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Numero do processo: 10314.723976/2015-69
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 11 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3402-001.307
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Vencida a Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula.
(Assinado com certificado digital)
Jorge Olmiro Lock Freire - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Thais De Laurentiis Galkowicz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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Resolvem os membros do Colegiado, por maioria de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Vencida a Conselheira Maria Aparecida Martins de Paula. (Assinado com certificado digital) Jorge Olmiro Lock Freire Presidente. (Assinado com certificado digital) Thais De Laurentiis Galkowicz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne, Pedro Sousa Bispo e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento (“DRJ”) de Recife, que julgou improcedente a manifestação de inconformidade apresentada pela Contribuinte sobre auto de infração lavrado para cobrança de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como juros e multa de ofício no patamar de 75%. Mais especificamente, o auto de Infração foi lavrado para constituição crédito tributário, pelo qual o Fisco exige da Recorrente diferenças de recolhimento do IPI, em RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 03 14 .7 23 97 6/ 20 15 -6 9 Fl. 2333DF CARF MF Processo nº 10314.723976/201569 Resolução nº 3402001.307 S3C4T2 Fl. 334 2 operações realizadas com produtos de higiene pessoal (desodorantes), no período de janeiro de 2010 a dezembro de 2012, em decorrência erro de classificação fiscal. A primeira infração descrita na exigência fiscal gira em torno da divergência sobre a correta classificação fiscal de produtos de higiene pessoal importados e revendidos pela Recorrente. Enquanto a Recorrente utilizou a posição 3307.20, classificando as mercadorias como desodorantes, o entendimento da autoridade fiscal foi no sentido de que os referidos produtos deveriam ter sido classificados na posição 3303.00.20, com águadecolônia. A divergência de entendimento é decorrente do procedimento de revisão aduaneira (nº 11075.720285/201374), onde foram obtidas amostras de produtos importados com a NCM 33.07.20, posteriormente submetidos à análise do Laboratório Falcão Bauer, cujos laudos emitidos concluíram que a mercadoria é enquadrada como águadecolônia. Ainda, versam os presentes autos sobre uma segunda infração, relativa à insuficiência de recolhimento do IPI lançado (declaração em DCTF) e escriturado (Livro de Apuração do IPI no Sped), relativa aos períodos de março a setembro de 2012. Em sua impugnação a Recorrente alegou que: a) produtos comercializados como desodorantes na posição 3307.20 (10 ou 90) possuem em sua fórmula uma substância desodorante (cloreto de cetrimônio) que, tecnicamente, segundo legislação federal da ANVISA, além do Laudo Técnico INT e literatura juntados aos autos; b) que a diferença técnica entre águadecolônia e desodorante decorre da presença, na fórmula deste último, do princípio ativo cloreto de cetrimônio, que favorece a eliminação das bactérias residentes na pele e que é utilizado como agente bacteriostático na formulação. Tal substância não seria encontrada na águadecolônia, cuja função principal não é combater os odores da transpiração, desodorizar; mas sim perfumar, em maior ou menor grau, a depender do percentual de fragrância contida na fórmula; c) o Laudo Técnico do Instituto Nacional de Tecnologia – INT, acostado aos autos pela Recorrente, confirma a presença do princípio ativo cloreto de cetrimônio na fórmula dos produtos contestados pelo Fisco, enquadrandoos na categoria desodorantes; d) de outro lado, o Laudo apresentado pela Autoridade administrativa, elabora pelo Laboratório Falcão Bauer, seria inconclusivo e imprestável, o que acarretaria em cerceamento do direito de defesa, da verdade material e do ônus da prova, porque : d.1) confirma a presença do Cloreto de Cetrimônio ou Cloreto de Cetil Trimetil Amônio em todos os produtos investigados, que, por definição legal, os caracterizam como desodorantes, mas não informa porque o produto, mesmo contendo a referida substância, não é um desodorante; d.2) conclui que, mesmo possuindo na fórmula o referido princípio ativo, os produtos são considerados águadecolônia; Fl. 2334DF CARF MF Processo nº 10314.723976/201569 Resolução nº 3402001.307 S3C4T2 Fl. 335 3 d.3) confirma a presença do referido princípio ativo, mas conclui que a fórmula não possui o agente desodorante, o que seria uma contradição. d.4) é omisso quanto à informação do percentual do cloreto de cetrimônio na fórmula do produto. Alega que o produto periciado contém "traços" de cetrimônio e, ainda, diz que a função do cloreto de cetrimônio é apenas conservante, quando, tanto o Laudo do INT e a literatura mundial sobre o referido princípio ativo, informam que sua função é, também, desodorizante. e) nesse passo, a autoridade lançadora deveria munirse de um novo laudo, conclusivo, não dúbio, ou, então, oficiar a ANVISA, órgão técnico competente para análise da real natureza dos produtos comercializados pela Recorrente; f) a ANVISA, nos termos da Lei Federal 9.782/99, é a única autoridade competente para conceituar, definir, atestar a real natureza de produtos de higiene pessoal, cosméticos e de perfumaria, como perfumes, águasdecolônia, desodorante axilar, desodorante corporal, desodorante colônia, considerando a sua composição química, limites de concentração aromática, etc. A ANVISA é órgão da Administração Pública, criado e capacitado especificamente para categorizar, analisar e controlar os produtos de uso humano, a fim de que cada produto submetido à sua análise seja indicado para o uso correto. g) haveria, no trabalho fiscal, diversos erros de quantificação das supostas diferenças, sendo necessária a conversão do julgamento em diligência para correção dos valores exigidos; h) a inexistência de insuficiência de recolhimento de IPI, uma vez que os valores declarado em DCTF original foram recolhidos em guia DARF. Na verdade, analisando as DCTF’S originais e as DCTF’s Retificadoras, e os respectivos DARF’s de pagamento, a Recorrente apurou imposto pago a maior. A decisão recorrida (Acórdão11054.683, da 2ª Turma da DRJ/REC), por sua vez, manteve a exigência fiscal, negando provimento à impugnação da Recorrente, por meio dos seguintes argumentos: a) a Receita Federal, pela fiscalização aduaneira, possui competência exclusiva para classificar ou reclassificar produtos controlados pela ANVISA; b) que a reclassificação está amparada nos Laudos do Laboratório Falcão Bauer, os quais informam que a mercadoria, a despeito de possuir em sua fórmula o cloreto de cetrimônio, não é desodorante, uma vez que não foram detectadas a presença de agentes desodorantes e que a função principal destes é perfumar; c) que o Laudo do Instituto Nacional de Tecnologia – INT, apesar de confirmar a presença do princípio ativo cloreto de cetrimônio, não é taxativo quanto à natureza de desodorante, e que, por isso, apesar de ambos os laudos, o do Laboratório Falcão Bauer e do INT, confirmarem a presença do referido princípio ativo, apenas o primeiro é conclusivo ao afirmar que, apesar da presença desse princípio ativo, o produto “não se trata de desodorante”; Fl. 2335DF CARF MF Processo nº 10314.723976/201569 Resolução nº 3402001.307 S3C4T2 Fl. 336 4 d) que o Laudo do INT não teve o objetivo de resolver o conflito desodorante versus perfume, mas somente de determinar o teor de cloreto de cetrimônio das mercadorias; e) que a NCM, ou seja, a determinação da classificação fiscal, deve se basear na legislação que rege a NCM, e não em legislações outras, como a do controle e vigilância sanitária, sendo que estas, podem até ser utilizadas como subsídios, mas a definição fica a cargo sempre da Receita Federal; f) que, de fato, há falta de recolhimento de IPI decorrente da divergência de escrituração do IPI SPED versus DCTF, eis que, se as DCTF’s não tivessem sido retificadas para os valores confessados coincidirem com os saldos disponíveis de recolhimento, caberia razão ao contribuinte; g) que, em relação ao trabalho fiscal, inexistem erros de quantificação dos valores lançados, já que a recorrente não logrou provar tais erros, limitandose a uma amostragem e, ainda assim, não muito precisa, razão pela qual a realização de diligência foi indeferida. Irresignada, a Contribuinte interpôs Recurso Voluntário (fls 1324/1383) a este Conselho, no qual repisa os argumentos trazidos em sua impugnação ao lançamento tributário. Ademais, requereu a posterior juntada de tradução juramentada dos DOC. 7. 8, 9, o que foi feito por meio da petição de fls 2256 e 2257. É o relatório. Resolução Conselheira Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz A Contribuinte teve ciência do Acórdão proferido pela DRJ em 24/04/2017, conforme o Termo de ciência por abertura de mensagem no DTE (fls. 1320) e apresentou em 24/05/2017 o recurso voluntário de fls. 1324/1383, conforme o artigo 33 do Decreto 70.235/72. Assim, o recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, de modo que dele tomo conhecimento. Compulsando as informações trazidas aos autos, constatase que o ponto fulcral da controvérsia em relação à primeira infração constatada pela autoridade fiscal cingese à correta classificação fiscal das mercadorias comercializadas. Ocorre que tal questão adveio de fiscalização e lavratura de auto de infração anterior, cujo objeto foram as mesmas mercadorias cuja classificação fiscal ora se discute. Tratase do Auto de Infração da revisão aduaneira, consubstanciado no Processo n. 11075.720285/201374, para cobrança de Imposto de Importação, Contribuição ao PIS, COFINS e multas. Com efeito, no Termo de Verificação Fiscal (fls 504), restou assim consignado pela autoridade lançadora: Fl. 2336DF CARF MF Processo nº 10314.723976/201569 Resolução nº 3402001.307 S3C4T2 Fl. 337 5 No recurso voluntário apresentado pela Contribuinte, confirmamos que as amostras dos produtos foram obtidas naquele Processo, dando lá origem aos laudos técnicos utilizados para respaldar o presente lançamento tributário (fls 1327): No mesmo sentido, o acórdão recorrido salienta a relação entre o presente processo e aquele de n. 11075.720285/201374, nos seguintes dizeres: Tratase, portanto, de situação de decorrência de processos, nos moldes do artigo 6º, §1º, inciso II do Regimento Interno do CARF, in verbis: Art. 6º Os processos vinculados poderão ser distribuídos e julgados observandose a seguinte disciplina: §1º Os processos podem ser vinculados por: I conexão, constatada entre processos que tratam de exigência de crédito tributário ou pedido do contribuinte fundamentados em fato Fl. 2337DF CARF MF Processo nº 10314.723976/201569 Resolução nº 3402001.307 S3C4T2 Fl. 338 6 idêntico, incluindo aqueles formalizados em face de diferentes sujeitos passivos; II decorrência, constatada a partir de processos formalizados em razão de procedimento fiscal anterior ou de atos do sujeito passivo acerca de direito creditório ou de benefício fiscal, ainda que veiculem outras matérias autônomas; e III reflexo, constatado entre processos formalizados em um mesmo procedimento fiscal, com base nos mesmos elementos de prova, mas referentes a tributos distintos. (grifei) Pois bem. Em consulta sobre o andamento do Processo n. 11075.720285/2013 74, verificase que o mesmo encontrase no âmbito da DRJ: O já citado artigo 6º de nosso Regimento Interno, estabelece em seu § 4º que “nas hipóteses previstas nos incisos II e III do § 1º, se o processo principal não estiver localizado no CARF, o colegiado deverá converter o julgamento em diligência para a unidade preparadora, para determinar a vinculação dos autos ao processo principal.” Tal norma tem por escopo evitar decisões conflitantes a respeito dos mesmos fatos ou pedidos, tratados em processos administrativos fiscais distintos. Por essa razão, é de suma importância a sua observância, sob pena de ferir um dos maiores objetivos deste Tribunal, uma vez que o Novo Código de Processo Civil (NCPC), cuja aplicação subsidiária ao Processo Administrativo Fiscal agora é expressa (artigo 15)1, determina em seu artigo 926 que “os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantêla estável, íntegra e coerente.” 1 Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e subsidiariamente Fl. 2338DF CARF MF Processo nº 10314.723976/201569 Resolução nº 3402001.307 S3C4T2 Fl. 339 7 Assim, tendo em vista que o presente Processo é decorrente do Processo n. 11075.720285/201374, e este último ainda não se encontra para julgamento no CARF, é o caso exato de aplicação do artigo 6º, inciso II c/c §4º do RICARF, sendo necessário que este Colegiado converta o julgamento em diligência, para que a unidade preparadora determine a vinculação deste autos ao Processo n. 11075.720285/201374, com acompanhamento e posteriores encaminhamentos, na forma do artigo 6º, §6º do RICARF. É como voto. Relatora Thais De Laurentiis Galkowicz Fl. 2339DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10980.720355/2013-17
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Apr 03 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 03/01/2006 a 02/08/2006, 01/01/2008 a 31/12/2009
DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. AQUISIÇÕES DE MATÉRIAS-PRIMAS NÃO TRIBUTADAS, ISENTAS E SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. MENÇÃO, NO ACÓRDÃO QUE MANTEVE A SENTENÇA, A INSUMOS. ADEQUADA INTERPRETAÇÃO DA COISA JULGADA.
Tratando a ação judicial apenas do direito de crédito decorrente da aquisição de matérias-primas não tributadas, isentas e de alíquota zero, a menção, sem a força de dispositivo, no acórdão que julgou a remessa de ofício e a apelação a insumos não estende os limites da coisa julgada para além do que foi objeto da petição inicial.
CRÉDITO. APROVEITAMENTO. OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL E FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedado o aproveitamento de crédito do IPI relativamente a aquisições de empresas optantes do Simples, nas modalidades Simples Federal e Simples Nacional.
GLOSA DE CRÉDITOS. AUTO DE INFRAÇÃO E NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. BIS IN IDEM. NÃO OCORRÊNCIA. O montante do crédito glosado em procedimento fiscal pode implicar, relativamente à parte que permaneceu na escrituração, lançamento de IPI e, relativamente à objeto de pedido de ressarcimento, não homologação das compensações efetuadas, não implicando tal hipótese bis in idem.
Recurso voluntário negado.
Numero da decisão: 3301-004.177
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado.
José Henrique Mauri - Presidente.
Semíramis de Oliveira Duro - Relatora.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro.
Nome do relator: Relator
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Período de apuração: 03/01/2006 a 02/08/2006, 01/01/2008 a 31/12/2009 DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. AQUISIÇÕES DE MATÉRIAS-PRIMAS NÃO TRIBUTADAS, ISENTAS E SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. MENÇÃO, NO ACÓRDÃO QUE MANTEVE A SENTENÇA, A INSUMOS. ADEQUADA INTERPRETAÇÃO DA COISA JULGADA. Tratando a ação judicial apenas do direito de crédito decorrente da aquisição de matérias-primas não tributadas, isentas e de alíquota zero, a menção, sem a força de dispositivo, no acórdão que julgou a remessa de ofício e a apelação a insumos não estende os limites da coisa julgada para além do que foi objeto da petição inicial. CRÉDITO. APROVEITAMENTO. OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL E FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedado o aproveitamento de crédito do IPI relativamente a aquisições de empresas optantes do Simples, nas modalidades Simples Federal e Simples Nacional. GLOSA DE CRÉDITOS. AUTO DE INFRAÇÃO E NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. BIS IN IDEM. NÃO OCORRÊNCIA. O montante do crédito glosado em procedimento fiscal pode implicar, relativamente à parte que permaneceu na escrituração, lançamento de IPI e, relativamente à objeto de pedido de ressarcimento, não homologação das compensações efetuadas, não implicando tal hipótese bis in idem. Recurso voluntário negado.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. José Henrique Mauri - Presidente. Semíramis de Oliveira Duro - Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 14; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 2038; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 3.515 1 3.514 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10980.720355/201317 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301004.177 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2018 Matéria Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Recorrente Gelopar Refrigeração Paranaense Ltda. Recorrida Fazenda Nacional ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 03/01/2006 a 02/08/2006, 01/01/2008 a 31/12/2009 DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. AQUISIÇÕES DE MATÉRIASPRIMAS NÃO TRIBUTADAS, ISENTAS E SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. MENÇÃO, NO ACÓRDÃO QUE MANTEVE A SENTENÇA, A INSUMOS. ADEQUADA INTERPRETAÇÃO DA COISA JULGADA. Tratando a ação judicial apenas do direito de crédito decorrente da aquisição de matériasprimas não tributadas, isentas e de alíquota zero, a menção, sem a força de dispositivo, no acórdão que julgou a remessa de ofício e a apelação a “insumos” não estende os limites da coisa julgada para além do que foi objeto da petição inicial. CRÉDITO. APROVEITAMENTO. OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL E FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedado o aproveitamento de crédito do IPI relativamente a aquisições de empresas optantes do Simples, nas modalidades “Simples Federal” e “Simples Nacional”. GLOSA DE CRÉDITOS. AUTO DE INFRAÇÃO E NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. “BIS IN IDEM”. NÃO OCORRÊNCIA. O montante do crédito glosado em procedimento fiscal pode implicar, relativamente à parte que permaneceu na escrituração, lançamento de IPI e, relativamente à objeto de pedido de ressarcimento, não homologação das compensações efetuadas, não implicando tal hipótese “bis in idem”. Recurso voluntário negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatório e do voto que integram o presente julgado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 72 03 55 /2 01 3- 17 Fl. 3515DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.516 2 José Henrique Mauri Presidente. Semíramis de Oliveira Duro Relatora. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros José Henrique Mauri (Presidente), Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Valcir Gassen, Liziane Angelotti Meira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Ari Vendramini e Semíramis de Oliveira Duro. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão proferida pela Delegacia da Receita Federal de Julgamento: Tratase de impugnação de lançamento (efls. 3275 a 3296) apresentada em 22 de fevereiro de 2013 contra auto de infração de 22 de fevereiro de 2013, que efetuou glosas de créditos registrados pela Interessada em sua escrituração e implicou a não homologação de declarações de compensação com créditos de IPI do janeiro de 2008 a dezembro de 2009, apresentadas a partir de 24 de janeiro de 2013. No que couber, o presente acórdão aplicase, também, ao processo apensado de n. 10980.722038/201416 (débitos controlados dos períodos de janeiro a outubro de 2008). Já o processo de n. 10980.903552/201361, que se refere à manifestação de inconformidade de efls. 749 a 769 (daqueles autos digitais), em que a Interessada contesta o Despacho Decisório de revisão de ofício de efls. 740 e 742, mas adiante descrito, será analisado em acórdão próprio naqueles autos. De acordo com o termo de verificação (efls. 3238 a 3255), foi apurado o seguinte: Em 12 de dezembro de 2011, o contribuinte foi cientificado do Termo de Início de Fiscalização, através do qual lhe foi solicitado que apresentasse os arquivos magnéticos, livros fiscais, relação das notas fiscais de entrada que geraram crédito de IPI em função do Mandado de Segurança n° 98.000232931 e cópia integral do Processo Judicial, relação dos produtos fabricados pela empresa e respectivos insumos e informar se formulou consulta à Receita Federal sobre legislação ou classificação fiscal. Em 20/12/11 a empresa apresentou cópia do Processo Judicial e CD com relação de notas fiscais de entrada que geraram crédito de IPI. [...] Da análise das operações efetuadas pelo contribuinte, verificadas através dos arquivos magnéticos, livros e documentos fiscais e informações prestadas, constatamos que a empresa incorreu em irregularidades, que resultaram em falta de recolhimento do IPI, conforme descrito a seguir. As irregularidades apontadas pela Fiscalização foram as seguintes: 1) O pedido da Interessada terseia limitado a requerer o direito de crédito de IPI às entradas de matériasprimas isentas, não tributadas ou reduzidas a alíquota zero, tendo a sentença também se limitado às matériasprimas. O acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região limitouse a negar provimento à remessa oficial e ao recurso de apelação da União, não analisando tal questão. Dessa forma, a Interessada não poderia ter se creditado relativamente a entradas de produtos intermediários e material de embalagem, conforme constou do termo de verificação fiscal: Da análise do processo sobre o alcance da referida decisão judicial chegouse à conclusão que somente as matériasprimas estariam alcançadas pela referida decisão. Fl. 3516DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.517 3 Isto em razão do princípio dispositivo que rege o processo civil, o qual impõe que a decisão judicial deva ser interpretada em conformidade com o pedido do autor. A decisão não abrange as aquisições de outros tipos de insumos, como por exemplo, os produtos intermediários e os materiais de embalagem nem outros produtos que não são considerados insumos pela legislação, como por exemplo: gás combustível, energia elétrica, material de segurança. Não amplia o direito de se creditar de empresas prestadoras de serviço/contribuintes do ISS e nem tampouco de empresas optantes peio sistema SIMPLES de tributação. 2) A Interessada utilizou alíquota incorreta para apurar a que deveria ser aplicada aos valores das aquisições, uma vez que teria aplicado a alíquota média, mas teria solicitado “a aplicação da mesma alíquota utilizada na operação tributada”. Entretanto, a Interessada não teria incluído, na apuração da alíquota média, os produtos fabricados de alíquota zero, o que majoraria indevidamente a alíquota média calculada. Teria havido outras irregularidades, conforme a conclusão: a) Com relação às vendas com CFOP 5.101 e 6.101 (venda de produção estabelecimento) deixa de fora os produtos saídos com alíquota zero, isentos ou não tributados que também utilizam os insumos da ação judicial; sendo assim, estas vendas foram incluídas na base de cálculo; b) Com relação aos produtos que não utilizam os insumos da ação judicial, de acordo com a resposta ao Termo de Intimação n° 09, estes foram excluídos da base de cálculo da alíquota média; c) Com relação às outras saídas relativas a “Vendas de Produção do Estabelecimento” que o contribuinte deixou de fora (mas que utilizam as matérias primas garantidas pela ação judicial e que estão gerando crédito para o contribuinte) estas foram incluídas na base de cálculo. Assim, além das saídas com CFOP 5101 e 6101 foram incluídas no cálculo as seguintes saídas: c.1) CFOP 5118 e 6118 Venda de produção do estabelecimento entregue ao destinatário por conta e ordem do adquirente originário, em venda à ordem; c.2) CFOP 5922 e 6922 Lançamento efetuado a título de simples faturamento decorrente de venda para entrega futura. Utilizamos as saídas 5922 e 6922 pois é neste momento que o contribuinte destaca o IPI destas vendas. Não utilizamos o CFOP 5116 e 6116 (Venda de produção do estabelecimento: encomenda para entrega futura) pois apesar de se referirem às mesmas operações não há destaque de IPI nestas notas; c.3) CFOP 6109 Venda de produção do estabelecimento, destinada à Zona Franca de Manaus ou Áreas de Livre Comércio; c.4) CFOP 7101 Venda de produção do estabelecimento; Para que não haja dúvidas sobre os dados utilizados no cálculo da alíquota média, foram juntados ao processo dois arquivos com as notas fiscais de saídas que compõem o total das vendas de produção do estabelecimento (Venda de Produção 2008/2009 com exclusões para A.I.). Estes arquivos foram obtidos de dados digitais entregues pelo contribuinte e demonstram os detalhes das notas fiscais tais como alíquota utilizada, IPI tributado na nota, etc. Dos totais mensais destes arquivos foi elaborada a “Planilha de cálculo Média Percentual Utilizada nos Créditos da Ação Judicial”. Esta planilha demonstra o cálculo refeito pela fiscalização e traz os totais com os códigos CFOP por mês. A alíquota média mensal encontrada foi aplicada sobre a base de cálculo dos créditos da ação judicial que foram aceitos pela fiscalização. 3) Houve glosas de créditos por três motivos: créditos que, apesar de estarem de acordo com o estabelecido na ação judicial, divergem na alíquota (item 6.1); Fl. 3517DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.518 4 créditos que foram glosados integralmente por não corresponderem ao estabelecido na ação judicial como é o caso das aquisições de empresas do SIMPLES, energia elétrica, etc (item 6.2 e subitens); créditos que foram utilizados duas vezes pela empresa, no livro registro de entradas (créditos básicos) e na relação dos créditos da ação judicial (item 6.3). Elaboraramse tabelas com os insumos admitidos na apuração do crédito e com as glosas efetuadas. Em relação às glosas do segundo item anterior (6.2), houve de créditos de contribuintes do ISS, de aquisições de energia elétrica, de aquisições de material de segurança, de aquisições de embalagem e produtos intermediários, de aquisições de material de uso e consumo e de créditos utilizados em duplicidade. Na impugnação de lançamento, a Interessada alegou, inicialmente, o seguinte: Ainda, de forma didática, o art. 509 do RIPI, em seu capítulo sobre os procedimentos fiscais deixa muito claro a obrigação do contribuinte na “exibição" de todos os documentos fiscais a autoridade fiscal, e SOMENTE isso, sendo que a Recorrente fez muito mais que sua obrigação. O que se verifica no presente caso, é um excesso nas exigências por parte da Auditora Fiscal, que no exercício de suas funções, ao invés de fazer uso do seu poder de examinar os papéis e documentos, exigiu do contribuinte planilhas prontas, detalhamentos, informações e, inclusive, cópias de processos judiciais, tudo com elevado custo, sejam financeiros, sejam humanos, pois em alguns momentos foram necessário mais de 05 (cinco) pessoas trabalhando, somente para atender as exigências da Ilma. Auditora, arcando a Recorrente inclusive com os custos de entrega de tudo o que foi pedido, pois o que trabalho não se deu no estabelecimento da Recorrente. Surpreendentemente, mesmo tendo todo entendeu necessário prontamente entregue em suas mãos, a Ilma. Auditora precisou de "01" (um) ano para concluir sua análise, vez que todo o trabalho pesa da empresa. O que se pretende dar vulto é a boafé da Recorrente, que, mesmo diante de pedidos excessivos por parte da Auditora Fiscal, apresentou tudo o que foi requisitado e no menor tempo possível, vez que entendia correta sua postura ante a decisão judicial transitada em julgada no Processo n° 98.000232931, o qual será alvo de maiores esclarecimentos adiante, e, ainda da autorização advinda do processo administrativo de n° 10980.009289/200511 (cópia em anexo). A seguir, tratou do “princípio da efetividade da Administração Pública”, ressaltando o seguinte quanto à coisa julgada: O que se vê, em resumo, é que a Ilma. Auditora investiu o seu tempo, remunerado pela sociedade, basicamente por não concordar com os mandamentos da coisa julgada, e o que é pior no intuído de descumprila. A decisão transitada em julgado em setembro de 2002, frisese assegurou a Recorrente “a utilização dos créditos, a título de IPI, relativo às aquisições de INSUMOS isentos, nãotributados, ou reduzidos à zero" (conforme certidão explicativa de nº 079/2005 da Justiça Federal Seção Judiciária do Paraná, doc. em anexo), sendo de muito bom grado acatada por esta empresa e utilizada desde então. Infelizmente, o que se denota no referido Termo de Verificação Fiscal é uma TENTATIVA AMARGA da Ilma. Auditora em rever a coisa julgada perfeita administrativamente. Ora, o prazo para Embargos Declaratórios e outros recursos foi dado à Receita Federal na época, felizmente o direito não socorre quem dorme. Se a referida sentença transitada em julgado é extra petita, e não há mais prazo para rescisória, caberia à Auditora Fiscal da Receita Federal do Brasil, se lamentar do Fl. 3518DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.519 5 ocorrido e não dedicar um ano de seus trabalhos a buscar argumentos que fundem a revisão administrativa. O presente termo de autuação é um disparate jurídico. Analisou, a seguir, a decisão transitada em julgado à luz do princípio da segurança jurídica (item 4 da autuação). Reproduziu a ementa do acórdão de apelação e a certidão explicativa n° 079/2005. Mencionou, ainda, o reconhecimento dos valores em pedido de habilitação prévia de créditos pelo Delegado da Receita Federal em Curitiba. Alegou ainda que o auto de infração seria nulo, à vista de irregularidade nas prorrogações da fiscalização, consistente na falta de sua fundamentação. Ademais, teria havido inclusão de períodos na fiscalização também sem justificativa, o que teria causado tumulto na “vida contábil da empresa”, “além de toda insegurança e temor psicológico gerado para seus sócios e funcionários”. Teria ainda a Fiscalização citado, sem justificar, legislação do imposto de renda e o período fiscalizado teria sido examinado de forma irregular e com ofensa à coisa julgada. A seguir, abordou a questão da alíquota, novamente mencionando o processo de habilitação prévia dos créditos e afirmou o seguinte: Mas, segundo a Ilma. Auditora, com o enquadramento deste contribuinte no incentivo criado, este perderia o direito adquirido sobre coisa julgada, levando a nada todo o esforço econômico, pois, qual a vantagem deste contribuinte em ter um produto reduzido à zero na saída, se na entrada tiram o seu crédito? Que incentivo é este que piora a condição de mercado deste contribuinte? E a vantagem de mercado atual perante a concorrência que não tem o direito que este contribuinte possui em se creditar na aquisição dos insumos isentos, não tributados ou alíquota zero, resultando em um menor custo e uma fatia maior do mercado? Por este entendimento, da atual fiscalização, estaria sendo jogado em “vala comum” a coisa julgada e o direito adquirido. Também abordou as questões das glosas de créditos de aquisições de optantes do Simples, alegando que se trataria apenas de um regime de arrecadação, “sendo que os produtos adquiridos destes referemse em sua totalidade de insumos desonerados do IPI e, portanto abrangidos no direito adquirido da Recorrente, reconhecido judicialmente.” Acrescentou que o Simples Nacional somente teria sido criado em 2006, lembrando a definição dos efeitos da coisa julgada, conforme art. 6ª, § 3º, do Decretolei n. 4.657, de 1942. Contestou também as glosas de energia elétrica, mencionando acórdão do Superior Tribunal de Justiça, de aquisições de contribuintes do ISS (por carência de fundamentação legal), das aquisições de material intermediário e de embalagem (por se incluírem na coisa julgada), das aquisições de material de uso e consumo (pelo fato de o conceito de insumo não se restringir à utilização direta), dos créditos utilizados em duplicidade (somente em relação à multa aplicada, em razão da boafé da Interessada), dos créditos sobre material de segurança (novamente, pela definição abrangente de insumo). Passou a analisar o efeito confiscatório da multa aplicada, afirmando que o Confisco ocorreria “quando a alíquota efetiva, sobre uma operação”, resultasse “mais de 30% do seu valor econômico líquido”. Ainda citou acórdãos do STJ e do STF sobre a matéria, alegando que as multas dos arts. 43 e 44 da Lei n° 9.430, de 1996, ofenderiam os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade. Segundo a Interessada, haveria ausência de fundamentação para a aplicação da multa e sua desproporcionalidade, analisando o que seria o efeito de confisco e citando opinião da doutrina. Fl. 3519DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.520 6 No processo n° 10980.903552/201361, a DRF Curitiba reviu despacho decisório anterior que havia reconhecido direito de crédito em montante superior ao apurado durante a ação fiscal. Por medida de simplificação, tais argumentos serão apreciados também no presente acórdão e reproduzidos nos acórdãos próprios do processo acima e do de n. 10980.903553/201314. Dessa forma, foi emitido em 24 de janeiro de 2014 novo despacho decisório, que teve a seguinte conclusão: 12. Assim, face os fatos apresentados pela fiscalização, que não eram conhecidos do Sistema de Controle de Créditos – SCC no momento da emissão do Despacho Decisório ora questionado, e considerando o que prevê o artigo 149 inciso VIII do CTN, PROPONHO que se REVEJA A DECISÃO proferida pelo Despacho Decisório eletrônico n° 048880710 de fl. 695 a 699, para RECONHECER PARCIALMENTE o direito creditório do contribuinte no valor de R$ 1.272.486,95, oriundo de saldo credor do IPI relativo ao 3º trimestre/2009; HOMOLOGAR a compensação declarada por meio da DCOMP nº 18066.81072.221009.1.3.014477; e HOMOLOGAR PARCIALMENTE a DCOMP nº 13577.43543.191109.1.3.016005, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1.996, do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1.999 e da IN SRF nº 900/2008 (revogada pela atual IN RFB nº 1.300/2012). 13. Aprovo o relatório e as considerações que fundamentam a presente Informação Fiscal e, no uso da competência definida pelo artigo 280, inciso XIII, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF no 125, de 4 de março de 2009, e delegada pela Portaria DRF/CTA no 169, de 25 de setembro de 2001, RESOLVO com base no artigo 149 inciso VIII do CTN, REVER A DECISÃO proferida pelo Despacho Decisório eletrônico n° 048880710 de fl. 695 a 699 para RECONHECER PARCIALMENTE o direito creditório do contribuinte no valor de R$ 1.272.486,95, oriundo de saldo credor do IPI relativo ao 3º trimestre/2009; HOMOLOGAR a compensação declarada por meio da DCOMP nº 18066.81072.221009.1.3.014477; e HOMOLOGAR PARCIALMENTE a DCOMP nº 13577.43543.191109.1.3.016005, nos termos do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1.996, do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1.999 e da IN SRF nº 900/2008 (revogada pela atual IN RFB nº 1.300/2012). Em sua manifestação de inconformidade, a Interessada, além do que foi alegado na impugnação de lançamento, acrescentou que o despacho decisório teria sido emitido de forma genérica, sem apontar os produtos que não estariam abrangidos pela decisão judicial. Além disso, ao contrário do que constou do despacho decisório de revisão, o despacho decisório anterior teria sido emitido após a fiscalização, tendo restado homologadas as compensações. Acrescentou ter ocorrido “bis in idem”, pela autuação e não homologação das compensações: Continuando nosso raciocínio, se a fiscalização optou pela autuação, a qual engloba o principal (leiase imposto compensado), e seus acessórios (leiase juros, multa e encargos), não poderia agora impor nova sanção, qual seja, a glosa da compensação do principal, o que deixa o pagamento do imposto em aberto gerando novo débito do mesmo fato gerador configurando assim o bis in idem, que se configura no direito tributário quando o mesmo ente tributante cobra um tributo do mesmo contribuinte e sobre o mesmo fato gerador mais de uma vez, pois se a Secretaria de Receita Federal quisesse apenas glosar a compensação ora realizada, esta deveria informar a Fl. 3520DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.521 7 Contribuinte do ocorrido para regularização no prazo de 30 dias nos moldes da legislação vigente, contudo optou por autuála, porém agora também em glosar a compensação, desaguando na perda de objeto da presente autuação, ou seja, tornandoa ineficaz. Ainda se referiu ao princípio da eficiência administrativa, mencionando doutrina e ementas de decisões administrativas e judiciais, afirmou que a ação judicial impetrada transitou em julgado, que a Fiscalização não poderia alterar os seus termos e que a certidão explicativa juntada aos autos demonstrálosia. Analisou o pedido de homologação prévia apresentado e o teor do despacho decisório anterior, contestando a alíquota de apuração dos créditos, as glosas de créditos decorrentes de aquisições de optantes do Simples e sua suposta apuração por amostragem, as aquisições de energia elétrica, de material intermediário e embalagens e de material de uso e consumo, concordando apenas com a glosa de créditos aproveitados em duplicidade. Por fim, afirmou não ter fundamento a revisão do despacho decisório. A impugnação foi julgada improcedente, com decisão assim ementada: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 03/01/2006 a 02/08/2006, 01/01/2008 a 31/12/2009 IPI. LIMITAÇÃO AO DIREITO DE CRÉDITO. MULTA DE OFÍCIO. ALEGAÇÃO DE CONFISCO. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS. APRECIAÇÃO DA MATÉRIA EM INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA. IMPOSSIBILIDADE. Não pode a autoridade julgadora administrativa, à vista de expressa disposição de lei, afastar dispositivo de lei ou decreto que limite o direito de crédito de IPI, em razão de alegada violação de princípios constitucionais, ou que preveja aplicação de multa considerada confiscatória pelo contribuinte. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO. AQUISIÇÕES DE MATÉRIASPRIMAS NÃO TRIBUTADAS, ISENTAS E SUJEITAS A ALÍQUOTA ZERO. MENÇÃO, NO ACÓRDÃO QUE MANTEVE A SENTENÇA, A INSUMOS. ADEQUADA INTERPRETAÇÃO DA COISA JULGADA. Tratando a ação judicial apenas do direito de crédito decorrente da aquisição de matériasprimas não tributadas, isentas e de alíquota zero, a menção, sem a força de dispositivo, no acórdão que julgou a remessa de ofício e a apelação a “insumos” não estende os limites da coisa julgada para além do que foi objeto da petição inicial. CRÉDITOS RECONHECIDOS EM AÇÃO JUDICIAL. HABILITAÇÃO PRÉVIA. EFEITOS. Os efeitos da habilitação prévia restringemse à permissão para apresentar pedido de restituição ou ressarcimento e declaração Fl. 3521DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.522 8 de compensação, a partir da análise dos elementos formais da existência do crédito, não abrangendo o reconhecimento de sua liquidez e certeza. DESPACHO DECISÓRIO. REVISÃO DE OFÍCIO. POSSIBILIDADE. É possível a revisão de ofício de despacho decisório anterior dentro do prazo de prescrição administrativa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 03/01/2006 a 02/08/2006, 01/01/2008 a 31/12/2009 DIFERENÇA DE IMPOSTO. ERRO DO CONTRIBUINTE. MULTA E BOAFÉ. É devida a aplicação de multa de ofício sobre a diferença de imposto decorrente do uso de créditos em duplicidade, pois a responsabilidade por infrações independe da intenção do agente. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 03/01/2006 a 02/08/2006, 01/01/2008 a 31/12/2009 PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS. MATERIAL DE USO E CONSUMO, MATERIAL DE SEGURANÇA. ENERGIA ELÉTRICA, COMBUSTÍVEIS E PRODUTOS SUJEITOS APENAS AO IPI.CONCEITO. Os produtos intermediários que geram direito de crédito são os consumidos de forma imediata e integral no processo produtivo, não abrangendo máquinas, equipamentos, suas partes e peças, a energia elétrica e o combustível empregado em máquinas e equipamentos. Não se caracterizam como insumos os materiais de segurança e as aquisições de produtos sujeitos unicamente ao ISS. CRÉDITO. APROVEITAMENTO. OPTANTES DO SIMPLES NACIONAL E FEDERAL. IMPOSSIBILIDADE. É vedado o aproveitamento de crédito do IPI relativamente a aquisições de empresas optantes do Simples, nas modalidades “Simples Federal” e “Simples Nacional”. GLOSA DE CRÉDITOS. AUTO DE INFRAÇÃO E NÃO HOMOLOGAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. “BIS IN IDEM”. NÃO OCORRÊNCIA. O montante do crédito glosado em procedimento fiscal pode implicar, relativamente à parte que permaneceu na escrituração, lançamento de IPI e, relativamente à objeto de pedido de ressarcimento, não homologação das compensações efetuadas, não implicando tal hipótese “bis in idem”. Fl. 3522DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.523 9 Regularmente cientificada do Acórdão proferido, a Recorrente, tempestivamente, apresentou seu recurso voluntário, no qual, basicamente, reproduz as razões de defesa constantes em sua peça impugnatória. É o relatório. Voto Conselheira Semíramis de Oliveira Duro O recurso voluntário é tempestivo e reúne os pressupostos legais de interposição, dele, portanto, tomo conhecimento. Ofensa à coisa julgada Alega a Recorrente que tem direito ao creditamento dos insumos isentos, não tributados ou reduzidos a alíquota zero, e não apenas de matériasprimas isentas. Das peças processuais da referida ação, temse: Seu pedido na petição inicial foi: A liminar concedida em primeira instância assim se referiu ao pedido: O relator do acórdão no TRF 4ª, Apelação 1999.04.01.0798476 em seu relatório fez constar: O objeto da presente ação mandamental tem a ver, com a possibilidade de crédito, a título de IPI, relativo às entradas, no estabelecimento industrial, de matéria prima nãotributada, isenta, ou tributada à alíquota zero, para efeito de abatimento do Fl. 3523DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.524 10 débito, decorrente das saídas dos respectivos produtos manufaturados. Isto significa reconhecer que o crédito, oriundo de operações anteriores isentas, não tributadas, ou tributadas à alíquota zero, é presumido, e tem fundamento legal, no princípio constitucional da nãocumulatividade. O argumento contrário prendese ao fato de nada desembolsou, por ocasião da aquisição das mercadorias, elas são beneficiadas, pela liberação tarifária. Ao final de seu voto, prescreveu (efl. 3316): Certamente, que a Autoridade Fazendária disporá do prazo de 05 (cinco) anos, para aferir a exatidão da escrita fiscal. E mais, não existe um direito genérico, à obtenção de certidão negativa de débito, tampouco, fica impedida, a autoridade competente, de proceder as inscrições, no CADIN, ou em outro órgão de informações. Tudo depende da situação concreta do contribuinte, em dado momento histórico. Resumindo, a segurança é concedida, em parte, para o efeito de autorizar, a partir do trânsito em julgado, a utilização dos créditos, a título de IPI, decorrentes das entradas de insumos, atualizados, segundo índices oficiais, com os débitos futuros, deste imposto, incidente, sobre as saídas dos respectivos produtos industrializados (afinal, a legislação ordinária, e o próprio regulamento do IPI, admitem a transferência dos saldos credores excedentes, para os períodos seguintes). A Decisão Singular bem dispôs sobre todos os temas, merecendo ser mantida. Segurança Concedida. Ante o Exposto, Conheço da Remessa Oficial, e da Apelação da Impetrada, negando provimento, nos termos da fundamentação. Por sua vez, o dispositivo constante do acórdão foi o seguinte: Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, decide a Egrégia Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, por unanimidade, negar provimento à apelação e à remessa oficial, nos termos do relatório e notas taquigráficas que ficam fazendo parte integrante do presente julgado. Contudo, na ementa constou: Fl. 3524DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.525 11 Entendo que a interpretação feita pela fiscalização não foi restritiva, apenas coerente com o teor do julgado. Logo, concordo com a decisão recorrida no sentido de que: (...) a referência a “insumos” foi efetuada de forma genérica na ementa e ao final do voto do relator. O próprio relator, por outro lado, no início de seu voto, especificou claramente que a ação tratava apenas de matérias primas e o dispositivo limitouse a negar provimento à remessa oficial e à apelação. A referência a insumos, no final do voto, não significa necessariamente que se estivesse referindo a “matériaprima, produto intermediário e material de embalagem”, uma vez que a noção de insumo é muito mais abrangente. Portanto, como no início do voto foi claramente citado que a matéria submetida ao recurso referiase apenas a “matérias primas”, é elementar que, ao referirse a “insumos”, estava o voto a referirse ao tipo específico de insumo que compunha a matéria em discussão na ação judicial. Ademais, a ementa não tem efeito de dispositivo, tanto é assim que é temerário adotar a redação isolada da ementa para concluir o exato alcance da decisão. Com relação às demais glosas: não enquadramento no conceito de matérias primas, produtos intermediários ou material de embalagem; entrada de produtos cuja operação não admite o creditamento; e não abrangência da decisão judicial dos produtos intermediários e material de embalagem, entendo que a Recorrente não trouxe provas para ilidir essas glosas, Fl. 3525DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.526 12 tampouco novos fundamentos ou documentos em sede de recurso voluntário. Por isso, concordo e adoto os fundamentos da decisão recorrida: As aquisições de material intermediário e de embalagem de alíquota zero, como já demonstrado, não foram abrangidas pela ação judicial. As aquisições de material de uso e consumo (pelo fato de o conceito de insumo não se restringir à utilização direta) não se enquadram nos conceitos de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem, que são os tipos de insumos que geram direito a crédito. Ao contrário do alegado pela Interessada, no IPI, o conceito de insumo é restrito aos três tipos anteriormente citados. Nesse contexto, importa ressaltar que o Superior Tribunal de Justiça, em sede de recurso repetitivo (REsp nº 1.075.508) decidiu que os materiais que são consumidos no processo industrial, ainda que não integrem o produto final, geram direito ao crédito de IPI, nos seguintes termos: PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IPI. CREDITAMENTO. AQUISIÇÃO DE BENS DESTINADOS AO ATIVO IMOBILIZADO E AO USO E CONSUMO. IMPOSSIBILIDADE. RATIO ESSENDI DOS DECRETOS 4.544/2002 E 2.637/98. 1. A aquisição de bens que integram o ativo permanente da empresa ou de insumos que não se incorporam ao produto final ou cujo desgaste não ocorra de forma imediata e integral durante o processo de industrialização não gera direito a creditamento de IPI, consoante a ratio essendi do artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (Precedentes das Turmas de Direito Público: AgRg no REsp 1.082.522/SP, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, julgado em 16.12.2008, DJe 04.02.2009; AgRg no REsp 1.063.630/RJ, Rel. Ministro Francisco Falcão, Primeira Turma, julgado em 16.09.2008, DJe 29.09.2008; REsp 886.249/SC, Rel. Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgado em 18.09.2007, DJ 15.10.2007; REsp 608.181/SC, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, Primeira Turma, julgado em 06.10.2005, DJ 27.03.2006; e REsp 497.187/SC, Rel. Ministro Franciulli Netto, Segunda Turma, julgado em 17.06.2003, DJ 08.09.2003). 2. Deveras, o artigo 164, I, do Decreto 4.544/2002 (assim como o artigo 147, I, do revogado Decreto 2.637/98), determina que os estabelecimentos industriais (e os que lhes são equiparados), entre outras hipóteses, podem creditarse do imposto relativo a matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, adquiridos para emprego na industrialização de produtos tributados, incluindose "aqueles que, embora não se integrando ao novo produto, forem consumidos no processo de industrialização, salvo se compreendidos entre os bens do ativo permanente’.. 3. In casu, consoante assente na instância ordinária, cuidase de estabelecimento industrial que adquire produtos "que não são consumidos no processo de industrialização (...), mas que são componentes do maquinário (bem do ativo permanente) que sofrem o desgaste indireto no processo produtivo e cujo preço já integra a planilha de custos do produto final", razão pela qual não há direito ao creditamento do IPI. 4. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” (destaquei) Em seu voto, o Ministro relator destacou o seguinte: [...] Dessumese da norma insculpida no supracitado preceito legal que o aproveitamento do crédito de IPI dos insumos que não integram o produto pressupõe o Fl. 3526DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.527 13 consumo, ou seja, o desgaste de forma imediata e integral do produto intermediário durante o processo de industrialização e que o produto não esteja compreendido no ativo permanente da empresa. [...] In casu, consoante assente na instância ordinária, cuidase de estabelecimento industrial que adquire produtos "que não são consumidos no processo de industrialização (...), mas que são componentes do maquinário (bem do ativo permanente) que sofrem o desgaste indireto no processo produtivo e cujo preço já integra a planilha de custos do produto final", razão pela qual não há direito ao creditamento do IPI. [...] Ainda há precedente do Supremo Tribunal Federal, no RE n. 90.205/RS, de relatoria do Ministro Soares Muñoz, cuja ementa foi a seguinte: IPI. Ação de empresa fabricante de aço para creditarse do imposto relativo aos materiais refratários que revestem os fornos elétricos, onde é fabricado o produto final. Interpretação que concilia o Decretolei n° 1.136/70 e o seu Regulamento, art. 32, aprovado pelo Decreto n° 70.162/72, com a Lei n° 4.503/64 e com o art. 21, parágrafo 3º, da Constituição da República. Ação julgada procedente pelo conhecimento e provimento do recurso extraordinário. (RE 90.205 / RS) Em seu voto, o relator destacou o seguinte: Estou em que, tendo o acórdão recorrido admitido o fato de que os refratários são consumidos na fabricação do aço, a circunstância de não se fazer essa consumição em cada fornada, mas em algumas sucessivas, não constitui causa impeditiva à incidência da regra constitucional ou legal que proíbe a cumulatividade do IPI. Portanto, temse que somente os insumos que se desgastem de forma imediata (direta) e integral no processo, ainda que não de uma só vez, geram direito de crédito, o que não ocorre com máquinas, equipamentos, produtos não utilizados diretamente na produção, peças e partes de máquinas etc. Dos produtos alegados pela Interessada, nenhum satisfaz a tais condições, razão pela qual são cabíveis as glosas efetuadas pela Fiscalização. Da mesma forma, não há o menor fundamento para creditamento relativo a material de segurança, que não se enquadra, de forma alguma, nos conceitos de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem. A energia elétrica e o gás combustível não se enquadram no conceito de matéria prima e produto intermediário, uma vez que são aplicados no maquinário do parque industrial e não ao produto, da mesma forma que as partes e peças de máquinas. Em relação ao acórdão do STJ citado pela Interessada, novamente se deve destacar que não produz efeitos gerais, mas apenas entre as partes. A vedação ao creditamento em relação a aquisições de empresas optantes do Simples está prevista não só na Lei n° 9.317, de 1996, como também no Regulamento do IPI. Os estabelecimentos optantes do Simples não podem efetuar a transferência de créditos relativos ao imposto, o que inclui o seu destaque em nota fiscal, para aproveitamento do adquirente contribuinte do IPI. Por fim, não há que se falar em “bis in idem”, uma vez que o auto de infração se refere ao saldo de débitos da escrituração, enquanto que a cobrança relativa aos tributos compensados acima do limite de crédito reconhecido representa a diferença entre o total dos créditos indevidos e a glosa escritural. Fl. 3527DF CARF MF Processo nº 10980.720355/201317 Acórdão n.º 3301004.177 S3C3T1 Fl. 3.528 14 Conclusão Do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Semíramis de Oliveira Duro Relatora Fl. 3528DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.722310/2013-81
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jan 18 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Simples Nacional
Ano-calendário: 2013
SIMPLES NACIONAL. DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE DE OPÇÃO.
Se no prazo limite para a opção a empresa possuir débitos sem exigibilidade suspensa perante a Fazenda Pública, não poderá ingressar no Simples Nacional.
Numero da decisão: 1001-000.298
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
Lizandro Rodrigues de Sousa - Presidente.
(assinado digitalmente)
Edgar Bragança Bazhuni - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva.
Nome do relator: EDGAR BRAGANCA BAZHUNI
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DÉBITOS TRIBUTÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE DE OPÇÃO. Se no prazo limite para a opção a empresa possuir débitos sem exigibilidade suspensa perante a Fazenda Pública, não poderá ingressar no Simples Nacional. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do relatorio e votos que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) Lizandro Rodrigues de Sousa Presidente. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Lizandro Rodrigues de Sousa (presidente), Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues e Jose Roberto Adelino da Silva. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 23 10 /2 01 3- 81 Fl. 121DF CARF MF Processo nº 10580.722310/201381 Acórdão n.º 1001000.298 S1C0T1 Fl. 122 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto pela Recorrente em face de decisão proferida pela 4ª Turma da Delegacia Regional de Julgamento em Brasília (DF), mediante o Acórdão nº 0366.917, de 19/03/2015 (efls. 89/91), objetivando a reforma do referido julgado. Em 29/01/2013, a empresa fez a opção pelo Simples Nacional, que foi indeferida, mediante o “Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional”, em 14/02/2013 (efl. 04/05), sob o fundamento de que a pessoa jurídica incorreu, naquele momento, na(s) seguinte(s) situação(ões) impeditiva(s): Débito previdenciário com a Secretaria da Receita Federal do Brasil, cuja exigibilidade não está suspensa. Lista de Competências: 1)Competência 11/2012 Valor: R$ 1.223,99 Débito não previdenciário com a Secretaria da Receita Federal do Brasil, cuja exigibilidade não está suspensa. Lista de Débitos: Débitos Código da Receita: 3333 Nome do Tributo: SIMPLESNAC Períodos de Apuração: 01 a 12/2011 Saldos Devedores: Valores na lista de débitos à efls. 04/05 A interessada apresentou manifestação de inconformidade contra o indeferimento da sua opção pelo Simples Nacional, com os seguintes argumentos (grifos não constam do original): I OS FATOS (...) Para sua surpresa em 29/01/2013, teve conhecimento do Termo de Indeferimento da Opção pelo Simples Nacional, no qual alegase falta de recolhimento do SIMPLES relativos aos períodos de 01/2011 a 12/2011, valores totalmente diversos da entrega da DASN, Declaração Anual do Simples no sistema do Simples em 16/04/2012, alterado por pessoa estranha ao conhecimento do contribuinte, gerando a cobrança do citado tributo e consequente o indeferimento de Opção pelo SISTEMA DO SIMPLES NACIONAL. 1 PRELIMINAR Senhor julgador, diante do que foi relatado, o contribuinte, tomou as devidas providências de retificar os dados alterados, retornando a realidade da movimentação normal, de acordo com a receita real registrada na contabilidade da empresa, respaldados pelas notas fiscais emitidas de vendas de produtos e serviços realizados no ano de 2011, conforme cópias anexas. A interessada anexou cópia da DASN AC2011 e recibo de entrega com data de 16/04/2012 (efls. 12/27) e Notas Fiscais (efls. 28/68). Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10580.722310/201381 Acórdão n.º 1001000.298 S1C0T1 Fl. 123 3 A DRJ considerou improcedente a manifestação de inconformidade e publicou acórdão com a seguinte ementa: ASSUNTO: SIMPLES NACIONAL Anocalendário: 2013 SIMPLES NACIONAL DECISÃO INDEFERITÓRIA DA OPÇÃO DE INGRESSO NÃO REGULARIZAÇÃO DAS PENDÊNCIAS NO PRAZO REGULAMENTAR A regularização de eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional deve ser feita enquanto não vencido o prazo para a solicitação. Manifestação de Inconformidade Improcedente Sem Crédito em Litígio Ciente da decisão de primeira instância em 11/06/2015 (quintafeira), conforme Aviso de Recebimento à efl. 92, a Recorrente apresentou recurso voluntário em 13/07/2015 (segundafeira), à efls. 94/96, conforme carimbo aposto à efl. 94. É o Relatório. Voto Conselheiro Edgar Bragança Bazhuni, Relator O recurso apresentado atende aos requisitos de admissibilidade previstos no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que regula o processo administrativofiscal (PAF). Dele conheço. Gira a lide sobre o indeferimento do pedido de inclusão no Simples Nacional, em virtude de os referidos débitos não estarem com a exigibilidade suspensa. A base legal do indeferimento foi o art. 17, inciso V, da Lei Complementar 123/2006, verbis: Das Vedações ao Ingresso no Simples Nacional Art. 17. Não poderão recolher os impostos e contribuições na forma do Simples Nacional a microempresa ou a empresa de pequeno porte: V que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa; (grifo não consta do original) Nesse particular, mediante o art 6º, §§1º e 2º, da Resolução CGSN nº 94/2011, o Comitê Gestor de Tributação das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (CGSN), assim dispôs sobre a forma de ingresso no regime especial: Fl. 123DF CARF MF Processo nº 10580.722310/201381 Acórdão n.º 1001000.298 S1C0T1 Fl. 124 4 DA OPÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL Art. 6º A opção pelo Simples Nacional darseá por meio do Portal do Simples Nacional na internet, sendo irretratável para todo o anocalendário. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, caput) § 1º A opção de que trata o caput deverá ser realizada no mês de janeiro, até seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do primeiro dia do anocalendário da opção, ressalvado o disposto no § 5º. (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, § 2º) § 2º Enquanto não vencido o prazo para solicitação da opção o contribuinte poderá: (Lei Complementar nº 123, de 2006, art. 16, caput) I regularizar eventuais pendências impeditivas ao ingresso no Simples Nacional, sujeitandose ao indeferimento da opção caso não as regularize até o término desse prazo; (grifos não pertencem ao original) No recurso interposto, a recorrente apresenta os argumentos transcritos a seguir, apenas os excertos que interessam à presente lide (grifos não constam do original): (...) Ocorre que, devido a um equívoco praticado pela sua contabilidade a Recorrente acabou sendo migrada para o lucro presumido e assumindo obrigações que extrapolaram sua rentabilidade, de modo a inviabilizar financeiramente o exercício de sua atividade comercial. Como é cediço tratase de um mero erro de fato, que se consubstancia, segundo o Prof. Paulo de Barros Carvalho, como um problema intranormativo, um desajuste interno na estrutura do enunciado, por insuficiência de dados linguísticos informativos ou pelo uso indevido de construções de linguagem que fazem as vezes de prova1. Em outras linhas, tratase do equívoco na interpretação dos fatos quando da sua subsunção a norma correlata. Como se observa, a recorrente reitera que os valores dos débitos eram indevidos, pois foram com base em declarações equivocadas feitas por pessoas estranhas (conforme relata em sua manifestação de inconformidade) e pela sua contabilidade (conforme informa no recurso). Ocorre que a recorrente somente apresentou a DASN retificadora, em 16/04/2012, portanto, após o prazo limite para regularizar as pendências impeditivas de ingresso ao Simples Nacional. Não obstante as alegações da recorrente de erro de fato, para a quais não logrou êxito em comprovar, conforme as telas extraídas dos sistemas da RFB, em 19/01/2015 (efls. 77 a 86), e anexadas pelo Serviço de Orientação Tributária (SEORT) da Delegacia da Receita Federal em Salvador (BA), constatase o débito de natureza previdenciária (competência 11/2012) encontravase em situação de exigibilidade após o término do prazo para regularização (efls. 85). Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10580.722310/201381 Acórdão n.º 1001000.298 S1C0T1 Fl. 125 5 A regularização tempestiva de pendências é condição sine qua non para o acesso ao regime de tributação do Simples Nacional, nos termos da legislação pertinente e transcrita acima. Por todo o exposto, face à comprovada existência de débito não suspenso perante a Fazenda Nacional na data limite para a opção (31/01/2013), voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso voluntário mantendose o indeferimento da opção pelo simples Nacional. (assinado digitalmente) Edgar Bragança Bazhuni Fl. 125DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 16004.000384/2009-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Feb 23 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. NATUREZA DIVERSA. PAGAMENTO.
A compensação é uma modalidade de extinção do crédito tributário, mas possui natureza diversa do pagamento. Nesse sentido, a contagem do prazo decadencial, quando há a extinção pela compensação deve ser computada pelo artigo 173, I, do Código Tributário Nacional.
Embargos Acolhidos. Crédito Tributário Mantido.
Numero da decisão: 3302-005.099
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanar a omissão alegada e rerratificar o acórdão embargado, sem efeitos infringentes.
(assinatura digital)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente
(assinatura digital)
Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora
Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior e Walker Araujo.
Nome do relator: SARAH MARIA LINHARES DE ARAUJO PAES DE SOUZA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 2004 COMPENSAÇÃO. NATUREZA DIVERSA. PAGAMENTO. A compensação é uma modalidade de extinção do crédito tributário, mas possui natureza diversa do pagamento. Nesse sentido, a contagem do prazo decadencial, quando há a extinção pela compensação deve ser computada pelo artigo 173, I, do Código Tributário Nacional. Embargos Acolhidos. Crédito Tributário Mantido.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanar a omissão alegada e rerratificar o acórdão embargado, sem efeitos infringentes. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède - Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza - Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior e Walker Araujo.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1539; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T2 Fl. 2 1 1 S3C3T2 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 16004.000384/200915 Recurso nº Embargos Acórdão nº 3302005.099 – 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária Sessão de 30 de janeiro de 2018 Matéria AUTO DE INFRAÇÃO PIS/COFINS Embargante USINA VERTENTE LTDA Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2004 COMPENSAÇÃO. NATUREZA DIVERSA. PAGAMENTO. A compensação é uma modalidade de extinção do crédito tributário, mas possui natureza diversa do pagamento. Nesse sentido, a contagem do prazo decadencial, quando há a extinção pela compensação deve ser computada pelo artigo 173, I, do Código Tributário Nacional. Embargos Acolhidos. Crédito Tributário Mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em acolher os embargos de declaração para sanar a omissão alegada e rerratificar o acórdão embargado, sem efeitos infringentes. (assinatura digital) Paulo Guilherme Déroulède Presidente (assinatura digital) Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Relatora Participaram do julgamento os Conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (Presidente), José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, José Renato Pereira de Deus, Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Jorge Lima Abud, Diego Weis Júnior e Walker Araujo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 00 4. 00 03 84 /2 00 9- 15 Fl. 631DF CARF MF 2 Tratase de embargos do Contribuinte, com fundamento na omissão em relação ao fundamento da compensação, se esta pode ser equiparada a pagamento ou não para contagem do prazo decadencial a partir do artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional. O despacho de admissibilidade resume os fatos, fls. 629: A Turma primeiro decidiu pela decadência parcial do crédito tributário, por força dos pagamentos efetuados pela contribuinte. A Unidade Preparadora esclareceu que tais pagamentos não ocorreram. A Turma então reviu sua decisão, e considerou que, ao caso, aplicavase o prazo decadencial previsto no art. 173 do CTN. Contudo, em nenhum momento o acórdão esclareceu a razão por que não considerou as compensações do contribuinte como equiparadas a pagamento para efeito de aplicar o prazo decadencial previsto no art. 150 do CTN. E isso foi objeto do recurso, se não vejamos (efolhas 469). Diante da omissão em analisar se a compensação pode ou não ser equiparada a pagamento, passase à análise. É o relatório. Voto Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, Relatora. 1. Da admissibilidade dos embargos inominados Houve admissibilidade dos embargos inominados, fls. 628, pela Conselheira Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza, com fundamento no artigo 66, do Anexo II, do Regimento Interno do Carf. 2. Da omissão No caso em análise, não assiste razão a Embargante, pois não se pode considerar a compensação como sinônimo de pagamento. É certo que a compensação é uma forma de extinção do crédito tributário, assim como o pagamento, mas eles não se configuram como sinônimos, possuindo natureza jurídica distintas. Apenas para ilustrar, no imposto sobre produtos industrializados IPI, o fenômeno da nãocumulatividade ocorre em compensar o que é devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores, ou seja, o creditamento ocorre na escrita fiscal, sendo do montante do imposto pago e destacado nas notas fiscais. Já a materialidade da contribuição para o PIS/Pasep e para a COFINS é o auferimento de receita, sendo que a nãocumulatividade decorre de normas aplicáveis aos créditos para a contribuição para o PIS/Pasep e da COFINS e são calculados a partir de gastos com bens e serviços (insumos) empregados na atividade própria. No IPI, há norma expressa que faz com que a compensação seja equivalente ao pagamento, ou seja, o aproveitamento do crédito escritural1. Diferentemente na contribuição 1 Decreto nº 7.212, de 2010 RIPI Fl. 632DF CARF MF Processo nº 16004.000384/200915 Acórdão n.º 3302005.099 S3C3T2 Fl. 3 3 para o PIS/Pasep e na COFINS, não há previsão legal expressa e são tributos com materialidades distintas. Portanto, não há como considerar, no PIS/COFINS, a compensação equivalente ao pagamento. Esclarecido o aproveitamento de crédito no PIS/COFINS, passase à análise do artigo 150, §4º, do Código Tributário Nacional determina que: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, operase pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considerase homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. (grifos não constam no original) A legislação é clara ao expressar pagamento e não outra forma de extinção do crédito tributário. Ademais, conforme precedente de Recurso Especial Repetitivo, abaixo colacionado, a forma para a contagem do artigo 150, § 4º, do Código Tributário Nacional é tão somente para os casos de pagamento: Art. 183. Os atos de iniciativa do sujeito passivo, no lançamento por homologação, aperfeiçoamse com o pagamento do imposto ou com a compensação deles, nos termos do art. 268 e efetuados antes de qualquer procedimento de ofício da autoridade administrativa (Lei nº 5.172, de 1966, art. 150, caput e § 1º, Lei no 9.430, de 1996, arts. 73 e 74, Lei no 10.637, de 2002, art. 49, Lei no 10.833, de 2003, art. 17, e Lei no 11.051, de 2004, art. 4o). Parágrafo único. Considerase pagamento: I o recolhimento do saldo devedor, após serem deduzidos os créditos admitidos dos débitos, no período de apuração do imposto; II o recolhimento do imposto não sujeito a apuração por períodos, haja ou não créditos a deduzir; ou III a dedução dos débitos, no período de apuração do imposto, dos créditos admitidos, sem resultar saldo a recolher. Fl. 633DF CARF MF 4 PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro Fl. 634DF CARF MF Processo nº 16004.000384/200915 Acórdão n.º 3302005.099 S3C3T2 Fl. 4 5 de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (REsp 973.733/SC; Relator: Ministro Luiz Fux; DJe: 18/09/2009) Tratase de decisão definitiva de mérito, proferida na forma do regime do recurso repetitivo, que por força do disposto no art. 62, § 2º, do Regimento Interno deste Conselho, deve ser observada pelos membros deste Conselho. Portanto, como não houve o pagamento antecipado, o prazo inicial deve ser contado pelo artigo 173, I, do Código Tributário Nacional, que é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. No caso em análise, a ciência do auto ocorreu 30 de junho de 2009, logo, o período de 1º a 29 de junho de 2004 tem como termo inicial o ano de 2005, portanto, tal período não estava atingido pelos efeitos da decadência, pois apesar de a compensação ser uma forma de extinção do crédito tributário, ela tem natureza jurídica diversa da do pagamento. 3. Conclusão Por todo o exposto, acolhemse os embargos de declaração, para sanar a omissão e rerratificar o acórdão. Sarah Maria Linhares de Araújo Paes de Souza Fl. 635DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10880.690285/2009-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 01 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Feb 26 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Data do fato gerador: 20/06/2008
DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR.
A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação.
CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA.
Considera-se confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos.
Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantém-se a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente não-homologação das compensações pleiteadas.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3302-005.197
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
PAULO GUILHERME DÉROULÈDE - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do fato gerador: 20/06/2008 DCOMP. PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. A mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. CORREÇÃO DE ALTERAÇÃO DE DCTF NÃO COMPROVADA EM DOCUMENTAÇÃO IDÓNEA. Considerase confissão de divida os débitos declarados em DCTF, motivo pelo qual qualquer alegação de erro no seu preenchimento deve vir acompanhada de declaração retificadora munida de documentos idôneos para justificar as alterações realizadas no cálculo dos tributos devidos. Não apresentada a escrituração contábil/fiscal, nem outra documentação hábil e suficiente, que justifique a alteração dos valores registrados em DCTF, mantémse a decisão proferida, sem o reconhecimento de direito credit6rio, com a conseqüente nãohomologação das compensações pleiteadas. Recurso Voluntário Negado. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) PAULO GUILHERME DÉROULÈDE Presidente e Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 69 02 85 /2 00 9- 07 Fl. 134DF CARF MF Processo nº 10880.690285/200907 Acórdão n.º 3302005.197 S3C3T2 Fl. 3 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/SP1, que manteve a não homologação da DCOMP, apresentada pela contribuinte recorrente, tendo em vista a constatação de não existência do crédito alegado. Cientificado, o Contribuinte, por seu representante legal, interpôs, tempestivamente Manifestação de Inconformidade, apresentando, resumidamente, as seguintes alegações: De acordo com o principio da verdade material que rege o procedimento administrativo, a Administração deve buscar o que é realmente a verdade, não ficando adstrita apenas às provas e aos documentos apresentados pelas partes no de processo administrativo. A Autoridade Fiscal, ao decidir pela nãohomologação do direito creditório da Requerente, fundamentou de forma singela o DespachoDecisório, deixando de se aprofundar sobre a questão da inexistência desse direito. Também, o despacho decisório deve ser reformado em razão do crédito compensado ser liquido e certo, conforme se depreende da leitura da DCTF retificadora, enviada para correção de erro de fato, e demais demonstrativos anexados à Manifestação de Inconformidade. Nesses termos, requer o cancelamento do despacho decisório e a homologação da compensação e a conseqüente extinção do crédito tributário. A DRJ indeferiu a manifestação de inconformidade nos termos do Acórdão 1629.434. O fundamento adotado, em síntese, foi o de que a mera alegação da existência do crédito, desacompanhada de elementos de prova, não é suficiente para reformar a decisão não homologatória de compensação. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de Fl. 135DF CARF MF Processo nº 10880.690285/200907 Acórdão n.º 3302005.197 S3C3T2 Fl. 4 3 junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.192, de 1 de fevereiro de 2018, proferido no julgamento do processo 10880.690280/200976, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.192): " O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Não há indicação de questões preliminares, razão pela qual passase diretamente ao mérito. I Do Crédito do Contribuinte Sustenta, invocando o princípio da verdade material, que os créditos lançados no DCOMP, estariam demonstrado nos documentos acostados aos autos. Segundo seu entendimento, a correção de informações apresentadas em DCTF, digase, após o recebimento da intimação do despacho decisório que não reconheceu o direito pleiteado, observese: "Sendo assim, a correção das informações anteriormente dispostas na DCTF, que são decorrentes de erros no preenchimento, que resultaram num indevido indeferimento da compensação pretendida, traduzemse como a maneira mais adequada de coroar o principio da verdade material, e refletir a realidade dos fatos, como forma evidenciar a existência dos créditos declarados e, negar provimento a Manifestação fundamentada na correção das informações, caracterizase como afronta a um dos princípios que norteiam o processo administrativo federal." No que tange a possibilidade de se realizar a retificação da DCTF, temos que tal fato é permitido pelas normas tributárias que disciplinam o assunto, destacando os dispositivos trazidos pela IN RFB nº 1.110/2010, donde destacamos o seguinte: Art. 9º A alteração das informações prestadas em DCTF, nas hipóteses em que admitida, será efetuada mediante apresentação de DCTF retificadora, elaborada com observância das mesmas normas estabelecidas para a declaração retificada. § 1º A DCTF retificadora terá a mesma natureza da declaração originariamente apresentada e servirá para declarar novos débitos, aumentar ou reduzir os valores de débitos já informados ou efetivar qualquer alteração nos créditos vinculados. § 2º A retificação não produzirá efeitos quando tiver por objeto: I reduzir os débitos relativos a impostos e contribuições: Fl. 136DF CARF MF Processo nº 10880.690285/200907 Acórdão n.º 3302005.197 S3C3T2 Fl. 5 4 a) cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em DAU, nos casos em que importe alteração desses saldos; b) cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna, relativos às informações indevidas ou não comprovadas prestadas na DCTF, sobre pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, já tenham sido enviados à PGFN para inscrição em DAU;ou c) que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização. II alterar os débitos de impostos e contribuições em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal. § 3º A retificação de valores informados na DCTF, que resulte em alteração do montante do débito já enviado à PGFN para inscrição em DAU ou de débito que tenha sido objeto de exame em procedimento de fiscalização, somente poderá ser efetuada pela RFB nos casos em que houver prova inequívoca da ocorrência de erro de fato no preenchimento da declaração e enquanto não extinto o crédito tributário. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.177, de 25 de julho de 2011) § 4º Na hipótese do inciso II do § 2º, havendo recolhimento anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao declarado, a pessoa jurídica poderá apresentar declaração retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro de fato, sem prejuízo das penalidades calculadas na forma do art. 7º. § 5º O direito de o contribuinte pleitear a retificação da DCTF extinguese em 5 (cinco) anos contados a partir do 1º (primeiro) dia do exercício seguinte ao qual se refere a declaração. [...] (grifos não originais) Assim, conforme podemos observar, tanto a Administração Tributária, neste caso de ofício, quanto o próprio contribuinte podem retificar os valores informados na DCTF, desde que seguidos os parâmetros estabelecidos na norma mencionada. Pois bem. No que tange à possibilidade de compensação espontânea realizada diretamente pelo contribuinte, temos que há a necessidade de se promover tal procedimento, obedecendose o disposto no art. 170, do CTN, bem como o que esta disciplinado pelo art. 74, da Lei nº 9.430/96. Observemos os dispositivos indicados: Art. 170 CTN Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública. Fl. 137DF CARF MF Processo nº 10880.690285/200907 Acórdão n.º 3302005.197 S3C3T2 Fl. 6 5 Art. 74, Lei nº 9.430/76 Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão. § 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. § 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. Nesse sentido, quando originário de pagamento de tributo indevido ou maior que o devido, além do cumprimento dos requisitos formais determinados na legislação específica, o contribuinte deve comprovar, com documentação adequada, que o alegado indébito é decorrente de alguma das causas especificadas no incisos I a III do art. 165 do CTN. Vale lembrar ainda que por se tratar de pedido de compensação de créditos por parte do próprio contribuinte, a este cabe a prova de seu direito, nos exatos termos do que disciplina o art. 373 do Código de Processo Civil: Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; (...) No caso em tela, mesmo entendendo a possibilidade de retificação da DCTF após o recebimento da notificação do Despacho Decisório que indeferiu o pedido de compensação, não foram trazidos aos autos os documentos que comprovariam as informações apresentadas na DCTF retificadora. Conforme se verifica dos autos do processo, a contribuinte recorrente teve a oportunidade de juntar tais documentos e não o fez. Não há que se falar em ferimento ao direito ao contraditório e à ampla defesa, vez que, foram garantidos à contribuinte recorrente, como o fez, a oportunidade de se manifestar por meio de peças de defesa para a comprovação de seu direito, momento em que poderia requerer a juntada de todos os documentos que entenderia pertinentes a comprovação de suas alegações. Certo está que, em que pese a possibilidade de carrear aos autos os documentos que lhe garantiriam o direito à compensação, não o fez, bastouse a fazer alegações genéricas, tentando imputar a falta de apresentação de documentos ao fisco, o que, como demonstrado pela legislação acima mencionada, não se faz aceitável. Dessa forma, a falta de apresentação de documentos que comprovariam o erro na confecção da DCTF, alegado pela recorrente, fato esse que Fl. 138DF CARF MF Processo nº 10880.690285/200907 Acórdão n.º 3302005.197 S3C3T2 Fl. 7 6 embasaria a confecção da retificadora, não pode ser considerada a compensação pleiteada. II Conclusão Por todo o exposto, voto por reconhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso." Da mesma forma que ocorreu no caso do paradigma, no presente processo o contribuinte não logrou comprovar as informações apresentadas na DCTF retificadora, que embasariam o direito creditório pleiteado. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 139DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.904282/2009-50
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 1999
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL - COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.057
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 1999 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 42 82 /2 00 9- 50 Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10120.904282/200950 Acórdão n.º 3401004.057 S3C4T1 Fl. 3 2 Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10120.904282/200950 Acórdão n.º 3401004.057 S3C4T1 Fl. 4 3 foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 76DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12452.000310/2010-75
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Fri Jan 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Apr 18 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Regimes Aduaneiros
Período de apuração: 03/03/2003 a 10/07/2008
DRAWBACK SUSPENSÃO - DECADÊNCIA- TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE A DATA DE VENCIMENTO DO REGIME.
O termo inicial para contagem do prazo decadencial corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte ao fim do Ato Concessório do Regime Drawback suspensão, isto é, contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, que se consuma no trigésimo dia do término do prazo validade do ato concessório.
Numero da decisão: 9303-006.291
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Érika Costa Camargos Autran - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Márcio Canuto Natal, Jorge Olmiro Lock Freire, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: ERIKA COSTA CAMARGOS AUTRAN
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ementa_s : Assunto: Regimes Aduaneiros Período de apuração: 03/03/2003 a 10/07/2008 DRAWBACK SUSPENSÃO - DECADÊNCIA- TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE A DATA DE VENCIMENTO DO REGIME. O termo inicial para contagem do prazo decadencial corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte ao fim do Ato Concessório do Regime Drawback suspensão, isto é, contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, que se consuma no trigésimo dia do término do prazo validade do ato concessório.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Márcio Canuto Natal, Jorge Olmiro Lock Freire, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello.
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ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 03/03/2003 a 10/07/2008 DRAWBACK SUSPENSÃO DECADÊNCIA TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE A DATA DE VENCIMENTO DO REGIME. O termo inicial para contagem do prazo decadencial corresponde ao primeiro dia do exercício seguinte ao fim do Ato Concessório do Regime Drawback suspensão, isto é, contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, que se consuma no trigésimo dia do término do prazo validade do ato concessório. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. Votaram pelas conclusões os conselheiros Tatiana Midori Migiyama, Demes Brito e Vanessa Marini Cecconello. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 45 2. 00 03 10 /2 01 0- 75 Fl. 2501DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 169 2 (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Pôssas, Charles Mayer de Castro Souza, Érika Costa Camargos Autran, Andrada Márcio Canuto Natal, Jorge Olmiro Lock Freire, Demes Brito, Tatiana Midori Migiyama, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto pela Fazenda Nacional contra o acórdão n.º 3102002.127, de 28 de janeiro de 2014 (fls. 2179 a 2199 do processo eletrônico), proferido Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Terceira Seção de Julgamento deste CARF, decisão que por unanimidade de votos, negou provimento ao Recurso de Ofício e, por maioria, deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reconhecer apenas a decadência do crédito tributário relativo ao Ato Concessório n.º 20030021294. A discussão dos presentes autos tem origem nos autos de infração, em que foi formalizada a exigência do crédito tributário suspenso do Imposto sobre a Importação, do Imposto sobre Produtos Industrializados, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, e acréscimos legais, no valor total de R$ 5.699.038,07. Cientificado do Auto de Infração, o Contribuinte apresentou a impugnação de fls. 687/719, em que, em preliminar, alegou a nulidade do auto de infração por cerceamento do direito de defesa e ofensa ao princípio da motivação e a decadência dos créditos tributários relativos ao ato concessório 20030021294. No mérito alegou que: a) exportara os insumos importados em quantidade equivalente ao convencionado, logo, cumprira o compromisso de exportação firmado nos referidos AC; b) em relação às irregularidades formais apontadas pela fiscalização, alegou que elas poderiam implicar cobrança de multa por descumprimento de obrigação acessória, mas não o descumprimento do regime especial do drawback suspensão em apreço, Fl. 2502DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 170 3 uma vez que os insumos importados, com os benefícios do referido regime, foram exportados; c) no que tange ao princípio da vinculação física, alegou que a fungibilidade não descaracterizaria a exportação e o cumprimento do regime, haja vista que a mercadoria exportada era do mesmo gênero, qualidade e quantidade da prevista no AC e que as exportações foram realizadas dentro do prazo de validade; d) os produtos contidos nas Declarações de Importação n.ºs 04/02204160 e 03/11394129 e importados sob o regime de Drawback, foram devidamente nacionalizados; e e) no cálculo dos supostos créditos tributários, foi desconsiderado o regime automotivo a que a recorrente faz jus e que reduz em 40% (quarenta por cento) o Imposto de Importação quando da importação de determinadas autopeças e, por consequência, altera a base de cálculo dos demais tributos federais, objetos do presente auto de infração. A DRJ em São Paulo I/SP julgou procedente em parte, nos termos do voto do relator, com base nos fundamentos resumidos nos enunciados das ementas que seguem transcritos: DRAWBACK SUSPENSÃO. A contagem do prazo decadencial deve obedecer ao disposto no artigo 173, inciso I, do CTN. Iniciase no primeiro dia do exercício seguinte ao da emissão e encaminhamento do Relatório de Comprovação pela Secex à Receita Federal/Diagnóstico de “baixa”. DRAWBACK. INADIMPLEMENTO. BENEFÍCIO FISCAL. REDUÇÃO. APLICABILIDADE. Cumpridos os requisitos previstos pela Lei nº 10.182/2001 para fazer jus ao benefício de redução do Imposto de Importação, a inadimplência de Regime Aduaneiro Especial de Drawback não se constitui em fundamento para a perda desse benefício. A nacionalização independe de retificação da DI original e não é vedado, nesse momento, o reconhecimento de benefício fiscal pleiteado pelo importador. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA. O regime aduaneiro especial de drawback suspensão exige a comprovação da vinculação física entre insumos importados e produtos finais Fl. 2503DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 171 4 exportados. A apresentação de Registros de Exportação sem o devido código de operação e ou desprovido de vinculação inequívoca ao Ato Concessório não se presta como prova do adimplemento do regime, sendo inadmissíveis, após a averbação das exportações, alterações unilaterais nos citados documentos sem a devida anuência da autoridade aduaneira. O Contribuinte apresentou Recurso Voluntário e o Presidente de Turma de Julgamento a quo recorreu de ofício; o Colegiado por unanimidade de votos, negou provimento ao Recurso de Ofício e, por maioria, deu parcial provimento ao Recurso Voluntário, para reconhecer apenas a decadência do crédito tributário relativo ao Ato Concessório nº 20030021294, conforme acórdão assim ementado in verbis: ASSUNTO: REGIMES ADUANEIROS Período de apuração: 08/03/2003 a 10/07/2008 REGIME AUTOMOTIVO. ATENDIMENTO DOS REQUITOS LEGAIS. INADIMPLEMENTO DO REGIME DRAWBACK SUSPENSÃO. APLICABILIDADE. Se configurado o inadimplemento do regime aduaneiro especial de drawback suspensão, o importador que atenda os requisitos legais do regime automotivo, instituído na Lei 10.182/2001, faz jus a fruição da redução do imposto sobre a importação, prevista no referido benefício fiscal. NACIOLIZAÇÃO DE MERCARIA. RETIFICAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE IMPORTAÇÃO (DI). RECONHECIMENTO DE BENEFÍCIO FISCAL. POSSIBILIDADE. A nacionalização de mercadoria importada independe de retificação da DI original e não é vedado, nesse momento, o reconhecimento de benefício fiscal pleiteado pelo importador. DRAWBACK SUSPENSAO. DESATENDIMENTO A REQUISITOS FORMAIS QUE IMPEDEM A VINCULAÇÃO DAS EXPORTAÇÕES AO ATO CONCESSÓRIO DO REGIME. INADIMPLEMENTO. 1. É da incumbência do beneficiário do regime de drawback suspensão o controle atinente à vinculação, material e formal, quanto ao emprego dos Fl. 2504DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 172 5 insumos importados na industrialização e exportação das mercadorias compromissadas no ato concessório correspondente. 2. Não se presta como meio de prova do regime drawback suspensão, o Registro de Exportação (RE) que não contenha o código do regime e a informação do fabricante do produto exportado. DRAWBACK, MODALIDADE DE SUSPENSÃO. INOBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO FÍSICA. INADIMPLEMENTO DO REGIME. EXIGÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. POSSIBILIDADE. 1. O princípio da vinculação é de observância obrigatória no âmbito do regime de drawback, modalidade suspensão, que exige que os insumos importados devem ser aplicados no produto exportado, integrandoo fisicamente ou se consumindo no processo de produtivo. 2. O descumprimento do princípio da vinculação física implica descumprimento do regime drawback suspensão e, em consequência, exigência dos tributos suspensos, em face da aplicação do regime, com os devidos acréscimos legais. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 08/03/2003 a 10/07/2008 NULIDADE. AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA DA ALEGADA FALTA DE MOTIVAÇÃO E CERCEAMENTO DO DIREITO DEFESA. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE. Não comprovado o suposto prejuízo ao direito de defesa do sujeito passivo, o auto de infração lavrado com observância dos requisitos legais deve ser considerado em boa e devida forma. DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUSPENSOS. REGIME DRAWBACK SUSPENSÃO. TERMO INICIAL. PRIMEIRO DIA DO EXERCÍCIO SEGUINTE A DATA DE VENCIMENTO DO REGIME. LANÇAMENTO APÓS O PRAZO QUINQUENAL. OCORRÊNCIA. É considerado extinto pela decadência o crédito tributário suspenso em decorrência da aplicação do regime drawback suspensão, mas não lançado no prazo de 5 (cinco) anos, contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, que se consuma no trigésimo dia do término do prazo validade do ato concessório. Fl. 2505DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 173 6 Recurso de Ofício Negado. Recurso Voluntário Procedente em Parte. A Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial de Divergência (fls. 2201 a 2210) em face do acórdão recorrido que deu provimento parcial ao recurso do Contribuinte, a divergência suscitada pela Fazenda Nacional foi em razão de que o Acórdão recorrido considerou que nos casos de crédito tributário suspenso no regime Drawback o marco para início de contagem do prazo decadencial é o primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, isto é no trigésimo dia do término do prazo de validade do ato concessório. Para comprovar a divergência jurisprudencial suscitada, a Fazenda Nacional apresentou como paradigmas os acórdão de números n.º 30129.984 e 30131.373. A comprovação dos julgados firmouse pela transcrição de inteira das ementas dos acórdãos no corpo da peça recursal. O Recurso Especial foi admitido, conforme despacho de fls. 2212 a 2214, sob o argumento que o contraste das ementas e do teor dos votos das decisões evidencia a divergência quanto à data para início do prazo para o lançamento de credito tributário suspenso no regime de Drawback. O acórdão recorrido considerou o primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, isto é no trigésimo dia do término do prazo de validade do ato concessório. Conquanto, o acórdão paradigma firma entendimento diverso, concluindo que a contagem só pode ocorrer após a emissão do relatório de comprovação emitido pelo órgão administrador do benefício. Entendendo, ter ficado comprovado a divergência jurisprudencial. O Contribuinte foi regularmente cientificado às fls. 2.218, do acórdão, do Recurso Especial da Fazenda Nacional e do despacho de admissibilidade, tendo apresentado apenas as contrarrazões, às fls. 2223 a 2227, manifestando pelo não provimento do Recurso Especial e que seja mantido o v. acórdão. Fl. 2506DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 174 7 É o relatório em síntese. Voto Conselheira Érika Costa Camargos Autran Relatora O Recurso Especial da Fazenda Nacional foi interposto tempestivamente, e atende os demais requisitos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido, pois, no acórdão recorrido entendeuse que é considerado extinto pela decadência o crédito tributário suspenso em decorrência da aplicação do regime drawback suspensão, mas não lançado no prazo de 5 (cinco) anos, contado a partir do primeiro dia do exercício seguinte à data de vencimento do regime, que se consuma no trigésimo dia do término do prazo validade do ato concessório. Nos acórdãos paradigmas (30129.984 e 30131.373) apresentados pela Fazenda Nacional dispõe que o prazo de cinco anos para a Fazenda Nacional constituir o crédito tributário decorrente do regime drawback é o consagrado no art. 173, inciso I do CTN, cuja contagem só poderá ocorrer após a emissão do relatório de comprovação emitido pelo órgão administrador do benefício. Ressalto que referente ao acórdão nº 30129.984, em consulta ao site do CARF, foi verificado que a decisão foi mantida conforme acórdão nº CRSF/0304.570 que julgou Recurso Especial. Estando claro que quanto a aplicação do art. 173, I do CTN, não há discussão. Somente estaremos tratando aqui acerca do termo inicial em caso de drawback suspensão. O que discordo. Entendo que neste caso, o fisco somente pode agir (lançar) trinta dias depois do término do prazo suspensivo. A autoridade fiscal não consegue juridicamente efetuar um lançamento sem saber se ocorreu o fato gerador, ou seja, o descumprimento do regime. Pelo texto legal do CTN ocorre o fato gerador quando se deixa de cumprir o regime, o que somente pode ser aferido após o término do regime. Fl. 2507DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 175 8 Art. 115. Fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal. Art. 116. Salvo disposição de lei em contrário, considerase ocorrido o fato gerador e existentes os seus efeitos: I – tratandose de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II – tratandose da situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos termos de direito aplicável. Art. 117. Para os efeitos do inciso II do artigo anterior e salvo disposição de lei em contrário, os atos ou negócios jurídicos condicionais reputamse perfeitos e acabados: I – sendo suspensiva a condição, desde o momento de seu implemento; II – sendo resolutória a condição, desde o momento da prática do ato ou da celebração do negócio. Assim, podese depreender que houve uma condição suspensiva que é a concessão do regime. Vale ressaltar que o Novo Código Civil Brasileiro, que tratam dessa questão das condições, assim determina: Art. 121. Considerase condição a cláusula que, derivando exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a evento futuro e incerto. Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma das partes. Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos que lhes são subordinados: I as condições física ou juridicamente impossíveis, quando suspensivas; II as condições ilícitas, ou de fazer coisa ilícita; Fl. 2508DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 176 9 III as condições incompreensíveis ou contraditórias. Art. 124. Têmse por inexistentes as condições impossíveis, quando resolutivas, e as de não fazer coisa impossível. Art. 125. Subordinandose a eficácia do negócio jurídico à condição suspensiva, enquanto esta se não verificar, não se terá adquirido o direito, a que ele visa. Art. 126. Se alguém dispuser de uma coisa sob condição suspensiva, e, pendente esta, fizer quanto àquela novas disposições, estas não terão valor, realizada a condição, se com ela forem incompatíveis. Art. 127. Se for resolutiva a condição, enquanto esta se não realizar, vigorará o negócio jurídico, podendo exercerse desde a conclusão deste o direito por ele estabelecido. Art. 128. Sobrevindo a condição resolutiva, extinguese, para todos os efeitos, o direito a que ela se opõe; mas, se aposta a um negócio de execução continuada ou periódica, a sua realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, desde que compatíveis com a natureza da condição pendente e conforme aos ditames de boafé. Por fim temo o parecer Cosit nº 53/99, segue a mesma linha, senão vejamos: “7.1 De conformidade com os arts. 1º e 23 do Decretolei nº 37, de 1966, com a nova redação dada pelo Decretolei nº 2.472, de 1988, regulamentados pelos arts. 86 e 87, inciso I, alínea “a”, do Regulamento Aduaneiro, o fato gerador do Imposto de Importação (II) é a entrada da mercadoria estrangeira no território nacional, considerandose ocorrido o fato gerador, para efeito de cálculo dos impostos, na data do registro da Declaração de Importação DI. Quanto ao Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de acordo com o art. 32, inciso I, do Decreto nº 2.637, de 25 de junho de 1998 (RIPI), o fato gerador ocorre na data do desembaraço aduaneiro da mercadoria. 7.2 Segundo o art. 112 do RA matriz legal: art. 27 do Decretolei nº 37, de 1966 , para fins de pagamento do II, a data do vencimento é a data do Fl. 2509DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 177 10 registro da DI, sendo que, no caso do IPI, nos termos do art.185, inciso I, do RIPI, o imposto deverá ser recolhido antes da saída do produto da repartição aduaneira que processar o despacho. 7.3 Em cumprimento ao disposto no art. 144 do Código Tributário Nacional, o lançamento do imposto reportase à data da ocorrência do fato gerador, assim, inadimplido o compromisso de exportação, os acréscimos legais referentes ao II serão calculados a partir da data do registro da DI, e, para o IPI, a contagem de prazo, para fins dos acréscimos legais, terá como termo inicial a data do desembaraço aduaneiro das mercadorias. 7.4 Quanto à contagem do prazo, para efeitos de decadência, observese que o Código Tributário Nacional, arts. 150, § 4º, e 173, fixa o prazo decadencial em cinco anos, e a doutrina, em geral, confirma, para todas as modalidades de lançamento a que esteja sujeito o tributo, variando contudo o termo inicial que se vincula à ciência da Fazenda Pública da ocorrência do fato gerador da obrigação tributária. Portanto, com exceção da hipótese prevista no inciso II do art. 173 do CTN, o prazo qüinqüenal começará a fluir após o conhecimento, pelo fisco, da prática, pelo sujeito passivo, do fato imponível. 7.5 No drawback, modalidade suspensão, por ser um incentivo fiscal concedido sob condição resolutiva, não adimplido o compromisso de exportação, embora o fato gerador ocorra na data do registro da DI do respectivo despacho aduaneiro, o pagamento do crédito correspondente somente será exigido do beneficiário, após constada a sua inadimplência em relação ao compromisso de exportação assumido.(grifei). No presente caso, andou bem o acórdão recorrido, pois adotou a posição externada supra: "Da decadência do direito de constituir o crédito tributário. Fl. 2510DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 178 11 A recorrente alegou que, na data do lançamento, que ocorreu no dia 26/11/2010, o crédito tributário relativo ao AC nº 20030021294 já se encontrava extinto pela decadência, com base no argumento de que a contagem do prazo decadencial tem início no primeiro do dia do exercício seguinte ao dia imediatamente posterior ao trigésimo dia da data limite de exportação, que, no caso do referido AC, aconteceu no dia 4/9/2004, uma vez que o prazo decadencial teve início em 1/1/2005 e término em 31/12/2009. Por sua vez, o órgão julgador de primeiro grau entendeu que não houve a alegada decadência, com base no de que o referido prazo decadencial inicia se a partir do primeiro dia do exercício seguinte ao da emissão do diagnóstico de baixa do compromisso de exportação por parte da Secex, o que, no caso do citado AC, somente ocorrera em 4/7/2006, portanto, na data da conclusão do lançamento ainda não havia expirado o prazo quinquenal de decadência em apreço. Do cotejo dos dois posicionamentos, resta evidenciado que ambos estão de acordo quanto à aplicação da regra de contagem do prazo de decadencial estabelecida no art. 173, I, do CTN. A discórdia reside apenas em relação ao evento que define adoção da referida forma de contagem do prazo em comento. Com efeito, a recorrente entende que seria o trigésimo dia da data de validade do AC, enquanto que órgão de julgador de primeiro grau defende que seria a data de emissão do diagnóstico de baixa do compromisso de exportação emitodo pela Secex. A razão está com a recorrente, pois, na operação de importação realizada sob regime aduaneiro especial drawback, modalidade suspensão, os tributos incidentes ficam com a exigibilidade suspensa ficam aguardando o desfecho final do regime que, normalmente, darseá de duas formas: a) mediante o cumprimento total do compromisso de exportação, realizado de acordo com as condições estabelecidas no ato concessório. Neste caso, a Fl. 2511DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 179 12 suspensão convertese em isenção, excluindo em definitivo a exigência dos tributos incidentes na operação; ou b) com vencimento do prazo do regime, sem o cumprimento parcial ou total do compromisso de exportação assumido. Nesta hipótese, os tributos suspensos passam ser devidos, com os devidos acréscimos legais. Em relação ao inadimplemento do regime, a questão relevante passa a ser a data em que os tributos devidos tornamse exigíveis e, por conseguinte, passíveis de lançamento de ofício, se não quitados ou confessados pelo beneficiário, o que ocorre somente após o prazo de 30 (trinta) dias, contado da data do vencimento do ato concessório, conforme dispõe o inciso do I art. 3421 do Regulamento Aduaneiro de 2002 (RA/2002), veiculado pelo Decreto nº 4.543, de 26 de dezembro de 2002, vigente na época dos fatos objeto das presentes autuações. Segundo o citado preceito legal, configurado o inadimplemento do compromisso de exportar, total ou parcialmente, o beneficiário do regime dispõe ainda de trinta dias, contados data do vencimento do AC, para adotar uma das seguintes providências em relação às mercadorias admitidas no regime que, no seu todo ou em parte, não tenham sido empregadas no processo produtivo ou empregadas em desacordo com o estabelecido no ato concessório, a saber: (i) devolução ao exterior ou reexportação; (ii) destruição, sob controle aduaneiro, às expensas do interessado; ou (iii) destinação para consumo interno, mediante o pagamento dos tributos suspensos, com os acréscimos legais devidos. Assim, expirado o mencionado prazo de 30 (trinta) dias e não comprovada a adoção de uma das providências relacionadas no referido preceito legal, estará configurado o inadimplemento do regime aduaneiro especial em Fl. 2512DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 180 13 comento, em decorrência, a autoridade fiscal poderá realizar ao lançamento do respectivo crédito tributário. Logo, se o direito de lançamento pode ser exercido a partir da referida data, obviamente, o prazo decadencial também começará a fluir, porém, em conformidade com o disposto no art. 173, I, do CTN, a partir do primeiro dia do exercício seguinte à referida data. No mesmo sentido, dispõe o subitem 27.1, combinado com o disposto no subitem 26.3, da Consolidação das Normas do Regime Drawback, anexa ao Comunicado Decex nº 21, de 11 de julho de 19972, vigente na época da emissão do AC, a seguir transcrito: 26.3 Na modalidade de suspensão, vencido o Ato Concessório de Drawback e não cumprido o compromisso de exportar, em razão da não utilização ou utilização parcial da mercadoria importada, a beneficiária deverá adotar, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados a partir da data limite para exportação, estabelecida no Ato Concessório de Drawback, uma das providências relacionadas a seguir: I providenciar a devolução ao exterior da mercadoria não utilizada; II requerer a destruição da mercadoria imprestável ou da sobra, sob controle aduaneiro, às suas expensas; ou III destinar a mercadoria remanescente para consumo interno, com o devido recolhimento dos tributos e adicionais exigidos na importação, com os acréscimos legais previstos na legislação, observadas no que couber, as normas gerais de importação. (...) 27.1 Será declarado o inadimplemento do Regime de Drawback, modalidade suspensão, se vencido o prazo estabelecido no item 26.3 e não comprovada a adoção de uma das providências previstas. (...) Logo, transcorrido o prazo de 30 (trinta) dias, previsto para a regularização espontânea do inadimplemento do compromisso de exportação, sem que o beneficiário do regime tenha adotado uma das providências que lhe fora Fl. 2513DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 181 14 facultada, certamente, estará definitivamente configurado o inadimplemento do regime e, por conseguinte, a partir do primeiro dia seguinte, inexiste qualquer óbice para que a autoridade fiscal proceda a verificação do cumprimento do regime e, se for o caso, o lançamento da totalidade ou parte dos tributos devidos. Em suma, podese concluir que, em consonância com o disposto no inciso I do art. 173 do CTN, a contagem do prazo decadencial do direito de lançar tem início a partir do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorre o vencimento do regime, ou seja, trinta dias após o vencimento do ato concessório, com término no último dia do quinto ano seguinte. No caso, as datas de vencimento do AC nº 20030021294 (fl. 737) e do respectivo regime de drawback suspensão ocorreram, respectivamente, em 8/9/2003 e 8/10/2003, logo, no caso em tela, o prazo de decadência teve início em 1/1/2004 e término em 31/12/2008. Como a autuada foi cientificada dos Autos de Infração em 10/12/2010, fica cabalmente demonstrada o transcurso do prazo quinquenal de decadência em apreço e, em decorrência, a procedência da decadência suscitada pela recorrente. A questão da decadência no regime aduaneiro especial de Drawback já foi pacificada pela Câmara Superior de Recursos Fiscais, que adota o prazo decadencial em conformidade com o artigo 173, inciso I, do CTN, conforme s e verifica na ementa dos acórdãos a seguintes Acórdão nº 9303001.411: Ementa(s) NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 19/10/ 1994, 17/11/1994, 18/11/1994, 16/12/1994 DRAWBACK. DECADÊNCIA. CONTAGEM DO PRAZO. Para a contagem do prazo decadencial, na hipótese de Fl. 2514DF CARF MF Processo nº 12452.000310/201075 Acórdão n.º 9303006.291 CSRFT3 Fl. 182 15 descumprimento do Drawback, devese aplicar o artigo 173, inciso I, do CTN, tendo em vista que o lançamento somente pode ocorrer após o término do pr azo previsto no Ato Concessório, contandose o prazo decadencial a partir do primeiro dia do exercício, independentemente de pagamento. Acórdão nº 9303003.465 Ementa: DRAWBACK. DECADÊNCIA. TERMO INICIAL. No regime do Drawback Suspensão o início do prazo para o lançamento é o primeiro dia do exercício seguinte ao trigésimo dia após o término do regime concessivo, constante no respectivo ato concessório. Diante do exposto, negase provimento ao Recurso Especial da Fazenda Nacional, MANTENDO O ACORDÃO RECORRIDO. É como Voto. (assinado digitalmente) Érika Costa Camargos Autran Fl. 2515DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12585.000506/2010-54
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 30 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Mar 15 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006
PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO.
No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente.
Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista.
PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE.
Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição.
PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO.
O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte.
Recurso Voluntário Negado
Direito Creditório Não Reconhecido
Numero da decisão: 3302-005.127
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: PAULO GUILHERME DEROULEDE
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetiva-se uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista. PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte. Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido
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TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. Recorrente SORANA COMERCIAL E IMPORTADORA LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/10/2006 a 31/12/2006 PEDIDO RESSARCIMENTO. CRÉDITO DE PIS/PASEP E COFINS INCIDENTES SOBRE PRODUTOS SUJEITOS À TRIBUTAÇÃO MONOFÁSICA. COMERCIANTE REVENDEDOR. INDEFERIMENTO. No regime monofásico de tributação não há previsão de ressarcimento de tributos pagos na fase anterior da cadeia de comercialização, haja vista que a incidência efetivase uma única vez, sem previsão de fato gerador futuro e presumido, como ocorre no regime de substituição tributária para frente. Após a vigência do regime monofásico de incidência, não há previsão legal para o pedido de ressarcimento da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins incidente sobre a venda de automóveis e autopeças para o comerciante atacadista ou varejista. PER/DCOMP. RESTITUIÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. IMPOSSIBILIDADE. Nos casos de PER/DCOMP transmitidas visando a restituição ou ressarcimento de tributos, não há que se falar em homologação tácita por falta de previsão legal. Restituição e compensação se viabilizam por regimes distintos. Logo, o prazo estipulado no §5º do art. 74 da Lei n. 9.430/1996 para a homologação tácita da declaração de compensação não é aplicável aos pedidos de ressarcimento ou restituição. PRAZO DECISÃO ADMINISTRATIVA. ART. 24, 5º DA LEI Nº 11.457/2007. 360 (TREZENTOS E SESSENTA) DIAS. INAPLICABILIDADE NOS PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. O prazo previsto no art. 24, § 5º da Lei nº 11.457/2007 é aplicado aos julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pelo contribuinte. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 58 5. 00 05 06 /2 01 0- 54 Fl. 261DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 3 2 Recurso Voluntário Negado Direito Creditório Não Reconhecido Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. O Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède votou pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède, José Fernandes do Nascimento, José Renato Pereira de Deus, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Diego Weis Junior, Jorge Lima Abud, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto contra decisão proferida pela DRJ/FOR, que manteve a decisão que indeferiu o pedido de ressarcimento formulado pela contribuinte recorrente, relativo a crédito de COFINS nãocumulativa/mercado interno, vinculado a receitas tributadas à alíquota 0(zero) no mercado interno. O despacho decisório estava assim ementado: AQUISIÇÃO PARA REVENDA. MÁQUINAS, VEÍCULOS E AUTOPEÇAS. INCIDÊNCIA MONOFÁSICA. IMPOSSIBILIDADE DE APURAÇÃO DE CRÉDITO. Não geram créditos as aquisições para revenda de máquinas, veículos e autopeças sujeitos à incidência monofásica ainda que a pessoa jurídica adquirente esteja sujeita à nãocumulatividade e que a sua respectiva receita de venda seja sujeita à alíquota zero. (art. 3º, I, b, c/c o art. 2º, §1º, III e IV, das Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003) Cientificado do decisório o contribuinte manifestou inconformidade na qual pede o crédito de ressarcimento, com base nas seguintes razões: · Como se passaram mais de cinco anos entre a apresentação do PER e a ciência do Despacho Decisório, não caberia mais à Administração Tributária denegar o crédito pleiteado, devendo ser ele reconhecido tacitamente, por força do §5º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996 (art. 37, §5º, da Constituição Federal); Fl. 262DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 4 3 · O art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, possibilita o creditamento que gera a existência do crédito pleiteado. A 4ª Turma da DRJ/FOR, por unanimidade de votos, indeferiu a solicitação contida na manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 08033.390. Valendose do direito que lhe é facultado pelo art. 33 do Decreto nº 70.235, de 06 de março de 1972, alterado pelo art. 1º da Lei nº 8.748, de 9 de dezembro de 1993, e pelo art. 32 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, a contribuinte manejou Recurso Voluntário, onde repisou os argumentos trazidos na manifestação de inconformidade. É o relatório. Voto Conselheiro Paulo Guilherme Déroulède, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3302005.113, de 30 de janeiro de 2018, proferido no julgamento do processo 12585.000491/201024, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3302005.113): "O Recurso Voluntário é tempestivo, trata de matéria da competência deste Colegiado e atende aos pressupostos legais de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Como dito anteriormente, estamos diante de Recurso Voluntário que insurgise contra a decisão da DRJ de Fortaleza, que manteve o indeferimento de suposto crédito em favor da contribuinte recorrente, relacionados a crédito de COFINS nãocumulativa/mercado interno, vinculado a receita tributadas com alíquota 0 (zero), referente ao 3º trimestre de 2004, bem como a inexistência da figura da homologação tácita de pedido de restituição/ressarcimento realizado por contribuintes. I Pedido de Ressarcimento. Homologação Tácita Sustenta a contribuinte que teria ocorrido a homologação tácita do crédito objeto do pedido de ressarcimento, tendo em vista ter transcorrido o prazo quinquenal, previsto no § 5º do art. 74 da Lei nº 9.430/96. Pois bem. A Lei n. 10.637/2002, ao alterar o art. 74 da Lei n. 9.430/1996, teve por objetivo unificar o regime de compensação, extinguindo a compensação realizada na DCTF (Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais), na escrituração contábil ou condicionada ao deferimento de pedido administrativo. Todas essas modalidades foram substituídas pelo regime de autocompensação, que é aplicável aos tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal. Fl. 263DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 5 4 No regime acima referido, a extinção do crédito tributário se dá de forma tácita após o decurso do prazo de 5 anos, nos exatos termos do § 5º do artigo 74 da Lei nº 9.430/96, conforme podemos observar abaixo: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administradas por aquele órgão. (...) § 5º O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação (Redação dada pela Medida Provisória n. 135, de 2003, depois convertida na Lei n. 10.833/2003). Conforme podemos observar, o prazo de 5 anos para a homologação tácita não diz respeito aos pedidos de ressarcimento ou restituição. O fato de os pedidos de ressarcimento/restituição serem transmitidos pelo mesmo sistema em que é feita a transmissão dos pedidos de compensação não autorizam a necessidade de se obedecer tal prazo pelo Fisco. Vale dizer, nos pedidos de ressarcimento/restituição não existe a extinção de uma dívida tributária, o que se visa com tal procedimento é o reconhecimento de um direito do contribuinte. Para que o pedido de ressarcimento/restituição seja deferido, fazse necessária a comprovação de sua existência por parte do contribuinte, não havendo a comprovação não ha que se falar em homologação, muito menos em homologação tácita. Desta forma, pela necessidade de haver a contribuição direta do contribuinte em sua comprovação, não existe prazo legal para que o fisco reconheça ou não a existência dos créditos sobre os quais recaia o pedido de ressarcimento/restituição. Nesse sentido, peço vênia para transcrever parte do voto do I. Conselheiro Jorge Olmiro Loch Freire, no Acórdão nº 3402004.569, que tratou da mesma matéria, vejamos: " (...) Como se vê, por disposição legal expressa, a homologação tácita é aplicável unicamente à Declaração de Compensação, não havendo possibilidade de sua aplicação aos Pedidos de Restituição e Ressarcimento (PER). Isto ocorre porque quando o contribuinte realiza um pedido de compensação, nada mais está fazendo do que um lançamento por homologação: apura o tributo devido, realiza a declaração, e substitui o pagamento em espécie, por um pagamento com crédito tributário que possui junto ao ente tributante. E é por essa razão que, quando não há a apreciação expressa do pedido de compensação, passados 5 anos após a sua apresentação, Fl. 264DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 6 5 ocorre a respectiva homologação. Em última análise, o que há é a homologação do lançamento realizado pelo contribuinte, sendo que o pagamento da obrigação tributária se dá com a utilização do seu direito creditório. Portanto, tal regra não se aplica ao caso do Recorrente com relação ao Pedido de Restituição de fls. 25/27, datado de 21/12/2006, justamente por se tratar de Pedido de Restituição e não de uma Declaração de Compensação. O Pedido de Restituição não pode ser confundido com uma Declaração de Compensação, muito embora em ambos os casos esteja a se tratar de direito a um crédito tributário. A compensação está sempre atrelada a um lançamento. E é por isso que a ela se aplica o prazo decadencial de 5 anos previsto no art. 150 do CTN. O pedido de restituição não. Ele é independente de qualquer lançamento e requer necessariamente um pronunciamento do Fisco. Contudo, embora o Fisco deva nortear seus atos observando a eficiência e a celeridade, pois sua ação deve preservar os interesses públicos, nada o impede de, quase seis anos após o Pedido de Restituição (PER) formulado pelo Recorrente, indeferilo, por não vislumbrar o direito pleiteado. Não há a homologação tácita desse pedido, porquanto não ocorre qualquer lançamento que enseje a aplicação do artigo 150, § 4º, do CTN, como defende a Recorrente. Não há previsão legal para essa homologação (...)". A contribuinte recorrente alega que a autoridade fiscal deveria obedecer os prazos previstos no Decreto nº 70.235, e no § 5º do art. 24 da Lei n. 11.457/2007 para apreciar o seu pedido de ressarcimento. É o texto do mencionado artigo: Art. 24. É obrigatório que seja proferida decisão administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos). Da simples leitura do dispositivo transcrito, seja por sua redação, seja por estar inserido no Capítulo II da Lei n. 11.457/2007 que trata sobre as regras as serem observadas pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional quando esta for parte em litígios tributários, concluise que o prazo reclamado pela contribuinte não é pertinente, já que o prazo previsto se aplica para os julgamentos de processos administrativos instaurados, que não se assemelha ao pedido de ressarcimento apresentado pela contribuinte. E tal conclusão parte da premissa que o legislador não economiza e também não apresenta em opulência os termos contidos na lei e, portanto, quando estipula o prazo de 360 dias, o fez a contar da apresentação de petições, defesas e recursos administrativos, e não incluiu os pedidos de ressarcimento/ restituição. Desta forma, não se acolhe o pleito da contribuinte recorrente quanto a possibilidade de existência de suposta homologação tácita do pedido de ressarcimento/restituição. Fl. 265DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 7 6 II Tributação Monofásica e a Impossibilidade de Apuração de Crédito de PIS/COFINS A Lei 10.485/02, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04, instituiu regime de tributação monofásico da contribuição supracitada. O modelo foi implementado com a fixação de alíquota majorada para fabricantes e importadores de máquinas e veículos nas classificações indicadas e aplicação da alíquota de 0% (zero por cento) quando da ocorrência da venda desses produtos por parte dos revendedores, ou seja, dos comerciantes atacadistas ou varejistas. As Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03 trouxeram situações que devem ser observadas a tributação nãocumulativa em relação à contribuição para o PIS e COFINS, respectivamente. Entretanto, no caso dos produtos sujeitos ao recolhimento na sistemática monofásica, quando adquiridos para revenda, não há direito a crédito, por expressa vedação legal, nos exatos termos do art. 3o , inciso I, alínea "b” das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei n° 10.865/04, que estabelece expressamente que não darão direito a crédito, as mercadorias e produtos referidos no § 1º, do artigo 2º, das mencionadas leis, quando adquiridas para revenda. Desta forma, adquirindo a contribuinte para revenda máquinas e veículos nas classificações destacadas, não poderá se creditar, para fins de apuração do PIS e da COFINS nãocumulativa, dos custos de aquisição dos referidos produtos. Para melhor compreensão transcrevemos os artigos pertinentes das Leis nº 10.637/02 e nº 10.833/03, com a redação dada pela Lei nº 10.865/04: Lei nº 10.637/02 Art. 2º Para determinação do valor da contribuição para o PIS/Pasep aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 1,65% (um inteiro e sessenta e cinco centésimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, de autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; Art. 3º Do valor apurado na forma do art. 2º a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: Fl. 266DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 8 7 I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos: (...) b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei; Lei nº 10.833/03 Art. 2º Para determinação do valor da COFINS aplicarseá, sobre a base de cálculo apurada conforme o disposto no art. 1º, a alíquota de 7,6% (sete inteiros e seis décimos por cento). § 1º Excetuase do disposto no caput deste artigo a receita bruta auferida pelos produtores ou importadores, que devem aplicar as alíquotas previstas: (...) III no art. 1º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, e alterações posteriores, no caso de venda de máquinas e veículos classificados nos códigos 84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, da TIPI; IV no inciso II do art. 3º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, no caso de vendas, para comerciante atacadista ou varejista ou para consumidores, das autopeças relacionadas nos Anexos I e II da mesma Lei; (...) Art. 3o Do valor apurado na forma do art. 2o a pessoa jurídica poderá descontar créditos calculados em relação a: I bens adquiridos para revenda, exceto em relação às mercadorias e aos produtos referidos:[...] b) nos §§ 1º e 1ºA do art. 2º desta Lei;[...] Segundo as alegações da contribuinte recorrente o art. 17 da Lei nº 11.033, de 2004, quando determina que as vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota zero ou não incidência, não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações, este teria autorizado o creditamento pretendido. No entanto, quando nos debruçamos para analisar o artigo acima citado, é fácil perceber que não é possível sustentar a conclusão utilizada pela contribuinte, vejamos: Art. 17. As vendas efetuadas com suspensão, isenção, alíquota 0 (zero) ou não incidência da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS não impedem a manutenção, pelo vendedor, dos créditos vinculados a essas operações. O referido artigo, como se observa, é uma regra geral, que coexiste, sem qualquer incompatibilidade, com as vedações de creditamento constantes de regras específicas, referentes a situações específicas (tais como a “tributação Fl. 267DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 9 8 monofásica” e as aquisições de bens não tributados); notese que o art. 17 fala em “manutenção” de créditos, no entanto, por força da referida vedação legal, esses créditos sequer existem. Salientese que também é essa a posição sustentada pelo STJ, conforme observase do julgado colacionado a seguir: AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.109.354 SP (2017/01242898) RELATOR : MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES AGRAVANTE : RIZATTI & CIA LTDA ADVOGADOS : JOSÉ LUIZ MATTHES SP076544 FABIO PALLARETTI CALCINI E OUTRO(S) SP197072 LUÍS ARTUR FERREIRA PANTANO SP250319 AGRAVADO : FAZENDA NACIONAL EMENTA PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ENUNCIADO ADMINISTRATIVO Nº 3 DO STJ. PIS E COFINS. ART. 17 A LEI Nº 11.033/2004. REGIME MONOFÁSICO. CREDITAMENTO. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. SÚMULA Nº 568 DO STJ. 1. Nos termos da jurisprudência esta Corte, o disposto no art. 17 da Lei 11.033/2004 não possui aplicação restrita ao Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária REPORTO (STJ, AgRg no REsp 1.433.246/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 02/04/2014; REsp 1.267.003/RS, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, DJe de 04/10/2013). Contudo, a incompatibilidade entre a apuração de crédito e a tributação monofásica já constitui fundamento suficiente para o indeferimento da pretensão do recorrente. Nesse sentido: STJ, AgRg no REsp 1.239.794/SC, Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, DJe de 23/10/2013. 2. É que a incidência monofásica do PIS e da COFINS não se compatibiliza com a técnica do creditamento. Precedentes: AgRg no REsp 1.221.142/PR, Rel. Ministro Ari Pargendler. Primeira Turma, julgado em 18/12/2012. DJe 04/02/2013; AgRg no REsp 1.227.544/PR. Rel. Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, Primeira Turma, DJe 17/12/2012: AgRg no REsp 1.256.107/PR, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Turma, DJe 10/05/2012; AgRg no REsp 1.241.354/RS, Rel. Ministro Castro Meira, Segunda Turma, DJe 10/05/2012. 3. Agravo interno não provido. ACÓRDÃO Fl. 268DF CARF MF Processo nº 12585.000506/201054 Acórdão n.º 3302005.127 S3C3T2 Fl. 10 9 Vistos, relatados e discutidos esses autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da SEGUNDA TURMA do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas, o seguinte resultado de julgamento: "A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo interno, nos termos do voto do(a) Sr(a). Ministro(a)Relator(a)." A Sra. Ministra Assusete Magalhães (Presidente), os Srs. Ministros Herman Benjamin e Og Fernandes votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Francisco Falcão. Brasília (DF), 05 de setembro de 2017. MINISTRO MAURO CAMPBELL MARQUES, Relator Desta forma, com base em todos os ensinamentos e julgado acima relacionados, entendo que não há como garantir o ressarcimento/restituição pretendido pela contribuinte recorrente. II Conclusão Por todo o exposto, voto por conhecer o Recurso Voluntário interposto pela contribuinte, no entanto, negarlhe provimento, mantendose em sua totalidade a decisão de piso. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, ressalvada a minha posição pessoal pelas conclusões em relação à matéria concernente à aplicação do artigo 24 da Lei nº 11.457/2007, o Colegiado decidiu negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Fl. 269DF CARF MF
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Numero do processo: 19515.001652/2003-41
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Dec 07 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 28 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 1997
DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUBMETIDOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. FATORES DETERMINANTES. PAGAMENTO. DECLARAÇÃO PRÉVIA DE DÉBITO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO.
1- Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, o ordenamento jurídico prevê a ocorrência de duas situações, autônomas e não cumulativas, aptas a concretizar contagem do prazo decadencial prevista no art. 173, inciso I, em detrimento do art. 150, §4º, ambos do CTN. Uma é constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo. Caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. A outra é verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72.
2 - No caso concreto, não há pagamento e tampouco confissão de dívida.. Aplicação do prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN.
Numero da decisão: 9101-003.285
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento com retorno dos autos ao colegiado de origem, vencidos os conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
André Mendes de Moura - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rego.
Nome do relator: ANDRE MENDES DE MOURA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 1997 DECADÊNCIA. TRIBUTOS SUBMETIDOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. FATORES DETERMINANTES. PAGAMENTO. DECLARAÇÃO PRÉVIA DE DÉBITO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. 1- Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, o ordenamento jurídico prevê a ocorrência de duas situações, autônomas e não cumulativas, aptas a concretizar contagem do prazo decadencial prevista no art. 173, inciso I, em detrimento do art. 150, §4º, ambos do CTN. Uma é constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo. Caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543-C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. A outra é verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72. 2 - No caso concreto, não há pagamento e tampouco confissão de dívida.. Aplicação do prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em dar-lhe provimento com retorno dos autos ao colegiado de origem, vencidos os conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em exercício (assinado digitalmente) André Mendes de Moura - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rego.
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TRIBUTOS SUBMETIDOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTAGEM DO PRAZO. FATORES DETERMINANTES. PAGAMENTO. DECLARAÇÃO PRÉVIA DE DÉBITO. OCORRÊNCIA DE DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO. 1 Para os tributos submetidos a lançamento por homologação, o ordenamento jurídico prevê a ocorrência de duas situações, autônomas e não cumulativas, aptas a concretizar contagem do prazo decadencial prevista no art. 173, inciso I, em detrimento do art. 150, §4º, ambos do CTN. Uma é constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo. Caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015. A outra é verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72. 2 No caso concreto, não há pagamento e tampouco confissão de dívida.. Aplicação do prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, por maioria de votos, em darlhe provimento com retorno AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 16 52 /2 00 3- 41 Fl. 242DF CARF MF Processo nº 19515.001652/200341 Acórdão n.º 9101003.285 CSRFT1 Fl. 243 2 dos autos ao colegiado de origem, vencidos os conselheiros Daniele Souto Rodrigues Amadio e Gerson Macedo Guerra, que lhe negaram provimento. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em exercício (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luís Flávio Neto, Flávio Franco Corrêa, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Rodrigo da Costa Pôssas. Ausentes, justificadamente, os conselheiros Carlos Alberto Freitas Barreto e Adriana Gomes Rego. Relatório Tratase de recurso especial (efls. 204/209) interposto pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional ("PGFN") em face do Acórdão nº 130200.256, da sessão de 19 de maio de 2010, proferido pela 2ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da Primeira Seção de Julgamento, que votou no sentido dar provimento ao recurso da LEMAR S/A COMÉRCIO E SERVIÇOS DE AUTOMÓVEIS ("Contribuinte ") para acolher a decadência. O acórdão recorrido apresentou a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Data do fato gerador: 31/12/1997 Decadência. IRPJ. Aplicase o prazo previsto no art. 150 do CTN aos tributos sujeitos ao lançamento por homologação, especialmente quando o contribuinte adota todos os procedimentos previstos pela legislação tributária que permitem ao fisco total conhecimento de seus procedimentos e não há prova de dolo, fraude ou simulação. A ausência de pagamento total do tributo não afasta a aplicação do prazo repvisto no art. 150 do CTN. A PGFN interpôs recurso especial, arguindo divergência entre a decisão recorrida, no qual só admite contagem decadencial para tributos sujeitos a lançamentos por homologação nos termos do art. 150, 4º do CTN, e o paradigma, que no caso de ausência de Fl. 243DF CARF MF Processo nº 19515.001652/200341 Acórdão n.º 9101003.285 CSRFT1 Fl. 244 3 pagamento aplica o prazo previsto no art. 173, inciso I do CTN. Menciona o REsp 973.733/SC, do STJ, submetido ao regime do art. 543C do CPC e que vincula os conselheiros do CARF, para requerer a reforma da decisão recorrida. O despacho de exame de admissibilidade (efls. 215/217) deu seguimento ao recurso especial. Foram apresentadas contrarrazões pela Contribuinte (efls. 227/234) ao recurso especial. Discorre que com base em jurisprudência do Conselho de Contribuinte a decisão recorrida deve ser mantida. Aduz que durante o período fiscal foram apresentadas as DCFTs, recolhidos tributos que entendeu devidos, inclusive a CSLL, foi entregue a DIPJ dentro do prazo e foram inseridos todos os dados no LALUR comunicando a utilização dos prejuízos fiscais. É o relatório. Voto Conselheiro André Mendes de Moura, Relator. Adoto as razões do despacho de exame de admissibilidade para conhecer do recurso especial da PGFN. Passo ao exame do mérito. Dois aspectos devem ser considerados na análise do prazo decadencial. Primeiro, o regime de tributação a que se encontra submetido o contribuinte, para que se possa estabelecer com clareza o termo inicial de contagem. Segundo, qual a regra do CTN aplicável ao caso concreto: (1) do art. 150, § 4º, ou (2) do art. 173, inciso I. Para a devida contagem do prazo decadencial dos tributos sujeitos a lançamento por homologação, há que se observar entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC, apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL.ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento Fl. 244DF CARF MF Processo nº 19515.001652/200341 Acórdão n.º 9101003.285 CSRFT1 Fl. 245 4 antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.(grifei) Fl. 245DF CARF MF Processo nº 19515.001652/200341 Acórdão n.º 9101003.285 CSRFT1 Fl. 246 5 Ou seja, são dois elementos determinantes para verificar se cabe a contagem do prazo decadencial do art. 150, §4º ou do art. 173, inciso I, ambos do CTN: 1º) constatar se houve pagamento espontâneo ou declaração prévia de débito por parte do sujeito passivo, sendo que, caso negativo, a contagem da decadência segue a regra do art. 173, inciso I do CTN, consoante entendimento proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial n.º 973.733/SC , apreciado sob a sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, decisão que deve ser reproduzida pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante § 2º do art. 62 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015; 2º) verificar se restou comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, que enseja a qualificação de multa de ofício e, por consequência, a contagem do art. 173, inciso I do CTN, consoante Súmula CARF nº 72 1. Quanto ao conceito de declaração prévia de débito, entendo, numa acepção geral, que se caracteriza por ato que implique em confissão da dívida por parte do sujeito passivo. Assim, podem também ser considerados, além do pagamento espontâneo, por exemplo, o debito confessado em DCTF, em compensação tributária ou parcelamento. No caso concreto, há que se esclarecer que o tributo em análise é o IRPJ. Isso porque há uma confusão na decisão recorrida, reproduzida nas contrarrazões da Contribuinte, ao dizer que nos autos encontrase DCTF no qual se encontram confessados tributos e efetuados pagamentos. Transcrevo excertos da decisão recorrida (efls. 198 e 199): Durante o anocalendário apresentou DCTF's e pagou os tributos que entendeu devidos, inclusive CSLL. Apresentou regularmente sua DIPJ referente ao período objeto do lançamento de oficio. Registrou no Lalur que estava compensando os prejuízos fiscais sem o limite previsto na Lei 8981. (...) No caso dos autos, repito, o procedimento da recorrente foi transparente e a ciência do fisco não foi somente potencial, mas real, pois a impetração do Mandado de Segurança leva, necessariamente, à ciência do Fisco. Além disso, houve a entrega da DIPJ e das DCTF's, além de pagamento de tributos durante o ano, permitindo ao fisco o conhecimento do procedimento adotado pela recorrente. (Grifei) Ocorre que, ao compulsar os autos, constato que a DCTF (efls. 128/134) informa, a título de IRPJ, o valor zero. De fato, encontramse confessados na declaração outros tributos, mas repito, os valores de IRPJ estão zerados. Verificando a DIPJ, constatase pela opção ao lucro real anual (efl. 8), e pela ausência completa de recolhimento a título de estimativas mensais de IRPJ (efls. 15/26). E 1 Caracterizada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a contagem do prazo decadencial regese pelo art. 173, inciso I, do CTN. Fl. 246DF CARF MF Processo nº 19515.001652/200341 Acórdão n.º 9101003.285 CSRFT1 Fl. 247 6 vale registrar que a autuação fiscal tratou da glosa de compensação de prejuízos fiscais, vez que a Contribuinte não observou a trava dos 30%. Assim, ao consolidar o Lucro Real, compensou integralmente o lucro líquido ao final do anocalendário, apurando IRPJ zero. E o lançamento fiscal de IRPJ tratou precisamente de retificar a compensação de prejuízos integral, passando a aplicar o percentual máximo de 30% previsto na legislação tributária. Ou seja, a título de IRPJ, não foram apuradas estimativas mensais, tampouco o lucro real anual apurou imposto a recolher, vez que a Contribuinte compensou integralmente os prejuízos fiscais. Não há, portanto, nada nos autos a respeito de pagamentos ou declarações com efeito de confissão de dívida a título de IRPJ. Portanto, a contagem do prazo decadencial deve ser deslocada para o art. 173, inciso I do CTN. Sendo o fato gerador 31/12/1997, o Fisco só poderia efetuar o lançamento de ofício a partir do ano de 1998. O termo inicial previsto na norma é o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, ou seja, no caso em tela, em 01/01/1999, e o termo final em 31/12/2003. A ciência do lançamento de ofício deuse em 17/04/2003 (efl. 95), razão pela qual se deve afastar a decadência. Tendo em vista que a decisão recorrida apenas enfrentou a decadência, não apreciou o mérito suscitado pela Contribuinte no recurso voluntário. Cabe, portanto, o retorno dos autos para a turma a quo. Diante de todo o exposto, voto no sentido de conhecer e dar provimento ao recurso especial da PGFN, e determinar o retorno dos autos para a turma a quo apreciar o mérito do recurso voluntário. (assinado digitalmente) André Mendes de Moura Fl. 247DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.905416/2008-79
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 24 00:00:00 UTC 2017
Data da publicação: Wed Feb 21 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2004
Ementa:
CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO.
A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 3401-004.072
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado.
(assinado digitalmente)
Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
Nome do relator: ROSALDO TREVISAN
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Ano-calendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2004 Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. COMPENSAÇÃO. REQUISITO. COMPROVAÇÃO DA EXISTÊNCIA E DA LIQUIDEZ DO CRÉDITO. A comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Recurso Voluntário Negado Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário apresentado. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Rosaldo Trevisan, Robson José Bayerl, Augusto Fiel Jorge D'Oliveira, Mara Cristina Sifuentes, André Henrique Lemos, Fenelon Moscoso de Almeida, Tiago Guerra Machado e Leonardo Ogassawara de Araújo Branco. Relatório Versa o presente sobre PER/DCOMP invocando créditos referentes a pagamento indevido ou maior de CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. Não tendo sido localizado tal pagamento nos sistemas da RFB, a empresa foi intimada a se manifestar, e, diante de seu silêncio, o crédito foi indeferido e a compensação não homologada, por Despacho Decisório Eletrônico, tendo a empresa apresentado Manifestação AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 12 0. 90 54 16 /2 00 8- 79 Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10120.905416/200879 Acórdão n.º 3401004.072 S3C4T1 Fl. 3 2 de Inconformidade, na qual alegou, em síntese, que: (a) é inconstitucional a majoração de alíquota promovida pelos Decretos no 2.445/1988 e no 2.449/1998, já reconhecida pelo Poder Judiciário e declarada por ato do Senado (Resolução no 49, de 9/10/1995), e a aplicação retroativa (sistemática da semestralidade) do art. 18 da Lei no 9.715/1998 (conforme ADIn no 1.4170, publicada em 23/03/2011 e também reconhecida por ato do Senado – Resolução no 10, de 08/06/2005); e (b) o prazo para pedir a restituição é fixado a partir da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa / judicial / Resolução do Senado. A decisão de primeira instância foi, unanimemente, pela improcedência da manifestação de inconformidade, sob os seguintes fundamentos. (a) a empresa não alegou nem comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido que teria efetuado, a despeito de ter sido intimada para tanto; (b) em pesquisa aos sistemas da RFB, verificouse a existência de DARF de recolhimento com a data de arrecadação diversa da indicada no pedido, parecendo a empresa buscar com a data incorreta em seu pedido frustrar eventual extinção de prazo para pedir restituição, que ocorre após cinco anos do pagamento indevido, com vem decidindo o STJ na sistemática dos recursos repetitivos (REsp no 1.110.578/SP) e o CARF. Ciente da decisão de piso, a empresa interpôs Recurso Voluntário, basicamente repisando o argumento de que não poderia o artigo 18 da norma legal (hoje Lei no 9.715/1998) ter retroagido, como decidiu o STF na ADIn no 1.417 (e Resolução no 10/2005), e reconheceu a própria Receita Federal, na IN SRF no 6/2000; e acrescentando que a Lei no 9.715/1998 revogou a Lei Complementar no 7/70, e que a cobrança também estaria com prazo decaído. É o relatório. Voto Conselheiro Rosaldo Trevisan, Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 3401004.025, de 24 de outubro de 2017, proferido no julgamento do processo 10120.901000/200962, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3401004.025): "O recurso voluntário apresentado preenche os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, dele se toma conhecimento. Diante da imputação fiscal e das defesas apresentadas, há pouco a discutir no presente processo. Isso porque em nenhuma das peças de defesa a empresa informa, objetivamente, aquilo que foi intimada a esclarecer desde antes do início do contencioso: qual foi exatamente o recolhimento indevido e qual o motivo para que especificamente essa quantia seja considerada de fato indevida. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10120.905416/200879 Acórdão n.º 3401004.072 S3C4T1 Fl. 4 3 Enquanto a defesa se alonga em discussões de direito que, em geral, já estão pacificadas administrativa e judicialmente, não dedica uma linha sequer a informar como os valores que entende indevidos o são pela ocorrência, no caso concreto, de tais situações jurídicas genericamente descritas. Como bem destacou a instância de piso, a empresa jamais comprovou o suposto pagamento a maior ou indevido, mesmo tendo sido intimada a tanto, na fase précontenciosa. Persiste, assim, a ausência de liquidez e certeza sobre o débito, ainda antes de se iniciar a discussão jurídica, que deixa de ser relevante, por não se saber, de forma peremptória, se é relacionada ao caso concreto aqui narrado. Não se desincumbe, assim, a postulante ao crédito, de seu ônus probatório, acreditando que as alegações de direito genéricas socorrem sua demanda, sem realizar qualquer esforço para vincular tais discussões jurídicas ao caso em análise, dotando de certeza e de liquidez o crédito. Em relação a alegação de decadência para cobrança, cabe destacar que não se está aqui a analisar lançamento, mas pedido de restituição, cumulado com compensação. E, como destacou a DRJ, a existência de Resolução do Senado reconhecendo eventual inconstitucionalidade é despicienda para fins de contagem do prazo prescricional (REsp no 1.110.578SP, julgado na sistemática dos recursos repetitivos). Poderseia agregar aos argumentos de defesa, de ofício, o tratamento reconhecido aos pedidos administrativos pelo STF (RE no 566.621/RS) e pelo CARF (Súmula CARF no 91). No entanto, como destacado de início, a discussão sobre haver ou não expirado o prazo para pedir restituição se afigura secundária, diante da ausência de liquidez e certeza do crédito. E a comprovação da existência e da liquidez do crédito são requisitos essenciais à acolhida de pedidos de compensação. Pelo exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso voluntário apresentado." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, o colegiado negou provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Rosaldo Trevisan Fl. 74DF CARF MF
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