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Numero do processo: 10930.903681/2012-64
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 13 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Jan 12 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Fato Gerador: 29/09/2005
PIS. REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA.
Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazê-lo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas.
PIS - IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO.
Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.648
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negar-lhe provimento.
(Assinado com certificado digital)
Antônio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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REPETIÇÃO DO INDÉBITO. AUSÊNCIA DE PROVA. Não se reconhece o direito à repetição do indébito quando o contribuinte, sobre quem recai o ônus probandi, não traz aos autos nenhuma prova de que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, não se justificando, portanto, o pedido de diligência para produção de provas. PIS IMPORTAÇÃO SERVIÇOS. PER. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. RECOLHIMENTO VINCULADO A DÉBITO CONFESSADO. Correto o Despacho Decisório que indeferiu o pedido de restituição por inexistência de direito creditório, tendo em vista que o recolhimento alegado como origem do crédito estava integral e validamente alocado para a quitação de débito confessado. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso e negarlhe provimento. (Assinado com certificado digital) Antônio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Antônio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 0. 90 36 81 /2 01 2- 64 Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10930.903681/201264 Acórdão n.º 3402003.648 S3C4T2 Fl. 3 2 Relatório Trata os presentes autos de Pedido de Restituição (PER), por meio do qual a Recorrente solicita a restituição do crédito decorrente do pagamento de PIS/PASEP IMPORTAÇÃO. No Despacho Decisório, a autoridade competente da DRF em Londrina/PR, indeferiu o pleito da interessada, uma vez que o DARF informado como origem do crédito estava integralmente utilizado para quitação de débitos da própria contribuinte, "não restando crédito disponível para restituição". Inconformada com a decisão proferida, a empresa apresentou manifestação de inconformidade na qual esclarece tratarse de pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi. Consigna que a Lei nº 10.865/2004 instituiu as contribuições do PIS e da COFINS sobre a importação de bens e serviços, mas não foi clara em relação à incidência sobre as quantias remetidas ao exterior a representantes comerciais a título de comissões sobre vendas, o que fez com que a Recorrente optasse por recolher as contribuições sobre essas operações. Entretanto, a Receita Federal do Brasil, em resposta a diversas consultas (cita duas), passou a vazar o entendimento de que as comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior, não estão sujeitas à incidência do PIS e da COFINS Importação. Isso porque, anota a Recorrente, essas operações não configuram hipótese de serviços prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Assim, uma vez ter efetuado o pagamento de tributo indevido, tem o direito à restituição na forma prevista no art. 165 do Código Tributário Nacional CTN, devidamente corrigido pela taxa SELIC, conforme prescreve a Lei nº 9.250, de 1995, "ainda que informado o débito em DCTF". Sobreveio, então, o Acórdão nº 06046.021, da DRJ em Curitiba (PR), negando provimento à Manifestação de Inconformidade. Irresignada com a referida decisão, foi interposto o presente recurso voluntário, cujas razões, em suma, são as seguintes: (i) diferente do que entendeu a autoridade julgadora, a empresa recorrente comprovou ser pessoa jurídica de direito privado que tem como atividade principal a indústria, comércio e exportação de couros de boi; (ii) que demonstrou que a Lei n° 10.865, de 2004, que instituiu as contribuições ao PIS/Pasep e COFINS sobre a importação de bens e serviços, não foi clara ao determinar a incidência sobre as quantias pagas, ou remetidas ao exterior, a representantes comerciais domiciliados no exterior a título de comissões sobre vendas; Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10930.903681/201264 Acórdão n.º 3402003.648 S3C4T2 Fl. 4 3 (iii) para não sofrer sanções, optou por recolher as contribuições sobre as quantias remetidas ao exterior (para representantes domiciliados no exterior) incidentes sobre comissões sobre vendas, conforme (DARF's) apresentados; (iv) ocorre que, posteriormente, a própria RFB, através de inúmeras respostas a Soluções de Consultas, passou a definir que as "comissões de vendas pagas e/ou creditadas a representantes comerciais residentes ou domiciliados no exterior não estão sujeitas à incidência da COFINS/PISImportação", por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique. Reproduz algumas dessas Solução de Consulta. (v) que o processo administrativo sempre deve buscar a verdade real ou material relativa aos fatos tributários, em decorrência da estrita legalidade tributária, que devem nortear todos os atos da administração fiscal. Com isto, não basta simplesmente argumentar que "prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido", para negar a existência do direito creditório; (vi) frisa que os erros contidos em declaração podem e devem ser retificados de ofício, por força da estrita legalidade tributária e nos moldes do art. 147, § 2º do CTN. (vii) que seja reconhecido que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis em valores devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95; (viii) requer que seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova ou esclarecimento de dúvidas relativas aos fatos trazidos neste processo. À vista do exposto, espera e requer seja julgado integralmente procedente o presente recurso, a fim de que seja reconhecido o direito creditório e assegurada a restituição das quantias recolhidas indevidamente. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.529, de 13 de dezembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10930.903656/201281, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.529): Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10930.903681/201264 Acórdão n.º 3402003.648 S3C4T2 Fl. 5 4 Emerge do relatado, que o objeto do pedido de ressarcimento tem como fundamento o indébito de PIS/Pasep sobre comissão de venda paga a representantes comerciais residentes/domiciliados no exterior. No referido Despacho Decisório restou consignado que, "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para restituição". Consta dos autos que o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. Ou seja, ao que tudo indica, o contribuinte não retificou a DCTF no que pertine ao pleito em questão, por isso a conclusão do despacho decisório vestibular que o valor sob pedido de ressarcimento foi "integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte". Por outro lado, a Recorrente tenta demonstrar em seu recurso, que não há incidência de contribuições para o PIS Importação sobre remessas realizadas para o exterior para pagamento de comissões à agentes no exterior a título de comissões ali realizadas, por não configurarem hipótese de serviço prestado no Brasil ou cujo resultado aqui se verifique, e que os valores indevidamente recolhidos a este título são restituíveis e em montantes devidamente acrescidos de juros equivalentes à taxa referencial SELIC, na forma da Lei n° 9.250/95. Tudo com base na Lei nº 10.865, de 2004 e Soluções de Consultas emitidas pela RFB que cita. Contudo, se de um lado a decisão recorrida tenha asseverado que "(...) como se vê uma das hipóteses de ocorrência do fato gerador das contribuições ao PIS e a COFINS, sobre importação de serviços, é a remessa de valores a residentes ou domiciliados no exterior como contraprestação pelo serviço prestado", como alega a peticionante, por outro giro, deixou patente que o ônus da prova quanto ao indébito seria da ora Recorrente, nos seguintes termos: "(...) Mas, para a verificação se os valores remetidos ao exterior atendem às condições estabelecidas em lei para a incidência das contribuições sobre a importação de serviços ou, não se caracterizando o fato gerador da obrigação tributária, há, de fato, o indébito reclamado pela interessada, é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. Ocorre que, no presente caso, prova alguma foi trazida aos autos que comprovassem de que teria havido pagamento a maior ou indevido. Nesse sentido, é bom lembrar que não se permite, depois de iniciado qualquer procedimento fiscal, que seja retificada declaração quando vise a reduzir ou a excluir tributo, a não ser mediante a comprovação do erro em que se funde. É o que Fl. 59DF CARF MF Processo nº 10930.903681/201264 Acórdão n.º 3402003.648 S3C4T2 Fl. 6 5 determina o art. 147, § 1º, da Lei nº 5.172, de 25/10/1966. E, como visto, o Despacho Decisório questionado está respaldado em informações prestadas pela própria interessada em DCTF, que encontrase ativa até o momento no sistema informatizado da Receita Federal do Brasil. (sublinhei) E conclui a decisão a quo: "(...) Assim, instaurado o contencioso administrativo, as alegações quanto ao suposto crédito decorrente de recolhimento indevido ou a maior, como no caso em análise, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da contribuinte. Dessa forma, uma vez que a conclusão emitida pela autoridade administrativa teve como pressuposto as informações prestadas pela própria interessada em declarações fiscais válidas a produzir efeitos na data da emissão do Despacho Decisório e não havendo prova hábil que contrarie as informações prestadas espontaneamente, demonstrando o pagamento indevido do tributo, é de se manter o indeferimento da restituição pleiteada". Portanto, a lide se resume na questão de atendimento de condições estabelecidas em lei e provas documentais trazidos aos autos, pois para o deslinde do litígio é crucial que se tenha em mãos documentos que demonstrem a real situação aventada, mormente quando o pedido versa sobre suposto pagamento indevido. No caso em análise, por se tratar de pedido de restituição, devem estar comprovadas pela demonstração inequívoca do quantum recolhido indevidamente, mediante a apresentação de documentação hábil e idônea, consistente na escrituração contábil/fiscal da recorrente. Documentação essa, frisese, de posse da recorrente por determinação legal, como contratos firmados com os agentes externos, comprovantes de remessa de valores ao exterior, cópias de notas fiscais, recibos, dentre outros, além da própria escrituração contábil da empresa que reflita essas operações. É de conhecimento que a regra fundamental do sistema processual adotado pelo legislador nacional, quanto ao ônus da prova, encontrase cravada no art. 373 do novo Código de Processo Civil, in verbis: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. Tal dispositivo é a tradução do princípio de que o ônus da prova cabe a quem dela se aproveita. E esta formulação também foi, com as devidas adaptações, trazida para o processo administrativo fiscal, posto que a obrigação de provar está expressamente atribuída para o Fisco quando realiza o lançamento tributário e para o sujeito passivo, quando formula pedido de repetição de indébito. Fl. 60DF CARF MF Processo nº 10930.903681/201264 Acórdão n.º 3402003.648 S3C4T2 Fl. 7 6 E, no presente caso, é fato que prova alguma foi trazida aos autos pela Recorrente que comprovem que teria havido pagamento a maior ou indevido, embora ela tenha tido mais de uma oportunidade processual para fazêlo, quer na impugnação, quer agora na fase recursal. Demais disso, o fundamento da decisão recorrida foi justamente este, qual seja, a falta de prova. Mas, contrariando os ditames do ônus da distribuição da prova para provar fato constitutivo de seu direito, insiste que "seja determinada a conversão do julgamento em diligência, a fim de que seja oportunizada apresentação de elementos considerados necessários à complementação da prova". Ora, se toda a documentação para provar o direito que alega está em seu poder, deveria ter a Recorrente produzido tal prova quando da manifestação de inconformidade, ou mesmo em sede de recurso voluntário, o que não ocorreu. Diante desse quadro, entendo que a decisão da DRJ é merecedora de ser mantida pelos seus próprios fundamentos. Conclusão Assim, concluo que por falta de prova hábil acostadas nos autos, ônus seu de produzir, deve ser negado seu pleito. Ante o exposto, nego provimento ao recurso voluntário. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 61DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.933372/2009-28
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Sep 29 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/08/2003 a 31/08/2003
ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO.
A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.413
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/08/2003 a 31/08/2003 ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF. Recurso Voluntário Provido.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 9; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1560; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.933372/200928 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3402003.413 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 29 de setembro de 2016 Matéria COFINS. Alargamento da base de cálculo. Recorrente CONSTRUTORA TOMASI LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/08/2003 a 31/08/2003 ART. 3º, §1º DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. FATURAMENTO. RECEITA. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO ART. 62, §2º, do RICARF. RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62, §2º do RICARF. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 93 33 72 /2 00 9- 28 Fl. 133DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Curitiba/PR que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte, a qual pretendeu a reforma do despacho decisório, que, por sua vez, indeferiu a homologação da compensação de créditos da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins com outros tributos administrados pela Receita Federal do Brasil. A não homologação se deveu a inexistência do crédito informado, vez que o mesmo havia sido integralmente utilizado. Em sua manifestação a interessada alega que o crédito decorre da declaração de inconstitucionalidade, pelo STF, do §1º do art. 3º da Lei nº9.718, de 1998, e que aproveitou o referido crédito nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Cita e transcreve jurisprudência administrativa e, ressaltando o contido no art. 165 do CTN, insiste no direito à restituição. Ao final, pede a homologação da compensação. Sobreveio então o Acórdão 06041.137, da DRJ/CTA/PR, julgando improcedente a manifestação de inconformidade da Contribuinte. Irresignada, a Contribuinte apresentou Recurso Voluntário a este Conselho repisando os argumentos trazidos em sede de manifestação de inconformidade. É o relatório Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.399, de 29 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10980.911525/201010, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.399): "O recurso voluntário é tempestivo, com base no que dispõe o artigo 33 do Decreto 70.235, de 06 de março de 1972, bem como atende as demais condições de admissibilidade, razão pela qual dele tomo conhecimento. A questão de direito controversa no presente processo é amplamente conhecida. Tratase do inconstitucional alargamento da base de cálculo da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (“Cofins”), sobre o qual cumpre tecer algumas breves explanações. Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 3 A Cofins, sucessora do FINSOCIAL, foi disciplinada pela Lei n. 9.718, de 27 de novembro de 1998 (“Lei n. 9.718/98”). Nos termos do artigo 3º da citada Lei, ficou estabelecido que a Cofins incidiria sobre a receita bruta de pessoa jurídica. Por sua vez, o §1º do mesmo artigo veio definir o que abrangia o termo "receita", dispondo que: entendese por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. Contudo, à época da edição da Lei n. 9.718/98, a Constituição da República brasileira, em seu artigo 195, estabelecia que as Contribuições Sociais a serem recolhidas aos Cofres da União pelos empregadores, dentre as quais se enquadra a Cofins, somente poderiam incidir sobre o “faturamento”. Diante dessa delimitação constitucional, o Supremo Tribunal Federal (“STF”) declarou que o §1º do artigo 3º da Lei n. 9.718/98 é inconstitucional, no julgamento dos Recursos Extraordinários (“RE”) n. 357950, 390840, 358273, 346084 e 336134 em 09 de novembro de 2005. Posteriormente, o Pretório Excelso, no julgamento do RE n. 585.235, publicado em 28/11/2008, julgou pela aplicação da repercussão geral sobre matéria em exame, reconhecendo a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98. A ementa do referido julgado foi lavrada nos seguintes termos: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS. COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Isto porque, segundo o entendimento dos Ministros do STF, esse dispositivo alargou indevidamente a base de cálculo da COFINS, uma vez que igualou o conceito de faturamento (ou receita operacional) ao conceito de receita . Explicase. Enquanto o faturamento é constituído pelas receitas advindas da venda de bens e serviços, a receita compreende "entrada de recursos financeiros remuneradores dos diferentes negócios jurídicos da atividade empresarial”, segundo a lição de José Antonio Minatel. 1 Assim, o faturamento (espécie) é menos amplo que a receita (gênero). 1 MINATEL, José Antonio. Conteúdo do Conceito de Receita e Regime Jurídico para sua Tributação. MP Editora. São Paulo, 2005, p. 132. Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 4 Ocorre que tais conceitos não podem ser livremente manejados pelo legislador, pois o artigo 110 do Código Tributário Nacional determina que: A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar competências tributárias. Destarte, se a Constituição determinava que a COFINS somente poderia incidir sobre o faturamento; e o faturamento constitui as receitas provenientes da venda de bens e serviços pela pessoa jurídica; conclui se pela inconstitucionalidade da lei que determina a incidência sobre a receita sem sentido amplo, pois essa é mais abrangente que o faturamento. 2 Buscando solucionar os vícios constitucionais de que padecia a Lei n. 9.718/98, o Poder Legislativo editou a Emenda Constitucional n. 20, de 15 de dezembro de 1998 (“EC n. 20/98”). Tal Emenda alterou o texto do artigo 195 da Constituição, o qual restou positivado nos seguintes dizeres: Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;(Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998). Em síntese, a EC n. 20/98 alargou a hipótese de incidência das contribuições sociais devidas pelo empregador, uma vez que a partir de então não só o faturamento pode ser tributado, como também a receita em sentido amplo. 2 Ademais, há de se ressaltar que a Lei n. 9.718/98 tem status jurídico de lei ordinária, o que torna ainda mais patente a sua inconstitucionalidade, tendo em vista que somente por meio de lei complementar é que poderia ser criada outra fonte de custeio da seguridade social (incidente sobre outra materialidade), nos termos do artigo 195, §4 e do artigo 154, inciso I, ambos da Constituição. Disto depreendese que somente seria legítima a cobrança da COFINS sobre a receita, hipótese que na época não estava prevista no rol de incisos do artigo 195 da Constituição, caso tal situação tivesse sido instituída por meio de lei complementar. Afinal, tratarseia de nova fonte de custeio da seguridade social. Como a Lei n. 9.718/98 foi votada e publicada pelo rito legislativo próprio das leis ordinárias, mais uma vez concluise pela inconstitucionalidade da exação. Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 5 Entretanto, essa mudança no texto da Constituição não teve o poder de convalidar os dizeres da Lei n. 9.718/98, pois o sistema jurídico brasileiro não admite a constitucionalidade superveniente, vale dizer, tendo sido promulgada e publicada lei que contraria a Constituição, não é possível que posterior alteração da própria Constituição, por via de emenda, traga de forma retroativa a validade da lei. Foi assim que decidiu o STF. Pois bem. Tendo sido decidida a questão em sede de recurso extraordinário com repercussão geral reconhecida, tornase imperioso o seu acatamento por este Conselho, nos moldes do artigo 62, §2º do Regimento Interno do CARF, o qual prescreve a necessidade de reprodução, pelos Conselheiros, das decisões definitivas de mérito proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática da repercussão geral: § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos arts. 543B e 543 C da Lei nº 5.869, de 1973 Código de Processo Civil (CPC), deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Nesse sentido, é tranquila a jurisprudência do Conselho a respeito da necessidade de reprodução das decisões proferidas pelo STF sobre a inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da Cofins – citadas alhures aos processos administrativos fiscais, nos quais os contribuintes formulam pedidos de restituição de valores indevidamente pagos a título da contribuição social em questão, exatamente como ocorre no presente caso. Destaco a seguir alguns julgados representativos do entendimento sobre a matéria: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins Período de apuração: 01/02/1999 a 30/06/2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. TRIBUTOS SUJEITOS AO LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRAZO DECADENCIAL. 10 ANOS. PEDIDO REALIZADO ANTES DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI COMPLEMENTAR 118/2005. O prazo decadencial para o direito de restituição de tributos sujeitos ao lançamento por homologação é de 10 (dez) anos, a contar do fato gerador quando o pedido for realizado antes da entrada em vigor da Lei Complementar 118/2005, conforme entendimento do STF. COFINS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzemse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 6 compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. COFINS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO DE TRIBUTO. POSSIBILIDADE. Caracterizado o pagamento a maior ou indevido da contribuição, o contribuinte tem direito à repetição do indébito, segundo o disposto no art. 165, I, do Código Tributário Nacional (CTN). Recurso Voluntário Provido (Processo 11618.002043/200519, MARCOS ANTONIO BORGES, Nº Acórdão 3801001.835) Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 28/02/1999 a 31/05/2000 DECADÊNCIA. INDÉBITO TRIBUTÁRIO. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. LEI COMPLEMENTAR 118/05. O prazo estabelecido na Lei Complementar 118/05 somente se aplica para os processos protocolizados a partir 9 de junho de 2005, e que anteriormente a este limite temporal aplicase a tese de que o prazo para repetição ou compensação de tributos sujeitos a lançamento por homologação é de dez anos, contado de seu fato gerador, de acordo com decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. PIS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzemse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. PIS. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. PAGAMENTO A MAIOR OU INDEVIDO DE TRIBUTO. POSSIBILIDADE. Caracterizado o pagamento a maior ou indevido da contribuição, o contribuinte tem direito à repetição do indébito, segundo o disposto no art. 165, I, do Código Tributário Nacional (CTN). Recurso Voluntário Provido. (Processo 13855.001146/200586, Relator(a) FLAVIO DE CASTRO PONTES, Nº Acórdão , 3801001.722) COFINS. ART. 3º, DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. APLICAÇÃO DO Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 7 ART. 62, §1o, I, do RICARF. RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO. CABIMENTO. A base de cálculo das contribuições ao PIS e a COFINS é o faturamento e, em virtude de inconstitucionalidade declarada em decisão plenária definitiva do STF, devem ser excluídas da base de cálculo as receitas que não decorram da venda de mercadorias ou da prestação de serviços. Aplicação do art. 62A do RICARF. COFINS. ART. 3º, §1º, DA LEI 9.718/98. BASE DE CÁLCULO. ALARGAMENTO. INCONSTITUCIONALIDADE. RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO. CABIMENTO. CORREÇÃO MONETÁRIA. Em face da inconstitucionalidade da alteração da base de cálculo da contribuição a COFINS, promovida pelo art. 3º, §1º, da Lei nº 19.718/98, é cabível o deferimento da restituição do indébito, devendo a autoridade preparadora verificar a comprovação do pagamento indevido ou a maior para compor o crédito a ser deferido ao contribuinte. Sobre o crédito apurado incide correção pela incidência da SELIC desde a data do pagamento indevido ou a maior, na forma do §4º, do Art. 39, da Lei nº 9.250/95. Recurso Parcialmente Provido. (Processo 10950.000184/200626, Relator(a) JOAO CARLOS CASSULI JUNIOR, Acórdão 3402001.697) COFINS. FALTA DE RECOLHIMENTO. Mantémse o lançamento quando constatada a falta de recolhimento da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS, no período compreendido pelo auto de infração. COFINS. COMPENSAÇÃO. PROCEDIMENTO PRÓPRIO. Eventual direito à compensação da COFINS, em razão de recolhimento indevido ou efetuado a maior, deve ser apreciado no procedimento administrativo próprio de restituição/compensação, e não em processo de formalização de exigência de crédito tributário. Todavia, nada impede Requerêla em procedimento próprio. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO. APRECIAÇÃO. COMPETÊNCIA. O conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF não é competente para apreciar pedidos de restituição/compensação. A competência é da unidade da Receita Federal que jurisdiciona o contribuinte. Aos órgãos julgadores do CARF compete o julgamento de recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como os recursos de natureza especial, que versem sobre tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. (art. 1º da Portaria MF nº 256/2009) MULTA DE OFÍCIO. APLICAÇÃO E PERCENTUAL. LEGALIDADE Fl. 139DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 8 Aplicável a multa de ofício no lançamento de crédito tributário que deixou de ser recolhido ou declarado e no percentual determinado expressamente em lei. COFINS. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. APLICAÇÃO DE DECISÃO DO STF NA SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL. POSSIBILIDADE. Nos termos regimentais, reproduzse as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na sistemática de repercussão geral. A base de cálculo das contribuições para o PIS e a Cofins é o faturamento, assim compreendido a receita bruta da venda de mercadorias, de serviços e mercadorias e serviços, com fundamento na declaração de inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 pelo Excelso STF. Recurso Voluntário Provido em Parte (Processo 10680.006962/200880, Relator(a) JOSE LUIZ BORDIGNON, Acórdão 3801000.984) Portanto é incontroverso o bom direito da Recorrente em relação à restituição dos recolhimentos indevidamente feitos a título de Cofins, no período de apuração em questão, haja vista que a presente lide administrativa tem como objeto principal a declaração de inconstitucionalidade do artigo 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98 pelo STF (alargamento inconstitucional da base de cálculo da Cofins). Com efeito, como já tive a oportunidade de destacar em dissertação sobre o tema: Tanto a edição de leis inconstitucionais como a cobrança de tributos com base em tais leis tributárias inconstitucionais são atos ilícitos praticados pelo Poder Público. O primeiro constitui ilícito constitucional (edição de lei contrária aos dizeres da Constituição), enquanto o segundo caracteriza ilícito tributário (cobrança pelo Estado e consequente pagamento pelo contribuinte de tributo inválido). Lembrando que as normas jurídicas em sua feição completa são impreterivelmente dotadas de uma sanção em caso de descumprimento, aos citados atos ilícitos o ordenamento jurídico atrela as respectivas sanções: a declaração de inconstitucionalidade, com o objetivo de preservar a integralidade e coerência da ordem jurídica; e a restituição de tributos inconstitucionais, cuja função é conferir segurança jurídica e isonomia aos administrados. 3 Cumpre ainda salientar que à restituição de tributos inconstitucional, cuja natureza e regime jurídico são tributários, são totalmente aplicáveis as regras relativas às demais hipóteses de repetição de indébito dispostas no CTN (artigo 165 a 169). Entretanto, com relação ao quantum devido como restituição do tributo inconstitucional, compete à autoridade administrativa preparadora, com 3 LAURENTIIS, Thais de. Restituição de Tributo Inconstitucional. São Paulo: Noeses, 2015. Fl. 140DF CARF MF Processo nº 10980.933372/200928 Acórdão n.º 3402003.413 S3C4T2 Fl. 0 9 base na documentação apresentada pelo contribuinte no decorrer do processo administrativo, efetuar os cálculos e apurar o valor do direito creditório. Por fim, saliento que apurado o crédito, os valores originais devem sofrer correção pela incidência da SELIC, desde a data do pagamento indevido, como impõe o artigo 39, §4º da Lei nº 9.250/95, até a data do efetivo aproveitamento dos créditos pelo contribuinte. Dispositivo Por tudo quanto exposto, voto no sentido de dar parcial provimento ao recurso voluntário, haja vista a necessidade de liquidação do julgado, nos termos descritos acima." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dáse parcial provimento ao recurso voluntário, para reconhecer o direito à restituição dos valores recolhidos com amparo no § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 (declarado inconstitucional pelo STF), devendo o montante do direito creditório ser apurado pela unidade de origem. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Fl. 141DF CARF MF
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Numero do processo: 10166.721418/2012-67
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Dec 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009
PROCEDIMENTO DE REVISÃO INTERNA. INTIMAÇÃO PRÉVIA.
Dispondo a repartição das informações necessárias para conduzir o procedimento fiscal de revisão interna de declarações, fornecidas pelo próprio sujeito passivo, não é necessário intimá-lo previamente para prestar esclarecimento sobre divergências constatadas no cotejo das declarações.
MALHA FISCAL. MPF. DESNECESSIDADE.
Na forma do ato normativo que disciplina o instrumento, não é necessária a emissão prévia de MPF para a execução de procedimento de malha fiscal.
AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DA LAVRATURA.
É válido o auto de infração lavrado no interior da repartição, como resultado do trabalho de revisão de declarações apresentadas pelo contribuinte em obrigações acessórias.
ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE.
Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciar-se sobre argüições de inconstitucionalidade de lei.
Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009
LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO.
Aplicação ao lançamento da Cofins o decidido em relação à contribuição para o PIS exigida com fundamento na mesma matéria fática.
Numero da decisão: 3402-003.446
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Esteve presente ao julgamento a Dra. Paula Cureau de Bessa Antunes, OAB/DF 44.818.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Carlos Augusto Daniel Neto - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: CARLOS AUGUSTO DANIEL NETO
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009 PROCEDIMENTO DE REVISÃO INTERNA. INTIMAÇÃO PRÉVIA. Dispondo a repartição das informações necessárias para conduzir o procedimento fiscal de revisão interna de declarações, fornecidas pelo próprio sujeito passivo, não é necessário intimá-lo previamente para prestar esclarecimento sobre divergências constatadas no cotejo das declarações. MALHA FISCAL. MPF. DESNECESSIDADE. Na forma do ato normativo que disciplina o instrumento, não é necessária a emissão prévia de MPF para a execução de procedimento de malha fiscal. AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DA LAVRATURA. É válido o auto de infração lavrado no interior da repartição, como resultado do trabalho de revisão de declarações apresentadas pelo contribuinte em obrigações acessórias. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciar-se sobre argüições de inconstitucionalidade de lei. Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009 LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicação ao lançamento da Cofins o decidido em relação à contribuição para o PIS exigida com fundamento na mesma matéria fática.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 7; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1739; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10166.721418/201267 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3402003.446 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 22 de novembro de 2016 Matéria PIS/COFINS Recorrente EWEC CONSTRUÇÕES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009 PROCEDIMENTO DE REVISÃO INTERNA. INTIMAÇÃO PRÉVIA. Dispondo a repartição das informações necessárias para conduzir o procedimento fiscal de revisão interna de declarações, fornecidas pelo próprio sujeito passivo, não é necessário intimálo previamente para prestar esclarecimento sobre divergências constatadas no cotejo das declarações. MALHA FISCAL. MPF. DESNECESSIDADE. Na forma do ato normativo que disciplina o instrumento, não é necessária a emissão prévia de MPF para a execução de procedimento de malha fiscal. AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DA LAVRATURA. É válido o auto de infração lavrado no interior da repartição, como resultado do trabalho de revisão de declarações apresentadas pelo contribuinte em obrigações acessórias. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciarse sobre argüições de inconstitucionalidade de lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009 LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicação ao lançamento da Cofins o decidido em relação à contribuição para o PIS exigida com fundamento na mesma matéria fática. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 72 14 18 /2 01 2- 67 Fl. 171DF CARF MF 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. Esteve presente ao julgamento a Dra. Paula Cureau de Bessa Antunes, OAB/DF 44.818. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Carlos Augusto Daniel Neto Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Contra o Contribuinte identificado no preâmbulo foi lavrado o auto de infração de fls. 87/98, formalizando lançamento de ofício de crédito tributário relativo à contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins dos períodos de apuração de 30/06 a 31/12/2009, incluindo juros de mora calculados até 03/2012 e multa proporcional de 75%, decorrentes de valores das contribuições informados na DACON, mas que não foram confessados na DCTF e pagos parcialmente nas Darfs respectivas, motivando a constituição do crédito tributário correspondente às insuficiências de recolhimentos espontâneos. O Contribuinte apresentou impugnação cujo conteúdo foi minuciosamente enfrentado na decisão recorrida, pelo que reproduzimos abaixo a sua ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009 PROCEDIMENTO DE REVISÃO INTERNA. INTIMAÇÃO PRÉVIA. Dispondo a repartição das informações necessárias para conduzir o procedimento fiscal de revisão interna de declarações, fornecidas pelo próprio sujeito passivo, não é necessário intimálo previamente para prestar esclarecimento sobre divergências constatadas no cotejo das declarações. MALHA FISCAL. MPF. DESNECESSIDADE. Na forma do ato normativo que disciplina o instrumento, não é necessária a emissão prévia de MPF para a execução de procedimento de malha fiscal. AUTO DE INFRAÇÃO. LOCAL DA LAVRATURA. É válido o auto de infração lavrado no interior da repartição, como resultado do trabalho de revisão de declarações apresentadas pelo contribuinte em obrigações acessórias. ARGUIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. Fl. 172DF CARF MF Processo nº 10166.721418/201267 Acórdão n.º 3402003.446 S3C4T2 Fl. 3 3 Aos órgãos de julgamento administrativo é vedado pronunciar se sobre argüições de inconstitucionalidade de lei. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/06/2009 a 31/12/2009 LANÇAMENTO DECORRENTE DO MESMO FATO. Aplicação ao lançamento da Cofins o decidido em relação à contribuição para o PIS exigida com fundamento na mesma matéria fática. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Irresignada, o Contribuinte apresentou Recurso Voluntário, reiterando os argumentos de sua impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Augusto Daniel Neto Conheço do Recurso Voluntário por ser tempestivo e atender aos requisitos de admissibilidade da legislação pertinente. Preliminarmente, o Recorrente alega: a) Nulidade do procedimento por ausência de intimação prévia; b) Nulidade do auto por ausência de MPF; c) Nulidade por lavratura ao auto de infração em local incerto; d) superficialidade da instrução probatória. As preliminares fora extensivamente enfrentadas na decisão a quo, sob fundamentos com que concordo, razão pela qual os adoto como fundamentos de meu próprio voto, com base no art.50, §1º da Lei nº 9.784/99 (Art. 50. (...) §1o A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.). Desse modo, reproduzo o arrazoado ao qual adiro: Questões Preliminares a) Desnecessidade de Intimação Prévia A presente autuação é decorrente do cotejo entre DACON/DCTF/DARF, originandose, portanto, do trabalho interno de revisão de declarações denominado “malha fiscal”, e, neste contexto, a ele se aplica o disposto no art. 74, § 1º., do DecretoLei nº. 5.844, de 1943, verbis: Fl. 173DF CARF MF 4 Art. 74. (...). § 1º A revisão será feita com elementos de que dispuser a repartição, esclarecimentos verbais ou escritos solicitados aos contribuintes, ou por outros meios facultados neste decretolei. (g.n.o.) Portanto, solicitar esclarecimentos ao sujeito passivo não é uma obrigatoriedade intransponível, na hipótese de a repartição dispor de elementos suficientes para subsidiar seu trabalho, como ocorreu no caso em tela, em que a impugnante havia apresentado DACON, DCTF e efetuado recolhimentos parciais mediante DARF. Esta circunstância não configura, de modo algum, atropelamento dos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, assegurados no art. 5º., inciso LV, que, de acordo com a dicção do dispositivo da Lei Maior, são garantias assegurados aos litigantes e acusados em geral, em processo judicial ou administrativo. No âmbito do processo administrativo fiscal, a acusação é formalizada com a ciência do auto de infração ou notificação de lançamento e o litígio se instaura com a impugnação, nos termos do art. 14 do Dec. nº. 70.235, de 1972, verbis: Art. 14. A impugnação da exigência instaura a fase litigiosa do procedimento. É neste momento processual, por conseguinte, que a lei reserva ao sujeito passivo o direito ao exercício ao contraditório e à ampla defesa, constitucionalmente assegurado. Preliminar rejeitada. b) Nulidade do Auto por Ausência de MPF Estava em vigor à época da realização do procedimento fiscal a Portaria RFB nº. 11.371, de 2007, disciplinando o Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), destacandose que no art. 10, inciso IV, a precitada norma ressalva o seguinte: Art. 10. O MPF não será exigido nas hipóteses de procedimento de fiscalização: IV relativo à revisão interna das declarações, inclusive para aplicação de penalidade pela falta ou atraso na sua apresentação (malhas fiscais); Consoante detalha a descrição dos fatos, o lançamento discutido resulta do confronto entre as informações contidas no DACON e na DCTF, o que caracteriza o procedimento de revisão interna conhecido no linguajar tributário como trabalho de malha fiscal, o qual dispensa, para sua realização, a emissão prévia de MPF, como expressamente disciplina o dispositivo em destaque. Preliminar que se rejeita. Fl. 174DF CARF MF Processo nº 10166.721418/201267 Acórdão n.º 3402003.446 S3C4T2 Fl. 4 5 Frisese que além da Portaria RFB mencionado na decisão recorrida, a dicção do Decreto 3.724/2001 é clara em seu art.2º, §3º, IV, em ressaltar a desnecessidade de MPF nessa hipótese. c) Nulidade por Lavratura do Auto em Local Incerto A redação do art. 10 do Dec. nº. 70.235, de 1972, traz em seu caput a seguinte proclamação: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta (...)(g.n.o.) É claramente visível que o dispositivo, em sua dicção, não impõe a lavratura no estabelecimento do sujeito passivo, e sim onde a falta foi verificada, sendo que no caso concreto este local foi no interior da repartição onde se executou o trabalho de malha fiscal. (...) Preliminar de nulidade ultrapassada. d) Superficialidade de Instrução Probatória Quanto ao argumento de que o procedimento foi formalizado baseandose em informações superficiais extraídos apenas de dados coligidos dos sistemas eletrônicos da repartição, sem aprofundamento investigatório, lembrase o que foi dito a respeito da metodologia de trabalho de revisão interna, que se funda nas informações que o fisco dispõe, as quais, aliás, foram transmitidas pelo sujeito passivo em obrigações acessórias próprias. Acerca da utilização dessas informações como esteio probatório da autuação, oportunizase lembrar o comando do art. 24 do Decreto nº. 7.574, de 2011, que, ao tratar das provas no processo administrativo tributário, tem a seguinte redação: Art. 24. São hábeis para comprovar a verdade dos fatos todos os meios de prova admitidos em direito (Lei nº. 5.869, de 1973, art. 332). Preliminar que se rejeita. Ultrapassadas as preliminares, enfrentase as questões meritórias. a) Lançamento em Razão de Divergência nas Declarações e Violação do Princípio da Legalidade. Alega o Recorrente que o lançamento não poderia ter sido feito com base apenas nas divergências das declarações, e que tais discrepâncias não implicariam que o recolhimento do tributo não foi efetivado. Além disso, afirma que não foram consideradas as retificações da DCTF e não foi corretamente investigado o procedimento. Todavia, como dito antes, estando conhecidos os valores dos débitos, apurados pelo próprio sujeito passivo e informados no DACON, não há necessidade de o Fl. 175DF CARF MF 6 fisco, no trabalho de revisão interna das informações prestadas pelo administrado, ir em busca de outros elementos para consubstanciar a exigência tributária. Tornase ônus probatório do contribuinte demonstrar que houve o recolhimento ou a retificação das DCTFs, conforme diretrizes do art.16 e §§ do Decreto 70.235/72 prova esta que não foi produzida nos autos. Além disso, não há qualquer violação à legalidade ou à tipicidade cerrada a utilização de informações prestadas pelo próprio contribuinte para a verificação do cumprimento das obrigações tributárias. Não há qualquer espécie de presunção utilizada pelo fisco para fundamentar a tributação, senão a presunção de veracidade das declarações exaradas pelo Contribuinte, que a este resguarda. Não há na espécie qualquer presunção, tendo em vista que o auto de infração tem seu esteio probatório fincado em prova direta, produzida pelo próprio sujeito passivo, que apurou os débitos informados no DACON, não os confessou em DCTF e os recolheu parcialmente. Desse modo, não procede a alegação do Recorrente. b) Inconstitucionalidade do fundamento legal e a multa de caráter confiscatório. Alega o Recorrente que o art. 3º da Lei 9.718/98 fora declarado inconstitucional pelo STF, o que implicaria em nulidade da autuação fiscal, já que este seria o fundamento do Auto de Infração. Sinceramente, alegar isto beira às raias da máfé. É sabido por qualquer tributarista e amplamente perceptível pela leitura do r. Acórdão do STF citado pelo próprio Recorrente que o dispositivo legal declarado inconstitucional foi ESPECIFICA E EXCLUSIVAMENTE o § 1º do art. 3º da Lei nº. 9.718/98, em que o legislador ordinário ampliou o conceito de faturamento para determinação da base de cálculo do PIS e da Cofins. No mais, a redação da precitada Lei permaneceu vigente tal como foi publicada, com exceção do parágrafo identificado. Portanto, não há a nulidade apontada pelo Recorrente. c) Multa de caráter confiscatório. Alega o Recorrente o caráter confiscatório da multa aplicada. Todavia, no que concerne aos órgãos julgadores administrativos de litígios fiscais, na área federal, estes estão jungidos à observância do contido no art. 26A e § 6º do Dec. nº. 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei nº. 11.941, de 2009, verbis: Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. No mesmo sentido, é vedado ao CARF se manifestar sobre a inconstitucionalidade de lei, nos termos da Súmula CARF nº 2, de observância obrigatória por parte deste colegiado. Fl. 176DF CARF MF Processo nº 10166.721418/201267 Acórdão n.º 3402003.446 S3C4T2 Fl. 5 7 Conclusão Exaurida a análise dos argumentos da Recorrente, voto pela improcedência do Recurso Voluntário e manutenção do crédito tributário impugnado. É como voto. Carlos Augusto Daniel Neto Relator Fl. 177DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.901399/2014-65
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2012
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa.
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.334
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Ano-calendário: 2012 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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Inclusão do ICMS na base de cálculo. Recorrente AÇOVIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ESTRUTURAS METÁLICAS E PRÉMOLDADOS DE CONCRETO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2012 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de pedido eletrônico de restituição da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, cumulado com declaração de compensação, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 13 99 /2 01 4- 65 Fl. 51DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901399/201465 Acórdão n.º 3402003.334 S3C4T2 Fl. 3 2 denegado em tempo hábil por meio de despacho decisório eletrônico, sob o fundamento de que o DARF representativo do pagamento indevido estava inteiramente alocado para a quitação de débitos anteriormente declarados pelo contribuinte. Em tempo hábil, foi apresentada manifestação de inconformidade na qual a defesa alegou, em síntese, que houve nulidade por cerceamento do direito de defesa e que o crédito do contribuinte decorre de pagamento indevido, em razão de ter sido incluído o ICMS na base de cálculo da contribuição. Afirmou que o ICMS é mero ingresso que não pode ser incluído no conceito de faturamento. Invocou o precedente consubstanciado no RE 240.785 do STF e informou que os artigos 73 e 74 da Lei nº 9.430/96 garantem seu direito de compensar o indébito apurado. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento rejeitou a preliminar de nulidade e, no mérito, decidiu o seguinte: a) o valor do DARF está inteiramente alocado para pagamento de débitos informados pelo próprio contribuinte; b) a lei apenas permite a exclusão da base de cálculo da contribuição do ICMS recolhido na condição de substituto tributário e da receita proveniente da alienação onerosa de créditos do ICMS; e c) o valor dos débitos declarados para compensação é de magnitude superior ao valor do único DARF vinculado a essas compensações. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância, o contribuinte apresentou em tempo hábil recurso voluntário a este Colegiado, alegando, em síntese, o seguinte: a) nulidade por cerceamento de defesa porque o despacho decisório não diz as razões pelas quais o contribuinte não tem o crédito que alega possuir. Essa omissão impediu o contribuinte de exercer a plena demonstração de seu crédito, pois não há como argumentar contra uma decisão que se mostra lacônica; b) a base de cálculo da contribuição sempre foi o faturamento e com o advento da Lei nº 10.833/2003 houve uma ampliação, passando a base de cálculo a abranger a totalidade das receitas auferidas pelo contribuinte. Entretanto, o valor do ICMS não pode ser considerado como receita do contribuinte, sob pena de violação do art. 110 do CTN, pois a lei não pode considerar receita o que não é receita. O ICMS representa para o contribuinte mero ingresso, pois o valor é posteriormente destinado ao fisco estadual. Tal interpretação foi cristalizada em caráter definitivo no RE 240.7852, que deve ser aplicado ao caso concreto. Reafirmou a existência do indébito e seu direito de compensálo com base nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430/96. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.317, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.317): Fl. 52DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901399/201465 Acórdão n.º 3402003.334 S3C4T2 Fl. 4 3 "O recurso preenche os requisitos formais para sua admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Relativamente à preliminar de nulidade, não assiste razão à defesa. Isso porque, ao contrário do alegado, o despacho decisório declinou com todas as letras o motivo pelo qual a Administração Tributária denegou o pleito do contribuinte e não homologou as compensações declaradas. O Despacho Decisório apresenta a seguinte motivação: "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DECOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados no PER/DECOMP. (...)" No mesmo despacho encontramse perfeitamente identificados o número do PER/DECOMP, o número do DARF e o valor relativo ao suposto pagamento indevido. O texto acima transcrito revela que a compensação não foi homologada porque o valor do DARF está inteiramente alocado para o pagamento de débitos declarados pelo próprio contribuinte. Em outras palavras: o contribuinte não possui o crédito alegado no PER/DECOMP porque o valor já foi utilizado para extinguir débitos por ele próprio declarados. Portanto, o despacho decisório não foi lacônico, uma vez que declinou expressamente o motivo da não homologação da compensação: o contribuinte não tem o crédito alegado. Essa fundamentação está explícita de forma clara, precisa e congruente com a decisão de não homologar a compensação, o que atende às exigências do art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Sendo assim, é improcedente a alegação de nulidade, pois o contribuinte não teve seu direito ao contraditório e à ampla defesa cerceados, mesmo porque a apresentação de impugnação e de recurso voluntário, deduzindo argumentos no sentido de demonstrar a existência jurídica do indébito desautorizam a invocação dessa preliminar. No mérito, deflui dos autos que o contribuinte apurou e recolheu a contribuição incluindo o ICMS na sua base de cálculo e agora comparece perante a Administração Tributária alegando que o recolhimento foi efetuado em montante superior ao devido porque a inclusão do ICMS no faturamento ou na receita é inconstitucional. O recolhimento efetuado pelo contribuinte, incluindo o ICMS na base de cálculo da contribuição, está calcado em entendimento sedimentado desde tempos imemoriais na seara tributária. Tal entendimento tem respaldo legal no art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e na Instrução Normativa nº 51, de 03/11/1978, que a regulamentou. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901399/201465 Acórdão n.º 3402003.334 S3C4T2 Fl. 5 4 O art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77, na redação vigente na época do fato gerador relativo ao pagamento tido como indevido, estabelecia o seguinte: "Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. (...)" (Fonte da transcrição: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decretolei/ del1598.htm) Já o item 4 da IN SRF nº 51/78, estabelece o seguinte: 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. 4.3.1 Incluemse também neste item: a) taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda; b) a parcela de contribuição para o Programa de integração Social calculada sobre o faturamento; c) a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. (Fonte da transcrição: http://sijut.fazenda.gov.br/netahtml/ sijut/Pesquisa.htm) Portanto, o recolhimento efetuado pelo contribuinte está em conformidade com a legislação vigente e com entendimento sedimentado há anos na seara tributária, uma vez que o valor do ICMS integra o preço da mercadoria, sendo tal valor deduzido contabilmente como despesa operacional. O contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição porque o imposto estadual não se enquadra no conceito de faturamento ou mesmo no de receita estabelecido pela constituição. Ao contrário do alegado pelo contribuinte, tal argumento não pode ser acatado pelos órgãos administrativos de julgamento, pois o art. 26A do Fl. 54DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901399/201465 Acórdão n.º 3402003.334 S3C4T2 Fl. 6 5 Decreto nº 70.235/72 proíbe este colegiado de negar vigência a texto legal com hierarquia superior a Decreto, em razão de arguição de inconstitucionalidade, in verbis: "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(...)" O contribuinte invoca a seu favor o acórdão do STF proferido no RE 240.7852. Entretanto, esse recurso extraordinário ainda não foi definitivamente julgado, não se enquadrando no disposto no § 6º, I, acima transcrito, e nem nas disposições do Decreto nº 2.346/97, para que o entendimento possa ser estendido administrativamente a outros casos concretos. Não se olvide que essa questão é objeto do Tema 69 dos recursos submetidos à sistemática da repercussão geral no STF e será decidida no RE nº 574.706. Acrescentese que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. Considerando que os recolhimentos efetuados pelo contribuinte, com a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS, estão conformes à legislação vigente, voto no sentido de negar provimento ao recurso." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 55DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10980.933420/2009-88
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Feb 07 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/10/2002 a 31/10/2002
PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98.
A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF).
Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, b, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3402-003.746
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a juridicidade do crédito vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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COMPENSAÇÃO. ALARGAMENTO DA BASE DE CÁLCULO. Recorrente BRASILSAT HARALD S A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/10/2002 a 31/10/2002 PIS/PASEP. COFINS. BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º, DA LEI Nº 9.718/98, QUE AMPLIAVA O CONCEITO DE FATURAMENTO. NÃO INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOBRE RECEITAS NÃO COMPREENDIDAS NO CONCEITO DE FATURAMENTO ESTABELECIDO PELA CONSTITUIÇÃO FEDERAL PREVIAMENTE À PUBLICAÇÃO DA EC Nº 20/98. A base de cálculo do PIS e da COFINS é o faturamento, assim compreendido a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviços de qualquer natureza. Inadmissível o conceito ampliado de faturamento contido no § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, uma vez que referido dispositivo foi declarado inconstitucional pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF). Diante disso, não poderão integrar a base de cálculo da contribuição as receitas não compreendidas no conceito de faturamento previsto no art. 195, I, “b”, na redação originária da Constituição Federal de 1988, previamente à publicação da Emenda Constitucional nº 20, de 1998. Recurso Voluntário Provido. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário para reconhecer a juridicidade do crédito vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do montante compensado. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 93 34 20 /2 00 9- 88 Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10980.933420/200988 Acórdão n.º 3402003.746 S3C4T2 Fl. 0 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório 1. Tratase de processo administrativo decorrente da apresentação de manifestação de inconformidade contra despacho decisório que não homologou compensação declarada pelo contribuinte. 2. Segundo consta dos autos, o contribuinte alega possuir um crédito tributário decorrente do pagamento a maior de COFINS, nos termos exigidos pelo art. 3º, § 1º da Lei nº 9.718/98, o qual foi julgado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, por intermédio do RE n. 357.950, afetado por repercussão geral. 3. Referida manifestação de inconformidade foi julgada improcedente pela DRJCuritiba nos termos do que se depreende da ementa abaixo transcrita, na parte de interesse ao presente julgamento: ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES ADMINISTRATIVAS. O julgador da esfera administrativa deve limitarse a aplicar a legislação vigente, restando, por disposição constitucional, ao Poder Judiciário a competência para apreciar inconformismos relativos à sua validade ou constitucionalidade. Manifestação de Inconformidade Improcedente. Direito Creditório Não Reconhecido. 4. Diante deste quadro, o contribuinte interpôs recurso voluntário alegando, em suma, o que segue: (i) nulidade da decisão atacada, uma vez que ao pretexto de não poder analisar constitucionalidade de norma, a decisão vergastada deixou de analisar outros fundamentos jurídicos desenvolvidos pelo recorrente e que seriam autônomos e suficientes para a procedência do seu pleito; e, ainda (ii) que o crédito vindicado pelo contribuinte seria legítimo, nos termos da já citada decisão Pretoriana, a qual apresentaria caráter vinculativo para este CARF, conforme previsto no então vigente art. 62A do RICARF. 5. É o relatório. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10980.933420/200988 Acórdão n.º 3402003.746 S3C4T2 Fl. 0 3 Voto Antonio Carlos Atulim, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.723, de 24 de janeiro de 2017, proferido no julgamento do processo 10980.933424/200966, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.723): "6. O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. Da nulidade da decisão atacada 7. Não há nulidade da decisão atacada. Conforme se observa da própria manifestação de inconformidade do contribuinte, o pano de fundo a originar seu crédito para a contribuição em apreço é a inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98, reconhecida pelo STF. É o que se observa do seguinte trecho da sua manifestação: O contribuinte extinguiu o débito da COFINS, apurada conforme acima e declarada em DCTF, com DARF, período de apuração 28/02/2003, código de receita 2172, recolhido em 14/03/2003. Posteriormente, com a Declaração de inconstitucionalidade do art. 3º, parágrafo 1º, da Lei nº 9.718/98 surgiu para o contribuinte o crédito tributário oponível ao Fisco referente a COFINS incidente sobre as receitas financeiras no valor de R$ 18.459,40. 8. A decisão recorrida, por sua vez, partiu do pressuposto que a questão em apreço tocava a análise quanto à (in)constitucionalidade de normas, o que não seria passível de apreciação na instância administrativa, nos exatos termos da Súmula CARF no 2. 9. Assim, uma vez reconhecida a sua incompetência para a questão de fundo e cuja análise seria essencial para o deslinde da questão debatida, a DRJ não poderia seguir adiante na análise da manifestação de inconformidade proposta pelo contribuinte. 10. Todavia, ainda que se considere que a decisão recorrida apresenta uma mácula, o que se afirma aqui a título de obiter dicta, mesmo assim tal fato não seria impediente para a análise do recurso voluntário interposto, haja vista o disposto no art. 59, Fl. 119DF CARF MF Processo nº 10980.933420/200988 Acórdão n.º 3402003.746 S3C4T2 Fl. 0 4 §3º do Decreto m. 70.235/721, motivo pelo qual passo a análise de mérito do presente recurso. II. Do mérito da compensação perpetrada 11. Superada a questão preliminar, não há dúvida que, nos mérito, a juridicidade do crédito do contribuinte deve ser reconhecida, haja vista que a origem do citado crédito decorre da reconhecida inconstitucionalidade do art. 3º, §1º da Lei nº 9.718/98, assim reconhecida pelo STF quando do julgamento do RE nº 357.950, afetado por repercussão geral, e que restou assim ementado: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO INSTITUTOS EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõese ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PIS RECEITA BRUTA NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidouse no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindoas à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF; RE 390840, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em 09/11/2005, DJ 15082006 PP 00025 EMENT VOL0224203 PP00372 RDDT n. 133, 2006, p. 214215) 1 "Art. 59. São nulos: (...). § 3º Quando puder decidir do mérito a favor do sujeito passivo a quem aproveitaria a declaração de nulidade, a autoridade julgadora não a pronunciará nem mandará repetir o ato ou suprirlhe a falta. (...)." Fl. 120DF CARF MF Processo nº 10980.933420/200988 Acórdão n.º 3402003.746 S3C4T2 Fl. 0 5 12. Referida decisão vincula este órgão julgador, nos termos art. 62, § 2º, do RICARF, in verbis: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. (...). § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. (Redação dada pela Portaria MF nº 152, de 2016) 13. Assim, o crédito do contribuinte é juridicamente válido, cabendo à fiscalização tão somente apurar se o montante aproveitado pelo contribuinte efetivamente retrata o aludido crédito. Dispositivo 14. Diante do exposto voto por dar provimento ao recurso voluntário interposto pelo contribuinte, reconhecendo o direito ao crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do quantum compensado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, dou provimento ao recurso voluntário, para reconhecer a juridicidade do crédito por ele vindicado, de modo que a compensação apresentada pelo contribuinte seja analisada pela RFB apenas para fins de apuração quanto à exatidão do quantum compensado. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Fl. 121DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.901403/2014-95
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2012
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa.
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.337
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1817; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C4T2 Fl. 2 1 1 S3C4T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 13888.901403/201495 Recurso nº 1 Voluntário Acórdão nº 3402003.337 – 4ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 28 de setembro de 2016 Matéria COFINS. Inclusão do ICMS na base de cálculo. Recorrente AÇOVIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ESTRUTURAS METÁLICAS E PRÉMOLDADOS DE CONCRETO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2012 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de pedido eletrônico de restituição da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, cumulado com declaração de compensação, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 14 03 /2 01 4- 95 Fl. 51DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901403/201495 Acórdão n.º 3402003.337 S3C4T2 Fl. 3 2 denegado em tempo hábil por meio de despacho decisório eletrônico, sob o fundamento de que o DARF representativo do pagamento indevido estava inteiramente alocado para a quitação de débitos anteriormente declarados pelo contribuinte. Em tempo hábil, foi apresentada manifestação de inconformidade na qual a defesa alegou, em síntese, que houve nulidade por cerceamento do direito de defesa e que o crédito do contribuinte decorre de pagamento indevido, em razão de ter sido incluído o ICMS na base de cálculo da contribuição. Afirmou que o ICMS é mero ingresso que não pode ser incluído no conceito de faturamento. Invocou o precedente consubstanciado no RE 240.785 do STF e informou que os artigos 73 e 74 da Lei nº 9.430/96 garantem seu direito de compensar o indébito apurado. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento rejeitou a preliminar de nulidade e, no mérito, decidiu o seguinte: a) o valor do DARF está inteiramente alocado para pagamento de débitos informados pelo próprio contribuinte; b) a lei apenas permite a exclusão da base de cálculo da contribuição do ICMS recolhido na condição de substituto tributário e da receita proveniente da alienação onerosa de créditos do ICMS; e c) o valor dos débitos declarados para compensação é de magnitude superior ao valor do único DARF vinculado a essas compensações. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância, o contribuinte apresentou em tempo hábil recurso voluntário a este Colegiado, alegando, em síntese, o seguinte: a) nulidade por cerceamento de defesa porque o despacho decisório não diz as razões pelas quais o contribuinte não tem o crédito que alega possuir. Essa omissão impediu o contribuinte de exercer a plena demonstração de seu crédito, pois não há como argumentar contra uma decisão que se mostra lacônica; b) a base de cálculo da contribuição sempre foi o faturamento e com o advento da Lei nº 10.833/2003 houve uma ampliação, passando a base de cálculo a abranger a totalidade das receitas auferidas pelo contribuinte. Entretanto, o valor do ICMS não pode ser considerado como receita do contribuinte, sob pena de violação do art. 110 do CTN, pois a lei não pode considerar receita o que não é receita. O ICMS representa para o contribuinte mero ingresso, pois o valor é posteriormente destinado ao fisco estadual. Tal interpretação foi cristalizada em caráter definitivo no RE 240.7852, que deve ser aplicado ao caso concreto. Reafirmou a existência do indébito e seu direito de compensálo com base nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430/96. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.317, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.317): Fl. 52DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901403/201495 Acórdão n.º 3402003.337 S3C4T2 Fl. 4 3 "O recurso preenche os requisitos formais para sua admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Relativamente à preliminar de nulidade, não assiste razão à defesa. Isso porque, ao contrário do alegado, o despacho decisório declinou com todas as letras o motivo pelo qual a Administração Tributária denegou o pleito do contribuinte e não homologou as compensações declaradas. O Despacho Decisório apresenta a seguinte motivação: "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DECOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados no PER/DECOMP. (...)" No mesmo despacho encontramse perfeitamente identificados o número do PER/DECOMP, o número do DARF e o valor relativo ao suposto pagamento indevido. O texto acima transcrito revela que a compensação não foi homologada porque o valor do DARF está inteiramente alocado para o pagamento de débitos declarados pelo próprio contribuinte. Em outras palavras: o contribuinte não possui o crédito alegado no PER/DECOMP porque o valor já foi utilizado para extinguir débitos por ele próprio declarados. Portanto, o despacho decisório não foi lacônico, uma vez que declinou expressamente o motivo da não homologação da compensação: o contribuinte não tem o crédito alegado. Essa fundamentação está explícita de forma clara, precisa e congruente com a decisão de não homologar a compensação, o que atende às exigências do art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Sendo assim, é improcedente a alegação de nulidade, pois o contribuinte não teve seu direito ao contraditório e à ampla defesa cerceados, mesmo porque a apresentação de impugnação e de recurso voluntário, deduzindo argumentos no sentido de demonstrar a existência jurídica do indébito desautorizam a invocação dessa preliminar. No mérito, deflui dos autos que o contribuinte apurou e recolheu a contribuição incluindo o ICMS na sua base de cálculo e agora comparece perante a Administração Tributária alegando que o recolhimento foi efetuado em montante superior ao devido porque a inclusão do ICMS no faturamento ou na receita é inconstitucional. O recolhimento efetuado pelo contribuinte, incluindo o ICMS na base de cálculo da contribuição, está calcado em entendimento sedimentado desde tempos imemoriais na seara tributária. Tal entendimento tem respaldo legal no art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e na Instrução Normativa nº 51, de 03/11/1978, que a regulamentou. Fl. 53DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901403/201495 Acórdão n.º 3402003.337 S3C4T2 Fl. 5 4 O art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77, na redação vigente na época do fato gerador relativo ao pagamento tido como indevido, estabelecia o seguinte: "Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. (...)" (Fonte da transcrição: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decretolei/ del1598.htm) Já o item 4 da IN SRF nº 51/78, estabelece o seguinte: 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. 4.3.1 Incluemse também neste item: a) taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda; b) a parcela de contribuição para o Programa de integração Social calculada sobre o faturamento; c) a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. (Fonte da transcrição: http://sijut.fazenda.gov.br/netahtml/ sijut/Pesquisa.htm) Portanto, o recolhimento efetuado pelo contribuinte está em conformidade com a legislação vigente e com entendimento sedimentado há anos na seara tributária, uma vez que o valor do ICMS integra o preço da mercadoria, sendo tal valor deduzido contabilmente como despesa operacional. O contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição porque o imposto estadual não se enquadra no conceito de faturamento ou mesmo no de receita estabelecido pela constituição. Ao contrário do alegado pelo contribuinte, tal argumento não pode ser acatado pelos órgãos administrativos de julgamento, pois o art. 26A do Fl. 54DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901403/201495 Acórdão n.º 3402003.337 S3C4T2 Fl. 6 5 Decreto nº 70.235/72 proíbe este colegiado de negar vigência a texto legal com hierarquia superior a Decreto, em razão de arguição de inconstitucionalidade, in verbis: "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(...)" O contribuinte invoca a seu favor o acórdão do STF proferido no RE 240.7852. Entretanto, esse recurso extraordinário ainda não foi definitivamente julgado, não se enquadrando no disposto no § 6º, I, acima transcrito, e nem nas disposições do Decreto nº 2.346/97, para que o entendimento possa ser estendido administrativamente a outros casos concretos. Não se olvide que essa questão é objeto do Tema 69 dos recursos submetidos à sistemática da repercussão geral no STF e será decidida no RE nº 574.706. Acrescentese que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. Considerando que os recolhimentos efetuados pelo contribuinte, com a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS, estão conformes à legislação vigente, voto no sentido de negar provimento ao recurso." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 55DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 10314.004310/2011-84
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária
Data do fato gerador: 04/10/2003
DECADÊNCIA.
Prazo decadencial decorrido com a conseqüente perda do direito de a Fazenda Nacional lançar o crédito tributário.
Recurso de ofício negado.
Numero da decisão: 3402-003.257
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em negar provimento ao recurso de ofício.
assinado digitalmente
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
assinado digitalmente
Jorge Olmiro Lock Freire - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 04/10/2003 DECADÊNCIA. Prazo decadencial decorrido com a conseqüente perda do direito de a Fazenda Nacional lançar o crédito tributário. Recurso de ofício negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de voto, em negar provimento ao recurso de ofício. assinado digitalmente Antônio Carlos Atulim Presidente. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 43 10 /2 01 1- 84 Fl. 399DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 400 2 Relatório Por bem relatar os fatos, adoto o relatório da r. decisão, vazado nos seguintes termos: Em procedimento fiscal de verificação do cumprimento das obrigações tributárias pelo contribuinte, foram apuradas infrações aos dispositivos legais conforme se pode depreender do relato apresentado pela fiscalização. Conversão do Perdimento: Aplicação da multa equivalente ao valor da mercadoria pela impossibilidade de sua apreensão, face aos eventos constantes no relatório fiscal. Capitulação Legal: art. 23, §3º do Decreto 1455/76 – redação dada pelo art. 59 da Lei º 10.637/02, art. 2º do ADI nº 18/02. Valor: R$ 2.472.816,69. Descrição dos fatos No exercício das funções de auditorfiscal da Receita Federal do Brasil, a autoridade aduaneira lavrou o auto de infração em face da empresa Hi Care Promoções e Eventos Ltda Epp, com base no art. 27 do DL 1455/76 pela prática das infrações definidas como Dano ao Erário, sujeitando a autuada à pena de perdimento de mercadoria estrangeira ou nacional, na importação ou exportação. A lavratura do auto foi motivada pelos fatos que envolveram a autuada e outras empresas. Ao término do processo de investigação, concluiu a fiscalização que terceiros utilizaram a empresa Lírio Agência Marítima Imp. Exp. Ltda e seu sócio Agnaldo Gonzaga dos Santos para promover despachos de exportação em nome da autuada. A ação fiscal iniciouse quando a Alf/Porto de Vitória constatou que várias DDE registradas pela empresa Eletrotrading Repres. Imp. Exp. Ltda eram, em verdade, exportações fictícias pois, os dados de embarque de tais DDE foram realizados com a senha do despachante acima mencionado, sem que o mesmo soubesse da referida utilização. Ao ser indagado pela fiscalização sobre a citada ocorrência, o Sr. Agnaldo prestou as seguintes informações: · Não conhece nem trabalhou para a autuada; · A empresa Lírio, da qual é sócio, está desativada; Fl. 400DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 401 3 · Eventualmente, cedeu sua senha para ser utilizada pela comissária de despachos Intervix Despachos e Serviços Ltda, CNPJ 02.569.466/000138; · Não conhece os procedimentos relativos ao registro de presença de carga ou dados de embarque no Siscomex; · Jamais realizou qualquer serviço para a autuada ou para as demais empresas envolvidas. A Comissária Intervix Despachos e Serviços Ltda não foi localizada pela fiscalização no endereço fornecido. A autoridade aduaneira procedeu ao levantamento de todas as DDE cujos dados de embarque foram registrados, supostamente, pelo Sr. Agnaldo. Na diligência realizada, foram encontradas seis DDE da autuada vinculadas ao regime de “drawback suspensão” com suspeita de serem falsas. De acordo com a fiscalização, a autuada a empresa Hi Care e seus sócios, não foram encontrados no endereço cadastrado nos sistemas da RFB. Após a realização dos trabalhos, deduziu a autoridade fiscal que a autuada é empresa fantasma com sócios de paradeiros desconhecidos. Assim, pelos motivos expostos, a fiscalização concluiu que todas as DDE registradas com a senha do Sr. Agnaldo são ideologicamente falsas. Cita exemplos de vantagens, para os fraudadores, decorrentes da realização de exportação fictícia: 1. Lavagem de dinheiro – através da repatriação de dinheiro sujo do exterior simulando pagamento de mercadorias que nunca saíram do território nacional; 2. Desvio das mercadorias supostamente exportadas para o mercado interno, usufruindo benefícios fiscais destinados somente às exportações e, em particular, a isenção do ICMS; 3. Comercialização do produto à margem de controle fiscal; Infrações DecretoLei 1455/76, art. 24 cc DecretoLei 37/66, VI – define Dano ao Erário – utilização de qualquer documento falso – Art. 689 do Decreto 6759/2009 –Regulamento Aduaneiro. Todos os documentos envolvidos, inclusive os Registros de Exportação RE – e as Declarações de Exportação – DDE – foram consideradas ideologicamente falsos, pois refletem uma operação que nunca existiu. Fl. 401DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 402 4 Na impossibilidade de apreensão da mercadoria, seja por sua inexistência ou pelo tempo decorrido ou ainda pela inexistência da autuada, aplicase a penalidade prevista no § 1º do art. 689 que prevê a conversão da pena de perdimento em multa correspondente ao valor da mercadoria. Afirma a fiscalização que as mercadorias não foram exportadas. Sendo assim, para o valor aduaneiro foi atribuído aquele a que se refere o § 3º do art.23, do Decretolei 1455/76, em moeda nacional, convertido na data do registro das DDE. A autuada registrou as seguintes DDE no Siscomex na ALF/Vitória com a senha do Sr. Agnaldo: 2030901147/7; 2036901114/0; 2030901087/0; 2030901073/0; 2030901047/0 e 2030901012/8. De acordo com o art. 124 do Código Tributário Nacional, Lei nº. 5.172/66, os responsáveis pelos delitos cometidos são a autuada Hi Care e seus sócios: Carlos Augusto Santos, Claudina Salomão, Jan Claudius Knizek Szkely, José Eurípedes Salomão Camarano e Canuto Silvério Souza – os três últimos não constavam do quadro societário quando da lavratura do auto de infração, mas, sim, à época dos fatos. Também a Comissária Lírio e seus sócios Agnaldo dos Santos e Maria Silva Lima Gonzaga dos Santos que disponibilizaram senha pessoal e intransferível de acesso ao Siscomex a terceiros. Devidamente cientificados, a empresa autuada e seus responsáveis solidários, apresentaram suas impugnações alegando em síntese o que se segue: JAN CLAUDIUS KNIZEK SZKELY 1. Não há nos autos qualquer elemento que possa caracterizar o impugnante como responsável tributário; 2. fração menciona fatos ocorridos após a saída do impugnante do quadro societário da empresa em tela ocorrida em 02/07/2001, conforme cópia de contrato anexo; 3. O impugnante não consta no quadro societário da empresa denominada Hi Care Promoções e Eventos Ltda e, além de desconhecer totalmente os acontecimentos narrados, não possui com estes qualquer vinculação; 4. Para reafirmar o alegado, cita algumas decisões judiciais; 5. Deve ser destacado que o impugnante sequer constava no contrato social, assim, não poderia praticar condutas com excesso de poderes ou infração à lei; 6. Inadmissível ser responsabilizado pelos atos da citada empresa, vez que não pertence ao seu quadro social; Fl. 402DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 403 5 Perdimento: Possibilidade de Retificação de Declaração 7. Há a possibilidade de a mercadoria ter sido embarcada equivocadamente; 8. Caso seja comprovado o equívoco, não deverá ser considerada como falsa a declaração de conteúdo; 9. Desta forma,, não sendo considerada como falsa a declaração de conteúdo, deve ser afastada a pena de perdimento; 10. Inexiste qualquer elemento que possa sustentar a alegação da autoridade fiscal pois, o impugnante, não detinha poderes de administração na empresa, tendo se retirado do quadro social em julho de 2001; 11. Diante do exposto, requer a insubsistência e improcedência da autuação; 12. Em caso de novo lançamento, requer, ainda, a respectiva notificação sem prejuízo do disposto no art. 44, inciso I e § 3º da Lei nº. 9430/96. JOSÉ EURÍPEDES SALOMÃO CAMARANO Suspensão da exigência do Crédito Tributário 13. Enquanto não apreciada a impugnação até a sua decisão final, deve ser suspensa a exigibilidade do crédito tributáriona forma do art. 151, III do CTN. A discussão administrativa ou judicial fica pendente quanto à legalidade da cobrança do suposto débito fiscal; Dos fatos Decadência 14. O crédito tributário reclamado está fulminado pela decadência, fato este que o torna inexigível e acarreta a nulidade do presente auto de infração; 15. Além da impossibilidade da exigência do crédito tributário, face às ilegalidades que serão demonstradas, o Sr. Carlos Augusto Santos e a Srª Claudia Salomão, sócios da empresa Hi Care, são falecidos, conforme se constata das respectivas certidões de óbitos anexas; Do Mérito 16. Não exercido no prazo o lançamento, a administração perde o direito de fazêlo, conforme o art. 173 do CTN; Art. 173 – O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5(cinco) anos, contados: (...); Fl. 403DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 404 6 Parágrafo único – O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 17. Prevê o CTN, em seu art. 156, V, que a decadência extingue o crédito tributário: Art. – Extinguem o crédito tributário: (...); V – a prescrição e a decadência; 18. Cita, nesse sentido, várias decisões da Terceira Câmara de Contribuintes; 19. A Atuação referese ao período de 24/10/2002 a 30/10/2003, porém, a fiscalização operouse apenas em 2009 e a autuação se deu tempos depois, ou seja, há mais de 05 (cinco) anos do período em que o crédito tributário poderia ser exigido; 20. Os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório foram feridos. A autoridade administrativa, ao efetuar o lançamento, citou diversos artigos infringidos sem especificar qual a infração praticada; 21. Pelo exposto, espera o acolhimento da impugnação, dandolhe integral provimento. CANUTO SILVÉRIO SOUZA Dos fatos Decadência 22. A autuação foi motivada sob a alegação de ter a impugnante promovido despacho de exportação de forma equivocada, causando, com isso, Dano ao Erário; 23. Supostamente, teria sido constatado que a empresa HI CARE se utilizou da empresa LÍRIO AGÊNCIA MARÍTIMA e seu sócio Agnaldo Gonzaga dos Santos para promover despachos de exportação em nome da autuada no período de 24/10/2002 e 30/10/2003; 24. Além de carecer de elementos fundamentais formadores de seu objetivo, fere os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório; 25. Ademais o crédito tributário exigido está fulminado pela decadência, tornandose inexigível; Do Mérito 26. Não exercido no prazo o lançamento, a administração perde o direito de fazêlo, conforme o art. 173 do CTN; Art. 173 – O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5(cinco) anos, contados: Fl. 404DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 405 7 (...); Parágrafo único – O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 27. Prevê o CTN, em seu art. 156, V, que a decadência extingue o crédito tributário: Art. – Extinguem o crédito tributário: (...); V – a prescrição e a decadência; 28. Cita, nesse sentido, várias decisões da Terceira Câmara de Contribuintes; 29. A atuação referese ao período de 24/10/2002 a 30/10/2003, porém, a fiscalização operouse apenas em 2009 e o auto de infração se deu tempos depois, ou seja, há mais de 05 (cinco) anos do período em que o crédito tributário poderia ser exigido; 30. Os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório foram feridos. A autoridade administrativa, ao efetuar o lançamento, citou diversos artigos infringidos sem especificar qual a infração praticada; 31. Pelo exposto, espera o acolhimento da impugnação, dando lhe integral provimento. MARIA SILVA GONZAGA DOS SANTOS 32. Os fatos descritos no auto de infração, no que diz respeito à empresa Lírio Agência Marítima, não condiz com a verdade; 33. A empresa Hi Care não fez nenhum tipo de negócio com a empresa Lírio Agência Marítima; 34. A gerência da empresa Lírio Marítima sempre foi exercida por Agnaldo Gonzaga dos Santos, esposo da impugnante; 35. Nas investigações realizadas não encontraram documentos, relacionados às exportações, assinados pela impugnante nem por seu esposo ou por qualquer outro funcionário; 36. Alega que nunca trabalhou nos portos nem participou de qualquer tipo de negócio; 37. Desta forma, não há responsabilidades a serem impetradas, vez que encontrase desvinculada de tais operações AGNALDO GONZAGA DOS SANTOS 38. A descrição dos fatos não condiz com a verdade. A empresa HI CARE nunca fez negócio com a empresa LÍRIO MARÍTIMA; Fl. 405DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 406 8 39. A impugnante não conhece nenhum sócio ou representante legal da HI CARE e nunca fez contato com os mesmos; 40. Nas diligências efetuadas, não foram localizados documentos relativos às exportações, objeto do presente auto, assinados pelo impugnante nem por qualquer funcionário de sua empresa; 41. Apenas opera com exportações de fornecimento de bordo para navios e, todas devidamente autorizadas pela Receita Federal; 42. Somente, o despachante aduaneiro, Sr. Fabio da Silva Gonçalvez possuía a senha do Siscomex para o registro das DDE’s e RE’s de embarque de fornecimentos de bordo para navios nacionais e estrangeiros, função principal da Lírio Agência Marítima no porto de Vitória; 43. Diante do ocorrido, vem expressar sua indignação. HI CARE PROMOÇÃO DE EVENTOS LTDA Dos fatos Decadência 44. O crédito tributário vindicado está fulminado pela decadência, fato este que o torna inexigível, o que acarreta a nulidade do presente auto de infração; Do Mérito 45. Não exercido no prazo o lançamento, perde a administração o direito de fazêlo, conforme preceitua o art. 173 do CTN; Art. 173 – O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5(cinco) anos, contados: (...); Parágrafo único – O direito a que se refere este artigo extinguese definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. 46. Prevê o CTN, em seu art. 156, V, que a decadência extingue o crédito tributário: Art. – Extinguem o crédito tributário: (...); V – a prescrição e a decadência; 47. Cita, nesse sentido, várias decisões da Terceira Câmara de Contribuintes; 48. A Atuação referese ao período de 24/10/2002 a 30/10/2003, porém, a fiscalização operouse apenas em 2009 e a autuação se deu tempos depois, ou seja, há mais de 05 (cinco) anos do período em que o crédito tributário poderia ser exigido; Fl. 406DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 407 9 49. Os princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório foram feridos. A autoridade administrativa, ao efetuar o lançamento, citou diversos artigos infringidos sem especificar qual a infração praticada; 50. Pelo exposto, espera o acolhimento da impugnação, dando lhe integral provimento. Conforme se verifica, às fls. 285, o presente processo foi convertido em diligência para que fossem anexados os seguintes documentos, indispensáveis ao julgamento da lide. 1 Extrato integral das Declarações de Exportação – DDE – ,objeto do auto de infração; 2. Cópia dos Atos Concessórios que ampararam as importações dos insumos incorporados aos produtos exportados, descritos nas citadas DDE. Após atendida a solicitação contida na diligência, o presente processo retornou a esta Delegacia de Julgamento para prosseguimento. A 23ª Turma da DRJ/SP1, em 29/09/2014, julgou procedente a impugnação, pois entendeu ter decaído o direito da Fazenda Nacional para constituir o crédito tributário, considerando as datas das ciências da exigência fiscal pela empresa e pelos responsáveis solidários e a data de embarque das respectivas DE. Considerando o valor exonerado ser maior que o de alçada, a turma julgadora recorreu de ofício de sua decisão a este Colegiado. É o relatório. Voto Conselheiro Jorge Olmiro Lock Freire, relator. Sem reparos à r. decisão. Em que pese a excelência do trabalho fiscal e a robustez da prova produzida que desvela um núcleo de pessoas físicas e jurídicas fraudando a legislação aduaneira, em desproveito da economia nacional, o acatamento da preliminar de mérito não nos permite adentrar nesses fatos. Como discorre a r. decisão, o lançamento foi formalizado em 26/04/2011 (fl. 5), porém a notificação da autuada e dos responsáveis solidários operouse entre 20/04/2012 a 11/6/2012. Esse os termos ad quem. A modalidade de lançamento no regime aduaneiro de drawback suspensão é por declaração. A partir da assinatura do termo de responsabilidade passaria a correr o prazo prescricional. Porém a prescrição fica suspensa até o termo final para a exportação da Fl. 407DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 10314.004310/201184 Acórdão n.º 3402003.257 S3C4T2 Fl. 408 10 mercadoria beneficiada, momento a partir do qual se passará a contar o prazo de 5 (cinco) anos que a Fazenda Nacional terá para exigir o imposto de importação. Já as seis exportações foram embarcadas em 04/10/2003. Quer com arrimo no art. 173, I, do CTN, quer tendo como suporte o art. 139 do DL 37/66, reproduzido pelo art. 753 do RA, o prazo para ciência do lançamento seria, no máximo, em 31/12/2009. Como as ciências da exação somente se perfectibilizaram a partir de 20/04/2012, estreme de dúvida que decaído o direito da Fazenda Nacional constituir o crédito tributário inserto nestes autos. Forte no exposto, nego provimento ao recurso de ofício. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire relator Fl. 408DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/10/2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/ 2016 por JORGE OLMIRO LOCK FREIRE, Assinado digitalmente em 03/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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Numero do processo: 19647.001922/2004-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Oct 05 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 04/11/2002 a 30/12/2002
Ementa:
CRÉDITO-PRÊMIO DE IPI. VIGÊNCIA DO BENEFÍCIO FISCAL. PRECEDENTES DO STF E DO STJ
Segundo precedente firmado em Recurso Extraordinário com repercussão geral (RE n. 577.348) e Recurso Especial julgado sob o rito de recursos repetitivos (REsp n. 1.111.148), o crédito-prêmio de IPI teve vigência até 04 de outubro de 1990, por força do prescrito no § 1º do art. 41 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988.
Numero da decisão: 3402-003.224
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso.
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
Diego Diniz Ribeiro- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: DIEGO DINIZ RIBEIRO
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VIGÊNCIA DO BENEFÍCIO FISCAL. PRECEDENTES DO STF E DO STJ Segundo precedente firmado em Recurso Extraordinário com repercussão geral (RE n. 577.348) e Recurso Especial julgado sob o rito de recursos repetitivos (REsp n. 1.111.148), o créditoprêmio de IPI teve vigência até 04 de outubro de 1990, por força do prescrito no § 1º do art. 41 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso. Antonio Carlos Atulim Presidente. Diego Diniz Ribeiro Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 64 7. 00 19 22 /2 00 4- 07 Fl. 291DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 2 1. Por bem retratar os fatos aqui analisados, me valho de parte do Relatório desenvolvido pela DRJSalvador (acórdão n. 1514.159 fls. 246/253), o qual adoto como meu nos termos abaixo: A contribuinte acima identificada apresentou em 03/03/2004 Pedido de Ressarcimento de crédito do IPI (fls. 29/30), no valor de R$ 10.584.838,95, a título de "créditoprêmio" relativo a exportações realizadas no período de 04/11/2002 a 30/12/2002 (planilha às folhas 50/51), com base no art. 1° do Decretolei n° 491, de 5 de março de 1969; art. 1% § 1° da Lei n° 8.402, de 1992; art. Y do Decretolei n° 1.248, de 29 de novembro de 1972; art. 42 da Lei n° 9.532, de 10 de dezembro de 1997; e art. 8° da Instrução Normativa SRF de 10 de março de 1997. À folha 28 a interessada apresenta "Declaração de Compensação", sem contudo especificar quais os débitos a compensar, informando a palavra "futuro" na coluna "período de apuração". Às folhas 52/122, anexou fotocópias de notas fiscais de exportação emitidas pela filial (CNPJ n° 11.137.338/000297), e às folhas 31/49, fotocópias de acórdão proferido pela Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5a Região nos autos da Apelação em Mandado de Segurança n° 79.446PE, da qual é parte a Usina Trapiche S/A. Às folhas 134/135, o SEORT da DRF/Recife determinou o arquivamento deste processo, por estar em desacordo com a Instrução Normativa SRF n° 376, de 23 de dezembro de 2003, tendo a interessada sido cientificada em 03/03/2005 (Aviso de Recebimento — AR à folha 137). Posteriormente, ao presente processo foram anexados o processo n° 19647.001847/200557, com os pedidos de compensação de folhas 142/145 apresentados pela contribuinte, e o processo n° 19647.003132/200539, com Manifestação de Inconformidade contra a informação SEORT que determinou o arquivamento do processo (fls. 151/183). Em atendimento ao pleito da interessada (fls. 184/188), os débitos dos pedidos de compensação de folhas 142/145 foram excluídos do presente processo e vinculados ao processo n° 19647.011575/200412, conforme extrato às folhas 189/191. Por meio do despacho de folha 192, a DRJ/Recife devolveu o processo ao SEORT/DRF/Recife "para apreciar o requerimento denominado de manifestação de inconformidade como Pedido de Crédito de IPI, e demais providências ao seu cargo, expedindo, se for o caso, o competente Despacho Decisório". Desta forma, com base no Termo de Informação Fiscal de folhas 196/201, foi proferido o Despacho Decisório SEORT/IPI de folha 202 indeferindo o pedido de ressarcimento e não homologando as compensações de folhas 142/145, do qual a interessada foi cientificada em 23/02/2007 (AR à folha 208), apresentando em 07/03/2007 a Manifestação de Inconformidade de folhas 209/218, na qual alega, em síntese, que; Fl. 292DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19647.001922/200407 Acórdão n.º 3402003.224 S3C4T2 Fl. 278 3 • O créditoprêmio de IPI não foi extinto pela Portaria MF n° 176, de 1984; • O créditoprêmio de IPI enquadrase nas hipóteses de restituição, ressarcimento ou compensação previstas na IN SRF n° 21, de 1997; • Os Decretosleis n° 1.658, de 1979, e n° 1.724, de 1979, são inválidos; • O créditoprêmio de IPI não foi extinto pelo art. 41 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988; • A Resolução do Senado Federal n° 71, de 27 de dezembro de 2005, reafirmou expressamente o direito ao créditoprêmio, confirmando julgamento do Supremo Tribunal Federal; • Conseqüentemente, tem direito à compensação do crédito prêmio de IPI com seus débitos tributários futuros. (...) (grifos nosso). 2. Submetida a julgamento, a Impugnação interposta pelo contribuinte foi julgada improcedente pela DRJSalvador (acórdão n. 1514.159 fls. 246/253), conforme expõe a ementa abaixo transcrita: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS • INDUSTRIALIZADOS — IPI Período de apuração: 04/11/2002 a 30/12/2002 CRÉDITOPRÊMIO DE IPI. O denominado créditoprêmio de IPI, de que trata o art. 1° do Decretolei n° 491, de 5 de março de 1969, extinguiuse em 30 de junho de 1983. Solicitação Indeferida. 3. Diante deste quadro, foi interposto o Recurso Voluntário de fls. 257/263, oportunidade em que o contribuinte repisou os fundamentos já externados em Manifestação de Inconformidade (fls. 209/218). 4. É o relatório. Voto Conselheiro Relator Diego Diniz Ribeiro 5. O recurso em apreço preenche os pressupostos formais de admissibilidade, motivo pelo qual dele tomo conhecimento. I. Da vigência do créditoprêmio de IPI à luz dos precedentes do STF e do STJ Fl. 293DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 4 6. O presente caso não demanda uma acurada reflexão. Conforme exposto no relatório, tratase de pedido de ressarcimento de créditoprêmio de IPI que se refere às exportações realizadas pelo Recorrente no período de 04/11/2002 a 30/12/2002. Assim, a questão aqui se resume a saber se no período em comento o aludido créditoprêmio de IPI estava ou não vigente no ordenamento jurídico nacional. 7. Acontece que tal questão já foi decidida pelo Supremo Tribunal Federal em sede de recurso extraordinário afetado por repercussão geral. Foi escolhido por aquela Corte Suprema como leading case o RE nº. 577.3485/RS, em substituição do RE nº 577.302 7/RS (onde foi reconhecida a repercussão geral1), o qual restou assim ementado: EMENTA TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS. CRÉDITOPRÊMIO. DECRETOLEI 491/1969 (ART. 1º). ADCT, ART. 41, § 1º. INCENTIVO FISCAL DE NATUREZA SETORIAL. NECESSIDADE DE CONFIRMAÇÃO POR LEI SUPERVENIENTE À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PRAZO DE DOIS ANOS. EXTINÇÃO DO BENEFÍCIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E DESPROVIDO. I O créditoprêmio de IPI constitui um incentivo fiscal de natureza setorial de que trata o do art. 41, caput, do Ato das Disposições Transitórias da Constituição. II Como o créditoprêmio de IPI não foi confirmado por lei superveniente no prazo de dois anos, após a publicação da Constituição Federal de 1988, segundo dispõe o § 1º do art. 41 do ADCT, deixou ele de existir. III O incentivo fiscal instituído pelo art. 1º do DecretoLei 491, de 5 de março de 1969, deixou de vigorar em 5 de outubro de 1990, por força do disposto no § 1º do art. 41 do Ato de Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal de 1988, tendo em vista sua natureza setorial. IV Recurso conhecido e desprovido. (STF; RE 577348, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 13/08/2009, REPERCUSSÃO GERAL MÉRITO DJe035 DIVULG 2502 2010 PUBLIC 26022010 EMENT VOL0239109 PP01977 RTJ VOL0021401 PP00541) (g.n.). 8. No transcorrer do seu voto, assim se manifestou o Ministro Ricardo Lewandowski, Relator do caso: 1 "EMENTA CONSTITUCIONAL. IPI. CRÉDITOPRÊMIO. EXTINÇÃO. ART. 41, § 1º, DO ADCT. EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. Questão relevante do ponto de vista econômico e jurídico. (STF; RE 577302 RG, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, julgado em 17/04/2008, DJe078 DIVULG 30042008 PUBLIC 02052008 EMENT VOL0231707 PP01402 )." Fl. 294DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19647.001922/200407 Acórdão n.º 3402003.224 S3C4T2 Fl. 279 5 9. Nesta mesma linha é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, conforme se observa do precedente formado no Recurso Especial n. 1.111.148, julgado sob o rito de repetitivos e que restou assim ementado: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. Recurso Especial representativo de controvérsia (art. 543C, § 1º, do CPC). pedido de desistência.Indeferimento. violação ao art. 535, do CPC. INOCORRÊNCIA. IPI. CRÉDITOPRÊMIO. DECRETOLEI 491/69 (ART. 1º). VIGÊNCIA. PRAZO. EXTINÇÃO. PRESCRIÇÃO. (...). 3. Relativamente ao prazo de vigência do estímulo fiscal previsto no art. 1º do DL 491/69 (créditoprêmio de IPI), três orientações foram defendidas na Seção. A primeira, no sentido de que o referido benefício foi extinto em 30.06.83, por força do art. 1º do Decretolei 1.658/79, modificado pelo Decretolei 1.722/79. Entendeuse que tal dispositivo, que estabeleceu prazo para a extinção do benefício, não foi revogado por norma posterior e nem foi atingido pela declaração de inconstitucionalidade, reconhecida pelo STF, do art. 1º do DL 1.724/79 e do art. 3º do DL 1.894/81, na parte em que conferiram ao Ministro da Fazenda poderes para alterar as condições e o prazo de vigência do incentivo fiscal. 4. A segunda orientação sustenta que o art. 1º do DL 491/69 continua em vigor, subsistindo incólume o benefício fiscal nele previsto. Entendeuse que tal incentivo, previsto para ser extinto em 30.06.83, foi restaurado sem prazo determinado pelo DL 1.894/81, e que, por não se caracterizar como incentivo de natureza setorial, não foi atingido pela norma de extinção do art. 41, § 1º do ADCT. 5. A terceira orientação é no sentido de que o benefício fiscal foi extinto em 04.10.1990, por força do art. 41 e § 1º do ADCT, segundo os quais "os Poderes Executivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios reavaliarão todos os incentivos fiscais de natureza setorial ora em vigor, propondo aos Poderes Legislativos respectivos as medidas cabíveis", sendo Fl. 295DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM 6 que "considerarseão revogados após dois anos, a partir da data da promulgação da Constituição, os incentivos fiscais que não forem confirmados por lei". Entendeuse que a Lei 8.402/92, destinada a restabelecer incentivos fiscais, confirmou, entre vários outros, o benefício do art. 5º do DecretoLei 491/69, mas não o do seu artigo 1º. Assim, tratandose de incentivo de natureza setorial (já que beneficia apenas o setor exportador e apenas determinados produtos de exportação) e não tendo sido confirmado por lei, o créditoprêmio em questão extinguiuse no prazo previsto no ADCT. 6. Prevalência do entendimento no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça no sentido de que o crédito prêmio do IPI, previsto no art. 1º do DL 491/69, não se aplica às vendas para o exterior realizadas após 04.10.90. Precedente no STF com repercussão geral: RE nº. 577.3485/RS, Tribunal Pleno, Relator Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 13.8.2009. Precedentes no STJ: REsp. Nº 652.379 RS, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 8 de março de 2006; EREsp. Nº 396.836 RS, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, Rel. para o acórdão Min. Castro Meira, julgado em 8 de março de 2006; EREsp. Nº 738.689 PR, Primeira Seção, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julgado em 27 de junho de 2007. 7. O prazo prescricional das ações que visam ao recebimento do créditoprêmio do IPI, nos termos do art. 1º do Decreto 20.910/32, é de cinco anos. Precedentes: EREsp. Nº 670.122 PR Primeira Seção, Rel. Min. Castro Meira, julgado em 10 de setembro de 2008; AgRg nos EREsp. Nº 1.039.822 MG, Primeira Seção, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 24 de setembro de 2008. 8. No caso concreto, tenho que o mandado de segurança foi impetrado em 27 de fevereiro de 2004, portanto, decorridos mais de cinco anos entre a data da extinção do benefício (5 de outubro de 1990) e a data do ajuizamento do writ, encontramse prescritos eventuais créditos de titularidade da recorrente. 9. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido. Acórdão submetido ao regime do art. 543C, do CPC, e da Resolução STJ n. 8/2008. (STJ; REsp 1111148/SP, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, PRIMEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2010, DJe 08/03/2010) (g.n.). 10. Tais precedentes, por seu turno, devem ser seguidos por este Tribunal Administrativo, nos termos do que prevê o art. 62, § 1º, inciso II, alínea "b" do RICARF, já com a redação que lhe foi dada pela Portaria n. 152, de 03 de maio de 2016. 11 Assim, levando em consideração que as exportações aqui tratadas se referem ao período compreendido entre 04/11/2002 e 30/12/2002, i.e., quando já revogado o créditoprêmio de IPI, nos termos dos precedentes pretorianos alhures referidos, não resta alternativa senão reconhecer a improcedência do Recurso Voluntário interposto. Dispositivo Fl. 296DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 19647.001922/200407 Acórdão n.º 3402003.224 S3C4T2 Fl. 280 7 12. Diante do exposto, nego provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte. 13. É como voto. Relator Diego Diniz Ribeiro Fl. 297DF CARF MF Impresso em 05/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 15/09/2016 por DIEGO DINIZ RIBEIRO, Assinado digitalmente em 01/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
score : 1.0
Numero do processo: 12466.720993/2012-93
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Feb 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 05/11/2008 a 10/06/2011
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA PRESUMIDA. NÃO COMPROVAÇÃO DA ORIGEM E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO EXTERIOR.
A não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados nas operações de comércio exterior justifica a presunção de interposição fraudulenta, a qual, entretanto, é juris tantum, ou seja, admite prova em contrário.
NÃO APRESENTAÇÃO OU NÃO MANUTENÇÃO, EM BOA GUARDA E ORDEM, DE DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO DO DESPACHO ADUANEIRO.
O importador tem a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de apresentá-los à fiscalização aduaneira quando exigidos. A declaração de importação será instruída com os documentos originais a que se refere o art. 553, do RA. A ausência desses documentos nos termos legais, constituem-se em fatos sancionáveis com a multa prevista no art. 70, II, b, item 1 da Lei nº 10.833/03 (art. 710 do Decreto nº 6.759/2009).
MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DADOS CONTÁBEIS EM MEIO MAGNÉTICO.
A não entrega dos arquivos contábeis-fiscais em meio magnético na forma definida pela legislação, dá azo a aplicação da multa a que alude o art. 12 da Lei 8.218/91.
Recursos de ofício e voluntário negados.
Numero da decisão: 3402-003.774
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário.
assinado digitalmente
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
assinado digitalmente
Jorge Olmiro Lock Freire - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: JORGE OLMIRO LOCK FREIRE
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NÃO COMPROVAÇÃO DA ORIGEM E DISPONIBILIDADE DOS RECURSOS EMPREGADOS NO COMÉRCIO EXTERIOR. A não comprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados nas operações de comércio exterior justifica a presunção de interposição fraudulenta, a qual, entretanto, é juris tantum, ou seja, admite prova em contrário. NÃO APRESENTAÇÃO OU NÃO MANUTENÇÃO, EM BOA GUARDA E ORDEM, DE DOCUMENTOS DE INSTRUÇÃO DO DESPACHO ADUANEIRO. O importador tem a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de apresentá los à fiscalização aduaneira quando exigidos. A declaração de importação será instruída com os documentos originais a que se refere o art. 553, do RA. A ausência desses documentos nos termos legais, constituemse em fatos sancionáveis com a multa prevista no art. 70, II, “b”, item 1 da Lei nº 10.833/03 (art. 710 do Decreto nº 6.759/2009). MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DE DADOS CONTÁBEIS EM MEIO MAGNÉTICO. A não entrega dos arquivos contábeisfiscais em meio magnético na forma definida pela legislação, dá azo a aplicação da multa a que alude o art. 12 da Lei 8.218/91. Recursos de ofício e voluntário negados. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 46 6. 72 09 93 /2 01 2- 93 Fl. 2530DF CARF MF 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento aos recursos de ofício e voluntário. assinado digitalmente Antonio Carlos Atulim Presidente. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão a quo, vazado nos seguintes termos: As multas calculadas sobre o valor aduaneiro, tem base em uma lista de declarações de importação (DI) registradas no período de 05/11/2008 a 10/06/2011, conforme fls. 65/66 (multa de 100%) e 68/69(multa de 5%); A fiscalização informa (fls. 6) que as infrações foram identificadas por ocasião da aplicação de procedimento especial de fiscalização previsto na IN SRF Nº 228, de 2002. A fiscalização, as fls. 7 a 11 sistematiza dados pelos quais informa da existência de uma série de termos de intimação e reintimação efetuadas ao contribuinte e destaca o atendimento parcial ou não atendimento satisfatório destas pelo contribuinte, ocorridos no período de 11/07/2011 até 07/03/2012; A fiscalização, as fls. 11 a 25, lista cada um dos documentos entregues pela autuada e executa análises sobre as alegadas irregularidades que levaram a conclusão da não comprovação da efetiva transferência e disponibilidade dos recursos empregados no comércio exterior, das quais apresenta destaques negritados para cada item sobre os fatos que considera relevantes. As fls. 25 lista os itens das intimações, os quais entende não atendidos pela autuada: “Em resumo, conforme exposto acima, o contribuinte não atendeu a intimação e reintimação de forma satisfatória, atendendo integralmente, apenas, 11 itens (1, 2, 3, 4, 9, 11, 12, 14, 20, 22 e 29), não atendendo integralmente 9 itens (5, 10, 13, 19, 27, 28, 30, 31 e Fl. 2531DF CARF MF Processo nº 12466.720993/201293 Acórdão n.º 3402003.774 S3C4T2 Fl. 2.531 3 33) e não atendendo a 13 (6, 7, 8, 15, 16, 17, 18, 21, 23, 24, 25, 26 e 32) dos 33 itens com exigências.” A fiscalização caracteriza o quadro probatório e fundamentos legais que entende relevantes para a autuação relativos a: Interposição fraudulenta, as fls. 26 a 35; Não comprovação da integralização do capital social, da inexistência de fato e da baixa de ofício da autuada, as fls. 35 a 39; Não comprovação da disponibilidade dos recursos, a situação irregular da empresa nas operações de comércio exterior e sobre o que define como “fluxo financeiro deficitário” da autuada, as fls. 40 a 61; “falsidade de documentos necessários ao embarque ou desembaraço”, as fls. 61 a 64; Ocorrência do dano ao erário e a aplicação da multa equivalente ao valor aduaneiro, as fls. 64 a 66; Descumprimento da obrigação de manter em boa guarda os documentos ou de apresentálos a fiscalização quando exigido e a falta de entrega dos arquivos digitais solicitados, as fls. 66 a 72; A fiscalização informa (fls. 72) que decorrente da constatação de que a GATE DO BRASIL não comprovou a disponibilidade e a efetiva transferência dos recursos empregados no comércio exterior, foram lavradas 02 representações, sendo a primeira para fins de inaptidão do CNPJ e a outra para fins penais, nos termos da legislação em vigor. A GATE DO BRASIL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA, apresenta sua peça impugnatória as fls. 1919 a 2001, trazendo documentos conforme lista de anexos descrita as fls. 2000, nos seguintes termos: Em sede de preliminar requer: Reconhecimento da tempestividade da impugnação. Anulação do lançamento por desvio de poder dos auditoresfiscais no procedimento de fiscalização e na lavratura dos autos, se referindo ao “modus operandi” da fiscalização na prática de seus atos. Nulidade dos autos, decorrente da inobservância das formalidades essenciais, por ausência de numeração das páginas. Nulidade dos autos por ausência de provas, alegando que: “Sem as provas, fica preterido o direito de defesa da recorrente, o que implica a nulidade da presunção” Relativamente a análise da fiscalização sobre a “boa guarda e apresentação dos documentos”, requer “nulidade da acusação por cerceamento do direito de defesa”.(fls. 1.993) Nos quesitos de mérito alega: Fl. 2532DF CARF MF 4 As fls. 1931 a 1957, que houve regularidade do atendimento das intimações pela impugnante e das legítimas justificativas apresentadas, apresentando explicações que pretendem contestar os itens listados pela fiscalização as fls. 25. As fls. 1957 a 1974, questiona a conclusão da fiscalização sobre a “comprovação da integralização do capital social”; A partir das fls. 1975 questiona os elementos que levaram a conclusão da fiscalização sobre a existência de interposição fraudulenta, destacando os seguinte pontos: As fls 1975, justifica que a “pulverização das vendas – característica inequívoca da ausência de predestinação das mercadorias” As fls. 1979, “inexistência de dano ao erário – ausência de interesse de quebra da cadeia de incidência do IPI”, pois “a grande maioria dos clientes da impugnante (cerca de 90%) são empresas optantes pelo simples” As fls. 1983, alega a prescrição da pretensão punitiva relativa a atos praticados anteriormente a 21 de março de 2007; As fls. 1984, questiona elementos que levaram a conclusão da fiscalização sobre o “fluxo financeiro” da empresa, em 03 pontos que cita “PLANILHA IMPRESTÁVEL COMO PROVA, TENTATIVA FRUSTADA DE ENGODO DOS JULGADORES e MÁFÉ DA FISCALIZAÇÃO AO ACUMULAR OS “AJUSTES” NA PLANILHA”. As fls. 1991, pela “inexistência de presunção de documentos falsos”; As fls. 1994, pela “inexigibilidade de conduta diversa”, pois alega que os documentos originais foram entregues a Receita Federal ou aos Recintos Alfandegados, logo houve “cumprimento do dever legal”. As fls. 1999, protesta pela realização de perícia e indica motivos, apresenta quesitos e indica pessoa para atuar na condição de assistente técnico para executála: “d) por eventualidade, seja determinada a realização de perícia nos registros e lançamentos financeiros da impugnante, assim como nos demonstrativos elaborados pela fiscalização;” “394 A perícia é necessária para se permitir o exercício do direito ao contraditório, uma vez que o auditorfiscal elaborou relatórios com inúmeros equívocos, desconsiderando diversos contratos de financiamento apresentados e explicações feitas pela empresa, sendo portanto um aspecto eminentemente fático e que requer conhecimentos técnicos especializado” As fls. 2.000, a autuada informa a lista de anexos a sua peça impugnatória: “I. Procuração, atos constitutivos e cópias dos documentos dos procuradores II. Comprovante de entrega dos correios III. Relação de clientes da Gate IV. Declaração de imposto de renda dos sócios V. Informações fiscais do contribuinte VI. Balancetes trimestrais de apuração VII.Contratos de mútuo firmado com a empresa Marchesan Representações Comerciais Ltda.; VIII. Contrato de Adesão a Produtos de Pessoa Jurídica do Banco do Brasil; IX. Contratos de financiamento com o HSBC Bank X. Extratos bancários da Gate indicados na impugnação XI. Extrato da conta da sócia Renata atestando integralização do capital social; Fl. 2533DF CARF MF Processo nº 12466.720993/201293 Acórdão n.º 3402003.774 S3C4T2 Fl. 2.532 5 XII. Recibo elaborado pela empresa nas operações por conta e ordem com demonstrativo de formação de preços, onde constam as despesas e os custos da operação XIII. Fluxos financeiros revisados XIV. Quesitos para o perito” Diligência Em razão da impossibilidade de conhecer dos documentos entregues pela autuada juntamente a sua peça impugnatória, por não estarem legíveis ou por apresentarem indícios de falta, conforme Despacho às fls. 2.374/2.375, este processo foi baixado em diligência, tendo retornado depois da anexação dos documentos às fls. 2.398/2.439, o que possibilita a continuidade de sua análise em respeito aos princípios do contraditório e da ampla defesa. A DRJ em Florianópolis, em 30/10/2014, julgou parcialmente procedente a impugnação (fls. 2475/2496), mantendo apenas a multa por não manutenção em boa guarda a documentação de importação (art. 70, II, b, I, da Lei 10.833/2003) e a multa por não entrega dos arquivos contábeis em meio digital de 2008 e 2011 (Art. 12, III, da Lei 8.218/90). Tendo sido exonerada a multa aplicada com arrimo § 2º do art. 23 do DecretoLei nº 1.455, de 1976, incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002, no valor histórico de R$ 2.035.524,00, foi interposto recurso de ofício nessa matéria. Não resignada com a decisão a quo que manteve as multas administrativas, a autuada interpôs recurso voluntário (fls. 2502/2506), no qual, em suma, alega que foi cerceado seu direito por não ter a fiscalização especificado quais documentos deixaram de ser apresentados. Acresce que os documentos originais foram entregues à própria Receita Federal ou aos recintos alfandegados e os que não o foram foi porque ela não teria a obrigatoriedade de fazêlo. Assevera que jamais "recebeu vias originais desses conhecimentos ou das faturas". Quanto à multa pela não entrega dos arquivos magnéticos, consigna que esses arquivos foram devidamente entregues e recebidos "sem qualquer ressalva", pelo que entende não razoável a aplicação daquela. Pede, alfim, a decretação de insubsistências das multas aplicadas. É o relatório. Voto RECURSO DE OFÍCIO Valhome dos fundamentos da r. decisão nesse tópico, as quais adoto como minhas razões para decidir o recurso de ofício quanto à questão da interposição fraudulenta. Assim sendo, concluise que será necessário analisar se a interposição ficou caracterizada, conforme tese da fiscalização, pela não comprovação da transferência e disponibilidade dos recursos empregados nas operações de comércio exterior. Diferentemente do que pretende a autuada, a não comprovação, quando instada pelo fisco, da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados nas operações de comércio exterior, segundo § 2º do art. 23 do DecretoLei nº 1.455, de 1976, incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002, implica em presunção legal da prática de interposição fraudulenta, ocasionando o dano ao erário e sujeitando as mercadorias a aplicação da pena de perdimento, ou multa equivalente ao valor aduaneiro, na importação, quando a mercadoria não for localizada, ou tiver sido consumida ou revendida. Não se trata de presunção pessoal da fiscalização, porém de ordem legal entretanto, sendo de caráter "juris tantum", admitindo prova em contrário, que deve ser Fl. 2534DF CARF MF 6 apresentada por parte da GATE, a quem cabe, caso acusada, comprovar a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados nas suas operações de comércio exterior. Neste ponto podese concluir a partir do texto extraído da intimação as fls. 88 a 94, que esta era bem clara e específica nos itens 6, 7, 8, 24 e 25, sobre sua pretensão durante o procedimento de fiscalização que se iniciava, ou seja, de que buscava juntamente a GATE documentos que lastreassem os recursos empregados nas operações de comércio exterior. “6. Apresentar documentação, hábil e idônea, coincidente em datas e valores que comprove a efetiva transferência dos recursos dos sócios à empresa, a fim de integralizar o capital em todas as suas alterações, tais como cheque microfilmado, comprovante de depósito autenticado, extrato bancário, comprovantes de TED/DOC e outros equivalentes. Os documentos apresentados deverão demonstrar a saída dos recursos da conta dos sócios (ex: extrato bancário) e a entrada desses recursos na conta da empresa. Caso o recurso tenha origem diversa da do sócio (empréstimos), identificar a pessoa física ou jurídica agente financiador da operação e comprovar a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência de seus recursos; 7. Apresentar documentação, hábil e idônea, coincidente em datas e valores que comprove a transferência dos recursos dos sócios incluídos aos sócios excluídos, nas alterações do quadro societário. Caso o recurso tenha origem diversa da do sócio, identificar a pessoa física ou jurídica agente financiador da operação e comprovar a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência de seus recursos. 8. Apresentar documentação comprobatória dos valores transferidos pela empresa aos sócios, a qualquer título; ... 24. Informar por escrito sobre a atividade dos sócios e dos procuradores do contribuinte em outras empresas: como gerente, cotista, com vínculos empregatícios ou outros; 25. Apresentar as declarações de renda e bens e direitos dos sócios da empresa, referentes aos exercícios de 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011 (anoscalendário 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010); ... O que se verifica ao longo dos autos é que durante o procedimento de fiscalização, não houve o registro da entrega de todos os documentos hábeis que pudessem comprovar a integralidade dos lançamentos contábeis, pois a autuada entendia, "contrario sensu" ao previsto no art. 26, citado, que não seria obrigada a entregálos, conforme se extrai de parte dos textos da sua pugna as fls. 1952, item 163; 1954, item 176, : “ 163 Sobre a não apresentação da totalidade dos contratos de câmbio (item 27), ......... Além disso, tais informações constituem sigilo bancário, mas uma vez não podendo ser exigido da empresa”. Fl. 2535DF CARF MF Processo nº 12466.720993/201293 Acórdão n.º 3402003.774 S3C4T2 Fl. 2.533 7 “176 Ocorre que os dados relativos ao arremate ou liquidação dos financiamentos estão devidamente contabilizados e, ainda são protegidos pelo sigilo fiscal, não sendo obrigação da autuada de apresentálos” O autuado, em sua pugna, ao mesmo tempo que protesta pelo sigilo dos dados bancários para não entregálos a fiscalização, apresenta a tese favorável de que, por meio de RMF, esta poderia obter os dados pretendidos e assim verificar disponibilidade e transferência dos recursos empregados nas operações de comércio exterior, ou seja, tenta inverter o ônus da prova sem fundamento legal para tanto. Apesar de no curso do procedimento de fiscalização estar caracterizada a insistência da GATE, em não apresentar extratos bancários e outros documentos relevantes, traz estes anexos a sua pugna na tentativa de provar a transferência e disponibilidade dos recursos e desconstruir a tese da autuação, sendo eles: declaração anual de ajustes do Imposto de Renda anocalendário de 2010, exercício de 2011, dos sócios MARINA Lellis (fls. 2.123/2.128); RODOLPHO Alexandre (fls. 2.129/2.134); e RENATA Helena (fls. 2.135/2.141) extrato da conta corrente do sócio RODOLPHO, do banco HSBC, do dia 09 e 10/03/2011(Fls. 2291); cópia do Balancete Analítico do período de julho/2008 a Dezembro/2011 (2.244/ 2.242); extratos da conta corrente da Pessoa Jurídica GATE, para os seguintes períodos e bancos: Banco do Brasil – 28/11 a 31/12/2008 (fls. 2.248/2.249); HSBC – 01/09 a 30/09/2008 (fls. 2.251 a 2.252); HSBC – 01/12 a 29/12/2008 (fls. 2.253); Banco do Brasil – 30/12/2008 a 30/04/2009 (fls. 2.254/2.257 e 2.260/2.261); HSBC – 05/02 a 25/02/2009 (fls. 2.264), 04/05 a 24/09/2009 (fls. 2.265 a 2.270), e 03/11 a 26/12/2009 (fls. 2.271 a 2.272); HSBC – 26/02 a 30/04/2010 (fls. 2.273/2.275) e 30/06 a 30/12/2010(fls. 2.277/2.284); Banco Itaú (investimentos) – 15/10 (fls. 2.285); HSBC – 31/12/2010 a 26/01/2011 (fls. 2.286/2.287); Banco do Brasil – 31/01 a 22/03/2011 (fls. 2.288/2.290); Banco Itaú – 29/12/2010 a 31/01/2011 (fls. 2.292/2.293) e 24/02 a 31/03/2011 (fls. 2.294/2.295). Contrato Giro Fácil / Conta empresarial de 30/09/2008 (fls. 2.409); Contrato de crédito rotativo – Banco do Brasil (fls. 2.405/2.407); Contrato de Mútuo com Marchezan Representações Comerciais (2.402/2.403); O que se pôde verificar, inicialmente, foi um quadro probatório apresentado pela fiscalização para defender a sua tese de que houve ausência de comprovação de integralização de parte do capital social (20%), ou seja, do valor de R$ 20.000,00, que teriam sido entregues em espécie pela sócia majoritária, dinheiro este depositado na conta corrente da empresa, conforme informa a impugnante nos itens 202 a 287, as fls. 1957 a 1974 . Fl. 2536DF CARF MF 8 Diante dos fatos e documentos apresentados ao longo dos autos, o quadro probatório leva a concluir que não há controvérsia quanto a integralização e disponibilidade, por meio de depósito em conta da empresa, dos recursos necessários a formação do capital social, contudo não há documentos que provem a origem dos recursos entregues pela sócia majoritária Renata Aguiar, ou seja os R$ 20.000,00 em espécie. Para tal sócia, somente foram apresentados na pugna da GATE, Declarações de Ajustes Anual do Imposto de Renda, que comprovam bens e valores que possuía a partir do ano de 2009 (fls 2.136/2.141), contudo a integralização ocorreu no ano de 2006. No entanto, o foco principal da atuação se refere a não comprovação de origem, disponibilidade e transferência de recursos para as operações de comércio exterior que, no caso da GATE, se referem a DI registradas a partir de novembro de 2008, período não contemporâneo ao fato. Mesmo que a origem lícita destes recursos da ordem de R$ 20.000,00 para integralização do capital não tenha sido devidamente comprovada, há de se analisar a subsunção do fatos às normas, a qual requer que a “nãocomprovação” seja vinculada a “recursos” “empregados nas operações de comércio exterior”, pois a autuação não se refere a outro fundamento. Podese ver que a fiscalização não logrou êxito em provar a relação histórica desses recursos aportados no ano de 2006, por ocasião da constituição da empresa, aos aplicados operações de comércio exterior da GATE realizadas a partir do ano de 2008. Conforme se extrai do próprio relatório fiscal, para vários lançamentos escriturados no Livro Razão, confrontados com outros documentos, tais quais comprovantes de operações comerciais realizadas pela GATE ( Notas fiscais, DANFE, etc), a conclusão da fiscalização foi de que não houve prova da transferência e disponibilidade dos recursos, por ausência de documento hábil que os lastreasse, neste caso, os extratos bancários das contas da pessoa jurídica. A fiscalização também aponta o que aduz como divergências de valores e datas em algumas operações comerciais da GATE, escrituradas no Livro Razão, sistematizando estes fatos (fls. 42 a 58), resumindoos em uma tabela (fls. 57/58) intitulada “totalização mensal dos lançamentos não comprovados documentalmente”, referindose ao período que compreende os meses de outubro de 2008 a março de 2011. A fiscalização chega a elaborar planilha (fls. 58/59) construindo um fluxo de caixa com o intuito de provar a indisponibilidade dos recursos no período de registro das DI, por meio de glosa de valores, sem êxito, pois decorrente da análise dos livros fiscais e dos extratos de conta corrente, verificase que há provas de disponibilidade de diversos recursos, ou seja, havia disponibilidade financeira para a GATE executar suas operações, mesmo existindo algumas divergências sobre as datas de sua escrituração. A fiscalização aceita que a GATE realizou operações comerciais, que recebeu valores, porém, decorrente da ausência de extratos de conta corrente, conclui que não houve prova da transferência e disponibilidade dos recursos. Quanto à tabela “totalização mensal dos lançamentos não comprovados documentalmente”, a GATE traz a sua pugna (fls. 1987/1989) uma tabela comparativa, lastreada em extratos de suas contas correntes, em contratos de crédito com o Banco do Fl. 2537DF CARF MF Processo nº 12466.720993/201293 Acórdão n.º 3402003.774 S3C4T2 Fl. 2.534 9 Brasil e HSBC, além de outras provas, pelos quais comprova a transferência e disponibilidade dos recursos. A fiscalização também aponta o que aduz como divergências de valores e datas em algumas operações comerciais da GATE, escrituradas no Livro Razão, sistematizando estes fatos (fls. 42 a 58), resumindoos em uma tabela (fls. 57/58) intitulada “totalização mensal dos lançamentos não comprovados documentalmente”, referindose ao período que compreende os meses de outubro de 2008 a março de 2011. A fiscalização chega a elaborar planilha (fls. 58/59) construindo um fluxo de caixa com o intuito de provar a indisponibilidade dos recursos no período de registro das DI, por meio de glosa de valores, sem êxito, pois decorrente da análise dos livros fiscais e dos extratos de conta corrente, verificase que há provas de disponibilidade de diversos recursos, ou seja, havia disponibilidade financeira para a GATE executar suas operações, mesmo existindo algumas divergências sobre as datas de sua escrituração. A fiscalização aceita que a GATE realizou operações comerciais, que recebeu valores, porém, decorrente da ausência de extratos de conta corrente, conclui que não houve prova da transferência e disponibilidade dos recursos. Quanto a tabela “totalização mensal dos lançamentos não comprovados documentalmente”, a GATE traz a sua pugna (fls. 1987/1989) uma tabela comparativa, lastreada em extratos de suas contas corrents, em contratos de crédito com o Banco do Brasil e HSBC, além de outras provas, pelos quais comprova a transferência e disponibilidade dos recursos. A GATE apresenta inclusive cópias de contratos de concessão crédito automáticos (HSBC e Banco do Brasil), que garantem, um tipo de “limite” extra na conta corrente, similar ao de cheque especial , além dos extratos da conta corrente demonstrando o uso desses recursos ao longo dos anos mediante pagamento de juros. Para justificar origem de recursos de R$ 25.000,00, traz declaração de ajuste anual de imposto de renda ( fls. 2.133) entregue a Receita Federal, do sócio RODOLPHO, para demonstrar que este possuía recursos, em espécie, o que viria justificar sua origem, além da prova, por meio de extrato da conta corrente do dia 09 e 10/03/2011(Fls. 2291), da transferência dos recursos a GATE e de sua disponibilidade; Para os recursos contabilizados no Livro Razão, R$ 127.000,00 (fls. 55), que teriam sido obtidos a título de mútuo firmado com a MARCHESAN REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA, a qual não seria, segundo a fiscalização, pessoa jurídica cujo objeto seja a concessão de empréstimos, a GATE reapresenta o contrato de mútuo e extrato de sua conta corrente para provar que, diferentemente do que alega a fiscalização, pode provar a transferência e disponibilidade dos recursos (fls. 2.288). Sendo assim, verificase que: a fiscalização lastreou sua tese de que a GATE não havia provado a transferência e disponibilidade dos recursos empregados nas operações de comércio exterior do período pela ausência de documentos hábeis, construindo uma tabela de “fluxo negativo de caixa”, sem, contudo, tratar da questão relativa a origem dos recursos empregados; e Fl. 2538DF CARF MF 10 a GATE trouxe à sua pugna documentos que comprovaram a transferência e disponibilidade dos recursos empregados na operações de comercio exterior do período autuado, ou seja, de que não havia a situação definitiva como “fluxo negativo de caixa”. Logo, há de se concluir que não restou caracterizada a infração de interposição fraudulenta, conforme § 2º do art. 23 do DecretoLei nº 1.455, de 1976, incluído pela Lei nº 10.637, de 30.12.2002, pois, contrariamente a tese da atuação, restou provada a transferência e disponibilidade dos recursos empregados nas operações de comércio exterior do período atuado. Com base nesses fundamentos, nego provimento ao recurso de ofício. RECURSO VOLUNTÁRIO Quanto à preliminar de cerceio de defesa, é de ser rechaçada, pois o extenso relato fiscal deixou bem evidenciado toda dificuldade em receber os documentos, em relação aos quais a empresa foi intimada a apresentálos no curso do procedimento fiscal, e nele está bem claro quais os documentos que não foram apresentados, assim como o não atendimento quanto à forma magnética que os documentos deveriam ter sido apresentados e não o foram. Vejase que o contribuinte teve ciência da ação fiscal e com a intimação para apresentação de vários documentos em 21/06/2011, e até o mês de dezembro/2011 ainda não tinha atendido a toda solicitação do Fisco, o que, por si só, denota sua falta de diligência em prover os documentos solicitados pela fiscalização, o que é seu dever legal. Várias prorrogações de prazo lhe foram deferidas e mesmo assim, normalmente, o solicitado foi sendo atendido a conta gotas, o que fica muito bem delineado no relato fiscal. Em 28/09/2011 o contribuinte apresentou em meio digital os livros Diário e Razão referente ao ano de 2011 em formato PDF. Não o apresentou, porém, em meio físico, devidamente assinado pelo responsável da empresa, como deveria (RESPOSTA 28 09 2011). Importante destacar que esses arquivos foram apresentados visando atender ao quesito 12 do TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZAÇÃO 201100413001, para entrega dos livros. De forma alguma supriram o quanto demandado no quesito 13, para entrega de arquivos digitais nos termos da IN SRF Nº 86/2001, pois não atendem à forma de apresentação, documentação de acompanhamento e especificações técnicas exigidos pela referida IN. ... No dia 01/11/2011, o contribuinte informou que ainda não tinha conseguido gerar os arquivos contábeis (item 4.1 do anexo do ADE COFIS Nº15/2011), ou seja, passados mais de 4 meses do Termo de Início de Fiscalização, a GATE não foi capaz de gerar os arquivos contábeis para o período de 2008 e 2011 exigidos em norma legal. Nesta mesma data apresentou o arquivo de Itens de Mercadorias/Serviços (item 4.3.2 do anexo do ADE COFIS Nº15/2011), já declarando estarem com inconsistências, ou seja, também não foi capaz de gerar um arquivo No dia 02/12/2011, o contribuinte foi cientificado do TERMO DE INTIMAÇÃO Nº 201100413005 (TIF 2011 00413 005), no qual é exigida a apresentação de documentação hábil e idônea Fl. 2539DF CARF MF Processo nº 12466.720993/201293 Acórdão n.º 3402003.774 S3C4T2 Fl. 2.535 11 que dê suporte aos lançamentos relacionados no termo. É exigida, ainda, a apresentação das Declarações de Importação na modalidade por conta própria acompanhadas dos documentos obrigatórios de instrução, nos termos do art. 553 do Decreto nº 6.759/2009 (Regulamento Aduaneiro). ... Em 25/01/2012, o contribuinte, pela 6ª vez, apresentou pedido de prorrogação de prazo de 7 dias para atendimento do TERMO DE REINTIMAÇÃO Nº 201100413 006 (PEDIDO DE PRORROGAÇÃO 25 01 2012). No dia 13/02/2012, o contribuinte apresentou documento de resposta ao TERMO DE REINTIMAÇÃO Nº 201100413006 (RESPOSTA 13 02 2012). Em anexo a este documento, a GATE apresentou faturas e conhecimentos de transporte originais de algumas poucas Declarações de Importação, não atendendo de forma satisfatória o quanto demandado (ANEXO RESPOSTA 13 02 2012). ... Declarou o contribuinte que apresentou “todos os contratos de câmbio” (item 27 do TERMO DE INÍCIO DE FISCALIZAÇÃO Nº 201100413001). Mais uma declaração falsa. Em meio a 81 operações de comércio exterior registradas, a GATE apresentou apenas 14 contratos de câmbio em documento de resposta de 01/08/2011 (RESPOSTA 01 08 2011) e mais 5 contratos de câmbio em documento de resposta de 27/09/2011 (RESPOSTA 27 09 2011), totalizando apenas 19 contratos de câmbio entregues. ... Apresentar contratos de compra e venda, ou outros, bem como todas as alterações, celebrados entre o contribuinte e as empresas nacionais (adquirentes de mercadorias importadas ou remetentes de mercadorias para exportação); Comentário: No dia 22/09/2011, o contribuinte não apresentou nenhum contrato e afirmou que “A GATE não possui contrato com seus clientes, como é prática de qualquer distribuidora”. Portanto, à toda evidência, o Fisco demonstrou inequivocamente quais os documentos obrigatórios que não foram entregues à fiscalização, o nos faz refutar a alegação de que não teria sido apontado em específico quais documentos não teriam sido entregues. E certo também que a recorrente prejudicou a celeridade e o bom andamento da ação fiscal. MULTA POR NÃO APRESENTAÇÃO DOS DOCUMENTOS RELATIVOS ÀS OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO Foi aplicada multa proporcional de 5% do valor aduaneiro de importações realizadas relativas às DI listadas as fls. 68/69, conforme alega a fiscalização, pelo importador não ter apresentado, quando exigidos, os documentos relativos a transações que realizou, nos Fl. 2540DF CARF MF 12 termos da alínea “b” do inciso I do art. 70 e do caput do 71 da Lei n° 10.833/2003, replicado no RA nos seguintes termos: Art. 710. Aplicase a multa de cinco por cento do valor aduaneiro das mercadorias importadas, no caso de descumprimento de obrigação referida no caput do art. 18 (acima transcrito), se relativo aos documentos obrigatórios de instrução das declarações aduaneiras. O artigo 18 do Regulamento Aduaneiro (com redação do art. 70, da Lei 10.833/2003) é bem claro quanto à obrigação da manutenção dos documentos, dentro do prazo decadencial que deram suporte às operações de importação/exportação. Vejase a redação dessa norma: Art. 18 – O importador, o exportador ou o adquirente de mercadoria importada por sua conta e ordem têm a obrigação de manter, em boa guarda e ordem, os documentos relativos às transações que realizarem, pelo prazo decadencial estabelecido na legislação tributária a que estão submetidos, e de apresentá los à fiscalização aduaneira quando exigidos. No mesmo sentido, versa o art. 195, do CTN, quanto à guarda dos documentos fiscais. Verificase que o relatório fiscal demonstra uma ausência parcial do atendimento das intimações por parte do fisco, especificamente quanto aos documentos que ampararam as operações de importação listadas às fls. 68/69. Segundo a fiscalização, “Em resumo, conforme exposto acima, o contribuinte não atendeu a intimação e reintimação de forma satisfatória, atendendo integralmente, apenas, 11 itens (1, 2, 3, 4, 9, 11, 12, 14, 20, 22 e 29), não atendendo integralmente 9 itens (5, 10, 13, 19, 27, 28, 30, 31 e 33) e não atendendo a 13 (6, 7, 8, 15, 16, 17, 18, 21, 23, 24, 25, 26 e 32) dos 33 itens com exigências.” A GATE, na condição de importador, é sujeito ao cumprimento da obrigação acessória de boa guarda e ordem dos documentos, e entrega destes à fiscalização quando solicitado. Diferentemente do que aduz a recorrente, os documentos entregues à Receita Federal por ocasião dos despachos de importação, devem ser guardados pelo prazo previsto na legislação. Portanto, estreme de dúvidas que existe a obrigação legal da GATE, na qualidade de importador, de apresentar à fiscalização aduaneira os documentos de instrução das declarações aduaneiras, a correspondência comercial, incluídos os documentos de negociação e cotação de preços, os instrumentos de contrato comercial, financeiro e cambial, de transporte e seguro das mercadorias, os registros contábeis e os correspondentes documentos fiscais, quando exigidos, sujeitando, em caso de descumprimento desta obrigação acessória a multa aplicada de 5% sobre o valor aduaneiro. Com efeito, é de ser mantida esta multa. MULTA POR NÃO ENTREGA DE ARQUIVOS DIGITAIS Segundo a fiscalização, a GATE deixou de entregar os arquivos contábeis dos períodos de 2008 e 2011. A Lei nº 8.218, de 1991, em seu art. 11 e respectivos parágrafos, dispôs sobre a entrega de arquivos digitais a Receita federal: Fl. 2541DF CARF MF Processo nº 12466.720993/201293 Acórdão n.º 3402003.774 S3C4T2 Fl. 2.536 13 Art. 11. As pessoas jurídicas que utilizarem sistemas de processamento eletrônico de dados para registrar negócios e atividades econômicas ou financeiras, escriturar livros ou elaborar documentos de natureza contábil ou fiscal, ficam obrigadas a manter, à disposição da Secretaria da Receita Federal, os respectivos arquivos digitais e sistemas, pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária. (Redação dada pela Medida Provisória nº 215835, de 2001). O art. 12 e respectivos parágrafos, de mesmo ato legal, trouxe a previsão da penalidade a ser aplicada no caso de descumprimento da obrigação acessória de entrega dos arquivos digitais. A IN SRF nº 86, de 2001, trouxe a forma e prazos para apresentação dos arquivos digitais e sistemas utilizados por pessoas jurídicas e determina nos seus art. 1º e 2º, reproduzidos na decisão a quo. Neste caso, verificase que os arquivos contábeis para os períodos de 2008 e 2011 não foram entregues, mesmo depois de devidamente intimada a GATE. Logo, cabe a multa aplicada que, foi calculada pelo seu valor máximo, em 1% da Receita Bruta, resultante do fato de a empresa ter ultrapassado o período de 50 dias sem o cumprimento da obrigação especificamente quanto a entrega das demonstrações contábeis em meio digital, conforme prevê a legislação em vigor, considerando apenas os anos citados. Sem embargo, também mantenho esta multa. CONCLUSÃO Forte em todo o exposto, nego provimento aos recursos de ofício e voluntário. assinado digitalmente Jorge Olmiro Lock Freire relator Fl. 2542DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13888.901389/2014-20
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Oct 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2012
NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA.
A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa.
BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO.
O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3402-003.324
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim Presidente e Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS ATULIM
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Inclusão do ICMS na base de cálculo. Recorrente AÇOVIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ESTRUTURAS METÁLICAS E PRÉMOLDADOS DE CONCRETO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2012 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. A existência de despacho decisório contendo motivação clara, explícita e congruente, desautoriza a alegação de cerceamento de defesa. BASE DE CÁLCULO. ICMS. EXCLUSÃO. O valor do ICMS devido pela própria contribuinte integra a base de cálculo da COFINS. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim – Presidente e Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de pedido eletrônico de restituição da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins, cumulado com declaração de compensação, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 88 8. 90 13 89 /2 01 4- 20 Fl. 53DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901389/201420 Acórdão n.º 3402003.324 S3C4T2 Fl. 3 2 denegado em tempo hábil por meio de despacho decisório eletrônico, sob o fundamento de que o DARF representativo do pagamento indevido estava inteiramente alocado para a quitação de débitos anteriormente declarados pelo contribuinte. Em tempo hábil, foi apresentada manifestação de inconformidade na qual a defesa alegou, em síntese, que houve nulidade por cerceamento do direito de defesa e que o crédito do contribuinte decorre de pagamento indevido, em razão de ter sido incluído o ICMS na base de cálculo da contribuição. Afirmou que o ICMS é mero ingresso que não pode ser incluído no conceito de faturamento. Invocou o precedente consubstanciado no RE 240.785 do STF e informou que os artigos 73 e 74 da Lei nº 9.430/96 garantem seu direito de compensar o indébito apurado. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento rejeitou a preliminar de nulidade e, no mérito, decidiu o seguinte: a) o valor do DARF está inteiramente alocado para pagamento de débitos informados pelo próprio contribuinte; b) a lei apenas permite a exclusão da base de cálculo da contribuição do ICMS recolhido na condição de substituto tributário e da receita proveniente da alienação onerosa de créditos do ICMS; e c) o valor dos débitos declarados para compensação é de magnitude superior ao valor do único DARF vinculado a essas compensações. Regularmente notificado do Acórdão de primeira instância, o contribuinte apresentou em tempo hábil recurso voluntário a este Colegiado, alegando, em síntese, o seguinte: a) nulidade por cerceamento de defesa porque o despacho decisório não diz as razões pelas quais o contribuinte não tem o crédito que alega possuir. Essa omissão impediu o contribuinte de exercer a plena demonstração de seu crédito, pois não há como argumentar contra uma decisão que se mostra lacônica; b) a base de cálculo da contribuição sempre foi o faturamento e com o advento da Lei nº 10.833/2003 houve uma ampliação, passando a base de cálculo a abranger a totalidade das receitas auferidas pelo contribuinte. Entretanto, o valor do ICMS não pode ser considerado como receita do contribuinte, sob pena de violação do art. 110 do CTN, pois a lei não pode considerar receita o que não é receita. O ICMS representa para o contribuinte mero ingresso, pois o valor é posteriormente destinado ao fisco estadual. Tal interpretação foi cristalizada em caráter definitivo no RE 240.7852, que deve ser aplicado ao caso concreto. Reafirmou a existência do indébito e seu direito de compensálo com base nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430/96. É o relatório. Voto Conselheiro Antonio Carlos Atulim, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3402003.317, de 28 de setembro de 2016, proferido no julgamento do processo 10865.904904/201231, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3402003.317): Fl. 54DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901389/201420 Acórdão n.º 3402003.324 S3C4T2 Fl. 4 3 "O recurso preenche os requisitos formais para sua admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Relativamente à preliminar de nulidade, não assiste razão à defesa. Isso porque, ao contrário do alegado, o despacho decisório declinou com todas as letras o motivo pelo qual a Administração Tributária denegou o pleito do contribuinte e não homologou as compensações declaradas. O Despacho Decisório apresenta a seguinte motivação: "(...) A partir das características do DARF discriminado no PER/DECOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, abaixo relacionados, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação dos débitos informados no PER/DECOMP. (...)" No mesmo despacho encontramse perfeitamente identificados o número do PER/DECOMP, o número do DARF e o valor relativo ao suposto pagamento indevido. O texto acima transcrito revela que a compensação não foi homologada porque o valor do DARF está inteiramente alocado para o pagamento de débitos declarados pelo próprio contribuinte. Em outras palavras: o contribuinte não possui o crédito alegado no PER/DECOMP porque o valor já foi utilizado para extinguir débitos por ele próprio declarados. Portanto, o despacho decisório não foi lacônico, uma vez que declinou expressamente o motivo da não homologação da compensação: o contribuinte não tem o crédito alegado. Essa fundamentação está explícita de forma clara, precisa e congruente com a decisão de não homologar a compensação, o que atende às exigências do art. 50, § 1º, da Lei nº 9.784/99. Sendo assim, é improcedente a alegação de nulidade, pois o contribuinte não teve seu direito ao contraditório e à ampla defesa cerceados, mesmo porque a apresentação de impugnação e de recurso voluntário, deduzindo argumentos no sentido de demonstrar a existência jurídica do indébito desautorizam a invocação dessa preliminar. No mérito, deflui dos autos que o contribuinte apurou e recolheu a contribuição incluindo o ICMS na sua base de cálculo e agora comparece perante a Administração Tributária alegando que o recolhimento foi efetuado em montante superior ao devido porque a inclusão do ICMS no faturamento ou na receita é inconstitucional. O recolhimento efetuado pelo contribuinte, incluindo o ICMS na base de cálculo da contribuição, está calcado em entendimento sedimentado desde tempos imemoriais na seara tributária. Tal entendimento tem respaldo legal no art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77 e na Instrução Normativa nº 51, de 03/11/1978, que a regulamentou. Fl. 55DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901389/201420 Acórdão n.º 3402003.324 S3C4T2 Fl. 5 4 O art. 12 do DecretoLei nº 1.598/77, na redação vigente na época do fato gerador relativo ao pagamento tido como indevido, estabelecia o seguinte: "Art 12 A receita bruta das vendas e serviços compreende o produto da venda de bens nas operações de conta própria e o preço dos serviços prestados. § 1º A receita líquida de vendas e serviços será a receita bruta diminuída das vendas canceladas, dos descontos concedidos incondicionalmente e dos impostos incidentes sobre vendas. (...)" (Fonte da transcrição: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/decretolei/ del1598.htm) Já o item 4 da IN SRF nº 51/78, estabelece o seguinte: 4. A receita líquida de vendas e serviços é a receita bruta da vendas e serviços, diminuídas (a) das vendas canceladas, (b) dos descontos e abatimentos concedidos incondicionalmente e (c) dos impostos incidentes sobre as vendas. (...) 4.3 Para os efeitos desta Instrução Normativa reputamse incidentes sobre as vendas os impostos que guardam proporcionalmente (sic) com o preço da venda ou dos serviços, mesmo que o respectivo montante integra (sic) a base de cálculo, tais como o imposto de circulação de mercadorias, o imposto sobre serviços de qualquer natureza, o imposto de exportação, o imposto único sobre energia elétrica, o imposto único sobre combustíveis e lubrificantes etc. 4.3.1 Incluemse também neste item: a) taxas que guardam proporcionalidade com o preço de venda; b) a parcela de contribuição para o Programa de integração Social calculada sobre o faturamento; c) a quota de contribuição, ou retenção cambial, devida na exportação. (Fonte da transcrição: http://sijut.fazenda.gov.br/netahtml/ sijut/Pesquisa.htm) Portanto, o recolhimento efetuado pelo contribuinte está em conformidade com a legislação vigente e com entendimento sedimentado há anos na seara tributária, uma vez que o valor do ICMS integra o preço da mercadoria, sendo tal valor deduzido contabilmente como despesa operacional. O contribuinte alega, em síntese, a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição porque o imposto estadual não se enquadra no conceito de faturamento ou mesmo no de receita estabelecido pela constituição. Ao contrário do alegado pelo contribuinte, tal argumento não pode ser acatado pelos órgãos administrativos de julgamento, pois o art. 26A do Fl. 56DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM Processo nº 13888.901389/201420 Acórdão n.º 3402003.324 S3C4T2 Fl. 6 5 Decreto nº 70.235/72 proíbe este colegiado de negar vigência a texto legal com hierarquia superior a Decreto, em razão de arguição de inconstitucionalidade, in verbis: "Art. 26A. No âmbito do processo administrativo fiscal, fica vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade.(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009) (...) § 6o O disposto no caput deste artigo não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009) I – que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal;(...)" O contribuinte invoca a seu favor o acórdão do STF proferido no RE 240.7852. Entretanto, esse recurso extraordinário ainda não foi definitivamente julgado, não se enquadrando no disposto no § 6º, I, acima transcrito, e nem nas disposições do Decreto nº 2.346/97, para que o entendimento possa ser estendido administrativamente a outros casos concretos. Não se olvide que essa questão é objeto do Tema 69 dos recursos submetidos à sistemática da repercussão geral no STF e será decidida no RE nº 574.706. Acrescentese que a Súmula CARF nº 2 estabelece que o CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade da lei tributária. Considerando que os recolhimentos efetuados pelo contribuinte, com a inclusão do ICMS na base de cálculo da COFINS, estão conformes à legislação vigente, voto no sentido de negar provimento ao recurso." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, negase provimento ao recurso voluntário, para não reconhecer o direito creditório em litígio. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Fl. 57DF CARF MF Impresso em 17/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 05/10/2016 por MANUELLA BEATRIZ SANTOS VIEIRA, Assinado digitalmente em 07/10/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM
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