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Numero do processo: 11829.720058/2012-06
Turma: Segunda Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Fri Dec 12 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Importação - II
Data do fato gerador: 04/10/2010, 07/01/2011, 02/05/2011, 19/05/2011, 20/05/2011
INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. MULTA DE 10% DO VALOR DA OPERAÇÃO. ART. 33 DA LEI Nº 11.488/2007. MULTA SUBSTITUTIVA DA PENA DE PERDIMENTO. ART. 23 DO DECRETO-LEI Nº 1.455/1976. OBJETIVIDADE JURÍDICA. INFRAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE BIS-IN-IDEM. APLICAÇÃO CUMULATIVA. POSSIBILIDADE.
O art. 33 da Lei nº 11.488/2007 não afastou a possibilidade da cominação da pena de perdimento ou da multa substitutiva ao importador ostensivo. A objetividade jurídica dos preceitos é distinta. A multa do art. 33, correspondente a 10% do valor da operação, é imposta em função do uso abusivo da personalidade jurídica, quando empregada como simples anteparo para a ocultação dos reais envolvidos na operação de comércio exterior. A pena de perdimento e a multa substitutiva do art. 23 do Decreto-Lei nº 1.455/1976, por sua vez, têm como pressuposto o dano ao erário decorrente da interposição fraudulenta. As infrações, portanto, não podem ser consideradas idênticas, o que afasta a caracterização do bis-in-idem. As multas, por conseguinte, devem ser aplicadas de forma cumulativa, nos termos do art. 99 do Decreto-Lei nº 37/1966, mesmo quando a caracterização da interposição fraudulenta ocorre de forma presumida.
SUJEIÇÃO PASSIVA. SÓCIO ADMINISTRADOR. INTELIGÊNCIA DO ART. 135, III DO CTN. IMPOSSIBILIDADE.
O art. 135, III do CTN pressupõe, para a responsabilização pessoal dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas que tenha sido caracterizada a prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, o que não é caso dos autos.
RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SOLIDARIEDADE PASSIVA.
A imputação da responsabilidade tributária aos sócios nos termos do art.135, III, do CTN, deve estar lastreado de elementos probatórios da ocorrência de dolo por parte dos supostos infratores. No caso concreto, a autoridade fiscal imputou a responsabilidade solidária ao sócio por vislumbrar a prática de infração a legislação, fato que restou devidamente comprovado, razão pela qual o sócio não devem ser afastado do pólo passivo da autuação.
Recurso Voluntário Negado.
Numero da decisão: 3802-003.876
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da 2ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, decidir da seguinte forma: I) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso da pessoa jurídica ENCOMEX TRADING. II) por maioria de votos, negar provimento ao recurso em relação ao responsável solidário o Sr. ERIC MONEDA KAFER. Nessa parte foram vencidos os conselheiros Solon Sehn (Relator) e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, que afastavam o responsável solidário do pólo passivo. Designado o conselheiro Waldir Navarro Bezerra para redigir o voto vencedor.
(assinado digitalmente)
MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM - Presidente.
(assinado digitalmente)
SOLON SEHN - Relator.
(assinado digitalmente)
WALDIR NAVARRO BEZERRA Redator Designado
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn e Waldir Navarro Bezerra.
Nome do relator: SOLON SEHN
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Importação - II Data do fato gerador: 04/10/2010, 07/01/2011, 02/05/2011, 19/05/2011, 20/05/2011 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. MULTA DE 10% DO VALOR DA OPERAÇÃO. ART. 33 DA LEI Nº 11.488/2007. MULTA SUBSTITUTIVA DA PENA DE PERDIMENTO. ART. 23 DO DECRETO-LEI Nº 1.455/1976. OBJETIVIDADE JURÍDICA. INFRAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE BIS-IN-IDEM. APLICAÇÃO CUMULATIVA. POSSIBILIDADE. O art. 33 da Lei nº 11.488/2007 não afastou a possibilidade da cominação da pena de perdimento ou da multa substitutiva ao importador ostensivo. A objetividade jurídica dos preceitos é distinta. A multa do art. 33, correspondente a 10% do valor da operação, é imposta em função do uso abusivo da personalidade jurídica, quando empregada como simples anteparo para a ocultação dos reais envolvidos na operação de comércio exterior. A pena de perdimento e a multa substitutiva do art. 23 do Decreto-Lei nº 1.455/1976, por sua vez, têm como pressuposto o dano ao erário decorrente da interposição fraudulenta. As infrações, portanto, não podem ser consideradas idênticas, o que afasta a caracterização do bis-in-idem. As multas, por conseguinte, devem ser aplicadas de forma cumulativa, nos termos do art. 99 do Decreto-Lei nº 37/1966, mesmo quando a caracterização da interposição fraudulenta ocorre de forma presumida. SUJEIÇÃO PASSIVA. SÓCIO ADMINISTRADOR. INTELIGÊNCIA DO ART. 135, III DO CTN. IMPOSSIBILIDADE. O art. 135, III do CTN pressupõe, para a responsabilização pessoal dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas que tenha sido caracterizada a prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, o que não é caso dos autos. RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SOLIDARIEDADE PASSIVA. A imputação da responsabilidade tributária aos sócios nos termos do art.135, III, do CTN, deve estar lastreado de elementos probatórios da ocorrência de dolo por parte dos supostos infratores. No caso concreto, a autoridade fiscal imputou a responsabilidade solidária ao sócio por vislumbrar a prática de infração a legislação, fato que restou devidamente comprovado, razão pela qual o sócio não devem ser afastado do pólo passivo da autuação. Recurso Voluntário Negado.
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MULTA DE 10% DO VALOR DA OPERAÇÃO. ART. 33 DA LEI Nº 11.488/2007. MULTA SUBSTITUTIVA DA PENA DE PERDIMENTO. ART. 23 DO DECRETOLEI Nº 1.455/1976. OBJETIVIDADE JURÍDICA. INFRAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE BISINIDEM. APLICAÇÃO CUMULATIVA. POSSIBILIDADE. O art. 33 da Lei nº 11.488/2007 não afastou a possibilidade da cominação da pena de perdimento ou da multa substitutiva ao importador ostensivo. A objetividade jurídica dos preceitos é distinta. A multa do art. 33, correspondente a 10% do valor da operação, é imposta em função do uso abusivo da personalidade jurídica, quando empregada como simples anteparo para a ocultação dos reais envolvidos na operação de comércio exterior. A pena de perdimento e a multa substitutiva do art. 23 do DecretoLei nº 1.455/1976, por sua vez, têm como pressuposto o dano ao erário decorrente da interposição fraudulenta. As infrações, portanto, não podem ser consideradas idênticas, o que afasta a caracterização do bisinidem. As multas, por conseguinte, devem ser aplicadas de forma cumulativa, nos termos do art. 99 do DecretoLei nº 37/1966, mesmo quando a caracterização da interposição fraudulenta ocorre de forma presumida. SUJEIÇÃO PASSIVA. SÓCIO ADMINISTRADOR. INTELIGÊNCIA DO ART. 135, III DO CTN. IMPOSSIBILIDADE. O art. 135, III do CTN pressupõe, para a responsabilização pessoal dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas que tenha sido caracterizada a prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, o que não é caso dos autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 82 9. 72 00 58 /2 01 2- 06 Fl. 1023DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 2 RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA. SOLIDARIEDADE PASSIVA. A imputação da responsabilidade tributária aos sócios nos termos do art.135, III, do CTN, deve estar lastreado de elementos probatórios da ocorrência de dolo por parte dos supostos infratores. No caso concreto, a autoridade fiscal imputou a responsabilidade solidária ao sócio por vislumbrar a prática de infração a legislação, fato que restou devidamente comprovado, razão pela qual o sócio não devem ser afastado do pólo passivo da autuação. Recurso Voluntário Negado. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da 2ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, decidir da seguinte forma: I) por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso da pessoa jurídica ENCOMEX TRADING. II) por maioria de votos, negar provimento ao recurso em relação ao responsável solidário o Sr. ERIC MONEDA KAFER. Nessa parte foram vencidos os conselheiros Solon Sehn (Relator) e Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, que afastavam o responsável solidário do pólo passivo. Designado o conselheiro Waldir Navarro Bezerra para redigir o voto vencedor. (assinado digitalmente) MÉRCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Presidente. (assinado digitalmente) SOLON SEHN Relator. (assinado digitalmente) WALDIR NAVARRO BEZERRA – Redator Designado Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Mércia Helena Trajano Damorim (Presidente), Bruno Maurício Macedo Curi, Cláudio Augusto Gonçalves Pereira, Francisco José Barroso Rios, Solon Sehn e Waldir Navarro Bezerra. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto em face de decisão da 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Fortaleza/CE, que julgou improcedente a impugnação apresentada pelo Recorrente, em acórdão assim ementado (fls. 953 e ss.): ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 10/11/2009 REPRESENTAÇÃO FISCAL PARA FINS PENAIS. PEDIDO DE SOBRESTAMENTO DE SUA TRAMITAÇÃO. ART. 83 DA LEI 9.430/96. AUSÊNCIA DE COMPETÊNCIA DO ÓRGÃO COLEGIADO. Fl. 1024DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.024 3 Falece competência a esta instância administrativa decidir sobre o sobrestamento do processo de Representação Fiscal para fins Penais. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 10/11/2009 RESPONSABILIDADE PESSOAL DOS DIRETORES, GERENTES OU REPRESENTANTES DAS PESSOAS JURÍDICAS. Na dicção do art. 135, III do CTN, o sóciogerente é responsabilizado pela prática de atos com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, na condição de gerente e não pela sua condição de sócio. RESPONSABILIDADE DO SÓCIO NÃO CABIMENTO Não restando comprovado nos autos, atos de administração/gerência, praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos, tornase incabível a manutenção do sócio no polo passivo como responsável solidário. ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Data do fato gerador: 10/11/2009 CESSÃO DE NOME. ACOBERTAMENTO DE INTERVENIENTES. MULTA. PROCEDÊNCIA A pessoa jurídica que ceder seu nome, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros, com vistas ao acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários fica sujeita a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, observado o valor mínimo de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) Impugnação Procedente em Parte Crédito Tributário Mantido. O auto de infração impugnado cominou à Encomex Trading Comercial Importação e Exportação Ltda. (que apresentou recursos às fls. 995 e ss.) a multa de 10%¨prevista no art. 33 da Lei n° 11.488/2007, em razão da cessão de nome para a realização de operações de comércio exterior. A referida sanção foi aplicada em solidariedade com os sócios, nos termos do art. 135 do CTN, o Sr. Eric Moneda Kafer (recurso às fls. 1010) e a Sra. Vera Lucia Moneda Kafer, excluída quando do julgamento da impugnação. Importante consignar que a Encomex Trading também responde ao PAF n° 11829.720059/201242, em que foi aplicada a pena de perdimento da mercadoria. Do relatório da decisão Recorrida, colhese: Fl. 1025DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 4 “Trata o presente processo de Auto de Infração para constituição da exigência no valor de R$ 12.553,87 (dez mil, quinhentos e cinqüenta e três reais e oitenta e sete centavos), referente à multa prevista no art. 33 da Lei 11.488/2007, em razão de cessão de nome da pessoa jurídica autuada, para terceiros para realização de operações de comércio exterior, conforme consignado pela fiscalização no Termo de Verificação Fiscal e Descrição dos Fatos, fls. 12/73, doravante, TVFDF,a seguir, em síntese, reproduzido: No decorrer da ação fiscal, gerenciada pelo Mandado de Procedimento Fiscal de Fiscalização (MPFF) n° 0817700.2010.000507, foram efetuadas diligências e pesquisas nos sistemas da Receita Federal do Brasil (RFB) e intimações foram expedidas ao importador e a outras pessoas. A análise das informações coletadas levou a Fiscalização a concluir que a ENCOMEX TRADING COMERCIAL IMPORTACAO E EXPORTACAO LTDA, doravante ENCOMEX, cedeu seu nome para realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais beneficiários. Simulou importações em seu nome, quando, na verdade, as mercadorias importadas eram destinadas a outra pessoa jurídica: GRÁFICA BATATAIS. A ação fiscal gerenciada pelo MPFF 0817700.2010.000507 já produziu outras autuações em desfavor da Encomex. Foram formalizados os seguintes processos, seguidos dos respectivos motivos, entre parênteses: 11829.720013/201142 (embaraço à fiscalização), 11829.720020/201144 (embaraço à fiscalização, respondendo solidariamente), 11829.720025/201177 (não entrega de escrituração contábil digital) e 11829.720014/201278 (embaraço à fiscalização). (...) Identificou a fiscalização a ocorrência de responsabilidade solidária, nos termos do art. 135 do CTN, arrolando ao polo passivo da presente autuação as pessoas físicas a seguir elencadas: a. Eric Moneda Kafer: sócio da ENCOMEX. b. Vera Lúcia Moneda Kafer, sócia da ENCOMEX. No TVFDF, fl. 12/73, precisamente às fls.68/73 estão identificados os documentos e provas coletados pela fiscalização e juntados ao processo, os quais estão listados no respectivo termo. Destaca ainda a fiscalização que a ENCOMEX já fora autuada por ocultação do sujeito passivo em outras operações de comércio exterior. O Processo Administrativo Fiscal nº 19482.000055/201052 trata de autuação por cessão de nome. Atualmente está na Procuradoria da Fazenda Nacional em Campinas/SP. Fl. 1026DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.025 5 O Processo Administrativo Fiscal nº 19482.000056/201005 trata da (efetivada) aplicação de pena de perdimento de mercadoria por ocultação do sujeito passivo em importação. O processo está arquivado. Vinculado ao perdimento de mercadoria, houve lavratura de representação fiscal para fins penais. O processo referente à representação n° 19482.000057/201041 encontrase no Ministério Público Federal em Campinas. Destaca ainda a fiscalização no TVFDF que o caso vertente não se refere à interposição presumida por não comprovação de origem de recursos, mas à simulação tendente a ocultar o real provedor dos recursos, portanto real adquirente das mercadorias importadas. (...)”. A DRJ, assim, concluiu, que a Recorrente Encomex teria prestado informações falsas em sua declaração de importação, à medida que o importador de fato era empresa diversa. Neste sentido, concluiu que teria sido “caracterizada a tipificação legal imposta pelo art. 33 da Lei 11.488/2007, além de outras condutas infracionais que não fazem parte deste litígio”. Já quanto aos terceiros (sócios), entendeu que não teria restado configurado qualquer ato por parte da Vera Lúcia Moneda que autorize a sua responsabilidade pessoal, nos termos do art. 135, III, do CTN, excluindoa do pólo passivo. No tocante ao sócioadministrador, Eric Moneda Kafer, entendeu que estariam preenchidos os requisitos para a sua responsabilização. O Recorrente Encomex, nas razões de fls. 9951007, alega, preliminarmente, que a representação para fins penais só poderia ser lavrada após o trânsito em julgado. Afirma que a aplicação cumulativa das penalidades insertas no art. 33 da Lei n° 11.488/2007 e art. 23, V, §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/1976 consistiria em bis in idem vedado pela legislação. Asseverou que não há provas concretas para respaldar a ocorrência da infração. Requer o conhecimento e provimento do recurso voluntário. Já o Recorrente Eric Moneda Kafer, nas razões de fls. 10101020, repisa os argumentos já constantes do recurso interposto por Encomex, acrescentando a alegação do não preenchimento dos requisitos para a sua responsabilização nos termos do art. 135, III, do CTN. Requer o conhecimento e provimento do recurso voluntário. É o relatório. Voto Vencido Conselheiro Solon Sehn O Recorrente Encomex foi intimado em 27/03/2014 (fls. 992), ao passo que o recurso foi protocolizado em 25/04/2014 (fls. 995). Já o Recorrente Eric Moneda Kafer foi intimado em 28/03/2011 (fls. 993), protocolizando o recurso em 25/04/2014 (fls. 1.010). Ambos, portanto, são tempestivos. Assim, presentes os demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto no 70.235/1972, os recursos devem ser conhecidos. Em relação à representação para fins penais, encontrase prejudicado o pedido do sujeito passivo. Isso porque, como se sabe, nos termos do art. 83 da Lei n° Fl. 1027DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 6 9.430/1996, a representação somente será encaminhada ao Ministério Público após o encerramento do procedimento administrativo fiscal: Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem tributária previstos nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168A e 337A do DecretoLei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário correspondente. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010) No mérito, cabe ressaltar que, de acordo com o art. 23, V, §§ 1º e 3º, do DecretoLei nº 1.455/1976, na redação da Lei nº 10.637/2002: Art. 23. Consideramse dano ao Erário as infrações relativas às mercadorias: [...] V estrangeiras ou nacionais, na importação ou na exportação, na hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação, mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros. § 1o O dano ao erário decorrente das infrações previstas no caput deste artigo será punido com a pena de perdimento das mercadorias. [...] § 3o A pena prevista no § 1o convertese em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria que não seja localizada ou que tenha sido consumida. Inicialmente, a fim de evitar equívocos de ordem semântica, cumpre verificar o sentido em que os termos simulação, fraude e interposição fraudulenta são empregados no art. 23, V, do DecretoLei nº 1.455/1976. Nesse sentido, importa destacar que, segundo ensina a doutrina civilista, simulação constitui um defeito do negócio jurídico (vício social) no qual as partes, agindo em conluio, emitem declaração de vontade enganosa no intuito produzir efeitos jurídicos diversos dos ostensivamente indicados1. Se a simulação visa prejudicar terceiros, no que também está compreendida a intenção de lesar o fisco, será denominada maliciosa ou fraudulenta2. A interposição de pessoas, por sua vez, nada mais é do que uma espécie de simulação, caracterizada pela presença de um testadeferro denominado prestanome ou homem de palha ou, em linguagem mais atual, laranja que adquire, extingue ou modifica 1 “Como o erro, a simulação traduz uma inverdade. Ela caracterizase pelo intencional desacordo entre a vontade interna e a declarada, no sentido de criar, aparentemente, um ato jurídico que, de fato, não existe, ou então oculta, sob determinada aparência, o ato realmente querido. Como diz CLOVIS, em forma lapidar, é a declaração enganosa da vontade, visando a produzir efeito diverso do ostentivamente indicado.” (MONTEIRO, Washington de Barros. Curso de direito civil: parte geral. 31. ed. São Paulo: Saraiva, v.1, 1993, p. 207). Na mesma linha, cf.: VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito civil: parte geral. 5. ed. São Paulo: Atlas, v. 1, 2005, p. 547 e ss.; RODRIGUES, Silvio. Direito civil: parte geral. 27. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, 1997, p. 220; DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: teoria geral do direito civil. 14. ed. São Paulo: Saraiva, v. 1, 1998, p. 288. 2 RODRIGUES, op. cit. p. 225: "Se as partes, todavia, foram conduzidas à simulação com o propósito de prejudicar terceiros, ou de burlar o fisco, ou de ilidir a incidência de lei cogente, surge a figura da simulação maliciosa ou culpada, também chamada fraudulenta". Fl. 1028DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.026 7 direitos para um terceiro oculto3. Ambas não se confundem com a fraude, porque nesta o negócio jurídico praticado é real, e não simulado. As partes pretendem o que declararam, cumprindo a lei em sua literalidade, porém, violandoa finalisticamente4. A partir dessa diferenciação, notase que a parte final inciso V do art. 23, quando faz referência aos meios de ocultação (“mediante fraude ou simulação, inclusive a interposição fraudulenta de terceiros”) não está tratando propriamente da fraude no sentido empregado pela doutrina civilista. Mas da simulação fraudulenta ou, mais precisamente, da simulação fraudulenta por interposição de pessoas, uma vez que, na fraude, não há uma ocultação, mas um negócio jurídico real. Vale lembrar que o propósito do tipo infracional é coibir a ocultação do real adquirente da mercadoria na importação ou do vendedor da mercadoria na exportação. Tratase de regra de especial relevância, à medida que a ocultação dos sujeitos envolvidos nas operações de comércio exterior pode estar associada à prática de crimes de “lavagem” ou ocultação de bens, direitos e valores, tipificados na Lei nº 9.613/1998. Além disso, ao dificultar o controle da valoração aduaneira e do preço de transferência praticado entre partes relacionadas, a ocultação proporciona a redução indevida dos tributos incidentes da importação (IPI, II, PIS/Pasep, Cofins, Icms), do IPI devido na comercialização no mercado interno da mercadoria importada e do Irpj e da Csll. É evidente, portanto, que o dispositivo, ao pressupor a ocultação ilícita, se refere à simulação fraudulenta. Logo, nas operações de importação, a infração é caracterizada sempre que um determinado sujeito passivo denominado importador oculto , visando a evasão dos órgãos de fiscalização, age em conluio com outrem importador ostensivo para que este figure formalmente como importador e omita a identificação do real adquirente perante as autoridades competentes. A natureza fraudulenta pode ser provada por qualquer meio admitido pela ordem jurídica, sendo presumida, nos termos do § 2º do art. 23, do DecretoLei nº 1.455/1976, sempre que o importador não for capaz de comprovar a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na operação: Art. 23. [...] § 2o Presumese interposição fraudulenta na operação de comércio exterior a nãocomprovação da origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados. Com base nesse dispositivo, alguns julgados do Carf têm operado com a diferenciação entre interposição fraudulenta comprovada e interposição fraudulenta presumida (cf. nesse sentido, Acórdãos nº 310200.582 e nº 310200.589 3ª S. 1ª C. 2ª TO). Entendese, contudo, que não há duas modalidades de interposição. O § 2º do art. 23 do DecretoLei nº 1.455/1976 apenas estabelece uma regra de presunção relativa, que constitui uma técnica de inversão do ônus da prova e não implica qualquer consequência no regime jurídico do instituto. Aplicase, em qualquer caso, com ou sem presunção, a pena de perdimento da mercadoria ou, nas hipóteses do § 3º do art. 23, a multa substitutiva ao importador ostensivo. Por outro lado, sendo identificado o real adquirente (importador oculto), 3 VENOSA, op. cit., p. 552. 4 RODRIGUES, op. cit., p. 226; VENOSA, op. cit., p. 559. Fl. 1029DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 8 este responderá solidariamente com o importador ostensivo pelo pagamento da multa substitutiva, na condição de coautor da infração ex vi art. 95, I, do DecretoLei nº 37/1966: Art.95. Respondem pela infração: I conjunta ou isoladamente, quem quer que, de qualquer forma, concorra para sua prática, ou dela se beneficie; Também respondem solidariamente pelo pagamento da multa qualquer outra pessoa que, sem ser coautor, se beneficie com a infração, ou se enquadre dos demais incisos do art. 95 do DecretoLei nº 37/1966, quando aplicáveis. Nessa linha, destacase o seguinte julgado da 1ª Turma Ordinária, da 2ª Câmara, da Terceira Seção de Julgamento do Carf: [...] INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. RESPONSÁVEIS SOLIDÁRIOS PELA INFRAÇÃO. Caracterizada a interposição fraudulenta de terceiros, uma vez que não houve comprovação da origem, disponibilidade e transferência de recursos empregados por parte de todas as empresas que participaram da operação de importação, respondem solidariamente pela penalidade aplicada todas as empresas que concorreram para sua prática, ou dela se beneficiaram. Recurso Voluntário Negado. (Acórdão 320100.168. 3ª S. 2ª C. 1ª TO. Rel. Conselheiro Celso Lopes Pereira Neto. S. 30/08/2011. gn.) Além da pena substitutiva, o importador ostensivo está sujeito à multa de 10% da operação acobertada, nos termos do art. 33 da Lei nº 11.488/2007: Art. 33. A pessoa jurídica que ceder seu nome, inclusive mediante a disponibilização de documentos próprios, para a realização de operações de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento de seus reais intervenientes ou beneficiários fica sujeita a multa de 10% (dez por cento) do valor da operação acobertada, não podendo ser inferior a R$ 5.000,00 (cinco mil reais). Parágrafo único. À hipótese prevista no caput deste artigo não se aplica o disposto no art. 81 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 19965. O art. 33 da Lei nº 11.488/2007, em razão da diversidade de objetividade jurídica das infrações, ao contrário do que foi alegado pelo Recorrente, não afastou a possibilidade da cominação cumulativa da multa substitutiva, na linha do seguinte precedente dessa 2ª Turma Especial, de nossa relatoria: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO 5 "Art. 81. Poderá, ainda, ser declarada inapta, nos termos e condições definidos em ato do Ministro da Fazenda, a inscrição da pessoa jurídica que deixar de apresentar a declaração anual de imposto de renda em um ou mais exercícios e não for localizada no endereço informado à Secretaria da Receita Federal, bem como daquela que não exista de fato . § 1º Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em operações de comércio exterior." Fl. 1030DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.027 9 Data do fato gerador: 30/04/2009 NULIDADE. FALTA DE MOTIVAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO. PRELIMINAR REJEITADA. A autoridade julgadora não está obrigada a contraditar todos os argumentos de defesa aduzidos na peça impugnatória, sendo suficiente que os fundamentos jurídicos apresentados sejam claros e congruentes no sentido de justificar a decisão proferida. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA. CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO EM MULTA. MULTA SUBSTITUTIVA DA PENA DE PERDIMENTO. ART. 23 DO DECRETOLEI Nº 1.455/1976. MULTA DE 10% DO VALOR DA OPERAÇÃO. ART. 33 DA LEI Nº 11.488/2007. OBJETIVIDADE JURÍDICA. INFRAÇÕES DISTINTAS. AUSÊNCIA DE BISINIDEM. APLICAÇÃO COMULATIVA. POSSIBILIDADE. O art. 33 da Lei nº 11.488/2007 não afastou a possibilidade da cominação da pena de perdimento ou da multa substitutiva ao importador ostensivo. A objetividade jurídica dos preceitos é complemente distinta. A multa do art. 33, correspondente a 10% do valor da operação, é imposta em função do uso abusivo da personalidade jurídica, quando empregada como simples anteparo para a ocultação dos reais envolvidos na operação de comércio exterior. A pena de perdimento e a multa substitutiva do art. 23 do DecretoLei nº 1.455/1976, por sua vez, têm como pressuposto o dano ao erário decorrente da interposição fraudulenta. As infrações, portanto, não podem ser consideradas idênticas, o que afasta a caracterização do bisin idem. As multas, por conseguinte, devem ser aplicadas de forma cumulativa, nos termos do art. 99 do DecretoLei nº 37/1966, mesmo quando a caracterização da interposição fraudulenta ocorre de forma presumida. Precedentes do Carf. Recurso Voluntário Negado. Crédito Tributário Mantido. (Acórdão 380200.667. 3ª S. 2ª C. 2ª TE. Rel. Conselheiro Solon Sehn. S. 30/08/2011. gn.) Ambas, portanto, aplicamse cumulativamente, consoante interpretação igualmente adotada nos seguintes julgados da 1ª e 2ª Turmas Ordinárias da 1ª Câmara: [...] ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 09/01/2004 a 11/02/2006 DANO AO ERÁRIO. OCULTAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO, DO REAL VENDEDOR, COMPRADOR OU DE RESPONSÁVEL PELA OPERAÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. Fl. 1031DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 10 O Dano ao Erário decorrente da ocultação das partes envolvidas na operação comercial que fez vir a mercadoria do exterior é hipótese de infração “de mera conduta”, que se materializa quando o sujeito passivo oculta nos documentos de habilitação para operar no comércio exterior, bem assim na declaração de importação e nos documentos de instrução do despacho, a intervenção de terceiro, independentemente do prejuízo tributário ou cambial perpetrado. Descabida, por outro lado, a pretensão de condicionar a caracterização da inflação à conclusão do processo administrativo de inaptidão da inscrição da pessoa jurídica apontada como responsável pela ocultação. CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO EM MULTA. HIPÓTESES. A conversão da Pena de Perdimento em multa poderá ser levada a efeito sempre que as mercadorias sujeitas àquela penalidade tiverem sido dadas a consumo, por meio da sua comercialização. REFLEXO DO ART. 33 DA LEI Nº 11.488, DE 2007 SOBRE O INCISO V DO ART. 23 DO DECRETOLEI Nº 1.475, DE 1976. AUSÊNCIA. O art. 33 da Lei nº 11.488, de 2007 não produz qualquer reflexo sobre a imposição da pena de perdimento ou multa substitutiva à hipótese de ocultação do sujeito passivo, do real vendedor, comprador ou de responsável pela operação. Jurisprudência. Recursos de Ofício Provido e Voluntário Negado. (Acórdão nº 310200.662 3ª S. 1ª C. 2ª TO. Rel. Conselheiro Luis Marcelo Guerra de Castro. S. 24/05/2010): ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃOII Período de apuração: 10/09/2003 a 08/06/2005 INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS, DANO AO ERÁRIO, CONVERSÃO DA PENA DE PERDIMENTO EM MULTA. O dano ao erário nas infrações enumeradas no caput do artigo 23 do Decretolei 1.455, de 1976, com as modificações introduzidas pela Lei 10.637, de 2002, não é fato típico para a exigência da multa cominada no artigo 33 da Lei 11.488, de 2007, substitutiva da inaptidão do CNPJ de sociedades empresárias inidôneas. Recurso de Oficio Provido. (Acórdão 310100.431. 3ª S. 1ª C. 1ª TO. Rel. Conselheiro Tarásio Campeio Borges. S. 25/05/2010). Desse modo, não sendo possível a cominação da pena de perdimento da mercadoria, em razão da mesma já ter sido consumida, sendo identificado o importador oculto, o importador ostensivo estará sujeito à multa de 10% da operação (Lei nº 11.488/2007, art. 33) e à multa substitutiva correspondente ao valor aduaneiro da mercadoria importada (DecretoLei nº 1.455/1976, art. 23, V, § 3º). Esta será devida solidariamente pelo importador oculto, na Fl. 1032DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.028 11 condição de coautor, ou por qualquer outra pessoa que se enquadre nas demais hipóteses de responsabilização solidária do art. 95 do DecretoLei nº 37/1966, notadamente aquele que se beneficia com a prática da infração. O mesmo se aplica na hipótese de não identificação do importador oculto, quando a interposição fraudulenta for caracterizada em decorrência da aplicação da regra de presunção de prevista no § 2º do art. 23, do DecretoLei nº 1.455/1976. A única diferença é que ficará prejudicada a aplicação da responsabilidade solidária ao coautor da infração (Decreto Lei nº 37/1966, art. 95). No presente caso, diante das provas produzidas no curso da fiscalização e da fundamentação contida na “descrição dos fatos e enquadramento(s) legal(is)” do auto de infração (fls. 12 e ss.), não há dúvidas de que houve ocultação dos reais adquirentes: Da análise da escrituração contábil da ENCOMEX, constatouse que há provas de que a empresa sabia que receber recursos de clientes nacionais para, então, cobrir despesas decorrentes de operações de importação é irregular, embora a questão não seja saber ou não a legislação, uma vez que não se pode alegar desconhecimento da lei. A questão é que, ciente de que adiantamento de recursos, sem observância das normas que tratam de importações indiretas, é infração à legislação tributária, a ENCOMEX tentou dissimular o adiantamento de recursos recebidos da GRÁFICA BATATAIS pela importação que viria ser realizada. Para tanto, a ENCOMEX: a. Atribui os adiantamentos dos recursos financeiros a outra pessoa, a ICB ADMINISTRAÇÃO DE BENS LTDA, empresa estranha à GRÁFICA BATATAIS. Ela utiliza uma conta do Ativo Circulante, mais precisamente da conta sintética “Clientes Nacionais”, para registrar a dívida, ou obrigação, contraída, na verdade, junto à GRÁFICA BATATAIS. b. No campo “histórico” dos lançamentos, informa número zero para nota fiscal de venda (é o que se deduz da sigla “NFV” utilizada em tantos outros lançamentos). Tal fato demonstra o ânimo de ambas as empresas, ENCOMEX e GRÁFICA BATATAIS, efetuarem um negócio de “compra e venda” cuja tradição da mercadoria ocorreria a posteriori. c. Ainda no campo “histórico”, registra que o adiantamento de recursos está relacionado à GRÁFICA BATATAIS. A ENCOMEX registra recebimento total de R$ 250.000,00, sendo que, em seis dos sete lançamentos, o registro se procede como nas alíneas acima. Outro artifício que a ENCOMEX utiliza em sua contabilidade é a utilização de uma conta contábil chamada “Contrato Diversos a Curto Prazo”. Tal conta, situada no “Passivo Circulante – Empréstimo e Financiamentos – Financiamentos de Capital de Giro”, sugere que a empresa contrai dívidas para alavancar seu negócio. Tais “endividamentos” são honrados com a entrega de mercadorias. Ou seja, não se trata de empréstimos, mas, na verdade, de pagamentos de negócios de compra e venda. Chamar os pagamentos de adiantamento não livra a ENCOMEX e o adquirente da mercadoria da irregularidade, pois, se houve financiamento, o que se Fl. 1033DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 12 financiou foi a operação de importação, que não seguiu as normas de importação indireta. Como se vê nesta tabela, a ENCOMEX, apesar de atribuir a origem dos recursos à ICB ADMINISTRAÇÃO BENS LTDA, deixa no campo “histórico” o vínculo com o verdadeira credor. Esse artifício se deve, acreditase, à necessidade de a empresa ter sob seu controle os pagamentos efetuados por cada um dos clientes. A dificuldade de realizar esse controle seria maior, caso os lançamentos acima fossem totalmente desvinculados da GRÁFICA BATATAIS. Algum sinalizador deveria haver para que a ENCOMEX pudesse gerenciar quem realmente pagou, pelo que se pagou, o quanto se pagou e quando se pagou. 7.2 Dos extratos bancários Os extratos bancários da ENCOMEX, combinados com os registros contábeis, mostram inequivocamente que ela recebeu recursos financeiros da GRÁFICA BATATAIS e não da ICB ADMINISTRAÇÃO DE BENS conforme registrado em sua contabilidade. Os lançamentos nos extratos que indicam a GRÁFICA BATATAIS estão reproduzidos abaixo: Os extratos bancários da conta corrente do Banco Bradesco estão juntados ao eprocesso. 7.3 Da declaração de importação A declaração de importação de n° 09/15665586, que amparou a nacionalização da mercadoria vendida à GRÁFICA BATATAIS, foi registrada em 10/11/2009, portanto, posterior aos primeiros pagamentos realizados pela GRÁFICA BATATAIS. Este é mais um dado para a conclusão de que a ENCOMEX realizou importação por conta e ordem de terceiros sem observância da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal que trata da matéria, a IN SRF 225/2002, (...). 7.4 Das notas fiscais Acerca das notas fiscais (eletrônicas), temos que: a. A NFe n° 96 de entrada foi emitida em 10/11/2009, sendo que a autorização de uso desta NFe, que é dada pela Fazenda estadual, ocorreu às 16h07min daquele dia. Fl. 1034DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.029 13 b. A NFe n° 97 de saída foi emitida em 10/11/2009, sendo que a autorização de uso desta NFe ocorreu às 16h30min. Esta nota fiscal não teve código fiscal de operação (CFOP) relacionado a venda, mas a remessa de mercadoria para demonstração (código 5912). c. Esta NFe de saída, a de número 97, foi emitida antes de a carga ser desembaraçada. O desembaraço e a emissão da referida NFe ocorreram em 10/11/2009. Entretanto, o horário do desembaraço foi 16h55min, o que também demonstra que havia um comprador prédeterminado para aquela mercadoria (o que é a essência da importação por encomenda). Desta informação, concluise que a afirmação da ENCOMEX na resposta ao termo n° 05 – “Assim que as mercadorias estão desembaraçadas em nosso País, apressamos em oferecêlas aos possíveis compradores, através de um trabalho exaustivo de visitas e contatos inloco ou via telefone” – não retrata a realidade. Fl. 1035DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 14 d. Em 21/12/2009, a GRÁFICA BATATAIS emite a nota fiscal n° 3911 para registrar o “retorno de demonstração” (CFOP 5913). No corpo desta nota fiscal, apresentada em resposta ao termo n° 02 do MPFD 0817700.2011.006037, registrouse que a devolução se refere à NFe 97, emitida pela ENCOMEX. e. Em 22/12/2009, a ENCOMEX emite a NFe de saída número 134. A mercadoria descrita nesta é a mesma das NFe anteriores: “impressoa ofsete (...) marca: HEIDELBERG, modelo: MOVPH, nr série: 611741, usada”. O CFOP desta NFe, a 134, é 5101 – “venda de produção no estabelecimento”. f. Em 26/04/2010, a ENCOMEX emite a terceira NFe de saída, de número 310, também de venda, para a mesma mercadoria (máquina de mesmo modelo, mesma marca e mesmo número de série). Não foi encontrada, nos registros de importação da ENCOMEX, outra máquina de mesmos modelo, marca e número de série fabricada em outro ano. A Fiscalização entende que, de fato, não houve “remessa para demonstração”, como quis dar a entender a ENCOMEX, mas um negócio de compra e venda com pagamentos adiantados, tendo em vista que: g. Os pagamentos realizados pela GRÁFICA BATATAIS à ENCOMEX começaram antes da emissão da NFe 134 pela ENCOMEX, e antes mesmo do registro da declaração de importação. h. As despesas decorrentes de instalação, desinstalação, montagem, desmontagem e transporte de uma máquina gráfica com peso de mais de doze toneladas não são irrisórias. Não se encontraram indícios de que as empresas incorreram nesses custos no mês de dezembro de 2009. i. As datas de emissão das notas fiscais 3911 (em 21/12/2009 pela GRÁFICA BATATAIS), e 134 (em 22/12/2009 pela ENCOMEX), aliadas ao fato de a ENCOMEX não possuir espaço físico para armazenagem da mercadoria, indicam que a máquina não saiu efetivamente do estabelecimento da GRÁFICA BATATAIS. j. A nota fiscal 3911 tem seus campos referentes ao transportador em branco, indicando que a mercadoria não foi transportada. O mesmo ocorre com a NFe 134. Com efeito, não há dúvidas de que a empresa Encomex Trading, ao figurar formalmente na documentação de importação, agiu como importadora ostensiva de mercadorias destinadas à empresa Gráfica Batatais (importador oculto), inclusive mediante recebimento de antecipação de recursos para o pagamento das operações de comércio exterior. Por outro lado, cumpre destacar que, no curso do procedimento fiscal, a Gráfica Batatais apresentou diversas versões acerca da forma de pagamento, até que, ao final, reconheceu que parte dos mesmos foram realizados a pessoas estranhas ao quadro societário da importadora. Houve, ademais, o uso de terceiros para a realização dos pagamentos, diversamente, portanto, do que ocorre em uma operação de compra regular, em que os recursos são transferidos de forma direta do adquirente ao importador. Tal fato evidencia o intuito de dificultar a identificação do real adquirente e a origem dos recursos empregados na operação. Essas circunstâncias mostram que as partes agiram em conluio. Afinal, um artifício astucioso dessa natureza é insusceptível de ser levado a efeito sem a aquiescência de todos os implicados. Portanto, deve ser mantida a cominação da multa de 10% da operação, nos termos do art. 33 da Lei nº 11.488/2007. Por fim, no tocante à responsabilidade do sócio administrador, o auto de infração foi baseado no art. 135, III, do CTN: Fl. 1036DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.030 15 Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: [...] III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. A responsabilização pessoal, portanto, não decorre apenas da condição de sócio administrador. É necessário demonstrar que o diretor, gerente ou representante da pessoa jurídica agiu com excesso de poderes, infração de lei, contrato social ou estatutos. Tais elementos, entretanto, não foram evidenciados no auto de infração, que, diversamente do que estabelece o art. 135 do CTN, responsabilizou os sujeitos passivos apenas em razão de sua condição jurídica de sócios da Ecomex: A ENCOMEX não responde sozinha pelos atos que infringiram a lei. Há a solidariedade dos sócios e demais pessoas que têm estreita ligação com a empresa. O CTN, em seu art. 135, dispõe que respondem, pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com infração de lei, diversas pessoas relacionadas à empresa: CTN Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Tal dispositivo legal implicou a inclusão das pessoas físicas a seguir (relacionadas em tabelas nas duas primeiras páginas deste documento), pelos motivos correspondentes: a. Eric Moneda Kafer: sócio da ENCOMEX. b. Vera Lúcia Moneda Kafer, sócia da ENCOMEX. O auto de infração, portanto, não apresentou a fundamentação necessária à responsabilização pessoal do sócio, o que afasta a aplicação do art. 135 do CTN. Isso porque, como ensina Lúcia Valle Figueiredo, a simples menção ao dispositivo legal não pode ser considerada motivação, fundamentação do ato: Não é possível que o administrador ou o juiz omitam a motivação. [...] Assim fazem os administradores quando dizem: ‘indefiro com base no artigo tal, inciso tal’. Pouco importa se o artigo ‘tal’ ou ‘qual’ dê suporte à aplicação da pena, em tese, pois às vezes, as penas a serem aplicadas são alternativas, ou em Fl. 1037DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 16 escala crescente. Tanto o administrador como o juiz deverão dizer: ‘aplico o artigo tal, porque, na hipótese examinada, tais e tais fatos inseremse na hipótese legal, por força de tais ou quais razões. [...] É dizer: de forma alguma a alegação de dispositivo legal pode ser considerada motivação, fundamentação do ato. (FIGUEIREDO, Lúcia Valle. Estudos de Direito Tributário. São Paulo : Malheiros, 1996, p. 99). Nessa mesma linha, ressaltando a necessidade de comprovação da atuação dolosa ou culposa na administração dos negócios, destacase o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. SÓCIOGERENTE. ART. 135, III, DO CTN. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. ANÁLISE DO CONTEXTO FÁTICOPROBATÓRIO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO POR ESTE TRIBUNAL SUPERIOR. SÚMULA 7/STJ. RECURSO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte firmouse no sentido de condicionar a responsabilidade pessoal do sóciogerente à comprovação da atuação dolosa ou culposa na administração dos negócios, em decorrência de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, excepcionandose a hipótese de dissolução irregular da sociedade devedora. 2. A análise da atuação do sócio, para efeito de enquadramento nas hipóteses de redirecionamento previstas no art. 135 do CTN, ou, até mesmo, para constatar a ocorrência de encerramento irregular da sociedade, encontra óbice na Súmula 7 desta Corte: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." 3. Recurso desprovido. (AgRg no REsp 596.134/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/06/2006, DJ 10/08/2006, p. 193. g.n.) Votase, assim, pelo conhecimento e desprovimento do recurso voluntário de Encomex Trading Comercial Importação e Exportação Ltda., pelo conhecimento e provimento parcial do recurso voluntário de Eric Moneda Kafer, para fins de exclusão da responsabilidade pessoal do Recorrente, por falta de fundamentação do auto de infração, mantendose os demais termos da decisão recorrida. (assinado digitalmente) Sólon Sehn Relator Fl. 1038DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.031 17 Voto Vencedor Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Da análise da responsabilidade tributária imputada Como visto nos autos, a responsabilidade do sócio administrador, Sr. Eric Moneda Kafer, no auto de infração, foi baseado no art. 135, III, do CTN. Analisandose as informações acostadas aos autos, após promover o lançamento dos montantes devidos pela Recorrente, foi então apresentado, ao final do TVF (Termo de Verificação Fiscal e Descrição dos Fatos), que, no entender do Fisco foram suficientes para fundamentar a imposição da referida responsabilidade. Para tanto, vejase abaixo, reprodução do texto da infração contida no Auto de Infração, lavrado pela fiscalização (fls. 05 a 11): 001 CESSÃO DO NOME DA PESSOA JURÍDICA COM VISTAS NO ACOBERTAMENTO DOS REAIS INTERVENIENTES OU BENEFICIÁRIOS A Empresa ENCOMEX TRADING COMERCIAL IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA, devidamente identificada, cedeu seu nome para a realização de operação de comércio exterior de terceiros com vistas no acobertamento dos reais intervenientes ou beneficiários na operação de importação, conforme detalhadamente descrito no Termo de Verificação Fiscal e Descrição dos Fatos, parte integrante e indissociável a este auto de infração. Fato Gerador 10/11/2009 Valor R$ 12.553,87. ENQUADRAMENTO LEGAL: Arts. 104, 106, 551, § 1º, inciso I, 673, 674, incisos I, IV, V e § único, 675, inciso III, 732, 734, 735, § 2º, 801, § 5º, 744, 745 e 768 do Decreto nº 6.759/09. Art. 33 da Lei nº 11.488/2007. Art. 727 do Decreto nº 6.759/2009. Em complemento ao Auto de Infração, todos os fatos verificados pela fiscalização, estão contido no “Termo de Verificação Fiscal e Descrição dos Fatos”, onde restou detalhado, conforme trechos destacados e abaixo reproduzidos (doc. fls. 12 a 73): (...) A análise das informações coletadas levou a Fiscalização a concluir que a ENCOMEX simulou importações de mercadorias de terceiros como se fosse para si, o que se provará no decorrer deste Termo. A ENCOMEX realizou importação em seu nome, embora a mercadoria tivesse destinatário certo e conhecido, ocultando, assim, a GRÁFICA BATATAIS. (...) A ENCOMEX já fora autuada por ocultação do sujeito passivo em outras operações de comércio exterior (...). Fl. 1039DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 18 (...) A ação fiscal gerenciada pelo MPFF 0817700.2010.00050 7, já produziu outras autuações em desfavor da Encomex. Foram formalizados os seguintes processos, seguidos dos respectivos motivos, entre parênteses: 11829.720013/201142 (embaraço à fiscalização),11829.720020/201144 (embaraço à fiscalização, respondendo solidariamente),11829.720025/2011 77 (não entrega de escrituração contábil digital) e 11829.720014/201278 (embaraço à fiscalização). (...) DOS SÓCIOS (...) ERIC, possuidor de 99% das quotas da empresa autuada, e sua mãe e sócia, VERA LÚCIA MONEDA KAFER, com o 1% restante, possuíam participação societária em uma casa lotérica de fevereiro de 2001 a novembro de 2003; cada um tinha 50% das quotas (...). (...) A ENCOMEX não responde sozinha pelos atos que infringiram a lei. Há a solidariedade dos sócios e demais pessoas que têm estreita ligação com a empresa. O CTN, em seu art. 135, dispõe que respondem, pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com infração de lei, diversas pessoas relacionadas à empresa: CTN Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I as pessoas referidas no artigo anterior; II os mandatários, prepostos e empregados; III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Tal dispositivo legal implicou a inclusão das pessoas físicas a seguir (relacionadas em tabelas nas duas primeiras páginas deste documento), pelos motivos correspondentes: a. Eric Moneda Kafer: sócio da ENCOMEX. b. Vera Lúcia Moneda Kafer, sócia da ENCOMEX. (...) 11. DA INTENÇÃO DO AGENTE A intenção de cometer a infração é irrelevante para a aplicação da penalidade, como previsto no art. 94 do DL 37/1966: DecretoLei 37/1966 Art.94 – Constitui infração toda ação ou omissão, voluntária ou involuntária, que importe inobservância, por parte da pessoa natural ou jurídica, de norma estabelecida neste DecretoLei, no seu regulamento ou em ato administrativo de caráter normativo destinado a completálos (...). Fl. 1040DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.032 19 § 2º Salvo disposição expressa em contrário, a responsabilidade por infração independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato. [grifei] (...) 12 DO USO DE DOCUMENTO FALSO, EM TESE, E DA SIMULAÇÃO Se os documentos utilizados na operação de comércio exterior, no caso, a declaração de importação e a fatura comercial, não retratam a realidade, tratase de documento, em tese, falso. (...) Sobre o despacho aduaneiro de importação, o Decreto Lei nº 37/1966 prevê a obrigatoriedade de apresentação de alguns documentos (...). Efetuado a análise do TVE respectivo, observase que restou demonstrado pela fiscalização que o Sr. Eric Moneda Kafer, de fato e de direito é o único gestor da empresa, constando como Sócio Administrador no Contrato Social, responsável pelas operações desenvolvidas pela empresa, assinando os cheques emitidos, responsável pela área administrativa e comercial da empresa, comprando e vendendo mercadorias, inclusive através de cartões de crédito, empréstimos em bancos, etc, conforme bem circunstanciando nas respostas aos Termos de Intimação que foi elaborado pela fiscalização, onde ressaltase na resposta ao Termo de Intimação nº 6 (fls. 260/278), que em resumo, ele seria o responsável e beneficiário dos fatos geradores da obrigação principal, cujo crédito tributário decorrente é o objeto do presente procedimento fiscal. Ressaltese também, que deste procedimento fiscal, conforme consta dos autos, resultou a lavratura da respectiva representação fiscal para fins penais. Nestes termos fica caracterizada a sua responsabilidade tributária, estabelecida pelos incisos III do artigo 135 da Lei n° 5.172/66 (Código Tributário Nacional),que assim dispõe: Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: [...] III os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado. Da análise dessas disposições, verificase, portanto, que os contornos específicos da responsabilidade tributária conferida nesses autos limitase, específica e exclusivamente, à aplicação das disposições do art. 135, inciso III do CTN, sendo certo, e completamente indubitável, que a aplicação daquelas disposições, no presente caso, decorrem da verificação de que, na qualidade de “administrador” da empresa autuada, o Sr. Eric Moneda Kafer, tinha, portanto, inteiro e integral conhecimento das operações realizadas objeto destes autos, devendo, assim, responder pelas infrações apontadas. Fl. 1041DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM 20 A discussão em torno dos contornos próprios e dos limites no âmbito de imposição de Responsabilidade Tributária de Terceiros em nosso ordenamento jurídico, há tempos, é tema de largos e calorosos debates, sobretudo porque, de regra, pretendese, a todo custo, a identificação de possíveis responsáveis para o pagamento de montantes devidos, porém inadimplidos, no universo da atuação empresarial brasileira. A par de todas as discussões, verificase que, indubitavelmente, um dos temas mais urdidos tem sido a verificação do campo possível de aplicação das disposições do mencionado art.135, inciso III do CTN, que, com o aqui já apontado, prevê a possibilidade de responsabilização pessoal aos “diretores, gerentes ou representantes da pessoa jurídica”. A grande questão sempre presente nos debates, de fato, é a configuração da hipótese específica que autoriza a sua aplicação, uma vez que, tratandose, como de fato o é, de norma de caráter excepcional (responsabilidade tributária de terceiros), a sua utilização somente se mostra possível quando presentes, então, todas as respectivas circunstâncias autorizativas expressamente previstas no dispositivo em análise. Em face dos longos debates práticos e doutrinários então desenvolvidos, é relevante destacar que, a jurisprudência nacional já a ela especificamente se debruçou, sendo importante destacar, a esse respeito, a existência de precedente específico do Superior Tribunal de Justiça–STJ, que, sob a sistemática própria dos chamados “Recursos Repetitivos” (Art. 543C do CPC), assim então já se pronunciou: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. SÓCIOGERENTE. ART. 135, III, DO CTN. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. ANÁLISE DO CONTEXTO FÁTICOPROBATÓRIO DA LIDE. IMPOSSIBILIDADE DE APRECIAÇÃO POR ESTE TRIBUNAL SUPERIOR. SÚMULA 7/STJ. RECURSO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência desta Corte firmouse no sentido de condicionar a responsabilidade pessoal do sóciogerente à comprovação da atuação dolosa ou culposa na administração dos negócios, em decorrência de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatuto, excepcionandose a hipótese de dissolução irregular da sociedade devedora. 2. A análise da atuação do sócio, para efeito de enquadramento nas hipóteses de redirecionamento previstas no art. 135 do CTN, ou, até mesmo, para constatar a ocorrência de encerramento irregular da sociedade, encontra óbice na Súmula 7 desta Corte: "A pretensão de simples reexame de prova não enseja recurso especial." 3. Recurso desprovido (grifo nosso). (AgRg no REsp 596.134/SC, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 20/06/2006, DJ 10/08/2006, p. 193. g.n.). Pelo que aqui se verifica, o julgamento paradigma fundamental editado pelo STJ a respeito aos específicos contornos da aplicação das disposições do art.135, inciso III do CTN, e, no caso, a responsabilização tributária do sócio, é clarividente no sentido que não se mostra suficiente a simples demonstração ou identificação da ocorrência do inadimplemento do montante devido. É fundamental que, em cada caso, reste devida e especificamente comprovada a atuação com excesso de poder e/ou infração à lei, ao contrato social ou ao Fl. 1042DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM Processo nº 11829.720058/201206 Acórdão n.º 3802003.876 S3TE02 Fl. 1.033 21 estatuto da empresa, sem a qual, definitivamente, não se pode admitir a responsabilização do referido dirigentes. No presente caso, conforme demonstrado no respectivo TVE e nas respostas aos Termos de Intimação constante dos autos, o que se verifica é que a responsabilização pessoal do Sr. Eric Moneda Kafer decorreu, exclusivamente, da verificação de que ele seria o responsável operacional da atividade da empresa, tendo, assim, completo conhecimento a respeito de todas as operações de importação realizadas. A par do esforço empreendido pelo Fisco, entendo que, no caso, restou devidamente comprovada a hipóteses mencionada no caput do mencionado Art. 135 do CTN, para que, então, fique evidenciado a viabilidade da aplicação da referida responsabilização. Conforme se verifica das informações contidas no Termo de Verificação Fiscal, constatase indicação de diversos atos praticados pelo Sr. Eric Moneda Kafer, decorrente de infração de lei. Na verdade, a responsabilidade tributária apontada teria decorrido, de que o referido sócio, atuando como “administrador” da empresa, teria total conhecimento das operações realizadas, sendo por elas, então, imputado como responsável solidário. Ocorre que, como aqui temos demonstrado, na linha do entendimento pacifico da jurisprudência do STJ (inclusive, nos termos do Art. 543C do CPC, cuja aplicação se mostra obrigatória neste CARF a teor das disposições do Art. 62A do RICARF), para que se mostre possível a responsabilidade pessoal dos diretores, gerentes e representantes da pessoa jurídica, fazse necessária a específica análise de sua conduta e, no caso, a perfeita adequação às hipóteses legais apontadas, sendo certo, que essa responsabilização nunca pode decorrer da simples verificação da ocorrência do inadimplemento das parcelas devidas. No caso dos autos, verificase a devida configuração das hipóteses autorizativas da referida previsão legal da responsabilidade pessoal do dirigente da pessoa jurídica, contida nas disposições do art. 135, inciso III do CTN, sendo, portanto, completamente devida, assim, a sua imputação, nos termos e fundamentos devidamente apresentados, uma vez que foram reunidos nos autos elementos capazes de aferir, nos termos do art.135 do Código Tributário Nacional, que o integrante do quadro societário da empresa à época da ocorrência dos fatos agiu com infração de legislação. Com essas considerações, divirjo do ilustre relator e voto no sentido de NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário interposto, determinando a manutenção da responsabilidade tributária solidária do Sr. ERIC MONEDA KAFER. Sala de sessões, em 11 de novembro de 2014 Waldir Navarro Bezerra – Redator Designado Fl. 1043DF CARF MF Impresso em 12/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 04/12/20 14 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 10/12/2014 por SOLON SEHN, Assinado digitalm ente em 10/12/2014 por MERCIA HELENA TRAJANO DAMORIM
score : 1.0
Numero do processo: 10314.002428/2011-78
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Dec 18 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 18/02/2011
CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA.
É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial.
JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE.
Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial.
Numero da decisão: 3803-006.641
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, e em negar provimento quanto aos juros.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente
(assinado digitalmente)
Belchior Melo de Sousa - Relator
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes.
Nome do relator: BELCHIOR MELO DE SOUSA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 18/02/2011 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontrava-se suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial.
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BENEFICIENTE DE SENHORAS HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do fato gerador: 18/02/2011 MATÉRIA SUBMETIDA AO JUDICIÁRIO. RENÚNCIA ÀS INSTÂNCIAS ADMINISTRATIVAS. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. INTIMAÇÕES. ATOS PROCESSUAIS. PROCURADOR As normas do Processo Administrativo Fiscal não têm previsão para que a Administração Tributária efetue as intimações de atos processuais administrativos na pessoa e no domicílio profissional do advogado constituído pelo sujeito passivo da obrigação tributária. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Data do fato gerador: 18/02/2011 CRÉDITO TRIBUTÁRIO SUB JUDICE. LANÇAMENTO PARA PREVENIR A DECADÊNCIA. É lícito ao Fisco, visando prevenir a decadência, lavrar auto de infração para constituir crédito tributário cuja exigibilidade encontravase suspensa por força de liminar em mandado de segurança. O crédito assim constituído deve permanecer com a exigibilidade suspensa enquanto não modificados os efeitos da medida judicial. JUROS DE MORA. LANÇAMENTO PARA PREVENIR DECADÊNCIA. LEGALIDADE. Os juros de mora acrescidos ao principal objeto de lançamento para prevenir decadência declaram a mora e o dies a quo da sua contagem, para fins da AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 31 4. 00 24 28 /2 01 1- 78 Fl. 274DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 2 incidência no ato da sua cobrança, se e quando se erguer a eficácia do lançamento com o desprovimento da ação judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração, em não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Poder Judiciário, e em negar provimento quanto aos juros. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Relator Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Corintho Oliveira Machado, Belchior Melo de Sousa, Hélcio Lafetá Reis, João Alfredo Eduão Ferreira, Jorge Victor Rodrigues e Paulo Renato Mothes de Moraes. Relatório O presente processo é constituído de autos de infração, lavrado para exigência de crédito tributário referente a Imposto de Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, CofinsImportação e PISImportação, incidentes sobre a importação de equipamentos de procedência estrangeira destinados, conforme declarado pela Interessada, à utilização nas atividades essenciais da entidade. Conforme a descrição dos fatos, os desembaraços das Declarações de Importação (DIs), foram efetuados sem o recolhimento dos tributos incidentes na importação, em cumprimento da decisão nos autos do processo judicial 2004.61.00.0289717, aviado na 22ª Vara Federal de São Paulo, em que foi determinado que se procedesse ao desembaraço aduaneiro das mercadorias importadas por esta pessoa jurídica. O objeto da ação judicial é a declaração da inexistência da relação jurídico tributária que a obrigue a recolher impostos e contribuições sociais federais devidos na importação, tendo como fundamento a imunidade de que goza em relação aos impostos e isenção às contribuições. Houve decisão favorável ao deferimento de tutela antecipada, e, posteriormente, a confirmação por meio de sentença, sem decisão definitiva transitada em julgado até a data das autuações. Ante este provimento, os autos de infração foram lavrados com o fito de prevenir a decadência, sendo informando que a exigibilidade estava suspensa até a decisão final. Em impugnação apresentada, a Autuada arrazoou, em síntese, que: a) o Auto de Infração é meio que se configura inadequado à constituição do crédito tributário, nas circunstâncias do caso. Se não houve prática de infrações por parte do Fl. 275DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.002428/201178 Acórdão n.º 3803006.641 S3TE03 Fl. 275 3 contribuinte, não se trata o caso de aplicação de penalidade, decorrendo disso que o instrumento jurídico correto é a Notificação de Lançamento; b) os juros moratórios devem ser afastados, pois inexistem os pressupostos de fato que autorizariam a sua imposição; c) é uma entidade de assistência social, que atua na área da saúde, tendo sido declarada de utilidade pública federal, fazendo jus, portanto, à imunidade prevista na Constituição Federal; d) o Ato Declaratório n° 9/06 do Procurador Geral da Fazenda Nacional reconhece a imunidade de entidades como a da Impugnante, encerrando qualquer discussão; Em julgamento da lide, a DRJ/Florianópolis assentou, em síntese, que: a) a interessada indicou na declaração de importação não haver valor de crédito tributário a ser recolhido. O benefício que pleiteou não foi reconhecido pela Autoridade Aduaneira; b) a lavratura de Auto de Infração não pode ser considerada inadequada, visto que sob a ótica da Fazenda a interessada deixou de recolher, por ocasião do registro da declaração de importação, os tributos em questão; c) dos dispositivos do art. 9º e 10º do Decreto n° 70.235/72 tanto a exigência do crédito tributário quanto a aplicação de penalidade isolada podem ser formalizados por Auto de Infração ou Notificação de Lançamento; visto que a redação do dispositivo legal não permite estabelecer limites ao alcance de cada espécie de instrumento para formalização; d) a formalização do presente crédito tributário mediante a lavratura de Auto de Infração assegura maior benefício ao exercício do direito de defesa e do contraditório à Interessada, pois este instrumento possui não apenas a Disposição Legal Infringida, mas a Descrição do Fato; Quanto ao mérito: a) da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade não conheceu do recurso, por ter sido a matéria levada à apreciação do Judiciário, o que implica em renúncia às instâncias administrativas. b) da incidência dos juros de mora no lançamento sustentou que mesmo inexigível o crédito tributário, o prazo de pagamento do tributo não é alterado, prevalecendo tal prazo para fins de sua incidência no caso de decisão judicial final desfavorável ao contribuinte. Considerou que, a rigor, os juros de mora não precisam ser indicados na autuação para serem exigidos, porque, como acessório, seguem o principal. O destaque dos juros de mora incidentes até a data da lavratura da autuação é apenas demonstrativo. A decisão foi ementada como segue: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Data do fato gerador: 18/02/2011 Fl. 276DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 4 AÇÃO JUDICIAL. EFEITOS. LANÇAMENTO DESTINADO A PREVENIR DECADÊNCIA. FORMALIZAÇÃO CABÍVEL. A discussão da matéria tributável na esfera judicial não elide o dever da autoridade administrativa de constituir o crédito tributário. A propositura de qualquer ação judicial anterior, concomitante ou posterior a procedimento fiscal, com o mesmo objeto da autuação, importa em renúncia ou desistência à apreciação da mesma matéria na esfera administrativa, porém a matéria divergente terá prosseguimento normal. Cientificada da decisão em 08/10/2013, irresignada, a Interessada apresentou recurso voluntário, em 18/10/2013, em que reitera os termos da impugnação. É o relatório. Voto Conselheiro Belchior Melo de Sousa, Relator O recurso é tempestivo e atende os demais requisitos para sua admissibilidade, dele conheço. Preliminar de Nulidade Auto de Infração como meio inadequado à constituição do crédito tributário A Recorrente apela para a nulidade da constituição do crédito tributário, em virtude de ter sido formalizada por meio de Auto de Infração e não Notificação de Lançamento, uma vez que o crédito constituído encontrase com a exigibilidade suspensa, não tendo cometido qualquer infração à legislação. Vista unicamente sob o seu ângulo, tem razão a Defendente quando afirma não ter cometido infração, considerando que se encontra amparada pelo provimento judicial provisório antecipatório da tutela, obtido em 29//11/2004. Sob o olhar do Fisco, porém, a subsistência da lide, o mérito da controvérsia em aberto e a possibilidade (não importa em que medida) de resultado favorável à Fazenda, são os eventos que motivaram a constituição do crédito tributário. Neste prisma, o campo Descrição dos Fatos do Auto de Infração consigna o registro tanto do fato jurídico tributário como do fato jurídico da ocorrência da infração consistente na falta de recolhimento, ao desamparo da imunidade invocada. 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE II 001 IMPORTAÇÃO NÃO AMPARADA POR IMUNIDADE IPI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA COFINS IMPORTAÇÃO DI 001 FALTA/INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DO PIS/PASEP IMPORTAÇÃO DI 0 importador submeteu a despacho aduaneiro de importação, pleiteando IMUNIDADE TRIBUTARIA para o Imposto de Importação (II), Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e para as contribuições sociais (PIS e COFINS) incidentes na Fl. 277DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.002428/201178 Acórdão n.º 3803006.641 S3TE03 Fl. 276 5 importação das mercadorias descritas e amparadas pelas declarações de importação no 09/02330394 e 10/12642404 (anexo I). Cumpre observar que a alegada imunidade abrange apenas os impostos sobre patrimônio, renda e serviços das entidades previstas na alínea "c", do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal. Este entendimento tem como fundamento o disposto na alínea "a" do inciso III do art. 146 da Constituição Federal, que remete a Lei Complementar a definição das diversas espécies de tributos. Esta definição, por sua vez, é tratada pelo Código Tributário Nacional (aprovado pela Lei no 5.172/66 e recepcionado pelo atual texto constitucional) em seu Titulo III. [...] Além de todo o exposto acerca da não extensão da imunidade constitucional, o importador ao pleitear a imunidade dos tributos não apresentou, no curso do despacho, documentação que atestasse o cumprimento dos requisitos necessários para obtenção da renuncia fiscal dos tributos bem como Certificado de Entidade de Assistência Social válido, documento que atesta seu caráter de assistência social, pleiteando a liberação das mercadorias com base na ação judicial preventiva supracitada. Portanto, entende esta fiscalização que o beneficio fiscal da imunidade não pode ser concedido à autuada. [...] A multa prevista no art. 44, inciso I da Lei no 9.430/96 não foi aplicada em cumprimento ao disposto no § 1º do artigo 63 do mesmo dispositivo Legal (a Decisão Judicial suspendeu a exigibilidade do crédito tributário em 29/11/2004, anterior ao registro das DI's). O registro do fato jurídico tributário implicou no lançamento, que corresponde ao valor dos tributos que deveriam ter sido recolhidos no desembaraço aduaneiro. O registro do fato jurídico da ocorrência da infração, traz na esteira a sustação do seu efeito que corresponderia à imposição da multa de ofício, em face da tutela antecipada obtida na ação judicial aviada sob o nº 2004.61.00.0289717[1]. Assim, não obstante descrita a infração, o Auto de Infração deixa de fixar apenas a relação jurídica quanto à imposição da penalidade. Dado o contorno sob o qual se lavra Auto de Infração para prevenção de decadência quando sua materialidade encontrase em discussão na esfera judicial e presente a infração, ante o não reconhecimento do direito pleiteado, pela Autoridade aduaneira , podese sustentar que este instrumento não é impróprio para a constituição do crédito tributário, pelo fato de seu conteúdo estar adstrito unicamente ao lançamento. Este entendimento encontrase bem ajustado ao que dispõe o art. 9º do Decreto nº 70.235/72, que não distingue os usos do Auto de Infração e da Notificação de Lançamento seja para tributo ou penalidade, verbis: 1 Em cumprimento ao art. 63, § 1º, da Lei nº 9.430/96. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 6 Art. 9o A exigência do crédito tributário e a aplicação de penalidade isolada serão formalizados em autos de infração ou notificações de lançamento, distintos para cada tributo ou penalidade, os quais deverão estar instruídos com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. (Grifos acrescidos) Entre os requisitos obrigatórios do Auto de Infração está a descrição do fato, ausente das exigências para a Notificação de Lançamento, ao tempo em que o seu inciso III aponta para a necessidade de indicação da disposição legal infringida (ainda que na condição de "se for o caso"), denotando que este instrumento pode veicular também penalidade: Art. 10. O auto de infração será lavrado por servidor competente, no local da verificação da falta, e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do autuado; II o local, a data e a hora da lavratura; III a descrição do fato; IV a disposição legal infringida e a penalidade aplicável; V a determinação da exigência e a intimação para cumprila ou impugnála no prazo de trinta dias; VI a assinatura do autuante e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Art. 11. A notificação de lançamento será expedida pelo órgão que administra o tributo e conterá obrigatoriamente: I a qualificação do notificado; II o valor do crédito tributário e o prazo para recolhimento ou impugnação; III a disposição legal infringida, se for o caso; IV a assinatura do chefe do órgão expedidor ou de outro servidor autorizado e a indicação de seu cargo ou função e o número de matrícula. Parágrafo único. Prescinde de assinatura a notificação de lançamento emitida por processo eletrônico. A doutrina, por sua vez, apenas identifica o uso indistinto de um ou outro instrumento de que as Administrações Tributárias tem se servido para introduzir suas imposições, tanto tributárias como sancionatórias. Assim, esclarece James Marins: "O auto de infração, no âmbito da Receita Federal e a Notificação Fiscal de Lançamento de Débito (NFLD), utilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), são espécies de documentos fiscais elaborados pela Administração para corporificar atos de imposição. O auto de infração ou a NFLD frequentemente engloba no mesmo suporte físico vários atos impositivos referentes a diversas relações jurídicas, ora não Fl. 279DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.002428/201178 Acórdão n.º 3803006.641 S3TE03 Fl. 277 7 sancionatórias, como o lançamento, ou relações jurídicas sancionatórias, como aplicação de multa por Paulo de Barros Carvalho, na mesma vertente, noticia o uso do auto de infração como peça portadora não só do ato de imposição de penalidade: Em súmula, dois atos administrativos, ambos introdutores de norma individual e concreta no ordenamento positivo: um, de lançamento, produzindo regra cujo antecedente é fato lícito e o consequente uma relação jurídica de tributo; outro, o auto de infração, veiculando u'a norma que tem, no suposto, a descrição de um delito e, no consequente, a instituição de liame jurídico sancionatório, cujo conteúdo da prestação tanto pode ser um valor pecuniário (multa) como uma conduta de fazer ou não fazer. Tudo seria simples, realmente, se o auto de infração apenas conduzisse para o ordenamento a mencionada regra individual e concreta que mencionei. Nem sempre é assim. Que, de vezes, sob a epígrafe "auto de infração", deparamonos com dois atos: um de lançamento, exigindo o tributo devido; outro, de aplicação de penalidade, pela circunstância de o sujeito passivo não ter recolhido, em tempo hábil, a quantia pretendida pela Fazenda. Dáse a conjunção, num único instrumento material, sugerindo até possibilidades híbridas. Mera aparência. Não deixam de ser normas jurídicas distintas postas por expedientes que, por motivos de comodidade administrativa estão reunidas no mesmo suporte físico. Pela frequência com que ocorrem essas conjunções, falam alguns, em "auto de infração" em sentido largo (dois atos no mesmo instante) e "auto de infração"stricto sensu", para denotar a peça portadora de norma individual e concreta de aplicação de penalidade a quem cometeu ilícito tributário. A lição acima destaca a natureza distinta dos atos administrativos do lançamento e da imposição sancionatória e a decorrente autonomia destes. Uma vez autônomos e, via de regra, postos no mesmo instrumento de constituição das exigências, o Auto de Infração, não se deve ver inadequação se vier veicular apenas um desses atos: a formalização da relação jurídica tributária tendente a prevenir decadência, mesmo que inexista a penalidade. Pelo exposto, rejeito a preliminar. Mérito Da incidência dos tributos na importação, em face de imunidade Travase no processo judicial nº 2004.61.00.0289717 discussão sobre a in/existência de relação jurídica tributária que obrigue a Recorrente ao pagamento de tributos tais como os lançados no presente Auto de Infração , que não estejam classificados no rol dos impostos obre o patrimônio, na acepção restrita que dá a Fazenda a esta classe de tributos. Corroboro o entendimento já assentado na decisão recorrida, segundo o que este debate não pode ser travado no âmbito deste processo administrativo. O provimento que aqui se der ou negar tornarseá sem efeito ante decisão superveniente em rumo diverso no Fl. 280DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 8 aludido processo. Logo, de raso, devese aplicar a Súmula CARF nº 1, eis que presente a conexão de matérias[2]. Da incidência dos juros de mora no lançamento Cabe lembrar que o presente processo é dependente da ação nº 2004.61.00.0289717. O provimento judicial definitivo, a seu tempo, deitará por terra este processo. Alternativamente, o desprovimento referenderá a incidência prevenida, suscitará a mora e ensejará a cobrança dos tributos aqui lançados com a inclusão dos juros de mora, com amparo do art. 61, § 3º, cujo lapso de tempo de sua aplicação estenderseá até o mês do pagamento. Uma vez que é vedada a incidência somente da multa de ofício no lançamento para prevenir decadência, os juros podem ser incluídos no lançamento, sem o caráter de ser valor fixo, como o são o principal e a multa. Demais disso, considero que os juros não estão constituídos na data e na linguagem normativa do lançamento, distintamente do que se dá com o principal. Concebo que ao estarem presentes em todo e qualquer lançamento representam o conteúdo declaratório da mora até o momento em que não haja impugnação, para fins da incidência futura, na conformidade com o art. 61, § 3º, da Lei nº 9.430/96, quando se tornar eficaz o lançamento, seja com o trânsito em julgado do desprovimento do pedido em ação judicial ou com a definitividade da decisão em processo administrativo. Os juros não estão a incidir (no que entendo ser o melhor sentido jurídico deste verbo), na composição do crédito tributário pelo lançamento, porquanto seu valor não é definitivo, na hipótese de suspensão de exigibilidade, vindo a sêlo somente quando, em tempo futuro, a então Contribuinte vier a ser chamada a efetuar a quitação do crédito lançado. Nesse diapasão, os juros no lançamento são mero indicativo de sua aderência ao principal e do dies a quo do intervalo de tempo até o mês do pagamento, na ocasião da cobrança. Se se pudesse dizer que os juros têm sua constituição efetivada no lançamento, como admitir a sua fluência protraindose no tempo até a quitação do crédito tributário? Por fim, mesmo não estando configurada a mora no momento do lançamento, em face da suspensão da exigibilidade, a presença dos juros no lançamento, pela razão supra, não representa prejuízo algum à Recorrente. Pedido de intimação no endereço do advogado Quanto a este pedido, no rito do Processo Administrativo Fiscal não há respaldo legal para que a Administração Tributária efetue as intimações na pessoa e no domicílio do advogado constituído pelo contribuinte. Este entendimento é assente nos julgamentos no âmbito do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF). O princípio do informalismo é próprio do processo administrativo, e nesse pressuposto os administrados detêm a capacidade de postular, sendo facultativa a representação por advogado. Em observância das disposições do art. art. 23 do Decreto nº 70.235/72, as intimações devem ser feitas diretamente ao administrado, em seu domicílio tributário, não implicando em nulidade do acórdão o desatendimento deste pleito da Contribuinte: Art. 23. Farseá a intimação: 2 Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO Processo nº 10314.002428/201178 Acórdão n.º 3803006.641 S3TE03 Fl. 278 9 I pessoal, pelo autor do procedimento ou por agente do órgão preparador, na repartição ou fora dela, provada com a assinatura do sujeito passivo, seu mandatário ou preposto, ou, no caso de recusa, com declaração escrita de quem o intimar; II por via postal, telegráfica ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo; III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou b) registro em meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo. [...] § 2° Considerase feita a intimação: I na data da ciência do intimado ou da declaração de quem fizer a intimação, se pessoal; II no caso do inciso II do caput deste artigo, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação; III se por meio eletrônico: a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou c) na data registrada no meio magnético ou equivalente utilizado pelo sujeito passivo; IV 15 (quinze) dias após a publicação do edital, se este for o meio utilizado. § 3o Os meios de intimação previstos nos incisos do caput deste artigo não estão sujeitos a ordem de preferência. § 4o Para fins de intimação, considerase domicílio tributário do sujeito passivo: I o endereço postal por ele fornecido, para fins cadastrais, à administração tributária; e II o endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, desde que autorizado pelo sujeito passivo. § 5o O endereço eletrônico de que trata este artigo somente será implementado com expresso consentimento do sujeito passivo, e a administração tributária informarlheá as normas e condições de sua utilização e manutenção. Fl. 282DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO 10 § 6o As alterações efetuadas por este artigo serão disciplinadas em ato da administração tributária. [grifos aqui] Pelo exposto, voto por rejeitar a preliminar de nulidade do auto de infração; por não conhecer do recurso quanto à matéria submetida à apreciação do Judiciário, e por negar provimento quanto à incidência dos juros no lançamento. (assinado digitalmente) Belchior Melo de Sousa Fl. 283DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/12/2014 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 11/12/20 14 por BELCHIOR MELO DE SOUSA, Assinado digitalmente em 17/12/2014 por CORINTHO OLIVEIRA MACHADO
score : 1.0
Numero do processo: 10630.001154/2010-36
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 14 00:00:00 UTC 2013
Data da publicação: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Exercício: 2008, 2009
INFORMAR FATOS GERADORES DE CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS EM GFIP.
Deixar de informar em GFIP os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, Inciso IV, da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei n°9.528/1997, e artigo 225, IV, do Decreto n. 3.048/1999.
RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN.
O Decreto 3.048/99 revogou o disposto no art. 291, §1º, do Regulamento da Previdência Social, que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Indiferentemente da revogação, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da publicação da alteração, por conta da aplicação do art. 144 do CTN.
Recurso Voluntário Provido Em Parte - Crédito Tributário Mantido em Parte
Numero da decisão: 2803-002.647
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso,no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a novembro de 2008.
(Assinado Digitalmente)
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
(Assinado Digitalmente)
Gustavo Vettorato - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior.
Nome do relator: GUSTAVO VETTORATO
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Deixar de informar em GFIP os fatos geradores de todas as contribuições previdenciárias constitui infração ao artigo 32, Inciso IV, da Lei n° 8.212/1991, na redação dada pela Lei n°9.528/1997, e artigo 225, IV, do Decreto n. 3.048/1999. RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. O Decreto 3.048/99 revogou o disposto no art. 291, §1º, do Regulamento da Previdência Social, que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Indiferentemente da revogação, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da publicação da alteração, por conta da aplicação do art. 144 do CTN. Recurso Voluntário Provido Em Parte Crédito Tributário Mantido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso,no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a novembro de 2008. (Assinado Digitalmente) Helton Carlos Praia de Lima Presidente. (Assinado Digitalmente) AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 63 0. 00 11 54 /2 01 0- 36 Fl. 362DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 179 2 Gustavo Vettorato Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima (presidente), Gustavo Vettorato, Eduardo de Oliveira, Natanael Vieira dos Santos, Oséas Coimbra Júnior, Amilcar Barca Teixeira Júnior. Fl. 363DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 180 3 Relatório O presente Recurso Voluntário foi interposto contra decisão da DRJ, que manteve parcialmente o crédito tributário oriunda da aplicação de multa por descumprimento do disposto no art. 32, IV,da Lei n. 8.2121991, por ter deixado de entregar a Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informação Previdência Social GFIP, na competência 13/2008, bem como entregou a GFIP com atraso (após o prazo fixado na legislação) nas competências out/2008 a dez/2008, de jan/2009 a jul/2009, dez/2009 e 130/2009 (quadro anexo), infringindo o disposto na Lei n° 8.212, de 24/07/1991, art. 32, inciso IV e § 9°, com a redação dada pela MP no 449, de 03/12/2008, convertida na Lei n° 11.941, de 27/05/2009. O julgamento a quo excluiu do lançamento com referência à competência de 13/2008. Assim, o recurso veio à presente turma especial para seu julgamento, em que apresentou os seguintes argumentos resumidos: inaplicabilidade do art. 32A, II, da Lei n. 8.212/1991, em razão da ausência de intimação prévia para apresentação, e necessidade de atenuação e relevação da multa. Esse é o relatório. Fl. 364DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 181 4 Voto Conselheiro Gustavo Vettorato I O recurso é tempestivo, conforme supra relatado, dispensado do depósito prévio (Súmula Vinculante 21 do STF), assim deve o mesmo ser conhecido. II O argumento da inaplicabilidade do art. 32A, II, da Lei n. 8.212/1991, com a redação da Lei n° 11.941, de 27/05/2009, por ausência da intimação prévia para apresentação das GFIPs ou esclarecimentos, antes da aplicação da multa, não merece acolhimento. Vide o texto integral do dispositivo: Art. 32A.O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitar seá às seguintes multas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3odeste artigo.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 1o Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 2o Observado o disposto no § 3odeste artigo, as multas serão reduzidas:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Fl. 365DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 182 5 I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). § 3o A multa mínima a ser aplicada será de:(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). II–R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009). Em que pese o a impossibilidade de afastamento da multa em face de denúncia espontânea do art. 138, do CTN, pois é vedado ao CARF afastar a aplicação da lei ordinária em razão de inconstitucionalidade, conforme determina o art. 62 e 62A, do Anexo II, do RICARF. Observase que as competências recorridas, as GFIPs foram todas entregues antes da fiscalização, logo não haveria necessidade de intimação prévia para nova entrega(envio) das mesmas, apenas o pedido de esclarecimentos que consta nos autos e no próprio lançamento nos Termos de Intimação Fiscal n. 2º e 3º (fls. 22/23 e 25/26). Tanto que a multa foi calculada considerando o §1º, I, do dispositivo citado, redução de 50%. Assim, não merece razão a recorrente. III Quanto à possibilidade de atenuação e relevação da multa, em razão da aplicação do art. 656 da IN 03/2005, deve ser analisado que o mesmo dispositivo tratava de interpretação da norma do art. 291, do RPS (Dec. 3048/1999), que fora revogado pelo Decreto n. 6727, de 12 de janeiro de 2009. Como sempre defendido por este relator, Instruções Normativas tem natureza meramente interpretativa das normas de hierarquia superior, caso a norma de hierarquia superior que é objeto da interpretação seja revogada, a inferior não poderá se aplicada. Assim, pela aplicação do art. 656, da IN/2005, não pode justificar a atenuação ou relevação da multa. Contudo, verificase nos autos que antes fiscalização, inclusive antes da impugnação de primeiro grau, a contribuinte apresentou as GFIPs referentes às competências 10, 11 e 12/2008, referentes a fatos geradores anteriores à revogação do dispositivo 291, do RPS. A infração (deixar de apresentar a GFIP até o sétimo dia do mês posterior ao mês dos respectivos pagamentos) ocorreu antes de 13.01.2009, data da publicação do Dec. n. 6.727/2009, que revogou o disposto no art. 291, §1º, do Dec. n. 3048/1999(Regulamento da Previdência SocialRPS), que conferia a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas até a data final para apresentação da defesa, for primário e não houver circunstância agravante pois Fl. 366DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 183 6 aquele momento. Sobre a relevação da multa, a legislação que tratava do assunto determinava o seguinte: 291. Constitui circunstância atenuante da penalidade aplicada ter o infrator corrigido a falta até a decisão da autoridade julgadora competente. § 1º A multa será relevada, mediante pedido dentro do prazo de defesa, ainda que não contestada a infração, se o infrator for primário, tiver corrigido a falta e não tiver ocorrido nenhuma circunstância agravante. Contudo, observandose o ato infracional ocorreu antes da publicação do Dec. 6727/2009, o momento da incidência das normas referentes à data de ocorrência do fato gerador da norma sancionadora deve observar o art. 144 do CTN, in verbis: Art. 144. O lançamento reportase à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e regese pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Assim, considerando que a recorrente apresentou os documentos solicitados no prazo de defesa, sendo primário e não ter sido apurado qualquer agravante, bem como que as regras aplicáveis ao caso é a da data da infração deve ser a multa relevada. Esse entendimento é o mesmo de outros julgados do CARF/MF, como transcrevese um exemplo: ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/08/2006 a 30/11/2007 RELEVAÇÃO DAS MULTAS. INFRAÇÃO REFERENTE A FATOS GERADORES ATÉ 01/2009. APLICAÇÃO DO ART. 144 DO CTN. Até janeiro de 2009, o Decreto 3.048/99 Regulamento da Previdência Social (RPS) previa em seu art. 291, §1º a relevação das multas se o infrator corrigir as faltas, for primário e não houver circunstância agravante. Apesar da revogação de tais dispositivos pelo Decreto 6.727/2009, o contribuinte tem direito ao benefício se os fatos geradores apontados tiverem ocorrido até a edição da novel legislação, por conta da aplicação do art. 144 do CTN. (Ac. N. 2301003.197, Rel. Cons. Mauro José Silva, 1a. Turma Ordinária da 3a. Câmara da 2a. Seção de Julgamento do CARF, julg. 20.11.2012.) Dessa forma, está claro e fundamentado o dever de relevar a multa lançada. V Conclusão Isso posto, voto no sentido de CONHECER e DAR PROVIMENTO PARCIAL ao RECURSO VOLUNTÁRIO, no sentido de relevar a multa lavrada com base nas competências do período de outubro a dezembro de 2008. Fl. 367DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA Processo nº 10630.001154/201036 Acórdão n.º 2803002.647 S2TE03 Fl. 184 7 (Assinado Digitalmente) Gustavo Vettorato Relator Fl. 368DF CARF MF Impresso em 11/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/12/2014 por GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 po r GUSTAVO VETTORATO, Assinado digitalmente em 04/12/2014 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA
score : 1.0
Numero do processo: 10850.907795/2011-92
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 14 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Tue Dec 02 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/02/2000 a 29/02/2000
RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA.
O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea.
Numero da decisão: 3803-006.537
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues, que convertiam o julgamento em diligência.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/02/2000 a 29/02/2000 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues, que convertiam o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues.
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(Incorporadora de GREEN VEÍCULOS COMÉRCIO E IMPORTAÇÃO LTDA.) Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/02/2000 a 29/02/2000 RESTITUIÇÃO. COMPENSAÇÃO. ÔNUS DA PROVA. O ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa não infirmada com documentação hábil e idônea. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencidos os conselheiros Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues, que convertiam o julgamento em diligência. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa, João Alfredo Eduão Ferreira, Paulo Renato Mothes de Moraes e Jorge Victor Rodrigues. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 85 0. 90 77 95 /2 01 1- 92 Fl. 121DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907795/201192 Acórdão n.º 3803006.537 S3TE03 Fl. 122 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto em contraposição à decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada em decorrência do indeferimento do pedido de restituição formulado pelo contribuinte supra identificado. O contribuinte havia transmitido Pedido de Restituição (PER) em 25 de agosto de 2004, referente a crédito decorrente de alegado pagamento a maior da Cofins, período de apuração fevereiro de 2000, no valor de R$ 103,08. Por meio de despacho decisório eletrônico, a repartição de origem indeferiu o pedido de restituição, pelo fato de que o pagamento declarado no PER já havia sido integralmente utilizado na quitação de outros débitos do contribuinte. Cientificado da decisão, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu o reconhecimento do direito creditório, alegando que o indébito decorrera da inconstitucionalidade já declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) do alargamento da base de cálculo da contribuição promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. Argüiu o interessado que não fora previamente intimado para prestar esclarecimentos quanto à higidez do crédito tributário, tendo sido o despacho decisório prolatado sem que a fiscalização tivesse examinado a situação concreta do pedido de restituição. Requereu, também, o então Manifestante, em respeito ao princípio da economia processual, a reunião dos processos identificados na peça recursal para julgamento em conjunto, considerando terem todos eles o mesmo objeto. Junto à Manifestação de Inconformidade, o contribuinte trouxe aos autos cópias de documentos societários, do despacho decisório, do comprovante de arrecadação, de planilha por ele elaborada contendo a identificação dos valores das receitas financeiras auferidas no período e de parte do balancete. A DRJ Ribeirão Preto/SP não reconheceu o direito creditório, tendo sido o acórdão ementado nos seguintes termos: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Data do Fato Gerador: 29/02/2000 AMPLIAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. INCONSTITUCIONALIDADE. A inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep, reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal em recurso extraordinário, não gera efeitos erga omnes, sendo incabível sua aplicação a contribuintes que não façam parte da respectiva ação. RESTITUIÇÃO. AUSÊNCIA DE SALDO A RESTITUIR. Fl. 122DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907795/201192 Acórdão n.º 3803006.537 S3TE03 Fl. 123 3 Verificado que o crédito pleiteado foi totalmente utilizado, em momento anterior, para quitação de débitos declarados em DCTF, resta impossibilitada, por falta de saldo, a restituição. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Data do Fato Gerador: 29/02/2000 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. PEDIDO DE PERÍCIA. PRESCINDIBILIDADE. INDEFERIMENTO. Estando presentes nos autos todos os elementos de convicção necessários à adequada solução da lide, indeferese, por prescindível, o pedido de diligência ou perícia. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido Arguiu o relator a quo que, “ainda que os óbices quanto à utilização integral do recolhimento não existissem, e que fosse possível estender os efeitos do julgado do STF para o presente caso, a interessada não se [desincumbira] de demonstrar e provar o suposto recolhimento a maior”, uma vez que os documentos apresentados se referiam apenas às receitas financeiras, dados esses insuficientes à apuração da base de cálculo da contribuição, qual seja, o faturamento. Cientificado da decisão de primeira instância em 16 de setembro de 2013, o contribuinte apresentou Recurso Voluntário em 16 de outubro do mesmo ano e reiterou seu pedido, repisando os mesmos argumentos de defesa, sendo contestado o argumento da autoridade julgadora de piso relativamente à necessidade de prévia retificação da DCTF para se atestar a liquidez e certeza do crédito, argüindose que tal documento, além de não ser exigido em lei, não é o único apto a comprovar a existência de crédito passível de restituição. Afirmou ainda o Recorrente que apresentara, junto à Manifestação de Inconformidade, cópias do livro Diário, com seus termos de abertura e fechamento, bem como do balancete, contendo a identificação das receitas financeiras indevidamente incluídas no cômputo da contribuição, tratandose de documentos suficientes à comprovação do crédito pleiteado. Contestou também o argumento do julgador de piso que, segundo ele, pretendera anteceder qualquer ato processual futuro, relativamente à preclusão processual, pois que novos fatos e razões foram trazidos aos autos, reclamando pela aplicação do contido na alínea “c” do § 4º do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972. Junto ao recurso, o contribuinte trouxe aos autos cópia de parte do livro Razão. Fl. 123DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907795/201192 Acórdão n.º 3803006.537 S3TE03 Fl. 124 4 Em 13/01/2014, a repartição de origem juntou a este processo, por apensação, o processo administrativo nº 10850.909882/201184, contendo a declaração de compensação do crédito controvertido nestes autos. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. No que tange à alegação de que o despacho decisório fora prolatado em desconformidade com a legislação de regência, dada a inocorrência de prévia intimação do interessado para prestar esclarecimentos quanto à higidez do crédito tributário, há que se ressaltar que o ato administrativo, muitas vezes, “prescinde da existência de um procedimento específico”, pois, quando “o agente administrativo [detém] todas as informações necessárias à configuração do fato imponível e à extração de todas as conseqüências tributárias” 1, ele não necessita colher novas informações ou provas, podendo decidir com base nos elementos presentes nos sistemas internos do órgão, quando suficientes à prolação do despacho decisório. Quanto ao pedido de reunião dos processos identificados na peça recursal para julgamento em conjunto, considerando que todos eles têm o mesmo objeto, há que se salientar que todos os processos presentes no lote em que figurou como interessada a pessoa jurídica Green Veículos Comércio e Importação Ltda., incorporada por Pará Automóveis Ltda., foram incluídos na pauta para julgamento na mesma sessão deste 3ª Turma Especial. Conforme acima relatado, controvertese nos autos acerca do pedido de restituição de valor recolhido a maior da contribuição apurada sobre receitas que extrapolam o conceito de faturamento, com fundamento na inconstitucionalidade declarada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral, do alargamento da base de cálculo promovido pelo art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718, de 1998. A inconstitucionalidade do alargamento da base de cálculo da contribuição, para além do faturamento, operado pela Lei nº 9.718, de 1998, foi objeto de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) 2, em julgamento submetido à sistemática da repercussão geral (art. 543B do Código de Processo Civil CPC), cujo teor deve ser, obrigatoriamente, observado por este Colegiado, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF. A Lei n° 9.718, decorrente da conversão da Medida Provisória nº 1.724, de 29 de outubro de 1998, foi publicada em novembro de 1998, quando vigia a redação original do art. 195, I, “b”, da Constituição Federal, em que se previa apenas o faturamento como 1 MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). 7. ed. São Paulo: Dialética, 2014, p. 266267. 2 Em 27 de novembro de 2008, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, no âmbito do Recurso Extraordinário nº 585.235, cujo mérito da repercussão geral foi julgado em 10 de setembro de 2008, pela inconstitucionalidade da ampliação da base de cálculo do PIS e da Cofins prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/1998, cujo teor passou, desde então, a vincular os demais órgãos judiciais e o CARF. Fl. 124DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907795/201192 Acórdão n.º 3803006.537 S3TE03 Fl. 125 5 hipótese de incidência da contribuição social, não constando a possibilidade de alcançar outras receitas auferidas pela pessoa jurídica, o que veio a ocorrer somente em dezembro do mesmo ano por meio da Emenda Constitucional n° 20. De acordo com o entendimento do STF3, o alargamento posterior da base de cálculo das contribuições de “faturamento” para “receita e faturamento”, operada por meio da Emenda Constitucional n° 20/1998, não teve o condão de convalidar legislação anterior que previa a incidência da Cofins e da Contribuição para o PIS sobre a totalidade das receitas da pessoa jurídica. Não se pode olvidar que o termo faturamento referese ao somatório das receitas decorrentes de vendas de mercadorias ou serviços, não abrangendo, por conseguinte, outras receitas, como as receitas financeiras alheias ao objeto social da pessoa jurídica. Dessa forma, por força do contido no art. 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, que estipula que as decisões definitivas do STF proferidas na sistemática da repercussão geral devem ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento de recursos no âmbito do CARF, concluise, em tese, pelo direito do contribuinte de obter a restituição de recolhimentos relativos à contribuição apurada sobre as receitas não abrangidas pelo conceito de faturamento, restando verificar, nos autos, a existência inequívoca de prova do indébito reclamado. Conforme se verifica do relatório supra, a DRJ Ribeirão Preto/SP não reconheceu o direito creditório por ausência de provas hábeis a demonstrar e comprovar o suposto recolhimento a maior, considerando que os documentos apresentados se referiam apenas às receitas financeiras, dados esses insuficientes à apuração da base de cálculo da contribuição, qual seja, o faturamento. O Recorrente alega que, junto à Manifestação de Inconformidade, havia trazido aos autos, além de cópia do balancete, cópia do livro Diário, sendo que, compulsando os autos, se verifica que tal afirmativa não se confirma, pois somente a cópia do balancete foi juntada à peça recursal interposta em primeira instância. A par da decisão da DRJ Ribeirão Preto/SP, em que a questão da prova do indébito foi posta como condicionante ao reconhecimento do direito creditório, o contribuinte traz aos autos cópia de parte do livro Razão, porém, conforme se dera em relação ao balancete, restrito às informações relativas às receitas financeiras, não se identificando o faturamento, dado esse imprescindível à apuração da contribuição efetivamente devida no período. De acordo com o art. 16 do Decreto n° 70.235/1972, que regula o Processo Administrativo Fiscal (PAF), cabe ao impugnante o ônus da prova de suas alegações contrapostas à decisão de indeferimento do direito pleiteado, prova essa que deve ser apresentada no momento da manifestação de inconformidade. O referido art. 16 do PAF assim dispõe: Art. 16. A impugnação mencionará: I a autoridade julgadora a quem é dirigida; 3 REs nº 585.235, 346.084, 357.950, 358.273, 390.840, dentre outros. Fl. 125DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907795/201192 Acórdão n.º 3803006.537 S3TE03 Fl. 126 6 II a qualificação do impugnante; III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; (Redação dada pela Lei nº 8.748, de 1993) – Grifei (...) § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) b) refirase a fato ou a direito superveniente;(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.(Incluído pela Lei nº 9.532, de 1997) Em conformidade com o excerto supra, temse que o ônus da prova recai sobre a pessoa que alega o direito ou o fato que o modifica, extingue ou que lhe serve de impedimento, devendo prevalecer a decisão administrativa que não reconheceu o direito creditório, amparada em informações declaradas pelo próprio sujeito passivo, presentes nos sistemas da Receita Federal, informações essas não infirmadas com documentação hábil e idônea. Conforme já dito, os elementos trazidos aos autos por cópias pelo contribuinte no momento da Manifestação de Inconformidade não eram aptos, por si sós, a comprovar o direito reclamado, dado que restritos às informações relativas às receitas financeiras, situação em que não se tem por comprovada a base de cálculo da contribuição devida (faturamento), o que impede o confronto entre os valores recolhidos aos cofres públicos e aqueles efetivamente devidos. A mesma falha ocorreu em sede de recurso, pois a parte do livro Razão apresentada também se restringiu às receitas financeiras, inviabilizandose a comprovação pretendida. A meu ver, essa constatação, por si só, já impede que se acate o pedido do Recorrente, pois mesmo afastando, em tese, a preclusão acima abordada, não se tem por configuradas as características de liquidez e certeza requeridas em casos da espécie. Abrir a possibilidade de produção de novas provas, a meu ver, ainda que em consonância com o princípio da verdade material, configura afronta aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade (art. 2º da Lei nº 9.784, de 1999), à obrigatoriedade de atuação da Administração em conformidade com a lei e o Direito e à adequação entre meios e fins (art. 2º, parágrafo único, da Lei nº 9.784, de 1999), assim como ao dever do administrado de apresentar os documentos comprobatórios do direito alegado antes das decisões administrativas e de prestar todas as informações necessárias ao esclarecimento dos fatos (art. 3º, III, e 4º, IV, da Lei nº 9.784, de 1999). Fl. 126DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10850.907795/201192 Acórdão n.º 3803006.537 S3TE03 Fl. 127 7 Mesmo considerando o princípio da verdade material, em que a apuração da verdade dos fatos pelo julgador administrativo vai além das provas trazidas aos autos pelo interessado, nos casos da espécie ao ora analisado, a prova encontrase em poder do próprio sujeito passivo, e uma vez que foi dele a iniciativa de instauração do processo, pois que relativo a um direito que ele alega ser detentor, não se vislumbra razão a uma possível inversão do ônus da prova. Destaquese que, em razão da incompletude da prova apresentada, um eventual retorno dos autos à repartição de origem para a reabertura da apreciação do presente feito não encontra respaldo na legislação processual tributária, pois, conforme nos leciona James Marins, “[a] flexibilização generalizada do regime de fases e de preclusões processuais fragiliza a segurança do processo e não pode ser admitida mesmo sob invocação do princípio da formalidade moderada, por atingir axioma ínsito ao conceito ontológico do procedimento e do processo entendido cedere pro” 4 (ir para a frente). Mesmo depois de ter sido alertado pelo julgador administrativo de primeira instância acerca da necessidade de apresentação de documentos comprobatórios do crédito pleiteado o Recorrente não se predispôs a instruir o processo nesta segunda instância de forma efetiva, dado que o documento então acrescentado não foi apto a suprir a falha de instrução do processo que já havia sido detectada na primeira instância. Nesse contexto, por ausência de prova da efetiva existência do direito creditório pleiteado, voto por NEGAR PROVIMENTO ao recurso. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator 4 MARINS, James. Direito processual tributário brasileiro (administrativo e judicial). 7. ed. São Paulo: Dialética, 2014, p. 293. Fl. 127DF CARF MF Impresso em 02/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 02/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 15/10/2014 por HELCIO LAFETA REIS
score : 1.0
Numero do processo: 10920.907753/2012-61
Turma: Terceira Turma Especial da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/12/2005 a 31/12/2005
JUROS DE MORA. REDUÇÃO AUTORIZADA POR LEI. DIREITO CREDITÓRIO COMPROVADO.
A Lei nº 11.941, de 2009, autoriza a redução de 45% dos juros de mora no pagamento de débitos vencidos até 30 de novembro de 2008, em razão do quê se deve reconhecer o direito creditório que havia sido indeferido indevidamente com fundamento no recolhimento a menor do referido acréscimo legal.
Numero da decisão: 3803-006.806
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para reconhecer o direito à redução dos juros prevista na Lei nº 11.941, de 2009, no pleito creditório formulado.
(assinado digitalmente)
Corintho Oliveira Machado - Presidente.
(assinado digitalmente)
Hélcio Lafetá Reis - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa e João Alfredo Eduão Ferreira.
Nome do relator: HELCIO LAFETA REIS
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/12/2005 a 31/12/2005 JUROS DE MORA. REDUÇÃO AUTORIZADA POR LEI. DIREITO CREDITÓRIO COMPROVADO. A Lei nº 11.941, de 2009, autoriza a redução de 45% dos juros de mora no pagamento de débitos vencidos até 30 de novembro de 2008, em razão do quê se deve reconhecer o direito creditório que havia sido indeferido indevidamente com fundamento no recolhimento a menor do referido acréscimo legal.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para reconhecer o direito à redução dos juros prevista na Lei nº 11.941, de 2009, no pleito creditório formulado. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado - Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa e João Alfredo Eduão Ferreira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 5; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1798; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3TE03 Fl. 68 1 67 S3TE03 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 10920.907753/201261 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3803006.806 – 3ª Turma Especial Sessão de 11 de dezembro de 2014 Matéria COFINS COMPENSAÇÃO Recorrente DUAS RODAS INDUSTRIAL LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/12/2005 a 31/12/2005 JUROS DE MORA. REDUÇÃO AUTORIZADA POR LEI. DIREITO CREDITÓRIO COMPROVADO. A Lei nº 11.941, de 2009, autoriza a redução de 45% dos juros de mora no pagamento de débitos vencidos até 30 de novembro de 2008, em razão do quê se deve reconhecer o direito creditório que havia sido indeferido indevidamente com fundamento no recolhimento a menor do referido acréscimo legal. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar parcial provimento ao recurso, para reconhecer o direito à redução dos juros prevista na Lei nº 11.941, de 2009, no pleito creditório formulado. (assinado digitalmente) Corintho Oliveira Machado Presidente. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Corintho Oliveira Machado (Presidente), Hélcio Lafetá Reis (Relator), Belchior Melo de Sousa e João Alfredo Eduão Ferreira. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 92 0. 90 77 53 /2 01 2- 61 Fl. 68DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 18/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10920.907753/201261 Acórdão n.º 3803006.806 S3TE03 Fl. 69 2 Tratase de Recurso Voluntário interposto para se contrapor à decisão da DRJ Belo Horizonte/MG que julgou procedente apenas em parte a Manifestação de Inconformidade manejada em decorrência da homologação parcial da compensação declarada. O contribuinte apresentara Declaração de Compensação (DComp) com vistas a extinguir débito de sua titularidade com crédito oriundo de pagamento da contribuição efetuado a maior, crédito esse reconhecido apenas em parte em razão do cômputo de multa de mora e de parte dos juros no cálculo da contribuição paga em atraso. Em sua Manifestação de Inconformidade, o contribuinte argüiu que, em conformidade com os documentos comprobatórios carreados aos autos (Dacon, DCTF, PER/DCOMP e guias de recolhimento), se encontrava comprovada a totalidade do crédito declarado. A DRJ Belo Horizonte/MG reconheceu em parte o direito creditório, excluindo, com base na denúncia espontânea, a multa de mora do cálculo do valor recolhido em atraso, mantendo a diferença dos juros de mora acrescida pela repartição de origem. Cientificado da decisão em 9 de junho de 2014, o contribuinte interpôs Recurso Voluntário em 7 de julho de 2014 e requereu o reconhecimento integral do direito creditório, alegando que os juros computados no pagamento em atraso foram calculados com base nos benefícios da Lei nº 11.941, de 2009, regulamentada pela Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 06, de 23 de julho 2009. Junto ao Recurso Voluntário o contribuinte traz aos autos cópia do DARF em que consta a informação “Lei nº 11.941/2009 – pagto. à vista”. É o relatório. Voto Conselheiro Hélcio Lafetá Reis O recurso é tempestivo, atende as demais condições de admissibilidade e dele tomo conhecimento. Conforme acima relatado, controvertese nos autos acerca do não reconhecimento de parte do direito creditório pleiteado em sede de compensação, em razão da inserção de parcela dos juros de mora no cálculo do valor da contribuição recolhido em atraso, recolhimento esse em que apenas parte do referido acréscimo legal fora computado. O Recorrente alega que calculara os acréscimos moratórios com base nos benefícios da Lei nº 11.941, de 2009, regulamentada pela Portaria Conjunta PGFN/RFB nº 06, de 23 de julho 2009, dispositivos esses que assim dispõem: LEI Nº 11.941, DE 27 DE MAIO DE 2009 (...) Fl. 69DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 18/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10920.907753/201261 Acórdão n.º 3803006.806 S3TE03 Fl. 70 3 Art. 1o Poderão ser pagos ou parcelados, em até 180 (cento e oitenta) meses, nas condições desta Lei, os débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil e os débitos para com a ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional, inclusive o saldo remanescente dos débitos consolidados no Programa de Recuperação Fiscal – REFIS, de que trata a Lei no 9.964, de 10 de abril de 2000, no Parcelamento Especial – PAES, de que trata a Lei no 10.684, de 30 de maio de 2003, no Parcelamento Excepcional – PAEX, de que trata a Medida Provisória no 303, de 29 de junho de 2006, no parcelamento previsto no art. 38 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e no parcelamento previsto no art. 10 da Lei no 10.522, de 19 de julho de 2002, mesmo que tenham sido excluídos dos respectivos programas e parcelamentos, bem como os débitos decorrentes do aproveitamento indevido de créditos do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI oriundos da aquisição de matériasprimas, material de embalagem e produtos intermediários relacionados na Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados – TIPI, aprovada pelo Decreto no 6.006, de 28 de dezembro de 2006, com incidência de alíquota 0 (zero) ou como nãotributados § 1o O disposto neste artigo aplicase aos créditos constituídos ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, inclusive os que foram indevidamente aproveitados na apuração do IPI referidos no caput deste artigo. § 2o Para os fins do disposto no caput deste artigo, poderão ser pagas ou parceladas as dívidas vencidas até 30 de novembro de 2008, de pessoas físicas ou jurídicas, consolidadas pelo sujeito passivo, com exigibilidade suspensa ou não, inscritas ou não em dívida ativa, consideradas isoladamente, mesmo em fase de execução fiscal já ajuizada, ou que tenham sido objeto de parcelamento anterior, não integralmente quitado, ainda que cancelado por falta de pagamento, assim considerados: (...) IV – os demais débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. § 3o Observado o disposto no art. 3o desta Lei e os requisitos e as condições estabelecidos em ato conjunto do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional e do Secretário da Receita Federal do Brasil, a ser editado no prazo de 60 (sessenta) dias a partir da data de publicação desta Lei, os débitos que não foram objeto de parcelamentos anteriores a que se refere este artigo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I – pagos a vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; Fl. 70DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 18/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10920.907753/201261 Acórdão n.º 3803006.806 S3TE03 Fl. 71 4 (...) PORTARIA CONJUNTA PGFN/RFB Nº 6, DE 22 DE JULHO DE 2009 (...) Art. 1º Os débitos de qualquer natureza junto à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) ou à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), vencidos até 30 de novembro de 2008, que não estejam nem tenham sido parcelados até o dia anterior ao da publicação da Lei n º 11.941, de 27 de maio de 2009 , poderão ser excepcionalmente pagos ou parcelados, no âmbito de cada um dos órgãos, na forma e condições previstas neste Capítulo. § 1º Para os fins do disposto no caput, poderão ser pagos ou parcelados os débitos de pessoas físicas ou jurídicas, consolidados por sujeito passivo, constituídos ou não, com exigibilidade suspensa ou não, inscritos ou não em Dívida Ativa da União (DAU), mesmo que em fase de execução fiscal já ajuizada, considerados isoladamente: (...) VI os demais débitos administrados pela RFB. (...) Art. 2º Os débitos de que trata este Capítulo poderão ser pagos ou parcelados da seguinte forma: I pagos à vista, com redução de 100% (cem por cento) das multas de mora e de ofício, de 40% (quarenta por cento) das multas isoladas, de 45% (quarenta e cinco por cento) dos juros de mora e de 100% (cem por cento) sobre o valor do encargo legal; (...) Art. 14. A dívida será consolidada na data do requerimento do parcelamento ou do pagamento à vista. Considerandose os dispositivos supra, é possível concluir pela existência de autorização legal para pagamento à vista, com redução de 100% das multas e de 45% dos juros de mora, de débitos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) vencidos até 30 de novembro de 2008. No presente caso, temse débito vencido em janeiro de 2006 e recolhido em outubro de 2009, encontrandose, por conseguinte, abrangido pelo período autorizado pela lei. Sendo o valor do principal de R$ 4.934,38 e os juros cheios, desconsiderandose a princípio a redução autorizada pela lei, de R$ 2.180,00 (conforme índice de juros de 44,18% obtido a partir dos cálculos presentes no voto condutor do acórdão embargado, bem como no site da Receita Federal), temse que, aplicandose o percentual de redução de 45%, os juros devidos ficam reduzidos a R$ 1.199,00, valor esse muito próximo, Fl. 71DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 18/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS Processo nº 10920.907753/201261 Acórdão n.º 3803006.806 S3TE03 Fl. 72 5 com diferença de apenas R$ 0,05, ao efetivamente recolhido a esse título pelo Recorrente (R$ 1.199,05). Diante do exposto, voto por DAR PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para reconhecer o direito à redução dos juros prevista na Lei nº 11.941, de 2009, no âmbito do pleito creditório formulado. O provimento apenas parcial se deve ao fato de que a imputação do pagamento efetuado para fins de homologação da compensação darseá somente no momento da execução deste acórdão. É como voto. (assinado digitalmente) Hélcio Lafetá Reis Relator Fl. 72DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS, Assinado digitalmente em 18/12/2014 p or CORINTHO OLIVEIRA MACHADO, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por HELCIO LAFETA REIS
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Numero do processo: 13748.000436/2003-68
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 17 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Mon Dec 08 00:00:00 UTC 2014
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/01/1993 a 31/12/1998
PIS/PASEP. DECRETOS-LEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO.
Em consequência da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), resta obrigatória a observância das disposições nela contida sobre prescrição expressa no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitar-se à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN.
NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC.
Consoante art. 62-A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543-B e 543-C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3202-001.309
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário.
Irene Souza da Trindade Torres Oliveira Presidente
Luís Eduardo Garrossino Barbieri Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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RESTITUIÇÃO E COMPENSAÇÃO Recorrente RIOBRÁS TRANSPORTES LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1993 a 31/12/1998 PIS/PASEP. DECRETOSLEIS Nº 2.445/88 E Nº 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. RESTITUIÇÃO. Em consequência da decisão proferida pelo STF (RE 566.621), resta obrigatória a observância das disposições nela contida sobre prescrição expressa no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. NORMAS REGIMENTAIS. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO CONTEÚDO DE DECISÃO PROFERIDA PELO STF NO RITO DO ART. 543C DO CPC. Consoante art. 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 74 8. 00 04 36 /2 00 3- 68 Fl. 409DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 2 Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao Recurso Voluntário. Irene Souza da Trindade Torres Oliveira – Presidente Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Irene Souza da Trindade Torres Oliveira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri, Gilberto de Castro Moreira Junior, Charles Mayer de Castro Souza, Thiago Moura de Albuquerque Alves e Rodrigo Cardozo Miranda. Relatório O presente litígio decorre de Pedido de Restituição (fls. 01/ss), protocolado em 24/09/2003, no valor de R$ 73.053,90, em decorrência de valores recolhidos a título de PIS, para os períodos de apuração de janeiro/1993 a dezembro/1998, sob a égide dos Decretos Lei nº 2.445/88 e 2.449/88, assim como em relação à suposta inconstitucionalidade da MP 1.212/98, convertida na Lei nº 9.715/98, arguida no STF por meio da ADIN 1.4170. Posteriormente, a interessada apresentou diversas declarações de compensação eletrônicas (vide relação às efls. 247/248), transmitidas entre 20/04/2007 a 22/10/2009, visando extinguir, por compensação, diversos débitos tributários nelas informados. O pedido foi indeferido, conforme Relatório e Despacho Decisório proferidos pela autoridade fiscal da DRF – Nova Iguaçu RJ, de 22/09/2010 (efls. 247/257), sob os seguintes fundamentos que “(...) em relação aos valores recolhidos a título de PIS, antes de 24/09/1998, já havia ocorrido a decadência do direito de o contribuinte solicitar a restituição de suposto crédito”. Portanto, em relação aos valores recolhidos anteriormente a 24/09/1998 a DRF – Nova Iguaçu indeferiu o pedido, em preliminares, em decorrência da “decadência” (a meu ver, prescrição). O Despacho Decisório adentrou no mérito apenas em relação aos pagamentos efetuados em 15/10/1998, 13/11/98, 15/12/98 e 13/01/99, que no seu entender não haviam sido atingidos pela “decadência”, quando tratou da suposta inconstitucionalidade da MP 1.212/98, convertida na Lei nº 9.715/98, arguida no STF por meio da ADIN 1.4170 (vide efl. 252). Nessa parte, indeferiu o pedido de restituição e não homologou as declarações de compensação apresentadas pelo contribuinte. Com o intuito de elucidar os fatos e destacar os argumentos trazidos pelas partes transcrevese o Relatório constante da decisão de primeira instância administrativa, verbis: Trata o presente processo, originariamente, de pedido de restituição da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, fl. 03, protocolizado em 24/09/2003, em relação aos pagamentos efetuados para os períodos de apuração Fl. 410DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13748.000436/200368 Acórdão n.º 3202001.309 S3C2T2 Fl. 410 3 01/1993 a 12/1998, conforme os DARF´s de fls.27/52, no valor total de R$ 73.053,90, parte devido a inconstitucionalidade dos DL´s nº 2.445 e 2.448/88, e parte sob o argumento de que com a reconhecida inconstitucionalidade do artigo 18 da Lei nº 9.715/98, não existiu lei com eficácia para a cobrança da Contribuição ao PIS. Posteriormente, a interessada apresentou Declarações de Compensação visando à homologação com débitos de tributos vincendos (fls.54/232). Com base no Parecer Conclusivo nº 270/2010 (fls.247/256), o Despacho Decisório da autoridade administrativa – fls.257, não reconheceu o direito creditório e deixou de homologar as compensações face à inexistência de crédito, uma vez que a “quase totalidade dos pagamentos efetuados a título de PIS, que poderiam respaldar eventual direito à restituição de pagamentos considerados indevidos ou a maior, foram alcançados pela decadência”. Quanto aos pagamentos realizados em 15/10/98, 13/11/98, 15/12/98 e 13/01/99, o indeferimento teve como base o fato dos recolhimentos terem sido efetuados sob a égide da Medida Provisória nº 1.212/95, reeditada sucessivamente até ser convertida na Lei nº 9.715/98, que obrigava todas as pessoas jurídicas ao recolhimento do PIS. Cientificada, a Interessada ingressou, em 06/07/2011, com a manifestação de inconformidade de fls. 261/306, na qual alega, em síntese, que: • O Pedido de Restituição foi elaborado e protocolado em 24 de setembro de 2003, tendo o prazo legal para avaliação pelos técnicos da Receita Federal expirado em 25 de setembro de 2008, perfazendo 5 anos, sem que houvesse qualquer manifestação por parte deste órgão federal durante esse período, ocorrendo portanto a homologação tácita; • Face decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 1.4170, abriuse a possibilidade de se recuperar administrativamente junto à SRF, regido pela INSRF nº 210/2002, todos os valores recolhidos a título de PIS, durante o período de outubro de 1995 a outubro de 1998. Em relação ao período outubro de 1995 a fevereiro de 1996, a SRF já reconheceu através da IN06/2000 o direito que tem o contribuinte à compensação; • O PIS sujeitase ao lançamento por homologação, assim, o prazo decadencial só começa a fluir após o decurso de cinco anos da ocorrência do fato gerador, somados mais cinco anos, contados estes da homologação tácita do lançamento; • O Acórdão em ADIN que declarar a inconstitucionalidade da lei tributária serve de fundamento para configurar juridicamente o conceito de pagamento indevido, proporcionando a repetição do débito do Fisco somente se pleiteada tempestivamente em face dos prazos de decadência e prescrição: a decisão em controle direto não tem o efeito de reabrir os prazos de decadência e prescrição. • Descabe, portanto, justificar que, com o trânsito em julgado do Acórdão do STF, a reabertura do prazo de prescrição se dá em razão do princípio da actio nata; • Sobreposto pela razão de que o tempo impõe às obrigações e procedimentos tributários, reafirmamos que, os tributos que originaram o crédito foram declarados através do programa eletrônico PERDCOMP e consignados através do Pedido de Restituição, que não foi julgado no prazo legal e fatal, tornandose tácita a homologação. A 17ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de Janeiro indeferiu o pedido do contribuinte, nos termos do Acórdão nº 1246.666, de 24 de maior de 2012 (efls. 316/ss), o qual recebeu a seguinte ementa: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/01/1993 a 31/08/1998 Fl. 411DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 4 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. INEXISTÊNCIA DO PRAZO DE CINCO ANOS PARA HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Não há previsão legal para a homologação tácita do Pedido de Restituição, que não seja objeto de despacho decisório proferido pela autoridade competente da Secretaria da Receita Federal do Brasil, com ciência ao contribuinte no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido. PRAZO DECADENCIAL PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO TERMO INICIAL. O prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, mesmo que o pagamento tenha sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário, inclusive na hipótese de tributos lançados por homologação, conforme preceitua o art. 150, § 1º do CTN. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/09/1998 a 31/12/1998 PISCONSTITUCIONALIDADE MP nº 1.212 E ALTERAÇÕES LEI Nº 9.715/98. Não cabe alegação de inexistência de fato gerador, uma vez que, na ADIN nº 14170, o Supremo Tribunal Federal declarou inconstitucional somente a parte final do citado art. 18 da Lei n.º 9.715/98, restringindose a decisão ao período de 1º de outubro de 1995 a 29 de fevereiro de 1996. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido A interessada regularmente cientificada do Acórdão em 23/08/2012 (efolhas 332/337) interpôs Recurso Voluntário em 19/09/2012 (efls. 339/ss), onde repisa os argumentos trazidos em sua impugnação. O processo digitalizado foi distribuído e, posteriormente, encaminhado a este Conselheiro Relator na forma regimental. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Eduardo G. Barbieri, Relator. O Recurso Voluntário é tempestivo e atende os requisitos de admissibilidade devendo, portanto, ser conhecido. Inicialmente, devemos analisar a questão relativa ao prazo prescricional para que o contribuinte possa efetuar o pedido de restituição/compensação de créditos da Contribuição para o Programa de Integração Social PIS advindos de recolhimentos efetuados nos moldes dos DecretosLeis nºs. 2.445, de 29 de junho de 1988, e 2.449, de 21 de julho de 1988, declarados inconstitucionais por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal — STF no exame do Recurso Extraordinário nº 148.7542/210/RJ, com extensão erga omnes dada pela Resolução do Senado nº 49, de 09 de outubro de 1995 e, também, em relação àqueles pagamentos relacionados à discussão da suposta inconstitucionalidade do artigo 18 da Lei nº 9.715/98. Entendo que assiste razão à Recorrente no tocante aos prazos para pedir a restituição de tributos recolhidos indevidamente. Vejamos. Fl. 412DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA Processo nº 13748.000436/200368 Acórdão n.º 3202001.309 S3C2T2 Fl. 411 5 Este conselheiro sempre vinha exarando seus votos no sentido de que o prazo para que o sujeito passivo exerça seu direito de requerer a restituição de valores recolhidos a maior ou indevidamente era aquele expresso no inciso I do artigo 168, combinado com o inciso I artigo 165, ambos do CTN, ou seja, o pedido deveria ser formulado no prazo máximo de 5 anos a contar do pagamento indevido ou a maior, inclusive no caso de tributos sujeitos ao lançamento por homologação, como a COFINS e o PIS, que se extinguem com o pagamento antecipado por força do disposto no parágrafo 1º do artigo 150. Esclareçase, ainda, que o prazo previsto no art. 168, I, do CTN, representa prazo prescricional, mas que se aplica, também, ao pedido administrativo, de forma que, esgotado o prazo para apresentação da ação de repetição de indébito, também se esgota o prazo do pedido administrativo. Neste diapasão, com o intuito de dirimir as controvérsias existentes quanto ao momento em que ocorreria a extinção do crédito tributário, o próprio legislador, na tentativa de interpretar o artigo 168, I do CTN, em 09 de fevereiro de 2005, por meio da Lei Complementar n° 118, explicitou sua vigência no tempo: Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do artigo 168 da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150 da referida Lei. Art. 4° Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto ao art. 3°, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei n° 5.172, de 25 de outubro de 1966 — Código Tributário Nacional. Entretanto, o STF – Supremo Tribunal Federal – ao julgar o RE 566.621, relatado pela Ministra Ellen Gracie, reconheceu a inconstitucionalidade da segunda parte do artigo 4º da LC nº 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de cinco anos tão somente às ações ajuizadas após o decurso do vacatio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Por conseguinte, para as ações ajuizadas anteriormente a esta data (09/06/2005), o STF decidiu que “quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, §4º, 156, VII, e 168, I, do CTN”. Foi reconhecida a Repercussão Geral, devendo ser aplicado, portanto, o artigo 543B, parágrafo 3º, do CPC aos recursos relativos a esta matéria. Em consequência da decisão proferida no RE 566.621, resta obrigatória a observância das disposições nele contida sobre prescrição expressas no Código Tributário Nacional, que mutatis mutandis, devem ser aplicadas aos pedidos de restituição de tributos formulados na via administrativa. Assim, para os pedidos efetuados até 09/06/2005 deve prevalecer a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que o prazo era de 10 anos contados do seu fato gerador; os pedidos administrativos formulados após 09/06/2005 devem sujeitarse à contagem de prazo trazida pela LC 118/05, ou seja, cinco anos a contar do pagamento antecipado de que trata o parágrafo 1º do artigo 150/CTN. No caso em tela, o Pedido de Restituição foi protocolado em 24/09/2003, para os períodos de apuração de janeiro/1993 a dezembro/1998, portanto, quando formulado o pedido não havia ocorrido a prescrição do direito do contribuinte para solicitar a restituição da maior parte dos tributos, considerandose o prazo de 10 anos estipulado pelo STF para os pedidos formulados antes 09/06/2005. Consequentemente, deve ser revista a decisão recorrida, Fl. 413DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA 6 para que análise o mérito do pedido também em relação aos períodos entre setembro/1993 a dezembro/1998. Neste sentido, citase a decisão proferida pela CSRF – Câmara Superior de Recursos Fiscais, no Acórdão nº 9303002.127, em 13/09/2012, cuja ementa transcrevese abaixo: ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/05/1991 a 28/02/1995 PIS/PASEP. RESTITUIÇÃO. DECRETOSLEIS Nºs 2.445/88 e 2.449/88. PRAZO PRESCRICIONAL. O prazo prescricional para o pedido de repetição de indébito junto à Administração Tributária é de 10 anos contados do fato gerador, para pedidos protocolizados anteriormente a 9 de junho de 2005 (data de entrada em vigência da Lei Complementar nº. 118, de 9 de fevereiro de 2005). RE 566.621/RS com repercussão geral. Art. 62A do RICARF. Recurso Especial do Contribuinte provido. Ante ao exposto, voto por dar provimento parcial ao Recurso Voluntário, para afastar a prescrição dos indébitos cujos recolhimentos ocorreram posteriormente a setembro/1993, determinando o retorno dos autos à unidade preparadora para análise do mérito do pedido. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri Fl. 414DF CARF MF Impresso em 08/12/2014 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 03/11/2014 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente em 05/12/2014 por IRENE SOU ZA DA TRINDADE TORRES OLIVEIRA
score : 1.0
Numero do processo: 13839.000770/2004-83
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed May 04 00:00:00 UTC 2011
Numero da decisão: 3202-000.028
Decisão: Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos do voto da Relatora.
Nome do relator: IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES
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Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento do recurso voluntário em diligência, nos termos do voto da Relatora. José Luiz Novo Rossari Presidente Irene Souza da Trindade Torres Relatora Editado em 24/06/2011 Participaram do presente julgamento os Conselheiros José Luiz Novo Rossari, Irene Souza da Trindade Torres, Rodrigo Cardozo Miranda, Gilberto de Castro Moreira Junior, Mara Cristina Sifuentes e Antônio Spolador Junior. Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o relatório da decisão recorrida, o qual passo a transcrever: Em 22/04/2004, foi lavrado Auto de Infração para constituição de crédito tributário referente à aplicação de pena de perdimento convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, no valor de R$ 29.975.843,00 (fls. 02/05). Fl. 1DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 13839.000770/200483 Resolução n.º 3202000.028 S3C2T2 Fl. 2.428 2 A contribuinte autuada é a empresa CBA COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA (ora denominada CBA), a qual teria entregue a consumo produtos por ela importados com interposição fraudulenta de terceiros, não restando comprovada a origem dos recursos utilizados nas importações efetuadas. Além da contribuinte retrocitada, foram também autuados, como responsáveis solidários, os sócios da CBA, os senhores ANTÔNIO CARLOS BRUNO e MÁRCIO PASCOAL GUIDA, bem como o Sr. SIMON BOLÍVAR DA SILVEIRA BUENO, proprietário da empresa Colorado Participações e que seria, na realidade, a pessoa que gerenciaria a CBA. O procedimento de fiscalização teve início em função de demanda da Inspetoria da Receita Federal em Jaguarão/RS, em outubro de 2003, ao se verificar, por meio do Sistema RADAR, que a empresa não disporia de recursos para realizar a importação de 270.000 kg de arroz, registrada na DI nº. 03/07519745, no valor de R$ 294.000,00. O Termo de Constatação Fiscal integrante do Auto de Infração relata, minudentemente, os fatos apurados que levaram à autuação (fls.55/76). Tanto contribuinte quanto responsáveis solidários foram devidamente intimados da autuação e apresentaram impugnação tempestiva. Em 13/10/2004, a DRJSão PauloII/SP converteu o julgamento em diligência (fls. 2.096/2.097), a fim de que o Auto de Infração fosse retificado, para dar tratamento objetivo aos fatos apreciados, e fosse juntada relação discriminada das importações objeto de autuação. Como resultado da diligência, foi lavrado Termo de Constatação Fiscal Complementar (fls. 2102/2112). Em 25/01/2005, foi dado ciência do Termo de Constatação Fiscal Complementar ao contribuinte CBA Comércio, Importação e Exportação Ltda (fl. 2.113), reabrindose o prazo para defesa. Transcorrido o prazo legal sem que fosse apresentada nova impugnação, seguiram os autos para julgamento (fl. 2.115). A DRJSão Paulo II/SP, então, converteu novamente o julgamento em diligência, para que fosse dado ciência do Termo de Constatação Fiscal Complementar aos responsáveis solidários autuados, reabrindose, para estes, novo prazo de defesa (fls. 2.115/2.116). Conforme atesta o documento de fl. 2.154, somente o Sr. Márcio Pascoal Guida apresentou impugnação (fls. 2.133/2.143). A DRJSão Paulo II/SP julgou procedente o lançamento, nos termos da ementa transcrita adiante (fls. 2.155/2290): Assunto: Imposto sobre a Importação II Período de apuração: 01/10/2002 a 29/02/2004 Ementa: IMPORTAÇÃO. INTERPOSIÇÃO FRAUDULENTA DE TERCEIROS. DANO AO ERÁRIO. PENA DE PERDIMENTO. CONVERSÃO EM MULTA. Fl. 2DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 13839.000770/200483 Resolução n.º 3202000.028 S3C2T2 Fl. 2.429 3 A lei prevê a presunção de interposição fraudulenta de terceiros na operação de comércio exterior se a origem, disponibilidade e transferência dos recursos empregados na importação de mercadorias estrangeiras não for comprovada. Considerase Dano ao Erário a interposição fraudulenta de terceiros, infração punível com a pena de perdimento, que é convertida em multa equivalente ao valor aduaneiro, caso as mercadorias não sejam localizadas ou tenham sido consumidas. Irresignada, a contribuinte CBA apresentou recurso voluntário (fls. 2.294/2.342), repisando in totum os argumentos expendidos na inicial, acrescendo a alegação preliminar de nulidade do processo, por cerceamento do direito de defesa, em razão de não ter tido acesso aos autos para que pudesse xerocopiálos, em função da greve de servidores. Ao final, requereu “seja reformada a r. decisão de fls. 21552290, acatando se as preliminares, declarandose a nulidade do auto de infração, ou, se superadas, seja julgado improcedente o auto de infração em sua totalidade, e declarada a sua insubsistência Consta dos autos, ainda, recurso voluntário oferecido pelo autuado responsável Sr. Simon Bolivar da Silveira Bueno (fls. 2.375/2395), o qual apresentou as seguintes alegações, em síntese: nulidade do processo, em virtude do cerceamento do direito de defesa, pela impossibilidade de vista dos autos, pois, mesmo tendo seu domicílio em São Paulo, foram os autos remetidos à DRF/Fortaleza; nulidade da decisão de primeira instância por ter deixado de apreciar a integralidade dos argumentos de defesa apresentados na impugnação; ilegitimidade passiva, em razão de não haver nos autos qualquer comprovação de que tenha praticado atos de gestão ou representação da empresa autuada; e nulidade do auto de infração em razão de ter havido descrição fática única para sustentar a penalidade, sem que tenha sido feita uma individualização dos fatos e da respectiva penalidade para cada um dos autuados. Ao final, requereu “seja reformada a r. decisão de fls. 21552290, acatando se as preliminares, declarandose a nulidade do auto de infração e reconhecida a sua ilegitimidade para figurar no pólo passivo(..), ou, se superadas, seja julgado improcedente o auto de infração em sua totalidade, e declarada a sua insubsistência” É o Relatório. Voto Conselheira Irene Souza da Trindade Torres, Relatora Ao teor do relatado, tratase de Auto de Infração, lavrado em 22/04/2004, para constituição de crédito tributário referente à aplicação de pena de perdimento convertida em Fl. 3DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES Processo nº 13839.000770/200483 Resolução n.º 3202000.028 S3C2T2 Fl. 2.430 4 multa equivalente ao valor aduaneiro da mercadoria, no valor de R$ 29.975.843,00 (fls. 02/05). Foram autuados a contribuinte, CBA COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA, e os responsáveis solidários, os senhores ANTÔNIO CARLOS BRUNO, MÁRCIO PASCOAL GUIDA e SIMON BOLÍVAR DA SILVEIRA BUENO, que apresentaram suas impugnações, oferecidas tempestivamente e analisadas no julgamento da DRJ. Acontece, porém, que, compulsandose os autos, verificase que, da decisão de primeira instância, apenas foram cientificados a contribuinte CBA e o responsável solidário Sr. Simon Bolívar, conforme demonstra o quadro abaixo: Autuados Impugnação (fls.) Ciência da decisão DRJ RV CBA COMÉRCIO, IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA 1.959/1.995 29/05/2006 (fl. 2.293) 26/06/2006 (fls. 2.294/2342) SIMON BOLÍVAR DA SILVEIRA BUENO 2.010/2.025 19/10/2006 (fl. 2.373) 17/11/2006 (fls.2.375/25.395 ANTÔNIO CARLOS BRUNO 2.033/2.041 Não consta Não consta MÁRCIO PASCOAL GUIDA 2.049/2.083 e 2.133/2.143 Não consta Não consta Assim, para que se evite o cerceamento ao direito de defesa dos autuados, necessário se faz seja dada ciência do teor da decisão de primeira instância aos Srs. Antônio Carlos Bruno e Márcio Pascoal Guida, para que, querendo, apresentem recurso voluntário a este Colegiado, no prazo legal. Desta forma, voto no sentido de que seja CONVERTIDO O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que a autoridade preparadora providencie as intimações necessárias. É como voto. Irene Souza da Trindade Torres Fl. 4DF CARF MF Emitido em 08/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDADE TORRES, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por JOSE LUIZ NOVO ROSSARI, Assinado digitalmente em 27/06/2011 por IRENE SOUZA DA TRINDA DE TORRES
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Numero do processo: 13706.001923/2003-34
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Nov 11 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Jan 08 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002
PER/DCOMP. GLOSA. AGRAVAMENTO APÓS MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. IMPOSSIBILIDADE.
O julgador administrativo deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus.
IPI. CRÉDITO BÁSICO. RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE.
Por força do que dispõe o art. 11 da Lei nº 9.779/99, são passíveis de ressarcimento unicamente os créditos básicos do IPI decorrentes de aquisições de matéria-prima, produto intermediário e material de embalagem aplicados na industrialização. Para os demais créditos admitidos na legislação do imposto o referido dispositivo legal não autoriza o ressarcimento.
IPI. CRÉDITO BÁSICO. PROVA. NOTA FISCAL QUE ACOMPANHOU OS PRODUTOS.
A primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurando-se, portanto, no documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte.
IPI. CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO A IMPORTAÇÃO. PROVA DO PAGAMENTO.
Existindo prova inequívoca do pagamento do IPI na entrada, por ocasião da importação dos insumos, este crédito pode ser apropriado para ressarcimento, mesmo estando ausente, no caso, a primeira via da nota fiscal de entrada.
Recurso Voluntário Provido em Parte
Direito Creditório Reconhecido em Parte
Numero da decisão: 3301-002.480
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Mônica Elisa de Lima que davam provimento parcial em maior extensão, para acatar os créditos decorrentes da falta de apresentação das primeiras vias das notas fiscais dos insumos adquiridos no mercado interno. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF 26345.
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente.
Andrada Márcio Canuto Natal - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal.
Nome do relator: ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL
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GLOSA. AGRAVAMENTO APÓS MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. IMPOSSIBILIDADE. O julgador administrativo deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus. IPI. CRÉDITO BÁSICO. RESSARCIMENTO. POSSIBILIDADE. Por força do que dispõe o art. 11 da Lei nº 9.779/99, são passíveis de ressarcimento unicamente os créditos básicos do IPI decorrentes de aquisições de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem aplicados na industrialização. Para os demais créditos admitidos na legislação do imposto o referido dispositivo legal não autoriza o ressarcimento. IPI. CRÉDITO BÁSICO. PROVA. NOTA FISCAL QUE ACOMPANHOU OS PRODUTOS. A primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurandose, portanto, no documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte. IPI. CRÉDITO BÁSICO. IPI VINCULADO A IMPORTAÇÃO. PROVA DO PAGAMENTO. Existindo prova inequívoca do pagamento do IPI na entrada, por ocasião da importação dos insumos, este crédito pode ser apropriado para ressarcimento, mesmo estando ausente, no caso, a primeira via da nota fiscal de entrada. Recurso Voluntário Provido em Parte Direito Creditório Reconhecido em Parte AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 70 6. 00 19 23 /2 00 3- 34 Fl. 910DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 911 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. Vencidos os Conselheiros Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Mônica Elisa de Lima que davam provimento parcial em maior extensão, para acatar os créditos decorrentes da falta de apresentação das primeiras vias das notas fiscais dos insumos adquiridos no mercado interno. Fez sustentação oral pela recorrente o advogado Rafael de Paula Gomes, OAB/DF 26345. Rodrigo da Costa Pôssas Presidente. Andrada Márcio Canuto Natal Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rodrigo da Costa Pôssas, Luiz Augusto do Couto Chagas, Mônica Elisa de Lima, Sidney Eduardo Stahl, Jacques Maurício Ferreira Veloso de Melo e Andrada Márcio Canuto Natal. Fl. 911DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 912 3 Relatório No dia 01/08/2003 a empresa GLAXOSMITHKLINE BRASIL LTDA., já qualificada nos autos, ingressou com pedido de ressarcimento de créditos básicos de IPI, no valor de R$ 255.938,00, previsto no art. 11 da Lei no 9.779/99 e na IN SRF nº 210/2002, relativo ao 2º trimestre de 2002. Informou que adquire matériasprimas, produtos intermediários e materiais de embalagem, os quais são utilizados na industrialização de seus produtos farmacêuticos, com alíquota zero de IPI. Posteriormente em 13/02/2004, apresentou a Declaração de Compensação nº 02311.13908.130204.1.3.011076 solicitando que a totalidade dos créditos deste processo fossem compensados com débitos da Cofins referente ao período de apuração de janeiro/2004. A DERAT/RJ reconheceu parcialmente o direito creditório e homologou a compensação até o limite do crédito deferido. Em relação ao indeferimento, alegou: 1 que não são passíveis de ressarcimento os seguintes créditos (não são os créditos referidos no art. 11 da lei nº 9.779/99): 1.1 créditos referentes à aquisição no mercado interno ou importado de produtos destinados à revenda/comercialização; 1.2 créditos de produtos recebidos em transferência de filial ou de terceiros, notadamente os produtos “COREGA” e creme dental; 1.3 créditos de outras entradas (p.ex. industrialização por encomenda com retorno de produtos acabados); e 2 não foi apresentado à Fiscalização as primeiras vias das notas fiscais de aquisição de MP, PI e ME com destaque de crédito básico de IPI. Os créditos escriturados devem ser comprovados com a primeira via da nota fiscal de aquisição/entrada do insumo. A empresa interessada tomou ciência desta decisão e, não se conformando, ingressou com manifestação de conformidade, cujas razões estão sintetizadas no relatório da decisão recorrida. Juntou as primeiras vias de algumas notas fiscais. A 3ªTurma de Julgamento da DRJ em Juiz de Fora MG manteve o deferimento parcial do pleito da recorrente, nos termos do Acórdão nº 0919.692, de 24/06/2008, cuja ementa abaixo se transcreve. Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados IPI Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 CRÉDITO DO IPI. LEGITIMIDADE. A primeira via da nota fiscal conformase no documento imprescindível para conferir certeza e liquidez (legitimidade) a créditos do IPI aproveitados na escrita fiscal da interessada. Fl. 912DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 913 4 Além disso, especificamente para as operações de importação, também é fundamental para a legitimidade acima a comprovação do pagamento do IPI no desembaraço aduaneiro de importação. Isso considerado e demonstrada, na manifestação de inconformidade, a legitimidade de créditos do IPI anteriormente glosados pelo Fisco, devem eles ser restabelecidos na escrita fiscal da interessada para determinação dos saldos credores/devedores nos períodos de apuração correspondentes, integrando, se passíveis de ressarcimento consoante os ditames do art. 11 da Lei nº 9.779, de 1999, e da IN SRF nº 33, de 1999, a apuração do saldo credor acumulado ao final do trimestrecalendário. ESTABELECIMENTO INDUSTRIAL. CRÉDITO PASSÍVEL DE RESSARCIMENTO. Para o estabelecimento industrial interessado, apenas são passíveis de ressarcimento os créditos do IPI decorrentes de aquisições, realizadas no mercado interno ou por meio de importação, de insumos compreendidos na conceituação de matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem estabelecida pelo Parecer Normativo CST nº 65, de 1979. Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/04/2002 a 30/06/2002 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA. LEGALIDADE. CONSTITUCIONALIDADE. A atividade administrativa de julgamento deve ser pautada segundo os ditames da legislação tributária, porquanto esta, uma vez publicada, integra o ordenamento jurídico revestida da presunção tanto de constitucionalidade quanto de legalidade. Rest/Ress. Def. em Parte – Comp. Homolog. em Parte A empresa interessada tomou ciência da decisão de primeira instância em 11/02/2011, fl. 287 (eletrônica), e interpôs recurso voluntário em 11/03/2011, no qual alega em síntese: 1 considerando que a parcela do tributo compensado somente deixou de ser homologada em 11/02/2011, quando a Recorrente recebeu a intimação da decisão negativa da Delegacia da Receita Federal de Julgamento, impõese o reconhecimento da existência de homologação tácita na hipótese em comento, restando inviável a pretensão de cobrança do montante não homologado. 2 a recorrente suportou o IPI quando da entrada de produtos e a Lei n° 9.779/99 não previu um benefício fiscal, mas apenas reforçou a nãocumulatividade do IPI, razão pela qual não encontra respaldo jurídico a distinção entre operações envolvendo produtos acabados e as de aquisição de insumos, como concluiu a r. decisão ora recorrida. 3 ao contrário do que pretendeu fazer crer a r. decisão recorrida, não há que se cogitar da possibilidade de o contribuinte realizar duas escriturações do IPI, uma referente à aquisição de insumos e outra referente aos demais casos de incidência do IPI; Fl. 913DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 914 5 4 discorre sobre a nãocumulatividade do IPI e a sistemática de apuração do imposto para concluir que a “recusa do ressarcimento ou restituição acarreta um crédito meramente formal, em nítida violação ao princípio da nãocumulatividade do IPI”; 5 é possível o creditamento de produtos industrializados e a lei não diferencia o ressarcimento quanto à característica do produto entrado no estabelecimento, “mas sim evidenciar que, mesmo em se tratando de produto cuja saída não fosse tributada, o creditamento do IPI seria possível” e por isto mesmo “a lei não exige a manutenção de escritas fiscais diferenciadas para (i) insumos e (ii) demais bens ou produtos que, embora não sejam conceituados como tal, sofrem a incidência do IPI”. A escrita fiscal da ora Recorrente é única para todas as aquisições, não sendo segregada a entrada de insumos da entrada de outros bens. 6 não há dispositivo legal que obrigue a apresentação da primeira via da nota fiscal “para que se possa ter deferido o pleito de ressarcimento de saldocredor de IPI”, sendo, por esta razão, inadmissível a glosa efetuada. Concluiu a recorrente que: (i) a lei não condiciona o ressarcimento à apresentação da primeira via da nota fiscal: (ii) o conjunto dos documentos apresentados pela ora Recorrente demonstra, inequivocamente, a legitimidade do crédito; (iii) todas as notas fiscais apresentadas seja a primeira, segunda, terceira ou quarta vias estão carimbadas com o número do processo de ressarcimento no qual foram juntadas, de modo que não há qualquer risco de duplicidade na utilização do crédito. É o Relatório. Fl. 914DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 915 6 Voto Conselheiro Andrada Márcio Canuto Natal O recurso voluntário é tempestivo e atende aos demais pressupostos legais de admissibilidade, por isso deve ser conhecido. Antes de entrar no voto, ressalto que consta no presente processo, fls. 233/236, o Acórdão CARF nº 3302001.814, de 26/09/2012, no qual constou incorretamente o número do presente processo. O Acórdão em referência pertence ao processo administrativo nº 18471.000967/200523, no qual teve o seu seguimento normal, estando aquele processo já encerrado. DECADÊNCIA – HOMOLOGAÇÃO TÁCITA Em seu recurso a empresa alega, preliminarmente, que ocorreu a homologação tácita da compensação declarada porque a mesma somente deixou de ser homologada em 11/02/2011, quando recebeu a intimação da decisão recorrida (DRJ). Isto porque na análise do pedido de ressarcimento a Derat/Rio de Janeiro deferiu o valor de R$ 178.778,15, porém posteriormente a DRJ/Juiz de Fora reformou a decisão para deferir somente R$ 175.990,51, ou seja, a parcela de R$ 2.787,64 somente deixou de ser reconhecida quando tomou ciência da decisão recorrida. Sem entrar no mérito do prazo da homologação tácita, entendo que a decisão recorrida extrapolou os limites da lide, já que ela está delimitada pela própria manifestação de inconformidade, não podendo a DRJ aumentar o seu valor, sob pena de ferir o princípio do reformatio in pejus. A lide surge na manifestação de inconformidade. O sujeito passivo apresenta sua antítese em face da tese apresentada no despacho decisório. A decisão a ser proferida pelas instâncias recursais ficam restritas às matérias contidas na peça do recorrente, salvo as matérias de cunho processual e de ordem pública. Acontece que mesmo essas matérias não podem acometer o recorrente a situação pior a que possuía antes de sua defesa, o famoso reformatio in pejus. Anotese que este princípio é dos corolários do princípio da ampla defesa, ao assegurar aos litigantes que não serão penalizados em razão do exercício regular de seu direito recursal. Assim, sendo o recurso apenas de uma das partes, o resultado do julgamento não lhe pode ser pior do que o fora a decisão recorrida. Esta questão é pacífica no âmbito da jurisprudência do CARF, conforme pode se ver da decisão unânime proferida no Acórdão CSRF 930301673, de 05/10/2011, processo nº 10875.000969/200568, cujo relator foi o Conselheito Henrique Pinheiro Torres, abaixo transcrito: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Fl. 915DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 916 7 Data do fato gerador: 31/07/2002, 31/10/2002, 31/01/2003, 31/01/2004 DIFPAPEL IMUNE. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO. MULTA REGULAMENTAR. A falta e/ou o atraso na apresentação da Declaração Especial de Informações relativas ao controle de papel imune a tributo DIF. Papel Imune, pela pessoa jurídica obrigada, sujeita o infrator à multa regulamentar prevista na segunda parte do inciso II do art. 588 do RIPI/2010, cuja matriz legal é inciso II do § 4º do art. 1º da Lei 11.945/2009. O órgão ad quem deve examinar a questão posta nos limites do pedido recursal e não pode agravar a situação do recorrente, sob pena de vulnerar o princípio da proibição do reformatio in pejus. (Destaquei) Recurso Especial do Procurador Negado. Portanto, voto por afastar a exigência adicional correspondente a R$ 2.787,64, agravada pela DRJ/Juiz de Fora em obediência ao princípio do reformatio in pejus. MÉRITO A empresa recorrente está pleiteando o ressarcimento de créditos básicos do IPI, previsto no art. 11 da Lei nº 9.779/99, abaixo reproduzido, relativo ao terceiro trimestre de 2000. Art. 11. O saldo credor do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI, acumulado em cada trimestrecalendário, decorrente de aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, aplicados na industrialização, inclusive de produto isento ou tributado à alíquota zero, que o contribuinte não puder compensar com o IPI devido na saída de outros produtos, poderá ser utilizado de conformidade com o disposto nos arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 1996, observadas normas expedidas pela Secretaria da Receita Federal SRF, do Ministério da Fazenda. (grifei). Como visto no relatório são duas as questões de mérito colocadas no recurso voluntário: 1) a possibilidade de que os créditos decorrentes da aquisição de produtos acabados sejam passíveis de ressarcimento nos termos do citado art. 11 da Lei nº 9.779/99; e 2) a possibilidade de aproveitamento de crédito sem apresentação da 1ª via da nota fiscal de aquisição dos insumos e produtos. Portanto são duas matérias de direito, cujos valores a elas referentes não foram objetos de controvérsia. Quanto à primeira questão, entendo não ter razão o contribuinte. O art. 11 da Lei nº 9.779/99, acima transcrito é muito claro e não há como interpretálo de forma abrangente para permitir que outros créditos, além dos previstos, podem ser objeto de ressarcimento. Assim, somente os créditos de IPI advindos da aquisição de matériaprima, produto intermediário e material de embalagem, podem ser ressarcidos. Os demais créditos admitidos na legislação do IPI, como o caso de aquisição de produtos acabados, devem ser aproveitados na escrita fiscal, vedado o seu ressarcimento em espécie. Fl. 916DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 917 8 Também não há violação ao princípio da nãocumulatividade do IPI, previsto no § 3º, inc. II do art. 153 da Constituição Federal, in verbis: Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: (...) IV produtos industrializados; (...) § 3º O imposto previsto no inciso IV: (...) II será nãocumulativo, compensandose o que for devido em cada operação com o montante cobrado nas anteriores; A decisão recorrida, no meu entender, converge com o disposto na Constituição a respeito da nãocumulatividade do IPI, pois ela não nega o direito ao aproveitamento do crédito, somente à possibilidade de seu ressarcimento em espécie, para fins de compensação. Em relação à segunda questão, quanto a necessidade de apresentação das primeiras vias das notas fiscais de entrada de insumos e produtos acabados com direito a crédito de imposto, devidamente escriturado nos livros fiscais, não procede os argumentos da recorrente. A obrigação de manter a documentação que respalda a escrituração, por evidente, não decorre da Lei nº 9.779/99, mas do próprio RIPI/98 (art. 290), como bem assinalou a decisão recorrida. Neste sentido, vale destacar que o contribuinte teve muitas oportunidades para localizar as primeiras vias das notas fiscais ou até mesmo providenciar junto ao emitente ou à Unidade da Federação correspondente uma forma de validar oficialmente a falta das 1ª vias das referidas notas fiscais. Ao invés preferiu ficar argumentando que a legislação não exige a apresentação da 1ª via da nota fiscal para autorizar o ressarcimento. Veja trecho do Termo de Constatação Fiscal, que destaca bem este comportamento: (...) “No entanto, na auditoria para comprovação do direito creditício conforme determina o RIPI/98, diversas exclusões e glosas de créditos fizeramse necessárias face á documentação incompleta apresentada pela requerente, que após um período de quase 05 ( cinco ) meses de sucessivas intimações e contatos telefônicos, demonstrou visível dificuldade e ou desinteresse em reunir os elementos comprobatórios mínimos exigidos pela legislação, sob variadas alegações verbais, dificultando sobremaneira a execução da verificação fiscal. Num primeiro momento, a requerente chegou, inclusive, a apresentar apenas um "relatório de créditos" constando de planilhas de créditos e cópias xerografadas do Livro RAIPI, o que foi descartado de plano por esta fiscalização, já que são necessários os livros fiscais autenticados e os originais de 1ª via das notas fiscais. Finalmente, em resposta às intimações e solicitações, após meses e muitas delongas, a requerente apresentou a planilha de créditos em anexo, e junto com elas apenas parte das notas fiscais que geraram os créditos, alegando que "não havia Fl. 917DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 918 9 localizado as notas fiscais no arquivo" . Apresentou também, após a 3ª intimação, os livros fiscais exigidos. Na planilha elaborada pela própria requerente, constam linhas destacadas em amarelo, correspondentes às notas fiscais não apresentadas, e nas linhas em azul são destacadas as notas fiscais que não eram originais da lª via, tais como 3ª vias ou cópias. (...) Desta forma, o fato da Lei nº 9.779/99, que instituiu o ressarcimento em questão, não prever a apresentação das primeira vias das notas fiscais não significa que basta o contribuinte escriturar os créditos pleiteados, e apresentar cópia dos livros, para o crédito ser reconhecido. Também não existe previsão legal para a obrigar a Fazenda Nacional aceitar, como prova do crédito escriturado e em substituição à primeira via da nota fiscal, outras vias de notas fiscais. A recorrente está obrigada a escriturar os créditos quando os produtos entram no seu estabelecimentos e os mesmos entram acompanhados da primeira via da competente nota fiscal. Este, pois, é o documento que respalda e legitima o crédito pleiteado. Abaixo dispositivos constantes do RIPI/98, aprovado pelo Decreto nº 2.637/98: Art. 171. Os créditos serão escriturados pelo beneficiário, em seus livros fiscais, à vista do documento que lhes confira legitimidade. (Grifei) Art. 321. Na saída de produtos para a mesma Unidade da Federação, as vias de nota fiscal terão o seguinte destino: I a primeira acompanhará os produtos e será entregue, pelo transportador, ao destinatário;(grifei) II a segunda permanecerá presa ao bloco, para exibição ao Fisco; III a terceira e quarta atenderão ao que for previsto na legislação da Unidade da Federação do emitente. Art. 322. Na saída de produtos para outra Unidade da Federação, as vias da Nota Fiscal terão o seguinte destino: I a primeira acompanhará os produtos e será entregue, pelo transportador, ao destinatário; (grifei) II a segunda permanecerá presa ao bloco, para exibição ao Fisco; III a terceira acompanhará os produtos para fins de controle do Fisco na Unidade Federada de destino; IV a quarta atenderá ao que for previsto na legislação da Unidade da Federação do emitente. Assim, forçoso concluir que a primeira via da nota fiscal é a que acompanha os produtos e a que deve permanecer em poder do destinatário, configurandose, portanto, no Fl. 918DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS Processo nº 13706.001923/200334 Acórdão n.º 3301002.480 S3C3T1 Fl. 919 10 documento fiscal essencial, imprescindível para conferir legitimidade ao aproveitamento escritural do crédito de IPI pela contribuinte. Porém em relação à aquisição de matérias primas, produtos intermediários e materiais de embalagem, importados pelo contribuinte cujos pagamentos do IPI, na entrada, estão comprovados em consulta ao sistema Sinal, entendo que devam ser aceitos, pois neste caso, a existência do crédito é inequívoca a despeito da ausência da primeira via da nota fiscal de entrada. Portanto, sendo o crédito líquido e certo, a teor do que dispõe o art. 170 do CTN, o seu valor deve ser acatado para fins do ressarcimento em questão. Diante do exposto, voto por dar provimento parcial ao recurso voluntário, para a) afastar a glosa de R$ 2.787,64 imposta somente pela decisão recorrida e b) acatar os créditos de IPI correspondentes a MP, PI e ME de importação direta, cujos pagamentos do IPI vinculado à importação estejam comprovados. Andrada Márcio Canuto Natal Relator Fl. 919DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 24/11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 24/ 11/2014 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 12/12/2014 por RODRIGO DA COSTA PO SSAS
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Numero do processo: 11052.000309/2010-91
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Nov 05 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Wed Jan 07 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006
INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO.
Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 26-A do Decreto nº 70.235/72, e art. 62 do Regimento Interno (Portaria MF nº 256/2009).
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2302-003.487
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo o Auto de Infração lavrado no Código de Fundamento Legal 38, lavrado pela falta de apresentação de todos os documentos relacionados à contribuições previdenciárias, na forma do relatório e voto que integram o presente julgado.
(assinado digitalmente)
LIEGE LACROIX THOMASI Presidente
(assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vice-presidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leo Meirelles do Amaral e André Luís Mársico Lombardi.
Nome do relator: ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 26-A do Decreto nº 70.235/72, e art. 62 do Regimento Interno (Portaria MF nº 256/2009). Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo o Auto de Infração lavrado no Código de Fundamento Legal 38, lavrado pela falta de apresentação de todos os documentos relacionados à contribuições previdenciárias, na forma do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vice-presidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leo Meirelles do Amaral e André Luís Mársico Lombardi.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 INCONSTITUCIONALIDADE. AFASTAMENTO DE NORMAS LEGAIS. VEDAÇÃO. Súmula CARF n° 2: O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. Art. 26A do Decreto nº 70.235/72, e art. 62 do Regimento Interno (Portaria MF nº 256/2009). Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário, mantendo o Auto de Infração lavrado no Código de Fundamento Legal 38, lavrado pela falta de apresentação de todos os documentos relacionados à contribuições previdenciárias, na forma do relatório e voto que integram o presente julgado. (assinado digitalmente) LIEGE LACROIX THOMASI – Presidente (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 05 2. 00 03 09 /2 01 0- 91 Fl. 61DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 2 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liége Lacroix Thomasi (Presidente), Leonardo Henrique Pires Lopes (Vicepresidente), Arlindo da Costa e Silva, Juliana Campos de Carvalho Cruz, Leo Meirelles do Amaral e André Luís Mársico Lombardi. Fl. 62DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 11052.000309/201091 Acórdão n.º 2302003.487 S2C3T2 Fl. 62 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão de primeira instância que julgou improcedente a impugnação da recorrente, mantendo o crédito tributário lançado. Adotamos trecho do relatório do acórdão do órgão a quo (fls. 43), que bem resume o quanto consta dos autos: Tratase de Auto de Infração (AI DEBCAD 37.291.2885 CFL 38) lavrado em 15/07/2010 contra a empresa acima identificada, no montante de R$ 14.317,78. 2. Conforme Relatório Fiscal da Infração e da Aplicação da Multa (fls. 19/26): 2.1. A interessada apesar de intimada (Termo de Intimação Fiscal n° 01 —TIF, datado de 03/02/2010) deixou de apresentar a fiscalização os seguintes documentos: GFIP das competências 01/2006 a 13/2006, GPS, Livros Diário e Razão, recibo de férias, rescisões de contrato de trabalho, acordo e convenções coletivas, recibo de pagamento de autônomo. Tendo ainda sido intimado pelo TIF n° 3, deixou de apresentar o relatório anual do PCMSO e apresentou o PPRA de forma deficiente, consoante itens 14 a 18 do Relatório Fiscal. 2.2. As condutas acima transcritas configuram infração ao artigo 33, §§ 2° e 3°, da Lei 8.212/1991, combinado c/c arts. 232 e 233, parágrafo único, do Regulamento da Previdência Social — RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/1999. 2.3. A multa aplicada foi apurada conforme previsto nos artigos 92 e 102, da Lei 8.212/1991, c/c os artigos 283, II, "j" e 373, do Regulamento da Previdência Social RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/1999, atualizada pela Portaria MPS/MF n° 333, de 29/06/2010; 2.4. Não foram configuradas as circunstancias agravantes previstas no artigo 290 do Regulamento da Previdência Social — RPS, aprovado pelo Decreto 3.048/1999. (destaques nossos) Como afirmado, a impugnação apresentada pela recorrente foi julgada improcedente, tendo a recorrente apresentado, tempestivamente, o recurso de fls. 52 e seguintes, no qual alega, em apertada síntese, que: Fl. 63DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI 4 * violação do princípio da proporcionalidade, uma vez que as informações constantes dos documentos solicitados dependem de mera intimação por parte da autoridade fiscal aos órgãos pertinentes; * ademais, seria de se invocar o brocardo nemo tenetur se detegere, ou seja, não poderia ser obrigada a produzir prova contra si; * efeito confiscatório da multa. É o relatório. Fl. 64DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI Processo nº 11052.000309/201091 Acórdão n.º 2302003.487 S2C3T2 Fl. 63 5 Voto Conselheiro Relator André Luís Mársico Lombardi Confisco. Violação da proporcionalidade. Produção de prova contra si. Todos os argumentos invocados pela recorrente deságuam na análise da inconstitucionalidade da multa aplicada. No entanto, temse que, sendo o Conselho Administrativo de Recursos Fiscais órgão do Poder Executivo, não lhe compete apreciar a conformidade de lei validamente editada segundo o processo legislativo constitucionalmente previsto, com preceitos emanados da própria Constituição Federal, a ponto de declararlhe a nulidade ou inaplicabilidade ao caso, haja vista tratarse de matéria reservada, por força de determinação constitucional, ao Poder Judiciário. Ademais, o Decreto nº 70.235/72, que regula o Processo Administrativo Fiscal, dispõe expressamente em seu art. 26A que é vedado aos órgãos de julgamento afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, salvo nas hipóteses em que os citados diplomas legislativos tenham sido declarados inconstitucionais por decisão definitiva plenária do Supremo Tribunal Federal. Tal disposição é repetida em termos semelhantes no art 62 do Regimento Interno deste Colegiado, Portaria MF nº 256/2009. Outro fundamento para a impossibilidade de deferimento dos pleitos da recorrente é que a Súmula CARF n° 2 estabelece que o “CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”, sendo que o art. 72 da Portaria MF 256/2006 tornou obrigatória a observância por parte dos membros do CARF das súmulas do colegiado. Portanto, a multa deve ser mantida. Pelas razões ora expendidas, CONHEÇO do recurso para, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MÁRSICO LOMBARDI – Relator Fl. 65DF CARF MF Impresso em 13/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/ 12/2014 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 18/12/2014 por LIEGE LACROIX THOMA SI
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Numero do processo: 10380.730789/2012-03
Turma: Terceira Turma Especial da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 20 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 29 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008
MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO
A impugnação instaura o contencioso administrativo. Fatos não expressamente impugnados são incontroversos, sendo albergados pela coisa julgada administrativa. Não atacados os fundamentos da autuação, não demonstrado vícios no lançamento, este deve ser integralmente mantido.
INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA.
É vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme regimento interno aprovado pela portaria nº 256, de 22 de junho de 2009.
PERÍCIA. REQUISITOS LEGAIS.
O pedido de realização de perícia deverá apresentar os requisitos do art. 16, IV do decreto 70.235/72, caso contrário, considerar-se-á não formulado.
Recurso Voluntário Negado
Numero da decisão: 2803-003.956
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator.
assinado digitalmente
Helton Carlos Praia de Lima - Presidente.
assinado digitalmente
Oséas Coimbra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira.
Nome do relator: OSEAS COIMBRA JUNIOR
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2008 a 31/12/2008 MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. PRECLUSÃO A impugnação instaura o contencioso administrativo. Fatos não expressamente impugnados são incontroversos, sendo albergados pela coisa julgada administrativa. Não atacados os fundamentos da autuação, não demonstrado vícios no lançamento, este deve ser integralmente mantido. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA. É vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme regimento interno aprovado pela portaria nº 256, de 22 de junho de 2009. PERÍCIA. REQUISITOS LEGAIS. O pedido de realização de perícia deverá apresentar os requisitos do art. 16, IV do decreto 70.235/72, caso contrário, considerar-se-á não formulado. Recurso Voluntário Negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente Helton Carlos Praia de Lima - Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira.
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PRECLUSÃO A impugnação instaura o contencioso administrativo. Fatos não expressamente impugnados são incontroversos, sendo albergados pela coisa julgada administrativa. Não atacados os fundamentos da autuação, não demonstrado vícios no lançamento, este deve ser integralmente mantido. INCONSTITUCIONALIDADE. APRECIAÇÃO NA VIA ADMINISTRATIVA. É vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, conforme regimento interno aprovado pela portaria nº 256, de 22 de junho de 2009. PERÍCIA. REQUISITOS LEGAIS. O pedido de realização de perícia deverá apresentar os requisitos do art. 16, IV do decreto 70.235/72, caso contrário, considerarseá não formulado. Recurso Voluntário Negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Relator. assinado digitalmente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 38 0. 73 07 89 /2 01 2- 03 Fl. 1246DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10380.730789/201203 Acórdão n.º 2803003.956 S2TE03 Fl. 3 2 Helton Carlos Praia de Lima Presidente. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Helton Carlos Praia de Lima, Oséas Coimbra Júnior, Gustavo Vettorato, Amílcar Barca Teixeira Júnior e Eduardo de Oliveira. Fl. 1247DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10380.730789/201203 Acórdão n.º 2803003.956 S2TE03 Fl. 4 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que manteve os autos de infração lavrados, referentes a contribuições devidas em razão de pagamentos a contribuintes individuais e empregados. O r. acórdão – fls 1204 e ss, conclui pela improcedência da impugnação apresentada, mantendo o auto de infração lavrado. Inconformada com a decisão, apresenta recurso voluntário, alegando, em síntese, o seguinte: · Os respeitáveis auditores fiscais que lavraram o auto de infração não elaboraram um demonstrativo de cálculo de forma a dar o correto conhecimento da imputação feita à Recorrente e, por conseguinte, impossibilitando o exercício do direito de defesa. · Os auditores da Receita Federal desconsideraram a escrita fiscal da Recorrente, intitulando como receita tudo o quanto reputaram possível. · Como demonstrado e explicitado anteriormente, no período correspondente a Recorrente não omitiu receitas mediante escrituração de passivo fictício e, tampouco, obteve lucro que lastreasse a incidência de IRPJ e reflexos de CSLL, PIS e COFINS sobre as rubricas apontadas. Repitase à exaustão: os fiscais indicaram problemas, não impossibilidades. Se a Recorrente possui livros e informações contábeis regularmente escritos e registrados, bem como laudos técnicos indicando as perdas ordinárias de produção, não há razão que justifique a utilização do arbitramento por presunção legal, restando maculada de nulidade a base de cálculo utilizada pela fiscalização. · Ilegalidade da aferição indireta · Nesse sentido se manifesta a jurisprudência administrativa, pela utilização do arbitramento somente nas hipóteses de total imprestabilidade da escrita contábil, o que nem de longe é o caso da Recorrente. · Sendo assim, na hipótese deste Douto Magistrado não considerar as ECs nº 27/2000 e 42/2003 inconstitucionais, por afrontar cláusulas pétreas, podese afirmar que exclusivamente em decorrência delas não estavam os contribuintes obrigados a recolher os novos impostos instituídos, haja vista que, de acordo com outras regras constitucionais, não alteradas pelas emendas em tablado, a exemplo do art. 154, inciso I, e do art. 150, inciso III, alínea a, a exigibilidade de novos impostos ou a majoração dos já existentes exige, além da Fl. 1248DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10380.730789/201203 Acórdão n.º 2803003.956 S2TE03 Fl. 5 4 edição de lei complementar, que não possuam fato gerador e base de cálculo própria dos já existentes, devendo, ainda, serem respeitados os princípios da nãocumulatividade e da anterioridade. · Em razão de tudo o quanto exposto e comprovado de plano, restando patente, evidente e cabalmente demonstrada a inconsistência integral das autuações fiscais em tablado, a Recorrente requer de Vossa(s) Senhoria(s) se digne(m) de receber este recurso voluntário, processandoo na forma de estilo e, ao final, dando provimento para fins de modificação integral da decisão da 3º Turma da DRJ/FOR, julgandose totalmente improcedentes os autos de infração de Contribuições Sociais Previdenciárias, contemplados no Processo Administrativo Fiscal de nº 10380.730789/201203, posto inocorrida omissão de receitas, dedução indevida ou redução incabível de base de cálculo, tampouco lucro, declarando a insubsistência completa das autuações fazendárias, desconstituindo in totum os créditos tributários correspondentes, por serem medidas de Direito e de Justiça. É o relatório. Fl. 1249DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10380.730789/201203 Acórdão n.º 2803003.956 S2TE03 Fl. 6 5 Voto Conselheiro Oséas Coimbra O recurso voluntário é tempestivo, e considerando o preenchimento dos demais requisitos de sua admissibilidade, merece ser apreciado. Tratase de autuação em razão de pagamentos a segurados empregados e contribuintes individuais, apurados em recibos, GFIP, folhas de pagamento e registros contábeis, o que não foi contestado pelo contribuinte. Igualmente não foram impugnados os valores lançados. O recurso apresentado se dirige a “...omissão de receitas, dedução indevida ou redução incabível de base de cálculo, ...” matéria estranha à autuação, atraindo a aplicabilidade do art. 17 do decreto 70.235/72. Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) Assim sendo, tenho que o contribuinte não trouxe nenhum elemento que desconstituísse o lançamento devidamente efetivado. DA INCONSTITUCIONALIDADE ALEGADA Sobre a matéria, o regimento do CARF, aprovado pela portaria GMF nº 256, de 22 de junho de 2009 veda aos membros a possibilidade de apreciação de constitucionalidade de decreto ou lei, senão vejamos. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos casos de tratado, acordo internacional, lei ou ato normativo: I que já tenha sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do Supremo Tribunal Federal; ou II que fundamente crédito tributário objeto de: a) dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do ProcuradorGeral da Fazenda Nacional, na forma dos arts. 18 e 19 da Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002; Fl. 1250DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10380.730789/201203 Acórdão n.º 2803003.956 S2TE03 Fl. 7 6 b) súmula da AdvocaciaGeral da União, na forma do art. 43 da Lei Complementar n° 73, de 1993; ou c) parecer do AdvogadoGeral da União aprovado pelo Presidente da República, na forma do art. 40 da Lei Complementar n° 73, de 1993. Do que exposto, a matéria sob exame não se encontra nas exceções elencadas, afastando assim sua análise sob o prisma da constitucionalidade. DO PEDIDO DE PERÍCIA No que se refere a produção de provas e realização de perícias, consoante art. 18 do Decreto n° 70.235/72, tais procedimentos somente se justificam nos casos em que a autoridade julgadora entenda necessária a produção de novos elementos para o deslinde do litígio. Por outro lado, a realização de perícia pressupõe que o fato a ser provado necessite de conhecimento técnico especializado, fora do campo de atuação do julgador, ou, ainda, quando a prova não pode ou não cabe ser produzida por uma das partes. No entanto, esse não é o caso dos autos, pois toda a documentação necessária à elucidação da questão encontrase presente, razão pela qual indeferese tal pleito. Igualmente deve ser indeferido o requerimento formulado em razão da não obediência dos critérios necessários ao pedido de prova pericial, elencados no art. 16, IV do decreto 70235/72 CONCLUSÃO Pelo exposto, voto por conhecer do recurso e, no mérito, negolhe provimento. assinado digitalmente Oséas Coimbra Relator. Fl. 1251DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR Processo nº 10380.730789/201203 Acórdão n.º 2803003.956 S2TE03 Fl. 8 7 Fl. 1252DF CARF MF Impresso em 29/01/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR, Assinado digitalmente em 29/01/2015 por HELTON CARLOS PRAIA DE LIMA, Assinado digitalmente em 26/01/2015 por OSEAS COIMBRA JUNIOR
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