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Numero do processo: 10950.005377/2010-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Segunda Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue Aug 07 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 30 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007
PRELIMINARES. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INADEQUAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA DO ATO. IRRETROATIVIDADE DOS EFEITOS DA EXCLUSÃO DO SIMPLES. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDÊNCIA.
Não há que se falar de cerceamento de defesa, com fulcro em devolução parcial de documentos devolvidos, quando estes dizem respeito apenas à apuração parcial de crédito tributário vinculado à obrigação tributária e período de apuração específico, inexistindo o encerramento da ação fiscal que prosseguiu normalmente no que tange às verificações do cumprimento das demais obrigações tributárias descritas no MPF-F. No caso concreto, a Recorrente, em nenhum momento, solicitou a devolução de documentos que a Fiscalização reteve, o que, per se, revela que não eram imprescindíveis à interposição do Recurso Voluntário em apreço, como também não o foram quando da impugnação interposta à instância de piso.
Não há que se falar de eventual inadequação jurídica do ato de exclusão da empresa do SIMPLES quando a matéria já foi objeto de outro processo administrativo fiscal, inclusive com pronunciamento definitivo do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) sobre a matéria.
A retroatividade dos efeitos do ato de exclusão da empresa do SIMPLES é determinada pela legislação tributária e seu eventual afastamento por suposta ofensa ao Princípio da Irretroatividade da Lei Tributária é matéria que foge à competência material do Processo Administrativo Fiscal.
Um dos efeitos imediatos da exclusão do SIMPLES é a tributação pelas regras aplicáveis às empresas em geral, ex vi legis.
AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. LANÇAMENTO. PROCEDÊNCIA.
Identificada omissão de fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias relativas à contribuição patronal, previstas no art. 22 da Lei n. 8.212/1991, é procedente o lançamento com vistas a constituir o respectivo crédito tributário, considerando-se, todavia, os valores apropriados em virtude de recolhimentos mediante GPS, ainda que em regime de tributação do Simples Federal, do qual o sujeito passivo foi excluído.
QUESTÕES DE MÉRITO. AUSÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO E DE CONJUNTO PROBATÓRIO.
Ausente argumentação de mérito acompanhada de conjunto probatório com força suficiente para ilidir o lançamento, resta prejudicada a sua apreciação.
Numero da decisão: 2402-006.490
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares, e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Mário Pereira de Pinho Filho - Presidente
(assinado digitalmente)
Luís Henrique Dias Lima - Relator
Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini.
Nome do relator: LUIS HENRIQUE DIAS LIMA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 PRELIMINARES. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INADEQUAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA DO ATO. IRRETROATIVIDADE DOS EFEITOS DA EXCLUSÃO DO SIMPLES. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDÊNCIA. Não há que se falar de cerceamento de defesa, com fulcro em devolução parcial de documentos devolvidos, quando estes dizem respeito apenas à apuração parcial de crédito tributário vinculado à obrigação tributária e período de apuração específico, inexistindo o encerramento da ação fiscal que prosseguiu normalmente no que tange às verificações do cumprimento das demais obrigações tributárias descritas no MPF-F. No caso concreto, a Recorrente, em nenhum momento, solicitou a devolução de documentos que a Fiscalização reteve, o que, per se, revela que não eram imprescindíveis à interposição do Recurso Voluntário em apreço, como também não o foram quando da impugnação interposta à instância de piso. Não há que se falar de eventual inadequação jurídica do ato de exclusão da empresa do SIMPLES quando a matéria já foi objeto de outro processo administrativo fiscal, inclusive com pronunciamento definitivo do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) sobre a matéria. A retroatividade dos efeitos do ato de exclusão da empresa do SIMPLES é determinada pela legislação tributária e seu eventual afastamento por suposta ofensa ao Princípio da Irretroatividade da Lei Tributária é matéria que foge à competência material do Processo Administrativo Fiscal. Um dos efeitos imediatos da exclusão do SIMPLES é a tributação pelas regras aplicáveis às empresas em geral, ex vi legis. AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. LANÇAMENTO. PROCEDÊNCIA. Identificada omissão de fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias relativas à contribuição patronal, previstas no art. 22 da Lei n. 8.212/1991, é procedente o lançamento com vistas a constituir o respectivo crédito tributário, considerando-se, todavia, os valores apropriados em virtude de recolhimentos mediante GPS, ainda que em regime de tributação do Simples Federal, do qual o sujeito passivo foi excluído. QUESTÕES DE MÉRITO. AUSÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO E DE CONJUNTO PROBATÓRIO. Ausente argumentação de mérito acompanhada de conjunto probatório com força suficiente para ilidir o lançamento, resta prejudicada a sua apreciação.
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 PRELIMINARES. CERCEAMENTO DE DEFESA. INEXISTÊNCIA. EXCLUSÃO DO SIMPLES. INADEQUAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA DO ATO. IRRETROATIVIDADE DOS EFEITOS DA EXCLUSÃO DO SIMPLES. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. LANÇAMENTO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PROCEDÊNCIA. Não há que se falar de cerceamento de defesa, com fulcro em devolução parcial de documentos devolvidos, quando estes dizem respeito apenas à apuração parcial de crédito tributário vinculado à obrigação tributária e período de apuração específico, inexistindo o encerramento da ação fiscal que prosseguiu normalmente no que tange às verificações do cumprimento das demais obrigações tributárias descritas no MPFF. No caso concreto, a Recorrente, em nenhum momento, solicitou a devolução de documentos que a Fiscalização reteve, o que, per se, revela que não eram imprescindíveis à interposição do Recurso Voluntário em apreço, como também não o foram quando da impugnação interposta à instância de piso. Não há que se falar de eventual inadequação jurídica do ato de exclusão da empresa do SIMPLES quando a matéria já foi objeto de outro processo administrativo fiscal, inclusive com pronunciamento definitivo do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) sobre a matéria. A retroatividade dos efeitos do ato de exclusão da empresa do SIMPLES é determinada pela legislação tributária e seu eventual afastamento por suposta ofensa ao Princípio da Irretroatividade da Lei Tributária é matéria que foge à competência material do Processo Administrativo Fiscal. Um dos efeitos imediatos da exclusão do SIMPLES é a tributação pelas regras aplicáveis às empresas em geral, ex vi legis. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 95 0. 00 53 77 /2 01 0- 50 Fl. 316DF CARF MF Processo nº 10950.005377/201050 Acórdão n.º 2402006.490 S2C4T2 Fl. 102 2 AUTO DE INFRAÇÃO. DESCUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL. LANÇAMENTO. PROCEDÊNCIA. Identificada omissão de fatos geradores de contribuições sociais previdenciárias relativas à contribuição patronal, previstas no art. 22 da Lei n. 8.212/1991, é procedente o lançamento com vistas a constituir o respectivo crédito tributário, considerandose, todavia, os valores apropriados em virtude de recolhimentos mediante GPS, ainda que em regime de tributação do Simples Federal, do qual o sujeito passivo foi excluído. QUESTÕES DE MÉRITO. AUSÊNCIA DE ARGUMENTAÇÃO E DE CONJUNTO PROBATÓRIO. Ausente argumentação de mérito acompanhada de conjunto probatório com força suficiente para ilidir o lançamento, resta prejudicada a sua apreciação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em rejeitar as preliminares, e, no mérito, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Mário Pereira de Pinho Filho Presidente (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Relator Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Mário Pereira de Pinho Filho, Mauricio Nogueira Righetti, João Victor Ribeiro Aldinucci, Denny Medeiros da Silveira, Jamed Abdul Nasser Feitoza, Luis Henrique Dias Lima, Gregório Rechmann Junior e Renata Toratti Cassini. Relatório Cuidase de Recurso Voluntário de efls. 293/307 em face do Acórdão n. 06 31.598 5ª. Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Curitiba (PR) DRJ/CTA (efls. 277/286), que julgou improcedente a impugnação de efls. 262/271 e manteve o lançamento consignado no Auto de Infração (AI) DEBCAD n. 37.272.3969 valor total de R$ 479.283,96 consolidado em 08/10/2010 e constituído em 15/10/2010 (efls. 03/20) referese às contribuições devidas a Seguridade Social parte Patronal com origem em levantamento de contribuições previdenciárias incidentes sobre remunerações efetivamente pagas aos Transportadores Autônomos (Pessoa Física) período de apuração (P.A) 01/2006 a 12/2007 e remunerações pagas aos Segurados Empregados e Contribuintes Individuais Fl. 317DF CARF MF Processo nº 10950.005377/201050 Acórdão n.º 2402006.490 S2C4T2 Fl. 103 3 retiradas PróLabore período de apuração (P.A) 01/2007 a 06/2007, todos os segurados a serviço da empresa, conforme discriminado no Relatório Fiscal de efls. 146/164. A Recorrente apresentou em 16/11/2010 a impugnação de efls. 262/271, julgadas improcedentes pela DRJ/CTA, conforme entendimento assim sumarizado no Acórdão n. 0631.598 (efls. 277/286): ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2007 AIOP 37.272.3969 NULIDADE. CERCEAMENTO DE DEFESA. DEVOLUÇÃO PARCIAL DE DOCUMENTOS A devolução parcial de documentos quando motivada pelo encerramento também parcial da Ação Fiscal não conduz diretamente ao cerceamento da defesa do contribuinte, especialmente se este sequer tiver requisitado à Fiscalização a devolução ou' cópias dos documentos retidos para apreciação quando da elaboração de sua defesa, não se podendo dizer de recusa do que não foi requerido. ATO DE EXCLUSÃO DO SIMPLES. INADEQUAÇÃO. NATUREZA JURÍDICA DO ATO. A discussão relativa à eventual inadequação jurídica do ato de exclusão da empresa do SIMPLES é matéria que deve ser discutida nos autos relativos especificamente à exclusão e não nos eventuais lançamentos de créditos tributários dali decorrentes. IRRETROATIVIDADE DOS EFEITOS DA EXCLUSÃO DA EMPRESA DO SIMPLES. A retroatividade dos efeitos do ato de exclusão da empresa do SIMPLES é determinada pela legislação tributária e seu eventual afastamento por suposta ofensa ao Princípio da Irretroatividade da Lei Tributária é matéria que foge à competência material do Processo Administrativo Fiscal. EXCLUSÃO DO SIMPLES E CRÉDITO TRIBUTÁRIO. LANÇAMENTO CONCOMITANTE. NULIDADE. Efeito imediato da exclusão da empresa do SIMPLES é sua tributação pelas regras aplicáveis às empresas em geral, de maneira que ao Fisco, tendo conhecimento da exclusão e da xistência de créditos tributários não constituídos, resta obrigatória a sua constituição pelo lançamento. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada do teor do Acórdão n. 0631.598 (efls. 277/286) em 06/06/2011 (efls. 288/289), a Recorrente apresentou o Recurso Voluntário (efls. 293/307), com data de 06/07/2011, aduzindo, em linhas gerais, os mesmos argumentos da impugnação, a saber: PRELIMINARMENTE: i) Nulidade do lançamento em virtude de cerceamento de defesa por não lhe terem sido devolvidos todos os documentos entregues à Fiscalização durante a Ação Fiscal, sem os quais a empresa não pode exercer plenamente o seu direito de defesa, bem assim porque a lei previa que, se a pessoa jurídica optou pelo ingresso no Fl. 318DF CARF MF Processo nº 10950.005377/201050 Acórdão n.º 2402006.490 S2C4T2 Fl. 104 4 sistema (SIMPLES), mas perdeu o direito— ao ingresso por fato superveniente, a legislação determinada (sic) que fosse excluída a partir do próximo exercício fiscal, preservando, assim, a segurança jurídica; ii) o Ato Declaratório Executivo n° 91, de 21/09/2010, que excluiu a empresa do SIMPLES e serviu de marco para que o lançamento ocorresse, seria meio inadequado para o fim desejado pois, como ato declaratório, apenas reconheceria e declararia determinada situação ou fato, sendo que no caso concreto,. que se trata de exclusão do regime diferenciado de tributação, o ato adequado seria um ato constitutivo. iii) Não observância do Princípio da Irretroatividade uma vez que o Ato Declaratório Executivo n. 91/2010, determinaria que os .efeitos da exclusão da empresa do SIMPLES deveriam retroagir a 01/01/2007; iv) não teria sido observado o efeito suspensivo da exclusão da empresa do SIMPLES uma vez que aquela exclusão foi impugnada pela empresa enquanto não houvesse uma decisão administrativa definitiva para aquela exclusão, não poderia ser constituído o crédito tributário que decorreria da exclusão, sendo nulo. NO MÉRITO: v) Conforme demonstrado na preliminar, o fisco deu causa ao cerceamento de defesa, haja vista ter o mesmo utilizado e analisado os livros contábeis, livros de entradas e saídas e de prestação de serviços (conforme bem comprovado no tópico "Documentos analisados'), documentos estes os quais foram analisados concomitantemente com os demais documentos os quais foram devolvidos ao Recorrente; vi) A não devolução dos ditos documentos que encontramse apreendidos os quais foram "analisados" pelo fisco, conforme já demonstrado, gerou o cerceamento de defesa, inviabilizando o contraditório, impedindose a apresentação de defesa quanto ao mérito da causa, motivo pelo qual, pedese a nulidade do lançamento. Sem contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheiro Luís Henrique Dias Lima Relator. O Recurso Voluntário (efls. 293/307) é tempestivo e atende aos demais requisitos de admissibilidade previstos no Decreto n. 70.235/72 e alterações posteriores, portanto dele CONHEÇO. Para uma melhor contextualização da lide em apreço, é oportuno destacar que o lançamento consignado no Auto de Infração (AI) DEBCAD n. 37.272.3969 (efls. 03/20) tem origem na exclusão da Recorrente do regime de tributação Simples Federal, consubstanciada no Ato Declaratório Executivo n. 91, de 21/09/2010, com efeitos a partir de 01/01/2007 (efl. 59), conforme elucida o Relatório Fiscal (efls. 146/164). Fl. 319DF CARF MF Processo nº 10950.005377/201050 Acórdão n.º 2402006.490 S2C4T2 Fl. 105 5 Outrossim, é também relevante ressaltar que a exclusão em tela é resultante de procedimento administrativo abrigado no processo n. 10950.005178/201041, no âmbito do qual teve direito ao contraditório e à ampla defesa. Muito bem. Preliminarmente, a Recorrente alega cerceamento de defesa em virtude de não lhe terem sido devolvidos todos os documentos entregues à Fiscalização durante a Ação Fiscal, sem os quais a empresa não pode exercer plenamente o seu direito de defesa, bem assim porque a lei previa que, se a pessoa jurídica optou pelo ingresso no Simples Federal, mas perdeu o direito de nele permanecer por fato superveniente, a legislação determinava que fosse excluída a partir do próximo exercício fiscal, preservando, assim, a segurança jurídica. Não obstante o Termo de Devolução Parcial de Documentos (efl. 169), resta elucidada à efl. 170 a razão pela qual ocorreu a devolução de forma apenas parcial: a ação fiscal abrigada no Mandado de Procedimento Fiscal Fiscalização (MPFF) n. 0910500.2009.008090 foi encerrada totalmente apenas no que se refere às Contribuições Previdenciárias e para Outras Entidades Terceiros no período de 01/2006 a 12/2007, tendo o seu prosseguimento normal no que tange às verificações do cumprimento das demais obrigações tributárias descritas no retrocitado MPF. Desta forma, os documentos devolvidos à Recorrente dizem respeito às obrigações tributárias acima especificadas e vinculadas ao período de apuração 01/2006 a 12/2007, destacandose que a Recorrente, em nenhum momento, solicitou a devolução dos demais documentos (referentes aos demais tributos/períodos) que a Fiscalização reteve, o que, per se, revela que não eram imprescindíveis à interposição do Recurso Voluntário em apreço, como também não o foram quando da impugnação, espancandose assim qualquer alegação de cerceamento de defesa. Quanto ao questionamento relativo à eventual irregularidade do ato de exclusão do Simples Federal (ADE n. 91/2010), resta prejudicada a sua apreciação no âmbito deste processo, vez que foi objeto do Processo Administrativo Fiscal n. 10950.005178/2010 41, havendo, inclusive, pronunciamento definitivo deste Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF) sobre a matéria, nos termos do Acórdão n. 110300577. Ainda em sede de preliminar, a Recorrente argumenta sobre a nulidade do lançamento em lide com espeque na irretroatividade dos efeitos da exclusão do Simples Federal, vez que, no seu entendimento, não poderiam ser retroativos, bem assim na não observância do efeito suspensivo decorrente do recurso apresentado em face da exclusão do Simples Federal. Os arts. 15 e 16 da Lei n. 9.317/1996 (Simples Federal), vigente à época dos fatos e que disciplinava o regime de tributação Simples Federal, é bastante clara ao definir o marco temporal dos efeitos da exclusão, bem como a ausência de previsão de efeito suspensivo em face de recurso que venha a ser interposto, verbis: Art. 15. A exclusão do SIMPLES nas condições de que tratam os arts. 13 e 14 surtirá efeito: [...] Fl. 320DF CARF MF Processo nº 10950.005377/201050 Acórdão n.º 2402006.490 S2C4T2 Fl. 106 6 IV a partir do anocalendário subsequente àquele em que for ultrapassado o limite estabelecido, nas hipóteses dos incisos I e II do art. 9°. [...](grifei) Art. 16. A pessoa jurídica excluída do SIMPLES sujeitarseá, a partir do período em que se processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas. (grifei) No caso concreto, a Recorrente incidiu na hipótese do art. 9°, II, vez que auferiu no anocalendário 2006 receita bruta superior a R$ 2.400.000,00, surtindo, destarte, efeitos a exclusão do Simples a partir de 01/01/2007, conforme consignado no ADE n. 91/2010. Isto posto, rejeito as preliminares, No mérito, verificase que a Recorrente não aduz argumentação plausível de ser apreciada, com mais razão ainda pela ausência de conjunto probatório capaz de ilidir os fundamentos do lançamento consignado no Auto de Infração (AI) DEBCAD n. 37.272.3969 (efls. 03/20). Com efeito, a Recorrente limitouse à argumentação nos seguintes termos: Conforme demonstrado em preliminar, o fisco deu causa ao cerceamento de defesa, haja vista ter o mesmo utilizado e analisado os livros contábeis, livro de entradas e saídas e de prestação de serviços (conforme bem comprovado notópico "Documentos Analisados'), documentos estes os quais foram analisados concomitantemente com os demais documentos os quais foram devolvidos ao Recorrente. A não devolução dos ditos documentos que encontramse apreendidos os quais foram "analisados" pelo fisco, conforme já demonstrado, gerou o cerceamento de defesa, inviabilizando o contraditório, impedindose a apresentação de defesa quanto ao mérito da causa, motivo pelo qual, pedese a nulidade do lançamento. Não obstante a escassa argumentação da Recorrente em sede de recurso voluntário, entendo oportunas as considerações que teço a seguir acerca da matéria em lide. A Lei n. 9.317/1996, amoldandose à essência do art. 179 da CF/88, ao dispor sobre o regime tributário das microempresas e das empresas de pequeno porte, instituiu o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte Simples Federal. Assim, a partir da opção pelo regime de tributação Simples, a pessoa jurídica que se enquadrasse nos requisitos determinados pelo retrocitado diploma legal recolheria os tributos nela previstos de forma unificada, inclusive as contribuições para a Seguridade Social a cargo da pessoa jurídica (contribuição patronal) discriminadas no art. 22 da Lei n. 8.212/1991. Todavia, restou excluída da sistemática de unificação de tributos a incidência das contribuições sociais previdenciárias para a Seguridade Social do Segurado, previstas nos arts. 20 e 21 da Lei n. 8.212/1991. Posteriormente, a Lei Complementar n. 123/2006 revogou a Lei n. 9.317/1996 e instituiu o Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional, Fl. 321DF CARF MF Processo nº 10950.005377/201050 Acórdão n.º 2402006.490 S2C4T2 Fl. 107 7 determinando recolhimento mensal, mediante documento único de arrecadação, dos tributos mencionados em seu art. 13, entre os quais a contribuição patronal (art. 22, I a III, da Lei n. 8.212/1991) e, da mesma forma que o diploma legal revogado, não incluiu a contribuição dos segurados (arts. 20 e 21 da Lei n. 8.212/1991. No caso concreto, conforme já relatado, a Recorrente foi excluída do regime de tributação Simples Federal com efeitos a partir de 01/01/2007, havendo a Fiscalização procedido à lavratura de auto de infração por descumprimento de obrigação principal referente a débitos de contribuição patronal incidente sobre a remuneração do trabalhador e demais segurados relativa ao período 01/2007 a 12/2007, observandose as normas de tributação aplicáveis às demais pessoas jurídicas, vez que identificadas infrações devidamente caracterizadas pelas razões de fato e de direito consignadas no Relatório Fiscal de efls. 146/164. Com efeito, o Auto de Infração por Descumprimento de Obrigação Principal (AIOP) DEBCAD n. 37.272.3969 (efls. 03/20) utilizase dos seguintes levantamentos: i) Lev: B Transp. Autônomo Jan a Jun 2007 Período de Apuração: 01/2006 a 12/2007 Período do Débito: 01/2007 a 06/2007; ii) Lev: C Transp. Autônomo Jul a Dez 2007 Período de Apuração: 01/2006 a 12/2007 Período do Débito: 07/2007 a 12/2007; iii) Lev: D Folha Pgto Jan a Jun 2007 Período de Apuração: 01/2007 a 12/2007 Período do Débito: 01/2007 a 06/2007; e iv) Lev: C Transp. Autônomo Jul a Dez 2007 Período de Apuração: 01/2006 a 12/2007 Período do Débito: 07/2007 a 12/2007;. Todos classificados como não declarados em GFIP e afetos à contribuição patronal. Constatase assim que a autuação em lide compreende débitos posteriores à exclusão da Recorrente do Simples Federal e visam à constituição de crédito tributário relativos à contribuição patronal, prevista no art. 22, I a III, da Lei n. 8.212/1991, considerandose, inclusive, valores apropriados em decorrência de recolhimentos efetuados observandose a sistemática do Simples Federal, ou seja, o AIOP n. 37.272.3969 (efls. 03/20) apresenta valores líquidos suplementares. Nessa perspectiva, não há reparo a fazer na decisão recorrida. Ante o exposto, voto no sentido de CONHECER do Recurso Voluntário (e fls. 293/307), REJEITAR AS PRELIMINARES, e, no mérito, NEGARLHE PROVIMENTO. (assinado digitalmente) Luís Henrique Dias Lima Fl. 322DF CARF MF
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Numero do processo: 13227.900652/2009-80
Turma: Primeira Turma Ordinária da Quarta Câmara da Primeira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed May 16 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Fri Jul 13 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ
Ano-calendário: 2004
COMPENSAÇÃO. GLOSA DE ESTIMATIVAS COBRADAS EM PER/DCOMP. DESCABIMENTO.
Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica(DIPJ).
SÚMULA CARF Nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação.
Numero da decisão: 1401-002.531
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, em por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13227.900318/2010-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia de Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Claudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente).
Nome do relator: LUIZ AUGUSTO DE SOUZA GONCALVES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 13227.900318/2010-60, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves - Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia de Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Claudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente).
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GLOSA DE ESTIMATIVAS COBRADAS EM PER/DCOMP. DESCABIMENTO. Na hipótese de compensação não homologada, os débitos serão cobrados com base em Pedido de Ressarcimento ou Restituição/Declaração de Compensação (Per/DComp) e, por conseguinte, não cabe a glosa dessas estimativas na apuração do imposto a pagar ou do saldo negativo apurado na Declaração de Informações Econômicofiscais da Pessoa Jurídica(DIPJ). SÚMULA CARF Nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, em por unanimidade de votos, dar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 13227.900318/201060, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Luiz Rodrigo de Oliveira Barbosa, Livia de Carli Germano, Abel Nunes de Oliveira Neto, Luciana Yoshihara Arcangelo Zanin, Claudio de Andrade Camerano, Daniel Ribeiro Silva, Leticia Domingues Costa Braga, Luiz Augusto de Souza Gonçalves (Presidente). AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 22 7. 90 06 52 /2 00 9- 80 Fl. 64DF CARF MF Processo nº 13227.900652/200980 Acórdão n.º 1401002.531 S1C4T1 Fl. 3 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pela contribuinte em face do Acórdão n. 0125.447 3ª Turma da DRJ/BEL, que, por unanimidade de votos, não homologou a compensação correlata ao crédito de IRPJ não reconhecido. A Recorrente transmitiu declaração de compensação em 06/04/2006, na qual indicou crédito resultante de pagamento indevido ou a maior originário de DARF relativo à receita de código 5993, do período de apuração de 09/2004. A unidade de origem, por intermédio de despacho decisório, não homologou a compensação declarada, sob o argumento de que após analisadas as informações prestadas pela Recorrente foi constatada a improcedência do crédito informado no PER/DCOMP por tratarse de pagamento a título de estimativa mensal de pessoa jurídica tributada pelo lucro real, caso em que o recolhimento somente pode ser utilizado na dedução do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) ou da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) devida ao final do período de apuração ou para compor o saldo negativo de IRPJ ou CSLL do período. Cientificada, a interessada apresentou manifestação de inconformidade na qual alegou que: a) A empresa efetuou pagamento de IRPJ Código de Receita: 5993, relativo ao período de apuração de 09/2004; b) Por ocasião do encerramento do ano base de 2004, a empresa apurou prejuízo fiscal resultando desta forma crédito a ser compensado.; c) Oportunamente, aproveitou o crédito do pagamento indevido para compensar, via PER/DCOMP e de forma legal, débitos próprios. Diante dos fatos apresentados, requereu a anulação do Despacho Decisório, por questão de justiça e direito. Apreciados tais argumentos, o despacho decisório restou mantido, sob o entendimento de que as declarações de compensação apresentadas à Secretaria da Receita Federal do Brasil somente podem ser homologadas quando reste comprovada pelo sujeito passivo a existência do respectivo direito creditório. Em sede de compensação, o contribuinte possui o ônus de prova do seu direito. Inconformada, a Recorrente interpôs Voluntário com vistas a obter a reforma do julgado defendendo estar suficiente comprovado seu direito creditório. Era o essencial a ser relatado. Passo a decidir Fl. 65DF CARF MF Processo nº 13227.900652/200980 Acórdão n.º 1401002.531 S1C4T1 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Luiz Augusto de Souza Gonçalves Relator O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º, 2º e 3º, do Anexo II, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 1401002.523, de 17/05/2018, proferida no julgamento do Processo nº 13227.900318/201060, paradigma ao qual o presente processo fica vinculado. O processo paradigma analisou a possibilidade de utilização de crédito relativo a pagamento indevido de IRPJ estimativa mensal, referente ao período de apuração de fevereiro/2006, para compensação com débitos do contribuinte. O presente processo tratase de pedido de compensação de crédito relativo a pagamento indevido de IRPJ estimativa mensal, do período de apuração de 09/2004, com débitos do contribuinte. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão nº 1401002.523): O Recurso apresenta os requisitos essenciais para sua admissibilidade, portanto, dele tomo conhecimento. Ao julgar improcedente a manifestação de inconformidade, a decisão de piso manifestase no sentido de que pode a Fiscalização, após o encerramento do ano calendário, exigir estimativas eventualmente não recolhidas durante o ano calendário, por expressa previsão legal e que a falta de recolhimento de estimativas. Segundo o Acórdão recorrido, descabe a alegação da contribuinte no sentido de que a glosa de estimativas da apuração de saldo negativo representa dupla exigência à Recorrente decorrente do mesmo fato, pois o pagamento de estimativas deveria ter sido feito dentro do prazo legal, o que não teria ocorrido no presente caso, assim como não houve o adimplemento dos débitos confessados, a glosa do saldo negativo é consequência deste fato. Por isso, no entendimento da decisão de piso, não haveria como se manter o saldo negativo de parcelas constituintes que não estariam satisfeitas, porque a cobrança dos valores não pagos decorre de determinação legal, de forma que não haveria que se falar em dupla cobrança, já que uma vez adimplido o débito, este procedimento reflete na apuração do saldo negativo. Ocorre que, conforme apontado pela recorrente em sede de voluntário, embora a compensação tenha se dado de forma equivocada, uma vez que ao entregar a DCTF, a recorrente ao invés de simplesmente comparar o valor devido com o valor recolhido a título de estimativa e assim declarar somente o valor Fl. 66DF CARF MF Processo nº 13227.900652/200980 Acórdão n.º 1401002.531 S1C4T1 Fl. 5 4 devido, caso apurasse valor a maior do que o recolhido por estimativa, declarou o valor apurado como devido e apresentou PERD/DCOMP para compensálo. Considerando que as informações acima transcritas restam localizadas na DIPJ e LALUR, que apontam a base de cálculo da contribuição e os DARFs (fls.) devidamente pagos que originaram o crédito em discussão. Tratase, portanto, de erro de fato no preenchimento do PER aqui analisado, que não pode, sob hipótese alguma, refletir na glosa de estimativas já liquidadas, computadas na apuração do saldo negativo do IRPJ do período. Desta forma, tendo a Recorrente comprovado de maneira incontroversa que as estimativas mensais de outubro de 2006 foram liquidadas através da quitação antecipada autorizada pela Lei nº 13.043/2014 (Doc. 7 do RV), não pode ser mantida a redução do saldo negativo de 2004. Ademais, consolidando este entendimento, temos: SÚMULA CARF Nº 84: Pagamento indevido ou a maior a título de estimativa caracteriza indébito na data de seu recolhimento, sendo passível de restituição ou compensação. Diante de todo o exposto, voto no sentido de dar provimento ao Recurso Voluntário, para afastar a glosa das estimativas. Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º, 2º e 3º do art. 47, do Anexo II, do RICARF, voto por dar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Luiz Augusto de Souza Gonçalves. Fl. 67DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10935.900706/2008-41
Turma: Primeira Turma Extraordinária da Terceira Seção
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 12 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 06 00:00:00 UTC 2018
Numero da decisão: 3001-000.101
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a autoridade preparadora consulte seus sistemas de controle para fins de tecer a análise da DCTF competente, da ora recorrente, a fim de verificar se a competência informada como débito foi, ou não, declarada.
(assinado digitalmente)
Orlando Rutigliani Berri - Presidente
(assinado digitalmente)
Renato Vieira de Avila - Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Cavalcante.
Nome do relator: RENATO VIEIRA DE AVILA
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Resolvem os membros do colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento do recurso em diligência à Unidade de Origem, para que a autoridade preparadora consulte seus sistemas de controle para fins de tecer a análise da DCTF competente, da ora recorrente, a fim de verificar se a competência informada como débito foi, ou não, declarada. (assinado digitalmente) Orlando Rutigliani Berri Presidente (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Orlando Rutigliani Berri, Cleber Magalhães, Renato Vieira de Avila e Francisco Martins Cavalcante. Despacho Decisório Tratase de pedido de compensação declarada, na qual, o crédito analisado foi considerado insuficiente, em razão de ter sido utilizado para extinguir débito devidamente constituído. Na sequencia, o mencionado despacho houve por bem homologar apenas parcialmente a compensação. RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 09 35 .9 00 70 6/ 20 08 -4 1 Fl. 67DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 67 2 Manifestação de Inconformidade Diante do indeferimento de seu pedido de compensação, a recorrente busca apontar o motivo da existência de seu crédito. Pagamentos efetuados em atraso mas de forma espontânea A explicação para a existência do crédito posto em compensação, seria o pagamento realizado com a inclusão de valores, a título de multa, conforme demonstrado no DARF em questão. Tal pagamento ocorreu anterior a quaisquer atos de fiscalização por parte da autoridade fazendária, e acompanhado do devido pagamento de juros. Desta feita, estaria albergado pelo comando do artigo 138 do CTN. Em sua defesa, portanto, a recorrente alegou ter havido pagamento indevido, justamente pelo fato de ter recolhido valores de multa em pagamento espontâneo. Diante disto, teria o suposto crédito, com o qual pretende compensar débitos normalmente constituídos. Traz à tona, jurisprudência, inclusive do CARF e STJ. Ainda, evidencia dois requisitos para a obtenção do benefício, quais sejam, a confissão e o pagamento. Nega, por fim, a diferenciação entre multas punitivas e moratória. DRJ/CTA A manifestação de inconformidade foi assim ementada: Acórdão n.º 0629.766 3.ª Turma da DRJ/CTA ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 01/09/2002 a 31/09/2002 MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo. COMPENSAÇAO. CREDITO INEXISTENTE. DCOMP. NAO HOMOLOGAÇAO. Comprovado nos autos que o crédito informado como suporte para a compensação foi integralmente utilizado pela contribuinte na extinção de outros débitos, não se homologam as compensações requeridas. Em seu trecho de voto, destaca o fundamento de seu raciocínio, no sentido de atribuir, como leitura mais atenta do artigo 138 do CTN, um sentido não tão extensivo como pretende a contribuinte em sua defesa. Por isso, recorre à distinção entre penalidade de cunho punitivo, e a penalidade de cunho compensatório. admitir a literal aplicação do art. 138 do CTN no caso ora em exame equivaleria a admitir uma moratória geral e indiscriminada. Além do que, adotar uma interpretação extensiva de seus efeitos, no sentido de excluir a penalidade moratória, seria contrariar toda a legislação Fl. 68DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 68 3 tributária (...) o fato de a contribuinte antecipálo e mesmo declarálo não a exonera do recolhimento dos acréscimos moratórios previstos na legislação de regência, quando esse pagamento ocorrer intempestivamente, como no presente caso (o crédito mencionado no Per/Dcomp referese à multa incidente sobre tributo recolhido a destempo).. (...) podese inferir que não caracteriza espontaneidade qualquer iniciativa do sujeito passivo, contribuinte ou responsável, diferente do seu comparecimento ao órgão arrecadador para recolher 0 tributo, mediante o documento próprio, na forma das instruçoes da Receita Federal, com os acréscimos moratórios de que tratam a legislação de regência. Nesse contexto, não existe qualquer possibilidade legal de realizar a exclusão da aplicação da multa de mora de tributo recolhido em atraso, não sendo possível, portanto, reconhecer a existência de crédito, relativamente à multa de mora, do pagamento que foi indicado no Per/Dcomp Recurso Voluntário Em sua peça recursal a contribuinte, além de expor seus argumentos para legitimar a compensação levada a cabo, requereu o apensamento de 07 processos em razão de haver matéria conexa. Neste sentido, é no artigo 47 do RICARF que sustentou sua pretensão. Recurso Voluntário Após refazer breve histórico sobre os fatos ocorridos, adentrou o mérito repisando os argumentos apresentados em sua manifestação de inconformidade. Em resumo, trata a recorrente de alegar que houve pagamento a maior em razão de ter havido a inclusão de multa de mora em pagamento efetivado em sede de espontaneidade. Iresignouse em face do argumento jurídico esposado no acórdão vergastado, no sentido de impelir o raciocínio no qual a denúncia espontânea não se aplica em caso de multa de mora. Segrega os conceitos de multa de mora e multa de ofício, ressaltando que a exceção à denúncia espontânea cingese aos juros de mora. requer a correção do créditos advindos do pagamento indevido, pelos índices de Juros Selic. É o relatório. Voto Conselheiro Renato Vieira de Avila Relator O presente recurso voluntário insurgese em face da não homologação da compensação. Em sua defesa, trouxe o argumento da ocorrência de pagamento a maior, em função do recolhimento de valores a título de multa, em pagamento realizado de forma espontânea. Argumentos de Defesa no Recurso Voluntário Em breve síntese, foram apresentados, em sede de recurso, os seguintes argumentos: denúncia espontânea e a correção do suposto crédito pela Selic. Fl. 69DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 69 4 Fundamento Legal A discussão gira em torno da possibilidade de ser considerado como apto à incidência das normas previstas no artigo 138 do CTN, ou seja, o instituto da denúncia espontânea, ao fatos descritos no presente caso. Para tanto, neste item serão apontados os fundamentos legais invocados na presente decisão. Artigo 138 do CTN Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração Tal preceito legal foi objeto de julgamento em sede de Recurso Especial, sob n.º 1.149.022/SP, realizado sob o regime de recurso repetitivo, em conformidade com o artigo 543C do CPC/1973, o qual se transcreve abaixo, a fim de, posteriormente, ser analisado e confrontado com o presente julgamento. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ARTIGO 543C, DO CPC. TRIBUTÁRIO. IRPJ E CSLL. TRIBUTOS SUJEITOS A LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECLARAÇÃO PARCIAL DE DÉBITO TRIBUTÁRIO ACOMPANHADO DO PAGAMENTO INTEGRAL. POSTERIOR RETIFICAÇÃO DA DIFERENÇA A MAIOR COM A RESPECTIVA QUITAÇÃO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. EXCLUSÃO DA MULTA MORATÓRIA. CABIMENTO. 1. A denúncia espontânea resta configurada na hipótese em que o contribuinte, após efetuar a declaração parcial do débito tributário (sujeito a lançamento por homologação) acompanhado do respectivo pagamento integral, retifica a (antes de qualquer procedimento da Administração Tributária), noticiando a existência de diferença a maior, cuja quitação se dá concomitantemente 2. Deveras, a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ) (Precedentes da Primeira Seção submetidos ao rito do artigo 543C, do CPC: REsp 886.462/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008; e REsp 962.379/RS, Rel. Ministro Teori Albino Zavascki, julgado em 22.10.2008, DJe 28.10.2008). 3. É que "a declaração do contribuinte elide a necessidade da constituição formal do crédito, podendo este ser imediatamente inscrito em dívida ativa, tornandose exigível, independentemente de qualquer procedimento administrativo ou de notificação ao contribuinte" (REsp 850.423/SP, Rel. Ministro Castro Meira, Primeira Seção, julgado em 28.11.2007, DJ 07.02.2008) Fl. 70DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 70 5 4. Destarte, quando o contribuinte procede à retificação do valor declarado a menor (integralmente recolhido), elide a necessidade de o Fisco constituir o crédito tributário atinente à parte não declarada (e quitada à época da retificação), razão pela qual aplicável o benefício previsto no artigo 138, do CTN. 5. In casu, consoante consta da decisão que admitiu o recurso especial na origem (fls. 127/138): "No caso dos autos, a impetrante em 1996 apurou diferenças de recolhimento do Imposto de Renda Pessoa Jurídica e Contribuição Social sobre o Lucro, anobase 1995 e prontamente recolheu esse montante devido, sendo que agora, pretende ver reconhecida a denúncia espontânea em razão do recolhimento do tributo em atraso, antes da ocorrência de qualquer procedimento fiscalizatório. Assim, não houve a declaração prévia e pagamento em atraso, mas uma verdadeira confissão de dívida e pagamento integral, de forma que resta configurada a denúncia espontânea, nos termos do disposto no artigo 138, do Código Tributário Nacional." 6. Conseqüentemente, merece reforma o acórdão regional, tendo em vista a configuração da denúncia espontânea na hipótese sub examine. 7. Outrossim, forçoso consignar que a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte. 8. Recurso especial provido. Acórdão submetido ao regime do artigo 543C, do CPC, e da Resolução STJ 08/2008. (STJ; Resp 1.149.022; Relator: Ministro Luiz Fux; Data do julgamento: 09.06.2010) Em decorrência do mandamento previsto no artigo 543C do CPC, submetese, necessariamente, à prescrição exposta no RICARF/15, mais especificamente nos termos do §2º, do art. 62. Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. § 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática dos arts. 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 1973, ou dos arts. 1.036 a 1.041 da Lei nº 13.105, de 2015 Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. Tal entendimento, no qual os conselheiros deste CARF estão submetidos ao precedente exposto, está devidamente assentado pela Câmara Superior, conforme se denota de trechos da ementa trazida aos autos: Acórdão 9303006.588 ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Fl. 71DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 71 6 Período de apuração: 01/05/2001 a 31/05/2001 SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DECISÃO EM REGIME DE RECURSOS REPETITIVOS. CONSELHEIROS DO CARF. OBSERVAÇÃO. OBRIGATORIEDADE As decisões proferidas pelo Superior Tribunal de Justiça STJ em regime de recursos repetitivos deverão ser reproduzidas no julgamento do recurso apresentado pelo contribuinte, por força do disposto no artigo 62, § 2º, do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais Portaria 343/2015 e alterações. Fundamental, ao deslinde da questão, trazer aos autos a IN 126/1998. que regulamenta a entrega da DCTF IN 126/98 Art. 2o A partir do anocalendário de 1999, as pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas, deverão apresentar, trimestralmente, a DCTF, de forma centralizada, pela matriz. § 1o Para efeito do disposto nesta Instrução Normativa, serão considerados os trimestres encerrados, respectivamente, em 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário. § 2o A DCTF deverá ser entregue na unidade da Secretaria da Receita Federal SRF da jurisdição fiscal da pessoa jurídica, até o último dia útil da primeira quinzena do segundo mês subseqüente ao trimestre de ocorrência dos fatos geradores. DOS FATOS Neste ínterim resta esclarecer que, cingese o caso presente na discussão a respeito da ocorrência, ou não, dos eventos fáticos que disparam a incidência das normas reguladoras do instituto da Denúncia Espontânea. Para tanto, necessário esclarecer e evidenciar determinados fatos essenciais para o deslinde da questão posta. Foi apresentado, pela recorrente, DARF, datado de 02 de outubro de 2002, correspondente a pagamento tardio, correspondente à apuração de julho de 2002, extrapolando, portanto, o seu regular prazo de vencimento. Comentários sobre a DCTF Em conformidade com a IN 126/98, regulamentando a entrega da DCTF à época, notase pela leitura de seu artigo 2.º, que o envio ocorria trimestralmente, e, para fins da citada IN 126/98, o artigo mencionado considera o trimestre encerrado em 30 de setembro. Ainda, na leitura do regramento de entrega da DCTF, temse que o prazo limite para seu envio é "até o último dia útil da primeira quinzena do segundo mês subseqüente ao trimestre de ocorrência dos fatos geradores". Tendo o fato gerador ocorridos em julho de 2002, pertencente, portanto, ao terceiro trimestre, o prazo para entrega da DCTF fluiria a partir do encerramento deste terceiro trimestre, ou seja, 30 de setembro de 2002. Sendo o último dia útil da primeira quinzena do segundo mês subseqüente ao trimestre, conforme previsão legal, encerrouse a data para envio em 14 de novembro de 2002. temse nos autos, a respeito da DCTF compentente, apenas tabela referenciando sua data de entrega, em sede de Manifestação de Inconformidade. Conforme se verá adiante, Fl. 72DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 72 7 tal documente é imprescindível ao desfecho do julgamento, mormente frente aos requisitos trazidos em sede de recurso repetitivo. Desta forma, uma vez apresentados os fundamentos legais invocados, qual seja, o artigo 138 do CTN, cujo teor prescreve as regras para a aplicação do instituto da Denúncia Espontânea, e, também, brevemente expostos os motivos pela vinculação da interpretação do caso concreto, em razão do regime de recursos repetitivos previstos no CPC e respeitados pelo RICARF, iniciase a análise de mérito, não sem antes, expor a segmentação do raciocínio jurídico empreendido na leitura conjunta do artigo 138 e da decisão prolatada pelo STJ. MÉRITO O tema devolvido ao colegiado para análise e decisão, envolve a aplicação do instituto da denúncia espontânea, prevista no já transcrito artigo 138 do CTN, com a disciplina dada pelo REsp 1.149.022/SP, sob o regime repetitivo previsto no artigo 543C do CPC cumulado com o artigo 62, parágrafo segundo do RICARF. Neste sentido, mister fixar algumas premissas para o raciocínio. Inicialmente, tratase de tributo sujeito a lançamento por homologação, ou seja, no qual, dentre outras particularidades, o contribuinte tem o dever de antecipar informações à autoridade fazendária. Esta antecipação, se faz por meio das obrigações acessórias previstas legalmente no CTN, em artigos 112 e 113. Denúncia espontânea e lançamento por homologação O papel da DCTF A DCTF, prevista na IN 126/1998, é o veículo que introduz as normas individualizadas e concretas no ordenamento jurídico inclusive a respeito do pagamento do presente caso. Neste sentido, a decisão do STJ fixou como requisito para a ocorrência da denúncia espontânea, não haver tributo declarado pelo contribuinte. Em conformidade com tal orientação, transcrevese a ementa prolatada pela CSRF em maio de 2018: Acórdão 9303006.588 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. TRIBUTOS NÃO DECLARADOS EM DCTF. PAGAMENTO EM ATRASO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. OCORRÊNCIA. MULTA DE MORA. EXCLUSÃO. O instituto da denúncia espontânea aproveita àqueles que recolhem a destempo o tributo sujeito ao lançamento por homologação, nos casos em que não tenha havido prévia declaração do débito em Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais DCTF. O cerne da discussão está exemplarmente delineado no voto de lavra do Conselheiro Andrada Canuto Natal, que, em resumo descreve; a cognição lógico jurídica que remeteu à decisão tomada no acórdão paradigma revelase inteiramente contemplada na controvérsia de que aqui se trata, envolvendo a caracterização da denúncia espontânea nas situações em que o contribuinte recolhe em atraso o tributo sujeito ao lançamento por homologação, com ou sem a prévia declaração em DCTF. Fl. 73DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 73 8 Após analisar a dinâmica de subsunção da norma relativa ao instituto da denúncia espontânea, conclui: (...) o reconhecimento da espontaneidade não guarda relação com a apresentação de DCTF posteriormente retificada, nem com o pagamento parcial, mas, exclusivamente, com o pagamento do débito em data anterior à (...) declaração do sujeito passivo informando o tributo devido. A seguir na leitura de seu voto, o relator mencionado destaca que: A intelecção induvidosa da decisão acima transcrita é no sentido de que o pagamento que não fora previamente declarado em DCTF está albergado pela denúncia espontânea quando pago antes de qualquer procedimento fiscal. E também: Acórdão nº 9303002.770, 3ª Turma ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES DE CRÉDITO, CÂMBIO E SEGUROS OU RELATIVAS A TÍTULOS OU VALORES MOBILIÁRIOS IOF. RECURSO ESPECIAL. MULTA DE MORA. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. SÚMULA 360 DO STJ. APLICAÇÃO DO ARTIGO 62A DO RICARF. MATÉRIA JULGADA NA SISTEMÁTICA DE RECURSO REPETITIVO PELO STJ. Nos termos do artigo 62A do Regimento Interno do CARF, as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional, na sistemática prevista pelos artigos 543B e 543C da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, Código de Processo Civil, deverão ser reproduzidas pelos conselheiros no julgamento dos recursos no âmbito do CARF. No presente caso, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, em julgamento realizado na sistemática do artigo 543C do Código de Processo Civil, acolheu a tese de que a denúncia espontânea não resta caracterizada, com a conseqüente exclusão da multa moratória, nos casos de tributos sujeitos a lançamento por homologação declarados pelo contribuinte e recolhidos fora do prazo de vencimento, à vista ou parceladamente, ainda que anteriormente a qualquer procedimento do Fisco (Súmula 360/STJ). A contrario sensu, portanto, o Egrégio Superior Tribunal de Justiça acolheu a tese da aplicação da denúncia espontânea na hipótese de pagamento a destempo sem que tenha sido realizada declaração prévia do contribuinte." Desta forma, resta evidenciado que a interpretação posta ao caso, deverá estar submetida ao limite objetivo construído pela jurisprudência do STJ e da CSRF deste CARF. Hipótese Configuradora da Denúncia Espontânea O pagamento integral acompanhado de juros a anterioridade quanto a quaisquer atos ou procedimento fiscalizatórios da autoridade fazendária. Fl. 74DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 74 9 Multas moratórias e punitivas Para o julgamento do caso, necessário se faz superar a discussão a respeito da aplicação da denúncia espontânea em caso de multa moratória. Isto porque, o raciocínio pautado na inaplicabilidade da denúncia espontânea às multas de caráter moratório foi o fio condutor do acórdão sob vergasta. Como se pode observar, o assunto encontrase pacificado no sentido da possibilidade da denuncia espontânea em caso de multa de mora. Nas Turmas Ordinárias, prevalece o mesmo entendimento, conforme se segue: Acórdão nº 3201003.745 DENÚNCIA ESPONTÂNEA. PAGAMENTO DO TRIBUTO DEVIDO COM JUROS DE MORA. INEXIGIBILIDADE DE MULTA MORATÓRIA. De acordo com a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça STJ está consolidado, em modo repetitivo, o entendimento de que "a sanção premial contida no instituto da denúncia espontânea exclui as penalidades pecuniárias, ou seja, as multas de caráter eminentemente punitivo, nas quais se incluem as multas moratórias, decorrentes da impontualidade do contribuinte" (REsp 1.149.022/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, Primeira Seção, DJe 24/06/2010). Efetuado o pagamento do tributo pelo contribuinte, depois de vencido, mas antes de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização por parte do Fisco, acrescido dos juros de mora, a multa moratória deve ser excluída em razão da denúncia espontânea. Da proposta de Diligência Diante ao caso exposto, temse que se trata de definir a aplicação do conteúdo normativo previsto no artigo 138 do CTN, em conformidade com o disposto no julgamento repetitivo retro mencionado. Neste sentido, verificouse que a construção jurisprudencial do STJ e deste CARF, definem como limite à concessão da denúncia espontânea a ocorrência de declaração por parte do contribuinte, em sua DCTF. Caso tenha declarado o débito relativo multa de mora, terá constituído, em favor da autoridade fazendária, o crédito tributário, inviabilizando, assim, a aplicação do instituto. Desta forma, temse o seguinte trâmite temporal. Em julho de 2002, houve a apuração do tributo em questão, dentro, portanto, do terceiro trimestre anual, a encerrarse em 30 de setembro. Aplicando o comando do artigo 2.º da IN 126/1998, a data limite para a apresentação da DCTF seria 14 de novembro de 2002. Em tendo sido realizado o pagamento, conforme se denota do DARF acostado aos autos, com data de 02 de outubro de 2002, temse que tal pagamento seria retratado na DCTF a ser entregue em 14 de novembro de 2002. A meu ver, é necessário verificar como o contribuinte informou na DCTF competente, o respectivo lançamento da multa de mora. Fl. 75DF CARF MF Processo nº 10935.900706/200841 Resolução nº 3001000.101 S3C0T1 Fl. 75 10 Para a correta aplicação do instituto da Denúncia Espontânea, prevista no artigo 138 do CTN, e conforme preceituado anteriormente nos julgados supra transcritos, necessária a satisfação de dois requisitos: não ter sido declarado o débito até a data da entrega da Per Dcomp para tanto, há a necessidade de verificação na DCTF e; não ter havido nenhum procedimento fiscalizatório até o momento da confissão. Este segundo requisito, a meu ver, satisifeito. Conclusão Diante do exposto, proponho, como acima transcrito, a conversão do julgamento em diligência, a fim de que a autoridade preparadora consulte seus sistemas de controle para fins de tecer a análise da DCTF competente, da ora recorrente a fim de verificar se a competência informada como débito foi, ou não, declarada. Caso entenda necessário, intime a recorrente a comparecer nos autos a fim de comprovar a veracidade das alegações. Posteriormente, a autoridade incumbida da diligência deverá elaborar relatório, pormenorizado e conclusivo das análises levadas a efeito e do seu reflexo na PER/DCOMP apresentada. Na sequência o contribuinte deverá ser intimado para que, no prazo regulamentar, caso entenda conveniente, adite seu recurso voluntário, somente quanto à matéria decorrente da diligência. Por fim, devolva os autos para este CARF, para julgamento. (assinado digitalmente) Renato Vieira de Avila Fl. 76DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13653.720114/2015-21
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2009
IRPF. RECURSO VOLUNTÁRIO INTEMPESTIVO.
Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão.
Numero da decisão: 2002-000.177
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário.
(assinado digitalmente)
Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente
(assinado digitalmente)
Thiago Duca Amoni - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
Nome do relator: THIAGO DUCA AMONI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Cláudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente (assinado digitalmente) Thiago Duca Amoni - Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, Fábia Marcília Ferreira Campelo, Thiago Duca Amoni e Virgílio Cansino Gil.
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score : 1.0
Numero do processo: 18192.000247/2007-66
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Thu May 24 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Mon Aug 06 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/1999 a 31/07/2006
APLICAÇÃO DE PENALIDADE. PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009.
Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta.
O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo.
Numero da decisão: 9202-006.934
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar-lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplica-se o decidido no julgamento do processo 19647.007683/2007-33, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado.
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Presidente em Exercício e Relatora
Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício).
Nome do relator: MARIA HELENA COTTA CARDOZO
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PRINCÍPIO DA RETROATIVIDADE BENIGNA. LEI Nº 8.212/1991, COM A REDAÇÃO DADA PELA MP 449/2008, CONVERTIDA NA LEI Nº 11.941/2009. PORTARIA PGFN/RFB Nº 14 DE 04 DE DEZEMBRO DE 2009. Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, antes de tudo, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto que sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. O cálculo da penalidade deve ser efetuado em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, se mais benéfico para o sujeito passivo. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em darlhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos. Portanto, aplicase o decidido no julgamento do processo 19647.007683/200733, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Presidente em Exercício e Relatora AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 18 19 2. 00 02 47 /2 00 7- 66 Fl. 1034DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 3 2 Participaram do presente julgamento os Conselheiros Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Patrícia da Silva, Heitor de Souza Lima Junior, Ana Paula Fernandes, Pedro Paulo Pereira Barbosa, Ana Cecília Lustosa da Cruz, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Maria Helena Cotta Cardozo (Presidente em Exercício). Relatório Contra o contribuinte foi lavrado o presente auto de infração para cobrança de contribuições previdenciárias destinadas à Seguridade Social. Após o trâmite processual, a turma a quo deu provimento parcial ao recurso voluntário do Contribuinte para determinar o recálculo da multa aplicada haja vista alterações promovidas na redação da Lei nº 8.212/1991. Inconformada com o resultado do julgamento, a Fazenda Nacional interpôs Recurso Especial cujo objeto é a discussão acerca da aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. Cientificado, o sujeito passivo apresentou contrarrazões. É o relatório. Voto Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Relatora Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202006.915, de 19/04/2018, proferido no julgamento do processo 19647.007683/200733, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto proferido naquela decisão, quanto à admissibilidade e quanto ao mérito (Acórdão 9202006.915): Fl. 1035DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 4 3 "O recurso preenche os pressuposto de admissibilidade razão pela qual deve ser conhecido. A controvérsia levantada pela Fazenda Nacional é relativa às penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP nº 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009, quando mais benéfica ao sujeito passivo. A solução do litígio decorre do disposto no artigo 106, inciso II, alínea “a” do CTN, a seguir transcrito: Art. 106. A lei aplicase a ato ou fato pretérito: I em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados; II tratandose de ato não definitivamente julgado: a) quando deixe de definilo como infração; b) quando deixe de tratálo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática. (grifos acrescidos) De início, cumpre registrar que a Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), de forma unânime pacificou o entendimento de que na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre dispositivos, percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Assim, a multa de mora prevista no art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, não é aplicável quando realizado o lançamento de ofício, conforme consta do Acórdão nº 9202004.262 (Sessão de 23 de junho de 2016), cuja ementa transcrevese: AUTO DE INFRAÇÃO OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA MULTA APLICAÇÃO NOS LIMITES DA LEI 8.212/91 C/C LEI 11.941/08 APLICAÇÃO DA MULTA MAIS FAVORÁVEL RETROATIVIDADE BENIGNA NATUREZA DA MULTA APLICADA. A multa nos casos em que há lançamento de obrigação principal lavrados após a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, mesmo que referente a fatos geradores anteriores a publicação da referida lei, é de ofício. AUTO DE INFRAÇÃO DE OBRIGAÇÃO PRINCIPAL E ACESSÓRIA COMPARATIVO DE MULTAS APLICAÇÃO DE PENALIDADE. RETROATIVIDADE BENIGNA. Fl. 1036DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 5 4 Na aferição acerca da aplicabilidade da retroatividade benigna, não basta a verificação da denominação atribuída à penalidade, tampouco a simples comparação entre percentuais e limites. É necessário, basicamente, que as penalidades sopesadas tenham a mesma natureza material, portanto sejam aplicáveis ao mesmo tipo de conduta. Se as multas por descumprimento de obrigações acessória e principal foram exigidas em procedimentos de ofício, ainda que em separado, incabível a aplicação retroativa do art. 32A, da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009, eis que esta última estabeleceu, em seu art. 35 A, penalidade única combinando as duas condutas. A legislação vigente anteriormente à Medida Provisória nº 449, de 2008, determinava, para a situação em que ocorresse (a) recolhimento insuficiente do tributo e (b) falta de declaração da verba tributável em GFIP, a constituição do crédito tributário de ofício, acrescido das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5º, ambos da Lei nº 8.212, de 1991, respectivamente. Posteriormente, foi determinada, para essa mesma situação (falta de pagamento e de declaração), apenas a aplicação do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, que faz remissão ao art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996. Portanto, para aplicação da retroatividade benigna, resta necessário comparar (a) o somatório das multas previstas nos arts. 35, II, e 32, § 5º, ambos da Lei n° 8.212, de 1991, e (b) a multa prevista no art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991. A comparação de que trata o item anterior tem por fim a aplicação da retroatividade benigna prevista no art. 106 do CTN e, caso necessário, a retificação dos valores no sistema de cobrança, a fim de que, em cada competência, o valor da multa aplicada no AIOA somado com a multa aplicada na NFLD/AIOP não exceda o percentual de 75%. Prosseguindo na análise do tema, também é entendimento pacífico deste Colegiado que na hipótese de lançamento apenas de obrigação principal, a retroatividade benigna será aplicada se, na liquidação do acórdão, a penalidade anterior à vigência da MP 449, de 2008, ultrapassar a multa do art. 35A da Lei nº 8.212/91, correspondente aos 75% previstos no art. 44 da Lei nº 9.430/96. Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela MP 449 (convertida na Lei 11.941, de 2009), tenham sido aplicadas isoladamente descumprimento de obrigação acessória sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, bem assim no caso de competências em que o lançamento da obrigação principal tenha sido atingida pela decadência. Neste sentido, transcrevese excerto do voto unânime proferido no Acórdão nº 9202004.499: Até a edição da MP 449/2008, quando realizado um procedimento fiscal, em que se constatava a existência de débitos Fl. 1037DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 6 5 previdenciários, lavravase em relação ao montante da contribuição devida, notificação fiscal de lançamento de débito NFLD. Caso constatado que, além do montante devido, descumprira o contribuinte obrigação acessória, ou seja, obrigação de fazer, como no caso de omissão em GFIP (que tem correlação direta com o fato gerador), a empresa era autuada também por descumprimento de obrigação acessória. Nessa época os dispositivos legais aplicáveis eram multa art. 35 para a NFLD (24%, que sofria acréscimos dependendo da fase processual do débito) e art. 32 (100% da contribuição devida em caso de omissões de fatos geradores em GFIP) para o Auto de infração de obrigação acessória. Contudo, a MP 449/2008, convertida na lei 11.941/2009, inseriu o art. 32A, o qual dispõe o seguinte: “Art. 32A. O contribuinte que deixar de apresentar a declaração de que trata o inciso IV do caput do art. 32 desta Lei no prazo fixado ou que a apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentála ou a prestar esclarecimentos e sujeitarse á às seguintes multas: I – de R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de 10 (dez) informações incorretas ou omitidas; e II – de 2% (dois por cento) ao mêscalendário ou fração, incidentes sobre o montante das contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o disposto no § 3º deste artigo. § 1º Para efeito de aplicação da multa prevista no inciso II do caput deste artigo, será considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega da declaração e como termo final a data da efetiva entrega ou, no caso de não apresentação, a data da lavratura do auto de infração ou da notificação de lançamento. § 2º Observado o disposto no § 3o deste artigo, as multas serão reduzidas: I – à metade, quando a declaração for apresentada após o prazo, mas antes de qualquer procedimento de ofício; ou II – a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo fixado em intimação. § 3º A multa mínima a ser aplicada será de: I – R$ 200,00 (duzentos reais), tratandose de omissão de declaração sem ocorrência de fatos geradores de contribuição previdenciária; e II – R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.” Fl. 1038DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 7 6 Entretanto, a MP 449, Lei 11.941/2009, também acrescentou o art. 35A que dispõe o seguinte: “Art. 35A. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas no art. 35 desta Lei, aplicase o disposto no art. 44 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro de 1996.” O inciso I do art. 44 da Lei 9.430/96, por sua vez, dispõe o seguinte: “Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas: I de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de declaração inexata;" Com a alteração acima, em caso de atraso, cujo recolhimento não ocorrer de forma espontânea pelo contribuinte, levando ao lançamento de ofício, a multa a ser aplicada passa a ser a estabelecida no dispositivo acima citado, ou seja, em havendo lançamento da obrigação principal (a antiga NFLD), aplicase multa de ofício no patamar de 75%. Essa conclusão levanos ao raciocínio que a natureza da multa, sempre que existe lançamento, referese a multa de ofício e não a multa de mora referida no antigo art. 35 da lei 8212/91. Contudo, mesmo que consideremos que a natureza da multa é de "multa de ofício" não podemos isoladamente aplicar 75% para as Notificações Fiscais NFLD ou Autos de Infração de Obrigação Principal AIOP, pois estaríamos na verdade retroagindo para agravar a penalidade aplicada. Por outro lado, com base nas alterações legislativas não mais caberia, nos patamares anteriormente existentes, aplicação de NFLD + AIOA (Auto de Infração de Obrigação Acessória) cumulativamente, pois em existindo lançamento de ofício a multa passa a ser exclusivamente de 75%. Tendo identificado que a natureza da multa, sempre que há lançamento, é de multa de ofício, considerando o princípio da retroatividade benigna previsto no art. 106. inciso II, alínea “c”, do Código Tributário Nacional, há que se verificar a situação mais favorável ao sujeito passivo, face às alterações trazidas. No presente caso, foi lavrado AIOA julgada, e alvo do presente recurso especial, prevaleceu o valor de multa aplicado nos moldes do art. 32A. No caso da ausência de informação em GFIP, conforme descrito no relatório a multa aplicada ocorreu nos termos do art. 32, inciso IV, § 5º, da Lei nº 8.212/1991 também revogado, o qual previa uma multa no valor de 100% (cem por cento) da contribuição não declarada, limitada aos limites previstos no § 4º do mesmo artigo. Fl. 1039DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 8 7 Face essas considerações para efeitos da apuração da situação mais favorável, entendo que há que se observar qual das seguintes situações resulta mais favorável ao contribuinte: · Norma anterior, pela soma da multa aplicada nos moldes do art. 35, inciso II com a multa prevista no art. 32, inciso IV, § 5º, observada a limitação imposta pelo § 4º do mesmo artigo, ou · Norma atual, pela aplicação da multa de setenta e cinco por cento sobre os valores não declarados, sem qualquer limitação, excluído o valor de multa mantido na notificação. Levando em consideração a legislação mais benéfica ao contribuinte, conforme dispõe o art. 106 do Código Tributário Nacional (CTN), o órgão responsável pela execução do acórdão deve, quando do trânsito em julgado administrativo, efetuar o cálculo da multa, em cada competência, somando o valor da multa aplicada no AI de obrigação acessória com a multa aplicada na NFLD/AIOP, que não pode exceder o percentual de 75%, previsto no art. 44, I da Lei n° 9.430/1996. Da mesma forma, no lançamento apenas de obrigação principal o valor das multa de ofício não pode exceder 75%. No AI de obrigação acessória, isoladamente, o percentual não pode exceder as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Observese que, no caso de competências em que a obrigação principal tenha sido atingida pela decadência (pela antecipação do pagamento nos termos do art. 150, § 4º, do CTN), subsiste a obrigação acessória, isoladamente, relativa às mesmas competências, não atingidas pela decadência posto que regidas pelo art. 173, I, do CTN, e que, portanto, deve ter sua penalidade limitada ao valor previsto no artigo 32A da Lei nº 8.212, de 1991. Cumpre ressaltar que o entendimento acima está em consonância com o que dispõe a Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009, alterada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027 em 22/04/2010, e no mesmo diapasão do que estabelece a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009, que contempla tanto os lançamentos de obrigação principal quanto de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente. Neste passo, para os fatos geradores ocorridos até 03/12/2008, a autoridade responsável pela execução do acórdão, quando do trânsito em julgado administrativo, deverá observar a Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 que se reporta à aplicação do princípio da retroatividade benigna previsto no artigo 106, inciso II, alínea “c”, do CTN, em face das penalidades aplicadas às contribuições previdenciárias nos lançamentos de obrigação principal e de obrigação acessória, em conjunto ou isoladamente, previstas na Lei nº 8.212/1991, com as alterações promovidas pela MP 449/2008, convertida na Lei nº 11.941/2009. De fato, as disposições da referida Portaria, Fl. 1040DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 9 8 a seguir transcritas, estão em consonância com a jurisprudência unânime desta 2ª Turma da CSRF sobre o tema: Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009 Art. 1º A aplicação do disposto nos arts. 35 e 35A da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009, às prestações de parcelamento e aos demais débitos não pagos até 3 de dezembro de 2008, inscritos ou não em Dívida Ativa, cobrados por meio de processo ainda não definitivamente julgado, observará o disposto nesta Portaria. Art. 2º No momento do pagamento ou do parcelamento do débito pelo contribuinte, o valor das multas aplicadas será analisado e os lançamentos, se necessário, serão retificados, para fins de aplicação da penalidade mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 Código Tributário Nacional (CTN). § 1º Caso não haja pagamento ou parcelamento do débito, a análise do valor das multas referidas no caput será realizada no momento do ajuizamento da execução fiscal pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN). § 2º A análise a que se refere o caput darseá por competência. § 3º A aplicação da penalidade mais benéfica na forma deste artigo darseá: I mediante requerimento do sujeito passivo, dirigido à autoridade administrativa competente, informando e comprovando que se subsume à mencionada hipótese; ou II de ofício, quando verificada pela autoridade administrativa a possibilidade de aplicação. § 4º Se o processo encontrarse em trâmite no contencioso administrativo de primeira instância, a autoridade julgadora fará constar de sua decisão que a análise do valor das multas para verificação e aplicação daquela que for mais benéfica, se cabível, será realizada no momento do pagamento ou do parcelamento. Art. 3º A análise da penalidade mais benéfica, a que se refere esta Portaria, será realizada pela comparação entre a soma dos valores das multas aplicadas nos lançamentos por descumprimento de obrigação principal, conforme o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e de obrigações acessórias, conforme §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, e da multa de ofício calculada na forma do art. 35A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009. § 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º e 5º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas isoladamente, sem a Fl. 1041DF CARF MF Processo nº 18192.000247/200766 Acórdão n.º 9202006.934 CSRFT2 Fl. 10 9 imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32A da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. § 2º A comparação na forma do caput deverá ser efetuada em relação aos processos conexos, devendo ser considerados, inclusive, os débitos pagos, os parcelados, os nãoimpugnados, os inscritos em Dívida Ativa da União e os ajuizados após a publicação da Medida Provisória nº 449, de 3 de dezembro de 2008. Art. 4º O valor das multas aplicadas, na forma do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, sobre as contribuições devidas a terceiros, assim entendidas outras entidades e fundos, deverá ser comparado com o valor das multa de ofício previsto no art. 35A daquela Lei, acrescido pela Lei nº 11.941, de 2009, e, caso resulte mais benéfico ao sujeito passivo, será reduzido àquele patamar. Art. 5º Na hipótese de ter havido lançamento de ofício relativo a contribuições declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à Previdência Social (GFIP), a multa aplicada limitarseá àquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009. Diante do exposto, voto por dar provimento ao recurso da Fazenda Nacional para determinar que a multa seja aplicada nos termos em que fixado pela Portaria PGFN/RFB nº 14 de 04 de dezembro de 2009." Aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, nos termos dos §§ 1º e 2º do art. 47 do RICARF, voto em conhecer do Recurso Especial e, no mérito, em dar lhe provimento, para que a retroatividade benigna seja aplicada em conformidade com a Portaria PGFN/RFB nº 14, de 2009. (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 1042DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10932.000198/2009-19
Turma: Segunda Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Tue May 08 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Aug 16 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/06/2004 a 28/02/2005
INTEMPESTIVIDADE CARACTERIZADA. RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO.
Não se conhece do recurso apresentado após o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão de primeira instância.
Efetiva-se a ciência do contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, o que ocorrer primeiro.
Numero da decisão: 2202-004.399
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade.
(assinado digitalmente)
Ronnie Soares Anderson Presidente e Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo (suplente convocada), Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil (suplente convocado), Ronnie Soares Anderson (Presidente).
Ausente, justificadamente, o conselheiro Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho.
Nome do relator: RONNIE SOARES ANDERSON
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RECURSO VOLUNTÁRIO NÃO CONHECIDO. Não se conhece do recurso apresentado após o prazo de trinta dias contados da ciência da decisão de primeira instância. Efetivase a ciência do contribuinte através do Domicílio Tributário Eletrônico por decurso de prazo, que ocorre quinze dias após a disponibilização da intimação no DTE, ou no dia da abertura do documento, o que ocorrer primeiro. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do recurso por intempestividade. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson – Presidente e Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Rosy Adriane da Silva Dias, Martin da Silva Gesto, Waltir de Carvalho, Junia Roberta Gouveia Sampaio, Fabia Marcilia Ferreira Campelo (suplente convocada), Dilson Jatahy Fonseca Neto, Virgilio Cansino Gil (suplente convocado), Ronnie Soares Anderson (Presidente). Ausente, justificadamente, o conselheiro Paulo Sergio Miranda Gabriel Filho. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 93 2. 00 01 98 /2 00 9- 19 Fl. 1176DF CARF MF 2 Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática dos Recursos Repetitivos prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018, proferido no âmbito do processo n° 10932.000179/200984, paradigma deste julgamento. Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária "Tratase de recurso voluntário interposto contra acórdão de Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, que julgou a impugnação improcedente. Conforme Relatório Fiscal, a fiscalização foi comandada para fins de verificação da regularidade do recolhimento das contribuições previdenciárias e devidas a outras entidades e fundos. Após intimada e reintimada a apresentar a Contabilidade por Centro de Custo/individualizada por obra, a empresa não a apresentou, o que levou a auditoria a efetuar o lançamento por aferição indireta nos termos do art. 33, §6º, da Lei nº 8.212/91 e do art. 473 da IN 03/2005 e alterações posteriores. Os autos de Infração lavrados no procedimento fiscal foram discriminados pela fiscalização na seguinte planilha: DEBCAD N° LEVANTAMENTO REFERENTE REF. AO ESTABELECIMENTO 37.227.3645 Auto de Infração por falta de Matrícula CEI 56.473.317/000108 37.227.3653 Auto de Infração por Deixar de contabilizar em Títulos próprios 56.473.317/000108 37.227.3661 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.367 0 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.3688 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 186 70.000.52148/71 37.227.3696 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3700 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3718 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 220 50.022.27566/71 37.227.3726 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 232 50.022.27644/77 37.227.3734 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 232 50.022.27644/77 37.227.3742 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Oora 232 50.022.27644/77 37.227.3750 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3769 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3777 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 233 50.022.27538/76 37.227.3785 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 234 50.025.43828/73 37.227.3793 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3807 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3815 Auto de Infração de Emp/RAT reforente a Obra 240 50.022.27455/79 37.227.3823 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3831 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3840 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 243 50.011.88359/75 37.227.3858 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.3866 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.3874 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 244 70.000.52155/71 37.227.388 2 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 251 G 50.022.22636/70 Fl. 1177DF CARF MF Processo nº 10932.000198/200919 Acórdão n.º 2202004.399 S2C2T2 Fl. 3 3 37.227.3890 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 251 G 50.022.22636/70 37.227.3904 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 251G 50.022.22636/70 37.227.3912 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.227.3920 Auto de Infração tíc Terceiros referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.227.3939 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 252 70.000.52167/72 37.231.6220 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.6239 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.621/ Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 254 50.024.17099/73 37.231.6255 Auto de Infração dc Segurados referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6263 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6271 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 255 50.024.19184/76 37.231.6280 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 256 50.025.43742/79 37.231.6298 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6301 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6310 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 900.34 70.000.52152/74 37.231.6328 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 3/.231.6336 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 37.231.6344 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 250.01 70.000.52150/79 37.231.6352 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6360 Auto de Infração de Terceiros referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6379 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 250.03 G 70.000.52161/78 37.231.6387 Auto de Infração de Segurados referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6395 Auto de In'ração de Terceiros referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6409 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Obra 231 G 70.000.52163/73 37.231.6417 Auto de Infração de Segurados referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 37.231.6425 Auto de Infração de Terceiros referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 3/.231.6433 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Serviços da Emparsanco 56.473.317/000108 37.231.6441 Auto de Infração de Terceiros referente a Serviços da Giagui 56.473.317/000108 37.231.6450 Auto de Infração de Emp/RAT referente a Serviços da Giagui 56.473.317/000108 Cientificado da autuação a recorrente apresentou impugnação alegando, em síntese, a improcedência e incorreção da aferição indireta. Diante das alegações da recorrente a autoridade julgadora de primeira instância, converteu o julgamento em diligência, a fim de que a fiscalização se pronunciasse sobre os argumentos levantados pela defesa. No resultado da diligência a fiscalização se manifestou sobre todos os processos gerados no procedimento fiscal, listando os seguintes: 10932.000171/200918 10932.000187/200921 10932.000205/200974 10932.000172/200962 10932.000190/200944 10932.000206/200919 10932.000173/200915 10932.000192/200933 10932.000207/200963 10932.000174/200951 10932.000189/200910 10932.000208/200916 10932.000175/200904 10932.000191/200999 10932.000209/200952 10932.000177/200995 10932.000193/200988 10932.000210/200987 10932.000176/200941 10932.000194/200922 10932.000211/200921 10932.000178/200930 10932.000197/200966 10932.000212/200976 Fl. 1178DF CARF MF 4 10932.000180/200917 10932.000200/200941 10932.000213/200911 10932.000179/200984 10932.000195/200977 10932.000214/200965 10932.000181/200953 10932.000196/200911 10932.000215/200918 10932.000183/200942 10932.000198/200919 10932.000217/200907 10932.000182/200906 10932.000199/200955 10932.000218/200943 10932.000184/200997 10932.000202/200931 10932.000219/200998 10932.000186/200986 10932.000204/200920 10932.000220/200912 10932.000185/200931 10932.000201/200996 10932.000221/200967 10932.000188/200975 10932.000203/200985 10932.000222/200910 10932.000223/200956 A auditoria reafirmou a procedência do lançamento por aferição indireta, de cujo Termo de Constatação extraio os seguintes trechos: “Ora, se a empresa possui controles analíticos de salários, se possui controles contábeis para identificação individual dos lançamentos dos encargos previdenciários, isto não foi demonstrado nem no momento da fiscalização e muito menos na documentação anexada como meio de prova, nesta fase de defesa administrativa, Todos os documentos apresentados nesta fase se referem a VALORES GLOBAIS, como o resumo da folha de pagamento GERAL e os tais relatórios de composição contábil, como detalharemos mais abaixo. Portanto, em nenhum momento desta defesa, o contribuinte conseguiu provar a contabilização em títulos próprios, por obra de construção civil, dos fatos geradores previdenciários, conforme prega o art. 32 da lei 8.212/91.” A recorrente apresentou contrarrazões ao resultado da diligência, reafirmando a improcedência do lançamento. A impugnação foi julgada improcedente pela Delegacia de Julgamento da Receita Federal do Brasil, cujo resultado foi levado à ciência da recorrente por meio da disponibilização na Caixa Postal, Módulo eCAC do Site da Receita Federal. Após ciência por meio da abertura dos arquivos disponibilizados, via Termo de Abertura de Documento, não houve manifestação dentro do prazo que teria para apresentação de Recurso Voluntário. Diante disso, lavrouse o respectivo Termo de Perempção e o processo foi encaminhado à PGFN. Nessa fase, passados mais de 100 (cem) dias desde a data da ciência do Acórdão da DRJ, pelo contribuinte, este protocolizou recurso voluntário em face da Decisão de 1ª Instância Administrativa. O processo, então, retornou à fase administrativa para apreciação do recurso interposto, no qual se alega, em síntese: · Tempestividade. Admissibilidade do recurso. · Alteração da forma de intimação de meio papel para digital sem autorização do recorrente. · Falta de comprovação da intimação do resultado do julgamento de primeira instância. · Vícios do procedimento fiscal e vícios da autuação. Fl. 1179DF CARF MF Processo nº 10932.000198/200919 Acórdão n.º 2202004.399 S2C2T2 Fl. 4 5 Por fim, requereu o Recorrente o cancelamento da inscrição em dívida ativa e o retorno ao trâmite administrativo, para declaração de nulidade do auto de infração. É o relatório." Voto Conselheiro Ronnie Soares Anderson – Relator. Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018, proferido no julgamento do processo n° 10932.000179/200984, paradigma ao qual o presente processo encontrase vinculado. Transcrevese, a seguir, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o inteiro teor do voto condutor proferido pela Conselheira Rosy Adriane da Silva Dias, digna relatora da susodita decisão paradigma, reprisese, Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária, de 08 de maio de 2018: Acórdão nº 2202004.377 2ª Câmara/2ª Turma Ordinária "O Recurso Voluntário é intempestivo, o que prejudica sua admissibilidade. Primeiramente, informo que a matéria tratada nos autos é a mesma discutida nos processos nº 10932.000187/200921, 10932.000190/200944, 10932.000192/200933, originados do mesmo procedimento fiscal, conforme relatado anteriormente, e que já foram julgados pelo CARF em 08/03/2016, tendo sido exarados os acórdãos nº 2201002.966, 2201002.965, 2201 002.964, respectivamente. Conforme relatórios constantes nos acórdãos citados, os processos foram baixados em diligência, a fim de que fosse comprovada a opção do recorrente pelo Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), conforme trecho extraído do Acórdão nº 2201 002.966 (processo 10932.000187/200921): “O processo baixou em diligência para comprovar a opção do contribuinte pelo Domicílio Tributário Eletrônico DTE, apresentar as normas e condições de sua utilização e confirmar a data de entrada do Recurso Voluntário na Receita Federal. A DERAT/SP informou que a empresa realizou a opção pelo DTE em 13/01/2012 e em 27/08/2012, anexou tela com as orientações sobre o funcionamento do DTE na Caixa Postal do eCAC e confirmou o de recebimento do Recurso Voluntário pela Receita Federal em 05/08/2013. Fl. 1180DF CARF MF 6 Conforme fl. 1368 foi solicitada Apuração Especial pelo SERPRO, cujo resultado encontrase nas fls. 13691373 e comprova que o contribuinte de CNPJ 56.473.317/00001 08 (NI logado e NI papel) realizou a opção pelo DTE no dia 13/01/2012 e no dia 27/08/2012. De acordo com o despacho do SETEC, fl. 1366, foi anexada a tela na fl. 1365 com as orientações sobre o funcionamento do DTE na Caixa Postal do eCAC Considerandose na fl. 1336 (última do Recurso Voluntário) a menção ao recebimento dos documentos naquela data, cujo carimbo está na fl. 1262 (primeira do Recurso Voluntário), além da Tela do Histórico de eventos no SICOB, na JL1374 (campo data do Evento Recurso Voluntário), compreendese que a data de recebimento do Recurso Voluntário pela Receita Federal foi em 05/08/2013.” Restou comprovado, por meio de diligência naqueles processos, que a recorrente fez opção pelo DTE, o que levou o Colegiado de segunda instância a não conhecer dos recursos, conforme dispositivos dos acórdãos citados: "ACORDAM os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, não conhecer do recurso, por intempestivo.". Diante da informação exarada nos acórdãos citados, a qual aproveito para análise do presente processo, entendo que a ciência do resultado do julgamento de primeira instância se deu pela Abertura dos Arquivos correspondentes no link Processo Digital, disponibilizados no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (Portal eCAC), por meio da opção Consulta Comunicados/Intimações, conforme Termo de Abertura de Documentos, nos termos da alínea "b" do inciso III do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto 70.235/72 (PAF): “Art. 23. Farseá a intimação: [...] III por meio eletrônico, com prova de recebimento, mediante: (Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005) a) envio ao domicílio tributário do sujeito passivo; ou (Incluída pela Lei nº 11.196, de 2005) [...] § 2° Considerase feita a intimação: [...] III se por meio eletrônico: (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) a) 15 (quinze) dias contados da data registrada no comprovante de entrega no domicílio tributário do sujeito passivo; (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) b) na data em que o sujeito passivo efetuar consulta no endereço eletrônico a ele atribuído pela administração tributária, se ocorrida antes do prazo previsto na alínea a; ou (Redação dada pela Lei nº 12.844, de 2013) (Grifei).” Registrese, por relevante, que, mesmo que se adotasse o critério de ciência do contribuinte por decurso de prazo, previsto na Fl. 1181DF CARF MF Processo nº 10932.000198/200919 Acórdão n.º 2202004.399 S2C2T2 Fl. 5 7 alínea "a" do inciso III do parágrafo 2º do artigo 23 do Decreto nº 70.235/72, ainda assim o recurso voluntário interposto pelo Sujeito Passivo permaneceria infectado pelo vício da intempestividade, eis que, na data de sua interposição, o prazo recursal já se haveria exaurido há, pelo menos, dois meses. Portanto, como o Recurso Voluntário foi apresentado após o limite estabelecido pelo Decreto nº 70.235/72, ele é extemporâneo. Conclusão Por todo o exposto, voto por não conhecer do recurso, por intempestividade. (assinado digitalmente) Ana Maria Bandeira." Nesse contexto, pelas razões de fato e de Direito ora expendidas, voto por NÃO CONHECER do recurso voluntário, em razão de sua apresentação intempestiva. (assinado digitalmente) Ronnie Soares Anderson. Fl. 1182DF CARF MF
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Numero do processo: 11020.721226/2017-82
Turma: Segunda Turma Extraordinária da Segunda Seção
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 26 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 2015
DEDUÇÃO DE DESPESAS MÉDICAS.
As despesas médicas devem ser comprovadas através de documentação hábil e idônea, respeitados os requisitos cumulativos exigidos pelo RIR/99.
Numero da decisão: 2002-000.261
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por maioria, rejeitar proposta de diligência suscitada pela conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, no mérito, também por maioria, em negar provimento ao recurso, vencida a conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez que lhe deu provimento.
(assinado digitalmente)
Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez - Presidente.
(assinado digitalmente)
Virgílio Cansino Gil - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo.
Nome do relator: VIRGILIO CANSINO GIL
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As despesas médicas devem ser comprovadas através de documentação hábil e idônea, respeitados os requisitos cumulativos exigidos pelo RIR/99. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por maioria, rejeitar proposta de diligência suscitada pela conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez, no mérito, também por maioria, em negar provimento ao recurso, vencida a conselheira Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez que lhe deu provimento. (assinado digitalmente) Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez Presidente. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Claudia Cristina Noira Passos da Costa Develly Montez (Presidente), Virgílio Cansino Gil, Thiago Duca Amoni e Fábia Marcília Ferreira Campêlo. Relatório AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 12 26 /2 01 7- 82 Fl. 55DF CARF MF Processo nº 11020.721226/201782 Acórdão n.º 2002000.261 S2C0T2 Fl. 3 2 Tratase de Recurso Voluntário (fl.49) contra decisão de primeira instância (fls.40/42), que julgou improcedente a impugnação do sujeito passivo. Em razão da riqueza de detalhes, adoto o relatório da DRJ, que assim diz: A contribuinte acima identificada foi notificada (fls. 11/18) de glosas na sua declaração de ajuste anual do Imposto de Renda do exercício 2016, anocalendário 2015. A declaração alterada (fls. 20/34) tinha como resultado do ajuste o saldo a pagar de R$ 2.207,48. A alteração acarretou o lançamento suplementar conforme demonstrativo a seguir: 2. Foram feitas as seguintes alterações na declaração: (i) glosada a despesa médica no valor de R$ 100,00 com a psicóloga Denise Maria Tartarotti, por falta de comprovação; (ii) incluído o rendimento de R$ 36.412,96, referente a resgate de plano de seguro de vida VGBL, pago pela Caixa Vida e Previdência S/A, com a compensação do IR Fonte de R$ 5.461,94, com base na Dirf da fonte pagadora. 3. A contribuinte apresentou impugnação (fls. 3/4) , contestando as glosas, acompanhada de: (i) recibo emitido pela psicóloga Denise M. Tartarotti Postay (fls. 8/9); (ii) comprovante de rendimentos financeiros emitido pela Caixa (fl 10). Argumentou que a atendente da Caixa não lhe entregou o comprovante por ocasião do resgate d o VGBL. Requereu prioridade na tramitação do processo com base no Estatuto do Idos o (fl. 5). O resumo da decisão revisanda está condensado na seguinte ementa do julgamento: GLOSA DE DESPESAS MÉDICAS. INADMISSIBILIDADE DE RECIBO SEM O ENDEREÇO DO PROFISSIONAL. Mantémse a glosa de despesa médica quando o recibo apresentado não contém o endereço do profissional. OMISSÃO DE RENDIMENTOS TRIBUTÁVEIS NO AJUSTE ANUAL.RESGATE DE PLANO VGBL. Mantémse a infração decorrente de resgate de plano VGBL, por se tratar de rendimento sujeito ao ajuste anual. Inconformado, a contribuinte apresentou Recurso Voluntário, juntando documento. É o relatório. Passo ao voto. Fl. 56DF CARF MF Processo nº 11020.721226/201782 Acórdão n.º 2002000.261 S2C0T2 Fl. 4 3 Voto Conselheiro Virgílio Cansino Gil Relator Recurso Voluntário aviado a modo e tempo, portanto dele conheço. A contribuinte foi notificada em 20/10/2017 (fl.46); Recurso Voluntário protocolado em 21/11/2017 (fl.49), assinado pela própria contribuinte. Inicialmente destaco que o Recurso Voluntário versa única e exclusivamente sobre a glosa de R$ 100,00 a título de despesa médica. O julgador primeiro considerou inábil o recibo de fls. 8/9 em razão de constar de referido documento o enderenço da emitente, estando correto seu entendimento com fulcro no inciso III, do § 1º, do artigo 80 do RIR/99 que aponta entre os requisitos cumulativos e necessários de validade dos recibos de despesas médicas, o enderenço do emitente. Veja o documento: Pois bem, em sede de Recurso Voluntário, a contribuinte junta uma cópia do que parece ser o mesmo recibo, porém desta feita com o campo do endereço preenchido, veja (fl.50): Fl. 57DF CARF MF Processo nº 11020.721226/201782 Acórdão n.º 2002000.261 S2C0T2 Fl. 5 4 Esta divergência entre o primeiro recibo de fls. 8/9 e do segundo de fl. 50 faz com que desapareça a idoneidade do comprovante de pagamento, pois referida comprovação ou foi adulterada, se o recibo for o mesmo, ou foi emitido novo recibo em data posterior, sendo que em qualquer um dos casos é inaceitável como prova. Somente a título de registro, anoto que a contribuinte declarou em sua DAA que a despesa com a profissional que emitiu o recibo foi de R$ 1.000,00 (fl.27), sendo que o Fisco glosou apenas R$ 100,00, e considerou como válido os outros R$ 900,00 cuja prova de pagamento não se encontra nestes autos. Isto posto, e pelo que mais consta dos autos, conheço do Recurso Voluntário, e no mérito nego provimento, mantendo a exigência fiscal. É como voto. (assinado digitalmente) Virgílio Cansino Gil Fl. 58DF CARF MF
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Numero do processo: 10880.720806/2006-15
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Fri Jul 27 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Wed Aug 22 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuição para o PIS/Pasep
Ano-calendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994
ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO
O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do despacho decisório que não homologou os pedidos de compensação deve ser mantido.
Numero da decisão: 3302-005.723
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário.
(assinado digitalmente)
Paulo Guilherme Déroulède - Presidente.
(assinado digitalmente)
Walker Araujo - Relator.
Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior.
Nome do relator: WALKER ARAUJO
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994 ÔNUS DA PROVA. DIREITO CREDITÓRIO O ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, a manutenção do despacho decisório que não homologou os pedidos de compensação deve ser mantido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso voluntário. (assinado digitalmente) Paulo Guilherme Déroulède Presidente. (assinado digitalmente) Walker Araujo Relator. Participaram do presente julgamento os conselheiros: Paulo Guilherme Déroulède (presidente da turma), Fenelon Moscoso de Almeida, Vinícius Guimarães, Jorge Lima Abud, Raphael Madeira Abad, Walker Araujo, José Renato Pereira de Deus e Diego Weis Júnior. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 88 0. 72 08 06 /2 00 6- 15 Fl. 1272DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.273 2 Relatório Por bem descrever e retratar a realidade dos fatos, adoto e transcrevo o relatório da decisão de piso de fls. 813834: Cuida o presente caso de processo formalizado para fins de análise por tratamento manual de PER/DCOMP, transmitidas eletronicamente, suportadas em alegados créditos oriundos da ação judicial 94.00301421. Mediante o despacho decisório de fls. 79/84 as declarações de compensação não foram homologadas. A posição da Delegacia da Receita Federal de origem foi, em suma, no sentido de que, havendo notícias de oficio precatório relativo à ação judicial 94.00301421, inviabilizada estava o aproveitamento de créditos para fins de restituição, ressarcimento ou compensação. Contra o despacho decisório foi apresentada manifestação de inconformidade (fls. 86/100). A posição da Recorrente foi, em síntese, no sentido de que a ação judicial referida esteve voltada para a declaração do direito à compensação, não sendo uma ação de repetição de indébito da qual pudesse emergir um título judicial executável concernente a esse indébito, e como o precatório noticiado referese apenas à execução dos honorários advocatícios, não há o óbice à compensação alegado no despacho recorrido. Pelo acórdão DRJ/SPO I 1613.366, de 14 de maio de 2007 (fls. 118/123), a 6a Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo I deferiu em parte "a solicitação do contribuinte, para afastar a questão prejudicial levantada pela autoridade a quo (...) (fl. 123), determinando o retorno do processo "para prosseguimento de sua análise" (fl. 123), conforme deliberação assim ementada: "A execução judicial somente da parcela referente às custas e honorários devidos no processo de conhecimento não constitui óbice à apreciação da restituição/compensação na esfera administrativa" (fl. 118). Retomando os autos à Unidade de origem, a Interessada foi intimada a apresentar documentos (fls. 184), tendo respondido a isso nos termos da peça de fls. 191/194 (protocolizada em 17/12/2008) onde solicita "A aceitação da documentação apresentada em substituição aos documentos requeridos (...)" (fl. 194) ou prazo suplementar de 30 dias. Pela peça de fl. 204 (protocolizada em 19/01/2009) a Interessada requereu a juntada de planilha/DARF (embora não haja documentos na folha seguinte, senão outra petição da Interessada, protocolizada em 16/02/2009, onde vem requer, segundo diz, ajuntada de demonstrativo/DARF) e solicitou a concessão de prazo de 30 dias "para o atendimento das demais pendências". Mediante novo despacho decisório, fls. 651/657, não foram convalidadas compensações de PIS "efetuadas em DARFs" (fl. 657) e nem homologadas as declarações de compensação. Fl. 1273DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.274 3 A posição da Delegacia da Receita Federal de origem foi, em suma, no sentido: de que a Interessada não atendeu satisfatoriamente à intimação fiscal expedida que objetivava colher elementos para a apuração de créditos em favor do sujeito passivo; de que incluiu DARF's de recolhimento de período(s) em relação ao(s) qual(quais) não obteve o direito de compensar e que foi objeto de recolhimento do PIS em conformidade com a Lei Complementar 7/70; e de que visou a Interessada a compensação de PIS como outras exações além do próprio PIS, o que não foi autorizado judicialmente. Contra esse novo despacho decisório, decidido em 26 de junho de 2009 (fl. 657) foi apresentada nova manifestação de inconformidade (fls. 669/708). A posição da Recorrente foi, em síntese, no sentido: de que em respeito à ampla defesa e ao contraditório cabe manifestação de inconformidade contra a não convalidação de compensações efetuadas em DCTF/DARF, sendo essa não convalidação figura ilegal que visa promover uma revisão disfarçada de período já decaído; de que em atendimento à intimação fiscal expedida apresentou documentos, ocasião em que também requereu prazo suplementar caso houvesse o entendimento de que a documentação entregue foi insuficiente; de que a Empresa adotou sistema de contabilidade integrado ao sistema de custos, o que gerou um grande volume de páginas do Livro Razão, tendo assim acordado verbalmente com a anterior Autoridade Fiscal responsável pelo caso a apresentação de planilha de apuração do PIS relativamente ao ano de 1989; de que, depois, requereu ajuntada de planilha e DARF's, solicitando novamente prazo suplementar; de que requereu, mais à frente, juntada de DARF, demonstrativo de apuração do crédito e demonstrativo de atualização, bem como efetuou esclarecimentos; de que, por fim, requereu a juntada de certidão emitida pela Receita Federal para confirmar recolhimentos e de novo demonstrativo, tendo a nova Autoridade Fiscal responsável pelo caso cancelado o protocolo "sob o fundamento de que já havia sido por ele proferida decisão neste processo" (fl. 678); de que ocorreu a preclusão administrativa, não podendo a Delegacia da Receita Federal de origem analisar o processo sob novos argumentos, pois a Delegacia da Receita Federal de Julgamento já concluiu "o julgamento do presente feito" (fl. 681); de que o prazo para a não convalidação das compensações no período de novembro de 1994 a março de 1996 seria incabível uma vez transcorrido o prazo de 5 anos previsto para a homologação de compensações, citando decisões de Conselhos de Contribuintes concernente à decadência do direito de lançar tributo/contribuição; de que na petição inicial da ação judicial 94.00301421 mencionase o valor aproximado do indébito, "não se tratando de crédito líquido" (fl. 685), ao contrário do afirmado na decisão recorrida, sendo que a ação judicial "teve por escopo o pedido declaratório do reconhecimento do direito à compensação" (fl. 685); de que a base de cálculo do PIS para as empresa mercantis e mistas, na sistemática da Lei Complementar 7/70, era o faturamento do sexto mês anterior, sem atualização monetária dessa base; de que pode haver compensação dos valores recolhidos indevidamente a título de PIS com quaisquer tributos federais, diante da nova redação do art. 74 da Lei 9.430/96; de que, embora o período postulado na ação de conhecimento 94.0030142 1 corresponda aos recolhimentos de janeiro de 1990 a março de 1994, a sentença de 1° grau decretou o prazo prescricional de 5 anos contados da data da propositura da ação, que se deu em 21 de novembro de 1994, voltandose a decisão judicial, desse modo, para recolhimentos havidos de 21 de novembro de 1989 a 21 de novembro de 1994; de que os recolhimentos de abril a outubro de 1994 se deram sem a observância da semestralidade; e de que procurou atender à intimação fiscal, tentando encontrar um meio mais adequado do que a apresentação de milhares de páginas do Livro Razão, devendo a Administração, de outro lado, perseguir a verdade material, pelo que apresenta, nesse sentido, dois DVD contendo cópias de Fl. 1274DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.275 4 microfichas do Livro Razão, a partir dos quais a fiscalização, como diz, poderá apurar, confrontar e verificar as bases de cálculo do PIS. Propugna a recorrente pelo efeito suspensivo da manifestação de inconformidade. Em apenso os processos 19679.005730/200575 e 19679.005721/200584. O primeiro cuida de habilitação de crédito com origem em decisão judicial, o qual foi encaminhado à Equipe de Análise e Acompanhamento de Medidas Judiciais e Controle do Crédito Tributário Subjudice (EQAMJ), que considerou inexistir providências a serem tomadas em sua alçada. O segundo cuida de pedido de restituição em papel, o qual foi considerado não formulado. Junto a fl. 717 vão dois discos de conteúdo digitalizado ("DVD" e/ou "CD"). Em 25 de fevereiro de 2010, a Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento, por unanimidade de votos, julgou procedente em parte a manifestação de inconformidade, sem reconhecimento de direito creditório, nos termos da ementa abaixo: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994 SUSPENSÃO. Dentro da sistemática administrativa federal, é a controvérsia com relação ao não reconhecimento de direito creditório e à não homologação de declarações de compensação que deve ser apreciada na esfera do julgamento, não outros assuntos paralelos, tais como suspensão de exigibilidade de crédito tributário, cobrança, certidão negativa, etc. NÃO CONVALIDAÇÃO DE COMPENSAÇÕES. Refoge à instância julgadora administrativa a apreciação de irresignação do contribuinte contra a não convalidação de compensações, figura essa que' não pode e não deve ser confundida com a não homologação de compensações formalmente declaradas em consonância com o artigo 74 da Lei 9.430/96 em sua nova redação. REGIMES COMPENSATÓRIOS. Sendo diversos e inconfundíveis os regimes compensatórios, cada qual calcado numa norma legal específica, uma decisão judicial voltada para a autocompensação prevista no art. 66 da Lei 8.383/91 não constitui obstáculo à compensação de PIS pela via declaratória, nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96 em sua nova redação. EFEITOS DECLARATÓRIOS. O contribuinte pode aproveitarse, para fins de compensação, dos efeitos declaratórios de decisão judicial concernente à inconstitucionalidade de lei ou decretolei, respeitado o prazo prescricional/decadencial judicialmente estabelecido e as normas de regência. PIS. SEMESTRALIDADE. A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6° da Lei Complementar n° 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária, respeitadas as decisões judiciais aplicáveis. RECOLHIMENTOS NÃO EFETUADOS COM FULCRO NOS DECRETOS LEI 2.445/88 E 2.449/88. Em relação aos períodos em que o contribuinte desde logo repudiou os Decretoslei 2.445/88 e 2.449/88, para efetuar seus recolhimentos do PIS já em conformidade com a Lei Complementar 7/70 (considerando ou indevidamente não considerando a semestralidade), não pode prosperar qualquer Fl. 1275DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.276 5 pretensão compensatória fundada, direta ou indiretamente, na inconstitucionalidade dos referidos decretoslei. INTIMAÇÃO. Revelase correta a não homologação de compensações pela Autoridade a quo quando o contribuinte não atende satisfatoriamente à intimação fiscal, considerada necessária pela autoridade encarregada da apuração e quantificação de eventual direito creditório, mormente quando nem em sua manifestação de inconformidade o interessado apresenta a documentação solicitada, tal como formalmente intimado. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. O princípio da verdade material não se presta a inverter ou substituir o ônus da prova. Intimado da decisão em 27.03.2010 (fls.836), a Recorrente interpôs recurso voluntário em 26.04.2010 (fls.841869) reproduzindo, em síntese, os argumentos já apresentados em sede de manifestação de inconformidade, os quais foram destacados nos seguintes tópicos: (i) Compensações "não convalidadas" Ofensa ao princípio da legalidade e o cerceamento do direito de defesa do contribuinte; (ii) preclusão; (iii) da reforma da parte do despacho que não convalidou as compensações pelo transcurso de prazo de 05 anos; (iv) do período do indébito na ação de conhecimento de rito ordinário nº 94.0030.1421; (v) da comprovação do direito creditório; e (vi) efeito suspensivo da presente recurso voluntário. Em 07 de março de 2013, por meio da resolução nº 1102000.146 houve declínio de competência para a 3ª Seção de Julgamento. Já em 13.07.2015, a Recorrente juntou cópia do Livro Razão relativo ao período sob análise, conforme se verifica nos arquivos não pagináveis carreados às fls. É o relatório. Voto Conselheiro Walker Araujo Relator I Tempestividade A Recorrente foi intimada da decisão de piso em 27.03.2010 (fls.836) e protocolou Recurso Voluntário em 26.04.2010 (fls.841869), dentro do prazo de 30 (trinta) dias previsto no artigo 33, do Decreto 70.235/721. Desta forma, considerando que o recurso preenche o requisito de admissibilidade, dele tomo conhecimento. II Mérito II.1 Das Compensações "Não Convalidadas" e da Preclusão Em relação a matéria tratada neste tópico, a Recorrente apresenta em suas razões recursais dois questionamentos, a saber : (i) houve cerceamento de defesa, posto que o 1 Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão. Fl. 1276DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.277 6 acórdão recorrido se furtou de analisar as suscitadas na manifestação de inconformidade quanto ao cabimento de recurso na hipótese da dita "não convalidação" das compensações realizadas em DARF; e (ii) houve homologação tácita, uma vez que o despacho decisório foi proferido fora do prazo de 05 (cinco) anos, contadas da data da entrega da declaração de compensação realizada à época nos ditames do artigo 66, da Lei nº 8.383/912. De fato, verificase no acórdão recorrido que não houve manifestação expressa quanto as alegações suscitadas pela Recorrente, contudo, não entendo que tal ausência acarrete cerceamento de defesa, considerando que o julgador de piso afastou as pretensões da Recorrente por meio de outros fundamentos, a saber: No que tange a temas diversos (por exemplo: suspensão, cobrança, CADIN, certidão negativa, etc.), que não dizem respeito à restituição/compensação propriamente dita, cabe observar que refogem à apreciação das Turmas de Julgamento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ). Nesse mesmo sentido já decidiu o antigo 2° Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda em relação aos seus Conselheiros, como se pode observar pelo Acórdão cuja ementa transcrevese abaixo: "EXCLUSÃO DO CADIN E AUTORIZAÇÃO PARA EMISSÃO DE CERTIDÃO NEGATIVA DE DÉBITOS. Consoante dispõe o Regimento Interno dos Conselhos de Contribuintes, não é da competência dos Conselheiros decidir sobre a possibilidade de exclusão do contribuinte do Cadastro de Inadimplentes CADIN, bem assim sobre a emissão de Certidão Negativa de Débitos. Recurso negado." (Acórdão no 20177331, de 04/11/2003, do Segundo Conselho de Contribuintes) Em suma, compete às Turmas das DRJ o julgamento de contenciosos fiscais de restituição/compensação, sendo que nesses estritos termos aqui se procederá ao exame da manifestação de inconformidade apresentada, ou seja, especificamente apenas no que se reporta a tais matérias (restituição e/ou compensação). Ainda a propósito das competências afetas à primeira instância julgadora administrativa, cabe destacar mais uma vez que, nos termos do citado Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil — RFB, as Turmas julgadoras estão voltadas para a apreciação de manifestação de inconformidade contra o indeferimento de pedido de restituição e a nãohomologação de compensação. Nesse passo, descabe aqui o exame da irresignação da Interessada contra a "não convalidação" de compensações registradas em DARFs e/ou DCTF, bem 2 Art. 66. Nos casos de pagamento indevido ou a maior de tributos, contribuições federais, inclusive previdenciárias, e receitas patrimoniais, mesmo quando resultante de reforma, anulação, revogação ou rescisão de decisão condenatória, o contribuinte poderá efetuar a compensação desse valor no recolhimento de importância correspondente a período subseqüente. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) (Vide Lei nº 9.250, de 1995) § 1º A compensação só poderá ser efetuada entre tributos, contribuições e receitas da mesma espécie. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 2º É facultado ao contribuinte optar pelo pedido de restituição. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 3º A compensação ou restituição será efetuada pelo valor do tributo ou contribuição ou receita corrigido monetariamente com base na variação da UFIR. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) § 4º As Secretarias da Receita Federal e do Patrimônio da União e o Instituto Nacional do Seguro Social INSS expedirão as instruções necessárias ao cumprimento do disposto neste artigo. (Redação dada pela Lei nº 9.069, de 29.6.1995) Fl. 1277DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.278 7 como descabe aqui apreciar a questão do prazo para se efetuar tal não convalidação. Com efeito, essa "não convalidação" não pode e não deve ser confundida com a não homologação de compensações formalmente declaradas nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96 (em relação à qual é prevista manifestação de inconformidade perante a primeira instância julgadora administrativa), até porque a declaração de compensação é documento específico e necessário, instituído apenas e tão somente no ano de 2002 com o advento da nova redação dada pela Medida Provisória 66/2002 (Lei 10.637/2002) ao aludido dispositivo. Reparese: Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de ressarcimento, poderá utilizálo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei n° 10.637, de 2002) § 1° A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos compensados. (Incluído pela Lei n°10.637, de 2002) § 2° A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação. (Incluído pela Lei n°10.637, de 2002) (...) § 6° A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei n°10.833, de 2003) (...) Já em relação a questão envolvendo a homologação tácita, por concordar com entendimento emanado na decisão de piso, os utilizo para afastar as alegações suscitadas pela Recorrente. De fato, não há se falar/analisar o instituto da homologação tácita para os casos considerados "não convalidados" pela autoridade fiscal, posto que não se confundem com a não homologação de compensações formalmente declaradas nos termos do art. 74 da Lei 9.430/96. Outrossim, alega a Recorrente que houve preclusão administrativa e, que tal instituto prevê a impossibilidade de revisão dos atos administrativos, salvo por manifesta e explícita nulidade oriunda de inconstitucionalidade. Para a Recorrente, o fato da DRJ já ter proferido decisão determinando o retorno do processo à DERAT para análise do crédito acarretou preclusão administrativa, impossibilitando, assim, revisão dos atos administrativos e, tornandose nulo o despacho decisório que indeferiu as compensações realizadas pela Recorrente. Fl. 1278DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.279 8 Sem razão a Recorrente. Isto porque, seja pela norma prevista no artigo 1493, do CTN ou pelos dispositivos previstos nos artigo 54 e 55, da Lei nº 9.784/994, desde que respeitado o prazo decadencial de 05 (cinco) anos, poderá da administração rever seus atos. No presente caso, o segundo despacho decisório de fls. 723729 foi proferido em 26.06.2009, com ciência da Recorrente em 17.06.2009 (fls. 732), dentro do prazo de 05 (cinco) anos, considerando que o primeiro pedido de compensação foi datado de 22.02.2005 (fls.03). Assim, não merece acolhida os pleitos da Recorrente. II.2 Do Direito Creditório Neste tópico, a Recorrente afirma que a decisão combatida deu provimento parcial a manifestação de inconformidade, mas não reconheceu o direito creditório em razão da não apresentação das cópias do Livro Razão exigidos pela Fiscalização, sendo que tal entendimento não merece prosperar, vez que o crédito foi efetivamente comprovado pela Recorrente, por meio da documentação apresentada em mídia digital (DVD) que contém cópias extraídas das microfichas dos Livros Razão da Recorrente, encaminhadas para a apuração e para confirmar esta apresentação requer a juntada de arquivos armazenados em mídia digital (CD), onde constariam os termos de encerramento dos Livros Diário e Declarações e planilha com informações dos livros Razão apresentados, confirmando o direito creditório da Recorrente. Inicialmente é imperioso destacar que os documentos juntados em sede recursal, bem como aqueles carreados às fls.1.2331.269 (arquivo não paginável CD´s) em 13.07.2015 serão totalmente desconsiderados por este relator, uma vez que foram trazidos aos autos fora do prazo previsto no §4º, do artigo 16, do Decreto nº 70.235/725. 3 Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: (...) Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. 4 Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada máfé. § 1o No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contarseá da percepção do primeiro pagamento. § 2o Considerase exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato. Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados pela própria Administração. 5 § 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazêlo em outro momento processual, a menos que: (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) b) refirase a fato ou a direito superveniente; (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) c) destinese a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) § 5o A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.602, de 1997) § 5º A juntada de documentos após a impugnação deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição em que se demonstre, com fundamentos, a ocorrência de uma das condições previstas nas alíneas do parágrafo anterior. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito) Fl. 1279DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.280 9 Pois bem. Analisando o processo e os documentos juntados pela Recorrente até a apresentação da manifestação de inconformidade, verificase que tanto o despacho decisório, quanto a decisão da DRJ estão corretos por indeferir, por falta de documento comprobatório, os pedidos de compensação sob análise. Neste aspecto, destaco o teor do despacho decisório e da decisão de piso: DESPACHO DECISÓRIO Termo de Intimação : Item 3—Não atendido. O contribuinte através a Intimação 326/2008, fls. 184, com a data de expedição de 02/12/2008 e data do aviso de recebimento de 05/12/2008, foi intimado a apresentar as informações e a documentação Fiscal/Contábil, necessária . ao exame e a comprovação da base de Cálculo do PIS informada nas planilhas/DIRPJs, como segue: Item 3 Apresentar cópias das folhas do Livro Razão, acompanhadas dos respectivos termos de abertura e encerramento, onde constem os totais das contas dos valores escriturados/lançados que comprovem a base de cálculo mensal do PIS, no período em que julga ter direito a crédito, conforme, o demonstrativo apresentado no processo 19679.005730/200575. Demonstrar mês a mês, conta por conta, os valores das receitas e das exclusões consideradas. Os valores deverão estar devidamente • destacados com caneta marcatexto nas cópias do Razão apresentadas. Em substituição as cópias do Livro Razão apresentaram as DIRPJs e Planilha para 1989, fls 193. Desta forma o contribuinte não atendeu as formalidades necessárias à verificação da exatidão dos valores referente ás Base de Cálculo do PIS, modalidade Faturamento. (...) Diante de todo o exposto propõese que: 1. sejam não convalidadas as compensações do PIS, efetuadas em Darfs, do contribuinte Votorantim Participações S/A referente ao CNPJ 61.082.582/0121 01, conforme demonstrado na Tabela 1 tendo em vista o atendimento insatisfatório à Intimação Fiscal e a conseqüente impossibilidade de se comprovar a exatidão das Bases de Cálculos para apuração dos créditos a compensar do PIS. 2. devem ser consideradas não homologadas as declarações de. compensações do PIS apresentadas pelo contribuinte Votorantim Participações S/A, referente ao CNPJ 61.082.582/000197, conforme demonstrado na Tabela 2 tendo em vista o atendimento insatisfatório à Intimação Fiscal e a conseqüente impossibilidade de se comprovar a exatidão das Bases de Cálculos para apuração dos créditos a compensar do PIS e também por ter incluído os Darfs de recolhimentos ao PIS do período de 04/94 até 10/94, período este que não obteve o direito de compensar e que recolheu de acordo com a LC 07/70, conforme o mandado de segurança 94.00104707. Fl. 1280DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.281 10 3. devem ser consideradas também não homologadas as declarações de compensações apresentadas pelo contribuinte Votorantim Participações S/A referente ao CNPJ 61.082.582/000197, conforme demonstrado na Tabela 2, em relação aos demais débitos pleiteados (IRPJ, COFINS,CSLL, IRRF, CSRF...) tendo em vista que não houve autorização judicial para a sua compensação, nos termos da 'ação . judicial n° 94.00301421 transitada em julgado e também por ter incluído os Darfs de recolhimentos ao PIS do período de 04/94 até 10/94, período este que não obteve o direito de compensar e que recolheu de acordo com a LC 07/70, conforme o mandado de segurança 94.00104707. DECISÃO RECORRIDA Todavia, os pontos favoráveis à Contribuinte acima apresentados não são suficientes para que haja o reconhecimento de qualquer direito creditório. Com efeito, há outra questão controversa que diz respeito ao não atendimento a intimação expedida pela Autoridade fiscal, conforme alega a Unidade de origem. A Contribuinte, por meio do Termo de Intimação Fiscal n° 326/2008 (fls. 184), foi intimada a apresentar, no prazo de 10 (dez) dias, toda a documentação descrita no referido termo, do qual se destaca a determinação contida em seu item 3, in verbis: "3) Apresentar cópias das folhas do Livro Razão, acompanhadas dos respectivos termos de abertura e encerramento, onde constem os totais das contas dos valores escriturados/lançados que comprovem a base de cálculo mensal do PIS, no período em que julga ter direito a crédito, conforme o demonstrativo apresentado no processo n° 19679.005730/200575. Demonstrar mês a mês, conta por conta, os valores das receitas e das exclusões consideradas. Os valores deverão estar devidamente destacados com caneta marcatexto nas cópias do Razão apresentadas;" Apresentados os fatos, cumpre, de plano, observar que a Manifestante destaca que foi feito acordo verbal com a Autoridade Fiscal responsável pelo mencionado Termo de Intimação para apresentação de elemento(s)/planilha(s). Destarte, desnecessário perquirir sobre a eventual existência de acordo verbal, já que, nem agora, na manifestação de inconformidade, a documentação, tal como formalmente requerida, foi entregue. A Intimação se refere, por exemplo, ao destaque de valores com caneta marcatexto — o que nem agora, por ocasião da manifestação de inconformidade, resultou atendido, repitase —, considerado necessário pela Unidade a quo responsável pela apuração e quantificação do eventual indébito. E mesmo que entregue a documentação requerida, isto não resultaria necessariamente em decisão favorável à Interessada. Cumpre, ainda, destacar que os procedimentos de reconhecimento de direito creditório exigem do sujeito passivo a comprovação inequívoca de seu crédito em face da Fazenda Pública. Todavia, não há, propriamente, a obrigação de provar, senão com o risco de que, em não se cumprindo o ônus probatório, não se venha a alcançar sucesso em sua pretensão. Fl. 1281DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.282 11 Nos processos envolvendo reconhecimento de direito creditório, o ônus da prova do direito é do sujeito passivo, já que lhe cabe a iniciativa e o interesse em ver reconhecido seu direito creditório. A jurisprudência dos antigos Conselhos de Contribuintes (CC) é firme nesse sentido, conforme exemplificam as seguintes ementas: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica IRPJ Anocalendário: 1997 Ementa: DIREITO CREDITÓRIO RESTITUIÇÃO/ COMPENSAÇÃO O sujeito passivo tem direito à restituição e/ou compensação de tributo pago/retido a maior que o devido em face da legislação tributária ou da natureza ou circunstâncias materiais do fato gerador efetivamente ocorrido. Entretanto, deve comprovar com documentos hábeis e idôneos o indébito efetivamente apurado. Recurso Voluntário Procedente em Parte (1° CC, r Câmara, Rec. Voluntário n° 160140, Proc. n° 10283.001953/98 14, Rel. Valmir Sandri, Acórdão n° 101 97098, Sessão de 19/12/2008) Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Período de apuração: 31/10/1999 a 31/07/2004 COMPENSAÇÃO NÃO COMPROVADA. A compensação de créditos tributários autorizada pela legislação fica condicionada à liquidez e certeza dos créditos do sujeito passivo com a Fazenda Pública. Ausência de prova cabal por parte do contribuinte da existência dos créditos compensados acarreta o indeferimento. Recurso provido em parte. (2° CC, 2a Câmara, Rec. Voluntário n° 239449, Proc. n° 10580.012408/200436, Rel. Domingos de Sá Filho, Acórdão n° 202 19119, Sessão de 02/07/2008) E mesmo que houvesse a apresentação de elementos na manifestação de inconformidade, disto não poderia resultar em pronta decisão de reconhecimento de direito creditório sob pena, em tese, de supressão de instância. Mas essa é uma outra questão, colocada aqui de passagem, dado que a Manifestante não apresenta consistentemente seu alegado crédito. Notese que os discos apresentados pela Manifestante (fl. 717) compõemse de arquivos de imagens relativas a diversas folhas de "Razão" separadas em "pastas". Em cada uma dessas "pastas" constam "subpastas", nas quais se encontram arquivos de imagem da espécie ".tif'. E inúmeros arquivos de imagem, sem uma amarração e uma conexão lógica com o que se procura suposta ou eventualmente demonstrar, nada provam. Do exposto, fica claro que a Interessada, nem mesmo em sua manifestação de inconformidade, conseguiu atender às exigências contidas no mencionado item 3 do Termo de Intimação. Cumpre reiterar que o ônus da prova é do contribuinte e não da Administração Pública. Não se pode confundir ônus da prova com princípio da verdade material. Por esse princípio, a Administração Pública, em caso de dúvidas quanto à veracidade das alegações demonstradas por provas anexadas aos autos, deve esclarecêlas a fim de formar sua convicção. Fl. 1282DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.283 12 Em outras palavras, o principio da verdade material se coloca à disposição da Administração Pública no momento em que haja dúvidas sobre a realidade dos fatos alegados e demonstrados. No entanto, não comprovando a Contribuinte nem sequer o crédito a que alega fazer jus, não se criam dúvidas para a Administração, uma vez que não houve demonstração do indébito, demonstração que inclusive foi "oportunizada" pela Administração por via da intimação fiscal, sendo assim inaplicável ao caso concreto o princípio da verdade material. Destarte, não há o que cogitar a respeito de busca da verdade material, quando conferidas à Contribuinte oportunidade e tempo para comprovar a existência e exatidão de seus créditos, com a mesma não atendendo, integralmente, à solicitação feita pela fiscalização. Quanto à alegação de que ocorreu a preclusão administrativa, não podendo a Delegacia da Receita Federal de origem analisar o processo sob novos argumentos, pois a Delegacia da Receita Federal de Julgamento já concluiu "o julgamento do presente feito" (fl. 681), cabe esclarecer que o resultado do julgamento inicial foi justamente para que o processo retomasse à Unidade a quo "para prosseguimento de sua análise", o que foi feito, tendo sido superada no primeiro acórdão apenas a questão preambular relativa à execução judicial da parcela referente às custas e honorários devidos em processo de conhecimento. Em conseqüência, a manifestação de inconformidade deve ser considerada parcialmente procedente, sem reconhecimento de direito creditório, no sentido de que a mesma contém determinados, mas insuficientes, argumentos/elementos capazes de propiciar a reforma da decisão recorrida. Diante do exposto, VOTO no sentido de considerar a manifestação de inconformidade procedente em parte, sem reconhecimento de direito creditório. Com efeito e, conforme devidamente explicitado na decisão de piso, o ônus da prova do crédito tributário é do contribuinte (Artigo 373 do CPC6). Não sendo produzido nos autos provas capazes de comprovar seu pretenso direito, o indeferindo do crédito é medida que se impõe. Nesse sentido: "Assunto: Processo Administrativo Fiscal Período de apuração: 31/07/2009 a 30/09/2009 VERDADE MATERIAL. INVESTIGAÇÃO. COLABORAÇÃO. A verdade material é composta pelo dever de investigação da Administração somado ao dever de colaboração por parte do particular, unidos na finalidade de propiciar a aproximação da atividade formalizadora com a realidade dos acontecimentos. PEDIDOS DE COMPENSAÇÃO/RESSARCIMENTO. ÔNUS PROBATÓRIO. DILIGÊNCIA/PERÍCIA. Nos processos derivados de pedidos de compensação/ressarcimento, a comprovação do direito creditório incumbe ao postulante, que deve carrear aos autos os elementos probatórios correspondentes. Não se presta a diligência, ou perícia, a suprir deficiência probatória, seja do contribuinte ou do fisco. (...)" (Processo n.º 11516.721501/201443. Sessão 23/02/2016. Relator Rosaldo Trevisan. Acórdão n.º 3401003.096 grifei) 6 Art. 373. O ônus da prova incumbe: I ao autor, quanto ao fato constitutivo de seu direito; II ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor Fl. 1283DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.284 13 Pertinente destacar a lição do professor Hugo de Brito Machado, a respeito da divisão do ônus da prova: No processo tributário fiscal para apuração e exigência do crédito tributário, ou procedimento administrativo de lançamento tributário, autor é o Fisco. A ele, portanto, incumbe o ônus de provar a ocorrência do fato gerador da obrigação tributária que serve de suporte à exigência do crédito que está a constituir. Na linguagem do Código de Processo Civil, ao autor incumbe o ônus do fato constitutivo de seu direito (Código de Processo Civil, art.333, I). Se o contribuinte, ao impugnar a exigência, em vez de negar o fato gerador do tributo, alega ser imune, ou isento, ou haver sido, no todo ou em parte, desconstituída a situação de fato geradora da obrigação tributária, ou ainda, já haver pago o tributo, é seu ônus de provar o que alegou. A imunidade, como isenção, impedem o nascimento da obrigação tributária. São, na linguagem do Código de Processo Civil, fatos impeditivos do direito do Fisco. A desconstituição, parcial ou total, do fato gerador do tributo, é fato modificativo ou extintivo, e o pagamento é fato extintivo do direito do Fisco. Deve ser comprovado, portanto, pelo contribuinte, que assume no processo administrativo de determinação e exigência do tributo posição equivalente a do réu no processo civil”. (original não destacado)7 Somase a isso, que a escrituração somente faz prova a favor do sujeito passivo se acompanhada por documentos hábeis à comprovar a origem do crédito pleiteado, conforme previsão contida no artigo 26, do Decreto nº 7574/20118. Neste cenário, deixando a Recorrente de trazer aos autos documentos capazes de comprovar a origem do crédito pleiteado, entendo correta a decisão de piso e, adoto seus fundamentos como razão de decidir. Não menos importante, e que confirma o destino dado ao presente processo, é que nos autos do processo 16349.000404/200868, instaurado contra a ora Recorrente, onde a discussão é idêntica ao presente caso, a DRJ naquela ocasião também indeferiu o pedido do contribuinte por ausência de documentos capaz comprovar a origem do crédito, a saber: “ASSUNTO: Contribuição para o PIS/PASEP Anocalendário: 1989, 1990, 1991, 1992, 1993, 1994 COMPENSAÇÃO. DECISÃO JUDICIAL DEFINITIVA. LIMITES. As compensações efetuadas com fundamento em decisão judicial transitada em julgado devem observar os limites do provimento judicial obtido, sob pena de não homologação. AÇÃO JUDICIAL. COISA JULGADA. Incabível qualquer pretensão de alteração do que já foi determinado em decisão judicial transitada em julgado. MANIFESTAÇÃO DE INCONFORMIDADE. EFEITOS. SUSPENSÃO. COMPETÊNCIA. Não compete às Turmas das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento DRJ a apreciação da suspensão da exigibilidade do crédito tributário em razão da interposição de manifestação de inconformidade. 7 Mandado de Segurança em Matéria Tributária, 3. ed., São Paulo: Dialética, 1998, p.252. 8 Art. 26. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do sujeito passivo dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (DecretoLei no 1.598, de 26 de dezembro de 1977, art. 9o, § 1o). Fl. 1284DF CARF MF Processo nº 10880.720806/200615 Acórdão n.º 3302005.723 S3C3T2 Fl. 1.285 14 JURISPRUDÊNCIA. DOUTRINA. CONSULTAS. No julgamento de primeira instância, a autoridade administrativa observará apenas a legislação aplicável, bem como o entendimento da Receita Federal do Brasil (RFB), expresso em atos normativos de observância obrigatória, não estando vinculada A. jurisprudência administrativa ou judicial, doutrinas ou consultas existente sobre a matéria. COMPENSAÇÃO. DIREITO. NÃO RECONHECIMENTO. LITÍGIO. DEMAIS QUESTÕES. Não reconhecido o direito à compensação nos moldes em que foram apresentadas as Declarações de Compensação, a apreciação das demais questões suscitadas na Manifestação de Inconformidade não alteram a decisão proferida. PIS. SEMESTRALIDADE. A base de cálculo do PIS, prevista no artigo 6° da Lei Complementar n° 7, de 1970, é o faturamento do sexto mês anterior, sem correção monetária. DECLARAÇÃO DE COMPENSAÇÃO. CRÉDITO. NÃO COMPROVAÇÃO. EFEITO. A não comprovação dos créditos, objeto das Declarações de Compensação apresentadas, obsta o reconhecimento dos créditos nelas informados. PRINCÍPIO DA VERDADE MATERIAL. ONUS DA PROVA. DISTINÇÃO. O principio da verdade material não tem o condão de afastar o ônus da prova. Por aquele principio, a Administração Pública deve, em caso de dúvidas sobre a veracidade dos fatos alegados e demonstrados nos autos, investigar a real ocorrência dos mesmos. Manifestação de Inconformidade Procedente em Parte Direito Creditório Não Reconhecido" Por fim, insta tecer que não compete à este Colegiado apreciar/determinar pedido de efeito suspensivo ao recurso voluntário, pedido este que deve ser realizado na unidade de origem. IV. Conclusão Diante do exposto, voto por negar provimento ao recurso voluntário. É como voto. (assinado digitalmente) Walker Araujo Fl. 1285DF CARF MF
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Numero do processo: 10980.912258/2012-60
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Terceira Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Jun 20 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Thu Jul 19 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Ano-calendário: 2007
RESTITUIÇÃO. REQUISITO.
O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN).
Numero da decisão: 3201-003.786
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior.
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza - Presidente e Relator
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Anocalendário: 2007 RESTITUIÇÃO. REQUISITO. O direito à restituição pressupõe a existência de créditos líquidos e certos do sujeito passivo contra a Fazenda Pública (art. 170 do CTN). Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em negar provimento ao Recurso. Acompanharam o relator pelas conclusões os conselheiros Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laércio Cruz Uliana Junior. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Presidente e Relator Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Charles Mayer de Castro Souza (Presidente), Paulo Roberto Duarte Moreira, Tatiana Josefovicz Belisario, Marcelo Giovani Vieira, Pedro Rinaldi de Oliveira Lima, Leonardo Correia Lima Macedo, Leonardo Vinicius Toledo de Andrade e Laercio Cruz Uliana Junior. Relatório METROBENS AUTOMÓVEIS LTDA. apresentou pedido eletrônico de restituição de crédito da contribuição (Cofins/PIS), pedido esse que restou indeferido pela repartição de origem em razão do fato de que o pagamento informado pelo pleiteante já havia sido utilizado para quitação de outros débitos de sua titularidade. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 98 0. 91 22 58 /2 01 2- 60 Fl. 55DF CARF MF Processo nº 10980.912258/201260 Acórdão n.º 3201003.786 S3C2T1 Fl. 3 2 Cientificado, o contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade e requereu a reavaliação do despacho decisório, alegando, aqui apresentado de forma sucinta, o seguinte: a) o direito creditório pleiteado se refere a pagamento a maior da contribuição (PIS/Cofins) decorrente da inclusão indevida do ICMS em sua base de cálculo; b) a contribuição (PIS/Cofins) incide sobre o faturamento mensal que corresponde à receita bruta da venda de mercadorias e/ou serviços; c) a Lei nº 9.718/1998 extrapolou a previsão constitucional, instituindo as contribuições sobre a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, independentemente do tipo de atividade exercida e/ou da classificação contábil adotada, enquanto que o art. 195, I, "b", da Constituição Federal previa a instituição de contribuições sociais somente sobre o faturamento, o que não abrange o valor pago a título de ICMS, visto que tal valor constitui ônus fiscal e não faturamento. A Delegacia da Receita Federal de Julgamento, por meio do acórdão nº 02 065.631, julgou improcedente a Manifestação de Inconformidade, diante da não comprovação do crédito pleiteado. Irresignado, o contribuinte interpôs, no prazo legal, Recurso Voluntário, repisando os mesmos argumentos de defesa, destacando a inconstitucionalidade da inclusão do ICMS na base de cálculo da contribuição (PIS/Cofins), conforme decisão do Plenário do Supremo Tribunal Federal proferida no dia 8 de outubro de 2014, nos autos do Recurso Extraordinário (RE) nº 240.7852/MG, que também reconheceu a repercussão geral da matéria no julgamento do RE nº 574.706. É o relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. O julgamento deste processo segue a sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do Anexo II do Regimento Interno do CARF (RICARF), aprovado pela Portaria MF 343, de 9 de junho de 2015, aplicandose, portanto, ao presente litígio o decidido no Acórdão 3201003.778, de 20/06/2018, proferido no julgamento do processo 10980.912250/201201, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio, nos termos regimentais, o entendimento que prevaleceu naquela decisão (Acórdão 3201003.778): O recurso atende a todos os requisitos de admissibilidade previstos em lei, razão pela qual dele se conhece. A Recorrente apresentou PER/DCOMP por meio do qual requereu a restituição da Cofins apurada em novembro de 2006. Indeferido o pleito ao argumento de que o crédito vindicado estava integralmente utilizado para quitação de débitos do próprio contribuinte, Fl. 56DF CARF MF Processo nº 10980.912258/201260 Acórdão n.º 3201003.786 S3C2T1 Fl. 4 3 a Recorrente apresentou manifestação de inconformidade, por meio da qual alegou, com fundamento em decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal STF, que o direito à restituição decorre do fato do pagamento a maior do PIS/Cofins, em face da inclusão, nas suas respectivas bases de cálculos, do ICMS estadual, argumento repetido no recurso voluntário, ora apreciado. A Recorrente, contudo, não se atentou para o fato – devidamente explicitado no acórdão recorrido – de que a razão para o indeferimento do pedido repousou na utilização integral do crédito para pagamento de débito da mesma contribuição. Noutras palavras, a Recorrente sequer apresentou, antes ou após a ciência do Despacho Decisório (na verdade, nada falou a respeito em suas defesas), DCTF retificadora para permitir a liberação do valor requerido, se fosse o caso, e a sua restituição em pecúnia ou a sua compensação com outros tributos. Ainda que eventualmente seja procedente o argumento que embasa o pedido (isso não significa que concordemos com a tese), a Administração Tributária não podia e não pode restituir valor já alocado para quitação de um tributo. Quem deve fazêlo é o próprio contribuinte, de ordinário antes de apresentar o pedido eletrônico de restituição. É como, aliás, entende a própria RFB, como indica o Parecer Normativo Cosit nº 2, de 28 de agosto de 2015: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO. RETIFICAÇÃO DA DCTF DEPOIS DA TRANSMISSÃO DO PER/DCOMP E CIÊNCIA DO DESPACHO DECISÓRIO. POSSIBILIDADE. IMPRESCINDIBILIDADE DA RETIFICAÇÃO DA DCTF PARA COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO INDEVIDO OU A MAIOR. As informações declaradas em DCTF – original ou retificadora – que confirmam disponibilidade de direito creditório utilizado em PER/DCOMP, podem tornar o crédito apto a ser objeto de PER/DCOMP desde que não sejam diferentes das informações prestadas à RFB em outras declarações, tais como DIPJ e Dacon, por força do disposto no§ 6º do art. 9º da IN RFB nº 1.110, de 2010, sem prejuízo, no caso concreto, da competência da autoridade fiscal para analisar outras questões ou documentos com o fim de decidir sobre o indébito tributário. Não há impedimento para que a DCTF seja retificada depois de apresentado o PER/DCOMP que utiliza como crédito pagamento inteiramente alocado na DCTF original, ainda que a retificação se dê depois do indeferimento do pedido ou da não homologação da compensação, respeitadas as restrições impostas pela IN RFB nº 1.110, de 2010. Retificada a DCTF depois do despacho decisório, e apresentada manifestação de inconformidade tempestiva contra o indeferimento do PER ou contra a não homologação da DCOMP, a DRJ poderá baixar em diligência à DRF. Caso se refira apenas a erro de fato, e a revisão do despacho decisório implique o deferimento integral daquele crédito (ou homologação integral da DCOMP), cabe à DRF assim proceder. Caso haja questão de direito a ser decidida ou a revisão seja parcial, compete ao órgão julgador administrativo decidir a lide, sem prejuízo de renúncia à instância administrativa por parte do sujeito passivo. O procedimento de retificação de DCTF suspenso para análise por parte da RFB, conforme art. 9ºA da IN RFB nº 1.110, de 2010, e que tenha sido Fl. 57DF CARF MF Processo nº 10980.912258/201260 Acórdão n.º 3201003.786 S3C2T1 Fl. 5 4 objeto de PER/DCOMP, deve ser considerado no julgamento referente ao indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a sua homologação, o julgamento referente ao direito creditório cuja lide tenha o mesmo objeto fica prejudicado, devendo o processo ser baixado para a revisão do despacho decisório. Caso o procedimento de retificação de DCTF se encerre com a não homologação de sua retificação, o processo do recurso contra tal ato administrativo deve, por continência, ser apensado ao processo administrativo fiscal referente ao direito creditório, cabendo à DRJ analisar toda a lide. Não ocorrendo recurso contra a não homologação da retificação da DCTF, a autoridade administrativa deve comunicar o resultado de sua análise à DRJ para que essa informação seja considerada na análise da manifestação de inconformidade contra o indeferimento/não homologação do PER/DCOMP. A não retificação da DCTF pelo sujeito passivo impedido de fazêla em decorrência de alguma restrição contida na IN RFB nº 1.110, de 2010, não impede que o crédito informado em PER/DCOMP, e ainda não decaído, seja comprovado por outros meios. O valor objeto de PER/DCOMP indeferido/não homologado, que venha a se tornar disponível depois de retificada a DCTF, não poderá ser objeto de nova compensação, por força da vedação contida no inciso VI do § 3º do art. 74 da Lei nº 9.430, de 1996. Retificada a DCTF e sendo intempestiva a manifestação de inconformidade, a análise do pedido de revisão de ofício do PER/DCOMP compete à autoridade administrativa de jurisdição do sujeito passivo, observadas as restrições do Parecer Normativo nº 8, de 3 de setembro de 2014, itens 46 a 53. Dispositivos Legais. arts. 147, 150, 165 170 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (CTN); arts. 348 e 353 da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973 – Código de Processo Civil (CPC); art. 5º do Decretolei nº 2.124, de 13 de junho de 1984; art. 18 da MP nº 2.18949, de 23 de agosto de 2001; arts. 73 e 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996; Instrução Normativa RFB nº 1.110, de 24 de dezembro de 2010; Instrução Normativa RFB nº 1.300, de 20 de novembro de 2012; Parecer Normativo RFB nº 8, de 3 de setembro de 2014. eprocesso 11170.720001/201442 Portanto, para que haja a possibilidade de restituição, o crédito respectivo deve estar liberado, mediante a entrega de DCTF retificadora, exceto quanto às hipóteses de impedimento à sua apresentação, não verificadas, aliás, no caso ora em exame, como, por exemplo, quando o saldo a pagar já tenha sido enviado à Procuradoria da Fazenda Nacional PFN para inscrição em Dívida Ativa. Não cabe, ademais, à RFB fazer a retificação de ofício. Como consignado nos fundamentos do referido PN, "enquanto não retificada a DCTF, o débito ali espontaneamente confessado é devido, logo, valor utilizado para quitálo não se constitui formalmente em indébito, sem que a recorrente promova a prévia retificação da declaração. (Acórdão nº 1302001.571, Rel. Cons. Alberto Pinto Souza Júnior, 25 de novembro de 2014)". A situação aqui enfrentada é, como se percebe, diferente da que comumente se vê no Contencioso Administrativo, em que o interessado costuma apresentar DCTF retificadora, mas não apresenta, na manifestação de inconformidade, documentos contábeis/fiscais Fl. 58DF CARF MF Processo nº 10980.912258/201260 Acórdão n.º 3201003.786 S3C2T1 Fl. 6 5 comprovando o erro cometido na original, ou os apresenta neste recurso, mas o só fato de a DCTF retificadora ter sido apresentada após a ciência do Despacho Decisório leva a DRJ a manter, por esse só motivo, o indeferimento do pedido de restituição. Não tendo sido apresentada DCTF retificadora, o crédito reclamado continua vinculado ao pagamento confessado na DCTF enviada à RFB, de modo que, nesse contexto, não há como restituílo. Contudo, não foi este o entendimento dos demais integrantes da Turma, que, muito embora também negando provimento ao recurso, fizeramno ao argumento de que não haveria provas do direito reclamado pela Recorrente (apenas apresentou planilha discriminando os valores pleiteados, mas nenhum documento fiscal ou contábil). Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO ao recurso voluntário. Destaquese que, não obstante o processo paradigma se referir unicamente à Cofins, a decisão ali prolatada se aplica nos mesmos termos à Contribuição para o PIS. Importa registrar, ainda, que, nos presentes autos, as situações fática e jurídica encontram correspondência com as verificadas no paradigma, de tal sorte que o entendimento lá esposado pode ser perfeitamente aqui aplicado. Portanto, aplicandose a decisão do paradigma ao presente processo, em razão da sistemática prevista nos §§ 1º e 2º do art. 47 do Anexo II do RICARF, o colegiado decidiu negar provimento ao Recurso Voluntário. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 59DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 13609.002066/2008-01
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Segunda Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu May 10 00:00:00 UTC 2018
Data da publicação: Tue Jul 10 00:00:00 UTC 2018
Ementa: Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias
Período de apuração: 01/01/2003 a 31/08/2007
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÃO - Em se verificando a existência de omissão na decisão colegiada, há de ser acolhido os embargos opostos.
CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - PAGAMENTO E/OU PARCELAMENTO - RENÚNCIA AO RECURSO ADMINISTRATIVO - Nos termos do artigo 78, § 2º da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, o parcelamento ou pagamento do débito pelo recorrente implica na desistência do Recurso Administrativo.
Embargos de Ofício Conhecido
Numero da decisão: 2301-005.291
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os Embargos de Declaração com efeitos infringentes para, sanando o vício apontado no Acórdão nº 2301-003.082, de 20/09/2012, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do relator.
João Bellini Júnior - Presidente.
Marcelo Freitas de Souza Costa - Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa, Andréa Brose Adolfo, Wesley Rocha, João Maurício Vital, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Sávio Nastureles e Alexandre Evaristo Pinto.
Nome do relator: MARCELO FREITAS DE SOUZA COSTA
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ementa_s : Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2003 a 31/08/2007 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - OMISSÃO - Em se verificando a existência de omissão na decisão colegiada, há de ser acolhido os embargos opostos. CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS - PAGAMENTO E/OU PARCELAMENTO - RENÚNCIA AO RECURSO ADMINISTRATIVO - Nos termos do artigo 78, § 2º da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, o parcelamento ou pagamento do débito pelo recorrente implica na desistência do Recurso Administrativo. Embargos de Ofício Conhecido
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os Embargos de Declaração com efeitos infringentes para, sanando o vício apontado no Acórdão nº 2301-003.082, de 20/09/2012, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do relator. João Bellini Júnior - Presidente. Marcelo Freitas de Souza Costa - Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa, Andréa Brose Adolfo, Wesley Rocha, João Maurício Vital, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Sávio Nastureles e Alexandre Evaristo Pinto.
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CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS PAGAMENTO E/OU PARCELAMENTO RENÚNCIA AO RECURSO ADMINISTRATIVO Nos termos do artigo 78, § 2º da Portaria MF nº 256, de 22 de junho de 2009, que aprovou o Regimento Interno do CARF, o parcelamento ou pagamento do débito pelo recorrente implica na desistência do Recurso Administrativo. Embargos de Ofício Conhecido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, acolher os Embargos de Declaração com efeitos infringentes para, sanando o vício apontado no Acórdão nº 2301003.082, de 20/09/2012, não conhecer do recurso voluntário, nos termos do voto do relator. João Bellini Júnior Presidente. Marcelo Freitas de Souza Costa Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: João Bellini Junior, Marcelo Freitas de Souza Costa, Andréa Brose Adolfo, Wesley Rocha, João Maurício Vital, Juliana Marteli Fais Feriato, Antônio Sávio Nastureles e Alexandre Evaristo Pinto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 13 60 9. 00 20 66 /2 00 8- 01 Fl. 81DF CARF MF 2 Relatório Tratase de auto de infração referente a contribuições não declaradas na Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à Previdência Social (GFIP), a cargo da empresa e destinadas à Seguridade Social. Tratase aqui do levantamento PRO (retirada pró labore 507), como se depreende do levantamento contido no relatório fiscal:. Após a decisão de primeira instância, a autuada apresentou recurso que foi julgado pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara da 2ª Seção a qual exarou o Acórdão n.º 2301 003.082 em 20/09/2012, dando provimento parcial ao recurso para que fosse aplicada a multa prevista no Art. 61, da Lei nº 9.430/1996, se mais benéfica à Recorrente, com a seguinte ementa: ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 31/08/2007 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS DEVIDAS PELA EMPRESA. FATOS GERADORES NÃO INFORMADOS EM GFIP. NÃO RECOLHIMENTO EM ÉPOCA PRÓPRIA. NULIDADE DO AUTO DE INFRAÇÃO. INEXISTÊNCIA. APLICAÇÃO DA MULTA MAIS BENÉFICA AO CONTRIBUINTE. Foram atendidos os pressupostos legais, não ensejando a nulidade do ato administrativo, pois são nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa. As contribuições sociais previdenciárias estão sujeitas à multa de mora, na hipótese de recolhimento em atraso devendo observar o disposto na nova redação dada ao artigo 35, da Lei 8.212/91, combinado com o art. 61 da Lei nº 9.430/1996. Recurso Voluntário Provido em Parte. Crédito Tributário Mantido em Parte. A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Sete Lagoas/MG opôs embargos de declaração, informando que o crédito tributário foi incluído no parcelamento da Lei n.º 11.841/09 na data de 31/07/2011, ou seja, anterior a data da prolatação do Acórdão. O Ilustre presidente desta 1ª Turma Ordinária não admitiu os embargos em virtude da ilegitimidade verificada, porém, com fulcro no Regimento Interno do CARF, art. 66, apresentou Embargo de Ofício face a existência de inexatidão material devida a lapso manifesto. É o relatório. Fl. 82DF CARF MF Processo nº 13609.002066/200801 Acórdão n.º 2301005.291 S2C3T1 Fl. 82 3 Voto Conselheiro Marcelo Freitas de Souza Costa Em virtude de o Ilustre relator do Acórdão guerreado não mais pertencer aos quadros deste conselho, o processo foi a mim distribuído para análise e decisão acerca dos Embargos opostos. Presentes os pressupostos de admissibilidade dos Embargos, dele conheço. Após a prolação do Acórdão n.º 2301003.082 proferido pela 1ª Turma Ordinária da 3ª Câmara, Segunda Seção de Julgamento deste conselho em 20/09/2012, veio a informação de que o crédito tributário ora discutido havia sido incluído em parcelamento na data de 31/07/2011,. Ou seja, antes do julgamento do presente processo administrativo a recorrente optou por aderir ao parcelamento da Lei n.º 11.841/09, sem que este fato tivesse sido informado nestes autos. Logo, quando do julgamento do recurso a recorrente já havia desistido deste por força do contido no art. 78, § 2º da Portaria MF 256/2009 que assim dispõe: “Art. 78. Em qualquer fase processual o recorrente poderá desistir do recurso em tramitação. § 1º A desistência será manifestada em petição ou a termo nos autos do processo. § 2º O pedido de parcelamento, a confissão irretratável de dívida, a extinção sem ressalva do débito, por qualquer de suas modalidades, ou a propositura pelo contribuinte, contra a Fazenda Nacional, de ação judicial com o mesmo objeto, importa a desistência do recurso. (grifouse) § 3º No caso de desistência, pedido de parcelamento, confissão irretratável de dívida e de extinção sem ressalva de débito, estará configurada renúncia ao direito sobre o qual se funda o recurso interposto pelo sujeito passivo, inclusive na hipótese de já ter ocorrido decisão favorável ao recorrente, descabendo recurso da Procuradoria da Fazenda Nacional por falta de interesse.” Desta forma, o recurso não deveria ter sido conhecido. Art. 66. As alegações de inexatidões materiais devidas a lapso manifesto e os erros de escrita ou de cálculo existentes na decisão, provocados pelos legitimados para opor embargos, deverão ser recebidos como embargos inominados para correção, mediante a prolação de um novo acórdão. Fl. 83DF CARF MF 4 Embora não tenha acolhido os Embargos Opostos pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Sete Lagoas/MG, corretamente o Ilustre presidente desta colenda turma opôs Embargos de Ofício, amparado no art. 65, § 1º do Ricarf: Os legitimados para opor embargos estão listados no §1º do art. 65: Art. 65. (...)§1º Os embargos de declaração poderão ser interpostos, mediante petição fundamentada dirigida ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias contado da ciência do acórdão: I por conselheiro do colegiado, inclusive pelo próprio relator; II pelo contribuinte, responsável ou preposto; III pelo Procurador da Fazenda Nacional; IV pelos Delegados de Julgamento, nos casos de nulidade de suas decisões; ou V pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acórdão. Ante ao exposto, VOTO no sentido de Conhecer do Embargos COM EFEITOS INFRINGENTES sanando o vício apontado para Não Conhecer do Recurso Voluntário em virtude do parcelamento do débito. Marcelo Freitas de Souza Costa Relator Fl. 84DF CARF MF
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