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Numero do processo: 10680.007820/2003-25
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Jan 19 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Feb 11 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 1302-000.393
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator.
(assinado digitalmente)
Edeli Pereira Bessa - Presidente
(assinado digitalmente)
Alberto Pinto S. Jr Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa (Presidente), Alberto Pinto Souza Júnior, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Paulo Mateus Ciccone (Suplente), Rogério Aparecido Gil, Talita Pimenta Félix.
Nome do relator: ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR
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Recorrente BANCO MERCANTIL DO BRASIL SA Recorrida Fazenda Nacional Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Os membros da Turma resolvem, por unanimidade, converter o julgamento em diligência, nos termos do relatório e voto proferidos pelo Relator. (assinado digitalmente) Edeli Pereira Bessa Presidente (assinado digitalmente) Alberto Pinto S. Jr –Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Edeli Pereira Bessa (Presidente), Alberto Pinto Souza Júnior, Daniele Souto Rodrigues Amadio, Paulo Mateus Ciccone (Suplente), Rogério Aparecido Gil, Talita Pimenta Félix. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 06 80 .0 07 82 0/ 20 03 -2 5 Fl. 681DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Erro! A origem da referência não foi encontrada. Fls. 677 ___________ Retornamse os autos a esta Câmara, em razão da decisão proferida no Acórdão nº 9101001.530 da 1ª Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, cuja ementa assim dispõe: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 1997 REGIMENTO INTERNO CARF DECISÃO DEFINITIVA STF E STJ ARTIGO 62A DO ANEXO II DO RICARF. Segundo o artigo 62A do Anexo II do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C do Código de Processo Civil, devem ser reproduzidas no julgamento dos recursos no âmbito deste Conselho. PEDIDO DE RESTITUIÇÃO PRAZO. Tendo em vista que o contribuinte protocolou o pedido de restituição até 09/06/2005, de se aplicar o entendimento anterior firmado pelo Superior Tribunal de Justiça ("tese dos 5 + 5"), em sede de Recurso Representativo de Controvérsia (artigo 543C, do Código de Processo Civil), no Recurso Especial n° 1.002.932, aplicável para as restituições apresentadas até 09/06/2005, conforme decisão proferida no Recurso Extraordinário n° 566.621, julgado pelo Supremo Tribunal Federal, na sistemática do artigo 543B, do Código de Processo Civil. Peço vênia aos meus pares, para transcrever o relatório da Conselheira Karen Jureidini Dias, relatora do referido acórdão na 1ª Turma da CSRF, in verbis: “Tratase de Recurso Especial interposto pelo contribuinte em face do Acórdão 180100.199. Cuida o presente processo da análise de Declarações de Compensações de Saldo Negativo de CSLL com outros tributos do ano calendário de 1997 — DCOMP's (fls. 01, 31/32, 37/40, 45/48, 57/60, 61/64, 65/68, 69/73, 74/77, 78/81 e retificadoras às fls. 41/44, 49/52 e 53/56). No Despacho Decisório DRF/BHE n° 856, de 12/11/2006 (fls 278/282), a Secretaria da Receita Federal decidiu por indeferir os pedidos de homologação de tais compensações devido à suposta inexistência do crédito, encaminhando os débitos informados nos PER/DCOMP's para a cobrança. Argumentou a autoridade a quo que o contribuinte teria usufruído antecipadamente do pleito da Ação Ordinária Declaratória com pedido de antecipação de Tutela, na qual Fl. 682DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 678 3 pleiteou o direito de deduzir integralmente a diferença IPC/BTNF de 1990, sem qualquer postergação conforme pretendeu a Lei 8.200/91 na Base de Calculo do IR e da CSLL. Em função desse entendimento, recomendou a não homologação da compensação dos débitos vinculados ao presente processo/ação judicial. Diante de tal decisão, o contribuinte esclareceu que no ano base de 1995 deduziu integralmente o saldo devedor da Lei n° 8.200/91 na base de cálculo da CSLL. Entretanto, como naquela data ainda não havia decisão definitiva, constituiu a devida provisão no exato valor do procedimento adotado. Em 1997, diante de sentença favorável, apenas procedeu à reversão contábil da provisão constituída em contrapartida de CSLL em 1995, indedutivel naquele ano. A despeito da manifestação de inconformidade apresentada pelo contribuinte, a 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento manteve o posicionamento inicialmente adotado pela Secretaria da Receita Federal, concluindo pela não homologação do saldo negativo de CSLL de 1997, sob o argumento de que as compensações não foram informadas na DCTF original, mas apenas na 3a DCTF retificadora. Destacamse os seguintes trechos da fundamentação da DRJ (fls. 531/532): Dessa forma, ao contribuinte cabia apurar o quantum devido e informar à administração a sua extinção através da compensação (sob condição resolutória de ulterior homologação). O instrumento criado pela Administração Pública para este fim, naquela data, reportavase à DCTF. Confirase: Instrução Normativa SRF n° 73, de 19 de dezembro de 1996 Art. 2º Deverão apresentar a Declaração de Contribuições e Tributos Federais DCTF: (...) Em um primeiro momento, quando da apresentação da DCTF original, o contribuinte não cumpriu com o determinado na legislação tributária vigente, ou seja, apurar e informar ao fisco a CSLL devida no decorrer do ano calendário de 1997. A omissão cometida quando da apresentação das DCTF's originais se manteve quando da apresentação das primeiras retificadoras apresentadas — em 05/06/1998. Fl. 683DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 679 4 As terceiras DCTFs apresentadas, aos 02/09/2003, continham as informações acerca da apuração da CSLL referente ao ano calendário de 1997. Contudo, não foram informados pagamentos para os valores apurados, mas pretendeuse validar o crédito já utilizado nas DCOMP's em análise neste processo (apresentadas no período de maio a agosto/2003). 25.2 0 procedimento executado pelo contribuinte em relação à CSLL estimativa apurada no ano calendário de 1997 não tem amparo na legislação vigente: Inicialmente o fisco não foi informado dos dados de apuração da CSLL do período dentro do prazo decadencial, de modo que, não ocorreu a homologação tácita prevista no §4° do art. 150 do CTN. A informação prestada pelo contribuinte nas DCTF's retificadoras apresentadas em 02/09/2003 foi efetuada fora do prazo regulamentar, quando já transcorridos mais de cinco anos da ocorrência do fato gerador (31/12/1997 — data da apuração da CSLL). Mesmo considerando que o prazo decadencial para constituição da CSLL é de 10 (dez) anos, a utilização de pretenso crédito apurado em 1996 (restituição através da compensação) na extinção destes débitos já não era mais permitida em 2003 — data da apresentação das DCTF's por força do art. 168 do CTN. Na data em que apresentadas as DCTF's retificadoras — 02/09/2003 — a compensação tributária acerca dos tributos e contribuições administrados pela SRF somente era efetuada através da apresentação de PERDCOMP, nos termos do art. 74 da Lei no 9.430, de 1996, na versão dada pela Lei n° 10.637, de 2002. As compensações informadas nas DCTF's retificadoras em 02/09/2003, com relação à CSLL, tiveram como único intento a validação das compensações declaradas nas DCOMP 's em análise neste processo, apresentadas antes da transmissão destas DCTF's . Vale dizer, na data da apresentação das DCOMP's, independentemente de qualquer outro motivo, o crédito utilizado era inexistente. 26. Assim sendo, considerando toda a argumentação acima despendida, as compensações informadas pelo contribuinte nas DCTF's apresentadas em 02/09/2003 não podem ser validadas. Conseqüentemente, inexistem as antecipações mensais invocadas pelo contribuinte, que deram origem ao pretenso Saldo Negativo de CSLL em 1997. Fl. 684DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 680 5 27. Diante da ausência dos valores antecipados no decorrer do ano calendário de 1997, inexiste Saldo Negativo de CSLL no ano calendário de 1997, independentemente do valor da CSLL apurada neste período. A 3ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Belo Horizonte ainda entendeu que o pretenso crédito data de 31/12/1997 e somente foi utilizado pelo contribuinte (através da DCOMP) quando já transcorrido o prazo previsto no artigo 168 do Código Tributário Nacional, conforme se observa no seguinte trecho destacado (fl. 454) Tal como já mencionado anteriormente, é desnecessária a apreciação das alegações apresentadas pelo contribuinte acerca da apuração da CSLL no ano calendário de 1997, quer seja pela DECADÊNCIA DO DIREITO DE PEDIR, quer seja pela INEXISTÊNCIA DAS ANTECIPAÇÕES durante o ano calendário em comento. Ou seja, qualquer que seja o valor apurado a titulo de CSLL quando da apuração anual ocorrida em 31/12/1997, não foram efetuadas quaisquer antecipações durante o período que ensejassem o "saldo negativo" em comento. Irresignada, a empresa apresentou Recurso Voluntário (fls. 464/ 483) lª Turma Especial da Primeira Seção do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais que, afastando a discussão acerca do mérito, decidiu preliminarmente por declarar a decadência do pedido formulado pelo contribuinte e formalizado nas DCOMP's apresentadas após 31/12/2002, cujo crédito suporte é o saldo negativo da CSLL informado na DIPJ de 1998, apurado em 31/12/1997, em decisão que restou assim ementada: ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA Anocalendário: 1997 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECADÊNCIA. O direito do contribuinte em pleitear o indébito tributário decai no prazo de cinco anos a contar da extinção do crédito tributário, conforme preceituado no artigo 168, inciso I, do Código Tributário Nacional. Recurso Voluntário Negado. Inconformado, o contribuinte interpõe o presente Recurso Especial (lis. 546/569), alegando que as decisões administrativas proferidas no presente processo mostramse em desacordo com o atual entendimento da jurisprudência administrativa no tocante ao prazo para a restituição/compensação de saldo negativo de IRPJ / CSLL. Em Despacho de fls. 613/615 foi dado seguimento ao Recurso Especial, tendo a recorrente logrado êxito em demonstrar a divergência Fl. 685DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 681 6 argiiida mediante a indicação de dois acórdãos paradigmas (fls. 572 a 594). As fls. 618/625, foram apresentadas as contrarrazões da Procuradoria da Fazenda Nacional reforçando os argumentos da decisão recorrida.”. O voto condutor do referido acórdão da CSRF assim concluiu: “Tendo em vista o disposto no artigo 62A do Regimento Interno do CARF, reproduzo o entendimento adotado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça, nos termos dos artigos 543 B e 543C do Código de Processo Civil, para DAR PROVIMENTO ao Recurso Especial do contribuinte, uma vez que o pedido mais recente foi protocolado em Agosto de 2003 e reportase ao saldo negativo do ano base de 1997. Afastada a preliminar acolhida pelo acórdão recorrido, devem os autos retornar à Camara a quo para a devida apreciação das questões meritórias.” Assim, afastada a preliminar de prescrição, retornamse os autos a esta Câmara para análise do mérito, razão pela qual vale a transcrição das questões de mérito aduzidas pelo contribuinte no seu recurso voluntário, in verbis: “O saldo negativo de CSLL do anobase de 1997, que constitui o crédito não homologado pela autoridade fiscal, foi apurado em decorrência de antecipações realizadas a maior pela Recorrente no decorrer do período. Tais antecipações de CSLL foram extintas mediante compensagão com crédito de mesma natureza apurado no anobase de 1995, nos termos da Instrução Normativa n° 21/1997. Todavia, a DRJ/BH considerou que o crédito apurado em 1997 é inexistente sob o argumento de que as compensações de bases negativas de CSLL apuradas no anobase de 1995 com os débitos de CSLLestimativa realizadas pela Recorrente durante o anobase de 1997 não seriam válidas, por não terem sido informadas na DCTF original, mas tão somente na 3ª DCTF retificadora. (...) Ou seja, para o acórdão recorrido, como o ora Recorrente não informou na DCTF as compensações que 'quitaram" as antecipações de CSLL devidas ao longo do anocalendário de 1997, a única conclusão possível é que as antecipações não foram pagas, inexistindo saldo de base negativa de CSLL no anocalendário de 1997. Ora, data maxima vênia, este raciocínio simplesmente desconsidera a principal fonte de informação do Fisco sobre os procedimentos dos contribuintes – a DIPJ , bem como desconsidera procedimentos fiscalizatórios anteriores, que analisaram a composição da CSLL Fl. 686DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 682 7 devida no anobase de 1997 e, conseqüentemente, a composição do saldo de antecipações. Inicialmente cabe observar que as compensações realizadas pelo Recorrente quitando os valores devidos a titulo de CSLL antecipações em 1997, com créditos de CSLL antecipações do anobase de 1995, por se tratarem de tributos da mesma natureza, estão regidos pelo o art. 14 da Instrução Normativa SRF n° 21/97, que assim dispunha: (...) ‘Art. 14. Os créditos decorrentes de pagamento indevido, ou a maior que o devido, de tributos e contribuições da mesma espécie e destinação constitucional, inclusive quando resultantes de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, poderão ser utilizados, mediante compensação, para pagamento de débitos da própria pessoa jurídica, correspondentes a períodos subseqüentes, desde que não apurados em procedimento de oficio, independentemente de requerimento.’ Face à inexistência de requerimento próprio para este tipo de compensação, a compensação poderia ser efetuada internamente pelo contribuinte e somente era informada à SRF de forma indireta, através do cumprimento das obrigações acessórias de preenchimento e apresentação da DIPJ e DCTF. Dessa forma, a Recorrente elaborou controles do crédito de CSLL apurado em 1995 e das compensações realizadas durante o anobase de 1997, conforme planilhas anexas (doc. 02). Tais compensações foram informadas Secretaria da Receita Federal através do preenchimento da Linha 20 da Ficha 09 (IR e CSLL mensal por estimativa/ antecip.obrigatórias) da DIPJ do anobase de 1997. Isso significa dizer que, embora as antecipações de CSLL não tenham sido informadas na DCTF original, o fisco possuía toda a informação acerca do procedimento de compensação realizado pelo Recorrente, tendo acesso, a partir de 30 de abril de 1998 (data da entrega da DIPJ — doc. 03) a todos os elementos para a validação do saldo de CSLL que se formou a favor do Recorrente, decorrente das antecipações. A própria Autoridade Fiscal reconhece em sua decisão que tais compensações foram informadas ao Fisco através do preenchimento da DIPJ mas, sem nenhuma justificativa plausível, desconsiderou esta informação, entendendo que a única forma valida de informação ao Fisco seria aquela veiculada na DCTF. O acórdão recorrido optou por desconsiderar o crédito apurado no encerramento do exercício sob o argumento de que não teria sido informado acerca dos dados da apuração da CSLL devida mensalmente no prazo decadencial. Outra questão a ser considerada é o fato de a apuração fiscal do ano base de 1997 já ter sido objeto de fiscalização, através do MPF n° 0610100/00278/02, e tais compensações das estimativas do anobase de 1997 terem sido levadas ao conhecimento do Fiscal responsável, e não terem sido questionadas pela fiscalização. A única questão levantada Fl. 687DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 683 8 pela fiscalização á época está formalizada na intimação recebida pela ora Recorrente para apresentar DCTF retificadora e informar os débitos da CSLL apurados em 1997, bem como as respectivas vinculações de créditos, conforme Termo de Intimação Fiscal n° 001 do MPF n° 0610100/00278/02 (doc. 05): ‘2) Face à ausência de débitos de IRPJ e da CSLL declarados nas DCTF originais, apresentar DCTF complementar do 1°. Trimestre de 1997 ao 2°. trimestre de 2002 incluindo os débitos totais referentes ao IRPJ e a CSLL devidos na estimava com as respectivas vincula ções de créditos, nos mesmos moldes em que o contribuinte apurou em suas memórias de calculo, planilhas de compensação, escrita contábil e D1PJs.’ Ou seja, não só o Fisco teve acesso à informação de que as antecipações de CSLL do anobase de 1997 foram "quitadas" com saldo de antecipações de 1995 na DIPJ, mas também, durante processo de fiscalização inciado em 30.04.2002, o Fisco teve acesso às memórias de cálculo, planilhas de compensação e escrita contábil do ora Recorrente, e recomendou expressamente a retificação das DCTFs para que a informação, já de conhecimento do Fisco, também constasse nesta documentação, evitando divergências. Não se trata aqui de afirmar, como entendeu o acórdão recorrido, que a DRF já teria homologado as compensações declaradas em DCOMPs, ora analisadas. É inegável que agora é o momento de análise e homologação ou não das compensações objeto do presente processo administrativo. O que pretende a Recorrente demonstrar é que tampouco procede o argumento do acórdão recorrido no sentido de que inexiste o saldo de declaração de 1997 porque o Fisco desconhecia que as antecipações haviam sido "quitadas" mediante compensação de saldo de declaração de 1995, pois tal informação não consta das DCTFs originais. Não se pode admitir que as DCTFs sejam a única fonte válida de informação, quando a DIPJ do anobase de 1997 já traz expressamente esta informação, e quando o Fisco já teve acesso, em procedimento de fiscalização ocorrido em 2002, a todas as planilhas de compensação e escritas contábil do ora Recorrente. Notese que, as DCTF's do anobase de 1997 não foram retificadas com o intuito de validar o crédito já utilizado nas DCOMP's, como afirma a Autoridade Fiscal, mas para atender ao Termo de Intimação Fiscal acima. Ao se comparar os ajustes procedidos na DCTF retificadora, verificase que foram efetuadas diversas alterações solicitadas pela Receita Federal e não apenas a inclusão das compensações da CSLL do anobase de 1997. De fato, por um equivoco, a Recorrente deixou de informar os débitos da CSLL apurados durante o períodobase de 1997, bem como as compensações realizadas com crédito de mesma natureza, quando da Fl. 688DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 684 9 entrega da DCTF original. Todavia, esse erro foi corrigido posteriormente mediante retificação das DCTF's do período. Em que pese o equivoco do Recorrente, é importante mencionar que o mero erro formal no preenchimento da DCTF não é suficiente para caracterizar a inexistência do crédito decorrente do saldo de antecipações de 1997, sobretudo porque o valor da CSLL foi devidamente extinto mediante compensação e declarado em DIPJ. (...) Nesse contexto, demonstrada a existência de erro de fato, não pode a Fiscalização desconsiderar a compensação do valor devido a titulo de CSLL com o crédito de mesma natureza pela Recorrente, pelo simples fato de ter ocorrido um erro no preenchimento da DCTF original, corrigido mediante retificação. (...) Por todo o exposto, requerse a reforma do Acórdão DRJ/BHE n° 02 16.499, de 05 de dezembro de 2007 proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Belo Horizonte, reconhecendose o direito da Recorrente compensação do crédito de CSL apurado na DIPJ do anobase de 1997.” É o relatório. Conselheiro Alberto Pinto Souza Junior. O recurso voluntário é tempestivo e foi subscrito por mandatários com poderes para tal, razão pela qual dele conheço. Como já dito no relatório, a preliminar de mérito (prescrição da pretensão ao indébito tributário) já foi afastada pela 1ª Turma da CSRF, razão pela qual cabe apenas a análise do mérito por esta Turma. Antes de adentrarmos no mérito, vale salientar que estamos tratando da compensação apenas de CSLL, pois embora os PER/Dcomp sub examine também declarassem débitos e créditos de IRPJ, tais valores estão sendo discutidos em outro processo, como bem explica a seguinte informação constante a fls. 39: “Anexamos as fls. 031/032 cópia da Declaração de Compensação entregue em 12/05/2003, extraída do processo n° 10680.006449/2003 84, uma vez que devem ser trabalhados em separado créditos da CSLL e IRPJ. Informamos ainda que os referidos débitos foram transferidos no Profisc para o presente processo, bem como foram transferidos para o processo de n° 10680.006449/200384 , os débitos de IRPJ que constam da Declaração de Compensação de fls. 001 e 002 deste, conforme telas do Profisc de fls. 033/034.”. Fl. 689DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 685 10 Ou seja, o fulcro da questão ora em debate são as compensações com o direito creditório pleiteado relativo ao SNCSLL/AC97, no valor de R$ 2.066.953,35 (vide ficha 11 da DIPJ/98 a fls. 22). A relação das PERDComps relacionadas ao crédito do SNCSLL/97 estão discriminadas em tabela a fls. 450 (no relatório do Despacho Decisório da DRJ/BH). Alerto que houve lançamento tributário para reduzir a BC negativa da CSLL do AC97, conforme informado em diligência requerida pela DRJ/BH, o que nada interessa ao presente caso, mesmo porque as razões da referida autuação à época foi a nãoadição à base de cálculo da CSLL de tributos com exigibilidade suspensa. Para o presente caso, o importante é que, apurada BC negativa da CSLL em 1997, a contribuinte informou na linha 23 da Ficha 11 da DIRPJ/98 ter recolhido/compensado R$ 2.066.953,35 a título de recolhimento por estimativa, o que gerou então um SNCSLL/AC 97 neste mesmo valor (já que não houve retenções na fonte). Como se deu o recolhimento/compensação das estimativas da CSLL de 1997 no montante de R$ 2.066.953,35? Inicialmente, cabe ressaltar que esse valor decorre, segundo a ficha 11 da DIRPJ/98 a fls. 21, do somatório das estimativas de CSLL devidas nos meses de janeiro/97 (R$ 543.592,88); fevereiro/97 (R$ 579.896,64); março/97 (R$ 690.444,08) e maio/97 (R$ 253.019,75). Quanto à forma de quitação das estimativas da CSLL do AC 97, o Fisco informa que (fls. 91) : Há divergência nas informações prestadas na DIPJ e na DCTF quanto á forma de quitação dos débitos por estimativa de IRPJ e CSLL. Enquanto na DIPJ os débitos são quitados por compensação com pagamentos indevidos ou a maior, na DCTF são quitados por compensação com saldo negativo de períodos anteriores. Infelizmente, não foi juntada pela DRF/BH toda a DIRPJ/98, mas apenas o recibo de entrega e a Ficha 11 (fls. 21 e 22). Não obstante, o recorrente juntou toda a DIRPJ/98 em anexo ao seu recurso voluntário (fls. 518 e segs.), na qual podemos constatar que foi declarado que as estimativas de CSLL dos meses de janeiro, fevereiro, março e maio de 1997 foram compensadas com pagamentos indevidos ou a maior. Vale obervar que a DIRPJ, ao contrário da DIPJ vigente a partir do AC 1998, tem o condão de constituir o crédito tributário, tanto que, no seu recibo de entrega, vinha sempre a informação de que ela se constituía em confissão de divida, nos termos do artigo 5° do Decretolei n° 2.124/84. Assim, não há dúvida que os débitos relativos as estimativas da CSLL de: janeiro/97 (R$ 543.592,88); fevereiro/97 (R$ 579.896,64); março/97 (R$ 690.444,08) e maio/97 (R$ 253.019,75), no montante de R$ 2.066.953,35, foram devidamente constituídos. Por sua vez, o Demonstrativo de Compensação a fl. 105 dos autos informa que tais débitos foram compensados com o SNCSLL/AC95, se não vejamos a transcrição do que lá consta: Débito: 2484 (CSLL) vencido em 28/02/1997 R$ 543.592,88 Dcomp: 28/02/1997 Crédito: Recolhimento de 2484 (CSLL) em 02/01/1996 R$ 2.829.858,16 Fl. 690DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA Processo nº 10680.007820/200325 Resolução nº 1302000.393 S1C3T2 Fl. 686 11 Data de Valorização: 02/01/1996 Data do Recolhimento Indevido (a) Crédito em VO / Débito deflacionado Índice de deflação do débito: 0,78616352 R$ 427.352,89 Saldo de Débito: 0,00/ Saldo de Crédito: 2.402.505,27 ____________________________________________________________________ Débito: 2484 (CSLL) vencido em 31/03/1997 R$ 579.896,64 Dcomp: 28/02/1997 Crédito: Recolhimento de 2484 (CSLL) em 02/01/1996 R$ 2.402.505,27 (saldo) Data de Valorização: 02/01/1996 Data do Recolhimento Indevido (a) Crédito em VU / Débito deflacionado Índice de deflação do débito: 0,77597579 R$ 449.985,75 Saldo de Débito: 0,00/ Saldo de Crédito: 1.952.519,52 ____________________________________________________________________ Débito: 2484 (CSLL) vencido em 30/04/1997 R$ 690.444,08 Dcomp: 28/02/1997 Crédito: Recolhimento de 2484 (CSLL) em 02/01/1996 R$ 1.952.519,52 (saldo) Data de Valorização: 02/01/1996 Data do Recolhimento Indevido (a) Crédito em VO Débito deflacionado Índice de deflação do débito: 0,76622481 R$ 529.035,38 Saldo de Débito: 0,00 / Saldo de Crédito: 1.423.484,14 ____________________________________________________________________ Débito: 2484 (CSLL) vencido em 30/06/1997 R$ 253.019,75 Dcomp: 28/02/1997 Crédito: Recolhimento de 2484 (CSLL) em 02/01/1996 R$ 1.423.484,14 (saldo) Data de Valorização: 02/01/1996 Data do Recolhimento Indevido (a) Credito em VO / Debito deflacionado Índice de deflação do débito: 0,74766355 R$ 189.173,64 Saldo de Débito: 0,00 / Saldo de Crédito: 1.234.310,50 Aflora uma dúvida da análise do referido demonstrativo que é relevante para o deslinde desse caso, qual seja, o que significa a informação “Dcomp: 28/02/1997”. Esta mesma informação está na “Listagem de Débitos/Saldos Remanescentes” a fls. 104. Assim, proponho converter o processo em diligência para que a DRF/BH: a) informe se a recorrente efetivamente compensou débitos de CSLL estimativa de janeiro/97 (R$ 543.592,88); fevereiro/97 (R$ 579.896,64); março/97 (R$ 690.444,08) e maio/97 (R$ 253.019,75) com o SNCSLL/AC95; b) que a DRF informe a repercussão da Ação Judicial n 95.00.154510, referida no despacho decisório de fls. 286 e segs., na apuração do SNCSLL/AC95; c) antes do retorno dos autos ao CARF, que seja dada ciência ao recorrente do relatório de diligência, concedendolhe prazo para se manifestar nos autos. Alberto Pinto Souza Junior Relator Fl. 691DF CARF MF Impresso em 11/02/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 10/02/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/0 2/2016 por ALBERTO PINTO SOUZA JUNIOR, Assinado digitalmente em 10/02/2016 por EDELI PEREIRA BESSA
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Numero do processo: 13896.902486/2008-92
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Dec 17 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004
DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO COMPENSATÓRIO. CABIMENTO.
A comprovação dos requisitos da certeza e liquidez do crédito utilizado na compensação constitui motivo suficiente para o reconhecimento da legalidade do procedimento compensatório realizado em conformidade com os requisitos estabelecidos na legislação vigente.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 3302-002.917
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator.
Ricardo Paulo Rosa - Presidente.
(assinado digitalmente)
José Fernandes do Nascimento - Relator.
Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo.
Nome do relator: JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2004 a 30/04/2004 DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. COMPROVAÇÃO DA CERTEZA E LIQUIDEZ DO CRÉDITO. LEGALIDADE DO PROCEDIMENTO COMPENSATÓRIO. CABIMENTO. A comprovação dos requisitos da certeza e liquidez do crédito utilizado na compensação constitui motivo suficiente para o reconhecimento da legalidade do procedimento compensatório realizado em conformidade com os requisitos estabelecidos na legislação vigente. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário, nos termos do voto do Relator. Ricardo Paulo Rosa Presidente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Relator. Participaram do julgamento os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa, José Fernandes do Nascimento, Domingos de Sá Filho, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Lenisa Rodrigues Prado, Hélcio Lafetá Reis, Sarah Maria Linhares de Araújo e Walker Araújo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 89 6. 90 24 86 /2 00 8- 92 Fl. 189DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 2 Tratase de Declaração de Compensação (DComp), transmitida em 15/6/2004, em que informada a compensação de parte do crédito proveniente do pagamento indevido da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de abril de 2004, no valor de R$ 1.010,63, com débito do mesmo valor da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de abril de 2004. Por intermédio do Despacho Decisório (eletrônico) de fl. 7/10, a compensação não foi homologada, em razão da inexistência de crédito disponível, sob o argumento de que, embora localizado na base dados, o pagamento informado havia sido integralmente utilizado na quitação do débito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de abril de 2004. Em sede de Manifestação de Inconformidade, a contribuinte alegou, em conformidade com o explicitado no demonstrativo de cálculo de fl. 19, que o crédito utilizado era decorrente do erro na apuração do débito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de abril de 2004, cujo valor correto era R$ 2.276,73 e não R$ 3.287,36, informado na DCTF original. Sobreveio a decisão de primeira instância, em que, por unanimidade de votos, a 9ª Turma de Julgamento da DRJ – Capinas/SP julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, com base no argumento de que a documentação apresentada, elaborada pela própria contribuinte, desacompanhada de prova documental adequada, não tinha força de infirmar os débitos informados na DCTF nem tampouco permitia a confirmação da existência da certeza e liquidez do crédito compensado. Em 23/11/2011, a recorrente foi cientificada da referida decisão. Em 25/12/2011, protocolou o Recurso Voluntário de fls. 44/50, instruído com a documentação de fls. 51/98, no qual reafirmou que o crédito compensado fora originado de erro de fato na apuração do débito da Contribuição para o PIS/Pasep do mês de abril de 2004. Em aditamento, alegou que, por força do princípio da verdade material, a autoridade julgadora não poderia se contentar com a verdade formal, mas sempre buscar a verdade real. Na Sessão de 22 de maio de 2013, por meio da Resolução nº 3102000.257 (fls. 119/122), os membros da extinta Turma Ordinária da 1ª Câmara desta 3ª Seção, converteu o julgamento em diligência perante a unidade da Receita Federal de origem, para que: a) a recorrente fosse intimada a apresentar a documentação contábil e fiscal adequada e suficiente a confirmar se estava correto o valor da base cálculo da Contribuição para o PIS/Pasep informado no demonstrativo de cálculo do mês de abril de 2004 do Dacon retificador (fl. 80); b) a autoridade fiscal designada para realização diligência emitisse parecer sobre a comprovação do direito creditório compensado e, se fosse caso, apurasse o valor o crédito da recorrente; e c) a recorrente fosse cientificada, para, dentro do prazo fixado, se manifestasse sobre as conclusões exaradas no citado parecer. Após, retornassemse os autos a este Conselho, para prosseguimento do julgamento. Em 30/12/2013 (fls. 124/126), a recorrente foi intimada a apresentar: a) escrituração fiscal e contábil, relativa às operações de venda do “misturador intensivo horizontal CPB18 XHD em aço inoxidável 304 com 2 choppers, com painel de comando”, constantes das Notas Fiscais 5397, 5483, 5485 e 5583; e b) o demonstrativo de apuração da COFINS Nãocumulativa Mercado Interno, de forma a identificar as operações. Por meio da petição de fl. 127, em 15/1/2014, a contribuinte apresentou os Livros Diário (nº 67 e 68), Razão (Ativo/Passivo, Receitas/Despesas, Clientes/Fornecedores), Registros de Entradas (nº 36) e de Saídas (nº 19) e o de Nota Fiscal Fatura (nº 12 e 13), além de um demonstrativo de cálculo da Cofins (fls. 128/180). Fl. 190DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13896.902486/200892 Acórdão n.º 3302002.917 S3C3T2 Fl. 190 3 Após análise da referida documentação, por meio da Informação Fiscal de fls. 181/182, a autoridade fiscal concluiu o seguinte, in verbis: De posse destas informações contábeis e fiscais, trazidas nos livros apresentados, dos quais foram extraídas cópias das principais fls., podese verificar que a NF nº 5397 (R$ 61.250,00) referese à antecipação de numerário feito pela cliente Unilever em favor da Eirich para confecção e entrega futura de maquinário, sendo uma obrigação registrada contabilmente como antecipação de clientes, não incidindo qualquer tributação sobre a mesma, enquanto que a NF nº 5583 (R$ 201.037,45) registra o faturamento para entrega do maquinário, computada na receita de venda, sobre a qual incidiu a tributação pertinente. O valor recolhido da Cofins [Contribuição para o PIS/Pasep] no montante de R$ 3.287,36 para o mês de abril/2004 recepciona em seu valor calculado o cômputo da NF nº 5397 em sua base, ou seja, o valor de R$ 1.010,63 referente à aplicação da alíquota de 1,65% sobre o valor de R$ 61.250,00, o que lhe permitiria valer desse valor recolhido a maior para compensálo com outros débitos administrados pela RFB. (grifos do original) Em 4/2/2014, a recorrente foi cientificada da referida Informação Fiscal (fls. 183/186) e lhe facultado o direito de apresenta manifestação, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da ciência. Porém, não houve qualquer manifestação por parte da recorrente. Em cumprimento aos despachos de fls. 187/188, os autos retornaram a este Conselho para prosseguimento do julgamento. É o relatório. Voto Conselheiro José Fernandes do Nascimento, Relator O recurso é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. Nos termos do art. 170 do CTN, combinado com o disposto no art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, a homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo depende da comprovação da existência de crédito certo, líquido e passível de restituição ou ressarcimento na data da realização do procedimento compensatório. E a comprovação da certeza e liquidez do crédito utilizado na compensação, sabidamente, tratase de ônus do beneficiário do procedimento compensatório. Nesse sentido, prescreve o artigo 333, do Código de Processo Civil (CPC), aplicado subsidiariamente ao processo administrativo tributário, que o ônus da prova incumbe ao autor quanto à existência de fato constitutivo de seu direito. Tratase de mandamento legal que tem como destinatário o julgador, possibilitandolhe que possa tomar uma decisão em desfavor daquela parte que não Fl. 191DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A 4 desempenhou bem a sua função de provar. Em consonância com o referido dispositivo, o artigo 396 do CPC impõe a exigência da devida instrução do pleito, in verbis: Art. 396. Compete à parte instruir a petição inicial (art. 283), ou a resposta (art. 297), com os documentos destinados a provarlhe as alegações. No mesmo sentido, determina o artigo 28 do Decreto 7.574/2011 (que regulamenta o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União), que cabe ao interessado provar os fatos que confirmem o direito alegado. Por força desse regramento, com vistas à comprovação do indébito utilizado na compensação em apreço, já na fase de manifestação de inconformidade, por força do disposto no inciso III do art. 161 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF), combinado com o § 11 do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996, a recorrente tinha o ônus/dever de provar o alegado indébito, mediante apresentação de documentação contábil e fiscal adequada, e assim refutar a alegada inexistência do crédito utilizado na compensação, que fora suscitada na decisão não homologatória da compensação. Entretanto, na atual fase recursal, a recorrente colacionou aos autos as notas fiscais de venda de fls. 91/95, com vistas a contrapor as razões aduzidas no julgado de primeira grau. Em face dessa circunstância, em conformidade com o disposto na alínea “c” do § 4º art. 16 do PAF, tais provas foram consideradas expressamente excepcionadas do efeito preclusivo previsto no citado § 4º. Em decorrência, tais documentos podem ser apreciadas nesta fase de julgamento. Porém, como foram consideradas insuficientes para se firmar a convicção sobre os requisitos da certeza e liquidez do crédito compensado, os autos foram convertidos em diligência perante o unidade da Receita Federal de origem, para se pronunciar acerca dos referidos elementos probatórios. E em cumprimento ao que fora solicitado na Resolução nº 3102000.256, após análise dos documentos e livros fiscais apresentados pela recorrente, a autoridade fiscal diligente chegou a conclusão que o "valor recolhido da Cofins [Contribuição para o PIS/Pasep] no montante de R$ 3.287,36 para o mês de abril/2004 recepciona em seu valor calculado o cômputo da NF nº 5397 em sua base, ou seja, o valor de R$ 1.010,63 referente à aplicação da alíquota de 1,65% sobre o valor de R$ 61.250,00, o que lhe permitiria valer desse valor recolhido a maior para compensálo com outros débitos administrados pela RFB." Assim, uma vez confirmado pela referida autoridade fiscal, que a recorrente recolhera indevidamente o valor de R$ 1.010,63, utilizado no procedimento compensatório em apreço, temse por devidamente comprovado os requisitos da certeza e liquidez do crédito compensado. Por conseguinte, não mais subsiste o motivo pelo qual a compensação em apreço não foi homologada ou reconhecida a sua legitimidade pelas instâncias de julgamento anteriores. Com base nessas considerações e tendo em conta que o procedimento compensatório em questão foi realizado em conformidade com o disposto na legislação vigente, fica devidamente demonstrada a legalidade do citado procedimento. 1 "Art. 16. A impugnação mencionará: [...] III os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; [...]" Fl. 192DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A Processo nº 13896.902486/200892 Acórdão n.º 3302002.917 S3C3T2 Fl. 191 5 Por todo o exposto, votase por DAR PROVIMENTO ao recurso, para reconhecer a legalidade da compensação realizada pela recorrente. (assinado digitalmente) José Fernandes do Nascimento Fl. 193DF CARF MF Impresso em 17/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16 /12/2015 por JOSE FERNANDES DO NASCIMENTO, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por RICARDO PAULO ROS A
score : 1.0
Numero do processo: 35342.001222/2005-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Mon Jan 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Mar 15 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/02/1999 a 30/08/2003
NORMAS GERAIS. APLICAÇÃO DE SÚMULA. IDENTIDADE DE PLEITOS. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. NÃO CONHECIMENTO.
Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial.
No presente caso, há identidade de objetos, no processo judicial e no processo administrativo, motivo do não conhecimento do recurso.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 2402-004.805
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, em razão de concomitância de instâncias administrativa e judicial.
Ronaldo de Lima Macedo - Presidente
Marcelo Oliveira - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado.
Nome do relator: MARCELO OLIVEIRA
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APLICAÇÃO DE SÚMULA. IDENTIDADE DE PLEITOS. ESFERA JUDICIAL E ADMINISTRATIVA. NÃO CONHECIMENTO. Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. No presente caso, há identidade de objetos, no processo judicial e no processo administrativo, motivo do não conhecimento do recurso. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 35 34 2. 00 12 22 /2 00 5- 76 Fl. 240DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso voluntário, em razão de concomitância de instâncias administrativa e judicial. Ronaldo de Lima Macedo Presidente Marcelo Oliveira Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, João Victor Ribeiro Aldinucci, Natanael Vieira dos Santos, Marcelo Oliveira, Ronnie Soares Anderson, Kleber Ferreira de Araújo e Lourenço Ferreira do Prado. Fl. 241DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 35342.001222/200576 Acórdão n.º 2402004.805 S2C4T2 Fl. 241 3 Relatório Tratase de recurso voluntário apresentado contra Decisão da Delegacia da Secretaria da Receita Previdenciária (DRP), Florianópolis/SC, fls. 094, que indeferiu Requerimento de Restituição de Contribuição (RRC), fl. 001. A recorrente solicitava contribuições devido, segundo a recorrente, ter recolhido de forma equivocada, pois deveria ter sido enquadrada como agroindústria. A DRP analisou o processo e indeferiu o pleito, pela motivação da produção não ter sido própria, devido a recorrente ter adquirido florestas que já estavam produzidas, não configurando produção própria. A recorrente, inconformada com a decisão, protocolou recurso, alegando, em síntese, que: 1. Em consulta ao INSS a recorrente foi caracterizada como agroindústria; 2. Já em processo fiscalizatório, os servidores fiscais decretaram que a recorrente não era agroindústria, por não ter produzir; 3. Há ênfase demasiada na interpretação gramatical do termo produção; 4. Em nenhum momento a norma determina que a recorrente tenha que ter originado sua produção desde sua origem; 5. Para a legislação, basta que a produção originese de áreas de terra que detém a posse; 6. O que a fiscalização fez foi inserir na letra da Lei elementos que ela não possui; 7. No plano jurídico o termo produção agrícola está ligado aos resultados obtidos; e 8. Pelo exposto, requer o recebimento do presente recurso e a reforma da decisão, possibilitando a integral restituição do crédito. A DRP encaminhou o processo ao Conselho, para análise e decisão. A Segunda Turma Ordinária, da Quarta Câmara, da Segunda Seção, do CARF, analisou os autos e decidiu converter o julgamento em diligência, a fim de, em síntese, que se anexasse lançamento com discussão sobre o enquadramento da empresa. A Fiscalização emitiu parecer conclusivo sobre a questão, anexandoo aos autos. Fl. 242DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. Não havia informação sobre a ciência do sujeito passivo, quanto à elaboração do parecer. A Primeira Turma Ordinária, da Terceira Câmara, da Segunda Seção, do CARF, analisou os autos e decidiu converter o julgamento em diligência, a fim de que a recorrente fosse cientificada sobre o parecer exarado e tivesse a oportunidade de apresentar suas razões, a fim de obedecer à ampla defesa e respeitar o contraditório. A recorrente apresentou suas razões, alegando, em síntese, que as matérias tratadas em mandado de segurança, noticiado pelo fisco em seu parecer, são diferentes da tratada nos presentes autos, por, em síntese, tratarem de períodos diferentes. Os autos retornaram ao Conselho, para análise e decisão. É o relatório. Fl. 243DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 35342.001222/200576 Acórdão n.º 2402004.805 S2C4T2 Fl. 242 5 Voto Conselheiro Marcelo Oliveira, Relator Antes de adentrarmos à análise do mérito da questão, há discussão a ser solucionada. Em Informação Fiscal (IF) lavrada, a fiscalização afirma que há fato importante a ser apreciado, pois foi impetrado pelo contribuinte Mandado de Segurança (MS) contra a Fazenda, com o mesmo objeto tratado no processo administrativo, em análise. O fisco anexou os documentos relativos ao MS. Na leitura integral do MS, fls. 0198 a 0216, verificamos que o pedido da recorrente é idêntico ao pleito presente no presente processo: seu reconhecimento como agroindústria. A própria recorrente confirma, em sua manifestação, a identidade do pedido, quando afirma: "Neste ínterim, embora o presente processo administrativo, bem como a NFLD/Mandado de Segurança tenham como assunto de fundo o enquadramento da contribuinte como agroindústria, tratam de períodos/competências diversas, não havendo razão para aplicação do invocado dispositivo do Regimento Interno do CARF § 2º do art. 78 da Portaria MF n. 256, de 22 de junho de 2009. Diante dos fatos delineados, percebese que os documentos trazidos aos autos pela Autoridade Fazendária, seja a NFLD n. 35.515.8159 e/ou o Mandado de Segurança n. 2005.72.00.0070924, não correspondem ao mesmo período, sendo que seu desfecho não surtirá efeito direto/automático neste processo administrativo." Ora, com todo respeito à recorrente, períodos diversos não é motivo para desconfigurar a identidade de pleitos, na área administrativa e judicial, mas sim o pedido. O pleito é único, reconhecêla como agroindústria e, caso tenha seu pedido atendido, claro que haverá reflexos no presente processo, pois a administração terá que obedecer ao determinado pela decisão judicial. Assim, súmula do CARF deve ser aplicada: Súmula CARF nº 1: Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de ofício, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão Fl. 244DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 6 de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial. Conseqüentemente, como o objeto no presente processo e na ação judicial é idêntico, reconhecimento como agroindústria, a discussão foi alcançada pela renúncia. CONCLUSÃO: Em razão do exposto, voto em não conhecer do recurso, nos termos do voto. Marcelo Oliveira. Fl. 245DF CARF MF Impresso em 15/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 26/02/2016 por MARCELO OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/02/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO
score : 1.0
Numero do processo: 13603.724120/2012-09
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Primeira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Dec 08 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2010
PRESUNÇÃO LEGAL. OMISSÃO DE RECEITAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS FATOS TRIBUTÁVEIS.
Cabe à fiscalização demonstrar, em homenagem ao princípio da legalidade, os fatos e fundamentos que ensejaram a tributação por omissão de receita. A prova indiciária, a cargo do fisco, é essencial para a validade da autuação. A existência de lançamentos contábeis equivocados, ainda que não corrigidos, não permite tributação direta, sendo necessária a comprovação dos correspondentes reflexos no resultado da empresa.
ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO
TRIBUTAÇÃO REFLEXA.
Tratando-se de tributação reflexa, a ausência de matéria tributável para o imposto de renda prejudica a cobrança da CSLL, PIS e COFINS, pela natural relação de causa e efeito entre as figuras.
Numero da decisão: 1201-001.215
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Vencida a Conselheira Ester Marques, que votou pela conversão do julgamento em diligência para melhor esclarecimento dos fatos.
(documento assinado digitalmente)
Marcelo Cuba Netto Presidente
(documento assinado digitalmente)
Roberto Caparroz de Almeida Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado e Ester Marques Lins de Sousa.
Nome do relator: ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
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ementa_s : Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2010 PRESUNÇÃO LEGAL. OMISSÃO DE RECEITAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS FATOS TRIBUTÁVEIS. Cabe à fiscalização demonstrar, em homenagem ao princípio da legalidade, os fatos e fundamentos que ensejaram a tributação por omissão de receita. A prova indiciária, a cargo do fisco, é essencial para a validade da autuação. A existência de lançamentos contábeis equivocados, ainda que não corrigidos, não permite tributação direta, sendo necessária a comprovação dos correspondentes reflexos no resultado da empresa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Tratando-se de tributação reflexa, a ausência de matéria tributável para o imposto de renda prejudica a cobrança da CSLL, PIS e COFINS, pela natural relação de causa e efeito entre as figuras.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Vencida a Conselheira Ester Marques, que votou pela conversão do julgamento em diligência para melhor esclarecimento dos fatos. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto Presidente (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado e Ester Marques Lins de Sousa.
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ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2010 PRESUNÇÃO LEGAL. OMISSÃO DE RECEITAS. NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA OCORRÊNCIA DOS FATOS TRIBUTÁVEIS. Cabe à fiscalização demonstrar, em homenagem ao princípio da legalidade, os fatos e fundamentos que ensejaram a tributação por omissão de receita. A prova indiciária, a cargo do fisco, é essencial para a validade da autuação. A existência de lançamentos contábeis equivocados, ainda que não corrigidos, não permite tributação direta, sendo necessária a comprovação dos correspondentes reflexos no resultado da empresa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO TRIBUTAÇÃO REFLEXA. Tratandose de tributação reflexa, a ausência de matéria tributável para o imposto de renda prejudica a cobrança da CSLL, PIS e COFINS, pela natural relação de causa e efeito entre as figuras. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, em negar provimento ao recurso de ofício. Vencida a Conselheira Ester Marques, que votou pela conversão do julgamento em diligência para melhor esclarecimento dos fatos. (documento assinado digitalmente) Marcelo Cuba Netto – Presidente AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 3. 72 41 20 /2 01 2- 09 Fl. 3582DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 3 2 (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida – Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Marcelo Cuba Netto, Roberto Caparroz de Almeida, João Otávio Oppermann Thomé, Luis Fabiano Alves Penteado e Ester Marques Lins de Sousa. Relatório Tratase de Autos de Infração lavrados contra o sujeito passivo em epígrafe, por suposta omissão de receitas, que foram afastados na decisão de primeira instância, razão pela qual houve Recurso de Ofício, por força do limite de alçada. A matéria em discussão foi assim relatada pela Delegacia de Julgamento de Florianópolis: Contra a contribuinte acima identificada foi lavrado o Auto de Infração o qual lhe exige a importância de R$ 1.849.022,25, a título de Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ, correspondente a fatos geradores trimestrais no ano calendário de 2010, acrescido de multa de ofício de 75% ou de 150%, conforme a natureza da infração, e juros de mora à época do pagamento. Segundo consta na Descrição dos Fatos do lançamento de IRPJ, a exigência do imposto decorreu de várias infrações, a saber: 01. OMISSÃO DE RECEITAS DE VENDA E SERVIÇOS OMISSÃO DE RECEITAS Fato Gerador Valor Apurado Multa (%) 05/01/2010 459.522,05 150 05/01/2010 959.522,05 150 02. OMISSÃO DE RECEITAS POR PRESUNÇÃO LEGAL FALTA DE ESCRITURAÇÃO DE PAGAMENTOS EFETUADOS Omissão de receita caracterizada pela realização de pagamentos a fornecedores e financiadores à margem da contabilidade (Contas Caixa ou Bancos), conforme Termo de Verificação Fiscal (TVF) anexo. Fato Gerador Valor Apurado Multa (%) 31/03/2010 153.731,08 150 Fl. 3583DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 4 3 30/04/2010 153.389,36 150 31/12/2010 448.252,55 150 31/12/2010 551.011,34 150 31/12/2010 331.849,17 150 31/12/2010 325.000,00 150 Enquadramento Legal: arts.[...]281, inciso II...do RIR/99 03. OMISSÃO DE RECEITAS POR PRESUNÇÃO LEGAL DIFERENÇA DE ESTOQUE Omissão de receita operacional caracterizada por diferenças apuradas em inventário final elaborado pelo Sujeito Passivo, conforme Termo de Verificação Fiscal (TVF) anexo. Fato Gerador Valor Apurado Multa (%) 05/01/2010 459.522,05 150 05/01/2010 381.500,00 150 05/01/2010 339.206,35 150 30/04/2010 440.943,15 150 30/04/2010 152.427,76 150 31/12/2010 448.252,55 150 31/12/2010 551.011,34 150 31/12/2010 331.849,17 150 31/12/2010 325.000,00 150 Enquadramento Legal: arts.[...]286...do RIR/99 04. ADIÇÕES NÃO COMPUTADAS NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL CSLL DO PERÍODO Valor de Contribuição sobre o Lucro Líquido não adicionado ao Lucro Líquido do período, para a determinação do Lucro real, conforme Termo de Verificação Fiscal (TVF) em anexo. Fato Gerador Valor Apurado Multa (%) 31/03/2010 247.770,32 150 30/06/2010 67.208,43 150 31/12/2010 298.100,35 150 Enquadramento Legal: arts.[...]344, §6º, do RIR/99 Fl. 3584DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 5 4 05. ADICIONAL DO IMPOSTO DE RENDA INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO Adicional do Imposto de Renda Pessoa Jurídica apurado a menor pela empresa, conforme Termo de Verificação Fiscal (TVF) em anexo. Fato Gerador Valor Apurado Multa (%) 31/03/2010 5.132,56 75 30/06/2010 5.542,73 75 30/06/2010 0,00 150 31/12/2010 6.000,01 75 Em decorrência do lançamento de IRPJ, naquilo que aplicável, foram ainda lavrados os Autos de Infração a título de Contribuição Social sobre o Lucro – CSLL, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS e de Contribuição para o Programa de Integração Social PIS, nas importâncias de R$ 613.079,09, R$ 517.711,24 e de R$ 112.397,83, respectivamente, acrescidas da multa de ofício de 150% e de juros de mora à época do pagamento. Do Termo de Verificação Fiscal temse os detalhes da autuação, que originou de exame de lançamentos contábeis que revelaram se incorretos e, segundo entendimento da autoridade, teve reflexo tributário. Como se tratam de vários lançamentos contábeis, iremos descrevêlos e comentálos por ocasião do Voto. A interessada apresentou uma impugnação para cada lançamento, de idêntico teor, de forma que se resume apenas uma e naquilo que for de argumentação geral, sendo que as pertinentes, individualmente, aos lançamentos contábeis, quando houver, serão descritas e apreciadas no Voto. 2. DO AUTO DE INFRAÇÃO que, além de apresentar vários documentos solicitados em intimação, prestou esclarecimentos relacionados a vários lançamentos contábeis questionados pela Fiscalização; em linhas gerais, sustenta a autoridade administrativa a existência de operações realizadas à margem de sua escrituração contábil (subfaturamento), o que gerou a omissão de receitas tributáveis; nas palavras da RFB, “a fiscalizada subverteu a lógica contábil para ocultar operações de vendas a margem da contabilidade oficial e fazer desaparecer obrigações, Fl. 3585DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 6 5 bens e direitos, cujos aspectos tributários serão analisados caso a caso...”; o lançamento, portanto, se fundamenta em presunção de omissão de receitas: a partir de equívocos e inconsistências em lançamentos contábeis não justificados, presume a fiscalização a realização de operações à margem da contabilidade, cuja respectiva não teria sido oferecida à tributação. 2. DO DIREITO 2.1. Nulidade por motivação deficiente do lançamento que o Termo de Verificação Fiscal apenas aponta os equívocos contábeis e, sem maiores explicações, infere deles a omissão de receitas, ainda que os equívocos não tenham influência sobre as contas de resultado; em razão disso, há nulidade do lançamento por ausência de motivação clara. 2.2. Nulidade do lançamento por se basear em presunção simples, não prevista na legislação que o princípio da legalidade demanda a correspondência entre o fato e a norma tributária para que possa se instaurar a obrigação tributária, correspondência que só pode ser afirmada com a prova da ocorrência do fato; por tais razões, é tarefa da legislação tributária estabelecer as presunções que podem ser utilizadas pela fiscalização curando para que haja uma relação de pertinência, conexão e probabilidade entre o fato conhecido e o fato presumido; se conclui que no direito tributário somente são possíveis as presunções legais e não as presunções simples, fundadas em mero raciocínio do aplicador da norma sem regramento normativo (presunções hominis); no presente caso, o lançamento não demonstra em momento algum quais normas autorizam a presunção de omissão de receitas a partir dos fatos tidos como provados diretamente pela fiscalização, até porque inexistem tais normas; a presunção levada a cabo pela fiscalização é fruto do raciocínio subjetivo e pessoal da autoridade administrativa, sem qualquer vinculação à dispositivos da legislação tributária que a autorizem; na ausência de presunção legal de omissão de receitas sobre os erros contábeis afirmados no lançamento, servem tais erros apenas de indícios, o que não desonera a fiscalização da prova direta das supostas operações que, a seu juízo, teriam ocorrido à margem da contabilidade (menciona neste sentido o art.142 do CTN). 2.3. Nulidade do lançamento por erro de direito: aplicação errônea da tributação sobre o lucro real Fl. 3586DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 7 6 que a fiscalização afirmou em diversas passagens que a Impugnante não apresentou a documentação que daria suporte aos lançamentos contábeis; diante de tais afirmações, não caberia à fiscalização aplicar às receitas omitidas as normas do lucro real trimestral, pois os fatos que embasam o lançamento (imprestabilidade da contabilidade e ausência de documentação comprobatória) constituem hipótese de aplicação das normas relativas ao regime do lucro arbitrado (transcreve o art. 47 da Lei 8.981/95 e art. 530 do RIR/99); que ao deixar de aplicar as normas pertinentes ao lucro arbitrado e escolher as normas pertinentes ao lucro real, a autoridade administrativa incorreu em evidente erro de direito, vício insanável; 2.4. Subsidiariamente: inexistência de receitas omitidas. Equívocos e inconsistência do auto de infração Neste tópico, a Impugnante acrescenta argumentos específicos para alguns lançamentos contábeis, que reconhece que foram equivocadamente efetuados pela empresa de contabilidade encarregada à época da escrituração, mas cujo erro não pode ter a conseqüência tributária atribuída pela Fiscalização, por falta de ou inadequada fundamentação legal. Serão comentados por ocasião do Voto. 2.6. Subsidiariamente: invalidade da aplicação da multa qualificada de 150%. Incompatibilidade da multa qualificada com lançamentos baseados em presunção de omissão de receita. Necessidade de prova direta da conduta ilícita e dolo em seu cometimento. Neste tópico a Impugnante contesta a multa aplicada, onde traz seus argumentos, que basicamente coincidem com aqueles já descritos em preliminar, ou seja, não há prova direta de infração, e ainda se tributa por pura presunção de omissão de receitas a partir de erros contábeis, não havendo a existência de dolo. Nas palavras da Impugnante: No presente caso, a fiscalização se absteve de comprovar a realização dessas operações, limitandose a aferir a presunção de omissão de receitas. Não foi identificado nenhum fornecedor que tenha recebido pagamentos a margem da contabilidade, nem mesmo nenhum cliente que tenha porventura pago à impugnante valores superiores aos que constaram de sua documentação contábil e fiscal. Não foi identificado o modus operandi dessas supostas práticas, nem o momento, local e meio de suas realizações e respectivos pagamentos. Apenas presumiuse sua ocorrência a partir de erros contábeis para inferir a existência de receitas omitidas. Sendo assim inexiste prova direta da conduta ilícita e do dolo no seu cometimento, o que inviabiliza a aplicação da multa agravada. Fl. 3587DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 8 7 Em sessão de 13 de dezembro de 2013, a 3a Turma da Delegacia de Julgamento de Florianópolis decidiu, por unanimidade, julgar procedente a impugnação, exonerando o crédito tributário autuado. As ementas a seguir reproduzem o entendimento exarado naquela instância: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA IRPJ Anocalendário: 2010 Presunção Legal. Omissão de Receita. Ausência de pressupostos básicos. Nas presunções legais, o Fisco não precisa provar a omissão de receitas, mas é imprescindível que a ocorrência do fato indiciário esteja provado de forma a não permitir incertezas, ou seja, só se pode declarar provado o ilícito quando o fato que induz à presunção mostrase com uma contundência tal, que se torna absolutamente irrazoável concluir por qualquer outro resultado. Lançamento contábil. Equívoco. Omissão de Receita material não comprovada. Lançamentos contábeis equivocados e não estornados, para se constituírem em fatos geradores de tributos/contribuições, deve ficar provado que houve reflexo no resultado tributável da empresa, o que não ocorreu no caso dos autos. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Ano calendário: 2010 CSLL. PIS. COFINS. Lançamentos Decorrentes da Fiscalização do IRPJ. Efeitos. Cancelada a matéria tributável apurada no lançamento do IRPJ e sendo a mesma que deu causa aos lançamentos das contribuições sociais, de se cancelar também o lançamento destas, face à íntima relação de causa e efeito entre o lançamento de IRPJ (principal) e os ditos decorrentes. Da decisão houve recurso de ofício, por força do limite de alçada. Inexiste, no processo, qualquer manifestação posterior da interessada ou da Fazenda Nacional. Os autos foram encaminhados a este Conselho para apreciação e julgamento. É o relatório. Voto Fl. 3588DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 9 8 Conselheiro Roberto Caparroz de Almeida, Relator O recurso é tempestivo e atende aos pressupostos legais, razão pela qual dele conheço. A matéria objeto de tributação é composta de diversos lançamentos, que foram individualmente analisados pela decisão recorrida, conforme sequência apresentada a seguir. O primeiro lançamento decorreu de omissão de receitas, assim consideradas pela autoridade fiscal em razão de aquisição de imóvel, com financiamento da CEF, que teria sido registrado na contabilidade de forma equivocada e com valores indevidos, nos seguintes termos: Intimada a apresentar explicações acerca deste lançamento na contabilidade, escriturado em 05/01/2010, a Fiscalizada informou que tratouse de uma aquisição de imóvel com financiamento da CEF, em 2009, não contabilizada à época pela empresa responsável pela contabilidade e que o lançamento a crédito foi indevido nesta conta, pois deveria ser na conta Financiamentos Obtidos. A Fiscalização confirma a existência do empréstimo na importância de R$ 1.280.000,00, mas esclarece que o imóvel custou R$ 1.600.000,00, logo, deduz que a diferença de R$ 320.000,00 foi paga com recursos próprios e que não teria a Fiscalizada apresentado justificativas para o registro de um valor diferente, no caso de R$ 959.522,05, não tendo apresentado “nenhum documento que comprova a correção do lançamento efetuado.” (...) Discordando de tal conclusão, a Impugnante alegou, dentre outras coisas, que se tributação houvesse, apenas para argumentar, seria da diferença de R$ 320.000,00, mas que não seria o caso, uma vez que a autoridade autuante não teria feito um exame acurado na conta Caixa e até mesmos mos extratos bancários, o que evidenciaria a existência dos recursos próprios necessários. Ainda, que o fato do financiamento não cobrir o valor do imóvel não pode daí se concluir por omissão de receitas, que “preferiu o fiscal basearse em meros indícios, através de presunção não prevista em lei, não se desincumbido de seu inafastável dever de provar os fatos invocados na autuação.” A autuação foi afastada pela DRJ sob o argumento de que a fiscalização deveria se concentrar na verificação da origem dos recursos próprios, conforme consta do contrato de Compra e Venda celebrado com financiamento da CEF. Todavia, teria o fisco efetuado o lançamento por mera presunção, que seria inaplicável à espécie e careceria de previsão legal. Conquanto a fiscalização tenha detectado que o lançamento fora realizado a destempo, pois a operação imobiliária ocorreu em maio de 2009 e a escrituração (incorreta) foi Fl. 3589DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 10 9 lavrada em janeiro de 2010 (conforme Termo de Verificação, fls. 61 e ss.), a simples ausência de informação sobre a origem da diferença pareceme incapaz de ensejar a sua tributação. Deveria a autoridade fiscal investigar, a partir da conta Clientes (utilizada no lançamento questionado e que tem como contrapartida receitas), a existência ou não de recursos para a operação e em qual medida isso afetaria o resultado da empresa. A mera presunção de omissão, na espécie, realmente não possui amparo legal, razão pela qual entendo correta a posição da DRJ. Outro lançamento equivocado e objeto de tributação diz respeito a matérias primas, cujo valor de R$ 459.522,05 teria como contrapartida a conta "clientes diversos". A empresa, depois de intimada, informou que houve erro contábil, posto que o correto seria debitar a conta "fornecedores diversos", de forma a adequar o lançamento ao livro de Registro de Inventário do exercício de 2009. A fiscalização, por seu turno, concluiu que: DA MATÉRIA PRIMA [...]Na seara da contabilidade, verificada a divergência entre o estoque físico e o contábil, devese regularizála mediante o registro a débito ou a crédito na conta “Matéria Prima”, caso sejam apurados faltas ou sobras, respectivamente. Em caso de faltas, para efeito da legislação do imposto de renda, somente serão dedutíveis como despesas ou prejuízos por desfalques, apropriação indébita e furto, por empregados ou terceiros, quando houver inquérito instaurado nos termos da legislação trabalhista ou quando apresentada queixa perante a autoridade policial (art. 364 do RIR/99). [...]Analisando o lançamento acima, verificouse que houve divergência entre os estoques físico e o contábil. Mais especificamente faltas, que ensejariam o procedimento descrito na legislação do imposto de renda. A ausência dos procedimentos descritos na legislação contábil e fiscal e a apresentação de elementos comprobatórios permite inferir que tais faltas decorreram da venda de mercadorias à margem da contabilidade. É importante frisar que a fiscalizada não apresentou os documentos que lhe permitiriam a dedução fiscal das faltas apuradas, como, por exemplo, os elementos do inquérito instaurado. DOS CLIENTES [...] Apesar de o sujeito passivo ter informado que o lançamento contábil débito na conta Clientes está incorreto, verificamos que não foram estornados os seus efeitos contábeis e fiscais. Ocorreu um aumento nos direitos da fiscalizada sem que fossem tributados. Fl. 3590DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 11 10 Assim sendo, concluise que houve venda de mercadorias que não transitaram pelo resultado da Polar, especificamente na conta de Receitas. O crédito na conta Clientes revela o recebimento de tais valores sem transitarem pela conta Caixa, uma vez que foram efetuadas vendas de mercadorias a margem da contabilidade formal do sujeito passivo. Por outro lado, houve o desaparecimento de estoque em igual montante, sem que fosse oferecido à tributação, conforme foi detalhado na análise da conta matéria Prima acima. Na peça impugnatória, a empresa reitera que se tratou de erro contábil e que teve dificuldades na elaboração da defesa, pois a fiscalização afirma, ao mesmo tempo, que houve omissão de receita e, por outro lado, que não houve a apresentação de documentos que demonstrassem as faltas apuradas, nos seguintes termos: Independentemente da hipótese a ser considerada, não é possível, pela leitura do Termo de Verificação Fiscal, identificar qual teria sido a infração apontada pela fiscalização. Os argumentos constantes da autuação são incompatíveis entre si, o que deve gerar a declaração de sua nulidade. A decisão recorrida acatou os argumentos da interessada e considerou que houve inconsistência no lançamento fiscal. Ademais, entende que nem seria caso de aplicação do artigo 364 do RIR/99: E, ainda, não é caso de menção ao art. 364 do RIR/99. Eventuais diferenças de estoque podem surgir de várias causas e podem até denunciar a existência de receitas omitidas, como, por exemplo, quando da existência de divergências entre as quantidades constantes dos registros contábeis e aquelas decorrentes da contagem física, mas que não foi o caso presente. E estas divergências podem ser oriundas de quebras/perdas, desde que observadas as condições dispostas no art. 291 do RIR/99 (afinal a Fiscalizada também fabrica produtos). O lançamento contábil, apesar de ser em partidas dobradas, tem uma vinculação entre eles, tratase de apenas um fato. Se o auditor fiscal entende que a contrapartida a crédito referese a registro de perda em estoque, como pode o lançamento a débito representar receita? E ainda por cima omitida? Ainda, a autoridade fiscal tributou esta mesma importância, também como Omissão de Receitas por presunção legal – diferença de estoque, como base legal o art. 286 do RIR/99 (item 003 do Auto de Infração), o que não deixa de ser coerente com seu entendimento contábil/tributário, mas é totalmente equivocado, como já se mostrou agora e veremos novamente adiante. Entendo correta a posição da delegacia de origem, pois não há como considerar como "omitida" a "receita" decorrente de lançamento efetuado, ainda mais quando se trata de contrapartida a perda de estoques. A autoridade fiscal deveria, no caso, comprovar a natureza de tais receitas, que supostamente entendeu como de vendas não contabilizadas. Fl. 3591DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 12 11 O direito tributário clama, sobretudo, por provas, hábeis e aptas a demonstrar a pretensão do Fisco, sendo incabível a presunção sem esteio legal e desprovida da efetiva comprovação da matéria tributável. Também foram autuados dois lançamentos relativos ao ICMS, que a autoridade fiscal entendeu como presunção de omissão de receitas, nos termos do artigo 281, II, do Regulamento do Imposto de Renda: Débito: Fornecedores Crédito: ICMS a Recuperar......................R$ 153.731,08 Débito: Fornecedores Crédito: ICMS a Recuperar......................R$ 153.389,36 Intimada, a empresa informou que houve equívoco na escrituração. A fiscalização, contudo, entendeu que se tratava de pagamento a fornecedores: Entretanto não informa sobre a retificação do mesmo e não apresenta a documentação que deu suporte ao referido lançamento. Como houve erro no lançamento contábil, caberia à Fiscalizada promover o seu estorno e a elaboração do lançamento correto. Fato que não foi feito no presente caso. O único fato contábil registrado foi o desaparecimento de obrigações perante seus fornecedores, de forma mágica, sem pagamento, se considerado o lançamento aqui analisado. O que de fato ocorreu neste caso foi o pagamento a fornecedores a margem da contabilidade, com recursos que não sofreram tributação. Por seu turno, alega a empresa que os erros contábeis foram transformados em fatos geradores de tributos: “[...] O que a autoridade administrativa fez no presente caso foi transformar em receita tributável, aí sim como num passe de mágica, quaisquer diferenças não explicadas no resultado da Impugnante. É incontroverso que erros não podem ser e não são fatos geradores de tributos. A constatação de um equívoco cometido pelo sujeito passivo pode, no máximo, gerar a suspeita de rendimentos omitidos, o que deve ser suportado por outros meios de prova. Inexistindo nos autos tais provas, ainda que indiretas, é incontestável que a autoridade administrativa não se desincumbiu de seu dever de provar a ocorrência do fato gerador, o que é causa de sua nulidade.” O argumento foi acatado pela decisão recorrida (grifos no original): Fl. 3592DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 13 12 Conforme consta no Auto de Infração, o enquadramento legal do lançamento fiscal consiste no inciso II do art. 281 do RIR/99, que trata de presunção legal de omissão de receita: Art.281. Caracterizase como omissão no registro de receita, ressalvada ao contribuinte a prova da improcedência da presunção, a ocorrência das seguintes hipóteses (DecretoLei nº 1.598, de 1977, art.12, §2º, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 40): I. [...] II. a falta de escrituração de pagamentos efetuados; III. [...] [DESTAQUEI] Este dispositivo procura alcançar importâncias efetivamente pagas mas não escrituradas, que não é o caso que aqui se tem. O próprio auditor diz que não houve pagamento e depois afirma que, de fato, houve pagamento a fornecedores com recursos não contabilizados. Quais fornecedores? Que documento indica um eventual pagamento? Uma diminuição contábil do saldo da conta Fornecedores não significa, necessariamente, que foi por conta da existência de pagamento, pois podem ter ocorrido outros fatores, tais como devolução de mercadorias, estorno de lançamentos e até mesmo por lançamentos equivocados na conta, como alegou a Impugnante. Quando se tributa por presunção legal não há margem para ampliações e nem restrições do alcance da norma presuntiva (supra). Se ausente o pressuposto básico determinado na norma – o pagamento – não há que se cogitar de sua tributação com base no referido artigo. Assim, de se afastar a tributação do jeito que lançada no Auto de Infração. Conquanto se possa admitir que a fiscalização realmente encontrou problemas na escrituração o que é incontroverso e que, em decorrência, possa ter havido recolhimentos a menor por parte do contribuinte, a simples presunção de tais circunstâncias não nos permite afirmar, sem margem para dúvidas, que existe matéria tributável e qual seria o seu montante. Parecenos que a autoridade fiscal deveria aprofundar as investigações e trazer aos autos elementos capazes de comprovar as suas conclusões, que podem ser corretas, mas carecem, da forma como apresentadas, de suporte documental. No mesmo sentido e por iguais fundamentos não podem prosperar, como já apontado em primeira instância, os lançamentos baseados nas rubricas envolvendo matérias primas, que seriam "baixas indevidas de estoque". A decisão da DRJ asseverou que: Fl. 3593DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 14 13 O autuante insiste em destacar que as alegadas perdas devem seguir o comando da legislação fiscal, no que tange a sua dedutibilidade, mas, entretanto, a capitulação legal do lançamento é uma tributação por presunção legal: omissão de receita por falta de escrituração de pagamentos a fornecedores. A Impugnante reitera tal situação, e com razão, ou se tributa por diferença de estoque/baixa indevida/perdas indedutíveis ou se tributa por omissão de receitas, mas não obstante a confusão apontada, o fato é que, a exemplo dos demais lançamentos fiscais, este também não pode avançar, seja pelos aspectos já comentados, seja por ausência dos pressupostos básicos desta tributação por presunção legal (v. nosso comentário acerca do disposto no inciso II do art. 281 do RIR/99, item supra – E). Já destacamos aqui, que não é caso de menção ao art. 364 do RIR/99. Eventuais diferenças de estoque podem surgir de várias causas e podem até denunciar a existência de receitas omitidas, como, por exemplo, quando da existência de divergências entre as quantidades constantes dos registros contábeis e aquelas decorrentes da contagem física, mas que não foi o caso presente. E estas divergências podem ser oriundas de quebras/perdas, desde que observadas as condições dispostas, não naquele dispositivo legal citado, mas sim no art. 291 do RIR/99 (afinal a Fiscalizada também fabrica produtos). O lançamento contábil, apesar de ser em partidas dobradas, tem uma vinculação entre eles. Se o auditor fiscal entende que a contrapartida a crédito referese a registro de custo/perda, como pode o lançamento a débito representar receita? E ainda por cima omitida? Ainda, a autoridade fiscal tributou estas mesmas importâncias, também como Omissão de receitas por presunção legal – diferença de estoque, como base legal o art. 286 do RIR/99 (item 003 do Auto de Infração), o que não deixa de ser coerente com seu entendimento contábil/tributário, mas é totalmente equivocado, como já se mostrou agora e veremos novamente adiante. À luz das demais situações apresentadas neste voto, entendo pertinentes os argumentos trazidos pela decisão recorrida. Igual raciocínio se aplica às outras rubricas indicadas pela fiscalização. Embora seja incontroverso que os lançamentos contábeis continham erros, não se pode, de forma automática, afirmar que ensejaram reflexos tributários provenientes de omissão de receitas, até porque a tributação deve recair sobre o resultado da empresa e não diretamente sobre rubricas que foram escrituradas com erro. No mesmo sentido, o afastamento da tributação do imposto de renda impacta, como reconhecido pela DRJ, as figuras reflexas, como o adicional de IR, a CSLL, o PIS e a COFINS. Fl. 3594DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA Processo nº 13603.724120/201209 Acórdão n.º 1201001.215 S1C2T1 Fl. 15 14 Como não restou matéria tributável, inexiste base para os demais tributos e infrações porventura lançadas. Ante o exposto CONHEÇO do Recurso e, no mérito, voto por NEGARLHE provimento. É como voto. (documento assinado digitalmente) Roberto Caparroz de Almeida Relator Fl. 3595DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 23/ 12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 03/01/2016 por MARCELO CUBA NETTO, Assinado digitalmente em 23/12/2015 por ROBERTO CAPARROZ DE ALMEIDA
score : 1.0
Numero do processo: 10665.001099/2005-10
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jun 02 00:00:00 UTC 2011
Ementa: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP
Data do fato gerador: 31/01/2001, 28/02/2001, 31/03/2001, 30/04/2001, 31/05/2001, 30/06/2001, 31/07/2001, 31/08/2001, 30/09/2001, 31/10/2001, 30/11/2001, 31/12/2001
PIS/PASEP. VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EXCLUSÃO DOS CUSTOS DE AQUISIÇÃO. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO.
Devem ser excluídas das receitas provenientes das vendas dos veículos usados os custos de aquisição destes veículos.
PIS/PASEP. SAÍDAS EFETUADAS A TÍTULO DE CORTESIA, NÃO INCIDÊNCIA.
Não incide as contribuições nas saídas a título de cortesia (brindes e prêmios), pelo fato de não ter havido ingresso de receitas.
PIS/PASEP. RECEITAS FINANCEIRAS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, §1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62ª DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO.
O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B).
MATÉRIA JULGADA SOBRE A SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL, ART. 543B E DE RECURSOS REPETITIVOS, ART. 543C, AMBOS DO CPC.
As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante art. 62ª do seu Regimento Interno, introduzido pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010.
Recurso Voluntário provido em parte.
Numero da decisão: 3201-000.706
Decisão: Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos:
(a) por unanimidade de votos, negar provimento quanto ao item
(i) da venda de veículos usados;
(b) por maioria de votos, dar provimento ao recurso quanto ao item (ii) das saídas efetuadas a título de cortesia.
Vencidos os conselheiros Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Mércia Helena Trajano D’Amorim.
Nome do relator: LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI
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VENDA DE VEÍCULOS USADOS. EXCLUSÃO DOS CUSTOS DE AQUISIÇÃO. APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. Devem ser excluídas das receitas provenientes das vendas dos veículos usados os custos de aquisição destes veículos. PIS/PASEP. SAÍDAS EFETUADAS A TÍTULO DE CORTESIA, NÃO INCIDÊNCIA. Não incide as contribuições nas saídas a título de cortesia (brindes e prêmios), pelo fato de não ter havido ingresso de receitas. PIS/PASEP. RECEITAS FINANCEIRAS. BASE DE CÁLCULO. ART. 3º, §1º, DA LEI Nº 9.718/1998. INCONSTITUCIONALIDADE DE DECLARADA PELO STF. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. APLICAÇÃO DO ART. 62ª DO REGIMENTO INTERNO DO CARF. OBRIGATORIEDADE DE REPRODUÇÃO DO ENTENDIMENTO. O §1º do art. 3º da Lei nº 9.718/1998 foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE nº 346.084/PR e no RE nº 585.235/RG, este último decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B). MATÉRIA JULGADA SOBRE A SISTEMÁTICA DE REPERCUSSÃO GERAL, ART. 543B E DE RECURSOS REPETITIVOS, ART. 543C, AMBOS DO CPC. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de Fl. 244DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.810 2 janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF, consoante art. 62ª do seu Regimento Interno, introduzido pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010. Recurso Voluntário provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado em dar provimento parcial ao recurso voluntário, nos seguintes termos: (a) por unanimidade de votos, negar provimento quanto ao item (i) da venda de veículos usados; (b) por maioria de votos, dar provimento ao recurso quanto ao item (ii) das saídas efetuadas a título de cortesia. Vencidos os conselheiros Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Mércia Helena Trajano D’Amorim. Designado para redigir o voto vencedor o conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira. (c) por unanimidade de votos, dar provimento quanto ao item (iii) das receitas de juros e aplicações financeiras Joel Miyazaki – Presidente ad hoc Luís Eduardo Garrossino Barbieri – Relator Marcelo Ribeiro Nogueira - Redator José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Participaram do presente julgamento os Conselheiros Judith do Amaral Marcondes Armando, Mércia Helena Trajano D’Amorim, Luciano Lopes de Almeida Moraes, Marcelo Ribeiro Nogueira, Luís Eduardo Garrossino Barbieri e Daniel Mariz Gudiño. Relatório Adoto o relatório da decisão de primeira instância por entender que o mesmo resume bem os fatos dos autos até aquele momento processual: Lavrou-se contra o contribuinte acima identificado o presente Auto de Infração (fls. 04/10), relativo à Contribuição para o Programa de Integração Social - PIS, totalizando um crédito tributário de R$ 1.936,59, incluindo multa de oficio e juros de mora, correspondente aos períodos de janeiro a dezembro de 2001 (fl. 05). A autuação ocorreu em virtude de divergências entre os valores da contribuição escriturados e os declarados nos períodos acima identificados, decorrentes da não Fl. 245DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.811 3 inclusão na base de cálculo de receitas provenientes da venda de veículos usados, das saídas efetuadas a título de cortesia e das receitas de juros e aplicações financeiras, conforme consignado no Termo de Verificação Fiscal de fls. 11/15, cuja apuração encontra-se discriminada nos demonstrativos de fls. 16/17. Como enquadramento legal, citaram-se os artigos 10 e 3º, da Lei Complementar n° 7, de 7 de setembro de 1970; artigos 2°, inciso 1, 3°, 8°, inciso 1, e 9°, Lei n° 9.715, de 25 de novembro de 1998, e arts. 2° e 3° da Lei n° 9.718, de 27 de novembro de 1998. Irresignado, tendo sido cientificado em 02/09/2005 (fl. 04), o autuado apresentou, em 03/10/2005, acompanhadas dos documentos de fls. 196/218, as suas razões de discordância (fls. 191/195), a seguir resumidas: Narrando os fatos considerados pelo fisco na formalização do presente processo, aduz que a tributação sobre a venda de veículos usados deve incidir sobre o resultado e não sobre a receita. Com relação às saídas a título de cortesia, salienta que estas não estavam vinculadas às vendas e foram concedidas aleatoriamente, sem quaisquer condições ou vinculações à atividade mercantil. Pondera que o art. 3° da Lei n° 9.718, de 1998, ao incluir as receitas financeiras no cálculo da contribuição, ampliou indevidamente o conceito de faturamento, promovendo um alargamento inconstitucional de sua base de cálculo, violando o sistema jurídico vigente. Por fim, requer seja reconhecida a improcedência da presente autuação, dando-se integral provimento às suas razões de defesa, cancelando-se o crédito tributário. Eis o relatório do essencial. A decisão recorrida recebeu de seus julgadores a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Data do fato gerador: 31/01/2001, 28/02/2001, 31/03/2001, 30/04/2001, 31/05/2001, 30/06/2001, 31/07/2001, 31/08/2001, 30/09/2001, 31/10/2001, 30/11/2001, 31/12/2001. Base de cálculo A arguição de inconstitucionalidade não pode ser oponível na esfera administrativa, por transbordar os limites de sua competência o julgamento da matéria. Lançamento Procedente A recorrente devidamente cientificada do acórdão apresentou recurso voluntário, onde repisa os argumentos já trazidos em sua impugnação. É o Relatório. Voto Vencido Conselheiro Suplente José Luiz Feistauer de Oliveira – redator ad hoc Fl. 246DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.812 4 Por intermédio de Despacho, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF incumbiu-me o Presidente da Câmara a formalizar o Acórdão, cujo relator e redator originais, Conselheiros Luís Eduardo Garrossino Barbieri (Relator) e Marcelo Ribeiro Nogueira (Redator), não integram mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pelo relator original. Embora não mais integre os colegiados do CARF, o relator apresentou a minuta do voto na sessão de julgamento, que será adotada na presente formalização. Transcreve-se, a seguir, o voto que consta da minuta apresentada: Conselheiro Luís Eduardo Garrossino Barbieri - Relator Como relatado, foi lavrado o lançamento de ofício para a cobrança da diferença entre os valores da contribuição escriturados e os declarados, para os períodos de janeiro a dezembro de 2001, em decorrência da não inclusão na base de cálculo de receitas provenientes (i) da venda de veículos usados, (ii) das saídas efetuadas a título de cortesia e (iii) das receitas de juros e aplicações financeiras. Em relação ao primeiro item – (i) receitas provenientes da venda de veículos usados -, como bem destacou a decisão recorrida, a fiscalização já havia excluído os valores referentes ao custo dos veículos usados. Portanto, não há como acatar o argumento da recorrente quando afirma “que a tributação sobre venda de veículos usados deve incidir sobre o resultado e não sobre a receita”, uma porquanto a fiscalização fez exatamente isso: deduziu da receita os custos dos veículos usados, apurando o resultado. Quanto ao segundo item – (ii) saídas a título de cortesia – não há previsão legal para a sua exclusão da base de cálculo, não podendo o intérprete equipará-la aos descontos incondicionais concedidos, a seu livre arbítrio. A Lei nº 9.718/98, prescreveu que o faturamento para fins de incidência da Cofins e do PIS passou a ser considerado, nos termos de seus arts. 2°, 3°, e 9°, como a totalidade das receitas auferidas, independentemente do tipo de atividade desenvolvida pela pessoa jurídica e da classificação contábil adotada, estabelecendo, ainda, quais as rubricas poderiam ser excluídas na apuração da receita bruta, verbis: Art. 2°. As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. Fl. 247DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.813 5 Art. 3°. O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. § 1°. Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. §2°. Para fins de determinação da base de cálculo das contribuições a que se refere o art. 2°, excluem-se da receita bruta: I - as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos, o Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI e o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação - ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços na condição de substituto tributário; II - as reversões de provisões operacionais e recuperações de créditos baixados como perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo de aquisição, que tenham sido computados como receita; III— (revogado); IV - a receita decorrente da venda de bens do ativo permanente. (Grifei). Destarte, o julgador administrativo está adstrito ao cumprimento da legislação tributária, a cujas normas está vinculada, enquanto estas não forem revogadas, inquinadas de ilegalidade ou declaradas inconstitucionais, errando, portanto, de foro o contribuinte ao pretender discutir a inconstitucionalidade da legislação tributária e a hipotética violação de direitos constitucionais, porquanto, no âmbito administrativo, a sua apreciação se restringe à legalidade do lançamento. Por fim, ao terceiro item – (iii) das receitas de juros e aplicações financeiras -, assiste razão à Recorrente nessa matéria. Vejamos. No período de apuração objeto da presente demanda - 01/01/2001 a 31/12/2001 – a hipótese de incidência da Cofins encontrava-se disciplinada pela Lei nº 9.718/1998 e pela Lei Complementar nº 70/1991. Estas, por sua vez, definiam a base de cálculo (aspecto quantitativo da Regra- Matriz de Incidência) do tributo nos seguintes termos: Lei Complementar no 70/1991: Fl. 248DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.814 6 Art. 2° A contribuição de que trata o artigo anterior será de dois por cento e incidirá sobre o faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias, de mercadorias e serviços e de serviço de qualquer natureza. Lei no 9.718/1998: Art.2º As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações introduzidas por esta Lei. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001) Art.3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica. (Vide Medida Provisória nº 2158-35, de 2001) §1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas. (Revogado pela Lei nº 11.941, de 2009) A Lei Complementar nº 70/1991, como se vê, restringia a materialidade do tributo ao faturamento mensal, assim considerado a receita bruta das vendas de mercadorias ou da prestação de serviço de qualquer natureza. Não havia previsão para a incidência sobre receitas financeiras, o que somente ocorreu após a Lei nº 9.718/1998, que, através do seu art. 3º, §1º, ampliou o âmbito normativo da contribuição, de modo a compreender a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica. Entretanto, o §1º do art. 3o da Lei no 9.718/1998, porém, foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento do RE no 346.084/PR, verbis: CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – ARTIGO 3º, §1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente. TRIBUTÁRIO - INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepõe-se ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS - RECEITA BRUTA – NOÇÃO INCONSTITUCIONALIDADE DO §1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à Emenda Constitucional nº Fl. 249DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.815 7 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindo-as à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada. (STF. T. Pleno. RE 346.084/PR. Rel. Min. ILMAR GALVÃO. Rel. p/ Acórdão Min. MARCO AURÉLIO. DJ 01/09/2006). Esse entendimento foi reafirmado pela jurisprudência do STF no julgamento de questão de ordem no RE no 585.235/RG, decidido em regime de repercussão geral (CPC, art. 543B), verbis: RECURSO. Extraordinário. Tributo. Contribuição social. PIS.COFINS. Alargamento da base de cálculo. Art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. Inconstitucionalidade. Precedentes do Plenário (RE nº 346.084/PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 1º.9.2006; REs nos 357.950/RS, 358.273/RS e 390.840/MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 15.8.2006) Repercussão Geral do tema. Reconhecimento pelo Plenário. Recurso improvido. É inconstitucional a ampliação da base de cálculo do PIS e da COFINS prevista no art. 3º, § 1º, da Lei nº 9.718/98. (STF. RE 585235 RG-QO. Rel. Min. CEZAR PELUSO. DJ 28/11/2008). Deste modo, sobre a matéria não cabe mais questionamento no âmbito do contencioso administrativo, em face da decisão do STF, no regime de repercussão geral (art. 543B do CPC), o que nos leva a aplicar ao caso o art. 62A do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 256, DOU de 23/06/2009, introduzido pela Portaria MF nº 586, de 21/12/2010–DOU de 22/12/2010, reproduzido anteriormente. Deve, portanto, ser afastada a incidência da Cofins sobre as receitas decorrentes de aplicações financeiras. Por todo o exposto, VOTO por dar provimento parcial ao recurso voluntário. É como voto. Luís Eduardo Garrossino Barbieri. José Luiz Feistauer de Oliveira – Redator ad hoc Voto Vencedor Fl. 250DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Processo nº 10665.001099/2005-10 Acórdão n.º 3201-000.706 S3-C2T1 Fl. 1.816 8 Conselheiro Suplente José Luiz Feistauer de Oliveira – redator ad hoc Por intermédio de Despacho, nos termos da disposição do art. 17, III, do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais – RICARF incumbiu-me o Presidente da Câmara a formalizar o Acórdão, não entregue pelo redator original, Conselheiro Marcelo Ribeiro Nogueira, que não integra mais nenhum dos colegiados do CARF. Desta forma, a elaboração deste voto deve refletir a posição adotada pelo redator original, que foi acompanhada, por maioria, pelos demais integrantes do colegiado. A divergência em relação ao voto do i. relator reside apenas em relação ao item (ii) saídas a título de cortesia. Nas saídas a título de cortesia (brindes e prêmios), não ocorreu o ingresso de receitas a ensejar a incidência da contribuição. Se a saída é efetivada a título gratuito não há como existir uma base de cálculo imponível da obrigação tributária, como pretende a autoridade fiscal. Deste modo, assiste razão a Recorrente quando afirma que em relação aos brindes e prêmios, concedidos a título de cortesia, não estavam, de forma alguma, vinculados às vendas e foram concedidos aos clientes aleatoriamente, sem condições ou qualquer outra forma de vinculação à atividade mercantil. Por todo o exposto, VOTO por dar provimento ao recurso voluntário nesta matéria (item i - saídas a título de cortesia). Conselheiro Suplente José Luiz Feistauer de Oliveira – redator ad hoc Fl. 251DF CARF MF Impresso em 09/10/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 30/09/2015 por LUIS EDUARDO GARROSSINO BARBIERI, Assinado digitalmente e m 30/09/2015 por JOSE LUIZ FEISTAUER DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 09/10/2015 por JOEL MIYAZ AKI Relatório Voto
score : 1.0
Numero do processo: 15586.000014/2011-28
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Wed Jan 06 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005
OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS.
Rejeitam-se os embargos de declaração quando não caracterizadas as aduzidas omissão ou contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso.
Embargos rejeitados.
Numero da decisão: 3301-002.723
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pelo sujeito passivo, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado.
Fez sustentação oral pelo embargante o advogado Paulo César Caetano, OAB/ES 4892.
(assinado digitalmente)
Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente.
(assinado digitalmente)
Francisco José Barroso Rios - Relator.
Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Cássio Schappo.
Nome do relator: FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS
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ementa_s : Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Rejeitam-se os embargos de declaração quando não caracterizadas as aduzidas omissão ou contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso. Embargos rejeitados.
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pelo sujeito passivo, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. Fez sustentação oral pelo embargante o advogado Paulo César Caetano, OAB/ES 4892. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal - Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios - Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Cássio Schappo.
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Interessado CUSTÓDIO FORZZA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃO LTDA. ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 OMISSÃO OU CONTRADIÇÃO NO ACÓRDÃO. INEXISTÊNCIA. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO REJEITADOS. Rejeitamse os embargos de declaração quando não caracterizadas as aduzidas omissão ou contradição na decisão recorrida, fundamento único do recurso. Embargos rejeitados. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar os embargos formulados pelo sujeito passivo, na forma do relatório e do voto que integram o presente julgado. Fez sustentação oral pelo embargante o advogado Paulo César Caetano, OAB/ES 4892. (assinado digitalmente) Andrada Márcio Canuto Natal Presidente. (assinado digitalmente) Francisco José Barroso Rios Relator. Participaram da presente sessão de julgamento os conselheiros Andrada Márcio Canuto Natal, Francisco José Barroso Rios, José Henrique Mauri, Luiz Augusto do Couto Chagas, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Semíramis de Oliveira Duro e Cássio Schappo. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 15 58 6. 00 00 14 /2 01 1- 28 Fl. 2479DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS 2 Relatório Em sessão transcorrida em 22 de outubro de 2013, a Segunda Turma Especial desta Terceira Seção do CARF deu parcial provimento ao recurso voluntário interposto pelo sujeito passivo, nos termos do acórdão nº 3802002.115, assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 MATÉRIA NÃO CONHECIDA Não se conhece de argumento que não guarda relação com o objeto da contenda. ARGUIÇÃO DE NULIDADE. SUPOSTA OFENSA AO DIREITO AO CONTRADITÓRIO. INOCORRÊNCIA. O direito processual tem como regra o princípio da instrumentalidade das formas, segundo o qual, com respeito à nulidade do processo, somente àquela que sacrifica os fins de justiça deve ser declarada pela autoridade julgadora. Assim, a nulidade por cerceamento ao direito de defesa exige seja comprovado o efetivo prejuízo ao exercício desse direito por parte do sujeito passivo. Não há nulidade quando a recorrente tem pleno conhecimento dos atos processuais objeto do processo e o seu direito de resposta ou de reação se encontraram plenamente assegurados, retratado nas robustas alegações aduzidas em sua peça recursal. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. EXAME ADSTRITO ÀS CONDIÇÕES DA AÇÃO E ÀS CONDIÇÕES DE PROCEDIBILIDADE. AUSÊNCIA DE MANIFESTAÇÃO SOBRE A INEXISTÊNCIA MATERIAL DO FATO. COISA JULGADA QUANTO AOS FATOS NARRADOS PELO MINISTÉRIO PÚBLICO. INOCORRÊNCIA. A sentença penal não faz coisa julgada quanto à materialidade dos fatos se estes não são objeto de apreciação e, portanto, não fundamentam o trancamento da ação penal, restrito à análise das condições da ação e de sua procedibilidade. Realidade em que a extinção da ação penal inaugurada pelo Ministério Público Federal não foi motivada por eventual pronunciamento jurígeno excludente do envolvimento da recorrente com os fatos narrados na denúncia, mas em vista da impossibilidade de tipificação das condutas em crime contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/90) antes do lançamento definitivo do tributo (Súmula Vinculante do STF nº 24). PROVA. DEPOIMENTOS E MENSAGENS COM TRATATIVAS DE NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS DA EMPRESA. INEXISTÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE EVENTUAL ELEMENTO QUE PUDESSE VIR A CARACTERIZAR A ILEGALIDADE DA PROVA. VIOLAÇÃO AO SIGILO DE DADOS DA EMPRESA PELO FISCO. NÃO CARACTERIZAÇÃO DE NULIDADE. Os depoimentos constituem importante elemento probatório e não podem ser invalidados por simples alegações, sem prova, de eventual suspeição ou vício de consentimento. A legislação tributária federal garante à Administração Tributária pleno acesso a documentos, inclusive magnéticos, fiscais e não fiscais, do contribuinte, bem como a depoimentos de terceiros, ressalvadas as vedações Fl. 2480DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 15586.000014/201128 Acórdão n.º 3301002.723 S3C3T1 Fl. 2.479 3 legais, como forma de averiguar o fiel cumprimento das obrigações tributárias, não podendo a garantia constitucional à privacidade revestirse de instrumento à salvaguarda de práticas ilícitas. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 REGIME DA NÃOCUMULATIVIDADE DO PIS/PASEP E DA COFINS. DESCONTO DE CRÉDITOS CALCULADOS A PARTIR DE BENS E SERVIÇOS UTILIZADOS COMO INSUMOS E COM BASE EM CUSTOS E DESPESAS LEGALMENTE AUTORIZADOS. DIREITO CREDITÓRIO RECONHECIDO EM PARTE. No regime de incidência nãocumulativa do PIS/Pasep e da COFINS, as Leis no 10.637 de 2002 e 10.833/2003 autorizam o desconto de créditos calculados com base em bens e serviços utilizados como insumos diretamente relacionados à atividade da empresa, bem como apurados a partir de custos e despesas passíveis de creditamento/desconto da contribuição, desde que satisfeitas as condições legais impostas pela norma em evidência. No referido regime, a Lei não contempla creditamento inerente a despesas com combustíveis, a menos que os mesmos possam ser enquadrados como insumos, ou seja, se aplicados diretamente no processo produtivo, e não em fases alheias a referido processo, como no caso analisado, em que os combustíveis foram utilizados nos veículos de propriedade da recorrente, empresa que se dedica ao beneficiamento de café. Também, não existe previsão legal para o desconto de créditos relacionados ao pagamento, a pessoas jurídicas, de serviços de assessoria. Todavia, por serem considerados insumos, os gastos com serviços de corretagem de compra de matériaprima utilizada na fabricação de produtos destinados à venda integram a base de cálculo do crédito do PIS e da COFINS. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/04/2005 a 30/06/2005 PRESCRIÇÃO DE CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONFESSADO EM DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. PRAZO. Os pedidos de compensação, formalizados mediante declaração própria, tem natureza de confissão de dívida, sendo, pois, “instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados” (§ 6o do artigo 74 da Lei nº 9.430/96). Com a apresentação da declaração de compensação é inaugurada uma nova situação jurídica para o crédito tributário, válida a partir do momento em que definitivamente constituída, uma vez que este, mesmo outrora declarado em DCTF, passa a ter nova feição relativamente à natureza escolhida pelo sujeito passivo para proceder à sua extinção O prazo prescricional para a exigência dos débitos confessados em declaração de compensação é de 5 (cinco) anos, contados da data da entrega da referida declaração. COMPENSAÇÃO. LIQUIDEZ E CERTEZA DO CRÉDITO NÃO INTEGRALMENTE DEMONSTRADAS. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DOS DÉBITOS PARA COM A FAZENDA PÚBLICA. Fl. 2481DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS 4 A compensação, hipótese expressa de extinção do crédito tributário (art. 156 do CTN), só poderá ser autorizada se os créditos do contribuinte em relação à Fazenda Pública, vencidos ou vincendos, se revestirem dos atributos de liquidez e certeza, a teor do disposto no caput do artigo 170 do CTN. A não comprovação da certeza e da liquidez dos créditos alegados impossibilita a extinção do débito para com a Fazenda Pública mediante compensação. Recurso ao qual se dá provimento em parte. Em sede de embargos de declaração, aduz a interessada que a decisão vergastada fora omissa na medida em que não teria enfrentado a questão da competência (atribuição) da Turma Especial para julgar questão envolvendo centenas de milhões de reais e, de outro lado, há também contradição, uma vez que o Relator informa que se trata de questão que ultrapassa R$ 890 milhões de reais e, ainda assim, analisou a matéria. (destaque do original) Insurgese ainda a embargante contra a utilização de prova que não consta dos autos, eis que estavam nos autos do processo nº 15586.000089/201117. Nesse sentido, aduz que "[...] a Turma não teve acesso aos documentos relacionados pelo relator do processo, já que todos estão no processo nº 15586.000089/201117". Assim teria havido "[...] prejuízo à defesa do contribuinte, na medida em que os demais Conselheiros não puderam analisar as provas contidas [...]" no aludido processo. Nesse sentido, ressalta, ainda, o seguinte: A nulidade poderia ter sido contornada se o pedido de unificação dos processos tivesse sido deferido, o que não ocorreu, apesar da insistência da contribuinte. Diante desta realidade, o acórdão é nulo por ausência de suporte probatório e não unificação deste processo ao de número 15586.000089/201117. Uma violação da ampla defesa e do contraditório. É crucial que tal questão seja analisada pela Turma, já que estes pontos (não unificação dos processos e não disponibilização do processo n. 15586.000089/201117 aos demais Conselheiros) não foram analisados. (grifo nosso) Na sequência, a interessada reafirma a necessidade de unificação dos processos, e aduz que a Solução de Consulta nº 65, de 31/03/2014, da COSIT, "[...] reconhece o direito ao aproveitamento do crédito integral de PIS e COFINS sobre as aquisições de café das cooperativas agropecuárias, até dezembro de 2011". Referese ainda à Lei nº 12.995/2014, direito superveniente que deveria ser aplicado, já que, "[...] através de seu art. 23, alterou a Lei nº 12.599/2012, permitindo a compensação com outros tributos administrados pela RFB e o ressarcimento em espécie dos créditos presumidos da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS". Para tanto alicerçase no artigo 16, § 4º, do Decreto nº 70.235/72. No item 2.4 de sua petição de embargos a interessada aduz que muitos dos depoimentos favoráveis à recorrente não teriam sido analisados, "[...] apenas foram mencionados os supostamente não favoráveis". E no item 2.5 diz ter ocorrido omissão grave do relator por este não haver informado em que provas se baseou para afastar a boafé da suplicante. Ressalta que "no caso dos autos, há glosas de créditos relativas a empresas que sequer há o número do CNPJ nos autos, muito menos há depoimentos ou outros documentos que afastem a boafé da embargante". Tais omissões, defende, "levam à nulidade do acórdão". Fl. 2482DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 15586.000014/201128 Acórdão n.º 3301002.723 S3C3T1 Fl. 2.480 5 A embargante continua sua argumentação ressaltando que não teriam sido analisados seus argumentos inerentes ao pedido de diligência e de perícia. Igualmente, não teria sido apreciada a questão relacionada ao reflexo da glosa de créditos sobre o imposto de renda e sobre a contribuição social sobre o lucro líquido. Por todo o exposto, requer que o colegiado se manifeste acerca dos seguintes pontos: a) da incompetência da Turma julgadora para processar e julgar o pleito; b) a "nova" necessidade de unificação dos 36 processos diante do advento da Solução de Consulta COSIT nº 65/2014 e da Lei nº 12.995/2014; c) a nulidade do acórdão pelo uso de documentos apenas presentes nos autos do processo nº 15586.000089/201117; d) a existência de provas favoráveis à recorrente que nem sequer foram citadas no acórdão; e) a não existência de provas sobre muitas empresas e a presunção de boafé; f) "A LIMITAÇÃO ESPACIAL, TEMPORAL E QUANTITATIVA DOS DEPOIMENTOS E DOCUMENTOS APRESENTADOS PELO FISCO, já que as provas, apesar de usadas de forma generalizada pela Fiscalização, vinculamse apenas a poucos lugares, a períodos determinados e a valores reduzidos"; g) a necessidade de diligências / produção de provas; h) "a inexistência de provas que vinculem gestores da 'Custodio Forzza' a condutas de máfé a impossibilidade de imputar uma conduta de máfé a pessoa jurídica"; i) "sobre a necessidade de recalcular o IR/CSLL a pagar em razão das glosas dos créditos fiscais de PIS/COFINS ou, pelo menos, sobre a suspensão da prescrição do direito de pedir a restituição do IRPJ e CSLL recolhidos sobre os créditos glosados, visto que tal fato se consumará somente se for mantida a decisão de não homologar os créditos glosados. Registrase que os tributos compensado e cobrados nestes autos são, exatamente o IRPJ e CSLL compensados, cujos créditos compõem a base de cálculo de ambos". Formalizados os embargos, os autos foram movimentados para este conselheiro, relator originário do processo, em obediência ao disposto nos parágrafos 5º e 6º do artigo 49 do Anexo II do Regimento Interno do CARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015. É o relatório. Voto Fl. 2483DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS 6 A ciência da decisão recorrida se deu em 10/08/2015, conforme Termo de Ciência por Abertura de Mensagem de fls. 2445. Por sua vez, a petição de embargos de declaração foi protocolizada em 17/08/2015, uma segundafeira. Assim, considerando o disposto no artigo 5º, caput e parágrafo único, do Decreto nº 70.235/721, resta claro que a petição em tela foi apresentada dentro do prazo cinco dias contados da ciência do acórdão para a interposição dos embargos de declaração (artigo 65, § 1o, do Anexo II do RICARF – aprovado pela Portaria MF no 343, de 09/06/2015). Há, pois, que se conhecer da petição em tela. A primeira argumentação suscitada pela embargante diz respeito a suposta omissão concernente à competência (atribuição) da Turma Especial para julgar o pleito, o qual, segundo alega, ultrapassaria os 890 milhões de reais. Tal argumento, com efeito, não merece prosperar, eis que, conforme ressaltado no relatório objeto da decisão vergastada, "a lide diz respeito a pedido de ressarcimento onde os créditos reclamados correspondem ao PIS/Pasep não cumulativo exportação do segundo trimestre de 2005 (valor pleiteado: R$ 213.881,51)" (grifei). Diferentemente do que afirma a embargante, o mencionado valor de R$ 890 milhões de reais não se relaciona a crédito tributário lançado ou a direito creditório glosado, mas sim ao total das notas fiscais levantadas pela fiscalização em nome de empresas de fachada, conforme seguinte trecho extraído da decisão guerreada: Conforme relatado, a lide decorre de ação fiscal cujo procedimento e documentação estão acostados aos autos do processo n° 15586.000089/201117 (ao qual nos reportaremos com freqüência), onde a fiscalização relata a apropriação indevida de créditos pelo regime da não cumulatividade do PIS e da COFINS por parte da recorrente, calculados sobre os valores das notas fiscais de aquisição de café em grãos, quando o correto seria a apropriação de créditos presumidos nos termos do artigo 8° da lei n° 10.925/2004, com a redação dada pelo artigo 29 da Lei n° 11.051, de 29/12/2004. Entendeu a fiscalização que as aquisições de café pela recorrente foram contabilizadas em nome de diversas empresas de fachada, utilizadas para dissimular a real aquisição da mercadoria proveniente de pessoas físicas (produtores rurais/maquinistas), e assim se apropriar de crédito em montante superior ao autorizado pela lei. Segundo a informação fiscal que subsidiou o despacho decisório, a análise e recomposição dos saldos desde janeiro de 2005 demonstrou que a recorrente apropriouse de créditos integrais fictos. Em face da reclamante foram levantadas notas fiscais em nome de empresas de fachada (“laranjas”) em montantes que ultrapassaram o valor de R$ 890 milhões nos anos de 2005 a 2009. (grifouse) Assim, o colegiado julgador – Turma Especial – em nada ofendeu ao disposto no artigo 2o, § 2o, da então vigente Portaria MF no 256, de 22/06/2009, segundo o qual "a competência das turmas especiais fica restrita ao julgamento de recursos em processos de valor inferior ao limite fixado para interposição de recurso de oficio pela autoridade julgadora de primeira instância". Tal limite, a teor do disposto na Portaria MF no 3, de 03/01/2008, é de R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais). 1 Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Fl. 2484DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 15586.000014/201128 Acórdão n.º 3301002.723 S3C3T1 Fl. 2.481 7 Logo, concluise que a Turma julgadora decidiu em processo cujo valor em litígio encontrase dentro de limite estabelecido para Turma Especial. Efetivamente, a questão da incompetência de Turma Especial para o julgamento do feito não foi aduzida pela interessada em seu recurso voluntário. Esta, em homenagem aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e da economia processual, dentre outros, defendeu apenas a necessidade de juntada dos 36 processos da empresa, o que fez com fundamento no § 3º do artigo 18 da Lei nº 10.833/03, na Portaria RFB nº 666/08, e em princípios que norteiam o processo administrativo dispostos na Lei nº 9.784/99. Tal questão foi sim enfrentada pelo colegiado julgador, conforme seguinte trecho do voto que alicerçou sua decisão: Dos argumentos em defesa da nulidade da decisão de primeira instância Dentre os argumentos em prol da nulidade da decisão de primeira instância, o sujeito passivo defende a necessidade de juntada dos 36 processos da empresa que dizem respeito à mesma matéria, a fim de evitar decisões contraditórias e homenagear os princípios do devido processo legal, da ampla defesa, da economia processual, dentre outros. Fundamentase no § 3º do artigo 18 da Lei nº 10.833/03, na Portaria RFB nº 666/08, bem como nos princípios que norteiam o processo administrativo elencados pela Lei nº 9.784/99. Da fundamentação legal adotada pelo sujeito passivo, a Portaria RFB nº 666/08, de fato, prevê a formalização de um único processo administrativo ou a juntada por anexação (artigo 3º), dentre outras hipóteses, relativamente a “Pedidos de Restituição ou de Ressarcimento e as Declarações de Compensação (Dcomp) que tenham por base o mesmo crédito, ainda que apresentados em datas distintas” (artigo 1º, inciso IV). Contudo, não compete a este Conselho questionar procedimento diverso adotado pela Receita Federal que não implique em prejuízo ao direito de defesa do sujeito passivo. Com efeito, muito embora seja nítida a conexão processual entre os pedidos de ressarcimento reportados pela recorrente, não há nada nos autos que alicerce o reclamado cerceamento ao seu direito, uma vez que os elementos comprobatórios do indeferimento do pedido são todos de pronto acesso ao sujeito passivo, notadamente na presente conjuntura de uso do processo digital, em que as peças podem ser acessadas eletronicamente com grande facilidade. Digo isso, inclusive, em relação ao processo nº 15586.000089/201117, ao qual foram acostadas as provas e documentos produzidos durante a fiscalização realizada em face da empresa recorrente, como, aliás, está consignado na informação fiscal que subsidiou a decisão objeto dos presentes autos. Tendo a interessada irrestrito acesso aos autos, não há que se cogitar em prejuízo para sua defesa. A suplicante se socorre também no § 3º do artigo 18 da Lei nº 10.833/03, bem como em princípios que norteiam o processo administrativo dispostos na Lei nº 9.784/99. Relativamente ao § 3º do artigo 18 da Lei nº 10.833/03, este determina apenas a juntada das peças que tratam da manifestação de inconformidade contra a nãohomologação da compensação e da correspondente impugnação da multa de ofício Fl. 2485DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS 8 decorrente de diferenças apuradas, dentre outras, em declaração de compensação (art. 90 da Medida Provisória nº 2.15835, de 24/08/2001). Logo, não obriga à juntada de todos os processos conexos do mesmo sujeito passivo. Já em relação aos princípios do processo administrativo reportados pela Lei nº 9.784/99, não vislumbro nos autos nada que represente ofensa ao direito de defesa da solicitante que pudesse redundar na nulidade de qualquer ato decisório contidos em suas peças, como já ressaltado. O Regimento Interno do CARF (aprovado pela Portaria MF nº 256, de 22/06/2009) também trata da distribuição conjunta de processos conexos. Tal preceito, contudo, não é de natureza cogente, posto que apenas faculta referenciado procedimento, como revela o verbo que integra o núcleo normativo do artigo 6o do Anexo II do Regimento em tela, abaixo transcrito e destacado: Art. 6° Verificada a existência de processos pendentes de julgamento, nos quais os lançamentos tenham sido efetuados com base nos mesmos fatos, inclusive no caso de sujeitos passivos distintos, os processos poderão ser distribuídos para julgamento na Câmara para a qual houver sido distribuído o primeiro processo. Parágrafo único. Os processos referidos no caput serão julgados com observância do rito previsto neste Regimento. (grifo nosso) No mais, reiterese que a não adoção dos procedimentos perquiridos pela recorrente, por não trazerem prejuízo para a defesa, não tem o condão de dar ensejo à nulidade da decisão de primeira instância, até porque o direito processual tem como regra o princípio da instrumentalidade das formas, que traz como consequência, com respeito à nulidade do processo, que somente àquela que sacrifica os fins de justiça do processo deve ser declarada pela autoridade. Tal princípio está assente nos artigos 563 e 566 do Código de Processo Penal2. No âmbito do Código de Processo Civil, dispõe o artigo 244 que, Quando a lei prescrever determinada forma, sem cominação de nulidade, o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade. A inocorrência de prejuízo para a defesa também afasta a hipótese de nulidade fundada na ausência de análise de prorrogação do prazo para a juntada de documentos, posto que não demonstrado eventual prejuízo decorrente da citada conduta omissiva. [...] Vêse, pois, que o colegiado julgador, de forma fundamentada, afastou a arguída nulidade da decisão de primeira instância pela negativa de juntada dos 36 processos em nome da interessada. Na oportunidade, foi abordada a inexistência de prejuízo para sua defesa, já que "os elementos comprobatórios do indeferimento do pedido são todos de pronto acesso ao sujeito passivo, notadamente na presente conjuntura de uso do processo digital, em que as peças podem ser acessadas eletronicamente com grande facilidade". Isso vale para o alegado "[...] prejuízo à defesa do contribuinte, na medida em que os demais Conselheiros não puderam analisar as provas contidas [...]" no processo nº 15586.000089/201117, processo este onde foram acostadas as provas e documentos produzidos durante a fiscalização realizada em face da empresa recorrente. 2 Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa. Fl. 2486DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 15586.000014/201128 Acórdão n.º 3301002.723 S3C3T1 Fl. 2.482 9 Fato é que foram efetivamente analisados todos os argumentos aduzidos pela suplicante concernente a suposto prejuízo ao seu direito defesa, razão pela qual não há que se falar em suposta omissão na decisão vergastada no que concerne a essa questão. A embargante assevera que a Solução de Consulta nº 65, de 31/03/2014, da COSIT, "[...] reconhece o direito ao aproveitamento do crédito integral de PIS e COFINS sobre as aquisições de café das cooperativas agropecuárias, até dezembro de 2011". Referese ainda à Lei nº 12.995/2014, direito superveniente que deveria ser aplicado, já que, "[...] através de seu art. 23, alterou a Lei nº 12.599/2012, permitindo a compensação com outros tributos administrados pela RFB e o ressarcimento em espécie dos créditos presumidos da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS". Ora, a própria data de expedição dos atos normativos retrocitados, ambos do ano de 2014, revela que a argumentação não merece ser acatada em sede de embargos de declaração, eis que a decisão guerreada foi proferida anteriormente, em 22/10/2013. Logo, não se pode admitir tal argumentação em sede de embargos de declaração, eis que os mesmos são modalidade recursal destinada a sanear acórdão eivado de "[...] obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma" (conf. caput do artigo 65 do anexo II do RICARF, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015). Com efeito, não se pode alegar omissão ou contradição em relação a argumento fundado em atos normativos que nem sequer existiam à época em que fora proclamada a decisão contestada. Embargos de declaração não são via de rediscussão de direito. A embargante também aduz que muitos dos depoimentos favoráveis à recorrente não teriam sido analisados, "[...] apenas foram mencionados os supostamente não favoráveis". No item 2.5 relata haver omissão grave do relator por este não haver informado em que provas se baseou para afastar a boafé da suplicante. Ressalta que "no caso dos autos, há glosas de créditos relativas a empresas que sequer há o número do CNPJ nos autos, muito menos há depoimentos ou outros documentos que afastem a boafé da embargante". Tais omissões, defende, "levam à nulidade do acórdão". Não obstante, a leitura do extenso voto condutor da decisão embargada revela que o conjunto probatório foi detalhadamente examinado, tendo o colegiado julgador entendido haver razões suficientes para fundamentar sua decisão no sentido da caracterização do ilícito tributário. Vale ressaltar que na decisão em tela foi examinada e rechaçada suposta nulidade da decisão de primeira instância pelo fato de a DRJ não ter apreciado alguns argumentos do sujeito passivo, conforme trecho do voto que alicerçou a decisão embargada, que ora transcrevo: A nulidade também é reclamada pelo fato de a DRJ, segundo alega a reclamante, não ter apreciado argumentos e documentos objeto da manifestação de inconformidade, notadamente quanto à “regularidade das pessoas jurídicas apelidadas de ‘fictícias’ pela fiscalização”. A decisão de primeira instância também teria sido omissa concernente a depoimentos segundo os quais os gestores da recorrente “[...] não sabiam que as atacadistas não recolhiam seus tributos ou que não laboravam na atividade para a qual foram criadas [...]”, bem como no tocante aos lançamentos formalizados dentro da mesma operação de Fl. 2487DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS 10 fiscalização, ao princípio da boafé, ao fato de a Receita Federal haver permitido o funcionamento das empresas que hoje afirma não existentes, dentre outros. Igualmente, entendo que isso também não leva à nulidade da decisão vergastada, posto que esta se apresenta devidamente motivada em argumentos que alicerçam suficientemente a convicção a que chegou o Colegiado a quo. Com efeito, não é indispensável que a decisão se reporte pontualmente a todas as alegações apresentadas pelo reclamante, e isso não obstante o disposto no artigo 31 do Decreto nº 70.235/72, o qual determina que a decisão deve “[...] referirse, expressamente, a todos os autos de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências” (grifo nosso). De fato, o Superior Tribunal de Justiça, bem como este Conselho, tem adotado a postura de não exigir a apreciação exaustiva de todos os argumentos aduzidos na impugnação, mas isso desde que a autoridade julgadora de primeira instância tenha encontrado razões suficientes para fundamentar sua decisão sobre as matérias em litígio, como ocorreu no caso presente. Nesse sentido, o seguinte julgado: PAF – NULIDADE DA DECISÃO / CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. O julgador não está obrigado a contestar item por item os argumentos expendidos pela parte quando analisa a matéria de mérito, conforme decisão do STJ – Resp 652.422 – (2004/0099087 0) RET n 43 – maio/junho/2005, p.136:5691 – “VIOLAÇÃO DO ARTIGO 535 DO CPC – INOCORRÊNCIA – TRIBUTÁRIO – ICMS – MANDADO DE SEGURANÇA – AUTORIZAÇÃO PARA IMPRESSÃO DE DOCUMENTOS FISCAIS – DÉBITOS COM A FAZENDA PÚBLICA – PRINCÍPIO DO LIVRE EXERCÍCIO DA ATIVIDADE ECONÔMICA – ART. 170, PARÁGRAFO ÚNICO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – SÚMULA Nº 547 DO STF – MATÉRIA CONSTITUCIONAL – NORMA LOCAL – RESSALVA DO ENTENDIMENTO DO RELATOR. 1. Inexiste ofensa ao artigo 535 do CPC, quando o Tribunal de origem, embora sucintamente, pronunciase de forma clara e suficiente sobre a questão posta nos autos. Ademais, o magistrado não está obrigado a rebater um a um os argumentos trazidos pela parte, desde que os fundamentos utilizados tenham sido suficientes para embasar a decisão (...) 6. Recurso não conhecido.” (1º CC, Acórdão 10808866, sessão de 25/06/2006, relator: Ivete Malaquias Pessoa Monteiro). Afastamse, pois, todos os argumentos em prol da nulidade da decisão de primeira instância. Como se vê, permanece a inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão, pressupostos sem os quais não há como acolher os embargos de declaração da reclamante. Fl. 2488DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS Processo nº 15586.000014/201128 Acórdão n.º 3301002.723 S3C3T1 Fl. 2.483 11 A embargante ressalta também que não teriam sido analisados seus argumentos inerentes ao pedido de diligência e de perícia. De fato, consta do relatório objeto da decisão recorrida que a suplicante requereu diligência ou perícia para juntada aos autos dos processos em que houve lançamentos vultosos de PIS e COFINS, uma vez que não é lícito à Receita Federal impor referidas contribuições duas vezes sobre a mesma cadeia produtiva; necessário também a juntada aos autos vários depoimentos mencionados no relatório fiscal, em homenagem ao direito de defesa da recorrente. Não obstante, essas questões foram devidamente apreciadas na decisão embargada, como comprova o seguinte trecho de seu correspondente voto condutor: A suplicante alega a ocorrência de bis in idem em vista das autuações formalizadas pela Receita Federal contra empresas atacadistas e seus responsáveis solidários pela sonegação de tributos nas operações de compra e venda de café de produtores rurais. Segundo entende, as autuações contra “centenas de pessoas físicas e jurídicas” representaria “dupla imposição de PIS e COFINS sobre uma mesma base de cálculo, violação clara da não cumulatividade”. Tal argumento, todavia, também não merece prosperar, pois os procedimentos de fiscalização contra cada sujeito passivo são autônomos e individualizados – ressalvada a possibilidade de responsabilização solidária –, apesar de, no caso, decorrer de uma operação para investigação de um setor econômico específico. No mais, não existe fundamento legal que legitime aduzido mecanismo compensatório proposto pelo sujeito passivo, o que também descarta a necessidade de diligência ou perícia para a juntada aos autos dos processos em que houve lançamentos do PIS e da COFINS em face das outras empresas envolvidas. (grifouse) Também assevera a embargante que não teria sido apreciada a questão relacionada ao reflexo da glosa de créditos sobre o imposto de renda e a contribuição social sobre o lucro líquido. De fato, o colegiado recorrido não conheceu do argumento em tela, eis que o mesmo não integra o litígio, restrito à apropriação indevida de créditos pelo regime da nãocumulatividade do PIS e da COFINS por parte da recorrente, calculados sobre os valores das notas fiscais de aquisição de café em grãos, quando o correto seria a apropriação de créditos presumidos nos termos do artigo 8° da lei n° 10.925/2004, com a redação dada pelo artigo 29 da Lei n° 11.051, de 29/12/2004. Assim, a Turma recorrida acolheu o voto que, nessa parte, não conheceu do recurso, conforme trecho abaixo transcrito: Da admissibilidade parcial do recurso Conforme relatado, a ciência da decisão recorrida se deu em 30/04/2013 (fls. 199). Por sua vez, o recurso voluntário de fls. 202/277 foi apresentado em 28/05/2013, tempestivamente, portanto. Contudo, muito embora os demais requisitos de admissibilidade se encontrem presentes, há argumentos apresentados no recurso que não Fl. 2489DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS 12 podem ser conhecidos, uma vez que não tem relação com a lide objeto dos autos. Digo isso em relação ao aduzido direito para recalcular e a pedir restituição do IRPJ e da CSLL calculados sobre os créditos de PIS e COFINS lançados como receitas, mas não homologados, sob o argumento de que tais importâncias integram a base de cálculo de ambos os tributos. Tal pedido, decerto, não compreende a matéria objeto do litígio, razão pela qual não pode ser conhecida. Portanto, e considerando, ainda, a competência material para o julgamento do feito, conheço do recurso, ressalvada a observação supra, posto que atendidos os requisitos formais e materiais exigidos para sua aceitação. Diante de tudo o que foi acima exposto vêse que nenhum dos argumentos apresentados pelo sujeito passivo se subsume ao disposto no caput do artigo 65 do anexo II do Regimento Interno do CARF3, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09/06/2015, uma vez demonstrado que o acórdão embargado não padece de "obscuridade, omissão ou contradição", e que a embargante, com sua argumentação, vislumbra, na verdade, rediscutir o direito, o que é inadmissível em sede de embargos de declaração. Da conclusão Diante do exposto, e considerando que o acórdão recorrido não está eivado de vício que justifique a oposição de embargos de declaração, voto para que seja rejeitado o recurso formalizado pelo sujeito passivo, visto que este carece de pressuposto essencial à sua legitimação. Sala de sessões, em 10 de dezembro de 2015. Francisco José Barroso Rios – Relator 3 Art. 65. Cabem embargos de declaração quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual deveria pronunciarse a turma. Fl. 2490DF CARF MF Impresso em 06/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARROSO RIOS, Assinado digitalmente em 21/ 12/2015 por ANDRADA MARCIO CANUTO NATAL, Assinado digitalmente em 19/12/2015 por FRANCISCO JOSE BARR OSO RIOS
score : 1.0
Numero do processo: 19515.003096/2008-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Feb 18 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Mar 14 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2004
OMISSÃO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA. APURAÇÃO. REGIME DE COMPETÊNCIA.
A incidência do imposto de renda pela regra do regime de caixa, como prevista na redação do artigo 12 da Lei 7.713/1988, gera um tratamento desigual entre os contribuintes. A incidência do imposto de renda sobre rendimentos recebidos acumuladamente deve considerar as alíquotas vigentes na data em que a verba deveria ter sido paga, observada a renda auferida mês a mês. Não é razoável, nem proporcional, a incidência da alíquota máxima sobre o valor global pago fora do prazo. Inteligência daquilo que foi decidido pelo STF no Recurso Extraordinário nº 614406, com repercussão geral reconhecida.
Recurso Voluntário Provido
Numero da decisão: 2201-002.924
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso nos termos do voto do relator, vencidos os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente em Exercício) e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado) que aplicavam aos rendimentos recebidos acumuladamente as tabelas vigentes na data em que os rendimentos deveriam ser adimplidos.
Assinado digitalmente
Eduardo Tadeu Farah - Presidente Substituto.
Assinado digitalmente
Marcelo Vasconcelos de Almeida - Relator.
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente).
Nome do relator: Marcelo Vasconcelos de Almeida
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BASE DE CÁLCULO E ALÍQUOTA. APURAÇÃO. REGIME DE COMPETÊNCIA. A incidência do imposto de renda pela regra do regime de caixa, como prevista na redação do artigo 12 da Lei 7.713/1988, gera um tratamento desigual entre os contribuintes. A incidência do imposto de renda sobre rendimentos recebidos acumuladamente deve considerar as alíquotas vigentes na data em que a verba deveria ter sido paga, observada a renda auferida mês a mês. Não é razoável, nem proporcional, a incidência da alíquota máxima sobre o valor global pago fora do prazo. Inteligência daquilo que foi decidido pelo STF no Recurso Extraordinário nº 614406, com repercussão geral reconhecida. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso nos termos do voto do relator, vencidos os Conselheiros EDUARDO TADEU FARAH (Presidente em Exercício) e MÁRCIO DE LACERDA MARTINS (Suplente convocado) que aplicavam aos rendimentos recebidos acumuladamente as tabelas vigentes na data em que os rendimentos deveriam ser adimplidos. Assinado digitalmente Eduardo Tadeu Farah Presidente Substituto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 30 96 /2 00 8- 51 Fl. 148DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 149 2 Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Relator. Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Eduardo Tadeu Farah (Presidente Substituto), Carlos Alberto Mees Stringari, Ivete Malaquias Pessoa Monteiro, Marcelo Vasconcelos de Almeida, Carlos César Quadros Pierre, Marcio de Lacerda Martins (Suplente convocado), Ana Cecília Lustosa da Cruz, Maria Anselma Coscrato dos Santos (Suplente convocada). Ausente, justificadamente, o Conselheiro Heitor de Souza Lima Junior (Presidente). Relatório Por bem descrever os fatos, adoto o “Relatório” da decisão de 1ª instância, (fls. 66/67 deste processo digital), reproduzido a seguir: O presente processo trata de notificação de lançamento de fls. 33/35, para cobrança de crédito tributário relativo ao Imposto de Renda Pessoa Física Exercício 2004, anocalendário 2003, no valor de R$ 538,53, mais juros de mora, calculados de acordo com a legislação pertinente. 2. A autuação decorreu de revisão de sua Declaração de Ajuste Anual correspondente, tendo sido apurada a infração de omissão de rendimentos no valor de R$ 1.958,24, pagos pelo Tribunal Regional Eleitoral, CNPJ 06.302.492/000156, relativos a parcelas da diferença de 11,98% da conversão do cruzeiro real para URV, do período de abril de 1994 a outubro de 2000, recebidos acumuladamente no ano de 2003. 3. A fiscalização aduz que esses rendimentos foram considerados isentos ou não tributáveis e devem ser regularmente tributados conforme determinação do Tribunal de Contas da União, constante do Acórdão n° 332/2005 Plenário. 4. Cientificada da exigência tributária, por via postal, na data de 09/09/2008, conforme Aviso de Recebimento AR de fl. 37, a contribuinte apresenta impugnação à exigência tributária às fls. 39/54, de onde se extrai os seguintes argumentos: a) é analista judiciário do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo desde junho de 1995, fazendo jus ao recebimento da verba referente à diferença de remuneração relativa à implantação do Plano Real URV (11,98%); b) os administradores do TRE/SP, por entenderem que a verba tinha caráter indenizatório, decidiram não efetuar a retenção do Imposto de Renda na Fonte, baseandose na Resolução n° 245/2002, do STF, a qual referese ao abono variável pagos aos Membros da Magistratura da União; c) têm esses administradores ciência da ilegalidade do ato por eles adotado desde a prolação do Acórdão n° 332/2005, pelo Fl. 149DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 150 3 Plenário do TCU; porém, em momento algum, o TRE/SP comunicou oficialmente seus servidores sobre a eventual necessidade de pagamento retroativo do imposto, permitindo que a própria Receita Federal do Brasil intimasse os beneficiários com a lavratura de auto de infração, após um ano e sete meses; c) não foi levado em consideração o desconto do PSSS, à alíquota de 11% sobre a verba recebida; d) o TCU também entendeu devido o pagamento de PSSS sobre a verba salarial, o qual também deixou de ser retido na fonte por erro da Administração do TRE/SP, bem como que a contribuição social em tela não está sujeita à decadência; e) apesar de não ter havido a cobrança do valor do PSSS, esta, com certeza, ocorrerá em breve, com a respectiva correção; f) a responsabilidade pelo recolhimento do Imposto de Renda que deixou de ser retido na fonte por ocasião do pagamento dos valores referentes a 11,98% em decorrência de ato ilegal praticado pelo TRE/SP, é do Tribunal e não de seus servidores; g) cita o princípio da irredutibilidade do salário, para concluir que a obrigação do pagamento à vista do valor do tributo acrescido de juros Selic terá conseqüências de variada gama na esfera dos chamados "direitos funcionais", todas elas portadoras de notórios gravames, que acabam convertendose em jogo de pressão contra o servidor e que tem como finalidade minar psicologicamente sua resistência, até convencêlo de que de fato não adianta reagir contra a força bruta; h) ao ser compelido a pagar à vista valores com acréscimo de mais de 70%, não é outra coisa, senão reduzir o ganho do servidor; i) tal cobrança viola a segurança jurídica; j) a não retenção do IRRF quando do pagamento dos 11,98%, por responsabilidade exclusiva do TRE/SP, acabou por gerar a incorporação dos valores recebidos ao seu patrimônio, que, agindo de boafé, acreditou que o órgão o pagou de forma correta, usufruindo do dinheiro à época; k) é ilegal e inconstitucional a cobrança dos juros de mora pela taxa Selic. A impugnação da contribuinte foi julgada improcedente por intermédio do acórdão de fls. 65/73, assim ementado: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2004 NULIDADES. Não provada violação às regras do artigo 142 do CTN nem dos artigos 10 e 59 do Decreto 70.235, de 1972, não há que se falar Fl. 150DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 151 4 em nulidade do lançamento ou do procedimento fiscal que lhe deu origem. ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE E ILEGALIDADE DE LEI. Falece competência à autoridade julgadora de instância administrativa para se manifestar acerca da legalidade das normas legais regularmente editadas, estando vinculada ao estrito cumprimento da legislação tributária. INDENIZAÇÃO DESCARACTERIZAÇÃO – NATUREZA SALARIAL. Constitui rendimento tributável qualquer remuneração especial não expressamente declarada isenta na legislação pertinente. Verbas de natureza salarial ainda que denominadas de indenizatórias pela fonte pagadora, devem ser oferecidas à tributação. Cientificada da decisão de primeira instância em 30/09/2010 (fl. 76), a Interessada interpôs, em 19/10/2010, o recurso de fls. 79/106, acompanhado dos documentos de fls. 107/134. Na peça recursal reitera os argumentos expendidos na peça impugnatória e aduz, em complemento, que tinha direito de pagar o imposto de renda na mesma proporção do que deveria ser pago se tivesse recebido em época própria. Voto Conselheiro Marcelo Vasconcelos de Almeida, Relator Conheço do recurso, porquanto presentes os requisitos de admissibilidade. As folhas citadas neste voto referemse à numeração do processo digital, que difere da numeração de folhas do processo físico. Cingese a controvérsia à infração de omissão de rendimentos recebidos acumuladamente do TRE/SP, referente à diferença de 11,98% decorrente da conversão de Cruzeiro Real para URV, abrangendo o período de abril de 1994 a outubro de 2000 (Descrição dos Fatos e Enquadramento legal à fl. 36). O “Demonstrativo de Apuração do Imposto Devido”, também à fl. 36, revela que a base de cálculo do imposto de renda devido foi calculada com fundamento na regra estabelecida no art. 12 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988 (apuração pelo denominado “regime de caixa”). No julgamento do Recurso Especial nº 1.118.429/SP, julgado em 24/03/2010, o Superior Tribunal de Justiça – STJ havia decidido, sob o rito do art. 543C do Código de Processo Civil – CPC (recurso repetitivo), que “O Imposto de Renda incidente sobre os benefícios pagos acumuladamente deve ser calculado de acordo com as tabelas e alíquotas vigentes à época em que os valores deveriam ter sido adimplidos, observando a renda auferida mês a mês pelo segurado. Não é legítima a cobrança de IR com parâmetro no montante global pago extemporaneamente”. Fl. 151DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 152 5 Por entender que a ratio decidendi da tese repetitiva estava fundada em ato ilícito praticado pela Administração e que o pagamento decorrente de ato ilegal não poderia constituir fato gerador de tributo, posto que inadmissível que o Fisco se aproveitasse da própria torpeza em detrimento do segurado da previdência social, este julgador vinha aplicando o entendimento do STJ no sentido de dar provimento parcial aos recursos dos contribuintes para que o cálculo do imposto de renda incidente sobre os rendimentos de benefícios previdenciários recebidos acumuladamente fosse apurado mensalmente, em correlação aos parâmetros fixados na tabela progressiva do imposto de renda vigente à época dos respectivos fatos geradores. Em outras palavras: a tese fixada como “repetitiva”, no entendimento deste Relator, limitavase ao pagamento acumulado de benefícios previdenciários, não se aplicando a rendimentos recebidos acumuladamente decorrentes de litígios outros que não versasse a concessão/revisão de benefícios previdenciários (interpretação restritiva). Assim, em relação aos processos de rendimentos recebidos acumuladamente que não decorriam de concessão/revisão de benefícios previdenciários o entendimento deste julgador era no sentido da aplicabilidade do art. 12 da Lei nº 7.713/1988. Isto porque enquanto o STF não se manifestasse a respeito do tema (repercussão geral já havia sido reconhecida), necessário seria presumir a constitucionalidade do art. 12 da Lei nº 7.713/1988, haja vista que jamais se presume a inconstitucionalidade. Pelo contrário, presumida é sempre a constitucionalidade da lei. Ocorre que a situação jurídica relativa ao tema se alterou. Em 23 de outubro de 2014 o STF concluiu o julgamento relativo à forma de incidência do imposto de renda sobre rendimentos recebidos acumuladamente. A Corte entendeu que a alíquota do imposto deve ser aplicada ao rendimento recebido mês a mês, e não aquela que incidiria sobre valor total pago de uma única vez. Naquela assentada veiculouse, no sítio eletrônico do STF, notícia com o seguinte teor, na parte que interessa: Foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) caso relativo à forma de incidência do Imposto de Renda (IR) sobre rendimentos recebidos acumuladamente, como ocorre no caso de disputas previdenciárias e trabalhistas. A Corte entendeu que a alíquota do IR deve ser a correspondente ao rendimento recebido mês a mês, e não aquela que incidiria sobre valor total pago de uma única vez, e, portanto, mais alta. (...) O julgamento do caso foi retomado hoje com votovista da ministra Cármen Lúcia, para quem, em observância aos princípios da capacidade contributiva e da isonomia, a incidência do IR deve considerar as alíquotas vigentes na data em que a verba deveria ter sido paga, observada a renda auferida mês a mês. “Não é nem razoável nem proporcional a incidência da alíquota máxima sobre o valor global, pago fora do prazo, como ocorre no caso examinado”, afirmou. Fl. 152DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 153 6 A ministra citou o voto do ministro Marco Aurélio, proferido em sessão de maio de 2011, segundo o qual a incidência do imposto pela regra do regime de caixa, como prevista na redação original do artigo 12 da Lei 7.713/1988, gera um tratamento desigual entre os contribuintes. Aquele que entrou em juízo para exigir diferenças na remuneração seria atingido não só pela mora, mas por uma alíquota maior. Em seu voto, a ministra mencionou ainda argumento apresentado pelo ministro Dias Toffoli, que já havia votado anteriormente, segundo o qual a própria União reconheceu a ilegalidade da regra do texto original da Lei 7.713/1988, ao editar a Medida Provisória 497/2010, disciplinando que a partir dessa data passaria a utilizar o regime de competência (mês a mês). A norma, sustenta, veio para corrigir a distorção do IR para os valores recebidos depois do tempo devido. Em 04 de novembro de 2014 a decisão foi noticiada no Informativo nº 764 do STF, ostentando a seguinte redação: IRPF e valores recebidos acumuladamente 4 É inconstitucional o art. 12 da Lei 7.713/1988 (“No caso de rendimentos recebidos acumuladamente, o imposto incidirá, no mês do recebimento ou crédito, sobre o total dos rendimentos, diminuídos do valor das despesas com ação judicial necessárias ao seu recebimento, inclusive de advogados, se tiverem sido pagas pelo contribuinte, sem indenização”). Com base nessa orientação, em conclusão de julgamento e por maioria, o Plenário negou provimento a recurso extraordinário em que se discutia a constitucionalidade da referida norma — v. Informativo 628. O Tribunal afirmou que o sistema não poderia apenar o contribuinte duas vezes. Esse fenômeno ocorreria, já que o contribuinte, ao não receber as parcelas na época própria, deveria ingressar em juízo e, ao fazêlo, seria posteriormente tributado com uma alíquota superior de imposto de renda em virtude da junção do que percebido. Isso porque a exação em foco teria como fato gerador a disponibilidade econômica e jurídica da renda. A novel Lei 12.350/2010, embora não fizesse alusão expressa ao regime de competência, teria implicado a adoção desse regime mediante inserção de cálculos que direcionariam à consideração do que apontara como “épocas próprias”, tendo em conta o surgimento, em si, da disponibilidade econômica. Desse modo, transgredira os princípios da isonomia e da capacidade contributiva, de forma a configurar confisco e majoração de alíquota do imposto de renda. Vencida a Ministra Ellen Gracie, que dava provimento ao recurso por reputar constitucional o dispositivo questionado. Considerava que o preceito em foco não violaria o princípio da capacidade contributiva. Enfatizava que o regime de caixa seria o que melhor aferiria a possibilidade de contribuir, uma vez que exigiria o pagamento do imposto à luz dos rendimentos efetivamente percebidos, independentemente do momento em que surgido o direito a eles. Fl. 153DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 154 7 RE 614406/RS, rel. orig. Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, 23.10.2014. (RE614406) Sobreveio a publicação do acórdão do STF, cujo “Extrato de Ata” resume o resultado do julgamento da seguinte forma: Decisão: Prosseguindo no julgamento, o Tribunal, por maioria, decidindo o tema 368 da Repercussão Geral, negou provimento ao recurso, vencida a Ministra Ellen Gracie (Relatora), que lhe dava provimento. Ausente, neste julgamento, o Ministro Gilmar Mendes. Não votou a Ministra Rosa Weber por suceder à Ministra Ellen Gracie (Relatora). Redigirá o acórdão o Ministro Marco Aurélio. Presidiu o julgamento o Ministro Ricardo Lewandowski. Plenário, 23.10.2014. Colhese, no voto condutor vencedor redigido pelo Ministro Marco Aurélio, as seguintes passagens: Qual é a consequência de se entender de modo diverso do que assentado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região? Haverá, como ressaltado pela doutrina, principalmente a partir de 2003, transgressão ao princípio da isonomia. Aqueles que receberam os valores nas épocas próprias ficaram sujeitos a certa alíquota. O contribuinte que viu resistida a satisfação do direito e teve que ingressar em Juízo será apenado, alfim, mediante a incidência de alíquota maior. Mais do que isso, tem se o envolvimento da capacidade contributiva, porque não é dado aferila, tendo em conta o que apontei como disponibilidade financeira, que diz respeito à posse, mas o estado jurídico notado à época em que o contribuinte teve jus à parcela sujeita ao Imposto de Renda. O desprezo a esses dois princípios conduziria a verdadeiro confisco e, diria, à majoração da alíquota do Imposto de Renda. (...) Por isso, no caso, desprovejo o recurso, assentando a inconstitucionalidade do artigo 12 – não do 12A, que resultou da medida provisória, da conversão em lei –, no que conferida interpretação alusiva à junção do que alcançado pelo contribuinte, considerados os vários exercícios. Verificase, portanto, que o voto condutor do acórdão negou provimento ao recurso da União e afastou a aplicabilidade da regra prevista no art. 12 da Lei nº 7.713/1998, declarandoa inconstitucional, em controle difuso, com julgamento submetido ao rito da repercussão geral (CPC, art. 543B). O entendimento da Suprema Corte, em sede de repercussão geral, é de observância obrigatória pelos membros deste Conselho, conforme disposto no art. 62A do Regimento Interno do CARF, assim descrito: Artigo 62A. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Fl. 154DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH Processo nº 19515.003096/200851 Acórdão n.º 2201002.924 S2C2T1 Fl. 155 8 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Assim, impõese a aplicação do entendimento externado pelo STF em julgamento realizado na sistemática da repercussão geral ao caso concreto, reconhecendo que houve um vício material no lançamento (apuração indevida da base de cálculo do tributo com repercussão na alíquota aplicável), haja vista que, embora os valores recebidos pelo Recorrente não se refiram a benefícios previdenciários, foram apurados com fundamento no famigerado art. 12 da Lei nº 7.713/1998. Nesse cenário, entendo que deve ser cancelada a infração de omissão de rendimentos recebidos de pessoa jurídica. Pelo exposto, voto por dar provimento ao recurso. Assinado digitalmente Marcelo Vasconcelos de Almeida Fl. 155DF CARF MF Impresso em 14/03/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 25/02/2016 por MARCELO VASCONCELOS DE ALMEIDA, Assinado digitalmente em 07/03/2016 por EDUARDO TADEU FARAH
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Numero do processo: 10882.001871/2007-09
Turma: Segunda Turma Ordinária da Primeira Câmara da Primeira Seção
Câmara: Primeira Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Mar 25 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Fri Sep 18 00:00:00 UTC 2015
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Exercício: 1999, 2001
DCTF ANTERIOR A 31/10/2003. CONFISSÃO DE DÍVIDA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO.
Antes da vigência da Medida Provisória nº 135, em 31 de outubro de 2003, somente os saldos a pagar dos débitos informados em DCTF eram considerados confessados, e poderiam ser enviados para inscrição em Dívida Ativa da União. A parte dos débitos vinculada a pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, que se mostrassem indevidos ou não comprovados, deveria ser objeto de lançamento de ofício, nos termos do art. 90 da Medida Provisória n° 2.158-35, de 2001.
Numero da decisão: 1102-001.327
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado, vencido o conselheiro Ricardo Marozzi Gregório, que negava provimento. O conselheiro Jackson Mitsui acompanhou o relator pelas conclusões.
(assinado digitalmente)
Marcos Aurélio Pereira Valadão - Presidente
(assinado digitalmente)
João Otávio Oppermann Thomé Redator ad hoc
Participaram do julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé (Presidente à época), Ricardo Marozzi Gregório, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Jackson Mitsui, João Carlos de Figueiredo Neto e Antonio Carlos Guidoni Filho.
Nome do relator: ANTONIO CARLOS GUIDONI FILHO
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CONFISSÃO DE DÍVIDA. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. Antes da vigência da Medida Provisória nº 135, em 31 de outubro de 2003, somente os saldos a pagar dos débitos informados em DCTF eram considerados confessados, e poderiam ser enviados para inscrição em Dívida Ativa da União. A parte dos débitos vinculada a pagamento, parcelamento, compensação ou suspensão de exigibilidade, que se mostrassem indevidos ou não comprovados, deveria ser objeto de lançamento de ofício, nos termos do art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835, de 2001. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado, vencido o conselheiro Ricardo Marozzi Gregório, que negava provimento. O conselheiro Jackson Mitsui acompanhou o relator pelas conclusões. (assinado digitalmente) Marcos Aurélio Pereira Valadão Presidente (assinado digitalmente) João Otávio Oppermann Thomé – Redator ad hoc Participaram do julgamento os Conselheiros: João Otávio Oppermann Thomé (Presidente à época), Ricardo Marozzi Gregório, Francisco Alexandre dos Santos Linhares, Jackson Mitsui, João Carlos de Figueiredo Neto e Antonio Carlos Guidoni Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 2. 00 18 71 /2 00 7- 09 Fl. 469DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 3 2 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão proferido pela Quinta Turma da Delegacia Regional de Julgamento de Campinas (SP) assim ementado, verbis: “ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 1998, 2000 COMPENSAÇÃO INFORMADA EM DCTF E VINCULADA A LIMINAR EM MEDIDA CAUTELAR. MANIFESTAÇAO DE INCONFORMIDADE. CABIMENTO. LIMINAR PARCIALMENTE CONCEDIDA EM MANDADO DE SEGURANÇA. Tratandose de matéria submetida ao Poder Judiciário, descabe a apreciação do cabimento da manifestação de inconformidade em julgamento, devendo ser ela conhecida em obediência à ordem judicial. HOMOLOGAÇÃO TÁCITA DO PAGAMENTO EFETUADO MEDIANTE COMPENSAÇÃO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. A extinção prevista no art. 156, VII do CTN pressupõe a apuração e o pagamento do crédito tributário pelo sujeito passivo. A compensação decorrente da eficácia de uma decisão judicial precária, informada em DCTF, não atende a tais requisitos. DÉBITO DECLARADO. SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE. COBRANÇA. Regular é a cobrança do débito declarado cuja exigibilidade foi restabelecida, na medida em que a decisão judicial que a suspendia perdeu sua eficácia e o depósito judicial efetuado para substituila revelouse insuficiente. LANÇAMENTO DE OFÍCIO. DESNECESSIDADE. Com a edição da Medida Provisória n° 135, de 2003, restabeleceuse a sistemática de exigência dos débitos confessados exclusivamente com fundamento no documento que formaliza o cumprimento de obrigação acessória, comunicando a existência de crédito tributário, sistemática essa que vinha sendo adotada, com espeque no art. 5° do Decretolei n° 2.124, de 1984, até a edição da Medida Provisória n° 2.15835, de 2001. Solicitação Indeferida.” O caso foi assim relatado pela instância a quo, verbis: “O presente processo foi formalizado em razão de representação da Equipe de Ações Judiciais EQAJU do Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário SECAT da Delegacia da Receita Federal do Brasil DRFB em Osasco, para viabilizar o devido acompanhamento dos créditos tributários de CSLL declarados como Outras Compensações, em decorrência de medida judicial (fl. 01). Às fls. 03/07 constam cópias das DCTF apresentadas em outubro/98, junho/2000, julho/2000 e novembro/2000, nas quais parcelas dos débitos declarados foram vinculadas a compensação com amparo em liminar em medida cautelar n° 9803082576. Na seqüência, há intimação lavrada em 31/08/2007, atendida pelo contribuinte em 02/10/2007 (fls. 08/168), bem como consultas aos sistemas informatizados da Secretaria da Receita Federal o Brasil RFB para confirmação de depósito judicial efetuado em 21/09/2004, que foi imputado aos débitos acima referidos, vinculados à ação judicial, e mostrouse insuficiente para liquidar parte do débito de novembro/2000 (fls. 172/176), motivando a proposta de cobrança nos seguintes termos contidos no despacho de fls. 178/179: Fl. 470DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 4 3 ‘Trata este processo de representação aberta para acompanhamento de débitos suspensos em DCTF de CSLL e IRPJ, que foram declarados como 'Compensações Sem Darf' em função de processo judicial n° 98. 0308285 76, da 4º Vara Federal de Sao Paulo. Os débitos suspensos de CSLL foram alocados a este processo (fls. 03 a 07), e os débitos suspensos de IRPJ estão presentes no processo 10882.001873/200790. A fim de instruir o processo, o contribuinte foi intimado a trazer documentos que demonstrassem a situação atual destes débitos face a ação judicial (fl. 08 Intimação SECAT N’ 2664/2007, com AR de 05/09/2007). Os documentos entregues pela empresa estão acostados nas fls. 21 a 168. Com relação à lide judicial, sua origem se refere ao Mandado de Segurança Nº 97. 005 75 055 da 4’ Vara Federal de São Paulo, onde o contribuinte questiona a legalidade das disposições contidas no art. 1° e parágrafo único da Lei nº 9.316/96, e pleiteia a dedução da CSLL de sua própria base de cálculo, e da CSLL na base de cálculo do IRPJ fls. 57 a 89). A liminar foi concedida por meio da Medida Cautelar n° 98. 03. 08285 76 no TRF da 3’ Região, que posteriormente perdeu sua eficácia em 18/08/2004, através da publicação de acórdão nos autos principais da ação 01. 53 e fl. 91 a 95). Para garantir a suspensão da exigibilidade dos créditos tributários de CSLL e IRPJ o contribuinte efetuou depósitos em juizo para ambos os tributos em 17/09/2004 Úls. 97/98). O depósito de CSLL (código 7485), no valor total de R$ 91 4. 746,38 foi localizado no sistema informatizado da Receita Federal e, como se encontrava na situação disponível, foi alocado a este processo administrativo (fls. 21 a 23 e fls. 170 a 1 71). Em 02/09/2004, a empresa entrou com duas Apelaçães Cíveis no IRF3, senda a primeira um Recurso Especial no STJ, e a segunda um Recurso Extraordinário no STF. Apenas para o STJ a tramitação desta apelação se encontra disponível para consulta em seu site na Internet (fls. 103 a 129, fls. 130 a 135, e fls. 167/168). A ação judicial, portanto, ainda não transitou em julgado. Com relação à confirmação do montante integral do depósito, utilizouse o sistema SICALC da Receita Federal. Os dados de crédito tributário e o depósito judicial foram incluídos neste sistema e o resultado encontrase presente nas fls. 172 a 177, verificandose a insuficiência do depósito. Á vista do exposto, PROPONHO o envio de Carta Cobrança ao contribuinte relativo a insuficiência do depósito com cópia anexa do Darf de fl. 177.’ Da Carta Cobrança, por sua vez, extraise (fl. 180): ‘EM ANÁLISE REALIZADA NO PROCESSO ACIMA IDENTIFICADO, VERIFICAMOS QUE O DEPÓSITO EM JUÍZO EFETUADO NÃO FOI SUFICIENTE PARA COBRIR O MONTANTE INTEGRAL DOS CREDITOS TRIBUTÁRIOS, REMANESCENDO UM DEBITO CONSTANTE DO DARF ANEXO COM VALOR CONSOLIDADO ATÉ O DIA 31/10/2007. FICA O CONTRIBUINTE TITULAR DO CNPJ ACIMA IDENTIFICADO, OU SEU REPRESENTANTE LEGAL, INTIMADO Fl. 471DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 5 4 NOS TERMOS DOS ARTIGOS 927, 928 E 933 DO DECRETO N’ 3.000, DE 26 DE MARÇO DE 1999, A RECOLHER AOS COFRES DA IHVIÃO O(S) SALDO(S) DEVEDOR(ES) E RESPECTIVOS ACRÉSCIMOS LEGAIS, DENTRO DO PRAZO DE 30 (TRINTA) DIAS, CONTADOS A PARTIR DO RECEBIMENTO DESTA (DATA DA ASSINATURA DO ‘AR’). RESSALTAMOS QUE, CASO O PAGAMENTO SE.IA EFETUADO APÓS A DATA DE VALIDADE INDICADA NA GUIA DARF, O MONTANTE DE JUROS DEVE SER ATUALIZADO NOS TERMOS DO ARTIGO 61, PARAGRAFO 3 DA LEI 9430/96 (TAXA SELIC). NAO PAGO NO PRAZO ESTABELECIDO, O DÉBITO SERÁ INSCRITO NA DIVIDA ATIVA DA UNIÃO, PARA EFEITO DE COBRANÇA EXECUTIVA.’ Cientificado desta cobrança em 15/10/2007 (fl. 184), o contribuinte apresentou documento intitulado manifestação de ínconformidade e dirigido ao Ilmo. Sr. Chefe Substituto do Serviço de Controle e Acompanhamento Tríbutârio SECAT, da Delegacia da Receita Federal do Brasil em Osasco, em 31/10/2007 (fls. 185/196). Nele, com fundamento no art. 74 §§ da Lei n° 9.430/96 c/c § 1° do art. 18 da Lei n° 10.833/03, com a redação dada pela Lei n° 11.488/07, requer a sua remessa para a autoridade competente para que seja ela julgada inteiramente procedente para que seja reformada a decisão de fls. 178/179 e cancelada a Carta Cobrança de fls. 180, tendo em vista que os créditos dela objeto encontramse extintos pela homologação tácita da compensação informada pela Manifestante em sua DCTF de outubro de 1998 fls. 3), nos termos dos arts. 150, § 4° e 156, II e VII do CTN. Relata que nos autos da Medida Cautelar Incidental n° 98.03.0828576 efetuou o depósito judicial dos valores que haviam sido compensados no ano de 2000 e acrescenta: ‘Entretanto, conforme se depreende da decisão de fls. 178/179, o Ilmo. Sr. Chefe Substituto do Serviço de Controle e Acompanhamento Tributário deixou de homologar as compensações efetuadas pela Manifestante em 1998 e, mediante procedimento de imputação dos valores compensados em 1998 com aqueles depositados judicialmente, relativos ao ano de 2000, emitiu a ‘Carta Cobrança ‘ de fls. 180 contra a Manifestante, exigindo o pagamento de CSL que restou após o procedimento de imputação [...] Entretanto, a cobrança em questão não deve prevalecer, uma vez que, por se tratar de compensação efetuada em 1998, o Fisco teria o prazo de 5 (cinco) anos para não homologar o procedimento e, tendo transcorrido mais de 5 (cinco) anos desde a compensação (que ocorreu em outubro de 1998), verificase a extinção dos créditos tributários pela homologação tácita do lançamento efetuado pela Manifestante nos termos do art. 150, § 4° c/c 156, VII do Código Tributário Nacional CTN. E, ainda que pelo procedimento de imputação levado a efeito pela autoridade fiscal, se considere que a compensação não homologada refirase ao mês de novembro de 2000 (tal como consta das Guías DARF de fls. 177), ainda assim também já teria transcorrido o prazo de cinco anos para a homologação da compensação, na forma do art. 150, § 4’ do CTN, razão pela qual, também sob esse aspecto a Carta Cobrança em questão não deve prosperar, não devendo também tais créditos serem inscritos em dívida ativa.’ Fl. 472DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 6 5 Aborda o cabimento da manifestação e ínconformidade, por entender que o caso em questão não se refere a débito declarado em DCTF e não pago, mas sim a compensação informada em DCTF e não homologada, o que e' bem diferente, pois na compensação o que se confessa é PAGAMENTO (a compensação é forma de extinção do crédito tributário, conforme art. 156, II do Código Tributário Nacional) e não um DÉBITO. E, como nãohomologação de compensação, é assegurado ao contribuinte o direito de apresentar tal recurso. Menciona que o art. 90 da Medida Provisória n° 2.15835/2001 exigia o lançamento de ofício de diferenças apuradas em declaração prestada pelo sujeito passivo decorrentes de compensação de tributos federais, razão pela qual as compensações declaradas em DCTF pelo sujeito passivo e não homologados pelas autoridades fiscais deveriam ser objeto de lançamento de ofício, sendo que a partir daí seguiriam o rito estabelecido pelo Decreto n° 70. 235/72. Com a edição do art. 18 da Lei n° 10.833/2003, entende que tal lançamento tornouse desnecessário, mas como seu §1° ressalvou que aplicase ao débito indevidamente compensado o disposto nos §§ 6° a 11 do art. 74 da Lei n° 9. 430/96, que por sua vez preveem que o sujeito passivo poderá apresentar Manifestação de Inconformidade contra a decisão que não homologar a compensação, conclui que a presente manifestação de inconforrnidade deve ser recebida a julgada, inclusive com a suspensão da exigibilidade dos débitos compensados. Defende que a compensação informada pela Manifestante em outubro de 1998 em sua DCTF constituise em procedimento adotado no âmbito do lançamento por homologação, uma vez que o procedimento de apuração do imposto a pagar partiu exclusivamente da Manifestante e sujeitouse a posterior homologação pelo Fisco, que efetivamente iniciou procedimento de verificação através do presente processo, razão pela qual estaria tacitamente homologada tal providência com o decurso de 5 (cinco) anos contados a partir da data de entrega da DCTF. Reitera que não se trata de débito declarado e não pago, pois não se confessou débito, mas sim PAGAMENTO mediante COMPENSAÇÃO, o que atrai a necessidade de posterior HOMOLOGAÇÃO desse pagamento pelo Fisco no prazo de cinco anos contados desse mesmo pagamento fato gerador). Reportase a julgados do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que a compensação informada em DCTF é modalidade de extinção do crédito tributário e sujeita a homologação pelo Fisco, porque na compensação declarada em DCTF ainda não há crédito tributário constituído, ao contrário da confissão de débitos e o seu subseqüente não pagamento. Cita também acórdãos do Conselho de Contribuintes no sentido de que há homologação tácita após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos contados da data da entrega da respectiva declaração para reforçar seu entendimento assim consolidado: ‘Tendo o fato gerador ocorrido em 1998, seja em outubro, por conta do mês em que foi feita a compensação, seja em 31/I2/98, por conta do fato gerador da CSL, seja quando da entrega da DCTF em janeiro de 1999 ou ainda, do fato gerador indicado nas DARFs emitidas para pagamento após o procedimento de imputação (novembro de 2000) verificase que os créditos tributários objeto do presente processo encontramse extintos pela homologação tácita do lançamento efetuado pela Manifestante, uma vez que transcorridos mais de cinco anos contados sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, sejam eles contados do mês em que foi feita a compensação (outubro de 1998, extinto em outubro de 2003), do fato gerador do IRPJ (31/12/98, extinto em 31/12/03), da data da entrega da DCTF relativa ao 4’ Fl. 473DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 7 6 trimestre de 1998 janeiro de 1999, extinto em janeiro de 2004) ou da data do fato gerador indicada nas guias DARF de fls. 177 (novembro de 2000).’ Às fls. 207/225 constam informações do Mandado de Segurança n° 2007.61.00.00304525, impetrado pelo interessado com vistas ã expedição de certidão positiva de débito com efeito de negativa, no qual foi indeferida a liminar em 09/11/2007, mas em cuja decisão constou que: ‘No tocante aos processos administrativos n°s 10882001873/200790 e 10.882.001871/200709, verifico que a Impetrante apresentou, em 31/10/2007, Manifestações de Inconformidade, conforme comprovam os documentos de fls. 211/222 e 223/234, nos termos do parágrafo nono, do artigo 74, da Lei 9. 430/96, significando, pelo curso espaço de tempo que ainda não foram julgados pelo órgão competente.’ Frente a tais circunstâncias, o SECAT da DRFB/Osasco suspendeu os débitos cobrados por impugnação e enviou os autos a esta DRJ para apreciação da manifestação de inconformidade (fls. 226/227). Contudo, em triagem de entrada do processo, o Serviço de Controle de Julgamento SECO] devolveu os autos à origem sob a seguinte justificativa: Assim, ausente pedido de restituição, pedido de compensação convertidos em DCOMP ou declaração de compensação, não compete a esta DRJ apreciar questionamento apresentado pelo contribuinte contra ato que apurou a insuficiência do depósito efetuado em juízo, que resultou na emissão de cobrança de débitos declarados. Concluindo por sua competência para apreciar o feito, a EQAJ UD do SECAT da DRFB/Osasco firmou a improcedência dos argumentos do impugnante, na medida em que não havia porque se cogitar de homologação de compensação na presença de discussão judicial sobre a matéria, bem como porque a DCTF é elemento constitutivo do crédito tributário e era desnecessário o lançamento, além de ser incabível a suspensão da exigibilidade do crédito tributário sem a complementação do depósito judicial. Propôs, assim, a revisão da imputação dos depósitos judiciais, a reativação da exigibilidade do crédito tributário, e a ciência ao contribuinte para que recolhesse os valores apurados, ou complementasse o depósito judicial, sob pena de inscrição dos débitos em Dívida Ativa da União (fls. 236/240). Cientificado do despacho do EAQJU/SECAT/DRFB Osasco em 04/04/2008, e do despacho do SECOJ desta DRJ em 18/04/2008, o contribuinte comunicou em 15/05/2008 a decisão proferida em sede de Agravo de Instrumento n° 2007.03.00.1001181, deferindo os efeitos de antecipação de tutela recursal, a fim de que a empresa possa obter a Certidão Positiva de Débitos com Efeito de Negativa (fls. 245/297). Da decisão do TRF/3’ Região extraise: 1. A agravante sustenta que a cobrança relacionada aos processos administrativos n°s 10.882.001873/200790 e 10.882.001871/200709 não constitui impedimento à expedição da pretendida certidão, pois os débitos estariam com a exigibilidade suspensa, em virtude recurso administrativo (fls. 250/261 e 263/274), pendente de decisão definitiva. 2. De fato, há nos autos indicação de que referidos débitos encontramse com a exigibilidade suspensa, conforme sustentado pela recorrente. E o que se extrai da r. decisão agravada (fls. 361/363). Confirase: Fl. 474DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 8 7 ‘No tocante aos processos administrativos n°s l0.882.00l873/200790 e 10.882.001871/200709, verifico que a Impetrante apresentou, em 31/10/2007, Manifestações de Inconformidade, conforme comprovam os documentos de fls. 211/222 e 223/234, nos termos do parágrafo nono, do artigo 74, da Lei 9.430/96, significando, pelo curso espaço de tempo que ainda não foram julgados pelo órgão competente. Dessa forma, o crédito tributário apontado acima está com a exigibilidade suspensa, a teor do artigo 151, inciso III, do Código Tributário Nacional, combinado com o parágrafo décimo primeiro, do artigo 74, da Lei n° 9.430/96.’ 3. Portanto, ao menos este juízo preliminar, a situação da agravante autoriza a obtenção de certidão positiva de débitos com efeito de negativa CPDEM, desde que os únicos óbices sejam os débitos relacionados aos processos supra referidos. Em 21/05/2008, concluindo que não foi determinada judicialmente a suspensão da exigibilidade dos débitos remanescentes após imputação dos depósitos judiciais (fl. 304), e ante a inação do interessado após ser intimado a efetuar a devida complementação, formalizouse o processo administrativo n° 10882.001618/2008 28 para inscrição em Dívida Ativa da União dos referidos valores, remanescendo sob oontrole neste processo apenas os débitos alcançados pelos depósitos judiciais (fls. 306/310). Todavia, em razão de ordem judicial exarada nos autos do Mandado de Segurança n° 2008.61.05 .0058022, determinando a apreciação, em 60 dias, das manifestações de inconformidade anteriormente protocoladas, os autos foram solicitados por esta DRJ e assim despachados pela EQAJU/SECAT/DRFB Osasco em 21/07/2008, com seu posterior recebimento em 28/07/2008.” O acórdão recorrido (fls. 393 a 412) julgou improcedente a manifestação de inconformidade em função de inexistência de homologação tácita da compensação ou decadência do direito de lançar o crédito tributário e no, mérito, por força da superioridade hierárquica e observância obrigatória das decisões do poder judiciário, manteve o entendimento exarado pelo poder judiciário ao revogar a liminar que autorizava a compensação ora analisada. Em sede de recurso voluntário (fls.427 a 451), a Contribuinte reproduz as suas alegações da manifestação de inconformidade, especialmente no que se refere à homologação tácita da compensação, com fundamento no art. 150, § 4º do CTN. É o relatório. Voto Conselheiro João Otávio Oppermann Thomé Inicialmente, esclareço que fui designado pelo Presidente da 1a Câmara redator ad hoc após a extinção formal da 2a Turma Ordinária da 1a Câmara pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015, tendo em vista a não formalização do acórdão pelo relator originário, conselheiro Antonio Carlos Guidoni Filho. Fl. 475DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 9 8 Tendo participado do julgamento em questão, observo que, na ocasião, foi disponibilizado pelo relator minuta do voto proferido. Tendo efetuado a sua revisão para fins de formalização do presente voto, verifico tratarse de reprodução fiel do quanto foi apresentado em sessão e que representa, portanto, as razões que orientaram o Colegiado a, por maioria de votos, dar provimento ao recurso. Nestes termos, o voto a seguir é a reprodução do mencionado voto, com mínimos ajustes de redação que se fizeram necessários. O recurso interposto atende aos pressupostos de admissibilidade, pelo que dele se toma conhecimento. Aduz a Contribuinte que teria ocorrido a homologação tácita das compensações declaradas em DCTFs relativas aos períodos 1998 e 2000, objeto da presente discussão, por força do disposto no art. 150, § 4º do CTN, não sendo, portanto, possível a cobrança de valores referentes aos débitos compensados. Confirase: “Sendo assim, ainda que se admita, apenas para fins de argumentação, que a homologação a que se refere o art. 150, § 4° do CTN diz respeito ao pagamento (e não à atividade de lançamento executada pelo contribuinte), verificase que, no caso concreto, também houve efetivo pagamento passível de ser homologado pelas autoridades fiscais, homologação essa que, conforme já demonstrado, não ocorreu dentro do prazo de 5 (cinco) anos previsto no § 4° do referido dispositivo legal, que assim dispõe: (...) E, não havendo homologação dentro do prazo de 5 (cinco) anos contados da data da compensação efetuada pela Recorrente (outubro de 1998), verificase que os créditos tributários objeto de cobrança no presente processo administrativo foram abrangidos pela DECADÊNCIA e, portanto, encontrase extintos na forma do art. 156, VII do CTN, in verbis: (...)” (grifouse) O acórdão atacado, por sua vez, sustenta a inaplicabilidade do art. 150, § 4º do CTN, sob a alegação de que o prazo de homologação somente se aplicaria aos casos de pagamento e de compensações informadas em DCTF desvinculadas de ações judiciais. Confirase: “Nestes termos, a homologação, como forma extintiva do crédito tributário, prevista no inciso VII do art. 156 do CTN, ocorre de forma expressa (art. 150, caput e §1° do CTN) ou tácita (art. 150, §4° do CTN), e deve estar acompanhada do pagamento antecipado, qual seja, aquele determinado em atividade do próprio sujeito passivo, e não do Fisco. Já a compensação, prevista no inciso II, em momento algum é cogitada no art. 150 do CTN, e nem mesmo com ele combinada no art. 156 do CTN. Fl. 476DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 10 9 Isto porque a compensação, para extinguir crédito tributário, deve observar as disposições específicas para tanto, postas no mesmo diploma legal: (...) Deduzse daí que as referências a entendimento exteriorizado pelo Superior Tribunal de Justiça, contido nas ementas de acórdãos que reproduz em sua defesa, cingese a compensações informadas em DCTF sem a dependência .de decisão judicial autorizativa. Somente estas, quando realizadas entre tributos de mesma espécie e sem pedido, nos termos do art. 66 da lei n° 8.383/91, poderiam ser cogitadas como extintivas do crédito tributário. (fls. 407)” Cingese a discussão, portanto, à possibilidade de o Fisco exigir crédito tributário decorrente de compensações realizadas pelo contribuinte por meio de DCTF nos anoscalendário de 1998 e 2000, sob a égide da Lei n. 8.383/91, após o decurso do prazo de cinco anos do fato respectivo (no caso, da compensação) independentemente de auto de infração lavrado no prazo de que trata o art. 150, § 4o do CTN. Não é adequado falarse em homologação tácita da compensação em períodos anteriores à edição da Lei n. 10.833/2003, que deu redação ao § 5o, do artigo 74 da Lei n. 9.430/96. Citada homologação tácita, por decurso do prazo qüinqüenal sem qualquer manifestação da Fazenda Nacional sobre a procedência da compensação, passou a existir no ordenamento brasileiro a partir da edição de referida legislação. Releva saber se o direito de o Fisco constituir/exigir o crédito tributário (indevidamente) compensado pela Contribuinte estaria extinto pelo decurso de prazo decadencial ou prescricional, respectivamente. A própria Contribuinte certamente não discorda de tal entendimento, já que pleiteia a aplicação ao caso do disposto no art. 150, § 4o do CTN, que estabelece prazo decadencial para constituição de créditos de tributos sujeitos a lançamento por homologação. Como se sabe, a decadência fere de morte o direito de o Fisco constituir o crédito tributário. Por decorrência lógica, só há que se falar em decadência nas hipóteses em que o crédito tributário não tenha sido previamente constituído pelo contribuinte, já que não se pode atribuir efeitos à inércia ao Fisco em relação a ato (de lançamento) que já tenha sido praticado pelo contribuinte (autolançamento), na forma da lei. Já o decurso do prazo prescricional extingue o direito da Fazenda Nacional de cobrar, em sentido estrito, crédito tributário que já tenha sido constituído previamente, por ela (Fazenda) ou pelo contribuinte. Segundo o acórdão recorrido, não haveria decadência em virtude de alegado autolançamento do crédito tributário (pelo contribuinte) por meio de DCTF, a teor do disposto no art. 5o, I do Decretolei n. 2.124/1984. Nada obstante os robustos fundamentos do acórdão recorrido, em exame ao tema, o Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que é necessário o lançamento de ofício para constituição de crédito tributário decorrente de compensação indevida praticada pelo contribuinte em data anterior a 30.10.2003, ainda que o tributo cuja compensação se pretendia estivesse informado em DCTF. Tal entendimento decorre da assertiva de que a Fl. 477DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 11 10 confissão de dívida em DCTF não alcança os todos os débitos declarados, mas apenas o saldo devedor informado pelo sujeito passivo (o que, no caso de compensação, é zero). Verbis: “TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO INDEVIDA INFORMADA EM DCTF. NECESSIDADE DE LANÇAMENTO DE OFÍCIO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. DATA DA NOTIFICAÇÃO. PRESCRIÇÃO NÃO CARACTERIZADA. 1. Nos termos da jurisprudência do STJ, nos casos em que o contribuinte declarou os tributos via DCTF e realizou a compensação indevida nesse mesmo documento é necessário o lançamento de ofício para se cobrar a diferença apurada, caso a DCTF tenha sido apresentada antes de 31.10.2003. A partir 31.10.2003 em diante é desnecessário o lançamento de ofício, todavia os débitos decorrentes da compensação indevida só devem ser encaminhados para inscrição em dívida ativa após notificação ao sujeito passivo para pagar ou apresentar manifestação de inconformidade, cujo recurso suspende a exigibilidade do crédito tributário. 2. Hipóteses em que as DCTFs foram entregues antes de 31.10.2003, logo indispensável o lançamento de ofício e, nesses casos, inexistindo quaisquer causas de suspensão da exigibilidade do crédito ou de interrupção da prescrição, o prazo prescricional contase da data em que o contribuinte for regularmente notificado. 3. Não decorridos mais de cinco anos entre a constituição definitiva do crédito tributário e a citação do devedor, fica afastada a prescrição. Agravo regimental improvido.” (AgRg no REsp 1495435/SC, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/02/2015, DJe 12/02/2015) No mesmo sentido: TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO INFORMADA EM DECLARAÇÃO DE DÉBITOS E CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS FEDERAIS DCTF. IMPRESCINDIBILIDADE DE LANÇAMENTO DOS DÉBITOS OBJETO DE COMPENSAÇÃO INDEVIDA DECLARADA EM DCTF ENTREGUE ANTES DE 31.10.2003. 1. Antes de 31.10.2003 havia a necessidade de lançamento de ofício para se cobrar a diferença do "débito apurado" em DCTF decorrente de compensação indevida. Interpretação do art. 5º do DecretoLei nº 2.124/84, art. 2º, da Instrução Normativa SRF n. 45, de 1998, art. 7º, da Instrução Normativa SRF n. 126, de 1998, art. 90, da Medida Provisória n. 2.15835, de 2001, art. 3º da Medida Provisória n. 75, de 2002, e art. 8º, da Instrução Normativa SRF n. 255, de 2002. 2. De 31.10.2003 em diante (eficácia do art. 18, da MP n. 135/2003, convertida na Lei n. 10.833/2003) o lançamento de ofício deixou de ser necessário para a hipótese, no entanto, o encaminhamento do "débito apurado" em DCTF decorrente de compensação indevida para inscrição em dívida ativa passou a ser precedido de notificação ao sujeito passivo para pagar ou apresentar manifestação de inconformidade, recurso este que suspende a exigibilidade do crédito tributário na forma do art. 151, III, do CTN (art. 74, §11, da Lei n. 9.430/96). 3. Desse modo, no que diz respeito à DCTF apresentada antes de 31.10.2003, onde houve compensação indevida, compreendo que havia a Fl. 478DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO Processo nº 10882.001871/200709 Acórdão n.º 1102001.327 S1C1T2 Fl. 12 11 necessidade de lançamento de ofício para ser cobrada a diferença do "débito apurado", a teor da jurisprudência deste STJ, o que não ocorreu. Precedentes: REsp. n. 1.240.110PR, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 2.2.2012; REsp. n. 1.205.004SC, Segunda Turma, Rel. Min. César Asfor Rocha, julgado em 22.03.2011; REsp. n.º 1.212.863 PR, Segunda Turma, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 03.05.2012. 4. Recurso especial não provido. (REsp 1332376/PR, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA, julgado em 06/12/2012, DJe 12/12/2012) Citado entendimento repercute também em instância administrativa. Vejase, no mesmo sentido, precedente da Terceira Turma da Câmara Superior de Recursos Fiscais, do CARF, em recurso interposto pela própria Fazenda Nacional, verbis: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 01/01/1998 a 31/03/1998, 01/07/1998 a 31/12/1998 DÉBITOS DECLARADOS EM DCTF, VINCULADOS À COMPENSAÇÃO. LANÇAMENTO DE OFÍCIO POSSIBILIDADE. É lícito o lançamento de ofício para constituir o crédito tributário devido à Fazenda Nacional quando os débitos declarados em DCTF foram vinculados a compensações informadas pelo declarante, sem saldo a recolher. A confissão de dívida não alcança todos os débitos declarados, mas apenas o saldo devedor informado pelo sujeito passivo. Recurso Especial do Procurador Provido. (CSRF. Acórdão nº 9303002.324. 3ª Turma. Henrique Pinheiro Torres. Julgado em 20.06.2013) Considerada a existência de ação judicial relacionada ao direito creditório alegado pela Contribuinte, seria de rigor a lavratura de auto de infração para prevenção de decadência, a teor do art. 63 da Lei n. 9.430/1996. Ausente o lançamento no prazo qüinqüenal estabelecido em lei, estará decaído o direito do Fisco de constituir o respectivo crédito tributário. Citada constituição não pode ser realizada por meio de mera “cartacobrança” e imediata inscrição do crédito respectivo em dívida ativa, tal como ocorre no caso. Diante do exposto, orientase voto no sentido de conhecer do recurso voluntário interposto pela Contribuinte para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) João Otávio Oppermann Thomé – Redator ad hoc Fl. 479DF CARF MF Impresso em 18/09/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 18/09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/ 09/2015 por JOAO OTAVIO OPPERMANN THOME, Assinado digitalmente em 18/09/2015 por MARCOS AURELIO PERE IRA VALADAO
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Numero do processo: 19515.000843/2004-76
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Dec 10 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Jan 07 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 1999
INTIMAÇÃO PESSOAL DE PATRONO DO CONTRIBUINTE. DESCABIMENTO. O art. 23 da Lei nº 70.235/72 não traz previsão da possibilidade de a intimação dar-se na pessoa do advogado do autuado, tampouco o RICARF apresenta regramento nesse sentido.
SUSTENTAÇÃO ORAL. A sustentação oral por causídico está jungida às normas constantes no parágrafo único do art. 55 do Anexo II do RICARF.
PEDIDO DE PERÍCIA. REJEIÇÃO. DESNECESSIDADE DE CONHECIMENTO ESPECIALIZADO PARA O ESCLARECIMENTO DOS FATOS. Deve ser rejeitado pedido de perícia quando a matéria posta nos autos não carece de conhecimentos especializados para o seu esclarecimento.
IRPF. RECOLHIMENTOS DE CARNÊ-LEÃO. DECADÊNCIA. DECISÃO DO STJ NO RESP Nº 973.733 JULGADO SOB O RITO DO ART. 543-C DO CPC. A existência de recolhimentos de imposto de renda realizados a título de carnê-leão se traduz em antecipação de pagamento apta a atrair a incidência do § 4º do art. 150 do CTN para fins de contagem do prazo decadencial, assim definido pelos termos da decisão do STJ no REsp nº 973.733, proferida em sede de recurso repetitivo.
Recurso Voluntário Provido.
Numero da decisão: 2402-004.799
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário.
Ronaldo de Lima Macedo, Presidente
Ronnie Soares Anderson, Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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DESCABIMENTO. O art. 23 da Lei nº 70.235/72 não traz previsão da possibilidade de a intimação darse na pessoa do advogado do autuado, tampouco o RICARF apresenta regramento nesse sentido. SUSTENTAÇÃO ORAL. A sustentação oral por causídico está jungida às normas constantes no parágrafo único do art. 55 do Anexo II do RICARF. PEDIDO DE PERÍCIA. REJEIÇÃO. DESNECESSIDADE DE CONHECIMENTO ESPECIALIZADO PARA O ESCLARECIMENTO DOS FATOS. Deve ser rejeitado pedido de perícia quando a matéria posta nos autos não carece de conhecimentos especializados para o seu esclarecimento. IRPF. RECOLHIMENTOS DE CARNÊLEÃO. DECADÊNCIA. DECISÃO DO STJ NO RESP Nº 973.733 JULGADO SOB O RITO DO ART. 543C DO CPC. A existência de recolhimentos de imposto de renda realizados a título de carnêleão se traduz em antecipação de pagamento apta a atrair a incidência do § 4º do art. 150 do CTN para fins de contagem do prazo decadencial, assim definido pelos termos da decisão do STJ no REsp nº 973.733, proferida em sede de recurso repetitivo. Recurso Voluntário Provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 19 51 5. 00 08 43 /2 00 4- 76 Fl. 3221DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 2 ACORDAM os membros do colegiado, por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso voluntário. Ronaldo de Lima Macedo, Presidente Ronnie Soares Anderson, Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Ronaldo de Lima Macedo, Kleber Ferreira de Araújo, Lourenço Ferreira do Prado, Ronnie Soares Anderson, Marcelo Oliveira, Natanael Vieira dos Santos e João Victor Ribeiro Aldinucci. Fl. 3222DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 19515.000843/200476 Acórdão n.º 2402004.799 S2C4T2 Fl. 3.222 3 Relatório Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em São Paulo II (SP) DRJ/SP2, que julgou parcialmente procedente Auto de Infração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), exigindo crédito tributário no valor total de R$ 1.530.622,58 relativo ao anocalendário 1998 (fls. 2921/2988). Passo a transcrever, com a devida vênia, o Relatório constante na decisão recorrida, o qual bem descreve o conteúdo do litígio posto nos presentes autos: Conforme descrição dos fatos e enquadramento legal de fls. 2891 a 2893, a exigência decorreu das seguintes infrações à legislação tributária: 1. omissão de rendimentos recebidos de pessoa física, decorrentes de trabalho sem vínculo empregatício, conforme parágrafo 4.12.6 do Termo de Verificação em anexo. O enquadramento legal, bem como data do fato gerador e valor tributável estão relacionados à fl. 2891; 2. omissão de ganhos de capital obtidos na alienação de bens e direitos, conforme parágrafo 4.12.2 do Termo de Verificação anexo. O enquadramento legal, bem como data dos fatos geradores e valores tributáveis estão relacionados às fls. 2891/2892; 3. omissão de rendimentos caracterizada por valores creditados em conta(s) de depósito ou de investimento, mantida(s) em instituição (ões) f1nanceira(s), em relação aos quais o contribuinte, regularmente intimado, não comprovou, mediante documentação hábil e idônea a origem dos recursos utilizados nessas operações, conforme Termo de Verificação anexo. Os valores tributáveis, data dos fatos geradores e enquadramento legal encontramse descritos à fl. 2892; 4. Falta de recolhimento do imposto de renda da pessoa física devido a título de carnêleão, apurada conforme Temo de Verificação anexo. O valor das multa isolada e respectiva data, bem como o enquadramento legal, encontramse descritos a fl. 2893. A multa de ofício foi aplicada no percentual de 75% com base legal no art. 44, inciso I, da Lei n° 9.430/96 (fl. 2888) e a multa isolada, no percentual de 75%, com fundamento no art. 8° da Lei 7.713/88 c/c arts. 43 e 44, § 1°, inciso IIII, da Lei n.° 9.430/96 (fl. 2893). Cientificado pessoalmente do lançamento em l6/04/2004, por seu procurador (documentos de fls. 120/121), o contribuinte apresentou, em 17/05/2004, a impugnação de fls. 2897 a 2907, subscrita por procuradora (documento de fl. 2908), acompanhada dos documentos de fls. 2909/2979, na qual alega, em síntese. que: GANHO DE CAPITAL não questiona a exigência do ganho de capital anexando os comprovantes de pagamento; OMISSAO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FÍSICAS Fl. 3223DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 4 o valor a que tinha direito como interventor do 1° Registro da Comarca de Guarulhos no valor de R$ 75.683,53, deveria ser lançado em sua DIRPF/1999 e o respectivo tributo recolhido, o que de fato não foi feito, contudo, como se verifica nos documentos de fls. 2954/2956, o tributo foi recolhido entre os meses de maio a novembro de 1999, incluída a base tributável referente ao mês de janeiro de l999, conforme demonstra a memória de cálculo anexa (fl. 2957), cabendo, portanto, apenas a exigência dos juros e correção monetária desde a data da mora efetiva do contribuinte, janeiro de 1999, mas não o valor do principal que já foi recolhido; MULTA ISOLADA considerando que houve a denúncia espontânea, com o pagamento do tributo, a multa de mora não e exigível (cita doutrina e jurisprudência administrativa); DEPÓSITOS BANCÁRIOS os depósitos objeto da autuação referemse a depósitos prévios para o registro de documentos no Cartório, que são efetuados pelos clientes do Cartório e, posteriormente devolvidos, total ou parcialmente, nas hipóteses em que não se efetiva o registro pleiteado ou quando se constata, no momento do registro, que o valor devido é menor; para se ter idéia do volume dessas devoluções, verificase que o valor glosado corresponde a aproximadamente 15% do volume dos depósitos de todas as contas do Cartório em 1998 e que a partir de 2003 com a introdução de novos sistemas de controle para evitar divergências, o volume de devoluções representou, ainda, 10% do volume de depósitos; se a devolução é uma ocorrência natural do dia a dia dos Cartórios de Registro, não nos parece razoável que o fisco considere como omissão de receita todos os depósitos apontados sob o argumento de que não há documentos com a manifestação do beneficiário quanto ao recebimento desses valores pois está partindo da presunção de que a falta de manifestação do beneficiário faz supor a infração de omissão de receita; outro aspecto que o fisco deveria levar em consideração é a análise global da DIRPF/98 do contribuinte, na qual se constata variação patrimonial de R$ 265.557,00, valor que não é compatível com o valor considerado pelo fisco como omissão de receita; há de se comprovar o nexo causal entre o depósito e o fato que representa omissão de rendimentos, uma vez que o depósito, por si só, não pode ser considerado como fato gerador do imposto, pois não caracteriza disponibilidade econômica ou jurídica de renda e proventos (transcreve a súmula 182 do antigo TRF e jurisprudência administrativa); por fim, protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito e requer a apreciação da defesa com a final decretação da improcedência da pretensão fiscal. Posteriormente, em 25/02/2008, o recorrente juntou aos autos a petição de fls. 2996/3002, argüindo, em preliminar, a decadência do direito de lançar, argumentando que o imposto de renda das pessoas físicas é lançamento por homologação, ocorrendo o seu fato gerador em 31 de dezembro (transcreve jurisprudência administrativa). A decisão de primeira instância manteve o lançamento (fls. 3129/3140), consubstanciando seu entendimento no acórdão assim ementado: Fl. 3224DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 19515.000843/200476 Acórdão n.º 2402004.799 S2C4T2 Fl. 3.223 5 DECADÊNCIA. Tratandose de lançamento ex officio, a regra aplicável na contagem do prazo decadencial é' a estatuída pelo art. 173, I, do Código Tributário Nacional, iniciandose o prazo decadencial no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. OMISSAO DE RENDIMENTOS RECEBIDOS DE PESSOAS FISICAS. Mantémse a inclusão dos rendimentos, cuja omissão na declaração de ajuste foi reconhecida pelo próprio contribuinte, não restando comprovado nos autos o recolhimento do tributo devido sobre os rendimentos omitidos. LANÇAMENTO COM BASE EM DEPÓSITOS BANCÁRIOS. FATOS GERADORES A PARTIR DE 01/01/1997. A Lei n° 9430/96, que teve vigência a partir de 0l/01/1997, estabeleceu, em seu art.. 42, uma presunção legal de omissão de rendimentos que autoriza o lançamento do imposto correspondente quando o titular da conta bancária não comprovar. mediante documentação hábil e idônea, a origem dos valores depositados em sua conta de depósito ou investimento. MULTA ISOLADA. PENALIDADE. APLICAÇÃO RETROATIVA DE LEGISLAÇÃO MAIS BENEFICA. Aplicase a penalidade menos severa estabelecida em medida provisória posterior a prevista na lei vigente ao tempo da autuação. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. EXTENSAO. As decisões administrativas não têm caráter de norma geral, razão pela qual seus julgados não se aproveitam em relação a qualquer outra ocorrência senão àquela objeto da decisão. O contribuinte interpôs recurso voluntário em 19/2/2010, aduzindo, em síntese, que: está desde 31/12/2003 decaído o direito do Fisco de constituir o crédito tributário relativo ao anocalendário 1998; deve ser tratado com base na verdade material do exercício de sua atividade, e que não omitiu rendimentos recebidos de pessoas físicas; há necessidade de perícia nos documentos; é confiscatória a multa de ofício lavrada; é inaplicável a taxa de juros Selic; há bis in idem na cobrança de multa e juros de mora. Fl. 3225DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 6 Requereu fosse declarada a decadência do lançamento, e ainda, que fosse realizada perícia nos livros e documentos juntados, deferida sustentação oral e a ciência do procurador quando da designação do julgamento, e admitida a matéria de mérito levantada. Ao final, demandou o afastamento da multa e a adequação da taxa de juros ao percentual de 1% ao mês. Em 2/7/2014 o contribuinte solicitou prioridade na tramitação do feito, por ser maior de sessenta anos, e juntou procuração conferindo poderes a novos patronos, protocolizando, no dia 20/2/2015, a entrega de memorial reforçando seus argumentos a respeito da decadência do lançamento bem como acerca do mérito, juntando documentos. É o relatório. Fl. 3226DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 19515.000843/200476 Acórdão n.º 2402004.799 S2C4T2 Fl. 3.224 7 Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson, Relator O recurso é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade, portanto, dele conheço. Da intimação pessoal do patrono do contribuinte e da sustentação oral. É demandada a ciência pessoal do patrono do contribuinte e do seu procurador quando da designação da data de julgamento, para que seja possibilitado o implemento de sustentação oral. O art. 23, incisos I a III do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (na redação dada pela Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997), estabelece que as intimações no decorrer do contencioso administrativotributário federal serão realizadas pessoalmente ao sujeito passivo, não a seu advogado, inexistindo tampouco permissivo para tanto no Regimento Interno do CARF RICARF (Portaria MF nº 343, de 9 de junho de 2015). O parágrafo único do art. 55 do Anexo II desse regimento1, por outro lado, regra que a pauta de julgamento deve ser publicada no Diário Oficial da União com dez dias de antecedência, bem como no sítio da internet do CARF, sendo perfeitamente possível ao patrono do autuado acompanhar tais publicações para, caso lhe aprouver, formular sustentação oral na sessão de julgamento. Improcedentes, portanto, os pedidos. Do pedido de perícia. A decisão sobre os pedidos de diligência e de perícia está no âmbito da discricionariedade do julgador, conforme regram os arts. 18 e 29 do Decreto nº 70.235/72. E, no caso dos autos, não se vislumbra a necessidade de conhecimentos técnicos especializados para a formação de convicção acerca dos fatos, podendo ser feita a análise dos documentos colacionados pelos pares deste colegiado sem a realização da perícia cogitada. Por seu turno, o recorrente não formula quesitos referentes aos exames que pleiteia, nem indica profissional para a sua realização, desatendendo os termos do inciso IV do art. 16 do Decreto nº 70.235/72. Ademais, demonstrou ele em seu recurso conhecer perfeitamente o teor das infrações que lhe foram impostas, não havendo falar em qualquer prejuízo a sua defesa que possa macular o lançamento, na forma do art. 59 do mencionado Decreto. 1 Art. 55. A pauta da reunião indicará: (...) Parágrafo único. A pauta será publicada no Diário Oficial da União com 10 (dez) dias de antecedência e divulgada no sítio do CARF na Internet. Fl. 3227DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 8 Cabe assim afastar a pretensão veiculada, no particular. Da decadência. A decadência do direito do Fisco constituir o crédito tributário é matéria que foi objeto de apreciação por parte da 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no REsp nº 973.733/SC. Julgado em 12/8/2009, em sede de recurso repetitivo (art. 543C do Código de Processo Civil), o respectivo acórdão traz a seguinte ementa, parcialmente transcrita: “PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. TRIBUTO SUJEITO A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INEXISTÊNCIA DE PAGAMENTO ANTECIPADO. DECADÊNCIA DO DIREITO DE O FISCO CONSTITUIR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO. TERMO INICIAL. ARTIGO 173, I, DO CTN. APLICAÇÃO CUMULATIVA DOS PRAZOS PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. PREVISTOS NOS ARTIGOS 150, § 4º, e 173, do CTN. IMPOSSIBILIDADE. 1. O prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito (Precedentes da Primeira Seção: Resp 766.050/PR, Rel.Ministro Luiz Fux, julgado em 28.11.2007, DJ 25.02.2008; AgRg nos EREsp 216.758/SP, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.03.2006, DJ 10.04.2006; e EREsp 276.142/SP, Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 13.12.2004, DJ 28.02.2005). (...) Segundo as palavras extraídas do voto do relator, Ministro Luiz Fux: Assim é que o prazo decadencial qüinqüenal para o Fisco constituir o crédito tributário (lançamento de ofício) contase do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado, nos casos em que a lei não prevê o pagamento antecipado da exação ou quando, a despeito da previsão legal, o mesmo inocorre, sem a constatação de dolo, fraude ou simulação do contribuinte, inexistindo declaração prévia do débito.(grifos do original) No que diz respeito aos casos em que há o referido pagamento antecipado, ainda que em montante menor que o devido, a fundamentação do acórdão supra reportase aos precedentes sobre os quais ele se assenta, citandose naquele, por exemplo, o REsp nº 766.050/PR (Rel. Ministro Luiz Fux, julgado em 28/11/2007, DJe 25/2/2008): Por outro lado, a decadência do direito de lançar do Fisco, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, quando ocorre pagamento antecipado inferior ao efetivamente devido, sem que o contribuinte tenha incorrido em fraude, dolo Fl. 3228DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO Processo nº 19515.000843/200476 Acórdão n.º 2402004.799 S2C4T2 Fl. 3.225 9 ou simulação, nem sido notificado pelo Fisco de quaisquer medidas preparatórias, obedece a regra prevista na primeira parte do § 4º, do artigo 150, do Codex Tributário, segundo o qual, se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador: "Neste caso, concorre a contagem do prazo para o Fisco homologar expressamente o pagamento antecipado, concomitantemente, com o prazo para o Fisco, no caso de não homologação, empreender o correspondente lançamento tributário. Sendo assim, no termo final desse período, consolidamse simultaneamente a homologação tácita, a perda do direito de homologar expressamente e, conseqüentemente, a impossibilidade jurídica de lançar de ofício" (In Decadência e Prescrição no Direito Tributário, Eurico Marcos Diniz de Santi, 3ª Ed., Max Limonad , pág. 170) (grifei) Bem esclarecidas as teses jurídicas de observância obrigatória para este Colegiado, por força do § 2º do art. 62 do RICARF, cabe passar à análise do caso concreto. A autuação referese ao Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) do ano calendário 1998, tributo sujeito ao lançamento por homologação cuja respectiva declaração foi entregue em 28/4/1999 (fl. 8). No que diz respeito aos rendimentos sujeitos ao ajuste anual, o respectivo fato gerador se perfectibilizou, assim, em 31/12/1998. Por sua vez, reza o § 1º do art. 150 do CTN que a extinção do crédito tributário dáse pelo pagamento, sob condição resolutória de posterior verificação, por parte da fiscalização fazendária, da exatidão do valor recolhido. Na espécie, temse que o contribuinte efetuou recolhimentos de imposto de renda a título de carnêleão, código de receita nº 0190 no decorrer do anocalendário de 1998 que alcançaram a cifra de R$ 576.010,89, de acordo com as informações constantes na Declaração de Ajuste do exercício 1999 (fls. 3084/3088) e R$ 541.151,30, conforme as informações constantes nos sistemas de arrecadação da Receita Federal do Brasil (fls. 39/40). Ora, os pagamentos efetuados no curso do anocalendário a título de carnê leão são antecipações mensais obrigatórias do imposto de renda devido no ajuste, sendo efetuadas sobre os rendimentos recebidos de pessoa física, de fontes no exterior e emolumentos e custas dos serventuários da justiça, tais como tabeliões, notários e oficias públicos, nos termos do art. 8º da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988 c/c o art 4º da Lei nº 8.134, de 27 de dezembro de 1990. Por conseguinte, temse que nos casos em que se verifica a existência de pagamentos realizados a título de carnêleão também ocorre o pagamento antecipado do tributo sujeito à sistemática de lançamento por homologação, traduzindose, à míngua da existência de dolo, fraude ou simulação, em hipótese na qual a contagem do prazo decadencial se dá nos termos preconizados pelo art. 150, § 4º do Código Tributário Nacional, interpretado sob o lume do precedente estabelecido no mencionado julgamento do REsp nº 973.733/SC. No dia em que o contribuinte foi cientificado do auto de infração, 16/4/2004 (fl. 2983), já haviam se passado mais de cinco anos desde 31/12/1998, data em que se completou o fato gerador do imposto de renda incidente sobre os rendimentos auferidos no Fl. 3229DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO 10 decorrer do anocalendário 1998, e sobre os quais já havia sido parcialmente antecipado o pagamento do tributo via recolhimento de carnêleão pelo sujeito passivo. Constatase, assim, que à ocasião dessa ciência já havia se extinguido o direito do Fisco de constituir crédito tributário de imposto de renda pessoa física por meio de lançamento de ofício, no tocante ao fato gerador do anocalendário 1998. Ante o exposto, voto no sentido de DAR PROVIMENTO ao recurso voluntário, reconhecendo a decadência do direito do Fisco de constituir o crédito tributário, nos termos do presente julgado. Ronnie Soares Anderson. Fl. 3230DF CARF MF Impresso em 07/01/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/12/2015 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 23/12/20 15 por RONNIE SOARES ANDERSON, Assinado digitalmente em 04/01/2016 por RONALDO DE LIMA MACEDO
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Numero do processo: 10855.910449/2009-27
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Dec 09 00:00:00 UTC 2015
Data da publicação: Thu Dec 24 00:00:00 UTC 2015
Numero da decisão: 3402-000.728
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos,
RESOLVEM os membros da 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em Diligência, para que os autos retornem à DRF de Sorocaba SP (domicílio tributário da Recorrente), para que com base nos documentos e informações anexados aos autos como o arquivo não paginável e considerando as disposições contidas no artigo 3º das Leis nº 10.833/03 e 10.637/02, elaborar parecer e demonstrativo dos valores, após analisado se os dispêndios com os itens indicados são passíveis de apropriação de créditos da COFINS, conforme consta no voto.
Após, retornem-se os autos a este CARF, para prosseguimento do julgamento.
(assinado digitalmente)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Waldir Navarro Bezerra - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente ocasionalmente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro.
Relatório
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Após, retornemse os autos a este CARF, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Antonio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Relator. Participaram da sessão de julgamento os seguintes Conselheiros: Antônio Carlos Atulim (Presidente), Jorge Olmiro Lock Freire, Carlos Augusto Daniel Neto, Maria Aparecida Martins de Paula, Diego Diniz Ribeiro, Thais de Laurentiis Galkowicz e Waldir Navarro Bezerra. Ausente ocasionalmente a Conselheira Valdete Aparecida Marinheiro. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 08 55 .9 10 44 9/ 20 09 -2 7 Fl. 188DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 189 2 Relatório Tratase o presente processo, que a Recorrente transmitiu em 30/06/2009, o PER/DECOMP n° 41694.44467.030709.1.3.041399, através da qual compensou crédito de COFINS no valor original de R$ 132.022,55, proveniente do DARF no valor de R$ 498.522,85 pago a maior, com a CSRF (código 5952) no valor de R$ 17.947,52, PIS (código 3770) na valor de R$ 53,81, COFINS (código 3746) no valor de R$ 269,01, referente ao período de 1ª quinzena de Junho de 2009, considerando o crédito indicado acima em virtude do alegado recolhimento a maior. A DRF de Sorocaba (SP), conforme o Despacho Decisório, com número de rastreamento 848720533 (fl. 5), emitido eletronicamente em 07/10/2009, concluiu que a partir das características do DARF descrito no PER/DCOMP acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DCOMP. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada não foi homologada. Inconformada, a Recorrente em 13/11/2009, protocolou sua Manifestação de Inconformidade às fls. 8/9. A DRJ de Belo Horizonte (MG), conforme Acórdão de fls. 37/40, julgou IMPROCEDENTE, para não reconhecer o direito creditório postulado e não homologar as compensações em litígio. Por bem descrever os fatos, adoto o relatório objeto da decisão recorrida, a seguir transcrito na sua integralidade: DESPACHO DECISÓRIO O presente processo trata de Manifestação de Inconformidade contra o Despacho Decisório com número de rastreamento 848720533, emitido eletronicamente em 07/10/2009, referente ao PER/DCOMP nº 41694.44467.030709.1.3.041399. O PerDcomp foi transmitido com o objetivo de compensar o(s) débito(s)nele discriminado(s) com crédito de COFINS, Código de Receita 5856, no valor de R$20.517,60, decorrente de recolhimento com Darf efetuado em 20/05/2008. De acordo com o Despacho Decisório, a partir das características do DARF descrito no PerDcomp acima identificado, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PerDcomp. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada NÃO FOI HOMOLOGADA. Como enquadramento legal citouse: arts. 165 e 170, da Lei nº 5.172 de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional CTN),art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE O interessado apresentou manifestação de inconformidade, alegando que alegando que apurou saldo credor de COFINS, conforme DACON Fl. 189DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 190 3 retificador apresentado em 10/11/2009. Argumenta, também, que a DCTF retificadora apresentada em 11/11/2009 justifica o crédito utilizado. É o relatório. Em 10/04/2014, a Recorrente foi cientificada da decisão da primeira instância (ciência eletrônica – fl. 47). Inconformada com a decisão da DRJ, em 09/05/2014, apresentou recurso voluntário ao CARF (fls. 49/63), no qual argumenta em suas razões, em resumo: a) que a Recorrente sempre diligenciou no sentido de bem cumprir suas obrigações perante a Fazenda Pública, notadamente no tocante ao adimplemento das obrigações tributárias às quais está sujeita no regular desenvolvimento de suas atividades; b) que no anocalendário 2009, contratou a PricewaterhouseCoopers (PwC Brasil) para realizar um trabalho de auditoria, cujo resultado encontrase no relatório sintético que acompanha o presente recurso e, também, todo seu detalhamento (notas fiscais analisadas, natureza do dispêndio, conta contábil, etc) encontrase no arquivo anexo. Nesse trabalho apuraramse créditos extemporâneos de PIS e COFINS referentes a determinados períodos, dentre eles, de janeiro a abril de 2008. Tais créditos extemporâneos, resumidamente, são oriundos de (i) bens utilizados como insumos; (ii) serviços utilizados como insumos; (iii) despesas de aluguéis de prédios locados de pessoa jurídica; (iv) despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados; e (v) bens do ativo imobilizado; portanto, dispêndios passíveis de apropriação de crédito para essas contribuições conforme previsão expressa contida no artigo 3o das Leis n° 10.833/03 e 10.637/02; c) ante a identificação dos referidos créditos, recompôs sua apuração de PIS e COFINS a partir de janeiro de 2008, de modo que, ao invés dos originais saldos devedores de PIS e COFINS calculados em janeiro de 2008, apurou saldo credor em janeiro de 2008, o qual repercutiu nos meses seguintes, até abril de 2008, conforme registros de apuração, resumidos no escopo deste recurso; d) que a nova apuração evidenciou os recolhimentos a maior, viabilizou a compensação e ensejou a retificação das obrigações acessórias Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais "DCTF" e Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais "DACON", de modo a ratificar o recolhimento a maior passível de restituição e compensação; e) no que se refere ao presente PAF, a Recorrente, na competência de abril de 2008, apurou originalmente a COFINS a recolher no montante de R$ 498.522,85. Tal valor foi recolhido por meio de DARF, cuja arrecadação se deu em 20.05.2008. Esse mesmo valor foi informado no DACON e na DCTF originais, apresentado neste processo em momento anterior. Consequentemente, para o mês de abril de 2008, ocorreu um pagamento indevido de COFINS no montante de R$ 132.022,55, gerando desta forma um crédito a ser utilizado. Por esta razão, transmitiu o PER/DCOMP em questão, o qual utilizou somente parte do crédito acima, no valor de R$ 18.633,90, apurado no mês de junho de 2009, conforme demonstrativos dos valores e dos PAF´s respectivos, representado no corpo do recurso voluntário (fl. 54); f) desta forma, a Recorrente verificou que, por mero erro de procedimento, não havia retificado o DACON e a DCTF do mês de abril de 2008. Assim, em 10/11/2009, os referidos DACON e DCTF foram retificados (docs. anexados), o que confirmou o crédito Fl. 190DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 191 4 pleiteado no PER/DCOMP ora em discussão, mesmo que as retificações tenham sido efetivada posteriormente ao despacho decisório; g) que, apesar da Recorrente ter apresentado o DACON e a DCTF retificadores do mês de abril de 2008 posteriormente à prolação do Despacho Decisório, é evidente a existência de seu direito creditório, o qual restou devidamente comprovado quando da apresentação dos referidos DACON e DCTF retificadores e que os julgadores administrativos originários sequer analisaram a documentação apresentada, a qual comprovava de forma idônea a veracidade dos créditos alegados; h) Assim, argumenta que ao contrário do alegado no Acórdão recorrido, a autoridade administrativa possuía meios suficientes para confirmar a existência dos créditos por meio da DCTF e do DACON retificadores, mesmo que apresentado fora do prazo, alegando violação do Princípio da Verdade Material. Cita diversos julgados administrativos do CARF nesse sentido; i) solicita, ainda, a conversão do Julgamento em Diligência, caso se entenda que as obrigações acessórias retificadoras não sejam suficientes para evidenciar o equívoco das informações prestadas originalmente e que a apuração do crédito compensando se encontra lastreado em documento elaborado de maneira detalhada no estudo desenvolvido pela idônea empresa de auditoria PwC. Por fim, ante todo o exposto, e considerando o Princípio da Verdade Material, visto que o direito da Recorrente à compensação resta devidamente comprovado nos autos, o Acórdão recorrido deve ser reformado, homologandose, por conseguinte, a compensação pretendida no PER/DCOMP referenciado. Solicita ainda que o presente processo seja julgado em conjunto com outro PAF que relaciona, por possuírem PER/DECOMPs vinculados ao mesmo crédito apurado no mês de abril de 2008. Voto Conselheiro Waldir Navarro Bezerra Relator O recurso voluntário é tempestivo e preenche os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deve ser conhecido. No caso sob análise, temos que a controvérsia trata de questão de fato, atinente à ausência de prova reputada indispensável pela Fazenda Nacional, para fim de análise dos requisitos da certeza e liquidez do crédito informado na PER/DCOMP colacionada aos autos. Observase ainda que, que na fase de instrução probatória, portanto, antes da prolação do Despacho Decisório, a Recorrente não trouxe aos autos a documentação – cópia da DCTF retificadora e também cópia do DACON retificado, uma vez que os mesmos foram entregue ao fisco, após a ciência do Despacho Decisório. Quanto a estes ocorridos, a decisão a quo, analisando os autos a luz dos fatos constantes na manifestação de inconformidade, concluiu da seguinte maneira: (...) É condição indispensável para a homologação da compensação pretendida, que o crédito do sujeito passivo contra a Fazenda Pública Fl. 191DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 192 5 seja líquido e certo (art. 170 do CTN). Em um processo de restituição, ressarcimento ou compensação, é o contribuinte que toma a iniciativa de viabilizar seu direito ao aproveitamento do crédito, quer por pedido de restituição ou ressarcimento, quer por compensação, em ambos os casos mediante a apresentação do PER/DCOMP, de tal sorte que incumbirá a ele – o contribuinte – demonstrar seu direito. Levandose em conta que o crédito oferecido à compensação deve ser líquido e certo, cabe à RFB não homologar a compensação, quando não há certeza e liquidez, como ocorre nos casos de contradição do próprio contribuinte em suas declarações. A apuração do PIS e da Cofins é consolidada no Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon). O valor apurado no demonstrativo apresentado antes da ciência do Despacho Decisório não evidencia a existência de pagamento indevido ou a maior. A retificação do DACON não produzirá efeitos quando tiver por objeto alterar débitos da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal (inciso II do art. 10 da IN n.º 1.015, de 2010). Da mesma forma, a retificação da DCTF não produz efeitos quando reduz débitos que tenham sido objeto de exame em procedimento de fiscalização (Instrução Normativa RFB n.º 1.110, de 2010, art. 9º, § 2º, I, c). A DCTF retificadora apresentada após a ciência do despacho decisório, em razão da não homologação da compensação ou do indeferimento da restituição, não tem nenhuma força de convencimento. Os novos dados só podem ser considerados como argumento de impugnação. Repisese que a controvérsia trata de questão de fato, uma vez que, ficou consignado no Despacho Decisório que “a partir das características do DARF descrito no PER/DECOMP, foram localizados um ou mais pagamentos, mas integralmente utilizados para quitação de débitos do contribuinte, não restando crédito disponível para compensação dos débitos informados no PER/DECOMP”. Assim, diante da inexistência de crédito, a compensação declarada não foi homologada. Tal decisão, que foi integralmente mantida pelo Acórdão recorrido, fica reforçada quando foi constatado que: (...) A declaração presumese verdadeira em relação ao declarante (CC, art.219 e CPC, art. 368). A DCTF válida, oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra o sujeito passivo e em favor do fisco. Essa presunção é relativa, admitindose prova em contrário. No caso, o contribuinte não comprova o erro ou a falsidade da declaração anteriormente entregue. Por outro lado a Recorrente, aduz em seu recurso que por mero erro de procedimento, não havia retificado o DACON e a DCTF do mês de abril de 2008 no momento oportuno. Assim, em 10/11/2009, os referidos DACON e DCTF foram retificados (docs. anexados), o que confirmou o crédito pleiteado no PER/DCOMP ora em discussão, mesmo que as retificações tenham sido efetivada posteriormente ao despacho decisório. Fl. 192DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 193 6 Ademais, como justificativa, aduz em seu recurso, que no anocalendário 2009, contratou a empresa PricewaterhouseCoopers (PwC Brasil) para realizar um trabalho de auditoria, cujo resultado encontrase no relatório sintético que acompanha o presente recurso (fls. 85/90) e, também, todo seu detalhamento (notas fiscais analisadas, natureza do dispêndio, conta contábil, etc.), que encontrase no arquivo anexado aos autos (arquivo não paginável). Alega que nesse trabalho apuraramse créditos extemporâneos de PIS e COFINS referentes a determinados períodos, dentre eles, de janeiro a abril de 2008. Tais créditos extemporâneos, resumidamente, são oriundos de dispêndios com insumos, conforme relacionados e passíveis de apropriação de crédito para essas contribuições, conforme previsão expressa contida no artigo 3º das Leis n° 10.833/03 e 10.637/02. Do exame dos autos, constatase, que a DCTF retificadora referente ao período examinado, foi transmitida em 10/11/2009 (fl. 18), ou seja, posteriormente à ciência do despacho decisório que não homologou a compensação, ciência esta que se deu em 19/10/2009 (fl. 7). Ressaltamos que à época dos fatos vigorava a IN SRF no 903, de 30/12/2008, cujo artigo 11, § 1º, embora ressaltasse, quanto à DCTF retificadora, sua condição de: “[...] mesma natureza da declaração originariamente apresentada, substituindoa integralmente [...]”, prescrevia que a apresentação de retificação, dentre outras hipóteses, depois de iniciado procedimento fiscal, não produziria qualquer efeito (item III, § 2º, do art. 11). Ainda, a mesma Instrução Normativa exigia também que a retificação da DCTF viesse acompanhada de retificação da DIPJ e do DACON do período (conforme art. 11, § 8º). Como visto, detectado qualquer erro no preenchimento da referida declaração, o sujeito passivo tem a possibilidade de retificar sua DCTF antes que seja iniciado qualquer procedimento fiscal ou que decorra o prazo para a homologação do “lançamento” por ela praticado. No entanto, sendo a correção destinada a reduzir ou excluir tributo, a retificação somente será admitida se houver comprovação do erro e realizada antes da notificação do lançamento, conforme preceituado no art. 147, §1º, do Código Tributário Nacional – CTN: Art. 147 O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. §1º A retificação da declaração por iniciativa da própria declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento (grifo nosso). Em que pese a referência do dispositivo legal citado à declaração de prestação de informações indispensáveis ao lançamento, admitese, por analogia, sua aplicação quanto à retificação de débitos apurados pelo sujeito passivo e confessados em DCTF, como assevera LEANDRO PAULSEN, que assim leciona: “Aplicação por analogia aos tributos sujeitos a lançamento por homologação”. Fl. 193DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 194 7 Tendose em conta que a quase totalidade dos tributos, atualmente, sujeitamse a lançamento por homologação vinculada a obrigações acessórias de prestar declarações ao Fisco e que não há dispositivo no CTN cuidando especificamente da retificação de tais declarações, o §1º do art. 147, tem sido bastante invocado e aplicado para definir o marco até quando pode o contribuinte retificar suas declarações livremente, com eficácia imediata e. a contrario sensu, a partir de quando o contribuinte não pode exigir do Fisco que, independentemente de apreciação dos erros e equívocos da declaração originariamente prestada, considere as retificações” (...) (PAULSEN, Leandro, Direito Tributário: Constituição e Código Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência, 12ª edição, Livraria do Advogado, ESMARFE, Porto Alegre, 2010, p. 1026) Portanto, acarretando a redução de tributo, a admissão da retificação é condicionada à comprovação do erro cometido, cujo ônus incumbe ao interessado na aludida redução (o contribuinte que promove a retificação), sendo, no entanto, excepcionalmente admitida sua retificação após o início do procedimento revisional em privilégio ao princípio da verdade material, conforme decidido já reiteradamente por esta Turma Especial, em consonância com todo o CARF. Nesse sentido, é imprescindível analisar se a Recorrente recompôs nos autos o crédito alegado, a fim de se confirmar a materialidade do crédito que ele alega ser habilitado para compensação. A DRJ ao apreciar o material probante juntado à época de sua manifestação de inconformidade, dispôs que o recorrente não apresentou documentação hábil a comprovar a legitimidade dos dados declarados na DCTF retificadora, conforme trecho abaixo transcrito: (...) A declaração presumese verdadeira em relação ao declarante (CC, art.219 e CPC, art. 368). A DCTF válida, oportunamente transmitida, faz prova do valor do débito contra o sujeito passivo e em favor do fisco. Essa presunção é relativa, admitindose prova em contrário. No caso, o contribuinte não comprova o erro ou a falsidade da declaração anteriormente entregue (grifouse). Todavia, neste recurso, foi juntado ao processo, vários documentos citados, quais sejam: cópia da DCTF e DACON originais e retificadores, trabalho de auditoria realizado pela empresa PricewaterhouseCoopers (PwC Brasil), cujo resultado encontrase no relatório sintético (fls. 85/90) e, também, todo seu detalhamento (notas fiscais analisadas, natureza do dispêndio, conta contábil, etc.), encontrase no arquivo anexado aos autos (arquivo não paginável). Informa que nesse trabalho apuraramse créditos extemporâneos de PIS e COFINS referentes a determinados períodos, dentre eles, de janeiro a abril de 2008. Alega que tais créditos extemporâneos, resumidamente, são oriundos de dispêndios com insumos, conforme relacionados e passíveis de apropriação de crédito para essas contribuições, conforme previsão expressa contida no artigo 3º das Leis n° 10.833/03 e 10.637/02. Ou seja, a recorrente apresentou uma explicação a respeito do suposto erro incorrido para justificar a recomposição de seu faturamento. Fl. 194DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 195 8 O processo administrativo de revisão da compensação não faz – como não o poderia – as vezes de mero retificador de DCTF após o prazo ordinário. A retificação da DCTF pode até ser acatada pelo revisor; todavia, para que tal aconteça, é cabal que o contribuinte demonstre que faz jus a essa excepcionalidade. Vale frisar, sem embargo, que no que tange ao instituto da compensação é ônus do sujeito passivo demonstrar, mediante a apresentação de provas hábeis e idôneas, a composição e a existência do crédito pleiteado junto à Fazenda Nacional, para que sejam aferidas sua liquidez e certeza, na forma do art. 170 do CTN. Neste espeque, repisese que a Recorrente alega que acostou aos autos documentação suficiente para comprovação de que houve erro na composição da base de cálculo do PIS e da COFINS declarada na DCTF originária. Por consequência, aduz que restou comprovado o direito creditório pleiteado, posto que foi decorrente do erro cometido na apuração do tributo, que reduziu sua base de cálculo, nos termos da DCTF retificadora. Neste passo, considerando os dados e informações registrados nos documentos anexo aos autos (arquivo não paginável e cópias de documentos), visto que os mesmos foram trazidos extemporaneamente pelo contribuinte e, portanto, não foram analisados pelo agente fazendário na origem, não resta dúvida de que a adoção do princípio da verdade material no processo administrativo fiscal, consiste em uma providência que resulta na melhor aplicação do Direito e da Justiça e por isso deve sempre ser perseguida. Com base nessas considerações, devido às particularidades do caso concreto e antes do julgamento do mérito, com fundamento no art. 29 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 (PAF), voto pela conversão do julgamento em diligência, devendo os autos retornarem à DRF de Sorocaba – SP (domicílio tributário da Recorrente), para com base nos documentos de fls. 85 a 166 e das planilhas (formato Excel) e informações anexados aos autos como “arquivo não paginável”, e considerando as disposições contidas no artigo 3º das Leis nº 10.833/03 e 10.637/02, elaborar parecer, demonstrando os valores, após analisado se os dispêndios com os itens abaixo indicados são passíveis de apropriação de créditos da COFINS e do PIS, levandose em conta o conteúdo das informações constantes do relatório da empresa PwC Brasil PriceWaterhouseCoopers (fls. 85/90), fatos estes que se encontram resumidos em seu recurso voluntário à fl. 52, onde a Recorrente alega que tais dispêndios são oriundos de: i) bens utilizados como insumos; ii) serviços utilizados como insumo; iii) despesas de aluguéis de prédios alugados de pessoa jurídica; iv) despesas de aluguéis de máquinas e equipamentos locados; e v) bens do ativo imobilizado. Após a conclusão da diligência, deve ser intimado a Recorrente, para, querendo, dentro do prazo fixado, manifestar sobre as conclusões exaradas no citado parecer. Fl. 195DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA Processo nº 10855.910449/200927 Resolução nº 3402000.728 S3C4T2 Fl. 196 9 Em seguida, retornemse os autos a esta 2ª Turma Ordinária/4ª Câmara da 3ª Seção, para prosseguimento do julgamento. (assinado digitalmente) Waldir Navarro Bezerra Fl. 196DF CARF MF Impresso em 24/12/2015 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA, Assinado digitalmente em 16/12/20 15 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 16/12/2015 por WALDIR NAVARRO BEZERRA
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