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Numero do processo: 13601.000396/99-81
Turma: PLENO DA CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: Pleno
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Dec 09 00:00:00 UTC 2014
Data da publicação: Thu Feb 11 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Período de apuração: 01/11/1989 a 31/03/1992
FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. TERMO INICIAL DO PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO.
O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5). A partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado.
Recurso Extraordinário Provido em Parte
Numero da decisão: 9900-000.903
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator.
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente
Henrique Pinheiro Torres - Redator ad hoc
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Antônio Carlos Guidoni Filho, Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Paulo Cortez, Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Júnior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento).
Nome do relator: MANOEL COELHO ARRUDA JUNIOR
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ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/11/1989 a 31/03/1992 FINSOCIAL. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO/COMPENSAÇÃO. TERMO INICIAL DO PRAZO PARA REPETIÇÃO DE INDÉBITO. O prazo para repetição de indébito, para pedidos efetuados até 08 de junho de 2005, era de 10 anos, contados da ocorrência do fato gerador do tributo pago indevidamente ou a maior que o devido (tese dos 5 + 5). A partir de 9 de junho de 2005, com o vigência do art. 3º da Lei complementar nº 118/2005, esse prazo passou a ser de 5 anos, contados da extinção do crédito pelo pagamento efetuado. Recurso Extraordinário Provido em Parte Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento parcial ao recurso extraordinário, nos termos do voto do Relator. Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente Henrique Pinheiro Torres Redator ad hoc Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Marcos Aurélio Pereira Valadão, Antônio Carlos Guidoni Filho, Rafael Vidal de Araújo, João Carlos de Lima Júnior, Valmar Fonseca de Menezes, Valmir Sandri, Jorge Celso Freire da Silva, Paulo Cortez, AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 1. 00 03 96 /9 9- 81 Fl. 326DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13601.000396/9981 Acórdão n.º 9900000.903 CSRFPL Fl. 327 2 Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Alexandre Naoki Nishioka, Maria Helena Cotta Cardozo, Gustavo Lian Haddad, Marcelo Oliveira, Manoel Coelho Arruda Júnior, Elias Sampaio Freire, Rycardo Henrique Magalhães de Oliveira, Henrique Pinheiro Torres, Nanci Gama, Joel Miyasaki, Rodrigo Cardozo Miranda, Rodrigo da Costa Pôssas, Maria Teresa Martínez López, Júlio César Alves Ramos, Francisco Maurício Rabelo de Albuquerque Silva e Otacílio Dantas Cartaxo (Presidente à época do julgamento). Relatório Nos termos do art. 17, III1, do RICARF, o Senhor Presidente deste Colegiado nomeoume redator ad hoc para formalizar o presente acórdão, tendo em vista que o relator originário, Manoel Coelho Arruda Júnior, deixou de ser conselheiro antes da formalização do acórdão. Cuidase de recurso extraordinário interposto pela Fazenda Nacional contra o Acórdão CSRF/0306.093, proferido pela Colenda Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais que afastou a decadência do pedido de restituição e compensação dos valores recolhidos a título de Finsocial, referente ao período de apuração compreendido entre novembro de 1989 e março de 1992, sob o argumento de que o prazo para o pedido de restituição deve ser computado em cinco anos a contar da publicação da Medida Provisória nº 1.110, ocorrida em 31 de agosto de 1995, vencendo o prazo em 31 de agosto de 2000. O extraordinário da Fazenda Nacional foi admitido, nos termos do despacho de fls. 308/309. Regularmente intimado, o sujeito passivo apresentou contrarrazões ao recurso extraordinário às fls. 312/318. É o relatório. 1 Art. 17. Aos presidentes de turmas julgadoras do CARF incumbe dirigir, supervisionar, coordenar e orientar as atividades do respectivo órgão e ainda: (...) III designar redator ad hoc para formalizar decisões já proferidas, nas hipóteses em que o relator original esteja impossibilitado de fazêlo ou ñão mais componha o colegiado; Fl. 327DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13601.000396/9981 Acórdão n.º 9900000.903 CSRFPL Fl. 328 3 Voto Conselheiro Henrique Pinheiro Torres, Redator ad hoc O recurso é tempestivo e demonstrou o dissídio jurisprudencial com decisão de outra turma da CSRF, que decidiu a matéria de forma contrária à do acórdão recorrido. A teor do relatado, a matéria posta em debate cingese à questão do termo inicial da prescrição para repetição de indébito. O Colegiado recorrido entendeu que o termo inicial para restituição do Finsocial objeto destes autos seria da edição da Medida Provisória 1.110/95, e o final seria 30/08/2000. A seu turno, a Fazenda Nacional em seu extraordinário defende que o dies a quo seria a data da extinção do crédito tributário pelo pagamento, em atenção ao disposto no art. 168, I, do CTN c/c os arts. 3º e 4º da LC 118/2005. De outro lado, em contrarrazões, o sujeito passivo pede a manutenção do acórdão recorrido por seus próprios fundamentos. Analisando os autos, verificase que o crédito pleiteado referese a períodos de apuração compreendidos entre novembro de 1989 e março de 1992, enquanto que o pedido de restituição/compensação foi protocolado em 28 de dezembro de 1999. Feito esse esclarecimento, passemos, de imediato, ao enfrentamento da questão. Nesta matéria, já me pronunciei inúmeras vezes, entendendo que o termo inicial para repetir indébito é o previsto no artigo 168 do CTN, com a interpretação dada pelo art. 3º da Lei Complementar 118/2005, ou seja, o da extinção do crédito pelo pagamento indevido. Esse entendimento vinha prevalecendo neste Colegiado, quando se resolveu sobrestar a matéria até que o Supremo Tribunal Federal se pronunciasse sobre a constitucionalidade do art. 4º da Lei Complementar suso mencionada, que determinava a aplicação retroativa da interpretação autêntica dada pelo citado artigo 3º. A decisão do STF foi no sentido de que o termo inicial do prazo para repetição de indébito, a partir de 09/06/2005, vigência da Lei Complementar 118/2005, era a data da extinção do crédito pelo pagamento; já para as ações de restituição ingressadas até a vigência dessa lei, deverseia aplicar o prazo dos 10 anos, consubstanciado na tese dos 5 mais 5 (cinco anos para homologar e mais 5 para repetir), prevalente no Superior Tribunal de Justiça. Para melhor clareza do aqui exposto, transcrevese a ementa do acórdão pretoriano que decidiu a questão. 04/08/2011 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 566.621 RIO GRANDE DO SUL. RELATORA : MIN. ELLEN GRACIE DIREITO TRIBUTÁRIO LEI INTERPRETATIVA APLICAÇÃO RETROATIVA DA LEI COMPLEMENTAR Nº Fl. 328DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13601.000396/9981 Acórdão n.º 9900000.903 CSRFPL Fl. 329 4 118/2005 DESCABIMENTO VIOLAÇÃO À SEGURANÇA JURÍDICA NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DA VACACIO LEGIS APLICAÇÃO DO PRAZO REDUZIDO PARA REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DE INDÉBITOS AOS PROCESSOS AJUIZADOS A PARTIR DE '9 DE JUNHO DE 2005. Quando do advento da LC 118/05, estava consolidada a orientação da Primeira Seção do STJ no sentido de que, para os tributos sujeitos a lançamento por homologação, o prazo para repetição ou compensação de indébito era de 10 anos contados do seu fato gerador, tendo em conta a aplicação combinada dos arts. 150, § 4º, 156, VII, e 168, 1, do CTN. A LC 118/05, embora tenha se autoproclamado interpretativa, implicou inovação normativa, tendo reduzido o prazo de 10 anos contados do fato gerador para 5 anos contados do pagamento indevido. Lei supostamente interpretativa que, em verdade, inova no mundo jurídico deve ser considerada como lei nova. Inocorrência de violação à autonomia e independência dos Poderes, porquanto a lei expressamente interpretativa também se submete, como qualquer Outra, ao controle judicial quanto à sua natureza, validade e aplicação. A aplicação retroativa de novo e reduzido prazo para a repetição ou compensação de indébito tributário estipulado por lei nova, fulminando, de imediato, pretensões deduzidas tempestivamente à luz do prazo então aplicável, bem como a aplicação imediata às pretensões pendentes de ajuizamento quando da publicação da lei, sem resguardo de nenhuma regra de transição, implicam ofensa ao Principio da segurança jurídica em seus conteúdos de proteção da confiança e de garantia do acesso à justiça. Afastandose as aplicações inconstitucionais e resguardandose, no mais, a eficácia da norma, permitese a aplicação do prazo reduzido relativamente às ações ajuizadas após a vacatio legis, conforme entendimento consolidado por esta Corte no enunciado 445 da Súmula do Tribunal. O prazo de vatatio legis de 120 dias permitiu aos contribuintes não apenas que tomassem ciência do novo prazo, mas também que ajuizassem as ações necessárias à tutela dos seus direitos. lnaplicabilidade do art. 2.028 do Código Civil, pois, não havendo lacuna na LC 118/05, que pretendeu a aplicação do novo prazo na maior extensão possível, descabida sua aplicação por analogia. Além disso, não se trata de lei geral, tampouco impede iniciativa legislativa em contrário. Reconhecida a inconstitucionalidade art. 4º, segunda parte, da LC 118/05, considerandose válida a aplicação do novo prazo de 5 anos tãosomente às ações ajuizadas após o decurso da Fl. 329DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 13601.000396/9981 Acórdão n.º 9900000.903 CSRFPL Fl. 330 5 vacacio legis de 120 dias, ou seja, a partir de 9 de junho de 2005. Aplicação do art. 543B, § 3º, do CPC aos recursos sobrestados. Recurso extraordinário desprovido. Essa decisão não deixa margem a dúvida de que o artigo 3º da Lei Complementar nº 118/2005 só produziram efeitos a partir de 9 de junho de 2005. Com isso, quem ajuizou ação judicial de repetição de indébito, em período anterior a essa data, gozava do prazo decenal (tese dos 5 + 5) para repetição de indébito, contado a partir do fato gerador da obrigação tributária. Ademais, não se pode olvidar que a Constituição é aquilo que o Supremo Tribunal Federal diz que ela é. Com isso, em matéria de controle de constitucionalidade, a última palavra é do STF. Por conseguinte, devem todos os demais tribunais e órgãos administrativos observar suas decisões. D outro lado, não se alegue que predita decisão seria inaplicável ao CARF já que o acórdão do STF teria vedado a aplicação retroativa da lei aos casos de ação judicial impetradas até o início da vigência da lei interpretativa, pois o fundamento para declarar a inconstitucionalidade da segunda parte do art. 4º acima citado, foi justamente a ofensa ao princípio da segurança jurídica e da confiança, o que se aplica, de igual modo, aos pedidos administrativos, não havendo qualquer motivo, nesse quesito – segurança jurídica – para diferenciálos dos pedidos judiciais. De todo o exposto, concluise que aos pedidos administrativos de repetição de indébito, formalizados até 8 de junho de 2005, aplicase o prazo decenal. Assim, no caso sob exame temse que os créditos pleiteados, na data em que protocolado o pedido de repetição de indébito (28/12/1999), encontravamse alcançados pela prescrição apenas os créditos relativos a fatos geradores ocorridos em novembro de 1989. Os indébitos referentes a fatos geradores ocorridos em períodos de apuração compreendidos a partir de dezembro 1989 não estavam prescritos. Com base nesses fundamentos, o Colegiado deu provimento parcial ao recurso extraordinário da Fazenda Nacional. Este o voto que me coube redigir. Henrique Pinheiro Torres Fl. 330DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/02/2016 por CLEUZA TAKAFUJI, Assinado digitalmente em 02/02/2016 por HENRIQUE PINHEIRO TORRES, Assinado digitalmente em 04/02/2016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 15578.000448/2009-11
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Feb 02 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005
Ementa:
ÔNUS DA PROVA. GLOSAS. DIREITO CREDITÓRIO.
Cabe à recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que não reconheceu motivadamente o seu direito creditório.
Recurso Voluntário negado
Numero da decisão: 3402-002.847
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que votou por converter o julgamento em diligência para que fosse apurado se os créditos glosados guardam pertinência com o processo produtivo. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
(assinado digitalmente)
ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente
(assinado digitalmente)
MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA - Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 Ementa: ÔNUS DA PROVA. GLOSAS. DIREITO CREDITÓRIO. Cabe à recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que não reconheceu motivadamente o seu direito creditório. Recurso Voluntário negado
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que votou por converter o julgamento em diligência para que fosse apurado se os créditos glosados guardam pertinência com o processo produtivo. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. (assinado digitalmente) ANTONIO CARLOS ATULIM - Presidente (assinado digitalmente) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA - Relatora Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto.
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GLOSAS. DIREITO CREDITÓRIO. Cabe à recorrente, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que não reconheceu motivadamente o seu direito creditório. Recurso Voluntário negado Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso. Vencido o Conselheiro Diego Diniz Ribeiro, que votou por converter o julgamento em diligência para que fosse apurado se os créditos glosados guardam pertinência com o processo produtivo. Ausente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. (assinado digitalmente) ANTONIO CARLOS ATULIM Presidente (assinado digitalmente) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 57 8. 00 04 48 /2 00 9- 11 Fl. 476DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Olmiro Lock Freire, Maria Aparecida Martins de Paula, Thais De Laurentiis Galkowicz, Waldir Navarro Bezerra, Diego Diniz Ribeiro e Carlos Augusto Daniel Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário contra decisão da Delegacia de Julgamento no Rio de Janeiro II que julgou improcedente a manifestação de inconformidade. Por retratar os fatos que sucederam no presente processo até a apresentação da manifestação de inconformidade, transcrevese abaixo o relatório da decisão recorrida: Relatório 1 Tratase no presente processo de exame da declaração eletrônica de compensação do interessado acima identificado (PER/Dcomp às fls. 02/09), por intermédio da qual se pleiteia o reconhecimento da existência de crédito da Contribuição para o Programa de Integração Social – PIS/Pasep referente ao 4º trimestre de 2005 (valor: R$ 2.923.101,75), apurado segundo o regime da nãocumulatividade, a ser compensado com débito do IRPJEstimativa (código 2362) relativo ao período de apuração (PA) de fevereiro de 2006. 2 Inicialmente, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Vitória/ES (DRF/VIT/ES) exarou o Parecer SEORT/DRF/VIT/ES nº 1.418/2009 e Despacho Decisório (fls. 111/135), reconhecendo apenas parcialmente (valor: R$ 1.888.088,89) o direito creditório pleiteado pelo interessado, e homologando também parcialmente, até o limite do crédito reconhecido, a compensação de que trata o PER/Dcomp de fls. 02/09 acima citado, sob os seguintes fundamentos: os valores devidos mensalmente a título de PIS/Pasep não cumulativo foram calculados tomandose por base os montantes constantes dos balancetes mensais, partindose, para efeitos de conferência, dos demonstrativos analíticos apresentados pelo contribuinte, em complemento às informações constantes dos Dacon´s, sendo que, do exame levado a cabo, constatouse a não inclusão dos valores contabilizados na conta 415350 (Outras Receitas Eventuais), cuja natureza, segundo informou o contribuinte, revestese de valores percebidos por uso de marca (royalties), indenização por servidão administrativa (passagem de gasoduto) e atualização monetária de contas a receber, os quais, à exceção desses últimos (valores de atualização monetária, quisse dizer), que tiveram suas alíquotas reduzidas a zero pelo Decreto nº 5.164/04, não têm base legal para a sua exoneração, motivo pelo qual foram objeto de auto de infração, pelo quê também os débitos apurados pelo contribuinte foram admitidos sem qualquer ajuste, remetendose as diferenças à referida autuação; já no que concerne aos créditos da nãocumulatividade, e no que se refere à rubrica “Bens utilizados como insumos”, as exclusões ficaram por conta (v. planilha analítica das notas fiscais excluídas do cálculo às fls. 78/87) de: combustíveis e Fl. 477DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 15578.000448/200911 Acórdão n.º 3402002.847 S3C4T2 Fl. 477 3 lubrificantes utilizados em veículos e embarcações (transporte de papel e celulose), por, nessa condição, não se qualificarem como insumo; insumos agrícolas utilizados na operação florestal, que tiveram suas alíquotas reduzidas a zero pelos Decretos nºs 5.195/04 e 5.630/05, e do carvão mineral utilizado para geração de energia, que também teve sua alíquota reduzida a zero por força do art. 2º da Lei nº 10.312/01; óleo lubrificante, utilizado na retífica das facas do picador de cavacos, agente de limpeza e agente hidrofílico, aplicados na limpeza das máquinas do processo produtivo, que não se fazem diretamente aplicados no processo industrial, não atendendo o requisito para a sua configuração como insumo; notas fiscais de importação de insumos sob o regime aduaneiro de drawback (CFOP 3.127), que, como tal, não sofrem a incidência, na nacionalização, do PIS/Pasep e da COFINS nãocumulativos; já em relação ao item “Serviços utilizados como insumos”, somente assim se consideram aqueles aplicados diretamente na produção, não se confundindo com aqueles prestados na área de produção, motivo pelo qual foram glosados um sem número de serviços adquiridos, tais como: os serviços relacionados às áreas de centros de custos denominados “Apoio”, “Administração”, “Pesquisa e Silvicultura”, “Ações Sociais”, “Comunicação Interna”, etc, enfim, uma série de serviços relacionados aos centros de custo enumerados pelo Parecer Fiscal à fl. 129, que se entendem como não aplicados diretamente no processo produtivo, mesmo critério adotado para os serviços vinculados às contas do razão enumeradas à mesma fl. 129 do Parecer Fiscal (planilha demonstrativa das exclusões perpetradas pela fiscalização às fls. 88/105); foram ainda objeto de glosa, na citada rubrica “Serviços utilizados como insumos”: serviços atinentes à operação florestal, tais como a manutenção/abertura de estradas, os serviços topográficos e o inventário florestal; serviços de apoio, análise, assessoria, consultoria e outros serviços afins, descritos no Parecer Fiscal à fl. 130, porquanto não aplicados diretamente no processo produtivo; serviços de empilhadeiras, retroescavadeiras, guinchos e guindastes, não admitidos pela mesma razão, ressalvandose a locação destes mesmos equipamentos, devido a previsão explícita de admissão de crédito pelo aluguel de máquinas e equipamentos, mas não como insumos; serviços de construção, reparo e manutenção civil, pintura, hidrojateamento, limpeza e lubrificação realizadas na área de produção, manutenção de elevadores, segurança, meio ambiente, remoção de resíduos e cascas, aterros e serviços administrativos (confecção de placas, carteiras, diagramação, “folders”, reprografia, desenhos, despesas de viagens, etc), todos que se consideram como não aplicados diretamente no processo produtivo; ainda nesta categoria (serviços) e pelos mesmos motivos, foram glosadas as aquisições de combustíveis para utilização em veículos da empresa, por não possuírem a natureza de insumo, haja vista sua não utilização direta no processo produtivo, além Fl. 478DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 4 de outras que se limitaram à descrição “serviços”, ou que trouxeram em sua indicação o reajuste/adicionais de contratos, rateios, migração de saldos contábeis, bem como pagamento de horas extras de mãodeobra, ao entendimento de que não configuram serviços, propriamente ditos, mas ajustes contratuais complementares ou acertos contábeis, além do que, ainda que como serviços pudessem ser tidos, não há como definir, nestas situações, quais foram os serviços efetivamente prestados, o que impede seu reconhecimento como insumo; na operação florestal foram excluídos os gastos com topografia, cartografia, inventário, vigilância, manutenção e abertura de estradas, construção e manutenção de cercas e viveiros, coleta de dados, confecção de porteiras e torres de vigilância, dentre outros, sendo mais esclarecedor especificar os serviços admitidos, que foram os serviços de manutenção das máquinas e equipamentos, derrubada/colheita, roçada, corte/descasque/baldeio, silvicultura e preparo de solo e mudas, tudo em conformidade com a consulta formulada pela Unidade (DRF/VIT/ES) à Superintendência (SRRF/7ª. RF/Disit), descrita resumidamente no Parecer Fiscal (cf. fls. 121/126); foram também glosadas as despesas relativas a serviços de carga, descarga, baldeio, de empilhadeiras e manuseio de mercadorias em elaboração e/ou insumos, enfim, a movimentação destes materiais dentro do estabelecimento da pessoa jurídica, bem como o transporte entre suas unidades, pois não aplicados diretamente na produção, e também porque não subsumíveis às espécies de fretes admitidos, cuja aceitação somente se admite para os casos em que é textual, ou seja, para aqueles incidentes sobre as vendas, ou implícita, como custo de aquisição, para aqueles cobrados sobre as compras, desde que, em qualquer caso, seja tal gasto arcado pelo requerente (além daqueles referenciados, foram estornados todos os fretes da VIX Transportes e Logística Ltda., Gafor Ltda. e Júlio Simões Transportes e Serviços Ltda., sendo que, desta última, forma excepcionados aqueles referentes ao transporte de toras de eucalipto entre a Veracel e a Aracruz, ressalvandose ainda o frete entre as unidades fabris e os armazéns portuários, onde a mercadoria é destinada ao embarque de exportação, pois, nestes casos, os fretes incidem sobre a operação internacional de venda, e desde que o pagamento tenha sido feito em benefício de pessoa jurídica nacional; v. também notas fiscais e conhecimentos de transporte, que demonstram a movimentação entre os estabelecimentos do requerente, fls. 41/77, e planilha de exclusões às fls. 88/105); em linha semelhante, ou seja, por não guardarem referência com o conceito de serviço prestado como insumo, as despesas de carregamento (carga, descarga e movimentação), as despesas com pedágios, taxas de utilização portuária, limpeza e conservação de armazéns, empilhadeiras, marcação de fardos, mãodeobra de terceiros relacionados a tais atividades, foram expurgadas em sua integralidade; quanto aos créditos que se referem às despesas apropriadas com energia elétrica, aquelas que dizem respeito à consultoria prestada no mercado livre de energia, as contribuições para a Fl. 479DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 15578.000448/200911 Acórdão n.º 3402002.847 S3C4T2 Fl. 478 5 Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia – ABRACE, e as taxas de fiscalização de serviços de energia elétrica – TFSEE cobradas pela Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL (vide demonstrativo de fl. 106), por não se qualificarem como gastos específicos com energia elétrica e, também, por falta de previsão legal para sua absorção como crédito da nãocumulatividade, não puderam ser admitidas; no item “Despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados de pessoas jurídicas”, foram glosados os lançamentos relativos à locação de veículos, ambulâncias e o arrendamento de veículos para transporte de pessoal, por não se enquadrarem tais despesas no conceito estreito de aluguel de máquinas e equipamentos (cf. fls. 107/108); os valores apropriados pelo interessado na rubrica “Outros valores com direito a crédito”, tais como despesas com hospedagem de empregados, material de escritório, proteção ao trabalhador, manutenção de móveis e utensílios, programas de formação profissional, materiais de escritório e propaganda e publicidade, devem ser expurgados, porquanto não são passíveis de inclusão por inexistência de permissivo legal (demonstrativo de glosas à fl. 109). 3 Cientificado da decisão da autoridade administrativa local acima mencionada em 08/09/2009 (v. Aviso de Recebimento – AR à fl. 143), o contribuinte, irresignado, apresentou, em 08/10/2009, a Manifestação de Inconformidade de fls. 144/157 e demais documentos a ela anexados às fls. 158/179 (cópia de carteira de identidade do procurador da empresa, procuração, atas e estatuto social), alegando, em síntese, que: a) o conceito de insumo deve ser entendido como toda e qualquer matériaprima, cuja utilização na cadeia produtiva seja necessária à consecução do produto final, sendo que, no ciclo produtivo do impugnante, as mudas são selecionadas e enviadas para o plantio no campo, e, após o tempo de maturação, as árvores são cortadas e colhidas, processos estes realizados através de diversas atividades (roçada précorte; corte e processamento manual e corte e processamento mecanizado), sendo que, durante toda a fase de silvicultura e de colheita, ocorre o consumo de combustíveis em veículos, máquinas e equipamentos próprios e arrendados ou locados, ou ainda de propriedade e operados por terceiros, que são contratados para a prestação de serviços intrinsecamente ligados à produção, além do que todos os itens ligados a peças de manutenção, itens de reposição e os imprescindíveis equipamentos de segurança são consumidos em significativo valor durante todo o processo produtivo da empresa; b) o combustível, bem como as peças de reposição e de manutenção adquiridos pelo impugnante são totalmente consumidos em máquinas e veículos próprios, locados, arrendados e de propriedade de terceiros quando da execução Fl. 480DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 6 dos serviços contratados na área do impugnante e exclusivamente para o impugnante, sendo que, sem eles não há como produzir a celulose, revestindo dessa forma não apenas o combustível, mas também todos os demais insumos equivocadamente glosados pela fiscalização, de indiscutível essencialidade no processo produtivo da empresa, conforme entendimento das: Solução de Consulta nº 260, de 26/09/2008; Solução de Consulta nº 85, de 07/04/2008; Solução de Consulta nº 72, de 04/09/2006; c) também não há que se falar em glosa de créditos de PIS, decorrentes da aquisição de insumos de pessoas supostamente tributadas pelo PIS pela sistemática da cumulatividade, conforme entendimento do STJ para fins de crédito presumido de IPI (cf. Resp nº 1008021/CE; Resp nº 617.733/CE; Resp nº 813.280/SC), conceito posto para insumo que o impugnante pega emprestado para a apuração do PIS; d) ante o exposto, requerse a reforma do Parecer SEORT/DRF/VIT/ES nº 1.418/2009 (na Manifestação de Inconformidade, referese, erroneamente, ao Parecer nº 2.980/2008), para que seja homologada a integralidade da compensação constante deste processo nº 15578.000448/2009 11, ou, caso não seja esse o entendimento, que o referido processo seja convertido em diligência, para que todos os equívocos cometidos ao longo do procedimento de fiscalização sejam sanados. Mediante o Acórdão nº 1331.271, de 03 de setembro de 2010, a 5ª Turma da DRJ/Rio de Janeiro II julgou improcedente a manifestação de inconformidade da contribuinte, conforme ementa abaixo: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/10/2005 a 31/12/2005 PIS/PASEP. BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS. Na aquisição de bens e serviços, não efetivamente aplicados ou consumidos na fabricação de produtos destinados à venda, ou na prestação de serviços, é cabível a manutenção da glosa promovida na base de cálculo de créditos do PIS/Pasep. PIS/PASEP. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. FRETE ENTRE ESTABELECIMENTOS DA PESSOA JURÍDICA. O transporte de insumos, produtos acabados ou em elaboração entre estabelecimentos da mesma pessoa jurídica não gera direito a crédito a ser descontado do PIS/Pasep com incidência nãocumulativa. PIS/PASEP. INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA. AQUISIÇÕES SUJEITAS À ALÍQUOTA ZERO. FERTILIZANTES E CONGÊNERES. CARVÃO MINERAL. A partir do advento da Lei nº 10.865, de 2004, que deu nova redação ao art. 3º da Lei nº 10.637, de 2002, não mais se poderá Fl. 481DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 15578.000448/200911 Acórdão n.º 3402002.847 S3C4T2 Fl. 479 7 apropriar créditos relativos ao PIS/Pasep, decorrentes de aquisições de mercadorias não sujeitas ao pagamento da contribuição, inclusive quando adquiridas com alíquota zero, utilizadas na produção ou fabricação de produtos destinados à venda. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DILIGÊNCIAS. A autoridade julgadora de primeira instância indeferirá as diligências que considerar prescindíveis ou impraticáveis, fazendo constar do julgamento o seu indeferimento fundamentado. A contribuinte foi regularmente cientificada, por via postal, da decisão de primeira instância em 29/11/2010. Em 27/12/2010, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, mediante o qual alega os mesmos argumentos já apresentados na manifestação de inconformidade, resumidos nos itens "a)" a "d)" do relatório da decisão recorrida acima transcrito. Posteriormente, foi juntado ao processo o Laudo/Parecer Técnico acerca da cadeia produtiva do sistema agroindustrial de produção de celulose, elaborado por professores da Esalq/USP. É o relatório. Voto Conselheira MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA O recurso é tempestivo e foi apresentado por legítimo representante da contribuinte, pelo que dele se toma conhecimento. Não pode prosperar o conceito de insumo proposto pela recorrente que seria toda e qualquer matériaprima, cuja utilização na cadeia produtiva fosse necessária à consecução do produto final. O direito ao crédito das contribuições não cumulativas deve ser interpretado com as peculiaridades e restrições que lhe são próprias, dispostas no art. 3º das Leis nºs 10.637/2002 e 10.833/2003 e nas demais normas aplicáveis à espécie. Este Conselho Administrativo não tem adotado, para fins de aproveitamento de créditos do PIS/Pasep e da Cofins, a interpretação restrita de insumos veiculada pelas Instruções Normativas SRF nºs 247/2002 e 404/2004, e nem tão amplo, de acordo com a legislação do Imposto de Renda, conforme bem esclarece o Acórdão nº 3403002.656, julgado em 28/11/2013, cujo Relator foi Conselheiro Rosaldo Trevisan, cuja ementa ora se transcreve: ASSUNTO:CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração:01/04/2004 a 30/06/2004 Ementa: PEDIDOS DE RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. Nos processos referentes a pedidos de compensação ou ressarcimento, a comprovação dos créditos ensejadores incumbe Fl. 482DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 8 ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. ANÁLISE ADMINISTRATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE. VEDAÇÃO. SÚMULA CARF N. 2. O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária. CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP. NÃO CUMULATIVIDADE. INSUMO. CONCEITO. O conceito de insumo na legislação referente à Contribuição para o PIS/PASEP e à COFINS não guarda correspondência com o extraído da legislação do IPI (demasiadamente restritivo) ou do IR (excessivamente alargado). Em atendimento ao comando legal, o insumo deve ser necessário ao processo produtivo/fabril, e, consequentemente, à obtenção do produto final. Filiome ao entendimento deste Conselho Administrativo que tem aceitado os créditos relativos a bens e serviços utilizados como insumos que são pertinentes e essenciais ao processo produtivo ou à prestação de serviços, ainda que neles sejam empregados indiretamente, conforme ilustra a ementa abaixo do Acórdão nº 3403003.052, julgado em 23/07/2014, por voto condutor do Relator Conselheiro Alexandre Kern: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 DIREITO DE CRÉDITO. PROVA INSUFICIENTE. Em se tratando de controvérsia originada de pedido de ressarcimento de saldos credores, compete ao contribuinte o ônus da prova quanto à existência e à dimensão do direito alegado. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 NÃO CUMULATIVIDADE. CRÉDITOS. INSUMOS. CONCEITO. Insumos, para fins de creditamento da Contribuição Social não cumulativa, são todos aqueles bens e serviços pertinentes ao, ou que viabilizam o processo produtivo e a prestação de serviços, que neles possam ser direta ou indiretamente empregados e cuja subtração importa na impossibilidade mesma da prestação do serviço ou da produção, isto é, cuja subtração obsta a atividade empresária, ou implica em substancial perda de qualidade do produto ou serviço daí resultantes. (...) Com relação à insurgência genérica ao conceito de insumo aplicado às glosas, devese ressaltar que o fato de este Colegiado ter entendimento divergente da autoridade de primeira instância no que concerne ao conceito de insumos para fins de creditamento do PIS/Pasep não acarreta, de forma alguma, a revisão total das glosas mantidas pela decisão recorrida, a qual foi legitimamente emitida em conformidade com a regulamentação trazida pelas referidas Instruções Normativas. Não há que se olvidar que cada órgão julgador age, dentro da sua esfera de competência, segundo o princípio da livre persuasão racional. Fl. 483DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 15578.000448/200911 Acórdão n.º 3402002.847 S3C4T2 Fl. 480 9 Com relação à alegação da recorrente de que seu processo industrial se inicia no viveiro florestal, é de se esclarecer que o entendimento da fiscalização não é dela divergente. A fiscalização considera que os custos incorridos na fase agrícola da produção são insumos para fins de creditamento das contribuições não cumulativas. Com efeito, registrou a fiscalização que a DRF/Vitória já havia formulado consulta à Divisão de Tributação desta Superintendência quanto à correta interpretação do art. 66 da IN SRF 247/02 em relação às pessoas jurídicas que realizam atividades agroindustriais, a qual solucionou a questão em abono quase integral da proposta submetida por aquela Unidade, conforme trecho abaixo extraído do Parecer Seort: (...) É pertinente registrar a realização de consulta à Divisão de Tributação desta Superintendência quanto à correta interpretação do art. 66 da IN SRF 247/02 em relação às pessoas jurídicas que realizam atividades agroindustriais, cujos termos se transcrevem na íntegra: "DESCRIÇÃO DETALHADA DA QUESTÃO Em procedimento de verificação de ressarcimento de créditos da não cumidatividade das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins, realizada junto a pessoa jurídica que exerce atividade de fabricação de celulose juntamente com a produção de toras de eucalipto, esta a principal matériaprima na industrialização daquele produto, deparouse a fiscalização com dúvidas acerca do real alcance do termo "insumo " para fins de apropriação de créditos daquela natureza na operação realizada pela empresa. Assim como na atividade sucroalcooleira, é comum no setor de fabricação de celulose que as indústrias desenvolvam o cultivo de eucalipto para garantia do fornecimento de matériaprima, o que a caracteriza como típica agroindústria. (...) SOLUÇÃO PROPOSTA PELA CONSULENTE Quanto ao primeiro questionamento, entende esta Unidade que, sendo princípio comezinho de direito que a lei não utiliza palavras vãs, os termos "produção" e fabricação" possuem sentidos distintos, não podendo serem tomados como sinônimas no contexto legal sob enfoque. O vocábulo "fabricação", sem maiores controvérsias, guarda relação com "industrialização" na concepção do art. 4o do RIPI/02, aprovado pelo Decreto n° 4.544/02, segundo o qual corresponde a "qualquer operação que modifique a natureza, o funcionamento, o acabamento, a apresentação ou a finalidade do produto, ou o aperfeiçoe para consumo". Tanto assim que a IN SRF 247/02 buscou a noção de insumo no Parecer CST 65/79 que demarca os conceitos de matériasprimas, produtos intermediários e de embalagem, indiscutivelmente espécies do gênero "insumo ". Produção, por sua vez, não se enquadra como industrialização, ainda que do ponto de vista econômico o possa ser. Este entendimento encontrase pacificado na seara administrativa, tendo, inclusive, o próprio Conselho de Contribuintes firmado posição neste sentido, quando, ao analisar o direito ao crédito presumido de IPI da Lei n° Fl. 484DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 10 9.363/96 a pessoa jurídica exportadora de café em grão, reafirmou a inexistência de qualquer processo industrial, do ponto de vista legal, que lhe fosse possível conferir o beneplácito, uma vez que as operações se resumiam a limpar, secar, classificar e ensacar o produto (café) destinado ao mercado internacional (vide acórdãos 20179.068 e 201.79.070). (...) Nesta senda e já adentrando à segunda indagação, encarada a produção como algo distinto de industrialização, temse que as Leis n°s 10.637/02 e 10.833/03 conferiram, sim, o direito ao aproveitamento de créditos incidentes sobre insumos bens e serviços utilizados na produção, no caso em apreço, entendida como a atividade rural empreendida como acessória à industrialização de celulose, não se erigindo em óbice a tal conclusão a simples omissão da IN SRF 247/02 em conceituar os bens utilizados como insumos em relação à produção, mesmo porque ao definir serviços como insumos estipulou que seriam aqueles aplicados ou consumidos na produção ou na fabricação de bens destinados à venda. Não faria sentido lógicojurídico que se permitisse a apropriação de créditos na produção, exclusivamente em relação serviços tomados como insumos, refutada quanto aos bens, o que leva a crer que houve certa mistura terminológica, em princípio, nada impedindo que, adotando uma interpretação sistemática, apliquese a analogia in bonam partem para se concluir que é possível, na atividade agroindustrial, a tomada de créditos pela utilização de bens e serviços que são consumidos/aplicados na produção. Outrossim, não parece haver dúvida que, acaso a operação florestal fosse realizada em pessoa jurídica distinta e não em processo integrado, como sói ocorrer, os créditos em comento poderiam ser apropriados sem qualquer censura. Isto posto, resta a terceira questão, qual seja, admitidos os créditos, quais seriam os insumos passíveis de admissão no cômputo da apuração dos créditos. Em relação aos bens, dúvida não surge quanto aos herbicidas, fertilizantes e corretivos de solo, eis que consumidos diretamente na produção de toras de eucalipto; entretanto, a mesma facilidade não se repete no que concerne aos serviços, de forma que aqueles relacionados à silvicultura, assim entendido como o cultivo de árvores florestais, e de topografia, visando o levantamento das áreas a serem cultivadas, haveriam de ser admitidos no cálculo. Já os serviços de manutenção de estradas para escoamento da produção e os serviços de satélite para acompanhamento das áreas cultivadas, assim como, a vigilância patrimonial e a construção de cercas divisórias, o mesmo raciocínio não seria aplicável porquanto são serviços que, nada obstante a utilidade na atividade desenvolvida, não se aplicam diretamente na produção, mas apenas de maneira indireta. Nesta linha exegética, "o termo 'insumo' não pode ser interpretado como todo e qualquer bem ou serviço que gera despesa necessária para a atividade da empresa, mas, sim, tão somente, como aqueles bens e serviços que, adquiridos de pessoa jurídica, efetivamente sejam aplicados ou consumidos na produção de bens destinados à venda ou na prestação do serviço" (SC SRRF/7a RF/Disit n° 69/2007). Fl. 485DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 15578.000448/200911 Acórdão n.º 3402002.847 S3C4T2 Fl. 481 11 Na Solução de Consulta SRRF/7" RF/Disit n° 05/2007, destaca se que "( ...) segundo a nova sistemática de apuração não cumulativa da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, os contribuintes a elas sujeitos podem apurar um crédito correspondente à aplicação das respectivas alíquotas sobre determinados custos, para ser abatido do que for devido, num mesmo período, a título das referidas contribuições. Como a utilização desse crédito resultará em redução da contribuição devida, equivalendo a uma renúncia de receita, cumpre salientar o dever de obediência ao princípio da interpretação literal, sendo vedada a extensão da norma a casos nela não previstos, consoante o disposto no art. 111 da Lei n°. 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional." Com estas considerações, submetese o posicionamento retro a esta Divisão de Tributação para que o referende ou, caso contrário, forneça a interpretação mais consentânea com o direito posto, pugnandose desde já, na medida do possível, por uma breve solução, em razão da pendência de análise de pedidos de ressarcimento. " Em abono quase integral da exegese submetida, referida Divisão solucionou a questão no sentido proposto, à exceção dos serviços topográficos, que não vislumbrou hipótese para seu aproveitamento, por falta de respaldo legal, isto é, não se verificava ali a prestação de um serviço diretamente realizado na produção. Fixadas tais premissas, destacase que do exame da escrita contábil/fiscal e dos mapas demonstrativos da composição das contribuições sob exame foram detectados alguns pontos divergentes entre a interpretação levada a cabo pelo contribuinte e a engendrada pela fiscalização, não no que concerne à exatidão dos números fornecidos, mas sim em relação à inclusão/exclusão de certos itens (insumos e/ou receitas) no cálculo dos valores aproveitados na apuração do tributo sob exame. Por força dos princípios do contraditório e da ampla defesa impõese a segregação e exame apartado de todos os pontos de discordância (rectius questões),que foram alvo de glosa ou acréscimo na base de cálculo. em relação aos valores apurados pelo contribuinte. (...) No que concerne aos combustíveis, alega a recorrente, em síntese, que eles são consumidos em veículos, máquinas e equipamentos, durante toda a fase de silvicultura e de colheita, de forma que são essenciais no seu processo produtivo. No Parecer Seort observase que as glosas a título de combustíveis foram somente relativas àqueles utilizados em veículos e embarcações, em face da sua não utilização direta no processo produtivo, conforme se vê abaixo: (...) Fl. 486DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 12 Nesta rubrica as exclusões ficaram por conta dos combustíveis e lubrificantes utilizados em veículos e embarcações (transporte de papel e celulose), por, nessa condição, não se qualificarem como insumo, visto sua influência indireta no processo produtivo; (...) Nesta categoria (serviços) também foram relacionadas aquisições de combustíveis para utilização em veículos da empresa, redundando em sua glosa, não pelo equívoco da classificação proposta (insumo bem x serviço), mas sim, por não possuir este combustível a natureza de insumo, haja vista sua não utilização direta no processo produtivo. (...) O julgador de primeira instância manteve a referida glosa sob o argumento de que a mera alegação na manifestação de inconformidade de que os combustíveis seriam essenciais à produção de celulose não seria suficiente para afastála, nesses termos: (...) 11 Por outro lado, e nos termos da legislação, a mera alegação, constante da Manifestação de Inconformidade apresentada pelo interessado, no sentido de que, sem tais gastos, não haveria como produzir a celulose, não é suficiente para afastar a glosa promovida pela fiscalização, até mesmo porque o interessado não comprovou documentalmente na citada peça recursal que os correspondentes gastos especificamente com combustíveis e lubrificantes se fizeram efetivamente utilizados, não no transporte da celulose ou em outras atividades não diretamente ligadas ao seu ciclo produtivo, como afirmado pela fiscalização, mas, de outro modo, e tal como alegado pelo manifestante, em máquinas e equipamentos, ou, ainda, em veículos e embarcações – a que, na espécie, se referem os combustíveis e lubrificantes glosados – desde que, necessariamente, empregados diretamente nas atividades que dizem respeito ao seu objeto social (florestamento, reflorestamento, industrialização, comercialização de produtos florestais, exploração de fontes renováveis de energia e o exercício de atividades industriais, comerciais, agrícolas e pastoris em geral; (...) II – serviços, direta e indiretamente relacionados com suas atividades principais, na forma do objeto da empresa, descrito no art. 2º do estatuto social, v. fl. 169). (...) De fato, caberia à recorrente, por ocasião da manifestação de inconformidade, nos termos do art. 16 do Decreto nº 70.235/72 e do art. 333, II do Código de Processo Civil, comprovar a eventual existência de elemento modificativo ou extintivo da decisão que glosou, motivadamente, o crédito decorrente de combustíveis. Embora esta Relatora pudesse, em conformidade com precedentes deste CARF, reconhecer, por exemplo, o crédito decorrente dos combustíveis utilizados em veículos ou embarcações em relação ao transporte ou manuseio de insumos ou produtos inacabados dentro do contexto do seu processo produtivo, nele incluído a fase agrícola, a recorrente não trouxe aos autos, até a manifestação de inconformidade, a comprovação de que os Fl. 487DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM Processo nº 15578.000448/200911 Acórdão n.º 3402002.847 S3C4T2 Fl. 482 13 combustíveis questionados estariam inseridos nessa situação ou, eventualmente, em outra que ensejasse o referido creditamento. A recorrente, no recurso voluntário e na manifestação de inconformidade, restringiuse à alegação de que o combustível seria essencial ao seu processo produtivo e seria consumido em veículos, máquinas e equipamentos na fase de silvicultura e de colheita. No Laudo posteriormente apresentado há a informação de que toda a atividade silvicultural e fabril depende da movimentação de veículos leves, ônibus, vans, tratores, caminhões, máquinas leves e pesadas, todos consumidores de combustível. Não resta mesmo dúvida de que o combustível seja essencial à atividade produtiva da recorrente, entretanto, ela não comprovou que as despesas relativas às aquisições tributadas de combustíveis glosadas seriam, efetivamente, aplicadas nos veículos, máquinas e equipamentos do seu processo produtivo, mas não em outras operações que, embora sejam da atividade da empresa como um todo, não gerariam direito ao crédito das contribuições. A apuração dessa questão exigiria dilação probatória, não mais cabível neste momento processual, quando já preclusa a produção de provas pela recorrente, sem olvidar que seria dela o ônus da prova do seu direito creditório. Pelo que entendo que devem ser mantidas as glosas correspondentes aos combustíveis. Alega a recorrente também a essencialidade no seu processo produtivo de todos os itens ligados a peças de manutenção, a itens de reposição e aos equipamentos de segurança, bem como caminhões, máquinas e diversos equipamentos operados em sua quase totalidade por terceiros. Entretanto, além de os bens não constarem expressamente no Parecer Seort como glosados, acerca dos itens de manutenção, há menção no Parecer Seort de que foram admitidos os créditos relativos aos "serviços de manutenção das máquinas e equipamentos, derrubada/colheita, roçada, corte/descasque/baldeio, silvicultura e preparo de solo e mudas, tudo isso em conformidade, como já dito, com a consulta formulada por esta Unidade", mas também de que foram efetuadas várias glosas relativas a manutenção, como, por exemplo, "manutenção de moveis e utensílios", "manutenção civil", "manutenção de cercas e viveiros" e "manutenção e abertura de estradas". Não se sabe, pela leitura do recurso voluntário, quais seriam, especificamente, os itens recorridos. Tratase de defesa muito genérica, deficiente e desprovida de comprovação. Assim, diante da ausência de determinação da discordância e dos seus correspondentes fundamentos de fato e de direito respaldados em provas, conforme exige o art. 16 do Decreto nº 70.235/72, deixo de conhecer essa alegação. O Parecer Seort também não trata de qualquer questão quanto à glosa de créditos de PIS decorrentes da aquisição de insumos de pessoas supostamente tributadas pelo PIS pela sistemática da cumulatividade", alegada pela recorrente no recurso voluntário. Fl. 488DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM 14 Por fim, requereu a recorrente, a conversão em diligência "para que todos os equívocos cometidos ao longo do procedimento de fiscalização sejam sanados", entretanto, não logrou êxito em demonstrar quais seriam esses equívocos, conforme acima analisado, além do que, a diligência não se presta a suprir a deficiência probatória ou de fundamentação da requerente de reconhecimento de direito creditório. A autoridade julgadora administrativa, a teor do art. 18 do Decreto nº 70.235/1972, pode determinar, de ofício ou a requerimento do interessado, a realização de diligências ou perícias, mas somente quando entendêlas necessárias ao seu convencimento, devendo indeferir as prescindíveis ao julgamento. No entanto, essas previsões legais não existem com o propósito de suprir o ônus da prova colocado às partes, mas sim de elucidar questões pontuais mantidas controversas mesmo em face dos documentos trazidos pela requerente. Em face do exposto e de tudo o mais que dos autos consta, voto no sentido de indeferir o pedido de diligência e negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinatura digital) MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA Relatora Fl. 489DF CARF MF Impresso em 02/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente e m 01/02/2016 por MARIA APARECIDA MARTINS DE PAULA, Assinado digitalmente em 01/02/2016 por ANTONIO C ARLOS ATULIM
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Numero do processo: 13609.720840/2012-37
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Feb 23 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 28 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - Cofins
Ano-calendário: 2007, 2008, 2009, 2010
LANÇAMENTO. CUMULATIVIDADE. ARBITRAMENTO. LUCRO REAL.
Arbitrado o lucro, apura-se as Contribuições do PIS e a COFINS pela norma do inciso II, do artigo 8º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002.
MULTA QUALIFICADA. AUSENCIA DE PROVA DE ELEMENTOS QUALIFICADORES.
Constatado por meio do relatório fiscal que as saídas de mercadorias estavam acobertadas pela emissão de nota fiscal, e, os dados apurados foram com base na contabilidade, inexistem elementos a qualificar situação a justificar aplicação da multa qualificada.
SUJEIÇÃO PASSIVA.
A solidariedade deve ser atribuída nos casos que o interesse comum esteja evidenciado e vinculado a pessoa beneficiária pela conduta, ações, objetivos, atos e fatos geradores de tributo, no caso concreto nenhum destes elementos relacionam direto com as demais empresas do grupo econômico.
Negado Provimentos aos Recursos Voluntários e de Ofício.
Numero da decisão: 3302-003.078
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso de Ofício e ao Recurso Voluntário.
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
Domingos de Sá Filho - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (presidente), Paulo Guilherme Deroulede, Domingos de Sá Filho, Jose Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: DOMINGOS DE SA FILHO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Anocalendário: 2007, 2008, 2009, 2010 LANÇAMENTO. CUMULATIVIDADE. ARBITRAMENTO. LUCRO REAL. Arbitrado o lucro, apurase as Contribuições do PIS e a COFINS pela norma do inciso II, do artigo 8º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. MULTA QUALIFICADA. AUSENCIA DE PROVA DE ELEMENTOS QUALIFICADORES. Constatado por meio do relatório fiscal que as saídas de mercadorias estavam acobertadas pela emissão de nota fiscal, e, os dados apurados foram com base na contabilidade, inexistem elementos a qualificar situação a justificar aplicação da multa qualificada. SUJEIÇÃO PASSIVA. A solidariedade deve ser atribuída nos casos que o interesse comum esteja evidenciado e vinculado a pessoa beneficiária pela conduta, ações, objetivos, atos e fatos geradores de tributo, no caso concreto nenhum destes elementos relacionam direto com as demais empresas do grupo econômico. Negado Provimentos aos Recursos Voluntários e de Ofício. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao Recurso de Ofício e ao Recurso Voluntário. Ricardo Paulo Rosa Presidente. Domingos de Sá Filho Relator. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 72 08 40 /2 01 2- 37 Fl. 6884DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (presidente), Paulo Guilherme Deroulede, Domingos de Sá Filho, Jose Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório Cuidase de Recursos Voluntários e de Ofício, o primeiro visando modificar a decisão de piso contrário aos interesses da recorrente ao manter parte do crédito tributário proveniente da apuração do período de 01.01.2007 a 31.12.2010 para o PIS e a COFINS, e, o segundo em razão do afastamento da sujeição passiva solidária de alguns dos sócios de pessoa jurídica supostamente vinculada ao esquema de sonegação que teria sido montado pela Recorrente. Em procedimento regular de fiscalização constatou que a Fiscalizada deixou de incluir à base de cálculo das contribuições para o PIS e a COFINS as saídas de mercadorias a título de bonificações, é o que se extraí do item 9 do “Termo de Verificação Fiscal”, fls. 6701, transcrevo o trecho que se refere às contribuições aqui tratadas: “9. INFRAÇÕES – PIS e COFINS Belo Horizonte Refrigerantes Ltda – CNPJ 02.091.715/000122 Os argumentos da auditoria fiscal para lançamento das infrações constatadas relativas ao PIS e a Cofins encontramse consolidados neste item 9 do TVF. Por se tratarem de tributos que são submetidos à mesma legislação tributária com base de cálculo idêntica, as irregularidades aqui identificadas referemse a ambas contribuições e estão separadas por itens, tendo em vista o tipo de produto e período da ocorrência que deram origem ao fato gerador. Cabe ressaltar que todos os cálculos relativos ao PIS e a Cofins foram feitos sob a modalidade CUMULATIVA, uma vez que, conforme já exposto neste TVF o contribuinte teve seu lucro arbitrado pela falta de apresentação de sua escrituração. O arbitramento do lucro é causa de impedimento da opção ao regime não cumulativo conforme prevêem as Leis abaixo indicadas (grifos nossos): ... Sobre o arbitramento o item apresentou elementos que fundamentam a decisão dessa auditoria por essa modalidade de apuração do lucro. A seguir trataremos dos subitens em que foram dividas as irregularidades apuradas. 9.1 – Insuficiência de Recolhimento do PIS e da Cofins – Bonificações Demais Produtos – 2007 a 2010 – Planilha 01; Fl. 6885DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 22 3 9.2 – Insuficiência de Recolhimento do PIS e da Cofins – Bonificações Refrigerantes – 2007 a 2008 – Planilha 02; 9.3 Insuficiência de Recolhimento do PIS e da Cofins – Bonificações Refrigerantes – 2009 a 2010 – Planilha 03. 9.4 – Insuficiência de Recolhimento do PIS e da Cofins – Bonificações Notas Fiscais Emitidas Com Valor Total Igual a R$0,00 – 2007 a 2010 Planilha Dos arquivos digitais obtidos no SPED e da entrega efetuada pelo contribuinte, verificamos que um expressivo percentual de bonificações em mercadorias foi remetido à empresa UNIBEV. Lembramos que esse contribuinte é empresa de propriedade do Sr. Rogério Bicalho, que também é proprietário da BH Refrigerantes, através da empresa RV Participações Ltda. Constatamos essa ocorrência no início dos trabalhos de auditoria e intimamos o contribuinte, através do Termo de Intimação 30/2011, a fornecer explicações acerca do alto índice de mercadorias remetidas nesta condição a seu cliente. 3 – Com relação às doações ou bonificações efetuadas à UNIBEV IND E COM BEBIDAS S/A, CNPJ 07.226.378/0001 57, demonstradas através de planilha anexa ao Termo de Intimação n° 02/2011, intimamos a informar como se dá o registro contábil dessas operações e justificar o motivo de tal benefício à UNIBEV. Em sua resposta, nos informou que: A prática de bonificação é comum no mercado de bebidas. Tratase de uma estratégia comercial que visa “premiar” os melhores clientes da empresa. No caso específico da BELO HORIZONTE REFRIGERANTES LTDA, tais bonificações destinadas à UNIBEV IND. E COMÉRCIO DE BEBIDAS S/A giram em torno de 10% (dez por cento) de todas as suas compras. O registro contábil desta operação pela BHRL origina uma elevação de seus custos, haja vista a saída do produto acabado sem a geração da receita correspondente. Entretanto cabe esclarecer que o envio dos produtos através da bonificação, da mesma forma que as vendas, é imputado das tributações de ICMS e IPI, correspondentes. Primeiramente apresentamos os valores de receitas com vendas efetuadas para a Unibev nos anos de 2008 a 2010 bem como os valores de mercadorias remetidos em bonificação àquele cliente. Embora a empresa alegue em sua resposta que as bonificações enviadas a seu cliente giram em torno de 10% (dez por cento), os números mostram o contrário. Na relação percentual entre as notas fiscais emitidas para remessas em bonificação para a Unibev e aquelas de vendas normais, encontramos os percentuais a seguir muito diferentes da alegação do contribuinte. ... Fl. 6886DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 4 De pronto verificase que o contribuinte não mantém controle adequado de seu estoque ou de sua contabilidade, pois uma vez que nos informa que as remessas em bonificação para a Unibev representam dez por cento de suas compras, seus arquivos digitais de notas fiscais nos mostram que na verdade as bonificações representam quase um quarto das compras daquele cliente. Em situações normais esse alto percentual de bonificações não é comum, mas dada às circunstâncias do negócio e sabendo que BH Refrigerantes e Unibev são empresas de um grupo econômico que compactuam para transferir os recursos do grupo para uma terceira empresa também do grupo, ON Time Factoring, esse índice serve apenas para corroborar as conclusões dessa auditoria fiscal. O contribuinte alega em sua resposta que ocorre a tributação do ICMS e do IPI em suas remessas em bonificação para a empresa Unibev, em uma tentativa de deixar claro que cumpre com sua obrigação tributária estadual e federal, porém, em relação ao PIS e a Cofins não faz qualquer referência. De acordo com a legislação de regência dessas contribuições, em relação à base de cálculo é possível excluir: • Vendas canceladas e as devoluções de vendas; • Os descontos incondicionais concedidos, o IPI e o ICMS cobrado pelo vendedor na condição de substituto tributário; As reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas; • O resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido; • Os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita, inclusive os derivados de empreendimento objeto de Sociedade em Conta de Participação (SCP); • A receita decorrente da venda de bens do ativo permanente; • A partir de 01/01/00, excluise a parcela das receitas financeiras decorrentes da variação monetária dos direitos de crédito do contribuinte, em função de taxas de câmbio, excedente ao valor da variação monetária efetivamente realizada (Medida Provisória nº 1.85810/1999); • A valor das receitas correspondentes, no doador ou patrocinador, a doações e patrocínios, realizados sob a forma de prestação de serviços ou de fornecimento de material de consumo para projetos culturais, amparados pela Lei nº 8.313/1991, computado a preço de mercado para fins de dedução do imposto de renda.(caput e inciso II do art. 17 do Decreto nº 4.524/2002 e caput e inciso I do art. 18 da Instrução Normativa SRF nº 247/2002); • A partir de 1º/01/2009, a receita decorrente da transferência onerosa a outros contribuintes do ICMS de créditos de ICMS originados de operações de exportação, conforme o disposto no inciso II do § 1o do art. Fl. 6887DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 23 5 25 da Lei Complementar nº 87/1996 (art. 15 da Lei nº 11.945/2009); • Sujeição ao Regime Tributário de Transição – RTT (Lei nº 11.941/2009, art. 21) Portanto, não se verifica nas possibilidades de exclusão da base de cálculo do PIS e da Cofins os valores relativos às remessas em bonificação por falta de previsão legal. Essas bonificações até poderiam ser excluídas das referidas bases de cálculo, se caracterizassem como descontos incondicionais, fato que não ocorreu. O próprio contribuinte nos informa que essas bonificações são prêmios aos melhores clientes e que a bonificação gira em torno de 10% das compras da Unibev. É evidente no caso que não se trata de desconto incondicional, pois se assim o fosse o contribuinte teria em sua nota fiscal tanto o valor das vendas quanto aqueles das bonificações. Veja o que diz o “Perguntas e Respostas da Receita Federal do Brasil” cuja consulta pública se dá pelo link:http://www.receita.fazenda.gov.br/publico/perguntao/dipj20 12/CapituloXXII ContribuicaoparaPISPasepCofinsincidentessobreReceitaBruta20 11.pdf Contribuições Sobre o Faturamento Base de Cálculo Bonificações Concedidas em Mercadoria As bonificações concedidas em mercadorias compõem à base de cálculo das contribuições. Podem, no entanto, ser excluídas quando se caracterizem com descontos incondicionais (Questão 29, pg. XXIII44, do “Perguntas e Respostas RF” de 2007.). Questão 29 Os valores referentes às bonificações concedidas em mercadorias serão excluídos da receita bruta para fins de determinação da base de cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, somente quando se caracterizarem como descontos incondicionais concedidos. Descontos incondicionais, de acordo com a IN nº 51, de 1978, são as parcelas redutoras do preço de venda, quando constarem da nota fiscal de venda dos bens e não dependerem de evento posterior à emissão desse documento. Portanto, neste caso, as bonificações em mercadoria, para serem consideradas como descontos incondicionais e, conseqüentemente, excluídas da base de cálculo das contribuições, devem ser transformadas em parcelas redutoras do preço de venda, constarem da nota fiscal de venda dos bens e não dependerem de evento posterior à emissão desse documento. No caso em análise, as bonificações não reduziram o preço de venda e não foram lançadas nas notas fiscais de vendas das mercadorias, portanto, não se vislumbra serem tratadas como descontos incondicionais porque de fato não o foram, restando a essa fiscalização proceder a sua inclusão na base de cálculo dessas contribuições. Fl. 6888DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 6 Acrescentase a isso o fato de na verdade a BH Refrigerantes inflar a bonificação ao seu cliente Unibev, pois como já demonstrado no item 6, O ESQUEMA, o Grupo Del Rey opera suas atividades de tal forma que os resultados são convergidos para a empresa ON Time Paralelamente à diminuição da base de cálculo do IRPJ e da CLLL, busca o contribuinte a se isentar do PIS e da Cofins através da emissão de notas fiscais de saídas com os CFOP 5910 e 6910 – Remessas em Bonificação, pois acredita que por não se enquadrarem no conceito de receitas, estariam as contribuições acima isentas de sua aferição sob o rótulo dessas operações fiscais. Ainda que assim fosse, cabe ressaltar que a tributação das contribuições PIS e Cofins dos produtos 2202.10.00 (águas, incluídas as águas minerais e as águas gaseificadas, adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes ou aromatizadas) da TIPI25 têm tributação concentrada no fabricante, conforme preceitua a Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003. O contribuinte é optante pelo regime especial de tributação das contribuições a partir de 02/01/2009 e de acordo com o artigo 58J e seus parágrafos primeiro e segundo da Lei 10.833, temos: Art. 58J. A pessoa jurídica que industrializa ou importa os produtos de que trata o art. 58A desta Lei poderá optar por regime especial de tributação, no qual a Contribuição para o PIS/Pasep, a Cofins e o IPI serão apurados em função do valor base, que será expresso em reais ou em reais por litro, discriminado por tipo de produto e por marca comercial e definido a partir do preço de referência § 1o A opção pelo regime especial de que trata este artigo aplicase conjuntamente às contribuições e ao imposto referidos no caput deste artigo, alcançando todos os estabelecimentos da pessoa jurídica optante e abrangendo todos os produtos por ela fabricados ou importados § 2o O disposto neste artigo alcança a venda a consumidor final pelo estabelecimento industrial de produtos por ele produzidos. (grifo nosso) Os produtos que são mencionados no artigo 58A são os refrigerantes classificados no código 22.02 da TIPI. Ressaltamos o parágrafo segundo que determina que essa apuração alcança o consumidor final, portanto, independente da rotulação que se dê à operação de saída é o fabricante o responsável pelo cálculo e recolhimento das contribuições devidas nas saídas em bonificação, pois a tributação é nele concentrada. Adicionalmente cabe trazer à discussão o artigo 58B que estabelece que: ficam reduzidas a 0% (zero por cento) as alíquotas das Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação às receitas decorrentes da venda dos produtos de que trata o art. 58A desta Lei auferidas por comerciantes atacadistas e varejistas. Da forma como planejado pelo contribuinte, todas as suas saídas tituladas como “bonificação” estariam então isentas de quaisquer tributação, fosse do IRPJ e CSLL quanto da Cofins e Fl. 6889DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 24 7 do Pis. Apenas o IPI seria devido. Se de um lado essas remessas bonificadas não são tratadas como receitas para fins de apuração do lucro, de outro não poderiam se beneficiar da isenção do PIS e da Cofins, uma vez que há concentração da tributação no fabricante, e nas cadeias seguintes de distribuidores e comerciantes varejistas a alíquota é reduzida a zero. Sobre esse tema, conclui a fiscalização que as remessas em bonificação demonstradas nas Planilhas 01 – 02 e 03, tem base de cálculo para a apuração do PIS e da Cofins, uma vez que essas bonificações não podem ser admitidas como descontos incondicionais e também pelo fato de que, em relação aos refrigerantes, a tributação ser é concentrada no fabricante. No Demonstrativo de Remessa em Bonificação – Pis e Cofins – Abril de 2007 a Junho de 2010 – Demais Receitas – Planilha 01, elencamos todos os itens saídos como remessa em bonificação de outros produtos que não fossem refrigerantes. Nesse demonstrativo estão as notas fiscais não canceladas e cujos CFOP são 5910 e 6910 (Remessa em bonificação, doação ou brinde). No Demonstrativo de Bonificações – PIS e Cofins – Abril de 2007 a Dezembro de 2008 – Refrigerantes – Planilha 02, estão calculados em litros as quantidades saídas em bonificação de refrigerantes, pois a tributação do PIS e da Cofins à época se dava de acordo com o volume vendido, conforme artigo 52 da Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003, regulamentado pelo Decreto 5.062 de 2004. No Demonstrativo de Remessas em Bonificação – PIS e Cofins – Janeiro de 2009 a Junho de 2010 – Refrigerantes – Planilha 03, o valor do PIS e da Cofins estão calculados em Reais, de acordo com a quantidade de litros, o tipo de embalagem e a marca comercial, de acordo com o artigo 58J da Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003. No Demonstrativo de Remessa em Bonificação – PIS e Cofins – Abril de 2007 a Junho de 2010 – Demais Saídas – Notas Fiscais Emitidas pelo Contribuinte com Valor Total Igual a R$ 0,00, Planilha 10, os valores devidos foram calculados a partir da confrontação entre as notas fiscais emitidas sem valor e as notas fiscais emitidas no mesmo período com produtos idênticos. Foram atribuídos aos valores dos itens das notas fiscais os valores equivalentes àqueles discriminados em outras vendas efetuadas pela empresa. Dessa operação resultou no Valor da NF Calculada – Auditoria, que serviu de base para o lançamento das contribuições PIS e Cofins. 9.5 – Insuficiência de Recolhimento da Cofins e do PIS – Vendas Pré Formas com Gramaturas Indicadas nas Notas Fiscais – 2007 a 2010 Planilha 04 A partir dos arquivos digitais de notas fiscais do contribuinte, relativos às saídas de Fl. 6890DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 8 mercadorias dos anos calendários de 2007 a 2010, listamos todos os documentos referentes às vendas de mercadorias adquiridas ou recebidas de terceiros (CFOP 5102 e 6102) e cuja descrição da mercadoria fosse identificada como PRÉ FORMA PET. Verificamos que as revendas de préformas efetuadas pela BH Refrigerantes, cuja gramatura foi especificada em suas notas fiscais de saídas, foram para as empresas: Bandeirantes Águas Minerais do Brasil Ltda; Drink House Indústria e Comércio de Bebidas e Alimentos Ltda; Maxdrink Empreendimentos e Participações Ltda; Refricavi Indústria e Comércio Ltda e TA Indústria e Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. A venda de pré formas tem tratamento tributário específico determinado pelo artigo 51 da Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003 e pelos Decretos 5.062 de 30 de abril de 2004 e 6.073 de 03 de abril de 2007: O Demonstrativo de Cofins e Pis Sobre Vendas de Pré Formas – Gramatura das Pré Formas indicadas nas Notas Fiscais – Planilha 04 contém a listagem completa das vendas de pré formas (insumos), cujas gramaturas são identificadas em notas fiscais, efetuadas pela empresa no período de janeiro a junho de 2010, bem como os valores calculados de PIS e de Cofins incidentes sobre essas vendas, de acordo com os Decretos 5.062/2004 e 6.073/2007. 9.6 – Insuficiência de Recolhimento da Cofins e do PIS – Vendas Pré Formas com Gramaturas Não Indicadas nas Notas Fiscais – 2007 a 2010 Planilha 05 Essa fiscalização optou por desmembrar a venda de préformas em dois tópicos, uma vez que somente em parte das notas fiscais do contribuinte foi possível identificar a gramatura das embalagens PET revendidas. Os argumentos da auditoria para o lançamento são os mesmos do tópico anterior e a base legal: Artigo 51 da Lei 10.833 de 29 de dezembro de 2003; Lei 11.727 de 23 de junho de 2008 e Decretos 5.062 de 30 de abril de 2004 e 6.073 de 3 de abril de 2007. A identificação dos valores devidos somente seria possível com a identificação das gramaturas não informadas nos documentos fiscais. Para obtermos essa informação, emitimos o Termo de Intimação Fiscal 40/2011 onde solicitamos ao contribuinte: Após essa informação, elaboramos o Demonstrativo de Cofins e Pis sSobre Vendas de PréFormas – Gramatura das Pré Formas Não Indicadas nas Notas Fiscais –Planilha 05, onde relacionamos além dos dados relativos às notas fiscais, os Fl. 6891DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 25 9 valores da Cofins e do Pis calculados, baseados na legislação já informada. 9.7 – Insuficiência de Recolhimento da Cofins e do PIS Vendas de Refrigerantes 2007 a 2008 Planilha 06 Verificamos os arquivos digitais do contribuinte e constatamos que houve base tributável para a Cofins e o PIS no período de 2007 a 2010, e considerando que na auditoria fiscal o auditado teve seu lucro arbitrado, a tributação dessas contribuições foi recalculada para a modalidade CUMULATIVA. Na modalidade cumulativa não é permitida a absorção dos créditos autorizados no artigo 3º da Lei 10.833/2003, por ser essa uma faculdade exclusiva da modalidade NÃO CUMULATIVA, argumento este perdido pelo contribuinte ao não atender à fiscalização em suas intimações, obrigandoa de ofício na mudança do regime de apuração de seu lucro. Como resultado, houve o arbitramento do lucro e a consequente proibição da possibilidade de optar pelo cálculo não cumulativo do PIS e da Cofins. Nos anos de 2007 e 2008, procedemos ao lançamento da Cofins com base no artigo 52, inciso I, da Lei nº 10.833/2003, com redação dada pelo art. 21 da Lei nº 10.865/2004, c/c art. 1º do Decreto 5.062/2004. De acordo com o enunciado legal, a tributação do PIS e da Cofins para os fabricantes de refrigerantes (TIPI 22.02) é determinada a partir da multiplicação dos coeficientes previstos no Decreto 5.062/2004 pela quantidade de litros de bebidas vendidos. Os coeficientes regulamentados para cálculos dessas contribuições são respectivamente para o PIS e a Cofins: R$0,0117 e R$0,0539. Dessa forma, o Demonstrativo de Vendas de Refrigerantes – Cofins e Pis –Abril de 2007 a Dezembro de 2008 – Planilha 06 apresenta, além dos dados dos itens colhidos dos arquivos eletrônicos de notas fiscais, duas colunas que tem as seguintes representações: ... 9.8 – Insuficiência de Recolhimento da Cofins e do PIS Vendas de Refrigerantes 2009 a 2010 Planilha 07 e Planilha 08 Com a mudança do critério de apuração das contribuições para a Cofins e o PIS, a fiscalização entendeu por bem demonstrar as irregularidades em separado para facilitar o entendimento dos cálculos. No mesmo sentido que exposto no tópico anterior, refizemos a apuração das contribuições devidas pelo contribuinte, sob a ótica da modalidade Fl. 6892DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 10 CUMULATIVA e encontramos os valores descritos nas Planilhas de nºs 07 e 08. O artigo 42 da Lei nº 11.727, de 23 de junho de 2008, revogou o texto do artigo 52 da Lei 10.833/2003 que tratava da forma do cálculo do PIS e da Cofins. Assim, uma vez que o contribuinte é optante pelo Regime Especial de Tributação de Bebidas Frias (REFRI), a partir de 01 de janeiro de 2009, os cálculos efetuados pela auditoria fiscal foram baseados nas determinações legais que envolveram os fatos geradores das obrigações tributárias do período. O anexo 3 do Decreto 6.707 de 23 de dezembro de 2008 definiu os coeficientes de valores da contribuição do PIS e Cofins para os optantes do Regime Especial. Posteriormente, em 20 de julho de 2009, foi publicado o Decreto 6.904 que modificou os valores de PIS e Cofins previstos no Anexo III daquele ordenamento. Como ilustração dos cálculos, anexamos abaixo parte da Tabela PET/plástico onde os produtos da BH Refrigerantes são enquadrados por Grupo. ... 9.9 – Insuficiência de Recolhimento da Cofins e do PIS Vendas Exceto Embalagens e Refrigerantes – 2007 a 2010 Planilha 09 Após darmos tratamentos diferenciados para as remessas em bonificações e as vendas de embalagens e refrigerantes, ainda assim constatamos elevado valor de vendas de outros produtos, principalmente aqueles ligados à linha de sucos produzidos pela BH Refrigerantes. A partir dessas vendas, elaboramos o documento de nome Demonstrativo da Receita Bruta – PIS e Cofins – Exceto Embalagens e Refrigerantes – Planilha 09, que apresenta todos as notas fiscais de saídas cujos itens tem tributação pela regra geral. Nesse demonstrativo, as notas estão apresentadas por itens e a soma dos valores mensais serviram de base para o lançamento das contribuições ora constituídas neste Auto de Infração. Cabe destacar que foram consideradas as devoluções de vendas na elaboração do demonstrativo. Assim, considerando que o contribuinte está sujeito ao arbitramento de seu lucro e não havendo previsão legal para que a apuração de suas contribuições para o PIS e a Cofins se faça de forma não cumulativa, elaboramos o Demonstrativo da Receita Bruta – PIS e Cofins– Exceto Embalagens e Refrigerantes – Planilha 09, que serviu de base para lançamento das respectivas insuficiências de recolhimentos demonstradas no Auto de Infração. Acrescentamos que nos cálculos do Auto de Infração foram considerados os valores declarados pelo contribuinte em suas DCTF, e os pagamentos porventura localizados nos sistemas internos da Receita Federal do Brasil, foram deduzidos do quantum devido.” Fl. 6893DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 26 11 Contestando às imputações, alega decadência do direito da Fazenda constituir o crédito referente ao período anterior ao mês de junho de 2007, visto que, a ciência do lançamento ocorreu em junho de 2012. Argumenta exigência das contribuições sobre vendas canceladas e não incidências de PIS e COFINS sobre mercadorias bonificações. Inaplicabilidade das multas da forma pretendida pelo fisco, discorda da multa qualificada. Em razões recursais, discorda da apuração pela sistemática cumulativa de apuração das contribuições para o PIS e a COFINS e da inexistência de situação caracterizadora a autorizar o agravamento da multa. SUJEIÇÃO PASSIVA SOLIDÁRIA Noticiam os autos que teria sido formado grupo econômico, segundo consta do relatório fiscal, com intuito de sonegar tributos incidentes sobre vendas concretizadas pela empresa Fiscalizada, Belo Horizonte Refrigerantes Ltda. Nessa qualidade foram arrolados: Rogério Luiz Bicalho, Roseana de Fátima Bicalho, Maria Torres de Freitas Bicalho, Rosilene Bicalho, Marcelo Miranda Ferreira, Wandercharles Antonio Brito Faria e Evandro Gabriel de Faria e das pessoas jurídicas On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A e Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A (fls.4.364 a 4.381). Contestam a imputação, discorrem sobre a confusão conceitual entre responsabilidade tributária e solidariedade tributária fundada no art. 124, inciso I do CTN, disseram da inexistência de interesse comum entre a contribuinte direito e os impugnantes quanto às situações que constituem os fatos geradores dos tributos exigidos. DO RECURSO DE OFÍCIO A Administração recorre de ofício em virtude da decisão de afastar do pólo passivo as pessoas físicas das sócias Roseana de Fátima Bicalho, Rosilene Bicalho e Maria Torres de Freitas Bicalho ao argumento que, a própria fiscalização reconheceu que as empresas Distribuidora Pequi e Maxdrink Empreendimentos não atuaram no período fiscalizado, restaria comprovar a participação das indicadas diretamente ou mediante interpostas pessoas na empresa autuada, ou seja, Belo Horizonte Refrigerantes Ltda, ou nas empresas Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A e On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A, que supostamente substituíram as duas empresas no esquema, concluiu a inexistência de comprovação. Como se vê da decisão recorrida, para melhor compreensão transcreve parte: “2) Indicações das pessoas físicas Roseana de Fátima Bicalho, Rosilene Bicalho e Maria Torres de Freitas Bicalho. A elaboração da defesa se supera no tópico III. 1 ao pretender se apoiar na matemática, argumentando que, uma vez que a RV Participações é detentora de 98,89% do capital e Evandro Gabriel de Faria de 1,11%, é matematicamente impossível atribuir qualquer relação societária das pessoas físicas acima mencionadas. A tese se assemelha mais à apologia do crime. É Fl. 6894DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 12 por demais conhecida a utilização de interpostas pessoas para que os verdadeiros sócios se eximam das suas responsabilidades. E, naturalmente, os verdadeiros sócios não figuram no quadro social. Isto é tão elementar que não se pode compreender o motivo para apresentação de tal tese. Desta forma, não há que se aprofundar a sua discussão. Tratemos, pois, de continuar a análise dos fatos apresentados. Primeiro, não há qualquer cerceamento ao direito de defesa. A indicação de responsabilidade solidária é perfeitamente compreendida e as interessadas apresentam sua defesa de forma plena. De igual forma, não existe qualquer confusão conceitual. Registrese que estes temas já foram abordados por ocasião da análise das impugnações apresentadas pelos outros indicados. Quanto a presunção de existência de grupo econômico, já se demonstrou exaustivamente que não se trata de presunção, mas sim de realidade. Resta saber se as pessoas físicas acima mencionadas participaram de atos de administração da autuada com infração à lei tributária, no período objeto da ação fiscal. De fato, os trechos do Termo de Verificação Fiscal onde são mencionadas as pessoas físicas em epígrafe reportamse a períodos anteriores ao sob exame. A fiscalização reconhece textualmente: “Ficaram para trás as empresas de fachadas Distribuidora Pequi que atuava como suposta encomendante e a Maxdrink Empreendimentos distribuidora dos produtos, Caixa do grupo. Nessa nova fase, a BH Refrigerantes aliouse a outras empresas, das quais destacamos a Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A –CNPJ 07.226.378/000157 e a On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A –CNPJ 07.023.638/000197 com sede na cidade do Rio de Janeiro/RJ, que por sinal são empresas do Sr. Rogério Bicalho e de seu antigo contador, o Sr. Marcelo Miranda Ferreira, já qualificados neste Termo Fiscal.” Considerando que a própria fiscalização reconhece que as empresas Distribuidora Pequi e Maxdrink Empreendimentos não atuaram no período fiscalizado, restaria comprovar a participação das indicadas diretamente ou mediante interpostas pessoas na empresa autuada, ou seja, Belo Horizonte Refrigerantes Ltda, ou nas empresas Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A e On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A, que substituíram as duas empresas no esquema. No entanto, esta comprovação não existe. A referência de que completariam a parte principal do esquema carece de elementos probatórios. Desta forma, concluo não terem sido apresentados elementos suficientes para que persista a indicação de responsabilidade solidária das pessoas físicas Roseana de Fátima Bicalho, Rosilene Bicalho e Maria Torres de Freitas Bicalho.” Concluiu no sentido de carência de elementos probatórios. Fl. 6895DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 27 13 As intimações sucederam em 08.04.2013 para Interessada Belo Horizonte Refrigerantes Ltda., em 29.04.2013 para Wandercharles Antonio Brito Faria, Evandro Gabriel de Faria, Marcelo Miranda Ferreira e Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A. As pessoas de Rogério Luiz Bicalho e a pessoa jurídica On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A., foram intimados do acórdão em 30.04.2013. Todos, com exceção do senhor Marcelo Miranda Ferreira, apresentaram Recurso Voluntário em 03 de maio de 2013. A pessoa do senhor Marcelo Miranda Ferreira, não demonstrou irresignação com a decisão de piso. É o relatório. Voto Conselheiro Domingos de Sá Filho, Relator. Os recursos de ofício e voluntário preenchem os requisitos formais de admissibilidade e, portanto, deles tomo conhecimento. Cabe inicialmente registrar a legitimidade dessa Turma em conhecer os recursos interpostos em razão do crédito tributário proveniente do lançamento contestado não ser reflexo do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e tampouco da Contribuição Social sobre o Lucro. Ao examinar os autos constatase que os fatos motivadores não decorrem de omissão de receita como apurado no caso IRPJ e CSL, mas sim de interpretação do contribuinte da não incidência das contribuições para o PIS e da COFINS sobre saídas (remessas) de mercadorias a título de bonificação constatadas por meio das notas fiscais emitidas pela empresa Fiscalizada. Tanto é assim, que a Fiscalização elaborou planilhas de apuração mencionado o número da nota fiscal, o destinatário, CFOP, data da emissão, valor (igual a zero), capacidade das embalagens, etc. Com base nesses dados atribuiu o valor tomando como fonte o preço praticado para terceiros de acordo com os recipientes. Lembrando passagem do relatório fiscal: “Paralelamente à diminuição da base de cálculo do IRPJ e da CLLL, busca o contribuinte a se isentar do PIS e da Cofins através da emissão de notas fiscais de saídas com os CFOP 5910 e 6910 – Remessas em Bonificação, pois acredita que por não se enquadrarem no conceito de receitas, estariam as contribuições acima isentas de sua aferição sob o rótulo dessas operações fiscais”. Em outro trecho da mesma peça fiscal, verifica Fl. 6896DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 14 “No Demonstrativo de Remessa em Bonificação – PIS e Cofins – Abril de 2007 a Junho de 2010 – Demais Saídas – Notas Fiscais Emitidas pelo Contribuinte com Valor Total Igual a R$ 0,00, Planilha 10, os valores devidos foram calculados a partir da confrontação entre as notas fiscais emitidas sem valor e as notas fiscais emitidas no mesmo período com produtos idênticos. Foram atribuídos aos valores dos itens das notas fiscais os valores equivalentes àqueles discriminados em outras vendas efetuadas pela empresa. Dessa operação resultou no Valor da NF Calculada – Auditoria, que serviu de base para o lançamento das contribuições PIS e Cofins” Em sendo assim, conclui tratar de matéria afeta a essa Turma. Passo ao exame das questões. Existindo causa prejudicial ao mérito, examinase alegação de decadência. Preliminarmente. Da decadência do direito do Fisco efetuar o lançamento. Aduzse perda do direito a constituição do crédito tributário ao período anterior a junho de 2007, considerando a ciência do lançamento deuse em junho de 2012. Constatase do exame dos fatos elencados pelo relatório fiscal que o contribuinte declarou por meio de DCTF os débitos, mesmo inferior ao valor devido. Extraise do “TVF” comentário de pagamento os quais foram objeto de dedução do montante apurado pela fiscalização, contudo, não declina os meses dos fatos geradores. Ao contrário do argumento da Recorrente, o fato do sujeito passivo ter recolhido parte do tributo devido é prepoderante na contagem do prazo decadencial. Por pensar diferente a Interessada deixou de fazer prova nesse sentido. A recorrente invocou o art. 150, § 4º do CTN para alegar a decadência do direito do fisco em relação a parte dos períodos de apuração, independentemente do fato de inexistirem pagamentos antecipados da contribuição durante o anocalendário de 2004. Com o advento do art. 62A do Regimento Interno do CARF a questão da decadência do direito do fisco efetuar o lançamento dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação está pacificada. Este Colegiado deve obrigatoriamente aplicar a Súmula Vinculante nº 8 do STF e a decisão do STJ proferida no RESP nº 973.733, sob o regime do art. 543C do CPC, que considera que o pagamento antecipado do tributo, antes de qualquer iniciativa do fisco, é relevante para caracterizar o lançamento por homologação. Eis a ementa do referido julgado: “RECURSO ESPECIAL Nº 973.733 SC (2007/01769940) RELATOR : MINISTRO LUIZ FUX RECORRENTE : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL INSS REPR. POR : PROCURADORIAGERAL FEDERAL PROCURADOR : MARINA CÂMARA ALBUQUERQUE E OUTRO(S) RECORRIDO : ESTADO DE SANTA CATARINA PROCURADOR : CARLOS ALBERTO PRESTES E OUTRO(S) EMENTA PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO Fl. 6897DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 28 15 PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: REsp 766.050/PR, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). 2. É que a decadência ou caducidade, no âmbito do Direito Tributário, importa no perecimento do direito potestativo de o Fisco constituir o crédito tributário pelo lançamento, e, consoante doutrina abalizada, encontrase regulada por cinco regras jurídicas gerais e abstratas, entre as quais figura a regra da decadência do direito de lançar nos casos de tributos sujeitos ao lançamento de ofício, ou nos casos dos tributos sujeitos ao lançamento por homologação em que o contribuinte não efetua o pagamento antecipado (Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 163/210). 3. O dies a quo do prazo qüinqüenal da aludida regra decadencial regese pelo disposto no artigo 173, I, do CTN, sendo certo que o "primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado" corresponde, iniludivelmente, ao primeiro dia do exercício seguinte à ocorrência do fato imponível, ainda que se trate de tributos sujeitos a lançamento por homologação, revelandose inadmissível a aplicação cumulativa/concorrente dos prazos previstos nos artigos 150, § 4º, e 173, do Codex Tributário, ante a configuração de desarrazoado prazo decadencial decenal (Alberto Xavier, "Do Lançamento no Direito Tributário Brasileiro", 3ª ed., Ed. Forense, Rio de Janeiro, 2005, págs. 91/104; Luciano Amaro, "Direito Tributário Brasileiro", 10ª ed., Ed. Saraiva, 2004, págs. 396/400; e Eurico Marcos Diniz de Santi, "Decadência e Prescrição no Direito Tributário", 3ª ed., Max Limonad, São Paulo, 2004, págs. 183/199). 5. In casu, consoante assente na origem: (i) cuidase de tributo sujeito a lançamento por homologação; (ii) a obrigação ex lege de pagamento antecipado das contribuições previdenciárias não restou adimplida pelo contribuinte, no que concerne aos fatos imponíveis ocorridos no período de janeiro de 1991 a dezembro de 1994; e (iii) a constituição dos créditos tributários respectivos deuse em 26.03.2001. 6. Destarte, revelamse caducos os créditos tributários executados, tendo em vista o decurso do prazo decadencial qüinqüenal para que o Fisco efetuasse o lançamento de ofício substitutivo. 7. Recurso especial desprovido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008.” Deixando de provar o alegado, concluiuse não existir pagamento antecipado do PIS e da COFINS. Fl. 6898DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 16 Assim, diante da ausência prova de pagamento antecipado do tributo no período de abril a junho do ano calendário de 2007, o prazo de decadência deve ser contado pela regra do art. 173, I, do CTN, segundo a qual se considera hígido o lançamento em relação ao período de apuração abarcado pelo auto de infração. NO MÉRITO. Melhor sorte não merece ao recurso, o julgado de piso deu contorno acertado à questão, por essa não merece qualquer reparo. Aduz a recorrente a inexistência de situação que permitiria ao Fisco arbitrar o lucro, e, consequentemente, exigir as contribuições para o PIS e a COFINS de forma cumulativa, vez que, a escrita fiscal apresentada pela recorrente possibilitava a apuração da receita tributável, base de cálculo, das contribuições, como consta das informações da escrita fiscal. Sustenta que a toda evidência a documentação e a contabilidade permitia apuração das contribuições sociais pela sistemática não cumulativa e o que revelaria ausência de situação a autorizar o agravamento da multa. A discordância é restrita a sistemática adotada pelo Fisco na apuração das contribuições, argumentase, que os dados consignados na escrituração fiscal eram suficientes para apuração não cumulativa. A irresignação não é mais em relação à inclusão à base de cálculo das remessas a título de bonificação a empresa do Grupo sem a incidência das contribuições sociais. A princípio a Recorrente modifica o inconformismo da não incidência sobre bonificações e a argumenta no sentido de que apuração das contribuições deveria ter sido por meio da não cumulatividade. O fundamento da apuração pela cumulatividade está prevista na norma do inciso II do artigo 8º da Lei nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002. Nesse processado não há espaço a discutir o efeito do arbitramento determinado pela fiscalização do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica, pois o levantamento fiscal tomou como certo os dados das notas fiscais emitidas, em sendo assim, o lançamento das contribuições para o PIS e a COFINS nenhum vínculo relaciona com o IRPJ. Sendo assim, o lançamento procede e está assentado em base firme que são os documentos fiscais, e, em relação a esses não há sequer uma só reclamação. Assim, mantenho o crédito tributário resultado do lançamento contestado. DA MULTA QUALIFICADA. Como resta evidente da leitura dos autos, as saídas de mercadorias do estabelecimento da Recorrente foram, segundo afirmação da fiscalização acompanhada de notas fiscais, mesmo que essas eram emitidas cuja operação se qualificava como sendo “bonificação” sem incidência dos tributos devidos, especialmente, o PIS e a COFINS. Relata o Fisco que paralelamente à diminuição da base de cálculo do IRPJ e CSLL, o contribuinte buscava a se isentar do PIS e da COFINS por meio de emissões de notas fiscais de saídas com os CFOP 5910 e 6910, “Remessa em Bonificações”, afirma a ainda: “... pois acredita que por não se enquadrarem no conceito de receitas, estariam às contribuições acima isentas de sua aferição sob o rótulo dessas operações fiscais...” O contribuinte, segundo se vê dos autos, emitia os documentos fiscais obrigatórios, cabia a Fazenda Pública, sujeito ativo, fiscalizála. Também é verdade que a fiscalização extraiu os dados necessários a apuração das contribuições nos livros fiscais, assim como, obteve todas as informações necessárias por meio dos arquivos digitais, sacando desses os dados das notas fiscais, e, não lançou nenhuma dúvida quanto à idoneidade dos documentos fiscais examinados ou índice de subterfúgio capaz de caracterizar situação a autorizar o lançamento da multa qualificada no que pertine ao PIS e a COFINS. Fl. 6899DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 29 17 Do exame dos autos não se vislumbra elementos caracterizadores dessa atitude, diferentemente do raciocínio do Fisco traçado na apuração do IRPJ e CSLL, tanto é verdade que dedicou o item 9 do “Termo de Verificação Fiscal” ao caso das contribuições aqui tratadas, distinguindo que a questão dessas contribuições não se relacionava aos fatos de omissão de receitas cometidas pela empresa fiscalizada que determinaram o arbitramento pelo método do Lucro Arbitrado. Segundo a própria fiscalização o arbitramento não constitui penalidade, mas forma de tributação do lucro, e, o arbitramento foi em virtude da inexistência do livro diário, ausente esse livro, não se admite a opção do lucro real. Inexistindo, a meu sentir, elementos caracterizadores a autorizar a multa qualificada, motivo pelo qual acolho o pleito da Recorrente para afastála, e, determinar aplicação da multa de ofício de 75%. DA SUJEIÇÃO PASSIVA. Foram considerados sujeitos passivos solidários as pessoas físicas de Wandercharles Antonio Brito Faria, Evandro Gabriel de Faria, Marcelo Miranda Ferreira e Rogério Luiz Bicalho, bem como as pessoas jurídicas de Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A. e On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A. Deixou de apresentar recurso o senhor Marcelo Miranda Ferreira e Rogério Luiz Bicalho, portanto, acolheu sem irresignação a decisão de primeira Instância. Com relação às empresas On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A. e Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A, consideradas participantes do chamado grupo econômico Del Rey, acusadas serem constituídas com o propósito de auxiliar a empresa Belo Horizonte Refrigerantes Ltda. a fraudar o fisco. Noticiam os autos que a função da empresa Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A., dirigida pelos senhores Rogério Bicalho e Marcelo Miranda Ferreira, por seu turno são também dirigentes da Fabricante, tornouse a principal compradora dos produtos, assim como, são diretores da empresa On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A. Constam da narrativa do "Termo de Verificação Fiscal", esse modelo de conduta decorre outros processos administrativos de apuração de tributos onde o sócio Rogério Bicalho e outros familiares constituíam empresas e se ocultavam por meio de prepostas pessoas conhecidas como “laranjas”, mais, segundo a fiscalização, agora ele próprio coloca à “cara a tapa”, assumindo de direito e de fato sua participação nas sociedades, não se omitindo mais. Enfim, acusação imputada à primeira empresa, Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A., ser ela a maior compradora dos produtos fabricados pela Belo Horizonte Refrigerantes Ltda., e a segunda, On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A., de ser o braço financeiro, comprando os créditos oriundos do faturamento sem a transferência do pagamento em moeda pela aquisição dos créditos, e se encarregando de pagamentos das obrigações passivas, nas palavras da fiscalização a participação dáse do modo a seguir: “4 – O CAIXA das empresas – On Time Factoring Fomento Mercantil S/A –CNPJ 07.023.638/000197, suposta factoring que opera somente com as empresas ligadas à Família Bicalho, em que o Sr. Rogério Bicalho é presidente e o Sr. Marcelo Miranda diretor. Fl. 6900DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 18 Como em outras ocasiões cada integrante tem seu papel previamente definido no esquema montado, porém, embora possa parecer que as empresas ajam com independência entre si, na verdade elas são atreladas umas às outras e no final todas as operações convergem ao Caixa do grupo. A empresa On Time Factoring, Caixa do grupo, mantém a posse dos recebimentos e controla os haveres a receber e a pagar de cada um dos participantes, que na verdade não são Ativos nem Passivos, pois tudo pertence a uma só empresa ou a seus proprietários, hoje formalmente identificados como sendo Rogério Luiz Bicalho e sua família, seus interpostos representantes nos contratos sociais e também o Sr. Marcelo Miranda Ferreira. ... a sua capacidade de gerar riqueza, constatamos que a Unibev comprou de mercadorias da BH Refrigerantes no ano de 2008 a quantia de R$15.306.7584,55, no ano de 2009 – R$110.861.148,32 e de janeiro a agosto de 2010, portanto em apenas oito meses do ano, o valor de R$120.770.056,40. De suas vendas emitidas através de notas fiscais eletrônicas, constatou se o montante de R$ 81.589.399,45 em 2010. Ainda que a apuração de tributos como IPI, PIS e Cofins sofram a incidência monofásica, ficando a cargo do fabricante a sua apuração e recolhimento, pela Unibev não foi declarado qualquer valor em DCTF a título de Imposto de Renda (IRPJ) e Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSLL). On Time Factoring Fomento Mercantil S/A A empresa On Time Factoring, está sediada na cidade do Rio de Janeiro e teve suas atividades iniciadas em 19 de agosto de 2004. É uma sociedade anônima fechada e gerida pelo conselheiro o Sr. Marcelo Miranda Ferreira detentor de 1% do capital votante, que também é sócio da Unibev, e pelo Sr. Rogério Luiz Bicalho que exerce a função de presidente e possui 99% de seu capital, além de ser também proprietário da BH Refrigerantes e Unibev. Tem o capital social declarado de R$750.000,00 e desempenha no Grupo Del Rey o papel de gerenciadora dos recursos financeiros, ou seja, o “Caixa”. Está inscrita no CNPJ com o código nacional de atividade econômica CNAE: 6630400 Atividades de administração de fundos por contrato ou comissão. Atua no Grupo Del Rey como gerenciadora Atua no Grupo Del Rey como gerenciadora dos recursos, ou seja, através de supostas operações de factoring adquire os títulos dos cedentes (BH Refrigerantes e Unibev) e Segue a acusação: “Portanto, em condições normais de mercado, o que se espera é a transferência de titularidade dos direitos creditórios da BH Refrigerantes para a On Time e sua consequente retribuição, ou seja, O PAGAMENTO decorrente dessa operação. E por pagamento não se pode dar outra significação senão a transferência dos recursos financeiros, o que não acontece nas relações entre BH Refrigerantes e On Time, pois essa última mantém sob seu controle não só os títulos comprados como também recursos financeiros recebidos das liquidações dos títulos de créditos negociados. Fl. 6901DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 30 19 Apresentase uma operação de factoring apenas escritural. Na verdade o que acontece nas relações BH Refrigerantes e On Time é apenas uma transferência de titularidade de créditos para que não haja movimentação financeira substancial em caixa ou em bancos da BH Refrigerantes com o firme propósito de camuflar seu patrimônio, esquivandose de possíveis execuções judiciais, conforme pode ser certificado na resposta ao Termo de Intimação Fiscal nº 34/2011.” Há demonstração clara de que essas empresa participa do grupo e participam efetivamente do desenho concretizado para fraudar. A conduta contraria a legislação tributária está cuidar de pagamento de cada um dos sócios, bem como, da empresa Belo Horizonte, se tivesse logrado êxito em demonstrar que as operações de venda de crédito era o meio utilizado para abastecer o seu caixa, refazendo seu fluxo financeiro, utilizado o sistema bancário para o depósito das quantias recebidas da factoring, revestia como sendo operação normal e de praxe de mercado. No caso a empresa, On Time Factoring e Fomento Mercantil S/A., essa adquiria todo o faturamento e não repassava o montante equivalente em moeda corrente, configurando moeda escritural. Estranho é ceder o direito das cambiais e não receber nada em contra partida, deixando ao encargo da factoring a responsabilidade de liquidar as obrigações contraídas com terceiros. Essa atitude se revela que estava integrada ao esquema, configurando afirmativa do fisco que era o braço financeiro do grupo com intuito de corroborar com sonegação praticada pela empresa Belo Horizonte. A Unibev Indústria e Comércio de Bebidas S/A., deve também ser mantida na qualidade passiva, pois em sã consciência era sabedora de que saídas em volume substancial de mercadorias a título de bonificação diretamente para ela constituía meio ilícito com caráter de burlar o fisco. Saídas de mercadorias a título de bonificações acobertadas com documentos fiscais dava visivelmente aparência de normalidade a operação, no entanto, essa manipulação tinha objetivo de dificultar e ocultar da Administração a verdadeira manobra ilícita, revelando uma conduta dolosa. Pareceme, que os acontecimentos narrados pela fiscalização restou devidamente provado, demonstrar a existência de uma das hipóteses de responsabilidade e de todos os elementos para manter à sujeição passiva imputada as duas empresas. DAS PESSOAS FÍSICAS ARROLADAS. Evando Gabriel de Faria e Wandercharles Antonio Brito Faria, Rogério Luiz Bicalho. Senhor Wandercharles Antonio Brito Faria, está qualificado como administrador da Belo Horizonte Refrigerantes desde a oitava alteração contratual, datada de 30/04/2002. Detêm poderes desde então, para praticar qualquer ato administrativo, representado a empresa ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, perante as pessoas físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, inclusive estabelecimentos de créditos. Fl. 6902DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 20 Os sócios da Belo Horizonte Refrigerante são RV Participações, detentora de 98,89%, cujo controle pertence a Rogério Luiz Bicalho, e, o restante da participação é do Sr. Evando Gabriel de Faria, 1,11%. Os três alegam que há confusão quanto à interpretação do art. 135 e 124 do CTN, e não há prova da materialidade da ilicitude. Disciplina o art. 124, inciso I,: “Art. 121 – São solidariamente obrigadas: I – as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal;” A doutrina pacificou o entendimento de que trata de dispositivo autoaplicável, sendo desnecessária previsão específica a regular determinado tributo para apontar os devedores solidários, por se tratar norma de caráter geral. Para muitos ao falarem de interesse comum, evidência, vincula o “interesse comum” à pessoa beneficiária. Aqui diferentemente das empresas indicadas como solidárias, há interesse comum do administrador e dos sócios, no primeiro caso as ações, objetivos, atos ou fatos geradores de tributo não se relacionam direto as empresas do grupo, mas aos sócios e administração, há interesse comum na situação que constitui o fato gerador. Restou evidente nos autos que toda a conduta foi no sentido dar saída das mercadorias rotulando a transação de “mercadorias de bonificação” afastandoas desse modo do campo de incidência, resultando em pagamento a menor das contribuições sociais devidas, consequentemente, beneficiandose diretamente por meio do lucro obtido, aumentando o patrimônio pessoal. DO RECURSO DE OFÍCIO A Administração recorre de ofício em virtude da decisão de afastar do pólo passivo as pessoas físicas das sócias Roseana de Fátima Bicalho, Rosilene Bicalho e Maria Torres de Freitas Bicalho ao argumento que, a própria fiscalização reconheceu que as empresas Distribuidora Pequi e Maxdrink Empreendimentos. A questão foi bem abordada pelo julgador de piso, diante de ausência de prova material de que as sócias tivesse efetivamente exercido atividade de administração ou interferência nos negócios da Acusadas, decidiu afastálas da sujeição passiva. Confirmado pela própria fiscalização que não atuaram no período fiscalizado, e não restando comprovado a participação das indicadas diretamente ou mediante interpostas pessoas na empresa autuada, de fato não pode atribuir a essas pessoas conduta ilícita. Em sendo assim, certo a decisão, devendo ser mantida pelos próprios fundamentos. Com essas considerações mantém a decisão de piso. Diante do exposto nego provimento ao recurso voluntário e ao Recurso de Ofício. É como voto. Fl. 6903DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13609.720840/201237 Acórdão n.º 3302003.078 S3C3T2 Fl. 31 21 Domingos de Sá Filho Fl. 6904DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 13888.002554/2007-30
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Jan 22 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1401-000.379
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator.
Documento assinado digitalmente.
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
Documento assinado digitalmente.
Ricardo Marozzi Gregorio - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Aurora Tomazini de Carvalho, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto.
Relatório
Nome do relator: RICARDO MAROZZI GREGORIO
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Recorrente CATERPILLAR BRASIL LTDA Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto do relator. Documento assinado digitalmente. Antonio Bezerra Neto Presidente. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Ricardo Marozzi Gregorio, Marcos de Aguiar Villas Boas, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Aurora Tomazini de Carvalho, Livia De Carli Germano e Antonio Bezerra Neto. Relatório Tratase de recurso voluntário interposto por CATERPILLAR BRASIL LTDA contra acórdão proferido pela DRJ/Ribeirão PretoSP que concluiu pela improcedência da RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 88 .0 02 55 4/ 20 07 -3 0 Fl. 418DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 419 2 manifestação de inconformidade acerca de pedido de compensação de crédito decorrente de saldo negativo de IRPJ apurado no anocalendário de 2002. Em seu relatório, a decisão recorrida assim descreveu o caso: Tratase de Manifestação de Inconformidade interposta em face do Despacho Decisório, em que foram apreciadas as Declarações de Compensação (PER/DCOMP) de fls. 03/18, por intermédio das quais a contribuinte pretende compensar débitos de sua responsabilidade com crédito decorrente de Saldo Negativo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) do anocalendário de 2002, no valor de R$ 3.448.277,12 (fls. 04 e 08). Por intermédio do despacho decisório de fls. 204/214, a Delegacia da Receita Federal do Brasil em Piracicaba indeferiu o pleito, não homologando as declarações de compensação vinculadas ao indigitado indébito, vez que após análise do saldo negativo de IRPJ de anos anteriores (1999, 2000 e 2001), que compuseram o saldo negativo de IRPJ do anocalendário de 2002, não foi apurado crédito em favor da contribuinte. Irresignada, interpôs a contribuinte manifestação de inconformidade de fls. 234/247, acompanhada dos documentos de fls. 248/333, na qual alega, em síntese, que: a) em face da existência de saldo negativo de IRPJ, anocalendário de 2002, no valor de R$ 3.448.277,12, transmitiu as PER/Dcomp de n° 23730.86367.311003.1.3.025015 e 01806.14270.260204.1.3.020727, objetivando compensar o IRPJ devido por estimativa nos meses de setembro/2003 e janeiro/2004, nos montantes de R$ 578.678,19 e R$ 3.649.925,04, respectivamente; b) o despacho decisório não reconheceu direito creditório a favor da contribuinte, o que resultou na negativa da homologação das Declarações de Compensação analisadas; c) a suposta inexistência de créditos foi apurada em decorrência da divergência entre o valor compensado, a título de imposto sobre a renda retido na fonte, na DIPJ e aquele oriundo de seus informes de rendimento, nos anos de 199 a 2001; d) a autoridade fiscal retroagiu até o ano de 1999, recompondo a apuração do IRPJ dos anos de 1999 a 2002, a fim de desconsiderar os saldos negativos dos IRPJ acumulados nos citados anos; e) operouse a decadência do direito do Fisco questionar o saldo negativo do IRPJ, relativos aos anos de 1999 a 2001, visto que o imposto em questão está sujeito ao lançamento por homologação, nos termos do artigo 150 do Código Tributário Nacional; f) de acordo com a jurisprudência, o saldo negativo sob enfoque tornouse tacitamente homologado após transcorridos cinco anos da data de sua apuração; g) na apuração do IRPJ, do anocalendário de 1998, o IRRF, no valor de R$ 3.354.011,87, deixou de ser informado como dedução na apuração anual do IRPJ daquele ano para compor o saldo negativo de IRPJ; h) uma parcela deste valor foi informada incorretamente na linha 07 da ficha 12 da DIPJ/2000, anocalendário de 1999, como IRRF para compensar o IRPJ referente à antecipação de outubro (R$ 3.254.740,75) e parte da antecipação de novembro (R$ 780.009,14), quando o correto seria têla lançado em DCTF/1999, como saldo negativo de IRPJ apurado no ano anterior; i) no anocalendário de 1999, houve retenção na fonte no montante de R$ 924.362,02, conforme verificado pelo Auditor Fiscal, sendo que deste montante, o valor de R$ 300.975,14 foi utilizado para compensar a parcela remanescente da antecipação do IRPJ de novembro de 1999 e o restante, no valor de R$ 623.386,88, compôs o saldo negativo de IRPJ daquele anocalendário; j) no tocante ao IRRF do anocalendário de 2000, a intimada informou o valor de R$ 1.086.815,02, quando o correto seria o valor de R$ 528.900,57, conforme comprovado pela autoridade fiscal; k) do montante de R$ 528.900,57, a título de IRRF, R$ 406.978,94 foi compensado com outras antecipações do IRPJ de 2000, restando, portanto, o montante de R$ 122.101,63, de IRRF não utilizado, que compôs o saldo negativo do IRPJ do anocalendário de 2000; 1) no ano Fl. 419DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 420 3 calendário de 2001, temse uma diferença no valor de R$ 73.610,23, a qual, apesar de passível de atualização e compensação no exercício de 2002, não foi utilizada (Anexo A); m) no anocalendário de 2002, em razão das deduções que a intimada tinha direito, resultou no saldo negativo de IRPJ, no valor de R$ 3.448.277,12, no qual não está incluso o saldo de R$ 73.610,23 de IRRF do anocalendário de 2001, que poderia ter composto referido saldo negativo à época; n) as diferenças entre os valores de IRRF declarados nas DIPJ e aqueles constantes nas DIRF, referentes aos anos de 1998 a 2001, decorreram de mero erro formal no preenchimento das DIPJ, o qual não tem o condão de anular o direito da intimada aos referidos créditos, o) segundo o artigo 18 da MP n° 2.189 49/2001, regulamentada pela IN SRF n° 166/99, referido erro poderia ser corrigido por meio de retificação da DIPJ dos anoscalendário de 1999, 2000 e 2001; p) consoante demonstrado, a requerente faz jus ao saldo negativo de IRPJ apurado no ano calendário de 2001, no montante de R$ 3.448.277,12. Ao final, requer, preliminarmente, a decadência do direito do Fisco em revisar e lançar o IRP.I, relativo aos anoscalendário de 1999 a 2001 e, no mérito, reconhecendose a existência dos créditos relativos ao saldo negativo do IRPJ declarados pela requerente, com a conseqüente homologação das Dcomp em questão. Posteriormente, em 11/02/2008, foi apensado ao presente processo o processo administrativo de n° 13887.20043/200701. A 5ª Turma da já mencionada DRJ/Ribeirão PretoSP proferiu, então, o Acórdão nº 1421.610, de 25 de novembro de 2008, por meio do qual considerou improcedente a manifestação de inconformidade. Assim figurou a ementa daquele julgado: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURíDICA IRPJ Anocalendário: 2002 IRPJ. SALDO NEGATIVO. ESTIMATIVAS NÃO EFETIVAMENTE COMPENSADAS. Até o mês de setembro de 2002, a compensação entre tributos de mesma espécie prescindia de autorização administrativa e poderia ser efetuada apenas na contabilidade das empresas. Isto, no entanto, não implica reconhecer a veracidade das compensações informadas em DIPJ, mormente quando a interessada não apresenta registros fiscais e contábeis que possam demonstrar a sua veracidade. IRPJ. SALDO NEGATIVO. PROVA DO INDÉBITO. O reconhecimento de direito creditório a título de saldo negativo de IRPJ reclama efetividade no pagamento ou compensação das antecipações calculadas por estimativa ou das retenções na fonte pagadora, a oferta à tributação das receitas que ensejaram as retenções e a comprovação contábil e fiscal do valor do tributo apurado no ano calendário. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2002 Fl. 420DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 421 4 INDÉBITO TRIBUTÁRIO. ÔNUS DA PROVA. A prova do indébito tributário, fato jurídico a dar fundamento ao direito de compensação, compete ao sujeito passivo que teria efetuado o pagamento indevido ou maior que o devido. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO PERANTE A AUTORIDADE JULGADORA. Caracteriza novo pedido, a exigir os trâmites próprios, a pretensão de reconhecimento de crédito contra a Fazenda Pública, formulado na manifestação de inconformidade. MATÉRIA NÃO IMPUGNADA. A matéria submetida à glosa em análise de pedido de restituição não contestada na manifestação de inconformidade, é reputada como incontroversa e é insuscetível de ser trazida à baila em momento processual subseqüente. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2002 DECADÊNCIA. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. INDÉBITO FISCAL. INEXISTÊNCIA EM FACE DE DIFERENTES RELAÇÕES JURÍDICAS. O direito creditório contra a Fazenda Pública em decorrência de pagamento indevido ou a maior do tributo é relação jurídica diversa da dívida tributária do sujeito passivo para com aquela. A decadência do direito fiscal de constituição do crédito tributário, em face do transcurso do lapso qüinqüenal, é forma de extinção daquele, de sorte que a ocorrência desse fenômeno não se aplica à análise da certeza e liquidez do direito creditório invocado pelo sujeito passivo em Declarações de Compensação. Inconformada, a empresa apresentou recurso voluntário no qual, essencialmente, repete os argumentos deduzidos na manifestação de inconformidade. Acrescentou, ainda, o seguinte: O acórdão recorrido não negou as informações e os números trazidos na manifestação de inconformidade, tampouco o crédito final apurado, mas apenas se limitou a defender a insuficiência dos elementos contábeis. Contudo, a própria autoridade fiscal, quando decidiu pela não homologação das compensações, recompôs a cadeia de informações do período, inclusive trazendo aos autos as informações complementares necessárias ao trabalho de revisão. A autoridade fiscal também confirmou em seus sistemas os valores retidos e demais pagamentos e/ou compensações efetuadas. Ademais, somese a isso que as informações apresentadas pela contribuinte na sua manifestação de conformidade estão consubstanciadas nos informes de rendimentos e nas composições de valores efetivamente devidos sem os erros de preenchimento. A regularidade e suficiência dessas informações foi reconhecida pela prestigiada empresa de consultoria PriceWhiteHouseCoopers, cujas considerações são parcialmente transcritas e integralmente anexadas. Fl. 421DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 422 5 Se alguma outra informação fosse considerada relevante pela autoridade julgadora, esta deveria ter determinado a realização de diligência. O acórdão recorrido incidiu em erro manifesto ao defender que houve novo pedido de reconhecimento de crédito. Na verdade, a contribuinte apenas alertou que, ao refazer os cálculos, verificavase um crédito até mesmo superior ao utilizado na compensação (saldo de R$ 73.610,23), mas, obviamente, isso não implicou em pedido de reconhecimento de um novo crédito. A contribuinte não consentiu com a glosa do montante de R$ 557.884,45 referente ao IRRF de 2000. A recomposição de todo o valor do IRRF e do crédito utilizado entre os anoscalendário de 1999 a 2002 engloba o montante acima. Não se trata, portanto, de matéria incontroversa. É o relatório. Voto Conselheiro Ricardo Marozzi Gregorio, Relator Já adianto que minha sugestão é a de converter o julgamento em diligência. No entanto, para que essa proposta possa ter seguimento, é necessário conhecer a opinião da Turma sobre a preliminar de decadência invocada pela recorrente. Isso porque, se ela prosperar, o caso estará decidido a seu favor sem a necessidade de análise do mérito. Sobre a questão, não há que se confundir a impossibilidade da constituição do crédito tributário por haver decaído o direito de lançar com a possibilidade de verificação das circunstâncias que influenciaram na apuração de um direito creditório pleiteado, ainda que tais elementos estejam vinculados a períodos cujo direito de lançar tenha sido atingido pela decadência. Nesse sentido, por demais esclarecedor, reproduzo trecho de voto já pronunciado nesta Casa: Quando se trata de compensação, não se está a tratar de lançamento, e tampouco é o crédito tributário o foco. Ao contrário, o foco é o crédito que venha a ser alegado pelo sujeito passivo, sendo certo, portanto, que é a este que cabe fazer a prova do seu direito, consoante a regra basilar extraída do Código de Processo Civil, artigo 333, inciso I. Assim, o prazo decadencial apropriado à espécie a ser considerado é, antes de mais nada, o do artigo 168 do CTN, que versa sobre o direito do sujeito passivo de pleitear a restituição do tributo pago a maior ou indevidamente. Uma vez formalizada em tempo hábil a compensação, deve o sujeito passivo ter instrumentos hábeis a comprovar a regularidade do direito invocado, cabendo ao Fisco Fl. 422DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 423 6 verificar a consistência das informações necessárias ao procedimento de homologação da compensação. Aliás, o artigo 170 do CTN é expresso ao atribuir à lei o poder de autorizar a compensação tão somente com créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda pública, e sob as condições e garantias que a própria lei vier a estipular. Assim, é somente a partir da formalização da compensação que há sentido em se falar em prazo para que a autoridade administrativa se pronuncie acerca do direito alegado. Neste sentido, cumpre observar que o art. 74 da Lei nº 9.430/96, com a redação dada pela Lei nº 10.833/03, veio a suprir lacuna antes existente na legislação, no sentido de que não havia um prazo estabelecido em lei para a análise do pleito. E o prazo que foi estabelecido pela lei para a homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo é de cinco anos, contado da data da entrega da declaração de compensação (art. 74, § 5º, da Lei nº 9.430/96). (Acórdão nº 110200.432, Relator: João Otávio Oppermann Thomé, Proferido na Sessão de 25/05/11) De fato, nada impede que o Fisco perscrute, a qualquer tempo, os elementos formadores de um crédito reclamado por um contribuinte. O limite temporal está fixado no prazo para o contribuinte pleitear seu direito de repetição e, exercendoo por meio da compensação, no prazo para o Fisco homologar a correspondente declaração. Desde que dentro deste último prazo, o Fisco pode exigir a comprovação dos elementos formadores do crédito indicado. Tratase de aplicar, para o caso da compensação, a exegese contida no artigo 37 da Lei nº 9.430/96: Art. 37. Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a esses exercícios. Com efeito, pleiteada a compensação, esta constitui um fato permutativo entre elementos do patrimônio da pessoa jurídica. Mesmo sujeito à posterior homologação, a teoria contábil exige o lançamento deste fato administrativo quando de sua constituição. Enquanto não decair o direito de o Fisco lançar os créditos tributários referentes ao exercício financeiro em que ocorreu ou deveria ter ocorrido o mencionado lançamento, a pessoa jurídica tem o dever de manter os comprovantes da escrituração dos elementos que repercutiram na criação do crédito alegado na compensação. Além do mais, há que se notar que, no caso presente, essa iniciativa foi perpetrada apenas no nível dos pagamentos (retenções na fonte e estimativas mensais) que eventualmente tivessem reduzido o tributo devido. Fl. 423DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 424 7 Independentemente da possibilidade do Fisco ir além, isto é, no nível da apuração do lucro real ou da base de cálculo da CSLL, para a qual existem discussões mais acirradas, o fato é que a jurisprudência desta Casa aceita de forma mais tranquila a verificação no nível dos pagamentos realizada após os cinco anos da declaração de compensação. Portanto, rejeito a alegação de que o Fisco não poderia ter questionado o saldo negativo do IRPJ, relativos aos anos de 1999 a 2001. No mérito, há que se enfrentar o pedido de superação do erro formal cometido pela recorrente no preenchimento das DIPJ. A DRJ reconhece que, até o mês de setembro de 2002, a compensação entre tributos de mesma espécie prescindia de autorização administrativa e poderia ser efetuada apenas na contabilidade das empresas. Contudo, entende que a recorrente não apresentou registros fiscais e contábeis que possam demonstrar a veracidade do seu pleito. Nada obstante, não se pode negar a possibilidade de reconhecimento do crédito se os fatos narrados pela recorrente são efetivamente verdadeiros. Nesse sentido, notese que tais fatos foram apresentados (e chancelados por empresa de consultoria), já na manifestação de inconformidade, em resposta à apuração efetuada no despacho decisório da autoridade fiscal (fls. 204 a 213 do processo em papel). Esta apuração, por sua vez, teve por base informações colhidas nas DIPJ, DIRF e DARF confirmados nos sistemas da Receita Federal (cf. fls. 207). Destarte, em nenhum momento se teve acesso à contabilidade da empresa para que se confirme a efetividade desses fatos. No entanto, em seu recurso, a contribuinte alega que se alguma informação fosse considerada relevante, haveria que se determinar a realização de diligência. O artigo 29 do Decreto nº 70.235/72 (que regula o Processo Administrativo Fiscal PAF) assim dispõe: Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Considerando que os fatos narrados pela recorrente possuem verossimilhança, proponho a conversão do julgamento em diligência para que a unidade de origem adote as seguintes providências: 1) Intime a empresa a apresentar os registros contábeis que comprovam os fatos narrados nos itens 15 a 23 de sua manifestação de inconformidade (fls. 242 a 244 do processo em papel), depois repetidos em seu recurso voluntário (fls. 360 a 362 do processo em papel). 2) Verifique a efetividade dos pagamentos ou compensações das antecipações calculadas por estimativa ou das retenções na fonte que foram posteriormente apresentadas pela empresa, bem como da oferta à tributação das receitas que ensejaram as correspondentes retenções. Fl. 424DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO Processo nº 13888.002554/200730 Resolução nº 1401000.379 S1C4T1 Fl. 425 8 3) Efetue, se for o caso, nova apuração do saldo negativo do IRPJ para o ano calendário de 2002, com a necessária retroação ao anocalendário de 1999, nos moldes que havia sido feito no despacho decisório de fls. 204 a 213 do processo em papel. Devese promover ciência à recorrente acerca do relatório conclusivo e dos demais elementos eventualmente juntados na diligência, para que esta, querendo, se manifeste no prazo de 30 (trinta) dias. É como voto. Documento assinado digitalmente. Ricardo Marozzi Gregorio Relator Fl. 425DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 11/02/ 2016 por RICARDO MAROZZI GREGORIO, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTONIO BEZERRA NETO
score : 1.0
Numero do processo: 16707.001550/2006-22
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 16 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2002
Ementa:
NULIDADE DA DECISÃO. FALTA DE EXAME DE PROVAS E RAZÕES. INOCORRÊNCIA.
Apresentando o julgador com clareza os fatos e elementos de convicção que entendeu suficientes e relevantes para a conclusão do julgado, não se pode exigir e/ou não é indispensável que se manifeste sobre cada detalhe da impugnação.
PERÍCIA OU DILIGÊNCIA.
Indefere-se o pedido de perícia ou diligência quando sua realização revele-se prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora.
OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DECADÊNCIA MENSAL. INOCORRÊNCIA.
Nos casos de lançamento por homologação, em que ocorre a antecipação do pagamento do imposto, deve-se aplicar o Recurso Especial nº 973.733/SC c/c art. 543-C do CPC c/c art. 62 do RICARF, contando o dies a quo a partir da data do fato gerador, conforme prevê § 4º do art. 150 do CTN. De acordo com os arts. 2°, 10 e 11 da Lei n° 8.134/1990, a tributação do IRPF só se torna definitiva com o ajuste anual.
LIVRO CAIXA. DESPESAS DEDUTÍVEIS.
Para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda mensal, somente são dedutíveis as despesas realizadas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, devidamente comprovadas por documentação hábil e idônea.
LIVRO CAIXA. DESPESAS COM TRANSPORTE.
As despesas com transporte somente são dedutíveis no caso de representante comercial autônomo.
MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA.
Em relação aos fatos geradores acorridos até o ano-calendário de 2006, a aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo.
MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. NÃO OCORRÊNCIA.
A aplicação da multa qualificada exige que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502/1964. A divergência dos dados levantados pela fiscalização, que culminou na redução da base de cálculo do imposto de renda, independentemente do montante utilizado, por si só, não evidencia o intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do art. 44, da Lei nº. 9.430/1996.
Numero da decisão: 2201-002.926
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa isolada, bem como desqualificar a multa de ofício, reduzindo-a ao percentual de 75%.
Assinado Digitalmente
Eduardo Tadeu Farah Presidente-Substituto e Relator.
EDITADO EM: 14/03/2016
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos Cesar Quadros Pierre e Ana Cecilia Lustosa da Cruz. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Júnior (Presidente).
Nome do relator: EDUARDO TADEU FARAH
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF Exercício: 2002 Ementa: NULIDADE DA DECISÃO. FALTA DE EXAME DE PROVAS E RAZÕES. INOCORRÊNCIA. Apresentando o julgador com clareza os fatos e elementos de convicção que entendeu suficientes e relevantes para a conclusão do julgado, não se pode exigir e/ou não é indispensável que se manifeste sobre cada detalhe da impugnação. PERÍCIA OU DILIGÊNCIA. Indefere-se o pedido de perícia ou diligência quando sua realização revele-se prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DECADÊNCIA MENSAL. INOCORRÊNCIA. Nos casos de lançamento por homologação, em que ocorre a antecipação do pagamento do imposto, deve-se aplicar o Recurso Especial nº 973.733/SC c/c art. 543-C do CPC c/c art. 62 do RICARF, contando o dies a quo a partir da data do fato gerador, conforme prevê § 4º do art. 150 do CTN. De acordo com os arts. 2°, 10 e 11 da Lei n° 8.134/1990, a tributação do IRPF só se torna definitiva com o ajuste anual. LIVRO CAIXA. DESPESAS DEDUTÍVEIS. Para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda mensal, somente são dedutíveis as despesas realizadas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, devidamente comprovadas por documentação hábil e idônea. LIVRO CAIXA. DESPESAS COM TRANSPORTE. As despesas com transporte somente são dedutíveis no caso de representante comercial autônomo. MULTA ISOLADA DO CARNÊ-LEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Em relação aos fatos geradores acorridos até o ano-calendário de 2006, a aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. NÃO OCORRÊNCIA. A aplicação da multa qualificada exige que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502/1964. A divergência dos dados levantados pela fiscalização, que culminou na redução da base de cálculo do imposto de renda, independentemente do montante utilizado, por si só, não evidencia o intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do art. 44, da Lei nº. 9.430/1996.
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FALTA DE EXAME DE PROVAS E RAZÕES. INOCORRÊNCIA. Apresentando o julgador com clareza os fatos e elementos de convicção que entendeu suficientes e relevantes para a conclusão do julgado, não se pode exigir e/ou não é indispensável que se manifeste sobre cada detalhe da impugnação. PERÍCIA OU DILIGÊNCIA. Indeferese o pedido de perícia ou diligência quando sua realização revelese prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora. OMISSÃO DE RENDIMENTOS. DECADÊNCIA MENSAL. INOCORRÊNCIA. Nos casos de lançamento por homologação, em que ocorre a antecipação do pagamento do imposto, devese aplicar o Recurso Especial nº 973.733/SC c/c art. 543C do CPC c/c art. 62 do RICARF, contando o dies a quo a partir da data do fato gerador, conforme prevê § 4º do art. 150 do CTN. De acordo com os arts. 2°, 10 e 11 da Lei n° 8.134/1990, a tributação do IRPF só se torna definitiva com o ajuste anual. LIVRO CAIXA. DESPESAS DEDUTÍVEIS. Para fins de apuração da base de cálculo do imposto de renda mensal, somente são dedutíveis as despesas realizadas, necessárias à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, devidamente comprovadas por documentação hábil e idônea. LIVRO CAIXA. DESPESAS COM TRANSPORTE. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 70 7. 00 15 50 /2 00 6- 22 Fl. 1381DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 2 As despesas com transporte somente são dedutíveis no caso de representante comercial autônomo. MULTA ISOLADA DO CARNÊLEÃO E MULTA DE OFÍCIO. CONCOMITÂNCIA. Em relação aos fatos geradores acorridos até o anocalendário de 2006, a aplicação concomitante da multa isolada (inciso III, do § 1º, do art. 44, da Lei nº 9.430, de 1996) e da multa de ofício (incisos I e II, do art. 44, da Lei n° 9.430, de 1996) não é legítima quando incide sobre uma mesma base de cálculo. MULTA QUALIFICADA. EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE. NÃO OCORRÊNCIA. A aplicação da multa qualificada exige que o contribuinte tenha procedido com evidente intuito de fraude, nos casos definidos nos artigos 71, 72 e 73 da Lei nº. 4.502/1964. A divergência dos dados levantados pela fiscalização, que culminou na redução da base de cálculo do imposto de renda, independentemente do montante utilizado, por si só, não evidencia o intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada de 150%, prevista no inciso II, do art. 44, da Lei nº. 9.430/1996. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, rejeitar as preliminares e, no mérito, dar provimento parcial ao recurso para excluir da exigência a multa isolada, bem como desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah – PresidenteSubstituto e Relator. EDITADO EM: 14/03/2016 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Marcio de Lacerda Martins (Suplente Convocado), Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente Convocada), Carlos Alberto Mees Stringari, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos Cesar Quadros Pierre e Ana Cecilia Lustosa da Cruz. Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Júnior (Presidente). Relatório Trata o presente processo de lançamento de ofício relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física, anocalendário 2001, consubstanciado no Auto de Infração, fls. 03/13, pelo qual se exige o pagamento do crédito tributário total no valor de R$ 2.976.871,37, acrescido das multas de lançamento de oficio de 75% e 150% e de juros de mora, calculado até 31/03/2006. Fl. 1382DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 3 3 A fiscalização apurou, conforme “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal” (fls. 05/12): 3.1Omissão de Rendimentos Decorrentes das atividades Cartorárias, sujeitos à Multa Isolada do CarnêLeão; 3.2 Dedução Indevida da Base de Cálculo a título de Despesas do Livro Caixa; 3.3 Falta de Recolhimento do IRPF devido a título de CarnêLeão, correspondentes à omissão de rendimentos descrita no item 1 e às glosas efetuadas no Livro Caixa. Cientificado do lançamento, o contribuinte apresenta impugnação alegando, conforme se extrai do relatório de primeira instância, verbis: PRELIMINAR DE DECADÊNCIA DOS FATOS GERADORES OCORRIDOS DE JANEIRO/2001 A ABRIL DE 2001 I que se a lei determina que o contribuinte se obriga a efetuar o recolhimento mensal do imposto, sob a denominação de carnê leão, sem prévio exame da autoridade administrativa e sob sua exclusiva responsabilidade, logo, é de se concluir que se trata de lançamento por homologação, a que se refere o art. 150, parágrafo 4º do Código Tributário Nacional e sendo assim, para os fatos geradores ocorridos nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril de 2001, a extinção do direito de revisão dos lançamentos correspondentes aos referidos períodos, ocorreu, respectivamente em 31/01/2006, 28/02/2006, 31/03/2006 e 30/04/2006, uma vez que a ciência do lançamento somente ocorreu em 03 de maio de 2006; II Aduz que, por via de conseqüência, as infrações descritas no Auto de Infração, bem como as respectivas multas aplicadas, incidentes sobre os valores caracterizados como sendo de fatos geradores ocorridos nos meses referenciados, estão, também, alcançados pelo instituto da decadência e cita o art. 78 da Lei nº 4.502, de 30/11/1964, segundo o qual, o direito de impor penalidade extinguese em cinco anos, contados da data da infração. III Cita e transcreve jurisprudência administrativa para embasar a sua tese. IMPROCEDÊNCIA DA MULTA AGRAVADA (150%). AUSÊNCIA DE PROVA INCONTESTE DO EVIDENTE INTUITO DE FRAUDE I cita e transcreve a legislação aplicada no Auto de infração, no caso, o art.44, inciso II, da Lei nº 9.430, de 1996, para concluir que a multa de 150% somente se aplica, nos casos de evidente intuito de fraude, consoante definição contida nos artigos 71, 72 e73 da lei nº 4.502, de 1964; Fl. 1383DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 4 II ressalta que a auditora fiscal não apontou o dispositivo legal infringido, para fins de definição do suposto crime cometido, o que configura cerceamento do direito de ampla defesa, lhe impossibilitando atacar, com precisão, a acusação não tipificada nos autos; III entende que as definições legais de sonegação e fraude contêm, como elementos essenciais à sua tipificação, a ação ou omissão dolosa e tece considerações sobre as definições de dolo, argüindo que, para a sua caracterização, é necessário estarem presentes o propósito deliberado, a vontade consciente e a ação material do contribuinte visando o seu benefício tributário e a evasão fiscal, exemplificando como tal, os casos de utilização de notas frias, calçadas, contrafatadas ou dublês (notas fiscais inidôneas), recibos graciosos e outros; IV aduz que em todos os exemplos acima enumerados, não existem dúvidas de que o contribuinte teve a intenção deliberada de ocultar do fisco os ganhos sujeitos à tributação, mediante a utilização de artifícios, propositadamente desonestos exemplificando, para se ter a noção da diferença, que na hipótese de falta de comprovação da origem de recursos depositados em contas bancárias, mantidas em nome do contribuinte, o Conselho de Contribuintes tem decidido que “se trata de simples presunção de omissão de receitas”, sendo inadmissível a aplicação da multa agravada. Entretanto, se o contribuinte mantiver recursos depositados, em nome de laranjas ou terceiros, obviamente, tem cabimento a multa de 150%, porquanto presente a intenção dolosa da pretensão de ocultação dos fatos, ou seja, da omissão de rendimentos; V acrescenta que na hipótese dos autos, não existem provas de que tenha havido, por parte do impugnante, qualquer ação ou omissão dolosa, no sentido de ocultar ao fisco rendimentos tributáveis, ao contrário, o lançamento foi efetivado com base em mera presunção de omissão de rendimentos tendo como suporte uma informação do Tribunal de Justiça de que “os emolumentos foram recebidos na exata proporção de 5 vezes o valor pago ao FDJ”, tendo essa mesma presunção sido considerada, pelo próprio Tribunal de Justiça, como não condizente com a verdade, o que originou uma retificação dos termos do Ofício citado no Auto de infração (fl.29), pelos do Ofício nº 59/2006 –FDJ/TJ, de 25/05/2006, cuja cópia está sendo anexada ao processo; VI considera que a fiscalização se limitou a enquadrar o contribuinte em suposto crime, não identificando com precisão, circunscrevendose a acusação a mera assertiva, de cunho pessoal, quando, no subitem 1.4, de fl. 07, afirmou “que ficou evidente o intuito de sonegação e de fraude, tentando driblar o fisco”; VII busca amparo na jurisprudência administrativa do Conselho de Contribuintes do MF e da Câmara Superior de Recursos Fiscais, segundo a qual, para que seja aplicada a multa agravada, devem existir provas incontestes da ação dolosa do contribuinte, exercida com evidente intuito de fraude, transcrevendo Acórdãos sobre o assunto; Fl. 1384DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 4 5 VIII destaca a Portaria nº 4, do Conselho de contribuintes, publicada no DOU de 23/05/2006, relativamente ao Enunciado nº 15, que considera que “a simples apuração de omissão de receita, por si só, não autoriza a qualificação da multa de ofício, sendo necessária a comprovação do evidente intuito de fraude do sujeito passivo.”. da improcedência e da ilegalidade da cobrança cumulativa de multa isolada sobre a mesma base de cálculo I contesta a exigência concomitante da multa isolada e da multa de ofício, sob a alegação de que se trata de dupla incidência de penalidade sobre a mesma infração, o que , no seu entender , não é admissível; II cita e transcreve Acórdãos do conselho de Contribuintes sobre o assunto e conclui, que, pela unanimidade desses Acórdãos, é ilegal, ilegítima e incabível a aplicação concomitante, sobre a mesma base de cálculo, de duas multas, que, somadas, equivalem a 300% do valor do tributo cobrado e requer a improcedência da multa isolada aplicada no presente Auto de Infração. da improcedência das glosa das despesas escrituradas no livro caixa I Impugna a glosa das despesas acima referidas, sob a alegação de que os gastos glosados se revestem de características de necessidade à percepção dos rendimentos, pois correspondem a despesas de locomoção dos seus empregados, em motos de sua propriedade, com vistas à realização das intimações aos devedores, que são atribuições inerentes à sua atividade e junta declarações firmadas pelos estafetas por ele nominados, com cópias da 1ª página da CTPS para atestar a sua condição de funcionários, no cargo de mensageiros; II justifica a quantidade de funcionários para tal função, pela quantidade de títulos recebidos para protesto, no ano de 2001, de mais de 70.000, conforme documentos anexados aos autos; III aduz que todas as Notas Fiscais emitidas pela empresa POTIGUAR VEÍCULOS LTDA, revendedor HONDA, se referem a autênticos gastos com as motos do Cartório, por ele discriminados (fl.314), bem como as Notas Fiscais emitidas pela empresa “FLOR & CIA LTDA”, relacionamse a gastos com gasolina e óleo para Motos, também discriminadas (fl.315); IV ressalta que as motos supracitadas foram objeto de registro na Declaração de Bens e Direitos integrante da Declaração de Ajuste anual/2002, conforme cópia anexada ao processo pela fiscalização, à fl.25; V esclarece que os documentos emitidos por “ARPLAN ENGENHARIA TÉRMICA LTDA.”, se referem a serviços de manutenção, instalação , revisão e substituição de peças no Fl. 1385DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 6 sistema de ar condicionado instalado no Cartório, conforme Notas Fiscais discriminadas à fl.316; VI quanto às demais despesas glosadas, essas também se revestem de despesas necessárias, porquanto aplicados no Cartório, tais como, lixeiras, detector de notas falsas, materiais elétricos como lâmpadas, confecção de unbuttons, de letreiros, etc, conforme Notas Fiscais anexadas às fls.122/136 do processo. VII Requer o restabelecimento das deduções das despesas referenciadas. DA INSEGURANÇA, ILIQUIDEZ E INCERTEZA DO LANÇAMENTO. AUTO DE INFRAÇÃO LAVRADO COM BASE EM PRESUNÇÃO I contesta a apuração das receitas omitidas, apontadas no Auto de infração, por ter sido esta baseada em informações prestadas, através do ofício de fl.29, relacionadas ao recolhimento do FDJ, sob a alegação de que tais informações são inverídicas e distorcidas e trazendo aos autos os Ofícios 59/2006 e 60/2006 – FDJ/TJ, de 25 e 26/05/2006, cópias anexadas, nos quais são retificadas, em parte, as referidas informações, uma vez que ressalva os casos em que o tabelião pratique atos de renúncia à sua remuneração quando julgar conveniente, desde que repasse a parte referente ao FDJ; II cita e transcreve o artigo 27, da Lei Estadual nº 7.088, de 9/12/1997, que dispõe sobre as Custas Judiciais e Valores dos Serviços Notariais e de Registro no Estado do Rio Grande do Norte, onde é prevista a renúncia supracitada, bem como os artigos 5º e 6º, da Medida Provisória nº 1.638, de 14/1/1998, que determinam que os emolumentos devidos ao Tabelião de protesto, quando o devedor for microempresa ou empresa de pequeno porte, não excederão a 1% do valor do título, observado o limite máximo de R$ 20,00; III acrescenta que as tabelas de preços fixados pela Portaria nº 01/00CJ/TJ/RN, de 17/01/2000, para os protestos de títulos, se modifica, quando se trata de empresa integrante do SIMPLES, demonstrando tais valores, às fls.327 e 328, bem como os percentuais do FDJ incidente sobre tais preços, para concluir que mais uma vez houve um equívoco na informação prestada pela Diretora de Planejamento e Orçamento do Tribunal de justiça do RN, mesmo afirmando que, em regra, “o valor do FDJ representa 20% do valor dos emolumentos” e que “ a receita do Cartório representa 5 vezes o valor da FDJ”; IV aponta, ainda, como terceiro motivo da inverdade das frases contidas nos Ofícios pré falados, que a Lei nº 10.169/2000, em seu art. 3º, inciso IV, veda a cobrança de emolumentos em decorrência da prática de ato ou retificação, em razão de erro imputável aos respectivos serviços notariais e de registro e alega que nessa hipótese, o Cartório consignou, nos livros próprios, o ato retificador, recolhendo o FDJ respectivo, mas se absteve de cobrar os emolumentos, por impedimento legal; Fl. 1386DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 5 7 V cita exemplos e junta Certidões passadas e declarações de dispensa de emolumentos referentes ao 1º Ofício; VI entende haver apresentado uma pequena amostra de atos, como prova da falsidade da assertiva da Diretora do TJ, constantes dos Ofícios de nº 36/2002 e 59/2006; VII lembra que, por motivos óbvios, essas provas se circunscreveram a fatos intimamente e diretamente relacionados ao conhecimento privativo do titular do Cartório e ressalva que tais exemplos constituemse em provas meramente exemplificativas, e, portanto, não exaustivas, as quais, no seu entender, servem para comprovar a falsidade da acusação imposta ao contribuinte e descrita no Auto de infração, de que a Receita do Cartório é igual a 5 vezes o valor do FDJ; VIII aduz que o motivo dessa ressalva se prende ao universo dos atos praticados pelo Cartório, que no ano de 2001, totalizam mais de 85.000, e que tal ressalva constituise em ponto fundamental, para a discussão, de temas relacionados ao ônus da prova e à segurança, liquidez e certeza do lançamento; IX tece considerações sobre o ônus da prova e as presunções legais e humanas, citando ensinamento de Luciano Amaro, em seu Livro in Direito Tributário Brasileiro, Editora Saraiva, 11ª edição, pág. 274, sobre o assunto; X cita ainda e transcreve, jurisprudência do Conselho de Contribuintes que trata da inversão do ônus da prova, na presunção exlege; XI aduz que no caso das presunções humanas, o ônus da prova cabe a quem acusa, impondose, assim ao agente fiscalizador promover as devidas e necessárias investigações, com o escopo de provar, com segurança, a ocorrência do fato gerador, recorrendo ainda, à jurisprudência do Conselho de Contribuintes, que trata do assunto; XII entende que, após a lavratura do Auto de Infração surgiram fatos novos, por meio dos quais foi confirmada a inveracidade da presunção utilizada no lançamento, tanto pelo Tribunal, quanto pelas provas apresentadas pelo impugnante, de forma que a receita do cartório não é igual a 5 vezes o FDJ e que nenhum fato novo foi acrescentado, tendo como conseqüências os seguintes pontos: a) não prevalecendo a única verdade do lançamento e cabendo ao Fisco o ônus da prova acusatória, restam, apenas, incerteza, dúvida e insegurança do lançamento diante da impossibilidade de determinação do quantum tributável; b) em sendo o lançamento um ato plenamente vinculado, nos termos dos artigos 3º e 142 do CTN, não pode o mesmo prevalecer, se não contiver os requisitos essenciais de certeza e segurança, sendo esse posicionamento confirmado pelo Fl. 1387DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 8 Conselho de Contribuinte nos Acórdão ora transcritos e cópias anexas; XIII requer, pelo exposto, a declaração da insubsistência do lançamento, diante da impossibilidade de determinação pelo Fisco do quantum tributável. dos rendimentos pagos por pessoas jurídicas. exclusão da tributação prevista no art.106 do rir/99 I interpreta que, de acordo com o disposto no art.106, inciso I do RIR/99, indicado no Auto de Infração como dispositivo infringido, se sujeitam ao pagamento mensal do imposto, exclusivamente, as pessoas físicas que receberem de outras pessoas físicas ou de fontes situadas no exterior, e desde que os rendimentos não tenham sido tributados na fonte; II conclui, assim, que os rendimentos de Cartório somente estarão sujeitos ao carnêleão, se pagos por pessoas físicas ou de fonte no exterior, não se subordinando ao carnêleão os rendimentos pagos por pessoas jurídicas, por absoluta falta de previsão legal. III requer, por conseguinte, a exclusão dos valores respectivos, bem como a efetivação de novos demonstrativos, tanto do tributo, quanto dos juros e das multas incidentes. da caracterização de força maior prevista no art.16 do decreto nº 70.235/72 I invoca as regras contidas no art.46 da Lei nº 8.935, de 18/11/1994 (Lei dos Notários e dos Registradores) por ele transcrito, para alegar a sua impossibilidade e impedimento de juntar à presente impugnação qualquer livro, ou sequer documento do acervo do Cartório e ainda a impossibilidade de produção de mais de 85.000 provas, correspondentes atos praticados pelo Cartório no ano de 2001; II requer, assim, a caracterização dos fatos acima como motivo de força maior, consoante previsão contida no § 4º, “a”, do art.16 do Decreto nº 70.235, de 1972 que transcreve. O processo em apreço foi convertido em diligência pela 1ª Turma de Julgamento, sendo emitida a Resolução nº 503, de 25 de agosto de 2006, nos seguintes termos, verbis: Da análise da impugnação descrita, bem como dos fatos levantados pelo contribuinte, aliados às informações contidas no Ofício de fls.474, bem como à determinação contida nos artigos 5º e 6º, da Medida Provisória nº 1.638, de 14/1/1998, segundo os quais, os emolumentos devidos ao Tabelião de protesto, quando o devedor for microempresa ou empresa de pequeno porte, não excederão a 1% do valor do título, observado o limite máximo de R$ 20,00, proponho, para melhor deslinde da questão, e com base no art. 18 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que seja devolvido o presente processo à DRFNatalRN, para que sejam diligenciados junto ao Cartório de 1º Ofício de Notas de Natal – RN, CNPJ nº 08.523.631/000105, os seguintes pontos: Fl. 1388DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 6 9 1 Quantos títulos protestados no referido Cartório se referem à microempresa ou empresa de pequeno porte, ou empresas devedoras optantes do SIMPLES, no anocalendário de 2001, e quais os valores cobrados por esses serviços, devidamente escriturados no Livro Caixa, bem como o valor total dos FDJs correspondente a tais serviços; 2 Quantos atos retificadores foram efetivados pelo referido Cartório, no anocalendário de 2001, em decorrência de erros praticados pelo próprio Cartório, na execução dos serviços notariais e de registro, uma vez que o impugnante alega haver consignado tais atos em livro próprio, sem a cobrança dos emolumentos, conforme determina a Lei nº 10.169/2000, em seu art. 3º, inciso IV e quais os FDJs correspondentes; 3 Verificar, nos livros próprios, a existência dos serviços notariais e de registro informados nas declarações de fls.484/499 e se há algum registro de dispensa dos emolumentos correspondentes, ou promover outro tipo de averiguação que achar necessário; 4 Por fim, caso confirmada a existência dos atos enumerados nos itens 1 e 2 acima, proceder, ainda com base nos valores dos FDJs recolhidos pelo Cartório, à nova apuração dos rendimentos decorrentes das atividades cartorárias, desta feita, considerando os valores relacionados aos emolumentos cobrados na forma determinada pelos arts. 5º e 6º, da Medida Provisória nº 1.638, de 14/1/1998 (item 1), nos meses correspondentes, e promovendo, igualmente, nos meses correspondentes, a exclusão dos valores relacionados aos atos retificadores aludidos no item 2; 5 Devolver o prazo ao contribuinte, para que este tome ciência dos novos fatos e apresente as razões que achar necessárias, remetendo posteriormente o presente processo a esta Delegacia da Receita Federal de Julgamento para prosseguimento. Relativamente à diligência proposta, reproduzo a informação constante do relatório da autoridade julgadora de primeira instância, verbis: 9.1. em 26.02.2007 foi emitido o Termo de Intimação Fiscal fls.558, no qual foi solicitado ao contribuinte que este informasse/comprovasse: 1 Quantos títulos protestados no referido Cartório se referem a Microempresa ou empresa de pequeno porte, ou empresas optantes do Simples, no anocalendário de 2001, e quais os valores cobrados por esses serviços, devidamente escriturados no Livro Caixa, bem como o valor total dos FDJs correspondente a tais serviços; 2 Quantos atos retificadores foram efetivados pelo referido Cartório, no anocalendário de 2001, em decorrência de erros praticados pelo próprio Cartório, na execução dos serviços notariais e de registro, uma vez que o impugnante alega haver consignado tais atos em livro próprio, sem a cobrança dos Fl. 1389DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 10 emolumentos, conforme determina a Lei nº 10.169/2000, em seu art. 3º, inciso IV e informar os valores correspondentes aos FDJs; 3 Apresentar os livros próprios, onde foram efetuados os registros de dispensa dos emolumentos inerentes ao Cartório. 9.2. Em resposta, o contribuinte, em sua correspondência datada de 06.03.2007, solicita a prorrogação do prazo, por escrito, compatível com a extensão e complexidade dos serviços, nunca inferiores a 6 (seis) meses esclarece que mesmo com a dilatação do prazo está ciente e consciente dos entraves intransponíveis na obtenção de algumas informações, das dificuldades inerentes a natureza de outras, tudo consoante já exposto na sua impugnação, itens 57/58 do Título nº 5 e nos itens 4/8 do Título 7 da impugnação, que transcreve; 9.3. Em relação ao pedido de prorrogação acima, foi elaborado o Termo de Constatação Fiscal de fls.561/562, recebido pelo contribuinte em 23.03.2007, no qual lhe foi concedida a prorrogação de prazo por um período de 90 (noventa) dias a contar daquela data, nas condições de que fosse remetido à fiscalização, quinzenalmente, os dados obtidos/coletados, devidamente comprovados, referente aos itens 1 a 3 solicitados no Temo de Intimação de fls.558; 9.4. O contribuinte, então, em 09.04.2007, apresentou as 15 folhas numeradas de 1/15, documentos de fls.587 a 602, contendo relação de parte dos títulos apresentados para protesto, no ano de 2001, referentes a microempresas e empresas do Simples, a que se refere a MP 1.638/1998, arts.5º e 6º e ao item 1 do Termo de Intimação e esclarece que o FDJ corresponde a 0,9% do valor dos títulos; 9.5. Ao analisar a documentação acima, verificouse que nas planilhas não constavam, o nome do Livro, a data do registro do título e o nº da folha onde foram efetuados os respectivos registros, não atendendo, então ao solicitado no Termo de Constatação de fl.605, no qual foram solicitados esses dados, bem como a disponibilização desses livros (de registro dessas operações) para uma possível diligência/conferência por parte da fiscalização; 9.10. Em 17.05.2007 foi efetuada a diligência no 1º Cartório de Notas, sendo disponibilizado à fiscalização o Livro de Apontamentos de Protestos e Títulos, no qual foi conferido, por amostragem, o mês de maio de 2001, sendo constatado que os registros foram lançados no referido livro pelo valor integral dos serviços efetuados no Cartório, não existindo, sequer, prova dos descontos concedidos às microempresas ou empresas de pequeno porte ou optantes do Simples; 9.11. quanto aos valores cobrados mo mês de maio de 2001, foi constatado que tais valores referemse a um controle recente que o contribuinte elaborou após o recebimento do Termo de Intimação datado de 26.02.2007, não possuindo, portanto, prova dos valores efetivamente cobrados/recebidos, nem a devida escrituração no Livro Caixa; Fl. 1390DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 7 11 9.12. na tentativa de provar que os serviços foram lançados pelo valor integral dos títulos, foi elaborada, em 17.05.2007 o Termo de Comparecimento, fls.705, no qual foi solicitado o fornecimento, pelo contribuinte, de diversas cópias do Livro de Apontamentos de Protestos e Títulos nº 107(correspondente ao mês de maio/01), especificando os dias e as folhas cujas cópias foram solicitadas, tendo o contribuinte respondido que estava impossibilitado de fornecer tal documentação, em face de impedimento constante do art.46 da Lei Federal nº 8.935, de 18.11.1994; 9.13. foi então expedido, pelo DRF Natal, o Ofício nº 324/DRF NAT/Gabin endereçado ao Corregedor do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte, no qual foi solicitado providências, no sentido de notificar o Cartório de 1º Ofício de Notas de Natal para fornecer a documentação supracitada, sendo então emitida sentença pelo Juiz de Direito da 19ª Vara Cível da Comarca de Natal no sentido de que a “serventia extrajudicial destacada exiba em Cartório documentação referenciada, permitindo a extração de tantas cópias quanto desejar a Administração Tributária que deve, na forma do art.46 da Lei nº 8.935/1994, aprazar dia e hora para a realização da fiscalização; 9.14. em 05.09.2007, foi lavrado o Termo de Retenção do Livro de Apontamento de Protestos e Títulos de nº 10, fls.938, após o que foi elaborado o Termo de Diligência Fiscal/Solicitação de Documentos, fls.978, no qual foram solicitados os seguintes elementos: a identificação dos valores recebidos correspondentes aos títulos protestados referentes às Microempresas ou empresas de pequeno porte ou optantes do Simples, uma vez que no Livro Caixa do anocalendário de 2001, anexado ao presente processo, fls.36 a 47, constam lançamentos mensais englobando todos os recebimentos pelos serviços prestados pelo Cartório; a apresentação dos livros do Cartório, correspondentes ao ano calendário de 2001, onde foram registrados os atos retificadores em decorrência de erros praticados pelo próprio Cartório na execução dos serviços notariais e de registro e onde consta a dispensa dos emolumentos, uma vez que o impugnante alega haver consignado tais atos em livro próprio; 9.15. em atendimento ao Termo de Diligência precitado, o contribuinte apresentou diversas planilhas com os respectivos livros onde constam os lançamentos (fls.981 a 1004), e após a sua conferência a fiscalização elaborou os seguintes demonstrativos, nos quais foram especificados os dados das referidas planilhas: 1Relação dos títulos para protesto sem que os portadores tenham comparecido para efetuar o pagamento dos emolumentos, porém com o recolhimento do FDJ (fls.981/992), segundo alega o contribuinte. (...) Fl. 1391DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 12 9.16. Os valores acima relacionados foram devidamente conferidos com os livros do Cartório, devendo tais valores ser considerados e abatidos da base de cálculo cujo montante anual importou em R$ 22.393,71, correspondentes à soma dos três demonstrativos acima; 9.17. com relação a solicitação do item 1 do termo de Diligência emitido em 13.09.2007, fls.978, (a apresentação dos livros do Cartório, correspondentes ao anocalendário de 2001, onde foram registrados os atos retificadores em decorrência de erros praticados pelo próprio Cartório) o contribuinte afirma que não tem condições de especificar/provar, vez que os valores recebidos foram lançados mensalmente no Livro Caixa, não existindo, neste livro, o detalhamento dos valores recebidos, por tipo de serviço, valendo esclarecer que para esse tipo de desconto não existem livros que comprovem o efetivo recebimento e o valor recolhido ao FDJ, assim como existem os livros que foram apresentados referentes aos emolumentos não cobrados/recebidos, sob os quais foram recolhidos os FDJ; 9.18, portanto, é de se concluir que não existe prova do efetivo recebimento com os devidos descontos concedidos às microempresas ou empresas de pequeno porte ou optantes do Simples, no anocalendário de 2001, devidamente registrados em livro próprio. Os valores constantes das planilhas apresentadas pelo contribuinte não foram comprovados através de registro em livros próprios ou no registro do Livro Caixa. Cientificado do resultado da diligência, o contribuinte apresenta a impugnação, fls. 1.040/1.078, alegando, verbis: 1 dos títulos apontados contra empresas beneficiadas pelo disposto na mp nº 1.368, de 14/01/1998 I que no Livro de Apontamentos de Protestos e Títulos a que se refere a Auditora Fiscal não poderia existir os registros relativos a emolumentos do Cartório e nem a taxa do FDJ, mesmo porque esse livro não se presta a tais registros, mas apenas contempla uma relação nominal de cada título, segundo ordem cronológica de entrada dos mesmos, com suas especificações, incluindose, por motivos óbvios, na última coluna, o valor de cada título, tendo assim, a Auditora confundido o valor nesta registrado, como sendo valor cobrado pelos emolumentos II que a verificação da assertiva acima, pode ser feita pelo simples cotejo das quantias do livro de apontamentos, que exemplifica, as quais ultrapassam ao valor máximo de cobrança pelo Cartório; III que, assim, se a lei não obriga os cartórios de protesto a efetuar tais registros no livro de Apontamentos, não cabe à fiscalização alegar sua exigência, porquanto inteiramente descabida; IV que não obstante, requer desse órgão julgador seja apontado o ato que definiu tal obrigação; V que não é verdadeira a afirmação da Auditora Fiscal de que “o contribuinte afirma que não tem condições de Fl. 1392DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 8 13 especificar/provar, vez que os valores recebidos foram lançados mensalmente no Livro Caixa”, uma vez que não existe qualquer pronunciamento do impugnante que confirme as palavras da fiscal nas folhas seguintes ao Termo de fl.978; V que na fase preparatória da fiscalização apresentou à fiscalização o seu Livro Caixa, no qual os registros foram efetivados pelos totais recebidos, mês a mês, sem que houvesse discriminação, por espécie de serviço, tendo a fiscalização aceito o citado livro na forma como foi escriturado, sem nenhuma objeção, concluindo, assim, que fiscal assumiu todo o risco dos seus atos quando optou por efetuar o lançamento, tendo por base, única e exclusivamente, uma presunção decorrente de equação matemática assim definida: b + 5 x a (b= receita do cartório; a= FDJ recolhido); VI que agora não cabe à fiscalização, depois de haver acatado os registros do Livro Caixa e tributado como renda não declarada os valores calculados na forma acima, o direito de exigir detalhamentos, como muito maior razão, não lhe cabe atribuir, como infração, nem mesmo como elemento imprescindível, na análise dos fatos relacionados às microempresas; VII que diante do exposto requer seja descartada e desconsiderada, quando do julgamento deste processo, a premissa de falta de comprovação do cumprimento da lei, relativamente aos emolumentos cobrados de ME/EPP/Simples, pelo fato de o impugnante não haver apresentado a discriminação das receitas auferidas no Livro Caixa; VIII que, entretanto, esse detalhamento está inserido nos autos, nas planilhas enviadas à fiscalização de fls.588 a 937, nos quais estão contidos, separadamente os seguintes elementos: nome da microempresa, EPP e empresa do Simples; valor do título; valor dos emolumentos, no percentual de 4,5%, valor dos emolumentos cobrados por ME, à razão de 1% do valor do título, limitados a R$ 20,00 e valor da diferença dos emolumentos não recebidos; IX que, assim, para a fiscalização alcançar o seu intento, não havia necessidade de intimar o contribuinte, porquanto todos os dados constantes do item 1 da Intimação de fls.978 se acham claramente detalhados no processo; X que em suma, todos os argumentos expostos pela fiscalização para não aceitar, como válidos, os emolumentos cobrados de ME, foram contestados, de forma irretorquível, nos itens precedentes, razão pela qual requer sejam desconsideradas as conclusões do relatório fiscal e aceitos os valores constantes das planilhas de fls.588/937, retificandose os valores lançados, cuja cobrança tem respaldo em lei. 2.Da omissão da apreciação quanto aos documentos acostados à impugnação Fl. 1393DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 14 I que foi solicitado pela DRJ Recife, no item 3 da Resolução de fl.554, que fosse efetivada a seguinte diligência: “ Verificar, nos livros próprios, a existência dos serviços notariais e de registro informados nas declarações de fls.484/499 e se há algum registro de dispensa dos emolumentos correspondentes, ou promover outro tipo de averiguação que achar necessário”. II que examinando as intimações lavradas pela Auditora, em obediência à supracitada determinação (Termos de fls. 558 e 561), verificase que nestes não foi incluída qualquer referência às declarações de fls.484/499, bem como no relatório de Diligência de fls. 1007 a 1014, pois neste somente existe referência aos documentos de fls.981 a 992 a 994; III que merece destaque o documento firmado pela empresa Editora O Diário S/A, de fl.499, onde está declarado que esta ficou isenta do pagamento de taxas e emolumentos correspondentes aos protestos de 251 títulos de diversos devedores, totalizando R$ 216.292,47, no ano de 2001, não tendo sido formalizada nenhuma exigência pela fiscalização, relativamente ao mesmo, apesar da determinação expressa dessa repartição, para a realização de diligência, com relação a este e aos demais documentos retro mencionados e nem realizada nenhuma diligência na referida empresa para a confirmação da veracidade dos termos da declaração anexada aos autos; IV que a citada omissão constitui cerceamento ao direito de ampla defesa, consoante jurisprudência já consagrada pelo Conselho de Contribuintes que deixa de anexar diante dos repetitivos acórdãos a respeito do assunto. 2Da exigência sem amparo legal de registro em livros próprios ou no livro Caixa, dos emolumentos dispensados ou dos descontos concedido às ME/MPP/Empresas do Simples I que a fase de diligência não comporta exigências, que por ocasião do processo fiscalizatório não foram formalizadas, por omissão, equívoco ou negligência do agente fiscal, competindo somente a este o trabalho de realização de diligências; II que as exigências de apresentação de demonstrativos e /ou registros devem estar amparadas em ato legal, segundo o inciso II do art.5º da Constituição Federal, segundo o qual ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; III que diante do exposto requer o julgamento da improcedência do lançamento, face à sua fragilidade, face às exigências ilegais na fase de diligência e face à incerteza do auto lavrado, considerando que o suporte matemático da autuação, foi declarado inválido, inconsistente e desprovido de fundamento. 3Do insucesso das investigações efetivadas pela DRFNatal junto ao TJ/RN I que o Delegado da Receita Federal em Natal, à fl. 564, oficiou o Presidente do Tribunal de Justiça do Estado, solicitando Fl. 1394DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 9 15 esclarecimentos quanto aos reais valores recolhidos ao FDJ, principalmente nos casos de renúncia à sua arrecadação e a obrigatoriedade de recolhimento integral do FDJ, e também, nos casos de prejuízo em relação à microempresa; II ressalta que em nenhuma hipótese houve prejuízo, pois são cobrados o FDJ mais emolumentos, esses últimos calculados à razão de 1% do valor do título, limitados a R$ 20,00, tendo o Tribunal de Justiça respondido acertadamente, limitandose a entregar os dispositivos legais que regem a matéria o que comprova que esses dispositivos relativos às microempresas, foram cumpridos, à risca por ele (o contribuinte), conforme comprovado pelos registros individualizados constantes das planilhas remetidas, de fls. 588/937, requerendo, mais uma vez, a exclusão dos valores consignados naqueles demonstrativos. 4 Das dificuldades e /ou impossibilidade de obtenção das provas. Da insegurança, iliquidez e incerteza do lançamento. I que, conforme já dito na sua primeira impugnação, foi confirmada a inveracidade da presunção utilizada no lançamento, tanto pelo Tribunal, quanto pelas provas apresentadas que a receita do Cartório não é igual a 5 vezes o FDJ e que nenhum fato novo foi acrescentado e, assim, não prevalecendo a única verdade do lançamento e cabendo ao fisco o ônus da prova acusatória, restam apenas, incertezas, dúvidas e insegurança do lançamento, diante da impossibilidade do quantum tributário, o que torna imprescindível formular os seguintes questionamentos, a serem respondidos pela Delegacia de Julgamento: a) por que a Fiscal se valeu de premissa falsa para embasar o lançamento? b) por que a Auditora utilizou uma equação matemática, de forma exclusiva e única, para lavrar o Auto de infração? c) por que a Fiscal não promoveu investigações complementares e adicionais, para certeza e liquidez do lançamento? d) por quais motivos a Fiscal não exigiu, quando dos 451 dias de investigação, detalhamentos necessários à convicção da segurança do lançamento e se omitiu quanto ao conhecimento das normas legais que, de forma expressa, desconstituíam a equação matemática utilizada na lavratura do Auto de Infração? e) por quais motivos e qual a norma legal, a Fiscal pretendeu atribuir ao contribuinte, somente nesta fase de diligência, encargos que somente a ela competiam, e somente na fase da fiscalização? f) podese imputar ao contribuinte culpa ou responsabilidade por atos omissivos do agente fiscal? Fl. 1395DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 16 II que, assim cabe a Delegacia de Julgamento o dever de responder a esses questionamentos, evidenciando as normas legais pertinentes para cada uma delas; III que não obstante esses questionamentos, continuará contatando o maior número de clientes, com vistas à confirmação dos valores pagos pelos usuários dos serviços do Cartório, no ano de 2001; IV que um grande número de microempresas já não mais existe ou não foi localizada no endereço, ou não mais dispõe de documentação pertinente ao ano de 2001, ou simplesmente deixaram de funcionar conforme atestam as reportagens que anexa; Da remessa de novas provas I que anexa para comprovação da renúncia dos emolumentos já referenciada no item 18 da sua impugnação de fls.326/327, onze declarações de empresas que enumera, nas quais são confirmadas as dispensas desses e requer a exclusão do lançamento dos valores correspondentes a esses serviços, cuja percepção de emolumentos inexistiu; II que tornase necessária, no entanto, seja realizada diligência para identificação e quantificação desses atos, com vistas à exclusão das quantias respectivas que foram objeto de dispensa., o que requer desde já. 11. Posteriormente, na data de 25/03/2008, o contribuinte ingressou, junto à DRFNatal, com o requerimento de fls.1.116 a 1.121, dirigido à autoridade julgadora, no sentido de que sejam acostados os documentos anexos (fls.1.122 a 1.142) e reitera o pedido de diligência já efetivado na impugnação de fls. 1.040 a 1.078. A 2ª Turma da DRJ em Recife/PE julgou parcialmente procedente a impugnação, conforme ementas abaixo transcritas: DECADÊNCIA. O dies a quo da contagem do prazo decadencial para a Fazenda proceder ao lançamento relativamente ao imposto de renda das pessoas físicas, em se tratando de rendimentos sujeitos ao ajuste anual recebidos no anocalendário, e tendo havido o pagamento do imposto devido, seja por meio da declaração de ajuste anual, seja por antecipação do pagamento do imposto pelo recolhimento a título de “carnêleão” ou “mensalão”, ou mediante retenção do imposto pela fonte pagadora, tem início na data de ocorrência do fato gerador, ou seja, em 31 de dezembro do respectivo anocalendário. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. No chamado lançamento por homologação, a autoridade tem cinco anos para homologar o pagamento antecipado pelo contribuinte, contados a partir do fato gerador da obrigação, exceto nos casos em que for comprovado dolo , fraude ou simulação, em que o dies a quo é remetido para o art. 173 do Fl. 1396DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 10 17 Código Tributário Nacional, uma vez que o ato da autoridade deixa de ser meramente homologatório para se tornar lançamento de ofício, conforme determinado pelo art.149, VII, do mesmo diploma legal. OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS. EMOLUMENTOS E CUSTAS DE SERVENTURÁRIO DA JUSTIÇA. APURAÇÃO DOS VALORES. É lícito ao Fisco apurar os valores recebidos a título de emolumentos e custas por tabelião tomando por base documentos idôneos expedidos pelo Cartório, mormente quando estes apontam valores muito superiores àqueles consignados no Livro Caixa e o contribuinte não apresenta à fiscalização, quando da realização de diligências, provas cabais e numéricas quanto as receitas por este alegadas como inexistentes. OMISSÃO DE RENDIMENTOS BASE DE CÁLCULO. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou reticentes as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. TITULARES DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO. LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. DESPESAS DE CONSUMO. Os Titulares dos Serviços Notariais e de Registro somente podem deduzir no livro Caixa os valores relativos a despesas de consumo que sejam necessárias à percepção do rendimento e à manutenção da fonte produtora e que estejam relacionadas com a atividade profissional exercida. GASTOS COM APLICAÇÃO DE CAPITAL. INDEDUTIBILIDADE. Não são dedutíveis as aplicações de capital, correspondentes aos dispêndios com aquisição de bens necessários à manutenção da fonte produtora, cuja vida útil ultrapasse o período de um exercício, e que não sejam consumíveis. LIVRO CAIXA. DEDUÇÕES. DESPESAS COM TRANSPORTE. As despesas com transporte somente são dedutíveis se forem efetuadas por representante comercial autônomo, e desde que corram por conta destes. MULTA ISOLADA. FALTA DE RECOLHIMENTO DO CARNÊ LEÃO. Relativamente aos rendimentos recebidos a partir de 1º de janeiro de 1997, é cabível a exigência da multa isolada de ofício Fl. 1397DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 18 incidente sobre a parcela do valor do imposto mensal devido a título de carnêleão e não recolhido. MULTA DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO.APLICADA ISOLADAMENTE.CARNÊLEÃO. RETROATIVIDADE DA PENALIDADE MAIS BENIGNA. Com o advento da lei nº 11.488, de 15 de junho de 2007, ART. 14, a multa exigida isoladamente, nos casos previstos no inciso II do art. 44 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, passou a ser de cinqüenta por cento, devendo a sua aplicação retroagir aos lançamentos efetuados anteriormente à referida Lei por ser mais benéfica para o contribuinte, em obediência ao comando do art. 106, inciso II, alínea “c” do Código Tributário Nacional. ARGÜIÇÕES DE INCONSTITUCIONALIDADE. INCOMPETÊNCIA PARA APRECIAR. Não se encontra abrangida pela competência da autoridade tributária administrativa a apreciação da inconstitucionalidade das leis, uma vez que neste juízo os dispositivos legais se presumem revestidos do caráter de validade e eficácia, não cabendo, pois, na hipótese, negarlhe execução. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EFEITOS. As decisões administrativas proferidas pelos órgãos colegiados não se constituem em normas gerais, posto que inexiste lei que lhes atribua eficácia normativa, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência, senão àquela objeto da decisão. DETERMINAÇÃO DE DILIGÊNCIA. No processo administrativo fiscal regido pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, é facultado à autoridade julgadora de primeira instância a determinação, de ofício, da realização de diligências ou perícias, quando entendêlas necessárias. JUNTADA POSTERIOR DE PROVAS. No processo administrativo fiscal, a prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que ocorra um dos fatos previstos no art. 16 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Impugnação Procedente em Parte Citase, outrossim, a conclusão do julgamento singular, verbis: Da Conclusão. Diante das considerações efetuadas no decorrer do presente Voto, é de se concluir que: a) ficou devidamente comprovado nos autos a existência de omissão de rendimentos na Declaração de ajuste Anual do IRPF conforme apontado no item 001 do Termo de Descrição dos Fatos e Enquadramento legal de fls.05/13, devendo, porém, de Fl. 1398DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 11 19 acordo com as considerações expostas no item 51 do presente Voto, ser excluído do valor total apurado e demonstrado à fl.14 (R$ 2.289.698,25) a quantia de R$ 22.393,71; b) deverão ser excluídas, das glosas concernentes a despesas de Livro Caixa, apuradas no item 002 do Termo de Descrição dos Fatos e Enquadramento legal acima referenciado no valor total de R$ 22.654,83, as parcelas de R$ 198,75 e R$ 228,00, que somadas, perfazem o total de R$ 426,75, conforme razões expostas no item 125 do presente Voto; c) deverá ser reduzida para 50% a multa de ofício Isolada do CarnêLeão, por força do que dispõe o art. 106, inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional. O Contribuinte foi cientificado da decisão de primeira instância em 27/05/2008 (fl. 1192) e, interpôs o recurso de fls. 1194/1312, sustentando, essencialmente, os mesmos argumentos postos em sua impugnação. Ressaltese que a autoridade preparadora considerou como tempestivo o recurso apresentado, consoante se extrai do Despacho de Encaminhamento à fl. 1343. É o relatório. Voto Conselheiro Eduardo Tadeu Farah O recurso reúne os requisitos de admissibilidade. Cuida o presente lançamento de omissão de rendimentos decorrentes das atividades cartorárias; dedução indevida da base de cálculo a título de despesas do livrocaixa e falta de recolhimento do IRPF devido a título de carnêleão, relativamente a fatos ocorridos no anocalendário 2001. Antes de se entrar no mérito da questão, cumpre enfrentar, de antemão, as preliminares suscitadas pelo recorrente. No que tange à alegação de decadência, relativamente a fatos geradores ocorridos de jan/2001 a abr/2001, impende esclarecer que de acordo com o art. 2° da Lei n° 7.718/1988, a tributação do IRPF só se torna definitiva com o ajuste anual, na forma dos arts. 2°, 10 e 11 da Lei n° 8.134/1990. Nos casos de lançamento por homologação, em que ocorre a antecipação do pagamento do imposto, devese aplicar o Recurso Especial nº 973.733/SC c/c art. 543C do CPC c/c art. 62 do RICARF, contando o dies a quo a partir da data do fato gerador, conforme prevê § 4º do art. 150 do Código Tributário Nacional (CTN), devendo o termo inicial da decadência somente ocorrer no último dia daquele anocalendário, quando se aperfeiçoa o fato gerador. Como o contribuinte antecipou o recolhimento do IRPF, conforme DIRPF/2002, fl. 23, aplicase para o anocalendário 2001 o § 4º do art. 150 do CTN. Nesse passo, o fato alusivo ao anocalendário de 2001 se aperfeiçoou em 31 de dezembro daquele ano Fl. 1399DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 20 (31/12/2001). Sendo assim, o dies a quo para a contagem do prazo de decadência iniciase em 01 de janeiro de 2002 e, considerando o lapso temporal de cinco anos para que a Fazenda Pública exerça o direito de efetuar o lançamento, a data fatal completase em 31 de dezembro de 2006. Dessarte, como a ciência do lançamento ocorreu em 03/05/2006, fl. 278, o crédito tributário relativo ao anocalendário de 2001 não havia sido atingido pela decadência. Quanto à alegação de nulidade da decisão de primeira instância, em razão da falta de apreciação de diversos itens da impugnação, notadamente o item 3, fl. 1007, item 62, fl. 1172, item 129, fl. 1187, 1093/1113 e fls. 1122/1142, penso que o argumento e estéril e não merece prosperar. Na verdade, a documentação constante dos autos serve justamente para formar a convicção ao julgador, podendo interpretála da forma que melhor entender, refutálas ou desconsiderálas, de acordo com sua convicção, conforme se infere da análise do item 15, 20 e 21 do acórdão recorrido. Transcrevese, outrossim, trecho da decisão singular: ... deixo de apreciar a documentação de fls. 1122 a 1142 que consistem em declarações prestadas por empresas e correspondências emitidas pelo Cartório, do qual ê titular, a diversas empresas. Além do que, conforme já declinado neste Voto, as provas que serviriam de amparo para as suas alegações consistem na apresentação dos livros onde deveriam estar registrados os fatos por ele alegados. (grifei) Aliás, na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, consoante dispõe o art. 29 do Decreto nº 70.235/1972: Seção VI Do Julgamento em Primeira Instância. [...]. Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias. Assim, o pleito da recorrente não tem o condão de macular a decisão recorrida, porquanto o julgador monocrático procedeu da melhor forma, exarando decisão fundamentada, debatendo acerca das razões pertinentes lançadas pelo contribuinte, formando livremente sua convicção, nos termos do dispositivo legal supracitado. Com efeito, dos argumentos despendidos pelo recorrente em seu apelo fica evidente que seu inconformismo tem a ver com o entendimento do julgador na análise das provas constantes dos autos. Ademais, o julgador não necessita se manifestar sobre todas as razões de defesa apresentadas pela parte, bastando que apresente fundamentos suficientes para motivar sua decisão. Vale citar, como exemplos, os seguintes julgados: PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INEXISTÉNCIA DE OMISSÃO NO ACÓRDÃO. REEXAME DE PROVA. SÚMULA N°7/STJ. (...) 3. O não acatamento das argumentações deduzidas no recurso, não implica em cerceamento de defesa, posto que, ao julgador, cumpre apreciar o tema de acordo com o que reputar atinente à lide. Fl. 1400DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 12 21 4. Não está obrigado o magistrado a julgar a questão posta a seu exame de acordo com o pleiteado pelas partes, mas sim, com o seu livre convencimento (art. 131, do CPC), utilizandose dos fatos, provas, jurisprudência, aspectos pertinentes ao tema e da legislação que entender aplicável ao caso concreto. (....) (STJ — Primeira Turma — Rd Min. José Delgado — Embargos de Declaração em Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 304.754/MG — DJ 12.02.2001) ...... PROCESSUAL CIVIL. ACÓRDÃO OMISSO SOBRE QUESTÕES INVOCADAS NO RECURSO DE APELAÇÃO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. VÍCIO INEXISTENTE. COMPLEMENTAÇÃO DA APOSENTADORIA. TETO SALARIAL AFASTADO POR DECISÃO IRRECORRIDA. PRECLUSÃO. 1. o Juiz deve se pronunciar sobre todos os temas controvertidos da causa; não está obrigado, entretanto, a responder ponto a ponto, todas as alegações das partes, que se irrelevantes podem ser repelidas implicitamente. Ofensa ao CPC, art. 535, II, que não se caracteriza. (....) (STJ — Quinta Turma — Rd MM. Edson Vidigal — Recurso Especial nº 260.803/SP — DJ 11.12.2000) O art. 31 do Decreto n° 70. 235/1972, ao dispor que a decisão deve referirse às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências, não tem o condão de exigir que o julgador deva referirse, expressamente, ponto por ponto, a todas as alegações do contribuinte que, se irrelevantes, podem ser repelidas implicitamente, como pacificamente entende o STJ. Rejeitase, pois, a suscitada preliminar. Relativamente ao indeferimento de perícia/diligência, mormente para confirmar a veracidade de diversas declarações constante dos autos, fl. 331 e fls. 484/499, inclusive a do Diário de Natal, fl. 499, entendo, da mesma forma que a autoridade recorrida, que todos eles se referem à produção de provas que caberia ao contribuinte sua apresentação, a exemplo do controle de recebimentos dos emolumentos. Com efeito, a perícia/diligência não se destina a preencher as lacunas da defesa quanto à produção de provas de sua competência, mas a esclarecer aspectos obscuros do processo, no caso de tais esclarecimentos forem considerados indispensáveis à formação da convicção do julgador. No caso dos autos, o indeferimento em nada alterou a conclusão do julgado, já que, repisese, a discriminação dos valores recebidos deveria ter sido produzida pelo próprio suplicante. Não se pode perder de vista que o ônus da prova é atribuído à parte que alega os fatos. Assim, o recorrente tem o ônus de provar os fatos constitutivos de seu direito não podendo, portanto, transferir para o fisco a instrução probatória, fundamentalmente quando à Fl. 1401DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 22 realização da perícia/diligência revelese prescindível para a formação de convicção pela autoridade julgadora. Ressaltese que a autoridade recorrida converteu o julgamento em diligência, fls. 1007/1014, conforme solicitado pelo contribuinte em sua impugnação, com vista à apresentação da documentação probatória, bem como de esclarecimentos necessários à elucidação dos fatos. Não se vislumbrou, portanto, o vício apontado. No que toca à alegação de “... insegurança, iliquidez e incerteza do lançamento”, penso que a afirmação não merece acolhimento. Com efeito, a exigência fiscal levada a efeito encontrase alicerçada nos preceitos legais, o que confere liquidez e certeza ao crédito tributário apurado, que só poderá ser elidida mediante prova em sentido contrário. No Auto de Infração, constante às fls. 02/21, são mencionados os dispositivos legais infringidos, bem como discriminados os valores da exigência fiscal. Além do mais, o conteúdo da autuação está minuciosamente especificado na “Descrição dos Fatos e Enquadramento Legal”, conforme se depreende das análises das informações às fls. 03/13. Nesse passo, não procede à alegação de que a fiscalização se valeu de premissa falsa para embasar o lançamento, de que utilizou uma equação matemática para lavrar a exigência e que não promoveu investigações para formalizar o lançamento, já que a autoridade lançadora constituiu a exigência com base nos valores declarados e recolhidos pelo autuado ao Fundo de Desenvolvimento da Justiça – FDJ, ou seja, nas receitas decorrentes de emolumentos cobrados em seu cartório. Dessarte, não há, neste ponto, qualquer vício que macule a higidez da autuação. Relativamente à preliminar de inexistência do evidente intuito de fraude, para fins de imposição da multa qualificada, penso que a matéria se confunde com o mérito e com ele será tratada. Superada as preliminares, passase à análise meritória. Da improcedência das glosas das despesas escrituradas no livro caixa Alega o recorrente que os gastos glosados se revestem de características de necessidade à percepção dos rendimentos, pois correspondem a despesas de locomoção dos seus empregados, tais como: manutenção, óleo e gasolina em motos de sua propriedade, com vistas à realização das intimações aos devedores. Pois bem, como bem pontuou a autoridade recorrida, o art. 6° da Lei n° 8.134/1990, com as alterações introduzidas pelo art. 34 da Lei n° 9.250/1995, veda a dedução de despesas com locomoção e transporte, com exceção apenas para o caso de representante comercial autônomo. Assim, por falta de previsão legal, não há como admitir as despesas de custeio com locomoção, combustíveis, compra de pneus, manutenção em motos de sua propriedade, incorridas no exercício de sua atividade. Quanto os gastos relativos à aquisição de lixeiras, detector de notas falsas, calhas, confecção de unbuttons e de letreiros, penso que também não há como enquadrálos como necessários à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora. Sobre o alcance da Fl. 1402DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 13 23 expressão “despesa de custeio indispensável à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora”, o “Perguntão” da Receita Federal do Brasil, disponível no endereço1, esclarece: Considerase despesa de custeio aquela indispensável à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, como aluguel, água, luz, telefone, material de expediente ou de consumo. (grifei) Embora alegue o suplicante que alguns dispêndios relacionados são inferiores a R$ 326,61, considerados como consumíveis pela legislação do IRPJ (art. 301 do RIR/1999), verificase que a legislação do IRPF não faz tal distinção. Além do mais, como tais gastos não são “indispensáveis” à percepção da receita e à manutenção da fonte produtora, entendo que não podem ser considerados. No que tange às despesas pagas à ARPLAN, concordo com o posicionamento da DRJ no sentido de que somente as Notas de fl. 94 e 114 constituemse em despesas de manutenção, enquanto todas as demais se referem a aplicações de capital. Não se pode perder de perspectiva que os dispêndios realizados com aquisição de bens necessários à manutenção da fonte produtora, cuja vida útil ultrapassa o período de um exercício, e que não sejam consumíveis, isto é, não se extingam com sua mera utilização, são considerados aplicação de capital. Nesses termos, temse que as citadas despesas são indedutíveis. Da improcedência e da ilegalidade da cobrança cumulativa da multa de oficio e da multa isolada, sobre a mesma base de cálculo No que toca à exigência concomitante da multa de ofício e da multa isolada, para os fatos ocorridos durante a vigência do art. 44 da Lei nº 9.430/1996, acompanho o entendimento majoritário do CARF no sentido de que não cabe a exigência da multa isolada prevista no parágrafo 1º, inciso III, daquele dispositivo quando houver também exigência da multa de ofício estabelecida em seus incisos I e II do caput. Com efeito, a não imposição concomitante dessas duas multas tem como fundamento a ambiguidade da redação do próprio art. 44 em sua redação original, ambiguidade esta que deve ser resolvida a favor do sujeito passivo, consoante dispõe o art. 112, I, do CTN. A controvérsia foi superada apenas com a Medida Provisória nº 351, de 22 de janeiro de 2007, que deu nova redação ao art. 44 da Lei nº 9.430/1996. Assim, em relação aos anocalendário 2001, devese excluir da exigência a multa isolada do carnêleão, inclusive aquela relativa ao imposto suplementar decorrente de deduções indevidas em virtude de glosa de parte do valor informado na declaração de ajuste a título de Livro Caixa, já que a citada penalidade foi obtida por meio de lançamento de ofício e não sobre o valor do imposto informado mensalmente pelo contribuinte e que não foi pago. Da multa qualificada de 150% Em relação à qualificação da multa, consignou a autoridade lançadora no Auto de Infração, fl. 07, em síntese, verbis: 1.3 que somente foi oferecido a tributação a importância de R$ 871.110,00 (oitocentos e setenta e um mil cento e dez reais), quando a receita do cartório foi de R$ 3.160.808,25 (três 1 http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaFisica/IRPF/2012/perguntao/assuntos/deducoeslivrocaixa.htm Fl. 1403DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 24 milhões cento e sessenta mil oitocentos e oito reais e vinte e cinco centavos); 1.4 que ficou evidente o intuito de sonegação fiscal com suposto indício de fraude, visando driblar o fisco. Percebese, pelo excerto transcrito, que a autoridade fiscal entendeu que teria ocorrido o evidente intuito de fraude. Todavia, entendo que a conclusão da autoridade fiscal foi subjetiva dada à significativa movimentação financeira, que nada mais é do que o próprio pressuposto da autuação. Com efeito, não bastam apenas divergências e/ou omissão entre os valores declarados e os apurados para alicerçarem o evidente intuído de fraude. A qualificação da multa, nesses casos, importaria em equiparar uma prática claramente identificada aos fatos delituosos mais ofensivos à ordem legal, nos quais o agente sabe estar praticando o delito e o deseja, a exemplo: da adulteração de comprovantes, da nota fiscal inidônea, movimentação de conta bancária em nome fictício, movimentação bancária em nome de terceiro (“laranja”), movimentação bancária em nome de pessoas já falecidas, da falsificação documental, do documento a título gracioso, da falsidade ideológica, da nota fiscal calçada, das notas fiscais de empresas inexistentes (notas frias), das notas fiscais paralelas, do subfaturamento na exportação (evasão de divisas), do superfaturamento na importação (evasão de divisas), etc (Acórdão nº: 10421.480). A prestação de informações ao fisco, divergentes dos dados levantados pela fiscalização, pela falta de inclusão na Declaração de Ajuste Anual dos valores devidos, não tem, a princípio, a característica essencial de evidente intuito de fraude, que justifique a imposição da multa qualificada Incomprovada a fraude ensejadora da multa isolada, esta não pode subsistir. Dessa forma, deve o percentual da multa de ofício ser reduzido para 75%. Por fim, requer ainda o suplicante que seja desconsiderado relatório da autoridade fiscal e do acórdão recorrido e, consequentemente, aceitos os valores constantes das planilhas de fls. 588/937, retificandose os valores lançados. Novamente, não colhe melhor sorte o recorrente. Com efeito, o próprio contribuinte alegou, conforme Relatório de Diligência de fls.1007/1014, que não tem condições de especificar/provar todos os valores recebidos, já que os recebimentos foram lançados mensalmente no Livro Caixa, sem qualquer detalhamento por tipo de serviço. Sobre esse ponto, cumpre transcrever trecho do Relatório da Diligência Fiscal, fl. 1007, pelo qual foi solicitado a manifestação do contribuinte. Vejase: 1 Quantos títulos protestados no referido Cartório se referem a Microempresa ou empresa de pequeno porte, ou empresas optantes do SIMPLES, no anocalendário de 2001, mostrando os valores cobrados por esses serviços, devidamente escriturados no Livro Caixa e especificando o valor total do FDJ correspondente a tais serviços; 2 Quantos atos retificadores foram efetivados pelo 1° Ofício de Notas de Natal, em decorrência de erros praticados pelo próprio Cartório na execução dos serviços notariais e de registro, uma vez que o impugnante alega haver consignado tais atos em livro próprio, sem a cobrança dos emolumentos, conforme determina a Lei n° 10.169/2000, em seu art 3°, inciso IV, e informar os valores correspondentes ao FDJ; (...) Fl. 1404DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 16707.001550/200622 Acórdão n.º 2201002.926 S2C2T1 Fl. 14 25 Item 57 Obviamente, ao impugnante não compete diligenciar cada um dos 85.000 indivíduos, para obter declarações dos valores dos emolumentos dispensados ou, se cobrados, qual o seu valor e o montante do desconto concedido, ou individualizar as Empresas do Simples, para comprovar os valores cobrados. De fato, não existe dispositivo legal obriga o contribuinte a registrar, em livros próprios, os emolumentos cobrados; todavia o sujeito passivo da obrigação tributária estava ciente de que deveria manter em seu poder, pelo prazo em que a Secretaria da Receita Federal do Brasil – SRFB pudesse exercer o direito de constituir o crédito tributário pelo lançamento, as informações e os documentos necessários a comprovar os recebimentos dos emolumentos, tal qual ocorre com qualquer contribuinte, seja ele pessoa física ou jurídica. Ou seja, deve o contribuinte manter o mínimo de organização que lhe permita informar e comprovar, quantitativamente e qualitativamente, o ingresso de recurso em seu movimento financeiro. Diferentemente do que alega o recorrente, a autoridade fiscal excluiu da base de cálculo todos os valores informados pelo contribuinte, relativos a Emolumentos não recebidos, emolumentos que não foram cobrados referentes aos Atos Retificadores e Atos Notariais e Títulos não recebidos por determinação Judicial, conforme se observa da leitura de trecho do Relatório da Diligência Fiscal, fl. 1013: 4 Os valores acima relacionados que o contribuinte alega não ter cobrado/recebido foram devidamente conferidos com os livros do Cartório. Tais valores deverão serão considerados e abatidos da base de cálculo cujo montante anual importou em R$ 22.393,71(vinte e dois mil trezentos e noventa e três reais e setenta e um centavos), correspondente a soma dos itens 1 a 3 acima citados. Com efeito, em razão da falta de comprovação do valor dos emolumentos recebido de microempresa ou empresa de pequeno porte (MP n° 1.638/1998), declarado pelo próprio contribuinte à fl. 13, não é possível aceitar os valores constantes das planilhas de fls. 588/937. Ademais, as correspondências/declarações juntadas, bem como os artigos de jornais carreados, informando o número de microempresas que tiveram títulos protestados no ano de 2001, mas que não foram localizadas, não tem qualquer relevância para a formação de convicção, pois, repisese, o ônus de provar quais são, efetivamente, os emolumentos recebidos é do contribuinte. Ante a todo o exposto, voto por rejeitar as preliminares e, no mérito, dar parcial provimento ao recurso para excluir da exigência a multa isolada, bem como desqualificar a multa de ofício, reduzindoa ao percentual de 75%. Assinado Digitalmente Eduardo Tadeu Farah Fl. 1405DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH 26 Fl. 1406DF CARF MF Impresso em 16/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH, Assinado digitalmente em 14/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
score : 1.0
Numero do processo: 10865.004098/2008-13
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Exercício: 2006
SERVIÇOS HOSPITALARES - CARACTERIZAÇÃO
À luz do entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça em sede de recurso repetitivo, a expressão serviços hospitalares para fins de quantificação do lucro presumido por meio do percentual mitigado de 8%, inferior àquele de 32% dispensado aos serviços em geral, deve ser objetivamente interpretado e alcança todas as atividades tipicamente promovidas em hospitais, mesmo eventualmente prestadas por outras pessoas, como clínicas.
SELIC
Conforme dicção da Súmula 1º CC nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC para títulos federais.
Numero da decisão: 1401-001.436
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade; vencida a Conselheira Lívia De Carli Germano que anulava o lançamento e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso, para excluir da autuação as receitas tipicamente hospitalares, nos termos da diligência. Vencida a Conselheira Lívia De Carli Germano que dava provimento em maior extensão para excluir também as receitas de natureza não identificadas na diligência.
(assinado digitalmente)
Antonio Bezerra Neto - Presidente.
(assinado digitalmente)
Guilherme Adolfo dos Santos Mendes - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia De Carli Germano, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio.
Nome do relator: GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES
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SELIC Conforme dicção da Súmula 1º CC nº 4: “A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 86 5. 00 40 98 /2 00 8- 13 Fl. 276DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 2 Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, REJEITAR a preliminar de nulidade; vencida a Conselheira Lívia De Carli Germano que anulava o lançamento e, no mérito, por maioria de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso, para excluir da autuação as receitas tipicamente hospitalares, nos termos da diligência. Vencida a Conselheira Lívia De Carli Germano que dava provimento em maior extensão para excluir também as receitas de natureza não identificadas na diligência. (assinado digitalmente) Antonio Bezerra Neto Presidente. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Bezerra Neto (Presidente), Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Livia De Carli Germano, Fernando Luiz Gomes de Mattos, Marcos de Aguiar Villas Boas, Ricardo Marozzi Gregorio. Relatório DA AUTUAÇÃO Em ação fiscal direta em face do contribuinte em epígrafe, foi lavrado auto de infração de Imposto de Renda Pessoa Jurídica, acrescido de juros e multa de 75%. Foi alcançado pela fiscalização o exercício de 2006, no qual se constatou como irregularidade, conforme termo de verificação, a aplicação de percentual do lucro presumido inferior ao devido pela legislação tributária. Conforme a acusação fiscal, a autuada, ao revés de aplicar o percentual de 32% relativo às prestações de serviço em geral, determinou seu lucro presumido por meio do percentual de 8% destinado às atividades hospitalares e, no curso da ação fiscal, não comprovou ter exercido atividades passíveis desta qualificação. A autuação, desse modo, resumiuse à constituição do crédito relativo à diferença de percentual. DA IMPUGNAÇÃO O sujeito passivo apresentou impugnação às fls. 45 a 67, por meio da qual aduz o que se segue. Fl. 277DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 277 3 Preliminarmente, requer a nulidade do auto de infração por ausência de motivação, descrição insuficiente dos fatos e do direito, cerceamento do direito de defesa e violação do devido processo legal. A autoridade fiscal não teria apresentado os fundamentos fáticos e de direito para a autuação; e só teria encaminhado o auto de infração desacompanhado do termo de verificação fiscal. Reproduz acórdão com antigo Conselho de Contribuintes que teria anulado a autuação em razão de não ter sido dada ciência o termo de verificação fiscal. Aduz ainda que, no procedimento de lançamento, a autoridade fiscal teria desconsiderado declarações apresentadas em obrigação acessória (a DIPJ), esclarecimentos e outros documentos, como o contrato social e relatórios de atendimento, para constituir o crédito tributário em seu desfavor com o singelo argumento de “ausência de provas”. Ademais, o excesso de rapidez com que realizou o procedimento não primaria pela legalidade ao deixar de empreender seus deveres de efetiva comprovação dos fatos alegados, pois não poderia inverter o ônus contra o contribuinte. O lançamento teria, assim, sido realizado indevidamente com base em mera presunção. O lançamento não poderia prevalecer, pois estaria pautado em equivocada interpretação da legislação tributária e dos fatos que dizem respeito ao contribuinte, cuja atividade se enquadraria como serviço médico hospitalar, para fins de aplicação do disposto no art. 15, §1°, inciso III, letra "a" da Lei n° 9.249/95. Literalmente, “o serviço efetivamente prestado pela impugnante pode perfeitamente ser considerado como complementação médico hospitalar”. Afirma que (...) se juntou perante a fiscalização, além das devidas informações, contrato social cujo objeto é Atendimento Médico Hospitalar (serviço médico hospitalar), bem como relatório de atendimento em diversos hospitais. Cabe esclarecer que juntamente com a impugnação juntase novamente relatório dos serviços médicos prestados em diversos hospitais no ano de 2005, o que demonstra claramente a natureza de serviço hospitalar do contribuinte (...) Aduz ainda que, apesar de que a autoridade fiscal não ter citado qualquer ato infralegal, estes eventuais atos não teriam aptidão para legitimar o lançamento, porque violariam o princípio da legalidade. Afirma que o cerne da questão se refere à interpretação da expressão “serviços hospitalares”, a qual teria sido adotada pelo STJ como “diretamente atrelada à saúde humana”, o que teria sido confirmado inclusive pela própria Secretaria da Receita Federal mediante soluções de consulta reproduzidas na peça de defesa. Por fim, contesta a aplicação dos juros à taxa SELIC por lhe faltar “respaldo jurídico” e o percentual de 75% da multa de ofício por violação da razoabilidade, proporcionalidade e proibição de confisco. Fl. 278DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 4 DA DECISÃO DE PRIMEIRO GRAU A decisão recorrida (fls. 200 a 209) negou provimento à impugnação nos termos que se seguem. Não haveria razões para anulação do lançamento, uma vez que, in verbis: (...) na peça impositiva e nos respectivos anexos a autoridade fiscal descreve detalhadamente o suporte fático e documental que embasaram o lançamento, bem assim os praticados na apuração da base imponível, com intimação endereçada A. fiscalizada para que comprovasse a prestação dos serviços hospitalares, com abertura de prazo para instrução probatória. Do que consta dos autos verificase que a autoridade fiscal discriminou no relatório correspondente o objeto do auto de infração, a saber, apuração indevida do coeficiente de 8% para determinação da base de cálculo do IRPJ sobre receitas da atividade médica quando o correto seria 32%, valores apurados com base nas receitas declaradas pela contribuinte. Ademais, todas as informações por ela prestadas foram levadas em conta para a imposição tributária. Ocorre que ela não comprovou a realização de serviços hospitalares referidos no art. 15 da Lei n. 9.249, de 1995, regulamentado pelo art. 27 da Instrução Normativa SRF n. 480, de 15/12/2004, e pelo Ato Declaratório Interpretativo SRF n. 18, de 23/10/2003, que lhe permitiriam submeter à tributação base de cálculo correspondente a 8% do resultado. De fato, além do contrato social e das alegações vertidas no expediente de fls. 12/14 não há qualquer elemento que comprove ter efetivamente praticado serviços de natureza hospitalar tal como preceitua a legislação antes citada. Ressaltese que os formulários que apresentou (fls. 16/21) além de se referirem a valores pagos aos sócios da contribuinte, descrevem resultado obtido no decorrer do anocalendário de 2008. Quanto ao mérito, a discussão, inclusive à luz do ônus probatório, diria respeito à interpretação do que são “serviços hospitalares” e, portanto, a quais atividades seria dispensado o percentual diferenciado para aferição do lucro presumido. Na época dos fatos, essa interpretação estaria fixada pela IN/SRF nº 480/04, com a redação dada pela IN/SRF 539/05. Para fins de enquadramento como prestadora de serviço hospitalar, o dispositivo pertinente (art. 27) teria previsto três tipos de exigência, in verbis: “a) caráter empresarial da pessoa jurídica; b) natureza das atividades desenvolvidas; e c) estrutura física do estabelecimento”, os quais deveriam ser cumpridos cumulativamente. Todavia, o contribuinte não provou cumprir nenhum deles. Com relação à contestação relativa ao percentual da multa e da taxa de juros, em síntese, asseverou que a autoridade administrativa não é competente para afastar aplicação de disposição expressa de lei. Fl. 279DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 278 5 DO RECURSO VOLUNTÁRIO O sujeito passivo apresentou recurso voluntário, às fls. 130 a 150, mediante o qual repisou (na verdade, reproduziu literalmente) exatamente os argumentos já trazidos na impugnação. Só inovou ao contestar a incidência de juros sobre a multa de ofício. Alegou ausência de previsão legal e citou jurisprudência do antigo Conselho de Contribuintes que corroboraria sua posição. DA DILIGÊNCIA Por meio da Resolução 1201000.049 (fls. 249259), na qual fui relator, a Primeira Turma da Segunda Câmara resolveu converter o julgamento em diligência nos seguintes termos: (...) converter o presente julgamento em diligência para que o autor do feito, ou outro AuditorFiscal designado para tanto, intime o contribuinte para que este: a) esclareça o significado de cada um dos códigos de serviços constantes das planilhas juntadas ao feito e comprove este significado por meio, por exemplo, de documentação fornecida pelo agente emissor das planilhas; b) destaque os códigos atinentes ao serviço de consulta médica daqueles atinentes aos serviços tipicamente hospitalares segundo o entendimento fixado nesta resolução; e c) elabore demonstrativo trimestral, por médico prestador, em que se discriminem os valores relativos aos serviços tipicamente hospitalares daqueles de consulta médica. Por fim, solicitase à autoridade fiscal que verifique se os valores constantes dos esclarecimentos e demonstrativos apresentados pelo contribuinte correspondem àqueles que serviram de base à presente autuação e, ao final, elabore relatório circunstanciado do resultado da diligência em que deve constar a discriminação de eventuais divergências. Encerrada a instrução processual, deverá ser novamente intimado o recorrente para manifestarse no prazo de dez dias, de acordo com o disposto no artigo 44 da Lei nº 9.784/1999. Em atenção ao solicitado, a autoridade fiscal promoveu a diligência (documento de fl. 264 com nove arquivos indexados) e destacou os seguintes montantes trimestrais para o anocalendário de 2005: Fl. 280DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 6 Instado a se manifestar pela autoridade fiscal, o diligenciado aduziu: (i) que a autuação deveria ser anulada, pois calcada em provas frágeis, o que se comprova pela própria necessidade da realização de diligência; alternativamente (ii) exclusão dos valores que não foram identificados como consultas médicas. Solicitou ainda a dilação do prazo para se manifestar em mais 20 dias, o que não foi atendido pela autoridade fiscal. É o relatório do essencial. Fl. 281DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 279 7 Voto Conselheiro Guilherme Adolfo dos Santos Mendes, Relator Antes de nos debruçarmos sobre o objeto da lide, cumpreme reafirmar o que já destaquei no relatório. O recurso voluntário é, na verdade, uma cópia praticamente exata da impugnação. A defesa, em momento algum, combateu qualquer dos fundamentos da decisão recorrida. Resumiuse apenas a reproduzir ipsis litteris o que já havia apresentado na reclamação inicial. Tecidas essas considerações, exceto em relação à questão originariamente apresentada – os juros sobre a multa –, cumpreme apenas verificar a correção da decisão de primeiro grau. Preliminar de nulidade O procedimento de fiscalização está para o inquérito policial, assim como o contencioso tributário para a ação penal, vale dizer, o primeiro é inquisitivo. O contraditório é exercido durante o julgamento administrativo. Ao contribuinte é dada a oportunidade de apresentar suas razões na impugnação e não antes. Desde que o auto de infração contenha os elementos necessários para que o sujeito passivo possa exercer com plenitude a sua defesa na fase contenciosa – como é o presente caso –, não há que se falar em nulidade. O lançamento pode ser realizado até por procedimento interno sem prévia publicidade ao sujeito passivo. O cerne do presente feito está na interpretação de “serviços hospitalares”, o que foi identificado desde a defesa inaugural pelo sujeito passivo, inclusive com referências expressas na sua peça de defesa à jurisprudência específica. Com relação ao suposto não encaminhamento do termo de verificação, ainda que isso tivesse ocorrido, em nada macularia o direito de defesa do sujeito passivo. A autoridade não está obrigada a encaminhar ao autuado todos os elementos do feito acusatório, mas apenas darlhe ciência da sua existência. Do contrário, não faria sentido a ciência via edital, a menos, é claro, que no edital, documento exposto ao público, devesse constar todos os elementos da acusação, o que seria um absurdo. Com relação à jurisprudência do Conselho de Contribuintes, reproduzida pela recorrente, esta só declarou nulo o procedimento fiscal em razão de o termo de verificação, naquele caso, ter sido produzido após a ciência da autuação, ou seja, o referido documento acusatório não constava do processo durante o prazo para a defesa, o que, indiscutivelmente, prejudicou o seu exercício. Não foi o ocorrido nestes autos. Não há, desse modo, qualquer razão para declarar a nulidade da autuação. Fl. 282DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 8 Mérito – percentual do lucro presumido Na oportunidade do primeiro julgamento, assim conduzi o meu voto quanto à aplicação do percentual mitigado de 8%: A questão central do presente lançamento está assentada na qualificação jurídica da atividade desempenhada pelo contribuinte, em face da dicção legal que estabelece uma exceção relativa ao percentual de aferição do lucro presumido para os serviços hospitales mais branda (8%) em relação àquele fixado para os serviços em geral (32%). Abaixo, reproduzimos a legislação vigente à época dos fatos: Lei nº 9.249/95 Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995. § 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de: (...) III trinta e dois por cento, para as atividades de: a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares; O conceito de serviços hospitalares foi questão já enfrentada pela antiga Terceira Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes, a qual foi sucedida por esta turma de julgamento. Naquela oportunidade, negamos provimento à defesa por unanimidade, conforme ementa abaixo transcrita da lavra do Ilustre Conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho: SERVIÇOS HOSPITALARES. CARACTERIZAÇÃO. A presunção de lucratividade reduzida prevista na Lei n. 9.249/95 está intimamente ligada à existência de custos relevantes com instalações, equipamentos e mãodeobra qualificada inerente a um hospital, compreendendo tanto a parte médica especializada quanto os serviços de hotelaria e fornecimento de produtos. A prestação pessoal de serviços médicos, por si só, não corresponde ao conjunto de serviços e custos inerentes a um centro hospitalar, traduzindose meramente em um exercício de profissão regulamentada. (Acórdão nº 10323236; de 30/11/2007) Ao reexaminarmos a questão posteriormente, na oportunidade em que fui relator, mantivemos o mesmo posicionamento, estampado no Fl. 283DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 280 9 acórdão 120100.321, de 01 de setembro de 2010, cuja ementa abaixo transcrevo: SERVIÇOS LABORATORIAIS LUCRO PRESUMIDO PERCENTUAL a razão teleológica para a diferenciação entre os percentuais de aferição do lucro presumido está na pressuposta diversidade da margem de lucro entre as atividades empresariais. O que justifica um percentual significativamente menor e determina os contornos semânticos da própria expressão “serviços hospitalares” são seus elevados custos, cujo principal e mais significativo componente são os valores investidos nos equipamentos hospitalares, dentre os quais, os laboratoriais. Em razão disso, as atividades de exames laboratoriais devem também ser tributadas pelo percentual mitigado relativo aos serviços hospitalares. Naquela oportunidade, teci os seguintes fundamentos de decidir: Pela leitura da ementa, sem necessidade de adentramos às minúcias do voto, a razão de decidir busca identificar a teleologia da diferenciação entre os percentuais de aferição do lucro presumido. No caso, entendeuse que a legislação fixa o percentual em razão da presumível margem de lucro de cada atividade. Nesse caso, a prestação de serviços hospitalares se diferenciaria das demais prestações de serviço em razão dos seus elevados custos, o que justificaria um percentual significativamente menor e determinaria os contornos do próprio conceito de “serviços hospitalares” para fins de incidência tributária. Desse modo, como a prestação pessoal de serviços médicos não impõe gastos superiores aos dos serviços em geral, também não poderia ser enquadrada na denominação legal “serviços hospitalares” para fins tributários. Essa razão de decidir se coaduna com provimentos recentes do STJ. Naquela oportunidade, transcrevi em meu voto a seguinte decisão (AgRg nos EREsp 883537 / RS, publicado em 01/07/2010: PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. ART. 15, § 1º, III, ALÍNEA "A", DA LEI N. 9.249/95. CONCEITO DE SERVIÇO HOSPITALAR. MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª SEÇÃO, NO RESP 1116399/BA, JULGADO EM 28/10/2009, SOB O REGIME DO ART. 543C DO CPC. 1. A redução das bases de cálculo do IRPJ e da CSSL, nos termos dos arts. 15 e 20 da Lei nº 9.249/95, é benefício fiscal concedido de forma objetiva, com foco nos serviços que são prestados, e não no contribuinte que os executa. Fl. 284DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 10 2. A Primeira Seção deste Tribunal Superior pacificou o entendimento acerca da matéria, no julgamento do RESP 1116399/BA, sob o regime do art. 543C, do CPC, em 28/10/2009, que restou assim ementado: DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249/95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429/95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249/95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249/95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727/08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249/95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249/95. Fl. 285DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 281 11 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8/STJ. 7. Recurso especial não provido. 3. Destarte, restou assentado, àquela ocasião que: "Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. In casu, o Tribunal a quo, com ampla cognição fático probatória, assentou que a empresa recorrida presta serviços de diagnóstico por imagem, compreendendo a radiologia em geral, ultrasonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, densitometria óssea e mamografia, os quais, consoante fundamentação expendida, enquadramse no conceito legal de serviços médicohospitalares, estabelecido pela Lei 9.249/95. 5. Agravo regimental provido para dar parcial provimento ao recurso especial, excluindose da base de cálculo reduzida as simples consultas médicas, consoante a fundamentação expendida, mantendose, no mais, a decisão de fls. 308/323. Naquela época, não havia destacado que essa decisão nada mais fez do que seguir provimento do próprio STJ em recurso repetitivo, o qual atualmente vincula nossas decisões por determinação regimental. Abaixo, transcrevo sua ementa (RECURSO ESPECIAL Nº 1.116.399 – BA): DIREITO PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL. VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 535 e 468 DO CPC. VÍCIOS NÃO CONFIGURADOS. LEI 9.249∕95. IRPJ E CSLL COM BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEFINIÇÃO DA EXPRESSÃO "SERVIÇOS HOSPITALARES". INTERPRETAÇÃO OBJETIVA. DESNECESSIDADE DE ESTRUTURA DISPONIBILIZADA PARA INTERNAÇÃO. ENTENDIMENTO RECENTE DA PRIMEIRA SEÇÃO. RECURSO SUBMETIDO AO REGIME PREVISTO NO ARTIGO 543C DO CPC. Fl. 286DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 12 1. Controvérsia envolvendo a forma de interpretação da expressão "serviços hospitalares" prevista na Lei 9.429∕95, para fins de obtenção da redução de alíquota do IRPJ e da CSLL. Discutese a possibilidade de, a despeito da generalidade da expressão contida na lei, poderse restringir o benefício fiscal, incluindo no conceito de "serviços hospitalares" apenas aqueles estabelecimentos destinados ao atendimento global ao paciente, mediante internação e assistência médica integral. 2. Por ocasião do julgamento do RESP 951.251PR, da relatoria do eminente Ministro Castro Meira, a 1ª Seção, modificando a orientação anterior, decidiu que, para fins do pagamento dos tributos com as alíquotas reduzidas, a expressão "serviços hospitalares", constante do artigo 15, § 1º, inciso III, da Lei 9.249∕95, deve ser interpretada de forma objetiva (ou seja, sob a perspectiva da atividade realizada pelo contribuinte), porquanto a lei, ao conceder o benefício fiscal, não considerou a característica ou a estrutura do contribuinte em si (critério subjetivo), mas a natureza do próprio serviço prestado (assistência à saúde). Na mesma oportunidade, ficou consignado que os regulamentos emanados da Receita Federal referentes aos dispositivos legais acima mencionados não poderiam exigir que os contribuintes cumprissem requisitos não previstos em lei (a exemplo da necessidade de manter estrutura que permita a internação de pacientes) para a obtenção do benefício. Daí a conclusão de que "a dispensa da capacidade de internação hospitalar tem supedâneo diretamente na Lei 9.249∕95, pelo que se mostra irrelevante para tal intento as disposições constantes em atos regulamentares". 3. Assim, devem ser considerados serviços hospitalares "aqueles que se vinculam às atividades desenvolvidas pelos hospitais, voltados diretamente à promoção da saúde", de sorte que, "em regra, mas não necessariamente, são prestados no interior do estabelecimento hospitalar, excluindose as simples consultas médicas, atividade que não se identifica com as prestadas no âmbito hospitalar, mas nos consultórios médicos". 4. Ressalva de que as modificações introduzidas pela Lei 11.727∕08 não se aplicam às demandas decididas anteriormente à sua vigência, bem como de que a redução de alíquota prevista na Lei 9.249∕95 não se refere a toda a receita bruta da empresa contribuinte genericamente considerada, mas sim àquela parcela da receita proveniente unicamente da atividade específica sujeita ao benefício fiscal, desenvolvida pelo contribuinte, nos exatos termos do § 2º do artigo 15 da Lei 9.249∕95. 5. Hipótese em que o Tribunal de origem consignou que a empresa recorrida presta serviços médicos laboratoriais (fl. 389), atividade diretamente ligada à promoção da saúde, que demanda maquinário específico, podendo ser realizada em ambientes hospitalares ou similares, não se assemelhando a simples consultas médicas, motivo pelo qual, segundo o novel entendimento desta Corte, faz jus ao benefício em discussão (incidência dos percentuais de 8% (oito por cento), no caso do IRPJ, e de 12% (doze por cento), no caso de CSLL, sobre a receita bruta auferida pela atividade específica de prestação de serviços médicos laboratoriais). Fl. 287DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 282 13 6. Recurso afetado à Seção, por ser representativo de controvérsia, submetido ao regime do artigo 543C do CPC e da Resolução 8∕STJ. 7. Recurso especial não provido. Tanto a minha posição, quanto a do STJ fixada em recurso repetitivo, chegam à mesma conclusão em diversas situações; por exemplo, as atividades laboratoriais se submetem ao percentual de 8%, ao passo que as simples consultas médicas devem ser tributadas pele percentual de 32%. Todavia, elas partem de pressupostos distintos, os quais conduzem a conclusões distintas para outras situações. Entendo que o percentual mitigado para os serviços hospitalares decorre do fato de que essa atividade opera concretamente com margens significativamente inferiores àquelas praticadas na prestação de serviços em geral, uma vez que necessitam de investimentos em equipamentos caros e que depreciam rapidamente em razão do acelerado avanço da medicina. Não há, desse modo, uma concessão de benefício, mas sim a adequação da lei à específica capacidade contributiva manifestada nesse tipo de atividade. Já o STJ entende que a diferenciação é um benefício fiscal, ou seja, o legislador teria estabelecido a diferença tributária, não em razão de considerar a existência de signos contributivos diversos, mas sim para atingir escopos de cunho social, no caso, de fomentar atividades de saúde. Todavia, ainda assim, não interpretou o dispositivo com margens totalmente dilatadas. No entender da Corte Superior, não são todas as atividades ligadas à promoção da saúde, que teriam sido beneficiadas pelo percentual mitigado, nem sequer àquelas exclusivamente prestadas pela classe médica, como as consultas, mas apenas aquelas tipicamente promovidas em hospitais, ainda que possam eventualmente ser prestadas em ambiente externos, como as UTIs móveis e os exames laboratoriais. Desse modo, meu entendimento não é mais nem menos restritivo àquele estampado pelo STJ. Em atividades ligadas à saúde, com custos elevados e margens estreitas de lucro, ainda que não fossem típicas do ambiente hospitalar, decidiria pela aplicação do percentual de 8%, enquanto o STJ aplicaria o de 32%. Já para as atividades com elevada margem de lucro, mesmo típicas do ambiente hospitalar, decidiria pelo percentual de 32%, ao passo que o STJ entende que o percentual aplicável é o de 8%. Neste último caso, podemos citar o valor que uma clínica recebe diretamente do paciente em razão de o médico ter realizado uma intervenção cirúrgica num hospital. Notese, nesse caso, que o valor chega “limpo” à clínica, uma vez que o paciente paga outra parcela diretamente ao hospital em razão do uso de suas instalações e equipamentos. O recurso repetitivo julgou o caso de um laboratório, o qual, independentemente do critério adotado, deve ser tributado pelo percentual Fl. 288DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 14 de 8%, uma vez que é atividade típica de ambiente hospitalar e de elevado custo. Entendo, todavia, que essa decisão é paradigmática e deve ser aplicada de forma vinculante a todas as situações em que se discute a sua qualificação como serviço hospitalar para fins de aplicação do percentual mitigado, uma vez que o STJ deixou bem claro que esta era a sua intenção ao julgar o caso, ou seja, não visou exclusivamente definir a tributação dos laboratórios, mas sim de todos os serviços executados tipicamente em hospitais. No presente feito, foram apresentadas, na peça impugnatória, planilhas às fls. 66 a 101, que são relativas a valores recebidos supostamente pela clínica em razão de serviços prestados por seus sócios atinentes ao período da impugnação. Em tais planilhas, fornecidas pela UNIMED, são relacionados pagamentos por serviços prestados em hospitais por sócios da autuada, mas a identificação precisa do tipo de serviço foi feita apenas por meio de códigos e a defesa não teceu qualquer esclarecimento do significado destes códigos. O fato de os serviços terem sido prestados em hospitais não faz prova suficiente de que são típicos de hospitais; podem ser atinentes a consultas médicas. Todavia, é um indício suficiente para aprofundarmos a investigação. Em face do primado da verdade material que dá amplos poderes à autoridade julgadora de buscar as provas que considerar necessárias para formar sua convicção acerca da existência do fato jurídico tributário, entendo que devemos converter o julgamento em diligência. Antes, porém, de minudenciarmos o teor da diligência, é oportuno ainda destacar que a autoridade julgadora de primeiro grau não analisou a referida documentação, o que poderia, em tese, caracterizar cerceamento ao direito de defesa do contribuinte e resultar a nulidade da decisão recorrida. Todavia, a ausência de análise foi por culpa da própria defesa, uma vez que afirmou na peça impugnatória ter juntado as mesmas planilhas apresentadas durante a fase de fiscalização e estas foram analisadas pela Delegacia de Julgamento. Ademais, em face das razões de direito que adotou para julgar, esses documentos não alterariam a sua decisão. Dessarte, não há que se cogitar nulidade da decisão recorrida pelo fato de não ter aprofundado o exame das referidas planilhas. Essa tarefa cabe a este colegiado. Não há razões para alterar o meu entendimento sobre o tema, o qual foi aplicado pela autoridade fiscal na condução da diligência. Dessarte, devem ser afastados os valores relativos aos procedimentos hospitalares e mantidos aqueles atinentes às consultas. Com relação aos demais valores não precisamente discriminados pelo contribuinte, devemos previamente decidir de quem é o ônus da prova. Ora, o percentual para a prestação dos serviços em geral é de 32%, só excepcionados os serviços hospitalares. Fl. 289DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 283 15 Como os serviços hospitalares são definidos objetivamente e excepcionam a regra geral de tributação, uma vez que a autoridade fiscal da obtenção de receitas por um prestador de serviços, cabe ao sujeito passivo fazer a prova de que os montantes identificados se enquadram na exceção. Inconstitucionalidade do percentual punitivo A alegação de que o percentual de 75% da multa de ofício viola a razoabilidade, a proporcionalidade e a proibição de confisco visa afastar previsão legal por meio de controle de constitucionalidade; competência estranha a este colegiado, conforme previsto na Súmula CARF nº 2: “O CARF não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária”. Juros SELIC Quanto aos argumentos pela não aplicação dos juros segundo a taxa SELIC, esse tema já consta de súmula, cuja aplicação é obrigatória: “Súmula 1º CC nº 4: A partir de 1º de abril de 1995, os juros moratórios incidentes sobre débitos tributários administrados pela Secretaria da Receita Federal são devidos, no período de inadimplência, à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia SELIC para títulos federais”. Juros sobre multa de ofício Por fim, no tocante aos juros sobre multa de ofício, entendo que se trata de tema de âmbito da fase não contenciosa, uma vez que não é objeto do lançamento, mas sim da atividade de cobrança, a qual não está submetida ao crivo deste colegiado. Por isso, dele não tomaria conhecimento. Essa, porém, não tem sido a posição adotada por este colegiado que previamente tem decidido conhecer a questão. Assim, passo a enfrentála. De início, vale reproduzir acórdão em que também se conheceu do assunto, no qual foram considerados devidos os juros: Número do Recurso: 155344 Câmara: PRIMEIRA CÂMARA Número do Processo: 10845.000196/9534 Tipo do Recurso: VOLUNTÁRIO Matéria: IRPJ E OUTRO Recorrente: PRÓPRIA S.A. ADMINISTRAÇÃO E IMÓVEIS (SUCEDIDA POR BRASCOR S.A. IMÓVEIS E PORTICIPAÇÕES) Recorrida/Interessado: 2ª TURMA/DRJSALVADOR/BA Data da Sessão: 25/05/2007 00:00:00 Relator: Sandra Maria Faroni Decisão: Acórdão 10196177 Fl. 290DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO 16 Resultado: DPPU DAR PROVIMENTO PARCIAL POR UNANIMIDADE Texto da Decisão: Por unanimidade de votos, DAR provimento PARCIAL ao recurso, nos termos do voto da Relatora. Inteiro Teor do Acórdão Ementa: JUROS DE MORA SOBRE MULTA DE OFÍCIO No lançamento de ofício, o valor originário do crédito tributário compreende o valor do tributo e da multa por lançamento de ofício. Sobre a multa por lançamento de ofício não paga no vencimento incidem juros de mora. Em se tratando de tributos cujos fatos geradores tenham ocorrido até 31/12/1994, sobre a multa por lançamento de ofício incidem, a partir de 1º de janeiro de 1997, juros de mora calculados segundo a Selic. Assim tem se inclinado a jurisprudência deste Conselho e com ela me alinho. Dois artigos da Lei n° 9.430/96 conduzemme a essa posição e abaixo os transcrevo: Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente. Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (...) Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de 1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de atraso. (...) § 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. É importante notar que no caput do art. 61, o texto é “débitos [...] decorrentes de tributos e contribuições” e não meramente “débitos de tributos e contribuições”. O termo “decorrentes” evidencia que o legislador não quis se referir, para todas as situações, apenas aos tributos e contribuições em termos estritos. Tal dispositivo, combinado com o art. 43 (onde se prevê a multa isolada ou acompanhada de tributo) e seu parágrafo único, levanos à conclusão de que os juros de mora devem incidir sobre a multa de ofício, após o seu vencimento. Fl. 291DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO Processo nº 10865.004098/200813 Acórdão n.º 1401001.436 S1C4T1 Fl. 284 17 Conclusão Isso posto, voto por dar provimento parcial ao recurso com o fito de excluir dos valores lançados pelo percentual de 32% apenas aqueles identificados pelo sujeito passivo como receitas hospitalares, nos termos do relatório de diligência fiscal. (assinado digitalmente) Guilherme Adolfo dos Santos Mendes Relator Fl. 292DF CARF MF Impresso em 17/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 11/02/2016 por GUILHERME ADOLFO DOS SANTOS MENDES, Assinado digitalmente em 16/02/2016 por ANTON IO BEZERRA NETO
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Numero do processo: 11030.721697/2012-67
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 2401-000.467
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por CONVERTER o julgamento em diligência fiscal, para que o Fisco, no tocante às contribuições patronais incidentes sobre os subsídios dos agentes políticos, pronuncie-se a respeito das datas dos respectivos pagamentos realizados pelo sujeito passivo, bem como correlacione os indébitos com as competências em que teriam sido indevidamente compensados.
(Assinado digitalmente)
ANDRÉ LUÍS MARSICO LOMBARDI - Presidente
(Assinado digitalmente)
CLEBERSON ALEX FRIESS - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Luís Marsico Lombardi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira.
Nome do relator: CLEBERSON ALEX FRIESS
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por CONVERTER o julgamento em diligência fiscal, para que o Fisco, no tocante às contribuições patronais incidentes sobre os subsídios dos agentes políticos, pronuncie-se a respeito das datas dos respectivos pagamentos realizados pelo sujeito passivo, bem como correlacione os indébitos com as competências em que teriam sido indevidamente compensados. (Assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MARSICO LOMBARDI - Presidente (Assinado digitalmente) CLEBERSON ALEX FRIESS - Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Luís Marsico Lombardi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira.
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Glosa e Multa isolada. Recorrente MUNICÍPIO DE TRINDADE DO SUL PREFEITURA MUNICIPAL Recorrida FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, por CONVERTER o julgamento em diligência fiscal, para que o Fisco, no tocante às contribuições patronais incidentes sobre os subsídios dos agentes políticos, pronunciese a respeito das datas dos respectivos pagamentos realizados pelo sujeito passivo, bem como correlacione os indébitos com as competências em que teriam sido indevidamente compensados. (Assinado digitalmente) ANDRÉ LUÍS MARSICO LOMBARDI Presidente (Assinado digitalmente) CLEBERSON ALEX FRIESS Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: André Luís Marsico Lombardi (Presidente), Arlindo da Costa e Silva, Carlos Alexandre Tortato, Cleberson Alex Friess, Luciana Matos Pereira Barbosa, Theodoro Vicente Agostinho, Carlos Henrique de Oliveira e Rayd Santana Ferreira. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 10 30 .7 21 69 7/ 20 12 -6 7 Fl. 12240DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 23/12/201 5 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 11030.721697/201267 Resolução nº 2401000.467 S2C4T1 Fl. 12.241 2 Relatório Cuidase de recurso voluntário interposto em face da decisão da 6ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (DRJ/CTA), cujo dispositivo tratou de considerar improcedente a impugnação, mantendo o crédito tributário exigido. Transcrevo a ementa do Acórdão nº 0646.144 (fls. 12.191/12.202): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/05/2010 a 31/12/2011 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. A decadência do direito de pleitear a restituição ocorre em cinco anos contados do recolhimento indevido. MULTA QUALIFICADA. FRAUDE. Configurada a existência de fraude, impõese ao infrator a aplicação da multa qualificada de 150% prevista na legislação de regência. 2. Extraise do relatório fiscal, às fls. 18/26, que o processo administrativo é composto por dois autos de infração (AI), a saber: i) AI nº 51.008.8716, relativo à glosa de compensação de contribuição previdenciária, indevidamente realizada pelo sujeito passivo nas competências 05/2010 a 11/2011; e ii) AI nº 51.008.8724, referente à multa isolada pela compensação indevida, quando comprovada a falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo, nas competências 06/2010 a 12/2011. 3. Segundo a fiscalização, a compensação indevidamente efetuada pelo sujeito passivo diz respeito a: i) recolhimentos efetuados a título de contribuições previdenciárias incidentes sobre os subsídios percebidos pelos detentores de mandato eletivo municipal; ii) pagamentos sobre verbas de natureza indenizatória; iii) diferenças a maior no recolhimento da contribuição previdenciária destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho (RAT/SAT); e Fl. 12241DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 23/12/201 5 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 11030.721697/201267 Resolução nº 2401000.467 S2C4T1 Fl. 12.242 3 iv) créditos registrados no relatório de divergências "CCORGFIP Consulta valores a recolher x valores recolhidos x LDCG/DGC", emitido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). 3.1 Especificamente no que toca às contribuições incidentes sobre os subsídios dos agentes políticos, a glosa da compensação deuse em razão da prescrição do direito à compensação. 4. Intimado da decisão de primeira de instância desfavorável, o recorrente interpôs recurso voluntário, em que reafirma os argumentos deduzidos na impugnação (fls. 12.207/12.215) 4.1 Dentre outras ponderações, o sujeito passivo insurgese contra a decisão recorrida no parte em que afastou a legalidade das compensações devido ao prazo para repetição do indébito. 4.2 Aduz que data de vencimento é diferente de data de pagamento, de maneira que o início da contagem do lapso temporal para o exercício do direito à repetição não se dá a partir do fato gerador do tributo. 4.3 A tal linha argumentativa, assinala que os pagamentos foram realizados mediante quitação de parcelamentos. 5. É o relatório, no que interessa. Voto Conselheiro Cleberson Alex Friess, Relator 6. Quanto aos agentes políticos, além da ausência de prévia retificação da Guia de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social (GFIP), a fiscalização justifica a glosa da compensação pelo decurso do prazo de cinco anos, contados a partir da data do pagamento indevido, para pleitear a repetição nos tributos sujeitos a lançamento por homologação. 7. Todavia, não localizei no relatório da acusação fiscal, incluído os seus anexos, a indicação das datas em que foram pagos os valores indevidos. 8. Por sua vez, a recorrente afirma, em seu recurso voluntário, que tais valores apenas foram pagos por meio de prestações em parcelamento, cujo adimplemento em data posterior inicia o prazo prescricional para a repetição. Antes disso, pondera, o município não havia efetuado pagamento antecipado algum relativamente àquelas contribuições previdenciárias (fls. 12.208) 9. Notase, portanto, que há questão de fato a ser esclarecida sobre aspecto controvertido nos autos, com o propósito de subsidiar o convencimento do julgador acerca do direito aplicável ao caso concreto. Fl. 12242DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 23/12/201 5 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS Processo nº 11030.721697/201267 Resolução nº 2401000.467 S2C4T1 Fl. 12.243 4 10. Dessa feita, VOTO POR CONVERTER O JULGAMENTO EM DILIGÊNCIA, para que o Fisco, no tocante às contribuições patronais incidentes sobre os subsídios dos agentes políticos, pronunciese a respeito das datas dos respectivos pagamentos realizados pelo sujeito passivo, bem como correlacione os indébitos com as competências em que teriam sido indevidamente compensados. 11. Após a resposta do órgão da RFB, deverá ser oportunizado o contraditório à recorrente, com posterior retorno dos autos para julgamento deste Colegiado. É como voto. (Assinado digitalmente) Cleberson Alex Friess Fl. 12243DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 23/12/201 5 por CLEBERSON ALEX FRIESS, Assinado digitalmente em 06/01/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, As sinado digitalmente em 23/12/2015 por CLEBERSON ALEX FRIESS
score : 1.0
Numero do processo: 10508.000505/2011-88
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jan 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 28 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI
Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008
MULTA. CONDUTA. AUSÊNCIA DE PROVA.
Penalidade prevista pelo art. 88 da MP 2.158-35/2001, como toda e qualquer pena depende de demonstração inequívoca da conduta do contribuinte. No caso tratado nesse caderno processual administrativo, não há indícios de prática que pudesse ser atribuída a fraude, impõe afastar aplicação da multa.
Recurso Voluntário Provido em Parte.
Numero da decisão: 3302-003.027
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para afastar a multa de 100% sobre a diferença entre o preço praticado e o preço arbitrado. Sustentou pela Recorrente Dr. Gustavo Ventura - OAB 17900 - PE.
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
Domingos de Sá Filho - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (presidente), Paulo Guilherme Deroulede, Domingos de Sá Filho, Jose Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: DOMINGOS DE SA FILHO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 MULTA. CONDUTA. AUSÊNCIA DE PROVA. Penalidade prevista pelo art. 88 da MP 2.15835/2001, como toda e qualquer pena depende de demonstração inequívoca da conduta do contribuinte. No caso tratado nesse caderno processual administrativo, não há indícios de prática que pudesse ser atribuída a fraude, impõe afastar aplicação da multa. Recurso Voluntário Provido em Parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, dar parcial provimento ao Recurso Voluntário para afastar a multa de 100% sobre a diferença entre o preço praticado e o preço arbitrado. Sustentou pela Recorrente Dr. Gustavo Ventura OAB 17900 PE. Ricardo Paulo Rosa Presidente. Domingos de Sá Filho Relator. Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Ricardo Paulo Rosa (presidente), Paulo Guilherme Deroulede, Domingos de Sá Filho, Jose Fernandes do Nascimento, Lenisa Rodrigues Prado, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 50 8. 00 05 05 /2 01 1- 88 Fl. 4041DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 2 Relatório Cuidase de Recurso Voluntário visando modificar a decisão de piso que manteve na integra o lançamento exigindo Imposto sobre Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS e COFINS, referente aos fatos geradores do período de 01/01/2007 a 31/12/2008. Conforme se apura dos autos, a Fiscalizada submeteu a despacho de importação produtos eletrônicos fornecidos pelas empresas “MDX ELECTRONICS” e “MDX INTERNATIONAL”, ambas sediadas nos Estados Unidos, de janeiro/2007 à dezembro/2008. Nesse mesmo período, a fiscalização observouse que a contribuinte/importadora pagou aos exportadores diversos valores a título de prestação de serviços. Cogitase a possibilidade da não inclusão no valor aduaneiro das mercadorias importadas a totalidade de valores remetidos ao exportador a título de pagamento de royalties e assistência técnica apurados em exame da escrita fiscal. Ao longo das diligências realizadas foi apresentado cópia de contrato de distribuição de produtos e prestação de serviços de propaganda e publicidade, onde a Interessada consta como distribuidora dos produtos fabricados pelas empresas MDX ELECTRONICS LLC e MDX INTERNACIONAL LLC. O contrato pactuado entre as partes se refere: “distribuição dos produtos identificados com a marca MOTOROLA comercializados pela FORNECEDORA, para que a DISTRIBUIDORA a revenda, sem exclusividade, no Brasil. Por sua vez, a DISTRIBUIDORA contrata a FORNECEDORA para a prestação de serviços de assessoria em propaganda e publicidade vinculadas à promoção e comercialização dos PRODUTOS.” Consta da narrativa do Termo de Verificação Fiscal que foi realizado visita as instalações da Recorrente, quando constatou a inexistência de processo fabril. Informa também que o procedimento realizado resumia a teste de funcionamento dos kits de telefones, rádios portáteis intercomunicadores e outros produtos eletrônicos importados. Todos os produtos recebiam embalagem final para revenda. Extraíse, também, do TVF que as empresas MDX ELECTRONICS, LLC e MDX INTERNATIONAL, LLC, além estarem instaladas nos mesmo endereços, a única diferença observada é em relação à marca dos produtos importados pela ATX. Diz, ainda, o auditor que a base de cálculo foi retificada para incluir o valor total dos produtos remetidos as empresas acima identificadas no período de 2007 a 2008 serviços de marketing e consultoria, que naquele período totalizou o montante de R$ 18.479.259,28. Passo agora a utilizar parte do Relatório do Ilustre relator do Acórdão fustigado: “Intimada a prestar esclarecimentos sobre esse fato e demais documentos e informações de interesse fiscal, o contribuinte apresentou cópias dos seguintes instrumentos negociais: Fl. 4042DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10508.000505/201188 Acórdão n.º 3302003.027 S3C3T2 Fl. 10 3 (A) “Contrato de Distribuição de Produtos e Prestação de Serviços de Marketing e Consultoria e Outras Avenças” firmado com a “MDX ELETRONICS” (como Fornecedora e Contratada) e a interessada (como Distribuidora e Contratante), com data de 02/02/2004, tendo por objeto a distribuição dos produtos identificados com a marca “MOTOROLA” comercializados pela Fornecedora, para que a Distribuidora os revenda, sem exclusividade, no Brasil. No mesmo instrumento, a Distribuidora contrata a Fornecedora para a prestação de serviços de consultoria e marketing vinculados à promoção e comercialização dos produtos. Vale observar ainda que tal contrato tem prazo indeterminado e não indica valores preestabelecidos para o seu objeto. (B) “Contrato de Distribuição de Produtos e Prestação de Serviços de Propaganda e Publicidade”, firmado entre a “MDX ELETRONICS” (como Fornecedora e Contratada) e a interessada (como Distribuidora e Contratante), com data de 01/09/2007, tendo por objeto distribuição dos produtos identificados com a marca “MOTOROLA” comercializados pela Fornecedora, para que a Distribuidora os revenda, sem exclusividade, no Brasil. De outra parte, a Distribuidora contrata a Fornecedora para a prestação de serviços de assessoria em propaganda e publicidade vinculados à promoção e comercialização dos produtos. (C) “Contrato de Distribuição de Produtos e Prestação de Serviços de Propaganda e Publicidade”, com data de 01/09/2007, firmado entra a “MDX INTERNATIONAL” (como Fornecedora e Contratada) e a interessada (como Distribuidora Contratante), tendo por objeto a distribuição dos produtos identificados com a marca VTECH comercializados pela Fornecedora, para que a Distribuidora os revenda, com exclusividade, no Brasil. Por sua vez, a Distribuidora contrata a Fornecedora para a prestação de serviços de assessoria em propaganda e publicidade vinculadas à promoção e comercialização dos produtos. Ainda em atendimento às Intimações Fiscais que lhe foram destinadas a impugnante apresentou cópias de Memoriais Descritivos dos serviços contratados, cujos principais itens são descritos a seguir: (A) Desenvolvimentos e Projeto de Produtos (Valor US$ 1.340.000,00) (B) Consultoria de Marketing e Vendas (valor US$ 4.210.000,00) (C) Desenvolvimento de Negócios (Valor US$ 4.210.000,00) (D) Acordos de Frete e Planejamento de Produção (Valor US$ 20.000,00) (E) Encargos Gerais (Valor US$ 140.000,00) Fl. 4043DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 4 Partindo da análise de todo o material coletado a fiscalização considerou que a contratação dos serviços em questão foi estabelecida como condição de venda dos produtos importados concluindo, ao final, que os referidos pagamentos constituíram – de fato – parcela do preço das mercadorias importadas, devendo, por conseguinte ser adicionados aos valores aduaneiros declarados, nos termos do artigo 1º do Acordo sobre a Implementação do artigo VII do Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, GATT/1994, aprovado pelo Decreto Legislativo nº 30/1994 e promulgado pelo Decreto 1.355/1994. Cumpre ainda relatar os seguintes fatos apurados pela fiscalização: (1) Respondendo à questionamento formulado no Termo de Intimação Fiscal nº RGR006/ 2011 a interessada negou qualquer vinculação com as empresas exportadoras em causa, contraditando informação anteriormente prestada pela mesma nas suas DIPJ (anos calendários 2007 e 2008). (2) Visitando a sede da empresa em 30/07/2010 a autoridade fiscal lançadora constatou que o processo fabril da empresa se resume a testar o funcionamento dos produtos eletrônicos importados e o seu acondicionamento final para revenda no mercado. (3) Os contratos de distribuição firmados com a MDX ELETRONICS e a MDX INTERNATIONAL têm cláusulas idênticas, apresentando o mesmo endereço de sede nos E.U.A (4) MDX ELETRONICS e a MDX INTERNATIONAL têm o mesmo nome fantasia e o mesmo logotipo, funcionando no mesmo endereço. Ademais, a pessoa que assina as invoices da MDX ELETRONICS é a mesma que assina as invoices da MDX INTERNATIONAL.” Impugnação apresentada às fls. 2991/3044, afastando os argumentos perpetrados pelo Fisco. Proferido o r. Acórdão nº 1140.153 pela 6 ª Turma da DRJ/REC, na sessão de 18 de março de 2013 (fls. 3900/3913) , fora considerada improcedente a defesa da Fiscalizada, pelo que transcrevo a Ementa: Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 Base de Cálculo do Imposto A base de cálculo do imposto é o valor aduaneiro que, de acordo com o art. 8º do Acordo de Valoração Aduaneira AVA/ GATT, regulamentado pelos arts. 75 e ss. do Regulamento Aduaneiro/2002, aprovado pelo Decreto nº 4.543/2002 (atualizado pelo Decreto 6.759/2009), inclui no valor de transação todas as parcelas pagas como condição de venda das mercadorias importadas. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/01/2007 a 31/12/2008 Perícia. Indeferimento. Fl. 4044DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10508.000505/201188 Acórdão n.º 3302003.027 S3C3T2 Fl. 11 5 Dispensável a produção de laudo técnico quando os documentos integrantes dos autos revelaramse suficientes para a formação de convicção e conseqüente julgamento do feito. Pedido indeferido, nos termos do artigo 18 do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação do artigo 1º da Lei nº 8.748, de 1993, c/c artigo 35 do Decreto nº 7.574, de 2011. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Intimada, a Fiscalizada apresentou recurso voluntário às fls. 3946/3998, aduzindo em síntese que: a relação jurídica entre a recorrente e as empresas exportadoras decorre de contratos celebrados com as mesmas, sendo um de importação de mercadorias e outro de prestação de consultoria e marketing para divulgação dos produtos. Dessa forma, não há que se falar o Fisco em inexistência de prestação de serviços; “a relação jurídica entre a recorrente e as empresas exportadoras decorre de contratos celebrados com as mesmas, sendo um de importação de mercadorias e outro de prestação de consultoria e marketing para divulgação dos produtos. Dessa forma, não que se falar o Fisco em inexistência de prestação de serviços; o lançamento de oficio, bem como a aplicação de multa por parte dos agentes fiscais estão equivocados, eis que não houve ato fraudulento praticado pela recorrente, isso pois, a Electronics e a International vendem, mas não produzem as mercadorias importadas, assim, as consultorias prestadas não se relacionam com a montagem dos produtos no Brasil, mas sim com investimento para incremento de vendas; os pagamentos realizados a título de desenvolvimento de produtos não podem ser incluídos nas bases de cálculo dos tributos aduaneiros; que o Fisco agiu incorretamente ao autuar a Recorrente por uma despesa que não tem qualquer relação com o custo dos produtos importados, especialmente quando o auditor tentar estabelecer uma semelhança entre despesas de marketing e serviços de engenharia de produção, para fins de incidência dos tributos aduaneiros;” Assim, a questão tratada nesse processado administrativo cinge a incidência do Imposto sobre Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS e COFINS sobre remessas de valores remetidos ao exterior a título de contraprestação de serviços prestados pelas empresas MDX ELECTRONICS LLC e MDX INTERNACIONAL LLC, a primeira exportava para Recorrente produtos da marca Motorola e a segunda produtos da marca VTECH. O lançamento decorre de entendimento fiscal, de que os valores enviados para exterior a título de contraprestação aos serviços prestados, em verdade seriam o preço das mercadorias importadas, motivo pelo qual decidiu retificar as bases de cálculos do Imposto Fl. 4045DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 6 sobre Importação, Imposto sobre Produtos Industrializados, PIS e COFINS, conforme metodologia detalhada nos anexos I, II, III e IV. A Interessada argumenta existência de contrato de distribuição de produtos e de prestação de serviços de propaganda e publicidade, afirma que o pacto estabelece obrigações de dar e de fazer, que no caso se refere propaganda e publicidade. A controvérsia reside quanto aos pagamentos constantes de faturas referentes à: Desenvolvimento e Projeto de Produto, Marketing e Consultoria; Acordo de Frete e Planejamento de Produção e Encargos Gerais. Em razões recursais a Recorrente discorda do enquadramento nas hipóteses previstas no artigo 8º AVA empregado como fundamento para manter o lançamento. Demonstra irresignação com inclusão à base de cálculo os serviços e o custo de transporte por não fazerem parte do preço pago pela aquisição. Há inconformismo de não ter sido realizado compensação de ofício do valor de R$ 3.109.384,57 pago a título de Imposto de Renda Retido na Fonte quando da elaboração do auto de infração, e, afirma caso tivesse sido descontado do levantamento fiscal, restaria a ser recolhido à importância de R$ 409.732,07. A argumentação de compensação deriva do encaminhamento da fiscalização que é devido o IPI, II, PIS e COFINS no lugar do IRRF, sendo assim, a Recorrente fariam jus à compensação. Argumentou também que o pagamento do IPI, PIS e COFINS gerariam créditos para a compensação nas operações internas. Sustenta também equivoco nos cálculos que deu origem ao lançamento, considerando que o valor utilizado pelo auditor como base de cálculo não representa a real quantidade de recursos remetidos para as empresas estrangeiras a título de prestação de serviços. O questionamento se refere diretamente ao montante de R$ 18.479.259,28 por não representar os valores efetivamente pagos e enviados ao exterior, haja vista de que deixou de pagar algo em torno de trinta por cento das faturas emitidas, declinando que efetivamente pagou R$ 12.437.430,14 e o valor não pago no período fiscalizado é da ordem de R$ 6.041.829,14. Por derradeiro alega ausência de fundamento para aplicação da multa prevista pelo artigo 88 da Media Provisória nº 2.15835/2001. É relatório. Voto Conselheiro Domingos de Sá Filho, Relator. Cuida de recurso tempestivo e preenche os demais pressupostos de admissibilidade, devendo, portanto, ser conhecido. A controvérsia está restrita aos pagamentos efetuados a título de contraprestação de serviços de desenvolvimento e projetos de produtos, consultoria de marketing e vendas, desenvolvimento de negócios, acordos de frete e planejamento de produção e encargos gerais realizados pela Recorrente, se integra ou não o custo dos produtos importados da empresa MDX ELETRONICS. Fl. 4046DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10508.000505/201188 Acórdão n.º 3302003.027 S3C3T2 Fl. 12 7 Combatendo a imputação lhe atribuída pela fiscalização, afirma que os pagamentos efetivados, além daqueles decorrentes diretamente das aquisições de mercadorias, foram realizados pela prestação de serviços prestados pela empresa MDX ELETRONICS, que os “invoices” são prova efetiva dos desembolsos. Algumas das circunstâncias relacionadas pela fiscalização não são determinantes na apuração do crédito tributário em virtude de comprovação eficaz, de outro lado só o fato de modificar as embalagens por si só resta caracterizado produção. Mas, acusação é de que, parte do custo das mercadorias importadas teriam sido pagas por meio de remessas a título de pagamento de serviços assessoria e marketing, acordo de frete e planejamento de produção. Em razões recursais a sustentação é de que o direito de distribuir os produtos de fabricação da VTECH e Motorola no Brasil é exclusivamente da Recorrente, motivo pelo qual teria firmado os contratos de parceria comercial com as empresas americanas, e, esses se caracterizam por uma obrigação de dar, exportação de mercadorias, e, outra obrigação de fazer, prestação de marketing e consultoria. Segundo se vê da argumentação trazida seriam várias razões a levar não contratar, meramente, a importação dos insumos. Esse argumento não possui o condão de elidir insinuação de que cometeu prática torsa. Dizer que o fator preponderante para pactuar os contratos de assessoria decorreu do conhecimento extenso das empresas americanas do mercado da América Latina, aliada a tecnologia de marketing e na consolidação de marca, revelou essencial na política em relação ao mercado que atua, não é suficiente para contrapor a fiscalização. È preciso demonstrar que efetivamente os serviços foram prestados, isso a meu sentir não pode ser aferido pelos invoices representando os pagamentos, pois é exatamente essa a questão. Cabia a Recorrente demonstrar de modo cabal que todo o incremento, alegado, nas vendas decorreu do trabalho de marketing contratado, apenas alegar é insuficiente ao afastamento da acusação de alteração do verdadeiro preço pago pelas mercadorias importadas. O conteúdo das Atas de reunião entre a importadora e a exportadora colecionadas é precário, exprime pequenos comentários dos acontecimentos na área comercial, em algumas dela o assunto de marketing configura proposta de linha de novos produtos a serem introduzidos no mercado brasileiro, às vezes somente na área de distribuição da recorrente. O teor dos registros deixa transparecer de que trata exclusivamente de reunião de negócios, em que um lado pede prestação de conta de que o outro está realizando para divulgar os produtos, tanto é assim, que a recorrente sempre informar ter realizado encontros e exposição em área de grandes clientes. Assim como, recusa participar de algumas campanhas comercial, manifestando preocupação com o lançamento de alguns produtos no sentido de não ter retorno. Uma das cláusulas do contrato afirma que a obrigação de divulgação e a promoção dos produtos são da Recorrente, cabendo a fornecedora indicar e aprovar o material, é o que vislumbro da leitura: Fl. 4047DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA 8 “Promover propaganda ou publicidade dos PRODUTOS, mediante a utilização de material de "merchandising" apropriado e indicado pela FORNECEDORA;” Não distingo nas atas de reunião acostadas, a título de elementos capazes de afastar alegação fiscal de que os pagamentos realizados a título de consultoria e marketing tratam de complemento do preço da mercadorias importadas. Assim como, não enxergo nas cópias de registros de eventos como sendo elaborados pela empresa americana, por essas razões há de se manter a exigência do crédito tributário formalizado pelo lançamento por ausência de prova no sentido inverso daquela trazida pela fiscalização. DA ALEGADA COMPENSAÇÃO DO PAGAMENTO DO IRRF COM OS DÉBITOS LEVANTADOS PELA FISCALIZAÇÃO. O inconformismo se refere ao fato de que a fiscalização deixou de considerar os valores do IRRF recolhido, os quais poderiam ter sido considerados e abatidos do débito apurado dos impostos e das contribuições. Essa sustentação da desconsideração dos contratos de assessoria comercial, que nesse caso deveria ter sido abatido o total dos recolhimentos efetivados do IRRF, o que não teria sido observado quando da formalização do crédito tributário não merece prosperar. A compensação não pode ser utilizada como argumento de defesa, pois trata se de direito do contribuinte em solicitar ou compensar independemente da vontade das Autoridades Fiscais. Sendo assim, não há que se fazer quaisquer reparo a decisão. PAGAMENTO DE SERVIÇOS e METODOLOGIA APLICADA NA APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. Alega que o valor efetivamente pago a título de assessoria e marketing não foi o valor de R$ 18.479.259,28, que o valor apontado pela fiscalização referese a soma total das faturas emitidas a esse título. No que tange ao valor remetido a título de pagamento, mais uma vez, deixou de demonstrar alegação por meio de documentos. Como é de conhecimento geral, o Sistema Tributário Nacional elegeu o regime financeiro de competência como a regra geral para apuração de resultado da gestão patrimonial. Em razão disso, o registro dos fatos contábeis é realizado a partir de seu comprometimento e não do efetivo desembolso, afirma a jurisprudência reinante nos Tribunais, entre esses o Superior Tribunal de Justiça, que os pactos de caráter privado não influem na relação tributária. Em sendo assim, a inclusão dos valores de aquisições contabilizados a favor do fornecedor nada diverge do valore efetivamente pago para apuração do crédito tributário no caso desse caderno. Esse fato é relevante em relação à obrigação no caso de remessa para exterior a título de pagamento, o fato gerador dáse no momento da remessa. Por essa razão não se vislumbra qualquer possibilidade de acudir o pleito. DA MULTA DO ARTIGO 88 da Media Provisória nº 2.15835/2001. Fl. 4048DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 10508.000505/201188 Acórdão n.º 3302003.027 S3C3T2 Fl. 13 9 A irresignação centra na aplicação da penalidade prevista pelo art. 88 da MP 2.15835/2001, a meu sentir depende de demonstração inequívoca da conduta do contribuinte. No caso tratado nesse caderno processual administrativo, não há indícios de prática que pudesse ser atribuída a fraude, convencido disso, afasto aplicação da pena. Diante do exposto, dou provimento parcial para afastar a multa do art. 88 da Media Provisória nº 2.15835/2001. É como voto. Domingos de Sá Filho Fl. 4049DF CARF MF Impresso em 28/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 23/03/2016 por DOMINGOS DE SA FILHO, Assinado digitalmente em 24/03/2016 por RICARDO PAULO ROSA
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Numero do processo: 10730.722241/2014-26
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Fri Feb 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Mar 18 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2012
GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. FALTA DE COMPROVAÇÃO.
Somente podem ser deduzidas as despesas médicas quando comprovadas por documentação hábil e idônea a efetiva prestação dos serviços e a vinculação do pagamento ao serviço prestado.
Recurso Voluntário Negado
Crédito Tributário Mantido
Numero da decisão: 2201-002.937
Decisão:
Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso.
(assinado digitalmente)
Carlos Alberto Mees Stringari
Relator
(assinado digitalmente)
Eduardo Tadeu Farah
Presidente Substituto
Participaram do presente julgamento, os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Mees Stringari Relator (assinado digitalmente) Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto Participaram do presente julgamento, os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ.
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FALTA DE COMPROVAÇÃO. Somente podem ser deduzidas as despesas médicas quando comprovadas por documentação hábil e idônea a efetiva prestação dos serviços e a vinculação do pagamento ao serviço prestado. Recurso Voluntário Negado Crédito Tributário Mantido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, negar provimento ao recurso. (assinado digitalmente) Carlos Alberto Mees Stringari Relator (assinado digitalmente) Eduardo Tadeu Farah AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 73 0. 72 22 41 /2 01 4- 26 Fl. 73DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 2 Presidente Substituto Participaram do presente julgamento, os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente Substituto), CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, MARCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado), IVETE MALAQUIAS PESSOA MONTEIRO, MARIA ANSELMA COSCRATO DOS SANTOS (Suplente convocada), MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, CARLOS CESAR QUADROS PIERRE e ANA CECILIA LUSTOSA DA CRUZ. Fl. 74DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH Processo nº 10730.722241/201426 Acórdão n.º 2201002.937 S2C2T1 Fl. 3 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Federal do Brasil de Julgamento no Rio de janeiro I, Acórdão 1269.270 da 7ª Turma, que julgou a impugnação procedente em parte, cancelando a glosa no valor de R$ 24.396,71 (parte do deduzido como pensão alimentícia). O lançamento e a impugnação foram assim relatadas no julgamento de primeira instância: Tratase de impugnação apresentada pelo interessado contra lançamento de ofício formalizado na Notificação de Lançamento de fls. 04/10, que alterou o resultado da Declaração de Ajuste Anual (DAA) relativa ao exercício 2012, anocalendário 2011, de imposto a pagar de R$ 1.604,50 para imposto a pagar de R$ 9.958,43. O lançamento é decorrente de procedimento de revisão interna na Declaração de Ajuste Anual do interessado em que foram constatadas: i) Dedução indevida de Pensão Alimentícia Judicial e/ou por Escritura Pública, no valor de R$ 26.506,23. Destacou a fiscalização que, apesar de intimado, o interessado não apresentou escritura pública, decisão judicial ou acordo homologado judicialmente fixando o valor da pensão alimentícia de Edna Cezar Trindade. ii) Dedução indevida de despesas médicas, no valor de R$ 5.708,90, referente aos gastos informados na DAA com Fundação Petrobrás de Seguridade, no valor de R$ 4.057,54, e com Petróleo Brasileiro S A Petrobrás, no valor de R$ 1.651,36. Ressaltou a autoridade autuante que os documentos apresentados relativos à Fundação Petrobrás de Seguridade não discriminam os valores por beneficiário, apesar de tal informação ter sido demandada através de intimação, e indicam o pagamento de R$ 3.491,11. Com relação aos gastos informados com Petróleo Brasileiro S A Petrobrás, o valor glosado representa gastos com alimentanda, sendo que não foi apresentada documentação determinando o ônus de despesas médicas com alimentando. Cientificado do lançamento em 29/04/2014 (AR à fl. 25), o interessado apresentou impugnação, à fls. 02/03, e respectiva documentação em 13/05/2014. Inconformado, afirma, em síntese, que: Fl. 75DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 4 faz jus à dedução com pensão alimentícia, conforme documentos que anexa; as despesas médicas referemse a gastos com o contribuinte, dependentes ou alimentando. Inconformada com a decisão, a recorrente apresentou recurso voluntário onde alega/questiona, em síntese: · Dispendeu R$ 3.491,11 com despesas médicas próprias e dos dependentes. · Fisco reconheceu somente R$ 1.273,32 · No plano de saúde são dependentes a ex esposa e a mãe. · Cabe à Petrobras e Petros fornecer o detalhamento das despesas médicas. · Requer que o CARF busque junto à Petrobras e Petros o detalhamento das despesas médicas. É o relatório. Fl. 76DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH Processo nº 10730.722241/201426 Acórdão n.º 2201002.937 S2C2T1 Fl. 4 5 Voto Conselheiro Carlos Alberto Mees Stringari, Relator O recurso é tempestivo e por não haver óbice ao seu conhecimento, passo à análise das questões pertinentes. Observo que o recurso não se manifestou acerca da glosa remanescente referente a pensão alimentícia. DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS A legislação tributária concede ao contribuinte, por ocasião da declaração anual de ajuste, a possibilidade de realizar deduções de despesas médicas próprias e de seus dependentes da base de cálculo do imposto de renda As despesas médicas, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, também poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de cálculo do imposto de renda na declaração. Neste processo, a questão está restrita à falta de discriminação dos beneficiários das despesas com o plano de saúde e de o acordo homologado judicialmente não determinar o pagamento de despesas médicas da alimentanda, conforme apresentado no voto condutor da decisão da DRJ. Isto posto, do exame dos autos, verificase que o interessado não apresentou comprovação do pagamento de Plano de Saúde discriminado por beneficiário, apesar de intimado a apresentar tal informação (fl. 29). Tampouco o acordo homologado judicialmente (fls. 17/18) determinava o pagamento de despesas médicas da alimentanda. Assim sendo, deve a glosa de despesas médicas ser integralmente mantida. O recorrente requer que o CARF providencie os comprovantes das despesas médicas discriminadas por beneficiário. Fl. 77DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 6 Não concordo com o recorrente. Além do direito de realizar deduções, o sujeito passivo está obrigado a comprovar, de forma inequívoca e mediante documentação hábil e idônea, a realização de todas as deduções informadas em sua Declaração de Ajuste Anual. A legislação estabelece que o contribuinte, quando intimado, comprove que as deduções pleiteadas na declaração preencham todos os requisitos exigidos, sob pena de serem consideradas indevidas e o valor pretendido como dedução seja apurado e lançado em procedimento de ofício. Abaixo o art. 8 da Lei nº 9.250/95 e o art. 11, do Decreto Lei nº 5.844/43: Lei 9.250/95 Art.8. A base de cálculo do imposto devido no anocalendário será a diferença entre as somas: I de todos os rendimentos percebidos durante o anocalendário, exceto os isentos, os nãotributáveis, os tributáveis exclusivamente na fonte e os sujeitos à tributação definitiva; II das deduções relativas: a) aos pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias; ... § 2º O disposto na alínea a do inciso II: I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas CPF ou no Cadastro Geral de Contribuintes CGC de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; (...) § 3o As despesas médicas e de educação dos alimentandos, quando realizadas pelo alimentante em virtude de cumprimento de decisão judicial, de acordo homologado judicialmente ou de escritura pública a que se refere o art. 1.124A da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 Código de Processo Civil, poderão ser deduzidas pelo alimentante na determinação da base de Fl. 78DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH Processo nº 10730.722241/201426 Acórdão n.º 2201002.937 S2C2T1 Fl. 5 7 cálculo do imposto de renda na declaração, observado, no caso de despesas de educação, o limite previsto na alínea b do inciso II do caput deste artigo. (Redação dada pela Lei nº 11.727, de 2008) DecretoLei nº 5.844/43 Art 11 Poderão ser deduzidas, em cada cédula, as despesas referidas nêste capítulo, necessárias à percepção dos rendimentos. ... § 3° Todas as deduções estarão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora.” § 4° Se forem pedidas deduções exageradas em relação ao rendimento bruto declarado, ou se tais deduções não forem cabíveis, de acordo com o disposto neste capítulo, poderão ser glosadas sem audiência de contribuinte. Do mesmo modo, estabelece o Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 (RIR – Regulamento do Imposto de Renda) em seu art. 80: Art. 73. Todas as deduções estão sujeitas a comprovação ou justificação, a juízo da autoridade lançadora (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 3º). § 1º Se forem pleiteadas deduções exageradas em relação aos rendimentos declarados, ou se tais deduções não forem cabíveis, poderão ser glosadas sem a audiência do contribuinte (DecretoLei nº 5.844, de 1943, art. 11, § 4º). ... Art. 80. Na declaração de rendimentos poderão ser deduzidos os pagamentos efetuados, no anocalendário, a médicos, dentistas, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e hospitais, bem como as despesas com exames laboratoriais, serviços radiológicos, aparelhos ortopédicos e próteses ortopédicas e dentárias (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, inciso II, alínea "a"). § 1º O disposto neste artigo (Lei nº 9.250, de 1995, art. 8º, § 2º): I aplicase, também, aos pagamentos efetuados a empresas domiciliadas no País, destinados à cobertura de despesas com hospitalização, médicas e odontológicas, bem como a entidades que assegurem direito de atendimento ou ressarcimento de despesas da mesma natureza; Fl. 79DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH 8 II restringese aos pagamentos efetuados pelo contribuinte, relativos ao próprio tratamento e ao de seus dependentes; III – limitase a pagamentos especificados e comprovados, com indicação do nome, endereço e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ de quem os recebeu, podendo, na falta de documentação, ser feita indicação do cheque nominativo pelo qual foi efetuado o pagamento; CONCLUSÃO Voto por negar provimento ao recurso. Carlos Alberto Mees Stringari Fl. 80DF CARF MF Impresso em 18/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 04/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 0 4/03/2016 por CARLOS ALBERTO MEES STRINGARI, Assinado digitalmente em 11/03/2016 por EDUARDO TADEU F ARAH
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Numero do processo: 13654.001157/2008-75
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Feb 17 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Mar 09 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/05/2004 a 31/05/2006
MATÉRIA NÃO SUSCITADA EM SEDE DE DEFESA/IMPUGNAÇÃO. PRECLUSÃO PROCESSUAL.
Não devem ser conhecidas as razões/alegações constantes do recurso voluntário que não tenham sido suscitadas na impugnação, tendo em vista a ocorrência da preclusão processual.
Recurso Voluntário não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-005.014
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão da preclusão processual.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Kleber Ferreira de Araújo - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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PRECLUSÃO PROCESSUAL. Não devem ser conhecidas as razões/alegações constantes do recurso voluntário que não tenham sido suscitadas na impugnação, tendo em vista a ocorrência da preclusão processual. Recurso Voluntário não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário em razão da preclusão processual. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Kleber Ferreira de Araújo Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 65 4. 00 11 57 /2 00 8- 75 Fl. 135DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO 2 Relatório Tratase de recurso interposto pelo sujeito passivo contra o Acórdão n.º 09 21.899 de lavra da 6.ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento – DRJ em Juiz de Fora (MG), que julgou improcedente a impugnação apresentada para desconstituir Auto de Infração AI n.º 37.100.2869. O crédito em questão referese à exigência das contribuições patronais, inclusive aquela destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho – GILRAT. Os fatos geradores foram obtidos mediante análise das folhas de pagamento e recibos de prólabore. Na sua defesa a autuada alegou que as falhas detectadas foram ocasionadas por falhas no programa de geração das folhas de pagamento e cálculo dos encargos sociais. Pediu a relevação da penalidade ou o cancelamento das autuações alegando inexistência de responsabilidade pelas falhas detectadas, bem como por não ter agido com conduta dolosa ou intenção de fraudar o fisco. As razões apresentadas não foram acatadas pela DRJ, o que motivou a interposição de recurso, no qual a empresa alegou unicamente que o fisco não conseguiu demonstrar a ocorrência dos fatos geradores das contribuições lançadas, o que torna o lançamento e a decisão de primeira instância ilíquidos e carecedores de certeza e exigibilidade. À fl. 123 consta requerimento do sujeito passivo requerendo desistência do recurso para inclusão do crédito em parcelamento. A Unidade da RFB jurisdicionante do domicílio do sujeito passivo exarou, fl. 127, o seguinte despacho sobre o tema: "Em 01 de março de 2.010 o interessado protocolizou o documento de fls. 123 referente ao parcelamento estabelecido pela Lei n° 11.941/09. No que pese a manifestação de renúncia do contribuinte as fls. 123 com a indicação em epígrafe dos autos de n° 13.654.001157/200875, após pesquisas nos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB, sistema PAEX, fls. 126, consta apenas a adesão ao parcelamento dos débitos administrados pela PGFN. Assim, como o presente crédito tributário previdenciário é administrado pela RFB, retornese os autos à Segunda Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF." É o relatório. Fl. 136DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO Processo nº 13654.001157/200875 Acórdão n.º 2402005.014 S2C4T2 Fl. 136 3 Voto Conselheiro Kleber Ferreira de Araújo, Relator Admissibilidade O recurso a princípio mereceria conhecimento, posto que presentes os requisitos de tempestividade e legitimidade. Considerando que o despacho do órgão da RFB indica que não houve a inclusão do crédito em discussão no parcelamento instituído pela Lei n.º 11.941/2009, haveria a necessidade de apreciar o mérito da causa, não fosse a ocorrência de preclusão, conforme passarei a demonstrar. Na impugnação o sujeito passivo argumentou apenas que a falta de recolhimento se deu em razão de falhas no programa informatizado de geração das folhas de pagamento, nada questionando acerca da ocorrência dos fatos geradores dos tributos lançados. No recurso, apresentou inovação ao alegar que não há nos autos a prova de ocorrência do fato gerador. Esse foi o seu único argumento. Nos termos da legislação processual tributária, esse argumento recursal se encontra fulminado pela preclusão, uma vez que não foi suscitado por ocasião da apresentação da defesa, conforme preceitua o artigo 17 do Decreto n. 70.235/72, senão vejamos: Art. 17. Considerarseá não impugnada a matéria que não tenha sido expressamente contestada pelo impugnante. Nessa toada, não merece conhecimento a matéria suscitada em sede de recurso voluntário, que não tenha sido objeto de contestação na impugnação. Conclusão Voto por não conhecer do recurso em razão da preclusão processual. Kleber Ferreira de Araújo. Fl. 137DF CARF MF Impresso em 09/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO, Assinado digitalmente em 03/03 /2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO, Assinado digitalmente em 02/03/2016 por KLEBER FERREIRA DE ARAUJO
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