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Numero do processo: 13971.001499/2002-15
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Oct 02 00:00:00 UTC 2012
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2000 IRPJ. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO. OPÇÃO PELA SISTEMÁTICA DO LUCRO PRESUMIDO. DEFINITIVIDADE DA OPÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO POSTERIOR. A opção pelo regime de tributação (real ou presumido) se consolida, de forma definitiva, quando do pagamento da primeira ou única parcela do imposto devido no primeiro período de apuração. Optando o contribuinte pela sistemática do lucro presumido, pelo recolhimento, inadmissível a pretensão de alteração posterior do regime de tributação para fins de apuração de eventuais prejuízos no ano-calendário.
Numero da decisão: 1301-001.060
Decisão: Os membros da Turma acordam, por unanimidade, negar provimento ao
recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Paulo Jakson da Silva Lucas
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 IRPJ. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. SALDO NEGATIVO. OPÇÃO PELA SISTEMÁTICA DO LUCRO PRESUMIDO. DEFINITIVIDADE DA OPÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO POSTERIOR. A opção pelo regime de tributação (real ou presumido) se consolida, de forma definitiva, quando do pagamento da primeira ou única parcela do imposto devido no primeiro período de apuração. Optando o contribuinte pela sistemática do lucro presumido, pelo recolhimento, inadmissível a pretensão de alteração posterior do regime de tributação para fins de apuração de eventuais prejuízos no anocalendário. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma acordam, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Alberto Pinto Souza Junior, Valmir Sandri, Wilson Fernandes Guimarães, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior e Carlos Augusto de Andrade Jenier. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 97 1. 00 14 99 /2 00 2- 15 Fl. 141DF CARF MF Impresso em 26/10/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 2 Relatório Trata o presente processo de Pedido de Restituição de saldos negativos de IRPJ e de CSLL, que teriam sido apurados no anocalendário de 2000, no montante original de R$ 21.696,82. Por meio do Despacho Decisório de fl. 62, o pedido foi indeferido sob a seguinte fundamentação: Conforme extrato da DIPJ/2001 n° 0734033, às fls. 19/32, a requerente optou pela sistemática do Lucro Real Anual, tendo apurado saldos negativos de IRPJ (ficha 12A) e de CSLL (ficha 17) nos montantes de R$ 8.510,70 e de R$ 5.202,53, respectivamente. Esta declaração foi liberada da malha cadastro em 13/01/2002, conforme tela de consulta àfl. 34. Em 28/04/2000, contudo, a contribuinte efetuou recolhimentos com códigos relativos à sistemática do Lucro Presumido. Conforme o disposto no art. 13, § 1°, da Lei n° 9.718, de 27/11/1998, a opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o ano calendário. Nos termos do art. 26, § 1°, da Lei n° 9.430, de 27/12/1996, e do art. 35, § 2°, da Instrução Normativa SRF n° 093, de 24/12/1997, a opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido será manifestada com o pagamento da primeira ou única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada anocalendário. No presente caso, é forçoso concluir que o recolhimento efetuado em 28/04/2000, com código 2089, caracterizou opção definitiva pelo lucro presumido em relação a todo o anocalendário 2000, tendo em vista que o pagamento do débito por estimativa relativo ao PA de 01/2000, com código 5993, foi efetuado em 31/05/2000, após a caracterização da opção pelo lucro presumido. Verificada a incorreção na escolha da forma de tributação do lucro na referida DIPJ, não há que se falar em saldos negativos de IRPJ e de CSLL apurados no ano calendário 2000. Portanto, não há direito creditório a ser reconhecido no âmbito deste processo. Inconformada com o Despacho Decisório, a interessada apresentou a manifestação de inconformidade de fls. 63 a 65, na qual alega, em síntese, que: De fato, a ora recorrente, optou inicialmente pelo regime de tributação tendo como base o lucro presumido, mas alterou sua forma de apuração e recolhimento, optando posteriormente pela sistemática do lucro real, mas não há neste fato nenhuma vedação legal ou impropriedade que inviabilize a restituição pleiteada. Neste sentido, o mesmo dispositivo citado pela decisão recorrida, em seus Parágrafos 3° e 4° (Lei n° 9.430 de 27/12/1996), trata da possibilidade de alteração da opção de tributação com base no lucro presumido, para o lucro real. Art. 26. Omisso... § 1° omisso § 2° omisso Fl. 142DF CARF MF Impresso em 26/10/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13971.001499/200215 Acórdão n.º 1301001.060 S1C3T1 Fl. 162 3 § 3° A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em relação ao mesmo anocalendário, alterar a opção, passando a ser tributada com base no lucro real, ficará sujeita ao pagamento de multa e juros moratórios sobre a diferença de imposto paga a menor. § 4° A mudança de opcão a que se refere o parágrafo anterior somente será admitida quando formalizada até a entrega da correspondente declaração de rendimentos e antes de iniciado procedimento de oficio relativo a qualquer dos períodos de apuração do respectivo anocalendário. Ora, se a Legislação afirma textualmente, como é o caso, que há a possibilidade de alterar a opção, pode o contribuinte se utilizar desta opção e havendo em decorrência desta alteração, valor a restituir, não se pode negar ao mesmo este direito. A autoridade julgadora de primeira instancia (DRJ/FNS) decidiu a matéria por meio do Acórdão 0717.750, de 09/10/2009 (fls. 121), tendo sido lavrada a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2000 LUCRO PRESUMIDO. OPÇÃO DEFINITIVA. A partir de 1o. de janeiro de 1999 a opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo anocalendário. Manifestação de Inconformidade Improcedente Direito Creditório Não Reconhecido É o relatório. Passo ao voto. Fl. 143DF CARF MF Impresso em 26/10/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR 4 Voto Conselheiro Paulo Jakson da Silva Lucas O recurso voluntário é tempestivo e assente em lei. Dele conheço. A recorrente defende a tese de que, tendo apresentado declaração de ajuste com apuração na sistemática do lucro real, teria direito à restituição dos valores recolhidos de IRPJ e da CSLL a maior, no ano calendário de 2000, em que pese ter optado inicialmente pelo regime de tributação tendo como base o lucro presumido. Convém trazer a lide o disposto no art. 13, § 1°, da Lei n° 9.718, de 1998, que dispôs sobre a irretratabilidade da opção pelo lucro presumido, nos seguintes termos: “Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total, no ano calendário anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de reais) multiplicado pelo número de meses de atividade do anocalendário anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com base no lucro presumido.(Redação dada pela Lei n°10.637, de 2002) §1o. A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em relação a todo o anocalendário. §2o. Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa, observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado pela tributação com base no lucro presumido.” Este dispositivo entrou em vigor a partir de 1° de janeiro de 1999, conforme art. 17 desta mesma lei: Art.17. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, produzindo efeitos: 1 em relação aos arts. 2o. a 8o., para os fatos geradores ocorridos a partir de 1o. de fevereiro de 1999; em relação aos arts. 9o. e 12 a 15, a partir de 1o. de janeiro de 1999. Ou seja, já estava em pleno vigor no ano calendário de 2000. Logo, a pretensão da recorrente esbarra no fato de ter efetuado opção, no referido ano calendário de 2000, pela tributação na sistemática do lucro presumido, opção esta confirmada pelos recolhimentos, em 28/04/2000, com códigos relativos à sistemática do Lucro Presumido. Efetuada a opção, tornase esta definitiva para todo o ano calendário, nos termos do que dispõe o art. 13, § 1°, da Lei Federal n° 9.718/98. Fl. 144DF CARF MF Impresso em 26/10/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13971.001499/200215 Acórdão n.º 1301001.060 S1C3T1 Fl. 163 5 Nessa linha, formalizada a opção pela tributação com base no lucro presumido, inadmissível a ulterior alteração do regime para fins de postulação de restituição do saldo credor apurado se adotada a sistemática do lucro real. Com estas considerações, sendo inadmissível a alteração da sistemática de tributação após a opção do contribuinte, conheço do recurso para negarlhe provimento. É o meu voto. (assinado digitalmente) Paulo Jakson da Silva Lucas Relator Fl. 145DF CARF MF Impresso em 26/10/2012 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 09/10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 09/ 10/2012 por PAULO JAKSON DA SILVA LUCAS, Assinado digitalmente em 17/10/2012 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 14751.000514/2007-61
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Jun 19 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 20 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2005
PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. FUNDEB.
A base de cálculo do PASEP devido pelas pessoas jurídicas de direito público interno será apurada com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, nos termos do art. 2º, III, da Lei 9.715/98, excluindose as transferências efetuadas a outras entidades públicas.
O ingresso de valores originários do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), posteriormente substituído pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), conta 1724.01.00 Transferência do FUNDEF, não integra a base de cálculo para apuração do Pasep devido pelas Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno.
Referidos valores já foram tributados em momento anterior, quando do aporte para o fundo. Portanto eventual tributação dos valores recebidos pelo ente público da parcela que lhe couber do rateio do fundo, ocasionaria bitributação, vedada pela norma de regência.
ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE.
A apreciação de questionamentos relacionados a ilegalidade e inconstitucionalidade da legislação tributária não é de competência da autoridade administrativa, sendo exclusiva do Poder Judiciário.
Numero da decisão: 3301-004.719
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado em, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques Doliveira, Salvador Candido Brandão Júnior e Winderley Morais Pereira, que davam provimento ao recurso voluntário, aplicando a Solução de Consulta Cosit nº 278/2017.
(assinado digitalmente)
Winderley Morais Pereira Presidente
(assinado digitalmente)
Liziane Angelotti Meira - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandao Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Winderley Morais Pereira.
Nome do relator: LIZIANE ANGELOTTI MEIRA
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ementa_s : Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2005 PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. FUNDEB. A base de cálculo do PASEP devido pelas pessoas jurídicas de direito público interno será apurada com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, nos termos do art. 2º, III, da Lei 9.715/98, excluindose as transferências efetuadas a outras entidades públicas. O ingresso de valores originários do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), posteriormente substituído pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), conta 1724.01.00 Transferência do FUNDEF, não integra a base de cálculo para apuração do Pasep devido pelas Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno. Referidos valores já foram tributados em momento anterior, quando do aporte para o fundo. Portanto eventual tributação dos valores recebidos pelo ente público da parcela que lhe couber do rateio do fundo, ocasionaria bitributação, vedada pela norma de regência. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de questionamentos relacionados a ilegalidade e inconstitucionalidade da legislação tributária não é de competência da autoridade administrativa, sendo exclusiva do Poder Judiciário.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado em, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques Doliveira, Salvador Candido Brandão Júnior e Winderley Morais Pereira, que davam provimento ao recurso voluntário, aplicando a Solução de Consulta Cosit nº 278/2017. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira - Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandao Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Winderley Morais Pereira.
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conteudo_txt : Metadados => pdf:unmappedUnicodeCharsPerPage: 0; pdf:PDFVersion: 1.4; X-Parsed-By: org.apache.tika.parser.DefaultParser; access_permission:modify_annotations: true; access_permission:can_print_degraded: true; access_permission:extract_for_accessibility: true; access_permission:assemble_document: true; xmpTPg:NPages: 21; dc:format: application/pdf; version=1.4; pdf:charsPerPage: 1898; access_permission:extract_content: true; access_permission:can_print: true; access_permission:fill_in_form: true; pdf:encrypted: true; producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; access_permission:can_modify: true; pdf:docinfo:producer: Serviço Federal de Processamento de Dados via ABCpdf; Content-Type: application/pdf | Conteúdo => S3C3T1 Fl. 529 1 528 S3C3T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS TERCEIRA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 14751.000514/200761 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 3301004.719 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 19 de junho de 2018 Matéria Contribuição para o Pasep PJ de Direito Público Recorrente CONDE PREFEITURA Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2005 PASEP. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO. BASE DE CÁLCULO. FUNDEB. A base de cálculo do PASEP devido pelas pessoas jurídicas de direito público interno será apurada com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, nos termos do art. 2º, III, da Lei 9.715/98, excluindose as transferências efetuadas a outras entidades públicas. O ingresso de valores originários do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), posteriormente substituído pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), conta 1724.01.00 Transferência do FUNDEF, não integra a base de cálculo para apuração do Pasep devido pelas Pessoas Jurídicas de Direito Público Interno. Referidos valores já foram tributados em momento anterior, quando do aporte para o fundo. Portanto eventual tributação dos valores recebidos pelo ente público da parcela que lhe couber do rateio do fundo, ocasionaria bitributação, vedada pela norma de regência. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE. A apreciação de questionamentos relacionados a ilegalidade e inconstitucionalidade da legislação tributária não é de competência da autoridade administrativa, sendo exclusiva do Poder Judiciário. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 14 75 1. 00 05 14 /2 00 7- 61 Fl. 529DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 530 2 Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado em, por maioria de votos, negar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto da relatora. Vencidos os Conselheiros Marcelo Costa Marques Doliveira, Salvador Candido Brandão Júnior e Winderley Morais Pereira, que davam provimento ao recurso voluntário, aplicando a Solução de Consulta Cosit nº 278/2017. (assinado digitalmente) Winderley Morais Pereira Presidente (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Liziane Angelotti Meira, Marcelo Costa Marques D Oliveira, Antonio Carlos da Costa Cavalcanti Filho, Salvador Candido Brandao Junior, Ari Vendramini, Semiramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen, Winderley Morais Pereira. Fl. 530DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 531 3 Relatório Adotase o relatório do constante da decisão recorrida, Acórdão no 11 26.545 2a Turma da DRJ/REC (fls. 282 e seguintes): Contra a Pessoa Jurídica de Direito Público já identificada foi lavrado o Auto de Infração, de fls. 03/06, do presente processo, para exigência dos créditos tributários, adiante especificados, referente aos períodos de apuração constantes do auto de infração do PASEP: 2. De acordo com o autuante, o referido Auto é decorrente da falta / insuficiência de recolhimento da Contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, conforme descrito às fls. 04/06 e no "Termo de Verificação Fiscal", fls. 239/259, parte integrante do auto de infração, nos seguintes termos: "A Base de Cálculo da contribuição para o PASEP a ser apurada pela Prefeitura, na condição de pessoa jurídica de direito público é o valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas, consoante dispõe o artigo 2°, inciso Ill, e o artigo 70 da Lei n°9.715, de 25 de novembro de 1998, Os recursos alocados para formação do FUNDEF — Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, definido pelo art. 1°, da Lei n° 9.424, de 1996, correspondente a 15% do FPM, ICMS e IPI, foram deduzidos da base de cálculo. Portanto, os recursos Fl. 531DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 532 4 repassados ao FUNDEF pelo Município não se sujeitam à incidência da contribuição para o PASEP. ...elaborouse o levantamento das bases de cálculo da contribuição ora examinada, para o período de 2003 a 2006, onde foram preparadas 03 (três) planilhas (folhas 230 a 232), denominadas de "Demonstrativo da Base de Cálculo do PASEP", contendo o seguinte detalhamento, colunas 01 a 08 referemse à receita corrente, transferência de corrente e de capital, afora a receita não contabilizada, já as colunas 09 e 10, representam as deduções do FUNDEF (15% do FPM, 1CM e IP1)". 3. Inconformada com a autuação, a contribuinte, pelo seu procurador, instrumento, fl. 238, apresentou a impugnação, de fls. 262/272, anexou cópias de documentos, alegando, em síntese, que: 3.1 — quando foi criado o PASEP, a base de calculo para os Municípios apenas abrangiam as transferências recebidas do Governo da Unido e dos Estados através do Fundo de Participação dos Estados, Distrito Federal e Municípios. A Lei n° 9.715/98 alterou o PASEP para ampliar a base de cálculo relativa à contribuição dos municípios, incluindo todas as transferências correntes e de capital recebidas; 3.2 — em razão da Contribuição PASEP ter sido instituída por Lei Complementar, apenas poderia ser modificada por lei desta espécie, não podendo ser alterada por Lei Ordinária. Desta forma a Lei Federal Ordinária n° 9.715198 é nula e não gera quaisquer efeitos, tendo em vista que feriu norma constitucional, quando alterou Lei Complementar sem ter esta competência; 3.3 — em razão disto, deve a base de cálculo do PASEP incluir apenas as transferências recebidas do Governo da União e dos Estados através do Fundo de Participações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, excluindo todas as demais transferências; 3.4 — a auditoria emitiu parecer contrário a este argumento, dizendo que não tinha competência para analisar a constitucionalidade ou não de uma lei. Ocorre que, a Constituição Federal deve ser cumprida por todos, em especial pelos órgãos integrantes do Governo. Não se quer que a Receita Federal venha declarar a lei flagrantemente inconstitucional; 3.5 assim, não restam dúvidas que 6 quase que unanimidade entre os juristas o entendimento de que a revogação de uma lei complementar por uma lei ordinária é inconstitucional, sendo este o entendimento da jurisprudência, em especial do STJ, conforme os julgados transcritos. Com supedâneo neste argumentos, deveria o Auditor Fiscal não aplicar a Lei Federal Ordinária n° 9.715/98, no tocante ao que alterou a Lei Fl. 532DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 533 5 Complementar n° 08 de 03 de dezembro de 1970, tendo em vista que a lei ordinária revogou a lei complementar ferindo o principio da hierarquia das leis; 3.6 cabe à administração pública o cumprimento da Constituição, se negando a cumprir ou exigir lei flagrantemente inconstitucional, como 6 o caso da Lei Federal Ordinária n° 9.715/98, que revogou a lei complementar. Deve a base de cálculo do PASEP incluir apenas as transferências recebidas do Governo da União e dos Estados através do Fundo de Participações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, excluindo todas as demais transferências, assim como definido pela Lei Complementar n° 08 de 03 de dezembro de 1970; 3.7 as receitas referentes As transferências correntes e de capital jamais poderiam ser incluídas na base de cálculo do PASEP ou de qualquer outro tributo, tendo em vista que os Municípios apenas gerenciam os recursos, ou seja, os recursos decorrentes das transferências, tais como: convênios e programas, têm destinação especifica e vinculada e não integram o patrimônio do Município; 3.8 — vale ressaltar que Corn os recursos de tais transferências não podem ser realizadas quaisquer despesas que não previstas no próprio convênio ou programa. Assim, como nos programas e convênios não existe previsão para pagamento de PASEP, não pode o Município ser obrigado a pagar uma contribuição sobre recursos de responsabilidade de terceiros; 3.9 — jamais a Receita Federal poderá cobrar o tributo do Município, eis que há lei federal disciplinando obrigação da União Federal em reter o tributo, sendo este ente da federação o responsável pelo recolhimento do tributo e não o Município. Caso entenda ser devido o PASEP, como exposto no auto de infração, deve a Receita Federal cobrar o tributo da União Federal e não do Município de Conde, tendo em vista a substituição tributária, ficando aquele ente da federação responsável pela quitação do tributo, por forge de lei; 3.10 — em razão de tudo o que foi exposto, deve ser excluída da base do PASEP as transferências realizadas pelos Estados e União destinadas a Convênios e Programas, cujas rubricas são especificas e vinculadas, ou caso assim não seja este o entendimento, que seja excluída a responsabilidade do Município de Conde pela quitação do tributo, em razão da substituição tributária imposta pela Medida Provisória n° 2.158/2001. Analisada a manifestação de inconformidade, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento julgou o lançamento procedente em parte, com a seguinte ementa (fl. 282): Fl. 533DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 534 6 ASSUNTO: CONTRIBUICAO PARA 0 PIS/PASEP Período de apuração: 01/01/2003 a 31/12/2005 BASE DE CALCULO DA CONTRIBUIÇÃO AO PASEP. Segundo dispõe a legislação de regência, a base de cálculo da contribuição devida ao PASEP pelas pessoas jurídicas de direito público é o valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. MULTA. ENTES PÚBLICOS. As pessoas jurídicas de direito público submetemse As multas por infração à legislação tributária. INCONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS Não se encontra abrangida pela competência da autoridade tributária administrativa a apreciação da inconstitucionalidade das leis, vez que neste juizo os dispositivos legais se presumem revestidos do caráter de validade e eficácia. DECISÕES JUDICIAIS. EFEITOS. As decisões judiciais, mesmo que proferidas por tribunais superiores, só produzem efeitos para as partes envolvidas no processo. Lançamento Procedente Inconformado o contribuinte apresentou Recurso voluntário, (fls. 296 e seguintes), no qual reafirma as razões constantes da impugnação. É o relatório. Voto Conselheira Liziane Angelotti Meira. Sendo tempestivo e preenchidos os demais requisitos para admissibilidade do Recurso Voluntário, dele tomo conhecimento. Tratase de Auto de Infração para exigência de contribuição para o Pasep, relativas ao período de 01/01/2003 a 31/12/2005, contra Pessoa Jurídica de Direito Público Interno por falta/insuficiência de recolhimento da contribuição ao Pasep. A Recorrente alega inconstitucionalidade da Lei n° 9.715/98, "ao alargar a base de cálculo do PASEP e criar uma nova fonte de custeio da SEGURIDADE SOCIAL, desobedeceu as normas constitucionais acima referidas." No seu entendimento, a alteração da Lei Complementar no 08/70 deveria ter sido feita por lei complementar. Defende, assim, que "a base de cálculo do PASEP incluir apenas sobre as transferências recebidas do Governo da União e dos Estados através do Fl. 534DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 535 7 Fundo de Participações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, excluindo todas as demais transferências". Defende também que seria impossível instituir tributos sobre a receita de terceiros. Isso porque os recursos decorrentes das transferências, tais como: convênios e programas, têm destinação especifica e vinculada e não integram o patrimônio dos entes municipais e assevera: querer cobrar do Município contribuição sobre transferências destinadas pelos ESTADOS e UNIÃO, seria o mesmo que transferir a responsabilidade destes entes sobre o pagamento de tal tributo para o Município. A questão posta está centrada no fato de o ente político municipal pretender que o recolhimento da contribuição para o Pasep (Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) relativamente às suas receitas e às transferências recebidas e destinadas obrigatoriamente à constituição do Fundef Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), não incida em relação ao quantum vertido para o referido Fundo. Essa pretensa base de cálculo do Pasep está fundamentada em tese defendida por alguns entes públicos que, de maneira generalizada, buscam redução da base de cálculo da contribuição para, conseqüentemente, reduzir o montante do tributo a ser recolhido. Contudo, a base de cálculo1 apontada pelos municípios não guarda consonância com as normas aplicáveis à matéria, à época dos fatos, conforme veremos na seqüência. Cumpre mencionar que adotamos nesta decisão entendimento constante do Acórdão no 3301004.141 – 3ª Câmara / 1ª Turma Ordinária , de relatoria do Conselheiro José Henrique Mauri. Introdução: Contexto Normativo do Fundef e do Fundeb Antes de adentrarmos no mérito do caso concreto, considerando os recorrentes questionamentos dos Entes Públicos Municipais acerca de eventual bitributação e de erro na apuração da base de cálculo do Pasep, bem assim a coexistência de outros processos, de teor semelhante, de interesse de outros Municípios, também distribuídos ao Conselheiro que subscreve o presente voto, fazse relevante, nessa oportunidade, apreciarmos a matéria em um contexto mais abrangente, de forma a possibilitar a 1 A Lei nº 12.810, de 2013, alterou a Lei nº 9.715, de 1998, para incluir no art. 2º, o § 7º, alterando a base de cálculo do Pasep, permitindo, em sua apuração, a exclusão de transferências decorrentes de convênio, contrato de repasse ou instrumento congênere com objeto definido. Porém, o novo dispositivo somente se aplica após 15 de maio de 2013, data da vigência da Lei, não alcançando assim os fatos geradores do presente processo, 2010 e 2011. Fl. 535DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 536 8 compreensão do conjunto normativo em que se situa o caso concreto. Assim, de início, traçase o histórico do Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação), desde seu precursor Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), sua natureza jurídica e tributária e a incidência da contribuição para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) sobre esses fundos. Histórico do Fundef e Fundeb A Carta Magna de 1988 fez nascer a obrigatoriedade de se priorizar o sistema educacional brasileiro, razão pela qual foi criado o Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério), posteriormente substituído pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). A criação do Fundef (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério) em 1996 foi, sem dúvida, uma das mais importantes mudanças ocorridas na política de financiamento da educação no Brasil nas últimas décadas. Seu principal mérito talvez tenha sido o de proporcionar uma melhor redistribuição dos recursos financeiros educacionais, mediante o critério do número de alunos matriculados, com o objetivo de atenuar a enorme desigualdade regional existente no Brasil. Vale ressaltar, também, a contribuição do Fundef quanto ao aperfeiçoamento do processo de gerenciamento orçamentário e financeiro no setor educacional, bem como permitindo uma maior visibilidade na aplicação dos recursos recebidos à conta do Fundo. [Excerto de artigo extraído da web em 1/7/2017: Texto Fundeb_PROGED.doc autor não identificado] O Fundef teve como precursor a Emenda Constitucional nº 14, de 1996, que alterou o art. 60, do ADCT, nos termos abaixo transcritos, com os destaques adicionados: Art. 60. Nos dez primeiros anos da promulgação desta Emenda, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios destinarão não menos de sessenta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 Fl. 536DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 537 9 da Constituição Federal, à manutenção e ao desenvolvimento do ensino fundamental, com o objetivo de assegurar a universalização de seu atendimento e a remuneração condigna do magistério. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 1º A distribuição de responsabilidades e recursos entre os Estados e seus Municípios a ser concretizada com parte dos recursos definidos neste artigo, na forma do disposto no art. 211 da Constituição Federal, é assegurada mediante a criação, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de um Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, de natureza contábil. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 2º O Fundo referido no parágrafo anterior será constituído por, pelo menos, quinze por cento dos recursos a que se referem os arts. 155, inciso II; 158, inciso IV; e 159, inciso I, alíneas "a" e "b"; e inciso II, da Constituição Federal, e será distribuído entre cada Estado e seus Municípios, proporcionalmente ao número de alunos nas respectivas redes de ensino fundamental. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 3º A União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o § 1º, sempre que, em cada Estado e no Distrito Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 4º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios ajustarão progressivamente, em um prazo de cinco anos, suas contribuições ao Fundo, de forma a garantir um valor por aluno correspondente a um padrão mínimo de qualidade de ensino, definido nacionalmente. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 5º Uma proporção não inferior a sessenta por cento dos recursos de cada Fundo referido no § 1º será destinada ao pagamento dos professores do ensino fundamental em efetivo exercício no magistério. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) § 6º A União aplicará na erradicação do analfabetismo e na manutenção e no desenvolvimento do ensino fundamental, inclusive na complementação a que se refere o § 3º, nunca menos que o equivalente a trinta por cento dos recursos a que se refere o caput do art. 212 da Constituição Federal. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 14, de 1996) Fl. 537DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 538 10 § 7º A lei disporá sobre a organização dos Fundos, a distribuição proporcional de seus recursos, sua fiscalização e controle, bem como sobre a forma de cálculo do valor mínimo nacional por aluno. [Destaquei] Cumprindo o disposto no §7º, suso transcrito, foi editada a Lei nº 9.424, de 1996, instituindo o Fundef Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (posteriormente substituído pelo Fundeb criado pela Lei nº 11.494, de 2007), no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, com natureza meramente contábil. O Fundef era formado por 15% dos recursos dos Estados e Municípios decorrentes da arrecadação do ICMS (incluindo as compensações por perdas decorrentes da desoneração de exportações – LC 87, de 1996), do FPE e FPM, do IPI proporcionalmente às exportações, na forma do art. 1º, §§1º e 2º da Lei nº 9.424, de 19962: A União contribuia, por sua vez, complementarmente, na forma do art. 6º da referida lei3, de modo a atingir o valor mínimo por aluno definido nacionalmente. 2 Art. 1º É instituído, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, o qual terá natureza contábil e será implantado, automaticamente, a partir de 1º de janeiro de 1998. (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) § 1º O Fundo referido neste artigo será composto por 15% (quinze por cento) dos recursos: (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) I da parcela do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação ICMS, devida ao Distrito Federal, aos Estados e aos Municípios, conforme dispõe o art. 155, inciso II, combinado com o art. 158, inciso IV, da Constituição Federal; (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) II do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal FPE e dos Municípios FPM, previstos no art. 159, inciso I, alíneas a e b, da Constituição Federal, e no Sistema Tributário Nacional de que trata a Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966; e (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) III da parcela do Imposto sobre Produtos Industrializados IPI devida aos Estados e ao Distrito Federal, na forma do art. 159, inciso II, da Constituição Federal e da Lei Complementar nº 61, de 26 de dezembro de 1989. (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) § 2º Incluise na base de cálculo do valor a que se refere o inciso I do parágrafo anterior o montante de recursos financeiros transferidos, em moeda, pela União aos Estados, Distrito Federal e Municípios a título de compensação financeira pela perda de receitas decorrentes da desoneração das exportações, nos termos da Lei Complementar nº 87, de 13 de setembro de 1996, bem como de outras compensações da mesma natureza que vierem a ser instituídas. (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) 3 Art. 6º A União complementará os recursos do Fundo a que se refere o art. 1º sempre que, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, seu valor por aluno não alcançar o mínimo definido nacionalmente. (Vide Medida Provisória nº 339, de 2006). (Revogado pela Lei nº 11.494, de 2007) Fl. 538DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 539 11 Com o fim do prazo de vigência do Fundef [o fundo vigorou por dez anos: 1997 a 2006], foi editado a Lei n. 11.494/07, conversão da MP nº 339, de 2006, que, para substituir o Fundef, instituiu o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) que se estenderá até o ano de 2020. O novo fundo representou um aprimoramento do antigo Fundef, especialmente quando ao volume de recursos a ele aportados (a alíquota passou de 15% para 20%, bem assim alargouse a base de cálculo) e à abrangência do sistema de ensino a ser contemplado, passando a alcançar também o ensino infantil e médio (o Fundef beneficiava unicamente o ensino fundamental). Todavia, foram preservadas, no Fundeb, as naturezas jurídica e tributária inerentes ao extinto Fundef, razão pela qual os contenciosos tributários constituídos fundamse em idênticas controvérsias, seja inaugurado sob a égide de um ou de outro fundo, v.r., questionase a incidência do Pasep sobre o repasse de recursos ao Fundo, pela União. Portanto, no presente voto farseá referência indistintamente ao Fundef ou Fundeb, independentemente de trataremse de fatos ocorridos na vigência temporal ou espacial de um ou de outro. Da natureza jurídica e tributária A Secretaria do Tesouro Nacional – STN – assim dispôs em seu Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público – Parte III – Procedimentos Contábeis Específicos4, ao tratar do Fundeb: “03.01.02.02 NATUREZA DO FUNDEB O Fundeb não é considerado federal, estadual, nem municipal, por se tratar de um fundo de natureza contábil, formado com recursos provenientes das três esferas de governo e pelo fato de a arrecadação e distribuição dos recursos que o formam serem realizadas pela União e pelos Estados, com a participação do Banco do Brasil, como agente financeiro do fundo. Além disso, os créditos dos seus recursos são realizados automaticamente em favor dos Estados e Municípios, de forma igualitária, com base no número de alunos. Esses aspectos do Fundeb o revestem de peculiaridades que transcendem sua simples caracterização como Federal, Estadual ou Municipal. Assim, dependendo do ponto de vista, o fundo tem seu vínculo com a esfera federal (a União participa da composição e distribuição dos recursos), a estadual (os Estados participam da composição, da 4 https://www.tesouro.fazenda.gov.br/images/arquivos/artigos/Parte_III__PCE.pdf Fl. 539DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 540 12 distribuição, do recebimento e da aplicação final dos recursos) e a municipal (os Municípios participam da composição, do recebimento e da aplicação final dos recursos). É importante destacar, no entanto, que a sua instituição é estadual, conforme prevê a Emenda Constitucional nº 53, de 19/12/2006, art. 1º. [Destaquei] Ressaltese que, embora as considerações feitas pela STN refirase ao Fundeb, elas são igualmente aplicáveis ao extinto Fundef, pois ambos possuem a mesma natureza, conforme explicitado em tópico precedente. Ainda quanto à natureza jurídica, o artigo publicado na revista da PGFN5 Ano I – Número 1 – 2011 pondera: “3 A natureza do Fundeb e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal A classificação dos fundos tem sido recorrentemente um problema para a Administração Pública, especialmente no que se refere aos efeitos práticos de qualquer iniciativa definitiva de taxonomia. Em âmbito federal a questão preocupa, principalmente, o Tesouro Nacional, a quem incumbe, efetivamente, o controle dos fluxos dos altíssimos valores envolvidos. Neste sentido, há previsão de fundos de gestão orçamentária, de gestão especial e de natureza contábil. O Fundeb se encontra no último grupo. Ao que consta, os fundos de gestão orçamentária realizam a execução orçamentária e financeira das despesas orçamentárias financiadas por receitas orçamentárias vinculadas a essa finalidade. De acordo com o Tesouro Nacional entre os fundos de gestão orçamentária se classificam o Fundo Nacional da Saúde, o Fundo da Criança e Adolescente e o Fundo da Imprensa Nacional, entre outros. Os fundos de gestão especial subsistem para a execução de programas específicos, mediante capitalização, empréstimos, financiamentos, garantias e avais. Exemplificase com o Fundo Constitucional do CentroOeste, com o Fundo de Investimento do Nordeste, com o Fundo de Investimento da Amazônia. Os fundos de natureza contábil instrumentalizam transferências, redefinem fontes orçamentárias, instrumentalizam a repartição de receitas, recolhem, movimentam e controlam receitas orçamentárias (bem como a necessária distribuição) para o atendimento de necessidades específicas. É o caso do Fundo de 5 http://www.pgfn.fazenda.gov.br/revistapgfn/revistapgfn/anoinumeroi/arnaldo.pdf Fl. 540DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 541 13 Participação dos Estados, do Fundo de Participação dos Municípios e do Fundeb, especialmente. O fundo é uma mera rubrica contábil. Não detém patrimônio. Não é órgão. Não é entidade jurídica. Não detém personalidade própria. É instrumento. Não é fim. Propicia meios. Eventual inscrição no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (no caso de alguns fundos) é determinação que decorre da necessidade da administração tributária deter informações cadastrais. [Destaquei] O Fundeb, de modo semelhante ao Fundef, não deve ser considerado, portanto, um fundo específico de determinada esfera governamental, mas um fundo multigovernamental, que não possui personalidade jurídica própria, e que é composto por recursos primordialmente dos Estados e Municípios, complementarmente pela União, distribuído pelos Estados e, em carater complementar, pela União, sendo seus recursos aplicados por Estados e Municípios e fiscalizados de forma concorrente pelas três esferas de governo. Relativamente a sua contabilização, a STN publicou a Portaria nº 328, de 2001, na qual explicita os lançamentos contábeis e assim dispôs: Art. 1º Estabelecer, para os estados, Distrito Federal e municípios, os procedimentos contábeis para os recursos destinados e oriundos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério – FUNDEF. Art. 2º As receitas provenientes do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal – FPE e dos Municípios – FPM, do Imposto sobre a circulação de mercadorias e de prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, e de comunicação – ICMS, do Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI sobre as exportações, na forma da Lei Complementar nº 61 e da Desoneração do ICMS, nos termos da Lei Complementar nº 87, deverão ser registradas contabilmente pelos seus valores brutos, em seus respectivos códigos de receitas. Art. 3º Os quinze por cento retidos automaticamente das transferências citadas no artigo anterior, serão registradas na conta contábil retificadora da receita orçamentária, criada especificamente para este fim, cuja conta será o mesmo código da classificação orçamentária, com o primeiro dígito substituído pelo número 9. Fl. 541DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 542 14 Neste caso, as classificações de receita 1721.01.00 e 1722.01.00 terão como contas retificadoras as contas contábeis números 9721.01.00 e 9722.01.00 – Dedução de Receita para Formação do FUNDEF. Parágrafo 1º A Proposta Orçamentária conterá a classificação própria da receita com a apresentação da previsão bruta e as deduções para a formação do FUNDEF, ficando a despesa fixada com base no valor líquido da receita prevista. Parágrafo 2º A contabilidade manterá os registros distintos da receita arrecadada em contas abertas em cada ente da federação que representarão, respectivamente a classificação da receita e a dedução correspondente, na forma definida no caput do artigo. Art. 4º Os quinze por cento deduzidos ou transferidos pelos Estados e DF do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação para o FUNDEF serão registrados na conta contábil retificadora da receita orçamentária, código 9113.02.00 – Dedução para o FUNDEF, devendo aplicar esta regra de criação de contas retificadoras para as demais receitas. Art. 5º Os valores do FUNDEF repassados ao Estado, Distrito Federal e Municípios deverão ser registrados no código de receita 1724.01.00 Transferência do FUNDEF. Parágrafo único – Quando constar do montante creditado na conta do FUNDEF, parcela de complementação de seu valor o mesmo deverá ser registrado destacadamente na conta 1724.02.00 – Transferência de Complementação do FUNDEF. Art. 6º Os procedimentos de registros contábeis, estabelecidos nesta Portaria, das transferências e as respectivas deduções estão evidenciadas no Anexo I. Art. 7° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação, aplicandose seus efeitos a partir do exercício financeiro de 2002, inclusive no que se refere à elaboração da respectiva lei orçamentária. [Destaquei] O Anexo I da referida portaria descreve os lançamentos contábeis atinentes ao fundo. Depreende se que há três lançamentos distintos: (i) o recebimento das transferências correntes dos outros entes públicos, (ii) a dedução para formação do fundo e (iii) o recebimento dos recursos do fundo. Fl. 542DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 543 15 Relativamente aos Municípios, que é o caso dos presentes autos, devese contabilizar, pelo seu valor bruto, os valores das transferências constitucionais recebidas da União e dos Estados e, em conta retificadora de receita, o valor relativo aos 15% destinados ao Fundef [20% na vigência do Fundeb]. Já o recebimento dos recursos oriundos do Fundef é contabilizado como transferência corrente recebida, de forma separada, entre os recursos provenientes do fundo, distribuídos pelos Estados, e os distribuídos pela União, como complementação para o valor mínimo nacional, referida no §3º do art. 60 do ADCT e no art. 6º da Lei nº 9.424, de1996. A contabilização segue os ditames da Lei nº 4.320, de 1964, a qual conceitua as receitas correntes, transferências correntes recebidas e efetuadas: Art. 11 A receita classificarseá nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982) § 1º São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982) ... Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: (Vide DecretoLei nº 1.805, de 1980) § 1º Classificamse como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis. § 2º Classificamse como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado. Do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) O Pasep constitui contribuição à seguridade social destinada à formação do patrimônio do servidor público, instituída pela Lei Complementar nº 8/70 e, a partir da Constituição Federal de 1988, art. 239, fixou se que os recursos advindos de tal tributo iriam Fl. 543DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 544 16 financiar o programa do segurodesemprego e o abono salarial. Constituição Federal de 1988 Art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3 de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. Lei Complementar nº 8/70 Art. 1º É instituído, na forma prevista nesta Lei Complementar, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público. Art. 2º A União, os Estados, os Municípios, o Distrito Federal e os Territórios contribuirão para o Programa, mediante recolhimento mensal ao Banco do Brasil das seguintes parcelas: I União: 1% (um por cento) das receitas correntes efetivamente arrecadadas, deduzidas as transferências feitas a outras entidades da Administração Pública, a partir de 1º de julho de 1971; 1,5% (um e meio por cento) em 1972 e 2% (dois por cento) no ano de 1973 e subseqüentes. II Estados, Municípios, Distrito Federal e Territórios: a) 1% (um por cento) das receitas correntes próprias, deduzidas as transferências feitas a outras entidades da Administração Pública, a partir de 1º de julho de 1971; 1,5% (um e meio por cento) em 1972 e 2% (dois por cento) no ano de 1973 e subseqüentes; b) 2% (dois por cento) das transferências recebidas do Governo da União e dos Estados através do Fundo de Participações dos Estados, Distrito Federal e Municípios, a partir de 1º de julho de 1971. Parágrafo único Não recairá, em nenhuma hipótese, sobre as transferências de que trata este artigo, mais de uma contribuição. Relativamente à questão tributária, a contribuição para o Pasep sobre as receitas governamentais encontrase disposta na Lei nº 9.715, de 1998, art. 2º, inciso III, que assim dispõe: “Art.2º A contribuição para o PIS/PASEP será apurada mensalmente: (...) Fl. 544DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 545 17 III pelas pessoas jurídicas de direito público interno, com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas. (...) §6º A Secretaria do Tesouro Nacional efetuará a retenção da contribuição para o PIS/PASEP, devida sobre o valor das transferências de que trata o inciso III. (Incluído pela Medida Provisória no 2.15835, de 2001) (...) Art.7º Para os efeitos do inciso III do art. 2o, nas receitas correntes serão incluídas quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas, no todo ou em parte, por outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. Art.8º A contribuição será calculada mediante a aplicação, conforme o caso, das seguintes alíquotas: (...) III um por cento sobre o valor das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas.” [Destaquei] Portanto, a contribuição para o Pasep sobre as receitas governamentais incide sobre as receitas correntes arrecadadas e transferências correntes e de capital recebidas. Nas receitas correntes serão incluídas quaisquer receitas tributárias, ainda que arrecadadas, no todo ou em parte, por outra entidade da Administração Pública, e deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades de direito público interno. Da incidência do PASEP sobre o FUNDEB 6 Conforme já explicitado em tópico precedente, a base de cálculo da contribuição para o Pasep, devida pelas pessoas jurídicas de direito público interno, será apurada com base no valor mensal das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, nos termos do art. 2º, III, da Lei 9.715/98, excluindose as transferências efetuadas a outras entidades públicas(art. 7º). (...) 6 Para a elaboração do presente tópico utilizouse de fundamentos buscados no artigo "O FUNDEB como base de cálculo da contribuição ao PASEP", de autoria de Ana Cristina Leão Nave Lamberti, pesquisado na web em 1/8/2017: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=9743 Fl. 545DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 546 18 A receita do ente municipal é alimentada não só pelas denominadas receitas tributárias próprias, mas também pelas transferidas pelos demais entes federados. Argumentam os municípios que, ao lhes creditar tais valores, a União já faria a dedução para alocação dos recursos ao Fundef/Fundeb,7 bem como a correlata retenção na fonte da contribuição para o PASEP. Ocorre que, no entender dos entes municipais, haveria dúvida na base de cálculo do PASEP em relação a tais receitas, na medida em que os valores vertidos aos entes federados, pela União, não guardariam consonância com os valores efetivamente recebidos pelos mesmos, em decorrência dos critérios de distribuição estabelecidos pela Lei n. 11.494/2007. Advogam os Municípios que os valores do Fundeb que compõem a base de cálculo da contribuição ao Pasep devem ser aqueles efetivamente recebidos e não a quantia alocada quando do repasse de verbas pela União. O ente municipal calca todo seu raciocínio na premissa de que o PASEP deve incidir sobre o valor que recebe do fundo e não sobre o valor alocado, o que levaria a uma retenção indevida pela União do tributo, que teria que ter sua base de cálculo reajustada. Ocorre que o fundamento acima não é sustentável em razão da sistemática do Fundeb, que não obedece à simples equação matemática pretendida pelos municípios. É fato que o valor vertido ao fundo guarda relação com o montante repassado pela União, de forma a compor a base de cálculo do Pasep, alimentada pelos recursos auferidos pelo ente público, seja via arrecadação, seja por transferência. Porém, não há correspondência, por obviedade matemática, entre o valor alocado, que o é genericamente por todos os municípios, e o valor recebido por cada ente municipal, proporcional ao número de alunos. Há de se esclarecer que o Fundeb tem como escopo o fomento da educação, guardando relação com índices que refletem justamente a situação educacional do município. Foi esse o critério utilizado pelo legislador no momento de distribuir os recursos do fundo em questão, entre os entes municipais. 7 O mesmo raciocínio aplicase ao Fundef, nos termos da Lei nº 9.424/96, que vigorou até 2006 e a seu sucessor, o Fundeb, nos termos da Lei nº 11.494/2007, com vigor até 2020. Fl. 546DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 547 19 Nos ditames da Lei nº 11.494/07, em seu art. 8º, o valor que o Município recebe do fundo, que será destinado à educação, depende diretamente do número de alunos que possui em sua rede de educação básica. É esta grandeza que irá mensurar a fatia do Fundeb que cada município irá receber. Art. 8º: A distribuição de recursos que compõem os Fundos, no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, darseá, entre o governo estadual e os de seus Municípios, na proporção do número de alunos matriculados nas respectivas redes de educação básica pública presencial, na forma do Anexo desta Lei. Assim, irá contribuir mais com o Pasep o ente que receber maiores recursos da União, alargando a base de cálculo da indigitada contribuição. De outra banda, o município que recebe poucos recursos da UNIÃO, terá baixa retenção ao Pasep. Contudo, isso não irá refletir necessariamente o quantum o ente efetivamente receberá da parcela dos recursos do Fundeb. Verificase a situação posta porque o parâmetro utilizado para o rateio do Fundeb a cada Município é diverso de mero cálculo aritmético encontrado pela quantificação do valor repassado pela União aos entes municipais e que é destinado à constituição do fundo. Referido valor é encontrado com base em grandeza trazida pelo texto legal, compondose do proporcional número de alunos que dado município possui matriculado nas redes de educação básica pública presencial. Portanto, um Município que recebe grande quantidade de recursos da União irá contribuir sobremaneira para o Fundeb, deduzindo a União tal fatia dos recursos que transfere ao ente municipal, e já retendo o percentual ao Pasep, mas, por possuir, p.ex., poucos alunos em sua rede de ensino, receberá uma pequena parcela dos recursos existentes no Fundeb. Ao contrário, podese vislumbrar o seguinte quadro: um município que recebe menor quantidade de recursos da União irá contribuir menos com o Pasep, mas poderá receber uma quantia maior dos recursos do Fundeb por ter maior número de alunos em sua rede de ensino. Eis o parâmetro eleito pela lei para a distribuição do Fundeb a cada município. Podese verificar na situação descrita uma eficiente forma de distribuição de renda, de maneira que municípios que recebem mais recursos federais, detendo potencialmente melhor situação educacional, contribuem mais para o Fundeb, sendo tal Fundo, por sua vez, objeto de distribuição em maiores proporções aos entes municipais com deficiência em recursos para verter em educação. O intuito da norma que cuida do critério de distribuição do Fundeb a cada Município é justamente amparar a educação básica, de forma a socorrer aqueles entes municipais com potencial deficiência educacional. Fl. 547DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 548 20 De qualquer forma, a base de cálculo do PASEP há de ser o valor da receita transferida ao Município pela União e destinada ao Fundeb, por imediata dedução, por compor a definição legal da base de cálculo do referido tributo, e não o valor que efetivamente recebe o ente municipal, quando do rateio do Fundo, que guarda relação com outra grandeza, conforme delineado. Os destaques relativos aos valores repassados ao Fundeb ou Fundef, nas transferências constitucionais, efetuadas pela União ou pelo Estado, possuem a mesma natureza das próprias transferências, ou seja, devem ser oferecidas à tributação da contribuição, pelo Município, sem prejuízo, do aproveitamento, se for o caso, da retenção pela STN, no caso das transferências recebidas da União. Assim, quanto ao recebimento pelo Município das transferências da União e dos Estados, devem ser incluídas na base de cálculo do Pasep, inclusive quanto aos valores destacados para o Fundef/Fundeb. Feitas essas considerações normativas, voltemos ao caso concreto. A lide cingese na incidência de Pasep sobre os valores repassados pelo município, ou em nome desse, ao Fundef/Fundeb. Conforme verificouse nos tópicos precedentes, a base de cálculo da contribuição ao Pasep é o montante das receitas correntes arrecadadas e das transferências correntes e de capital recebidas, deduzidas as transferências efetuadas a outras entidades públicas. No caso concreto, a fiscalização aplicou o dispositivo legal, considerandose, na apuração da contribuição, as receitas legalmente previstas, deduzindose daquelas já recolhidas, inclusive das retidas na fonte. Portanto, a eventual exclusão, da base de cálculo do Pasep, da receita oriunda do repasse para formação do Fundef/Fundep, pretendida pela recorrente, não somente é vedada mas, se efetivada, geraria dupla dedução da contribuição retida, caracterizando portanto apropriação indébita, por parte do município. Com o exposto, temse que a base de cálculo considerada na autuação encontrase legalmente apurada, bem assim que do valor apurada da contribuição foram deduzidos os valores retidos na fonte, nos termos da Lei nº 9.715, de 1998, descaracterizandose a a bitributação alegada pela Recorrente. Quanto à alegada inconstitucionalidade da Lei, cumpre mencionar que, conforme sua Súmula no. 2, " O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária". Dessa forma, a decisão de primeira instância não merece retoques, pelo que faço dela minha razão de decidir, com fulcro no § 1° do art. 50 da Lei n° 9.784/98 e § 3° da Portaria MF n° 343/15 (RICARF) e, desta forma, proponho manter a decisão por seus próprios fundamentos. Fl. 548DF CARF MF Processo nº 14751.000514/200761 Acórdão n.º 3301004.719 S3C3T1 Fl. 549 21 Ante o exposto, voto por NEGAR PROVIMENTO ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Liziane Angelotti Meira Fl. 549DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 12448.726432/2012-16
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Jun 21 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2011
NÃO CONHECIMENTO. AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL.
Não se vislumbra a existência de divergência quando há aplicabilidade de decisão de cunho obrigatório emanada da Suprema Corte, na decisão recorrida, mas o acórdão paradigma, por ser de momento anterior, não se manifesta acerca da aplicação da decisão judicial.
Numero da decisão: 9202-007.007
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa, que conheceu do recurso.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício.
(assinado digitalmente)
Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa, que conheceu do recurso. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
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AUSÊNCIA DE DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL. Não se vislumbra a existência de divergência quando há aplicabilidade de decisão de cunho obrigatório emanada da Suprema Corte, na decisão recorrida, mas o acórdão paradigma, por ser de momento anterior, não se manifesta acerca da aplicação da decisão judicial. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em não conhecer do Recurso Especial, vencido o conselheiro Pedro Paulo Pereira Barbosa, que conheceu do recurso. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício. (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Paula Fernandes, Mário Pereira de Pinho Filho (suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 12 44 8. 72 64 32 /2 01 2- 16 Fl. 129DF CARF MF 2 Relatório Tratase de Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional contra o Acórdão n.º 2202004.029 proferido pela 2ª Turma Ordinária da 2ª Câmara da 2ª Seção de Julgamento do CARF, em 4 de julho de 2017, no qual restou consignada a seguinte ementa, fls. 90: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Exercício: 2011 IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Não tendo o contribuinte efetuado ajuste específico na Declaração de Ajuste do Exercício 2011, os seus rendimentos referentes ao anocalendário de 2010 não estão sujeitos à regra do art. 12A da lei nº 7.713/88, conforme Instrução Normativa IN/RFB nº 1.127/2011. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE EM DECORRÊNCIA DE AÇÃO JUDICIAL. FORMA DE TRIBUTAÇÃO. JURISPRUDÊNCIA DO STJ E STF. REGIMENTO INTERNO DO CARF. ART. 62, § 2º. No caso de rendimentos pagos acumuladamente em cumprimento de decisão judicial, a incidência do imposto ocorre no mês de recebimento, mas o cálculo do imposto deverá considerar os períodos a que se referirem os rendimentos, evitandose, assim, ônus tributário ao contribuinte maior do que o devido, caso a fonte pagadora tivesse procedido tempestivamente ao pagamento dos valores reconhecidos em juízo. Jurisprudência do STJ e do STF, com aplicação da sistemática dos Arts. 543 B e 543 C do CPC/1973. Art. 62, §2º do RICARF determinando a reprodução do entendimento. Ora, se houve equívoco reconhecido na apuração do montante devido (aspecto quantitativo da hipótese de incidência) o lançamento encontrase viciado e, para sanar o problema, necessário ser feito um novo lançamento. Recurso Voluntário Provido. O Recurso Especial referido anteriormente, fls. 104 a 109, foi admitido, por meio do Despacho de fls. 119 a 121, para rediscutir a decisão recorrida, no tocante ao regime de cálculo dos rendimentos recebidos acumuladamente. Destacase que, para a decisão a quo, deve ser cancelada a exigência tributária, enquanto, para o acórdão paradigma, devem ser aplicadas as tabelas vigentes à época em que os rendimentos foram auferidos pelo contribuinte. Aduz a Fazenda, em síntese, que: Fl. 130DF CARF MF Processo nº 12448.726432/201216 Acórdão n.º 9202007.007 CSRFT2 Fl. 3 3 a) mais especificamente, temos que não se justifica a derrubada integral do auto de infração, mas, que seja recalculado o valor do imposto, tomandose como base o decidido em sede de recurso repetitivo e recentemente pelo Excelso Pretório; b) deve ser reformado o v. acórdão recorrido, para que seja o cálculo do imposto de renda incidente sobre os rendimentos recebidos acumuladamente apurado mensalmente, em correlação aos parâmetros fixados na tabela progressiva do imposto de renda vigente à época dos respectivos fatos geradores. Intimado, o Contribuinte não apresentou contrarrazões, conforme se extrai do Despacho de fls. 127 É. o relatório. Voto Conselheira Ana Cecília Lustosa da Cruz Relatora 1. Do conhecimento. Embora não argüida pela Recorrida a questão atinente ao conhecimento do recurso interposto pela Procuradoria, importante se faz apreciar, de ofício, a matéria, tendo em vista os fundamentos que passo a expor. Não deve ser conhecido o presente recurso, pois a decisão vergastada utilizou como fundamento de decidir o REsp n.º 1.118.429/SP e, principalmente, o RE n.º 614.406, para a interpretação do art. 12 da Lei n.º 7.713/88, sendo que a decisão paradigma (Acórdão n.º 221002.588) não tratou da aplicação do referido RE, razão pela qual não se mostra possível vislumbrar que, caso aplicada a decisão do STF, a Turma, na qual se originou o acórdão paradigma, se posicionaria da maneira ocorrida. Portanto, o acórdão paradigma não serve como parâmetro para a presente análise (aplicação da norma oriunda da decisão proferida nos autos do RE n.º 614.406). Cabe ressaltar que tal interpretação decorre inclusive da ausência de competência deste Conselho para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária, de modo que, excepcionalmente, se admite o controle de constitucionalidade decorrente do cumprimento de precedente obrigatório, razão pela qual não seria possível ao colegiado paradigma, em controle de legalidade, fazer análise sobre os efeitos da inconstitucionalidade de um dispositivo legal, em face da ausência de aplicação da decisão proferida em sede de repetitivo. Diante do exposto, voto por não conhecer do Recurso Especial interposto pela Procuradoria da Fazenda Nacional, por ausência de demonstração da divergência jurisprudencial. Fl. 131DF CARF MF 4 (assinado digitalmente) Ana Cecília Lustosa da Cruz. Fl. 132DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13839.001800/2006-31
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 26 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL
Exercício: 2002
BASE DE CALCULO DA CSLL. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI.
LUCRO REAL.
O Crédito Presumido de IPI, instituído pelo art. 1º da Lei nº 9.363/1996, por representar recuperação de custos, deve integrar os resultados contábil e fiscal das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real.
Numero da decisão: 1301-000.573
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário.
Matéria: CSL- que não versem sobre exigência de cred. trib. (ex.:restituição.)
Nome do relator: Waldir Veiga Rocha
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL Exercício: 2002 BASE DE CALCULO DA CSLL. CRÉDITO PRESUMIDO DE IPI. LUCRO REAL. O Crédito Presumido de IPI, instituído pelo art. 1º da Lei nº 9.363/1996, por representar recuperação de custos, deve integrar os resultados contábil e fiscal das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Junior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Paulo Jakson da Silva Lucas, Edwal Casoni de Paula Fernandes Junior, Valmir Sandri e Alberto Pinto Souza Junior. Relatório Fl. 76DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13839.001800/200631 Acórdão n.º 130100.573 S1C3T1 Fl. 71 2 MACCAFERRI DO BRASIL LTDA., já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas/SP, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da Delegacia da Receita Federal em Jundiaí/SP. Por bem descrever o ocorrido, valhome do relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância, a seguir transcrito. Trata o presente processo de Pedido de Restituição de fl. 01, protocolado em 19 de junho de 2006, por meio do qual a interessada solicita a restituição de valores recolhidos da Contribuição Social sobre o Lucro LíquidoCSLL, no montante de R$ 71.515,53, relativo ao anocalendário de 2001. 2. A autoridade fiscal indeferiu o pedido, nos termos do Despacho Decisório de fls. 24/26, que se transcreve, parcialmente: “RELATÓRIO Através do presente o interessado, identificado às fls. 08 a 16, formalizou Pedidos de Restituição em 19/06/2006, às fls. 01, por meio dos quais solicita restituição de valores recolhidos a título de Imposto de Renda pessoa Jurídica (IRPJ) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, dos anoscalendário (AC) 2001 a 2004, nos seguintes valores nominais (ver fls. 02): AC IRPJ (R$) CSLL (R$) 2001 198.654,28 71.515,53 2002 244.999,99 88.200,00 2003 367.542,76 132.315,47 2004 42.343,67 15.243,72 Estes valores seriam referentes à incidência das alíquotas do IRPJ e da CSLL sobre o crédito presumido do IPI como ressarcimento relativo às contribuições para o PIS/PASEP a COFINS. Às fls. 02 a 07 juntou planilhas com as quais pretende demonstrar o valor do pretenso crédito. É o relatório. FUNDAMENTAÇÃO LEGAL A Lei n° 9.363, de 1996, ou alternativamente a Lei n° 10.276, de 2001, trata do crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) como ressarcimento relativo às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/PASEP) e para a Seguridade Social (COFINS): Art. 1° A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sobre Produtos Industrializados, como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nos 7, Fl. 77DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13839.001800/200631 Acórdão n.º 130100.573 S1C3T1 Fl. 72 3 de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo. Parágrafo Único. O disposto neste artigo aplicase, inclusive, nos casos de venda a empresa comercial exportadora com o fim específico de exportação para o exterior. Art. 2° A base de cálculo do crédito presumido será determinada mediante a aplicação, sobre o valor total das aquisições de matériasprimas, produtos intermediários e material de embalagem referidos no artigo anterior. do percentual correspondente à relação entre a receita de exportação e a receita operacional bruta do produtor exportador. É necessário, neste ponto, determinar a natureza jurídica do crédito presumido do IPI. As operações de exportação são comumente protegidas de incidência tributária, em especial, das contribuições sobre o faturamento. Entretanto, o valor do produto a ser exportado encontrase, em geral, afetado pela tributação incidente nas etapas anteriores de sua produção e circulação. Sendo impraticável a desoneração da produção desde suas etapas iniciais, a legislação outorga formas de o exportador obter um crédito como ressarcimento dos valores relativos às contribuições PIS e COFINS que se encontram embutidas no custo do produto, como é o caso do crédito presumido do IPI. O crédito presumido do IPI não significa devolução de pagamento indevido, já que nada foi recolhido pelo exportador, e nem mesmo pelos seus antecessores, de forma indevida. Na realidade, tratase de um estímulo financeiro. Esta forma de renúncia fiscal caracteriza uma subvenção para custeio. Quanto à apuração do IRPJ, as subvenções para custeio são classificadas pela legislação do imposto de renda como "outros resultados operacionais", estando, portanto, sujeitas à tributação do IRPJ. O tratamento dispensado às subvenções para custeio encontrase disciplinado pelo art. 392, 1 do Regulamento do Imposto de Renda RIR/99 (Decreto n° 3.000, de 26 de março de 1999), na Subseção V, Seção IV (Outros Resultados Operacionais), Parte 2 de seu Livro 2: Art. 392. Serão computadas na determinação do lucro operacional: I as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais (Lei n° 4.506, de 1964, art. 44, inciso IV); Fl. 78DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13839.001800/200631 Acórdão n.º 130100.573 S1C3T1 Fl. 73 4 Tendo o crédito presumido do IPI sido corretamente oferecido à tributação, concluise que não há nenhum valor a ser restituído ao interessado. Isso posto, proponho o indeferimento dos Pedidos formalizados. (...) DECISÃO À vista da informação supra, e no uso das atribuições do art. 243 da Portaria MF n° 95/2007 e da Portaria DRF/Jundiaí n° 81 de 22/05/2007, e com fundamento no art. 47 da IN SRF 600/2005, indefiro os Pedidos formalizados.” 3. Cientificada do Despacho Decisório por meio do AR de fl. 29, em 31 de julho de 2007, a contribuinte apresentou sua manifestação de inconformidade em 29 de agosto de 2007, fls. 30/37, com as alegações que se seguem. 3.1. Afirma que, ao contabilizar os valores relativos ao crédito presumido do IPI, acrescentou tais montantes à base de cálculo do IRPJ e da CSLL. 3.2. No entanto, tais importâncias não podem ser incluídas na base de cálculo, sob pena de afronta aos artigos 277, 279 e 280 do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/1999). 3.3. Continua, afirmando que com a edição da Lei n.º 9.363, de 1996, com o intuito de incentivar as exportações, foi instituído um benefício tributário às empresas exportadoras, traduzindose no aproveitamento de créditos apurados sobre o montante das vendas externas, como forma de ressarcimento dos tributos pagos internamente. 3.4. Tal benefício tem a natureza jurídica de crédito concedido pelo governo, de recursos públicos transferidos aos contribuintes, não se sujeitando à incidência de tributos, em especial do IRPJ e CSLL. Tal natureza teria sido reconhecida pelas autoridades fiscais, conforme jurisprudência que elenca. 3.5. Argumenta que o crédito presumido do IPI tem natureza idêntica ao do créditoprêmio, qual seja: a de crédito concedido pelo governo, de recursos públicos transferidos ao contribuinte. 3.6. Menciona jurisprudência do Superior Tribunal de JustiçaSTJ, que confirmaria a impossibilidade de inclusão dos valores relativos ao crédito presumido do IPI na composição do lucro, em vista de sua natureza de subsídio governamental. 3.7. Conclui, pleiteando que seja atendido o Pedido de Restituição formalizado. A 4ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em CampinasSP analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 0521.846, de 08/05/2008 (fls. 55/58), indeferiu a solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Anocalendário: 2001 Fl. 79DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13839.001800/200631 Acórdão n.º 130100.573 S1C3T1 Fl. 74 5 RESTITUIÇÃO. CSLL. EXCLUSÕES. CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI. Na apuração do lucro real e do lucro líquido ajustado somente são permitidas as exclusões expressamente previstas em legislação própria. O registro na escrituração contábil do crédito presumido do IPI tem como fundamento a desoneração do custo dos produtos vendidos, classificandose como recuperação de custos ou ainda em receita operacional, porém, inadmissível a sua exclusão na apuração do lucro real, ou do lucro líquido ajustado, no caso da CSLL. Ciente da decisão de primeira instância em 23/06/2008, conforme documento de fl. 60, e com ela inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário em 22/07/2008 (registro de recepção à fl. 61, razões de recurso às fls. 61/68), mediante o qual reitera, com as mesmas palavras, os argumentos anteriormente trazidos em sede de impugnação. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Gira a lide em torno do direito creditório decorrente da incidência (equivocada, no entender da interessada) da CSLL sobre os créditos presumidos de IPI. Tais créditos, que teriam sido erroneamente incluídos na base de cálculo da contribuição, conduziriam a direito creditório no valor de R$ 71.515,53 no anocalendário 2001. Conforme se pode depreender do relatório que antecede a este voto, a discussão, em última análise, é em torno da natureza do crédito presumido de IPI, instituído pela Lei nº 9.363/1996, como ressarcimento do PIS e COFINS incidentes sobre as aquisições, no mercado interno, de insumos a serem utilizados no processo produtivo de produtos a serem exportados. No bojo da discussão se encontra também a incidência da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) sobre esses valores. A discussão sobre a natureza desses créditos não é nova, e tem gerado manifestações e decisões não uniformes. Com a devida vênia daqueles que pensam diferente, filiome à corrente que entende que se trata da recuperação de custos anteriormente incorridos, ainda que por presunção legal. Para minha convicção é decisiva a disposição expressa da lei que instituiu o benefício, no sentido de que o crédito constitui ressarcimento do PIS e da COFINS incidentes sobre as aquisições de insumos. Não se poderia cogitar de ressarcimento se não estivesse o custo dos insumos onerado pelas contribuições. Eis o art. 1º da Lei nº 9.363/1996 (grifos não constam do original): Fl. 80DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13839.001800/200631 Acórdão n.º 130100.573 S1C3T1 Fl. 75 6 Art 1º A empresa produtora e exportadora de mercadorias nacionais fará jus a crédito presumido do Imposto sabre Produtos como ressarcimento das contribuições de que tratam as Leis Complementares nºs 7, de 7 de setembro de 1970, 8, de 3 de dezembro de 1970, e 70, de 30 de dezembro de 1991, incidentes sobre as respectivas aquisições, no mercado interno, de matérias primas, produtos intermediários e material de embalagem, para utilização no processo produtivo (grifei) Firmado este ponto, é de se verificar, a seguir, de que forma a recuperação de custos influencia o resultado tributável das pessoas jurídicas tributadas com base no lucro real, pelo IRPJ e na forma equivalente, no que toca à CSLL. O raciocínio contábil leva ao entendimento de que a regra é a da incidência tributária. Senão vejamos: No momento da aquisição dos insumos, no valor pago pelo adquirente se encontram embutidos, ainda que por presunção da lei, as contribuições pagas nas etapas anteriores da cadeia produtiva. O valor da aquisição, assim majorado, é levado inicialmente a débito de estoques e posteriormente transferido para a conta de resultado representativa dos custos. Desta forma, o resultado contábil apurado é reduzido. Se esse resultado contábil é o ponto de partida para o resultado tributável (lucro real), então este também é reduzido. Em caso contrário (lucro presumido ou arbitrado, baseado somente nas receitas), o resultado tributável não sofre alteração. Em um segundo momento (geralmente, em outro período de apuração), ao obter, amparado na lei, o ressarcimento de parte do custo dos insumos, não é mais possível fazer o ajuste nos custos, anteriormente levados à apuração de um resultado já encerrado. O crédito correspondente é feito, então, em conta de resultado e, aqui, pouco importa sua natureza, desde que o resultado contábil restará majorado. Não tenho dúvidas de que, em se tratando de contribuinte tributado com base no lucro real, o resultado tributável será também majorado, de forma a equilibrar a redução no período anterior. Se, por outro lado, a tributação for feita com base no lucro presumido ou arbitrado, impõese a adição à base de cálculo, ressalvadas as situações excepcionadas pelo art. 53 da Lei nº 9.430/1996, ou seja, as situações que não conduziram, no período anterior, à redução do resultado tributável. No caso concreto, a restituição pleiteada pelo contribuinte corresponde ao anocalendário 2001, no qual sua tributação foi feita com base no lucro real, conforme se verifica nos documentos de fls. 04 e segs. A majoração dos resultados contábil e fiscal, mediante a inclusão dos custos recuperados, equilibra a redução dos mesmos resultados em períodos anteriores, quando os custos estiveram onerados pelas contribuições agora ressarcidas. Diante do claro comando do art. 392, II, do RIR/99, não se há de reconhecer, destarte, qualquer direito creditório passível de restituição. Art. 392. Serão computadas na determinação do lucro operacional: I — as subvenções correntes para custeio ou operação, recebidas de pessoas jurídicas de direito público ou privado, ou de pessoas naturais; Fl. 81DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 13839.001800/200631 Acórdão n.º 130100.573 S1C3T1 Fl. 76 7 II – as recuperações ou devoluções de custos, deduções ou provisões, quando dedutíveis. A jurisprudência administrativa também assim tem decidido: IRPJ — RECUPERAÇÃO DE CUSTOS — CRÉDITO PRESUMIDO PIS/COFINS —Se a empresa pleiteou o benefício fiscal é porque não há dúvidas de que o custo dos insumos está onerado por aquelas exações. Se parte ou todo esse custo (PIS/COFINS) foi recuperado, via crédito presumido do IPI, devese providenciar o estorno dos seus efeitos no lucro e, por conseqüência, no resultado tributável pelo imposto de renda. O estorno dáse pela contabilização da "receita". Por tratarse de crédito junto ao poder público, a "receita" poderá ser reconhecida no momento da compensação ou do ressarcimento em espécie. (Proc. 10835.000777/0005, Ac. 10706.276, de 23/05/2001, Relator Cons. Luiz Martins Valero) IRPJ CRÉDITO PRESUMIDO DO IPI — REGISTRO CONTÁBIL APURAÇÃO DO LUCRO REAL — O registro na escrituração mercantil do crédito presumido do IPI tem como fundamento a desoneração do custo dos produtos vendidos, classificandose como recuperação de custos ou ainda em receita operacional, porém, inadmissível a sua exclusão na apuração do lucro real. (Proc. 10835.001642/200156, Ac. 101.94.342, de 03/09/2003, Relator Cons. Paulo Roberto Cortez) Finalmente, observo que ainda que fosse o caso de abraçar a tese de que o crédito prêmio presumido de IPI se trata de subvenção fiscal, dissociada do ressarcimento das contribuições que oneraram os custos, a decisão seria a mesma, neste caso, em face da determinação expressa do art. 392, I, do RIR/99. Em conclusão, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 82DF CARF MF Emitido em 15/09/2011 pelo Ministério da Fazenda Autenticado digitalmente em 30/05/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 30/05/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 13/06/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Numero do processo: 23034.000091/2002-61
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Jul 11 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/12/1996 a 30/06/1999
RITO PROCESSUAL DO DECRETO 3.142/99. AUSÊNCIA DE DEFESA. DESCONFORMIDADE PROCESSUAL. NÃO INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA DO PROCEDIMENTO. REVELIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA. REVISÃO DE OFÍCIO. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO.
Não apresentada defesa, resta caracterizada a revelia do contribuinte e a constituição definitiva do crédito tributário, vez que não ocorre a instauração da fase litigiosa do procedimento, nos termos dos arts. 14 e 15 do Decreto n. 3.142/1999, vigente à época dos fatos.
Inexistindo defesa na primeira instância em face de lançamento constituído, não há de se conhecer de recurso voluntário previsto no art. 37 e ss. do Decreto n. 70.235/72, vez que não observado o rito processual do Decreto n. 3.142/1999, vigente à época dos fatos, forte no art. 38 do Decreto n. 70.235/1972.
Numero da decisão: 2402-006.297
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Luís Henrique Dias Lima - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE DIAS LIMA
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/12/1996 a 30/06/1999 RITO PROCESSUAL DO DECRETO 3.142/99. AUSÊNCIA DE DEFESA. DESCONFORMIDADE PROCESSUAL. NÃO INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA DO PROCEDIMENTO. REVELIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA. REVISÃO DE OFÍCIO. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. Não apresentada defesa, resta caracterizada a revelia do contribuinte e a constituição definitiva do crédito tributário, vez que não ocorre a instauração da fase litigiosa do procedimento, nos termos dos arts. 14 e 15 do Decreto n. 3.142/1999, vigente à época dos fatos. Inexistindo defesa na primeira instância em face de lançamento constituído, não há de se conhecer de recurso voluntário previsto no art. 37 e ss. do Decreto n. 70.235/72, vez que não observado o rito processual do Decreto n. 3.142/1999, vigente à época dos fatos, forte no art. 38 do Decreto n. 70.235/1972.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima - Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini.
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AUSÊNCIA DE DEFESA. DESCONFORMIDADE PROCESSUAL. NÃO INSTAURAÇÃO DA FASE LITIGIOSA DO PROCEDIMENTO. REVELIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA. REVISÃO DE OFÍCIO. RECURSO VOLUNTÁRIO. NÃO CONHECIMENTO. Não apresentada defesa, resta caracterizada a revelia do contribuinte e a constituição definitiva do crédito tributário, vez que não ocorre a instauração da fase litigiosa do procedimento, nos termos dos arts. 14 e 15 do Decreto n. 3.142/1999, vigente à época dos fatos. Inexistindo defesa na primeira instância em face de lançamento constituído, não há de se conhecer de recurso voluntário previsto no art. 37 e ss. do Decreto n. 70.235/72, vez que não observado o rito processual do Decreto n. 3.142/1999, vigente à época dos fatos, forte no art. 38 do Decreto n. 70.235/1972. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 23 03 4. 00 00 91 /2 00 2- 61 Fl. 79DF CARF MF Processo nº 23034.000091/200261 Acórdão n.º 2402006.297 S2C4T2 Fl. 102 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini. Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de efls. 33/53 em face da Notificação para Recolhimento de Débito (NRD) n. 34/2002 emitida em 08/01/2002 no valor total de R$ 9.329,73 (efls. 11/13), com fulcro em irregularidades verificadas nos recolhimentos referentes ao SalárioEducação especificamente quanto à ausência de indicação de alunos indenizados no Programa RAI relativas às competências 12/96; 06/97; 12/97; 06/98; 12/98; e 06/99, objeto de decisão, em sede de revisão de ofício, do Ilmo. Sr. Presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) efls. 20/22 que declarou a revelia da Recorrente e decidiu pela procedência da notificação em litígio. A Recorrente foi cientificada da NRD n. 34/2002 (efls. 11/13) em 15/01/2002 (efl. 14) e não apresentou impugnação, nem houve pagamento ou pedido de parcelamento. Nesse contexto, o FNDE procedeu, de ofício, a análise da NRD n. 34/2002 (efls. 11/13), declarando a revelia e decidindo pela procedência da retrocitada notificação, nos termos da decisão de efls. 20/22. Outrossim, não consta dos autos a data de ciência da Recorrente da decisão de efls. 20/22, embora haja registro de postagem do Ofício n. 233/2006/DIADE/CGEOF/DIFIN/FNDE/MEC (efls. 29/30) que encaminhou a decisão de e fls. 20/22 com datas de 18/05/2006 e 22/05/2006 (efl. 31). Todavia, na data de 29/07/2006 a Recorrente apresentou Recurso Voluntário de efls. 33/53 em face da NRD n. 34/2002 (efls. 11/13). Sem contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Henrique Dias Lima Relator. Conforme já relatado, a Recorrente não apresentou impugnação em face da NRD n. 34/2002 (efls. 11/13), havendo o FNDE, de ofício, procedido à análise da retrocitada notificação, oportunidade em que declarou a revelia da Recorrente e decidiu pela procedência do lançamento, nos termos da decisão de efls. 20/22. A primeira questão que salta aos olhos diz respeito à não observância do rito processual insculpido no Decreto n. 3.142, de 16 de agosto de 1999 que regulamenta a contribuição social do salárioeducação, prevista no art. 212, § 5o, da Constituição, no art. 15 Fl. 80DF CARF MF Processo nº 23034.000091/200261 Acórdão n.º 2402006.297 S2C4T2 Fl. 103 3 da Lei n. 9.424, de 24 de dezembro de 1996, e na Lei n. 9.766, de 18 de dezembro de 1998, e dá outras providências e que se encontrava em vigor na época dos fatos. Com efeito, verificase que não se instaurou a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, nos termos dos arts. 14 e 15 do Decreto n. 3.142/1999, verbis: Art. 14. Após a instauração do específico processo administrativo fiscal, procedida a apuração e a atualização do débito, de acordo com a legislação previdenciária em vigor, o devedor será notificado do valor da dívida, pelo FNDE, com discriminação das parcelas devidas e dos períodos a que se referem. § 1o Recebida a notificação, o devedor terá o prazo de quinze dias para apresentar defesa junto ao FNDE, efetuar o pagamento ou apresentar solicitação de parcelamento do débito. § 2o Apresentada a defesa, o processo será submetido à decisão do Secretário Executivo do FNDE. § 3o O procedimento será encerrado se o devedor recolher o débito dentro do prazo assinalado. § 4o Aplicase o rito de que trata este artigo aos débitos decorrentes de contratos administrativos celebrados com escolas prestadoras de serviços do SME, procedidas, nestes casos, a apuração e a atualização de acordo com a Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993. (Incluído pelo Decreto nº 4.943, de 30.12.2003) Art. 15. Da decisão do SecretárioExecutivo caberá recurso ao Conselho Deliberativo do FNDE, observado o disposto neste artigo. § 1o O recurso poderá ser interposto no prazo de trinta dias, contados da data da ciência da decisão, com as razões e, se for o caso, os documentos que o fundamentam. § 2o A interposição do recurso em processo de natureza tributária dependerá de garantia de instância, devendo o recorrente, obrigatoriamente, recolher à conta vinculada do FNDE trinta por cento do valor principal do débito e dos respectivos acessórios. (Redação dada pelo Decreto nº 4.943, de 30.12.2003) § 3o O débito tempestivamente questionado ficará dispensado de novos acréscimos, se o seu valor, devidamente atualizado e acrescido dos respectivos juros e multa de mora, for integralmente depositado, até a decisão final. § 4o Os acréscimos legais de que trata o parágrafo anterior serão exigíveis até a data do depósito. § 5o Sobre a parcela pecuniária referente ao depósito obrigatório, previsto no § 2o deste artigo, não poderão ser acrescidos encargos legais. § 6o Se o débito for considerado improcedente, o valor do depósito será devolvido ao contribuinte, na forma da legislação vigente. No caso concreto não foi apresentada defesa, havendo, inclusive, declaração de revelia da Recorrente, atraindo a incidência do disposto no art. 14, § 1°., in fine, ou seja, efetuar o pagamento ou apresentar solicitação de parcelamento do débito. É dizer: com a declaração da revelia, ocorreu a constituição definitiva do crédito tributário. Fl. 81DF CARF MF Processo nº 23034.000091/200261 Acórdão n.º 2402006.297 S2C4T2 Fl. 104 4 Nessa perspectiva, o Recurso Voluntário em apreço não se reveste dos requisitos para julgamento em segunda instância, conforme dispõe o art. 37 e ss. do Decreto n. 70.235/72, vez que não enfrenta decisão em face de impugnação, que no caso concreto sequer existiu. É de bom alvitre ressaltar que a revisão de ofício não é sucedâneo recursal de impugnação, não podendo assim fazer às vezes desta, inclusive por que inexiste o contraditório e ampla defesa da Recorrente, com lastro em provas. Ao contrário, a revisão de ofício é ato unilateral da Administração e não tem o condão de inaugurar a fase litigiosa do procedimento administrativo fiscal, vez que sequer é prevista no rito processual estabelecido no Decreto n. 3.142/1999. É relevante destacar ainda que falece competência ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) imiscuirse nos procedimentos previstos no Decreto n. 3.142/1999 para fins de definição do contencioso fiscal, forte no art. 38 do Decreto n. 70.235/1972, verbis: Art. 38. O julgamento em outros órgãos da administração federal farseá de acordo com a legislação própria, ou, na sua falta, conforme dispuser o órgão que administra o tributo. É dizer, uma vez não apresentada defesa na primeira instância em face de lançamento constituído, conforme a regra dos arts. 14 e 15 do Decreto n. 3.142/1999, não há de se conhecer de recurso voluntário interposto pela Recorrente. Nessa perspectiva, não há de se conhecer da peça recursal de efls. 33/53. Ante o exposto, voto no sentido de NÃO CONHECER do Recurso Voluntário (efls. 33/53). (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Fl. 82DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10630.900223/2006-18
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jul 04 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 1999
COMPENSAÇÃO.
A manifestação de inconformidade não é instrumento hábil para retificação de Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP.
Numero da decisão: 1001-000.652
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de decadência dos créditos exigidos, suscitada no recurso, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA - Presidente.
(assinado digitalmente)
EDUARDO MORGADO RODRIGUES - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, José Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente).
Nome do relator: EDUARDO MORGADO RODRIGUES
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Ano-calendário: 1999 COMPENSAÇÃO. A manifestação de inconformidade não é instrumento hábil para retificação de Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de decadência dos créditos exigidos, suscitada no recurso, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA - Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO MORGADO RODRIGUES - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, José Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente).
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1999 COMPENSAÇÃO. A manifestação de inconformidade não é instrumento hábil para retificação de Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar a preliminar de decadência dos créditos exigidos, suscitada no recurso, e, no mérito, em negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) LIZANDRO RODRIGUES DE SOUSA Presidente. (assinado digitalmente) EDUARDO MORGADO RODRIGUES Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edgar Bragança Bazhuni, Eduardo Morgado Rodrigues, José Roberto Adelino da Silva e Lizandro Rodrigues de Sousa (Presidente). Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 63 0. 90 02 23 /2 00 6- 18 Fl. 116DF CARF MF Processo nº 10630.900223/200618 Acórdão n.º 1001000.652 S1C0T1 Fl. 3 2 Tratase de Recurso Voluntário (fls. 36 a 40) interposto contra o Acórdão nº 0922.484, proferido pela 2ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Juiz de Fora/MG (fls. 27 a 28), que, por unanimidade, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade apresentada pela ora Recorrente, decisão esta consubstanciada na seguinte ementa: "ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTARIA Anocalendário: 1999 COMPENSAÇÃO A manifestação de inconformidade não é instrumento hábil para retificação de Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP. Solicitação Indeferida" Por sua precisão na descrição dos fatos que desembocaram no presente processo, peço licença para adotar e reproduzir os termos do relatório da decisão da DRJ de origem: "O interessado transmitiu a DCOMP n° 37490.23223.300603.1.3.040904, visando compensar os débitos nela declarados, com pretenso crédito relativo a pagamento indevido ou a maior de IRPJ, efetuado em 28/10/1999. Essa declaração foi selecionada para tratamento manual por meio do presente processo; A DRFGovemador Valadares/MG emitiu Despacho Decisório eletrônico, no qual não homologa a compensação pleiteada, sob o argumento de que o pagamento foi utilizado na quitação de débito do contribuinte, não restando saldo disponível para compensação. O contribuinte foi cientificado em 30/11/2007 (fl. 18 e 07); A empresa apresenta Manifestação de Inconformidade (fl. 21 e seguintes), na qual alega que o crédito a ser utilizado na DCOMP em questão é o saldo negativo de IRPJ do anocalendário 1999;" Inconformada com a decisão de primeiro grau que indeferiu a sua Manifestação de Inconformidade, a ora Recorrente apresentou Recurso Voluntário sustentando, preliminarmente, a suposta prescrição dos valores cobrados; e no mérito alega que não agiu com dolo ou intuito de fraude no equívoco incorrido, devendo a compensação ser homologada. É o relatório. Fl. 117DF CARF MF Processo nº 10630.900223/200618 Acórdão n.º 1001000.652 S1C0T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Eduardo Morgado Rodrigues O presente Recurso Voluntário é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Primeiramente, o Contribuinte traz em seu Recurso a alegação preliminar de que o Fisco não poderia mais cobrar os valores decorrentes da não homologação da compensação em tela por, supostamente, já se ter operado a prescrição nos termos do art. 173, I, do CTN. Ora, tal normativa citada pela Recorrente se refere à decadência, ao direito de lançar o tributo, conforme se transcreve: Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extinguese após 5 (cinco) anos, contados: I do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; Ocorre que a decadência já foi afastada pelo próprio contribuinte quando procedeu ao lançamento fiscal dos valores devidos a título de IRPJ em suas competentes declarações à época dos fatos. Isto é, o tributo em questão já foi lançado no momento devido, o que se discute no presente feito é a ocorrência ou não de quitação por meio da compensação pretendida e, em caso negativo, a correta execução dos valores em aberto. Desta feita, de plano rejeito a preliminar suscitada, vez que as alegações não procedem. Passando ao mérito, a própria Recorrente admite que, assim como fora indicado pela DRJ de origem, apresentou a DCOMP com erro quanto a indicação do crédito a ser usado para a realização da compensação. Ainda aduz que, a despeito do equivoco, não há qualquer indício de dolo, fraude ou simulação, devendo o direito à compensação ser aceito mesmo assim no bojo do presente processo administrativo. Ora, devese estabelecer que é responsabilidade exclusiva de cada contribuinte o controle de seus negócios e o cuidado com o fiel cumprimento de todas as normas tributárias em suas atividades cotidianas. Igualmente, é dever e responsabilidade própria de cada empresa o zelo com a correição de toda as informações prestadas às autoridades administrativas, bem como com toda a sua documentação. Fl. 118DF CARF MF Processo nº 10630.900223/200618 Acórdão n.º 1001000.652 S1C0T1 Fl. 5 4 Outrossim, ainda que se acredite na boa fé da Recorrente, é obrigação, deste julgador zelar pela aplicação das normas vigentes, não cabendo a ele abertura de exceções não previstas pela lei, sob pena de descumprimento do princípio maior da legalidade. Destarte, como a própria Recorrente reconhece a existência dos vícios na DCOMP objeto do presente litígio, e não traz qualquer elemento que aponte para a retificação da mesma em tempo hábil, não resta outra alternativa a este julgador que não a confirmação da decisão de primeira instância. Assim, por economia processual, peço licença para adotar e transcrever os fundamentos já exarados na decisão de piso: "(...) A empresa transmitiu a DCOMP n° 37490.23223.300603.1.3.040904 com erro e não providenciou sua retificação, como determina o artigo 55 da IN SRF n° 460/2004 (determinação mantida nas IN 600/2005 e 900/2008). Ressaltese que a manifestação de inconformidade não é instrumento hábil para retificação de Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP, o que nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à RFB de documento retificador gerado a partir do referido Programa. (...)". Assim, diante da incapacidade da DCOMP em tela em apontar créditos válidos, e a inexistência de qualquer retificação, entendo por não acolher os argumentos da Recorrente. Em face a todo o exposto, REJEITO a preliminar e, no mérito, VOTO pelo NÃO PROVIMENTO do Recurso Voluntário, com a consequente manutenção da decisão de origem. (assinado digitalmente) Eduardo Morgado Rodrigues Relator Fl. 119DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13811.003734/2007-22
Turma: 1ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 1ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu Apr 05 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Aug 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Obrigações Acessórias
Ano-calendário: 2005
DCTF MENSAL OU SEMESTRAL. RECEITA BRUTA. MOMENTO DO RECONHECIMENTO.
Para os contribuintes que optaram pelo regime de caixa, causando descasamento entre a escrituração comercial e fiscal, deve-se considerar o momento do recebimento da receita para enquadramento no artigo 2º ou 3º da IN SRF 482/04.
Numero da decisão: 9101-003.546
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento.
O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13811.003741/2007-24, ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Adriana Gomes Rêgo - Presidente e Relatora
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Andre´ Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Arau´jo, Luis Fla´vio Neto, Fla´vio Franco Corre^a, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Re^go.
Nome do relator: ADRIANA GOMES REGO
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ementa_s : Assunto: Obrigações Acessórias Ano-calendário: 2005 DCTF MENSAL OU SEMESTRAL. RECEITA BRUTA. MOMENTO DO RECONHECIMENTO. Para os contribuintes que optaram pelo regime de caixa, causando descasamento entre a escrituração comercial e fiscal, deve-se considerar o momento do recebimento da receita para enquadramento no artigo 2º ou 3º da IN SRF 482/04.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negar-lhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13811.003741/2007-24, ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo - Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Andre´ Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Arau´jo, Luis Fla´vio Neto, Fla´vio Franco Corre^a, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Re^go.
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ASSUNTO: OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS Anocalendário: 2005 DCTF MENSAL OU SEMESTRAL. RECEITA BRUTA. MOMENTO DO RECONHECIMENTO. Para os contribuintes que optaram pelo regime de caixa, causando descasamento entre a escrituração comercial e fiscal, devese considerar o momento do recebimento da receita para enquadramento no artigo 2º ou 3º da IN SRF 482/04. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em negarlhe provimento. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13811.003741/200724, ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Presidente e Relatora Participaram da sessão de julgamento os conselheiros André Mendes de Moura, Cristiane Silva Costa, Rafael Vidal de Araújo, Luis Flávio Neto, Flávio Franco Correâ, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Gerson Macedo Guerra e Adriana Gomes Rêgo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 81 1. 00 37 34 /2 00 7- 22 Fl. 356DF CARF MF Processo nº 13811.003734/200722 Acórdão n.º 9101003.546 CSRFT1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso especial da ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional ("PGFN"), no qual se discute o momento do reconhecimento das receitas previstas no art. 30 da MP nº 2.158, de 2001, para fins de observância da apresentação da DCTF (regime de caixa ou regime de competência. Entende a recorrente pela aplicação do regime de competência para a contabilização das receitas, em consonância com as leis comerciais e legislação fiscal, na ocasião de entrega de obrigação acessória. É o relatório. Voto Conselheira Adriana Gomes Rêgo, Relatora. O julgamento do presente recurso especial segue a sistemática dos recursos repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º a 3º, do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343/2015, já que as situações fática e jurídica verificadas neste processo são, em todos os aspectos relevantes para solução do litígio, idênticas àquelas verificadas no processo 13811.003741/200724, ao qual este é vinculado. Isso posto, aplicase aqui o decidido por esta 1ª Turma da CSRF em seu Acórdão nº 9101003.545, exarado em 05 de abril de 2018, no âmbito do referido processo 13811.003741/200724. Transcrevese, a seguir, como razões de decidir do presente litígio, o voto que prevaleceu no mencionado Acórdão nº 9101003.545: Em relação à admissibilidade, adoto as razões do despacho de exame de admissibilidade para conhecer do recurso. Passo ao exame do mérito. A matéria devolvida consiste em apreciar a seguinte questão: a administração tributária confere a opção pelo regime de caixa para a pessoa jurídica, no caso, receitas previstas no art. 30 da MP nº 2.158, de 2001; optando pelo regime de caixa, a apuração dos tributos efetuada pela pessoa jurídica pode conduzir a valores diferentes daqueles calculados pelo regime de competência; Fl. 357DF CARF MF Processo nº 13811.003734/200722 Acórdão n.º 9101003.546 CSRFT1 Fl. 4 3 diante de tal divergência, poderia a administração tributária exigir a diferença decorrente da diferença no reconhecimento de receitas (caixa X competência) refletida na DCTF? Entendo que a administração não pode exigir a diferença decorrente da divergência de regime de reconhecimento das receitas, para o caso em debate. Vale transcrever o artigo 30 da Medida Provisória n° 2.158, de 2001: Art. 30. A partir de 1º de janeiro de 2000, as variações monetárias dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função da taxa de câmbio, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo do imposto de renda, da contribuição social sobre o lucro líquido, da contribuição para o PIS/PASEP e COFINS, bem assim da determinação do lucro da exploração, quando da liquidação da correspondente operação. (Grifei) A norma foi reproduzida também no art. 13 da IN SRF nº 247 de 2002, em vigência à época dos fatos: Art. 13. As variações monetárias ativas dos direitos de crédito e das obrigações do contribuinte, em função de taxa de câmbio ou de índices ou coeficientes aplicáveis por disposição legal ou contratual, são consideradas, para efeitos da incidência destas contribuições, como receitas financeiras. § 1º As variações monetárias em função da taxa de câmbio, a que se refere o caput, serão consideradas, para efeito de determinação da base de cálculo das contribuições, quando da liquidação da correspondente operação. § 2º À opção da pessoa jurídica, as variações monetárias de que trata o § 1º poderão ser consideradas, na determinação da base de cálculo das contribuições, segundo o regime de competência. (Grifei) Ora, se há permissivo legal expresso, no sentido de que as receitas podem ser reconhecidas no momento de sua percepção, quando da liquidação da correspondente operação, e tendo feito tal opção a pessoa jurídica, incorreria em equívoco a administração tributária exigir que a apuração das receitas na entrega da DCTF não seguisse o momento em que foram reconhecidas. De fato a regra geral é o regime da competência, mas se o legislador apresentou a opção do regime de caixa para a situação prevista na norma em análise, não há dúvidas de que as receitas deverão integrar a base de cálculo correspondente ao período em que foram efetivamente percebidas. Fl. 358DF CARF MF Processo nº 13811.003734/200722 Acórdão n.º 9101003.546 CSRFT1 Fl. 5 4 Se o dispositivo normativo que autoriza o regime de caixa tem como consequência a inclusão na base de cálculo das receitas no período de apuração "X", não há como se exigir que tais receitas, por conta do regime de competência, devessem estar incluídas no período de apuração "X+1". Vale transcrever excerto do voto proferido no Acórdão nº 1802 001.507 que tratou com precisão a questão: O ponto nodal da discórdia entre a autoridade fiscal e a Recorrente diz respeito ao momento em que as variações monetárias devem ser consideradas como integrantes da receita bruta para fins eleição do critério de apresentação da DCTF. De acordo com a autoridade fiscal devese respeitar o regime de competência, enquanto que na ótica da Recorrente, as pessoas jurídicas que se utilizaram da faculdade da apuração pelo regime de caixa previsto no artigo 30, parágrafo 1º da Medida Provisória n° 2.158/2001 devem seguir o regime de caixa. (...) O legislador ao permitir que o contribuinte optasse pelo regime de caixa ou competência para a apuração desses tributos criou um descasamento entre a escrituração contábil e fiscal, o que se estendeu, inclusive, para os contribuintes que se encontrassem na sistemática de apuração do lucro presumido. Para corroborar com esse entendimento, vejamos a citada IN SRF nº 104/98: Art. 1º A pessoa jurídica, optante pelo regime de tributação com base no lucro presumido, que adotar o critério de reconhecimento de suas receitas de venda de bens ou direitos ou de prestação de serviços com pagamento a prazo ou em parcelas na medida do recebimento e mantiver a escrituração do livro Caixa, deverá: I emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do serviço; II indicar, no livro Caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada recebimento. § 1° Na hipótese deste artigo, a pessoa jurídica que mantiver escrituração contábil, na forma da legislação comercial, deverá controlar os recebimentos de suas receitas em conta específica, na qual, em cada lançamento, será indicada a nota fiscal a que corresponder o recebimento. § 2° Os valores recebidos adiantadamente, por conta de venda de bens ou direitos ou da prestação de serviços, serão computados como receita do mês em que se der o faturamento, a entrega do bem ou do direito ou a conclusão dos serviços, o que primeiro ocorrer. Fl. 359DF CARF MF Processo nº 13811.003734/200722 Acórdão n.º 9101003.546 CSRFT1 Fl. 6 5 § 3° Na hipótese deste artigo, os valores recebidos, a qualquer título, do adquirente do bem ou direito ou do contratante dos serviços serão considerados como recebimento do preço ou de parte deste, até o seu limite. § 4° O cômputo da receita em período de apuração posterior ao do recebimento sujeitará a pessoa jurídica ao pagamento do imposto e das contribuições com o acréscimo de juros de mora e de multa, de mora ou de ofício, conforme o caso, calculados na forma da legislação vigente. Art. 2º O disposto neste artigo aplicase, também, à determinação das bases de cálculo da contribuição PIS/PASEP, da contribuição para a seguridade social COFINS, da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido e para os optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte SIMPLES.” (Grifos meus). Em consulta a legislação vigente, inclusive interpretativa, não há em lugar algum esclarecimento quanto a esta matéria, o que pode gerar dupla interpretação por parte do contribuinte. Frisese mais uma vez que há clara separação entre as obrigações fiscais e acessórias, especialmente quando da emissão das notas fiscais que se dão em momento diferente daquele em que se registra a receita bruta contábil, por força da IN 104/98, art. 1º, § 1º, acima transcrito. Com efeito, nos casos em que o contribuinte elege o reconhecimento do regime de caixa, e não de competência, para a apuração da base de cálculo dos seus tributos, causando assim o descasamento com a legislação comercial, nada mais razoável que o efeito (reconhecimento) da receita bruta para fins de cumprimento das obrigações acessórias também seja considerado no momento do recebimento. (Grifos originais) Assim, há que haver uma convergência entre o regime de apuração previsto no artigo 30 da Medida Provisória n° 2.158, de 2001, e a informação prestada para fins de cumprimento de obrigação acessória, no caso, a entrega de DCTF. Tendo sido concretizada a opção pelo regime de caixa para o reconhecimento das receitas previstas na legislação, tal sistemática deve ser refletida na apuração informada na declaração. Fl. 360DF CARF MF Processo nº 13811.003734/200722 Acórdão n.º 9101003.546 CSRFT1 Fl. 7 6 Por todo o exposto, empregando a sistemática estabelecida nos §§ 1º a 3º do art. 47 do RICARF, e aplicando à presente lide as razões de decidir acima transcritas, conheço do recurso especial interposto pela Fazenda Nacional e, no mérito, negolhe provimento. (assinado digitalmente) Adriana Gomes Rêgo Fl. 361DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10820.900119/2008-40
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 30 00:00:00 UTC 2011
Ementa: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2003 COMPENSAÇÃO. VALOR PAGO A MAIOR. RETIFICAÇÃO DA DCTF. COMPROVAÇÃO DO ERRO. Ao restar comprovado nos autos que o débito originalmente confessado em DCTF era superior ao valor efetivamente devido, a retificação da declaração deve ser admitida. Em consequência, o valor pago a maior deve ser reconhecido como direito creditório em favor do contribuinte, passível de restituição e/ou compensação. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Exercício: 2003 LUCRO PRESUMIDO. PERCENTUAL APLICÁVEL. CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA COM EMPREGO DE MATERIAIS. Para fins de determinação do percentual aplicável ao lucro presumido das pessoas jurídicas que se dedicam à atividade de construção por empreitada com ou sem emprego de materiais, aos fatos geradores anteriores à vigência das Instruções Normativas SRF nº 480/2004 e nº 539/2005, aplicam-se as disposições do ADN COSIT nº 6/1997, até então vigentes. Ao restar comprovado o atendimento cumulativo às três condições estabelecidas por este último normativo, a saber, tratar-se de contrato de empreitada, de construção e com o fornecimento de materiais em qualquer quantidade, aplica-se o percentual de 8% para determinação do lucro presumido. Não se verificando alguma das referidas condições, o percentual aplicado deve ser de 32%.
Numero da decisão: 1301-000.531
Decisão: ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário.
Matéria: IRPJ - restituição e compensação
Nome do relator: Waldir Veiga Rocha
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Exercício: 2003 COMPENSAÇÃO. VALOR PAGO A MAIOR. RETIFICAÇÃO DA DCTF. COMPROVAÇÃO DO ERRO. Ao restar comprovado nos autos que o débito originalmente confessado em DCTF era superior ao valor efetivamente devido, a retificação da declaração deve ser admitida. Em consequência, o valor pago a maior deve ser reconhecido como direito creditório em favor do contribuinte, passível de restituição e/ou compensação. ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Exercício: 2003 LUCRO PRESUMIDO. PERCENTUAL APLICÁVEL. CONSTRUÇÃO POR EMPREITADA COM EMPREGO DE MATERIAIS. Para fins de determinação do percentual aplicável ao lucro presumido das pessoas jurídicas que se dedicam à atividade de construção por empreitada com ou sem emprego de materiais, aos fatos geradores anteriores à vigência das Instruções Normativas SRF nº 480/2004 e nº 539/2005, aplicamse as disposições do ADN COSIT nº 6/1997, até então vigentes. Ao restar comprovado o atendimento cumulativo às três condições estabelecidas por este último normativo, a saber, tratarse de contrato de empreitada, de construção e com o fornecimento de materiais em qualquer quantidade, aplicase o percentual de 8% para determinação do lucro presumido. Não se verificando alguma das referidas condições, o percentual aplicado deve ser de 32%. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 233 2 ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade, dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Alberto Pinto Souza Júnior Presidente (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Waldir Veiga Rocha, André Ricardo Lemes da Silva, Paulo Jakson da Silva Lucas, Guilherme Pollastri Gomes da Silva, Valmir Sandri, Alberto Pinto Souza Junior. Relatório CALT CONSTRUÇÕES E PROJETOS LTDA., já devidamente qualificada nestes autos, recorre a este Conselho contra a decisão prolatada pela 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP, que indeferiu os pedidos veiculados através de manifestação de inconformidade apresentada contra a decisão da Delegacia da Receita Federal em Araçatuba/SP. Por bem descrever o ocorrido, valhome do conciso relatório elaborado por ocasião do julgamento do processo em primeira instância, a seguir transcrito: Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório em que foi apreciada a Declaração de Compensação (PER/DCOMP) de fls. 15/20, por intermédio da qual a contribuinte pretende compensar débito de Cofins (código de receita: 2172) de sua responsabilidade com crédito decorrente de pagamento indevido ou a maior de tributo (IRPJ). Por intermédio do despacho decisório de fl. 01, não foi reconhecido qualquer direito creditório a favor da contribuinte e, por conseguinte, nãohomologada a compensação declarada no presente processo, ao fundamento de que o pagamento informado como origem do crédito foi integralmente utilizado para quitação de débitos da contribuinte, “não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP”. Irresignada, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade de fls.03/04, na qual alega, em síntese, que: a) a sociedade em questão tem como atividade principal a de “Construção Civil, Projetos, Administração de Obras, Fabricação de Artefatos de Cimento para Construção e Prestação de Serviços na Área de Construção Civil”; b) a recorrente ao efetuar recolhimentos de impostos por ela devidos, utilizouse como percentual sobre a receita bruta a alíquota de 32%, quando o correto seria o percentual de 8%, vez que realiza construção por empreitada, com emprego de materiais próprios, sem qualquer quantidade; c) tal mudança ocorreu com o Ato Declaratório Normativo Cosit nº 06, de 13/01/1997, o Fl. 243DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 234 3 qual a contribuinte teve conhecimento no ano de 2003; d) foi informada para preencher a PER/Dcomp requerendo a compensação do tributo pago a maior, bem como proceder a retificação de sua DCTF; e) não efetuou a retificação da DCTF, fato que culminou com a nãohomologação dos créditos tributários; f) com a correta aplicação da alíquota, a contribuinte possui um crédito no valor de R$ 5.215,45 (31/01/2003). Ao final, requer a homologação da referida PER/Dcomp e anulação da cobrança. A 5ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Ribeirão Preto/SP analisou a manifestação de inconformidade apresentada pela contribuinte e, mediante o Acórdão nº 1422.678, de 20/03/2009 (fls. 25/30), indeferiu a solicitação, conforme ementa a seguir transcrita: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica – IRPJ Data do fato gerador: 31/01/2003 DIREITO CREDITÓRIO. ÔNUS DA PROVA. Incumbe ao sujeito passivo a demonstração, acompanhada das provas hábeis, da composição e a existência do crédito que alega possuir junto à Fazenda Nacional para que sejam aferidas sua liquidez e certeza pela autoridade administrativa. COMPENSAÇÃO TRIBUTÁRIA. Apenas os créditos líquidos e certos são passíveis de compensação tributária, conforme artigo 170 do Código Tributário Nacional. Ciente da decisão de primeira instância em 18/05/2009, conforme documento de fl. 32, e com ela inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário em 17/06/2009 (registro de recepção à fl. 33, razões de recurso às fls. 33/36). Após historiar os fatos, por sua ótica, a interessada afirma que o indeferimento de seu pleito se deu basicamente pela ausência de prova das alegações defensivas, o que se propõe a suprir mediante a apresentação da seguinte documentação: Trazemos junto a este recurso o Anexo I em que se encontra cópia do contrato de constituição de sociedade empresária limitada e todas as suas alterações, provando a atividade social da contribuinte. O Anexo II é composto pelas DCTFs originais e DCTF retificadoras do período, dando conta da correção pela contribuinte do equívoco perpetrado em seu prejuízo e de seu crédito existente. O Anexo III, por sua vez, é composto pela DIPJ referente ao período (ano calendário 2002), em sua via original e retificadora, dando conta da correção do lançamento de ofício anteriormente feito erroneamente em desfavor desta contribuinte. Acompanha o Anexo IV contratos firmados no 4º trimestre de 2002 entre a contribuinte e a Prefeitura Municipal de Paranapuã SP e com o CEFAM Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério, nos quais observamos que a execução de seus objetos se deram no regime de empreitada por preço global. Fl. 244DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 235 4 [...] Ainda em relação ao período em análise nos presentes autos, destacamos os documentos que compõem o Anexo V, quais sejam as "Nota Fatura de Prestação de Serviço" (nº 594 a 605), dando conta de que o faturamento informado pelo contribuinte em sua DCTF e DIPJ retificadoras foram pela efetivação de serviços no regime de empreitada por preço global, com fornecimento de materiais. Válido destacar que sobre o faturamento documento por faturas que não incluíram fornecimento de materiais incidiu a alíquota de 32% e não a de 8%, como, a propósito, se observa pelas declarações anexas decorrentes do cumprimento de obrigações acessórias. O Anexo VI é composto pelas notas fiscais de entradas das mercadorias empregadas pela contribuinte na execução das obras no regime de empreitada por preço global. Ao final, requer a reforma da decisão recorrida, com o reconhecimento de seu direito creditório, homologação da compensação declarada e cancelamento da cobrança. É o Relatório. Voto Conselheiro Waldir Veiga Rocha, Relator O recurso é tempestivo e dele conheço. Gira a lide em torno de alegado direito creditório, decorrente de recolhimento indevido/a maior de IRPJ. Tal recolhimento teria sido feito equivocadamente pela interessada, em face da aplicação do percentual de 32% à totalidade de sua receita bruta para fins de cálculo do lucro presumido, em lugar do percentual de 8%, que seria o correto para a atividade por ela exercida, que afirma ser de construção por empreitada, com emprego de materiais próprios, em qualquer quantidade. Em primeira instância, a Turma Julgadora não reconheceu o pretendido direito creditório, diante do fato de que o débito foi declarado em DCTF e da inexistência, nos autos, de provas suficientes a comprovar o alegado erro. A retificação da DCTF, levada a efeito após a ciência do Despacho Decisório e antes da decisão da DRJ, foi tida por insuficiente para respaldar as pretensões da contribuinte. Diante dessa decisão, a interessada traz a documentação com a qual considera provada sua atividade, sujeita à aplicação do percentual de 8% para determinação do lucro presumido. Em consequência, estaria também provado o direito creditório pretendido. O primeiro ponto a ser apreciado é, então, a possibilidade de retificação da DCTF. Sobre a matéria, considero pertinente a análise do art. 147 do CTN, abaixo transcrito. Fl. 245DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 236 5 Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Embora o artigo acima transcrito não seja, em primeira análise, diretamente aplicável ao caso concreto, visto que a DCTF não se presta ao lançamento de tributo mas sim à confissão de débitos tributários e ao fornecimento de informação à autoridade administrativa sobre a forma de sua extinção, seu parágrafo primeiro traz disposições sobre a retificação de declarações que bem podem orientar a decisão a ser tomada. Senão vejamos. Na hipótese de redução ou exclusão de tributos, o texto legal impõe restrições à retificação da declaração com base na qual a autoridade administrativa haverá de efetuar o lançamento. Isso tendo em vista a proteção ao crédito tributário, interesse indisponível, como cediço. Tais disposições são também aplicáveis à situação vertente, em que a retificação da DCTF, se aceita, implicará redução do valor do débito anteriormente confessado de tributo sujeito ao lançamento por homologação, apurado pelo próprio sujeito passivo. A propósito, assim leciona Leandro Paulsen1: Aplicação por analogia aos tributos sujeitos a lançamento por homologação. Tendo em conta que a quase totalidade dos tributos, atualmente, sujeitamse a lançamento por homologação vinculados a obrigações acessórias de prestar declarações ao Fisco e que não há dispositivo no CTN cuidando especificamente da retificação de tais declarações, o § 1º do art. 147 tem sido bastante invocado e aplicado por analogia para definir o marco até quando pode o contribuinte retificar suas declarações livremente, com eficácia imediata, e, a contrario sensu, a partir de quando o contribuinte não pode exigir do Fisco que, independentemente de apreciação dos erros e equívocos da declaração originariamente prestada, considere as retificações. [...]. Tenho, assim, que a questão a ser dirimida reside na prova do alegado erro, e no momento de sua apresentação. A princípio, todas as provas deveriam ser apresentadas juntamente com a impugnação, a teor dos artigos 15 e 16 do Decreto nº 70.235/1972. Ocorre, entretanto, que o Despacho Decisório de fl. 01, ao não reconhecer o direito creditório trazido à compensação, baseouse unicamente na análise do DARF e sua alocação aos débitos então declarados. Por essa ocasião (o Despacho Decisório é datado de 24/04/2008, com ciência em 05/05/2008, fl. 1 PAULSEN, Leandro. Direito Tributário Constituição e Código Tributário à Luz da Doutrina e da Jurisprudência. 12ª Ed. Revista e atualizada. Porto Alegre: Livraria do Advogado:ESMAFE, 2010, pág. 1026. Fl. 246DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 237 6 23), a interessada ainda não havia procedido à retificação da DCTF. A declaração retificadora foi apresentada em 16/05/2008 (fl. 56). O questionamento sobre a redução do débito de IRPJ correspondente ao quarto trimestre de 2002 de R$ 6.953,93 para R$ 1.738,48 somente foi trazido a lume durante a apreciação do litígio em primeira instância. Nessas condições, os mesmos dispositivos legais do Decreto nº 70.235/1972 anteriormente citados, especificamente o § 4º, inciso “c”, do art. 16, prevêem que a prova possa ser apresentada posteriormente. Passo, então, a analisar os documentos acostados aos autos pela interessada, a fim de verificar se socorrem sua pretensão, em face da legislação aplicável. Acerca do percentual aplicável, a disposição legal pertinente se encontra na Lei nº 9.249/1995, verbis: Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. (Vide Lei nº 11.119, de 205) § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: [...] III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; [...] § 2º No caso de atividades diversificadas será aplicado o percentual correspondente a cada atividade. [...] A disciplinar a matéria, foi editada a IN SRF nº 11/1996 e, posteriormente, a IN SRF nº 93/1997, nos seguintes termos: Instrução Normativa SRF nº 011, de 21 de fevereiro de 1996 Art. 3º A partir de janeiro do anocalendário de 1996, a base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida na atividade. § 1º Nas seguintes atividades o percentual de que trata este artigo será de: [...] IV 32 % (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta auferida com as atividades de: [...] d) construção por administração ou por empreitada unicamente de mãode obra; [...] Fl. 247DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 238 7 f) prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada neste parágrafo. Instrução Normativa SRF Nº 093, de 24 de Dezembro de 1997 Art. 3º À opção da pessoa jurídica, o imposto poderá ser pago sobre base de cálculo estimada, observado o disposto no § 6º do artigo anterior. § 1º A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a receita bruta auferida na atividade. § 2º Nas seguintes atividades o percentual de que trata este artigo será de: [...] IV 32 % (trinta e dois por cento) sobre a receita bruta auferida com as atividades de: [...] d) construção por administração ou por empreitada unicamente de mãode obra; [...] f) prestação de qualquer outra espécie de serviço não mencionada neste parágrafo. [...] Art. 36. O lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas: I o valor resultante da aplicação dos percentuais de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 3º, sobre a receita bruta de cada atividade, auferida em cada período de apuração trimestral; Em 1997, o Ato Declaratório Normativo COSIT nº 6, de 13/01/1997 estabeleceu com clareza qual seria o percentual a ser aplicado para determinação da base de cálculo do imposto de renda na atividade de construção por empreitada (grifos não constam do original): O COORDENADORGERAL DO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO, no uso das atribuições que lhe confere o art. 147, inciso III, do Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal, aprovado pela Portaria do Ministro da Fazenda nº 606, de 03 de setembro de 1992, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, e no art. 3º da IN SRF nº 11, de 21 de fevereiro de 1996, declara, em caráter normativo, às Superintendências Regionais da Receita Federal, às Delegacias da Receita Federal de Julgamento e aos demais interessados, que: I Na atividade de construção por empreitada, o percentual a ser aplicado sobre a receita bruta para determinação da base de cálculo do imposto de renda mensal será: Fl. 248DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 239 8 a) 8% (oito por cento) quando houver emprego de materiais, em qualquer quantidade; b) 32% (trinta e dois por cento) quando houver emprego unicamente de mão deobra, ou seja, sem o emprego de materiais. II As pessoas jurídicas enquadradas no inciso I, letra "a", deste Ato Normativo, não poderão optar pela tributação com base no lucro presumido. Esse entendimento se encontrava sedimentado, havendo inclusive soluções de consulta nesse sentido, entre as quais menciono a SC SRRF07 84/2002, SC SRRF08 36/2003 e SC SRRF08 278/2004. As alterações posteriormente introduzidas com o advento das IN SRF nº 480/2004 e IN SRF nº 539/2005 não alcançam os fatos geradores de que aqui se trata. Conforme visto na breve resenha da legislação, nos termos do ADN COSIT nº 6/1997, o percentual aplicável na determinação do lucro presumido seria de 8%, caso se tratasse de construção por empreitada, com emprego de materiais em qualquer quantidade. Sustenta a recorrente que essa seria exatamente sua situação, pelo que pleiteia a retificação do valor de imposto devido, daí exsurgindo, em decorrência, o direito creditório por pagamento em valor maior que o devido. Três são, então, os aspectos a serem verificados, cumulativamente: (i) se as atividades exercidas pela interessada, que deram origem às receitas auferidas, o são pela modalidade de empreitada; (ii) se essas atividades são de construção; e (iii) se há prova de ter havido, na execução dessas atividades, o emprego de materiais fornecidos pela interessada. Quanto ao primeiro ponto acima, considero não haver dúvidas. Ensina a doutrina que empreitada é o contrato em virtude do qual um dos contratantes comete a outro a execução de um determinado serviço, compreendendo tanto a empreitada de obra ou de construção, como a empreitada para a feitura de qualquer outra espécie de trabalho ou serviço (segundo De Plácido e Silva). Essa modalidade contratual é regulada pelos arts. 610 a 626 do Código Civil/2002. De se concluir, assim, que a empreitada não é exclusivamente aplicável à execução de obras de construção civil, podendo ser contratada, sob essa modalidade, a realização de qualquer outra espécie de trabalho ou de serviço. Encontro, às fls. 162 e segs., diversas cartas de atendimento a Cartas Convite publicadas por órgãos públicos dos municípios de Jales/SP e Paranapuã/SP, para obras civis tais como: realização de reforma no Centro Específico de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério – CEFAM; construção de vestiários e palco para a quadra de escola municipal; colocação de grades de proteção na CEFAM; realização de instalação elétrica na CEFAM; em todos os casos, acompanhadas de planilhas que especificam em detalhes as obras a serem realizadas, inclusive os materiais a serem aplicados. Também de especial relevância as notas fiscais de prestação de serviços, emitidas pela interessada, cujas cópias se encontram às fls. 176/187. Não obstante não tenham sido apresentados todos os contratos, a descrição dos serviços permite a conclusão de que se trata de construção por empreitada. Finalmente, no que toca ao emprego de materiais, é de se ressaltar que em todas as notas fiscais apresentadas a interessada especifica que os serviços prestados em obras de construção civil diversas incluem mãodeobra e materiais, tal como previsto nos contratos (quando apresentados). Tal destaque é corroborado pelas diversas notas fiscais de aquisição de insumos os mais diversos aplicáveis aos serviços prestados pela contribuinte (fls. 189/229). Fl. 249DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR Processo nº 10820.900119/200840 Acórdão n.º 130100.531 S1C3T1 Fl. 240 9 Tenho, assim, por atendidos e comprovados os três requisitos delineados pelo ADN COSIT nº 6/1997, pelo que o percentual aplicável à receita bruta auferida pela interessada com a atividade de construção por empreitada com emprego de materiais, para fins de determinação do lucro presumido, deve ser de 8%. A somatória das notas fiscais apresentadas coincide rigorosamente com os valores que constam da DIPJ retificadora para o quarto trimestre de 2002, a saber, R$ 144.873,63 (notas fiscais de fls. 176/187), como sendo receitas sujeitas ao percentual de 8% (linha 14A/02, fl. 122). O imposto calculado a partir daí é de exatos R$ 1.738,48, o mesmo valor que consta da DCTF retificadora (fls. 56 e segs.). Diante do exposto, a retificação pretendida deve ser aceita. A diferença, no montante pleiteado no presente processo de R$ 579,51, entre o valor pago de R$ 2.317,99 (vide cópia do DARF à fl. 02) e o valor devido de R$ 1.738,48 deve ser tida como pagamento a maior do que o devido, passível de restituição ou compensação, homologandose a compensação declarada até o limite do crédito reconhecido. Em conclusão, voto pelo provimento do recurso voluntário interposto. (assinado digitalmente) Waldir Veiga Rocha Fl. 250DF CARF MF Impresso em 13/09/2011 por MOEMA NOGUEIRA SOUZA CÓ PI A Autenticado digitalmente em 08/04/2011 por WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 08/04/2011 p or WALDIR VEIGA ROCHA, Assinado digitalmente em 20/05/2011 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
score : 1.0
Numero do processo: 10932.000217/2009-07
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/08/2006 a 30/01/2007
INTEMPESTIVIDADE CARACTERIZADA. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Não se conhece do recurso apresentado após o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão de primeira instância.
Efetiva-se a ciência do contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, o que ocorrer primeiro.
Numero da decisão: 2202-004.417
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo (suplente convocada), Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil (suplente convocado), Ronnie Soares Anderson (Presidente).
Ausente, justificadamente, o conselheiro Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. Não se conhece do recurso apresentado após o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão de primeira instância. Efetivase a ciência do contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, o que ocorrer primeiro. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo (suplente convocada), Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil (suplente convocado), Ronnie Soares Anderson (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 00 02 17 /2 00 9- 07 Fl. 663DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática dos Recursos Repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018, proferido no âmbito do processo n° 10932.000179/200984, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que julgou a impugnação improcedente. Conforme Relatório Fiscal, a fiscalização foi comandada para fins de verificação da regularidade do recolhimento das contribuições previdenciárias e devidas a outras entidades e fundos. Após intimada e reintimada a apresentar a Contabilidade por Centro de Custo/individualizada por obra, a empresa não a apresentou, o que levou a auditoria a efetuar o lançamento por aferição indireta nos termos do art. 33, §6º, da Lei nº 8.212/91 e do art. 473 da IN 03/2005 e alterações posteriores. Os autos de Infração lavrados no procedimento fiscal foram discriminados pela fiscalização na seguinte planilha: DEBCAD N° LEVANTAMENTO REFERENTE REF. AO ESTABELECIMENTO 37.227.3645 Auto de Infração por falta de Matrícula CEI 56.473.317/000108 37.227.3653 Auto de Infração por Deixar de contabilizar em Títulos próprios 56.473.317/000108 37.227.3661 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.367 0 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.3688 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.3696 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3700 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3718 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3726 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 232 50.022.27644/77 37.227.3734 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 232 50.022.27644/77 37.227.3742 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Oora 232 50.022.27644/77 37.227.3750 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3769 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3777 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3785 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 234 50.025.43828/73 37.227.3793 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3807 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3815 Auto de Infração de Emp/RAT reforente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3823 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3831 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3840 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3858 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.3866 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.3874 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.388 2 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 251 G 50.022.22636/70 Fl. 664DF CARF MF Processo nº 10932.000217/200907 Acórdão n.º 2202004.417 S2C2T2 Fl. 3 3 37.227.3890 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 251 G 50.022.22636/70 37.227.3904 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 251G 50.022.22636/70 37.227.3912 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.227.3920 Auto de Infração tíc Terceiros referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.227.3939 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.231.6220 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.6239 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.621/ Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.6255 Auto de Infração dc Segurados referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6263 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6271 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6280 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 256 50.025.43742/79 37.231.6298 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6301 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6310 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6328 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 3/.231.6336 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 37.231.6344 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 37.231.6352 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6360 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6379 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6387 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6395 Auto de In'ração de Terceiros referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6409 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6417 Auto de Infração de Segurados referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 37.231.6425 Auto de Infração de Terceiros referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 3/.231.6433 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 37.231.6441 Auto de Infração de Terceiros referente a Serviços da Giagui 56.473.317/000108 37.231.6450 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Serviços da Giagui 56.473.317/000108 Cientificado da autuação a recorrente apresentou impugnação alegando, em síntese, a improcedência e incorreção da aferição indireta. Diante das alegações da recorrente a autoridade julgadora de primeira instância, converteu o julgamento em diligência, a fim de que a fiscalização se pronunciasse sobre os argumentos levantados pela defesa. No resultado da diligência a fiscalização se manifestou sobre todos os processos gerados no procedimento fiscal, listando os seguintes: 10932.000171/200918 10932.000187/200921 10932.000205/200974 10932.000172/200962 10932.000190/200944 10932.000206/200919 10932.000173/200915 10932.000192/200933 10932.000207/200963 10932.000174/200951 10932.000189/200910 10932.000208/200916 10932.000175/200904 10932.000191/200999 10932.000209/200952 10932.000177/200995 10932.000193/200988 10932.000210/200987 10932.000176/200941 10932.000194/200922 10932.000211/200921 10932.000178/200930 10932.000197/200966 10932.000212/200976 Fl. 665DF CARF MF 4 10932.000180/200917 10932.000200/200941 10932.000213/200911 10932.000179/200984 10932.000195/200977 10932.000214/200965 10932.000181/200953 10932.000196/200911 10932.000215/200918 10932.000183/200942 10932.000198/200919 10932.000217/200907 10932.000182/200906 10932.000199/200955 10932.000218/200943 10932.000184/200997 10932.000202/200931 10932.000219/200998 10932.000186/200986 10932.000204/200920 10932.000220/200912 10932.000185/200931 10932.000201/200996 10932.000221/200967 10932.000188/200975 10932.000203/200985 10932.000222/200910 10932.000223/200956 A auditoria reafirmou a procedência do lançamento por aferição indireta, de cujo Termo de Constatação extraio os seguintes trechos: “Ora, se a empresa possui controles analíticos de salários, se possui controles contábeis para identificação individual dos lançamentos dos encargos previdenciários, isto não foi demonstrado nem no momento da fiscalização e muito menos na documentação anexada como meio de prova, nesta fase de defesa administrativa, Todos os documentos apresentados nesta fase se referem a VALORES GLOBAIS, como o resumo da folha de pagamento GERAL e os tais relatórios de composição contábil, como detalharemos mais abaixo. Portanto, em nenhum momento desta defesa, o contribuinte conseguiu provar a contabilização em títulos próprios, por obra de construção civil, dos fatos geradores previdenciários, conforme prega o art. 32 da lei 8.212/91.” A recorrente apresentou contrarrazões ao resultado da diligência, reafirmando a improcedência do lançamento. A impugnação foi julgada improcedente pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil, cujo resultado foi levado à ciência da recorrente por meio da disponibilização na Caixa Postal, Módulo eCAC do Site da Receita Federal. Após ciência por meio da abertura dos arquivos disponibilizados, via Termo de Abertura de Documento, não houve manifestação dentro do prazo que teria para apresentação de Recurso Voluntário. Diante disso, lavrouse o respectivo Termo de Perempção e o processo foi encaminhado à PGFN. Nessa fase, passados mais de 100 (cem) dias desde a data da ciência do Acórdão da DRJ, pelo contribuinte, este protocolizou recurso voluntário em face da Decisão de 1ª Instância Administrativa. O processo, então, retornou à fase administrativa para apreciação do recurso interposto, no qual se alega, em síntese: · Tempestividade. Admissibilidade do recurso. · Alteração da forma de intimação de meio papel para digital sem autorização do recorrente. · Falta de comprovação da intimação do resultado do julgamento de primeira instância. · Vícios do procedimento fiscal e vícios da autuação. Fl. 666DF CARF MF Processo nº 10932.000217/200907 Acórdão n.º 2202004.417 S2C2T2 Fl. 4 5 Por fim, requereu o Recorrente o cancelamento da inscrição em dívida ativa e o retorno ao trâmite administrativo, para declaração de nulidade do auto de infração. É o relatório." Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson – Relator. Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018, proferido no julgamento do processo n° 10932.000179/200984, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, a seguir, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pela Conselheira Rosy Adriane da Silva Dias, digna relatora da susodita decisão paradigma, reprisese, Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018: Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária "O Recurso Voluntário é intempestivo, o que prejudica sua admissibilidade. Primeiramente, informo que a matéria tratada nos autos é a mesma discutida nos processos nº 10932.000187/200921, 10932.000190/200944, 10932.000192/200933, originados do mesmo procedimento fiscal, conforme relatado anteriormente, e que já foram julgados pelo CARF em 08/03/2016, tendo sido exarados os acórdãos nº 2201002.966, 2201002.965, 2201 002.964, respectivamente. Conforme relatórios constantes nos acórdãos citados, os processos foram baixados em diligência, a fim de que fosse comprovada a opção do recorrente pelo Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), conforme trecho extraído do Acórdão nº 2201 002.966 (processo 10932.000187/200921): “O processo baixou em diligência para comprovar a opção do contribuinte pelo Domicílio Tributário Eletrônico DTE, apresentar as normas e condições de sua utilização e confirmar a data de entrada do Recurso Voluntário na Receita Federal. A DERAT/SP informou que a empresa realizou a opção pelo DTE em 13/01/2012 e em 27/08/2012, anexou tela com as orientações sobre o funcionamento do DTE na Caixa Postal do eCAC e confirmou o de recebimento do Recurso Voluntário pela Receita Federal em 05/08/2013. Fl. 667DF CARF MF 6 Conforme fl. 1368 foi solicitada Apuração Especial pelo SERPRO, cujo resultado encontrase nas fls. 13691373 e comprova que o contribuinte de CNPJ 56.473.317/00001 08 (NI logado e NI papel) realizou a opção pelo DTE no dia 13/01/2012 e no dia 27/08/2012. De acordo com o despacho do SETEC, fl. 1366, foi anexada a tela na fl. 1365 com as orientações sobre o funcionamento do DTE na Caixa Postal do eCAC Considerandose na fl. 1336 (última do Recurso Voluntário) a menção ao recebimento dos documentos naquela data, cujo carimbo está na fl. 1262 (primeira do Recurso Voluntário), além da Tela do Histórico de eventos no SICOB, na JL1374 (campo data do Evento Recurso Voluntário), compreendese que a data de recebimento do Recurso Voluntário pela Receita Federal foi em 05/08/2013.” Restou comprovado, por meio de diligência naqueles processos, que a recorrente fez opção pelo DTE, o que levou o Colegiado de segunda instância a não conhecer dos recursos, conforme dispositivos dos acórdãos citados: "ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestivo.". Diante da informação exarada nos acórdãos citados, a qual aproveito para análise do presente processo, entendo que a ciência do resultado do julgamento de primeira instância se deu pela Abertura dos Arquivos correspondentes no link Processo Digital, disponibilizados no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), por meio da opção Consulta Comunicados/Intimações, conforme Termo de Abertura de Documentos, nos termos da alínea "b" do inciso III do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto 70.235/72 (PAF): “Art. 23. Farseá a intimação: [...] III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] § 2° Considerase feita a intimação: [...] III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Grifei).” Registrese, por relevante, que, mesmo que se adotasse o critério de ciência do contribuinte por decurso de prazo, previsto na Fl. 668DF CARF MF Processo nº 10932.000217/200907 Acórdão n.º 2202004.417 S2C2T2 Fl. 5 7 alínea "a" do inciso III do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, ainda assim o recurso voluntário interposto pelo Sujeito Passivo permaneceria infectado pelo vício da intempestividade, eis que, na data de sua interposição, o prazo recursal já se haveria exaurido há, pelo menos, dois meses. Portanto, como o Recurso Voluntário foi apresentado após o limite estabelecido pelo Decreto nº 70.235/72, ele é extemporâneo. Conclusão Por todo o exposto, voto por não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) Ana Maria Bandeira." Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, em razão de sua apresentação intempestiva. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. Fl. 669DF CARF MF
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Numero do processo: 10680.926344/2011-53
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Apr 13 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Jul 09 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL
Ano-calendário: 1997
COMPENSAÇÃO. RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO.
As quantias recolhidas a título de tributo administrados pela RFB, na hipótese de pagamento indevido ou a maior, são restituíveis ou compensáveis. Todavia, não se caracteriza como pagamento indevido o recolhimento de estimativa mensal efetuado no exato valor do débito apurado na DIRPJ.
Numero da decisão: 1401-002.444
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, negar provimento ao recurso nos termos do voto do Relator.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Leticia Domingues Costa Braga e Luiz Rodrigo De Oliveira Barbosa.
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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RESTITUIÇÃO. PAGAMENTO INDEVIDO. As quantias recolhidas a título de tributo administrados pela RFB, na hipótese de pagamento indevido ou a maior, são restituíveis ou compensáveis. Todavia, não se caracteriza como pagamento indevido o recolhimento de estimativa mensal efetuado no exato valor do débito apurado na DIRPJ. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, negar provimento ao recurso nos termos do voto do Relator. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Augusto de Souza Goncalves (Presidente), Breno do Carmo Moreira Vieira, Livia De Carli Germano, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Daniel Ribeiro Silva, Abel Nunes de Oliveira Neto, Leticia Domingues Costa Braga e Luiz Rodrigo De Oliveira Barbosa. AC ÓR Dà O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 68 0. 92 63 44 /2 01 1- 53 Fl. 122DF CARF MF Processo nº 10680.926344/201153 Acórdão n.º 1401002.444 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto em face de acórdão proferido pela 2ª Turma da DRJ/BHE que julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade e manteve o despacho decisório. O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra Despacho Decisório emitido eletronicamente referente a PER/DCOMP. A Declaração de Compensação foi gerada pelo programa PER/DCOMP transmitida com o objetivo de ter reconhecido o direito creditório, correspondente a CSLL, recolhido em 24/04/2001 e de compensar o(s) débito(s) discriminado(s) no referido PER/DCOMP. De acordo com o Despacho Decisório a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN), art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. DA MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE Cientificado do Despacho Decisório, o interessado apresenta manifestação de inconformidade, alegando o que se segue: O crédito pleiteado tem como origem pagamento de CSLL, referente ao período de apuração de junho de 1997, realizado em razão da apuração por estimativa do regime de tributação pelo Lucro Real. Ao final do ano, apurou o saldo negativo e os valores recolhidos tornaramse indevidos e passíveis de compensação. Afirma que sua DIPJ foi homologada pela RFB, ficando evidente que a apuração do saldo negativo de CSLL abrangeu todos os recolhimentos por estimativa realizados. Acrescenta que a apuração de saldo negativo, por si só, gera o direito à compensação realizada, razão pela qual deve ela ser totalmente homologada. A manifestação de inconformidade foi julgada improcedente uma vez que os recolhimentos foram efetuados exatamente nos valores dos débitos apurados, não caracterizando a existência de pagamento indevido ou a maior. Inconformada apresentou Recurso Voluntário com vistas a obter a reforma do julgado para o reconhecimento do seu saldo creditório de CSLL. É o relatório do essencial. Fl. 123DF CARF MF Processo nº 10680.926344/201153 Acórdão n.º 1401002.444 S1C4T1 Fl. 4 3 Tabela do plano Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.433, de 13/04/2018, proferida no julgamento do Processo nº 10680.907763/201196, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. O processo paradigma analisou a possibilidade de utilização de crédito relativo a pagamento indevido de CSLL estimativa mensal, referente ao período de apuração de setembro/1997, para compensação com débitos do contribuinte. O presente processo tratase de pedido de compensação de crédito relativo a pagamento indevido de CSLL estimativa mensal, do período de apuração de junho de 1997, com débitos do contribuinte. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.433): "O recurso é tempestivo e apresentam os demais requisitos de admissibilidade, por isso, dele conheço. O Acórdão DRJ entendeu que não houve, em relação ao pedido de restituição original, a homologação tácita do direito creditório nele envolvido, como sustenta a Impugnante. Isso porque não existe para o pedido de restituição nenhum prazo legal para a homologação do correspondente crédito, por parte da Fazenda Pública. O que se tem, no § 5º, do art. 74, da Lei nº 9.430, de 1996 (com redação da Lei n° 10.833, de 2003), é que: “o prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação”. Ou seja, a lei prevê prazo de homologação para a compensação, e não para o crédito objeto de pedido de restituição. Vale lembrar, nesse sentido, que somente a lei é quem pode determinar prazo limite para que o interessado (seja contribuinte ou fisco) aja, por si só, no sentido de constituir o seu direito. E, como já se viu, o que há é o prazo legal para que o sujeito passivo exerça o seu direito de pleitear restituição de suposto crédito (art. 168, do CTN), mas não para que a fazenda o homologue expressamente. Entretanto, como contraponto disso, a lei impôs à Fazenda Pública o prazo de 5 (cinco) anos para homologar, ou não, expressamente a compensação declarada pelo sujeito passivo. Ocorreu, então, que o contribuinte, valendose do mesmo crédito que suponha possuir, enviou, 2007, DCOMP, para quitar débitos. Logo, o prazo de homologação dessa compensação contra a Fazenda Pública teve início em 2007; e o termo final seria em 2012. Portanto, em data posterior à do despacho decisório. Fl. 124DF CARF MF Processo nº 10680.926344/201153 Acórdão n.º 1401002.444 S1C4T1 Fl. 5 4 Preliminar homologação tácita. A princípio, esclareço que, no que diz respeito possibilidade da ocorrência de homologação tácita de Declaração de Compensação protocolizada em 30/03/2001, portanto anterior a Lei 10.833/03, adoto os fundamentos de precedente recente da 3a. Turma da CSRF, no sentido de que nos pedidos de compensação pendentes de apreciação pela Autoridade Administrativa, convertidos em declarações de compensação, por força da Lei nº 10.637/2002, a ciência da decisão que não homologa a compensação deve ser efetuada antes do prazo de cinco anos, a contar da data da entrega da declaração de compensação. De maneira que, tendo transcorrido este prazo, homologase tacitamente a compensação declarada, sendo definitivamente extintos os débitos tributários ali contemplados, independentemente da existência ou suficiência dos direitos creditórios. Referido Acórdão n. 9303003.900, proferido em 19/05/2016, restou assim ementado: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Período de apuração: 01/01/1999 a 31/12/1999 EMENTA: DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA. Estabelecese como tacitamente homologada a compensação objeto de pedido de compensação convertido em declaração de compensação que não seja objeto de despacho decisório proferido no prazo de cinco anos, contado da data do protocolo do pedido, considerandose pendente de decisão administrativa a Declaração de Compensação, o Pedido de Restituição ou o Pedido de Ressarcimento em relação ao qual ainda não tenha sido intimado o sujeito passivo do despacho decisório proferido pela Autoridade competente para decidir sobre a compensação, a restituição ou o ressarcimento. Recurso Especial do Procurador Negado. Contudo, no caso em questão, os requisitos para reconhecimento da homologação tácita, não encontramse preenchidos, pois conforme descrito minuciosamente conforme relatado. Mérito. Quanto ao mérito, o acórdão DRJ restou fundamentado na inexistência de crédito recolhido indevidamente ou a maior a ser compensado. Na sua manifestação de inconformidade, o contribuinte alega, genericamente, que o seu crédito originouse de um pagamento a maior realizado em 24/04/2001, referente à CSLL (cód. 2484), cujo período de apuração era 01/09/1997. Por sua vez, a Declaração de Compensação aqui analisada indica, como origem do crédito, pagamento indevido ou a maior, discriminando DARF utilizado no recolhimento de estimativa Como se verifica, os recolhimentos foram Fl. 125DF CARF MF Processo nº 10680.926344/201153 Acórdão n.º 1401002.444 S1C4T1 Fl. 6 5 efetuados exatamente nos valores dos débitos apurados (o suposto crédito postulado no presente processo referese ao período de apuração 01/09/1997). Portanto, não se caracterizou a existência de pagamento indevido ou a maior. Inexiste, pois, direito creditório a ser reconhecido para o contribuinte, como pagamento indevido ou maior, uma vez que o pagamento da estimativa foi exatamente igual ao débito apurado. Durante o recurso voluntário, afirma que encerrou o ano de 1997 com prejuízo, contudo ser oferecer maiores elementos em relação esse processo. Por isso, nego provimento ao Recurso. É como voto." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Fl. 126DF CARF MF
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