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Numero do processo: 11610.003065/2001-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Jun 21 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 2000
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL.
Na determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado, é necessária a comprovação do regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL.
Numero da decisão: 1201-001.671
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida - Presidente
(assinado digitalmente)
Paulo Cezar Fernandes de Aguiar - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Gustavo Guimarães da Fonseca e José Carlos de Assis Guimarães.
Nome do relator: PAULO CEZAR FERNANDES DE AGUIAR
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Na determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado, é necessária a comprovação do regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Presidente (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Roberto Caparroz de Almeida, Luis Fabiano Alves Penteado, Paulo Cezar Fernandes de Aguiar, Luis Henrique Marotti Toselli, Eva Maria Los, Gustavo Guimarães da Fonseca e José Carlos de Assis Guimarães. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 61 0. 00 30 65 /2 00 1- 34 Fl. 678DF CARF MF 2 Relatório Adotase o relatório da decisão de primeira instância, complementandoo a seguir: Tratase de pedido de restituição (fl. 01) cumulado com pedidos de compensação (fls. 02, 58, 61, 64, 65, 68 e 69), cujo crédito seria originário do saldo negativo de CSLL apurado na DIPJ/2001, anocalendário 2000. Inicialmente, a autoridade fiscal competente para a análise do pedido intimou o requerente a apresentar: Cópia dos recolhimentos e/ou demonstrativo das compensações efetuadas dos valores devidos a título de estimativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido nos meses de janeiro a dezembro de 2000 informados em sua declaração de IRPJ do anocalendário de 2000; Demonstrativo dos valores devidos a título de estimativa da Contribuição Social sobre o Lucro nos anoscalendário de 2001, 2002, 2003 e 2004 com cópias dos pagamentos e/ou demonstrativos dos créditos das compensações efetuadas (origem do crédito). Em Despacho Decisório (fls. 336 a 340), relata a auditorafiscal que o contribuinte apresentou os documentos de fls. 75 a 189 e 192. Informa que no processo nº 11610.003064/200190, o contribuinte solicitou restituição do saldo credor de CSLL do anocalendário 1999, tendo sido feitas as análises do período de 1995 a 1999 e efetuadas compensações com estimativas devidas no anocalendário 2000. Na DIPJ/2001 verificou que o saldo credor de CSLL originouse das estimativas informadas no valor de R$519.106,12 que deduzida da CSLL devida de R$201.699,79 resultou em saldo de CSLL a pagar negativo de R$317.406,33. No entanto, confirmou recolhimentos de R$168.980,13 e compensações com saldo de CSLL apurado em períodos anteriores, na ordem de R$260.846,10. Considerando que o contribuinte apurou CSLL de R$ 201.699,79 e comprovou estimativa de R$ 429.886,13, apurouse um saldo credor de R$ 228.186,34. Contudo, ao analisar o anocalendário seguinte na DIPJ/2002, verificou que o contribuinte não recolheu integralmente suas estimativas devidas tendo compensado parte das mesmas com crédito de períodos anteriores. Assim, o crédito comprovado no anocalendário de 2000 foi compensado com as estimativas de 2001, não restando saldo credor a ser restituído. Assim, foi indeferido o pedido de restituição e não homologadas as compensações. O contribuinte foi cientificado do Despacho Decisório em 15/08/2006 (fl. 341) e apresentou em 12/09/2006 a manifestação de inconformidade de fls. 342 a 344, juntamente com os documentos de fls. 345 a 470 alegando, o que se segue: “No termo de intimação 2976/2006 referente ao processo 11610 003064/200190 a Sra Agente Fiscal de Rendas Federais (Afrí) diz as folhas 02 da intimação 2976/2006 (inclusa) Fl. 679DF CARF MF Processo nº 11610.003065/200134 Acórdão n.º 1201001.671 S1C2T1 Fl. 3 3 “O contribuinte foi intimado às folhas 118 a apresentar cópias dos Darfs de CSLL recolhidos a título de estimativa e/ou demonstrativo da origem do crédito tributário utilizado para compensação da Contribuição Social sobre o Lucro nos meses de Janeiro a Dezembro de 1999 e demonstrativo dos valores devidos de estimativa ..." "Na documentação acostada aos autos; o contribuinte não apresentou o demonstrativo das compensações com saldos de períodos anteriores . " ''Analisando os Impressos do Sistema IRPJ das Fichas 09 e 11 (fls 357) da DIRPJ/96, verificou que o contribuinte optou pela apuração anual, sendo que no fim do ano calendário apurou base de cálculo negativa da CSLL, declarou Contribuição Social a título de estimativa R$ 251.205,96 (linha 19 da ficha 11), tendo declarado saldo credor de RS 251 205,96. Conforme extrato do Sistema Sinal 08 (fls 358), o contribuinte recolheu a título de estimativa o montante de 82 590.82 e atualizandose monetariamente com base na variação da UFIR verificada entre o trimestre subsequente ao do pagamento e o trimestre seguinte ao da compensação chegase ao valor que deveria ter sido informado na linha 19 da ficha 11 de RS93.490,74. Considerando que o contribuinte apurou base de cálculo negativa de CSLL e que deveria ter informado na linha 19 o valor R$ 93.490,74, apurase saldo credor de 93.490,74, que foi integralmente. ... " Cumpre informar que entendemos que a solicitação da Sra Afrf fls. 118 em apresentar cópias dos Darfs de CSLL recolhidos a título de estimativa e/ou demonstrativo da origem do crédito tributário utilizado nos meses de Janeiro a Dezembro de 1999 e não demonstrativo das compensações com saldos posteriores, assim sendo apresentamos no anexo 01 demonstrativo da origem dos saldos dos períodos anteriores que data de Janeiro a Dezembro de 1993, que resultou num saldo credor de 195.100.28 UFIRs. comprovados pelo declaração de imposto de renda em anexo mais cópias de todos os recolhimentos efetuados por estimativa no período. No exercício de 1995 ano base Janeiro a Dezembro de 1994, no anexo 02 demonstramos os valores recolhidos por estimativa, bem como as compensações com saldos de períodos anteriores e declaração de imposto de renda em anexo mais copias de todos os recolhimentos efetuados por estimativa no período, que gerou um saldo credor de 338.910.02 UFIRs. equivalentes na época à R$ 229.340,41 (Duzentos e vinte e nove mil, trezentos e quarenta reais e quarenta e hum centavos). Quando da entrega da DIRPJ/96, apesar de o contribuinte ter optado pela apuração anual e tendo apurada base de calculo negativo, durante o exercício estava obrigado a Fl. 680DF CARF MF 4 efetuar o recolhimento mensal a título de estimativa, sendo que sem considerar as devidas atualizações monetárias com base na variação da UFIR verificada entre o trimestre subsequente ao do pagamento e o trimestre seguinte ao da compensação, conforme demonstrativo anexo 3 resultou num saldo credor de R$312.230,76 (trezentos e doze mil duzentos e trinta reais e setenta e seis centavos). Verificouse um equivoco nos cálculos, dos valores de créditos dos períodos anteriores não sendo o valor informado pelo contribuinte de R$ 251.205,96 (duzentos e cinqüenta e hum mil duzentos e cinco reais e noventa e seis centavos), também não sendo o valor apurado pela Afrf no valor de R$93.490,74 (noventa e treis mil, quatrocentos e noventa reais e setenta e quatro centavos), mas o valor de R$312.230,76 (Trezentos e doze mil duzentos e trinta reais e setenta e seis centavos) sem considerarmos a atualização monetária com base na variação da UFIR. Como os valores de saldos credores de períodos anteriores são cumulativos e apropriados em períodos subseqüentes os cálculos apresentados referente a D1RPJ/97, DIRPJ/98, DIRPJ/99, DIRPJ/00, apresentados no processo 11610.003064/200190, apresentam vício na sua elaboração, que distorcem números apresentados às folhas 02 e 03 do termo de intimação 2977/2006 (inclusas). ISTO POSTO, vem mui respeitosamente, manifestar sua inconformidade com os cálculos apresentados e o Indeferimento do Pedido de Restituição e Não Homologação das compensações declaradas e requerer a revisão e elaboração de novos demonstrativos, bem como o Deferimento do Pedido de Restituição e conseqüente homologação das Compensações Declaradas.” Assim, verificouse que o contribuinte não apresentou os demonstrativos das compensações com saldos de períodos anteriores solicitados pela autoridade administrativa na intimação, apresentandoos somente agora em sede de impugnação. E, considerando que os demonstrativos referentes aos anoscalendário de 1993 e 1994, ora apresentados pelo requerente, não foram originariamente apreciados pela autoridade fiscal a quo e que o resultado desta análise poderia comprometer os valores apurados no anocalendário 2000, objeto da presente lide, retornaramse os autos à EQPIR/DIORT/DERAT/SP. Em atendimento à solicitação, foi exarado o Relatório de Diligência (fls. 513 a 516) cuja ciência foi dada ao contribuinte por meio de Aviso de Recebimento dos Correios em 29/04/2011 (AR de fls. 517). Em 11/05/2011, o contribuinte manifestouse mediante o documento de fls. 526 a 531, acompanhado dos demonstrativos denominados Anexo 1, Anexo 2 e Anexo 3 (fls. 534 a 536), já anteriormente apresentados e nos seguintes termos: (...) Conforme consta das fls. 513 e seguintes, em atenção ao determinado, foi apresentado Relatório de Diligência que teria supostamente analisado o crédito alegado, Fl. 681DF CARF MF Processo nº 11610.003065/200134 Acórdão n.º 1201001.671 S1C2T1 Fl. 4 5 concluindo pela existência de direito creditório contra a Fazenda Nacional à Dental Tanaka, referente a saldo negativo de CSLL AC 2000, no valor de R$ 184.591,68 que cobriria parcialmente as compensações solicitadas, conforme fls. 02, 58, 61, 64, 65, 68, 69. Entretanto, observase que não foram cumpridas as diligências na forma solicitadas pela I . Julgadora da 1ª Turma de Julgamento, o que prejudica a análise do crédito apurado pela empresa. Não houve a devida análise dos documentos apresentados pela empresa referentes aos anoscalendários anteriores à 1995 que representam créditos dos quais alteram totalmente os valores apurados nos anoscalendários seguintes. Aliás, independentemente da Fiscalização ter estabelecido que fossem analisados os documentos relativos aos anos calendários anteriores à 1995, determinação essa não cumprida, os saldos negativos oriundos destes períodos devem ser considerados válidos sem qualquer análise, posto que o poder de seu exame pela fiscalização encontrase fulminado pela decadência. Isso porque esse processo administrativo é de 2001, enquanto que os créditos não reconhecidos pela fiscalização, que teriam implicado no não reconhecimento do saldo credor apontado pelo contribuinte, são anteriores à 1995. Sobre este tema, já se manifestou o antigo Conselho de Contribuintes: (...) De acordo com a jurisprudência acima destacada notase que no caso de não ter ocorrido lançamento de ofício que tenha influenciado o saldo negativo passível de restituição, deve ser reconhecido o direito à compensação com os débitos relacionados nos autos. Nos termos das normas jurídicotributárias, a partir da entrega da DIPJ pelo contribuinte, o Fisco possui o prazo de 05 anos para validar o crédito que a empresa afirma possuir. Desta feita, os valores declarados em suas DIPJ's anteriores, são definitivos e por tal razão, reiterase, não podem ser revisitados pela Fiscalização, por meio daquele despacho decisório. Assim sendo, ainda que não se acatasse a composição do saldo negativo dos anos anteriores à 1995 demonstrado nesses autos, esta deve ser considerada válida, ante a Administração não possuir mais o direito de fiscalizála. Fl. 682DF CARF MF 6 Ademais, na remota hipótese de não acolhimento da decadência ora alegada, cumpre reiterar que não foram analisados os documentos denominados Anexo 01, Anexo 02 e Anexo 03 de fls. 345 a 347, os quais alteram os valores apurados nos anoscalendários seguintes de 1995, 1996, 1997, 1998 1999 e 2000. Conforme manifestação anteriormente apresentada pela empresa, no Anexo 01, acostado aos autos e cópia anexa, demonstrase a origem dos saldos dos períodos anteriores que a data de janeiro a dezembro de 1993, que resultou no saldo credor de 195.100,28 Ufirs, comprovados pela declaração do imposto de renda acostada aos autos, bem como pelas cópias de todos os recolhimentos efetuados por estimativa no período. No exercício de 1995, ano base de janeiro a dezembro de 1994, consoante se depreende do Anexo 02, também acostado aos autos e cópia anexa, juntamente com a declaração do imposto de renda e cópias de todos os recolhimentos efetuados por estimativa no período, que foram juntadas aos autos, restou comprovado o saldo credor de 338.910,02 Ufirs, equivalente na época à R$ 229.340,41. Quando da entrega da DIPJ/96, apesar do contribuinte ter optado pela apuração anual e tendo apurado a base de cálculo negativo, durante o exercício estava obrigado a efetuar o recolhimento mensal a título de estimativa, sendo que, sem considerar as devidas atualizações monetárias com base na variação da Ufir verificada entre o trimestre subseqüente ao do pagamento e o trimestre seguinte ao da compensação, conforme demonstrativo Anexo 03 (acostado aos autos e cópia anexa), resultou num saldo credor de R$312.230,76. Ainda, apurouse equívoco nos cálculos dos valores de créditos dos períodos anteriores não sendo o valor informado pelo contribuinte de R$ 251.205,96, também não sendo o valor apurado pela fiscalização, no valor de R$ 93.490,74, mas o valor de R$ 312.230,76, sem considerar a atualização monetária com base a variação da Ufir. Como os valores de saldos credores de períodos anteriores são cumulativos e apropriados nos períodos subseqüentes, os cálculos apresentados no presente processo administrativo e nos autos do processo n° 11610.003064/200190 apresentam evidente vício na sua elaboração, que distorcem dos números apresentados pela empresa. Enfim, seja pela necessidade de considerar válidos os saldos credores anteriores à 1995, posto que o direito da fiscalização de homologálos encontrase fulminado pela decadência, seja pela análise dos saldos credores de referidos períodos ainda não apreciados pela fiscalização, Fl. 683DF CARF MF Processo nº 11610.003065/200134 Acórdão n.º 1201001.671 S1C2T1 Fl. 5 7 deve ser reformada a r. decisão que reconhece apenas parte do crédito apurado pela empresa. Face ao exposto, requer seja recebida e processada a presente manifestação para que: i) Sejam declarados verdadeiras os créditos do contribuinte relativos aos saldos credores anteriores à 1995, considerando o decurso do prazo decadencial da fiscalização para sua análise; ii) Caso assim não entenda esse I. Julgador, seja realizada nova Diligência, nos termos do determinado às fls. 474 e seguintes, para que sejam devidamente analisados os documentos denominados Anexo 01, Anexo 02 e Anexo 03 de fls. 345 a 347, os quais alteram os valores apurados nos anoscalendários seguintes de 1995, 1996, 1997, 1998 1999 e 2000; iii) Uma vez declarados válidos os saldos credores anteriores à 1995, seja pela evidente decadência de sua fiscalização (item 1 acima), seja por sua análise nos termos do que restou determinado nestes autos (item 2 deste pedido), requer seja totalmente reconhecido o direito creditório pleiteado neste processo e, por conseguinte, a legalidade das compensações realizadas, remetendose o presente processo ao arquivo. A seguir, o processo retornou à esta Primeira Turma de Julgamento, para prosseguimento. A manifestação foi considerada procedente em parte, conforme decisão assim ementada: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2000 PRELIMINAR. DILIGÊNCIA. DESNECESSIDADE. Considerase indeferida a solicitação de outra diligência uma vez que a anterior já atendeu a todos os requisitos solicitados. INSTRUÇÃO PROCESSUAL. PRAZO. NÃO CUMPRIMENTO. Não se conhece dos novos documentos apresentados pelo contribuinte sobre o relatório de diligência quando protocolados em data posterior ao prazo legal estabelecido. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2000 VERIFICAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO DA CSLL. RECONHECIMENTO DE INDÉBITO TRIBUTÁRIO. Fl. 684DF CARF MF 8 A verificação da base de cálculo do tributo deve ser feita no âmbito da análise das declarações de compensação, para efeito de determinação da certeza e liquidez do crédito invocado pelo sujeito passivo, para extinção de débitos fiscais. Para a determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado, é necessário que se comprove o regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL, retrocedendose até a origem do crédito informado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Anocalendário: 2000 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO DE CSLL. Na determinação do saldo negativo da CSLL passível de ser restituído ou compensado, é necessária a comprovação do regular pagamento/compensação das estimativas que compõem o saldo negativo da CSLL. Quando as estimativas são compensadas com saldos negativos de períodos anteriores, os mesmos deverão estar devidamente comprovados. Em recurso voluntário, a contribuinte alega ter direito ao crédito para a compensação, nos termos dos artigos 165 e 168 do CTN e da IN SRF 600/2005, trazendo demonstrativos dos saldos negativos da CSLL dos anoscalendário 1993 a 2001. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Relator. Admissibilidade. O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos de admissibilidade, dele devendose conhecer. Mérito. Como relatado, o pedido de restituição referese ao saldo negativo de CSLL do anocalendário 2000. No recurso voluntário, a contribuinte alega ter direito ao crédito para a compensação, nos termos dos artigos 165 e 168 do CTN e da IN SRF 600/2005, trazendo demonstrativos dos saldos negativos da CSLL dos anoscalendário 1993 a 2001. Os autos baixaram em diligência que foi efetuada em conjunto com aquela determinada no processo nº 11610.003064/200190. Naquele processo consta a conclusão abaixo transcrita que também ficou registrada neste, no mesmo sentido, de forma mais analítica: Da diligência realizada concluise que, de fato, o interessado fazia jus aos saldos negativos vindicados para os anos Fl. 685DF CARF MF Processo nº 11610.003065/200134 Acórdão n.º 1201001.671 S1C2T1 Fl. 6 9 calendário de 1993 (em valor total), 1994 (em valor total ao pleiteado na manifestação), 1995 (valor próximo ao total), 1996, 1997 e 1998 (em valor total). Assim, quanto ao período 1993 a 1998, só poderia haver questionamento por parte da contribuinte no que tange ao anocalendário de 1995. Especificamente quanto a esse período, assim se pronunciou a relatora do voto condutor da decisão de primeira instância (fl. 604): Alegou o requerente que embora houvesse declarado na DIRPJ 1996 que o saldo negativo de CSLL seria de R$251.205,96, o valor correto corresponderia a R$312.230,76, pois não teria considerado no cálculo a variação da UFIR. Contudo, de acordo com o cálculos acima efetuados pela auditorafiscal foram devidamente consideradas a variação da UFIR, conforme estabelecia o art. 19 da IN SRF nº 51/1995, a seguir transcrito, restando apurado o saldo negativo de CSLL do ano calendário 1995 no valor de R$ 247.845,61. Art. 19. O imposto será calculado mediante a aplicação da alíquota de 25% sobre o lucro real, apurado em Reais, sem prejuízo da incidência do adicional previsto no art. 28. (...) § 4º O imposto de renda retido na fonte, ou pago pelo contribuinte, relativo a fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 1995, correspondente às receitas computadas na base de cálculo do imposto de renda da pessoa jurídica, poderá, para efeito de compensação com o imposto apurado no encerramento do anocalendário, ser atualizado monetariamente com base na variação da UFIR verificada entre o trimestre subseqüente ao da retenção ou pagamento e o trimestre seguinte ao da compensação. § 5º A atualização a que se refere o parágrafo anterior alcança inclusive o imposto de renda pago, no decorrer do anocalendário, com base em balanço ou balancete de redução. Considerando que o saldo negativo de CSLL AC 1995 apurado foi de R$ 247.845,61, foi refeita a análise do saldo negativo de CSLL dos anos calendários de 1996 a 2000. Ocorre que no recurso, além da indicação de valores em um quadro, não há nenhuma refutação quanto a qualquer erro eventualmente cometido pela auditorafiscal responsável pela diligência, nem demonstração do cálculo efetuado. Aliás, na manifestação de inconformidade a recorrente indica o valor de saldo negativo de R$ 312.230,76 e no quadro constante no recurso esse valor se altera para R$ 348.738,82 (fl. 622). Quanto ao anocalendário 2000, consta no recurso voluntário (fl. 626): Fl. 686DF CARF MF 10 Na decisão de piso, quanto a esse período, constou: Saldo Negativo de CSLL AC 2000 6. O contribuinte declarou na Ficha 17 da DIPJ/2001 AC 2000, fls.486, que o Saldo Negativo de CSLL é de R$ 317.406,33. 7.Conforme DCTF Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais, fls.495, as estimativas foram pagas com DARF e/ou compensadas, conforme abaixo: Fl. 687DF CARF MF Processo nº 11610.003065/200134 Acórdão n.º 1201001.671 S1C2T1 Fl. 7 11 8 .Os pagamentos, no valor total de R$ 169.040,03, foram confirmados no SIEF – Fiscalização Eletrônica Analisar valores Pagamento, fls.494. 9. A estimativa referente a jan/2000 foi compensada com o saldo negativo CSLL AC 1999, conforme DCTF, fls. 500. 10. Conforme quadro do item 7 as estimativas referentes a nov/2000 a dez/2000 não foram integralmente compensadas com o saldo negativo de CSLL AC 1997, por insuficiência de saldo, conforme Listagem de Débitos/Saldos Remanescente, fls.496. Portanto o valor total de estimativas pagas e compensadas foi de R$ 497.630,18. 11. Assim, para efeito de apuração do saldo a restituir /compensar, foi confirmada a existência de saldo negativo de CSLL do ano calendário 2000 no valor de R$295.930,39. 12. Conforme DCTF, fls.501 a 503, as estimativas de abr/2001, mai/2001 e jun/2001 no valor de R$ 46.274,78, R$ 34.211,00 e R$ 38.601,75, respectivamente, foram compensadas com saldo negativo de CSLL AC 2000. Portanto, conforme Relatório Listagem de Créditos/Saldos Remanescentes, fl.511, emitido pelo Sistema de Apoio Operacional SAPO, o saldo credor remanescente de CSLL AC 2000 passa a ser de R$ 184.591,68. 13. Ainda, conforme DCTF, fls.504 a 506, constam estimativas devidas do ano calendário 2003 compensadas com saldo negativo de CSLL AC 2000 por meio da DCOMP Fl. 688DF CARF MF 12 06611262112060313039729. Porém de acordo com SIEF, fls.507 a 509, verificase que a DCOMP correta é a de n° 197470546909060313039090 (Sd. Negativo CSLL AC 2001), conforme quadro abaixo: Desta forma, reconheceuse o direito creditório referente ao saldo negativo de CSLL AC 2000, no valor de R$184.591,68 (cento e oitenta e quatro mil, quinhentos e noventa e um reais e sessenta e oito centavos) que cobre apenas parcialmente as compensações solicitadas. Como pode ser visto, o voto condutor da decisão de piso faz minudente explanação de como foi obtido o saldo negativo da CSLL do anocalendário 2000, sem que fosse infirmada pela recorrente que se limita a trazer um quadro com os valores que ela entende que sejam os corretos, sem contudo trazer demonstrativo de cálculo ou indicar erro havido na explanação da auditoriafiscal. Conclusão. Em face do exposto, voto por conhecer do recurso voluntário para, no mérito, NEGARLHE provimento. (assinado digitalmente) Paulo Cezar Fernandes de Aguiar Fl. 689DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10950.005086/2002-51
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue May 16 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jun 08 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PRODUTOS COM NOTAÇÃO NT NA TIPI. IMPOSSIBILIDADE.
Não tem direito ao crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, as pessoas jurídicas que exportam produtos com notação "NT" na Tabela do IPI - TIPI.
CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE.
Não há previsão legal para aplicação dos juros Selic nos valores decorrentes de ressarcimento de crédito presumido do IPI. Não havendo crédito a ser ressarcido, reconhecido no curso do processo administrativo, não existe objeto para aplicação dos juros Selic. Nos termos do decidido pelo STJ, no REsp nº 1.035.847/RS, na sistemática dos recursos repetitivos - art. 543-C do CPC - a incidência dos juros Selic somente é possível sobre os valores indevidamente indeferidos pela autoridade administrativa no despacho decisório de origem, posteriormente revertidos pelas instâncias julgadoras.
Numero da decisão: 9303-005.191
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio Cesar Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício).
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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Recorrente COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. PRODUTOS COM NOTAÇÃO NT NA TIPI. IMPOSSIBILIDADE. Não tem direito ao crédito presumido de IPI, de que trata a Lei nº 9.363/96, as pessoas jurídicas que exportam produtos com notação "NT" na Tabela do IPI TIPI. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. RESSARCIMENTO. TAXA SELIC. IMPOSSIBILIDADE. Não há previsão legal para aplicação dos juros Selic nos valores decorrentes de ressarcimento de crédito presumido do IPI. Não havendo crédito a ser ressarcido, reconhecido no curso do processo administrativo, não existe objeto para aplicação dos juros Selic. Nos termos do decidido pelo STJ, no REsp nº 1.035.847/RS, na sistemática dos recursos repetitivos art. 543C do CPC a incidência dos juros Selic somente é possível sobre os valores indevidamente indeferidos pela autoridade administrativa no despacho decisório de origem, posteriormente revertidos pelas instâncias julgadoras. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por voto de qualidade, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran e Vanessa Marini Cecconello, que lhe deram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício. (assinado digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 50 86 /2 00 2- 51 Fl. 1414DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 3 2 Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Júlio Cesar Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza (suplente convocado), Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas (Presidente em exercício). Relatório Tratase de recurso especial de divergência apresentado pelo contribuinte com fundamento no art. 67 do antigo regimento do CARF aprovado pela Portaria MF nº 256/2009, em face do Acórdão nº 3102002.031, de 26/09/2013, o qual possui a seguinte ementa abaixo transcrita: SSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. AQUISIÇÃO DE PESSOAS FÍSICAS OU NÃO CONTRIBUINTES. RECURSO ESPECIAL 993.164 APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em Regime de Recursos Repetitivos, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. As aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem realizadas de fornecedores não sujeitos à tributação pela Contribuição para o PIS/Pasep e pela Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social Cofins geram direito ao Crédito Presumido do IPI instituído pela Lei 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. CORREÇÃO MONETÁRIA. RECURSO ESPECIAL 993.164 APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em Regime de Recursos Repetitivos, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. Fl. 1415DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 4 3 A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização de Crédito Presumido do IPI descaracteriza referido crédito como escritural, exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. MATÉRIASPRIMAS, PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM. DESTINAÇÃO. INDUSTRIALIZAÇÃO. CONCESSÃO CONDICIONADA. O Crédito Presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados destinase ao ressarcimento das Contribuições para o PIS/Pasep e Confins incidente sobre as aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados no processo produtivo das empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais. RECEITA OPERACIONAL BRUTA. DEFINIÇÃO. ATOS NORMATIVOS. SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. No ano de 2001, a Receita Operacional Bruta (ROB) era calculada com base no produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, nos termos das orientações normativas editadas pela Secretaria da Receita Federal. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2001 a 31/12/2001 CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. AQUISIÇÃO DE PESSOAS FÍSICAS OU NÃO CONTRIBUINTES. RECURSO ESPECIAL 993.164 APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em Regime de Recursos Repetitivos, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. As aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem realizadas de fornecedores não sujeitos à tributação pela Contribuição para o PIS/Pasep e para o Financiamento da Seguridade Social Cofins geram direito ao Crédito Presumido do IPI instituído pela Lei 9.363/96. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. CORREÇÃO MONETÁRIA PELA TAXA SELIC. RECURSO ESPECIAL 993.164 APLICAÇÃO. DECISÃO PROFERIDA PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. Fl. 1416DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 5 4 As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça em Regime de Recursos Repetitivos, sistemática prevista no artigo 543C do Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte. Artigo 62A do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização de Crédito Presumido do IPI descaracteriza referido crédito como escritural, exsurgindo legítima a incidência de correção monetária, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. MATÉRIASPRIMAS, PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS E MATERIAL DE EMBALAGEM. DESTINAÇÃO. INDUSTRIALIZAÇÃO. CONCESSÃO CONDICIONADA. O Crédito Presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados destinase ao ressarcimento das Contribuições para o PIS/Pasep e Confins incidente sobre as aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem utilizados no processo produtivo das empresas produtoras e exportadoras de mercadorias nacionais. RECEITA OPERACIONAL BRUTA. DEFINIÇÃO. ATOS NORMATIVOS. SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL. No ano de 2001, a Receita Operacional Bruta (ROB) era calculada com base no produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria, o preço dos serviços prestados e o resultado auferido nas operações de conta alheia, nos termos das orientações normativas editadas pela Secretaria da Receita Federal. Recurso Voluntário Provido em Parte O contribuinte apresentou recurso especial em relação às seguintes matérias: 1) Direito ao crédito presumido de IPI sobre as vendas ao exterior de produtos NT (Não Tributados); e 2) Incidência da correção monetária, pela taxa Selic, sobre os créditos reconhecidos. O ramo de atuação do contribuinte, de acordo com o relatório constante do despacho decisório é o seguinte: "A empresa solicitante fabrica produtos tais como óleo refinado de soja, café moído, farelo de soja, maionese e exporta tais mercadorias...". Ressalto que não foi elaborada uma lista específica relativa a quais produtos NT referemse os créditos Fl. 1417DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 6 5 glosados, mas não há dúvidas, e este aspecto não é controverso nos autos, de que foram glosados créditos presumidos decorrentes da exportação de produtos NT. O recurso especial foi admitido integralmente nos termos do Despacho de Exame de Admissibilidade de efls. 1391/1394. Contrarrazões foram apresentadas pela Fazenda Nacional, nas quais pede o não provimento do recurso especial. É o relatório. Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal, relator. O recurso especial é tempestivo e atende aos pressupostos legais para o seu conhecimento. Como não foram apresentadas nenhuma argumentação pela Fazenda Nacional pelo não conhecimento do recurso especial, passemos então à análise do seu mérito. Direito ao crédito presumido de IPI sobre as vendas ao exterior de produtos NT (Não Tributados) Tratase de matéria antiga no âmbito do contencioso administrativo e a controvérsia resumese em saber se há a possibilidade de aproveitamento de crédito presumido de IPI, de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363/96, na produção e exportação de produtos classificados na Tabela do IPI com notação "NT" (não tributados). Preliminarmente é importante ressaltar que entendo que o crédito presumido de IPI, de que trata o art. 1º da Lei nº 9.363/96, é um benefício fiscal concedido aos produtores/exportadores de produtos nacionais, e, nessa circunstância impõese a interpretação literal dos dispositivos legais nos termos do art. 111 do CTN. Art. 111. Interpretase literalmente a legislação tributária que disponha sobre: Fl. 1418DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 7 6 I suspensão ou exclusão do crédito tributário; II outorga de isenção; III dispensa do cumprimento de obrigações tributárias acessórias. Na verdade a concessão de isenção, anistia, incentivos e benefícios fiscais decorrem de normas que têm caráter de exceção. Fogem às regras do que seria o tratamento normal. Transcrevo abaixo trecho da doutrina do Professor Eduardo Sabbag: (...) Retomando a análise do art. 111 do CTN, o que se nota é que tal dispositivo disciplina hipóteses de “exceção”, devendo sua interpretação ser literal[44]. Na verdade, consagra um postulado que emana efeitos em qualquer ramo jurídico, isto é, “o que é regra se presume; o que é exceção deve estar expresso em lei”. Com efeito, a regra não é o descumprimento de obrigações acessórias, nem a isenção concedida e, por fim, nem a exclusão ou suspensão do crédito tributário, mas, respectivamente, o cumprimento de obrigações, o pagamento do tributo e a extinção do crédito, mediante pagamento ou outra modalidade extintiva. Assim, o direito excepcional[45] deve ser interpretado literalmente, razão pela qual se impõe o artigo ora em estudo. Aliás, em absoluta consonância com o art. 111 está a regra do parágrafo único do art. 175, pela qual “a exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela consequente”. (...) (Trecho extraído da internet no seguinte endereço: https://eduardosabbag.jusbrasil.com.br/artigos/121933898/inter pretacaoeintegracaodalegislacaotributaria) Analisemos então o que consta da Lei nº 9.363/96 que instituiu o benefício do crédito presumido: Art. 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Fl. 1419DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 8 7 (...) Art. 3º .... Parágrafo único. Utilizarseá, subsidiariamente, a legislação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados para o estabelecimento, respectivamente, dos conceitos de receita operacional bruta e de produção, matéria prima, produtos intermediários e material de embalagem. Nesse momento é importante destacar que a lei determinou o benefício para a empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais. Se quisesse abarcar todos os exportadores, não necessitaria de incluir a palavra produtora. Seria inócuo. E ao incluir a palavra produtora, determinou no parágrafo único do art. 3º que deve ser utilizada a legislação do IPI para a busca da definição do que se entende por produção. Sendo assim, a legislação do IPI não considera estabelecimento industrial, ou produtor, para fins do tributo, aqueles que produzem produtos que estão fora do seu campo de incidência. Veja como o Regulamento do IPI disciplina a matéria. Transcrevese abaixo artigos do RIPI/98 que era o vigente à época dos fatos, mas nada mudou a respeito deste assunto no atual regulamento: Art. 2º O imposto incide sobre produtos industrializados, nacionais e estrangeiros, obedecidas as especificações constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI (Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, art. 1º, e DecretoLei nº 34, de 18 de novembro de 1966, art. 1º). Parágrafo único. O campo de incidência do imposto abrange todos os produtos com alíquota, ainda que zero, relacionados na TIPI, observadas as disposições contidas nas respectivas notas complementares, excluídos aqueles a que corresponde a notação "NT" (nãotributado) (...) Art. 8º Estabelecimento industrial é o que executa qualquer das operações referidas no art. 4º, de que resulte produto tributado, ainda que de alíquota zero ou isento (Lei nº 4.502, de 1964, art. 3º). Do conjunto dessa leitura, concluise que os produtos "NT" (NÃO TRIBUTADOS) estão fora do conceito de produtos industrializados estabelecidos pela legislação do IPI. Assim, quem os produz, não são considerados estabelecimentos industriais para fins dessa legislação. Fl. 1420DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 9 8 Assim vem decidindo este colegiado. Para um melhor entendimento transcrevo abaixo trecho de um voto do exConselheiro Henrique Pinheiro Torres proferido no Acórdão nº 20216.066: (...) A meu sentir, a posição mais consentânea com a norma legal é aquela pela exclusão dos valores correspondentes às exportações dos produtos não tributados (NT) pelo IPI, já que, nos termos do caput do art. 1º da Lei n° 9.363/1996, instituidora desse incentivo fiscal, o crédito é destinado, tãosomente, às empresas que satisfaçam, cumulativamente, dentre outras, a duas condições: a) ser produtora; b) ser exportadora. Isso porque os estabelecimentos processadores de produtos NT não são, para efeitos da legislação fiscal, considerados como produtor. Isso ocorre porque, as empresas que fazem produtos não sujeitos ao IPI, de acordo com a legislação fiscal, em relação a eles, não são consideradas como estabelecimentos produtores, pois, a teor do art. 3º da Lei nº 4.502/1964, considera se estabelecimento produtor todo aquele que industrializar produtos sujeitos ao imposto. Ora, como é de todos sabido, os produtos constantes da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados TIPI com a notação NT (Não Tributados) estão fora do campo de incidência desse tributo federal. Por conseguinte, não estão sujeitos ao imposto. Ora, se nas operações relativas aos produtos não tributados a empresa não é considerada como produtora, não satisfaz, por conseguinte, a uma das condições a que está subordinado o beneficio em apreço, o de ser produtora. Por outro lado, não se pode perder de vista o escopo desse favor fiscal que é o de alavancar a exportação de produtos elaborados, e não a de produtos primários ou semielaborados. Para isso, o legislador concedeu o incentivo apenas aos produtores, aos industriais exportadores. Tanto é verdade, que, afora os produtoresexportadores, nenhum outro tipo de empresa foi agraciada com tal beneficio, nem mesmo as trading companies, reforçandose assim, o entendimento de que o favor fiscal em foco destinase, apenas, aos fabricantes de produtos tributados a serem exportados. Cabe ainda destacar que assim como ocorre com o crédito presumido, vários outros incentivos à exportação foram concedidos apenas a produtos tributados pelo IPI (ainda que sujeitos à aliquota zero ou isentos). Como exemplo podese citar o extinto créditoprêmio de IPI conferido ao industrial exportador, e o direito à manutenção e utilização do crédito referente a insumos empregados na fabricação de produtos exportados. Neste caso, a regra geral é que o beneficio alcança apenas a exportação de produtos tributados (sujeitos ao imposto); se se referir a NT, só haverá direito a crédito no caso de produtos relacionados pelo Ministro da Fazenda, como previsto no parágrafo único do art. 92 do RIPI/1982. Outro ponto a corroborar o posicionamento aqui defendido é a mudança trazida pela Medida Provisória nº 1.50816, consistente na inclusão de diversos produtos no campo de incidência do IPI, a exemplo dos frangos abatidos, cortados e embalados, que passaram de NT para alíquota zero. Essa mudança na tributação veio justamente para atender aos anseios dos exportadores, que puderam, então, usufruir do crédito presumido de IPI nas exportações desses produtos. Fl. 1421DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 10 9 Diante de todas essas razões, é de se reconhecer que os produtos exportados pela reclamante, por não estarem incluídos no campo de incidência do IPI, já que constam da tabela como NT (não tributado), não geram crédito presumido de IPI. (...) Cumpre lembrar também recente decisão desta CSRF no Acórdão nº 9303 003.462, de 23/02/2016, relatoria do Presidente da 3ª Seção de Julgamento, Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, que ficou assim ementado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/1999 a 31/03/1999 IPI. CRÉDITOS. PRODUTOS NÃO TRIBUTADOS (NT). A exportação de produtos NT não gera direito ao aproveitamento do crédito presumido do IPI, Lei nº 9.363/96, por não estarem os produtos dentro do campo de incidência do imposto. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Diante de tudo exposto, voto por negar provimento ao recurso especial interposto pelo contribuinte. Taxa Selic no ressarcimento O acórdão recorrido reconheceu a incidência da aplicação dos Juros Selic, a partir do protocolo do pedido, somente sobre os valores que foram indeferidos no despacho decisório e foram revertidos posteriormente na própria decisão recorrida. Adotou para tanto o que foi decidido pelo STJ no julgamento do REsp nº 1.035.847/RS. No seu recurso especial o contribuinte defende que deve haver a incidência da taxa Selic desde o protocolo de seu pedido, inclusive sobre o valor deferido pela autoridade administrativa no despacho decisório de origem. Entende que a decisão do STJ abarca essa parte de seu crédito e cita que neste sentido teriam decidido os acórdãos paradigmas por ele apresentado. Conforme já me manifestei na parte anterior do voto o direito ao aproveitamento do crédito presumido do IPI é um incentivo fiscal estabelecido por lei e, por essa razão, devemos dar interpretação restritiva aos seus comandos normativos. De plano, vale informar que não há previsão legal para aplicação da taxa de juros Selic nos valores Fl. 1422DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 11 10 decorrentes do ressarcimento de crédito presumido de IPI. Tanto é verdade, que o recorrente não citou nenhum dispositivo legal em seu recurso especial. Apenas citou o que foi decidido pelo STJ no REsp nº 1.035.847/RS, julgado na sistemática dos recursos repetitivos, e os acórdãos paradigmas utilizados para o conhecimento do seu recurso especial. Ocorre que não há reparos a fazer na decisão recorrida quanto à interpretação que deu da análise de decidido no REsp nº 1.035.847/RS. Nesse sentido transcreve se sua ementa com grifos meus: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE. EXERCÍCIO DO DIREITO DE CRÉDITO POSTERGADO PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE CRÉDITO ESCRITURAL. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA. 1. A correção monetária não incide sobre os créditos de IPI decorrentes do princípio constitucional da nãocumulatividade (créditos escriturais), por ausência de previsão legal. 2. A oposição constante de ato estatal, administrativo ou normativo, impedindo a utilização do direito de crédito oriundo da aplicação do princípio da nãocumulatividade, descaracteriza referido crédito como escritural, assim considerado aquele oportunamente lançado pelo contribuinte em sua escrita contábil. 3. Destarte, a vedação legal ao aproveitamento do crédito impele o contribuinte a socorrerse do Judiciário, circunstância que acarreta demora no reconhecimento do direito pleiteado, dada a tramitação normal dos feitos judiciais. 4. Consectariamente, ocorrendo a vedação ao aproveitamento desses créditos, com o consequente ingresso no Judiciário, postergase o reconhecimento do direito pleiteado, exsurgindo legítima a necessidade de atualizálos monetariamente, sob pena de enriquecimento sem causa do Fisco (Precedentes da Primeira Seção: EREsp 490.547/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.09.2005, DJ 10.10.2005; EREsp 613.977/RS, Rel. Ministro José Delgado, julgado em 09.11.2005, DJ 05.12.2005; EREsp 495.953/PR, Rel. Ministra Denise Arruda, julgado em 27.09.2006, DJ 23.10.2006; EREsp 522.796/PR, Rel. Ministro Herman Benjamin, julgado em 08.11.2006, DJ 24.09.2007; EREsp 430.498/RS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 26.03.2008, DJe 07.04.2008; e EREsp 605.921/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 12.11.2008, DJe 24.11.2008). Fl. 1423DF CARF MF Processo nº 10950.005086/200251 Acórdão n.º 9303005.191 CSRFT3 Fl. 12 11 5. Recurso especial da Fazenda Nacional desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. Da leitura do referido julgado, podese concluir que de fato não há previsão legal para a aplicação de índices de correção monetária sobre os créditos escriturais de IPI, sendo certo que o crédito presumido do IPI é um crédito escritural. Porém, abrese uma exceção da incidência da correção monetária nas hipóteses em que há comprovada oposição ilegítima do Fisco no pagamento devido do ressarcimento. O CARF e também esta CSRF tem aplicado referida decisão nas situações em que as Delegacias da Receita Federal indeferem o ressarcimento por alguma razão de direito que posteriormente venha a ser modificada no decorrer do trâmite do processo administrativo fiscal. Esta situação já foi reconhecida no acórdão recorrido e não é objeto do recurso. Os acórdãos paradigmáticos apresentados concederam a incidência dos juros Selic no ressarcimento do crédito presumido de IPI desde o protocolo do pedido utilizando uma interpretação um pouco mais abrangente da aplicação do que foi decidido no REsp nº 1.035.847/RS. Porém, meu entendimento é restrito à concessão dos juros Selic somente na parte do ressarcimento em que houve uma oposição estatal ilegítima e esta oposição somente é verificada na parte não concedida originalmente e revertida posteriormente no âmbito do julgamento dos processos administrativos correspondentes. Se desde o início o crédito foi reconhecido pela autoridade administrativa não há que se falar em oposição ilegítima. Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso especial apresentado pelo contribuinte. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Fl. 1424DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16004.001265/2008-91
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 09 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jul 06 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/2005 a 31/07/2006
TRANSPORTADOR CONTRIBUINTE INDIVIDUAL. SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO.
A remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei n°6.094, de 30 de agosto de 1974, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a vinte por cento do rendimento bruto.
LANÇAMENTO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL TRANSPORTADOR AUTÔNOMO. ALEGAÇÃO DE PAGAMENTOS A EMPRESA. PROVA. AUSÊNCIA.
A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar as provas da existência no lançamento de pagamentos de fretes a pessoa jurídica, de acordo com o sistema de distribuição da carga probatória adotado.
ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO.
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. A realização de diligência não se presta para a produção de provas que toca à parte produzir.
Numero da decisão: 2201-003.613
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negar-lhe provimento.
(Assinado digitalmente)
Carlos Henrique de Oliveira - Presidente
(Assinado digitalmente)
Daniel Melo Mendes Bezerra - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim.
Nome do relator: Relator
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SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO. A remuneração paga ou creditada a condutor autônomo de veículo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei n°6.094, de 30 de agosto de 1974, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, realizado por conta própria, corresponde a vinte por cento do rendimento bruto. LANÇAMENTO. CONTRIBUINTE INDIVIDUAL TRANSPORTADOR AUTÔNOMO. ALEGAÇÃO DE PAGAMENTOS A EMPRESA. PROVA. AUSÊNCIA. A busca da verdade real não se presta a suprir a inércia do contribuinte que tenha deixado de apresentar as provas da existência no lançamento de pagamentos de fretes a pessoa jurídica, de acordo com o sistema de distribuição da carga probatória adotado. ÔNUS DA PROVA. FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO NO QUAL SE FUNDAMENTA A AÇÃO. INCUMBÊNCIA DO INTERESSADO. Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado. A realização de diligência não se presta para a produção de provas que toca à parte produzir. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do recurso voluntário e, no mérito, negarlhe provimento. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 12 65 /2 00 8- 91 Fl. 150DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 151 2 (Assinado digitalmente) Carlos Henrique de Oliveira Presidente (Assinado digitalmente) Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Carlos Henrique de Oliveira, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Dione Jesabel Wasilewski, José Alfredo Duarte Filho, Marcelo Milton da Silva Risso, Carlos Alberto do Amaral Azeredo, Daniel Melo Mendes Bezerra e Rodrigo Monteiro Loureiro Amorim. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão nº 1426.608 8ª Turma da DRJ/RPO, que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir o seguinte lançamento: Auto de Infração por descumprimento de Obrigação Principal DEBCAD 37.172.4791, consolidada em 03/10/2008, no valor de R$ 2.456,33 no período de 08/2005 a 07/2006 contra empresa acima identificada que, de acordo com o Relatório Fiscal tem por objeto as contribuições destinadas aos Terceiros (SEST e SENAT). As cópias dos recibos foram anexadas ao Auto de Infração Debcad n. 37.172.4767. Informa a Auditoria Fiscal que constituem fatos geradores das contribuições lançadas, os valores pagos/devidos/creditados a pessoas físicas, transportadores autônomos, por serviços de fretes extraídos dos recibos de pagamentos a autônomos RPA e declarados em GFIP após o inicio da ação fiscal. Na mesma ação fiscal foram lançados os seguintes documentos de débitos: Auto de Infração 35.172.4783 Obrigações principais. Contribuições patronais. Auto de Infração 35.172.4759 Obrigações acessórias. Deixou de contabilizar todos os fatos geradores das obrigações previdenciárias. Auto de Infração 35.172.4767 Obrigação Acessória. Apresentou folha de pagamento a autônomos em desacordo com as normas estabelecidos pela Receita Federal do Brasil. Fl. 151DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 152 3 Auto de Infração 35.172.4805 Obrigação Acessória. Deixou de informar mensalmente através das GFIP’s todos os fatos geradores de contribuições previdenciárias e outras informações de interessa da RFB. Auto de Infração 35.172.4821 Obrigação Acessória. Apresentou GFIP’s com informações inexatas, incompletas ou omissas, em relação aos dados não relacionados aos fatos geradores. Auto de Infração 35.172.4830 Obrigação Acessória. Entregou Guias de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social GFIP em desconformidade com o Manual de Orientação Auto de Infração 35.172.4775 Contribuições descontadas dos contribuintes individuais. Apropriação Indébita. Auto de Infração 35.172.4791 Contribuições destinadas aos Terceiros SEST e SENAT Auto de Infração 35.172.4740 Deixou de declarar em GFIP’s os fatos geradores das obrigações previdenciárias até inicio da ação fiscal. A interessada apresentou impugnação, julgada improcedente pela DRJ, nos termos da seguinte ementa: ALEGAÇÕES DESPROVIDAS DE PROVAS. REJEIÇÃO. A impugnação deve trazer provas que fundamentem as alegações apresentadas, não podendo estas serem aceitas sem aquelas. CONTRIBUINTE. FATO GERADOR DA OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. Contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador. Cientificada do inteiro teor do acórdão da DRJ em 04/03/2010, a contribuinte interpôs Recurso Voluntário, tempestivamente, em 24/03/2010, alegando, em síntese, que: Por conta do elevado volume de trabalho, a Recorrente não estava conseguindo atender a toda demanda de trabalho e, diante desta situação celebrou contrato de terceirização de serviço com a empresa MARLON S. BALIEIROME., para que pudesse atender a toda demanda de trabalho. Ora, se existia empresa terceirizada para prestação de serviço, não há de se falar em recolhimento de verbas fundiárias aos funcionários por ela contratados, pois não há relação Fl. 152DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 153 4 jurídica que fundamente o recolhimento cobrado da Recorrente, eis que ausente a relação de emprego entre os funcionários da empresa MARLON S. BALIEIROME e a Recorrente. Se existiram lançamentos contábeis que espelhassem situação diversa da estabelecida entre a Recorrente e a empresa terceirizada MARLON S. BALIEIROME, tal responsabilidade deve ser imputada ao Contador da Recorrente, pois a Recorrente não tinha conhecimento de tais fatos, não havendo concorrido com a infração tributária objeto do presente processo. Não existiam sequer contratos de prestação de serviço autônomo entre a Recorrente e os funcionários da empresa terceirizada. Nos autos não existem provas da responsabilidade da Recorrente, na medida que sequer conhece as pessoas físicas (terceiros) mencionados no Auto de Infração. Na legislação tributária brasileira, prevalece o princípio da verdade material, desta forma, todos os fatos considerados favoráveis ao contribuinte devem ser levados a efeito, sob pena de lesão ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Nos autos, a Recorrida não conseguiu comprovar a responsabilidade da Recorrente, que limitouse apenas a imputar a responsabilidade da infração à Recorrente, com base na teoria objetiva que, certamente não se aplica ao caso em tela. Por fim, requer seja acolhido o presente recurso administrativo, determinando a reforma do v. acórdão, por ser medida de Direito e Justiça. É o relatório. Voto Daniel Melo Mendes Bezerra, Conselheiro Relator Admissibilidade O Recurso Voluntário é tempestivo e preenche aos demais requisitos de admissibilidade, devendo, pois, ser conhecido. Do Mérito A recorrente centra seu inconformismo na alegativa de que a Fiscalização não comprovou a responsabilidade sobre os pagamentos realizados a título de frete. Argumenta que terceirizou os serviços através da contratação de uma empresa de transportes. Não obstante a recorrente não ter contabilizado os pagamentos de frete regularmente, a Auditoria Fiscal se valeu de vários Recibos de Pagamentos a Autônomos (RPA) para identificar a fato gerador da contribuição previdenciária. A existência dos referidos documentos não foi refutada pela recorrente. O art. 22, II, da Lei nº 8.212/91 dispõe sobre a contribuição patronal das empresas que contratam serviços de segurados contribuintes individuais, nos seguintes termos: Fl. 153DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 154 5 Art. 22. A contribuição a cargo da empresa, destinada à Seguridade Social, além do disposto no art. 23, é de: I vinte por cento sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa. (Redação dada pela Lei nº 9.876, de 1999). (Vide Lei nº 13.189, de 2015) Regulamentando a Lei nº 8.212/91, o Decreto nº 3.048/99 fixou regras específicas para a contribuição previdenciária sobre a remuneração de transportadores autônomos: Art. 200 [...] § 4º A remuneração paga ou creditada a transportador autônomo, a que se referem os incisos I e II do § 15 do art. 9º, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros realizado por conta própria corresponderá ao valor resultante da aplicação de um dos percentuais estabelecidos pelo Ministério da Previdência e Assistência Social sobre o valor bruto do frete, carreto ou transporte de passageiros, para determinação do valor mínimo da remuneração. (Redação dada pelo Decreto nº 3.265, de 1999) [...] Art. 267. Até que o Ministério da Previdência e Assistência Social estabeleça os percentuais de que trata o § 4º do art. 201, será utilizada a alíquota de onze vírgula setenta e um por cento sobre o valor bruto do frete, carreto ou transporte de passageiros. O Ministro do Estado da Previdência e Assistência Social editou a Portaria nº 1.135/01, que dispõe em seu art. 1º: Art. 1º Considerase remuneração paga ou creditada ao condutor autônomo de veículo rodoviário, ou ao auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, em automóvel cedido em regime de colaboração, nos termos da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974, de que tratam, respectivamente os incisos I e II do § 15 do art. 9º do Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999, pelo frete, carreto ou transporte de passageiros, vinte por cento do rendimento bruto. (g.n.) De acordo com esses dispositivos legais vigentes à época dos fatos geradores, a contribuição previdenciária devida sobre a remuneração de transportadores autônomos é calculada à alíquota de 20% incidente sobre 20% do valor bruto do frete, carreto ou transporte de passageiros. Fl. 154DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 155 6 Cumpre salientar que essa matéria recebeu novos contornos legais, uma vez que a Lei nº 11.202/2015, incluiu o § 15 ao Art. 22 da Lei nº 8.212/91, abaixo transcrito: (...) § 15. Na contratação de serviços de transporte rodoviário de carga ou de passageiro, de serviços prestados com a utilização de trator, máquina de terraplenagem, colheitadeira e assemelhados, a base de cálculo da contribuição da empresa corresponde a 20% (vinte por cento) do valor da nota fiscal, fatura ou recibo, quando esses serviços forem prestados por condutor autônomo de veículo rodoviário, auxiliar de condutor autônomo de veículo rodoviário, bem como por operador de máquinas.” De outra banda, temse que a recorrente alega que tomou serviços de transportes, exclusivamente, de empresas terceirizadas, mas não carreou aos autos qualquer prova nesse sentido. O Código de Processo Civil, de aplicação subsidiária ao PAF, contém expressa previsão acerca da distribuição do ônus probatório: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor. É imprescindível que o contribuinte demonstre, por meio da linguagem de provas, as afirmações que alega, em especial a existência de valores não sujeitos à incidência da contribuição previdenciária. Dessa forma, a recorrente atrai para si o ônus da prova, quanto aos fatos impeditivos, constitutivos e extintivos do direito de a Fazenda Pública lançar o crédito tributário. Não havendo produção alguma de prova, tendo a recorrente se limitado a solicitar diligência para analise de suas alegações, deve arcar com as consequências de sua conduta, que, ao fim, culmina na procedência do lançamento. Cabe, ainda, verificar se o presente lançamento foi confeccionado em consonância com o art. 142 do CTN, in verbis: Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Do dispositivo transcrito verificase que um dos requisitos indispensáveis ao lançamento é a verificação da ocorrência do fato gerador. De fato, se o fisco não se Fl. 155DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 156 7 desincumbir do ônus de demonstrar que efetivamente a hipótese de incidência tributária se concretizou no mundo fático, o lançamento é imprestável. Todavia, não é essa situação que os autos revelam. O relato da auditoria aponta que os fatos geradores das contribuições lançadas foram as remunerações pagas ou creditadas a segurados contribuintes individuais transportadores autônomos que foram identificados através de documentos apresentados à Fiscalização pela própria recorrente. A comprovação do pagamento das referidas parcelas foi obtida com esteio na documentação fornecida pela notificada no decorrer da auditoria, mormente Recibos de Pagamento a Autônomos (RPA). Nesse sentido, vejo que o Auto de Infração e seus anexos demonstram a contento a situação fática que deu ensejo à exigência fiscal, inclusive os elementos que foram analisados para se identificar a ocorrência dos fatos geradores. Cumpre ressaltar que as bases de cálculo se encontram bem explicitadas no Relatório de Lançamentos. As alíquotas podem ser visualizadas sem dificuldades pela leitura do Discriminativo Analítico o Débito DAD. O Relatório Fundamentos Legais do Débito traz a discriminação, por período, da base legal utilizada para constituição do crédito previdenciário, além de que no próprio corpo do relatório fiscal houve menção aos dispositivos que levaram a auditoria a concluir pela concretização da hipótese de incidência tributária. Por outro lado, o sujeito passivo, como dito, embora alegue que a base de cálculo é composta em parte por valores não tributáveis, não trouxe sequer indícios de prova nesse sentido. Assim, não enxergo motivo para que se revise o Auto de Infração sob julgamento, posto que os requisitos formais e a motivação apresentadas são suficientes para se inferir acerca da regularidade do lançamento efetuado, devendo ser mantida a decisão de primeira instância. Da multa de mora Quanto à aplicação da multa constante deste Auto de Infração, cumpre salientar que a Medida Provisória MP n° 449, de 03/12/2008, convertida na Lei nº 11.941, de 27/05/2009, alterou diversos dispositivos da Lei nº 8.212, de 24/07/1991, notadamente no que tange à aplicação de penalidades. Em princípio, as multas estabelecidas pela Lei nº 11.941/2009 serão aplicadas a fatos geradores ocorridos após a sua vigência. No entanto, para as infrações com fato gerador anterior a 04/12/2008 (data da entrada em vigor da MP 449/2008), na aplicação de multas para condutas equivalentes, devese observar o princípio da retroatividade benigna, estabelecido pelo inciso II, alínea ”c”, do artigo 106 do Código Tributário Nacional CTN (Lei 5.172, de 25/10/1966). Em relação à multa há de se registrar que o dispositivo legal que lhe dá supedâneo foi alterado pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, merecendo verificar a Fl. 156DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 157 8 questão relativa à retroatividade benigna prevista na alínea “c”, do inciso II, do artigo 106, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966. Entendo que o novo regime (aplicação da multa de 75%) é mais gravoso. Desse modo, como o presente lançamento só abrange competências anteriores a dezembro de 2008 (entrada em vigor da MP nº 449) deve ser aplicada a multa prevista no art. 35 da Lei nº 8.212. Assim, o lançamento que se cuida contempla competências de 08/2005 a 07/2006, devendo ser alterada a forma de cálculo da multa. Segundo as novas disposições legais, a multa de mora que antes respeitava a gradação prevista na redação original do artigo 35, da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, passou a ser prevista no caput desse mesmo artigo, mas agora limitada a 20% (vinte por cento), Se a conduta atraso aqui apurado era punido com multa moratória, consequentemente, com a alteração da ordem jurídica, só pode lhe ser aplicada, se for o caso, a novel multa moratória, prevista no caput do art. 35 do diploma legal acima citado. Incide na espécie, pois, a retroatividade prevista na alínea “c”, do inciso II, do art. 106, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966, Código Tributário Nacional, devendo a multa lançada na presente autuação ser calculada nos termos do artigo 35 caput da Lei n° 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei n° 11.941, de 27 de maio de 2009, se mais benéfica ao contribuinte. Entendo, assim, que a multa de mora deve ser limitada a 20% (vinte por cento). Entretanto, é assente nessa Turma a necessidade de comparação da multas no momento do pagamento para se perquirir acerca da situação mais benéfica ao contribuinte. Assim, ressalvado o entendimento acima esposado, mas fulcrado no princípio da economia, me curvo ao entendimento da Turma, nos termos seguintes. Para fins de aplicação da retroatividade benéfica, se deve comparar àquela antiga multa por descumprimento de obrigação acessória (regrada na forma da anterior redação do art. 32, inciso IV, § 4o ou §5o da Lei n° 8.212, de 1991), quando somada à multa aplicada no âmbito do(s) NFLD(s) ou AI(s) de obrigação principal conexo(s) (regrada na forma da anterior redação do art. 35, inciso II da Lei n° 8.212, de 1991), a multa estabelecida pelo art. 44, da mesma Lei n° 9.430, de 1996, e atualmente aplicável quando dos lançamentos de ofício, consoante disposto no art. 35A, da Lei n° 8.212, de 1991. Portanto, no presente caso, devese comparar (i) o resultado da soma da multa lançada mediante os Autos de Infração por descumprimento de obrigação acessória relacionados a GFIP e a multa lançada nos autos deste processo com (ii) a multa estabelecida pelo art. 35A da Lei n° 8.112, de 1991, que remete ao art. 44 da Lei n° 9.430, de 1996, que é de 75%, prevalecendo a menor, que deverá ser verificada pela unidade preparadora no momento do pagamento. Fl. 157DF CARF MF Processo nº 16004.001265/200891 Acórdão n.º 2201003.613 S2C2T1 Fl. 158 9 Conclusão Diante de todo o exposto, voto conhecer do recurso voluntário, para, no mérito, negarlhe provimento. Daniel Melo Mendes Bezerra Relator Fl. 158DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10314.722093/2015-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 20 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 24 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Exercício: 2011
LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO. FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA.
Improcede o lançamento carente da apresentação de elementos a amparar a fundamentação utilizada, configurando cerceamento do direito de defesa.
Numero da decisão: 1401-001.897
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos
Acordam os membros do colegiado, , por maioria de votos, negar provimento ao Recurso de Ofício. Vencidos os Conselheiros Guilherme Adolfo dos Santos Mendes e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. Os Conselheiros Lívia De Carli Germano e José Roberto Adelino da Silva votaram pelas conclusões
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente.
(assinado digitalmente)
Abel Nunes de Oliveira Neto - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo Dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto (Relator), Livia de Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa .
Nome do relator: ABEL NUNES DE OLIVEIRA NETO
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FUNDAMENTAÇÃO DEFICIENTE. CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. Improcede o lançamento carente da apresentação de elementos a amparar a fundamentação utilizada, configurando cerceamento do direito de defesa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos Acordam os membros do colegiado, , por maioria de votos, negar provimento ao Recurso de Ofício. Vencidos os Conselheiros Guilherme Adolfo dos Santos Mendes e Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa. Os Conselheiros Lívia De Carli Germano e José Roberto Adelino da Silva votaram pelas conclusões (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente. (assinado digitalmente) Abel Nunes de Oliveira Neto Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo Dos Santos Mendes, Jose Roberto Adelino da Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto (Relator), Livia de Carli Germano, Daniel Ribeiro Silva, Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa . AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 72 20 93 /2 01 5- 31 Fl. 794DF CARF MF 2 Relatório Iniciemos com a transcrição do relatório da decisão de Piso sobre o caso. Fl. 795DF CARF MF Processo nº 10314.722093/201531 Acórdão n.º 1401001.897 S1C4T1 Fl. 795 3 Fl. 796DF CARF MF 4 Fl. 797DF CARF MF Processo nº 10314.722093/201531 Acórdão n.º 1401001.897 S1C4T1 Fl. 796 5 Fl. 798DF CARF MF 6 Fl. 799DF CARF MF Processo nº 10314.722093/201531 Acórdão n.º 1401001.897 S1C4T1 Fl. 797 7 Fl. 800DF CARF MF 8 Deste extenso relatório resultou a seguinte decisão da DRJ/Brasília: Da decisão que exonerou o crédito tributário a DRJ/Brasília recorreu de ofício ao CARF em razão do montante de exoneração do crédito tributário. Fl. 801DF CARF MF Processo nº 10314.722093/201531 Acórdão n.º 1401001.897 S1C4T1 Fl. 798 9 Voto Conselheiro Abel Nunes de Oliveira Neto Encontramos, no presente caso, um discussão acerca da higidez da autuação levada a efeito contra o contribuinte. Em seu trabalho o fiscal entendeu que ocorreu a escrituração indevida de despesas no ano de 2011 que deveriam ter sido reconhecidas em anos anteriores. Tais despesas referiamse ao reconhecimento dos débitos da empresa que foram objeto de parcelamento na Lei nº 11.941/2009, cuja consolidação ocorreu no ano de 2001. Assim entendendo, realizou a lavratura do auto de infração com base no art. 274, II, do Regulamento do Imposto de Renda. No seu recurso o contribuinte alega que o lançamento teria cerceado o seu direito de defesa em razão de, ao alegar que a escrituração das despesas foi realizada em momento posterior ao devido, não apresentou a indicação do momento em que tais despesas deveriam ter sido escrituradas. Alegou ainda que as receitas oriundas da utilização de prejuízos fiscais e bases de cálculo negativas da CSLL não representariam receitas efetivas da empresa e, por isso, não deveriam ter sido reconhecidas na apuração do lucro e dos tributos devidos no ano de 2011. Por fim, dentre outros argumentos alega que a escrituração das despesas dos débitos, multa e juros incluídos no parcelamento ocorreu em 2011 porque a consolidação deste parcelamento ocorre apenas nesta data, ou seja, apenas aí, teria a certeza dos débitos e poderia concretizar os lançamentos. Ainda apresenta o argumento da ausência do encontro entre despesas e receitas para a apuração do resultado devido. A DRJ/Belo Horizonte acatou o entendimento da empresa e considerou que o auto de infração não indicou corretamente a matéria tributável configurando cerceamento ao direito de defesa da empresa, resultando por considerar nula a autuação. Respeitando as linhas de entendimento da defesa e da DRJ/Belo Horizonte, devemos, no entanto, tecer alguns comentários a respeito destes pontos de vista. Encontro de contas entre receitas e despesas (Matching) => Quanto a este ponto não é verdade absoluta a necessidade que este encontro de contas realizase no mesmo exercício. Se verificarmos que a maior parte das despesas de juros e multas contabilizadas em 2011 referiuse a débitos oriundos de parcelamentos anteriores, seguindo inclusive as alegações de defesa, estes débitos e respectivos juros e multas deveriam ter sido reconhecidos em exercícios anteriores posto que, levandose em consideração a alegação da empresa que deve reconhecer essas despesas apenas quando da consolidação dos parcelamentos, tais parcelamentos, sem sombra de dúvida, foram consolidados em anos anteriores e, assim, as despesas relativas aos débitos neles consolidados também obrigatoriamente deveriam ter sido reconhecida nas épocas próprias. Fl. 802DF CARF MF 10 Ora, em assim sendo, não haveria como fazerse este encontro de contas em 2011, pois parte significativa das despesas já teria sido reconhecida anteriormente, restando para reconhecimento em 2011 apenas a parcela de juros resultante da diferença entre a consolidação do parcelamento anterior e a nova consolidação em 2011. Outro aspecto que deve ser mencionado é que, obrigatoriamente, o fiscal não é obrigado a indicar pormenorizadamente o período de apuração em cada débito deveria ter sido contabilizado, bastando que ele informasse qual deveria ser o exercício, mesmo sem indicálo. Exemplifiquemos: Em relação aos débitos objeto de parcelamento anterior não seria necessária a indicação individualizada do exercício em que a despesa de cada débito deveria ter sido reconhecida. Bastaria que informasse que esse reconhecimento deveria ser feito em período anterior de acordo com a data de consolidação de cada parcelamento em que foram reconhecido de forma irretratável e irrevogável pela empresa. Por fim, em relação à alegação de que o valor da dedução dos prejuízos fiscais de IRPJ e bases de cálculo negativas da CSLL não deveriam ser contabilizados como receitas também está equivocado. A apuração destes prejuízos é feita na apuração do lucro real e controlada no LALUR da empresa, podendo ser utilizada apenas na dedução do lucro tributável do exercício e limitado à razão de 30% do lucro. A partir do momento em que a Lei do parcelamento possibilita a utilização destes prejuízos para ser calculado, pela aplicação das alíquotas de 25% e 9% a título de IRPJ e CSLL como valor utilizável como abatimento dos juros e multas consolidados no parcelamento, por óbvio, como vai haver um lançamento de redução do passivo (juros e multa) tem de haver a necessária contrapartida em conta de receita, posto que este valor não constava do patrimônio da empresa, apenas sendo controlado no LALUR. Observese, no entanto, que tal entendimento deste relator foi demovido em razão das peculiaridades da Lei instituidora deste programa especial que isentou da tributação tais receitas. Entretanto, por mais que este relator discorde dos argumentos apresentados e utilizados como fundamentos para a anulação da autuação, depois de leitura atenta do auto de infração, havemos de reconhecer que efetivamente deixou o auditor responsável pela autuação de realizar alguns procedimentos e diligências necessários a comprovação da irregularidade de procedimento da empresa. Deveria, em relação aos débitos nunca antes parcelados, ter solicitado os lançamentos individualizados a fim de separar a parcela das despesas que poderiam ser efetivamente reconhecidas apenas na consolidação do parcelamento das que poderiam ter sido reconhecidas anteriormente. Mais ainda, poderia ter solicitado ou diligenciado junto ao setor de parcelamento da delegacia, a relação de débitos consolidados em cada parcelamento ao qual a empresa aderiu anteriormente. Com tais relações poderia intimar a empresa a informar se realizou o reconhecimento das referidas despesas de débitos consolidados na época da consolidação de cada parcelamento e, se não o fez, os motivos de fato e de direito que justifiquem. Assim agindo, poderia fechar o ciclo de sua autuação, ao comprovar cabalmente que, a empresa deixou de escriturar tais despesas em época própria, possibilitando a manutenção da autuação. Verificamos, ainda, outra falha no procedimento por falta de obediência ao parágrafo 1º, do art. 274, do RIR/99. Fl. 803DF CARF MF Processo nº 10314.722093/201531 Acórdão n.º 1401001.897 S1C4T1 Fl. 799 11 Vejamos: Seção VIII Inobservância do Regime de Competência Art. 273. A inexatidão quanto ao período de apuração de escrituração de receita, rendimento, custo ou dedução, ou do reconhecimento de lucro, somente constitui fundamento para lançamento de imposto, diferença de imposto, atualização monetária, quando for o caso, ou multa, se dela resultar (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 5º): I a postergação do pagamento do imposto para período de apuração posterior ao em que seria devido; ou II a redução indevida do lucro real em qualquer período de apuração. § 1º O lançamento de diferença de imposto com fundamento em inexatidão quanto ao período de apuração de competência de receitas, rendimentos ou deduções será feito pelo valor líquido, depois de compensada a diminuição do imposto lançado em outro período de apuração a que o contribuinte tiver direito em decorrência da aplicação do disposto no § 2º do art. 247 (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 6º). § 2º O disposto no parágrafo anterior e no § 2º do art. 247 não exclui a cobrança de atualização monetária, quando for o caso, multa de mora e juros de mora pelo prazo em que tiver ocorrido postergação de pagamento do imposto em virtude de inexatidão quanto ao período de competência (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art. 6º, § 7º, e DecretoLei nº 1.967, de 23 de novembro de 1982, art. 16). Notese que, ao realizar a apuração do IRPJ e da CSLL o auditor não fez a compensação do imposto e contribuição que porventura foi pago a maior em outro período de apuração. Demonstrase destes fatos que faltou ao lançamento a devida apresentação da completude dos fatos que justificavam a autuação. Tal ausência limitou o direito de defesa do contribuinte ao não propiciar detalhes importantes que deveriam ser do conhecimento do autuante e necessários à correta identificação de todos os elementos da autuação. Por tais motivos é que, considerando que a autuação levada a efeito contra a empresa no exercício deixou de comprovar os corretos exercícios em que a escrituração das despesas deveria ter sido realizada, prejudicando o direito de defesa da empresa e, ainda, desrespeitou a norma do § 1º, do art. 273, do Regulamento do Imposto de Renda, forçoso reconhecer que resta passível de nulidade o lançamento, conforme decidido pela DRJ/Belo Horizonte na análise da impugnação. À vista do exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso de ofício da DRJ/Belo Horizonte. Abel Nunes de Oliveira Neto Relator Fl. 804DF CARF MF 12 Fl. 805DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11128.001854/2005-14
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Mar 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Tue Jun 20 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 04/05/2004
DEPÓSITO JUDICIAL DO MONTANTE INTEGRAL. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA.
O depósito judicial do montante do crédito tributário exigido suspende a exigibilidade do crédito tributário, sendo devida, porém, a multa de ofício e os juros de mora se a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido após o registro da DI.
Recurso Especial do Contribuinte Negado.
Numero da decisão: 9303-004.835
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
Nome do relator: RODRIGO DA COSTA POSSAS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 04/05/2004 DEPÓSITO JUDICIAL DO MONTANTE INTEGRAL. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. O depósito judicial do montante do crédito tributário exigido suspende a exigibilidade do crédito tributário, sendo devida, porém, a multa de ofício e os juros de mora se a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido após o registro da DI. Recurso Especial do Contribuinte Negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negar-lhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas.
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DEPÓSITO JUDICIAL. Recorrente ECOPORTO SANTOS S.A. (antiga TECONDI TERMINAL PARA CONTÊINERES DA MARGEM DIREITA S/A) Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 04/05/2004 DEPÓSITO JUDICIAL DO MONTANTE INTEGRAL. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. O depósito judicial do montante do crédito tributário exigido suspende a exigibilidade do crédito tributário, sendo devida, porém, a multa de ofício e os juros de mora se a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido após o registro da DI. Recurso Especial do Contribuinte Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, em negarlhe provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Charles Mayer de Castro Souza (Suplente convocado), Érika Costa Camargos Autran, Vanessa Marini Cecconello e Rodrigo da Costa Pôssas. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 12 8. 00 18 54 /2 00 5- 14 Fl. 395DF CARF MF Processo nº 11128.001854/200514 Acórdão n.º 9303004.835 CSRFT3 Fl. 396 2 Relatório Trata o presente processo de auto de infração de exigência das Contribuições para o PIS/PASEP e COFINS na importação, acompanhadas de multa de ofício e juros de mora. Julgando o feito, o colegiado recorrido negou provimento ao recurso voluntário, nos termos do Acórdão nº 3803006.126, de 27 de maio de 2014, assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 04/05/2004 SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO NO CURSO DO DESPACHO ADUANEIRO DE IMPORTAÇÃO. MULTA DE OFÍCIO. JUROS DE MORA. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário, oriunda de depósito do montante integral no curso do despacho aduaneiro de importação, não tem o condão de afastar a multa de ofício, em virtude da exclusão de espontaneidade do importador; nem os juros de mora, que são devidos sempre que não houver pagamento dos tributos na data do vencimento. Inconformada, a contribuinte apresentou recurso especial requerendo a reforma do acórdão. O recurso foi admitido, conforme despacho de fls. 378/380. A matéria ora posta para a análise deste Colegiado é apenas quanto ao termo de início do procedimento fiscal, para fins de caracterização da suspensão de exigibilidade prevista no art. 63 da Lei nº 9.430/96. A Fazenda Nacional foi cientificada do despacho acima citado, apresentando as contrarrazões de fls. 382/389. É o relatório. Voto Conselheiro Rodrigo da Costa Pôssas, Relator Como já relatado, a matéria ora posta para a análise deste Colegiado é apenas o termo inicial para que fique caracterizada a perda da espontaneidade para fins de se elidir a multa de ofício pelo não pagamento dos tributos devidos. No caso, temos uma ação judicial e ocorreu o depósito do montante integral após o registro da DI e é esse depósito o fato que o contribuinte alega ter sido feito espontaneamente. Dispõe a Lei nº 9.430/1996, em seu art. 63 e § 1º: Fl. 396DF CARF MF Processo nº 11128.001854/200514 Acórdão n.º 9303004.835 CSRFT3 Fl. 397 3 Art. 63. Não caberá lançamento de multa de ofício na constituição do crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a tributos e contribuições de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma do inciso IV do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966. (Vide Medida Provisória nº 2.15835, de 2001) § 1º O disposto neste artigo aplicase, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele relativo. Também dispõe o art. 102 do DecretoLei n.º 37/66, abaixo transcrito: Art. 102. A denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do imposto e dos acréscimos, excluirá a imposição da correspondente penalidade. § 1º Não se considera espontânea a denúncia apresentada: a) no curso do despacho aduaneiro, até o desembaraço da mercadoria; b) após o início de qualquer outro procedimento fiscal, mediante ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, tendente a apurar a infração. § 2º A denúncia espontânea exclui somente as penalidades de natureza tributária. O art. 61 da Lei n.º 9.630/1996 reza: Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. § 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia em que ocorrer o seu pagamento. § 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento. § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. O sujeito passivo alega que não houve a perda da espontaneidade por não ter havido ato de ofício que caracterizasse o início do procedimento fiscal, mas essa alegação está embasada na alínea "b" do § 1º do artigo 102 do DecretoLei 37/66, porém a perda da Fl. 397DF CARF MF Processo nº 11128.001854/200514 Acórdão n.º 9303004.835 CSRFT3 Fl. 398 4 espontaneidade se deu com base na alínea "a", conforme se pode depreender da simples leitura da norma constante na referida legislação. O sujeito passivo também se insurge contra a cobrança dos juros, alegando que efetuou os depósitos antes da autuação. Mas este entendimento não encontra respaldo na legislação que prevê o pagamento dos tributos incidentes na importação de bens na data do registro da Declaração de Importação, conforme dispõe o Regulamento Aduaneiro aprovado pelo Decreto nº 4.543, de 26/12/2002, verbis: Art. 106. O imposto será pago na data do registro da declaração de importação (Decretolei nº 37, de 1966, art. 27). Parágrafo único. O Ministro de Estado da Fazenda poderá fixar, em casos especiais, outros momentos para o pagamento do imposto. Bem andou o relator do acórdão ora recorrido, que assim fundamentou essa matéria: O que ocorreu, em razão da autorização dos referidos depósitos judiciais foi a suspensão do pagamento das contribuições, em nada modificando a respectiva data de vencimento dos mesmos, isto considerando serem devidos as contribuições, que é justamente o cerne da discussão judicial. A DI foi registrada em 04/05/2004 e os depósitos judiciais dos valores exigidos foram efetuados em 28/06/2004 (fl. 129). Assim, não há que se falar em exclusão ou não aplicação da multa de ofício quando, mesmo com exigibilidade suspensa por força dos depósitos judiciais, tenha ocorrido após o registro da DI. Como dito acima, o registro da declaração de importação excluiu a espontaneidade do contribuinte, sendo devida a multa e os juros, também pelos argumentos acima descritos. Por todo o exposto, nego provimento ao presente Recurso Especial. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Fl. 398DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10283.002520/2006-85
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Apr 12 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri May 19 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Data do fato gerador: 31/10/1991
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA.
O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas.
Recurso Especial do Contribuinte não conhecido
Numero da decisão: 9303-005.035
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Data do fato gerador: 31/10/1991 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA. O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Recurso Especial do Contribuinte não conhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran.
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EXECUÇÃO ADMINISTRATIVA Recorrente TOYOLEX AUTOS LTDA. (EX BENARRÓS VEÍCULOS LTDA) Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 31/10/1991 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA. O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Recurso Especial do Contribuinte não conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial do Contribuinte. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Andrada Márcio Canuto Natal, Júlio César Alves Ramos, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello e Erika Costa Camargos Autran. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 28 3. 00 25 20 /2 00 6- 85 Fl. 710DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela contribuinte contra o Acórdão nº 3403001.751, de 23/08/2012, proferido pela 3ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da Terceira Seção do CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 31/10/1991 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. FINSOCIAL. DECADÊNCIA. Nos lançamentos por homologação, o pagamento antecipado efetuado pelo contribuinte extingue o crédito tributário sob condição resolutória, sendo a data de sua efetivação o termo a quo do prazo de cinco anos para a repetição do indébito. Recurso Voluntário Negado. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente suscita divergência quanto à execução da sentença e dispensa da desistência da execução quanto aos honorários de sucumbência e custas processuais. Alega divergência de entendimento em relação ao que decidido, entre outros, nos Acórdãos nº 303 33.990, de 23/01/2007. O exame de admissibilidade do Recurso Especial encontrase às fls. 696/701. Cientificada, a Procuradoria da Fazenda Nacional apresentou contrarrazões ao recurso especial (fls. 704/708). É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos que o recurso especial não deve ser conhecido. Para comprovar a inexistência de dissídio, transcrevemos os seguintes parágrafos do acórdão recorrido, nos quais os seus fundamentos encontramse delineados: O art. 50, § 2º, da IN SRF nº 460/2004 estabelece que na hipótese de ação de repetição de indébito, a restituição, o ressarcimento e a compensação somente poderão ser efetuados se o requerente comprovar a homologação, pelo Poder Judiciário, da desistência da execução do título judicial ou da renúncia a sua execução, bem como a assunção de todas as custas do processo de execução, inclusive os honorários advocatícios. Esta disposição foi mantida no art. 50, § 2º da IN SRF nº 600/2005. Fl. 711DF CARF MF Processo nº 10283.002520/200685 Acórdão n.º 9303005.035 CSRFT3 Fl. 711 3 O exame da certidão de objeto e pé expedida pela Seção Judiciária do Estado do Amazonas (fls. 291 e 345), revela que o objeto da ação judicial era “a declaração da existência do crédito tributário decorrente da majoração da alíquota de 0,5%, relativo ao FINSOCIAL, durante o período de novembro/88 a março/92, no montante de 205.511,88 UFIR, bem como do direito à compensação do dito crédito com pagamentos vincendos a serem feitos a título de COFINS e do PIS. (....)” Portanto, tratandose de ação de repetição de indébito, era dever do contribuinte ter comprovado a desistência da execução do principal, das custas e dos honorários. Não tendo feito tal comprovação, foi correto o indeferimento do pleito por parte da autoridade administrativa. No caso concreto não se trata de renunciar ao direito à ação de execução, mas sim de desistir da execução em curso, pois a autoridade judiciária certificou que o contribuinte está executando o valor a compensar e os honorários advocatícios. Tanto na impugnação, quanto no recurso voluntário, o contribuinte silenciou quanto ao fato de não ter comprovado a desistência da execução judicial. Assim, correta a decisão de primeira instância ao considerar não impugnada essa matéria e ao não tomar conhecimento das demais alegações de impugnação. Isto porque o julgamento das demais matérias restou prejudicado em face da não contestação do motivo principal do indeferimento. (grifamos) Percebase que não foi a falta de comprovação da desistência da execução judicial que propriamente constituiu a ratio decidendi da decisão, senão que a falta de explícita impugnação deste fato na manifestação de inconformidade e no recurso voluntário. Já no acórdão paradigma, conforme indica a sua ementa, a Câmara baixa entendeu que não seria necessária a comprovação da desistência da execução judicial, porque a ação executiva não teria sido ajuizada pelo contribuinte. Vejam: Embargos declaratórios. Resolução. Premissa equivocada. Inaplicabilidade. Recurso voluntário. Objeto. Restituição. Título judicial transitado em julgado. Solicitação de compensação administrativa. Ação de execução não ajuizada. Possibilidade. Pedido de compensação de guia de importação não albergada pela sentença judicial. Impossibilidade. Recurso voluntário julgado parcialmente procedente, para que seja procedida a compensação dos créditos assegurados ao contribuinte, nos estritos termos da sentença prolatada na Ação Ordinária n. 95.00075776. (grifamos) Fl. 712DF CARF MF 4 Portanto, resta evidente que os acórdãos recorrido e paradigma versam sobre temas diversos, fato que inviabiliza o conhecimento do recurso. Ante o exposto, não conheço do recurso especial. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 713DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10166.901000/2009-36
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 08 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Fri Jun 30 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO CORRESPONDENTE A PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR A TÍTULO DE ESTIMATIVA MENSAL. POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO.
Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação.
De acordo com o § 3º do art. 67 do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, que aprovou o atual Regimento Interno do CARF, c/c o art. 5º dessa mesma portaria, não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso.
Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
ANALISE DO DIREITO CREDITÓRIO COMO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR DE ESTIMATIVA MENSAL OU COMO SALDO NEGATIVO. POSSIBILIDADE.
Até a edição da Súmula CARF nº 84, a questão sobre a possibilidade de restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal foi objeto de longa controvérsia. Os recolhimentos a título de estimativa são referentes, no seu conjunto, a um mesmo período (ano-calendário), e embora a contribuinte tenha indicado como crédito a ser compensado nestes autos apenas a estimativa de dezembro/2004, e não o saldo negativo total do ano, o pagamento reivindicado como indébito corresponde ao mesmo período anual (2004) e ao mesmo tributo (IRPJ) do saldo negativo que seria restituível/compensável. Há que se considerar ainda que em muitos outros casos com contextos fáticos semelhantes ao presente, os contribuintes, na pretensão de melhor demonstrar a origem e a liquidez e certeza do indébito, indicavam como direito creditório o próprio pagamento (DARF) das estimativas que geravam o excedente anual, em vez de indicarem o saldo negativo constante da DIPJ. Tais considerações levam a concluir que a indicação do crédito como sendo uma das estimativas mensais (antecipação), e não o saldo negativo final, não pode ser obstáculo ao pleito da contribuinte.
Numero da decisão: 9101-002.903
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à questão da inovação/mudança do direito creditório no curso do processo administrativo e, no mérito, na parte conhecida, em negar-lhe provimento. Ausente momentaneamente o conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. Julgamento conduzido pelo presidente Carlos Alberto Freitas Barreto.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente
(assinado digitalmente)
Rafael Vidal de Araujo Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flavio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
Nome do relator: RAFAEL VIDAL DE ARAUJO
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. INDÉBITO CORRESPONDENTE A PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR A TÍTULO DE ESTIMATIVA MENSAL. POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. De acordo com o § 3º do art. 67 do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, que aprovou o atual Regimento Interno do CARF, c/c o art. 5º dessa mesma portaria, não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso. Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2004 ANALISE DO DIREITO CREDITÓRIO COMO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR DE ESTIMATIVA MENSAL OU COMO SALDO NEGATIVO. POSSIBILIDADE. Até a edição da Súmula CARF nº 84, a questão sobre a possibilidade de restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal foi objeto de longa controvérsia. Os recolhimentos a título de estimativa são referentes, no seu conjunto, a um mesmo período (ano-calendário), e embora a contribuinte tenha indicado como crédito a ser compensado nestes autos apenas a estimativa de dezembro/2004, e não o saldo negativo total do ano, o pagamento reivindicado como indébito corresponde ao mesmo período anual (2004) e ao mesmo tributo (IRPJ) do saldo negativo que seria restituível/compensável. Há que se considerar ainda que em muitos outros casos com contextos fáticos semelhantes ao presente, os contribuintes, na pretensão de melhor demonstrar a origem e a liquidez e certeza do indébito, indicavam como direito creditório o próprio pagamento (DARF) das estimativas que geravam o excedente anual, em vez de indicarem o saldo negativo constante da DIPJ. Tais considerações levam a concluir que a indicação do crédito como sendo uma das estimativas mensais (antecipação), e não o saldo negativo final, não pode ser obstáculo ao pleito da contribuinte.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à questão da inovação/mudança do direito creditório no curso do processo administrativo e, no mérito, na parte conhecida, em negar-lhe provimento. Ausente momentaneamente o conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. Julgamento conduzido pelo presidente Carlos Alberto Freitas Barreto. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flavio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente).
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INDÉBITO CORRESPONDENTE A PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR A TÍTULO DE ESTIMATIVA MENSAL. POSSIBILIDADE DE RESTITUIÇÃO OU COMPENSAÇÃO. Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. De acordo com o § 3º do art. 67 do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, que aprovou o atual Regimento Interno do CARF, c/c o art. 5º dessa mesma portaria, não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2004 ANALISE DO DIREITO CREDITÓRIO COMO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR DE ESTIMATIVA MENSAL OU COMO SALDO NEGATIVO. POSSIBILIDADE. Até a edição da Súmula CARF nº 84, a questão sobre a possibilidade de restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal foi objeto de longa controvérsia. Os recolhimentos a título de estimativa são referentes, no seu conjunto, a um mesmo período (ano calendário), e embora a contribuinte tenha indicado como crédito a ser compensado nestes autos apenas a estimativa de dezembro/2004, e não o saldo negativo total do ano, o pagamento reivindicado como indébito corresponde ao mesmo período anual (2004) e ao mesmo tributo (IRPJ) do AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 16 6. 90 10 00 /2 00 9- 36 Fl. 234DF CARF MF Processo nº 10166.901000/200936 Acórdão n.º 9101002.903 CSRFT1 Fl. 3 2 saldo negativo que seria restituível/compensável. Há que se considerar ainda que em muitos outros casos com contextos fáticos semelhantes ao presente, os contribuintes, na pretensão de melhor demonstrar a origem e a liquidez e certeza do indébito, indicavam como direito creditório o próprio pagamento (DARF) das estimativas que geravam o excedente anual, em vez de indicarem o saldo negativo constante da DIPJ. Tais considerações levam a concluir que a indicação do crédito como sendo uma das estimativas mensais (antecipação), e não o saldo negativo final, não pode ser obstáculo ao pleito da contribuinte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer parcialmente do Recurso Especial, apenas quanto à questão da inovação/mudança do direito creditório no curso do processo administrativo e, no mérito, na parte conhecida, em negarlhe provimento. Ausente momentaneamente o conselheiro Marcos Aurélio Pereira Valadão. Julgamento conduzido pelo presidente Carlos Alberto Freitas Barreto. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto – Presidente (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Adriana Gomes Rego, Cristiane Silva Costa, André Mendes de Moura, Luis Flavio Neto, Rafael Vidal de Araújo, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra, Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente). Relatório Tratase de recurso especial de divergência interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN), fundamentado atualmente no art. 67 e seguintes do Anexo II da Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, que aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), em que se alega divergência jurisprudencial em relação a duas matérias: a) “possibilidade de deferimento da Per/DComp, cujo pretenso direito creditório se refere ao pagamento de estimativa em valor indevido”; e b) “ser possível a formação de indébito de saldo negativo de IRPJ no anocalendário de 2004, quando na Dcomp apresentada constou direito creditório decorrente de pagamento indevido ou maior que o devido da estimativa mensal de IRPJ”. A decisão recorrida deu provimento parcial a recurso voluntário da contribuinte, para fins de afastar o fundamento que tinha motivado a negativa da compensação na etapa anterior (o fato de o crédito indicado decorrer de pagamento de estimativa mensal de IRPJ), e determinar o retorno dos autos à unidade de origem para que ela se pronunciasse sobre o valor do direito creditório pleiteado e sobre os pedidos de compensação dos débitos. Fl. 235DF CARF MF Processo nº 10166.901000/200936 Acórdão n.º 9101002.903 CSRFT1 Fl. 4 3 A PGFN afirma que o acórdão recorrido deu à lei tributária interpretação divergente da que tem sido dada em outros processos, relativamente às matérias acima mencionadas e aponta paradigmas para as duas matérias. Quanto à primeira matéria, examinando os acórdãos paradigmas em seu inteiro teor verificase que os mesmos trazem o entendimento de que após o encerramento do anocalendário não é possível pleitear a restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior de estimativas mensais de IRPJ/CSLL, mas tão somente o de saldo negativo do tributo, se existente. De outra parte, o acórdão recorrido diverge desta interpretação ao admitir a possibilidade de restituição/compensação pagamento indevido ou a maior de estimativas mensais de IRPJ, uma vez comprovado o indébito. Quanto à segunda matéria, examinando o primeiro acórdão paradigma, verificase que o mesmo traz o entendimento de que não é admissível a retificação da Dcomp depois de proferida a decisão administrativa. O acórdão recorrido, por sua vez, admite indiretamente tal situação na medida em que reconhece a possibilidade de apuração de indébito de saldo negativo da IRPJ com base em Dcomp cujo direito creditório indicado é o de pagamento indevido ou a maior de estimativas mensais de IRPJ. A contribuinte apresentou tempestivamente contrarrazões ao recurso. Fl. 236DF CARF MF Processo nº 10166.901000/200936 Acórdão n.º 9101002.903 CSRFT1 Fl. 5 4 Voto Conselheiro Rafael Vidal de Araujo, Relator A PGFN pretende reverter a decisão recorrida, sustentando que a lei não permite a restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal (primeira divergência); e também que, após a Delegacia de origem ter indeferido o Per/Dcomp, não seria mais possível alterar o direito creditório, de pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal para saldo negativo de IRPJ (segunda divergência). A matéria tratada na primeira divergência está atualmente pacificada, inclusive com edição de súmula pelo CARF: Súmula CARF nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. De acordo com o art. 5º da Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, que aprovou o atual Regimento Interno do CARF, o exame de admissibilidade dos recursos especiais deverá observar o nela disposto, o que alcança inclusive os recursos que já haviam sido apresentados antes dela. Essa mesma portaria estabelece no § 3º do art. 67 de seu Anexo II que: Art. 67 [...] [...] § 3º Não cabe recurso especial de decisão de qualquer das turmas que adote entendimento de súmula de jurisprudência dos Conselhos de Contribuintes, da CSRF ou do CARF, ainda que a súmula tenha sido aprovada posteriormente à data da interposição do recurso. Assim, tratandose de matéria já sumulada pelo CARF, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial da PGFN quanto à primeira divergência, suscitada em relação ao fato de o crédito indicado no Per/Comp decorrer de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal. Quanto à segunda divergência, o recurso merece mesmo ser conhecido, conforme o despacho de admissibilidade exarado, e adoto as suas razões de decidir. Em primeiro lugar, cabe registrar que as estimativas mensais "normalmente" não configuram mesmo objeto de restituição, e nem de compensação direta com outros tributos. O que se restitui ou compensa, via de regra, é o saldo negativo, a menos que o recolhimento da própria estimativa se caracterize, desde aquele primeiro momento, como um pagamento indevido ou a maior que o devido, levando em conta o valor que seria devido a título da própria estimativa, conforme o regime adotado pelo contribuinte para o seu cálculo (receita bruta ou balancete de suspensão/redução). Fl. 237DF CARF MF Processo nº 10166.901000/200936 Acórdão n.º 9101002.903 CSRFT1 Fl. 6 5 Essa questão sobre a possibilidade de restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal foi objeto de longa controvérsia. Contudo, conforme mencionado acima, a matéria foi definitivamente solucionada pelo CARF, nos termos da Súmula CARF nº 84. Mas a questão que deve ser agora analisada é se o acórdão recorrido realmente admitiu uma inovação/mudança do direito creditório no curso do processo administrativo, caracterizadora de ilegalidade. Conforme o despacho de admissibilidade do recurso, contrariamente ao acórdão paradigma, o acórdão recorrido admitiu indiretamente tal situação na medida em que reconheceu a possibilidade de apuração de indébito de saldo negativo da IRPJ com base em Dcomp cujo direito creditório indicado foi pagamento indevido ou a maior de estimativa mensal de IRPJ. Para o exame da alegada divergência, vale observar que não é incomum a ocorrência de processos em que pedidos de restituição/compensação de IR/fonte ou IRPJ/estimativa são examinados (inclusive pelas DRF e DRJ da Receita Federal) na ótica de sua repercussão no resultado final do período, como elementos que contribuem para a formação de saldo negativo. Isto porque tanto as retenções na fonte quanto as estimativas representam antecipações do devido ao final do período. Na sistemática da apuração anual, caso haja tributo devido no encerramento do ano, as antecipações se convertem em pagamento definitivo. Por outro lado, se houver prejuízo fiscal, ou ainda se as antecipações superarem o valor do tributo devido ao final do período, fica configurado o indébito, a ser restituído ou compensado (ainda que somente a partir do ajuste). Também é importante destacar que os recolhimentos a título de estimativa são referentes, no seu conjunto, a um mesmo período (anocalendário), e que embora a contribuinte tenha indicado como crédito a ser compensado nestes autos apenas a estimativa de dezembro/2004, e não o saldo negativo total do ano, o pagamento reivindicado como indébito corresponde ao mesmo período anual (2004) e ao mesmo tributo (IRPJ) do saldo negativo que seria restituível/compensável. Há que se considerar ainda que em muitos outros casos com contextos fáticos semelhantes ao presente, os contribuintes, na pretensão de melhor demonstrar a origem e a liquidez e certeza do indébito, indicavam como direito creditório o próprio pagamento (DARF) das estimativas que geravam o excedente anual, em vez de indicarem o saldo negativo constante da DIPJ. Tais considerações levam a perceber que a indicação do crédito como sendo uma das estimativas mensais (antecipação), e não o saldo negativo final, não pode ser obstáculo ao pleito da contribuinte. O que houve no presente caso não foi mudança de direito creditório, mas sim indicação da parte, e não do todo, o que não pode prejudicar a caracterização do indébito, porque mesmo no caso de se verificar direito creditório decorrente da estimativa em si (parte), caberia examinar aspectos da apuração do ajuste anual (todo). Fl. 238DF CARF MF Processo nº 10166.901000/200936 Acórdão n.º 9101002.903 CSRFT1 Fl. 7 6 É que mesmo havendo excesso mensal no pagamento de uma determinada estimativa, esse excedente pode ser necessário para a quitação de ajuste, e isso resulta na sua indisponibilidade para fins de restituição/compensação. Uma estimativa e o saldo negativo formado por ela guardam relação de parte e todo, com elementos constitutivos comuns. Como mencionado, a questão sobre a possibilidade de restituição/ compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal foi objeto de longa controvérsia, até a edição da Súmula CARF nº 84. Inicialmente, a linha de interpretação da Receita Federal, e que foi adotada nestes autos, era de que a lei não permitia a restituição/compensação de pagamento indevido ou a maior a título de estimativas mensais, mas apenas do saldo negativo formado por elas. Em vista disso, os contribuintes, também como ocorreu nestes autos, procuravam demonstrar que as estimativas (com seus excedentes) eram suficientes para a formação de saldo negativo. Para o indeferimento do pleito, então, buscavase outro fundamento, que era a impossibilidade de modificar o direito creditório. Ocorre que essa modificação era motivada justamente porque a Receita Federal se recusava a restituir/compensar pagamentos indevidos ou a maior a título de estimativa, o que restou afastado pela referida Súmula CARF nº 84. É diante de todo esse contexto que o acórdão recorrido, corretamente, admitiu a possibilidade de formação de indébito, passível de restituição/compensação, pelo pagamento indevido ou a maior a título da estimativa mensal referente ao mês de dezembro/2004, ao mesmo tempo em que também reconheceu a possibilidade de formação de indébito de saldo negativo neste mesmo ano, e determinou o retorno dos autos à unidade de origem para que ela se pronunciasse sobre o valor do direito creditório pleiteado e sobre os pedidos de compensação dos débitos. Se a Delegacia de origem constatar que houve pagamento indevido ou a maior, seja como excedente mensal disponível (estimativa), seja como excedente anual que engloba a estimativa (saldo negativo), a compensação deverá ser homologada, no limite do crédito que assim for reconhecido. Assim, voto no sentido de NÃO CONHECER do recurso especial da PGFN quanto à primeira divergência, suscitada em relação ao fato de o crédito indicado no Per/Comp decorrer de pagamento indevido ou a maior a título de estimativa mensal, e de NEGAR PROVIMENTO ao recurso quanto à segunda divergência, relativa à questão da inovação/ mudança do direito creditório no curso do processo administrativo, mantendo o que restou decidido no acórdão recorrido. (assinado digitalmente) Rafael Vidal de Araujo Fl. 239DF CARF MF Processo nº 10166.901000/200936 Acórdão n.º 9101002.903 CSRFT1 Fl. 8 7 Fl. 240DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10865.904963/2012-18
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Apr 27 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Thu Jul 27 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Data do Fato Gerador: 14/11/2005
COMPENSAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DCTF RETIFICADORA. PRAZO. NÃO COMPROVADO.
Verifica-se no presente caso que o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, pelo que deve ser indeferida a compensação realizada.
Não deve ser admitida a apresentação de DCTF retificadora após decorrido o prazo de 5 (cinco) anos contados do fato gerador.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3301-003.521
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DO COUTO CHAGAS
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do Fato Gerador: 14/11/2005 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DCTF RETIFICADORA. PRAZO. NÃO COMPROVADO. Verifica-se no presente caso que o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, pelo que deve ser indeferida a compensação realizada. Não deve ser admitida a apresentação de DCTF retificadora após decorrido o prazo de 5 (cinco) anos contados do fato gerador. Recurso Voluntário Negado.
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões.
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AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DIREITO DE CREDITO. Recorrente O. G. SISTEMAS DE EXAUSTÃO LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do Fato Gerador: 14/11/2005 COMPENSAÇÃO. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. DCTF RETIFICADORA. PRAZO. NÃO COMPROVADO. Verificase no presente caso que o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, pelo que deve ser indeferida a compensação realizada. Não deve ser admitida a apresentação de DCTF retificadora após decorrido o prazo de 5 (cinco) anos contados do fato gerador. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto do Couto Chagas, Semíramis de Oliveira Duro, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Valcir Gassen, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Jose Henrique Mauri, Liziane Angelotti Meira e Maria Eduarda Alencar Câmara Simões. Relatório Trata o presente processo de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório que não homologou a compensação declarada em PER/DCOMP pela contribuinte acima qualificada, sob o fundamento de que, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 90 49 63 /2 01 2- 18 Fl. 157DF CARF MF Processo nº 10865.904963/201218 Acórdão n.º 3301003.521 S3C3T1 Fl. 3 2 utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Inconformada com a não homologação de sua compensação, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade, conforme relatado na decisão recorrida, alegando que após análise efetuada junto a seus arquivos verificou que pediu restituição para o período em discussão e solicitou futura compensação, na qual a empresa se beneficia de tributação monofásica de alguns produtos que comercializa, daí a origem do crédito. Por não ter feito a retificação da DCTF, houve o indeferimento. Solicita que seja feita a retificação na DCTF, uma vez que não há tempo hábil nem permitido para devida retificação, pois assim se fará um ato de justiça. Requerendo, ainda, a reavaliação do Despacho Decisório. Ao analisar o caso, a DRJ entendeu por julgar improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão 06043.977. O fundamento adotado, em síntese, foi a necessidade de comprovação pelo contribuinte do direito creditório pretendido. Inconformado, o contribuinte apresentou recurso voluntário, através do qual alega, resumidamente: (i) que o crédito pleiteado decorre do pagamento indevido da contribuição sobre receitas decorrentes de produtos tributados pelo regime monofásico (alíquota de 0%); (ii) que o indébito em questão estaria comprovado por meio da documentação acostada em seu recurso voluntário (faz pedido alternativo de diligência, caso se entenda necessário); (iii) que a verdade material deve prevalecer sobre a verdade formal. Requer, então, que o recurso seja provido, a fim de reformar a r. decisão de primeira instância, culminando com o reconhecimento do direito creditório e a consequente homologação das compensações vinculadas. Posteriormente, o contribuinte protocolizou nova petição aos autos, através da qual requereu a juntada de notas fiscais, no intuito de comprovar o seu direito creditório. É o relatório. Voto Conselheiro Luiz Augusto do Couto Chagas, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3301003.443, de 27 de abril de 2017, proferido no julgamento do processo 10865.905013/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3301003.443): "O Recurso Voluntário é tempestivo e reúne os demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Fl. 158DF CARF MF Processo nº 10865.904963/201218 Acórdão n.º 3301003.521 S3C3T1 Fl. 4 3 Conforme relatado acima, a compensação apresentada pelo contribuinte fora indeferida por ausência de comprovação do crédito pleiteado. Os fundamentos do voto proferido pela DRJ consta da transcrição a seguir: No processo de restituição, de ressarcimento ou de compensação, é o contribuinte quem toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, mediante a apresentação do PerDcomp. No Processo Civil, o ônus da prova cabe ao autor quanto ao fato constitutivo do seu direito (Código do Processo Civil – CPC, art. 333). No Processo Administrativo Fiscal não há uma regra própria, por isso utilizase a existente no CPC. Por essa razão, cabe ao contribuinte provar a existência do crédito pretendido. A existência de crédito líquido e certo é requisito legal para a concessão da compensação (CTN, art. 170). Pelo princípio da Indisponibilidade do Interesse Público e pela vinculação da função pública, é inadmissível que a RFB aceite a extinção do tributo por compensação com crédito que não seja comprovadamente certo nem possa ser quantificado. Esse entendimento aplicase também à restituição. Se o Darf indicado como crédito foi utilizado para pagamento de um tributo declarado pelo próprio contribuinte, a decisão da RFB de indeferir o pedido de restituição ou de não homologar a compensação está correta. Assim, para modificar o fundamento desse ato administrativo, cabe ao recorrente demonstrar erro no valor declarado ou nos cálculos efetuados pela RFB. Se não o fizer, o motivo do indeferimento permanece. Feitas estas considerações, passemos ao exame da manifestação de inconformidade. RETIFICAÇÃO DA DCTF APÓS 5 ANOS DO FATO GERADOR A DCTF retificada após a ciência do despacho decisório não constitui prova nem tem nenhuma força de convencimento e só pode ser considerada como argumento de impugnação, não produzindo efeitos quando reduz débitos que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização (Instrução Normativa RFB 1.110/2010, art. 9º, § 2o, I, c). A declaração apresentada presumese verdadeira em relação ao declarante (CC, art. 131 e CPC, art. 368). A DCTF válida, oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra o sujeito passivo e em favor do fisco. Entretanto, essa presunção é relativa, admitindose prova em contrário. No caso, o contribuinte não comprova o erro ou a falsidade da declaração entregue. Limitase a informar que se beneficia de tributação monofásica de “alguns produtos” que comercializa, mas não informa quais são os produtos. Além disso, não apresenta nenhum documento fiscal ou contábil que confirme seus argumentos. Ademais, o prazo estabelecido pela legislação para o direito de constituir o crédito tributário é o mesmo para que o contribuinte proceda Fl. 159DF CARF MF Processo nº 10865.904963/201218 Acórdão n.º 3301003.521 S3C3T1 Fl. 5 4 à retificação da respectiva declaração apresentada. Esse entendimento foi adotado pelo Parecer Cosit nº 48, de 7 de julho de 1999, que trata da declaração de rendimentos, mas que se aplica por analogia à presente situação: “Dos comandos legais citados, temos que extinguese no prazo de cinco anos, contado da data da apresentação da declaração de rendimentos ou da data em que se tornar definitiva a decisão que anulou, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado, o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário. Assim, da mesma forma que a Fazenda Pública submetese a um prazo final para rever de ofício seu lançamento ou para constituir o crédito tributário, o contribuinte deve igualmente dispor de um termo para que sejam corrigidos eventuais erros cometidos quando da elaboração de sua declaração de rendimentos.” (grifouse) O Conselho de Contribuintes (atual Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF) também já se pronunciou nesse sentido: “DECLARAÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES E TRIBUTOS FEDERAIS DCTF RETIFICAÇÃO PRELIMINAR DE DECADÊNCIA Nos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, o direito de o contribuinte proceder à retificação das DCTF trimestrais extinguese após 5 (cinco) anos contados da data da ocorrência dos correspondentes fatos geradores, como analogamente ao Fisco seria vedado o direito de proceder à sua revisão. IRPJ e CSLL COMPENSAÇÃO. INDEFERIMENTO A compensação de tributos em face de seu alegado pagamento a maior condicionase à demonstração efetiva da ocorrência do pagamento em excesso, mediante documentação hábil (1º CC; 8ª Câmara; processo 13707.001451/0087; Acórdão nº 10808913; data da sessão: 23/06/2006). (grifouse) Diante disso, verificase que já decaíra o direito de o contribuinte proceder à retificação da DCTF. APURAÇÃO DO TRIBUTO A apuração do PIS e da Cofins é consolidada no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon). O valor apurado no demonstrativo apresentado antes da ciência do Despacho Decisório, não evidencia a existência de pagamento indevido ou a maior. As verificações efetuadas nos sistemas da Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) e nos autos desse processo confirmam os fatos relatados e podem ser assim consolidadas: (...). Em face do exposto, voto por julgar IMPROCEDENTE a manifestação de inconformidade, para não reconhecer o direito creditório postulado e não homologar as compensações em litígio. Fl. 160DF CARF MF Processo nº 10865.904963/201218 Acórdão n.º 3301003.521 S3C3T1 Fl. 6 5 Concordo com os termos da decisão recorrida, a qual entendo não merecer reparos. Como é cediço, é do contribuinte o ônus da prova do seu direito creditório. Tanto que este, em seu recurso voluntário, reconhece a ausência de comprovação do seu direito creditório nas fases anteriores do presente processo. Pleiteia, contudo, que a documentação apresentada quando do Recurso Voluntário seja levada em consideração por este Conselho, seja para fins de reconhecimento do crédito pleiteado, seja para fins de, ao menos, determinar diligência para fins de confirmação do direito requerido. Alega, para tanto, que a verdade material deve prevalecer sobre a verdade formal. É importante que se esclareça, em princípio, que esta turma julgadora tem, em determinadas situações, admitido a análise de documentos anexados pelo contribuinte a destempo, desde que aptas a comprovar o direito alegado, em atenção ao princípio da verdade material. Entendo, contudo, que não deve ser esta a conduta a ser adotada neste caso concreto. Isso porque, consoante bem assinalou a decisão recorrida, o contribuinte apresentou DCOMP indicando um suposto crédito oriundo de DARF já integralmente utilizado para fins de quitação de outro débito do contribuinte. Logo, não havia como se admitir a compensação apresentada, por ausência de direito creditório. Em sua manifestação de inconformidade, o contribuinte limitouse a alegar que o seu direito creditório decorreria do recolhimento indevido realizado em razão de tributação monofásica de alguns produtos que comercializa, e que o indeferimento teria se dado em razão da ausência de retificação da DCTF, uma vez que não havia tempo hábil para proceder à devida retificação. Neste ponto, entendeu corretamente a decisão recorrida no sentido de que não se deve admitir DCTF retificadora fora do prazo legal de 5 (cinco) anos contados do fato gerador. Verificase no caso concreto aqui analisado que o período que o contribuinte pretende retificar reportase ao 2º semestre de 2005, ao passo que a primeira manifestação de que haveria informação incorreta na referida DCTF outrora apresentada reportase a setembro de 2012, quando o contribuinte apresentou a sua manifestação de inconformidade, já comunicando a impossibilidade de apresentação da DCTF retificadora. Sendo assim, não havia mais tempo hábil para se admitir a retificação da DCTF pretendida pelo contribuinte, ou mesmo para se reanalisar as informações ali transmitidas pelo próprio contribuinte. Nesse sentido, inclusive, trazse à colação decisões deste Conselho, proferidas à unanimidade de votos: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Data do fato gerador: 30/09/2003 COMPENSAÇÃO. DCTF RETIFICADORA. INTEMPESTIVIDADE. AUSÊNCIA DE PROVA. Fl. 161DF CARF MF Processo nº 10865.904963/201218 Acórdão n.º 3301003.521 S3C3T1 Fl. 7 6 É ineficaz a DCTF retificadora transmitida após o decurso do prazo de 5 anos contados do fato gerador ou da entrega da declaração para fins de comprovação de pagamento indevido passível de compensação. O prazo para constituição do crédito tributário deve ser o mesmo para o Fisco e para o contribuinte. Também ineficaz a DCTF retificadora se desacompanhada de documentação comprobatória hábil e idônea que comprove a existência e a disponibilidade do crédito reclamado. (Acórdão n. 3802001.464). *** Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/05/2003 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ÔNUS DA PROVA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO NÃO COMPROVADO Compete àquele quem pleiteia o direito o ônus de sua comprovação, devendo ser indeferido pedido de compensação que se baseia em mera alegação de crédito sem que faça prova de sua liquidez e certeza. DCTF. RETIFICAÇÃO. PRAZO QUINQUENAL. Por aplicação do parágrafo único do art 149 do CTN, as novas informações trazidas em DCTF retificadora somente produzem efeito se a retificação ocorrer dentro do prazo de cinco anos, contados da data da ocorrência do fato gerador. Recurso Voluntário negado. (Acórdão n. 3202000.862). É importante que se tenha em mente que o direito não socorre aos que dormem. Nesse contexto, da mesma forma que a Fazenda possui prazos para fiscalizar o contribuinte, este possui prazos para retificar as suas declarações, no intuito de constituir direito creditório que entende fazer jus. A observância de tais prazos legais, inclusive, precisam ser observadas em benefício da sociedade como um todo, em prol da segurança jurídica. É importante que se esclareça que não se está aqui dispondo que a verdade material não deve prevalecer sobre a verdade formal. Contudo, a aplicação do princípio da verdade material possui limites que precisam ser observados, a exemplo dos prazos decadencial e prescricional, os quais devem ser observados sem distinção, às vezes a favor, às vezes contra o contribuinte/Fisco. E, uma vez encerrado o prazo legal para retificação da DCTF, resta forçoso reconhecer que a documentação apresentada pelo contribuinte em seu Recurso Voluntário não o socorre em seu pleito. Ainda que tivesse o contribuinte direito ao crédito pleiteado em razão do pagamento indevido da contribuição sobre receitas decorrentes de produtos tributados pelo regime monofásico (alíquota de 0%), não poderia o contribuinte pleitear tal crédito ad eternum. Existe um marco temporal que precisa ser observado e a apresentação de documentos comprobatórios quando já decorrido tal prazo não deve ser considerada. Fl. 162DF CARF MF Processo nº 10865.904963/201218 Acórdão n.º 3301003.521 S3C3T1 Fl. 8 7 É a mesma situação que ocorre quando um crédito tributário resta fulminado pela decadência. Ainda que a Receita Federal tenha provas cabais de que determinado montante é devido, não pode exigilo após o decurso do prazo quinquenal previsto na legislação. Diante das razões acima expostas, entendo que deverá ser negado provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, mantendo a decisão recorrida em sua integralidade, por seus próprios fundamentos." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar o crédito que alega fazer jus, em razão do pagamento indevido da contribuição sobre receitas decorrentes de produtos tributados pelo regime monofásico (alíquota de 0%), não se admitindo a DCTF retificadora e a documentação comprobatória apresentados a destempo. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Fl. 163DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 15956.000275/2008-97
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 22 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 31 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2003, 2004
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - NULIDADE DE ACÓRDÃO -INOCORRÊNCIA
Não há omissão, contrariedade ou obscuridade no acórdão embargado que analisou todos os requerimentos do Recurso Voluntário.
Numero da decisão: 1301-002.514
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora.
assinado digitalmente
Fernando Brasil de Oliveira Pinto - Presidente.
assinado digitalmente
Amélia Wakako Morishita Yamamoto - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de OliveiraPinto.
Nome do relator: AMELIA WAKAKO MORISHITA YAMAMOTO
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E OUTROS Interessado 3ª TO/4ª Câmara/1ª SEJUL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2003, 2004 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NULIDADE DE ACÓRDÃO INOCORRÊNCIA Não há omissão, contrariedade ou obscuridade no acórdão embargado que analisou todos os requerimentos do Recurso Voluntário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos de declaração, nos termos do voto da Relatora. assinado digitalmente Fernando Brasil de Oliveira Pinto Presidente. assinado digitalmente Amélia Wakako Morishita Yamamoto Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Flavio Franco Correa, José Eduardo Dornelas Souza, Roberto Silva Junior, Marcos Paulo Leme Brisola Caseiro e Milene de Araújo Macedo, Amélia Wakako Morishita Yamamoto e Fernando Brasil de OliveiraPinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 95 6. 00 02 75 /2 00 8- 97 Fl. 5429DF CARF MF Processo nº 15956.000275/200897 Acórdão n.º 1301002.514 S1C3T1 Fl. 5.430 2 Relatório Trata o presente de embargos de declaração (fls. 5.380/5.387) opostos pelo responsável solidário José Antônio Martins, em face do acórdão nº 1803002.098, prolatado pela extinta Turma, na sessão de julgamento de 12 de março de 2014 (fls. 5.313/5.334). No referido julgado, o Colegiado pronunciouse, por unanimidade de votos, no sentido de negar provimento ao recurso voluntário. A decisão foi ementada como segue: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2003, 2004 DECADÊNCIA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. Havendo prova do evidente intuito de fraude, o prazo decadencial é contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido realizado, nos termos do art. 173, I, do CTN. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INTERESSE COMUM. ATRIBUIÇÃO. Havendo demonstração de interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal, deve ser atribuída responsabilidade solidária, nos termos do art. 124 do CTN. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. INFRAÇÃO DE LEI. ATRIBUIÇÃO. Uma vez provado que gerentes da pessoa jurídica praticaram atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, é cabível a atribuição de responsabilidade pessoal, conforme previsto no art. 135, III, do CTN. TAXA SELIC. INCIDÊNCIA PARA ATUALIZAÇÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. LEGITIMIDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE E DA ANTERIORIDADE. NECESSIDADE DE ADOÇÃO DE CRITÉRIO ISONÔMICO. No julgamento da ADI 2.214, Rel. Min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 19.4.2002, ao apreciar o tema, esta Corte assentou que a medida traduz rigorosa igualdade de tratamento entre contribuinte e fisco e que não se trata de imposição tributária (STF Repercussão Geral). ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2003, 2004 SIGILO BANCÁRIO. QUEBRA SEM AUTORIZAÇÃO JUDICIAL. ADMISSIBILIDADE. “Destarte, o sigilo bancário, como cediço, não tem caráter absoluto, devendo ceder ao princípio da moralidade aplicável de forma absoluta às relações de Fl. 5430DF CARF MF Processo nº 15956.000275/200897 Acórdão n.º 1301002.514 S1C3T1 Fl. 5.431 3 direito público e privado, devendo ser mitigado nas hipóteses em que as transações bancárias são denotadoras de ilicitude, porquanto não pode o cidadão, sob o alegado manto de garantias fundamentais, cometer ilícitos. Isto porque, conquanto o sigilo bancário seja garantido pela Constituição Federal como direito fundamental, não o é para preservar a intimidade das pessoas no afã de encobrir ilícitos.” (STJ Recurso Repetitivo) ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Exercício: 2003, 2004 MATÉRIA NÃO QUESTIONADA NA FASE IMPUGNATÓRIA. PRECLUSÃO. O que não se questionou na fase impugnatória constitui matéria passada em julgado, não suscetível de apreciação na fase recursal. MULTA DE OFÍCIO CONFISCATÓRIA. ALEGAÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária (Súmula CARF nº 2). CSLL. PIS. COFINS. DECORRÊNCIA. Ressalvados os casos especiais, igual sorte colhem os lançamentos que tenham sido formalizados por mera decorrência, na medida em que inexistem fatos ou argumentos novos a ensejar conclusões diversas. Alega o embargante que o Acórdão combatido estaria eivado de omissão relacionado a ponto de importância fundamental para o deslinde da matéria Despacho de admissibilidade às fls. 5.395/5.399. É o relatório. Voto Conselheira Amélia Wakako Morishita Yamamoto, Relatora. A ciência do acórdão ora embargado, formalmente, se deu em 09/06/2015, o embargante protocolou os Embargos em 12/06/2015 (fl. 5.380/5.387). Dessa forma, tenho que os embargos são tempestivos, conforme o estabelecido pelo § 1º do art. 65 do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF nº 343/2015 e demais alterações. Tratase o presente caso de lançamento de ofício, em que foi imputada a responsabilidade solidária de diversas pessoas, entre elas, o ora embargante, no que se refere ao crédito tributário exigido de Tampa Bay Informática Ltda. Fl. 5431DF CARF MF Processo nº 15956.000275/200897 Acórdão n.º 1301002.514 S1C3T1 Fl. 5.432 4 Entretanto, alega o embargante que a Turma, ao publicar no Diário Oficial da União no dia 26 de fevereiro de 2014, a inclusão em pauta para julgamento, somente inseriu a empresa TAMPA BAY INFORMÁTICA LTDA, olvidandose dos demais sujeitos passivos inseridos no processe administrativo em análise. Para a surpresa da embargante recebeu notificação do julgamento do recurso voluntário sem que tivesse ciência da inclusão em pauta para julgamento. Em que pese seu nome não tenha constado do Diário Oficial, pela análise do acórdão recorrido, verifico que todos os seus requerimentos apresentados no Recurso Voluntário foram analisados, mantendose in totum o decidido pela DRJ. Inclusive o ponto que lhe toca especialmente relativo à responsabilidade. Assim, não verifico prejuízo que enseje algum tipo de nulidade como cerceamento de defesa na não realização da sustentação oral. Art. 59. São nulos: II os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa.(gn) De igual forma, não verifico nenhuma omissão, contradição ou obscuridade no Acórdão embargado. Ademais, caso realmente quisesse realizar a sustentação oral, poderia ter comparecido na sessão que julga estes seus embargos, e ter feito a sua sustentação oral e apresentado os memoriais como mencionou, no entanto não compareceu, o que comprova novamente que tais alegações apenas Por todo o exposto, voto por REJEITAR os Embargos de Declaração do responsável tributário Sr.José Antônio Martins. Conclusão Em conclusão, por todo o exposto, voto em REJEITAR os presentes embargos declaratórios. assinado digitalmente Amélia Wakako Morishita Yamamoto Fl. 5432DF CARF MF Processo nº 15956.000275/200897 Acórdão n.º 1301002.514 S1C3T1 Fl. 5.433 5 Fl. 5433DF CARF MF
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Numero do processo: 13896.908326/2009-38
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 18 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Mon Jul 17 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2003
LUCRO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS DECORRENTES DA ATIVIDADE INDUSTRIAL (INDUSTRIALIZAÇÃO SOB ENCOMENDA DE TERCEIROS). ALÍQUOTA APLICÁVEL. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ, na sistemática de tributação com base no lucro presumido, as receitas decorrentes das atividades consideradas como prestação de serviços em geral estão sujeitas ao percentual de 32% e as receitas decorrentes do exercício de atividade considerada como industrialização por encomenda sujeitam-se ao percentual de 8%.
APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.
Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil-fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, que o valor do débito é menor ou indevido, correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração, original ou retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior.
DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA.
Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
Numero da decisão: 1402-002.596
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente).
Nome do relator: LEONARDO DE ANDRADE COUTO
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2003 LUCRO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS DECORRENTES DA ATIVIDADE INDUSTRIAL (INDUSTRIALIZAÇÃO SOB ENCOMENDA DE TERCEIROS). ALÍQUOTA APLICÁVEL. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ, na sistemática de tributação com base no lucro presumido, as receitas decorrentes das atividades consideradas como prestação de serviços em geral estão sujeitas ao percentual de 32% e as receitas decorrentes do exercício de atividade considerada como industrialização por encomenda sujeitam-se ao percentual de 8%. APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil-fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, que o valor do débito é menor ou indevido, correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração, original ou retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2003 LUCRO PRESUMIDO. BASE DE CÁLCULO. RECEITAS DECORRENTES DA ATIVIDADE INDUSTRIAL (INDUSTRIALIZAÇÃO SOB ENCOMENDA DE TERCEIROS). ALÍQUOTA APLICÁVEL. FALTA DE COMPROVAÇÃO. Para fins de determinação da base de cálculo do IRPJ, na sistemática de tributação com base no lucro presumido, as receitas decorrentes das atividades consideradas como prestação de serviços em geral estão sujeitas ao percentual de 32% e as receitas decorrentes do exercício de atividade considerada como industrialização por encomenda sujeitamse ao percentual de 8%. APRESENTAÇÃO DE DECLARAÇÃO. PROVA INSUFICIENTE PARA COMPROVAR EXISTÊNCIA DE CRÉDITO DECORRENTE DE PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. Para se comprovar a existência de crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior, é imprescindível que seja demonstrado na escrituração contábil fiscal, baseada em documentos hábeis e idôneos, que o valor do débito é menor ou indevido, correspondente a cada período de apuração. A simples entrega de declaração, original ou retificadora, por si só, não tem o condão de comprovar a existência de pagamento indevido ou a maior. DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 83 26 /2 00 9- 38 Fl. 353DF CARF MF Processo nº 13896.908326/200938 Acórdão n.º 1402002.596 S1C4T2 Fl. 3 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Fernando Brasil de Oliveira Pinto, Leonardo Luis Pagano Gonçalves, Paulo Mateus Ciccone, Caio Cesar Nader Quintella, Luiz Augusto de Souza Gonçalves, Lucas Bevilacqua Cabianca Vieira, Demetrius Nichele Macei e Leonardo de Andrade Couto (Presidente). Relatório A origem do litígio aqui presente remonta ao Despacho Decisório exarado em relação ao pedido original da contribuinte expresso em PER/DCOMP apresentado perante a Autoridade Tributária de sua jurisdição e no qual buscou ver reconhecido seu direito creditório e consequente compensação com débitos de sua responsabilidade. O requerido foi parcialmente deferido sob entendimento do DD de que "a partir das características do DARF discriminado no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos". Irresignada, a contribuinte interpôs manifestação de inconformidade que, apreciada em 1ª Instância pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (fls. nos autos), foi julgada improcedente, não reconhecendo o direito creditório pleiteado. Discordando do r. decisum, a contribuinte interpôs recurso voluntário tempestivo no qual reafirma a correção de seu procedimento e requer a reforma da decisão de 1º Piso de forma a reconhecer o direito creditório buscado e homologar a compensação requerida, aduzindo, em síntese, os seguintes argumentos: 1. ser pessoa jurídica com atividade de "industrialização por encomenda de bens de terceiros na modalidade beneficiamento consubstanciada na aplicação de produtos químicos que atribuem a elementos de fixação roscados características vedantes e travantes, os quais retornarão para serem utilizados pelos seus clientes como insumos em novos processos de industrialização ou de circulação de mercadorias"; 2. ser optante pelo regime do lucro presumido e, por essa razão, na forma do artigo 15, da Lei nº 9.249, de 1995, sujeito à apuração (base de cálculo) do IRPJ à alíquota de 8%; 3. que, entretanto, "em que pese a Recorrente induvidosamente desempenhar atividades tipicamente industriais e se sujeitar, via de consequência, à base presumida de 8% (oito por cento), durante os anos de 1999 a 2003, apurou o Imposto de Renda através da aplicação do percentual de 32%"; 4. em razão deste "equívoco", ocorrido em função da "falsa premissa de que a industrialização por encomenda desempenhada pela Recorrente pudesse ser enquadrada como a prestação de um serviço", teria, durantes os mencionados Fl. 354DF CARF MF Processo nº 13896.908326/200938 Acórdão n.º 1402002.596 S1C4T2 Fl. 4 3 anos, efetuado recolhimentos do IRPJ "em montantes maiores do que os efetivamente devidos, sendo, por isso, detentora de créditos líquidos e certos em quantia correspondente à diferença dos montantes recolhidos a maior e aqueles efetivamente devidos a título do IRPJ, conforme demonstrativo": ANO RECEITA TOTAL Em Reais BASE APURADA (32%) Em Reais IMPOSTO RECOLHIDO (A) Em Reais BASE CORRETA (8%) Em Reais IMPOSTO EFETIVAMENTE DEVIDO (B) Em Reais DIFERENÇA (AB) Em Reais 1999 1.865.163,63 596.296,15 125.074,04 149.213,09 22.381,96 102.692,08 2000 2.849.822,21 910.674,63 203.668,67 227.985,78 34.925,44 168.743,23 2001 3.077.709,99 984.867,20 222.216,78 246.216,80 39.449,77 182.761,01 2002 3.396.147,20 1.086.767,10 247.691,78 271.691,78 44.489,88 203.201,90 2003 4.268.370,21 1.365.878,56 333.586,11 341.469,64 61.367,41 272.218,70 Total 15.457.213,2 4 4.944.483,64 1.132.237,38 1.236.577,09 202.614,46 929.616,92 6. que, no seu contrato social já constava a atividade de "beneficiamento de produtos metálicos, por conta própria e/ou terceiros", alterada a partir de 01.09.2006 para "industrialização de produtos metálicos, por conta própria e/ou de terceiros"; que, não obstante somente tenha realizado a alteração naquela data, ou seja, "após a ocorrência dos fatos geradores ora em comento", a verdade a sua atividade "nunca foi de prestadora de serviço, mas sim de indústria"; 7. restar evidente que suas atividades sujeitamse, "como sempre se sujeitaram, à alíquota de 8% (oito por cento) para fins de apuração do IRPJ pela sistemática do lucro presumido"; 8. por fim, "requer a juntada de diversas notas fiscais de remessa de insumos e do respectivo retorno dos bens beneficiados aos seus clientes [...] não há razão para que não se reconheça que a base presumida por ela inicialmente utilizada [...] estava inteiramente equivocada, de modo que a compensação declarada utiliza se de crédito advindo de pagamentos a maior de IRPJ comprovadamente existente, em valor suficiente para a quitação do débito informado na declaração de compensação em comento". Conclui requerendo o provimento do RV. É o relatório do essencial, em apertada síntese. Voto Conselheiro Leonardo de Andrade Couto, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1402002.537, de 18.05.2017, proferido no julgamento do Processo nº 13896.900601/200975. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1402002.537): O Recurso Voluntário é tempestivo e dotado dos pressupostos para sua admissibilidade, pelo que o recebo e dele conheço. Fl. 355DF CARF MF Processo nº 13896.908326/200938 Acórdão n.º 1402002.596 S1C4T2 Fl. 5 4 No mérito, alega a recorrente que sua atividade, seu objeto social, sua real operação empresarial seria "industrialização por encomenda de bens de terceiros na modalidade beneficiamento" e não "prestação de serviços". Argui ainda que, por equívoco, partiu da premissa de que "a industrialização por encomenda desempenhada (...) pudesse ser enquadrada como a prestação de um serviço" e que, em razão deste entendimento, efetuou recolhimentos do IRPJ "em montantes maiores do que os efetivamente devidos, sendo, por isso, detentora de créditos líquidos e certos em quantia correspondente à diferença dos montantes recolhidos a maior e aqueles efetivamente devidos a título do IRPJ, conforme demonstrativo". Assenta ainda que, a fim de regularizar a situação, apresentou DIPJ retificadoras aplicando sobre a receita obtida, a alíquota de 8% que seria a utilizável no caso. Com isso, em suma, teria recolhido IRPJ a maior, implicando em surgir direito à repetição de indébito, via compensação. Os valores apurados, segundo cálculos e informação presentes nos autos, da lavra da recorrente, seriam os seguintes (cf. planilha já trazida neste voto, mas novamente reproduzida para melhor fixação): ANO RECEITA TOTAL Em Reais BASE APURADA (32%) Em Reais IMPOSTO RECOLHIDO (A) Em Reais BASE CORRETA (8%) Em Reais IMPOSTO EFETIVAMENTE DEVIDO (B) Em Reais DIFERENÇA (AB) Em Reais 1999 1.865.163,63 596.296,15 125.074,04 149.213,09 22.381,96 102.692,08 2000 2.849.822,21 910.674,63 203.668,67 227.985,78 34.925,44 168.743,23 2001 3.077.709,99 984.867,20 222.216,78 246.216,80 39.449,77 182.761,01 2002 3.396.147,20 1.086.767,10 247.691,78 271.691,78 44.489,88 203.201,90 2003 4.268.370,21 1.365.878,56 333.586,11 341.469,64 61.367,41 272.218,70 Total 15.457.213,24 4.944.483,64 1.132.237,38 1.236.577,09 202.614,46 929.616,92 Pois bem, é certo que os contribuintes que realizam atividades industriais sujeitamse à alíquota de 8% para apuração do Lucro Presumido (art. 518, do RIR/1999): Art. 518. A base de cálculo do imposto e do adicional (541 e 542), em cada trimestre, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida no período de apuração, observado o que dispõe o § 7º do art. 240 e demais disposições deste Subtítulo (Lei nº 9.249, de 1995, art. 15, e Lei nº 9.430, de 1996, arts. 1º e 25, e inciso I). Na mesma linha, induvidoso que o equívoco da adoção de coeficiente eventualmente assumido (32% e não 8%) pode ser corrigido mediante os procedimentos cabíveis previstos, dentre eles a retificação das DIPJ dos períodos em foco, caso dos autos. Tais declarações retificadoras estão acostadas aos autos e reproduzem os montantes inseridos na planilha acima transcrita. Fl. 356DF CARF MF Processo nº 13896.908326/200938 Acórdão n.º 1402002.596 S1C4T2 Fl. 6 5 Todavia, como se está diante de pedido que busca reconhecimento de crédito contra a Fazenda Pública, não basta o noticiado pela recorrente nas DIPJ retificadoras, antes é preciso que tais informações tenham substância, consistência e comprovação. Como se vê nos autos, a decisão recorrida fez alusão a este requisito, ou seja, que se comprovassem os números inseridos nas DIPJ, providência que poderia ser feita pela juntada de livros ou qualquer outro meio legal, o que, no entender do Acórdão da DRJ não foi atendido. Na elaboração do recurso voluntário ora apreciado, a recorrente, embora rebata veementemente a posição firmada pela DRJ assentando que, "nem se diga que (...) deveria ter apresentado excertos da sua escrituração contábil fiscal que viessem a retratar a apuração do tributo a menor na sua DCTF retificadora", e que, "os valores constantes nas declarações retificadoras são revestidos de veracidade", acabou por “tentar” fazer a comprovação exigida, como se vê no excerto abaixo, extraído do recurso voluntário: De todo modo, para que se ponha uma pá de cal na questão, a ora Recorrente requer a juntada de diversas notas fiscais de remessa de insumos e do respectivo retorno dos bens beneficiados aos seus clientes ao longo dos anos 2000 a 2003 (doc. 01), as quais evidenciam a natureza da sua atividade e, por consequência comprovam que não há razão para que se reconheça que a base presumida por ela inicialmente utilizada (isto é, 32%) estava inteiramente equivocada, de modo de que a compensação declarada utilizase de crédito advindo de pagamento a maior de IRPJ comprovadamente existente, em valor suficiente para a quitação do débito informado na declaração de compensação em comento. Pois bem, compulsando os autos vejo que “as provas” a que alude a recorrente compõemse de cópias esparsas de notas ficais de remessa de seu estabelecimento, grande parte delas de difícil (ou mesmo impossível!) leitura. Além disso, os montantes de referidas notas fiscais, mesmo com a maior boa vontade em se “descobrir” os valores corretos, representariam, quando comparados com a receita total informada em DIPJ, percentuais ínfimos!, impossibilitando chegarse à necessária certeza e liquidez exigidas. Certeza e liquidez que, como não poderia ser diferente, é ônus que caberia ao interessado comprovar, a teor do artigo 333, I, do CPC de 1973 (art. 373, I, do CPC de 2015 Lei nº 13.105/2015). Nesta linha, o crédito que se pleiteia deve ter comprovação sólida, não se podendo aceitar documentação esparsa e por amostragem. Dizendo diferentemente, se a recorrente alegou (e informou em DIPJ) que toda a sua receita referiase a “industrialização por encomenda”, deveria ter acostado aos autos a totalidade (ou ao menos a maior parte) das notas fiscais que comprovassem tal Fl. 357DF CARF MF Processo nº 13896.908326/200938 Acórdão n.º 1402002.596 S1C4T2 Fl. 7 6 faturamento. Ou livros contábeis ou fiscais que assim o mostrassem. Não o fez. Por este motivo, ainda que suas alegações de erro na adoção do coeficiente do lucro presumido (32% e não 8%) possam ter solidez, faltou o principal, a comprovação do quanto suscitado. Incomprovado, portanto, que todas (ou a maior parte) das receitas fossem efetivamente de “industrialização por encomenda”, impossível validar os argumentos aduzidos por falta de documentação probatória. Ademais, não se olvide, só se permite compensação com a utilização de créditos dotados de liquidez e certeza (art. 170, do CTN): Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. (Vide Decreto nº 7.212, de 2010) E valores incomprovados não possuem estes requisitos. A jurisprudência administrativa é pacífica em torno do tema: PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de repetição ou à compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. (Acórdão nº 10323.579, sessão de 18/09/2008) Por todo o exposto, voto no sentido de negar provimento ao Recurso Voluntário, mantendo a decisão recorrida. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, nego provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Leonardo de Andrade Couto Fl. 358DF CARF MF
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