Ministro Benedito Gonçalves, DJ 19/09/2011. Fl. 133DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 07/02/2013 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 25/02/20 13 por THIAGO TABORDA SIMOES, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
score : 1.0
Numero do processo: 19709.000006/2009-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 22 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Wed Mar 20 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/06/2004 a 31/08/2008
RELAÇÃO JURÍDICA APARENTE - DESCARACTERIZAÇÃO
Pelo Princípio da Verdade Material, se restar configurado que a relação jurídica formal apresentada não se coaduna com a relação fática verificada, subsistirá a última. De acordo com o art. 118, inciso I do Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos
DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES - NULIDADE - INEXISTÊNCIA
A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica nulidade na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção.
PROVA EMPRESTADA -NÃO OCORRÊNCIA
De acordo com a doutrina, prova emprestada de um fato é aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. Provas utilizadas para originar o próprio lançamento não podem ser consideradas provas emprestadas
SOLIDARIEDADE
São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Provada a existência do interesse, correto o lançamento com base no instituto da responsabilidade solidária
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2402-003.238
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/06/2004 a 31/08/2008 RELAÇÃO JURÍDICA APARENTE - DESCARACTERIZAÇÃO Pelo Princípio da Verdade Material, se restar configurado que a relação jurídica formal apresentada não se coaduna com a relação fática verificada, subsistirá a última. De acordo com o art. 118, inciso I do Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES - NULIDADE - INEXISTÊNCIA A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica nulidade na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção. PROVA EMPRESTADA -NÃO OCORRÊNCIA De acordo com a doutrina, prova emprestada de um fato é aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. Provas utilizadas para originar o próprio lançamento não podem ser consideradas provas emprestadas SOLIDARIEDADE São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Provada a existência do interesse, correto o lançamento com base no instituto da responsabilidade solidária Recurso Voluntário Negado
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De acordo com o art. 118, inciso I do Código Tributário Nacional, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA ENFRENTAMENTO DE ALEGAÇÕES NULIDADE INEXISTÊNCIA A autoridade julgadora não está obrigada a decidir de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento. Não se verifica nulidade na decisão em que a autoridade administrativa julgou a questão demonstrando as razões de sua convicção. PROVA EMPRESTADA NÃO OCORRÊNCIA De acordo com a doutrina, prova emprestada de um fato é aquela produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele. Provas utilizadas para originar o próprio lançamento não podem ser consideradas provas emprestadas SOLIDARIEDADE São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal. Provada a AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 70 9. 00 00 06 /2 00 9- 84 Fl. 312DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 existência do interesse, correto o lançamento com base no instituto da responsabilidade solidária Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 313DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 313 3 Relatório Inicialmente, a DRF Campo Grande (MS) informa que no processo n° 14120.000101/200975, em nome de CAMPO OESTE CARNES — IND. COM. IMP. E EXP. LTDA, os responsáveis solidários ALBERTO PEDRO DA SILVA, ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO E DUÍLIO VETORAZZO FILHO apresentaram, individualmente, impugnações contestando apenas os respectivos termos de sujeição passiva solidária. Portanto, foi lavrada REPRESENTAÇÃO para fins de formalização de um novo processo, constituído com a cópia do processo original, para que as impugnações pudessem prosseguir no julgamento. A DRF informa ainda que o processo original encontrase em situação de cobrança. Tratase de Auto de Infração, lavrado com fundamento na inobservância da obrigação tributária acessória prevista nos §§ 2º e 3º do artigo 33 da Lei nº 8.212 de 1991 c/c os artigos 232 e 233, § único do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048/1999, que consiste em a empresa deixar de exibir qualquer documento ou livro relacionados com as contribuições para a Seguridade Social ou apresentar documento ou livro que não atenda as formalidades legais exigidas, que contenha informação diversa da realidade ou que omita a informação verdadeira. Segundo o Relatório Fiscal da Infração (fls. 07), o contribuinte deixou de apresentar à fiscalização as Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP, os Livros de Registro de Entrada de Mercadorias, os Livros Diário, os Livros Razão e as Notas fiscais de entrada, todos relativos ao período de 06/2004 a 08/2008, documentos estes solicitados através do Termo de Início de Procedimento Fiscal TIPF, emitido em 18/02/2009. De acordo com informações apresentadas nos autos do processo 19709.000007/200929, a auditoria fiscal considerou como sócios gerentes de fato Alberto Pedro da Silva ALBERTO, Alberto Pedro da Silva Filho – ALBERTO FILHO e Duílio Vetorazzo Filho –DUÍLIO, atribuindolhes responsabilidade solidária pelo crédito em questão pelas razões que se seguem. A empresa CAMPO OESTE foi constituída em 19 de novembro de 1999 pelos senhores Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos e a gerência da sociedade foi atribuída a ambos os sócios. Posteriormente, retirouse da sociedade o sócio Sebastião Silva dos Santos e ingressou o Sr. Mario Antônio Guizilini. Em seguida, retirouse da sociedade o Sr. Manoel Marques da Silva e ingressou o Sr. José Luiz da Rocha e a administração da sociedade passou a ser exercida pelos sócios Mario Antônio Guizilini e José Luiz da Rocha. Relativamente a tais sócios, a auditoria fiscal apurou o seguinte: Fl. 314DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 § Manoel Marques da Silva – de acordo com os vínculos empregatícios constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais — CNIS (anexo 02), este trabalhou de 01/10/1992 a 31/05/2005 como trabalhador rural para o empregador Jarbas Alves Martins Souza na Fazenda Panorama, localizada Rod. BR 267, km 50. No período de 09/09/2002 a 17/10/2002 recebeu beneficio de auxíliodoença da Previdência Social. Segundo consta no atestado de óbito (anexo 05) faleceu em 04/12/2006. Observase que neste atestado consta "profissão: lavrador". Além disso, os relatórios extraídos dos sistemas informatizados da Previdência Social mostram que este senhor percebia remuneração média entre um e dois salários mínimos. Sebastião Silva dos Santos apresenta vínculos empregatícios como trabalhador rural. Conforme consta no Cadastro Nacional de Informações Sociais — CNIS (anexo 02), trabalhou para os empregadores rurais Ary Toledo Moraes Junior — Fazenda Santo Antônio — e Milton Massari Martins — Fazenda Nossa Senhora Aparecida. Em sua vida laboral a média da remuneração foi de dois salários mínimos. A partir de 18/04/2008 este senhor passou a receber o beneficio de amparo social ao idoso da Previdência Social. A auditoria fiscal observa que estes senhores apresentaram Declaração de Ajuste Anual Simplificada para o exercício de 2003, anocalendário de 2002, onde declararam valor ZERO no quadro destinado a declaração de bens e direitos. Nos exercícios de 2004, 2005 e 2006 os bens e direitos declarados resumiramse à participação de 50% no capital social da empresa Campo Oeste Carnes. É mencionada operação conhecida por 'Grandes Lagos', deflagrada pela Policia Federal a partir de denúncias recebidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil dando conta de um mega esquema de sonegação fiscal envolvendo frigoríficos. Após analisar os documentos arrecadados, os auditores fiscais concluíram que os titulares de direito da empresa, Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos são interpostas pessoas (laranjas) dos titulares de fato Alberto Pedro da Silva Filho, conhecido como “Beto Beleza” e Duilio Vetorazzo Filho. Os elementos analisados são os seguintes: § Ficha Cadastral — Pessoa Física do Banco Safra preenchida de próprio punho pelo Sr. Duilio Vetorazzo Filho, onde no quadro "Seu Trabalho e/ou Fontes de Renda", o sr. Duilio informa ser o proprietário da empresa Campo Oeste Ltda. § Cheque n° 021674 no valor de R$ 50.000,00: emitido por Campo Oeste Carnes, Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. nominal a Cirlei Terezinha Ortega Amad e assinado pelo sr. Alberto Pedro da Silva. Foi Fl. 315DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 314 5 constatado que a sra. Cirlei é sogra de Duilio Vetorazzo Filho. § Cópia de Cheques" nºs 0156825, 0156833 e 015685 0 apreendidos pela Policia Federal em cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão no decorrer da operação "Grandes Lagos". Os documentos foram apreendidos na empresa Fri Rio Distribuidora de Carnes Ltda., cujos sócios são Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho. Tratase de cópias de cheques emitidos pela empresa Campo Oeste em cujo histórico "UTILIZADO PARA" consta "Retirada parcial Beto correspondente ao mês de Outubro/006, conf. instruções , BX4912 (pro labore)". Estes documentos mostram que o Sr. Alberto Pedro da Silva Filho recebia valores a titulo de prólabore da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. § Ficha cadastral de contacorrente no Banco Bradesco referente à abertura de contacorrente em agência do Banco Bradesco de São José do Rio Preto., onde o Sr. Alberto Pedro da Silva Filho informa que "trabalha" na empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda., com "tempo de serviço' de 05 anos e 04 meses. Declara ainda que possui renda mensal de R$ 41.847,00. § Folhas de cheques em branco apreendidas pela Policia Federal na empresa Frio Rio Distribuidora de Carnes Ltda de propriedade dos srs. Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho. Tratase de cheques da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com .Imp. e Exportação Ltda. relativos a contacorrente de uma agência do Banco Bradesco situada em São José do Rio PretoSP. Os cheques estão em branco, cruzados e assinados por Alberto Pedro da Silva Filho. Os Auditores Fiscais concluíram que esta assinatura é do Sr. Alberto Pedro da Silva Filho em virtude da semelhança existente entre esta e as assinaturas constantes nos documentos de identidade e do CPF do referido senhor. Ressaltese que há uma procuração lavrada em 04/05/2000 em que os sócios formais da Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos constituem como procurador desta empresa o sr. Alberto Pedro da Silva, pai de Alberto Pedro da Silva Filho, atribuindolhe entre outros poderes o de abrir, movimentar e encerrar conta bancaria em qualquer estabelecimento creditício. Fl. 316DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 § Comentários do analista da Policia Federal sobre documentos apreendidos no escritório de Beto Beleza: "Os vários extratos encontrados nesse item demonstram o controle da conta corrente 01465805, em nome da Campo Oeste carnes Ind C I e Expor, por parte do escritório de 'Beto Beleza', vinculandoo assim a referida empresa. Foi autuada 01 (uma) folha por amostragem, sendo as demais apreendidas a disposição do Juízo". "Os vários extratos encontrados nesse item demonstram o controle da conta corrente 01285106, em nome da Campo Oeste carnes Ind C I e Expor, por parte do escritório de 'Beto Beleza'. Vinculandoo assim a referida empresa. Destaque para uma folha (na parte superior há a inscrição 'SIST CADASTRAMENTO CONTAS/EVENTOS INCLUIR ENCERRAMENTO CONTA') encontrada junto a esse item onde consta como endereço da empresa Campo oeste o mesmo da empresa Fri Rio, ou seja, o escritório de 'Beto". "Os documentos (cópias de cheques) apreendidos nesse item demonstram diversos pagamentos oriundos da conta 1465805, em nome da Campo Oeste, comprovando assim que o controle financeiro desta empresa era realizado no escritório de 'Beto'. Foi autuada 01 (uma) folha por amostragem, sendo as demais apreendidas à disposição do Juizo". § Resultado Operacional de junho/2006: tratase de planilha demonstrativa da apuração do resultado operacional da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. O demonstrativo evidencia as receitas, custos e despesas operacionais do mês de junho de 2006. Observase neste demonstrativo uma despesa de "pro labore — RP" de R$ 30.000,00 e outra de "pro labore — CG" de R$ 20.000,00. E intuitivo deduzir que RP referese a Rio Preto (São José do Rio Preto) e CG a Campo Grande, cidade sede da indústria Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. Destaquese que são nestas cidades que residem e desempenham suas atividades empresariais os senhores Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho respectivamente. É relevante observar que este documento foi apreendido pela Policia Federal no escritório do Sr. Alberto Pedro da Silva Filho. § Extrato de Conta Corrente do Banco Safra: extrato bancário de conta corrente de titularidade da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. O documento também foi apreendido pela Policia Federal no escritório do sr. Alberto Pedro da Silva Filho. Fl. 317DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 315 7 § Movimentação diária de 26/09/2006 de contas correntes bancarias: diversos relatórios intitulados "Movimentação diária" relativos a diversas contas bancárias mantidas em vários bancos pela empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. Estes documentos foram apreendidos pela Policia Federal no escritório do Sr. Alberto Pedro da Silva Filho. § Comentários do analista da Policia Federal sobre documentos dos três itens anteriores apreendidos no escritório de "Beto Beleza": "Tratase do resultado operacional referente ao mês de junho/2006, o que indica o interesse de 'Beto' no controle operacional da empresa Campo Oeste, pois os dados expressam as diversas despesas ocorridas bem como o estoque de mercadorias. Nesse item ainda foram juntados outros controles (na forma de fax) tanto da empresa Campo Oeste quanto da Norte Riopretense. Nos respectivos fax encontramse a inscrição 'a/c Beto' o que indica que ele seria a pessoa interessada em tais informações, ou seja, necessitava conhecer a situação de tais empresas"; § Ficha de Cadastro Pessoa Física do Banco Sudameris Brasil: tratase da ficha cadastral do sr. Sebastião Silva dos Santos contendo informações declaradas ao Banco Sudameris Brasil. No quadro "Informações Profissionais", este senhor informa ser o "proprietário" da empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. e que sua renda mensal é de R$ 500,00. Destaquese aqui o descompasso escabroso entre o volume de recursos movimentado pela empresa Campo Oeste, que segundo apurado pela fiscalização de Araçatuba foi de R$ 392.747.603,60 nos anos de 2003, 2004 e 2005, e a renda declarada pelo seu suposto proprietário. Também foram obtidos documentos e informações do inquérito policial 096/08 instaurado em decorrência de NotíciaCrime apresentada pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso do Sul — FAMASUL em 29/09/2008 que a auditoria fiscal entendeu virem a corroborar suas conclusões. Os documentos analisados pela auditoria fiscal são os seguintes: § Atestado de óbito do Sr. Manoel Marques da Silva: neste atestado emitido em 04/12/2006 esta declarado que a sua profissão era de "LAVRADOR". § Correspondências destinadas a diversos bancos: são correspondências encaminhadas ao Banco Real S/A, Banco Rural S/A, Bradesco S/A, Fl. 318DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Banco lndusval S/A e Banco Safra S/A pelo sr. Duilio Vetorazzo Filho nas quais requer a desoneração de sua responsabilidade pessoal na condição de avalista de qualquer operação de crédito firmada pela empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. Estas cartas estão datadas de 27/12/2007. A empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. não possuía qualquer ativo — tendo em vista que todo o parque industrial era arrendado — para garantir empréstimos captados na rede bancária. Os sócios formais, srs. Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos eram pessoas completamente despidas de patrimônio e, portanto, sem a mínima capacidade financeira para obter empréstimos e oferecer garantias aos financiadores. Assim, conforme demonstram estes documentos, o sr. Duílio Vetorazzo Filho assumia as responsabilidades pelos empréstimos bancários na condição de fiador. § Termo de Declarações do Sr. Reginaldo da Silva Maia: afirma que "... que seu filho é proprietário do imóvel onde funcionou o frigorifico CAMPO OESTE..."; "QUE ... no inicio do ano de 2000 o imóvel foi locado para a pessoa de ALBERTINO DA SILVA FILHO, vulgo BETO, mas o contrato foi redigido em nome de MANOEL ..."; "QUE mensalmente BETO pagava pontualmente o aluguel, sem apresentar nenhum problema; ..." § Contrato Particular de Locação de Imóvel: tratase do contrato de arrendamento das instalações industriais onde a empresa Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. desenvolvia suas atividades. O contrato está assinado pelo "sóciogerente" Manoel Marques da Silva. § Termo de Declarações do sr. Mário Antônio Guizilini a Policia Federal em 23/06/2005: declarou "... QUE o proprietário de fato da empresa é o senhor Alberto Pedro da Silva; QUE é Alberto quem dá ordens na empresa; QUE Alberto é quem movimenta a conta corrente da empresa, cabendo a ele o pagamento de gado e outras dividas da empresa ..." § Termo de Declarações do sr. Mário Antônio Guizilini a Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários — DEDFAZ/MS em 28/10/2008: declarou "... QUE o declarante esclarece que a CAMPO OESTE foi aberta em nome de duas (2) pessoas que são 'laranjas', um chamado SEBASTIÃO SILVA DOS SANTOS, o qual residia na cidade de MirandaMS, segundo informações trabalhava como peão em uma fazenda da região, e MANOEL MARQUES DA SILVA, o qual residia na cidade de MaracajuMS e trabalhava também como peão naquela região, e não possuíam bens moveis e imóveis; QUE quem negociou para que eles fornecessem o nome para a constituição e abertura da empresa CAMPO OESTE foi a pessoa de DUILIO VETORAZZO FILHO, o qual era de fato um dos proprietários do frigorifico CAMPO OESTE residente nesta cidade; QUE além de DUILIO, era proprietário do frigorifico a pessoa de ALBERTO PEDRO DA SILVA, juntamente com seu filho ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO, mas nada havia formalmente em nome dos três Fl. 319DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 316 9 (03); ... QUE em meados do ano de 2006, a pessoa de MANOEL, o qual era um dos 'laranjas', faleceu; QUE diante disto, DUILIO procurou o declarante, para que este assumisse o papel de MANOEL, qual seja, ingressasse formalmente como sócio proprietário 'laranja' do frigorífico CAMPO OESTE, o que foi aceito pelo declarante na condição de receber um salário no valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais), pela profissão de comprador de gado, mais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela condição de sócio proprietário; QUE o declarante tem conhecimento que MANOEL e SEBASTIÃO percebiam mensalmente a quantia de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) para ser laranja'; QUE DUILIO comandava pessoalmente a parte financeira do frigorífico CAMPO OESTE, apesar de nada ser em seu nome, tudo era vistado e rubricado por ele, muito embora ALBERTO e ALBERTO FILHO eram (sic) também proprietários de fato frigorífico, pelo fato de residirem em outra cidade, qual seja, São José do PretoSP, não acompanhavam pessoalmente a movimentação financeira da empresa diariamente, apenas quando vinham para esta cidade, cerca de quatro (4) vezes por ano; ... QUE o declarante permaneceu no frigorífico até o seu fechamento, que ocorreu no inicio do mês de setembro deste ano; ..." § Termo de Declarações do Sr. Mário Antônio Guizilini a Delegacia de Policia Civil de Terenos em 30/10/2008: declarou "QUE configura como sócio cotista FRIGORÍFICO CAMPOESTE, localizado na cidade de Campo Grande, o qual fechou suas portas no mês de agosto, porém não é dono de fato, sendo apenas, nas palavras do declarante, um 'LARANJA', já que os proprietários de fato são ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO e DUÍLIO VETORAZZO FILHO; § Termo de Declarações do sr. Duilio Vetorazzo Filho a Policia Federal em 23/06/2005: declarou "... QUE o proprietário de fato da empresa Campo Oeste é o senhor ALBERTO PEDRO DA SILVA; QUE ALBERTO é quem dá ordens e exerce os poderes de gerência da empresa; ..." § Termo de Declarações do Sr. Julio Cesar Moraes Nantes: declarou "... que é produtor rural; QUE o declarante esclarece que manteve relações comerciais com Frigorífico Campo Oeste há aproximadamente 12 (doze) anos, sendo que na época que iniciou suas relações comerciais com referido frigorífico o mesmo era denominado BOI GRANDE; QUE o declarante tem o conhecimento que os proprietários eram as pessoas de ALBERTO PEDRO DA SILVA, ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO da cidade de São José do Rio PretoSP e PoloniSP, e que posteriormente surgiu o sócio DUILIO VETORAZZO FILHO; QUE agora então o frigorífico passou a sua denominação para frigorífico Campo Oeste; ...QUE o responsável pelas vendas de carnes do frigorífico ou seja cuidava da parte financeira da empresa eram as pessoas de ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO e DUÍLIO VETORAZZO FILHO; QUE quem assinava os cheques inicialmente e demais documentos era a pessoa Fl. 320DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 de ALBERTO PEDRO DA SILVA e posteriormente passou a ser a pessoa de MARIO ANTONIO GUIZILINI; QUE ALBERTO PEDRO DA SILVA FILHO acompanhava a empresa na cidade de São José do Rio PretoSP, onde a empresa tinha uma conta corrente do BANCO BRADESCO daquela cidade, agência 0023, conta corrente 1465805 ..." § Procuração lavrada em 04.05.2000 pelo Cartório Medeiros — AnastácioMS: a procuração tem como outorgante a firma Campo Oeste Carnes Ind. Com. Imp. e Exportação Ltda. representada pelos sócios Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos, constituindo como seu bastante procurador o Sr. Mário Antônio Guizilini ao qual confere poderes de administração da empresa. § Procuração lavrada em 04.05.2000 pelo Cartório Medeiros — AnastácioMS: a procuração tem como outorgante a firma Campo Oeste Carnes Ind. Com . Imp. e Exportação Ltda. representada pelos sócios Manoel Marques da Silva e Sebastião Silva dos Santos, constituindo como seu bastante procurador o Sr. Alberto Pedro da Silva ao qual confere poderes de administração financeira da empresa. A auditoria fiscal concluiu que existia uma simulação, pois a situação de fato constatada diverge frontalmente daquela apresentada no plano da formalidade. Entendeu estar patente que se engendrou intencionalmente uma aparência artificiosa com o único intuito de se esquivar do efetivo pagamento dos tributos e contribuições devidos em decorrência da atividade econômica desenvolvida Pelas razões expostas, a auditoria fiscal entendeu por incluir no pólo passivo Alberto Pedro da Silva, Alberto Pedro da Silva Filho e Duilio Vetorazzo Filho. Os solidários apresentaram defesas nos seguintes termos: Duílio Vertorazzo Filho (fls. 13/30) manifesta seu inconformismo pelo fato de o Fisco Federal querer imputarlhe o ônus da sujeição passiva solidária no Auto de Infração que aponta como devedor o Frigorífico CAMPO OESTE CARNES IND. COM. IMP. E EXP. LIDA, com a alegação de que mesmo não pertencendo ao quadro societário e sequer ter gerido aquele frigorífico – seria um dos reais titulares de tal empresa. Argumenta que o Fisco Federal não conseguiu trazer aos autos nada além de meras suposições e indícios e/ou "provas" pouco significantes, relativos a tal imputação. Alega que por não ser sócio ou gerente da Campo Oeste Carnes, desconhece os registros fiscais e/ou contábeis da mesma. Argumenta que alguns dos documentos verificados pela auditoria fiscal continham equívocos no preenchimento, além disso, desconhece a existência de diversos cheques mencionados pela auditoria fiscal. Entende que as evidência encontradas na investigação da Policia Federal, em diligência de busca e apreensão, no escritório situado à Rua Fuad Jorge Goraieb, 120, São José do Rio Preto, SP concluem claramente que tratase de um escritório de operações particulares de Alberto Pedro da Silva e Alberto Pedro da Silva Filho (Locatário), nada havendo que pudesse envolver o impugnante. Fl. 321DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 317 11 Relativamente a outros fatos narrados pela auditoria fiscal considera que estão relacionadas a Alberto Pedro da Silva Filho e não ao impugnante. Considera que por ter sido avalista em algumas operações de venda não poderia ser considerado sócio do frigorífico. Quanto aos testemunhos verificados no Inquérito Policial, considera que tais pessoas estariam tentando envolvêlo em falcatruas. Alega que não há evidências, provas, citações ou indícios de que Duilio Vetorazzo Filho esteja ou esteve envolvido ou foi beneficiado em qualquer esquema de sonegação fiscal da referida empresa, de seus sócios ou parceiros. Argumenta que a prova emprestada, para se tornar válida e eficaz, primeiramente deve ser obtida após oportunizar o contraditório e ampla defesa. Aduz que a autuação está eivada de vícios insanáveis e que a solidariedade não pode ser presumida. Alberto Pedro da Silva (fls. 90/101) alega que desconhece qualquer dos fatos narrados no "Termo de Declaração de Sujeição Passiva Solidária", mesmo porque, como dele consta, não foi feita nenhuma busca e apreensão de documentos em seu estabelecimento, mas somente na pessoa jurídica Campo Oeste. Quanto à alegação de que assinava cheques em nome da empresa Campo Oeste Carnes Indústria, Comércio Importação e Exportação Ltda., entende que não se justifica a sua inclusão como sujeito passivo solidário, pois, isso ocorreu somente no período em que era comprador de bovinos para a referida empresa e deste modo movimentava uma conta bancária através de procuração que lhe fora outorgada, pelos antigos sócios proprietários da referida empresa. Argumenta que os tributos não recolhidos são de responsabilidade da pessoa jurídica Campo Oeste e de seus verdadeiros e efetivos sócios. Não obstante sua falta de responsabilidade, o autuado informa que tomou conhecimento da existência de uma decisão judicial que teria suspendido o recolhimento da contribuição objeto do lançamento e informa que averiguará a veracidade de tal decisão e solicita a possibilidade de juntála aos autos posteriormente. Alberto Pedro da Silva Filho (fls. 96/101) alega que desconhece qualquer dos fatos narrados nos "Termos de Declaração de Sujeição Passiva Solidária". Argumenta que teve um relacionamento com a referida empresa, somente de ordem comercial, pois, mantinha uma empresa de representação comercial, o qual efetuava vendas de carnes e subprodutos de bovinos, e nessa condição também promoveu vendas para a empresa fiscalizada. Alega que o verdadeiro dono do negócio seria o Sr. Mário Antônio Guizilini que teria faltado com a verdade em diversas oportunidades. Fl. 322DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 12 Informa que o Sr. Mário Antônio Guizilini, real e verdadeiro proprietário da empresa Campo Oeste, sempre foi proprietário de rebanho bovino, com boa situação financeira e, segundo fontes oficiosas, é possuidor de empresa de transporte, posto de combustível e imóvel rural (haras) com valiosos eqüinos de raça. Protesta pela produção de provas quanto a esses fatos. Argumenta que os tributos não recolhidos são de responsabilidade da pessoa jurídica Campo Oeste e de seus verdadeiros e efetivos sócios como também menciona a suposta existência da decisão judicial já mencionada por Alberto Pedro da Silva. Pelo Acórdão nº 0420.454 (fls. 105/129) a 4ª Turma da DRJ/Campo Grande julgou improcedente as impugnações mantendo no pólo passivo, como solidárias, todas as pessoas físicas assim consideradas pela auditoria fiscal. Devidamente intimados, os autuados apresentaram recursos tempestivos . Duilio Vetorazzo Filho (fls. 140/167) efetua a repetição das alegações de defesa. Alberto Pedro da Silva (fls. 211/242) e Alberto Pedro da Silva Filho (fls. 248/279) apresentam os mesmos argumentos no sentido de que a decisão recorrida não teria apreciado todas as alegações apresentadas limitandose a confirmar o trabalho fiscal o que representaria cerceamento de defesa. No mais, reforçam os argumentos já apresentados de que não possuiriam vínculo com os fatos geradores e que caberia à auditoria fiscal o ônus de demonstrar tal vínculo. Os autos foram encaminhados ao CARF para apreciação dos recurso interpostos. É o relatório. Fl. 323DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 318 13 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora Os recursos são tempestivos e podem ser conhecidos. Quanto ao mérito, nada mencionam os recorrentes que argumentam apenas a ilegitimidade passiva destes, pois entendem que não haveria elementos suficientes para que fossem incluídos no pólo passivo do lançamento. Para tanto, buscam desqualificar o trabalho fiscal sob o argumento de que teria se baseado em indícios e provas pouco significantes. Também consideram que a decisão recorrida deveria ser anulada por não ter sido motivada adequadamente e tampouco enfrentado os argumentos apresentados em defesa, limitandose a corroborar o que foi apresentado pela auditoria fiscal. Da análise dos elementos que compõem os autos, podese concluir que não assiste razão aos recorrentes. Ao contrário do afirmado, o lançamento realizado assentase em fartas e robustas provas reunidas pela auditoria fiscal que demonstram claramente a conduta dos recorrentes em simular situação formal totalmente diversa da fática. Resta plenamente demonstrada a utilização de pessoas físicas interpostas (laranjas) para ocultar os verdadeiros donos do negócio, no caso, os recorrentes, senão vejamos. A auditoria fiscal apurou que as pessoas físicas integrantes do contrato social da empresa eram pessoas simples, lavradores, os quais não detinham qualquer capacidade financeira para possuir negócio do porte da Campo Oeste. Tal verificação se deu em pesquisa no banco da dados da Previdência Social, onde se constatou que os sócios formais haviam trabalhado como segurados empregados para empregadores rurais e um deles ainda havia recebido o benefício de amparo social ao idoso concedido pela Previdência Social, o qual só é concedido àquele que demonstra não ter capacidade sequer de contribuir para a Previdência Social. Além disso, salientase os testemunhos obtidos em inquérito policial, sobretudo de um dos ditos “laranjas”, Sr. Mário Antônio Guizilini, o qual afirmou junto à Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Defraudações, Falsificações, Falimentares e Fazendários — DEDFAZ/MS que a CAMPO OESTE foi aberta em nome de duas pessoas, peões de fazenda, desprovidas de quaisquer bens, as quais foram convencidas pelo recorrente Duílio, considerado proprietário do frigorífico, juntamente com Alberto e Alberto Filho, para que fornecessem seus nomes para a constituição da empresa Campo Oeste, mediante o pagamento de uma quantia mensal. Fl. 324DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 14 Posteriormente, com o falecimento de um dos laranjas, o Sr. Mário Antônio Guizilini, teria recebido a proposta, por parte do recorrente Duílio, de figurar como laranja no lugar do sócio falecido, a qual teria sido aceita sob a condição de recebimento de um salário no valor de R$ 9.000,00 (nove mil reais), pela profissão de comprador de gado, mais R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pela condição de sócio proprietário. Além disso, vários documentos e testemunhos levam à conclusão de que os recorrentes é que administravam a empresa, como a existência de procurações outorgando poderes a estes pelos sócios formais, a assunção da condição de donos do negócio perante terceiros como bancos e fornecedores, existência de cheques da empresa assinados pelos recorrente Alberto Filho, bem como a apreensão de vários documentos relativos a movimentação bancária da empresa no escritório deste. Interessante o fato da auditoria fiscal haver verificado correspondências destinadas a diversos bancos onde o recorrente Duilio requer a desoneração de sua responsabilidade pessoal na condição de avalista de qualquer operação de crédito firmada pela empresa Campo Oeste. Estas cartas estão datadas de 27/12/2007. Tal situação leva a inferir que em face na inexistência de quaisquer bens em nome da empresa ou de seus sócios formais, a obtenção de operações de crédito junto às instituições financeiras era viabilizada mediante a condição de fiador do recorrente Duílio. Observase que os recorrentes tentam, em suas alegações, dar uma aura de normalidade aos procedimentos adotados e que foram verificados pela auditoria fiscal, porém sem sucesso. A meu ver, não se pode dizer que os recorrentes não possuem qualquer vinculação ou interesse relativamente aos fatos geradores sob o argumento de que não integram formalmente a sociedade. O que se evidencia é um mascaramento, sob a forma de um negócio ficto, com o objetivo de ocultar os verdadeiros responsáveis pela empresa. Tal conduta se revela verdadeira simulação. O Código Civil Brasileiro instituído pela Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 regula a questão da simulação no Capítulo que trata da Invalidade do Negócio Jurídico e no inciso I do § 1º do artigo 167 temos o exato enquadramento da situação verificada pela auditoria fiscal, in verbis: Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1o Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós datados Fl. 325DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 319 15 Na definição de Clóvis Beviláqua, a simulação é uma declaração enganosa da vontade, visando produzir efeito diverso do ostensivamente indicado1 Segundo Orlando Gomes, ocorre simulação quando em um negócio jurídico se verifica intencional divergência entre a vontade real e a vontade declarada, com o fim de enganar terceiro. 2 Escudada no Princípio da Verdade Material e pelo poderdever de buscar o ato efetivamente praticado pelas partes, a Administração, ao verificar a ocorrência de simulação, pode superar o negócio jurídico simulado para aplicar a lei tributária, aos verdadeiros participantes do negócio pois, de acordo com o art. 118, inciso I do CTN, a definição legal do fato gerador é interpretada abstraindose da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos. Assim, entendo que a auditoria fiscal, na presença de simulação não se obriga a permanecer inerte, pois tais negócios são inoponíveis ao fisco no exercício da atividade plenamente vinculada do lançamento. Nesse diapasão, podese citar o entendimento de Heleno Tôrres em sua obra Direito Tributário e Direito Privado – Autonomia Privada, Simulação, Elusão Tributária: “Como é sabido, a Administração Tributária não tem nenhum interesse direto na desconstituição dos atos simulados, salvo para superarlhes a forma, visando a alcançar a substância negocial, nas hipóteses de simulação absoluta. Para a Administração Tributária, como bem recorda Alberto Xavier, é despiciendo que tais atos sejam considerados válidos ou nulos, eficazes ou ineficazes nas relações privadas entre os simuladores, nas relações entre terceiros ou nas relações entre terceiros com interesses conflitantes. Eles são simplesmente inoponíveis à Administração, cabendo a esta o direito de superação, pelo regime de desconsideração do ato negocial, da personalidade jurídica ou da forma apresentada, quando em presença do respectivo “motivo” para o ato administrativo: o ato simulado” Não restam dúvidas de que todos os expedientes utilizados tinham por objetivo simular negócio jurídico, no qual a intentio facti se divorcia da intentio iuris, ou seja, a intenção das partes é uma, a forma jurídica adotada é outra; Nessa esteira, manifestaramse Ives Gandra da Silva Martins e Paulo Lucena de Menezes em Parecer sobre Elisão Fiscal. 3 “A simulação é a modalidade de ilícito tributário que, com maior freqüência costuma ser confundida com a elisão. As figuras não se equivalem, todavia, pois na simulação temse a pactuação de algo distinto daquilo que realmente se almeja, com o fito de se obter alguma vantagem. Na visão sintética e objetiva 1 Código Civil dos Estados Unidos do Brasil Comentado – 15ª Edição 2 Introdução ao Estudo do Direito – 7ª Edição 3 Revista Tributária e de Finanças Públicas nº 36 de 2001 Fl. 326DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 16 de Pero Villani, o traço distintivo entre ambas decorre de que “na simulação, a declaração recíproca das partes não corresponde à vontade efetiva”. Colocandose de outra forma, duas realidades distintas concorrem na simulação: existe uma verdade aparente (jurídica), que se exterioriza para o mundo, e existe uma outra verdade (real), que não é perceptível, ao menos à primeira vista, e que se restringe ao círculo de partícipes do engodo.” No caso em tela, entendo que a situação verificada pela auditoria fiscal demonstra que todo o emaranhado de relações aparentes criado teve como objetivo lesar terceiro, no caso, o fisco, pois escorados na inexistência de qualquer lastro que suportasse eventual cobrança dos créditos tributários, bem como na aparente ausência de qualquer vinculação entre estes e a empresa notificada, os recorrentes, verdadeiros beneficiários do negócio, permitiram que, sistematicamente, contribuições previdenciárias deixassem de ser recolhidas aos cofres públicos, no caso, as contribuições sociais devidas por subrogação na aquisição de produção rural de pessoas físicas. Os recorrentes alegam que o trabalho fiscal se baseou em indícios e provas pouco significantes. Entendo o contrário da recorrente. A auditoria fiscal fundamentou bem a situação verificada, A meu ver, carentes de argumentos sustentáveis foram as impugnações e recursos apresentados. Além de tentar desqualificar o trabalho fiscal e a decisão de primeira instância, os recorrentes se limitam a atribuir responsabilidades uns aos outros ou às pessoas utilizadas como laranjas, como também, alegam equívocos nas provas trazidas aos autos, como erros de preenchimento de fichas bancárias. Os recorrentes pleiteiam a nulidade da decisão recorrida sob o argumento de que não teria tratado adequadamente as alegações de defesa, o que representaria cerceamento de defesa. O julgador de primeira instância, com base nas informações fornecidas pela auditoria fiscal e razões de defesa apresentadas pelos recorrentes decidiu pela procedência do lançamento pelos motivos que elenca. Cumpre ressaltar que o órgão julgador não se obriga a apreciar toda e qualquer alegação apresentada pela recorrente, mas tão somente aquelas que possuem o condão de formar ou alterar sua convicção. Tal entendimento encontra respaldo em jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça aplicada subsidiariamente conforme se depreende do Recurso Especial, cuja ementa transcrevo abaixo: “RESP 208302 / CE ; RECURSO ESPECIAL1999/00235967 – Relator: Ministro Edson Vidigal – Quinta Turma – Julgamento em 01/06/1999 – Publicação em 28/06/1999 – DJ pág 150 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PARA FINS DE PREQUESTIONAMENTO. ADMISSIBILIDADE. REFERÊNCIA A CADA DISPOSITIVO LEGAL INVOCADO. DESNECESSIDADE. 1. Legal a oposição de Embargos Declaratórios para pré questionar matéria em relação a qual o Acórdão embargado Fl. 327DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 19709.000006/200984 Acórdão n.º 2402003.238 S2C4T2 Fl. 320 17 omitiuse, embora sobre ela devesse se pronunciar; o juiz não está obrigado, entretanto, a responder todas as alegações das partes, quando já tenha encontrado motivo suficiente para fundar a decisão. 2. Recurso não conhecido.” “REsp 767021 / RJ ; RECURSO ESPECIAL 2005/01171187 – Relator: Ministro JOSÉ DELGADO PRIMEIRA TURMA – Julgamento em 16/08/2005 DJ 12.09.2005 p. 258 PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE OMISSÃO, OBSCURIDADE, CONTRADIÇÃO OU FALTA DE MOTIVAÇÃO NO ACÓRDÃO A QUO. EXECUÇÃO FISCAL. ALIENAÇÃO DE IMÓVEL. DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA. GRUPO DE SOCIEDADES COM ESTRUTURA MERAMENTE FORMAL. PRECEDENTE. 1. Recurso especial contra acórdão que manteve decisão que, desconsiderando a personalidade jurídica da recorrente, deferiu o aresto do valor obtido com a alienação de imóvel. 2. Argumentos da decisão a quo que são claros e nítidos, sem haver omissões, obscuridades, contradições ou ausência de fundamentação. O nãoacatamento das teses contidas no recurso não implica cerceamento de defesa. Ao julgador cabe apreciar a questão de acordo com o que entender atinente à lide. Não está obrigado a julgar a questão conforme o pleiteado pelas partes, mas sim com o seu livre convencimento (art. 131 do CPC), utilizandose dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso. Não obstante a oposição de embargos declaratórios, não são eles mero expediente para forçar o ingresso na instância especial, se não há omissão a ser suprida. Inexiste ofensa ao art. 535 do CPC quando a matéria enfocada é devidamente abordada no aresto a quo. (g.n.)” Portanto, há que se afastar a alegação de cerceamento de defesa. O recorrente Duílio alega que a prova emprestada, para se tornar válida e eficaz, primeiramente deve ser obtida após oportunizar o contraditório e ampla defesa. Não vislumbro que ocorreu a hipótese aventada nos presentes autos. A prova emprestada é o material probatório produzido num processo e conduzido a outro. Segundo Fredie Didier Jr4 "Prova emprestada é a prova de um fato, produzida em um processo, seja por documentos, testemunhas, confissão, depoimento pessoal ou exame pericial, que é trasladada para outro processo, por meio de certidão extraída daquele". 4 Curso de Direito Processual Civil: Teoria geral do processo e processo de conhecimento. 6. ed. Salvador: JusPodivm, 2006, p.523. Fl. 328DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 18 Não se verifica que tenha ocorrido tal fato nos presentes autos. Se o recorrente está se referindo às declarações de diversas pessoas prestadas no inquérito policial, as quais foram transcritas em parte no relatório elaborado pela auditoria fiscal, não entendo que se encaixe no conceito de provas emprestada, uma vez que fatos utilizados para embasar o próprio lançamento em sua origem não podem ser considerados prova emprestada. Além disso, ainda que assim fossem considerados, tais fatos foram utilizados na origem do lançamento, ou seja, desde o início os recorrentes tiveram oportunidade de se manifestar a respeito, portanto, não se vislumbra qualquer cerceamento de defesa nesse sentido. Quando da lavratura da presente autuação, tais fatos já constavam dos autos, ou seja, não foram trazidos posteriormente sem oportunizar ao recorrente manifestação. Portanto, não se verifica qualquer cerceamento de defesa. Quanto à alegação de que a solidariedade não pode ser presumida, a mesma não merece melhor sorte. Como já argüido, o conjunto probatório reunido pela auditoria fiscal é mais que suficiente para comprovar o interesse dos recorrentes no negócio, situação que se enquadra perfeitamente no art. 124, inciso I, do Código Tributário Nacional, in verbis: Art. 124. São solidariamente obrigadas: I as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Voto no sentido de CONHECER dos recursos e NEGARLHES PROVIMENTO. É como voto. Ana Maria Bandeira Fl. 329DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 10675.004886/2007-66
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2402-000.266
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Nome do relator: JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Julio Cesar Vieira Gomes – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 368DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 369 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou procedente o lançamento fiscal realizado em 28/11/2007 para constituição de crédito por arbitramento de contribuições incidentes sobre supostos pagamento de prêmios a segurados da recorrente beneficiários de programas de incentivo contratado de empresas da área de consultoria empresarial e marketing. Seguem trechos da acórdão recorrida e do relatório fiscal: ELEMENTOS PROBANTES DO LANÇAMENTO. VALIDADE DE INDÍCIOS E PRESUNÇÕES. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. MULTA. INCONSTITUCIONALIDADE. No lançamento de tributos, é válida a utilização também de indícios e presunções legais cujo ônus da prova em contrário é levada ao sujeito passivo. As provas apresentadas pelo impugnante devem trazer supedâneo cabal para desconstituir os elementos trazidos no lançamento. Não é confiscatória a multa aplicada nos termos dos • dispositivos normativos reguladores. Não é possível, em sede administrativa, afastarse a aplicação de lei, decreto ou ato normativo em vigor. ... O débito apurado referese a contribuições incidentes sobre pagamentos de prêmios de incentivo à produtividade, a segurados empregados, aferidos indiretamente, apuradas com base em notas fiscais de prestação de serviço emitidas pelas empresas FILIP CONSULTORIA EMPRESARIAL LIDA, em 2005 e 2006, e IPIZI PUBLICIDADE E MARKETING LTDA, em 2007. ... Em todas as empresas que eu auditei, e também em diversas outras empresas auditadas por outros fiscais de Uberlândia, constatamos que os cartões foram utilizados para pagamentos de salários extra folha, e ainda para remunerar diretores e outras pessoas físicas que prestaram serviços às empresas, e as notas fiscais emitidas pelas empresas prestadoras de serviço sempre mencionavam o pagamento de "Prêmios de Incentivo à Produtividade ". Atendendo solicitação do Ministério Público do Trabalho, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Uberlândia, realizou uma diligência à empresa FILLIP CONSULTORIA EMPRESARIAL LIDA, para apurar a utilização de cartões de premiação como prática de pagamentos de salários sem as devidas retenções de imposto de renda e obrigações previdenciárias. ... Fl. 369DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 370 3 Durante a análise da contabilidade da AUTUS, verificamos que a empresa era cliente da FILLIP CONSULTORIA EMPRESARIAL LIDA e da IPIZI PUBLICIDADE E MARKETING LTDA. Solicitamos então que a Autus apresentasse as notas fiscais de prestação de serviço, bem como a relação dos beneficiários dos pagamentos efetuados pelas duas empresas. Todas as notas fiscais foram apresentadas, bem como os contratos de prestação de serviço com as duas empresas. Mas a relação de beneficiários não foi apresentada, sob a alegação de que a Autus contratou serviço de marketing, e não o pagamento de prêmios através de cartões. Todos os contratos apresentados têm por objeto a prestação de serviços de marketing, abrangendo planejamento, desenvolvimento, execução e administração das campanhas e ações promocionais, visando aumentar as vendas e maximizar os lucros da contratante. ... Os contratos mencionam ainda que a contratante pagará à contratada, a título de remuneração pelos serviços prestados, 5,5% sobre o valor de cada campanha, e que todos os custos relativos ao fornecimento de mãodeobra, materiais de marketing ou produtos de terceiros, correrão às expensas da contratante, e ainda que "a contratante se responsabiliza integralmente por todos e quaisquer pagamentos, contribuições trabalhistas e previdenciárias, referentes aos seus funcionários e%u propostos, público alvo da campanha de marketing" contratada. Apesar dos contratos apresentados se referirem a serviços de marketing, as notas fiscais apresentadas pela Autus mencionam como descrição do serviço "Premiação — Campanha de Incentivo à Produtividade " ou "Premiação — Campanha de Incentivo nos departamentos de Administração, Vendas de veículos novos e usados, Funilaria e Pintura, Mecânica e Auto Peças. Diante da incompatibilidade de informações entre contratos e notas fiscais, foi realizada uma reunião com o Sr. Ricardo Siqueira Monteiro, diretor da Autus, onde informamos sobre as inconsistências, que nos levavam à conclusão de tratarse de campanhas de incentivo à produtividade e não campanhas de marketing, como mencionam os contratos. O Sr. Ricardo manteve a informação de que os serviços executados se referiam a campanhas de marketing. Solicitamos então, nesta reunião, que outros documentos fossem apresentados que pudessem sustentar a informação da empresa, O Sr. Ricardo informou que não dispunha de outros documentos que pudessem confirmar a sua informação, que não mantinha estes controles, mas que solicitaria estes documentos à Fillip e à Ipizi. ... Diante da situação colocada realizamos uma diligência nas duas empresas Fillip e Ipizi, que, digase de passagem, funcionam no mesmo local, e são administradas pelo mesmo sóciogerente, Sr. Luciano Soares Martins. Para as duas empresas foram solicitados, contrato Fl. 370DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 371 4 social e alterações, os Livros Diário e Razão e documentos relativos aos contratos de prestação de serviço firmados com a Autus. Na diligência foram analisados os Livros Diários n. 4 e 5 da Fillip, referentes aos períodos de 07 a 12/2005, e de 01 a 12/2006, registrados no Cartório de Títulos e Documentos de Uberlândia, sob n. 13.853, de 0611112006, e 14.055, de 30/04/2007, respectivamente. Não examinamos a contabilidade da Ipizi, tendo em vista que os livros contábeis relativos ao exercício de 2007, ainda não haviam sido formalizados. O Sr. Luciano informou que a forma de contabilização das duas empresas seguiam a mesma orientação. No exame dos livros diários e razão da Fillip verificamos que as notas fiscais relativas aos serviços prestados para a Autus tiveram o mesmo tratamento das demais empresas clientes da Fillip, ou seja, a empresa contabiliza como receita apenas a comissão estabelecida no contrato, o restante do valor da nota fiscal é contabilizado como pagamento de prêmios, e normalmente a saída dos recursos é imediata, exatamente como em todas as demais empresas que contrataram a Fillip para pagamento de prêmios de incentivo. ... Como nenhum documento foi apresentado, nem pela Autus, nem pelas empresas contratadas, confirmando que os montantes se destinavam à campanhas de marketing, entendemos que a informação correta é a que consta das notas fiscais, de que os valores foram destinados ao pagamento de premiações. Aliás, na verdade, analisando os contratos detalhadamente, percebemos que não há contradições entre as notas fiscais e os contratos, pois o público alvo das campanhas eram os empregados da Autus, e o objetivo final dos contratos o de maximizar as vendas e o lucro da empresa. Que campanha de marketing poderia dar melhor resultado, poderia motivar mais os empregados, a maximizar vendas e lucro da empresa, do que uma campanha com prêmios de incentivo à produtividade? [... j Como a empresa não apresentou a listagem de beneficiários dos prêmios de incentivo à produtividade, na falta da discriminação dos beneficiários consideramos que os prêmios foram pagos a segurados empregados e as contribuições foram aferidas com base no valor dos prêmios contidos nas notas fiscais listadas no Anexo I ao Relatório Fiscal da NFLD. Contra a decisão, o recorrente interpôs recurso voluntário, onde reitera as alegações trazidas na impugnação: Contratou "empresa especializada em marketing para identificar e compreender as necessidades de seu mercado alvo' (folha 111), necessidade em seu segmento de mercado. Esta empresa, Fillip Consultoria Empresarial, tem, por representante, pessoa graduada e especializada em tecnologias de marketing (folha 112). O contrato firmado estabelecia como escopo do trabalho na área de marketing, a definição das tarefas do marketing, o processo de Fl. 371DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 372 5 planejamento e execução de idéias, bens e serviços, canais de distribuição, promoção e incentivos aos profissionais da impugnante. Entendese por incentivo aos profissionais, ações pontuais que representem estímulos a estes por meio de treinamentos, vídeos motivacionais, apoios e acompanhamentos nas vendas, correto posicionamento do mercado visando aumentar sua capacitação e desempenho profissional. A remuneração foi estabelecida de forma variável, "decorrente diretamente dos custos incorridos e cobrados por meio de faturas de responsabilidade única e exclusiva da empresa fornecedora de serviços" (folha 112). ... Do histórico do procedimento adotado no caso das empresas que foram objeto de investigação pelo Ministério Público, decorrem os elementos essenciais (folha 123): "elaboração de cartão magnético; empregados ou terceiros recebiam os cartões magnéticos; relação dos beneficiários do esquema fornecido pela empresa, créditos individualizados efetuados pela empresa de cartões magnéticos. Uma vez que "toda documentação solicitada e existente foram entregues", não existiu "relação de beneficiário de cartão porque a empresa nunca se utilizou de tal artifício. Não houve, por parte da fiscalização, a desincumbência do ônus da prova das alegações (folha 125), e, "considerando que a impugnante forneceu toda documentação solicitada para análise e procedimentos da agente fiscal é incabível a inversão do ônus da prova' A alegação da Auditoria Fiscal da ocorrência de fato gerador não foi comprovada. São juntados demonstrativos de alguns dos trabalhos efetuados. ... Ao contestar o contido no final do item II do Relatório Fiscal (folha 58), à folha 118, constata que se as indagações da auditoria fiscal `fossem verdadeiras inúmeros profissionais da área de marketing, propaganda, rádio, televisão e de recursos humanos estariam desempregados." E que não é só "o dinheiro que move o mundo (folha 119). Entende que ao não haver citação, no Relatório de Fundamentos Legais, do art. 233 do RPS, teria havido o reconhecimento "que a impugnaste apresentou toda documentação solicitada' (folha 122). ... Ressalta que a busca da verdade material é um imperativo no processo administrativo fiscal (folha 129). Quanto à multa aplicada, entende revestirse de feições confiscatórias, dado o seu valor em relação ao tributo devido, ou dado seu acréscimo, em função do decurso do tempo (folha 132). Fl. 372DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 373 6 Termina por pedir o cancelamento do débito fiscal, por falta de motivação (folha 132). Junta, à folhas 134 a 142 e 239 a 246, amostras de peças publicitárias e, à folhas 178 a 238, comunicados de incorreções de documentos fiscais. Em diligência solicitada à folha 250, são juntados, pela Seção de Fiscalização, à folhas 253 a 260, dois dos contratos estabelecidos entre a empresa Fillip Consultoria Empresarial Ltda e a impugnante, sendo também informado, à folha 252, que os contratos firmados com a Ipizi Publicidade e Marketing Ltda possuem as mesmas cláusulas e conteúdo. É o Relatório. Fl. 373DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10675.004886/200766 Resolução n.º 240200.266 S2C4T2 Fl. 374 7 Voto Conselheiro Julio Cesar Vieira Gomes, Relator Uma vez cumpridos os pressupostos de admissibilidade, conheço do recurso. Antes do exame das questões preliminares e de mérito, há alguns fatos que precisam ser elucidados. Com a experiência de outras auditoriasfiscais em empresas contratantes dos serviços prestados pelas Fillip Consultoria Empresarial Ltda e Ipizi Publicidade e Marketing Ltda, a fiscalização, ao examinar documentos da recorrente e das prestadoras de serviços e diante da falta de informação dos beneficiários dos programas de incentivo, concluiu que a maioria dos valores contratuais recebidos pelas contratadas se prestavam ao pagamento de prêmios aos segurados da contratante, ora recorrente. Essa, por sua vez, defende que não. O objeto do contrato é o desenvolvimento de serviços de marketing interno visando o incentivo ao ganho de produtividade. A escrituração contábil das prestadoras de serviços não possibilita a identificação das despesas inerentes ao contrato. Ainda que a fiscalização tenha sido diligente ao examinar também documentos da prestadora de serviços, para melhor compreensão da verdade dos fatos, penso ser cabível uma diligência, a fim de que: a) seja oportunizada à recorrente a comprovação dos serviços recebidos das empresas Fillip Consultoria Empresarial Ltda e Ipizi Publicidade e Marketing Ltda, como publicidades, relatórios e outros produtos que justifiquem os valores repassados e demonstrem os resultados alcançados em razão desses serviços; b) seja informado o veículo de comunicação das mídias publicitárias às fls. 251/258 e de quem foram os custos; e c) ao final, a fiscalização se manifeste em definitivo sobre a destinação dos vários pagos aos prestadores de serviços, seria, de fato, pagamento de prêmios a segurados da recorrente como resultado de endomarketing ou não, seria a produção de marketing voltado ao mercado. Diante do exposto, voto no sentido de converter o julgamento em diligência para os esclarecimentos solicitados e seja oportunizado ao recorrente o direito de manifestação no prazo de 30 dias sobre o relatório conclusivo a ser redigido pela fiscalização. É como voto. Julio Cesar Vieira Gomes Fl. 374DF CARF MF Impresso em 04/10/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/10/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 01/10/ 2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 13433.720896/2011-60
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 24 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Tue Mar 19 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008
SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO - ENQUADRAMENTO
O fisco tem a prerrogativa de rever a qualquer tempo o auto enquadramento da empresa no correspondente grau de risco, observada a sua atividade preponderante e de acordo com a legislação vigente à época dos fatos geradores
MULTA DE MORA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR.
O lançamento reporta-se à data de ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplica-se a multa de mora nos percentuais da época, limitada a 75% (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991).
MULTA QUALIFICADA - DOLO NÃO CARACTERIZADO - INDEVIDA
Para justificar a aplicação de multa qualificada é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. O mero erro de preenchimento de GFIP não demonstra a existência do dolo
Recurso Voluntário Provido em Parte
Numero da decisão: 2402-003.333
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial: a) em relação aos fatos geradores ocorridos até 11/2008 inclusive, que seja aplicada a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação vigente à época dos fatos geradores, limitada a 75%; e b) em relação ao período posterior, seja desqualificado o agravamento para redução da multa aplicada para 75%.
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ana Maria Bandeira- Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues.
Nome do relator: ANA MARIA BANDEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/06/2007 a 31/12/2008 SEGURO ACIDENTE DO TRABALHO - ENQUADRAMENTO O fisco tem a prerrogativa de rever a qualquer tempo o auto enquadramento da empresa no correspondente grau de risco, observada a sua atividade preponderante e de acordo com a legislação vigente à época dos fatos geradores MULTA DE MORA. APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR. O lançamento reporta-se à data de ocorrência do fato gerador e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplica-se a multa de mora nos percentuais da época, limitada a 75% (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991). MULTA QUALIFICADA - DOLO NÃO CARACTERIZADO - INDEVIDA Para justificar a aplicação de multa qualificada é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. O mero erro de preenchimento de GFIP não demonstra a existência do dolo Recurso Voluntário Provido em Parte
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APLICAÇÃO DA LEGISLAÇÃO VIGENTE À ÉPOCA DO FATO GERADOR. O lançamento reportase à data de ocorrência do fato gerador e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Para os fatos geradores ocorridos antes da vigência da MP 449/2008, aplicase a multa de mora nos percentuais da época, limitada a 75% (redação anterior do artigo 35, inciso II da Lei nº 8.212/1991). MULTA QUALIFICADA DOLO NÃO CARACTERIZADO INDEVIDA Para justificar a aplicação de multa qualificada é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. O mero erro de preenchimento de GFIP não demonstra a existência do dolo Recurso Voluntário Provido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 43 3. 72 08 96 /2 01 1- 60 Fl. 289DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial: a) em relação aos fatos geradores ocorridos até 11/2008 inclusive, que seja aplicada a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação vigente à época dos fatos geradores, limitada a 75%; e b) em relação ao período posterior, seja desqualificado o agravamento para redução da multa aplicada para 75%. Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ana Maria Bandeira Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Thiago Taborda Simões e Nereu Miguel Ribeiro Domingues. Fl. 290DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 3 3 Relatório Tratase de lançamento de contribuições devidas à Seguridade Social, correspondentes à contribuição destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho. Segundo o Relatório Fiscal(fls. 5/15), os fatos geradores das contribuições descritas foram as remunerações pagas aos segurados empregados que prestaram serviços ao Município, as quais foram declaradas em GFIP – Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social. A auditoria fiscal informa que o sujeito passivo declarou em GFIP, alíquota de contribuição para financiamento do RAT/GILAT correspondente a 1%, menor do que aquela que deveria ter sido informada, qual seja, 2%. Entendeu a auditoria fiscal que de acordo com o Anexo V, citado no § 4º, do art. 202, do Regulamento da Previdência Social (decreto nº 3.048/1999), a atividade preponderante do contribuinte está enquadrada, na Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE, no código 84116 – Administração Pública em Geral, cuja alíquota corresponde a 2%. O contribuinte informou em GFIP, o código CNAE 75116, inexistente na tabela atual, consignando a alíquota de 1% para o cálculo da contribuição para o RAT/GILRAT. Em razão do reenquadramento efetuado pela auditoria fiscal, foi apurada a diferença de 1% entre o valor devido e o que foi recolhido e efetuado o presente lançamento. Antes do lançamento, foi aberto prazo ao sujeito passivo, por meio do Termo de Constatação e Intimação Fiscal nº 0001, de 06/06/2011, para que ele se pronunciasse acerca da divergência de alíquota apurada. No entanto, o contribuinte abstevese de qualquer manifestação. O lançamento em questão compreende competências antes e depois da Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 8.212/1991 que alterou a sistemática do cálculo das multas de mora e por descumprimento de obrigação acessória relacionada com a GFIP. Para o período anterior à vigência da citada MP, a auditoria fiscal, sob o argumento de apurar a situação mais benéfica ao sujeito passivo com base no disposto no art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, efetuou o cálculo da multa pela legislação anterior e pela legislação superveniente, a fim de verificar a melhor situação para o contribuinte. Assim, efetuou a soma da multa pelo descumprimento da obrigação acessória de apresentar GFIP com omissões, prevista no art. 32, inciso IV e §5º, Lei n° 8.212/1991, com a multa de mora do art. 35 da Lei nº 8.212/91 e comparou o resultado com a multa de ofício Fl. 291DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 prevista na Lei nº 9.430/1996, art. 44, inciso I, que passou a ser aplicada por força do art. 35A da Lei nº 8.212/1991, incluído pelo art. 26 da Lei nº 11.941/2009. Do cálculo acima, restou mais benéfico ao sujeito passivo, a multa de ofício, prevista na legislação atual que foi aplicada em todo o lançamento. Além disso, para as competências 12 e 13/2008, a auditoria aplicou multa qualificada, em dobro, com base no art. 44, inciso I, § 1º da Lei nº 9.430/1996, com a justificativa de que teria sido evidenciada a sonegação definida no art. 71, da Lei nº 4.502/1964. A autuada teve ciência do lançamento em 25/08/2011 e apresentou defesa onde alega que o enquadramento efetuado pela auditoria fiscal foi equivocado, eis que o Município desenvolve atividades preponderantemente burocráticas que geram riscos leves. Argumenta que o entendimento do Superior Tribunal de Justiça também é no sentido de que o grau de risco será determinado pela atividade preponderante e não pela atividade registrada como CNAE principal e traz jurisprudência. Entende que com amparo na jurisprudência do STJ, a contribuição ao RAT deve considerar a atividade econômica que agrega o maior número de trabalhadores, independente de esta atividade ser distinta do CNAE principal da empresa Afirma que como o Município tem a maior parte de seus servidores públicos vinculados à área de educação, para ele a atividade preponderante exercida deve ser classificada como de ensino fundamental, CNAE 85139/00 – Ensino Fundamental e não Administração Pública em Geral. Considera abusiva a aplicação da multa de ofício Pelo Acórdão nº 1136.217, a 7ª Turma da DRJ/Recife julgou o lançamento procedente e manteve o crédito em sua integralidade. Contra tal decisão, a autuada apresentou recurso tempestivo onde repete as alegações de defesa. É o relatório. Fl. 292DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 4 5 Voto Conselheira Ana Maria Bandeira, Relatora O recurso é tempestivo e não há óbice ao seu conhecimento. O lançamento em questão trata da diferença de contribuição do SAT, em razão do auto enquadramento efetuado pela recorrente ter sido considerado incorreto pela auditoria fiscal. A recorrente recolhia a referida contribuição com base na alíquota de 1% e informou em GFIP, o código CNAE 75116, inexistente na tabela atual. A auditoria fiscal, por sua vez, diante do fato de a recorrente ser um Município efetuou o reenquadramento da recorrente no código CNAE 84116 – Administração Pública em Geral, cuja alíquota corresponde a 2%. Como argumento, a recorrente afirma que não seria devida a alíquota de 2%, uma vez que as atividades que desenvolve são meramente burocráticas em sua maioria atividades de ensino e que o CNAE adequado seria 85139/00 – Ensino Fundamental, atividade de risco leve. Não confiro razão à recorrente. O Decreto nº 3.048/1999 estabelece em seu artigo 202, incisos e parágrafos as alíquotas para os diferentes graus de risco, o conceito de atividade preponderante, a possibilidade de a empresa fazer o auto enquadramento, bem como a prerrogativa do fisco em rever esse auto enquadramento e efetuar a correção do auto enquadramento incorreto, conforme se verifica no trecho transcrito: Art.202. A contribuição da empresa, destinada ao financiamento da aposentadoria especial, nos termos dos arts. 64 a 70, e dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho corresponde à aplicação dos seguintes percentuais, incidentes sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a qualquer título, no decorrer do mês, ao segurado empregado e trabalhador avulso: Ium por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado leve; IIdois por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado médio; ou IIItrês por cento para a empresa em cuja atividade preponderante o risco de acidente do trabalho seja considerado grave. Fl. 293DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 §3ºConsiderase preponderante a atividade que ocupa, na empresa, o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos. §4ºA atividade econômica preponderante da empresa e os respectivos riscos de acidentes do trabalho compõem a Relação de Atividades Preponderantes e correspondentes Graus de Risco, prevista no Anexo V. §5oÉ de responsabilidade da empresa realizar o enquadramento na atividade preponderante, cabendo à Secretaria da Receita Previdenciária do Ministério da Previdência Social revêlo a qualquer tempo.(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). §6oVerificado erro no autoenquadramento, a Secretaria da Receita Previdenciária adotará as medidas necessárias à sua correção, orientará o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e procederá à notificação dos valores devidos.(Redação dada pelo Decreto nº 6.042, de 2007). O citado decreto traz em seu anexo V a Relação de Atividades Preponderantes e os correspondentes graus de risco, na qual consta o CNAE 84116/00 – Administração Pública em geral que é a classificação adequada à recorrente. Asseverese que a classificação prevê um risco médio, haja vista a diversidade de atividades desenvolvidas pela Municipalidade que não se resume a atividade de educação como quer fazer crer a recorrente. É certo que com a aprovação do PARECER PGFN/CRJ/Nº 2120 /2011 fica definido que a atividade preponderante a ser considerada é por estabelecimento. O citado parecer foi publicado por Diário Oficial da União de 15/12/2011, o qual dispôs o seguinte: "Contribuição Previdenciária. Alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT)." Assunto: Contribuição Previdenciária. Alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT). Grau de risco da atividade desenvolvida em cada estabelecimento empresarial individualizado pelo seu CNPJ, ou pelo grau do risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro. Jurisprudência pacífica do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Aplicação da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, e do Decreto nº 2.346, de 10 de outubro de 1997. ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional autorizada a não contestar, a não interpor recursos e a desistir dos já interpostos. Aprovo o PARECER PGFN/CRJ/Nº 2120 /2011, de 10 de novembro de 2011, da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, que concluiu pela dispensa de apresentação de contestação, de interposição de recursos e pela desistência dos já interpostos, desde que inexista outro fundamento relevante, nas ações judiciais que discutam a aplicação da alíquota da contribuição para o Seguro de Acidente do Trabalho (SAT), aferida pelo grau de risco desenvolvido em cada empresa, Fl. 294DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 5 7 individualizada pelo seu CNPJ, ou pelo grau de risco da atividade preponderante quando houver apenas um registro. A partir da publicação da aprovação do citado parecer, resta claro que, relativamente ao cálculo do grau de risco, devese observar a atividade preponderante desenvolvida em cada estabelecimento individualmente. No entanto, a recorrente não pode se socorrer do parecer, uma vez que não possui estabelecimentos e, além disso, não fez prova de que a maioria de seus empregados desenvolveriam atividades ligadas à educação, conforme alegou. Assim, resta correto o reenquadramento efetuado pela auditoria fiscal e o lançamento da diferença de alíquota. Verificase que o lançamento em questão compreende competências anteriores e posteriores à edição da Medida Provisória nº 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009 e a auditoria, sob o argumento de observar a multa mais benéfica, aplicou a multa de ofício prevista no art. 44 da Lei no 9.430/1996 em todo o período lançado. O procedimento utilizado pela auditoria fiscal ao considerar multas de naturezas diversas (de mora, por descumprimento de obrigação acessória e de ofício) não encontra respaldo no arcabouço jurídico existente. À época dos fatos geradores, vigia a o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, com a redação abaixo: Lei no 8.212/1991: Art. 35. Sobre as contribuições sociais em atraso, arrecadadas pelo INSS, incidirá multa de mora, que não poderá ser relevada, nos seguintes termos: (...) II para pagamento de créditos incluídos em notificação fiscal de lançamento: a) vinte e quatro por cento, em até quinze dias do recebimento da notificação; b) trinta por cento, após o décimo quinto dia do recebimento da notificação; c) quarenta por cento, após apresentação de recurso desde que antecedido de defesa, sendo ambos tempestivos, até quinze dias da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS; d) cinqüenta por cento, após o décimo quinto dia da ciência da decisão do Conselho de Recursos da Previdência Social CRPS, enquanto não inscrito em Dívida Ativa; Fl. 295DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 8 Como se vê da leitura do dispositivo, a multa prevista tinha natureza moratória e era devida inclusive no caso no recolhimento espontâneo por parte do contribuinte. Além da multa de mora, a Lei nº 8.212/1991 previa a aplicação de multa pelo descumprimento de obrigações acessórias, dentre as quais a omissão de fatos geradores em GFIP. A Medida Provisória 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, além de alterar a redação do art. 35 da Lei nº 8.212/1991, revogou todos os seus incisos e parágrafos e incluiu na mesma lei o art. 35A, in verbis: Art. 35. Os débitos com a União decorrentes das contribuições sociais previstas nas alíneas a, b e c do parágrafo único do art. 11 desta Lei, das contribuições instituídas a título de substituição e das contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, não pagos nos prazos previstos em legislação, serão acrescidos de multa de mora e juros de mora, nos termos do art. 61 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009). Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Os dispositivos da Lei 9.430/1996, por sua vez dispõe o seguinte: Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007) II de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento mensal: (...) Art.61.Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. §1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. §2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. Fl. 296DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 6 9 §3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. A Lei nº 9.430/1996 traz disposições a respeito do lançamento de tributos e contribuições cuja arrecadação era da então Secretaria da Receita Federal, atualmente Secretaria da Receita Federal do Brasil. Já o lançamento das contribuições objeto desta autuação obedeciam as disposições de lei específica, no caso, a Lei nº 8.212/1991. Depreendese das alterações trazidas pela MP 449/2008, a instituição da multa de ofício, situação inexistente anteriormente. A auditoria fiscal ao fazer as comparações entre multa de mora mais multa por descumprimento de obrigação acessória e multa de ofício de 75% busca amparo no art. 106, inciso II, alínea “c” do CTN que trata das possibilidades de retroação da lei. Tal artigo dispõe os seguinte: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática (g.n.) O dispositivo em questão não se aplica ao caso, uma vez que a multa moratória prevista no art. 35 da Lei nº 8.212/1991 tem natureza diversa da multa de ofício prevista na legislação atual. Assim, devese cumprir o que dispõe o artigo 144 do CTN, segundo o qual o lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Portanto, não há que se falar em aplicação de multa de oficio para fatos geradores ocorridos em períodos anteriores à edição da Medida Provisória 449/2008, posteriormente convertida na Lei nº 11.941/2009. Aplicase, sim, o artigo 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação anterior às alterações trazidas pela citada Medida Provisória. Fl. 297DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 10 Há que se ressaltar que a multa de mora, no decorrer do contencioso administrativo era escalonada podendo chegar a 100%, no caso de execução fiscal. Assim, em obediência ao princípio da razoabilidade, a multa deve ser aplicada observandose o art. 35 da Lei nº 8.212/1991, porém, não deve ultrapassar o percentual de 75% que correspondente à multa de ofício prevista na legislação atual. Outra questão que merece atenção é a qualificação da multa nas competências 12 e 13/2008, após a vigência da MP nº 449/2008. A auditoria aplicou multa qualificada, em dobro, com base no art. 44, inciso I, § 1º da Lei nº 9.430/1996, com a justificativa de que teria sido evidenciada a sonegação definida no art. 71, da Lei nº 4.502/1964. O art. 71 da Lei nº 4.502/1964 dispõe o seguinte: Art. 71. Sonegação é toda ação ou omissão dolosa tendente a impedir ou Retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da Autoridade fazendária: I da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária principal, sua Natureza ou circunstâncias materiais; II das condições pessoais de contribuinte, suscetíveis de afetar a Obrigação tributária principal ou o crédito tributário correspondente. Depreendese que para a qualificação da multa nos termos do artigo acima é necessária a caracterização de conduta dolosa, ou seja, a vontade livre e consciente de sonegar tributos. No caso, o único fato descrito pela auditoria fiscal foi a informação incorreta em GFIP do código CNAE. A meu ver, não pode ser considerada a existência de dolo numa conduta que até a superveniência da MP nº 449/2008 que introduziu a multa de ofício e sua qualificação era considerada mero descumprimento de obrigação acessória sujeita à multa e, inclusive, com a possibilidade de atenuação/relevação. A informação incorreta em GFIP, tão somente, não pode justificar a qualificação da multa, situação em que é necessário um conjunto de condutas que demonstrem de forma inequívoca a intenção de sonegar do contribuinte. Assim, nas competências 12 e 13/2008 deve ser excluída a qualificação da multa, mantendose a multa de ofício de 75%. Diante do exposto e de tudo o mais que dos autos consta. Fl. 298DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 13433.720896/201160 Acórdão n.º 2402003.333 S2C4T2 Fl. 7 11 Voto no sentido de CONHECER do recurso e DARLHE PROVIMENTO PARCIAL para que até a competência 11/2008 a multa seja calculada de acordo com o art. 35 da Lei nº 8.212/1991 na redação vigente à época dos fatos geradores limitada a 75% e para as competências 12 e 13/2008 que seja aplicada apenas a multa de ofício de 75% sem qualificála. É como voto. Ana Maria Bandeira. Fl. 299DF CARF MF Impresso em 20/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/02/2013 por ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 18/02/2013 p or ANA MARIA BANDEIRA, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 14041.000180/2009-02
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 23 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Mon Mar 18 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2402-000.319
Decisão: RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Declarou-se impedida a conselheira Ana Maria Bandeira.
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Ronaldo de Lima Macedo Relator
Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: Não se aplica
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Recorrida FAZENDA NACIONAL RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Declarouse impedida a conselheira Ana Maria Bandeira. Júlio César Vieira Gomes – Presidente Ronaldo de Lima Macedo– Relator Participaram do presente Julgamento os Conselheiros: Julio Cesar Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 41 .0 00 18 0/ 20 09 -0 2 Fl. 351DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 14/02/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14041.000180/200902 Resolução nº 2402000.319 S2C4T2 Fl. 3 2 RELATÓRIO Tratase de lançamento fiscal decorrente do descumprimento de obrigação tributária principal, referente às contribuições devidas à Seguridade Social, incidentes sobre a remuneração dos segurados empregados, relativa à parcela desses segurados não descontada e não recolhida em época própria, referente ao período de 02/1997 a 04/1997. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 27/35), este lançamento foi efetuado em decorrência da anulação das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087 pelo Conselho de Recursos da Previdência Social (CRPS). A Recorrente interpôs impugnação (fls. 47/142) requerendo a total improcedência do lançamento. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ) em Brasília/DF – por meio do Acórdão no 0343.961 da 7a Turma da DRJ/BSB (fls. 146/161) – considerou o lançamento fiscal procedente em sua totalidade, entendendo que: (i) na hipótese de lançamento substitutivo, o prazo decadencial é de 5 anos a contar da decisão definitiva que anulou o lançamento anterior; (ii) as decisões administrativas só são validas a partir da ciência do interessado; (iii) as duas empresas respondem solidariamente e sem benefício de ordem; (iv) é regular a notificação somente em face da Via Engenharia; (v) a Recorrente poderia ter elidido a sua responsabilidade, apresentando documentos, como não o fez, é correta a aplicação da aferição indireta; (vi) é devida a multa incidente sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas; e (vii) as decisões colacionadas não constituem normas complementares de direito tributário. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 164/177) argumentando que: (i) o prazo decadencial contase 5 anos após a lavratura do acórdão que anulou os lançamentos anteriores por vício formal; (ii) o crédito já decaiu para o legítimo contribuinte; (iii) a autoridade tributária arbitrou quem seria o responsável pelo tributo e discricionariamente perdoou o contribuinte; e (iv) a Recorrente não é responsável solidário, não devendo sofrer a incidência da multa. A Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) em Brasília/DF informa que o recurso interposto é tempestivo e encaminha os autos ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) para processamento e julgamento (fls. 178/179). É o relatório. Fl. 352DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 14/02/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 14041.000180/200902 Resolução nº 2402000.319 S2C4T2 Fl. 4 3 VOTO Conselheiro Ronaldo de Lima Macedo, Relator Analisando o processo, verificase que há questões que devem ser devidamente dirimidas pela autoridade administrativa competente (Fisco). Isto porque, um dos argumentos suscitados nas razões de recurso do contribuinte diz respeito à possível decadência do crédito tributário, levando em consideração o prazo previsto no art. 173, II, do CTN. Para que a contagem do prazo decadencial possa ser devidamente realizada, é mister que se tenha devidamente definido no processo qual a data em que o contribuinte foi notificado da decisão que anulou o lançamento anterior. No entanto, até o presente momento, tal data não foi devidamente comprovada. De acordo com o item 2 do Relatório Fiscal, a data da ciência da decisão que anulou o lançamento anterior teria ocorrido a partir de 18/02/2004, posto que esta data se refere à data da carta encaminhada pelo INSS à empresa, e não à efetiva data que esta obteve a ciência. “2. Cumpre observar que a ciência à Via Engenharia S.A da anulação das NFLDs mencionadas ocorreu a partir de 18/02/2004 (data da carta encaminhada pelo INSS/Serviço de Or. Gerenciamento de Recuperação de Créditos).” – destacouse Assim, é mister que o processo baixe em diligência para que a autoridade competente junte no processo cópia do AR (ou documento equivalente) que comprove a data em que o contribuinte foi notificado das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Requerse também que a carta encaminhada ao contribuinte, mencionada no item 2 do Relatório Fiscal, seja anexada ao processo. Caso a preliminar de decadência seja superada após a análise dos documentos apresentados pela fiscalização, poderá ser necessário analisar também o teor das notificações anuladas, bem como as decisões que as anularam. Assim, fazse oportuno requerer a juntada de cópia integral das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Em síntese, requerse: (i) cópia do AR (ou documento equivalente) que comprove a data em que o contribuinte foi notificado das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087; (ii) cópia da carta encaminhada ao contribuinte, mencionada no item 2 no Relatório Fiscal; e (iii) cópia integral dos autos relativos às NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Por fim, após as providências solicitadas, o Fisco deverá dar ciência à Recorrente desta decisão e da sua manifestação, com os demonstrativos e cópias que se fizerem necessários, e concederá prazo de 30 (trinta) dias, da ciência, para que a Recorrente, caso deseje, apresente recurso complementar. Diante do exposto, voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para as providências solicitadas. Ronaldo de Lima Macedo. Fl. 353DF CARF MF Impresso em 18/03/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/02/2013 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 14/02/20 13 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 14/03/2013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 14041.000150/2009-98
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Oct 17 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Nov 26 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2402-000.281
Decisão: Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Julio César Vieira Gomes - Presidente.
Nereu Miguel Ribeiro Domingues - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: Não se aplica
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Julio César Vieira Gomes Presidente. Nereu Miguel Ribeiro Domingues Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Ana Maria Bandeira, Jhonatas Ribeiro da Silva, Ronaldo de Lima Macedo, Lourenço Ferreira do Prado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 40 41 .0 00 15 0/ 20 09 -9 8 Fl. 105DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 14041.000150/200998 Resolução nº 2402000.281 S2C4T2 Fl. 106 2 Relatório Tratase de auto de infração constituído em 18/02/2009, decorrente do não recolhimento dos valores referentes à contribuição a cargo da empresa (cota patronal) e da contribuição ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (SAT), no período de 01/04/1996 a 31/03/1998. De acordo com o Relatório Fiscal (fls. 26/34), este lançamento foi efetuado em decorrência da anulação das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087 pelo Conselho de Recursos da Previdência Social – CRPS. A Recorrente interpôs impugnação (fls. 40/70) requerendo a total improcedência do lançamento. A d. Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília – DF, ao analisar o presente caso (fls. 74/85), julgou o lançamento procedente, entendendo que (i) na hipótese de lançamento substitutivo, o prazo decadencial é de 5 anos a contar da decisão definitiva que anulou o lançamento anterior; (ii) as decisões administrativas só são validas a partir da ciência do interessado; (iii) as duas empresas respondem solidariamente e sem benefício de ordem; (iv) é regular a notificação somente em face da Via Engenharia; (v) a Recorrente poderia ter elidido a sua responsabilidade, apresentando documentos, como não o fez, é correta a aplicação da aferição indireta; (vi) é devida a multa incidente sobre as contribuições previdenciárias não recolhidas; (vii) as decisões colacionadas não constituem normas complementares de direito tributário; e (viii) ao final deve ser comparada a multa aplicada com a prevista na Lei nº 11.941/2009 para verificar qual é a mais benéfica. A Recorrente interpôs recurso voluntário (fls. 88/98) argumentando que: (i) o prazo decadencial contase 5 anos após a lavratura do acórdão que anulou os lançamentos anteriores por vício formal; (ii) o crédito já decaiu para o legítimo contribuinte; (iii) a autoridade tributária arbitrou quem seria o responsável pelo tributo e discricionariamente perdoou o contribuinte; e (iv) a Recorrente não é responsável solidário, não devendo sofrer a incidência da multa. É o relatório. Fl. 106DF CARF MF Impresso em 26/11/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 12/11/2012 por NEREU MIGUEL RIBEIRO DOMINGUES, Assinado digitalmente em 20/11/2012 por JULIO CESAR V IEIRA GOMES Processo nº 14041.000150/200998 Resolução nº 2402000.281 S2C4T2 Fl. 107 3 Voto Conselheiro Nereu Miguel Ribeiro Domingues, Relator Analisando o processo, verificase que há questões que devem ser devidamente dirimidas pela autoridade administrativa competente. Isto porque, uma dos argumentos suscitados nas razões de recurso do contribuinte diz respeito à possível decadência do crédito tributário, levando em consideração o prazo previsto no art. 173, inc. II, do CTN. Para que a contagem do prazo decadencial possa ser devidamente realizada, é mister que se tenha devidamente definido no processo qual a data em que o contribuinte foi notificado da decisão que anulou o lançamento anterior. No entanto, até o presente momento, tal data não foi devidamente comprovada. De acordo com o item 2 do Relatório Fiscal, a data da ciência da decisão que anulou o lançamento anterior teria ocorrido a partir de 18/02/2004, posto que esta data se refere à data da carta encaminhada pelo INSS à empresa, e não à efetiva data que esta obteve a ciência. “2. Cumpre observar que a ciência à Via Engenharia S.A da anulação das NFLDs mencionadas ocorreu a partir de 18/02/2004 (data da carta encaminhada pelo INSS/Serviço de Or. Gerenciamento de Recuperação de Créditos).” – destacouse Assim, é mister que o processo baixe em diligência para que a autoridade competente junte no processo cópia do AR (ou documento equivalente) que comprove a data em que o contribuinte foi notificado das decisões que anularam as NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. Requerse também que a carta encaminhada ao contribuinte, mencionada no item 2 do Relatório Fiscal, seja anexada ao processo. Caso a preliminar de decadência seja superada após a análise dos documentos apresentados pela fiscalização, poderá ser necessário analisar também o teor das notificações anuladas. Assim, fazse oportuno requerer a juntada de cópia integral das NFLD’s nº 35.019.6095 e 35.019.6087. 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Numero do processo: 10680.011910/2007-44
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Mon Dec 17 00:00:00 UTC 2012
Numero da decisão: 2402-000.256
Decisão: RESOLVEM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Júlio César Vieira Gomes Presidente
Lourenço Ferreira do Prado Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: Não se aplica
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Júlio César Vieira Gomes – Presidente Lourenço Ferreira do Prado – Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Thiago Taborda Simões, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Lourenço Ferreira do Prado. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .0 11 91 0/ 20 07 -4 4 Fl. 79DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10680.011910/200744 Resolução nº 2402000.256 S2C4T2 Fl. 75 2 RELATÓRIO Tratase de Recurso Voluntário interposto por MILLENIUM PROMOTORA DE VENDAS LTDAEPP, em face de acórdão que manteve a integralidade do Auto de Infração n. 37.033.8715, lavrado para a cobrança de multa por ter deixado a recorrente de arrecadar, mediante desconto na remuneração de seus segurados contribuintes individuais (sóciosgerentes), os valores de suas contribuições previdenciárias. Consta do relatório fiscal que os pagamentos das remunerações foram efetuados através de recursos alocados em cartões FLEXCARD, concedidos aos sócios gerentes da autuada, utilizando como intermediária a empresa INCENTIVE HOUSE S.A., CNPJ 00.416.126/000141, como comprovam o contrato assinado entre esta empresa e a autuada e as Notas Fiscais de emissão de INCENTIVE HOUSE, bem como Relação de pagamentos elaborada pela autuada, onde foram relacionados os segurados beneficiários. O lançamento compreende o período de 05/2003 a 11/2004, tendo sido o contribuinte cientificado em 02/01/2007 (fls. 20). Devidamente intimado do julgamento em primeira instância (fls.48/52), a recorrente interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta: 1. que o presente Auto de Infração é corolário da Notificação Fiscal de Lançamento de Débito/DEBCAB 37.033.8731, lavrada em decorrência de suposto não recolhimento de contribuições previdenciárias, situação que configura o bis in idem; 2. que para que se cogite acerca da incidência da contribuição previdenciária, é forçoso que a remuneração creditada aos sócios decorra do trabalho do sócio na empresa,o que não ocorreu no caso dos autos; 3. que para que houvesse falar em incidência da exação aqui combatida, imperioso se vislumbrasse, no trabalho fiscal, de forma inequívoca, que as verbas pagas pela autuada aos seus sócios através da Incentive House S/A diziam respeito a efetivo trabalho por eles prestado em favor da sociedade, trabalho ou serviço este que sequer veio a ser mencionado no relatório fiscal ou mesmo na decisão de primeira instância; 4. que a fiscalização presumiu que os pagamentos efetuados aos sócios detinham corelação com o trabalho prestado na empresa, procedimento que deve ser considerado como ilegal, na medida em que o relat[orio fiscal não tratou dessa corelação; 5. que a verba transitou na conta de resultados da recorrente, de modo que sua verdadeira natureza jurídica foi fato ignorado pela r. decisão de primeira instância, e que os sócios declararam em suas Fl. 80DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10680.011910/200744 Resolução nº 2402000.256 S2C4T2 Fl. 76 3 declarações anuais de ajuste o recebimento de tais parcelas, pois, através do cartão eram creditados distribuição de lucros e resultados; 6. que em caso de manutenção do lançamento, que lhe seja aplicada a multa mais favorável, com esteio no art. 112 do CTN; Processado o recurso sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 81DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 10680.011910/200744 Resolução nº 2402000.256 S2C4T2 Fl. 77 4 VOTO Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, Relator Antes mesmo da análise dos argumentos constantes no recurso, conforme já relatado, tratase da imposição de multa por ter deixado a recorrente de arrecadar, mediante desconto na remuneração de seus segurados contribuintes individuais (sóciosgerentes), os valores de suas contribuições previdenciárias, incidentes sobre o pagamento efetuado por intermédio de cartões premiação da empresa INCENTIVE HOUSE. Mesmo em se tratando de matéria já analisada por esta Turma, tenho que o presente caso possui peculiaridade que deve ser considerada em conjunto com o julgamento do processo principal no qual foram lançadas as contribuições previdenciárias, no caso a NFLD n. 37.033.8731, que não fora distribuída para minha relatoria. Somente me foram distribuídos os Autos de Infração de obrigação acessória. Referida peculiaridade repousa no fato de que, a uma, o presente lançamento referese ao recebimento de valores por intermédio de cartões premiação por contribuintes individuais sóciosgerentes da recorrente, e não para prestadores de serviços autônomos ou mesmo segurados empregados a seu serviço. Além disso, em sua tese de defesa, a recorrente referese a diligência fiscal levada a efeito nos autos principais que analisou sua contabilidade e que demonstrou que os valores transitaram pela conta de resultados, de modo que se tratariam de parcela recebida em remuneração ao capital investido, e não ao trabalho. Logo, a meu ver, o lançamento da multa ora combatida, até por critérios da devida aplicação do direito à espécie, deve ser julgada em conjunto ou somente em momento posterior ao julgamento do lançamento principal, no qual certamente serão ou mesmo foram debatidas toda a tese de defesa que fundamenta o presente recurso voluntário, especialmente o fato da vinculação do pagamento da verba a contraprestação do serviço prestado pelos sócios, os quais são remunerados seja pelo capital, seja pelo trabalho. Assim sendo, voto no sentido de que o presente julgamento seja CONVERTIDO EM DILIGÊNCIA, para que os autos do presente processo passem a tramitar em conjunto com os relativos ao lançamento da obrigação principal, no caso da NFLD 37.033.8731. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado Fl. 82DF CARF MF Impresso em 17/12/2012 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 44021.000272/2007-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 14 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Jan 03 00:00:00 UTC 2013
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005
AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa.
MULTA. CONFISCO.INCONSTITUCIONALIDADE. Não cabe ao CARF a análise de inconstitucionalidade da Legislação Tributária.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 2402-002.998
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Lourenço Ferreira do Prado - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
Nome do relator: LOURENCO FERREIRA DO PRADO
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa. MULTA. CONFISCO.INCONSTITUCIONALIDADE. Não cabe ao CARF a análise de inconstitucionalidade da Legislação Tributária. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio César Vieira Gomes - Presidente Lourenço Ferreira do Prado - Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões.
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PRÓLABORE Recorrente POLICOLOR PINTURAS EM EDIFICACOES LTDA EPP Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/2005 AI. NORMAS LEGAIS PARA SUA LAVRATURA. OBSERVÂNCIA. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. INOCORRÊNCIA. Não se caracteriza o cerceamento do direito de defesa quando o fiscal efetua o lançamento em observância ao art. 142 do CTN, demonstrando a contento todos os fundamentos de fato e de direito em que se sustenta o lançamento efetuado, garantindo ao contribuinte o seu pleno exercício ao direito de defesa. MULTA. CONFISCO.INCONSTITUCIONALIDADE. Não cabe ao CARF a análise de inconstitucionalidade da Legislação Tributária. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Julio César Vieira Gomes Presidente Lourenço Ferreira do Prado Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 44 02 1. 00 02 72 /2 00 7- 11 Fl. 474DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 2 Participaram do presente julgamento os conselheiros: Júlio César Vieira Gomes, Ana Maria Bandeira, Lourenço Ferreira do Prado, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Thiago Taborda Simões. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 44021.000272/200711 Acórdão n.º 2402002.998 S2C4T2 Fl. 475 3 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto por POLICOLOR PINTURAS LTDA, em face de acórdão que manteve parcialmente o Auto de Infração n. 37.075.7475, lavrado para a cobrança de contribuições previdenciárias parte de parte da empresa, destinadas ao FPAS, terceiros e ao financiamento do GILRAT, incidentes sobre a remuneração de segurados empregados e retiradas de prólabore. Consta do relatório fiscal que serviram de base para este levantamento, os valores constantes nas GFIPs Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação à Previdência Social. O lançamento compreende o período de 01/1999 a 12/2005, tendo sido o contribuinte cientificado em 21/04/2007 (fls. 01). Diante dos argumentos defesa apresentados em impugnação, às fls. 202 foi determinada a realização de diligência para que fosse apurado se a relação de notas fiscais apresentadas pelo contribuinte, a partir de fevereiro de 1999, continham valores das retenções de 11% (onze por cento) que deveriam ter sido compensados em suas contribuições a pagar. Sobreveio resposta no sentido de que a relação de notas fiscais apresentadas pela recorrente referiamse a notas canceladas e notas nas quais apenas se especificava o fornecimento de materiais, motivo pelo qual restou mantido incólume o lançamento. A recorrente fora intimada do resultado da diligência e, via de conseqüência, fora proferido acórdão (fls.315) que entendeu por acatar a decadência de parte do crédito, de acordo com o disposto no art. 150, 4o do CTN. Após, ter sido proferido o acórdão, antes mesmo de ter sido dele cientificado, a recorrente atravessou petição (fls. 348) na qual informa ter efetuado o pagamento do crédito tributário objeto do presente auto de Infração. Em continuidade ao processo administrativo, o contribuinte foi intimado do v. acórdão recorrido, contra o qual interpôs o competente recurso voluntário, através do qual sustenta: 1. que houve o cerceamento de seu direito defesa, uma vez que não lhe foram apresados o DAD e demais anexos do Auto de Infração, bem como o mesmo carece de motivação, clareza e objetividade; 2. que possui créditos que deveriam ter sido compensados com os valores lançados, em decorrência da retenção de 11% sobre as notas fiscais de prestação de serviço mediante a cessão de mãodeobra; 3. que a multa aplicada possui caráter confiscatório; Fl. 476DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 4 Processado o recurso sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, subiram os autos a este Eg. Conselho. É o relatório. Fl. 477DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 44021.000272/200711 Acórdão n.º 2402002.998 S2C4T2 Fl. 476 5 Voto Conselheiro Lourenço Ferreira do Prado, Relator CONHECIMENTO Tempestivo o recurso e presentes os demais pressupostos de admissibilidade, dele conheço. PRELIMINARES Quanto ao pedido para o reconhecimento da nulidade do Auto de Infração, tenho que o mesmo mereça ser rejeitado. Nada mais fez a fiscalização do que aplicar ao caso em concreto a legislação pertinente, atribuindo à recorrente, a responsabilidade pelo pagamento de contribuições previdenciárias por ela não adimplidas, levando a efeito simplesmente aquilo que determinado pela Lei 8.212/91. Assim, uma vez que não houve qualquer transgressão a norma legal em vigor, não hã que se reconhecer a nulidade do lançamento. Logo, ao que se depreende do relatório fiscal, verificase ter sido observado o que disposto no art. 142 do CTN a seguir: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Da análise do relatório fiscal, verificase que este veio devidamente acompanhado de todos os anexos do Auto de Infração, sendo dele parte integrante, quando se percebe que todos foram concebidos em total observância às disposições do art. 142 do CTN e 37 da Lei n. 8.212/91, na medida em que todos os fundamentos de fato e de direito que ensejaram a lavratura do Auto restaram devidamente demonstrados, o que proporcionou e garantiu ao contribuinte a clara e inequívoca ciência e materialização da ocorrência do fato gerador e dos valores não recolhidos das contribuições sociais devidas, conforme também restou decidido pelo acórdão de primeira instância. Ademais, quanto a decadência, nada a prover, tendo em vista que o v.acórdão de primeira instância já a reconheceu com base no art. 150, 4o do CTN. Fl. 478DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES 6 Assim, rejeito as preliminares. MÉRITO Melhor sorte não aufere o recurso voluntário. A alegada existência de créditos que deveriam ser compensados já fora exaustivamente analisada seja pelo fiscal autuante, seja pelo próprio acórdão de primeira instância. Numa primeira oportunidade, quando da realização da diligência fiscal, restou claro que a relação de notas fiscais nas quais sustentou o recorrente ter havido retenção não merecia prosperar. Isso porque comprovouse, mediante a juntada de tais notas no processo, que elas ou estariam canceladas, se referiam ao fornecimento de materiais, eram de pessoas físicas ou mesmo que, nelas constando a retenção de 11%, os sistemas informatizados da receita não apontam a existência do respectivo recolhimento. Logo, os autos demonstram claramente, que não há qualquer crédito a ser reconhecido à recorrente e que pudesse vir a ser compensado do lançamento do crédito tributário objeto do presente Auto de Infração. A propósito, transcrevo interessante excerto do voto condutor do v. acórdão de primeira instância (fls. 298): “Em consulta realizada nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), não encontrei os recolhimentos das retenções. Por conseguinte, a impugnante pretende se apropriar de créditos decorrentes retenções indevidamente realizadas, as quais não foram sequer recolhidas, que resultam em evidente prejuízo ao órgão fiscalizador. Desconheço norma tributária vigente que autorize o acolhimento da tese da impugnante, a qual lhe é descabidamente benevolente.” Não obstante, cumpre apontar que a própria recorrente juntou aos autos comprovantes de pagamento que alega serem relativos aos valores lançados no presente auto de Infração. No mais, no que se refere as argumentações recursais sobre o caráter confiscatório da multa, bem com de sua desproporcionalidade, a irresignação não pode ser analisada por este Conselho, em respeito a competência privativa do Poder Judiciário, já que, o afastamento da aplicação da Legislação referente as contribuições, indubitavelmente, ensejaria o reconhecimento de inconstitucionalidade de lei em vigor, conforme previsto nos artigos 97 e 102, I, "a" e III, "b" da Constituição Federal, o que é vedado a este Eg. Conselho. Sobre o tema, o CARF consolidou referido entendimento por meio do enunciado da Súmula n. 02, a seguir: “Súmula CARF nº 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária Ante todo o exposto, voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao recurso, com a determinação de que antes mesmo da execução do presente julgado, a Fl. 479DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES Processo nº 44021.000272/200711 Acórdão n.º 2402002.998 S2C4T2 Fl. 477 7 autoridade competente verifique se as guias de recolhimento juntadas com a petição de fls. 348 seriam aptas a efetuar a quitação do crédito lançado no presente Auto de Infração. É como voto. Lourenço Ferreira do Prado Fl. 480DF CARF MF Impresso em 04/01/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/12/2012 por SELMA RIBEIRO COUTINHO, Assinado digitalmente em 05/12/20 12 por LOURENCO FERREIRA DO PRADO, Assinado digitalmente em 14/12/2012 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES
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Numero do processo: 15586.001160/2009-56
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 15 00:00:00 UTC 2012
Data da publicação: Thu Feb 07 00:00:00 UTC 2013
Numero da decisão: 2402-000.229
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência.
Julio César Vieira Gomes - Presidente
Igor Araújo Soares - Relator
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Igor Araújo Soares, Ewan Teles Aguiar, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Ana Maria Bandeira.
Nome do relator: Não se aplica
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Julio César Vieira Gomes Presidente Igor Araújo Soares Relator Participaram do presente julgamento os conselheiros: Julio César Vieira Gomes, Igor Araújo Soares, Ewan Teles Aguiar, Ronaldo de Lima Macedo, Nereu Miguel Ribeiro Domingues e Ana Maria Bandeira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 55 86 .0 01 16 0/ 20 09 -5 6 Fl. 192DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 23/01/2 013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15586.001160/200956 Resolução nº 2402000.229 S2C4T2 Fl. 187 2 RELATÓRIO Tratase de recurso voluntário interposto por SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM em face do acórdão fls. 141/152, que manteve a integralidade do Auto de Infração n. 37.240.4740, lavrado para a cobrança de contribuições devidas à Seguridade Social, parte da empresa e empregados, incidentes sobre: a) serviços prestados por segurados empregados, incluídos os valores destinados ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho — GILRAT; b) serviços que lhe foram prestados por contribuintes individuais, estando as alíquotas aplicadas expressas no Demonstrativo Analítico de Debito — DAD. O lançamento compreende o período de 01/2007 a 13/2007, tendo sido o contribuinte cientificado em 16/09/2009 (fls. 43). Consta do relatório fiscal que a ação fiscal decorreu da Decisão n° 70, prolatada no Processo 2008.34.00.0383144 que tramita no Juízo da 13a Vara/DF determinou à Secretaria da Receita Federal do Brasil a cobrança mediante lançamento de todos os créditos de contribuições devidas à Seguridade Social, em face de entidades que possuíam pedidos de concessão e renovação de Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social CEBAS e Representações Administrativas que estavam pendentes de julgamento no Conselho Nacional de Assistência Social — CNAS quando da edição da Medida Provisória 446/2008, bem como das que aguardavam decisões em Recursos/ Pedidos de Reconsideração dirigidos ao Ministro da Previdência Social, relativamente aos fatos geradores ocorridos dentro dos períodos de validade ou análise dos CEBAS solicitados. Nesta mesma decisão supramencionada, observase o crédito tributário ora constituído está com sua exigibilidade suspensa. Extraise do relatório que a recorrente apresentou certidão emitida pelo Conselho Nacional de Assistência Social CNAS, datada de 06/07/2006, com validade de 01/01/2004 a 31/12/2006, da qual se verifica a empresa protocolizou pedido de renovação do certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social no CNAS, o qual aguardava análise e foi DEFERIDO por força do artigo 37 da Medida Provisória 446, de 07/11/2008, publicada no Diário Oficial da União em 23/01/2009. A recorrente obteve a validade da renovação que abrangeu o período de 01/01/2007 a 31/12/2009, por meio do processo n.° 71010.002999/200654. Ainda no relatório, restou consignado que nas Guias de Recolhimento do FGTS e Informações Sociais Previdência Social — GFIP, relativas às competências compreendidas no período de 01/2007 a 12/2007, o contribuinte informou o código FPAS 639, por entender ser portadora do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social emitido pelo CNAS, mesmo não o possuindo em mãos, pois aguardava a renovação do mesmo, a qual veio a ser deferido por força da MP 446/2008. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 23/01/2 013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15586.001160/200956 Resolução nº 2402000.229 S2C4T2 Fl. 188 3 Em seu recurso, a recorrente sustenta ser entidade isenta das contribuições sociais patronais, uma vez que, durante o curso da ação fiscal, apresentou a certidão emitida pelo CNAS, datada de 06/07/2006, com validade para o período de 01/01/2004 a 31/12/2006, além de também ter oferecido ao auditor o documento protocolizado junto ao CNAS com o pedido de renovação do certificado, datado de 11/10/2006, o qual aguardava análise e posteriormente veio a ser deferido por força do artigo 37 da Medida Provisória 446, de 07/11/2008. Esclarece, por conseguinte, que o período de validade obtido na renovação abrangeu as competências de 01/01/2007 a 31/12/2009. Logo, entende que o período de validade da renovação retroagiu de 01/01/2007 a 31/12/2009, ou seja, garantindolhe a isenção durante o período relativo ao lançamento objeto do presente auto de infração, nas competências compreendidas entre 01/2007 a 12/2007, incluindo, 13/2007. Assim, não há que se falar em pagamento de cota patronal, acidente de trabalho, multas, penalidades, terceiros/outras entidades, relativos a salário educação, Incra, Senac, Sesc, SEBRAE (determinadas pelo FPAS 515). Aduz serem ilegítimos e nulos os autos de infração, pois não possuem fundamentação legal, o que caracterizou a conduta do fiscal como ilegítima, já que a recorrente nunca deixou de ter o direito de declarar o código FPAS (639), tendo comprovado ser portadora do certificado de entidade beneficente de assistência social emitido pelo CNAS para o período lançado, sendo que a sua não apresentação quando da fiscalização ocorreu exclusivamente devido à demora do órgão na análise do pedido de renovação formulado. Finaliza requerendo que seja reconsiderada a decisão para declarar a nulidade dos Autos de Infração ou declarálos insubsistentes, tornando sem efeito os lançamentos, multas e demais cobranças pretendidas, com a competente baixa dos seus registros nesse órgão, por não estar legitimada a pretensão do agente do fisco. Sem contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional, vieram os autos a este Eng. Conselho. É o relatório. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 23/01/2 013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15586.001160/200956 Resolução nº 2402000.229 S2C4T2 Fl. 189 4 VOTO Conselheiro Igor Araújo Soares, Relator Conforme relatado, o presente lançamento decorreu de ordem liminar emanada do Poder Judiciário em ação Civil Pública, determinando que a Secretaria da Receita Federal do Brasil levasse a efeito o lançamento de contribuições sociais objeto do Auto de Infração ora combatido. A ordem liminar tinha o seguinte comando: “Por tal razão, em sede de liminar, determino à Secretaria da Receita Federal do Brasil para que constitua proceda ao lançamento de todos os créditos de contribuições devidas 6 Seguridade Social, em face de entidades que tinham pedidos de concessão e renovação de Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) e Representações Administrativas, que estavam pendentes de julgamento no Conselho Nacional de Assistência Social CNAS, quando da edição da Medida Provisória 446/2008, bem como das que aguardavam decisões em Recursos/Pedidos de Reconsideração dirigidos ao Ministro da Previdência Social (art.7°, §1° do Decreto 2.536/98 e § único do art. 18 da Lei n.° 8.742/93), relativamente aos fatos geradores ocorridos dentro dos períodos de validade ou análise dos Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) solicitados, suspendendose contudo a exigibilidade do crédito tributário até a decisão em contrário deste Juízo.” Dessa forma, não vejo como deixar de concordar com o entendimento proferido pelo v. acórdão de primeira instância quando entendeu ser válido o presente Auto de Infração, eis que lavrado em decorrência de ordem liminar vigente e de cumprimento obrigatório, não havendo que se falar em sua anulação pelo fato da liminar ter sido cassada pelo Tribunal Regional Federal da 1a Região, pois aqui o lançamento fora devidamente formalizado. Todavia, outra não pode ser a conclusão, senão a de que o presente processo está intimamente ligado à sorte da Ação Civil Pública impetrada no Judiciário. Se naquela ação restar entendido que as renovações por força da MP 446/08 foram ilegais, é certo que o presente lançamento deverá ser mantido. Por outro lado, se ali restar decidido que as renovações por força da MP 446/08 são legais, fato é que para o período lançado, deverá ser considerada válida a decisão do CNAS que deferiu a renovação do certificado, de modo que, em sendo este o único motivo para o lançamento, o presente Auto de Infração deverá ser anulado. Ao analisar o andamento processual de referida ação civil pública no site do TRF da 1a Região, verifiquei que o processo fora concluso para sentença em 20/05/2010, quando então fora convertido em diligência, diante de uma informação acerca de um pedido de desistência noticiado. Dessa forma, entendo prudente constar dos autos maiores informações acerca da situação atual da ação civil pública n. 2008.34.00.0383144, motivo pelo qual voto no sentido de CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA para que baixem os autos à repartição de origem de modo que a autoridade fiscal providencie a juntada aos autos de Fl. 195DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 23/01/2 013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por IGOR ARAUJO SOARES Processo nº 15586.001160/200956 Resolução nº 2402000.229 S2C4T2 Fl. 190 5 informações atualizadas sobre o andamento da ação, especialmente sobre o pedido de desistência formulado, esclarecendo, ainda se houve ou não a sua homologação. É como voto. Igor Araújo Soares Fl. 196DF CARF MF Impresso em 07/02/2013 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2012 por AMARILDA BATISTA AMORIM, Assinado digitalmente em 23/01/2 013 por JULIO CESAR VIEIRA GOMES, Assinado digitalmente em 20/12/2012 por IGOR ARAUJO SOARES
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