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Numero do processo: 13816.000118/2007-70
Turma: Segunda Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Aug 25 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3302-000.539
Decisão: Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência
Nome do relator: LENISA RODRIGUES PRADO
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em converter o julgamento em diligência. Ricardo Paulo Rosa - Presidente Lenisa Rodrigues Prado - Relatora Participaram da sessão de julgamentos os Conselheiros Ricardo Paulo Rosa (Presidente), Paulo Guilherme Dérouledè, Domingos de Sá Filho, Sarah Maria Araújo, José Fernandes do Nascimento, Maria do Socorro Ferreira Aguiar, Walker Araújo e Lenisa Prado. RELATÓRIO Trata-se de exigência de multa de mora no valor de R$ 33.500,99, em decorrência de auditoria interna da DCTF/2004, ocasião em que constatou-se o recolhimento de COFINS (out/nov/dez de 2004), fora do prazo e sem o acréscimo da multa de mora. Em sua impugnação (fl. 44) a contribuinte aduz ser beneficiada pelas conseqüências da denúncia espontânea (art. 138 do CTN), uma vez que quitou integralmente os débitos tributários (acrescidos de correção monetária e juros segundo a taxa SELIC) antes de RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 16 .0 00 11 8/ 20 07 -7 0 RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 38 16 .0 00 11 8/ 20 07 -7 0 3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária3ª Câmara / 2ª Turma Ordinária agosto de 2016 agosto de 2016 Processo Administrativo Fiscal Processo Administrativo Fiscal DAICOLOR DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA DAICOLOR DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA FAZENDA NACIONAL FAZENDA NACIONAL Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. julgamento em diligência. julgamento em diligência. Fl. 177DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 13/10/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13816.000118/2007-70 Resolução nº 3302-000.539 S3-C3T2 Fl. 178 2 qualquer procedimento fiscal. Após o pagamento, a contribuinte informa que retificou as DCTFs para declarar tais valores, a fim de manter a regularidade de seus registros fiscais. A 1ª Turma da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Campinas (SP) considerou o lançamento procedente. Esse acórdão recebeu a seguinte ementa: Assunto: Normas de Administração Tributária Ano - calendário: 2004 DCTF. REVISÃO INTERNA. DÉBITOS DECLARADOS. DENÚNCIA ESPONTÂNEA. MULTA DE MORA. SÚMULA N. 360. SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ): "O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo". Rel. Min. Eliana Calmon, em 27/08/08.. Lançamento Procedente O contribuinte foi intimado sobre o conteúdo do acórdão em 05/05/2009 (fl.155) e interpôs, tempestivamente, recurso voluntário em 04/06/2009 (fl.156). VOTO Em 28/06/2012 a 1ª Turma da 1ª Câmara da 3ª Seção deste Conselho converteu o julgamento em diligência, para que a DRF de Campinas (SP) informasse a data por ela considerada para a declaração da DCTF da COFINS recolhida nos DARFs de folhas 35, 36 e 45, bem como apontar, nos autos do processo, o documento que daria suporte a essa informação. A conclusão do fiscal que cumpriu a diligência requerida é a seguinte (fl. 173): "(...) Pela análise dos autos, s.m.j., a DCTF analisada foi aquela constante do auto de infração às e-fls. 27, entregue em 07/12/2006 e referente aos recolhimentos em atraso descritos nos Demonstrativos de Pagamentos Efetuados Após o Vencimento de e-fls. 29; 30 e 31 e do Demonstrativo de Multa a Pagar de e-fls. 32, cópia dos DARF às e-fls. 36, 37 e 46". Após o relatório do fiscal sobre a diligência ter sido trazido aos, esses retornaram a este Conselho. A contribuinte alega em seu recurso voluntário informa que "no encerramento contábil dos meses de Outubro, Novembro e Dezembro de 2004, levantou as correspondentes bases de cálculo da COFINS, contudo, somente no mês de Dezembro apurou o saldo a pagar desta contribuição, liquidando o mesmo através de PERDCOMP". E continua esclarecendo que "providenciou, espontaneamente, antes de qualquer procedimento administrativo, o pagamento das diferenças apuradas (...) bem como a entrega posterior da DCTF retificadora" (fl. 159). E, diante desses esclarecimentos, conclui que "as diferenças apuradas e efetivamente pagas não foram objeto de declaração anterior ao pagamento", o que afasta a Fl. 178DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 13/10/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA Processo nº 13816.000118/2007-70 Resolução nº 3302-000.539 S3-C3T2 Fl. 179 3 incidência do verbete n. 360 da Súmula/STJ, uma vez que os tributos pagos não haviam sido regularmente declarados. Constato que não foi oportunizada à contribuinte/recorrente se manifestar sobre a conclusão da diligência acostada à folha 173. Para que não se incorra em cerceamento ao direito de defesa (preconizado nos inciso LV, art. 5º da Constituição Federal), e em consonância com o que determina o parágrafo único do art. 35 do Decreto n. 7.574/20111, voto pela conversão do julgamento em diligência para que a recorrente seja cientificada do teor da conclusão do fiscal e apresente sua manifestação, se assim entender necessário. 1 Art. 35. A realização de diligências e de perícia será determinada pela autoridade julgadora de primeira instância, de ofício ou a pedido do impugnante, quando entendê-las necessárias para apreciação da matéria litigada. Parágrafo único. O sujeito passivo deverá ser cientificado do resultado da realização da diligência e perícias, sempre que novos fatos ou documentos sejam trazidos ao processo, hipótese na qual deverá ser concedido prazo de trinta dias para manifestação. Fl. 179DF CARF MF Impresso em 14/10/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 13/10/2016 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 13/10/20 16 por LENISA RODRIGUES PRADO, Assinado digitalmente em 14/10/2016 por RICARDO PAULO ROSA
score : 1.0
Numero do processo: 10680.008632/2003-14
Turma: Primeira Turma Ordinária da Segunda Câmara da Segunda Seção
Câmara: Segunda Câmara
Seção: Segunda Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Jul 30 00:00:00 UTC 2009
Ementa: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica — IRPJ e Outro
Ano-calendário. 1999 a 2000
IRRE COMPETÊNCIA RATIONE MATERLAE. A Primeira Seção do
CARF é competente para apreciar recursos relativos ao IRRF quando este se tratar de antecipação de IRPJ (CARF, Regimento Interno, Anexo II, att. 2°, III).
Numero da decisão: 1302-000.030
Decisão: Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, declinar competência em favor de uma das turmas da 2ª Seção do CARF , nos termos do relatório e votos que integram o presente julgado.
Matéria: IRF- ação fiscal - outros
Nome do relator: Irineu Biachi
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ementa_s : Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica — IRPJ e Outro Ano-calendário. 1999 a 2000 IRRE COMPETÊNCIA RATIONE MATERLAE. A Primeira Seção do CARF é competente para apreciar recursos relativos ao IRRF quando este se tratar de antecipação de IRPJ (CARF, Regimento Interno, Anexo II, att. 2°, III).
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score : 1.0
Numero do processo: 11020.723215/2013-11
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Tue Sep 27 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 16 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário
Data do fato gerador: 31/07/2013
INFRAÇÃO ADUANEIRA. PROVA INSUFICIENTE.
É necessária que haja suficiente prova para imputar infração aduaneira ao Contribuinte.
Recurso voluntário provido.
Numero da decisão: 3301-003.089
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário.
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
Valcir Gassen- Relator.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen.
Nome do relator: VALCIR GASSEN
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ementa_s : Assunto: Normas Gerais de Direito Tributário Data do fato gerador: 31/07/2013 INFRAÇÃO ADUANEIRA. PROVA INSUFICIENTE. É necessária que haja suficiente prova para imputar infração aduaneira ao Contribuinte. Recurso voluntário provido.
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PROVA INSUFICIENTE. É necessária que haja suficiente prova para imputar infração aduaneira ao Contribuinte. Recurso voluntário provido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em dar provimento ao recurso voluntário. Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. Valcir Gassen Relator. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros Luiz Augusto do Couto Chagas, José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d'Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões, Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro e Valcir Gassen. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 02 0. 72 32 15 /2 01 3- 11 Fl. 107DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 108 2 Relatório Tratase de Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte contra decisão consubstanciada no Acórdão nº 16067.122 (fls. 60 a 76), de 26 de março de 2015, proferido pela 23ª Turma da Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em São Paulo (SP) – DRJ/SPO – que julgou, por unanimidade de votos, improcedente a impugnação do Contribuinte, mantendo o crédito tributário exigido. Visando a elucidação do caso e a economia processual adoto e cito o relatório do referido Acórdão: Trata o presente processo de auto de infração, lavrado em 12/12/2014, em face do contribuinte em epígrafe, formalizando a exigência de multa regulamentar, no valor de R$ 31.000,00, em virtude dos fatos a seguir escritos. Multa aplicável por maço de cigarro ou unidade de produto relacionado no art. 1º do DecretoLei nº399/68, cumulativo a pena de perdimento pela prática de infração às medidas de controles fiscais relativas a fumo, cigarro, charuto, cigarrilha de procedência estrangeira conforme Inquérito IPL 0003/20144 da Polícia Federal de Caxias do Sul/RS. Cientificado do auto de infração, via Aviso de Recebimento, em 30/12/2014 (fls. 30), o contribuinte, protocolizou impugnação, tempestivamente em 29/01/2015, na forma do artigo 56 do Decreto nº 7.574/2011, de fls. 33 à 37, instaurando assim a fase litigiosa do procedimento. O impugnante alegou que: PRELIMINARMENTE ⊙ DA NULIDADE DA NOTIFICAÇÃO As notificações restam eivadas de nulidades, pois, em conformidade com o que preconiza nosso ordenamento jurídico, o Demonstrativo elaborado pelo Sr. Fiscal deveria relacionar todas as notas fiscais, discriminandoas uma a uma, sendo tal requisito indispensável para configurar a infração cometida. Conforme preconiza a legislação tributária, deverá o auto de infração identificar o infrator, descrever a infração com clareza, indicar os dispositivos legais dados por infringidos e capitular a penalidade, devendo portanto observar os seguintes requisitos: a) Nome e qualificação do autuado; b) O local, a data e a hora da lavratura; c) A descrição clara e precisa do fato; d) A descrição da disposição legal infringida, bem como a legislação utilizada para a aplicação de juros e correção monetária; e) A exigência a ser cumprida; f) A intimação para cumprir a exigência ou impugnála dentro do prazo legal; g) A assinatura do autuante e do autuado, quando possível; h) A indicação da repartição aonde correrá o processo. O cumprimento dos requisitos acima tem como única e exclusiva finalidade assegurar ao atuado o direito constitucionalmente previsto da ampla defesa, pois, Fl. 108DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 109 3 somente com preenchimento de todos os requisitos, permitirá a obtenção de informações seguras ao autuado, estas importantes para a elaboração de sua defesa. Ante esta falha, originou a apuração de valores indevidos, até mesmo porque o Impugnante ficou surpreso com tal auto de infração, eis que não cometido o crime por ele e sim, por terceiro, Sra. Maria Elisabet Cordova, conforme processo 500000176.2014.404.7. Tais produtos foram apreendidos em poder de terceiro, Sra. Maria, inclusive na residência da mesma, assim, o Impugnante busca através de prova judicial livrarse de injustas acusações, necessitando o reconhecimento da presente nulidade diante do não preenchimento dos requisitos da presente imposição. NO MÉRITO ⊙ DOS FATOS Diante de cumprimento de mandado de busca e apreensão, devido a uma denúncia anônima, foi apreendida a quantidade de 15.500 maços de cigarro na residência da Sra. Maria Elisabete Cordova, na cidade de São Francisco de Paula/RS. Desta forma, o impugnante foi autuado pela suposta prática de crime previsto no artigo 334 do Código Penal, oportunidade que foram obtidas informações de que tais cigarros pertenciam ao Impugnante, pelo depoimento prestado por Maria, contudo, tais alegações não correspondem com o ocorrido. Diante de tal fato, foi imposta a multa pecuniária ao impugnante no valor de R$ 31.000,00 (trinta e cinco mil reais). Tais maços de cigarro não pertencem ao Impugnante, sendo que tais acusações são falsas, no qual o mesmo segue comprovando as alegações através de prova judicial em ação penal que vem respondendo, qual seguem parcialmente em anexo. ⊙ DA SUSPENSÃO OU CANCELAMENTO IMEDIATO DO AUTO DE INFRAÇÃO PELA NEGATIVA DE AUTORIA. Diante da suposta prática do crime de Descaminho imputado ao Impugnante, o mesmo responde processo criminal junto da Justiça Federal de Caxias do Sul/RS, distribuída sob o numero 501356525.2014.404,7107, na qual segue em fase de instrução, restando faltante o interrogatório do Réu Moacir para possibilitar a prolatação da sentença. Nesse sentido, o Impugnante segue com a tese de negativa de autoria, uma vez que tais mercadorias não pertenciam ao mesmo, conforme já comprovado pelas testemunhas arroladas naqueles autos, que segue em anexo em CD. Assim, para possibilitar a sua versão dos fatos, comprovando que não lhe pertenciam os maços de cigarro, necessária a suspensão do presente feito até o trânsito em julgado da ação penal acima informada, para fins de comprovar sua inocência. Desta forma, requer a suspensão do feito até o trânsito em julgado da sentença da Ação Penal que responde junto da Justiça Federal de Caxias do Sul/RS, ou não sendo este o entendimento requer seja analisada a prova trazida na presente Impugnação, corroborando com as alegações trazidas aos autos e reconhecendo a nulidade do presente Processo fiscal. ⊙ DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PENALIDADE PECUNIÁRIA POR VIOLAÇÃO À EXIGÊNCIA CONSTITUCIONAL DE LEI COMPLEMENTAR PRÉVIA (ART. 146/CF) E AO ART. 97, V DO CTN Conforme preceitua o art. 97, V, do CTN, "somente a lei pode estabelecer penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos. Fl. 109DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 110 4 Ora, essa lei exigida pelo Código Tributário Nacional, é a lei complementar, nos termos do art. 146 da CF, e não mera lei ordinária, tal qual enquadrada a penalidade pelo ato de apreensão. Disso resulta a inexigibilidade da multa fiscal imposta por violação à norma e princípio constitucional da estrita legalidade tributária. ⊙ DA INCONSTITUCIONALIDADE DA PENALIDADE POR CONFISCO (CF, ART. 150, IV), OFENSA AO DIREITO DE PROPRIEDADE (CF, ART. 5^, XXII; ART. 170, II) E VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA CAPACIDADE ECONÔMICA, DA PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE Constituindo a proporcionalidade princípio constitucional implícito de observância obrigatória pelo EstadoAdministração, segundo jurisprudência reiterada do próprio Supremo Tribunal Federal, não pode referida garantia fundamental ser desconsiderada, sob pena de inconstitucionalidade da medida, ainda que a pretexto de se apoiar em lei violadora de tal postulado. Outrossim, o valor tributário alegadamente lesado aos cofres estatais é absolutamente desproporcional à multa abusiva imposta ao impugnante. No caso dos autos, também não houve, de nenhuma forma, consideração à renda do impugnante, sendo a penalidade pecuniária imposta com total menosprezo à sua capacidade contributiva e econômica, violandose, dessa forma, a própria Constituição da República e a jurisprudência predominante dos Tribunais Federais. Junta textos da jurisprudência: (TRF – 4ª Região; 2004.04.01.044263 1/PR, Rel. Des. Luiz Fernando Wowk Penteado, DJU de 17/08/2005, pág. 787) Em tal situação, ora vertente, temse verdadeiro confisco ao patrimônio e propriedade privada do particular (ora impugnante), pois a imposição, in casu, de multa sem critério ou parâmetro técnico e sem considerar as condições subjetivas pessoais (capacidade contributiva) do suposto infrator, revelase manifestamente abusiva e arbitrária, e atenta evidentemente contra a Constituição, padecendo, assim, do vício insanável da inconstitucionalidade por violação à garantia fundamental da vedação do confisco. Junta textos da doutrina de Sacho Calmon Navarro: ("Infrações Tributárias e Delitos Fiscais", Paulo José da Costa Jr. e Zelmo Denari, Editora Saraiva, São Paulo, 2g edição, 1996, p. 81). Efetivamente, a permanência da penalidade nos seus níveis insuportáveis impostos tolhe ao impugnante as condições de sobrevivência, por absolutamente inconstitucional em face de sua total desproporcionalidade: Em conclusão, ao não atentar à situação pessoal subjetiva do impugnante, a penalidade fiscal incidiu em inconstitucionalidade, praticandose verdadeiro confisco vedado pela Lei Maior à propriedade privada. ⊙ DAS DILIGÊNCIAS DA APURAÇÃO DA VERDADE MATERIAL (SUBSTANCIAL) Para apuração da verdade real dos fatos, e com base no art. 5º, LV da CF, no art. 16, IV, art. 17 e inc. lí do art. 59 do Dec. Fed. 70235/72, são necessárias ao perfeito esclarecimento dos fatos diligências preliminares, como a perícia e exame nos maços de cigarro encontrados em poder de terceiro (Sra. Maria Cordova), a fim de averiguar sua marca, valor e real procedência. ⊙ DO REQUERIMENTO Fl. 110DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 111 5 A vista do exposto, e suprido pelo elevado descortino de Vossa Senhoria, requer: a) o reconhecimento da preliminar suscitada de nulidade de notificação; b) a suspensão do auto de infração até o trânsito em julgado da Ação Penal n° 501356525.2014.404.7107/RS, possibilitando a comprovação de que os produtos apreendidos não pertenciam ao Impugnante; c) julgamento da total improcedência da exigência fiscal deduzida e imposta nos presentes autos e a procedência da presente impugnação reconhecendo a insubsistência e improcedência do lançamento; d) a exoneração da multa pecuniária imposta ao impugnante, por lesiva à norma constitucional que proíbe o confisco e aos princípios constitucionais da capacidade econômica, proporcionalidade e razoabilidade, bem como da legalidade (exigência de Lei Complementar); e) diligência no sentido de procederse à perícia dos objetos apreendidos, a fim de verificarse sua procedência nacional; f) em caso de improcedência dos pedidos anteriores, o parcelamento ou transação (inc. III do art. 156/CTN) da exigência fiscal. Tendo em vista a negativa do Acórdão ora recorrido no que diz respeito ao requerido pelo Contribuinte em sua Impugnação, este interpôs Recurso Voluntário (fls. 81 a 86), em 27 de maio de 2015, alegando, principalmente, que o Auto de Infração deve ser suspenso ou cancelado por ter havido, na esfera judiciária, julgamento que entendeu pela negativa de autoria do Contribuinte. É o relatório. Voto Conselheiro Valcir Gassen O Recurso Voluntário (fls. 81 a 86), de 27 de maio de 2015, interposto pelo Contribuinte, em face da decisão consubstanciada no Acórdão nº 16067.122 (fls. 60 a 76), de 26 de março de 2015, é tempestivo e atende os pressupostos legais de admissibilidade, motivo pelo qual deve ser conhecido. O ora analisado Recurso Voluntário visa reformar decisão que possui a seguinte ementa: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A IMPORTAÇÃO II Data do fato gerador: 31/07/2013 Multa aplicável por maço de cigarro ou unidade de produto de procedência estrangeira. O autuado incorre na infração por manter em depósito e pela posse de cigarros de procedência estrangeira. Ainda que o autuado seja absolvido pela autoria na ação penal, esse efeito não afeta presente julgamento que se limita a discutir uma infração aduaneira. Fl. 111DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 112 6 Não há o que se falar em fato gerador para multa regulamentar, porque a exigência discutida, embora proveniente de um lançamento, na sua gênese está presente um ato ilícito aduaneiro. Impugnação Improcedente O Contribuinte, insatisfeito com o entendimento trazido pela 23ª Turma da DRJ/SPO, por meio do Acórdão ora recorrido, ingressou com Recurso Voluntário alegando, preliminarmente, a nulidade da notificação por entender que as mesmas estão em desconformidade com o ordenamento jurídico brasileiro uma vez que as notas fiscais não foram discriminadas individualmente, o que geraria, segundo o Contribuinte, prejuízo no seu direito à ampla defesa. Nesse sentido, ao ater atenção ao Auto de Infração (fls. 16 a 21) observo que há no referido documento a individualização dos fatos de forma clara e detalhada, logo não encontro no documento qualquer vício de nulidade e que macule o direito de ampla defesa do Contribuinte. O contribuinte aduz ainda a inconstitucionalidade da pena pecuniária a ele aplicada por violar à exigência de lei complementar prévia, com base no art. 146 da Constituição Federal e no art. 97, V, do Código Tributário Federal, bem como, alega a inconstitucionalidade da pena por confisco, ofensa ao direito de propriedade e violação aos princípios constitucionais da capacidade econômica, da proporcionalidade e razoabilidade. A respeito de tal argumentação cabe a citação do art. 62 do Regimento Interno do CARF, que assim determina: Art. 62. Fica vedado aos membros das turmas de julgamento do CARF afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade. Portanto, por expressa determinação regimental este Conselho não possui competência para avaliar a possível inconstitucionalidade. O Contribuinte requer também que sejam concedidas diligências para a apuração da verdade material, nos seguintes termos (fl. 85): Para apuração da verdade real dos fatos, e com base no art. 5º LV da CF, no art. 16, IV, art. 17 e inc. II do art. 59 do Dec. Fed. 70235/72, são necessárias ao perfeito esclarecimento dos fatos diligências preliminares, como a perícia e exame nos maços de cigarro encontrados em poder de terceiro (Sra. Maria Cordova), a fim de averiguar sua marca, valor e real procedência. A respeito de tal requisição do Contribuinte entendo não ser necessária a conversão do julgamento em diligência, uma vez que a Polícia Federal de Caxias do Sul (RS) já realizou as investigações para que se tenha, no presente processo, todas as informações relevantes para sua conclusão. A seguir o Contribuinte requer que seja cancelado ou suspenso o Auto de Infração pela alegada negativa de autoria, conforme se verifica no trecho a seguir do ora analisado Recurso Voluntário (fls. 83 e 84): Diante da suposta prática do crime de Descaminho imputado ao Recorrente, o mesmo responde processo criminal junto da justiça Federal de Caxias do Sul/RS, distribuída sob o número 5013565.25.2014.404.7107, na qual segue em fase de instrução, restando faltante o interrogatório do Réu Moacir para possibilitar a prolatação da sentença. Fl. 112DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 113 7 Nesse sentido, o Recorrente segue com a tese de negativa de autoria, uma vez que tais mercadorias não pertenciam ao mesmo, conforme já comprovado pelas testemunhas arroladas naqueles autos, que segue em CD anexado a impugnação. Assim, para possibilitar a sua versão dos fatos, comprovando que não lhe pertenciam os maços de cigarro, necessária a suspensão do presente feito até o trânsito em julgado da ação penal acima informada, para fins de comprovar sua inocência através da prova produzida. Desta forma, requer a suspensão do feito até o trânsito em julgado da sentença da Ação Penal que responde junto da Justiça Federal de Caxias do Sul/RS, ou não sendo este o entendimento requer seja analisada a prova trazida na presente Impugnação, corroborando com as alegações trazidas aos autos e reconhecendo a nulidade do presente Processo fiscal. A decisão ora recorrida entendeu que “ainda que o autuado seja absolvido pela autoria na ação penal, esse efeito não afeta presente julgamento que se limita a discutir uma infração aduaneira” (fl. 68). A respeito desta discussão o Acórdão ora recorrido traz a seguinte argumentação (fl. 69): Do Termo de Declarações anexo do Inquérito IPL 0003/20144 da Polícia Federal de Caxias do Sul/RS, às folhas 07 do processo digital, consta: Aos vinte dias do mês de agosto do ano de dois mil e treze, nesta cidade de São Francisco de Paula Estado do Rio grande do Sul, no prédio onde funciona a Delegacia de Policia, presente a Delegada de Policia Daniela Ruschel Malvasio, comigo, ... Cabrera de Paula servindo de Escrivão ai compareceu a DECLARANTE. Inquirida disse que reside na Avenida Independência, 38, há 25 anos. Diz ser viúva há ... anos e 08 meses. No imóvel residem alem da depoente, sua sobrinha EVA TERESINHA CORDOVA DOS SANTOS, a qual trabalha na Fabrica. Refere que a casa tem dois compartimentos. No debaixo é uma garagem com duas peças e no andar cima é onde a depoente reside com sua sobrinha. Hoje a policia esteve em sua casa apresentandolhe um Mandado de Busca. No local, na parte de baixo, em uma ... peças, a que tinha um cadeado, houve a apreensão de inúmeras caixas de cigarros. Em que lhe foi informado se trata de cigarros do Paraguai. Diz que o cigarro apreendidos pertence a MOACIR JOSE FROZZA, do bar da Belo. Comenta que MOACIR é casado com uma sobrinha da depoente. Refere que na peça onde o cigarro foi encontrado estava com um cadeado e quem tem a chave é MOACIR. Conta que no ano passa MOACIR usou esta peça e por dois meses armazenou cigarros. Nunca houve cobrança de aluguel daquele peça de MOACIR. Portanto, ainda que não haja prova que os maços de cigarro são de propriedade do Sr. MOACIR JOSE FROZZA, esse incorre na infração por manter em depósito e pela posse de cigarros de procedência estrangeira, consoante a letra do caput do artigo 3º do Decreto Lei de 399/68. Apesar do entendimento da DRJ, consubstanciado no Acórdão ora recorrido, há de se frisar que houve a juntada de Sentença (fls. 100 a 103), da 5ª Vara Federal de Caxias do Sul, de 16 de julho de 2015 (ou seja, posterior a data do Recurso Voluntário ora analisado), que absolveu o Contribuinte, nos seguintes termos do seu dispositivo: Diante do exposto, julgo improcedente a denúncia proposta pelo Ministério Público Federal para absolver o réu Moacir José Frozza, já qualificado, com base no art. 386, VII, do Código Processual Penal. Fl. 113DF CARF MF Processo nº 11020.723215/201311 Acórdão n.º 3301003.089 S3C3T1 Fl. 114 8 O referido artigo, do Código de Processo Penal, que baseia a absolvição do Contribuinte tem a seguinte redação: Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: (...) VII não existir prova suficiente para a condenação. Neste mesmo sentido observase que houve, também, a apresentação de Memoriais pelo Ministério Público Federal (fls. 91 a 98), em 31 de março de 2015, que requereu a absolvição do Contribuinte por insuficiências de provas, argumentando nos seguintes termos: A referida notíciacrime anônima e o depoimento da também denunciada MARIA CORDOVA no sentido de que MOACIR era o proprietário dos cigarros apreendidos na residência de MARIA, e o fato de o réu ter admitido que, em outras ocasiões, comercializou cigarros contrabandeados não são suficientes para embasar a sua condenação nos presentes autos. Pois os cigarros foram apreendidos na residência de MARIA CORDOVA, e não ficou demonstrado nos autos que o acusado frequentasse a casa desta, ou que mantivesse alguma relação comercial com ela. Portanto, tendo em vista que a Receita Federal do Brasil produziu o Auto de Infração deste processo com base na investigação policial e que esta mesma investigação, já na esfera judiciária, concluiu por não haver crime, uma vez que não há provas o suficiente para condenar o Contribuinte, entendo que não há como condenar o mesmo na esfera administrativa, pela insuficiência de provas da alegada conduta. Logo, entendo que a presente decisão deva seguir o entendimento consubstanciado na Sentença supracitada de forma que seja dado provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo Contribuinte. Valcir Gassen Relator Fl. 114DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10120.004174/2005-51
Turma: Segunda Turma Especial da Primeira Seção
Seção: Primeira Seção de Julgamento
Data da sessão: Thu Mar 11 00:00:00 UTC 2010
Ementa: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ
Ano-calendário: 2000, 2001
ADIÇÃO DAS PARCELAS MÍNIMAS DO LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO - IRPJ COM SALDO A PAGAR - COMPENSAÇÃO COM SALDO NEGATIVO APURADO EM PERÍODO ANTERIOR
O aproveitamento em 2000 do saldo negativo de IRPJ apurado em 1999, via compensação na sistemática do art. 66 da Lei 8.383/1991 não poderia ocorrer depois de iniciada a ação fiscal. Não há nos autos nenhum elemento (lançamentos contábeis, DCTF, etc.) evidenciando que a compensação entre tributos de mesma espécie já havia ocorrido antes do inicio da fiscalização.
ADIÇÃO DAS PARCELAS MÍNIMAS DO LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO - APROVEITAMENTO DE ESTIMATIVAS - IRPJ COM SALDO A PAGAR
O aproveitamento de estimativas no próprio período a que correspondem não se dá por compensação, mas sim por mera dedução na DIPJ Elas representam antecipações do IRPJ anual. Não havendo estimativas no ano-calendário de 2000 em valor suficiente para quitar o IRPJ anual, após a adição da parcela mínima de realização do lucro inflacionário, há que ser mantido o lançamento para esse ano. Havendo estimativas suficientes para o
ano-calendário de 2001, deve ser cancelado o lançamento relativamente a esse outro período.
Numero da decisão: 1802-000.379
Decisão: ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. O Conselheiro Nelso Kichel declarou-se impedido de votar, por haver participado do julgamento em primeira instância, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
Matéria: IRPJ - AF - lucro real (exceto.omissão receitas pres.legal)
Nome do relator: José de Oliveira Ferraz Corrêa
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ementa_s : IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2000, 2001 ADIÇÃO DAS PARCELAS MÍNIMAS DO LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO - IRPJ COM SALDO A PAGAR - COMPENSAÇÃO COM SALDO NEGATIVO APURADO EM PERÍODO ANTERIOR O aproveitamento em 2000 do saldo negativo de IRPJ apurado em 1999, via compensação na sistemática do art. 66 da Lei 8.383/1991 não poderia ocorrer depois de iniciada a ação fiscal. Não há nos autos nenhum elemento (lançamentos contábeis, DCTF, etc.) evidenciando que a compensação entre tributos de mesma espécie já havia ocorrido antes do inicio da fiscalização. ADIÇÃO DAS PARCELAS MÍNIMAS DO LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO - APROVEITAMENTO DE ESTIMATIVAS - IRPJ COM SALDO A PAGAR O aproveitamento de estimativas no próprio período a que correspondem não se dá por compensação, mas sim por mera dedução na DIPJ Elas representam antecipações do IRPJ anual. Não havendo estimativas no ano-calendário de 2000 em valor suficiente para quitar o IRPJ anual, após a adição da parcela mínima de realização do lucro inflacionário, há que ser mantido o lançamento para esse ano. Havendo estimativas suficientes para o ano-calendário de 2001, deve ser cancelado o lançamento relativamente a esse outro período.
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decisao_txt : ACORDAM os membros da 2ª Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. O Conselheiro Nelso Kichel declarou-se impedido de votar, por haver participado do julgamento em primeira instância, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado.
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Recorrida 2a TURMA/DRJ-BRASÍLIA/DF ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA JURÍDICA - IRPJ Ano-calendário: 2000, 2001 ADIÇÃO DAS PARCELAS MÍNIMAS DO LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO - 1RPJ COM SALDO A PAGAR - COMPENSAÇÃO COM SALDO NEGATIVO APURADO EM PERÍODO ANTERIOR O aproveitamento em 2000 do saldo negativo de IRPJ apurado em 1999, via compensação na sistemática do art. 66 da Lei 8.383/1991 não poderia ocorrer depois de iniciada a ação fiscal. Não há nos autos nenhum elemento (lançamentos contábeis, DCTF, etc.) evidenciando que a compensação entre tributos de mesma espécie já havia ocorrido antes do inicio da fiscalização. ADIÇÃO DAS PARCELAS MÍNIMAS DO LUCRO INFLACIONÁRIO ACUMULADO - APROVEITAMENTO DE ESTIMATIVAS - IRPJ COM SALDO A PAGAR O aproveitamento de estimativas no próprio período a que correspondem não se dá por compensação, mas sim por mera dedução na DIRL Elas representam antecipações do IRPJ anual. Não havendo estimativas no ano- calendário de 2000 em valor suficiente para quitar o IRPJ anual, após a adição da parcela mínima de realização do lucro inflacionário, há que ser mantido o lançamento para esse ano. Havendo estimativas suficientes para o ano-calendário de 2001, deve ser cancelado o lançamento relativamente a esse outro período. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACORDAM os membros da 2' Turma Especial da Primeira Seção de Julgamento, por unanimidade de votos, dar provimento parcial ao recurso, nos termos do voto do Relator. O Conselheiro Nelso Kjchel declarou-se impedido de votar, por haver participado do julgamento em primeira instância, nos termos do relatório e voto que integram o presente julgado. t ESTER MARQUES LINS DE OUSA — President . 01‘ „ J5EDEOLIVEIRAF " RREA — Relator. - EDITADO EM: -0 g AN, pnin re 8 ABA 2010 Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Ester Marques Lins de Sousa (Presidente da Turma), João Francisco Bianco (Vice-Presidente), José de Oliveira Ferraz Corrêa, Edwal Casoni de Paula Femandes Junior, Nelso Kichel e Sérgio Luiz Bezerra Presta (Suplente Convocado). 2 Processo n° 10120.00417412005-51 S1-TE02 Acórdão n.° 1802-00.379 Fl. 2 Relatório Trata-se de Recurso Voluntário contra decisão da Delegacia da Receita Federal de Julgamento em Brasília/DF, que considerou procedente o lançamento realizado para a constituição de crédito tributário relativo ao Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica — IRPJ (fis. 81 a 91), no valor de R$ 16.686,83, estando incluído nesse montante a multa de oficio de 75% e os juros moratórios. O lançamento abrangeu os anos-calendário de 2000 e 2001. De acordo com a Fiscalização, a Contribuinte não promoveu nestes períodos a realização do lucro inflacionário acumulado, nos percentuais mínimos exigidos pela lei. Constam do auto de infração as seguintes informações: 001 — ADIÇÕES NÃO COMPUTADA NA APURAÇÃO DO LUCRO REAL LUCRO INFLACIONÁRIO REALIZADO — REALIZAÇÃO MÍNIMA Ausência de adição ao lucro liquido do período, na determinação do lucro real apurado na Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica — DIPJ, do lucro inflacionário realizado, sem observância do percentual de realização mínima previsto na legislação de regência. Intimado a justificar as divergências, o contribuinte confirmou que deixou de efetuar a realização mínima do lucro inflacionário e que apresentou DIPJ retificadora. Incluiu na DIPJ/2001 retificadora o "lucro inflacionário declarado a menor (ficha 09- Á, linha 16), e a outra acrescentando o valor de R$ 3.438,60 (três mil, quatrocentos e trinta e oito reais e sessenta centavos) na linha 16 da ficha 12-A, proveniente do imposto pago por estimativa, tendo em vista que no ano-calendário anterior (1999) houve pagamentos de imposto de renda por estimativa a maior, ...". Na D1PJ/2002 incluiu "o lucro inflacionário declarado a menor (ficha 09-A, linha 16), e outra efetuando-se o registro dos valores efetivamente pagos por estimativa a titulo de 1RPJ e CSLL" As DIPJ retificado ras foram apresentadas após a intimação para jUShlicar as divergências, já iniciado o procedimento fiscal. O valor do IRPJ a restituir/compensar apurado na Ficha 13A — Cálculo do Imposto de Renda sobre o Lucro Real, DIPJ/2000, R$ 26.960,94, e o valor apurado e recolhido de estimativa, ano- calendário 2000, R$ 33.286,74, são insuficientes para justificar a retificação. Além disso, compensações deveriam ser informadas na DCTF. ç 3 O demonstrativo do Lucro Inflacionário, emitido pelo Sistema de Acompanhamento de Prejuízos e Lucro Inflacionário (SAPLI), apresenta a evolução do lucro inflacionário. Os valores declarados na(s) DIPJ(s) e revisados estão nas planilhas Demonstração do Lucro Real — IRPJ (o lucro real apurado nesta ficha é igual ao valor informado na DIPJ retificadora) e Cálculo do IR)'.! Sobre o Lucro ReaL No relatório da decisão de primeira instância consta que a Contribuinte apresentou a impugnação de fls. 97 a 99, alegando, em síntese, que em 13/06/2005, antes da lavratura do auto de infração, datado de 27/06/2005, enviou via internei declarações retificadoras, o que tornaria o lançamento improcedente, diante do disposto no art. 147, § 1°., in fine, do CIN, que est4 rffiproduzicloflo texto da petição. Conforme mencionado, a DRJ Brasília/DF considerou procedente o lançamento, expressando suas conclusões com a seguinte ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Jurídica - IRPJ Ano-calendário: 2000, 2001 PERDA DA ESPONTANEIDADE. DIPJ RETIFICADORAS Não produzem efeito as declarações retificadoras apresentadas após o inicio do procedimento fiscal, quando excluída a espontaneidade do sujeito passivo. A Delegacia de Julgamento registrou que a Contribuinte, logo após ter sido intimada do início da fiscalização, em 03/06/2005 (fls. 05/07), apressou-se em apresentar DIPJ refificadoras, transmitidas via internei em 13/06/2005, intentando corrigir as insuficiências de realização mínima do saldo do lucro inflacionário e demonstrar, na apuração do saldo do imposto a pagar, que extinguiu tributo devido com compensações. Contudo, ainda segundo a DRJ, o procedimento saneador foi adotado tardia e extemporaneamente, não tendo o efeito de denúncia espontânea, nem podendo isentar o sujeito passivo da acusação de cometimento de infração à legislação tributária, em vista dos mandamentos constantes do art. 138 do CTN, do § 1° do art. 7° do Decreto 70.235/72 — PAF, e do art. 833 do RIR/99. Além disso, esclareceu que o disposto no art. 147, § 1°, do CTN, invocado pela impugnarde para pugnar pela validade das declarações retificadoras, aplica-se tão-somente à modalidade de lançamento por declaração, e não aos tributos enquadrados na modalidade de lançamento por homologação (CTN, art. 150), como é o caso do IRPJ. Inconformada com essa decisão, da qual tomou ciência em 12/01/2007, a Contribuinte apresentou em 13/02/2007 o recurso voluntário de fls. 117 e 118, onde alega que prestou tempestivamente todos os esclarecimentos que lhe foram solicitados, efetuando a retificação das DIPJ dos anos-calendlirio 2000 e 2001, e que, deste modo, o Autuante não teria observado o art. 841, inciso II, do RI12199, dispositivo que foi por ele mesmo citado, quando enviou a primeira intimação à Contribuinte. Informa também que fez duas alterações na DIPJ do ano-calendário 2000, incluindo a realização do lucro inflacionário e acrescentando o valor de R$ 3.438,60 na linha 16 da ficha 12-A, proveniente do imposto a maior pago por estimativa no ano-calendário de 1999, e que poderia ser compensado nos exercícios seguintes. 4 Processo e 10120.00417412005-511 SI-TE02 Acórdão n.° 1802-00379 Fl. 3 Quanto ao ano-calendário 2001, reafirma que também fez duas alteração na DIPJ, uma delas para incluir a realização do lucro inflacionário, e outra para registrar os valores efetivamente pagos por estimativa a título de IPPJ e CSLL. Ao final, alega estar havendo enriquecimento ilícito por parte do Fisco, uma vez que a Contribuinte já incluiu o lucro inflacionário declarado a menor nas referidas DIPJ, o que resultaria em pagamento de imposto em duplicidade. Este é o Relatório. 13, 5 Voto Conselheiro JOSÉ DE OLIVEIRA FERRAZ CORRÊA, Relator O recurso é tempestivo e dotado dos pressupostos para a sua admissibilidade. Portanto, dele tomo conhecimento. Conforme o relatório, a exigência de IRPJ resultou da realização de lucro inflacionário nos anos-calendário de 2000 e 2001, nos percentuais mínimos previstos em lei. . . Sobre essa realização não há controvérsia. A própria Contribuinte, após iniciada a ação fiscal, tentou promover a retificação de suas DIPJ, para adicionar ao lucro líquido destes períodos as parcelas de realização do lucro inflacionário acumulado. A controvérsia, no caso, se dá em relação aos efeitos destas retificações nas declarações DIPJ. O art. 841 do Rfit./99, invocado pela Recorrente, traz a seguinte redação: Art.841.0 lançamento será efetuado de oficio quando o sujeito passivo (Decreto-Lei n2 5.844, de 1943, art. 77, Lei n2 2.862, de 1956, art. 28, Lei n2 5.172, de 1966, art. 149, Lei n2 8.541, de 1992, art. 40, Lei n2 9.249, de 1995, art. 24, Lei n2 9.317, de 1996, art. 18, e Lei n2 9.430, de 1996, art. 42): I- não apresentar declaração de rendimentos; H- deixar de atender ao pedido de esclarecimentos que lhe for dirigido, recusar-se a prestá-los ou não os prestar satisfatoriamente; III- fizer declaração inexata, considerando-se como tal a que contiver ou omitir, inclusive em relação a incentivos fiscais, qualquer elemento que implique redução do imposto a pagar ou restituição indevida; IV- não efetuar ou efetuar com inexatidão o pagamento ou recolhimento do imposto devido, inclusive na fonte; V- estiver sujeito, por ação ou omissão, a aplicação de penalidade pecuniária; VI-omitir receitas ou rendimentos. ParágrafoUnico.Aplicar-se-á o lançamento de oficio, além dos casos enumerados neste artigo, àqueles em que o sujeito passivo, beneficiado com isenções ou reduções do imposto, deixar de cumprir os requisitos a que se subordinar o favor fiscal. Vê-se que além da hipótese prevista no inciso II, referente à não prestação de esclarecimentos, há várias outras situações que justificam o lançamento de oficio. Assim, mesmo não incorrendo o stijeito passivo no inciso II acima, pode ele incorrer em um dos outros dispositivos, de modo que seja não só pertinente, mas também obrigatório, a realização de lançamento de oficio. Processo n° 10120.004174/2005-51 S1-TE02 Acórdão n.° 1802-00379 Fl. 4 E foi exatamente isso o que aconteceu. A Autoridade Fiscal entendeu que as retificações nas DIPJ não configuravam medidas capazes para solucionar a insuficiência no recolhimento do imposto, e, por isso, ele foi exigido por meio de auto de infração. De fato, quanto ao IRPJ do ano-calendário 2000, cabe assinalar que o saldo negativo do IRPJ apurado em 1999, no valor de R$ 26.960,94, somado às estimativas de 2000, no valor de R$ 33.286,74, não eram suficientes para quitar todo o IRPJ apurado no período pela própria Contribuinte (R$ 82.774,21), restando realmente em aberto a parcela de IRPJ correspondente à realização mínima do lucro inflacionário neste período. Pelo que consta dos autos, a parcela em aberto seria inclusive maior do que o valor lançado, porque a Contribuinte informou em sua DIPJ estimativas no montante de R$ 80294,16, valor bem maior do que o efetivamente recolhido a este título, conforme extrato à fl. 72. Além disso, o aproveitamento no período subseqüente do saldo negativo apurado em 1999, via compensação na sistemática do art. 66 da Lei 8.383/1991, não poderia ocorrer da forma pretendida pela Contribuinte, depois de iniciada a ação fiscal E não há nos autos nenhum elemento (lançamentos contábeis, DCTF, etc.) evidenciando que a alegada compensação entre tributos de mesma espécie já havia ocorrido antes do início da fiscalização. Quanto ao ano-calendário de 2001, entretanto, concluo de maneira diversa. Vê-se que o auto de infração traz informações mais detalhadas sobre o ano-calendário de 2000, especialmente sobre o montante das estimativas a serem consideradas na apuração do saldo anual a pagar. Para o ano-calendário de 2001, mesmo diante das informações prestadas pela Contribuinte, a Fiscalização entendeu por bem realizar o lançamento com base na adição da parcela mínima de realização do lucro inflacionário, pelo fato de as compensações efetivadas nas DIPJ retificadoras não terem sido previamente informadas em DC1T, mediante ato espontâneo. Ocorre que o aproveitamento de estimativas no próprio período a que correspondem não se dá por compensação, mas sim por mera dedução na DIPJ. Elas representam antecipações do IRPJ anual. Nesse contexto, observo, pelo extrato de fls. 73 e 74, que a Contribuinte efetuou em 2001 recolhimento de estimativas no valor total de R$ 136.056,03, valor suficiente para quitar o IRPJ anual no valor de R$ 71.816,30, já adicionada a parcela de realização mínima do lucro inflacionário. Cabe afirmar que independentemente da retificação da DIPJ, e dos efeitos dela decorrentes, as estimativas do período deveriam ter sido consideradas pela Fiscalização. Pode-se dizer a mesma coisa em relação às duas instâncias administrativas de julgamento. Diante do exposto, voto no sentido de dar provimento parcial ao recuso, para exonerar a exigência relativa ao ano-calendário de 2001. 1, 7 Sala das Sessões, em 11 de março de 2010 a- osé de Oliveira Ferraz -rrea MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS Processo : 10120.004174/2005-51 Recurso : 157834 Acórdão : 1802-00.379 TERMO DE INTIMAÇÃO Em cumprimento ao disposto no § 30 do artigo 81 do Anexo II do Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Portaria MF n° 259/2009), intime-se o(a) Senhor(a) Procurador(a) Representante da Fazenda Nacional, credenciado junto à Segunda Câmara da Primeira Seçã'o do CARF, a tomar ciência do inteiro ter do Acórdão n° 1802-00.379. Brasilia - DF, em 14 de abril de 2010 eLA José Roberto França_ Secretári da 2° Câmara da Primeira Seção CARI Ciente, com a observação abaixo: [ ] Apenas com Ciência [ ] Com Recurso Especial [ ] Com Embargos de Declaração Data da ciência: Procurador(a) da Fazenda Nacional 1
score : 1.0
Numero do processo: 16682.721200/2012-50
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Thu Nov 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Ano-calendário: 2008, 2009
RECURSO INTEMPESTIVO. O Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo legal de 30 (trinta) dias para interposição, constados da data da ciência postal da decisão DRJ, é intempestivo, pelo que dele não se deve tomar conhecimento.
Recurso Voluntário Não Conhecido.
Numero da decisão: 3402-003.463
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não tomar conhecimento do Recurso Voluntário por ser intempestivo.
(Assinado com certificado digital)
Antonio Carlos Atulim - Presidente.
(Assinado com certificado digital)
Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
Nome do relator: MAYSA DE SA PITTONDO DELIGNE
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não tomar conhecimento do Recurso Voluntário por ser intempestivo. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim - Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto.
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RECURSO NÃO CONHECIDO. Recorrente RICARDO ELETRO DIVINÓPOLIS LTDA. Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Anocalendário: 2008, 2009 RECURSO INTEMPESTIVO. O Recurso Voluntário apresentado após o transcurso do prazo legal de 30 (trinta) dias para interposição, constados da data da ciência postal da decisão DRJ, é intempestivo, pelo que dele não se deve tomar conhecimento. Recurso Voluntário Não Conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, não tomar conhecimento do Recurso Voluntário por ser intempestivo. (Assinado com certificado digital) Antonio Carlos Atulim Presidente. (Assinado com certificado digital) Maysa de Sá Pittondo Deligne Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Neto. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 16 68 2. 72 12 00 /2 01 2- 50 Fl. 6568DF CARF MF 2 Relatório Com uma síntese do processo até a apresentação da impugnação administrativa, apresentase abaixo o relatório do acórdão da DRJ/CGE: "A pessoa jurídica acima qualificada teve contra si lavrado o auto de infração relativo à contribuição para o PIS/Pasep dos meses de janeiro de 2008 a dezembro de 2009. A infração foi assim descrita (fl. 5.789): 001 INCIDÊNCIA NÃOCUMULATIVA PADRÃO INSUFICIÊNCIA DE RECOLHIMENTO DA CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Valor apurado conforme demonstrativos e Termo de Verificação Fiscal em anexo, partes integrantes deste auto. Esse lançamento resultou em R$ 12.210.689,34 de contribuição, R$ 9.158.017,04 de multa de ofício (75%) e R$ 4.591.918,33 de juros. Foi também lavrado o auto de infração relativo à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), dos mesmos períodos de apuração, com os mesmos fundamentos, que resultou nos seguintes valores: R$ 56.344.411,85 de contribuição, R$ 42.258.308,92 de multa de ofício (75%) e R$ 21.367.436,96 de juros (fl. 5.800). O valor total do processo é R$ 145.930.782,44 (juros calculados até dezembro de 2012). As descrições pormenorizadas do procedimento efetuado, da infração e do seu enquadramento legal, encontramse nos autos de infração e nos demonstrativos a eles anexos e, também, no Termo de Verificação Fiscal acostado às fls. 5.866 a 5.901. A ciência quanto aos lançamentos ocorreu, de forma pessoal (por intermédio de procurador), em 12 de dezembro de 2012, conforme assinaturas apostas no campo próprio dos autos de infração e no termo de verificação. Em 10 de janeiro de 2013 foram protocolados os documentos a que se refere o recibo de fl. 5.904, incluída a impugnação firmada por procurador, na qual, após relato dos fatos, a contribuinte, em síntese, aduz que: a) o auto de infração é nulo por cerceamento do direito de defesa, em face de não ter sido determinada com exatidão a matéria tributável; b.1) a não cumulatividade das contribuições sociais tem assento constitucional e deve ser considerada da forma mais ampla possível, sem restrições de créditos de qualquer natureza; b.2) o conceito de não cumulatividade das contribuições para o PIS/Pasep e Cofins é mais amplo que o aplicado ao IPI, sendo “o universo de elementos captáveis pela nãocumulatividade ... mais amplo que o do IPI”; b.3) são ilegais as INs 247/2002 e 404/04 relativamente à extensão do conceito de insumos ali veiculada; b.4) o conceito de insumo aplicável às contribuições para o PIS/Pasep e Cofins deve ser o mesmo aplicável para o Imposto de Renda; b.5) “... a não cumulatividade do PIS e da COFINS encontrase vinculada ao faturamento da empresa, ou seja, a todas as forças realizadas pela empresa com o intuito de desenvolvimento de suas atividades, devendo o conceito de insumo estar intimamente vinculado a tal característica”; b.6) as Leis nº 10.637/2002, 10833/2003 e 10.865/2004 permitem ao contribuinte de PIS/Pasep e Cofins calcular créditos relativos a bens e serviços utilizados como insumos na fabricação de produtos destinados a venda; b.7) nessas leis não houve a conceituação de insumo e, portanto, o legislador invocou o significado comum do verbete, sendo correto afirmar que insumos correspondem aos elementos necessários à produção de mercadorias e serviços; Fl. 6569DF CARF MF Processo nº 16682.721200/201250 Acórdão n.º 3402003.463 S3C4T2 Fl. 6.568 3 b.8) “... o conceito de insumos, em relação ao PIS e a Cofins, abrange na sua cadeia comportamental, custos e despesas”; c.1) a despesa com publicidade é absolutamente necessária à obtenção das receitas da contribuinte; c.2) o valor repassado pelos fornecedores para a propaganda conjunta não é receita tributável pelas contribuições em tela; c.3) se assim não se entender, houve prestação de serviços, havendo o direito ao crédito, uma vez que o insumo necessário a essa prestação de serviços é exatamente as despesas realizadas com a própria publicidade, na forma, principalmente, do pagamento aos veículos de divulgação; c.4) em se admitindo tais valores como receitas, eles são relativos a publicidade e deles devem ser excluídos os desembolsos havidos com os veículos de divulgação, nos termos do art. 53 da Lei nº 7.450/85; d.1) “... a Auditora não considera na sua apuração a exclusão do crédito de ICMS, mas também se olvidou de considerar como crédito o ICMSST, contrariando inclusive o disposto às fls. 03 do Termo de Verificação Fiscal”; d.2) é “patente a inconstitucionalidade da amplitude da dicção faturamento constituída com fins de ampliar a base de cálculo da Cofins...”, o mesmo dizendose em relação à contribuição para o PIS/Pasep; d.3) não pode ser exigível a inclusão do ISS e do ICMS na base de cálculo da Cofins e do PIS/Pasep; e.1) é legítimo o crédito decorrente das despesas relativas à operação de arrendamento mercantil de aeronave; e.2) os pagamentos são feitos a uma empresa nacional (GE BRASIL); f) muito embora não tenham sido detalhadas quais despesas não tiveram o crédito admitido, pelo que se pôde entender todas elas são necessárias à manutenção da fonte produtora de receitas e, portanto, geram direito ao crédito das contribuições; g.1) se as despesas com o pagamento das operadoras de cartão de crédito não gerarem direito a crédito, devem elas (despesas) ser excluídas da base tributável; g.2) nesses casos, a receita efetiva é o valor da compra efetuada pelo cliente menos a comissão avençada com a operadora; h) não cabe a tributação das contribuições sobre recuperação de despesas; i.1) não cabe, tampouco, a tributação sobre ganho na compra de crédito de ICMS; i.2) não houve transferência de crédito seu, mas a aquisição de créditos de ICMS de terceiros, tendo ocorrido na realidade um deságio pois a contribuinte adquiriu créditos de ICMS de terceiros por valor inferior ao que utilizou para abater de seu imposto a pagar; i.3) as receitas financeiras, como no caso do ganho na aquisição do crédito de ICMS, são tributadas pelo PIS/Pasep e Cofins com alíquota zero; j) o crédito de PIS/Pasep e Cofins na aquisição de produtos da Zona Franca de Manaus é de 1,65% e 7,6%, respectivamente. Se não forem anulados os autos de infração, deve ser efetuada diligência, conforme requerido, sendo apresentados os pontos que necessitam ser analisados. Ao final, a impugnante requer a declaração de nulidade dos autos de infração ou, caso isso não aconteça, a improcedência total deles com base nos fundamentos sintéticos abaixo: “a) Admitir o crédito com despesas de propaganda e publicidades; bem como, excluir da base de cálculo os valores recuperados de fornecedores, seja por entender a primeira como despesa absolutamente necessária, seja como insumo necessário a prestação de serviços de propaganda, bem como, excluindo os desembolsos havidos com os veículos de divulgação e, ainda, reconhecendo o crédito; b) Determinar a exclusão do ICMS/ISS na base de cálculo das contribuições PIS/Cofíns pelas razões já expostas; Fl. 6570DF CARF MF 4 c) Reconhecer o direito ao crédito nas despesas de arrendamento mercantil, pois necessária a aeronave às atividades da empresa; d) Reconhecer e declarar o crédito das despesas utilizadas como insumos, então glosadas, conforme item 2..2.5; e) Exclusão de receita relativa a recuperação de despesas que não representam ingresso de receita, mas mera recuperação de despesas; f) Anular o lançamento como receita não incluída na base relativa ao ganho na compra de crédito de ICMS, pois além dos fatos tributáveis narrados, não coincidirem com a realidade, pois não houve venda de crédito, além da operação constituir uma receita financeira; g) Manutenção das alíquotas da Zona Franca nos percentuais de 1,65% e 7,6%”. Ao final, é requerido, ainda: “I A juntada dos documentos comprobatórios anexos; II Juntada de procuração e contrato social; III O deferimento da diligência fiscal requerida e seus quesitos; IV Intimações sejam endereçadas ao endereço da Rua Sergipe n. 925, 3 andar, Belo Horizonte/MG, CEP: 30.130171."" (fls. 6.248/6.251) Referidos argumentos trazidos na peça de Impugnação foram julgados improcedentes, com a manutenção integral do Auto de Infração. Intimada deste acórdão em 27/06/2013, a empresa apresentou Recurso Voluntário somente em 05/08/2013. Cumpre mencionar que a cópia do Aviso de Recebimento foi desentranhada dos autos conforme Termo de Desentranhamento de fl. 6.275, vez que não constava da cópia o número do CEP do sujeito passivo. Entretanto, a Delegacia de origem anexou aos autos tanto o protocolo de postagem (fl. 6.536), como o rastreamento do Aviso de Recebimento nos correios (fl. 6.537), comprovando que a intimação do sujeito passivo, por meio do Termo de Intimação n.º 662/2013 (fl. 6.268) se deu em 27/06/2013. Vejamse: Fl. 6571DF CARF MF Processo nº 16682.721200/201250 Acórdão n.º 3402003.463 S3C4T2 Fl. 6.569 5 Insta ainda indicar que, por meio do Termo de Intimação n.º 827/2013 (fl. 6.276), o sujeito passivo foi informado que o Recurso Voluntário protocolado em 05/08/2013 "foi apresentado em papel como mera reprodução do original, e em desacordo com a Portaria DEMAC/RJO nº 47/2012 , não tendo portanto nenhum valor legal". Em face desta intimação, o sujeito passivo apresentou petição informando que teria tentado realizado o protocolo em meio eletrônico, mas que, como não obteve sucesso, foi necessária a realização do protocolo físico. Esse é o relatório no que concerne o presente acórdão. Voto Conselheira Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne O recurso é intempestivo e não merece ser conhecido. Conforme documentação acostada aos presentes autos, reproduzida no relatório acima, a Recorrente foi intimada do acórdão da DRJ/CGE em 27/06/2013 (quinta feira). Com isso, o prazo de 30 (trinta) dias para a apresentação do Recurso Voluntário, previsto no art. 33 do Decreto n.º 70.235/721 e contado na forma do art. 5º deste mesmo Decreto2 e art. 66 da Lei n.º 9.784/993, encerrouse definitivamente em 27/07/2013 (sábado), prorrogandose para o primeiro dia útil seguinte, 29/07/2013 (segundafeira). 1 "Art. 33. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos trinta dias seguintes à ciência da decisão." 2 "Art. 5º Os prazos serão contínuos, excluindose na sua contagem o dia do início e incluindose o do vencimento. Parágrafo único. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato." Fl. 6572DF CARF MF 6 Assim, mostrase intempestivo o Recurso Voluntário apresentado em 05/08/2016 pelo sujeito passivo. A intimação do sujeito passivo foi devidamente realizada na forma dos arts. 10 e 11 do Decreto n.º 7.574/2011, no endereço postal do contribuinte fornecido à Administração Tributária, no cadastro da Receita Federal, com a prova de recebimento: "Art. 10. As formas de intimação são as seguintes: (...) II por via postal ou por qualquer outro meio ou via, com prova de recebimento no domicílio tributário eleito pelo sujeito passivo (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 23, inciso II, com a redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997, art. 67); (...) § 2o Para fins de intimação por meio das formas previstas nos incisos II e III, considerase domicílio tributário do sujeito passivo (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 23, § 4º, com a redação dada pela Lei no 9.532, de 1997, art. 67): I o endereço postal fornecido à administração tributária, para fins cadastrais; e (...) Art.11. Considerase feita a intimação:(Redação dada pelo Decreto nº 8.853, de 2016) (...) II se por via postal, na data do recebimento ou, se omitida, quinze dias após a data da expedição da intimação (Decreto nº 70.235, de 1972, art. 23, § 2º, inciso II, com a redação dada pela Lei no 9.532, de 1997, art. 67);" Inclusive, o endereço do sujeito passivo permanece inalterado, conforme extrato da sua situação cadastral do CNPJ obtida em outubro/2016: 3 "Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindose da contagem o dia do começo e incluindose o do vencimento. § 1o Considerase prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal. § 2o Os prazos expressos em dias contamse de modo contínuo. § 3o Os prazos fixados em meses ou anos contamse de data a data. Se no mês do vencimento não houver o dia equivalente àquele do início do prazo, temse como termo o último dia do mês." Fl. 6573DF CARF MF Processo nº 16682.721200/201250 Acórdão n.º 3402003.463 S3C4T2 Fl. 6.570 7 De forma conclusiva, importante mencionar que o Recorrente mencionou na petição de resposta à Intimação n.º 827/2013 que, em razão da indisponibilidade do sistema eletrônico para a realização do protocolo, foi necessária a realização do protocolo físico. Contudo, deixou a Recorrente de trazer qualquer documento que indicasse a(s) data(s) em que essa indisponibilidade foi verificada, trazendo somente cópias ilegíveis das telas do sistema eletrônico. Assim, não foi apresentada qualquer justificativa válida que justificasse a realização do protocolo uma semana após o transcurso do prazo para a apresentação do Recurso, sendo certo que a Recorrente em nenhum momento refutou a data de sua efetiva intimação (27/06/2013). Diante do exposto, deixo de conhecer o Recurso Voluntário apresentado, por intempestivo. É como voto. Relatora Maysa de Sá Pittondo Deligne Fl. 6574DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11516.002843/2006-51
Turma: Primeira Turma Ordinária da Terceira Câmara da Terceira Seção
Câmara: Terceira Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Sep 28 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Tue Dec 27 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3301-000.272
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, entendeu-se por converter o presente julgamento em diligência, para que seja anexado aos presentes autos o inteiro teor da Solução de Consulta nº 117 - SRRF09/Diana.
(assinado digitalmente)
Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente.
(assinado digitalmente)
Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora.
Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente).
Nome do relator: MARIA EDUARDA ALENCAR CAMARA SIMOES
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, por unanimidade de votos, entendeu-se por converter o presente julgamento em diligência, para que seja anexado aos presentes autos o inteiro teor da Solução de Consulta nº 117 - SRRF09/Diana. (assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas - Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões - Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente).
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(assinado digitalmente) Luiz Augusto do Couto Chagas Presidente. (assinado digitalmente) Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora. Participaram da sessão de julgamento os conselheiros: José Henrique Mauri, Marcelo Costa Marques d´Oliveira, Liziane Angelotti Meira, Maria Eduarda Alencar Câmara Simões (Relatora), Marcelo Giovani Vieira, Semíramis de Oliveira Duro, Valcir Gassen e Luiz Augusto do Couto Chagas (Presidente). RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 15 16 .0 02 84 3/ 20 06 -5 1 Fl. 263DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 11 2 Relatório Por economia processual, adoto o relatório constante da decisão embargada (fls. 243 e seguintes dos autos): Adoto o relatório da DRJ nos seguintes termos: Trata, o presente processo, de impugnação contra Auto de Infração efetuado em virtude de errônea classificação fiscal pelo sujeito passivo, conforme fls. 155 a 176. Em atendimento aos Mandados de Procedimento Fiscal – MPF e MPF Complementar nº 09.2.01.00.2005.0043561, fls. 1 e 2, a autoridade fiscal desenvolveu procedimento de fiscalização, tendo por objeto o Imposto sobre Produtos Industrializados, o que, ao final, redundou no lançamento tributário de fls. 170, no valor total de R$ 3.286.588,56. O montante do valor do crédito tributário exigido decorre da exigência de R$ 1.543.947,07, a título de imposto, R$ 584.681,44 a título de juros de mora e R$ 1.157.960,05, a título de multa. Consta nos autos que a interessada é estabelecimento industrial fabricante de tintas, esmaltes sintéticos e vernizes, thinner, diluentes, solventes, catalizadores PU, lacas, tingidores, aguarrás mineral e etc, constituindose, assim, em contribuinte do IPI. Conforme Termo de Verificação e Encerramento da Ação Fiscal de fls. 177 a 185, durante o procedimento de fiscalização foram efetuados outros autos de infração conforme processos 11516.002571/200609 e 11516.002677/200692, com as infrações neles apontadas. Quanto ao presente processo, as condutas infracionais imputadas ao contribuinte são as seguintes: a) A empresa adotou classificações fiscais para o produto CATALIZADOR PU resultando em falta de lançamento ou lançamento a menor do IPI, conforme DEMONSTRATIVO DO IPI NÃO LANÇADO, fls. 122. Conforme referido termo, a “classificação fiscal do CATALIZADOR PU no código 3824.90.32, com alíquota de 10% (fl. 108), tem por base as informações prestadas pela empresa e está amparada nas Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado 1ª e 6ª e notas explicativas nº 1, do capítulo 29, nº 4 do capítulo 32 e nº 3 da posição 3909 (IN 123/98), conforme detalhado nos itens 3.1.1.1, 3.1.1.2 e 3.1.1.3. b) Os SOLVENTES E DILUENTES, segundo as Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado 1ª e 3ª “a”, estão classificados na TIPI no código 3814.00.00, sujeitos a tributação do IPI à alíquota de 10% (fl. 107). Das classificações adotadas pela empresa resultou falta de lançamento ou lançamento a menor do IPI, por erro de classificação fiscal, por infringência ao disposto nos artigos 15, 16, 17 e 122 do Decreto nº 4.544, de 26/12/2002 (RIPI/02). Fl. 264DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 12 3 Foi elaborado o DEMONSTRATIVO DO IPI NÃO LANÇADO – THINNERS E DILUENTES, conforme fls. 122. O contribuinte tomou ciência do Auto de Infração em 17/10/2006 e apresentou sua defesa em 16/11/2006, em síntese, nos seguintes termos. 1. Em preliminar, alega a interessada a nulidade do lançamento em virtude do princípio da motivação (falta de clareza do lançamento), bem como, de a autoridade fiscal não ter alicerçado seu entendimento em prova pericial; 2. Inobservância por parte da autoridade administrativa do princípio do ônus da prova, assentandose o lançamento tributário em suas interpretações próprias; 3. Reprodução das Regras Gerais para Interpretação do Sistema Harmonizado (RGI), alegando, ao final, não ser lícito à Administração buscar posição mais vantajosa para exigir alíquota mais alta”; 4. Afirma que a classificação fiscal adotada pela empresa está correta, não devendo prevalecer aquela adotada pela autoridade fiscal, podendo o produto CATALISADOR PU ser classificado nos capítulos 39 ou 32, bastando ser considerados um prépolímero com 3 e 5 unidades monoméricas em média e que seja próprio para fabricação de tintas e vernizes, que nada mais é do que o emprego dado ao mercado; 5. Que em relação aos THINNERS e DILUENTES o fisco fundouse, tão somente, à falta de provas de que referido produto contivesse componentes aromáticos em teores acima de 65%; 6. Alega a inconstitucionalidade da Multa em face de seu caráter confiscatório, bem como a impossibilidade legal de cobrança de juros com base na taxa SELIC. A decisão recorrida encontrase assim ementada: 2ª Turma da DRJ/RPO Sessão de 27 de janeiro de 2012 Processo 11516.002843/200651 Interessado FARBEN S/A INDÚSTRIA QUÍMICA CNPJ/CPF 85.111.441/000113 ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2003 CERCEAMENTO DO DIREITO DE DEFESA. DESCRIÇÃO DOS FATOS E FUNDAMENTAÇÃO LEGAL. Restando evidenciado que a descrição dos fatos e enquadramento legal encontramse suficientemente claros para propiciar o entendimento das infrações imputadas, descabe acolher alegação de nulidade do auto de infração. CLASSIFICAÇÃO FISCAL. Não tendo o contribuinte apresentado argumentos suficientes para ilidir a classificação fiscal adotada pela autoridade administrativa, que se mostra correta, há de se manter o lançamento de ofício. TAXA SELIC. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. ILEGALIDADES. INCONSTITUCIONALIDADES. O artigo 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, alude expressamente a juros (equivalentes à taxa referencial do sistema Selic), e não à correção monetária. Os juros de mora, com base na taxa SELIC, encontram previsão em normas regularmente editadas, não tendo o julgador administrativo competência para apreciar argüições de sua inconstitucionalidade e/ou ilegalidade, pelo dever de agir vinculadamente às mesmas. MULTA. CARÁTER CONFISCATÓRIO. Fl. 265DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 13 4 A vedação ao confisco pela Constituição Federal é dirigida ao legislador, cabendo à autoridade administrativa apenas aplicar a multa, nos moldes da legislação que a instituiu. Impugnação Improcedente Crédito Tributário Mantido Cientificada em 13/03/2012 (AR – fl. 218), foi interposto em 11/04/2012, o recurso voluntário de fls. 219 e seguintes, onde, em síntese, a Recorrente reitera os argumentos constantes de sua impugnação, sustentando que produz mais de vinte tipos de catalisadores, também chamados endurecedores, e dependendo do tipo do produto a classificação fiscal é diferente. Aduzindo também que na verdade o Fisco não teria discordado da classificação fiscal por ela adotada, vez que no período fiscalizado de 16.12.2002 a 20.10.2003 havia formulado referidos produtos com 65% ou mais de solventes aromáticos em sua composição, e como não teve oportunidade de juntar as suas ordens de produção, a autoridade simplesmente adotou a presunção, sem contudo certificarse de provar que os mencionados produtos não tinham mais de 65% de componentes aromáticos em sua formulação. Afirma por fim ter ocorrido vício material insanável, distante do erro de classificação fiscal quanto aos produtos “catalisadores pu”, bem como que teria sido contrariado o efeito vinculante da Solução de Consulta nº 117 – SRRF09/Diana, e em relação aos thiners e diluentes, que não houve comprovação do Fisco de que não continham 65% ou mais em sua formulação de solventes aromáticos. Ao analisar o caso, este Conselho entendeu, através do Acórdão nº 3301 002.117, por negar provimento ao Recurso Voluntário interposto pelo contribuinte, sob o fundamento de que, para afastar a classificação fiscal adotada pela autoridade fiscal, seria necessário que o interessado comprovasse com argumentos e provas materiais, inclusive laudos técnicos especializados. A referida decisão restou assim ementada: ASSUNTO: CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS Período de apuração: 01/01/2002 a 31/12/2003 CLASSIFICAÇÃO FISCAL. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DOS CRITÉRIOS UTILIZADOS PARA O ENQUADRAMENTO. Para afastar a classificação fiscal adotada pela autoridade fiscal, é necessário que o interessado comprove com argumentos e provas materiais, inclusive laudos técnicos especializados. Recurso Improvido. O contribuinte, então, interpôs embargos declaratórios, através dos quais alega que a decisão recorrida teria incorrido nos seguintes vícios: (i) omissão/erro material diferentemente do que constou do relatório do acórdão vergastado, o recurso voluntário não teria apenas reiterado os argumentos constantes da sua impugnação e não teria tratado somente do debate a respeito dos CATALISADORES PU, pois aprofundaria o debate técnico mediante novos argumentos sobre a classificação adotada pela autoridade notificante tanto para os CATALISADORES PU como para os THINNERS e DILUENTES; Fl. 266DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 14 5 (ii) omissão/erro material o relator teria deixado de analisar em seu voto a classificação fiscal dos 20 tipos de CATALISADORES PU produzidos pela recorrente (omissão) e teria consignado que, conforme analisado pela decisão de primeira instância, não haveria sido formulada nenhuma consulta pela Recorrente (erro material); (iii) omissão quanto à classificação fiscal utilizada pela autoridade fiscal para os THINNERS e DILUENTES, a decisão não teria enfrentado o argumento do contribuinte de arbitrariedade da presunção utilizada, a qual teria sido fundada em meras suposições, face à inexistência de laudo comprobatório de que os produtos foram fabricados com menos de 65% de solventes aromáticos a ponto. É o relatório. Fl. 267DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 15 6 Voto Conselheira Maria Eduarda Alencar Câmara Simões: Os Embargos Declaratórios opostos são tempestivos e reúnem os demais requisitos de admissibilidade, portanto, deles conheço. Um dos argumentos trazidos pelo contribuinte em seus embargos foi no sentido de que teria havido omissão/erro material em razão de o relator ter deixado de analisar em seu voto a classificação fiscal dos 20 tipos de CATALISADORES PU produzidos pela recorrente (omissão), tendo consignado que, conforme analisado pela decisão de primeira instância, não haveria sido formulada nenhuma consulta pela Recorrente (erro material). Para que melhor se compreenda a discussão ora em debate, transcrevemse as passagens dos seguintes documentos constantes dos autos: (a) decisão da DRJ; (b) decisão do CARF; (c) embargos declaratórios opostos pelo contribuinte: Decisão da DRJ (fl. 209 dos autos) Ao querer atribuir validade ao lançamento somente após “parecer técnico”, a interessada deturpa integralmente o instituto. Curioso, que a própria interessada poderia ser mais diligente na classificação fiscal de seus produtos, inclusive utilizandose de perícias, ou de modo mais eficaz, de consulta fiscal, o que não fez. Ressaltese que a interessada não está obrigada a solicitar esclarecimentos prévios sobre eventual classificação fiscal de seus produtos, seja em consulta fiscal ou parecer técnico, sendo de sua exclusiva responsabilidade os atos de sua iniciativa, nos termos do artigo 20 e seu parágrafo único da Lei 4.502/64. Art . 20. O lançamento consistirá na descrição da operação que o originar e do produto a que se referir, na classificação fiscal dêste no cálculo do impôsto devido e no registro de seu valor, em parcela destacada, na guia ou na nota fiscal em que deva ser efetuado. Parágrafo único. O lançamento é de exclusiva responsabilidade do contribuinte. Nesse sentido, se comprovado pela autoridade fiscal que o contribuinte errou na classificação fiscal de seus produtos, legítima e necessária a reclassificação fiscal, em obediência às normas de tributação, ainda que essa reclassificação seja mais onerosa ao contribuinte, não configurando postura odiosa por parte do Ente tributante e sim obediência à legalidade. Acórdão nº 3301002.117 (fls. 246/247 dos autos) De acordo com a decisão recorrida a interessada, ora Recorrente, adotou, para um mesmo produto, várias classificações fiscais. O produto CATALIZADOR PU foi classificado nas seguintes posições: 3208.90.39 e 3824.90.32, no período de 01/2002 a 12/2002, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 16/12/2002 a 10/07/2003), alíquota de 5%; 3824.90.32, no período de 11/07/2003 a 01/08/2003, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 04/08/2003 a 31/05/2005, alíquota de 5% e a partir de 02/06/2005, adotou a classificação 2929.10.29, alíquota de 0%. Fl. 268DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 16 7 A autoridade fiscal classificou o produto na posição 3824.90.32, que estabelece uma alíquota de 10%, conforme item 3 do termo supracitado. Em sua defesa, para este produto, conforme fls. 195, a interessada afirma que a classificação fiscal por ela adotada está correta, afirmando através das informações técnicas de fls. 31 e seguintes, constando as seguintes justificativas: CATALISADORES Os produtos 175.010, 273.927, 273023, 273.725, 273.730, 273.925, 273.828, 273.750, 273.033, 273.021, 573.600 e 573.700 a partir de 02/06/2005 alteramos a classificação fiscal para 2929.1029. De acordo com a descrição abaixo através de uma análise técnica e comparação com o praticado no mercado, entendemos que esta é a classificação mais adequada para os produtos acima descrito e por nós comercializado; THINNERS E DILUENTES No período de 16/12/02 a 20/10/03 a classificação dos diluentes foi definida como 27.07.50.00, tendo em vista que a composição química dos produtos citados nesse período atendiam a especificação de conter 65% ou mais ( em volume) de solventes aromáticos em sua formulação Desta forma, conforme bem fundamentou o acórdão recorrido, para um mesmo produto, a interessada, ora Recorrente adotou várias classificações fiscais. O produto CATALIZADOR PU foi classificado nas seguintes posições: 3208.90.39 e 3824.90.32, no período de 01/2002 a 12/2002, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 16/12/2002 a 10/07/2003), alíquota de 5%; 3824.90.32, no período de 11/07/2003 a 01/08/2003, alíquota de 10%; 3909.50.11, no período de 04/08/2003 a 31/05/2005, alíquota de 5% e a partir de 02/06/2005, adotou a classificação 2929.10.29, alíquota de 0%. A autoridade fiscal classificou o produto na posição 3824.90.32, que estabelece uma alíquota de 10%, conforme item 3 do termo supracitado. Em relação ao produto thinner ou diluente, a interessada adota a classificação 3814.00.00, com a qual a autoridade fiscal concorda. No período de 16/12/2002 a 20/10/2003, o produto thinner ou diluente foi classificado na posição 2707.50.00, tributado a alíquota 0%, sem contudo haver comprovação de que produto sob análise preenchia as condições necessárias para que pudesse ter tal enquadramento. Na análise dos autos, verifico que as regras foram devidamente observadas e os produtos devidamente classificados. Em relação à mencionada Solução de Consulta, ao contrário do que foi afirmado pela Recorrente, a decisão recorrida foi categórica em afirmar que não foi formulada nenhuma consulta. Em face do exposto, voto no sentido de negar provimento ao recurso. (Grifos apostos). Embargos declaratórios (fls. 252/253) "Notese que em seu recurso voluntário a recorrente, primeiro, suscitou a necessidade de cancelamento do ato fiscal pela ocorrência de vício material insanável, pois, no que tange aos CATALISADORES PU, a autoridade notificante não aprofundou sua análise a cada tipo de produto industrializado pela recorrente, partindo da premissa de que existe apenas um tipo de CATALISADOR PU, e que, por isso, todos eles mereceriam ser indistintamente classificados sob a NCM 3824.90.32, o que ficou demonstrado ser um erro, principalmente, pela conclusão diversa a que chegou a própria Receita Federal do Brasil na Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, de 18 de maio de 2010, que Fl. 269DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 17 8 foi trazida aos autos por ocasião do recurso voluntário, segundo a qual tais produtos deveriam se classificar nas NCM 3208.90.39 e 3911.90.29. Acontece que, laborando com omissão e também erro material, o acórdão deixou de analisar a classificação dos 20 tipos de CATALISADORES PU produzidos pela recorrente e consignou que, conforme afirmado pela decisão de primeira instância, não haveria sido formulada nenhuma consulta pela recorrente. Todavia, nesse ponto, o vício é grosseiro. A uma, porque a decisão de primeira instância em momento algum se referiu à existência ou inexistência de qualquer Solução de Consulta, pois este tema definitivamente não havia sido objeto da impugnação. A duas, porque não poderia ser mesmo objeto da impugnação qualquer Solução de Consulta, já que a Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana é de 18.05.2010, enquanto a impugnação data da 16.11.2006. Portanto, é cronologicamente impossível ter havido o debate sobre a validade de Solução de Consulta na impugnação. Por isso é que a recorrente trouxe à baila, na íntegra, a Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana quando do seu recurso voluntário. A três, porque, ao partir dessa premissa, o acórdão embargado deixou de se manifestar quanto ao vício da notificação fiscal por colidência com o resultado da Solução de Consulta e o efeito vinculante desta, suscitado com base no princípio da retroatividade benigna da lei tribuária". Entendo que assiste razão ao contribuinte quanto ao tal ponto. Consoante se extrai da análise da decisão embargada, verificase que esta, de fato, incorreu em erro material ao dispor que "a decisão recorrida foi categórica em afirmar que não foi formulada nenhuma consulta". Isso porque, consoante apontou a Embargante, a indicação da solução de consulta que pretendia ver analisada (Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana de 18/05/2010) ocorreu apenas quando da interposição do Recurso Voluntário, não tendo sido objeto da Impugnação apresentada em 2006 pelo contribuinte. Logo, entendo que a DRJ, ao dispor que não fora apresentada consulta por parte do contribuinte, o fez em sentido genérico, dispondo que o contribuinte não se desincumbiu do ônus de comprovar que a classificação fiscal realizada pelo mesmo havia se dado corretamente. Ou seja, não tratou a decisão da DRJ da Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana de 18/05/2010. Contudo, uma vez apresentado pelo contribuinte em seu Recurso Voluntário um argumento novo, atinente à existência da Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, este Conselho deveria ter se pronunciado sobre o mesmo, tendo a decisão embargada incorrido em omissão/erro material ao não fazêlo. Até porque, é inquestionável a relevância do argumento trazido à tona pelo contribuinte, qual seja, existência de Consulta Fiscal em que a própria Receita Federal teria concluído pela classificação fiscal de determinados produtos objeto da presente autuação nos NCMs 3208.90.39 e 3911.90.29. A importância dessa análise decorre ainda do argumento do contribuinte de que a referida empresa produziria 20 tipos diferentes de CATALISADORES PU, ao passo a fiscalização considerou todos como sendo um só produto. A distinção entre os referidos CATALISADORES teriam sido analisados na referida Solução de Consulta. Fl. 270DF CARF MF Processo nº 11516.002843/200651 Resolução nº 3301000.272 S3C3T1 Fl. 18 9 Porém, cumpre destacar que, embora tenha o contribuinte alegado a existência da referida Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, tendo transcrito passagens da mesma em seu Recurso Voluntário, não juntou aos presentes autos o seu inteiro teor. Diante disso, entendo que a presente demanda seja convertida em diligência, no intuito de que seja anexado aos presentes autos o inteiro teor da Solução de Consulta nº 117 SRRF09/Diana, para que este Conselho possa analisar a sua extensão e aplicabilidade ao caso concreto ora analisado. É como voto. Maria Eduarda Alencar Câmara Simões Relatora Fl. 271DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 11831.000229/99-64
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Oct 25 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Thu Dec 08 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Ano-calendário: 1992, 1993
PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO JUDICIAL DEFINITIVA.
Não há que se falar em restituição administrativa, quando existe decisão judicial definitiva em sentido contrário à pretensão do administrado, tendo em vista o respeito ao princípio constitucional da prevalência da coisa julgada e da jurisdição única.
Numero da decisão: 9202-004.508
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (relatora), que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo.
(assinado digitalmente)
Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício
(assinado digitalmente)
Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora
(assinado digitalmente)
Maria Helena Cotta Cardozo - Redatora Designada
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
Nome do relator: RITA ELIZA REIS DA COSTA BACCHIERI
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decisao_txt : Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em negar-lhe provimento, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (relatora), que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos - Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri - Relatora (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo - Redatora Designada Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri.
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PDV. COISA JULGADA Recorrente LUIZ CARLOS BASTOS DE MELLO Interessado FAZENDA NACIONAL ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE A RENDA DE PESSOA FÍSICA IRPF Anocalendário: 1992, 1993 PEDIDO DE RESTITUIÇÃO. DECISÃO JUDICIAL DEFINITIVA. Não há que se falar em restituição administrativa, quando existe decisão judicial definitiva em sentido contrário à pretensão do administrado, tendo em vista o respeito ao princípio constitucional da prevalência da coisa julgada e da jurisdição única. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, por voto de qualidade, em negarlhe provimento, vencidos os conselheiros Patrícia da Silva, Ana Paula Fernandes, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri (relatora), que lhe deram provimento. Designada para redigir o voto vencedor a conselheira Maria Helena Cotta Cardozo. (assinado digitalmente) Luiz Eduardo de Oliveira Santos Presidente em exercício (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 83 1. 00 02 29 /9 9- 64 Fl. 428DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 428 2 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra e Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri. Relatório Tratase de pedido de restituição de Imposto sobre Renda de Pessoa Física retido na fonte, anos calendários 1992 e 1993, incidente sobre verbas indenizatórias recebidas pelo contribuinte em razão da sua adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV) oferecido pela sua empresa empregadora. Inicialmente, o contribuinte optou por utilizarse da via judicial para requer a restituição. Entretanto, haja vista alteração de entendimento da Receita Federal IN nº 165/98, que indiretamente reconheceu a não incidência do Imposto de Renda na fonte sobre as verbas em questão, foi requerida a desistência do mandado de segurança impetrado (em 18.03.1999, fls. 13), tendo posteriormente sido apresentado o requerimento administrativo (18.05.1999). No despacho decisório de fls. 14, a autoridade fiscal indeferiu o pedido do contribuinte sob o argumento de que na data sua protocolização já estava extinto o direito pela decadência. Aplicouse o art. 168, I do CTN, com a interpretação dada pelo Ato Declaratório SRF nº 96 de 26/11/1999, para o qual o prazo para que o contribuinte possa pleitear a restituição de tributo ou contribuição pago indevidamente ou em valor maior que o devido, inclusive na hipótese de o pagamento ter sido efetuado com base em lei posteriormente declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação declaratória ou em recurso extraordinário, extinguese após o transcurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado da data da extinção do crédito tributário artigos 165, I, e 168, I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 (Código Tributário Nacional). Foi apresentada impugnação pelo contribuinte e qual foi julgada improcedente pelo Delegacia Fiscal de Julgamento que manteve a decadência (fls. 35). Recurso voluntário juntado às fls. 42. O Acórdão de nº 10418.707 (fls. 62) por unanimidade de votos julgou procedente o Recurso do Contribuinte, afastando a decadência e reconhecendo o direito a restituição pleiteada. A decisão recebeu a seguinte ementa: IRRF — RESTITUIÇÃO — TERMO INICIAL — PROGRAMA DE DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO Contase a partir da publicação da Instrução Normativa da Secretaria da Receita Federal n° 165, de 31 de dezembro de 1998, o prazo decadencial para a apresentação de requerimento de restituição dos valores indevidamente retidos na fonte, de relativos aos planos de desligamento voluntário. IRPF — PROGRAMA DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA Os rendimentos recebidos em razão da adesão aos Programas de demissão Voluntária — PDV, são meras indenizações reparando Fl. 429DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 429 3 o beneficiário pela perda involuntária do emprego. A causa do pagamento é a rescisão do contrato de trabalho. Recurso provido A Fazenda interpôs recurso especial (fls. 74) contra o critério adotado pelo acórdão em relação ao termo inicial da contagem do prazo decadencial. Em exame de admissibilidade foi negado seguimento ao recurso, decisão confirmada no julgamento do agravo interposto pela Fazenda. Encerrada a lide o contribuinte foi intimado a apresentar documentos necessários para realização do procedimento que culminaria com a restituição. Com base na "Norma de Execução nº 02/99", foi solicitado que o contribuinte apresentasse: comprovantes de rendimentos relativos aos anoscalendário da retenção (1992 e 1993); declaração da empresa informando os valores pagos a título de PDV, bem como as datas dos pagamentos e Certidão de Objeto e Pé fornecida pela Justiça que constasse a desistência da ação judicial. Após a apresentação dos documentos. entendeu a Delegacia Fiscal competente que deixou o contribuinte de juntar aos autos provas que comprovasse sua adesão ao PDV, o documento apresentado carta endereça ao seu superior não seria prova suficiente para tanto. Diante disto, autoridade fiscal manifestou seu entendimento de que os valores foram pagos à título de gratificação especial por liberalidade e, invocando item 5.3.1 da Norma de Execução SRF/COTEC/COSIT/COSAR/COFIS n° 02/99, propôs o indeferimento da restituição o qual foi confirmado pelo superior hierárquico. Intimado da nova decisão o contribuinte apresentou recurso (fls. 227). Ao analisar o recurso, a Delegacia Fiscal, esclareceu que a comprovação da adesão do contribuinte ao PDV seria matéria incontroversa, haja vista o trânsito em julgado do mencionado acórdão proferido pela Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes. Entretanto a autoridade destacou que conforme constante na certidão de objeto e pé de fls. 144 a desistência do processo judicial protocolizada pelo interessado não foi acatada, uma vez que já havia sido prolatada a sentença, cujo entendimento foi contrário à tese do contribuinte. Esclarece: Notamos que o processo judicial 93.00111469 transitou em julgado em 28/04/1997 nos termos do Acórdão do TRF de fls. 151/154 que concluiu pela incidência do imposto de renda mesmo sobre verbas recebidas a título de PDV. Entendemos que a mudança do entendimento jurisprudencial em momento posterior ou mesmo o novo entendimento da própria Receita Federal com relação à incidência do imposto de renda sobre indenizações a título de PDV não tem o condão de alterar a força da coisa julgada que, nesse caso, contraria os interesses do contribuinte. Se tal situação fosse admitida, poderíamos imaginar as diversas situações nas quais mudanças de entendimento jurisprudencial em sentido favorável ao fisco levassem a uma desconsideração de ações transitadas em julgado, que beneficiavam o contribuinte, cujo teor conflitasse com o novo entendimento jurisprudencial do STF ou mesmo do STJ, o que não guarda conformidade com o art. 5°, inciso XXXVI da CF. Fl. 430DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 430 4 A manifestação da Delegacia Fiscal foi recebida como Embargos Inominados (fls. 239/240), tendo sido o processo redistribuído a este Conselho para a respectiva análise. Em sua manifestação, a Quarta Câmara do Primeiro Conselho, por unanimidade de votos, acolheu os embargos para retificar o acórdão, no sentido de não se conhecer do Recurso Voluntário do Contribuinte haja vista existência de concomitância. Contra decisão dos embargos foi interposto Recurso Especial pelo contribuinte (fl. 262) demonstrando como divergência o fato de haver decisões do CARF no sentido de que ainda que exista coisa julgada contrária ao contribuinte, pelo princípio da isonomia e da razoabilidade, devese afastar o IR sobre verbas indenizatórias pagas em PDV, especialmente quando a própria Secretaria da Receita Federal assume decisão mais favorável ao contribuinte. No exame de admissibilidade, entendendo ser a matéria discutida a existência da concomitância entre o pedido administrativo e o judicial, decidiuse por negar seguimento ao Recurso Especial (fls. 316). O contribuinte impetrou Mandado de Segurança contra o não conhecimento do Recurso. Sentença denegando a segurança juntada às fls. 324. Foi interposto Recurso de Apelação, ao qual se deu provimento. Eis a ementa do julgado: PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO RETIDO. PRELIMINAR. REITERADO. SENTENÇA. COGNIÇÃO EXAURIENTE. PERDA DE OBJETO. DISCUSSÃO ADMINISTRATIVA. AÇÃO JUDICIAL. CONCOMITÂNCIA. INEXISTÊNCIA. ANTERIOR PEDIDO DE DESISTÊNCIA. DIVERGÊNCIA. DECISÕES ADMINISTRATIVAS. RECURSO ESPECIAL. REGULAR PROCESSAMENTO. O agravo retido que objetiva a reforma de decisão que indeferiu a medida liminar na ação mandamental perde o seu objeto com a prolação da sentença de mérito, em razão da sua cognição exauriente. Não existe concomitância quando o pedido administrativo de restituição de imposto de renda retido na fonte foi apresentado dois meses após o protocolo do pedido formal de desistência da ação judicial pelo contribuinte. Reconhecida a adequação da divergência apresentada pelo contribuinte, deve ser regularmente conhecido e processado o seu recurso especial administrativo. Apelação a que se dá provimento. Por meio do ofício de efls. 367, esse Conselho foi intimado para dar cumprimento ao acórdão que assegurou ao contribuinte o seu direito líquido e certo ao regular processamento do recurso especial interposto. O processo foi originalmente pautado para a sessão de 12.05.2016, entretanto constatouse que Fazenda Nacional, apesar de ser parte interessada, não foi intimada quanto ao acolhimento e prosseguimento dado ao Recuso Especial. Diante disto o processo foi retirado de pauta para o devido saneamento. Fl. 431DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 431 5 Intimada a Fazenda Nacional, com fundamento na Ordem de Serviço PGFN/COCAT nº. 1/2011, informou que não iria apresentar contrarrazões ao Recurso Especial do Contribuinte. É o relatório. Fl. 432DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 432 6 Voto Vencido Conselheira Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Relatora Pelo teor da decisão proferida na Apelação Cível nº 0028568 94.2010A.01.3400/DF, entendo como ultrapassados os aspectos de admissibilidade deste Recurso Especial, razão pela qual e cumprindo a determinação judicial dele conheço. A matéria de mérito trazida pelo Recurso Especial do Contribuinte cingese a discussão do direito do contribuinte em ver restituídos os valores retidos indevidamente à título de imposto de renda sobre verbas indenizatórias recebidas pela adesão ao programa de demissão voluntária, mesmo diante de decisão judicial desfavorável. Foram apresentados como paradigmas os acórdãos nº 10246593 e 102 48306, com as respectivas ementas: "IRPF COISA JULGADA CONTRÁRIA AO CONTRIBUINTE VERBAS INDENIZATÓRIAS PAGAS EM PDV PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA IN SRF 165/98 Devem ser aplicados os princípios da isonomia e da razoabilidade à coisa julgada tributária, quando a própria Secretaria da Receita Federal assume decisão mais favorável ao contribuinte, em prol da segurança jurídica." ......................................................................................................... "VERBAS INDENIZATÓRIAS PAGAS EM PLANO DE DEMISSÃO VOLUNTÁRIA IN SRF 165/98 AÇÃO JUDICIAL ANTERIOR NÃO OCORRÊNCIA DE CONCOMITÂNCIA Quando o tratamento administrativo dispensado à matéria for mais benéfico ao contribuinte, decorrente de legislação superveniente à propositura de ação judicial ou sentença transitada em julgado, a norma posterior deve prevalecer, independentemente de ter havido pronunciamento judicial anterior sobre a matéria. RESTITUIÇÃO DE TRIBUTO PAGO (RETIDO) INDEVIDAMENTE PRAZO DECADÊNCIA INOCORRÊNCIA Concedese o prazo de 5 anos para restituição do tributo pago indevidamente, contado a partir do ato administrativo que reconhece, no âmbito administrativo fiscal, o indébito tributário, in casu, a Instrução Normativa n°165, de 31112198. PDV ALCANCE Tendo a Administração considerada Indevida a tributação dos valores percebidos como indenização relativos aos Programas de Desligamento Voluntário em 06/01/99, data da publicação da Instrução Normativa n° 165, de 31 de dezembro de 1998, é irrelevante a data da efetiva retenção, que não e marco inicial do prazo extintivo. Fl. 433DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 433 7 Decadência afastada." Percebese, portanto, que o debate aqui trazido envolve uma das discussões mais espinhosas em sede de direito tributário, qual seja, a relativização de coisa julgada pela aplicação do princípio constitucional da isonomia ou seja, estamos diante de um claro conflito entre princípios constitucionais. Nas palavras do professor Marcelo Novelino, em sua obra "Manual de Direito Constitucional" (9ª ed. 2014, p.184), estamos diante de uma antinomia jurídica imprópria, denominada de colisão que só ocorre diante de um determinado caso concreto e apenas entre princípios (antinomia de princípios). Nestes casos, para análise da solução do caso concreto, permitese um juízo de ponderação entre os princípios de acordo com as circunstâncias, e acrescenta o Autor: Por possuírem o mesmo grau hierárquico, somente diante das circunstâncias do caso concreto será possível verificar o peso de cada princípio envolvido e a intensidade de sua preferência. A relação de preferência de um princípio sobre o outro é condicionada, vale dizer, em condições diversas o resultado pode ser diferente. Isso ocorre em razão do caráter dos princípios (mandamentos de otimização), entre os quais não existe uma relação absoluta de preferência e cujas ações e situações às quais se referem não são passíveis de quantificação. Tratando sobre essa questão me parece ser desnecessário qualquer reparo ao juízo de ponderação realizado pelo Conselheiro Ezio Giobatta Bernardinis, relator do acórdão paradigma nº 10246.593, o qual adoto como razões de decidir: Não obstante estar pacificado o entendimento acerca da não incidência de imposto de renda sobre verbas de natureza indenizatória pagas em decorrência de incentivo à demissão voluntária, o caso em tela apresenta a peculiaridade de ter decisão transitada em julgado desfavorável ao contribuinte, quando a própria Secretaria da Receita Federal já se manifestou favorável à questão. Desta forma, o mérito da controvérsia envolve matéria exclusivamente de direito, qual seja, a delimitação dos efeitos decorrentes da coisa julgada em matéria tributária, quando posteriormente há uma decisão em sentido contrário pelo Superior Tribunal de Justiça ou pelo Supremo Tribunal Federal, levando à própria Receita Federal a adotar um posicionamento mais favorável ao contribuinte. Assim, fazse necessário tecer algumas considerações acerca da relativização da coisa julgada em matéria tributária. Primeiramente questiono qual a segurança jurídica a proteger este contribuinte que ingressou no Poder Judiciário e obteve uma decisão desfavorável, quando outros contribuintes, que se encontravam na mesma situação e se mantiveram inertes, são beneficiados pelos efeitos de novo entendimento do Fisco, em virtude de decisões judiciais dos Tribunais Superiores que Fl. 434DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 434 8 julgaram inconstitucional a incidência de Imposto de Renda sobre verbas indenizatórias a título de PDV? No caso em tela a segurança jurídica não se realiza para garantir a intangibilidade da coisa julgada inconstitucional, mas só pode existir junto com o princípio da igualdade, pois não há que se falar em segurança jurídica quando existem decisões conflitantes sobre assuntos exatamente idênticos. O cidadão comum, que é o grande contribuinte do Fisco, não consegue entender como ele, que entrou com ação judicial e que por azar teve esta decisão contrária a seus interesses, terá que pagar o tributo x, se o próprio Fisco reconheceu, através da Instrução Normativa MF/SRF n° 165, de 31.12.98, a dispensa da constituição de créditos da Fazenda Nacional relativamente à incidência do imposto de renda na fonte sobre as verbas indenizatórias pagas em decorrência de incentivo à demissão voluntária e, apenas para ele, porque já tinha decisão contrária, a qual não produz efeitos. Ora, a igualdade é base da segurança jurídica, assim como o é a justiça. Não se pode mais aceitar a concepção tradicional no sentido de que a segurança jurídica traduzse na coisa julgada e, que, portanto, seria apenas a imutabilidade e a intangibilidade das decisões judiciais que transitaram em julgado. O princípio da segurança jurídica presente no Estado Democrático de Direito estabelecido na Carta Magna de 1988, exige que a norma deve valer para todos, "o que faz da igualdade um outro atributo da segurança". Não podemos esquecer da importância do princípio da isonomia a pautar as decisões que versam sobre as relações jurídico tributárias. Neste sentido, cabe aqui transcrever as lições de Souto Maior Borges: "a isonomia não está apenas na Constituição Federal, ela é a própria Constituição Federal, com a qual chega a confundirse. A Constituição Federal de 1988 é uma condensação da isonomia. Nenhum outro dos setenta e sete itens em que se desdobra o art. 50 da CF — inclusive o seu item XXXVI (coisa julgada) — prescinde da isonomia como um condicionante de conteúdo e eficácia". Para além disso, Souto Maior Borges entende configurar afronta à Carta Constitucional fazer "prevalecer ad futurum a decisão judicial pela inconstitucionalidade" de um dado tributo "restrita às partes (controle difuso)", por entender estarse diante de "um regime jurídico 'privilegiado', que não encontra guarida na Carta Magna", concluindo que "o efeito de um julgado não deve, nunca, importar em ruptura da Constituição Federal, sobretudo do mais eminente dos seus princípios, a isonomia". Assim, Excelentíssimos Conselheiros, fica difícil aceitar que uma decisão que ofenda o princípio da igualdade, que deve pautar as relações jurídicas tributárias se perpetue no tempo sob o argumento de proteção à segurança jurídica Que segurança Fl. 435DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 435 9 jurídica protegeu este contribuinte que ora recorre a este Egrégio Conselho? Nenhuma! Uma decisão que contém séria injustiça não pode ser considerada como espelho da segurança e certeza almejadas pelo direito e, por isso, "a segurança como valor inerente à coisa julgada, e por conseguinte, o princípio de sua intangibilidade são dotados de relatividade, mesmo porque absoluto é apenas o Direito Justo. Cabe aqui transcrever trecho do voto do Ministro José Delgado, no julgamento do Resp 96.213MG4 , verbis: "Configurada qualquer uma das situações acima expostas, entendo que o único caminho processual existente em nosso ordenamento jurídico para solucionar a controvérsia, é o da ação rescisória, para que se restabeleça a aplicação harmônica de dispositivo legal, com respeito ao princípio da igualdade para todos os contribuintes, especialmente, porque se está diante de uma relação jurídica de direito público específica, de natureza tributária, sujeita, de modo cogente, a um princípio constitucional pétreo, que é o da isonomia tributária, previsto, expressamente no art 150, II, da CF " E mais adiante. "Impossível, consequentemente, que uma decisão judicial importe em criar privilégios no âmbito das relações jurídicas, impositivos tributários, permitindo que uma empresa não pague determinado tributo, mesmo que o seja por período certo, enquanto outras empresas são obrigadas a pagálo, apenas, porque, de modo contrário ao assentado pelo Supremo Tribunal Federal, uma decisão judicial assim se impõe." A professora Betina Treiger Grupenmacher corrobora o entendimento acima, ao dispor. "Assim, a segurança jurídica realizase quando é observado, na sua plenitude, o Estatuto do Contribuinte e, em consequência, o princípio da igualdade, norteador da segurança jurídica, posto que intrínseco à natureza humana. O que se quer afirmar é que não há república sem igualdade, assim como não há regime democrático se o cidadão não for tratado com isonomia frente à lei, inclusive a tributária. A existência da igualdade equivale à ausência de privilégio. Decorrência do princípio da isonomia tributária são os princípios da capacidade contributiva e o da vedação do Fl. 436DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 436 10 confisco, os quais estabelecem os limites mínimo e máximo de tributação, respectivamente. O Estado Democrático está, portanto, adstrito aos compromissos de liberdade e igualdade materiais, objetivando uma vida digna para todos. Nesse contexto, a observância dos citados princípios impõe que o tributo deixe de ser apenas uma fonte de renda e passe a ser um instrumento de realização de justiça A igualdade no tratamento tributário deixa de ser apenas formal passando a ser materialmente um instrumento de resdistribuição de riquezas." No mesmo sentido, José Souto Maior Borges defende a flexibilização da coisa julgada inconstitucional, pois entende que esta viola os valores da segurança jurídica, da legalidade, da isonomia, da efetividade da jurisdição tributária, administrativa ou judicial. Por fim, não podemos olvidar as lições do Ministro José Delgado, ao ressaltar que "a grave injustiça não deve prevalecer em época nenhuma, mesmo protegida pelo manto da coisa julgada, em um regime democrático, porque ela afronta a soberania da proteção da cidadania", uma vez que "a sentença judicial, mesmo coberta pelo manto da coisa julgada, não pode ser veículo de injustiças." Assim, não pode o contribuinte em tela ser tratado diversamente de todos os demais contribuintes, que têm a seu favor o entendimento do Fisco no sentido de não incidência do imposto de renda na fonte sobre as verbas indenizatórias pagas em decorrência de PDV, e somente ele ser penalizado em virtude de uma decisão judicial transitada em julgado, cujo entendimento foi superado pelos Tribunais Superiores. Diante do exposto, voto no sentido de conhecer do Recurso Especial do Contribuinte para, no mérito, darlhe provimento. (assinado digitalmente) Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri Fl. 437DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 437 11 Voto Vencedor Conselheira Maria Helena Cotta Cardozo Redatora Designada Em 18/05/1999, o Contribuinte solicitou a restituição do valor do IRRF sobre rendimentos recebidos por ocasião de seu desligamento da empresa Autolatina, em 15/10/1992. anocalendário 1992 85.818,59 UFIR; anocalendário 1993 83.833,89 UFIR. Na oportunidade, o Contribuinte assim informou: "Algum tempo após o seu desligamento, o requerente veio a solicitar da União Federal, por via judicial, a restituição do referido Imposto de Renda retido na Fonte da última das parcelas que compunham a Indenização Especial (PDV), recebida em 16104193. Entretanto, em razão das Instruções Normativas da Receita Federal que tornaram essa medida desnecessária, foi então requerida a desistência da ação em curso em 18/03199, conforme a petição dirigida ao Exmo. Sr. Juiz Federal da 21ª Vara Federal da Seção de São Paulo, cuja cópia, para fazer prova, encaminho anexa ao presente." Às fls. 13 encontrase requerimento de desistência da ação judicial, protocolado em 19/03/1999. A DRF/SP entendeu ter ocorrido a decadência do direito do interessado em pleitear a restituição (fls. 14). Cientificado, o Contribuinte apresentou Manifestação de Inconformidade à DRJ/SP (fls. 17 a 31), que confirmou o entendimento do despacho decisório quanto à decadência (fls. 35 a 39). Inconformado, o Contribuinte interpôs Recurso Voluntário ao antigo Conselho de Contribuintes (fls. 42 a 58), oportunidade em que a Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes prolatou o Acórdão nº 10418.707, de 18/04/2002, afastando a decadência e dando provimento ao recurso (fls. 62 a 72): A Fazenda Nacional interpôs o Recurso Especial de fls. 74 a 84, que teve seu seguimento negado (fls. 98 a 104). Foi então apresentado o Agravo de fls. 110 a 115, rejeitado por meio do despacho de fls. 117 a 119, que, submetido à consideração do Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais, foi mantido por meio do despacho de fls. 120. Assim, o Contribuinte foi intimado a apresentar a documentação comprobatória de seu pleito (fls. 128/129), o que foi feito por meio dos documentos de fls. 136 a 144. Nessa oportunidade, o Contribuinte juntou a certidão de objeto e pé de fls. 144, que noticia que a desistência por ele protocolada não fora acatada pelo Judiciário, uma vez que já havia sido prolatada a respectiva sentença, conforme acórdão do TRF da 3ª Região, transitado em julgado, com decisão contrária à tese por ele defendida (fls. 151 a 155). Fl. 438DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 438 12 Foram solicitados outros documentos ao Contribuinte e exarado o despacho decisório de fls.190 a 193, indeferindo o pleito pelo fato de não ter sido apresentada cópia do Plano de Demissão Voluntária, alegando o Contribuinte ter sido informado verbalmente e não haver recebido cópia do plano. A DRF, seguindo os ditames da Norma de Execução SRF/COTEC/COSIT/COSAR/COFIS n° 2, de 1999, entendeu que o documento de fls. 181 a 182 não possuiria características para formar convicção de que se tratava de um documento oficial da Autolatina ou da Ford. Referindose ao conteúdo do documento, a autoridade entendeu que ficava subentendido que o Contribuinte pediu que fosse considerada sua intenção de desligarse da empresa, além de ser possível concluir que o desligamento não se deu por necessidade de redução do número de empregados. Outro argumento para o indeferimento foi a constatação de que os pagamentos foram feitos a título de gratificação especial por liberalidade e não de indenização à adesão a Programa de Demissão Voluntária. Inconformado com o indeferimento, o Contribuinte apresentou a Manifestação de Inconformidade de fls. 209, acompanhada dos documentos de fls. 211 a 218, e nesse passo a DRJ deparouse com duas decisões: o Acórdão nº 10418.707, de 18/04/2002, que afastou a decadência e deu provimento ao Recurso Voluntário (fls. 62 a 72); a certidão de objeto e pé do processo nº 93.00111469, dando conta de que dita ação judicial transitara em julgado em 28/04/1997, nos termos do Acórdão do TRF de fls. 151 a 154, que concluiu pela incidência do Imposto de Renda sobre a gratificação especial ora tratada (fls. 144). Em face de tal dicotomia, a DRJ assim se pronunciou (fls. 235 a 239): "Entendemos que a mudança do entendimento jurisprudencial em momento posterior ou mesmo o novo entendimento da própria Receita Federal com relação à incidência do imposto de renda sobre indenizações a título de PDV não tem o condão de alterar a força da coisa julgada que, nesse caso, contraria os interesses do contribuinte. Se tal situação fosse admitida, poderíamos imaginar as diversas situações nas quais mudanças de entendimento jurisprudencial em sentido favorável ao fisco levassem a uma desconsideração de ações transitadas em julgado, que beneficiavam o contribuinte, cujo teor conflitasse com o novo entendimento jurisprudencial do STF ou mesmo do STJ, o que não guarda conformidade com o art. 5°, inciso XXXVI da CF. É necessário considerar que o interessado, ao não revelar o fato de o processo judicial já ter transitado em julgado em 1997 em seu desfavor, induziu a erro as autoridades administrativas responsáveis pelas decisões no presente processo administrativo, seja a de primeira instância ou mesmo da segunda instância, pois, se tal fato fosse conhecido, certamente não teria ocorrido prosseguimento do processo administrativo em obediência aos princípios da unidade jurisdicional e da inviolabilidade da coisa julgada, previstos nos incisos XXXV e XXXVI do art. 5° da CF. Fl. 439DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 439 13 (...) Por tudo quanto exposto, entendemos, s.m.j., que o encaminhamento atual que melhor atende aos princípios da legalidade, moralidade administrativa e eficiência é no sentido de enviar os autos ao Presidente da Quarta Câmara do Primeiro Conselho de Contribuintes para que aquela autoridade tenha conhecimento do que aqui relatamos, especialmente da existência da referida coisa julgada antes do julgamento de segunda instância, e, se assim o desejar, manifestese sobre a legalidade ou não do referido acórdão e oriente o melhor encaminhamento posterior para o processo em análise. Ressaltamos que o encaminhamento proposto encontra fundamentação nos art. 28 e 38, inciso XII, do Regimento Interno do Conselho de Contribuintes." Assim, o processo retornou à Quarta Câmara do antigo Primeiro Conselho de Contribuintes, que recebeu a manifestação da DRJ como Embargos Inominados (fls. 239 a 242), prolatandose o Acórdão de Embargos nº 10422.705, de 17/10/2007 (fls. 250 a 255), assim ementado: "EMBARGOS INOMINADOS OMISSÃO DE FATO RELEVANTE NO PROCESSO ACOLHIMENTO EFEITOS INFRINGENTES Constatada a omissão, no curso do processo administrativo, de informação fundamental para a tomada de decisão do colegiado, é de se acolher os Embargos Inominados, inclusive com efeitos infringentes. AÇÃO JUDICIAL CONCOMITÂNCIA COM INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA RENÚNCIA Importa renúncia às instâncias administrativas a propositura pelo sujeito passivo de ação judicial por qualquer modalidade processual, antes ou depois do lançamento de oficio, com o mesmo objeto do processo administrativo, sendo cabível apenas a apreciação, pelo órgão de julgamento administrativo, de matéria distinta da constante do processo judicial (Súmula 1° CC n° 1, DOU Seção 1, dos dias 26, 27 e 28/06/2006). Embargos acolhidos. Acórdão retificado. Recurso não conhecido." A decisão foi assim registrada: "ACORDAM os Membros da QUARTA CÂMARA do PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES, por unanimidade de votos, ACOLHER os Embargos Inominados para, retificando o Acórdão n°. 10418.707, de 18/04/2002, NÃO CONHECER do recurso, tendo em vista a opção do Contribuinte pela via judicial, nos termos do relatório e voto que passam a integrar o presente julgado." Fl. 440DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 440 14 Inconformado, o Contribuinte interpôs o Recurso Especial de fls. 262 a 278, ao qual foi negado seguimento, pelo fato de o acórdão recorrido haver aplicado súmula, o que está evidente na ementa do julgado, conforme o Despacho de Admissibilidade nº 920200.004, de 14/10/2009 (fls. 313 a 315), o que foi confirmado pelo Despacho de Reexame de fls. 316. Intimado do não seguimento de seu Recurso Especial, o Contribuinte impetrou o Mandado de Segurança n° 2856894.2010.4.01.3400, exarandose a sentença com o seguinte dispositivo: "Ante o exposto, dou provimento ao recurso de apelação, para reformar a sentença a quo e conceder a segurança postulada, a fim de assegurar ao apelante o seu direito líquido e certo ao regular processamento do recurso especial interposto no Processo Administrativo Fiscal 11831.000229/9964 contra o acórdão 10422.705." Na oportunidade, entendeuse que não seria aplicável a Súmula CARF nº 1, de 2006, nos seguintes termos (fls. 367 a 385): "Não obstante o entendimento sufragado pelo extinto Conselho de Contribuintes, ao qual aderiu a sentença ora apelada, não constato a hipótese de concomitância que atraia a incidência do enunciado 1 da Súmula do extinto Conselho de Contribuintes. A propósito, o relatório de fl. 56 é suficientemente elucidativo ao consignar que: Cuidase de embargos inominados interpostos pela 5ª TURMA/DRJSÃO PAUW/SP II na qual se pede reexame do processo com base nos fatos a seguir resumidos: a) O Contribuinte protocolizou, em 18/05/1999, pedido de restituição de Imposto de Renda incidente sobre verba alegadamente recebida a título de indenização por adesão a PDV; instruiu o pedido, entre outros documentos, com cópia de petição dirigida à Justiça Federal, protocolizada em 19/03/1999, na qual pedia desistência de ação judicial que questionava a incidência do imposto sobre essas mesmas verbas; (Sem grifos no original). A petição de desistência do Processo 93.00111469, apresentada pelo apelante ao Juízo da 8ª Vara da Seção Judiciária de São Paulo, foi protocolada em 19/3/1999, dois meses antes do protocolo do pedido administrativo de restituição, que, conforme relatado acima, foi apresentado em 18/5/1999. A desistência da ação judicial, portanto, é comprovadamente anterior à formulação do pedido administrativo de repetição, o que inviabiliza, neste caso, as conclusões adotadas pelas ilustres autoridades tidas por coatoras e também pelo douto juíz a quo." Assim, tendo em vista a determinação judicial, conheço do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte e passo a apreciálo. De plano, esclareçase que, a despeito de o Contribuinte haver apresentado, quando do pedido de restituição, em 1999, um protocolo de desistência do processo judicial Fl. 441DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 441 15 (fls. 13), tal pedido sequer foi conhecido, tendo em vista o trânsito em julgado da ação, que já havia ocorrido em 1997, em seu desfavor, no que tange à gratificação especial em tela, tendo havido inclusive a conversão do depósito do respectivo IRRF em renda da União, fato este omitido pelo Contribuinte quando do pedido administrativo de restituição. Com efeito, a Certidão de Objeto e Pé de fls. 144 é claríssima: "(...) CERTIFICA que à fl. 136, foi requerido pelo impetrante a desistência da ação, o qual não foi apreciado tendo em vista a prolação de sentença às fls. 54/58. CERTIFICA mais que do depósito constante dos autos à fl. 33, foi efetuada a conversão parcial em favor da União Federal, e que o impetrante devidamente intimado a se manifestar, não se manifestou sobre o saldo remanescente. CERTIFICA finalmente que os autos encontravamse arquivados, tendo sido desarquivados para a expedição da presente certidão. O DEFERIDO É VERDADE E DOU FÉ" (grifei) A informação fiscal de fls. 171/172 resume claramente o que ocorreu na ação judicial: "Em julgamento de Apelação da União, a quarta turma do Tribunal Federal da 3ª Região, por unanimidade, deu parcial provimento ao recurso e à remessa oficial, determinando a incidência do IR sobre indenizações especiais e não incidência sobre férias indenizadas (fls. 151 a 154). A União interpôs Recurso Especial, que não foi admitido, tendo o Acórdão transitado em julgado em 28/04/1997 (fl. 155). Sendo assim, tendo em vista conversão em renda da União de parte do depósito judicial efetuado (fls. 165 e 167), fizemos os cálculos no sistema DepJud (fl. 170) e constatamos a suficiência da conversão. Conforme demonstrativo localizado à folha 169, o valor convertido em renda corresponde ao valor do Imposto de Renda incidente sobre a indenização especial, restando para levantamento do contribuinte a quantia correspondente às férias indenizadas, que não devem sofrer incidência, nos termos da decisão judicial." (grifei) Destarte, não há que se falar em desistência de processo judicial, quando o pedido protocolado pelo Contribuinte em 1999 sequer foi conhecido, por já haver sentença com trânsito em julgado em 1997, inclusive com a conversão em renda da União, do depósito do IRRF solicitado no presente processo administrativo. Com efeito, conforme o Acórdão na Apelação em Mandado de Segurança nº 146.585/SP (fls. 151 a 155), a gratificação que ora o Contribuinte quer que lhe seja restituído o respectivo Imposto de Renda, foi considerada tributável. E como se pode constatar às fls. 155, o trânsito em julgado desta decisão ocorreu em 28/04/1997. Esclareçase, por oportuno, que a Administração Tributária deve zelar para que as decisões por ela proferidas sejam revestidas de legalidade, o que não se coaduna com a prolação de decisão administrativa desfazendo a coisa julgada pelo Poder Judiciário, inclusive com conversão de depósito em renda da União. Ocorre que em momento algum, até a execução Fl. 442DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 442 16 administrativa do Acórdão nº 10418.707, de 18/04/2002, chegara aos autos a informação de que havia uma decisão judicial transitada em julgado, em sentido contrário à pretensão do Contribuinte. Nesse passo, não haveria outro procedimento por parte da antiga Quarta Câmara, senão anular a decisão contrária ao Poder Judiciário, e proceder de forma diversa seria permitir que o Contribuinte se beneficiasse de sua própria omissão, o que de forma alguma pode ser admitido. Destarte, antes mesmo de ser protocolado o pedido de restituição administrativo, em 1999, já havia uma decisão definitiva, exarada pelo Poder Judiciário, com conversão de depósito em renda da União, que indubitavelmente não pode ser desfeita ou relativizada pela Autoridade Administrativa. Finalmente, trago à colação as conclusões do Parecer Cosit nº 7, de 22/08/2014: "8. Frisese, ainda, que o inciso V do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, com a redação dada pela Lei nº 11.196, de 21 de novembro de 2005, exige que na impugnação administrativa seja informado "se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição.". 8.1. Do mesmo modo, o art. 77 da IN RFB nº 1.300, de 2012, abaixo transcrito, condiciona a admissibilidade da manifestação de inconformidade ao atendimento dos requisitos do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, aí incluída a exigência de se informar se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial: (...) 8.2. Descumpridos pelo contribuinte os comandos supratranscritos, e advinda decisão judicial transitada em julgado desfavorável ao seu pleito, esta prevalecerá, inclusive quando a decisão administrativa lhe tenha sido favorável. Isto porque o escopo da jurisdição, que é uma das funções do Estado, é de tornar efetiva a sanção, mediante a substituição da atividade das partes pela do juiz, buscando a pacificação do conflito que os envolve e dando cumprimento às normas de direito objetivo material. Quando a lide envolve o Estado administração, por exemplo, o Estadojuiz substitui com atividades suas as atividades das partes, inclusive as do administrador. Nesse sentido: Outra característica dos atos jurisdicionais é que só eles são suscetíveis de se tornar imutáveis, não podendo ser revistos ou modificados. A Constituição brasileira, como a da generalidade dos países, estabelece que "a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada" (art. 5º, inc. XXXVI). Coisa julgada é a imutabilidade dos efeitos de uma sentença, em virtude da qual nem as partes podem repropor a mesma demanda em juízo ou comportarse de modo diferente daquele preceituado [...]. No EstadodeDireito só os atos jurisdicionais podem chegar a esse ponto de imutabilidade, não sucedendo o mesmo com os administrativos ou legislativos. Fl. 443DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 443 17 Em outras palavras, um conflito interindividual só se considera solucionado para sempre, sem que se possa voltar a discutilo, depois que tiver sido apreciado e julgado pelos órgãos jurisdicionais: a última palavra cabe ao Poder Judiciário. (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 25. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2009. p. 147, 149, 150, 152 e 337) 8.3. Esse entendimento de que a decisão judicial transitada em julgado, seja anterior ou posterior ao término do contencioso administrativo, prevalece sobre a decisão administrativa, mesmo quando aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido favorável, vai ao encontro das conclusões do Parecer PGFN/Cocat nº 2, de 2 de janeiro de 2013, e se assenta na prevalência da coisa julgada e da jurisdição única, conforme segue: (...) d) a decisão judicial transitada em julgado, seja esta anterior ou posterior ao término do contencioso administrativo, prevalece sobre a decisão administrativa, mesmo quando aquela tenha sido desfavorável ao contribuinte e esta lhe tenha sido favorável; (...) h) se, no ato da impugnação do lançamento, da manifestação de inconformidade ou da interposição de qualquer espécie de recurso, o interessado não informar que a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, em desobediência ao disposto no inciso V do art. 16 do Decreto nº 70.235, de 1972, e ficar constatada a concomitância total ou parcial com processo judicial, deverá o Delegado ou o InspetorChefe da RFB negar o seguimento da impugnação ou da manifestação quanto ao objeto coincidente; i) é irrelevante, na espécie, que o processo judicial tenha sido extinto sem resolução de mérito, na forma do art. 267 do CPC, pois a renúncia às instâncias administrativas, em decorrência da opção pela via judicial, é definitiva, insuscetível de retratação; j) a definitividade da renúncia às instâncias administrativas independe de o recurso administrativo ter sido interposto antes ou após o ajuizamento da ação; k) o disposto neste Parecer aplicase de igual modo a qualquer modalidade de processo administrativo no âmbito da RFB, ainda que sujeito a rito processual diverso do Decreto nº 70.235, de 1972; (...)" Diante do exposto, conheço do Recurso Especial interposto pelo Contribuinte e, no mérito, negolhe provimento. Fl. 444DF CARF MF Processo nº 11831.000229/9964 Acórdão n.º 9202004.508 CSRFT2 Fl. 444 18 (assinado digitalmente) Maria Helena Cotta Cardozo Fl. 445DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 10580.725909/2009-91
Turma: 2ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 2ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Tue Jun 21 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Fri Aug 26 00:00:00 UTC 2016
Ementa: Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física - IRPF
Exercício: 2005, 2006, 2007
RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DE VÍCIO MATERIAL. IMPOSSIBILIDADE.
Não cabe o reconhecimento de nulidade, por eventual vício material, quando a matéria não tiver sido devidamente admitida, como objeto do recurso especial.
IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA.
Incide o IRPF sobre os valores de natureza remuneratória, ainda que classificados como indenizatórios pela fonte pagadora.
Precedentes do STF e do STJ.
IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE.
Consoante decidido pelo STF através da sistemática estabelecida pelo art. 543-B do CPC no âmbito do RE 614.406/RS, o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado utilizando-se o regime de competência.
Recurso especial provido em parte.
Numero da decisão: 9202-004.075
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer a preliminar de nulidade por vício material suscitada de ofício pela Conselheira Ana Paula Fernandes, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López. Por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, pelo voto de qualidade, em dar-lhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Gerson Macedo Guerra.
(Assinado digitalmente)
Carlos Alberto Freitas Barreto - Presidente e Relator
EDITADO EM: 17/08/2016
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (Vice-Presidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra.
Nome do relator: CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
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IMPOSSIBILIDADE. Não cabe o reconhecimento de nulidade, por eventual vício material, quando a matéria não tiver sido devidamente admitida, como objeto do recurso especial. IRPF. VALORES INDENIZATÓRIOS DE URV, CLASSIFICADOS A PARTIR DE INFORMAÇÕES PRESTADAS PELA FONTE PAGADORA. INCIDÊNCIA. Incide o IRPF sobre os valores de natureza remuneratória, ainda que classificados como indenizatórios pela fonte pagadora. Precedentes do STF e do STJ. IRPF. RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE. Consoante decidido pelo STF através da sistemática estabelecida pelo art. 543B do CPC no âmbito do RE 614.406/RS, o IRPF sobre os rendimentos recebidos acumuladamente deve ser calculado utilizandose o regime de competência. Recurso especial provido em parte. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 10 58 0. 72 59 09 /2 00 9- 91 Fl. 260DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.725909/200991 Acórdão n.º 9202004.075 CSRFT2 Fl. 23 2 Acordam os membros do colegiado, pelo voto de qualidade, em não conhecer a preliminar de nulidade por vício material suscitada de ofício pela Conselheira Ana Paula Fernandes, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López. Por unanimidade de votos, em conhecer o Recurso Especial do Contribuinte e, no mérito, pelo voto de qualidade, em darlhe provimento parcial para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência, vencidos os conselheiros Ana Paula Fernandes, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Patrícia da Silva, Gerson Macedo Guerra e Maria Teresa Martínez López, que lhe deram provimento integral. Votaram pelas conclusões os conselheiros Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri e Gerson Macedo Guerra. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Presidente e Relator EDITADO EM: 17/08/2016 Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros: Carlos Alberto Freitas Barreto (Presidente), Maria Teresa Martinez Lopez (VicePresidente), Luiz Eduardo de Oliveira Santos, Rita Eliza Reis da Costa Bacchieri, Maria Helena Cotta Cardozo, Patrícia da Silva, Elaine Cristina Monteiro e Silva Vieira, Ana Paula Fernandes, Heitor de Souza Lima Junior, Gerson Macedo Guerra. Relatório O presente recurso foi objeto de julgamento na sistemática prevista no art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, adoto o relatório objeto do processo paradigma deste julgamento, n° 10580.720254/200964. O presente Recurso Especial trata de pedido de Análise de Divergência motivado pelo Contribuinte, em face de Acórdão proferido em julgamento de recurso voluntário. Tratase de lançamento de Imposto de Renda de Pessoa Física dos exercícios 2005, 2006 e 2007, anoscalendário 2004, 2005, e 2006, em razão de a autoridade fiscal ter classificado como rendimentos tributáveis, valores declarados como isentos ou não tributáveis tal como informado pela Fonte Pagadora Tribunal de Justiça do Estado da Bahia. Referidos rendimentos correspondem a diferença entre a transformação de Cruzeiros Reais para Unidade Real de Valor – URV, reconhecidas e pagas em 36 meses, de janeiro de 2004 a dezembro de 2006, com base na Lei Estadual nº 8.730/2003 do Estado da Bahia. As diferenças recebidas teriam natureza eminentemente salarial, pois decorreram de diferenças de remuneração ocorridas Fl. 261DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.725909/200991 Acórdão n.º 9202004.075 CSRFT2 Fl. 24 3 quando da conversão de Cruzeiro Real para URV em 1994, consequentemente, estariam sujeitas à incidência do imposto de renda, sendo irrelevante a denominação dada ao rendimento. Foi interposta impugnação foi indeferida em sede de julgamento de primeira instância. O Contribuinte interpôs Recurso, ao qual foi dado parcial provimento ao recurso para tão somente excluir a multa de ofício. O Contribuinte apresentou Recurso Especial ao qual foi dado parcial seguimento, para reapreciação apenas da matéria questão da natureza indenizatória, ou não. Em reexame, o exame de admissibilidade foi confirmado pelo Presidente da Câmara Superior de Recursos Fiscais. Apresentadas contrarrazões pela Fazenda Nacional, vieram os autos conclusos. É o relatório. Voto Conselheiro Carlos Alberto Freitas Barreto Relator Este processo foi julgado na sistemática dos recursos repetitivos, regulamentada pelo art. 47, §§ 1º e 2º, do RICARF, aprovado pela Portaria MF 343, de 09 de junho de 2015. Portanto, ao presente litígio aplicase o decidido no Acórdão 9202004.026, de 21/06/2016, proferido no julgamento do processo 10580.720254/200964, paradigma ao qual o presente processo foi vinculado. Transcrevese, como solução deste litígio nos termos regimentais, o inteiro teor do voto vencedor proferido naquela decisão (Acórdão 9202004.026): Em primeiro lugar, não conheço da preliminar de nulidade do lançamento, por vício material, suscitada de ofício pela Sra. Conselheira relatora. Com efeito, esta matéria não tendo sido admitida em sede de recurso especial, não está em discussão e, portanto, dela não conheço. Além disso, apenas para fins de esclarecimento, registrese que não vejo qualquer nulidade no lançamento da forma que ele foi realizado. Com efeito, o lançamento foi realizado com base em dispositivo vigente, cuja interpretação não havia sido considerada à época inconstitucional. Portanto, não há que se falar em nulidade. Entrando, agora, no mérito propriamente dito, entendo que a verba recebida tem caráter remuneratório e, assim, deve ser tributada. Questão dessa natureza já foi trazida, em 03/03/2015, Fl. 262DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.725909/200991 Acórdão n.º 9202004.075 CSRFT2 Fl. 25 4 à 2ª Turma desta Câmara Superior, no acórdão 9202003.585. Naquela ocasião, acompanhei o voto do relator Alexandre Naoki Nishioka, entendendo tratarse de verba de natureza remuneratória, e por isso peço vênia para adotar aqui os mesmos argumentos como razão de decidir, assim transcrevendoos: (...) Conforme dispõe o art. 2º da referida Lei, tais valores são relativos a “diferenças de remuneração ocorridas quando da conversão de Cruzeiro Real para Unidade Real de Valor – URV”. Da leitura do artigo, denotase que o pagamento de tais valores deveuse à necessidade de manutenção do valor real do salário, de forma a corrigir erros anteriores no cálculo da conversão da moeda nacional. A lei estadual acima citada não buscou, por meio do pagamento das diferenças, a recomposição de um prejuízo, ou dano material, sofrido pelo contribuinte, mas a compensação em razão da ausência de oportuna correção no valor nominal do salário, verificada quando da alteração da moeda. Portanto, tais valores integram a remuneração percebida pelo contribuinte, constituindo parte integrante de seus vencimentos. Estáse diante, pois, de acréscimo patrimonial tributável pelo Imposto de Renda, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional, entendimento que fora inclusive salientado pelo acórdão proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Salvador (BA). Buscando reforçar o argumento, requereu o contribuinte a aplicação da Resolução n.º 245 do STF, assim como de consulta administrativa realizada pela Presidente do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, os quais disporiam acerca da remuneração dos magistrados. No entanto, mencionadas normas não se aplicam ao fim pretendido pelo contribuinte, ao contrário do que decidiu o acórdão recorrido. Inicialmente, cumpre salientar que a dita resolução dispôs acerca da forma de cálculo do abono salarial variável e provisório de que trata o art. 2º e parágrafos da Lei n.º10.474/2002, considerandoo como de natureza indenizatória. Neste sentido, o inciso I do art. 1º trouxe a forma de cálculo deste abono: “I apuração, mês a mês, de janeiro/98 a maio/2002, da diferença entre os vencimentos resultantes da Lei nº 10.474, de 2002 (Resolução STF nº 235, de 2002), acrescidos das vantagens pessoais, e a remuneração mensal efetivamente percebida pelo Magistrado, a qualquer título, o que inclui, exemplificativamente, as verbas referentes a diferenças de URV, PAE, 10,87% e recálculo da representação (194%)”. A própria redação da Resolução excluiu do valor integrante do abono as verbas referentes à diferença de URV, de onde Fl. 263DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.725909/200991 Acórdão n.º 9202004.075 CSRFT2 Fl. 26 5 se interpreta que esta não tem natureza indenizatória, mas de recomposição salarial. Tal tema inclusive já foi enfrentado pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça, tendo este reconhecido as diferenças entre o abono salarial tratado pela norma e a diferença da URV, conforme se verifica de voto da Ministra Eliana Calmon: “Na jurisprudência desta Casa, colho os seguintes precedentes, que sempre distinguiram as hipóteses de percepção das diferenças remuneratórias da URV do abono identificado na Resolução 245/STF: (...)” (STJ, Recurso Especial n.º 1.187.109/MA, Segunda Turma, Ministra Relatora Eliana Calmon, julgado em 17/08/2010) E tal também foi o entendimento do Ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, em decisão monocrática proferida nos autos do Recurso Extraordinário n.º 471.115, do qual se colaciona o seguinte excerto: “Os valores assim recebidos pelo recorrido decorrem de compensação pela falta de oportuna correção no valor nominal do salário, quando da implantação da URV e, assim, constituem parte integrante de seus vencimentos. As parcelas representativas do montante que deixou de ser pago, no momento oportuno, são dotadas dessa mesma natureza jurídica e, assim, incide imposto de renda quando de seu recebimento. No que concerne à Resolução no. 245/02, deste Supremo Tribunal Federal, utilizada na fundamentação do acórdão recorrido, temse que suas normas a tanto não se aplicam, para o fim pretendido pelo recorrido (...)” (STF, Recurso Extraordinário n.º 471.115, Ministro Relator Dias Toffoli, julgado em 03/02/2010) Concluise, portanto, pelo caráter salarial dos valores recebidos acumuladamente pelo Recorrente, razão pela qual deverão compor a base de cálculo do Imposto sobre a Renda de Pessoa Física, nos termos do art. 43 do Código Tributário Nacional. Assim, com base na argumentação exposta, sendo verbas remuneratórias as diferenças de URV recebidas, sobre elas incide imposto de renda da pessoa física. Todavia, cumpre verificar o quantum devido. Entendo que o tributo devido deva ser calculado de acordo com as tabelas vigentes à época em que seriam devidas as diferenças recebidas. Sobre o tema, cabe referir a discussão travada no processo 11040.001165/200591, com voto vencedor da lavra do conselheiro Heitor de Souza Lima Junior, cujos fundamentos, abaixo reproduzidos, acompanho. Fl. 264DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.725909/200991 Acórdão n.º 9202004.075 CSRFT2 Fl. 27 6 Verifico, a propósito, que a matéria em questão foi tratada recentemente pelo STF, no âmbito do RE 614.406/RS, objeto de trânsito em julgado em 11/12/2014, feito que teve sua repercussão geral previamente reconhecida (em 20 de outubro de 2010), obedecida assim a sistemática prevista no art. 543B do Código de Processo Civil vigente. Obrigatória, assim, a observância, por parte dos Conselheiros deste CARF dos ditames do Acórdão prolatado por aquela Suprema Corte em 23/10/2014, a partir de previsão regimental contida no art. 62, §2º do Anexo II do Regimento Interno deste Conselho, aprovado pela Portaria MF nº 343, de 09 de junho de 2015. Reportandome ao julgado vinculante, noto que, ali, se acordou, por maioria de votos, em manter a decisão de piso do STJ acerca da inconstitucionalidade do art. 12 da Lei no. 7.713, de 1988, devendo ocorrer a "incidência mensal para o cálculo do imposto de renda correspondente à tabela progressiva vigente no período mensal em que apurado o rendimento percebido a menor regime de competência (...)", afastandose assim o regime de caixa. Todavia, inicialmente, de se ressaltar que em nenhum momento se cogita, no Acórdão, de eventual cancelamento integral de lançamentos cuja apuração do imposto devido tenha sido feita obedecendo o art. 12 da referida Lei nº 7.713, de 1988, notese, diploma plenamente vigente na época em que efetuado o lançamento sob análise, o qual, ainda, em meu entendimento, guarda, assim, plena observância ao disposto no art. 142 do Código Tributário Nacional. A propósito, de se notar que os dispositivos legais que embasaram o lançamento constantes de efl. 12, em nenhum momento foram objeto de declaração de inconstitucionalidade ou de decisão em sede de recurso repetitivo de caráter definitivo que pudesse lhes afastar a aplicação ao caso in concretu. Deflui daquela decisão da Suprema Corte, em meu entendimento, inclusive, o pleno reconhecimento do surgimento da obrigação tributária que aqui se discute, ainda que em montante diverso daquele apurado quando do lançamento, o qual, repitase, obedeceu os estritos ditames da legalidade à época da ação fiscal realizada. Da leitura do inteiro teor do decisum do STF, é notório que, ainda que se tenha rejeitado o surgimento da obrigação tributária somente no momento do recebimento financeiro pela pessoa física, o que a faria mais gravosa, entendese, ali, inequivocamente, que se mantém incólume a obrigação tributária oriunda do recebimento dos valores acumulados pelo contribuinte pessoa física, mas agora a ser calculada em momento pretérito, quando o contribuinte fez jus à percepção dos rendimentos, de forma, assim, a restarem respeitados os princípios da capacidade contributiva e isonomia. Fl. 265DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO Processo nº 10580.725909/200991 Acórdão n.º 9202004.075 CSRFT2 Fl. 28 7 Assim, com a devida vênia ao posicionamento do relator, entendo que, a esta altura, ao se esposar o posicionamento de exoneração integral do lançamento, se estaria, inclusive, a contrariar as razões de decidir que embasam o decisum vinculante, no qual, reitero, em nenhum momento, notese, se cogita da inexistência da obrigação tributária/incidência do Imposto sobre a Renda decorrente da percepção de rendimentos tributáveis de forma acumulada. Se, por um lado, manterse a tributação na forma do referido art. 12 da Lei nº 7.713, de 1988, conforme decidido de forma definitiva pelo STF, violaria a isonomia no que tange aos que receberam as verbas devidas "em dia" e ali recolheram os tributos devidos, exonerar o lançamento por completo a esta altura significaria estabelecer tratamento antiisonômico (também em relação aos que também receberam em dia e recolheram devidamente seus impostos), mas em favor daqueles que foram autuados e nada recolheram ou recolheram valores muito inferiores aos devidos, ao serem agora consideradas as tabelas/alíquotas vigentes à época, o que deve, em meu entendimento, também se rechaçar. Pelo exposto, voto no sentido de conhecer do RE do contribuinte na matéria admitida, por darlhe provimento em parte, para determinar o cálculo do crédito tributário devido, considerando o regime de competência. Em face do acima exposto, voto no sentido de não conhecer da preliminar de nulidade por vício material suscitada, conheço do Recurso Especial do Contribuinte para, no mérito, darlhe provimento parcial, para determinar o cálculo do tributo de acordo com o regime de competência. (Assinado digitalmente) Carlos Alberto Freitas Barreto Fl. 266DF CARF MF Impresso em 26/08/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 23/08/2016 por AFONSO ANTONIO DA SILVA, Assinado digitalmente em 25/08/2 016 por CARLOS ALBERTO FREITAS BARRETO
score : 1.0
Numero do processo: 11543.002516/2003-29
Turma: 3ª TURMA/CÂMARA SUPERIOR REC. FISCAIS
Câmara: 3ª SEÇÃO
Seção: Câmara Superior de Recursos Fiscais
Data da sessão: Wed Nov 09 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Mon Jan 02 00:00:00 UTC 2017
Ementa: Assunto: Processo Administrativo Fiscal
Período de apuração: 30/09/1997 a 31/08/1998
RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA.
O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido.
Recurso Especial da Procuradoria não conhecido.
Numero da decisão: 9303-004.412
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional.
(assinado digitalmente)
Rodrigo da Costa Pôssas - Presidente em Exercício
(assinado digitalmente)
Charles Mayer de Castro Souza Relator
Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello.
Nome do relator: CHARLES MAYER DE CASTRO SOUZA
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BASE DE CÁLCULO Recorrente FAZENDA NACIONAL Interessado S/A A GAZETA ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 30/09/1997 a 31/08/1998 RECURSO ESPECIAL DE DIVERGÊNCIA. SIMILITUDE FÁTICA. O recurso especial de divergência, interposto nos termos do art. 67 da Portaria MF nº 256, de 22/06/2009, só se justifica quando, em situações idênticas, são adotadas soluções diversas. Não sendo o caso, o recurso não deve ser conhecido. Recurso Especial da Procuradoria não conhecido. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do colegiado, por unanimidade de votos, em não conhecer do Recurso Especial da Fazenda Nacional. (assinado digitalmente) Rodrigo da Costa Pôssas Presidente em Exercício (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza – Relator AC ÓR DÃ O GE RA DO N O PG D- CA RF P RO CE SS O 11 54 3. 00 25 16 /2 00 3- 29 Fl. 2410DF CARF MF 2 Participaram do Julgamento os Conselheiros Rodrigo da Costa Possas (Presidente em exercício), Júlio César Alves Ramos, Tatiana Midori Migiyama, Andrada Márcio Canuto Natal, Demes Brito, Érika Costa Camargos Autran, Charles Mayer de Castro Souza, Vanessa Marini Cecconello. Relatório Tratase de Recurso Especial de Divergência interposto tempestivamente pela Procuradoria da Fazenda Nacional – PFN contra o Acórdão nº 3401002.223, de 24/04/2013 (acórdão de embargos que integrou o Acórdão nº 3401001.756, de 21/03/2012), proferido pela 1ª Turma Ordinária da 4ª Câmara da 3ª Seção deste CARF, que fora assim ementado: ASSUNTO: PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL Período de apuração: 30/09/1997 a 31/08/1998 EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. OMISSÃO. Constatada omissão no Acórdão, caracterizada pelo não enfrentamento de argumentação relacionada à disposição legal que trataria da matéria em discussão, cabe admitir os embargos declaratórios para saneála. PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. PRINCÍPIO DO FORMALISMO MODERADO. Ausente o representante da empresa no julgamento em face de prévia retirada de pauta do processo, prejudicada restou a defesa ampla. O formalismo moderado do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, aliado aos princípios da eficiência administrativa, da economia e lealdade processuais e, especialmente, o da verdade material, permitem que a via estreita dos embargos de declaração sirva para restabelecer a observância do contraditório e da ampla defesa. ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO Período de apuração: 30/09/1997 a 31/08/1998 AUTO DE INFRAÇÃO. PIS. COFINS. DECADÊNCIA. PAGAMENTOS ANTECIPADOS. CINCO ANOS CONTADOS DO FATO GERADOR. STJ. RECURSO REPETITIVO. ART. 62 A DO REGIMENTO DO CARF. Nos termos da Súmula Vinculante 8 do Supremo Tribunal Federal, de 20/06/2008, é inconstitucional o artigo 45 da Lei nº 8.212, de 1991. Assim, a regra que define o termo inicial de contagem do prazo decadencial para a constituição de créditos tributários da Cofins e do PIS/PASEP nos casos em que se confirma a existência de pagamento antecipado dessas contribuições é a do § 4º do artigo 150 do Código Tributário Nacional, ou seja, cinco anos a contar da data do fato gerador, consoante, inclusive, decisão do STJ proferida na sistemática do artigo 543C, do Código de Processo Civil. Aplicação ainda do art. 62A, do Regimento Interno do CARF. No caso, a ciência do lançamento se deu em 10/9/2003. Fl. 2411DF CARF MF Processo nº 11543.002516/200329 Acórdão n.º 9303004.412 CSRFT3 Fl. 2.410 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL COFINS Período de apuração: 30/09/1998 a 31/12/2001 AUTO DE INFRAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. COMISSÕES DE AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE. DESTAQUE INDEVIDO EM NOTA FISCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO RECEBIMENTO. EXCLUSÃO. De se retirar da base de cálculo da contribuição o valor das “comissões” creditadas à agência de publicidade que, de forma equivocada, foram destacadas pela autuada (empresa jornalística que veicula anúncios) na nota fiscal de prestação de serviços emitida aos clientes, não tendo referido valor, de forma comprovada, ingressado em seu “Caixa”. ASSUNTO: CONTRIBUIÇÃO PARA O PIS/PASEP Período de apuração: 30/09/1998 a 31/12/2001 AUTO DE INFRAÇÃO. BASE DE CÁLCULO. COMISSÕES DE AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE. DESTAQUE INDEVIDO EM NOTA FISCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. NÃO RECEBIMENTO. EXCLUSÃO. De se retirar da base de cálculo da contribuição o valor das “comissões” creditadas à agência de publicidade que, de forma equivocada, foram destacadas pela autuada (empresa jornalística que veicula anúncios) na nota fiscal de prestação de serviços emitida aos clientes, não tendo referido valor, de forma comprovada, ingressado em seu “Caixa”. Embargos acolhidos com efeitos infringentes. No Recurso Especial, por meio do qual pleiteou, ao final, a reforma do decisum, a Recorrente suscitou divergência em relação ao entendimento de que as agências de propaganda e publicidade poderiam excluir da base de cálculo do PIS, apurada a partir da soma dos valores totais das faturas/notas fiscais de serviços por elas emitidas, os valores pagos aos veículos de divulgação. Visando comprovar as divergências, apresentou, como paradigmas, os Acórdãos nº 20312.742 e 930301.595, cujas cópias de inteiro teor foram juntadas aos autos. O exame de admissibilidade do Recurso Especial encontrase às fls. 2386/2388. As contrarrazões, às fls. 2346/2355. É o Relatório. Voto Conselheiro Charles Mayer de Castro Souza, Relator. Presentes os demais requisitos de admissibilidade, entendemos, diferentemente do que consignado no seu exame de admissibilidade, que o recurso especial não deve ser conhecido. Fl. 2412DF CARF MF 4 Com efeito, no acórdão recorrido decidiuse que, no caso da contribuinte – um veículo de comunicação –, os valores devidos a título de “comissões” creditadas às agências de publicidade que, de forma equivocada, foram destacadas nas notas fiscais de prestação de serviços por ela emitidas deveriam ser excluídas da base de cálculo da contribuição. Já os acórdãos paradigmas tratam de situação diversa. Especificamente, da exclusão, da mesma base de cálculo, pelas agências de propaganda e publicidade, dos valores pagos aos veículos de divulgação (a contribuinte!), que, assim, não seriam meros repasses financeiros, mas custos ou despesas. Não há, portanto, similitude entre os fatos narrados nos acórdãos recorrido e paradigmas, em ordem a permitir o manejo do recuso especial de divergência. Ante o exposto, não conheço do recurso especial. É como voto. (assinado digitalmente) Charles Mayer de Castro Souza Fl. 2413DF CARF MF
score : 1.0
Numero do processo: 14766.000164/2009-36
Turma: Segunda Turma Ordinária da Quarta Câmara da Terceira Seção
Câmara: Quarta Câmara
Seção: Terceira Seção De Julgamento
Data da sessão: Wed Aug 24 00:00:00 UTC 2016
Data da publicação: Wed Sep 21 00:00:00 UTC 2016
Numero da decisão: 3402-000.825
Decisão: Vistos, relatados e discutidos os presentes autos.
Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Esteve presente ao julgamento o Dr. Antonio Carlos Gonçalves, OAB/DF 33.766.
(assinado digitalmente)
Antônio Carlos Atulim - Presidente.
(assinado digitalmente)
Thais de Laurentiis Galkowicz - Relatora
Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel
Nome do relator: THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ
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Resolvem os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, converter o julgamento em diligência, nos termos do voto da Relatora. Esteve presente ao julgamento o Dr. Antonio Carlos Gonçalves, OAB/DF 33.766. (assinado digitalmente) Antônio Carlos Atulim Presidente. (assinado digitalmente) Thais de Laurentiis Galkowicz Relatora Participaram da sessão de julgamento os Conselheiros Antonio Carlos Atulim, Jorge Freire, Diego Diniz Ribeiro, Waldir Navarro Bezerra, Thais De Laurentiis Galkowicz, Maria Aparecida Martins de Paula, Maysa de Sá Pittondo Deligne e Carlos Augusto Daniel Relatório O presente Processo Administrativo foi objeto da Resolução n. 3402000.697 depois de sua chegada ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (“CARF”). Dessa forma, o caso já foi bem relatado pelo Conselheiro Gilson Macedo Rosenburg Filho, antes de serem a mim redistribuído pelo fato de o Relator originário não mais integrar nenhum dos Colegiados da 3ª Seção. Desta feita, peço licença para tomar emprestadas as palavras do antigo Relator sobre o histórico do processo: RE SO LU ÇÃ O G ER A D A N O P G D -C A RF P RO CE SS O 1 47 66 .0 00 16 4/ 20 09 -3 6 Fl. 913DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 14766.000164/200936 Resolução nº 3402000.825 S3C4T2 Fl. 112 2 Tratase de despacho decisório proferido pela Delegacia da Receita Federal do Brasil no Recife/PE, fl. 418, que deferiu parcialmente pedido de ressarcimento de saldo credor de IPI pleiteado no PER/DCOMP nº 38513.65469.200407.1.1.017542, transmitido em 20/04/2007, com fundamento no art. 11 da Lei 9.779/1999. Do valor solicitado (R$ 4.660.840,22), foram reconhecidos R$ 546.063,34 e homologadas até esse limite as compensações vinculadas. O estabelecimento detentor do crédito é a filial inscrita no CNPJ sob nº 62.166.848/000304. Foi realizada ação fiscal para apurar conjuntamente a legitimidade de diversos pedidos de ressarcimento de créditos/compensações relativos a períodos entre janeiro de 2004 e dezembro de 2008, conforme Termo de Verificação Fiscal que consta no processo. A empresa tem como atividade econômica o comércio atacadista de outras bebidas em geral, sendo classificada como estabelecimento equiparado a industrial/importador direto. Suas principais vendas são de whisky importados diretamente e revendidos para outras empresas, hipótese em que o IPI é pago apenas na importação. Além disso, comercializa as bebidas VODCA SMIRNOFF, WHISKI BELL'S, CAIPIROSKA e BATIDA, industrializadas por encomenda pelas empresas Pernod Ricard Brasil Indústria e Comércio Ltda., CNPJ n° 33.856.394/000133 no período de fevereiro de 2004 a dezembro de 2006, substituída a partir daí pelo estabelecimento filial 2 da empresa Viti Vinícola Cereser Ltda., CNPJ n° 50.930.072/000297, mediante remessa de insumos. Foram detectadas diversas irregularidades, motivando a reconstituição da escrita no período, cujo desfecho redundou em crédito tributário constituído de ofício auto de infração objeto do processo nº 10480.721782/200969 (fl. e seguintes) – formalizando a exigência dos saldos devedores que emergiram e acréscimo de juros moratórios e multa de ofício, no montante de R$ 33.638.374,84. As irregularidades apontadas no auto de infração foram: a) estorno de crédito a menor na devolução de produtos industrializados por encomenda fora dos padrões de qualidade e impróprios para o consumo; b) aproveitamento de créditos decorrentes de aquisições de produtos não considerados matériaprima, produto intermediário ou material de embalagem; c) destaque a menor do imposto pela adoção de classe de valor do IPI inferior à permitida para o produto saído. O procedimento fiscal implicou, ainda, reclassificação de parte dos créditos considerados legítimos, de ressarcíveis para não ressarcíveis, bem como verificação da utilização, na escrita, para compensação com débitos do IPI, dos saldos credores em períodos de apuração posteriores ao do pedido, até a data da transmissão do último PERDCOMP, o que resultou na constatação de que o saldo credor passível de ressarcimento no trimestre a que se refere o PERDCOMP em análise é inferior ao pleiteado. Tal constatação foi recepcionada pelo Parecer Seort de fls. 415 a 417, que embasou o despacho decisório. Fl. 914DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 14766.000164/200936 Resolução nº 3402000.825 S3C4T2 Fl. 113 3 Irresignado, o contribuinte apresentou a manifestação de inconformidade tempestiva das fls. 428 a 465, na qual requer preliminarmente a suspensão da exigibilidade dos tributos objeto das Declarações de compensação não homologadas e o sobrestamento da apreciação da manifestação de inconformidade até que seja definitivamente julgado, na esfera administrativa, o processo nº 10480.721782/200969. Quanto ao mérito, defende a legitimidade dos créditos acumulados, que decorreriam, em síntese, de aquisição de insumos tributados pelo IPI e do retorno de produtos industrializados por terceiros, igualmente tributados por esse imposto. A seguir contesta o entendimento da fiscalização no sentido de que o IPI incidente sobre o retorno de produtos industrializados por terceiros mediante encomenda da manifestante, não pode ser tido como crédito desse imposto, invocando a Solução de Consulta n° 57/2002 (Processo n° 13804.001083/200130), da Divisão de Tributação – DISIT – da Superintendência Regional da Receita Federal da 8ª Região Fiscal, em que figurou como consulente, bem como o art. 4º , II, § 1o , e art 5° da Lei n° 7.798/1989, na redação dada pela Medida Provisória n° 2.158/2001. Conclui que o montante considerado não ressarcível, deveria ser tido como ressarcível, o que ensejaria a reforma do despacho decisório. Com respeito aos débitos apurados, argumenta que sua improcedência estaria comprovada nos autos do processo administrativo 10480.721782/200969 e defende as classes de valores adotadas nas operações praticadas. Ao final, reitera as solicitações em sede de preliminar e solicita o reconhecimento integral do crédito. A 3ª Turma da Delegacia de Julgamento em Porto Alegre (RS) julgou improcedente a manifestação de inconformidade, nos termos do Acórdão nº 1047096, de 25 de outubro de 2013, cuja ementa abaixo reproduzo: ASSUNTO: IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS IPI Período de apuração: 01/01/2007 a 31/03/2007 RESSARCIMENTO DE SALDO CREDOR DE IPI. Somente pode ser objeto de pedido de ressarcimento o montante dos créditos ressarcíveis do trimestre, apurado de acordo com o previsto na legislação de regência Irresignado com a decisão a quo, o sujeito passivo apresentou recurso voluntário valendose dos mesmos argumentos apresentados na manifestação de inconformidade. Em julgamento datado de 16 de setembro de 2014 (Resolução n. 3402000.697), a 2ª Turma Ordinária da 4ª Câmara, 3ª Seção deste Conselho determinou a conversão do julgamento em diligência, nos seguintes termos: Ocorre que o Fisco reconstituiu a escrita contábil do recorrente, referente aos períodos de apuração compreendidos entre 02/2004 e 05/2008 e desta operação resultou um lançamento tributário a título de IPI no valor de R$ 33.638.374,84. Essa lide está no processo nº 10480.721782/200989. Fl. 915DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 14766.000164/200936 Resolução nº 3402000.825 S3C4T2 Fl. 114 4 Feita essa observação, entendo que o direito ao ressarcimento pleiteado neste processo está diretamente ligado à licitude da reconstituição da escrita fiscal e que resultou no auto de infração objeto do processo nº 10480.721782/200969. Em face dessa dependência, voto por converter o julgamento em diligência, para que a Unidade de Origem acoste cópia da decisão definitiva proferida nos autos do processo nº 10480.721782/200969 e elabore planilha demonstrativa do valor do crédito a ser ressarcido de acordo com a decisão definitiva do processo acima citado As respostas oferecidas pela repartição fiscal de origem foram apresentadas em fls 893, no seguinte sentido: Assim, nos termos solicitados, limitarnosemos a colher as decisões proferidas no processo nº 10480.721782/200969 do auto de infração e juntálas ao presente processo. Adiantamos que a exigência tributária formalizada no processo do auto de infração foi considerada totalmente procedente e atualmente encontrase garantida pela APÓLICE SEGURO GARANTIA Nº 17.75.0001187.12. Segue na tabela abaixo o demonstrativo dos pedidos de ressarcimento formulados no período fiscalizado e os créditos passíveis de ressarcimento apurados pela fiscalização que deverão ser reconhecidos. (...) É o relatório. Voto Os requisitos de admissibilidade do recurso voluntários já foram anteriormente analisados e acatados por este Conselho, de modo que passo à apreciação do caso. Contudo, antes de adentrar no mérito da lide, é preciso que seja enfrentada uma questão processual importante para que seja alcançado o justo e ponderado resultado do processo. Tratase do fato de que a Recorrente não fora intimada para se manifestar a respeito das informações prestadas pela Repartição Fiscal (documentos de fls 727 a 877 e conclusões de fls 893 e 894), todas resultadas da diligência requerida nos termos do relato acima. A meu ver, não oportunizar o direito de resposta ao contribuinte, nesta hipótese, configuraria atentado ao princípio do devido processo legal e da ampla defesa, contemplados constitucionalmente no artigo 5º, inciso LV. 1 Na legislação ordinária tais mandamentos constitucionais foram observados na prescrição de regras para dar efetividade aos princípios em questão. Nesse sentido, destaco os artigos 26 e 28 da Lei n. 9.784/99, que disciplina o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal: 1 Art. 5º. [...].LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;” 2 Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Fl. 916DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 14766.000164/200936 Resolução nº 3402000.825 S3C4T2 Fl. 115 5 Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência da decisão ou a efetivação de diligências. Art. 28. Devem ser objeto de intimações os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrições ao exercício de direito e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse. Corroborando a necessidade de ser aportunizado aos contribuintes se manifestarem a respeito dos resultados de diligências ocorridas no curso do processo administrativo fiscal, o Decreto 70.235/72 coloca dentre as nulidades qualquer ato perpetrado com preterição do direito de defesa, in verbis: Art. 59. São nulos: [...].II – os despachos e decisões proferidos por autoridades incompetentes ou com preterição do direito de defesa;” (grifamos). Ainda, o Decreto 7.574/2011 expressamente determina: Art.35.A realização de diligências e de perícias será determinada pela autoridade julgadora de primeira instância, de ofício ou a pedido do impugnante, quando entendêlas necessárias para a apreciação da matéria litigada. Parágrafo único.O sujeito passivo deverá ser cientificado do resultado da realização de diligências e perícias, sempre que novos fatos ou documentos sejam trazidos ao processo, hipótese na qual deverá ser concedido prazo de trinta dias para manifestação Este Conselho possui diversas decisões atentas a esse tipo de vício, apresentando solução justamente no sentido de sanálo, para que seja dado cumprimento às regras e princípio citados alhures. Destaco as seguintes ementas nesse sentido: Ementa Assunto: Contribuições Sociais Previdenciárias Período de apuração: 01/01/2006 a 31/12/2006 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL. DILIGÊNCIA REQUERIDA ANTES DE PROFERIDO O ACÓRDÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA. NECESSIDADE DE INTIMAÇÃO DO CONTRIBUINTE. Em observância aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório, bem como das disposições legais aplicáveis ao processo administrativo fiscal, deve o contribuinte ser intimado do resultado de diligência requerida pela fiscalização antes de proferido o acórdão de primeira instância, sob pena de nulidade. Precedentes Decisão Recorrida Nula. (Processo n. 15956.000043/201053; Data da Sessão 04/11/2014, Acórdão n. 2402004.375) Ementa Fl. 917DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ Processo nº 14766.000164/200936 Resolução nº 3402000.825 S3C4T2 Fl. 116 6 Normas Processuais – Ofensa aos Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa – Nulidade. Manifestandose o autuante após a impugnação, deve ser dada ciência dessa manifestação ao contribuinte, com abertura de prazo para sobre ela se manifestar, em atenção aos princípios do contraditório e da ampla defesa. [...] Processo que se anula a partir da manifestação fiscal posterior à impugnação, exclusive.” (1ª Câmara do 1º Conselho de Contribuintes, Acórdão nº 10193.294 – D.O.U. de 12/03/2001). Ademais, o conteúdo do artigo 10 do Novo Código de Processo Civil (Lei n. 13.105, de 16 de março de 2015), de aplicação subsidiária ao processo administrativo tributário, é categórico sobre o impedimento de serem decididas quaisquer questões sem a manifestação das partes interessadas, in verbis: O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício. Diante do exposto, voto por converter o julgamento em diligência, para que a Recorrente seja intimada a se manifestar sobre as informações prestadas pela Repartição Fiscal (documentos de fls 727 a 877 e conclusões de fls 893 e 894) no prazo de 30 dias e, posteriormente, retornem os autos para o prosseguimento do julgamento. Thais de Laurentiis Galkowicz Relatora Fl. 918DF CARF MF Impresso em 21/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓ PI A Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GALKOWICZ, Assinado digitalmente em 0 5/09/2016 por ANTONIO CARLOS ATULIM, Assinado digitalmente em 02/09/2016 por THAIS DE LAURENTIIS GAL KOWICZ
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